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Numero do processo: 11516.720524/2012-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Oct 25 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. CONHECIMENTO. SEM EFEITOS INFRINGENTES.
Obscuridade com relação à compensação dos tributos pagos anterioremente. Demonstrado que os valores já foram utilizados, via parcelamento, em outro processo administrativo já findo, não há que se falar em nova compensação nestes autos. De se acatar os embargos declaratórios, em razão da obscuridade, sem efeitos modificativos.
Numero da decisão: 1301-002.572
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para sanar o vício apontado, e, no mérito, negar-lhes provimento.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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OBSCURIDADE. CONHECIMENTO. SEM EFEITOS INFRINGENTES. Obscuridade com relação à compensação dos tributos pagos anterioremente. Demonstrado que os valores já foram utilizados, via parcelamento, em outro processo administrativo já findo, não há que se falar em nova compensação nestes autos. De se acatar os embargos declaratórios, em razão da obscuridade, sem efeitos modificativos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos para sanar o vício apontado, e, no mérito, negarlhes provimento. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 05 24 /2 01 2- 79 Fl. 1239DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.240 2 Relatório Trata o presente de embargos de declaração (fls. 1218) opostos pelo Contribuinte acima identificado, em face do acórdão nº 1301002.197, prolatado por esta 1ª Turma na sessão de julgamento de 14 de fevereiro de 2017 (fls. 1179). No referido julgado, o Colegiado pronunciouse por unanimidade em negar provimento ao recurso voluntário, segue ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Exercício: 2007 RECOLHIMENTOS. CRÉDITO CONSUMIDO. AUTO DE INFRAÇÃO. COMPENSAÇÃO. Descabe compensar recolhimentos efetuados relativos ao período autuado, se tais valores, que não haviam sido declarados, já foram consumidos em compensações declaradas pelo contribuinte de débitos relativos a auto de infração lavrado em procedimento fiscal e processo anteriores ao presente. ASSUNTO ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2007 IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 2007 RECEITA ESCRITURADA. NÃO DECLARADA. PROVA A escrituração contábil da receita bruta é prova inequívoca perante um processo administrativo fiscal federal, uma vez que atestada pelos responsáveis pela empresa, sendo que os documentos que estes apresentaram para provar o contrário não apoiaram as alegações apresentadas e mesmo confirmaram parte das receitas escrituradas. PEDRAS EXTRAÍDAS DE TERRENO PRÓPRIO. RECEITA DE VENDA. A venda de pedras extraídas de terreno de sua propriedade caracteriza receita de venda de produto, sujeita ao percentual de 8% (oito por cento) de lucro presumido e não se trata de venda do imóvel onde tais pedras se encontravam, sujeita à apuração do ganho de capital. LANÇAMENTOS REFLEXOS: PIS, COFINS e CSLL Dada a íntima relação de causa e efeito, aplicase aos lançamentos reflexos o decidido no principal. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2007 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 1240DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.241 3 Exercício: 2007 DECADÊNCIA. DOLO O prazo decadencial é contado a partir do 1º dia do exercício àquele em que o lançamento poderia ser constituído, se constatado o dolo. DOLO. Caracteriza dolo a omissão de receitas escrituradas, reiteradamente, e em percentual superior a 70%. MULTA QUALIFICADA. DOLO. Caracterizada a presença do dolo, elemento específico da sonegação, cabível a aplicação da multa qualificada nos termos de legislação em vigor. O contribuinte foi cientificado do acórdão embargado em 17/03/2017, sexta feira (fl. 1215). Os presentes embargos foram apresentados em 24/03/2017, sextafeira (fl. 1216), portanto, dentro do prazo previsto no art. 65, §1º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 e alterações supervenientes. Em Exame de Admissibilidade dos Embargos, fls. 1231 admitiuse apenas o segundo item relacionado à obscuridade quanto à compensação dos tributos pagos. É o relatório. Fl. 1241DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.242 4 Voto Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora. A ciência do acórdão ora embargado, formalmente, se deu em 17/03/2017, protocolado os Embargos em 24/03/2017 (fl. 1216). Dessa forma, tenho que os embargos são tempestivos, conforme o estabelecido pelo § 1º do art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 e demais alterações. Ademais, o embargante apontou objetivamente a obscuridade que pretende ver sanada, atendendo, desta forma, o requisito regimental. Atendidos os demais requisitos processuais, conheço dos embargos e passo a analisálos. Obscuridade quanto à compensação dos tributos pagos A questão quanto ao aproveitamento/compensação dos tributos pagos/parcelados por ocasião da autuação anterior foi suscitada no recurso voluntário, nos seguintes termos (fls. 1076/1078, grifos no original): Como já foi exaustivamente demonstrado pela impugnação (fls. 652/655), a RECORRENTE recolheu TEMPESTIVAMENTE ao cofres públicos federais o montante de R$ 326.632.58 em tributos relativos ao período de 2007. Isso pode ser facilmente confirmado pelo conteúdo dos respectivos comprovantes de recolhimento (fls. 344363), de onde se extrai o seguinte: Logo após a autuação de 2010 (processo anterior), contra a qual não foi apresentada impugnação, a RECORRENTE realizou junto a SRFB uma consolidação para pagamento parcelado de suas pendências fiscais adicionais (fls. 829841 Demonstrativo de Consolidação Para Pagamento Parcelado), momento no qual a RECORRENTE reconheceu e parcelou adicionalmente os seguintes valores: Fl. 1242DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.243 5 Dessa forma, somadas as tabelas 01 e 02 (acima apresentadas), as quais representam, respectivamente, os valores pagos tempestivamente e os valores parcelados posteriormente (fora juros e multa), temse o seguinte resultado: Pelo conteúdo dos autos de infração aqui discutidos, diferentemente do que afirmou a relatora da DRJ, verificase o seguinte: a) Na folha 616 (auto de IRPJ), podese constatar que o auditor fiscal autuou TODA a suposta receita omitida que ele identificou a partir dos equivocados relatórios contábeis, no valor de R$ 10.337.830,58, e não apenas a diferença de R$ 6.807.953,71 como sugeriu a julgadora de primeira instância, ou seja, neste caso, ele deveria obrigatoriamente ter deduzido todos os valores já pagos/parcelados pela RECORRENTE; b) Na folha 617 (auto de IRPJ), podese constatar que o auditor fiscal compensou o valor total de R$ 258.390.09 de IRPJ, quando, de fato, a RECORRENTE já havia pago/parcelado R$ 300.932,17; c) Na folha 626 (auto de CSLL), podese constatar que o auditor fiscal compensou o valor total de RS 101.660,44 de CSLL, quando, de fato, a RECORRENTE já havia pago/parcelado R$ 117.480,90; Fl. 1243DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.244 6 d) Nas folhas 632633 (auto de COFINS), podese constatar que o auditor fiscal compensou nada (zero) de COFINS, quando, de fato, a RECORRENTE já havia pago/parcelado RS 129.961,41; e) Por fim, nas folhas 640641 (auto de PIS), podese constatar que o auditor fiscal compensou nada (zero) de PIS, quando, de fato, a RECORRENTE já havia pago/parcelado RS 28.158,26. Resumindo a comparação entre os valores pagos e parcelados pela RECORRENTE (tabela 03 acima) e os valores insuficientemente compensados pelo auditor fiscal (fls. 617, 626, 63233 e 64041), temse a seguinte configuração: Diante dessa constatação, apoiada por farta documentação hábil e idônea que comprova os efetivos recolhimentos/parcelamentos tributários, fica demonstrada a total falta de liquidez e certeza de todos os autos de infração aqui discutidos (IRPJ, CSLL, COFINS e PIS), uma vez que a omissão do auditor fiscal no que se refere ao reconhecimento dos tributos já pagos/parcelados se reflete não só nos valores dos créditos oriundos dos próprios tributos apurados, mas, principalmente, em relação às multas aplicadas e aos juros de mora calculados. Assim, mais uma vez, fica demonstrada a insubsistência das afirmações da julgadora de primeira instância, quando ela registra com todas as letras que "NADA RESTA A SER APROVEITADO DAQUELES RECOLHIMENTOS E TAMPOUCO OCORREU DUPLICIDADE DE AUTUAÇÃO DE RECEITAS" (fl. 1061 grifo nosso). Sobre essas alegações, a decisão embargada assim se manifestou (fls. 1193/1194): Alega ainda o recorrente que o auditor fiscal não reconheceu os tributos anteriormente pagos ou parcelados. No entanto, conforme se verifica nos controles da RFB, os recolhimentos tempestivos efetuados em 2007 pelo recorrente foram consumidos na compensação dos débitos tributários resultantes dos autos de infração do processo já mencionado acima e Declarações de Compensações efetuados, fls. 996/1.047. A diferença apontada pelo recorrente entre os montantes decorre dos acréscimo de multa de 75% (com redução em 50%), de tal forma que o não há que se falar em não compensação dos montantes já recolhidos/compensados. Ressaltese, ainda, que do montante autuado, de IRPJ e CSLL foram deduzidos os valores recolhidos, e valores compensados em razão do auto de infração anterior, conforme consta inclusive do próprio auto de infração. Dessa forma, não merece prosperar. Fl. 1244DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.245 7 Assim, como em relação aos débitos de PIS/Cofins, que no auto de infração a base de cálculo não é a totalidade das receitas e sim, somente a parte da receita omitida das prestações de serviço de administração de bens deste auto, daí não merece guarida a alegação do recorrente de que nada foi utilizado pela fiscalização. A embargante agora alega obscuridade no julgado, posto que no recurso voluntário teria demonstrado e comprovado uma diferença a compensar de principal (apenas tributo, não incluídos juros e multa) de R$ 216.482,21, enquanto que o acórdão embargado justificaria essa diferença como decorrente de acréscimo de multa de 75% (com redução de 50%). Em suas palavras (fl. 1225): Com a devida vênia, esse argumento se mostra deveras obscuro, impedindo que a Embargante compreenda as razões que justificaram o voto da Relatora contra o pleito da insuficiência de compensação. A Embargante reafirma que as diferenças apuradas não têm qualquer relação com suposto “acréscimo de multa”, sendo que os mesmos se referem exclusivamente aos valores originais (“fora juros e multa”) que foram pagos/parcelados e que foram ignorados pelo autuante quando da compensação para apuração da diferença entre a suposta receita total omitida e o montante já autuado anteriormente. A Turma precisa esclarecer, se possível, com a indicação de números, o que significa: “decorre dos acréscimo de multa de 75% (com redução em 50%)”. De fato, talvez tenha ocorrido a obscuridade no acórdão embargado, de tal forma que passo a aclarálo: O contribuinte realizou, no ano de 2007, o pagamento de R$326.632,58, mediante DARF. Nos autos do processo administrativo 10909.0001332/201011, em que tratou de omissão de receitas baseadas em movimentação financeira de origem não comprovada, houve encerramento parcial e continuação da outra parte nestes autos, aqueles valores foram consumidos, conforme DComps, de fls. 998/1047: E aqui, ressalto também, sem tratar de multa e juros. Fl. 1245DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.246 8 Quando desta autuação, o fiscal considerou tais pagamentos/compensações realizados. ir cs total 44.234,90 18.084,57 28.000,92 12.240,33 20.705,30 9.613,91 165.448,97 61.721,63 258.390,09 101.660,44 360.050,53 Alega o contribuinte que lhe resta o valor de R$216.482,21, sem considerar juros e multa. Esse valor é composto de valores que foram parcelados pelo contribuinte naquele processo (10919.001670/201053), fls. 978/995 consolidado em 18/05/2010. Assim, conforme decisão da DRJ, como naqueles autos, os valores recolhidos eram menores, foram acrescidos de multa de ofício de 75%, reduzida para 50%, em razão das compensações feitas no prazo de 30 dias, em 13/05/2010; e o restante do débito, com multa de 75% parcelado (PA 10919.001670/201053), em 19/05/2010 (data da consolidação), cujo processo já se encontra encerrado. De fato, os valores lá autuados, de 2007, sem considerar juros e multas, encontramse abaixo, muito além do que havia sido quitado espontaneamente. IRPJ 258.390,09 CSLL 101.660,44 PIS 22.944,12 COFINS 105.836,24 TOTAL 488.830,89 Não tendo havido impugnação, ocorreu a confissão e renúncia às instâncias administrativas naqueles autos. Neste processo, que trata de omissão de receitas de 2007, não se trata do que foi levantado na autuação anterior, que tratava de omissão decorrente de movimentação financeira não comprovada Frisese aqui, que o fiscal quando autuou, desconsiderou a receita que efetivamente o contribuinte já havia reconhecido e declarado em DIPJ e DCTF. Por isso, o valor descontado pelo fiscal foi aquele que ele já havia recolhido espontaneamente. Fl. 1246DF CARF MF Processo nº 11516.720524/201279 Acórdão n.º 1301002.572 S1C3T1 Fl. 1.247 9 O valor que o embargante agora diz que faz jus foram quitados, em parcelamento decorrente daquela autuação, e não diz respeito à autuação aqui discutida, não servindo para aqui serem utilizados, além do que já considerados pelo Fiscal, bem como não há que se falar em duplicidade de autuação de receitas. Dessa forma, entendo que a obscuridade apontada pelo embargante encontra se aclarada, sem efeitos modificativos. Conclusão Em conclusão, por todo o exposto, voto por conhecer e acatar os presentes embargos declaratórios, sem efeitos modificativos. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 1247DF CARF MF
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Numero do processo: 18184.000516/2007-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 12/09/2007
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.271
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 12/09/2007 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 18 4. 00 05 16 /2 00 7- 93 Fl. 630DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 631DF CARF MF Processo nº 18184.000516/200793 Acórdão n.º 2202004.271 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 632DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.900116/2008-00
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jan 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000
RECURSO ESPECIAL. SÚMULA CARF 91. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. 10 ANOS. SÚMULA CARF 91. ARTIGO
Nos termos de decisão Plenária do STF e da Súmula CARF 91, o prazo para compensação é de 10 anos quanto às declarações de compensação apresentadas antes de 9 de junho de 2005. Recurso especial não conhecido, nos termos do artigo 67, §12, incisos II e III, do RICARF (Portaria MF nº 343/2015).
