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Numero do processo: 10120.730419/2012-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Feb 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2009 a 29/02/2012
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Quando em manifesto equívoco relativo à quaisquer das questões examinadas e julgadas pela turma, cabem embargos de declaração para correção do acórdão.
Embargos Acolhidos
Numero da decisão: 2301-004.897
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos da Fazenda Nacional, para que o acórdão seja rerratificado com a seguinte redação da parte dispositiva: "Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para considerar a data da emissão do aviso de regularização de obra, 15/10/2012, como o momento de ocorrência do fato gerador, devendo somente a partir de então incidir qualquer acréscimo legal, nos termos do voto do relator".
Andrea Brose Adolfo - Presidente
Julio Cesar Vieira Gomes - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: ANDREA BROSE ADOLFO, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, FABIO PIOVESAN BOZZA, JORGE HENRIQUE BACKES, ALEXANDRE EVARISTO PINTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos da Fazenda Nacional, para que o acórdão seja rerratificado com a seguinte redação da parte dispositiva: "Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para considerar a data da emissão do aviso de regularização de obra, 15/10/2012, como o momento de ocorrência do fato gerador, devendo somente a partir de então incidir qualquer acréscimo legal, nos termos do voto do relator". Andrea Brose Adolfo - Presidente Julio Cesar Vieira Gomes - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: ANDREA BROSE ADOLFO, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, FABIO PIOVESAN BOZZA, JORGE HENRIQUE BACKES, ALEXANDRE EVARISTO PINTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
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Quando em manifesto equívoco relativo à quaisquer das questões examinadas e julgadas pela turma, cabem embargos de declaração para correção do acórdão. Embargos Acolhidos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos da Fazenda Nacional, para que o acórdão seja rerratificado com a seguinte redação da parte dispositiva: "Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para considerar a data da emissão do aviso de regularização de obra, 15/10/2012, como o momento de ocorrência do fato gerador, devendo somente a partir de então incidir qualquer acréscimo legal, nos termos do voto do relator". Andrea Brose Adolfo Presidente Julio Cesar Vieira Gomes Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: ANDREA BROSE ADOLFO, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, FABIO PIOVESAN BOZZA, JORGE AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 73 04 19 /2 01 2- 29 Fl. 2567DF CARF MF 2 HENRIQUE BACKES, ALEXANDRE EVARISTO PINTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS. Fl. 2568DF CARF MF Processo nº 10120.730419/201229 Acórdão n.º 2301004.897 S2C3T1 Fl. 2.568 3 Relatório Tratamse de embargos opostos com fundamento no artigo 65 do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015. O acórdão embargado traz em sua parte dispositiva: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para anular o Auto de Infração Debcad 51.025.6694 por considerar o fato gerador a data da emissão do ARO, 15 de outubro de 2012. Enquanto o voto condutor tem a seguinte redação: Dessa forma, não tendo a empresa colacionado aos autos a documentação comprobatória de sua regularidade contábil e dos termos alegados em sua peça recursal, e tendo sido configurado que a mesma, na verdade está em débito para com o fisco, uma vez que não recolheu o valor devido, mantenho a decisão recorrida. ... Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário, para darlhe parcial provimento, considerando como fato gerador a data da emissão do ARO, 15 de outubro de 2012, devendo somente a partir desta data incidir qualquer acréscimo legal. Entende o embargante que teria havido lapso manifesto no acórdão que julgou o recurso voluntário. A turma apenas teria considerado a data de emissão do aviso de regularização de obra como o momento de ocorrência do fato gerador, a partir do qual, então, iniciaria a incidência de acréscimos legais; portanto não se trataria de anulação do auto de infração. Em despacho fundamentado, reconheceuse a presença dos pressupostos de admissibilidade. Também no despacho às fls. 2565 esclareceuse que a parte discutida neste processo não foi objeto de desistência. É o Relatório. Fl. 2569DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator De fato, assiste razão ao embargante. Tratase de erro material caracterizado pelo equívoco no texto reproduzido da ata de julgamento. Na verdade, não se decidiu pela nulidade do lançamento, mas pelo seu provimento parcial. Assim, o acórdão embargado necessita de correção na forma de se considerar como dispositivo do acórdão: "Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para considerar a data da emissão do aviso de regularização de obra, 15/10/2012, como o momento de ocorrência do fato gerador, devendo somente a partir de então incidir qualquer acréscimo legal, nos termos do voto do relator". Em razão do exposto, voto por acolher os embargos opostos para que o acórdão seja rerratificado com a nova redação da parte dispositiva, na forma acima. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 2570DF CARF MF Processo nº 10120.730419/201229 Acórdão n.º 2301004.897 S2C3T1 Fl. 2.569 5 Fl. 2571DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.001021/98-57
Turma: Quinta Turma Especial
Câmara: Sexta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2009
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Numero da decisão: 1803-000.035
Decisão: ACORDAM os membros da 3' turma especial da primeira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
Nome do relator: BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR
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I MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS fr:+45.t:3 PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 13819.001021/98-57 Recurso n° 163.788 Voluntário Acórdão n° 1803-00.035 — 3° Turma Especial Sessão de 19 de março de 2009 Matéria IRPJ Recorrente ASFALTOS CALIFÓRNIA LTDA. Recorrida r TURMA/DRJ-CAMPINAS/SP Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício. 1994 Ementa: COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. COEFICIENTES DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Os saldos dos prejuízos fiscais controlados no Livro de Apuração do Lucro Real devem ser atualizados monetariamente de acordo com os índices oficiais. O excesso de compensação obtido por intermédio de coeficientes superiores aos indicados na legislação fica sujeito a lançamento de oficio. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3' turma especial da primeira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. , ()VISA S n residente BENEDICTO ÇE4CIO JUNIOR ReAator Formalizado em: 8 M A9 200 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros: Luciano Inocêncio dos Santos, Benedicto Celso Benício Júnior, Walter Adolfo Maresch e José Clovis Alves. n1 Processo n°13819.001021/98-57 S1-TE03 Acórdão n.° 1803-00.035 Fl. 2 Relatório Trata-se do Auto de Infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, lavrado em 04/03/1998, em decorrência de revisão interna da declaração de rendimentos, ano- calendário de 1993, retida em malha na ocasião de seu processamento. A autuação tem como base a compensação indevida de prejuízos fiscais no mês de setembro e a conversão incorreta do Lucro Real para Ufir no mês de novembro. O crédito tributário resultante foi de R$ 54.100,49, abrangendo tributo, multa de oficio e juros de mora calculados até 28/02/1998. Inconformada com a autuação, a contribuinte protocolizou impugnação, reconhecendo seu erro na conversão do Lucro Real em novembro de 1993, mas insurgindo-se contra a exigência relativa a compensação de prejuízos fiscais em valor maior que o devido. Afirma que o valor declarado no mês de setembro, CR$ 21.669.702,00, é o correto, discordando da importância determinada pela Receita Federal. A autoridade responsável pela apreciação da impugnação interposta, observando a ausência de intimação para esclarecimento das diferenças apuradas remotamente ou fundamento de sua eventual dispensa, conforme determina o artigo 30 da IN SRF n.° 94, de 1997, propôs a conversão do julgamento em diligência fiscal, a fim de que a autuante se manifestasse a respeito. Os fatos constatados na diligência foram relatados na Informação fiscal de fls.44/45, cujo trecho encontra-se transcrito a seguir: "Analisadas as peças constantes do processo e verificado o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), em diligência efetuada na sede da empresa, constatamos o seguinte: A divergência entre os valores registrados no Demonstrativo das Compensações de Prejuízo da Receita Federal de fls. 06, e os consignados pelo contribuinte em sua escrita fiscal, Lalur de ils.41, tem origem em erro cometido no preenchimento do quadro 04 do anexo 02 da declaração de rendimentos , relativo ao mês de abril/93 ([128), onde constou na linha 39 o valor de CR$ 3.219.531 como sendo Lucro Real, quando pela soma das parcelas, trata-se na realidade de prejuízo fiscal de mesmo valor, ou seja, o contribuinte não colocou o valor "entre parênteses" o que provocou a glosa no mês de setembro por não constar nos controles da Receita o valor desse prejuízo. Está portanto correta, a compensação efetuada pelo contribuinte, conforme se depreende da análise do seu Livro de Apuração do Lucro Real. Com relação ao mês de novembro/93 está correto o lançamento efetuado, uma vez que se convertendo o Lucro Real de CR$ 15.803.927 para Ufir, utilizando-se a Ufir de 30/11/93 equivalente a CR$ 135,55, obtém-se o valor de 116.591,12 Ufir e não 89.096,45 Ufir como constou da declaração IRPJ als. 29)." Neste cenário, o fiscal responsável pela diligência manifestou-se pela manutenção apenas do lançamento referente à nversão incorreta do Lucro Re 1 para Ufir 2 f n Processo n° 13819.001021/98-57 SI-TE03 Acórdão n.° 1803-00.035 Fl. 3 ocorrida em novembro, cancelando-se a exigência fundamentada na compensação de prejuízos fiscais. Ao analisar tanto a impugnação apresentada pela contribuinte, quanto o relatório de diligência fiscal, a 2' TURMA/DRJ-CAMPINAS/SP, optou por manter in totum o lançamento perpetrado, justificando que em relação ao mês de SETEMBRO/93 que: "9. A troca de sinais apontada, de fato, afetou os valores do sistema de controle de prejuízos fiscais. Contudo, mesmo corrigindo-se esse erro, a importância compensada pela defendente ainda é maior que a devida. Analisando-se a parte B do Lalur ql. 41), constata-se que a impugnante utilizou, nos meses de julho e agosto, coeficientes de atualização monetária diferentes dos oficiais, obtendo um saldo de prejuízos de períodos anteriores superior a que tinha direito. 10. O demonstrativo de compensação de prejuízos fiscais de fls.46/48, cujos saldos já se apresentam recalculados, considerando o resultado negativo de abril de 1993, mostra que em setembro a reclamante poderia compensar um montante de CR$ 21.481.540, praticamente o mesmo valor indicado pelo auto de infração, CR$ 21.481.555,00. Ou seja, apesar do erro existente na declaração, a fiscalização ao executar o procedimento de malha, também detectou a troca de sinais e fez os ajustes necessários. Essa hipótese é confirmada, não só pela citada coincidência de valores, mas também pela ausência de autuação em junho, pois considerando os saldos existentes, conforme o demonstrativo de .17.06, haveria compensação indevida de prejuízos fiscais nesse mês, o que não ocorreu, certamente, porque a falta dos parênteses já havia sido notada. 11. Assim, conclui-se que a autuação relativa à compensação indevida de prejuízos fiscais em setembro decorre da utilização de coeficientes de atualização equivocados, motivo pelo qual se mantém integralmente os valores lançados por intermédio do presente auto de infração." Cientificada da decisão, a contribuinte apresentou recurso a este Conselho argüindo que na diligência efetuada a autoridade fiscalizadora teria convalidado a compensação de prejuízos efetuada pela recorrente em SETEMBRO/93. Por outro lado, se a compensação fosse indevida por equívoco na aplicação dos índices de correção monetária, no mínimo deveriam ser explicitados quais os índices aplicáveis a atualização monetária de prejuízos fiscais no período anterior ao período de apuração autuado. É o relatório 6 3 I n Processo ri° 13819.001021/98-57 SI-TE03 Acórdão ri.° 1803-00.035 Fl. 4 Voto Conselheiro BENEDICTO CELSO BENÍCIO JUNIOR, Relator O recurso é tempestivo e atende os pressupostos legais para seu segmento. Dele conheço. Analisando a parte B do livro de apuração do lucro real da Recorrente (fls.38 a 42), verifica-se que na correção monetária do prejuízo fiscal efetuada nos meses de JUL/93 e AGO/93 ao invés de utilizar os índices oficiais de 1,3251 e 1,3022, respectivamente, constante do demonstrativo SAPLI de fls. 46 e 47, devidamente apurado com base nas UFIR's dos meses de JUN/JUL/AGO de 1993, a contribuinte aplicou indevidamente os índices de 1,309124 e 1,31802, que fizeram com que seu saldo de prejuízo fiscal acumulado em SET/93 fosse de Cr$ 21.669.702,00 e não os Cr$ 21.481,555 devidamente esclarecidos na decisão de P instância. Diante do aqui exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 1' i 4. março de 2009. - BENEDICTO CEL O B NíCIO JUNIOR 4 Page 1 _0012400.PDF Page 1 _0012500.PDF Page 1 _0012600.PDF Page 1
score : 1.0
Numero do processo: 14120.000269/2007-19
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/1999 a 31/03/2007
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-004.952
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 12 0. 00 02 69 /2 00 7- 19 Fl. 276DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10380.005876/200753. A divergência em exame reportase à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial requerendo que a retroatividade benigna fosse aplicada, essencialmente, pelos critérios constantes na Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Cientificado, o sujeito passivo não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.792, de 12/12/2016, proferido no julgamento do processo 10380.005876/200753, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.792): O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Fl. 277DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 3 Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 278DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Fl. 279DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 5 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Fl. 280DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 6 § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há Fl. 281DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 7 que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 282DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 8 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 283DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 9 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 284DF CARF MF Processo nº 14120.000269/200719 Acórdão n.º 9202004.952 CSRFT2 Fl. 0 10 Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Em face do acima exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 285DF CARF MF
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Numero do processo: 15504.018967/2009-91
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-004.967
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 01 89 67 /2 00 9- 91 Fl. 230DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10380.005876/200753. A divergência em exame reportase à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial requerendo que a retroatividade benigna fosse aplicada, essencialmente, pelos critérios constantes na Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Cientificado, o sujeito passivo não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.792, de 12/12/2016, proferido no julgamento do processo 10380.005876/200753, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.792): O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Fl. 231DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 3 Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 232DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Fl. 233DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 5 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Fl. 234DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 6 § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há Fl. 235DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 7 que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 236DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 8 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 237DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 9 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 238DF CARF MF Processo nº 15504.018967/200991 Acórdão n.º 9202004.967 CSRFT2 Fl. 0 10 Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Em face do acima exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 239DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10711.723116/2012-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 27/04/2009
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO.
