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Numero do processo: 10880.936403/2009-21
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Oct 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Nov 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008
IPI. DIREITO CREDITÓRIO. CERTEZA E LIQUIDEZ.
A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito.
RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INSUFICIENTE.
Estando o valor do direito creditório disponível para compensação na data da transmissão do PER/DCOMP corretamente demonstrado nos anexos ao despacho decisório e, posteriormente explicitado, de forma inclusive didática, no voto condutor do acórdão recorrido; e, constatado que os documentos acostados ao recurso voluntário são exatamente aqueles em que fundamentou a autoridade fiscal que concluiu pela existência apenas parcial de saldo credor de IPI informado pelo contribuinte, bem assim os juntados na manifestação de inconformidade, não há como prevalecer a pretensão recursal quanto a existência de saldo credor de IPI suficiente para compensar os débitos declarados a título de PIS/Pasep e/ou Cofins.
Numero da decisão: 3001-000.030
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 IPI. DIREITO CREDITÓRIO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INSUFICIENTE. Estando o valor do direito creditório disponível para compensação na data da transmissão do PER/DCOMP corretamente demonstrado nos anexos ao despacho decisório e, posteriormente explicitado, de forma inclusive didática, no voto condutor do acórdão recorrido; e, constatado que os documentos acostados ao recurso voluntário são exatamente aqueles em que fundamentou a autoridade fiscal que concluiu pela existência apenas parcial de saldo credor de IPI informado pelo contribuinte, bem assim os juntados na manifestação de inconformidade, não há como prevalecer a pretensão recursal quanto a existência de saldo credor de IPI suficiente para compensar os débitos declarados a título de PIS/Pasep e/ou Cofins. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 64 03 /2 00 9- 21 Fl. 223DF CARF MF 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário (fls. 109 a 221) interposto contra o Acórdão 1140.630, da 6ª Turma Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife/PE DRJ/REC (fls. 101 a 106), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo recorrente (fls. 49 a 54), mantendo, por conseguinte, a decisão exarada pela autoridade administrativa na repartição de origem. Do Pedido de Ressarcimento O requerente, por meio dos "Pedido de Ressarcimento ou Restituição / Declaração de Compensação" PER/DCOMP 30382.01631.191108.1.3.019490, transmitido em 20.10.2008, e o PER/DCOMP 26453.16454.201008.1.3.016206, transmitido em 20.10.2008, solicitou o ressarcimento do IPI, referente ao 1º trimestrecalendário do ano de 2008, para compensar com o PIS Não Cumulativo e a COFINS Não cumulativa, referente ao período de apuração de 10/2008, com vencimento em 19.11.2008 (fls. 10 a 47). Do Despacho Decisório Em face do referido pedido, foi exarado o despacho decisório Número de Rastreamento 850214898 (fls. 02 a 06): (...) 3FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL Analisadas as informações prestadas no PER/DCOMP e período de apuração acima identificados, constatouse o seguinte: Valor do credito solicitado/utilizado: R$ 6.963,83 Valor do crédito reconhecido: R$ 575,55 0 valor do crédito reconhecido foi inferior ao solicitado/utilizado em razão do(s) seguinte(s) motivo(s): Constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é Inferior ao valor pleiteado. Utilização integral ou parcial, na escrita fiscal, do saldo credor passível de ressarcimento do trimestre em períodos subseqüentes, até a data da apresentação do PER/DCOMP. O crédito reconhecido foi Insuficiente para compensar integralmente os débitos Informados pelo sujeito passivo, razão pela qual: HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP 30382.01631.191108.1.3.019490 Não há valor a ser restituído/ressarcido para o(s) pedido(s) de restituição/ressarcimento apresentado(s) no(s) PER/DCOMP: 36170.63409.191008.1.5.013443 Fl. 224DF CARF MF Processo nº 10880.936403/200921 Acórdão n.º 3001000.030 S3C0T1 Fl. 224 3 Valor devedor consolidado correspondente aos débitos indevidamente compensados, para pagamento até 30/10/2009. PRINCIPAL MULTA JUROS 6.388,28 1.277,65 609,43 Para informações complementares da análise de crédito, identificação dos PER/DCOMP objeto da análise, detalhamento da compensação efetuada, verificação de valores devedores e emissão de DARF, consultar www.receita.fazenda.gov.br , opção Empresa ou Cidadão, Todos os Serviços, assunto "Restituição...Compensação", Item PER/DCOMP, Despacho Decisório. Enquadramento Legal: Art. 11 da Lei nº 9.779/99; art. 164, inciso I, do Decreto nº 4.544/2002 (RIPI). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (...) Da Manifestação de Inconformidade Diante da decisão supra, o contribuinte apresentou, em 04.12.2009, manifestação de inconformidade para aduzir, em apertada síntese, que o valor do crédito acumulado no trimestrecalendário em questão é suficiente para atender à compensação declarada e, por conseguinte, para autorizar a homologação pelo órgão fazendário (RFB). Junta os seguintes documentos (fls. 55 a 98): (1) alteração e consolidação contratual da sociedade; (2) instrumento de procuração outorgada pelo sócio da sociedade; (3) cédula de identidade de estrangeiro do sócio da sociedade; (4) identidade do procurador; despacho decisório; (5) pedido de ressarcimento; (6) declaração de compensação; e (7) registro de apuração de IPI. Por considerar que existe o crédito no montante informado, invoca a improcedência do indeferimento de seu pleito, razão pela qual requereu a homologação da compensação declarada em PER/DCOMP. Da Decisão de 1ª Instância Sobreveio a decisão contida no voto condutor do acórdão vergastado, exarado pela 6ª Turma da DRJ/REC, da Sessão realizada de 24 de abril de 2013, que por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, mantendo a decisão proferida pela autoridade administrativa na repartição de origem, cuja ementa transcrevo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INSUFICIENTE. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. O valor do direito creditório disponível para compensação na data da transmissão do PER/DCOMP em foco foi corretamente Fl. 225DF CARF MF 4 demonstrado nos anexos ao despacho decisório. A alegação de que o saldo credor referenciado seria superior ao valor reconhecido pela RFB não pode ser sustentada pelo teor da manifestação de inconformidade e documentos anexos. Mantém se a decisão exarada pela repartição fiscal de origem. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do Recurso Voluntário Irresignado ainda com o feito, o requerente interpôs recurso voluntário, que veio a reprisar, em suma, os mesmos argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Os trechos a seguir transcritos confirmam essa identidade, vejamos: (...) Trata o caso em tela da hipótese de créditos escriturais de IPI relativos a aquisição de matériasprimas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados diretamente com o produto final comprovados através dos documentos anexos (Registro de Apuração do IPI) relativo ao período apurado do crédito compensado. Apesar do constante no despacho decisório referente ao presente processo, verificase dos documentos anexados (Registro de Apuração de IPI) demonstram haver créditos acumulados suficientes para fazer frente aos débitos compensados. Os créditos estão registrados no livro de apuração do IPI conforme se verifica dos documentos juntados. (LIVRO_REGISTRO_APURACAO_IPI) No entanto, a autoridade administrativa fiscal constatou que, até a data da apresentação do PER/DCOMP em tela, a interessada já utilizara parcialmente, o saldo credor passível de ressarcimento relativo ao trimestre especificado no PER/DCOMP, utilizandoo para quitar outros débitos em períodos mensais subseqüentes ao trimestre referenciado no PER/DCOMP. Assim, o Despacho Decisório recorrido apontou o crédito remanescente reconhecido em valor insuficiente para compensar integralmente os débitos declarados e, por isso, foi homologada apenas parcialmente a compensação declarada no PER/DCOMP. A razão não merece acolhimento à alegação supra. (...) O valor passível de ressarcimento no trimestrecalendário em tela foi gerado após abatimento dos débitos do IPI mensal e suficiente para compensar devidamente, os débitos das Contribuições Sociais do PIS e da COFINS até a data de transmissão do PER/DCOMP como se comprovará a seguir. (...) Em relação ao apontamento feito pelo Ilustre Agente Fiscal de Rendas que, a utilização se daria também por transmissão de outras compensações via PER/DCOMP em meses posterior a data efetivada da primeira compensação, não deve prosperar, Fl. 226DF CARF MF Processo nº 10880.936403/200921 Acórdão n.º 3001000.030 S3C0T1 Fl. 225 5 haja vista a documentação digital comprobatória juntada que demonstra claramente que a recorrente somente efetivou compensação até o mês 11/2008 nada mais do que isto!! Arquivo magnético (DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA) (...) Não obstante, a fim de se comprovar que o saldo credor passível de ressarcimento apurado no primeiro trimestre de 2008 não foi utilizado na escrituração fiscal e tão pouco em outros PER/DCOMP, mas devidamente estornado (folhas de número 46 e 50 do LRAIPI) nos meses de 10/08 e 11/08 o montante de R$ 78.647,67, solicitado na data de transmissão. (...) A empresa contribuinte apurou saldo credor de IPI acumulado no trimestre calendário conforme artigo 11 da Lei 9.779/99 e IN SRF 33/99. (...) Assim, no presente caso houve total obediência à regras da lei n. 9.779/99 e à Instrução Normativa 33/99 eis que os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) havidos no trimestre calendário e que foram escriturados na forma da legislação específica e que diante disto foram utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos fiscais compensados em PER/DCOMP. Apenas para frisar, como pode ser verificado do Registro de Apuração de IPI anexo, ao final do trimestrecalendário, foram verificados créditos do IPI passíveis de ressarcimento, assim, requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento mediante utilização do "Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI" anexo e utilizouos para compensação de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Os créditos estão registrados no livro de apuração do IPI conforme se verifica dos documentos juntados. (LIVRO_REGISTRO_APURACAO_IPI) (...) III. DO PEDIDO À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do indeferimento de seu pleito, requer que seja acolhida o presente recurso voluntário com a homologação da compensação declarada em PER/DCOMP diante da existência de crédito. DOCUMENTOS JUNTADOS 1. DOCUMENTAÇÃO COMPROBATÓRIA 2. LIVRO_REGISTRO_APURACAO_IPI Fl. 227DF CARF MF 6 3. PEDIDO RESTITUICAO RESSARCIMENTO 001 4. PEDIDO RESTITUICAO RESSARCIMENTO 002 Relativamente ao "Livro Registro de Apuração do IPI Modelo P8", foram juntados os registros de apuração referentes aos meses de abril de 2006 a dezembro de 2008. Quanto aos Recibos de Entrega das Declarações de Compensação DComp, foram juntadas a (1) Declaração 29906.25423.201008.1.3.016730, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de PIS/PASEP, no valor de R$ 6.127,34 (transmitida em 20.10.2008); (2) Declaração 4062.81245.201008.1.3.014018, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de PIS/Pasep e Cofins, no valor de R$ 7.436,32 (transmitida em 20.10.2008); (3) Declaração 16309.44189.201008.1.3.011581, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 6.297,66 (transmitida em 20.10.2008); (4) Declaração 0953.36888.201008.1.3.012055, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 5.773,61 (transmitida em 20.10.2008); (5) Declaração 2424.37807.201008.1.3.014403, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 5.109,02 (transmitida em 20.10.2008); (6) Declaração 13546.42469.201008.1.3.014828, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 7.899,30 (transmitida em 20.10.2008); (7) Declaração 22095.33340.201008.1.3.010740, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 5.535,00 (transmitida em 20.10.2008); (8) Declaração 26453.16454.201008.1.3.016206, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 507,35 (transmitida em 20.10.2008); (9) Declaração 30382.01631.191108.1.3.01 9490, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de PIS/Pasep e Cofins, no valor de R$ 6.456.48 (transmitida em data não legível); (10) Declaração 00922.87519.191108.1.3.012145, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 12.735,48 (transmitida em 19.11.2008); e (11) Declaração 07128.75878.191108.1.3.019676, que trata do ressarcimento do crédito de IPI, utilizado para compensar o débito de Cofins, no valor de R$ 14.590,11 (transmitida em 19.11.2008). Em relação aos Recibos de Entrega dos Pedidos de Ressarcimento PER, foram juntados o (1) Pedido 40793.65653.181008.1.1.010177, retificado pelo Pedido 02087.88403.191008.1.5.012729, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 7.436,32 (transmitido em 19.10.2008); (2) Pedido 14101.10637.181008.1.1.016573, retificado pelo Pedido 01015.60880.191008.1.5.014520, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 6.297,66 (transmitido em 19.10.2008); (3) Pedido 31610.50773.181008.1.1.015430, retificado pelo Pedido 07594.62437.191008.1.5.017247, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 5.773,61 (transmitido em 19.10.2008); (4) Pedido 28558.73480.181008.1.1.012411, retificado pelo Pedido 09663.67026.191008.1.5.010729, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 5.109,02 (transmitido em 19.10.2008); (5) Pedido 42631.47982.181008.1.1.01 5240, retificado pelo Pedido 04878.82484.191008.1.5.018809, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 7.899,30 (transmitido em 19.10.2008); (6) Pedido 29431.70429.181008.1.1.011607, retificado pelo Pedido 25281.11300.191008.1.5.012741, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 5.535,00 (transmitido em 19.10.2008); (7) Pedido 30183.98453.181008.1.1.016717, retificado pelo Pedido 36170.63409.191008.1.5.01 3443, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 6.963,83 (transmitido em 19.10.2008); (8) Pedido 11173.65519.181008.1.1.013415, retificado pelo Pedido 01285.25079.191008.1.5.011313, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 12.735,48 (transmitido em 19.10.2008); e (9) Pedido 1585.03017.181008.1.1.014039, retificado pelo Fl. 228DF CARF MF Processo nº 10880.936403/200921 Acórdão n.º 3001000.030 S3C0T1 Fl. 226 7 Pedido 39262.71941.191008.1.5.013723, que trata do ressarcimento de IPI no valor de R$ 14.590,11 (transmitido em 19.10.2008). É o relatório. Voto Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da Admissibilidade O recurso voluntário, conforme se depreende do carimbo aposto na petição em análise, foi protocolado na CAC/Paulista, em 20.06.2013 (quintafeira). A ciência da decisão de 1º (primeiro) grau, conforme carimbo aposto no Aviso de Recebimento "AR" CDD Veleiro São Paulo SPM (fl. 108), ocorreu em 27.05.2013 (segundafeira). Portanto, nos termos do artigo 73 do Decreto 7.574 de 29.09.2011, combinado com o artigo 33 do Decreto 70.235 de 06.03.1972, é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade previstos na legislação; de modo que conheço da peça recursal. Prolegômeno O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelos parágrafos 1º e 2º do artigo 47 do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09.06.2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3001000.033 de 27 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10880.940320/200936, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3001000.033): "Do Mérito Em face da manutenção integral dos fundamentos do despacho decisório, efetuada pela 6ª Turma da DRJREC, quando da prolação do acórdão recorrido, o litígio posto à apreciação desta Turma de Julgamento, restringese em se determinar se os elementos de prova coligidos aos autos, com a apresentação do recurso voluntário, são hábeis e suficientes para infirmar a conclusão contida no voto condutor do acórdão vergastado, que referendou a decisão exarada pela autoridade administrativa na repartição de origem, ocasião em que homologou parcialmente a compensação declarada através do PER/DCOMP especificado, e com isto, reconhecer o direito creditório alegado pelo recorrente, confirmando a existência do saldo credor de IPI requerido, com relação ao trimestre/ano indicado no PER/DCOMP, utilizado para quitar débitos de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. É inconteste que a presente contenda não se refere a uma possível discussão sobre a natureza do crédito de IPI, relativo a aquisição de matériasprimas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados ao produto final. Fl. 229DF CARF MF 8 Da mesma forma, não está se discutindo se o recorrente apurou saldo credor de IPI em desconformidade com a legislação de regência aplicável ao caso sob exame, notadamente as gravadas no artigo 11 da Lei 9.779 de 19.01.1999 e IN/SRF 33 de 04.03.1999. Posto que em nenhum momento discutiuse o direito ao aproveitamento de saldo credor de IPI, que resultou de aquisições de matériaprima, materiais intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização. A celeuma está em saber se, com as informações disponíveis nos sistemas de controle da RFB, complementadas com a documentação apresentada pelo recorrente, o saldo credor do IPI, referente ao trimestre informado, é no montante indicado no PER/DCOMP transmitido na data da compensação pretendida ou se parte deste saldo já fora utilizado na compensação de outros débitos, por meio de outros PER/DCOMP, em meses subseqüentes ao trimestre em que foi apurado o saldo credor considerado. Já se viu que a documentação coligida aos autos neste momento processual é a mesma que havia sido apresentada nas fases inquisitorial e recursal antecedentes. Neste sentido, valhome da instrutiva análise contida no voto condutor do acórdão recorrido, o qual, desde já peço licença para reproduzir alguns trechos, para evidenciar que a interpretação dada pelo recorrente, quanto ao suposto saldo credor não se sustenta, vejamos o que importa destacar: (...) O despacho decisório recorrido e seus anexos explicitam a conclusão obtida a partir da análise fiscal procedida. Explicita se naqueles anexos ao despacho decisório, que o valor do remanescente saldo credor referenciado ao trimestre especificado no PER/DCOMP, efetivamente disponível para ressarcimento ou compensação é em valor inferior ao pretendido, identificando ambos os valores. Ao contrário do que alega a d. manifestante, a razão para a conclusão da autoridade fiscal foi devidamente explicitada nos anexos ao despacho decisório, tudo cientificado à interessada. Os anexos ao despacho decisório se formam a partir de um extrato do “Sistema de Controle de Créditos (SCC) PER/DCOMP Despacho Decisório Análise de Crédito”, o qual foi desdobrado nos seguintes quatro (04) demonstrativos: (1º) Demonstrativo de Créditos e Débitos (Ressarcimento de IPI), (...); (2º) Demonstrativo de Apuração do Saldo Credor Ressarcível, (...); (3º) Demonstrativo de Apuração após o período do ressarcimento. (...) (4º) Demonstrativo do Crédito Reconhecido para cada PER/DCOMP (...). No caso concreto, foi plenamente garantido o exercício do contraditório e da ampla defesa. Ademais, os fundamentos utilizados pela fiscalização, que serviram de base ao despacho decisório recorrido, foram devidamente cientificados ao Fl. 230DF CARF MF Processo nº 10880.936403/200921 Acórdão n.º 3001000.030 S3C0T1 Fl. 227 9 contribuinte, conforme documentos anexos, e estão consoantes com o entendimento oficial. No entanto, a interessada, ora manifestante, apesar de alegar possuir crédito suficiente para a compensação pretendida, não foi capaz de contraditar a informação fiscal de que houve compensação de outros débitos, atestados em outros PER/DCOMP relacionados no terceiro demonstrativo dentre os anexados ao despacho decisório, fatos que determinaram a redução do saldo credor ressarcível referente ao trimestre referenciado no PER/DCOMP. (...) O despacho decisório, cuja conclusão foi corroborada pelo voto condutor do acórdão recorrido, teve como fundamento as informações prestadas pela própria empresa. Com referência ao crédito e compensação já parcialmente negados, não há mais espontaneidade da empresa, o que não dispensa a apresentação das declarações com as informações que entende corretas. A manifestação de inconformidade (primeiro) e o recurso voluntário (por fim) era a oportunidade para a empresa fornecer a devida comprovação do direito creditório e/ou do erro em que se fundou a declaração transmitida. O artigo 170 do CTN (Lei 5.172 de 25.10.1966) fixa pressuposto nuclear a ser atendido pelo contribuinte a fim de que possa ser corroborada a compensação pela Fazenda Nacional: que seus créditos estejam revestidos de liquidez e certeza. As alegações devem ser comprovadas com documentos hábeis e suficientes, nos termos dos artigos 15 e 16 do Decreto 70.235 de 06.03.1972 (aplicável tanto a impugnação e a manifestação de inconformidade, quanto a recurso, por força dos §§ 9º a 11 do artigo 74 da Lei 9.430 de 27.12.1996), cabendo ao interessado apresentar as provas necessárias para confirmar sua defesa: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/93). Para o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional, nos termos em que pretendido pelo interessado, necessário que demonstrasse que sua escrita contábilfiscal infirmasse a conclusão contida no acórdão recorrido, na medida em que não representasse a expressão a verdade. No entanto, no presente processo, nenhuma prova nova, Fl. 231DF CARF MF 10 que comprovasse o montante do saldo credor de IPI, para fins do ressarcimento pretendido, foi apresentada. Noutros termos, a documentação acostada ao presente recurso é a mesma que instruiu a declaração transmitida eletronicamente e a manifestação de inconformidade, qual seja o "LIVRO REGISTRO DE APURAÇÃO DO IPI MODELO P8", cujos registros não contradizem as informações contidas no “Sistema de Controle de Créditos (SCC) PER/DCOMP Despacho Decisório Análise de Crédito”. Não se pode acolher a argumentação de que o saldo credor de IPI requerido, com relação ao trimestre/ano indicado no PER/DCOMP, foi suficiente para quitar débitos de tributos administrados pela RFB, conforme pretende o interessado. Não é possível reconhecer o direito se o contribuinte não traz documentação fidedigna apta a provar o direito alegado, pois é ônus exclusivo deste, provar o que alega, nos termos do artigo 373, do Código de Processo Civil CPC/2015 (Lei 13.105 de 16.03.2015.), abaixo transcrito: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I recair sobre direito indisponível da parte; II tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. Quanto à decisão recorrida, só seria cabível a sua reforma em julgamento com a comprovação taxativa e incontestável do erro em que se fundou a declaração original e do indébito apurado, o que, como exaustivamente evidenciado, não é o caso dos presentes autos. Da Conclusão Por todo o exposto, conheço do recurso voluntário e negolhe provimento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos parágrafos 1º e 2º do artigo 47 do Anexo II do RICARF (Portaria MF 343 de 09.06.2015), nego provimento ao recurso voluntário. Fl. 232DF CARF MF Processo nº 10880.936403/200921 Acórdão n.º 3001000.030 S3C0T1 Fl. 228 11 (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 233DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10073.900223/2006-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. POSSÍVEIS EFEITOS INFRINGENTES. VISTA À PARTE CONTRÁRIA. PORTARIA MF Nº 343/15. RICARF/15. AUSÊNCIA DE PREVISÃO REGIMENTAL.