Numero da decisão: 9101-003.243
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente em exercício e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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camara_s : 1ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2000 RECURSO ESPECIAL. SÚMULA CARF 91. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. 10 ANOS. SÚMULA CARF 91. ARTIGO Nos termos de decisão Plenária do STF e da Súmula CARF 91, o prazo para compensação é de 10 anos quanto às declarações de compensação apresentadas antes de 9 de junho de 2005. Recurso especial não conhecido, nos termos do artigo 67, §12, incisos II e III, do RICARF (Portaria MF nº 343/2015).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Presidente em exercício e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 RECURSO ESPECIAL. SÚMULA CARF 91. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. 10 ANOS. SÚMULA CARF 91. ARTIGO Nos termos de decisão Plenária do STF e da Súmula CARF 91, o prazo para compensação é de 10 anos quanto às declarações de compensação apresentadas antes de 9 de junho de 2005. Recurso especial não conhecido, nos termos do artigo 67, §12, incisos II e III, do RICARF (Portaria MF nº 343/2015). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente em exercício e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 01 16 /2 00 8- 00 Fl. 268DF CARF MF Processo nº 10880.900116/200800 Acórdão n.º 9101003.243 CSRFT1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de processo originado pela apresentação de Pedido de Compensação de crédito de saldo negativo de IRPJ do 4º trimestre de 2000, apresentado em 31/10/2003. A Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo não homologou as compensações. Após a apresentação de manifestação de inconformidade, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento manteve a decisão da DRF. O contribuinte apresentou recurso voluntário que foi acolhido parcialmente pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Primeira Seção, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 SALDOS NEGATIVOS DE RECOLHIMENTO DO IRPJ E CSLL. PRAZO PARA PLEITEAR A RESTITUIÇÃO E PARA EFETUAR VERIFICAÇÕES FISCAIS. O prazo para pleitear a restituição do saldo negativo de IRPJ ou CSLL, acumulado, devidamente apurado, escriturado e declarado ao Fisco, é de 5 anos contados do período que a contribuinte ficar impossibilitada de aproveitar esses créditos, mormente pela mudança de modalidade de apuração dos tributos ou pelo encerramento de atividades. De igual forma, a administração tributária conta também com 5 anos para verificar a correção dos valores pleiteados, estando a contribuinte obrigada a manter a escrituração e comprovantes e boa guarda, em observância ao artigo 264 do RIR/2009. Recurso Voluntário Provido em Parte. O processo foi movimentado para a Procuradoria que apresentou recurso especial por divergência na interpretação da lei tributária a respeito do prazo para repetição de indébito na forma do artigo 168, do Código Tributário Nacional. O recurso especial foi admitido pela então Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção deste Conselho: Da contraposição dos fundamentos expressos nas ementas e nos votos condutores dos acórdãos, evidenciase que a recorrente logrou êxito em comprovar a ocorrência do alegado dissenso jurisprudencial, pois em situações fáticas semelhantes, chegou se a conclusões distintas. A divergência é patente: o acórdão recorrido firmou entendimento no sentido de que o prazo para pleitear a restituição O prazo para pleitear a restituição do saldo negativo Fl. 269DF CARF MF Processo nº 10880.900116/200800 Acórdão n.º 9101003.243 CSRFT1 Fl. 4 3 de IRPJ ou CSLL, acumulado, devidamente apurado, escriturado e declarado ao Fisco, é de 5 anos contados do período que a contribuinte ficar impossibilitada de aproveitar esses créditos, mormente pela mudança de modalidade de apuração dos tributos ou pelo encerramento de atividades. Por sua vez no paradigma, o colegiado entendeu que esse prazo é sempre de 5(cinco) anos contados do anocalendário que o saldo foi apurado. Destarte, em vista do exposto DOU SEGUIMENTO ao recurso especial. O contribuinte foi intimado para apresentar contrarrazões ao recurso especial, sem que tenha apresentado qualquer manifestação. É o relatório. Voto Adriana Gomes Rêgo, Relatora O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 9101003.240, de 09.11.2017, proferido no julgamento do Processo nº 10880.900061/200820. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 9101003.240): O recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional é tempestivo, tendo sido demonstrada a divergência na interpretação da lei tributária. De toda forma, não conheço do recurso especial, conforme razões a seguir. A Procuradoria sustenta a contrariedade do acórdão recorrido ao artigo 168, I, do Código Tributário Nacional, que dispõe: Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; Para julgamento da matéria, sobreleva considerar a previsão dos artigos 3º e 4º, da Lei Complementar nº 118/2005, que prescrevem: Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. Art. 4o Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3o, o disposto no art. 106, Fl. 270DF CARF MF Processo nº 10880.900116/200800 Acórdão n.º 9101003.243 CSRFT1 Fl. 5 4 inciso I, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional. Ao assim dispor, o citado artigo 4º tinha por finalidade atribuir eficácia retroativa à inovação veiculada pelo artigo 3º. Com efeito, o artigo 106, do Código Tributário Nacional é nos seguintes termos: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; O Supremo Tribunal Federal decidiu em sessão do Pleno, aplicando a sistemática do artigo 5453B, do Código de Processo Civil, que: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a Fl. 271DF CARF MF Processo nº 10880.900116/200800 Acórdão n.º 9101003.243 CSRFT1 Fl. 6 5 aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (Tribunal Pleno, Recurso Extraordinário nº 566.621, DJe 10/10/2011, Rel. Ministra Ellen Gracie) Os Conselheiros deste Conselho Administrativos de Recursos Fiscais devem reproduzir as decisões do Supremo Tribunal Federal, tomadas com fundamento no artigo 543B, do antigo CPC/1973, na forma do artigo 62, §2º, do atual RICARF (Portaria MF nº 343/2015), verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Ressaltese, ainda, que a inconstitucionalidade da segunda parte do artigo 4º, da Lei Complementar nº 118/06 pode ser proclamada por este Colegiado em observância ao próprio RICARF (Portaria MF nº 343/2015), termos do artigo 62, §1º, I e II, alínea b: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutros.action? idArquivoBinario=0 II que fundamente crédito tributário objeto de: b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; O citado dispositivo regimental encontra fundamento no artigo 26A, do Decreto nº 70.235/1972: Fl. 272DF CARF MF Processo nº 10880.900116/200800 Acórdão n.º 9101003.243 CSRFT1 Fl. 7 6 Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Pois bem. Diante disso, entendo necessário adotar o entendimento do STF no julgamento acima, que reconheceu: (i) que a LC 118/2005 não é interpretativa, tendo alterado o prazo para restituição de indébito de 10 anos (contados do fato gerador), para 5 anos (do pagamento indevido). (ii) a segunda parte do artigo 4º, da Lei Complementar nº 118/05, é inconstitucional; (iii) o novo prazo para restituição de indébito (5 anos) só seria aplicável às ações ajuizadas a partir de 9/06/2005. Cumpre destacar, ainda, que o CARF aprovou Enunciado de Súmula em sentido similar, dispondo que: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. No caso destes autos, a Turma a quo deu provimento parcial ao recurso voluntário do contribuinte para assegurar o direito à compensação de saldo negativo acumulado no 3º trimestre de 2000 (desde 1996) quanto às compensações realizadas em 2003. O recurso especial da Procuradoria não se coaduna com o entendimento do Pleno do Supremo Tribunal Federal, conforme acórdão acima colacionado, como tampouco com a Súmula 91 do CARF. Diante disso, voto por não conhecer o recurso especial da Procuradoria, nos termos do atual RICARF (Portaria MF nº 343/2015): Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. (...) § 12. Não servirá como paradigma o acórdão que, na data da análise da admissibilidade do recurso especial, contrariar: (...) II decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil; e III Súmula ou Resolução do Pleno do CARF. Fl. 273DF CARF MF Processo nº 10880.900116/200800 Acórdão n.º 9101003.243 CSRFT1 Fl. 8 7 Por tais razões, não conheço o recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional, mantendo o acórdão recorrido. O processo deve retornar à unidade de origem para verificar a procedência do direito creditório do contribuinte, conforme acórdão da Turma a quo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, não conheço do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Fl. 274DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13851.902186/2009-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Dec 21 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
DCTF - PRAZO PARA RETIFICAÇÃO - HOMOLOGAÇÃO
O prazo para o contribuinte retificar sua declaração de débitos e créditos federais coincide com o prazo homologatório atribuído à Fazenda Nacional e sendo tributo sujeito à homologação, assinala-se o prazo previsto no §4° do artigo 150 do CTN.
DIPJ. CONFISSÃO DE DÍVIDA. SÚMULA CARF N.º 92
A DIPJ, desde a sua instituição, não constitui confissão de dívida, nem instrumento hábil e suficiente para a exigência de crédito tributário nela informado.
ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso.
Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72.
Numero da decisão: 1302-002.500
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso do recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Guimarães da Fonseca, e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Ausente, justificadamente o Conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2002 DCTF - PRAZO PARA RETIFICAÇÃO - HOMOLOGAÇÃO O prazo para o contribuinte retificar sua declaração de débitos e créditos federais coincide com o prazo homologatório atribuído à Fazenda Nacional e sendo tributo sujeito à homologação, assinala-se o prazo previsto no §4° do artigo 150 do CTN. DIPJ. CONFISSÃO DE DÍVIDA. SÚMULA CARF N.º 92 A DIPJ, desde a sua instituição, não constitui confissão de dívida, nem instrumento hábil e suficiente para a exigência de crédito tributário nela informado. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso. Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72.
