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Numero do processo: 10925.905113/2012-77
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Apr 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 28/02/2005
PIS. COFINS. RESTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. INDEFERIMENTO.
A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre o faturamento, que corresponde à totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, pouco importando qual é a composição destas receitas ou se os impostos indiretos compõem o preço de venda.
INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.895
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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COFINS. RESTITUIÇÃO. EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. INDEFERIMENTO. A Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre o faturamento, que corresponde à totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, pouco importando qual é a composição destas receitas ou se os impostos indiretos compõem o preço de venda. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 51 13 /2 01 2- 77 Fl. 57DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905113/201277 Acórdão n.º 3801002.895 S3TE01 Fl. 58 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905113/201277 Acórdão n.º 3801002.895 S3TE01 Fl. 59 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Trata o presente processo de Pedido de Restituição PER, apresentado pela contribuinte acima qualificada. Em análise do pedido, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joaçaba/SC decidiu indeferilo (Despacho Decisório à folha 5), em razão de que o valor recolhido via DARF, indicado como fonte do crédito contra a Fazenda Nacional, já havia sido integralmente utilizado para pagamento de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para restituição solicitada no PER. Inconformada com o não deferimento de seu Pedido de Restituição, a contribuinte esclarece, em síntese, que os créditos pleiteados referemse a pagamentos a maior da contribuição ao PIS e da Cofins, em razão da inclusão do ICMS nas bases de cálculo destas contribuições. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2007 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. REQUISITO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição, devendo restar comprovado o efetivo pagamento indevido ou a maior que o devido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho, conforme recurso voluntário apresentado, no qual alega que a exigência da prévia retificação da DCTF como condição para reconhecer o crédito tributário pleiteado pela recorrente não possui qualquer fundamento legal, devendo ser enfrentado os argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905113/201277 Acórdão n.º 3801002.895 S3TE01 Fl. 60 4 Voto Conselheiro Relator Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial e o acórdão de primeira instância, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos em DCTF e não teriam sido demonstradas a liquidez e a certeza dos indébitos. Na análise eletrônica dos PERDCOMPs de pagamento indevido ou a maior o objetivo é confirmar a existência de indébito tributário, confrontando informações das declarações apresentadas com os pagamento realizados. Não se está analisando efetivamente o mérito da questão, o que somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Apesar da alegação da existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não ter sido acompanhada na peça impugnatória da retificação da respectiva DCTF, instrumento de confissão de dívida, que a princípio estaria na esfera de responsabilidade do contribuinte, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, sendo que a falta de apresentação de DCTF retificadora, por se tratar de prova indiciária, não excluiria o direito da recorrente à repetição do indébito, nos termos do art. 165 do CTN, in verbis: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; No mérito, a recorrente alega que os créditos pleiteados referemse a pagamentos a maior da contribuição ao PIS e da Cofins, em razão da inclusão do ICMS nas bases de cálculo destas contribuições. A questão da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS é objeto do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852 MG, que não foi ainda julgada até a presente data. Na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) nº 18, que trata da mesma matéria, o STF reconheceu a repercussão geral da demanda e deferiu medida cautelar para determinar que, até o julgamento final da ação pelo Plenário do STF, juízos e tribunais Fl. 60DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905113/201277 Acórdão n.º 3801002.895 S3TE01 Fl. 61 5 suspendessem o julgamento dos processos em trâmite que envolviam a aplicação do art. 3º, § 2º, inciso I, da Lei no 9.718/98. A suspensão dos julgamentos deferida liminarmente foi sucessivamente prorrogada nas sessões plenárias realizadas em 04/02/2009, em 16/09/2009, e, finalmente, em 25/03/2010, quando o Tribunal, pela última vez, prorrogou por mais 180 dias a eficácia da medida cautelar anteriormente deferida. Quanto ao RE nº 240.7852/MG, o mesmo foi também sustado até o julgamento do ADC no 18, já que o Plenário do STF, ao julgar questão de ordem levantada pelo Ministro Marco Aurélio, decidiu que o julgamento da ADC deveria preceder o julgamento do RE em tela, uma vez que a ADC, por tratarse de controle concentrado de constitucionalidade, repercutiria sobre os demais processos relativos à matéria. Contudo, findo o prazo suspensivo liminarmente concedido pelo STF, tendo em vista não haver nenhuma decisão vigente nesse sentido nos julgamentos que versam sobre a matéria, bem como, com a edição da Portaria MF no 545, de 18 de novembro de 2013, que revogou os parágrafos 1º e 2º do artigo 62A do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, que previam o sobrestamento dos julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, preliminarmente entendo que não há que se falar em sobrestamento dos autos. Isto posto, no mérito, veremos que não assiste razão à recorrente. Apesar da recorrente argumentar que o ICMS, por não representar riqueza do contribuinte e sim receita do Erário Estadual, é um ônus fiscal e não faturamento. Esse, porém, referese a uma universalidade, um todo composto pelas receitas da empresa, pouco importando qual é a composição destas receitas ou se os impostos indiretos compõem o preço de venda. A Lei nº 9.718/98, em seu art. 3º, § 2º, I autoriza apenas a exclusão do ICMS “quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário”. Em nenhum momento, porém, autoriza a exclusão do ICMS das próprias vendas. Em relação ao PIS, a Jurisprudência encontravase pacificada, sendo editada a Súmula nº 68 pelo Superior Tribunal de Justiça, abaixo transcrita: Súmula: 68 A PARCELA RELATIVA AO ICM INCLUISE NA BASE DE CALCULO DO PIS. Em relação ao FINSOCIAL, que também tinha por base de cálculo o faturamento, o Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula nº 94, que estabelece: Súmula 94. A PARCELA RELATIVA O ICMS INCLUISE NA BASE DE CÁLCULO DO FINSOCIAL. Este também é o entendimento exarado pelo STJ, superada a suspensão liminar dos julgamentos dos processos envolvendo a matéria determinada pelo STF, no âmbito do REsp no 1.127.877SP (transitado em julgado em 20/06/2012), no sentido de que o ICMS integra sim a base de cálculo do PIS e da COFINS, através de decisão monocrática que negou seguimento ao recurso, com base em jurisprudência da citada Corte, conforme excerto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905113/201277 Acórdão n.º 3801002.895 S3TE01 Fl. 62 6 INCLUSÃO DO ICMS. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. A jurisprudência deste Tribunal pacificouse no sentido de que "a parcela relativa ao ICMS deve ser incluída na base de cálculo do PIS e da Cofins, nos termos das Súmulas 68 e 94 do STJ" (AgRg no REsp 1.121.982/RS, 2ª T., Min. Humberto Martins, DJe de 04/02/2011). Nesse sentido, os seguintes julgados: AgRg no Ag 1.069.974/PR, 1ª T., Min. Francisco Falcão, DJe de 02/03/2009; REsp 1.012.877/PR, 2ª T., Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 08/02/2011; AgRg no Ag 1.169.099/SP, 2ª T., Min. Herman Benjamin, DJe de 03/02/2011; AgRg no Ag 1.005.267/RS, 1ª T., Min. Benedito Gonçalves, DJe de 02/09/2009. Ocorre ainda que eventuais alegações acerca de inconstitucionalidade da legislação tributária não são oponíveis na esfera administrativa, uma vez que sua apreciação foge à alçada da autoridade administrativa de qualquer instância, não dispondo esta de competência legal para examinar hipóteses de violação às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional. Com efeito, a apreciação dessas questões achase reservada ao Poder Judiciário, pelo que qualquer discussão quanto aos aspectos de validade das normas jurídicas deve ser submetida àquele Poder. Portanto, é inócuo suscitar tais alegações na esfera administrativa, pois à autoridade administrativa é vedado desrespeitar textos legais em vigor, sob pena de responsabilidade funcional, sendo defeso a apreciação da matéria por esse órgão julgador, nos termos da Súmula n° 2 do CARF, de observância obrigatória por parte de seus membros. No mais, o julgamento do Recurso Especial (REsp) no 1.127.877SP foi submetido ao rito do artigo 543C do CPC, razão pela qual o entendimento ali expresso deverá ser seguido pelos conselheiros no âmbito do CARF, conforme caput do artigo 62A1 do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009, com alterações introduzidas pela Portaria MF no 545, de 18 de novembro de 2013. Assim, voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.905113/201277 Acórdão n.º 3801002.895 S3TE01 Fl. 63 7 (assinado digitalmente) Marcos Antônio Borges Fl. 63DF CARF MF Impresso em 01/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 13/03/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10980.009836/2007-11
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Mar 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon May 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/1999 a 31/03/2003
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO.
Inexistindo a comprovação de ocorrência de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte, o termo inicial será: (a) o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) o Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º).
Na espécie, o tributo referente aos fatos geradores das contribuições previdenciárias ocorridos em 31/12/2001 só pode ser exigido e lançado a partir de janeiro de 2002. Destarte, ao se aplicar a regra do art. 173, I do CTN, o prazo inicial somente tem início em 01/01/2003, com termo final em 31/12/2007. Considerando que o lançamento foi cientificado ao contribuinte em 02/01/2007, tenho que não estaria consumada a decadência da competência 12/2001, caso se aplique a regra do art. 173, I do CTN.
Ocorre que a controvérsia acerca de parcelas que devam ou não ser consideradas como antecipação de pagamento, foi dirimida pela adoção da Súmula CARF no 99.
Entendo que a competência 12/2001 deva ser declarada decadente, não pelos fundamentos do acórdão recorrido e, sim, pela aplicação do art. 150§ 4°, do CTN, de acordo com o critério sedimentado da Súmula CARF no 99.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-003.107
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Marcos Aurélio Pereira Valadão.
(Assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Elias Sampaio Freire Relator
EDITADO EM: 13/05/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente em Exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Gustavo Lian Haddad e Susy Gomes Hoffmann.
Nome do relator: ELIAS SAMPAIO FREIRE
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/1999 a 31/03/2003 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. Inexistindo a comprovação de ocorrência de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte, o termo inicial será: (a) o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) o Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). Na espécie, o tributo referente aos fatos geradores das contribuições previdenciárias ocorridos em 31/12/2001 só pode ser exigido e lançado a partir de janeiro de 2002. Destarte, ao se aplicar a regra do art. 173, I do CTN, o prazo inicial somente tem início em 01/01/2003, com termo final em 31/12/2007. Considerando que o lançamento foi cientificado ao contribuinte em 02/01/2007, tenho que não estaria consumada a decadência da competência 12/2001, caso se aplique a regra do art. 173, I do CTN. Ocorre que a controvérsia acerca de parcelas que devam ou não ser consideradas como antecipação de pagamento, foi dirimida pela adoção da Súmula CARF no 99. Entendo que a competência 12/2001 deva ser declarada decadente, não pelos fundamentos do acórdão recorrido e, sim, pela aplicação do art. 150§ 4°, do CTN, de acordo com o critério sedimentado da Súmula CARF no 99. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 98 36 /2 00 7- 11 Fl. 289DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Marcos Aurélio Pereira Valadão. (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire – Relator EDITADO EM: 13/05/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente em Exercício), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Gustavo Lian Haddad e Susy Gomes Hoffmann. Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão n.º 2301 01.961, proferido pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção em 13 de abril de 2011, interpôs, dentro do prazo regimental, recurso especial de divergência à Câmara Superior de Recursos Fiscais. A decisão recorrida, por maioria de votos, (i) deu provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir – devido a regra decadencial expressa no inciso I, art. 173 do CTN – as contribuições apuradas até 12/2001, anteriores a 01/2002, nos termos do voto do Relator; (ii) por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso nas demais questões apresentadas pela recorrente, nos termos do voto do relator. Segue abaixo a sua ementa: “DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DISCUSSÃO DO DIES A QUO NO CASO CONCRETO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. Constatandose dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN. No caso dos autos, Fl. 290DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10980.009836/200711 Acórdão n.º 9202003.107 CSRFT2 Fl. 10 3 não existem pagamentos em relação aos fatos geradores lançados, o que impõe a aplicação da regra decadencial do art. 173, inciso I. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova incumbe ao contribuinte que, em sua defesa, alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo da pretensão tributária. Ausentes provas que infirmem os fatos apontados pela fiscalização, o lançamento deve prevalecer. Recurso Voluntário Provido em Parte.” Afirma a Fazenda Nacional que o aresto recorrido diverge do paradigma que apresenta: Acórdão 240101.759: “PREVIDENCIÁRIO. PRAZO DECADENCIAL. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. CONTAGEM A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE AO QUE O LANÇAMENTO PODERIA TER SIDO REALIZADO. Não se verificando antecipação de pagamento das contribuições, aplicase, para fins de contagem do prazo decadencial, o critério previsto no illC1S0 I do art. 173 do CTN. (...) Recurso Voluntário Provido” Consigna que, considerando que os acórdãos recorrido e paradigma foram proferidos após o julgamento do Recurso Repetitivo do STJ, há divergência interpretativa quanto ao termo inicial do prazo decadencial fundamentado no 173, I do CTN, pois diferentemente do acórdão a quo, o acórdão paradigma em mesma situação fática não considerou decadente a competência do mês de dezembro. Argumenta que o acórdão recorrido, entendendo que o art. 62A do RICARF impõe a mera reprodução do acórdão firmado em recurso repetitivo pelo STJ, afasta a aplicação do conteúdo expresso do art. 173, I, do CTN, segundo o qual "O direito de a Fazenda Pública constituir o credito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado", prevalecendo a assertiva encontrada naquele acórdão, no sentido de que "o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível". Observa que o acórdão paradigma, de forma acertada, determina a contagem da decadência regida pelo art. 173, I, do CTN, nos precisos termos de sua redação, isto e, a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Sustenta que, ao mencionar que o dies a quo, segundo o art. 173, I, do CTN, corresponderia ao primeiro dia do exercício seguinte ao fato imponível, quis o STJ afastar a aplicação cumulativa dos prazos previstos nos artigos 150, § 4°, e 173, do Código Tributário. Ao final, requer o provimento do seu recurso. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 Nos termos do Despacho n.º 2300494/2012, foi dado seguimento ao pedido em análise. O contribuinte não apresentou contrarrazões. Voto Conselheiro Elias Sampaio Freire, Relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. No que diz respeito à decadência dos tributos lançados por homologação temos o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, assim ementado: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em Fl. 292DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10980.009836/200711 Acórdão n.º 9202003.107 CSRFT2 Fl. 11 5 que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). Em suma, inexistindo a comprovação de ocorrência de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte, o termo inicial será: (a) o Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) o Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). No caso dos autos, verificase que o acórdão recorrido concluiu que não houve antecipação de pagamento. Destarte, aplicou a regra do art. 173, I, do CTN, ou seja, contouse o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Portanto, há de se esclarecer que a controvérsia restringese a competência 12/2001, considerando que o sujeito passivo foi cientificado do lançamento, em 02/01/2007. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 6 Saliento que, em situações pretéritas, ao aplicar a tese contida no já citado Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, nos casos em que não há antecipação de pagamento, manifesteime no sentido de que os tributos que tiveram fato gerador ocorrido em 31/12 de um determinado ano, o termo inicial da contagem, de acordo com o entendimento do STJ acima consignado, é o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, 01/01 do ano seguinte. Entretanto, sintome à vontade para adotar meu entendimento pessoal no sentido de que os fatos geradores de contribuições previdenciárias relativos ao período de 1º a 31/12 somente podem ser exigidas e lançadas a partir de janeiro do ano seguinte. Precedente do Superior Tribunal de Justiça, EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 674.497 PR (2004/01099782), Relator: ministro Mauro Campbell Marques: “EMENTA PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial.” Para que fique claro que o precedente supra citado aplicou a tese contida no Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, colaciono trechos do voto condutor do acórdão: “Do acurado reexame dos autos, verifico que razão assiste à embargante. Sobre o tema, a Primeira Seção desta Corte, utilizandose da sistemática prevista no art. 543C do CPC, introduzido no ordenamento jurídico pátrio por meio da Lei dos Recursos Repetitivos, ao julgar o REsp 973.733/SC, Rel Min. Luiz Fux (j. 12.8.2009), reiterou o entendimento no sentido de que, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação não declarado e inadimplido, como o caso dos autos, o Fisco dispõe de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado para a constituição do crédito tributário, nos termos do art. 173, I, do CTN. Somente nos casos em que o pagamento foi feito Fl. 294DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10980.009836/200711 Acórdão n.º 9202003.107 CSRFT2 Fl. 12 7 antecipadamente, o prazo será de cinco anos a contar do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN). Confirase a ementa do julgado: (...) Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu.” Na espécie, o tributo referente aos fatos geradores das contribuições previdenciárias ocorridos em 31/12/2001 só pode ser exigido e lançado a partir de janeiro de 2002. Destarte, ao se aplicar a regra do art. 173, I do CTN, o prazo inicial somente tem início em 01/01/2003, com termo final em 31/12/2007. Considerando que o lançamento foi cientificado ao contribuinte em 02/01/2007, tenho que não estaria consumada a decadência da competência 12/2001, caso se aplique a regra do art. 173, I do CTN. No mesmo sentido, o seguinte precedente desta 2a Turma da CSRF: "TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. No caso dos autos, verificase que o lançamento referese a contribuições incidentes sobre pagamentos efetuados a segurados empregados e a segurados contribuintes individuais e, ainda, contribuição referente a retenção de 11% (onze por cento)prevista no artigo 31 da Lei n° 8.212/1991. Todos os recolhimentos realizados pelo sujeito passivo foram relacionados pela autoridade fiscal e deles não constam qualquer antecipação de pagamento de contribuições previdenciárias para o período controverso, de 11/2000 a 04/2001: i) Discriminativo Analítico de Débito DAD (fls. 04 a 47); ii) Relatório de Documentos Apresentados – RDA (fls. 110 e 111); e iii) Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados –RADA (fls. 112 a 118). Ou seja, no caso dos autos, verificase que não houve antecipação de pagamento. Destarte, há de se aplicar a regra do art. 173, I, do CTN, ou seja, contase o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assim, na data em que o sujeito passivo foi cientificado do lançamento, em 09/05/2006, encontravamse fulminados pela decadência somente as contribuições referentes aos fatos geradores ocorridos até a competência 11/2000. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 8 Em situações pretéritas, ao aplicar a tese contida no já citado Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, nos casos em que não há antecipação de pagamento, manifesteime no sentido de que os tributos que tiveram fato gerador ocorrido em 31/12 de um determinado ano, o termo inicial da contagem, de acordo com o entendimento do STJ acima consignado, é o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, 01/01 do ano seguinte. Entretanto, sintome à vontade para adotar meu entendimento pessoal no sentido de que os fatos geradores de contribuições previdenciárias relativos ao período de 1º a 31/12 somente podem ser exigidas e lançadas a partir de janeiro do ano seguinte. Precedente do Superior Tribunal de Justiça, EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 674.497 PR (2004/01099782). Na espécie, o tributo referente aos fatos geradores das contribuições previdenciárias ocorridos em 31/12/2000 só pode ser exigido e lançado a partir de janeiro de 2001. Destarte, ao se aplicar a regra do art. 173, I do CTN, o prazo inicial somente tem início em 01/01/2002, com termo final em 31/12/2006. Considerando que o lançamento foi cientificado ao contribuinte em 09/05/2006, tenho que não está consumada a decadência da competência 12/2000. (Acórdão no 9202002213/200767, de 10 de maio de 2011, relator: conselheiro Elias Sampaio Freire) Entretanto, por oportuno, transcrevo excerto do acórdão recorrido que fundamenta a aplicação do art. 173, I do CTN, em detrimento do art. 150§ 4º: "Apesar de contribuir para clarificar a aplicação da decadência, tal julgado não eliminou por completo as possíveis dúvidas do aplicador da lei. Entre elas, a que nos interessa no momento é a seguinte: qualquer pagamento feito pelo contribuinte relativo ao tributo e ao período analisado desloca a regra do dies a quo da decadência do art. 173, inciso I para o art.150, § 4º? Nossa resposta é: não. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago antecipadamente. Fatos não considerados no cálculo, seja por omissão dolosa ou culposa, se identificados pelo fisco durante procedimento fiscal que antecede o lançamento, permanecem com o dies a quo do prazo decadencial regido pelo art. 173, inciso I. Vale dizer que a aplicação da regra decadencial do art. 150, §4º referese aos aspectos materiais dos fatos geradores já admitidos pelo contribuinte. Afinal, não se homologa, não se confirma o que não existiu. Assim, mesmo estando obrigados à reproduzir as decisões definitivas de mérito do STJ, por conta da alteração do Regimento do CARF pela Portaria 586 de 26/12/2010, manteremos nossa posição quanto a esse aspecto, uma vez que a decisão daquele Tribunal Superior não esclarece a dúvida quanto à abrangência do pagamento antecipado." Fl. 296DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10980.009836/200711 Acórdão n.º 9202003.107 CSRFT2 Fl. 13 9 Ocorre que a controvérsia acerca de parcelas que devam ou não ser consideradas como antecipação de pagamento, foi dirimida pela adoção da Súmula CARF no 99, in verbis: "Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração." Portanto, entendo que a competência 12/2001 deva ser declarada decadente, não pelos fundamentos do acórdão recorrido e, sim, pela aplicação do art. 150§ 4°, do CTN, de acordo com o critério sedimentado da Súmula CARF no 99. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire Fl. 297DF CARF MF Impresso em 20/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 10650.901217/2010-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3201-000.390