É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66.
MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE.
A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.527
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 27/04/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento. Recurso Voluntário Negado.
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MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA Recorrente CEVA FREIGHT MANAGEMENT DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 27/04/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitarse à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 72 31 16 /2 01 2- 08 Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10711.723116/201208 Acórdão n.º 3201002.527 S3C2T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Tratase de processo referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A irregularidade identificada consta do tópico "Dos Fatos", parte da Descrição dos Fatos do Auto de Infração. Segundo o relatado, consistiu na prestação intempestiva de informação referente aos conhecimentos eletrônicos (CE) ali indicados, o que acarretou no bloqueio automático dos conhecimentos no sistema Carga, conforme extrato anexado aos autos. Diante dos fatos apurados, a fiscalização entendeu configurada a infração tipificada no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966, com redação dada pela Lei nº 10.833/2003, e aplicou a multa ali cominada. Não conformada com a exigência, a contribuinte apresentou Impugnação, cujo principal argumento de defesa foi assim sintetizado pela DRJ: Bis in Idem. A impugnante foi penalizada mais de uma vez pela mesma conduta, uma vez que foram cobradas multas pelo atraso na entrega de informações referentes a cargas transportadas no mesmo navio/viagem, conforme processos administrativos indicados, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) nº 8, de 14/2/2008. Ao final a impugnante requer que seja cancelado o lançamento ou, subsidiariamente, que seja aplicado o entendimento de que só é cabível uma multa em relação a cada navio/viagem, excluindose as penalidades excedentes. A DRJ/Fortaleza julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência da penalidade nos termos do Acórdão 08033.102. No recurso voluntário foram repisadas as alegações trazidas na impugnação. É o relatório. Voto Winderley Morais Pereira, Relator. Fl. 123DF CARF MF Processo nº 10711.723116/201208 Acórdão n.º 3201002.527 S3C2T1 Fl. 4 3 O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.523, de 21 de fevereiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10711.724209/201241, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão, (Acórdão 3201002.523): "Conforme o Direito Tributário, a legislação, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme portaria de condução e Regimento Interno deste Conselho, apresento e relato o seguinte voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e considerando o tempestivo Recurso Voluntário, dele conheço. A alegação da fiscalização de 'Não Prestação de Informação sobre Carga Transportada' e a consequente aplicação de multa de R$ 5.000,00 prevista no Art. 107 do DL 37/66, em razão do descumprimento do prazo previsto na IN RFB 800/2007, Art. 22, ocorreu em razão da fiscalização ter constatado que o contribuinte era consignatário e deveria ter cumprido o prazo em no máximo até 29/07/09 às 07:58, sendo que desconsolidou o mercante agregado HBL de fls. 23 e 24 às 18:00 do mesmo dia 29. Conforme alegação de bis in idem do contribuinte em seu Recurso Voluntário, a autuação seria atrelada a dois outros autos de infração, Processos Administrativos de n°. 10711.724.250/201218 e 10711.724.251/201262, com os mesmos fatos e penalidade. Vencido no voto de diligência, para que fossem juntadas aos autos cópias dos mencionados processos e fosse verificada a possibilidade da duplicidade da pena, conforme Resolução por mim proposta na sessão de Janeiro deste ano, é certo que devo proceder à análise do mérito desta lide. Em que pese existir precedente favorável à situação do contribuinte, como o encontrado no Acórdão 3102001.988 deste Conselho, que determinou que a multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem, como fora consignado na autuação, não houve comprovação da existência de duplicidade ou do bis in idem, tampouco argumentos capazes de prejudicar o lançamento fiscal ou contradizer os argumentos utilizados pela turma de origem que afirmou 'que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos'. Mas cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso, não foram juntados pelo contribuinte. Esta situação (não juntada de documentos ou provas) diverge do previsto no Art. 16, inciso III e §4º, do inciso V , do Decreto nº 70.235/72, bem como do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil. Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10711.723116/201208 Acórdão n.º 3201002.527 S3C2T1 Fl. 5 4 Nestes termos, considerando que a Recorrente deixou de comprovar suas alegações, não há como acolher o pedido de nulidade do lançamento suscitado pela contribuinte. Restam prejudicados os demais argumentos do contribuinte, pois todos são decorrentes da alegação de bis in idem, exceto pela alegação de aplicação do princípio da razoabilidade, o que certamente teria valia porque é um princípio constitucional, contudo, está correta a fundamentação legal do lançamento, vigente e aplicável aos fatos narrados. O lançamento capitulou corretamente a multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do Decreto Lei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, pelo fato da Recorrente ter prestado informações sobre a desconsolidação da carga fora do preceitos e prazos previstos nos artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007. Assim, deve ser aplicada a multa prevista pela letra “e” do inciso IV, art. 107 do Decreto nº 37, isso é, no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Diante do exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para manter o lançamento em uma só multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)." Quanto à questão do bis in idem, da mesma forma que no caso do paradigma a contribuinte não juntou ao presente processo "cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso". Não comprovada a ocorrência de duplicidade da exigência, não há como acolher o pleito de nulidade do presente lançamento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Fl. 125DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.006245/2004-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Período de apuração: 24/10/2003 a 25/03/2004
Os produtos denominados "LEITORES DE CARTÃO MAGNÉTICOS", nos modelos descritos no presente processo, da marca DIONICA, encontram correta classificação tarifária na NCM 8470.50.11.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3402-003.844
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 24/10/2003 a 25/03/2004 Os produtos denominados "LEITORES DE CARTÃO MAGNÉTICOS", nos modelos descritos no presente processo, da marca DIONICA, encontram correta classificação tarifária na NCM 8470.50.11. Recurso voluntário negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
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ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 24/10/2003 a 25/03/2004 Os produtos denominados "LEITORES DE CARTÃO MAGNÉTICOS", nos modelos descritos no presente processo, da marca DIONICA, encontram correta classificação tarifária na NCM 8470.50.11. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 62 45 /2 00 4- 01 Fl. 216DF CARF MF Processo nº 10314.006245/200401 Acórdão n.º 3402003.844 S3C4T2 Fl. 217 2 Tratase de lançamento de ofício de II/IPI e de multa isolada por erro na classificação fiscal (art. 84 da MP 2.15835/2001 um por cento sobre o somatório do valor aduaneiro das mercadorias reclassificadas fls. 7/8 21/23), tendo em vista o entendimento do Fisco que nas importações a que alude a peça fiscal (DI arroladas às fls. 26/27) o contribuinte classificou erroneamente a mercadoria importada, acerca das quais o auto de infração faz referência como sendo "terminal para digitação de código de segurança (PIN) para cartões de débito e crédito, conhecida usualmente como PIN PAD, podendo ainda ler ou não cartões com tarja magnética, e, ou CHIP CARDS". Nas declarações de importação objeto da exação (fls. 43/49) o importador classificou as mercadorias no item 8471.90.11, cujas alíquotas do imposto de importação no período eram de 18 % e 17 %, a partir de 1/1/2004, e de 15% a do IPI. De outro turno, o Fisco entende como correta a classificação NBM 8470.50.11 para "as simples leitoras de cartão de crédito", cujas a alíquotas do imposto de importação no período eram de 24 % e 22 %, a partir de 1/1/2004, e a de IPI 15% e os terminais para digitação de código de segurança (PIN) na posição 8473.29.90 da TEC. Assim restou resumido a posição fiscal: Arrimouse a fiscalização na Coletânea de Pareceres de Classificação no Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias adotadas pela Organização Mundial de Aduanas (OMA), que, nos termos da IN SRF 281, de 10/01/2003, deve ser adotada como "elemento subsidiário fundamental para a classificação de mercadorias similares às nelas descritas". Contestado o lançamento (fls. 71/86), a DRJ/SPOII, em 13/08/2008, julgou improcedente a impugnação (fls. 116/123), cuja ementa do julgado abaixo reproduzo: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 24/10/2003 a 25/03/2004 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Os produtos denominados "LEITORES DE CARTÃO MAGNÉTICOS", nos modelos descritos no presente processo, da marca DIONICA, encontram correta classificação tarifária na NCM 8470.50.11. As partes e acessórios dos mesmos produtos, como os "terminais para digitação do código de segurança (PIN)" encontram correta classificação na NCM 8473.29.90. Lançamento procedente. Não resignada, a empresa interpôs recurso voluntário (fls. 132/151) contra a r. decisão, no qual, repisa seus argumentos impugnatórios, afirmando que a empresa "se dedica, dentre outras atividades, à importação e exportação de leitores de cartões magnéticos e seus acessórios", reafirmando seu entendimento que esses produtos, conforme declarou na importação dos mesmos, classificamse na NBM 8471.90.11. Em suma, averba: Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10314.006245/200401 Acórdão n.º 3402003.844 S3C4T2 Fl. 218 3 Alega ofensa ao princípio da moralidade administrativa uma vez que ao tentar exportar os mesmos leitores magnéticos com a classificação ora adotada pelo Fisco "se viu impossibilitada de exportar mercadorias idênticas àquelas importadas anteriormente, recebendo a seguinte mensagem de pendências: DADOS SUJEITOS A VERIFICAÇÃO ESTATÍSTICA NO DEPLA". Ao tentar refazer a exportação com a NBM 8471.90.11, esta foi autorizada. Questiona como pode usar uma NCM (8471.90.11) para exportar os leitores magnéticos e para importação tal não é permitido? Entende que a fiscalização ao agir assim "rasgou a Constituição Federal ao derrogar o princípio da moralidade do ato administrativo, afrontando também o princípio da segurança jurídica", pelo que pede a decretação da nulidade do lançamento. Por fim, alega enriquecimento ilícito da União que lhe cobrou IPI já pago na importação, pois a alíquota para ambas NCM daquele imposto é de 15%. A então 1ª Turma ordinária da 1ª Câmara desta Terceira Seção, em 24/10/2010, converteu o julgamento em diligência (fls. 175/179) para o seguinte fim: O despacho da autoridade local (fl. 185), em 08/01/2014, consignou o seguinte: É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, relator. Fl. 218DF CARF MF Processo nº 10314.006245/200401 Acórdão n.º 3402003.844 S3C4T2 Fl. 219 4 O núcleo da lide consiste na classificação fiscal do produto denominado como "Leitores de Cartão Magnético" e suas partes e acessórios. Cediço que a classificação fiscal da mercadoria importada se materializa em um dos códigos da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), que tem por base o Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (SH) adotado pelo Brasil por meio do Decreto nº 97.409/1988, de 23/12/1988, DOU de 27/12/1888. Sabemos que o código NCM é obtido mediante a aplicação das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI) e das Regras Gerais Complementares (RGC), e, de forma subsidiária, pelas normas explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) de Designação e de Codificação de Mercadorias, assim como as Notas de Seção, Capítulo, posições e subposições da Nomenclatura do Sistema Harmonizado. A regra 1ª RGI dispõe que: "Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas..." O importador classificou majoritariamente o produto na NCM 8471.90.11, sendo que apenas para a DI 03/09828257 o importador utilizou a NCM 8471.90.19 e para a DI 04/04045272 utilizou a NCM 8470.50.19. Vejamos, pois, o texto da posição 8471 e 8470, e suas subposições: 8470 Máquinas de calcular e máquinas de bolso que permitam gravar, reproduzir e visualizar informações, com função de cálculo incorporada; máquinas de contabilidade, máquinas de franquear, de emitir bilhetes e máquinas semelhantes, com dispositivo de cálculo incorporado; caixas registradoras. 8470.50 Caixas registradoras 8470.50.11 Com capacidade de comunicação bidirecional com computadores ou outras máquinas digitais 8471 Máquinas automáticas para processamento de dados e suas unidades; leitores magnéticos ou ópticos, máquinas para registrar dados em suporte sob forma codificada, e máquinas para processamento desses dados, não especificadas nem compreendidas noutras posições. ... 8471.90 Outras 8471.90.1 Leitores ou gravadores 8471.90.11 De cartões magnéticos De sua feita, a Nota 3 da Seção XVI (a qual inicia com o Capítulo 84) enuncia: Fl. 219DF CARF MF Processo nº 10314.006245/200401 Acórdão n.