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DIPJ. CONFISSÃO DE DÍVIDA. SÚMULA CARF N.º 92 A DIPJ, desde a sua instituição, não constitui confissão de dívida, nem instrumento hábil e suficiente para a exigência de crédito tributário nela informado. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. APLICAÇÃO DO ART. 17, DO DEC. N.° 70.235/72. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Em processo administrativo tributário, o poder instrutório da defesa compete, em princípio, ao sujeito passivo, o que lhe exige carrear aos autos provas capazes de amparar convenientemente seu direito, o que não ocorreu no presente caso. Inexistindo a insurgência específica com relação à fundamentação da decisão recorrida ou à motivação do próprio lançamento tributário, aplicável o art. 17, do Dec. n.° 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso do recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 1. 90 21 86 /2 00 9- 19 Fl. 48DF CARF MF Processo nº 13851.902186/200919 Acórdão n.º 1302002.500 S1C3T2 Fl. 3 2 Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Guimarães da Fonseca, e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Ausente, justificadamente o Conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do indeferimento da Manifestação de Inconformidade apresentada em face do Despacho Decisório, em que foi apreciada a Declaração de Compensação (PER/DCOMP), por intermédio da qual a contribuinte pretende compensar débito(s) (COFINS e PIS/PASEP) de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo (IRPJ). Como resultado da análise foi proferido despacho decisório que não reconheceu qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, não homologou a compensação declarada no presente processo, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, “não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Cientificada do despacho decisório, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade onde argumenta, em síntese, que se equivocou no preenchimento da DCTF e que a existência do crédito tem fundamento na Solução de Divergência n° 14, de 07/08/2003, que reduziu o percentual de 32% para 16% sobre a receita bruta, para fins de apuração da base de cálculo do lucro presumido, bastandose comparar os valores apresentados na DIPJ retificadora (Declaração de Informações EconômicoFiscais) com a guia de recolhimento do tributo. A DRJ ao apreciar a matéria assim decidiu, litteris: RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. O reconhecimento do indébito depende da efetiva comprovação do alegado recolhimento indevido ou maior do que o devido. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. [...] Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com o decisum, a recorrente interpôs Recurso Voluntário, alegando, em síntese, os mesmos argumentos da impugnação, acrescentando que é dever do Fl. 49DF CARF MF Processo nº 13851.902186/200919 Acórdão n.º 1302002.500 S1C3T2 Fl. 4 3 Fisco analisar os pedidos de compensação, quer pela garantia que a RFB deve ter em relação a valores, quer em relação a defesa do interesse público envolvido, bem como o fato de não ser razoável que a Administração Pública desconsidere as informações prestadas pelo Contribuinte na DCOMP e DIPJ, as quais apresentam presunção de legitimidade, valendose apenas e tão somente da informação prestada em DCTF para promover a cobrança. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos legais e regimentais, devendo ser conhecido. A controvérsia instaurada devese a pedido de compensação de débito(s) de responsabilidade da interessada com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo (IRPJ). O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302002.403, de 19.10.2017, proferido no julgamento do processo nº 13851.902171/200942, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302002.403): O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. No caso em tela, a contribuinte restringe a controvérsia à existência do crédito reportado na DCOMP, buscando comprovar suas alegações, essencialmente, por intermédio de sua DIPJretificadora e cópia do documento de arrecadação federal. Salientese que a contribuinte não apresentou qualquer retificação em sua DCTForiginal, nem prova documental que abrigue a alegada alteração dos importes que foram levados a efeito para fins de constituição definitiva do imposto, sob a modalidade de lançamento por homologação, cuja informação confessada na declaração original serviu de base para certificação da inexistência de crédito tipificado na modalidade de pagamento indevido ou a maior. Nesse sentido, cumpre observar que a DIPJ, desde o ano calendário de 1999, tem caráter meramente informativo, isto é, as informações nela prestadas não configuram confissão de dívida a Instrução Normativa n° 127, de 30 de outubro de Fl. 50DF CARF MF Processo nº 13851.902186/200919 Acórdão n.º 1302002.500 S1C3T2 Fl. 5 4 1998, que extinguiu, em seu art. 6°, inciso I, a DIRPJ Declaração .de Rendimentos da Pessoa Jurídica e instituiu, em seu art. 10, a DIPJ — Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica, deixou de fazer referência à confissão de tributos ou contribuições a pagar, cabendo apenas a DCTF está função. O tema é pacificado no âmbito deste Conselho Administrativo, nos termos da Súmula 92: “A DIPJ, desde a sua instituição, não constitui confissão de dívida, nem instrumento hábil e suficiente para a exigência de crédito tributário nela informado.” Feitas essas considerações, passaremos a análise do presente caso. O documento intitulado Declaração de Compensação (DCOMP) se presta, assim, a formalizar o encontro de contas entre o contribuinte e a Fazenda Pública, por iniciativa do primeiro a quem cabe, portanto, a responsabilidade pelas informações sobre os créditos e os débitos, cabendo à autoridade tributária a sua necessária verificação e validação. De fato, o pedido de compensação delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pelo sujeito passivo quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de créditos tributários. Instaurado o contencioso, não se admite que o contribuinte altere o pedido mediante a modificação do direito creditório aduzido na declaração de compensação, posto que tal procedimento desnatura o próprio objeto do processo. Eventual manifestação da instância julgadora sobre a legitimidade de crédito tributário não admitido junto à autoridade responsável pelo exame de pedidos dessa natureza representaria verdadeira usurpação da competência da referida autoridade, o que também não se pode admitir. O Decreto nº 70.235/72 (art. 32) que regula o Processo Administrativo Fiscal Federal fala o seguinte sobre as inexatidões materiais: Art. 32. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos existentes na decisão poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo. Logo, por inexatidões materiais, no preenchimento dos PER/DCOMP primitivos ou originais, entendese serem os lapsos manifestos que se percebem primo ictu oculi; que, de plano, se verifica não traduzirem o pensamento ou vontade do contribuinte; consistem, em suma, em pequenos erros involuntários, desvinculados da vontade, cuja correção não inova o teor do ato objeto de correção. Fl. 51DF CARF MF Processo nº 13851.902186/200919 Acórdão n.º 1302002.500 S1C3T2 Fl. 6 5 Assim, são exemplos de inexatidões materiais: inversão ou troca da ordem dos dígitos, equívoco de datas, erros ortográficos de digitação, troca de campos no preenchimento etc. A pretensão da recorrente, como já dito, não se trata de mera correção de inexatidão material, mas, sim, de inovação (retificação de DCTF para disponibilização do seu direito creditório almejado), exigindose, quanto à compensação dos débitos em aberto, a apresentação de DCTF retificador, situação que não ocorreu no presente caso. Como bem defendido no acórdão recorrido, é vedada a retificação de DCTF após o decurso do prazo de 5 anos, sendo este o prazo que tem direito o contribuinte para proceder à retificação da DCTF, no que se refere às alterações e retificações pertinentes aos impostos e contribuições federais. Dessa forma, evidenciase que a DCTForiginal, reportada na manifestação de inconformidade da contribuinte, fora transmitida em 13/11/2001. Portanto já transcorrido 5 (cinco) anos da ocorrência do fato gerador correlato ao IRPJ, código de receita: 2089, inerente ao 3° trimestre de 2001, encontrase formalmente homologada e definitivamente extinta perante a Fazenda Nacional, em conformidade com os termos do art. 150, § 4° do CTN. Noutra senda, tomando por substrato os atributos essenciais pertinentes ao crédito para sua restituição/compensação (certeza e liquidez), o reconhecimento de um direito creditório e a consequente homologação (total ou parcial) ou não de uma compensação estão condicionados à perfeita identificação do crédito pela postulante (origem e valor), haja vista ser o instituto da compensação eletrônica procedimento efetuado por conta e risco tanto da Administração Federal quanto do contribuinte, correndo contra a primeira o prazo de homologação, que uma vez decorrido impede a recuperação de eventuais valores compensados indevidamente, e de outro lado, sobre o contribuinte, que tem o dever de evidenciar o crédito em todos os seus atributos, visto que, uma vez analisado o PER/DCOMP, não é mais admitida qualquer alteração do seu conteúdo por imposição legal. Assim, à luz dos elementos constantes no pedido (DCOMP), não poderia a autoridade a quo reconhecer crédito algum para a recorrente, haja vista a não identificação correta da origem do crédito pleiteado e que o crédito aludido pelo contribuinte já foi totalmente alocado para quitação de outro débito, não havendo saldo disponível para pleitear o pagamento indevido ou a maior. Por fim, verificase que a recorrente sem acostar documentos comprobatórios aos presentes autos, em seu recurso voluntário, faz referências genéricas aos fatos que motivaram a prolação do despacho decisório, bem como em relação a decisão proferida em primeira instância, sem com isto trazer objetivamente os fundamentos e provas com base nas quais pede para que seja homologado o seu pedido de compensação. Fl. 52DF CARF MF Processo nº 13851.902186/200919 Acórdão n.º 1302002.500 S1C3T2 Fl. 7 6 Para esse Relator, fica claro que a recorrente se insurge contra decisão proferida pela DRJ de forma genérica, fazendo mera referência parte das razões apresentadas em sede da impugnação e a necessidade de observação das provas já juntadas aos autos, não merecendo prosperar e, por conseguinte, não surte o efeito pretendido em alterar a decisão do julgador a quo. Nesse sentido já decidiu esta Corte Administrativa, conforme se extrai do decidido nos autos do processo nº 10935.720364/2013 45 que teve como relator Amílcar Barca Teixeira Júnior, como segue: "(...) 1. O contribuinte, em seu recurso, no concernente à obrigação principal, limitas se a prestar informações genéricas e não ataca o mérito, situação que não o favorece, enquadrando se, assim, na disciplina do art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972 (Acórdão n.°2803003.497. Rel. Amílcar Barca Teixeira Júnior. Sessão de 12/08/2014)." Diante do exposto, NEGO provimento ao Recurso Voluntário. Ante ao exposto e, em face da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, adoto os fundamentos do acórdão paradigma acima transcritos e voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 53DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.720634/2012-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Nov 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 15/06/2011
CONCOMITÂNCIA. SÚMULA N.º 1.
De acordo com a Súmula n.º 1 deste Conselho, deve ser reconhecida a concomitância se verificado que o contribuinte ingressou no Poder Judiciário para tratar do mesmo objeto ou causa de pedir.
JUROS.
São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Súmula CARF n.º 5.
MULTA DE OFÍCIO. EXIGIBILIDADE SUSPENSA. SÚMULA CARF N.º 17.
Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do Art. 151 do Código Tributário Nacional e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo.
Numero da decisão: 3201-003.245
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer em parte o recurso e na parte conhecida dar parcial provimento para afastar a multa de ofício. Vencido o Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, que votou por manter a multa de ofício.
(assinatura digital)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto.
(assinatura digital)
PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 15/06/2011 CONCOMITÂNCIA. SÚMULA N.º 1. De acordo com a Súmula n.º 1 deste Conselho, deve ser reconhecida a concomitância se verificado que o contribuinte ingressou no Poder Judiciário para tratar do mesmo objeto ou causa de pedir. JUROS. São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Súmula CARF n.º 5. MULTA DE OFÍCIO. EXIGIBILIDADE SUSPENSA. SÚMULA CARF N.º 17. Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do Art. 151 do Código Tributário Nacional e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo.
