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Numero do processo: 15940.000159/2007-66
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Dec 02 00:00:00 UTC 2009
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003, 2004, 2005
EMBARGOS INOMINADOS - LAPSO MANIFESTO - Verificada no
julgado a existência de incorreções devidas a lapso manifesto, é de se acolher os Embargos inominados.
Embargos acolhidos
Numero da decisão: 2202-000.340
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos,
ACOLHER os Embargos Inominados pata sanar o lapso manifesto apontado e retificar a decisão do Acórdão nº 2202 00.280, de 29/10/2009, para "REJEITAR a preliminar argüida pelo Recorrente e, no mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para: (1) - excluir da base de cálculo da exigência, relativo aos depósitos bancários de origem não comprovada, os valores de R$ 33.021,29; R$ 372.737,54 e a integralidade lançada, correspondente aos anos-calendário de 2002, 200.3 e 2004, respectivamente; (2) — excluir da exigência a multa isolada, por falta de recolhimento do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício e (.3) - desqualificar a multa de oficio, onde for o caso, reduzindo-a ao percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado". Vencidos os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, que negava provimento ao recurso e Antonio Lopo Martinez (Relator), que negava provimento ao recurso no que se refere ao item 02 do Auto de infração.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: Nelson Mallmann
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Embargos acolhidos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos ACORDAM os membros do Colegiada, por unanimidade de votos, ACOLIfFR os Embargos hiominados pata sanar o lapso maniresto apontado e retificar a decisão do .Acordão n." 2202 00.280, de 29/10/2009, para "REWITAR a preliminar argüida pelo Recorrente e, no mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para: (1) - excluir da base de cálculo da exigência, relativo aos depósitos bancários de origem não comprovada, os valores de,- R$ 33.021,29; R$ 372.737,54 e a integrando& lançada, correspondente aos anos-calendário de 2002, 200.3 e 2004, respectivamente; (2) — excluir da exigência a multa isolada, poi falta de recolhimento do cainê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício e (.3) - desqualificar a multa de oficio, onde roi o caso, reduzindo-a ao percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado". Vencidos OS Conselheiros Maria Lúcia N/Ioniz de Alaga() Calornino Astorga, que negava provimento ao rem so e Antonio 1,opo Martinez (Relator), que negava provimento iecurso no que se refere ao item 02 do Auto de infração. E Ljr-à.//j/ U" MA.NN Presiden e e Relator Processo ri" 15910 000159/2007-66 S24:212 Acói dão ri' 2202-00340 H 2 0 2 S ET 2010 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: MARIA LÚCIA M.ONIZ ARAGÃO CALOMINO ASTORGA, HELOISA GUARITA SOUZA, ANTONIO LOPO MARTINEZ, JOÃO CARLOS CÃSS UH A JÜNIOR (Suplente Convocado), GUSTAVO LIAN llADDAD e NELSON MALLMANN (Presidente) Ausente, jushlicadamente, o Conselheiro Pedro Anan Júnior. Fez sustentação oral, seu advogado, Dr. Luiz, Felipe Bulus, OAB/DF n" 15229. Processo n 15940 000159/2007-66 S24.717, AC;(11 -a0 " 2202-00.340 H 4 Voto (_`orisetheiro NELSON MALLMANN, Relator A matéria. em discussão refere-se aos Frubargos Inominados, apresentados pelo Presidente da 2' Turma Ordinária da 2" Câmara da r Seção, assentado no argumento da existência de inexatidão material devida a lapso manifesio no voto vencedor do Acórdão questionado, buscando amparo legal no artigo 58 do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes aprovado pela Portaria. 147, do Ministro de i • stado da Fazenda, de 25 de junho 2007. Impressionou o l'inbargante o fato de que no atesto embargado existem divergências entre a decisão e a conclusão do voto vencedor no que diz respeito a exclusão da exigência tributária do item omissão de rendimentos caracterizados por depósitos bancários de origem não comprovada. Naquela ocasião (29 de outubro de 2009), ficou assentado, na Pauta de Decisões de Julgamento, a seguinte decisão: Recurso n" 166420 - Processo n" 15940.000159/2007-66 - Recorrente: JOÃO CARLOS FM:MOLE - Recorrida: 6" TURIITA/DR,LSÃO PAULO/ST 11 - Matéria: TRPF - 200$ a 2004. CD2202-00.280 DECISÃO: Por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar argüida pelo Recorrente e, no mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência o item 02 Auto de Infração (depósitos bancários): a multa isolada, por falta de recolhimento do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio e desqualificar a multa de oficio, onde for o caso, reduzindo-a ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calam/no storga, que negava provimento ao recurso e Antonio topo Martinez (Relator), que negava provimento ao recurso no que se refere ao item 02 do Auto de ,fração. Designado para redigir o voto vencedor, no que se refire ao item 02 do Auto de Infração (depósitos bancários), o Conselheiro Nelson Mallmann. Fez sustentação oral, seu advogado, Dr. Luiz Felipe Buiu, OAB/DF n". 15.229. Diante do fato de ter sido designado para redigir O voto vencedor relativo a. infração correspondente ao item 02 do - Auto de infração (omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários não justificados), constatei que a matéria era idêntica ao julgamento recurso n' 1 66.412, ocorrido em 30 de julho dc 2009, do qual fui relator, verbis: Recurso: 166412 - Processo: 15940.000.160/2007-91 - Recorrente: CELSO ADRIAN° F4C111011 Recorrida: 6" • Processo 0° 15940.000159/2007-66 S2-C2 1 2 Acórdão 2202-00,340 Relatório A matéria em discussão refere-se aos PÁ-libamos Inominados, apresentados pelo Conselheiro Nelson Mallrnann Presidente da 2' lurara Ordinária da 2" Câmara, nas funções de conselheiro redator do voto vencedor, assentado no argumento da existência no acórdão de lapso manitesto entre a decisão e a conclusão do .voto vencedor, o qual tem amparo legal no artigo 66 do RI (ARE, aprovado pela Portaria do Ministro de 'Estado da Fazenda i.r" 256, de 22 de junho de 2009. O ernbargante, em sua assertiva de embargos, observou, em síntese, que existe divergências entre a anotação da decisão e a conclusão do voto vencedor, Ou seja, a. decisão tala em "ACORDAM os membros do Colegiado, .por unanimidade de votos, RE EIVAR. a preliminar argüida pelo Recorrente e, no mérito, 1)01- maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao .recurso para excluir da exigência o item 02 Auto de Infração (depósitos bancários); a multa isolada, por 'alta de recolhimento do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio e desqualificar a multa de oficio, onde for o caso, reduzindo-a ao percentual de 75%" e a conclusão do voto vencedor tala em "voto no sentido de DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo da CX.112A1Cia., relativo aos depósitos bancários de origem não comprovada, os valores de R$ 33.02.1,29; .R.$ 372.737,54 e a integralidade lançada, cr.»..respondente aos anos-calendário de 2002, 2003 e 2004, respectivamente, acom . panhando o voto do relator nas demais questões." Observa, ainda, o enibargante que o lapso manifesto está exatamente no ponto ern que a decisão está excluindo a totalidade da tributação do item 02 do Auto de Infração (omissão de rendimentos caracterizados por depósitos bancários com origem não justificada) e o voto vencedor está dando provimento parcial neste item., Por Fim, o embargante propõe que o presente processo volte ao plenário da Turma julgadora, para que a mesma se pronuncie a respeito do lapso manifesto apontado.. Em 13 de novembro de 2009, a Presidência da 2" Turma Ordinária da 2" Câmara, amparado no art. 66, § 2" do RI CARI', determinou ao retorno dos autos a Secretaria da Câmara para que proceda a reinclusão na pauta de julgamento do mês de dezembro de 2009, para a apreciação do Colegiada É o relatório, ,• 3 Processo n" 15940 000159/2007-66 S2-C212 Acórdão n 2202-00.340 TURMA/DR.1-S,M PAULO/SP - Matéria: IRPF Ex(s): 2003 e 2004 . A CD2202-00, 182 DECISÃO: Por unanimidade de votos, RF,IL'ITAR as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, por maioria de votos, .1MR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo da exigência, relativo aos depósitos bancários de origem nãO comprovada, os valores de 1?$ 33.021,29; R$ 372.737,54 e a integralidade lançada, correspondente aos anos-calendário de 2002, 2003 e 2004, respectivamente, e desqualificar, quando for o caso, a multa de oficio, reduzindo-a ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, que negava provimento ao recurso e Antonio _topo Martinez, que dava provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de oficio. Fez ,Çtts-lentação oral pelo Recorrente, seu advogado, Dr Luiz, Felipe Bulis Alves Ferreira., OAB/DF n". _5229. De fato, ao analisar a matéria do presente processo constatei que a fiscalização já havia considerado em seu levantamento, relativo aos depósitos bancários, as receitas da atividade rural.. Untretanto, a fiscalização só fez a compensação para frente, ou seia, não considerou os saldos positivos dos meses anteriores, quando estes ocorreram, fato que foi retificado pela maioria naquele julgado, cujo resultado foi a exclusão parcial do item dos depósitos bancários não .justi ficados. Assim., resta claro o lapso manifesto neste julgamento, haja vista, que a. decisão foi para excluir o item 02 do Auto de Infração e a conclusão do Conselheiro redator do voto vencedor foi para que seja realizada a exclusão parcial. Diante do conteúdo dos autos e pela associação de entendimento sobre todas as considerações expostas no exame da matéria e por ser de . justiça, voto no sentido de .ACOLLIUR os Embargos Inominados para sanar o lapso manifesto apontado e retificar a decisão dc..) Acórdão n.'. 220.2,00.280, de 29/10/2009, para "REJEITAR a preliminar argüida pelo Recorrente e, no mérito, por maioria de votos, D.AR provimento PARCIAL ao recurso para: (1) - excluir da base de cálculo da exigência, relativo aos depósitos bancários de origem não comprovada, os valores de R$ 33.021,29; R$ 372,737,54 e a inte gjalida.de lançada, correspondente aos anos-calendário de 2002, 2003, e 2004, respectivamente; (2) - excluir da exigência a multa isolada, por falta de recolhimento do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de oficio e (3) - desqualificar a multa de oficio, onde for o caso, reduzindo-a ao percentual de 75%. • • //, SCN -1\A' ANIN' Processo n" 15910 0001:39/2007-66 S2-C2 12 Acóreli-n n 2202-00.340 I'l. 1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELII0 ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2" CAMARA/2" SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n":15940.000159/2007-Ó6 Recluso n": 166.420 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § ,3" do ali. 81 do Regimento interno do Conselho Administt ativo de Recursos Fiscais, aprovado peia Portai ia Ministerial n" 256, de 22 de junho de 2009, intime-se o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, eiedenciado junto à Segunda Câmat a da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão n" 2202-00.340. Biasília/DF, SEI' 2" \ FVELINE COÊLHO DE MI,1,0 ITOMAR Chefe da Secretaria Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Lmbargos cie Deciai ação Data da ciência: Parem ador(a) da Fazenda Nacional
score : 1.0
Numero do processo: 36202.003107/2007-65
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2006
PREVIDENCIÁRIO. RUBRICA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. SEGURO EM GRUPO E NÃO INDIVIDUAL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ. PROCURADORA GERAL DA FAZENDA NACIONAL PGFN. ATO DECLARATÓRIO N° 12, DE 2011. JURISPRUDÊNCIA. DECADÊNCIA SÚMULAS N° 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF. SÚMULA DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CARF Nº 99. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. MULTA-DE-MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA.
O valor das contribuições pago pela pessoa jurídica relativo a rubrica prêmio de seguro de vida em grupo, é excepcionado de incidência previdenciária, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. A previsão está contida no comando do Art. 214, § 9°, XXV do Decreto nº 3.048, de 1999.
Enfrentando a matéria, o Superior Tribunal de Justiça - STJ, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, acordaram em dar provimento ao recurso Resp 660202/CE nos termos do voto do Sr. Ministro Relator entenderam que é irrelevante que a exigência para tal pagamento esteja estabelecida em acordo ou convenção coletiva, desde que o seguro seja em grupo e não individual.
Assente em jurisprudência pacífica, a Procuradora Geral da Fazenda Nacional PGFN, mediante a edição do Ato Declaratório n° 12, de 2011, desistiu de contestar, de interpor recursos e a desistência dos já interpostos, nas ações judiciais que discutam a incidência de contribuição previdenciária quanto ao seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, entretanto ressaltou , a exemplo do STJ, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles. JURISPRUDÊNCIA: REsp 759.266/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/11/2009, DJe 13/11/2009; REsp 839.153/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/2008, DJe18/02/2009; REsp 701.802 / RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA julgado em 06/02/2007, DJ22/02/2007 p. 166; REsp 1121853 / RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 14/10/2009; AgRg no Resp 720.021/SC, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 26/08/2009; AgRg no Ag 903.243/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2007, DJe 31/10/2008; REsp 794.754/CE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA Acórdão 2403002.714 TURMA, julgado em 14/03/2006, DJ 27/03/2006; e REsp 441.096/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/08/2004, DJ 04/10/2004.
Ocorre a decadência com a extinção do direito pela inércia de seu titular, quando sua eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício tivesse se verificado. Com a edição da Súmula Vinculante n° 8 exarada pelo Supremo Tribunal Federal STF e da Lei Complementar n° 128 de dezembro de 2008, artigo 13, I , a , o prazo decadencial se restringiu a cinco anos.
A Súmula nº 99 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF revela que Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.
O prazo estabelecido no art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional CTN, para os tributos com lançamento por homologação, Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
De acordo com redação dada ao art. 35 da Lei n° 8.212, de 1991, pela Lei n 11.941, de 2009, às obrigações inadimplidas anteriores às alterações então introduzidas, seriam acrescidas de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
O artigo 106, II, c, do Código Tributário Nacional - CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Trata-se de obediência ao princípio da retroatividade benigna.
Numero da decisão: 2403-002.714
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em preliminar, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência para as competências 06/2002 e anteriores, na forma preceituado no art. 150, § 4º, do CTN. No mérito, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que estabelece multa de 0,33% ao dia limitada a 20%, conforme o comando do art. 35 caput da Lei nº 8.212, de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009. Vencidos os conselheiros Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa e Marcelo Magalhães Peixoto, Daniele Souto Rodrigues na questão da tributação do seguro.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Redator-Designado ad hoc para formalização do voto.
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira - Presidente da 4ª Câmara na data da formalização do voto.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/2006 PREVIDENCIÁRIO. RUBRICA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. SEGURO EM GRUPO E NÃO INDIVIDUAL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - STJ. PROCURADORA GERAL DA FAZENDA NACIONAL PGFN. ATO DECLARATÓRIO N° 12, DE 2011. JURISPRUDÊNCIA. DECADÊNCIA SÚMULAS N° 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF. SÚMULA DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CARF Nº 99. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. MULTA-DE-MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. O valor das contribuições pago pela pessoa jurídica relativo a rubrica prêmio de seguro de vida em grupo, é excepcionado de incidência previdenciária, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. A previsão está contida no comando do Art. 214, § 9°, XXV do Decreto nº 3.048, de 1999. Enfrentando a matéria, o Superior Tribunal de Justiça - STJ, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, acordaram em dar provimento ao recurso Resp 660202/CE nos termos do voto do Sr. Ministro Relator entenderam que é irrelevante que a exigência para tal pagamento esteja estabelecida em acordo ou convenção coletiva, desde que o seguro seja em grupo e não individual. Assente em jurisprudência pacífica, a Procuradora Geral da Fazenda Nacional PGFN, mediante a edição do Ato Declaratório n° 12, de 2011, desistiu de contestar, de interpor recursos e a desistência dos já interpostos, nas ações judiciais que discutam a incidência de contribuição previdenciária quanto ao seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, entretanto ressaltou , a exemplo do STJ, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles. JURISPRUDÊNCIA: REsp 759.266/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/11/2009, DJe 13/11/2009; REsp 839.153/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/2008, DJe18/02/2009; REsp 701.802 / RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA julgado em 06/02/2007, DJ22/02/2007 p. 166; REsp 1121853 / RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 14/10/2009; AgRg no Resp 720.021/SC, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 26/08/2009; AgRg no Ag 903.243/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2007, DJe 31/10/2008; REsp 794.754/CE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA Acórdão 2403002.714 TURMA, julgado em 14/03/2006, DJ 27/03/2006; e REsp 441.096/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/08/2004, DJ 04/10/2004. Ocorre a decadência com a extinção do direito pela inércia de seu titular, quando sua eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício tivesse se verificado. Com a edição da Súmula Vinculante n° 8 exarada pelo Supremo Tribunal Federal STF e da Lei Complementar n° 128 de dezembro de 2008, artigo 13, I , a , o prazo decadencial se restringiu a cinco anos. A Súmula nº 99 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF revela que Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. O prazo estabelecido no art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional CTN, para os tributos com lançamento por homologação, Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. De acordo com redação dada ao art. 35 da Lei n° 8.212, de 1991, pela Lei n 11.941, de 2009, às obrigações inadimplidas anteriores às alterações então introduzidas, seriam acrescidas de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. O artigo 106, II, c, do Código Tributário Nacional - CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Trata-se de obediência ao princípio da retroatividade benigna.
