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Numero do processo: 13874.720104/2011-68
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2009
MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. ATRASO NA ENTREGA DA DCTF.
O atraso na entrega da DCTF pela pessoa jurídica obrigada enseja a aplicação da penalidade prevista na legislação tributária. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
Numero da decisão: 1003-000.587
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ATRASO NA ENTREGA DA DCTF. O atraso na entrega da DCTF pela pessoa jurídica obrigada enseja a aplicação da penalidade prevista na legislação tributária. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama. Relatório Contra a Recorrente acima identificada foi lavrada a Notificação de Lançamento, efls. 2425, com a exigência do crédito tributário no valor de R$200,00 a título de multa de ofício isolada por atraso na entrega em 27.10.2011 da Declaração de Débitos e AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 4. 72 01 04 /2 01 1- 68 Fl. 52DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 53 2 Créditos Tributário Federais (DCTF) do primeiro semestre do anocalendário de 2009, cujo prazo final era 07.10.2009: Descrição dos Fatos Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) entregue fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação da multa de 2% (dois por cento) ao mês ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na declaração, ainda que tenham sido integralmente pagos, reduzida em 50% (cinqüenta por cento) em virtude da entrega espontânea da declaração, respeitado o percentual máximo de 20% (vinte por cento) e o valor mínimo de R$200,00 (duzentos reais) no caso de inatividade e de R$500,00 (quinhentos reais) nos demais casos. Enquadramento Legal Art. 7º da Lei n° 10.426, de 24/04/2002, com redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.051, de 29/12/2004. Cientificada, a Recorrente apresentou a impugnação. Está registrado na ementa do Acórdão da 1ª Turma/DRJ/CPS/SP nº 0540.283, de 15.03.2013, efls. 3541: MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. O sujeito passivo que deixar de apresentar a Declaração no prazo fixado, sujeitarseá às penalidades legais. Impugnação Improcedente Notificada em 16.04.2013, fl. 46, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 30.04.2013, fls. 4748, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Relativamente aos fundamentos de fato e de direito aduz que: PRELIMINARMENTE Vem esclarecer à V. Sas., que, esta Associação, como já fora cientificado à V. Sªs., que, como se estivesse obrigada, veio as entregas posteriores, para o 2º semestre de 2008 e também, para os dois semestres de 2009. DO FATO Esclarecendo novamente, reafirmando as explicações iniciais, e, conforme já dispõe a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, esta considerada isenta destas entregas. Art 5º Estão dispensadas da apresentação do DCTF II — as pessoas jurídicas imunes e isentas do imposto de Renda, cujo valor mensal das contribuições a serem Informadas no Dacon seja inferior a R$ 10.000,00 (Dez Mil reais); DE MÉRITIS Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 54 3 Vem requerer a este I. Julgador, o total cancelamento total deste Processo, justamente por se tratar de entidade inclusa, naquela INSRFB, para tanto não obrigada a esta entrega. No que concerne ao pedido conclui que: Termos em que, P. Deferimento. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. A Recorrente discorda do procedimento de ofício. No que se refere à possibilidade jurídica de aplicação de penalidade pecuniária por falta de cumprimento de obrigação acessória, temse que essa obrigação é um dever de fazer ou não fazer que decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Essas obrigações formais de emissão de documentos contábeis e fiscais decorrem do dever de colaboração do sujeito passivo para com a fiscalização tributária no controle da arrecadação dos tributos (art. 113 do Código Tributário Nacional). Ademais, a imunidade tributária não afasta a obrigação do ente imune de cumprir as obrigações acessórias previstas na legislação tributária (art. 150 da Constituição Federal e art. 9º do Código Tributário Nacional). O Ministro da Fazenda pode instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais, cuja competência foi delegada à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) (art. 5º da DecretoLei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, Portaria MF nº 118, de 28 de junho de 1984 e art. 16 da Lei n° 9.779, de 19 de janeiro de 1999). No exercício de sua competência regulamentar a RFB pode instituir obrigações acessórias, inclusive, forma, tempo, local e condições para o seu cumprimento, o respectivo responsável, bem como a penalidade aplicável no caso de descumprimento. A dosimetria da pena pecuniária prevista na legislação tributária deve ser observada pela autoridade fiscal, sob pena de responsabilidade funcional (parágrafo primeiro do art. 142 do Código Tributário Nacional). Além disso, os atos do processo administrativo dependem de forma determinada quando a lei expressamente a exigir (art. 22 da Lei nº 9.784, de 29 de dezembro de 1999). O documento que formalizála, comunicando a existência de crédito tributário, constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. O adimplemento das obrigações tributárias principais confessadas em DCTF não tem força normativa para afastar a penalidade pecuniária decorrente da entrega em atraso ou a falta de apresentação da mesma DCTF. Ademais, a responsabilidade por infrações da Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 55 4 legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato (art. 136 do Código Tributário Nacional). Sendo objetiva a responsabilidade por infração à legislação tributária, correta é a aplicação da multa prevista legalmente no caso de transmissão intempestiva da DCTF. Verificase ainda que "a denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração", conforme Súmula Vinculante CARF nº 49, conforme Portaria MF nº 277, de 07 de junho de 2018. Regulando a matéria, a Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, ordena: Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; II de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; III de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante da Cofins, ou, na sua falta, da contribuição para o PIS/Pasep, informado no Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3º deste artigo; e (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) IV de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1º Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2º Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas: Fl. 55DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 56 5 I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; II a setenta e cinco por cento, se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: (Vide Lei nº 11.727, de 2008) I R$200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei nº 9.317, de 1996; II R$500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. §4º Considerarseá não entregue a declaração que não atender às especificações técnicas estabelecidas pela Secretaria Receita Federal. §5º Na hipótese do § 4º, o sujeito passivo será intimado a apresentar nova declaração, no prazo de dez dias, contados da ciência à intimação, e sujeitarseá à multa prevista no inciso I do caput, observado o disposto nos §§ 1º a 3º. A tipicidade se encontra expressa na legislação de regência da matéria e por essa razão a autoridade fiscal não pode deixar de cumprir as estritas determinações legais literalmente, não podendo alterar a penalidade pecuniária. Desse modo, o sujeito passivo que deixar de apresentar a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), nos prazos fixados pelas normas sujeitase às seguintes multas: (a) de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento; (b) de R$20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. Para efeito de aplicação dessas multas, reputase como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. As multas serão reduzidas: (a) em 50% (cinqüenta por cento), quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; (b) em 25% (vinte e cinco por cento), se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. A multa mínima a ser aplicada deve ser: (a) R$200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa jurídica inativa; (b) R$500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos1. 1 Fundamentação legal: art. 113 e 138 do Código Tributário Nacional, art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, Portaria MF nº 118, de 28 de junho de 1984, art. 16 da Lei n° 9.779, de 19 de janeiro de 1999,e art. Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 57 6 Em relação à DCTF, cabe esclarecer que todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, devem apresentála centralizada pela matriz, via internet: (a) para os anoscalendário de 1999 e 2004, trimestralmente, até o último dia útil da primeira quinzena do segundo mês subseqüente ao trimestre de ocorrência dos fatos geradores. (b) para os anoscalendário de 2005 a 2009: (b.1) semestralmente, sendo apresentada até o quinto dia útil do mês de outubro de cada anocalendário, no caso daquela relativa ao primeiro semestre e até o quinto dia útil do mês de abril de cada anocalendário, no caso daquela atinente ao segundo semestre do anocalendário anterior; (b.2) mensalmente, de acordo com o valor da receita bruta auferida pela pessoa jurídica, sendo apresentada até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente ao mês de ocorrência dos fatos geradores; (c) a partir do anocalendário de 2010, mensalmente, com apresentação até o décimo quinto dia útil do segundo mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores2. Cabe esclarecer que o obrigação acessória é desvinculada da obrigação principal no sentido de que a obrigação tributária pode ser principal ou acessória. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (art. 113 do Código Tributário Nacional). Sobre os pagamentos que a Recorrente diz que extingue os tributos então confessados, temse que as obrigações acessórias decorrem diretamente da lei no interesse da administração tributária. É autônoma e sua observância independe da existência de obrigação principal correlata. Os deveres instrumentais previstos na legislação tributária ostentam caráter autônomo em relação à regra matriz de incidência do tributo, uma vez que vinculam inclusive as pessoas jurídicas que gozem de imunidade ou outro benefício fiscal (art. 175 e art. 194 do Código Tributário Nacional). Por essa razão o pagamento dos tributos devidos não têm força normativa de afastar a multa de ofício isolada aplicada em função da falta ou atraso na entrega da DCTF. No presente caso, restou comprovado que o lançamento fundamentase na aplicação da multa de ofício isolada por atraso na entrega em 27.10.2011 da Declaração de Débitos e Créditos Tributário Federais (DCTF) do primeiro semestre do anocalendário de 2009, cujo prazo final era 07.10.2009. 7º da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, alterada pela Lei nº 11.051, 29 de dezembro de 2004 e Súmulas CARF nºs 33 e 49. 2 Fundamentação legal: Instrução Normativa SRF nº 126, de 30 de outubro de 1998, Instrução Normativa SRF nº 255, de 11 de dezembro de 2002, Instrução Normativa SRF nº 583, de 20 de dezembro de 2005, Instrução Normativa SRF nº 695, de 14 de dezembro de 2006, Instrução Normativa RFB nº 786, de 19 de novembro de 2007, Instrução Normativa RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008, Instrução Normativa RFB nº 974, de 27 de novembro de 2009, Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010 e Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015. Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 58 7 A Instrução Normativa SRF nº 126, de 30 de outubro de 1998, que vigorou de 01.01.1999 a 31.12.2002, previa: Art. 1º Fica instituída a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF. [...] Art. 3º Estão dispensadas da apresentação da DCTF, ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo: [...] II as pessoas jurídicas imunes e isentas, cujo valor mensal de impostos e contribuições a declarar na DCTF seja inferior a dez mil reais; A Instrução Normativa SRF nº 255, de 11 de dezembro de 2002, que vigorou de 01.01.2003 a 31.12.2004, previa: Art. 3º Estão dispensadas da apresentação da DCTF: [...] II as pessoas jurídicas imunes e isentas, cujo valor mensal de impostos e contribuições a declarar na DCTF seja inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); A Instrução Normativa SRF nº 482, de 21 de dezembro de 2004, que vigorou de 01.01.2005 a 31.12.2005, previa: Art. 4º Estão dispensadas da apresentação da DCTF: [...] II as pessoas jurídicas imunes e isentas, cujo valor mensal de impostos e contribuições a declarar na DCTF seja inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); A Instrução Normativa SRF nº 583, de 20 de dezembro de 2005, que vigorou de 01.01.2006 a 31.12.2006, previa: Art. 6º Estão dispensadas da apresentação da DCTF: [...] II as pessoas jurídicas imunes e as isentas, cujo valor mensal de impostos e contribuições a declarar na DCTF seja inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais); A Instrução Normativa SRF nº 695, de 14 de dezembro de 2006, que vigorou de 01.01.2007 a 31.12.2007, previa: Art. 14 Excepcionalmente, as pessoas jurídicas imunes e as isentas, cujo valor mensal de impostos e contribuições a declarar seja inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), as autarquias e as fundações públicas e os órgãos públicos da administração direta dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios deverão apresentar as DCTF relativas aos 1º e 2º semestres de 2006 até o quinto dia útil do mês de maio de 2007. Então a Instrução Normativa RFB nº 786, de 19 de novembro de 2007, que vigorou de 01.01.2008 a 31.12.2008, previa: Art. 5º Estão dispensadas da apresentação da DCTF: Fl. 58DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 59 8 I as microempresas e as empresas de pequeno porte enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse sistema; II as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o anocalendário a que se referirem as DCTF; III os órgãos públicos da administração direta da União; e IV as autarquias e as fundações públicas federais. A Instrução Normativa RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008, vigorou de 01.01.2009 a 31.12.2009, previa: Art. 5º Estão dispensadas da apresentação da DCTF: I as microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) enquadradas no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples), instituído pela Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, relativamente aos períodos abrangidos por esse sistema; II as ME e as EPP enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse sistema; III as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o anocalendário ou durante todo o período compreendido entre a data de início de atividades e 31 de dezembro do ano calendário a que se referirem as DCTF; IV os órgãos públicos da administração direta da União; e V as autarquias e as fundações públicas federais. A Instrução Normativa RFB nº 974, de 27 de novembro de 2009, vigorou de 01.01.2010 a 31.12.2010, previa: Art. 3º Estão dispensadas de apresentação da DCTF: I as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse sistema; II as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o anocalendário ou durante todo o período compreendido entre Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 60 9 a data de início de atividades e 31 de dezembro do ano calendário a que se referirem as DCTF; III os órgãos públicos da administração direta da União; III os órgãos públicos da administração direta da União, em relação aos fatos geradores que ocorrerem até dezembro de 2010;(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1036, de 01 de junho de 2010) IV as autarquias e as fundações públicas federais; e IV as autarquias e as fundações públicas federais, em relação aos fatos geradores que ocorrerem até dezembro de 2010; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1036, de 01 de junho de 2010) V as pessoas jurídicas que não tenham débito a declarar. A Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010, vigorou de 01.01.2011 a 31.12.2015, previa: Art 3º Estão dispensadas da apresentação da DCTF: (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1177, de 25 de julho de 2011) I as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse Regime; I as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse Regime, mesmo que estejam sujeitas ao pagamento da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB) nos termos dos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011;(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1478, de 07 de julho de 2014) II as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o anocalendário ou durante todo o período compreendido entre a data de início de atividades e 31 de dezembro do ano calendário a que se referirem as DCTF; II as pessoas jurídicas que se mantiverem inativas durante todo o anocalendário ou durante todo o período compreendido entre a data de início de atividades e 31 de dezembro do ano calendário a que se referirem as DCTF, observado o disposto no Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 61 10 inciso II do § 2º deste artigo; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1258, de 13 de março de 2012) II as pessoas jurídicas enquanto se mantiverem inativas, observado o disposto no inciso II do § 2º deste artigo; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1484, de 31 de julho de 2014) III os órgãos públicos da administração direta da União, em relação aos fatos geradores que ocorrerem até junho de 2011; III os órgãos públicos da administração direta da União, observado o disposto no art. 10A; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1177, de 25 de julho de 2011) III os órgãos públicos da administração direta da União; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1478, de 07 de julho de 2014) IV as autarquias e as fundações públicas federais instituídas e mantidas pela administração pública federal, em relação aos fatos geradores que ocorrerem até junho de 2011; e IV as autarquias e as fundações públicas federais instituídas e mantidas pela administração pública federal, em relação aos fatos geradores que ocorrerem até dezembro de 2011. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1177, de 25 de julho de 2011) (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1478, de 07 de julho de 2014) V as pessoas jurídicas que não tenham débito a declarar. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1130, de 18 de fevereiro de 2011) VI as pessoas jurídicas e os consórcios de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 2º, desde que não tenham débitos a declarar, a partir do 2º (segundo) mês em que permanecerem nessa situação. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1478, de 07 de julho de 2014) A Instrução Normativa RFB nº 1.599, de 11 de dezembro de 2015, que vigora a partir de 01.01.2016, prevê: Art. 3º Estão dispensadas da apresentação da DCTF: I as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativamente aos períodos abrangidos por esse regime, observado o disposto no inciso I do § 2º deste artigo; II os órgãos públicos da administração direta da União; Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13874.720104/201168 Acórdão n.º 1003000.587 S1C0T3 Fl. 62 11 III as pessoas jurídicas e demais entidades de que trata o caput do art. 2º em início de atividades, referente ao período compreendido entre o mês em que forem registrados seus atos constitutivos até o mês anterior àquele em que for efetivada a inscrição no CNPJ; e IV as pessoas jurídicas e demais entidades de que trata o caput do art. 2º, desde que estejam inativas ou não tenham débitos a declarar, a partir do 2º (segundo) mês em que permanecerem nessa condição, observado o disposto nos incisos III e IV do § 2º deste artigo. IV as pessoas jurídicas e demais entidades de que trata o caput do art. 2º, desde que estejam inativas ou não tenham débitos a declarar, a partir do 2º (segundo) mês em que permanecerem nessa condição, observado o disposto no inciso III do § 2º deste artigo.(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1646, de 30 de maio de 2016) Analisando a legislação de regência determina que para o fato gerador tratado no lançamento não há previsão legal de exclusão da penalidade pecuniária aplicada com fundamento na alegação da Recorrente de que se trata de limite de débitos. Consta no Acórdão da 1ª Turma/DRJ/CPS/SP nº 0540.283, de 15.03.2013, efls. 3541, cujos fundamentos de fato e direito são acolhidos de plano nessa segunda instância de julgamento (art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999): Ocorre que o impugnante não demonstrou estar enquadrado em nenhuma das hipóteses de dispensa da declaração. Logo, considerando que a declaração foi entregue fora do prazo, verificase a ocorrência da infração tributária, e, deste modo, constatase que o Fisco agiu adequadamente ao realizar o lançamento em litígio. O atraso na entrega da DCTF pela pessoa jurídica obrigada enseja a aplicação da penalidade prevista na legislação tributária. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, nos termos do art. 136 do Código Tributário Nacional. Verificase que a Recorrente não produziu no processo novos elementos de prova, de modo que o conjunto probatório já produzido evidencia que o procedimento de ofício está correto. A inferência denotada na peça recursal, nesse caso, não pode ser acatada. Temse que nos estritos termos legais este entendimento está de acordo com o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015). Em assim sucedendo, voto em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 62DF CARF MF
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Numero do processo: 13819.905706/2009-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001
PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. Em se tratando de pedido de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados.