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SÚMULA N.º 1. De acordo com a Súmula n.º 1 deste Conselho, deve ser reconhecida a concomitância se verificado que o contribuinte ingressou no Poder Judiciário para tratar do mesmo objeto ou causa de pedir. JUROS. São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Súmula CARF n.º 5. MULTA DE OFÍCIO. EXIGIBILIDADE SUSPENSA. SÚMULA CARF N.º 17. Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do Art. 151 do Código Tributário Nacional e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer em parte o recurso e na parte conhecida dar parcial provimento para afastar a multa de ofício. Vencido o Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, que votou por manter a multa de ofício. (assinatura digital) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 06 34 /2 01 2- 12 Fl. 247DF CARF MF 2 (assinatura digital) PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls. 197 em face da decisão de primeira instância da DRJ/PE de fls. 172 que manteve o lançamento de II, IPI, Pis e Cofins Importação, diante de indícios de falta de recolhimento de tributos, por importação não amparada por imunidade e, ao mesmo tempo, reconheceu a concomitância, manteve juros e multas. A autoridade lavrou os Autos de Infração das fls. 4 a 37. Como de costume nesta Turma de julgamento, transcrevese o relatório do Acórdão de primeira instância, para apreciação dos fatos, matéria e trâmite dos autos, conforme segue: "DO LANÇAMENTO Trata o presente processo de Autos de Infração lavrados para a prevenção de decadência, relativamente ao imposto de importação (II), imposto sobre produtos industrializados (IPI), PIS e Cofins, incidentes sobre os equipamentos médico hospitalares importados pela Associação Congregação de Santa Catarina, em razão de o contribuinte ter impetrado Mandado de Segurança, em 08.07.2011, com pedido de liminar processo 000662214.2011.403.6104, junto à 1a Vara da Justiça Federal de Santos/SP, com o objetivo de assegurarlhe o direito de não recolher esses tributos e contribuições sociais incidentes sobre os bens importados, declarados na DI nº 11/11002071, registrada em 15.06.2011. Sustentou a autora do MS ser associação beneficente, com direito à imunidade tributária, nos termos do artigo 150, inciso VI, alínea “c” e § 4º da Constituição Federal (CF/88). A liminar foi deferida em 05.09.2011 para determinar a imediata liberação das mercadorias objeto da DI registrada, independentemente do recolhimento dos tributos incidentes na importação, tendo o desembaraço dos bens se dado em 06.10.2011. A CF/88, em sua Seção IV, artigo 203 e incisos e 204, define quais são os objetivos da assistência social. Por outro lado, a atividade de prestação de serviços de saúde encontrase abrangida pela Seção II, artigos 196 a 204. A fiscalização constatou que as funções a serem prestadas pelos equipamentos médico hospitalares importados não se coadunam com as atividades de assistência médico hospitalar previstas nos artigos constitucionais citados. Fl. 248DF CARF MF Processo nº 11128.720634/201212 Acórdão n.º 3201003.245 S3C2T1 Fl. 247 3 A certificação ou a renovação da certificação dessas entidades é concedida com observância dos requisitos previstos na Lei nº 12.101, de 2009. O Decreto nº 7.237, de 2010, que regulamentou a Lei nº 12.101, de 2009, prevê que compete ao Ministério da Saúde conceder ou renovar a certificação das entidades que atuam na área da saúde. A Associação autuada não apresentou o seu estatuto social e nem a certificação válida, bem como não comprovou que atua como entidade beneficente de assistência social da área de saúde. Quanto à imunidade pleiteada no MS impetrado, a autoridade lançadora da Alfândega do Porto de Santos explica que o fato gerador do II é a entrada de produtos estrangeiros no território nacional (artigo 19 do CTN), enquanto o do IPI vinculado à importação é o seu desembaraço aduaneiro, quando o bem é de procedência estrangeira (artigo 46, inciso I, do CTN). Portanto, o texto constitucional não inclui os impostos sobre o comércio exterior. Lembra, ainda, que, de acordo com o artigo 111, inciso II, do CTN, a isenção é interpretada literalmente. Quanto ao PIS e à Cofins, a não incidência pleiteada pelo importador também foi desconsiderada, por não cumprimento às disposições previstas na Lei nº 10.865, de 2004, artigo 2º, inciso VII e artigo 10. Foram, então, lavrados os quatro AI objeto do presente processo, relativamente às mercadorias constantes da DI mencionada. O primeiro AI levantou a cobrança do imposto de importação (II), no valor de R$ 92.369,19, acrescido de juros de mora no montante de R$ 6.798,35, e de multa de ofício, no valor de R$ 69.276,89, totalizando este AI a soma de R$ 168.444,43; o segundo a cobrança do imposto sobre produtos industrializados (IPI), no montante de R$ 53.835,69, acrescido dos juros de mora, no montante de R$ 1.884,24, e multa de ofício, no valor de R$ 40.376,77, totalizando o segundo AI a soma de R$ 96.096,70; o terceiro AI para a cobrança do PIS, no valor de R$ 146,78, acrescido de juros no montante de R$ 10,79, e da multa de ofício, no valor de R$ 110,09, totalizando este auto a soma de R$ 267,66; e o último AI para a cobrança da Cofins, no valor de R$ 676,02, acrescido de juros no montante de R$ 49,74, e multa de ofício no valor de R$ 507,02, totalizando este último AI o valor de R$ 1.232,78. O valor consolidado do crédito tributário é de R$ 266.041,56, nos termos do demonstrativo consolidado de fl.47. DA IMPUGNAÇÃO Cientificada dos lançamentos, a empresa autuada apresentou tempestivamente a sua defesa, às fls. 69 a 71, alegando, em resumo: 1. Da natureza da impetrante: Fl. 249DF CARF MF 4 Alega que o crédito tributário lançado está com a exigibilidade suspensa, tendo em vista a ação judicial que tramita junto à 1a Vara Federal de Santos/SP. Como esse juízo proferiu sentença julgando extinto o feito sem apreciação do mérito, entendendo que seria necessária a avaliação do mérito (imunidade tributária), opôs embargos de declaração contra a r.sentença, sendo, então, proferida decisão (à fl.79 a 81) que julgou procedente o pedido de liminar e determinou a liberação das mercadorias, sem o recolhimentos dos tributos incidentes na importação. 2. Da imunidade: Defende que a imunidade tributária é extensiva aos tributos incidentes no processo de importação, uma vez que atende a todos os requisitos do artigo 14 do CTN. Reconhece que a isenção é distinta da imunidade, pois esta é a exclusão do próprio poder de tributar, enquanto a isenção é uma exclusão tão somente do crédito tributário (cita julgados do STF, às fls. 86 a 88 e conclusões de Sacha Calmon Navarro Coelho, às fls.88 e 89). 3. Dos objetivos estatutários: Argumenta que, conforme comprovam os estatutos da Associação, ela atua nas três áreas de assistência social: saúde, educação e assistência social propriamente dita. Apresenta declaração que demonstra que a entidade protocolou tempestivamente, junto ao órgão competente do Ministério da Saúde, o pedido de renovação do seu Certificado. A importação de oito estações de trabalho de anestesia e respectivos acessórios por si só demonstra que os equipamentos serão utilizados nas atividades essenciais da entidade, ou seja, em assistência na área de saúde. 4. Dos juros e da multa de ofício: Argui que não há que se falar na incidência de juros de mora ou multa quando o crédito tributário se encontra suspenso por ordem judicial. 5. Da inscrição na Dívida Ativa: Pede que não seja encaminhado o feito à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para evitar que a entidade sofra irreversíveis prejuízos, e afirma que já efetivou o depósito judicial da importância que a autoridade fazendária entende como devida. Diante do exposto, requer o cancelamento dos AI lavrados por ser essa uma medida de direito e da mais cristalina justiça. É o relatório." A DRJ/PE de fls. 237 publicou seu acórdão de primeira instância com a seguinte Ementa: Fl. 250DF CARF MF Processo nº 11128.720634/201212 Acórdão n.º 3201003.245 S3C2T1 Fl. 248 5 "ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 15/06/2011 Ação Judicial. II, IPI, Cofin e PIS lançamentos. A propositura de ação judicial não impede a formalização do lançamento pela autoridade administrativa dos impostos e contribuições devidos, que deve ser realizado, inclusive como meio de prevenir a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário referente a esses impostos e contribuições, ficando o crédito constituído sujeito ao que vier a ser decidido, com trânsito em julgado, pela autoridade judicial. Concomitância de objeto com ação judicial. A propositura de ação judicial com o mesmo objeto da ação administrativa implica em renúncia a este litígio e, em conseqüência, no impedimento da apreciação, pela autoridade administrativa, das razões de mérito, no tocante à cobrança dos tributos e das contribuições sociais incidentes sobre a importação dos bens. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/06/2011 Juros de mora. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios dos débitos para com a Fazenda Nacional são equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulados mensalmente para fatos geradores ocorridos a partir de 01.01.95. Multa de ofício. Falta de recolhimento dos impostos e das contribuições. Cabe o lançamento de multa de ofício de 75% proporcional aos impostos e das contribuições devidos, por gozo indevido de benefício fiscal, quando a suspensão da exigibilidade do débito deuse depois do início de procedimento de ofício a ele relativo. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido." O processo digitalizado foi distribuído e pautado nos termos do regimento interno deste conselho. Relatório proferido. Voto Fl. 251DF CARF MF 6 Conselheiro Relator Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Conforme o Direito Tributário, a legislação, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase este Voto. Mesmo que o tempestivo Recurso Voluntário contenha matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não é possível conhecêlo em razão de concomitância com processo judicial. Conforme destacado no relatório, o lançamento ocorreu diante de indícios de importação não amparada por imunidade, com expressa menção à medida judicial de fls. 114, 160 e 234 e seguintes perante a 1.ª Vara Federal de Santos/SP, Mandado de Segurança n° processo 000662214.2011.403.6104. O contribuinte, tanto em Impugnação (fls. 74) quanto em Recurso Voluntário (fls. 197) alegou ser imune aos tributos em razão de ser entidade sem fins lucrativos com finalidade de assistência social e fundamentou sua alegação nos Art. 150, VI, c, da CF/88. Analisada a decisão de fls. 1244 proferida no âmbito judicial, é possível concluir que o Poder Judiciário trata da mesma matéria submetida à esta lide administrativa fiscal, conforme segue: Fl. 252DF CARF MF Processo nº 11128.720634/201212 Acórdão n.º 3201003.245 S3C2T1 Fl. 249 7 Portanto, a decisão de primeira instância administrativa fiscal errou em julgar improcedente a Impugnação, uma vez que, ao discutir o mesmo objeto e causa de pedir no Poder Judiciário, com o reconhecimento de sua imunidade, o contribuinte optou por uma via de defesa, o que gerou concomitância, prevista na Súmula n.º 1 deste Conselho: "Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial." E existência de depósito integral e suficiente é controversa nos autos, na medida em que o Auto de Infração de fls. 4 considera insuficiente o depósito e o contribuinte não juntou aos autos tais comprovantes. Assim, não constatado nos autos o depósito integral, a questão do juros, por sua vez, é discussão que está amadurecida neste Conselho, por conta do disposto na Súmula CARF n.º 5, transcrita a seguir: "Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral." Independentemente da argumentação do contribuinte ter finalidade de assistência social e fundamentar sua alegação nos Art. 150, VI, c, da CF/88, a questão do afastamento da multa, com base no Art. 63 da Lei 9.430/96, deve ser analisada. O ato do registro da DI é do contribuinte e assim não é possível concluir que tenha ocorrido algum procedimento de ofício antes da suspensão do débito. Logo, a exigibilidade está suspensa e a multa carece de previsão legal para ser mantida, conforme reforçado pela Súmula n.º 17 deste Conselho, transcrita a seguir: Fl. 253DF CARF MF 8 "Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo." CONCLUSÃO. Diante de todo o exposto, votase para que seja conhecido parcialmente o Recurso Voluntário e, na parte conhecida, seja dado parcial provimento para somente cancelar a multa. Voto proferido. (assinatura digital) Conselheiro Relator Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Fl. 254DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001211/2007-72
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jan 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
IRPJ/CSLL - 1º e 2º trimestres de 2002
PIS/COFINS - janeiro a julho de 2002
TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL.
Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício), conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN), nos casos em que constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, ou ainda, mesmo nas ausências desses vícios, nos casos em que não ocorre o pagamento antecipado da exação e inexiste declaração prévia do débito. Por outro lado, nos casos em que não foi constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, e que há pagamento antecipado ou declaração prévia do débito, o prazo decadencial é contado da data de ocorrência do fato gerador (art. 150, §4º, do CTN). Entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previstos no artigo 543-C do CPC e da Resolução STJ nº 08/2008. Interpretação que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do que determina o §2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015.
