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Numero do processo: 10880.674256/2011-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 14/06/2002
PIS. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços (ICMS) não compõe a base de incidência do PIS e da Cofins.
O Supremo Tribunal Federal (STF), por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário autuado sob o nº 574.706, em sede de repercussão geral, decidiu pela exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições do PIS e da Cofins, o que afasta, de imediato, o anterior entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Resp 1.144.469/PR, no regime de recursos repetitivos.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3201-004.133
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira e Charles Mayer de Castro Souza, que lhe negavam provimento.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 14/06/2002 PIS. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços (ICMS) não compõe a base de incidência do PIS e da Cofins. O Supremo Tribunal Federal (STF), por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário autuado sob o nº 574.706, em sede de repercussão geral, decidiu pela exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições do PIS e da Cofins, o que afasta, de imediato, o anterior entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Resp 1.144.469/PR, no regime de recursos repetitivos. Recurso Voluntário Provido Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira e Charles Mayer de Castro Souza, que lhe negavam provimento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 67 42 56 /2 01 1- 12 Fl. 159DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de indeferir o Pedido de Restituição de créditos da contribuição para o PIS, decisão essa lastreada na ausência de direito creditório disponível, uma vez que os pagamentos declarados já haviam sido integralmente utilizados na quitação de débitos do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte havia alegado que o crédito pleiteado decorrera da inclusão indevida do ICMS na base de cálculo da contribuição, uma vez que referido imposto não se consubstancia em receita própria, tratandose de valor alheio aos limites constitucionais da incidência da contribuição, já tendo o Supremo Tribunal Federal (STF) sinalizado exatamente nesse sentido, conforme se verifica no julgamento do RE 240.7852/MG. Solicitou, ainda, a realização de perícia capaz de atestar que os valores devidos a título de ICMS compuseram indevidamente a base de cálculo das contribuições, bem como a exatidão do montante a ser restituído. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 06051.826, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, por ser, segundo ela, incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da contribuição, valor esse integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados. Em seu Recurso Voluntário, o contribuinte requereu o reconhecimento do direito creditório, arguindo o seguinte: (i) a base de cálculo da contribuição é a receita bruta, sendo que apenas os valores correspondentes ao resultado das atividades devem integrála, não alcançando, portanto, o ICMS; (ii) nem sempre o ingresso de capitais ou recursos financeiros na sociedade representa a entrada de receitas, mormente quando apartadas da aquisição do direito patrimonial sobre eles, como ocorre no caso do ICMS, haja vista sua absoluta incapacidade de alterar o patrimônio líquido da sociedade, dado constituirse de um direito do Estado; (iii) o conceito de receita, qualquer que seja a sua fonte de origem (de venda de bens ou serviços, financeiras, etc.), decorre sempre e necessariamente do exercício da atividade empresarial, representando, também, sempre e necessariamente, riqueza nova ingressando ao patrimônio da sociedade empresarial; (iv) o ICMS destacado nas notas fiscais de venda de mercadorias pela Recorrente não consubstancia receita própria, razão pela qual se trata de valor alheio aos Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 4 3 limites constitucionais da incidência da Contribuição ao PIS e da Cofins, seja de seu critério material, seja de seu critério subjetivo; (v) o Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário nº 240.7852/MG, decidiu que o ICMS não integra a base de cálculo da Cofins; (vi) ao caso se aplica o contido no art. 26A do Decreto 70.235/1972; (vii) a inconstitucionalidade arguida pode ser enfrentada em âmbito administrativo, em razão da decisão definitiva plenária proferida pelo Supremo Tribunal Federal; (viii) cita jurisprudência dos Tribunais Regionais Federais em seu favor; (ix) a Lei 9.718/1998 e as que lhe sucederam jamais determinaram a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição ao PIS e da Cofins; (x) uma vez demonstrado ser indevida a inclusão dos valores do ICMS na base de cálculo da Contribuição ao PIS e da Cofins, temse o direito de pleitear a restituição do quantum recolhido indevidamente a este título, respeitado o prazo de 5 (cinco) anos; (xi) necessidade de realização de prova pericial. É o relatório. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201004.124, de 25/07/2018, proferido no julgamento do processo nº 10880.674237/201188, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.124): Assiste razão à Recorrente. O Supremo Tribunal Federal STF por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário autuado sob o nº 574.706, em sede de repercussão geral, decidiu pela exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições do PIS e da COFINS. Referida decisão possui a seguinte ementa: "RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomandose cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adotase o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerandose o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindose o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. (RE 574706, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 15/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe223 DIVULG 29092017 PUBLIC 02102017) O Supremo Tribunal Federal STF já está a aplicar o entendimento firmado em outros processos, conforme se depreende do julgado adiante colacionado: Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 6 5 "COFINS E PIS – BASE DE CÁLCULO – ICMS – EXCLUSÃO. O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços – ICMS não compõe a base de incidência do PIS e da COFINS. Precedentes: recurso extraordinário nº 240.785/MG, relator ministro Marco Aurélio, Pleno, acórdão publicado no Diário da Justiça de 8 de outubro de 2014 e recurso extraordinário nº 574.706/PR, julgado sob o ângulo da repercussão geral, relatora ministra Cármen Lúcia, Pleno, acórdão veiculado no Diário da Justiça de 2 de outubro de 2017. REPERCUSSÃO GERAL – ACÓRDÃO – PUBLICAÇÃO – EFEITOS – ARTIGO 1.040 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. A sistemática prevista no artigo 1.040 do Código de Processo Civil sinaliza, a partir da publicação do acórdão paradigma, a observância do entendimento do Plenário, formalizado sob o ângulo da repercussão geral. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Descabe a fixação dos honorários recursais previstos no artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil de 2015, quando se tratar de recurso formalizado em processo cujo rito os exclua. AGRAVO – MULTA – ARTIGO 1.021, § 4º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. Se o agravo é manifestamente inadmissível ou improcedente, impõese a aplicação da multa prevista no § 4º do artigo 1.021 do Código de Processo Civil de 2015, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância protelatória."(RE 440787 AgRsegundo, Relator(a):Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 03/04/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe098 DIVULG 18052018 PUBLIC 21052018) Com a decisão proferida pela Corte Suprema, não mais prevalece o contido no REsp 1.144.469/PR do Superior Tribunal de Justiça STJ. O entendimento ora esposado encontra amparo no fato de o próprio Superior Tribunal de Justiça STJ não mais estar aplicando o seu antigo posicionamento. A Corte Superior de Justiça, de modo reiterado, está decidindo de acordo com o julgado no RE 574.706. A título ilustrativo, colacionase recentes decisões em tal sentido, verbis: "PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. ART. 1.040, II, DO CPC/2015. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR). 1. O recurso especial foi interposto na vigência do CPC/1973. Dessa forma, sujeitamse aos requisitos de admissibilidade nele previstos, conforme diretriz contida no Enunciado Administrativo n. 2 do Plenário do STJ. 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora Ministra Cármen Lúcia, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da Seguridade Social. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para realizar a adequação prevista no art. 1.030, II do CPC/2015." (EDcl no AgRg no REsp 1276424/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/05/2018, DJe 21/05/2018) "TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. JULGAMENTO DO TEMA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM REPERCUSSÃO GERAL. JUÍZO DE RETRATAÇÃO PELO PRÓPRIO STJ. ADEQUAÇÃO AO DECIDIDO PELO STF. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 7 6 1. A Jurisprudência pacífica desta Corte de Justiça possuía o entendimento de considerar legal a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, nos termos das Súmulas 68 e 94 do STJ. Posicionamento este ratificado pela Primeira Seção do STJ no julgamento do Resp 1.144.469/PR, processado e julgado como representativo de controvérsia. 2. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, por ocasião da apreciação do RE 574.706RG/PR, com repercussão geral reconhecida, firmou tese contrária à fixada pela Primeira Seção do STJ. 3. Juízo de retratação exercido nestes autos (art. 1.040, II, do CPC/2015), para negar provimento ao apelo nobre da Fazenda Nacional." (REsp 1496603/MG, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/04/2018, DJe 25/04/2018) "TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. INCIDÊNCIA DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SUBSTITUTIVA, PREVISTA NA LEI 12.546/2011. JULGAMENTO PELO STF, EM REGIME DE REPERCUSSÃO GERAL. RE 574.706/PR. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. ART. 1.040, II, DO CPC/2015. AGRAVO INTERNO PROVIDO, EM JUÍZO DE RETRATAÇÃO, PARA NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL, QUANTO AO TEMA OBJETO DA REPERCUSSÃO GERAL. I. Agravo interno aviado contra decisão que deu provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, contra acórdão que, negando provimento à Apelação e à Remessa Oficial, havia mantido a sentença que concedera o Mandado de Segurança. II. A Segunda Turma do STJ, considerando a jurisprudência pacífica da Corte, quando do julgamento do Recurso Especial interposto, no sentido da incidência do ICMS na base de cálculo da contribuição previdenciária substitutiva, prevista na Lei 12.546/2011, negou provimento ao Agravo interno do contribuinte. III. Entretanto, posteriormente, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 574.706/PR, sob o regime da repercussão geral, firmou a tese de que "o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS" (STF, RE 574.706/PR, Rel. Ministra CÁRMEN LÚCIA, TRIBUNAL PLENO, DJe de 02/10/2017), porquanto o valor arrecadado, a título de ICMS, não se incorpora ao patrimônio do contribuinte, e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS, contribuições destinadas ao financiamento da Seguridade Social. Diante da nova orientação da Suprema Corte, o STJ realinhou o seu posicionamento (STJ, REsp 1.100.739/DF, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 08/03/2018; AgInt no AgInt no AgRg no AREsp 392.924/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 06/03/2018). Mutatis mutandis, a mesma lógica deve ser aplicada para a contribuição previdenciária substitutiva, prevista nos arts. 7º e 8º da Lei 12.546/2011, em razão da identidade do fato gerador (receita bruta). Com efeito, "os valores relativos ao ICMS não integram a base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta CPRB, prevista na Lei n. 12.546/11, porquanto não se incorporam ao patrimônio do contribuinte, é dizer, não caracterizam receita bruta, em observância à axiologia das razões de decidir do RE n. 574.706/PR, julgado em repercussão geral pelo STF, no qual foi proclamada a inconstitucionalidade do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS" Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 8 7 (STJ, REsp 1.568.493/RS, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 23/03/2018). Em igual sentido: STJ, REsp 1.694.357/CE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 01/12/2017. IV. Nesse contexto, retornaram os autos por determinação da Vice Presidência do STJ, para fins do disposto no art. 1.040, II, do CPC/2015 , em face do aludido julgado do Supremo Tribunal Federal, em regime de repercussão geral. V. Agravo interno provido, para, em juízo de retratação, previsto no art. 1.040, II, do CPC/2015, negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional." (AgInt no REsp 1592338/SC, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/04/2018, DJe 23/04/2018) Neste contexto, não há como negar plena efetividade ao decidido pelo Supremo Tribunal Federal STF, já que o próprio Superior Tribunal de Justiça STJ não mais aplica o entendimento firmado no REsp 1.144.469/PR. O mesmo posicionamento tem sido adotado pelos Tribunais Regionais Federais. Neste sentido: "EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. EXCLUSÃO DO ICMS. ENTENDIMENTO DO STF. RE 574.706/PR, SOB O RITO DA REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 69 STF. Conforme estabelecido pelo STF, no Tema 69, "O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da Cofins" (Recurso Extraordinário com repercussão geral nº 574.706)." (TRF4, AC 5004059 55.2015.4.04.7215, SEGUNDA TURMA, Relatora LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH, juntado aos autos em 09/07/2018) "TRIBUTÁRIO. EMBARGOS INFRINGENTES. RETRATAÇÃO. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. EXCLUSÃO DO ICMS. ENTENDIMENTO DO STF. RE 574706/PR. TEMA 69 STF. Conforme estabelecido pelo STF, no Tema 69, "O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da Cofins" (Recurso Extraordinário com repercussão geral nº 574.706)." (TRF4, EINF 2006.70.00.0284961, PRIMEIRA SEÇÃO, Relator ROGER RAUPP RIOS, D.E. 10/07/2018) "TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO. ICMS. EXCLUSÃO BASE CÁLCULO. PIS E COFINS. SUSPENSÃO. RE 574.706. VINCULAÇÃO. AGRAVO IMPROVIDO. No caso, foram abordadas todas as questões debatidas pela Agravante, tendo sido apreciada a tese de repercussão geral, julgada em definitivo pelo Plenário do STF, que decidiu que "O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da COFINS". Cabe destacar que foi reconhecida a repercussão geral do RE 574.706/PR, e julgado o mérito do recurso pelo Plenário do STF, devendo os tribunais decidir no mesmo sentido do entendimento adotado, nos termos do art. 1.040, II do CPC, e incumbindo ao Relator decidir de forma monocrática, como prevê o art. 932 do CPC. Anotese que a diretriz jurisprudencial firmada deve ser observada pelos demais Tribunais, como tem reiteradamente decidido o próprio STF, que, inclusive, tem aplicado a orientação firmada a casos similares. Precedentes. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 9 8 Quanto à alegação de que o feito deve ser sobrestado até a publicação do acordão, resultante do julgamento dos embargos de declaração a serem opostos pela Fazenda Nacional, cabe salientar o que restou consignado na r. decisão combatida de que a decisão proferida pelo STF no RE 574.706, independentemente da pendência de julgamento dos aclaratórios, já tem o condão de refletir sobre as demais ações com fundamento na mesma controvérsia, como no presente caso, devendo, portanto, prevalecer a orientação firmada pela Suprema Corte. Ademais, quanto à eventual insurgência relativa à possibilidade de modulação dos efeitos do julgado, ressaltase não ser possível, nesta fase processual, interromper o curso do feito apenas com base numa expectativa que até o momento não deu sinais de confirmação, dada a longevidade da ação e os efeitos impactantes que o paradigma ocasiona. A regra geral relativa aos recursos extraordinários, julgados com repercussão geral, é a de vinculação dos demais casos ao julgado, sendo que a inobservância da regra deve ser pautada em razões concretas. A tese de repercussão geral fixada foi a de que "O ICMS não compõe a base de cálculo para fins de incidência do PIS e da COFINS". A motivação dos embargos de declaração, embora não tenha sido acolhida, não permite a conclusão de que foram opostos em litigância de máfé ou com manifesto caráter protelatório. As razões recursais não contrapõem os fundamentos do r. decisum a ponto de demonstrar qualquer desacerto, limitandose a reproduzir argumentos os quais visam à rediscussão da matéria nele contida. Negado provimento ao agravo interno." (TRF 3ª Região, QUARTA TURMA, Ap APELAÇÃO CÍVEL 369987 000198616.2017.4.03.6000, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL MÔNICA NOBRE, julgado em 04/07/2018, eDJF3 Judicial 1 DATA:20/07/2018 ) "CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA COFINS E DO PIS. ILEGALIDADE. STF. RE 574.706/PR. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA 069. COMPENSAÇÃO. SÚMULA Nº 213 DO STJ. SUFICIÊNCIA DA PROVA DA CONDIÇÃO DE CREDORA TRIBUTÁRIA. 1. Ao apreciar o tema no âmbito do RE 574.706/PRRG (Rel. Min. Cármen Lúcia), o E. STF firmou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS." 2. Quanto à análise da compensação tributária em sede mandamental, o próprio C. STJ tem reiterado a aplicação do seu Enunciado 213, limitando, in casu, a prova à simples condição de credora tributária, por não se confundir com os fundamentos adotados no REsp 1.111.164/BA. 3. Apelação a que se dá parcial provimento, concedendose a segurança para determinar a exclusão, relativa à base de cálculo da COFINS e do PIS, da parcela relativa ao ICMS, autorizando a respectiva compensação, observado, contudo, o lustro prescricional (RE 566.621/RS, Rel. Min. Ellen Gracie), na forma da legislação de regência, notadamente com respeito ao disposto no artigo 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação que lhe conferiu a Lei nº 10.637/02, artigo 170A do CTN e correção monetária com a incidência da Taxa SELIC, considerando que a presente ação mandamental foi ajuizada em 08/07/2008. 4. Acresçase, por oportuno, que a pendência de análise de modulação dos efeitos, pelo eventual acolhimento dos aclaratórios opostos no referido RE Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 10 9 574.706/PR, não tem o condão de atrair o efeito suspensivo aqui perseguido, não merecendo, nesse viés, prosperar o argumento alinhavado pela União Federal nesse exato sentido, AC 2015.61.10.0085860/SP, Relator Desembargador Federal ANDRÉ NABARRETE, decisão de 08/03/2018, D.E. 23/03/2018; EDcl na AMS 2007.61.12.0077639/SP, Relator Desembargador Federal MARCELO SARAIVA, decisão de 26/03/2018, D.E. 05/04/2018, e AMS 2014.61.05.0105413/SP, Relatora Desembargadora Federal MÔNICA NOBRE, Quarta Turma, j. 21/02/2018, D.E. 22/03/2018. 5. Matéria reapreciada, em sede de juízo de retratação, por força do artigo 543B, § 3º, do CPC/73, aplicável à espécie." (TRF 3ª Região, QUARTA TURMA, Ap APELAÇÃO CÍVEL 333152 001626088.2008.4.03.6100, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL MARLI FERREIRA, julgado em 20/06/2018, eDJF3 Judicial 1 DATA:20/07/2018 ) Pertinentes são as palavras da Conselheira Semíramis de Oliveira Duro, em voto proferido no processo 10580.721226/200701 (Acórdão 3301004.355): "Venho sustentando que, para fins de interpretação do § 2° do art. 62 do RICARF, negar a aplicação da decisão do RE n° 574.706 RG, com base no REsp n° 1.144.469/PR (julgado como recurso repetitivo e já transitado em julgado), é uma falácia. É uma falácia, porquanto o próprio STJ já alterou seu posicionamento para reconhecer que o ICMS não integra a base de cálculo da contribuição para o PIS e COFINS, afastando a aplicação do REsp 1.144.469/PR, em virtude da decisão do STF, como se observa nas decisões citadas abaixo: (...) Por conseguinte, estando o acórdão do RE n° 574.706 RG desprovido de causa suspensiva, deve ser imediatamente aplicado. Defendo que tal situação se coaduna com a condição de “decisão definitiva de mérito”, para fins de aplicação do art. 62, § 2° do RICARF." Cito, ainda: "Os órgãos do Estado são entes sem vida, sem inteligência e sem sentimento; são dirigidos por gestores que assumem o compromisso constitucional de respeitar os princípios democráticos, dentre os quais o efetivo cumprimento das decisões judiciais. De outra forma, não faz sentido o próprio governo, integrante do sistema, desrespeitar as leis. A Fazenda Pública e os órgãos públicos de maneira geral, por não terem vida, não se sensibilizam com os fatos que ocorrem em seu derredor, diferentemente do que acontece com seus agentes políticos ou administrativos." (CARDOSO, Antonio Pessoa. Cumprimento das leis Estado deve ser referência de valores do Direito. Revista Consultor Jurídico, 25 de junho de 2011, 7h41) Um órgão administrativo de julgamento não aplicar o decidido em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal STF quando até mesmo o Superior Tribunal de Justiça STJ já não mais aplica o seu entendimento em sentido diverso é verdadeira afronta ao julgado pela mais Alta Corte do país. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 11 10 Sobre a inteira e imediata aplicação do decidido pelo Supremo Tribunal Federal STF, o Superior Tribunal de Justiça STJ assim decidiu: "TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. RECENTE POSICIONAMENTO DO STF EM REPERCUSSÃO GERAL (RE 574.706/PR). AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 574.706/PR, em repercussão geral, Relatora Ministra CÁRMEN LÚCIA, entendeu que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do Contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, que são destinadas ao financiamento da Seguridade Social. 2. A existência de precedente firmado sob o regime de repercussão geral pelo Plenário do STF autoriza o imediato julgamento dos processos com o mesmo objeto, independentemente do trânsito em julgado do paradigma. Precedentes: RE 1.006.958 AgREDED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Dje 18.9/2017; ARE 909.527/RSAgR, Rel Min. LUIZ FUX, DJe de 30.5.2016. 3. Agravo Interno da Fazenda Nacional desprovido." (AgInt no AREsp 282.685/CE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/02/2018, DJe 27/02/2018) (nosso destaque) Do voto, destaco: "3. No mais, o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que a existência de precedente sob o regime de repercussão geral firmado pelo Plenário daquela Corte autoriza o imediato julgamento dos processos com o mesmo objeto, independentemente do trânsito em julgado do paradigma (RE 1.006.958 AgREDED, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Dje 18.9/2017; ARE 909.527/RSAgR, Rel Min. LUIZ FUX, DJe de 30.5.2016.)" Por fim, ressalto que esta Turma, em sua atual composição, decidiu por maioria de votos, em dar provimento a recurso do contribuinte, em processo no qual este relator foi designado para redigir o voto vencedor. Aludida decisão apresenta a seguinte ementa: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 28/02/2005, 01/06/2005 a 30/11/2005, 01/03/2006 a 30/11/2006 MPF. AUSÊNCIA DE NULIDADE. Rejeitase a preliminar de nulidade quando nos autos está comprovado que a fiscalização cumpriu todos os requisitos legais pertinentes ao MPF, não tendo o contribuinte demonstrado nenhuma irregularidade capaz de invalidar o lançamento. O Mandado de Procedimento Fiscal MPF é instrumento de controle administrativo e de informação ao contribuinte. Eventuais omissões ou incorreções do MPF não são causa de nulidade do auto de infração. APROPRIAÇÃO INDEVIDA DE CRÉDITOS. GLOSA. Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 12 11 Correta a glosa de valores indevidamente incluídos no cômputo da base de cálculo dos créditos da nãocumulatividade, ressalvandose os valores glosados não comprovados pela fiscalização e os lançados com evidente lapso material. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. DEPRECIAÇÃO ACELERADA. OPÇÃO A apropriação de crédito das contribuições mediante despesas com depreciação de bens calculadas de forma acelerada, na razão 1/48, nos termos do § 14, art. 3º da Lei 10.637/02 é opcional, o que significava impossibilidade de apropriação concomitante à regra do inciso III, do § 1ª do indigitado artigo. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. DEPRECIAÇÃO ACELERADA. LEI Nº 11.051/2004 Imprescindível a comprovação do atendimento aos requisitos legais para o benefício fiscal da apuração da depreciação acelerada de que trata da Lei nº 11.051/2004. COFINS E PIS BASE DE CÁLCULO ICMS EXCLUSÃO. O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços ICMS não compõe a base de incidência do PIS e da COFINS. O Supremo Tribunal Federal STF por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário autuado sob o nº 574.706, em sede de repercussão geral, decidiu pela exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições do PIS e da COFINS, o que afasta, de imediato, o anterior entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça STJ no Resp 1.144.469/PR, no regime de recursos repetitivos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 2 COFINS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA. Aplicase ao lançamento da Contribuição para a Cofins o decidido em relação ao PIS lançado a partir da mesma matéria fática." (Processo nº 10530.004513/200811; Acórdão nº 3201003.725; Relator Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira; sessão de 24/05/2018) Cito, ainda, decisão proferida por voto de desempate, que acolheu o pedido de restituição formulado pelo contribuinte: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. Comprovado tratarse de crédito tributário restrito ao PIS/Pasep apurado e recolhido sobre base de cálculo sem a exclusão do ICMS é de se reconhecer o direito à restituição do crédito pleiteado." (Processo nº Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10880.674256/201112 Acórdão n.º 3201004.133 S3C2T1 Fl. 13 12 10935.906300/201259; Acórdão nº 3001000.113; Relator Conselheiro Cássio Schappo; sessão de 24/01/2018) Diante do exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário para excluir o ICMS da base de cálculo do PIS, em plena consonância ao decidido pelo Supremo Tribunal Federal STF, no Recurso Extraordinário nº 574.706 e em conformidade com o que tem adotado o Superior Tribunal de Justiça STJ, devendo a unidade de origem verificar a correção dos valores apresentados pela Recorrente em seus pedidos. Importa registrar que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu dar provimento ao Recurso Voluntário para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição para o PIS, em plena consonância ao decidido pelo Supremo Tribunal Federal STF, no Recurso Extraordinário nº 574.706, e em conformidade com o que tem adotado o Superior Tribunal de Justiça STJ, devendo a unidade de origem verificar a correção dos valores apresentados pela Recorrente em seus pedidos. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 170DF CARF MF
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Numero do processo: 10950.000625/2004-28
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 28/02/1998
MULTA DE OFÍCIO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. APLICAÇÃO. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Tratando-se de ato não definitivamente julgado aplica-se retroativamente a lei nova quando mais favorável ao contribuinte que a lei vigente ao tempo do lançamento, excluindo a multa de ofício pelo fato de os débitos lançados terem sido declarados na respectiva DCTF.
Numero da decisão: 9303-007.038
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 28/02/1998 MULTA DE OFÍCIO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. APLICAÇÃO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tratandose de ato não definitivamente julgado aplicase retroativamente a lei nova quando mais favorável ao contribuinte que a lei vigente ao tempo do lançamento, excluindo a multa de ofício pelo fato de os débitos lançados terem sido declarados na respectiva DCTF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de Recurso Especial apresentado tempestivamente pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 340300.055, de 07/07/2009, proferido pela 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 06 25 /2 00 4- 28 Fl. 180DF CARF MF Processo nº 10950.000625/200428 Acórdão n.º 9303007.038 CSRFT3 Fl. 181 2 O Colegiado da Câmara Baixa, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte. nos termos da seguinte ementa: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração:01/02/1998 a 28/02/1998 MULTA DE OFÍCIO. DÉBITOS DECLARADOS. Em face do princípio da retroatividade benigna, exonerase a multa de ofício no lançamento decorrente de compensações não comprovadas, apuradas em declaração prestada pelo sujeito passivo, por configurar hipótese diversa daquelas versadas no art. 18 da Medida Provisória número 135/2003, convertida na Lei n. 10.833/2003, com a nova redação dada pelas Leis n. 11.051/2004 e n. 11.196/2005. Recurso Voluntário Provido" No recurso especial, a Fazenda Nacional insurge contra o cancelamento da multa de ofício, alegando, em síntese, que a sua exigência tem como fundamento a Lei nº 9.430/1996, art. 44, I, c/c o § 3º, I; o fundamento fático para seu lançamento é a falta de pagamento ou recolhimento; o fato de o contribuinte ter informado os valores em DCTF, não o exime da penalidade, quando devidamente comprovado que não recolheu na integralidade o tributo devido. Alegou ainda a ausência de retroatividade benigna, tendo em vista que a retroatividade benéfica do art. 18 da Lei nº 10.833/2003 não é a mesma situação prevista no art. 44 da Lei nº 9.430/1996. Por meio do despacho às fls. 163e, o Presidente da Quarta Câmara da Terceira Seção admitiu o recurso especial da Fazenda Nacional. Intimado do acórdão recorrido, do recurso especial da Fazenda Nacional e do despacho de sua admissibilidade, o contribuinte apresentou contrarrazões, defendendo a manutenção da decisão recorrida por seus fundamentos. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O recurso apresentado atende ao pressuposto de admissibilidade e deve ser conhecido. A matéria oposta nesta fase recursal se restringe ao cancelamento da multa de ofício determinada pelo Colegiado da Câmara baixa, com a aplicação da retroatividade benigna das leis. Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10950.000625/200428 Acórdão n.º 9303007.038 CSRFT3 Fl. 182 3 O lançamento em discussão, ao contrário do entendimento do contribuinte, de fato, se refere ao PIS e não à Cofins, devido para a competência do mês de fevereiro de 1998, cuja parcela lançada e exigida foi devidamente declarada na respectiva DCTF. A multa de ofício teve como fundamento o art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996, pelo fato de o Contribuinte não ter efetuado o pagamento ou recolhimento das parcelas da contribuição que foram lançadas e exigidas de ofício. O art. 18 da Lei nº 10.833/2003 assim dispõe sobre o lançamento de ofício, como no presente caso: "Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei no4.502, de 30 de novembro de 1964." Ora, segundo este dispositivo legal, a aplicação de penalidade no lançamento de valores declarados nas respectivas DCTF, em decorrência de compensação indevida, limitarseá à imposição de multa isolada e deverá ser aplicada unicamente nas hipóteses elencadas no art. 18 citado e transcrito acima. No presente caso aquela hipóteses não ocorreram. Assim, por força do princípio da retroatividade benigna, previsto no art. 106, II, "c", do CTN, a multa de ofício, exigida com fundamento no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/1996, deve ser exonerada. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10950.000625/200428 Acórdão n.º 9303007.038 CSRFT3 Fl. 183 4 Fl. 183DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.677334/2009-16
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Sep 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2003 a 31/10/2003
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. APRESENTAÇÃO DE RECURSO.
