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Numero do processo: 10875.002660/2001-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jan 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 1989, 1990
IMPOSTO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - ILL. SOCIEDADE LIMITADA. INCONSTITUCIONALIDADE. RESTITUIÇÃO.
Nos casos de sociedade limitada, o Egrégio Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da exigência do ILL nos casos em que o contrato social não prevê distribuição automática de lucros.
Numero da decisão: 2401-005.909
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: JOSE LUIS HENTSCH BENJAMIN PINHEIRO
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SOCIEDADE LIMITADA. INCONSTITUCIONALIDADE. RESTITUIÇÃO. Nos casos de sociedade limitada, o Egrégio Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da exigência do ILL nos casos em que o contrato social não prevê distribuição automática de lucros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (assinado digitalmente) José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 00 26 60 /2 00 1- 89 Fl. 649DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 650 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da 15ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto. A interessada apresentou Pedido de Restituição, datado de 22/08/2001, relativo ao pagamento indevido e/ou a maior a título de Imposto de Renda Retido sobre o Lucro Líquido – ILL, dos períodos de apuração de anobase 1989 e 1990, no valor de R$ 130.733,29; seguido de Pedido de Compensação. Ao analisar o pleito, a Delegacia de jurisdição da contribuinte prolatou o Despacho Decisório DRF/SEORT/GUA nº 152/2003, indeferindo o mérito, propriamente dito, diante da incidência do ILL, acusando, ainda, a decadência do direito de pleitear a restituição, relativamente aos recolhimentos feitos sob o código 0764. A contribuinte interpôs manifestação de inconformidade, julgada improcedente pela então DRJ/CPS, conforme Acórdão DRJ/CPS nº 9.546/2005 – 5ª Turma, no qual foi confirmada a decadência, bem como a inexistência do direito creditório porque configurada a incidência do imposto. Por força de Recurso Voluntário, o extinto Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda CC afastou a decadência e determinou o retorno dos autos à extinta DRJ/CPS para enfrentamento do mérito, conforme Ac. nº 10247.660. A extinta DRJ/CPS elaborou o Despacho nº 02/2011 determinando o retorno à DRF para análise da questão de mérito, por considerar que a análise do mérito não havia sido efetuada no Despacho Decisório DRF/SEORT/GUA nº 152/2003. Em atendimento, a DRF/Guarulhos elaborou o Despacho Decisório DRF/GUA/SEORT nº 98/2014 novamente indeferindo o pleito, a reiterar o fundamento de que como na clausula sétima do contrato social de 20/09/1.969 e clausula 11 da Alteração e Consolidação do Contrato Social registrado na JUCESP Protocolo 0.195.216/131 de 25/02/2013, estar prevista que os lucros ou prejuízos verificados serão divididos ou suportados entre os sócios de acordo com a proporção de seu capital social e conforme Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados/DIPJ Exercício 1992 Período Base 1.991 (doe. Fls. 46 e 369), na situação Aplicações, houve Dividendo ou Lucros Distribuídos Pagos ou Creditados no valor de Cr$22.000.000, bem como acrescentando que a requerente sequer possui legitimidade para pleitear a restituição. Em 31/07/2014 a interessada apresentou manifestação de inconformidade, alegando, após breve resumo dos fatos, ser legítima para pleitear a restituição, que o art. 166 do CTN, embora limite a restituição do tributo àqueles que tenham efetivamente suportado o encargo, só é aplicado a tributos que comportem transferência de encargo financeiro (ou seja, indiretos) e, no mérito, a ausência de disponibilidade imediata de lucro e previsão contratual. Por unanimidade de votos, a Turma de Julgamento da DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Do Acórdão, se extraem, em síntese, os seguintes fundamentos: a) A análise do mérito, ou seja, da incidência do ILL porque configurada no contrato social a distribuição do resultado na sociedade limitada, assim como a decadência, foram efetivamente realizadas no Despacho Decisório original (DRF/SEORT/GUA nº 152/2003) fato o qual, inclusive, foi reconhecido no Acórdão nº 10247.660 prolatado pelo extinto CC, que, afastando a decadência, determinou o retorno dos autos apenas à extinta DRJ/CPS, visando a análise do mérito; bem como foi reconhecido pela própria contribuinte na defesa ora apresentada. De se concluir que, no Fl. 650DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 651 3 Despacho Decisório original (DRF/SEORT/GUA nº 152/2003), restou superada a questão da legitimidade da parte; da mesma forma nas decisões de primeira (DRJ/CPS) e segunda (CC) instâncias administrativas. Já no Despacho Decisório DRF/GUA/SEORT nº 98/2014, ora recorrido, a decisão centrouse, inclusive, em tal verificação, ou seja, se o pedido foi formalizado por quem de direito: pelo sujeito passivo da obrigação tributária ou por quem comprove ter assumido o encargo financeiro ou estar por ele expressamente autorizado, estando o documento subscrito pelo respectivo representante legal. Nesse contexto, cumpre registrar a mudança de critério jurídico no Despacho Decisório DRF/GUA/SEORT nº 98/2014, mediante a inclusão na discussão de questão nova, antes não abordada na decisão originalmente recorrida (Despacho Decisório DRF/SEORT/GUA nº 152/2003), qual seja, aquela atinente à ilegitimidade passiva, para a qual o contencioso não foi reaberto nos termos do Acórdão nº 10247.660 prolatado pelo extinto CC. Não restou configurada no Acórdão do extinto CC a supressão de instância da autoridade competente para decidir acerca da restituição e/ou compensação, como constou do Despacho DRJ/CPS nº 2/2011. Assim, declarase a nulidade do Despacho Decisório DRF/GUA/SEORT nº 98/2014, diante da falta de competência da referida autoridade administrativa para a revisão de ofício do Despacho Decisório original (DRF/SEORT/GUA nº 152/2003), antes de encerrado o contencioso no rito processual específico disciplinado no Decreto nº 70.235/1972. b) Continuando, impõese registrar que, além da questão prejudicial da decadência, o mérito da incidência do ILL também já havia sido objeto de decisão pela extinta DRJ/CPS, nos termos do Acórdão recorrido DRJ/CPS nº 9.564 – 5ª Turma, consoante restou evidenciado no relatório. Nesse sentido, oportuno reproduzir, novamente, o excerto abaixo daquela decisão: “14. Quanto à questão relativa à incidência ou não do ILL, devese registrar que tanto a IN SRF 63/97, quanto as decisões do Supremo Tribunal Federal, deixaram claro a incidência quando o contrato social preveja a disponibilidade, jurídica ou econômica, imediata aos sócios. Ora, a contribuinte enquadrase perfeitamente nessa hipótese, haja vista que os sócios possuíam a disponibilidade jurídica dos lucros – que estava a seu dispor e não de algum órgão da sociedade , condição suficiente para incidência da norma, que não exigia a disponibilidade econômica.” (destaques acrescidos) c) Desse modo, carece competência para se revisar de ofício da decisão contida no Acórdão recorrido DRJ/CPS nº 9.564 – 5ª Turma, cumprindo apenas convalidar tal decisão, acrescida da fundamentação que se segue, o que se faz em atendimento à determinação expressa no Acórdão nº 102 47.660 prolatado pelo extinto CC. d) Em síntese, toda a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que somente será inconstitucional a exigência do imposto de renda na fonte sobre o lucro líquido da sociedade por quotas de responsabilidade limitada quando o seu contrato social prever, sem depender do assentimento dos sócios, destinação do lucro líquido a outra finalidade que não a de sua distribuição. Assim, quando o contrato social prevê que a Fl. 651DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 652 4 destinação do lucro líquido depende de disposição dos sócios a respeito, dá se a situação configuradora da disponibilidade jurídica dos rendimentos, pois os sócios quotistas já detêm o poder de dispor, ou seja, contam com os atributos necessários para acionar a faculdade de dar ao lucro líquido a finalidade que bem desejam. É exatamente esse o caso em tela, uma vez que a cláusula sétima do contrato social de 20/09/1969, mantida nas Alterações Contratuais de 08/01/1990 e 28/06/1991, previa a distribuição dos resultados. Dessa forma, uma vez configurada a disponibilidade jurídica, à medida que, conforme previsão contratual, a destinação diversa do lucro líquido dependia de deliberação dos sócios quotistas a respeito, não se reconhece o direito creditório pleiteado, relativo ao recolhimento de ILL. Intimado em 05/11/2014, o contribuinte interpôs em 03/12/2014 recurso voluntário, em síntese, alegando: a) Ao contrário da posição dada no v. acórdão de fls. 492/517, a recorrente tem total direito à restituição do ILL. haja vista a inexistência (i) de cláusula alguma em seu contrato social que possibilitasse a distribuição automática de lucros por ela apurados e (ii) a prova que tal ato inexistiu. b) Ausência de disponibilidade imediata e previsão contratual. O direito creditório decorre da alegação de inconstitucionalidade pelo STF e posterior Resolução n° 82 do Senado. A única exceção mantida foi justamente àquela definida pelo Supremo Tribunal Federal, ou seja, haveria a não incidência do ILL desde que não houvesse previsão contratual que assegurasse ao sócio quotista a imediata disponibilidade do lucro líquido apurado. A DRJ/RPO, nesse peculiar aspecto, corrobora a tese da Recorrente, ao afirmar que. no caso concreto, "o contrato social prevê que a destinação do lucro líquido depende de disposição dos sócios ". (fls. 517). Ora, se a própria DRJ/RPO retrata que na situação em apreço não há previsão de distribuição automática de lucro liquido aos sócios cotistas c que tal alo dependeria de disposição deles, fica claro que inexiste óbice à restituição do ILL. Existe previsão citada pela própria autoridade administrativa limitando tal distribuição à realização de deliberação expressa nesse sentido e. ainda, depois de realizado balanço anual. Como se não bastasse isso. é fácil perceber pelas anexas Declarações de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica entregues no período (ano base 1989 a 1991) doe. 7 da Manifestação de Inconformidade que, de fato. não houve a distribuição do lucro líquido apurado pela Recorrente como faz crer a digna autoridade administrativa. Inclusive, neste cerne, como sc vê do extraio completo obtido na Junta Comercial de São Paulo (doe. 6 da Manifestação de Inconformidade), percebese claramente que jamais houve alteração contratual capaz de possibilitar tal distribuição de lucro imediato ou até mesmo deliberação social neste sentido. Da mesma forma, consta nas próprias Declarações de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica entregues nos períodos ora analisados 1990 c 1991 registro expresso de inexistência da referida distribuição de do lucro aos sócios, como se vê da linha 05 do item 04 das declarações ora juntadas (doe. 7 da Manifestação de Inconformidade). Por aí se vi que os valores recolhidos a título de ILL. no período de 1990 e 1991. conforme as guias acostadas aos autos, são totalmente indevidos, o que justifica a reversão do julgado e, por Fl. 652DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 653 5 conseguinte, a restituição pleiteada pela Recorrente e a homologação de todas as compensações dela decorrentes. c) Verdade Material. Se no contrato não havia previsão de distribuição automática de lucro e, a confirmar tal hipótese, ela de tato inexistiu no mundo fenomênico, e indispensável à reversão do acórdão para garantir o direito à restituição à Recorrente. d) Erro de interpretação do julgado do STF e da IN. A DRJ/RRO. na realidade, pautou seu entendimento justamente numa das travas colocada pelo Supremo Tribunal Federal para o reconhecimento da inconstitucionalidade do II.L. consistente na destinação específica do lucro liquido, a outro fim. Na verdade se o contrato social da Recorrente estivesse formalizado como a DRJ/RPO pretende, com a hipótese de destinação do lucro a outro fim que não à distribuição aos sócios, haveria a constitucionalidade do ILL nos termos da posição do Supremo Tribunal Federal. Destarte, a interpretação da DRJ/RPO ao julgado do STF é distorcida e não contempla o seu real significado, de sorte que o acórdão a quo deve ser reformado. Afora isso, não pode a DRJ/RPO numa busca, com a devida vênia, exacerbada de arrecadação, ignorar a própria ordem normativa contida no âmbito da Receita Federal do Brasil, especialmente a IN n° 63. de 25.07.1997. Ora. tal norma jurídica impede a exigência do ILL e. da mesma forma garante a restituição da exação, desde que, no caso de sociedade por cota de responsabilidade limitada, não haja previsão expressa de imediata distribuição de lucros aos sócios. e) O Acórdão fere os princípios da legalidade e da moralidade, bem como a jurisprudência administrativa. É o relatório. Voto Conselheiro José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro A ilegitimidade de parte pode ser reconhecida de ofício e em qualquer grau de jurisdição. No caso em tela, não a vislumbro. Nesse sentido, é pacífica a jurisprudência do CARF, como podemos observar: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992 IMPOSTO DE RENDA SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (ILL). RESTITUIÇÃO. ARTIGO 166 DO CTN. NÃO APLICAÇÃO. A regra prevista no artigo 166 do Código Tributário Nacional somente se aplica aos chamados tributos indiretos. O imposto de renda previsto no artigo 35, da Lei nº 7.713, de 1988, é tributo Fl. 653DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 654 6 direto, não lhe sendo aplicável a aludida condição por ocasião da apresentação de requerimento de restituição. É pacífica a jurisprudência do CARF a respeito da legitimidade da empresa que tenha recolhido indevidamente valores a título de ILL para pleitear a restituição do respectivo indébito. (Acórdão 2201003.509, de 15, de março de 2017) Presentes as condições de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. O Acórdão atacado não corrobora a tese do recorrente, sendo, em face do contexto do voto, manifesto que a palavra "depende" deve ser lida como "independe" no texto do excerto invocado pelo recorrente (em negrito na transcrição abaixo), como podemos constatar: Portanto, em síntese, toda a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que somente será inconstitucional a exigência do imposto de renda na fonte sobre o lucro líquido da sociedade por quotas de responsabilidade limitada quando o seu contrato social prever, sem depender do assentimento dos sócios, destinação do lucro líquido a outra finalidade que não a de sua distribuição. Assim, quando o contrato social prevê que a destinação do lucro líquido depende de disposição dos sócios a respeito, dáse a situação configuradora da disponibilidade jurídica dos rendimentos, pois os sócios quotistas já detêm o poder de dispor, ou seja, contam com os atributos necessários para acionar a faculdade de dar ao lucro líquido a finalidade que bem desejam. É exatamente esse o caso em tela, uma vez que a cláusula sétima do contrato social de 20/09/1969, mantida nas Alterações Contratuais de 08/01/1990 e 28/06/1991, previa a distribuição dos resultados: Contrato Social, de 1969: “7º) Anualmente será efetuado o competente balanço que deverá ser assinado por ambos os sócios, e os lucros ou prejuízos verificados serão divididos ou suportados entre os sócios de acordo com a proporção de seu capital social.” (destaques acrescidos) É nesse sentido que deve ser interpretado o disposto no parágrafo único do artigo 1º da IN SRF 63, de 1997, afastando qualquer interpretação que altere a apreciação do Supremo Tribunal Federal sobre a questão, ampliando inadvertidamente a inconstitucionalidade declarada com alcance mais estreito, cabendo lembrar, ainda, que a instrução normativa não pode inovar no mundo jurídico para dispensar a exigência de tributo devido, máxime quando já declarada a constitucionalidade da exação. Fl. 654DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 655 7 Dessa forma, uma vez configurada a disponibilidade jurídica, à medida que, conforme previsão contratual, a destinação diversa do lucro líquido dependia de deliberação dos sócios quotistas a respeito, não se reconhece o direito creditório pleiteado, relativo ao recolhimento de ILL. No Recurso Extraordinário 172.058 l/SC, o Supremo Tribunal Federal, em face do art. 35 da Lei n° 7.713, de 1988, decidiuse como inconstitucional "o acionista", e constitucional "o titular de empresa individual" e "o sócio cotista ", salvo, no tocante àquele último, quando não haja no Contrato Social previsão de disponibilidade imediata dos lucros aos sócios, conforme ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO ATO NORMATIVO DECLARADO INCONSTITUCIONAL LIMITES. [...] IMPOSTO DE RENDA RETENÇÃO NA FONTE SÓCIO COTISTA. A norma insculpida no artigo 35 da Lei n" 7.713/88 mostrase harmônica com a Constituição Federal quando o contrato social prevê a disponibilidade econômica ou jurídica imediata, pelos sócios, do lucro líquido apurado, na data do encerramento do períodobase. Nesse caso, o citado artigo exsurge como explicitação do fato gerador estabelecido no artigo 43 do Código Tributário Nacional, não cabendo dizer da disciplina, de tal elemento do tributo, via legislação ordinária. Interpretação da norma conforme o Texto Maior. IMPOSTO DE RENDA RETENÇÃO NA FONTE ACIONISTA. O artigo 35 da Lei n° 7.713/88 é inconstitucional, ao revelar como fato gerador do imposto de renda na modalidade "desconto na fonte", relativamente aos acionistas, a simples apuração, pela sociedade e na data do encerramento do períodobase, do lucro liquido, já que o fenômeno não implica qualquer das espécies de disponibilidade versadas no artigo 43 do Código Tributário Nacional, isto diante da Lei n° 6.404/76. IMPOSTO DE RENDA RETENÇÃO NA FONTE TITULAR DE EMPRESA INDIVIDUAL. O artigo 35 da Lei n° 7.713/88 encerra explicitação do fato gerador, alusivo ao imposto de renda, fixado no artigo 43 do Código Tributário Nacional, mostrandose harmônico, no particular, com a Constituição Federal. Apurado o lucro líquido da empresa, a destinação fica ao sabor de manifestação de vontade única, ou seja, do titular, fato a demonstrar a disponibilidade jurídica. Situação fálica a conduzir a pertinência do princípio da despersonalização. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIMENTO JULGAMENTO DA CAUSA. A observância da jurisprudência sedimentada no sentido de que o Supremo Tribunal Federal, conhecendo do recurso extraordinário, julgara a causa aplicando o direito a espécie (verbete n° 456 da Súmula), pressupõe decisão formalizada, a respeito, na instância de origem. Declarada a inconstitucionalidade linear de um certo artigo, uma vez restringida a pecha a uma das normas nele insertas ou a um enfoque determinado, impõese a baixa dos autos para que, na origem, seja julgada a lide com apreciação Fl. 655DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 656 8 das peculiaridades. Inteligência da ordem constitucional, no que homenageante do devido processo legal, avesso, a mais não poder, as soluções que, embora práticas, resultem no desprezo a organicidade do Direito. (REx 172.058, Relator: Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, j. 30/6/1995) O termo "acionista" foi considerado inconstitucional pela distribuição depender de deliberação de assembléia, em face da lei. Para as sociedades por quotas, o Ministro Marco Aurélio asseverou: cumpre sempre perquirir, à luz do contrato social, a disciplina do lucro liquido. Prevista a imediata disponibilidade econômica ou mesmo jurídica ou, ainda, definição diversa a exigir a manifestação de vontade de todos os sócios, temse o fato gerador fixado no artigo 43 do Código Tributário Nacional. Como bem destacado no Acórdão recorrido, o Ministro Celso de Mello, seguindo o precedente do Tribunal, aclarou a interpretação que deve ser dada ao conceito de disponibilidade jurídica imediata dos rendimentos dos sócios quotistas, como se pode constatar pelo excerto de seu voto no RE 198.1431, julgado em 25/03/1997: “Cumpre observar neste ponto, por necessário, que existe, em princípio, no que concerne aos sóciosquotistas, uma hipótese de plena disponibilidade tributável. Os sóciosquotistas titularizam, ordinariamente, situação configuradora de disponibilidade jurídica de rendimentos, pois a percepção do lucro apurado no balanço constitui direito de que se acham irrecusavelmente investidos. Assim, os sóciosquotistas, ressalvada disposição convencional em sentido contrário, possuem, no contexto ora em análise, um crédito revestido de liquidez e certeza. Esse direito somente não se materializará, inviabilizando, em consequência, a possibilidade de válida incidência do art. 35 da Lei 7.713/88, se o sócioquotista, em virtude de cláusula expressa constante do contrato social em decorrência da aplicação supletiva da legislação concernente às sociedades por ações, não for, ele próprio, o destinatário imediato do lucro líquido, hipótese em que não será lícito reconhecer, quanto a ele, a existência de situação caracterizadora de imediata disponibilidade jurídica ou econômica do lucro líquido apurado.” (destaques acrescidos) No caso concreto, temos de apreciar a seguinte disposição constante da cláusula sétima do contrato social de 20/09/1969, mantida nas Alterações Contratuais de 08/01/1990 e 28/06/1991, in verbis: Contrato Social, de 1969: 7º) Anualmente será efetuado o competente balanço que deverá ser assinado por ambos os sócios, e os lucros ou prejuízos verificados serão divididos ou suportados entre os sócios de acordo com a proporção de seu capital social. Fl. 656DF CARF MF Processo nº 10875.002660/200189 Acórdão n.º 2401005.909 S2C4T1 Fl. 657 9 Diante dessa disposição contratual, considero que o contrato social prevê a distribuição automática de lucros, a configurar o fato gerador do ILL. Ter ou não a sociedade efetivamente distribuído lucros não descaracteriza a ocorrência do fato gerador, eis que houve disponibilidade jurídica, ainda que não a financeira. A invocação do princípio da verdade material é impertinente, portanto. Destaquese que a IN SRF n° 63, de 1997, observa o entendimento esposado pelo Supremo Tribunal Federal, conforme acima explicitado, bem como o observa o Acórdão recorrido, inexistindo erro ou distorção na interpretação da decisão judicial. Não se vislumbra ofensa aos princípios da legalidade e da moralidade, não tendo, de todo modo, o presente colegiado competência para afastar norma sob alegação de inconstitucionalidade por descumprimento de princípio constitucional (Decreto n° 70.235, de 1972, art. 26A). Por fim, a jurisprudência administrativa invocada não é vinculante. Isso posto, voto por conhecer e negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro Relator Fl. 657DF CARF MF
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Numero do processo: 10073.720457/2008-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
EXCLUSÕES DA ÁREA TRIBUTÁVEL. RETIFICAÇÃO. COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO.