Numero da decisão: 9101-003.232
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Adriana Gomes Rêgo, que lhe deu provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rego Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araujo Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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MASSIH SERVICOS EMPRESARIAIS LTDA. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 IRPJ/CSLL 1º e 2º trimestres de 2002 PIS/COFINS janeiro a julho de 2002 TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL. Em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício), contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN), nos casos em que constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, ou ainda, mesmo nas ausências desses vícios, nos casos em que não ocorre o pagamento antecipado da exação e inexiste declaração prévia do débito. Por outro lado, nos casos em que não foi constatado dolo, fraude ou simulação do contribuinte, e que há pagamento antecipado ou declaração prévia do débito, o prazo decadencial é contado da data de ocorrência do fato gerador (art. 150, §4º, do CTN). Entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previstos no artigo 543C do CPC e da Resolução STJ nº 08/2008. Interpretação que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do que determina o §2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencida a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 12 11 /2 00 7- 72 Fl. 2195DF CARF MF Processo nº 19515.001211/200772 Acórdão n.º 9101003.232 CSRFT1 Fl. 3 2 conselheira Adriana Gomes Rêgo, que lhe deu provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em que se alega divergência de interpretação da legislação tributária quanto: (i) à contagem de prazo decadencial; e (ii) à incidência de PIS e COFINS sobre receitas financeiras. No exame de admissibilidade, foi dado seguimento ao recurso apenas em relação à matéria constante do item "1" acima indicado. Houve negativa de seguimento em relação à matéria tratada no item "2", conforme o Despacho nº 228/2010, exarado em 16/11/2010 pelo Presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF. E a negativa de seguimento de parte do recurso foi confirmada pelo Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, em caráter definitivo, conforme o Despacho de Reexame de Admissibilidade nº 228R/2010, também exarado em 16/11/2010. A recorrente insurgise contra o Acórdão nº 130100.172, de 29/07/2009, por meio do qual a 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, entre outras questões, acolheu a preliminar de decadência e cancelou parte das exigências fiscais contidas nestes autos. O acórdão recorrido contém a ementa e a parte dispositiva descritas abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2003, 2004 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECADÊNCIA. A Fazenda Pública dispõe de 5 (cinco) anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, para promover o lançamento de impostos e contribuições Fl. 2196DF CARF MF Processo nº 19515.001211/200772 Acórdão n.º 9101003.232 CSRFT1 Fl. 4 3 sociais enquadrados na modalidade do art. 150 do CTN, a do lançamento por homologação. NULIDADE DOS LANÇAMENTOS VIOLAÇÃO AO ART. 142 DO CTN INOCORRÊNCIA. A utilização, pelo Fisco, de uma presunção legal, nos limites em que estatuída essa presunção, não significa o abandono da busca da verdade material nem implica violação ao art. 142 do CTN que pudesse motivar a nulidade dos lançamentos. OMISSÃO DE RECEITAS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA PROCEDÊNCIA. Caracterizam omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores, a origem dos recursos utilizados nessas operações. NORMAS PROCESSUAIS DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI EFEITOS. No julgamento do recurso extraordinário n° 346.084, a composição plena da Suprema Corte fixou o entendimento de que a noção de faturamento para efeito de exigência das contribuições PIS/PASEP e COFINS, na forma prevista na Lei 9.718/1998, não se confunde com a totalidade das receitas auferidas como pretendia o § 1º do art. 3º daquela lei, considerado inconstitucional. No mesmo julgamento ficou assentado que, para as empresas comerciais e de prestação de serviços, o faturamento se restringe ao somatório das receitas provenientes da venda de bens ou da prestação de serviços, que corresponde ao resultado das atividades empresariais típicas de tais entidades, não alcançando receitas de natureza financeira, aluguéis e outras. Assim, à luz do disposto no inciso I do art. 62 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009, deve ser exonerada a exigência de PIS e COFINS incidentes sobre receitas financeiras. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher a preliminar de decadência para IRPJ e CSLL por fatos geradores ocorridos até o segundo trimestre de 2002 e para Pis e Cofíns por fatos geradores ocorridos até julho/2002. No mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar a incidência de PIS e COFINS sobre as receitas financeiras, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Fez sustentação oral pelo contribuinte o Dr. Marcus Vinícius Souza Mamede, OAB/DF n° 16615. Presente o Procurador da Fazenda Nacional Dr. Miquerlam Chaves Cavalcante. A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à lei tributária interpretação divergente da que tem sido dada em outros processos, relativamente às matérias acima mencionadas. Fl. 2197DF CARF MF Processo nº 19515.001211/200772 Acórdão n.º 9101003.232 CSRFT1 Fl. 5 4 Quanto à matéria admitida do recurso, a PGFN desenvolve os argumentos apresentados a seguir: DAS RAZÕES PARA A REFORMA DO ACÓRDÃO RECORRIDO DO PRAZO DECADENCIAL para os tributos sujeitos a lançamento por homologação em que o contribuinte calcula o montante devido e antecipa adequadamente o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, o CTN, no art. 150, §4º, estabelece o seguinte: [...]; ocorre que, adotandose o cuidado necessário ao perfeito entendimento da legislação tributária, tornase imprescindível atentar para o que dispõe o art. 149, V, do CTN: [...]; no caso em tela, está claro que o art. 150 do CTN foi contrariado, já que não houve recolhimento do tributo. Portanto, em face da ausência de pagamento, cabível é a aplicação do art. 149, V, do CTN, motivo pelo qual foi efetuado o lançamento de ofício pela autoridade administrativa; ora, se inexato o pagamento antecipado, negase a homologação e operase o lançamento de ofício (CTN 149, V); se omisso na antecipação do pagamento, nada há passível de homologação e a exigência se formalizará por ato de ofício da administração (CTN 149, V); sendo o lançamento de ofício, para fins de contagem de prazo decadencial, não se aplica o art. 150, §4º, CTN e sim o art. 173, I, que assim dispõe: [...]; como se vê, não há que se falar em homologação do art. 150 do CTN prolatável no prazo de 5 anos contados do fato gerador. Ao contrário, sob o amparo do art. 149, V, a Administração poderá exercer o direito de lançar de ofício, enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública na forma do art. 173 do CTN; e, nesse sentido, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa abaixo: [...]; assim, para os fatos geradores ocorridos nos dois primeiros trimestres e nos meses até julho de 2002, período declarado decadente pelo colegiado, o lançamento dos tributos correspondentes poderia ter sido efetuado em 2002, fazendo com que o início do prazo decadencial fosse conduzido para o dia 1° de janeiro de 2003 (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado). Contandose cinco anos, tem se que a decadência ocorreria em 01.01.2008. Como a ciência do lançamento aconteceu em 24.08.2007, não houve lançamento a destempo; diante disso, merece reforma o acórdão recorrido, pois o crédito tributário, em sua totalidade, foi regularmente constituído no prazo legal, de acordo com a norma de direito aplicável à espécie. Em 11/08/2011, a contribuinte foi intimada (por edital) do Acórdão nº 1301 00.172, do recurso especial da PGFN, e dos despachos que examinaram a admissibilidade Fl. 2198DF CARF MF Processo nº 19515.001211/200772 Acórdão n.º 9101003.232 CSRFT1 Fl. 6 5 desse recurso. Ela não apresentou recurso especial em relação à parte da decisão que lhe foi desfavorável, e nem contrarrazões ao recurso da PGFN. É o relatório. Fl. 2199DF CARF MF Processo nº 19515.001211/200772 Acórdão n.º 9101003.232 CSRFT1 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator Conheço do recurso, porque ele preenche os requisitos de admissibilidade. O presente processo tem por objeto lançamento a título de IRPJ e tributos reflexos (CSLL, PIS e COFINS) sobre fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 2002 e 2003. A autuação está embasada em omissão de receita apurada a partir de depósitos bancários sem comprovação de origem, e também na constatação de rendimentos de aplicações financeiras que não foram oferecidos à tributação. O IRPJ e a CSLL foram apurados pelo regime do lucro presumido, com períodos de apuração trimestral. As contribuições PIS e COFINS foram apuradas mensalmente. O lançamento foi cientificado à contribuinte em 24/08/2007. A controvérsia que chega a essa fase de recurso especial diz respeito à divergência jurisprudencial sobre a contagem do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário. O acórdão recorrido reconheceu a decadência de parte das exigências fiscais com base no art. 150, §4º, do CTN. A decisão está pautada no entendimento de que os tributos estavam sujeitos a lançamento por homologação (CTN, art. 150), e que essa modalidade de lançamento não é modificada em razão da presença ou ausência de pagamento. Em seu recurso especial, a PGFN defende o entendimento de que tanto no caso de pagamento inexato, quanto no caso de inexistência de antecipação de pagamento, a regra decadencial a ser aplicada é a prevista no art. 173, I, do CTN, por se tratar de lançamento de ofício. Quanto a essa questão sobre decadência, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 973.733/SC firmou o seguinte entendimento: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado Fl. 2200DF CARF MF Processo nº 19515.001211/200772 Acórdão n.º 9101003.232 CSRFT1 Fl. 8 7 da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008). Essa interpretação deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, conforme determina o § 2º do art. 62 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015: As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. De acordo com o STJ, devese aplicar o artigo 173, I, do CTN, quando, a despeito da previsão legal de pagamento antecipado da exação, o mesmo inocorre e inexiste declaração prévia do débito capaz de constituir o crédito tributário. No sentido inverso, há duas condições para a aplicação do prazo decadencial previsto no art. 150, § 4º, do CTN: 1) haver pagamento ou 2) haver declaração prévia que constitua crédito tributário. Não se pode, portanto, deixar de reconhecer a relevância da existência ou não de pagamento ou declaração/confissão (ainda que parciais) para fins de definição do critério para a contagem de prazo decadencial. Aliás, vale frisar que todo esse debate em torno da relevância do pagamento ou da confissão de débito para análise de decadência de lançamento posteriormente realizado pelo Fisco pressupõem pagamento e/ou confissão parciais mesmo. Até porque o Fisco não realizaria nenhum lançamento de ofício para constituir crédito tributário que já foi em momento anterior integralmente pago ou confessado pelo contribuinte. No caso em análise, o acórdão recorrido, aplicando o prazo do art. 150, §4º, do CTN, reconheceu a decadência para IRPJ e CSLL com fatos geradores ocorridos até o segundo trimestre de 2002, e para PIS e COFINS com fatos geradores até julho/2002. O lançamento foi realizado em 24/08/2007. Compulsando os autos, constato que a contribuinte apurou em sua declaração DIPJ valores a pagar para os tributos e os períodos acima referidos, sem nenhuma exceção (vol. 1, efls. 21/48). Contato também, pelo Termo de Verificação Fiscal (vol. 1, efls. 203), que os valores autuados correspondem à diferença entre os créditos bancários não justificados e as receitas declaradas pela contribuinte. Ou seja, não houve lançamento dos tributos relativos às receitas declaradas, evidenciando que esses tributos ou estavam pagos, ou pelo menos tinham sido declarados/confessados em instrumento hábil à execução. Do contrário, a autoridade fiscal teria realizado lançamento também sobre as receitas declaradas pela contribuinte. Fl. 2201DF CARF MF Processo nº 19515.001211/200772 Acórdão n.º 9101003.232 CSRFT1 Fl. 9 8 A conclusão, portanto, é de que a contribuinte pagou ou pelo menos confessou uma parte dos tributos que estão sendo exigidos nos presentes autos, o que implica na contagem da decadência pela regra do art. 150, §4º, do CTN, conforme o referido entendimento pacificado pelo STJ. Assim, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso especial da PGFN. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 2202DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.900664/2010-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Dec 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/12/2004
ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITOS. RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS. RECEITA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. INCIDÊNCIA.
Os valores contabilizados pelas empresas administradoras de cartões de créditos como Rendas de Garantias Prestadas são receitas provenientes da prestação de serviços e devem ser incluídas na base de cálculo das contribuições sociais não-cumulativas.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/12/2004
ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITOS. RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS. RENDAS DE EMPRÉSTIMOS. RECLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL. ÔNUS DA PROVA.
