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Numero do processo: 10880.911199/2010-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 18 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.392
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem aprecie a DCTF retificadora com relação ao crédito pleiteado, juntamente com as provas disponibilizadas pela recorrente ou requerendo outras que entender pertinentes, e verifique a certeza e liquidez do crédito.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva, André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Relatório
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem aprecie a DCTF retificadora com relação ao crédito pleiteado, juntamente com as provas disponibilizadas pela recorrente ou requerendo outras que entender pertinentes, e verifique a certeza e liquidez do crédito. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva, André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (VicePresidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 2ª Turma da DRJ/JFA, que não reconheceu o direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos Fatos O Contribuinte buscou via PER/DCOMP nº 30535.14881.101006.1.3.0466092 a compensação de débito de COFINS (cód.5856) do período de apuração 08/2006 com crédito de COFINS por recolhimento a maior que o devido, via DARF, do período de apuração 08/2006, arrecadado na data de 15/09/2006. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 11 19 9/ 20 10 -7 9 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10880.911199/201079 Resolução nº 3401001.392 S3C4T1 Fl. 3 2 Do Despacho Decisório A DERAT de São Paulo em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório com data de emissão 20/02/2010 (efls.10), pela não homologação da compensação pretendida, em face de inexistência de crédito disponível, pois o valor do DARF discriminado na PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado para quitação de débito de COFINS da competência 08/2006. Da Manifestação de Inconformidade Não satisfeito com a resposta, o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade (efls.11), justificando o ocorrido da seguinte forma: a) que as divergências apontadas no despacho decisório são oriundas de informações erroneamente contidas na DCTF, visto que o valor correto da COFINS relativo ao mês 08/2006 é R$ 24.192,46 e não de R$ 46.260,13 que foi efetivamente pago, sendo a diferença objeto de compensação conforme PER/DCOMP apresentada; b) que a documentação apresentada confirmam os fatos e afastam possíveis dúvidas a respeito da compensação pleiteada; c) espera que nova análise técnica seja promovida e que seja acolhida a presente impugnação, cancelandose o débito fiscal aqui compensado; Do Julgamento de Primeiro Grau Encaminhado os autos à 2ª Turma da DRJ/JFA, esta julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cujos fundamentos encontramse sintetizados na ementa assim elabora: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 10/10/2006 COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10880.911199/201079 Resolução nº 3401001.392 S3C4T1 Fl. 4 3 Do Recurso Voluntário O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário (efls. 186) contra a decisão de primeiro grau, com o intuito de ver seu pedido atendido, repisa os fatos, o direito a compensação praticada e junta sua contabilidade como prova ao reconhecimento do crédito contido no pedido de compensação. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. A questão que se discute nestes autos apresentase da seguinte forma: a) Houve a declaração de compensação de tributo federal via PER/COMP cujo crédito pleiteado, pelo pagamento indevido ou a maior via DARF, não foi reconhecido por ter sido integralmente utilizado para quitação de débito do contribuinte; b) Cientificado dessa situação, a interessada procedeu a análise dos fatos e constatou que havia erro na DCTF ativa para o período e tratou de imediatamente corrigila, com o envio de DCTF retificadora indicando o valor correto da COFINS para o mês de agosto/2006, resultando numa diferença a seu favor, que confere exatamente com o valor do crédito utilizado na compensação praticada; c) A decisão de piso traz em seu voto condutor, como premissa para o não reconhecimento do direito creditório, a perda da espontaneidade do sujeito passivo quanto a correção pretendida do débito declarado através de DCTF retificadora após ser cientificado do despacho decisório. O direito a compensação como forma de extinção de crédito tributário tem amparo legal no art. 156, II do CTN e a IN 900/2008 da RFB, estabelece em seu art. 34 que: Art. 34. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB, ressalvadas as contribuições previdenciárias, cujo procedimento está previsto nos arts. 44 a 48, e as contribuições recolhidas para outras entidades ou fundos. Esse fato relacionado a apresentação de DCTF retificadora em data posterior a emissão de Despacho Decisório, já tem entendimento assentado na jurisprudência deste Conselho. Citase, por exemplo, o julgado da 3ª Turma da CSRF no acórdão nº 9303005.396, de 25/07/2017, que analisando caso semelhante manteve decisão proferida no acórdão da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário. De onde se extrai: “que a DCTF retificadora, nas hipóteses admitidas por lei, tem os mesmos efeitos da original, podendo ser admitida para comprovação da Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10880.911199/201079 Resolução nº 3401001.392 S3C4T1 Fl. 5 4 certeza e liquidez do crédito, ainda que transmitida após a prolação do despacho decisório”. Por outro lado “O crédito tributário da Contribuinte e seu direito à restituição/compensação não nascem com a apresentação da DCTF retificadora, mas sim com o pagamento indevido ou a maior”. A administração tributária nos dá orientação sobre o tema, através do Parecer Cosit nº 02/2015,de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. (...) Como antes dito, a liquidez e certeza do crédito tributário não se encerra com a simples DCTF retificadora, há outros indicativos a serem seguidos, sendo, por exemplo, os livros contábeis e fiscais, que de acordo com as razões recursais foram parâmetros utilizados para atestar o erro de declaração cometido. Nesse sentido, em respeito ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, na busca da verdade real no processo administrativo tributário, é cabível oportunizar à Recorrente uma melhor análise pela unidade de origem quanto ao crédito pleiteado. Ademais, não pode o CARF suprir deficiência instrutória ainda que em sede de compensação, pois à luz do art. 10 da IN RFB nº 903/2008: "Os valores informados na DCTF Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10880.911199/201079 Resolução nº 3401001.392 S3C4T1 Fl. 6 5 serão objeto de procedimento de auditoria interna". De se observar que procedimento algum fora realizado em relação à apuração dos valores da compensação, sejam débitos ou créditos. Não podem as autoridades administrativas omitirse de analisar a materialidade dos débitos e créditos em compensação, eis que do contrário comprometem a regularidade do processo administrativo de restituição e compensação de tributos, cuja implicação é a manifesta nulidade nos termos do art. 59, II do PAF. Merece aqui ser reproduzido, por oportuno, parte com destaque dos fundamentos do acórdão nº 9303005.095, de 16/05/2017, proferido em Recurso Especial pela 3ª Turma da CSRF: A análise da compensação operada pelo contribuinte da qual resulta o despacho decisório, bem poderia conformarse ao mesmo modelo do procedimento de determinação e exigência de crédito tributário, caso fosse precedido de Termo de Verificação Fiscal, em procedimento manual, em que ficassem evidenciados os erros em que incorrera o contribuinte e a forma e providências necessárias que deveria suprir para elidir a apuração fiscal. É evidente que o despacho decisório eletrônico não cumpre esse desiderato, sendo sintética a formatação da decisão e o teor da sua intimação para a apresentação de defesa, não fornece ao contribuinte todos os elementos de que deve o interessado valerse, e exigíveis pela Administração, para subsidiála. Somente na decisão de primeira instância é que o julgador levanta a exigência das provas, por vezes apenas de forma genérica, diferentemente do que se deu no acórdão ora recorrido, que especificou ser este respaldo a escrita contábil/fiscal. Desse modo, o art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72 deve ser interpretado com parcimônia para este modelo de rito processual administrativo, sobretudo quando o conteúdo da sua letra “c” permite o enquadramento desta situação, quando sobreleva o risco de cerceamento da ampla defesa do contribuinte, quando irrelevase o princípio da verdade material, que informa o PAF, e o da moralidade, que rege os atos da Administração, a impedir a exigência de tributo já quitado ou não repetir o indébito. A DCTF retificadora nada mais representa, conforme argumentado nos autos, do que o repasse ao fisco dos corretos valores devidos de COFINS do período antes mencionado. Caso a unidade julgadora de primeiro grau tivesse remetido os autos a unidade de origem para que promovesse a análise da DCTF retificadora, talvez o deslinde do litígio tivesse outro rumo. Ante o exposto, resolvem os membros do Colegiado em converter o julgamento em diligência para a repartição de origem de modo que seja informado e providenciado o seguinte: Confirmar se os valores dos débitos de COFINS constantes da DCTF Retificadora referente à Agosto/2008, entregue em 040/03/2010, recibo número 12.46.94.45.2827 correspondem aos efetivos valores de COFINS devidos nesta competência. Fl. 206DF CARF MF Processo nº 10880.911199/201079 Resolução nº 3401001.392 S3C4T1 Fl. 7 6 Confrontar os débitos de COFINS confirmados no item 1 com os pagamentos efetuados em DARF na competência Agosto/2008 referente a COFINS. Após o confronto do item 2, identificar a efetiva existência de créditos pleiteados na PER/DCOMP nº 30535.14881.101006.1.3.0466092. Elaborar relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados. Por fim, dêse ciência do relatório a recorrente concedendolhe prazo de 30 (trinta) dias para, querendo, manifestarse. Retornando, em seguida, os autos a este Conselho Administrativo para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 207DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.939130/2009-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 31 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
A decadência do direito do fisco impede a prática lançamento tributário, mas não impede a instauração de procedimento fiscal e, tampouco, a glosa de créditos indevidos, ainda que tenham sido lançados na escrita fiscal há mais de cinco anos.
COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA.
Nos casos em que há transmissão de PER/DCOMP retificador, o prazo de decadência para o fisco homologar ou não a compensação começa a correr da data da retificação.
GUARDA DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS. OBRIGATORIEDADE.
Enquanto não exaurido o prazo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, o contribuinte é obrigado a conservar os livros e documentos fiscais comprobatórios do direito de crédito, ainda que o crédito se refira a valores lançados em períodos de apuração alcançados pela decadência do fisco efetuar o lançamento de ofício.
MPF. DESVIO DE FINALIDADE.
Inexiste desvio de finalidade quando o MPF é emitido para a fiscalização de certo tributo e, deste procedimento, resulta a não homologação de compensação.
ÔNUS DA PROVA.
Cabe ao contribuinte fazer a prova dos fatos constitutivos do direito oposto à administração.
Numero da decisão: 3402-005.342
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
Rodrigo Mineiro Fernandes- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A decadência do direito do fisco impede a prática lançamento tributário, mas não impede a instauração de procedimento fiscal e, tampouco, a glosa de créditos indevidos, ainda que tenham sido lançados na escrita fiscal há mais de cinco anos. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Nos casos em que há transmissão de PER/DCOMP retificador, o prazo de decadência para o fisco homologar ou não a compensação começa a correr da data da retificação. GUARDA DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS. OBRIGATORIEDADE. Enquanto não exaurido o prazo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, o contribuinte é obrigado a conservar os livros e documentos fiscais comprobatórios do direito de crédito, ainda que o crédito se refira a valores lançados em períodos de apuração alcançados pela decadência do fisco efetuar o lançamento de ofício. MPF. DESVIO DE FINALIDADE. Inexiste desvio de finalidade quando o MPF é emitido para a fiscalização de certo tributo e, deste procedimento, resulta a não homologação de compensação. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao contribuinte fazer a prova dos fatos constitutivos do direito oposto à administração.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Waldir Navarro Bezerra - Presidente. Rodrigo Mineiro Fernandes- Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1721; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 296 1 295 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.939130/200976 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402005.342 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 20 de junho de 2018 Matéria Ressarcimento de IPI Recorrente ROMINEX INDÚSTRIA, COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO DE ALIMENTOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. A decadência do direito do fisco impede a prática lançamento tributário, mas não impede a instauração de procedimento fiscal e, tampouco, a glosa de créditos indevidos, ainda que tenham sido lançados na escrita fiscal há mais de cinco anos. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Nos casos em que há transmissão de PER/DCOMP retificador, o prazo de decadência para o fisco homologar ou não a compensação começa a correr da data da retificação. GUARDA DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS. OBRIGATORIEDADE. Enquanto não exaurido o prazo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, o contribuinte é obrigado a conservar os livros e documentos fiscais comprobatórios do direito de crédito, ainda que o crédito se refira a valores lançados em períodos de apuração alcançados pela decadência do fisco efetuar o lançamento de ofício. MPF. DESVIO DE FINALIDADE. Inexiste desvio de finalidade quando o MPF é emitido para a fiscalização de certo tributo e, deste procedimento, resulta a não homologação de compensação. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao contribuinte fazer a prova dos fatos constitutivos do direito oposto à administração. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 91 30 /2 00 9- 76 Fl. 296DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 297 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Waldir Navarro Bezerra Presidente. Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz de Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais de Laurentiis Galkowicz, Rodrigo Mineiro Fernandes, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado), Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Relatório Trata o presente processo de análise de PER/DComp nº 28181.14111.100206.1.7.010630, transmitido eletronicamente em 10/02/2006 , relativo a um saldo credor de IPI no valor de R$1.007.106,45, atinente ao 1º trimestre de 1999, cumulado com declaração de compensação. O referido PER/Dcomp retificou aquele transmitido em 17/03/2004 (20740.68161.170304.1.3.012160), com crédito informado no valor de R$ 41.906,48. O procedimento fiscal teve início em 01/06/2009 (fls.143 a 145), que culminou na lavratura do Relatório Fiscal (fls. 195 a 198), que fundamentou o Despacho Decisório de 20/10/2009 (fls.205), negando o direito creditório pleiteado, sob o fundamento de ausência de comprovação. O Relatório Fiscal destaca que não foram apresentados quaisquer documentos comprobatórios por parte do contribuinte, apesar das diversas intimações fiscais lavradas e cientificadas. Cientificada do Despacho Decisório que não homologou as compensações correspondentes ao PER/DCOMP n° 28181.14111.100206.1.7.010630, a ora recorrente apresentou sua manifestação de inconformidade, com as seguintes alegações (fls. 214 a 230): nulidade do procedimento fiscal; homologação tácita da compensação; decadência; prescrição no prazo para apresentar os livros fiscais; desvio de finalidade do MPF; ausência de fundamentação probatória. Por meio do acórdão nº 1429.919, de 23 de junho de 2010, a 2ª Turma da DRJ em Ribeirão Preto manteve o despacho que indeferiu o ressarcimento e não homologou a compensação declarada, por considerar que não teria ocorrido a homologação tácita da compensação e que caberia ao contribuinte a comprovação do direito de crédito oposto perante a administração. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO POR DISPOSIÇÃO LEGAL. PRAZO. Fl. 297DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 298 3 O prazo qüinqüenal para a homologação por disposição legal de débitos compensados é contado a partir da data em que a declaração de compensação, original ou retificadora, tenha sido apresentada ou transmitida. RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO. Quando dados ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, a falta de atendimento no prazo estipulado pela Administração para a respectiva apresentação implicará o indeferimento do pleito. RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA. É ônus processual da interessada fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito. PRODUÇÃO PROBATÔRIA. PRECLUSÃO TEMPORAL. PERÍCIA. Tendo em vista a superveniência da preclusão temporal, é rejeitado o pedido de apresentação posterior de provas, pois o momento propício para a defesa cabal é o da oferta da contestação; sendo também prescindível a realização de perícia, cujo pedido, inclusive, não cumpre os requisitos basilares. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Regularmente cientificado, o contribuinte tempestivamente apresentou seu Recurso Voluntário, alegando e requerendo, em síntese: i. Ocorrência de homologação tácita da compensação, por ter transcorrido mais de 5 anos da data da transmissão do primeiro PER/Dcomp, ainda que este tenha sido posteriormente retificado; ii. Decadência do direito do fisco verificar as informações relativas ao IPI do período de janeiro de 1999 a junho de 2003, inclusive para a guarda e apresentação de qualquer documentação relacionada; iii. Desvio de finalidade do procedimento fiscal, que teria sido originalmente emitido para a fiscalização do IPI, sendo ampliado para verificações de declarações de compensações; iv. Ausência de comprovação das alegações fiscais; v. Nulidade do procedimento fiscal; vi. Requereu a produção de provas por todos os meios admitidos em direito, em especial a juntada de novos documentos e perícias; vii. Requereu que no caso de manutenção da não homologação da compensação, que fosse determinado ao fiscal que apresente todos os documentos necessários a embasar seu posicionamento, abrindose prazo para sua impugnação. viii. Requereu a apreciação de todos os pontos da manifestação de inconformidade que não foram apreciados no acórdão recorrido, em especial Fl. 298DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 299 4 a alegação de prescrição e decadência e no tocante a não obrigatoriedade de guarda dos documentos; ix. Requereu sustentação oral. O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. As preliminares de nulidade suscitadas e os requerimentos formulados se confundem com o mérito e com ele serão apreciados. Conforme relatado, tratase de PER/DComp relativo a um saldo credor de IPI do 1º trimestre de 1999, cumulado com declaração e compensação. O pedido de ressarcimento original informava um direito creditório no valor de R$41.906,48, valor este que foi substancialmente alterado pela declaração retificadora transmitida posteriormente, conforme quadro abaixo: 1ºTRIM/1999 DECLARAÇÃO ORIGINAL DECLARAÇÃO RETIFICADORA Nº PER/DCOMP 20740.68161.170304.1.3.012160 28181.14111.100206.1.7.010630 DATA TRANSM. 17/03/2004 10/02/2006 VALOR R$ 41.906,48 1.007.106,45 A autoridade fiscal, em procedimento de fiscalização do IPI, glosou o crédito e, em consequência, não homologou a compensação, pela ausência de comprovação por parte do contribuinte da legitimidade do valor pleiteado a título de ressarcimento. O presente caso decorre do procedimento fiscal já referido, que culminou no indeferimento das PER/DCOMPs relativos a alegados créditos dos períodos de apuração dos trimestres dos anos de 1999, 2000 e 2001, objeto de diversos processos administrativos fiscais (para cada trimestre). Os processos relativos aos alegados créditos dos períodos de apuração 2trim/99, 3trim/99, 4trim/99, 1trim/00, 3trim/00, 4trim/00, 1trim/01 e 4trim/01, já foram objetos de julgamento na antiga 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara dessa Seção de julgamento, em 26 de janeiro de 2012, que culminou nos Acórdãos 340301.376, 340301.377, 3403 01.378, 340301.379, 340301.380, 340301.381, 340301.382 e 340301.383, da lavra do i.Conselheiro Antonio Carlos Atulim, que apreciou os mesmos fundamentos do Despacho Decisório, da decisão da DRJ e do Recurso Voluntário ora em análise, e negaram provimento ao recurso interposto, com o indeferimento do direito creditório pleiteado pela ausência de comprovação. Fl. 299DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 300 5 Portanto, como o presente caso é idêntico àqueles apreciados anteriormente, utilizarei os mesmos fundamentos das decisões anteriores, que serão a seguir reproduzidos e utilizados como razão de decidir do presente julgamento. A Recorrente alega a ocorrência de homologação tácita da compensação, considerando a data da transmissão do PER/DCOMP original (17/03/2004), ainda que este tenha sido posteriormente retificado. Como a ciência do Despacho Decisório que não homologou a compensação ocorreu em 03/11/2009 (AR à fl.212), já teria transcorrido mais de 5 (cinco) anos da transmissão da declaração, configurando a homologação tácita do Pedido de Ressarcimento e da Declaração de Compensação. Segundo seu entendimento, só poderia ocorrer novo início de prazo ou suspensão do prazo para homologação tácita, se o contribuinte cancelasse o pedido inicial e transmitisse um novo pedido, retificando integralmente o pleito anterior. Como no caso concreto não houve retificação da declaração de compensação, a declaração transmitida continuou sendo a mesma, apenas houve retificação das informações nela contida. Alega, ainda, que o acórdão de primeira instância teria sido omisso quanto à decadência do direito de o fisco verificar os créditos, a teor do disposto no art. 173, I do CTN. Segundo sua argumentação, houve desvio de finalidade do MPF, que teria sido expedido não para fiscalização de PER/DCOMP, mas para fiscalização do IPI do período de janeiro de 1999 a junho de 2003, período já teria sido atingido pela decadência e prescrição, inclusive para a guarda e apresentação de qualquer documentação relacionada. Acrescentou que em face do transcurso do prazo decadencial de cinco anos, a documentação pertinente já teria sido por ela expurgada pela inexistência de obrigatoriedade de sua manutenção, razão pela qual a documentação não foi apresentada. Transcrevo excerto do voto condutor do Acórdão 340301.376 da lavra do i.Conselheiro Antonio Carlos Atulim, cujos fundamentos adoto no presente julgamento como minhas razões de decidir: “As preliminares de nulidade suscitadas e os requerimentos formulados se confundem com o mérito e com ele serão apreciados. Conforme relatado, o contribuinte, por meio de PER/Decomp, solicitou o ressarcimento do saldo credor da escrita fiscal do IPI e a compensação desta quantia com débitos próprios. Cerca de dois anos após, o pedido de ressarcimento foi retificado para aumentar o valor do crédito. Em procedimento de fiscalização do IPI, a repartição de origem glosou o crédito e, em consequência, não homologou a compensação, uma vez que o contribuinte não comprovara a legitimidade do valor pleiteado a título de ressarcimento. Alegou o contribuinte que o fisco decaíra não só do direito de rever o saldo credor relativo ao trimestre em questão, mas também do direito de não homologar a compensação. Nesse passo, a decisão de primeira instância seria nula, uma vez que segundo a defesa, não fora apreciada a questão da decadência do direito do fisco rever os créditos. A leitura do voto condutor do acórdão recorrido deixa claro que não houve a omissão alegada, pois o relator deixou bem claro às fls. 266/267, que o caso Fl. 300DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 301 6 concreto versa sobre homologação de compensação e não sobre procedimento de ofício com exigência fiscal mediante lançamento, aplicandose ao caso concreto o art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96. Realmente, não merece reparo a decisão recorrida. Uma coisa é a decadência do direito do fisco constituir o crédito tributário por meio do lançamento de ofício e outra coisa totalmente distinta é o prazo de decadência para o fisco não homologar a compensação declarada pelo contribuinte. Os prazos de decadência do direito do fisco constituir o crédito tributário estão previstos nos arts. 150, § 4º e 173, do CTN. Estes dispositivos legais deixam claro que a decadência fulmina o direito da administração tributária exigir tributo por meio de lançamento de ofício, não afetando de modo algum o direito de abrir fiscalização ou de rever os créditos lançados no livro de IPI. Em outras palavras, a decadência inibe o processo de positivação do direito consubstanciado no ato de lançamento tributário; mas não inibe o processo de positivação do direito do fisco declarar que o crédito, no todo ou em parte, é ilegítimo, ainda que este crédito tenha sido lançado na escrita há mais de cinco anos. No caso dos autos, a administração tributária agiu dentro dos lindes da legalidade, pois não foi expedida nenhuma norma individual e concreta por parte do fisco tendente a exigir tributo, o que existe é a exigência de crédito tributário em razão de norma individual e concreta que foi introduzida no mundo jurídico pelo próprio contribuinte, consistente na declaração de compensação. No que tange ao prazo de decadência para o fisco não homologar a compensação, o art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, com as alterações introduzidas pelas Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 estabelece que o prazo é de cinco anos, contados da data entrega da declaração de compensação. Nesta parte, a defesa alegou que deve prevalecer como termo inicial de contagem do prazo decadencial a data de transmissão do PER/Decomp original, pois além da alteração ter alcançado apenas o valor do crédito, a retificação posterior não consubstancia cancelamento do pedido original, mas mera retificação dos dados anteriormente informados. Acontece que a retificação das informações referida pela defesa, significa, na verdade, a inserção de nova norma individual e concreta no mundo jurídico distinta da anterior, uma vez que o elemento quantitativo atinente ao crédito sofreu alteração. Assim, a norma individual e concreta consubstanciada no documento original, que declarava o direito de compensar um crédito equivalente a R$ 14.556,92 com um débito equivalente a R$ 14.362,22, foi revogada e substituída por uma nova norma individual e concreta, introduzida no mundo jurídico pelo próprio contribuinte, por meio da qual declarouse o direito de compensar um crédito equivalente a R$ 2.284.013,42 com o débito de R$14.362,22. A norma que declarava o direito de compensar o crédito de R$ 14.556,92 deixou de existir e foi substituída por uma nova, que passou a declarar a existência do direito de compensar um crédito cerca de cento e cinquenta vezes maior. É evidente que a mudança no elemento quantitativo, correspondente ao valor do crédito vinculado à compensação, acarreta uma alteração no mundo jurídico. E em decorrência deste fato, justificase o início do transcurso de novo prazo de decadência. A cada alteração no mundo jurídico provocada pelo contribuinte, é disparado o cronômetro do art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, concedendo um novo prazo de cinco anos para que o fisco possa aferir a legitimidade do novo direito alegado. Fl. 301DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 302 7 Não foi por outro motivo, que as instruções normativas da Receita Federal que regulamentaram o procedimento de compensação, com base no permissivo legal no art. 74 § 14 da Lei nº 9.430/96, sempre estabeleceram que no caso de retificação, o termo inicial da contagem do prazo de decadência é a data da apresentação da retificadora. Portanto, também não em razão a recorrente quando alega que a Receita Federal está dispondo sobre interrupção ou suspensão de prazos de decadência por meio de atos administrativos, pois as instruções normativas apenas explicitaram a interpretação do art. 74, da Lei nº 9.430/96. A cada norma individual e concreta introduzida pelo contribuinte, nasce um prazo de cinco anos para que o fisco exerça a competência de homologar ou não a compensação. No caso dos autos, o fisco não decaiu do direito de não homologar a compensação, pois o PER/Decomp retificador foi transmitido em 12/04/2006 e o despacho que glosou o crédito e não homologou a compensação foi notificado ao contribuinte em 03/11/2009, portanto, dentro do prazo previsto no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96. Outro ponto controvertido foi o prazo pelo qual os contribuintes devem manter em boa guarda a escrituração e demais documentos fiscais. Esta obrigação legal está estabelecida no art. 195, parágrafo único, do Código Tributário Nacional, verbis: “Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.” (Grifei) Considerando que o saldo credor de IPI do trimestre em questão deve ter sido lançado no livro modelo 8 e que para transmitir o PER/Decomp é necessário estornar do livro o valor objeto do pedido, é evidente que, a teor do parágrafo único acima indicado, o contribuinte estava obrigado a manter aquele livro e os documentos fiscais que lastrearam os lançamentos até o termo final do prazo estabelecido no art. 74, § 5º da Lei nº 9.430/96, uma vez que somente após o decurso do referido prazo estaria extinto o direito da fazenda pública cobrar o crédito tributário decorrente da compensação indevida. Tendo o contribuinte informado em seu recurso que “expurgou” a referida documentação por considerarse desobrigado da sua apresentação, não têm sentido as alegações de cerceamento de defesa pelo fato da decisão a quo ter indeferido a juntada de provas posteriores, uma vez que o próprio contribuinte já informou que não tem mais o que juntar. Não procede a alegação de desvio de finalidade na emissão do MPF. O desvio de finalidade se caracteriza quando ocorre a adoção de um ato administrativo com o objetivo de atingir finalidade diversa daquela para a qual ele foi concebido. No caso concreto, foi expedido um MPF para fiscalizar o IPI e o auditorfiscal desincumbiuse do encargo, concluindo pela glosa do crédito em face do contribuinte não ter apresentado a escrituração e os documentos que lhe deram suporte. A constatação da legitimidade do crédito é questão prejudicial ao direito de compensação. Logo, é evidente que o MPF deve ser expedido para que seja verificado o crédito e apurada sua certeza e liquidez, tal como foi feito no caso Fl. 302DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 303 8 concreto, e não para a “fiscalização da compensação”. Não comprovada a legitimidade do crédito, a consequência lógica é a não homologação da compensação.” No caso em análise, o valor original do crédito era de R$41.906,48, valor este alterado pela PER/DCOMP retificadora para R$1.007.106,45, transmitida em 10/02/2006. Quanto à alegada ausência de material probatório para embasar a glosa fiscal, o contribuinte procura inverter o ônus da prova, cuja obrigatoriedade é do próprio sujeito que alega possuir direito que requer. Como é incontroverso que o presente processo versa sobre direito de crédito declarado pelo próprio contribuinte, o ônus da prova é seu, visto que cabe ao contribuinte fazer a prova dos fatos constitutivos do direito oposto à administração. Também é incontroverso que o contribuinte ficou silente durante o procedimento fiscal, deixando de apresentar qualquer elemento probatório que lastrearia o valor do crédito alegado. Transcrevo excerto do Relatório Fiscal, com a descrição das etapas do procedimento fiscal, e da constatação do silêncio por parte do contribuinte relativo às solicitações fiscais (fls. 195 a 196): “Em 28/04/2009, dirigimos até o endereço: Rua Geraldo Garcia do Nascimento, 2591, Franca/SP, para dar ciência do Termo de Início de Ação Fiscal e Intimação n° 01. Não encontramos nenhum responsável legal da empresa para assinatura do Termo. Havia apenas uma secretária no prédio que informou que a empresa não estava em atividade e que o gerente estava viajando e os donos ficavam na matriz em São Paulo. Encaminhamos, então, por via postal, o Termo de Início de Ação Fiscal e Intimação n° 01, para o citado endereço, intimando o contribuinte a apresentar: Livros Razão, Entrada e Saída; notas fiscais de entradas, com os créditos de IPI, e saídas, Livros de IPI, memorial de descritivo dos principais produtos fabricados pelo contribuinte, referente ao período de 1º trimestre de 1999 ao 2º trimestre de 2003. Em 05/05/2009, encaminhamos via postal, o Termo de Intimação d 02, solicitando a apresentação dos livros de IPI, onde foram registrado as compensações/estornos do IPI. Ambas intimações retornaram após resultar infrutífera três tentativas de entrega pelo correio (fls. 134 a 140). Tendo em vista resultado improfícuo as intimações postais, afixamos o Edital n° 09 para cientificar o contribuinte das referidas intimações. O prazo de afixação foi de 28/05/2009 à 12/06/2009 (fl.141). Ato contínuo, encaminhamos via postal, o Termo de Início de Ação Fiscal e Intimação n° 01, para a matriz localizada na Alameda Jurupis, 1005, em São Paulo/SP, que foi recebido em 01/06/2009 (fls. 142 a 144). Por falta de respostas, em 13/07/2009, reintimamos o contribuinte do Termo de Início de Ação Fiscal e Intimação n° 01 (fls. 145 a 147). Em 23/07/2009, o contribuinte nos solicita a prorrogação do prazo para mais 60 dias, a partir desta data. Informou não ter recebido a primeira intimação por extravio ou por ter ficado em poder do porteiro do prédio. Apresentou cópias do Contrato Social e alterações (fls. 148 a 190). Em 27/07/2009, encaminhamos o Termo de Concessão de Prazo, que foi retirado pessoalmente na agência do correio somente em 13/08/2009, após três tentativas de entrega pelo correio em 28, 29 e 30 de julho de 2009. Neste Termo, concedemos a prorrogação do prazo por 20 dias, tendo em vista que 60 dias é muito tempo, Fl. 303DF CARF MF Processo nº 10880.939130/200976 Acórdão n.º 3402005.342 S3C4T2 Fl. 304 9 considerando que o contribuinte deveria ter em boa ordem e guarda os documentos/livros contábeis/fiscais (fls. 191 a 193). Vencido o prazo, inclusive considerando os 60 dias solicitados, da reintimação do Termo de Início de Ação Fiscal e Intimação W 01, até a presente data, não recebemos nenhuma resposta.” Também não consta nos autos qualquer documento que poderia comprovar o direito creditório alegado, tanto na Manifestação de Inconformidade apresentada quanto no Recurso Voluntário. Diante de seu silêncio em todas as fases processuais, não vislumbro como razoável abrir qualquer prazo adicional para apresentação de documentos ou mesmo o procedimento de diligência fiscal para nova juntada de documentos, que deveriam ser apresentados juntamente com a Manifestação de Inconformidade, conforme determina o Decreto 70.235/72. Quanto ao requerimento de sustentação oral, é suficiente a manifestação do recorrente ou seu procurador na sessão de julgamento, nos termos do art. 58, II do RICARF. Em face do exposto, considerando a absoluta ausência de documentos que poderiam comprovar o direito creditório pleiteado, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (assinado com certificado digital) Rodrigo Mineiro Fernandes Fl. 304DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.909345/2009-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 01 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Data do fato gerador: 24/02/2006
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DCOMP. ÔNUS DA PROVA.