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RUBRICA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. SEGURO EM GRUPO E NÃO INDIVIDUAL. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA STJ. PROCURADORA GERAL DA FAZENDA NACIONAL PGFN. ATO DECLARATÓRIO N° 12, DE 2011. JURISPRUDÊNCIA. DECADÊNCIA SÚMULAS N° 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL STF. SÚMULA DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CARF Nº 99. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. MULTADEMORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. O valor das contribuições pago pela pessoa jurídica relativo a rubrica prêmio de seguro de vida em grupo, é excepcionado de incidência previdenciária, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. A previsão está contida no comando do Art. 214, § 9°, XXV do Decreto nº 3.048, de 1999. Enfrentando a matéria, o Superior Tribunal de Justiça STJ, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, acordaram em dar provimento ao recurso Resp 660202/CE nos termos do voto do Sr. Ministro Relator entenderam que é irrelevante que a exigência para tal pagamento esteja estabelecida em acordo ou convenção coletiva, desde que o seguro seja em grupo e não individual. Assente em jurisprudência pacífica, a Procuradora Geral da Fazenda Nacional PGFN, mediante a edição do Ato Declaratório n° 12, de 2011, desistiu de contestar, de interpor recursos e a desistência dos já interpostos, nas ações judiciais que discutam a incidência de contribuição previdenciária quanto ao seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, entretanto ressaltou , a exemplo do STJ, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles. JURISPRUDÊNCIA: REsp 759.266/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/11/2009, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 20 2. 00 31 07 /2 00 7- 65 Fl. 573DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 2 DJe 13/11/2009; REsp 839.153/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/2008, DJe18/02/2009; REsp 701.802 / RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA julgado em 06/02/2007, DJ22/02/2007 p. 166; REsp 1121853 / RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 14/10/2009; AgRg no Resp 720.021/SC, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 26/08/2009; AgRg no Ag 903.243/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2007, DJe 31/10/2008; REsp 794.754/CE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA Acórdão 2403002.714 TURMA, julgado em 14/03/2006, DJ 27/03/2006; e REsp 441.096/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/08/2004, DJ 04/10/2004. Ocorre a decadência com a extinção do direito pela inércia de seu titular, quando sua eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício tivesse se verificado. Com a edição da Súmula Vinculante n° 8 exarada pelo Supremo Tribunal Federal STF e da Lei Complementar n° 128 de dezembro de 2008, artigo 13, I , “a ”, o prazo decadencial se restringiu a cinco anos. A Súmula nº 99 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF revela que “Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.” O prazo estabelecido no art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional CTN, para os tributos com lançamento por homologação, “Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” De acordo com redação dada ao art. 35 da Lei n° 8.212, de 1991, pela Lei n 11.941, de 2009, às obrigações inadimplidas anteriores às alterações então introduzidas, seriam acrescidas de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. O artigo 106, II, “c”, do Código Tributário Nacional CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Tratase de obediência ao princípio da retroatividade benigna. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em preliminar, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência para as competências 06/2002 e anteriores, na forma preceituado no art. 150, § 4º, do CTN. No mérito, por maioria Fl. 574DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 3 3 de votos, em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que estabelece multa de 0,33% ao dia limitada a 20%, conforme o comando do art. 35 caput da Lei nº 8.212, de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009. Vencidos os conselheiros Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa e Marcelo Magalhães Peixoto, Daniele Souto Rodrigues na questão da tributação do seguro. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira RedatorDesignado ad hoc para formalização do voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Presidente da 4ª Câmara na data da formalização do voto. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues. Fl. 575DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 4 Relatório Na forma do Relatório Fiscal de fls. 123 a 126, e dos demonstrativos, Anexos I e II, das fls. 127 a 198, a Cia. Importadora e Exportadora COIMEX pagou a seus empregados verba Seguro de Vida em Grupo, sem uma correspondente previsão de pagamento de prêmios de seguro de vida em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho ACT, conforme a exigência contida no art. 214, § 9°, XXV do Decreto no 3.048/ 99, com redação do Decreto 3.265, de 1999. Foi relatado que, em relação aos pagamentos ocorridos no período de 01/1997 a 11/1999, antes da vigência do Decreto n° 3.265, de 1999, estes também integraram o levantamento, em vista de a parcela Seguro de Vida em Grupo não constar anteriormente ao Decreto entre aquelas elencadas no § 9° do art. 28 da Lei n° 8.212, de 1991; e § 9° do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 1999, as quais tratam dos casos de isenção de incidência das contribuições para a Seguridade Social. A empresa afirmando que não reconhece o caráter remuneratório dessa verba, deixou de recolher à Previdência Social as contribuições a cargo dos segurados empregados e a cargo da empresa, incluídas aquelas para a complementação das prestações por acidente do trabalho, conforme o período, para o financiamento dos benefícios concedidos em decorrência dos riscos ambientais do trabalho; e, também, para outras Entidades e Fundos (FNDE/ INCRA/ SENAC/ SESC e SEBRAE). DA IMPUGNAÇÃO O relatório a quo registra que em sede de impugnação a empresa enfrentado a questão alegou que: Transcrevendo os artigos 195 e 201 da Constituição Federal e os artigos 22, inciso I; e 28,1 e III da Lei n° 8.212/91; e o art. 65 da Instrução Normativa MPS/ SRP n° 03/2005, argumenta que só integram a basedecálculo das contribuições previdenciárias as verbas destinadas a retribuir serviços prestados (retributividade), ou, para os casos em que não se prestarem à retribuição de trabalho, aquelas pagas com habitualidade. Qualquer pagamento. realizado em condições diferentes dessas não se adequaria ao fato jurídico tributário que obriga a incidência dessas contribuições. O prêmio do seguro de vida em grupo contratado pela Impugnante para todos os seus empregados, sem distinção de cargo ou função, por liberalidade da Empresa, não configuraria nem a retributividade, nem a habitualidade, quesitos essenciais da remuneração. Também não seria habitual o pagamento do benefício, porquanto esse seria adstrito à eventual ocorrência de um sinistro, invalidez permanente ou falecimento, eventos incertos e aleatórios, não podendo ser considerado salário. Dessa forma não há como a verba em questão integrar a basedecálculo das contribuições previdenciárias. Fl. 576DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 4 5 Por outro lado, o inciso XXV acrescentado ao § 9º do art. 214 do RPS/99 pelo Decreto 3.265/99, transcrito na peça impugnatória, fl. 278 do Processo, apenas exemplificaria uma das espécies de seguro de vida que não integram a Basedecálculo das contribuições previdenciárias. Isso porque o decreto não é ato normativo adequado para limitar direitos ou criar obrigações, donde não poderia o aludido dispositivo ser taxativo. A Lei do Custeio Previdenciário, Lei n° 8.212/91, já havia estipulado que pagamentos de caráter nãoremuneratório não integrariam a basedecálculo das contribuições (Transcrição de textos jurisprudenciais nas fls. 278 a 280.). De tal modo, não se poderia afirmar que outros seguros de vida nãoprevistos em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho – ACT constituiriam basedecálculo, porque a Lei 8.212/91 assim não dispôs. O seguro de vida concedido antes do Decreto n° 3.265/99 não compunha essa base, pois a Lei n° 8.212/91 já não previa a incidência das contribuições previdenciárias sobre pagamentos efetuados a esse título, razão pela qual seria impertinente o lançamento do período compreendido entre 01/1997 e 11/1999. DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Após analisar aos argumentos da impugnante, na forma do registro de fls. 364, a 7ª Turma da Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil Do Rio de Janeiro RJ DRJ/RJ II, em 13 de novembro de 2007, emitiu o Acórdão n° 1317.941 mantendo procedente o lançamento. DO RECURSO Irresignada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário de fls.382 onde reiterou as alegações que fizera em instancia ad quo e inovou inserindo matéria não expressamente contestada em sede de impugnação invocando hipotética inobservância do limite máximo de contribuição dos segurados. DA PRIMEIRA RESOLUÇÃO Na forma do Acórdão n° 2403000.055, esta Egrégia Turma, em 09 de fevereiro de 2012, anuiu converter o julgamento em diligência para que a fiscalização verificasse e demonstrasse se efetivamente os créditos a que se refere o lançamento se subsumem ou não ao teor do Ato Declaratório n° 12, de 2011, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A necessidade de verificação foi sustentada com base nos argumentos abaixo transcritos: Às fls.123/126, registram as circunstâncias materiais que motivaram o lançamento em comento. Em apertada síntese, os itens 3 e 4 traduzemnas: Fl. 577DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 6 3. Preliminarmente, cabe o registro de que os valores pagos a titulo de prêmio de seguro de vida em grupo não integram a remuneração para fins previdenciários,desde que disponibilizados a todos os empregados e dirigentes e previstos em convenção ou acordo coletivo, nos termos do art. 214, § 9°, XXV, do Decreto n° 3.048, de 1999, na redação dada pelo Decreto n° 3.265, de 1999. 4. Entretanto, no caso em tela, como será demonstrado, não cumpriu o contribuinte as condições legais para que o beneficio concedido ao segurado não integrasse a remuneração: seja pela concessão do beneficio antes da existência de norma jurídica considerandoo como não integrante da remuneração; seja pela não observância da condição expressa na norma quanto previsão do beneficio em acordo ou convenção coletiva. É relevante ressaltar que a Recorrente jamais refutou que tenha pago os prêmios ora caracterizados como salário de contribuição. Confundindo o objeto da autuação, impugnou matéria estranha aos autos, e alegou que : "não seria habitual o pagamento do beneficio, porquanto esse seria adstrito a eventual ocorrência de um sinistro, invalidez permanente ou falecimento, eventos incertos e aleatórios, não podendo ser considerado salário. Dessa forma não há como a verba em questão integrar a base de cálculo das contribuições previdenciárias." Cumpre registrar que a questão de fundo não se refere aos pagamentos de benefícios aleatórios, mas sim os efetivos pagamentos dos prêmios de seguro em grupo que a Recorrente fazia à seguradora para que em caso de eventual sinistro seus empregados ou beneficiário indicados, pudessem gozar dos benefícios aludidos pelo contribuinte que, entretanto, não motivaram o lançamento em apreço. Na forma do item 4.2.0 do contrato colacionado às fls 349, com grifos de minha autoria, se infere que os prêmios dos seguro em grupo são os valores pagos mêsamês à seguradora posto que insertos nas faturas imediatamente emitidas após o início da vigência do risco individual: "4.2 0 prêmio correspondente ao novo segurado sendo recolhido a partir do mês da sua admissão e concomitantemente à sua inclusão no seguro e deverá ser computado na fatura a ser emitida imediatamente após o inicio da vigência do risco individual, juntamente com os demais movimentos." Referindome, ainda , ao contrato supra, às fls. 343 consta que a estipulante é a Recorrente Cia Importadora e Exportadora COIMEX e a empresa seguradora é a Icatu Hartford S.A. e, também, que o pagamento do seguro ocorreu de forma mensal através de Fatura contra Estipulante fls. 345. É cediço que a pessoa jurídica que efetivamente pagar o prêmio do Seguro de Vida em Grupo, se quiser não sofrer a tributação tem que observar o comando do § 9° inciso XXV do art. 214 do Fl. 578DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 5 7 RPS, acrescentado pelo Decreto n°. 3.265, de 29 de novembro de 1999: Art. 214, § 9° XXV do Decreto 3.048: § 9° Não integram o salário de contribuição, exclusivamente: [...] XXV o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os art. 9 e 468 da Consolidação das Leis do trabalho. ( incluído pelo Decreto n° 3.365, de 1.999). O § 10 do aludido artigo, prevê que: "as parcelas referidas no parágrafo anterior, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, integram salário de contribuição para todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações legais cabíveis." Como se nota, o Caput do artigo 214 do Decreto 3.048 defini o que se entende por salário de contribuição. Entretanto, o § 9° no inciso XXV do referido artigo o Legislador impõe condições para que o efetivamente pago pela pessoa jurídica não seja definido como salário de contribuição e, por lógico, não sofra as incidências legais. Aduz que destacandose a parte final do inciso em tela; "desde que previsto em acordo ou convenção coletiva e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes. Assim, se conforme os itens 3 e 4 do Relatório Fiscal às fls. 123 a 126, materialmente provado e não contestado pela recorrente, a notificação em comento foi lavrada em razão da Recorrente ter efetivamente pago aos seus empregados o prêmio do seguro de vida em grupo sem uma correspondente previsão em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho, à luz da interpretação acima, tais pagamentos se configuram salário de contribuição, logo não há que se falar em não incidências tributárias. Em isto ocorrendo, na forma do que determina os incisos I , II, IV, e VI do artigo 149 do Código Tributário nacional CTN, a Autoridade Fiscal não pode declinar de constituir o crédito mediante o lançamento: 3. Preliminarmente, cabe o registro de que os valores pagos a titulo de prêmio de seguro de vida em grupo não integram a remuneração para fins previdenciários, desde que disponibilizados a todos os empregados e dirigentes e previstos em convenção ou acordo coletivo, nos termos do art. 214, § 9° , XXV, do Decreto n° 3.048, de 1999, na redação dada pelo Decreto n° 3.265, de 1999. 4. Entretanto, no caso em tela, como será demonstrado, não cumpriu o contribuinte as condições legais para que o Fl. 579DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 8 beneficio concedido ao segurado não integrasse a remuneração: seja pela concessão do beneficio antes da existência de norma jurídica considerandoo como não integrante da remuneração; seja pela não observância da condição expressa na norma quanto previsão do beneficio em acordo ou convenção coletiva. Vozes dissonantes, inclusive dentro deste egrégio Conselho, têm entendimento que o seguro de vida em grupo pago pelo empregador para todos os empregados, de forma geral, não pode ser considerado como espécie de benefício ao empregado, o qual não terá nenhum proveito direto ou indireto, eis que estendido a todos uma espécie de garantia familiar, em caso de falecimento. Se de seguro individual se tratasse, não haveria dúvida quanto à incidência, o que, entretanto, não ocorre em relação ao seguro de vida em grupo" (Resp 1121853/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14/10/2009). Neste sentido, os Ministros da segunda turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, acordaram em dar provimento ao recurso Resp 660202/CE nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, ocasião em que os Srs. Ministros Eliana Calmon, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Herman Benjamin. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Humberto Martins. Na condução do voto, o Relator entendeu que é irrelevante para esse raciocínio que a exigência para tal pagamento esteja estabelecida em acordo ou convenção coletiva, desde que o seguro seja em grupo e não individual. A regulamentação da Lei n. 8.212/91 por meio do art. 214 § 9°, inc, XXV do Decreto , 3048/99, com a redação dada pelo Decreto n. 3.265/99, extrapolou os limites estabelecidos na norma e acabou por inovar ao estabelecer a necessidade de previsão em acordo ou convenção coletiva para fins de não incidência da contribuição previdenciária sobre o valor do prêmio de seguro de vida em grupo pago pela pessoa jurídica aos seus empregados e dirigentes. Cumpre trazer à colação o teor do ATO DECLARATÓRIO N° 12 /2011 da lavra da PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL: "PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL ATO DECLARATÓRIO N° 12/2011 A PROCURADORA GERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19, da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5° do Decreto n° 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/N° 2119/2011, desta Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 09/12/2011, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: Fl. 580DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 6 9 "nas ações judiciais que discutam a incidência de contribuição previdenciária quanto ao seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles." JURISPRUDÊNCIA: REsp 759.266/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/11/2009, DJe 13/11/2009; REsp 839.153/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/2008, DJe 18/02/2009; REsp 701.802 / RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA julgado em 06/02/2007, DJ 22/02/2007 p. 166; REsp 1121853 / RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009,DJe 14/10/2009; AgRg no Resp 720.021/SC, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 26/08/2009; AgRg no Ag 903.243/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06.11.2007, DJe 31.10.2008; REsp 794.754/CE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14.03.2006, DJ 27.03.2006; e REsp 441.096/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03.08.2004, DJ 04.10.2004. ADRIANA QUEIROZ DE CARVALHO Procuradora Geral da Fazenda Nacional " Premido pelo inciso II, "a" do parágrafo único do artigo 62 do Regimento Interno deste Conselho, sou obrigado a observar aquele comando, in verbis: "Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador Geral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002;" (grifos de minha autoria) Assim, é compulsório saber se o pagamento do seguro se enquadra nos termos do Ato Declaratório supra. CONCLUSÃO Desse modo, por tudo que foi exposto, conheço do recurso para ao abrigo do art. 29 do Decreto 70.235/72, votar pela CONVERSÃO do julgamento EM DILIGÊNCIA, para que a fiscalização verifique e demonstre se efetivamente os créditos a que se refere o lançamento se subsumem ou não ao teor do Ato Fl. 581DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 10 Declaratório n° 12/2011 da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.” DA RESPOSTA DA DILIGÊNCIA O procedimento fiscal de fls. 444 e a resposta da diligência às fls. 493, demonstram eficácia no cumprimento do que fora solicitado. Aduz que , corroborando o despacho, os esclarecimentos não conferem provimento aos argumentos da autuada. Abaixo, alguns itens da resposta da diligência: 5. Na diligência, através do Termo de Intimação Fiscal TIF, emitido no dia 18/09/2012, foram solicitados documentos e formuladas perguntas específicas ao contribuinte (cópia anexa). A resposta do contribuinte, redigida no dia 24/09/2012, foi protocolada no dia 25/09/2012 (cópia anexa). Foram solicitados ao contribuinte, item 1 do TIF, cópias dos contratos relativos ao seguro de vida em grupo (período de 01/1997 a 12/2006), eventuais renovações, anexos e apólices. Respondeu o contribuinte que "após detalhada busca interna (em seus arquivos) e externa (perante a empresa seguradora, que, na época, administrava o plano de seguro de vida do contribuinte), não foram localizadas as cópias dos contratos e suas eventuais renovações, anexos e apólices. [...] De qualquer modo, respondendo objetivamente à questão formulada pelo CARF, tanto no que se refere ao custo quanto ao benefício do seguro, houve individualização do montante relativo a cada segurado. Assim, entendo que o crédito a que se refere o lançamento não se subsume no teor do Ato Declaratório n° 12, de 2011, da Procuradoria. DA SEGUNDA RESOLUÇÃO Em 17 de setembro de 2013, na forma da Resolução de n° 2403000.188, fls. 502, este Colegiado resolveu retornar os autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil DRF de origem para que se procedessem a devida intimação do inteiro teor da primeira Resolução bem como da Resposta da Diligência na forma do Despacho às fls 493. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Intimada na forma da segunda Resolução, às fls. 512 Recorrente apresentou manifestação de inconformidade onde em preliminar requereu a decadência dos créditos constituídos para as competências 01/1997 a 07/2002, para em seguida reiterar os argumentos despendidos nas peças anteriormente interpostas. É o Relatório. Fl. 582DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 7 11 Voto Conselheiro Denny Medeiros da Silveira, RedatorDesignado ad hoc para formalização do voto. Pelo fato de o ConselheiroRelator Ivacir Júlio de Souza, que já não se encontra mais no quadro de Conselheiros do CARF, ter formalizado erroneamente o presente acórdão, ao fazer constar apenas a sua assinatura digital, sem incluir a assinatura do então Presidente da Turma, eu, Denny Medeiros da Silveira, nomeado para formalização do acórdão, reproduzo a seguir o voto por ele encaminhado na sessão. Considerando que eu, Denny Medeiros da Silveira, como redator ad hoc, fui designado apenas para a formalização do voto, deixo consignado que o entendimento do colegiado não corresponde, necessariamente, ao meu entendimento. Com isso, este Conselheiro Designado não se vinculará às razões fáticas nem jurídicas registradas no presente acórdão. DA TEMPESTIVIDADE O Recurso Voluntário e a Manifestação de Inconformidade são tempestivos e atendem aos pressupostos de admissibilidade. Portanto, deles tomo conhecimento. DA PRELIMINAR DE DECADÊNCIA Tomandose como certo o entendimento de que ocorre a decadência com a extinção do direito pela inércia de seu titular, quando sua eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício tivesse se verificado, em preliminar, cumpre observar hipótese decadencial face a edição da Súmula Vinculante n° 8 exarada pelo Supremo Tribunal Federal – STF e da Lei Complementar n° 128, de dezembro de 2008, artigo 13, I , “a ”. SÚMULA VINCULANTE DO STF N° 8 São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto lei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. A súmula n° 8 passou a produzir efeitos a partir de 20 de junho de 2008, conforme ata da vigésima segunda sessão plenária do STF, do dia 12/06/2008, cuja íntegra do debate foi publicado no Diário de Justiça do dia 11/09/2008. Consolidando o sumulado, se observa a Lei Complementar n° 128, de 19 de dezembro de 2008, artigo 13, I, “a ”: Lei Complementar n° 128, de 19 de dezembro de 2008 [...] Art. 13. Ficam revogados: I – a partir da data de publicação desta Lei Complementar: a) os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991. Fl. 583DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 12 O lançamento constituiu créditos no período 01/1997 a 12/2006 e o contribuinte foi notificado em 13/07/2007 conforme registro de fls. 02. Julgado em primeira instância em 13 de novembro de 2007 prevaleceu, corretamente a aplicação da legislação vigente cujo prazo decadencial era de 10 anos. Entretanto, modulando apenas hipótese de valores já efetivamente recolhidos pelos contribuintes, o STF determinou que o Fisco está impedido, fora dos prazos de decadência prescrição previstos no CTN, de exigir as contribuições da seguridade social., verbis: Estou acolhendo parcialmente o pedido de modulação de efeitos, tendo em vista a repercussão e a insegurança jurídica que se pode ter na hipótese; mas estou tentando delimitar esse quadro de modo a afastar a possibilidade de repetição de indébito de valores recolhidos nestas condições, com exceção das ações propostas antes da conclusão do julgamento. Nesse sentido, eu diria que o Fisco está impedido, fora dos prazos de decadência e prescrição previstos no CTN, de exigir as contribuições da seguridade social. No entanto, os valores já recolhidos nestas condições, seja administrativamente, seja por execução fiscal, não devem ser devolvidos ao contribuinte, salvo se ajuizada a ação antes da conclusão do presente julgamento. Em outras palavras, são legítimos os recolhimentos efetuados nos prazos previstos no arts. 45 e 46 e não impugnados antes da conclusão deste julgamento. Portanto, reitero o voto pelo desprovimento do recurso extraordinário, declarando a inconstitucionalidade do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n.º 1. 569 e dos arts. 45 e 46 da Lei n.º 8.212, porém, com a modulação dos efeitos, 'ex nunc', apenas em relação às eventuais repetições de indébito ajuizadas após a presente data, a data do julgamento. RE 56.664, Proposta do Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 12.6.2008, DJe de 14.11.2008. "Declaração de inconstitucionalidade, com efeito 'ex nunc', salvo para as ações judiciais propostas até 11.6.2008, data em que o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991. RE 56.664, Relatora Ministra Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgamento em 12.6.2008, DJe de 26.9.2008.” DOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS É relevante ressaltar que os recolhimentos das contribuições previdenciárias, antes da atual Guia da Previdência Social – GPS, eram efetuados mediante as denominadas Guias de Recolhimento da Previdência Social GRPS, vigentes até a edição da Resolução nº 657, de 17 de dezembro de 1998, que institui a atual GPS. Fl. 584DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 8 13 Naquelas guias denominadas GRPS, segregados em campos próprios, se informavam os pagamentos que estavam sendo recolhidos bem como a que título, se vinculados aos segurados, às empresas ou para terceiros. Muito embora segregados, tais recolhimentos não representavam “dinheiro carimbado”, permitindose assim eventuais remanejamentos/retificações daquelas destinações, até porque os ingressos daqueles valores afluíam de um mesmo contribuinte para o mesmo cofre público. Atualmente, na forma do leiaute das Guias da Previdência Social – GPS, à exceção da rubrica outras entidades, não se vislumbra, de imediato, tampouco de forma mais detida, de modo claro e efetivo, quais os fatos geradores ou quais rubricas estão sendo contemplados com tal pagamento. Eis porque a necessidade de ações e procedimentos fiscais, considerados os prazos decadenciais, para corroborar ou não, de forma expressa os autolançamentos e eventuais recolhimentos produzidos pelos contribuintes. Refratário a chamar de pagamento antecipado os recolhimentos efetuados dentro dos prazos legais, rechaço ainda mais conceber que, também, os pagamentos efetuados fora dos prazos com multa e juros, porém realizados antes da ação fiscal, são distinguidos como tal. A meu juízo, tratase de concepção teratológica. A leitura atenta do artigo 150 do CTN, caput, evidencia que o legislador ao exortar o dever de antecipar o pagamento, quis registrar que esses deveriam ocorrer antes da ação fiscal. Quis, também, conceituar a modalidade de lançamento, neste caso por homologação, e não condicionar direitos para o reconhecimento de eventual reconhecimento do Instituto da decadência: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Por tudo isso, entendo que qualquer possível “recolhimento antecipado ”na forma difusa como é procedido atualmente, bem como no modo como o fora no passado, tem o condão de alcançar qualquer rubrica ainda que na oportunidade do recolhimento não tenha sido incluída na base de cálculo de referência. Súmula CARF nº 99 Esposando o encimado, recente Súmula nº 99 deste Conselho, a qual por coincidência me coube a relatoria, revela que qualquer pagamento na competência da rubrica inadimplida tem o condão de representar “pagamento antecipado”, verbis: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. O Relatório Fiscal revela ter sido constituído créditos para a rubrica e não registra que se observara inadimplência total. Fl. 585DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 14 Às fls.118, no documento denominado Termo de Encerramento da Ação Fiscal – TEAF, consta registro de que foram examinadas guias de recolhimentos para todo o período autuado. Assim, considerando o período da ocorrência da infração definido pelas competências 01/1997 a 12/2006 e ainda que a empresa fora notificada em 13/07/2007 (fls. 02), na forma da Súmula nº 99 do CARF, em obediência ao previsto no artigo 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, sou de concluir que o crédito lançado na competência 06/2002 e anteriores encontrase fulminado pelo instituto da decadência na forma do prazo estabelecido no art. 150, § 4º, o Código Tributário Nacional – CTN, verbis: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” NO MÉRITO DO SEGURO DE VIDA EM GRUPO Na tentativa de estabelecer que não ocorreria Incidência da Contribuição Previdenciária sobre o Seguro de Vida em Grupo ressaltou que na condução dos argumentos na Resolução a qual eu fora Relator, teriam sido destacados os aspectos abaixo: No voto proferido pelo Conselheiro Relator na Resolução n° 2403000.055, ao analisar se o Sr. Agente Fiscal poderia exigir contribuições previdenciárias sobre os dispêndios incorridos pela Recorrente nesse período para pagamento do seguro de vida em grupo fornecido aos seus empregados, consignou que: (i) existiriam dois condicionantes "para que os referidos pagamentos não sejam entendidos como salário de contribuição, a saber: acordo ou convenção coletiva e disponibilidade à totalidade de seus empregados e dirigentes" (g.n.); (ii) "[...] conforme os itens 3 e 4 do Relatório Fiscal às fls. 123 a 126, material provado e não contestado pela recorrente, a notificação em comento foi lavrada em razão da Recorrente ter efetivamente pago aos seus empregados o prêmio de seguro de vida em grupo sem uma correspondente previsão em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho, à luz da interpretação acima, tais pagamentos se configuram salário de contribuição" ( g.n.); e (iü)"a regulamentação da Lei n. 8.212/91 por meio do art. 214, §9°, inc. XXV, do Decreto n. 3.048/99, como a redação dada pelo Decreto n. 3.265/99, extrapolou os limites estabelecidos na norma e acabou por inovar ao estabelecer a necessidade de Fl. 586DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 9 15 previsão em acordo ou convenção coletiva para fins de não incidência da contribuição .” Assumo autoria dos itens I e II, e discordo da contida no item III que, muito embora quando por ocasião de minha manifestação tenha restado claríssimo que atribuía o descrito ao Relator do Resp 660202/CE , vou entender que houve propósito de distorcer mas mero equívoco da Recorrente, verbis: “Neste sentido, os Ministros da segunda turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, acordaram em dar provimento ao recurso Resp 660202/CE nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, ocasião em que os Srs. Ministros Eliana Calmon, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Herman Benjamin. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Humberto Martins. Na condução do voto, o Relator entendeu que é irrelevante para esse raciocínio que a exigência para tal pagamento esteja estabelecida em acordo ou convenção coletiva, desde que o seguro seja em grupo e não individual. A regulamentação da Lei n. 8.212/91 por meio do art. 214 § 9°, inc, XXV do Decreto, 3048/99, com a redação dada pelo Decreto n. 3.265/99, extrapolou os limites estabelecidos na norma e acabou por inovar ao estabelecer a necessidade de previsão em acordo ou convenção coletiva para fins de não incidência da contribuição previdenciária sobre o valor do prêmio de seguro de vida em grupo pago pela pessoa jurídica aos seus empregados e dirigentes.” Instado a enfrentar tal alegação, questão relevante recebe luzes fazendo notar que a Recorrente discorreu sobre a exigência legal de acordo ou convenção coletiva para a concessão do benefício mas não confirmou e tampouco apresentou documentos probantes de que cumprira a formalidade. Questionando o fato de na Resolução ter sido requerido verificar se os pagamentos se subsumiram a teor do Ato Declaratório n° 12/2011 da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional a PGFN, a Recorrente destacou que o sobredito Ato diverge da Lei n° 8.212, de 1991, e do Decreto n° 3.048, de 1999, na medida em que ao estabelecer que o seguro seja em grupo e não individual teria criado requisito novo e não previsto nos Diplomas legais. Cumpre lembrar que a ressalva de restrições aos eventuais pagamentos individualizados incluída na parte final do documento foi assente em jurisprudência pacífica levada à colação quando da edição do Ato em comento. Abaixo, extraídas do documento em apreço, as decisões que balizaram a PGFN: REsp 759.266/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/11/2009, DJe 13/11/2009; REsp 839.153/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/2008, DJe 18/02/2009; REsp 701.802 / RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA julgado em 06/02/2007, DJ 22/02/2007 p. 166; REsp 1121853 / RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 14/10/2009; Fl. 587DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 16 AgRg no Resp 720.021/SC, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 26/08/2009; AgRg no Ag 903.243/CE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06.11.2007, DJe 31.10.2008; REsp 794.754/CE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14.03.2006, DJ 27.03.2006; e REsp 441.096/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 03.08.2004, DJ 04.10.2004. Na da Resposta da Diligência colacionada às fls. 493, a Autoridade autuante registra que solicitados ao contribuinte, item 1 do TIF, cópias dos contratos relativos ao seguro de vida em grupo (período de 01/1997 a 12/2006), eventuais renovações, anexos e apólices, este respondera que "após detalhada busca interna (em seus arquivos) e externa (perante a empresa seguradora, que, na época, administrava o plano de seguro de vida do contribuinte), não foram localizadas as cópias dos contratos e suas eventuais renovações, anexos e apólices". Conclui, após ter efetivamente demonstrado, que “De qualquer modo, respondendo objetivamente à questão formulada pelo CARF, tanto no que se refere ao custo quanto ao benefício do seguro, houve individualização do montante relativo a cada segurado. Assim, entendo que o crédito a que se refere o lançamento não se subsume no teor do Ato Declaratório n° 12, de 2011, da Procuradoria ” Diante do sobredito, sem documento algum para se escudar, de onde retira a convicção para suas alegações? De tudo que foi exposto, não se vislumbra dar provimento às alegações da Recorrente. DA TAXA SELIC A recorrente argui a aplicação da taxa SELIC. A Súmula n° 4 deste Conselho, desde 1º de abril de 1995, tem como pacífica sua aplicação: Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. DA MULTA Relevante ressaltar que Recorrente foi notificada em 13/07/2007 em razão de inadimplir as obrigações vinculadas aos fatos geradores ocorridos no período 01/1997 a 12/2006. Aduz que na forma do registro de fls. 107 no Relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD e Acréscimos Legais da Multa, o cálculo do valor da multa teve por base os parâmetros estabelecidos pelo modificado art. 35, I, II, II, da Lei n° 8.212, de 1991. O artigo supra foi alterado pela MP 449, de 2008, consolidada pela Lei n° 11.941/2009, determinando que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição Fl. 588DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA Processo nº 36202.003107/200765 Acórdão n.º 2403002.714 S2C4T3 Fl. 10 17 e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (Redação dada pela Lei 11.491, 2009) (grifos do relator) Lei nº 9.430, de 1996: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o §3° do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei n° 9.716, de 1998) Não há nos autos registro de que houvera sido efetuado quadro comparativo das imputações de penalidades revogadas com as atualmente previstas. Tal quadro permitiria confrontar os valores calculados na forma do revogado artigo e respectivos incisos, 35, I, II, II da Lei n° 8.212, de 1991, com os instituídos com a nova redação dada pela Lei 11.941, de 2009, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (grifos de minha autoria) MULTA MAIS BENÉFICA O art. 106 , II, “c”, do CTN, determina a aplicação retroativa da lei quando, Tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna. Fl. 589DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA 18 Assim, impõese, portanto, o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 de modo que comparando o resultado com o valor da multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212, de 1991, prevaleça a multa mais benéfica. Art. 106. A lei aplicasse a ato ou fato pretérito: I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II – tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Pelo exposto, é pertinente o recálculo da multa cuja a definição do cálculo se observará quando a liquidação do crédito for postulado pelo contribuinte, de acordo com o artigo 2° da Portaria Conjunta PGFN/RFB n°14, de 4 de dezembro de 2009: Art. 2° No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei n ° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional CTN. CONCLUSÃO Conheço do recurso para EM PRELIMINAR, na forma do preceituado no art. 150, § 4º, o Código Tributário Nacional – CTN, CONHECER A DECADÊNCIA para as competência 06/2002 e anteriores e NO MÉRITO DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, determinando que o recálculo da multa de mora se proceda nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que estabelece multa de 0,33% ao dia limitada a 20%, conforme o comando do artigo 35 da Lei n° 8.212, de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009. Ressaltese que são critérios desta data que devem ser observados quando da ocasião do pagamento. É como voto. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Fl. 590DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 11/10/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA
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Numero do processo: 10166.720116/2008-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 10/01/2007 a 31/12/2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
Cabem embargos de declaração para sanar obscuridade, contradição ou omissão. Não sendo detectada obscuridade ou contradição do órgão julgador na análise de pedido, prova ou fundamento essencial sobre o qual deveria se pronunciar para a solução do caso, incabível qualquer retificação.