Os valores contabilizados pelas empresas administradoras de cartões de créditos como Rendas de Garantias Prestadas e reclassificados posteriormente, devem ser segregados, demonstrados e provados pelo interessado, quando objetivarem respaldar alegação de direito creditório.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.196
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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(sucessora por incorporação de ABN AMRO ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO LTDA.) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/12/2004 ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITOS. RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS. RECEITA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. INCIDÊNCIA. Os valores contabilizados pelas empresas administradoras de cartões de créditos como “Rendas de Garantias Prestadas” são receitas provenientes da prestação de serviços e devem ser incluídas na base de cálculo das contribuições sociais nãocumulativas. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/12/2004 ADMINISTRADORAS DE CARTÕES DE CRÉDITOS. RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS. RENDAS DE EMPRÉSTIMOS. RECLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL. ÔNUS DA PROVA. Os valores contabilizados pelas empresas administradoras de cartões de créditos como “Rendas de Garantias Prestadas” e reclassificados posteriormente, devem ser segregados, demonstrados e provados pelo interessado, quando objetivarem respaldar alegação de direito creditório. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 06 64 /2 01 0- 16 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 16327.900664/201016 Acórdão n.º 3401004.196 S3C4T1 Fl. 3 2 Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório O interessado transmitiu Per/Dcomp visando compensar débitos declarados com suposto crédito oriundo de pagamento a maior de 63 COFINS nãocumulativa. A Delegacia da Receita Federal de jurisdição do contribuinte emitiu despacho decisório eletrônico não homologando a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento informado fora integralmente utilizado na quitação de débitos da requerente, não restando saldo a ser utilizado. Irresignado com o indeferimento de seu pedido, o contribuinte interpôs manifestação de inconformidade onde alega, em síntese que: (a) não havia considerado na base de cálculo da contribuição as regras do Decreto nº 5.164/2004, revogado pelo Decreto nº 5.442/2005, que em seu artigo 1º reduziu a zero as alíquotas da contribuição sobre receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas a incidência nãocumulativa; (b) face ao alegado no item anterior, procedeu aos ajustes na base de cálculo das contribuições, evidenciando assim o recolhimento a maior; (c) os valores na DIPJ estão corretos, acordes com a nova apuração; (d) olvidouse de proceder à retificação na DCTF, solicitando que esta seja retificada de ofício. A decisão de primeira instância, foi pela improcedência da manifestação de inconformidade, concluindose que as receitas contabilizadas como “Rendas de Garantias Prestadas” não se caracterizam como receitas financeiras, sujeitas a redução à zero das alíquotas, nos termos do Decreto nº 5.164/2004, e não podem ser excluídas da base de cálculo do PIS e da Cofins apurada pelo contribuinte, indeferindo a solicitação do interessado, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Devidamente cientificada desta decisão, a recorrente apresentou, tempestivamente, o recurso voluntário onde essencialmente reitera a argumentação expressa na manifestação de inconformidade. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de Fl. 107DF CARF MF Processo nº 16327.900664/201016 Acórdão n.º 3401004.196 S3C4T1 Fl. 4 3 junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.187, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 16327.900662/201019, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.187): "O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como visto do relatório, tratase de DCOMP, visando a compensar débitos nele declarados, com créditos oriundos de pagamentos a maior de contribuições sociais nãocumulativas. A ora recorrente, impugnou o não reconhecimento o direito creditório, defendendo que efetuou recolhimentos a maior em DARF, por não haver considerado nas bases de cálculo os ditames do art. 1º, do Decreto n° 5.164/04, que reduziu à zero a alíquota das contribuições sociais nãocumulativas, incidentes sobre receitas financeiras, conforme planilha (doc n° 4) apontando a conta COSIF 7.1.9.70.004 (RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS) e cópia da página do balancete mensal, onde constariam as receitas financeiras que teriam tido as alíquotas reduzidas a zero (doc n° 5). Diante desses argumentos, entendeu a decisão recorrida que os valores contabilizados como “Rendas de Garantias Prestadas” não poderiam ser considerados receitas financeiras, pelas empresas prestadoras de serviços de administração de cartões de créditos, mas sim receitas provenientes da prestação de serviços. Destaca a recorrente, somente agora em recurso voluntário, que o crédito pleiteado é oriundo da reclassificação de valores das contas COSIF 7.1.9.70.004 (RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS) para 7.1.1.05.006 (RENDAS DE EMPRÉSTIMOS), informação inserida na planilha (doc n° 4), apresentada junto com a impugnação, porém, não constando a conta 7.1.1.05.006, destino da reclassificação contábil alegada, na cópia da página do balancete mensal, onde constariam as receitas financeiras que teriam tido as alíquotas reduzidas a zero (doc n° 5), também, apresentada junto com a impugnação. Pois bem, entendo, sejam RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS ou RENDAS DE EMPRÉSTIMOS, as receitas em discussão fazem parte do objeto social da recorrente, empresa administradora de cartões de créditos, em razão disso, não enquadrandose como receita financeira e não fazendo jus à redução à zero das alíquotas ou à exclusão das bases de cálculo das contribuições sociais. Seguindo a mesma linha de abordagem da decisão recorrida, cujo voto condutor promoveu minuciosa analise da conta 7.1.9.70.004 (RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS), segundo o Cosif, a conta 7.1.1.05.006 (RENDAS DE Fl. 108DF CARF MF Processo nº 16327.900664/201016 Acórdão n.º 3401004.196 S3C4T1 Fl. 5 4 EMPRÉSTIMOS), que faz parte do subgrupo 7.1.1.00.001 Rendas de Operações de Crédito, o qual pertence ao grupo 7.1.0.00.008 Receitas Operacionais, tem como função “Registrar as rendas de empréstimos, que constituam receita efetiva da instituição, no período. Base Normativa: (Circular BCB 1273)”. Notar que a conta 7.1.1.05.006 (RENDAS DE EMPRÉSTIMOS), a qual alegase ter sido reclassificados os valores originalmente registrados na conta 7.1.9.70.004 (RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS), vinculase diretamente ao objeto social da recorrente, ambas, fazendo parte do bojo das suas receitas operacionais, subagrupadas em rendas de operações de crédito e outras receitas operacionais, respectivamente, constituindo receitas decorrentes do exercício da atividade empresarial das administradoras de cartões de crédito, que não se confundem com as oriundas de remuneração do capital nas operações financeiras. A incidência das contribuições sociais sobre as RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS foi mantida, por entender a decisão recorrida que, sendo cobrado do cliente da ora recorrente determinada importância, em contrapartida pela fiança/aval prestado, estaria caracterizada prestação de serviço próprio das administradoras de cartões de crédito. Ainda que seja feita uma divisão das receitas provenientes da atividade desempenhada pela recorrente, entre a prestação de fiança/aval e à concessão de empréstimos correlatos, ambas atividades, sujeitamse à incidência das contribuições sociais, mesmo que, na segunda hipótese, possa ser considerada uma atividade financeira, exclusivamente sujeita ao IOF, para fins de não ser tributável pelo ISS. Portanto, ainda que reclassificadas as rendas de empréstimos para a subconta 7.1.1.05.006 (sujeita ao IOF), estamos nitidamente diante de receitas provenientes de operações de crédito, oriundas do exercício das atividades empresariais típicas da recorrente, que não se confundem com as receitas de remuneração do capital em operações financeiras dissociadas do objeto social da empresa. Ressaltase que essas operações são consideradas autônomas e possuem regras próprias de contabilização no Cosif. As rendas das garantias prestadas são contabilizadas na subconta 7.1.9.70.004 (sujeita ao ISS), e as rendas de empréstimos são lançadas na subconta 7.1.1.05.006 (sujeita ao IOF). Determinante no presente caso, se da contabilização na conta 7.1.9.70.004 (RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS) o resultado foi a inclusão das receitas de empréstimos, fato timidamente ressaltado pela interessada e somente agora em recurso voluntário, é certo que deveria haver a demonstração destas ocorrências, acompanhada da documentação comprobatória pertinente, o que não foi o caso, nem no momento Fl. 109DF CARF MF Processo nº 16327.900664/201016 Acórdão n.º 3401004.196 S3C4T1 Fl. 6 5 oportuno da manifestação de inconformidade (art. 16, do PAF), nem agora em recurso voluntário, cabendo ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, nos termos do art. 36, da Lei nº 9.784/99, ainda mais, quando objetivarem respaldar alegação de direito creditório. Por certo, a conta de RENDAS DE GARANTIAS PRESTADAS, abarca prestação de serviços tributáveis pelas contribuições sociais nãocumulativas, em discussão, incidência demonstrada pela fiscalização, mantida pela decisão recorrida e ora convalidada, pelos mesmos fundamentos, não havendo, por parte do interessado, demonstração adequada, apenas, simples planilha apresentada (doc n° 4), além da inexistência de documento de prova no sentido da inclusão de RENDAS DE EMPRÉSTIMOS nesta conta, cabendo ao contribuinte segregar e provar a possível natureza distinta de tais receitas, não constando nem mesmo a conta 7.1.1.05.006 (RENDAS DE EMPRÉSTIMOS) na cópia da página do balancete mensal, onde estariam as receitas financeiras que teriam tido as alíquotas reduzidas a zero (doc n° 5). Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, mantendose o não reconhecendo do direito creditório pleiteado, com a conseqüente não homologação da compensação declarada." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado negou provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 110DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.005994/2008-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF
Data do fato gerador: 13/04/2004, 12/08/2004, 20/08/2004
CPMF. NÃO OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR
Não ocorre fato gerador da CPMF nas operações de pagamento de dividendos por meio da cessão do direito de crédito por ausência de subsunção do fato à norma instituidora de obrigação tributária.
Numero da decisão: 3201-003.136
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Votou pelas conclusões o Conselheiro Winderley Morais Pereira. Vencido o Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que negava provimento ao recurso voluntário.
Acompanhou o julgamento o patrono do contribuinte, Dr. Luís Cláudio Gomes Pinto, OAB-RJ 88704, escritório Ulhôa Canto, Rezende E Guerra Advogados
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente Substituto), Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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NÃO OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR Não ocorre fato gerador da CPMF nas operações de pagamento de dividendos por meio da cessão do direito de crédito por ausência de subsunção do fato à norma instituidora de obrigação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Votou pelas conclusões o Conselheiro Winderley Morais Pereira. Vencido o Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, que negava provimento ao recurso voluntário. Acompanhou o julgamento o patrono do contribuinte, Dr. Luís Cláudio Gomes Pinto, OABRJ 88704, escritório Ulhôa Canto, Rezende E Guerra Advogados WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. TATIANA JOSEFOVICZ BELISÁRIO Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente Substituto), Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 59 94 /2 00 8- 44 Fl. 312DF CARF MF 2 Tratase de Recurso Voluntário apresentado pelo Contribuinte em face do acórdão nº 0540.400, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas (SP), que assim relatou o feito: Tratase de auto de infração relativo à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira –CPMF, lavrado em 29/09/2008, relativo a fatos geradores ocorridos em 13/04/2004, 12/08/2004 e 20/08/2004, constituindo crédito tributário total no montante de R$ 218.361,09. No corpo do auto de infração, a autoridade fiscal assim sintetiza a motivação do lançamento: A empresa efetuou os pagamentos de dividendos aos seus sócios quotistas, a partir de créditos de dividendos decorrentes de investimento como acionista na NESLIP S.A, sem transitar em contas correntes junto a Instituições Financeiras em seu nome. Com isso, visou única e exclusivamente afastar a tributação da CPMF, cabendo no caso, a cobrança da mesma, conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal, e, Demonstrativo, em anexo, fazendo parte integrante e indissociável deste Auto de Infração. As constatações do procedimento fiscal bem como a legislação pertinente foram detalhadas por aquela autoridade no Termo de Verificação Fiscal anexo aos autos (fls. 111/119 da versão digitalizada). Cientificada pessoalmente da exigência em 29/09/2008, a contribuinte apresentou impugnação em 28/10/2008, alegando, em síntese e fundamentalmente, a insuficiência da fundamentação do auto de infração, em prejuízo ao seu direito de defesa; e que a distribuição de dividendos in natura é conduta lícita e não se enquadra dentre os fatos geradores da CPMF relacionados no art. 2º da Lei nº 9.311, de 1996. Transcrevamse alguns trechos de sua peça de defesa: ... 