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que compõem o presente julgado.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 08/04/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que compõem o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI - Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator. EDITADO EM: 08/04/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que compõem o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 08/04/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 50 .9 01 21 7/ 20 10 -1 8 Fl. 351DF CARF MF Impresso em 14/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 13/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 352 ___________ Relatório O presente relatório constituise do relatório da decisão recorrida, da sua ementa e das razões recursais. Confirase: Trata o presente do Pedido de Restituição PER nº 37965.80803.101006.1.1.083756 e das Declarações de Compensação – Dcomp nºs 38403.50589.090806.1.3.083484, 04231.20695.130906.1.3.083173, 11625.13097.280806.1.3.085662, 31201.76745.260906.1.3.088391, 18073.03512.101006.1.3.086698, objetivando a compensação dos débitos, nelas declarados, com crédito do PIS/Pasep – regime não cumulativo exportação, relativo ao 3º trimestre de 2006, no montante de R$1.709.526,75. Da verificação da legitimidade do crédito solicitado resultaram o Auto de Infração do PIS/Pasep, objeto do processo nº 13646.000132/2011 59, o Relatório PIS/Cofins2006 e o Relatório Fiscal Final PIS COFINS NÃO CUMULATIVO – 3º TRIMESTRE 2006, este último constante das Informações Complementares da Análise do Crédito, referentes ao presente Despacho Decisório, do qual se extrai as seguintes glosas: bens utilizados como insumos (gás liquefeito do petróleo GLP e óleo diesel, produtos adquiridos sujeitos à alíquota zero); bens não consumidos nem aplicados no processo produtivo; duplicidade de aproveitamento de crédito sobre despesas apropriadas em na conta do ativo imobilizado 13210001Obras (no momento da aquisição e nos encargos de depreciação); encargos de depreciação de bens do ativo imobilizado: (i) sobre máquinas e equipamentos nos centros de custos AGU – Abastecimento e Tratamento de Água e ENE – Subestação de Energia Elétrica por não afetarem a produção diretamente; (ii) móveis e equipamentos não utilizados na fabricação dos produtos vendidos; (iii) equipamentos formados por aquisições de peças e serviços antes de 30/04/2004; créditos apurados sobre itens importados sem incidência das contribuições, pois foram objeto de exportação temporária; ajuste negativo do crédito (aumento da base de cálculo da contribuição, adicionando valores relativos à cessão de créditos de ICMS). A DRFUberaba/MG emitiu Despacho Decisório de fl. 7, por meio do qual foi deferido o crédito no valor de R$1.609.015,17, insuficiente para compensação dos débitos informados pela requerente, razão pela qual homologouse integralmente as Dcomp nºs 38403.50589.090806.1.3.083484, 04231.20695.130906.1.3.083173 e parcialmente as Dcomp nºs 11625.13097.280806.1.3.085662, 31201.76745.260906.1.3.088391, 18073.03512.101006.1.3.086698. Não houve crédito a ser ressarcido para o PER nº 37965.80803.101006.1.1.083756. A empresa apresentou manifestação de inconformidade (fls. 22 a 52), na qual, após as alegações deduzidas, requer: Fl. 352DF CARF MF Impresso em 14/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 13/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 10650.901217/201018 Resolução nº 3201000.390 S3C2T1 Fl. 353 3 ‘Por todo o exposto, seja com base nas preliminares, seja com fundamento nas razões de mérito, concluise que deve o r. despacho decisório ser modificado "in totum", para o fim de (i) cancelar as glosas realizadas na apuração dos créditos da contribuição ao PIS; (ii) determinar a exclusão dos montantes recebidos em contrapartida à cessão dos créditos do ICMS, da base de cálculo daquela exação; (iii) homologar integralmente as compensações realizadas pela requerente, nos autos dos processos nº 10650.900695/201191, 10650.900701/201119 e 10650.900705/201199; e (iv) cancelar as respectivas Cartas Cobrança. Protesta a requerente provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, especialmente a produção de perícia e a juntada de documentos. Em atendimento ao disposto no inciso V do art. 16 do Decreto n. 70.235, de 6.3.1972, a requerente informa que a matéria objeto desta manifestação de inconformidade não foi submetida à apreciação judicial.’ A instância a quo houve por bem julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do acórdão DRJ/JFA n° 0937.605, de 04/11/2011, assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 PRODUÇÃO DE NOVAS PROVAS. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. Não atendidos os requisitos legais de admissibilidade, indeferese pedido de juntada de novas provas e, uma vez que os elementos contidos nos autos são suficientes para o deslinde da questão, é prescindível a realização de perícia ou diligência. DÉBITOS DECLARADOS NA DCOMP. COBRANÇA. Uma vez que o direito creditório não foi reconhecido, cabe a cobrança dos débitos compensados indevidamente na declaração de compensação. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. BENS NÃO SUJEITOS AO PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO. Não dará direito a crédito o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, isentos ou não alcançados pela contribuição. SERVIÇOS. CRÉDITO SOBRE INSUMOS. Somente os serviços aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda são considerados insumos e dão direito ao crédito. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 14/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 13/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 10650.901217/201018 Resolução nº 3201000.390 S3C2T1 Fl. 354 4 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. CRÉDITO SOBRE DEPRECIAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados sobre encargos de depreciação, somente em relação às máquinas e aos equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, ou na prestação de serviços. CESSÃO DE ICMS. INCIDÊNCIA DO PIS/Pasep. A cessão de direitos de ICMS compõe a receita do contribuinte, sendo base de cálculo para a contribuição. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a Recorrente interpôs o recurso voluntário cabível, de forma tempestiva, reiterando, em síntese, os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. O processo digitalizado foi distribuído a este Conselheiro na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro DANIEL MARIZ GUDIÑO O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 1972, razão pela qual deve ser conhecido. Conforme já relatado, o recurso versa sobre as glosas de crédito de PIS não cumulativo realizadas pela fiscalização e mantidas pela instância a quo. De acordo com a patrona da Recorrente, em manifestação verbal realizada durante o julgamento do presente processo, a 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF, ao julgar processos administrativos muito similares (Processos nº 13646.000259/200520, 13646.000261/200507, 10650.001061/200514 e 10650.001062/200551), reconheceu a insuficiência do trabalho realizado pela fiscalização quando da validação do crédito pleiteado pela Recorrente, determinando, pois, a confecção de laudo com o fim de demonstrar a vinculação dos bens e serviços ao processo produtivo da Recorrente. Para melhor ilustrar as razões da demanda do colegiado irmão, transcrevese abaixo trechos do voto da Resolução nº 3101000.185, proferido no julgamento do Processo nº 10650.001061/200514, in verbis: Os tópicos 5.1 e 5.2 do Relatório Fiscal tratam das glosas de créditos sobre encargos de depreciação dos centros de custos AGU – Abastecimento e Tratamento de Água, ENE – Subestação Energia Elétrica (pois suprem de água e de energia elétrica todos os setores da Fl. 354DF CARF MF Impresso em 14/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 13/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 10650.901217/201018 Resolução nº 3201000.390 S3C2T1 Fl. 355 5 empresa), e de imóveis e equipamentos que apesar de alocados em centros de custos produtivos não são utilizados na fabricação dos produtos vendidos. O decisum recorrido tratou o tópico referente à matéria referida da seguinte maneira: ‘(...) Concernente aos créditos relativos à depreciação de máquinas e equipamentos, os incisos III do § 1º e IV do caput art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 (PIS nãocumulativo) e os mesmos dispositivos da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (incidência nãocumulativa da Cofins) , assim dispõem: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) VI – máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços; § 1º O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no art. 2º sobre o valor: (...); III – dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; (...) Da norma legal transcrita depreendese que as máquinas, os equipamentos e outros bens, cujos encargos de depreciação e amortização permitem o creditamento, são somente aqueles utilizados na produção de bens destinados à venda. Afirma a fiscalização que as máquinas, equipamentos e instalações destes centros de custos não afetam diretamente a produção, suprem de água e de energia elétrica todos os setores da empresa: regam jardins, abastecem o restaurante, iluminam ruas, parques, portaria. São utilizados indiscriminadamente para atender as necessidades de água e de energia elétrica de toda a empresa. A requerente aduz em sua defesa que: i) não poderia processar os minérios, recebidos em estado bruto, para transformálo nos produtos finais por ela vendidos, sem utilização da água nas diversas etapas do seu processo produtivo, ii) seus equipamentos industriais não operam com o nível de tensão em que a energia é entregue pela concessionária, iii) todos os itens do ativo imobilizado alocados em centro de custos produtivos são imprescindíveis à fabricação dos produtos destinados à venda. No caso em tela, em que pese a importância das máquinas e equipamentos alocados no sistema de tratamento e abastecimento de água, dos centros produtivos, e na subestação de energia elétrica, tais Fl. 355DF CARF MF Impresso em 14/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 13/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 10650.901217/201018 Resolução nº 3201000.390 S3C2T1 Fl. 356 6 equipamentos não são utilizados na fabricação do produto destinado à venda. E quanto aos bens listados no item 5.2 do Relatório Fiscal (fls. 23 a 29), tais como poltronas, rádios, aparelhos de ar condicionado, caixa d’água e etc., verificase que não se tratam de máquinas e equipamentos utilizados na fabricação do produto destinado à venda. Em face das previsões legais, não sendo os bens, em comento, adquiridos ou fabricados pela interessada para utilização na produção de bens destinados à venda, descabe cogitar do aproveitamento de créditos decorrentes de sua depreciação.’ No recurso voluntário, a recorrente assevera que todos (sic) as máquinas e equipamentos relacionados nos aludidos itens 5.1 e 5.2 são imprescindíveis ao processo produtivo e traz detalhes da importância de certos equipamentos, ao tempo em que discorre sobre a correta exegese do art. 3º, VI, da Lei nº 10.637/2002, que trata dos créditos referentes a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços. Em que pese não concordar com o elastecimento da interpretação dada pela recorrente à expressão da lei em epígrafe supra (em itálico), não posso deixar de compreender que se o processo produtivo da empresa utiliza água e energia elétrica, e os centros de custos AGU – Abastecimento e Tratamento de Água, ENE – Subestação Energia Elétrica fornecem tais recursos para a empresa como um todo, alguma quantidade é destinada à linha de produção ou ao processo produtivo. Por outro giro, a glosa do item 5.2 não está devidamente explicitada em termos de motivos, como se apenas a menção dos equipamentos apontasse, per se, a ilegitimidade de tais alocações, entretanto, como bem expõe a recorrente, isso depende de exame minuncioso do processo produtivo da empresa. Diante desse quadro, concluo ser necessário aprofundar o exame da matéria atinente à glosa explicitada nos tópicos 5.1 e 5.2 do Relatório Fiscal, e voto pela conversão deste julgamento em diligência para que a unidade preparadora jurisdicionante do domicílio tributário da recorrente providencie o seguinte: 1) intime a recorrente, para trazer aos autos, em prazo razoável, não inferior a 60 dias, laudo de perito competente, que descreva o processo produtivo da empresa, e que aponte a existência, ou não, e em que medida, da utilização dos centros de custos AGU – Abastecimento e Tratamento de Água, ENE – Subestação Energia Elétrica, e dos móveis e equipamentos relacionados no item 5.2 do Relatório Fiscal, na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços; 2) ato contínuo à juntada do laudo, promova diligência fiscal in loco, para verificar as conclusões do laudo pericial, elaborando Relatório conclusivo e sucinto acerca da utilização dos centros de custo AGU – Abastecimento e Tratamento de Água, ENE – Subestação Energia Elétrica, e dos móveis e equipamentos relacionados no item 5.2 do Relatório Fiscal, em quadro pormenorizado. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 14/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 13/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 10650.901217/201018 Resolução nº 3201000.390 S3C2T1 Fl. 357 7 (...) (Grifos originais) Embora o escopo do presente processo seja mais amplo do que o do processo transcrito, é de se concluir como válida a sua conclusão – diligência para elaboração de laudo que descreva exatamente o processo produtivo da Recorrente – eis que se trata de informação essencial para a análise de qualquer pleito de reconhecimento de PIS e de Cofins não cumulativos. Nesse sentido, em linha com o voto parcialmente transcrito, é de se converter o presente julgamento em diligência para que a unidade preparadora jurisdicionante do domicílio tributário da recorrente providencie o seguinte: 1. intime a Recorrente, para trazer aos autos, no prazo de 60 dias, laudo que descreva o processo produtivo da empresa, e que aponte a existência, ou não, e em que medida, da utilização de gás liquefeito do petróleo GLP e óleo diesel, dos centros de custos AGU – Abastecimento e Tratamento de Água, ENE – Subestação Energia Elétrica, e dos móveis e equipamentos glosados, na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços; 2. ato contínuo à juntada do laudo, promova diligência fiscal in loco, para verificar as conclusões do laudo pericial, elaborando Relatório conclusivo e sucinto acerca da utilização de gás liquefeito do petróleo GLP e óleo diesel, dos centros de custo AGU – Abastecimento e Tratamento de Água, ENE – Subestação Energia Elétrica, e dos móveis e equipamentos glosados, em quadro pormenorizado. Realizada a diligência, deverá ser dada vista à Recorrente para se manifestar, querendo, pelo prazo de 30 dias. Após, devem ser encaminhados os autos para vista à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Realizados os procedimentos, devem os autos retornar a este Conselheiro para fins de julgamento. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator Fl. 357DF CARF MF Impresso em 14/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 13/05/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 09/04/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO
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Numero do processo: 10552.000470/2007-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue May 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2005 a 31/01/2007
INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO.
Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Art. 26-A do Decreto nº 70.235/72, e art. 62 do Regimento Interno (Portaria MF nº 256/2009).
CONTRIBUIÇÃO PARA O INCRA. EMPRESAS URBANAS. LEGALIDADE.
Dada a sua natureza de contribuição especial de intervenção no domínio econômico, a contribuição social destinada ao INCRA não foi extinta pela Lei nº 8.212/91. Tal contribuição social ostenta caráter de universalidade e sua incidência não está condicionada ao exercício da atividade rural, podendo ser exigida também do empregador urbano, conforme precedentes do STF e do STJ.
FNDE. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.424/96
O Salário-Educação previsto no art. 212, §5º, da Constituição Federal é devido pelas empresas e pelas entidades a elas equiparadas, com base na alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, assim definidos no art. 12, I da Lei nº 8.212/91.
É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96. STF Súmula nº 732- 26/11/2003 -DJ de 9/12/2003, p. 2; DJ de 10/12/2003, p. 2; DJ de 11/12/2003, p. 2.
SEBRAE. EXIGIBILIDADE. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO.
A contribuição social destinada ao SEBRAE tem natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico, prescindindo de lei complementar para a sua criação, revelando-se constitucional, portanto, a sua instituição pelo § 3º do art. 8º da Lei 8.029/90, com a redação dada pelas Leis 8.154/90 e 10.668/2003, podendo ser exigidas de todas as empresas contribuintes do sistema SESI, SENAI, SESC, SENAC, e não somente das microempresas e das empresas de pequeno porte. Precedentes recentes do STF: RE 635.682 e RE 382.474, ambos de 2013.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC.
Súmula CARF n° 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-002.995
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos na votação os Conselheiros Bianca Delgado Pinheiro, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leonardo Henrique Pires Lopes, por entenderem que a multa aplicada deve ser limitada ao percentual de 20% em decorrência das disposições introduzidas pela MP 449/2008 (art. 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação da MP n.º 449/2008 c/c art. 61, da Lei n.º 9.430/96).
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vice-presidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2005 a 31/01/2007 INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Art. 26A do Decreto nº 70.235/72, e art. 62 do Regimento Interno (Portaria MF nº 256/2009). CONTRIBUIÇÃO PARA O INCRA. EMPRESAS URBANAS. LEGALIDADE. Dada a sua natureza de contribuição especial de intervenção no domínio econômico, a contribuição social destinada ao INCRA não foi extinta pela Lei nº 8.212/91. Tal contribuição social ostenta caráter de universalidade e sua incidência não está condicionada ao exercício da atividade rural, podendo ser exigida também do empregador urbano, conforme precedentes do STF e do STJ. FNDE. SALÁRIOEDUCAÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.424/96 O SalárioEducação previsto no art. 212, §5º, da Constituição Federal é devido pelas empresas e pelas entidades a elas equiparadas, com base na alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, assim definidos no art. 12, I da Lei nº 8.212/91. É constitucional a cobrança da contribuição do salárioeducação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96. STF Súmula nº 732 26/11/2003 DJ de 9/12/2003, p. 2; DJ de 10/12/2003, p. 2; DJ de 11/12/2003, p. 2. SEBRAE. EXIGIBILIDADE. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 55 2. 00 04 70 /2 00 7- 65 Fl. 396DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 A contribuição social destinada ao SEBRAE tem natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico, prescindindo de lei complementar para a sua criação, revelandose constitucional, portanto, a sua instituição pelo § 3º do art. 8º da Lei 8.029/90, com a redação dada pelas Leis 8.154/90 e 10.668/2003, podendo ser exigidas de todas as empresas contribuintes do sistema SESI, SENAI, SESC, SENAC, e não somente das microempresas e das empresas de pequeno porte. Precedentes recentes do STF: RE 635.682 e RE 382.474, ambos de 2013. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Súmula CARF n° 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos na votação os Conselheiros Bianca Delgado Pinheiro, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leonardo Henrique Pires Lopes, por entenderem que a multa aplicada deve ser limitada ao percentual de 20% em decorrência das disposições introduzidas pela MP 449/2008 (art. 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação da MP n.º 449/2008 c/c art. 61, da Lei n.º 9.430/96). (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vicepresidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi. Fl. 397DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 397 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação apresentada pela recorrente, mantendo o crédito tributário lançado (fls. 323 e seguintes). Adotase trechos do relatório do acórdão do órgão a quo (fls. 325 e seguintes), que bem resume o quanto consta dos autos: De acordo com o Relatório Fiscal, de fls. 216/218, tratase de crédito lançado pela fiscalização contra a empresa Policlínica Central Ltda. referente a contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração paga à segurados empregados, parte da empresa, parte relativa ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (seguro acidentes do trabalho), parte relativa as entidades denominadas de "terceiros" quais sejam FNDE (salárioeducação), INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE. Também compõe o presente lançamento a contribuição incidente sobre a remuneração paga à contribuintes individuais, a contribuição incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente aos serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho e diferença de acréscimos legais. As contribuições apuradas na presente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD referemse as competências de 03/2005 a 11 /2006 e 01/2007, inclusive sobre o décimo terceiro salário do exercício de 2005 e importam em R$ 1.481.186,11 (Hum milhão, quatrocentos e oitenta e uni mil, cento e oitenta e seis reais e onze centavos) consolidado em 09/04/2007. O contribuinte apresentou impugnação dentro do prazo regulamentar, conforme instrumento de fls. 230/306 (...) alegando: (...) Como afirmado, a impugnação apresentada pelo recorrente foi julgada improcedente, mantendose o crédito tributário lançado. A recorrente foi cientificada do julgamento, tendo apresentado, tempestivamente, o recurso de fls. 346 e seguintes, no qual alega, em apertada síntese, que: * cerceamento de defesa por ausência de discriminação dos índices e fundamentos legais aplicados a título de correção monetária, multa, juros moratórios, além das alíquotas e da base de cálculo; * ocorrência de denúncia espontânea, uma vez que a empresa “apresentou os valores por GFIP”; Fl. 398DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 * ilegalidade da cobrança do salárioeducação; * ilegitimidade da cobrança da contribuição ao INCRA; * inconstitucionalidade da contribuição para o SEBRAE, SESC e SENAC; * ilegalidade das multas acima de 20%, que caracterizam confisco; * ilegalidade de juros equivalentes à Taxa Selic. É o relatório. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 398 5 Voto Conselheiro Relator André Luís Mársico Lombardi Cerceamento de Defesa. Alega a recorrente cerceamento de defesa por ausência de discriminação dos índices e fundamentos legais aplicados a título de correção monetária, multa, juros moratórios, além das alíquotas e da base de cálculo. Ocorre que as assertivas da recorrente não encontram respaldo no que consta dos autos. É sabido que o lançamento fiscal é constituído por uma diversidade de Termos, Relatórios e Discriminativos, sendo certo que a captação e compreensão das condições de contorno que individualizam e modelam a exação exigida decorrem não de um único relatório, mas, sim, da interpretação conjunta, sistemática e teleológica de todos os documentos que integram o lançamento de ofício, apreciados à luz da legislação de regência. Apenas para que não pairem dúvidas, destacase, novamente que, de acordo com o Relatório Fiscal, de fls. 216/218, as contribuições apuradas referemse as competências de 03/2005 a 11 /2006 e 01/2007, inclusive sobre o décimo terceiro salário do exercício de 2005 e importam em R$ 1.481.186,11 (um milhão, quatrocentos e oitenta e uni mil, cento e oitenta e seis reais e onze centavos) consolidado em 09/04/2007. Quanto ao seu objeto, o lançamento referese à contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração paga à segurados empregados, parte da empresa, parte relativa ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (seguro acidentes do trabalho), parte relativa as entidades denominadas de "terceiros" quais sejam FNDE (salárioeducação), INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE. Também compõe o lançamento a contribuição incidente sobre a remuneração paga à contribuintes individuais, a contribuição incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente aos serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho e diferença de acréscimos legais. Incontestavelmente, o lançamento encontrase revestido de todas as formalidades exigidas por lei, dele constando diversos relatórios e termos, tendo sido o sujeito passivo cientificado de todas as decisões de relevo exaradas no curso do presente feito, restando garantido, por conseguinte, o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. Inexiste, portanto, qualquer óbice procedimental da parte da fiscalização. Sendo assim, não havendo que se falar em cerceamento de defesa. Denúncia Espontânea. Em outra vazia argumentação, alega a recorrente a ocorrência de denúncia espontânea, uma vez que a empresa “apresentou os valores por GFIP”. Relata a autoridade fiscal que os valores lançados encontramse declarados em GFIP, como afirmado pela recorrente. Todavia, para que se considere ocorrida a denúncia espontânea, necessário se faz que haja o “pagamento do tributo devido e dos juros de mora” ou Fl. 400DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 6 o “depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo depende de apuração”, conforme a literalidade do artigo 138 do CTN. No caso em comento, como o lançamento teve por objeto apenas as contribuições não recolhidas e considerandose ainda que a recorrente não comprovou qualquer recolhimento não considerado pela autoridade fiscal, não há que se cogitar do reconhecimento da denúncia espontânea, mesmo estando os valores declarados em GFIP. Inconstitucionalidade. Instância Administrativa. Antes de avançar na análise do recurso voluntário, cumpre destacar que diversos dos argumentos suscitados pela recorrente baseiamse na análise da constitucionalidade das leis que embasam o lançamento. Apreciando a questão da constitucionalidade das contribuições e acréscimos legais, ressaltese, de pronto, que o art. 26A do Decreto nº 70.235/72, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, estabelece óbice intransponível aos órgãos de julgamento deste Conselho Administrativo para afastar a aplicação ou deixar de observar normas tributárias inseridas no ordenamento jurídico mediante leis, decretos, tratado ou acordos internacionais sob fundamento de inconstitucionalidade. Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941/2009) §6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) II – que fundamente crédito tributário objeto de: (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993. (Incluído pela Lei nº 11.941/2009) Fl. 401DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 399 7 Não fosse o bastante, a Súmula CARF nº 2, de observância vinculante para as Turmas de Julgamento, exorta não ser o CARF órgão competente para se pronunciar a respeito da inconstitucionalidade de lei de natureza tributária. Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Sendo assim, não há viabilidade jurídica para os pleitos da recorrente, nos aspectos de reconhecimento da inconstitucionalidade de contribuições e respectivos acréscimos legais. De toda sorte, buscaremos mostrar a correção das exigências fiscais e analisaremos os demais aspectos suscitados na peça recursal. SEBRAE. Alega a recorrente a inconstitucionalidade da contribuição para o SEBRAE, SESC e SENAC. Ocorre que todos os argumentos da recorrente referemse, especificamente, à contribuição ao SEBRAE. Vejamos a disposição legal instituidora do tributo, seguida do DecretoLei n° 2.318/1986, que facilita a sua compreensão: Lei nº 8.029/90 Art. 8° É o Poder Executivo autorizado a desvincular, da Administração Pública Federal, o Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa CEBRAE, mediante sua transformação em serviço social autônomo. (...) §3º. Para atender à execução da política de Apoio às Micro e às Pequenas Empresas, é instituído adicional às alíquotas das contribuições sociais relativas às entidades de que trata o artigo 1º do DecretoLei nº 2.318, de 30 de dezembro de 1986, de: (redação dada pela Lei nº 8.154/90) DecretoLei n° 2.318/1986 Art. 1º Fica mantida a cobrança, fiscalização, arrecadação e repasse às entidades beneficiárias das contribuições para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI, para o Serviço Nacional de aprendizagem Comercial SENAC, para o Serviço Social da Indústria SESI, e para o Serviço Social do Comércio SESC, ficam revogados: I o tetolimite a que se referem os artigos 1º e 2º do decretoLei nº 1.861, de 25 de fevereiro de 1981, com a redação dada pelo artigo 1º do DecretoLei nº 1.867, de 25 de março de 1981; II o artigo 3º do DecretoLei nº 1.861, de 25 de fevereiro de 1981, com a redação dada pelo artigo 1º do DecretoLei nº 1.867, de 25 de março de 1981. Fl. 402DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 8 Dos textos legais retro transcritos, depreendese que: a) realmente, a contribuição para o SEBRAE foi instituída por lei ordinária; b) a lei a qualificou como alíquota adicional das contribuições para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI, para o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAC, para o Serviço Social da Indústria SESI e para o Serviço Social do Comércio – SESC; c) visa atender à execução da política governamental de apoio às micro e às pequenas empresas. Interessanos, de início, a segunda conclusão, da qualificação da contribuição como alíquota adicional às contribuições para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI, para o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SENAC, para o Serviço Social da Indústria SESI e para o Serviço Social do Comércio – SESC. É cediço que o título nominativo de um instituto de Direito não tem o condão de lhe modificar a natureza jurídica. Nessa perspectiva, nada obstante a lei supramencionada têla rotulado como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais repassadas ao SESI, SENAI, SESC e SENAC, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a contribuição para o SEBRAE consubstanciase numa contribuição de intervenção no domínio econômico, na concepção plasmada no art. 149, caput, da Constituição Federal, conforme consignado no julgamento do Recurso Extraordinário RE 396.266/SC, julgado em 2004: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEBRAE: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. Lei 8.029, de 12.4.1990, art. 8º, § 3º. Lei 8.154, de 28.12.1990. Lei 10.668, de 14.5.2003. C.F., art. 146, III; art. 149; art. 154, I; art. 195, § 4º. I. As contribuições do art. 149, C.F. contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, C.F., isto não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. A contribuição social do art. 195, § 4º, C.F., decorrente de "outras fontes", é que, para a sua instituição, será observada a técnica da competência residual da União: C.F., art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º. A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes: C.F., art. 146, III, a. Precedentes: RE 138.284/CE, Ministro Carlos Velloso, RTJ 143/313; RE 146.733/SP, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/684. II. A contribuição do SEBRAE Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003 é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do D.L. 