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Numero do processo: 10320.721749/2015-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2012
DIFERIMENTO DE RECEITAS RECEBIDAS A TÍTULO DE LANCE EM LICITAÇÃO PARA CONCESSÃO PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE
Caracterizado no edital e contratos que o valor do lance recebido em processo de licitação não guarda vinculação com o objeto contratado, há de se tributar a receita no período de seu recebimento.
DIFERIMENTO DE RECEITAS. DOWNPAYMENT RECEBIDO EM RAZÃO DA ASSINATURA DE CONTRATO.
Caracterizando-se no edital e contratos que o valor recebido a título de downpayment devido pelos vencedores do certame licitatório tem a natureza de lance mínimo devido, sem qualquer dependência ou relação com o montante a ser pago pelo arrendamento, há de se tributar a receita no exercício de ser recebimento.
IMUNIDADE CONSTITUCIONAL SOBRE AS RECEITAS.
Sendo o recorrente Empresa Pública com personalidade jurídica de direito privado a ela não se aplicam os benefícios de imunidade tributária estabelecidos pela norma do art. 150, IV, "a" da Constituição Federal de 1988.
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. NÃO CONHECIMENTO.
Não se conhece, em sede de recurso voluntário, de matéria não expressamente impugnada à luz do art. 17, do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 1401-001.934
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso de ofício e negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Abel Nunes de Oliveira Neto - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo Dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto (Relator), Livia de Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa
Nome do relator: ABEL NUNES DE OLIVEIRA NETO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2012 DIFERIMENTO DE RECEITAS RECEBIDAS A TÍTULO DE LANCE EM LICITAÇÃO PARA CONCESSÃO PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE Caracterizado no edital e contratos que o valor do lance recebido em processo de licitação não guarda vinculação com o objeto contratado, há de se tributar a receita no período de seu recebimento. DIFERIMENTO DE RECEITAS. DOWNPAYMENT RECEBIDO EM RAZÃO DA ASSINATURA DE CONTRATO. Caracterizando-se no edital e contratos que o valor recebido a título de downpayment devido pelos vencedores do certame licitatório tem a natureza de lance mínimo devido, sem qualquer dependência ou relação com o montante a ser pago pelo arrendamento, há de se tributar a receita no exercício de ser recebimento. IMUNIDADE CONSTITUCIONAL SOBRE AS RECEITAS. Sendo o recorrente Empresa Pública com personalidade jurídica de direito privado a ela não se aplicam os benefícios de imunidade tributária estabelecidos pela norma do art. 150, IV, "a" da Constituição Federal de 1988. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece, em sede de recurso voluntário, de matéria não expressamente impugnada à luz do art. 17, do Decreto nº 70.235/72.
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IMPOSSIBILIDADE Caracterizado no edital e contratos que o valor do lance recebido em processo de licitação não guarda vinculação com o objeto contratado, há de se tributar a receita no período de seu recebimento. DIFERIMENTO DE RECEITAS. DOWNPAYMENT RECEBIDO EM RAZÃO DA ASSINATURA DE CONTRATO. Caracterizandose no edital e contratos que o valor recebido a título de downpayment devido pelos vencedores do certame licitatório tem a natureza de lance mínimo devido, sem qualquer dependência ou relação com o montante a ser pago pelo arrendamento, há de se tributar a receita no exercício de ser recebimento. IMUNIDADE CONSTITUCIONAL SOBRE AS RECEITAS. Sendo o recorrente Empresa Pública com personalidade jurídica de direito privado a ela não se aplicam os benefícios de imunidade tributária estabelecidos pela norma do art. 150, IV, "a" da Constituição Federal de 1988. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece, em sede de recurso voluntário, de matéria não expressamente impugnada à luz do art. 17, do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso de ofício e negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 72 17 49 /2 01 5- 10 Fl. 937DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo Dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto (Relator), Livia de Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa Relatório Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra o contribuinte no qual foram imputadas as seguintes infrações: Inobservância do regime de escrituração Redução do Lucro por postergação de receitas combinada com adições não computadas Multa Isolada falta de recolhimento de IRPJ sobre a base estimada Multa Isolada falta de retenção de IRRF sobre JSCP Cientificada da autuação a empresa apresentou Impugnação apresentando argumentos singelos que informam que os valores das receitas decorrentes da licitação para arrendamento do porto de Itaqui constituiriam arrendamento e, por isso, poderiam ser diferidas para os períodos correspondentes ao arrendamento. Alega, por fim, que os cálculos do auto de infração não estariam corretamente demonstrados, embora não apresente argumentos ou indicações concretas para tanto. Analisando a impugnação apresentada pela empresa a DRJ considerou não impugnadas as matérias às quais não foram apresentadas contestações. Neste caso as glosas relativas a: a. Valores indevidamente deduzidos na apuração do lucro líquido, mas que não são dedutíveis na determinação do lucro real (1. DESPESAS ADICIONADAS) itens 1 a 7, 9 a 13, 15 e 17; b. Perdas no recebimento de créditos, indevidamente deduzidas por não preencherem os requisitos do art. 340 do RIR de 1999; c. Provisões não dedutíveis: “Outras provisões”, “Provisão p/contingências trabalhistas” e “Provisão p/ contingências Cíveis”; d. Despesa “Indenizações a Terceiros”, identificadas como desembolsos não dedutíveis, arts. 249, 299, 335 a 340, 344, 365 e 369 do RIR de 1999; e. Ausência de retenção de IRRF sobre pagamentos de Juros sobre Capital Próprio, sujeita a multa de 50% no valor de R$735.999,71; Fl. 938DF CARF MF Processo nº 10320.721749/201510 Acórdão n.º 1401001.934 S1C4T1 Fl. 938 3 Com relação à parte impugnada a Delegacia de Julgamento julgou procedente em parte a impugnação excluindo da autuação apenas os valores recebidos pela empresa com relação ao downpayment recebidos em parcela única na assinatura do contrato. As demais matérias impugnadas foram consideradas improcedentes. Cientificado da decisão o recorrente apresentou o recurso voluntário de fls. 733 em diante no qual apresenta as seguintes alegações: 1) Que a empresa seria beneficiária de imunidade constitucional recíproca em relação ao seu patrimônio e receitas; 2) Que a parcela paga relativa à oportunidade de negócio configura parcela do arrendamento e, por isso, poderia ter sua tributação diferida ao longo do prazo contratual; 3) Impossibilidade de aplicação de multa isolada contra a não retenção de imposto de renda 4) Da impossibilidade de realização dos ajustes de adição ao lucro real das despesas não aceitas pela fiscalização; É o relatório do necessário. Fl. 939DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Abel Nunes de Oliveira Neto Tendo em vista que os pontos de discordância são diversos, passemos a analisar os recursos de ofício e voluntários ponto a ponto. 1) Do Recurso de Ofício em relação à desoneração da tributação dos valores recebidos a título de downpayment Em relação à análise do recurso de ofício nesta parte, discordamos dos argumentos apresentados pela Delegacia de Julgamento quando considerou que este pagamento se identifica como um adiantamento de contrato, pago a título de sinal e início de pagamento, conforme se pode comprovar do Edital de Licitação publicado pela EMAP onde estão fixadas as normas da licitação e da posterior contratação. 3.4.2. Dos Valores Mínimos do Arrendamento Como se pode verificar da tradução do termo original em inglês o downpayment conforme estipulado no edital da licitação, tratase, na verdade, de um preço mínimo fixado pela administração para que em caso de pouca concorrência no certame, mesmo que o lance ofertado fosse perto de zero, estaria garantido à empresa uma parcela mínima a ser paga ao recorrente quando das assinaturas dos contratos de arrendamento. Ora, tal parcela não guarda relação alguma com o pagamento do arrendamento, este sim, vinculado à área total arrendada e ao montante de carga movimentada. Sendo assim, discordo do entendimento da Delegacia de Julgamento quanto à exclusão desta parcela, haja vista que, no presente processo de licitação tal parcela de demonstra como uma Fl. 940DF CARF MF Processo nº 10320.721749/201510 Acórdão n.º 1401001.934 S1C4T1 Fl. 939 5 espécie de lance mínimo do certame e não como parte do preço devido para o curso do contrato de arrendamento. Do exposto, não se demonstrando que esta parcela inicial guarda relação com o arrendamento concedido, mas sim como um pagamento devido pela simples assinatura do contrato, do qual sequer consta cláusula de compensação com os valores a serem pagos posteriormente, voto no sentido de dar provimento ao recurso de ofício, mantendo a desoneração da autuação neste ponto. 2) Do Recurso Voluntário do que reclama o direito à imunidade tributária estabelecida pela Constituição Federal. Com relação a este tópico, primeiro há de se destacar que a insurgência não foi apresentada na impugnação do auto de infração e, assim, não deveria ser analisada nesta fase recursal, tendo em vista a não formação de litígio quanto a este ponto. No entanto, tendo em vista que se trata de matéria de ordem pública e a fim de evitar alegações futuras de nulidade por falta de apreciação da matéria, vejamos este ponto. A imunidade tributária está estabelecida na Constituição Federal, art. 150, conforme abaixo: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: ............ VI instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; ................... § 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. Ora consoante se observa do texto constitucional acima transcrito, a imunidade constitucional somente abrange os impostos instituídos sobre os próprios entes públicos e não abrange as suas empresas públicas, mas sim apenas as suas fundações, quando instituídas e mantidas pelo poder público. Fl. 941DF CARF MF 6 Sendo a recorrente empresa pública a ela não se estendem os efeitos de imunidade estabelecidos pelo texto constitucional. Desta forma, mesmo considerando que a matéria não foi impugnada, por se tratar de matéria de ordem pública inferida do texto constitucional, entendo necessário apreciála e, no mérito, negarlhe provimento em razão da imunidade não alcançar o recorrente. 3) Do Recurso Voluntário relativo à impossibilidade de aplicação de multa isolada pela não retenção de imposto de renda sobre JSCP e multa isolada de 50% Com relação a este ponto devemos considerar que a própria Decisão de Piso já confirmou que a matéria em questão não foi impugnada e, por isso, não tendo formado litígio, tornouse definitiva. Não pode o contribuinte apresentar em sede de recurso voluntário matéria que não tenha sido questionada na impugnação. Assim, voto por não conhecer do recurso voluntário neste ponto em razão de a matéria ora questionada não ter sido objeto de impugnação. 4) Do Recurso Voluntário relativo à impossibilidade de realização dos ajustes de adição ao lucro real das despesas não aceitas pela fiscalização Com relação a este ponto devemos considerar que a própria Decisão de Piso já confirmou que a matéria em questão não foi impugnada e, por isso, não tendo formado litígio, tornouse definitiva. Não pode o contribuinte apresentar em sede de recurso voluntário matéria que não tenha sido questionada na impugnação. Assim, voto por não conhecer do recurso voluntário neste ponto em razão de a matéria ora questionada não ter sido objeto de impugnação. 5) Do Recurso Voluntário com relação à contestação da inclusão dos valores relativos a receitas decorrentes de oportunidade de negócios na apuração do lucro real. Neste aspecto da análise devemos transcrever alguns itens do edital de licitação que faz lei entre as partes envolvidas no contrato na forma da Lei nº 8.666/93 a fim de bem delimitar a problemática do caso. Das Definições: Fl. 942DF CARF MF Processo nº 10320.721749/201510 Acórdão n.º 1401001.934 S1C4T1 Fl. 940 7 2.6 a) Do Processamento e Julgamento da Licitação 3.4. Da Proposta Comercial 3.4.2. Dos Valores Mínimos do Arrendamento Fl. 943DF CARF MF 8 3.4.3. Movimentação Mínima Contratual 3.4.3.1. Quantitativos Mínimos de Movimentação e Carência Na forma da Lei nº 8.666/93 o edital de licitação é lei entre as partes e suas normas devem ser obedecidas fielmente durante a licitação e após a mesma durante a vigência do contrato. Assim sendo, o próprio edital, por meio de suas definições estabelece a distinção entre o preço do arredamento e o preço do contrato, destacando que o valor do arrendamento equivale a uma fração proporcional do contrato a ser paga mensalmente. O mesmo edital nos itens relativos ao julgamento das propostas é que determina que o julgamento da proposta comercial será feito unicamente de acordo com a proposta de preço da "oportunidade do negócio". Ainda no edital estão fixados os valores mínimos mensais do arrendamento definidos por área utilizada e por quantidade de carga movimentada que, juntamente com o downpayment constituem o valor devido pelo arrendamento da área. O valor oferecido e pago a título de oportunidade do negócio não se confunde nem deve ser computado no valor do arrendamento. Primeiro, se assim fosse, seu preço mínimo teria sido fixado no item 3.4.2 do Edital onde foram fixados os "valores mínimos do arrendamento"; Segundo por que este lance constitui um preço pago à administração para a OBTENÇÃO do contrato e não pode se confundir com os valores devidos pelo arrendamento da área e da atividade. Por tal razão entendo assistir razão à autoridade lançadora e à Delegacia de Julgamento quando entenderam que o valor do lance ofertado para que cada empresa ganhasse um dos itens licitados no edital do Porto de Itaqui não pode ser computado no valor do arrendamento, posto que representa um bônus, sem valor mínimo fixado, obtido pela administração como contrapartida pela cessão da oportunidade conferida aos entes privados. Assim, para concluir, entendo não serem procedentes as alegações da recorrente, haja vista que a definição acerca da possibilidade de postergação do reconhecimento das receitas envolvidas no contrato deriva da real motivação de sua existência Fl. 944DF CARF MF Processo nº 10320.721749/201510 Acórdão n.º 1401001.934 S1C4T1 Fl. 941 9 e de seu pagamento. O que restou verificado neste caso, que o motivo do pagamento era o direito de obter o contrato de arrendamento, que não se confunde com os pagamentos deste próprio arrendamento durante os período em que foi avençado, razão pela qual deve ser oferecido integralmente o valor recebido relativo ao lance no período de apuração em que foi aceita a oferta. Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso de ofício, mantendo a autuação em relação às parcelas de downpayment que haviam sido excluídas pela Delegacia de Julgamento e negar provimento ao recurso voluntário mantendo todos os termos da autuação. Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Fl. 945DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.910818/2009-41
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri May 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/07/2004
COMPENSAÇÃO. PROVA DO DIREITO ALEGADO.
Compete ao interessado, em manifestação de inconformidade contra despacho decisório que indefira compensação declarada por compatibilidade entre a DCTF e o valor recolhido, primeiro, mostrar que a DCTF original estava mesmo errada, retificando-a; segundo, apontar a motivação jurídica dessa retificação; terceiro, juntar documentos que embasem tal alegação. Satisfeitos tais requisitos, não se pode continuar a negar o direito pela simples inexistência de indébito apurada entre a DCTF original e o recolhimento.
Recurso Especial do Contribuinte Provido.
