Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,070)
- Segunda Câmara (27,779)
- Primeira Câmara (25,079)
- Segunda Turma Ordinária d (16,821)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,785)
- Primeira Turma Ordinária (15,490)
- Segunda Turma Ordinária d (15,373)
- Primeira Turma Ordinária (15,286)
- Primeira Turma Ordinária (15,232)
- Segunda Turma Ordinária d (13,956)
- Primeira Turma Ordinária (12,798)
- Primeira Turma Ordinária (11,971)
- Segunda Turma Ordinária d (11,932)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,387)
- Terceira Câmara (64,066)
- Segunda Câmara (52,396)
- Primeira Câmara (17,064)
- 3ª SEÇÃO (15,785)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,697)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,374)
- Segunda Seção de Julgamen (110,145)
- Primeira Seção de Julgame (72,676)
- Primeiro Conselho de Cont (49,044)
- Segundo Conselho de Contr (48,769)
- Câmara Superior de Recurs (37,245)
- Terceiro Conselho de Cont (25,925)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,039)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,958)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,848)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,790)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,010)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,320)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,802)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,380)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,043)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,460)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,837)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,612)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (17,220)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,015)
Numero do processo: 10825.901243/2017-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.614
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10825.901243/2017-73
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5981590
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 04 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-001.614
nome_arquivo_s : Decisao_10825901243201773.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10825901243201773_5981590.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
id : 7678265
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:41:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661806600192
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1736; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10825.901243/201773 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201001.614 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 29 de janeiro de 2019 Assunto PIS. IMUNIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Recorrente IRMANDADE DA SANTA CASA DE MACATUBA Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de pedido de Restituição de PIS. A DRF em Bauru/SP, mediante Despacho Decisório, indeferiu o pleito sob o fundamento de que o pagamento indicado no PER encontravase totalmente alocado/vinculado a débito declarado da contribuinte. Na manifestação apresentada a contribuinte afirma que a contribuição ao PIS é indevida porque no julgamento do RE nº 636.941/RS houve decisão do STF, com repercussão geral, no sentido de que as “entidades beneficentes de assistência social possuem imunidade tributária em relação à contribuição destinada ao Programa de Integração Social (PIS).” Informa que solicitou a extinção da dívida constante do processo de parcelamento nº 10825.722624/201615 com base na nota explicativa PGFN/CASTF 637/2014. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 25 .9 01 24 3/ 20 17 -7 3 Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10825.901243/201773 Resolução nº 3201001.614 S3C2T1 Fl. 3 2 Esclarece ainda, que em razão dessa decisão retificou a DCTF e solicitou a restituição dos valores pagos. Informa que está anexando Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, Ata e Estatuto Social, solicitando o deferimento do pedido. Após exame da defesa apresentada a DRJ proferiu acórdão, cuja ementa se transcreve, na parte de interesse: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. IMUNIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 636.941/RS. REQUISITOS. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o recurso extraordinário nº 636.941/RS, no rito do art. 543B da revogada Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 antigo Código de Processo Civil, decidiu que são imunes à Contribuição ao PIS/Pasep, inclusive quando incidente sobre a folha de salários, as entidades beneficentes de assistência social, desde que comprovem o atendimento aos requisitos legais, quais sejam, aqueles previstos nos artigos 9º e 14 do CTN, bem como no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991 (atualmente, art. 29 da Lei nº 12.101, de 2009). Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da decisão acima a contribuinte apresentou diversos documentos, que informa preencherem os requisitos dos artigos 9º e 14 do CTN. Apresentou Recurso Voluntário alegando, em síntese, que cumpriu todos os requisitos estabelecidos em lei para usufruir da imunidade em comento. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3201001.598, de 29/01/2019, proferido no julgamento do processo 10825.901227/201781, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3201001.598): "O Recurso Voluntário preenche todos os requisitos e merece ser conhecido. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10825.901243/201773 Resolução nº 3201001.614 S3C2T1 Fl. 4 3 Inicialmente verifico que o contribuinte apresentou parte dos documentos exigidos inicialmente pela DRF para demonstrar a imunidade. No entanto, foi indeferido o pleito por “porque o pagamento indicado para dar suporte ao pleito encontravase totalmente alocado/vinculado a débito da contribuinte.” Ainda o Contribuinte demonstrou que houve parcelamento do débito, sendo que a DRJ proferiu voto reconhecendo o parcelamento, porém, indeferindo o pedido por entender que o Contribuinte não tinha apresentado todos os documentos nos termos do art. 9º e 14 do CTN, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101. Contudo, após proferido Acórdão pela DRJ o Contribuinte apresentou os demais documentos necessários para concessão dos benefícios da imunidade, juntamente com o Recurso Voluntário. Nesse sentido, já se manifestou a 1ª Turma da CSRF: Ementa(s) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário:1999, 2000, 2001, 2002 RATEIO DE DESPESAS. DEDUTIBILIDADE. É válida a adoção de método de aferição indireta de rateio de despesas quando o contribuinte não fornece à fiscalização os documentos necessários para ser aferido o cumprimento do critério de rateio convencionado. INGRESSOS DE VALORES RECEBIDOS POR CONSTITUIÇÃO DE USUFRUTO ONEROSO. Os ingressos oriundos da constituição de usufruto oneroso devem ser tributáveis ao longo do período de usufruto .Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário:1999, 2000, 2001, 2002 PROVAS. RECURSO VOLUNTÁRIO. APRESENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. SEM INOVAÇÃO E DENTRO DO PRAZO LEGAL. Da interpretação sistêmica da legislação relativa ao contencioso administrativo tributário, art. 5º, inciso LV da Lei Maior, art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, que regula o processo administrativo federal, e arts. 15 e 16 do PAF, evidenciase que não há óbice para apresentação de provas em sede de recurso voluntário, desde que sejam documentos probatórios que estejam no contexto da discussão de matéria em litígio, sem trazer inovação, e dentro do prazo temporal de trinta dias a contar da data da ciência da decisão recorrida. ALTERAÇÃO DE CRITÉRIO JURÍDICO. Descabe falar em alteração de critério jurídico quando a decisão recorrida mantém o enquadramento legal e a interpretação dos fatos adotados pela Fiscalização, mas exonera parcela do crédito tributário por entender que alguns valores deveriam ser reconhecidos em outros períodos de apuração.Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário:1999, 2000, 2001, 2002 DECADÊNCIA. A decadência prevista no artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional somente ocorre quando há pagamento antecipado do tributo, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça ao julgar o Recurso Especial nº 973.733SC, representativo de controvérsia. 16327.001227/200542. Data da Sessão 08/08/2017. Adriana Gomes Rêgo Relatora. André Mendes de Moura Redator Designado. Acórdão 9101 003.003 Verificando que o Contribuinte sempre atendeu o pleito da fiscalização, converto o feito em julgamento para que a DRF , verifique os documentos juntados são hábeis e se em seu entender são preenchidos os requisitos do art. 9º e 14, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101. Verificando que o Contribuinte sempre atendeu o pleito da fiscalização, converto o feito em diligência para que a DRF, verifique os documentos juntados são hábeis e se em seu entender são preenchidos os requisitos do art. 9º e 14, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101. Ainda, podendo intimar o contribuinte que apresente outros documentos que ache necessário." Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10825.901243/201773 Resolução nº 3201001.614 S3C2T1 Fl. 5 4 Importante salientar que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte também juntou declarações e documentos fiscais que embasam a alegação da imunidade que entende possuir direito. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência do paradigma, também a justificam nos presentes autos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado converteu o julgamento em diligência para que a DRF verifique se os documentos juntados são hábeis e se, em seu entender, são preenchidos os requisitos do art. 9º e 14, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101, podendo, ainda, intimar o contribuinte a apresentar outros documentos que ache necessários. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 142DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.900655/2011-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE.
Se transmitida a PER/DCOMP sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito.
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE.
Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-005.626
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2007 COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. Se transmitida a PER/DCOMP sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10925.900655/2011-72
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5980527
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3301-005.626
nome_arquivo_s : Decisao_10925900655201172.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WINDERLEY MORAIS PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10925900655201172_5980527.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
id : 7675242
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:58 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661818134528
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1690; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10925.900655/201172 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301005.626 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 30 de janeiro de 2019 Matéria COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA ÔNUS DA PROVA Recorrente RENAR MACAS S/A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. Se transmitida a PER/DCOMP sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 06 55 /2 01 1- 72 Fl. 40DF CARF MF Processo nº 10925.900655/201172 Acórdão n.º 3301005.626 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de Declaração de Compensação DCOMP, apresentada pela contribuinte acima qualificada, que restou não homologada pela DRF de origem face a inexistência de crédito disponível. Inconformada com a não homologação de sua compensação, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que apurou crédito tributário da contribuição ao PIS e da Cofins em razão da declaração de inconstitucionalidade do artigo 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718/98, proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Esclarece, a interessada, que a razão de o crédito não ter sido reconhecido está no fato de que o mesmo não constava nos dados de controle da RFB, uma vez que o débito foi declarado integralmente, inclusive com a parcela inconstitucional incidente sobre as receitas financeiras. Em sua defesa, a contribuinte traz julgado administrativo do CARF e do judiciário – TRF da 4ª Região a fim de ver reconhecido o direito à compensação. O colegiado a quo julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 07031.022. Cientificada desta decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, reiterando os termos de sua manifestação de inconformidade, em especial: a) Defende a existência dos créditos empregados na compensação não homologada; b) Sustenta que não há previsão legal para a exigência da retificação da DCTF como condição para a homologação da compensação: ofensa ao princípio da legalidade tributária; c) E acrescenta que a exigência de retificação da DCTF afronta aos princípios da verdade material e do formalismo moderado dos atos administrativos. Ao final, requer o provimento do recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão Fl. 41DF CARF MF Processo nº 10925.900655/201172 Acórdão n.º 3301005.626 S3C3T1 Fl. 4 3 3301005.620, de 30 de janeiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10925.900617/201110, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.620): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Fundamentação do acórdão da DRJ Como relatado, a Recorrente apresentou DCOMP, mas não retificou a DCTF. A DRJ ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade o fez com fundamento único: antes da apresentação da DCOMP, a empresa deveria ter retificado regularmente a DCTF. Entendo que assiste razão à Recorrente quando afirma que a compensação via PER/DCOMP não está vinculada à retificação de DCTF. Isso porque o indébito tributário decorre do pagamento indevido, nos termos dos art. 165 e 168 do CTN. Sendo assim, a retificação da DCTF não “cria” o direito de crédito. Ademais, o Parecer Normativo COSIT nº 02/2015, publicado no DOU de 01/09/2015, esclarece: Assunto. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Fl. 42DF CARF MF Processo nº 10925.900655/201172 Acórdão n.º 3301005.626 S3C3T1 Fl. 5 4 Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/nãohomologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Assim, discordo da decisão de piso que manteve a não homologação da compensação sobre o argumento de que a DCTF retificadora deveria ter sido transmitida antes da DCOMP. Fl. 43DF CARF MF Processo nº 10925.900655/201172 Acórdão n.º 3301005.626 S3C3T1 Fl. 6 5 Por conseguinte, se transmitida a PER/DCOMP sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. Contudo, como se verá a seguir, não há suporte probatório da liquidez e certeza do crédito pleiteado. Ônus da prova – recolhimento indevido A Recorrente aduz que tem crédito de COFINS oponível à Fazenda Nacional, em decorrência da declaração de inconstitucionalidade pelo STF da ampliação da base de cálculo pelo parágrafo 1°, do art. 3°, da Lei n° 9.718/98. Por isso, efetuou a compensação, explicando: Entretanto, a Recorrente não demonstrou a base de cálculo utilizada para apurar a COFINS paga, para a verificação de que os recolhimentos abrangeram receitas mensais que não faziam parte da atividade da empresa: as receitas financeiras. Em pedido de iniciativa do contribuinte, cabialhe: a) Apresentar planilha com base de cálculo da COFINS, relativa ao valor da receita bruta mensal e o valor das receitas financeiras; b) Apontar no livro razão/balancete os valores indicados; c) Exibir DIPJ, DCTF original e DARF; d) Mostrar outros documentos fiscais e contábeis que permitissem afirmar que houve recolhimento sobre as receitas financeiras, que não compunham o seu faturamento. Dispõe o art. 170, do CTN que a compensação depende da comprovação da liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de Fl. 44DF CARF MF Processo nº 10925.900655/201172 Acórdão n.º 3301005.626 S3C3T1 Fl. 7 6 créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Assim, na ausência de documentação referente ao crédito, entendo que a pretensão da Recorrente não merece acolhida. Isso porque, regra geral, considerase que o ônus de provar recai a quem alega o fato ou o direito, nos termos do art. 373, do CPC/2015. Logo, é do próprio contribuinte o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. Então, restou demonstrado que a interessada se omitiu em produzir a prova que lhe cabia, segundo as regras de distribuição do ônus probatório do processo administrativo fiscal. Não o fazendo, acertadamente, a compensação não foi homologada. Enfim, não há reparos a serem feitos na decisão recorrida. Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 45DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.916236/2016-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3401-001.749
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB, ateste, conclusivamente, se a DCTF retificadora foi retida para análise, se existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora, qual a situação de tal processo e a fundamentação da não aceitação, e se houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos ou apresentar documentação.