A retificação da DITR que vise a inclusão ou a alteração de área a ser excluída da área tributável do imóvel somente será admitida nos casos em que o contribuinte demonstre a ocorrência de erro de fato no preenchimento da referida declaração.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, RESERVA LEGAL E ÁREAS COBERTAS POR FLORESTAS NATIVAS, PRIMÁRIAS OU SECUNDÁRIAS EM ESTÁGIO MÉDIO OU AVANÇADO DE REGENERAÇÃO. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL.
Da interpretação sistemática da legislação aplicável (art. 17-O da Lei nº 6.938, de 1981, art. 10, parágrafo 7º, da Lei nº 9.393, de 1996 e art. 10, Inc. I a VI e § 3° do Decreto n° 4.382, de 2002) resulta que a apresentação de ADA não é meio exclusivo à prova das áreas de preservação permanente, reserva legal e áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, passíveis de exclusão da base de cálculo do ITR, podendo esta ser comprovada por outros meios, notoriamente laudo técnico que identifique claramente as áreas e as vincule às hipóteses previstas na legislação ambiental.
ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO INTEMPESTIVA.
O ato de averbação tempestivo é requisito formal constitutivo da existência da área de reserva legal. Mantém-se a glosa da área de reserva legal quando não averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel ou em data posterior à ocorrência do fato gerador do imposto.
PEDIDO DE PERÍCIA. DILIGÊNCIA. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO.
Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar a realização de diligências e perícias apenas quando entenda necessárias ao deslinde da controvérsia.
Numero da decisão: 2401-006.039
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a área de preservação permanente de 253,42 ha.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Matheus Soares Leite - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite, Miriam Denise Xavier (Presidente) e Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada). Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: MATHEUS SOARES LEITE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a área de preservação permanente de 253,42 ha. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite, Miriam Denise Xavier (Presidente) e Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada). Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
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RETIFICAÇÃO. COMPROVAÇÃO DE ERRO DE FATO. A retificação da DITR que vise a inclusão ou a alteração de área a ser excluída da área tributável do imóvel somente será admitida nos casos em que o contribuinte demonstre a ocorrência de erro de fato no preenchimento da referida declaração. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, RESERVA LEGAL E ÁREAS COBERTAS POR FLORESTAS NATIVAS, PRIMÁRIAS OU SECUNDÁRIAS EM ESTÁGIO MÉDIO OU AVANÇADO DE REGENERAÇÃO. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. Da interpretação sistemática da legislação aplicável (art. 17O da Lei nº 6.938, de 1981, art. 10, parágrafo 7º, da Lei nº 9.393, de 1996 e art. 10, Inc. I a VI e § 3° do Decreto n° 4.382, de 2002) resulta que a apresentação de ADA não é meio exclusivo à prova das áreas de preservação permanente, reserva legal e áreas cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, passíveis de exclusão da base de cálculo do ITR, podendo esta ser comprovada por outros meios, notoriamente laudo técnico que identifique claramente as áreas e as vincule às hipóteses previstas na legislação ambiental. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO INTEMPESTIVA. O ato de averbação tempestivo é requisito formal constitutivo da existência da área de reserva legal. Mantémse a glosa da área de reserva legal quando não averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel ou em data posterior à ocorrência do fato gerador do imposto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 3. 72 04 57 /2 00 8- 08 Fl. 283DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 284 2 PEDIDO DE PERÍCIA. DILIGÊNCIA. LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar a realização de diligências e perícias apenas quando entenda necessárias ao deslinde da controvérsia. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a área de preservação permanente de 253,42 ha. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite, Miriam Denise Xavier (Presidente) e Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada). Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking. Relatório A bem da celeridade, peço licença para aproveitar boa parte do relatório já elaborado em ocasião anterior e que bem elucida a controvérsia posta, para, ao final, complementálo (fls. 193/200). Pois bem. Pela notificação de lançamento nº 07105/00223/2008 (fls. 01), a contribuinte em referência foi intimada a recolher o crédito tributário de R$ 285.166,22, correspondente ao lançamento do ITR/2005 da multa proporcional (75,0%) e dos juros de mora, tendo como objeto o imóvel “Fazenda São Gonçalo” (NIRF 4.726.7020), com área total declarada de 10.667,5 ha, localizado no município de Paraty/RJ. A descrição dos fatos e enquadramento legal, os demonstrativos de apuração do imposto devido e de multa de ofício/juros de mora encontramse às fls. 02/04. No procedimento de análise e verificação da documentação apresentada e das informações constantes da DITR/2005, a autoridade fiscal alterou a área total declarada do imóvel, de 10.667,5 ha para 10.783,1 ha, e glosou integralmente a área informada de servidão florestal (508,0 ha), com o consequente aumento das áreas tributável/aproveitável e da alíquota de cálculo, pela redução do grau de utilização do imóvel, tendo sido apurado imposto suplementar de R$ 133.168,13, conforme demonstrativo de fls. 03. Fl. 284DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 285 3 Cientificada do lançamento em 05/11/2008 (fls. 149/150), a requerente protocolou em 03/12/2008 (fls. 135) a impugnação de fls. 154/165, lastreada nos documentos de fls. 166/183, alegando, em síntese: (a) De início, propugna pela tempestividade de sua defesa e conseqüente suspensão de exigibilidade da obrigação tributária, referente ao imóvel com 10.783,1 ha, discordando do procedimento fiscal, por desconsiderar as áreas existentes de preservação permanente e reserva legal (508,0 ha), declaradas por equívoco como de servidão florestal; (b) São desnecessários ADA, averbação e prévia comprovação, para excluir do cálculo do ITR as referidas áreas ambientais pretendidas, além da área já declarada como de preservação permanente (9.661,0 ha), no teor do § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393/1996; (c) Cita parcialmente a legislação de regência, além de transcrever acórdãos do STJ e do antigo Conselho de Contribuintes, atual CARF, para referendar seus argumentos. (d) Ao final, a impugnante requer seja recebida e provida a presente impugnação, com seu efeito suspensivo, para cancelar a notificação de lançamento questionada, por serem as referidas áreas ambientais legalmente isentas de tributação e excluídas da base de cálculo do ITR; caso necessário, requer a conversão deste julgamento em diligência, para apurar e confirmar o alegado, sobretudo as áreas de preservação permanente e de reserva legal informadas sob rubrica equivocada, com recálculo dos valores complementares, se divergentes. Em seguida, sobreveio julgamento proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DRJ/BSB), por meio do Acórdão nº 03 51.540 (fls. 193/200), de 10/04/2013, cujo dispositivo considerou improcedente a impugnação apresentada pela Contribuinte, com a consequente manutenção do crédito tributário. É ver a ementa do julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 DAS ÁREAS AMBIENTAIS DE RESERVA LEGAL E DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE OU DE SERVIDÃO FLORESTAL. Para serem excluídas do cálculo do imposto, essas áreas pretendidas ou a declarada deveriam ter sido objeto de Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado em tempo hábil junto ao IBAMA, além de a área de reserva legal ou a de servidão florestal ter sido averbada tempestivamente em cartório. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 285DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 286 4 Nesse sentido, cumpre repisar que a decisão a quo exarou os seguintes motivos e que delimitam o objeto do debate recursal: 1. Na análise do presente processo, verificase que a autoridade fiscal alterou a área total declarada do imóvel de 10.667,5 ha para 10.783,1 ha, sem haver contestação da requerente, além de glosar integralmente a área declarada de servidão florestal (508,0 ha); no entanto, a contribuinte pretende que essa área ambiental seja considerada como de preservação permanente e de reserva legal, sem especificar as suas respectivas dimensões. Ocorre que, para serem acatadas essas áreas ambientais pretendidas, considerandose a hipótese de erro de fato, cabe primeiramente verificar o cumprimento da exigência genérica de protocolização em tempo hábil do respectivo Ato Declaratório Ambiental – ADA, no IBAMA. 2. O Ato Declaratório Ambiental – ADA para o ITR/2005, observado o disposto no art. 9º, § 3º, inciso I, da IN/SRF nº 256/2002, deveria ter sido protocolado junto ao IBAMA até 31 de março de 2006, considerandose o prazo de 6 (seis) meses, contado da data final de entrega da DITR/2005 (30/09/2005), de acordo com a IN/SRF nº 544/2005. 3. No presente caso, no requerimento tempestivo do ADA ao IBAMA, recepcionado em 23/09/2005 (fls.68), constam, a área de preservação permanente (9.661,0 ha), já acatada pela autoridade autuante e excluída do cálculo do ITR/2005 (fls.03), e uma área de interesse ecológico (508,0 ha), declarada pela contribuinte como de servidão florestal e integralmente glosada, sendo esse documento desconsiderado para acatá la como áreas de preservação permanente e de reserva legal, conforme pretendido. 4. Assim, é imprescindível que essas áreas ambientais sejam reconhecidas mediante ato do IBAMA ou, no mínimo, que seja comprovada a protocolização tempestiva do ADA, nos termos da intimação inicial. 5. Ha, ainda, a exigência de averbação da área de reserva legal pretendida, à margem da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente, prevista originariamente na Lei nº 4.771/1965 (Código Florestal), com a redação dada pela Lei nº 7.803/1.989, e foi mantida nas alterações posteriores. Registrese que, para a área de servidão florestal declarada, essa mesma exigência foi inserida na Lei nº 4.771/1965, por meio da Medida Provisória nº 2.166/2001. Dessa forma, ao se reportar a essa lei ambiental, a Lei nº 9.393/1996, aplicada ao ITR/2005, está condicionando implicitamente a não tributação dessas áreas à sua efetiva averbação. 6. As áreas de reserva legal ou de servidão florestal somente serão excluídas de tributação, se a exigência em exame for cumprida até a data de ocorrência do fato gerador do ITR do correspondente exercício. 7. Assim sendo, para fazer jus à não tributação da área de reserva legal ou de servidão florestal, em se tratando do ITR/2005, a averbação das Fl. 286DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 287 5 referidas áreas deveria ter sido efetuada até a data de ocorrência do fato gerador do respectivo exercício (01/01/2005). 8. No presente caso, o contribuinte não comprovou nos autos a averbação, mesmo que intempestiva, de qualquer área gravada à margem da matrícula do imóvel como de reserva legal ou de servidão florestal para o ITR/2005. 9. Em relação à área de interesse ecológico (508,0 ha), constante do ADA (fls. 68), para que ela pudesse ser excluída do ITR, seria necessária a apresentação de ato específico de órgão ambiental competente federal ou estadual, exigência aplicada a partir do exercício de 1997 e prevista na Lei nº 9.393/1996, para fins de não incidência tributária, além do cumprimento da exigência do ADA tempestivo. 10. Também, o fato de eventual área do imóvel se encontrar localizada no Bioma Mata Atlântica, sujeita às restrições de uso impostas pela Lei nº 11.428/2006, não pode justificar a sua exclusão do ITR/2005, pois essas áreas, devidamente dimensionadas, somente passaram a ser contempladas, para efeito de exclusão de tributação, a partir do ITR do exercício de 2007 (Florestas Nativas), com o advento da referida Lei, conforme consta da alínea “e” do inciso II do § 1º do art. 10 da Lei nº 9.393/1996. 11. Dessa forma, não atendidas integralmente as mencionadas exigências, para exclusão do ITR/2005, entendo que deva ser mantida a glosa da área declarada como de servidão florestal (508,0 ha), não acatandoa como de preservação permanente e de reserva legal, por não ficar caracterizada a hipótese de erro de fato. 12. Ressalvese que, ao contrário do alegado, a área declarada de preservação permanente (9.661,0 ha), acatada pela autoridade fiscal, não foi considerada tributável e nem integrou a base de cálculo do ITR devido (VTN tributável), além de ter sido excluída da área aproveitável do imóvel, para efeito de cálculo do seu Grau de Utilização, conforme apurado no demonstrativo de fls. 03 (itens 03, 07, 22 e 23). 13. A realização de perícia somente se justifica quando o exame das provas apresentadas não possa ser realizado pelo julgador, em razão da complexidade e da necessidade de conhecimentos técnicos específicos. Caso as provas constantes do processo, ainda que versem sobre matéria especializada, possam ser satisfatoriamente compreendidas, nada justifica a realização de perícia. A contribuinte, por sua vez, inconformado com a decisão prolatada e procurando demonstrar a improcedência integral do lançamento, interpôs Recurso Voluntário (fls. 206/217), apresentando, em síntese, os seguintes argumentos: a. A área em discussão (508,0 ha) se trata, efetivamente de área de preservação permanente e reserva legal, cuja tributação é exclusiva pela Lei n° 9.393/1996, art. 10, § 1°, Inc. II, alínea “a”. Desse modo, apesar de Fl. 287DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 288 6 a recorrente ter declarado na DIAT n° 07.74988.81 que em sua propriedade só havia 9.661 ha de APP, e que 508 ha correspondiam a área de servidão florestal, o fato é que a segunda se trata de APP/ARL, não sendo concebível, consequentemente, a sua glosa, por força do princípio da verdade material. b. Além dos 9.661 ha referidos (que fazem parte do Parque Nacional da Serra da Bocaina, criado pelo Decreto n° 68.172/1971), existem outras áreas no imóvel em comento que estão situadas ao longo de rios, cursos d’água, topos de morro e/ou faixas de proteção ao longo da rodovia. Tais áreas, assim, se enquadram nos conceitos previstos nos arts. 2° e 3° do Código Florestal (Lei n° 4.771/1965, que só veio a ser revogada pela Lei n° 12.651/2012), revelandose, pois, como de preservação permanente/reserva legal. c. Registrese, então, que as definições de APP e ARL vêm estabelecidas em lei, de modo que a isenção de ITR sobre elas independe de registro. d. Ao contrário do consignado no acórdão recorrido, são dispensáveis a apresentação tempestiva de ADA e a averbação da área na matrícula imobiliária. e. In casu, sendo de preservação permanente e reserva legal a área em alusão, mesmo que declarada incorretamente como de servidão florestal, o agente fazendário tem de atuar nos estritos termos da Lei (Lei n° 9.393/1996), procedendo a sua exclusão da área tributável pelo ITR. f. A recorrente, em sua impugnação, até se propôs a comprovar suas razões de defesa. No entanto, a Administração ignorou o pedido alternativo da recorrente de conversão do julgamento em diligência e preferiu manter o lançamento combatido, em manifesta ofensa aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, consagrados no art. 5°, LIV e LV, da Lei Maior. g. Quanto à apontada necessidade de ato de órgão competente federal ou estadual pelo qual se reconheça uma área como de interesse ecológico, não obstante tal ato seja dissonante com o que se expôs acima acerca das áreas de preservação permanente e reserva legal, tratase de outro ponto alheio à discussão, pois a recorrente sequer declarou haver em sua propriedade área desse tipo (isto é, de interesse ecológico). Ao final, requereu a procedência do apelo para: h. Que seja reconhecida a isenção de ITR em relação à área de 508 ha em discussão ou a conversão do julgamento do recurso em diligência. Às fls. 234/243, com o intuito de comprovar que a área em discussão não se trata de servidão florestal e sim de área de preservação permanente, a contribuinte requereu a juntada de Parecer Técnico (com data de 14/08/2013), com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), que, ao analisar o imóvel em questão, concluiu que o total da área de preservação permanente é de 10.514,2388 ha. Fl. 288DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 289 7 Na mesma petição, a contribuinte afirma que a área de 508 ha equivocadamente declarada na DIAT como sendo de servidão florestal, se trata, na realidade, de área de preservação permanente, o que, no seu entendimento, impõe a exclusão da base de cálculo do ITR vinculado ao exercício de 2005. Em seguida, os autos foram remetidos a este Conselho e redistribuídos a este Relator, após solicitação de conexão com o Processo n° 10073.721063/201326 (fls. 250/253), para apreciação e julgamento do Recurso Voluntário. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Matheus Soares Leite – Relator 1. Juízo de Admissibilidade. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/7. Portanto, dele tomo conhecimento. 2. Considerações iniciais. O julgador administrativo deve fundamentar suas decisões com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos que a motivam (art. 50 da Lei n° 9.784/99), observando, dentre outros, os princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência (art. 2° da Lei n° 9.784/99). O dever de motivação oportuniza a concretização dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, LV, da CR/88), abrindo aos interessados a possibilidade de contestar a legalidade do entendimento adotado, mediante a apresentação de razões possivelmente desconsideradas pela autoridade na prolação do decisum. Para a solução do litígio tributário, deve o julgador delimitar, claramente, a controvérsia posta à sua apreciação, restringindo sua atuação apenas a um território contextualmente demarcado. Os limites são fixados, por um lado, pela pretensão do Fisco e, por outro lado, pela resistência do contribuinte, que culminam com a prolação de uma decisão de primeira instância, objeto de revisão na instância recursal. Dessa forma, se a decisão de 1ª instância apresenta motivos expressos para refutar as alegações trazidas pelo contribuinte, a lida fica adstrita a essa motivação. Para solucionar a lide posta, o julgador se vale do livre convencimento motivado, resguardado pelos artigos 29 e 31 do Decreto n° 70.235/72. Assim, não é obrigado a manifestar sobre todas as alegações das partes, nem a se ater aos fundamentos indicados por elas ou a responder, um a um, a todos os seus argumentos, quando possui motivos suficientes para fundamentar a decisão. Cabe a ele decidir a questão de acordo com o seu livre convencimento, utilizandose dos fatos, das provas, da jurisprudência, dos aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso concreto. Fl. 289DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 290 8 Caso o recorrente discorde da decisão proferida por este Colegiado, pode, ainda: (a) opor embargos de declaração no caso de “obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma” (art. 65 do RICARF); ou (b) interpor Recurso Especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, desde que demonstre a existência de decisão de outra Câmara, Turma de Câmara, Turma Especial ou a própria CSRF que dê a à lei tributária interpretação divergente (art. 67 do RICARF). 