Numero da decisão: 3402-003.249
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Estiveram presentes ao julgamento o Dr. Antonio Carlos Garcia de Souza, OAB/RJ 48.955 e o Dr. Pedro Augusto Junger Cestari, Procurador da Fazenda Nacional
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Estiveram presentes ao julgamento o Dr. Antonio Carlos Garcia de Souza, OAB/RJ 48.955 e o Dr. Pedro Augusto Junger Cestari, Procurador da Fazenda Nacional (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Cabem embargos de declaração para sanar obscuridade, contradição ou omissão. Não sendo detectada obscuridade ou contradição do órgão julgador na análise de pedido, prova ou fundamento essencial sobre o qual deveria se pronunciar para a solução do caso, incabível qualquer retificação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Estiveram presentes ao julgamento o Dr. Antonio Carlos Garcia de Souza, OAB/RJ 48.955 e o Dr. Pedro Augusto Junger Cestari, Procurador da Fazenda Nacional (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 01 16 /2 00 8- 95 Fl. 3729DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 2 Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório O presente processo tem origem em recurso de ofício interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Juiz de Fora/MG, que julgou procedente a impugnação apresentada pelo contribuinte ao reconhecer como legítimo o aproveitamento de créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (“IPI”), que motivaram a autuação fiscal (fls 733). Destaco abaixo os trechos do relatório apresentado no Acórdão 3402 003.067, de minha relatoria, necessários para a solução dos Embargos de Declaração apresentados pela pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão: No Termo de Verificação Fiscal (“TVF”), de fls 727, a autoridade fiscal esclarece que foi constatado que a empresa Brasal Refrigerante S/A (doravante designada como “Contribuinte, “Brasal” ou “Recorrida”) havia se creditado do IPI com a utilização de produtos (matéria prima) oriundos da Zona Franca de Manaus (“ZFM”) com alíquota zero (posição 2106.90.10) no período de 1º de janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2006. Foi assim lavrado o citado auto de infração para cobrança de IPI (fls 733), tendo em vista a utilização de crédito básico indevido (ficto), com fundamento nos artigos 34. Inciso II, 122, 127, 130, 164, 199 caput e parágrafo único, 200, inciso IV e 202, inciso III e V do Decreto n. 4.544/2002 (“RIPI/2002”), uma vez que, no entendimento fazendário, a Recorrida não possuía o direito de escriturar créditos de produtos sujeitos à alíquota zero. Inconformada com o lançamento fiscal, o Contribuinte apresentou, em 18/12/2008, Impugnação de fls 776. Em seu texto, explica que os produtos comprados da ZFM são concentrados utilizados na produção de refrigerante da marca CocaCola, pugnando pelo direito ao aproveitamento do crédito do IPI (...) Sobreveio então a Decisão da DRJ de Juiz de Fora/MG (fls 1338), de 19 de junho de 2009, que, por unanimidade de votos, considerou improcedente o lançamento, exonerando a empresa do crédito tributário exigido pelo auto de infração. Os julgadores chegaram a este resultado por duas razões: i) Entendeu que o Contribuinte preenche os requisitos legais, previstos na legislação do IPI e da Zona Franca da Manaus, para fazer jus a tomada de crédito de IPI como se a matéria prima adquirida fosse efetivamente tributada; ii) Outrossim, entendeu que o Contribuinte possui decisão judicial transitada em julgado que lhe garante o crédito, pois a associação impetrou o MS justamente visando resguardar o Fl. 3730DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 10166.720116/200895 Acórdão n.º 3402003.249 S3C4T2 Fl. 112 3 direito de seus associados de manter em sua escrita fiscal o crédito de IPI. 1 Conclui então que é efetivamente o percentual de 27% a ser utilizado para o cálculo do crédito de IPI, pois, como informa o Contribuinte, o concentrado que utiliza na fabricação de seus refrigerantes enquadrase na primeira exceção do item 2106.90.10 da Tabela do IPI (“TIPI”), que já existia desde o Decreto 2.092/96, sendo repetida nos Decretos 4.070/2001 e 6.006/2006. (...) Foram então apresentadas Razões ao Recurso de Ofício pela União, representada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional “PGFN” (fls. 1352), asseverando que (i) o acórdão da DRJ decidiu contrariamente às provas dos autos; (ii) a informação no sentido de que o produto que ensejou o lançamento seria “concentrado utilizado na fabricação de refrigerantes", isento do IPI e se enquadrando na exceção 01 da TIPI 2106.90.10 (alíquota de 27%, para o crédito) somente apareceu em sede de impugnação; e iii) no auto de infração nem mesmo houve descrição dos produtos pela autoridade lançadora, que somente indicou que a posição TIPI aplicável é a de n. 2106.90.10, cuja alíquota é zero e, portanto, não permite creditamento algum, tudo com base nas notas fiscais e escrituração dos livros do contribuinte. Conclui então que: “A presente discussão fatalmente é uma destas situações em que a descrição dos produtos e seu devido enquadramento se toma mais intrincada e demanda conhecimento técnico para tanto.” (...) “Observese que a empresa tãosomente informa em nota fiscal e em livros fiscais tratarse da posição 2106.90.10, ou seja, "preparação dos tipos utilizados para elaboração de bebidas". (...) “Nesta hipótese, como a contribuinte é quem requer a modificação do enquadramento, pois a fiscalização partiu da premissa de que suas informações estavam corretas e a posicionou na regra geral 2106.90.10, deveria esta trazer prova em contrário ao processo administrativo ou mesmo pleitear a realização de diligência para esclarecer tal fato.” Em segundo lugar, a PGFN afirma que não há comprovação acerca do cumprimento dos requisitos legais para a utilização dos créditos (Artigo 71 do RIPI/98, artigo 82 do RIPI/02), quais sejam, utilização de matériaprima agrícola e extrativas vegetais de produção regional de estabelecimento localizado na 1 A autuada se fez presente na assembléia geral que concedeu, expressamente, poderes para que a Associação promovesse a mencionada ação judicial, como se verifica no documento de fls. 57/58. Fl. 3731DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 4 Amazônia Ocidental e o produto ser elaborado por estabelecimento com projeto aprovado pela SUFRAMA. Como terceiro ponto, assinala que mesmo que superados os itens anteriores, não haverá direito ao crédito, uma vez que só é possível dar crédito de IPI quando há efetivo pagamento na operação. Posteriormente passa a tratar das decisões do STF que somente autorizam o creditamento de IPI quando houver efetivo pagamento do imposto na operação antecedente da cadeia produtiva (RE 353657, RE 496757). Não há cobrança, não há o que se compensar, afirma a Recorrente. Tal entendimento também se aplicaria aos insumos isentos (RE 566819). Finalmente, a Recorrente afirma que a decisão judicial levantada pelo contribuinte não alcança o crédito discutido nestes autos, pois o Mandado de Segurança Coletivo ("MSC") foi impetrado tão somente contra o Delegado da Receita Federal do Rio de Janeiro, sendo somente a esta parte adstrita a ordem judicial, pois só ele estava no polo passivo desta. O auto de infração foi lavrado no Distrito Federal, sendo os auditores e Delegado da Receita Federal ali circunscritos alheios aos efeitos da decisão judicial. (...) Remetidos os autos para a apreciação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (“CARF” ou “Conselho”), o processo foi objeto de conversão do julgamento em diligência duas vezes (em 28 de julho de 2010 e em 22 de julho de 2014), para a verificação do cumprimento dos requisitos legais para que a Contribuinte pudesse se valer do crédito de IPI em questão. Então, no julgamento do recurso de ofício, mediante o Acórdão nº 3402 003.067, este Colegiado entendeu, por maioria de votos, que a desconformidade entre o fato real e o fato descrito na norma individual e concreta (ato de lançamento) é causa de decretação da improcedência do lançamento pelo mérito, com base na teoria dos motivos determinantes. Dessa modo, julgou ser ilegal a manutenção do lançamento fiscal por fundamento diverso ("o crédito é indevido porque o fabricante dos concentrados não cumpriu os requisitos do art. 82, III, do RIPI/2002") daquele que foi originalmente invocado ("o crédito é indevido porque os insumos estão sujeitos à alíquota zero"), uma vez que sendo o lançamento tributário um ato administrativo enquadrado na classe dos atos vinculados, os motivos invocados originalmente são vinculantes para a Administração. A decisão foi objeto de embargos de declaração por parte do titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão, cujo conteúdo afirma que o julgamento foi “omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma”, haja vista que o fundamento do auto de infração teve como base a classificação fiscal do insumo adquiro pela autuada e essa classificação fiscal não foi analisada em seus pormenores." É o relatório. Voto Fl. 3732DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 10166.720116/200895 Acórdão n.º 3402003.249 S3C4T2 Fl. 113 5 Conselheira Relatora Thais de Laurentiis Galkowicz De acordo com o despacho de admissibilidade, os Embargos de Declaração são tempestivos e preenchem os requisitos do artigo 65, §3º do Regimento Interno do CARF. Assim, passo ao mérito. Pois bem. Nas palavras de Candido Rangel Dinamarco, “omissão é a falta de exame de algum fundamento da demanda ou da defesa, ou de alguma prova, ou de algum pedido etc”.2 Trazendo o instituto para o âmbito do processo administrativo fiscal federal, o artigo 65 do Regimento interno do CARF dispõe que "cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma." Nesse sentido apresentarseia omissão no acórdão embargado, pois, nas palavras da Embargante "o fundamento do auto de infração teve como base a classificação fiscal do insumo adquiro pela autuada. E essa classificação fiscal não foi analisada em seus pormenores." (grifei) Com a devida vênia, entendo ser equivocada a argumentação da Embargante. Isto porque, diferentemente do que alega, o fundamento do auto de infração não teve como base a classificação fiscal do insumo adquirido pela empresa Embargada. Explico. O acórdão recorrido é cristalino sobre os motivos que levam à necessidade de se negar provimento ao recurso de ofício, sendo imperioso manterse o cancelamento da autuação fiscal. Destaco a seguinte passagem do voto vencedor, da lavra do Conselheiro Antonio Carlos Atulim: No caso dos autos, é evidente o descompasso entre a motivação do auto de infração e a situação real do contribuinte: a autuação foi lastreada no fato de que "insumos tributados com alíquota zero não dão direito ao crédito de IPI"; quando a realidade fática evidenciada pela Nota Fiscal e pela TIPI trazidas ao processo pela própria fiscalização, revelam que se trata de crédito tomado sobre aquisições de produtos isentos originários da Zona Franca, com base nos arts. 69, I e II; 82, III e 341, II do RIPI/2002. O Conselheiro alcançou tal conclusão pela análise do Termo de Verificação Fiscal (fls 729), no qual em singelo e único parágrafo, de três linhas, a fiscalização fundamentou a glosa do crédito de IPI nos seguintes dizeres: "por meio do exame das notas fiscais de aquisição de matériaprima oriunda da Zona Franca da Manaus, ficou constatado que aquelas operações foram tributadas à alíquota zero, conforme posição 2106.90.10 o que acarretou a glosa dos créditos de IPI respectivos." Para abalizar a pretensão fiscal, colacionou se em seguida ementa de julgado do Supremo Tribunal Federal ("STF"), o Ag. Reg. no Recurso Extraordinário n. 496.7570, que trata da impossibilidade de creditamento do IPI referente a insumos e matériasprimas não tributados ou sujeitos à alíquota zero, com base nos precedentes do Pleno RE 353.657/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, e RE 370.682/SC, Rel. para o acórdão o Min. Gilmar Mendes. 2 Instituições do Direito Processual Civil, Malheiros Editores, 2005, vol. III, página 688. Fl. 3733DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 6 É hialino, portanto, que a questão da classificação fiscal dos produtos adquiridos pela Embargada não foi o fundamento do auto de infração, mas sim no fato de a TIPI atribuir ao NCM em questão a alíquota zero, sendo que nenhum esforço probatório foi perpetrado pela Fiscalização no sentido de comprovar que a Recorrente não fazia jus ao crédito de IPI outorgado pela legislação à aquisição de produtos isentos oriundos da Zona Franca de Manaus, sendo que seria justamente esse último argumento que permitiria salvaguardar o lançamento tributário, como é de conhecimento do CARF, que analisa dezenas de outros autos de infração corretamente lavrados pela Administração Tributária nesse sentido. Com efeito, este específico lançamento tributário quedouse na tese segundo a qual operações não tributadas não geram o respectivo crédito de IPI. Em nenhum momento o lançamento tributário discute o assunto das isenções previstas pela legislação do IPI (Decretos Leis nº 1.435/76 e 288/67), o cumprimento ou não dos requisitos postos no direito positivo, ou as manifestações jurisprudenciais sobre o específico assunto do crédito de IPI relativo a produtos adquiridos da Zona Franca da Manaus. Tal discussão, como assume a própria Receita Federal em seus embargos, somente surgiu na fase litigiosa do presente processo administrativo. Lembrese que nas notas fiscais juntadas aos autos, consta que a fornecedora dos insumos informava nas notas fiscais de saída que os concentrados para a produção de refrigerantes eram isentos do IPI por força dos artigos 69, incisos I e II e 82, inciso III do RIPI/2002. Isto significa que a Recofarma (fornecedor das mercadorias ao Contribuinte) usufruiu tanto da isenção para produtos industrializados na Zona Franca de Manaus (artigo 9º do DecretoLei nº 288/67), quanto da isenção prevista para produtos industrializados na Amazônia Ocidental com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional (artigo 6º do DecretoLei nº 1.435/75). Porém, nada disso foi analisado ou objeto de fundamentação do lançamento tributário, o qual se restringiu a afirmar que insumos tributados com alíquota zero não dão direito ao crédito de IPI, como já salientado. Sobre a diferenciação das discussões em apreço, cumpre lembrar que o histórico dos julgamentos do STF a respeito do direito ao crédito de IPI oriundo de operações nas quais não há cobrança do imposto diferenciase da situação dos créditos de produtos isentos oriundos da Zona Franca de Manaus. Estes são entendidos como um assunto “especial” em relação ao assunto “geral” de crédito de IPI de operações com alíquota zero, isentas ou não tributadas, os quais, como é consabido, não dão direito ao crédito do imposto, como firmado na alteração de jurisprudência consolidada nos RE 370.682 e 566.891 (utilizados para fundamentar o auto de infração ora sob análise). A diferenciação das duas situações se depreende do RE n. 592.891, que dá tratamento individualizado ao crédito de IPI decorrente de produtos munidos de isenção da Zona Franca de Manaus, cuja repercussão geral foi reconhecida, mas o julgamento encontrase ainda pendente. Em precisa observância da situação destacada, o voto vencedor do acórdão embargado invocou a teoria dos motivos determinantes para chegar à conclusão de que as diligências efetuadas no decorrer do presente processo foram despiciendas, à medida que a verificação do cumprimento dos requisitos legais para ser mantida a glosa de créditos (art. 82, III, do RIPI/2002) não guarda compatibilidade com o fundamento do auto de infração, ato administrativo plenamente vinculado que é. Não poderia ser outra a decisão, uma vez que o artigo 146 do CTN expressamente veda a alteração de critério jurídico no curso do processo administrativo fiscal: Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios Fl. 3734DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 10166.720116/200895 Acórdão n.º 3402003.249 S3C4T2 Fl. 114 7 jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Por tudo quanto exposto, entendo que a lide foi devidamente solucionada, não havendo omissão no acórdão embargado a ser sanada por esse Colegiado. Assim, voto pela rejeição dos Embargos de Declaração. Thais de Laurentiis Galkowicz Relatora Fl. 3735DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ
score : 1.0
Numero do processo: 10235.720049/2004-14
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano-calendário: 2001
NORMAS PROCESSUAIS. RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA NA APRECIAÇÃO DA PROVA. IMPOSSIBILIDADE.
O recurso especial de divergência não constitui uma terceira instância de julgamento, tendo por escopo uniformizar a jurisprudência em caso de divergência de interpretação da lei tributária. Inexiste previsão regimental para uniformização de decisões divergentes quanto à apreciação da prova.
Numero da decisão: 9101-001.450
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos
Fiscais, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso.
Matéria: CSL- que não versem sobre exigência de cred. trib. (ex.:restituição.)
Nome do relator: VALMIR SANDRI
1.0 = *:*
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Numero do processo: 13888.901417/2014-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2012
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa.
BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.351
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2012 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado.
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Inclusão do ICMS na base de cálculo. Recorrente AÇOVIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ESTRUTURAS METÁLICAS E PRÉMOLDADOS DE CONCRETO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2012 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de pedido eletrônico de restituição da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, cumulado com declaração de compensação, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 14 17 /2 01 4- 17 Fl. 50DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901417/201417 Acórdão n.º 3402003.351 S3C4T2 Fl. 3 2 denegado em tempo hábil por meio de despacho decisório eletrônico, sob o fundamento de que o DARF representativo do pagamento indevido estava inteiramente alocado para a quitação de débitos anteriormente declarados pelo contribuinte. Em tempo hábil, foi apresentada manifestação de inconformidade na qual a defesa alegou, em síntese, que houve nulidade por cerceamento do direito de defesa e que o crédito do contribuinte decorre de pagamento indevido, em razão de ter sido incluído o ICMS na base de cálculo da contribuição. Afirmou que o ICMS é mero ingresso que não pode ser incluído no conceito de faturamento. Invocou o precedente consubstanciado no RE 240.785 do STF e informou que os artigos 73 e 74 da Lei nº 9.430/96 garantem seu direito de compensar o indébito apurado. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento rejeitou a preliminar de nulidade e, no mérito, decidiu o seguinte: a) o valor do DARF está inteiramente alocado para pagamento de débitos informados pelo próprio contribuinte; b) a lei apenas permite a exclusão da base de cálculo da contribuição do ICMS recolhido na condição de substituto tributário e da receita proveniente da alienação onerosa de créditos do ICMS; e c) o valor dos débitos declarados para compensação é de magnitude superior ao valor do único DARF vinculado a essas compensações. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância, o contribuinte apresentou em tempo hábil recurso voluntário a este Colegiado, alegando, em síntese, o seguinte: a) nulidade por cerceamento de defesa porque o despacho decisório não diz as razões pelas quais o contribuinte não tem o crédito que alega possuir. Essa omissão impediu o contribuinte de exercer a plena demonstração de seu crédito, pois não há como argumentar contra uma decisão que se mostra lacônica; b) a base de cálculo da contribuição sempre foi o faturamento e com o advento da Lei nº 10.833/2003 houve uma ampliação, passando a base de cálculo a abranger a totalidade das receitas auferidas pelo contribuinte. Entretanto, o valor do ICMS não pode ser considerado como receita do contribuinte, sob pena de violação do art. 110 do CTN, pois a lei não pode considerar receita o que não é receita. O ICMS representa para o contribuinte mero ingresso, pois o valor é posteriormente destinado ao fisco estadual. Tal interpretação foi cristalizada em caráter definitivo no RE 240.7852, que deve ser aplicado ao caso concreto. Reafirmou a existência do indébito e seu direito de compensálo com base nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430/96. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.317, de 28 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.317): Fl. 51DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901417/201417 Acórdão n.º 3402003.351 S3C4T2 Fl. 4 3 "O recurso preenche os requisitos formais para sua admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Relativamente à preliminar de nulidade, não assiste razão à defesa. Isso porque, ao contrário do alegado, o despacho decisório declinou com todas as letras o motivo pelo qual a Administração Tributária denegou o pleito do contribuinte e não homologou as compensações declaradas. O Despacho Decisório apresenta a seguinte motivação: "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DECOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados no PER/DECOMP. (...)" No mesmo despacho encontramse perfeitamente identificados o número do PER/DECOMP, o número do DARF e o valor relativo ao suposto pagamento indevido. O texto acima transcrito revela que a compensação não foi homologada porque o valor do DARF está inteiramente alocado para o pagamento de débitos declarados pelo próprio contribuinte. Em outras palavras: o contribuinte não possui o crédito alegado no PER/DECOMP porque o valor já foi utilizado para extinguir débitos por ele próprio declarados. Portanto, o despacho decisório não foi lacônico, uma vez que declinou expressamente o motivo da não homologação da compensação: o contribuinte não tem o crédito alegado. Essa fundamentação está explícita de forma clara, precisa e congruente com a decisão de não homologar a compensação, o que atende às exigências do art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Sendo assim, é improcedente a alegação de nulidade, pois o contribuinte não teve seu direito ao contraditório e à ampla defesa cerceados, mesmo porque a apresentação de impugnação e de recurso voluntário, deduzindo argumentos no sentido de demonstrar a existência jurídica do indébito desautorizam a invocação dessa preliminar. No mérito, deflui dos autos que o contribuinte apurou e recolheu a contribuição incluindo o ICMS na sua base de cálculo e agora comparece perante a Administração Tributária alegando que o recolhimento foi efetuado em montante superior ao devido porque a inclusão do ICMS no faturamento ou na receita é inconstitucional. O recolhimento efetuado pelo contribuinte, incluindo o ICMS na base de cálculo da contribuição, está calcado em entendimento sedimentado desde tempos imemoriais na seara tributária. Tal entendimento tem respaldo legal no art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77 e na Instrução Normativa nº 51, de 03/11/1978, que a regulamentou. Fl. 52DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901417/201417 Acórdão n.º 3402003.351 S3C4T2 Fl. 5 4 O art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77, na redação vigente na época do fato gerador relativo ao pagamento tido como indevido, estabelecia o seguinte: "Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. (...)" (Fonte da transcrição: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decretolei/ del1598.htm) Já o item 4 da IN SRF nº 51/78, estabelece o seguinte: 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. (...) 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente (sic) com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra (sic) a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes etc. 4.3.1 Incluemse também neste item: a) taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda; b) a parcela de contribuição para o Programa de integração Social calculada sobre o faturamento; c) a quota de contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação. (Fonte da transcrição: http://sijut.fazenda.gov.br/netahtml/ sijut/Pesquisa.htm) Portanto, o recolhimento efetuado pelo contribuinte está em conformidade com a legislação vigente e com entendimento sedimentado há anos na seara tributária, uma vez que o valor do ICMS integra o preço da mercadoria, sendo tal valor deduzido contabilmente como despesa operacional. O contribuinte alega, em síntese, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição porque o imposto estadual não se enquadra no conceito de faturamento ou mesmo no de receita estabelecido pela constituição. Ao contrário do alegado pelo contribuinte, tal argumento não pode ser acatado pelos órgãos administrativos de julgamento, pois o art. 26A do Fl. 53DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901417/201417 Acórdão n.º 3402003.351 S3C4T2 Fl. 6 5 Decreto nº 70.235/72 proíbe este colegiado de negar vigência a texto legal com hierarquia superior a Decreto, em razão de arguição de inconstitucionalidade, in verbis: "Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(...)" O contribuinte invoca a seu favor o acórdão do STF proferido no RE 240.7852. Entretanto, esse recurso extraordinário ainda não foi definitivamente julgado, não se enquadrando no disposto no § 6º, I, acima transcrito, e nem nas disposições do Decreto nº 2.346/97, para que o entendimento possa ser estendido administrativamente a outros casos concretos. Não se olvide que essa questão é objeto do Tema 69 dos recursos submetidos à sistemática da repercussão geral no STF e será decidida no RE nº 574.706. Acrescentese que a Súmula CARF nº 2 estabelece que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária. Considerando que os recolhimentos efetuados pelo contribuinte, com a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS, estão conformes à legislação vigente, voto no sentido de negar provimento ao recurso." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 54DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 10735.722336/2014-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS PERCEBIDOS ACUMULADAMENTE. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE OU NO AJUSTE ANUAL. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. 1. Ao tributar os valores no ajuste anual, o agente fiscal inobservou a regra geral, que determina que os valores devem ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês.