º 3402003.844 S3C4T2 Fl. 220 5 3 Salvo disposições em contrário, as combinações de máquinas de espécies diferentes, destinadas a funcionar em conjunto e constituindo um corpo único, bem como as máquinas concebidas para executar duas ou mais funções diferentes, alternativas ou complementares, classificamse de acordo com a função principal que caracterize o conjunto. Por sua vez, a Nota 5 E) do Capítulo 84 estabelece: 5 E) As máquinas que incorporem uma máquina automática para processamento de dados ou que trabalhem em ligação com ela e que exerçam uma função própria que não seja o processamento de dados, classificamse na posição correspondente à sua função ou, caso não exista, numa posição residual. Como relatado, a mercadoria é um terminal de pagamentos com capacidade de aceitar transações na modalidade de crédito e de débito. Para isso, o equipamento é dotado de uma fenda para leitura de cartão de chip e outra fenda para leitura de cartão de tarja magnética. Conforme catálogo às fls. 50/63, esse tipo de dispositivo importado é utilizado em lojas, restaurantes, mercados, etc, operando em conexão com máquinas automáticas de processamento de dados, que por sua vez estão conectados às instituições bancárias, permitindo a autorização de transações financeiras. Possuem dispositivo de leitura de cartões magnéticos, como cartões de crédito ou débito, visor, emissão de tíquete e teclado para entrada de dados. Tal mercadoria deve ser classificada no âmbito da posição 84.70 uma vez que ali se encontram as caixas registradoras, aparelhos que executam funções de registrar e calcular. Diz o texto da posição 84.70: 84.70 Máquinas de calcular e máquinas de bolso que permitam gravar, reproduzir e visualizar informações, com função de cálculo incorporada; máquinas de contabilidade, máquinas de franquear, de emitir bilhetes e máquinas semelhantes, com dispositivo de cálculo incorporado; caixas registradoras. Fortalecendo esse entendimento, as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (Nesh), versão lusobrasileira, aprovadas pelo Decreto nº 435, de 27 de janeiro de 1992 e alterações posteriores, as quais constituem elemento subsidiário de caráter fundamental para a correta interpretação do conteúdo das posições e subposições do SH, ao tratar da Nota 5 E) do Capítulo 84, esclarecem: Conforme as disposições previstas na Nota 5 E) do Capítulo 84, convém observar os seguintes princípios de classificação no caso de uma máquina que incorpore uma máquina automática para processamento de dados, ou que trabalhe em ligação com tal máquina e exerça uma função própria: 1) Uma máquina que incorpore uma máquina automática de processamento de dados e execute uma função própria que não seja o processamento de dados, classificase na posição correspondente à função que ela executa ou, se esta não existir, em uma posição residual, e não na posição 84.71. Fl. 220DF CARF MF Processo nº 10314.006245/200401 Acórdão n.º 3402003.844 S3C4T2 Fl. 221 6 E as mesmas Nesh, ao discorrerem sobre as mercadorias contempladas pela posição 84.70, elucidam: C. CAIXAS REGISTRADORAS Este grupo compreende as caixas registradoras, mesmo não incorporando um dispositivo de cálculo. São aparelhos utilizados especialmente nas lojas ou escritórios para registrar, à medida que se realizam, e totalizar as transações (vendas de mercadorias, prestações de serviço, etc.), os montantes e eventualmente outras indicações que se relacionem com estas transações: número indicativo do artefato, quantidade vendida, hora da transação, etc. [...] Podem também incorporar [...] dispositivos de leitura de cartões de crédito ou de verificação das operações realizadas pela caixa e dispositivos de registro, em suporte, sob forma codificada, de todas ou parte destas operações. Incluemse igualmente na presente posição, as caixas registradoras que operam em conexão direta (online) ou diferida (offline) com uma máquina automática de processamento de dados, bem como os aparelhos desta natureza que utilizam, por exemplo, a memória e o microprocessador de uma outra caixa registradora, à qual se ligam por cabo, a fim de desempenhar as mesmas funções. Este grupo de aparelhos compreende também os terminais de pagamento eletrônico por cartão de débito ou de crédito. Estes terminais estão ligados por rede telefônica ao estabelecimento financeiro para permitir a autorização e finalização da transação, bem como o registro e emissão de recibos indicando os montantes debitados ou creditados. (sublinhei) Para dar continuidade à classificação fiscal do produto, valemonos da Regra Geral Interpretativa 6 (RGI 6) que dispõe: A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas de Subposição respectivas, assim como, mutatis mutandis, pelas Regras precedentes, entendendose que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Para os fins da presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário. A posição 84.70 desdobrase em cinco subposições, a saber: 8470.10.00 Calculadoras eletrônicas capazes de funcionar sem fonte externa de energia elétrica e máquinas de bolso com função de cálculo incorporada que permitam gravar, reproduzir e visualizar informações 8470.2 Outras máquinas de calcular, eletrônicas: 8470.30.00 Outras máquinas de calcular 8470.50 Caixas registradoras Fl. 221DF CARF MF Processo nº 10314.006245/200401 Acórdão n.º 3402003.844 S3C4T2 Fl. 222 7 8470.90 Outras Assim, estreme de dúvidas que a mercadoria em análise enquadrase na subposição 8470.50, pelo que correta a classificação adotada pelo Fisco, que classificou na NCM 8470.50.11 Caixas registradoras com capacidade de comunicação bidirecional com computadores ou outras máquinas digitais. Essa conclusão fica mais robustecida ao se reproduzir a ementa elaborada pela Organização Mundial das Aduanas (OMA) sobre uma mercadoria semelhante: Código: 8470.50 Mercadoria: Terminal para pagamento eletrônico por meio de cartão de crédito ou de débito, utilizado em estabelecimentos tais como hotéis, restaurantes, agências de viagem, etc. Este aparelho comporta sobre a face um teclado, uma tela, rolo de papel para recibos e uma fenda para leitura de cartão inteligente ou de cartão magnético. O terminal funciona por meio da rede telefônica que o liga ao estabelecimento financeiro para permitir a autorização e a liquidação da transação, assim como o registro e a emissão de recibos indicando os montantes debitados ou creditados. (IN RFB 1459/2014 DOU 02/04/2014). Em relação à alegação da recorrente de que não deveria haver recolhimento de IPI pois as alíquotas são as mesmas, podemos dizer que a ela desconhece totalmente a base de cálculo do IPI na importação. Vejase a redação do RA, à época, a esse respeito: "Art. 239. A base de cálculo do imposto, na importação, é o valor que servir ou que serviria de base para cálculo do imposto de importação, por ocasião do despacho aduaneiro, acrescido do montante desse imposto e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis (Lei no 4.502, de 1964, art. 14, inciso 1, alínea "b")." Logo, havendo aumento do montante do imposto de importação a ser pago, obviamente haverá aumento do montante do imposto sobre produtos industrializados na importação, haja vista que o primeiro integra a base de cálculo do segundo. As alegações sobre problemas no suposto registro de declaração de exportação com a NCM 8470.50.11, não comprovados por qualquer meio de prova apresentado pela impugnante, no máximo se caracterizaria como problema operacional do SISCOMEX, não tendo o condão de determinar a classificação fiscal em outra NCM. Pelo que não há que se falar em nulidade do lançamento. Portanto, correta a exação. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 222DF CARF MF Processo nº 10314.006245/200401 Acórdão n.º 3402003.844 S3C4T2 Fl. 223 8 Fl. 223DF CARF MF
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Numero do processo: 10166.722359/2009-49
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Apr 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2008
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-005.290
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencido o conselheiro Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado), que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencido o conselheiro Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado), que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 23 59 /2 00 9- 49 Fl. 2720DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de auto de infração, DEBCAD: 37.193.3633, lavrado por descumprimento do disposto no artigo 32, inciso IV, §5º da Lei nº 8.212/91 em razão de a empresa ter apresentado Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias no período 08/2008 a 10/2008 (já que em relação aos demais períodos a multa prevista na atual legislação, mostrouse mais benéfica ao sujeito passivo). Conforme informações contidas no relatório fiscal, a autuada deixou de informar em GFIP os valores de remuneração pagos a título de PLR – Participação nos Lucros e Resultados, que não foram considerados base de cálculo de contribuições previdenciárias pelo contribuinte. De acordo com o Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, o valor da multa (R$ 139.563,90) foi calculado conforme o artigo 32, §5º da Lei nº 8.212/91 (acrescentado pela Lei 9.528/97) e Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto 3.048/99, art. 284, inciso II e art. 373, obedecendo assim ao disposto no art. 106, alínea “c” do inciso II do CTN. A autuada apresentou impugnação, tendo a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF julgado a impugnação improcedente, mantendo integralmente o crédito tributário apurado. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. Em sessão plenária de 13/08/2014, foi dado provimento parcial ao Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2402004.229, com o seguinte resultado: "Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para adequação da multa aplicada ao artigo 32A da Lei nº 8.212, de 24/07/1991, caso mais benéfica, vencida a conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis que votou por manter a multa aplicada”. O acórdão encontrase assim ementado: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/10/2008 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA. GFIP. DESCUMPRIMENTO. INFRAÇÃO. Consiste em descumprimento de obrigação acessória a empresa apresentar a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, contendo informações incorretas ou omissas. Fl. 2721DF CARF MF Processo nº 10166.722359/200949 Acórdão n.º 9202005.290 CSRFT2 Fl. 3 3 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). DESACORDO COM A LEI. INCIDÊNCIA. A parcela paga aos empregados a título de participação nos lucros ou resultados, em desacordo com as diretrizes fixadas pela legislação pertinente, integra o salário de contribuição. Integra o salário de contribuição a parcela paga pela empresa ao segurado empregado a título de “produtividade”, quando paga ou creditada em desacordo com lei específica. LEGISLAÇÃO POSTERIOR. MULTA MAIS FAVOÁVEL. APLICAÇÃO EM PROCESSO PENDENTE JULGAMENTO. A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior. Recurso Voluntário Provido em parte. O processo foi encaminhado para ciência da Fazenda Nacional, em 02/09/2014 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 18/09/2014, o presente Recurso Especial. Em seu recurso visa a reforma do acórdão recorrido em relação ao cálculo da multa mais benéfica ao contribuinte retroatividade benigna. Ao Recurso Especial da Fazenda Nacional foi dado seguimento, conforme o Despacho s/nº da 4ª Câmara, de 26/08/2015. O recorrente, em suas alegações, requer seja dado total provimento ao presente recurso, para reformar o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 32A, da Lei ny 8.212/91, em detrimento do art. 35A, do mesmo diploma legal, para que seja esposada a tese de que a autoridade preparadora deve verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a soma das duas multas anteriores (art. 35, II, e 32, IV, da norma revogada) ou a do art. 35A da MP nº 449/2008. Cientificado do Acórdão nº 2402004.229, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN, em 16/10/2015 (sextafeira), o contribuinte apresentou, tempestivamente, contrarrazões (em 03/11/2015) e Recurso Especial da parte que lhe foi desfavorável no acórdão recorrido, em 29/10/2015. Ao Recurso Especial foi negado seguimento, conforme Despacho s/nº da 4ª Câmara, de 22/03/2016. Em suas contrarrazões, o contribuinte alega que o apelo da Fazenda Nacional não deve ser conhecido. Argumenta que o acessório acompanha o principal; e que, perecendo o principal, igualmente perecerá o acessório (a multa em questão). É o relatório. Voto Fl. 2722DF CARF MF 4 Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Pressupostos de Admissibilidade O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, inicialmente deve ser conhecido. Contudo, como o recorrente alega: " não deve ser conhecido. Argumenta que o acessório acompanha o principal; e que, perecendo o principal, igualmente perecerá o acessório (a multa em questão)", convém apreciar a questão do conhecimento de forma mais detida. Embora tenha questionado o conhecimento, o recorrente não o fez de forma a apontar qual sua motivação, pelo contrário, argumentou que em se tratando de obrigação acessória e perecendo o principal, mesmo destino deverá ser dado ao acessória. Contudo, essa argumentação só encontraria fundamento na análise do mérito, que digase não está em julgamento, já que o recurso especial do sujeito passivo não teve seguimento. Assim, concordo com os termos do despacho de admissibilidade, razão pela qual conheço do recurso. Do mérito Aplicação da multa retroatividade benigna Quanto ao questionamento sobre a multa aplicada, a qual deseja o recorrente ver reformado o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 32A, da Lei ny 8.212/91, entendo que razão assiste ao recorrente. Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É Fl. 2723DF CARF MF Processo nº 10166.722359/200949 Acórdão n.º 9202005.290 CSRFT2 Fl. 4 5 necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP Fl. 2724DF CARF MF 6 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou Fl. 2725DF CARF MF Processo nº 10166.722359/200949 Acórdão n.º 9202005.290 CSRFT2 Fl. 5 7 II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, Fl. 2726DF CARF MF 8 do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: ∙ Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou ∙ Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Fl. 2727DF CARF MF Processo nº 10166.722359/200949 Acórdão n.º 9202005.290 CSRFT2 Fl. 6 9 Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por Fl. 2728DF CARF MF 10 descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Apenas esclareço que, o relatório fiscal da multa aplicada, bem esclareceu que a aplicação da multa de GFIP consubstanciado na legislação anterior, qual seja art. 32, só ocorreu para as competências em que a fiscalização apurou que a aplicação do auto de obrigação acessória (GFIP e obrigação principal) apreciadas em conjunto, mostrouse mais favorável. Novamente, o que o recorrente busca é a aplicação da tese a retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Ou seja, segundo a tese prevista na Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 não há como aplicar as teses isoladamente, como proposto no acórdão recorrido, mas sua análise, para apuração da norma mais benéfica, presume o somatório das multas decorrentes de obrigação principal e acessória (pela não informação em GFIP) em confronto com o novo dispositivo do art. 35_A, conforme determinado no relatório fiscal, fls. 514 e 515 e defendido no presente voto. Fl. 2729DF CARF MF Processo nº 10166.722359/200949 Acórdão n.º 9202005.290 CSRFT2 Fl. 7 11 Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Conclusão Face o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL, para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. É como voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 2730DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.009833/2004-41
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Ano-calendário: 1999 EXCESSO DE DESTINAÇÃO DO IMPOSTO AO FINAM. DEFINITIVIDADE. FALTA DE RECOLHIMENTO. Se o contribuinte não apresenta o Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais - PERC no prazo estipulado na legislação, torna-se definitiva a inadmissibilidade da destinação de parte do imposto de renda ao FINAM por ele pretendida, impondo-se o lançamento de ofício do valor do tributo recolhido a menor. Recurso de Voluntário desprovido.
