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Numero do processo: 10120.009389/2007-21
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jul 01 00:00:00 UTC 2010
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Exercício: 2002, 2003
PRAZO DECADENCIAL. MULTA REGULAMENTAR. ART.83, INCISO I, DA LEI N° 4,502/64, NATUREZA JURÍDICA. PRAZO EXTINTIVO PARA O ERÁRIO EFETUAR O LANÇAMENTO
A multa prevista no art. 83, I, da Lei n° 4.502/64 foi instituída para punir violações ao controle aduaneiro das importações. Pelo fato da penalidade em foco não se revestir de natureza tributária, não se pode aplicar nenhum dos prazos de decadência previstos nos arts, 150, § 4º ou 173, I do CTN. O prazo para que a Fazenda Pública possa infligir esta penalidade consta expressamente do art. 78 da Lei n° 4.502/64.
ASSUNTO:OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Exercício: 2002, 2003
ENTREGA A CONSUMO DE PRODUTOS DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA INTRODUZIDOS CLANDESTINAMENTE NO PAÍS - ART. 83, INCISO I, DA LEI N° 4.502/1964.
O ingresso de mercadoria de procedência estrangeira no estabelecimento comercial, nele saindo ou permanecendo, sem que tenha havido registro da declaração da importação ou desacompanhado de Guia de Licitação ou de nota fiscal, conforme o caso, é infração sujeita à multa do art. 83, I, da Lei n° 4.502/1964.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3102-000.697
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso.
Nome do relator: Beatriz Veríssimo de Sena
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2002, 2003 PRAZO DECADENCIAL„ MULTA REGULAMENTAR. ART.83, INCISO I, DA LEI N° 4,502/64, NATUREZA JURÍDICA. PRAZO EXTINTIVO PARA O ERÁRIO EFETUAR O LANÇAMENTO A multa prevista no art. 83, I, da Lei n° 4.502/64 foi instituída para punir violações ao controle aduaneiro das importações. Pelo fato da penalidade em foco não se revestir de natureza tributária, não se pode aplicar nenhum dos prazos de decadência previstos nos arts, 150, § 4' ou 173, 1 do CTN. O prazo para que a Fazenda Pública possa infligir esta penalidade consta expressamente do art. 78 da Lei ri° 4,502/64. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2002, 200.3 ENTREGA A CONSUMO DE PRODUTOS DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA INTRODUZIDOS CLANDESTINAMENTE NO PAÍS - ART. 83, INCISO 1, DA LEI N° 4.502/1964. O ingresso de mercadoria de procedência estrangeira no estabelecimento comercial, nele saindo ou permanecendo, sem que tenha havido registro da declaração da importação ou desacompanhado de Guia de Licitação ou de nota fiscal, conforme o caso, é infração sujeita à multa do art. 83, 1, da Lei n° 4.502/1964. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso. Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente de Sena - Relatora EDITADO EM: 20/07/2010 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, José Fernandes do Nascimento, Paulo Sérgio Celani (Suplente), Nanci Gama, Beatriz Veríssimo de Sena e Elias Fernandes Earásio (Suplente). Relatório O presente processo cuida de auto de infração lavrado para exigência da da multa equivalente ao valor da mercadoria prevista no art 83, inciso I, da Lei n° 4.502/1964, com a redação dada pelo art, 1° do Decreto-Lei n° 400, de 30 de dezembro de 1968 (art. 490, inciso I, do Decreto rf 4.544/2002). A autoridade fiscal chegou a conclusão de que a ora Recorrente entregou a consumo produtos de procedência estrangeira introduzidos clandestinamente no País por observar., em procedimento de fiscalização, que notas fiscais de mercadorias de origem estrangeira comercializadas pelo Contribuinte foram emitidas por empresas com inscrição no CNP.' declarada inapta, por serem inexistentes de fato (fis. 21-44). Portanto, as notas fiscais apresentadas seriam inidôneas para acobertar a entrada de mercadorias importadas no estabelecimento, fazendo prova apenas em favor do Fisco. Após ser cientificado do lançamento, o Contribuinte insurgiu-se contra a exigência da multa aplicada, apresentando a impugnação de fls. 228-238, por meio da qual expôs as seguintes razões: a) Argúi decadência de parte do lançamento, por aplicação do art. 156, inciso V, do Código Tributário Nacional (CTN); b) A fiscalização teria ignorado o fato de as mercadorias terem sido adquiridas no mercado interno, por meio de empresas emissoras de notas fiscais idôneas; c) Uma vez que as mercadorias foram regularmente adquiridas no mercado interno, não incidiria o disposto no art 83, inciso I, da Lei n° 4.502/1964, tampouco o art. 490 do Decreto n" 4,544/2002; d) Não haveria prova de internação irregular do produto, nem se provou nos autos que as mercadorias estariam desacompanhadas da respectiva documentação fiscal; 2 Processo ir 10120.009389/2007-21 S3-0T2 Acárao n 3102-00..697 Fl 257 e) As empresas Maurilene Pereira Patrocínio (Maury Center), Master Importação e Exportação Ltda. e Laer Comercial Ltda., emissoras das notas fiscais apontadas pela autoridade fiscal como inidôneas, somente vieram a se tornar inaptas em momento posterior às operações realizadas com a impugnante, ou seja, à época das transações. f) Quase todas as notas fiscais estariam carimbadas pelo Fisco Estadual, o que tornaria inconteste a demonstração de que ditas mercadorias efetivamente estavam acompanhadas dos documentos fiscais. Além disso, uma vez que as notas fiscais teriam sido carimbadas pela Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, conclui-se que as mercadorias nelas descritas foram vistoriadas e suas existências foram confirmadas por este ente tributante, o qual goza de fé pública, não havendo se falar em falta de comprovação da real existência das operações que deram origem a tais notas; g) Não caberia ao Contribuinte-autuado provar a idoneidade das empresas com que manteve negociação, pois não está a cargo do contribuinte fiscalizar a regularidade fiscal das empresas com quem opera, sob pena de incorrer no crime de usurpação de função pública; h) Ainda que a empresa fornecedora dos produtos houvesse utilizado documentos "frios", a adquirente não poderia ser punida por infração cometida por outra pessoa jurídica, sobretudo quando esta se encontra legalmente estabelecida. Em situações dessa natureza, o art. 82 da Lei n° 9.430/1996 desoneraria o Contribuinte de qualquer penalidade, o que de fato ocorreu, conforme comprovantes de pagamentos e vistorias realizadas pelo Fisco Estadual, A Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Fortaleza julgou procedente o lançamento, por meio de acórdão assim ementado (fis. 216-217): Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2002, 2003 PRAZO DECADENCIAL A contagem do prazo decadencial para aplicação de penalidade somente se inicia no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que se consumou a infração. Formalizado o auto de infração, mediante ciência do contribuinte, antes do decurso do prazo decadencial, considera-se regularmente constituído o crédito tributário, Assunto: Obrigações Acessórias Exercício: 2002, 2003 INTRODUÇÃO CLANDESTINA. MERCADORIA DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA DESACOMPANHADA DE NOTA FISCAL g) A entrega a consumo de produtos de procedência estrangeira, introduzidos clandestinamente no país, que tenham entrado no estabelecimento, dele saído ou nele permanecido, desacompanhados de nota fiscal, é punível com a multa equivalente ao valor da mercadoria, DOCUMENTOS INIDÕNEOS EMITIDOS POR EMPRESA DECLARADA INAPTA EFEITOS TRIBUTÁRIOS Não produz efeitos tributários, em . favor de terreiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no CNP' tenha sido declarada inapta, ressalvando-se os casos em quefique comprovada a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou a utilização dos serviços. Irresignado, o Contribuinte interpôs recurso contra o \! acórdão, repisando, em síntese, os argumentos já expostos na impugnação. É o Relatório., Voto Decadência conhecido. Conselheira Beatriz Veríssimo de Sena, Relatora O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e, portanto, deve ser Entendo que, no que se refere à argüição de decadência, o recurso voluntário merece ser provido.. Ocorre que não é possível aplicar os prazos de decadência previstos nos arts,. 150, § 40 ou 173 do CTN, pelo fato da penalidade em foco não se revestir de natureza tributária. Na verdade, o p.razomaqtjç_g Fazenda iade prevista pela introdução clandestina de mercadoria consta expressamente do art. 78 da Lei n° 4.502/64, que está assim redigido, in verbis: Art. 78 - O direito de impor penalidade extingue-se em cinco anos, contados da data da infração. § I" O prazo estabelecido neste artigo interrompe-se por qualquer notificação ou exigência administrativa .feita ao sujeito passivo, com referência ao imposto que tenha deixado de pagar ou à infração que haja cometido, recomeçando a correr a partir da data em que este procedimento se tenha verificado, § 2" Não corre o prazo enquanto o processo de cobrança estiver pendente de decisão, inclusive nos casos de processos fiscais instaurados, ainda em fase de preparo ou de julgamento § 3" A interrupção do prazo mencionado no parágrafo primeiro só poderá ocorrer uma vez Processo n°10120.009389/2007-21 S3-C11-2 Acórdão n 3102-00497 Fl 258 Com a superveniência do CTN, o referido artigo tornou-se inaplicável para sancionar ilícitos de natureza eminentemente tributária, Contudo, o art 78 da Lei IV 4502/64 permanece inteiramente aplicável às multas para punir violações a normas de controle aduaneiro de importações, como as que são objeto do presente processo. Na hipótese em exame, tipificou-se a infração com a entrega ao consumo de produtos de procedência estrangeira desacompanhados de nota fiscal válida. Esses atos ocorreram repetidas vezes, entre 26/11/2002 e 03/12/200.3. Considerando-se que o lançamento se efetivou em 10/01/2008, com a ciência do auto de infração, estaria prescrito o direito da União de cobrar multas sobre os produtos ingressos no país até 5 (cinco) anos após o lançamento, ou seja, antes de 10/01/2003, nos termos do art. 78 da Lei n° 4302/64. Desse modo, dou provimento ao recurso voluntário para declarar a decadência do direito de ação referente às parcelas anteriores a 10/01/2003. Mérito - Multa No mérito, melhor sorte não resta ao Recorrente, A infração imputada à empresa interessada foi enquadrada no art. 83, inciso I, da Lei n° 4502/1964, assim redigido a época dos fatos, in verbis: Ari 83, Incorrem em multa igual ao valor comercial da mercadoria ou ao que lhe é atribuído na nota .fiscal, respectivamente: I - os que entregarem ao consumo, ou consumirem, produtos de procedência estrangeira introduzidos clandestinamente no país ou importados irregular ou fraudulentamente, ou que tenham entrado no estabelecimento, dele saído ou nele permanecido, desacompanhados da nota de importação ou de nota .fiscal, conforme o caso,-(,) A disposição legal acima foi regulamentada pelo art, 490, inciso I, do Decreto if 4344/2002 (DOU 27/12/2002): Art, 490 Sem prejuízo de outras sanções administrativas ou penais cabíveis, incorrerão na 'ilidia igual ao valor comercial da mercadoria ou ao que lhe for atribuído na nota .fiscal, respectivamente (Lei n 2 4..502, de 1964, art.. 83, e Decreto-lei n2 400, de 1968, art. 12, alteração 2'2. I - os que entregarem a consumo, ou consumirem produto de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no País ou importado irregular ou fraudulentamente ou que tenha entrado no estabelecimento, dele saído ou nele permanecido sem que tenha havido registro da declaração da importação no SISCOMEX, salvo se estiver dispensado do registro, ou desacompanhado de Guia de Licitação ou nota fiscal, conforme o caso (Lei n2 4.502, de 1964, art.. 83, inciso I, e Decreto-lei 400, de 1968, art 12 alteração 29; e ) § 22 A multa a que se refere o inciso I deste artigo aplica-se apenas às hipóteses de produtos de procedência estrangeira introduzidos clandestinamente no País ou importados irregular ou fraudulentamente. Corno bem colocou o r. acórdão a quo, a norma em evidência enuncia a conduta ilícita que enseja a aplicação da multa, descrevendo-a corno entregar a consumo ou consumir produto de procedência estrangeira em uma das seguintes situações: a) quando o produto houver sido introduzido clandestinamente no País; b) quando o produto houver sido importado irregular ou fraudulentamente e c) quando o produto, nas situações descritas anteriormente, tiver entrado no estabelecimento, dele saído ou nele permanecido semrl que tenha havido registro da declaração da importação ou desacompanhado de Guia de Licitação ou de nota fiscal, conforme o caso. Entendo que a hipótese em comento enquadra-se na ultima conduta acima apontada, isto é, no ingresso de mercadoria no estabelecimento comercial, nele saindo ou permanecendo, sem que tenha havido registro da declaração da importação ou desacompanhado de Guia de Licitação ou de nota fiscal, conforme o caso. Com efeito, a entrega a consumo de mercadorias sem o respectivo documento de importação é incontroversa, bem como a entrada e saída do estabelecimento. Esses fatos, aliás, são foram sequer contestados pelo Contribuinte, que chega a afirmar à fl. 232 que "adquiriu mercadorias para disponibilizá-las à revenda ao consumidor final em seu estabelecimento" Outra sorte teria o Contribuinte se as notas fiscais apresentadas pudessem provar a regular aquisição das mercadorias no mercado interno. No entanto, as notas fiscais apresentadas foram expedidas por empresas com inscrição no CNP.' considerada inapta, nos termos do art. 43 da Instrução Normativa n" 200/2002. Frise-se que a aposição de carimbo com inscrições do Fisco estadual, em algumas notas fiscais, não é suficiente para atestar a idoneidade dos documentos. Isso porque várias das informações do carimbo, que se supõe ser de autoridade fiscal, estão ilegíveis, e nelas não consta a assinatura do servidor cujo nome está indicado no carimbo. Ainda que assim não fosse, o art, 82 da Lei n° 9.430/1996, ao tratar da admissibilidade de documentos emitidos por empresa declarada inapta não elege "o carimbo do Fisco estadual" corno forma comprovação da idoneidade das operações comerciais, mas tão-somente a prova do pagamento do preço e recebimento dos bens. Por fim, a responsabilidade da empresa que possui produtos industrializados para venda sem documentação comprobatória de sua procedência está expressamente prevista no art. 35 da Lei IV 4.502/1964, regulamentado pelo art. 25, II, do Decreto n° 4.544/2002 (Regulamento do IPI), combinado com o já citado do art. 83, inciso I, da Lei n° 4.502/1964. Por isso, quanto à aplicação do art. 83, I, da Lei n° 4.502/1964, nego provimento ao recurso voluntário, Conclusão Pelo exposto, dou provimento parcial ao recurso voluntário apenas para declarar a decadência das multas referentes às mercadorias ingressas no estabelecimento comercial do Contribuinte antes de 10 de janeiro de 2003. Seati iz Veríssimo de Sena
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Numero do processo: 11850.000102/2008-04
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jul 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SUPRIMENTO DA OMISSÃO APONTADA - SEM PRODUÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES.