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Rodolfo Tsuboi (suplente convocado). Ausente conselheiro Cássio Schappo.
Relatório
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.916236/2016-21
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5973400
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3401-001.749
nome_arquivo_s : Decisao_10880916236201621.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10880916236201621_5973400.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB, ateste, conclusivamente, se a DCTF retificadora foi retida para análise, se existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora, qual a situação de tal processo e a fundamentação da não aceitação, e se houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos ou apresentar documentação. Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Rodolfo Tsuboi (suplente convocado). Ausente conselheiro Cássio Schappo. Relatório
dt_sessao_tdt : Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
id : 7656483
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:54 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661821280256
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1905; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.916236/201621 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401001.749 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 29 de janeiro de 2019 Assunto PIS/COFINS Recorrente INTERCEMENT BRASIL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB, ateste, conclusivamente, se a DCTF retificadora foi retida para análise, se existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora, qual a situação de tal processo e a fundamentação da não aceitação, e se houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos ou apresentar documentação. Rosaldo Trevisan Presidente e Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Rodolfo Tsuboi (suplente convocado). Ausente conselheiro Cássio Schappo. Relatório Trata o presente processo de recurso voluntário contra o indeferimento de manifestação de inconformidade postulada ante o não reconhecimento integral da compensação pleiteada pela recorrente. Cientificada do Despacho Decisório, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, onde esclarece, inicialmente, que é pessoa jurídica de direito privado que tem por atividade principal a produção e comercialização de calcário, seus derivados e correlatos, em todas as modalidades, especialmente cimento. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 16 23 6/ 20 16 -2 1 Fl. 188DF CARF MF Processo nº 10880.916236/201621 Resolução nº 3401001.749 S3C4T1 Fl. 3 2 Informa que após o fechamento contábil do período de apuração em tela e a regular transmissão de sua DCTF, ao revisar seus procedimentos verificou que os valores a título de incentivos fiscais estaduais estavam sendo lançados em contas contábeis incorretas, pois parte da subvenção recebida é destinada a custeio e parte a investimentos, o que impacta diretamente na base de cálculo das receitas tributáveis. Com isso, retificou as informações anteriormente prestadas na DCTF e no Dacon. Ressalta que, inobstante haver apresentado as retificadoras antes da transmissão do pedido de compensação, a autoridade fiscal não homologou a compensação pleiteada, e sem adentrar nos motivos da glosa. Diante disso, diz que acessou o ‘ecac’, obtendo o extrato da DCTF retificadora transmitida, verificando que não foi aceita pelo motivo: “Parcelado". Contudo, não há como ter certeza sobre essa informação ou sobre o real motivo do impedimento, já que não foi intimada a apresentar qualquer esclarecimento ou documentos complementares que comprovassem a composição de sua nova base de cálculo, o que torna clara a ofensa ao seu direito à ampla defesa e ao contraditório. A seguir, em itens específicos, fala da tempestividade da manifestação de inconformidade e “II. 2 da ausência de intimação quanto às supostas inconsistências nas DCTF´s retificadoras e da fundamentação genérica do despacho decisório nulidade”. Neste último, contesta a forma simplista em que se pautou o agente fiscal na emissão do despacho, sem sequer ter realizado qualquer fiscalização, que viesse esclarecer o motivo da não homologação. Repisa que não houve qualquer intimação para que pudesse prestar esclarecimentos quanto aos valores retificados na DCTF, embora essa declaração tenha sido submetida à análise, dado a informação