Numero da decisão: 9303-004.843
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento com retorno dos autos à turma a quo para análise do mérito, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas (Relator), que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 15/07/2004 COMPENSAÇÃO. PROVA DO DIREITO ALEGADO. Compete ao interessado, em manifestação de inconformidade contra despacho decisório que indefira compensação declarada por compatibilidade entre a DCTF e o valor recolhido, primeiro, mostrar que a DCTF original estava mesmo errada, retificando-a; segundo, apontar a motivação jurídica dessa retificação; terceiro, juntar documentos que embasem tal alegação. Satisfeitos tais requisitos, não se pode continuar a negar o direito pela simples inexistência de indébito apurada entre a DCTF original e o recolhimento. Recurso Especial do Contribuinte Provido.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento com retorno dos autos à turma a quo para análise do mérito, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas (Relator), que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1816; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 2 1 1 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11065.910818/200941 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303004.843 – 3ª Turma Sessão de 23 de março de 2017 Matéria COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. PRECLUSÃO. Recorrente CALÇADOS Q SONHO LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/07/2004 COMPENSAÇÃO. PROVA DO DIREITO ALEGADO. Compete ao interessado, em manifestação de inconformidade contra despacho decisório que indefira compensação declarada por compatibilidade entre a DCTF e o valor recolhido, primeiro, mostrar que a DCTF original estava mesmo errada, retificandoa; segundo, apontar a motivação jurídica dessa retificação; terceiro, juntar documentos que embasem tal alegação. Satisfeitos tais requisitos, não se pode continuar a negar o direito pela simples inexistência de indébito apurada entre a DCTF original e o recolhimento. Recurso Especial do Contribuinte Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento com retorno dos autos à turma a quo para análise do mérito, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas (Relator), que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 91 08 18 /2 00 9- 41 Fl. 158DF CARF MF Processo nº 11065.910818/200941 Acórdão n.º 9303004.843 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência, tempestivo, interposto pelo sujeito passivo, ao amparo do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 25 de junho de 2009, em face do Acórdão n° 3803002.136, assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/07/2004 PRECLUSÃO É ilícito inovar na postulação recursal para incluir questões diversas daquelas que foram originariamente deduzidas quando da reclamação junto à instância a quo. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/07/2004 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. A matéria de fundo trazida nos autos referese ao não reconhecimento de compensação de créditos de Cofins tendo em vista a utilização integral do crédito indicado na Declaração de Compensação (Dcomp) em amortização de outros débitos, devidamente declarado pelo contribuinte em DCTF. Em sua manifestação de inconformidade, o sujeito passivo alegou (a) erro nos valores informados nas declarações fiscais, tendo procedido, em 2005, a revisão dos créditos tributários dos anos anteriores; (b) que apresentou DCTF retificadora corrigindo o erro, na qual consta o valor correto da contribuição apurada no período em questão; (c) que o não reconhecimento do direito creditório foi acarretado pelo sistema eletrônico da Receita Federal do Brasil, no qual qualquer defeito de informação gera automaticamente um despacho decisório de denegação de crédito. Em seu recurso voluntário, o sujeito passivo alegou que seus créditos eram provenientes de revisão de seus débitos tributários, especialmente pela exclusão das receitas financeiras anteriormente tributadas, retificando posteriormente a DCTF. Apresentou novos documentos para comprovar o alegado. Alegou a possibilidade de retificação da DCTF, invocando o princípio da verdade material, pugnando por seu direito ao crédito pretendido. O e. Colegiado a quo negou provimento ao recurso voluntário, inadmitindo a apreciação das provas trazidas após a manifestação de inconformidade, por não atender aos requisitos do § 4º, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72. A referida decisão sofreu embargos de declaração no qual o contribuinte questiona a necessidade de o Colegiado considerar as provas trazidas com o recurso voluntário. Contudo, os embargos não foram acolhidos, de sorte que a decisão embargada não sofreu qualquer alteração. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11065.910818/200941 Acórdão n.º 9303004.843 CSRFT3 Fl. 4 3 O sujeito passivo interpôs Recurso Especial de divergência alegando dissídio jurisprudencial acerca da possibilidade de a Turma de Julgamento do CARF apreciar prova material trazida em sede de recurso voluntário (preclusão). O Recurso Especial do sujeito passivo foi integralmente admitido, conforme despacho de admissibilidade do Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303004.838, de 22/03/2017, proferido no julgamento do processo 11065.108212/200964, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ressaltese que a decisão do paradigma foi, no mérito, contrária ao meu entendimento pessoal, pois fui vencido na votação quanto à preclusão do direito de apresentar provas. Todavia, ao presente processo deve ser aplicada a posição vencedora, conforme consta da ata da sessão do julgamento. Portanto, transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão, quanto à admissibilidade do recurso e quanto ao mérito (Acórdão 9303004.838): Da Admissibilidade "O recurso interposto pelo sujeito passivo é tempestivo, e foi admitido pelo Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF. A divergência suscitada pela recorrente diz respeito à possibilidade de a Turma de Julgamento do CARF apreciar prova material trazida em sede de recurso voluntário (preclusão), apresentando acórdãos paradigmas para comprovar o alegado dissídio jurisprudencial. Os acórdãos recorrido e paradigmas tratam da possibilidade de juntada de prova material com o recurso voluntário. A decisão recorrida não admitiu as provas trazidas pela recorrente, por não atender aos requisitos do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72. No entanto, as decisões paradigmas admitem as provas mesmo não atendendo aos requisitos do citado dispositivo legal. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11065.910818/200941 Acórdão n.º 9303004.843 CSRFT3 Fl. 5 4 Ainda que o acórdão recorrido tenha se referido a questões de inovação nos argumentos de defesa, constatase que a turma julgadora expressamente apreciou a possibilidade da recorrente em produzir prova documental posteriormente à Manifestação de Inconformidade. Diante da comprovação do dissídio jurisprudencial alegado e atendido os demais requisitos de admissibilidade, conheço do recurso." Do Mérito "Honroume o Presidente com a atribuição de apresentar as razões do colegiado para não concordar com o seu bem fundamentado voto. E, em verdade, para mim e os demais conselheiros fazendários, elas se resumem a uma só. É que partilhamos integralmente o entendimento do dr. Rodrigo quanto à impossibilidade de se banalizar o princípio da verdade material a ponto de permitir que o sujeito passivo simplesmente escolha o momento que mais lhe aprouver par a apresentação das provas de seu direito. Quanto a isso, ao menos entre os fazendários, não há divergência. Ocorre que a nós nos pareceu ser este mais um daqueles casos em que não ocorreu uma mera procrastinação desmotivada de apresentação de documentos. Com efeito, e assim está relatado pelo dr. Rodrigo, o recorrente tentou, desde sua manifestação de inconformidade, fazer a prova do indébito alegado em Dcomp. E isso porque o indébito não nasce da mera divergência entre o que foi declarado e o que foi recolhido, mas entre este último e o valor devido segundo a legislação. Cabe, pois, ao postulante a restituição, já na manifestação de inconformidade, primeiro, mostrar que a DCTF original estava mesmo errada, retificandoa; segundo, apontar a motivação jurídica dessa retificação; terceiro, juntar documentos que embasem tal alegação. Feito isso, acredito, não pode a Administração meramente indeferir a restituição porque a retificação tenha sido feita a destempo. Nessa linha, temos também reiterado que a prova inicial a ser produzida quando da manifestação de inconformidade não pode se resumir a meras alegações, ou, ainda pior, tãosomente à retificação da DCTF, mesmo tendo sido esta a única razão constante do despacho decisório, e nem mesmo à simples apresentação de planilhas de elaboração do próprio interessado desacompanhadas de assentamentos contábeis que as confirmem. No presente caso, entretanto, e assim nos diz o próprio relator, "... Acompanhando sua Manifestação de Inconformidade, a recorrente apresentou assentamentos contábeis referentes à compensação," os quais, no entanto, não foram considerados suficientes pela autoridade julgadora de primeiro grau. Denegado, ainda assim, o direito, complementouas, por ocasião do recurso voluntário, a partir do que fora dito na decisão de piso. Nesses termos, os documentos posteriormente juntados não são meramente aqueles que, sabidamente, o postulante já deveria ter apresentado em sua manifestação de inconformidade e que, por desídia ou máfé, deixou de juntar no momento próprio. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11065.910818/200941 Acórdão n.º 9303004.843 CSRFT3 Fl. 6 5 Com tais considerações, entendeu o colegiado não se tratar da mera apresentação extemporânea e desmotivada de documentos que já deveriam ter sido apresentados no prazo da primeira defesa administrativa e deu provimento ao recurso do sujeito passivo para que os autos retornem à instância a quo a fim de serem examinados os documentos que supostamente comprovam o direito alegado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, conheço do recurso especial do contribuinte e, no mérito, doulhe provimento, para que os autos retornem à instância a quo a fim de serem examinados os documentos que supostamente comprovam o direito alegado. assinado digitalmente Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 162DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.001508/2006-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 12 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Ano-calendário: 2003
JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. IRRF. COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DE DCOMP. CRÉDITO DEVIDO. EMBARGOS ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES
Verificada a correta retenção na fonte realizada pela Embargante, à alíquota de 25%, no pagamento de JCP a acionista sediado em paraíso fiscal; e estando correta a indicação em DCOMP, deve-se considerar liquidado o respectivo débito declarado.
Numero da decisão: 1302-002.109
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Ano-calendário: 2003 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. IRRF. COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DE DCOMP. CRÉDITO DEVIDO. EMBARGOS ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES Verificada a correta retenção na fonte realizada pela Embargante, à alíquota de 25%, no pagamento de JCP a acionista sediado em paraíso fiscal; e estando correta a indicação em DCOMP, deve-se considerar liquidado o respectivo débito declarado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
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CRÉDITO TRIBUTÁRIO. GLOSAS. DIVERGÊNCIAS SAPLI E PARTE B DO LALUR Embargante VALEPAR S/A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Anocalendário: 2003 JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. IRRF. COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DE DCOMP. CRÉDITO DEVIDO. EMBARGOS ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES Verificada a correta retenção na fonte realizada pela Embargante, à alíquota de 25%, no pagamento de JCP a acionista sediado em paraíso fiscal; e estando correta a indicação em DCOMP, devese considerar liquidado o respectivo débito declarado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ester Marques Lins de Sousa e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 00 15 08 /2 00 6- 58 Fl. 906DF CARF MF Processo nº 15374.001508/200658 Acórdão n.º 1302002.109 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pela contribuinte, face ao acórdão nº 1101001.087, de 08/04/2014 da extinta 1ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento deste Conselho, cuja decisão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. RETENÇÃO SOFRIDA EM RAZÃO DE JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO CREDITADOS OU RECEBIDOS. DÉBITOS DECORRENTES DO PAGAMENTO OU CRÉDITO DE JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO. FORMALIZAÇÃO EM DCOMP. Até a edição da Instrução Normativa SRF n° 360, publicada em 29 de setembro de 2003, inexistia dispositivo legal ou normativo impondo a apresentação de DCOMP para a compensação prevista no art. 9o, §6o da Lei n° 9.249/95, a qual era, assim, promovida na escrituração do sujeito passivo e na data do vencimento dos débitos, sem a incidência de juros de mora até a data de apresentação da DCOMP. INDISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. ERRO NA APURAÇÃO FISCAL. Devem ser retificados os cálculos quando identificado erro na origem atribuída aos débitos de IRRF consumidos na apuração trimestral do IRPJ. DÉBITO COMPENSADO INFORMADO EM DCTF. DIVERGÊNCIA DE PERÍODO DE APURAÇÃO. Admitese a identidade entre os débitos informados em DCOMP e DCTF se a apuração do sujeito passivo evidencia que inexistiria outro débito de idêntico valor a ser declarado no período de apuração indicado em DCTF. Nos termos do Despacho de Admissibilidade, a embargante alegou que teria havido confusão ao se analisar os documentos juntados aos autos, no que se refere à DCOMP n° 02034.38563.22103.1.3.067103. Salientou que, também nesse caso, os valores em questão estariam sendo exigidos em duplicidade, em razão de simples erro cometido pela embargante quando do preenchimento da DCTF/DCOMP, relativa ao período de 2003. Isto teria acontecido, devido à referência equivocada a um documento dos autos que acabou por suprimir da apreciação do Colegiado, aspectos relevantes para a decisão. Nesse sentido, admitiramse os embargos para suprir a omissão dos membros do Colegiado acerca das repercussões do documento cujo conteúdo é diverso daquele a eles relatado, e não para a correção de erro na apreciação da prova, conforme frisado no despacho de admissibilidade. A omissão foi reconhecida, em virtude da confusão gerada na análise da referida DCOMP ocorrida quando, ao comparar às fls. 116 e 121 do presente processo, não foi possível identificar que se tratavam de acionistas diferentes, e que não existia relação alguma entre o acionista Mitsui & Co. Ltda (fls. 121, sediado em Tokyo) e o acionista Milennium Security Holdings Corp (fls. 116, sediado nas Ilhas Virgens Britânicas), esta última sim, Fl. 907DF CARF MF Processo nº 15374.001508/200658 Acórdão n.º 1302002.109 S1C3T2 Fl. 4 3 localizada em paraíso fiscal e, portanto, submetida à aplicação da alíquota de 25% na fonte, sobre os valores pagos à título de JCP, como foi realizado pela Embargante. A embargante esclareceu que a referência à aplicação da alíquota de 25% é um texto padrão que aparece em todas as planilhas de pagamento da Embargante, mesmo que não haja pagamentos desta espécie, e conclui que há apenas um débito de R$ 3.627.361,05, liquidado por meio da DCOMP n° 02034.38563.22103.1.3.067103, subsistindo mera divergência de data em relação ao que informado em DCTF, não se justificando a cobrança em duplicidade. Nessa linha, ressaltou que, tais circunstâncias seriam idênticas às constatadas em relação à DCOMP n° 38374.81543.010304.1.7.064526 e, sendo assim, entende que a mesma conclusão deve ser aplicada aos dois casos. Assim, requereu que os embargos fossem admitidos com efeitos infringentes, para que fosse sanado o equívoco cometido na análise dos documentos relativos à DCOMP n° 02034.38563.221003.1.3.067310, homologandose a compensação do débito de R$ 3.627.361,05 e afastandose a cobrança do débito cobrando em processo apartado, e mesmo valor. É o relatório. Voto Conselheiro ROGÉRIO APARECIDO GIL À vista do Despacho de Admissibilidade que acolheu a alegação de que teria havido omissão no Acórdão embargado, passamos à seguinte análise. Os autos versam sobre declarações de compensação (DCOMPs) transmitidas por via eletrônica visando compensar créditos de IRRF incidente sobre JCP recebidos durante o anocalendário de 200,3 com débitos próprios, também de IRRF sobre JCP pagos aos seus acionistas em abril, agosto e outubro de 2003. A DRJ havia homologado parcialmente as compensações. O acórdão de recurso voluntário reconheceu parcialmente os créditos informados pela Embargante ao homologar as compensações objeto das DCOMPs n°s 22102.56192.010304.1.3.064502 e 38374.81543.010304.1.7.064526. Considerou que o simples erro material de divergência do preenchimento da data do fato gerador na DCOMP e na DCTF não poderia acarretar dupla cobrança por parte do Fisco, pois constatouse que, apesar de constarem diferentes datas na DCOMP e na DCTF, tratavase do mesmo débito. Assim, cancelaramse os débitos declarados na DCOMP 38374.81543.010304.1.7.064526, reconhecendose a duplicidade na cobrança e a impossibilidade da cobrança em autos apartados dos débitos declarados na DCTF. Fl. 908DF CARF MF Processo nº 15374.001508/200658 Acórdão n.º 1302002.109 S1C3T2 Fl. 5 4 A partir desse ponto, a embargante passou a se opor às conclusões do acórdão: ressalta que teria havido confusão na análise dos documentos relativos à DCOMP n° 02034.38563.22103.1.3.067103; alega que, também nesse caso, os valores em questão estariam sendo exigidos em duplicidade, em razão de um simples erro cometido pela Embargante quando do preenchimento da DCTF/DCOMP, relativa ao período de outubro de 2003. Sobre esse ponto, o acórdão embargado registrou que o JCP pago pela Embargante no valor de R$ 29.018.888,36 teria sido creditado a acionista sediado em paraíso fiscal, o que justificaria a retenção do IRRF na alíquota de 25%. Nessa linha, como tanto a DCOMP como a DCTF foram preenchidas com a informação de retenção à alíquota de 12,5% sobre o valor total repassado ao acionista (R$ 3.627.361,05), a conclusão alcançada no acórdão recorrido foi a de que a embargante pretendia compensar parte do débito por meio de DCOMP e o restante dos valores supostamente devidos teriam sido declarados por meio de DCTF, não havendo duplicidade de cobrança, eis que os dois valores somados totalizariam a retenção supostamente devida, compondo a alíquota de 25% (12,5% + 12,5%). A respeito, os embargos salientam que, em realidade, o respectivo o acionista não teria sede em paraíso fiscal. Para assim demonstrar, a embargante indicou que planilha de pagamento de fls. 121, referente ao mês de outubro de 2003 é possível observar que foi aplicada a alíquota de 12,5%, sobre o valor de R$ 29.018.888,36 repassado ao acionista Mitsui & CO. LTD., inscrito no CNPJ n° 05.466.338/000157 e que possui sede em Tokyo Japão (Doc. 05 dos embargos de declaração). Sustentou que, os valores pagos de IRRF/JCP creditados ao acionista sediado em Tokyo Japão estão submetidos à alíquota diferenciada de 12,5%, conforme consolidado na solução de divergência n° 16, de 10 de dezembro de 2001 (Doc. 06). Verificase, portanto, que a questão reside em comparar às fls. 116 e 121 para verificar que se tratavam de acionistas diferentes, e que não existia relação alguma entre o acionista Mitsui & CO. LTD. fl. 121, sediado em Tokyo) e o acionista Milennium Security Holdings Corp (fls. 116 , sediado nas Ilhas Virgens Britânicas), esta última sim, localizada em paraíso fiscal e, portanto, submetida à aplicação da alíquota de 25% na fonte, sobre os valores pagos à título de JCP, como foi realizado pela Embargante. Constatase, nesse sentido que, no mês de outubro de 2003, a Embargante realizou o pagamento a título de JCP ao acionista Mitsui & CO. LTD. no montante de R$ 29.018.888,36. Tendo em vista que este acionista está sediado no Japão (Doc. 05), tais valores estavam submetidos à tributação do IRRF à alíquota de 12,5%, sendo devido o recolhimento do montante de R$3.627.361,05, como se verifica (comprovante de pagamento de fls. 122). Uma vez que o IRRF/JCP no valor de R$ 3.627.361,05, foi regularmente declarado pela Embargante na DCOMP n° 02034.38563.22103.1.3.067103 e foram definitivamente compensados com créditos da mesma natureza, concluise que tal crédito foi extinto pela compensação. Constatase, ainda, que o valor de IRRF/JCP declarado pela Embargante na DCTF e na DCOMP no montante de R$ 3.627.361,05 é o mesmo. A divergência entre esses Fl. 909DF CARF MF Processo nº 15374.001508/200658 Acórdão n.º 1302002.109 S1C3T2 Fl. 6 5 dois débitos diz respeito, unicamente, à data informada em cada documento, erro formal cometido pelo contribuinte. Por todo o exposto, voto no sentido de acolher os embargos de declaração, atribuindolhes efeitos infringentes, para reconhecer o direito creditório de R$3.627.361,05 e homologar a DCOMP n° 02034.38563.22103.1.3.067103. (documento assinado digitalmente) ROGÉRIO APARECIDO GIL Relator Fl. 910DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.004415/2010-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 28 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2401-000.576