Em casos nos quais o suprimento da omissão não produz efeitos modificativos ao julgado, é de se conhecer dos Embargos e os acolher parcialmente, porquanto sem aplicação da infringência pretendida.
Embargos acolhidos parcialmente.
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3802-003.940
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer e acolher em parte os Embargos, para colmatação da omissão apontada, sem, no entanto, alterar o resultado do julgado.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi (Relator) e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SUPRIMENTO DA OMISSÃO APONTADA - SEM PRODUÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. Em casos nos quais o suprimento da omissão não produz efeitos modificativos ao julgado, é de se conhecer dos Embargos e os acolher parcialmente, porquanto sem aplicação da infringência pretendida. Embargos acolhidos parcialmente. Crédito Tributário Mantido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer e acolher em parte os Embargos, para colmatação da omissão apontada, sem, no entanto, alterar o resultado do julgado. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi (Relator) e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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Interessado LUFTHANSA CARGO A.G. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. SUPRIMENTO DA OMISSÃO APONTADA SEM PRODUÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. Em casos nos quais o suprimento da omissão não produz efeitos modificativos ao julgado, é de se conhecer dos Embargos e os acolher parcialmente, porquanto sem aplicação da infringência pretendida. Embargos acolhidos parcialmente. Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer e acolher em parte os Embargos, para colmatação da omissão apontada, sem, no entanto, alterar o resultado do julgado. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi (Relator) e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 85 0. 00 01 02 /2 00 8- 04 Fl. 249DF CARF MF Impresso em 20/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 17/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 248), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. A empresa LUFTHANSA CARGO A.G., opôs os presentes Embargos de Declaração de decisão emanada por esta 2ª Turma Especial, em Acórdão ementado nos seguintes termos: Assunto: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 19/08/2008 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA. No caso de carga aérea procedente do exterior, constatado que o transportador não prestou as informações no sistema Mantra, na forma e no prazo previstos pela IN SRF nº 102/94, tornase aplicável a multa regulamentar prevista pelo art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833/2003. Recurso Voluntário Negado No caso em tela, foi negado provimento a Recurso Voluntário no qual o contribuinte arguiu que houve nulidade do lançamento por erro no enquadramento legal da infração, e que eventual violação de multa por embaraço à fiscalização deveria vir acompanhada de descrição condizente. Percebendo omissão e contradição no julgado, o contribuinte opôs os presentes embargos, alicerçado nos seguintes itens: Questiona que o art. 9º da Instrução Normativa SRF nº 102/94 não estabelece qual o prazo que deve ser observado pelo transportador aéreo, deixando a questão carente de regulamentação, sendo pois não executável para fins de aplicação da multa pelo eventual descumprimento da norma, pois “no momento de sua chegada” não pode ser interpretado como prazo; Que a referida questão foi levantada no oferecimento da impugnação e da interposição do recurso voluntário, porém assevera que deixou de ser analisada objetivamente; Que a questão foi analisada, em caso semelhante, em relação a ausência de regramento disciplinador do prazo para as empresas através de Ação Ordinária, onde foi decidido pela impossibilidade de penalização do contribuinte no caso de não estabelecimento de prazo pelo legislador antes das alterações introduzidas pela IN/SRF nº 510/05, cuja vigência se deu após 14 de fevereiro de 2005; Informa que registrou as informações necessárias conforme Instrução Normativa nº 102/94 e do art. 107, IV, “e” e do DecretoLei nº 37/66; Fl. 250DF CARF MF Impresso em 20/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 17/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11850.000102/200804 Acórdão n.º 3802003.940 S3TE02 Fl. 250 3 Informa obscuridade sobre se a autoridade julgadora reconhece que a embargante, de fato, registrou as informações; e porque o registro espontâneo não é válido, pois, de acordo com o art. 102, § 2º do DecretoLei nº 37/66, a providência de registro em denúncia espontânea por parte do contribuinte “(...) exclui a aplicação de penalidade (...)”. Recebidos os autos, incluílos em pauta para apreciação dos aclaratórios. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 248), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, passo à análise dos Embargos. Compulsando os autos, verifico que não há a contradição apontada. Ao contrário, o Embargante pretende se valer dos presentes aclaratórios para rediscutir a matéria mediante reforço dos seus argumentos. Isso porque, nada obstante não ter ocorrido manifestação expressa e exaustiva sobre a interpretação de todas as normas apontadas pelo Recorrente, a conclusão foi bastante clara quanto à possibilidade de se responsabilizar o transportador de carga. O Embargante assevera que a expressão “no momento da chegada” não pode ser determinada como parâmetro de controle de horários para a apresentação de registros de mercadorias, conforme inteligência do art. 9º da Instrução Normativa SRF nº 102/94. Ora, o inconformismo do Embargante quanto à conclusão do Acórdão no sentido de que a autoridade administrativa acertou em sua interpretação da expressão “no momento da chegada”, não é razão suficiente para embargos de declaração. Deve ser explorado na via própria, que é o recurso especial, uma vez superados seus requisitos para admissibilidade. Em relação ao instituto da denúncia espontânea igualmente não assiste razão, uma vez que o contribuinte cometeu infração por obrigações acessórias, com relação às quais descabe o benefício da denúncia espontânea. No caso em tela, a infração é objetiva pelo simples decurso do prazo. Assim, uma vez transcorrido esse prazo sem que o sujeito passivo tenha adimplido com sua obrigação, a infração restará concretizada. Fl. 251DF CARF MF Impresso em 20/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 17/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 Admitir a denúncia espontânea no caso em tela, seria transformar esse instituto em instrumento de permissibilidade para infrações referentes a obrigações acessórias, já que o simples cumprimento, no tempo intentado pelo sujeito passivo (desde que antes de descoberto pela fiscalização), não levaria a qualquer tipo de responsabilização. O instituto, no lugar de incentivar o voluntarismo do sujeito passivo em reconhecer seu erro e buscar retificálo, incentivaria o atraso no cumprimento das obrigações acessórias. De igual modo, a multa a ser aplicada no caso em tela não é feita por provocar prejuízos materiais ao fisco, mas por simples descumprimento de obrigação acessória. Assim é que, uma vez ocorrido o fato gerador, nos termos do art. 115 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo está vinculado ao ente tributante para cumprir com um dever formal diferente do pagamento. Seu descumprimento já é mais do que suficiente para a imputação de penalidade: tratase de multa de caráter formal. Assim, o fato de não haver falta de recolhimento de tributos não pode servir como excusante para aplicação de penalidade pelo sujeito passivo quanto ao descumprimento de suas obrigações acessórias. A rigor, a simples independência entre essas duas obrigações já leva a essa conclusão. Conclusão Ante todo o exposto, conheço dos Embargos de Declaração para, provendo os parcialmente de modo a colmatar a omissão apontada, sem, no entanto, aplicar os efeitos infringentes objetivados pelo Embargante. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 252DF CARF MF Impresso em 20/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 17/07/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/07/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
score : 1.0
Numero do processo: 11080.916562/2009-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/10/2000 a 31/10/2000
Pedido de Compensação. Ônus da Prova.
O pressuposto básico para a formulação de pedido de compensação é a demonstração da liquidez e certeza dos créditos pleiteados. Assim sendo, não há como homologar declaração de compensação fundada exclusivamente na alegação de equívoco quando do cálculo dos encargos legais pelo recolhimento em atraso, sem que seja apresentado sequer os cálculos empregados para apurar o suposto indébito.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-01.194
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: Luis Marcelo Guerra de Castro
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ementa_s : PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2000 a 31/10/2000 Pedido de Compensação. Ônus da Prova. O pressuposto básico para a formulação de pedido de compensação é a demonstração da liquidez e certeza dos créditos pleiteados. Assim sendo, não há como homologar declaração de compensação fundada exclusivamente na alegação de equívoco quando do cálculo dos encargos legais pelo recolhimento em atraso, sem que seja apresentado sequer os cálculos empregados para apurar o suposto indébito. Recurso Voluntário Negado
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2000 a 31/10/2000 Pedido de Compensação. Ônus da Prova. O pressuposto básico para a formulação de pedido de compensação é a demonstração da liquidez e certeza dos créditos pleiteados. Assim sendo, não há como homologar declaração de compensação fundada exclusivamente na alegação de equívoco quando do cálculo dos encargos legais pelo recolhimento em atraso, sem que seja apresentado sequer os cálculos empregados para apurar o suposto indébito. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Almeida Filho, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Relatório Fl. 42DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 2 Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto relatório que embasou o acórdão recorrido, que passo a transcrever: A empresa citada identificada por IFORTIX INSTALAÇÕES E CONSTRUÇÕES LTDA transmitiu declaração de compensação (Dcomp) em 20/01/2005, informando como crédito valor de pagamento indevido ou a maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, sendo que o valor total do pagamento é R$ 2.886,76. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre pelo Despacho Decisório não reconheceu o direito pleiteado e não homologou a compensação declarada, afirmando que o DARF foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados em dcomp. Tempestivamente, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando que em algumas oportunidades teve dificuldades em recolher pontualmente os tributos. Sempre que ocorreram tais fatos, o contribuinte acabou efetuando o pagamento do débito, acrescido de multa e juros, antes mesmo da apresentação da DCTF. Conforme art. 138 CTN, as multas recolhidas nas situações acima são indevidas, e, ao tomar conhecimento de tal fato. o contribuinte alegou que mensurou o crédito e procedeu a compensação na forma da legislação em vigor. Alega que se a autoridade fiscal tivesse cumprido com seu dever de solicitar a prova dos créditos, teria acesso às planilhas de apuração e verificaria a regularidade do encontro de contas efetuado, além de constatar o pagamento dos tributos espontaneamente, portanto, inexigível sendo a multa. Requer que se anule o despacho decisório em questão, apurando a existência do crédito utilizado pelo contribuinte nas compensações glosadas. Ponderando as razões aduzidas pela recorrente, juntamente com o consignado no voto condutor, decidiu o órgão de primeira instância pelo indeferimento do pedido de compensação, conforme se observa na ementa abaixo transcrita: Assunto: Con ribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. Período de apuração: 01/10/2000 a 31/10/2000 DENÚNCIA ESPONTÂNEA DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF PAGAMENTO A DESTEMPO IMPROCEDÊNCIA Pacífico o entendimento tanto no âmbito do Poder Judiciário como na esfera administrativa de que não constitui denúncia espontânea o pagamento de valores declarados cm DCTF, sendo devida multa de mora pelo pagamento em atraso. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Direitos creditórios pleiteados via Declaração de Compensação Nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, essencial a comprovação da liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas. Impugnação Improcedente Fl. 43DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 11080.916562/200997 Acórdão n.º 310201.194 S3C1T2 Fl. 41 3 Após tomar ciência da decisão de 1ª instância, comparece a autuada mais uma vez ao processo para, em sede de recurso voluntário, essencialmente, reiterar as alegações manejadas por ocasião da instauração da fase litigiosa. É o Relatório. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta à competência desta Terceira Seção. Aduz a recorrente, que tanto o órgão de jurisdição quanto o julgador de primeira instância não cumpriam o dever de investigar a liquidez e certeza dos créditos em que se fundaria o pedido de compensação litigioso. Quanto à alegação, é preciso recordar o que dizia o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, (original não destacado): Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) Como é possível perceber, a apuração do crédito, tarefa a ser empreendida pelo sujeito passivo nos termos do dispositivo transcrito, é o ponto de partida para formulação de declaração de compensação. Ora, compulsando os autos, o que se verifica é que não foi colacionado qualquer elemento que demonstre o indébito. Aliás, não foi trazido sequer um demonstrativo que discrimine quais foram os parâmetros utilizados para sua apuração. Com efeito, o sujeito passivo aduz que os pagamentos eram indevidos, de acordo com determinado norte jurisprudencial, mas não traz ao processo sequer elementos que permitam aferir se os fundamentos invocados seriam os mesmos que foram considerados para o afastamento da multa em outros processos. Noutro giro, levando a discussão para o plano processual, de acordo com o art. 16, III do Decreto nº 70.2351, de 1972, caberia ao sujeito passivo carrear ao processo os elementos respaldassem suas alegações. 1 Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 44DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 4 Assim, considero prejudicada a discussão acerca do higidez da incidência de multa moratória sobre tributos recolhidos espontaneamente em atraso. Com essas considerações, nego provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 1 de setembro de 2011 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Fl. 45DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 25/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 5/10/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 13605.000301/99-15
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995
Data do pedido: 18/08/1999
TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DIES A QUO E PRAZO PARA EXERCÍCIO DO DIREITO. ART. 62-A DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO DO CARF.
O CARF está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e STJ, na sistemática prevista nos artigos 543-B e 543-C, do CPC (art. 62-A do Anexo II do RICARF). Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no RE nº566.621-RS, bem como aquele esposado pelo STJ no REsp nº1.269.570-MG, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, formalizados antes da vigência da Lei Complementar (LC) nº 118, de 2005, ou seja, antes de 09/06/2005, como no caso em tela, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação é de cinco anos, conforme o artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao prazo de cinco anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido. Tese dos 5 + 5. Com a vigência do art. 3º da LC nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado.
SÚMULA CARF Nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
Numero da decisão: 9900-000.884
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente.