3.7. Dessa forma, caberia à fiscalização indicar fundamentadamente qual teria sido o fato gerador que possibilitaria a cobrança da CPMF no caso concreto. Entretanto, o AUTO e o Termo de Verificação Fiscal a ele anexo ("TERMO") em nenhum momento indicam em qual dos fatos geradores previstos no art. 2º da Lei nº 9.311/96 se enquadraria a operação realizada pela IMPUGNANTE. 3.8. Com efeito, a fiscalização, de forma vaga e imprecisa, limitouse a fazer referência e transcrever o referido artigo 2º (dentre outros), sem evidenciar qual dos seus incisos justificaria a autuação. 3.9. Argumenta ainda a fiscalização que o pagamento de dividendos in natura feito pela IMPUGNANTE teria visado única e exclusivamente afastar a tributação da CPMF, o que, para a fiscalização, seria suficiente Fl. 313DF CARF MF Processo nº 19515.005994/200844 Acórdão n.º 3201003.136 S3C2T1 Fl. 313 3 para justificar a cobrança do tributo não se sabe ao certo sob que fundamento. 3.10. No caso, assim como a circulação de cédulas de papel moeda e o endosso de cheques, a distribuição de dividendos in natura, ainda que possa ser considerada como movimentação financeira dentro do conceito trazido pelo parágrafo único do art. 1° o que seria altamente discutível , claramente não se enquadra em nenhum dos fatos geradores exaustivamente previstos nos incisos I a VI do art. 2º . ... 3.13. Restaria à fiscalização, então, alegar que o pagamento de dividendos in natura feito pela IMPUGNANTE enquadrarseia no inciso VI, acima, sob o argumento de que tal operação supostamente implicaria em uma movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira que, por sua finalidade, produziria os mesmos efeitos previstos nos incisos I a V. 3.14. Ocorre, porém, que para se enquadrar no inciso VI a operação realizada pela IMPUGNANTE teria que satisfazer a seguinte condição: a operação teria que reunir características que permitissem presumir a existência de sistema organizado para efetivála. 3.15. Ora, é evidente que a distribuição de dividendos in natura feita pela IMPUGNANTE não pode ser caracterizada como parte de um "sistema organizado" desenvolvido para promover a movimentação ou transmissão de créditos e valores, sem intermédio do sistema bancário. ... 3.17. Durante o ano de 2004, a IMPUGNANTE efetuou em apenas três oportunidades a distribuição de dividendos in natura, não tendo criado um sistema organizado de transmissão de créditos. 3.18. Por analogia, seria como se a IMPUGNANTE tivesse recebido cheques da Neslip em pagamento dos dividendos por esta declarados (conforme expressamente admitido pelo art. 205, § 1º , da Lei 6.404, de 15.12.1976) e os tivesse endossado para seus quotistas. O endosso único em cada um dos cheques era expressamente admitido pelo art. 17, I, da Lei 9.311/96, sendo inequívoco não configurar hipótese de incidência da CPMF. Ou seja, sequer se poderia alegar que o procedimento adotado pela IMPUGNANTE visou evitar a incidência de CPMF que, sob as normas vigentes, seria necessariamente devido. 3.20. Por absurdo, caso se entenda que a distribuição de dividendos in natura feita pala IMPUGNANTE sujeitarseia à incidência da CPMF, estarseia criando um novo fato gerador da contribuição, absolutamente amplo, não previsto em nenhum dos incisos do art. 2º da Lei 9.311/96. A CPMF passaria, Fl. 314DF CARF MF 4 consequentemente, a incidir sobre toda e qualquer cessão de crédito, compensação ou perdão de divida, o que é inaceitável. ... 4.4. Portanto, o procedimento adotado pela IMPUGNANTE, que visou apenas simplificar a distribuição de dividendos, evitando gastos desnecessários, é absolutamente válido. Não existe e tampouco existia à época qualquer norma que impeça que as sociedades paguem dividendos a seus sócios in natura, assim como não existe, por exemplo, qualquer norma que impeça os contribuintes de cederem seus créditos a terceiros ou que os cheques por eles recebidos sejam endossados uma única vez. 4.5. Tais condutas, apesar de "afastarem" a incidência da CPMF, são licitas, não podendo a fiscalização exigir que o contribuinte adote a opção que lhe é mais onerosa, simplesmente para que incorra no fato gerador de determinado tributo. Após exame da Impugnação apresentada pelo Contribuinte, a DRJ proferiu acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 13/04/2004, 12/08/2004, 20/08/2004 CPMF. FATO GERADOR. Para que se configure o fato gerador da CPMF basta que a operação liquidada ou o lançamento realizado tenham o mesmo efeito de circulação escritural ou física de moeda, ainda que não intermediados por instituição financeira. A distribuição de lucros mediante transferência direta de recursos de uma terceira empresa de quem a autuada era, por sua vez, também credora de dividendos não descaracteriza a ocorrência de duas movimentações financeiras com o poder liberatório que lhes são próprios. Em Recurso Voluntário o contribuinte defende a não ocorrência do fato gerador da CPMF sobre operação de distribuição de dividendos in natura. Os autos foram remetidos a este CARF e a mim distribuídos por sorteio. É o relatório. Voto Conselheiro Relatora Tatiana Josefovicz Belisário O Recurso é próprio e tempestivo e dele tomo conhecimento. Fl. 315DF CARF MF Processo nº 19515.005994/200844 Acórdão n.º 3201003.136 S3C2T1 Fl. 314 5 Como se verifica pelo relato dos fatos, tratase da exigência de CPMF sobre operação denominada "distribuição de dividendos in natura", sendo, "in natura", a distribuição de dividendos aos acionistas de determinada empresa não em dinheiro, mas em dividendos de uma terceira empresa. Entendeu a Fiscalização que a operação realizada teria como objetivo burlar a necessidade de que tais operações fossem realizadas por meio de transação bancária, portanto, com a incidência de CPMF. A autuação fundamentase em dispositivo genérico da Lei nº 9.311/96: Art. 2° O fato gerador da contribuição é: I o lançamento a débito, por instituição financeira, em contas correntes de depósito, em contas correntes de empréstimo, em contas de depósito de poupança, de depósito judicial e de depósitos em consignação de pagamento de que tratam osparágrafos do art. 890 da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, introduzidos peloart. 1° da Lei n° 8.951, de 13 de dezembro de 1994, junto a ela mantidas; II o lançamento a crédito, por instituição financeira, em contas correntes que apresentem saldo negativo, até o limite de valor da redução do saldo devedor; III a liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados, em nome do beneficiário, nas contas referidas nos incisos anteriores; IV o lançamento, e qualquer outra forma de movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira, não relacionados nos incisos anteriores, efetuados pelos bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e caixas econômicas; V a liquidação de operação contratadas nos mercados organizados de liquidação futura; VI qualquer outra movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira que, por sua finalidade, reunindo características que permitam presumir a existência de sistema organizado para efetivála, produza os mesmos efeitos previstos nos incisos anteriores, independentemente da pessoa que a efetue, da denominação que possa ter e da forma jurídica ou dos instrumentos utilizados para realizála. Todavia, entendo que tal dispositivo, a par de genérico, não detêm caráter residual, de modo a permitir como pretendeu a Fiscalização a incidência da CPMF sobre toda e qualquer transação financeira realizada fora do sistema bancário. Ademais, é de se ressaltar que a conduta realizada pela Recorrente não é vedada pela legislação civil / comercial, tampouco pela própria legislação tributária. Fl. 316DF CARF MF 6 Importante observar, nesse aspecto, que nem mesmo a disposição constante do art. 205, §1º da Lei nº 6.404/76 (Lei das SA), segundo a qual "Os dividendos poderão ser pagos por cheque nominativo remetido por via postal para o endereço comunicado pelo acionista à companhia, ou mediante crédito em contacorrente bancária aberta em nome do acionista", obriga que os dividendos sejam pagos por cheque ou depósito. Conforme lição de Marcelo M Bertoldi e Marcia Carla Pereira Ribeiro em seu "Curso Avançado de Direito Comercial", a forma de pagamento dos dividendos pode ser livremente pactuada em estatuto social, sendo aplicável a referida disposição legal apenas na hipótese de omissão do instrumento contratual: A Companhia deverá pagar dividendos àquelas pessoas que, na data do ato de declaração do dividendo, estiverem inscritas em seus registros como proprietárias ou usufrutuárias das ações. Se de forma diversa não dispuser o estatuto, o pagamento se fará mediante remessa de cheque nominal para o endereço do acionista, ou mediante crédito em conta corrente bancária aberta em seu nome. (São Paulo, 2001. Ed. Revista dos Tribunais. 6º ed.) Ou seja, é perfeitamente possível que a Companhia estabeleça a forma de divisão de seus dividendos, não havendo qualquer imposição no sentido de que esta apenas possa ocorrer por meio de operação bancária. Ademais, quanto à legislação tributária, vejase que a própria Lei nº 9.311/96 estabeleceu taxativamente as situações nas quais a operação deve, necessariamente, ser realizada por meio de instituição financeira: Art. 16. Serão efetivadas somente por meio de lançamento a débito em conta corrente de depósito do titular ou do mutuário, por cheque de sua emissão, cruzado e intransferível, ou por outro instrumento de pagamento, observadas as normas expedidas pelo Banco Central do Brasil:(Redação dada pela Lei nº 10.892, de 2004) I as operações e os contratos de que tratam os incisos II e III do caput do art. 85 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;(Incluído pela Lei nº 10.892, de 2004) II a liquidação das operações de crédito;(Incluído pela Lei nº 10.892, de 2004) III as contribuições para planos de benefícios de previdência complementar ou de seguros de vida com características semelhantes;(Incluído pela Lei nº 10.892, de 2004) IV o valor das contraprestações, bem como de qualquer outro pagamento vinculado às operações de arrendamento mercantil.(Incluído pela Lei nº 10.892, de 2004) (...) Art. 17. Durante o período de tempo previsto no art. 20: I somente é permitido um único endosso nos cheques pagáveis no País; Fl. 317DF CARF MF Processo nº 19515.005994/200844 Acórdão n.º 3201003.136 S3C2T1 Fl. 315 7 Ou seja, não há qualquer obrigação legal que imponha à contribuinte o dever de realizar o pagamento de dividendos aos seus acionistas exclusivamente por meio de movimentação bancária, com a incidência da CPMF. Ademais, entendo que o dispositivo legal utilizado pela Fiscalização para fundamentar o lançamento não atrai a subsunção do fato à norma. Repisese: VI qualquer outra movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira que, por sua finalidade, reunindo características que permitam presumir a existência de sistema organizado para efetivála, produza os mesmos efeitos previstos nos incisos anteriores, independentemente da pessoa que a efetue, da denominação que possa ter e da forma jurídica ou dos instrumentos utilizados para realizála. A meu ver, a Fiscalização não logrou demonstrar dois aspectos essenciais capazes de atrair a incidência da referida disposição legal, quais sejam a existência de "características que permitam presumir a existência de sistema organizado para efetivá la" e a produção dos "mesmos efeitos previstos nos incisos anteriores". A análise desses dois requisitos dispostos expressamente na norma levam à conclusão de que sua incidência só pode ser atraída quando o contribuinte, com manifesta intenção, pretende realizar uma operação com exatamente os mesmos efeitos daquela estabelecida na norma tributária como fato gerador do tributo. Tratase, a meu ver, da caracterização de fraude, que sequer foi aventada. Ademais, na hipótese dos autos, não vislumbro, dentre os demais incisos do art. 2º da Lei nº 9.311/96, que delimitam o fato gerador da obrigação tributária, qual daqueles efeitos teria o contribuinte pretendido obter por meio da operação de pagamento de dividendos em espécie. Ou seja, não houve a demonstração, pela Fiscalização, da efetiva subsunção do fato narrado à norma apresentada como supostamente violada. Diante do exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte para afastar a incidência da CPMF sobre as operações em análise, consistente no pagamento de dividendos por meio da cessão do direito de crédito. Relatora Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Fl. 318DF CARF MF 8 Fl. 319DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000320/2008-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/2002 a 31/05/2004, 01/11/2004 a 31/12/2004
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.276
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 03 20 /2 00 8- 53 Fl. 540DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 541DF CARF MF Processo nº 19515.000320/200853 Acórdão n.º 2202004.276 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 542DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10510.003258/2002-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Nov 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2001
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. REJEIÇÃO.
Rejeitam-se os embargos de declaração, no caso de não haver omissão a ser suprida.