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE, no rol do art. 240, C.F. III. Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, portanto, do § 3º, do art. 8º, da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003. IV. R.E. conhecido, mas improvido”. Fl. 403DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 400 9 (RE 396.266, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 27.2.2004) Referido julgamento foi rememorado pelo STF no julgamento do Recurso Extraordinário n° 635.682, conforme se constata da leitura do voto do Relator, Ministro Gilmar Mendes. Vejamos a ementa do decisório mais recente, que sepultou, de uma vez por todas, a questão relativa à constitucionalidade do tributo: Recurso extraordinário. 2. Tributário. 3. Contribuição para o SEBRAE. Desnecessidade de lei complementar. 4. Contribuição para o SEBRAE. Tributo destinado a viabilizar a promoção do desenvolvimento das micro e pequenas empresas. Natureza jurídica: contribuição de intervenção no domínio econômico. 5. Desnecessidade de instituição por lei complementar. Inexistência de vício formal na instituição da contribuição para o SEBRAE mediante lei ordinária. 6. Intervenção no domínio econômico. É válida a cobrança do tributo independentemente de contraprestação direta em favor do contribuinte. 7. Recurso extraordinário não provido. 8. Acórdão recorrido mantido quanto aos honorários fixados.(RE 635682, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 25/04/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe098 DIVULG 23052013 PUBLIC 24052013) (destaques nossos) O mesmo entendimento foi repetido no Recurso Extraordinário 382.474: SEBRAE – CONTRIBUIÇÃO – LEI COMPLEMENTAR – DESNECESSIDADE. Não ofende a Constituição a contribuição devida ao Sebrae, sendo inexigível lei complementar.(RE 382474 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 21/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe108 DIVULG 07062013 PUBLIC 10062013) Considerandose a sua finalidade de atender à execução da política governamental de apoio às micro e às pequenas empresas, firmou o STF o entendimento de que a contribuição ao SEBRAE ostenta natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico, de forma a não se incluir no rol do art. 240 da Constituição Federal, estando, destarte, totalmente desvinculada das contribuições ao SESI/SENAI e ao SESC/SENAC. Possuindo natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico, não lhe alcançam as exigências de lei complementar estipuladas na Constituição Federal para o estabelecimento de normas gerais em matéria tributária (artigo 146, III, a) e para a estipulação de novas fontes de custeio (§ 4º do art. 195 c.c. art. 240, ambos da CF/88). Assim, a lei ordinária resta bastante para a sua instituição. Fl. 404DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 10 Ressaltese, de passagem, que o SEBRAE não presta serviços somente às micro e pequenas empresas, mas a todas as atividades empresariais conexas, atendendo ao bem comum de toda a sociedade. Assim, considerandose o princípio da solidariedade social que permeia o art. 195, caput, da CF/88, por se tratar de contribuição de intervenção no domínio econômico, a contribuição ao SEBRAE deve ser recolhida por todas as empresas, e não apenas pelas micro e pequenas empresas, não existindo, necessariamente, correspondência entre contribuição e prestação, nem tampouco entre o contribuinte e os benefícios decorrentes da exação. Essa questão também restou assentada pelo STF, inclusive nos julgamentos mais recentes referidos acima (RE 63.5682 e RE 382.474, ambos de 2013) Destarte, não merecem guarida as razões recursais relativas à inconstitucionalidade da contribuição ao SEBRAE. INCRA. Alega ainda a recorrente a ilegitimidade da cobrança da contribuição ao INCRA. A investigação a respeito da natureza jurídica da contribuição para o INCRA já foi por demais tormentosa ao longo dos últimos anos, sendo que hoje os tribunais superiores pacificaram entendimento no sentido de que consubstancia contribuição de intervenção no domínio econômico: VIGÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO AO INCRA. NATUREZA DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. LEIS Nº 7.787/89 e 8.212/91. DESTINAÇÃO DIVERSA. EMPRESAS URBANAS. ENQUADRAMENTO. I A Primeira Seção do STJ, na esteira de precedentes do STF, firmou entendimento no sentido de que não existe qualquer óbice para a cobrança da contribuição destinada ao INCRA também das empresas urbanas. Precedentes: EDcl no AgRg no REsp nº 716.387/CE, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJ de 31/08/06 e EDcl no REsp nº 780.280/MA, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, DJ 25/05/06. II Este Superior Tribunal de Justiça, após diversos pronunciamentos, com base em ampla discussão, reviu a jurisprudência sobre o assunto, chegando à conclusão que a contribuição destinada ao INCRA não foi extinta, nem com a Lei nº 7.787/89, nem pela Lei nº 8.212/91, ainda estando em vigor. III Tal entendimento foi exarado com o julgamento proferido pela Colenda Primeira Seção, nos EREsp nº 770.451/SC, Rel. p/ac. Min. CASTRO MEIRA, Sessão de 27/09/2006. Naquele julgado, restou definido que a contribuição ao INCRA é uma contribuição especial de intervenção no domínio econômico, destinada aos programas e projetos vinculados à reforma agrária e suas atividades complementares. Assim, a supressão da exação para o FUNRURAL pela Lei nº 7.787/89 e a unificação do sistema de previdência através da Lei nº 8.212/91 não provocaram qualquer alteração na parcela destinada ao INCRA. Fl. 405DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 401 11 IV Agravo regimental improvido. (STJ; AgRg no AgRg no REsp 894345 / SP; Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO; T1 PRIMEIRA TURMA; DJ 24/05/2007, p. 331) (destaques nossos) Em aditamento ao voto proferido no EREsp 770.451/SC; a Min. Eliana Calmon sublinhou os traços fundamentais da espécie tributária em exame, rememorando magnífico trabalho doutrinário contido na tese apresentada pelo Dr. Luciano Dias Bicalho Camargo, em curso de doutorado da Faculdade de Direito da Universidade de Minas Gerais, o qual pedimos venia para transcrevêlo. “As contribuições interventivas têm como principal traço característico a finalidade eleita e explicitada na consequência da norma de incidência tributária. (...) Assim, para a perfeita compreensão da norma de incidência tributária das contribuições de intervenção sobre o domínio econômico, especificamente aquelas que se prestam à arrecadação de recursos para o custeio dos atos interventivos, há de se prever uma circunstância intermediária a vincular a hipótese de incidência e a consequência tributária, sem a qual não há de se falar da existência de norma de incidência válida. Assim, nas contribuições de intervenção sobre o domínio econômico deverá coexistir, para a sua perfeita incidência, os dois núcleos da hipótese de incidência: o "fato do contribuinte", relacionado ao domínio econômico, e os atos interventivos implementados pela União. (...) Assim, no caso específico das contribuições para o INCRA, elas somente se mostram válidas na medida em que o INCRA, efetivamente, promove desapropriações para fins de reforma agrária (circunstância intermediária), visando alterar a estrutura fundiária anacrônica brasileira, conforme minudentemente visto no capítulo 3, aplicandose, assim, os recursos arrecadados na consecução dos objetivos constitucionalmente previstos: função social da propriedade e diminuição das desigualdades regionais. Salientese, por relevante, que as contribuições devidas ao INCRA, muito embora não beneficiem diretamente o sujeito ativo da exação (empresas urbanas e algumas agroindustriais), beneficiam toda a sociedade, por ter a sua arrecadação destinada a custear programas de colonização e reforma agrária, fomentam a atividade no campo, que é de interesse de toda a sociedade (e não só do meio rural), tendo em vista a redução das desigualdades e a fixação do homem na terra. Não há que se falar da existência de uma referibilidade direta, que procura condicionar o pagamento das contribuições às pessoas que estejam vinculadas diretamente a determinadas atividades e que venham a ser beneficiárias da arrecadação. Ora, o princípio da referibilidade direta, como defendido por Fl. 406DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 12 vários autores, simplesmente não existe no ordenamento jurídico pátrio, especialmente no que se refere às contribuições de intervenção no domínio econômico. Tratase de mera criação teórica e doutrinária, sem respaldo no texto da Constituição Federal. (...) Com efeito, a exação em tela é destinada a fomentar atividade agropecuária, promovendo a fixação do homem no campo e reduzindo as desigualdades na distribuição fundiária. Consequentemente, reduzse o êxodo rural e grande parte dos problemas urbanos dele decorrentes. Não pode ser negado que a política nacional de reforma agrária é instrumento de intervenção no domínio econômico, uma vez que objetiva a erradicação da miséria, segundo o preceituado no §1º do art. 1º da Lei nº 4.504/64 Estatuto da Terra. Dessa forma, a referibilidade das contribuições devidas ao INCRA é indireta, beneficiando, de forma mediata, o sujeito passivo submetido a essa responsabilidade”. (destaques nossos) Se bem observados os julgados acima, resta claro que, além da definição de sua natureza jurídica, o STJ afastou todas as argumentações relativas à inconstitucionalidade ou à ilegalidade da contribuição ao INCRA, com base na “referibilidade” ou no “benefício direto”, de sorte a se considerar que as empresas urbanas não seriam contribuintes da contribuição ao INCRA. Com efeito, além dos julgados acima do STJ, cumpre mencionar ainda a orientação do STF destacada no AI 761.127AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe de 14.05.2010). É verdade que ainda encontrase pendente de análise pela Suprema Corte a recepção da contribuição ao INCRA no período posterior ao advento da Emenda Constitucional n° 33/2001, que alterou o artigo 149 da Constituição Federal (Repercussão Geral no Recurso Extraordinário n° 630.898, Rel Min. Dias Toffoli, Dje de 28/06/2012). Todavia, mesmo neste aspecto particular, a chance de reconhecimento da inconstitucionalidade parece remota, pois a interpretação restritiva que se pretende atribuir ao § 2º, inciso II, alínea a, destoa da inteligência do próprio caput do art. 149, não alterado pela EC nº 33/2001, sendo certo que o próprio STF já fixou a constitucionalidade da contribuição devida ao SEBRAE, qualificada como contribuição de intervenção no domínio econômico (RE 396.266, Relator Min. Carlos Velloso), e da contribuição criada pela LC nº 110/2001, qualificada com contribuição social geral (ADIN 2.556, Relator Min. Moreira Alves), ambas incidentes sobre a folha de salário das empresas, já sob a égide da EC nº 33/2001. Sendo assim, deve ser mantida a exigência relativamente às contribuições ao INCRA. SalárioEducação. Também alega a recorrente a ilegalidade da cobrança do salárioeducação. Instituído em 1964 pela Lei nº 4.440, de 27/10/64, o salárioeducação é uma contribuição social destinada ao financiamento de programas, projetos e ações voltados para o Fl. 407DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 402 13 financiamento da educação básica pública, podendo ser aplicada na educação especial, desde que vinculada àquela. A contribuição social do salárioeducação está prevista no artigo 212, § 5º da Constituição Federal, regulamentada pelas leis nº 9.424/96 e 9.766/98 e pelo Decreto nº 6003/2006, sendo calculada mediante a incidência da alíquota de 2,5% sobre o montante total das remunerações pagas, creditadas ou juridicamente devidas pelas empresas, a qualquer título, aos segurados empregados. Sua arrecadação e fiscalização e cobrança judicial monta a cargo, nos dias atuais, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, do Ministério da Fazenda (RFB/MF). Constituição Federal, de 03 de outubro de 1988 Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salárioeducação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53/2006) Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996. Art. 15. O SalárioEducação, previsto no art. 212, §5º, da Constituição Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em regulamento, é calculado com base na alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, assim definidos no art. 12, inciso I, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (grifos nossos) São contribuintes do salárioeducação as empresas em geral e as entidades públicas e privadas vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social, entendendose como tal qualquer firma individual ou sociedade que assuma o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, sociedade de economia mista, empresa pública e demais sociedades instituídas e mantidas pelo poder público, nos termos do § 2º, art. 173 da Constituição, ressalvadas as exceções expressamente assentadas na lei. Decreto nº 3.142, de 16 de agosto de 1999. Art.1o A contribuição social do salárioeducação obedecerá aos mesmos prazos, condições e outras normas relativas às contribuições sociais e demais importâncias devidas à Seguridade Social, ressalvada a competência especial do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE sobre a matéria. Parágrafo único. O contribuinte do salárioeducação sujeitar seá às mesmas sanções administrativas e penais previstas na legislação previdenciária, nos moldes do caput deste artigo. Fl. 408DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 14 Art.2o A contribuição social do salárioeducação, prevista no art. 212, §5o, da Constituição e devida pelas empresas, será calculada com base na alíquota de dois inteiros e cinco décimos por cento, incidente sobre o total de remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, ressalvadas as exceções legais. §1o Entendese por empresa, para fins de incidência da contribuição social do salárioeducação, qualquer firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como as empresas e demais entidades públicas ou privadas, vinculadas à Seguridade Social. §2o Considerase entidade pública, para os efeitos deste Decreto, a sociedade de economia mista, a empresa pública, bem assim as demais sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público, nos termos do art. 173, §2o, da Constituição. §3o Para fins da contribuição social do salárioeducação, são considerados como empregados os seguintes segurados obrigatórios da Seguridade Social: I Aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; II Aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas; III O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; IV Aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o nãobrasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; V O brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional. §4o A alíquota reduzida da contribuição social do salário educação, incidente sobre a remuneração dos empregados contratados por prazo determinado, nos termos do inciso I do art. 2o da Lei no 9.601, de 21 de janeiro de 1998, é de um inteiro e vinte e cinco centésimos por cento. Art.3o Estão isentas do recolhimento da contribuição social do salárioeducação: I A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como suas respectivas autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, inclusive no que se refere à remuneração paga aos servidores públicos ocupantes de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, autarquias, inclusive em regime especial, e fundações públicas federais; Fl. 409DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 403 15 II As instituições públicas de ensino de qualquer grau, conforme norma regulamentar expedida pelo Ministério da Educação; III As escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, devidamente registradas e reconhecidas pelo competente órgão de educação, que sejam portadoras do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; IV As organizações de fins culturais, que tenham sido reconhecidas nos termos dos Decretos no76.923, de 26 de dezembro de 1975, e no87.043, de 22 de março de 1982; V As organizações hospitalares e de assistência social, desde que atendam, cumulativamente, aos seguintes requisitos: a) sejam reconhecidas como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; b) sejam portadoras do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; c) promovam, gratuitamente e em caráter exclusivo, a assistência social beneficente a pessoas carentes, em especial a crianças, adolescentes, idosos e portadores de deficiência; d) não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título; e) apliquem integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e no desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando, anualmente, ao órgão do Instituto Nacional do Seguro SocialINSS competente, relatório circunstanciado de suas atividades. Parágrafo único. A pessoa jurídica optante do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições – SIMPLES está isenta do pagamento da contribuição social do salário educação, nos termos do art. 3o, §4o, da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996. Decreto nº 6.003, de 28 de dezembro de 2006. Art. 2º São contribuintes do salárioeducação as empresas em geral e as entidades públicas e privadas vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social, entendendose como tais, para fins desta incidência, qualquer firma individual ou sociedade que assuma o risco de atividade econômica, urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem assim a sociedade de economia mista, a empresa pública e demais sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público, nos termos do art. 173, §2º, da Constituição. Parágrafo único. São isentos do recolhimento da contribuição social do salárioeducação: I a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações; II as instituições públicas de ensino de qualquer grau; Fl. 410DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 16 III as escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, devidamente registradas e reconhecidas pelo competente órgão de educação, e que atendam ao disposto no inciso II do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991; IV as organizações de fins culturais que, para este fim, vierem a ser definidas em regulamento; V as organizações hospitalares e de assistência social, desde que atendam, cumulativamente, aos requisitos estabelecidos nos incisos I a V do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991; Reiteradas alegações de inconstitucionalidade impeliram o Procurador Geral da Republica a ajuizar, perante o Supremo Tribunal Federal, a Ação Declaratória de Constitucionalidade n° 3, cuja decisão, de relatoria do Min. Nelson Jobim, publicada no Diário da Justiça de 10/12/1999, pautou pela constitucionalidade do art. 15 da Lei nº 9.424/96, atribuindolhe efeitos ex tunc. ADC 3 / UF UNIÃO FEDERAL AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Relator(a): Min. NELSON JOBIM Julgamento: 01/12/1999 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação : DJ 09052003 PP EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 15, LEI 9.424/96. SALÁRIOEDUCAÇÃO. CONTRIBUIÇÕES PARA O FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO. DECISÕES JUDICIAIS CONTROVERTIDAS. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL. FORMAL: LEI COMPLEMENTAR. DESNECESSIDADE. NATUREZA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. § 5º, DO ART. 212 DA CF QUE REMETE SÓ À LEI. PROCESSO LEGISLATIVO. EMENDA DE REDAÇÃO PELO SENADO. EMENDA QUE NÃO ALTEROU A PROPOSIÇÃO JURÍDICA. FOLHA DE SALÁRIOS REMUNERAÇÃO. CONCEITOS. PRECEDENTES. QUESTÃO INTERNA CORPORIS DO PODER LEGISLATIVO. CABIMENTO DA ANÁLISE PELO TRIBUNAL EM FACE DA NATUREZA CONSTITUCIONAL. INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL: BASE DE CÁLCULO. VEDAÇÃO DO ART. 154, I DA CF QUE NÃO ATINGE ESTA CONTRIBUIÇÃO, SOMENTE IMPOSTOS. NÃO SE TRATA DE OUTRA FONTE PARA A SEGURIDADE SOCIAL. IMPRECISÃO QUANTO A HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA. A CF QUANTO AO SALÁRIOEDUCAÇÃO DEFINE A FINALIDADE: FINANCIAMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E O SUJEITO PASSIVO DA CONTRIBUIIÇÃO: AS EMPRESAS. NÃO RESTA DÚVIDA. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI AMPLAMENTE DEMONSTRADA. AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE QUE SE JULGA PROCEDENTE, COM EFEITOS EXTUNC. Fl. 411DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10552.000470/200765 Acórdão n.º 2302002.995 S2C3T2 Fl. 404 17 A cobrança das contribuições sociais do salárioeducação revelase, pois, perfeitamente compatível com o ordenamento jurídico vigente. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal, nocauteando de uma vez por todas qualquer dúvida que ainda pudesse ser suscitada a respeito, fez publicar a Súmula nº 732, a qual transcrevemos adiante. SÚMULA Nº 732 É CONSTITUCIONAL A COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIOEDUCAÇÃO, SEJA SOB A CARTA DE 1969, SEJA SOB A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, E NO REGIME DA LEI 9.424/96. O Verbete da Sumula nº 732 do STF atira a última pá de cal sobre qualquer ainda possível alegação de inconstitucionalidade da contribuição social do Salário Educação, fechando definitivamente o esquife. Nesse contexto, estando as entidades públicas ou privadas, com fins lucrativos ou não, arroladas no art. 15 da Lei nº 9.424/96, na forma de seu Regulamento e não expressamente excluídas da hipótese de incidência neste prevista, impõese reconhecer que tais entidades são contribuintes da contribuição social a ser vertida ao Salário Educação. Taxa Selic. Alega a recorrente a ilegalidade de juros equivalentes à Taxa Selic. Especificamente quanto à aplicação da Taxa Selic como juros moratórios temse a Súmula CARF n° 4: Súmula CARF n° 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Portanto, não há qualquer viabilidade jurídica para o acatamento, por esta instância recursal, do pleito da recorrente. Confisco. Por fim, a recorrente invoca a ilegalidade das multas acima de 20%, que caracterizam confisco (art. 150, inciso IV da Constituição Federal). Quanto ao aspecto da inconstitucionalidade da multa, temse que, sendo o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais órgão do Poder Executivo, como já afirmado anteriormente, não lhe compete apreciar a conformidade de lei validamente editada segundo o processo legislativo constitucionalmente previsto, com preceitos emanados da própria Constituição Federal, a ponto de declararlhe a nulidade ou inaplicabilidade ao caso, haja vista tratarse de matéria reservada, por força de determinação constitucional, ao Poder Judiciário. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 18 Ademais, o Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, dispõe expressamente em seu art. 26A que é vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, salvo nas hipóteses em que os citados diplomas legislativos tenham sido declarados inconstitucionais por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal. Tal disposição é repetida em termos semelhantes no art 62 do Regimento Interno deste Colegiado, Portaria MF nº 256/2009. Outro fundamento para a impossibilidade de deferimento dos pleitos da recorrente é que a Súmula CARF n° 2 estabelece que o “CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”, sendo que o art. 72 da Portaria MF 256/2006 tornou obrigatória a observância por parte dos membros do CARF das súmulas do colegiado. Portanto, não há qualquer viabilidade jurídica para o acatamento, por esta instância recursal, dos pleitos da recorrente. Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 413DF CARF MF Impresso em 13/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 28/ 02/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/03/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI
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Numero do processo: 10970.720351/2011-88
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon May 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009
AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. AUSÊNCIA DE PROPÓSITO NEGOCIAL. UTILIZAÇÃO DE EMPRESA VEÍCULO. SIMULAÇÃO. MULTA QUALIFICADA.
A sucessão de eventos modificativos de controle societário em um mesmo grupo empresarial sem qualquer finalidade negocial que resulte em incorporação de pessoa jurídica em cuja contabilidade constava registro de ágio com fundamento em expectativa de rentabilidade futura, com utilização de empresa veículo, unicamente para criar de modo artificial as condições para aproveitamento da amortização do ágio como dedução na apuração do lucro real, caracteriza simulação montada para o fim exclusivo de economia tributária, o que autoriza o lançamento de ofício com imposição de multa qualificada em razão do intuito de fraude demonstrado.
ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO. ALÍQUOTA DA CSLL.
As administradoras de cartões de crédito devem apurar a CSLL mediante a aplicação da alíquota majorada de 15% por disposição legal expressa. A divisão de tarefas típicas da atividade entre duas pessoas jurídicas do mesmo grupo societário que venham a atuar de forma reciprocamente complementar não as exclui da condição de administradoras de cartões de crédito, submetendo-se ambas à alíquota majorada na apuração da CSLL devida.
PAGAMENTO MENSAL DE IRPJ E CSLL. MULTA ISOLADA.
A aplicação concomitante da multa isolada por falta de pagamentos mensais de IRPJ e CSLL e da multa de ofício pela falta de pagamentos dos mesmos tributos na apuração anual com base no lucro real não é admissível quando as multas incidem sobre uma mesma base imponível.
MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA.
A multa de lançamento de ofício sofre a incidência de juros de mora com base na taxa Selic a partir do seu vencimento.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA.
A decisão relativa ao auto de infração matriz deve ser igualmente aplicada no julgamento do auto de infração conexo, decorrente ou reflexo, no que couber, uma vez que ambos os lançamentos, matriz e reflexo, estão apoiados nos mesmos elementos de convicção.
Numero da decisão: 1103-000.960
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado dar provimento parcial ao recurso de ofício para restabelecer a qualificação da multa de ofício (150%), pelo voto de qualidade, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Fábio Nieves Barreira e Hugo Correia Sotero, e dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a exigência de multa de ofício isolada por falta de pagamentos mensais de IRPJ e CSLL, por maioria, vencidos os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro e André Mendes de Moura. A parcela da exigência relativa à dedução do ágio foi mantida por maioria, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata e Fábio Nieves Barreira; a parte correspondente à apuração da CSLL pela alíquota de 15% foi mantida por unanimidade e a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício foi mantida pelo voto de qualidade, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Fábio Nieves Barreira e Hugo Correia Sotero. Os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro e André Mendes de Moura consideraram imprópria a documentação comprobatória da formação do ágio apresentada pela contribuinte autuada.