3. Mérito. Resumidamente, o ponto central da controvérsia reside na isenção da área de 508,00 ha, declarada pela recorrente, em sua DITR/2005, como sendo área de servidão florestal, mas que alega, contudo, ter ocorrido equívoco no preenchimento, devendo essa área ser considerada como área de preservação permanente e reserva legal. A decisão de piso entendeu pela improcedência da impugnação, ancorada, resumidamente, sob o entendimento de que: (1) no requerimento tempestivo do ADA ao IBAMA, recepcionado em 23/09/2005, a área de 508,0 ha foi declarada como de servidão florestal; (2) para a exclusão da área de interesse ecológico (508,0 ha), constante do ADA (fls. 68), do ITR, seria necessária a apresentação de ato específico de órgão ambiental competente federal ou estadual, além do cumprimento da exigência do ADA tempestivo; (3) necessidade de averbação das áreas de reserva legal e de servidão florestal antes da ocorrência do fato gerador (1° de janeiro de 2005); (4) impossibilidade da conversão do feito em diligência, por ser ônus da própria parte de comprovar suas alegações. Pois bem. De início, destaco que, no tocante às Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, o Poder Judiciário consolidou o entendimento no sentido de que, em relação aos fatos geradores anteriores à Lei n° 12.651/12, é desnecessária a apresentação do ADA para fins de exclusão do cálculo do ITR1, sobretudo em razão do previsto no § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996. Temse notícia, inclusive, de que a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN), elaborou o Parecer PGFN/CRJ nº 1.329/2016, reconhecendo o entendimento consolidado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça sobre a inexigibilidade do ADA, nos casos de área de preservação permanente e de reserva legal, para fins de fruição do direito à isenção do ITR, relativamente aos fatos geradores anteriores à Lei n° 12.651/12, tendo a referida orientação incluída no item 1.25, “a”, da Lista de dispensa de contestar e recorrer (art. 2º, incisos V, VII e §§3º a 8º, da Portaria PGFN nº 502/2016). Dessa forma, entendo que não cabe exigir o protocolo do ADA para fins de fruição da isenção do ITR das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, bastando que o contribuinte consiga demonstrar através de provas inequívocas a existência e a precisa delimitação dessas áreas. Se a própria lei não exige o ADA, não cabe ao intérprete fazêlo. No que diz respeito à necessidade prévia de averbação da reserva legal no registro de imóveis como condição para a concessão para a isenção do Imposto Territorial 1 É ver os seguintes precedentes: REsp 665.123/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 5.2.2007; REsp 1.112.283/PB, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 1/6/2009; REsp 812.104/AL, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 10/12/2007 e REsp 587.429/AL, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 2/8/2004; AgRg no REsp 1.395.393/MG, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe de 31/03/2015. Fl. 290DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 291 9 Rural, prevista no art. 10, II “a”, da Lei n° 9.393/96, o Superior Tribunal de Justiça2 pacificou as seguintes teses: (a) É indispensável a preexistência de averbação da reserva legal no registro de imóveis como condição para a concessão de isenção do ITR, tendo a averbação, para fins tributários, eficácia constitutiva; (b) A prova da averbação da reserva legal não é condição para a concessão da isenção do ITR, por se tratar de tributo sujeito à lançamento por homologação, sendo, portanto, dispensada no momento de entrega de declaração, bastando apenas que o contribuinte informe a área de reserva legal; e (c) É desnecessária a averbação da área de preservação permanente no registro de imóveis como condição para a concessão de isenção do ITR, pois essa área é delimitada a olho nu. Dessa forma, para a exclusão da área de reserva legal do cálculo do ITR, exigese sua averbação tempestiva e antes do fato gerador. Interpretação diversa não se sustenta, pois a alínea "a" do inciso II do § 1º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, que dispõe sobre a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal do cálculo do ITR, redação vigente à época, fazia referência às disposições da Lei nº 4.771/65 do antigo Código Florestal. E, ainda, o § 8° do art. 16 do Código Florestal exigia que a área de reserva legal fosse averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro competente. Assim, para o gozo da isenção do ITR no caso de área de reserva legal, é imprescindível a averbação prévia da referida área na matrícula do imóvel, sendo o ato de averbação dotado de eficácia constitutiva, posto que, diferentemente do que ocorre com as áreas de preservação permanente, não são instituídas por simples disposição legal3. Apesar do § 7°, do art. 10, da Lei n° 9.393/96, dispensar a prévia comprovação da área de reserva legal por parte do declarante, nada mais fez do que explicitar a natureza homologatória do lançamento do ITR, não dispensando sua posterior comprovação que só perfectibiliza mediante a juntada do documento de averbação, em razão de sua eficácia constitutiva. A averbação da área de reserva legal no Cartório de Registro de Imóveis, antes do fato gerador, deve ser exigida, portanto, como requisito para a fruição da benesse tributária, sendo uma providência que potencializa a extrafiscalidade do ITR4. Isso porque, o ITR é um imposto que concilia a arrecadação com a proteção das áreas de interesse ambiental, e o incentivo à averbação da área de reserva legal vai ao encontro do desenvolvimento sustentável, por criar limitações e exigências para a manutenção de sua vegetação, servindo como meio de proteção ambiental. Para além do exposto, ainda que superada as questões de direito acima elencadas, um ponto extremamente importante e prejudicial para as conclusões acerca da lide instaurada, recomenda a devida atenção. Isso porque, cabe destacar que a retificação da DITR que vise a inclusão ou a alteração de área a ser excluída da área tributável do imóvel somente pode ser admitida nos casos em que o contribuinte comprove nos autos, com documentos hábeis, a ocorrência de erro de fato no preenchimento da referida declaração. 2 STJ EREsp: 1310871 PR 2012/02329655, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 23/10/2013, S1 PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 04/11/2013. 3 Nesse sentido: STJ EREsp 1027051/SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, DJe 21.10.2013. 4 Precedentes: REsp 1027051/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17.5.2011; REsp 1125632/PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 31.8.2009; AgRg no REsp 1.310.871/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 14/09/2012. Fl. 291DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 292 10 E no tocante à questão probatória, constato que, inicialmente, a tese levantada pela defesa foi no sentido de que a área de 508 ha pertencente à Fazenda São Gonçalo, não seria de servidão florestal, mas de preservação permanente e de reserva legal, mesmo sem especificar as suas respectivas dimensões. Em seu recurso, a contribuinte insistiu na tese inaugural, mas, posteriormente, em petição acostada aos autos em 23 de agosto de 2013, às fls. 234/243, a recorrente passou a afirmar que a integralidade da área de 508 ha deveria ser entendida tão somente como Área de Preservação Permanente, em consonância com o estudo constante no Parecer Técnico (com data de 14/08/2013), com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), que, ao analisar o imóvel em questão, concluiu que o total da área de preservação permanente seria de 10.514,2388 ha. Entendo que nem mesmo a contribuinte demonstra ter certeza da exata dimensão de suas áreas para o exercício de 2005. O Parecer Técnico de fls. 237/243, consta como data de assinatura o dia 14 de agosto de 2013, e o presente lançamento tributário diz respeito ao exercício de 2005, o que prejudica, na minha avaliação, acatar as conclusões ali apontadas. Por outro lado, constato que há nos autos, o Laudo Técnico de fls. 81/95, referente ao período de 20 de junho de 2007 a 20 de junho de 2008, acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica de fls. 96/99, que afirma que a propriedade possui 117,94 ha de Áreas de Preservação Permanente ao longo dos rios ou cursos d’água, em faixa marginal, conforme definido no artigo 2°, alínea “a”, item 1, da Lei n° 4.771/65, além de 135,48 ha em topos de morros, conforme definido no mesmo artigo, alínea “d”, do mesmo diploma legal, o que, somados, representam o total de 253,42 ha. Ao meu ver, o Laudo Técnico de fls. 81/95, é o principal instrumento hábil, constante nos autos, que possibilita atestar a existência da Área de Preservação Permanente em discussão, com força probante superior ao que consta no Ato Declaratório Ambiental, muitas vezes sujeito a erro de preenchimento. Dessa forma, formo a convicção de que cabe acatar parcialmente as razões recursais da contribuinte, no sentido de considerar a área de 253,42 ha (e não 508,00 ha) como de preservação permanente e, desse modo, essa área deve ser excluída do ITR/2005, nos termos do art. 10, § 1º, II, “a”, da Lei nº 9.393/1996. No que diz respeito ao pedido da recorrente, feito em homenagem ao princípio da eventualidade, a fim de que seja convertido o feito em diligência, entendo que não lhe assiste razão. Isso porque, a conversão do julgamento em diligência ou eventual pedido de produção de prova pericial não serve para suprir ônus da prova que pertence ao próprio contribuinte, dispensandoo de comprovar suas alegações. Esclareço, por fim, que no presente caso não houve qualquer tipo de cerceamento do direito de defesa, sendo o presente Auto de Infração lavrado em obediência ao princípio da estrita legalidade, informando com objetividade e clareza a origem do lançamento de crédito, sua composição, bem como os dispositivos legais e os documentos que o fundamentaram, atendendo a todas as normatizações sobre a matéria, permitindo assim, o exercício do direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa do contribuinte. Fl. 292DF CARF MF Processo nº 10073.720457/200808 Acórdão n.º 2401006.039 S2C4T1 Fl. 293 11 Ante o exposto, voto por, tão somente, acatar a Área de Preservação Permanente de 253,42 ha, para fins de exclusão do cálculo do ITR/2005, por estar lastreada em prova documental hábil e por entender pela desnecessidade do Ato Declaratório Ambiental (ADA), nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário, para, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO, a fim de reconhecer a Área de Preservação Permanente de 253,42 ha. É como voto. (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Fl. 293DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.903449/2012-26
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2009
COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL / NÃO HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE ELEMENTO MODIFICATIVO. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO.
Incumbe à recorrente, por ocasião do recurso voluntário, apresentar elementos modificativos ou extintivos da decisão recorrida, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 36 da Lei nº 9.784/99.
Na hipótese de apresentação de argumentações genéricas, desprovidas de fundamentos de fato e de direito relativamente à discordância da decisão recorrida, esta deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos.
O crédito disponível para compensação no PER/DCOMP é o valor original do crédito apontado subtraído das parcelas desse mesmo crédito já utilizadas em compensações anteriores.
Recurso voluntário negado
Numero da decisão: 3402-006.006
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Alan Tavora Nem (Suplente convocado), Pedro Sousa Bispo e Cynthia Elena de Campos. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Thais de Laurentiis Galkowicz e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado). Ausente, a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne, substituída pelo conselheiro Alan Tavora Nem.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2009 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL / NÃO HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE ELEMENTO MODIFICATIVO. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO. Incumbe à recorrente, por ocasião do recurso voluntário, apresentar elementos modificativos ou extintivos da decisão recorrida, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 36 da Lei nº 9.784/99. Na hipótese de apresentação de argumentações genéricas, desprovidas de fundamentos de fato e de direito relativamente à discordância da decisão recorrida, esta deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos. O crédito disponível para compensação no PER/DCOMP é o valor original do crédito apontado subtraído das parcelas desse mesmo crédito já utilizadas em compensações anteriores. Recurso voluntário negado
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Alan Tavora Nem (Suplente convocado), Pedro Sousa Bispo e Cynthia Elena de Campos. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Thais de Laurentiis Galkowicz e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado). Ausente, a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne, substituída pelo conselheiro Alan Tavora Nem.
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HOMOLOGAÇÃO PARCIAL / NÃO HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE ELEMENTO MODIFICATIVO. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO. Incumbe à recorrente, por ocasião do recurso voluntário, apresentar elementos modificativos ou extintivos da decisão recorrida, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 36 da Lei nº 9.784/99. Na hipótese de apresentação de argumentações genéricas, desprovidas de fundamentos de fato e de direito relativamente à discordância da decisão recorrida, esta deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos. O crédito disponível para compensação no PER/DCOMP é o valor original do crédito apontado subtraído das parcelas desse mesmo crédito já utilizadas em compensações anteriores. Recurso voluntário negado Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Alan Tavora Nem (Suplente convocado), Pedro Sousa Bispo e Cynthia Elena de Campos. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Thais de Laurentiis Galkowicz e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado). Ausente, a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne, substituída pelo conselheiro Alan Tavora Nem. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 90 34 49 /2 01 2- 26 Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10183.903449/201226 Acórdão n.º 3402006.006 S3C4T2 Fl. 0 2 Relatório Tratase de recurso voluntário em face da decisão da Delegacia de Julgamento em Belo Horizonte que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte. Versam os autos sobre a declaração de compensação parcialmente homologada tendo em vista que o DARF apontado foi utilizado para quitação de outros débitos do contribuinte, restando saldo disponível inferior ao crédito pretendido, insuficiente para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que, no despacho decisório, foi reconhecido crédito menor do que o valor do pagamento a maior no Darf mencionado. A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação do contribuinte, nos termos do Acórdão nº 02050.662: Cientificada desta decisão, a interessada interpôs o recurso voluntário tempestivo, alegando o direito à compensação, eis que possuiria crédito oponível à Receita Federal, sendolhe facultado compensar diretamente o suposto indébito, fazendo apenas a exigida "Declaração de Compensação", sem necessidade de qualquer recurso ao Judiciário. Requer a recorrente que as publicações e intimações do feito sejam lançadas em nome das patronas. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.005, de 11 de dezembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10183.903448/201281, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3402006.005): "Atendidos aos requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento do recurso voluntário. Indeferese o pedido da recorrente para intimação em nome das patronas, vez que inexiste previsão legal nesse sentido. No âmbito do processo administrativo fiscal, as regras sobre as intimações de atos processuais fiscal dizem respeito somente à ciência do próprio sujeito passivo no seu domicílio tributário. A matéria está pacificada nesse sentido neste CARF, conforme Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10183.903449/201226 Acórdão n.º 3402006.006 S3C4T2 Fl. 0 3 enunciado da Súmula CARF nº 110: "No processo administrativo fiscal, é incabível a intimação dirigida ao endereço de advogado do sujeito passivo". Não se discute que a recorrente, como qualquer outro contribuinte, tem o direito de efetuar administrativamente a compensação de débitos próprios administrados pela Receita Federal mediante a entrega de declaração de compensação, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/96, mesmo porque ela pode efetivamente fazêlo, obtendo, inclusive, o deferimento parcial de seu pleito. Também não há controvérsia nos autos acerca do fato de que o DARF especificado como origem do crédito tratase de um efetivo pagamento indevido. O fato que levou à homologação parcial da compensação declarada foi que a requerente já havia utilizado parte do crédito apontado para a compensação de débitos declarados em outras PER/DCOMP's, como já havida observado o julgador a quo: O despacho contestado já reconhece o pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF identificado no PER/DCOMP em questão. A razão da não homologação contestada é a insuficiência do pagamento a maior, considerando sua utilização em PER/DCOMP anteriores. Nos PER/DCOMP, há o campo intitulado "Crédito Original na Data da Transmissão". Conforme instruções de preenchimento do programa gerador do PER/DCOMP, o valor a ser informado nesse campo é o valor do pagamento indevido ou a maior subtraído das parcelas desse mesmo pagamento já utilizadas em compensações anteriores. Quando nenhuma parcela do pagamento indevido ou a maior tiver sido restituída ou utilizada em compensação anterior, ou seja, no primeiro PER/DCOMP em que o crédito for utilizado, o valor informado no campo "Crédito Original na Data da Transmissão" será igual ao do campo "Valor Original do Crédito Inicial". A cada novo PER/DCOMP que utiliza o mesmo pagamento, o valor do campo "Crédito Original na Data da Transmissão" deve ser menor do que o do PER/DCOMP anterior. Portanto, na análise da compensação em litígio, não se pode desconsiderar as compensações anteriores que utilizam o mesmo DARF, salvo as canceladas e as não homologadas. (...) Em que pese a então manifestante não ter contestado a parte do despacho decisório que discriminou as parcelas do crédito original que haviam sido utilizadas em compensações anteriores, a Delegacia de Julgamento explicou em detalhes como se deu o consumo do crédito nas outras PER/DCOMP's especificadas. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10183.903449/201226 Acórdão n.º 3402006.006 S3C4T2 Fl. 0 4 Como se sabe, incumbiria à recorrente, por ocasião do recurso voluntário, apresentar elementos modificativos ou extintivos da decisão recorrida, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 36 da Lei nº 9.784/99. No entanto, a recorrente se ateve apenas a argumentações genéricas, sem a apresentação de fundamentos de fato e de direito relativamente à discordância da decisão recorrida, a qual deve, então, ser mantida. Assim, pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 73DF CARF MF
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Numero do processo: 10920.721916/2013-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2010 a 30/09/2011
INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PERDA DA ESPONTANEIDADE. TRIBUTO NÃO DECLARADO.
O pagamento realizado até o vigésimo dia subsequente à data de recebimento do termo de início de fiscalização, em relação a tributos não declarados antes do procedimento fiscal, não afasta o lançamento de ofício e a respectiva penalidade.
MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O patamar mínimo da multa de ofício é fixo e definido objetivamente pela lei, no percentual de 75%, não dando margem a considerações sobre a graduação da penalidade, o que impossibilita o julgador administrativo afastar ou reduzir a penalidade no lançamento.
MULTA DE OFÍCIO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
Este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é incompetente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária que fixe a multa de ofício no patamar de 75% do tributo devido.
(Súmula CARF nº 2)
RECURSO DE OFÍCIO. CONFIRMAÇÃO DA DECISÃO QUE EXONEROU O SUJEITO PASSIVO.
Confirma-se, pelos seus próprios fundamentos, a decisão de primeira instância que exonerou o sujeito passivo do pagamento de parte do crédito tributário lançado pela fiscalização.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA DA INFRAÇÃO. RECOLHIMENTO ANTERIOR AO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL EM VALOR SUPERIOR AO DECLARADO. RETIFICAÇÃO DA GFIP.
Não comporta o lançamento de ofício quando o sujeito passivo, após intimado do início do procedimento fiscal, procede à retificação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) para fins de justificar a existência de recolhimento anterior ao início da ação fiscal em valor superior ao declarado.