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência. Julgado em 09/05/2017.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Carlos Alexandre Tortato - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Denny Medeiros da Silveira, Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
Nome do relator: CARLOS ALEXANDRE TORTATO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência. Julgado em 09/05/2017. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Carlos Alexandre Tortato Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Denny Medeiros da Silveira, Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 04 41 5/ 20 10 -6 1 Fl. 4317DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.318 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo em face do Acórdão nº. 1635.517 da DRJSPI (fls. 999/1016) que julgou improcedente a impugnação apresentada, sendo proferido o acórdão assim ementado: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SEGURADOS EMPREGADOS E CONRIBUINTES INDIVIDUAIS. OBRIGAÇÃO DO RECOLHIMENTO. A empresa é obrigada a recolher, nos prazos definidos em lei, as contribuições previdenciárias a seu cargo, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título aos segurados empregados e contribuintes individuais a seu serviço. ATOS ADMINISTRATIVOS. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Os atos administrativos, qualquer que seja sua categoria ou espécie, nascem com a presunção de legitimidade, independentemente de norma legal que a estabeleça. Essa presunção decorre do princípio da legalidade da Administração. Outra consequência da presunção de legitimidade é a transferência do ônus da prova de invalidade do ato administrativo para quem a invoca. CONSTITUCIONALIDADE/LEGALIDADE. Não cabe em sede de processo administrativo a discussão sobre legalidade ou constitucionalidade de lei. PEDIDO DE DILIGÊNCIA/PERÍCIA. INDEFERIMENTO. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligência ou perícia, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. MULTA DE MORA. NATUREZA DE NÃO CONFISCO. RETROATIVIDADE BENIGNA. INAPLICABILIDADE. O valor da multa aplicada decorre do disposto na Lei, tendo em vista a mora do contribuinte ao deixar de efetuar o recolhimento as contribuições previdenciárias. Não se aplica às contribuições de terceiros o disposto no artigo 35A da Lei nº. 8.212/91, acrescentado pela Lei nº. 11.941, de 27/05/2009. SUJEITO PASSIVO. INTIMAÇÃO. Pertence à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária DERAT jurisdicionante do contribuinte a competência para intimação e acórdão emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento. Impugnação Improcedente. O lançamento referese à exigência de multa pelo fato da empresa haver declarado a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP com omissão dos fatos geradores de contribuições previdenciárias. Fl. 4318DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.319 3 Nos termos do relatório fiscal (fls. 681/688) e Termo de Verificação Fiscal (fls. 684/692) as contribuições incidiram sobre pagamentos efetuados pela empresa a segurados e contribuintes individuais que lhe prestaram serviços, as quais não teriam sido declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP. Referidos pagamentos foram verificados após análise das folhas de pagamento, planilhas de contribuintes individuais e nas contas contábeis dos Grupos 3.1.01.01.01 Mão de Obra (Custo), 5.1.01.01.01 Despesa de Pessoal, 3.1.01.05.01 Serviços de Terceiros Pessoa Física, 5.2.02.01.01.00003 Comissões sobre Vendas. A ora recorrente apresentou impugnação (fls. 711/727) que fora julgada improcedente pela DRJ, conforme ementa acima reproduzida. Ainda, a DRJ negou pedido de realização de diligência/perícia em razão da requerente não haver especificado as questões que pretendia esclarecer com a produção dessas provas. Também não foi acatado o requerimento da contribuinte para reabertura do prazo de defesa, ante a ausência de previsão legal que desse guarida à pretensão. Afastouse também a nulidade do lançamento por cerceamento ao direito de defesa. A DRJ/SPI também afastou a alegação da impugnante de que os débitos do presente lançamento teriam sido incluídos em programa de parcelamento, ante o fato de não haver registro de tal procedimento nos sistema da RFB, em virtude das guias transmitidas pela contribuinte terem sido posteriormente substituídas, razão pela qual também foi afastado o argumento de que as remunerações na base de cálculo de lançamento teriam sido declaradas em GFIP. Inconformada com a decisão a quo, a recorrente apresentou seu recurso voluntário (fls. 1023/1065), onde alega: a) não há crédito a ser exigido posto que as contribuições constantes do lançamento já foram incluídos em parcelamento especial; b) o órgão julgador trouxe ao processo informações que a recorrente desconhecia, as quais alteraram inclusive a descrição da suposta infração, portanto, merece a recorrente a reabertura do prazo de defesa; c) a empresa somente veio a tomar conhecimento de supostas substituições das informações prestadas mediante a GFIP com a decisão recorrida, devendo ser anulado o AI, posto que o fisco não descreveu o fato gerador a contento, deixando de tratar de erros cometidos nas transmissões da guia informativa; d) a DRJ, ao detectar os alegados erros que teriam motivado a substituição dos valores declarados, deveria, pelo menos, ter retornado o processo à fiscalização para que fosse procedido a emenda do relatório, com reabertura de prazo para defesa; Fl. 4319DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.320 4 e) além de que a empresa possui os protocolos de envios da GFIP, comprovando suas afirmações, ao passo que o órgão recorrido não juntou aos autos nenhuma comprovação de que os dados teriam sido apagados; f) não houve por parte da autuada qualquer retransmissão de dados que pudesse acarretar na falha apontada pela DRJ; g) ao trazer ao processo fato novo e, com base nesse, decidir contra o sujeito passivo, o órgão recorrido violou a garantia constitucional ao contraditório e à ampla defesa; h) agiu conforme a legislação, não podendo ser prejudicada por erros em sistemas sobre os quais não tem gestão; i) o julgador de primeira instância deveria ter trazido ao processo as provas de que o sujeito passivo incorreu nos erros que motivaram as autuações, conforme determinam os artigos 36 e 37 da Lei n.º 9.784/1999; j) no mínimo, o erro apontado deveria ter sido demonstrado com informações prestadas pela instituição bancária responsável pelo recebimento e processamento dos dados declarados na GFIP; k) os AI foram lavrados de forma genérica, dificultando a produção da defesa e, somente após a decisão da DRJ, as circunstâncias em que ocorreram os fatos geradores foram demonstrados; l) a recorrente comprovou que bem antes do início do procedimento fiscal já havia declarado, até em montantes superiores, os valores lançados, fato que impediria a constituição dos créditos; m) a realização de diligência/perícia é imprescindível para solução da contenda, ainda mais quando a DRJ apresentou novos fatos, sem comproválos; n) para comprovar suas alegações, o sujeito passivo mais uma vez junta aos autos todas as GFIP entregues via sistema; o) observese que, prevalecendo o entendimento da DRJ, a Fazendo perderá mais de R$ 2.500.000,00, posto que as contribuições confessadas pelo sujeito passivo suplantam os valores lançados; p) o julgamento apresentase incoerente, posto que o próprio fisco reconheceu que as contribuições declarados na GFIP estavam provisionadas na contabilidade da recorrente; q) a multa de mora aplicada é confiscatória; r) a multa de ofício não deve prevalecer, posto que o sujeito passivo declarou as contribuições na GFIP; s) o fisco não apresentou demonstrativo de comparação da multa mais benéfica, conforme exige a Instrução Normativa n.º 971/2009. Ao final pede: Fl. 4320DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.321 5 a) a declaração de nulidade do acórdão recorrido, em razão da inovação nos fundamentos das autuações; b) a improcedência das lavraturas, posto que as contribuições já haviam sido confessadas; c) a exclusão das multas aplicadas; d) que o processo seja baixado em diligência, de modo que lhe sejam apresentados os motivos que levaram à desconsideração das declarações efetuadas; e) que lhe seja dada oportunidade de se manifestar sobre esses fatos, antes da nova decisão de primeira instância. Inicialmente distribuído o presente processo ao Ilmo. Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, o presente processo foi incluído em pauta de julgamento de 18 de abril de 2013 onde, os julgadores da então composição desta r. Turma, decidiram, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência por meio da Resolução nº. 2401000.276 (fls. 3642/3651), nos termos do voto da Redatora Designada Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, nos seguintes termos: Ou seja, existe realmente um descompasso entre as informações trazidas pelo auditor fiscal em seu relatório e aquelas utilizadas pelo órgão julgador para manutenção do lançamento, contudo, não entendo que isso implica a nulidade da referida decisão ou mesmo do lançamento, necessitando apenas sejam prestados esclarecimentos, de forma a possibilitar ao contribuinte ter apreciadas suas alegações, e os documentos colacionados aos autos. Não identifico na referida decisão, nulidade, tendo o julgador esclarecido ao recorrente que a entrega posterior de novas GFIP na mesma chave, implica sobreposição das mesmas, apagandose dos sistemas da Receita Federal as informações anteriores. Todavia, o recorrente, alega não ter sido informado dessa sobreposição durante o procedimento fiscal, o que realmente não consta do relatório, fato que criou obstáculo aos seus argumentos, impossibilitando o pleno exercício do direito de defesa. É nesse ponto, que entendo devam ser prestados esclarecimentos detalhados entre os documentos GFIP que o contribuinte diz ter entregue para declarar os fatos geradores e aqueles descritos pelo auditor fiscal como constantes do sistema e que servirão de base para a comparação entre os valores declarados, não declarados e recolhidos. É nesse ponto, que entendo ser desnecessária a declaração de nulidade, visto que tal fato poderá ser sanado por meio de uma diligência, na qual seja O RECORRENTE INTIMADO: a apresentar planilha detalhada (inclusive em meio magnético), por competência com cada uma das GFIPs entregues, com a respectiva data de entrega, competência a que se refere e código de entrega; em relação a cada GFIP informar a base de cálculo declarada; Deve ser enfatizado ao recorrente, que o mesmo não deverá indicar na planilha apenas, as GFIPs que alega ter entregue, para rebater o lançamento, mas todas as GFIP, por ele transmitidas em cada competência. Fl. 4321DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.322 6 De posse desses documentos (planilha contendo as informações), deverá auditor elaborar nova planilha, agora incluindo, os valores das bases de cálculo apuradas durante o lançamento nos documentos apresentados pela empresa e da GFIP constante nos sistemas da Receita. Entendo que dessa forma, poderemos esclarecer no lançamento em questão, o que foi apurado de base, as GFIP entregues, a GFIP entregue por último, e a GFIP constante do SISTEMA. Dito fato, embora trabalhoso, mostrase necessário, uma vez que descreveu a autoridade fiscal ter apreciado as GFIPs apresentadas pelo contribuinte durante o procedimento e não ter mencionado a sobreposição das mesmas em seu relatório, quando utilizou as informações dos sistemas da Receita para comparar com os fatos geradores apurados durante o procedimento. Ademais, apenas com esse comparativo será possível afastar ou acatar os argumentos do recorrente de que não houve entrega de novas GFIPs capazes de sobrepor as anteriores, e da impossibilidade de lançar no presente AIOP valores já declarados. Por fim, apenas no intuito de esclarecer, foi colacionado recentemente pelo recorrente uma planilha, com informações semelhantes, porém apenas, destacou as GFIP que o mesmo alega ter entregue, sem prestar informações sobre outras GFIP entregues para a mesma competência, razão pela qual imprescindível a diligência requerida. Após a auditoria emitir suas conclusões, verificando inclusive os documentos acostados após a apresentação do recurso, deverá ser facultado a empresa o prazo legal para manifestação e, somente após esse contraditório, cabe a emissão de nova decisão de primeira instância. (grifamos) É o relatório. Fl. 4322DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.323 7 Voto Conselheiro Carlos Alexandre Tortato Relator Em que pese a determinação deste colegiado para que deveria o auditor fiscal "elaborar nova planilha, agora incluindo, os valores das bases de cálculo apuradas durante o lançamento nos documentos apresentados pela empresa e da GFIP constando nos sistemas da Receita", tal determinação não foi cumprida. Em 18/03/2014 a contribuinte apresenta petição (fl. 3.993 e ss.), em resposta a intimação para realização da diligência/perícia, contendo a Relação de GFIPS entregues, conforme informação atestada pelo próprio AFRFB. E, já em 20/03/2014 (dois dias depois) é elaborado o Termo de Diligência, Informação Fiscal e de Encerramento (fls. 4359 e ss.), onde são apresentadas as seguintes conclusões: Como se vê, resta nítido que o AFRFB não cumpriu qualquer das determinações desta c. Turma na Resolução nº. 2401000.276, mas sim emitindo opiniões e apresentando suas convicções, as quais, como visto no trecho da resolução acima reproduzida, não foram solicitadas. Em que pese o entendimento do AFRFB, de que tais documentos e/ou informações já estariam nos autos, este não foi o entendimento da anterior composição desta r. Turma, tampouco é o entendimento deste relator. Fl. 4323DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.324 8 Assim, continua fazendose necessário o cumprimento da determinação exarada na Resolução nº. 2401000.276, a qual, como visto, não foi cumprida. Por essas razões, entendo que deve ser determinada a realização de nova diligência, para o fim de ser atendida a determinação anteriormente exarada por esta r. turma, as quais novamente reproduzo: É nesse ponto, que entendo ser desnecessária a declaração de nulidade, visto que tal fato poderá ser sanado por meio de uma diligência, na qual seja O RECORRENTE INTIMADO: a apresentar planilha detalhada (inclusive em meio magnético), por competência com cada uma das GFIPs entregues, com a respectiva data de entrega, competência a que se refere e código de entrega; em relação a cada GFIP informar a base de cálculo declarada; Deve ser enfatizado ao recorrente, que o mesmo não deverá indicar na planilha apenas, as GFIPs que alega ter entregue, para rebater o lançamento, mas todas as GFIP, por ele transmitidas em cada competência. De posse desses documentos (planilha contendo as informações), deverá auditor elaborar nova planilha, agora incluindo, os valores das bases de cálculo apuradas durante o lançamento nos documentos apresentados pela empresa e da GFIP constante nos sistemas da Receita. Entendo que dessa forma, poderemos esclarecer no lançamento em questão, o que foi apurado de base, as GFIP entregues, a GFIP entregue por último, e a GFIP constante do SISTEMA. Dito fato, embora trabalhoso, mostrase necessário, uma vez que descreveu a autoridade fiscal ter apreciado as GFIPs apresentadas pelo contribuinte durante o procedimento e não ter mencionado a sobreposição das mesmas em seu relatório, quando utilizou as informações dos sistemas da Receita para comparar com os fatos geradores apurados durante o procedimento. Ademais, apenas com esse comparativo será possível afastar ou acatar os argumentos do recorrente de que não houve entrega de novas GFIPs capazes de sobrepor as anteriores, e da impossibilidade de lançar no presente AIOP valores já declarados. Por fim, apenas no intuito de esclarecer, foi colacionado recentemente pelo recorrente uma planilha, com informações semelhantes, porém apenas, destacou as GFIP que o mesmo alega ter entregue, sem prestar informações sobre outras GFIP entregues para a mesma competência, razão pela qual imprescindível a diligência requerida. Após a auditoria emitir suas conclusões, verificando inclusive os documentos acostados após a apresentação do recurso, deverá ser facultado a empresa o prazo legal para manifestação e, somente após esse contraditório, cabe a emissão de nova decisão de primeira instância Assim, tendo em vista o não cumprimento da diligência anteriormente requerida, entendo que o julgamento deve ser novamente convertido em diligência, a fim de que a mesma seja efetivamente realizada. Fl. 4324DF CARF MF Processo nº 19515.004415/201061 Resolução nº 2401000.576 S2C4T1 Fl. 4.325 9 CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, nos seguintes termos: a) para que a fiscalização, admitindo que não há nestes autos as informações que ora se requer, apresente planilha com as bases de cálculo por competência utilizadas no lançamento, bem como todas as GFIP´s que constam nos sistemas da RFB e as GFIP´s utilizadas como parâmetro para o presente lançamento (ou seja, a última entregue e considerada válida no sistema informatizado da RFB); b) acaso a fiscalização identifique que em alguma das competência houve a ocorrência de entrega de GFIP antes do procedimento fiscal, não considerada na lavratura do Auto de Infração e que seja capaz de alterar o lançamento, que também faça constar referida informação no resultado da diligência; e c) que seja a Recorrente intimada para se pronunciar sobre quais GFIP´s teriam sido entregues e que não sejam aquelas utilizadas pela fiscalização como parâmetro do lançamento, que não constem na planilha a vir a ser elaborada pela fiscalização, com a devida prova de suas alegações. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos Alexandre Tortato Fl. 4325DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13804.001949/2001-11
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 11 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/1996 a 30/09/1996
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PRODUTOS COM NOTAÇÃO NT NA TIPI. IMPOSSIBILIDADE.
Não tem direito ao crédito presumido de IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, as pessoas jurídicas que exportam produtos com notação "NT" na Tabela do IPI - TIPI.
Numero da decisão: 9303-004.961