Aloysio José Percínio da Silva Presidente e Relator
(assinatura digital)
Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Marcos Shigueo Takata, André Mendes de Moura, Fábio Nieves Barreira, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. AUSÊNCIA DE PROPÓSITO NEGOCIAL. UTILIZAÇÃO DE EMPRESA VEÍCULO. SIMULAÇÃO. MULTA QUALIFICADA. A sucessão de eventos modificativos de controle societário em um mesmo grupo empresarial sem qualquer finalidade negocial que resulte em incorporação de pessoa jurídica em cuja contabilidade constava registro de ágio com fundamento em expectativa de rentabilidade futura, com utilização de empresa veículo, unicamente para criar de modo artificial as condições para aproveitamento da amortização do ágio como dedução na apuração do lucro real, caracteriza simulação montada para o fim exclusivo de economia tributária, o que autoriza o lançamento de ofício com imposição de multa qualificada em razão do intuito de fraude demonstrado. ADMINISTRADORA DE CARTÃO DE CRÉDITO. ALÍQUOTA DA CSLL. As administradoras de cartões de crédito devem apurar a CSLL mediante a aplicação da alíquota majorada de 15% por disposição legal expressa. A divisão de tarefas típicas da atividade entre duas pessoas jurídicas do mesmo grupo societário que venham a atuar de forma reciprocamente complementar não as exclui da condição de administradoras de cartões de crédito, submetendose ambas à alíquota majorada na apuração da CSLL devida. PAGAMENTO MENSAL DE IRPJ E CSLL. MULTA ISOLADA. A aplicação concomitante da multa isolada por falta de pagamentos mensais de IRPJ e CSLL e da multa de ofício pela falta de pagamentos dos mesmos tributos na apuração anual com base no lucro real não é admissível quando as multas incidem sobre uma mesma base imponível. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 97 0. 72 03 51 /2 01 1- 88 Fl. 2460DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 3 2 MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA. A multa de lançamento de ofício sofre a incidência de juros de mora com base na taxa Selic a partir do seu vencimento. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. A decisão relativa ao auto de infração matriz deve ser igualmente aplicada no julgamento do auto de infração conexo, decorrente ou reflexo, no que couber, uma vez que ambos os lançamentos, matriz e reflexo, estão apoiados nos mesmos elementos de convicção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado dar provimento parcial ao recurso de ofício para restabelecer a qualificação da multa de ofício (150%), pelo voto de qualidade, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Fábio Nieves Barreira e Hugo Correia Sotero, e dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a exigência de multa de ofício isolada por falta de pagamentos mensais de IRPJ e CSLL, por maioria, vencidos os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro e André Mendes de Moura. A parcela da exigência relativa à dedução do ágio foi mantida por maioria, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata e Fábio Nieves Barreira; a parte correspondente à apuração da CSLL pela alíquota de 15% foi mantida por unanimidade e a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício foi mantida pelo voto de qualidade, vencidos os Conselheiros Marcos Shigueo Takata, Fábio Nieves Barreira e Hugo Correia Sotero. Os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro e André Mendes de Moura consideraram imprópria a documentação comprobatória da formação do ágio apresentada pela contribuinte autuada. Aloysio José Percínio da Silva – Presidente e Relator (assinatura digital) Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Marcos Shigueo Takata, André Mendes de Moura, Fábio Nieves Barreira, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva. Fl. 2461DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 4 3 Relatório O processo trata de autos de infração de IRPJ – imposto de renda pessoa jurídica e, como tributação reflexa, de CSLL – contribuição social sobre o lucro líquido (fls. 3 e 31)1. O lançamento decorreu das infrações descritas no TVF – termo de verificação fiscal (fls. 55) nos anoscalendário 2006, 2007, 2008 e 2009, adiante relacionadas, seguidas da indicação da correspondente multa imposta ex officio: a) exclusão indevida das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL de amortização de ágio na incorporação da Esmeralda Holding Ltda – multa qualificada de 150% do art. 44, §1º, da Lei 9.430/1996; b) compensações de prejuízos fiscais e de bases de cálculo negativas de CSLL em valores superiores aos saldos disponíveis – multa de 75% do art. 44, I, da Lei 9.430/1996; c) insuficiência de pagamentos mensais de IRPJ e CSLL – multa isolada de 50% do art. 44, II, "b", da Lei 9.430/1996; d) insuficiência de pagamento da CSLL em razão de utilização de alíquota diversa da aplicável às pessoas jurídicas administradoras de cartões de crédito (15%) – multa de 75% do art. 44, I, da Lei 9.430/1996. Os saldos negativos de IRPJ dos anoscalendário 2006 a 2008 e de CSLL dos anoscalendário 2006 e 2007, informados em DIPJ, não foram deduzidos nos autos de infração tendo em vista constarem de pedidos de restituição ou compensação formalizados pela contribuinte, diversamente do saldo negativo de IRPJ de 2009, deduzido em razão da inexistência de semelhante pedido. A qualificação da multa incidente sobre o tributo relativo à infração indicada no item "a" acima foi motivada pelo "intuito doloso de excluir ou modificar as características do fato gerador da obrigação tributária mediante o uso de empresa veículo e ausência de propósito negocial em atos de reorganização societária", segundo informado pela autoridade fiscal no TVF. As DIPJ relativas aos períodos fiscalizados foram apresentadas com apuração de IRPJ e CSLL pelo regime do lucro real anual e pagamentos mensais determinados com suporte em balanços ou balancetes de suspensão ou redução (fls. 1.124/1.242). 1 As folhas dos autos estão indicadas conforme a numeração atribuída pelo sistema "eprocesso". Fl. 2462DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 5 4 Mediante tempestiva impugnação (fls. 1.313), a autuada sustentou a legalidade da amortização do ágio, da alíquota de 9% da CSLL e das suas compensações de prejuízos fiscais e de bases de cálculo negativas de CSLL. Refutou a qualificação da multa de ofício, a imposição de multa isolada por falta ou insuficiência de pagamentos mensais de IRPJ e CSLL e a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. A 2ª Turma da DRJ/Juiz de ForaMG julgou o lançamento parcialmente procedente, nos termos do Acórdão nº 0939.730/2012 (fls. 2.026), adotado por unanimidade, para determinar (i) o afastamento da qualificação da multa, limitandoa ao seu percentual ordinário de 75% previsto no art. 44, I, da Lei 9.430/1996, e (ii) a redução da multa isolada por falta de pagamento da CSLL de janeiro de 2007 de R$ 2.394.780,47 para R$ 443.916,16. Recorreu de ofício em razão do valor do crédito tributário excluído. O Acórdão recebeu a seguinte ementa: "Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO EFETIVAMENTE PAGO NA AQUISIÇÃO SOCIETÁRIA. PREMISSAS. As premissas básicas para amortização de ágio, são: i) o efetivo pagamento do custo total de aquisição, inclusive o ágio; ii) a realização das operações originais entre partes não ligadas; iii) seja demonstrada a lisura na avaliação da empresa adquirida, bem como a expectativa de rentabilidade futura. Não atendida qualquer das premissas a amortização do ágio não pode ser admitida. CSLL. ALÍQUOTA MAJORADA. A legislação de regência incluiu expressamente as administradoras der cartões de créditos entre as empresas sujeitas à alíquota de 15% para a CSLL. MULTA QUALIFICADA. Quando não caracterizado o evidente intuito de fraude não cabe a aplicação de multa de ofício qualificada. JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. Sendo a multa de ofício classificada como débito para com a União, decorrente de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, é regular a incidência dos juros de mora, a partir de seu vencimento." Fl. 2463DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 6 5 Cientificada da decisão por via postal em 20/04/2012 (fls. 2.058), a contribuinte, por intermédio dos seus advogados, interpôs o recurso no dia 18 do mês seguinte (fls. 2.067), requerendo o cancelamento integral dos autos de infração. A Fazenda Nacional expôs suas razões para requerer o provimento do recurso de ofício e o improvimento do recurso voluntário (fls. 2.341). É o relatório. Voto Conselheiro Aloysio José Percínio da Silva – Relator. Encontramse presentes nos recursos os pressupostos de admissibilidade. Devem, ambos, ser conhecidos e regularmente processados. Não foram suscitadas questões preliminares. Passo, então, ao exame de mérito. Amortização do ágio A fiscalização indicou uma seqüência de atos de reorganização societária envolvendo o Banco Bradesco S/A e as suas controladas Esmeralda Holdings Ltda e Tempo Serviços Ltda que teriam caracterizado utilização de empresa veículo (Esmeralda) e incorporação reversa para amortização de ágio interno. O ágio foi pago com suporte em expectativa de rentabilidade futura e teve por comprovação parecer de avaliação econômico financeira do Grupo Amex Brasil para a data base 31/08/2005, elaborado por KPMG Corporate Finance Ltda, datado de 29/09/2006 (fls. 423). O TVF noticia as seguintes operações, em ordem cronológica: 18/03/2005: constituição da Esmeralda Holdings Ltda com capital social de R$ 1.000,00, sendo R$ 999,00 pertencentes à União Participações Ltda, controlada pelo Bradesco, e R$ 1,00 a Márcio Artur L. Cypriano (pessoa física); Fl. 2464DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 7 6 19/03/2006: celebração de contrato de compra de todas as ações das empresas brasileiras da American Express pelo Bradesco por US$ 490.000.000,00, do qual constam como vendedores American Express Bank Ltd, Amex Holding Inc, American Express International Inc e Amex Latin American Holdings SL (fls. 681). American Express do Brasil Tempo Ltda integrou a relação de empresas adquiridas (fls. 731). 30/06/2006: realização do pagamento relativo à compra descrita acima, registro do ágio na contabilidade do Bradesco pela aquisição da American Express do Brasil Tempo Ltda e alteração da denominação dessa última para Bankpar Tempo Ltda (fls. 472); 17/07/2006: alteração de denominação de Bankpar Tempo Ltda para Tempo Serviços Ltda, autuada e ora recorrente (fls. 483); 14/09/2006: aquisição pelo Bradesco das cotas da Esmeralda pertencentes à União Participações (controlada pelo Bradesco) e, ato contínuo, integralização de aumento de capital na Esmeralda com as cotas da Tempo Serviços pertencentes ao Bradesco, avaliadas por R$ 889.333.243,00 (fls. 512 e 629); 29/09/2006: incorporação da Esmeralda pela sua controlada Tempo Serviços (fls. 491 e 638), cabendo ao Bradesco 99,99% do capital social da incorporadora. A amortização do ágio de R$ 845.554.577,00 foi iniciada em outubro de 2006, no valor mensal de R$ 14.092.576,28 (845.554.577 / 60) levado a débito em conta de provisão e crédito na conta representativa própria, sem trânsito por conta de despesa, o que não afetou o resultado contábil, ocorrendo redução das bases de cálculo de IRPJ e CSLL via apuração fiscal (extracontábil) mediante exclusão no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) e no demonstrativo da base de cálculo da CSLL. A fiscalização relacionou no TVF as irregularidades que conduziram à rejeição da redução da base de cálculo tributável resultante do ajuste extracontábil promovido pela contribuinte autuada, decorrente da amortização do ágio fundamentado em expectativa de rentabilidade futura. Quanto ao relatório da KPMG (fls. 791), indicou: a) imprestabilidade do relatório de avaliação encomendado em 12/07/2006 e concluído em 29/09 do mesmo ano, posteriormente ao pagamento do ágio, ocorrido em 30/06/2006, originário do contrato celebrado mais de três meses antes, em 19 de março; b) falta de imparcialidade e segurança das conclusões contidas no relatório em razão da utilização de demonstrações contábeis do ano anterior, não auditadas, excluindo a responsabilidade por eventuais fatos revelantes Fl. 2465DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 8 7 porventura ocorridos no período e pelos resultados decorrentes de informações fornecidas pela própria destinatária do relatório, informações não conferidas e nem validadas pela autora do estudo (KPMG); c) ausência de individualização das projeções de resultado por empresa do Grupo Amex. A estimativa de valor foi realizada para o conjunto, desconsiderandose particularidades específicas de cada empresa tais como carteira de clientes, endividamento, gestão, etc.; A autoridade fiscal destacou a falta de laudo de avaliação econômico financeira de expectativa de rentabilidade futura individual e específico da American Express do Brasil Tempo Ltda, atual Tempo Serviços Ltda, anterior à formação do ágio de R$ 819.801.193,48 resultante da aquisição da referida empresa pelo Bradesco, bem como do ágio de R$ 845.554.577,00 contabilizado pela Esmeralda em setembro de 2006. Ademais, o contrato firmado em 19/03/2006 não conteria referência à avaliação do patrimônio do Grupo Amex com base em expectativa de rentabilidade futura. Na época dos fatos, o Bradesco detinha 100% do capital da Esmeralda, incorporada, e 99,99% da Tempo Serviços, incorporadora, e a incorporada era detentora de 99,99% da incorporadora. A Esmeralda Holdings Ltda, constituída em 18/03/2005 com capital de R$ 1.000,00 e objeto social "administração, locação, compra e venda de bens próprios e participação em outras sociedades como cotista ou acionista", teria servido unicamente de "empresa veículo", de canal de passagem de ágio, sendo extinta em seguida. Consta também do TVF informação de apresentação da DIPJ do ano calendário 2005 da Esmeralda como inativa e receita bruta zero no período entre 1º de janeiro e 29 de setembro de 2006, data da incorporação pela sua controlada Tempo Serviços. Durante a sua existência, a empresa não teve empregados, ativo imobilizado e despesas administrativas. A criação de sociedade exclusivamente para posterior extinção por incorporação seria reveladora da inexistência de propósito negocial, dada a ausência de fundamento econômico do evento societário de incorporação. A fiscalização ainda identificou a dupla formação de ágio, em momentos distintos. O primeiro teria ocorrido em 30/06/2006, contabilizado pelo Bradesco por ocasião da compra das empresas brasileiras do Grupo Amex, entre partes independentes com pagamento efetivo. Num segundo instante, em 14/09/2006, teria havido formação de ágio na Esmeralda quando o Bradesco conferiu ao capital dessa sua controlada a participação que detinha na tempo Serviços, avaliada com base em expectativa de rentabilidade futura. Nesse segundo momento, o ágio teria surgido de operação no mesmo grupo societário, tendo por contrapartida registro na conta de capital, inexistindo pagamento na operação. Ainda no mesmo mês, 15 dias depois, ocorreria a incorporação reversa, na qual Fl. 2466DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 9 8 Tempo Serviços incorporou a sua controladora Esmeralda, "absorvendo o ágio das suas próprias ações, vertido do acervo líquido da incorporada, que se extingue, passando a incorporadora a amortizar o referido ágio com base no incisso III do artigo 7º da Lei 9.532/1997." Na interpretação da autoridade fiscal, os artigos 7º e 8º da Lei 9.532/1997 encerram um benefício fiscal e, portanto, devem ser literalmente interpretados, por determinação do art. 111 do CTN. Nessa linha, arrematou: "É óbvio que, sendo a empresa incorporada uma empresa inativa desde a sua constituição, não havia, portanto, o que se otimizar ou racionalizar com a referida incorporação societária. Sendo assim, não se vislumbra qualquer propósito negocial na referida reorganização societária que não seja criar artificialmente condição para amortizar o ágio efetivamente pago pelo Banco Bradesco em 30/06/2006, pela aquisição das empresas do Grupo Amex. No presente caso, não há dúvida de que a operação de incorporação da Esmeralda Holdings pela tempo Serviços foi resultado de uma 'montagem' jurídica efetuada mediante a prática de operações estruturadas em seqüência e com a utilização de empresa veículo, visto que o objetivo almejado (amortização do ágio efetivamente pago pelo Banco Bradesco pela aquisição das empresas brasileiras .do grupo Amex) somente foi alcançado com a realização das seguintes operações (...)". A Turma recorrida ratificou o entendimento da fiscalização quanto à natureza de benefício fiscal da amortização do ágio, "criado para facilitar as privatizações levadas a cabo a partir do ano de 1997 pela Administração Pública". O autor do voto condutor do acórdão baseou o seu exame na doutrina de Marco Aurélio Greco ("Planejamento Tributário", Dialética), segundo a qual "deve ser analisado cuidadosamente em relação à operação 'O antes e o depois', 'O elemento tempo', as 'Operações Invertidas', as 'Operações entre Partes Relacionadas', o 'Uso de sociedades (Conduit companies empresas veículo ou de passagem, Sociedades aparentes, Sociedades efêmeras)', e o Ágio de si Mesmo'." No tocante às "operações preocupantes", afastou suspeitas de criação de ágio inexistente. Direcionou o exame do caso para a verificação da presença das "três premissas básicas para a amortização do ágio pago com fundamento em previsão de rentabilidade futura", a saber: (i) efetividade do pagamento do custo total de aquisição, inclusive o ágio; (ii) realização das operações originais entre partes não ligadas e (iii) demonstração da lisura na avaliação da empresa adquirida, bem como da expectativa de rentabilidade futura. Concluiu ser o relatório da KPMG imprestável para comprovação da expectativa de rentabilidde futura alegada para pagamento do ágio tendo em vista a sua elaboração em data posterior ao evento de incorporação. Fl. 2467DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 10 9 Extraise do citado voto: "Os esclarecimentos da empresa em sua peça impugnatória, quanto aos motivos das operações subsequentes à compra das ações pelo Banco Bradesco S/A, consolidam ainda mais meu entendimento de que não estão caracterizadas as operações preocupantes apregoadas por Marco Aurélio Greco. De fato, pela análise de todas as etapas da operação, fica claro o objetivo do Banco Bradesco S/A ao adquirir as ações da Amex do Brasil, qual seja, o controle das operações dos cartões de crédito daquela bandeira, visando maior lucratividade para o seu grupo econômico. O fato de existirem algumas etapas que se assemelham àquelas ditas preocupantes narradas no livro do jurista Marco Aurélio Greco, não tira a licitude da operação como um todo, visto que, como já se disse, o uso da empresa Esmeralda Holdings teve um objetivo específico e não ilícito, e a chamada operação inversa, como efetuada, é expressamente prevista no inciso II do § 2º do artigo 386 do RIR/99 que determina que 'o disposto neste artigo aplicase, inclusive, quando a empresa incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade da participação societária'. Contudo, a terceira das premissas básicas para a amortização do ágio – seja demonstrada a lisura na avaliação da empresa adquirida, bem como a expectativa de rentabilidade futura – não foi cumprida pela impugnante. (...) O relatório elaborado pela KPMG Corporate Finance Ltda., com o qual a impugnante pretende ver atendida a exigência supra, não serve a tal finalidade tendo em vista que é datado de 29 de setembro de 2006, enquanto a aquisição das ações em comento pelo Banco Bradesco S/A se deu em 30 de junho de 2006. ... é de se concluir que o citado relatório não podia chegar a outra conclusão que não os termos do acordo já concretizado. Significa dizer que o relatório é na verdade uma peça elaborada unicamente com o objetivo de convalidar a operação anteriormente efetuada, com vista a atender o requisito legal para a amortização do ágio já pago. Registrese que a fiscalização em momento algum exigiu forma específica do demonstrativo, nem que fosse um 'laudo'. Apenas exigiu que ele atendesse os requisitos legais. A impugnante alega também que 'o Grupo Bradesco realizou diversos estudos internos acerca da viabilidade do negócio, inclusive a avaliação das empresas do Grupo Amex com base na expectativa de rentabilidade futura'. Porém se fosse seu desejo justificar o 'valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros' com base nesses estudos, o que não é proibido, deveria se cercar das formalidades exigidas no § 3º do artigo 385 do RIR/99, e mais, registrando o documento que contém tais estudos em Cartório (visando atender o requisito da legislação civil para fazer prova contra terceiro) e arquivandoo como comprovante da escrituração. Como o documento arquivado foi o relatório da KPMG Corporate Finance Ltda., que como já se viu é posterior à operação, não servindo portanto para Fl. 2468DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 11 10 respaldar a amortização do ágio pago na operação, entendo que o lançamento deve ser mantido porém sem a multa qualificada." Em linhas gerais, a contribuinte alegou que o ágio foi originário de operações entre partes independentes, afastando a figura do ágio interno. No seu entendimento, a operação seria válida mesmo na hipótese de aplicação da doutrina e da jurisprudência mais restritivas, uma vez que (i) estaria demonstrada claramente a congruência entre o motivo e a finalidade da operação pretendida pelo Grupo Bradesco, que não seriam predominantemente tributários, o que teria sido reconhecido no acórdão recorrido, e (ii) as operações estariam inseridas no seu planejamento estratégido. O ágio sob exame corresponde à diferença positiva entre o valor pago na aquisição da participação societária e o seu valor patrimonial nas situações de obrigatoriedade de avaliação de investimento com base no método da equivalência patrimonial (MEP) especificados no art. 248 da Lei 6.404/1976 (lei societária). No caso concreto, discutese a amortização de ágio originário de expectativa de rentabilidade futura, tratado na doutrina como goodwill. Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 18, o investimento em coligada e em controlada será contabilizado pelo método de equivalência patrimonial a partir da data em que a pessoa jurídica passar à condição de coligada ou controladora. O mesmo ato define o MEP como método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado pelo reconhecimento da participação atribuída ao investidor nas alterações dos ativos líquidos da investida. O custo de aquisição do investimento deve ser registrado na contabilidade desdobrandose o valor dos seus dois componentes, valor patrimonial e ágio, individualizados em subcontas distintas, segundo prescreve o art. 38522 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto 3.000/1999 – RIR/1999. O §2º do referido artigo regulamentar exige que conste do lançamento contábil a indicação do fundamento econômico da formação do ágio, entre os seguintes: I valor de mercado de bens do ativo da coligada ou controlada superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade; II valor de rentabilidade da coligada ou controlada, com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros; III fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas. 2 Matriz legal: art. 20 do DL 1.598/1977. Fl. 2469DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 12 11 O lançamento realizado com suporte nos fundamentos econômicos de que tratam os itens I e II acima será baseado em demonstração que a pessoa jurídica deverá manter como comprovação da escrituração, segundo determinado pelo §3º do mesmo artigo regulamentar. As amortizações do ágio não são dedutíveis para fins de determinação do lucro real, excetuandose o caso de alienação ou liquidação do investimento, em que integrará o valor contábil do investimento na apuração do resultado da operação, mesmo que amortizado na escrituração comercial e desde que devidamente controlado no Lalur, conforme art. 39133 e 42644 do RIR/1999. Por outro lado, o art. 38655 do Regulamento autoriza a amortização nas situações em que uma pessoa jurídica absorve patrimônio de outra, em conseqüência de incorporação, fusão ou cisão, na qual detenha participação societária adquirida com ágio, apurado segundo o disposto no artigo 385. No caso tratado nestes autos, de fundamento econômico lastreado em previsão dos resultados de exercícios futuros, o item III do dispositivo regulamentar permite a amortização nos balanços correspondentes à apuração do lucro real, levantados posteriormente à incorporação, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no máximo, para cada mês do período de apuração. No §6º do referido art. 386 encontrase determinação para aplicação das suas disposições inclusive quando o investimento não for obrigatoriamente avaliado pelo valor do patrimônio líquido ou a pessoa jurídica incorporada, fusionada ou cindida for aquela que detinha a propriedade da participação societária. Ricardo Mariz de Oliveira6 bem resumiu o objetivo tributário da norma permissiva da amortização, comentando os artigos 7º e 8º da Lei 9.532/1997, suportes legais do referido art. 386 do RIR/1999. Assim escreveu: "O objetivo da norma legal é permitir que o ágio fundado em expectativa de rentabilidade, pago na aquisição de um negócio através da aquisição de participação societária na pessoa jurídica que explore esse negócio, seja lançado contra os lucros desse negócio, de modo a que os tributos devidos sobre tais lucros sejam calculados após a dedução da amortização do ágio. O espírito dessa norma é inequívoco, pois a lei permite a amortização do ágio quando ele tenha por fundamento econômico a expectativa de lucros futuros daquele negócio, o que bem justifica a consideração do ágio como dedutível na proporção da realização desses lucros, estabelecida na demonstração desse fundamento, e observado o limite máximo anual previsto na lei, embora, como dito, não haja absoluta e mandatória correlação entre as quotas de amortização de cada período base fiscal e o lucro nele apurado efetivamente (correlação de resto impossível de ser matematicamente determinada). Por isso mesmo, para que esse objetivo seja atingido, é necessário trazer o lucro para dentro da pessoa jurídica que tenha adquirido a participação societária 3 Matriz legal: art. 25 do DL 1.598/1977 e art. 1º, III, do DL 1.730/1979. 4 Matriz legal: art. 33 do DL 1.598/1977 e art. 1º, V, do DL 1.730/1979. 5 Matriz legal: art. 7º e 8º da Lei 9.532/1997 e art. 10 e 11 da Lei 9.718/1998. 