Numero da decisão: 2401-005.969
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PERDA DA ESPONTANEIDADE. TRIBUTO NÃO DECLARADO. O pagamento realizado até o vigésimo dia subsequente à data de recebimento do termo de início de fiscalização, em relação a tributos não declarados antes do procedimento fiscal, não afasta o lançamento de ofício e a respectiva penalidade. MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O patamar mínimo da multa de ofício é fixo e definido objetivamente pela lei, no percentual de 75%, não dando margem a considerações sobre a graduação da penalidade, o que impossibilita o julgador administrativo afastar ou reduzir a penalidade no lançamento. MULTA DE OFÍCIO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. Este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é incompetente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária que fixe a multa de ofício no patamar de 75% do tributo devido. (Súmula CARF nº 2) RECURSO DE OFÍCIO. CONFIRMAÇÃO DA DECISÃO QUE EXONEROU O SUJEITO PASSIVO. Confirmase, pelos seus próprios fundamentos, a decisão de primeira instância que exonerou o sujeito passivo do pagamento de parte do crédito tributário lançado pela fiscalização. DENÚNCIA ESPONTÂNEA DA INFRAÇÃO. RECOLHIMENTO ANTERIOR AO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL EM VALOR SUPERIOR AO DECLARADO. RETIFICAÇÃO DA GFIP. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 72 19 16 /2 01 3- 00 Fl. 590DF CARF MF Processo nº 10920.721916/201300 Acórdão n.º 2401005.969 S2C4T1 Fl. 591 2 Não comporta o lançamento de ofício quando o sujeito passivo, após intimado do início do procedimento fiscal, procede à retificação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) para fins de justificar a existência de recolhimento anterior ao início da ação fiscal em valor superior ao declarado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. Relatório Cuidase de recurso de ofício e de recurso voluntário em face da decisão da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DRJ/BSB), por meio do Acórdão nº 0376.298, de 16/08/2017, cujo dispositivo considerou procedente em parte o lançamento fiscal, mantendo parcialmente o crédito tributário exigido no auto de infração (fls. 553/562): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2010 a 30/09/2011 AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA DA INFRAÇÃO. EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE. O início da ação fiscal, mediante notificação ao contribuinte do Termo de Início de Procedimento Fiscal, acarreta a perda da espontaneidade para o sujeito passivo para fins de declaração e Fl. 591DF CARF MF Processo nº 10920.721916/201300 Acórdão n.º 2401005.969 S2C4T1 Fl. 592 3 retificação das declarações referentes às contribuições previdenciárias objeto do procedimento fiscal. Deve ser acolhida a retificação processada na GFIP após o início do procedimento fiscal quando existente recolhimento anterior à ação fiscal em valor superior ao declarado. MULTA. CONFISCO. A vedação ao confisco, como limitação ao poder de tributar, é dirigida ao legislador, não cabendo a autoridade administrativa afastar a incidência da lei. Impugnação Procedente em Parte Extraise do Relatório Fiscal que o processo administrativo é composto do Auto de Infração (AI) nº 51.002.3886, relativo a diferenças da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), apurada sobre o total de remuneração dos segurados empregados, nas competências de 01/2010 a 09/2011, inclusive décimo terceiro (fls.14/17). Segundo o agente fazendário, ao longo de todo o período fiscalizado, constatou se incorreções na alíquota GILRAT e no Fator Acidentário de Prevenção (FAP) declarados pela empresa na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP). A autuada tomou ciência da notificação de lançamento em 27/06/2013, tendo impugnado a exigência fiscal (fls. 03/04 e 73/96). No julgamento em primeira instância, o colegiado decidiu pela procedência parcial do lançamento tributário, haja vista a denúncia espontânea com relação aos fatos geradores relacionados às competências do ano de 2010, em que ficou comprovado recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal e apresentação de GFIP retificadora durante a ação fiscal. Em razão do valor exonerado ultrapassar o limite de alçada de que trata a Portaria nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, a autoridade competente de primeira instância interpôs o recurso de ofício. Intimada do acórdão de primeira instância em 11/09/2017, data em que efetuou consulta no endereço eletrônico atribuído pela administração tributária, a empresa autuada protocolou recurso voluntário no dia 10/10/2017, em que alega, em síntese, os seguintes argumentos de fato e de direito (fls. 564/570 e 571/587): (i) está configurada a denúncia espontânea, uma vez que após a intimação fiscal e dentro do prazo de 20 (vinte) dias previsto no art. 47 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, providenciou a regularização fiscal através do recolhimento da contribuição previdenciária ao GILRAT, acrescida de juros e multa de mora, e apresentou GFIP retificadora; Fl. 592DF CARF MF Processo nº 10920.721916/201300 Acórdão n.º 2401005.969 S2C4T1 Fl. 593 4 (ii) é indevida a multa punitiva no importe de 75%, já que caracterizada a denúncia espontânea, cujos valores em atraso foram recolhidos com os acréscimos necessários e as declarações corrigidas; (iii) na aplicação de penalidades é obrigatória a Administração Pública observar os princípios da proporcionalidade, razoabilidade e vedação ao confisco; e (iv) dada a denúncia espontânea quanto às competências de 01/2010 a 13/2010, confirmada pela decisão de primeira instãncia, cabe o reconhecimento do direito à restituição/compensação da multa de mora paga indevidamente nas respectivas competências. É o relatório. Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator Recurso de Ofício Juízo de Admissibilidade Formalizado na própria decisão, o recurso de ofício foi interposto pela autoridade de primeira instância em harmonia com as normas aplicáveis à matéria, dada que a decisão recorrida exonerou o sujeito passivo do pagamento de crédito tributário em valor superior ao limite de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), estabelecido pela Portaria MF nº 63, de 2017. Uma vez satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso de ofício, dele tomo conhecimento. Mérito A exoneração do crédito tributário deve ser confirmada pelos próprios fundamentos do acórdão de primeira instância, cuja decisão de piso mostrouse minudente na análise dos elementos de prova e justificou os pressupostos de fato e direito para a exclusão da maior parte do lançamento no período de 01/2010 a 13/2010. Com efeito, em relação aos fatos geradores lançados, o contribuinte efetivou o recolhimento de contribuição previdenciária em momento anterior ao início do procedimento Fl. 593DF CARF MF Processo nº 10920.721916/201300 Acórdão n.º 2401005.969 S2C4T1 Fl. 594 5 fiscal, no dia 20/07/2012, enquanto a ação fiscal teve seu início apenas no dia 07/05/2013, com a ciência do Termo de Início de Procedimento Fiscal pelo sujeito passivo (fls. 21/22 e 176/188). Todavia, os pagamentos foram realizados pelo contribuinte desacompanhados da correção dos dados declarados em GFIP. Conforme assentou a decisão de piso, na hipótese de recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal em montante superior ao declarado, caberia ao agente fazendário intimar o sujeito passivo para apresentar a GFIP retificadora, com a finalidade do saneamento de erro de fato (art. 463, § 5º, da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009). É verdade que não se tem nos autos comprovação dessa intimação fiscal, contudo o sujeito passivo providenciou a correção da GFIP, em todos os meses de 2010, com sua entrega no curso do procedimento fiscal mediante a adequação da alíquota GILRAT e do FAP, nos moldes exigidos pela legislação, justificando a diferença entre os recolhimentos anteriores ao início do procedimento fiscal e a declaração em GFIP (fls. 189/214). Tal situação, portanto, não comporta o lançamento de ofício referente à obrigação tributária principal, na medida em que o contribuinte pagou o débito, antes do instaurado o procedimento fiscal, e apresentou declaração que deu conhecimento da infração confessada. Tendo em vista a perda da espontaneidade, seria o caso, eventualmente, de aplicação de penalidade pelo descumprimento da obrigação acessória da apresentação tempestiva da GFIP com todas as informações relacionadas ao valor das contribuições previdenciárias devidas, com redução da multa a 75% (art. 32A, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991). No entanto, o lançamento da penalidade é de competência da área de fiscalização, que não foi objeto da lavratura de auto de infração. Recurso Voluntário Juízo de Admissibilidade Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Fatos Geradores de 2011 Pugna a recorrente pela improcedência do lançamento quanto aos fatos geradores do período de 01/2011 a 09/2011 em decorrência dos benefícios da denúncia espontânea sobre os pagamentos realizados no prazo de 20 dias após o início da fiscalização, na forma permitida pelo art. 47 da Lei nº 9.430, de 1996, razão pela qual indevida qualquer multa, inclusive moratória. Pois bem. Confirase a redação do art. 47 da Lei nº 9.430, de 1996, dispositivo que o contribuinte entende estar amparado: Fl. 594DF CARF MF Processo nº 10920.721916/201300 Acórdão n.º 2401005.969 S2C4T1 Fl. 595 6 Art. 47. A pessoa física ou jurídica submetida a ação fiscal por parte da Secretaria da Receita Federal poderá pagar, até o vigésimo dia subseqüente à data de recebimento do termo de início de fiscalização, os tributos e contribuições já declarados, de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável, com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedimento espontâneo. (DESTAQUEI) Como se observa do texto de lei, o art. 47 da Lei nº 9.430, de 1996, não cuida exatamente de denúncia espontânea, pois o contribuinte já está sob procedimento de fiscalização (art. 138, parágrafo único, do CTN). Nada obstante, permite que o sujeito passivo submetido à ação fiscal possa recolher, até 20 dias após o recebimento do termo de início de fiscalização, os tributos já confessados, mas não pagos, com juros e multa de mora, ou seja, concedendolhe os benefícios do pagamento espontâneo. Segundo dito alhures, o procedimento fiscal teve seu início no dia 07/05/2013 (fls. 21/22). Por sua vez, o contribuinte sanou as irregularidades posteriormente ao início da ação fiscal, quando já havia perdido a espontaneidade (art. 7º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972). De fato, as GFIPs retificadoras com a inclusão dos débitos foram apresentadas no dia 20/05/2013, ao passo que os pagamentos se deram no dia 27/05/2013 (fls. 253/261 e 262/270). Com respeito aos fatos geradores de 2011, somente após intimado que o contribuinte regularizou a sua situação fiscal, oportunidade que recalculou os fatos geradores, retificou a GFIP, declarando a diferença de contribuição previdenciária destinada ao GILRAT, ajustada pelo FAP, e providenciou o recolhimento do montante correspondente. Correto, portanto, o lançamento fiscal com incidência de multa de ofício, nos termos da legislação em vigor, visto que inaplicável aos fatos narrados o art. 47 da Lei nº 9.430, de 1996. Os recolhimentos comprovadamente efetivados pelo sujeito passivo em relação aos fatos geradores do auto de infração, correspondentes a tributo, juros e multa de mora, poderão ser aproveitados para abatimento do crédito tributário lançado, no momento da execução e liquidação do acórdão. Multa de Ofício A autuada requer o cancelamento ou redução da multa de ofício, eis que demonstrou boafé ao proceder espontaneamente as retificações e os pagamentos das diferenças de GILRAT e FAP relacionadas aos fatos geradores ocorridos nas competências de 01/2011 a 09/2011. Pois bem. Como visto acima, não há que se falar em espontaneidade. Quanto à incidência de multa de ofício no percentual de 75%, transcrevo o inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996: Fl. 595DF CARF MF Processo nº 10920.721916/201300 Acórdão n.º 2401005.969 S2C4T1 Fl. 596 7 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) A multa de ofício incide de maneira proporcional sobre o tributo não declarado/recolhido espontaneamente. O patamar mínimo da penalidade em 75% é fixo e definido objetivamente pela lei, não dando margem a considerações sobre a graduação da penalidade, o que impossibilita o julgador administrativo afastar ou reduzir o percentual no caso concreto. Assinalo que escapa à competência dos órgãos julgadores administrativos a análise de questões sobre o caráter ilegal e confiscatório da penalidade prevista em lei, tampouco cabe examinar a alegação de desproporcionalidade do percentual aplicado tendo em conta o dano causado pela ação ou omissão. Cabe recordar que a eventual ausência de compatibilidade do dispositivo de lei que estabelece a penalidade com a Constituição da República de 1988 é questão inoponível na esfera administrativa. Nesse sentido, não só o "caput" do art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972, como também o enunciado da Súmula nº 2, deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, assim redigida: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Restituição de valores Afirma a recorrente que a decisão administrativa de primeira instância, com relação às competências de 2010, entendeu válida a aplicação dos benefícios da denúncia espontânea sobre os recolhimentos datados de períodos anteriores à lavratura do auto de infração. À vista disso, cabe a instância julgadora reconhecer expressamente o direito de restituir ou compensar a multa de mora paga em excesso. Sem razão. O reconhecimento de indébito, mediante aferição do direito creditório, não é o objeto do procedimento fiscal. A restituição/compensação é matéria alheia ao litígio instaurado com a impugnação fiscal, que está limitada ao conteúdo do auto de infração, abrangendo tão só a exigência de crédito tributário. Qualquer pedido de restituição/compensação demanda processo específico, segundo as normas da legislação tributária vigentes. Fl. 596DF CARF MF Processo nº 10920.721916/201300 Acórdão n.º 2401005.969 S2C4T1 Fl. 597 8 Conclusão Ante o exposto, (i) CONHEÇO do recurso de ofício e NEGOLHE PROVIMENTO; e (ii) CONHEÇO do recurso voluntário e NEGOLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 597DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000762/2006-38
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2001
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEDUÇÃO.
No caso de rendimentos recebidos em razão de ação judicial, poderão ser deduzidas da base de cálculo do imposto de renda as despesas necessárias ao recebimento desses rendimentos, inclusive os honorários advocatícios, desde que tenham sido suportadas pelo reclamante e estejam devidamente comprovadas.
Numero da decisão: 2002-000.680
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Mônica Renata Mello Fereira Stoll - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: MONICA RENATA MELLO FERREIRA STOLL
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DEDUÇÃO. No caso de rendimentos recebidos em razão de ação judicial, poderão ser deduzidas da base de cálculo do imposto de renda as despesas necessárias ao recebimento desses rendimentos, inclusive os honorários advocatícios, desde que tenham sido suportadas pelo reclamante e estejam devidamente comprovadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 07 62 /2 00 6- 38 Fl. 132DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da 3ª Turma da DRJ/BSA que indeferiu o pedido de restituição do contribuinte, conforme ementa a seguir reproduzida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2001 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. É devida a restituição de imposto de renda na fonte solicitada por meio de Declaração de Ajuste Anual, condicionada à correta prestação das informações. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, poderá ser deduzido, para fins de determinação da base de cálculo do imposto, o valor das despesas com honorários advocatícios, desde que comprovado pagamento por meio de documentação hábil e idônea. Solicitação Indeferida O Despacho Decisório emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Brasília em 16/10/2007 (efls. 27/30) indeferiu parcialmente o pedido de restituição do Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF efetuado pelo contribuinte através da entrega de sua Declaração de Ajuste Anual do exercício 2001 (efls. 02/04). A autoridade fiscal considerou não comprovada a parcela de R$ 34.999,59 deduzida pelo interessado a título de honorários advocatícios. Após a ciência (efls. 31), o contribuinte apresentou pedido de reconsideração dentro do prazo concedido (fls. 32/33), o qual foi indeferido na decisão de piso (efls.79/81). Cientificado do acórdão de primeira instância em 06/08/2008 (efls. 83), o interessado ingressou com Recurso Voluntário em 28/08/2008 (efls. 84/86), acompanhado de documentos (efls. 87/123), com os argumentos a seguir sintetizados. Expõe que os documentos apresentados para comprovação do pagamento dos honorários dos advogados George Sarmento Lins e Marcelo Santana Daneu, por ele contratados para impetrar as ações judiciais relativas aos processos 950525799 (precatório 12677) e 9705390193 (precatório 19403), foram emitidos pelo TRF da 5ª Região, pela Caixa Econômica Federal e pelo Citibank, onde foram depositados os recursos oriundos desses precatórios. Esclarece que os advogados contratados para tais serviços se negaram a emitir os recibos dos pagamentos de seus honorários aos integrantes dos precatórios em apreço, apesar das diversas solicitações feitas, como pode ser observado na recente cobrança feita no telegrama em anexo, sem qualquer resposta. Solicita que esse Conselho reconheça como prova do pagamento dos honorários advocatícios os extratos bancários fornecidos pela CEF de Alagoas, onde constam os saques de R$ 24.467,89 e RS 4.634,23 referentes ao precatório 12677 e de R$ 12.451,00 Fl. 133DF CARF MF Processo nº 14041.000762/200638 Acórdão n.º 2002000.680 S2C0T2 Fl. 133 3 referente ao precatório 19403, feitos pelo advogado daquele escritório, Marcelo Daneu, autorizado para tal movimentação conforme procuração em anexo. Explica que, dos valores totais líquidos disponibilizados pelo Tribunal, o advogado descontou os seus honorários e depositou o restante na conta corrente do reclamante indicada na mencionada procuração, como atestam os documentos anexados a este processo. Informa que, de acordo com comprovante emitido pela fonte pagadora dos precatórios em questão, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região, os valores líquidos referentes aos precatórios mencionados totalizaram R$ 84.675,63 e R$ 43.318,01, respectivamente, após descontados os respectivos IR (R$ 31.621,79 e R$ 15.934,42), e foram depositados em contas da CEF (Posto da Justiça Federal de Alagoas). Desses totais, o escritório de advocacia contratado, único autorizado para movimentar tais recursos, transferiu para sua conta corrente do Citibank, por meio dos documentos de créditos DOC D, Fichas assinadas pelo Sr. Marcelo S. Daneu, apenas os valores correspondentes a R$ 55.462,87 e R$ 30.819,70. Os valores restantes dessas contas, ou seja, R$ 24.467,89, RS 4.634,23 e R$ 12.451,00, foram sacados pelo próprio advogado, por meio das guias de retirada nas contas desses precatórios, assinadas pelo sr. Marcelo S. Daneu, que os reteve para pagamento de seus honorários como previamente combinado na procuração. Apresenta quadro por ele elaborado com os valores recebidos nos precatórios e os honorários efetivamente pagos da demanda. Voto Conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll Relatora O recurso é tempestivo e reúne os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. O litígio a ser analisado recai somente sobre os honorários advocatícios de R$ 34.999,59 considerados não comprovados no julgamento de primeira instância. Do exame dos autos (efls. 23/30) verificase que a autoridade fiscal, em procedimento de Revisão de Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física relativo ao exercício 2001, alterou o imposto a restituir de R$ 11.028,90 para R$ 1.404,01 por falta de comprovação da parcela de R$ 34.999,59 deduzida pelo contribuinte a título de honorários advocatícios pagos no Precatório nº 12677 (R$ 29.074,35) e no Precatório nº 19403 (R$ 5.925,24). Acatou apenas os honorários de R$ 5.925,24 correspondentes a 10% do valor recebido no Precatório nº 19403. A decisão recorrida manteve esse entendimento (efls. 79/81), conforme se extrai dos excertos a seguir reproduzidos: O próprio contribuinte informa que "... nenhuma dúvida pairaria sobre tais deduções se o Dr. George Sarmento tivesse emitido os recibos de honorários como manda os preceitos da lei e da ética e como assim exigi dele". Acrescenta também que, assim que recebeu a intimação fiscal, reiterou o pedido de emissão dos recibos ao escritório denominado Sarmento, Camargo & Sarmento, contudo, não obteve resposta. Fl. 134DF CARF MF 4 Não obstante a demonstração nos autos do esforço do contribuinte para provar o alegado, concluise que os documentos de fls. 56/66 e os demais trazidos ao presente processo não permitem a comprovação, conclusiva e inequívoca, de que o valor não considerado pela autoridade tributária no Despacho Decisório se refere efetivamente aos honorários advocatícios alegados pelo sujeito passivo. Entendo, contudo, que os documentos juntados ao Recurso Voluntário para contrapor as razões trazidas pela DRJ, a maior parte deles já constante dos autos, são hábeis a comprovar o efetivo pagamento dos honorários advocatícios deduzidos pelo recorrente. No que concerne ao Precatório nº 12677, verificase que o comprovante de rendimentos e o demonstrativo emitidos pelo TRT da 5ª Região (efls. 105/110) indicam o rendimento bruto de R$ 116.297,42 e o IRRF de R$ 31.621,79 considerados pela autoridade fiscal e não contestados pelo contribuinte. As Guias de Retirada da Caixa Econômica Federal CEF (efls. 102/103) assinadas por Marcelo Daneu, advogado do recorrente (efls. 123), confirmam o saque de R$ 29.102,12 a título de honorários advocatícios em razão da demanda, tal como consta da tabela apresentada no Recurso Voluntário. Já o documento de crédito DOC da mesma conta da CEF (efls. 101), também assinado por Marcelo Daneu, e o extrato da conta do Citibank do contribuinte (efls. 104) apontam a transferência do valor líquido de R$ 55.462,87 (rendimento IRRF honorários) para o reclamante, conforme estipulado na procuração acostada (efls. 123). Mesmo raciocínio se aplica ao Precatório nº 19403. Os documentos emitidos pelo TRT da 5ª Região (efls. 111/116) corroboram o rendimento bruto de R$ 59.252,43 e o IRRF de R$ 15.934,42 acatados pela autoridade fiscal e reconhecidos pelo contribuinte. A Guia de Retirada da CEF (efls. 118) assinada por Marcelo Daneu confirma o saque de R$ 12.451,00 a título de honorários advocatícios, tal como consta do Recurso Voluntário. Já o DOC da mesma conta da CEF (efls. 117), também assinado pelo advogado, e o extrato da conta do Citibank do contribuinte (efls. 119) demonstram a transferência do valor líquido de R$ 30.819,70 (rendimento IRRF honorários) para o reclamante, conforme acordado na procuração (efls. 123). Dessa forma, ainda que não tenham sido juntados aos autos recibos de honorários advocatícios assinados por Marcelo Daneu ou George Sarmento, podese constatar através dos documentos apresentados pelo recorrente que este, de fato, suportou os pagamentos de R$ 29.102,12 e R$ 12.541,00 a esse título em razão dos Precatórios nº 12677 e nº 19403, respectivamente, tal como alega em seu recurso. Assim, considerando o total comprovado de R$ 41.553,12 (R$ 29.102,12 + R$ 12.541,00) e tendo em vista que apenas a parcela de R$ 5.925,24 foi acolhida pela autoridade revisora (efls. 24), acato também o montante de R$ 34.999,59 em litígio, cabendo sua dedução na Declaração de Ajuste em exame, como procedeu o contribuinte. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e, no mérito, darlhe provimento para considerar comprovado o valor de R$ 34.999,59 pago a título de honorários advocatícios em razão dos Precatórios nº 12677 e nº 19403. (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll Fl. 135DF CARF MF Processo nº 14041.000762/200638 Acórdão n.º 2002000.680 S2C0T2 Fl. 134 5 Fl. 136DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10907.722546/2013-98
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 19/12/2011
NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OMISSÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. OCORRÊNCIA.