As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, suspendem a exigibilidade do crédito tributário.
INTIMAÇÃO DO CONTRIBUINTE. PRESCRIÇÃO LEGAL.
A norma que regula o Processo Administrativo Fiscal Federal enuncia as hipóteses cabíveis para a realização da intimação do contribuinte, cuja observância compete à autoridade preparadora que jurisdiciona o contribuinte.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VERDADE MATERIAL. PROVA. LIMITES.
Ainda que o Processo Administrativo Fiscal Federal esteja jungido ao principio da verdade material, o mesmo, em face da peculiaridade de cada caso, sob pena de malferi-lo, como também aos princípios da legalidade e da isonomia e as regra do devido processo legal.
PER/DCOMP. SALDO CREDOR. FALTA DE PROVA. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ. CONTRIBUINTE. INAPLICABILIDADE.
A falta de demonstração, por meio de prova hábil, da existência do direito creditório pleiteado não exige conduta dolosa do declarante, bastando para sua denegação constatação que referido saldo credor fora alocado em outros pedidos de compensação, de forma que a eventual presunção de boa-fé do recorrente não o exime de provar que possuía saldo credor para acobertar o débito declarado no respectivo Per/Dcomp.
PEDIDO COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. INEXISTÊNCIA DO CRÉDITO.
Por inexistência, nos autos, de prova hábil para infirmá-la, mantém-se a constatação referenciada no despacho decisório e confirmada pela DRJ de que o saldo credor indicado em Per/Dcomp para acobertar débito nele confessado foi alocado em outros pedidos de compensação, não havendo, portanto, hipótese para a regular homologação do pedido de compensação.
RECURSO VOLUNTÁRIO. REPRODUÇÃO DO MÉRITO DA DECISÃO RECORRIDA. APLICAÇÃO.
Se o relator do voto condutor registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa, no que diz respeito ao mérito propriamente dito, perante o colegiado de segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida, tem a faculdade de transcrever a decisão do colegiado de primeira instância.
Numero da decisão: 3001-000.466
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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APRESENTAÇÃO DE RECURSO. As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, suspendem a exigibilidade do crédito tributário. INTIMAÇÃO DO CONTRIBUINTE. PRESCRIÇÃO LEGAL. A norma que regula o Processo Administrativo Fiscal Federal enuncia as hipóteses cabíveis para a realização da intimação do contribuinte, cuja observância compete à autoridade preparadora que jurisdiciona o contribuinte. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VERDADE MATERIAL. PROVA. LIMITES. Ainda que o Processo Administrativo Fiscal Federal esteja jungido ao principio da verdade material, o mesmo, em face da peculiaridade de cada caso, sob pena de malferilo, como também aos princípios da legalidade e da isonomia e as regra do devido processo legal. PER/DCOMP. SALDO CREDOR. FALTA DE PROVA. PRINCÍPIO DA BOAFÉ. CONTRIBUINTE. INAPLICABILIDADE. A falta de demonstração, por meio de prova hábil, da existência do direito creditório pleiteado não exige conduta dolosa do declarante, bastando para sua denegação constatação que referido saldo credor fora alocado em outros pedidos de compensação, de forma que a eventual presunção de boafé do recorrente não o exime de provar que possuía saldo credor para acobertar o débito declarado no respectivo Per/Dcomp. PEDIDO COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. INEXISTÊNCIA DO CRÉDITO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 67 73 34 /2 00 9- 16 Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10880.677334/200916 Acórdão n.º 3001000.466 S3C0T1 Fl. 174 2 Por inexistência, nos autos, de prova hábil para infirmála, mantémse a constatação referenciada no despacho decisório e confirmada pela DRJ de que o saldo credor indicado em Per/Dcomp para acobertar débito nele confessado foi alocado em outros pedidos de compensação, não havendo, portanto, hipótese para a regular homologação do pedido de compensação. RECURSO VOLUNTÁRIO. REPRODUÇÃO DO MÉRITO DA DECISÃO RECORRIDA. APLICAÇÃO. Se o relator do voto condutor registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa, no que diz respeito ao mérito propriamente dito, perante o colegiado de segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida, tem a faculdade de transcrever a decisão do colegiado de primeira instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão 1145.358, da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife/PE DRJ/REC que, na sessão de julgamento realizada em 19.03.2014 (efls. 102 a 104), julgou improcedente a manifestação de inconformidade e, por conseguinte, não reconheceu o direito creditório indicado no Pedido Eletrônico de Restituição/Declaração de Compensação PER/DComp em questão. Da síntese dos fatos Adotase, como de costume neste colegiado extraordinário, para o acompanhamento inicial dos fatos, matérias, pedidos e trâmite dos autos, o relatório encartado no acórdão recorrido, que segue transcrito: Relatório Tratase de Manifestação de Inconformidade, fls. 07/09, interposta aos 03/12/2009 em face de Despacho Decisório eletronicamente proferido pela Unidade de Origem, fl. 04, do qual a contribuinte tomou ciência aos 05/11/2009, fl. 06, que não homologou a compensação objeto da Declaração de Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10880.677334/200916 Acórdão n.º 3001000.466 S3C0T1 Fl. 175 3 Compensação DCOMP tratada nos correntes autos, na qual foi indicado o valor de R$ 7.593,35 como crédito originário inicial a ser compensado, atinente a suposto pagamento a maior da contribuição para o PIS/PASEP, que foi realizado no montante original de R$ 22.550,37 em relação ao período de apuração de outubro de 2003. 2. A compensação foi não homologada porque detectado que o citado pagamento fora totalmente aproveitado para quitação dos seguintes débitos da contribuinte, descritos nas “Informações Complementares da Análise do Crédito”, fl. 05: Processo (Pr) / PerDcomp (PD) / Débito (Db) Valor Original Utilizado PD: 08020.00530.150604.1.3.043650 3.686,30 PD: 09853.21115.100205.1.7.040107 614,96 PD: 19915.34481.100205.1.3.044604 2.691,71 PD: 21621.16232.100205.1.3.040402 301,69 PD: 09513.42982.100205.1.3.046755 298,69 Db: cód 6912 PA 31/10/2003 14.957,02 Valor total 22.550,37 3. No recurso, a defendente requer a suspensão da exigibilidade dos débitos cujas compensações foram não homologadas (art. 74, da Lei nº 9.430/96, c/c o art. 151, III, do CTN). 4. Quanto ao crédito empregado na compensação, diz que “a decisão combatida não deve prosperar, tendo em vista que os créditos pelos quais a Requerente procedeu à compensação são legítimos e suficientes para extinguir o crédito tributário compensado”. 5. Outrossim, aduz que, consoante DCTF “do anocalendário de 2003”, o valor da contribuição para o PIS/PASEP apurado em relação ao mês de outubro de 2003 foi de R$ 14.957,02, sendo que, por equívoco, recolheu o montante de R$ 22.550,37 a este título, ressaltando que os valores recolhido e pago estão corretamente informados em DCTF, donde concluiu que a não homologação seria resultado de problemas técnicos do sistema da RFB. 6. Ao final, pugnou pela reforma da decisão recorrida e pela convalidação/homologação da compensação discutida. 7. Este julgador anexou a estes autos extrato emitido no sistema SIEF/PERDCOMP, bem como cópia de outras 05 (cinco) DCOMP em que foi utilizado o mesmo crédito contendido, bem como de Despacho Decisório que homologou apenas parcialmente uma delas. Da ementa do acórdão recorrido A 2ª Turma da DRJ/REC, ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade, exarou o já citado acórdão, cuja ementa colacionase: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2003 a 31/10/2003 Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10880.677334/200916 Acórdão n.º 3001000.466 S3C0T1 Fl. 176 4 COMPENSAÇÃO COM DIREITO CREDITÓRIO TOTALMENTE UTILIZADO. NÃOHOMOLOGAÇÃO. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. IMPROCEDÊNCIA. É improcedente a Manifestação de Inconformidade interposta contra Despacho Decisório que não homologa compensação cujo correspondente crédito já tenha sido totalmente utilizado em outras Declarações de Compensação transmitidas pelo próprio sujeito passivo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do recurso voluntário Irresignado ainda com o desfecho de seu pleito e, mais especificamente, com a decisão contida no acórdão vergastado, o recorrente interpôs recurso voluntário (efls. 111 a 121), para, em suma, reprisar os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade e realçar a necessidade de se atentar para os princípios da verdade material e da presunção de boafé, além de comentar a suposta negativa do colegiado a quo em atender ao seu pedido de realização de diligência e para solicitar que a intimação referente ao resultado do presente julgamento seja encaminhado ao endereço do contribuinte; requerendo, por fim, a reforma da decisão recorrida, reconhecendose integralmente o crédito pleiteado e a consequente homologação da compensação apresentada. Do encaminhamento Em razão disso, os autos ascenderam ao Carf em 12.09.2017 (efl. 171), que, na forma regimental, foi distribuído e sorteado para manifestação deste colegiado extraordinário da 3ª Seção, cabendo a este conselheiro a relatoria do processo. É o relatório. Voto Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da competência para julgamento do feito Observo a competência deste Colegiado para apreciar o presente feito, na forma do artigo 23B do Anexo II da Portaria MF 343 de 09.06.2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Carf, com redação da Portaria MF 329 de 2017. Da tempestividade O recurso voluntário foi juntado em 05.09.2017, conforme depreendese do "Termo de Análise de Solicitação de Juntada" (efl. 110), depois da ciência ocorrida em 10.08.2017, conforme observase do Aviso de Recebimento "AR" (efl. 108), portanto, é Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10880.677334/200916 Acórdão n.º 3001000.466 S3C0T1 Fl. 177 5 tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade previstos na legislação de regência, de modo que dele conheço. Preâmbulo I da suspensão da exigibilidade Embora neste processo não se aventa qualquer discussão acerca da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, em face da não homologação da compensação declarada pelo contribuinte, tratarseá do tema em breves linhas, haja vista a preocupação demonstrada pelo recorrente. A partir de 31.10.2003, com a edição da MP 135 convertida na Lei 10.833 de 2003, a suspensão da exigibilidade de débito compensado tornouse possível uma vez que a declaração de compensação feita pelo contribuinte passou a ter caráter de confissão de dívida e ser instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Neste passo, o inciso III do artigo 151 do Código Tributário Nacional CTN, norma complementar, dispõe que as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, suspendem a exigibilidade do crédito tributário. Nestes termos, cabe tão somente reafirmar a suspensão da exigibilidade do crédito tributário em questão até que ocorra sua definitividade na esfera administrativa. Preâmbulo II da intimação ao contribuinte A título de esclarecimento, em atenção ao prescrito nos incisos I a III do artigo 23 do Decreto 70.235 de 06.03.1972, as intimações realizadas no transcurso do presente processo sempre são endereçadas ao domicílio fiscal eleito pelo sujeito passivo, salvo sua impossibilidade, não havendo, portanto, margem discricionária para que a ciência da presente decisão ocorra de forma diversa daquelas prescritas na referida norma processual de regência, cuja observância compete à autoridade preparadora que jurisdiciona o contribuinte. Preâmbulo III do princípio da verdade material O recorrente, inadvertidamente, alega que um dos motivos que justifica a reforma do acórdão recorrido, é sua não observância do princípio da verdade material. De plano, afirmase que a alegação do recorrente não se sustenta. Primeiro porque, como sobejamente demonstrado no voto condutor do acórdão recorrido, o motivo da não compensação pretendida decorre única e exclusivamente não foi homologada porque foi detectado que o citado pagamento fora totalmente aproveitado para quitação de outros débitos do contribuinte; segundo, porque pela análise de todas as decisões emanadas nos presentes autos, verificase que houve sim, análise das provas apresentadas, mas estas não foram suficientes para provar o direito alegado pelo contribuinte. Nesse passo, não cabe a este Colegiado alongarse em demasia sobre o princípio da verdade material a esta altura do trâmite processual, ou seja, em sede de recurso voluntário, isto porque a busca pela verdade material no processo administrativo não significa a concessão infindável de oportunidades ao contribuinte de trazer documentos, declarações e informações que provem o seu direito, sem respeito aos prazos estabelecidos na legislação de regência. Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10880.677334/200916 Acórdão n.º 3001000.466 S3C0T1 Fl. 178 6 Depreendese do elogiável voto condutor do acórdão recorrido que os Per/Dcomp's indicados na planilha apresentada pelo contribuinte comprometiam na sua totalidade o valor do Darf em que eles se basearam para efetuar a compensação, e que, igualmente após as homologações ocorridas continuou a inexistir saldo disponível para o aproveitamento em compensação do valor pleiteado na Dcomp objeto de análise neste processo. Portanto, é dever do recorrente, desde a sua manifestação de inconformidade, trazer os documentos necessários à demonstração da liquidez e certeza do crédito cuja compensação postula. Essa, digase, é a dicção do caput do artigo 170 do CTN, ao franquear aos entes federados a realização compensação. De outra forma, os pressupostos, pois, do direito crédito a ser utilizado pelo sujeito passivo da obrigação tributária é a sua liquidez e certeza, pressupostos estes que antecedem o próprio pedido de compensação. Por isso, e não por outra razão, compete ao contribuinte demonstrar tais liquidez e certeza; é ônus do sujeito passivo e não da Administração Tributária. Desta feita, não podese, aqui, sob o pálio da verdade material suplantar as regras procedimentais aplicáveis ao processo administrativo e permitir, ao arrepio do princípio da isonomia, fazernos substituir à autoridade fiscal ou ao próprio colegiado recorrido, para refazer todo o trabalho que deveria ter sido concretizado e trazido ao feito pelo sujeito passivo, pretensamente, detentor do crédito. Se é fato que o processo administrativo admite uma flexibilização no procedimento de instrução, e, portanto, se pauta pelo tão aventado princípio da verdade material, não se pode olvidar que determinadas amarras não podem ser sobrepujadas; o primado da verdade material pode nortear o julgador de sorte a garantir que ele aprecie provas não contempladas pela instância a quo, mas que tenham sido produzidas no momento oportuno, e, na espécie, tais provas não foram, reprisese, produzidas, sequer na fase recursal antecedente. Preâmbulo IV do princípio da presunção de boafé do contribuinte O recorrente desenvolve argumento no sentido de ver homologada a compensação declarada também sob o manto da prática da boafé, pelo fato de elaborar o Per/Dcomp em questão em face do pagamento de tributo/contribuição em montante superior ao efetivamente devido. Entretanto, uma vez mais, equivocase o recorrente quando aduz que "inexiste razão plausível que justifique a não homologação da PER/DCOMP analisada, que foi elaborada à luz do Princípio da BoaFé". Primeiro, porque ambas decisões, do despacho decisório e do acórdão recorrido, fundamentaram a não homologação da compensação e o não reconhecimento do direito creditório pretendido, respectivamente. Segundo, porque em momento algum esta decisões negaram a existência do "pagamento a maior". Terceiro, porque a constatação da inexistência de crédito disponível para realizar a compensação dos débitos informado no Per/Dcomp em questão é circunstância dotada de natureza absolutamente objetiva, bastando a confirmação de que o valor recolhido a maior, discriminado no Darf indicado na referida Per/Dcomp, foi utilizado para a quitação de outros débitos do contribuinte. Preâmbulo V do pedido de diligência Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10880.677334/200916 Acórdão n.