6 "Fundamentos do Imposto de Renda", São Paulo, 2008, Quartier Latin, pág. 767. Fl. 2470DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 13 12 com expectativa de rentabilidade do mesmo (situação descrita no art. 7º) ou levar o ágio para dentro da pessoa jurídica produtora do lucro esperado (situação descrita no art. 8º), o que faz por incorporação ou cisão de uma delas e absorção pela outra. Ou, ainda, o mesmo objetivo pode ser alcançado levandose o ágio e o lucro para dentro de uma nova pessoa jurídica, o que se faz por fusão das duas pessoas jurídicas." Percebese que o ordenamento tributário brasileiro trata a amortização do ágio como exceção, sendo regra a impossibilidade da sua dedução na determinação do lucro real. A descrição dos fatos dada pela fiscalização tratou de laudo de avaliação, ágio interno, propósito negocial, empresa veículo e incorporação reversa, todos integrantes da terminologia presente na jurisprudência administrativa e na doutrina a respeito do tema. Viuse neste voto a necessidade legal de arquivamento da documentação comprobatória da formação do ágio com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros, nos termos do art. 385, §3º, do RIR/1999. O legislador não prescreveu forma ou conteúdo para a comprovação exigida, possibilitando o entendimento de liberdade e amplidão probatória, tendo em vista a ausência de formalidades requeridas, ao contrário do que ocorreu em outras situações definidas na legislação tributária específica do imposto de renda, a exemplo da hipótese de reavaliação de bens do ativo permanente disciplinada pelo art. 434 do RIR/1999. A prova necessária é geralmente constituída de relatórios, pareceres ou laudos emitidos por empresas especializadas, todos genericamente chamados de "laudos de avaliação". Como não poderia ser diferente, o laudo costuma reproduzir uma expectativa de lucros baseada em estudo técnico de mercado sob a ótica econômica (marca, clientela, percentual de participação no mercado, etc.), levando também em consideração resultados obtidos no passado lançados como projeção para o futuro, investigações sobre os mais diversos dados disponíveis, mesmo que não submetidos à auditoria, e também o conhecimento acumulado pelo corpo funcional da empresa. A mensuração de lucros efetivos só pode ser realizada posteriormenente. Em outras palavras, não há como se cobrar a confirmação das estimativas como se fossem resultado exato de uma equação matemática. Afinal, o comportamento dos diversos fatores que interferem nos negócios foge do controle das partes, inclusive dos profissionais especializados autores das estimativas constantes do laudo de avaliação que fundamenta a rentabilidade esperada. A documentação exigida tem por finalidade respaldar a decisão do investidor, independentemente do acerto da decisão adotada quanto ao pagamento do ágio. Não se pode exigir que a estimativa de rentabilidade se transforme posteriormente em lucro efetivo, mas sim que confirme que o investidor decidiu por acreditar na projeção de resultados positivos. Fl. 2471DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 14 13 Nessa linha é a lição de Luis Eduardo Shchoueri7: "O legislador não condiciona a dedutibilidade do ágio à existência de rentabilidade futura. O que ele quer, isso sim, é que se comprove que o comprador pagou o ágio porque acreditava na rentabilidade futura. (...) Em síntese: o ágio não se baseia na efetiva rentabilidade futura (critério objetivo), mas no fundamento da decisão do comprador (critério subjetivo)." Contudo, a liberdade probatória não pode ser entendida como dispensa da necessidade de demonstração da formação do ágio e da sua fundamentação. Conforme já comentado, a contribuinte apresentou laudo de avaliação econômico financeira do Grupo Amex Brasil para a database 31/08/2005, elaborado por KPMG Corporate Finance Ltda (fls. 423). A Turma recorrida rejeitou a prova tendo em vista ser de 29/09/2006 enquanto a aquisição dos negócios da Amex no Brasil acontecera anteriormente, em 30/06/2006. O documento serviria apenas para "convalidar" a transação previamente concluída, imprestável para atendimento do "requisito legal para a amortização do ágio já pago". Não é bem assim. Uma transação dessa magnitude é costumeiramente um empreendimento prolongado, especialmente quando envolve grupos empresariais de grande porte com atuação internacional negociando a aquisição de controle societário e, muitas vezes, transferências de direitos de exploração de atividades econômicas. As discussões levam meses, até anos, para fechamento do negócio, geralmente exigindose das partes sigilo acerca das negociações, por razões óbvias de zelo quanto às repercussões no mercado em geral e nas bolsas de valores em especial. Carta de 18/08/2005, em língua inglesa, sobre o interesse na aquisição de "100% of Amex's Brazilian Businesses" enviada ao Bradesco por Goldman Sachs em nome da ("on behalf of") Amex, confirma a existência de negociações no ano anterior ao da conclusão do negócio (fls. 1.532). O contrato de compra e venda de ações estabeleceu 31/08/2005 como data base para os "balanços patrimoniais combinados" das empresas brasileiras do Grupo Amex (fls. 681). A contribuinte também trouxe aos autos detalhada apresentação do "Projeto Amazonas – Aquisição de Empresas do Grupo Amex", de dezembro de 2005, elaborado pelo Departamento de Orçamento e Controle do Bradesco (fls. 1.545), contendo demonstração de 7 "Ágio em reorganizações societárias (aspectos tributários)", São Paulo, 2012, Dialética, pág. 38. Fl. 2472DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 15 14 informações econômicofinanceiras atuais e projetadas para o futuro. Também apresentou demonstrativo do valor do ágio pago (fls. 671). Acrescentese a necessidade de acompanhamento por órgãos estatais de controle, o que efetivamente ocorreu na aquisição ora avaliada, comprovado pelo contribuinte com a carta de autorização expedida pelo Departamento de Organização do Banco Central do Brasil (fls. 1.617), de 29/06/2006, e com o acórdão de aprovação da operação pelo Cade – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, adotado na sessão de 07/03/2007 (fls. 1.621). Tal medida certamente compromete a agilidade do processo. Vêse, portanto, que a negociação se iniciou bem antes da conclusão da transação, no ano anterior, o que pressupõe a existência de dados econômicofinanceiros disponíveis para a realização das avaliações necessárias. Não seria estranho cogitarse da possibilidade de conversas entre dirigentes das instituições envolvidas antes mesmo da carta datada de 18/08/2005, consultando o Bradesco sobre o interesse no negócio. A carta seria apenas o meio para formalizar a intenção já revelada em contatos prévios. A possibilidade de laudo para "convalidar" o acordo celebrado entre as partes não deveria causar espanto, é bem possível que assim o seja. O laudo viria consolidar todos os dados dispersos que lastrearam as discussões, permanecendo arquivado à disposição do Fisco, do Banco Central, dos sócios e dos demais interessados. Na hipótese aventada não há razão para rejeição como comprovação do laudo feito posteriormente, desde que apresentados elementos complementares, como de fato aconteceu no caso sob exame, tendose em mente a inexistência de prazo fixado na legislação. A ausência do resultado detalhado das operações brasileiras do Grupo Amex, sem indicação específica para a sociedade adquirida, atraiu a atenção da fiscalização. No presente caso (e talvez não em outros), realizado entre partes independentes, com pagamentos não questionados e suficientemente documentados, essa generalização não deve ser tomada como obstáculo à comprovação da fundamentação do ágio pago. A sua valoração e alocação a cada uma das 13 sociedades adquiridas certamente observou critérios internos do adquirente, possivelmente envolvendo alguma subjetividade. Entretanto, o que se impõe com mais relevante é a acordo entre partes não relacionadas, tudo indicando a fixação de preços reais em condições normais de mercado. Enfim, o ágio existiu e foi efetivamente pago. Com esse pensamento, afastamse as razões de rejeição do laudo. Surge o chamado ágio interno quando a operação que o gerou ocorreu no âmbito de um mesmo grupo econômico. Em tal situação, o preço pago pelo investimento, acima do valor patrimonial, não decorre de negócio resultante de barganha entre partes independentes entre si. O ágio interno encontra forte resistência na doutrina contábil. No campo do Direito Tributário, parte da doutrina admite a sua utilização assegurando inexistir na legislação tributária qualquer vedação relativa à condição de negócio entre partes relacionadas. Fl. 2473DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 16 15 Há também corrente que distingue o ágio interno sem causa, ou "artificial", daquele com causa, ou "real", como faz Marcos Shigeo Takata, membro desta Turma, em artigo publicado no 3º volume da coletânea "Controvérsias jurídicocontábeis"8, coordenada pelos professores Alexsandro Broedel Lopes e Roberto Quiroga Mosquera. Entretanto, não se encontra presente no caso ora examinado a figura do ágio interno, em que pese a sua identificação no TVF sob o enfoque da autoridade fiscal. O ágio na aquisição da American Express do Brasil Tempo Ltda pelo Bradesco surgiu da livre negociação entre partes independentes não relacionadas, tratandose de matéria incontroversa nestes autos. Na segunda operação de alteração de controle societário, o Bradesco adquiriu as 999 cotas do capital social da Esmeralda pertencentes à União Participações (controlada pelo Bradesco) pelo valor de R$ 791,49 e, no mesmo instrumento de alteração do contrato social (fls. 629), promoveu aumento de capital na Esmeralda, integralizado com as cotas do capital social da Tempo Serviços de sua propriedade, avaliadas por R$ 889.333.243,00 pelo critério do valor contábil. Nessa última operação, indicada pela fiscalização como formadora de ágio interno, percebese que não houve geração do tal valor. Identificase, na verdade, aquisição de controle societário pelo valor escritural, seguido, então, de aumento de capital, o que não se enquadra no conceito de ágio adotado neste voto, acima detalhado. O ágio contabilizado na Esmeralda, na segunda operação referida, já fora formado e contabilizado na primeira operação, na aquisição da Tempo (do Grupo Amex) pelo Bradesco, sendo vertido para o patrimônio da Esmeralda na integralização do aumento de capital mediante a transferência das cotas da Tempo pertencentes ao Bradesco acompanhadas do ágio já contabilizado. Afastase, portanto, a figura do ágio interno indicado pela fiscalização. A chamada incorporação reversa ocorre nas situação em que a sociedade detentora da participação societária é incorporada pela investida, exatamente como aconteceu na incorporação da Esmeralda pela Tempo Serviços. Esse tipo de evento não é impeditivo da amortização do ágio, sendo expressamente autorizado pelo art. 386, §6º, do RIR/1999, conforme visto acima. Classificase como empresa veículo a pessoa jurídica criada no seio de um grupo empresarial sem qualquer propósito negocial ou objetivo de exploração de atividade econômica, servindo apenas para transferência de ágio de outra sociedade com o fim único de proporcionar artificialmente as condições para amortização do ágio transferido, conferindo aparência de legalidade à conseqüente redução da base de cálculo tributável segundo a permissão do art. 386 do RIR/1999. A ausência de propósito negocial vem, via de regra, associado à utilização de empressa veículo, sem que seja possível caracterizar um fim econômico ou empresarial próprio diverso da economia tributária, utilizando simulação. 8 São Paulo, 2012, Dialética, pág. 194. Fl. 2474DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 17 16 No exame de casos de amortização de ágio, fazse necessária a avaliação do conjunto de operações investigadas, não apenas de cada uma isoladamente, de tal forma a identificarse a situação das sociedades antes e depois da sucessão dos fatos, verificandose se houve alguma alteração efetiva nos negócios, na organização do grupo societário, ou se tudo continuou como antes, criandose tãosomente as condições para a redução da base de cálculo artificialmente. Dito de outra forma, devese identificar se a sucessão de eventos foi real ou se foi simulada apenas com o fim de forjar as condições para economia tributária. Aproveitando a lição de Alberto Xavier9, seria encontrar a "fronteira que separa a mentira da verdade", tendo em vista que "os negócios simulados são falsos e mentirosos." Sob o enfoque dado por James Marins10, podese definir planejamento tributário como o estudo do conjunto de atividades econômicofinanceiras atuais e futuras do contribuinte comparativamente às suas obrigações tributárias com o objetivo de organizar suas finanças, seus bens, negócios, rendas e demais atividades, de modo que "venha a sofrer o menor ônus tributário possível." Ainda segundo o referido autor, elisão fiscal é sinônimo de planejamento tributário stricto sensu. Nessa linha, "a simulação é artifício de inveracidade, de subtração da verdade, a elisão não mascara a realidade, servese dela." Em suma, os fatos devem ser investigados conjunta e diligentemente para identificação do limite entre planejamento tributário lícito (ou elisão) e simulação. No caso concreto, a fiscalização indicou a Esmeralda Holdings Ltda como empresaveículo, constituída em 18/03/2005 com capital de R$ 1.000,00 e objeto social "administração, locação, compra e venda de bens próprios e participação em outras sociedades como cotista ou acionista", permanecendo inativa até o evento de incorporação, sem registro de receita bruta e despesas administrativas na DIPJ e de empregados e ativo imobilizado, afirmações da autoridade fiscal não contestadas pela contribuinte. As únicas operações realizadas durante a existência da Esmeralda foram a sua aquisição pelo Bradesco, o aumento de capital e a incorporação pela Tempo (autuada), todas, podese afirmar, a um só momento e voltadas para criar as condições para transferência e dedução do ágio da base de cálculo tributável. Examinandose o contexto de fato, bem se vê que nada mudou na distribuição de atividades do Grupo Bradesco antes e depois da incorporação da Esmeralda pela contribuinte autuada. A Esmeralda serviu tãosomente de "canal de pasagem de ágio" na sucessão de eventos societários ocorridos, como bem dito pela autoridade fiscal, tratandose de clássico caso de empresa veículo. Constatase, portanto, que o alegado "planejamento estratégico" foi montado visando apenas à economia tributária. 9 "Tipicidade da tributação, simulação e norma antielisiva", São Paulo, 2001, Dialética, pág. 67. 10 "Elisão tributária e sua regulação", São Paulo, 2002, Dialética, pág. 33 e 36. Fl. 2475DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 18 17 Outras alegações, a exemplo da vinculação institucional à Cidade de Uberlândia, no Estado de Minas Gerais, em razão de benefício tributário municipal (fls. 1.903), não justificam a amortização ilegal do ágio, por razões óbvias. Já tive a oportunidade de examinar caso semelhante no julgamento do Recurso nº 152980 (Processo nº 18471.001782/200536), também na condição de relator, no qual adotei igual entendimento no voto condutor do Acórdão nº 10323.290/2007 quanto a esta matéria, aprovado por unanimidade pelos membros da 3ª Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes. A decisão restou assim resumida: "INCORPORAÇÃO DE EMPRESA. AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. NECESSIDADE DE PROPÓSITO NEGOCIAL. UTILIZAÇÃO DE “EMPRESA VEÍCULO”. Não produz o efeito tributário almejado pelo sujeito passivo a incorporação de pessoa jurídica, em cujo patrimônio constava registro de ágio com fundamento em expectativa de rentabilidade futura, sem qualquer finalidade negocial ou societária, especialmente quando a incorporada teve o seu capital integralizado com o investimento originário de aquisição de participação societária da incorporadora (ágio) e, ato contínuo, o evento da incorporação ocorreu no dia seguinte. Nestes casos, resta caracterizada a utilização da incorporada como mera 'empresa veículo' para transferência do ágio à incorporadora." No julgamento acima referido, destaquei o cabimento de aplicação da multa majorada: "Da descrição dos fatos e elementos de prova constantes dos autos bem se percebe a ausência de qualquer propósito negocial ou societário na incorporação realizada, restando caracterizada a utilização da incorporada como mera “empresa veículo” para transferência do ágio para a incorporadora, (...) o caso concreto deveria ser enquadrado como simulação, acompanhada da aplicação de multa qualificada. Entretanto, a autoridade fiscal impôs apenas a multa ordinária de 75%." Assim, deve ser restabelecida a imposição da multa qualificada em razão da simulação suficientemente caracterizada com a utilização de empresa veículo. Alíquota de 15% da CSLL Conforme relatado, a fiscalização identificou insuficiência de pagamento da CSLL em razão de utilização de alíquota diversa da aplicável às pessoas jurídicas Fl. 2476DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 19 18 administradoras de cartões de crédito, de 15%, conforme art. 3º da Lei 7.689/1988 com a redação dada pelo art. 17 da Lei 11.727/2008. As administradoras de cartões de crédito são consideradas instituições financeiras para os efeitos da LC 105/2001 (art. 1º, §1º, VI), submetendose, portanto, à alíquota majorada, no entendimento da autoridade fiscal. A contribuinte apresentou na fase investigatória notas fiscais de 2006 a 2009, contrato social, convênio firmado com o Banco American Express S/A para transferência das atividades “de caráter financeiro relativas aos cartões”, balancetes, etc. O TVF fornece a seguinte avaliação da documentação: “Mais uma vez os documentos apresentados fazem prova em desfavor da empresa fiscalizada, que não majorou a alíquota da CSLL a partir de maio/08. Transcrevemos a seguir, partes do convênio firmado, que juntamente com o contrato social da Tempo Serviços e notas fiscais emitidas (que trazem como discriminação dos serviços ‘serviços adm. cartões de crédito’), corroboram que a mesma desempenha a prestação de serviços de administração de cartões de crédito: (...) As receitas contabilizadas pela empresa fiscalizada também não deixam dúvidas que a mesma é uma administradora de cartões de crédito: descontos, anuidades, anuidades Rewards, conexão POS, uso de cartão no exterior, outras taxas associados, outras taxas estabelecimentos, etc. Acrescentese ainda que o laudo de avaliação apresentado no curso do procedimento fiscal para justificar o fundamento econômico de seu ágio baseado em perspectiva de rentabilidade futura foi projetado com base no desempenho do mercado de cartões de crédito” A turma recorrida assim decidiu: "No tocante à autuação com base na 'Insuficiência de pagamento da CSLL, decorrente de alteração de alíquota' (item 9.4 do TVF) a empresa alega que suas receitas 'não estão sujeitas a incidência da CSLL majorada, haja vista que suas atividades não são oriundas da administração de cartão de crédito que justifiquem a aplicação desta alíquota, mas, sim, decorrentes de prestação de serviços' e também que 'a atividade de ‘administradoras de cartões de Crédito’ apenas constou na Lei Complementar n° 105/2001, tendo em vista o dever dessas empresas em manter sigilo sobre as operações realizadas pelos seus clientes, mas isso não significa que essas sociedades sejam instituições financeiras ou a elas devam ser equiparadas'. Não cabe aqui discutir se as administradoras de cartões de crédito se enquadram ou não como instituições financeiras. O que importa é que o artigo 17 da Fl. 2477DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 20 19 Lei n° 11.727/2008 incluiu expressamente essas empresas entre as que estão sujeitas à alíquota de 15% para a CSLL. Em que pese a argumentação da empresa de que 'deixou de exercer qualquer atividade direta de administração de cartão de crédito, tendo em vista a transferência desta responsabilidade ao Banco American Express S.A.', inclusive apresentando o contrato respectivo, o fato é que a autuação se deu devido 'as atividades relacionadas no objeto social da empresa a seguir listadas (cláusula segunda do contrato social da mesma) não corroboram a informação prestada, pois são atividades pertinentes a empresas administradoras de cartões de crédito' e, principalmente, devido que 'as receitas contabilizadas pela empresa fiscalizada também não deixam dúvidas que a mesma é uma administradora de cartões de crédito: descontos, anuidades, anuidades Rewards, conexão POS, uso de cartão no exterior, outras taxas associados, outras taxas estabelecimento, etc.', como consta no Termo de Verificação Fiscal, e essas argumentações não foram rebatidas pela empresa e portanto a autuação em função do aumento da alíquota deve ser mantida." (os destaques em itálico são do original) No seu recurso, a contribuinte alegou não estar submetida à alíquota majorada, devendo pagar a contribuição a 9%, tendo em vista a transferência da atividade de admininistração de cartões de crédito para o Banco American Express S/A (antiga denominação do Banco BankPar S/A), realizada em 3 fases entre fevereiro de 2004 e agosto de 2005. Na nova configuração de negócios, teria cabido ao Banco American Express a atividade típica de cartão de crédito, enquando seria reservada à contribuinte a mera prestação de serviços de suporte às operações de administração de cartão de crédito tais como emissão de faturas, ativação de cartões, instalação de máquinas, telemarketing e outras atividades rotineiras de apoio à atividade principal com cartão de crédito. A segregação das atividades de cartão de crédito em organizações distintas seria característica do grupo Bradesco, visando à expansão e ao dinamismo do segmento. Assegurou ter alterado o CNAE para "atividades administrativas e serviços complementares" e estar vinculada ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Pesquisas, Perícias e Informações no Estado de Minas Gerais e ao Sindicato das Empresas Holding e de Prestação de Serviços de Administração de Recursos Humanos, Telemarketing e Rede de Dados, o que atestaria o direcionamento do seu corpo funcional para a prestação de serviços de caráter subsidiário às funções desenvolvidas pelo Banco American Express. Ademais, administradoras de cartão de crédito não estariam submetidas à disciplina da Lei 4.595/1964, uma vez que suas atividades não envolveriam captação, intermediação ou aplicação de recursos próprios ou de terceiros, nem a exploração de dinheiro como mercadoria, entendimento que seria reconhecido pelo próprio Banco Central. Contestou afirmação no acórdão recorrido de que não teria impugnado este item de autuação. Fl. 2478DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 21 20 As alíquotas da CSLL estão definidas pelo art. 3º da Lei 7.689/1988 (redação dada pelo art. 17 da Lei 11.727/2008): “Art. 3º. A alíquota da contribuição é de: I – 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas de seguros privados, das de capitalização e das referidas nos incisos I a VII, IX e X do §1º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001; e II – 9% (nove por cento), no caso das demais pessoas jurídicas.” Por sua vez, o art. 1º, §1º, VI, da mencionada LC 105/2001, diretamente referido no dispositivo legal acima transcrito (art. 3º, I, da Lei 7.689/1988), indica especificamente as administradoras de cartões de crédito. Constatase, portanto, que a aplicação da alíquota de 15% no caso de administradoras de cartões de crédito decorre de disposição expressa de lei. Como bem lembrado no trecho do acórdão contestado, cuja transcrição peço permissão para repetir, "não cabe aqui discutir se as administradoras de cartões de crédito se enquadram ou não como instituições financeiras. O que importa é que o artigo 17 da Lei n° 11.727/2008 incluiu expressamente essas empresas entre as que estão sujeitas à alíquota de 15% para a CSLL." Resta verificar se a documentação apresentada comprova a alegação da contribuinte de que seria mera prestadora de serviços, não podendo ser caracterizada como administradora de cartão de crédito, atuando apenas como suporte para tais empresas. O convênio firmado entre a autuada (Administradora) e o Banco American Express S/A (BAE) teve por objeto a “migração final e definitiva das atividades de caráter financeiro relativas aos Cartões para o BAE" e a "manutenção das atividades de caráter não financeiro na Administradora” (fls. 861). Segundo os itens 7, 8 e 14 do convênio, a partir da 3ª fase (e última) de implantação, a autuada será parte dos contratos celebrados pelo BAE com os associados e estabelecimentos, encarregandose das atividades não financeiras relativas aos cartões e ao relacionamento com os estabelecimentos. Para os efeitos do convênio, "associado" significa o cliente associado de cartão de crédito e "estabelecimento" é a unidade integrante da rede credenciada de estabelecimentos afiliados. A Administradora é diretamente responsável pelas seguintes atividades, entre outras: todo o processamento necessário para a administração dos cartões devendo manter "estrutura própria para o desempenho de todas as atividades características de uma administradora de cartões de crédito"; Fl. 2479DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 22 21 celebração, em conjunto com o BAE, dos contratos relativos aos cartões; captação de novos associados e atendimento aos associados; apoio de campo aos associados e aos estabelecimentos; fornecimento aos estabelecimentos de material relacionado ao sistema de cartões Amex, incluindo manual, aparelhos e materiais promocionais e operacionais; processamento e pesquisa de dados, cálculo de dívidas e encargos e elaboração de extratos; confecção e ativação dos cartões; administração de escritórios de cobrança terceirizados. Com a implantação da 3ª fase, a autuada deixa de prestar garantia de aval em favor dos associados, segundo previsto no item 14 do convênio. Conforme o item 16, as receitas da atividade de adminstração de cartões de crédito foram divididas entre a Administradora e o BAE, cabendo à primeira (autuada) a totalidade de: taxas de anuidade, renovação, admissão, inatividade e quaisquer outras que venham a ser criadas pelo BAE e faturadas aos associados; taxas de desconto obtidas dos estabelecimentos; receitas decorrentes de uso dos cartões no exterior; Cabe ao BAE o recebimento e o repasse das receitas da Administradora (item 7). As notas fiscais apresentadas contêm a indicação de "serviços administrativos de cartão de crédito" (fls. 885/912). Avaliando as disposições do convênio, bem se vê que a distribuição de atribuições e de receitas manteve as duas pessoas jurídicas desempenhando atividades de administração de cartão de crédito, cada uma parcialmente, completandose reciprocamente como partes de uma única organização. Todas as atividades desenvolvidas por uma ou por outra, Administradora e BAE, são típicas de uma administradora de cartões de crédito, sendo aplicável às duas a alíquota majorada de CSLL. Fl. 2480DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 23 22 O item 20 ratifica tal entendimento, estipulando que a Administradora (autuada) também assume todas as responsabilidades perante os associados, os estabelecimentos e terceiros por todos os direitos e obrigações decorrentes da administração dos cartões a ela atribuídos em razão do convênio. Assim, a autuada não se enquadra na condição de mera prestadora de serviços, devendo apurar a CSLL à alíquota de 15% pelo exercício da atividade de administração de cartão de crédito. Compensações de prejuízos fiscais e de bases negativas de CSLL As compensações de prejuízos fiscais e de bases negativas de CSLL decorreram das infrações identificadas pela autoridade fiscal, ratificadas neste voto. Assim, devem ser mantidas da forma como exigidas no auto de infração. Multa isolada A redução da multa isolada por falta de pagamento da CSLL de janeiro de 2007, de R$ 2.394.780,47 para R$ 443.916,16, foi corretamente promovida na decisão recorrida com suporte no Despacho nº 81 da 2ª Turma/DRJ/JFA (fls. 1.986), na informação prestada pela autoridade fiscal após verificação em procedimento de diligência (fls. 1.988) e na manifestação de concordância da contribuinte (fls. 1.993). O recurso de ofício deve ter o provimento negado nesta parte. No que pertine ao recurso voluntário, encontrase consolidado na jurisprudência administrativa o entendimento acerca da impossibilidade de aplicação conjunta, sobre a mesma base imponível, das multas previstas nos incisos I e II do art. 44 da Lei 9.430/1996 e daquela relativa à ausência de recolhimento mensal por estimativa (art. 44, §1º, IV), prevista para aplicação isoladamente do tributo, observandose as alterações introduzidas pelo art. 14 da MP 351/2007, convertida na Lei 11.488/2007. Os julgados abaixo bem exemplificam a mencionada jurisprudência: “MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. MESMA BASE DE CÁLCULO. A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. (Acórdão 10322.217) PENALIDADE. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE IRPJ POR ESTIMATIVA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO EXIGIDA PELA CONSTATAÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS. Incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo com base em Fl. 2481DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 24 23 estimativa e da multa de ofício exigida pela constatação de omissão de receitas, que tiveram como base o mesmo valor apurado em procedimento fiscal. (Acórdão 108 07.493) MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. MESMA BASE DE CÁLCULO. A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. (Acórdão CSRF/0104.987)” Assim, deve ser excluída da exigência a parte relativa à multa isolada. Juros sobre multa A incidência de juros de mora sobre a multa de lançamento ex officio encontra fundamento legal no art. 161 do CTN e nos art. 43 e 61, § 3º, da Lei 9.430/1996. Nessa linha interpretativa são os precedentes da Câmara Superior de Recursos Fiscais adiante indicados: "JUROS DE MORA. MULTA DE OFICIO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de oficio proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. (Quarta Turma, Acórdão nº 0400.651/2007) JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. (Acórdão nº 9101 00.539/2010)" Em recente julgado, a Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça ratificou esse entendimento (AgRg no REsp 1.335.688PR, Relator Ministro Benedito Gonçalves, em 04/12/2012): Fl. 2482DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 25 24 "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. JUROS DE MORA SOBRE MULTA. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMA QUE COMPÕEM A PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ. 1. Entendimento de ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ no sentido de que: 'É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário.' (REsp 1.129.990/PR, Rel. Min.Castro Meira, DJ de 14/9/2009). De igual modo: REsp 834.681/MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 2/6/2010. 2. Agravo regimental não provido." Bem se vê que o tema se encontra pacificado nos âmbitos administrativo e judicial, devendose manter a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício, constituindo também ela, a multa, crédito tributário da União sem distinção do valor do tributo exigido para fins de compensação decorrente do atraso de pagamento. Reflexo/CSLL Como o processo também trata de lançamentos do tipo conexo, decorrente ou reflexo, a decisão relativa ao auto de infração matriz (IRPJ) deve ser igualmente aplicada no julgamento do auto de infração conexo, decorrente ou reflexo (CSLL), no que couber, conforme entendimento amplamente consolidado na jurisprudência deste colegiado, uma vez que ambos os lançamentos, matriz e reflexo, estão apoiados nos mesmos elementos de convicção. Conclusão Pelo exposto, dou provimento parcial aos dois recursos (de ofício e voluntário) para (i) restabelecer a multa qualificada de 150% sobre IRPJ e CSLL relativos à glosa da amortização de ágio e (ii) excluir a multa isolada por falta de pagamentos mensais de IRPJ e CSLL. Aloysio José Percínio da Silva (assinatura digital) Fl. 2483DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10970.720351/201188 Acórdão n.º 1103000.960 S1C1T3 Fl. 26 25 Fl. 2484DF CARF MF Impresso em 07/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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Numero do processo: 10768.003117/2009-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2007
NULIDADE. LANÇAMENTO. INEXISTÊNCIA.