Numero da decisão: 1402-000.849
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da primeira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Carlos Pelá
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DEFINITIVIDADE. FALTA DE RECOLHIMENTO. Se o contribuinte não apresenta o Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais PERC no prazo estipulado na legislação, tornase definitiva a inadmissibilidade da destinação de parte do imposto de renda ao FINAM por ele pretendida, impondose o lançamento de ofício do valor do tributo recolhido a menor. Recurso de Voluntário desprovido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da primeira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Albertina Silva dos Santos Lima Presidente (assinado digitalmente) Carlos Pelá Relator Fl. 232DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 11080.009833/200441 Acórdão n.º 140200.849 S1C4T2 Fl. 2 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Composição do colegiado em todas as sessões: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva e Albertina Silva Santos de Lima. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira. Relatório Tratase de auto de infração de IRPJ, lavrado com multa de ofício (75%), referente a fatos geradores ocorridos no anocalendário 1999. Contanos o Relatório da Ação Fiscal (fl.7), que: [...] No anocalendário de 1999, a empresa aplicou recursos no FINAM mediante o recolhimento por meio Documento de Arrecadação (DARF), no código 1825 (extrato do Sistema SINAL de fl. 12). Através da entrega da DIPJ (fls. 14 a 117), relativa ao anocalendário de 1999, a contribuinte complementou sua opção no FINAM, conforme ficha 16 (fl. 46)[...]. Por meio do Extrato das Aplicações em Incentivos Fiscais IRPJ/2000, anocalendário 1999, recebido em 23092002 (fls. 119 a 121), a empresa teve sua opção rejeitada, visto que incidiu nas ocorrências 5 (Redução de valor por erro na apuração da base de cálculo) e 14 (contribuinte omisso de DIRF, DITR, e/ou DCTF' Lei 9.069/95). (Grifouse ) De acordo com informação constante do processo n° 11080.009458/200430, doc. de fl. 04 (cópia anexada na fl. 122), não houve manifestação, por parte do interessado, referente ao citado Extrato no prazo legal que, no anocalendário de 1999, foi até o dia 28022003, em consonância com o ADE/CORAT nº. 96, de 19022002. (Grifouse) Confrontandose as informações relativas ao imposto de renda a pagar trimestral da DIPJ de cisão parcial do anocalendário de 1999 (ficha 13, linha 17, fls. 42 a 45) e as constantes das DCTF (fls. 123 a 125) dos trimestres do anocalendário de 1999, verificouse divergência no 1º e 2º trimestres. [...] A contribuinte apresentou impugnação às fls. 141/149, acompanhada dos documentos de fls. 150/192, alegando, preliminarmente, que à época da autuação ainda estava aberto o prazo para revisão do benefício fiscal do anocalendário 1999, já que o prazo para recurso é de 5 anos a contar da entrega da DIPJ/2000. Assim, a contribuinte ainda teria prazo para sanar qualquer irregularidade que a autoridade fiscal encontrasse para desconstituir o benefício. No mérito, a contribuinte combate as questões que ensejaram a rejeição da opção e o conseqüente lançamento das diferenças recolhidas com DARF (código 1825 Incentivos Fiscais FINAN), conforme relatado na decisão recorrida: Fl. 233DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 11080.009833/200441 Acórdão n.º 140200.849 S1C4T2 Fl. 3 3 a) A denominada "ocorrência 5" erro na apuração da base de cálculo Depois de transcrever o art. 601 do RIR/99, a defesa diz que, nos termos do inciso I, do §1º , o valor recolhido poderia ser de até 18% do imposto de renda devido, apurado na declaração de rendimentos. No caso, o valor do imposto é R$ 6.236.338,69 e apenas R$ 821.124,41 foram recolhidos como incentivo, que correspondem a 12,64% de opção sobre o IRPJ devido. Acredita que a confusão se deu em função da declaração de cisão, a qual não representou novos recolhimentos a título de incentivo. Acrescenta que deve ser analisado todo o ano calendário, como prevê a Lei n° 9.069, de 1995, conforme o demonstrativo de fl. 146. Registra, também, que a única diferença que poderia ensejar um lançamento suplementar seria pelo fato de que foram consideradas as bases de cálculo dos trimestres, sem a exclusão das operações de "caráter cultural e artístico", ficha 16, valor que representa R$ 32.844,88 de incentivo calculado a maior na DIPJ. Entretanto, essa diferença somada ao valor R$ 821.124,41, não atinge o patamar máximo autorizado pela legislação vigente. Reclama que no auto de infração constou apenas a glosa, sem que fosse explicada e até mesmo justificada a origem das supostas diferenças, o que torna de difícil entendimento a situação. Em decorrência desse fato, justificase, também, a anulação do auto de infração. b) a "ocorrência 14" omissão na entrega das declarações DIRF, DITR e DCTF A defesa alega que inexiste em qualquer página do processo um dado informativo a respeito de qual declaração que o contribuinte estaria omisso. Assim, se comprovada essa omissão nos autos, o auto de infração é nulo por falta de motivação comprovada. No entanto, para comprovar o equívoco do fisco, junta comprovantes de entrega dessas declarações para análise, referentes aos anos de 1999 a 2002 (doc 4). Assim, diz a defesa, não está omissa em nenhuma declaração e, por isso, o auto de infração é insubsistente e deve ser anulado. Acrescenta que inexiste qualquer débito que não esteja quitado e que não houve excesso nos valores destinados aos fundos apurados na DIPJ, o lançamento não possui qualquer amparo legal que o torne procedente e que justifique a sua manutenção. A decisão da 5ª Turma da DRJ/POA entendeu por bem manter o crédito tributário lançado (fls. 203/207), uma vez que (i) a origem das diferenças foi devidamente apontada no relatório fiscal às fls. 7 e no "Extrato das Aplicações em Incentivos Fiscais Fl. 234DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 11080.009833/200441 Acórdão n.º 140200.849 S1C4T2 Fl. 4 4 IRPJ/2000" (fls. 152, AR às fls.119/121), logo não merece acolhida a alegação de cerceamento de direito de defesa. Além disso, à autoridade lançadora não competia abordar os motivos que ensejaram o não reconhecimento da destinação da parcela do IRPJ ao FINAM, pois tal já havia sido feito em procedimento anterior, cientificado ao interessado por meio do extrato enviado; (ii) não há que se falar em cerceamento do direito de defesa antes de instaurada a fase litigiosa d processo administrativo; (iii) o prazo para que a contribuinte apresentasse qualquer inconformidade e pleiteasse a revisão do extrato se extinguiu em 28/02/2003, portanto, antes da lavratura do auto de infração; (iv) a contribuinte não faz prova da apresentação de pedido de revisão ao extrato; (v) a contribuinte não respeitou o limite anual de 18% na destinação de valores ao FINAM (ocorrência 5) e, de fato, merece razão a contribuinte ao afirmar que não consta ausência de declarações (ocorrência 14); (vi) diante do exposto na decisão, os valores recolhidos com o código 1825 (DARF) devem ser reconhecidos como subscrição voluntária realizada pela contribuinte ao FINAM. Inconformada, a contribuinte apresenta Recurso Voluntário (fls. 211/218) repisando os argumentos de sua peça impugnatória e frisando, no mérito, que a própria decisão recorrida consignou a improcedência da "ocorrência 14". É o Relatório. Voto Conselheiro CARLOS PELÁ, Relator O recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. Merece razão o acórdão recorrido quanto à improcedência da preliminar argüida pela Recorrente acerca do prazo legal para apresentação de Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC). O tema em questão já foi amplamente debatido neste colegiado, predominando o entendimento de que, para o anocalendário de 1999, o PERC poderia ser apresentado até o dia 28/02/2003, datalimite conforme Ato Declaratório Executivo CORAT n° 96/2002. Nesse sentido, cito o voto do Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos no Acórdão nº. 140100.233, o qual adoto e peço permissão para transcrever: No presente processo, constitui questão incontroversa que a Receita Federal do Brasil emitiu Extrato com as informações a respeito das aplicações efetuadas pela empresa, referentes ao anocalendário 1999. O referido Extrato informava que as aplicações efetuadas pelo contribuinte junto ao FINAM não poderiam ser consideradas como aplicações em incentivos fiscais, mas, sim, como "recursos próprios ou subscrição voluntária". Fl. 235DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 11080.009833/200441 Acórdão n.º 140200.849 S1C4T2 Fl. 5 5 Regularmente cientificado do Extrato das Aplicações em Incentivos Fiscais IRPJ/2000 AnoCalendário 1999, a contribuinte (ora Recorrente) abstevese de apresentar "Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais PERC", dentro do prazo regulamentar. Vale dizer que para o anocalendário de 1999 o PERC poderia ser apresentado até o dia 28/02/2003, datalimite conforme Ato Declaratório Executivo CORAT n° 96/2002. Esgotado o referido prazo, sem que fosse questionado o procedimento da fiscalização, a contribuinte (ora Recorrente) perdeu, definitivamente, o direito a usufruir dos aludidos beneficios fiscais, referentes à DIPJ 2000 – anocalendário 1999. Sobre o tema, assim se pronunciou, com grande propriedade, o Acórdão recorrido (fis. 119120): "Desta forma, tendo recebido o Extrato das Aplicações em Incentivos Fiscais e divergido do resultado, a interessada deveria ter procurado a unidade da Secretaria da Receita Federal de sua jurisdição para verificar sua situação e, segundo as normas internas, apresentar "Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais" (PERC), direcionado à autoridade administrativa, juntamente com documentos que pudessem reverter as ocorrências detectadas, até 28/02/2003 conforme Ato Declaratório Executivo CORAT n° 96, de 10/09/2002, que assim dispôs: "Art. 1°. Os Pedidos de Revisão de Ordem de Emissão de IncentivosFiscais PERC, relativos às opções pelo FINAM, FINOR ou FUNRES, manifestadas em relação ao imposto de renda devido no anocalendário de 1999, na forma do art. 1°, inciso 1, da Lei n°8 167, de 16 de janeiro de 1991, poderão ser apresentados até 28 de fevereiro de 2003 à unidade da Secretaria da Receita Federal com jurisdição sobre o domicílio fiscal da pessoa jurídica." Constatase que o referido Ata Declaratório Executivo apenas prorrogou para 28/02/2003 o prazo para entrada com Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais (PERC), relativo à opção de aplicação de parcela do IR13,1 do ano calendário 1999 no FINOR, FINAM ou FUNRES, pois esse prazo originalmente seria até 30/09/2002, conforme §4° do art. 603 do RIR/1999, anteriormente transcrito. [...] Do exposto, concluise que a interessada deveria ter ingressado com o PERC, anexando os documentos necessários, dentro do prazo estabelecido pela administração tributária, ou seja, 28/02/2003." Fl. 236DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA Processo nº 11080.009833/200441 Acórdão n.º 140200.849 S1C4T2 Fl. 6 6 Assim, não cabe nos presentes autos discutir sobre a veracidade ou não das "Ocorrências" listadas pela RFB no Extrato das Aplicações em Incentivos Fiscais referente ao anocalendário de 1999, dado que o prazo para referida contestação esgotouse aos 28/11/2003. Transcorrido in albis o referido prazo, o contribuinte perdeu o direito de efetivar "Aplicações em Incentivos Fiscais" na DIRI/2000, anocalendário 1999. Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Pelá Fl. 237DF CARF MF Impresso em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2012 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 01/02/2012 por CARL OS PELA, Assinado digitalmente em 08/02/2012 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 10283.901887/2009-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/1997 a 28/02/1997, 01/03/1997 a 31/03/1997
PERD COMP. APURAÇÃO DE CRÉDITOS E DÉBITOS. NECESSIDADE. PRINCIPIO DA VERDADE MATERIAL.
Cabe à autoridade fiscal verificar se os montantes pagos correspondem aos efetivamente devidos quando existe pedido de restituição, ressarcimento ou compensação, evitando assim enriquecimento indevido por parte da Fazenda, superando o cumprimento ou não do aspecto formal.
Numero da decisão: 3401-003.492
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, acolhendo integralmente o resultado da diligência.
Rosaldo Trevisan - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente).
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/02/1997 a 28/02/1997, 01/03/1997 a 31/03/1997 PERD COMP. APURAÇÃO DE CRÉDITOS E DÉBITOS. NECESSIDADE. PRINCIPIO DA VERDADE MATERIAL. Cabe à autoridade fiscal verificar se os montantes pagos correspondem aos efetivamente devidos quando existe pedido de restituição, ressarcimento ou compensação, evitando assim enriquecimento indevido por parte da Fazenda, superando o cumprimento ou não do aspecto formal.