2. Por opção do contribuinte, o total dos rendimentos acumulados poderá integrar a base de cálculo do imposto devido no ajuste anual.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-005.468
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, para dar-lhe provimento parcial, a fim de determinar a retificação do lançamento, nos termos da fundamentação do voto. Não votou o Conselheiro Theodoro Vicente Agostinho, posto que atuou em substituição ao Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, que já havia votado em sessão anterior.
(Assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(Assinado digitalmente)
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Recorrente TEREZA DOS SANTOS BARROS DE SOUZA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS PERCEBIDOS ACUMULADAMENTE. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE OU NO AJUSTE ANUAL. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. 1. Ao tributar os valores no ajuste anual, o agente fiscal inobservou a regra geral, que determina que os valores devem ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. 2. Por opção do contribuinte, o total dos rendimentos acumulados poderá integrar a base de cálculo do imposto devido no ajuste anual. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 72 23 36 /2 01 4- 08 Fl. 129DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso, para darlhe provimento parcial, a fim de determinar a retificação do lançamento, nos termos da fundamentação do voto. Não votou o Conselheiro Theodoro Vicente Agostinho, posto que atuou em substituição ao Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, que já havia votado em sessão anterior. (Assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (Assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10735.722336/201408 Acórdão n.º 2402005.468 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 3ª Turma da DRJ/SDR, cuja ementa e resultado são os seguintes: OMISSÃO DE RENDIMENTOS Mantido o lançamento quando a omissão de rendimentos apontada não é descaracterizada. Impugnação Improcedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Assim, foi mantida parcialmente a exigência do crédito tributário constituído através de Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física, anocalendário 2012, no valor total de R$ 3.144,57, decorrente da seguinte acusação (fl. 28): a) omissão de rendimentos recebidos acumuladamente (RRA) em virtude de ação judicial federal, no valor de R$20.680,35; b) foi considerado o valor informado em DIRF pela Caixa Econômica Federal (CEF); c) contribuinte fez opção pela tributação exclusiva dos rendimentos recebidos acumuladamente, mas a planilha que apresenta, da Procuradoria da Fazenda Nacional, não tem relação com o valor informado em DIRF; d) sendo assim, foi considerado o rendimento no ajuste anual (fls. 31 e 33); Para manter parcialmente a exigência, a DRJ se valeu dos seguintes fundamentos: a) o rendimento recebido pela CEF, em 24/01/2012, no valor de R$20.680,35, é relativo a depósito judicial, mas sem qualquer referência a processo específico; b) o rendimento não foi declarado em DIRPF pela contribuinte; c) a notificação de lançamento ocorreu pelo fato de a CEF ter prestado informações em DIRF do valor pago, com retenção de contribuições à previdência oficial, no valor de R$1.708,20, e retenção de imposto, no valor de R$620,41, mediante utilização do código de rendimentos pagos pela Justiça Federal (código 5928), e não com o código de rendimentos acumulados (código 1889), sem a indicação, portanto, do número de meses aos quais se referem os rendimentos; Fl. 131DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 d) porém, o contribuinte declarou rendimentos recebidos acumuladamente, no valor de R$729,50, informados em outra DIRF da CEF (código 1889), sem retenção de imposto, e com indicação de número de meses (73) – fl. 32; e) os documentos referentes à ação judicial (processo 2008.5160036191 – fls. 9/14, 52 e 79), ajuizada para cobrança de diferenças de gratificação de pensão por causa da paridade entre servidores ativos e inativos, entre dezembro de 2003 a dezembro de 2005, atestam apenas que, em 21/12/2010, o contribuinte tinha direito a R$20.253,51; f) o documento de fls. 55/56 atesta direito a R$5.157,30, em junho de 2011, relativo ao período de dezembro de 2003 a fevereiro de 2008, em razão de a gratificação ter deixado de ser devida a partir de março de 2008; g) há documentos relativos a um outro processo (processo 0003192 56.2011.4.02.5110), com valor de R$11.759,44, atualizado até abril de 2012 (fls. 63/73); h) ocorre que não há alvará judicial ou qualquer outro documento judicial hábil a atestar o valor de R$20.680,35, informado pela CEF em DIRF, bem como não há comprovação inequívoca da quantidade de meses, sendo que a semelhança dos valores nos diversos documentos, por si só, é insuficiente para fins de comprovação; i) mantida a omissão de rendimentos, de R$20.680,35, devese retificar o lançamento, para deduzir as contribuições à previdência oficial a ela relativas, de R$ 1.708,20, informadas em Dirf e comprovada no levantamento (fl. 7), com a consequente exoneração de R$ 469,75 de imposto de renda. A contribuinte tomou ciência da decisão em 04/02/2015 (fls. 118/119) e interpôs recurso voluntário em 05/03/2015 (fl. 99), na qual alegou o seguinte: a) tratase de verba laboral complementar gratificação de desempenho de atividade técnicoadministrativa (GDATA), obtida através do processo nº 2008.51.60.0036191, que tramitou no 1º Juizado Especial Federal de São João de Meriti/RJ; b) anexou a sentença (fl. 60); c) o valor de R$20.680,35 é proveniente da atualização do valor base de R$20.295,98; d) pela Lei 12.350/2010, o RRA ganhou nova forma, apurandose o imposto na proporção dos meses a que se referem os rendimentos; e) tratandose de fato novo quanto à sistemática de tributação, que não mais incide diretamente sobre o total recebido, senão sobre cada competência redistribuída a todo o período a que corresponde (61 competências), ou seja, aos pagamentos no período de 12/2003 até 12/2008, há de se determinar o reprocessamento da DIRPF, ano calendário 2012, para enquadramento dos RRA; Fl. 132DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10735.722336/201408 Acórdão n.º 2402005.468 S2C4T2 Fl. 4 5 f) deve ser revisado o lançamento, considerandose os rendimentos como recebidos acumuladamente, em campo próprio, mediante tributação exclusivamente na fonte. É o relatório. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci Relator 1 Conhecimento O recurso voluntário é tempestivo e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. 2 Da omissão de rendimentos Inicialmente, cumpre observar que os rendimentos em questão foram recebidos no anocalendário 2012, conforme notificação fiscal de lançamento. Tratase, outrossim, de rendimentos recebidos acumuladamente (RRA), vez que decorrentes de diferenças de gratificação de desempenho de atividade técnico administrativa devidas a servidor público inativo (vide sentença de fls. 10/13), correspondentes aos meses de maio/2004 a dezembro/2008 (vide planilha de fl. 9, que inclusive dá conta de que não houve diferenças devidas entre os meses de dezembro/2003 a abril/2004). A própria acusação fiscal é de que os rendimentos são acumulados (vide fls. 27/36). Vale frisar que a pequena diferença entre o montante calculado, de R$ 20.295,98 (vide fls. 9, 51 e 80) e o montante levantado, de R$ 20.680,35 (vide fls. 7/8), obviamente decorre da atualização devida entre a data do cálculo/depósito e a efetiva data do levantamento. Desta forma, o presente caso é regido pelo art. 12A da Lei nº 7.713/1988, com a redação da Lei nº 12.350/2010, vigente à época dos fatos, conversão da MP nº 497/2010, sendo inaplicável o precedente do Supremo Tribunal Federal, RE nº 614.406, com repercussão geral e trânsito em julgado. Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anoscalendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 1o O imposto será retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10735.722336/201408 Acórdão n.º 2402005.468 S2C4T2 Fl. 5 7 [...] § 3º. A base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis: (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) I – importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública; e (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) II – contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 5o O total dos rendimentos de que trata o caput, observado o disposto no § 2o, poderá integrar a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste Anual do ano calendário do recebimento, à opção irretratável do contribuinte. § 6o Na hipótese do § 5o, o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte será considerado antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual. [...] (destacouse) O programa gerador da declaração do referido anocalendário já contava com campo específico para a declaração dos rendimentos tributáveis de pessoa jurídica recebidos acumuladamente pelo titular ou dependentes. Logo, os valores em questão, correspondentes àqueles descritos no caput da norma encimada, deveriam ter sido declarados naquele campo específico (regra do caput) ou, opcionalmente, serem oferecidos ao ajuste anual (opção prevista no § 5º). No caso concreto, vêse que a recorrente não declarou os rendimentos no campo atinente aos RRA, tampouco os ofereceu ao ajuste anual (vide Declaração de Ajuste Anual de fls. 18/22). Com efeito, no quadro dos RRA consta apenas um valor de R$729,50, pagos pelo Ministério da Saúde, correspondente a 73 meses. Isto é, não há coincidência de valor, fonte e número de meses com o rendimento apurado pela fiscalização. O mesmo se diga em relação aos rendimentos declarados como recebidos de pessoa jurídica. Logo, concluise que houve omissão de rendimentos. Contudo, o lançamento está equivocado. Ao tributar os valores no ajuste anual (vide fl. 31), o agente fiscal inobservou a regra geral, que determina que os valores devem ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 8 Como dito acima, a regra é a tributação exclusivamente na fonte (caput do art. 12A), sendo a exceção, por opção do contribuinte, a tributação no ajuste anual (§ 5º do art. 12A). Sendo assim, deve ser retificado o lançamento, para que o imposto seja calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se referem os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito (§ 1º), permitida a dedução, já feita em sede de fiscalização, da quantia de R$1.708,20, devida à previdência (§ 3º), bem como do imposto já retido. Ao contrário do que alega a contribuinte, contudo, o montante devido não corresponde a 61 competências. A memória de cálculo de fl. 9 demonstra que não houve diferença devida de gratificação entre os meses de dezembro/2003 e abril/2004, mas sim entre os meses de maio/2004 e dezembro/2008. Portanto, a autoridade executora do julgado também deve levar em consideração essa circunstância. 3 Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, a fim de determinar a retificação do lançamento, nos termos da fundamentação. (Assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Numero do processo: 12457.002330/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 18/03/2010
Ementa:
ACUSAÇÃO DE INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA POR OCULTAÇÃO DE TERCEIRO. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DO TERCEIRO, NA QUALIDADE DE REAL IMPORTADOR. INFRAÇÃO NÃO CARACTERIZADA
Para restar configurada a infração capitulada no art. 23, inciso V do Decreto-Lei n.º 1.455/76 pressupõe a indicação do terceiro indevidamente acobertado, sob pena de não haver subsunção do fato ao tipo, em especial quando a acusação fiscal aduz que o terceiro teria sido o responsável por suportar financeiramente a operação de importação. Autuação insubsistente.
RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. PRECLUSÃO RECURSAL. EXTENSÃO DOS EFEITOS MATERIAIS DA DECISÃO EM FAVOR DO RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO REVEL.
Apesar da preclusão do responsável solidário em recorrer, é ínsito da responsabilidade solidária por infração que os efeitos materiais da decisão proferida em favor de um dos solidários também favorece o revel, o que é próprio do instituto da solidariedade.
Numero da decisão: 3402-003.283
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Diego Diniz Ribeiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Carlos Augusto Daniel Neto, Jorge Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Diego Diniz Ribeiro.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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Recorrida União ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 18/03/2010 Ementa: ACUSAÇÃO DE INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA POR OCULTAÇÃO DE TERCEIRO. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DO TERCEIRO, NA QUALIDADE DE REAL IMPORTADOR. INFRAÇÃO NÃO CARACTERIZADA Para restar configurada a infração capitulada no art. 23, inciso V do Decreto Lei n.º 1.455/76 pressupõe a indicação do terceiro indevidamente acobertado, sob pena de não haver subsunção do fato ao tipo, em especial quando a acusação fiscal aduz que o terceiro teria sido o responsável por suportar financeiramente a operação de importação. Autuação insubsistente. RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. PRECLUSÃO RECURSAL. EXTENSÃO DOS EFEITOS MATERIAIS DA DECISÃO EM FAVOR DO RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO REVEL. Apesar da preclusão do responsável solidário em recorrer, é ínsito da responsabilidade solidária por infração que os efeitos materiais da decisão proferida em favor de um dos solidários também favorece o revel, o que é próprio do instituto da solidariedade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Antonio Carlos Atulim Presidente. Diego Diniz Ribeiro Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 45 7. 00 23 30 /2 01 1- 11 Fl. 364DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Carlos Augusto Daniel Neto, Jorge Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Diego Diniz Ribeiro. Relatório 1. Tratase de auto de infração lavrado contra a empresa Emuná Brasil Comércio Exterior Ltda. ("Emuná") e, de forma solidária (art. 95, inciso I do DecretoLei 37/66), contra o seu representante legal, o Sr. Sandro Luiz Kdzierski, acusado de ter sido beneficiado com a operação de importação perpetrada pela Recorrente e que fora objeto de fiscalização aduaneira. 2. Em suma, a fiscalização constatou que em 18/03/2010 a empresa Emuná registrou a declaração de importação número 10/04408465, no valor aproximado de R$ 13.000,00, a qual foi declarada como importação realizada por sua própria conta e ordem. 3. Ocorre que, ao final da fiscalização, apurouse que tais operações foram realizadas mediante interposição fraudulenta, uma vez que tiveram por escopo ocultar o seu real beneficiário, o qual não foi identificado. Assim, foi lavrada a presente autuação, imputando à todos os sujeitos passivos acima mencionados a pena de perdimento, convertida em multa, nos termos do art. 23, inciso V, §§1º e 3º, do DecretoLei n.º 1.455/761,). 4. Segundo a fiscalização os indícios que levaram a tais conclusões foram os seguintes: (i) que entre os anos de 2007 e 2009 a Recorrente teve um exponencial aumento quanto valores envolvidos na importação de bens2 sem que, em contrapartida, houvesse um correlato incremento da sua receita bruta para fins de incidência tributária decorrente das operações nacionais (revenda das mercadorias importadas), o que seria incompatível com seu objeto social (importação e comercialização de mercadorias); (ii) que entre os anos de 2007 e 2009 houve um grande incremento da movimentação bancária da Recorrente, que saltou de R$ 233.957,84 para R$ 1.412.143,55 sem que, todavia, houvesse um aumento declarado do patrimônio das suas sócias, o que levou a fiscalização concluir que os valores percebidos pela Recorrente não estavam sendo direcionados para as suas sócias, mas sim para um terceiro; 1 "Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: (...). V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. (...). § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (...). § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. (...)." 2 Segundo a fiscalização, em 2007 a Recorrente importou R$ 11.413,46, em 2008 o montante de R$ 172.924,38 e, em 2009, o equivalente a R$ 321.488,54. Fl. 365DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12457.002330/201111 Acórdão n.º 3402003.283 S3C4T2 Fl. 365 3 (iii) que em visita ao estabelecimento da Recorrente a fiscalização apurou uma incompatibilidade entre seu objeto social e a capacidade física de perfazêlo em concreto, já que o estabelecimento se resumia a uma pequena sala comercial, sem capacidade acomodação de estoque ou armazenagem; (iv) que a sócia Iracema, em declaração prestada para os agentes aduaneiros, afirmou que embora integre o contrato social da Recorrente e tenha integralizado o seu capital social, não recebe valores a título de distribuição de lucros e desconhece a rotina operacional da empresa, uma vez que a mesma é exclusivamente administrada pelo seu filho e representante legal da Recorrente, o Sr. Sandro Luiz Kdzierski; (v) que em relação a DI n. 10/04408465, objeto da fiscalização, apurouse que no dia seguinte ao seu desembaraço, a mercadoria então importada (25 toneladas de pilhas), teve sua saída registrada pela nota fiscal n. 116 e tendo como destinatário a empresa Mana Pilhas Eletrônicos Ltda. ("Mana Pilhas"). Acontece que, em resposta a intimação fiscal, a empresa Mana Pilhas afirmou que recusou a mercadoria enviada pela Recorrente pelo fato de estarem deterioradas, o que levou a fiscalização concluir que a Recorrente prestou informação inverídica ao Fisco; e, por fim (vi) que analisando extratos bancários da Recorrente, foi possível constatar, na data do desembaraço, débitos equivalentes ao montante exigido a título de tributo na importação e, em 19/01/2010, uma débito equivalente ao correlato contrato de câmbio. Segundo a Recorrente, tal operação teria sido lastreada por um depósito R$ 9.500,00 perpetrado pela empresa Mana Pilhas, o que teria sido realizado em 15/05/2009, ou seja, muito antes da realização da operação de importação aqui detalhada. Todavia, como a Mana Pilhas negou e provou documentalmente não ter efetivado a operação com a Recorrente, concluise que o valor em questão foi depositado por um terceiro, o verdadeiro importador das mercadorias em apreço. 