(assinado digitalmente)
RAFAEL VIDAL DE ARAUJO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais à época do julgamento), Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Antônio Carlos Guidoni Filho (Vice-Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Rafael Vidal de Araújo (Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF), João Carlos de Lima Júnior (Vice-Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Valmar Fonseca de Menezes (Presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Valmir Sandri (Vice-Presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Jorge Celso Freire da Silva (Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Karem Jureidini Dias (Vice-Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente da 1ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Alexandre Naoki Nishioka (Vice-Presidente da 1ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Gustavo Lian Haddad (Vice-Presidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Marcelo Oliveira (Presidente da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Manoel Coelho Arruda Júnior (Vice-Presidente da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Elias Sampaio Freire (Presidente da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira (Vice-Presidente da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Henrique Pinheiro Torres (Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Nanci Gama (Vice-Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Joel Miyasaki (Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Rodrigo Cardozo Miranda (Vice-Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Maria Teresa Martínez López (Vice-Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Júlio César Alves Ramos (convocado para ocupar o lugar do Presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF) e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva (Vice-Presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF) e Antônio Lisboa Cardoso (substituindo o Vice-Presidente da CSRF).
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 Data do pedido: 18/08/1999 TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DIES A QUO E PRAZO PARA EXERCÍCIO DO DIREITO. ART. 62-A DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. O CARF está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e STJ, na sistemática prevista nos artigos 543-B e 543-C, do CPC (art. 62-A do Anexo II do RICARF). Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no RE nº566.621-RS, bem como aquele esposado pelo STJ no REsp nº1.269.570-MG, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, formalizados antes da vigência da Lei Complementar (LC) nº 118, de 2005, ou seja, antes de 09/06/2005, como no caso em tela, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação é de cinco anos, conforme o artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao prazo de cinco anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido. Tese dos 5 + 5. Com a vigência do art. 3º da LC nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. SÚMULA CARF Nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente. (assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAUJO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais à época do julgamento), Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Antônio Carlos Guidoni Filho (Vice-Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Rafael Vidal de Araújo (Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF), João Carlos de Lima Júnior (Vice-Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Valmar Fonseca de Menezes (Presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Valmir Sandri (Vice-Presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Jorge Celso Freire da Silva (Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Karem Jureidini Dias (Vice-Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente da 1ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Alexandre Naoki Nishioka (Vice-Presidente da 1ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Gustavo Lian Haddad (Vice-Presidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Marcelo Oliveira (Presidente da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Manoel Coelho Arruda Júnior (Vice-Presidente da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Elias Sampaio Freire (Presidente da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira (Vice-Presidente da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Henrique Pinheiro Torres (Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Nanci Gama (Vice-Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Joel Miyasaki (Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Rodrigo Cardozo Miranda (Vice-Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Maria Teresa Martínez López (Vice-Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Júlio César Alves Ramos (convocado para ocupar o lugar do Presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF) e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva (Vice-Presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF) e Antônio Lisboa Cardoso (substituindo o Vice-Presidente da CSRF).
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RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DIES A QUO E PRAZO PARA EXERCÍCIO DO DIREITO. ART. 62A DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. O CARF está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e STJ, na sistemática prevista nos artigos 543B e 543C, do CPC (art. 62A do Anexo II do RICARF). Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no RE nº566.621RS, bem como aquele esposado pelo STJ no REsp nº1.269.570MG, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, formalizados antes da vigência da Lei Complementar (LC) nº 118, de 2005, ou seja, antes de 09/06/2005, como no caso em tela, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação é de cinco anos, conforme o artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao prazo de cinco anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido. Tese dos 5 + 5. Com a vigência do art. 3º da LC nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. SÚMULA CARF Nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 5. 00 03 01 /9 9- 15 Fl. 421DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/20 15 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRET O 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente. (assinado digitalmente) RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais à época do julgamento), Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Antônio Carlos Guidoni Filho (VicePresidente da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Rafael Vidal de Araújo (Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF), João Carlos de Lima Júnior (VicePresidente da 2ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Valmar Fonseca de Menezes (Presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Valmir Sandri (VicePresidente da 3ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Jorge Celso Freire da Silva (Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Karem Jureidini Dias (VicePresidente da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF), Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente da 1ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Alexandre Naoki Nishioka (VicePresidente da 1ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Gustavo Lian Haddad (VicePresidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Marcelo Oliveira (Presidente da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Manoel Coelho Arruda Júnior (VicePresidente da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Elias Sampaio Freire (Presidente da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira (VicePresidente da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF), Henrique Pinheiro Torres (Presidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Nanci Gama (VicePresidente da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Joel Miyasaki (Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Rodrigo Cardozo Miranda (VicePresidente da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Maria Teresa Martínez López (Vice Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF), Júlio César Alves Ramos (convocado para ocupar o lugar do Presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF) e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva (VicePresidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF) e Antônio Lisboa Cardoso (substituindo o VicePresidente da CSRF). Relatório Tratase de Pedido de Compensação de Contribuições para o PIS/PASEP, relativas aos períodos de apuração de maio de 1989 a outubro de 1995, tendo em vista a suspensão de eficácia dos Decretoslei nºs 2.445 e 2.449, ambos de 1988, pela Resolução do Senado nº 49, de 10/10/1995. O pedido foi formalizado em 18/08/1999. 2. Em sessão plenária de 27/11/2008, a Câmara Superior de Recursos Fiscais julgou o Recurso Especial nº 202129.506, interposto pela Fazenda Nacional, proferindose a decisão consubstanciada no Acórdão nº 0203.708, assim ementado: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/1989 a 31/10/1995 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Fl. 422DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/20 15 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRET O Processo nº 13605.000301/9915 Acórdão n.º 9900000.884 CSRFPL Fl. 411 3 O prazo de decadência/prescrição para requererse restituição/compensação de valores relativos a indébitos referentes à legislação que, em sede de controle incidental, o STF declarou inconstitucional, começa a fluir para todos os contribuintes a partir do momento em que a decisão do Excelso Tribunal passou a ter efeitos erga omnes, in casu, 10 de outubro de 1995, data de publicação da resolução do Senado da República que suspendeu o dispositivo inquinado de inconstitucionalidade. Recurso Especial Negado.” 3. A decisão foi assim registrada: “ACORDAM os Membros da Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso especial, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.” 4. Cientificada em 09/10/2009 (fl. 336, numeração digital: fl.364), a Fazenda Nacional interpôs Recurso Extraordinário (fls.338/360, numeração digital: fls.366/388), visando a revisão do julgado pelo Pleno. 5. O recurso está fundamentado no art. 9º, c/c art. 43, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 2007, c/c o art. 4º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009. Como paradigma, foi indicado o acórdão CSRF 0400.810, colacionandose a respectiva ementa, conforme a seguir: “PEDIDO DE RESTITUIÇÃO – ILL – O direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II , e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido” 6. Ao Recurso Extraordinário foi dado seguimento, conforme o Despacho nº 9100 00.245, de 14/01/2011 (fls.362/363, numeração digital: fls.390/391). 7. Em seu Recurso Extraordinário, a Fazenda Nacional requer, em síntese, a declaração de prescrição da pretensão de a Contribuinte pleitear a restituição de Contribuições para o PIS, recolhidas com fundamento nos Decretoslei nºs 2.445 e 2.449, ambos de 1988, uma vez que o pedido foi formalizado quando já havia expirado o prazo de cinco anos, contados da data do pagamento indevido. 8. Cientificado do Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional em 18/04/2011 (numeração digital: fl.393), o Contribuinte ofereceu Contrarrazões (numeração digital: fls.400/406) em 03/05/2011. Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo Fl. 423DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/20 15 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRET O 4 2. As questões em discussão foram bem tratadas no voto condutor do Acórdão nº 9900000.914, da lavra da eminente Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, o qual adoto, mutatis mutandis. 3. Inicialmente, registrese que o Recurso Extraordinário não está previsto no atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009. Entretanto, como no presente caso o acórdão recorrido foi prolatado antes de 30/06/2009, o Recurso Extraordinário deve ser processado de acordo com o rito previsto no antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 2007, nos termos do artigo 4º, do RICARF. 4. O Recurso Extraordinário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. 5. Como visto no relatório, tratase de Pedido de Compensação de Contribuições para o PIS/PASEP, relativas aos períodos de apuração de maio de 1989 a outubro de 1995, tendo em vista a suspensão de eficácia dos Decretoslei nºs 2.445 e 2.449, ambos de 1988, pela Resolução do Senado nº 49, de 10/10/1995. O pedido foi formalizado em 18/08/1999. 6. A divergência entre os acórdãos recorrido e paradigma cingese, basicamente, à fixação da data inicial para a contagem do prazo decadencial para o contribuinte pleitear restituição/compensação. No acórdão recorrido, aplicase o prazo de cinco anos, contados da data da publicação da Resolução do Senado Federal nº 49, de 10/10/1995. A Fazenda Nacional, por sua vez, pede que seja aplicado o prazo de cinco anos, contados da data dos pagamentos indevidos. 7. Conforme o artigo 62A, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, esta Corte Administrativa deve reproduzir as decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e STJ, na sistemática prevista nos artigos 543B e 543C, do CPC. 8. No que tange ao objeto do presente recurso, houve pronunciamento do STF no julgamento do RE nº 566.621 Rio Grande do Sul, Relatora Exma. Ministra Ellen Gracie, bem como do STJ no julgamento do REsp nº 1.269.570 Minas Gerais, Relator Exmo. Ministro Mauro Campbell Marques, com efeito repetitivo, ao qual o CARF deve se curvar, conforme expressa disposição regimental. 9. O entendimento exarado pelas Cortes Superiores é no sentido de que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, para os pedidos protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118, de 2005, ou seja, antes de 09/06/2005, como no caso, é de cinco anos, conforme o artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao prazo de cinco anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código. Tese dos 5 + 5. 10. O referido acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) restou assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por Fl. 424DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/20 15 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRET O Processo nº 13605.000301/9915 Acórdão n.º 9900000.884 CSRFPL Fl. 412 5 homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardando se, no mais, a eficácia da norma, permite se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, §3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” 11. Segue a ementa do mencionado acórdão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), já prolatado após a decisão do STF: "CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C, DO CPC). LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 3º, DA LC 118/2005. POSICIONAMENTO DO STF. ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SUPERADO ENTENDIMENTO FIRMADO ANTERIORMENTE TAMBÉM EM SEDE DE RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. 1. O acórdão proveniente da Corte Especial na AI nos Eresp nº 644.736/PE, Relator o Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 27.08.2007, e o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009, firmaram o entendimento no sentido de que o art. 3º da LC 118/2005 Fl. 425DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/20 15 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRET O 6 somente pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. Sendo assim, a jurisprudência deste STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito é de cinco anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior. 2. No entanto, o mesmo tema recebeu julgamento pelo STF no RE n. 566.621/RS, Plenário, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 04.08.2011, onde foi fixado marco para a aplicação do regime novo de prazo prescricional levandose em consideração a data do ajuizamento da ação (e não mais a data do pagamento) em confronto com a data da vigência da lei nova (9.6.2005). 3. Tendo a jurisprudência deste STJ sido construída em interpretação de princípios constitucionais, urge inclinarse esta Casa ao decidido pela Corte Suprema competente para dar a palavra final em temas de tal jaez, notadamente em havendo julgamento de mérito em repercussão geral (arts. 543A e 543B, do CPC). Desse modo, para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplicase o art. 3º, da Lei Complementar n. 118/2005, contandose o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, §1º, do CTN. 4. Superado o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009. 5. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008." (Grifos no original) 12. O entendimento acima foi inclusive sumulado por este Tribunal Administrativo conforme a seguir: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. 13. Em síntese, os Contribuintes teriam até 08/06/2005 o prazo de dez anos, a contar do fato gerador, para pleitear a restituição/compensação. Com a vigência do art. 3º da LC nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. 14. Desta forma, sendo a data do protocolo do pedido o dia 18/08/1999, portanto, anterior a 09/06/2005, devese obedecer ao prazo de 10 anos contados do fato gerador, o que remete a 18/08/1989. Dado que os pagamentos objeto do pedido referemse a fatos geradores ocorridos de maio de 1989 a outubro de 1995, e sabendose que o PIS era de apuração mensal, então concluise que apenas os valores relativos aos fatos geradores ocorridos de agosto de 1989 (o fato gerador ocorre no último dia desse mês) a outubro de 1995 são passíveis de restituição/compensação, pois ocorreu a prescrição da pretensão de pleitear a repetição dos indébitos referentes aos fatos geradores de maio de 1989 a julho de 1989 (inclusive). 15. Do exposto, voto por DAR provimento PARCIAL ao Recurso Extraordinário, interposto pela Fazenda Nacional, para reconhecer a prescrição do pedido do restituição/compensação dos indébitos referentes aos fatos geradores ocorridos até julho de 1989 (inclusive), devendo os autos retornarem à DRF de origem para verificação do crédito, conforme restou decidido. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Relator Fl. 426DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/20 15 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRET O Processo nº 13605.000301/9915 Acórdão n.º 9900000.884 CSRFPL Fl. 413 7 Fl. 427DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/20 15 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 31/07/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRET O
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Numero do processo: 10831.008295/2005-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 05 00:00:00 UTC 2011