Desnecessária a abertura de vista à parte contrária, no caso de possíveis efeitos infringentes, em recursos de embargos de declaração, por ausência de previsão regimental, no RICARF/15 (Portaria MF nº 343/15).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO E OMISSÃO INEXISTENTES NO ACÓRDÃO EMBARGADO. TENTATIVA DE REDISCUSSÕES DE MATÉRIAS JÁ DECIDIDAS PELO COLEGIADO. IMPOSSIBILIDADE.
Embargos de declaração não servem para rediscutir matérias já decididas pelo Colegiado.
Numero da decisão: 3401-003.974
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, após afastamento, por maioria, da preliminar suscitada pelo relator, e acompanhada pelo Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, no sentido de abrir vista dos autos à parte contrária, em rejeitar os embargos, por unanimidade de votos, não tendo sido detectada omissão, mas meramente tentativa de rediscussão da matéria apreciada pelo colegiado. Designado para redigir o voto vencedor, em relação à preliminar, o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida.
Rosaldo Trevisan- Presidente.
André Henrique Lemos - Relator.
Fenelon Moscoso de Almeida - Redator designado.
EDITADO EM: 23/10/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Machado Guerra e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ANDRE HENRIQUE LEMOS
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. POSSÍVEIS EFEITOS INFRINGENTES. VISTA À PARTE CONTRÁRIA. PORTARIA MF Nº 343/15. RICARF/15. AUSÊNCIA DE PREVISÃO REGIMENTAL. Desnecessária a abertura de vista à parte contrária, no caso de possíveis efeitos infringentes, em recursos de embargos de declaração, por ausência de previsão regimental, no RICARF/15 (Portaria MF nº 343/15). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO E OMISSÃO INEXISTENTES NO ACÓRDÃO EMBARGADO. TENTATIVA DE REDISCUSSÕES DE MATÉRIAS JÁ DECIDIDAS PELO COLEGIADO. IMPOSSIBILIDADE. Embargos de declaração não servem para rediscutir matérias já decididas pelo Colegiado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, após afastamento, por maioria, da preliminar suscitada pelo relator, e acompanhada pelo Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, no sentido de abrir vista dos autos à parte contrária, em rejeitar os embargos, por unanimidade de votos, não tendo sido detectada omissão, mas meramente tentativa de rediscussão da matéria apreciada pelo colegiado. Designado para redigir o voto vencedor, em relação à preliminar, o Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida. Rosaldo Trevisan Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 3. 90 02 23 /2 00 6- 72 Fl. 466DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 467 2 André Henrique Lemos Relator. Fenelon Moscoso de Almeida Redator designado. EDITADO EM: 23/10/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Machado Guerra e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional sobre acórdão deste Colegiado, no qual, por unanimidade de votos, deuse provimento ao recurso voluntário do contribuinte, reconhecendose a ocorrência de homologação tácita das compensações feitas em DCOMP, nos termos do § 5° do art. 74 da Lei 9.430/996, julgandose ainda, prejudicada a análise do mérito do pedido de ressarcimento dos créditos utilizados pelo contribuinte. Alega a Embargante que o r. acórdão incorreu em contradição e omissão, sob os seguintes fundamentos: 1) O disposto no art. 74, § 5º, da Lei 9.430/96, alterada pela MP nº 135, de 30/10/2003, convertida na Lei nº 10.833/2003, somente tem vigência em relação aos pedidos de compensação apresentados a partir de 30/10/2003. No caso concreto o embargado apresentou pedidos de compensação antes da vigência do dispositivo legal citado, não cabendo aplicar o prazo de 5 (cinco) anos para homologação tácita. 2) O disposto no art. 74, § 12, inciso II, alínea “a”, da Lei 9.430/96 considera não declarada a compensação quando de créditos de terceiros, situação que ocorre nos presentes autos, motivo pelo qual entende não ser aplicável a homologação tácita. Os declaratórios foram admitidos, determinandose o seu processamento. É o relatório. Voto Conselheiro André Henrique Lemos Fl. 467DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 468 3 Em 13/11/2006, a contribuinte ingressou com pedido de ressarcimento de créditos de IPI e em virtude de ter encerrado suas atividades (fl. 01), sendo o feito por meio de Declaração de Compensação DCOMP, em 15/09/2003 (fl. 12), referente ao 4o trimestre de 2002 (fl. 13) com débitos do PIS e da COFINS (fls. 3839, 41, 4445, 47, 51). A Seção de Orientação e Análise Tributária SAORT de Volta Redonda/RJ solicitou diligência para verificar a escrituração contábil e fiscal da empresa, o que fora feito por meio do relatório fiscal da DRF (fls. 158159), mencionando que o contribuinte não fez prova completa para obtenção dos ressarcimentos pleiteados, sendo que às fls. 163164, o representante legal da contribuinte, voltouse contra a referida decisão. Às fls. 165167, sobreveio despacho decisório da SAORT, dizendo que a escrituração estava em desacordo com a legislação, vez que o Livro Registro de Apuração do IPI, contém inúmeras rasuras, emendas e escritos a lápis, não sendo reconhecido o crédito pleiteado, e por corolário, não homologada a compensação. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 192198), defendendo a existência do crédito, o cumprimento das formalidades intrínsecas e extrínsecas, pedindo o reconhecimento do direito creditório e a homologação das compensações declaradas. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela DRJ de Juiz de Fora (fls. 297299), a qual não reconheceu o direito creditório, dizendo que a saída com suspensão do IPI, bem como a manutenção e utilização dos créditos previstos no art. 29 e parágrafos da Lei 10.637/2002, destinamse, tãosomente, aos estabelecimento industriais, não alcançando os equiparados. Desta decisão, o contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 311313), dizendo que a autoridade julgadora inovou em sua decisão, recaindo em nulidade. No mais, repisou seus argumentos, e ainda defendeu que o crédito existe, pois foi constituído e pleiteado oportunamente, já o débito não fora constituído e tampouco exigido. Este E. Tribunal deu provimento ao recurso voluntário, entendendo que a inovação de fundamentos cerceia o direito de defesa da parte e indicariam o necessário retorno dos autos à unidade de origem para nova decisão, porém, reconhecida a nulidade desta decisão, a superveniente ocorrência de homologação tácita das compensações, nos termos do § 5º do art. 74 da Lei 9.430/96, o que prejudica a análise do mérito do pedido de ressarcimento dos crédito utilizados pela Recorrente (fls. 328333). Irresignada com a r. decisão, opôs a Fazenda Nacional, embargos de declaração, apontando que houve contradição e omissão no acórdão, articulando: 1) os pedidos de compensação somente tem vigência a partir de 30/10/2003, vez que o §5º, do artigo 74 da Lei 9.430/96, fora introduzido pela Lei 10.833/2003, não sendo possível no caso concreto, vez que o contribuinte os apresentou antes da vigência do referido dispositivo legal e; 2) não é possível ser aplicada a homologação tácita, referente a créditos de terceiros, originado de casos de compensação não declarada, de acordo com o art. 74, §12, inciso II, alínea "a", da Lei 9.430/96. Fl. 468DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 469 4 Antes de adentrar no mérito dos embargos de declaração, entendo seja obrigatório que este Colegiado aprecie uma prejudicial de mérito, qual seja, a necessidade de se intimar a parte contrária em sede de embargos declaração, quando estes possuem caráter modificativo (efeitos infringentes), a fim de que deles se manifeste. Vêse que a Embargante tem a nítida intenção de modificar o acórdão do Colegiado, e em assim, agindo, há de se oportunizar à parte contrária que se manifeste dos embargos, por meio de contrarrazões ou impugnação, cumprindo os princípios constitucionais do contraditório e do devido processo legal (art. 5o, LIV e LV, da CF/88). Esta também é dicção no plano infraconstitucional, conforme exegese do art. 2o, da Lei 9.784/99, que estabelece normas gerais para o processo administrativo na esfera da Administração Pública Federal: "Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência." Como se sabe, o artigo 65 do Regimento Interno do CARF, prevê o cabimento de embargos de declaração quanto o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição, portanto, da lógica e coerência, sendo estes opostos e visando efeitos infringentes, seja a parte adversa, intimada para dele se manifestar, querendo, em cumprimento aos princípios constitucionais do devido processo legal e do contraditório. O Código de Processo Civil CPC/2015, em seu artigo 1.023, §2º é peremptório: "Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e não se sujeitam a preparo. § 2o O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestarse, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão embargada." Impende ressaltar que o CPC/2015, por meio do seu artigo 15, determina sua aplicação supletiva e subsidiária nos processos administrativos: "Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente." Aliás, antes mesmo do CPC/2015, o E. STF, nos autos dos Edcl em RE 144.9814/RJ, já adotava este entendimento, cuja parte da ementa dispõe: "(...). A garantia constitucional do contraditório impõe que se ouça, previamente, a parte embargada na hipótese excepcional Fl. 469DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 470 5 de os embargos de declaração haverem sido interpostos com efeito modificativo. (DJ 08/09/1995, p. 28362). Neste norte também navega a jurisprudência do E. STJ: "PROCESSUAL CIVIL. EMBARGO DE DECLARAÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES CONFERIDOS. NECESSIDADE DE CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA. VÍCIO INSANÁVEL. NULIDADE. PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. A ausência de intimação para contraminutar os embargos de declaração a que se atribuiu efeitos infringentes, nos termos da pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, torna nulo o julgamento, devendo ser cassada a decisão proferida sem oportunizar o necessário contraditório. 2. As razões expendidas pelo agravante para excepcionar o entendimento desta Corte não merecem guarida, uma vez que era direito da parte embargada ser intimada com o objetivo de se manifestar especificamente sobre as razões dos embargos de declaração. Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp. 1.488.613/PR). Neste mesmo sentido: EDcl no REsp 1.009.651/RJ (DJe 19/10/2009), EAg 778.452/SC (Corte Especial, DJe 23/08/2010) e nos EDcl nos EDcl no REsp 258073/RJ (DJe 02/09/2011). Esta casa também possui entendimento neste sentido, como foi nos autos do PAF 10930.907888/201127, da lavra do conselheiro Diego Diniz Ribeiro e declaração de voto da conselheira Ana Paula Fernandes nos autos do PAF 10245.000582/200951 (Ac. 9202 004.551). Destaco o acórdão 1401001.263, proferido nos autos do PAF 10580.011328/200444, cuja ementa possui o seguinte teor: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2000 EMBARGOS. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA FAZENDA NACIONAL. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. NULIDADE. Declarase a nulidade absoluta de acórdão proferido em sede de embargos de declaração, haja vista que foram conferidos efeitos infringentes ao julgado, sem que a parte interessada Fazenda Nacional tivesse sido intimada para acompanhar o feito. Por fim, destaco ainda, a Resolução 3402000.834, tomada à unanimidade de votos, abrindose vista à Procuradoria da Fazenda Nacional, para que se manifeste dos declaratórios opostos pelo contribuinte. Diante do exposto, voto no sentido de intimar o contribuinteembargado acerca dos embargos de declaração com efeitos infringentes opostos pela Fazenda Nacional, para que, querendo, se manifeste, no prazo de 5 (cinco) dias, acerca dos declaratórios. Fl. 470DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 471 6 Caso não seja este o entendimento do Colegiado, adentro na questão de mérito. Como se viu alhures, a Embargante desafiou o acórdão desta 3a Seção, defendendo: 1) os pedidos de compensação somente tem vigência a partir de 30/10/2003, vez que o § 5º, do artigo 74 da Lei 9.430/96, fora introduzido pela Lei 10.833/2003, não sendo possível no caso concreto, vez que o contribuinte os apresentou antes da vigência do referido dispositivo legal e; 2) não é possível ser aplicada a homologação tácita, referente a créditos de terceiros, originado de casos de compensação não declarada, de acordo com o art. 74, §12, inciso II, alínea "a", da Lei 9.430/96. Quanto ao primeiro argumento, a Embargante o baseou no precedente do E. STJ, nos autos do AgRg no REsp 1.399.576/PE (DJe 23/05/2014), cuja ementa possui o seguinte teor: “PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL DE PIS E COFINS. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE NO MOMENTO DO ENCONTRO DE CONTAS. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. 1. Hipótese em que o Tribunal local consignou que "o prazo de cinco anos para homologação da compensação não estava previsto na redação original do art. 74 da Lei n° 9.430/96, portanto não se extingue crédito tributário, por homologação tácita, se o requerimento administrativo foi formulado antes da edição da Lei n° 10.833/03 que introduziu o § 5º ao dispositivo legal". 2. O STJ pacificou o entendimento de que "o processamento da compensação subordinase à legislação vigente no momento do encontro de contas, sendo vedada a apreciação de eventual 'pedido de compensação' ou 'declaração de compensação' com fundamento em legislação superveniente" (EREsp 488.992/MG). Assim, devese observar a legislação federal vigente à época do encontro de contas, que, na hipótese, é a Lei 9.430/1996, antes da alteração de sua redação pela Lei 10.833/2003. 3. Não se pode conhecer da irresignação contra a afronta ao art. 101 do CTN, ao art. 6º da LINDB e ao art. 1211 do CPC, uma vez que o mencionado dispositivo legal não foi analisado pela instância de origem. Ausente, portanto, o indispensável requisito do prequestionamento, o que atrai, por analogia, o óbice da Súmula 282/STF. 4. Fl. 471DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 472 7 Agravo Regimental não provido. (AgRg no REsp 1399576/PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/05/2014, DJe 23/05/2014).” De se ver a ementa dos Embargos de Divergência em REsp 488.992/MG: "TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. PIS E TRIBUTOS DE DIFERENTE ESPÉCIE. SUCESSIVOS REGIMES DE COMPENSAÇÃO. APLICAÇÃO DO DIREITO SUPERVENIENTE. INVIABILIDADE EM RAZÃO DA INCOMPATIBILIDADE COM A CAUSA DE PEDIR. 1. A compensação, modalidade excepcional de extinção do crédito tributário, foi introduzida no ordenamento pelo art. 66 da Lei 8.383/91, limitada a tributos e contribuições da mesma espécie. 2. A Lei 9.430/96 trouxe a possibilidade de compensação entre tributos de espécies distintas, a ser autorizada e realizada pela Secretaria da Receita Federal, após a análise de cada caso, a requerimento do contribuinte ou de ofício (Decreto 2.138/97), com relação aos tributos sob administração daquele órgão. 3. Essa situação somente foi modificada com a edição da Lei 10.637/02, que deu nova redação ao art. 74 da Lei 9.430/96, autorizando, para os tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, a compensação de iniciativa do contribuinte, mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. 4. Além disso, desde 10.01.2001, com o advento da Lei Complementar 104, que introduziu no Código Tributário o art. 170A, segundo o qual "é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", agregouse novo requisito para a realização da compensação tributária: a inexistência de discussão judicial sobre os créditos a serem utilizados pelo contribuinte na compensação. 5. Atualmente, portanto, a compensação será viável apenas após o trânsito em julgado da decisão, devendo ocorrer, de acordo com o regime previsto na Lei 10.637/02, isto é, (a) por iniciativa do contribuinte, (b) entre quaisquer tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, (c) mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, cujo efeito é o de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. 6. É inviável, na hipótese, apreciar o pedido à luz do direito superveniente, porque os novos preceitos normativos, ao mesmo Fl. 472DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 473 8 tempo em que ampliaram o rol das espécies tributárias compensáveis, condicionaram a realização da compensação a outros requisitos, cuja existência não constou da causa de pedir e nem foi objeto de exame nas instâncias ordinárias. 7. Assim, tendo em vista a causa de pedir posta na inicial e o regime normativo vigente à época da postulação (1995), é de se julgar improcedente o pedido, o que não impede que a compensação seja realizada nos termos atualmente admitidos, desde que presentes os requisitos próprios. 8. Embargos de divergência rejeitados." Lendo a íntegra de ambos julgados, temse não aplicação do artigo 74, § 5º da Lei 9.430/96 (com a redação dada pela MPV 135, de 30/10/2003, convertida na Lei 10.833/2003), pois não diz respeito com a causa de pedir posta na inicial. Já nos autos que se julga, o pedido de compensação fora feito em 15/09/2003 (fl. 12), porém o pedido de ressarcimento fora protocolizado em 13/11/2006 (fl. 01). Deste modo, não se aplicam os referidos precedentes ao caso concreto, vez que a causa de pedir e o pedido feitos pela Embargada foram de 13/11/2006, época em que já vigorava o § 5º, do art. 74 da Lei 9.430/96 (redação dada pela MPV 135, de 30/10/2003, convertida na Lei 10.833, de 29/12/2003). Citou ainda a Embargante precedente do E. STJ, em regime de recursos especiais repetitivos (art. 543C, do CPC/73), dos autos do REsp. 1.164.452/MG), no qual se decidiu: “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEI APLICÁVEL. VEDAÇÃO DO ART. 170A DO CTN. INAPLICABILIDADE A DEMANDA ANTERIOR À LC 104/2001. 1. A lei que regula a compensação tributária é a vigente à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito da Fazenda e do contribuinte. Precedentes. 2. Em se tratando de compensação de crédito objeto de controvérsia judicial, é vedada a sua realização "antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", conforme prevê o art. 170A do CTN, vedação que, todavia, não se aplica a ações judiciais propostas em data anterior à vigência desse dispositivo, introduzido pela LC 104/2001. Precedentes. 3. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (REsp 1164452/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/08/2010, DJe 02/09/2010).” (grifo do Embargante). Com vênia ao ilustre representante da Embargante, temse que o precedente também não se aplica ao caso concreto, pois a "compensação" de que trata o precedente diz respeito à controvérsia judicial, o que não é o caso dos autos. Fl. 473DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 474 9 Ademais, entendese que "a lei que regula a compensação tributária é a vigente à data do encontro de contas entre os recíprocos débito e crédito da Fazenda e do contribuinte" se refere a data do encontro de contas e não necessariamente à data do Pedido de Compensação ou à data do protocolo do pedido de ressarcimento. A data do encontro de contas, por certo se dá em momentos posteriores a estes 2 (dois) marcos citados. Passase a análise do segundo argumento tecido pela Embargante, qual seja, de que não é possível ser aplicada a homologação tácita, referente a créditos de terceiros, originado de casos de compensação não declarada, de acordo com o art. 74, § 12, inciso II, alínea "a", da Lei 9.430/96. Enfatiza a Embargante que a Embargada tivera apresentado pedido de compensação de crédito de terceiros, todavia, o Pedido de Compensação é oriundo de saldo credor de IPI, na qual, a empresa, revendedora de produtos siderúrgicos (NCM 72.10.50.00) equiparada a industrial , os quais após adquiridos, eram remetidos para industrialização em outro estabelecimento. Com a edição da Lei 10.637/2002 tais produtos começaram a sair com suspensão do IPI, porém, não impedindo a manutenção do crédito, a teor do § 5º do art. 29, portanto, entendo que os créditos da Embargada não são de terceiros, mas próprios, razão pela qual não há aplicação do art. 74, § 12, inciso II, alínea "a", da Lei 9.430/96 ao caso concreto, tampouco o precedente citado pela Embargante, em sede do regime dos recursos repetitivos, nos autos do REsp 1.157.847/PE, o qual veda a compensação de créditos decorrentes de decisão judicial ainda não transitada em julgado, dentre outros, de créditos de terceiros. Como se viu, primeiro, o crédito pleiteado não é de terceiro. Segundo, não é oriundo de discussão judicial ainda não transitada em julgado. Por tais razões, entendo que este argumento também não merece prosperar. Dispositivo Diante do exposto, voto no sentido de conhecer dos embargos de declaração, mas não lhe dou provimento. André Henrique Lemos Relator Voto Vencedor Nesse ponto preliminar, a maioria do Colegiado vem dissentindo reiteradamente do entendimento do eminente Relator, quanto à necessidade de intimação da parte contrária, abrindo vista para eventuais manifestações, no caso de possíveis efeitos infringentes, em recursos de embargos de declaração. Tratandose de questão procedimental, o entendimento nesta Turma vem consolidandose no sentido da obrigatoriedade de previsão regimental expressa, sem a qual desnecessárias e procrastinatórias medidas de intimações e ciências de atos e termos Fl. 474DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 475 10 processuais, mesmo que por aplicação, direta ou analógica, dos subsidiários processos administrativo federal (Lei nº 9.784/99) ou civil (Lei nº 13.105/15). Neste sentido, já se pronunciou esta Turma julgadora em diferentes oportunidades, como no Acórdão nº 3401003.755, de 27/04/2017, também de relatoria do Conselheiro André Henrique Lemos, cujo voto vencido propunha o mesmo que se propõe no presente caso, restando decidido naquela oportunidade, in verbis: "Acordam os membros do colegiado, na votação preliminar sobre o conhecimento dos embargos, estes não foram conhecidos, por serem manifestamente improcedentes as alegações de omissão, vencidos os Conselheiros André Henrique Lemos (relator) e Eloy Eros da Silva Nogueira, que conheciam dos embargos e propunham, diante das peculiaridades do caso concreto, intimar a Fazenda Nacional acerca dos embargos de declaração com efeitos infringentes opostos pela contribuinte, para que, desejando, se manifestasse, no prazo de 5 (cinco) dias, e o Conselheiro Rosaldo Trevisan, que, apesar de concordar com os argumentos externados pela divergência, no caso concreto, conhecia dos embargos apresentados, a serem analisados, no mérito, pelo colegiado. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, que manifestou ainda a intenção de apresentar declaração de voto. Também o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira manifestou igual intenção." Questão semelhante, diz respeito ao sobrestamento, o qual por ter sido expressamente retirado do texto regimental vigente, passou a ser inadmitido, ao menos, nesta Turma, conforme decisão, por maioria, vencida a proposta do Relator Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, no Acórdão nº 3401003.885, de 26/07/2017, ementa, na parte pertinente, abaixo reproduzida: REPERCUSSÃO GERAL. RECONHECIMENTO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O reconhecimento da repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal, ainda que julgado o respectivo recurso extraordinário, porém pendente de publicação e definitividade a decisão prolatada, não importa o sobrestamento do processo administrativo que trata da mesma matéria, por ausência de previsão regimental, não se aplicando as disposições do Código de Processo Civil, por força da evolução histórica do art. 62A, §§ 1º e 2º do RICARF/09 (Portaria MF nº 256/09), incluídos pela Portaria MF 586/2010 e revogados pela Portaria MF nº 545/2013. Pelas breves razões, voto por afastar a preliminar suscitada pelo Relator, no sentido de abrir vista dos autos à parte contrária. Fenelon Moscoso de Almeida Redator designado. Fl. 475DF CARF MF Processo nº 10073.900223/200672 Acórdão n.º 3401003.974 S3C4T1 Fl. 476 11 Fl. 476DF CARF MF
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Numero do processo: 12466.721790/2013-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Oct 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 24/06/2013
COISA JULGADA. INEXISTÊNCIA DE CONCOMITÂNCIA.
A concomitância pressupõe a coexistência de dois processos, um judicial e outro administrativo, para que caracterize a renúncia à impugnação e recurso administrativo. Na hipótese de encerramento do processo judicial, com trânsito em julgado favorável ao contribuinte, cabe ao Colegiado aplicar o teor da decisão ao caso.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-004.673
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para dar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 24/06/2013 COISA JULGADA. INEXISTÊNCIA DE CONCOMITÂNCIA. A concomitância pressupõe a coexistência de dois processos, um judicial e outro administrativo, para que caracterize a renúncia à impugnação e recurso administrativo. Na hipótese de encerramento do processo judicial, com trânsito em julgado favorável ao contribuinte, cabe ao Colegiado aplicar o teor da decisão ao caso. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para dar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo.
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INEXISTÊNCIA DE CONCOMITÂNCIA. A concomitância pressupõe a coexistência de dois processos, um judicial e outro administrativo, para que caracterize a renúncia à impugnação e recurso administrativo. Na hipótese de encerramento do processo judicial, com trânsito em julgado favorável ao contribuinte, cabe ao Colegiado aplicar o teor da decisão ao caso. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para dar provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire (Presidente), Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra, Pedro Sousa Bispo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 72 17 90 /2 01 3- 03 Fl. 233DF CARF MF 2 Relatório Por bem relatar o feito, reproduzo abaixo trechos do relatório da decisão recorrida: Versa o presente processo sobre os Autos de Infração lavrados (fls. 04/41) para a exigência do crédito tributário no montante de R$ 272.612,11, relativo ao Imposto de Importação – II, Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – Importação, PIS/PASEP –Importação, Cofins – Importação e Multa do Controle Administrativo das Importações, de que trata o art. 23, inciso II, alínea “d” e §3º do DecretoLei nº 1.455, de 1976, com redação dada pelo art. 59 da Lei nº 10.637, de 2002, equivalente a 100% do valor aduaneiro das mercadorias importadas. Na descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, a auditoria relata o abaixo transcrito, em sua íntegra, ocultandose apenas os textos dos dispositivos legais: DESCRIÇÃO DOS FATOS Em atendimento ao RPF nr 07276002013004515, lavrase o presente de Auto de Infração para aplicação de multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, conforme previsto no §3° do art. 23 do DecretoLei n° 1.455/76. Penalidade substitutiva a ser aplicada, pois conforme descrito, a mercadoria foi reexportada e embarcada em 07/12/2012 através da DDE n° 21212424506, averbada em 07/12/2012, portanto verificase a impossibilidade de apreensão da mercadoria sujeita à pena de perdimento, que não seja localizada. Ressalvase que o crédito tributário está sendo constituído para prevenir a decadência e portanto está com a exigibilidade suspensa, aguardado o deslinde do MS n°0009363 31.2012.4.02.5001 (2012.50.01.0093630) 5a Vara Federal da Seção Judiciária do ES. Contudo, se ao final do processo judicial a decisão restar favorável à Fazenda Nacional, deverá ser aplicada a multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, conforme previsto no § 3o do art. 23 do Decreto Lei n° 1.455/ 1976: Em 02/05/2012 foi lavrado Auto de infração Tratase de processo para aplicação da pena de perdimento às mercadorias relacionadas no Termo de Apreensão e Guarda Fiscal N° 072760000161/12, com fundamento em abandono, nos termos do DecretoLei n° 37, de 1966, art. 105; DecretoLei n°1.455, de 1976, art. 23, caput e § 1o (este com a redação dada pela Lei n° 10.637, de 2002); e Regulamento Aduaneiro (Decreto n° 6.759/09): arts. 642, II, alínea "a", e art. 689, XXI. 12466.720204/201214). Naquele processo, por falta de previsão legal, o pedido de reexportação das mercadorias entrepostadas restou indeferido. A interessada, entretanto, impetrou o mandado de segurança n° 0009363 31.2012.4.02.5001 (2012.50.01.0093630) JUSTIÇA FEDERAL SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTO 5a VARA FEDERAL CÍVEL, no qual requer " [...] a declaração de nulidade dos Autos de Infração de Perdimento de n. 0727600/00161/12 e0727600/00237/12, bem como de todas as decisões prolatadas contrárias à reexportação dos bens a favor de seu proprietário (o exportador) exaradas nos Processos Administrativos de n. 12466.720204/2012 14 e 12466.721201/2 01206." Em sede de sentença (fls.. 453/462), reconheceuse "a nulidade do indeferimento dos pedidos de reexportação das mercadorias vinculadas às declarações de Admissão versadas na inicial, bem como das penas de perdimento Fl. 234DF CARF MF Processo nº 12466.721790/201303 Acórdão n.º 3402004.674 S3C4T2 Fl. 3 3 impostas posteriormente, devendo a Autoridade Coatora dar regular seguimento ao procedimento de devolução ao exterior dos bens em questão." Além disso, tendo sido reconhecida "[...] a ilegalidade das decisões que indeferiram os pedidos de reexportação, tal posicionamento culmina na ausência de validade dos atos posteriores tomados pela Autoridade Coatora, razão pela qual as penas de perdimento aplicadas devem ser anuladas." Em cumprimento da decisão judicial, as mercadorias objeto desses autos de infração foram reexportadas, conforme DDE 21212424500 , desembaraçada em 28/11/2012, com dados do embarque registrados em 07/12/2012 e averbação automática em 07/12/2012. Desse modo, mesmo que a decisão definitiva no Mandado de Segurança nº 000936331.2012.4.02.5001(2012.50.01.0093630) seja favorável a Fazenda Nacional, haverá a impossibilidade de apreensão das mercadorias controladas neste processo. Nesse sentido, há que se reconhecer que não há mais utilidade prática auto de infração lavrado anteriormente, o que implica a perda do objeto do presente processo. Em anexo planilha dos cálculos dos tributos e multas cabíveis, que passa a integrar o relatório. Regularmente cientificada, a interessada apresentou impugnação tempestiva (fls. 75/88), na qual, em síntese: Alega que as questões levadas à apreciação judicial não impede a análise da matéria de mérito no presente litígio administrativo. Argumenta que o simples decurso do prazo não configura uma presunção absoluta de abandono de mercadorias, conforme jurisprudências, e que adotou efetivas medidas para dar uma destinação a referidos produtos, requerendo sua reexportação/devolução ao exportador, antes de ser iniciado qualquer procedimento de aplicação de perdimento das mercadorias pela autoridade coatora, conforme os documentos 05, 06, 09, 10 e 15, o que, por si só, é incompatível com o abandono. Aduz que o art. 409, inciso II, do Regulamento Aduaneiro, não criou nenhum prazo decadencial para o direito de reexportar os bens, mas é apenas uma referência à presunção de abandono para autorizar o início de um processo administrativo de aplicação de perdimento. E que, após o decurso de tal prazo, quando muito a autoridade coatora poderia exigir alguma multa administrativa para que a Impugnante retomasse o exercício de direitos sobre bens de seu interesse. Porém, fato é que não existe qualquer multa legal estabelecida pela devolução fora do prazo de mercadoria entrepostada, mas nem por isso a ausência dessa penalidade, para o presente caso, significa que seria irregular a devolução dos bens ao exterior. Argumenta que é equivocada a decisão da autoridade administrativa de que à Impugnante cabe apenas o direito de nacionalização das mercadorias após o término do prazo de 45 dias previsto no art. 409 do Regulamento Aduaneiro, porque culmina na exigência transversa de que o exportador, ainda detentor da propriedade, teria a obrigatoriedade de vender as mercadorias para a Impugnante, sob pena de ter decretado o perdimento de seus bens. Alega que, com o término do regime de entreposto aduaneiro pelo decurso de seu prazo, as mercadorias passam a ser tratadas pelo regime geral. E o despacho de importação, a seu turno, é regulado essencialmente pelo disposto na IN SRF 680/2006, a qual, em seu art. 65, prevê a hipótese de devolução da mercadoria ao exterior, o que é aplicável ao caso em concreto, pois requereu tempestivamente a reexportação de todas as mercadorias antes de ser iniciado qualquer procedimento Fl. 235DF CARF MF 4 fiscal ou de ser aplicado o seu perdimento, como se vê nas petições datadas de 16/01/2012 (doc. 05) e 02/04/2012 (doc. 06), uma vez que os autos de perdimento apenas foram lavrados em 02/05/2012 (doc. 13) e 07/08/2012 (doc. 14). Aduz que é incabível a exigência dos tributos sobre as mercadorias que foram reexportadas, cumulado com a aplicação de multa de 100% do valor aduaneiro das mesmas mercadorias em substituição a uma pena de perdimento previamente aplicada, de acordo com o art. 1o, § 4o, inciso III, do DL 37/1966, pois suas ressalvas somente têm aplicação quando e se as mercadorias forem nacionalizadas. Ou seja, não pode haver a incidência tributária sobre bens reexportados, sendo a situação de fato incompatível com o suposto normativo dos tributos na importação. Requer seja julgado insubsistente o Auto de Infração, determinandose a sua baixa e arquivo definitivo. Em 08/01/2015, foi apresentada petição, na qual se requer seja reconhecida e acatada a decisão judicial definitiva juntada aos autos (fls. 149/175). A decisão da DRJ reconheceu concomitância entre a discussão de mérito do processo, não conhecendo os argumentos da peça impugnatória relativos à discussão da multa de 100% do valor aduaneiro na esfera administrativa ressalvando que a mesma deveria ser revista pela unidade de origem, em cumprimento à decisão judicial. Além disso, exonerou o contribuinte, de ofício, dos tributos lançados e consectários legais. Em razão desta decisão, o contribuinte foi intimado do resultado e instado a recorrer da parte mantida, relativa à multa de 100%, o que o fez, aduzindo as razões relativas à existência de coisa julgada no Mandado de Segurança nº 000936331.2012.4.02.5001. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. A decisão da DRJ deixou de conhecer os argumentos da impugnação relativos à multa aduaneira em razão da ocorrência de concomitância, aplicando assim a Súmula CARF nº 01: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Todavia, apesar do voto técnico, laborou em equívoco o Colegiado a quo, haja vista que concomitância pressupõe a existência simultânea de dois processos, um judicial e outro administrativo, versando sobre a mesma matéria. Fl. 236DF CARF MF Processo nº 12466.721790/201303 Acórdão n.º 3402004.674 S3C4T2 Fl. 4 5 No presente caso, o que havia era uma processo administrativo em curso, e um processo judicial encerrado, com trânsito em julgado favorável ao contribuinte. Portanto, não se trata de hipótese de não conhecimento da Impugnação por renúncia à instância administrativa, mas sim de aplicação da coisa julgada existente favorável ao contribuinte de resto já plenamente reconhecida nos autos pela decisão a quo. É o que se verifica na ementa do julgado: APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. REGIME ESPECIAL DE ENTREPOSTO ADUANEIRO. REEXPORTAÇÃO DE MERCADORIA. PENA DE PERDIMENTO. DECURSO DE PRAZO DE PERMANÊNCIA EM RECINTO ALFANDEGADO. RECURSO E REMESSA NECESSÁRIA IMPROVIDOS. 1. Manejase o presente mandado de segurança com o intuito de obterse, em essência, a nulidade de autos de infração que culminaram na aplicação de pena de perdimento de bens submetidos a regime aduaneiro especial, restando acolhida a pretensão mandamental por entender sua prolatora pela legalidade da pretensão de se efetuar a reexportação de mercadorias estrangeiras importadas quando verificada a ausência de registros de Declarações de Importação e de procedimento fiscal instaurado com vistas a apurar abandono de mercadorias importadas pelo decurso do prazo de permanência em recintos alfandegados. 2. O regime especial de entreposto aduaneiro caracterizase pela suspensão do pagamento de tributos incidentes sobre a importação de mercadorias estrangeiras armazenadas em recinto alfandegado (DL n° 1.455/76, art. 9o e Decreto n° 6.759/09, art. 404). A permanência da mercadoria no citado regime especial poderá ser de até um ano, admitida prorrogação até dois anos, prazo a iniciarse da data do desembaraço aduaneiro de admissão (Decreto n° 6.759/09, art. 408, caput). 3. No caso concreto, a empresa impetrante promoveu a reexportação dos bens após o prazo de 45 (quarenta e cinco) dias previsto no art. 409 do Regulamento Aduaneiro (Decreto n° 6.759/09), cuja contagem iniciase com o término da vigência daquele regime especial. De acordo a legislação aduaneira, considerase tal fato infração sujeita à aplicação de pena de perdimento em razão do decurso de prazo de permanência das mercadorias submetidas àquele regime. 4. Verificase que a pena de perdição decretada pela Administração Aduaneira não se revela sensata quando há previsão normativa para a devolução de mercadoria que sequer fora nacionalizada , desde que pertinente pedido nesse sentido seja feito antes do registro de Declaração de Importação e não haja instauração do procedimento fiscal previsto no art. 27 do Decretolei n° 1.455/76 ("Art 27. As infrações mencionadas nos artigos 23, 24 e 26 serão apuradas através de processo fiscal, cuja peça inicial será o auto de infração acompanhado de termo de apreensão, e, se for o caso, de termo de guarda"). Precedentes. Fl. 237DF CARF MF 6 5. Apelação e remessa necessária impróvidas. Desse modo, voto no sentido de dar Provimento Integral ao Recurso Voluntário para exonerar a multa de 100% do valor aduaneiro, com fundamento na coisa julgada decorrente do Mandado de Segurança nº nº 000936331.2012.4.02.5001. É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 238DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.728603/2015-38