5. Uma vez notificados da autuação, apenas a empresa Emuná apresentou Impugnação (fls. 217/259), alegando, em síntese: (i) ausência de materialidade do fato imputado ao Recorrente; (ii) existência de indevida presunção quanto à ocorrência da suposta interposição fraudulenta; (iii) ofensa ao princípio da proporcionalidade em razão da sanção aplicada em concreto (perdimento convertida em multa); (iv) injuridicidade da responsabilidade solidária imputada ao Sr. Sandro Luiz Kdzierski; e, por fim (v) injuridicidade da declaração de inaptidão do CNPJ da Recorrente. 6. Devidamente processada, a referida Impugnação foi julgada improcedente pela DRJSP (fls. 292/310) nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO Data do fato gerador: 18/03/2010 Fl. 366DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 IMPORTAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. A lei prevê a presunção de interposição fraudulenta de terceiros na operação de comércio exterior quando a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação de mercadorias estrangeiras não for comprovada. A interposição fraudulenta de terceiros em operações de comércio exterior, é considerada dano ao erário, punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. PROVAS ILÍCITAS Por força do disposto nos artigos 95 e 94 da Lei 4502/11994, 18 e 19 do Decreto 6759/2009, 34 da Lei 9430/1996 e 195 da Lei 5172/1996, não são ilícitas as provas obtidas em estabelecimento comercial ou industrial, obtidas em procedimento regular de fiscalização aduaneira; RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA Nos termos do Artigo 135 do CTN, para a responsabilização solidária de sócios de empresa inadimplente, ou que infringiu a lei tributária, tem que haver a comprovação de que os sócios são responsáveis pela inadimplência e que a dívida tributária decorreu de fraude. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. 7. Cientificado da referida decisão, o contribuinte interpôs o Recurso Voluntário de fls. 316/336, repisando as alegações aduzidas em sua Impugnação. 8. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 9. O Recurso voluntário preenche os pressupostos formais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. I. Do sujeito passivo Sandro Luiz Kdzierski 10. Ao se analisar a Impugnação apresentada pela empresa Emuná é possível observar que figurou como Impugnante apenas a referida pessoa jurídica, não havendo qualquer menção à pessoa do seu representante legal, o Sr. Sandro Luiz Kdzierski. 11. É bem verdade que, em um dos tópicos da peça impugnatória e também da peça recursal, a Recorrente sustenta a ausência de responsabilidade do Sr. Sandro, o que, sob uma perspectiva processual, faz de forma absolutamente indevida, haja vista que não é Fl. 367DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12457.002330/201111 Acórdão n.º 3402003.283 S3C4T2 Fl. 366 5 possível postular em nome próprio direito alheio, exatamente como prevê o art. 18 do Novo Código de Processo Civil3, o qual se aplica no processo administrativo de forma subsidiária e supletiva4. 12. Logo, está precluso o direito do Sr. Sandro para discutir a exigência aduaneira aqui tratada, em especial na já adiantada fase de Recurso Voluntário, sob pena, inclusive, de se promover uma indevida supressão de instância. Em outros termos, referido responsável perdeu a oportunidade de debater a exação em questão, uma vez que, para ele, não foi instaurada a fase litigiosa do processo administrativo, consoante se extrai do art. 14 do Decretolei n. 70.235/66: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. 13. Assim, sob uma perspectiva estritamente processual, não há dúvida acerca da preclusão sobredita. Ocorre que, o representante legal da Recorrente Emuná consta no polo passivo da presente demanda na qualidade de responsável solidário, nos termos do art. 95, inciso I do Decretolei 37/66. Assim, sob uma perspectiva de direito material (solidariedade) o resultado da presente demanda afetará diretamente a citada pessoa naquilo em que eventualmente lhe aprouver. Tratase de questão ínsita do instituto da solidariedade, em especial na hipótese de solidariedade por infração5. 14. Tal fato, entretanto, não altera a questão processual aqui tratada: a preclusão do direito do Sr. Sandro em debater a exigência em apreço, razão pela qual os fundamentos especificadamente formulados em seu proveito não serão analisados. II. Da sanção de inaptidão do CNPJ da Recorrente 15. Embora articule em seu recurso razões para combater a declaração de inaptidão do seu CNPJ, importante registrar que a aludida sanção não foi aplicada no processo administrativo em análise, razão pela qual a Recorrente carece de interesse recursal para esta específica questão. III. Da interposição fraudulenta para acobertar terceiro (real importador) 16. Consoante exposto no relatório do presente voto, a presente acusação aduaneira apresenta como fundamento o disposto no art. 23, inciso V, §§1º e 3º, do Decreto Lei n.º 1.455/76, ou seja, aduz que formalmente a Recorrente teria realizado importação de mercadorias em nome próprio, enquanto que, em verdade, tal operação teria sido perpetrada em benefício de terceiro, o importador de fato da mercadoria estrangeira. 17. E, para chegar a tal conclusão, a fiscalização promoveu um grande esforço investigativo, coletando inúmeras provas indiciárias que, analisadas em conjunto, demonstrariam essa acusação. 3 "Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico. (...)." 4 Nos termos do que prevê o art. 15 do NCPC, "in verbis": "Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente." 5 Só não há esta extensão quanto aos efeitos materiais da decisão se, para proferir a decisão do caso, o julgador leva em consideração características pessoais de um dos responsáveis. Fl. 368DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 18. O primeiro indício apontado pela fiscalização decorre do fato de, entre os anos de 2007 e 2009, a Recorrente ter apresentado um exponencial aumento nos valores envolvidos na importação de bens6 sem que, em contrapartida, houvesse um correlato incremento da sua receita bruta para fins de incidência tributária decorrente de operações nacionais (revenda das mercadorias importadas), o que seria incompatível com seu objeto social (importação e comercialização de mercadorias). 19. É inegável que tal fato indica, de forma contundente, uma possível omissão de receitas e, até mesmo, a realização de operações jurídicas de venda de mercadorias sem os registros fiscais correlatos, o que, inclusive, poderia suscitar uma eventual autuação para exigência dos tributos devidos na operação interna. 20. Convém lembrar, todavia, que exigência aqui tratada é aduaneira, uma vez que o Recorrente é acusado de interpor fraudulentamente um terceiro em uma operação de importação e, nesse nicho, tal fato não é capaz de provar a sobredita acusação. A inexistência de pagamento de tributos nas operações internas não é sinônimo de interposição fraudulenta de terceiro, mas sim prova de eventual sonegação fiscal. 21. Não obstante, outro elemento de prova trazido pela fiscalização se dá com o fato de que entre os anos de 2007 e 2009 houve um grande incremento da movimentação bancária da Recorrente, que saltou de R$ 233.957,84 para R$ 1.412.143,55 sem que, contudo, houvesse um aumento declarado do patrimônio das suas sócias. Com o devido respeito ao trabalho da fiscalização, penso que esta constatação também não é suficiente para demonstrar a existência de uma interposição fraudulenta por ocultação de terceiro, haja vista inexistir nexo causal entre a inexistência da distribuição de lucros de uma pessoa jurídica com a acusação aqui perpetrada. 22. Quando muito, referido fato, somado a outros, pode induzir a conclusão de que as sócias legais da Recorrente se apresentavam como tal apenas sob uma perspectiva formal, mas que, de fato, o verdadeiro sócio da empresa seria um terceiro que, segundo a fiscalização, seria o Sr. Sandro. Isto, entretanto, não é elemento de prova suficiente para corroborar a existência de uma interposição fraudulenta por ocultação de terceiro. 23. Outro ponto trazido pela fiscalização para sustentar seu trabalho é o fato de a Recorrente não apresentar um estabelecimento físico capaz de estocar ou armazenar as mercadorias importadas para posterior revenda. Entendo, mais uma vez, que tal fato, per si, não é capaz de provar uma interposição fraudulenta por ocultação de terceiro, embora seja passível, em conjunto com outros elementos de prova, indiciar tal prática infracional. 24. Não só é crível, sob uma perspectiva econômica, como válido, sob uma perspectiva jurídica, pensar que o Recorrente dispusesse de terceiros para fins de estocar ou armazenar as mercadorias importadas, o que não foi objeto de apuração pela fiscalização. Também é perfeitamente válida a ilação de que o Recorrente, principal conhecedor do seu negócio jurídico, fizesse importações de mercadorias em quantidade suficiente para que fossem vendidas no mercado interno sem que houvesse a necessidade de permanecerem grandes períodos em estoque ou armazéns. 25. A fiscalização alega ainda e o faz com base em declarações colhidas na fase que antecedeu a autuação que a sócia Iracema afirmou que, apesar de integrar o contrato social da Recorrente e ter integralizado o seu capital social, não recebeu quaisquer valores a título de distribuição de lucros e que desconhece a rotina operacional da empresa, uma vez que 6 Segundo a fiscalização, em 2007 a Recorrente importou R$ 11.413,46, em 2008 o montante de R$ 172.924,38 e, em 2009, o equivalente a R$ 321.488,54. Fl. 369DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12457.002330/201111 Acórdão n.º 3402003.283 S3C4T2 Fl. 367 7 a mesma é exclusivamente administrada pelo seu filho, o Sr. Sandro Luiz Kdzierski, na qualidade de representante legal da Recorrente. 26. Pois bem. Tenho aqui que esta declaração, de uma espontaneidade ímpar, leva a uma certeira conclusão: que as sócias da Recorrente figuravam como tais apenas sob uma perspectiva formal, mas que, de fato, o sócio e beneficiado direto da empresa era o Sr. Sandro. Neste mesmo sentido são as declarações prestadas pelo Sr. Sandro para a fiscalização, as quais atestam ter ele profundo conhecimento acerca da rotina e da operação da Recorrente, o que só reforça essa conclusão. Haveria, portanto, uma possível dissimulação. Ocorre que, a pergunta a ser aqui respondida é a seguinte: tal fato redunda em provar que na importação retratada na DI n. 10/04408465 houve em concreto interposição fraudulenta para fins de ocultação de terceiro? 27. A resposta para a sobredita pergunta perpassa, necessariamente, pelo último elemento de prova colacionado pela fiscalização, qual seja, de que as mercadorias retratadas na DI n. 10/04408465 foram, em princípio, importadas em proveito da Mana Pilhas, o terceiro que estaria oculto na citada operação de importação. E, para provar tal fato, a fiscalização intimou (termo de intimação n. 301/2010 fls. 102/103) a empresa Mana Pilhas para esclarecer o seguinte: 28. Em resposta (fls. 104/105) a tal termo de intimação, a empresa Mana Pilhas esclareceu o seguinte: (...). 01) Quanto ao item 1.1 da intimação esclarecer que: As mercadorias foram adquiridas através do Representante Comercial Sr Mukesh Manghnaoi, sócio da empresa Importadora Sonistar Ltda, com endereço na Av Senador Fl. 370DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 Queiroz, 605 Centro São Paulo Capital, 20° andar CEP 01.026903; Que, referido pedido se deu de forma verbal, eis que, é prática comercial adotada; Que, o pedido se deu no prazo de 30 (trinta) dias antes da entrega das mercadorias; 02 — Quanto ao item 1.2 esclarecer que Que, o momento do pagamento foi exatamente aquele em que se deu o pedido; 3 No que concerne ao item 1.3 esclarecer que: Que, o pagamento se deu em espécie e a vista ao Sr Mukesh; Outrossim, informar que a Mana Pilhas Eletrônicos Ltda, sofreu grande prejuízo com esta transação comercial, vez que, a maioria das caixas de pilhas estavam estragadas; Neste mesmo interregno, informar que desconhecia, até o momento do recebimento das mercadorias qual a empresa que iria as fornecer, desconhecendoa por completo. Só houve o conhecimento prévio de que as mercadorias tinha procedência idônea. (...). 29. Diante de tal resposta, a fiscalização lavrou novo termo de intimação (registrado sob o n. 39/2010 fls. 106/108) para que a empresa Mana Pilhas providenciasse o que segue: (...). Isto posto, com fulcro no MPFD supra, REINTIMO a empresa MANA PILHAS a apresentar, no prazo inderrogável de 05 (cinco) dias contados da ciência desta, os seguintes documentos hábeis e idôneos, comprobatórios do efetivo pagamento da operação refletida pela nota fiscal n° 116: 1) Cópia autenticada de recibo (relativo ao pagamento antecipado da referida venda), devidamente assinado pelo representante comercial da EMUNA BRASIL, contendo valor e data compatíveis com a operação, bem como a identificação de todas as partes envolvidas (nome/razão social e CPF/CNPJ); 2) Cópias, devidamente assinadas pelo sócio e pelo contador responsável, dos registros contábeis completos do Diário e Razão referentes ao período de 1 o de janeiro de 2010 a 31 de março de 2010, ou caso a empresa não escriture tais livros, apresentar cópias dos registros contábeis completos do Caixa, referentes ao mesmo interregno, também assinadas pelo sócio e pelo contador responsável; 3) Cópias autenticadas dos extratos bancários completos de todas as contascorrentes mantidas em nome da MANA PILHAS, referentes ao período de 1 o de janeiro de 2010 a 31 de março de 2010. Fl. 371DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12457.002330/201111 Acórdão n.º 3402003.283 S3C4T2 Fl. 368 9 (...). 30. Após pedido de dilação de prazo, devidamente concedido pela fiscalização, assim se manifestou a Mana Pilhas (fls. 115/117): Fl. 372DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 31. Tais informações foram devidamente comprovadas documentalmente, conforme atesta a nota fiscal de venda de pilhas emitida pela empresa Brilho Exportadora e Importadora (fl. 118) em nome da Mana Pilhas, bm como cópia do livro caixa (fl. 122) desta última empresa citada. 32. Diante deste quadro, resta claro que o terceiro supostamente acobertado pela Recorrente não seria a empresa Mana Pilhas, o que, inclusive, foi reconhecido pela fiscalização, conforme se observa de trecho do seu relatório fiscal (fl. 200): Fl. 373DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 12457.002330/201111 Acórdão n.º 3402003.283 S3C4T2 Fl. 369 11 33. Percebese, portanto, que o temos aqui é uma acusação de interposição fraudulenta por ocultação de terceiro sem que, todavia, o terceiro oculto tivesse sido identificado. Penso, entretanto, que tal identificação é indispensável para a caracterização da infração, por se tratar de um dos elementos que configuram o tipo infracional. 34. Ademais, a indicação do terceiro é fundamental para atestar o nexo causal entre a importação formalmente realizada pela Recorrente e a existência de uma interposição fraudulenta. Serve, ainda, para comprovar que de fato o valor utilizado pela Recorrente nesta operação de importação foi adiantado por este terceiro oculto e não mediante o emprego de importe de propriedade da própria Recorrente que, digase de passagem, tinha capacidade financeira para, em tese, suportar uma operação de R$ 12.351,84. 35. É inegável a aparente injuridicidade dos negócios perpetrados pela Recorrente, o que poderia resultar em inúmeras sanções decorrentes de infrações como, v.g., sonegação fiscal, dissimulação de negócio jurídico, entre outras. Tal fato, entretanto, não é capaz de demonstrar a específica infração aqui acusada, qual seja, de interposição fraudulenta para acobertar terceiro no específico caso da DI n. 10/04408465, razão pela qual a presente exigência aduaneira não pode subsistir. 36. Registrese, desde já, que os efeitos materiais desta decisão devem se estender para a figura do responsável solidário, o Sr. Sandro Luiz Kdzierski, haja vista as questões expostas no tópico "I" do presente voto. Dispositivo Fl. 374DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 12 37. Diante do exposto, dou provimento integral ao Recurso Voluntário interposto pela empresa Emuná Brasil Comércio Exterior Ltda., bem como reconheço a extensão dos efeitos materiais desta decisão para o Sr. Sandro Luiz Kdzierski. 38. É como voto. Diego Diniz Ribeiro Relator Fl. 375DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 10768.720168/2006-11
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 9202-000.033
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que (a) o contribuinte seja intimado do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do despacho que lhe deu seguimento, facultando-lhe o direito de oferecer Contrarrazões e (b) seja esclarecida a natureza do documento acostado às fls. 699/700, de embargos por omissão na decisão do acórdão recorrido, embargos inominados por lapso manifesto no acórdão ou outra.