Numero da decisão: 3201-000.235
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª câmara / 1ª turma ordinária do TERCEIRA
SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, converterem o julgamento em diligência.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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JUDITH AMARAL MARCONDES ARMANDO Presidente. LUÍS EDUARDO G. BARBIERI Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith Amaral Marcondes Armando (presidente da turma), Luciano Lopes de Almeida Moraes (vicepresidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Marcelo Ribeiro Nogueira e Luís Eduardo Garrossino Barbieri. Ausente, justificadamente, o conselheiro Daniel Mariz Gudino. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/08/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 03/06/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO Processo nº 10831.008295/200556 Despacho n.º 3201 000.235 S3C2T1 Fl. 399 2 RELATÓRIO O presente processo trata de lançamento de ofício, veiculado através de auto de infração, lavrado em 27/03/2000 (folhas 221/233), para a cobrança do II – imposto de importação, multa de ofício e multa do controle administrativo das importações; da diferença do IPI, em decorrência de alegado erro no enquadramento da mercadoria importada em EX Tarifário. Consta dos autos que a Recorrente submeteu a despacho a mercadoria descrita como máquina de comando numérico para perfilar gabinetes, com alimentador automático, banco de corte, descarregamento automático e sistema de controle de falhas, pleiteando EX Tarifário No 001 do código 8462.21.00. Foi elaborado Laudo Técnico por engenheiros credenciados junto à Alfândega de Viracopos. A fiscalização desqualificou o EXTarifário utilizado, sem entretanto alterar a classificação no código 8462.21.00, relativo às máquinas de comando numérico para enrolar, arquear, dobrar, endireitar ou aplanar. Entendendo ser adequada o enquadramento no EXTarifário utilizado, a Recorrente apresentou impugnação (fls. 160 a 176). A Segunda Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo II, julgou o lançamento procedente, nos termos do Acórdão no. 1736.235 de 17/11/2009 (fls. 342/ss). A Recorrente foi cientificada do Acórdão em 30/11/2009 (fl. 349/351). Inconformada com a decisão da autoridade julgadora administrativa, interpôs Recurso Voluntário, em 28/12/2009 (fls. 352/ss), onde aduz o seguinte: quanto aos fatos, informa que importou o equipamento denominado Washer Cabinet Forming System — Sistema Formador de Gabinete, com os benefícios do "ex" tarifário, por meio da Declaração de Importação n° 00/00892127, com classificação fiscal na NCM 8462.21.00, por tratarse de MáquinasFerramentas para Enrolar, Arquear, Dobrar, Endireitar, Aplanar Metais com Comando Numérico. Afirma, assim, que o "ex" tarifário deve ser aplicado ao equipamento importado, estando em sintonia com a classificação aduaneira que a autoriza; em preliminares, requer a insubsistência da autuação fiscal por entender que o Agente Fiscal limitouse a indicar um emaranhado de dispositivos legais sem estabelecer qualquer vínculo de fundamentação com o suposto procedimento inadequado utilizado pela empresa. Aduz, ainda, que o relatório de acusação encontrase enunciado de maneira incompleta, pois não está fundamentado, o que macula o lançamento de vício insanável, nos termos do que dispõe o artigo 142 do Código Tributário Nacional, sendo o auto de infração nulo de pleno direito; no mérito, aduz que diferentemente do que constou no Laudo objeto do presente processo, os gabinetes de máquinas de lavarem formados são completos e não poderia ser de outra forma, haja vista o projeto não conter qualquer operação durante o restante da montagem das máquinas de lavar que agreguem outras partes ou modifiquem o gabinete; a expressão "máquina.., para perfilar gabinetes ..." significa que a máquina dará a forma final do gabinete ou seja sem a operação que agrega os respaldos, barras Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/08/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 03/06/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO Processo nº 10831.008295/200556 Despacho n.º 3201 000.235 S3C2T1 Fl. 400 3 diagonais e cantoneiras, o gabinete não estará em sua forma final e portanto não está concluído. Neste caso, devese entender que a operação de agregação destes elementos faz parte de PERFILAR, não existindo, pois, quaisquer operações de montagem que dê ensejo a configurar a máquina como semiautomática; no tocante ao sistema eletroeletrônico do equipamento, afirma que o Agente Fiscal reescreveu as definições de Comando Numérico, de Comando Numérico Computadorizado e Controlador Lógico Programável constante do laudo realizado. Embora o Laudo Técnico tenha afirmado "que o sistema é dotado de comando numérico, porém para algumas operações" e "para a maioria das operações a máquina tem controle exclusivo do Controle Lógico Programável", o mesmo engenheiro Israel Gerardi, na parte que se refere às explicações acerca do laudo, afirma que "Muitas vezes, na prática os termos CNC e CLP são usados de forma indistinta embora erroneamente...” Assim, ao afirmar que o CLP e CN têm aplicações distintas, o engenheiro que elaborou o laudo, confirma que o CLP deveria existir de qualquer forma, pois este é que é responsável pela sequência de movimentos das ferramentas de corte e dobra; afirma que “perfilar gabinetes” traduzse, em um contexto geral, como a construção do perfil do gabinete da lavaroupa, e, não uma operação especifica; e, considerando ainda, que a grande maioria das operações realizadas pela máquina foram expressamente reconhecidas pelo Agente Fiscal como enquadradas no "ex" (item 01b do auto de infração), resta evidente que o enquadramento do equipamento na posição 8462.2100 é plenamente correto e o "ex" aplicável; e, ainda, que o mencionado Laudo Técnico foi realizado sem qualquer interferência ou acompanhamento efetivo dos engenheiros da Recorrente e, nem tampouco foi dada qualquer oportunidade para que a Recorrente, através de seus técnicos se manifestasse sobre o laudo realizado. Entende que houve violação ao seu direito ao contraditório e à ampla defesa. as multas em percentual de 75% do valor do suposto débito tributário e a multa de 30% sobre o valor do equipamento importado são confiscatórias; o equipamento importado foi descrito corretamente, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, sendo discutido nos presentes autos, pontos técnicos de interpretação ao seu funcionamento, sem qualquer indício de máfé ou dolo por parte da Recorrente, devendo ser aplicável ao caso o disposto na ADN n° 10/97, afastandose, assim, a multa de ofício; a multa prevista no artigo 526, II, do RA somente seria cabível se após a verificação do Agente Fiscal, a classificação do SH ou da TEC a qual o equipamento foi declarado na DI fosse alterado, ou se a Recorrente tivesse deixado de cumprir exigência ou requisito ligado ao licenciamento, o que não ocorreu no caso concreto; requer, por fim, seja dado provimento ao presente Recurso, a fim de que seja reformada a decisão recorrida ou, alternativamente, seja o julgamento convertido em diligência para a realização de prova pericial, a teor do disposto no art. 18 do Decreto n° 70.235/72, para que seja esclarecido o quesito quanto ao equipamento importado pela Recorrente ser automático, contendo operação de montagem ou não, a fim de enquadrálo nos benefícios do "ex" tarifário. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/08/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 03/06/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO Processo nº 10831.008295/200556 Despacho n.º 3201 000.235 S3C2T1 Fl. 401 4 O processo digitalizado foi sorteado e, posteriormente, distribuído a este Conselheiro Relator em 01/03/2011, na forma regimental. É o relatório VOTO Conselheiro LUÍS EDUARDO G. BARBIERI, relator: A questão central para o deslinde deste litígio fiscal reside na perfeita identificação da mercadoria importada. E, pelo que consta dos autos, persiste razoável dúvida em relação a esta questão. Registrese, por oportuno, que a Recorrente solicitou a conversão do julgamento em diligência para a realização de prova pericial, a teor do disposto no art. 18 do Decreto n° 70.235/72, para que sejam esclarecidos dois pontos relativos à identificação da mercadoria: (i) se o equipamento importado é automático e (ii) se contém operação de montagem ou não. Entendo que deve ser propiciada a ampla oportunidade para a Recorrente esclarecer os fatos, através da juntada de Laudo Técnico que possa demonstrar o seu direito, em atendimento ao princípio da verdade material. Ressaltese, entretanto, não se tratar da produção de novas provas após o prazo previsto para tal (artigos 15 e 16 do Decreto no. 70.235/72), mas sim de complementação das informações já trazidas aos autos. O princípio da verdade material referese ao dever de esclarecer o fato real, trazer aos autos a versão mais próxima possível do evento ocorrido, para que o julgador disponha de elementos seguros para a sua decisão. Ademais, são princípios constitucionais basilares que devem permear todo processo administrativo fiscal o contraditório e a ampla defesa. Referemse à possibilidade do exercício da dialética processual e têm por objeto dar oportunidade à parte demandada de produzir defesa de qualidade e indicar suas provas. Implicam no direito que tem as partes de serem ouvidas nos autos. Essa regra de equilíbrio decorre do denominado princípio da igualdade das partes, tão importante para o embate processual quanto qualquer um dos demais princípios orientadores do processo. Em face do acima exposto, nos termos dos artigos 18 e 29 do Decreto no. 70.235/72, no intuito de se identificar perfeitamente a mercadoria importada, defiro o pedido para a realização de perícia técnica (se é que ainda é possível, após tantos anos) nos equipamentos importados objeto do presente litígio, para que sejam respondidos os mesmos quesitos constantes dos pedidos de Laudos de folhas 53 e 120, quais sejam: Quesitos: 1) Identificar tipo, modelo, fabricante e país de origem da mercadoria examinada. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/08/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 03/06/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO Processo nº 10831.008295/200556 Despacho n.º 3201 000.235 S3C2T1 Fl. 402 5 2) A mercadoria examinada é uma "máquina de comando numérico para perfilar gabinetes, com alimentador automático, banco de corte, descarregador automático e sistema de controle de falhas"? 3) Acrescentar outras informações que possam ser úteis. 4) Definir o conceito de Comando Numérico, Comando Numérico Computadorizado e Controlador Lógico Programável. 5) A mercadoria está descrita como "Máquina de comando numérico para perfilar gabinetes, com alimentador automático, banco de corte, descarregamento automático e sistema de controle de falhas"; 5.1) A mercadoria examinada é uma máquina de comando numérico? — Se verdadeiro especificar as etapas onde atua e detalhar sua função. 5.2) A mercadoria tem um sistema de controle de falhas? Se positivo especificar as etapas onde atua e detalhar seu funcionamento. Desta forma, os autos devem retornar à repartição de origem Alfândega do Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas (SP) para realização da perícia técnica. Para tanto, a Recorrente deverá ser intimada para indicar e contratar instituição de renomada reputação (IPT, INT, UNICAMP, p.ex.) para realização do Laudo Técnico. Caso entenda necessário, a fiscalização poderá manifestarse sobre o novo Laudo Técnico elaborado. Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, antes da devolução do processo para julgamento. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Conselheiro Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 12/08/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 06/05/2011 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 03/06/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO
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Numero do processo: 10925.907290/2012-98
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jul 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002
INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. DO CONTRIBUINTE.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente fundamentada, não infirmada com documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 3803-005.788
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. DO CONTRIBUINTE. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente fundamentada, não infirmada com documentação hábil e idônea.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa - Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
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ICMS. INCLUSÃO. O valor do ICMS compõe a estrutura de preço da mercadoria ou produto, que corresponde ao faturamento, não podendo ser excluído na apuração da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins sem expressa disposição legal. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 INCONSTITUCIONALIDADE. ALEGAÇÕES NA ESFERA ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. A discussão sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de lei não cabe na esfera administrativa, ressalvadas as exceções à regra. (Súmula CARF nº 2). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/2002 a 31/03/2002 INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. DO CONTRIBUINTE. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente fundamentada, não infirmada com documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 72 90 /2 01 2- 98 Fl. 56DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 02/07/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório Esta Contribuinte transmitiu Declaração de Compensação (DComp) de PIS apurado no regime cumulativo, no valor de R$ 1.284,13, relativo a pagamento indevido ou maior que o devido efetuado em 13/05/2005. Despacho Decisório do DRF/Joaçaba indeferiu a DComp, tendo em vista que a partir das características do DARF discriminado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Em manifestação de inconformidade apresentada, a Contribuinte alegou que: a) a DComp referese a crédito decorrente de pagamento a maior da Cofins, em razão da inclusão do ICMS nas bases de cálculos da Cofins e do PIS; b) os arts. 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98, e o art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, apenas admitem como base de cálculo de supraditas contribuições a receita ou o faturamento, não autorizando a inclusão do ICMS em citada base de cálculo, pois o valor deste imposto constitui ônus fiscal – e não faturamento; c) o valor do ICMS está embutido no preço das mercadorias por força da legislação deste imposto1, a qual determina que sua base de cálculo seja composta do próprio tributo, constituindo o destaque mera indicação para fins de controle; d) o faturamento “é decorrente, em essência, de um negócio jurídico, de uma operação, importando, por isso mesmo, o que é recebido por aquele que a realiza, considerada a venda de mercadoria ou mesmo a prestação de serviço” e que “a base de cálculo não pode extravasar, desse modo, sob o ângulo do faturamento, o valor do negócio, ou seja, a parcela recebida com a operação mercantil ou similar”; Pugnou, ainda, que se atentasse “para o princípio da razoabilidade, pressupondose que o texto constitucional se mostre fiel, no emprego dos institutos, de Expressões e vocábulos, ao sentido próprio que eles possuem, não merecendo outras interpretações” e transcreve o art. 110, do CTN. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 02/07/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10925.907290/201298 Acórdão n.º 3803005.788 S3TE03 Fl. 57 3 Em julgamento da lide a DRJ/Belo Horizonte fez menção à regramatriz da base de cálculo das contribuições, disposta na norma dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718/98 e de outras disposições legais e concluiu não haver previsão para a exclusão do ICMS do faturamento. Buscou reforço em decisões do CARF e do STJ. A decisão foi ementada como segue: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2002 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a restituição de crédito que não se comprova existente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Cientificada da decisão em 24 de outubro de 2013, irresignada, apresentou recurso voluntário em 4 de novembro de 2013, em que reiterou os termos da manifestação de inconformidade, acrescentando o pedido de sobrestamento do julgamento, por aplicação do art. 62A do Regimento Interno do CARF, em razão de a matéria se encontrar em apreciação pelo Supremo Tribunal Federal. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. A presente controvérsia cingese à inclusão dos valores de ICMS no faturamento como base de cálculo da Cofins e do PIS/Pasep. Destaco, inicialmente, que não se pode perder de vista que a carga valorativa a se aplicar na interpretação da legislação tributária relativa a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil no exercício da competência que cabe ao CARF , deve ser dosada no âmbito do controle de legalidade a que se limitam as decisões administrativas. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, em apreciação da matéria aqui sob exame, sobresteve o julgamento do RE 240.785/MG, em 13/08/2008, em face da superveniência e da precedência da ADC nº 18/DF[1]. A propositura desta ação é do Presidente da República e o seu objeto é obter a declaração de legitimidade da inclusão na base de cálculo da Cofins e do PIS/Pasep dos valores pagos título de ICMS e repassados aos consumidores no 1 Decisão: O Tribunal sobrestou o julgamento do recurso, tendo em vista a decisão proferida na ADC 185/DF. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 13.08.2008. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 02/07/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 preço dos produtos ou serviços, pressuposta no art. 3º, § 2º, I, da Lei 9.718, de 27 de novembro de 1998[2]. Com a perda da eficácia da Medida Cautelar na dita ADC, em 21/9/2010, nada obsta o julgamento da matéria pelo CARF, razão porque não pode ser atendido o pedido de sobrestamento do presente processo. A instituição da Cofins pela LC 70/91[3] inaugurou a delimitação da palavra faturamento afirmando que o IPI não o integra, quando destacado em separado no documento fiscal. A alteração do PIS/Pasep pela MP nº 1.212/96, convertida na Lei nº 9.715/98[4], também o fez estabelecendo que nele não se incluem o IPI e o ICMS retido pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. A Lei nº 9.718/98[5] unificou a base de cálculo das contribuições e o fez destacando as grandezas que devem ser excluídas da receita bruta, a teor do seu o parágrafo segundo, entre estas o IPI e o ICMS retido pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Sabese que o ICMS é imposto que via de regra incide na entrega de mercadorias e serviços e compõe a sua estrutura de preços. Ao definirem faturamento, a LC 70/91 informa que não o integra o IPI; a Lei nº 9.715/98 informa que não o integra o IPI e o ICMS do substituto tributário; a Lei nº 9.718/98 informa que se excluem da receita bruta o IPI e o ICMS do substituto tributário. Ora, se o ICMS normal está fora desse rol de não integração/exclusão da base de cálculo, o faturamento, não há como não se considerar que ficou definido implícitamente que ele (o ICMS) integra o faturamento. Aditese que o seu histórico cálculo “por dentro”, 2 § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; 3 Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Parágrafo único. Não integra a receita de que trata este artigo, para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição, o valor: a) do imposto sobre produtos industrializados, quando destacado em separado no documento fiscal; b) das vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer título concedidos incondicionalmente. 