Numero da decisão: 3402-006.579
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA. Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. Em se tratando de pedido de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 57 06 /2 00 9- 33 Fl. 114DF CARF MF Processo nº 13819.905706/200933 Acórdão n.º 3402006.579 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Declaração de Compensação (DCOMP) com aproveitamento de suposto pagamento a maior, tendo em vista a venda de produtos para empresas sediadas na Zona Franca de Manaus. A Delegacia da Receita Federal de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação, tendo em vista que o pagamento apontado como origem do direito creditório estaria integralmente utilizado na quitação de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados no PERDCOMP. Inconformada com o despacho decisório, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, argumentando que o crédito utilizado na compensação teria origem em pagamento da contribuição na parcela calculada sobre vendas realizadas à Zona Franca de Manaus e apresenta suas razões para o acolhimento da compensação efetuada. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pelo colegiado a quo, nos termos do Acórdão nº 05036.557. Devidamente intimado, o contribuinte interpôs o recurso voluntário, ora em apreço, oportunidade em que continuou alegando a juridicidade do seu crédito, uma vez que as operações de vendas destinadas à Zona Franca de Manaus seriam equiparadas à operações imunes. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.574, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 13819.905701/200919, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3402006.574): "5. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. I. A imunidade das operações de venda à ZFM e a impertinência da discussão no presente caso 6. Para a devida compreensão do presente tópico deste voto, mister se faz destacar que o despacho decisório que Fl. 115DF CARF MF Processo nº 13819.905706/200933 Acórdão n.º 3402006.579 S3C4T2 Fl. 4 3 denegou o pedido de compensação do contribuinte o fez ao fundamento de que o contribuinte já havia compensado o crédito vindicado com outro débito, o que fez nos seguintes termos: 7. Em outros termos, em momento algum a motivação do aludido ato administrativo trata da (in)juridicidade do crédito do contribuinte, mas sim pelo fato do crédito vindicado ter sido integralmente utilizado para previamente saldar outro débito (pagamento n. 3005660928; cód. 2172, PA de 31/05/2001) que não o aqui tratado 8. Acontece que, tanto em sua manifestação de inconformidade quanto em seu recurso, o contribuinte alega que seu crédito seria válido, haja vista que as operações de venda para Zona Franca de Manaus seriam equiparadas a operações imunes. 9. Nesse sentido, convém novamente repisar que o contribuinte figura como titular da pretensão de compensação e, como tal, possui o ônus de prova quanto ao fato constitutivo de seu direito. Em outras palavras, o sujeito passivo possui o encargo de comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, a existência do direito creditório, demonstrando que o direito invocado existe. 10. Assim, caberia ao sujeito passivo trazer aos autos os elementos aptos a comprovar a existência de direito creditório, capazes de demonstrar, de forma cabal, que a fiscalização incorreu em erro ao não homologar a compensação pleiteada, em conformidade com os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/19721. Em outros termos, o ônus probatório nos processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito, no entendimento reiterado desse Conselho: Assunto: Processo Administrativo Fiscal 1 “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;" Fl. 116DF CARF MF Processo nº 13819.905706/200933 Acórdão n.º 3402006.579 S3C4T2 Fl. 5 4 Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...) (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifos nosso). 11. Atentandose para o presente caso, não se vislumbra qualquer fundamento fático ou jurídico trazido pela recorrente capaz de alterar a conclusão em torno do direito ao crédito alcançada no despacho decisório e mantida pela decisão recorrida, a qual limitase a discutir, em abstrato, a validade material do suposto crédito por ela vindicado. Dispositivo 12. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário interposto." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 117DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.900175/2012-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1998
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF. ÔNUS DA PROVA. ALEGAÇÕES NÃO COMPROVADAS.
Mantém-se a decisão recorrida se não demonstrado o direito creditório alegado.
Numero da decisão: 1401-003.381
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente
(assinado digitalmente)
Cláudio de Andrade Camerano - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Carlos André Soares Nogueira, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: CLAUDIO DE ANDRADE CAMERANO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente (assinado digitalmente) Cláudio de Andrade Camerano - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Carlos André Soares Nogueira, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Eduardo Morgado Rodrigues.
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DCTF RETIFICADORA. AUSÊNCIA DE PROVAS. Recorrente CLÍNICA DE HEMOTERAPIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF. ÔNUS DA PROVA. ALEGAÇÕES NÃO COMPROVADAS. Mantémse a decisão recorrida se não demonstrado o direito creditório alegado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente (assinado digitalmente) Cláudio de Andrade Camerano Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Carlos André Soares Nogueira, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 90 01 75 /2 01 2- 70 Fl. 109DF CARF MF 2 Trata o presente processo de Recurso Voluntário à decisão administrativa de 1ª instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pela Contribuinte, ocasião em que não reconheceu o alegado direito creditório. Na decisão recorrida, se constatou pela inexistência do crédito alegado, uma vez que a Contribuinte não apresentou qualquer prova da redução do débito informado em DCTF retificadora, esta apresentada há mais de dez anos do fato gerador. Conforme relato da decisão da DRJ: [...] 15. O interessado não apresenta razões de defesa, nem faz qualquer alegação ao valor do dito débito. Limitase a reprisar valores de darf. 16. A Manifestação de Inconformidade deve explicitar as razões e os fundamentos da inconformidade, e deve ser instruída com as provas do direito alegado (art.16, do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972). 17. O pedido de restituição requer a prova do direito pretendido. Em sede de MI, a mera retificação de DCTF não substitui tal prova. 18. Sendo assim, o Despacho Decisório recorrido não merece reparos. 19. Não obstante o interessado não ter trazido qualquer alegação acerca dos valores de restituição pretendidos, não é demais observar que, segundo o quadro em nosso item 15, a redução do IRPJ a Pagar [...] e na qual o Pedido de Restituição se sustenta, devese, sobretudo, à redução de alíquota sobre a receita bruta, que, na DIPJ original, foi de 32% (trinta e dois por cento) e, na Retificadora, foi de 8% (oito por cento). 20. Acerca dos sobreditos percentuais, vejase a Solução de Consulta SRRF7ª RF, de 01.07.1998, na qual se lê que, na apuração do lucro presumido, como é o caso, a receita bruta é submetida ao coeficiente de 32% (trinta e dois por centos), para fins de estabelecimento de banco de sangue (conforme cláusula contratual, às fls.5, o objeto do interessado é a “prestação de serviços médicos de hemoterapia, banco de sangue e seus correlatos”), e não de 8% (oito por cento): "Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ementa: Lucro presumido. Coeficientes de determinação. Serviços médicos e laboratoriais e serviços hospitalares. Distinção. I Serviços hospitalares são aqueles em que o estabelecimento prestador promove internação e hospedagem do paciente para aplicarlhe o tratamento e não se confunde com os serviços de atendimento médico ambulatorial ou de análises laboratoriais. II O banco de sangue, enquanto estabelecimento dedicado a captação de doadores, hemotransfusão, coleta e armazenamento Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10730.900175/201270 Acórdão n.º 1401003.381 S1C4T1 Fl. 110 3 de sangue, produção e armazenamento de hemoderivados, análises laboratoriais e atendimento ambulatorial a pacientes, tem sua receita bruta submetida ao coeficiente de 32%, para fins de apuração do lucro presumido. III O estabelecimento de saúde que obtém receitas oriundas de serviços médicos e laboratoriais e também de serviços hospitalares deverá segregar seus resultados para a aplicação dos coeficientes de presunção respectivos. Dispositivos Legais: Art. 15 da Lei 9.249/95." Conclusão 21. Posto isso, voto para que a MI seja julgada improcedente, mantendose o Despacho Decisório recorrido e indeferindose o Pedido de Restituição, [...] [...] Cientificada da decisão do referido acórdão, o Contribuinte se afasta de suas alegações trazidas na Manifestação de Inconformidade, conforme se depreende de seu Recurso Voluntário onde apresenta novos argumentos, certamente em virtude do conteúdo da decisão recorrida, a qual se aventurou em discorrer sobre tributação sobre o lucro presumido, coeficientes de presunção do lucro presumido, etc, conforme já relatoriado. Deixase aqui de elencar os argumentos trazidos pela recorrente em face do ora decidido no presente Voto. Voto Conselheiro Cláudio de Andrade Camerano Preenchidos os requisitos de admissibilidade do Recurso Voluntário apresentado, dele conheço. Conforme relatoriado, o Despacho Decisório indeferiu o pedido de restituição por ausência do alegado crédito, pelas razões demonstradas no corpo do referido Despacho. Cientificada do Despacho, a contribuinte argumentou, de maneira um tanto confusa, que utilizou parte do crédito e foi utilizado neste PerDcomp e que em outro(s) PerDcomp teria utilizado parte deste crédito na compensação de débitos, tendo havido ainda a apresentação de uma DCTF retificadora anos após o fato gerador, reduzindo aquele débito que teria sido a origem do crédito pleiteado. Entretanto, nada trouxe aos autos, em sua manifestação de inconformidade, que pudesse comprovar a razão da redução do débito. Neste sentido devo concordar com decisão de piso: Fl. 111DF CARF MF 4 15. O interessado não apresenta razões de defesa, nem faz qualquer alegação ao valor do dito débito. Limitase a reprisar valores de darf (nosso item 4). 16. A Manifestação de Inconformidade deve explicitar as razões e os fundamentos da inconformidade, e deve ser instruída com as provas do direito alegado (art.16, do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972). 17. O pedido de restituição requer a prova do direito pretendido. Em sede de MI, a mera retificação de DCTF não substitui tal prova. 18. Sendo assim, o Despacho Decisório recorrido não merece reparos. Quanto às demais observações trazidas no voto da decisão da DRJ, acerca de eventuais diferenças de coeficientes de presunção de lucro presumido que poderiam (ou não) ter acarretado a redução do débito de IRPJ, entendo que devem ser desprezadas porque tal situação aventada não foi objeto do indeferimento dado no Despacho Decisório. Sua aceitação nos conduziria à inevitável conclusão de inovação no critério jurídico do indeferimento, algo que não se pode aceitar. Daí não se conhecer das alegações neste sentido trazidas no recurso voluntário. Reiterese que a decisão de piso não efetivou sua conclusão pelas observações que fez a partir do item 20 (eventuais diferenças em coeficientes de presunção) de seu voto condutor. Conforme itens 15 a 19 (supra), vêse claramente que a conclusão da instância de piso deuse pelas razões já destacadas em seu voto condutor, ora reproduzidas neste Voto, como consta, aliás em sua ementa. Conclusão Voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Cláudio de Andrade Camerano Fl. 112DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.901620/2013-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2008 a 30/09/2008
PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracteriza-se a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade.