Não é nulo o lançamento de multa por atraso na entrega de declaração pelo fato de o contribuinte não ter sido previamente intimado a esclarecer a irregularidade antes da lavratura do auto de infração, pois essa penalidade se aplica de imediato para aqueles que apresentarem o documento em atraso.
Além disso, este CARF já firmou o entendimento de que o procedimento administrativo de fiscalização é orientado pelo princípio inquisitorial, não se exigindo o contraditório na fase investigatória, que passa a ser obrigatório após a impugnação, com a instauração da lide. Nesse sentido foi publicada a Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário.
DCTF. ATRASO NA ENTREGA. MULTA. ALEGAÇÕES SEM PROVA.
A DCTF entregue fora do prazo fixado enseja a aplicação da multa de 2% ao mês ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, ainda que tenha sido integralmente pago, reduzida em 50% em virtude da entrega espontânea da declaração, respeitado o percentual máximo de 20% e o valor mínimo de R$ 500,00.
No caso, a multa aplicada foi calculada de acordo com as determinações legais.
Não afastam a aplicação da penalidade argumentos de impossibilidade de envio da declaração, quando desacompanhados de quaisquer provas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1102-001.003
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
___________________________________
João Otávio Oppermann Thomé - Presidente
(assinado digitalmente)
___________________________________
José Evande Carvalho Araujo- Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, João Carlos de Figueiredo Neto, Ricardo Marozzi Gregório, Marcelo Baeta Ippolito, e Moisés Giacomelli Nunes da Silva.
Nome do relator: JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
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LANÇAMENTO. INEXISTÊNCIA. Não é nulo o lançamento de multa por atraso na entrega de declaração pelo fato de o contribuinte não ter sido previamente intimado a esclarecer a irregularidade antes da lavratura do auto de infração, pois essa penalidade se aplica de imediato para aqueles que apresentarem o documento em atraso. Além disso, este CARF já firmou o entendimento de que o procedimento administrativo de fiscalização é orientado pelo princípio inquisitorial, não se exigindo o contraditório na fase investigatória, que passa a ser obrigatório após a impugnação, com a instauração da lide. Nesse sentido foi publicada a Súmula CARF nº 46: “O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário”. DCTF. ATRASO NA ENTREGA. MULTA. ALEGAÇÕES SEM PROVA. A DCTF entregue fora do prazo fixado enseja a aplicação da multa de 2% ao mês ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, ainda que tenha sido integralmente pago, reduzida em 50% em virtude da entrega espontânea da declaração, respeitado o percentual máximo de 20% e o valor mínimo de R$ 500,00. No caso, a multa aplicada foi calculada de acordo com as determinações legais. Não afastam a aplicação da penalidade argumentos de impossibilidade de envio da declaração, quando desacompanhados de quaisquer provas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 00 31 17 /2 00 9- 73 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 29/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/ 12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/04/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10768.003117/200973 Acórdão n.º 1102001.003 S1C1T2 Fl. 122 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________ João Otávio Oppermann Thomé Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, João Carlos de Figueiredo Neto, Ricardo Marozzi Gregório, Marcelo Baeta Ippolito, e Moisés Giacomelli Nunes da Silva. Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado, foi lavrado o Auto de Infração de fl. 22, relativo à multa por atraso na entrega de sua Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF do mês de abril do anocalendário de 2007, no valor de R$ 66.824,36. O prazo final para a apresentação da declaração era 8/6/2007, mas a entrega só ocorreu em 28/9/2007. O valor da penalidade foi apurado pela aplicação do percentual de 2% sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, multiplicado pelos 4 meses de atraso, com redução de 50% em virtude da entrega espontânea da DCTF. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 2 a 6), acatada como tempestiva. O relatório do acórdão de primeira instância descreveu os argumentos do recurso da seguinte maneira (fls. 30 a 31): Que na ocasião da apresentação mensal da DCTF o sistema operacional da Receita Federal do Brasil acusou a ocorrência de erro, por conta de incompatibilidade de dados pesquisados com a situação da empresa, porque o mesmo não atualizou a informação de que a impugnante não mais faria a apresentação da DCTF semestralmente, quanto a fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/2007, em razão do disposto no art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 695, de 14 de dezembro de 2006, não procedendo, portanto que apresentou sua DCTF extemporaneamente, uma vez que tentou apresentála em data pretérita, sem sucesso. Protesta que não foi intimada a apresentar a declaração original e nem lhe foi dado oportunidade de prestar esclarecimentos à Receita antes de ser autuada, consoante art. 7º da Lei nº 10.426/2002. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 29/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/ 12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/04/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10768.003117/200973 Acórdão n.º 1102001.003 S1C1T2 Fl. 123 3 Protesta que a cobrança da multa desobedece o principio constitucional da legalidade e da vedação ao confisco. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ) julgou a impugnação improcedente, em acórdão que possui a seguinte ementa (fls. 29 a 33): Assunto: Obrigações Acessórias Anocalendário: 2007 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. ENTREGA INTEMPESTIVA. Mantêmse a aplicação da multa por atraso na entrega de Declaração quando inexistirem razões previstas em lei ou normas que, diante das razões apresentadas pela interessada, justifiquem e permitam o afastamento da mesma. AUDIÊNCIA PRÉVIA DO CONTRIBUINTE. DESNECESSIDADE. Sendo o procedimento de lançamento privativo da autoridade lançadora, não há qualquer nulidade ou sequer cerceamento do direito de defesa pelo fato de a fiscalização lavrar um auto de infração após apurar o ilícito, mesmo sem consultar o sujeito passivo ou sem intimálo a se manifestar, já que esta oportunidade é prevista em lei para a fase de contencioso administrativo. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. As instâncias administrativas são incompetentes para a análise de inconstitucionalidade e ilegalidade de ato validamente editado e produzido segundo as regras do processo legislativo Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Os fundamentos dessa decisão foram os seguintes: a) não ocorre cerceamento do direito de defesa quando lavrado Auto de infração depois de constatada a hipótese prevista em lei, mesmo sem consulta prévia ao sujeito passivo, quando lhe seria dada a oportunidade de esclarecimentos, já que a obrigatoriedade desta oportunidade é prevista em lei somente na fase de contencioso administrativo; b) a redação do art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, com as alterações produzidas pelo art. 19 da Lei nº 11.051, de 2004, em nenhum momento redime o contribuinte Fl. 123DF CARF MF Impresso em 29/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/ 12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/04/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10768.003117/200973 Acórdão n.º 1102001.003 S1C1T2 Fl. 124 4 do pagamento de multa por atraso na entrega da Declaração após prestação de esclarecimento, nem cria obrigações processuais de pedido de tais esclarecimentos quando considerados desnecessários, quanto menos prorrogam o prazo de apresentação das declarações.; c) não há que se falar em cerceamento do direito de defesa, pois o contraditório foi regularmente instaurado, tendo em vista que a autuada defendeuse amplamente em seu arrazoado, fazendo constar as razões de fato e de direito que entendeu amparála e demonstrando perfeita compreensão do feito; d) inexiste previsão legal que possibilite o afastamento, por órgão julgador, da aplicação da penalidade de multa por atraso na entrega de declaração somente com base nas alegações da interessada de que tentou apresentála tempestivamente, tendo sido obstada pelos sistema desta Secretaria, mormente quando tal alegação é de difícil comprovação e quando tentativas de apresentação sem sucesso não prorrogam o prazo da mesma; e) tendo a exigência sido corretamente efetuada com fulcro em bases legais vigentes, não cabem quaisquer ajustes em virtude de inconstitucionalidade ou ilegalidade. RECURSO AO CARF Cientificado da decisão de primeira instância em 17/11/2009 (fl. 35), o contribuinte apresentou, em 16/12/2009, o recurso voluntário de fls. 38 a 40, onde repete os termos da impugnação, em especial que: a) o procedimento fiscal é nulo, uma vez que não foi previamente intimado a esclarecer a irregularidade a ele atribuída, tendo sido, de pronto, lavrado o auto de infração. Redobra, pois, seus protestos nos termos da necessidade de sua defesa prévia, principalmente por conta de que, em seu ponto de vista, não houve o descumprimento da referida obrigação acessória; b) apresentou a declaração tempestivamente, mas ela não foi processada, pois o sistema operacional recusou fazêlo por conta da incompatibilidade do período de apuração. Usando de boafé, apresentou o documento observando o período mensal, correspondente aos fatos geradores ocorridos após janeiro de 2007, conforme determinado pela Instrução Normativa n° 695, de 2006, em seu artigo 3o, tendo sido impedido por conta de não ter procedido à mera atualização de informação, alterando a periodicidade da Declaração; c) para a constatação do que se alega, requer seja o processo baixado em diligência, na certeza de que será inocentado da acusação que lhe é imputada. Ao final, requer que o auto de infração seja julgado nulo, ou, caso assim não se entenda, seja o processo baixado em diligência e posteriormente seja declarada a improcedência da atuação. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 29/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/ 12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/04/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10768.003117/200973 Acórdão n.º 1102001.003 S1C1T2 Fl. 125 5 ATOS POSTERIORES Em 1o/3/2010, o contribuinte desistiu do recurso para aderir ao parcelamento da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 (fl. 62). Contudo, o despacho de fl. 90 informou que os débitos controlados por este processo administrativo não eram passíveis de parcelamento nos moldes da lei. Como consequência, o contribuinte foi intimado a se manifestar sobre seu interesse no prosseguimento do processo com o encaminhamento do recurso voluntário ao CARF (fls. 114 e 116), tendo informado que desejava a continuação do julgamento (fl. 117). Este processo foi a mim distribuído no sorteio realizado em setembro de 2013, numerado digitalmente até a fl. 120. Esclareçase que todas as indicações de folhas neste voto dizem respeito à numeração digital do eprocesso. É o relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Tratase de multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF do mês de abril do anocalendário de 2007, apresentada em 28/9/2007, quando o prazo legal era 8/6/2007. A multa aplicada está prevista no art. 7o da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, abaixo transcrito: Art. 7o O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) II de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Fl. 125DF CARF MF Impresso em 29/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/ 12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/04/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10768.003117/200973 Acórdão n.º 1102001.003 S1C1T2 Fl. 126 6 Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; (...) § 1o Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2º Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; II a setenta e cinco por cento, se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: (Vide Lei nº 11.727, de 2008) I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei nº 9.317, de 1996; II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. (...) Assim, a DCTF entregue fora do prazo fixado enseja a aplicação da multa de 2% ao mês ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, ainda que tenha sido integralmente pago, reduzida em 50% em virtude da entrega espontânea da declaração, respeitado o percentual máximo de 20% e o valor mínimo de R$ 500,00. No caso, a multa aplicada foi calculada de acordo com as determinações legais. Preliminarmente, o recorrente pugna pela nulidade do lançamento por não ter sido previamente intimado a esclarecer a irregularidade antes da lavratura do auto de infração. Contudo, o caput do art. 7o da Lei nº 10.426, de 2002, somente exige a intimação para prestar esclarecimentos do sujeito passivo que apresentar a declaração com incorreções ou omissões. Para aqueles que apresentarem o documento espontaneamente e em atraso a multa se aplica de imediato, com a concessão do benefício de redução em 50%, nos termos do §2o, inciso I, do dispositivo. Além disso, este CARF já firmou o entendimento de que o procedimento administrativo de fiscalização é orientado pelo princípio inquisitorial, não se exigindo o contraditório na fase investigatória, que passa a ser obrigatório após a impugnação, com a Fl. 126DF CARF MF Impresso em 29/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/ 12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/04/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME Processo nº 10768.003117/200973 Acórdão n.º 1102001.003 S1C1T2 Fl. 127 7 instauração da lide. Nesse sentido foi publicada a Súmula CARF nº 46: “O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário”. Desse modo, rejeitase a preliminar de nulidade suscitada. No mérito, o recorrente afirma que tentou apresentar a declaração dentro do prazo, mas que o sistema não a admitiu alegando incompatibilidade com o período de apuração. Acrescenta que apresentou o documento observando o período mensal, correspondente aos fatos geradores ocorridos após janeiro de 2007, conforme determinado pelo art. 3o da Instrução Normativa n° 695, de 14 de dezembro de 2006, mas que foi impedido por não ter procedido à mera atualização de informação, alterando a periodicidade da declaração. Pugna, ainda, que os autos sejam baixados em diligência para a comprovação do alegado. Em suma, o contribuinte afirma ter sido impedido de enviar a DCTF mensal porque o sistema eletrônico detectou incompatibilidade com os dados cadastrais da empresa, que informavam estar ela obrigada à apresentação da DCTF semestral. Contudo, essa alegação não foi admitida pela Turma de Julgamento por estar desacompanhada de qualquer prova nesse sentido. Entendeuse que o contribuinte deveria ao menos ter trazido cópia da tela de sistema que demonstrasse a tentativa infrutífera de envio da declaração. Ademais, há que se considerar que carece de sentido o argumento de que o sistema continha alguma informação que obrigasse a entrega da DCTF semestral, já que o art. 5o da Instrução Normativa n° 695, de 2006, permite que qualquer pessoa jurídica opte pela apresentação de DCTF mensal. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 127DF CARF MF Impresso em 29/04/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/ 12/2013 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/04/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMA NN THOME
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001708/2005-10
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2801-000.142
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento do recurso, nos termos do art. 62-A, §§1º e 2º do Regimento do CARF.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin
Presidente do Colegiado na data de formalização da decisão (30/06/2014), em substituição à Presidente Antonio de Pádua Athayde Magalhães, e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (30/06/2014), em substituição ao Relator Sandro Machado dos Reis.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Sandro Machado dos Reis. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: Não se aplica
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento do recurso, nos termos do art. 62A, §§1º e 2º do Regimento do CARF. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente do Colegiado na data de formalização da decisão (30/06/2014), em substituição à Presidente Antonio de Pádua Athayde Magalhães, e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (30/06/2014), em substituição ao Relator Sandro Machado dos Reis. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Sandro Machado dos Reis. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra a contribuinte Deize Reis Domingos, CPF 833.116.10768, foi lavrado o Auto de Infração de fls. 34/39 relativo ao Imposto de Renda RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 84 71 .0 01 70 8/ 20 05 -1 0 Fl. 206DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/06/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/06/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 18471.001708/200510 Resolução nº 2801000.142 S2TE01 Fl. 207 2 Pessoa Física (IRPF), exercícios de 2001 e 2002, anoscalendário de 2000 e 2001, respectivamente, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$582.152,13 correspondente ao imposto de R$236.957,03, multa proporcional de 75% de R$177.717,76 e juros de mora de R$167.477,34, calculados até 31/10/2005. O lançamento decorre do procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias tendo sido constatada a seguinte irregularidade: 001. Omissão de Rendimentos Caracterizada por Depósitos Bancários com origem não Comprovada Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósito ou de investimento, mantidas em instituições financeiras, em relação aos quais a contribuinte, regularmente intimada, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme se verifica no "Termo de Constatação Fiscal", anexo, que é parte integrante deste Auto. Como enquadramento legal são citados os seguintes dispositivos: art. 849 do RIR/99; art. 42 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996; art. 4" da Lei n° 9.481, de 13 de *agosto de 1997; art. 1° da Lei n°9.887/99. Cientificada do lançamento em 29/11/2005 (fls. 40), a contribuinte, apresentou em 27/12/2005, a impugnação de folhas 142/151, documentação de fls. 152/160, com as argumentações a seguir sintetizadas. A impugnante alega que vendia roupas como autônoma e em maio de 2000, arrendou um Bar/Restaurante no Shophing de Informática "INFO BARRA", e enquanto constituía formalmente a empresa INFOR GRILL PIONEIRO DA BARRA LTDAME, abriu conta corrente nos Bancos HSBC e depois no Bradesco. A sobrinha da impugnante interessouse por um "stand" para revenda de produtos de informática, no mesmo local, constituindo então em 29/08/2000 a PCMCIA ATIVA INFORMÁTICA E TECNOLOGIA LTDAME, da qual a impugnante tornouse sócia minoritária com 1% do capital. Explica que, com dificuldade para abrir conta corrente bancária, em vista das muitas exigências que os bancos faziam, optaram por utilizar as contas abertas em nome da impugnante, para efetuar toda a movimentação das duas microempresas, sem imaginar que esse fato poderia ser usado pela Receita Federal para cobrança injustificável de Imposto de Renda Pessoa Física, baseado unicamente nos Depósitos Bancários. Aduz que, como a fiscalização pode constatar ao afastar o sigilo bancário, não consta nenhuma outra movimentação bancária em conta corrente, pois nunca existiu. Os depósitos existentes são coincidentes com a locação do Bar/Restaurante INFOR GRILL, a partir de maio de 2000, aumentando a partir de agosto de 2000, com a legalização da PCMCIA da sobrinha da impugnante. Fl. 207DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/06/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/06/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 18471.001708/200510 Resolução nº 2801000.142 S2TE01 Fl. 208 3 Reafirma que toda a movimentação bancária pertenceu as empresas das quais era sócia e que foi devidamente declarado pelas Pessoas Jurídicas e justificado perante o fiscal autuante, que entendeu serem os depósitos fruto de atividades mercantis e mesmo assim lavrou o Auto de Infração. Da Preliminar Diz que o Auto de Infração foi lavrado em dissonância aos princípios constitucionais e legais vigentes e requer seja o mesmo anulado. Argumenta que a fiscalização não acatou nenhuma das justificativas apresentadas por meio de diversos contatos telefônicos com o fiscal autuante, e que, durante a fase de reunido dos documentos solicitados foi surpreendida com o Auto de Infração. Cita o artigo 845, §1°, do RIR199, alegando que na presunção legal é necessário que o fisco esgote o campo probatório, vez que a atividade do lançamento tributário é plenamente vinculada e não comporta incertezas. Havendo dúvida sobre a exatidão dos elementos em que se baseou o lançamento, a exigência não pode prosperar, por força do disposto no artigo 112 do CTN. Da Decadência A impugnante tomou ciência do Auto de Infração em 28/11/2005, que discrimina fatos geradores ocorridos em: 31/05/2000; 30/06/2000; 31/07/2000; 31/08/2000; 30/09/2000 e 31/10/2000, quando já havia transcorrido a decadência, ou seja, mais de 5 anos da ocorrência do fato gerador. 0 lançamento não poderia ser efetuado pois fere os ditames da lei, tais corno o § 40 do Art. 42 da Lei 9.430/96, matriz legal do § 3' do Art 849 do RIR/99, aprovado pelo Decreto 3.000/99 e o Art. 150. §4° do Código Tributário Nacional, conforme a seguir transcrito: Art. 849... "§3" Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira.. Art. 150. "§4° Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito ..." Cita Acórdãos do 1° Conselho de Contribuintes no sentido de que a decadência do lançamento independe do recolhimento ou não da prestação devida. Do Mérito Fl. 208DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/06/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/06/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 18471.001708/200510 Resolução nº 2801000.142 S2TE01 Fl. 209 4 Junta os contratos sociais das empresas INFOR GRILL PIONEIRO DA BARRA LTDAME e PCMCIA ATIVA INFORMÁTICA E TECNOLOGIA LTDAME., alegando que os depósitos bancários eram de propriedade dessas empresas, como poderia ter constatado a autoridade fiscal se tivesse solicitado também aos bancos provas de todos os depósitos bem como os cheques emitidos pela impugnante. Ademais, os depósitos bancários sem a devida apuração, não revelam disponibilidade econômica de rendas e proventos , além de não terem sido expurgados os custos para aquisição de mercadoria, pagamentos de impostos, de empregados, contas de luz, água e IPTU. Argumenta, que ao prosperar a autuação de valores que circularam em suas contas bancárias mas que pertencem As empresas das quais é sócia, estaria caracterizada a figura da bitributação, figura que fere o devido processo legal. Por fim, requer o cancelamento da exigência. Ao analisar o pedido do contribuinte, a DRJ decidiu conforme a ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Exercício: 2001, 2002 Decadência. No caso de lançamento de oficio com base em omissão de rendimentos nos termos do art. 42 da lei IV 9.430, de 1996, a contagem do prazo decadencial é regulada pela regra geral do art. 173, inciso I, do CTN, segundo a qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Depósitos Bancários. Omissão de Rendimentos. A Lei n° 9.430, de 1996, no seu art. 42, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em suas contas de depósitos ou investimentos. Lançamento Procedente Doravante, foi apresentado recurso voluntário pela Contribuinte reiterando os argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Sandro Machado dos Reis, Relator. Fl. 209DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/06/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/06/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 18471.001708/200510 Resolução nº 2801000.142 S2TE01 Fl. 210 5 O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. No presente caso, temse que o lançamento foi efetuado com base em informações solicitadas diretamente às intuições financeiras, por meio da emissão de Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira (RMF), nos termos do art. 6º da Lei Complementar n° 105, de 10 de janeiro de 2001, ou seja, sem autorização judicial. Ocorre que a questão do sigilo bancário é matéria reconhecida de repercussão geral e aguarda julgamento pelo STF (RE 601.314), devendo o julgamento do presente processo ser sobrestado, conforme imposição do Regimento Interno do CARF, instituído pela Portaria nº 256, de 22 junho de 2009, com alterações introduzidas pela Portaria nº 586, de 21 de dezembro de 2010, que determina, in verbis: Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543 B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Esses os motivos pelos quais entendo por bem sobrestar a apreciação do presente recurso voluntário, até que ocorra decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, a ser proferida nos autos do RE n.º 601.314, nos termos do disposto nos artigos 62A, §§1º e 2º, do RICARF. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Redatora ad hoc, em substituição ao Conselheiro Relator Sandro Machado dos Reis. Fl. 210DF CARF MF Impresso em 03/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/06/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/06/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 10120.720984/2010-16
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
MULTA ISOLADA - FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA.
O artigo 44 da Lei n° 9.430/96 precisa que a multa de ofício deve ser calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo, materialidade que não se confunde com o valor calculado sob base estimada ao longo do ano. O tributo devido pelo contribuinte surge quando é o lucro real apurado em 31 de dezembro de cada ano. Improcede a aplicação de penalidade isolada quando há concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual.
COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. CABIMENTO DA MULTA ISOLADA.
É cabível a multa isolada por compensação não homologada, isso porque referida multa a partir das inovações legislativas trazidas pela Lei n° 11.051, de 2004, foi situada em outro contexto: O das compensações consideradas não-declaradas, a teor do § 4º do art. 18 da Lei n° 10.833/2003.
No caso de compensação não homologada, só cabe a multa isolada se comprovada a falsidade da declaração, conforme mencionado no artigo 18 da Lei n° 10.833/03, com alteração da Lei n° 11.488/07.
INCONSTITUCIONALIDADE OU ILEGALIDADE. LEI OU ATO NORMATIVO. APRECIAÇÃO.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula Carf nº 2), isso porque, a instância administrativa não é foro apropriado para discussões desta natureza, pois qualquer discussão sobre a constitucionalidade e/ou ilegalidade de normas jurídicas deve ser submetida ao crivo do Poder Judiciário que detém, com exclusividade, a prerrogativa dos mecanismos de controle repressivo de constitucionalidade, regulados pela própria Constituição Federal.
Recurso provido em parte
Numero da decisão: 1803-002.097
Decisão: Acordam os membros da 3ª Turma Especial da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF, por unanimidade rejeitar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância e, no mérito, por maioria de votos deram provimento parcial ao recurso voluntário para exonerar a multa isolada por estimativas não recolhidas, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes que negou integralmente o recurso. Os conselheiros Walter Adolfo Maresch e Neudson Cavalcante Albuquerque votaram pelas conclusões.