4 Art. 3o Para os efeitos do inciso I do artigo anterior considerase faturamento a receita bruta, como definida pela legislação do imposto de renda, proveniente da venda de bens nas operações de conta própria, do preço dos serviços prestados e do resultado auferido nas operações de conta alheia. Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem as vendas de bens e serviços canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, e o imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias ICMS, retido pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. 5 § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; Fl. 59DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 02/07/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10925.907290/201298 Acórdão n.º 3803005.788 S3TE03 Fl. 58 5 segundo o ditame do DecretoLei nº 406/686 reiterado pela LC Nº 87/96[7][8].endossam esta conclusão. Exemplificando: · ICMS por dentro Tenhase, por hipótese o valor de: Mercadorias em estoque = R$ 830,00 Alíquota do ICMS = 17% Cálculo do preço de venda cujo montante final resultará no faturamento = R$ 830,00/83 % (100% 17%) = R$ 1.000,00 Valor do ICMS incluso no faturamento = 170,00 · Se o cálculo do ICMS fosse por fora O preço de venda seria o valor da mercadoria em estoque, que corresponderia ao faturamento Valor do ICMS: 830,00 x 17% = R$ 141,10; Na conformidade da formulação legal acima demonstrada o ICMS faz parte do preço da mercadoria como custo. E este é o desenho constitucional deste imposto após a declaração da constitucionalidade da LC 87/96 na decisão no RE nº 212.209/RJ, ementada na forma do transcrito abaixo: TRIBUTÁRIO. ICMS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO VALOR DO IMPOSTO COMO ELEMENTO INTEGRATIVO DA BASE DE CÁLCULO. POSSIBILIDADE JURÍDICA. A base de cálculo dos tributos e a metodologia de sua determinação, porque constituem elementos de conhecimento indispensáveis para a definição do quantum debeatur, necessariamente, devem ser estabelecidas por lei, em obediência ao princípio da legalidade (CF, arts. 146, 6 Art 2º A base de cálculo do impôsto é: § 7º O montante do impôsto de circulação de mercadorias integra a base de cálculo a que se refere êste artigo, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de contrôle. 7 Art. 13. A base de cálculo do imposto é: § 1o Integra a base de cálculo do imposto, inclusive na hipótese do inciso V do caput deste artigo: (Redação dada pela Lcp 114, de 16.12.2002) I o montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle; § 2º Não integra a base de cálculo do imposto o montante do Imposto sobre Produtos Industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. 8 A LC nº 87/96, distintamente da LC nº 406/67, dispõe que integra a base de cálculo do ICMS além do próprio imposto o montante do IPI, exceto quando a operação, realizado entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou comercialização, configurar fato gerador de ambos os impostos. Fl. 60DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 02/07/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 III, “a”, 150, I, e CTN, art. 97, IV). Inexiste inconstitucionalidade ou ilegalidade, se a própria lei complementar e a lei local permitem que entre os elementos componentes e formativos da base de cálculo do ICMS se inclua o valor do próprio imposto. É demais sabido que a ampliação do conceito de faturamento pelo § 1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98 foi foco da disputa que resultou na declaração da sua inconstitucionalidade pelo STF, prevalecendo a definição abrangente apenas das receitas provenientes das vendas de mercadorias e serviços pertinentes ao objeto social da atividade da pessoa jurídica. Em vista de subsistir uma definição legal de faturamento que permite considerar nele contido o ICMS normal segundo os dispositivos acima destrinçados , o Supremo Tribunal Federal ao fixar o seu conteúdo com a declaração de inconstitucionalidade do § 1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, poderia ter declarado a inconstitucionalidade, sem redução de texto, do § 2º do mesmo artigo, por deixar de inserir no rol das exclusões da receita bruta o ICMS normal. Se aquela Corte tinha a prerrogativa de fazêlo e não o fez, para tornar livres de mais questionamentos os seus contornos, o juízo que proferiu, tendo como alvo apenas o art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, ao contrário de se reputálo omisso, endossa o entendimento de inclusão do ICMS no faturamento. Entender diferente está a depender de novo posicionamento daquele Tribunal. A idéia sobre a qual se funda o grito pela exclusão do ICMS do faturamento é a de que o imposto é ‘cobrado’ do comprador pelo vendedor, e, assim, representa um ônus tributário que é repassado ao Estado; logo, por não configurar circulação de riqueza, não ingressa no patrimônio do alienante, não podendo ser considerado receita do vendedor. Esta é a suma da tese que sustenta o voto do Min. Marco Aurélio no RE nº 240.785/MG. A tese já foi contraposta com sólido argumento por Hugo de Brito Machado[9], ao qual me filio. Defende ele que o entendimento segundo o qual o valor do ICMS componente do preço é receita do Estado é um equívoco conceitual relacionado à sujeição passiva do ICMS. O vendedor é o contribuinte de direito, não atua como um intermediário entre o comprador e o Estado, e os custos com o pagamento do imposto são custos seus e não do adquirente. O ônus correspondente ao valor do imposto é suportado pelo adquirente somente por meio do pagamento do preço, que é a contrapartida do fornecimento de mercadorias e serviços. Resultante dessa continência, tal valor ingressa no patrimônio do alienante e compõe o seu faturamento[10]. Apesar de ser voto minoritário no julgamento do RE 240.785/MG o Ministro Eros Grau manifestouse nesse mesmo sentido, verbis: O Min. Eros Grau, em divergência, negou provimento ao recurso por considerar que o montante do ICMS integra a base de cálculo da COFINS, porque está incluído no 9 Citado por Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, in A inclusão do ICMS na Base de Cálculo da COFINS, disponível em http://jus.com.br/artigos/9674/ainclusaodoicmsnabasedecalculodacofins/2; data de acesso: 22.12.2013. 10 No ICMSST o empresário que promove a saída do produto é o contribuinte de direito. No entanto, a Lei de Normas Gerais do ICMS, LC 87/96, ao manter na relação jurídica tributária o adquirente, por legitimálo para repetir indébito ou pagamento a maior do imposto recolhido pelo substituto, subverte a lógica própria desse regime e faz com que o vendedor atue como intermediário entre o comprador e o Estado e torna de terceiro os custos com o pagamento do imposto e de natureza tributária o ônus correspondente ao valor do imposto suportado pelo adquirente. Penso que daí a sua legitimação para não integrar o faturamento o ICMS retido pelo vendedor. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 02/07/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10925.907290/201298 Acórdão n.º 3803005.788 S3TE03 Fl. 59 7 faturamento, haja vista que é imposto indireto que se agrega ao preço da mercadoria. Ser o ICMS custo que se adere à estrutura do preço do produto ou de certos serviços e, via de consequência, integra o faturamento, e não um ônus tributário do adquirente do qual se desincumbe perante o Estado por intermédio do repasse a este feito pelo vendedor, é demonstrado por implicações de ordem sancionatória, segundo as hipóteses abaixo: a) a falta de inclusão do ICMS no valor da operação, com a subsequente falta de destaque do imposto e de posterior recolhimento, não afeta a relação jurídica de sujeição passiva tributária, havendo de ser exigido do vendedor o imposto e seus consectários; b) a inclusão do ICMS no valor da operação e a subsequente falta de emissão da nota fiscal não configura o crime de apropriação indébita, mas o de sonegação fiscal, previsto art. 1º, V, da Lei nº 8.137/90 e no art. 71, I, da Lei nº 4.502/65, cujo procedimento fiscal terá como sujeito passivo o vendedor. Por fim, nesta segunda fase recursal, a Recorrente nenhum elemento anexa referente às provas, cujo ônus é seu. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das sessões, 25 de março de 2014 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 62DF CARF MF Impresso em 07/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 02/07/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10855.903787/2009-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Data do fato gerador: 31/08/2003
CRÉDITO DO CONTRIBUINTE. DIREITO À RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PROVA. FALTA DE APRESENTAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
O reconhecimento do direito de crédito do contribuinte pelo pagamento indevido de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal depende da apresentação de prova da sua ocorrência, por meio de documento e demais efeitos contábeis e fiscais hábeis a comprová-lo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-01.806
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Nome do relator: Ricardo Paulo Rosa
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/08/2003 CRÉDITO DO CONTRIBUINTE. DIREITO À RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PROVA. FALTA DE APRESENTAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. O reconhecimento do direito de crédito do contribuinte pelo pagamento indevido de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal depende da apresentação de prova da sua ocorrência, por meio de documento e demais efeitos contábeis e fiscais hábeis a comprová-lo. Recurso Voluntário Negado
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DIREITO À RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PROVA. FALTA DE APRESENTAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. O reconhecimento do direito de crédito do contribuinte pelo pagamento indevido de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal depende da apresentação de prova da sua ocorrência, por meio de documento e demais efeitos contábeis e fiscais hábeis a comprová lo. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Relator. EDITADO EM: 04/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Winderley Morais Pereira. Ausentes, momentaneamente, os Conselheiros Helder Massaaki Kanamaru e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 37 87 /2 00 9- 11 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 22/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório, em que foi apreciada a Declaração de Compensação (PER/DCOMP) de fl. 01, por intermédio da qual a contribuinte pretende compensar débito de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo (PIS/PASEP nãocumulativo – código de receita: 6912). Por intermédio do despacho decisório de fl. 02, não foi reconhecido direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, nãohomologada a compensação declarada no presente processo, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, “não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Irresignada, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade de fls. 05/09, acompanhada dos documentos de fls. 10/86, na qual alega, em apertada síntese, que: a) o crédito decorre do fato de a empresa não ter considerado todas as notas fiscais do período que acabaram por ser canceladas; b) por não ter abatido do conceito de faturamento da empresa o valor referente às notas fiscais canceladas, a empresa apurou no período um saldo de PIS maior que o correto; c) em decorrência deste pagamento a maior, a empresa efetuou o pedido de compensação, que não foi homologado ao argumento de que o DARF mencionado não continha nenhum valor referente ao pagamento a maior; d) o saldo apurado reflete exatamente o quanto está informado na DIPJ da empresa que foi retificada e reenviada à Receita Federal, como demonstra a cópia em anexo; e) a empresa apurou os respectivos créditos e protocolou o pedido de restituição, tendo sido notificada agora da não homologação do pedido; h) a Lei nº 9.430/96 permite ao contribuinte a compensação aqui pretendida; i) o procedimento adotado pelo contribuinte está correto, pois não mais subsiste a impossibilidade de compensação de tributos pelo critério da identidade de espécie e destinação constitucional; j) a compensação do excesso pago ao PIS deverá ser entre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; k) o valor excedente recolhido ao PIS transformouse em crédito inominado da requerente, não mais se trata de tributo ou contribuição para a seguridade social. Ao final, requer o recebimento da presente manifestação de inconformidade para que a referida compensação seja considerada homologada. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 31/08/2003 RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. O reconhecimento do indébito depende da efetiva comprovação do alegado recolhimento indevido ou maior do que o devido. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 22/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10855.903787/200911 Acórdão n.º 3102001.806 S3C1T2 Fl. 3 3 Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a empresa apresenta Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Reitera ter apurado equivocadamente, no mês de agosto de 2003, o valor de R$ 14.387,44 devido a título de Contribuição para o PIS/PASEP. Que esse valor foi declarado, pago e posteriormente retificado na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ, gerando o direito ao crédito utilizado no presente. Que, por lapso, deixou de retificar a DCTF, providência que não pode mais adotar, pelo transcurso do prazo de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte à declaração – IN RFB 1.110/10, artigo 9º, parágrafo 5º. Contudo, entende que, conforme jurisprudência deste CARF, “eventuais equívocos no preenchimento de declaração não tem o condão de ‘criar’ fatos geradores de tributos”. Ainda mais, entende que a DIPJ constitui prova de que o valor nela expresso representa o quantum devido. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do Recurso. As decisões desta Turma de Julgamento nos processos que versam sobre o direito à repetição do indébito recusado na instância a quo pela falta de retificação ou retificação extemporânea da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF têm sido tomadas partindose da premissa de que a correção pode ser feita mesmo depois do Despacho Decisório, desde que a contribuinte apresente as provas do direito reclamado. Em algumas situações, uma vez que a decisão de piso foi fundamentada, exclusivamente, na impossibilidade de retificação da DCTF depois da decisão em proferida pela Delegacia da Receita Federal preparadora, a prejudicial é afastada e o processo é baixado em diligência para análise do mérito. Não é o caso dos autos. Em primeiro lugar, como resta incontroverso da leitura do excerto da decisão de piso abaixo transcrito, a Recorrente em nenhum momento pretérito (como também não o fez quando da interposição do Recurso Voluntário), apresentou qualquer documento hábil a comprovar o direito à restituição, mesmo que essa falta tenha sido textualmente informada, conforme teor do Voto condutor da decisão recorrida, a seguir. Por outro lado, se há contradição e desejando a recorrente fazer valer montante diverso daquele regularmente declarado incumbialhe, nesta fase processual, apresentar provas que permitissem albergar sua tese de inexistência ou redução do débito declarado. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 22/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 4 Neste contexto, portanto, os registros contábeis e demais documentos fiscais acerca da base de cálculo do PIS, originais contemporâneos aos fatos questionados, são indispensáveis para que se comprove a alegação aqui firmada pela contribuinte. Daí porque é imprescindível que venham aos autos as provas, mesmo porque a contribuinte é pessoa jurídica sujeita ao regime do Lucro Real, para a qual a lei exige contabilidade regular. Diante disto, é importante ressaltar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática em todos os seus limites, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado, tudo de forma a ratificar a base de cálculo do PIS no mês, o pagamento efetuado e o indébito pleiteado. À vista dos elementos dos autos, forçoso concluir que a pretensão da recorrente não logra êxito, porquanto esta não apresentou qualquer prova documental e contábil que abrigassem o alegado erro de base de cálculo do tributo (PIS) Por outro lado, ainda que boa parte da jurisprudência administrativa considere irrelevante a retificação da DCTF quando, por outros meios de prova, o administrado logra êxito em comprovar seu direito à devolução da quantia paga indevidamente, é de se esperar que, ao mesmo tempo em que provas do direito alegado sejam apresentadas, algum esforço seja feito com vistas à correção desse equívoco, o que, no vertente caso, também não ocorreu. Quanto a isso, não vejo como a retificação apenas da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ tivesse o condão de suprir a falta representada pela informação equivocada na DCTF. Como dito no processo, a DIPJ não constitui confissão de dívida. É fato a retificação da DCTF somente é considerada eficaz se, ao mesmo tempo, a DIPJ seja retificada. Contudo, a retificação apenas dos dados nela informados nenhum efeito tem sobre a confissão da dívida representada pela DCTF. Ausentes elementos que demonstrem o direito pleiteado pela Recorrente, VOTO POR NEGAR provimento ao Recurso Voluntário. Sala de Sessões, 21 de março de 2013. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 24/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 22/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 10907.002384/2005-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 30 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II
Data do fato gerador: 14/07/2004
TRÂNSITO ADUANEIRO DE PASSAGEM. FATO GERADOR. OCORRÊNCIA.