Numero da decisão: 3302-006.841
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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CONCOMITÂNCIA. A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracterizase a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado. Relatório Trata o presente processo do Pedido de Restituição (PER), transmitido pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a restituição de PIS. Consta no processo Despacho Decisório Eletrônico proferido pela unidade de origem, o qual concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER, sob o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 16 20 /2 01 3- 07 Fl. 281DF CARF MF Processo nº 16682.901620/201307 Acórdão n.º 3302006.841 S3C3T2 Fl. 3 2 fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Cientificado desta decisão, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, julgada improcedente pela DRJ, nos termos do Acórdão nº 12088.987. Inconformado com a decisão da DRJ, apresentou recurso voluntário ao CARF, no qual argumenta que: a) A ausência de retificação de DCTF ou de qualquer outra obrigação acessória jamais poderia ser impeditivo do reconhecimento do seu direito ao crédito, na medida em que o Fisco possui outros meios de apurar a existência de eventual indébito tributário. Assim, não restam dúvidas de que a falta de retificação da DCTF não deve implicar na perda do direito ao crédito; b) Não há concomitância entre o presente processo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. A lide proposta foi no sentido de que fosse reconhecido o direito líquido e certo da recorrente não se sujeitar à incidência do PIS/Cofins sobre as receitas de interconexão, bem como para reconhecer o crédito referente a eventuais valores pagos indevidamente, relativamente a contribuições apuradas e recolhidas após a impetração do writ. O objeto da ação judicial se destina apenas às contribuições de PIS e Cofins apuradas e recolhidas após a distribuição do referido MS; c) No caso concreto, há uma divisão muito clara. Os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição. Apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Bem verdade que há certa semelhança entre as causas de pedir dos processos administrativos e judicial. Ambos estão fundados na “não incidência do PIS/COFINS sobre receitas de interconexão”. Todavia, os pedidos efetuados para se afastar o PIS e a COFINS sobre as receitas de interconexão, bem como para se reconhecer o crédito sobre pagamentos indevidos realizados envolvem a mesma discussão para períodos de apuração distintos. Frisese: os pedidos administrativos se voltam às contribuições apuradas e pagas antes da impetração do mandado de segurança. Já aquelas apuradas e pagas após o ajuizamento da ação judicial são objeto do mandado de segurança. Diante desse cenário, verificase que não há concomitância entre o mandado de segurança em curso perante o Poder Judiciário e o presente processo administrativo, tendo em vista que os períodos de apuração relativos ao crédito referente ao indébito tributário são distintos; d) Os valores recebidos pela Recorrente e repassados a outras operadoras a título de interconexão de redes não configuram receita tributável pelo PIS e COFINS, pois não se trata de “receita” auferida pela Recorrente, quer do ponto de vista jurídico, quer mesmo do ponto de vista contábil. No caso dos valores recebidos pela Recorrente e repassados a terceiros a título de interconexão de redes, o que se verifica é um mero e transitório ingresso de recursos que devem ser repassados ao terceiro que cedeu seus meios de rede à Recorrente. Não há, portanto, qualquer efetivo acréscimo patrimonial da Recorrente, porque já há um imediato e compulsório destino para aquele valor recebido, que é repassado para as outras operadoras de telecomunicação; e) A tributação nos moldes pretendidos pelo Fisco implica a tributação pelo PIS/COFINS da receita total auferida pela Recorrente pela prestação do serviço de Fl. 282DF CARF MF Processo nº 16682.901620/201307 Acórdão n.º 3302006.841 S3C3T2 Fl. 4 3 telecomunicação, incluindo a parcela que será repassada a terceiros pela interconexão de redes. E, além dessa tributação, nos termos da pretensão fiscal, haveria uma nova incidência do PIS/COFINS pelo terceiro que realiza a interconexão, no momento em que ele apropriar a receita que lhe é repassada, caracterizando o bis in idem tributário; f) A base de cálculo do PIS/COFINS não deve ser integrada por elementos estranhos à receita auferida, notadamente pelos valores que devem ser repassados a terceiros a título de interconexão de redes. Na prática, isso faz com que todo o valor pago pela Recorrente a título de PIS/COFINS sobre esses valores de interconexão de redes seja qualificado como indébito tributário, que lhe deve ser restituído. Termina o recurso requerendo o provimento para que seja reformado o acórdão recorrido, a fim de que seja deferido o pedido de restituição formulado. É o breve relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Acórdão nº 3302006.815, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 16682.900008/201490, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3302006.815): "O recurso é tempestivo e apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, de forma que dele conheço e passo à análise. O cerne da questão está em decidir se há concomitância entre esse processo administrativo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Para tanto, é necessário analisar os objetos dos respectivos processos. Conforme já mencionado na decisão a quo, o indébito pleiteado no Pedido de Restituição decorre, nas palavras do contribuinte, “da indevida inclusão na base de cálculo do PIS de valores referentes a ingressos de numerário em razão de contratos de interconexão, os quais não constituem "receita" da Manifestante”. Portanto, defende em processo administrativo a não incidência do PIS/COFINS sobre tarifas de interconexão. Vejamos o objeto do MS nº 002418579.2013.4.02.5101: Pela petição inicial, temos os seguintes pedidos: a) concessão de medida liminar para assegurar o direito liquido e certo da impetrante à suspensão da exigibilidade dos créditos tributários, nos termos do art. 151, IV, do CTN, das Fl. 283DF CARF MF Processo nº 16682.901620/201307 Acórdão n.º 3302006.841 S3C3T2 Fl. 5 4 contribuições ao PIS e a Cofins, sobre os meros ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza); b) determinação à Autoridade Coatora sobre o contudo da decisão liminar, bem como acerca do conteúdo do presente mandamus, para que no prazo legal, preste as informações que entender necessárias, com a posterior oitiva do representante do Ministério Público; c) Ciência à União Federal, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009; d) ao final, a concessão da segurança para confirmar a liminar requerida e assegurar o direito liquido e certo de a impetrante não se sujeitar à incidência das contribuições ao PIS e à Cofins, sobre meros ingressos apurados mensalmente pelo regime da competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza), sob pena de violação ao art. 2º da Lei nº 9,718/99 e aos arts. 5º, II; 145 § 1º; 150, I e IV e 195, I, "b" da Constituição Republicana de 1988, com a consequente compensação do indébito dessas contribuições, apurados desde a distribuição do presente writ, devidamente atualizado pela Taxa Selic, após o trânsito em julgado, nos termos dos artigos 165, 170 e 170A do CTN. A sentença de primeiro grau do Mandado de Segurança nº 002418579.2013.4.02.5101, assim decidiu: Tratase de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado por INTELIG COMUNICAÇÕES LTDA contra ato atribuído ao DELEGADO DA DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE MAIORES CONTRIBUINTES NO RIO DE JANEIRO DEMAC, objetivando a declaração de não incidência das contribuições ao PIS e à COFINS, sobre os ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela Impetrante, decorrentes de tarifas de interconexão serviços prestados pelas demais operadoras, que são posteriormente repassados àquelas congêneres, bem como a declaração do direito de compensar o indébito referente a estas contribuições, apurado desde a distribuição do writ. Sustenta, em apertada síntese, que as chamadas "tarifas de interconexão" não constituem receita, e sim meros ingressos econômicos ou financeiros, tendo cm vista que são recebidas, cm um primeiro momento, pela Impetrante, porem repassadas cm seguida às operadoras que efetivamente prestaram os serviços ao cliente usuário da Impetrante. (...) Fl. 284DF CARF MF Processo nº 16682.901620/201307 Acórdão n.º 3302006.841 S3C3T2 Fl. 6 5 Pelo exposto, com fulcro no art. 269. I, do CPC. JULGO PROCEDENTE O PEDIDO e CONCEDO A SEGURANÇA, para determinar ao Impetrado que se abstenha de exigir da Impetrante que recolha o PIS e a Cofins, incluindo na base de cálculo o valor recebido pela Impetrante e posteriormente repassado a operadora congênere, que prestou efetivamente o serviço, a título de "tarifa de interconexão", bem como para declarar o direito da Impetrante à compensação do indébito, apurado desde a distribuição do presente, na forma da lei de regência, de acordo com a modalidade escolhida pelas Impetrantes, aplicandose a SELIC como critério de atualização do indébito, vedada a cumulação com qualquer outro índice, nos termos da fundamentação supra. Analisando as razões jurídicas apresentadas na peça recursal, fico convencido da identidade das demandas administrativa e judicial, pois nas duas esferas o que se discute é a inexistência de relação jurídica tributária do PIS e da Cofins em relação as receitas de interconexão. O próprio recorrente reconhece essa congruência entre os processos administrativo e judicial. Sua alegação para afastar a concomitância se ampara no fato de que os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição, e que apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 0024185 79.2013.4.02.5101. Não comungo do entendimento no qual a concomitância é afastada pela falta de identidade entre os períodos de apuração apontados nos processos judicial e administrativo. O diferencial entre os períodos de apuração, aqueles contemplados pelo mandamus e os não contemplados, na minha visão, referese somente à possibilidade de o recorrente utilizálos para pedido de compensação antes do trânsito em julgado, por ordem judicial, conforme sua solicitação na exordial. Os demais períodos de apuração, os que foram apurados antes da distribuições do writ, deverão esperar o trânsito em julgado da ação para poderem se credenciar a objeto de um pedido de restituição, com possíveis compensações. Digo isso, pois a decisão do Poder Judiciário sobre a incidência do PIS e da Cofins nas receitas oriundas das tarifas de interconexão, terá reflexos para todos os períodos de apuração, independentemente se foi contemplado no pedido do MS nº 002418579.2013.4.02.5101 ou não Isso se deve ao fato de que na existência de processos paralelos, com objeto e finalidade idênticos, não é salutar que haja decisões com efeitos redundantes ou antagônicos. Em qualquer das hipóteses, prevalecerá a decisão judicial, motivo pelo qual a concomitância de processos ofende o princípio da economia processual. Em face disso, a opção do contribuinte pela via judicial encerra o processo administrativo fiscal em definitivo, em qualquer das fases em que ele se encontre. Fl. 285DF CARF MF Processo nº 16682.901620/201307 Acórdão n.º 3302006.841 S3C3T2 Fl. 7 6 Registrese que a coisa julgada a ser proferida no âmbito do Poder Judiciário jamais poderia ser alterada no processo administrativo, pois tal procedimento feriria a Constituição Federal, que adota o modelo de jurisdição una, onde são soberanas as decisões judiciais. Sendo assim, nos casos em que o sujeito passivo opta pela via judicial para a discussão de matéria tributária implica na renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos do parágrafo único do art. 38 da Lei nº 6.830/80 e do § 2º, art. 1º do Decretolei nº 1.737, de 1979. Ratificando este entendimento, foi aprovado o enunciado de Súmula CARF nº 01, in verbis: Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Na linha do entendimento fixado, não conheço do recurso quanto à matéria submetida ao crivo do Poder Judiciário e na parte conhecida, nego provimento ao recurso por enxergar identidade entre os pedidos e as causas de pedir apresentados no MS nº 2007.70.00.0222765 e neste recurso administrativo." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 286DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.005383/2003-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 15 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 31 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002
DESPESAS FINANCEIRAS. DESNECESSIDADE.
São desnecessárias ao desenvolvimento das atividades do sujeito passivo e, portanto, indedutíveis na determinação da base de cálculo da CSLL, as despesas financeiras relativas a empréstimos por ele tomados e, após, repassados a terceiros
Numero da decisão: 1201-002.882
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado em conhecer e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para que seja aplicada a mesma metodologia constante para o IRPJ no Acórdão nº 1201-001.011 para determinação das despesas financeiras indedutíveis na base de cálculo da CSLL, por unanimidade.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Alexandre Evaristo Pinto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Luis Henrique Marotti Toselli, Allan Marcel Warwar Teixeira, Gisele Barra Bossa, Efigenio de Freitas Junior, Alexandre Evaristo Pinto, Bárbara Santos Guedes (Suplente convocada) e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente).
Nome do relator: ALEXANDRE EVARISTO PINTO
1.0 = *:*
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DESNECESSIDADE. São desnecessárias ao desenvolvimento das atividades do sujeito passivo e, portanto, indedutíveis na determinação da base de cálculo da CSLL, as despesas financeiras relativas a empréstimos por ele tomados e, após, repassados a terceiros Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado em conhecer e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para que seja aplicada a mesma metodologia constante para o IRPJ no Acórdão nº 1201001.011 para determinação das despesas financeiras indedutíveis na base de cálculo da CSLL, por unanimidade. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Luis Henrique Marotti Toselli, Allan Marcel Warwar Teixeira, Gisele Barra Bossa, Efigenio de Freitas Junior, Alexandre Evaristo Pinto, Bárbara Santos Guedes (Suplente convocada) e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 53 83 /2 00 3- 44 Fl. 6704DF CARF MF Processo nº 10830.005383/200344 Acórdão n.º 1201002.882 S1C2T1 Fl. 3 2 Tratase de ação fiscal com início em 19/06/2002, que resultou no lançamento de créditos de IRPJ e CSLL, PIS e COFINS reflexos (AC 1998 a 2002), mais multa de ofício e juros de mora, por dedução indevida de despesas financeiras consideras desnecessárias para as atividades da empresa, segundo a fiscalização. Conforme o Relatório de Ação Fiscal (efl 1.637) e o Auto de Infração (efl 1.663), a fiscalizada fez empréstimos e mútuos em moeda nacional e estrangeira, incorrendo no pagamento de juros, tarifas e variações cambiais passivas e, ao mesmo tempo, era detentora de créditos contra empresas controladas e coligadas, desvinculadas de suas atividades normais e usuais, sobre as quais, inclusive, deixou de realizar a cobrança de qualquer tipo de encargo. Inconformada com a autuação fiscal, a contribuinte apresentou Impugnação (efl 1.715) defendendose: a) da acusação sobre o mútuo, explicando que as operações identificadas pela fiscalização como sendo de mútuo, na realidade, transitaram em contascorrentes contábeis, o que, segundo a jurisprudência da época, não caracterizaria o mútuo, posto que a transferência do domínio/da propriedade da coisa emprestada não se materializou; a.1) Aduz, ainda, a autuada, que além de tais operações circularem por contascorrentes contábeis, elas ocorrem por conta de uma planejamento entre as diretorias administrativas das empresas para centralizar as operações financeiras e comerciais na empresa controladora e assim garantir vantagem comparativa nas negociações com fornecedores, clientes e estabelecimentos bancários; a.2) Por fim, a impugnante defendese sobre a impossibilidade de equivalência entre negócio de mútuo e contascorrentes, citando o acórdão nº 10190.062, da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, e alegando o efeito vinculante deste sobre seu caso concreto; b) Quanto às glosas das despesas, a contribuinte ainda alega que não há previsão legal regulando expressamente os negócios de mútuo desde 1995, posto que a Lei nº 9.249/1995, revogou os procedimentos de correção monetária de balanço, aos quais os negócios de mútuo estavam sujeitos. c) Aponta ainda a atecnia da fiscalização na apuração das despesas financeiras, juntando laudo técnico contábil aos autos, posteriormente a apresentação da Impugnação (efl 1.811). A DRJ decidiu pela improcedência da Impugnação. Tal decisão, consubstanciada no acórdão nº 5.827, de 27 de janeiro de 2004 (efl 3.246), restou assim ementada: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Data do fato gerador: 31/12/1998, 31/12/1999, 31/12/2000, 31/12/2001, 31/12/2002 DESPESAS FINANCEIRAS São indedutíveis, por desnecessárias, as despesas financeiras de empréstimos repassados a outras empresas, sem remuneração ou com remuneração inferior às taxas de mercado. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Fl. 6705DF CARF MF Processo nº 10830.005383/200344 Acórdão n.º 1201002.882 S1C2T1 Fl. 4 3 Data do fato gerador: 31/12/1998, 31/12/1999, 31/12/2000, 31/12/2001, 31/12/2002 DESPESAS FINANCEIRAS Não se tratando de mera indedutibilidade material oriunda da legislação de lRPJ, a glosa de despesas por não se revestirem dos requisitos da legislação comercial e fiscal afeta o resultado do exercício e, conseqüentemente, a base de cálculo da CSLL. Novamente irresignada, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (efl 3.283) repisando seus argumentos. A apreciação de tal pleito resultou na Resolução nº 10800.274 (efl 3.410), que converteu o julgamento em diligência, cujo Relatório de Diligência (efl 3.555) foi contrarrazoado pela contribuinte (efl 3.588). Em 09 de abril de 2014, a 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF proferiu decisão no âmbito do acórdão nº 1201001.011, que admitiu que não existe na legislação da CSLL norma que determine a adição das despesas desnecessárias à sua base de cálculo, decidiu por unanimidade de votos, dar “provimento parcial ao recurso para afastar integralmente a exigência de CSLL e para afastar, em parte, a exigência do IRPJ, devendo a sua base de cálculo ser determinada segundo a proposta contida no item 5 do voto condutor”. Confirase a ementa de tal decisão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Anocalendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002 DESPESAS FINANCEIRAS. DESNECESSIDADE. São desnecessárias ao desenvolvimento das atividades do sujeito passivo e, portanto, indedutíveis na determinação do lucro real, as despesas financeiras relativas a empréstimos por ele tomados e, após, repassados a terceiros. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL DESPESAS FINANCEIRAS. DESNECESSIDADE. Não há na legislação da contribuição social norma que vede a dedução de despesas desnecessárias na determinação de sua base de cálculo. Diante do afastamento integral da glosa de CSLL, a Procuradoria interpôs Recurso Especial (efl 6.6336.638) em 27/08/2014, apresentando o seguinte acórdão paradigma, no intuito de demonstrar a divergência jurisprudencial quanto a esta matéria: Acórdão nº 10708870 NULIDADE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA A defesa foi exercida, ao serem apresentados o recurso e a impugnação, nos termos do PAF. Rejeitase a preliminar de cerceamento do direito de defesa. Fl. 6706DF CARF MF Processo nº 10830.005383/200344 Acórdão n.º 1201002.882 S1C2T1 Fl. 5 4 NULIDADE FALTA DE ENQUADRAMENTO LEGAL. Rejeitase a preliminar de falta de enquadramento legal, quando os fatos descritos se subsumem à capitulação legal descrita no auto de infração. DESPESAS FINANCEIRAS DESPESAS DESNECESSÁRIAS. Tendo o sujeito passivo tomado empréstimos no mercado financeiro, e tendo concedido empréstimos a afiliadas, sem cobrança de encargos ou os cobrado com insuficiência, em relação às taxas por ela pagas junto às instituições financeiras, configurase a desnecessidade das despesas financeiras às atividades da empresa, na proporção do capital cedido. CSLL DESPESAS DESNECESSÁRIAS. Tendo a glosa se dado em razão da constatação de desnecessidade das despesas financeiras, o que as toma indedutíveis também da base de cálculo da CSLL é o próprio conceito de resultado do exercício apurado com observância da legislação comercial. O Despacho de Admissibilidade (efls 6.6416.643) deu seguimento ao recurso da Procuradoria, identificando a similitude fática e a divergência da comparação entre o acórdão recorrido e o acórdão paradigma. Em 08 de junho de 2017, a Câmara Superior de Recursos Fiscais, por meio do Acórdão nº 9101002.944, deu provimento ao Recurso Especial da Procuradoria, por voto de qualidade, e determinou o retorno dos autos ao colegiado de origem. Tal decisão restou assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2001 DEDUTIBILIDADE DE DESPESAS DESNECESSÁRIAS. PREVISÃO LEGAL ESPECÍFICA. A partir de 1º de janeiro de 96, devem ser adicionadas ao lucro líquido do período, para fins de determinação da base de cálculo da contribuição social, as despesas incorridas pela pessoa jurídica que não possuam os atributos de necessidade, normalidade e usualidade, em virtude da previsão legal contida no art. 13 da Lei nº 9.249/1995. Ocorre que os autos não retornaram ao colegiado ad quo, mas foram, na realidade enviados a DRF, motivo pelo qual o delegado da DRF de Limeira/SP, opôs Embargos Inominados (efls 6.6786.681), admitidos pelo Despacho de Admissibilidade (efls 6.6836.685), que além de admitir que houve lapso manifesto no encaminhamento dos autos, também sugeriu que a CSRF se manifestasse no sentido de esclarecer quais as providências que deverão ser tomadas pelo colegiado de origem, uma vez não ter ficado suficientemente aclarado o teor do que deverá ser apreciado naquela instância. Nesse sentido, a Câmara Superior de Recursos Fiscais se pronunciou por meio do Acórdão n. 9101003.703 (efls 6686), por unanimidade, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para, reratificando o Acórdão nº 9101002.944, de 08/06/2017, reconhecer o lapso manifesto e determinar o retorno dos autos ao colegiado de origem, para que se pronuncie quanto ao mérito relativo à CSLL, nos termos do voto do relator. Fl. 6707DF CARF MF Processo nº 10830.005383/200344 Acórdão n.º 1201002.882 S1C2T1 Fl. 6 5 Assim, na conclusão do voto do referido Acórdão consta o que cabe ser feito pela 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF, nos seguintes termos: Cabe agora ao Colegiado a quo, analisar o percentual de despesas financeiras que julga adequado na esteira do acórdão recorrido, para fins de adição à base de cálculo da CSLL, viabilizando futuramente a correta apuração pela DRF do montante de tributos devido pelo sujeito passivo. Diante do exposto, DOU PROVIMENTO aos Embargos Inominados, reconhecendo o lapso manifesto e determinando o retorno dos autos à Turma Ordinária a quo, para que se pronuncie sobre a dedutibilidade das despesas na apuração da base de cálculo da CSLL, a fim de evitar supressão de instância no presente processo. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Evaristo Pinto Relator. Conforme decisão do Acórdão n. 9101003.703 (efls 6686) da Câmara Superior de Recursos Fiscais, cabe agora à 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF se pronunciar sobre o percentual de despesas financeiras que julga adequado na esteira do acórdão recorrido, para fins de adição à base de cálculo da CSLL, viabilizando futuramente a correta apuração pela DRF do montante de tributos devido pelo sujeito passivo. Como decorrência de tal decisão, não nos cabe analisar se tais despesas financeiras são dedutíveis ou não para fins de cálculo da CSLL, tendo em vista que a Câmara Superior de Recursos Fiscais já decidiu pela indedutibilidade de tais despesas também para a CSLL. Diante de tal cenário, entendo que o mesmo critério adotado para determinação das despesas financeiras desnecessárias utilizado para fins de cálculo do IRPJ deve ser utilizado também para determinar as despesas financeiras desnecessárias para fins de cálculo do IRPJ devido. Nessa linha, menciono aqui o item 5 “Dos Alegados Erros na Apuração do Montante das Despesas Desnecessárias” (efls. 6629) do Acórdão n. 1201 001.011. Nos termos do referido acórdão, há a reprodução de um demonstrativo mostrando o cálculo realizado pelo auditor para o mês de janeiro de 1998: Cálculo realizado pela fiscalização Jan/98 (A) Saldo dos recursos repassados a outras empresas do grupo (anexo I, coluna 6) 35.090.358,25 (B) Saldo do total dos recursos tomados (anexo II, coluna 8) 44.408.800,37 (C) Relação (= A / B) 0,7902 Fl. 6708DF CARF MF Processo nº 10830.005383/200344 Acórdão n.º 1201002.882 S1C2T1 Fl. 7 6 (D) Despesas financeiras incorridas no período (anexo IV, coluna 7) 301.824,90 (E) Despesas financeiras indedutíveis (= C * D) 238.492,01 Todavia, o referido Acórdão determina a forma de cálculo das despesas financeiras indedutíveis para o mês de janeiro de 1998, que deverá ser replicada para os demais meses, conforme tabela abaixo: Cálculo proposto neste voto Jan/98 (A) Saldo dos recursos repassados a outras empresas do grupo (anexo I, coluna 6) 35.090.358,25 (B) Saldo dos recursos tomados de outras empresas do grupo (anexo II, coluna 5) 30.028.896,31 (C) Diferença positiva (= A – B) 5.061.461,94 (D) Saldo dos mútuos contraídos junto a terceiros (anexo II, coluna 8 menos coluna 5) 14.379.904,06 (E) Relação (= C / D) 0,35 (F) Despesas financeiras incorridas no período (anexo IV, coluna 7) 301.824,90 (G) Desp. Financeiras indedutíveis (= E * F) 106.236,82 Ante todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e darlhe parcial provimento para que seja aplicada a mesma metodologia constante para o IRPJ no Acórdão n. 1201001.011 para determinação das despesas financeiras indedutíveis na base de cálculo da CSLL. É como voto. (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Fl. 6709DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002608/2004-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2000
IRPF. DECADÊNCIA.