I - Em processo de compensação tributária, ao contribuinte, enquanto autor do pedido de compensação, incumbe a prova da existência do crédito líquido e certo contra a Fazenda Nacional ao tempo da transmissão da DCOMP (Lei n° 9.784, de 1999, arts. 36 e 69; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, I; e Lei nº 13.105, de 2015, arts. 15 e 373, I), data em que a compensação tributária se efetiva sob condição resolutória. II - A simples apresentação de DCTF retificadora, ainda que acompanhada de DARF, não se constitui em prova de pretenso erro, sendo a retificação da DCTF ineficaz por caber ao contribuinte (CTN, art. 147; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, II; e Lei n° 13.105, 2015, arts. 15 e 373, II) o ônus de comprovar o erro não apurável pelo mero exame da DCTF. III - O princípio da verdade material não pode ser invocado para se afastar o ônus jurídico de o contribuinte instruir a manifestação de inconformidade com suas provas documentais (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, III e §4°; e Lei n° 9.430, art. 74, §11), sob pena de ofensa aos princípios da legalidade, da colaboração dos contribuintes e da duração razoável do processo.
Numero da decisão: 2401-005.637
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: JOSE LUIS HENTSCH BENJAMIN PINHEIRO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Data do fato gerador: 24/02/2006 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DCOMP. ÔNUS DA PROVA. I - Em processo de compensação tributária, ao contribuinte, enquanto autor do pedido de compensação, incumbe a prova da existência do crédito líquido e certo contra a Fazenda Nacional ao tempo da transmissão da DCOMP (Lei n° 9.784, de 1999, arts. 36 e 69; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, I; e Lei nº 13.105, de 2015, arts. 15 e 373, I), data em que a compensação tributária se efetiva sob condição resolutória. II - A simples apresentação de DCTF retificadora, ainda que acompanhada de DARF, não se constitui em prova de pretenso erro, sendo a retificação da DCTF ineficaz por caber ao contribuinte (CTN, art. 147; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, II; e Lei n° 13.105, 2015, arts. 15 e 373, II) o ônus de comprovar o erro não apurável pelo mero exame da DCTF. III - O princípio da verdade material não pode ser invocado para se afastar o ônus jurídico de o contribuinte instruir a manifestação de inconformidade com suas provas documentais (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, III e §4°; e Lei n° 9.430, art. 74, §11), sob pena de ofensa aos princípios da legalidade, da colaboração dos contribuintes e da duração razoável do processo.
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DCOMP. ÔNUS DA PROVA. I Em processo de compensação tributária, ao contribuinte, enquanto autor do pedido de compensação, incumbe a prova da existência do crédito líquido e certo contra a Fazenda Nacional ao tempo da transmissão da DCOMP (Lei n° 9.784, de 1999, arts. 36 e 69; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, I; e Lei nº 13.105, de 2015, arts. 15 e 373, I), data em que a compensação tributária se efetiva sob condição resolutória. II A simples apresentação de DCTF retificadora, ainda que acompanhada de DARF, não se constitui em prova de pretenso erro, sendo a retificação da DCTF ineficaz por caber ao contribuinte (CTN, art. 147; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, II; e Lei n° 13.105, 2015, arts. 15 e 373, II) o ônus de comprovar o erro não apurável pelo mero exame da DCTF. III O princípio da verdade material não pode ser invocado para se afastar o ônus jurídico de o contribuinte instruir a manifestação de inconformidade com suas provas documentais (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, III e §4°; e Lei n° 9.430, art. 74, §11), sob pena de ofensa aos princípios da legalidade, da colaboração dos contribuintes e da duração razoável do processo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (assinado digitalmente) José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 90 93 45 /2 00 9- 66 Fl. 140DF CARF MF Processo nº 13839.909345/200966 Acórdão n.º 2401005.637 S2C4T1 Fl. 141 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da 7ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo, que, por unanimidade de votos, julgou IMPROCEDENTE Manifestação de Inconformidade apresentada contra Despacho Decisório que NÃO HOMOLOGOU compensação do crédito original (utilizado) no valor de R$ 273,27, a partir de pretenso Pagamento Indevido/a Maior de Imposto de Renda Retido na Fonte (cód 0422, PA 24/02/2006) veiculado na PER/DCOMP 17388.41353.120107.1.7.040611, em razão de o pagamento ter sido utilizado na extinção de débitos declarados em DCTF. Intimado do Despacho Decisório em 26/06/2009, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 28/07/2009 alegando, em síntese: a) Incorreu em erro na determinação do IRRF referente a Royalties inerente a 22/02/2006. A base de cálculo correta é de R$ 127.307,45 e não de R$ 215.296,62, tendo havido recolhimento a maior. b) O indébito apurado foi objeto de compensação parcial no presente PER/DCOMP. Em 22/05/2014, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente. Do Acórdão, em síntese, se extrai: a) O requerente sustenta a existência do indébito tributário amparandose tão somente em cópia do comprovante de arrecadação vinculado na declaração de compensação e fatura da Huf Hulbeck & Furst. O recolhimento noticiado encontrase integralmente alocado ao débito de IRRF (Código de Receita 0422) especificado do despacho decisório. O contribuinte efetuou a transmissão da DCTF retificadora após a ciência do despacho decisório. b) A matéria em litígio exigia do requerente a apresentação de amplo conjunto probatório à plena demonstração da pertinência do crédito reivindicado, entre os quais: (i) cópia integral dos Contratos de Licença de Transferência e Exploração de Tecnologia e seus aditivos depositados no INPI, acompanhados dos correspondentes Certificados de Averbação naquele órgão de registro; (ii) cópias das faturas (invoice) de prestação de serviço; e (iii) cópias das operações de fechamento de câmbio destinadas ao pagamento das operações de royalties e dos Registros Declaratórios Eletrônicos – RDE correlatos (CartaCircular Bacen nº 2.816, de 15/04/1998), tudo devidamente acompanhado de todo acervo documental suplementar, se for o caso, e da escrituração contábil (contas patrimoniais e de resultado) que permitam a averiguação das alusões que propugnam o lapso no preenchimento da DCTF Fl. 141DF CARF MF Processo nº 13839.909345/200966 Acórdão n.º 2401005.637 S2C4T1 Fl. 142 3 (CTN, art. 165, I). Documentos em língua estrangeira devem observar a disciplina do art. 224 do Código Civil, do art. 157 do Código de Processo Civil, dos arts. 129 e 148 da Lei nº 6.015, de 31/12/1973 (Lei de Registros Públicos). c) O apoio de defesa pautado em meras alegações, não tem a força de Verdade Material em sede dos ritos e formalidades disciplinados para o Processo Administrativo Fiscal (Decreto n° 70.235, de 1972, arts. 15 e 16, III e § 4°). a comprovação da verdade material relacionada ao direito creditório sob litígio, bem como o ônus da prova, devem obedecer aos ditames fixados no art. 9º, §1º do DecretoLei nº 1.598, de 1977, regulamentado pelo art. 923 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99), condições estas que não ficaram configuradas no momento do ingresso da manifestação de inconformidade. Cientificado em 25/06/2014, o contribuinte interpôs em 24/07/2014 recurso voluntário, em síntese, alegando: a) A empresa apresentou impugnação alegando pagamento antecipado de IRRF sobre Royalties e Assistência Técnica, referente a uma eventual e futura prestação de serviços por terceiro, fato que não aconteceu a caracterizar o pagamento indevido. b) Ainda que os documentos apresentados com a manifestação de inconformidade fossem insuficientes, o julgador não poderia decidir mediante simples aplicação do ônus da prova, sob pena de ofensa ao princípio da verdade material. Cabia diligência para que o contribuinte complementasse a documentação ou apresentasse esclarecimentos (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 18) Doutrina e jurisprudência respaldam esse entendimento. O mesmo dever jurídico se impõe ao CARF. A documentação acostada com a manifestação de inconformidade já era suficiente. Mas, para não haver dúvidas apresenta documentação complementar. c) Pede a reforma integral do Acórdão da DRJ, bem como o reconhecimento do direito creditório e a homologação da compensação. Por fim, requer diligência caso seja necessária. É o Relatório. Voto Conselheiro José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro A manifestação de inconformidade foi lacônica, tendo alegado existência de erro na apuração da base de cálculo sem maiores esclarecimentos. O recurso explicita a alegação anterior de erro e apresenta documentação tendente a comproválo. Logo, entendo que não houve propriamente inovação, mas explicitação de conteúdo implícito à manifestação Fl. 142DF CARF MF Processo nº 13839.909345/200966 Acórdão n.º 2401005.637 S2C4T1 Fl. 143 4 de inconformidade. Diante disso, considero como preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomando conhecimento do recurso. O princípio da verdade material não pode ser invocado para se afastar o ônus jurídico de o contribuinte instruir a manifestação de inconformidade com suas provas documentais (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, III e §4°; e Lei n° 9.430, art. 74, §11), sob pena de ofensa aos princípios da legalidade, da colaboração dos contribuintes e da duração razoável do processo. Com lastro no art. 18 do Decreto n° 70.235, de 1972, a autoridade julgadora pode realizar diligência de ofício, mas tratase de providência complementar à instrução probatória e não destinada a retirar das partes o ônus de provar suas alegações. Esse entendimento tem prevalecido no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, como bem ilustram as seguintes ementas: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. INDISPENSABILIDADE. Nos processos que versam a respeito de compensação, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Logo, deve o contribuinte demonstrar que o crédito que alega possuir é capaz de quitar, integral ou parcialmente, o débito declarado em Per/Dcomp. Salientese que alegações desprovidas de indícios mínimos para ao menos evidenciar a verdade dos fatos ou colocar dúvida quanto à acusação fiscal de insuficiência de crédito, uma vez a análise fiscal é realizada sobre informações prestadas pelo contribuinte, colhidas nos sistemas informatizados da RFB, carece de elementos que justifica a autorização da realização de diligência, pois esta não se presta a suprir deficiência probatória. (Processo n° 10120.907657/200933; Acórdão nº 3001000.312 – 3ª Seção/Turma Extraordinária/1ªTurma; Sessão de 11 de abril de 2018) ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PEDIDO DE DILIGÊNCIA. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. NÃO APRESENTAÇÃO DE INFORME DE RENDIMENTOS. PEDIDO DE DILIGÊNCIA REJEITADO. Nos autos do processo de compensação tributária, o contribuinte é autor do pedido de compensação tributária. O ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito creditório pleiteado, consoante Código de Processo Civil (Lei nº 13.105, de 2015, art. 373, I) de aplicação Fl. 143DF CARF MF Processo nº 13839.909345/200966 Acórdão n.º 2401005.637 S2C4T1 Fl. 144 5 subsidiária ao processo administrativo tributário federal, e com observância do Decreto nº 70.235/72 (arts. 15 e 16). Incumbe ao contribuinte a demonstração, acompanhada das provas hábeis e idôneas, da existência do crédito que alega possuir contra Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Os requisitos ou atributos de liquidez e certeza quanto ao crédito objetado contra a Fazenda Nacional devem estar preenchidos ou satisfeitos quando da transmissão da DCOMP, data em que a compensação tributária se efetiva, sob condição resolutória. A busca da verdade material não autoriza o julgador a substituir o interessado na produção das provas. (Processo n° 10880.997365/200982; Acórdão nº 1301002.908 – 1ª Seção/3ªCâmara/1ªTurma Ordinária; Sessão de 16 de março de 2018) Acrescentese que a simples apresentação de DCTF retificadora, ainda que acompanhada de DARF, não se constitui em prova de pretenso erro. A retificação da DCTF é ineficaz, pois cabe ao contribuinte o ônus de comprovar o erro não apurável pelo mero exame da DCTF (CTN, art. 147; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, II; Lei n° 13.105, 2015, arts. 15 e 373, II1). Novamente, invocase atual e iterativa jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003 DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão 1 Lei nº 5.172, de 1966 Código Tributário Nacional Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Lei n° 5.869, de 1973 Código de Processo Civil REVOGADO Art. 333. O ônus da prova incumbe: II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Lei n° 13.105, de 2015 Código de Processo Civil VIGENTE Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Art. 373. O ônus da prova incumbe: II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 144DF CARF MF Processo nº 13839.909345/200966 Acórdão n.º 2401005.637 S2C4T1 Fl. 145 6 da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. (Processo n° 15374.903703/200886; Acórdão nº 2201004.420 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária; Sessão de 04 de abril de 2018) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2010 MERA ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A alegação de que houve erro material no preenchimento da DCTF, mesmo que posteriormente retificada, e que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de prova cabal e inconteste do alegado erro material. (Processo n° 16327.910429/200919; Acórdão nº 2201004.442 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária; Sessão de 04 de abril de 2018) Destarte, incumbe ao contribuinte a prova da existência do crédito liquido e certo contra a Fazenda Nacional ao tempo da transmissão da DCOMP (Lei n° 9.784, de 1999, arts. 36 e 69)2, data em que a compensação tributária se efetiva, sob condição resolutória. Além disso, em procedimento de análise da compensação do crédito, é do contribuinte o ônus de provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo, ou seja, do alegado erro na DCOMP original (Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, II; Lei n° 13.105, 2015, arts. 15 e 373, II). Portanto, não tendo o requerente se desincumbindo de seu ônus probatório, correta a decisão veiculada no Acórdão de piso ao compreender como não provados os pressupostos de existência, e validade do crédito postulado e como não comprovada sua disponibilidade para amparar o exercício da compensação declarada. As provas documentais do contribuinte devem ser apresentadas com a manifestação de inconformidade (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, III e §4°)3. Em 2 Lei n° 9.784, de 1999. Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a regerse por lei própria, aplicandoselhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei. 3 Decreto n° 70.235, de 1972. Art. 16. A impugnação mencionará: III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Fl. 145DF CARF MF Processo nº 13839.909345/200966 Acórdão n.º 2401005.637 S2C4T1 Fl. 146 7 homenagem ao princípio da verdade material, se admite a juntada após a manifestação de inconformidade nas hipóteses das alíneas a, b e c do § 4° do art. 16 do Decreto n° 70.235, de 1972, mediante requerimento à autoridade julgadora de primeira instância devidamente fundamentado (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, §5°)4 ou, após a decisão de primeira instância, mediante juntada aos autos e a instruir recurso (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, §6°)5, devendo, a rigor, se observar as mesmas hipóteses das alíneas do referido § 4° (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, §§ 4°, 5° e 6°). No caso concreto, não restou demonstrada nenhuma das situações previstas nas alíneas a, b e c do §4° do art. 16 do Decreto n° 70.235, de 1972. Por conseguinte, a documentação que instrui o recurso voluntário não mereceria ser conhecida como prova do contribuinte. Ainda que se entenda que o princípio da verdade material autoriza o julgador a conhecer de ofício de tais documentos, eles não têm o condão de comprovar as alegações do contribuinte, como a seguir será demonstrado. Além disso, eventual diligência a ser promovida com lastro em tais documentos não versaria sobre questões pontuais a serem esclarecidas por quesitos específicos (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, IV), mas na simples intimação do contribuinte para que produzisse prova que legalmente já deveria ter instruído a manifestação de inconformidade (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 16, §4°). Logo, não é cabível a conversão do presente julgamento em diligência. O recurso foi instruído com procuração, cópia de Alteração e Consolidação do Contrato Social, cópias dos Termos de Abertura e Encerramento dos Livros Diário 031 a 035 e do que supostamente seriam algumas páginas desses livros; cópia de contrato de câmbio (pertinente Certificado Averbação INPI 00481/02); cópia de invoice; cópia de Contrato de Licença; e cópia de Certificado de Averbação INPI 00480/01. De plano, ressaltese que a integralidade dos Livros Diário pertinentes às alegações do contribuinte deveriam ter sido apresentada para se comprovar todos os montantes efetivamente escriturados como pagos a título de Royalties e todos os valores retidos e recolhidos, bem como excertos dos Livros Razão com as contas pertinentes. Os Termos de Abertura e Encerramento apresentados em cópia foram datados e firmados entre janeiro e maio de 2006, tendo sido levados a registro em 2007 e em Cartório de Registro de Pessoas Naturais. As cópias do que se supõe serem folhas escolhidas desses livros atestam como data de elaboração o dia 25/05/2007. Logo, as folhas dos livros teriam sido elaboradas após a data de conclusão dos mesmos, constante dos respectivos Termos de Encerramento. Diante da impossibilidade c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) 4 Decreto n° 70.235, de 1972. Art. 16 (...) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) 5 Decreto n° 70.235, de 1972. Art. 16 (...) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 146DF CARF MF Processo nº 13839.909345/200966 Acórdão n.º 2401005.637 S2C4T1 Fl. 147 8 jurídica de um Livro Diário ser confeccionado após a data de lavratura de seu termo de encerramento, tais documentos são destituídos de valor probatório. Acrescentese ainda que, além de não se ter apresentado a integralidade dos Livros Diários, não foi exibido o Plano de Contas e os históricos dos lançamentos são extremamente lacônicos e/ou codificados não havendo como os compreender adequadamente estando desacompanhados dos documentos que lhes deram suporte. O único contrato apresentado foi elaborado aparentemente em vernáculo e em inglês, havendo após assinaturas ainda mais uma página exclusivamente em alemão e na qual novas assinaturas foram lançadas estando uma delas reconhecida por Serviço Consular. Sem tradução juramentada, não há como se afirmar com segurança serem duas versões de um mesmo contrato e nem o conteúdo do texto exclusivamente em alemão. O invoice de 03/05/2006 também está preenchido em língua estrangeira e, além disso, dele não se extrai conexão segura acerca de quais Contratos de Licença, Certificados de Registro INPI e Contratos de Câmbio estariam envolvidos, só há referência a "Royalties 1st Quarter 2006". O Contrato de Câmbio/transferência apresentado foi fechado em 27/04/2006 com referência ao Certificado de Averbação 00481/02, certificado não carreado aos autos. O Certificado de Averbação presente nos autos é o de número 00480/01 e se refere a números de Registro citados no único Contrato de Licença apresentado e cujo prazo se encerrava em 31/12/2005, conforme consta do certificado. Destaquese ainda que, como consta da PER/DCOMP e do DARF, o IRRF 0422 se refere ao período de apuração 24/02/2006. Os poucos documentos apresentados não permitem se concluir acerca dos valores que deveriam ter sido retidos e recolhidos em relação ao período de apuração e nem delimitar na esfera dos fatos concretos o alegado erro (antecipação de pagamento e inocorrência do fato gerador). Como bem destacou o Acórdão da DRJ, todos os Contratos de Licença e Contratos de Câmbio celebrados pelo contribuinte; os Certificados de Averbação INPI; invoices; DARFs; Livros e Demonstrações Contábeis etc, bem como os devidos esclarecimentos para se explicitar em tal documentação os fatos dela alegados, deveriam ter sido apresentados desde a manifestação de inconformidade. As provas constantes dos autos são incapazes de gerar a convicção acerca dos fatos e argumentos alegados, não tendo o recorrente se desincumbido de seu ônus probatório. Isso posto, voto por conhecer do recurso voluntário e negarlhe provimento. (assinado digitalmente) José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro Relator Fl. 147DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19679.003097/2005-81
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2005
SIMPLES FEDERAL. OPÇÃO. DATA LIMITE.