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello (Relatora), Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Érika Costa Camargos Autran, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Vanessa Marini Cecconello - Relatora.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Redator designado.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: VANESSA MARINI CECCONELLO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello (Relatora), Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Érika Costa Camargos Autran, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello - Relatora. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Redator designado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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CRÉDITO PRESUMIDO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado LOCALMEAT LTDA. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/1996 a 30/09/1996 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PRODUTOS COM NOTAÇÃO NT NA TIPI. IMPOSSIBILIDADE. Não tem direito ao crédito presumido de IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, as pessoas jurídicas que exportam produtos com notação "NT" na Tabela do IPI TIPI. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello (Relatora), Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Érika Costa Camargos Autran, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Relatora. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Redator designado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 4. 00 19 49 /2 00 1- 11 Fl. 459DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 3 2 Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso especial por contrariedade à lei interposto pela FAZENDA NACIONAL (fls. 433 a 445) com fulcro no art. 7º, inciso I do então vigente Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, buscando a reforma do Acórdão nº 20402.090 (fls. 422 a 428) proferido pela Quarta Câmara do outrora Segundo Conselho de Contribuintes, em 06/12/2006, no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, por maioria de votos, para reconhecer o direito ao crédito presumido de IPI da Lei nº 9.363/96 pertinente às exportações de produtos NT. O acórdão foi assim ementado: IPI RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO – LEI Nº 9.363/96 PRODUTOS ALIMENTÍCIOS DE CARNE E SEUS DERIVADOS. EMPRESA PRODUTORA E EXPORTADORA. O direito ao credito presumido do IP1 de que trata a lei em referência deve ser reconhecido a empresa produtora e exportadora de produtos, ainda que não tributados por IPI. RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO LEI Nº 9.363/96 PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. Não geram crédito presumido de IPI as aquisições de produtos que não se enquadrem no conceito de matériaprima, material de embalagem e produto intermediário, assim entendidos os que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente, nos termos do PN CST IV 65/79. Os produtos que não têm ação direta no processo produtivo, não podem ser incluídos no cômputo do valor do ressarcimento do crédito presumido do IPI. Precedentes da Câmara Superior. Recurso provido em parte. Para retratar o desenrolar dos fatos ocorridos nos presentes autos, adotase o relatório constante da decisão recorrida, com os acréscimos devidos, in verbis: [...] Tratase de pedido de ressarcimento de crédito presumido do IPI relativo ao período de 01/07/96 a 30/09/96, formalizado em 20/08/2001, em virtude de exportação de produto NT. Fl. 460DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 4 3 A DRF de origem indeferiu o pleito sob os argumentos de que o direito de a contribuinte pedir o ressarcimento relativo aos créditos decorrente de insumos adentrados no estabelecimento industrial até 20/08/96 já se encontrava prescrito quando foi formulado o pedido e não fazer jus ao beneficio em virtude de exportar produto NT. A contribuinte apresentou impugnação apreciada pela DRJ em Ribeirão PretoSP que manifestouse no sentido de indeferir a solicitação pelos mesmos motivos que a DRF de origem. Inconformada a contribuinte apresentou recurso voluntário alegando em síntese: 1. a contagem do prazo prescricional, no caso de tributo sujeito ao pagamento por homologação só se inicia a partir da extinção do pagamento por homologação tácita ou expressa, nos termos do art. 150, § 4° e art. 168 do CTN; 2. o beneficio em questão tem por objetivo desonerar a carga tributária dos produtos exportados permitindo a sua competitividade no mercado internacional, não se limitando o beneficio, a produtos industrializados, mas sim a mercadorias nacionais exportadas; 3. discorre sobre a importância das exportações; e 4. cita jurisprudência da Conselho de Contribuintes. É o relatório. [...] O resultado do julgamento do recurso voluntário interposto pela Contribuinte, nos termos do Acórdão nº 20402.090 (fls. 422 a 428), ora recorrido, foi no sentido de dar provimento parcial para reconhecer o direito ao aproveitamento do crédito de IPI apurado na aquisição de insumos utilizados na fabricação de produto nãotributado pelo IPI, sendo ressalvada a possibilidade de a Administração Tributária conferir os cálculos apresentados pela empresa para apuração do valor a ser ressarcido. No ensejo, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial por contrariedade à lei (fls. 433 a 443), alegando violação aos artigos 1º e 4º da Lei nº 9.636/96. Como fundamentos do seu recurso, a Fazenda Nacional aduz: (a) Preliminarmente, sustenta a prescrição dos créditos, objeto de ressarcimento, anteriores a 20/08/1996, bem como ser necessária a correção de inexatidão material existente no julgado recorrido, acaso seja mantido, pois no voto condutor consta tratarse do período do 1º trimestre de 1996, quando na verdade o processo referese ao 3º trimestre de 1996; (b) No mérito, alega ser incabível o ressarcimento do crédito presumido de IPI de produtos classificados na TIPI como NT (nãotributado), pois é condição indispensável à fruição do benefício que a requerente seja estabelecimento industrial, à luz da legislação do IPI; Fl. 461DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 5 4 (c) Conforme definição contida no art. 3º da Lei nº 4.502/64, são considerados estabelecimentos produtores aqueles que industrializam produtos sujeitos ao IPI, não se enquadrando neste conceito aqueles que elaboram mercadorias não sujeitas ao IPI; (d) Segundo Conselho de Contribuintes editou a Súmula n° 13, publicada no DOU de 26/09/2007, segundo a qual "Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT”; (e) Requer seja provido o recurso especial e, caso mantido o acórdão recorrido, seja consignado que o direito ao ressarcimento reconhecido refere se ao 3º trimestre de 1996, parcela não alcançada pela prescrição (20/08/1996 a 30/09/1996). Foi admitido o recurso especial da Fazenda Nacional, por meio do despacho nº 340000.290, de 16 de outubro de 2012 (fls. 446 a 447), proferido pelo ilustre Presidente da 4ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento em exercício à época, por entender preenchidos os requisitos do recurso por contrariedade à lei. Intimado por Edital (fl. 457), o Sujeito Passivo não apresentou contrarrazões. O presente processo foi distribuído a essa Relatora por meio de sorteio regularmente realizado, estando apto o feito a ser relatado e submetido à análise desta Colenda 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o Relatório. Fl. 462DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 6 5 Voto Vencido Conselheira Vanessa Marini Cecconello, Relatora. O recurso especial por contrariedade à lei interposto pela Fazenda Nacional atende aos requisitos constantes nos artigos 7º, inciso I e 15 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais então vigente, aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, devendo, assim, ter prosseguimento. No mérito, cingese a controvérsia à possibilidade de ser reconhecido o direito ao crédito presumido do IPI estabelecido pela Lei nº 9.363/96 para os produtos exportados não tributados (NT) pelo IPI. Por meio da Lei nº 9.363/96, foi instituído benefício fiscal com o objetivo de desonerar as exportações de produtos manufaturados brasileiros, com o ressarcimento, na forma de crédito presumido de IPI, das contribuições para o PIS/Pasep e para a COFINS incidentes sobre os insumos adquiridos empregados na produção de bens nacionais destinados ao mercado externo. Dispõe o art. 1º do referido diploma legal: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Conforme se depreende da norma, a benesse fiscal garante o direito ao crédito sobre mercadorias nacionais, tributadas ou nãotributadas pelo IPI, mediante o ressarcimento do valor do PIS e da COFINS das empresas produtoras e exportadoras de mercadorias nacionais. Não há restrição ao aproveitamento do crédito presumido do IPI, não cabendo ao intérprete fazêlo. O crédito presumido do IPI instituído pela Lei nº 9.363/96 tem por escopo o ressarcimento das contribuições para o PIS e a COFINS que incidem nas etapas anteriores da cadeira produtiva, não sendo relevante se o produto é ou não tributado pelo IPI na saída. Além disso, a legislação do IPI foi utilizada de forma subsidiária para os conceitos de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Fl. 463DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 7 6 Art. 2o A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. § 1º O crédito fiscal será o resultado da aplicação do percentual de 5,37% sobre a base de cálculo definida neste artigo. (Vide Lei nº 10.637, de 2002) § 2º No caso de empresa com mais de um estabelecimento produtor exportador, a apuração do crédito presumido poderá ser centralizada na matriz. § 3º O crédito presumido, apurado na forma do parágrafo anterior, poderá ser transferido para qualquer estabelecimento da empresa para efeito de compensação com o Imposto sobre Produtos Industrializados, observadas as normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal. § 4º A empresa comercial exportadora que, no prazo de 180 dias, contado da data da emissão da nota fiscal de venda pela empresa produtora, não houver efetuado a exportação dos produtos para o exterior, fica obrigada ao pagamento das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS relativamente aos produtos adquiridos e não exportados, bem assim de valor correspondente ao do crédito presumido atribuído à empresa produtora vendedora. § 5o Na hipótese do parágrafo anterior, o valor a ser pago, correspondente ao crédito presumido, será determinado mediante a aplicação do percentual de 5,37% sobre sessenta por cento do preço de aquisição dos produtos adquiridos e não exportados. § 6º Se a empresa comercial exportadora revender, no mercado interno, os produtos adquiridos para exportação, sobre o valor de revenda serão devidas as contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, sem prejuízo do disposto no § 4o. § 7º O pagamento dos valores referidos nos §§ 4o e 5o deverá ser efetuado até o décimo dia subseqüente ao do vencimento do prazo estabelecido para a efetivação da exportação, acrescido de multa de mora e de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao da emissão da nota fiscal de venda dos produtos para a empresa comercial exportadora até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. Art. 3º Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1o, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador. Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional Fl. 464DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 8 7 bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Portanto, dos argumentos expendidos, a Contribuinte tem o direito ao crédito presumido de IPI de que trata a Lei nº 9.363/96, mediante o ressarcimento das contribuições incidentes sobre as etapas anteriores da cadeia produtiva, o PIS e a COFINS, não importando se o produto sofrerá ou não a incidência do IPI na saída do estabelecimento. Além disso, embora a Lei nº 9.363/96 faça remissão à utilização da legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI como subsídio ao conceito de produção, não o é em caráter restritivo do benefício do crédito presumido de IPI. A interpretação da norma deve darse em consonância com o objetivo para o qual foi criada, no caso, incentivar o comércio internacional de mercadorias brasileiras, para cuja produção tenham sido empregados insumos e matériasprimas e materiais de embalagem, submetidos à incidência das contribuições sociais do PIS e da COFINS. Não há, no texto legal, exigência de que o produto nacional deva ser tributado pelo IPI. Diante do exposto, negase provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. É o Voto. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Fl. 465DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 9 8 Voto Vencedor Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, Redator designado. Com todo respeito ao voto da ilustre relatora, mas tenho entendimento diferente a respeito do assunto. Tratase de matéria antiga no âmbito do contencioso administrativo e a controvérsia resumese em saber se há a possibilidade de aproveitamento de crédito presumido de IPI, de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363/96, na produção e exportação de produtos classificados na Tabela do IPI com notação "NT" (não tributados). Preliminarmente é importante ressaltar que entendo que o crédito presumido de IPI, de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363/96, é um benefício fiscal concedido aos produtores/exportadores de produtos nacionais, e, nessa circunstância impõese a interpretação literal dos dispositivos legais nos termos do art. 111 do CTN. Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Na verdade a concessão de isenção, anistia, incentivos e benefícios fiscais decorrem de normas que têm caráter de exceção. Fogem às regras do que seria o tratamento normal. Transcrevo abaixo trecho da doutrina do Professor Eduardo Sabbag: (...) Retomando a análise do art. 111 do CTN, o que se nota é que tal dispositivo disciplina hipóteses de “exceção”, devendo sua interpretação ser literal[44]. Na verdade, consagra um postulado que emana efeitos em qualquer ramo jurídico, isto é, “o que é regra se presume; o que é exceção deve estar expresso em lei”. Com efeito, a regra não é o descumprimento de obrigações acessórias, nem a isenção concedida e, por fim, nem a exclusão ou suspensão do crédito tributário, mas, respectivamente, o cumprimento de obrigações, o pagamento do tributo e a extinção do crédito, mediante pagamento ou outra modalidade extintiva. Assim, o direito excepcional[45] deve ser interpretado literalmente, razão pela qual se impõe o artigo ora em estudo. Aliás, em absoluta consonância com o art. 111 está a regra do parágrafo único do art. 175, pela qual “a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações Fl. 466DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 10 9 acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente”. (...) (Trecho extraído da internet no seguinte endereço: https://eduardosabbag.jusbrasil.com.br/artigos/121933898/inter pretacaoeintegracaodalegislacaotributaria) Analisemos então o que consta da Lei nº 9.363/96 que instituiu o benefício do crédito presumido: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. (...) Art. 3º .... Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matéria prima, produtos intermediários e material de embalagem. Nesse momento é importante destacar que a lei determinou o benefício para a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. Se quisesse abarcar todos os exportadores, não necessitaria de incluir a palavra produtora. Seria inócuo. E ao incluir a palavra produtora, determinou no parágrafo único do art. 3º que deve ser utilizada a legislação do IPI para a busca da definição do que se entende por produção. Sendo assim, a legislação do IPI não considera estabelecimento industrial, ou produtor, para fins do tributo, aqueles que produzem produtos que estão fora do seu campo de incidência. Veja como o Regulamento do IPI disciplina a matéria. Transcrevese abaixo artigos do RIPI/82 que era o vigente à época dos fatos, mas nada mudou a respeito deste assunto no atual regulamento: Art. 1º O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da respectiva Tabela de Incidência (Lei nº 4.502/64, art. 1º, e DecretoLei nº 34/66, art. 1º). (...) Art. 8º Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no art. 3º, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei nº 4.502/64, art. 3º). Fl. 467DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 11 10 Do conjunto dessa leitura, concluise que os produtos "NT" (NÃO TRIBUTADOS) estão fora do conceito de produtos industrializados estabelecidos pela legislação do IPI. Assim, quem os produz, não são considerados estabelecimentos industriais para fins dessa legislação. Assim vem decidindo este colegiado. Para um melhor entendimento transcrevo abaixo trecho de um voto do exConselheiro Henrique Pinheiro Torres proferido no Acórdão nº 20216.066: (...) A meu sentir, a posição mais consentânea com a norma legal é aquela pela exclusão dos valores correspondentes às exportações dos produtos não tributados (NT) pelo IPI, já que, nos termos do caput do art. 1º da Lei n° 9.363/1996, instituidora desse incentivo fiscal, o crédito é destinado, tãosomente, às empresas que satisfaçam, cumulativamente, dentre outras, a duas condições: a) ser produtora; b) ser exportadora. Isso porque os estabelecimentos processadores de produtos NT não são, para efeitos da legislação fiscal, considerados como produtor. Isso ocorre porque, as empresas que fazem produtos não sujeitos ao IPI, de acordo com a legislação fiscal, em relação a eles, não são consideradas como estabelecimentos produtores, pois, a teor do art. 3º da Lei nº 4.502/1964, considera se estabelecimento produtor todo aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto. Ora, como é de todos sabido, os produtos constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI com a notação NT (Não Tributados) estão fora do campo de incidência desse tributo federal. Por conseguinte, não estão sujeitos ao imposto. Ora, se nas operações relativas aos produtos não tributados a empresa não é considerada como produtora, não satisfaz, por conseguinte, a uma das condições a que está subordinado o beneficio em apreço, o de ser produtora. Por outro lado, não se pode perder de vista o escopo desse favor fiscal que é o de alavancar a exportação de produtos elaborados, e não a de produtos primários ou semielaborados. Para isso, o legislador concedeu o incentivo apenas aos produtores, aos industriais exportadores. Tanto é verdade, que, afora os produtoresexportadores, nenhum outro tipo de empresa foi agraciada com tal beneficio, nem mesmo as trading companies, reforçandose assim, o entendimento de que o favor fiscal em foco destinase, apenas, aos fabricantes de produtos tributados a serem exportados. Cabe ainda destacar que assim como ocorre com o crédito presumido, vários outros incentivos à exportação foram concedidos apenas a produtos tributados pelo IPI (ainda que sujeitos à aliquota zero ou isentos). Como exemplo podese citar o extinto créditoprêmio de IPI conferido ao industrial exportador, e o direito à manutenção e utilização do crédito referente a insumos empregados na fabricação de produtos exportados. Neste caso, a regra geral é que o beneficio alcança apenas a exportação de produtos tributados (sujeitos ao imposto); se se referir a NT, só haverá direito a crédito no caso de produtos relacionados pelo Ministro da Fazenda, como previsto no parágrafo único do art. 92 do RIPI/1982. Outro ponto a corroborar o posicionamento aqui defendido é a mudança trazida pela Medida Provisória nº 1.50816, consistente na inclusão de diversos produtos no campo de incidência do IPI, a exemplo dos frangos abatidos, cortados e embalados, que passaram de NT para alíquota zero. Essa mudança na tributação veio Fl. 468DF CARF MF Processo nº 13804.001949/200111 Acórdão n.º 9303004.961 CSRFT3 Fl. 12 11 justamente para atender aos anseios dos exportadores, que puderam, então, usufruir do crédito presumido de IPI nas exportações desses produtos. Diante de todas essas razões, é de se reconhecer que os produtos exportados pela reclamante, por não estarem incluídos no campo de incidência do IPI, já que constam da tabela como NT (não tributado), não geram crédito presumido de IPI. (...) Cumpre lembrar também recente decisão desta CSRF no Acórdão nº 9303 003.462, de 23/02/2016, relatoria do Presidente da 3ª Seção de Julgamento, Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que ficou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 IPI. CRÉDITOS. PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT). A exportação de produtos NT não gera direito ao aproveitamento do crédito presumido do IPI, Lei nº 9.363/96, por não estarem os produtos dentro do campo de incidência do imposto. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 469DF CARF MF
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Numero do processo: 10730.724124/2014-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 26 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
DIRPF. DEDUÇÕES. COMPROVAÇÃO. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA/RIR 1999.
Todas as deduções na base de cálculo do imposto previstas pela legislação estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-Lei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 3°).
DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO.
Poderão ser deduzidos os pagamentos referentes a despesas médicas efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes, desde que comprovados mediante documentação hábil e idônea. (Lei nº 9.250/1995, art. 8º, inc. II, § 2º).
O recibo emitido por profissional da área de saúde, com observação das exigências descritas no artigo 80 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/ 1999, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, via de regra faz prova da despesa pleiteada como dedução na declaração de ajuste anual do imposto sobre a renda, salvo quando, a juízo da Autoridade Lançadora, haja razões para que se apresentem documentos complementares, como dispõe o artigo 73 do citado Decreto.
Numero da decisão: 2202-003.915
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente
(assinado digitalmente)
Cecilia Dutra Pillar - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto.
Nome do relator: CECILIA DUTRA PILLAR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2012 DIRPF. DEDUÇÕES. COMPROVAÇÃO. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA/RIR 1999. Todas as deduções na base de cálculo do imposto previstas pela legislação estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-Lei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 3°). DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. Poderão ser deduzidos os pagamentos referentes a despesas médicas efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes, desde que comprovados mediante documentação hábil e idônea. (Lei nº 9.250/1995, art. 8º, inc. II, § 2º). O recibo emitido por profissional da área de saúde, com observação das exigências descritas no artigo 80 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/ 1999, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, via de regra faz prova da despesa pleiteada como dedução na declaração de ajuste anual do imposto sobre a renda, salvo quando, a juízo da Autoridade Lançadora, haja razões para que se apresentem documentos complementares, como dispõe o artigo 73 do citado Decreto.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto.