0 imposto sobre a renda de pessoa física é tributo sujeito ao lançamento por homologação, de modo que o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário é de cinco anos contado do fato gerador, que, como regra, ocorre em 31 de dezembro de cada ano-calendário, nos termos da Súmula n.° 38 deste CARF.
Hipótese em que o lançamento foi efetuado dentro do prazo decadencial de 5 (cinco) anos.
IRPF. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA.
PRESUNÇÃO RELATIVA DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS.
O artigo 42 da Lei n. 9.430/96 estabelece presunção relativa que, como tal, inverte o ônus da prova, cabendo ao contribuinte desconstitui-la.
Hipótese em que o contribuinte não desconstituiu a presunção.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2101-001.034
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em afastar a preliminar de decadência do direito da Fazenda Nacional em constituir o crédito tributário e no mérito, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2000 IRPF. DECADÊNCIA. 0 imposto sobre a renda de pessoa física é tributo sujeito ao lançamento por homologação, de modo que o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário é de cinco anos contado do fato gerador, que, como regra, ocorre em 31 de dezembro de cada ano-calendário, nos termos da Súmula n.° 38 deste CARF. Hipótese em que o lançamento foi efetuado dentro do prazo decadencial de 5 (cinco) anos. IRPF. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO RELATIVA DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. O artigo 42 da Lei n. 9.430/96 estabelece presunção relativa que, como tal, inverte o ônus da prova, cabendo ao contribuinte desconstitui-la. Hipótese em que o contribuinte não desconstituiu a presunção. Recurso negado.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2012-04-11T16:33:03Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 7; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2012-04-11T16:33:03Z; Last-Modified: 2012-04-11T16:33:03Z; dcterms:modified: 2012-04-11T16:33:03Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; xmpMM:DocumentID: uuid:a08e242f-451b-471e-a67f-73f03bc126fc; Last-Save-Date: 2012-04-11T16:33:03Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2012-04-11T16:33:03Z; meta:save-date: 2012-04-11T16:33:03Z; pdf:encrypted: false; modified: 2012-04-11T16:33:03Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2012-04-11T16:33:03Z; created: 2012-04-11T16:33:03Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; Creation-Date: 2012-04-11T16:33:03Z; pdf:charsPerPage: 1468; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2012-04-11T16:33:03Z | Conteúdo => AIO MARCOS CÂNDIDO residente S2-C IT' Fl. 206 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 19515.002608/2004-39 Recurso n" Voluntário Acórdão no 2101-01.034 — V Camara / la Turma Ordinária Sessão de 16 de março de 2011 Matéria IRPF Recorrente MARCOS GERMANO MATROWITZ Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2000 IRPF. DECADÊNCIA. 0 imposto sobre a renda de pessoa física é tributo sujeito ao lançamento por homologação, de modo que o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário é de cinco anos contado do fato gerador, que, como regra, ocorre em 31 de dezembro de cada ano-calendário, nos termos da Súmula n.° 38 deste CARF. Hipótese em que o lançamento foi efetuado dentro do prazo decadencial de 5 (cinco) anos. IRPF. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO RELATIVA DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. O artigo 42 da Lei n. 9.430/96 estabelece presunção relativa que, como tal, inverte o ônus da prova, cabendo ao contribuinte desconstitui-la. Hipótese em que o contribuinte não desconstituiu a presunção. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em afastar a preliminar de decadência do direito da Fazenda Nacional em constituir o crédito tributário e no mérito, negar provimento ao recurso, nosje mos do voto do Relator. Processo n° 19515.002608/2004-39 S2-C I Ti AcOrdao n.° 2101-01.034 Fl. 207 LL ALEXANDR AOKI NISHIOKA Relator EDITADO EM: 16/02/2012 Participaram do julgamento os Conselheiros Caio Marcos Cândido (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Ana Neyle Olímpio Holanda, José Raimundo Tosta Santos, Odmir Fernandes e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Trata-se de recurso voluntário (fls. 165/204) interposto em 10 de outubro de 2008 contra o acórdão de fls. 149/159, do qual o Recorrente teve ciência em 10 de setembro de 2008 (fl. 164), proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Sao Paulo II (SP), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o auto de infração de fls. 97/98, lavrado em 18 de novembro de 1994 (ciência em 30 de novembro de 2004), em decorrência de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, verificada no ano-calendário de 1999. Constatou a fiscalização que o Recorrente foi beneficiário final de alguns depósitos bancários no exterior, no âmbito da denominada operação "Beacon Hill". O acórdão teve a seguinte ementa: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Ano-calendário: 1999 JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTOS. INDEFERIMENTO. A juntada posterior de documentos não encontra amparo legal, uma vez que, de modo diverso, o art. 16, inciso II do Decreto 70.235/72, determina que a impugnação deve mencionar as provas que o interessado possuir. 0 §4° do mesmo artigo prevê que provas podem ser apresentadas em outro momento processual nos casos em que especifica. Caso que não se enquadra em quaisquer das hipóteses e impede o deferimento da juntada posterior de provas. PRELIMINAR. DECADÊNCIA. Tendo havido recolhimento a menor do tributo, ensejando lançamento de oficio, o inicio da contagem do prazo decadencial terá efeito no primeiro dia do exercício seguinte Aquele previsto para a entrega da declaração de ajuste anual, conforme previsto no art. 173. Ido CTN. 2 Processo n° 19515.002608/2004-39 S2-C1T1 AcérdAo n.° 2101-01.034 Fl. 208 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS A Lei n° 9.430/1996, no seu art. 42, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados sua conta de depósito ou de investimento Lançamento Procedente" (fls. 149/150). Não se conformando, o Recorrente interpôs o recurso voluntário de fls. 165/204, aduzindo, em breve síntese, (i) a decadência do direito da Fazenda de constituir os supostos créditos tributários em discussão; (ii) que não ha hipótese de incidência do imposto sobre a renda, pois não teria sido comprovado o aumento patrimonial ou o consumo da renda para ensejar a ocorrência do fato gerador; (iii) questiona a legalidade da presunção do art. 42, da Lei n.° 9.430/96, pois segundo o Recorrente, o Fisco escolhe a seu critério, na lista de titulares de contas de depósito ou de investimento os contribuintes marcados para comprovar a origem dos valores nelas creditados, além de defender ser impossível o contribuinte identificar as pessoas de quem recebeu as quantias depositadas e os detalhes das operações realizadas há quase cinco anos; (iv) que já estão superados os argumentos antes empregados para sustentar a assertiva de que, em matéria de lançamento tributário, o ônus da prova é do contribuinte, e que no ordenamento jurídico brasileiro o ônus da prova é regulado pelo artigo 333, do CPC; (v) que o Fisco "atirando no escuro" descobriu o ora Recorrente por exclusão e o enquadrou na hipótese de depósitos de origem não comprovada, alegando ainda que o Fisco não produziu prova de que o Recorrente seja o titular da conta investigada; (vi) por fim, alega que a origem dos dólares foi a venda de um imóvel, esclarecendo que o preço real da venda foi R$ 200.000,00, mas, para viabilizar o financiamento de parte dessa quantia junto à Caixa Econômica Federal, concordou em passar a escritura por R$ 103.000,00, informando que não sabe precisar quanto em cada moeda, mas assegurando que o pagamento foi feito em dólares e em reais, estes imediatamente convertidos em dólares, afirmando, ainda, ter certeza que possuía algo próximo de US$ 200.000,00 em agosto de 1999, quando fez o primeiro depósito. E o relatório. Voto Conselheiro ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Relator 0 recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. 0 Recorrente aduz, preliminarmente, em seu recurso voluntário, a decadência do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário. Como tenho me manifestado, entendo que é aplicável o prazo decadencial de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, §40 ., do CTN, pois, a regra geral do artigo 173, I, o Código estabeleceu justamente a exceção contida no artigo 149, V. Todavia, o fato gerador do imposto de renda é complexivo e se aperfeiçoa em 31 de dezembro de cada ano-calendário, tal como enunciado constante da Súmula 38 deste CARF, in verbis: 3 Processo n° 19515.002608/2004-39 S2-C1T1 Acen-dRo n.° 2101-01.034 Fl. 209 "0 fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário." Sendo assim, tratando-se de lançamento que abrangeu o fato gerador correspondente ao ano-calendário de 1999, que, portanto, aperfeiçoou-se em 31/12/1999, poderia a fiscalização efetuar o lançamento até 31/12/2004. Tendo o lançamento sido realizado ern 18/11/2004, mediante a lavratura do auto de infração, não há que se falar em decadência. Quanta ao mérito, tenho entendido que, em casos como o presente, relativos ao "Escândalo do BANESTADO — Banco do Estado do Parana." (desbaratado pela designada "Operação Farol da Colina", tradução literal de "Beacon Hill"), em determinadas situações, em que o contribuinte nega a titularidade dos valores depositados, o recurso deve ser provido. Não obstante, não é o que ocorre na hipótese dos autos, em que o Recorrente assume a titularidade dos recursos, procurando demonstrar sua origem por meio da escritura de fls. 139 e seguintes, de 01 de outubro de 1998, após sustentar a impossibilidade de tributação com base na presunção de que trata o artigo 42 da Lei n.° 9.430/96, que tem a seguinte redação: "Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto it instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. §1 0 . 0 valor das receitas ou dos rendimentos omitidos sera considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. §2°. Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeter-se-ão As normas de tributação especificas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. §3°. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I - os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II - no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano-calendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). (Vide Lei n° 9.481, de 1997) §4°. Tratando-se de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época ern que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. §5°. Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(Incluido pela Lei n° 10.637, de 2002) 4 Processo re 19515.002608/2004-39 AcOrdlio n.° 2101-01.034 S2-C1T1 Fl. 210 §6°. Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e no havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares." 0 dispositivo legal em apreço, como se vê, nada mais faz do que incluir no campo da tributação do imposto de renda presunção legal relativa, cujo condão é justamente o de inverter o ônus da prova, atribuindo-o ao contribuinte, que passa a ter o dever de refutá-la. Cabe ao contribuinte, pois, comprovar que os depósitos efetuados em sua conta não correspondem a um acréscimo patrimonial, fato gerador do IRPF a teor do que estatui o artigo 43 do CTN. Corno efeito, a presunção, seja ela hominis ou legal, é meio de prova que prescreve o reconhecimento jurídico de um fato provado de forma indireta. Ou seja, provando- se diretamente o fato indicidrio, tem-se, por conseguinte, a formação de um juizo de probabilidade com relação ao fato presumido que, a partir de então, necessita ser afastado pelo contribuinte. No caso dos autos, prova-se especificamente a ocorrência de movimentações bancárias injustificadas, decorrendo desta comprovação o reconhecimento da omissão de rendimentos na apuração da base de calculo do IRPF. Note-se, por oportuno, que a Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos (TFR), segundo a qual seria insuficiente para comprovação da omissão de rendimentos a simples verificação de movimentação bancária, consubstancia jurisprudência firmada anteriormente à edição da Lei n. 9.430/96, motivo pelo qual não deve ser aplicada. A este respeito, aliás, uníssona a jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, consoante se infere dos seguintes acórdãos, cujas ementas cumpre trazer à baila: "OMISSÃO DE RENDIMENTOS - LANÇAMENTO COM BASE EM DEPOSITOS BANCARIOS - Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. ONUS DA PROVA - Se o Onus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus depósitos bancários." (1° Conselho de Contribuintes, 20 Camara, Recurso Voluntário n°. 158.817, Relatora Conselheira Nitbia Matos Moura, sessão de 24/04/2008) "LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS - Para ocorridos a partir de 1° de janeiro de 1997, o art. 42 da Lei autoriza a presunção legal de omissão de rendimentos com bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. BANCÁRIOS - os fatos geradores no 9.430, de 1996, base em depósitos 5 Processo n° 19515.002608/2004-39 S2-C ITI Acórdfto n.° 2101-01.034 Fl. 211 TRIBUTAÇÃO PRESUMIDA DO IMPOSTO SOBRE A RENDA - procedimento da autoridade fiscal encontra-se em conformidade com o que preceitua o art. 42 da Lei n° 9.430, de 1996, em que se presume como omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantidos em instituição financeira, cuja origem dos recursos utilizados nestas operações, em relação aos quais o titular pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ONUS DA PROVA - Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos utilizados para acobertar seus depósitos bancários, que não pode ser substituida por meras alegações." (1° Conselho de Contribuintes, 2' Câmara, Recurso Voluntário n°. 141.207, Relator Conselheiro Romeu Bueno de Camargo, sessão de 22/02/2006) No presente caso, como se disse, o Recorrente procura demonstrar a origem dos recursos por meio da escritura de fls. 139 e seguintes, que é de 01 de outubro de 1998. Ocorre, todavia, que os depósitos bancários que ensejaram o auto de infração que deu inicio ao presente processo administrativo foram realizados em agosto e setembro de 1999, não servindo, portanto, referida escritura, para justificar a origem dos referidos depósitos. Eis os motivos pelos quais voto no ntido de AFASTAR a decadência e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator 6
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Numero do processo: 11634.720730/2012-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/08/2012
GLOSA DE COMPENSAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SOBRE A FOLHA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE RECEITA BRUTA. EFEITOS.