As pessoas jurídicas inscritas no CNPJ puderam formalizar sua opção para adesão ao regime simplificado, relativamente ao ano-calendário de 2005, mediante alteração cadastral efetuada até 10 de fevereiro de 2005, conforme IN SRF nº 355/2003, art. 16, §§ 1º e 3º, e art.17, e IN SRF nº 501/2005, art. 3º.
Numero da decisão: 1003-000.046
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2005 SIMPLES FEDERAL. OPÇÃO. DATA LIMITE. As pessoas jurídicas inscritas no CNPJ puderam formalizar sua opção para adesão ao regime simplificado, relativamente ao ano-calendário de 2005, mediante alteração cadastral efetuada até 10 de fevereiro de 2005, conforme IN SRF nº 355/2003, art. 16, §§ 1º e 3º, e art.17, e IN SRF nº 501/2005, art. 3º.
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score : 1.0
Numero do processo: 13893.001018/2009-18
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004
DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE.
Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
Numero da decisão: 2001-000.568
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JORGE HENRIQUE BACKES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004 DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
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RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 3. 00 10 18 /2 00 9- 18 Fl. 209DF CARF MF 2 Tratase de Notificação de Lançamento relativa à Imposto de Renda Pessoa Física, glosa de Despesas Médicas. O Recurso Voluntário foi apresentado pelo relator para a Turma, assim como os documentos do lançamento, da impugnação e do acórdão de impugnação, e demais documentos que embasaram o voto do relator. Esses destaques não constam desse relatório, pois estão disponíveis no processo. Tratase de discussão sobre despesas médicas. O contribuinte apresentou recibos e declarações dos profissionais. Não houve discordância em relação à glosa de dedução de previdência privada. O lançamento e o acórdão de impugnação alegam a falta de comprovação do pagamento. Voto Conselheiro Jorge Henrique Backes, Relator Verificada a tempestividade do recurso voluntário, dele conheço e passo à sua análise. As alegações de recusa para as despesas médicas apresentadas se limitaram a exigir comprovação do pagamento ou alegar que o documento não indicava o paciente. Os recibos não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, tanto do serviço como do pagamento. Mesmo que não sejam apresentados outros elementos de comprovação, a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve estar fundamentada. Como se trata do documento normal de comprovação, para que sejam glosados devem ser apontados indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. A falta de indicação do nome do paciente, em recibo emitido em nome do contribuinte, sem nenhuma investigação, sem nenhuma indicação de que não se trata o contribuinte o paciente, não se afigura motivo para não aceitação do documento. Constituise prática comum a emissão de recibos dessa maneira. A recusa deve apresentar alguma indicação de falta de idoneidade no documento. Não foi o caso. Não deixo de fazer aqui uma fundamentação do entendimento expresso acima, pois a falta de fundamentação é a matéria em discussão. Muitas vezes a autoridade fiscal baseia a recusa a deduções no art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999, que assim dispôs: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Tal artigo indica que determinados documentos não fazem prova absoluta, podendo ser solicitados elementos adicionais de comprovação. No entanto, isso não significa que o juízo, o fundamento da autoridade, dos fatos e do direito, não necessite ser apresentado. E tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em Fl. 210DF CARF MF Processo nº 13893.001018/200918 Acórdão n.º 2001000.568 S2C0T1 Fl. 3 3 dispositivos de lei, como veremos na Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. O lançamento pode até ocorrer sem pedido de esclarecimentos ou de prévia intimação ao contribuinte, como consta inclusive em súmula do CARF: Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. No entanto, a recusa não pode prescindir de justificativa, inclusive porque deduções elevadas podem estar completamente dentro da lei e do direito do contribuinte. Trazendose um pouco de doutrina percebese claramente a necessidade da motivação. Diz Celso Antônio Bandeira de Mello, em relação aos atos discricionários: “A motivação deve ser prévia ou contemporânea à expedição do ato. (…) Naqueloutros, todavia, em que existe discricionariedade administrativa ou em que a prática do ato vinculado depende de apurada apreciação e sopesamento dos fatos e das regras jurídicas em causa, é imprescindível motivação detalhada. [...] E Maria Sylvia Zanella Di Pietro, sobre a motivação expressase assim:: “O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e de direito de suas decisões. Ele está consagrado pela doutrina e pela jurisprudência, não havendo mais espaço para as velhas doutrinas que discutiam se a sua obrigatoriedade alcançava só os atos vinculados ou só os atos discricionários, ou se estava presente em ambas as categorias. A sua obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos administrativos.” E além de princípios e doutrinas, também a lei , como antes aventado, dispõe sobre a obrigação de motivar. A Lei nº 9.784/1999 que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal em seu artigo 50, dispõe: “Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V – decidam recursos administrativos; Fl. 211DF CARF MF 4 VI – decorram de reexame de ofício; VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII– importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.” Esse artigo da lei não faz diferenciação entre atos vinculados ou discricionários. Todos os atos que se encaixam nas situações dos supracitados incisos, sejam vinculados ou discricionários, devem compulsoriamente ser motivados. A amplitude e o imenso alcance desse artigo sobre os atos administrativos não deixa nenhum resquício de incerteza ou de dúvida: a regra ampla e geral é a obrigatoriedade de motivação dos atos administrativos. E como princípio, de maneira não menos importante, vejase o que diz sobre a matéria o art. 2º da mesma Lei 9.784, de 1999: “Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: (…) VII indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; X garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; (…) XIII interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação”. Assim, na ausência de fundamentos consistentes que indiquem inidoneidade dos documentos usuais de comprovação, é indevida a glosa de despesas médicas. Observese que não houve discordância, no recurso voluntário, em relação à glosa de dedução de previdência privada. Conclusão Fl. 212DF CARF MF Processo nº 13893.001018/200918 Acórdão n.º 2001000.568 S2C0T1 Fl. 4 5 Em razão do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Relator Fl. 213DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.907627/2011-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1402-000.631
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter o julgamento em diligência para que a autoridade fiscal da unidade jurisdicionante do contribuinte manifeste-se sobre a existência do crédito pleiteado com base na DIPJ retificada e com a DCTF, juntamente com os argumentos constantes no voto vencido do v. acórdão recorrido onde restou demonstrado que apesar de ter indicado a forma de apuração pelo lucro real, a Recorrente teria aplicado a sistemática do lucro presumido, conforme recolhimento feito com o código 2089.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Luis Pagano Gonçalves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone.
Resolução
Nome do relator: LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter o julgamento em diligência para que a autoridade fiscal da unidade jurisdicionante do contribuinte manifestese sobre a existência do crédito pleiteado com base na DIPJ retificada e com a DCTF, juntamente com os argumentos constantes no voto vencido do v. acórdão recorrido onde restou demonstrado que apesar de ter indicado a forma de apuração pelo lucro real, a Recorrente teria aplicado a sistemática do lucro presumido, conforme recolhimento feito com o código 2089. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 30 .9 07 62 7/ 20 11 -6 3 Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 132 2 Resolução Adoto o bem elaborado relatório da Resolução de fls. 636/644: Trata o presente processo do Pedido de Restituição PER nº 16765.62245.290904.1.2.049306, de fls. 56/58, apresentado por meio eletrônico em 29/09/2004, no qual a interessada acima identificada alega possuir crédito contra a Fazenda Pública no valor original de R$165,62, decorrente de pagamento a maior ou indevido do imposto de renda da pessoa jurídica – IRPJ cód. 2089, referente ao período de apuração de 31/03/2001, efetuado através de Darf recolhido em 30/04/2001, no valor principal de R$343,24. 2. A Delegacia da Receita Federal em Niterói RJ proferiu o Despacho Decisório de fl. 54, o qual indeferiu o pedido, sob o fundamento de inexistência do crédito, uma vez que o pagamento arrolado como crédito já teria sido integralmente utilizado para quitar o débito do IRPJ (cód. 2089) do período de apuração de 31/03/2001. 3. Inconformada, a interessada interpôs a manifestação de inconformidade de fls. 02/47, na qual alega, em síntese, o seguinte: 3.1. Que é tempestiva a manifestação de inconformidade; 3.2. Que o crédito tributário encontrase com a sua exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, V do CTN, tendo em vista que há decisão judicial lavrada pelo Desembargador Federal Leomar Amorim nos autos do processo n° 2006.01.00.0022721, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário referente ao IRPJ e à CSLL com base de cálculo superior a 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento), nos termos do art. 151, V do CTN. Assim sendo, deverá o presente processo administrativo ficar sobrestado até o trânsito em julgado da ação judicial; 3.3. Que em 17.11.2005 protocolou Consulta Administrativa perante a Secretaria da Receita Federal através do processo n° 10707.000582/200543, questionando a possibilidade de compensar os valores supostamente recolhidos à maior a título de IRPJ, a qual resultou na solução de consulta SRRF/7ª RF/DISIT n° 44, lavrada em 09.02.2006, que reconheceu o direito de, como prestadora de serviços médicos hospitalares, poder efetuar o recolhimento do IRPJ utilizando a base presumida de 8% (oito por cento), bem como autorizou a compensação do IRPJ recolhido a maior, nos últimos 5 anos. Passados mais de 5 anos a SRF vem indeferir o pedido de restituição, não homologando as compensações realizadas em confronto com a previsão do § 5o do art. 74 da Lei n° 9.430/96. Logo, deve ser reconhecida a prescrição tácita e por conseguinte cancelado o despacho que não homologou as compensações realizadas; 3.4. Que sempre efetuou o recolhimento do IRPJ utilizando a base presumida de 32% descrita no artigo 15 da Lei n° 9.249/95, embora suspeitasse que se enquadrava no teor da IN/SRF 306 (art. 23, II, alíneas "a", "b" e "c"), mantida pela IN/SRF 408/04, segundo a qual as sociedades Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 133 3 prestadoras de serviços médico hospitalares devem efetuar o recolhimento do IRPJ utilizando a base presumida de 8% (oito por cento). Daí a necessidade de efetuar a referida consulta administrativa, a fim de assegurar o procedimento da compensação já nos recolhimentos seguintes, caso autorizado pela Secretaria da Receita Federal; 3.5. Que requer que seja emitida, todas as vezes que solicitar, a Certidão Negativa de Débitos, até o término do julgamento nas instâncias administrativas do presente recurso, eis que está configurada uma das hipóteses legais de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, com arrimo no art. 206 do CTN, bem como o art. 151, V do CTN, aliada a forte jurisprudência do STJ. Foi registrada a seguinte ementa no v. acórdão recorrido: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2001 DISPENSA DE EMENTA. Dispensada a ementa, na forma do inciso I do art. 1º da Portaria SRF nº 1.364/2004. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido No acórdão constam dois votos proferidos, o do D. Relator que restou vencido e o voto vencedor, os quais colaciono abaixo. 4. A manifestação de inconformidade é tempestiva e reúne as demais condições de admissibilidade, portanto, dela conheço. 5. O fundamento para não reconhecer o direito creditório alegado pela interessada foi o fato de o pagamento arrolado como crédito já ter sido integralmente utilizado para quitar o débito do IRPJ (cód. 2089) do período de apuração do 1º trimestre de 2001 (31/03/2001). 6. A interessada, de fato, obteve resposta à Consulta por ela formulada através do 10707.000582/200543, através da Solução de Consulta SRRF/7ª RF/DISIT n° 44, de 09.02.2006, cujo inteiro teor juntei às fls. 61/66, lhe garantindo o direito de, ao apurar o lucro presumido, aplicar o percentual de presunção do lucro de 8%. Adiante cito ementa e conclusão da mencionada Solução de Consulta: Ementa: LUCRO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. Para fins de determinação do lucro presumido, aplicase o percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida pelas empresas prestadoras de serviços hospitalares que se enquadrem no disposto nos artigos 1º e 2º do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 18/2003. Dispositivos Legais: Lei nº 5.172/1966; Lei nº 9.249/1995; Lei n.º 9.430/1996; IN SRF nº 306/2003; IN SRF nº480/2004; IN SRF nº 517/2005 e ADI SRF nº 18/2003. ............ Conclusão: 17. Dessa forma, em vista do exposto, solucionase a presente consulta, no sentido de que está correto o entendimento adotado pela consulente Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 134 4 quanto à alíquota aplicável de 8% para fins de cálculo do imposto de renda, caso ela não se enquadre no disposto no art. 2.º do Ato Declaratório Interpretativo SRF n.º 18/2003, e de que não há impedimentos para que a consulente, atendendo as condições e sob as garantias estipuladas pela legislação vigente, pleiteie a compensação dos valores pagos a maior, resultantes desta solução, no prazo máximo de cinco anos, contados a partir da data dos pagamentos. 7. Por sua vez, o Ato Declaratório Interpretativo (ADI) SRF n.º 18 de 23 de outubro de 2003, mencionado na Solução de Consulta, esclarece o seguinte: Art. 1.º Para fins do disposto no art. 15, §1º, III, "a'' da Lei n.º 9.249, de 26 de dezembro de 1995, considerase serviços hospitalares os prestados pelos estabelecimentos assistenciais de saúde constituídos por empresários ou sociedades empresárias. Art. 2.º Para fins do disposto no art. 1º, independentemente da forma de constituição da pessoa jurídica, não serão considerados serviços hospitalares, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, quando forem: I prestados exclusivamente pelos sócios da empresa; ou II referentes unicamente ao exercício de atividade intelectual, de natureza científica, dos profissionais envolvidos. Parágrafo único. Os termos auxiliares e colaboradores de que trata o caput referemse a profissionais sem a mesma habilitação técnica dos sócios da empresa e que a esses prestem serviços de apoio técnico ou administrativo. 8. Portanto, o fato é que a interessada, sendo sociedade empresária, obteve resposta à sua Consulta lhe garantindo o direito de apurar o IRPJ pelo lucro presumido adotando o percentual de 8% de presunção de lucro. Resta, entretanto, a apuração do crédito alegado. 9. No pedido de restituição a interessada alega ter efetuado pagamento maior que o devido do 1º trimestre de 2001, entretanto se evidencia que não foram adotadas as medidas necessárias à correta identificação do crédito, como a retificação das declarações anteriormente apresentadas, em particular a DCTF, o que, inclusive, levou ao indeferimento de seu pedido. 10. Sobre as declarações apresentadas, cabe aqui a constatação de que em 25/06/2002 a interessada apresentou DIPJ original nº 0670498 relativa ao exercício de 2002, anocalendário de 2001, sob a sistemática do lucro real, e que buscou retificar a mesma em 30/09/2004, alterando a sistemátiva de tributação para lucro presumido através da DIPJ nº 1222951, que não foi admitida, exatamente por se tratar de declaração retificadora com alteração de forma de tributação. A relação das declarações apresentadas pela interessada consta do extrato que juntei à fl. 67. 11. Isto não significa, contudo, que relativamente ao exercício de 2002, anocalendário de 2001, não tenha ocorrido a tempestiva e definitiva opção para o regime do lucro presumido. Apesar da impossibilidade de Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 135 5 retificar a DIPJ indicando o lucro presumido como forma de tributação do lucro, o fato de ter efetuado o recolhimento de janeiro de 2001 sob a sistemática do lucro presumido, utilizando o código de recolhimento 2089, determinou a forma de tributação da interessada sob tal regime, de forma definitiva para todo o ano calendário de 2000, tendo em vista o que determinam o art. 26 e §1º da Lei nº 9.430/96 e o art. 13, §1º da Lei nº 9.718/98. Portanto, é certo que, apesar de a DIPJ válida para o período indicar o lucro real como forma de tributação, no anocalendário de 2001 a forma de apuração do lucro adotada de fato pela interessada é a do lucro presumido. 