É nulo o acórdão proferido com preterição do direito de defesa, caracterizada pela não apreciação de argumentos relevantes ou por fundamentação insuficiente.
Numero da decisão: 3002-000.506
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em acatar a preliminar suscitada, vencido o conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves (relator) que a rejeitou. No mérito, por maioria de votos, acordam em dar provimento parcial para fins de reconhecer a nulidade da decisão da DRJ e determinar o retorno dos autos, para novo julgamento, vencido o conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves (relator) que lhe negou provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Larissa Nunes Girard..
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 19/12/2011 NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OMISSÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. É nulo o acórdão proferido com preterição do direito de defesa, caracterizada pela não apreciação de argumentos relevantes ou por fundamentação insuficiente.
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MULTA REGULAMENTAR. Recorrente COPA LOGISTICA INTERNACIONAL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 19/12/2011 NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OMISSÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. É nulo o acórdão proferido com preterição do direito de defesa, caracterizada pela não apreciação de argumentos relevantes ou por fundamentação insuficiente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em acatar a preliminar suscitada, vencido o conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves (relator) que a rejeitou. No mérito, por maioria de votos, acordam em dar provimento parcial para fins de reconhecer a nulidade da decisão da DRJ e determinar o retorno dos autos, para novo julgamento, vencido o conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves (relator) que lhe negou provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Larissa Nunes Girard.. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 72 25 46 /2 01 3- 98 Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 155 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão 12094.917 da DRJ/RJO, que manteve integralmente o Crédito Tributário lançado pelo Auto de Infração, que exige da contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre carga chega do exterior, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37, de 1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. No caso concreto, foi impingida a multa citada, referente a apuração da falta de informação, no prazo legal, dos dados da carga chegada ao Porto de Santos em 18/12/2011 (atracação), pois o registro das informações do Conhecimento Eletrônico Master CE 161105226239359 ocorreu somente em 19/12/2011 (fl. 15), ou seja, após o prazo máximo de 48h antes da atracação do navio, conforme o disposto no art. 22, II e III, da Instrução Normativa RFB nº 800/2007. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou impugnação, a qual foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro DRJ/RJO, por Acórdão dispensado de ementa , de acordo com a Portaria RFB nº 2.724/2017. Em seqüência, após ser cientificada dessa decisão, a contribuinte apresenta Recurso Voluntário (139/149), no qual requereu a reforma do Acórdão recorrido, repisando argumentos já apresentados em seu recurso inicial: em preliminar, ilegalidade do Auto de Infração, no mérito, não houve falta de informação, não houve prejuízo à fiscalização e caracterização da denúncia espontânea. É o relatório, em síntese. Voto Vencido Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O Crédito Tributário contestado no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. A questão posta nos autos cingese na autuação fiscal por ter a ora recorrente infringido o inciso II e III, do art. 22, da Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007, isto é, por ter a recorrente prestado informações sobre a carga, in casu, após a atracação do navio no porto de destino. Desta forma, ficando sujeita a penalidade prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . Iomissis Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 156 3 ..................................................................................................... IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . a) omissis ....................................................................................................... e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; (grifo nosso) Passo a análise dos argumentos trazidos pela recorrente em seu Voluntário. Preliminar Ilegalidade do Auto de Infração A recorrente, em suma, alega que a autuação seria ilegal, pois o art. 45 da Instrução Normativa RFB nº 800/2007 teria sido formalmente revogado pelo 4º da Instrução Normativa RFB nº 1.473/2015 e, portanto, tendo sido a norma sancionadora revogada, não caberia mais a aplicação da pena pecuniária, devendose aplicar o Princípio da Retroatividade Benigna. Entendo não existir razão ao recorrente, tendo em vista que os prazos mínimos para a prestação das informações exigidas pela fiscalização aduaneira encontravamse dispostos no art. 22 da IN RFB nº 800/2007, ainda vigentes: Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: I as relativas ao veículo e suas escalas, cinco dias antes da chegada da embarcação no porto; e II as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: a) dezoito horas antes da saída da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, exceto quando se tratar de granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) b) cinco horas antes da saída da embarcação, para manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, quando toda a carga for granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) c) cinco (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 157 4 d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com descarregamento em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. § 1o Os prazos estabelecidos neste artigo poderão ser reduzidos para rotas e prazos de exceção. § 2º As rotas de exceção e os correspondentes prazos para a prestação das informações sobre o veículo e suas cargas serão registrados no Siscomex Carga pela CoordenaçãoGeral de Administração Aduaneira (Coana), a pedido da unidade da RFB com jurisdição sobre o porto de atracação, de forma a garantir a proporcionalidade do prazo em relação à proximidade do porto de procedência. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 3o Os prazos e rotas de exceção em cada porto nacional poderão ser consultados pelo transportador. § 4º O prazo previsto no inciso I do caput reduzse a cinco horas, no caso de embarcação que não esteja transportando mercadoria sujeita a manifesto ou arribada. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 5º Os CE de serviço informados até a atracação ou registro do passe de saída serão dispensados dos prazos de antecedência previstos nesta Instrução Normativa. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 6º Para os manifestos de cargas nacionais, as informações a que se refere o inciso II do caput devem ser prestadas antes da solicitação do passe de saída. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) Assim, não há que se falar em falta de disposição sobre o prazo que a contribuinte teria para cumprir sua obrigação acessória de prestar as devidas informações à Administração Aduaneira e, por outro lado, tampouco deve prosperar a alegação de falta de previsão legal para a aplicação da penalidade ao caso, uma vez que tal previsão encontrase positivada na alínea e, do inciso IV, do art. 107, do DecretoLei nº 37/1966, transcrito no relatório acima. Isto posto, rejeito a preliminar argüida. Mérito De pronto, por oportuno, aproveitese para rechaçar a alegação da contribuinte de que não houve falta de informação e, por isso, o fato não teria se subsumido ao dispositivo legal, que prevê a aplicação da penalidade. Ora, da simples leitura do disposto na Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 158 5 alínea e, do inciso IV, do art. 107, do DecretoLei nº 37/1966, verificase que a falta da informação resta caracterizada, quando ela não tenha sido prestada no prazo previamente estabelecido pela legislação: "...deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal...". Dessa forma, o caso dos autos, ao contrário do alegado, se subsume integralmente ao fato típico descrito no dispositivo legal que enseja a aplicação da penalidade prevista. Seguindo em seu Voluntário, a recorrente alega que sua atitude não gerou nenhum dano ao erário público e à fiscalização aduaneira. Assevera, ainda, que o seu atraso no registro da informações devidas ocorreu sem intenção, que agiu sempre de boa fé. Conseqüentemente, segundo ela, não teria ocorrido nenhum tipo de dificuldade seja para a fiscalização, seja para apuração de créditos destinados ao erário, considerando o tempo transcorrido entre a atracação da embarcação e a efetiva prestação de informação sobre a carga. Ademais, essas informações teriam sido prestadas antes de qualquer procedimento de fiscalização. Quanto a essas argumentações, não assiste razão a recorrente. Vale lembrar que, conforme o § 2º do art. 94, do DecretoLei 37/1966, a responsabilidade da ora recorrente por seu ato, descumprimento do prazo para prestar as informações sobre a carga, independia da sua intenção ou culpa e da extensão dos efeitos causados por ele: Art.94 Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste DecretoLei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completálos. § 1º O regulamento e demais atos administrativos não poderão estabelecer ou disciplinar obrigação, nem definir infração ou cominar penalidade que estejam autorizadas ou previstas em lei. § 2º Salvo disposição expressa em contrário, a responsabilidade por infração independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Art.95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; ......................................................................................................... (grifo nosso) Com efeito, a simples mora no cumprimento da obrigação acessória de prestar as devidas informações sobre a desconsolidação da carga infringe o disposto na legislação e, além disso, prejudica o controle aduaneiro, pois impede a adequada preparação da Fl. 158DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 159 6 atividade fiscalizatória e, por conseqüência, também prejudica os interesses nacionais, conforme o disposto no art. 237 da Constituição Federal: Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda. Em seqüência, a recorrente repisa a afirmação de que, no caso concreto, embora de forma extemporânea, as informações sobre a carga foram prestadas antes do início do procedimento administrativo, que culminou com o presente lançamento, assim, estando a situação fática se amoldando às hipóteses legais para a aplicação do benefício da denúncia espontânea. O instituto da denúncia espontânea no Direito Tributário, assim como os seus semelhantes em outros ramos do Direito, visa incentivar o infrator se auto corrigir, através do reconhecimento voluntário do ilícito e da reparação do bem jurídico violado. Contudo, algumas infrações não são passíveis de serem beneficiadas pela denúncia espontânea. Quando a mera conduta do agente é definidor do núcleo do tipo da infração, estamos diante desse caso. Em outras palavras, quando a simples ação ou omissão do agente configurar o ilícito, não há possibilidade jurídica de se reparar o dano cometido. No caso das obrigações acessórias autônomas, em regra, essa situação se configura. Podemos dizer que é, justamente, o atraso no cumprimento de obrigação acessória o exemplo mais contundente desse tipo de infração. Uma vez que, no exato momento em que se exauriu o prazo legal sem que a obrigação tenha sido cumprida, a infração está configurada e o atraso não poderá ser reparado. Considerandose que, como no caso dos presentes autos, a obrigação acessória autônoma descumprida pelo transportador ou pelos seus representantes consiste no dever de o sujeito passivo informar os dados de desconsolidação da carga à Aduana no prazo estabelecido, a simples falta da prestação tempestiva dessas informações já configura a infração e a impossibilidade física do retrocesso temporal impede sua reparação. Por outro lado, se admitíssemos a possibilidade de aplicação da denúncia espontânea aos casos de infrações decorrentes do atraso na entrega de declarações ou da prestação de informações, estaríamos diante de um paradoxo lógicojurídico, o qual tornaria morta a letra da lei. Nesse sentido, me socorro do entendimento do Ilustre Conselheiro Jose Fernandes do Nascimento manifestado no Acórdão 310200.988, do qual extraio o seguinte excerto: "De fato, se registro extemporâneo da informação da carga materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, Fl. 159DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 160 7 uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Em conseqüência, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez." Nesse mesmo sentido, vem se manifestando a jurisprudência de nossos tribunais, conforme se infere da seguinte ementa: MULTA DECORRENTE DA INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA DE DADOS DE EMBARQUE. AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. INAPLICABILIDADE DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. VALOR QUE NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO. 1. O agente marítimo assume a condição de representante do transportador perante os órgãos públicos nacionais e, ao deixar de prestar informação sobre veículo ou carga transportada, concorre diretamente para a infração, daí decorrendo a sua responsabilidade pelo pagamento da multa, nos termos do artigo 95, I, do DecretoLei nº 37, de 1966. 2. Não se aplica a denúncia espontânea para os casos de descumprimento de obrigações tributárias acessórias autônomas. 3. A finalidade punitiva e dissuasória da multa justifica a sua fixação em valores mais elevados, sem que com isso ela ofenda os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. (BRASIL. TRF4. 2ª Turma. Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/ SC. rel. Des. Rômulo Pizzolatti, j. 10.12.2013) Nessa esteira, a Súmula CARF nº 49 preceitua a não aplicabilidade da denúncia espontânea em casos análogos de cumprimento de obrigação acessória de forma extemporânea: Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Ademais, esclareçase que a recorrente alega que, com o advento da MP 497/2010, convertida na Lei nº 12.350/2010, o instituto da denúncia espontânea passou a alcançar as penalidades de natureza tributária e administrativa, caso em comento. Contudo, creio que a legislação supra não alterou o impedimento racional da aplicação do instituto da denúncia espontânea aos casos de cumprimento extemporâneo de obrigação acessória e alinho Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 161 8 me ao entendimento do Douto Desembargador Rômulo Pizzolatti manifesto no voto condutor do Acórdão já mencionado: A Lei nº 12.350, de 2010, deu ao artigo 102, § 2º, do DecretoLei nº 37, de 1966, a seguinte redação: [...] Bem se vê que a norma não é inovadora em relação ao artigo 138 do CTN, merecendo, portanto, idêntica interpretação. Nesse sentido, é pacífico o entendimento no sentido de que a denúncia espontânea não se aplica para os casos em que a infração seja à obrigação tributária acessória autônoma. Por fim, manifestandose especificamente sobre o tema ora tratado, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais editou a Súmula CARF nº 126, cuja observância é obrigatória pelos Conselheiros em seus julgamentos, conforme art. 72 do RICARF: Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Como conseqüência do desenvolvimento lógicojurídico esposado ao longo do voto, considero inaplicável ao caso concreto o instituto da denúncia espontânea, pois este não alcança as penalidades exigidas pelo descumprimento do dever instrumental caracterizado pelo atraso na prestação de informação à Administração. Por todo o exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar suscitada e negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo na integra o Crédito Tributário lançado. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Voto Vencedor Conselheira Larissa Nunes Girard – Redatora Designada Com a devida vênia, divirjo do conselheiro relator em relação à possibilidade de apreciação do mérito, dada a constatação de omissão no julgamento de primeira instância quanto aos argumentos da impugnação. Compulsando os autos, constatase que o contribuinte apresentou as seguintes alegações em sua impugnação: a) ilegitimidade passiva; Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 162 9 b) ausência de tipificação, pois as informações foram inseridas no sistema antes de iniciada a fiscalização; c) as correções dos conhecimentos de embarque de forma eletrônica se equiparam à carta de correção, legalmente admitidas pelo art. 46 do Regulamento Aduaneiro, independentemente de aplicação de penalidade; d) ausência de dano à fiscalização; e e) aplicação da denúncia espontânea. Pelo relatório, sucinto e genérico, que se reproduz a seguir, vêse o descompasso com as alegações acima relacionadas: Devidamente cientificada, a interessada traz como alegações, além das preliminares de praxe, acerca de infringência a princípios constitucionais, prática de denúncia espontânea, ilegitimidade passiva, ausência de motivação, tipicidade, e que tragam ao auto de infração a ineficiência e a desconstrução do verdadeiro cerne da autuação que foi o descumprimento dos prazos estabelecidos em legislação norteadora acerca do controle das importações, a argumentação de que de fato as informações constam do sistema, mesmo que inseridas, independente da motivação, após o momento estabelecido no diploma legal pautado pela autoridade aduaneira. O exame do voto proferido nos leva à conclusão de que não foram consideradas todas as alegações ou foram tratadas com superficialidade, sem mencionar a existência de argumentação relativa a matérias não suscitadas. Transcrevemse os parágrafos iniciais: Deixo de acolher as preliminares trazidas pela interessada, eis que as argüições de inconstitucionalidade ou ilegalidade não estão afetas ao julgador administrativo. Além disso, sequer se pode imaginar a ocorrência de denúncia espontânea, que justamente é regulada no artigo 138 do CTN e tem seu escopo na infração que enseja o pagamento de tributo, não se aplicando esse instituto ao caso concreto. De outra feita, qualquer alegação acerca de ausência de tipicidade e motivação também devem cair por terra, ou mesmo sobre ilegitimidade passiva, inexistência de responsabilidade ou mesmo de requerimento de relevação de penalidade, pois em nenhum dos casos há coaduação com o que se verifica dos autos, eis que o controle das importações deve ser feito pela autoridade aduaneira e seus prazos precisam ser cumpridos, até porque as multas nesses casos são aplicadas exatamente pelo fato de não possuir condições de realizar o efetivo controle se os prazos deixarem de ser cumpridos, no que toca, em especial, aos lançamentos extemporâneos dos conhecimentos eletrônicos, seja house, seja mercante ou do próprio manifesto em si. Senão vejamos. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10907.722546/201398 Acórdão n.º 3002000.506 S3C0T2 Fl. 163 10 E, no mais, o voto trata, em síntese, do objetivo do controle aduaneiro e dos danos acarretados pelo descumprimento das normas que visem à sua aplicação. Por esses motivos, entendo que deve ser determinada a anulação da decisão para que a impugnação seja novamente apreciada, desta vez na integralidade de seus argumentos, pela caracterização do cerceamento do direito de defesa, hipótese de nulidade do ato prevista no art. 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/1972, in verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (grifado) O fato de a recorrente não ter protestado sobre esse ponto específico em seu recurso voluntário não afeta a posição que aqui se adota, tendo em vista a prevalência do interesse público. Cabe a este Colegiado, no que concerne aos princípios que regem o processo administrativo fiscal, o controle da legalidade dos atos administrativos podendo, inclusive, como é o caso, ser suscitado de ofício o cerceamento do direito de defesa. Com essas considerações, voto por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para fins de determinar a nulidade do acórdão recorrido e o retorno dos autos à primeira instância para que seja realizado um novo julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Fl. 163DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11330.001128/2007-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Feb 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PRAZO QÜINQÜENAL.
De conformidade com a jurisprudência dominante neste Colegiado, tratando-se de auto de infração decorrente de descumprimento de obrigação acessória, onde o contribuinte omitiu informações e/ou documentos solicitados pela fiscalização, caracterizando o lançamento de ofício, o prazo decadencial para a constituição do crédito previdenciário é de 05 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos REs nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria.
In casu, a contribuinte tem o dever de manter em sua guarda toda a documentação pelo prazo de 5 anos, de acordo com a fundamentação acima. Ou seja, qualquer documentação que não obedeça esse prazo, não pode ser exigida.