O Imposto de Importação incide sobre mercadoria estrangeira entrada no território aduaneira, em trânsito aduaneiro de passagem para outro país, cujo extravio tenha sido apurado em ato de Vistoria Aduaneira.
FALTA DE MERCADORIA. RESPONSABILIDADE. TRANSPORTADOR.
É do transportador a responsabilidade sobre as mercadorias recebidas no exterior para transporte, cuja falta for apurada no momento da descarga no porto do país de destino.
PIS/PASEP. COFINS. IMPORTAÇÃO. FALTA DE MERCADORIAS MANIFESTADAS. INCIDÊNCIA.
O fato gerador da contribuição para o PIS/PASEP importação e da COFINS importação é a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro, assim considerados aqueles que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apurado pela administração aduaneira.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-00.771
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Matéria: II/IE/IPIV - ação fiscal - penalidades (isoladas)
Nome do relator: Ricardo Paulo Rosa
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FATO GERADOR. OCORRÊNCIA. O Imposto de Importação incide sobre mercadoria estrangeira entrada no território aduaneira, em trânsito aduaneiro de passagem para outro país, cujo extravio tenha sido apurado em ato de Vistoria Aduaneira. FALTA DE MERCADORIA. RESPONSABILIDADE. TRANSPORTADOR. É do transportador a responsabilidade sobre as mercadorias recebidas no exterior para transporte, cuja falta for apurada no momento da descarga no porto do país de destino. PIS/PASEP. COFINS. IMPORTAÇÃO. FALTA DE MERCADORIAS MANIFESTADAS. INCIDÊNCIA. O fato gerador da contribuição para o PIS/PASEP importação e da COFINS importação é a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro, assim considerados aqueles que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apurado pela administração aduaneira. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente Ricardo Paulo Rosa – Relator Fl. 1DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Assinado digitalmente em 06/07/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10907.002384/200568 Acórdão n.º 310200.771 S3C1T2 Fl. 2 2 Participaram da Sessão de Julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Beatriz Veríssimo de Sena, José Fernandes do Nascimento, Luciano Pontes de Maya Gomes e Nanci Gama. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Trata o presente processo da Notificação de Lançamento de fls. 01 a 10 por meio dos quais são feitas as seguintes exigências contra Cia Libra de Navegação CNPJ – nº 42.581.413/001986: fls. 01 a 06 1)RS 1.061,88 (mil e sessenta e um reais e oitenta c oito centavos) de Imposto de Importação (II); 2) R$ 530,94 (quinhentos e trinta reais e noventa e quatro centavos) de multa proporcional ao valor do imposto incidente sobre a importação da mercadoria ou o que incidiria se não houvesse isenção ou redução, no percentual de 50% (cinqüenta por cento), pelo extravio ou falta de mercadoria, inclusive apurado em ato de vistoria aduaneira, nos termos do art. 106,1!, "d", do Decretolei nº 37, de 18/11/1966 DOU 21/11/1966; fl.07 3) R$ 1.433,40 (mil quatrocentos e trinta e três reais e quarenta centavos) de Imposto sobre Produtos Industrializados (1PI), aplicados nos produtos importados; fl. 08 4) R$ 311,24 (trezentos e onze reais e vinte e quatro centavos) de Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços PIS/PASEP Importação, nos termos dos arts.1% 32. I; 0,1; 5g, I; 79,[; 82, I; 13, 1; 19 e20 da Lei nº 10.865 de 30/04/2004 DOU 30/0412004 ed. extra; fl 09 5)RS 1.433,57 (mil quatrocentos e trinta e trés reais e cinqüenta e sete centavos) de Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior COFINS Importação, nos termos dos arts. 12; Conforme consta na Descrição dos Fatos e Enquadramentos Legais de fl. 03 o motivo das exigências deveuse ao fato de que houve pedido de Vistoria Aduaneira (fls. 12 a 13). Segundo o que consta à fl. 12 a Comissão de Vistoria concluiu que a transportadora foi a responsável pelas faltas de mercadorias apuradas. A Notificada foi demandada na condição de representante de transportador estrangeiro no Brasil. Efetuado o lançamento e intimada a autuada em 01/06/2007 (fl. 21) em 05/06/2007 ela ingressou com a impugnação de fls. 22 a 27 por meio da qual alega em síntese: Fl. 2DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Assinado digitalmente em 06/07/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10907.002384/200568 Acórdão n.º 310200.771 S3C1T2 Fl. 3 3 a peticionária está sofrendo dupla penalidade haja vista que já foi autuada pela RFB no processo nº 10907.002384/200568; quanto ao mérito há que se salientar que o tipo de contrato de transporte foi o FCL/FCL também conhecido como housetohouse e nesse tipo de transporte a transportadora não pode ser responsabilizada por eventuais faltas de mercadorias quando o lacre e está intacto (apresenta ementas do Egrégio Terceiro Conselho de Contribuintes às fls. 25/26 para embasar sua tese); ademais, a exigência em questão tem por base o art. 32, parágrafo único do Decreto n°2.47211988 (sic) cuja inconstitucionalidade já foi consagrada pelo Superior Tribunal de Justiça. Pede o cancelamento da exação. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a autuada apresenta recurso a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Sustenta não haver como atribuir a falta de mercadorias a um amassamento lateral no container, sem que haja no mesmo um corte ou uma abertura para a saída do produto nele acondicionado e que os lacres encontravamse intactos no momento da vistoria. Assevera que a avaria se deu pelo movimento da carga que não foi estufada adequadamente e que o indício de violação referido no inciso II do artigo 592 do Regulamento Aduaneiro – Decreto 4.543/02 não ocorreu no caso concreto. Também considera não haver que se falar em prejuízo a Fazenda Nacional, na medida em que o imposto de importação não seria pago no Brasil, pois o importador não é brasileiro e a mercadoria não estava destinada ao consumo interno, apenas transitaria pelo território nacional, com destino ao Paraguai. Entende não existir base lógica ou legal para lançar contra o transportador marítimo, ou contra quem quer que seja, senão o importador, o valor das contribuições para o PIS PASEP e que tais tributos não incidem no caso de mercadorias avariadas destruídas sob controle aduaneiro, antes de despachadas para consumo. Também não aceita a multa exigida sobre o valor das contribuições não pagas. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. A responsabilidade tributária em epígrafe está prevista no artigo 41 do DecretoLei nº 37/66, hoje reproduzido no artigo 661 do Regulamento Aduaneiro – Decreto 6.759/09. Art. 661. Para efeitos fiscais, é responsável o transportador quando houver (DecretoLei no 37, de 1966, art. 41): Fl. 3DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Assinado digitalmente em 06/07/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10907.002384/200568 Acórdão n.º 310200.771 S3C1T2 Fl. 4 4 I substituição de mercadoria após o embarque; II extravio de mercadoria em volume descarregado com indício de violação; (grifos meus) III avaria visível por fora do volume descarregado; IV divergência, para menos, de peso ou dimensão do volume em relação ao declarado no manifesto, no conhecimento de carga ou em documento de efeito equivalente, ou ainda, se for o caso, aos documentos que instruíram o despacho para trânsito aduaneiro; (grifos meus) V extravio ou avaria fraudulenta constatada na descarga; e (...) A recorrente afirma que o lacre de origem estaria intacto no momento da vistoria; contudo, consta do auto de infração que o pedido de Vistoria decorreu de divergência no lacre de origem, e a Comissão designada efetivamente constatou a falta de mercadorias embarcadas. Outrossim, para efeitos fiscais, o transportador é responsável pela mercadoria embarcada sem ressalvas, não produzindo qualquer efeito as convenções firmadas entre particulares ou as ressalvas destinadas a salvaguardar as responsabilidades das partes envolvidas. O próprio Código Tributário Nacional referese aos efeitos das convenções particulares no artigo 123, mesmo quando versem sobre a responsabilidade pelo pagamento de tributos. Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Ainda mais, se, como defende, a avaria se deu pelo movimento da carga que não foi estufada adequadamente resta incontroverso que os problemas de fato ocorreram enquanto a carga estava sob seus cuidados, cabendo ao transportador adotar as medidas de acautelamento necessárias. A insurgência quanto à tributação de mercadorias apenas em trânsito pelo país, destinadas ao Paraguai, também não merece ser acolhida. A matéria é disciplinada no art. 1º do Decretolei 37/66 em seu parágrafo 4º e inciso II. TÍTULO I Imposto de Importação CAPÍTULO I Incidência Art.1º O Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem como fato gerador sua entrada no Território Nacional. § 1º Para fins de incidência do imposto, considerarseá também estrangeira a mercadoria nacional ou nacionalizada exportada, que retornar ao País, salvo se: Fl. 4DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Assinado digitalmente em 06/07/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10907.002384/200568 Acórdão n.º 310200.771 S3C1T2 Fl. 5 5 a) enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado; b) devolvida por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição; c) por motivo de modificações na sistemática de importação por parte do país importador; d) por motivo de guerra ou calamidade pública; e) por outros fatores alheios à vontade do exportador. § 2º Para efeito de ocorrência do fato gerador, considerarse á entrada no Território Nacional a mercadoria que constar como tendo sido importada e cuja falta venha a ser apurada pela autoridade aduaneira. § 3º Para fins de aplicação do disposto no § 2º deste artigo, o regulamento poderá estabelecer percentuais de tolerância para a falta apurada na importação de granéis que, por sua natureza ou condições de manuseio na descarga, estejam sujeitos à quebra ou decréscimo de quantidade ou peso. § 4o O imposto não incide sobre mercadoria estrangeira: I avariada ou que se revele imprestável para os fins a que se destinava, desde que seja destruída sob controle aduaneiro, antes de despachada para consumo, sem ônus para a Fazenda Nacional; II em trânsito aduaneiro de passagem, acidentalmente destruída; ou (grifos meus) III que tenha sido objeto de pena de perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida. Como fica claro, a hipótese de não incidência não contempla toda a mercadoria em trânsito de passagem pelo país, mas apenas aquela que tenha sido acidentalmente destruída. A contatio sensu, não ocorrendo a destruição das mercadorias, considerase ocorrido o fato gerador do imposto na entrada das mesmas no território nacional, havendo, por conseguinte, incidência tributária. Ainda mais, a mercadoria nem mesmo ingressou no referido trânsito de passagem. Por fim, não tem melhor sorte a recorrente ao defender a inexistência de base lógica ou legal para o lançamento das contribuições para o PIS PASEP e da COFINS em nome do transportador. O assunto está hoje regulamentado no Decreto 6.759/09, que faz remissão à base legal correspondente, como a seguir descrito. CAPÍTULO II DO FATO GERADOR Art. 251. O fato gerador da contribuição para o PIS/PASEPImportação e da COFINSImportação é a entrada de bens estrangeiros no território aduaneiro (Lei no 10.865, de 2004, art. 3o, caput, inciso I). Fl. 5DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Assinado digitalmente em 06/07/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10907.002384/200568 Acórdão n.º 310200.771 S3C1T2 Fl. 6 6 § 1o Para efeito de ocorrência do fato gerador, consideramse entrados no território aduaneiro os bens que constem como tendo sido importados e cujo extravio venha a ser apurado pela administração aduaneira (Lei no 10.865, de 2004, art. 3o, § 1o). (...) Art. 252. Para efeito de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP Importação e da COFINSImportação, considerase ocorrido o fato gerador (Lei no 10.865, de 2004, art. 4o, caput): (...) II no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bens constantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria tenha sido apurado pela autoridade aduaneira; e (...) DOS CONTRIBUINTES E DOS RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS Art. 254. É contribuinte da contribuição para o PIS/PASEPImportação e da COFINSImportação (Lei no 10.865, de 2004, art. 5o, caput e parágrafo único): (...) Art. 255. São responsáveis solidários (Lei no 10.865, de 2004, art. 6o): (...) II o transportador, quando transportar bens procedentes do exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno; III o representante, no País, do transportador estrangeiro; (...) Já no que diz respeito aos protestos dirigidos à multa aplicada sobre o valor não pago destas contribuições, fica claro da leitura tanto do auto de infração quanto do relatório de primeira instância, neste voto transcrito, que o lançamento do IPI, PIS/PASEP e COFINS não foi acrescentado de nenhum tipo de multa, restando sem efeito a reclamação da recorrente. Por todo o exposto, VOTO POR NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário apresentado. Sala das Sessões, em 30 de setembro de 2010. Ricardo Paulo Rosa. – Relator. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Assinado digitalmente em 06/07/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10907.002384/200568 Acórdão n.º 310200.771 S3C1T2 Fl. 7 7 Fl. 7DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA Assinado digitalmente em 06/07/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, 21/06/2011 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 15540.000014/2008-59
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu May 14 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2003
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PESSOA JURÍDICA EXTINTA. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO.