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Dec 26 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1001-000.081
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os autos do presente processo.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
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ANOCALENDÁRIO: 2014 Restando caracterizada a entrega em atraso da DCTF, é devida a exigência de multa pelo descumprimento da obrigação acessória. Argüições de ilegalidade e inconstitucionalidade. Não compete à autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendolhe observar a legislação em vigor. Vistos, relatados e discutidos os autos do presente processo. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e Jose Roberto Adelino da Silva. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 86 03 /2 01 5- 38 Fl. 44DF CARF MF 2 Trata o presente processo de notificação de lançamento relativa à multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) referente a JANEIRO de 2014, no valor de R$ 6.207,57. Em sua impugnação, o recorrente alegou, em síntese, que foi excluído do Simples Nacional em, 25/09/2014, pela Receita do Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio do Termo nº 00248/14, tendo sido determinado que os efeitos desta exclusão retroagiriam a 01/11/2013. Defendeu que entregou as suas declarações a partir da comunicação de sua exclusão, entendendo estar dentro do prazo legal Protestou pela impossibilidade do efeito retroativo das normas tributárias, alegando ofensa ao art. 5º da CF e pedia a exclusão da multa. Na ocasião, a DRJ publicou o seguinte acórdão: Inicialmente, cabe esclarecer que alegações de inconstitucionalidade, ofensa a princípios constitucionais e ilegalidade não merecem consideração por parte desta turma de julgamento. É impossível discutir constitucionalidade de lei em julgamento administrativo. O julgador administrativo não tem competência para afastar a aplicação de lei legitimamente posta no ordenamento, ainda que a pretexto de deixar de aplicála ao caso concreto. Posta a lei, cabe tão somente aplicála. O controle da constitucionalidade das leis é de competência exclusiva do Poder Judiciário. Tal entendimento está consolidado no âmbito dos tribunais administrativos, havendo, inclusive, súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Os julgadores da Receita Federal devem, inclusive, aplicar o entendimento manifestado em atos normativos aos quais estão vinculados. A Lei Complementar 123/2006, que institui o Simples Nacional, em seu artigo 28, parágrafo único, determina que cabe ao Comitê Gestor regulamentar as regras relativas à exclusão do Simples Nacional, nos seguintes termos: Art. 28. A exclusão do Simples Nacional será feita de ofício ou mediante comunicação das empresas optantes. Parágrafo único. As regras previstas nesta seção e o modo de sua implementação serão regulamentados pelo Comitê Gestor. A legislação é clara ao determinar que o contribuinte excluído, nos períodos em que se processem os efeitos da exclusão, deve se submeter às normas aplicáveis às demais pessoas jurídicas (§ 3º, do art. 76, da Resolução CGSN nº 94, de 2011). O Termo de Exclusão do Simples Nacional nº 00248/14, que excluiu a contribuinte do Simples Nacional indica que a exclusão ocorreu em virtude de falta de comunicação obrigatória por ter incorrido na vedação prevista no inciso V do § 4º do artigo 3º da LC 123/2006 e define a data de início dos efeitos da exclusão como 01/11/2013. Fl. 45DF CARF MF Processo nº 11080.728603/201538 Acórdão n.º 1001000.081 S1C0T1 Fl. 3 3 No caso da contribuinte, os efeitos dessa exclusão operamse, como visto, a partir de 01/11/2013, configurandose, por conseguinte, a obrigatoriedade de entrega da DCTF a partir do mês de novembro de 2013. Tendo entregado a declaração em atraso, sujeitouse à incidência da multa. Diante do exposto, voto por julgar improcedente a impugnação para manter a exigência lançada. Voto Conselheiro Jose Roberto Adelino da Silva Relator Tratase de recurso voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Inconformada com a decisão de primeira instância, a recorrente apresentou o recurso voluntário a este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, onde alega, basicamente,a s mesmas razões apresentadas quando da impugnação ao auto de infração: DAS RAZÕES DE REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA DA IMPOSSIBILIDADE DE EFEITO RETROATIVO DAS NORMAS TRIBUTÁRIAS Conforme a própria DRJ mencionou, em seu acórdão, não cabe à autoridade administrativa não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de normas, conforme a súmula do CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. A legislação de regência é clara quanto à aplicação das normas de tributação, em caso de exclusão do Simples Nacional (LCP 123/2006, art.32) O Comitê Gestor do Simples Nacional CGSN, no parágrafo 3°, ao art. 76, da Resolução 94, dispões que: §3° A ME ou EPP excluída do Simpes Nacional sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de trbutação aplicáveis às demais pessoas jurídicas (Lei Complementar n°123, de 2006, art. 32, caput). Assim, a decisão da DRJ é irretocável. Portanto, nego provimento ao recurso voluntário e mantenho o crédito tributário lançado. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 46DF CARF MF 4 José Roberto Adelino da Silva Fl. 47DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35547.000860/2005-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2000
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.293
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2000 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 54 7. 00 08 60 /2 00 5- 73 Fl. 260DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 261DF CARF MF Processo nº 35547.000860/200573 Acórdão n.º 2202004.293 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 262DF CARF MF
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Numero do processo: 16682.720408/2014-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/06/2009 a 31/07/2009, 01/01/2010 a 30/04/2010, 01/06/2010 a 31/12/2010
COFINS. PETRÓLEO E GÁS NATURAL. EXPLORAÇÃO. EMBARCAÇÕES. AFRETAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXECUÇÃO SIMULTÂNEA. MEDIDA PROVISÓRIA N° 795/17.
Nos termos do § 2° ao art. 1° da Lei n. 9.481, de 1997, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.043, de 2014, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a 80% (oitenta por cento) do valor total dos contratos, no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação ou manutenção de poços, os chamados navios-sonda.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/06/2009 a 31/07/2009, 01/01/2010 a 30/04/2010, 01/06/2010 a 31/12/2010
PIS/PASEP. PETRÓLEO E GÁS NATURAL. EXPLORAÇÃO. EMBARCAÇÕES. AFRETAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXECUÇÃO SIMULTÂNEA. MEDIDA PROVISÓRIA N° 795/17.
Nos termos do § 2° ao art. 1° da Lei n. 9.481, de 1997, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.043, de 2014, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a 80% (oitenta por cento) do valor total dos contratos, no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação ou manutenção de poços, os chamados navios-sonda.
Numero da decisão: 3201-003.150
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Votou pelas conclusões o Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que ficou de apresentar declaração de voto.
Winderley Morais Pereira - Presidente.
Leonardo Vinicius Toledo de Andrade - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: LEONARDO VINICIUS TOLEDO DE ANDRADE
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PETRÓLEO E GÁS NATURAL. EXPLORAÇÃO. EMBARCAÇÕES. AFRETAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXECUÇÃO SIMULTÂNEA. MEDIDA PROVISÓRIA N° 795/17. Nos termos do § 2° ao art. 1° da Lei n. 9.481, de 1997, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.043, de 2014, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a 80% (oitenta por cento) do valor total dos contratos, no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação ou manutenção de poços, os chamados navios sonda. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2009 a 31/07/2009, 01/01/2010 a 30/04/2010, 01/06/2010 a 31/12/2010 PIS/PASEP. PETRÓLEO E GÁS NATURAL. EXPLORAÇÃO. EMBARCAÇÕES. AFRETAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXECUÇÃO SIMULTÂNEA. MEDIDA PROVISÓRIA N° 795/17. Nos termos do § 2° ao art. 1° da Lei n. 9.481, de 1997, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.043, de 2014, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a 80% (oitenta por cento) do AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 04 08 /2 01 4- 13 Fl. 3360DF CARF MF 2 valor total dos contratos, no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação ou manutenção de poços, os chamados navios sonda. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Votou pelas conclusões o Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que ficou de apresentar declaração de voto. Winderley Morais Pereira Presidente. Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Por retratar com fidelidade os fatos, adoto, com os devidos acréscimos, o relatório produzido em primeira instância, o qual está consignado nos seguintes termos: "Contra a interessada acima qualificada restaram lavrados os autos de infração de fls. 2.939/2.994, relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e à Contribuição para o Pis/Pasep sobre a importação, nos respectivos montantes de R$ 41.427.782,60 e R$ 8.994.189,68, incluídos tributo, multa proporcional e juros de mora, estes calculados até maio de 2014. Consoante a autoridade fiscal (fls. 2.939/2.980), no que respeita ao período correspondente a junho e julho de 2009, janeiro a abril de 2010 e junho a dezembro de 2010, terseia verificado a indevida aplicação, pela fiscalizada, da alíquota zero prevista no art. 1o da Lei n. 8.481, de 1997, no tocante a remessas a título de receitas de afretamento do navio sonda Deepwater Discovery, efetuadas a Transocean UK Limited, pessoa jurídica domiciliada na Escócia, Reino Unido. Na mesma data, qual seja, 2 de fevereiro de 2006, teria sido firmado contrato de prestação, entre outros, de serviços de perfuração, sondagem e exploração de poços de petróleo, desta feita com a Transocean Brasil Ltda, domiciliada no Brasil. O modelo acima teria permitido que a maior parte do preço pago pela fiscalizada fosse atribuído ao afretamento, em prejuízo, portanto, da incidência tributária. Uma pequena parcela do valor global da operação, cujo pagamento deuse no Fl. 3361DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 3 3 Brasil, porque pela fiscalizada vinculada à prestação de serviços, teria restado sujeita à mencionada tributação. Segundo a autoridade fiscal, em verdade, tratarseia de artificial bipartição em contratos distintos da prestação de serviços de perfuração, sondagem e exploração de poços de petróleo, um de afretamento e outro de serviços propriamente ditos, tendo, de um lado, a fiscalizada, e de outro, duas pessoas jurídicas integrantes de um mesmo grupo econômico, cuja interdependência seria indissociável do mútuo adimplemento contratual. Nos termos do segundo aditamento aos contratos de afretamento e de prestação de serviços, ambos celebrados em 10 de setembro de 2008, mais uma responsabilidade teria sido atribuída à Transocean Brasil Ltda, a saber, a importação, exportação e desembaraço aduaneiro do navio sonda. Acrescenta que diversos seriam os estrangeiros relacionados ao contrato de prestação de serviços que não teriam vínculo empregatício com a Transocean Brasil Ltda, mas com a Transocean International Resources Ltd. e a Global Santa Fé Offshore, restando claro que os serviços de maior relevância técnica e decisória, tanto no que respeita à náutica, quanto à prospecção e perfuração seriam praticados e remunerados por quem deveria perceber, tão somente, pelo afretamento do navio sonda. Outrossim, à luz do disposto na Lei n. 9.432, de 1997, e dos esclarecimentos trazidos pelo Ofício n. 00066/2010 – SNM/ANTAQ, pela própria fiscalizada apresentado, o contrato por esta firmado com a Transocean UK Limited não corresponderia ao afretamento previsto no referido diploma legal, motivo porque precitada entidade não teria competência para conferir autorização ao afretamento. E se não se cuida de receita de frete, afretamento, aluguel ou arrendamento, e se não requer autorização da autoridade competente, não estariam presentes os requisitos aos benefícios tributários a que se reporta o art. 1o da Lei n. 9.481, de 1997, posto que tampouco seria enquadrável como aluguel de coisa ou arrendamento mercantil, pois não equivaleria, a hipótese, à simples transferência de posse e uso de determinado bem, mediante pagamento de aluguel por período certo de tempo ou, em se tratando de arrendamento mercantil, às exigências da Lei n. 6.099, de 1974. Concluise, assim, pelo lançamento de ofício no sentido de exigir, entre outros tributos, Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre a importação. Consoante a autoridade fiscal, demonstrado que, no lugar de afretamento, deuse verdadeira prestação de serviço, restariam as previsões necessárias à respectiva apuração presente na Lei n. 10.865, de 2004, como também na Instrução Normativa SRF n. 572, de 2005. Os cálculos dos principais restariam sintetizados por Fl. 3362DF CARF MF 4 intermédio da “Planilha 3 – Cálculo do PIS e da COFINS Devidos” (fl. 2.977). Inconformada, em 24 de junho de 2014 (fls. 2.997/2.999), apresenta a interessada impugnação (fls. 3.000/3.082), por meio da qual, em síntese, assevera que os percentuais de remuneração contratual praticados durante o período objeto de fiscalização teriam sido de 78% para o afretamento, e de 22% para a prestação de serviços, o que não revelaria qualquer disparidade capaz de indicar a intenção de prejudicar o erário. Tal correlação decorreria da desigualdade entre o valor agregado a cada qual dos contratos em referência, quais sejam, contrato de afretamento e contrato de prestação de serviços. No caso da embarcação Deepwater Discovery, o valor aduaneiro, quando da importação temporária, teria sido de seiscentos milhões de dólares. Destaca a impugnante que parcela expressiva dos insumos utilizados no âmbito do contrato de prestação de serviços seria fornecida pela própria concessionária (v.g., combustíveis, partes e peças, lama de perfuração, alimentação, etc), restando apenas o fornecimento de mãodeobra a título de valor agregado. O que se teria na hipótese, segundo a impugnante, seria, de um lado, a concepção, pelo Governo Federal, de regime especial voltado ao fomento da indústria de óleo e gás no país, a saber, o chamado Repetro – o qual não apenas permitiria, mas estimularia a importação de embarcação destinada à pesquisa e lavra de hidrocarbonetos com suspensão de tributos, desde que, entre outras exigências, vigore contrato de afretamento firmado entre a concessionária local e a fretadora estrangeira, como também contrato de prestação de serviços com pessoa jurídica brasileira –, e, de outro, a desconsideração, pelo mesmo Governo Federal, agora representado pela autoridade fiscal, do precitado regime especial, através de autuações em bases meramente argumentativas, a sustentar que a bipartição contratual teria sido engendrada com o fito exclusivo de evadir tributos. Os atos administrativos consubstanciados nos lançamentos fiscais encontrarseiam eivados de insanável vício de nulidade, seja por sua superficialidade, seja pela ausência de motivação e base legal. Na esteira do que viria sendo decidido pelo E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), a suposta dissimulação que veladamente sustentaria a exigência, permeada por repetitivas ilações, não restaria presente quando os atos praticados restam lícitos e sua exteriorização revelar coerência com os institutos de direito privado adotados pelo contribuinte, ainda que motivado pelo objetivo de economizar tributos. Quanto ao abuso de forma ou de direito, de seu turno, no entendimento do mesmo Conselho, ausente previsão legal a permitir sua utilização por parte de autoridade fiscal. Enfim, teria o agente o ônus de provar a ocorrência de dolo, fraude ou simulação a fim de desconsiderar atos ou negócios jurídicos. Não obstante relações jurídicas distintas, teria o autuante desconsiderado a estanqueidade jurídica dos contratos de afretamento e de prestação de serviços, obrigações autônomas e Fl. 3363DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 4 5 inconfundíveis, as quais refletiriam a mais pura realidade dos fatos econômicos e jurídicos praticados. O que neles restara escrito representaria a efetiva vontade das partes e de fato teria ocorrido. Assim, injustificada também a utilização da chamada interpretação econômica do direito tributário, da qual o representante do Fisco se socorre por ocasião do art. 118 do Código Tributário Nacional (CTN). Caso houvesse qualquer intuito dissimulatório nos atos e negócios jurídicos praticados pela impugnante, deveria a autoridade fazendária, não por faculdade, mas por obrigação, ter aplicado a multa agravada, o que não teria ocorrido. No que respeita aos recursos humanos envolvidos na operação, diferentemente do suposto pela autoridade fiscal, o fato de a Transocean Brasil Ltda valerse de mãodeobra estrangeira não implicaria dizer que a Transocean UK Limited estaria percebendo receitas distintas do afretamento para o qual teria sido contratada. Em verdade, a Transocean Brasil Ltda, no intuito de atender as obrigações assumidas junto à fiscalizada, teria firmado contrato de fornecimento de