º 3001000.466 S3C0T1 Fl. 179 7 O recorrente afirma, para justificar a interposição do presente recurso, que o colegiado a quo manteve a decisão contida no despacho decisório de número de rastreamento 849813792, não obstante ter "apresentado provas e solicitado diligência". Compulsando a respectiva manifestação de inconformidade, apresentada em 03.12.2009 (fls. 06 a 08, Volume V1), notase que referido pedido de realização de diligência não foi solicitado. Porém, não obstante tal afirmação demonstrarse equivocada, ainda que verdadeira fosse, convém ressaltar, por oportuno, que o disposto nos artigos 18 e 29 do Decreto 70.235 de 1972, impõe que a realização de diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora apenas quando esta entender necessária e imprescindível à formação da sua convicção, logo, não podendo servir de mero instrumento para suprir a deficiência das provas carreadas pelo sujeito passivo aos autos. Do mérito propriamente dito O recorrente apresenta, quanto ao mérito propriamente dito, os mesmos argumentos já trazidos na manifestação de inconformidade, sem acrescentar nenhum elemento de prova adicional. Desta forma, ao amparo do disposto no parágrafo 3º do artigo 57, Anexo II, do Regimento Interno do Carf, a seguir reproduzido, por concordar com os fundamentos da primeira instância, adoto o teor de seu voto condutor, verbis: § 3º A exigência do § 1º pode ser atendida com a transcrição da decisão de primeira instância, se o relator registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa perante a segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) início da transcrição do voto da primeira instância, na parte de interesse no presente julgado (...) 10. Feito o esclarecimento acima, saliento que não foi a ausência de pagamento indevido a título da contribuição para o PIS/PASEP realizado em relação ao período de apuração de outubro de 2003 que ensejou a nãohomologação da compensação aqui discutida, mas, sim, a circunstância de que o direito creditório a este título já havia sido empregado em outras compensações descritas no Demonstrativo “Informações Complementares da Análise do Crédito”, fl. 05 (vide tabela do item 2 acima), no qual se percebe que, do pagamento da contribuição analisada realizado pela contribuinte no valor de R$ 22.550,37 relativamente ao mês de outubro de 2003, apenas R$ 14.957,02 foi aproveitado para a extinção do correspondente débito o que evidencia que o Despacho Decisório considerou devido o mesmo valor do tributo mencionado pela manifestante. 11. Ademais, no mesmo reportado Demonstrativo (que, consoante expresso no texto do Despacho Decisório, sempre esteve na internet à disposição da contribuinte para consulta em “www.receita.fazenda.gov.br, opção Empresa ou Cidadão, Todos os Serviços, assunto ‘restituição...Compensação’, item Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10880.677334/200916 Acórdão n.º 3001000.466 S3C0T1 Fl. 180 8 PER/DCOMP, despacho decisório”) se verifica que a diferença de R$ 7.593,35 entre o pagamento da contribuição e o correspondente valor devido (= R$ 22.550,37 R$ 14.957,02) foi aproveitada nas compensações de débitos constantes de outras 05 (cinco) DCOMP e, a respeito desta utilização, a defendente nada disse. 12. O que constatei a respeito do aproveitamento do valor de R$ 7.593,35 nas supraditas DCOMP que imprimi no sistema “CPERDCOMP”, bem como na consulta que fiz ao sistema “SIEF/PERDCOMP”, fls. 74/98 e100, é que os valores do campo “Total do Crédito original Utilizado nesta DCOMP” coincidem com os montantes utilizados indicados em nupercitado Demonstrativo, exceto no tocante à DCOMP nº 19915.34481.100205.1.3.044604, na qual consta a utilização de R$ 3.275,31, enquanto o valor aproveitado que figura no citado Demonstrativo é de apenas R$ 2.691,71, o que se explica pelo fato de que, consoante Despacho Decisório cuja cópia anexei à fl. 99, o crédito original utilizado nesta DCOMP foi reconhecido apenas parcialmente no valor de R$ 2.691,71, correspondente ao saldo do crédito total restante após a homologação integral das outras 04 (quatro) compensações. 13. Então, patenteada a anterior utilização integral do direito creditório nas compensações de débitos objeto de outras DCOMP transmitidas pelo sujeito passivo, não resta saldo de crédito a ser aproveitado na compensação aqui contendida. (...) Da conclusão Isto posto, voto por negar provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo, para manter, por seus exatos termos, a decisão recorrida que julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório vindicado. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Relator Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11060.002451/2009-30
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jul 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007, 2008
INTERPOSIÇÃO DE PEDIDO JUDICIAL DISCUTINDO MESMO OBJETO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. DEFINITIVIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
Tendo o contribuinte optado pela resolução da questão na via judicial, torna incompetente a via administrativa para o deslinde da questão, resta configurada a renúncia, devendo ser declarada a definitividade do crédito, ficando restabelecido a lançamento em seu estado original.
Aplicação da Súmula Carf. 01
Numero da decisão: 9202-007.093
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial, em razão de concomitância da discussão nas esferas administrativa e judicial.
(Assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007, 2008 INTERPOSIÇÃO DE PEDIDO JUDICIAL DISCUTINDO MESMO OBJETO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. DESISTÊNCIA DO RECURSO. DEFINITIVIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Tendo o contribuinte optado pela resolução da questão na via judicial, torna incompetente a via administrativa para o deslinde da questão, resta configurada a renúncia, devendo ser declarada a definitividade do crédito, ficando restabelecido a lançamento em seu estado original. Aplicação da Súmula Carf. 01
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial, em razão de concomitância da discussão nas esferas administrativa e judicial. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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DESISTÊNCIA DO RECURSO. DEFINITIVIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Tendo o contribuinte optado pela resolução da questão na via judicial, torna incompetente a via administrativa para o deslinde da questão, resta configurada a renúncia, devendo ser declarada a definitividade do crédito, ficando restabelecido a lançamento em seu estado original. Aplicação da Súmula Carf. 01 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial, em razão de concomitância da discussão nas esferas administrativa e judicial. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 00 24 51 /2 00 9- 30 Fl. 878DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pelo Contribuinte face ao acórdão 2101002.128, proferido pela 1ª Turma Ordinária / 1ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Tratase de auto de infração de fls. 03/06, lavrado em 14 de setembro de 2009, no qual foi apurado o crédito tributário de R$ 37.141,55, em decorrência de omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas jurídicas e de classificação indevida de rendimentos na DIRPF, verificadas nos anoscalendário de 2004, 2005, 2006 e 2007. O autuado apresentou impugnação, fls. 88/113. A DRJ, às fls. 678/690, julgou pelo não provimento à impugnação, excluindo do débito os valores relativos às competências alcançadas pela decadência de que trata o art. 173, I, do CTN, e os valores lançados em duplicidade, na competência 09/2005. O Contribuinte interpôs recurso voluntário, às fls. 693/704. A 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 761/ 767, PRELIMINARMENTE, NEGOU PROVIMENTO ao Recurso Ordinário. A ementa do acórdão recorrido assim dispôs: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007, 2008 IRPF. BOLSA DE ESTUDOS. ISENÇÃO. De acordo com a jurisprudência deste CARF e em consonância com julgados do STJ, apenas são isentos os rendimentos provenientes de bolsas de estudos concedidas se tais valores decorrerem de liberalidade, bem como se os trabalhos exercidos pelo beneficiário não representem, de nenhuma forma, benefício econômico para a instituição de ensino ou contraprestação pela prestação de serviços. Hipótese em que as bolsas recebidas pelo contribuinte não caracterizam mera liberalidade da instituição de ensino. Recurso negado. Às fls. 781/786, o Contribuinte interpôs Recurso Especial, alegando divergência jurisprudencial em relação à seguinte matéria: Bolsa de Estudos – isenção de Fl. 879DF CARF MF Processo nº 11060.002451/200930 Acórdão n.º 9202007.093 CSRFT2 Fl. 10 3 Imposto de Renda sobre a Pessoa Física IRPF. O acórdão recorrido entendeu que os valores recebidos a título de bolsas de estudo, pagos pelo Contribuinte, não são isentos, por representarem uma vantagem para o doador ou contraprestação de serviços. Já o entendimento dos acórdãos paradigmas foi no sentido de não representaram uma vantagem para o doador ou contraprestação de serviços, estando isentas da incidência do IRPF. Da Inaplicabilidade de multa aos bolsistas. Alega o Contribuinte, com base em jurisprudência paradigma, que elaborou o comprovante de rendimentos para fins de imposto de renda de tal forma que valores como isentos ou não tributáveis, o que justifica classificar a conduta do contribuinte como um erro escusável a autorizar afastar a aplicação da multa de ofício. Ao realizar o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial do Contribuinte, às fls. 835/838, a 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, DEU SEGUIMENTO ao recurso em relação às divergências arguidas, quanto a seguinte matéria: Bolsa de Estudos – isenção de Imposto de Renda sobre a Pessoa Física IRPF. Alega que, mesmo caracterizando a não isenção da bolsa de estudos, há que se levar em conta a boafé dos servidores que receberam essas bolsas considerandose isentas. (NÃO ANALISOU A SEGUNDA DIVERGÊNCIA) A Fazenda Nacional apresentou Contrarrazões às fls. 840/846, rebatendo com argumentos constantes da decisão recorrida, vez que pleiteou a manutenção do acórdão. Às fls. 849 e ss., consta a informação de que a autuação fiscal de que trata o presente processo, atualmente em julgamento do Recurso Especial interposto pelo autuado, também foi objeto da ação judicial autuada sob o nº 500256747.2013.4.04.7102, (chave 711880060913) com tramitação na 3º Vara Federal em Santa Maria, RS. Respectiva decisão transitou em julgado em 12/05/2016, tendo sua decisão sido encaminhada à DRF através do e dossiê 10080.002733/061634, para adequação do débito ao comando judicial definitivo. Conforme análise preliminar desta SACAT, após a decisão judicial definitiva, as exigências fiscais remanesceram devidas nos valores lançados, devendo apenas as multas punitivas relativas aos exercícios de 2007 e 2008 serem ajustadas à decisão prolatada pelo TRF 4ª Região. Nesta esteira, com o retorno dos autos judiciais à Vara de Origem, a Fazenda Nacional foi intimada judicialmente a comprovar a adequação da cobrança ao título judicial, no prazo de trinta dias. Com a informação supra, juntouse este despacho ao presente processo administrativo para sua análise junto ao CARF, aplicandose, se for o caso, as disposições do Parecer Normativo COSIT nº 07/2014. Às fls. 858/859, a Receita Federal apresentou valores originais do crédito tributário após a decisão judicial, sobre os quais incidirão ainda os juros moratórios cabíveis a serem apurados até a data do pagamento do crédito fiscal. Vieram os autos conclusos para julgamento. É o relatório. Fl. 880DF CARF MF 4 Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pelo Contribuinte é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, merece ser conhecido. Tratase de auto de infração de fls. 03/06, lavrado em 14 de setembro de 2009, no qual foi apurado o crédito tributário de R$ 37.141,55, em decorrência de omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas jurídicas e de classificação indevida de rendimentos na DIRPF, verificadas nos anoscalendário de 2004, 2005, 2006 e 2007. O Acórdão recorrido negou provimento ao recurso ordinário. O Recurso Especial apresentado pelo Contribuinte trouxe para análise a divergência jurisprudencial no tocante à Bolsa de Estudos – isenção de Imposto de Renda sobre a Pessoa Física IRPF. Reconhecida a falha no exame de admissibilidade que restou omisso quanto ao segundo tópico discutido no Recurso Especial do Contribuiu o processo foi baixado em diligência para complementação. Contudo, neste momento a Delegacia requereu os autos para execução de havia decisão judicial, momento no qual se teve a informação de concomitância deste processo administrativo com ação judicial de mesma natureza. Assim, o presente recurso não deve ser conhecido por concomitância, aplicandose a Súmula/CARF 01. Diante de todo o exposto, deixo de conhecer do recurso interposto pelo Contribuinte. É como voto. (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Fl. 881DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10665.000230/2006-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Exercício: 2008
SIMPLES. EXCLUSÃO. DÉBITOS.
A existência de débitos inscritos em dívida ativa com exigibilidade não suspensa autoriza a exclusão do Simples.