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que (a) o contribuinte seja intimado do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do despacho que lhe deu seguimento, facultando-lhe o direito de oferecer Contrarrazões e (b) seja esclarecida a natureza do documento acostado às fls. 699/700, de embargos por omissão na decisão do acórdão recorrido, embargos inominados por lapso manifesto no acórdão ou outra. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Patrícia da Silva – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 68 .7 20 16 8/ 20 06 -1 1 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 68 .7 20 16 8/ 20 06 -1 1 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Especial do Procurador 2ª Turma2ª Turma agosto de 2016 agosto de 2016 ITR – ARBITRAMENTO DO VALOR DA TERRA NUA ITR – ARBITRAMENTO DO VALOR DA TERRA NUA FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL ADELMAR PINHEIRO SILVA ADELMAR PINHEIRO SILVA julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que (a) o contribuinte seja intimado do Fl. 728DF CARF MF Processo nº 10768.720168/2006-11 Resolução nº 9202-000.033 CSRF-T2 Fl. 728 2 Relatório Cuida-se de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 2102-002.379 da 1ª Câmara/ 2ª Turma Ordinária da sessão de 20 de novembro de 2012, que restou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 RECURSO DE OFÍCIO. EXCLUSÃO DA INCIDÊNCIA DO ITR DAS ÁREAS DE RESERVA LEGAL, PRESERVAÇÃO PERMANENTE E BENFEITORIAS, COMPROVADAS POR ADA, AVERBAÇÕES CARTORÁRIAS E LAUDO TÉCNICO. CORREÇÃO. A decisão da Turma de Julgamento, à luz do Laudo, das averbações nas matrículas do imóvel e do ADA, deferiu a exclusão das áreas comprovadas de Preservação Permanente APP, de Reserva Legal RL e de benfeitorias. Procedimento correto e que não merece reparos. RECURSO VOLUNTÁRIO. NULIDADE DECORRENTE DE PRETENSA INADEQUAÇÃO DA BASE LEGAL DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Apreciando a notificação de lançamento tombada nos autos, vê-se que a autoridade fiscal registrou os artigos da Lei nº 9.393/96, bem como o art. 170, § 1º, da Lei nº 6.938/1981, na redação dada pela Lei nº 10.165/2000, que exige a apresentação do ADA, como condição para exclusão das áreas de preservação permanente e reserva legal da incidência do ITR, inclusive, se for o caso, com a comprovação documental da existência de tais áreas. Assim, descrita adequadamente a base legal da autuação, não há qualquer nulidade que tenha cerceado o direito de defesa do contribuinte. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. DEFERIMENTO NO LIMITE DA ÁREA REGISTRADA NO LAUDO TÉCNICO TRAZIDO PELO RECORRENTE. Não se pode deferir a APP declarada pelo contribuinte, quando não se apreende qual a efetiva área que constou no ADA, bem como o próprio Laudo Técnico trazido pelo recorrente específica uma área menor. Nessa situação, deve-se privilegiar a área que constou no Laudo. ÁREA DE RESERVA LEGAL GLOSADA PELA AUSÊNCIA DE ADA. ÓBICE SUPERADO. TURMA DE JULGAMENTO DA DRJ QUE DEFERIU A RESERVA LEGAL NO LIMITE DA ÁREA AVERBADA. INOVAÇÃO NO FUNDAMENTO DO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. A Turma de Julgamento da DRJ somente deferiu uma área de reserva legal minorada em relação à declarada, fiando-se na exigência da averbação da reserva legal no cartório de registro de imóveis. Ocorre que tal exigência não constou da notificação de lançamento, que glosou a reserva legal pela ausência do ADA e da comprovação da área, ou seja, a Turma da DRJ não poderia ter suscitado o óbice da Fl. 729DF CARF MF Processo nº 10768.720168/2006-11 Resolução nº 9202-000.033 CSRF-T2 Fl. 729 3 averbação, pois tal acusação não constou do lançamento. Dessa forma, pelo confronto dos ADAs e do Laudo Técnico, vê-se claramente que a reserva legal está suportada por ADAs, sendo que o Laudo identificou o real tamanho da RL, em linha com área declarada. Acatar apenas a área deferida pela Turma de Julgamento da DRJ seria incluir um fundamento no lançamento (averbação cartorária), que não constou originalmente, tratando-se de uma inviável inovação. VTN. ARBITRAMENTO COM BASE NO SIPT. POSSIBILIDADE. VALORES DO SIPT PODEM SER CONTRADITADAS POR LAUDO TÉCNICO. Apesar de o VTN poder ser arbitrado com base no SIPT, outros elementos de prova, como informações do Incra ou Prefeituras, escrituras de venda do imóvel em exercício futuro, laudos técnicos, são meios hábeis a contraditar os valores de arbitramento do SIPT. No caso destes autos, demonstrou-se que o arbitramento com base no SIPT restou vulnerado, pois houve uma multiplicação por quatro do valor do imóvel entre dois exercícios próximos (2003 e 2005), objetos de autuação na mesma oportunidade. Nessa hipótese, dever-se-ia privilegiar o laudo que foi secundado por informação do Incra e da Prefeitura. Entretanto, como o valor do laudo técnico é inferior ao valor declarado, deve-se manter este último, pois informado espontaneamente pelo contribuinte, sem as contingências do procedimento fiscal, inclusive em declaração apresentada dentro do exercício 2005, próximo do fato gerador. Na origem, trata-se de Notificação de Lançamento nº 01301/00051/2006, que tem por objeto Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural incidente sobre o imóvel rural denominado “Fazenda Santa Cruz e Agroplan”, com NIRF – Número do Imóvel na Receita Federal 1.543.857-0, referente ao exercício 2005, a título de glosa de valores de “área de preservação permanente”, “área ocupada com benfeitorias úteis e necessárias destinadas à atividade rural” e pela desconsideração do Valor da Terra Nua informado. Os fatos geradores foram assim descritos pela autoridade fiscal: Área de Benfeitorias não comprovada Descrição dos Fatos: Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a área declarada de benfeitorias úteis e necessárias destinadas à atividade rural. O Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontram-se no demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. (...) Área de Preservação Permanente não comprovada Descrição dos fatos: Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da área declarada a titulo de preservação permanente no imóvel rural. O Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontram-se no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Fl. 730DF CARF MF Processo nº 10768.720168/2006-11 Resolução nº 9202-000.033 CSRF-T2 Fl. 730 4 Área de Reserva Legal não comprovada Descrição dos fatos: Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da área declarada a titulo de reserva legal no imóvel rural. O Documento de In formação e Apuração do ITR (DIA T) foi alterado e os seus valores encontram-se no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. (...) Valor da Terra Nua declarado não comprovado Descrição dos fatos: Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou por meio de laudo de avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.653 da ABNT, o valor da terra nua declarado. No Documento de In formação e Apuração do ITR (DIA T), o valor da terra nua foi arbitrado, tendo como base as informações do Sistema de Preps de Terras - SIPT da SRF. Os valores do DIAT encontram-se no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Complemento da Descrição dos Fatos: Área de preservação permanente: Contribuinte não apresentou comprovante da solicitação de emissão do Ato Declaratório Ambiental – ADA, protocolizado junto ao IBAMA em até 6 (seis) meses, contado do término do prazo para entrega da DITR. Pelo exposto, está sendo desconsiderado o valor» declarado a esse titulo. (...) Área de utilização limitada: Contribuinte não apresentou comprovante da solicitação de emissão do Ato Declaratório Ambiental — ADA, protocolizado junto ao IBA MA em até 6 (seis) meses, contado do término do prazo para entrega da DITR. Pelo exposto, está sendo desconsiderado o valor declarado a esse titulo. (...) Valoração da Terra Nua: contribuinte não apresentou o Laudo de Avaliação de Imóveis Rurais para comprovação do valor da terra nua VTN. A intimação discriminava que deveria ser apresentado Laudo de avaliação conforme N5R14653 da ABNT, com grau de fundamentação e precisão IL Pela falta de apresentação do laudo, o valor da terra nua está sendo arbitrado com base nas informações do Sistema de Pregos de Terras da Secretaria da Receita Federal — SIPT, conforme art. 14 da Lei 9393/96. " Alegando a existência de vícios de nulidade da notificação e a improcedência do lançamento tributário, o contribuinte apresentou impugnação à autuação fiscal, a qual foi julgada parcialmente procedente para “afastar a tributação relativamente às áreas de preservação permanente e utilização limitada/reserva legal, nos valores de 1.593,3 ha e 30.268,5, respectivamente, face à apresentação de laudo, averbações nas matrículas do imóvel e do ADA (...)”. Fl. 731DF CARF MF Processo nº 10768.720168/2006-11 Resolução nº 9202-000.033 CSRF-T2 Fl. 731 5 Contra a decisão, a Fazenda Nacional interpôs Recurso de Ofício, ao qual, por unanimidade de votos, foi negado provimento. No tocante ao voluntário, os membros do colegiado acordaram “em DAR parcial provimento ao recurso para reconhecer uma área de reserva legal de 32.905,0 hectares e um VTN de R$ 5.873.292,00”. Inconformada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial aduzindo que o acórdão recorrido interpretou a legislação tributária de forma divergente ao acórdão nº 302- 39.396, da Segunda Câmara do antigo Segundo Conselho de Contribuintes no tocante à forma de arbitramento do SIPT. Alega que para aferir o VTN por meio do SIPT, a Fiscalização utilizou como parâmetro a média dos valores declarados por outros proprietários de imóveis rurais situados na região do contribuinte. O acórdão recorrido entendeu como correta a adoção do valor constante no laudo técnico enquanto o acórdão paradigma entende que “o valor do VTN arbitrado pela Fiscalização – com base no SIPT – somente pode ser alterado por meio de laudo técnico que cumpra determinadas formalidades”. Intimado, o Contribuinte requereu a desistência parcial do processo em relação à parte que lhe foi favorável no julgamento do Recurso Voluntário e requereu a improcedência do Recurso Especial da Fazenda Nacional. Analisando o requerimento do Contribuinte, o i. Presidente da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, despacho de fls. 711/712, determinou o encaminhamento dos autos à autoridade preparadora para: 1) controle dos débitos do processo, objetivo de desistência por parte do sujeito passivo; e 2) retorno do processo ao CARF, para prosseguimento. É o relatório. Voto Conselheira Patrícia da Silva - Relatora Ao analisar os autos constatei que o Contribuinte não foi intimado do Recurso Especial da Fazenda Nacional, nem do despacho que lhe deu seguimento. Assim, para que seja oportunizada a oposição de contrarrazões, permitindo o exercício da ampla defesa, voto no sentido de converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para que (a) o contribuinte seja intimado do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do despacho que lhe deu seguimento, facultando-lhe o direito de oferecer contrarrazões e (b) seja esclarecida a natureza do documento acostado às fls. 699/700, de embargos por omissão na decisão do acórdão recorrido, embargos inominados por lapso manifesto no acórdão ou outra. Em seguida, retornem-se os autos à conselheira relatora para prosseguimento. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Fl. 732DF CARF MF
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Numero do processo: 35464.004929/2006-39
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Nov 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. COMPROVAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o., DO CTN.
O § 2º do art. 62 do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com que a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173 nas demais situações.
SÚMULA CARF nº 99.
Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. No presente caso, existe, nos autos, evidência de recolhimento antecipado para as competências lançadas, devendo-se assim aplicar, para fins de reconhecimento de eventual decadência, o disposto no citado art. 150, § 4°, do CTN.
Recurso especial conhecido e negado.
Numero da decisão: 9202-004.523
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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SÚMULA CARF Nº 99. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BANCO SANTANDER BRASIL S/A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. COMPROVAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o., DO CTN. O § 2º do art. 62 do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com que a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173 nas demais situações. SÚMULA CARF nº 99. Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. No presente caso, existe, nos autos, evidência de recolhimento antecipado para as competências lançadas, devendose assim aplicar, para fins de reconhecimento de eventual decadência, o disposto no citado art. 150, § 4°, do CTN. Recurso especial conhecido e negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 46 4. 00 49 29 /2 00 6- 39 Fl. 638DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Do AI até a Decisão Recorrida Trata o presente processo de Notificação Fiscal de Lançamento, para exigência de contribuições previdenciárias dos períodos de apuração entre 01/1999 e 12/2005: (1) correspondentes à parte dos segurados, (2) correspondentes à parte da empresa, (3.a) para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e (3.b) relativas a terceiros. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal, a fiscalização constatou que a empresa remunerou, sob a forma de bonificação e sob os títulos "Bônus desempenho", "Bônus Garantido", "Bônus Projeto América" e "Bônus", segurados da Previdência Social. Esses valores foram considerados como integrantes do salário de contribuição. Foi apresentada impugnação, requerendo decadência parcial e, no mérito, o cancelamento do auto, à qual foi negado provimento pela Secretaria da Receita Previdenciária, nos termos da decisãonotificação n° 21.404.4/104/2007. Inconformado, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, reiterando os termos da impugnação. Em decisão consubstanciada no acórdão 20601.615, de 02 de dezembro de 2008, a Sexta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes decidiu: I) Por unanimidade de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 11/2000; II) Por maioria de votos, em declarar, também, a decadência das contribuições apuradas até 11/2001; e III) Por unanimidade de votos, no mérito, em negar provimento ao recurso. Intimada, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial por contrariedade à lei ou à evidência da prova, com base no então vigente art. 7o, inciso I, do Regimento interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 147, de 2007, requerendo o afastamento da decadência das competências de 12/2000 a 11/2001. Para suportar seu requerimento, a Fazenda Nacional argumenta em síntese que a conclusão estampada no aresto em foco, quanto à decadência, a aplicação do disposto no art. 150, § 4 o do CTN, ao caso colide com a jurisprudência consolidada no âmbito desse Conselho, pois, não haveria qualquer pagamento por parte do contribuinte. Foi dado seguimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Fl. 639DF CARF MF Processo nº 35464.004929/200639 Acórdão n.º 9202004.523 CSRFT2 Fl. 666 3 Cientificado, o contribuinte apresentou contrarrazões ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, opôs embargos de declaração em relação ao acórdão 20601.615 e interpôs, também, Recurso Especial contra esse acórdão. Entretanto, os embargos não foram admitidos pelo presidente do colegiado e o recurso especial teve sua admissibilidade negada pelo Presidente da Câmara, o que foi confirmado, em sede de reexame de admissibilidade de recurso especial pelo Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Em sede de contrarrazões, o contribuinte afirma haver recolhimento de contribuições previdenciárias no período de novembro de 2000 a novembro de 2001 e, para comprovação, junta guias de recolhimento (fls. 433 e seguintes). Cumpre referir, por fim, que constam dos autos, ainda, embargos inominados opostos pelo contribuinte, alegando lapso manifesto nos despachos de admissibilidade e reexame de admissibilidade do recurso especial e requerendo a admissão de seu recurso especial. Porém, esse requerimento restou negado pelo Presidente de Câmara. Por fim, o Presidente da Câmara encaminhou o processo à autoridade preparadora para verificação de eventual desistência por parte do contribuinte. Porém, a autoridade preparadora informou a inocorrência da referida desistência e devolveu o processo ao CARF, para prosseguimento. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Cingese o litígio aos períodos de apuração objeto de lançamento que poderiam estar fulminados pelo efeito decadencial, ao se considerar a aplicação do art. 150 §4º do CTN ou, alternativamente, o art. 173, I do CTN. A propósito, a decadência dos tributos lançados por homologação é questão tormentosa que vem dividindo a jurisprudência administrativa e judicial há tempos. No âmbito dos antigos Conselhos de Contribuintes, e agora no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, praticamente todas as interpretações possíveis já tiveram seu espaço. É notório que as inúmeras teses que versam sobre o assunto surgiram do fato do nosso Código Tributário Nacional CTN possuir duas regras de decadência, uma para o direito de constituir o crédito tributário (art. 173), e outra para o direito de não homologar o pagamento antecipado de certos tributos previstos em lei (art. 150, §4o). Apesar de serem situações distintas, o efeito atingido é o mesmo, pois, uma vez homologado tacitamente o pagamento, o crédito tributário estará definitivamente extinto, não se permitindo novo lançamento, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Na verdade, a celeuma não está no prazo da decadência, que é de cinco anos nas duas situações, mas na data de início de sua contagem. Enquanto o art. 173 fixa essa data no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou Fl. 640DF CARF MF 4 no dia em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o art. 150, §4o, determina o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Pacificando essa discussão, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/0176994 0), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal Fl. 641DF CARF MF Processo nº 35464.004929/200639 Acórdão n.º 9202004.523 CSRFT2 Fl. 667 5 (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Observese que o acórdão do REsp nº 973.733/SC foi submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, o que significa que essa interpretação deverá ser aplicada pelas instâncias inferiores do Poder Judiciário. A Portaria MF no 152, de 2016, deu nova redação ao § 2º do art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 343 de 09/06/2015, com a seguinte redação: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Desta forma, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173 nos demais casos. A polêmica, no caso em questão, em verdade, se cinge a existência ou não de pagamento antecipado. Ora, em contrarrazões ao recurso especial da Fazenda Nacional, o contribuinte traz prova de recolhimento no período em discussão. Assim, resta inequívoco que, apesar de não ter havido recolhimento de contribuições previdenciárias sobre a verba especificamente objeto do lançamento em questão, houve recolhimento da contribuição sobre outras rubricas componentes da base de cálculo do tributo nos períodos. A propósito, faço notar que editou este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais a Súmula no 99, aprovada por esta 2a. Turma desta Câmara Superior em 09 de dezembro de 2013 e que assim reza: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela Fl. 642DF CARF MF 6 relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.(Grifei.) Ou seja, para fins de aplicação da Súmula supra na situação sob análise, deve haver convicção de que há recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte nas competências dos fatos geradores a que se referem a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo destes recolhimentos, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração, a fim de que se possa decidir pela aplicação, para fins de contagem do prazo decadencial, do disposto no art. 150, §4o da Lei no 5.172, de 1966 (no caso de existência de recolhimento, ainda que parcial) ou do art. 173, I do mesmo Código (no caso da inexistência de recolhimento). Do cotejo dos autos depreendese a efetiva existência de recolhimento de tributos aptos a atrair a regra decadencial do art. 150, § 4o do Código Tributário Nacional. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional, para, no mérito, negarlhe provimento, mantendose a contagem do prazo decadencial na forma do disposto no art. 150, §4o da Lei no 5.172, de 1966, conforme determinado pelo acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 643DF CARF MF
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Numero do processo: 19515.720350/2014-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 10 00:00:00 UTC 2010
Data da publicação: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2009
AQUISIÇÃO DE BEM. PESSOA NÃO LIGADA.
Descabe a presunção de distribuição disfarçada de lucros no negócio pelo qual a pessoa jurídica adquire bem de pessoa não ligada.
Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2009
Ementa:INTIMAÇÕES. PROCURADOR DO CONTRIBUINTE.
Não há previsão legal para intimações serem enviadas a procurador do contribuinte.
Numero da decisão: 1101-001.471
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao Recurso de Ofício.
(documento assinado digitalmente)
ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
EVA MARIA LOS - Relator.
Participaram ainda da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Eva Maria Los, Ester Marques Lins de Souza, José Carlos de Assis Guimarães, José Roberto Adelino da Silva, Luis Fabiano Alves Penteado e Ronaldo Apelbaum.