serviços técnicos com a Global Santa Fé Offshore e a Transocean International Resources Ltd, as quais não se confundiriam com a Transocean UK Limited, responsável pelo afretamento. Destarte, a importação de serviços terseia dado pela Transocean Brasil Ltda, não pela impugnante. Aduz também a impugnante que a autoridade fiscal partiria de distintas e antagônicas premissas a fim de simultaneamente tributar o tomador e o prestador de serviços, em manifesta bitributação. Ou seja, entende que os pagamentos efetuados pela concessionária em favor da pessoa jurídica estrangeira a título de afretamento corresponderiam à remuneração pela prestação de serviços pela própria fornecedora da embarcação prestados no país, ao mesmo tempo em que, no bojo de autuações lavradas contra a prestadora de serviços domiciliada no Brasil, sustentaria que tais pagamentos equivaleriam à remuneração dos serviços pela pessoa jurídica brasileira prestados no país. Diferentemente do afirmado pelo autuante, inexistente suposta confusão entre as obrigações assumidas no âmbito dos contratos de afretamento e de prestação de serviços, o que poderia ser verificado não apenas nos “considerandos” relativos a ambas as avenças – que teria deixado expressa a existência de dois contratos –, mas também na definição dos respectivos escopos e anexos contratuais. De outro lado, o fato de haver idênticas cláusulas de gerenciamento, ou mesmo de um contrato eventualmente fazer referência ou mesmo guardar relação de dependência a outro, não serviria de fundamento à conclusão no sentido de se tratar de um mesmo negócio jurídico, configurando, no caso, contratos coligados ou mistos. Fl. 3364DF CARF MF 6 Embora contratualmente seja da fiscalizada a responsabilidade pela importação da embarcação, em conformidade com o previsto no art. 5o, §4o, da Instrução Normativa RFB n. 844, de 2008, teria restado pela concessionária designada a Transocean Brasil Ltda para promover a importação da referida embarcação. A propósito do atendimento dos requisitos pela legislação de regência exigidos ao benefício atinente à alíquota zero a título de IRRF, quais sejam, natureza do pagamento (receita de frete, afretamento, aluguel ou arrendamento), natureza do bem (embarcação ou aeronave), regularidade da operação (aprovação da autoridade competente), e domicílio do beneficiário (residente ou domiciliado no exterior, desde que não o seja em paraíso fiscal ou em país com tributação favorecida), salienta o que segue: o contrato firmado com a Transocean UK Limited teria por objeto, exclusivamente, o afretamento a casco nu do navio sonda Deepwater Discovery, com todos seus equipamentos, partes, peças e acessórios; seria absurdo pretender descaracterizar a qualidade de embarcação de navio sonda, reconhecida pela Agência de Transportes Aquaviários (Antaq); nos termos de reiteradas manifestações da Antaq, o afretamento de embarcações destinadas às atividades de prospecção, perfuração, produção e armazenamento de petróleo (plataformas, navios sonda, etc) não dependeria de autorização específica de precitado órgão regulador, mas de atestado de inscrição temporária emitido pela Capitania dos Portos e suas Delegacias (CP/DL), mediante a apresentação da portaria de concessão expedida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP); a Transocean UK Limited seria domiciliada no Estado do Texas, nos Estados Unidos da América. Alega que, diferentemente do trazido pela autoridade fazendária, a precificação regular do afretamento, considerado normal ambiente de utilização da embarcação, restaria desatrelada do desempenho dos serviços contratados. O valor a ser pago, se regular ou excepcional, dependeria de fatores diversos, intrínsecos e extrínsecos, que influenciariam a disponibilização da embarcação (navegação, reparos, etc), e, apenas indiretamente, a produtividade dos serviços, tudo em vista da redução ou mesmo anulação da depreciação da embarcação. Não havendo forma prescrita ou proibida em lei, não haveria motivo para se impor determinado modelo de contratação. Pretenderia o autuante alterar, para fins arrecadatórios, conceito legal de afretamento previsto no art. 2o da Lei n. 9.432, de 1997, a chamada Lei do Transporte Aquaviário, em frontal violação ao disposto nos arts. 109 e 110 do CTN. Porém, ainda que se admitisse que no afretamento a casco nu firmado entre a fiscalizada e a Transocean UK Limited houvesse parcela de serviço, a jurisprudência do E. Supremo Tribunal Federal a socorreria, vez que consideraria mandatório que o autuante aponte qual seria o vulto econômico da prestação de serviços, sem a parcela de retribuição relativa ao afretamento. Mais, o E. Superior Tribunal de Justiça teria firmado jurisprudência no sentido de considerar o afretamento contrato de atividade Fl. 3365DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 5 7 complexa e indivisível, em que haveria nítida predominância de obrigação de dar. A imposição de penalidades, a exemplo da cobrança de juros moratórios, nos termo do art. 100 do CTN, também não poderiam fazerse presentes, posto que a fiscalizada teria agido em conformidade com a legislação de regência do Repetro. Já o art. 146 do mesmo Diploma vedaria a mudança de critério adotado pelo Fisco, conhecedor, desde o desembaraço aduaneiro da embarcação em referência, das avenças firmadas pela fiscalizada, pois acostadas cópias dos respectivos contratos de afretamento e de serviço. Destaca a impugnante, ainda, a impossibilidade de incidência de juros de mora sobre multa de ofício, em consonância com pacificado entendimento no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF). Porque não teria sido criada por lei para fins tributários, a Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para Títulos Federais (Selic) igualmente não poderia servir de índice, conforme decidido pelo E. Superior Tribunal de Justiça. Ao final, requer seja tida por integralmente procedente a impugnação, seja pelo fato, sintetiza: “de haver graves e insuperáveis nulidades na autuação, pois, como se demonstrou, além de o ordenamento jurídico pátrio não permitir a lavratura de autos de infração com base na retórica de ter havido abuso de direito, o autuante pretendeu ainda desconsiderar atos jurídicos validamente celebrados pela Impugnante, sem, contudo, comprovar a existência de simulação ou dissimulação pela Impugnante, se utilizando de premissas equivocadas e que não se sustentam;” “de ser plenamente possível aos contribuintes planejarem suas atividades de forma que, observadas as balizas legais, adotem estrutura com menor carga tributária;” “de inexistir identidade e nem muito menos sobreposição das avenças firmadas pela Impugnante para a prestação de serviços de perfuração de poços de petróleo e gás e para o afretamento de embarcação;” “de que, ainda que haja interligação entre os contratos de afretamento e de serviço, nada de errado há nisso, tal como bem conceitua a doutrina civilista sobre os contratos coligados;” “de o contrato de afretamento firmado pela Impugnante atender a todos os requisitos previstos na legislação de regência;” “de não haver a possibilidade de se enquadrar o contrato de afretamento como se serviço fosse, pois, já decidiu o E. Superior Tribunal de Justiça e o próprio E. Supremo Tribunal Federal que a atividade que predomina no afretamento não é um fazer, mas sim um dar (o bem em afretamento);” Fl. 3366DF CARF MF 8 “de, ainda que se entendesse que o afretamento seria parte integrante do contrato de serviço, não se pode tributar as atividadesmeio.” Requer, sucessivamente, o reconhecimento da impossibilidade de se exigir juros de mora sobre a multa de ofício, bem como da utilização da taxa Selic para fins tributários. Pede também que quaisquer intimações sejam dirigidas ao signatário da peça impugnatória no endereço fornecido. Para tanto, carreia aos autos os documentos de fls. 3.083/3.172." A decisão recorrida proferida pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (PA) está ementada nos seguintes termos: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2009 a 31/07/2009, 01/01/2010 a 30/04/2010, 01/06/2010 a 31/12/2010 ATOS ADMINISTRATIVOS. NULIDADE. HIPÓTESES. As hipóteses de nulidade encontramse no art. 59 do Decreto n. 70.235, de 1972. São nulos, além dos atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. O art. 60 do mesmo Decreto esclarece que as irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no art. 59 não importarão em nulidade, e, salvo se o sujeito passivo lhes houver dado causa, serão sanadas quando resultarem em prejuízo para este, ou quando não influírem na solução do litígio. O procedimento fiscal ostenta evidente natureza inquisitorial. Conforme art. 14 do Decreto destacado, discordando do lançamento fiscal, é com a peça impugnatória que resta instaurado o litígio entre a Administração Tributária e o contribuinte, no âmbito do qual tem este asseguradas as respectivas garantias. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/06/2009 a 31/07/2009, 01/01/2010 a 30/04/2010, 01/06/2010 a 31/12/2010 COFINS. PETRÓLEO E GÁS NATURAL. EXPLORAÇÃO. EMBARCAÇÕES. AFRETAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXECUÇÃO SIMULTÂNEA. Nos termos do §2o ao art. 1o da Lei n. 9.481, de 1997, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.043, de 2014, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a 80% (oitenta por cento) do Fl. 3367DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 6 9 valor total dos contratos, no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação ou manutenção de poços, os chamados naviossonda. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2009 a 31/07/2009, 01/01/2010 a 30/04/2010, 01/06/2010 a 31/12/2010 PIS/PASEP. PETRÓLEO E GÁS NATURAL. EXPLORAÇÃO. EMBARCAÇÕES. AFRETAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXECUÇÃO SIMULTÂNEA. Nos termos do §2o ao art. 1o da Lei n. 9.481, de 1997, com as alterações promovidas pela Lei n. 13.043, de 2014, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a 80% (oitenta por cento) do valor total dos contratos, no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação ou manutenção de poços, os chamados naviossonda." A Fazenda Nacional apresentou razões ao Recurso de Ofício, aduzindo, em breve síntese: (i) a eficácia prospectiva da Lei 13043/2014 e o equívoco da decisão da DRJ, pois referida lei não tem o condão de retroagir para alcançar o ato jurídico concretizado sem amparo legal, por força da manifestação do princípio da irretroatividade da lei e da inexistência de lei interpretativa na espécie; (ii) artificialismo dos contratos de afretamento e de prestação de serviços firmados; (iii) entendimento jurisprudencial sobre os contratos de prestação de serviços de afretamento, a bipartição dos serviços de produção e prospecção marítima de petróleo em contratos de aluguel de unidades de operação (naviossonda, plataformas semissubmersíveis, navios de apoio à estimulação de polos e unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência) e de prestação de serviços propriamente dita é artificial e não retrata a realidade material das suas execuções; (iv) inexistência de contrato de afretamento autônomo da prestação de serviços de sondagem, perfuração e exploração de poços de petróleo, existindo repartição artificial de contratos; (v) o contrato de afretamento envolve 78% da soma dos dois contratos firmados, enquanto que o negócio jurídico com a empresa sediada no Brasil prevê o pagamento do restante a título de prestação de serviços (22%); Fl. 3368DF CARF MF 10 (vi) contrariedades e inconsistências verificadas nos contratos decorrem da própria unidade dos serviços prestados, os quais contam com o navio sonda como parte integrante e intrínseca àqueles; (vii) a habilitação da autuada no REPETRO com fulcro na IN 844/2008 e apresentação dos contratos de afretamento e prestação de serviços, tal circunstancia não elide a análise das realidades fática e jurídica pela Administração Tributária; (viii) está devidamente demonstrado que os pagamentos realizados pela BP ENERGY, na verdade, correspondiam à contraprestação pelos serviços técnicos contratados (pesquisa e a exploração de poços de petróleo) e assim devem ser tributados, não se enquadrando em hipótese de alíquota zero de IRRF; (ix) traz conceitos de embarcação X plataforma e a possibilidade de afretamento; (x) pela análise da norma de incidência do PIS e da COFINS sobre a importação de serviços, percebese que aquelas contribuições são devidas sempre que houver a contratação, por uma empresa brasileira, de serviços provenientes do exterior, prestados por pessoas jurídicas ali residentes ou domiciliadas, quer sejam eles executados no Brasil, quer sejam eles prestados no exterior, não havendo, portanto, outra limitação qualquer à incidência daquelas contribuições. Pugna a Fazenda Nacional pelo provimento do recurso de ofício. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Em que pese os exemplares argumentos expendidos pela Douta Procuradoria da Fazenda Nacional, entendo como correta a decisão recorrida proferida em 1ªinstância, portanto, não lhe assistindo razão. A questão em debate envolve uma interpretação sistemática, que no escólio de Carlos Maximiliano está assim conceituada: "A verdade inteira resulta do contexto, e não de uma parte truncada, quiça defeituosa, mal redigida; examinese a norma na íntegra e, mais ainda: o Direito todo, referente ao assunto. Além de comparar o dispositivo com outros afins, que formam o mesmo instituto jurídico, e com os referentes a institutos análogos; força é, também, afinal por tudo em relação com os princípios gerais, o conjunto do sistema em vigor." (MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. 20 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 106). A Lei 13043/2014 em seu art. 106 alterou a redação do art. 1° da Lei n. 9.481, de 1997, a qual passou a ter o seguinte texto: Fl. 3369DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 7 11 "Art. 1º A alíquota do imposto de renda na fonte incidente sobre os rendimentos auferidos no País, por residentes ou domiciliados no exterior, fica reduzida para zero, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.97) I receitas de fretes, afretamentos, aluguéis ou arrendamentos de embarcações marítimas ou fluviais ou de aeronaves estrangeiras ou motores de aeronaves estrangeiros, feitos por empresas, desde que tenham sido aprovados pelas autoridades competentes, bem como os pagamentos de aluguel de contêineres, sobrestadia e outros relativos ao uso de serviços de instalações portuárias; (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) (...) § 2° No caso do inciso I do caput deste artigo, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, do valor total dos contratos a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a: (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) I 85% (oitenta e cinco por cento), no caso de embarcações com sistemas flutuantes de produção e/ou armazenamento e descarga (Floating Production Systems FPS); (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) II 80% (oitenta por cento), no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação, manutenção de poços (naviossonda); e (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) III 65% (sessenta e cinco por cento), nos demais tipos de embarcações. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014)" O texto legal, equacionou a matéria em debate. A própria decisão recorrida consigna: "Não se ignora, por certo, que o lapso temporal contemplado pela pretensão fazendária antecede à nova redação do art. 1o da Lei n. 9.481, de 1997. Contudo, temse por insustentáveis os lançamentos fiscais quando em vigor os mencionados dispositivos. Isto porque tal pretensão fundase em construção teórica que ultrapassa a intertemporalidade, tomando por evidência do propósito evasivo arquitetura contratual posteriormente chancelada pelo legislador." Declaração de voto do Conselheiro Martin da Silva Gesto no processo n° 16682.721312/201391 está assim consignada: "Assim, é plenamente possível, o que se reforça com base na atual redação do §§ 2º e 7º do art. 1º da Lei nº 9.481, diante das alterações da Lei nº 13.043 de 13.11.2014, a bipartição de Fl. 3370DF CARF MF 12 contratos. Esclareço que não se está aplicando retroativamente a legislação, mas tão somente demonstrando que a bipartição de contratos se trata de uma operação natural e não artificial, estando atualmente inclusive prevista em lei. Portanto, é possível a execução simultânea do contrato de afretamento (ou aluguel de embarcações marítimas) e contrato de prestação de serviços, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural." No mesmo processo a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio assim expôs em sua declaração de voto: "O artigo acima transcrito é um reflexo das previsões contidas no artigo 146 e 106 do CTN. Isso porque o artigo 146 veda, expressamente, a revisão de lançamento que tenha por fundamento a modificação dos critérios jurídicos. Tal alteração só poderá ser utilizada em lançamentos futuros. O artigo 106, por outro lado, prevê que a lei tributária aplicase a ato ou fato pretérito quando deixe de definir o fato como infração ou quando lhe aplica penalidade menos severa, bastando, para tanto, que ele não tenha sido definitivamente julgado." A interpretação da norma não pode levar a um desvio como posto em sede de razões recursais. Nunca é demais lembrar que o legislador e o intérprete do Direito devem conciliar esforços para fazer com que o sistema jurídico seja um todo consistente e coerente, com estruturação que lhe confira lógica hermenêutica. Tércio Sampaio Ferraz Jr. leciona (sobre o processo interpretativo) “... a concepção do ordenamento jurídico como sendo um sistema dotado de unidade e consistência nada mais é que um pressuposto ideológico que a dogmática do Direito assume”. (Cf. Tércio Sampaio Ferraz Jr., Introdução ao Estudo do Direito, São Paulo, Atlas, 2003, p. 206.). Isso faz com que surjam três critérios básicos para compor a interpretação do exegeta: coerência, consenso e justiça (mesmo autor e obra, p. 286). As normas, para Eros Roberto Grau (in Ensaio e discurso sobre a intepretação e a aplicação do Direito, São Paulo, Malheiros, 2002, p. 74), devem ser harmônicas dentro de um sistema jurídico, sem haver qualquer tipo de contradição entre estas, a fim de que não seja deturpada a noção de consistência do sistema. Portanto, nada mais correto que trazer a harmonia para todas as searas do Direito através da conciliação desses três critérios. O Conselheiro Domingos de Sá Filho em voto proferido no processo n° 16682.721545/201394 assim se pronunciou: "No caso tratado, o legislador ordinário ao alterar a redação do parágrafo segundo da Lei nº 9.481/97, cuidou