12. A receita bruta do 1º trimestre de 2001 informada pela interessada é de R$41.342,70, conforme extrato da Ficha 06A da DIPJ ativa nº 0670498 do exercício de 2002, anocalendário de 2001, que juntei à fl. 68. Com tal valor de receita bruta, o cálculo do IR devido sob a sistemática de lucro presumido, considerando o percentual de presunção do lucro de 8% segue adiante demonstrado: Fato Gerador 1º trimestre 2001 Receita bruta 41.342,70 Lucro Presumido 3.307,42 Alíquota 15,00% IR devido 496,11 13. Na DCTF, segundo a tela do sistema Sief cuja cópia juntei à fl. 69, a interessada informou o valor do débito do IRPJ do 1º trimestre de 2001 como sendo de R$1.004,21. Vinculou ao débito três pagamentos, nos valores de R$398,41, R$262,56 e R$343,24. Vale mencionar que a interessada alega possuir crédito e pede restituição relativamente a todos os pagamentos vinculados ao débito do IRPJ do 1º trimestre de 2001, sendo um deles o relacionado ao crédito pleiteado no presente processo, conforme adiante discriminado: Valor total do Darf Crédito solicitado Valor Remanescente Processo de restituição 398,41 199,21 199,20 10730.907615/201139 262,56 131,29 131,27 10730.907629/201152 343,24 165,62 177,62 10730.907627/201163 Total 508,09 14. Constatase que o valor total remanescente dos pagamentos, no montante de R$508,09, é suficiente para satisfazer o débito do IRPJ devido sob a sistemática de lucro presumido, considerando o percentual de presunção do lucro de 8% aplicável à interessada e já demonstrado no item 12 do presente voto. Consequentemente, os valores listados na coluna “Crédito solicitado” podem ser tidos como recolhidos a maior e, portanto, passíveis de serem restituídos à interessada. 15. Conclusão: Por todo o exposto, entendo que há elementos suficientes para concluir que o montante de R$165,62 do Darf recolhido em 30/04/2001 sob o código de receita 2089 é considerado pagamento indevido ou a maior, devendo, por isso, ser restituído à interessada. Segue o voto vencedor: Voto Vencedor Apesar da acuidade do Relator em seu voto, divirjo quanto a apuração do crédito, que, a meu ver, deveria ter sido demonstrada pela contribuinte e não de ofício neste julgamento. Estamos aqui examinando um PER cujo crédito é informado como sendo um pagamento indevido ou a maior. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 136 6 Entretanto a contribuinte não retificou a sua confissão de dívida (DCTF), a qual continuou indicando um débito compatível com um percentual de presunção de lucro de 32% e não de 8% como almeja. Daí a inexistência do crédito, conforme despacho decisório, pois o DARF fora integralmente utilizado para quitar o débito do IRPJ (cód. 2089) do período de apuração de 31/03/2001. A solução de consulta SRRF/7ª RF/DISIT Nº44, de 09 de fevereiro de 2006 não dá (e não poderia mesmo dar) certeza de que toda a receita auferida pela contribuinte , ou mesmo parte dela, seja oriunda de serviços hospitalares que se enquadrem no disposto nos artigos 1º e 2º do ADI SRF nº 18/2003. Vale aqui relembrar a conclusão da consulta, transcrita pelo relator, quando menciona: “Dessa forma, em vista do exposto, solucionase a presente consulta, no sentido de que está correto o entendimento adotado pela consulente quanto à alíquota aplicável de 8% para fins de cálculo do imposto de renda, caso ela não se enquadre no disposto no art. 2.º do Ato Declaratório Interpretativo SRF n.º 18/2003, e de que não há impedimentos para que a consulente, atendendo as condições e sob as garantias estipuladas pela legislação vigente, pleiteie a compensação dos valores pagos a maior, resultantes desta solução, no prazo máximo de cinco anos, contados a partir da data dos pagamentos”. (GRIFEI) Notese que a consulta resolve a questão sob determinadas condicionantes, ou seja, a contribuinte tem sim, direito a calcular o lucro presumido com base no percentual de 8% da receita bruta para fins de cálculo do imposto de renda desde que ela não se enquadre no disposto no art. 2.º do Ato Declaratório Interpretativo SRF n.º 18/2003 e que atenda às condições e garantias estipuladas pela legislação vigente. Uma das condições estipuladas pela legislação vigente é a de que para reduzir débitos já declarados em DCTF deve se apresentada uma retificadora (§1º do artigo 9º da IN SRF nº 255/2002 vigente à época da transmissão do PER ora em exame). Tal determinação tem sua razão de ser porque a DCTF é o instrumento instituído com base no art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984 e no art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999 que formaliza perante a Administração Tributária Federal a comunicação da existência de débitos, constituindose, conforme é cediço, confissão de dívida. Há aqui uma questão a ser enfrentada quando a contribuinte não retifica sua DCTF. Quanto de sua receita auferida estaria enquadrada como serviços hospitalares? Será que 100% ? Não entendo que podemos chegar a esta conclusão a partir do crédito informado no PER como indevido ou a maior porque este tem de ser conseqüência de Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 137 7 débitos inferiores aos pagamentos efetuados. Conforme já visto o crédito foi totalmente utilizado para quitar um débito não retificado. E se a contribuinte não retifica sua confissão de dívida, permanecendo esta com débitos compatíveis com uma receita auferida não advinda de serviços hospitalares conforme o artigo 2º do ADI SRF nº 18/2003, creio ser temerário de ofício e em sede de julgamento, concluir de forma diversa, promovendo a restituição de um valor deslocandoo de um débito confessado. Quanto ao pleito de sobrestamento deste processo administrativo até a decisão definitiva do processo judicial de nº 2005.34.00.0339986 não há necessidade porque o pedido da contribuinte é o de que seja reconhecido o direito de recolher o IRPJ e CSLL com base de calculo de 8% (oito por cento) e 12% (doze por cento), respectivamente, o que já foi resolvido pela Solução de consulta SRRF/7ª RF/DISIT Nº44, de 09 de fevereiro de 2006. Ou seja, o contribuinte já teve o seu direito de compensar admitido por este órgão que administra o tributo, mas para o exercício deste direito a contribuinte não procedeu de acordo com o disciplinamento necessário para a aferição da higidez do crédito por ela pleiteado. Finalmente, o último pedido da contribuinte para que seja emitida certidão negativa de débitos até o término do julgamento nas instâncias administrativas é incabível. Além de a emissão de Certidão que prova a regularidade Fiscal da contribuinte depender de múltiplos fatores, que tranbordam os estreitos limites que este processo abranje, não é este órgão julgador dotado de competência regimental para tal requisição. À guisa de informação deve a contribuinte consultar a IN RFB nº 734/2007 que dispõe sobre a emissão de certidões. À vista de todo o exposto, concluo pelo indeferimento do PER. É o relatório. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 138 8 Voto Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator Recurso Voluntário: O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria de competência desta Corte Administrativa e preenche todos os demais requisitos de admissibilidade previstos em lei, portanto, dele tomo conhecimento. A Recorrente apresentou pedido de restituição, PER nº 16765.62245.290904.1.2.049306 (fls. 56/58), apresentado por meio eletrônico em 29/09/2004, no qual alega possuir crédito contra a Fazenda Pública no valor original de R$165,62, decorrente de pagamento a maior ou indevido do imposto de renda da pessoa jurídica – IRPJ cód. 2089, referente ao período de apuração de 31/03/2001, efetuado através de Darf recolhido em 30/04/2001, no valor principal de R$343,24. Antes de analisar o pano de fundo relativo a possibilidade de restituição do referido valor, conforme muito bem relatado pelo v. acórdão recorrido, não resta dúvida nos autos de que a Recorrente obteve a solução de Consulta SRRF/7RF/DIST n 44, que reconheceu o direito como prestadora de serviços médicos hospitalares de efetuar o recolhimento do IRPJ utilizando a base presumida de 8% (oito por cento), bem como autorizou a compensação do IRPJ recolhido a maior, nos últimos 5 anos. Vejamos a parte do relatório que nos interessa neste momento. 3.3. Que em 17.11.2005 protocolou Consulta Administrativa perante a Secretaria da Receita Federal através do processo n° 10707.000582/200543, questionando a possibilidade de compensar os valores supostamente recolhidos à maior a título de IRPJ, a qual resultou na solução de consulta SRRF/7ª RF/DISIT n° 44, lavrada em 09.02.2006, que reconheceu o direito de, como prestadora de serviços médicos hospitalares, poder efetuar o recolhimento do IRPJ utilizando a base presumida de 8% (oito por cento), bem como autorizou a compensação do IRPJ recolhido a maior, nos últimos 5 anos. Passados mais de 5 anos a SRF vem indeferir o pedido de restituição, não homologando as compensações realizadas em confronto com a previsão do § 5o do art. 74 da Lei n° 9.430/96. Logo, deve ser reconhecida a prescrição tácita e por conseguinte cancelado o despacho que não homologou as compensações realizadas; 3.4. Que sempre efetuou o recolhimento do IRPJ utilizando a base presumida de 32% descrita no artigo 15 da Lei n° 9.249/95, embora suspeitasse que se enquadrava no teor da IN/SRF 306 (art. 23, II, alíneas "a", "b" e "c"), mantida pela IN/SRF 408/04, segundo a qual as sociedades prestadoras de serviços médico hospitalares devem efetuar o recolhimento do IRPJ utilizando a base presumida de 8% (oito por Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 139 9 cento). Daí a necessidade de efetuar a referida consulta administrativa, a fim de assegurar o procedimento da compensação já nos recolhimentos seguintes, caso autorizado pela Secretaria da Receita Federal; Sendo assim, a solução de consulta acima indicada, não deixa dúvida de que a Recorrente pode se utilizar da sistemática de apuração do lucro presumido com base de 8% e compensar os créditos de IRPJ recolhido a maior, nos últimos 5 anos, restando a matéria para ser discutida nos autos, em sede de Recurso Voluntário, sobre a possibilidade de se retificar e apresentar a DCTF durante o curso do processo, após o r. Despacho Decisório e ter sido proferido v. acórdão que julgou a manifestação de inconformidade, bem como a possibilidade de retificar a DIPJ após ter sido apresentado o pedido de restituição (dia 29/09/2004) e antes de ter sido proferido o r. Despacho Decisório. No caso dos autos, a Recorrente não apresentou a DCTF e tentou retificar a DIPJ original nº 0670498 relativa ao exercício de 2002 (anocalendário 2001) apresentada em 25/06/2002, com a DIPJ retificadora nº 1222951 apresentada em 30/09/2004, com objetivo de alterar a sistemática do lucro real para a do lucro presumido. Ou seja, em 25/06/2002 a interessada apresentou DIPJ original nº 0670498 relativa ao exercício de 2002, anocalendário de 2001, sob a sistemática do lucro real, e um dia após a apresentação do pedido de restituição (dia 29/09/2004) tentou retificar a mesma em 30/09/2004, alterando a sistemática de tributação para lucro presumido através da DIPJ retificadora nº 1222951. Tal procedimento não foi aceito pela fiscalização, que decidiu não o admitir exatamente por se tratar de declaração retificadora com alteração da forma de tributação. As declarações apresentadas pela interessada consta do extrato que juntei à fl. 67. Desta forma, a matéria a ser discutida nos autos é relativa a possibilidade de se aceitar a entrega da DCTF durante o processo administrativo e após ter sido proferido o r. Despacho Decisório, bem como a possibilidade de se retificar a DIPJ antes do despacho decisório. Outro ponto importante que entendo ser necessário analisar e que foi levantado pelo v. acórdão recorrido é que apesar de a Recorrente ter indicado na DIPJ/2002, ano calendário 2001, a sistemática do lucro real, ela efetuado o recolhimento com o código 2089 e para janeiro de 2001 utilizou a sistemática do lucro presumido, o que, segundo o voto vencedor, determinou a forma de tributação da interessada sob tal regime de forma definitiva para todo o anocalendário de 2000. Portanto, apesar de a DIPJ válida para o período indicar o lucro real como forma de tributação do anocalendário de 2001, a forma de apuração do lucro adotada pela Recorrente é a de lucro presumido. Vejamos a parte do voto vencido que tratou deste ponto. 11. Isto não significa, contudo, que relativamente ao exercício de 2002, anocalendário de 2001, não tenha ocorrido a tempestiva e definitiva opção para o regime do lucro presumido. Apesar da impossibilidade de retificar a DIPJ indicando o lucro presumido como forma de tributação do lucro, o fato de ter efetuado o recolhimento de janeiro de 2001 sob a sistemática do lucro presumido, utilizando o código de recolhimento 2089, determinou a forma de tributação da interessada sob tal regime, de forma definitiva para todo o ano calendário de 2000, tendo em vista o que determinam o art. 26 e §1º da Lei nº 9.430/96 e o art. 13, §1º da Lei nº 9.718/98. Portanto, é certo que, apesar de a DIPJ Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 140 10 válida para o período indicar o lucro real como forma de tributação, no anocalendário de 2001 a forma de apuração do lucro adotada de fato pela interessada é a do lucro presumido. 12. A receita bruta do 1º trimestre de 2001 informada pela interessada é de R$41.342,70, conforme extrato da Ficha 06A da DIPJ ativa nº 0670498 do exercício de 2002, anocalendário de 2001, que juntei à fl. 68. Com tal valor de receita bruta, o cálculo do IR devido sob a sistemática de lucro presumido, considerando o percentual de presunção do lucro de 8% segue adiante demonstrado: Fato Gerador 1º trimestre 2001 Receita bruta 41.342,70 Lucro Presumido 3.307,42 Alíquota 15,00% IR devido 496,11 De acordo com o voto vencido, na DCTF, segundo a tela do sistema Sief cuja cópia juntei à fl. 69, a interessada informou o valor do débito do IRPJ do 1º trimestre de 2001 como sendo de R$1.004,21. Vinculou ao débito três pagamentos, nos valores de R$398,41, R$262,56 e R$343,24. Vale mencionar que a interessada alega possuir crédito e pede restituição relativamente a todos os pagamentos vinculados ao débito do IRPJ do 1º trimestre de 2001, sendo um deles o relacionado ao crédito pleiteado no presente processo, conforme adiante discriminado: Valor total do Darf Crédito solicitado Valor Remanescente Processo de restituição 398,41 199,21 199,20 10730.907615/201139 262,56 131,29 131,27 10730.907629/201152 343,24 165,62 177,62 10730.907627/201163 Total 508,09 Da análise do quadro acima, colacionado no v. acórdão, constatase que o valor total remanescente dos pagamentos, no montante de R$ 508,09, é suficiente para satisfazer o débito do IRPJ devido sob a sistemática de lucro presumido, considerando o percentual de presunção do lucro de 8% aplicável à interessada e já demonstrado na citação colacionada no parágrafo anterior do presente voto (IR devido R$ 496,11). Consequentemente, os valores listados na coluna “Crédito solicitado” podem ser tidos como recolhidos a maior e, portanto, passíveis de serem restituídos à interessada. Sendo assim, o D. Relator do voto vencido entendeu que há elementos suficientes para concluir que o montante de R$ 165,62 do DARF recolhido em 30/04/2001 sob o código de receita 2089 é considerado pagamento indevido ou a maior, devendo, por isso, ser restituído a Recorrente. Pois bem. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 141 11 Em relação a possibilidade da apresentação da DCTF em sede de Recurso Voluntário, em respeito ao princípio da busca da verdade material, entendo não verifico qualquer óbice. Inclusive, fazendo um paralelo da matéria analisada neste processo, esta C. Turma tem jurisprudência no sentido de que a DCTF pode ser retificada após o r. despacho decisório. A Título exemplificativo, segue ementa do v. acórdão que decidiu neste sentido: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/11/2005 a 30/11/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO NO PER/DCOMP. Inexistindo comprovação do direito creditório informado no PER/DCO MP, é de se considerar não homologada a compensação declarada. DCTF RETIFICADORA. PRAZO. Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o direito de o contribuinte proceder à retificação das DCTFs extingue se após 5 (cinco) anos contados da data da ocorrência dos corresponde ntes fatos geradores. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido (Processo 10880.967614/201219) Terceira Seção de Julgamento. Entretanto, em relação a DIPJ, a jurisprudência e a legislação não permitem a retificação quando se pretende alterar a forma de tributação. Sendo assim, como muito bem apontado no voto vencido do v. acórdão recorrido que refez a apuração com base nos dados contidos na DIPJ original e informações do sistema Sief e conseguiu demonstrar que a Recorrente provavelmente tem direito ao crédito, entendo ser necessário converter o julgamento em diligência para que: 1 intime a Recorrente a juntar a DCTF que alimentou as informações do sistema Sief; 2 em seguida, encaminhese os autos para a autoridade fiscal para se manifestar sobre a existência do crédito pleiteado com base na DIPJ retificada e com a DCTF, juntamente com os argumentos constantes no voto vencido do v. acórdão recorrido onde restou demonstrado que apesar de ter indicado a forma de apuração pelo lucro real, a Recorrente teria aplicado a sistemática do lucro presumido, conforme o recolhimento feito com o código 2089. 3 elabore relatório circinstânciado informando se com base na análise da DIPJ retificada, com a DCTF e a DARF a Recorrente tem direito a restituição do crédito. Caso meus para entendam que este não é o melhor entendimento, então, em respeito ao devido processo legal, cerceamento de defesa e para que não ocorra supressão de instância, anulo o v. acórdão recorrido para que outro seja proferido em seu lugar analisando todos os argumentos postos na manifestação de inconformidade da Recorrente, inclusive o de que ocorreu prescrição tácita devido ao decurso do prazo de cinco anos, o pedido de Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10730.907627/201163 Resolução nº 1402000.631 S1C4T2 Fl. 142 12 sobrestamento do feito/julgamento até que seja proferida decisão definitiva na ação em tramite no judiciário, dentre todos os outros importantes argumentos que deixaram de constar no voto vencedor do v. acórdão recorrido. É como voto. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Fl. 142DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.010408/99-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jun 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1998
COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS DE TERCEIROS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA.