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Recorrente YAMAHA MOTORES DA AMAZONIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/1997 a 28/02/1997, 01/03/1997 a 31/03/1997 PERD COMP. APURAÇÃO DE CRÉDITOS E DÉBITOS. NECESSIDADE. PRINCIPIO DA VERDADE MATERIAL. Cabe à autoridade fiscal verificar se os montantes pagos correspondem aos efetivamente devidos quando existe pedido de restituição, ressarcimento ou compensação, evitando assim enriquecimento indevido por parte da Fazenda, superando o cumprimento ou não do aspecto formal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, acolhendo integralmente o resultado da diligência. Rosaldo Trevisan Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 18 87 /2 00 9- 26 Fl. 664DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente de pedido de compensação que procura ver reconhecido direito creditório de COFINS e seu aproveitamento para quitar débitos que relaciona na PER DCOMP. Segundo relatório de lavra do Ilustre Conselheiro Fernando Cleto na Resolução n.º 3401000.541 que resume histórico do processo, que reproduzo pela sua objetividade e clareza: Em 7.2.2006 a contribuinte Yamaha Motor da Amazônia Ltda. protocolou pedido de compensação, no valor de R$ 2.303.197,36, referente a pagamento indevido de Cofins relativo ao período de apuração de setembro/2004. Em 25.3.2009 a DRF/Manaus, através de Despacho Decisório (fl. 06), não homologou a compensação, dado que o DARF apontado foi integralmente utilizado para quitação de outros débitos da contribuinte. Em 2.4.2009, a contribuinte foi cientificada da decisão e, em 4.5.2009, apresentou, tempestivamente, Manifestação de Inconformidade (fls. 11/18), na qual alega em síntese, que: a) Informou em sua DCTF ter realizado o débito indevido, o qual foi vinculado ao pagamento a maior cuja restituição requer; b) Para sanar a divergência, apresentou DCTF retificadora, a qual deve substituir a declaração original; c) Na DIPJ consta o valor corretamente apurado, o que comprova o pagamento a maior; d) A DCTF original e o DARF continham código incorreto de pagamento e os documentos foram retificados; e) A informação equivocada caracteriza erro material, sendo os documentos apresentados idôneos e hábeis à compensação. f) Requer, ao final, a homologação da compensação efetivada. Em 6.4.2011 a 3a Turma da DRJ/BEL julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, sob o fundamento de que a desconstituição do crédito tributário nascido com a confissão de dívida através da DCFT dependerá da comprovação inequívoca, por meio de documentos hábeis e idôneos de que tratase do débito existente. Para ilidir a presunção de legitimidade do crédito tributário nascido não é suficiente que o contribuinte limitese a alegar erros, fazendose necessário que demonstre que a obrigação tributária é indevida. Em 29.4.2011 a contribuinte foi cientificada da decisão e, em 3.5.2011 protocolou Recurso Voluntário no qual alega, em síntese, que: a) O acórdão recorrido deixou de apreciar questão essencial relativa à exatidão das compensações efetuadas o recolhimento do PIS e Cofins no período de 31.12.2002 a 30.11.2004 pelo regime nãocumulativo quando o correto seria a aplicação do regime cumulativo, gerando assim recolhimentos indevidos ou a maior das contribuições para o PIS e Cofins; b) A própria Secretaria da Receita Federal autorizou, de forma expressa, a empresa a fazer ajustes necessários em sua contabilidade e em seus recolhimentos indevidamente feitos na sistemática da nãocumulatividade; c) Até novembro de 2002, a contribuinte recolhia PIS e Cofins por meio do sistema cumulativo de tributação, entretanto com a edição da Lei n° Fl. 665DF CARF MF Processo nº 10283.901887/200926 Acórdão n.º 3401003.492 S3C4T1 Fl. 3 3 10.637/02 entendeu a requerente estar compelida a apurar o PIS sobre a regra da nãocumulatividade. Sendo assim, a partir de dezembro de 2002, passou a apurar o PIS de forma não cumulativa e a Cofins de forma cumulativa. Com o advento da Lei n° 10.833/03 que dispõe sobre a incidência da Cofins, verificase que o inciso VII do art. 8° da Lei n° 10.637/02 foi reproduzido na letra “b” do inciso VII do art. 10 da Lei n° 10.833/03, o que levou a contribuinte a aplicar o cálculo não cumulativo também para a Cofins para os fatos geradores ocorridos a partir de 1°.2.2004, observadas todas as regras existentes na legislação. Todavia, com a publicação da IN SRF 453 de 30.9.2004, a contribuinte verificou que sua interpretação em relação à legislação poderia estar equivocada e, mesmo após a edição das Leis n°. 10.637/02 e n°. 10.833/03, deveria ter continuado a apurar o PIS e a Cofins pela sistemática prevista na Lei n° 9.718/98, ou seja, pela cumulatividade. a) A autoridade tributária não atentou para o fato de que a apuração e recolhimento indevidos sob a sistemática não cumulativa, quando comparado com a reapuração das contribuições efetuada pela recorrente conforme resposta da consulta ao fisco, resultaram em pagamento indevido e a maior das contribuições para o PIS e Cofins; b) Os documentos fiscais apresentados são idôneos e hábeis a comprovar a realização da compensação efetivada pela contribuinte, nos limites da legislação vigente; c) O erro material verificado e sanado não acarreta quaisquer prejuízos ao fisco, pois a contribuinte faz jus ao crédito de pagamento de tributo a maior por meio da compensação efetuada, não havendo qualquer razão que justifique o indeferimento de seu pleito. Por fim, a contribuinte requer a conversão do julgamento em diligência, para análise de todos os documentos que comprovam o crédito da recorrente, protestando pela produção de todas as provas em direito admitidas, principalmente pela juntada de novos documentos, caso necessário, sem deixar de já considerar a retificação promovida pela contribuinte. Em 12/06/2012 o Colegiado, com unanimidade de votos, analisou o argumento dos Julgadores a quo e o afastou e, com essa decisão de direito, converteu o julgamento em diligência (Resolução n.º 3401000.541) para as seguintes providências: A DRJ/Belém declarou improcedente a Manifestação de Inconformidade, apresentada pela recorrente sob a alegação de que a DCTF é uma declaração, instrumento hábil, para a confissão de dívida e que, portanto, a desconstituição de crédito tributário nascido com a confissão de dívida ocorrida através da DCTF dependeria de comprovação inequívoca de que se trata de um débito inexistente, fato que a contribuinte não o fez e, portanto, não pode dar provimento à pretensão da contribuinte, conforme explicado na fls. 65, que transcrevo abaixo: “12. Logo, a desconstituição do crédito tributário nascido com a confissão de dívida ocorrida através da DCTF dependerá de comprovação inequívoca, por meio de documentos hábeis e idôneos, de que se trata de débito inexistente. É que, para ilidir a presunção de legitimidade do crédito tributário nascido não se mostra suficiente que o contribuinte limite se a alegar erros, fazendose necessário que demonstre que a obrigação tributária principal é indevida. 13. Dessa forma, não tendo o contribuinte trazido aos autos documentos de suporte capazes de indicar o quantum do tributo efetivamente devido, caracterizando o erro de haver confessado e pago um débito superior ao que afirma ser o real, resulta Fl. 666DF CARF MF 4 notória a impossibilidade de ser acolhida sua pretensão. ” Todavia, o momento da compensação deve ser o mesmo da entrega da sua declaração, conforme o art. 28 da Instrução Normativa n°. 210 de 30 de setembro de 2002, vigente à época, que reproduzo abaixo: Art. 28. Na compensação efetuada pelo sujeito passivo, os créditos serão acrescidos de juros compensatórios na forma prevista nos arts. 38 e 39 e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos moratórios, na forma da legislação de regência, até a data da entrega da Declaração de Compensação. (Redação dada pela IN SRF n° 323, de 24/04/2003) Como os créditos serão valorados até a data da entrega da Declaração de Compensação, conforme a norma acima citada, estes devem estar devidamente constituídos até este mesmo dia. No caso em análise, como houve a entrega da DCTF retificadora que constituiria os créditos pleiteados, antes do despacho decisório e, por este motivo o resultado de seu pedido de compensação não seria outro que não o indeferimento. Porém, tendo em vista o princípio da verdade material que até então, deve reger o processo administrativo fiscal, não obstante a falta de DCTF retificadora, a qual foi apresentada posteriormente, é obrigação da autoridade fiscal verificar se os montantes pagos correspondem aos efetivamente devidos quando existe pedido de restituição, ressarcimento ou compensação, evitando assim enriquecimento indevido por parte da Fazenda, independente do cumprimento ou não do aspecto formal. Sendo assim, é necessária diligência para verificar os montantes efetivamente pagos e aqueles que seriam devidos pela contribuinte; existindo pagamento a maior, deve ser deferida a pretensão da contribuinte. Frente a todo o exposto, voto por converter o julgamento em diligência, para averiguar a efetiva existência do indébito tributário e o seu exato valor, tendo em vista o princípio da verdade material, cientificandose a contribuinte, do resultado, para, caso queira, manifestarse no prazo de 30 dias. (GRIFOS ACRESCIDOS) A autoridade fiscal, a partir dessa definição proferida pelo Colegiado, verificou a procedência do alegado e reconheceu direito creditório que permitiu homologar uma integralmente e a outra parcialmente (fls. 631 e 632 e 647 a 649). Considerando todos os elementos trazidos ao Processo, concluise com base no que foi apurado nos Autos do presente Processo Administrativo Fiscal, onde apurouse a liquidez e certeza do crédito tributário pleiteado, nos termos do art. 170 do CTN, o Contribuinte logrou êxito na comprovação, em parte, do Direito Creditório pleiteado, bem como faz jus à Compensação/Homologação, parcial, dos débitos declarados nas Declarações de Compensações acostadas ao presente e processo. Fl. 667DF CARF MF Processo nº 10283.901887/200926 Acórdão n.º 3401003.492 S3C4T1 Fl. 4 5 Ante o exposto, no exercício das atribuições do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, elencadas na alínea “b”, inciso I, do artigo 6°, da Lei n°10.593/2002 com a redação dada pela Lei n°11.457/2007, profiro a seguinte decisão: 1. Seja RECONHECIDO parcialmente o direito creditório pleiteado pelo Contribuinte no montante de R$2.531.021,73 através da Declaração de Compensação n°. 06284.00334.070206.1.7.04. 9344, tendo em vista a modificação da base de cálculo originária, conforme ao norte explanado c/c demonstrativo de cálculo anexado ao presente e processo. 2. Seja HOMOLOGADA a Declaração de Compensação – PER/DCOMP Nº: 06284.00334.070206.1.7.049344 3. Seja HOMOLOGADA parcialmente a Declaração de Compensação – PER/DCOMP Nº: 33416.65170.280605.1.3.046553 A contribuinte tomou ciência desta apuração e apresentou pagamento para quitar o débito remanescente da PERDCOMP em que houve parcial homologação. É o relatório Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestividade e atendimento dos demais requisitos de admissibilidade já verificados na sessão que proferiu a Resolução n.º 3401000.541 (fls.237). Tenho como correta e necessária a decisão tomada pelo Colegiado quando da Resolução acima citada. De fato a Verdade Material deve prevalecer como explicado neste caso, e a autoridade deveria ter considerado a retificadora apresentada antes do proferimento do Despacho Decisório. Proponho que essa decisão do Colegiado seja mantida neste julgamento, bem como o resultado estabelecido pela autoridade fiscal na unidade local. Como podemos ver, a autoridade fiscal verificou e atestou a liquidez e a certeza de direito creditório suficiente para quitar uma PERDCOMP e suficiente para quitar parte da outra PERDCOMP. E a contribuinte tomou a iniciativa de quitar o débito daí remanescente. Tendo em vista essas considerações, e que os demais documentos neste processo demonstram a procedência do pedido de reconhecimento de direito creditório nos termos da Informação Fiscal em resposta à diligência, proponho seja dado parcial provimento ao recurso voluntário. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 668DF CARF MF 6 Fl. 669DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13873.000251/2001-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997, 1998
DIREITO CREDITÓRIO. RENDIMENTOS FINANCEIROS. TRIBUTAÇÃO. OFERECIMENTO. NÃO COMPROVAÇÃO.
A restituição do saldo negativo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica, apurado na declaração de ajuste de pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real, em razão de compensação de IRRF sobre rendimentos de aplicações financeiras, condiciona-se à demonstração da existência e da liquidez do direito, O que inclui a comprovação de que as receitas financeiras correspondentes foram oferecidas à tributação.
DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que seja aferida sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
Numero da decisão: 1402-002.357
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Luis Pagano Gonçalves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (presidente), Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçaalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei.