Numero da decisão: 1302-000.941
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: EDUARDO DE ANDRADE
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EXCLUSÃO. DÉBITOS. A existência de débitos inscritos em dívida ativa com exigibilidade não suspensa autoriza a exclusão do Simples. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) MARCOS RODRIGUES DE MELLO Presidente. (assinado digitalmente) EDUARDO DE ANDRADE Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Rodrigues de Mello (presidente da turma), Cristiane Silva Costa, Waldir Veiga Rocha, Eduardo de Andrade, Paulo Roberto Cortez e Márcio Rodrigo Frizzo. Ausente momentaneamente o Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado. Fl. 123DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP10.1018.09356.WDAA. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10665.000230/200611 Acórdão n.º 130200.941 S1C3T2 Fl. 97 2 Relatório Tratase de apreciar Recurso Voluntário interposto em face de acórdão proferido nestes autos pela 4ª Turma da DRJ/BHE, no qual o colegiado decidiu, por unanimidade, indeferir a solicitação, conforme ementa que abaixo reproduzo: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE – SIMPLES Exercício: 2008 OPÇÃO A opção pelo Simples somente é permitida quando comprovado que A. época dos efeitos da exclusão de oficio, os débitos inscritos em Divida Ativa da Unido estavam com a exigibilidade suspensa. A recorrente teve inicialmente indeferido seu pedido de inclusão retroativa ao anocalendário de 2003 no Simples, por meio de Despacho Decisório da DRF/Divinópolis nos autos do PA nº 10665.000677/200410, pela existência de débitos inscritos em dívida ativa (inscrições abaixo): A 4ª turma da DRJ/BHE, todavia, acatou o pedido feito pela impugnante naquele processo administrativo, deferindo o pedido de inscrição com efeitos retroativos a 01/01/2003. Ocorre que, tendo regressado os autos à DRF/Divinópolis para procederse à dita inclusão retroativa verificouse a existência de débitos inscritos em dívida ativa cuja exigibilidade não estava suspensa. Assim, em 17/04/2006 foi editado o ADE DRF/DIV nº 08/2006 que excluiu a então optante do Simples, com efeitos a partir de 01/01/2007, pela existência dos seguintes débitos inscritos em dívida ativa, com exigibilidade não suspensa: Fl. 124DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP10.1018.09356.WDAA. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10665.000230/200611 Acórdão n.º 130200.941 S1C3T2 Fl. 98 3 Cientificada em 20/04/2006 (fl. 17), a optante em 22/05/2006 apresentou manifestação de inconformidade (fl. 18), alegando que em relação aos débitos das inscrições nºs 60.6.04.01456192 e 60.6.04.01456273, a cobrança é indevida. Com relação a eles protocolou Pedido de Revisão de débitos inscritos em dívida ativa da União. Já quanto aos débitos das inscrições nºs 60.2.05.00560630 e 60.6.05.00799888, requereu parcelamento e efetuou o pagamento da primeira parcela. A DRJ manifestou entendimento de que a opção é permitida quando à época dos efeitos da exclusão de ofício os débitos inscritos em dívida ativa estejam com exigibilidade suspensa. Assim, acolheu a alegação da impugnante com relação às inscrições nº 60.2.05.00560630 e 60.6.05.00799888, pois estavam com exigibilidade suspensa em 01/01/2007. Por outro lado, manteve a exclusão pois os débitos inscritos nas certidões nº 60.6.04.01456192 e 60.6.04.01456273 somente passaram a ter exigibilidade suspensa em 24/01/2007 por força do art.1º da MP 303/2006. Na peça recursal submetida à apreciação deste colegiado, alegou a recorrente que procedeu em tempo hábil, assim que notificada de sua exclusão do Simples, pelo ADE DIV nº 08/2006, ao parcelamento dos débitos das inscrições 60.2.05.00560630 e 60.6.05.00799888. Sendo que o parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, VI, do CTN, requer a revisão da decisão prolatada. Quanto às inscrições nº 60.6.04.01456192 e 60.6.04.01456273 continuou alegando que são indevidas. Subiram os autos a esta Turma Ordinária, e, na sessão de 30/11/2011 foi determinada, por unanimidade, a conversão do julgamento em diligência, com o retorno dos autos à DRF/Divinópolis, para que se manifestasse quanto: a) aos resultados dos pedidos de revisão juntados às fls. 25/26; b) ao DARF de fl. 27; c) a demais esclarecimentos que julgar cabíveis para o esclarecimento da situação dos débitos objeto das inscrições nº 60.6.04.01456192 e 60.6.04.01456273. Isto porque as inscrições nº 60.6.04.01456192 e 60.6.04.01456273 foram, de acordo com os autos (fls.25/27), objeto de Pedido de Revisão de Débitos Inscritos em Dívida Ativa da União, havendo, inclusive, nos autos a juntada de DARF (fl.27). A DRF/Divinópolis, atendendo à determinação deste colegiado, concluiu que: Fl. 125DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP10.1018.09356.WDAA. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10665.000230/200611 Acórdão n.º 130200.941 S1C3T2 Fl. 99 4 Notificada das conclusões, a recorrente limitouse a pedir dilação de prazo, não tendo, todavia, até o presente momento, manifestado nenhuma outra alegação nos autos. É o relatório. Fl. 126DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP10.1018.09356.WDAA. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10665.000230/200611 Acórdão n.º 130200.941 S1C3T2 Fl. 100 5 Voto Conselheiro Eduardo de Andrade, Relator. A matéria litigiosa diz respeito à existência de débitos com exigibilidade não suspensa. Os débitos que motivaram a exclusão, por sua vez, foram todos extintos, conforme demonstra o relatório de diligência prestado pela DRF/Divinópolis. A análise, assim, deve ficar restrita tão somente aos momentos em que se deu tal extinção. No julgamento realizado pelo órgão a quo ficou decidido que os débitos nºs 60.2.05.00560630 e 60.6.05.00799888 se encontravam em 01/01/2007 com a exigibilidade suspensa por terem sido parcelados, sendo, portanto não impeditivos à permanência no regime simplificado. Já os débitos nº 60.6.04.01456192 e 60.6.04.01456273 se encontram com a exigibilidade suspensa, por força do art. 1º da medida Provisória nº 303, de 2006, somente a partir de 24/01/2007, e por isso, impediam o ingresso no regime, conforme solicitado. De fato, o relatório de diligência atesta que os recolhimentos de fls. 27/28 (quitados em 22/05/2006) se referem à primeira parcela dos parcelamentos solicitados, relativamente às inscrições nºs 60.2.05.00560630 e 60.6.05.00799888. Assim, tendo em vista que a ciência do ADE nº 08/2006 se deu em 20/04/2006, verifico que tais pagamentos estavam sob amparo do prazo de 30 dias concedido para sua regularização, tendo em vista que a contagem somente se inicia no dia 24/04/2006. Desta forma, não são impeditivos para permanência no regime simplificado. Todavia, no que tange às inscrições nº 60.6.04.01456192 e 60.6.04.014562 73, embora tenham sido (fls.25/27) objeto de Pedido de Revisão de Débitos Inscritos em Dívida Ativa da União, protocolizado em 19/05/2006, tal pedido não tem o condão de suspender a exigibilidade dos débitos inscritos, nem mesmo sendo pedido formal de parcelamento. Vejase, por oportuno, o que veicula a página da PGFN sobre o tema (endereço: http://www.pgfn.fazenda.gov.br/dividaativadauniao/todososservicos/informacoese servicosparapessoajuridica/revisaodedividainscrita/oqueeitem1): O protocolo do pedido de revisão de dívida inscrita não suspende a exigibilidade do débito e nem possibilita a liberação da Certidão de Regularidade Fiscal, por ausência de previsão legal. O relatório de diligência atesta que o Pedido de revisão foi motivado por quitação parcial dos débitos. Assim, relativamente à inscrição nº 60.6.04.01456192 (valor inscrito de R$ 1.269,20), foi recolhida a quantia de R$ 841,69 (fl.25), tendo restado vencida a parcela de R$427,51, a qual somente foi extinta por pagamento quando da amortização da conta PAEX (em 02/12/2009 – fl.77v). À fl. 77v, menciona o relatório da PGFN que a data da arrecadação é 29/09/2006. Fl. 127DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP10.1018.09356.WDAA. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10665.000230/200611 Acórdão n.º 130200.941 S1C3T2 Fl. 101 6 Relativamente à inscrição nº 60.6.04.01456273 (valor total do débito de R$1.120,36), foi recolhida a quantia de R$ 1.025,21 (fl. 26), tendo sido inscrito em dívida ativa o valor de R$95,15, o qual foi extinto por liquidação PAEX em 02/12/2009 (fl.82v). Todavia, a data da arrecadação (fl.82v), segundo relatório da PGFN, é 29/09/2006. O art. 12 da MP 303/2006 (que criou referido parcelamento e que veio a perder sua vigência em 27/10/2006, por meio do Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 57/2006) vedou a exclusão do Simples da pessoa jurídica durante o período para requerer o parcelamento ali concedido. Ocorre que a exclusão se deu em 20/04/2006 (data em que o contribuinte tomou ciência do ADE) e a MP 303/2006 somente foi editada em 29/06/2006, portanto, após o prazo de 30 dias para quitação dos débitos nos termos do §5º do art. 15 da Lei nº 9.317/96, in verbis: Art. 9° Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: XV que tenha débito inscrito em Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, cuja exigibilidade não esteja suspensa; Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts. 13 e 14 surtirá efeito: VI a partir do anocalendário subseqüente ao da ciência do ato declaratório de exclusão, nos casos dos incisos XV e XVI do caput do art. 9o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 5o Na hipótese do inciso VI do caput deste artigo, será permitida a permanência da pessoa jurídica como optante pelo Simples mediante a comprovação, na unidade da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o seu domicílio fiscal, da quitação do débito inscrito no prazo de até 30 (trinta) dias Fl. 128DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP10.1018.09356.WDAA. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 10665.000230/200611 Acórdão n.º 130200.941 S1C3T2 Fl. 102 7 contado a partir da ciência do ato declaratório de exclusão. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Os débitos inscritos em dívida ativa que foram incluídos no parcelamento instituído pela MP 303/2006 foram arrecadados em 29/09/2006, portanto, após o prazo de trinta dias concedido pelo ADE DRF/DIV nº8/2006, cuja ciência foi dada em 20/04/2006. Desta forma, não são hábeis para afastar a exclusão, já que não quitados no prazo legalmente estabelecido. Assim, voto para negar provimento ao Recurso Voluntário, e manter os efeitos do ADE DRF/DIV nº 08 de 17/04/2006. Sala das Sessões, 04 de julho de 2012. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade Relator Fl. 129DF CARF MF Excluído Documento de 7 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP10.1018.09356.WDAA. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por EDUARDO DE ANDRADE em 30/07/2012 12:20:30. Documento autenticado digitalmente por EDUARDO DE ANDRADE em 30/07/2012. Documento assinado digitalmente por: MARCOS RODRIGUES DE MELLO em 07/08/2012 e EDUARDO DE ANDRADE em 30/07/2012. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 10/10/2018. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP10.1018.09356.WDAA Código hash do documento, recebido pelo sistema e-Processo, obtido através do algoritmo sha1: C47A21A36062F46652846BA7D813C10C7034413C Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Legislação e Processo". 3) Selecione a opção "e-AssinaRFB - Validar e Assinar Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 10665.000230/2006-11. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 19647.005328/2005-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 07/07/2000 a 14/05/2007
VÍCIO DE OMISSÃO NA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. . NULIDADE.
Nos termos do artigo 59, inciso II, parágrafo 3º, do Decreto nº 70.235/1972, é nula a decisão de primeira instância, na hipótese em que apresenta vício de omissão.
Numero da decisão: 3301-004.986
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento para anular a decisão de primeira instância e realização de novo julgamento.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira
(assinado digitalmente)
Liziane Angelotti Meira - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira.