A pessoa jurídica formal e regularmente extinta não tem existência no mundo jurídico, e deve ser excluída do pólo passivo de lançamento efetuado após sua liquidação. Sendo a pessoa jurídica extinta o único sujeito passivo apontado pelo Fisco no lançamento, não pode este subsistir. É inadmissível a lavratura de auto de infração contra pessoa jurídica regularmente extinta, à data da ciência do lançamento.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9101-001.806
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade dos votos, recurso conhecido em parte e, no mérito, na parte conhecida, negado provimento. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Susy Gomes Hoffmann, sendo substituída pelo Conselheiro Paulo Roberto Cortez (suplente convocado) e o Conselheiro João Carlos de Lima Júnior, sendo substituído pela Conselheira Meigan Sack Rodrigues (suplente convocada).
(Assinado digitalmente)
Henrique Pinheiro Torres - Presidente Substituto
(Assinado digitalmente)
Marcos Vinícius Barros Ottoni Redator Ad Hoc - Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente - Substituto), Marcos Aurélio Pereira Valadão, José Ricardo da Silva, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Karem Jureid1ni Dias, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Paulo Roberto Cortez (Suplente Convocado) e Meigan Sack Rodrigues (Suplente Convocada). Ausentes, Justificadamente, Os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), João Carlos De Lima Júnior, Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente).
Nome do relator: JOSE RICARDO DA SILVA
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2003 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PESSOA JURÍDICA EXTINTA. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. A pessoa jurídica formal e regularmente extinta não tem existência no mundo jurídico, e deve ser excluída do pólo passivo de lançamento efetuado após sua liquidação. Sendo a pessoa jurídica extinta o único sujeito passivo apontado pelo Fisco no lançamento, não pode este subsistir. É inadmissível a lavratura de auto de infração contra pessoa jurídica regularmente extinta, à data da ciência do lançamento. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade dos votos, recurso conhecido em parte e, no mérito, na parte conhecida, negado provimento. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Susy Gomes Hoffmann, sendo substituída pelo Conselheiro Paulo Roberto Cortez (suplente convocado) e o Conselheiro João Carlos de Lima Júnior, sendo substituído pela Conselheira Meigan Sack Rodrigues (suplente convocada). (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente Substituto (Assinado digitalmente) Marcos Vinícius Barros Ottoni – Redator Ad Hoc Designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 54 0. 00 00 14 /2 00 8- 59 Fl. 1052DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente Substituto), Marcos Aurélio Pereira Valadão, José Ricardo da Silva, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Karem Jureid1ni Dias, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Paulo Roberto Cortez (Suplente Convocado) e Meigan Sack Rodrigues (Suplente Convocada). Ausentes, Justificadamente, Os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), João Carlos De Lima Júnior, Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente). Relatório Cientificada da decisão de Segunda Instância, em 03/10/2012 (fl. 1003), a Fazenda Nacional, por seu procurador legalmente habilitado apresenta, tempestivamente, em 05/10/2012, Recurso Especial às fls. 1006/1013, para a 1ª Turma de Julgamento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, pleiteando a reforma da decisão proferida pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, através do Acórdão nº 130100.713, de 19/10/2011 (fls. 985/989) cuja decisão, por maioria de votos, negou provimento ao recurso de ofício interposto pela autoridade julgadora de primeira instância. O pleito da Fazenda Nacional busca amparo nos artigos 67 e 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010. Consta dos autos que contra a contribuinte, Higicenter Comércio e Distribuição Ltda., foi lavrado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Niterói RJ, em 31/12/2007, o Auto de Infração de IRPJ e outros, com ciência pessoal, em 31/12/2007 (fl. 05) exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 17.367.494,52, a título de tributo, acrescidos da multa de lançamento de ofício normal de 75% e dos juros de mora de, no mínimo, de 1% ao mês, calculados sobre o valor do tributo e contribuição, referente ao exercício de 2003, correspondente ao anocalendário de 2002. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização, onde a autoridade fiscal lançadora entendeu haver omissão de receitas e depósitos não escriturados. Infração capitulada no art. 24 da Lei nº 9.249, de 1995; arts. 2°, § 2°, 3°, § 1°, alínea "a", 5°, 7°, § 1°, 18, da Lei n° 9.317, de 1996; art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996; art. 3º da Lei nº 9.732, de 1998.e arts. 186, 188 e 199, do RIR/99. O AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela constituição do crédito tributário lançado esclarece, através do próprio Auto de Infração (fls. 05/62), entre outros, os seguintes aspectos: que o lançamento de ofício é levado a efeito, a fim de salvaguardar os interesses da Fazenda Nacional, em virtude de o contribuinte ter mantido em contas correntes de diversas instituições financeiras valores superiores ao declarado e constante de Declaração Anual Simplificada apresentada para o Exercício de 2003, anocalendário de 2002 (ND 9291278); Fl. 1053DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 4 3 que a sociedade empresária não logrou, no curso da ação fiscal, justificar a origem da diferença entre o que foi movimentado em bancos e o montante efetivamente declarado, levando à presunção legal, via de consequência, de que omitiu parte de receitas advindas de sua operacionalidade no ano de 2002; que a pessoa jurídica manteve, no ano de 2002, contascorrentes nas seguintes instituições financeiras, conforme documentação comprobatória em anexo: Banco do Brasil, Banco Industrial e Comercial, Banco Mercantil do Brasil, Banco Rural, Unibanco, Banco Alvorada, Banco Safra, Banco Itaú, Banco Sofisa, Banco Sudameris, Banco Mercantil de São Paulo e Banespa. A movimentação financeira não foi escriturada no Livro Caixa, e os créditos superam a receita declarada, no ano de 2002, sem que fosse justificada a origem de tais créditos. Impugnado, tempestivamente, o lançamento, em 30/01/2008 (fls. 867/886), instruído pelos documentos de fls. (887/948) e após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pela impugnante a 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Rio de Janeiro I RJ, em 07/10/2008, decide julgar nulo o lançamento e excluir o crédito tributário lançado (fls. 965/972), lastreado, em síntese, nos seguintes argumentos básicos: que apresento o presente voto por divergir do Ilustre Relator do processo, convicção de que no presente caso estamos diante de uma nulidade insuperável, sendo incabível analisar o mérito com base no que dispõe o § 3º do art. 59 do Decreto n° 70.235/72; que a nulidade e o mérito não aproveitam ao mesmo sujeito passivo, como determina o dispositivo legal trazido à análise, visto que a declaração de nulidade do lançamento por erro de identificação do sujeito passivo aproveita em favor daquele a quem foi indevidamente dirigido o lançamento, que no presente caso é a pessoa jurídica extinta, enquanto a análise de mérito, reconhecendo a decadência de parte dos fatos geradores lançados, beneficiaria o responsável pela pessoa jurídica extinta, que é a quem deveria ter sido direcionado o lançamento. Portanto, preliminar e mérito dizem respeito a sujeitos passivos diferentes, deixando de satisfazer ao previsto no § 3° do art. 59 do Decreto n° 70.235/72; que a teor do § 3° do art. 59 do Decreto n° 70.235/72, somente deveria ser enfrentado o mérito caso fosse ultrapassada total ' ente a nulidade, que não seria mais pronunciada. Como a decadência, como questão de mérito, não atinge todo o lançamento, mas apenas parte dos fatos geradores lançados, não haveria como preliminarmente declarar a nulidade por erro de sujeição passiva sem incluir todos os fatos geradores lançados, já que a questão preliminar deve ser analisada antes do mérito e a nulidade suscitada está presente em todos os fatos geradores lançados. O lançamento não resistiria sequer às preliminares, sendo desnecessário enfrentar o mérito da autuação; que pelo exposto, concordo com os termos do voto do relator, para entender que deve ser declarada a nulidade do lançamento, por erro de sujeição passiva, entretanto, entendo que não se deve enfrentar o mérito da autuação. Desta decisão o Presidente da Turma Julgadora interpôs Recurso de Ofício, nos termos da legislação de regência, o qual, ao ser apreciado pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, através do Acórdão nº 1301–00.713, de 19/10/2011 (fls. 985/989), resolveu, por maioria de votos, Fl. 1054DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 5 4 confirmar a decisão de primeira instância para declarar nulo o lançamento, conforme se verifica de sua ementa e decisão: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário 2002 NULIDADE. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. PESSOA JURIDICA EXTINTA. É inadmissível a lavratura de auto de in fração contra pessoa jurídica regularmente extinta, à data da ciência do lançamento. Lançamento Nulo Cientificada, formalmente, da decisão de Segunda Instância, em 03/10/2012, conforme Termo constante à fl. 1003, a Fazenda Nacional, através do seu representante legal, interpôs, de forma tempestiva (05/10/2012), o seu Recurso Especial de fls. 1006/1013, com amparo nos artigos 67 e 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010., qual seja, a demonstração da contrariedade à lei ou à evidência da prova, no qual demonstra irresignação contra a decisão supra ementada, baseado, em síntese, nas seguintes considerações: que a primeira divergência referese à afirmada impossibilidade de se promover lançamento contra pessoa jurídica extinta. Em sentido diametralmente oposto ao esposado pela Câmara recorrida, a Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes (Ac. 10514234) e a Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (Ac. 20177029) decidiram ser possível a formalização de exigência tributária em nome de sociedade extinta; que no que toca a questão da (impossibilidade de formalização do lançamento contra pessoa jurídica extinta, a decisão da e. Câmara a quo diverge da decisão proferida pela Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, constante do Acórdão n 10514234 (Doc. 1); que ainda que se conclua existir erro na identificação do sujeito passivo, merece reforma o r. acórdão. Isso porque caso se reconheça a existência de vício no lançamento, esse terá natureza formal (e não material); que nesse sentido, invocamse como paradigmas os acórdãos 303 30909 (Doc. 3) e 30133686 (Doc. 4) que, diversamente da posição adotada pela e. Câmara a quo, entenderam que, concluindose pela existência de erro na identificação do sujeito passivo, esse vicio terá natureza formal, capaz de ensejar apenas a nulidade do lançamento, repitase, por vicio de forma, mas não a improcedência total da exigência; que o entendimento de que, em casos como os dos autos, o lançamento pode recair sobre a pessoa jurídica extinta, já foi confirmado anteriormente por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, como vimos nos acórdãos paradigmas 10514234 e 201 77029, acima transcritos; Fl. 1055DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 6 5 que se registre que a liquidação da sociedade não lhe retira a condição de contribuinte, nos termos do art. 121 do Código Tributário Nacional. Assim, correto o procedimento da fiscalização que efetuou o lançamento em nome da pessoa jurídica, pois esta é que compunha a relação jurídica tributária a ensejar a exação sob exame. Nada obstante, os antigos sócios da empresa responderão solidariamente pelas obrigações tributárias da empresa, caso essa não satisfaça suas obrigações, de acordo com o art. 134, VII, do CTN; que, portanto, sendo o caso de liquidação de sociedade de capital ou sociedade de pessoas, o certo é que liquidada/extinta, tal fato, por si só, não conduz à nulidade do lançamento por erro na identificação do sujeito passivo; que, contudo, mesmo que essa eg. Turma assim não entenda, concluindo pela existência de erro na identificação do sujeito passivo, impõese a reforma do acórdão recorrido para que seja declarada a nulidade formal do lançamento. É que o citado vício, acaso existente, terá natureza formal (e não material). Seguem abaixo os acórdãos paradigmas apresentados (fl. 1009), do qual de transcreve as respectivas ementas na parte que interessa: Acórdão 30330909 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL NULIDADE VÍCIO FORMAL ILEGITIMIDADE DO SUJEITO PASSIVO. Constatado vicio formal, por erro na identificação do sujeito passivo, deve ser declarada, de oficio, a nulidade do auto de infração, por não observância do disposto no art. 142 do CTN. RECURSO DE OFÍCIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO." Acórdão 30133686 "Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR Exercício: 2002 NULIDADE ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. É nulo, por vicio formal, de lançamento constituído mediante auto de infração lavrado em face de sujeito passivo diverso daquele elencado pela norma tributária. RECURSO DE OFÍCIO NEGADO" Após o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial da Fazenda Nacional o Presidente da então 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais exarou o Despacho nº 006/2013, de 03/01/2013 (fls. 01/05), dando seguimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, por satisfazer aos pressupostos regimentais. Ciente, nos termos regimentais, do Acórdão recorrido e do Despacho de Exame de Admissibilidade, em 18/02/2013 (fl.1024), a contribuinte apresenta, tempestivamente, em 04/03/2013, as suas contrarrazões (fls.1027/1050), baseado, em síntese, nas seguintes considerações: que de plano, fazse necessário atentar para questão fundamental, no que diz respeito ao conhecimento, ou não, do recurso especial interposto pelo representante da Fazenda Nacional; Fl. 1056DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 7 6 que conforme se depreende o Despacho nº 006/2013, foi dado seguimento ao recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional, em que pese os acórdãos por ali indicados como paradigmas não se correlacionarem com a matéria em debate nestes autos; que a ementa do Acórdão n°130100.713, do qual recorre o ilustre representante da PFN, expressamente afasta a possibilidade de lançamento fiscal efetuado exclusivamente perante a pessoa jurídica extinta, nada dispondo sobre seus exsócios; que também com relação à segunda divergência apontada no recurso especial da PFN, não se vislumbra entre os acórdãos paradigmas e o acórdão recorrido tenha havido o debate acerca da mesma matéria, de modo a caracterizar a divergência arguida pelo representante da Fazenda Nacional; que embora os acórdãos paradigmas apresentados pela PFN tratem de erro na identificação do sujeito passivo, há que se ressaltar que estes abordam o erro de forma, ou seja, quando o contribuinte devedor existe, a relação jurídica existe, mas o lançamento foi realizado em nome de outra pessoa distinta da relação; que o caso em exame nos presentes autos, trata de pessoa jurídica extinta sem capacidade para ser titular de direitos e obrigações, onde a relação jurídica é inexistente, razão pela qual, os acórdãos paradigmas apresentados pela PFN não abordam matéria similar à examinada pelo Acórdão 130100.713, sendo incapazes de caracterizar a divergência pretendida; que acaso afastadas as preliminares acima apontadas, o que se cogita apenas como argumento, ainda assim o recurso especial ora contraarrazoado, no entender da ora Recorrida, deverá ser julgado improcedente, haja vista que o v. Acórdão n° 130100.713, proferido pela Egrégia 3ª Câmara da Primeira Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento do CARF, corretamente vislumbrou a improcedência do lançamento fiscal, razão pela qual, pronunciouse no sentido de negar provimento ao recurso de oficio; que desta forma, como bem