(Assinado Digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva - Presidente
(Assinado Digitalmente)
Sérgio Luiz Bezerra Presta - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch, que presidiu a Turma, Meigan Sack Rodrigues,Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Sergio Rodrigues Mendes, Neudson Cavalcante Albuquerque.
Nome do relator: SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 MULTA ISOLADA - FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA. O artigo 44 da Lei n° 9.430/96 precisa que a multa de ofício deve ser calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo, materialidade que não se confunde com o valor calculado sob base estimada ao longo do ano. O tributo devido pelo contribuinte surge quando é o lucro real apurado em 31 de dezembro de cada ano. Improcede a aplicação de penalidade isolada quando há concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. CABIMENTO DA MULTA ISOLADA. É cabível a multa isolada por compensação não homologada, isso porque referida multa a partir das inovações legislativas trazidas pela Lei n° 11.051, de 2004, foi situada em outro contexto: O das compensações consideradas não-declaradas, a teor do § 4º do art. 18 da Lei n° 10.833/2003. No caso de compensação não homologada, só cabe a multa isolada se comprovada a falsidade da declaração, conforme mencionado no artigo 18 da Lei n° 10.833/03, com alteração da Lei n° 11.488/07. INCONSTITUCIONALIDADE OU ILEGALIDADE. LEI OU ATO NORMATIVO. APRECIAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula Carf nº 2), isso porque, a instância administrativa não é foro apropriado para discussões desta natureza, pois qualquer discussão sobre a constitucionalidade e/ou ilegalidade de normas jurídicas deve ser submetida ao crivo do Poder Judiciário que detém, com exclusividade, a prerrogativa dos mecanismos de controle repressivo de constitucionalidade, regulados pela própria Constituição Federal. Recurso provido em parte
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O artigo 44 da Lei n° 9.430/96 precisa que a multa de ofício deve ser calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo, materialidade que não se confunde com o valor calculado sob base estimada ao longo do ano. O tributo devido pelo contribuinte surge quando é o lucro real apurado em 31 de dezembro de cada ano. Improcede a aplicação de penalidade isolada quando há concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. CABIMENTO DA MULTA ISOLADA. É cabível a multa isolada por compensação não homologada, isso porque referida multa a partir das inovações legislativas trazidas pela Lei n° 11.051, de 2004, foi situada em outro contexto: O das compensações consideradas nãodeclaradas, a teor do § 4º do art. 18 da Lei n° 10.833/2003. No caso de compensação não homologada, só cabe a multa isolada se comprovada a falsidade da declaração, conforme mencionado no artigo 18 da Lei n° 10.833/03, com alteração da Lei n° 11.488/07. INCONSTITUCIONALIDADE OU ILEGALIDADE. LEI OU ATO NORMATIVO. APRECIAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula Carf nº 2), isso porque, a instância administrativa não é foro apropriado para discussões desta natureza, pois qualquer discussão sobre a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 09 84 /2 01 0- 16 Fl. 122DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 123 2 constitucionalidade e/ou ilegalidade de normas jurídicas deve ser submetida ao crivo do Poder Judiciário que detém, com exclusividade, a prerrogativa dos mecanismos de controle repressivo de constitucionalidade, regulados pela própria Constituição Federal. Recurso provido em parte Acordam os membros da 3ª Turma Especial da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF, por unanimidade rejeitar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância e, no mérito, por maioria de votos deram provimento parcial ao recurso voluntário para exonerar a multa isolada por estimativas não recolhidas, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes que negou integralmente o recurso. Os conselheiros Walter Adolfo Maresch e Neudson Cavalcante Albuquerque votaram pelas conclusões. (Assinado Digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Presidente (Assinado Digitalmente) Sérgio Luiz Bezerra Presta Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch, que presidiu a Turma, Meigan Sack Rodrigues,Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Sergio Rodrigues Mendes, Neudson Cavalcante Albuquerque. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 124 3 Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao presente contencioso administrativo, adoto parte do relato do contido no Acórdão nº 0350.911 proferido pela 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília DF, constante das fls. 76 e seguintes dos autos, a seguir transcrito: “Tratam os autos do Despacho Decisório (fls. 12 a 28), que homologou em parte as compensações pleiteadas pela contribuinte, e do Auto de Infração (fls. 2 a 10), que trata da exigência tributária da multa isolada no valor de R$ 70.562,93, lançada em decorrência da compensação indevida efetuada em declaração prestada pelo sujeito passivo. 1) Despacho Decisório Os presentes autos foram formalizados para dar tratamento manual às Declarações de Compensação (DCOMP) relacionadas no quadro a seguir, nas quais a contribuinte informou ser possuidora de crédito tributário de saldo negativo da IRPJ referente ao exercício de 2009 Anocalendário 2008, no montante de R$ 2.549.037,81 (dois milhões, quinhentos e quarenta e nove mil, trinta e sete reais e oitenta e um centavos), conforme declarado na DCOMP retificadora 12455.52668.060110.1.7.025723. DCOMP TIPO 42095.95626.050809.1.3.020892 Original 12140.66168.200809.1.3.023594 Original 03219.76308.301009.1.3.024829 Original 38711.05367.301109.1.3.025115 Original 12120.70372.060110.1.3.020770 Original 23034.05345.060110.1.7.020516 Retificadora 16882.64256.060110.1.7.029938 Retificadora 20568.08827.060110.1.3.027060 Original 12120.70372.060110.1.3.020770 Original 25499.11960.260210.1.3.022890 Original Por meio do Termo de Intimação Fiscal n° 505/2010 foi solicitado ao contribuinte, para constituição e ratificação de prova a seu favor, a apresentação dos comprovantes de retenção na fonte emitidos pelas fontes pagadoras, cuja notificação foi feita pelo Serviço de A.R. dos Correios em 31/08/2010. Analisando os documentos apresentados pela contribuinte, a Fiscalização chegou aos seguintes resultados: a) pesquisas no sistema Sief DIRF e no Sistema Integrado de Administração Financeira SIAFE confirmaram retenções de imposto de renda na fonte emitidos por pessoas jurídicas de direito privado no montante de R$ 314.836,84 (fl. 14); b) glosa de R$ 129.469,33, referente às deduções de retenção na fonte por Órgãos Públicos de impostos e contribuições declarados na DIPJ 2009, pelo fato da Fl. 124DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 125 4 documentação apresentada pela contribuinte não possuir lastro em comprovantes de retenção de imposto de renda emitidos pelas fontes pagadoras, mas em documentos internos elaborados pela própria contribuinte e que, por si só, não constituem prova a seu favor (fls. 16 e 17); c) apuração de novo saldo negativo de IRPJ no montante de R$ 2.468.375,45; d) existência de crédito tributário (débito da contribuinte) a ser cobrados da contribuinte, com os acréscimos legais cabíveis, no valor original de R$ 80.662,36, correspondentes às compensações não homologadas (fl. 18); e) necessidade de lavratura de auto de infração de multa isolada (50%), nos termos do art. 44, inciso II, alínea b, da Lei n° 9.430, de 1996, com redação dada pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007 (fls. 19 e 20), em função de ter sido verificado a existência de diferença de imposto de renda mensal pago por estimativa no valor total de R$ 80.662,36, resultante do valor declarado pela contribuinte (R$ 2.649.037,81) subtraído do valor confirmado pela RFB (R$ 2.468.375,45); f) necessidade de lavratura de auto de infração de multa isolada (50%), nos termos do art. 74, §§ 15 e 17, da Lei 9.430, de 1996, incluídos pela Lei n° 12.249, de 11 de junho de 2010 (conversão da Medida Provisória n° 472/2009), em função da insuficiência de crédito da contribuinte para homologar integralmente as compensações pleiteadas. O valor total da compensação não homologada foi de R$ 60.463,54. Com base na análise realizada, a Autoridade Fiscal competente decidiu: 1) RECONHECER EM PARTE a existência do direito creditório a favor da pessoa jurídica HOSPFAR IND. E COM. DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA, inscrito no CNPJ/MF sob o n° 26.921.908/000121, no montante originário de R$ 2.468.375,45 (dois milhões, quatrocentos e sessenta e oito mil, trezentos e setenta e cinco reais e quarenta e cinco centavos), concernente ao Saldo Negativo da IRPJ relativo ao anocalendário de 2008, que foi utilizado para compensação de débitos discriminados nas correspondentes DCOMP e respectivas retificadoras 2) HOMOLOGAR EM PARTE as compensações efetivadas pelo contribuinte, no montante de R$ 2.591.603,17 (dois milhões, quinhentos e noventa e um mil, seiscentos e três reais e dezessete centavos), em valores originais, referentes aos valores compensados relacionados no quadro 09 do Despacho Decisório, com crédito de saldo negativo de IRPJ, anocalendário de 2008; 3) NÃO HOMOLOGAR as compensações efetivadas pelo contribuinte no montante original de R$ 60.463,54 (sessenta mil, quatrocentos e sessenta e três reais e cinquenta e quatro centavos), em valores originais, referentes aos valores não compensados em razão da insuficiência do crédito de saldo negativo de IRPJ; 4) AUTORIZAR a emissão de Registro de Procedimento Fiscal para o lançamento de oficio referente à multa isolada de 50% (cinquenta por cento) a ser exigida sobre os valores mensais no montante de R$ 80.662,36 (oitenta mil, seiscentos e sessenta e dois reais e trinta e seis centavos), por motivo de falta de pagamento de IRPJ estimativa mensal, na época própria, com fulcro no artigo 44, inciso II, alínea b, da Lei 9.430/96 (redação dada pela Lei n° 11.488, de 15/06/2007); 5) AUTORIZAR a emissão de Registro de Procedimento Fiscal para o lançamento de oficio referente à multa isolada de 50% (cinquenta por cento) a ser exigida sobre Fl. 125DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 126 5 o montante dos débitos (créditos tributários), objetos de compensações não homologadas, no valor total de R$ 60.463,54 (sessenta mil, quatrocentos e sessenta e três reais e cinquenta e quatro centavos), conforme disposições constantes do art. 74, parágrafos 15 e 17, da Lei 9.430/96,. incluídas pela Lei n° 12.249, de 11 de junho de 2010 (conversão da Medida Provisória n° 472/2009). 2) Auto de Infração Multa Isolada Tratase da exigência tributária de multa de 50% no valor de R$ 70.562,93. Exigida isoladamente sobre os valores mensais devidos (fls. 2 a 10), decorrente de: a) estimativas de IRPJ não confirmadas, conforme art. 44 , inciso II, alínea b, da Lei 9.430/96 (redação dada pela Lei 11.488, de 15/06/2007); b) compensação indevida efetuada em declaração prestada pelo sujeito passivo, nos termos do art. 74, §§ 15 e 17, da Lei 9.430/96 (incluído pela Lei 12.249, de 2010). Foram efetuados os seguintes lançamentos (fls. 7 e 8) FATO GERADOR VALOR DA MULTA 01/01/2008 R$ 5.247,25 01/02/2008 R$ 5.105,29 01/03/2008 R$4.271,64 01/04/2008 R$ 3.505,96 01/05/2008 R$4.192,68 01/06/2008 R$6.165,52 01/07/2008 R$ 6.498,63 01/08/2008 R$ 5.344,19 06/01/2010 R$ 16.419,57 26/02/2010 R$ 13.812,20 TOTAL R$ 70.562,93 Consta no “Relatório Fiscal Anexo ao Auto de Infração” quadros demonstrativos da base de cálculo da multa isolada aplicada. 2) Ciência A contribuinte foi cientificada do Despacho Decisório e do Auto de Infração em 12/01/2011 (fl. 42) e apresentou manifestação de inconformidade / impugnação (fls. 43 a 61) em 10/02/2011. 3) Impugnação / Manifestação de Inconformidade a) Da improcedência da multa isolada por falta/insuficiência de recolhimento de estimativas mensais: Resumidamente, a contribuinte alega que "o lançamento da multa isolada exigida sobre diferença de IRPJ recolhido por estimativa mensal somente se justifica se levada ci efeito no curso do próprio ano calendário, ou, após o seu encerramento, se dci ausência do pagamento''. Acrescenta que, se for comprovado que o somatório das estimativas mensais recolhidas tenha superado o valor do tributo devido, apurado ao final do anocalendário, não seria possível lançar a multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento destas estimativas em anos posteriores, o que afastaria, a aplicabilidade do disposto no art. 44, inciso II, alínea " b " da precitada Lei n° 9.430/96. Apresenta acórdãos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para ilustrar sua argumentação. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 127 6 b) Da improcedência da multa isolada sobre a compensação não homologada: Em síntese, a contribuinte argumenta que a aplicação da multa isolada sobre os débitos não compensados constitui nova, hipótese de infração, diferente da prevista na MP n° 472/2009, que se limitava aos casos de não homologação da compensação quando não confirmada a legitimidade ou suficiência do crédito informado. Acrescenta que, tal multa, introduzida no ordenamento jurídico em data posterior à transmissão dos pedidos de compensação, não poderia ser aplicada ao caso em espécie, “por contrariar o princípio da irretroatividade das leis, gravado no art. 105 do Código Tributário Nacional". Alega, que “a lei que tipifica condutas infraconstitucionais, estabelece ou majora penalidade, somente produz efeitos em relação aos fatos ocorridos durante a sua vigência, ma nunca em reação a fatos pretéritos Conclui que “a eficácia retroativa da referida Lei n° 12.249/2010 certamente estremecerá a segurança das relações entre o Estado e os cidadãos, bem como o legítimo direito que os contribuintes têm de não verem agravada ci situação jurídica anteriormente configurada. É um desdobramento do princípio da segurança jurídica". Discute, detalhadamente, a eficácia da lei e argumenta que a multa aplicada obstaria o direito constituição de petição. c) Da não incidência dos juros SELIC sobre a multa de ofício: A contribuinte alega que não existe previsão legal para a atualização da multa de ofício com base na taxa Selic. Enfatiza que a incidência dos juros moratórios se dá apenas com relação ao principal, e não à multa, uma vez que o caput do art. 61 da Lei n° 9.430/96, quando se refere a "débito", restringese apenas ao valor dos tributos e contribuições. Cita doutrina e decisões proferidas pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Ao final, requer que requer seja recebida e conhecida a presente Impugnação, por atender aos pressupostos legais, e, após, seja julgado totalmente improcedente o auto de infração ora em debate. Caso seja mantido o lançamento ou parte dele, que seja afastada a incidência dos juros Selic sobre a multa de ofício, por inexistência de previsão legal”. A 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília DF, na sessão de 28/02/2013, ao analisar a manifestação de inconformidade apresentada, proferiu o Acórdão nº 0350.911 entendendo por unanimidade de votos, “julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido”, em decisão assim ementada: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008, 2010 PRECLUSÃO MATERIAL. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada, razão pela qual é mantida a decisão proferida no Despacho Decisório. MULTA ISOLADA. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS. Cabível o lançamento da multa de ofício, exigida isoladamente, nos casos em que a pessoa jurídica optante pelo lucro real anual deixa de recolher total ou parcialmente as estimativas mensais de IRPJ ou CSLL a que estava obrigada. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 128 7 MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Cabível a aplicação da multa isolada de 50% sobre o valor do crédito objeto de compensação não homologada JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. LEGALIDADE. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do vencimento. CRÉDITO VENCIDO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Os créditos Tributários vencidos e ainda não pagos devem ser acrescidos de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Sebe). Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Cientificado da decisão de primeira instância em 10/06/2013 (segundafeira) (AR constante das fls. 92), a HOSPFAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA, qualificada nos autos em epígrafe, inconformada com a decisão contida no Acórdão nº 0350.911, recorre em 28/06/2013 (fls. 94 e segs dos autos) a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais objetivando a reforma do julgado, atacando os argumentos do acórdão recorrido. Na referência às folhas dos autos considerei a numeração do processo eletrônico (eprocesso). É o relatório do essencial. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 129 8 Voto Conselheiro SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA Relator Observando o que determina os arts. 5º e 33 ambos do Decreto nº. 70.235/1972 conheço a tempestividade do recurso voluntário apresentado, preenchendo os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele, portanto tomo conhecimento. A questão do recurso voluntário trata tão somente da: a) MULTA ISOLADA EM DECORRÊNCIA DA INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS; b) MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA; c) JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO; d) CRÉDITO VENCIDO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Por isso por uma questão de sistematização, vou tratar cada assunto isoladamente: DA MULTA ISOLADA EM DECORRÊNCIA DA INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS A Recorrente contesta a multa de oficio isolada, por falta de recolhimento de estimativas. Neste ponto considero procedente tal contestação tendo em vista que a questão da multa em razão de falta ou insuficiência de pagamento das estimativas mensais já está pacificada no âmbito do processo administrativo fiscal federal. Dos inúmeros julgados a respeito do tema uma maioria esmagadora entende que é impossível à imposição da multa isolada, nos termos do inciso IV do §1º, independe do resultado apurado no encerramento do exercício financeiro, devendo ser aplicada sempre sobre o valor da estimativa não recolhida. E, isso demonstra que encerrado a ano calendário, não mais cabe aplicar a multa isolada por falta ou insuficiência de estimativas, pois essas ficam absorvidas pelo tributo incidente sobre o resultado anual. Até porque, encerrado o ano calendário, não há mais base de cálculo para exigência da multa, eis que, com o deslocamento do fato gerador da obrigação tributária para 31 de dezembro de cada ano, para as empresas que optem por recolher o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro real anual, desaparece o bem tutelado pela norma jurídica, no caso as antecipações que deveriam ter sido recolhidas no decorrer do Fl. 129DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 130 9 ano calendário, surgindo, com a apuração do lucro real ao final do ano calendário, o imposto efetivamente devido, única base imponível que sofrerá a sanção caso o mesmo não seja recolhido pelo sujeito passivo da obrigação tributária. Na verdade, os dispositivos legais previstos nos incisos III e IV, § 1º. do art. 44 da Lei nº. 9.430/96 têm como objetivo obrigar o sujeito passivo da obrigação tributária ao recolhimento mensal de antecipações de um provável imposto de renda e contribuição social que poderá ser devido ao final do ano calendário. Ou seja, é inerente ao dever de antecipar a existência da obrigação cujo cumprimento se antecipa, e sendo assim, a penalidade só pode ser exigida durante aquele ano calendário, de vez que, com a apuração do tributo e da contribuição social efetivamente devida ao final do ano calendário (31/12), desaparece a base imponível daquela penalidade (antecipações), pela ausência da necessária ofensa a um bem juridicamente tutelado que a justifique. A partir daí, surge uma nova base imponível, esta já com base no tributo efetivamente apurado ao final do ano calendário, surgindo assim à hipótese da aplicação tão somente do inciso I, § 1º. do art. 44 da Lei nº. 9.430/96, caso o tributo não seja pago no seu vencimento e apurado exoffício, mas jamais com a aplicação concomitante da penalidade prevista nos incisos III e IV, do § 1º do mesmo diploma legal. Até porque a dupla penalidade afronta o disposto no artigo 97, V, c/c o artigo 113 do CTN, que estabelece apenas duas hipóteses de obrigação de dar, sendo a primeira ligada diretamente à prestação de pagar tributo e seus acessórios, e a segunda, relativamente à obrigação acessória decorrente da legislação tributária e tem por objeto as prestações pecuniárias por descumprimento de obrigação acessória. As turmas ordinárias e a Câmara Superior de Recursos Fiscais deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF têm reiteradas decisões no sentido da impossibilidade de aplicação concomitante das duas multas, conforme pode ser visto abaixo: “EMENTA: MULTA DE OFICIO ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFICIO. INAPLICABILIDADE. É inaplicável a penalidade quando existir concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual (mesma base)” (CARF Processo nº 19515.002094/200926 Acórdão nº 140201.081 – 1ª Seção 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária – Julg 14/06/2012). “EMENTA: MULTA DE OFICIO ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFICIO. INAPLICABILIDADE. É inaplicável a penalidade quando existir concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual (mesma base)”. (CARF Processo nº Fl. 130DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 131 10 19515.002090/200948 Acórdão nº 140201.078 1ª Seção – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária – Julg 14/07/2012). “EMENTA: APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação” (CARF Processo nº 18471.001020/200611 Acórdão nº 180301.263 – 1ª Seção – 4ª Câmara – 3ª Turma Especial – Julg 10/04/2012). “EMENTA: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ. (...) MULTA DE OFICIO ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFICIO. INAPLICABILIDADE. É inaplicável a penalidade quando existir concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual”. (CSRF Processo nº 11020.003681/200992 Acórdão nº 910101.402 – 1ª Turma – Julg 17/07/2012). “EMENTA: MULTA ISOLADA APLICAÇÃO CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFICIO — Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de oficio pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação” (CSRF Processo nº 10480.004535/200317 Acórdão nº 9101001.307 – 1ª Turma; julg 24/04/2012). Diante dos sólidos argumentos e das claras decisões acima e de muitas outras proferidas pelas turmas ordinárias e pela Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF demonstram a ampla, geral e irrestrita impossibilidade de exigência concomitante de multa de oficio por falta de recolhimento de tributo devido ao final do exercício e por falta de recolhimento de estimativas no mesmo período. Fl. 131DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 132 11 Tais argumentos e decisões têm lastro nas determinações contidas no art. 44 da Lei n° 9.430/96 que autoriza e disciplina a aplicação da multa isolada, conforme pode ser visto abaixo: “Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; §1° As multas de que trata este artigo serão exigidas: I – juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; (...); IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2°, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente”. O Art. 2° da Lei n° 9.430/96 assim determina: “Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimado, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1° e 2° do art. 29 e nos arts 30 a 32, 34 e 35 da Lei n°. 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei n°9.065, de 20 de junho de 1995”. As remissões relevantes contidas nos diplomas legais acima são as seguintes: “Art. 35 (Lei n° 8.981/95) — A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado excede o valor do imposto, calculado com base no lucro real do período em curso. (...) §2° Estão dispensadas do pagamento de que tratam os arts. 28 e 29 as pessoas jurídicas que, através de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de base de cálculo negativas fiscais apurados a partir do mês de janeiro do ano calendário”. Diante do exposto e principalmente observado as razões de decidir acima, não tenho como deixar de reformar o acórdão recorrido, tendo em vista que não pode subsistir a aplicação de penalidade isolada decorrente da falta de pagamento de exações fiscais, cujos débitos não foram confessados na DCTF original ou primitiva; e, a outra, em decorrência da falta de recolhimento do IRPJ e da CSLL, ambos sobre a base de calculo estimada. MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA Fl. 132DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 133 12 Sobre a aplicação de penalidade (multa isolada) por tentativa de compensar débito tributário não aceito pela autoridade administrativa, entendo que a decisão proferida pela 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília – DF, em um primeiro momento, merece ser reformada, tendo em vista que o Art. 167 do CTN, estabelece que a restituição de valores pagos a maior pelo contribuinte deve obedecer a proporcionalidade, entre tributo e encargos acessórios (juros e multa). Ou seja, a restituição total ou parcial do tributo não pode ser efetuada de modo a individualizalas parcelas do indébito tributário composto por tributo, juros e penalidades pecuniárias. Isto é, não se pode restituir tributos sem os encargos acessórios proporcionais e viceversa. Coerentemente, aplicandose essa mesma regra na situação inversa, ou seja, quando temos o pagamento de tributo em montante insuficiente, devemos considerar que a operação foi realizada levando em conta a proporcionalidade entre o principal e seus acessórios, mesmo que assim não se apresente, restando o pagamento da diferença do principal acrescidos de juros e multa correspondentes, para que ocorra a sua total extinção. Em consonância com o dispositivo legal acima, a RFB adotou o chamado sistema de imputação proporcional que consiste em alocar o pagamento efetuado em atraso ao montante do crédito tributário devido, composto de principal, juros e multa de mora, na proporção existente entre as parcelas que integram esse montante. Portanto, quando há o propósito de se extinguir um débito por meio da compensação, paia a RFB a sua extinção total somente ocorrerá se o valor do débito declarado estiver contemplando a totalidade do principal (valor originário do débito) mais os juros e multas calculados na forma prevista pela legislação de regência. Por conseguinte, o valor do débito declarado em Declaração de Compensação DCOMP deve ser considerado pelo seu montante, isto é, corno se este fosse resultante do somatório de um valor de débito (principal), acrescido de juros e de multa, calculados conforme a legislação de regência, devendo essas parcelas, no caso de insuficiência do valor do montante declarado em relação ao valor do montante do débito tributário real, ser recalculadas pelo sistema de imputação proporcional, a fim de se conhecer o valor da parcela do principal efetivamente compensado. Portanto, caso o Fisco não aceite a ocorrência da extinção do débito quando o montante do valor pago ou declarado em compensação não corresponder à totalidade do débito originário mais os acréscimos legais, considerando que tenha ocorrido apenas a quitação de parte do débito em função do sistema de imputação proporcional adotado, não faz sentido o próprio Fisco querer aplicar multa isolada, quando não houve comprovação de falsidade da declaração prestada pelo sujeito passivo dos valores expressamente declarados em DCOMP. Até porque a compensação, na forma declarada pelo sujeito passivo, somente extingue o crédito tributário, sob condição resolutiva (Lei nº. 9.430/96, art. 74, § 2º); Fl. 133DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 134 13 Trago a tona os argumentos apresentados com a lucidez que é peculiar a Conselheira Karen Jureidini Dias, quando do julgamento do Processo n°10675.002476/2006 08, formalizado através do Acórdão n° 9101001.313 da 1ª Turma da CSRF, julgado na sessão de 24/04/2012 a quem rendo as minhas homenagens e peço vênia para transcrever os argumentos: “Esclareço, inicialmente, que se trata de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, em face de acórdão que negou provimento a recurso de ofício. No entanto, o Recurso Especial foi interposto na vigência do atual Regimento Interno do CARF, quando já era possível a interposição do referido recurso contra acórdão que nega provimento a recurso de ofício. Essa é a disposição expressa do artigo 67, § 11 do RICARF: ‘É cabível recurso especial de divergência, previsto no caput, contra decisão que der ou negar provimento a recurso de ofício. Como bem analisou o despacho de admissibilidade, de fato há divergência entre o acórdão recorrido e o acórdão apresentado como paradigma. Verificase do voto condutor do acórdão paradigma o entendimento segundo o qual é aplicável a multa isolada às compensações não homologadas, mesmo quando não comprovada falsidade da declaração/má fé. Reproduzo trecho do voto condutor daquele acórdão que bem demonstra a divergência: ‘Como se pode ver, a redação dada ao §2° tãosomente excluiu a aplicação do percentual do inciso I do art. 44 da Lei n. 9.430/96. Notese que o legislador não restringiu as hipóteses da aplicação da multa a uma única hipótese, qual seja, a do inciso II; o que ele fez foi unificar o percentual aplicado, mantendo, entretanto, todas as hipóteses que davam ensejo à multa, previstas no caput do art. 18 da Lei n°. 