Numero da decisão: 1302-002.325
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogerio Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ester Marques Lins de Sousa, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado), e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: Alberto Pinto Souza Junior
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OMISSÃO. REJEIÇÃO. Rejeitamse os embargos de declaração, no caso de não haver omissão a ser suprida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogerio Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ester Marques Lins de Sousa, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado), e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 32 58 /2 00 2- 31 Fl. 1061DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 639 2 Por tratar do que cumpre ser esclarecido, adoto o relatório do Despacho de Admissibilidade de Embargos de fls. 1052/1055 destes autos, a seguir transcrito: “A Portaria CARF nº 34, de 31 de agosto de 2015, dispõe: Art. 4º Os embargos contra acórdão prolatado por colegiado extinto, opostos anteriormente à vigência da Portaria MF nº 343, de 2015, com análise de admissibilidade pendente, terão o seguinte tratamento: [...] II se o conselheiro relator, ou redator do voto vencedor, não mais integrar a Seção de Julgamento: a) a admissibilidade dos embargos poderá ser realizada pelo Presidente da Câmara a que a Turma extinta estava vinculada e, se admitidos, o processo deverá ser sorteado, no âmbito da Seção, para relatoria [...] Considerando o dispositivo acima transcrito, passase a análise dos embargos de declaração interpostos pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN), em face do Acórdão nº 110100.155, de 29.07.2009, (Turma extinta), em cuja ementa consta: Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2001 Ementa: COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DO CRÉDITO PELO CONTRIBUINTE. A compensação pretendida pelo contribuinte pressupõe a prova do seu alegado crédito contra o Fisco. [...] ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para reconhecer o direito creditório de R$1.228.108,17 e homologar a compensação declarada até esse limite, nos termos do relatório e voto do relator, créditos esses decorrentes dos processos n° 10510.003554/20066 e 10510.003076/200511, devendo este processo ser apensado ao de 10510.003076/200511 haja vista a interligação de ambos, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Notificada da referida decisão em 22.03.2010, a PGFN opôs embargos de declaração em 23.03.2010 (§ 9º do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972), suscitando que: Tratase de manifestação de inconformidade contra despacho decisório da DRF de Aracaju que não homologou as compensações declaradas nos presentes autos, oriundos de saldos negativos de IRPJ e CSLL do exercício de 2002, por inexistência dos créditos apontados. O processo subiu ao CARF via recurso voluntário e a 1a Câmara da 1a Seção, "por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para reconhecer o direito creditório de R$ 1.228.108,17 e homologar a compensação declarada até esse limite, nos termos do relatório e voto do relator, créditos esses decorrentes dos processos n° 10510.003554/200666 e 10510.003076/200511, devendo este processo ser apensado ao de 10510.003076/200511, haja vista a interligação de ambos, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado." Fl. 1062DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 640 3 O acórdão recorrido é omisso/obscuro porque homologa parte das compensações que são dependentes de processo vinculados (10510.003554/200666 e 10510.003076/200511) com manifestação expressa de apensamento a outro processo (10510.003076/200511) também decorrente, em razão da interligação existente, sem se atentar para o fato de que para tais processos interligados não houve o trânsito em julgado definitivo da decisão na via administrativa. Deveria o julgador, por não serem definitivas e não terem transitado em julgado as decisões dos processos conexos/dependentes, suspender os presentes autos até decisão definitiva nos processos dependentes, uma vez que ainda são passíveis de revisão. A União, para evitar futura inexistência dos créditos aqui homologados, requer a anulação do acórdão e o sobrestamento do feito até que seja proferida decisão administrativa definitiva nos processos principais. [...] Para que a Administração exonere o contribuinte dos gravames decorrentes do processo administrativo fiscal, é necessário que a decisão administrativa que determinou o cancelamento da exigência tributária tenha transitado em julgado. Antes disso, a exigência subsiste. É o que dispõe o art. 45 do Decreto 70.235/72 [...]. É dizer que, enquanto a decisão não se tornar definitiva, a exigência persiste, até que a decisão que a tenha cancelado transite em julgado. O Decreto 70.235/72 define, em seu art. 42, quando as decisões administrativas se tornam definitivas, [...] Observese que a situação posta nos autos não se coaduna com nenhuma das hipóteses ali descritas, pois os processos interligados se encontram pendentes de julgamento. Observese, ainda, que na eventualidade de se terem reformadas as decisões proferidas nos processo interligados, o mesmo não poderá acontecer no presente feito, pois houve homologação parcial de créditos a compensar decorrentes dos processos interligados, mencionados no dispositivo e voto com trânsito em julgado anterior e execução prévia. Assim, requer a correção da omissão/obscuridade existente no acórdão para o fim de anulálo e, em substituição, sobrestar o andamento do presente feito até que sejam proferidas decisões administrativas definitivas nos processos principais/interligados. Os embargos de declaração têm como requisito de admissibilidade a indicação de algum dos vícios de obscuridade ou contradição no julgado ou omissão de algum ponto sobre o qual deveria pronunciarse o colegiado não se prestando, portanto, ao rejulgamento da matéria posta nos autos. Eles estão regulamentados no art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF) 1 e foram opostos no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão e atendem aos pressupostos de tempestividade e legitimidade. Passase a apreciar a admissibilidade. Tem cabimento transcrever excertos do acórdão embargado: Conforme relatado, os créditos oferecidos para compensação são originários de saldos negativos de IRPJ e CSLL informados na Fl. 1063DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 641 4 DIPJ/2002 (fls. 28 e 33), relativos à apuração anual do lucro real do anocalendário 2001. O voto condutor do acórdão recorrido descreveu detalhadamente a conexão processual existente entre este processo e os de n° 10510.003076/200511 e 10510.003554/200666, como se vê adiante: "No mérito, verificase que em face da lavratura dos Autos de Infração de IRPJ e CSLL (cópias às fls. 565/590 e 638/651) constantes do processo n° 10510.003076/200511, ao qual foi apensado o de n° 10510.00003077/200558, e do processo de n° 10510.003554/200666, respectivamente, foi apurada a inexistência de saldo negativo no ano calendário de 2001, tanto para o IRPJ quanto para a CSLL, resultando, ao contrário, valores a pagar, nos montantes de R$56.157,16 e R$179.736,53. Observese que os referidos lançamentos foram integralmente mantidos na primeira instância administrativa de julgamento, mediante acórdão n° 1512.208 2ª Turma da DRJ/SDR, em sessão de 5 de janeiro de 2007, proferido no processo n° 10510.003076/200511 (cópia às fls. 900/927), e acórdão n° 1513.842 2ª Turma da DRJ/SDR, sessão de 27 de setembro de 2007, proferido no processo n° 10510.003554/200666, cuja cópia está anexada às fls. 928/940. Desta forma, inexistem os créditos que a contribuinte pretende utilizar nas compensações de débitos objeto das Declarações de compensação em análise." As exigências de IRPJ e CSLL contidas no processo n° 10510.003076/200511 (ao qual foi apensado o de n° 10510.003077/200558), relativas ao anocalendário 2000, foram alvo do recurso voluntário n° 158013, provido por esta Turma, em razão de erro na identificação do período de apuração, conforme o Acórdão n° 110100.154/2009. No processo n° 10510.003554/200666, esta Turma deu provimento parcial ao recurso voluntário 163184, nos termos do Acórdão n° 1101 00.165/2009, excluindo da base tributável do IRPJ e da CSLL do ano calendário 2001 as parcelas lançadas em decorrência dos autos de infração objeto do processo n° 10510.003076/200511 (anocalendário 2000), em face do Acórdão n° 110100.154/2009, referido no parágrafo anterior. Após o Acórdão n° 110100.165/2009 (recurso n° 163184), restaram reconhecidos como saldos devedores de IRPJ e de CSLL do ano calendário 2001 [...]. Dessa forma, com o advento dos Acórdãos n° 110100.154/2009 e 1101 00.165/2009, restaram parcialmente restabelecidos os saldos negativos de IRPJ e de CSLL do anocalendário 2001, nos valores de R$491.304,06 e R$736.804,11, respectivamente. Conclusão Pelo exposto, dou provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito creditório de R$1.228.108,17 e homologar as compensações declaradas até esse montante, correspondente à soma dos Fl. 1064DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 642 5 saldos negativos de IRPJ e CSLL do anocalendário 2001, nos valores de R$491.304,06 e R$736.804,11, respectivamente. A situação de omissão está apontada objetivamente. Verificase que não houve expressa manifestação do julgado sobre ponto em que se impunha o seu pronunciamento de forma obrigatória, dentro dos ditames da causa de pedir, qual seja, por não serem definitivas e não terem transitado em julgado as decisões dos processos conexos/dependentes, devese suspender os presentes autos até decisão definitiva nos processos dependentes, uma vez que ainda são passíveis de revisão. Por todo o exposto, ADMITO os embargos de declaração interpostos. Encaminhese o presente processo para inclusão em lote de sorteio no âmbito da 1ªSEÇÃO/CARF/MF/DF, nos termos do art. 49, § 5º do Anexo II do Ricarf, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015.” É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa Relator. Tratase de Embargos de Declaração opostos pela Fazenda Nacional com o objetivo de sanar omissão/obscuridade verificada no Acórdão n.º 110100.154 (fls. 989/995), relativa à ausência de expressa manifestação quanto a suspensão dos presentes autos até o trânsito em julgado de processos administrativos conexos/dependentes passíveis de revisão àquele momento, tendo em vista que a homologação da compensação realizada depende da existência de créditos tributários apurados nos processos de n.º 10510.003076/200511 e n.º 10510.003554/200666. De fato, à época em que o Acórdão embargado foi proferido, ainda não havia o trânsito em julgado dos processos que influíam diretamente no direito creditório pleiteado pelo contribuinte, o que se infere do próprio voto do ex Conselheiro Aloysio José Percínio da Silva, à seguir transcrito: “Dessa forma, com o advento dos Acórdãos n° 1101 00.154/2009 e 110100.165/2009, restaram parcialmente restabelecidos os saldos negativos de IRPJ e de CSLL do anocalendário 2001, nos valores de R$491.304,06 e R$736.804,11, respectivamente.” Embora, os Acórdãos dos processos conexos/dependentes tivessem sido publicados reconhecendo o direito creditório do contribuinte perante o Fisco, cumpre observar que as decisões, à época do Acórdão embargado, ainda eram passíveis de revisão. Entretanto, da atual análise do acompanhamento processual dos processos conexos/dependentes, depreendese que os processos não mais são passíveis de revisão, o que configura o seu trânsito em julgado. Primeiramente, no que tange ao Processo de nº 10510.003554/2006 66, constatase já ter havido Recurso Especial do Procurador à Câmara Superior de Fl. 1065DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 643 6 Recursos Fiscais – CSRF, a qual, através do Acórdão n.º 9101001.866, da Sessão de 29 de janeiro de 2014, não conheceu do recurso mencionado. Vejamos a ementa deste julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2001 Ementa: Não se conhece do recurso especial quando o objeto no qual se funda o pedido não mais subsista à época da interposição do recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda. Ademais, não houve qualquer andamento no processo desde 2014, conforme extrato processual reproduzido a seguir: Fl. 1066DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 644 7 Portanto, com relação ao processo de n.º 10510.003554/200666, não há motivos para suspenderse o presente processo. No processo n.º 10510.003076/200511, observase que após a publicação da decisão da 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, Acórdão n.º 110100154, o processo foi expedido para a Fl. 1067DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 645 8 ciência do Procurador da Fazenda Nacional, não obtendo novas movimentações desde 14/06/2010, conforme extrato colacionado: Fl. 1068DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 646 9 Destarte, conforme expresso na própria decisão embargada, o Acórdão n.º 110100154 – última decisão proferida nos autos do processo – foi provocado pelo recurso voluntário nº 158013, e foi provido em razão de erro na identificação do período de apuração. Sendo assim, a decisão enviada no ano de 2010 para ciência do Procurador da Fazenda Nacional, da qual não se verificou a interposição de recurso até os dias atuais, é definitiva, tendo o processo atingido seu trânsito em julgado, nos termos do disposto no art. 42 do Decreto nº 70.235/72. Conclusão Em conclusão, cumpre recordar o pedido feito nos Embargos de Declaração. Vejamos: “Assim, requer a correção da omissão/obscuridade existente no acórdão para o fim de anulálo e, em substituição, sobrestar o andamento do presente feito até que sejam proferidas decisões administrativas definitivas nos processos principais/interligados.” Assim, em razão do exposto, embora os requisitos formais do recurso estejam cumpridos, para o deferimento do pedido é necessário que haja objeto. Como visto, o objeto do pedido é que o julgamento recorrido seja anulado e, em decorrência, o feito seja sobrestado até que sejam proferidas decisões administrativas nos processos conexos. No entanto, à época em que foram admitidos os embargos, a condição almejada já havia sido implementada, ou seja, a decisão definitiva já havia ocorrido – conforme descrito anteriormente – razão porque este recurso não deveria sequer ser admitido. Destarte, considerando os argumentos trazidos aos autos pelos Embargos de Declaração, a legislação aplicável; bem como o contexto atual dos processos que envolvem o direito creditório em questão, voto no sentido de rejeitar os Embargos de Declaração por não haver possibilidade de sobrestar o presente feito para aguardar novas decisões administrativas em processos conexos/dependentes cujo trânsito em julgado já ocorreu. É como voto. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa Fl. 1069DF CARF MF Processo nº 10510.003258/200231 Acórdão n.º 1302002.325 S1C3T2 Fl. 647 10 Fl. 1070DF CARF MF
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