Os pedidos de compensação de débitos de terceiros não se transformam em declarações de compensação, não podendo assim se operar a homologação tácita.
SALDO NEGATIVO. ESTIMATIVAS COMPENSADAS. RECONHECIMENTO.
Reconhecida a compensação de estimativas mensais, os valores devem compor o saldo negativo do tributo no referido ano-calendário.
Numero da decisão: 1201-002.282
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado) e Ester Marques Lins de Sousa. Ausente, justificadamente, o conselheiro Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
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(atual denominação da COMPANHIA UNIÃO DOS REFINADORES AÇÚCAR E CAFÉ) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998 COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS DE TERCEIROS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Os pedidos de compensação de débitos de terceiros não se transformam em declarações de compensação, não podendo assim se operar a homologação tácita. SALDO NEGATIVO. ESTIMATIVAS COMPENSADAS. RECONHECIMENTO. Reconhecida a compensação de estimativas mensais, os valores devem compor o saldo negativo do tributo no referido anocalendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 01 04 08 /9 9- 16 Fl. 354DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 3 2 convocado) e Ester Marques Lins de Sousa. Ausente, justificadamente, o conselheiro Rafael Gasparello Lima. Relatório Adotase o relatório da Resolução nº 10301.883 da então 3ª Câmara (fls. 284 a 288) do Primeiro Conselho de Contribuintes, com os complementos necessários: Tratase Recurso voluntário interposto em face de Decisão da DRJ de São Paulo I, que julgou parcialmente procedente Pedido de Restituição formulado pela Recorrente. O Acórdão recorrido esta assim ementado: "Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1998 Ementa: RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ O saldo negativo constante da DIPJ deixou de existir após redução, pela autoridade administrativa, dos valores de IRPJ calculados por estimativa e de IRRF, compensados com o imposto apurado com base no lucro real. Os valores desconsiderados de IRPJ calculados por estimativa haviam sido objeto de compensação com créditos de PIS, em processo distinto, no qual foi indeferida a restituição, deixando de ser homologadas as compensações. COMPENSAÇÕES. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS PRÓPRIOS. INOCORRÊNCIA DA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS DE TERCEIROS Houve homologação tácita das compensações dos débitos próprios, cujos pedidos .foram protocolizados há mais de cinco anos da ciência despacho decisório proferido pela autoridade administrativa competente. Não ocorre a homologação tácita de compensação de débitos de terceiros, uma vez que, neste caso, o pedido de compensação não se transforma em DCOMP. Solicitação Deferida em Parte" O Pedido de Restituição foi recepcionado em 15/01/2002 (fl. 30), após intimação feita pelo órgão preparador, nos seguintes termos (fl. 29): "EM QUAL PROCESSO FOI REQUERIDO O RECONHECIMENTO DO CRÉDITO QUE DESEJA COMPENSAR? SE FOR O PRESENTE PROCESSO, APRESENTAR O FORMULÁRIO "PEDIDO DE RESTITUIÇÃO" DEVIDAMENTE PREENCHIDO, JUNTAMENTE COM DOCUMENTAÇÃO QUE COMPROVE O CRÉDITO." Fl. 355DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 4 3 A restituição pleiteada referese a saldo credor de IRPJ apurado na DIPJ do anocalendário de 1998, exercício financeiro de 1999, no valor de RS 1.818.602,09 (fls. 31 a 40). Constam do processo pedidos de compensação de débitos próprios (fls. 01, 21, 26, 45) e débitos de terceiros (fls. 02, 22, 24, 25, 27), protocolizados no período de 05/05/1999 a 09/09/1999. Analisando o pleito, a Divisão de Orientação e Análise Tributária (DIORT) da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributaria em São Paulo (DERAT SPO) proferiu o despacho decisório de fls. 174 a 176, indeferindo o pedido de restituição e, conseqüentemente, os pedidos de compensação, fazendo referência à diligência fiscal solicitada para esclarecer divergências apontadas na declaração de IRPJ do anocalendário de 1998, e tecendo as seguintes considerações: "Analisandose a cópia da Ficha 13 da DIPJ/99, anocalendário 1998 (fls. 40), verificase que o contribuinte optou pelo pagamento por estimativa, sendo que no, fim do anocalendário, o valor declarado a título de estimativa (linha 16) e o IRRF (linha 13) foram superiores ao valor de IR líquido devido. Conforme relatório de diligência fiscal de . fls. 159 a 161, a fiscalização informou que nos meses de janeiro e fevereiro de 1998 as parcelas de IRPJ apuradas por estimativa foram compensadas com créditos de outro processo, cuja petição foi indeferida e que: "os valores do IRRF (item 03 acima R$ 157.205,19). Este valor informado pelo contribuinte, foi comprovado pelas notas fiscais anexadas ao processo". Porém, considerase a documentação hábil para comprovar os valores deduzidos de IRRF os informes de rendimentos fornecidos pelas fontes pagadoras de acordo com IN SRF 150/98 (art. 4º); sendo assim, considerarseá como comprovado o IRRF constante na documentação acostada aos autos (fls. 76 a 138) e constante no Sistema IRF/CONS (fls. 47). Considerando que o contribuinte não comprovou os valores devidos a título de estimativa nos meses de janeiro e fevereiro, tendo em vista que a DRJ manteve o indeferimento do crédito (cópia decisão fls. 162 a 173) e conseqüentemente não homologou as compensações pleiteadas no processo 10880.000558/9821, que recolheu a título de estimativa o total de RS 1.880.448,94 (meses de março, maio e julho — fls. 48), que comprovou IRRF no total de R$ 125.994,97, e que devia IR líquido de R$ 2.539.628,19, não há que se falar em saldo credor no anocalendário de 1998. Assim sendo, proponho QUE SE INDEFIRA o pedido de restituição de . fls. 30, bem como que se indefiram conseqüentemente os pedidos de compensação de fls. 01, 02, 21, 22, 24, 25, 26. 27, 45, bem como dos processos apensos nºs 10880.019782/9931, 13807.009905/200109 e 13807.010226/200174." Inconformada com o decidido pela Autoridade Administrativa, do qual tomou ciência em 09/06/2005 (fl. 179, verso), a contribuinte apresentou, em 01/07/2005, Fl. 356DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 5 4 (fls. 188, 189, e 191 a 193), manifestação de inconformidade (fls. 181 a 186), com as seguintes alegações, em síntese: o pleito de compensação foi formulado em 05/05/1999, e posteriormente, no curso do ano de 1999, foram juntados aos autos outros pedidos de compensação, conforme a absorção dos débitos vinha ocorrendo (inclusive débitos de terceiros), como determinava a legislação vigente à época; foi intimada da decisão de primeiro grau apenas em 09/06/2005, do que resulta claro que todas as compensações abrangidas no presente feito, realizadas em 1999, restam definitivamente homologadas, não estando mais sujeitas à revisão. em razão do decurso de prazo para tanto; a restituição/compensação formulada pela recorrente decorre de saldo credor de IRPJ apurado no ano de 1998, que se formou em razão de ter optado pelo recolhimento por estimativa, sendo que, ao final do exercício, os pagamentos antecipados, acrescidos do IR Fonte, superaram o montante que seria devido; nos meses de janeiro e fevereiro, de 1998, os valores devidos a título de estimativa foram compensados com créditos de PIS, apurados e em discussão no processo administrativo n° 10880.000558/9821; no referido processo, a decisão proferida pela DRF foi no sentido da ilegitimidade da compensação, e em razão disso a autoridade julgadora não reconheceu as compensações no presente feito, passando o saldo credor de IRPJ informado a ser devedor, o que justificou o indeferimento do pleito de restituição/compensação formulado; embora a DRJ tenha julgado improcedente a compensação formulada no processo administrativo de PIS, a recorrente interpôs recurso voluntário contra aquela decisão, que ainda não foi julgado; a legislação é clara no sentido de que os recursos administrativos interpostos em processos de compensação têm efeito suspensivo, inclusive o destinado ao Conselho de Contribuintes, a eles se aplicando o disposto no art. 151, III, do CTN (Lei n° 9.430, de 1996, art. 74); tendo em vista a apresentação de recurso no processo n° 10880.000558/98 21, cujos créditos foram utilizados para pagamento do IR — estimativa em janeiro e fevereiro, de 1998, não pode a autoridade administrativa rejeitar a compensação realizada e, com base na falsa premissa de que não houve pagamento nos meses em questão, prosseguir com a cobrança; até que seja julgado o recurso de embargos de declaração interposto no procedimento atinente ao PIS, as compensações realizadas com débitos de IRPJ exercem os seus efeitos regulares, quais sejam, o de extinguir, sob condição resolutória, a obrigação tributária. No recurso voluntário foi alegado: a) a homologação tácita da compensação com débitos de terceiros, pela aplicação dos §§ 4° e 5° do art. 74 da Lei n° 9.430/96; b) a suspensão de exigibilidade dos débitos de terceiros indicados para compensação, até a conclusão quanto ao processo nº 10880.000558/9821. Fl. 357DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 6 5 A recorrente interpôs embargos de declaração em face da resolução em epígrafe, que foram rejeitados. Quanto ao processo nº 10880.019782/9931 (apenso), relativo à cobrança dos débitos de terceiros, após a inscrição deles em Dívida Ativa houve o ajuizamento de ações cujas decisões constam às correspondentes fls. 274 a 284. Em face delas foi emitido o despacho de fls. 285 a 287 pela Procuradoria da Fazenda Nacional, com o seguinte teor: 1. O presente Processo Administrativo, cujo objeto é a Dívida Inscrita nº 80.2.06.07829166, decorre de desmembramento do Processo Administrativo nº 10880.010408/9916, onde o pedido de compensação do contribuinte foi indeferido e, com base no Parecer PGFN/CAT/CDA nº 1.499/05 (fl. 110), o débito foi encaminhado para inscrição, a despeito da apresentação de Manifestação de Inconformidade (à época, desprovida de previsão legal de efeito suspensivo). A Execução Fiscal foi autuada sob nº 2007.61.82.0211900. 2. Ocorre que, acolhendo exceção de préexecutividade apresentada pelo executado, a execução foi extinta, sem julgamento do mérito, ao argumento de que o recurso administrativo apresentado pelo contribuinte (manifestação de inconformidade) se conformaria ao artigo 151, III, do CTN, declarandose a insubsistência do título executivo. 3. Referida decisão, contudo, expressamente ressalvou que “dadas as razões em que se funda, a presente sentença não obsta a ulterior produção de novo título, não se afigurando oponível, a tal atividade, argumentos relacionados a decadência e/ou prescrição uma vez reconhecido, aqui, o estado de suspensão de exigibilidade em proveito da executadaexcipiente, à exeqüente há de socorrer, por lógica, o direito à recontagem de prazos, se e quando "liberada" (dado o eventual julgamento, em favor dessa última, do processo administrativo pendente) a (re)constituição do crédito exequendo”. 4. A apelação da União foi improvida pelo TRF da 3ª Região, restando pendente de admissibilidade o Recurso Especial interposto. 5. Do relato acima, uma primeira conclusão inafastável, ante a ausência de efeito suspensivo ao Recurso Especial, é a necessidade da imediata extinção da Inscrição nº 80.2.06.07829166. [...] 7. Noutro giro, em análise ao Processo Administrativo nº 10880.010408/9916 (de onde o presente se originou), verificouse que a discussão administrativa não está encerrada, remanescendo pendente de julgamento recurso voluntário do contribuinte1. 8. Assim, a par do necessário cancelamento da inscrição, considerandose que Processo Administrativo 10880.010408/9916 encontrase pendente de julgamento pelo CARF, ou seja, não haveria de se falar em prescrição, cuja contagem sequer se iniciou, parece apropriado o pleno cumprimento da sentença a fim de que o presente processo volte à RFB para que a cobrança do crédito tributário fique vinculada à conclusão da discussão administrativa travada no PA 10880.010408/9916. [...] 10. Isto posto, proponho o encaminhamento ao Apoio DIGRA para cancelamento da Inscrição nº 80.2.06.07829166, por força da sentença proferida na Fl. 358DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 7 6 EF 2007.61.82.0211900, mantida pelo TRF, e o envio do presente processo à RFB para que se aguarde o desfecho do Processo Administrativo nº 10880.010408/9916. No voto condutor da Resolução nº 10301.883 ficou assentado que: Demais, o saldo credor do IRPJ, objeto do presente processo, teve origem com o pagamento do imposto pelo regime de estimativa, sendo que nos meses de janeiro e fevereiro/98, os valores do IRPJ, devidos a titulo de antecipação, foram pagos mediante a compensação dos créditos do PIS, objeto do processo 10880.000558/9821, ainda pendente de decisão. Destarte, por força do artigo 151, III, do CTN c/c o artigo 74, da Lei 9.430/96, que conferem aos recursos administrativos interpostos em processo de compensação, efeito suspensivo, tenho que enquanto o referido processo não transitar em julgado, não há como analisar e julgar o presente recurso. Em face do exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que os autos retornem à Secretaria para aguardar o trânsito em julgado do Recurso 133.759, em tramitação no Segundo Conselho de Contribuintes, quando deverá ser juntado aos autos cópia da decisão definitiva e retornar a Mesa para julgamento. O processo nº 10880.000558/9821 já está definitivamente julgado, conforme cópia do Acórdão nº 9203003.086 da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais acostada às fls. 343 a 348. A decisão foi no sentido de se reconhecer a homologação tácita quanto às compensações declaradas e controladas no referido processo. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator. Admissibilidade. O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, pelo deve ser conhecido. Mérito. Pela decisão de piso, já foram consideradas homologadas tacitamente as compensações cujos pedidos de compensação de débitos próprios, convertidos em declarações de compensação, estão acostados às fls. 01, 21, 26, 45. Não foram homologadas as compensações de débitos de terceiros (fls. 02, 22, 24, 25, 27). Compensações de débitos de terceiros. Homologação tácita. Fl. 359DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 8 7 Quanto a essa questão, adotase, como razões de decidir, parte do voto da decisão de piso, conforme abaixo: 18 Quanto aos débitos de terceiros, cabe a ressalva de que, na época da apresentação dos pedidos a compensação de débitos com créditos de terceiros era permitida, tendo em vista que a IN SRF n° 21, de 10 de março de 1997, D.O.U. de 11/03/1997, assim previa: Art. 2° Poderão ser objeto de pedido de restituição, total ou parcial, o crédito decorrente de qualquer tributo ou contribuição administrado pela SRF, seja qual for a modalidade do seu pagamento, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo, indevido ou a maior que o devido; II erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. (...) Art. 12. Os créditos de que tratam os arts. 2° e 3°, inclusive quando decorrentes de sentença judicial transitada em julgado, serão utilizados para compensação com débitos do contribuinte, em procedimento de oficio ou a requerimento do interessado. § 1° A compensação será efetuada entre quaisquer tributos ou contribuições sob a administração da SRF, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional. (...) Art. 15. A parcela do crédito a ser restituído ou ressarcido a um contribuinte, que exceder o total de seus débitos, inclusive os que houverem sido parcelados, poderá ser utilizada para a compensação com débitos de outro contribuinte, inclusive se parcelado. § 1° A compensação de que trata este artigo será efetuada a requerimento dos contribuintes titulares do crédito e do débito, formalizado por meio do formulário "Pedido de Compensação de Crédito com Débito de Terceiros", de que trata o Anexo IV." (grifei) 19 Posteriormente, tal compensação foi vedada, a teor do disposto no art. 10 da Instrução Normativa SRF n° 41, de 7 de abril de 2000, D.O.U. de 10/04/2000, in verbis: Fl. 360DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 9 8 Art. 1° É vedada a compensacão de débitos do sujeito passivo, relativos a impostos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, com créditos de terceiros. Parágrafo único. A vedação referida neste artigo não se aplica aos débitos consolidados no âmbito do Programa de Recuperação Fiscal REFIS e do parcelamento alternativo instituídos pela Medida Provisória n° 2.0045, de 11 de fevereiro de 2000, bem assim em relação aos pedidos de compensação formalizados perante Secretaria da Receita Federal até o dia imediatamente anterior ao da entrada em vigor desta Instrução Normativa. 20 Os Pedidos de Compensação de Crédito com Débito de Terceiros foram protocolizados em 1999, estando amparado pela legislação vigente à época. 