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DEDUÇÕES. COMPROVAÇÃO. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA/RIR 1999. Todas as deduções na base de cálculo do imposto previstas pela legislação estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 3°). DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO PAGAMENTO. Poderão ser deduzidos os pagamentos referentes a despesas médicas efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes, desde que comprovados mediante documentação hábil e idônea. (Lei nº 9.250/1995, art. 8º, inc. II, § 2º). O recibo emitido por profissional da área de saúde, com observação das exigências descritas no artigo 80 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/ 1999, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, via de regra faz prova da despesa pleiteada como dedução na declaração de ajuste anual do imposto sobre a renda, salvo quando, a juízo da Autoridade Lançadora, haja razões para que se apresentem documentos complementares, como dispõe o artigo 73 do citado Decreto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 41 24 /2 01 4- 05 Fl. 161DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto. Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (fls. 07/11), decorrente de revisão da Declaração de Ajuste Anual do IRPF do exercício de 2013, ano calendário de 2012, em que foram glosados valores indevidamente deduzidos a título de despesas médicas no valor de R$ 27.537,00, pagas aos profissionais identificados às fls. 08, motivada no fato da contribuinte não apresentar comprovação do efetivo pagamento das despesas, limitandose a apresentar canhotos de cheques, que não foram aceitos como prova de pagamento. Foi apresentada impugnação tempestiva em que a interessada argumentou que os recibos apresentados à autoridade fiscal contém todos os requisitos exigidos no inciso III, do § 1º, do art. 80 do Decreto nº 3.000/1999 mas foram ignorados sob a alegação de que só foram apresentados canhotos de cheques, o que não é verdade pois os recibos foram complementados com os canhotos de cheques. Afirmou a impugnante que a legislação exige que na falta de documentação comprobatória, pode ser indicado o cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. Que indicação não é cópia, por isso entendeu que informando qual o banco, número do cheque e data de emissão dos cheques, além dos competentes recibos, estaria comprovando suas despesas médicas. Juntou cópias de cheques nominativos da maioria das despesas, deixando de anexar para algumas, por terem sido pagas semanalmente e em espécie. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA), julgou procedente em parte a impugnação, conforme acórdão de fls. 104/106, mantendo a glosa das despesas médicas relativas aos pagamentos à terapeuta ocupacional Milene Lacerda, no valor de R$ 11.135,00 e à fonoaudióloga Ana Cristina Pereira, no valor de R$ 10.725,00, ao argumento que além de excessivos, os valores pagos àquelas profissionais são desproporcionais ou incompatíveis com os rendimentos por elas declarados para que tenham recebido tais quantias de um único cliente. Também motivou sua decisão no art. 368 do Código de Processo Civil, por entender que Como declaração de caráter particular, o recibo é uma prova meramente relativa. Válido entre as partes para efeito de quitação de débitos, é insuficiente perante terceiros como prova dos pagamentos que atesta, competindo ao interessado, em caso de dúvida quanto à sua idoneidade, comproválos por meio de provas materiais. Finalizou afirmando: Diante do indício de inidoneidade acima referido, seria indispensável que a contribuinte comprovasse a efetividade destes pagamentos com documentos bancários. Apesar de ter sido intimada para que apresentasse tais comprovantes, a impugnante nada traz em sua impugnação quanto a estes pagamentos. A alegação de pagamentos em espécie não é prova do fato alegado e não afasta a necessidade da prova requerida. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10730.724124/201405 Acórdão n.º 2202003.915 S2C2T2 Fl. 162 3 Cientificada dessa decisão por via postal em 11/02/2015 (A.R. de fls. 110), a interessada interpôs Recurso Voluntário em 10/03/2015 (fls. 113/116), insurgindose contra a manutenção da glosa da dedução das despesas médicas e reafirmando todos os argumentos trazidos na impugnação, no sentido de que o documento hábil de prova do pagamento é o recibo emitido pelo prestador do serviço médico e que na falta do recibo podese comprovar o pagamento através de cheque nominativo, sendo esta segunda opção uma alternativa, pois a regra é o recibo, emitido com as exigências da Lei. Juntou a seu recurso declarações das profissionais onde expressamente declaram haver prestado os serviços e terem recebido o pagamento mensalmente e em espécie. Requer, ao final, o acolhimento de suas razões e provas e o cancelamento do débito fiscal. As declarações da terapeuta ocupacional Milene da Silva Lacerda e da fonoaudióloga Ana Cristina Pereira, assim como as cópias dos recibos de pagamento estão às fls. 121 a 153 dos autos. É o Relatório. Voto Conselheira Cecilia Dutra Pillar Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais formalidades legais, portanto dele conheço. O presente recurso resumese à controvérsia acerca da falta de comprovação do efetivo pagamento de despesas médicas às profissionais Milene da Silva Lacerda e Ana Cristina Pereira, que a recorrente alega ter realizado em espécie durante todos os meses do ano de 2012. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no ano calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"), relativos ao próprio contribuinte e a seus dependentes. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). O recibo emitido por profissional da área de saúde, com observação das exigências descritas no artigo 80 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, via de regra faz prova da despesa pleiteada como dedução na declaração de ajuste anual do imposto sobre a renda, salvo, quando, a juízo da Autoridade Lançadora, haja razões para que se apresentem documentos complementares, como dispõe o artigo 73 do citado Decreto. Assim, nada obsta que a Administração Tributária exija que o Interessado comprove o efetivo pagamento das despesas médicas realizadas, quando a Autoridade fiscal assim entender necessário, na linha do disposto no § 3º do art. 11 do DecretoLei nº 5.844, de 23 de setembro de 1943 e no art. 73 do Regulamento do Imposto de Renda RIR, aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, in verbis: Fl. 163DF CARF MF 4 Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 3°). A autoridade lançadora, por meio do Termo de Intimação Fiscal nº 2013/06274394894194 (fls. 67) intimou a contribuinte, dentre outros documentos, a apresentar os comprovantes originais e cópias das despesas médicas, bem como do seu efetivo pagamento (cópias de cheques, extratos bancários ou de cartões de crédito). Os recibos foram apresentados (doze recibos de cada profissional, 24 no total), emitidos ao final de cada mês em valores que variaram de R$ 750,00 a R$ 1.020,00, cada recibo. Não foram apresentados os comprovantes da origem dos valores desembolsados. Se os pagamentos foram feitos em espécie, caberia à contribuinte, comprovar os saques efetuados em conta corrente ou a origem dos valores utilizados para a realização dos pagamentos em espécie. As declarações firmadas por Milene da Silva Lacerda e Ana Cristina Pereira corroboram que os serviços foram prestados e percebidos em espécie, mas não são suficientes para suprir o ônus da contribuinte de comprovar a origem dos numerários, conforme exigido pela Autoridade fiscal. Assim, pela falta de efetividade da comprovação do desembolso da despesa, nos termos estabelecidos na Intimação Fiscal, entendo que deva ser mantida a glosa efetuada. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar Relatora Fl. 164DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13227.900793/2012-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do Fato Gerador: 20/04/2007
PIS/COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada de provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.282
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do Fato Gerador: 20/04/2007 PIS/COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada de provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
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PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Recorrente AUTO POSTO IRMÃOS BATISTA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 20/04/2007 PIS/COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada de provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 90 07 93 /2 01 2- 06 Fl. 43DF CARF MF Processo nº 13227.900793/201206 Acórdão n.º 3301003.282 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 06048.588, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) – DRJ/CTA – que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo Contribuinte. Por meio do Despacho Decisório, emitido pela DRF JiParaná, o pedido de restituição foi indeferido, uma vez que o crédito informado, correspondente ao pagamento de Data do Fato Gerador: 20/04/2007, já estava integralmente utilizado para quitação de débito do contribuinte. Cientificada da decisão administrativa, a interessada apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: é empresa dedicada ao comércio varejista de combustíveis e lubrificantes e a prestação de serviços afins. Assim, por adquirir combustíveis para revenda com incidência monofásica de PIS e Cofins e promover a saída desses combustíveis à alíquota zero, equivocadamente, deixou de constituir os demais créditos das contribuições (demais insumos e produtos/serviços, excluídas as aquisições de combustíveis) que lhe são autorizados conforme determinação do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003. Diz que refez a apuração do PIS e da Cofins do período, em face da não apropriação de créditos autorizados em lei, e apurou novos valores de débitos, todos demonstrados em Dacon retificador, de forma que os valores recolhidos e declarados na DCTF à época revelaramse indevidos e/ou maiores que os devido. Por fim, solicita a reforma da decisão, para que seja reconhecido o direito creditório pleiteado e para que seja determinada a suspensão da exigência do crédito tributário, até que seja proferido despacho decisório definitivo. Tendo em vista a negativa do Acórdão da 3ª Turma da DRJ/CTA, que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo Contribuinte, este ingressou com Recurso Voluntário visando reformar a referida decisão. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.268, de 30 de março de 2017, proferido no julgamento do processo 13227.900788/201295, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.268): Fl. 44DF CARF MF Processo nº 13227.900793/201206 Acórdão n.º 3301003.282 S3C3T1 Fl. 4 3 O Recurso Voluntário, de 13 de novembro de 2014, interposto pelo Contribuinte, em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 0648.583, de 27 de agosto de 2014, é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O ora analisado Recurso Voluntário visa reformar decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 14/07/2006 PIS/PASEP. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CREDITÓRIO INFORMADO NO PER/DCOMP. Inexistindo comprovação do direito creditório informado no PER/DCOMP, é de se manter o indeferimento do pedido. PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS PASSÍVEIS DE UTILIZAÇÃO. COMPROVAÇÃO. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar a existência de créditos passíveis de aproveitamento no sistema da não cumulatividade. O presente processo diz respeito ao Despacho Decisório nº de rastreamento 031047802 (fl. 5), de 4 de setembro de 2012, que indeferiu o pedido do Contribuinte de restituição de pagamento de PIS/COFINS (PER nº 41619.73872.130508.1.2.04 3004) no valor de R$ 390,64 por alegada inexistência do referido crédito. Nas razões do Recurso Voluntário o Contribuinte aduz que o Acórdão ora recorrido e o Despacho Decisório não verificaram a origem dos créditos. Cito trecho do recurso em análise para elucidar o caso (fls. 35 e 36): Vale reprisar: a Recorrente refez sua apuração de Pis e Cofins no período em debate em face da não apropriação de créditos autorizados em lei e apurou novos valores de débitos destas contribuições, todo demonstrados em DACON Retificador, de forma que os valores recolhidos e declarados na DCTF à época revelaramse indevidos e/ou maiores que os efetivamente devidos conforme demonstramos acima. Desta forma, o valor indevido (diferença entre o valor recolhido e o declarado na DCTF e o novo valor demonstrado em DACON) corresponde ao valor objeto de pedido de restituição ora debatido. O crédito utilizado por compensação na Dcomp não homologada pelo Acórdão em debate pode ser confirmado na Dacon retificadora do período em epígrafe, cujo recibo de entrega já integra os autos deste processo, na qual está demonstrada toda a apuração de créditos que resultou em saldo credor a favor da Recorrente. No entanto, de imediato verificase que a análise do pedido da Recorrente foi realizada parcialmente pela Receita Federal, já Fl. 45DF CARF MF Processo nº 13227.900793/201206 Acórdão n.º 3301003.282 S3C3T1 Fl. 5 4 que aparentemente a Dacon retificadora apresentada não foi analisada. Apenas o Pedido de restituição foi analisado. Sendo assim, ao efetuar o cruzamento de informações entre DACON Retificadora x DCTF x Pedido de Restituição se verificará claramente que o valor ora requerido é exatamente o valor que foi recolhido indevidamente (conforme demonstrado na DACON) e que deve, portanto, ser restituído à Recorrente. De fato a Recorrente não retificou as DCTFs em relação a tais valores mas não o fez por julgar o Dacon o documento demonstrativo suficiente para este fim. Também não o fez por considerar que a DCTF é o documento no qual deve permanecer o pagamento do Darf efetivamente realizado, para que, quando comparado ao valor da contribuição apurada e demonstrada em DACON, a diferença corresponda ao crédito pleiteado. E, de fato, se houvesse ocorrido o cruzamento do Dacon com a DCTF facilmente se verificaria e se confirmaria o crédito da Recorrente. Assim, o crédito existe, foi efetivamente demonstrado e como tal deve ser reconhecido à Recorrente. O fato de ter incorrido em erro por não retificar a DCTF não pode ser motivo de glosa e não reconhecimento de um crédito que está devidamente demonstrado em Dacon, já que neste demonstrativo podese verificar o valor devido no período a título da contribuição em debate, e cujo valor a favor da Recorrente pode ser facilmente confirmado pela análise conjunta dos dados – Dacon x DCTF, do qual se confirmará que o valor pleiteado é apenas a diferença recolhida a maior e, que a Recorrente manteve na DCTF, justamente para que se confirme o pagamento a maior consta da base de dados da Receita Federal. O acórdão ora analisado indeferiu o pedido do Contribuinte por entender que o crédito pleiteado não existia, conforme se verifica no seguinte trecho do voto (fl. 26): Como já dito, o indeferimento do pedido deveuse porque o crédito indicado não existia, ou seja, na data da ciência do despacho decisório, o DARF informado como origem do crédito, estava totalmente utilizado para a quitação de débito da contribuinte que foi validamente declarado em DCTF. Na sequência dos fatos, a interessada diz que procedeu à retificação do Dacon (zerando o valor da contribuição devida ao PIS e à Cofins) e requer, por isso, o deferimento do seu pleito. Nesse contexto, devese observar que, ainda que tivessem sido retificados os valores declarados em DCTF, que, como é sabido, é o instrumento de confissão de dívida e de constituição definitiva do crédito tributário (art. 5.º do Decretolei nº 2.124/84 e Instruções Normativas da RFB que dispõem sobre a DCTF), somente seria possível a admissão da retificação mediante a comprovação do erro em que se funde, justamente, porque visa a reduzir ou excluir tributo, como estabelecido pelo Fl. 46DF CARF MF Processo nº 13227.900793/201206 Acórdão n.º 3301003.282 S3C3T1 Fl. 6 5 art. 147, § 1º da Lei nº 5.172, de 25/10/1966. O Dacon, por sua vez, tem o objetivo de refletir os controles feitos pelo sujeito passivo de todas as suas operações capazes de influenciar a apuração das contribuições devidas a título de PIS e Cofins, bem como dos respectivos créditos a serem descontados, deduzidos, compensados ou ressarcidos; mas, apresentado isoladamente, não tem o peso necessário para retificar informações declaradas tempestivamente em DCTF. (grifouse) Cabe salientar que para o ressarcimento e ou compensação tributária exigese do contribuinte a demonstração da liquidez e certeza do crédito pleiteado como dispõe o art. 170 do Código Tributário Nacional: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. (grifou se). Neste sentido foi a conclusão do voto do ora recorrido acórdão que assim expôs (fl. 27): Nesse contexto, cabe enfatizar que a comprovação da existência de crédito junto à Fazenda Nacional é atribuição dos interessados, cabendo à autoridade administrativa, por sua vez, examinar a liquidez e certeza de que teriam sido repassadas aos cofres públicos importâncias superiores àquelas devidas, de acordo com a legislação pertinente, e autorizando, após confirmação de sua regularidade, a restituição ou compensação do crédito conforme vontade expressa da contribuinte. (grifou se). Percebese no presente processo que o Contribuinte não apresenta provas cabais, por intermédio da escrituração fiscal e contábil e/ou documentos fiscais, para que se possa verificar a base de cálculo da contribuição e o alegado valor recolhido a maior. Neste sentido, constase que o Contribuinte trouxe, por meio do Recurso Voluntário, os mesmos argumentos trazidos já na fase da Manifestação de inconformidade, com a inclusão de alguns novos argumentos, mas sem apresentar provas que demonstrem o seu direito creditício junto à Fazenda Nacional. Sendo assim, tendo em vista os autos do processo e a legislação aplicável, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte, mantendo o entendimento do Acórdão ora analisado. Nos termos do entendimento exarado no paradigma, no presente processo o Contribuinte, da mesma forma que no caso do paradigma, não apresenta provas cabais, por intermédio da escrituração fiscal e contábil e/ou documentos fiscais, para que se possa verificar a base de cálculo da contribuição e o alegado valor recolhido a maior, que demonstrem o seu direito creditício junto à Fazenda Nacional. Fl. 47DF CARF MF Processo nº 13227.900793/201206 Acórdão n.º 3301003.282 S3C3T1 Fl. 7 6 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 48DF CARF MF
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Numero do processo: 10980.004325/00-10
Turma: Terceira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2003
Ementa: FlNSOCIAL - PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO SOBRE
RECOLHIMENTOS DA CONTRIBUiÇÃO -
O direito de pleitear o reconhecimento de crédito com o conseqUente pedido de restituição/compensação, perante a autoridade administrativa., de tributo pago em virtude de lei que se tenha por inconstitucional, somente na."ce com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF, em ação direta., ou com a
suspensão, pelo Senado Federal, da lei declarada inconstitucional, na via indireta.
Inexistindo resolução do Senado Federal, há de se contar da data da Medida Provisória nº 1.110, de 30/08/95.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - NULIDADE -
Não havendo análise do pedido de restituição/compensação, anula-se a decisão de primeira instância, devendo outra
ser proferida em seu lugar, em homenagem ao duplo grau de jurisdição.
Numero da decisão: 303-31.056
Decisão: ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, rejeitar a argüição de decadência e declarar a nulidade do processo a partir da decisão de Primeira Instância, inclusive, na forma do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.Vencidos os Conselheiros Zenaldo Loibman, Anelise Daudt Prieto e Carlos Fernando Figueiredo Barros.
Matéria: Finsocial- ação fiscal (todas)
Nome do relator: IRINEU BIANCHI