Numero da decisão: 2401-005.975
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1844; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11330.001128/200750 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401005.975 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 18 de janeiro de 2019 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente MERIDIONAL CARGAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PRAZO QÜINQÜENAL. De conformidade com a jurisprudência dominante neste Colegiado, tratando se de auto de infração decorrente de descumprimento de obrigação acessória, onde o contribuinte omitiu informações e/ou documentos solicitados pela fiscalização, caracterizando o lançamento de ofício, o prazo decadencial para a constituição do crédito previdenciário é de 05 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria. In casu, a contribuinte tem o dever de manter em sua guarda toda a documentação pelo prazo de 5 anos, de acordo com a fundamentação acima. Ou seja, qualquer documentação que não obedeça esse prazo, não pode ser exigida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 33 0. 00 11 28 /2 00 7- 50 Fl. 111DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Relatório MERIDIONAL CARGAS LTDA, contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 13a Turma da DRJ no Rio de Janeiro/RJ, Acórdão nº 1216.495/2007, às efls. 59/65, que julgou procedente o lançamento fiscal, decorrente do descumprimento da obrigação acessória por ter deixado de prestar todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis, bem como esclarecimentos necessários à auditoria fiscal, em descumprimento ao artigo 32, III da Lei 8.212, de 24.07.91, em relação ao período de 01/1997 a 31/1998, conforme Relatório Fiscal, às fls. 14/15 e demais documentos que instruem o processo. Conforme Relatório Fiscal, a ora autuada deixou de apresentar petições iniciais/sentenças/acordos em processos trabalhistas, conforme lançamentos nos livros diário de n° 21 a 34, conta 41101001, nas competências 01/1997 a 12/1998. Adicionalmente, deixou de apresentar, ainda, os documentos do saláriomaternidade das competências de 12/1997 a 08/1998, não obstante regularmente intimada a exibilos, conforme dos Termos de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD, de fls. 08 e 09. A penalidade imposta foi calculada de acordo com 0 disposto no art. 283, II, “b” c/c art. 292, IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, e atualizada pela Portaria MPS n° 142, de 11.04.2007, no importe de R$ 35.853,63, uma vez caracterizada a ocorrência de reincidência específica (circunstância agravante), fato que eleva em três vezes o seu valorbase. Não foram constatadas circunstâncias atenuantes. Fl. 112DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 4 3 A contribuinte, regularmente intimada, apresentou impugnação, requerendo a decretação da improcedência do feito. Por sua vez, a Delegacia Regional de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ entendeu por bem julgar procedente o lançamento, conforme relato acima. Regularmente intimada e inconformada com a Decisão recorrida, a autuada, apresentou Recurso Voluntário, às efls. 72/79, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões: Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, repisa as razões da impugnação, preliminarmente pugnando pela decretação da decadência (prescrição como narra a recorrente) nos termos do artigo 173 do CTN. No mérito, afirma que não houve violação alguma, sendo prestadas todas os esclarecimentos e explicitações a autoridade fazendária. Alega que toda a documentação exigida foi apresentada, devendo ser afastada a multa por descumprimento de obrigação acessória. Alfim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar o Auto de Infração, tornandoo sem efeito e, no mérito, a sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso voluntário e passo a análise das alegações recursais. PRELIMINAR DA DECADÊNCIA PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTOS (MÉRITO) A recorrente pugna pela decretação da decadência (prescrição como narra a recorrente) nos termos do artigo 173 do CTN. Primeiramente cabe esclarecer que pretende o sujeito passivo discutir a decadência do direito de constituir o crédito tributário, e não propriamente a prescrição, que sequer teve início. O exame dessa matéria impõe sejam levadas a efeito algumas considerações, senão vejamos. Fl. 113DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 5 4 O artigo 45, inciso I, da Lei nº 8.212/91, estabelece prazo decadencial de 10 (dez) anos para a apuração e constituição das contribuições previdenciárias, como segue: Art. 45 – O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; [...] Por outro lado, o Código Tributário Nacional em seu artigo 173, caput, determina que o prazo para se constituir crédito tributário é de 05 (cinco) anos, contados do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado, in verbis: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; [...] Com mais especificidade, o artigo 150, § 4º, do CTN, contempla a decadência para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, nos seguintes termos: Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O núcleo da questão reside exatamente nesses três artigos, ou seja, qual deles deve prevalecer para as contribuições previdenciárias, tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Ocorre que, após muitas discussões a respeito do tema, o Supremo Tribunal Federal, em 11/06/2008, ao julgar os RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, por unanimidade de votos, declarou a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, oportunidade em que aprovou a Súmula Vinculante nº 08, abaixo transcrita, rechaçando de uma vez por todas a pretensão do Fisco: Fl. 114DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 6 5 Súmula nº 08: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Registrese, ainda, que na mesma Sessão Plenária, o STF achou por bem modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade em comento, estabelecendo, em suma, que somente não retroagem à data da edição da Lei em relação a pedido de restituição judicial ou administrativo formulado posteriormente à 11/06/2008, concedendo, por conseguinte, efeito ex tunc para os créditos pendentes de julgamentos e/ou que não tenham sido objeto de execução fiscal. Consoante se positiva da análise dos autos, a controvérsia a respeito do prazo decadencial para as contribuições previdenciárias, após a aprovação/edição da Súmula Vinculante nº 08, passou a se limitar a aplicação dos artigos 150, § 4º, ou 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Indispensável ao deslinde da controvérsia, mister se faz elucidar, resumidamente, as espécies de lançamento tributário que nosso ordenamento jurídico contempla, como segue. Primeiramente destacase o lançamento de ofício ou direto, previsto no artigo 149 do CTN, onde o fisco toma a iniciativa de sua prática, por razões inerentes a natureza do tributo ou quando o contribuinte deixa de cumprir suas obrigações legais. Já o lançamento por declaração ou misto, contemplado no artigo 147 do mesmo Diploma Legal, é aquele em que o contribuinte toma a iniciativa do procedimento, ofertando sua declaração tributária, colaborando ativamente. Alfim, o lançamento por homologação, inscrito no artigo 150 do Códex Tributário, em que o contribuinte presta as informações, calcula o tributo devido e promove o pagamento, ficando sujeito a eventual homologação por parte das autoridades fazendárias. Dessa forma, estando às contribuições previdenciárias sujeitas ao lançamento por homologação, defende parte dos julgadores e doutrinadores que a decadência a ser aplicada seria aquela constante do artigo 150, § 4º, do CTN, levandose em consideração a natureza do tributo atribuída por lei, independentemente da ocorrência de pagamento, entendimento compartilhado por este conselheiro. Ou seja, a regra para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação é o artigo 150, § 4º, do Código Tributário, o qual somente não prevalecerá nas hipóteses de ocorrência de dolo, fraude ou conluio, o que ensejaria o deslocamento do prazo decadencial para o artigo 173, inciso I, do mesmo Diploma Legal. Não é demais lembrar que o lançamento por homologação não se caracteriza tão somente pelo pagamento. Ao contrário, tratase, em verdade, de um procedimento complexo, constituído de vários atos independentes, culminando com o pagamento ou não. Observese, pois, que a ausência de pagamento não desnatura o lançamento por homologação, especialmente quando a sujeição dos tributos àquele lançamento é conferida por lei. E, esta, em momento algum afirma que assim o é tão somente quando houver pagamento. Fl. 115DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 7 6 Não fosse assim, o que se diria quando o contribuinte apura prejuízos e não tem nada a recolher, ou mesmo quando encontrase beneficiado por isenções e/ou imunidades, onde, em que pese haver o dever de elaborar declarações pertinentes, informando os fatos geradores dos tributos dentre outras obrigações tributárias, deixa de promover o pagamento do tributo em razão de uma benesse fiscal? Cabe ao Fisco, porém, no decorrer do prazo de 05 (cinco) anos, contados do fato gerador do tributo, nos termos do artigo 150, § 4º, do CTN, proceder à análise das informações prestadas pelo contribuinte homologandoas ou não, quando inexistir concordância. Neste último caso, promover o lançamento de ofício da importância que imputar devida. Aliás, como afirmado alhures, a regra nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação é o prazo decadencial insculpido no artigo 150, § 4º, do CTN, o qual dispôs expressamente os casos em que referido prazo deslocarseá para o artigo 173, inciso I, na ocorrência de dolo, fraude ou simulação comprovados. Somente nessas hipóteses a legislação específica contempla a aplicação de outro prazo decadencial, afastandose a regra do artigo 150, § 4º. Como se constata, a toda evidência, a contagem do lapso temporal em comento independe de pagamento. Ou seja, comprovandose que o contribuinte deixou efetuar o recolhimento dos tributos devidos e/ou promover o autolançamento com dolo, utilizandose de instrumentos ardilosos (fraude e/ou simulação), o prazo decadencial será aquele inscrito no artigo 173, inciso I, do CTN. Afora essa situação, não se cogita na aplicação daquele dispositivo legal. É o que se extrai da perfunctória leitura das normas legais que regulamentam o tema. Por outro lado, alguns julgadores e doutrinadores entendem que somente aplicarseia o artigo 150, § 4º, do CTN quando comprovada a ocorrência de recolhimentos relativamente ao fato gerador lançado, seja qual for o valor. Em outras palavras, a homologação dependeria de antecipação de pagamento para se caracterizar, e a sua ausência daria ensejo ao lançamento de ofício, com observância do prazo decadencial do artigo 173, inciso I. Ressaltase, ainda, o entendimento de outra parte dos juristas, suscitando que o artigo 150, 4º, do Código Tributário Nacional, prevalecerá quando o contribuinte promover qualquer ato tendente a apuração da base de cálculo do tributo devido, seja pelo pagamento, escrituração contábil, declaração do imposto em documento próprio, etc. Melhor elucidando, o contribuinte deverá adotar algum procedimento com o fito de apurar o tributo para que pudesse se cogitar em “homologação”. Afora posicionamento pessoal a propósito da matéria, por entender que as contribuições previdenciárias devem observância ao prazo decadencial do artigo 150, § 4°, do Códex Tributário, independentemente de antecipação de pagamento, salvo quando comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o certo é que a partir da alteração do Regimento Interno do CARF (artigo 62A), introduzida pela Portaria MF nº 586/2010, os julgadores deste Colegiado estão obrigados a “reproduzir” as decisões do STJ tomadas por recurso repetitivo, razão pela qual deixaremos de abordar aludida discussão, mantendo o entendimento que a aplicação do dispositivo legal retro depende da existência de recolhimentos do mesmo tributo no período objeto do lançamento, na forma decidida por aquele Tribunal Superior nos autos do Resp n° 973.733/SC, assim ementado: Fl. 116DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 8 7 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Fl. 117DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 9 8 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Na esteira desse raciocínio, uma vez delimitado pelo STJ e, bem assim, pelo Regimento Interno do CARF que nos lançamentos por homologação a antecipação de pagamento é indispensável à aplicação do instituto da decadência, nos cabe tão somente nos quedar a aludida conclusão e constatar ou não a sua ocorrência. Entrementes, a controvérsia em relação a referido tema encontrase distante de remansoso desfecho, se fixando agora em determinar o que pode ser considerado como antecipação de pagamento no Imposto de Renda Pessoa Física, sobretudo em face das diversas modalidades e/ou procedimentos adotados por ocasião do lançamento fiscal. Na hipótese dos autos, o que torna digno de realce é que a presente autuação decorre do descumprimento de obrigações acessórias, caracterizando, portanto, lançamento de ofício, não se cogitando em antecipação de pagamentos, o que faz florescer, via de regra, a adoção do prazo decadencial inscrito no artigo 173, inciso I, do CTN, na linha inclusive que a jurisprudência dominante no Judiciário e neste Colegiado vem firmando entendimento. Ou seja, o simples fato de se tratar de auto de infração por descumprimento de obrigações acessórias, na maioria absoluta dos casos, impede a aplicação do prazo decadencial contemplado no artigo 150, § 4°, do Códex Tributário, uma vez não haver se falar em lançamento por homologação, inexistindo, em verdade, qualquer atividade do contribuinte a ser homologada, razão do próprio lançamento. A infração em debate diz respeito a "não apresentação de todas as informações cadastrais e esclarecimentos necessários a fiscalização" CFL 35, ou seja, o termo inicial para contagem da decadência é a data do fato gerador, ou seja, cometimento da falta (a não apresentação da documentação e esclarecimentos). No entanto, de acordo como toda a fundamentação encimada, especialmente no que tange a inconstitucionalidade declarada pelo STF, não caberia a contribuinte apresentar, ter em guarda, documentação de período fora do prazo decadencial retro mencionado. Assim, tendo a fiscalização solicitado em 02/04/2007 com a devida ciência da contribuinte, e que a documentação não exibida referese ao período de 01/1997 à 12/1998, conforme Termo de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD de efl. 09, a exigência fiscal não pode prosperar. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 11330.001128/200750 Acórdão n.º 2401005.975 S2C4T1 Fl. 10 9 Por todo o exposto, estando o Auto de Infração sub examine em dissonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO e DARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Fl. 119DF CARF MF
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Numero do processo: 10925.000265/2008-03
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
COFINS. GASTOS COM INSUMOS. DIREITO AO CRÉDITO.
O direito ao crédito da Cofins sobre insumos e outros gastos deve estar vinculado à necessidade do gasto para a produção do bem ou serviço vendido.
No caso, deve ser reconhecido o direito ao crédito sobre gastos com (a) materiais de segurança e de uso geral e (b) materiais de limpesa do Parque fabril. Ainda, não deve ser reconhecido o direito ao crédito sobre gastos com (a) embalagens que não se incorporam ao produto e (b) transporte de mercadorias entre estabelecimentos do contribuinte.
COFINS. CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA
Cabe a constituição de crédito de Cofins sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, nos termos do art. 3º, inciso IX, da Lei 10.833/03, eis que a inteligência desse dispositivo considera para a r. constituição de crédito os serviços intermediários necessários para a efetivação da venda quais sejam, os fretes na operação de venda. O que, por conseguinte, cabe refletir que tal entendimento se harmoniza com a intenção do legislador ao trazer o termo frete na operação de venda, e não frete de venda quando impôs dispositivo tratando da constituição de crédito das r. contribuições.
COFINS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO SELIC. IMPOSSIBILIDADE.
No ressarcimento da COFINS e da Contribuição para o PIS não cumulativas não incide correção monetária ou juros.
Súmula CARF n° 125.
Numero da decisão: 9303-007.845
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento parcial, para restabelecer a glosa do crédito sobre os gastos com embalagens que não se incorporam ao produto, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para restabelecer o crédito de frete de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, vencidos os conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (relator), Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Midori Migiyama.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator.
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama - Redatora designada.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 COFINS. GASTOS COM INSUMOS. DIREITO AO CRÉDITO. O direito ao crédito da Cofins sobre insumos e outros gastos deve estar vinculado à necessidade do gasto para a produção do bem ou serviço vendido. No caso, deve ser reconhecido o direito ao crédito sobre gastos com (a) materiais de segurança e de uso geral e (b) materiais de limpesa do Parque fabril. Ainda, não deve ser reconhecido o direito ao crédito sobre gastos com (a) embalagens que não se incorporam ao produto e (b) transporte de mercadorias entre estabelecimentos do contribuinte. COFINS. CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA Cabe a constituição de crédito de Cofins sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, nos termos do art. 3º, inciso IX, da Lei 10.833/03, eis que a inteligência desse dispositivo considera para a r. constituição de crédito os serviços intermediários necessários para a efetivação da venda quais sejam, os fretes na operação de venda. O que, por conseguinte, cabe refletir que tal entendimento se harmoniza com a intenção do legislador ao trazer o termo frete na operação de venda, e não frete de venda quando impôs dispositivo tratando da constituição de crédito das r. contribuições. COFINS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO SELIC. IMPOSSIBILIDADE. No ressarcimento da COFINS e da Contribuição para o PIS não cumulativas não incide correção monetária ou juros. Súmula CARF n° 125.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento parcial, para restabelecer a glosa do crédito sobre os gastos com embalagens que não se incorporam ao produto, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para restabelecer o crédito de frete de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, vencidos os conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (relator), Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Midori Migiyama. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama - Redatora designada. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
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GASTOS COM INSUMOS. DIREITO AO CRÉDITO. O direito ao crédito da Cofins sobre insumos e outros gastos deve estar vinculado à necessidade do gasto para a produção do bem ou serviço vendido. No caso, deve ser reconhecido o direito ao crédito sobre gastos com (a) materiais de segurança e de uso geral e (b) materiais de limpesa do Parque fabril. Ainda, não deve ser reconhecido o direito ao crédito sobre gastos com (a) embalagens que não se incorporam ao produto e (b) transporte de mercadorias entre estabelecimentos do contribuinte. COFINS. CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA Cabe a constituição de crédito de Cofins sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, nos termos do art. 3º, inciso IX, da Lei 10.833/03, eis que a inteligência desse dispositivo considera para a r. constituição de crédito os serviços intermediários necessários para a efetivação da venda quais sejam, os fretes na “operação” de venda. O que, por conseguinte, cabe refletir que tal entendimento se harmoniza com a intenção do legislador ao trazer o termo “frete na operação de venda”, e não “frete de venda” quando impôs dispositivo tratando da constituição de crédito das r. contribuições. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 02 65 /2 00 8- 03 Fl. 2340DF CARF MF 2 COFINS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO SELIC. IMPOSSIBILIDADE. No ressarcimento da COFINS e da Contribuição para o PIS não cumulativas não incide correção monetária ou juros. Súmula CARF n° 125. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento parcial, para restabelecer a glosa do crédito sobre os gastos com embalagens que não se incorporam ao produto, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para restabelecer o crédito de frete de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo contribuinte, vencidos os conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (relator), Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Midori Migiyama. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Redatora designada. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Pedido e Despacho Decisório Trata o presente processo pedido de ressarcimento de Cofins relativo ao período de julho de 2005 a setembro de 2005. De acordo com o Despacho Decisório de efls. 698, o crédito postulado foi apenas parcialmente reconhecido. Manifestação de Inconformidade e Decisão de Primeira Instância Inconformado, o Sujeito Passivo apresentou Manifestação de Inconformidade (efls. 1.057 e seguintes) requerendo a reversão do valor glosado pelo despacho decisório e aplicação de juros, calculados à taxa Selic sobre o valor a ser ressarcido. A Manifestação de Fl. 2341DF CARF MF Processo nº 10925.000265/200803 Acórdão n.