21 No entanto, tais pedidos não foram convertidos em DCOMP, uma vez que o art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996 com a redação dada pela MP n° 66, de 2002, convertida na Lei n° 10.637, de 2002 , que cuida da matéria, prevê, em seu caput, somente a compensação de débitos próprios. Sendo assim, não há que se falar em homologação tácita após decurso de cinco anos da formalização do pedido. [...] Não pode ser reconhecida, pois, a homologação tácita das compensações de débitos de terceiros. Crédito. Compensações de débitos de estimativas. Como relatado, o crédito informado é decorrente de saldo negativo de IRPJ obtido em face de dedução de estimativas mensais compensadas e IRRF. Quanto ao IRRF, o valor foi reduzido já por ocasião do Despacho Decisório, não havendo nenhuma contestação quanto a isso. No que tange às estimativas, o valor também foi reduzido, tendose em vista a não homologação das compensações (despacho decisório, decisão da DRJ/São Paulo e da Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes), controladas no processo nº 10880.000558/9821. Não há no Recurso Voluntário um pedido direto para que o crédito das estimativas compensadas sejam consideradas para fins de crédito. No entanto, esse pedido pode ser depreendido daquele relativo à suspensão da exigibilidade dos débitos de terceiros compensados neste processo, até a conclusão quanto ao processo nº 10880.000558/9821. Assim, manejado o Recurso Especial pela contribuinte no processo referido nos parágrafos anteriores, a decisão da Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes foi revertida, considerandose homologadas tacitamente as compensações de estimativas de IRPJ do anocalendário em questão com créditos de PIS/Pasep, nos termos do Acórdão nº 9203003.086, da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 343 a 348). Em face disso, há que se reconhecer as estimativas compensadas para a composição do saldo negativo do IRPJ do anocalendário 1998, a ser apurado pela unidade da RFB da circunscrição da contribuinte, considerandose, também, o IRRF reconhecido nas decisões anteriores. Fl. 361DF CARF MF Processo nº 10880.010408/9916 Acórdão n.º 1201002.282 S1C2T1 Fl. 10 9 Do referido saldo negativo, deverão ser descontados os valores equivalentes àqueles que seriam necessários para a homologação das compensações de débitos próprios (homologação tácita reconhecida pela decisão de piso), tudo valorado segundo a legislação de regência. Conclusão. Em face do exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário para, no mérito, darlhe provimento, no sentido de homologar as compensações de débitos de terceiros (pedidos às fls. 02, 22, 24, 25 e 27), até o limite do crédito reconhecido. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Fl. 362DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.912308/2012-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
RESTITUIÇÃO. REQUISITO.
O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN).
Numero da decisão: 3201-003.836
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 RESTITUIÇÃO. REQUISITO. O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório METROBENS AUTOMÓVEIS LTDA. apresentou pedido eletrônico de restituição de crédito da contribuição (Cofins/PIS), pedido esse que restou indeferido pela repartição de origem em razão do fato de que o pagamento informado pelo pleiteante já havia sido utilizado para quitação de outros débitos de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 91 23 08 /2 01 2- 17 Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10980.912308/201217 Acórdão n.º 3201003.836 S3C2T1 Fl. 3 2 Cientificado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a reavaliação do despacho decisório, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) o direito creditório pleiteado se refere a pagamento a maior da contribuição (PIS/Cofins) decorrente da inclusão indevida do ICMS em sua base de cálculo; b) a contribuição (PIS/Cofins) incide sobre o faturamento mensal que corresponde à receita bruta da venda de mercadorias e/ou serviços; c) a Lei nº 9.718/1998 extrapolou a previsão constitucional, instituindo as contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente do tipo de atividade exercida e/ou da classificação contábil adotada, enquanto que o art. 195, I, "b", da Constituição Federal previa a instituição de contribuições sociais somente sobre o faturamento, o que não abrange o valor pago a título de ICMS, visto que tal valor constitui ônus fiscal e não faturamento. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por meio do acórdão nº 02 065.681, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, diante da não comprovação do crédito pleiteado. Irresignado, o contribuinte interpôs, no prazo legal, Recurso Voluntário, repisando os mesmos argumentos de defesa, destacando a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição (PIS/Cofins), conforme decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal proferida no dia 8 de outubro de 2014, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852/MG, que também reconheceu a repercussão geral da matéria no julgamento do RE nº 574.706. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.778, de 20/06/2018, proferido no julgamento do processo 10980.912250/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.778): O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou PER/DCOMP por meio do qual requereu a restituição da Cofins apurada em novembro de 2006. Indeferido o pleito ao argumento de que o crédito vindicado estava integralmente utilizado para quitação de débitos do próprio contribuinte, Fl. 54DF CARF MF Processo nº 10980.912308/201217 Acórdão n.º 3201003.836 S3C2T1 Fl. 4 3 a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, por meio da qual alegou, com fundamento em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal STF, que o direito à restituição decorre do fato do pagamento a maior do PIS/Cofins, em face da inclusão, nas suas respectivas bases de cálculos, do ICMS estadual, argumento repetido no recurso voluntário, ora apreciado. A Recorrente, contudo, não se atentou para o fato – devidamente explicitado no acórdão recorrido – de que a razão para o indeferimento do pedido repousou na utilização integral do crédito para pagamento de débito da mesma contribuição. Noutras palavras, a Recorrente sequer apresentou, antes ou após a ciência do Despacho Decisório (na verdade, nada falou a respeito em suas defesas), DCTF retificadora para permitir a liberação do valor requerido, se fosse o caso, e a sua restituição em pecúnia ou a sua compensação com outros tributos. Ainda que eventualmente seja procedente o argumento que embasa o pedido (isso não significa que concordemos com a tese), a Administração Tributária não podia e não pode restituir valor já alocado para quitação de um tributo. Quem deve fazêlo é o próprio contribuinte, de ordinário antes de apresentar o pedido eletrônico de restituição. É como, aliás, entende a própria RFB, como indica o Parecer Normativo Cosit nº 2, de 28 de agosto de 2015: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido Fl. 55DF CARF MF Processo nº 10980.912308/201217 Acórdão n.º 3201003.836 S3C2T1 Fl. 5 4 objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442 Portanto, para que haja a possibilidade de restituição, o crédito respectivo deve estar liberado, mediante a entrega de DCTF retificadora, exceto quanto às hipóteses de impedimento à sua apresentação, não verificadas, aliás, no caso ora em exame, como, por exemplo, quando o saldo a pagar já tenha sido enviado à Procuradoria da Fazenda Nacional PFN para inscrição em Dívida Ativa. Não cabe, ademais, à RFB fazer a retificação de ofício. Como consignado nos fundamentos do referido PN, "enquanto não retificada a DCTF, o débito ali espontaneamente confessado é devido, logo, valor utilizado para quitálo não se constitui formalmente em indébito, sem que a recorrente promova a prévia retificação da declaração. (Acórdão nº 1302001.571, Rel. Cons. Alberto Pinto Souza Júnior, 25 de novembro de 2014)". A situação aqui enfrentada é, como se percebe, diferente da que comumente se vê no Contencioso Administrativo, em que o interessado costuma apresentar DCTF retificadora, mas não apresenta, na manifestação de inconformidade, documentos contábeis/fiscais Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10980.912308/201217 Acórdão n.º 3201003.836 S3C2T1 Fl. 6 5 comprovando o erro cometido na original, ou os apresenta neste recurso, mas o só fato de a DCTF retificadora ter sido apresentada após a ciência do Despacho Decisório leva a DRJ a manter, por esse só motivo, o indeferimento do pedido de restituição. Não tendo sido apresentada DCTF retificadora, o crédito reclamado continua vinculado ao pagamento confessado na DCTF enviada à RFB, de modo que, nesse contexto, não há como restituílo. Contudo, não foi este o entendimento dos demais integrantes da Turma, que, muito embora também negando provimento ao recurso, fizeramno ao argumento de que não haveria provas do direito reclamado pela Recorrente (apenas apresentou planilha discriminando os valores pleiteados, mas nenhum documento fiscal ou contábil). Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Contribuição para o PIS. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 57DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11444.000667/2010-90
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2005 a 31/12/2009
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-007.021
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009.
(Assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 44 4. 00 06 67 /2 01 0- 90 Fl. 133DF CARF MF 2 Ana Paula Fernandes – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pela Fazenda Nacional face ao acórdão 230201.646, proferido pela 2ª Turma Ordinária / 3ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Tratase de Auto de Infração de obrigação principal – AIOP DEBCAD nº 37.279.8438, constituindo contribuições devidas à Seguridade Social, parcela devida pelos segurados exercentes de mandatos eletivos municipais – vereadores , considerados empregados para fins previdenciários, sobre suas remunerações, não declaradas nem recolhidas pelo sujeito passivo no período de 06/2005 a 12/2009, resultando num crédito tributário no importe de R$ 126.077,60, valor consolidado em 08/06/2010, compreendendo juros, multa de mora e de ofício, com observância do art. 106, II, “c” do Código Tributário Nacional, considerandose as modificações havidas no ordenamento jurídico desde a edição da MP 449/2008, convertida na Lei 11941/2009. Devidamente intimadas, a Câmara e a Prefeitura Municipal apresentaram impugnação. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto, às fls. 74/84, julgou improcedente as impugnações, mantendo o crédito tributário exigido. O Município interpôs Recurso Voluntário, fls. 89/95, sob os seguintes fundamentos: a) a lei ordinária jamais poderia criar regime previdenciário; b) a questão já teria sido dirimida pelo STF; c) não haveria relação de emprego entre o Município e os agentes políticos; d) não poderia ser cobrada multa pela ausência de dolo; e) não poderia ser imputada multa ao ente público. Às fls. 96/102, a Câmara Municipal de Chavantes interpôs igualmente Recurso Voluntário reiterando os argumentos exarados pelo Município. A 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 108/116, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Ordinário, devendo a multa ser calculada considerando as disposições do art. 35 da Lei n 8.212 de 1991 para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória nº 449 de 2008 e posterior à competência fevereiro de 2007. A ementa do acórdão recorrido assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/06/2005 a 31/12/2009 Fl. 134DF CARF MF Processo nº 11444.000667/201090 Acórdão n.º 9202007.021 CSRFT2 Fl. 10 3 CONTRIBUIÇÃO A CARGO DOS MUNICÍPIOS MANDATO ELETIVO. LEI 10.887/2004. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DEVIDAS ENQUADRAMENTO SEGURADOS EMPREGADOS. Após a entrada em vigor da Lei n ° 10.887/2004, são devidas as contribuições previdenciárias sobre a remuneração paga aos segurados ocupantes de mandato eletivo. INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. MULTA DE OFÍCIO. REGIME JURÍDICO A SER APLICADO. Para as competências anteriores a dezembro de 2008 (entrada em vigor da MP n 449) deve ser aplicada a multa prevista no art. 35 da Lei n 8.212 para todo o período. Para o período posterior à entrada em vigor da Medida Provisória n 449, cujos valores não foram declarados em GFIP há que se aplicar a multa de 75% para todo o período (prevista no art. 44 da Lei 9.430) Às fls. 117/122, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência, insurgindose contra o Acórdão a quo na parte em que foi dado provimento parcial ao recurso voluntário para recalcular a multa de mora com base na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao art. 35, caput da Lei nº 8.212/91, com a prevalência da mais benéfica ao contribuinte, alegando a divergência jurisprudencial, portanto, em relação à regra aplicável à retroatividade benigna. Consignou que a hipótese em análise no acórdão paradigma é idêntica a que ora se reporta. Isso porque o que se encontrava em julgamento era exatamente o lançamento de contribuições devidas à Seguridade Social e se travou discussão acerca da retroatividade benigna, nos termos do art. 106, do CTN, em virtude das alterações promovidas pela Lei nº 11.941 (fruto da conversão da MP nº 449/2008) no art. 35 da Lei nº 8.212/91. Contudo, ao examinar a matéria pertinente à multa aplicada, o acórdão recorrido entendeu que deveria ser aplicada ao caso a retroatividade benigna, sob o fundamento de que o art. 35, caput, da Lei nº 8.212/1991 deveria ser observado e comparado com a atual redação emprestada pela Lei nº 11.941/2009. E como na atual redação, há remissão ao art. 61 da Lei nº 9.430/96, entendeu que o patamar da multa aplicada estaria limitado a 20% (§ 2º do art. 61). Ao revés, o paradigma adotou solução diametralmente oposta. Para o órgão prolator do paradigma, o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 deveria agora ser observado à luz da norma introduzida pela Lei nº 11.941/2009, qual seja, o art. 35A que, por sua vez, faz remissão ao art. 44, da Lei nº 9.430/96. No julgado paradigma, a aplicação da retroatividade benigna na forma de aplicação do art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/1996 (norma à qual a atual redação do caput do art. 35 com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009 faz remissão) foi rechaçada de forma expressa. Observou que o acórdão indicado como paradigma, assim como o acórdão recorrido, foi proferido após o advento da MP nº 449, de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941 de 27/05/2009, e, portanto, a análise da matéria ocorreu à luz da alteração da redação do caput do art. 35 da Lei nº 8.212/91. Fl. 135DF CARF MF 4 Às fls. 124/127, a 3ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento realizou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, DANDO SEGUIMENTO ao recurso em relação à divergência sobre a retroatividade benigna. Intimados às fls. 151/152, os Contribuintes restam inertes, vindo os autos conclusos para julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, merece ser conhecido. Tratase de Auto de Infração de obrigação principal – AIOP DEBCAD nº 37.279.8438, constituindo contribuições devidas à Seguridade Social, parcela devida pelos segurados exercentes de mandatos eletivos municipais – vereadores , considerados empregados para fins previdenciários, sobre suas remunerações, não declaradas nem recolhidas pelo sujeito passivo no período de 06/2005 a 12/2009, resultando num crédito tributário no importe de R$ 126.077,60, valor consolidado em 08/06/2010, compreendendo juros, multa de mora e de ofício, com observância do art. 106, II, “c” do Código Tributário Nacional, considerandose as modificações havidas no ordenamento jurídico desde a edição da MP 449/2008, convertida na Lei 11941/2009. O Acórdão recorrido deu parcial provimento ao Recurso Ordinário. O Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional trouxe para análise a divergência jurisprudencial no tocante a retroatividade benigna. Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 11444.000667/201090 Acórdão n.º 9202007.021 CSRFT2 Fl. 11 5 De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. Fl. 137DF CARF MF 6 A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração Fl. 138DF CARF MF Processo nº 11444.000667/201090 Acórdão n.º 9202007.021 CSRFT2 Fl. 12 7 e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de Fl. 139DF CARF MF 8 NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Fl. 140DF CARF MF Processo nº 11444.000667/201090 Acórdão n.º 9202007.021 CSRFT2 Fl. 13 9 Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. Fl. 141DF CARF MF 10 § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. É como voto. Fl. 142DF CARF MF Processo nº 11444.000667/201090 Acórdão n.º 9202007.021 CSRFT2 Fl. 14 11 (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Fl. 143DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.913918/2006-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
IRPJ. COMPENSAÇÃO. VALORES RETIDOS NA FONTE. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO.