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PROCESSON" SESSÂO DE ACÓRDÂON" RECURSON" RECORRENTE RECORRIDA ta-.-'~- MINISTERlO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA 10980.004325/00-10 06 de novembro de 2003 303-31.056 126.236 MATRISUL FERRAMENTAS DE PRECISÂO LTDA. DRJ/CURlTIBA/PR FlNSOCIAL - PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO SOBRE RECOLHIMENTOS DA CONTRIBUiÇÃO - O direito de pleitear o reconhecimento de crédito com o conseqUente pedido de restituição/compensação, perante a autoridade administrativa., de tributo pago em virtude de lei que se tenha por inconstitucional, somente na."ce com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF, em ação direta., ou com a suspensão, pelo Senado Federal, da lei declarada inconstitucional, na via indireta. Inexistindo resolução do Senado Federal, há de se contar da data da Medida Provisôria nO 1.I1O, de 30/08/95. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - NULIDADE - Não havendo análise do pedido de restituição/compensação, anula-se a decisão de primeira instância., devendo outra ser proferida em seu lugar, em homenagem ao duplo grau de jurisdição. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. -- I ACORDAM os Membros da Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, rejeitar a argüição de decadência e declarar a nulidade do processo a partir da decisão de Primeira Instância, inclusive, na forma do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.Vencidos os Conselheiros Zenaldo Loibman, Anelise Daudt Prieto e Carlos Fernando Figueiredo Barros. IRINEU BIANCHI R~lator Participaram, ainda, do presente julgamento, os seguintes Conselheiros: PAULO DE ASSIS, NILTON LUIZ BARTOLI e NANCI GAMA (Suplente). Ausente o Conselheiro FRANCISCO MARTINS LEITE CAVALCANTE. MA/3 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N~ -- ACÓRDÃO N° RECORRENTE RECORRIDA RELATOR(A) 126.236 303-31.056 MATRISUL FERRAMENTAS DE PRECISÃO LTOA. DRJ/CURITIBA/PR IRINEU BIANCHI RELATÓRIO - O relatório da decisão recorrida é o seguinte: "O presente processo trata de pedido de restituição (fl. I), para posterior compensação, protocolizado em 26/06/2000, no valor de R$ 35.910,33, relativo a contribuições ao Fundo de Investimento Social - Finsocial, períodos de apuração 09/1989 a 11/1991, recolhidas com base em alíquota superior a 0,5%, posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Instruiu seu pedido com diversos documentos (fls. 2/40), dos quais se destacam: (a) à fl. 2, procuração para representação judicial e administrativa da interessada; (b) às fls. 10/18, cópias de DARF de recolhimentos do Finsocial (código da receita 6120), referentes aos períodos 09/1989 a Ii /1991, cuja última data de recolhimento foi 06/12/1991; (c) às fls. 19/22, demonstrativo dos valores pagos do Finsocial e dos valores a serem restituídos, referente aos períodos de apuração 09/1989 a 11/1991; (d) à fl. 38, pedido de compensação de créditos do Finsocial com débitos de Cofins (Código de receita 2172), PIS (Código de receita 8109), IRPJ-dívida ativa (código de receita 3551) e CSLL-dívida ativa (código de receita 1804). A Delegacia da Receita Federal em Curitiba (DRF/CT A), conforme === -- Despacho Decisório de fl. 41, extinto o direito de resti tuição/ compensação. 2 por considerar requerer a - -- ========= MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA -- RECURSON~ ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 Inconfomlada com o indeferimento, do qual tomou clencia em 11/12/2000 (n. 42-A), a interessada apresentou, em 09/01/2001, a tempestiva reclamação de t1s. 44/52, assinada por procurador (mandato de n. 2), trazendo os argumentos, em síntese, a seguir: Após historiar os fatos que a levaram a pedir a restituição/compensação e o conseqüente indeferimento pela DRF/CTA, alega que a decisão reclamada não se coaduna com a legislação tributária em vigor, não estando conforme a melhor interpretação das normas aplicáveis ao caso. Diz que sua reclamação fundamenta-se no manifesto equívoco da decisão administrativa, na origem incontestável do crédito, na violação ao princípio da estrita legalidade e na vedação do solve et repete, já que mesmo detentora do crédito, é obrigada a manter seus recolhimentos. Afirma que a DRF/CTA incorre em t1agrante erro de entendimento, porquanto existe, sim, direito à restituição/compensação, que não teve a interpretação devida por essa autoridade. Entende que a decisão atacada não trata do mérito da questão, ou de qualquer outra matéria, senão a extinção do direito de a contribuinte pleitear a restituição ante o decurso do prazo de 5 anos, contados da extinção do crédito tributário, que no entendimento do fisco, ocorreu com o pagamento efetuado. Alega que não assiste razão à autoridade administrativa, ao alegar a decadência para indeferir seu pedido, uma vez que se trata de imposto (sic) sujeito ao lançamento por homologação, e que, no caso desses tributos, somente quando da homologação pelo fisco (expressa ou tácita) é que se dará a extinção do crédito tributário correspondente (art. 156, VII do CTN e, assim o prazo de 5 (cinco) anos, para a contribuinte pleitear a restituição de tributo recolhido indevidamente, t1ui a partir da prefalada homologação do pagamento, que no presente caso ocorreu tacitamente, ou seja, decorridos 5 anos do fato gerador (sic), sem homologação expressa do fisco; cita, em abono de sua tese, às t1s. 48/51, aresto do STJ. Argumenta, ainda, que o Finsocial foi julgado inc nstit cional pelo SRF e teve sua exigibilidade suspensa pela ReSOluç~ 3 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 Federal n° 82, de 19 de novembro de 1996 (sic), data em que nasceu o direito à restituição do tributo pago indevidamente, ou seja, nas últimas das hipóteses, o prazo de cinco anos para pleitear a restituição/compensação teve início apenas em 1911III 996, não havendo, portanto, no caso concreto, a decadência de tal direito. Reafirma, diante do exposto, que esta demonstrado que o seu direito à restituição/compensação do Finsocial somente se extinguiria no periodo de dez anos do pagamento efetuado a maior, ou, ainda, após decorridos cinco anos, contados da suspensão da exigibilidade pela Resolução do senado Federal, razão pela qual a decisão da DRF/CTA deve ser reformada no sentido de dar provimento ao pedido originalmente formulado. Por fim, requer o acolhimento de sua reclamação e a modificação da decisão tl quo, para que lhe seja deferido o direito à restituição/compensação dos valores peticionado s." -- Remetidos os autos à DRJ/CT AlSP, seguiu-se a decisão colegiada de fls. 54/61, que manteve o indeferimento do pedido de restituição, estando assim ementada: FINSOCIAL. EXTINÇÃO DO DIREITO DE REQUERER A RESTITUIÇÃO. O direito de a contribuinte pleitear a restituição decai no prazo de cinco anos, a contar da data da extinção do crédito. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. No caso de lançamento por homologação, a data do pagamento do tributo é o termo inicial para a contagem do prazo em que se extingue o direito de requerer a restituição. Cientificada da decisão (fls. 61), tempestiva ente a interessada interpôs o Recurso Voluntário de fls. 62/77, tomando ,,' I impugnação. É o relatório. 4 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° recurso. 126.236 303-31.056 VOTO Estando presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do -- A decisão guerreada afastou a pretensão do contribuinte, sob o entendimento de que o direito para pleitear a restituição de tributo pago indevidamente extingue-se com decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário, considerada esta como sendo a data do efetivo pagamento. Primeiramente há que se estabelecer o marco inicial para a contagem do prazo de que dispõe o contribuinte para pedir a restituição de tributo pago indevidamente ou a maior. Segundo a letra fria da lei (CTN, art. 168, I, c/c art. 165, I), o direito de pleitear a restituição de tributo indevido ou pago a maior, extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da extinção do crédito tributário (grifei). A corrente jurisprudencial dominante nos tribunais superiores fixou- se no sentido de que a extinção do crédito tributário, nos casos de lançamento por homologação é de 1O (dez) anos, podendo ser sintetizada na seguinte ementa: À luz do CTN esta Corte desenvolveu entendimento no sentido de computar a partir do fato gerador, prazo decadencial de cinco anos e, após, mesmo não se sabendo qual a data da homologação do lançamento, se este não ultrapassou o qüinqüídio, computar mais cinco anos (STJ, AgRg-Resp. 251.831/GO, 2' T. Rei" Min. ELIANA CALMON, DJU 18.02.2002). Para corroborar o entendimento, observe-se que na data de 29 de julho do corrente ano, o Poder Executivo encaminhou ao Congresso Nacional, em caráter de urgência, o Projeto de Lei Complementar nO73, cujo artigo 3° diz: Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n° 5.172, de 1966 - Código Tributário nacional, a e In ão do crédito tributário ocorre, nos casos de tributos sujeit s a I nçamento por homologação, no momento do pagamento ante ipado de que trata o 9 1° do art. 150. 5 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° - ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 -- Ora, a introdução no CTN de dispositivo legal dotado de mero caráter interpretativo, representa o reconhecimento inequívoco por parte do Poder Executivo da linha de entendimento majoritário dos tribunais superiores, pretendendo justamente com a alteração legal emprestar-lhe entendimento contrário. Então, à primeira vista e em condições normais, o direito de pleitear a restituição inicia-se na data do pagamento do crédito tributário e estende-se por 10 (dez) anos. No entanto, o próprio STJ tem entendido que, nos casos em que houver declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF, o mes o quo do prazo prescricional da ação de restituição de indébito não está prevista no CTN. Criou-se, então, corrente jurisprudencial segundo a qual o inicio do prazo prescricional de 5 (cinco) anos é a declaração de inconstitucionalidade na via incidental, que no meu entender não se aplica aos pedidos de restituição nas vias administrativas. É o caso dos autos. Ocorreu a declaração de inconstitucionalidade do Finsocial pago a maior em relação ao aumento de alíquotas, veiculada pela Lei nO 7.689/88, declarada inconstitucional pelo STF, consoante o Acórdão RE n° 150.7864- IIPE, DJU de 02/04/93. Tal circunstância por si só não modificou o entendimento jurisprudencial supra, segundo o qual o prazo se alarga por 10 (dez) anos, uma vez que não houve a expedição de Resolução pelo Senado Federal. É cediço que toda lei traz como pressuposto elementar a sua conformidade com a Lei Maior. Os tributos assim exigidos não podem ser rotulados de indevidos ou pagos a maior, e enquanto a lei não for retirada do mundo jurídico, não pode o contribuinte eximir-se da obrigação de que é destinatário. Desta maneira, não se pode considerar inerte o contribuinte que, em razão da presunção de constitucionalidade da lei, obedeceu aos seus ditames, já que a inércia é elemento indispensável para a configuração do instituto da prescrição. Tanto isto é verdade que o direito à restituição da parte que litigou com a União Federal no processo que originou o RE n° 150.764-I/PE, nasceu apenas a partir do julgamento do mencionado recurso, enquanto que os demais contribuintes não foram alcançados pelos efeitos ergo onllles daquela decisão. Embora o Pretório Excelso tenha cumprido o ritual estab lecido pela Carta Magna, comunicando o julgamento 6ao Senado Federal, este Wu MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N°- - ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 -- dever constitucional, deixando de expedir a competente Resolução para extirpar do mundo jurídico a nonna inquinada de inconstitucional. Os argumentos do relator da matéria, Senador Almir Lando atentam contra a independência dos Poderes, porquanto, o que qualifica o julgamento não é o resultado obtido na votação (que li, casll deu-se por seis votos contra cinco) mas o que se decidiu. Seria o mesmo que o STF retirar do mundo jurídico uma lei que fosse aprovada no Congresso Nacional por maioria simples. Assim sendo, o prazo para pleitear a restituição, ao menos na via administrativa, continuou sendo de 5 (cinco) anos a contar da homologação - expressa ou tácita - do tributo pago de forma antecipada, consoante o entendimento jurisprudencial suso referido. Com o advento da Medida Provisória n° 1.110, publicada no O.O.U. de 31 de agosto de 1995, a exigência do Finsocial em percentual superior a 0,5% tornou-se indevida, já que o Poder Executivo admitiu a inconstitucionalidade daquela norma, explicitando na respectiva mensagem ao Congresso Nacional, verbis: Cuida, também, o projeto, no art. 17, do cancelamento de débitos de pequeno valor ou cuja cobrança tenha sido considerada inconstitucional por reiteradas manifestações do Poder Judiciário, inclusive decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, em suas respectivas áreas de competência. Em sendo assim, o tributo indevido ou pago a maior a que alude o art. 165, inciso I, do CTN, passou a ser assim considerado a partir da publicação da MP 1.110/95. Logo, somente a partir desse momento é que nasceu efetivamente o direito dos contribuintes postularem perante a Administração Tributária a restituição dos valores recolhídos a maior. De outra parte, se é certo que a MP em questão não refere a hipótese de restituição de tributos, também é certo que desde a Medida Provisória n° 1.621-36, de 10 de junho de 1998, bem assim suas sucessivas reedições, até o advento da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, ficou estabelecido que o disposto no cap//I não implica em restituição ex t!ffido de quantia paga. Ademais, o art. 27, da citada Lei nO 10.522, di qu rec//rso óe o/lcio óos óeclSões prololoóas, pelo allloricloóe fisco óa /i s/(,ieilo passivo, em processos relolivos a reslillliçõo óe li/1jJost.\ c 7 ' "I1ÕOcabe üóiçõo óo lltibllições MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° :-126.236 - : 303-31.056 ..•.- atlÍllIillslraelos pela Secrelaria ela ReceIta Feeleral e a ressarctillelllo ele crétlÍtos elo /lIIpOSIOsobre ProtlÍdos úlcltlslrializaelos ': Ora, se a Lei diz expressamente que o que nela se dispõe não implica em restituição er o/Jicio, e se não comporta recurso de oficio acerca das decisões prolatadas em processos relativos á restituição de impostos e contribuições administrados pela SRF, segue-se que a restituição pleiteada na via administrativa é de todo pertinente. Outrossim, o marco inicial para o prazo de restituição fixado a partir da MP 1.110/95, teve respaldo oficial através do Parecer Cosit nO58, de 27 de outubro de 1998. Analisando dito Parecer, fica claro que tal ato abordou o assunto de forma a não deixar dúvidas, razão pela qual transcrevo o seu inteiro teor, adotando-o como fundamentos do presente voto: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário. Ementa: RESOLUÇÃO DO SENADO. EFEITOS. A Resolução do Senado que suspende a eficácia de lei declarada inconstitucional pelo STF tem efeitos ex tunc. TRIBUTO PAGO COM BASE EM LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL. RESTITUIÇÃO. HIPÓTESES. Os delegados e inspetores da Receita Federal estão autorizados a restituir tributo que foi pago com base em lei declarada inconstitucional pelo STF, em ações incidentais, para terceiros não- participantes da ação - como regra geral - apenas após a publicação da Resolução do Senado que suspenda a execução da lei. Excepcionalmente, a autorização pode ocorrer em momento anterior, desde que seja editada lei ou ato específico do Secretário da Receita Federal que estenda os efeitos da declaração de inconstitucionalidade a todos. RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Somente são passiveis de restituição os valores recolhidos indevidamente que não tiverem sido alcançad elo prazo decadencial de 5. (c~nco anos~, co~ta?o a part~r d~ data do. ato que ,,"red, 00 ,,"",bo,""o ,r""o d,re""d, Plm,=~ 8 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA --- RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 - 303-31.056 Dispositivos Legais: Decreto nº 2.346/1997, art. 1º; Medida Provisória nº 1.699-40/1998, art. 18, ~ 2º; Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional), art. 168. RELATÓR10 As projeções do Sistema de Tributação formulam consulta sobre restituição/compensação de tributo pago em virtude de lei declarada inconstitucional, com os seguintes questionamentos: a) Com a edição do Decreto nº 2.346/1997, a Secretaria da Receita Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional passam a admitir eficácia ex tunc às decisões do Supremo Tribunal Federal que declaram a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, seja na via direta, seja na via de exceção? b) Nesta hipótese, estariam os delegados e inspetores da Receita Federal autorizados a restituir tributo cobrado com base em lei declarada inconstitucional pelo STF? c) Se possível restituir as importâncias pagas, qual o termo inicial para a contagem do prazo de decadência a que se refere o art. 168 do CTN: a data do pagamento efetuado ou a data da interpretação judicial? d) Os valores pagos à título de Finsocial, pelas empresas vendedoras de mercadorias e mistas no que excederam à 0,5% (meio por cento), com fundamento na Lei nO7.689/1988, art. 9° e conforme Leis nOs 7.787/1989 e 8.147/1990, acrescidos do adicional de O, I% (zero vírgula um por cento) sobre os fatos geradores relativos ao exerCÍcio de 1988, nos termos do Decreto- lei 2.397/1987, art. 22, podem ser restituídos a pedido dos interessados, de acordo com o disposto na Medida Provisória nO 1.621-36/1988, art. 18, ~ 2°? Em caso afirmativo, qual o prazo decadencial para o pedido de restituição? e) Na ação judicial o contribuinte não cumula pedido de restituição, sendo a mesma restrita ao pedido de declaração de inconstitucionalidade dos Decretos-leis nOs 2.445/1988 e 2.449/1988 e do direito ao pagamento PIS pela Lei Complementar nO7/1970. Para que seja afastada decadência, deve o autor cumular com a ação o pedid6 de stituição do indébito? 9 ~ • MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA - RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236- 303-31.056 f) Considerando a IN SRF nº 21/1997, art. 17, S Iº, com as alterações da IN SRF nº 7311997, que admite a desistência da execução de título judicial, perante o Poder Judiciário, para pleitear a restituição/compensação na esfera administrativa, qual deve ser o prazo decadencial (cinco ou dez anos) e o termo inicial para a contagem desse prazo (o ajuizamento da ação ou da data do pedido na via administrativa)? Há que se falar cm prazo prescricional ("prazo para pedir")? O ato de desistência, por parte do contribuinte, não implicaria, expressamente, renúncia de direito já conquistado pelo autor, vez que o CTN não prevê a data do ajuizamento da ação para contagem do prazo decadencial, o que justificaria o autor a prosseguir na execução, por ser mais vantajoso? FUNDAMENTOS LEGAIS 2. A Constituição de 1988 firmou no Brasil o sistema jurisdicional de constitucionalidade pelos métodos do controle concentrado e do controle difuso. 3. O controle concentrado, que ocorre quando um único órgão judicial, no caso o STF, é competente para decidir sobre a inconstitucionalidade, é exercitado pela ação direta de inconstitucionalidade ADIn e pela ação declaratória de constitucionalidade, onde o autor propõe demanda judicial tendo como núcleo a própria inconstitucionalidade ou constitucionalidade da lei, e não um caso concreto. 4. O controle difuso - também conhecido por via de exceção, controle indireto, controle em concreto ou controle incidental (incidenter tantum) - ocorre quando vários ou todos os órgãos judiciais são competentes para declarar a inconstitucionalidade de lei ou norma. 4.1 Esse controle se exerce por via de exceção, quando o autor ou réu em uma ação provoca incidentalmente, ou seja, paralelamente à discussão principal, o debate sobre a inconstitucionalidade da norma, querendo, com isso, fazer prevalecer a sua tese. 5. Com relação aos efeitos das declarações de incon' ionalidade ou de constitucionalidade, no caso de controle conc~ntrad , segundo a doutrina e a jurisprudência do STF, no plano pesJoal, g ra efeitos 10 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA --- - RECURSO N° - - -: -126.236 --- ACÓRDÃO N° : 303-31.056 contra todos (erga omnes); no plano temporal, efeitos ex tunc (efeitos retroativos, ou seja, desde a entrada em vigor da norma); e, administrativamente, têm efeito vinculante. 5.1 Os efeitos da ADln se estendem além das partes em litígio, pois o que se está analisando é a lei em si mesma, desvinculada de um caso concreto. Tal declaração atinge, portanto, a todos os que estejam implicados na sua objetividade. 5.2 Nesse sentido, quando o STF conhecer da Ação de Inconstitucionalidade pela via da ação direta, prescinde-se da comunicação ao Senado Federal para que este suspenda a execução da lei ou do ato normativo inquinado de inconstitucionalidade (Regimento Interno do STF, arts. 169 a 178). 6. Passando a analisar os efeitos da declaração de inconstitucionalidade no controle difuso, devem ser consideradas duas possibilidades, posto que, no tocante ao caso concreto, à lide em si, os efeitos da declaração estendem-se, no plano pessoal, apenas aos interessados no processo, vale dizer, têm efeitos interpartes; em sua dimensão temporal, para essas mesmas partes, teria efeito ex tunc. -- 6.1 No que diz respeito a terceiros não-participantes da lide, tais efeitos somente seriam os mesmo depois da intervenção do Senado Federal, porquanto a lei ou o ato continuariam a viger, ainda que já pronunciada a sentença de inconformidade com a Constituição. É o que se depreende do art. 52 da Carta Magna, verbis: Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: x - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; 7. Vale dizer, os efeitos da declaração de inconstitucionalidade obtida pelo controle difuso somente alcançam terceiros, não- participantes da lide, se for suspensa a execução da lei por Resolução baixada pelo Senado Federal. 7.1 Nesse sentido, manifesta-se o eminente constit Afonso da Silva: 11 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA - RECURSON" ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 " ... A declaração de inconstitucionalidade, na via indireta, não anula a lei nem a revoga: teoricamente, a lei continua em vigor, eficaz e aplicável, até que o Senado Federal suspenda sua executoriedade nos termos do artigo 52, X; ..." 8. Quanto aos efeitos, no plano temporal, ainda com relação ao controle difuso, a doutrina não é pacífica, entendendo alguns que seriam ex tunc (como Celso Bastos, Gilmar Ferreira Mendes) enquanto outros (como José Afonso da Silva) defendem a teoria de que os efeitos seriam ex nunc (impediriam a continuidade dos atos para o futuro, mas não desconstituiria, por si só, os atos jurídicos perfeitos e acabados e as situações definitivamente constituídas). 9. A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, apoiada na mais autorizada doutrina, conforme o Parecer PGFN no 1.185/1995, tinha, na hipótese de controle difuso, posição definida no sentido de que a Resolução do Senado Federal que declarasse a inconstitucionalidade de lei seria dotada de efeitos ex nunc. 9.1 Contudo, por força do Decreto no 2.346/1997, aquele órgão passou a adotar entendimento diverso, manifestado no Parecer PGFN/CAT/no 437/1998. 10. Dispõe o art. I° do Decreto nO2.346/1997: Art. 10 As decisões do Supremo Tribunal Federal que fixem, de forma inequívoca e definitiva interpretação do texto constitucional deverão ser uniformemente observadas pela Administração Pública Federal direta ou indireta, obedecidos aos procedimentos estabelecidos neste Decreto. ~ lo Transitada em julgado decisão do Supremo Tribunal Federal que declare a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, em ação direta, a decisão dotada de eficácia "ex tunc", produzirá efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional, salvo se o ato praticado com base na lei ou ato normativo inconstitucional não mais for suscetível de revisão administrativa ou judicial. ~ 20 O dispositivo no parágrafo anterior aplica-se, i 'ualmente, à lei ou ato normativo que tenha sua inconstitucionalid e proferida, incidentalmente, pelo Supremo Tribunal FederA após a suspensão de sua execução pelo Senado Federal. 