da execução simultânea de contrato de afretamento/aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviços vinculados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, ao inserir regra definindo o norte do comportamento dos contribuintes (...)" E prossegue o Conselheiro: Fl. 3371DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 8 13 "Observado os parâmetros traçados pela norma legal, e, ausente acusação de desacerto com as normas de direito privado, assente é os pactos, pois em momento algum se alegam conduta contrária as regras do direito privado. Com razão a recorrente no tocante a legalidade das modalidades de contratos, pois a legislação autoriza o Ministro da Fazenda elevar ou reduzir os percentuais de aceitação dos contratos de prestação de serviço e afretamento ou locação de embarcações marítimas, sendo assim, a pratica de contratação de afretamento de embarcações marítimas e prestação de serviço, mesmo com empresa do mesmo grupo, tornou clara e evidenciou que o exercício da execução simultânea desses pactos encontram na órbita legal permitida." Considerando a legislação aplicável ao caso, a questão em apreço foi esclarecida de modo que empresas com atuação na indústria da prospecção e exploração de petróleo e gás natural, passaram a se subsumir expressamente no conceito de “embarcação” para fins da alíquota zero do imposto de renda na fonte as embarcações destinadas à prospecção e exploração de petróleo e gás natural. A própria recorrida possui decisão deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em seu favor, conforme segue: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 BENEFÍCIO FISCAL. EMBARCAÇÃO. A alíquota do imposto na fonte incidente sobre os rendimentos auferidos no País, por residentes ou domiciliados no exterior, fica reduzida para zero, no caso de receitas de afretamentos de, dentre outros, embarcações marítimas, aprovados pelas autoridades competentes. EMBARCAÇÃO. DEFINIÇÃO. Embarcação é qualquer construção sujeita a inscrição na autoridade marítima e suscetível de se locomover na água, por meios próprios ou não, que transporte pessoas ou cargas. Artigo 2º., da Lei 9.537/97 EMBARCAÇÃO. BENEFÍCIO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. Compete ao beneficiado comprovar que o contrato de afretamento incidiu sobre embarcação para fazer jus ao correlato benefício fiscal." (Processo 16682.721181/201181; Acórdão 2402005.676 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária; Sessão de 09 de fevereiro de 2017; Voto vencedor proferido pelo Conselheiro Theodoro Vicente Agostinho) O art. 2° da Lei 9432/1997 traz as definições de afretamento em suas três modalidades, assim: Fl. 3372DF CARF MF 14 "Art. 2º Para os efeitos desta Lei, são estabelecidas as seguintes definições: I afretamento a casco nu: contrato em virtude do qual o afretador tem a posse, o uso e o controle da embarcação, por tempo determinado, incluindo o direito de designar o comandante e a tripulação; II afretamento por tempo: contrato em virtude do qual o afretador recebe a embarcação armada e tripulada, ou parte dela, para operála por tempo determinado; III afretamento por viagem: contrato em virtude do qual o fretador se obriga a colocar o todo ou parte de uma embarcação, com tripulação, à disposição do afretador para efetuar transporte em uma ou mais viagens;" A exigência tributária merece, também, ser cancelada pelo fato de o afretamento ser apenas meio para a consecução dos serviços técnicos especializados, os quais foram devidamente tributados. A decisão recorrida não deixa margem de dúvidas sobre tal aspecto ao consignar que: "No período alcançado pela presente auditoria, o afretamento equivaleria a 78%, enquanto os serviços restariam contemplados com 22% dos recursos envolvidos." Portanto, percebese que os percentuais praticados pela recorrida em relação ao afretamento e a prestação de serviços respeitaram os limites estatuídos na Lei 13043/2014. Neste contexto, como argumentado pela recorrida em sua impugnação, tem se que o afretamento não se constitui um serviço, mas sim atividade necessária para que o serviço técnico seja efetivamente prestado. Por ser uma atividade meio, resta configurado que o afretamento está insuscetível de servir como fato gerador tributário. O afretamento como atividademeio teve o seu custo incorporado ao preço da atividadefim, mas devidamente segregado. Todas as etapas, atividades ou tarefas intermediárias destinadas ao adimplemento do objeto final do contrato, desde que não se transformem em outras atividadesfim independentes, são atividadesmeio e, portanto, não tributáveis. Aqui, entendo que cabe uma comparação com o que o Poder Judiciário tem entendido sobre a impossibilidade de se tributar atividademeio. A esse respeito (impossibilidade de se tributar atividademeio) assim se posiciona o Superior Tribunal de Justiça: "TRIBUTÁRIO. ISS. SERVIÇO DE TELECOMUNICAÇÃO. ATIVIDADEMEIO. NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que, independente da cobrança pela prestação de serviço, "não incide ISS sobre serviços prestados que Fl. 3373DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 9 15 caracterizam atividademeio para atingir atividadesfim, no caso a exploração de telecomunicações" (REsp 883254/MG, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, julgado em 18.12.2007, DJ 28.2.2008 p. 74). Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ. 2. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que o teor da Súmula 83/STJ aplicase, também, aos recursos especiais interpostos com fundamento na alínea "a" do permissivo constitucional. Agravo regimental improvido." (AgRg no AREsp 445.726/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2014, DJe 24/02/2014) "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇOS CONEXOS (SUPLEMENTARES) AO DE COMUNICAÇÃO (TELEFONIA MÓVEL): TROCA DE TITULARIDADE DE APARELHO CELULAR; CONTA DETALHADA; TROCA DE APARELHO; TROCA DE NÚMERO; MUDANÇA DE ENDEREÇO DE COBRANÇA DE CONTA TELEFÔNICA; TROCA DE ÁREA DE REGISTRO; TROCA DE PLANO DE SERVIÇO; BLOQUEIO DDD E DDI; HABILITAÇÃO; RELIGAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA DO ICMS. 1. A incidência do ICMS, no que se refere à prestação dos serviços de comunicação, deve ser extraída da Constituição Federal e da LC 87/96, incidindo o tributo sobre os serviços de comunicação prestados de forma onerosa, através de qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer natureza (art. 2º, III, da LC 87/96). 2. A prestação de serviços conexos ao de comunicação por meio da telefonia móvel (que são preparatórios, acessórios ou intermediários da comunicação) não se confunde com a prestação da atividade fim "processo de transmissão (emissão ou recepção) de informações de qualquer natureza", esta sim, passível de incidência pelo ICMS. Desse modo, a despeito de alguns deles serem essenciais à efetiva prestação do serviço de comunicação e admitirem a cobrança de tarifa pela prestadora do serviço (concessionária de serviço público), por assumirem o caráter de atividade meio, não constituem, efetivamente, serviços de comunicação, razão pela qual não é possível a incidência do ICMS. 3. Não merece reparo a decisão que admitiu o ingresso de terceiro no feito, pois o art. 543C, § 4º, do CPC autoriza que o Ministro Relator, considerando a relevância da matéria tratada em recurso especial representativo da controvérsia, admita a manifestação de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na questão jurídica central. 4. Agravo regimental de fls. 871/874 não provido. Recurso especial não provido. Acórdão sujeito ao regime previsto no art. Fl. 3374DF CARF MF 16 543C do CPC, c/c a Resolução 8/2008 Presidência/STJ." (REsp 1176753/RJ, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/11/2012, DJe 19/12/2012) Ademais, o Superior Tribunal de Justiça tem consolidada jurisprudência no sentido de que o afretamento não constitui serviço, conforme precedente a seguir transcrito: "TRIBUTÁRIO. ISS. AFRETAMENTO A CASCO NU. NÃO INCIDÊNCIA.PRECEDENTES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ANÁLISE DE CONTRATO E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência desta Corte firmou o entendimento de que não incide ISS sobre contrato de afretamento a casco nu, por caracterizar mera locação de embarcação. 2. Na hipótese em que o acórdão recorrido concluiu, com base na análise das cláusulas contratuais, que não há serviços prestados em conjunto com o contrato de afretamento em apreço, a pretensão é inviável, por exigir a interpretação de cláusulas contratuais ou a incursão no universo fático probatório. Óbices das Súmulas nº 5 e 7 do Superior Tribunal de Justiça. Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp 1512344/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/05/2015, DJe 26/05/2015) "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. ISS. AFRETAMENTO DE EMBARCAÇÃO. ILEGITIMIDADE DA COBRANÇA. 1. Nos termos do art. 2º da Lei 9.432/97, afretamento a casco nu é o "contrato em virtude do qual o afretador tem a posse, o uso e o controle da embarcação, por tempo determinado, incluindo o direito de designar o comandante e a tripulação". Afretamento por tempo é o "contrato em virtude do qual o afretador recebe a embarcação armada e tripulada, ou parte dela, para operála por tempo determinado" e afretamento por viagem é o "contrato em virtude do qual o fretador se obriga a colocar o todo ou parte de uma embarcação, com tripulação, à disposição do afretador para efetuar transporte em uma ou mais viagens". 2. No que se refere à primeira espécie — afretamento a caso nu —, na qual se cede apenas o uso da embarcação, a Segunda Turma/STJ, ao apreciar o REsp 792.444/RJ (Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 26.9.2007), entendeu que "para efeitos tributários, os navios devem ser considerados como bens móveis, sob pena de desvirtuaremse institutos de Direito Privado, o que é expressamente vedado pelo art. 110 do CTN". E levando em consideração a orientação do STF no sentido de que é inconstitucional a incidência do ISS sobre a locação de bens móveis (RE 116.121/SP, Tribunal Pleno, Rel. Min. Octavio Gallotti, Rel. p/ acórdão Min. Marco Aurélio, DJ de 25.5.2001), concluiu no sentido de que é ilegítima a incidência do ISS em relação ao afretamento a casco nu. De fato, no contrato em Fl. 3375DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 10 17 comento há mera locação da embarcação sem prestação de serviço, o que não constitui fato gerador do ISS. 3. No que tange às demais espécies, consignouse no precedente citado que: "Os contratos de afretamento por tempo ou por viagem são complexos porque, além da locação da embarcação, com a transferência do bem, há a prestação de uma diversidade de serviços, dentre os quais se inclui a cessão de mãodeobra", de modo que "não podem ser desmembrados para efeitos fiscais (Precedentes desta Corte) e não são passíveis de tributação pelo ISS porquanto a específica atividade de afretamento não consta da lista anexa ao DL 406/68". Assim, podese afirmar que em tais espécies contratuais (afretamento por tempo e afretamento por viagem) há um misto de locação de bem móvel e prestação de serviço. Contudo, como bem observado no precedente citado, a jurisprudência desta Corte — em hipóteses em que se discutia a incidência do ISS sobre os contratos de franquia, no período anterior à vigência da LC 116/2003 — firmouse no sentido de que não é possível o desmembramento de contratos complexos para efeitos fiscais (REsp 222.246/MG, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 4.9.2000; REsp 189.225/RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de 4.9.2001). 4. Por tais razões, mostrase ilegítima a incidência do ISS sobre o contrato de afretamento de embarcação, em relação às três espécies examinadas. 5. Recurso especial provido. (REsp 1054144/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/11/2009, DJe 09/12/2009) E mesmo que se admitisse que ocorreu alguma prestação de serviço, a tributação somente poderia ocorrer sobre a parcela que efetivamente fosse categorizada como tal. Aqui, merece atenção o contido na Súmula Vinculante 31 do Supremo Tribunal Federal, que em relação ao ISS impede a tributação da parcela que não configure serviço, como no caso da locação de bens móveis. Vejamos: "Súmula Vinculante 31. É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis." Assim, entende a Suprema Corte: "TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA. LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS ASSOCIADA A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LOCAÇÃO DE GUINDASTE E APRESENTAÇÃO DO RESPECTIVO OPERADOR. INCIDÊNCIA DO ISS SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE A LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS. SÚMULA VINCULANTE 31. AGRAVO REGIMENTAL. 1. A Súmula Vinculante 31 não exonera a prestação de serviços Fl. 3376DF CARF MF 18 concomitante à locação de bens móveis do pagamento do ISS. 2. Se houver ao mesmo tempo locação de bem móvel e prestação de serviços, o ISS incide sobre o segundo fato, sem atingir o primeiro. 3. O que a agravante poderia ter discutido, mas não o fez, é a necessidade de adequação da base de cálculo do tributo para refletir o vulto econômico da prestação de serviço, sem a inclusão dos valores relacionados à locação. Agravo regimental ao qual se nega provimento." (ARE 656709 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 14/02/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe048 DIVULG 07 032012 PUBLIC 08032012 RDDT n. 201, 2012, p. 203206) Da decisão recorrida merecem destaque os seguintes excertos: "A pedra de toque dos trabalhos levados a cabo pela autoridade fiscal repousa sobre a desproporção entre os montantes de recursos canalizados pela fiscalizada, na qualidade de concessionária dedicada à exploração e à produção de petróleo e gás offshore no Brasil, ao afretamento do navio sonda Deepwater Discovery e à prestação de serviços correlacionados, através de bipartição contratual que permitiu a remessa do montante relativo ao primeiro dos referidos contratos ao exterior, vendose desobrigada, por conseguinte, entre outros, da incidência a título de Pis/Pasep e de Cofins sobre a importação em relação à maior parte do valor global contratado. No período alcançado pela presente auditoria, o afretamento equivaleria a 78%, enquanto os serviços restariam contemplados com 22% dos recursos envolvidos. Antes do segundo aditamento contratual ocorrido em 10 de setembro de 2008, ressalva a autoridade fiscal, os percentuais eram respectivamente de noventa e dez. E é sob tal premissa – a da inusualidade da configuração contratual eleita pela fiscalizada – que passa o autuante a reunir demais indícios com vistas a robustecer conclusão no sentido de que almeja a contribuinte, sobretudo, escapar à tributação. O legislador, contudo, parece entender de forma diversa, ao que, diante da divergência instaurada, tratou, por meio da Lei n. 13.043, de 13 de novembro de 2014, de conferir nova redação ao art. 1° da Lei n. 9.481, de 1997: Art. 1º A alíquota do imposto de renda na fonte incidente sobre os rendimentos auferidos no País, por residentes ou domiciliados no exterior, fica reduzida para zero, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.97) I receitas de fretes, afretamentos, aluguéis ou arrendamentos de embarcações marítimas ou fluviais ou de aeronaves estrangeiras ou motores de aeronaves estrangeiros, feitos por empresas, desde que tenham sido aprovados pelas autoridades competentes, bem como os pagamentos de aluguel de contêineres, sobrestadia e outros relativos ao uso de serviços de instalações portuárias; (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) (...)§ 2° No caso do inciso I do caput deste artigo, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou Fl. 3377DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 11 19 aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoas jurídicas vinculadas entre si, do valor total dos contratos a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a: (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014) I 85% (oitenta e cinco por cento), no caso de embarcações com sistemas flutuantes de produção e/ou armazenamento e descarga (Floating Production Systems FPS); (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) II 80% (oitenta por cento), no caso de embarcações com sistema do tipo sonda para perfuração, completação, manutenção de poços (naviossonda); e (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) III 65% (sessenta e cinco por cento), nos demais tipos de embarcações. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) § 3o Para cálculo dos percentuais previstos no § 2o, o contrato celebrado em moeda estrangeira deverá ser convertido para Real à taxa de câmbio da moeda do país de origem, fixada para venda pelo Banco Central do Brasil, correspondente à data da apresentação da proposta pelo fornecedor, que é parte integrante do contrato. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) § 4o Em caso de repactuação ou reajuste dos valores de quaisquer dos contratos, as novas condições deverão ser consideradas para fins de verificação do enquadramento do contrato de afretamento nos limites previstos no § 2o. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) § 5o Para fins de verificação do enquadramento das remessas de afretamento nos limites previstos no § 2o, deverá ser desconsiderado o efeito da variação cambial. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) § 6o A parcela do contrato de afretamento que exceder os limites estabelecidos no § 2o sujeitase à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento), quando a remessa for destinada a país ou dependência com tributação favorecida, ou quando o arrendante ou locador for beneficiário de regime fiscal privilegiado, nos termos dos arts. 24 e 24A da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) § 7o Para efeitos do disposto no § 2o, será considerada vinculada a pessoa jurídica proprietária da embarcação marítima sediada no exterior e a pessoa jurídica prestadora do serviço quando forem sócias, direta ou indiretamente, em sociedade proprietária dos ativos arrendados ou locados. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) Fl. 3378DF CARF MF 20 § 8o O Ministro da Fazenda poderá elevar ou reduzir em até 10 (dez) pontos percentuais os limites de que trata o § 2o. (Incluído pela Lei nº 13.043, de 2014) O censurado modelo de contratação bipartida, ensejador de um sem número de controvérsias na seara tributária, encontra agora detalhado amparo normativo. A execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, fez questão de expressar o legislador, pode se dar entre pessoas jurídicas vinculadas entre si. Mas não é só. Podem canalizar percentuais que chegam a 85% do total em favor do afretamento. Destarte, inferências a exemplo da coincidência entre as datas em que firmados os contratos, similitudes redacionais, etc, restaram significativamente empalidecidas, frente ao inegável desejo de chancelar o modelo que parece ser a praxis contratual dominante no segmento em causa. A própria Instrução Normativa RFB n. 844, de 2008, já dava pistas da factibilidade da aludida prática, conforme art. 5o, §8o, in verbis: § 8º Na hipótese prevista no § 9º do art. 17, as pessoas jurídicas de que trata o inciso II do § 1º poderão ser habilitadas ao Repetro com base no contrato de prestação de serviços, desde que haja execução simultânea com os contratos de afretamento a casco nu, de arrendamento operacional, de aluguel ou de empréstimo. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1089, de 30 de novembro de 2010) Não se ignora, por certo, que o lapso temporal contemplado pela pretensão fazendária antecede à nova redação do art. 1o da Lei n. 9.481, de 1997. Contudo, temse por insustentáveis os lançamentos fiscais quando em vigor os mencionados dispositivos. Isto porque tal pretensão fundase em construção teórica que ultrapassa a intertemporalidade, tomando por evidência do propósito evasivo arquitetura contratual posteriormente chancelada pelo legislador. Acerca da múltipla participação de estrangeiros na prestação dos serviços contratados junto à Transocean Brasil Ltda, de se sublinhar, inicialmente, que parece incontroverso procedem dos quadros da Transocean International Resources Ltd. e a Global Santa Fé Offshore, e não da Transocean UK Limited, proprietária do Deepwater Discovery. Ademais, o fenômeno da subcontratação, recorrendose, inclusive, a profissionais de diversas nacionalidades, pareceme justificável, ainda mais no âmbito de segmento notoriamente especializado como o investigado, qual seja, o da exploração e produção de petróleo e gás. Já a importação do navio sonda pela Transocean Brasil Ltda, causadora de espécie à autoridade fiscal, parece ter restado autorizada por meio do art. 5o, §4o, da Instrução Normativa n. 844, de 2008: Fl. 3379DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 12 21 4o Poderá ser habilitada ao Repetro empresa com sede no País formalmente designada pela pessoa jurídica de que trata o inciso I do § 1º, para promover a importação dos bens que sejam objeto de afretamento, de aluguel, de arrendamento operacional ou de empréstimo, desde que vinculados à execução de contrato de prestação de serviços celebrado entre elas, relacionado às atividades a que se refere o art. 1º. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 941, de 25 de maio de 2009) Não obstante, mesmo se admitido que os recursos destinados à Transocean UK Limited acabaram por remunerar serviços executados no Brasil pela Transocean Brasil Ltda, não se vê como aderir aos lançamentos fiscais levados a efeito. É que o afretamento ocorreu. Origem ou não do integral montante remetido ao exterior, não se pode ignorar referemse os pagamentos, ao menos parcialmente, ao obrigado pelo contrato de afretamento. Mais, tal parcela há de ser significativa, pois igualmente não se tem por razoável a presença de dúvida no sentido de que o afretamento do navio sonda Deepwater Discovery, avaliado na casa de bilhão de reais, faz jus a tanto. Ou seja, certo que pretende o autuante, em verdade, submeter à tributação não apenas a parcela supostamente relativa à prestação de serviços no país, mas também a vinculada ao afretamento. Sem um mínimo de critério com vistas à segregação de tais quantias, não resiste a exigência fiscal ao mandamento da verdade material, guia da atividade administrativa que alça especial importância na seara fiscal. Diferentemente seria se fosse o olhar lançado para os recursos que eventualmente (re)ingressam no Brasil com destino às prestadoras de serviço em questão, acrescentese, porquanto razoável presumir – no marco, sublinhese, da confecção de pretensão fazendária neste sentido – que correspondam tais montantes exatamente à prestação dos referidos serviços. De rigor também reconhecer que, diferentemente do sugerido pela autoridade fiscal, a Antaq, por intermédio do Ofício n. 00066/2010 – SNM (fl. 2.705), não coloca em dúvida a condição de embarcação de bem a exemplo do navio sonda Deepwater Discovery, mas revela não ser atribuição da consultada autorizar, nos seus dizeres, o afretamento deste tipo de embarcação, dispensandose, portanto, a emissão de Certificado de Autorização de Afretamento (CAA). No máximo, reforça a agência reguladora, ao revés, o status de embarcação. A Norma da Autoridade Marítima para Operação de Embarcações Estrangeiras em Águas Jurisdicionais Brasileiras Norman04/DPC termina por esclarecer, como bem argumenta a impugnante: 0121 INSCRIÇÃO TEMPORÁRIA (IT) É um ato administrativo da Autoridade Marítima que visa o controle de embarcação de bandeira estrangeira autorizada a operar em AJB. A IT é formalizada por meio da emissão do Fl. 3380DF CARF MF 22 Atestado de Inscrição Temporária (AIT), emitido pelas Capitanias dos Portos e suas Delegacias (CP/DL), documento sem o qual a embarcação não poderá operar em AJB. 0218 PROSPECÇÃO, PERFURAÇÃO, PRODUÇÃO E ARMAZENAMENTO DE PETRÓLEO (PLATAFORMAS, NAVIOS SONDA, FPSO e FSO) a) compete à CP/DL autorizar o processo de IT, mediante a apresentação da Portaria de concessão da ANP para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural para blocos publicada no Diário Oficial da União (DOU); Destarte, compete às Capitanias dos Portos e suas Delegacias autorizar a inscrição temporária, ato administrativo que serve ao controle de embarcação de bandeira estrangeira autorizada a operar em águas jurisdicionais brasileiras, entre as quais, na ambitude da prospecção, perfuração, produção e armazenamento de petróleo, plataformas e navios sonda." Ainda, a Solução de Consulta COSIT 225/2014: "15. É certo que as empresas são livres para montar os seus negócios e para contratar na forma que melhor entenderem, visando a otimização de suas operações e a obtenção de lucros. Essa liberdade não é absoluta pois tem como limite a observância das leis. 16. Portanto, em princípio, não se vislumbra nenhum óbice que, na gestão de seus negócios, determinada empresa opte por efetuar dois contratos com empresas distintas, uma para afretamento do bem e outra para sua operação." Novamente, merece ser destacado excerto do voto proferido pelo Conselheiro Domingos de Sá Filho proferido no processo n° 16682.721545/201394: "Em novembro de 2014, foi editada a Lei nº 13.043, contrariando a tese de bipartição artificial de contratos sustentada até então pela fiscalização, o legislador federal reafirma a legalidade de execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, quando relacionado à prospecção e exploração de petróleo ou gás, matéria tratada no §2º, do art. 1º, in verbis: "§2º No caso do inciso I do caput deste artigo, quando ocorrer execução simultânea do contrato de afretamento ou aluguel de embarcações marítimas e do contrato de prestação de serviço, relacionado à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural, celebrados com pessoa jurídicas vinculadas entre si, do valor total dos contratos a parcela relativa ao afretamento ou aluguel não poderá ser superior a:" Como se vê, a forma de contratação é coesa com a novel disposição legal, o contrato de afretamento ou locação é autônomo, os parâmetros fixados pelo legislador confirmam o fato de que a contratação de afretamento ou locação de embarcações marítimas e prestação de serviço são reconhecidas pela legislação, distorcer dessa realidade o entendimento do Fl. 3381DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 13 23 fisco ao assegurar que o fornecimento da unidade é apenas parte integrante e instrumental dos serviços contratados. Não há dúvida tratar de modalidade de contratação a assegurar o bom desempenho das unidades contratadas como asseverado pela Petrobrás. Portanto a execução simultânea desses contratos, afretamento e prestação de serviço de embarcações marítimas, longe de tratar de manipulação e artificialidade como quer crer o fisco." Adicionalmente, é de se consignar o contido na Medida Provisória n° 795/17: "Art. 3º Aos fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2014, aplicase o disposto nos § 2º e § 12 do art. 1º da Lei nº 9.481, de 1997, e a pessoa jurídica poderá recolher a diferença devida de imposto sobre a renda na fonte, acrescida de juros de mora, no mês de janeiro de 2018, com redução de cem por cento das multas de mora e de ofício." Da exposição de motivos da referida Medida Provisória temse: "4.1. A alteração promovida pelo art. 106 da Lei n º 13.043, de 13 de novembro de 2014, no § 2 º do art. 1 º da Lei n º 9.481, de 1997, estabeleceu, para fins de redução a zero da alíquota do IRRF, percentuais máximos atribuídos aos contratos d e afretamento ou aluguel de embarcações marítimas relacionados à prospecção e exploração de petróleo ou gás natural. A referida alteração visava a limitar o benefício fiscal de redução a zero da alíquota do IRRF e, simultaneamente, dar segurança jurídica, uma vez que o Fisco estava desconsiderando os contratos de afretamento realizados pelas empresas do setor. (...) 4.6. Por fim, o § 12 traz norma que esclarece que os percentuais definidos nos §§ 2 º e 9 º não se aplicam à apuração da contribuição de intervenção de domínio econômico CIDE de que trata a Lei n º 10.168, de 29 de dezembro de 2000, da Contribuição para os Programas de Integra ção Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços PIS/PASEP Importação e da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior COFINS Importação, permanecendo válidas, para efeitos de apuração desses tributos, a natureza e as condições do contrato de afretamento ou aluguel." Para bem da verdade, se é válido o resgate da interpretação teleológica das normas e igualmente do sentido de validade das mesmas, vêse que no caso em apreço a tese da recorrida está em sintonia com uma tributação equilibrada, principalmente na matéria aqui versada em que se está diante de relevante segmento da indústria, em função do elevado grau de importância que representa na sociedade. Fl. 3382DF CARF MF 24 Assim adotandose a interpretação sistemática que o caso merece, não pode prosperar a interpretação dada pela Receita Federal, razão pela qual nego provimento ao Recurso de Ofício, mantendo a decisão proferida em 1ª instância. Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator Declaração de Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira Entendo que a utilização de embarcação naviosonda não se constitui mero meio de realização da atividadefim, a prestação de serviço atinentes à prospecção e exploração de jazidas de petróleo. Ha situações em que o conjunto probatório demonstra que não há afretamento, mas sim que a embarcação é parte integrante e essencial na disponibilização de equipamentos e pessoal técnico especializado na realização do serviço. Para estes casos não há que dizer dissociáveis o contrato de afretamento com o de serviço. Conquanto a fiscalização apontou indícios que poderiam efetivamente comprovar o vínculo indissociável entre a embarcação e o serviço prestado não restou caracterizada a bipartição artificial do contrato de afretamento e de execução dos serviços de prospecção e exploração marítimos, situação que não prescindiria a demonstração da efetiva transferência maliciosa de valores do contrato de prestação de serviços para o de afretamento. E mais, não se pode desconsiderar os altos valores envolvidos na utilização de naviosonda (operação e manutenção, como simples exemplo) e lançálos como exclusivos ao contrato da prestação de serviços. A fiscalização teria o dever de demonstrar as parcelas pertinentes a um e outro contrato que acusou serem indissociáveis. A legislação tributária tem legitimada a coexistência de contratos de afretamento e de prestação de serviços com execução simultânea, pois expressamente admite a celebração de contratos dessa natureza por parte de um único concessionário de exploração de petróleo e gás, inclusive quando as contrapartes são pessoas jurídicas vinculadas. Podese mencionar as Instruções Normativas RFB n°s 844/2008, 941/2009 e 1.070/2010; a Solução de Consulta Cosit nº 225/2014; as Leis nºs. 9.481/1997 e 13.043/2014 e; a recente MP nº 795/2017. A Receita Federal expressamente admite que a mesma pessoa jurídica contratada pela concessionária para a prestação de serviços possa providenciar o fornecimento de bem necessário a essa execução, amparado em contrato de afretamento distinto do contrato de serviços, desde que tenham execução simultânea. Tratase da previsão contida no § 3º do art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 844, de 2008, incluído pela Instrução Normativa RFB nº 941, de 25 de maio de 2009: Fl. 3383DF CARF MF Processo nº 16682.720408/201413 Acórdão n.º 3201003.150 S3C2T1 Fl. 14 25 Art. 5º O Repetro será utilizado exclusivamente por pessoa jurídica habilitada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). § 1º Poderá ser habilitada ao Repetro a pessoa jurídica: I detentora de concessão ou autorização, nos termos da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, para exercer, no País, as atividades de que trata o art. 1º; e II contratada pela pessoa jurídica referida no inciso I para a prestação de serviços destinados à execução das atividades objeto da concessão ou autorização, bem como as suas subcontratadas. § 2º Quando a pessoa jurídica de que trata o inciso II do § 1º não for sediada no País, poderá ser habilitada ao Repetro a empresa com sede no País por ela designada para promover a importação dos bens. § 3º O fornecimento de bens pela pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1º poderá estar previsto em contrato de afretamento, de aluguel, de arrendamento operacional ou de empréstimo, o qual deverá ter execução simultânea com o de prestação de serviços. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 941, de 25 de maio de 2009) § 4º Poderá ser habilitada ao Repetro empresa com sede no País formalmente designada pela pessoa jurídica de que trata o inciso I do § 1º, para promover a importação dos bens que sejam objeto de afretamento, de aluguel, de arrendamento operacional ou de empréstimo, desde que vinculados à execução de contrato de prestação de serviços celebrado entre elas, relacionado às atividades a que se refere o art. 1º. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 941, de 25 de maio de 2009) Na nova redação dada ao art. 5º da IN RFB nº 844/2008 pela IN RFB nº 1070/ 2010 permite a inclusão da pessoa jurídica contratada para o afretamento no rol de possíveis beneficiárias do REPETRO, ao lado da concessionária da exploração de petróleo e da pessoa jurídica contratada (ou subcontratada) para a prestação de serviços, como se verifica no inciso II do § 1º: Art. 5º O Repetro será utilizado exclusivamente por pessoa jurídica habilitada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). § 1º Poderá ser habilitada ao Repetro a pessoa jurídica: (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1070, de 13 de setembro de 2010) I detentora de concessão ou autorização, nos termos da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997, para exercer, no País, as atividades de que trata o art. 1º; e II contratada pela pessoa jurídica referida no inciso I em afretamento por tempo ou para a prestação de serviços Fl. 3384DF CARF MF 26 destinados à execução das atividades objeto da concessão ou autorização, bem como as suas subcontratadas. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1070, de 13 de setembro de 2010) § 2º A pessoa jurídica contratada de que trata o inciso II do § 1º, ou sua subcontratada, também poderá ser habilitada ao Repetro para promover a importação de bens objeto de contrato de afretamento, em que seja parte ou não, firmado entre pessoa jurídica sediada no exterior e a detentora de concessão ou autorização, desde que a importação dos bens esteja prevista no contrato de prestação de serviço ou de afretamento por tempo. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1070, de 13 de setembro de 2010) Uma vez autorizada a contratação segregada do afretamento e dos serviços com uma mesma pessoa jurídica, a princípio, sem que haja outros elementos que evidenciem eventual planejamento fiscal abusivo (tal como ressaltado no parágrafo 18 da Solução Cosit nº 225, de 2014, adiante transcrito), não há razão para se opor a esse mesmo arranjo contratual, no caso de a concessionária da exploração de petróleo celebrar a contratação com pessoas jurídicas distintas, porém vinculadas, pertencentes ao mesmo grupo econômico, como no presente caso. Certamente que os dispositivos legais permitem a coexistência de afretamento e prestação de serviço no modelo de negócio de empresas interdependentes; todavia, não se pode inferir que o texto legal admite a bipartição artificial dos contratos de prestação de serviços. As novas disposições ao art. 1º da Lei nº 9.481/1997 introduzidas pela MP nº 795/2017 pouco alteraram o conteúdo prescrito acerca do afretamento e da prestação de serviços quando executados simultaneamente e, novamente, não é possível afirmar que não trouxe permissão à bipartição artificial desses contratos. Em verdade, o que essencialmente deveria restar demonstrado seria a existência de elementos que evidenciassem eventual planejamento fiscal abusivo (a bipartição artificial dos contratos) para considerar inexistente o contrato de afretamento e considerar os valores envolvidos unicamente pertinente ao contrato de efetiva prestação de serviços de prospecção e exploração marítimas. No meu entender, inexistiu na autuação fiscal tal comprovação Assim, há de prevalecer a natureza de afretamento à embarcação utilizada nas atividades de prospecção e exploração de petróleo e aplicar a legislação que trata de forma distinta o objeto de ambos contratos. Paulo Roberto Duarte Moreira Conselheiro Fl. 3385DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18050.003435/2008-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 01/08/2006
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.269
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 05 0. 00 34 35 /2 00 8- 41 Fl. 1419DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 1420DF CARF MF Processo nº 18050.003435/200841 Acórdão n.º 2202004.269 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 1421DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.906724/2012-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Nov 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/01/2009
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. EXIGÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA.
O crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior somente pode ser objeto de restituição ou compensação quando comprovadas a sua liquidez e certeza.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/01/2009
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 2.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.185
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/01/2009 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. EXIGÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA. O crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior somente pode ser objeto de restituição ou compensação quando comprovadas a sua liquidez e certeza. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/01/2009 INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 2. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 67 24 /2 01 2- 94 Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10865.906724/201294 Acórdão n.º 3201003.185 S3C2T1 Fl. 3 2 RENASCER CONSTRUÇÕES ELÉTRICAS LTDA. transmitiu PER/DCOMP alegando indébito da Cofins. A repartição de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação em litígio neste processo, em virtude de o pagamento correspondente ter sido utilizado para quitação de débitos do contribuinte. Em Manifestação de Inconformidade, o declarante alegou, laconicamente, que o "indeferimento parcial não pode prosperar porque os créditos oriundos de pagamento indevido ou maior já tinham sido devidamente disponibilizados em razão da desvinculação dos mesmos das DCTFs daquele período". Nos termos do Acórdão nº 02051.157, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento fundamentado sua decisão na falta de comprovação da existência e da suficiência do crédito pleiteado. Em seu recurso voluntário, o Recorrente alega que não atentara para o fato de que o seu departamento fiscal não procedera às retificações necessárias à confirmação das alegações por ele apresentadas, em razão do quê solicita a concessão de novo prazo para realizar a apuração efetiva do seu direito creditório, tendo em vista os princípios constitucionais da capacidade contributiva e do não confisco. É o relatório Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201003.176, de 28/09/2017, proferido no julgamento do processo 10865.906711/201215, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.176): O recurso voluntário, por mostrarse tempestivo e atender aos demais requisitos de admissibilidade, merece, por isto, ser conhecido. Nos termos do relatório fiscal, a lide do processo cingese à falta de comprovação pela Recorrente do seu direito creditório, nos termos constantes do despacho decisório, parte dos créditos declarados pelo contribuinte na DCOMP estavam vinculados ao pagamento de outros tributos, razão pela qual, as declarações de compensação foram homologadas parcialmente. Nas alegações do Recurso a Recorrente confirma que não realizou as apuração do seu direito creditório e não providenciou as alterações necessárias para confirmar o direito creditório alegado e pede uma prorrogação de prazo para realizar tais procedimentos. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10865.906724/201294 Acórdão n.º 3201003.185 S3C2T1 Fl. 4 3 A exigência de liquidez e certeza dos créditos sempre foi condição sine qua non para a compensação, necessitando de prova clara e inconteste do direito creditório. No caso em tela, o contribuinte alega a existência do indébito tributário, sem apresentar as provas necessárias para comprovar as suas alegações. O pedido para prorrogação de prazo não é matéria afeita a este processo, pois, os documentos e informações comprobatórios precisam acompanhar o recurso interposto, caso a Recorrente, junto com o seu recurso voluntário, tivesse apresentado informações ou documentos que pudessem comprovar o seu direito creditório, seria possível considerar a realização de diligências para averiguar tais informações. Entretanto, a Recorrente apenas confirma os fatos já apresentados no despacho decisório e posteriormente na decisão da primeira instância, que os créditos não aceitos pela fiscalização estão vinculados a outros pagamentos, não existindo nenhuma informação que possa contradizer estes fatos, não pode prosperar o pedido da Recorrente. Quanto à alegação de ofensa a princípios constitucionais, este Conselho não é competente para aprecia a matéria, conforme assentado na súmula nº 2 do CARF, publicada no DOU de 22/12/2009, que veda o pronunciamento sobre constitucionalidade de lei tributária. "Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação da compensação respectiva. É o voto. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 72DF CARF MF
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Numero do processo: 10166.721257/2009-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DE PREPARAR FOLHAS DE PAGAMENTO. CFL 30. DECADÊNCIA SUJEITA AO REGIME DO ART. 173, I, DO CTN.
A multa por descumprimento da obrigação acessória de preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos no art. 32, inciso I, da Lei n° 8.212/91 submete-se a lançamento de ofício, sendo-lhe aplicável o regime decadencial do art. 173, I do CTN.
MULTA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. CFL 30.
Não demonstrada a inadequação da norma aplicada aos fatos subjacentes, deve ser mantida a multa por descumprimento de obrigação acessória tal como lançada.
Numero da decisão: 2402-006.038
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Theodoro Vicente Agostinho, Maurício Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DE PREPARAR FOLHAS DE PAGAMENTO. CFL 30. DECADÊNCIA SUJEITA AO REGIME DO ART. 173, I, DO CTN. A multa por descumprimento da obrigação acessória de preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos no art. 32, inciso I, da Lei n° 8.212/91 submete-se a lançamento de ofício, sendo-lhe aplicável o regime decadencial do art. 173, I do CTN. MULTA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. CFL 30. Não demonstrada a inadequação da norma aplicada aos fatos subjacentes, deve ser mantida a multa por descumprimento de obrigação acessória tal como lançada.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1326; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 107 1 106 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.721257/200914 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402006.038 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 05 de outubro de 2017 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente INSTITUTO CIENTIFICO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA ICESP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DE PREPARAR FOLHAS DE PAGAMENTO. CFL 30. DECADÊNCIA SUJEITA AO REGIME DO ART. 173, I, DO CTN. A multa por descumprimento da obrigação acessória de preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos no art. 32, inciso I, da Lei n° 8.212/91 submetese a lançamento de ofício, sendolhe aplicável o regime decadencial do art. 173, I do CTN. MULTA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. CFL 30. Não demonstrada a inadequação da norma aplicada aos fatos subjacentes, deve ser mantida a multa por descumprimento de obrigação acessória tal como lançada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 12 57 /2 00 9- 14 Fl. 1469DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Theodoro Vicente Agostinho, Maurício Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza e Fernanda Melo Leal. Fl. 1470DF CARF MF Processo nº 10166.721257/200914 Acórdão n.º 2402006.038 S2C4T2 Fl. 108 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília (DF) DRJ/BSB, que julgou procedente auto de infração de obrigação acessória nº 37.209.8231 (fls. 2/20), visto que o autuado não fez constar, nas folhasdepagamento, as remunerações pagas aos segurados empregados a título de “gratificações” (contabilidade conta n. 3211010008 e 3211020008), “valetransporte” (contabilidade conta n. 3211020011), “lanches e refeições” (contabilidade – conta n. 3310010044), “condução urbana”(contabilidade – conta n. 3310010046) e “bolsa de estudo”. Em decorrência da infração cometida, foi aplicada a penalidade prevista no art. 283, inciso I, alínea “'a', do RPS, no valor mínimo de R$ 1.329,18, atualizado pela Portaria MPS/MF – nº 48/09. Por seu turno o contribuinte apresentou impugnação (fls. 1403/1431), alegando, conforme sintetizado pela instância de origem, que: o presente crédito deve ser extinto, em razão da decadência/prescrição, conforme determinação da Súmula Vinculante n. 08 do Supremo Tribunal Federal; a autoridade fiscal não demonstrou que a suposta bolsa de estudos não se estendia a todos os empregados; não ficou demonstrado pela autoridade fiscal que os empregados que receberam a bolsa de estudos eram todos professores, ou que estavam sujeitos à Convenção Coletiva específica; caso houvesse qualquer tipo de erro no preenchimento das GFIPs, não há que se falar em aplicação de outra penalidade por diversos supostos erros de preenchimento, sob pena de bis in idem; após a revogação dos dispositivos insertos no artigo 32 da Lei n. 8.212/91, resta totalmente descabida a cobrança de multa por cada item do preenchimento; a multa aplicada no presente auto foi fixada em premissa errônea e excessiva, não respeitando o previsto no art. 32A da Lei n. 8.212/91. No julgamento de primeiro grau foi mantida a exigência (1433/1438), , o que deu ensejo à interposição de recurso voluntário em 12/8/2010 (fls. 1442/1461), no qual foram reiterados os argumentos da impugnação. É o relatório. Fl. 1471DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Quanto à alegação de decadência ("prescrição"), merece ser observado não prosperar no caso a alegação de observância à Súmula Vinculante STF nº 8, visto que a multa em comento é apurada, necessariamente, mediante procedimento de ofício, em nada se confundindo com tributo sujeito a lançamento por homologação. Dessa feita, submetese ao prazo de cinco anos contados nos termos do art. 173, inciso I do CTN. Então, verificado que o contribuinte foi cientificado dos termos do lançamento em 28/5/2009, não há falar em decadência do direito do Fisco de constituir o crédito tributário, pois os fatos que embasaram a multa aplicada referemse a períodos compreendidos entre janeiro e dezembro de 2004. Já os argumentos relativos ao levantamento bolsas de estudo dizem respeito aos autos de infração atinentes à obrigação principal, sendo que foi julgada nesta sessão e mantida pelo Colegiado a constante do processo nº 10166.721252/200983, estando as demais autuações atinentes a obrigações de natureza principal consolidadas na esfera administrativa, vide respectivos processos de nº 10166.721254/200972, nº 10166.721255/200917, e nº 10166.721256/200961. Não cabe, assim, o seu enfrentamento nesta oportunidade, devendo ser registrado, aliás, que as postulações de nulidade aduzidas pelo recorrente versam, na realidade, sobre questões de mérito, e como tal serão tratadas. Melhor sorte não favorece as alegações que tocam à multa por erro de preenchimento das GFIP's, pois se trata no presente de penalidade diversa, como relatado, face ao recorrente ter deixado de registrar, nas folhasdepagamento, as remunerações pagas aos segurados empregados. Nessa esteira, não tem procedência a alegação de bis in idem de erro no preenchimento das GFIP's com a aplicação de outra penalidade também por erros de preenchimento, pois tais temas são estranhos a este processo. Por fim, no que diz respeito à multa aplicada, observese que o contribuinte requer seja aplicada ao particular o art. 32A da Lei nº 8.212/91, porém a multa ali prevista diz respeito ao descumprimento de obrigação acessória diversa, ou seja, deixar de apresentar ou Fl. 1472DF CARF MF Processo nº 10166.721257/200914 Acórdão n.º 2402006.038 S2C4T2 Fl. 109 5 apresentar com incorreções/omissões a GFIP ("declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32"). Enquanto no caso concreto, tratase de autuação referente a incorreção de folhas de pagamento, regrada pelo inciso I do art. 32 da precitada lei. Também por essa via, portanto, não há como acatar a inconformidade vertida. Ante o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 1473DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11618.001987/2004-80
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jan 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2000
SITUAÇÕES FÁTICAS DIFERENTES. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
O Recurso Especial da Divergência somente deve ser conhecido se restar comprovado que, em face de situações equivalentes, a legislação de regência tenha sido aplicada de forma divergente, por diferentes colegiados.
Hipótese em que a situação enfrentada no acórdão apresentado como paradigma é diferente da situação enfrentada no acórdão recorrido.
Numero da decisão: 9202-006.256
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. O Recurso Especial da Divergência somente deve ser conhecido se restar comprovado que, em face de situações equivalentes, a legislação de regência tenha sido aplicada de forma divergente, por diferentes colegiados. Hipótese em que a situação enfrentada no acórdão apresentado como paradigma é diferente da situação enfrentada no acórdão recorrido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 8. 00 19 87 /2 00 4- 80 Fl. 247DF CARF MF Processo nº 11618.001987/200480 Acórdão n.º 9202006.256 CSRFT2 Fl. 248 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Relatório Tratase de auto de infração lavrado contra o contribuinte para cobrança de imposto de renda relativamente ao ano calendário de 1999. Foi esclarecido que A autuação foi precedida de providências no sentido de regularizar a declaração de ajuste anual do imposto de renda pessoa física, relativa ao anocalendário de 1999, como escrito às fls. 17, uma vez que o contribuinte havia apresentado três declarações, sendo a primeira com valores zerados e no modelo simplificado (ND 26.862.721 de fls. 22). Em seguida, enviou, após o prazo para entrega, declaração retificadora, para inclusão, espontaneamente, de rendimentos tributáveis (ND 34.041.417, de fls. 27 a 28). Nesta segunda declaração, apurou saldo de imposto a pagar, no valor de R$ 309.22. Por fim, o autuado apresentou a retificadora de fls. 23 a 24 (ND 35.432.505 de fls. 23 a 24), desta feita apurando saldo de imposto a pagar de R.$ 667,06. Uma vez canceladas as declarações retificadoras, a fiscalização procedeu à lavratura do auto de infração em razão de infração caracteriza por omissão de rendimento de trabalho sem vínculo empregatício recebido de pessoa jurídica. O contribuinte apresentou impugnação alegando, em síntese, que os rendimentos considerados omitidos foram recebidos pela pessoa jurídica, da qual é sócio, EASE, Escritório de Auditoria Independente S/C, CNPJ 09.143.363/000150, conforme notas fiscais de fls. 03 a 07 A DRJ manteve o lançamento sob o entendimento de que os valores recebidos se referiam a prestação de serviços contábeis, os quais diante do quadro societário da pessoa jurídica citada, somente poderiam ser prestados individualmente pelo autuado, aplicandose ao caso, entre outros, o art. 150, §2º do Decreto nº 3.000/99. Inconformado com o resultado do julgamento, o contribuinte interpôs recurso voluntário reiterando sua tese de defesa. A 2ª Truma Especial deu provimento ao recurso voluntário. Nos termos do voto vencedor entendeuse que não há qualquer impedimento legal para o reconhecimento de receitas de pessoas jurídicas provenientes de serviços profissionais prestados por um dos sócios. O acórdão 2802000.888 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2000 RECEITA DE PESSOA JURÍDICA PROVENIENTE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO LEGAL. Fl. 248DF CARF MF Processo nº 11618.001987/200480 Acórdão n.º 9202006.256 CSRFT2 Fl. 249 3 Não há impedimento legal para o reconhecimento de receitas de pessoa jurídica proveniente de serviços profissionais prestados por um dos sócios. Recurso provido. Contra a decisão a União apresentou recurso especial de divergência. Citando como paradigmas os acórdão 10421.954 sustenta que a legislação tributária, expressamente, define a forma de tributação para os rendimentos obtidos por profissionais no exercício individual de sua função não remanescendo dúvida de que os rendimentos obtidos pelo contribuinte devem ser tributados na declaração da pessoa física. Intimado o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Do conhecimento: Conforme descrito no relatório, a Fazenda Nacional se insurge contra o entendimento proferido pelo acórdão recorrido no sentido de inexistir óbices legais para tributação do imposto de renda com base nos valores auferidos por pessoa jurídica cujos serviços foram prestados por intermédio do sócio. A recorrente defende a tese de que, para fins de tributação como pessoa jurídica todos os sócios devem estar legitimamente habilitados a atender as exigências dos serviços por ela oferecido. Ocorre que, em que pese a avaliação feita em sede de exame de admissibilidade, entendo que há uma divergência fática entre o acórdão recorrido e o apontado como paradigma que nos impede de conhecer do recurso. Vejamos: No acórdão nº 10421.954 foi exigido IRPF em decorrência da celebração de contrato cujo objeto era a exploração do direito de imagem de esportista jogador de futebol, direito personalíssimo que no entender daquele Colegiado não poderia ser explorado por qualquer outra pessoa, seja física ou jurídica. Com essa premissa o lançamento concluiu pela incidência do imposto de renda sobre os valores recebidos pelo contribuinte e declarados como isentos na classificação de distribuição de lucros de pessoa jurídica (da qual era sócio). Foi argumentado que as receitas auferida pela pessoa jurídica estavam intrinsecamente vinculada a pessoa do jogador, tinhase a prestação de serviços personalíssimo, ou seja, apenas a própria pessoa física seria hábil a realizálos. Vale citar parte da ementa que traduz o entendimento: Fl. 249DF CARF MF Processo nº 11618.001987/200480 Acórdão n.º 9202006.256 CSRFT2 Fl. 250 4 CESSÃO DO DIREITO AO USO DA IMAGEM CONTRATO DE TRABALHO DE NATUREZA PERSONALÍSSIMA IMPOSSIBILIDADE DE SEREM PROCEDIDAS POR OUTRA PESSOA, JURÍDICA OU FÍSICA PRESTAÇÃO INDIVIDUAL DE SERVIÇOS JOGADOR DE FUTEBOL SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA São tributáveis os rendimentos do trabalho ou de prestação individual de serviços, com ou sem vínculo empregatício, independendo a tributação da denominação dos rendimentos, da condição jurídica da fonte e da forma de percepção das rendas, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Desta forma, o jogador de futebol, cujos serviços são prestados de forma pessoal, terá seus rendimentos tributados na pessoa física incluídos aí os rendimentos originados no direito de arena/cessão do direito ao uso da imagem, sendo irrelevante a existência de registro de pessoa jurídica para tratar dos seus interesses. Percebemos, portanto, que no caso paradigmático ficou claro que o lançamento se deu pelo fato de que a atividade principal da sociedade envolvia serviços que somente poderiam ser desempenhados individualmente por cada um dos sócios, cada qual em sua profissão serviços personalíssimos. Embora faça menção a tributação das sociedades profissionais, temos no paradigma uma especificidade que se destaca no conjunto: constituiuse um a pessoa jurídica para exploração do direito de imagem de jogadores de futebol e ainda para 'intermediar' o recebimento de salários pagos pelos clubes a esses atletas e também pessoas integrantes de 'comissão técnica'. Não é essa a situação enfrentada pelo acórdão recorrido. No presente caso temos uma sociedade civil de responsabilidade limitada constituída entre o autuado, contabilista, e sua outra sócia cuja informação descrita no contrato social indica ser também contabilista. Destaco que antes dessa composição a sociedade já foi formada por outros profissionais. Vale mencionar que foram juntados aos autos indícios que apontam para existência de fato da pessoa jurídica, como: emissão de notas fiscais e apresentação de comprovantes dos respectivos pagamentos feitos por meio da tomadora do serviço, guias de recolhimento do imposto de renda sob o código 1708 "remuneração serviços prestados por pessoa jurídica", não foi feita qualquer ressalva da fiscalização sobre eventuais irregularidades do contribuinte EASE Escritório de Auditoria Independente S/C. Assim, ao contrário do exposto na peça recursal entendo que o paradigma não se presta para comprovação da divergência, razão pela qual deixo de conhecer do recurso interposto. (assinado digitalmente) Fl. 250DF CARF MF Processo nº 11618.001987/200480 Acórdão n.º 9202006.256 CSRFT2 Fl. 251 5 Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 251DF CARF MF
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