Nome do relator: LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES
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RENDIMENTOS FINANCEIROS. TRIBUTAÇÃO. OFERECIMENTO. NÃO COMPROVAÇÃO. A restituição do saldo negativo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica, apurado na declaração de ajuste de pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real, em razão de compensação de IRRF sobre rendimentos de aplicações financeiras, condicionase à demonstração da existência e da liquidez do direito, O que inclui a comprovação de que as receitas financeiras correspondentes foram oferecidas à tributação. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que seja aferida sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 3. 00 02 51 /2 00 1- 56 Fl. 640DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 641 2 (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (presidente), Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçaalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei. Fl. 641DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 642 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário, interposto face v. acórdão proferido pela DRJ de São Paulo (fls. 402/413), que indeferiu integralmente a Manifestação de Inconformidade (fls. 352/366), mantendo integralmente o r. Despacho Decisório (fls 300/317 fls. 286/303 manuscrita). O Despacho Decisório, deferiu parcialmente pedido de restituição apresentado em 07/08/2001 (fls. 01) de saldos negativos de IRPJ e CSLL apurados nos anos calendários de 1997 e 1998 e homologou as compensações dos processos anexos/vinculados até o limite do crédito reconhecido. Para melhor descrever a situação fática dos autos, colaciono parte do r. Despacho (fls. 286/303): 1. O contribuinte acima identificado, CERVEJARIA BELCO S/A, CNPJ n° 45.426.798/000176, entregou o Pedido de Restituição de fl. 01 do processo 13873.000251/200156, no valor de R$ 895.672,51, com o motivo do pedido descrito como "Recolhimento a maior" e com o demonstrativo do cálculo 'VIDE ANEXO '. Para subsidiar seu pedido apresentou: à fl.06 um anexo demonstrando que o crédito é composto por pagamentos de estimativas mensais de IRPJ dos anoscalendários 1997 e 1998, da CSLL dos anoscalendário 1997 e 1998 e do imposto de renda retido na fonte no anocalendário 1998, às fls. 07 a 15 um anexo com demonstração da atualização monetária desses pagamentos; às fls. 02 a 04 cópias simples dos DARFs referentes aos recolhimentos dessas estimativas. Observase que o valor do Pedido de Restituição informado (R$ 895.672,51) é a soma dos créditos atualizados monetariamente informados no anexo de fls. 06 a 15. 2. Apresentou também as declarações de compensação abaixo, todas vinculadas ao crédito constante do processo 13873000251/200156: a) Declaração de Compensação de fl. 01 do processo apensado 11831000363/200330, retificada pela Declaração de Compensação de fls. 09 (cópia à fl. 10), protocolizada através da Petição de fl.171; b) Declaração de Compensação de fl. 01 do processo apensado 11831001761/200373, retificada pela Declaração de Compensação de fls.18 e 19 (informada na Petição de 121 do processo 13873.000251/200156 protocolizada em 28/07/2004) e posteriormente pela Declaração de Compensação de fl. 16 (informada na Petição de fl. 15 protocolizada em 22/11/2004). Portanto a DCOMP vigente é a de fl. 16, a última protocolizada; c) Declaração de Compensação de fl. 01 do processo apensado 13871000673/200211, retificada pela Declaração de Compensação de fl. 11 (cópia à fl. 12), protocolizada através da Petição de fl. 171; Fl. 642DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 643 4 d) Declaração de Compensação de fl. 01 do processo apensado 1831001108/200312, retificada pela Declaração de compensação de fls. 18 e 19 (informada na Petição de fl. 121 do processo 13873.000251/200156 protocolizada em 28/07/2004) e posteriormente pela Declaração de Compensação de fl. 16 (informada na Petição de fl. 15 protocolizado em 22/11/2004). Portanto a DCOMP vigente é a de fl. 16, a última protocolizado; e) Declaração de Compensação de fl. 01 do processo apensado 11831002613/200376, retificada pela Declaração de Compensação de fls. 18 e 19 (informada na Petição de fl. 121 do processo 13873.000251/200156 prolocolizada em 28/07/2004) e posteriormente pela Declaração de Compensação de fl. 16 (informada na Petição de fl. 15 protocolizado em 22/11/2004). Portanto, a DCOMP vigente é a de fl. 16, a última protocolizada. f) Declaração de Compensação de fl. 01 do processo apensado 11831003888/200327, retificada pela Declaração de Compensação de fls. 15 (cópia à fl. 16). ... 3. Confrontando as informações prestadas no anexo de fl. 06 com as apurações do IRPJ e da CSLL na DIRP/98 e DIPJ/99 verificase que: a) o recolhimento a maior informado da estimativa do IRPJ de 31/12/1997, informado no anexo de fl. 06, no valor de RS 68.856,86, é na verdade a soma do saldo credor apurado na Linha 18 da Ficha 08 (fl.129), no valor de R$ 53.083,77, mais a compensação de pagamentos indevidos ou a maior efetuada na Linha 19 da Ficha 08 (fl. 129), no valor de R$ 15. 773,03; b) os recolhimentos a maior informados das estimativas do IRPJ de 27/02/1998 a 29/05/1998, informados no anexo de fl. 06, no total de R$ 243.752,58, são na verdade o montante das estimativas pagas utilizando para deduzir o imposto devido do IRPJ anocalendário 1998 apurado na DIPJ/1999 (Linha 16 da Ficha 13, fl. 199) que resultou no saldo credor do anocalendário do IRPJ de R$ 285.665,20 (Linha 19 da Ficha 13, fl. 1999); c) o recolhimento a maior informado da estimativa da CSLL de 31/12/1997, informado no anexo de fl. 06, no valor de R$ 18.970,92, é na verdade a soma do saldo credor apurado na Linha 23 da Ficha 11 (RS 16.113,61, fl. 143) mais a compensação de pagamentos indevidos ou a maior efetuada na Linha 24 da Ficha 11 ( fl.143), no valor de R$ 2.857,31; d) os recolhimentos a maior informados das estimativas da CSLL de 27/02/1998 a 29/05/1998, informados no anexo de fl. 06, no total de R$ 120.790,72, são na verdade o saldo credor da CSLL anocalendário 1998 apurado na DIPJ/1999 (Linha 35 da Ficha 30, fl. 210); e) os recolhimentos informados do imposto de renda retido na fonte do anocalendário 1998, informados no anexo de fl. 06, no total de R$.41.912,62, são na verdade o montante utilizado para deduzir o imposto devido apurado na DIPJ/1999 (Linha 13 da Ficha 13, fl. 199) que resultou num saldo credor de R$ 285. 665,20. 4. Foi apresentada pelo contribuinte a Petição de fls. 120 a 123 do processo 13873000251/200156, em que o contribuinte solicita a retificação das Declarações de Compensação vinculadas ao processo Fl. 643DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 644 5 13873000251/200156 e informa que os créditos são os saldos credores do IRPJ dos anoscalendários 1997 a 2000 e da CSLL dos anos calendário de 1997 e 1998. Com relação à retificação das DCOMPs, junto com a petição foram apresentadas as DCOMPs retificadoras relacionadas nas alíneas 'a' a "f" do item 1 deste despacho decisório. Com relação aos créditos informados verificase que foram incluídos à fl. 120 dois novos créditos, os do IRPJ dos anoscalendário 1999 a 2000. Assim, temos que considerar que embora o contribuinte fale em retificação, pois ao apresentar os dois novos créditos, o contribuinte está de fato apresentando novo pedido de restituição. Tal solicitação não pode ser acatada, uma vez que somente são passíveis de retificação os pedidos pendentes de decisão administrativa. Além desse fato, se era desejo do contribuinte apresentar novo pedido, o meio legal seria a PER/DCOMP, documento exigido pelo art. 2 da IN SRF n 432, vigente à época da Petição: ... 5. Diante do exposto, serão considerados neste despacho decisório os créditos constantes do Pedido de Restituição de fl. 01 do processo 13873000251/200156, ou seja, os saldos credores do IRPJ e da CSLL dos anoscalendário 1997 e 1998 apurados nas DIRPJ/1998 e DIPJ/1999. 6. SALDO CREDOR DO IRPJ ANOCALENDÁRIO DE 1997 ... ... para fins de restituição/compensação, o saldo credor fica alterado de R$ 53.083,77 para R$ 43.667,03 conforme quadro n°01 a seguir: ... 10. COMPENSAÇÕES SEM PROCESSO Nas DCTFs de fls. 226 a 228 constatase que o contribuinte compensou sem processo os débitos das estimativas mensais do IRPJ de março e dezembro de 1999 com o saldo credor do IRPJ anocalendário de 1998 e o débito de estimativa da estimativa mensal da CSLL de março de 1999 com o saldo credor da CSLL anocalendário _ 1998. Na declaração de fl. 279 o contribuinte afirma que o crédito da compensação do débito da estimativa da CSLL de março de 1999 no valor de R$ 8.994,62 foi a dedução de 1/3 da COFINS efetivamente paga. Na DIPJ/2000 (fls. 284) a apuração dessa estimativa diverge da Fl. 644DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 645 6 afirmação do contribuinte. Consta CSLL devida de R$ 12.849,46 extinta por dedução do terço da COFINS efetivamente paga. Com relação às estimativas do IRPJ de março e dezembro de 1999 apuradas na DIPJ/2000 fls. 283 e 284), constam saldos de imposto de renda devido nos respectivos valores de R$ 33.259,23 e R$ 5.289, 01, que foram deduzidos integralmente com deduções de incentivos fiscais (estimativa de março dezembro) e imposto de renda retido na fonte (estimativa de marco). Importante observar que não consta no processo comprovação contábil dessas compensações. Portanto, serão consideradas as compensações declaradas em DCTF. Descontando essas compensações sem processo dos saldos credores analisados neste despacho decisório, conforme cálculo efetuado no “SISTEMA DE APOIO OPERACIONAL" (fls. 229 a 234), verificase que os créditos foram suficientes para compensar os débitos. Os saldos credores remanescentes após o cálculo do IRPJ e da CSLL foram respectivamente R$ 261.040,88 e R$ 112.530,44. ... Contra o despacho decisório cuja ciência foi dada, em 13/06/2008, conforme o AR de fls. 303, a contribuinte interpôs, em 15/07/2008, manifestação de inconformidade de fls. 336/350 com as alegações abaixo sintetizadas: a contribuinte não teria incluído dois novos créditos, os do IRPJ dos anoscalendários de 1999 e 2000, como foi afirmado no despacho decisório recorrido em seu item n° 4, vez que na composição dos créditos, estavam inclusos para todos os efeitos legais, aqueles relativos aos anoscalendário de 1997, 1998, 1999 e 2000, a prova documental encontrarseia no Anexo I. no item n° 5, da decisão combatida foi apontado que os créditos considerados seriam os constantes no Pedido de Restituição de fls. 01, ou sejam, os saldos credores do IRPJ e da CSLL dos anoscalendário 1997 e 1998, o que não estaria correto, vez que conforme acima declinado e demonstrado, devem ser considerados para todos os fins de direito os créditos relativos aos anos de 1999 e 2000. no item n° 6, o valor de R$ 9.418,31 teria sido indevidamente considerado; na verdade se referiria ao IRRF, como demonstraria a Ficha 09 pág. 19 da DIPJ, acostada no Anexo II, pois independentemente do valor ter sido lançado na linha 05,do Imposto de Renda, devido nos meses anteriores e não na linha 06 do Imposto Retido na Fonte, temos que ambos são deduções, e tendo em vista essa natureza não são capazes de alterar a base de cálculo do Imposto de Renda a pagar e muito menos o saldo a compensar. no item n° 10 foi afirmado que o contribuinte teria compensado sem processo os débitos das estimativas mensais do IRPJ 03/1999 e 12/1999, com o saldo credor do IRPJ de 1998 e o débito da estimativa mensal de CSLL de 03/1999 com o saldo credor da CSLL do ano calendário de 1998 e conforme consta do Anexo III, não há débito declarado nas DIPJs e tampouco valores constantes em DCTF como vinculados ao processo em questão, o que impediria o fisco de proceder à compensação de valores 'que não teriam sido objeto de pedido pelo contribuinte. se a Recorrente não pode corrigir as DCTFs para expurgar tais valores, vez que lançados indevidamente, o Fisco por sua vez pelo Fl. 645DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 646 7 mesmo princípio não pode considerálos deduzidos ou compensados, vez que não estão vinculados ao processo analisado. pela prova constante do Anexo IV, em nenhum momento se poderia concluir que o crédito teria origem no anocalendário de 1998, pois ele poderia ser de qualquer outro ano, vez que no documento não estaria especificado o ano. ao contrário do que foi afirmado no despacho decisório, não existiria saldo na DIPJ/2000 que pudesse justificar a compensação da maneira que o Fisco pretende, pois conforme a prova documental colacionada (Anexo III, DIPJ/2000) não existe saldo negativo, pois o valor está zerado. o valor de R$ 31.928,86 seria IRRF de março de 1999 e não do mês anterior, conforme ficha de março de 1999, e, além disso, independentemente de terem sido lançados em linhas incorretas, como ambos seriam deduções, não alterariam o saldo a pagar, e não traria nenhum prejuízo ao erário. em relação ao item 'g' das págs. 16/17 do 'despacho decisório, mais especificamente no item 'g7' verificase que foram homologadas as DCOMPs até o limite do direito creditório reconhecido, porém as PER/DCOMPS ali relacionadas seriam as que originalmente foram feitas via sistema e retificadas via formulário , vez que o sistema da Receita não aceitaria alteração do tipo de crédito, havendo portanto a necessidade do uso de formulário o que não inviabilizaria o pedido da requerente. ademais, o saldo devedor não teria sido alterado nas DCTFs de maio/2003 e junho/2003 o que derrubaria por terra os argumentos apresentados no despacho decisório. caberia ao fisco fazer prova a respeito de os créditos serem ou não suficientes para as compensações e não simplesmente alegar da maneira que consta do despacho decisório, solicitando sem qualquer fundamento que sejam enviadas para registro no sistema PROFISC. Requereu, por fim, a conversão do julgamento em diligência, tendo em vista o teor dos argumentos lançados nesta peça de defesa e dos documentos que a instrui, e ainda por ter ocorrido erro material que corrobora com o pedido ora postulado. Em seguida, os autos foram encaminhados para a DRJ de São Paulo, que proferiu o v. acórdão recorrido (fls. 