12 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 li. O citado Parecer PGFN/CAT/no 437/1998 tomou sem efeito o Parecer PGFN n° 1.185/1995, concluído que "o Decreto no 2.346/1997 impôs, com força vinculante para a Administração Pública Federal, o efeito ex tunc ao ato do Senado Federal que suspenda a execução de lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo STF". 11.1 Em outras palavras, no controle de constitucionalidade difuso, com a publicação do Decreto no 2.346/1997, os efeitos da Resolução do Senado foram equiparados aos da ADIn. 12. Conseqüentemente, a resposta à primeira questão é afirmativa: os efeitos da declaração de inconstitucionalidade, seja por via de controle concentrado, seja por via de controle difuso, são retroativos, ressaltando-se que, pelo controle difuso, somente produzirá esses efeitos, em relação a terceiros, após a suspensão pelo Senado da lei ou do ato normativo declarado inconstitucional. 12.1 Excepcionalmente, o Decreto prevê, em seu art. 4°, que o Secretário da Receita Federal e o Procurador-Geral da Fazenda Nacional possam adotar, no âmbito de suas competências, decisões definitivas do STF que declarem a inconstitucionalidade de lei, tratado ou ato normativo que teriam, assim, os mesmos efeitos da Resolução do Senado. 13. Com relação à segunda questão, a resposta é que nem sempre os delegados/inspetores da Receita Federal podem autorizar a restituição de tributo cobrado com base em lei declarada inconstitucional pelo STF. Isto porque, no caso de contribuintes que não foram partes nos processos que ensejaram a declaração de inconstitucionalidade - no caso de controle difuso, evidentemente - para se configurar o indébito, é mister que o tributo ou contribuição tenha sido pago com base em lei ou ato normativo declarado inconstitucional com efeitos erga omnes, o que, já demonstrado, só ocorre após a publicação da Resolução do Senado ou na hipótese prevista no art. 4° do Decreto nO2.346/1997. 14. Esta é a regra geral a ser observada, havendo, contudo, uma exceção a ela, determinada pela Medida Provisória nO 1.699- 40/1998, art. 18 ~ 20 , que dispõe: MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA -REGURSON° ACÓRDÃON° :-126.236 : 303-31.056 da respectiva execução fiscal, bem assim cancelados o lançamento e a inscrição, relativamente: ~ 2° O disposto neste artigo não implicará restituição "ex officio" de quantias pagas. 15. O citado artigo consta da MP que dispõe °l.ll 0/1995, art. 17), tendo havido, desde então, três alterações em sua redação. 15.1 Duas das alterações incluíram os incisos VIII (MP nO1.244, de 14/12/95) e IX (MP n° 1.490-15, de 31/10/96) entre as hipóteses de que trata o capu!. 16. A terceira alteração, ocorrida em 10/06/1998 (MP n° 1.621-36), acrescentou ao ~ 2° a expressão "ex officio". Essa mudança, numa prímeira leitura, poderia levar ao entendimento de que, só a partir de então, poderia ser procedida a restituição, quando requerida pelo contribuinte; antes disso, o interessado que se sentisse prejudicado teria que ingressar com uma ação de repetição de indébito junto ao Poder Judiciário. 16.1 Salienta-se que, nos termos da Lei nO 4.657/1942 (Lei de Introdução ao Código Civil), art. I0, ~ 4°, as correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 17. Entretanto, conforme consta da Exposição de Motivos que acompanhou a proposta de alteração, o disposto no ~ 20 "consiste em norma a ser observada pela Administração Tributaria, pois esta não pode proceder ex officio, até por impossibilidade material e insuficiência de informações, eventual restituição devida". O acréscimo da expressão ex officio visou, portanto, tão-somente, dar mais clareza e precisão à norma, pois os contribuintes já faziam jus à restituição antes disso; não criou fato novo, situação nova, razão pela qual não há que se falar em lei nova. 18. Logo, os delegados/inspetores da Receita Federal também estão autorizados a proceder á restituição/compensação nos casos expressamente previstos na MP n° 1.699/1998. art. 18, antes mesmo que fosse incluída a expressão "ex officio" ao ~ 2°. 19. Com relação ao questionamento da compensa ão/re tituição do Finsocial recolhido com alíquotas majoradas acima de 5% (meio 14 ~ MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA --- - RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 por cento) - e que foram declaradas inconstitucionais pelo STF em diversos recursos - como as decisões do STF são decorrentes de incidentes de inconstitucionalidade via recurso ordinário, cujos dispositivos, por não terem a sua aplicação suspensa pelo Senado Federal, produzem efeitos apenas entre as partes envolvidas no processo (a União e o contribuinte que ajuizou a ação), não haveria, a princípio, que se cogitar de indébito tributário neste caso. 19.1 Contudo, conforme já esposado, esta é uma das hipóteses em que a MP nO 1.699-40/1998 permite, expressamente, a restituição (art. 18, inciso Ill), razão pela qual os delegados/inspetores estão autorizados a procede-la. 19.2 O mesmo raciocínio vale para a compensação com outros tributos ou contribuições administrados pela SRF, devendo ser salientado que o interessado deve, necessariamente, pleiteá-la administrativamente, mediante requerimento (IN SRF n° 21/1997, art. 12), inclusive quando se tratar de compensação Finsocial x Cofins (o ADN COSIT nO15/1994 definiu que essas contribuições não são da mesma espécie). 20. Ainda com relação à compensação Finsocial x Cofins, o Secretário da Receita Federal, com a edição da IN SRF no 32/1997, art. 20, havia decidido, verbis: Art. 20 - Convalidar a compensação efetiva pelo contribuinte, com a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, devida e não recolhida, dos valores da contribuição ao Fundo de Investimento Social - FINSOCIAL, recolhidos pelas empresas exclusivamente vendedoras de mercadorias e mistas, com fundamento no art. 9° da Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988, na alíquota superior a 0,5% (meio por cento), conforme as Leis nOs 7.787, de 30 de junho de 1989,7.894, de 24 de novembro de 1989, e 8.147, de 28 de dezembro de 1990, acrescida do adicional de O, I% (um décimo por cento) sobre os fatos geradores relativos ao exercício de 1988, nos termos do art. 22 do Decreto-lei no 2.397, de 21 de dezembro de 1987. 20.1 O disposto acima encontra amparo legal na Lei nO9.430/1996, art. 77, e no Decreto nO2.194/1997, S 1° (o Decre n .346/1997, que revogou o Decreto n° 2.194/1997, manteve, m se art. 4°, a competência do Secretário da Receita Federal para autori ar a citada compensação). 15 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 21. Ocorre que a IN SRF nO32/1997 convalidou as compensações efetivas pelo contribuinte do Finsocial com a Cofins, que tivessem sido realizadas até aquela data. Tratou-se de ato isolado, com fim específico. Assim, a partir da edição da IN, como já dito, a compensação só °1.699-40/1998. 22. Passa-se a analisar a terceira questão proposta. O art. 168 do CTN estabelece prazo de 5 (cinco) anos para o contribuinte pleitear a restituição de pagamento indevido ou maior que o devido, contados da data da extinção do crédito tributário. 23. Como bem coloca Paulo de Barros Carvalho, "a decadência ou caducidade é tida como o fato jurídico que faz perecer um direito pelo seu não exercício durante certo lapso de tempo" (Curso de Direito Tributário, 7a ed., 1995, p.311). 24. Há de se concordar, portanto, com o mestre Aliomar Baleeiro (Direito Tributário Brasileiro, 10a ed., Forense, Rio, p. 570), que entende que o prazo de que trata o art. 168 do CTN é de decadência. 25. Para que se possa cogitar de decadência, é mister que o direito seja exercitável; que, no caso, o crédito (restituição) seja exigível. Assim, antes de a lei ser declarada inconstitucional não há que se falar em pagamento indevido, pois, até então, por presunção, era a lei constitucional e os pagamentos efetuados efetivamente devidos. 26. Logo, para o contribuinte que foi parte na relação processual que resultou na declaração incidental de inconstitucionalidade, o início da decadência é contado a partir do trânsito em julgado da decisão judicial. Quanto aos demais, só se pode falar em prazo decadencial quando os efeitos da decisão forem válidos erga omnes, que, conforme já dito no item 12, ocorre apenas após a publicação da Resolução do Senado ou após a edição de ato específico da Secretária da Receita Federal (hipótese do Decreto n° 2.346/1997, art. 4°). 26.1 Quanto à declaração de inconstitucionalidade da lei por meio de ADln, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência é a data do trânsito em julgado da decisão do STF. 27. Com relação às hipóteses previstas na MP n° 1. 99-401 998, art. 18,, p= p,m qoo p ',:''';'';0<0 "0- Port;o;pw MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 pleitear a restituição/compensação se inICIOU com a data da publicação: a) da Resolução do Senado nO11/1995, para o caso do inciso I; b) da MP n° 1.110/1995, para os casos dos incisos li a VII; c) da Resolução do Senado nO49/1995, para o caso do inciso VIII; D) da MP nO1.490-15/1996, para o caso do inciso IX. 28. Tal conclusão leva, de imediato, à resposta à quinta pergunta. Havendo pedido administrativo de restituição do PIS, fundamentando em decisão judicial específica, que reconhece a inconstitucionalidade dos Decretos-leis nOs2.445/1988 e 2.44/1988 e declara o direito do contribuinte de recolher esse contribuição com base na Lei Complementar no 7/1970, o pedido deve ser deferido, pois desde a publicação da Resolução do Senado n° 49/1995 o contribuinte - mesmo aquele que não tenha cumulado à ação o respectivo pedido de restituição - tem esse direito garantido. 29. Com relação ao prazo para solicitar a restituição do Finsocial, o Decreto nO92.698/1986, art. 122, estabeleceu o prazo de 10 (dez) anos, conforme se verificar em seu texto: Art. 122. O direito de pleitear a restituição da contribuição extingue- se com o decurso do prazo de dez anos, contados (Decreto-lei nO 2.049/83. art. 9°). I - da data do pagamento ou recolhimento indevido; 11- da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que haja reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória." 30. Inobstante o fato de os decretos terem força vinculante para a administração, conforme assinalado no propalado Parecer PGFN/CAT/no 437/1998, o dispositivo acima não foi recepcionado pelo novo ordenamento constitucional, razão pela qual o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de alo s recolhidos indevidamente a título de contribuição ao Finso ai é mesmo que vale para os demais tributos e contribuições dmini trados pelo 17 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 SRF, ou seja, 5 (cinco) anos (CTN, art. 168), contado da forma antes determinada. 30.1 Em adiantamento, salientou-se que, no caso da Cofins, o prazo de cinco anos consta expressamente do Decreto n° 2.173/1997, art.78 (este Decreto revogou o Decreto n° 612/1992, que, entretanto, estabelecia idêntico prazo). 31. Finalmente a questão acerca da IN SRF nO21/1997, art. 17, com as alterações da IN SRF n° 73/1997. Neste caso, não há que se falar em decadência ou prescrição, tendo em vista que a desistência do interessado só ocorreria na fase de execução do título judicial. O direito à restituição já teria sido reconhecido (decisão transitada em julgado), não cabendo à administração a análise do pleito de restituição, mas, tão-somente, efetuar o pagamento. 31.1 Com relação ao fato da não-desistência da execução do título judicial ser mais ou menos vantajosa para o autor, trata-se de juizo a ser firmado por ele, tendo em vista que a desistência é de caráter facultativo. Afinal, o pedido na esfera administrativa pode ser medida interessante para alguns, no sentido de que pode acelerar o recebimento de valores que, de outra sorte, necessitariam seguir trãmite, em geral, mais demorado (emissão de precatório). CONCLUSÃO 32. Em face do exposto, conclui-se, em resumo que: A) As decisões do STF que declaram a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo, seja na via direta, seja na via de exceção, têm eficácia ex tunc; B) os delegados e inspetores da Receita Federal podem autorizar a restituição de tributo cobrado com base em lei declarada inconstitucional pelo STF, desde que a declaração de inconstitucionalidade tenha sido proferida na via direta; ou, se na via indireta: 1. quando ocorrer a suspensão da execução d normativo pelo Senado; ou 18 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSON~ ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 2. quando o Secretário da Receita Federal editar ato específico, no uso da autorização prevista no Decreto n° 2.346/1997, art. 4°; ou ainda, 3. nas hipóteses elencadas na MP n° 1.699-40/1998, art. 18; a) quando da análise dos pedidos de restituição/compensação de tributos cobrados com base em lei declarada inconstitucional pelo STF, deve ser observado o prazo decadencial de 5 (cinco) anos previsto no art. 168 do CTN, seja no caso de controle concentrado (o termo inicial é a data do trânsito em julgado da decisão do STF), seja no do controle difuso (o termo inicial para o contribuinte que foi parte na relação processual é a data do trânsito em julgado da decisão judicial e, para terceiros não-participantes da lide, é a data da publicação da Resolução do Senado ou a data da publicação do ato do Secretário da Receita Federal, a que se refere o Decreto n° 2.346/1997, art. 4°), bem assim nos casos permitidos pela MP n° 1.699-40/1998, onde o termo inicial é a data da publicação: 1. da Resolução do Senado n° 11/1995, para o caso do inciso I; 2. da MP nOI. I 10/1995, para os casos dos incisos II a VII; 3. da Resolução do Senado no 49/1995, para o caso do inciso VIII, 4. da MP nO1.490- I5/1996, para o caso do inciso IX. a) os valores pagos indevidamente a título de Finsocial pelas empresas vendedoras de mercadorias e mistas - MP n° 1.699- 40/1998, art. 18, inciso III - podem ser objeto de pedido de restituição/compensação desde a edição da MP n° 1.110/1995, devendo ser observado o prazo decadencial de 5 (cinco anos); b) os pedidos de restituição/compensação do PIS recolhido a maior com base nos Decretos-leis nOs 2.445/1988 e 2.449/1988, fundamentados em decisão judicial específica, devem ser feitos dentro do prazo de 5 (cinco) anos, contando da data de publicação da Resolução do Senado n 49/1995; na hipótese da IN SRF nº 21/1997, art. I 7, ~ Iº, com as alterações da IN SRF nº 73/1997, não há que se falar em prazo c dencial ou prescricional, tendo em vista tratar-se de decisão j tran itada em julgado, constituindo, apenas, uma prerrogativa do con ribuinte, 19 ~. MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃO N° 126.236 303-31.056 com vistas ao recebimento, em prazo mais ágil, de valor a que já tem direito (a desistência se dá na fase de execução do título judicial). Assim, o entendimento da administração tributária vazado no citado Parecer vigeu até a edição do Ato Declaratório SRF nO096, de 26 de novembro de 1999, publicado em 30/11/99, quando este pretendeu mudar o entendimento acerca da matéria, desta feita arrimado no Parecer PGFN n° 1.538/99. O referido Ato Declaratório dispôs que: I - o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extingue-se após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário - arts. 165, I, e 168, I, da Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional). Sem embargo, o entendimento da administração tributária era aquele consubstanciado no Parecer COSIT n° 58/98. Se debates podem ocorrer em relação à matéria, quanto aos pedidos formulados a partir da publicação do AD SRF nO096, é indubitável que os pleitos formalizados até aquela data deverão ser solucionados de acordo com o entendimento do citado Parecer, pois quando do pedido de restituição este era o entendimento da administração. Até porque os processos protocolados antes de 30/11/99 e julgados, seguiram a orientação do Parecer. Os que embora protocolados mas que não foram julgados haverão de seguir o mesmo entendimento, sob pena de se estabelecer tratamento desigual entre contribuintes em situação absolutamente igual. Entendo, outrossim, que mesmo após o advento do AD SRF 096/99, o início da contagem do prazo prescricional é da publicação da MP 1.110, uma vez que naquele diploma legal, expressamente, o Sr. Presidente da República admitiu que a exigência era inconstitucional, como adrede referido. Entendo ainda que não se aplica ao caso presente o disposto no art. 73 da lei 9.430/66, porquanto o S 3°, do art. 18, da lei de conversão da MP 1.110- (Lei nO10.522) que lhe é posterior, dispôe sobre a restituição, ved nd que a mesma se dê ex officio e silenciando quanto às demais formas, enquanto q[o rt. 27 veda o recurso oficial das decisões administrativas que concedam a restitui ão. u--<1 ' 20 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA RECURSO N° ACÓRDÃOW 126.236-- 303-31.056 Logo, interpretando o diploma legal de forma harmônica, fica afastada a incidência do art. 73 retromencionado, bem como, fica evidenciada a possibilidade da restituição nas vias administrativas. Finalmente, as restrições apontadas no Parecer PGFN/CRJIN° 3401/2002, aprovado no Despacho do Exmo. Sr. Ministro da Fazenda, publicado no D.O.U. de 2 de janeiro de 2003, não podem obstar o reconhecimento do direito creditório do recorrente. Consta do Despacho do Sr. Ministro da Fazenda que: 1) os pagamentos efetuados relativos a créditos tributários, e os depósitos convertidos em renda da União, em razão de decisões judiciais favoráveis à Fazenda transitadas em julgado, não são suscetíveis de restituição ou de compensação em decorrência de a norma vir a ser declarada inconstitucional em eventual julgamento, no controle difuso, em outras ações distíntas de interesse de outros contribuintes; 2) a dispensa de constituição do crédito tributário ou a autorização para a sua desconstituição, se já constituído, previstas no art. 18 da Medida Provisória n. 2.176-79/2002, convertida na lei nO10.522, de 19 de julho de 2002, somente alcançam a situação de créditos tributários que ainda não estivessem extintos pelo pagamento No item "1", estão englobados os casos que são objetivados pelo Parecer, ou seja, onde houve o questionamento judicial e as decisões foram favoráveis à Fazenda Nacional, o que não é o caso dos presentes autos, vez que não há qualquer notícia de que a parte ínteressada pleiteou a restituição perante o Poder Judiciário, sem sucesso. Já o item "2" pretende dizer mais do que a própria Medida Provisória nO l.II0/95, que admitiu a inconstitucionalidade da exigência de que tratam os presentes autos. Há que se dizer também que as conclusões do Parecer em comento, na parte que restringe o direito à restituição fora dos casos já analisados pelo Poder Judiciárío, encontram-se a descoberto de qualquer motivação, o que o toma inválido neste particular, porquanto a motivação é elemento obrigatório na constituição de qualquer Ato Administrativo. Fixada a data de 31 de agosto de 1995 como o ermo inicial para a contagem do prazo para pleitear a restituição da contribuição p termo final ocorreu em 30 de agosto de 2000. 21 MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCEIRA CÂMARA REEURSO N° --: -126.236 --_.- ACÓRDÃO N° : 303-31.056 /n COSlI, o pedido ocorreu na data de 13 de maio de 1998, logo, dentro do prazo prescricional. Entendo, assim, não estar o pleito da Recorrente fulminado pela decadência, de modo que afasto a preliminar levantada pela Turma Julgadora e anulo o processo a partir da decisão recorrida, inclusive, determinando que seja examinado o seu pedido, apurando-se a existência ou não dos alegados créditos, bem como, em se apurando a existência dos mesmos, se já foram utilizados pela contribuinte e/ou se foram objeto de anterior apreciação judicial. É com voto. (sala d s Sessões, em 06 de novembro de 2003 \ ..-------t-~ IRINEU BIANCHI - Relator 22 00000001 00000002 00000003 00000004 00000005 00000006 00000007 00000008 00000009 00000010 00000011 00000012 00000013 00000014 00000015 00000016 00000017 00000018 00000019 00000020 00000021 00000022
score : 1.0
Numero do processo: 10166.722301/2010-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO.
Cabíveis embargos de declaração quando o acórdão contém obscuridade ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DE TERCEIROS. PRAZO DECADENCIAL E FIXAÇÃO DO TERMO INICIAL DE CONTAGEM. JURISPRUDÊNCIA DO STF E DO STJ DE OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA PELO CARF. A Fazenda Nacional dispõe do prazo de cinco anos para exercer seu direito potestativo de constituição do crédito tributário. O Superior Tribunal de Justiça fixou, por ocasião do julgamento do Recurso Especial nº 973.733-SC, em 12/08/2009, afetado à sistemática dos recursos repetitivos, que o termo inicial da contagem do prazo decadencial seguirá o disposto no art. 150, §4º do CTN, se houver pagamento antecipado do tributo; caso contrário, observará o teor do art. 173, I do CTN.
Numero da decisão: 2301-004.996
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e dar provimento aos embargos de declaração, com efeitos infringentes, com o objetivo de reconhecer a existência de omissão no acórdão embargado quanto à contagem do prazo decadencial com base no art. 150, §4º do CTN, devendo ser excluídas do lançamento as competências 01/1999 a 05/1999 (inclusive), mantendo-se a cobrança quanto às demais.
(assinado digitalmente)
Andréa Brose Adolfo Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Fábio Piovesan Bozza Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa Brose Adolfo (presidente em exercício), Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes, Alexandre Evaristo Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos.
Nome do relator: FABIO PIOVESAN BOZZA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. Cabíveis embargos de declaração quando o acórdão contém obscuridade ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DE TERCEIROS. PRAZO DECADENCIAL E FIXAÇÃO DO TERMO INICIAL DE CONTAGEM. JURISPRUDÊNCIA DO STF E DO STJ DE OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA PELO CARF. A Fazenda Nacional dispõe do prazo de cinco anos para exercer seu direito potestativo de constituição do crédito tributário. O Superior Tribunal de Justiça fixou, por ocasião do julgamento do Recurso Especial nº 973.733-SC, em 12/08/2009, afetado à sistemática dos recursos repetitivos, que o termo inicial da contagem do prazo decadencial seguirá o disposto no art. 150, §4º do CTN, se houver pagamento antecipado do tributo; caso contrário, observará o teor do art. 173, I do CTN.