vislumbrado em sede de decisão de primeira instância pela DRJ, e posteriormente pela Colenda 3ª Câmara da Primeira Turma Ordinária da Primeira Seção, através do V. Acórdão n° 130100.713, resta evidente que, para todos os efeitos, a Recorrida não possuía mais personalidade jurídica, a partir do momento de sua extinção com o pedido de baixa do CNPJ, existindo apenas, como responsáveis, a figura dos sócios constantes em seu contrato social, pelo que flagrante o erro na identificação do sujeito passivo, o qual resulta na nulidade do lançamento fiscal em razão do vicio que o macula desde sua origem; que deste modo, percebese no lançamento examinado nestes autos houve a indicação indevida do sujeito passivo da obrigação tributária, pois deveriam constar no polo passivo do presente Processo Administrativo Fiscal, apenas os nomes dos sócios da Recorrida, o que torna ineficaz o auto de infração e, consequentemente, insustentável a exigência do crédito tributário nele formalizado, como bem vislumbrado pelo acórdão recorrido, o qual não merece qualquer reparo; que nos embargos declaratórios opostos em face do acórdão recorrido, buscou a PFN um pronunciamento da Câmara julgadora quanto à natureza do vício que maculou o lançamento fiscal efetuado nestes autos, se o mesmo seria de cunho formal ou material; Fl. 1057DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 8 7 que restou esclarecido pelo relator do acórdão recorrido que a nulidade do lançamento declarada nestes autos não advém de vicio formal, mas sim, de vício material, o qual, inclusive, é “inibidor da realização de novo lançamento"; que no caso em exame, já se concluiu, de forma inequívoca, que o lançamento, bem como todo o procedimento anterior a ele, foi efetuado perante pessoa jurídica extinta, cuja baixa foi procedida em momento anterior ao inicio dos trabalhos fiscais, o que caracteriza o vício material pelo erro na identificação do sujeito passivo. É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Vinícius Barros Ottoni, Redator Ad Hoc Designado Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, de competência da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais e, tendo em vista que o Conselheiro José Ricardo da Silva, relator do processo, não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, este Conselheiro foi designado Redator Ad Hoc pelo Presidente da 1ª Turma da CSRF, nos termos do item III, do art. 17, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 (RICARF). Depreendese do relatado, que a Fazenda Nacional ingressou com Recurso Especial de Divergência, com amparo nos arts. 64, II e 67, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010. Tendo a Fazenda Nacional tomado ciência do decisório recorrido em 03/10/2012 (fls. 1003) e protocolizado o presente apelo em 05/10/2012 (fls. 1006/1013), isto é, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, evidenciase a tempestividade do mesmo nos termos do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Da análise dos autos verificase, que após o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial da Fazenda Nacional o presidente da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais exarou o Despacho nº 006/2013, de 03/01/2013 (fls. 1014/1023), dando seguimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, por satisfazer aos pressupostos regimentais. É de se observar, que a Fazenda Nacional, cumpriu com os requisitos previstos na legislação de regência da época em que foi prolatada a decisão recorrida para interpor Recurso Especial de Divergência, conforme previsto 64, II e 67, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações introduzidas pelas Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010 Assim sendo, o Recurso Especial, interposto pela Fazenda Nacional, preenche os requisitos legais de admissibilidade merecendo ser conhecido, nesta parte, pela turma julgadora. Fl. 1058DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 9 8 Observase, que a Fazenda Nacional insurgese contra decisão da 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, exarado pelo Acórdão 130100.713, de 19/10/2011, que, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso de ofício. Como visto do relatório, o ponto nodal da presente discussão diz respeito tão somente no que se refere à anulação do lançamento por vicio material, erro na identificação do sujeito passivo. Quanto a presente discussão, do exame dos autos se constata que o motivo da nulidade do lançamento, foi a extinção voluntária da pessoa jurídica, ocorrida em momento anterior ao do lançamento, anterior mesmo ao do início do procedimento de fiscalização. Com a extinção por liquidação voluntária, cessa a personalidade jurídica daquela tida por contribuinte no lançamento ora discutido, o qual não pode, assim, subsistir. Entendo que está claro no autos, que houve a chamada “morte” da empresa sucedida, até porque em casos que tais, o próprio CNPJ dela é eliminado do Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda. Se a empresa “morreu”, deixando de ter personalidade jurídica, por qualquer modo que seja (a hipótese de incorporação não é isolada, porquanto pode abranger cisão total ou distrato social), assim não tem sequer como apresentar legitimação processual para apresentar instrumento que possa instaurar juridicamente o contraditório. Nesse sentido cito jurisprudência: Acórdão n° 10321218, de 13/05/2003 LANÇAMENTO – INCORPORAÇÃO – EFEITOS JURÍDICOS – A incorporação determina a extinção da pessoa jurídica de tal maneira que, em verificada sua ocorrência na data da constituição do lançamento de ofício, há evidente erro na identificação do sujeito passivo na medida em que o lançamento se volta para a entidade incorporada ao invés de para a sociedade incorporadora. Acórdão nº 10516.986, de 27/05/2008 LANÇAMENTO DE OFÍCIO PESSOA JURÍDICA EXTINTA ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO A pessoa jurídica formal e regularmente extinta não tem existência no mundo jurídico, e deve ser excluída do pólo passivo de lançamento efetuado após sua liquidação. ) Acórdão n° 10323.204, de 14/09/2007 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PESSOA JURÍDICA EXTINTA ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. A pessoa jurídica formal e regularmente extinta não tem existência no mundo jurídico, sendo inadmissível a lavratura de auto de infração contra ela após sua liquidação. Ressalto mais uma vez, por oportuno, que, no caso concreto, a extinção da pessoa jurídica se deu mediante o registro de seu Distrato Social na Junta Comercial, em18/05/2006 (fl. 959), bem antes do início do procedimento fiscal (em 26/01/2007, fls. 66/67 Fl. 1059DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI Processo nº 15540.000014/200859 Acórdão n.º 9101001.806 CSRFT1 Fl. 10 9 e 01) e da lavratura dos autos de infração (em 31/12/2007, fl. 05). Também não vislumbro má fé por parte do representante da pessoa jurídica já então extinta, nem qualquer tentativa de ocultação dos fatos, visto que, em atendimento a intimação específica (fl. 78), apresentou ao Fisco, mediante correspondência datada de 20/04/2007 (fl. 83), cópia do Contrato Social e alterações posteriores, aí incluído o Instrumento Particular de Distrato Social (fls. 812/813, 887/889 e 956/959), ao qual faz menção expressa. Por sua vez, o Fisco, ao que parece, não deu qualquer importância a essa circunstância, sequer ventilada no Termo de Esclarecimentos e de Conclusão de Auditoria Fiscal, de 31/12/2007 (fls. 09/12), nem em qualquer outra parte do processo. Muito menos houve qualquer tentativa de imputação, na forma da lei, de responsabilidade tributária a quem quer que seja. De fato, extinta a pessoa jurídica, deixa de ter a capacidade de ser titular de direitos e obrigações, particularmente a tributária. Não mais pode se revestir na qualidade de contribuinte é uma relação jurídicotributária em que o pólo passivo está vazio é, por certo, uma relação inexistente. Diante do conteúdo dos autos e pela associação de entendimento sobre todas as considerações expostas no exame da matéria, conheço de forma parcial do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, por tempestivo, preenchendo as demais questões de admissibilidade e, no mérito, na parte conhecida, voto no sentido de negarlhe provimento. (Assinado digitalmente) Marcos Vinícius Barros Ottoni Fl. 1060DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 1 1/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por MARCOS VINICIUS BARR OS OTTONI
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Numero do processo: 11020.003361/99-91
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue May 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/03/1997 a 01/12/1997
IRPJ. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA.
De acordo com o Regimento Interno do CARF, cabe à 1ª Sessão de julgamento desse Conselho a apreciação de lides relacionadas a Imposto de Renda de Pessoa Jurídica.
Numero da decisão: 3401-001.658
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não se conhecer do Recurso Voluntário por ser competência de julgamento da Primeira Seção
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 19/06/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio Cesar Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Adriana Oliveira e Ribeiro (Suplente), Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: Fernando Marques Cleto Duarte
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/03/1997 a 01/12/1997 IRPJ. DECLÍNIO DE COMPETÊNCIA. De acordo com o Regimento Interno do CARF, cabe à 1ª Sessão de julgamento desse Conselho a apreciação de lides relacionadas a Imposto de Renda de Pessoa Jurídica. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não se conhecer do Recurso Voluntário por ser competência de julgamento da Primeira Seção JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 19/06/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio Cesar Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Adriana Oliveira e Ribeiro (Suplente), Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte. Relatório Em 10.12.1999, foi lavrado Auto de Infração contra a contribuinte A.C.F. Indústria de Plásticos Ltda. (CNPJ 89.282.610/000139) exigindo o recolhimento de créditos de IPI no valor de R$ 102.389,04 (atualizados até 30.11.1999), composto da seguinte forma: Imposto: R$ 44.220,46 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 33 61 /9 9- 91 Fl. 420DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 2 8/06/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 11020.003361/9991 Acórdão n.º 3401001.658 S3C4T1 Fl. 421 2 Juros de mora: R$ 25.003,23 Multa proporcional (passível de redução): R$ 33.165,35. Segundo o auto, o estabelecimento deu a saída de produto(s) tributado(s), sem lançamento do imposto, no período de apuração de março/97 a dezembro/97. Em 11.1.2000, a contribuinte protocolou, tempestivamente, Impugnação ao lançamento, na qual alega, em síntese, que: a) a sua recomposição do caixa está eivada de erros materiais que comprometem todo o trabalho de fiscalização e determina o completo cancelamento do lançamento dos créditos tributários e a extinção do Auto de Infração lavrado; b) a fiscalização considerou erroneamente o lançamento de 28.7.1997 nominado “débito conforme aviso” como débito em conta corrente; c) a fiscalização efetuou lançamentos errados na planilha de Valores Referentes a “Compras Realizadas”. Tais valores não poderiam ser considerados nesta planilha, na medida em que os pagamentos já constaram do Caixa anteriormente, incorrendo em duplicidade de registros. Os valores lançados em duplicidade como compras realizadas totalizam R$ 82.364,26; d) a fiscalização considerou na conta “Valores Referentes a Compras Realizadas” as despesas com serviços de telecomunicação e energia elétrica do período apurado. Estes valores estão lançados em duplicidade, uma vez que constaram no caixa como despesas; e) a fiscalização desconsiderou os valores do IPI destacados nos documentos fiscais, computando somente o valor sem o imposto; f) por fim, requer realização de perícia técnicocontábil, visando a confirmação de todos os erros no trabalho de fiscalização e o conseqüente cancelamento dos lançamentos lavrados e extinção dos Autos de Infração. Em sessão de 9.2.2007, a 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre – RS, com base em diligência pedida em resolução nº 23, de 14.4.2004, da mesma delegacia, acordou, por unanimidade de votos, indeferir pedido de perícia e, no mérito, julgar procedente em parte o lançamento, cancelando a exigência do IPI no valor de R$ 24,01. Segundo o voto: a) a fiscalização corrigiu todos os equívocos por ela cometidos e apontados pela contribuinte b) quanto à inclusão, no valor das compras, de pagamentos por prestação de serviços, a fiscalização esclareceu que, apesar de o estabelecimento não ter escriturado, no livro Caixa, o valor de R$ 32.670,00, esse valor foi estornado da planilha, em virtude da comprovação de seu relacionamento com a aquisição de matériaprima em fevereiro de 1997; c) quanto à inclusão do IPI nas compras de insumos e nas vendas de produtos, segundo a fiscalização, foram descontados os valores escriturados no Registro de Apuração de IPI, descontados também os valores das devoluções. A aquisição de produtos e matériasprimas, sem o cômputo de IPI incidente e sem a contagem dos valores relativos à energia elétrica, telefone, fretes e serviços de terceiros, os quais estavam indevidamente incluídos no item “recursos financeiros aplicados no trimestre – 3 – compras de produtos e matériasprimas no período”. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 2 8/06/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 11020.003361/9991 Acórdão n.º 3401001.658 S3C4T1 Fl. 422 3 Em 3.5.2007, a contribuinte protocolou, tempestivamente, Recurso Voluntário, no qual alega, em síntese, que: a) a diligência manteve o critério equivocado utilizado pela fiscalização; b) a decisão do processo administrativo nº 11020.003362/9953, no qual se discute a incidência dos tributos reflexos, decorrentes dos mesmos fatos analisados, extinguiu o crédito tributário, por falta de suporte fático. c) reitera os argumentos apresentados na Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte Em suma, foi lavrado Auto de Infração contra a contribuinte, exigindo o recolhimento de créditos de IPI, referente à saída de produto(s) tributado(s), sem lançamento do imposto, nos períodos de apuração de março/97 a dezembro/97. Não logrando êxito em sua demanda, a contribuinte protocolou Recurso Voluntário, onde alega que existem erros materiais no lançamento, a diligência manteve o critério equivocado utilizado pela fiscalização e por fim que a decisão do processo administrativo nº 11020.003362/9953, no qual se discute a incidência dos tributos reflexos, decorrentes dos mesmos fatos analisados, extinguiu o crédito tributário, por falta de suporte fático. Entretanto, esta matéria não está dentro competência da 3ª Seção e, sim da 1ª Seção do CARF, conforme o art. 2º, inc. IV, do anexo II do Regimento Interno do CARF, que reproduzo abaixo: Art. 2° À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); II Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); III Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando se tratar de antecipação do IRPJ; IV demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; V exclusão, inclusão e exigência de tributos decorrentes da aplicação da legislação referente ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES) e ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Fl. 422DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 2 8/06/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 11020.003361/9991 Acórdão n.º 3401001.658 S3C4T1 Fl. 423 4 Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação (SIMPLESNacional); VI penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo; e VII tributos, empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora das demais Seções. Frente a todo o exposto, voto por declinar a competência para a 1ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Fernando Marques Cleto Duarte – Relator. Fl. 423DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 2 8/06/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 19/06/2013 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
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