Tendo o lançamento por glosa de compensação não considerado a substituição parcial das contribuições previdenciárias dos incisos I e III da Lei n° 8.212, de 1991, advinda das Leis n° 12.546, de 2011, e n° 12.715, de 2012, impõe-se o cancelamento do lançamento em relação à parcela de contribuição indevida sobre a folha, eis que substituída, bem como da respectiva multa de mora e isolada.
Numero da decisão: 2301-005.916
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Antonio Sávio Nastureles - Presidente Substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente), Thiago Duca Amoni (Suplente), Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e Antônio Savio Nastureles (Presidente substituto), sendo os conselheiros Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Thiago Duca Amoni suplentes convocados, em substituição, respectivamente, aos conselheiros João Maurício Vital e Alexandre Evaristo Pinto.
Nome do relator: ANTONIO SAVIO NASTURELES
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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SOBRE A FOLHA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE RECEITA BRUTA. EFEITOS. Tendo o lançamento por glosa de compensação não considerado a substituição parcial das contribuições previdenciárias dos incisos I e III da Lei n° 8.212, de 1991, advinda das Leis n° 12.546, de 2011, e n° 12.715, de 2012, impõese o cancelamento do lançamento em relação à parcela de contribuição indevida sobre a folha, eis que substituída, bem como da respectiva multa de mora e isolada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Sávio Nastureles Presidente Substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente), Thiago Duca Amoni (Suplente), Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e Antônio Savio Nastureles (Presidente substituto), sendo os conselheiros Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Thiago Duca Amoni suplentes convocados, em substituição, respectivamente, aos conselheiros João Maurício Vital e Alexandre Evaristo Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 63 4. 72 07 30 /2 01 2- 32 Fl. 1424DF CARF MF 2 Relatório 1. Tratase de julgar Recurso de Ofício, interposto em face do Acórdão nº 06 48.081 (efls 1389/1411), prolatado pela 05ª Turma da DRJ/Curitiba em 21/07/2014, em vista da exoneração em valor expressivo do crédito tributário lançado nos autosdeinfração DEBCAD nº 51.001.9757 (efls 03/22) e nº 54.001.9765 (fls. 23/45). 1.1. Segue a visão do demonstrativo do crédito tributário (efls 02): CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA EMPRESA Contribuição 10.468.462,41 Juros 1.461.739,79 Multa de Mora 2.093.692,48 Valor do Crédito Apurado 14.023.894,68 MULTA ISOLADA POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA Multa 15.702.693,95 2. Para a compreender o contexto das exigências fiscais, fazse a transcrição do Relatório contido no acórdão recorrido: início da transcrição do relatório contido no Acórdão nº 0648.081 1. O presente processo (Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo, fls. 02) tem por objeto impugnação aos seguintes Autos de Infração, lavrados em face da empresa COUROADA INDUSTRIA E COMERCIO DE COUROS LTDA, acima identificada: 1.1. Auto de Infração n° 51.001.9757 (fls. 03/22), referente às contribuições sociais a cargo da empresa decorrentes de compensações efetuadas indevidamente em Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIPs (tendo apresentado Declarações de Compensações, conforme Anexo VII da IN RFB n° 900, de 2008, consideradas não declaradas), eis que lastreadas em créditos relativos a outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB (IPI e COFINS Não Cumulativa Exportação, solicitados por meio de vários Pedidos de Ressarcimento), no período de 01/2010 a 08/2012, no valor total de R$ 14.023.894,68, incluídos multa de mora de 20% e juros, consolidado em 17/12/2012. 1.2. Auto de Infração n° 54.001.9765 (fls. 23/45), referente à multa isolada (150%) pela compensação de valores sabidamente falsos (empresa já autuada no período de 03/2009 a 12/2009, Auto de Infração n° 37.068.4125; diversos indeferimentos de Recursos Administrativos com decisões em Despachos Decisórios nas Declarações de Compensação; e decisões desfavoráveis em Mandado de Segurança e Agravo de Instrumento, impetrado com a finalidade de suspender a exigência de crédito previdenciário em razão de recurso administrativo contra Despachos Fl. 1425DF CARF MF Processo nº 11634.720730/201232 Acórdão n.º 2301005.916 S2C3T1 Fl. 1.425 3 Decisórios que consideraram não declaradas as compensações veiculadas em Declarações de Compensação), inseridos nas GFIPs para se reduzir o valor devido e o subseqüente recolhimento, no período de 01/2010 a 08/2012, no valor total de R$ 15.702.693,95, consolidado em 17/12/2012. 2. O procedimento fiscal e os lançamentos efetuados, bem como a fundamentação legal, estão explicitados no Relatório Fiscal (fls. 48/84) e nos demais anexos dos Autos de Infração e documentos constantes dos autos (fls. 46/47 e 85/1074). 3. Cientificada dos lançamentos em 21/12/2012 (fls. 1076/1078), a empresa apresentou em 21/01/2013 (fls. 1080 e 1146), impugnação ao Auto de Infração n° 51.001.9757 (fls. 1080/1122) e impugnação ao Auto de Infração n° 51.001.9765 (fls. 1146/1178) acolhidas como tempestiva pelo órgão preparador (fl. 1202), acompanhadas dos documentos de fls. 1023/1145 e 1179/1201, alegando, em síntese, que: IMPUGNAÇÃO AO AUTO DE INFRAÇÃO n° 51.001.9757 a) Da nulidade. Não há nexo lógico na acusação, na documentação e na conclusão que se pretende alcançar. Não há correta descrição das infrações e demonstração documental em relação aos dispositivos apontados como infringidos, acarretando cerceamento do direito de defesa. Além disso, não há que se falar em presunção, pois isso não existe em Direito Público, ou há ou não há. Os dispositivos legais invocados como infringidos são totalmente vagos e imprecisos, não descrevendo no plano jurídico normativo a situação fática que entende a Fiscalização como caracterizada. Há inépcia da acusação, na medida em que, embora se pretenda a desclassificação de receitas rurais, a Fiscalização apenas invocou dispositivos genéricos atinentes a receitas de natureza diversa. Aflora a pessoalidade desenvolvida pela auditoriafiscal no levantamento em questão, bem como a absoluta discricionariedade no trato da coisa pública, fazendo do procedimento fiscal um trabalho de repleto silogismo e presunção fiscal. A Administração Pública deve observar os princípios do caput do art. 37 da Constituição Federal, bem como o princípio da legalidade e da tipicidade tributária (CTN, arts. 97 e 112), além de não obstacularizar o direito de defesa e o contraditório (Constituição, art. 5o, LV). Assim, diante da total incoerência entre a descrição das infrações, a enumeração dos dispositivos tidos por infringidos e a capitulação da multa, ao que se soma a utilização de presunções destituídas de fundamento legal e de elementos indiciários mínimos a suportar as conclusões, a infração é formalmente nula, sendo totalmente improcedente, já que não alcança a presunção de validade que lhe é característica. b) Da nulidade e da necessidade de diligência. Há erros flagrantes nos Demonstrativos utilizados pela fiscalização na exigência fiscal. A auditoria Fl. 1426DF CARF MF 4 fiscal utilizou os valores identificados pelo contribuinte e sem se atentar para a Lei n° 12.715, de 2012, constituiu o crédito tributário sobre a folha de pagamento e não sobre a receita bruta, sem atentar para a Solução de Consulta n° 38, de 21 de maio de 2012: EMENTA: Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). O regime da chamada Contribuição Previdenciária Patronal substitutiva da folha de pagamento, instituído, na espécie, pelo art. 8o da Lei n° 12.546, de 2011, alterado pela Medida Provisória n° 563, de 2012, é obrigatório para as empresas abrangidas por essas disposições legais, e os recolhimentos dos valores referentes à CPRB devem ser efetuados de forma centralizada pelo estabelecimento matriz, nos mesmos moldes das demais contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta, de modo que a respectiva base de cálculo alcança, inclusive, portanto, a receita bruta auferida por filiais, ainda que, na hipótese, estas últimas exerçam, exclusivamente, atividade comercial. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei n° 12.546, de 2011, arts, 7° a 10, com redação da Medida Provisória n° 563, de 2012; Instrução Normativa RFB n° 1.110, de 2010, art. 6o, inciso XII, § 11, alterada pela Instrução Normativa RFB n° 1.258, de 2012; Ato Declaratório Executivo Codac n° 93, de 2011, art. 5o, parágrafo único. Por conseguinte, de abril de 2012 até de julho de 2012, a empresa deveria contribuir sobre o valor da receita bruta à alíquota de 1,5% (Lei n° 12.546, de 2011, arts. 8o, incisos IV e V, e 52, caput e § 3°; Decreto n° 7.828, de 2012, art. 3°, § 1). Para o período de agosto de 2012 a dezembro de 2012, a alíquota deve ser de 1% da receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos (Lei n° 12.715, de 2012; Decreto n° 7.828, de 2012, art. 3°, § 2o, I, e anexo I). Como já exposto, não foram fornecidas à defendente condições para que apresentasse defesa satisfatória, tendo sido, pois, violado seu direito constitucional, sendo a jurisprudência precisa nesse sentido. Não tendo havido a correta apuração do crédito tributário, até pela inobservância da Lei n° 12.546, de 2011, o processo deve ser baixado em diligência para a correta indicação dos fatos geradores. c) O art. 34 da IN RFB n° 900, de 2008, não criar qualquer exceção em relação ao direito material de compensação, mas em relação ao procedimento para compensação. Por se tratar de instrumento infralegal, o art. 34 da IN RFB n° 900, de 2008, não pode, em qualquer hipótese, exorbitar o comando dos arts. 74 da Lei n° 9.430, de 1996 e 16 da Lei n° 11.116, de 2005. Esses artigos dispõem que qualquer crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela RFB pode ser utilizado na compensação de débito relativo a quaisquer tributos administrado pela RFB. Assim, a IN RFB n° 900, de 2008, não estabelece as restrições apontadas pela fiscalização, limitandose a determinar que para as contribuições previdenciárias aplicase o procedimento específico do art. 34. Fl. 1427DF CARF MF Processo nº 11634.720730/201232 Acórdão n.º 2301005.916 S2C3T1 Fl. 1.426 5 Ao tratar de vedações à compensação, a IN o fez de forma expressa e literal, consoante denota o art. 44, § 6°. d) Arts. 2° e 26 da Lei n° 11.457, de 2007. Os "créditos" utilizados na compensação glosada decorrem de contribuições ao PIS e COFINS em virtude de atividade exportadora, acumulados nos termos do inciso I e § 1.° do art. 5.° da Lei n° 10.637, de 2002 e do inciso I e § 1.° do art. 6° da Lei n° 10.833, de2003. O caput do artigo 26 da Lei n° 11.457, de 2007, valida a possibilidade de compensação do PIS/COFINS decorrente da atividade exportadora da empresa com as contribuições previdenciárias. O parágrafo único veda apenas a compensação de "créditos" previdenciários com "débitos" de tributos federais. Corrobora esse entendimento, o fato de que o valor do débito extinto mediante compensação, segundo o dispositivo em comento, "será repassado ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social no máximo 2 (dois) dias úteis". Assim, a RFB deve creditar o produto da arrecadação previdenciária ao Fundo Regime Geral de Previdência Social, nos termos do § 1° do artigo 2o da Lei n° 11.457, de 2007, e não existe previsão para o contrário. A legislação ainda traz previsão de que o repasse do valor ao Fundo deve ocorrer "(...) após a data (...) em que for deferido o respectivo requerimento". Essa transferência de valores somente pode se dar em virtude de "requerimento de compensação", tal como procedido pela autuada. Portanto, o caput do art. 26 assegura a compensação de créditos de tributos e contribuições federais o PIS e a COFINS , com débitos de todos os tributos administrados pela RFB, dentre eles os débitos de contribuições previdenciárias, inclusive com a regulamentação específica de que o produto dos tributos compensados seja repassado ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social. e) Ressarcimento e compensação. A IN RFB n° 900, de 2008, disciplina que o procedimento de ressarcimento deve ser feito por meio eletrônico, utilizandose da PER/DCOMP, assim como a compensação dos créditos de PIS/COFINS com Impostos Federais também devem ser feitas pela PER/DCOMP. Contudo, quanto à compensação dos créditos de PIS/COFINS com contribuições previdenciárias, este procedimento ainda não possui disponibilidade por meio eletrônico de Declaração de Compensação DCOMP. Entretanto, não obstante existir a ressalva sublinhada acima, existe formulário específico para tanto (IN RFB n° 900, de 2008, art. 98, VII e § 2°). Segundo se denota do Discriminativo do Débito DD, do Relatório de documentos apresentados RDA, do Relatório de apropriação de documentos apresentados RADA e do Relatório de Lançamentos RL; a compensação foi efetivada somente com as contribuições devidas pela empresa à seguridade social, efetuandose os pagamentos por meio de GPS dos valores Fl. 1428DF CARF MF 6 devidos a título de SAT/RAT, Terceiros e rural. Ou seja, somente efetuou as compensações com os tributos administrados pela Receita Federal. Não havendo vedação legal à compensação em tela, aplicase o § 2o do artigo 98 da IN RFB n°900, de 2008, que determina a utilização do formulário do anexo VII da IN para as compensações que não puderem ser realizadas por PER/DCOMP, sendo esse o procedimento adotado pela defendente. f) Da compensação de oficio. Por outro lado, existindo em curso um processo de ressarcimento e um débito em aberto conforme considerou o relatório de encerramento parcial de auditoria fiscal, constante do presente Processo 11634.720730/201232, deve ser garantida a liquidação, de ofício, do tributo. A verificação da existência de débitos informada acima também engloba as contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei n° 8.212/1991, bem como as contribuições instituídas a título de substituição e em relação à Dívida Ativa do Instituto Nacional do Seguro Social, atualmente denominado como Secretaria da Receita Federal do Brasil. Portanto, antes de se indeferir a compensação, previamente, deveria ter se respeitado o disposto no art. 7° do DecretoLei n° 2.287, de 1986, na redação do art. 114 da Lei n° 11.196, de 2005 (e Portaria Interministerial n° 23, de 2006), e realizado de ofício a compensação destes débitos com os créditos a serem ressarcidos, comunicando o contribuinte acerca deste procedimento. A interpretação levada a efeito pela fiscalização viola não só os dispositivos legais citados anteriormente, mas o princípio constitucional da isonomia, pois segundo esse entendimento somente seria autorizada a compensação "de ofício", ou seja, somente a autoridade fiscal poderia proceder à compensação entre débitos de contribuições previdenciárias e créditos de outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. g) Da inexistência de coresponsabilidade dos sócios. Embora não conste no IPC Instruções para o Contribuinte e nem na FLD Fundamentação Legal do Débito qualquer menção a dispositivo legal que sustente a pretensão de incluir como coresponsáveis à presente autuação as pessoas constantes no RL Relatório de Vínculos, deduzse que a autoridade fiscal pretendeu ampararse no art. 135 da Lei n° 5.172, de 1966, ou no art. 13 da Lei n° 8.620, de 1993. Contudo, este artigo foi revogado pela Lei n° 11.941, de 2009 (não sendo possível a disciplina da matéria por mera lei ordinária), e aquele exige a demonstração da efetiva ocorrência das hipóteses legais de responsabilização pessoal (inexistente nos autos). Além disso, a indicação das pessoas no Relatório de Débitos tem cunho meramente formal para fins cadastrais, sendo indevida a imputação de responsabilidade direta às pessoas ali indicadas, segundo entendimento consolidado do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Assim, é de se afastar a coresponsabilidade das pessoas indicadas no RL Relatório de vínculos do presente auto de infração. Fl. 1429DF CARF MF Processo nº 11634.720730/201232 Acórdão n.