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CABIMENTO. Cabíveis embargos de declaração quando o acórdão contém obscuridade ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DE TERCEIROS. PRAZO DECADENCIAL E FIXAÇÃO DO TERMO INICIAL DE CONTAGEM. JURISPRUDÊNCIA DO STF E DO STJ DE OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA PELO CARF. A Fazenda Nacional dispõe do prazo de cinco anos para exercer seu direito potestativo de constituição do crédito tributário. O Superior Tribunal de Justiça fixou, por ocasião do julgamento do Recurso Especial nº 973.733SC, em 12/08/2009, afetado à sistemática dos recursos repetitivos, que o termo inicial da contagem do prazo decadencial seguirá o disposto no art. 150, §4º do CTN, se houver pagamento antecipado do tributo; caso contrário, observará o teor do art. 173, I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e dar provimento aos embargos de declaração, com efeitos infringentes, com o objetivo de reconhecer a existência de omissão no acórdão embargado quanto à contagem do prazo decadencial com base no art. 150, §4º do CTN, devendo ser excluídas do lançamento as competências 01/1999 a 05/1999 (inclusive), mantendose a cobrança quanto às demais. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 23 01 /2 01 0- 39 Fl. 441DF CARF MF 2 Andréa Brose Adolfo – Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Fábio Piovesan Bozza – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa Brose Adolfo (presidente em exercício), Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes, Alexandre Evaristo Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pela contribuinte Adler – Assessoramento Empresarial Representações Ltda. em face do acórdão nº 2803001.744, de 14/08/2012, que julgou improcedente o recurso voluntário interposto e manteve a cobrança de contribuições destinadas a terceiros, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, relativamente ao período de 01/1999 a 12/2002. O presente processo administrativo cuida de lançamento de ofício substitutivo, com finalidade específica de constituir um novo, em virtude de o lançamento originário ter sido anulado, por vício formal. Nesse sentido: – o lançamento originário abarcava a exigência de contribuições no período de 01/1994 a 12/2002, foi lavrado em 07/06/2004 e anulado no âmbito administrativo por decisão tomada em 14/12/2005; – o lançamento substitutivo abarca a exigência de contribuições no período de 01/1999 a 12/2002 e foi cientificado em 11/10/2010. Aduz a Embargante a existência de omissão no referido acórdão, uma vez que a turma teria deixado de apreciar qual a regra de decadência deveria ser aplicada ao caso em apreço (art. 173, I versus art. 150, §4º, ambas do CTN), porquanto a decadência referese à matéria de ordem pública e pode ser revista mesmo sem formal requerimento pela Embargante em suas razões recursais. Os embargos de declaração tiveram sua admissibilidade aceita em decisão exarada pelo presidente de turma, merecendo destacar o seguinte trecho da fundamentação: De acordo com o artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n 256, de 22/06/2009, a omissão quanto a algum ponto sobre o qual deveria se pronunciar a turma possibilita a oposição de embargos de declaração: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Devese entender por omissão o vício resultante da falta de alguma declaração que a decisão deveria conter. Nesse caso, os Fl. 442DF CARF MF Processo nº 10166.722301/201039 Acórdão n.º 2301004.996 S2C3T1 Fl. 441 3 embargos têm por fim provocar a declaração do ponto omitido, a fim de se completar a decisão. Com efeito, sendo a decadência matéria de ordem pública, deveria esta Colenda Turma ter se pronunciado expressamente sobre qual a regra a ser aplicada no caso concreto, conforme entendimento deste Conselho no Acórdão 340300.541 (“O efeito translativo próprio dos recursos ordinários, inclusive os administrativos, em especial o voluntário, permite a manifestação do órgão julgador ad quem de temas não expressamente abordados no apelo recursal, desde que se cuidem de matérias de ordem pública, como é o caso da decadência em matéria tributária.” – j. 26.08.2010) e no Acórdão 230101.512 (“A decadência é matéria de ordem pública e deve ser conhecida de ofício” – j. 09.06.2010). Ora, os embargos de declaração possuem o escopo de aprimoramento do julgado, como bem observou o Eminente Ministro Marco Aurélio em seu voto no AI 163.047 5/PR: “os embargos declaratórios não consubstanciam crítica ao ofício judicante, mas servemlhe ao aprimoramento. Ao apreciálos, o órgão deve fazêlo com espírito de compreensão, atentando para o fato de consubstanciarem verdadeira contribuição da parte em prol do devido processo legal”. É o relatório. Voto Conselheiro Fábio Piovesan Bozza A decadência é matéria de ordem pública (compõe o interesse de agir, uma das condições da ação), sendo cognoscível em qualquer instância, de ofício ou a requerimento da parte. Tendo a decisão de admissibilidade dos presentes embargos já encampado essas características, volto minha atenção para a omissão apontada. Realmente, verifico que a questão relacionada ao eventual transcurso do prazo de decadência para a constituição do crédito tributário não foi tratada nas peças de defesa nem nas decisões administrativas precedentes, havendo apenas menção em relatório do critério adotado pela fiscalização na atividade de lançamento (fls. 399): Frisa que o crédito original apurou valores no período de janeiro/1994 e dezembro/2002; porém, após ter sido excluído do mundo jurídico o prazo de dez anos (art. 45 da Lei n. 8.212/91), está sendo utilizado o prazo decadencial de 5 (cinco) anos estipulado pelo art. 173, I do CTN. Pois bem. Depois de longo debate jurisprudencial, o Superior Tribunal de Justiça consolidou seu entendimento no Recurso Especial nº 973.733, de 12/08/2009, julgado sob o regime dos recursos repetitivos. Fl. 443DF CARF MF 4 Assim, o prazo decadencial para o Fisco lançar o crédito tributário é de cinco anos, contados: (i) a partir da ocorrência do fato gerador, quando houver antecipação de pagamento e não houver dolo, fraude ou simulação (art. 150, §4º, CTN); ou (ii) a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, no caso de ausência de antecipação de pagamento (art. 173, I, CTN). Vale salientar que o referido entendimento jurisprudencial é de observância obrigatória por este tribunal administrativo (art. 62, §2º, Anexo II do Regulamento do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015). Considerando que existe prova da antecipação de pagamento dos tributos em discussão, conforme consta do relatório “DDDiscriminativo do Débito” que integra o auto de infração (fls. 1320), aplicase à espécie a regra de contagem do prazo decadencial prevista no art. 150, §4º do CTN. Nesse sentido, como a ciência do lançamento originário ocorreu em 06/2004, considero decaídos os lançamentos relativos às competências 01/1999 a 05/1999 (inclusive), mantendose a cobrança quanto aos demais. Conclusão Em face do exposto, voto por conhecer e dar provimento aos embargos de declaração, com efeitos infringentes, com o objetivo de reconhecer a existência de omissão no acórdão embargado quanto à contagem do prazo decadencial com base no art. 150, §4º do CTN, devendo ser excluídas do lançamento as competências 01/1999 a 05/1999 (inclusive), mantendose a cobrança quanto às demais. É como voto. Fábio Piovesan Bozza – Relator. Fl. 444DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.000481/00-83
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1995 a 01/06/1999
Ementa:
PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA 468 DO STJ. SÚMULA 15 DO CARF.
Até fevereiro de 1996 (período anterior ao início da vigência da MP 1.212/1995), a base de cálculo do PIS corresponde ao faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, nos termos do parágrafo único do art. 6º da LC nº 7/70, devendo ser cancelada a cobrança via auto de infração que tomou base de cálculo equivocada, qual seja, o faturamento do mês do próprio fato gerador.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3402-004.188
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para cancelar o crédito tributário relativo ao período de 01/1995 a 02/1996.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1995 a 01/06/1999 Ementa: PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA 468 DO STJ. SÚMULA 15 DO CARF. Até fevereiro de 1996 (período anterior ao início da vigência da MP 1.212/1995), a base de cálculo do PIS corresponde ao faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, nos termos do parágrafo único do art. 6º da LC nº 7/70, devendo ser cancelada a cobrança via auto de infração que tomou base de cálculo equivocada, qual seja, o faturamento do mês do próprio fato gerador. Recurso voluntário provido em parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para cancelar o crédito tributário relativo ao período de 01/1995 a 02/1996. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1417; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 111 1 110 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15374.000481/0083 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402004.188 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 25 de maio de 2017 Matéria PIS Recorrente CAPRICHOSA TINTAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1995 a 01/06/1999 Ementa: PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA 468 DO STJ. SÚMULA 15 DO CARF. Até fevereiro de 1996 (período anterior ao início da vigência da MP 1.212/1995), a base de cálculo do PIS corresponde ao faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, nos termos do parágrafo único do art. 6º da LC nº 7/70, devendo ser cancelada a cobrança via auto de infração que tomou base de cálculo equivocada, qual seja, o faturamento do mês do próprio fato gerador. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para cancelar o crédito tributário relativo ao período de 01/1995 a 02/1996. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 00 04 81 /0 0- 83 Fl. 881DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório O presente Processo Administrativo foi objeto da Resolução n. 20400680 depois de sua chegada ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (“CARF”). Dessa forma, o caso já foi bem relatado pelo Conselheiro ad hoc Jorge Lock Freire, antes de ser a mim redistribuído pelo fato de o Relator originário não mais integrar nenhum dos Colegiados da 3ª Seção. Desta feita, peço licença para tomar emprestadas as suas palavras sobre o histórico do processo: Versam os autos lançamento de ofício de PIS faturamento nos termos do Auto de Infração de fls. 554 e segs. Impugnada a exigência fiscal (fls. 568/576), o Acórdão 7.164, prolatado pela 5ª Turma da DRJ/RJ II, em 06/01/2005 (fls. 651 e segs.), manteve o lançamento na íntegra. Contra a r. decisão foi interposto o recurso voluntário de fls. 699/709, no qual, em suma, a empresa alega decadência parcial do lançamento, e, no mérito, averbou que a fiscalização não tomou como base de cálculo o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, como determina o parágrafo único do art. 6º da LC 07/70. Em julgamento datado de 03 de fevereiro de 2009 (Resolução n. 20400680), a Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes determinou a conversão do julgamento em diligência para a DRF de origem esclarecer dúvida a respeito da discussão de mérito do processo, bem sintetizadas nas palavras do Relator ad hoc: (...) Analisando o auto de infração em debate constatase que o mesmo tem como enquadramento legal a Lei Complementar 07/70. Contudo, não é possível concluirse que a afirmação da recorrente procede no sentido de que a exigência fiscal tomou como base de cálculo o mês do faturamento do próprio fato gerador e não o do sexto mês anterior, como determina a legislação e firme jurisprudência. Diante dessa incerteza, resolvo converter o julgamento em diligência para que a fiscalização da unidade local responsável pelo lançamento, DRF Rio de Janeiro ou sua eventual sucessora em relação à jurisdição da empresa autuada, informe, específica e circunstanciadamente, qual a base de cálculo utilizada na exação, se o faturamento do mês do fato gerador ou aquele correspondente ao sexto mês anterior ao mês da ocorrência do fato gerador. As respostas pela repartição fiscal de origem foram apresentadas em fls 875 e 876. É o relatório. Fl. 882DF CARF MF Processo nº 15374.000481/0083 Acórdão n.º 3402004.188 S3C4T2 Fl. 112 3 Voto Conselheira Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz Os requisitos de admissibilidade do recurso voluntários já foram anteriormente analisados e acatados por este Conselho, de modo que passo à apreciação do caso. Com relação à questão de mérito trazida pela Recorrente, temos que, pacificando a consolidada jurisprudência do STJ, foi editada a Súmula 468 com os seguintes dizeres: “a base de cálculo do PIS, até a edição da MP 1.212/1995 era o faturamento ocorrido no sexto mês anterior ao fato gerador.” No mesmo sentido estabelece a Súmula CARF n. 15 que “a base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. Portanto, enquanto foi vigente o texto original da Lei Complementar 7/70, a base de cálculo a ser utilizada para o recolhimento da Contribuição ao PIS era o faturamento do sexto mês anterior ao fato gerador. Tratase do famigerado “PIS semestralidade”. Essa realidade normativa foi alterada com o advento da MP 1.212/1995, passando a base de cálculo da exação a ser o faturamento do próprio mês do fato gerador. O artigo 15 da referida Medida Provisória, de 28 de novembro de 1995, estabeleceu que seus dizeres aplicarseiam para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de outubro de 1995. Entretanto, por força do princípio da anterioridade nonagesimal, que constitucionalmente limita a cobrança da Contribuição Social sob apreço, os Tribunais judiciais têm decidido que a vigência da MP 1.212/1995 iniciouse em 1º de março de 1996 (AgReg no ARESP 19.488/RJ). No âmbito deste Conselho a questão da vigência do referido diploma normativo também já encontrase pacificada. Vejamos: Ementa(s) Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1995 a 31/10/1998 Ementa: CONTRIBUIÇÃO AO PIS. IRRETROATIVIDADE DO ART. 18, DA MP 1.212/95, PRONUNCIADA NA ADI 1.4170. PRESCRIÇÃO. Quanto ao direito decorrente da declaração de inconstitucionalidade da MP nº 1.212/95, por violação ao princípio da anterioridade – que afastou seus efeitos no período de 1º de outubro de 1995 a 29 de fevereiro de 1996 –, o prazo decadencial de 5 anos para o pedido de restituição deve ser contado a partir da publicação da decisão do STF na ADIn nº 1.4170/ DF, em 16/08/1999. Fl. 883DF CARF MF 4 PIS. INCONSTITUCIONALIDADE DA MEDIDA PROVISÓRIA 1.212, DE 1995 (CONVERTIDA NA LEI 9.715, DE 1998). ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. VACATIO LEGIS. Não ocorre o fenômeno da vacatio legis por conta da declaração da inconstitucionalidade do artigo 18 da Lei nº 9.715/98. Aplica se, quanto aos fatos geradores entre outubro de 1995 e fevereiro de 1996, o disposto na LC nº 7/70, nos termos da IN SRF nº 6/2000. PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA 15 DO CARF. Até fevereiro de 1996, a base de cálculo do PIS, nos termos do parágrafo único do art. 6º da LC nº 7/70, corresponde ao faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária até a data do respectivo vencimento (Primeira Seção do STJ, Resp nº 144.708RS e Súmula 15 do CARF).(Acórdão 340300.387, Processo 10875.000768/200480, Relator(a) MARCOS TRANCHESI ORTIZ) Inclusive, sabendo dessas diretrizes, a própria autoridade lançadora lavrou o auto de infração como base na Lei Complementar n. 7, de 7 de setembro de 1970, para os períodos de apuração de 01/95 a 02/96; na Medida Provisória n. 1.212, de 28 de novembro de 1995, para os períodos de apuração de 03/96 a 01/99 e a Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998, para os períodos de apuração a partir de 02/99. Pois bem. Devemos fixar que o objeto do presente processo abrange o período de apuração de 01/95 a 06/99. Ademais, segundo a informação fiscal de fls 875, “objetivamente constatouse que a base de cálculo utilizada no auto de infração se refere ao faturamento do mês do fato gerador” com relação a todo o período fiscalizado. Disso percebemos que para os meses de 01/1995 a 02/1996 a Fiscalização aplicou base de cálculo equivocada ao lançamento tributário, uma vez que deveria terse valido do faturamento relativo ao sexto mês anterior ao fato gerador (conforme a LC /70), e não ao faturamento do próprio mês do fato gerador. Dessa forma, concluímos que quanto a esse específico período (01/1995 a 02/1996) tem razão a Recorrente, devendo o auto de infração ser cancelado. Já no que tange à problemática da decadência aventada pela Recorrente (autuada em 28/02/2000), ela resta prejudicada, haja vista que o período que eventualmente estaria decaído por força da aplicação do artigo 150, parágrafo 4º do Código Tributário Nacional (que deveria ser aplicado, no sentir da Recorrente, em detrimento da inconstitucional regra de 10 anos de prazo decadência estabelecida pela Lei n. 8.212/91) já foi resolvido pelo mérito, como se depreende dos parágrafos anteriores. Assim, deixo de me debruçar com mais profundidade sobre esse ponto, como permite o artigo 59, parágrafo terceiro do Decreto 70.235/72. Finalmente, sobre a alegação da Recorrente de que o processo fiscal não foi instruído com os elementos que serviram de base à quantificação do Crédito Tributário, tampouco com a comprovação inequívoca da infração, não é possível ratificar a exposição da Recorrente. Fl. 884DF CARF MF Processo nº 15374.000481/0083 Acórdão n.º 3402004.188 S3C4T2 Fl. 113 5 Pelas provas constantes dos autos depreendo que houve ampla análise pela Fiscalização dos documentos fiscais da Recorrente, que deram origem a lançamento tributário motivado e preciso de fls 554 e segs, com a seguinte infração descrita: 001 CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL – PIS. FALTA DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL PIS O contribuinte, cujo objetivo social é o COMÉRCIO VAREJISTA DE TINTAS, SOLVENTES E VERVIZES, foi devidamente INTIMADO:,6004101/2000 ( Item 3), porém não logrou comprovar na forma da legislação à época a que titulo foram efetuadas as exclusões da base de cálculo do PIS. Alegou sucintamente tratase de Substituição Tributária, deixando contudo de demonstrar com documentos e informando claramente que dispositivo da legislação autorizou aquelas exclusões. A legislação pertinente determina que a contribuição social incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta proveniente da venda de bens nas operações de CONTA PRÓPRIA, do prego dos serviços prestados e do resultado auferido nas operações de conta alheia. Receita bruta de vendas e serviços é, segundo Bulhões Pedreira, dinheiro ( ou outros bens patrimoniais) que a pessoa jurídica recebe como contraprestação em operação de troca na qual transmite domínio sobre bem econômico material ou fornece serviço, que é um bem econômico imaterial". Não integra a receita bruta para efeito de determinação da base de cálculo do PIS o valor do IPI quando destacado em separado no documento fiscal, e as vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer titulo concedidos incondicionalmente. Foi cumprido, portanto, o mandamento do artigo 142 do CTN, bem como do artigo 10 do Decreto 70.235/72. De outro lado, a recorrente não trouxe qualquer demonstração de todos os vícios que, genericamente, imputa ao trabalho da fiscalização. O contribuinte, portanto, não logrou êxito nesse processo de provar fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, do art. 36 da Lei nº 9.784/99 e do artigo 373 do Código de Processo Civil. A DRJ, a seu turno, também analisou essas mesmas alegações apresentadas pelo Contribuinte, e, ao efetuar a contraposição entre os documentos acostados aos autos e a metodologia citada pela fiscalização, demonstrou que é hialino o lançamento tributário quanto à apuração do crédito tributário devido, não havendo espaço para se falar imprecisão da autuação fiscal, como faz a Recorrente. Assim, afasto a preliminar de nulidade apresentadas pela Recorrente. CONCLUSÃO Fl. 885DF CARF MF 6 Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao presente recurso voluntário, para cancelar o crédito tributário compreendido entre 01/1995 e 02/1996. Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz Fl. 886DF CARF MF
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