Nome do relator: LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento para anular a decisão de primeira instância e realização de novo julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 07/07/2000 a 14/05/2007 VÍCIO DE OMISSÃO NA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. . NULIDADE. Nos termos do artigo 59, inciso II, parágrafo 3º, do Decreto nº 70.235/1972, é nula a decisão de primeira instância, na hipótese em que apresenta vício de omissão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento para anular a decisão de primeira instância e realização de novo julgamento. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 53 28 /2 00 5- 68 Fl. 452DF CARF MF Processo nº 19647.005328/200568 Acórdão n.º 3301004.986 S3C3T1 Fl. 453 2 Relatório Adotase o o relatório do constante da decisão recorrrida, Acórdão 1138.682 6ª Turma da DRJ/REC¸(constante das fls 354/361), nos seguintes termos: Contra a empresa RHODIA STER FIBRAS E RESINAS LTDA, já qualificada nos autos, foi lavrado AI (Auto de Infração) por AuditoraFiscal da IRF Inspetoria da Receita Federal em Recife/PE, em sede do MPF (Mandado de Procedimento Fiscal) nº 0417600/00016/05, em face da declaração inexata de mercadorias importadas pela impugnante, mediante Declarações de Importação (DI) registradas no período de 07/07/2000 a 14/01/2005. Por conseguinte, com base na reclassificação fiscal efetuada ex officio daqueles bens, restou apurado um crédito tributário total de R$ 300.220,73 referentes à diferença de impostos, multas e juros moratórios incidentes sobre a espécie. A impugnante submeteu a Despacho Aduaneiro de Importação 960.175,00 kgs de Dióxido de Titânio para mateamento (deslustrar) de fibras artificiais (Nome Comercial HOMBITAN LWSU), tendo adotado o seguinte Código NCM/TEC 2823.00.10. A autoridade fiscal, em sede de revisão aduaneira, ao investigar a regularidade da citada classificação fiscal empregada pela recorrente, em face do sistema legal estatuído pelas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI) e as Regras Gerais Complementares (RGC), que são o suporte legal para a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul/Tarifa Externa Comum (NCM/TEC/2007), aprovada pela Resolução Camex nº 43, de 2006, com suas atualizações posteriores, procedeu à sua reclassificação fiscal para o Código NCM/TEC 3206.11.20. Portanto, em sede do procedimento de Revisão Aduaneira, previsto no art.570, cumprindo o disposto no art.659 e observado a norma contida no art.668, do Regulamento Aduaneiro, efetuouse o Lançamento de Oficio do Imposto de Importação incidente sobre a mercadoria objeto da Reclassificação Fiscal à alíquota correspondente aos Códigos NCM considerados na Exigência Fiscal; base de cálculo informada em cada Adição/DI ou, ajustada, considerando os itens de mercadoria em exame, tendo em vista a aplicação de nova alíquota; bem como o lançamento dos Juros de Mora e da Multa de Oficio por declaração inexata do valor do tributo, previstos respectivamente, no art.43, § único, e art.44, inciso I, da Lei n° 9.430, 1996, com a nova redação dada pelo art.14 da Lei n° 11.488, de 2007, do que restou apurado um crédito tributário total de R$ R$ 300.220,73, referente à diferença de impostos, multas e juros moratórios incidentes sobre a espécie, conforme Demonstrativos anexos ao AI em causa. De outra parte, contraditando o AI em questão, os pontos principais da argumentação da defendente podem ser sinteticamente assim descritos: (A) Nulidade da autuação, na medida em que a Fiscalização não demonstrou de modo preciso, a suposta infração tributária praticada pela impugnante; não tendo se valido de qualquer laudo ou perícia da mercadoria, para proceder à sua reclassificação fiscal. Neste ponto, a fim comprovar o acerto da classificação fiscal adotada na importação do produto (Hombitan LWSU), a Impugnante colacionou laudo técnico elaborado para essa finalidade. (B) Colacionou correspondências trocadas entre o seu fornecedor brasileiro (Brancolitho Representações Ltda.) e o Departamento de Operações de Comércio Exterior — DECEX, departamento integrante do atual denominado Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em que se faz menção ao produto "Hombitan LWSU" como enquadrado na posição 2823, bem como orientação do fornecedor estrangeiro (Sachtlebeen Chemie) no mesmo sentido. Fl. 453DF CARF MF Processo nº 19647.005328/200568 Acórdão n.º 3301004.986 S3C3T1 Fl. 454 3 (C) Requereu a juntada de outros documentos e a elaboração de laudo técnico expedido por uma entidade independente, que confirmaria a classificação fiscal adotada pela Impugnante. (D) Arguiu ilegitimidade da Taxa Selic para correção monetária de créditos tributário por, supostamente, violar a Constituição Federal, considerando que a Taxa SELIC foi instituída pela Circular BACEN n° 466/79 com o objetivo especifico de remunerar o capital próprio investido em títulos federais. Sua aplicação para a correção de débitos fiscais gera aumento de tributo, sem existência de lei que o determine (violação ao artigo 150, I da Constituição Federal). Nesse sentido, como a Lei n° 9.065/95 não institui (definiu) a Taxa SELIC, mas tão somente determinou a sua aplicação, houve manifesta violação a esse dispositivo do Código Tributário Nacional. I Inconstitucionalidade do § 40 do art. 39 da Lei 9.250 de 26 de dezembro de 1995, que estabeleceu a utilização da taxa SELIC , uma vez que essa taxa não foi criada para fins tributários. Analisada a manifestação de inconformidade, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou improcedente, com a seguinte ementa (fl. 354): ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 07/07/2000 a 14/01/2005 Mercadoria classificada incorretamente na NCM/TEC As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI) e as Regras Gerais Complementares (RGC) são o suporte legal para a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul/Tarifa Externa Comum (NCM/TEC/2007), aprovada pela Resolução Camex nº 43, de 2006, e atualizações posteriores. Mercadoria identificada pelo nome comercial: HOMBITAN LWSU. Pigmento à base de dióxido de titânio, contendo 99% de minério TiO2 e 1% de impurezas classificase no código NCM/TEC 3206.11.20. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 07/07/2000 a 14/01/2005 Perícia. Indeferimento. Dispensável a produção de laudo técnico sobre os produtos, uma vez que não foi esse o motivo da autuação, e, sim, a sua incorreta classificação fiscal na NCM/TEC, ao amparo das RGI do SH nºs 1 e 6. Além do mais, os documentos integrantes dos autos revelamse suficientes para a formação de convicção e conseqüente julgamento do feito. Pedido indeferido, nos termos do artigo 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação do artigo 1º da Lei nº 8.748, de 1993, c/c artigo 35 do Decreto nº 7.574, de 2011. Foi apresentado Recurso Voluntário (fls. 401/422), no qual a Recorrente apresentou as seguintes questões, que serão individualmente analisadas no voto: · nulidade da decisão recorrida por falta de análise dos argumentos apresentados na impugnação; Fl. 454DF CARF MF Processo nº 19647.005328/200568 Acórdão n.º 3301004.986 S3C3T1 Fl. 455 4 · nulidade do Auto de Infração por não demonstrar os fatos e os elementos de prova da infração atribuída à Recorrente e também por não se embasar em laudo técnico ou perícia da mercadoria objeto da classificação fiscal; · no mérito, defende que a classificação que adotara está correta; · subsidiariamente pugna pela impossibilidade de exigência de juros sobre a multa punitiva e a inexistência de mora É o relatório. Voto Conselheira Liziane Angelotti Meira Relatora O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Conforme consta do Relatório da decisão recorrida, a Recorrente alegou "Nulidade da autuação, na medida em que a Fiscalização não demonstrou de modo preciso, a suposta infração tributária praticada pela impugnante; não tendo se valido de qualquer laudo ou perícia da mercadoria, para proceder à sua reclassificação fiscal. Neste ponto, a fim comprovar o acerto da classificação fiscal adotada na importação do produto (Hombitan LWSU), a Impugnante colacionou laudo técnico elaborado para essa finalidade" (fl. 356). No entanto, na decisão recorrida, a análise se limitou ao mérito da questão, não tratando da preliminar. A Recorrente, por sua vez, reafirmou seu entendimento pela nulidade do Auto de Infração e pugnou pela nulidade da decisão recorrida por falta de análise dos argumentos apresentados na impugnação. E realmente assiste razão à recorrente, no voto da decisão recorrida sequer aventouse a nulidade do Auto de Infração alegada na impugnação. Assim, considerando que, nos termos do artigo 59, inciso II, parágrafo 3º, do Decreto nº 70.235/1972, é nula a decisão e primeira instância, na hipótese em que apresenta vício de omissão, proponho dar provimento ao Recurso Voluntário para anular a decisão recorrida e determinar o retorno do processo à 6ª Turma da DRJ/REC para que seja proferida nova decisão com a devida apreciação da alegação de nulidade do Auto de Infração. (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Fl. 455DF CARF MF Processo nº 19647.005328/200568 Acórdão n.º 3301004.986 S3C3T1 Fl. 456 5 Fl. 456DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.902225/2009-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
PER/DCOMP. RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. SALDO NEGATIVO. DIREITO CREDITÓRIO. PERDA DO OBJETO.
Verificado nos autos que o recurso voluntário informa do pagamento em Darf do débito pleiteado a ser compensado em Per/Dcomp, e a desistência do processo, caracteriza da perda de objeto da peça recursal e o respectivo não conhecimento.
Numero da decisão: 1402-003.453
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário por perda de objeto. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (suplente convocado), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado) e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2005 PER/DCOMP. RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. SALDO NEGATIVO. DIREITO CREDITÓRIO. PERDA DO OBJETO. Verificado nos autos que o recurso voluntário informa do pagamento em Darf do débito pleiteado a ser compensado em Per/Dcomp, e a desistência do processo, caracteriza da perda de objeto da peça recursal e o respectivo não conhecimento.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário por perda de objeto. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (suplente convocado), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado) e Paulo Mateus Ciccone.
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RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. SALDO NEGATIVO. DIREITO CREDITÓRIO. PERDA DO OBJETO. Verificado nos autos que o recurso voluntário informa do pagamento em Darf do débito pleiteado a ser compensado em Per/Dcomp, e a desistência do processo, caracteriza da perda de objeto da peça recursal e o respectivo não conhecimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário por perda de objeto. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (suplente convocado), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado) e Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 22 25 /2 00 9- 71 Fl. 54DF CARF MF Processo nº 10925.902225/200971 Acórdão n.º 1402003.453 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente de Recurso Voluntário interposto em face de decisão proferida pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis SC, em primeira instância administrativa, que julgou IMPROCEDENTE, a manifestação de inconformidade do contribuinte em epígrafe, agora recorrente. Do Despacho Decisório: Trata o presente processo da Declaração de Compensação, na qual a recorrente alega possuir crédito contra a Fazenda Pública, decorrente de pagamento a maior ou indevido de antecipações por estimativa, buscando extinguir por compensação de débito próprio, conforme detalhamento que consta no Despacho Decisório acostado aos autos. Transmitida, o PER/Dcomp recebeu da DRF de origem o Despacho Decisório de "não homologação da compensação", cujas razões de negação se fundam no fato de que o pagamento a título de estimativa mensal somente pode ser utilizado na dedução do IRPJ ou da CSLL ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período. Da Manifestação de Inconformidade: Inconformada com o despacho decisório, a recorrente interpôs a manifestação de inconformidade, na qual alega que tem direito à restituição/compensação do valor pago a maior, seja qual for a modalidade de pagamento. Aduz ainda que a matéria não pode ser regulada por meio de instrução normativa, e sim por lei. E por fim, afirma a liquidez e certeza de seu crédito. Da decisão da DRJ Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento: A DRJ, em seu julgamento, por unanimidade considerou improcedente a manifestação de inconformidade, e não reconheceu o direito creditório pleiteado, e consequente não homologação da compensação do PER/Dcomp objeto do presente processo. Do Recurso Voluntário: A recorrente, na sua peça recursal, pede anulação dos valores cobrados no presente processo, pois quitou os débitos em discussão na per/dcomp, através de DARFs especificados como anexo. É o relatório. Fl. 55DF CARF MF Processo nº 10925.902225/200971 Acórdão n.º 1402003.453 S1C4T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.441, de 20/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10925.902212/2009 00, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.441): "Antes de adentrar no mérito, cabe informar que o julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, sendo o paradigma. Verificase nos autos que o recurso voluntário informa do pagamento em Darf do débito pleiteado a ser compensado em Per/Dcomp, e a desistência do processo, caracteriza da perda de objeto da peça recursal. Destarte, não se conhece do recurso voluntário por perda do objeto. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por não conhecer do recurso voluntário por perda de objeto. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 56DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16004.000405/2008-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003, 01/01/2006 a 31/10/2006
NÃO OBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
Recurso Voluntário interposto quando já transcorrido o prazo de 30 dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72 importa em intempestividade, tendo por conseqüência o seu não conhecimento.
Numero da decisão: 2401-005.596
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite, Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003, 01/01/2006 a 31/10/2006 NÃO OBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Recurso Voluntário interposto quando já transcorrido o prazo de 30 dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72 importa em intempestividade, tendo por conseqüência o seu não conhecimento.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite, Miriam Denise Xavier (Presidente).