º 9303007.845 CSRFT3 Fl. 424 3 Inconformidade foi julgada em primeira instância e em decisão consubstanciada no acórdão DRJ/FNS n° 0720.502, foi considerada improcedente. Recurso Voluntário Em seguida, o Sujeito Passivo apresentou Recurso Voluntário (efls. 1.641 e seguintes), insurgindose contra a glosa do crédito referente aos valores enumerados nos itens a seguir: A aquisição de bens para revenda B bens e serviços não enquadráveis como insumos 1. material de uso geral 2. material de embalagem e etiquetas 3. material de segurança 4. conservação e limpeza 5. manutenção predial 6. ovos incubáveis 7. outro itens (trabalho, benefícios e serviços de PF) C Despesas de armazenagem e frete na venda D crédito presumido (agroindústria) E estoque de abertura do crédito presumido F desconto da cofins paga Decisão de Segunda Instância O Recurso Voluntário foi apreciado pela Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF que, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 3402 002.495 (efls. 2.153 e seguintes) deulhe provimento parcial, para excluir a glosa do crédito relativo aos seguintes gastos: [1] materiais de segurança e de uso geral, tais como avental plástico, luvas, camisa impermeável, bota de borracha, calça de proteção, creme protetor microbiológico e protetor auricular); [2] materiais de limpeza, inclusive desinfetantes; peças do parque fabril; prestação de serviços de limpeza que compreendam a lavagem e desinfecção das instalações, máquinas e equipamentos industriais; prestação de serviço de lavanderia industrial (lavagem de uniformes) e serviços de manutenção predial do setor fabril; [3] embalagens que não se incorporam ao produto (caixas de papelão); Fl. 2342DF CARF MF 4 [4] despesas com armazenagem para a venda do produto acabado; [5] óleos lubrificantes para as máquinas fabris; [6] transporte dos produtos acabados para a venda, desde que o vendedor arcasse com o ônus; e [7] frete referente à aquisição dos insumos utilizados no processo produtivo, desde que o comprador arcasse com o custo. Cumpre referir que, na decisão, não foi deferido o pedido de crédito sobre transporte de mercadorias entre estabelecimentos, assim como não foi reconhecido o direito de atualização do valor a ser ressarcido, pela taxa Selic. Recurso Especial da Fazenda Nacional Tendo sido cientificada da decisão, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial (fls. 2.196 e seguintes) requerendo o restabelecimento da glosa do crédito relativo aos seguintes gastos: 1 Materiais de Segurança e de uso geral, 2 Materiais de Limpeza do Parque Fabril, 3 Embalagens que não se incorporam ao produto e 4 Despesa com armazenagem para a venda do produto acabado. Com relação aos materiais de segurança e de uso geral, apresentou, a título de paradigma, o acórdão n° 3403002.477, argumentando que os uniformes, artigos de vestuário e equipamentos de proteção de empregados, bem como materiais de uso pessoal, não caracterizam insumo, para fins de creditamento da contribuição. Já, com relação aos materiais de limpeza do parque fabril, apresentou, a título de paradigma, o acórdão n° 3201000.845, argumentando que eles não caracterizariam insumo, pro não sofrerem desgaste por contato com o produto fabricado. Adicionalmente, com relação às embalagens que não se incorporam ao produto, apresentou, a título de paradigma, o acórdão n° 310100.795, argumentando que essas embalagens não caracterizam insumo e, portanto, os respectivos valores não seriam passíveis de creditamento. Finalmente, com relação à despesa com armazenagem para a venda do produto acabado, apresentou, a título de paradigma, o acórdão n° 3302002.025, argumentando que esses gastos são posteriores ao final do processo de fabricação e, portanto, não dariam direito a crédito. O Presidente da Câmara, em Despacho de Análise de Admissibilidade (efls. 2.221 e seguintes), deu seguimento apenas parcial ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, admitindo a discussão do crédito sobre 1 Materiais de Segurança e de uso geral, 2 Materiais de Limpeza do Parque Fabril e 3 Embalagens que não se incorporam ao produto. O Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, em sede de reexame (efls. 2.232 e seguintes), confirmou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial. Contrarrazões do Sujeito Passivo Tendo sido cientificado do Acórdão 3402002.495, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e de sua análise de admissibilidade, o Sujeito Passivo apresentou contrarrazões (efls. 2.240 e seguintes). Em sua peça, o Sujeito Passivo requer a negativa de Fl. 2343DF CARF MF Processo nº 10925.000265/200803 Acórdão n.º 9303007.845 CSRFT3 Fl. 425 5 provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, para manutenção da decisão recorrida, quanto às matérias admitidas. Recurso Especial do Sujeito Passivo Adicionalmente à apresentação das Contrarrazões já referidas, o Sujeito Passivo interpôs Recurso Especial (efls. 2.256 e seguintes) contra a parte do Acórdão 3402 002.495 que lhe fora desfavorável. Em seu Recurso Especial, o Sujeito Passivo discute duas matérias: (a) o crédito sobre o valor do frete de mercadorias entre estabelecimentos e (b) a atualização, pela taxa Selic, do valor a ser ressarcido. Quanto ao crédito sobre o valor do frete de mercadorias entre estabelecimentos, apresenta, a título de paradigma, o acórdão n° 3201000.845, alegando tratar se de um gasto necessário para a atividade e o faturamento. Quanto à atualização do valor a ser ressarcido, apresenta, a título de paradigma o acórdão n° 3801001.418, argumentando que o valor devido não foi tempestivamente entregue, por óbice da própria administração fazendária. Em Despacho de efls. 2.321 e seguintes, o Presidente da Câmara deu seguimento ao Recurso Especial do Sujeito Passivo. Contrarrazões da Fazenda Nacional Cientificada do Recurso Especial do Sujeito Passivo e de sua análise de admissibilidade, a Fazenda Nacional apresentou (efls. 2.325 e seguintes) contrarrazões, requerendo a negativa de provimento ao Recurso Especial do Sujeito Passivo, para manutenção da decisão recorrida quanto às matérias nele discutidas. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Ambos os Recursos Especiais de divergência são tempestivos e cumprem os requisitos regimentais, conforme consta dos despachos de análise de admissibilidade. Portanto, devem ser conhecidos, para discussão das matérias admitidas. Antes de entrar no mérito dos recursos, esclareço que, para elaboração do presente voto, adoto o entendimento esposado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil no Parecer Normativo COSIT/RFB n° 05, de 17 de dezembro de 2018. Ressalvo não comungar de todas as argumentações nele postas, entretanto, concordo com suas conclusões. Recurso Especial da Fazenda Nacional Inicio minha análise pelo Recurso Especial da Fazenda Nacional e delimito a matéria em litígio, consubstanciada na discussão acerca da possibilidade de aproveitamento de créditos da contribuição, sobre gastos com (1) Materiais de Segurança e de uso geral, (2) Materiais de Limpeza do Parque Fabril e (3) Embalagens que não se incorporam ao produto. Fl. 2344DF CARF MF 6 Quanto aos gastos com Materiais de Segurança e de uso geral, verifico tratar se basicamente de equipamento de proteção individual e itens a ele relacionados. Sobre o tema, o Parecer se manifestou no sentido de que eles se enquadram no conceito de insumo, para fins de creditamento da contribuição, nos termos do parágrafo 137, a seguir reproduzido: 137. Nesse sentido, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça decidiu, no acórdão em comento, que os equipamentos de proteção individual (EPI) podem se enquadrar no conceito de insumos então estabelecido. Conquanto não tenha havido ressalva no referido acórdão em relação a tais equipamentos, decorre dos critérios para definição do conceito de insumos firmados por aquela Seção e explanados acima que somente os equipamentos de proteção individual fornecidos a trabalhadores alocados pela pessoa jurídica nas atividades de produção de bens ou de prestação de serviços podem ser considerados insumo. Estamos frente a equipamentos utilizados pelos empregados, portanto, o crédito deve ser restabelecido. Pelo exposto, é de se negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional em relação a essa matéria. Quanto aos Materiais de Limpeza do Parque Fabril o Parecer defende que eles também se enquadram no conceito de insumo, para fins de creditamento da contribuição nos termos dos parágrafos 100 e 101, a seguir reproduzidos: 100. Malgrado os julgamentos citados refiramse apenas a pessoas jurídicas dedicadas à industrialização de alimentos (ramo no qual a higiene sobressai em importância), parece bastante razoável entender que os materiais e serviços de limpeza, desinfecção e dedetização de ativos utilizados pela pessoa jurídica na produção de bens ou na prestação de serviços podem ser considerados insumos geradores de créditos das contribuições. 101. Isso porque, à semelhança dos materiais e serviços de manutenção de ativos, tratase de itens destinados a viabilizar o funcionamento ordinário dos ativos produtivos (paralelismo de funções com os combustíveis, que são expressamente considerados insumos pela legislação) e bem assim porque em algumas atividades sua falta implica substancial perda de qualidade do produto ou serviço disponibilizado, como na produção de alimentos, nos serviços de saúde, etc. Reparase que, no caso, temos a produção de alimentos, cuja qualidade é notadamente dependente da limpeza de sua instalações, portanto, o crédito deve ser restabelecido. Pelo exposto, é de se negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional quanto a essa matéria. Por fim, quanto às Embalagens que não se incorporam ao produto, de acordo com o Parecer, essas embalagens para transporte não podem ser considerados insumos, conforme verificase da leitura dos parágrafos 55 e 56, a seguir reproduzidos: 55. Conforme salientado acima, em consonância com a literalidade do inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº 10.833, de 2003, e nos termos decididos pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, em regra somente podem ser considerados insumos para fins de Fl. 2345DF CARF MF Processo nº 10925.000265/200803 Acórdão n.º 9303007.845 CSRFT3 Fl. 426 7 apuração de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins bens e serviços utilizados pela pessoa jurídica no processo de produção de bens e de prestação de serviços, excluindose do conceito os dispêndios realizados após a finalização do aludido processo, salvo exceções justificadas. 56. Destarte, exemplificativamente não podem ser considerados insumos gastos com transporte (frete) de produtos acabados (mercadorias) de produção própria entre estabelecimentos da pessoa jurídica, para centros de distribuição ou para entrega direta ao adquirente6 , como: a) combustíveis utilizados em frota própria de veículos; b) embalagens para transporte de mercadorias acabadas; c) contratação de transportadoras. Portanto, a glosa do crédito relativo a esse valor. Pelo exposto, é de se dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional quanto a essa matéria. Recurso Especial do Sujeito Passivo Prosseguindo, passo à análise do Recurso Especial do Sujeito Passivo. Para fins de delimitação da lide, cumpre referir que tratase da discussão de duas matérias: (1) possibilidade de aproveitamento de créditos sobre gastos com frete mercadorias entre estabelecimentos e (2) Atualização pela taxa SELIC do valor a ser ressarcido. Com relação à possibilidade de aproveitamento de créditos sobre gastos com frete mercadorias entre estabelecimentos, de acordo com o Parecer, esses gastos não podem ser considerados insumos. Nesse sentido, cabe referir os parágrafos 55 e 56, a seguir reproduzidos: 55. Conforme salientado acima, em consonância com a literalidade do inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº 10.833, de 2003, e nos termos decididos pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, em regra somente podem ser considerados insumos para fins de apuração de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins bens e serviços utilizados pela pessoa jurídica no processo de produção de bens e de prestação de serviços, excluindose do conceito os dispêndios realizados após a finalização do aludido processo, salvo exceções justificadas. 56. Destarte, exemplificativamente não podem ser considerados insumos gastos com transporte (frete) de produtos acabados (mercadorias) de produção própria entre estabelecimentos da pessoa jurídica, para centros de distribuição ou para entrega direta ao adquirente6 , como: a) combustíveis utilizados em frota própria de veículos; b) embalagens para transporte de mercadorias acabadas; c) contratação de transportadoras. Como o frete de mercadorias entre estabelecimentos não caracteriza insumo, portanto, a glosa do crédito referente a esse gasto deve ser mantida. Pelo exposto, é de se negar provimento ao Recurso Especial do Sujeito Passivo quanto a essa matéria. Por fim, quanto à atualização do valor a ser ressarcido, pela taxa Selic, é mister esclarecer que tratase de matéria sumulada, com definição de entendimento a que os Fl. 2346DF CARF MF 8 conselheiros estão regimentalmente vinculados. No caso, entendo aplicável a Súmula CARF n° 125, a seguir reproduzida: Súmula CARF nº 125 No ressarcimento da COFINS e da Contribuição para o PIS não cumulativas não incide correção monetária ou juros, nos termos dos artigos 13 e 15, VI, da Lei nº 10.833, de 2003. Portanto, negase provimento ao RESP do SP quanto à matéria. Conclusão Em vista do exposto, voto por: (a) dar provimento parcial ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, para restabelecer a glosa do crédito sobre os gastos com embalagens que não se incorporam ao produto e (b) negar provimento ao Recurso Especial do Sujeito Passivo. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Voto Vencedor Conselheira Tatiana Midori Migiyama Redatora designada Primeiramente, peço vênia ao ilustre conselheiro relator para expor o entendimento que prevaleceu na sessão de julgamento quanto à possibilidade de constituição de crédito de Cofins sobre frete de produtos acabados. Sem delongas, em relação a esse item, vêse que essa turma já enfrentou tal matéria, tendo sido firmado o posicionamento de que os custos de frete de mercadorias entre estabelecimentos gerariam o direito à constituição de crédito das contribuições. Frisese a ementa do acórdão 9303005.156: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2008 CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. Fl. 2347DF CARF MF Processo nº 10925.000265/200803 Acórdão n.º 9303007.845 CSRFT3 Fl. 427 9 Cabe a constituição de crédito de PIS/Pasep sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, considerando sua essencialidade à atividade do sujeito passivo. Não obstante à observância do critério da essencialidade, é de se considerar ainda tal possibilidade, invocando o art. 3º, inciso IX, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso IX, da Lei 10.637/02 eis que a inteligência desses dispositivos considera para a r. constituição de crédito os serviços intermediários necessários para a efetivação da venda quais sejam, os fretes na “operação” de venda. O que, por conseguinte, cabe refletir que tal entendimento se harmoniza com a intenção do legislador ao trazer o termo “frete na operação de venda”, e não “frete de venda” quando impôs dispositivo tratando da constituição de crédito das r. contribuições. CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE MATÉRIAS PRIMAS ENTRE ESTABELECIMENTOS Os fretes na transferência de matérias primas entre estabelecimentos, essenciais para a atividade do sujeito passivo, eis que vinculados com as etapas de industrialização do produto e seu objeto social, devem ser enquadrados como insumos, nos termos do art. 3º, inciso II, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso II, da Lei 10.637/02. Cabe ainda refletir que tais custos nada diferem daqueles relacionados às máquinas de esteiras que levam a matériaprima de um lado para o outro na fábrica para a continuidade da produção/industrialização/beneficiamento de determinada mercadoria/produto.” Nesse ínterim, proveitoso citar ainda os acórdãos 9303005.155, 9303 005.154, 9303005.153, 9303005.152, 9303005.151, 9303005.150, 9303005.116, 9303 006.136, 9303006.135, 9303006.134, 9303006.133, 9303006.132, 9303006.131, 9303 006.130, 9303006.129, 9303006.128, 9303006.127, 9303006.126, 9303006.125, 9303 006.124, 9303006.123, 9303006.122, 9303006.121, 9303006.120, 9303006.119, 9303 006.118, 9303006.117, 9303006.116, 9303006.115, 9303006.114, 9303006.113, 9303 Fl. 2348DF CARF MF 10 006.112, 9303006.111, 9303005.135, 9303005.134, 9303005.133, 9303005.132, 9303 005.131, 9303005.130, 9303005.129, 9303005.128, 9303005.127, 9303005.126, 9303 005.125, 9303005.124, 9303005.123, 9303005.122, 9303005.121, 9303005.127, 9303 005.126, 9303005.125, 9303005.124, 9303005.123, 9303005.122, 9303005.121, 9303 005.120, 9303005.119, 9303005.118, 9303005.117, 9303006.110, 9303004.311, etc. É de se entender que, em verdade, se trata de frete para a venda, passível de constituição de crédito das contribuições, nos termos do art. 3º, inciso IX, das Lei 10.833/03 e Lei 10.637/02 – pois a inteligência desse dispositivo considera o frete na “operação” de venda. A venda de per si para ser efetuada envolve vários eventos. Por isso, que a norma traz o termo “operação” de venda, e não frete de venda. Inclui, portanto, nesse dispositivo os serviços intermediários necessários para a efetivação da venda, dentre as quais o frete ora em discussão. Em vista do exposto, votamos por dar provimento parcial ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo, para restabelecer o crédito de frete de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo contribuinte. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 2349DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.000211/2006-01
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Jan 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2002, 2003
COOPERATIVA DE CRÉDITO. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATOS COOPERATIVOS. NÃO TRIBUTAÇÃO.
A efetivação de aplicações financeiras por cooperativas de crédito no mercado constitui ato cooperativo não sujeito à tributação. Precedentes. Acórdãos nº 9101-002.782 e 9101-001.825.
Numero da decisão: 9101-003.985
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Luis Fabiano Alves Penteado, Lívia De Carli Germano e Adriana Gomes Rêgo.
Nome do relator: ANDRE MENDES DE MOURA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Presidente (assinado digitalmente) André Mendes de Moura - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Luis Fabiano Alves Penteado, Lívia De Carli Germano e Adriana Gomes Rêgo.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1467; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 264 1 263 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 16327.000211/200601 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9101003.985 – 1ª Turma Sessão de 18 de janeiro de 2019 Matéria CSLL ATOS COOPERADOS DE COOPERATIVA FINANCEIRA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado COOP. DE ECON. E CRED. MUTUO DOS SERV. MUNIC. DE SP E MAUA, SERV. PUBLI. EMPRE. E PROF. LIB. DA REG. METRO. OESTE D ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2002, 2003 COOPERATIVA DE CRÉDITO. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATOS COOPERATIVOS. NÃO TRIBUTAÇÃO. A efetivação de aplicações financeiras por cooperativas de crédito no mercado constitui ato cooperativo não sujeito à tributação. Precedentes. Acórdãos nº 9101002.782 e 9101001.825. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Luis Fabiano Alves Penteado, Lívia De Carli Germano e Adriana Gomes Rêgo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 02 11 /2 00 6- 01 Fl. 264DF CARF MF Processo nº 16327.000211/200601 Acórdão n.º 9101003.985 CSRFT1 Fl. 265 2 Relatório Tratase de recurso especial (efls. 207/228) interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional ("PGFN") em face do Acórdão nº 1803001.507 (efls. 191/202), da sessão de 2 de outubro de 2012, proferido pela 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, que deu provimento ao recurso voluntário interposto por C.E.C.M. COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS SERVIDORES MUNICIPAIS DE SÃO PAULO ("Contribuinte"). A decisão recorrida apresentou a seguinte ementa : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003 COOPERATIVAS DE CRÉDITO. RECEITAS FINANCEIRAS. Por ter natureza de ato cooperativo típico, o resultado de receitas financeiras decorrentes de aplicações financeiras realizadas por cooperativas de crédito, não se sujeita ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2002, 2003 COOPERATIVAS DE CRÉDITO. RECEITAS FINANCEIRAS. Por ter natureza de ato cooperativo típico, o resultado de receitas financeiras decorrentes de aplicações financeiras realizadas por cooperativas de crédito, não se sujeita a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2002, 2003 COOPERATIVAS DE CRÉDITO. RECEITAS FINANCEIRAS. Por ter natureza de ato cooperativo típico, o resultado de receitas financeiras decorrentes de aplicações financeiras realizadas por cooperativas de crédito, não se sujeita a Contribuição para o PIS/PASEP. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002, 2003 COOPERATIVAS DE CRÉDITO. RECEITAS FINANCEIRAS. Por ter natureza de ato cooperativo típico, o resultado de receitas financeiras decorrentes de aplicações financeiras Fl. 265DF CARF MF Processo nº 16327.000211/200601 Acórdão n.º 9101003.985 CSRFT1 Fl. 266 3 realizadas por cooperativas de crédito, não se sujeita a Contribuição da COFINS. A PGFN interpôs recurso especial, pretendendo devolver as matérias (1) incidência da CSLL sobre os resultados de receitas financeiras apuradas em atos cooperativos; (2) incidência do IRPJ sobre os resultados de receitas financeiras apuradas em atos cooperativos; e (3) incidência do PIS sobre os resultados de receitas financeiras apuradas em atos cooperativos. Despacho de exame de admissibilidade de efls. 230/235 deu seguimento parcial ao recurso, para a matéria "incidência da CSLL sobre os resultados de receitas financeiras apuradas em atos cooperativos". A Contribuinte apresentou contrarrazões (efls. 251/259), no qual aduz que a CSLL não incide sobre as atividades da cooperativa de crédito, vez que tem como objeto a captação de recursos e realização de aplicações no mercado financeiro, com intuito de oferecer assistência de crédito aos associados, sem visar o lucro. Tratase de ato cooperativo, sobre o qual não deveria ocorrer a tributação. Menciona posicionamento de cortes superiores no sentido de que não cabe incidência de tributos de receitas financeiras auferidas por cooperativas de crédito. Requer pela manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro André Mendes de Moura, Relator. Sobre a admissibilidade, adoto as razões do despacho de exame de admissibilidade de efls. 230/235, que conheceu parcialmente do recurso especial da PGFN para a matéria "incidência da CSLL sobre os resultados de receitas financeiras apuradas em atos cooperativos", com fulcro no art. 50, § 1º da Lei nº 9.784, de 19991, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. Passo ao exame do mérito. O assunto já foi tratado em julgamento realizado pelo presente Colegiado, Acórdão nº 9101002.782, cujos fundamentos adoto como razão de decidir. Transcrevo ementa e excerto do voto sobre o assunto. 1 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) V decidam recursos administrativos; (...) § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Fl. 266DF CARF MF Processo nº 16327.000211/200601 Acórdão n.º 9101003.985 CSRFT1 Fl. 267 4 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 COOPERATIVA DE CRÉDITO. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATOS COOPERATIVOS. NÃO TRIBUTAÇÃO. A efetivação de aplicações financeiras por cooperativas de crédito no mercado constitui ato cooperativo não sujeito à tributação. Precedentes do STJ e da CSRF. TRIBUTAÇÃO REFLEXA CSLL Estendese ao lançamento decorrente, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. (...) Quanto ao mérito, tem razão a contribuinte em alegar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), embasada em posicionamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), modificou o entendimento manifestado no acórdão paradigma proferido em 2004, e que a CSRF tem decidido reiteradamente que as receitas de aplicações financeiras realizadas por cooperativa de crédito não sofrem incidência de IRPJ e CSLL. Dentre as várias decisões da CSRF apontadas pela contribuinte, vale reproduzir a ementa da mais recente delas, que foi exarada por unanimidade de votos: Acórdão n° 9101001.825 Sessão de 20 de novembro de 2013 [... ] ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2002, 2003 COOPERATIVA DE CRÉDITO. RECEITAS DECORRENTES DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS. CARACTERIZAÇÃO COMO ATO COOPERATIVO. ENTENDIMENTO DO STJ. IRPJ E CSLL. NÃO INCIDÊNCIA. Nos casos de cooperativas de crédito, tendo em vista a sua especificidade, as receitas decorrentes de aplicações financeiras, que não lhe originam lucro, mas que são destinadas aos próprios cooperados, não sofrem a incidência de IRPJ nem de CSLL, pois que referidas aplicações, conforme entendimento do próprio STJ, enquadramse no conceito de atos cooperativos. Não se desconhece que de acordo com a Lei n° 5.764/1971, os resultados obtidos com a prática de operações que não Fl. 267DF CARF MF Processo nº 16327.000211/200601 Acórdão n.º 9101003.985 CSRFT1 Fl. 268 5 envolvam atos cooperativos estão sujeitos à incidência do IRPJ e da CSLL. Também não se desconhece que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), por meio da Súmula 262, pacificou o entendimento de que, embora os atos das cooperativas de um modo geral sejam isentos de Imposto de Renda (IR), quando se trata do resultado de aplicações financeiras realizadas por estas entidades o IR incide sim, porque tais operações não são referentes a atos cooperativos típicos: Súmula STJ n° 262: Incide o imposto de renda sobre o resultado das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas. Contudo, no caso específico das cooperativas de crédito, há de se levar em conta algumas particularidades, conforme evidencia a Lei Complementar n° 130/2009, que, ao tratar desse tipo de cooperativa, assim dispõe: Art. 2° As cooperativas de crédito destinamse, precipuamente, a prover, por meio da mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus associados, sendolhes assegurado o acesso aos instrumentos do mercado financeiro. (grifos acrescidos) É forçoso concluir que a captação de recursos e a realização de aplicações no mercado financeiro, com o intuito de oferecer assistência de crédito aos associados atos praticados pelas cooperativas de crédito constituem atos cooperativos, não passíveis da incidência tributária em questão. Nesse sentido, vale registrar o que foi decidido pela 2ª Turma do STJ no AgRg do AgRg no REsp 717126/SC, de relatoria do Ministro Herman Benjamin, julgado em 09/02/2010, quando o referido tribunal deixou claro que a Súmula 262 não se aplica às cooperativas de crédito, e que "toda movimentação financeira das cooperativas de crédito — incluindo a captação de recursos, a realização de empréstimos aos cooperados, bem como a efetivação de aplicações financeiras no mercado — constitui ato cooperativo", não sujeito, portanto, à incidência tributária em questão: Ementa PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. COOPERATIVAS DE CRÉDITO. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ATOS COOPERATIVOS. IMPOSTO DE RENDA. NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA 262/STJ. INAPLICABILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmouse no sentido de que os atos cooperativos típicos — assim entendidos aqueles praticados entre as cooperativas e seus associados ou entre os associados e as cooperativas, ou ainda Fl. 268DF CARF MF Processo nº 16327.000211/200601 Acórdão n.º 9101003.985 CSRFT1 Fl. 269 6 entre cooperativas, para a consecução dos objetivos sociais — não geram receita ou lucro, consoante disposto no art. 79, parágrafo único, da Lei 5.764/1971. 2. A Primeira Seção do STJ pacificou o entendimento de que toda movimentação financeira das cooperativas de crédito — incluindo a captação de recursos, a realização de empréstimos aos cooperados, bem como a efetivação de aplicações financeiras no mercado — constitui ato cooperativo. 3. Inferese que, se as aplicações financeiras das cooperativas de crédito, por serem atos cooperativos típicos, não geram receita, lucro ou faturamento, o resultado positivo decorrente desses negócios jurídicos não sofre a incidência do Imposto de Renda. 4. Acresçase que os julgados que deram origem ao enunciado da Súmula 262/STJ não analisaram a situação específica das cooperativas de crédito, cuja atividade básica está relacionada à gerência financeira dos recursos creditícios dos associados. [...] VOTO O EXMO. SR. MINISTRO HERMAN BENJAMIN (Relator): Os autos foram recebidos neste Gabinete em 27.10.2009. Os Agravos Regimentais não merecem prosperar, pois a ausência de argumentos hábeis para alterar os fundamentos da decisão ora agravada torna incólume o entendimento nela firmado. Com efeito, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmouse no sentido de que os atos cooperativos típicos assim entendidos aqueles praticados entre as cooperativas e seus associados ou entre os associados e as cooperativas, ou entre cooperativas, para a consecução dos objetivos sociais não geram receita ou lucro, consoante disposto no art. 79, parágrafo único, da Lei 5.764/1971: [...] Confiramse os seguintes precedentes desta Corte: [... ] Por sua vez, a Primeira Seção do STJ, com o julgamento do REsp 591298/MG, Relator p/ acórdão Ministro Castro Meira, DJ 07/03/2005, pacificou o entendimento de que "toda a movimentação financeira das cooperativas de crédito, incluindo a captação de recursos, a realização de empréstimos aos cooperados bem como a efetivação de aplicações financeiras no mercado, constitui ato cooperativo". Eis a ementa do mencionado acórdão, que sedimentou a orientação desta Corte Superior: Fl. 269DF CARF MF Processo nº 16327.000211/200601 Acórdão n.º 9101003.985 CSRFT1 Fl. 270 7 TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. PIS. COOPERATIVA DE CRÉDITO. LEI N.° 5.764/71. 1. Milita em favor das normas jurídicas a presunção de que foram recepcionadas pelo sistema normativo ante a ruptura constitucional. Enquanto não provocada a Suprema Corte ou declarada a nãorecepção, a Lei n.° 5.764/71 continua em pleno vigor, não havendo óbice ao conhecimento do recurso especial por violação de um ou alguns de seus dispositivos. 2. O ato cooperativo não gera faturamento para a sociedade. O resultado positivo decorrente desses atos pertence, proporcionalmente, a cada um dos cooperados. Inexiste, portanto, receita que possa ser titularizada pela cooperativa e, por conseqüência, não há base imponível para o PIS. 3. Já os atos não cooperativos geram faturamento à sociedade, devendo o resultado do exercício ser levado à conta específica para que possa servir de base à tributação (art. 87 da Lei n.° 5.764/71). 4. Toda a movimentação financeira das cooperativas de crédito, incluindo a captação de recursos, a realização de empréstimos aos cooperados bem como a efetivação de aplicações financeiras no mercado, constitui ato cooperativo, circunstância a impedir a incidência da contribuição ao PIS. 5. Salvo previsão normativa em sentido contrário (art. 86, parágrafo único, da Lei n.° 5.764/71), estão as cooperativas de crédito impedidas de realizar atividades com não associados. 6. Atualmente, por força do art. 23 da Resolução BACEN n.° 3.106/2003, as cooperativas de crédito somente podem captar depósitos ou realizar empréstimos com associados. Assim, somente praticam atos cooperativos e, por conseqüência, não titularizam faturamento, afastandose a incidência do PIS. 7. A reunião em cooperativa não pode levar à exigência tributária superior à que estariam submetidos os cooperados caso atuassem isoladamente, sob pena de desestímulo ao cooperativismo. 8. Qualquer que seja o conceito de faturamento (equiparado ou não a receita bruta), tratandose de ato cooperativo típico, não ocorrerá o fato gerador do PIS por ausência de materialidade sobre a qual possa incidir essa contribuição social. 9. Recurso especial provido. (REsp 591298/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Rel. p/ Acórdão Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2004, DJ 07/03/2005 p. 136, grifei) Dessa forma, da conjugação dos entendimentos jurisprudenciais em referência denotase que, se as aplicações financeiras das cooperativas de crédito, por serem atos cooperativos típicos, não Fl. 270DF CARF MF Processo nº 16327.000211/200601 Acórdão n.º 9101003.985 CSRFT1 Fl. 271 8 geram receita, lucro ou faturamento, o resultado positivo decorrente desses negócios jurídicos não sofre incidência do imposto de renda. Mister se faz salientar que nenhum dos precedentes que deram origem ao enunciado da Súmula 262/STJ analisou a situação específica das cooperativas de crédito, cuja atividade básica está relacionada à gerência financeira dos recursos creditícios de seus associados. [...] De acordo com o STJ e com decisões reiteradas da CSRF, os resultados das aplicações financeiras realizadas pelas cooperativas de crédito são atos cooperativos, não passíveis de tributação pelo IRPJ e pela CSLL. (Grifos originais) Como se pode observar, os fundamentos trazidos pelo precedente tratam tanto da não incidência do IRPJ quanto da CSLL (matéria devolvida para apreciação). Diante do exposto, voto no sentido de conhecer e negar provimento ao recurso especial da PGFN. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Fl. 271DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10280.901626/2013-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jan 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Fato Gerador: 30/11/2001
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. BASE DE CÁLCULO DECLARADA INCONSTITUCIONAL. DEFICIÊNCIA PROBATÓRIA.
É do contribuinte o ônus de provar a existência e regularidade do crédito que pretende ter restituído. É sua a incumbência demonstrar liquidez e certeza quando do exame administrativo. Se tal demonstração não é realizada não há como deferir seu pleito.
Numero da decisão: 3401-005.614
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto da Silva Esteves (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Mara Cristina Sifuentes.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do Fato Gerador: 30/11/2001 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. BASE DE CÁLCULO DECLARADA INCONSTITUCIONAL. DEFICIÊNCIA PROBATÓRIA. É do contribuinte o ônus de provar a existência e regularidade do crédito que pretende ter restituído. É sua a incumbência demonstrar liquidez e certeza quando do exame administrativo. Se tal demonstração não é realizada não há como deferir seu pleito.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto da Silva Esteves (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Mara Cristina Sifuentes.
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BASE DE CÁLCULO DECLARADA INCONSTITUCIONAL. DEFICIÊNCIA PROBATÓRIA. É do contribuinte o ônus de provar a existência e regularidade do crédito que pretende ter restituído. É sua a incumbência demonstrar liquidez e certeza quando do exame administrativo. Se tal demonstração não é realizada não há como deferir seu pleito. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto da Silva Esteves (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Mara Cristina Sifuentes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 90 16 26 /2 01 3- 12 Fl. 328DF CARF MF Processo nº 10280.901626/201312 Acórdão n.º 3401005.614 S3C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratam os autos de Pedido de Restituição de contribuição para o PIS realizado através de PER/DCOMP, referente pagamento à maior que o devido, incidente sobre base de cálculo definida pelo art. 3º, §1º da Lei nº 9.718,98, declarada inconstitucional pelo STF em sede de repercussão geral. Inicialmente cabe esclarecer que houve evolução na empresa titular do crédito, na época dos fatos (junho/1999) a empresa denominavase SANDIESEL S/A, que foi incorporada em 17/12/2002 pela BELÉM DIESEL S.A. e que por sua vez foi incorporada em 31/01/2007 pela RODOBENS CAMINHÕES CIRASA S.A. A DRF São José do Rio Preto proferiu Despacho Decisório (eletrônico), indeferindo o Pedido de Restituição por inexistência de crédito. Tomando por base o DARF discriminado no PER/DCOMP, constatou que fora integralmente utilizado para quitação de débito declarado para o mesmo período. Não satisfeito com a resposta do fisco, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, sob as seguintes razões: (i) por economia processual pede para que seja reunidos todos os processos que relaciona, por conterem o mesmo objeto; (ii) que o Despacho Decisório está equivocado pois não foi examinado o real motivo que sustenta o pedido, que foi o recolhimento de PIS com base de cálculo alargada pelo §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, vigente à época dos fatos; (iii) sendo inconstitucional o dispositivo legal mencionado, que trata da ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, matéria já superada pelo STF com repercussão geral no RE nº 585.235, de 10/09/2008, dá validade ao pedido por pagamento a maior ou indevido; (iv) por força do inciso I do §6º do art. 26A, incluído no Decreto nº 70.325 de 06/03/1972 pela Lei nº 11.941/2009, os órgãos administrativos deverão seguir as decisões com repercussão geral do STF, como aliás, já prevalece nas decisões das CSRF conforme acórdãos que menciona; (v) requer ao final, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, produção de perícia, realização de diligência e a juntada de documentos. Em Primeiro Grau a DRJ/RPO ratificou inteiramente o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição, nos termos do Acórdão nº 14062.271. O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário contra a decisão de primeiro grau, reafirmando: (i) que a base de cálculo para o PIS e COFINS deverá ser composta tão somente do valor do faturamento da empresa; (ii) que o montante que compõe o crédito pleiteado se refere a inclusão indevida, na base de cálculo daquela contribuição, de receitas estranhas do conceito de faturamento, o que implicou em pagamento a maior que o devido, efetuado com base no art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98; (iii) que a controvérsia centrase única e exclusivamente na comprovação do direito creditório, porém, entende que o Fisco não se aprofundou na investigação dos fatos, a teor do art. 142 do CTN; (iv) que a DCTF não é o único meio de prova da existência de crédito passível de restituição, tal formalidade não pode se sobrepor ao direito substantivo e destaca jurisprudência do CARF sobre o caso; (v) da mesma forma, amparada em jurisprudência do CARF apela pela busca da verdade material no processo administrativo tributário, realizando uma análise ampla de todas as minúcias da situação para descobrir toda a situação fática e aplicar a norma de forma correta e eficaz; (vi) entende que o conjunto probatório é suficiente para lastrear o crédito por ela pleiteado, com a juntada de balancete devidamente transcrito no Livro Diário, Livro Razão e planilha com memória de cálculo; (vii) salienta, também, que a DRJ deveria ter convertido o julgamento em diligência, conforme previsto no art. 18 do Decreto nº 70.235, em atenção ao princípio da Fl. 329DF CARF MF Processo nº 10280.901626/201312 Acórdão n.º 3401005.614 S3C4T1 Fl. 4 3 verdade material; (viii) ao final reforça seu pedido de reforma da decisão recorrida e a restituição do crédito pleiteado. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401005.560, de 26 de novembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10280.901573/201330, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3401005.560): "O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Destacase, primeiramente, que a Recorrente fez constar do pedido de sua Manifestação de Inconformidade que: “Em atendimento ao disposto no inciso V, do art. 16, do Decreto n. 70235, de 6.3.1972, a requerente informa que a matéria objeto desta manifestação de inconformidade não foi submetida à apreciação judicial”, caso contrário deveria juntar cópia da petição, já que o assunto diz respeito à declaração de inconstitucionalidade de Lei (§1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98). Quanto a inconstitucionalidade do dispositivo legal mencionado, é tema já superado em face da revogação do mesmo pela Lei nº 11.941, de 2009. Enquanto não alterado a redação do art. 3º da Lei nº 9.718/98, foi expedido Nota Explicativa pela PGFN/CRJ nº 1.114 de 30/08/2012, delimitando o julgado pelo STF no RE nº 585.235, nos seguintes termos: DELIMITAÇÃO DA MATÉRIA DECIDIDA: O PIS/COFINS deve incidir somente sobre as receitas operacionais das empresas, escapando da incidência do PIS/COFINS as receitas não operacionais. Consideramse receitas operacionais as oriundas dos serviços financeiros prestados pelas instituições financeiras (serviços remunerados por tarifas e atividades de intermediação financeira). Repetese aqui o que já firmado pela decisão de piso, em que “chegase à conclusão que a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS, implementada pelo §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, é inconstitucional e deve ser afastada também no âmbito administrativo”. Vêse, portanto, que em termos teóricos convergem para o mesmo ponto, tanto o entendimento do Fisco quanto ao alegado fato que sustenta a tese da Recorrente, de que não cabe Fl. 330DF CARF MF Processo nº 10280.901626/201312 Acórdão n.º 3401005.614 S3C4T1 Fl. 5 4 incidência da Contribuição para o PIS sobre receitas que estão fora do conceito de faturamento. Com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF, do §1º do art.3º da Lei 9.718/98, sob o regime previsto pelo art. 543B do CPC, assentado como repercussão geral, abriu espaço para os contribuintes reverem suas bases de contribuição para o PIS e a COFINS e pleitearem junto ao fisco o ressarcimento de eventuais valores pagos a maior ou indevidamente. Pelo que ficou demonstrado no processo ora analisado, a Recorrente deu início com Pedido de Ressarcimento de contribuição para o PIS, do período de apuração 30/06/1999, alegando a existência de indébito fiscal pelo pagamento de valor a maior que o devido, pela inclusão na base de cálculo do PIS de valores referentes a receitas que não integram o conceito de faturamento, compreendido exclusivamente pelo produto das vendas de mercadorias e da prestação de serviços. A causa do pedido de ressarcimento é plausível, a controversa reside nas provas que o caso exige. Não basta que existam hipotéticos pagamentos da contribuição para o PIS sobre base de cálculo fora do alcance do conceito de faturamento, é preciso que exista a certeza do pagamento e seja líquido o valor requerido. A repetição de indébito fundase no princípio da legalidade, sob a premissa da existência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Não basta alegar, deverá ser provado àquilo que se requer. De acordo com o art. 170 do CTN, a compensação de débitos tributários só é autorizada com créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, da mesa forma deve ser tratado o pedido de ressarcimento. O Despacho Decisório respondeu ao interessado que o valor do indébito fiscal requerido não existe, pois o pagamento que lhe deu suporte (DARF) foi totalmente utilizado para quitar débito declarado em DCTF. A requerente em sua manifestação de inconformidade esclarece a razão de seu pedido, cujo crédito estaria respaldado por pagamento a maior que o devido por ter sido incluído na base de cálculo da contribuição para o PIS, valores que estariam fora do alcance do conceito de faturamento, conforme declaração de inconstitucionalidade pelo STF do §1º do art.3º da Lei nº 9.718/98. Mas deixa de proceder a retificação da DCTF para que nos sistemas da SRFB fique registrado o crédito reivindicado. As provas trazidas aos autos com a manifestação de inconformidade, são o balancete e folhas do Razão do período de 01 a 30/06/1999, além de uma relação de contas e valores de receitas financeiras, cujo valor atribuído ao PIS S/ Receita Financeira diverge do valor do crédito pleiteado. Fl. 331DF CARF MF Processo nº 10280.901626/201312 Acórdão n.º 3401005.614 S3C4T1 Fl. 6 5 A decisão de piso confirma a posição da unidade de origem, atestando que incumbe a requerente demonstrar com provas hábeis, a composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Fundamenta o voto proferido pela DRJ/POR: Para que existisse algum saldo a restituir, seria necessário que, no mínimo, a interessada houvesse retificado sua DCTF até a transmissão do seu PER/Dcomp, fazendo constar o suposto débito inferior ao declarado, o que faria exsurgir a possibilidade de se alegar pagamento a maior. (...) Ocorre que para se aferir qual o valor exato da base de cálculo do PIS e da Cofins que deve ser afastado, é necessário que o contribuinte informe e comprove qual o montante total das receitas, para se apartar o faturamento das demais receitas. Mesmo diante das colocações feitas pela decisão de primeiro grau, a Recorrente nada de novo trouxe em seu Recurso Voluntário, insiste que o Fisco não se aprofundou na investigação dos fatos e quanto ao conjunto probatório ser insuficiente, a DRJ deveria ter convertido o julgamento em diligência, em atenção ao princípio da verdade material. Ora, quem alega deve provar e esse compromisso é do interessado que declarou existir indébito fiscal pelo pagamento a maior que o devido. As provas juntadas com o Recurso, praticamente são as mesmas que foram apresentadas com a Fl. 332DF CARF MF Processo nº 10280.901626/201312 Acórdão n.º 3401005.614 S3C4T1 Fl. 7 6 manifestação de inconformidade, o que diverge é a planilha (e fls.340): Insiste a Recorrente em inverter o ônus da prova, querendo que o Fisco faça o papel de demonstrar qual a receita que deu causa ao recolhimento do PIS no valor do DARF apresentado e qual a receita que deve ser excluída por motivo de ampliação indevida de sua base de cálculo. Outro ponto que depõe contra a Recorrente é a ausência de DCTF retificadora. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada, inclusive há previsão normativa para isso, vide INRFB nº 1.110/2010: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. A apresentação de DCTF Retificadora poderá ser acatada, inclusive, quando apresentada depois do despacho decisório, porém, sendo tempestiva a apresentação da manifestação de inconformidade contra o indeferimento do PER/DCOMP, situação em que a Delegacia da Receita Federal Fl. 333DF CARF MF Processo nº 10280.901626/201312 Acórdão n.º 3401005.614 S3C4T1 Fl. 8 7 do Brasil de Julgamento (DRJ) poderá baixar em diligência à Delegacia da Receita Federal (DRF). A administração tributária orienta sobre o tema através do Parecer Cosit nº 02/2015,de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. (...) É lamentável o fato de a Recorrente pleitear a restituição de um crédito que teoricamente lhe assiste razão, com direito assegurado, mas que de fato não consegue fazer prova de sua existência. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 334DF CARF MF
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