409/413), indeferindo integralmente a manifestação de inconformidade e mantendo o r. Despacho Decisório, nos seguintes termos. [...] Insurgese o impugnante contra o entendimento exarado no despacho decisório de que a contribuinte teria incluído dois novos créditos, os do IRPJ dos anoscalendário de 1999 e 2000, como foi afirmado no despacho decisório recorrido em seu item n° 4, vez que na composição das créditos, estavam inclusos para todos os efeitos legais, aqueles relativos aos anoscalendário de 1997, 1998, 1999 e 2000, a prova documental encontrarseia no Anexo I. Fl. 646DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 647 8 Ocorre, entretanto, que as planilhas apresentadas no Anexo I, diferem das apresentadas junto com o pedido de restituição original, exatamente, quanto aos valores dos saldos negativos de IRPJ dos anos calendário 1999 e 2000. O pedido de restituição de fls. 01 está acompanhado pelo demonstrativo de fl. 06 em que consta que o crédito é composto por pagamentos de estimativas mensais de IRPJ dos anoscalendário 1997 e 1998, da CSLL dos anoscalendário 1997 e 1998 e do imposto de renda retido na fonte no anocalendário 1998; às fls. 07 a 15 um anexo com demonstração da atualização monetária desses pagamentos; às fls. 02 a 04 cópias simples dos DARFs referentes aos recolhimentos dessas estimativas. No pedido de restituição de fls. 01, consta que o direito creditório é composto pelos valores apresentados no anexo (fls. 06), tendo sido apresentada tãosomente a DIPJ/1999, não havendo nenhuma referência à restituição de saldo credor de IRPJ dos anos calendário de 1999 e 2000. Somente em 28/07/2004, com a petição de fls. 120/123, fez o contribuinte referência aos saldos negativos de IRPJ dos anos calendário de 1999 e 2000, o que de fato se constitui em novo pedido de restituição e não mera retificação, o que demandaria ter sido apresentado por PER/DCOMP, documento exigido pelo art. 2° da IN SRF n° 432, vigente à época daquela Petição. Portanto, correto o despacho decisório em considerar apenas os saldos negativos do IRPJ e da CSLL dos anoscalendário de 1997 e 1998 no presente processo. Quanto ao saldo credor do IRPJ para o anocalendário de 1997 (item n° 6 do despacho decisório recorrido), alega o impugnante que o valor seria R$ 53.083,77 e não R$ 43.667,03, como reconhecido pela autoridade fiscal. Sustenta sua argumentação com os documentos de fls. 371/374 que se constituem no Quadro n° 1, refeito pelo impugnante e apresentado como abaixo reproduzido e nas cópias da Ficha 09 da DIRPJ/1998, para os meses de dezembro e novembro: De fato, para as pessoas jurídicas submetidas ao regime de tributação com base no lucro real, como é o caso, o art. 2°, § 4°, inciso III, da Lei n° 9.430/1996, faculta ao contribuinte, no encerramento do período base, quando da apuração do lucro, e, por conseguinte, do IRPJ a pagar, deduzir o imposto de renda retido na fonte, porém desde que as receitas que deram causa às retenções tenham sido computadas na determinação do lucro. Fl. 647DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 648 9 Quando, na declaração de rendimentos; o valor compensado for superior ao devido no respectivo período de apuração, a diferença poderá ser objeto de pedido de restituição ou ser compensado com o imposto apurado em períodos futuros. A seguir, citase o referido dispositivo legal. "Art. 2 (...) Parágrafo 4 [...] III [...] Assim, os valores do IRRF incidente sobre receitas de aplicações financeiras são considerados antecipação do devido na Declaração de Rendimentos e integram a base de cálculo do IRPJ, podendo ser usados como dedução do imposto a pagar e, dessa forma, provocar sua redução ou, até mesmo, gerar saldo negativo, situação em que os valores pagos somados aos valores retidos são superiores aos apurados no período. Eventual saldo negativo de imposto a pagar que porventura se apure no confronto entre o IRRF e o IRPJ apurado na declaração constitui crédito passível de restituição ou compensação. Em face disso, o IRRF somente poderá ser utilizado para a dedução do IR a pagar e, eventualmente, contribuir para a formação do saldo negativo de IRPJ, se atender ao previsto no art. 55 da Lei n” 7.450, de 23 de dezembro de 1985, que disciplina a compensação do IRRF incidente sobre rendimentos computados na declaração, condicionandose o procedimento à apresentação dos respectivos comprovantes de retenção, bem como, cumulativamente, atender ao disposto no § 2° do art. 76 da Lei n° 8.981/95, o qual estabelece que a dedução do IR com o IRRF será permitida caso as receitas correlatas tenham sido oferecidos à tributação na forma de composição da base de cálculo do imposto, in verbis: Lei 7.450/1985 [...] Lei 8.981/95 [...] Devese esclarecer, contudo, que o fato dos rendimentos e retenções estarem declarados em DIRF não é condição necessária e suficiente para a contribuinte fazer jus à dedução do IRRF em sua DIPJ. Nesse sentido, somente se poderia falar em dedução do IRRF do imposto a pagar, se as receitas que deram causa às retenções tivessem sido oferecidas à tributação na forma de composição da base de cálculo do imposto, o que a contribuinte não comprovou. Ademais, dispõem o artigo 7° e seu § 4°, e também o artigo 8°, inciso I, “b”, ambos do Decretolei n° 1.598, de 1977, que a pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, sendo que ao fim de cada períodobase de incidência do imposto deverá apurar o lucro líquido mediante a elaboração do balanço patrimonial e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, seguindo a demonstração do lucro real, que deverá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Repisase que para fazer prova a favor da contribuinte a contabilidade deve jungirse estritamente a esses preceptivos legais, sob pena de macular o requisito da certeza e liquidez do crédito pretendido. Fl. 648DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 649 10 Portanto, a contribuinte deveria trazer, por ocasião do presente contencioso, justificativas lastreadas em documentos e lançamentos contábeis que identificassem inequivocamente, entre outras, as instituições financeiras que possibilitaram esses rendimentos, os títulos envolvidos, o ônus financeiro da retenção, etc., para atestar a favor da tese da manifestante. Não se pode olvidar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoo com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente e análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o montante de tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Assim, não basta o interessado comprovar que houve a retenção/recolhimento do imposto na fonte (informe de rendimentos), também é imprescindível que o interessado comprove que os rendimentos sobre os quais incidiu o referido IRRF, objeto do presente pedido, foram oferecidos à tributação, condição sine qua non para que este posso ser aproveitado na compensação do imposto apurado no final do período, originando, se for o caso, o saldo negativo de IRPJ. Em tema de restituição e compensação de saldo negativo de IRPJ com outros tributos, ou com o próprio, incumbe ao contribuinte comprovar o atendimento de três premissas: 1°) a constatação dos pagamentos ou das retenções; 2°) a oferta à tributação das receitas que ensejaram as retenções e, 3) a apuração do indébito, fruto do confronto acima delineado. Daí porque é imprescindível que venham aos autos as provas, notadamente contábeis, mesmo porque a contribuinte é pessoa jurídica sujeita ao regime do Lucro Real, para a qual a lei exige contabilidade regular. Dentre outras provas, destacamse os registros contábeis de conta no ativo do Imposto de Renda a recuperar, a expressão deste direito em Balanços ou Balancetes, a Demonstração do Resultado do Exercício, a contabilização (oferecimento à tributação) das receitas que ensejaram as retenções, os Livros Diário e Razão, etc., e ainda os registros no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), tudo a dar sustentação veracidade do saldo negativo de IRPJ declarado. De fato, não se pode, pela documentação que acompanhou o pedido inicial e a presente manifestação de inconformidade, identificar se as receitas financeiras, sobre as quais incidiu o IRRF, no valor de RS 9.418,31, conforme quadro de fl. 372, foram oferecidas à tributação, fato que reforça ainda mais a iliquidez e incerteza em relação ao direito creditório, portanto correto o despacho decisório no tocante ao saldo negativo do IRPJ para o anocalendário de 1997. 10. COMPENSAÇÕES SEM PROCESSO Nas DCTFs de fls. 226 a 228 constatase que o contribuinte compensou sem processo os débitos das estimativas mensais do IRPJ de março e dezembro de 1999 com o saldo credor do IRPJ anocalendário de 1998 e o débito de estimativa da estimativa mensal da CSLL de março de 1999 com o saldo credor da CSLL anocalendário 1998. Na declaração de fl. 279 o contribuinte afirma que o crédito da compensação do Fl. 649DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 650 11 débito da estimativa da CSLL de março de 1999 no valor de R$ 8.994,62 foi a dedução de 1/3 da COFINS efetivamente paga. Na DIPJ/2000 (fls. 284) a apuração dessa estimativa diverge da afirmação do contribuinte. Consta CSLL devida de R$ 12.849,46 extinta por dedução do terço da COFINS efetivamente paga. Com relação às estimativas do IRPJ de março e dezembro de 1999 apuradas na DIPJ/2000 (fls.283 e 284), constam saldos de imposto de renda devido nos respectivos valores de RS 33.259,23 e R$ 5.289,01, que foram deduzidos integralmente com deduções de incentivos fiscais (estimativa de março e dezembro) e imposto de renda retido na fonte (estimativa de março). Importante observar que não consta no processo comprovação contábil dessas compensações. Portanto, serão consideradas as compensações declaradas em DCTF. Descontando essas compensações sem processo dos saldos credores analisados neste despacho decisório, conforme cálculo efetuado no 'SISTEIVIA DE APOIO OPERACIONAL" (fls. 229 a 234), verificase que os créditos foram suficientes para compensar os débitos. Os saldos credores remanescentes após o cálculo do IRPJ e da CSLL foram respectivamente R$ 261.040,88 e R$ 112.530,44. ... lnsurgese ainda o impugnante contra as convalidações das compensações sem processo analisadas no item n° 10 do despacho decisório. Sustenta sua argumentação com os documentos apresentados no Anexo III, já analisados no despacho decisório onde não constaria que há débito declarado nas DIPJs e tampouco valores constantes em DCTF como vinculados ao processo em questão, o que impediria o fisco de proceder à compensação de valores que não teriam sido objeto de pedido pelo contribuinte. Ocorre, entretanto, que mais uma vez não trouxe o contribuinte elementos (registros contábeis e fiscais) que permitam concluir a origem dos créditos utilizados nas compensações sem processo declaradas nas referidas DCTFs. Os documentos colacionados no Anexo III, antes analisados pela autoridade fiscal não são suficientes para afastar o entendimento da fiscalização de que tais valores não tinham sido de fato já utilizados em compensações sem processo, portanto mantido o despacho decisório no tocante ao item 10. Ainda, com respeito à alegação de que em nenhum momento se poderia concluir que o crédito utilizado para as compensações sem processo não teria origem no anocalendário de 1998, pois ele poderia ser de qualquer outro ano, vez que no documento não estaria especificado o ano em que teria origem, conforme prova acostada em fls. 377/378, há que se convir que tal documento também não é hábil para provar o contrário que o crédito não teria tido origem no saldo devedor do referido anocalendário de 1998, portanto, alegação não acatada. O mesmo raciocínio se repete no tocante à incorreção da declaração do valor de R$ 31.928,86, pois não foram acostadas provas aos autos para se acatar a alegação de lançamento em linhas incorretas. Não é demais lembrar que o ônus da prova em pedidos de restituição/compensação incumbe ao sujeito passivo e que a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que seja aferida sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa deve ser apresentada junto com a manifestação de inconformidade, Fl. 650DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 651 12 restando assim afastado o pleito de conversão do julgamento em diligência. Por fim, foi indeferida a manifestação de inconformidade. Em seguida, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, repisando as mesmas alegações da manifestação de inconformidade, incluindo preliminar de nulidade do v. acórdão recorrido por ter sido omisso em relação ao pedido de conversão do julgamento em diligência, acarretando assim, cerceamento do direito de defesa. Juntou as fls. 424/600 mais provas aos autos, que são: Planilhas de atualização de impostos, fls. 443/452, planilhas com a composição do Pedido de Restituição do processo em epígrafe, relativos a CSLL e IRPJ 1997, 1998, 1999 e 2000 fls. 452/459, cópia da Ficha 12 da DIPJ 2000 e cópia da DCTF do primeiro e quarto trimestres de 1999 fl. 460/463, composição dos créditos do imposto de renda do ano calendário de 1999 fl.464, composição do imposto retido na fonte do anocalendário de 1999 do Unibanco CDB PREFIXADO fl. 465, cópia da nota de compra de títulos do Unibanco fls. 466/526, composição do imposto retido na fonte do anocalendário de 1999 do Unibanco SWAP fl. 527, demonstrativos de liquidação da operação emitidos pelo Unibanco fls.528/553, composição do Imposto retido na fonte do anocalendário de 1999 do Banco Bradesco S/A CDB PREFIXADO fl. 554, cópia das notas múltiplas de negociação para operações com certificados do deposito bancário CDB/SWAP fls. 555/556, composição dos créditos do imposto de renda retido na fonte do anocalendário 2000 fls. fl. 557, cópia do Informe de Rendimentos do Banco Pine S/A indicando a instituição financeira como fonte retentora, fl.558, cópia do comprovante anual de rendimentos pagos ou creditados e respectivo imposto de renda retido na fonte do anocalendário 2000 indicando como fonte retentora o Banco Bradesco S/A fls. 559/560, composição do imposto de renda retido na fonte do anocalendário 2000 do Unibanco fls. 561, cópias das notas de compra de