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INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Recurso Voluntário interposto quando já transcorrido o prazo de 30 dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72 importa em intempestividade, tendo por conseqüência o seu não conhecimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 00 04 05 /2 00 8- 11 Fl. 114DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite, Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Inicialmente, destaco que encontramse apensos a estes autos, os processos nº 16004.000470/200839, 16004.000403/200814 e 16004.000404/200869. Contra o contribuinte acima qualificado foi lavrado o Auto de Infração de fl. 2, consubstanciado no DEBCAD 37.117.2225, em decorrência de não recolhimento por parte da autuada das contribuições sobre a comercialização da produção rural – SENAR (Seguro Nacional de Aprendizagem Rural), conforme consta no Relatório Fiscal (fls. 24/25). Consta, ainda, do citado Relatório Fiscal, que o período de apuração referese a 01/2003 à 12/2003 e 01/2006 à 10/2006, e que tais contribuições não foram incluídas nas respectivas GFIP’s, motivando a multa de R$ 10.807,76 (dez mil, oitocentos e sete reais e setenta e seis centavos). Devidamente cientificado do lançamento em 14/07/2008 (fl. 34), o Interessado apresentou impugnação tempestiva em 05/08/2008 (fls. 36/53), alegando, em síntese: (i) que a previsão utilizada para lavratura do Auto de Infração é o art. 25, inciso I, da Lei 8.212/91, com as alterações decorrentes da Lei nº 8.540/92, nº 8.870/94 e nº 9.52897; (ii) que o caso se trata do denominado “novo FUNRURAL”, e que o artigo 30, III e IV da Lei 8.212/91 prevê o prazo e a obrigação da empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa de recolher a contribuição a que trata o art. 25 daquela lei, bem como a condição de se subrogar nesta obrigação; (iii) que a constitucionalidade da referida contribuição (art. 25, Lei 8.212/91) vinha sendo discutida no Tribunais, destacandose o julgamento em segundo grau do TRF 3, tendo este suscitado incidente de inconstitucionalidade a ser submetido ao órgão especial (Processo nº 2000.61.06.00.0000013), e outra estaria sendo julgada pelo STF (RE 363.852/MG), já tendo o Min. Marco Aurélio proferido, à época, voto pela inconstitucionalidade da exação; (ii) que outros 4 Ministros, a saber, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Carlo Brito haviam conhecido e dado provimento ao recurso em questão, tendo o Min. Cezar Peluso pedido vista; (iii) que, portanto, 5 dos 11 Ministros já haviam votado favoravelmente à causa, ou seja, pela inconstitucionalidade da contribuição previdenciária denominada “novo Funrural”; (iv) que tratandose de discussão sobre a inconstitucionalidade de exação, caberia sua suscitação em via administrativa, com base no artigo 1º do Decreto nº 2.346/97; Fl. 115DF CARF MF Processo nº 16004.000405/200811 Acórdão n.º 2401005.596 S2C4T1 Fl. 3 3 (v) que a contribuição destinada ao SENAR encontrase prevista no art. 62 da ADCT e possui fundamento no art. 149 da CF, sendo que sua instituição só poderia se dar via Lei Complementar, mas fora instituída por Lei Ordinária nº 8.315/91; (vi) que após advento da Lei nº 10.256/01 a contribuição para o SENAR passou a incidir sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção à alíquota de 0,25% para pessoa jurídica e 0,20% para pessoa física – produtor rural; (vii) que antes da EC 20/98, o art. 195 da CF definia que as contribuições devidas pela empresa e destinadas ao financiamento da Seguridade Social deveriam recair sobre a folha de saláios, ao faturamento e lucro e que ao dispor sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, o artigo 25, I, da Lei 8.212/91, extrapolou o texto constitucional, em decorrência da instituição de nova fonte de custeio da previdência social. Cita jurisprudências e doutrinas sobre o tema; Ao final requer o acolhimento da Impugnação para: (a) declarar a improcedência do Auto de Infração e; (b) cancelamento do débito levantado pela fiscalização. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto lavrou Decisão Administrativa contextualizada no Acórdão nº 1421.876 da 7ª Turma da DRJ/RPO, às fls. 82/86, julgando improcedente a impugnação apresentada, mantendo o lançamento fiscal. Recordese: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/10/2006 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA SOBRE A RECEITA BRUTA PROVENIENTE DA COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. SUBROGAÇÃO DA EMPRESA ADQUIRENTE. A empresa adquirente se subroga na obrigação de recolher as contribuições devidas pelo produtor rural pessoal física, destinadas ao financiamento dos Riscos Ambientais do Trabalho RAT, independentemente de as operações de venda terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física. LEGALIDADE E CONSTITUCIONALIDADE. É vedado à Administração Pública o exame da Legalidade e Constitucionalidade das Leis. Lançamento Procedente” Do resultado do julgamento, a empresa recorrente foi intimada em 18/12/2009 (fl. 89). À fl. 93, a DRJ/RPO lavrou termo de perempção informando ter transcorrido o prazo para a contribuinte apresentar Recurso Voluntário, certificando, também, a ausência do pagamento do lançamento, informando as cautelas de praxe. Fl. 116DF CARF MF 4 Ainda, assim, inconformado com a decisão exarada pelo órgão julgador a quo, o Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 22/01/2010 (às fls. 94/99), argumentando o que segue, inclusive repisando argumentos já lançados em impugnação: (i) que a decisão da DRFB merece reforma, uma vez que ficou demonstrado dos autos que a cobrança do referido tributo é inconstitucional; (ii) que o artigo 30, III e IV da Lei 8.212/91 prevê o prazo e a obrigação da empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa de recolher a contribuição a que trata o art. 25 daquela lei, bem como a condição de se subrogar nesta obrigação; (iii) que a constitucionalidade da referida contribuição vinha sendo discutida no Tribunais, destacandose o julgamento em segundo grau do TRF 3, tendo este suscitado incidente de inconstitucionalidade a ser submetido ao órgão especial (Processo nº 2000.61.06.00.0000013), e outra estaria sendo julgada pelo STF (RE 363.852/MG), já tendo o Min. Marco Aurélio proferido, à época, voto pela inconstitucionalidade da exação; (iii) que outros 4 Ministros, a saber, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa e Carlo Brito haviam conhecido e dado provimento ao recurso em questão, tendo o Min. Cezar Peluso pedido vista; (iv) que, portanto, 5 dos 11 Ministros já haviam votado favoravelmente à causa, ou seja, pela inconstitucionalidade da contribuição previdenciária denominada “novo Funrural”; (v) que é cabível a alegação de inconstitucionalidade de exação por via administrativa e que o art. 25, I, da Lei nº 8.212/91 extrapolou o texto constitucional, em decorrência da instituição de nova fonte de custeio da previdência social e que esta só teria validade se instituída após a EC 20/98, ou por meio de Lei Complementar; (vi) que a contribuição destinada ao SENAR encontrase prevista no art. 62 da ADCT e possui fundamento no art. 149 da CF, sendo que sua instituição só poderia se dar via Lei Complementar, mas fora instituída por Lei Ordinária nº 8.315/91; (vi) que após advento da Lei nº 10.256/01 a contribuição para o SENAR passou a incidir sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção à alíquota de 0,25% para pessoa jurídica e 0,20% para pessoa física – produtor rural; (vii) que antes da EC 20/98, o art. 195 da CF definia que as contribuições devidas pela empresa e destinadas ao financiamento da Seguridade Social deveriam recair sobre a folha de saláios, ao faturamento e lucro e que ao dispor sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, o artigo 25, I, da Lei 8.212/91, extrapolou o texto constitucional, em decorrência da instituição de nova fonte de custeio da previdência social. Cita jurisprudências e doutrinas sobre o tema. Diante disso, requer o provimento do recurso para se declarar a improcedência do Auto de Infração e consequentemente o cancelamento do débito levantado pela fiscalização. Após apresentação do Recurso Voluntário, o contribuinte apresentou petição com documentos (fls. 103/107), alegando que “por votação unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou em julgamento realizado na data de 03 de fevereiro de 2010, a inconstitucionalidade do artigo 1° da Lei 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VI, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei 9.528/97, que prevê o recolhimento de contribuição para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL)” e que “diante da inconstitucionalidade declarada pelo Fl. 117DF CARF MF Processo nº 16004.000405/200811 Acórdão n.º 2401005.596 S2C4T1 Fl. 4 5 Colendo Supremo Tribunal Federal acima noticiada, o presente auto de infração resta prejudicado, devendo o mesmo ser declarado improcedente, e conseqüentemente cancelado o débito levantado pela fiscalização”. É o relatório. Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE A Recorrente foi cientificada da r. decisão em debate no dia 18/12/2009 (sextafeira), conforme AR juntado à fl. 89. De acordo com o artigo 33 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, “Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão”. O dies a quo teve início em 21/12/2009 (segundafeira), e o trintídio legal regulamentar encerrouse em 19/01/2010 (terçafeira). Assim, lavrou a DRJ/POR, em 20/01/2010, termo de perempção (fl. 93). Contudo, conforme se observa às fls. 94/99, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em 22/01/2010, ou seja, fora do prazo legal. Portanto, em razão da intempestivamente, NÃO CONHEÇO DO RECURSO já que AUSENTE os requisitos de admissibilidade. 2. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, NÃO CONHEÇO do Recurso Voluntário, pois manifestamente intempestivo. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 118DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.938351/2011-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Aug 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 30/06/2004
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.
Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de restituição. Além disso, é indispensável a retificação da DCTF.
Numero da decisão: 3401-005.266
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da Turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente da Turma), Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Cássio Schappo e Lázaro Antônio Souza Soares.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de restituição. Além disso, é indispensável a retificação da DCTF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente da Turma), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente da Turma), Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Cássio Schappo e Lázaro Antônio Souza Soares. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 93 83 51 /2 01 1- 13 Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10980.938351/201113 Acórdão n.º 3401005.266 S3C4T1 Fl. 3 2 Relatório Cuida o presente processo de Pedido de Restituição referente a Pagamento Indevido ou a Maior de contribuição para o PIS, solicitado através do PER/DCOMP. O Interessado foi cientificado de que, a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. O Interessado apresentou Manifestação de Inconformidade, onde sustenta que o Despacho Decisório deixou de analisar a questão principal do Pedido de Restituição apresentado, qual seja, a restituição dos valores recolhidos indevidamente a título de contribuição para o PISem face da inconstitucionalidade da Lei nº 9718/98, uma vez que a referida contribuição incidiu sobre Receitas Financeiras e Outras Receitas. A DRJ/BHE, por unanimidade de votos, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, constatando que não houve omissão do Despacho Decisório quanto ao mérito da demanda, uma vez que a fundamentação para o indeferimento do Pedido de Restituição indica que o Darf foi utilizado integralmente para fazer face a débito confessado pelo contribuinte em DCTF. Informa também que, para modificar o fundamento desse ato administrativo, cabe ao recorrente demonstrar erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Porém, na situação dos autos, o contribuinte não apresentou nenhuma prova de que, na apuração de PISdo período analisado, incluiu receitas financeiras ou outras receitas indevidamente na base de cálculo, de forma a caracterizar o pagamento indevido ou a maior de tributo. Irresignada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, no qual repisa toda a argumentação já exposta na sua Manifestação de Inconformidade sobre a inconstitucionalidade do art. 3º, §1°, da Lei n° 9.718/98, que alargou a base de cálculo do PIS e da Cofins. No entanto, desta feita requer a juntada de demonstrativos e documentos contábeis, os quais alega fazerem prova do pagamento indevido ou a maior de tributo, pedindo sua apreciação em respeito ao Princípio da Verdade Material. Em anexo, apresentou duas planilhas de cálculo do valor original do PIS e da Cofins, comprovantes de pagamento dos DARF's e folhas do seu Livro Razão. É o relatório. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10980.938351/201113 Acórdão n.º 3401005.266 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401005.257, de 27 de agosto de 2018, proferido no julgamento do processo 10980.938340/201133, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401005.257): "O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, por isso dele tomo conheci mento. Passo a analisar, a seguir, os temas questionados pelo Recorrente. Pretende o contribuinte seja reconhecido seu direito de creditarse do valor de R$ 568,44, objeto de Pedido de Restituição referente a Pagamento Indevido ou a Maior de contribuição para o PIS/Pasep, solicitado através de PER/DCOMP. A DRJ/BHE julgou sua Manisfestação de Inconformidade improcedente, pois o contribuinte não apresentou nenhuma prova de que, na apuração de PIS/Pasep do período analisado, incluiu receitas financeiras ou outras receitas indevidamente na base de cálculo, de forma a caracterizar o pagamento indevido ou a maior de tributo. No seu Recurso Voluntário, o contribuinte busca corrigir esta deficiência probatória, anexando duas planilhas de cálculo do valor original do PIS e da Cofins, comprovantes de pagamento dos DARF's e folhas do seu Livro Razão. Contudo, entendo que ainda sim não restou comprovado o alegado pagamento a maior. Isto porque o Recorrente não fez prova do valor que deveria ter sido recolhido, no período, a título de contribuição para o PIS/Pasep. Com efeito, a indicação de rubricas contábeis com receitas financeiras e outras receitas, as quais, no entendimento do Recorrente, deveriam estar excluídas da base de cálculo das contribuições, não significa que tais valores foram efetivamente computados no cálculo inicial. Nos pedidos de restituição de tributos pagos indevidamente ou a maior, é necessário que o contribuinte apresente toda sua escrituração fiscal referente ao período para que nova apuração seja realizada, a fim de ser cotejada com a Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10980.938351/201113 Acórdão n.º 3401005.266 S3C4T1 Fl. 5 4 apuração inicial e assim verificar eventuais excessos ou déficits. Com os documentos apresentados, não é possível sequer comprovar que as receitas elencadas na planilha foram realmente incluídas no cálculo inicial (que resultou na apuração de R$ 15.058,00). Apesar de ter anexado uma planilha com a memória de cálculo das contribuições, o Recorrente não apresentou as rubricas contábeis, constantes do Livro Razão, que pudessem comprovar o valor total das receitas sobre as devem incidir as alíquotas das contribuições. Ao invés, anexou apenas as folhas do Razão com as receitas financeiras que deveriam ser excluídas do cálculo. Observese que até mesmo as receitas de exportação, que foram originalmente excluídas, também deveriam ser conferidas através dos registros contábeis. Em suma, deveria ser feita uma nova apuração das contribuições, o que restou inviabilizado pela ausência da documentação contábil necessária. O art. 170 da Lei nº 5.172/66 (CTN) determina a necessidade de liquidez e certeza do crédito. Apesar de se referir literalmente à compensação, obviamente aplicase também à restituição: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Nos pedidos de compensação ou de restituição, o ônus de comprovar a liquidez e certeza do crédito pleiteado permanece a cargo do contribuinte, conforme art. 373 do Código de Processo Civil de 2015: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Além disso, pelo quanto exposto no Despacho Decisório, verifico que a alocação integral do DARF para quitação de débito do contribuinte indica que, ao tempo da sua emissão, a DCTF que continha este débito não havia sido retificada. O Recorrente não apresentou qualquer prova de que, mesmo a destempo, tenha feito tal retificação. Nos termos do Parecer COSIT nº 02, de 2015, a retificação da DCTF é imprescindível para comprovação do pagamento indevido ou a maior. Por tudo quanto exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário." Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10980.938351/201113 Acórdão n.º 3401005.266 S3C4T1 Fl. 6 5 Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 77DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.008633/2004-71
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2000
VERBAS RECEBIDAS NO CONTEXTO DO PDV. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA FORMAL DE UM PLANO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA E DE TERMO DE ADESÃO.
Para comprovar que as verbas recebidas à título de indenização foram recebidos no contexto de um Programa ou Plano de Demissão Voluntária deve o contribuinte apresentar o plano formalmente instituído em que o empregador oferece um conjunto de benefícios a uma determinada classe de empregados para que eles optem pela rescisão do contrato de trabalho, de acordo com regras previamente estabelecidas, assim como o termo de adesão ao referido plano.
Numero da decisão: 2002-000.339
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2000 VERBAS RECEBIDAS NO CONTEXTO DO PDV. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA FORMAL DE UM PLANO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA E DE TERMO DE ADESÃO. Para comprovar que as verbas recebidas à título de indenização foram recebidos no contexto de um Programa ou Plano de Demissão Voluntária deve o contribuinte apresentar o plano formalmente instituído em que o empregador oferece um conjunto de benefícios a uma determinada classe de empregados para que eles optem pela rescisão do contrato de trabalho, de acordo com regras previamente estabelecidas, assim como o termo de adesão ao referido plano.