º 2301005.916 S2C3T1 Fl. 1.427 7 h) Diligência e Perícia. Não foram analisadas corretamente as GFIPs com base na aplicação da nova Lei 12.546, de 2011, nem se chegou a analisar os livros razão e diários das empresas de titularidade do contribuinte. O impugnante juntou aos autos, por ocasião das respostas à fiscalização, todos seus registros contábeis, bem como de suas filiais, entretanto, nenhum um desses documentos foi devidamente analisado pela fiscalização. Em que pese se afirmar que diante de uma presunção, caberia ao contribuinte provar o contrário, a autoridade julgadora tem por dever funcional a busca da verdade material, mormente diante do presente caso concreto, onde as diligências que realizou apontaram para sentido inverso ao da presunção pretendida, fazendose invocar a Teoria Dinâmica de Distribuição do Ônus da Prova, segunda a qual a visão estática quanto à produção de provas e distribuição do seu ônus não se coaduna com os preceitos da atual sistemática do Processo Civil Brasileiro. O anteprojeto do Código Brasileiro de Processos Coletivos, no seu art. 10, § 1o, tem previsão expressa no sentido de que a prova dos fatos cabe a quem estiver mais próximo dela e tiver maior facilidade para produzila. No mesmo sentido a própria Receita Federal, no exercício de sua função jurisdicional, aplica a teoria da Carga Dinâmica da Prova. Diante da documentação apresentada, a fiscalização tinha por dever funcional aprofundar a análise para confirmar todas as circunstâncias certificadas na documentação, deixando assim de lavrar a autuação. Como não o fez, deslocase a coleta dos aludidos elementos para a fase de julgamento, razão pela qual requerse a realização de diligência para verificação, quanto à documentação juntada aos autos, em especial as declarações de imposto de renda, livros razão, diário e balanços patrimoniais. Com base no resultado da diligência, ou independente de sua realização, requer a realização de prova pericial, para que se possa demonstrar que o defendente não obteve acréscimo patrimonial a descoberto, indicando como perito o Sr. Sérgio Venâncio Araújo, CPF: 926.643.26872, com endereço à Rua Idelfonso dos Santos, 300 Casa 11, Res Santa Clara, Londrina/PR, formulando o seguinte quesito: “Com base na documentação dos autos, principalmente nas dos Balanços Patrimoniais, Diário e DIPJ e GFIPS da empresa e filiais da defendente, é possível afirmar que está correta a incidência das contribuições sociais previdenciárias patronais nos termos da substituição da base de cálculo?” Portanto, pugna pela diligência para se demonstrar a origem e destino dos recursos movimentados e que não foram objeto da verificação por amostragem realizada pela Fiscalização, bem como, com base no resultado desta diligência (ou independente dela, na improvável hipótese de ser indeferida), pela realização de perícia para que seja respondido o quesito acima formulado. Fl. 1430DF CARF MF 8 i) Da dupla incidência de multa. Há impropriedade na incidência da multa de mora cumulada com a multa de ofício de 150% exigida por meio do DEBCAD n° 51.001.9765. Como se não bastasse a abusividade da multa incidindo no percentual de 150% (cento e cinquenta por cento) sobre o valor do imposto, há ainda a aplicação de multa diária que, no caso em tela, atingiu o percentual de 20% (vinte por cento). Uma única multa seria suficiente, posto que decorrente de única conduta, sob pena de enriquecimento ilícito do Estado, em prejuízo às finanças da empresa, isso porque além das duas multas aplicadas, há ainda a atualização monetária e a incidência de juros moratórios. É absolutamente irrelevante encontraremse as duas penalidades previstas em dispositivos de lei diversos, vez que a irregularidade não reside neste fato, mas sim no fato da base ser única, qual seja Contribuição Previdenciária Patronal. Neste limiar, cabe dizer que a multa deve guardar consonância com os princípios constitucionais tributários aplicados ao dever principal, e caso assim não for ocorrerá evidente incoerência quanto aos indigitados preceitos constitucionais. Por certo que a incidência das duas multas cumuladas revela caráter manifestamente confiscatório, mostrandose incompatível com a finalidade para a qual foram instituídas. No caso em tela nada de proporcional se verifica vez que a pretensa infração referese à apuração de 170% sobre o valor do imposto, além de tais cobranças ainda incide sobre o débito tributário, atualização monetária e juros. A dupla imputação de multas enseja confisco, o bis in idem e a atividade predatória do Fisco, fazendo tabula rasa das garantias constitucionais e comprometendo a manutenção do próprio Estado de Direito. Está pacificado no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF a impossibilidade de se culminar, sobre o mesmo fato, cumulativamente multa de ofício e multa isolada. Logo, as multas duplamente aplicadas sobre o mesmo fato mostramse totalmente abusivas, requerendo desde já a sua improcedência, seja pela dupla incidência, seja pelos percentuais em que essa incidência se deu. j) Pedidos. Por fim, requer o deferimento do direito de posterior juntada de documentos, da produção da prova pericial e testemunhal; o julgamento conjunto dos autos de infração n° 51.001.9757 e n° 51.001.9765, nos termos do art. 38, § 2o, do Decreto n° 7.574, de 2011; o acolhimento das preliminares de nulidade e, no mérito, a improcedência do lançamento, bem como protesta pela sustentação oral perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. IMPUGNAÇÃO AO AUTO DE INFRAÇÃO n° 51.001.9765 Fl. 1431DF CARF MF Processo nº 11634.720730/201232 Acórdão n.º 2301005.916 S2C3T1 Fl. 1.428 9 a) O art. 34 da IN RFB n° 900, de 2008, não criar qualquer exceção em relação ao direito material de compensação, mas em relação ao procedimento para compensação. Por se tratar de instrumento infralegal, o art. 34 da IN RFB n° 900, de 2008, não pode, em qualquer hipótese, exorbitar o comando dos arts. 74 da Lei n° 9.430, de 1996 e 16 da Lei n° 11.116, de 2005. Esses artigos dispõem que qualquer crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela RFB pode ser utilizado na compensação de débito relativo a quaisquer tributos administrado pela RFB. Assim, a IN RFB n° 900, de 2008, não estabelece as restrições apontadas pela fiscalização, limitandose a determinar que para as contribuições previdenciárias aplicase o procedimento específico do art. 34. Ao tratar de vedações à compensação, a IN o fez de forma expressa e literal, consoante denota o art. 44, § 6°. b) Arts. 2° e 26 da Lei n° 11.457, de 2007. Os "créditos" utilizados na compensação glosada decorrem de contribuições ao PIS e COFINS em virtude de atividade exportadora, acumulados nos termos do inciso I e § 1.° do art. 5.° da Lei n° 10.637, de 2002 e do inciso I e § 1.° do art. 6° da Lei n° 10.833, de2003. O caput do artigo 26 da Lei n° 11.457, de 2007, valida a possibilidade de compensação do PIS/COFINS decorrente da atividade exportadora da empresa com as contribuições previdenciárias. O parágrafo único veda apenas a compensação de "créditos" previdenciários com "débitos" de tributos federais. Corrobora esse entendimento, a prescrição legal de que o montante dessas compensações seja repassado ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social e no prazo máximo dois dias úteis, nos termos do § 1° do artigo 2o da Lei n° 11.457, de 2007. Essa transferência de valores somente pode se dar em virtude de "requerimento de compensação", tal como procedido pela autuada. Portanto, o caput do art. 26 assegura a compensação de créditos de tributos e contribuições federais o PIS e a COFINS , com débitos de todos os tributos administrados pela RFB, dentre eles os débitos de contribuições previdenciárias, inclusive com a regulamentação específica de que o produto dos tributos compensados seja repassado ao Fundo do Regime Geral de Previdência Social. c) Ressarcimento e compensação. A IN RFB n° 900, de 2008, disciplina que o procedimento de ressarcimento deve ser feito por meio eletrônico, utilizandose da PER/DCOMP, assim como a compensação dos créditos de PIS/COFINS com Impostos Federais também devem ser feitas pela PER/DCOMP. Contudo, quanto à compensação dos créditos de PIS/COFINS com contribuições previdenciárias, este procedimento ainda não possui disponibilidade por meio eletrônico de Declaração de Compensação DCOMP. Entretanto, não obstante existir a ressalva sublinhada acima, existe Fl. 1432DF CARF MF 10 formulário específico para tanto (IN RFB n° 900, de 2008, art. 98, VII e § 2°). Não havendo vedação legal à compensação em tela, aplicase o § 2o do artigo 98 da IN RFB n°900, de 2008, que determina a utilização do formulário do anexo VII da IN para as compensações que não puderem ser realizadas por PER/DCOMP, sendo esse o procedimento adotado pela defendente. d) Da compensação de oficio. Por outro lado, existindo em curso um processo de ressarcimento e um débito em aberto, deve ser garantida a liquidação, de ofício, do tributo. A verificação da existência de débitos informada acima também engloba as contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11 da Lei n° 8.212/1991, bem como as contribuições instituídas a título de substituição e em relação à Dívida Ativa do Instituto Nacional do Seguro Social, atualmente denominado como Secretaria da Receita Federal do Brasil. Portanto, antes de se indeferir a compensação, previamente, deveria ter se respeitado o disposto no art. 7° do DecretoLei n° 2.287, de 1986, na redação do art. 114 da Lei n° 11.196, de 2005 (e Portaria Interministerial n° 23, de 2006), e realizado de ofício a compensação destes débitos com os créditos a serem ressarcidos, comunicando o contribuinte acerca deste procedimento. Desse modo, reconhecida a possibilidade de se compensar créditos da PIS/COFINS Não Cumulativa Exportação com as contribuições sociais do artigo 11, parágrafo único, alíneas "a", "b", "c" e "d", da Lei n° 8.212/91, não há que se falar na aplicação da multa isolada do artigo 89, § 10°, do mesmo diploma legal, eis que tal multa somente tem lugar quando houver compensação indevida. e) Da ausência de declarações falsas. Em momento algum a autuada apresentou declarações inverídicas, uma vez que os créditos lançados nas GFIP's para compensação são verdadeiros e decorrem do exercício normal de sua atividade. O fato de se entender que tais créditos não podem ser compensados não tem o condão de tornar falsas as declarações. Com efeito, somente podem ser consideradas inverídicas aquelas declarações que não correspondam à realidade, que contenham informações deturpadas, tais como créditos inexistentes ou de valor superior ao real. Assim, é de fácil verificação que as informações prestadas pela defendente não podem ser qualificadas como "falsas", já que noticiam a existência de créditos de sua efetiva titularidade. Por outro lado, ressaltese que as GFIP's foram alimentadas com o valor exato do tributo devido, sem qualquer tipo de omissão que pudesse levar a Receita Federal a erro; assim como com as quantidades de créditos líquidas e certas referentes à contribuição ao PIS e COFINS, na forma da legislação vigente, de modo que o que se observa é uma simples divergência quanto à possibilidade de compensar estes créditos com aquelas contribuições. Fl. 1433DF CARF MF Processo nº 11634.720730/201232 Acórdão n.º 2301005.916 S2C3T1 Fl. 1.429 11 A jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais exige a existência de declarações falsas para que se aplique a multa em questão. Destarte, caso a Receita Federal do Brasil entenda indevida a compensação efetuada pela defendente, basta que não a homologue e procure a satisfação de sua pretensão pelas vias adequadas, com a lavratura do competente auto de infração para a\cobrança do tributo e demais encargos. f) Do efeito confiscatório da multa e da dupla punição pelo mesmo fato. A multa de 150% do valor do tributo devido transgride o princípio da proibição do confisco (CF, art. 150, IV), sendo corolário do direito de propriedade a proibição da utilização de tributo com efeito de confisco (não pode ser fonte de renda do Estado) e aplicável também aos créditos acessórios por decorrer da própria proteção da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1°, III) e do Estado Democrático de Direito. Inconstitucional, portanto, a multa aplicada em percentual abusivo e confiscatório. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem amparado esse entendimento. Há impropriedade na incidência da multa de mora, exigida no DEBCAD n° 51.001.9757, cumulada com a multa isolada de 150% exigida no presente DEBCAD n° 51.001.9765. Não é verossímil a situação de se declarar falsamente os tributos devidos e, ao mesmo tempo, recolhêlos corretamente. Assim, como o não recolhimento do tributo é decorrência lógica das compensações tidas pelo fisco por "não declaradas", é de se concluir que aquele resta absorvido por esta. O Conselho de Contribuintes já se manifestou nesse sentido, bem como o Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Assim, considerando a impossibilidade de se aplicar duas reprimendas ao mesmo fato, uma vez demonstrada a unicidade da conduta imputada à empresa defendente, o presente auto de infração é insubsistente, eis que sanciona fato já penalizado. g) Da inexistência de coresponsabilidade dos sócios. Embora não conste no IPC Instruções para o Contribuinte e nem na FLD Fundamentação Legal do Débito qualquer menção a dispositivo legal que sustente a pretensão de incluir como coresponsáveis à presente autuação as pessoas constantes no RL Relatório de Vínculos, deduzse que a autoridade fiscal pretendeu ampararse no art. 135 da Lei n° 5.172, de 1966, ou no art. 13 da Lei n° 8.620, de 1993. Contudo, este artigo foi revogado pela Lei n° 11.941, de 2009 (não sendo possível a disciplina da matéria por mera lei ordinária), e aquele exige a demonstração da efetiva ocorrência das hipóteses legais de responsabilização pessoal (inexistente nos autos). Além disso, a indicação das pessoas no Relatório de Débitos tem cunho meramente formal para fins cadastrais, sendo indevida a imputação de responsabilidade direta às pessoas ali indicadas, segundo entendimento consolidado do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Fl. 1434DF CARF MF 12 Assim, é de se afastar a coresponsabilidade das pessoas indicadas no RL Relatório de vínculos do presente auto de infração. h) Pedidos. Por fim, requer o deferimento do direito de posterior juntada de documentos, da produção da prova pericial e testemunhal; o julgamento conjunto dos autos de infração n° 51.001.9757 e n° 51.001.976 5, nos termos do art. 38, § 2o, do Decreto n° 7.574, de 2011; o acolhimento das preliminares de nulidade e, no mérito, a improcedência do lançamento e, subsidiariamente, a revisão dos percentuais de multa, nos termos do art. 44, I, da Lei n° 9.430, de 1996. 