10.833/03. A multa isolada continuou sendo aquela prevista nos incisos I e II e no § 2° do art. 44 da Lei n°. 9.430/96, conforme determinava a Lei n°. 10.833/03, tendo sofrido apenas alteração de seus percentuais, em razão da Lei n°. 11.051/04. Uma vez que a multa isolada continuou sendo aquela prevista nos incisos I e II e no § 2º do art. 44 da Lei n°. 9.430/96, conforme determinava a Lei n°. 10.833/03 tendo sofrido apenas alteração de seus percentuais, em razão da Lei n°. 11.051/04 não merece acolhida o entendimento formulado pela Ilustre Relatora, de que a multa só poderia ser aplicada quando houvesse intuito de má fé, em razão de subsistir a hipótese legal do referido inciso 1. Assim, não vislumbro fundamentos para não aplicação da multa isolada, motivo pelo qual NEGO PROVIMENTO AO RECURSO’. Demonstrada a divergência, conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional e passo a análise do mérito. Para melhor compreensão da questão, entendo salutar apresentar breve histórico legislativo sobre a compensação e a imposição de multa. A compensação no direito tributário tem fundamento nos artigos 156, inciso II, 170 e 170A, sendo prevista como modalidade de extinção do crédito tributário, nas condições e sob as garantias que estipular a lei. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 135 14 Sob a égide da Constituição Federal de 1988, foi editada para as compensações federais a Lei n° 8.383/91, que, em seu artigo 66, possibilitava a compensação por parte do contribuinte. Referido dispositivo foi posteriormente alterado pela Lei n° 9.069/95, que autorizou a compensação entre tributos e contribuições da mesma espécie ou o pedido de restituição. Ao final do ano de 1996, foi promulgada a Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que, dentre inúmeras matérias, tratou da sistemática de compensação no âmbito da então Secretaria da Receita Federal, mais especificamente em seus artigos 73 e 74, sendo, no primeiro caso, para a compensação de ofício e, no segundo caso, para a compensação a requerimento do contribuinte. A mencionada Lei veiculou norma que possibilitou a compensação entre quaisquer débitos e créditos, vencidos ou vincendos, desde que administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF, atualmente denominada Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB. De acordo com as normas vigentes à época, a compensação só se concluía após a apresentação de prévio requerimento pelo contribuinte e posterior aceitação pela autoridade fazendária. O Decreto n° 2.138/97 e a Instrução Normativa SRF n° 21/97, alterada pela Instrução Normativa SRF n° 73/97 e Instrução Normativa SRF n° 41/00, regulamentaram as disposições da Lei n° 9.430/96. Com as alterações, ficou vedada a utilização de créditos de terceiros para fins de compensação. Vigia à época a Medida Provisória n° 2.158, de 24.8.2001, que em seu artigo 90 estabelecia a obrigatoriedade do lançamento de ofício sobre as diferenças apuradas em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de compensação indevida ou não comprovada1. A legislação relativa à compensação sofreu novamente alterações, dentre elas, aquelas veiculadas pelas Leis n°s 10.637/02, 10.833/03 e 11.051/04. A Lei n° 10.637/02 alterou o caput do artigo 74 da Lei n° 9.430/96 e alguns dos seus parágrafos, modificando a sistemática da compensação até então existente. Para regulamentar as compensações efetuadas à luz das alterações trazidas pela Lei n° 10.637/02, foi editada a Instrução Normativa n° 210/02, por meio da qual as compensações deveriam ser efetuadas mediante a entrega de declaração de compensação, e não mais por meio da apresentação de pedidos de compensação, seja nos casos de compensação com créditos de mesma espécie, seja nos casos de compensação com créditos de diferentes espécies. O artigo 74 da Lei n° 9.430/96 também foi objeto de alteração pela Lei n° 10.833/03. Com a inserção do §5°, restou expresso que a Administração possui cinco anos para apreciar a compensação efetuada pelo contribuinte. Lembramos, também, que o artigo 74 da Lei n° 9 430/96, com a alteração introduzida pela Lei n° 10.833/03, veicula norma que transforma a declaração de compensação em confissão de dívida, tornando referida declaração instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Por outro lado, no caso de compensação não homologada o mesmo texto legal faz menção à obrigatoriedade de observância do rito normal do processo administrativo fiscal, inclusive com a suspensão da exigibilidade do débito, objeto da compensação, em razão da discussão na via administrativa, nos termos do disposto nos seus Fl. 135DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 136 15 parágrafos 7° a 11. A Lei n° 10.833/03 também inovou ao aumentar o rol das hipóteses em que não é permitida a compensação. Em razão dessas alterações, o artigo 90 da Medida Provisória n° 2.15835/2001 também foi alterado, passando a prever que o lançamento de ofício, nos casos de compensação, deveria se limitar à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseia unicamente nas hipóteses (i) de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, (ii) de o crédito ser de natureza não tributária; ou, (iii) em que ficar caracterizada a prática de sonegação, fraude ou conluio. Com o advento da Lei n° 11.051, de 29 de dezembro de 2004, que também alterou o artigo 74 da Lei n° 9.430/96, criouse uma nova hipótese, qual seja, da compensação ser considerada não declarada. A compensação é considerada não declarada, dentre outras hipóteses, quando o crédito utilizado pelo contribuinte for de terceiro ou for decorrente de decisão judicial não transitada em julgado. Em virtude da edição da Lei n° 11.051/04, o artigo 90 da Medida Provisória n° 2.15835/01 foi novamente alterado, limitando a imposição da multa isolada a, apenas, duas hipóteses: (i) caracterização da prática de sonegação, fraude ou conluio; ou ainda, (ii) para os casos de compensação considerada não declarada. Novamente alterado, agora pela Lei n° 11.488/07, o artigo 90 da Medida Provisória n° 2.15835/01 passou a limitar o lançamento de ofício à imposição de multa isolada nas hipóteses de (i) não homologação da compensação, desde que comprovada a falsidade da declaração (neste caso, a previsão da multa isolada era apenas no percentual de cento e cinquenta por cento, podendo, se for o caso, ser agravada); e (ii) quando a compensação fosse considerada não declarada, mas tão somente se pelos fundamentos descritos no inciso II do §12 do artigo 74 da Lei 9.430/96 (a multa prevista correspondia a setenta e cinco por cento do valor do débito indevidamente compensado, podendo ser qualificada ou agravada, quando fosse o caso). Posteriormente, sobrevieram a Lei n° 11.941/09, que aumentou o rol das hipóteses de compensação não declarada e a Lei n° 12.249/10, cujas disposições estão regulamentadas pela Instrução Normativa n° 900/08 (com alterações das IN's 973/09, 981/09 e 1.067/10), e que trazem a seguinte previsão para as multas, atualmente vigente: Crédito do Fisco Crédito do Contribuinte Não Homologado: percentual dur^c.ado em caso de falsidade Multa de 50% ou 100% (falsidade no pedido, no caso de ressarcimento). Não declarado (§ 12, II, artigo 74 da Lei n 9.430/96): percentual de 75% ou duplicado (falsidade). 50% do crédito objeto de Declaração de Compensação não homologada, se não imputada multa sobre o crédito do fisco. Dado o panorama legislativo, no que tange à compensação não declarada, verificase que esta só é possível de ser assim considerada depois da Lei n° Fl. 136DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 137 16 11.051/04. Noutro giro, as compensações anteriormente apresentadas estavam passíveis apenas de não homologação. De se ressaltar que, no caso concreto, é objeto de recurso apenas as compensações consideradas não homologadas, para as quais foi excluída a multa isolada desde a 1a instância, ou seja, conforme bem esclarecido no acórdão da DRJ, para aquelas apresentadas entre 14/11/2003 e 10/11/2004. Entendeu o acórdão de 1ª instância com relação às compensações não homologadas (fls. 43/44): A nova redação conferida ao § 2° e a inclusão do § 4° ao art. 18 da Lei n° 10.833, de 2003, reforçam o entendimento de que a multa a que se refere o artigo é penalidade nova a ser aplicada no percentual previsto no inciso II do caput ou no § 22 do art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. De conformidade com Despacho Decisório de fls. 177/182 do Anexo I, NÃO FORAM HOMOLOGADAS as DCOMPs apresentadas entre 14/11/2003 e 10/11/2004 e consideradas NÃO DECLARADAS as DCOMPs de n° 36772.37772.301204.1.3.511818 e 00169.83690.310105.1.3.515959. Sendo assim, não há incidência de multa isolada sobre as compensações NÃO HOMOLOGADAS, haja vista a não caracterização das infrações como as previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, de conformidade com a legislação acima citada. No caso de compensação não homologada, como é o presente, para as DCOMP's, entregues entre 14/11/2003 e 10/11/2004, de se ressaltar que a multa isolada, desde que não fosse concomitante com a multa de ofício, estava prevista apenas e desde a Lei n° 10.833/03. Inicialmente, entendi que se era possível a multa de 75% nos casos de utilização de crédito não passível de compensação, este limite de multa deveria ser confrontado com aquela atualmente existente, para efeito de aplicação da retroatividade benigna, e, nessa medida, havia reduzido a multa para 50% (casos de crédito objeto de declaração de compensação não homologada, se não imputada a acusação de falsidade). Ocorre que quando do julgamento, curveime ao entendimento majoritário da Câmara, no sentido de que, para as compensações não homologadas, houve um período, posterior ao lançamento em questão e anterior a este julgamento, em que não havia previsão para imputação de multa isolada. Assim, a aplicação da retroatividade benigna implicaria no cancelamento de multa. Assim, por se tratar de compensação não homologada, e sem a imputação da falsidade de declaração, aplicável a retroatividade benigna conforme a lei que menos penalizou no enodo vigente entre o ato (compensação) e o julgamento. Dessa forma, aplicável a Lei n° 11.488/07, conforme panorama legislativo supra. Pelo exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Especial da d. Procuradoria”. Assim, tomando por base o que foi decidido pela CSRF do CARF entendo que não há que se falar em incidência de multa isolada sobre compensações não homologadas, uma vez que a hipótese de sua incidência em que se fundamenta o lançamento foi afastada do art. 18, caput, da Lei n° 10.833, de 2003, pela Lei n° 11.051, de 2004, porém, curvome a Fl. 137DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA Processo nº 10120.720984/201016 Acórdão n.º 1803002.097 S1TE03 Fl. 138 17 posição consolidada desta 3ª Turma Especial e mantenho a decisão da 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília DF pela cobrança da multa isolada pela compensação não homologada. Por conta da decisão acima onde dei provimento ao recurso voluntário em relação a multa isolada em decorrência da insuficiência de recolhimento das estimativas mensais, deixo de apreciar os pleitos de juros de mora sobre multa de ofício e utilização da taxa Selic nos créditos vencidos. Já em relação ao pleito da Recorrente da incidência de juros de mora sobre multa de ofício e utilização da taxa Selic sobre a multa isolada pela compensação não homologada, esclareço que tais pleitos referemse à inconstitucionalidade das normas levantada pela Recorrente, assim, aplicase a Súmula Carf nº 2, assim redigida: “Súmula Carf nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Diante do exposto, voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário reformando, desta feita, em parte a decisão proferida pela 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília DF para afastar a multa isolada em decorrência da insuficiência de recolhimento das estimativas mensais, mantendose a multa isolada pela compensação não homologada. (Assinado Digitalmente) Sérgio Luiz Bezerra Presta Fl. 138DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 03/0 3/2015 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por CARMEN FERREIRA SARAI VA
score : 1.0
Numero do processo: 10120.011262/2007-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/04/2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE NO ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO.
Restando comprovada a obscuridade no acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõe-se o acolhimento dos embargos de declaração para suprir a mácula apontada, retificando a parte obscura levada a efeito por ocasião do primeiro julgamento, sem, o entanto, provocar alteração no resultado do julgamento.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2401-003.893
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, retificando-se a ementa do Acórdão n.º 2401-003.661, sem alteração no resultado do julgamento.
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Presidente em Exercício
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carlos Henrique de Oliveira e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Ausente a Conselheira Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2004 a 30/04/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE NO ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO. Restando comprovada a obscuridade no acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõe-se o acolhimento dos embargos de declaração para suprir a mácula apontada, retificando a parte obscura levada a efeito por ocasião do primeiro julgamento, sem, o entanto, provocar alteração no resultado do julgamento. Embargos Acolhidos.
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OBSCURIDADE NO ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO. Restando comprovada a obscuridade no acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõese o acolhimento dos embargos de declaração para suprir a mácula apontada, retificando a parte obscura levada a efeito por ocasião do primeiro julgamento, sem, o entanto, provocar alteração no resultado do julgamento. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 01 12 62 /2 00 7- 71 Fl. 1564DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, retificandose a ementa do Acórdão n.º 2401003.661, sem alteração no resultado do julgamento. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Presidente em Exercício Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carlos Henrique de Oliveira e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Ausente a Conselheira Carolina Wanderley Landim. Fl. 1565DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA Processo nº 10120.011262/200771 Acórdão n.º 2401003.893 S2C4T1 Fl. 1.561 3 Relatório Cuidase de Embargos de Declaração, apresentados pela Fazenda Nacional, desafiando o Acórdão n.º 2401003.661– 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, de 09/09/2014. O crédito em questão diz respeito a lançamento para exigência das contribuições não retidas pelo tomador dos serviços prestados mediante cessão de mãode obra. O referido decisum foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2004 a 30/04/2007 GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE PELO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES COM A SEGURIDADE SOCIAL As empresas integrantes de grupo econômico respondem solidariamente pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social COMPROVAÇÃO DE INTERESSE COMUM. IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. PROCEDÊNCIA. Procede a imputação de responsabilidade solidária a empresas, quando resta evidente a existência de interesse comum na situação que configure o fato gerador da obrigação tributária. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES. NÃO COMPROVAÇÃO. Necessária a descrição individualizada dos fatos imputados a cada um dos administradores para a responsabilização solidária prevista no artigo 135, inciso III, do CTN. CESSÃO DE MÃODEOBRA. COLOCAÇÃO DE TRABALHADORES À DISPOSIÇÃO DO CONTRATANTE. NECESSIDADE PERMANENTE, CARACTERIZAÇÃO. A colocação de trabalhadores à disposição do contratante, em suas dependências ou na de terceiros por ele designados, para execução de atividades que se constituam em necessidade permanente do tomador, é suficiente para caracterizar a ocorrência de cessão de mãodeobra, independentemente da comprovação de que os obreiros estivessem subordinados ao contratante. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE QUE A EMPRESA PRESTADORA COLOCAVA TRABALHADORES A SERVIÇO DA TOMADORA NA SEDE DESTA OU EM LOCAL POR ELA INDICADO. DESCARACTERIZAÇÃO DA CESSÃO DE MÃO DEOBRA. INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE RETER Fl. 1566DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA 4 Um dos requisitos essenciais para caracterizar a cessão de mão deobra é que a empresa tomadora coloque trabalhadores a serviço da tomadora em suas dependência ou em local por esta indicado. Na espécie verificase que os serviços eram prestados na sede da própria contratada, não havendo, por esse motivo, a obrigação da contratante de reter a contribuição prevista no art. 31 da Lei n. 8.212/1991. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/04/2007 LANÇAMENTO QUE CONTEMPLA A DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES, A QUANTIFICAÇÃO DA BASE TRIBUTÁVEL E OS FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA OU DE FALTA DE MOTIVAÇÃO. NULIDADE AFASTADA. O fisco, ao narrar os fatos geradores e as circunstâncias de sua ocorrência, a base tributável e a fundamentação legal do lançamento, fornece ao sujeito passivo todos os elementos necessários ao exercício da ampla defesa, não havendo o que se falar em prejuízo ao direito de defesa ou falta de motivação do ato, que pudessem conduzir à nulidade da lavratura, mormente quando os termos da impugnação/recurso permitem concluir que houve a prefeita compreensão do lançamento pelo autuado. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 30/04/2007 CONTRIBUIÇÕES PARA A SEGURIDADE SOCIAL.PRAZO DECADENCIAL. O prazo para constituição de crédito relativo às contribuições para a Seguridade Social segue a sistemática do Código Tributário Nacional, que é, em regra, de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário Provido. (GRIFEI) A embargante afirma que houve obscuridade no decisório do CARF, na parte da ementa que foi sublinhada. Afirmou a PFN: "Daí, temos a OBSCURIDADE no trecho grifado acima, pois há a menção duas vezes a “empresa tomadora”. Da forma como está redigido é como se a empresa tomadora colocasse trabalhadores a serviço dela mesmo." É o relatório. Fl. 1567DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA Processo nº 10120.011262/200771 Acórdão n.º 2401003.893 S2C4T1 Fl. 1.562 5 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade Os embargos atendem aos pressupostos de admissibilidade, eis que a legitimidade e a tempestividade encontramse em consonância com o § 1.º do art. 65 do Anexo II da Portaria MF n.º 256/2009, com alterações da Portaria MF n.º 586/2010 Regimento Interno do CARF. Merecem, portanto, conhecimento os aclaratórios. Da obscuridade De fato observo que a redação da ementa foi obscura quando tentou reproduzir o julgamento da questão relativa à não incidência da retenção de 11% prevista do art. 31 da Lei n. 8.212/1991, na redação dada pela Lei n. 9.711/1998, sobre as notas fiscais de serviço que deram ensejo ao lançamento. Pelo texto constante da ementa acima transcrito e sublinhado dá entender que ocorre cessão de mãodeobra quando a empresa tomadora coloca trabalhadores à disposição dela própria, quando o correto é a colocação de trabalhadores pela prestadora a serviço da tomadora. Assim para se sanear a mácula presente na ementa do Acórdão n.º 2401 003.661: onde se lê FALTA DE COMPROVAÇÃO DE QUE A EMPRESA PRESTADORA COLOCAVA TRABALHADORES A SERVIÇO DA TOMADORA NA SEDE DESTA OU EM LOCAL POR ELA INDICADO. DESCARACTERIZAÇÃO DA CESSÃO DE MÃO DEOBRA. INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE RETER Um dos requisitos essenciais para caracterizar a cessão de mão deobra é que a empresa tomadora coloque trabalhadores a serviço da tomadora em suas dependência ou em local por esta indicado. Na espécie verificase que os serviços eram prestados na sede da própria contratada, não havendo, por esse motivo, a obrigação da contratante de reter a contribuição prevista no art. 31 da Lei n. 8.212/1991. leiase: FALTA DE COMPROVAÇÃO DE QUE A EMPRESA PRESTADORA COLOCAVA TRABALHADORES A SERVIÇO DA TOMADORA NA SEDE DESTA OU EM LOCAL POR ELA Fl. 1568DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA 6 INDICADO. DESCARACTERIZAÇÃO DA CESSÃO DE MÃO DEOBRA. INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE RETER Um dos requisitos essenciais para caracterizar a cessão de mão deobra é que a empresa prestadora coloque trabalhadores a serviço da tomadora em suas dependência ou em local por esta indicado. Na espécie verificase que os serviços eram prestados na sede da própria contratada, não havendo, por esse motivo, a obrigação da contratante de reter a contribuição prevista no art. 31 da Lei n. 8.212/1991. Assim, com essa retificação restam acolhidos na íntegra os embargos da PFN. Conclusão Voto por acolher os embargos de declaração, retificandose a ementa do Acórdão embargado nos termos acima enunciados, todavia, sem alteração no resultado do julgamento. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 1569DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/02 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por ELAINE CRISTINA MONTEIR O E SILVA VIEIRA
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Numero do processo: 15586.000739/2010-35
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007
PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. BASE DE CÁLCULO. TERCEIROS.
A contribuição previdenciária destinada à Terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC, SEBRAE, e SEST / SENAT ), tem as mesmas bases de cálculo das obrigações principais de responsabilidade da empresa. Neste sentido , se obrigado a estas , pelo vínculo, obrigado àquelas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2403-002.678
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso
CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI - Presidente.
Ivacir Júlio de Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Carlos Alberto Mees Stringari , Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. BASE DE CÁLCULO. TERCEIROS. A contribuição previdenciária destinada à Terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC, SEBRAE, e SEST / SENAT ), tem as mesmas bases de cálculo das obrigações principais de responsabilidade da empresa. Neste sentido , se obrigado a estas , pelo vínculo, obrigado àquelas. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI - Presidente. Ivacir Júlio de Souza - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Carlos Alberto Mees Stringari , Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues.
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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. BASE DE CÁLCULO. TERCEIROS. A contribuição previdenciária destinada à Terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC, SEBRAE, e SEST / SENAT ), tem as mesmas bases de cálculo das obrigações principais de responsabilidade da empresa. Neste sentido , se obrigado a estas , pelo vínculo, obrigado àquelas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Presidente. Ivacir Júlio de Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Carlos Alberto Mees Stringari , Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 07 39 /2 01 0- 35 Fl. 213DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Relatório Na forma do Relatório Fiscal de fls.32, tratase de crédito lançado pela fiscalização referente a contribuições devidas à Seguridade Social correspondente à parte de Terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC, SEBRAE, e SEST / SENAT ) no período 01/2006 a 12/2007. Constituem os fatos geradores as remunerações pagas pela empresa autuada aos segurados empregados ( planilha anexada), assim como os serviços de fretes realizados pelo sr. Francisco Fagundes do Nascimento, não declarados em GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social que constituíram, os seguintes Levantamentos: FP 1 Folha de Pagamento; e TE 1 Transporte de Estudantes. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada a empresa apresentou impugnação de fls. 54 onde em apertada síntese alegou que: O auto de Infração não obedece os requisitos formais; e que se a descrição fática não delineia adequadamente o Auto de Infração , nulo estará o mesmo. DA APENSAÇÃO O presente foi juntado por apensação ao processo principal de n°15586.000733/201068 . DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A 11ª Turma da Delegacia da Receito Federal de Julgamento no Rio de Janeiro 1 ( RJ) DRJ/ RJ 1, em 17 de março de 2001, exarou Acórdão de n°1236.185, fls.97, negando provimento. DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Irresignada a Recorrente interpôs Recurso Voluntário às. Fls.257, onde reitera as alegações que fizera em sede de impugnação. É o Relatório. Fl. 214DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15586.000739/201035 Acórdão n.º 1101002.678 S1C1T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Ivacir Júlio de Souza DA TEMPESTIVIDADE O recurso é tempestivo. Aduz que reúne os pressuposto de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO. DAS CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA E DAS BASE DE CÁLCULO. DE TERCEIROS. A contribuição previdenciária destinada à Terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC, SEBRAE, e SEST / SENAT ), tem as mesmas bases de cálculo das obrigações principais de responsabilidade da empresa. Neste sentido , se obrigado a estas , pelo vínculo, obrigado àquelas. Juntado por apensação ao processo principal de n°15586.000733/201068, uma vez derivado e vinculado por conexão àquele, a decisão do julgamento daquele aproveita este. Apreciado nesta mesma sessão de julgamento, o Recurso Voluntário interposto para o sobredito processo principal logrou provimento parcial com atenuação da multa.Entretanto, no presente, a multa aplicada observou o Princípio da Retroatividade Benígna cabendo ajustar a conclusão ao caso concreto. CONCLUSÃO De tudo que foi exposto, conheço do recurso, para NO MÉRITO, NEGAR LHE PROVIMENTO É como voto. Ivacir Júlio de Souza – Relator. Fl. 215DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 Fl. 216DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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