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PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. Recorrente HENRIQUE CESAR ALVES LISBOA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2000 VERBAS RECEBIDAS NO CONTEXTO DO PDV. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA FORMAL DE UM PLANO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA E DE TERMO DE ADESÃO. Para comprovar que as verbas recebidas à título de indenização foram recebidos no contexto de um Programa ou Plano de Demissão Voluntária deve o contribuinte apresentar o plano formalmente instituído em que o empregador oferece um conjunto de benefícios a uma determinada classe de empregados para que eles optem pela rescisão do contrato de trabalho, de acordo com regras previamente estabelecidas, assim como o termo de adesão ao referido plano. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 86 33 /2 00 4- 71 Fl. 105DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 106 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de auto de infração – AI (fls. 8/15), relativo a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2001. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo a restituir de R$35.531,19 para saldo de imposto a pagar de R$1.069,78. A notificação consigna a omissão de rendimentos no valor de R$134.241,50. Às fls.20/43, foram juntados os documentos reunidos no curso da ação fiscal. Impugnação Cientificado ao contribuinte em 22/10/2004, o AI foi objeto de impugnação, em 22/11/2004, às fls. 2/17 dos autos, na qual alega que o valor tido por omitido foi recebido a título de demissão incentivada, apontando a juntada de correspondência enviada ao Banco Santander Meridional S.A., em 6/10/2000, na qual faz referência ao PR2000. Acrescenta que a discussão acerca da tributação desses valores já está superada tanto na via judicial quanto na via administrativa, apontando algumas decisões. Menciona ainda as IN SRF os 165/98 e 4/99 e o AD nº 3/99. A impugnação foi apreciada na 4ª Turma da DRJ/POA que, por unanimidade, julgou o lançamento procedente, em decisão assim ementada (fls. 54/55): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2000 PROGRAMA DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA PDV. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para a caracterização da isenção do imposto de renda é necessária a comprovação, por documentação adequada, da participação do interessado, em programa de demissão voluntária. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 2/9/2008 (fl. 58), a contribuinte, em 29/9/2008 (fl. 61), apresentou recurso voluntário, às fls. 61/99, no qual alega, em apertado resumo, que: foi funcionário do Banco Santander Meridional do Brasil S.A. de 22/9/1980 a 16/10/2000. Fl. 106DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 107 3 desligouse em 9/10/2000, no Programa de Demissão Voluntária PDV, intitulado Plano de Reestruturação PR2000, indicando a existência nos autos do termo de rescisão contratual, carta de pedido de demissão e carta de divulgação do PR2000. explica que as verbas "INDENIZAÇÃO/TRAN GA EMPLER" e "IND.ADICIONAL" foram recebidas nesse contexto, defendendo que não devem sofrer a incidência de IR. aponta que a decisão recorrida não diverge desse entendimento, tendo consignado como justificativa para negativa do seu pleito a ausência de prova de ingresso no programa. reproduz parecer da PGFN e decisões judiciais e administrativas acerca do tema aduz que sua participação resta comprovada por meio do Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (fl.28), da sua carta de adesão (fl.29) e do comprovante de rendimentos (fl.43), acrescentando agora, em seu recurso, o Boletim Informativo do PR2000 (fls.73/88). aponta que, no termo de rescisão do contrato de trabalho, consta o pagamento das verbas "IND.INCENT PR/2000" e "IND.ADICIONAL", as quais estão previstas no boletim mencionado. argumenta que as verbas lhe foram pagas no contexto desse programa de demissão voluntária PR2000 e, por consequência, são isentas de IR, nos termos da lei e da jurisprudência acerca do tema. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 108 4 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito O litígio recai sobre a omissão de rendimentos pagos ao recorrente pelo Banco Santander Meridional S/A. Sustenta o recorrente que as verbas tidas por omitidas decorrem de adesão à plano de demissão voluntária, intitulado PR2000, requerendo o reconhecimento de isenção para tais verbas. O colegiado de primeira instância manteve a autuação, consignando: O contribuinte rescindiu seu contrato de trabalho com o Banco Santander Meridional S.A. e recebeu indenização denominada no termo de rescisão de “IND/TRANS.GA.EMPLER”, fl.5. Apresentou documento em que renuncia a estabilidade e onde menciona o interesse em receber as vantagens de “PR 2000” fl. 4. Em uma rescisão pode existir utilização de parâmetros de um programa de demissão, mas para a caracterização da isenção do imposto de renda há que estar comprovada a efetiva participação no Programa de Demissão Voluntária PDV. Entendemos que essa manifestação do próprio contribuinte é insuficiente para caracterizar a participação num PDV. Na inexistência de documentos comprobatórios de tal participação, entendemos correto o enquadramento dos rendimentos tributáveis realizado no auto de infração. (destaques acrescidos) Sobre verbas pagas no contexto de programa de demissão voluntária, seguem esclarecimentos do Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, constantes do Acórdão nº 2201 002.923, de 18 de fevereiro de 2016: Para o deslinde da questão, importa trazer a colação o Recurso Especial no 1.112.745 SP, de 23/09/2009, de relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques, submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução no 8/08 do STJ, no qual o Superior Tribunal de Justiça examina a natureza jurídica das verbas pagas nas rescisões de contrato de trabalho para determinar se a mesma se sujeita ou não à tributação do imposto de renda, considerando a diversidade de denominações utilizadas para classificação de tais verbas. Inicialmente, tratase dos valores considerados como pagos por mera liberalidade do empregador: Fl. 108DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 109 5 "Sabese que nas rescisões de contratos de trabalho são dadas diversas denominações às mais variadas verbas, o que enseja, em alguns casos, confusão na aplicação da já consolidada jurisPrudência do STJ. Nessas situações, é imperioso verificar qual a natureza jurídica de determinada verba a fim de classificála como sujeita ao imposto de renda ou não. Acertadamente, a verba paga por liberalidade na rescisão do contrato de trabalho é aquela que, nos casos em que ocorre a demissão com ou sem justa causa, é paga sem decorrer de imposição de nenhuma fonte normativa prévia ao ato de dispensa (incluindose aí Programas de Demissão Voluntária PDV e Acordos Coletivos), dependendo apenas da vontade do empregador e excedendo as indenizações legalmente instituídas. Sobre tal verba a jurisprudência é pacífica no sentido da incidência do imposto de renda. [...] Na hipótese dos autos, não foi demonstrado que a "gratificação não eventual" foi paga pelo empregador ao empregado dentro do contexto do Plano de Demissão Voluntária PDV. Também não consta dos autos menção a qualquer Acordo Coletivo que determine a obrigatoriedade do pagamento da referida verba por ocasião da demissão sem justa causa. Tampouco há na legislação brasileira a determinação para o seu pagamento. Sendo assim, a verba foi certamente paga por liberalidade do empregador havendo que se sujeitar ao imposto de renda." Em seguida, o Ministro Relator, analisa a natureza da verba intitulada "compensação espontânea", concluindo que, independentemente da denominação dada, constitui verba paga no contexto de um Plano de Demissão Voluntária, aplicando a Súmula no 215 do STJ, segundo a qual "a indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda". Transcreve, ainda, precedente da Primeira Seção do STJ no qual se procurou definir o conceito de PDV e estabelecer as fronteiras entre as verbas pagas em seu contexto e aquelas pagas por mera liberalidade do empregador. A tese repetitiva restou consubstanciada na seguinte ementa (grifos nossos): TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO PAGA POR LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. NATUREZA REMUNERATÓRIA. INCIDÊNCIA. INDENIZAÇÃO PAGA NO CONTEXTO DE PROGRAMA DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA PDV. NATUREZA INDENIZATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA 215/STJ. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. Nas rescisões de contratos de trabalho são dadas diversas denominações às mais variadas verbas. Nessas situações, é imperioso verificar qual a natureza jurídica de determinada Fl. 109DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 110 6 verba a fim de, aplicando a jurisprudência desta Corte, classificála como sujeita ao imposto de renda ou não. As verbas pagas por liberalidade na rescisão do contrato de trabalho são aquelas que, nos casos em que ocorre a demissão com ou sem justa causa, são pagas sem decorrerem de imposição de nenhuma fonte normativa prévia ao ato de dispensa (incluindose aí Programas de Demissão Voluntária PDV e Acordos Coletivos), dependendo apenas da vontade do empregador e excedendo as indenizações legalmente instituídas. Sobre tais verbas a jurisprudência é pacífica no sentido da incidência do imposto de renda já que não possuem natureza.denizatória. Precedentes: EAg Embargos de Divergência em Agravo 586.583/RJ, Rel. Ministro José Delgado, DJ 12.06.2006; EREsp 769.118 / SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Primeira Seção, DJ de 15.10.2007, p. 221; REsp n.° 706.817/RJ, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 28/11/2005; EAg 586.583/RJ, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Seção, v.u., julgado em 24.5.2006, DJ 12.6.2006p. 421; EREsp 775.701/SP, Relator Ministro Castro Meira, Relator p/ Acórdão Ministro Luiz Fux, Data do Julgamento 26/4/2006, Data da Publicação/Fonte DJ 1.8.2006 p. 364; EREsp 515.148/RS, Relator Ministro Luiz Fux, Data do Julgamento 8/2/2006, Data da Publicação/Fonte DJ 20.2.2006 p. 190 RET vol. 48 p. 28; AgRg nos EREsp. N° 860.888 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 26.11.2008, entre outros. "Os Programas de Demissão Voluntária PDV consubstanciam uma oferta pública para a realização de um negócio jurídico, qual seja a resilição ou distrato do contrato de trabalho no caso das relações regidas pela CLT, ou a exoneração, no caso dos servidores estatutários. O núcleo das condutas jurídicas relevantes aponta para a existência de um acordo de vontades para por fim à relação empregatícia, razão pela qual inexiste margem para o exercício de liberalidades por parte do empregador. [...] Inexiste liberalidade em acordo de vontades no qual uma das partes renuncia ao cargo e a outra a indeniza [...]" (REsp N° 940.759 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.3.2009). "A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda". Enunciado n. 215 da Súmula do STJ. Situação em que a verba denominada "gratificação não eventual" foi paga por liberalidade do empregador e a chamada "compensação espontânea" foi paga em contexto de PDV. Recurso especial parcialmente provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Convém lembrar que a jurisprudência consolidada nos recursos repetitivos deve ser observada no âmbito deste Tribunal, por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (aprovado pela Fl. 110DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 111 7 Portaria MF no 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pela Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010). Em síntese, do Recurso Especial nº 1.112.745 SP o STJ podese extrair alguns requisitos a serem observados para caracterização da natureza das verbas recebidas quando da rescisão do contrato de trabalho. No caso das verbas pagas por liberalidade na rescisão do contrato de trabalho o pagamento: (a) ocorre nos casos de demissão com ou sem justa causa; (b) não decorre de imposição de nenhuma fonte normativa prévia ao ato de dispensa (incluídos PDV e Acordos Coletivos); (c) depende apenas da vontade do empregador; e (d) excede as indenizações legalmente instituídas. Por outro lado, os Programas de Demissão Voluntária PDV pressupõem: (a) uma oferta pública para a rescisão do contrato de trabalho; (b) a existência de um acordo de vontade para por fim à relação empregatícia; e (c) não existindo margem para liberalidade por parte do empregador. No caso, o sujeito passivo juntou correspondência sua dirigida ao Banco Santander Meridional, datada de 6/10/2000, noticiando seu interesse em se desligar do banco com as vantagens do PR2000 e indenizações relativas a sua estabilidade (fl.5). O termo de rescisão do contrato de trabalho consta à fl.6 e o comprovante de rendimento, à fl.7. Em face da decisão de piso, o sujeito passivo junta, às fls. 73/79, o Programa de Reestruturação PR2000, defendendo que aderiu a esse programa. Às fls. 80/89, o recorrente juntou o Programa de Desligamento Incentivado PDI. Entretanto, da análise dos documentos juntados, sua alegação não pode ser acatada. Da leitura do documento relativo ao PR2000, constatase que os empregados interessados deveriam solicitar sua adesão no período de 13 a 16 de junho de 2000, até às 18:00 (item 3, do programa). Vêse ainda, da leitura do item 4, que, para participar, o funcionário deveria utilizar o Termo de Participação. Por seu turno, segundo as regras do PDI, a adesão deveria ser solicitada entre 12/1/98 e 23/1/98. Ora, como dito, o recorrente pretendeu comprovar sua adesão por meio de carta de próprio punho e datada de 6/10/2000. Ou seja, não preencheu o termo próprio para adesão, nem observou o prazo estipulado. O contribuinte nada juntou de forma a comprovar que o prazo de adesão ao programa teria sido prorrogado. Assim, como apontado na decisão de primeira instância, ainda que sua rescisão possa ter utilizado os parâmetros estipulados no PR2000, a adesão do contribuinte não restou comprovada, não podendo ser reconhecida a isenção para as verbas recebidas por ele. Sobre o assunto, segue jurisprudência deste CARF: Fl. 111DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 112 8 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1995 RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO PAGA POR LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO. A teor do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no Recurso Especial no 1.112.745 SP, sujeito ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, estão sujeita à tributação do imposto de renda as verbas pagas por liberalidade na rescisão do contrato de trabalho, assim consideras aqueles que, nos casos em que ocorre a demissão com ou sem justa causa, são pagas sem decorrerem de imposição de nenhuma fonte normativa prévia ao ato de dispensa, dependendo apenas da vontade do empregador e excedendo as indenizações legalmente instituídas. PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CARACTERIZAÇÃO. A teor do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no Recurso Especial no 1.112.745 SP, sujeito ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, os Programas de Demissão Voluntária PDV se consubstanciam por uma oferta pública para a realização do negócio jurídico que se materializa por meio de um acordo de vontades para por fim à relação empregatícia, não existindo margem para o exercício de liberalidades por parte do empregador. VERBAS RECEBIDAS NO CONTEXTO DO PDV. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE DE EXISTÊNCIA FORMAL DE UM PLANO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA E DE TERMO DE ADESÃO. Para comprovar que as verbas recebidas à título de indenização foram recebidos no contexto de um Programa ou Plano de Demissão Voluntária deve o contribuinte apresentar o plano formalmente instituído em que o empregador oferece um conjunto de benefícios a uma determinada classe de empregados para que eles optem pela rescisão do contrato de trabalho, de acordo com regras previamente estabelecidas, assim como o termo de adesão ao referido plano. (Acórdão nº 2201002.923, de 18/2/2016) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1986 VERBAS PAGAS NA RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. As verbas pagas por liberalidade na rescisão do contrato de trabalho são aquelas que, nos casos em que ocorre a demissão Fl. 112DF CARF MF Processo nº 11080.008633/200471 Acórdão n.º 2002000.339 S2C0T2 Fl. 113 9 com ou sem justa causa, são pagas sem decorrerem de imposição de nenhuma fonte normativa prévia ao ato de dispensa (incluindose aí Programas de Demissão Voluntária PDV e os Acordos Coletivos), dependendo apenas da vontade do empregador e excedendo as indenizações legalmente instituídas. Sobre tais verbas a jurisprudência é pacífica no sentido da incidência do imposto de renda, já que não possuem natureza indenizatória. Os Programas de Demissão Voluntária PDV consubstanciam uma oferta pública para a realização de um negócio jurídico, qual seja, a resilição ou o distrato do contrato de trabalho no caso de relação jurídica regida pela CLT. O núcleo das condutas jurídicas relevantes aponta para a existência de um acordo de vontades para por fim à relação empregatícia, razão pela qual inexiste margem para o exercício de liberalidades por parte do empregador. Inteligência daquilo que foi decidido no Recurso Especial 1.112.745/SP, julgado pelo STJ sob o rito do art. 543C do CPC (Recurso Repetitivo). Hipótese em foram pagas três indenizações ao contribuinte: uma que tem natureza de verba sujeita à incidência do imposto de renda e que foi tributada na rescisão do contrato de trabalho, porquanto paga por mera liberalidade, e outras duas decorrentes da legislação trabalhista, não sujeitas à incidência do imposto de renda, e que não foram tributadas na rescisão do contrato de trabalho. (Acórdão nº 2201002.991, de 10/3/2016) Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 113DF CARF MF
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