4. Diligências. Em atenção ao Despacho de fls. 1210/1211, a autoridade lançadora apresentou o Relatório de Diligência Fiscal de fls. 1263/1274, relatando a parcial substituição da contribuição previdenciária patronal sobre a folha de pagamento pela contribuição sobre a receita bruta, nas competências 04/2012 a 06/2012. Intimada (fls. 1276), a autuada apresentou manifestação de fls. 1281/1288 impugnando o cálculo da parcela substituída. 4.1. Diante do Despacho de fls. 1295, a autoridade lançadora emitiu novo Relatório de Diligência Fiscal (fls. 1345/1359), agregando as competências 07/2012 e 08/2012 e reiterando constatação de substituição parcial. Intimada (fls. 1384), a empresa não se manifestou (fls. 1387). final da transcrição do relatório contido no Acórdão nº 0648.081 2.1. Fazse a transcrição da ementa contida no acórdão recorrido: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2010 a 31/08/2012 COMPENSAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PIS/PASEP E COFINS. VEDAÇÃO LEGAL. Não se admite a compensação do saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins com as contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 1991, e àquelas instituídas a título de substituição. GLOSA DE COMPENSAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SOBRE A FOLHA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE RECEITA BRUTA. EFEITOS. Tendo o lançamento por glosa de compensação não considerado a substituição parcial das contribuições previdenciárias dos incisos I e III da Lei n° 8.212, de 1991, advinda das Leis n° 12.546, de 2011, e n° 12.715, de 2012, impõese o cancelamento do lançamento em relação à parcela de contribuição indevida sobre a folha, eis que substituída, bem como da respectiva multa de mora e isolada. RELATÓRIO VÍNCULOS. NATUREZA. O Relatório “VÍNCULOS Relação de Vínculos” apenas lista as pessoas de interesse da administração previdenciária em razão de seu vínculo com o sujeito passivo, representantes legais ou não. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. A realização de perícia não se constitui em direito subjetivo do contribuinte, podendo ser indeferido. Fl. 1435DF CARF MF Processo nº 11634.720730/201232 Acórdão n.º 2301005.916 S2C3T1 Fl. 1.430 13 2.2. Também importante transcrever o dispositivo do acórdão: Acordam os membros da 5ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, nos termos do voto do relator, julgar a impugnação procedente em parte cancelando do Auto de Infração n° 51.001.9757 a glosa de compensação de R$ 952.256,93 e a multa de mora de R$ 190.451,39, bem como os respectivos juros de mora, restando mantida a glosa de compensação de R$ 9.516.205,48 e a multa de mora de R$ 1.903.241,09, bem como os respectivos juros de mora, e cancelando do Auto de Infração n° 51.001.9765 a multa isolada de R$ 1.428.385,40, mantido o valor de R$ 14.274.308,55. Recorro de ofício da presente decisão, nos termos do disposto no art. 34, I e § 1°, do Decreto n° 70.235, de 1972, e no art. 1° da Portaria MF n° 3, de 2008. 3. Lavrado termo de perempção (efls 1418). É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Sávio Nastureles 4. Verificase nos autos, a exoneração do montante de R$ 2.571.093,72 a título de tributo e encargos de multa, tal como especificado no quadro que se segue: COMP A CANCELAR COMP A CANCELAR 04/2012 194.699,68 04/2012 292.049,52 05/2012 191.970,42 05/2012 287.955,63 06/2012 193.497,43 06/2012 290.246,15 07/2012 183.325,00 07/2012 274.987,50 08/2012 188.764,40 08/2012 283.146,60 Total Tributo 952.256,93 Total 1.428.385,40 Multa de mora 190.451,39 Subtotal exonerado Subtotal exonerado AI n° 51.001.9757 AI n° 51.001.9765 R$ 2.571.093,72 Total Exoneração AI n° 51.001.9757 AI n° 51.001.9765 (glosa de compensação) (multa isolada) 1.142.708,32 1.428.385,40 Fl. 1436DF CARF MF 14 4.1. Referido montante ultrapassa o limite de alçada previsto pela Portaria MF nº 63, de 2017, ao condicionar o reexame necessário no caso do acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais): Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. 5. Passo à análise do recurso de ofício. 5.1. Com o exame dos autos, verificase que a decisão de primeira instância está alicerçada em relatórios produzidos pela Fiscalização, destacadamente, o Relatório de Diligência (efls 1345/1359). 5.2. Afigurase relevante transcrever parte do relatório da referida diligência, destacadamente nos tópicos que guardam pertinência com a exoneração do crédito lançado. 4. A empresa fabrica produtos classificados em um dos códigos previstos na redação do artigo 8°, III, da Lei n° 12.546, de 14 de Dezembro de 2011, quais sejam: 4.1 Couros e peles curtidos ou crust!!! (sic), de bovinos (incluindo os búfalos) ou de equídeos, depilados, mesmo divididos, mas não preparados de outro modo, NCM 410400/00, posição 41.04. (...) 7. A empresa apresentou SPED’s Contribuições retificadores, conforme relatórios gerados pelo sistema, inclusive o período de 04/2012 a 08/2012, (competências participantes do débito lavrado), em que a contribuição previdenciária passou a incidir sobre a receita bruta como produto desonerado, código 41.04. (...) 11. Assim, após definida a situação fática da empresa, concluímos que houve a parcial substituição da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento pela contribuição previdenciária sobre a receita bruta e, alertando para a análise e verificação da planilha anexa que discrimina e identifica os códigos dos produtos desonerados e não desonerados. Fl. 1437DF CARF MF Processo nº 11634.720730/201232 Acórdão n.º 2301005.916 S2C3T1 Fl. 1.431 15 5.3. Evidenciase que a decisão de primeira instância está alicerçada nas informações produzidas pela fiscalização. 9.1. Segundo o Relatório da Diligência Fiscal de fls. 1345/1359, o objeto social da empresa envolve a fabricação de produto classificado na TIPI/NMC 41.04, sujeito à substituição pela alíquota de 1,5% para o período entre 01/04/2012 a 31/07/2012 e pela alíquota de 1%, a partir de 01/08/2012 (Alterações Contratuais e IN RFB nº 1.436, de 2013). Nos dias 03/04/2013 e 04/04/2013, a empresa teria apresentado SPED´s Contribuições retificadores, incluído o período de 04/2012 a 08/2012, para declarar a substituição. A autoridade lançadora, então, apurou a parcial substituição da contribuição sobre a folha, conforme anexo Demonstrativo da Receita Bruta (fls. 1345/1349), no qual evidencia o percentual de substituição, nos termos do art. 9°, § 1°, II, da Lei n° 12.546, de 2011, alterada pela Lei n° 12.715, de 2012. (...) 9.3. Portanto, considerando a Diligência Fiscal, realizada em atenção ao pedido formulado pela própria defesa, constatase que o lançamento por glosa de compensação, de fato, não considerou o advento da contribuição previdenciária patronal sobre a receita bruta substitutiva da folha de pagamento, nos termos das Leis n° 12.546, de 2011 e n° 12.715, de 2012, a partir da competência 04/2012, devendo ser alterado nos moldes propostos no Relatório de Diligência Fiscal de fls. 1345/1359 e como evidenciado nas planilhas abaixo: (...) 9.5. Em relação à multa isolada correspondente às contribuições sobre a folha substituídas, devemos ponderar que o lançamento efetuado no Auto de Infração n° 51.001.9765 também não se sustenta em parte, eis que cabia a informação em GFIP de valores a título de compensação, conforme definido pelo art. 4° do Ato Declaratório Executivo Codac nº 93, de 19 de dezembro de 2011, in verbis: 5.4. Em vista do teor da fundamentação exposta nos subitens 9.1, 9.3, 9.5 alicerçada em elementos de prova constantes dos autos, e em consonância com a legislação de regência, não se vislumbra nenhum reparo a se operar na decisão recorrida. CCOONNCCLLUUSSÃÃOO 6. Diante do exposto, voto por conhecer e negar provimento ao recurso de ofício. (Assinado digitalmente) Antonio Sávio Nastureles Relator Fl. 1438DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19679.000975/2004-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003
COMPENSAÇÃO. NÃO RECONHECIMENTO PRÉVIO DO INDÉBITO. IMPOSSIBILIDADE COMPENSAÇÃO
O não reconhecimento do indébito pela autoridade competente, impede a homologação de compensação que o tenha utilizado como direito crédito.
Numero da decisão: 1301-003.819
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente momentaneamente o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
1.0 = *:*
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NÃO RECONHECIMENTO PREVIO DO INDÉBITO. IMPOSSIBILIDADE COMPENSAÇÃO Recorrente DFV SERVIÇO DE NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 COMPENSAÇÃO. NÃO RECONHECIMENTO PRÉVIO DO INDÉBITO. IMPOSSIBILIDADE COMPENSAÇÃO O não reconhecimento do indébito pela autoridade competente, impede a homologação de compensação que o tenha utilizado como direito crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente momentaneamente o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 09 75 /2 00 4- 25 Fl. 197DF CARF MF Processo nº 19679.000975/200425 Acórdão n.º 1301003.819 S1C3T1 Fl. 198 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão nº 1624.886, proferido pela 7ª Turma da DRJ/SP1, que, por voto de qualidade, julgou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade, para reconhecer de ofício a homologação tácita das DCOMP transmitidas até 15.09.2004. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento de primeira instância, a seguir transcrito, complementandoo ao final: Em 27.01.2004 o contribuinte apresentou pedido de restituição de valores recolhidos a titulo de IRPJ do período de janeiro de 1999 a setembro de 2003. Alegou ter recolhido valores do imposto pelo lucro presumido aplicando o percentual de 32% sobre a receita bruta, porém entende ser aplicável no seu caso o artigo 23 da IN SRF n° 306, de 12.03.2003, que o equipararia aos prestadores de serviços hospitalares para fins de incidência do percentual de 8%. Por esse motivo, solicitou a restituição dos valores recolhidos acima do percentual de 8% durante o período compreendido entre o 1° trimestre de 1999 e o 3° trimestre de 2003. Apresentou diversos PER/DCOMP (fl. 44 e 50 a 91) com o fim de compensar o crédito que sustentava possuir, como segue: Fl. 198DF CARF MF Processo nº 19679.000975/200425 Acórdão n.º 1301003.819 S1C3T1 Fl. 199 3 Em 29.09.2009 a Derat/SPO proferiu despacho decisório que considerou o pedido de restituição como não formulado, com base no artigo 4° da IN SRF n° 376/2003, por ter sido utilizado indevidamente o formulário em papel. Como conseqüência, as declarações de compensação não foram homologadas. A decisão administrativa foi cientificada ao contribuinte por meio postal, constando AR com data de recebimento 05.10.2009, facultandolhe a interposição de recurso hierárquico contra a decisão que considerou não formulado o pedido de restituição, e de manifestação de inconformidade contra a não homologação das compensações. A manifestação de inconformidade foi protocolada em 15.10.2009. Afirma a contribuinte que requereu restituição de COFINS das competências 05/99 a 12/02, por fazer jus à isenção daquela contribuição, conforme a Lei Complementar n° 70/91, artigo 6°, inciso II. Alega que não era possível efetuar a correção dos seus créditos pela SELIC utilizando o pedido em meio eletrônico, e por isso se utilizou do formulário em papel, valendose da exceção prevista no artigo 3° da IN SRF n° 376/2003, bem como no artigo 3° combinado com o artigo 44, ambos da IN SRF n° 210/2002. Fl. 199DF CARF MF Processo nº 19679.000975/200425 Acórdão n.º 1301003.819 S1C3T1 Fl. 200 4 Requer a reforma da decisão para que seja admitido o formulário apresentado para o Pedido de Restituição, homologandose as compensações vinculadas. É o relatório. Naquela oportunidade, a r.turma julgadora julgou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade, cujo julgamento se encontra sintetizado pela seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. O não reconhecimento do indébito pela autoridade competente impede a homologação de compensação que o tenha utilizado como direito crédito. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Sem crédito em Litígio. Devidamente intimado na data de 17/05/2010 (fl. 160), o contribuinte apresentou em 28/05/2010 (fl. 166), tempestivamente, Recurso Voluntário, pugnando por seu provimento, cujos argumentos serão a seguir apreciados. É o relatório. Voto Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos regimentais de admissibilidade, portanto, dele conheço. DA ANÁLISE DO RECURSO VOLUNTÁRIO Tratase de pedido de restituição formulado em 27.01.2004, onde se aponta crédito decorrente de recolhimento indevido ou a maior a titulo de IRPJ. Alega o contribuinte ter recolhido valores do imposto pelo lucro presumido aplicando o percentual de 32% sobre a receita bruta, quando o aplicável no seu caso seria o percentual de 8%, sob o entendimento de que seus serviços equipararia aos prestadores de serviços hospitalares, na esteira do que decidiu o STJ. Por esse motivo, solicita a restituição dos valores recolhidos acima do percentual de 8% durante o período compreendido entre o 1° trimestre de 1999 e o 3° trimestre de 2003. Na seqüência, apresenta diversos PER/DCOMP com o fim de compensar o crédito que sustenta possuir. Vêse que o despacho decisório de fls. considerou o pedido de restituição como não formulado, por ter sido utilizado indevidamente o formulário em papel e, por conseqüência, as declarações apresentadas não foram homologadas. Fl. 200DF CARF MF Processo nº 19679.000975/200425 Acórdão n.º 1301003.819 S1C3T1 Fl. 201 5 Irresignado, o contribuinte apresenta a manifestação de inconformidade de fl. 02, sendo seus argumentos considerados improcedentes pela DRJ competente, porém, de ofício, reconheceu a homologação tácita das Dcomps transmitidas até 15.09.2004. Em seu recurso, o contribuinte faz por equívoco referência a um pedido de restituição de COFINS, vez que os autos tratam de créditos de IRPJ, além de repisar sua alegação de que o pedido de restituição foi apresentado regularmente, e por isso, deveria ser admitida a utilização do formulário em papel. Ocorre que essa questão foi objeto de recurso hierárquico, previsto na Lei nº 9.784/99, e foi julgado pela Autoridade Competente, nos autos do processo administrativo nº 10880.726515/200975, decidindose pela manutenção Despacho Decisório, indeferindo, assim, definitivamente (na esfera administrativa), a restituição pleiteada. Portanto, falece competência ao CARF para decidir essa questão, devendo apenas considerála, e verificar o impacto do decisium para a análise das compensações efetuadas. Ora, para que as compensações declaradas possam ser homologadas, fazse necessário que o direito a restituição tenha sido reconhecido. Como não foi, por decisão definitiva no âmbito administrativo, impossível homologar as compensações a ele (direito a restituição) relacionadas. Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Fl. 201DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13628.720354/2013-71
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2011
MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO - DIPJ. PREVISÃO LEGAL.
A entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), após o prazo previsto pela legislação tributária, sujeita o contribuinte à incidência da multa correspondente.
Numero da decisão: 1003-000.710
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama.
Nome do relator: MAURITANIA ELVIRA DE SOUSA MENDONCA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2011 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO - DIPJ. PREVISÃO LEGAL. A entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), após o prazo previsto pela legislação tributária, sujeita o contribuinte à incidência da multa correspondente.