títulos do Unibanco fls. 562/600, em seguida junta documentos societários, procuração e substabelecimento. É o relatório. Fl. 651DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 652 13 Voto Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves. O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal federal, portanto, dele tomo conhecimento. Da preliminar de nulidade do v. acórdão recorrido, devido a omissão do pedido de conversão do julgamento em diligência: Em relação a preliminar alegada de nulidade devido ao v. acórdão recorrido ter sido omisso quanto ao pedido de conversão do julgamento em diligência, entendo que não merece ser acolhida. Ao analisar o voto condutor do v.acórdão "a quo", constatei que no ultimo parágrafo o relator analisou e negou o pedido de conversão do julgamento em diligência nos seguintes termos. Não é demais lembrar que o ônus da prova em pedidos de restituição/compensação incumbe ao sujeito passivo e que a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que seja aferida sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa deve ser apresentada junto com a manifestação de inconformidade, restando assim afastado o pleito de da conversão do julgamento em diligência. (grifos nossos) Da mesma forma, entendo que não restou caracterizado cerceamento do direito de defesa nos autos. A Recorrente foi devidamente notificada, apresentou manifestação de inconformidade e recurso, juntando todos os documentos que entendeu ser necessário. Todos os tramites e fases do processo foram respeitadas, bem como a Recorrente conseguiu apresentar argumentos de defesa nos autos. Sendo assim, nego provimento as alegações de nulidade tanto do v. acórdão recorrido, como a de que ocorreu cerceamento do direito de defesa nos autos do processo em epígrafe. Fl. 652DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 653 14 Mérito: Dos dois novos créditos de IRPJ e CSLL: (item 4) A Recorrente apresentou petição de fls.120/123 do processo em epígrafe, em que solicita a retificação das Declarações de Compensação vinculadas ao processo 13873000251/200156 e informa que os créditos são os saldos credores do IRPJ dos anos calendarios 1997 a 2000 e da CSLL dos anoscalendário de 1997 e 1998. O r. Despacho Decisório reconheceu apenas os saldos negativos (créditos) do Pedido de Restituição de fl. 1 deste processo, referentes ao IRPJ e a CSLL dos anoscalendário de 1997 e 1998, apurados na DRIPJ/1998 e DIRPJ/1999, desconsiderando os demais saldos negativos dos anoscalendários de 1999 e 2000. Vejamos o que o r. Despacho Decisório decidiu sobre este ponto: 4. Foi apresentada pelo contribuinte a Petição de fls. 120 a 123 do processo 13873000251/200156, em que o contribuinte solicita a retificação das Declarações de Compensação vinculadas ao processo 13873000251/200156 e informa que os créditos são os saldos credores do IRPJ dos anoscalendário 1997 a 2000 e da CSLL dos anos calendário 1997 e 1998. Com relação à retificação das DCOMPs, junto com a petição foram apresentadas as DCOMPS retificadoras relacionadas nas alíneas “a” a “F” do item 1 deste despacho decisório. Com relação aos créditos informados verificase que foram incluídos à fl. 120 dois novos créditos, os do IRPJ dos anoscalendário 1999 e 2000. Assim, temos que considerar que embora o contribuinte fale em retificação, pois ao apresentar os dois novos créditos, o contribuinte está de fato de apresentando novo pedido de restituição. Tal solicitação não pode ser acatada, uma vez que somente são passíveis de retificação os pedidos pendentes de decisão administrativa. Além desse fato, se era desejo do contribuinte apresentar novo pedido, o meio legal seria a PER/DCOMP, documento exigido pelo art. 2° da IN SRF n° 432/2004, vigente è época da Petição: Art. 2 [...] 5. Diante do exposto, serão considerados neste despacho decisório os créditos constantes do Pedido de Restituição de fl. 01 do processo 13873000251/200156, ou seja, os saldos credores do IRPJ e da CSLL dos anoscalendário 1997 e 1998 apurados nas DIRPJ/1998 e DIPJ/1999. De fato, como a petição que indiretamente requereu a restituição de saldo negativo dos anoscalendários de 1999 e 2000 foi apresentada nos autos apenas em 2004, entendo que o requerimento da Recorrente não merece ser acolhido, eis que de acordo com a IN SRF 432/2004, deveria ter se utilizada a sistemática da PER/DCOMP. Fl. 653DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 654 15 Ademais, o pleito inicial deste processo cingese aos anoscalendários de 1997 e 1998, não podendo ser alterado no meio do curso do processo. Assim, frente aos argumentos postos no r. Despacho Decisório, os quais concordo, entendo que o saldo negativo dos anoscalendários de 1999 e 2000 não devem ser reconhecidos/considerados neste processo. Do saldo credor do IRPJ do anocalendário de 1997:(item 6) O r. Despacho Decisório decidiu da seguinte forma: Analisandose a DIRPJ/1998 (fls. 124 a 144), verificase que o interessado optou por apuração anual do IRPJ (fl. 124), e apurou lucro real no valor de R$ 2.108.659,07 (Ficha 07, fl. 129). O saldo negativo do IRPJ apurado foi RS 53.083,77 (Linha 18 da Ficha 08, fl. 129), que foi composto pelas deduções do montante pago das estimativas mensais, do programa de alimentação do trabalhador e do vale transporte. Conforme relatado no item 3 deste despacho decisório, o saldo credor informado no anexo de fl. 06 do Pedido de Restituição de R$ 68.856,86 é a soma do saldo credor apurado na Linha 18 da Ficha 08 (fl. 129), no valor de RS 53.083,77, mais a compensação de pagamentos indevidos ou a maior efetuada na Linha 19 da Ficha 08 (fl. 129), no valor de R$ 15.773,03. Intimado a explicar o fato (fl.169), o contribuinte apresentou demonstrativo de fl. 171 que explica que o valor compensado é referente ao crédito proveniente de recolhimento indevido da estimativa do IRPJ de novembro de 1997. Analisando a apuração dessa estimativa na DCTF (fl. 150) e na DIRPJ/98 (fl. 140), constatase que: a) na DCTF foi declarado imposto a pagar de R$ 100.696,73, cujo débito foi extinto por pagamento e alocado no sistema da RFB, conforme pesquisa ao sistema SIEF/FISCEL (fls. 179 e 180), cujo comprovante de arrecadação do pagamento foi apresentado pelo contribuinte à fl. 175; b) na DIRPJ/98 (fl. 140) foi apurado imposto devido de R$ 100.923,70 (Linha 08 da Ficha 09), que foi compensado em parte, no valor de R$ 16.000,00, com crédito de pagamento indevido ou a maior (Linha 09 da Ficha 09), cujo comprovante desse pagamento foi apresentado pelo contribuinte à fl. 174. O restante resultou em imposto a pagar de R$ 84.923,70. Importante observar que não consta no processo comprovação contábil dessa compensação; c) o contribuinte informa no demonstrativo de fl. 171 que a diferença entre o imposto devido R$ 100.923,70 e o imposto pago R$ 100.696,73, no valor de R$ 226,97, foi descontada do crédito de R$ 16.000,00 compensado na estimativa de novembro, o que resultou no crédito utilizado na Linha 19 da Ficha 08 (fl. 129) de R$ 15.773,03; Fl. 654DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 655 16 Tendo em vista que o contribuinte declarou a estimativa de novembro em DCTF no valor de R$ 100.696,73, pagoua e não retificou a DCTF informando a compensação de R$ 16.000,00, o contribuinte não poderia simplesmente informar na DIRPJ/98 esse crédito acumulando o com o saldo credor do anocalendário 1997. Cabe ressaltar que a utilização de compensação de pagamento indevido ou a maior na DIRPJ/98 somente seria cabível no caso de apuração de imposto de renda a pagar, e não para ser acumulada ao saldo credor do ano calendário da Declaração. Portanto, será considerado na presente análise o saldo credor apurado na Linha 18 da Ficha 08 (RS 53.083,77). Excetuando a estimativa de novembro, as demais foram apuradas na DIRPJ/1998 (fls. 130 a 141) e na DCTF (fls. 145 a 149) na seguinte forma: a) janeiro a maio: foram apurados saldos de imposto, a pagar nos respectivos valores de R$ 130.190,97, R$ 92.105,90, R$ 87.017,24, R$ 54.723,68 e R$ 63.438,88, os quais foram pagos (fls. 151 a 155); b) junho a outubro e dezembro: não foram apurados saldos de imposto a pagar. Na estimativa de novembro foi deduzido do imposto devido o valor de R$ 9.418,31 referente a imposto de renda retido na fonte. Em pesquisa ao sistema IRF/CONS (fl. 157), verificase que o montante declarado foi R$ 8.851,14. De acordo com o art. 837 do Decreto 3.000/99 (RIR): “Art. 837. No cálculo do imposto devido, para fins de compensação, restituição ou cobrança de diferença do tributo, será abatido do total apurado a importância que houver sido descontada nas fontes, correspondente a imposto retido, como antecipação, sobre rendimentos incluídos na declaração. ” As receitas financeiras declaradas em DIRF de código 8045 foram oferecidas à tributação na Linha 07 da Ficha 06 (fl. 127). As receitas de Juros sobre Capital Próprio (código 5706) declaradas em DIRF, não foram informadas na Linha 06 da Ficha 06 (fl. 127). Assim, será considerado na análise deste saldo credor somente o montante do IRRF declarado em DIRF referente às receitas financeiras de código 8045, no total de R$ 1,57. Diante do exposto, será considerado na análise deste saldo credor o montante pago das estimativas mensais no valor de R$ 528.401,94 (R$ 537.818,68 ( ) R$ 9.418,31 ( + ) R$ 1,57). Conseqüentemente, para fins de restituição/compensação, o saldo credor fica alterado de R$ 53.083,77 para R$ 43.667,03, conforme quadro n° 1 a seguir: Fl. 655DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 656 17 Em relação a compensação de pagamentos indevidos ou a maior efetuada na Linha 19 da Ficha 08 (fl. 129), no valor de R$ 15.773,03, que não foi acolhido pela Fiscalização ao analisar o Pedido de Restituição, insta esclarecer que a Recorrente não apresentou argumentos de defesa. A Recorrente apenas contesta neste tópico que o valor a ser restituído e compensado é o de R$ 53.083,77 e não o acolhido pela Fiscalização no r. Despacho Decisório de R$ 43.667,03. De qualquer forma, como muito bem apontado pelo r. Despacho Decisório e mantido pelo v. acórdão recorrido, a Recorrente não fez prova contábil desta compensação. Vejamos. b) na DIRPJ/98 (fl.140) foi apurado imposto devido de R$ 100.923,70 (Linha 08 da Ficha 09), que foi compensado em parte, no valor de R$ 16.000,00, com crédito de pagamento indevido ou a maior (Linha 09 da Ficha 09), cujo comprovante desse pagamento foi apresentado pela Recorrente à fl. 174. O restante resultou em imposto a pagar de R$ 84.923,70. Importante observar que não consta no processo comprovação contábil dessa compensação; Sendo assim, entendo que o valor de R$ 16.000,00 não deve ser considerado e só deve ser analisado o saldo credor de R$ 53.083,77. Desta forma, a lide deste tópico cingese em relação ao valor de R$ 9.418,31 (53.083,77 43.667,03 + 1,57 o montante do IRRF declarado em DIRF referente às receitas financeiras de código 8045, no total de R$ 1,57), saldo que segundo a Recorrente é oriundo de Imposto Retido na Fonte. Entretanto, analisando a documentação dos autos, entendo que a Recorrente não trouxe provas (contábeis e fiscais) de que ofereceu a receita relativa ao imposto retido à tributação. Os documentos carreados aos autos em sede de Recurso Voluntário são de períodos diferentes, ou seja dos anoscalendários de 1999 e 2000, não se reportando ao ano calendário de 1997. Fl. 656DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 657 18 Os documentos carreados aos autos na manifestação de inconformidade, também não comprovaram o oferecimento dos rendimentos/receita a fiscalização. Desta forma, entendo que não assiste razão a Recorrente, devendo ser mantido o r. Despacho Decisório em relação a este tópico. Das compensações sem processos (item 10): O r. Despacho Decisório, decidiu o seguinte em relação a este tópico. Nas DCTFs de fls. 226 a 228 constatase que o contribuinte compensou sem processo os débitos das estimativas mensais do IRPJ de março e dezembro de 1999 com o saldo credor do IRPJ anocalendário 1998 e o débito da estimativa mensal da CSLL de março de 1999 com o saldo credor da CSLL anocalendário 1998. Na declaração de fl. 279 o contribuinte afirma que o crédito da compensação do debito da estimativa da CSLL de março de 1999 no valor de R$ 8.994,62 foi a dedução de 1/3 da COFINS efetivamente paga. Na DIPJ/2000 (fl. 284) a apuração dessa estimativa diverge da afirmação do contribuinte. Consta CSLL devida de R$ 12.849,46 foi extinta por dedução do terço da COFINS efetivamente paga. Com relação às estimativas do IRPJ de março e dezembro de 1999 apuradas na DIPJ/2000 (fls. 283 e 284), constam saldos de imposto de renda devido nos respectivos valores de RS 33.259,23 e R$ 5.289,04, que foram deduzidos integralmente com deduções de incentivosfiscais (estimativa de março dezembro) e imposto de renda retido na fonte (estimativa de março). Importante observar que não consta no processo comprovação contábil dessas compensações. Portanto serão consideradas as compensações declaradas em DCTF. Descontando essas compensações sem processo dos saldos credores analisados neste despacho decisório, conforme cálculo efetuado no “SISTEMA DE APOIO OPERACIONAL” (fls. 229 a 234), verificase que os créditos foram suficientes para compensar os débitos. Os saldos credores remanescentes após o cálculo do IRPJ e da CSLL foram respectivamente R$ 261.040,88 e R$ 112.530,44. Novamente, a Recorrente não comprovou contabilmente essas compensações, devendo serem consideradas apenas as compensações em DCTF. Desta forma, entendo que neste tópico, também deve ser mantido o r. Despacho Decisório em seus termos. (Casa permaneça alguma dúvida do montante do crédito reconhecido para restituição e as compensações homologadas verificar ás fls.298/299.) Conclusão Fl. 657DF CARF MF Processo nº 13873.000251/200156 Acórdão n.º 1402002.357 S1C4T2 Fl. 658 19 Ante todo o exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade da decisão recorrida para, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, mantendo o v. acórdão recorrido e o r. despacho decisório em seus termos. (assinado digitalmente) Leonardo Luis Pagano Gonçalves Relator Fl. 658DF CARF MF
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