Tendo a contribuinte juntado no recurso voluntário o necessário informe de rendimentos emitido pela fonte pagadora na forma como exigido pela legislação vigente, cabe reconhecer o direito creditório pleiteado e homologar as compensações realizadas até o limite agora reconhecido.
Numero da decisão: 1402-003.079
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o indébito de R$ 223.889,38 e homologar a compensação discutida, até o limite do direito creditório agora reconhecido, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone (presidente).
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 IRPJ. COMPENSAÇÃO. VALORES RETIDOS NA FONTE. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. Tendo a contribuinte juntado no recurso voluntário o necessário informe de rendimentos emitido pela fonte pagadora na forma como exigido pela legislação vigente, cabe reconhecer o direito creditório pleiteado e homologar as compensações realizadas até o limite agora reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o indébito de R$ 223.889,38 e homologar a compensação discutida, até o limite do direito creditório agora reconhecido, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone (presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 39 18 /2 00 6- 18 Fl. 669DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 670 2 Fl. 670DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 671 3 Relatório O litígio remonta ao Despacho Decisório (DD) s/n da EQPIR/PJ da DERAT/SP de 29/04/2008 (fls. 71/79) LS, que deferiu parcialmente o direito creditório no valor de R$ 252.476,18 (saldo negativo de IRPJ), de um total pleiteado de R$ 478.925,38, remanescendo em litígio R$ 226.449,20, conforme reprodução abaixo (fls. 78): Irresignado, a contribuinte interpôs manifestação de inconformidade perante a Turma Julgadora de 1º Piso (fls. 86/91) requerendo o deferimento integral do direito creditório remanescente não reconhecido pelo DD. Em 17 de março de 2010, a 5ª Turma da DRJ/SP1 prolatou decisão na qual NEGOU PROVIMENTO à MI (Acórdão fls. 142/150)1. Em suas razões de decidir, depois de retrucar a maior parte dos argumentos aduzidos pela impugnante, o voto condutor afirmou: Excertos do voto condutor mostram o quadro: “Os documentos de fls. 109 e 110 são cópias simples da ficha 43 da DIPJ/2003 e relaciona as fontes pagadoras com retenção de IRPJ. Observase que, comparandose essa ficha com a pesquisa no sistema SIEF/DIRF de fls. 60 a 66 , todos os valores declarados constam da DIRF com exceção apenas de um suposto rendimento financeiro auferido em aplicações de renda fixa do banco BCN no valor de R$ 1.119.446,90, cujo IRRF teria sido de R$ 223.889,38. 1 A numeração referida, quando não houver indicação em contrário, será sempre a digital. Fl. 671DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 672 4 Os documentos de fls. 111 a 126 são informes de rendimentos financeiros e extrato simples de investimentos. Os informes de rendimentos foram conferidos e confirmam os valores constantes na DIRF. Entretanto, em relação ao banco BCN, a contribuinte não logrou apresenta o informe de rendimentos para fins de imposto de renda, emitido pela fonte pagadora. De fato, os documentos de fls. 115 a 119 nada mais são que extratos simples da movimentação financeira da contribuinte, chamado pelo banco, de "Extrato Planejado" e, mesmo no documento de fls. 118 , que terra o subtitulo de "Informe de Rendimentos", não há qualquer indicação que a contribuinte seja a beneficiaria, pois o tal informe limitase a demonstrar alguns rendimentos e suas retenções, durante o período de 01/07/2002 a 30/09/2002, ou seja no 3° trimestre de 2002. (...) À falta da documentação comprobatória pertinente, impõese indeferir o pleito, relativo ao IRRF de rendimentos financeiros que não constaram em DIRF, pois a empresa limitouse a apresentar apenas extratos simples de supostos investimentos no Banco BCN onde, em nenhum deles e mencionada a reclamante, como beneficiaria dos rendimentos, além do fato de nem sequer serem informes de rendimentos, emitidos conforme as determinações da Receita Federal. (...) Por conseguinte, o que se tem de concreto é que a empresa não logrou demonstrar sequer que era beneficiária de valores supostamente retidos pelo Banco BCN e que, curiosamente, além de serem os maiores valores de toda ficha 43 da DIPJ /2003, também não foram declarados em DIRF. Desse modo, está correto o despacho decisório que reconheceu tão somente o valor do crédito que foi comprovado. Para concluir e por todo o exposto, VOTO por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, mantendose o decidido no despacho decisório”. O Acórdão recorrido tem a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 INFORMES DE RENDIMENTOS FINANCEIROS Somente tem direito ao aproveitamento do IRF retido sobre rendimentos financeiros se os informes forem emitido no nome da empresa ou sua filial e que esses rendimentos tenham sido declarados na DIPJ ao final do período de apuração. A não comprovação do que alega a empresa, inviabiliza o reconhecimento do crédito declarado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 672DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 673 5 Direito Creditório Não Reconhecido O dispositivo do Acórdão resume a decisão: “Acordam os membros da 5ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente a manifestação de inconformidade”. Novamente inconformada, a interessada, na qualidade de recorrente, acostou recurso voluntário (fls. 161/165) no qual reafirma basicamente todos os argumentos aduzidos na manifestação de inconformidade e acrescenta outros que entende pertinentes, destacandose: “Mesmo assim, a Recorrente protocolizou novo pedido de emissão de Informes de Rendimentos junto ao Banco BCN, sendo que foram emitidos documentos, onde constam o CNPJ e Razão Social do Recorrente, que comprovam claramente os valores de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica retidos, cuja juntada desde já requer, nos quais estão grifados os dados que comprovam todo o alegado. (Doc. 02) Importa consignar que a juntada dos novos documentos se funda no art. 16, § 4 2, alíneas a e c, do Decreto 70.235/72, uma vez que a Requerente depende de terceira pessoa, a saber, o Banco BCN, para comprovar seu justo direito à compensação. Ora, se é a Instituição Financeira a responsável pela confecção e emissão do documento em comento, e se esta optou por identificar o beneficiário das transações ali discriminadas pelo número das contas correntes, ao invés de fazer constar o nome e/ ou CNPJ do correntista, o contribuinte não pode ser penalizado pela falha do Banco. Ademais, à guisa de esclarecimento, o banco BCN, no período da emissão do referido documento, estava em processo de fusão com o Banco Bradesco. Logo, considerando as inúmeras adaptações a que o banco teve que se submeter em razão dessa fusão, tornase fácil compreender a razão pela qual não constaram no documento emitido pelo banco, precisamente, todas as informações a que o Fisco reclamou”. Em 2017 a recorrente foi à Justiça buscando guarida no sentido de que a Receita Federal se manifestasse sobre o pedido (parcialmente indeferido). Em audiência realizada em 25/10/2017, o MM. Juiz que a presidiu determinou (fls. 338): Fl. 673DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 674 6 É o relatório do essencial, em apertada síntese. Fl. 674DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 675 7 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O Recurso Voluntário é tempestivo (ciência do acórdão recorrido em 08/04/2010 – fls. 152 – protocolização do RV em 05/05/2010 – fls. 161), a representação da recorrente está corretamente formalizada (fls. 92/93) e os demais pressupostos para sua admissibilidade foram atendidos, pelo que o recebo e dele conheço. Prefacialmente destaco que, como dito antes, a recorrente buscou o Judiciário para ver seu pleito analisado pela RFB. Quando do encaminhamento dos autos ao CARF, a autoridade preparadora (fls. 334) ponderou: “Assim, tendo em vista que o processo administrativo se encontra pendente de julgamento no CARF, e considerando a existência de ordem judicial com prazo para atendimento, solicitamos ao CARF que se pronuncie e nos retorne informando se a referida análise com base na nova documentação apresentada pelo contribuinte será realizada por esse Conselho ou se será declarada a concomitância entre processo administrativo fiscal e processo judicial com suposto mesmo objeto, importando em renúncia às instâncias administrativas, nos termos da Súmula CARF nº 1, com a consequente vinda do processo administrativo a esta DERAT para o cumprimento da ordem judicial, ou, ainda, outra providência que o CARF entender cabível”. Entendo inexistir a concomitância arguida, por isso, inaplicável a Súmula 1, deste Colegiado. Ao contrário, tenho que o que a recorrente efetivamente deseja é ver seu pleito analisado administrativamente, o que ora se faz. Assim, passo à análise dos argumentos expendidos pela contribuinte em seu recurso voluntário. Como visto, do pedido original, foi deferido, ainda na Unidade de origem, o montante de R$ 252.476,18, persistindo em litígio R$ 226.449,20. Em 1º Grau, a DRJ/SP1 entendeu que a contribuinte não conseguiu comprovar o valor residual requerido, observando no voto que “os documentos de fls. 111 a 126 são informes de rendimentos financeiros e extrato simples de investimentos” e que “em relação ao banco BCN, a contribuinte não logrou apresentar o informe de rendimentos para fins de imposto de renda, emitido pela fonte pagadora”. No seu RV a recorrente contesta veemente tal posicionamento reiterando tratar se de documento hábil a comprovar os rendimentos e a retenção havida junto ao BCN, nos valores de R$ 1.119.446,90 e R$ 223.889,38, respectivamente. Para melhor conferência, reproduzo o documento referido (fls. 117): Fl. 675DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 676 8 De fato, a análise inicial do demonstrativo acima reproduzido não permite confirmar tratarse de documento emitido pelo Banco (fonte pagadora), como prevê a legislação. A respeito, como se sabe, a retenção na fonte do IRPJ, para fins de composição do chamado “saldo negativo”, exige sua sustentação em documentação probante regular, o oferecimento dos rendimentos à tributação (art. 837, do RIR/1999; art. 2º, § 4º, III, da Lei nº 9.430/1996)2 e que os valores pleiteados encontremse informados em comprovante específico emitido pela fonte pagadora, conforme expressa determinação do RIR/1999, artigos 942 e 943 (abaixo transcritos): Art. 942. As pessoas jurídicas de direito público ou privado que efetuarem pagamento ou crédito de rendimentos relativos a serviços prestados por outras pessoas jurídicas e sujeitos à retenção do imposto na fonte deverão fornecer, em duas vias, à pessoa jurídica beneficiária Comprovante Anual de 2 Art. 837. No cálculo do imposto devido, para fins de compensação, restituição ou cobrança de diferença do tributo, será abatida do total apurado a importância que houver sido descontada nas fontes, correspondente a imposto retido, como antecipação, sobre rendimentos incluídos na declaração (DecretoLei nº 94, de 30 de dezembro de 1966, art. 9º). Art. 2o (...) § 4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: (...) III do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; Fl. 676DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 677 9 Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, em modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal (Lei n º 4.154, de 1962, art. 13, § 2º, e Lei n º 6.623, de 23 de março de 1979, art. 1º). Parágrafo único. O comprovante de que trata este artigo deverá ser fornecido ao beneficiário até o dia 31 de janeiro do anocalendário subseqüente ao do pagamento (Lei n º 8.981, de 1995, art. 86). Art. 943. A Secretaria da Receita Federal poderá instituir formulário próprio para prestação das informações de que tratam os arts. 941 e 942 (DecretoLei n º 2.124, de 1984, art. 3º, parágrafo único). § 1 º O beneficiário dos rendimentos de que trata este artigo é obrigado a instruir sua declaração com o mencionado documento (Lei n º 4.154, de 1962, art. 13, § 1º). § 2 º O imposto retido na fonte sobre quaisquer rendimentos ou ganhos de capital somente poderá ser compensado na declaração de pessoa física ou jurídica, quando for o caso, se o contribuinte possuir comprovante da retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora, ressalvado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 7º, e no § 1º do art. 8º(Lei n º 7.450, de 1985, art. 55). E, finalmente, a IN (SRF) nº 119, de 28/12/2000 (vigente à época dos fatos), art. 2º, prescrevendo as informações que deveriam estar contidas no informe de rendimentos: Art. 2º A fonte pagadora deverá fornecer, à pessoa jurídica beneficiária, comprovante de retenção do imposto de renda que indique: I o nome empresarial e o número de inscrição completo (com 14 dígitos) no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da fonte pagadora e do beneficiário; II o mês da ocorrência do fato gerador e os valores em reais, inclusive centavos, do rendimento bruto e do imposto de renda retido; III o código utilizado no DARF (com 4 dígitos) e a descrição do rendimento. Neste contexto, ainda que outras provas, inclusive a escrituração regular do requerente possam ter cunho probante subsidiário, é inegável a existência de norma cogente (artigos 942/943, do RIR/1999, com seus respectivos fundamentos legais expressos no final de cada um deles) que vincula os julgadores e que dela não podem se afastar sob pena de prevaricar e invadir seara que não lhes compete, negando vigência a dispositivo plenamente válido. Fl. 677DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 678 10 Foi esse, certamente, o mote que levou ao improvimento da manifestação de inconformidade pela Turma a quo. Entretanto, na interposição do recurso voluntário, a recorrente já sinalizou que havia requerido ao BCN (depois Bradesco), o necessário “informe de rendimentos” (RV – fls. 163). E isso acabou por se confirmar, com a juntada do “informe de rendimentos” emitido pelo Bradesco e que comprova a alegação da contribuinte (fls. 646): Somandose os dois valores; R$ 2.313,00 e R$ 221.576,38, chegase ao montante requerido pela recorrente e que foi improvido em 1º Grau: R$ 223.889,38. Fl. 678DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 679 11 Nestas condições, a comprovação exigida se fez presente, impondo reconhecer o direito da recorrente no montante retro transcrito. Assim, como o valor residual em litígio era de R$ 226.449,20, correspondendo à diferença entre o pedido inicial da recorrente (R$ 478.925,38 – fls. 71/72)3 e o valor deferido pela DERAT (R$ 252.476,18 – fls. 78)4, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para RECONHECER o indébito de R$ 223.889,38 e HOMOLOGAR a compensação discutida, até o limite do direito creditório agora reconhecido. É como voto. Brasília (DF), em 11 de abril de 2018. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone 3 O contribuinte WAISWOL & WAISWOL LTDA, por meio das Declarações de Compensação de fls. 1 a 35, apresenta a compensação de diversos débitos com crédito oriundo de suposto Saldo Negativo de IRPJ apurado no anocalendário (AC) de 2002, no valor alegado de R$\ 478.925,38. 4 Estando de acordo com a proposta supra, no uso da competência delegada pela Portaria DERAT/SP n° 54, de 10/10/2001, HOMOLOGO as compensações declaradas, vinculadas ao crédito aqui analisado, até o limite de R$ 252.476,18 (duzentos e cinqüenta e dois mil, quatrocentos e setenta e seis reais e dezoito centavos) referente ao Saldo Negativo de IRPJ apurado no anocalendário de 2002. Fl. 679DF CARF MF Processo nº 10880.913918/200618 Acórdão n.º 1402003.079 S1C4T2 Fl. 680 12 Fl. 680DF CARF MF
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