Nome do relator: Relator
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PESSOA NÃO LIGADA. Descabe a presunção de distribuição disfarçada de lucros no negócio pelo qual a pessoa jurídica adquire bem de pessoa não ligada. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2009 Ementa:INTIMAÇÕES. PROCURADOR DO CONTRIBUINTE. Não há previsão legal para intimações serem enviadas a procurador do contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao Recurso de Ofício. (documento assinado digitalmente) ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Presidente. (documento assinado digitalmente) EVA MARIA LOS Relator. Participaram ainda da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Eva Maria Los, Ester Marques Lins de Souza, José Carlos de Assis Guimarães, José Roberto Adelino da Silva, Luis Fabiano Alves Penteado e Ronaldo Apelbaum. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 03 50 /2 01 4- 28 Fl. 723DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o processo de autos de infração que exigem Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ no montante de R$128.531.812,70 e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, R$46.280.092,57, págs. 352/362, acrescidos de multa de ofício de 75% e juros de mora, e relativos ao anocalendário 2009; as infrações autuadas foram: 0001 LUCRO DISTRIBUIDO E LUCRO CAPITALIZADO DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS Aquisição de Bem (100% das ações da Empresa Atila Holdings S.A.) de Pessoa Ligada (Votorantim Participações S.A), por valor notoriamente superior ao de mercado, em 30/01/2009; a base legal foram o art. 2º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com as alterações introduzidas pelo art. 2o da Lei nº 8.034, de 12 de abril de 1990; art. 2o da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 1o da Lei nº 9.316, de 22 de novembro de 1996,; art. 28 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; art. 60 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997; Art. 3o da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com redação dada pelo art. 17 da Lei n° 11.727/08; os motivos da autuação e descrição dos procedimentos de fiscalização constam do Termo de Verificação Fiscal de págs. 468/473. 3. O contribuinte foi cientificado dos autos de infração em 26/03/2014, pág. 475, e interpôs impugnação tempestiva em 24/04/2014, resumida a seguir. 4. Historia que, na década de 90, os grupos Votorantim (V), Bradesco (B) e Camargo Correa (C) constituíram a VBC Energia S/A, cada qual com 1/3 de participação, visando participar de privatizações; em 1997, a VBC adquiriu, juntamente com a PREVI e com outros fundos de pensão reunidos sob uma empresa denominada Bonaire, o controle societário da CPFL Energia S/A; em 2006, o Bradesco retirouse, e os grupos Votorantim e Camargo Correa passaram a deter 50% cada do capital da VBC. 5. Em 2009, o grupo Votorantim, era proprietário 100% da Átila Holdings S/A, que detinha 50% da VBC, que detinha 122.948.720 ações da CPFL; vendeu 100% da Átila para o grupo Camargo Correa, que passou a deter 100% do capital da Átila, 100% da VBC (50% já detidos, mais 50% adquiridos) e 122.948.720 ações da CPFL (61.474.360 que já possuía, mais 61.474.360 adquiridos); portanto, a operação foi a aquisição indireta de 61.474.360 ações da CPFL por R$2.688.992.602,69, pelo grupo Camargo Correa, sendo que as seguintes empresas deste grupo realizaram a aquisição: a Autuada 61,093% e a Construções e Comércio Camargo Correa S/A (CCCC) 38,907%. 6. Sobre a autuação por Distribuição Disfarçada de Lucros DDL, nesta transação, alega que: a. Os grupos Votorantim e Camargo Correa não são "pessoas ligadas"; são grupos econômicos distintos, o que é publico e notório; a Votorantim não é acionista da Autuada; o fato de terem investimento comum em uma mesma sociedade não os torna "pessoas ligadas", não se enquadrando nos arts. 464, II e 465, I do Regulamento do Imposto de Renda RIR de 1999 (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999); b. a venda foi feita a preço de mercado. Fl. 724DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 4 3 7. Que a DDL ocorre se a empresa disfarça tal distribuição adquirindo de seu controlador, ativo a preço maior que o mercado pratica, ou lhe vende a preço menor que o do mercado; e questiona qual vantagem teria em pagar a maior para outro grupo empresarial? E se for verdade que pagou preço a maior, isso não beneficiou os acionistas da adquirente. 8. Sobre o valor de mercado que o Fiscal apurou de R$1.128.573,18, obtido pela multiplicação da cotação da CPFL na BM&F/Bovespa de R$30,05/ação, vezes o nº de ações adquiridas, vezes o percentual de participação da autuada na compra, argumenta que: a. cotação em bolsa nem sempre representa o valor justo da empresa; por razões próprias da dinâmica bursátil uma ação pode estar sendo negociada a um preço inferior ao seu preço justo e por essa razão a Lei das SAs determina seja definido o valor justo de uma empresa e não o da cotação na bolsa; b. valor de mercado é o decidido por duas pessoas independentes, no livre jogo do mercado, para ajustar uma compra e venda e nenhum laudo de avaliação se sobrepõe à realidade do negócio efetivado entre partes independentes; c. sobre o Laudo de Avaliação não ter registro, diz que não há qualquer exigência legal que obrigasse a Autuada a elaborar laudo para a operação, destacando que a empresa não amortizou o ágio; d. que o autuante, sem base técnica, desconsiderou o Laudo; para demonstrar que as expectativas do Laudo eram tecnicamente acuradas e em sintonia com o mercado, apresenta avaliações por outras corretoras independentes e de primeira linha, d as ações da CPFL: R$44,00, R$45,00; R$44,09, R$43,00 e R$43,11, pág. 483; anexa as avaliações aos autos; e. que as ações vinculadas a Bloco de Controle da CPFL (no caso, por força de Acordo de Acionistas entre a VBC, Previ (521) e Bonaire) tendem a valer mais que simples cotação na bolsa, pois contêm um prêmio associado ao poder de controle, dado que deixou de compartilhálo com o grupo Votorantim; exemplifica que em 12/2012 a Bonaire adquiriu da PREVI e do grupo Camargo Correa, ações vinculadas ao Bloco de Controle, por R$34,39/ação, enquanto que na BM&F/Bovespa a cotação era R$21,07; f. que, em 29/06/2011, a CPFL realizou uma operação de desdobramento (split) de ações, pela qual o acionista em vez de uma passou a deter duas ações, cada uma com metade do valor anterior; consequentemente, o Fiscal autuante, desconhecendo o fato, concluiu que as expectativas de aumento de preço das ações não se confirmaram nos anos seguintes; apresenta gráfico à pág. 486, das cotações da CPFL (com correção do efeito da "split"), que demonstra tendência crescimento até o pico de R$58,60 em 04/2012 e queda para R$45,00 em 11/2012; 9. Portanto o "excesso de ágio" de R$514.223.250,82, que o autuante apurou ao deduzir do valor de mercado que calculou de R$1.128.573.749,18, o valor contabilizado na aquisição de Átila de R$1.642.797,000,00, não resiste à análise. 10. Por conseguinte, nenhum requisito para a Distribuição Disfarçada de Lucros se encontra presente, devendo ser cancelada a autuação. Fl. 725DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 5 4 11. Requerse sejam as intimações feitas na pessoa do procurador Renato Guilherme Machado Nunes (OAB/SP n° 162.694). 12. Antes de cientificado do Acórdão DRJ/BHE, protocolou Memorial, em 25/02/2015, págs. 618/657, em que aduz informações acerca da operação autuada e destaca que da mesma operação, resultou, além do presente, também outro processo nº 19515.720143/201473, contra a empresa Construções e Comércio Camargo Correia S/A, CNPJ 61.552.512/000102, que participou da operação de aquisição das ações das empresas controladas juntamente com a Recorrente, ambos idênticos, lavrados e pelos mesmos fatos e fundamentação jurídica; em relação ao processo nº 19515.720143/201473, anexa o Acórdão nº 1147.747 4ª Turma DRJ/REC, de 25 de setembro de 2014, que também julgou a impugnação apresentada procedente e exonerou o crédito exigido. 13. A impugnação apresentada foi julgada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte no Acórdão nº 0265.196 2ª Turma da DRJ/BHE, de 14 de abril de 2015, que considerou a impugnação procedente e exonerou o crédito tributário: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2009 DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS. Presumese distribuição disfarçada de lucros no negócio jurídico pelo qual a pessoa jurídica adquire, por valor notoriamente superior ao de mercado, bem de pessoa ligada. Considerase pessoa jurídica ligada à pessoa jurídica o sócio ou acionista desta, mesmo quando outra pessoa jurídica. Deve a autoridade fiscal provar que a transação realizouse por valor notoriamente superior ao de mercado e que a vendedora, pessoa física ou jurídica, é, legalmente, ligada ao comprador. Não subsiste a acusação fiscal por distribuição disfarçada de lucros, uma vez não provado nos autos que o negócio objeto da autuação foi pactuado entre pessoas jurídicas ligadas nem que por valor notoriamente superior ao de mercado. 14. Dessa decisão, a DRJ/BHE recorreu de ofício ao CARF, de acordo com o art. 34 do Decreto nº 70.235, de 1972, e alterações introduzidas pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, e Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008. 15. O contribuinte foi cientificado em 30/04/2015, pág. 679. 16. A Procuradoria da Fazenda Nacional PFN, não apresentou Contrarrazões. Voto Conselheiro Relator Eva Maria Los. 1 Termo de Verificação Fiscal. 17. Consta do Termo de Verificação Fiscal que a Autuada captou recursos e: Fl. 726DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 6 5 A maior parte desses recursos foram utilizados para a aquisição das ações da VBC Energia(VBCE), detidas da Votorantim Participações, por intermédio de sua participação na Atila Holdings S.A., conforme se estabelece no relatório da administração 2009, no item 8.I.C. O preço pago foi de R$ 2,666 bilhões. 61,093% desse valor foi pago pela Camargo Correa S.A., o que equivale a R$ 1,642 bilhão e o restante por outra empresa do Grupo "Construções e Comércio Camargo Correa S.A, de forma que ambas passaram a ter 100% das ações da empresa Átila Holdings S.A O valor pago por ambas (2,66 bilhões) é muito superior ao valor do contábil da Cia , bem como ao valor de mercado, conforme se demonstrará mais adiante. (...) A empresa apresentou laudo datado de maio de 2009 (a venda ocorreu em jan/2009), sem registro na junta comercial. Mesmo sendo extemporâneo e sem conter as formalidades necessárias exigidas por lei, verificase que em síntese o teor do laudo apresentado baseiase em expectativas de aumento exorbitante nos lucros, provenientes de aumento no preços das tarifas e diminuição dos custos, que não se confirmam nos anos subseqüentes. Embora a empresa não tenha amortizado o ágio pago, o fato é que não há fundamento algum que justifique o preço pago a maior pelo ativo, conforme se demonstrará a seguir. 18. O Autuante relata que a empresa cujas ações a Autuada adquiriu, Átila Holdings S/A, tem como principal ativo uma participação indireta na CPFL Energia S/A, através da sua coligada VBC Energia S/A, portanto o objeto da transação é a CPFL Energia S/A, cujas ações na Bovespa eram negociadas a R$30,05, enquanto que a Autuada pagou R$45,00 e ainda assim, não obteve o controle. 19. Informa que, por ocasião da fiscalização o valor das ações era R$15,00 e que os lucros exorbitantes previstos no laudo não se confirmaram, conforme tabela de pág. 469. 20. Resume que a Autuada se endividou tremendamente, alocou os recursos na aquisição descrita, efetuada por valor flagrantemente acima do mercado e por isso o autuante buscou as verdadeiras razões da operação, dado que a Autuada poderia simplesmente ter adquirido as ações por preço 50% menor. 21. Relata que no Instrumento Particular de Compra e Venda de Ações e Outras Avenças celebrado em 30/01/2009, consta que a Autuada (CCSA) adquiriu 85,96% das ações e a Construções e a Comércio Camargo Correia S/A (CCCC), CNPJ 61.552.512/000102, 14,04% juntas, 100% da Atila Holdings S/A (Atila) CNPJ 07.305.671/000100; porém foi alterado em 23/06/2009, por meio do Instrumento Particular de Retrocessão de Direitos Contratuais, resultando 61,093% para a Autuada e o restante para a CCCC; a vendedora foi a Fl. 727DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 7 6 Votorantim Participações S/A (VPAR) CNPJ 61.082.582/000197 e o valor da transação R$2.563.597.000,00. 22. Destaca que nenhum desses instrumentos foi registrado na Junta Comercial (exigência dos arts. 130 e 131 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973), nem houve reconhecimento das firmas, impossibilitando a identificação. 23. À pág. 471, demonstra que a Autuada deteve 50% da Átila em 2006, e participação de 30,42% na VBC; em 2007 e 2008, a única proprietária da Átila foi a VPAR, e a Autuada deteve 15,21% da VBC; e a partir da operação descrita, a Átila passou a pertencer 61,09% à Autuada e 38,91% à CCCC. 24. Apresenta os sócios da VBC: Átila, Camargo Correia Energia, GCT Participações, Votorantim Energia e VPAR, em 2006; a autuada ingressa como sócia em 2007, além de outras empresas), permanecendo até 2009 e conclui que havia interesse comum entre os grupos econômicos Camargo Correia e Votorantim, dado que ambos eram simultaneamente sócios da VBC até a conclusão da negociação da Átila, em 01/2009. 25. Informa que, do total avençado de R$2.563.597.000,00, foram apresentados comprovantes de pagamento pela Autuada de R$1.606.703.000,00 e R$582.602.000. 26. E estima o valor de mercado: Numero de ações da "CPFL", de propriedade da "VBC", que a ''ATILA" alega estarem sendo negociadas: 122.948.720; Participação da "ATILA" no capital da "VBC", de propriedade do grupo "Votorantim": 50%; O valor de mercado para as ações da "CPFL", em 30/01/2009 é de RS 30,05, conforme se verifica em consulta publica efetuada junto aos sites: www.bolsapt.com/resumo/CPFE3.SA ou www.bolsaptcom/historico/CPFE3. SA Salientese que a "CPFL Energia S/A " possui a denominação CPFE3 para fins de consulta junto aos sites legados à bolsa de valores; Portanto o valor de mercado calculado para esta transação: RS 1.847.304.518 (122.948.720 x RS 30,05 x 50%); 27. Analisa a autuação no processo nº 19515.720143/201473, da CCCC, relatando que a Àtila apresentou laudo de avaliação da participação do grupo Votorantim na VBC, de R$1.618.333.777,70 valor esse que considera fidedigno, pois compara: "Considerando o valor de mercado e a participação da "CCCC" na "ATILA/VBC/CPFL" temos que o valor de mercado calculado para esta transação é de R$ 1.128.573.749,18 (R$1.847.304.518,00x 61,093%); Considerando o valor avaliado a pedido da "VPAR" e a participação da "CCCC" na ''ATILA/VBC/CPFL" temos que o valor avaliado para esta transação é R$988.688.654,81 (R$1.618.333.777,70 x 61,093%);" 28. Porém: Fl. 728DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 8 7 Entretanto verificase que o valor pago pela CIA foi de RS 1.642.797.000 , conforme relatório da administração 2009, item 8.1.C 29. E conclui que: 6.1 Mesmo se considerarmos o maior valor apurado, para a transação das ações da "Átila" no "Instrumento Particular de Compras e Vendas de Ações e Outras Avenças" (celebrado em 30/01/2009) que é o valor de mercado, temos excesso de ágio de RS 514.223.250,82 (RS 1.642.797.000 R$1.128.573.749,18)); 6.2 Este excesso de ágio, nos termos da legislação vigente, configura uma "DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS", pelo valor de RS 514.223.250,82, por parte da empresa ora fiscalizada em decorrência de um pagamento injustificado, na aquisição das ações da "ATILA", por valor notoriamente superior ao de mercado), de pessoa interligada, assim considerada pela participação conjunta no quadro societário (à época dos fatos), dos dois grupos econômicos (Votorantim e Camargo Correa), tanto na "VBC" como na "ATILA ", conforme art 464, II, do RIR/99. 30. Às págs. 683/691, anexouse o Termo de Verificação Fiscal do processo nº 19515.720143/201473, citado na impugnação, que é nos mesmos termos do deste processo. 31. Arts. 464, II e 465, I do RIR de 1999: Art. 464. Presumese distribuição disfarçada de lucros no negócio pelo qual a pessoa jurídica (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 60, e DecretoLei nº 2.065, de 1983, art. 20, inciso II): (...) II adquire, por valor notoriamente superior ao de mercado, bem de pessoa ligada; Art. 465. Considerase pessoa ligada à pessoa jurídica (Decreto Lei nº 1.598, de 1977, art. 60, § 3º, e DecretoLei nº 2.065, de 1983, art. 20, inciso IV): I o sócio ou acionista desta, mesmo quando outra pessoa jurídica; II o administrador ou o titular da pessoa jurídica; III o cônjuge e os parentes até o terceiro grau, inclusive os afins, do sócio pessoa física de que trata o inciso I e das demais pessoas mencionadas no inciso II. § 1º Valor de mercado é a importância em dinheiro que o vendedor pode obter mediante negociação do bem no mercado (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 60, § 4º). § 2º O valor do bem negociado freqüentemente no mercado, ou em bolsa, é o preço das vendas efetuadas em condições normais de mercado, que tenham por objeto bens em quantidade e em qualidade semelhantes (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 60, § 5º). § 3º O valor dos bens para os quais não haja mercado ativo poderá ser determinado com base em negociações anteriores e recentes do mesmo bem, ou em negociações contemporâneas de bens semelhantes, entre pessoas não compelidas a comprar ou Fl. 729DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 9 8 vender e que tenham conhecimento das circunstâncias que influam de modo relevante na determinação do preço (Decreto Lei nº 1.598, de 1977, art. 60, § 6º). § 4º Se o valor do bem não puder ser determinado nos termos dos §§ 2º e 3º e o valor negociado pela pessoa jurídica basearse em laudo de avaliação de perito ou empresa especializada, caberá à autoridade tributária a prova de que o negócio serviu de instrumento à distribuição disfarçada de lucros (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 60, § 7º). Art. 466. Se a pessoa ligada for sócio ou acionista controlador da pessoa jurídica, presumirseá distribuição disfarçada de lucros ainda que os negócios de que tratam os incisos I a VI do art. 464 sejam realizados com a pessoa ligada por intermédio de outrem, ou com sociedade na qual a pessoa ligada tenha, direta ou indiretamente, interesse (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 61, e DecretoLei nº 2.065, de 1983, art. 20, inciso VI). Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, sócio ou acionista controlador é a pessoa física ou jurídica que, diretamente ou através de sociedade ou sociedades sob seu controle, seja titular de direitos de sócio ou acionista que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria de votos nas deliberações da sociedade (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 61, parágrafo único, e DecretoLei nº 2.065, de 1983, art. 20, inciso VI). 32. O único elemento citado pelo autuante, para caracterizar que o grupo Votorantim, de quem a Autuada adquiriu a Átila, seria "pessoa ligada" à compradora, foi o fato de que ambas eram sócias da VBC; não há elementos nos autos que caracterizem que a vendedora do grupo Votorantim (Votorantim Participações S/A VPAR), fosse direta ou indiretamente, sócia ou acionista da empresa do grupo Camargo Correa, que é a Autuada. 33. Não há elementos a caracterizar que a aquisição tenha sido efetuada de uma "pessoa ligada", o que invalida a tese de distribuição disfarçada de lucro e a própria autuação. 1.1 NOTIFICAÇÕES AO REPRESENTANTE LEGAL. 34. Deve ser negada a petição para que as intimações feitas na pessoa do procurador, que nomeia, haja vista a determinação da legislação que rege o processo administrativo tributário: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 730DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 19515.720350/201428 Acórdão n.º 1101001.471 S1C1T1 Fl. 10 9 a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) 35. E se estes resultarem improfícuos, por meio de Edital. a. Não há previsão legal para notificações serem enviadas a procurador do contribuinte. Voto por negar provimento ao recurso de ofício. (documento assinado digitalmente) Relator Eva Maria Los Fl. 731DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2016 por EVA MARIA LOS, Assinado digitalmente em 22/09/2016 por EV A MARIA LOS, Assinado digitalmente em 24/09/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
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