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PREVISÃO LEGAL. A entrega da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), após o prazo previsto pela legislação tributária, sujeita o contribuinte à incidência da multa correspondente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 62 8. 72 03 54 /2 01 3- 71 Fl. 51DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra Acórdão nº 0373.103, proferido pela 4ª Turma da DRJ/BSB, que julgou procedente o lançamento relativo à multa por atraso na entrega de sua Declaração de Informações da Pessoa Jurídica DIPJ, referente ao anocalendário de 2011, no valor de R$ 500,00. Fazendo uma breve retrospectiva dos fatos, temse que, após ser cientificada do auto de infração lavrado em seu desfavor, a Recorrente apresentou impugnação ao lançamento alegando, em síntese, que enviou indevidamente a referida declaração, situação especial de incorporação, uma vez que estava dispensada de apresentála, conforme disposto na IN/RFB 946/2009. Ao apreciar a dita impugnação, a DRJ/BSB entendeu por bem julgála improcedente e manteve o crédito tributário lançado, cuja ementa da decisão segue transcrita: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2011 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. DIPJ.OBRIGATORIEDADE. É cabível a exigência da multa pelo atraso na entrega da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), na forma em que foi consignada no lançamento de ofício. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada, com o objetivo de reforma da decisão, a Recorrente apresentou o recurso voluntário, ratificando os argumentos delineados em sua impugnação, nestes termos: "FERREIRA PENNA DISTRIBUIDORA E MATERIAIS HOSPITALARES LTDA., devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, INCONFORMADA com a decisão proferida em desfavor da impugnação apresentada, neste ato representada por seu representante legal, assim definido na forma de seus atos constitutivos, vem mui respeitosamente, na forma dos arts. 14, 15 e 16 do Dec. 70.235/72, REQUERER, que seja a referida impugnação remetida ao E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais". É o relatório. Fl. 52DF CARF MF Processo nº 13628.720354/201371 Acórdão n.º 1003000.710 S1C0T3 Fl. 3 3 Voto Conselheira Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça, Relatora. Compulsando os autos, verifico que o recurso voluntário é tempestivo e cumpre com os demais requisitos legais de admissibilidade previstos nas normas de regência, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciálo. Conforme detalhado no relatório, o cerne da questão é a cobrança de multa por atraso na entrega da DIPJ relativa ao anocalendário de 2011, no valor de R$ 500,00. A Recorrente, repetindo os argumentos ofertados quando da apresentação da impugnação, alegou que a multa exigida é totalmente indevida, vez que estava dispensada de apresentála, conforme disposto na IN/RFB 946/2009, ante a situação especial de incorporação na qual estava envolvida. De acordo com a sua peça impugnatória, a Recorrente ressalta que, por conta do evento de incorporação (celebrado com a pessoa jurídica Distrimix Distribuidora de Medicamentos Ltda, iniciado em 03/01/2011, conforme Termo de protocolo e Justificação da Operação de Incorporação), convencionouse que todos os atos jurídicos e econômicos praticados pela empresa Ferreira Penna Distribuidor de Materiais Hospitalares LTDA EPP (incorporada), a partir da referida data, seriam registrados nos livros da Distrimix (incorporadora). Contudo, o que se constata é que a pessoa jurídica foi incorporada no ano calendário de 2011, não se enquadrando, destarte, na dispensa prevista no § 3º, art. 4º da IN RFB nº 1.149, de 28 de abril de 2011, razão pela qual a multa aplicada. Por entender serem irretocáveis as considerações realizadas pela DRJ no acórdão de piso são irretocáveis, colaciono parte de seu texto neste voto: Trata o presente processo de cobrança de multa por atraso na entrega da DIPJ 2011, anocalendário 2010, a qual a interessada contesta sob alegação de que não teve movimento no período. A multa em análise esta prevista na Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, art 7º, com redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.051, de 29 de dezembro de 2004, in verbis: Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e Fl. 53DF CARF MF 4 sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (grifo nosso) I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; II de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; III de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante da Cofins, ou, na sua falta, da contribuição para o PIS/Pasep, informado no Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3º deste artigo; e (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)(grifo nosso) IV de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1º Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) III de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante da Cofins, ou, na sua falta, da contribuição para o PIS/Pasep, informado no Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo; e (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)(grifo nosso) IV de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1º Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2º Observado o disposto no § 3º, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13628.720354/201371 Acórdão n.º 1003000.710 S1C0T3 Fl. 4 5 II a setenta e cinco por cento, se houver a apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: (Vide Lei nº 11.727, de 2008) I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei nº 9.317, de 1996; II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. § 4º Considerarseá não entregue a declaração que não atender às especificações técnicas estabelecidas pela Secretaria Receita Federal. § 5º Na hipótese do § 4º, o sujeito passivo será intimado a apresentar nova declaração, no prazo de dez dias, contados da ciência à intimação, e sujeitarseá à multa prevista no inciso I do caput, observado o disposto nos §§ 1º a 3º. Cabe esclarecer que a entrega da Declaração fora do prazo fixado pela norma tributária é considerado como sendo o descumprimento de uma obrigação acessória por parte da empresa. Como regra, é conduta formal que não se confunde com o não pagamento de tributo, nem tampouco com as multas decorrentes por tal procedimento. A Instrução Normativa RFB nº 1.149, de 28 de abril de 2011, assim dispõe sobre a apresentação da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica relativa ao exercício de 2011 (DIPJ 2011) e dá outras providências. Art. 1º Fica aprovado o programa gerador e as instruções para preenchimento da Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ 2011), relativa ao ano calendário de 2010, exercício de 2011, na forma desta Instrução Normativa. [...]Art. 4º Todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a DIPJ 2011 de forma centralizada pela matriz. (grifo nosso) § 1º A obrigatoriedade a que se refere este artigo não se aplica: (grifo nosso) I às pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006; II aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas; e III às pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução Normativa RFB nº 1.103, de 21 de dezembro de 2010. Fl. 55DF CARF MF 6 § 2º A DIPJ 2011 deverá ser apresentada, também, pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas parcialmente, cindidas totalmente, fusionadas ou incorporadas. § 3º A obrigatoriedade de entrega na forma prevista no § 2º não se aplica à incorporadora, nos casos em que as pessoas jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo controle societário desde o anocalendário anterior ao do evento. (grifo nosso) Art. 5º As declarações geradas pelo programa gerador da DIPJ 2011 devem ser apresentadas até as 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do dia 30 de junho de 2011 Parágrafo único. As declarações geradas pelo programa gerador da DIPJ 2011, pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas parcialmente, cindidas totalmente, fusionadas, incorporadoras ou incorporadas, devem ser apresentadas até as 23h59min59s (vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove segundos), horário de Brasília, do último dia útil do mês subsequente ao do evento, observandose o disposto na Instrução Normativa RFB nº 946, de 29 de maio de 2009. (grifo nosso) A entrega da Declaração fora do prazo fixado pela norma tributária é considerado como sendo o descumprimento de uma obrigação acessória por parte da empresa. Como regra, é conduta formal que não se confunde com o não pagamento de tributo, nem tampouco com as multas decorrentes por tal procedimento. Cabe destacar que a multa por atraso na entrega da DIPJ está prevista na legislação tributária, cujos dispositivos estão citados na notificação de lançamento, não podendo a autoridade administrativa deixar de observar o seu cumprimento, pois, conforme o parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional – CTN, “a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional”. Verificase que a pessoa jurídica foi incorporada no ano calendário de 2011, não se enquadrando na dispensa prevista no § 3º , art. 4º da IN RFB nº 1.149, de 28 de abril de 2011, acima destacado .Dessa forma deve ser mantida a multa aplicada. A legislação não deixa margem à dúvida. Se a DIPJ foi apresentada depois do prazo regulamentar, independente de qualquer circunstância, a contribuinte está sujeita à multa. Não há previsão legal para a dispensa da penalidade imposta. Desta forma, ficou claro que a decisão proferida pela DRJ não merece reforma e que a entrega da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) após o prazo previsto pela legislação tributária, sujeita a Recorrente à incidência da multa correspondente, vista que a incorporação alega deuse no anocalendário de 2011. Ressaltase que todos os documentos constantes nos autos foram analisados. Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13628.720354/201371 Acórdão n.º 1003000.710 S1C0T3 Fl. 5 7 Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantendo o crédito tributário lançado. (assinado digitalmente) Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça Fl. 57DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.721409/2012-89
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO.
O pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido, quando restar comprovado seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124-A.
Mantém-se a glosa das despesas de pensão alimentícia judicial que o contribuinte não comprova ter cumprido os requisitos exigidos para a respectiva dedutibilidade.
DOCUMENTO IDÔNEO APRESENTADO EM FASE RECURSAL
Admite-se documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que são titulares os contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda que apresentada a destempo.
Numero da decisão: 2003-000.049
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso.
(Assinado digitalmente)
Sheila Aires Cartaxo Gomes - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Francisco Ibiapino Luz - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz.
Nome do relator: FRANCISCO IBIAPINO LUZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2009 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO. O pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido, quando restar comprovado seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124-A. Mantém-se a glosa das despesas de pensão alimentícia judicial que o contribuinte não comprova ter cumprido os requisitos exigidos para a respectiva dedutibilidade. DOCUMENTO IDÔNEO APRESENTADO EM FASE RECURSAL Admite-se documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que são titulares os contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda que apresentada a destempo.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. (Assinado digitalmente) Sheila Aires Cartaxo Gomes - Presidente. (Assinado digitalmente) Francisco Ibiapino Luz - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz.
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DEDUÇÃO. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO. O pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido, quando restar comprovado seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124A. Mantémse a glosa das despesas de pensão alimentícia judicial que o contribuinte não comprova ter cumprido os requisitos exigidos para a respectiva dedutibilidade. DOCUMENTO IDÔNEO APRESENTADO EM FASE RECURSAL Admitese documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que são titulares os contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda que apresentada a destempo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. (Assinado digitalmente) Sheila Aires Cartaxo Gomes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 14 09 /2 01 2- 89 Fl. 96DF CARF MF 2 (Assinado digitalmente) Francisco Ibiapino Luz Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância, que julgou procedente em parte a impugnação apresentada pelo contribuinte com o fito de extinguir crédito tributário constituído mediante Notificação de Lançamento. Notificação de Lançamento Foi constituído crédito tributário no valor de R$ 18.567,77, referente a Imposto de Renda Pessoa Física IRPF do exercício de 2009, anobase de 2008, apurado em Notificação de Lançamento, decorrente de glosa de pensão alimentícia judicial no montante de R$ 40.549,00, conforme abaixo (fls. 31/35): 1. do valor declarado, foi comprovada a quantia de R$ 7.591,00, que já foi considerada pelo autuante; 2. o valor de R$ 40.549,00 não foi comprovado pelo autuado, já que os extratos bancários não identificam o depositante, como também houve transferências a destinatária não beneficiada com a pensão judicial. Impugnação Inconformado, o contribuinte apresentou impugnação, solicitando juntada de documentos e alegando se tratar do pagamento de pensão judicial em virtude do atendimento das normas do Direito de família (fls. 02/15). Julgamento de Primeira Instância A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Porto Alegre, por unanimidade, julgou procedente em parte a pretensão externada por meio de mencionada contestação, sob os seguintes fundamentos (fls. 65/67): 1. os pagamentos efetuados a Débora Pereira Marques não podem ser deduzidos na DAA do anocalendário de 2008, porque a pensão foi fixada em escritura pública somente em 25/01/2012; 2. o montante de R$ 41.175,00 destinado a Carmem de Fátima Teles de Oliveira mais os filhos Caroline e Eduardo foram devidamente comprovados; 3. cabe restabelecer a dedução de R$ 33.584,00. Recurso Voluntário Discordando da respeitável decisão, o Sujeito Passivo interpôs Recurso Voluntário, solicitando juntada de documentos e alegando em síntese (fls. 73/90): Fl. 97DF CARF MF Processo nº 11080.721409/201289 Acórdão n.º 2003000.049 S2C0T3 Fl. 96 3 1. desde julho de 1997, o recorrente paga pensão alimentícia ao filho no valor de 1,3 salários mínimos mensais, depositados em conta bancária da mãe, Débora Pereira Marques; 2. junta aos autos uma declaração da mães, Débora Pereira Marques, comprovando o pagamento da pensão do anocalendário de 2008 no valor de R$ 7.000,00; 3. anexa escritura pública lavrada em 25/01/2012, ratificando a pensão alimentícia devida ao filho no valor de 1,3 salários mínimos; 4. o filho obteve o CPF somente em 2011, razão porque, em anos anteriores, os pagamentos eram feitos em nome da mãe; 5. a escritura pública não fixou a pensão alimentícia, pois apenas ratificou o ajustado anteriormente, ao reconhecer que tais pagamentos já vinham sendo efetivados desde 1997; 6. há mais de 10 (dez) anos vem declarando referida pensão, sem haver manifestação em contrário da RFB anteriormente. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco Ibiapino Luz Relator Admissibilidade O Recurso é tempestivo, pois a ciência da decisão recorrida se deu em 06/10/2013 (fls. 70), e a Peça recursal foi recebida em 04/11/2013 (fls. 73), dentro do prazo legal para sua interposição. Logo, já que atendidos os demais pressupostos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Preliminares Não se aplica, porquanto sem alegação na fase recursal. Documentação apresentada em fase recursal É pertinente registrar ser razoável a admissão de documentação que pretenda comprovar direito subjetivo de que é titular o contribuintes, quando em confronto com a ação do Estado, ainda se apresentada em fase recursal. Com efeito, tratase de entendimento que vem sendo adotado neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, ao qual me filio, pois, como se há verificar, aplicáveis ao feito os seguintes princípios: 1. do devido processo legal (CF, de 1988, art. 5º, inciso LIV), vinculando a intervenção Estatal à forma estabelecida em lei; Fl. 98DF CARF MF 4 2. da ampla defesa e do contraditório (CF, de 1988, art. 5º, inciso LV), tutelando a liberdade de defesa ampla, “...com os meios e recursos a ela inerentes, englobados na garantia, refletindo todos os seus desdobramentos, sem interpretação restritiva”. Logo, correlata a apresentação de provas (defesa) pertinentes ao debate inaugurado no litígio (contraditório), já que inadmissível acatar este sem pressupor a existência daquela; (grifo nosso) 3. da verdade material (princípio implícito, decorrente dos princípios da ampla defesa e do interesse público), asseverando que, quanto ao alegado por ocasião da instauração do litígio, devese trazer aos autos aquilo que, realmente, ocorreu. Evidentemente, o documento extemporâneo deve guardar pertinência com a matéria controvertida na reclamação, sob pena de operarse a preclusão; 4. do formalismo moderado (Lei nº 9.784, de 1999, art. 2º, incisos VI, IX, X, XIII e Decreto nº 70.235, de 1972, art. 2º, caput), manifestando que os atos processuais administrativos, em regra, não dependem de forma , ou terão forma simples, respeitados os requisitos imprescindíveis à razoável segurança jurídica processual. Ainda assim, acatamse aqueles praticados de modo diverso do exigido em lei, quando suprido o desígnio legal. Mérito Consoante visto no Relatório, a lide se restringe à pretensão de dedutibilidade da pensão alimentícia no valor remanescente de R$ 6.965,00 (R$ 40.549,00 R$ 33.584,00) supostamente acordada em escritura pública desde 1997. Nesse cenário, é de se verificar que, consoante a Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "f", o pagamento de pensão alimentícia judicial é dedutível na apuração do imposto de renda devido, quando restar comprovado seu efetivo pagamento, como também o atendimento das normas do Direito de Família, em virtude do cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou, a partir de 28 de março de 2008, da escritura pública a que se refere a Lei nº 5.869, de 1973, art. 1.124A, nesses termos: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: [...] II das deduções relativas: [...] f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; Fl. 99DF CARF MF Processo nº 11080.721409/201289 Acórdão n.º 2003000.049 S2C0T3 Fl. 97 5 O recorrente afirma que a Escritura Pública lavrada em 25/01/2012 apenas ratificou aludida pensão alimentícia ajustada anteriormente, ao reconhecer que tais pagamentos já vinham sendo efetivados desde 1997. Tocante a isso, vale a transcrição do seguinte excerto de mencionado Documento (fls.84): "E, perante mim, pelos declarante [...] me foi dito, (sic) o seguinte: que em 29 de julho de 1997 lavraram a Escritura [...] paga a título de pensão alimentícia ao filho menor reconhecido, o valor de um vírgula três (1,3) salários mínimos nacional, desde julho de 1997 [...]. No entanto, diversamente disso, na referenciada Escritura Pública de Reconhecimento de Filho lavrada em 29/07/1997 (fls. 82/83), nada consta acerca do suposto ajuste de alimentos fixado nessa segunda Convenção registrada em 2012. Assim entendido, o recorrente não logrou comprovar que mencionada despesa em litígio decorria do cumprimento de obrigação correspondente às normas do Direito de família. Mais especificamente, as partes nada mais fizeram do que fixar, no Acordo de 2012, a obrigação de alimentos em quantia equivalente àquela que já vinha sendo cumprida, desde 1997, por deliberalidade do alimentante. Conclusão Ante o exposto, voto por negar provimento ao Recurso interposto, restando mantida a glosa de pensão alimentícia judicial no valor de R$ 6.965,00. É como voto. (Assinado digitalmente) Francisco Ibiapino Luz Relator Fl. 100DF CARF MF
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