de ‘parcelado’ mostrado pelo sistema. E isso, acredita, impactou diretamente na não homologação da Dcomp transmitida, pois se os valores declarados na obrigação acessória retificada não foram aceitos, conseqüentemente, o crédito pleiteado não poderia ser localizado pelo Fisco. Lembra que o Parecer Normativo COSIT nº 2, publicado em 01/09/2015, esclarece que para a DCTF retificadora produzir efeitos está sujeita à verificação e homologação pela Receita Federal, que pode intimar o contribuinte para comprovar as informações, mas isso não ocorreu no presente caso, impossibilitandoo de defenderse da real acusação que lhe foi imputada e apresentar justificativas concretas e documentos necessários. Por isso, sob pena de insanável nulidade, destaca que a decisão administrativa deve ser instruída com todas as provas que demonstrem claramente as alegações fiscais, cabendolhe integralmente o ônus probatório. Sob o título “III – do direito”, especificamente quanto à motivação da alteração dos valores informados em DCTF, esclarece que está regularmente habilitada no Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial MS – Forte Indústria, e que através da análise do ato concessório do incentivo verificase a intenção do subvencionador – Estado do Mato Grosso do Sul em destinar valores incentivados para investimento; a efetiva e específica aplicação da subvenção nos investimentos previstos para implantação ou expansão do empreendimento econômico projetado, bem como o fato de ser pessoa jurídica titular do empreendimento econômico. Citando a Solução de Consulta Cosit nº 365, de 17/12/2014, e o art. 443 do RIR/99 conclui que, no caso, a subvenção originária pode ser classificada como uma subvenção especial, pois é concedida por pessoa jurídica de direito público (Estado do Mato Grosso do Sul) a uma pessoa jurídica de direito privado (Defendente), tornando claro que sobre esses valores não há incidência do PIS e Cofins, além de outros tributos federais. Cita também Acórdão da DRJ Fortaleza, alegando que grande parte das Delegacias de Julgamento tem admitido a comprovação do pagamento a maior ou indevido unicamente por meio de DCTF retificadora, antes de o contribuinte ter sido notificado do Despacho Decisório. Fl. 189DF CARF MF Processo nº 10880.916236/201621 Resolução nº 3401001.749 S3C4T1 Fl. 4 3 Por fim, pugna pela realização de diligência e/ou perícia, indicado perito e formulando quesitos que entende serem necessários para a comprovação do alegado, e pela posterior juntada de documentos. Regularmente cientificada do teor do acórdão de piso apresentou Recurso Voluntário onde alega: 1) nulidade por ausência de intimação quanto as supostas inconsistências nas DCTF´s retificadoras e da fundamentação genérica do despacho decisório; 2) inovação pela DRJ, já que a fiscalização em momento algum mencionou por qual motivo estava glosando o crédito pleiteado; 3) promoveu regularmente a retificação da DCTF e DACON antes da transmissão do PER/DCOMP; 4) o crédito tributário é legítimo. Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial MSForte Indústria (Bodoquena/MS) – Concessão de Créditos Presumidos de ICMS e sua Exclusão da Base de Cálculo de PIS e COFINS. Subvenção para investimento. Apresenta prova da materialidade do direito creditório; 5) solicita diligência ou perícia para que comprove que todo o crédito glosado deve ser reconhecido. E solicita juntada posterior de documentação comprobatória. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401001.724, de 29 de janeiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.905413/201643, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3401001.724): "O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade por isso dele tomo conhecimento. Conforme se verifica pelo Despacho Decisório, a autoridade administrativa não homologou a compensação declarada, uma vez que o “VALOR ORIGINAL DO CRÉDITO INICIAL” informado na Dcomp, de R$ 241.017,64 e reconhecido R$ 226.319,77 Homologação parcial, correspondente ao Darf de PIS/PASEP NÃO CUMULATIVO (código 6912), recolhido em 25/03/2011, no valor de R$ 1.339.935,11, estava totalmente utilizado para quitação de débito da própria contribuinte, não restando, assim, crédito disponível para compensação pretendida. A recorrente informa que apurou em Fevereiro/2011 o PIS não cumulativo, no montante de R$ 1.158.756,63, tendo sido o montante de Fl. 190DF CARF MF Processo nº 10880.916236/201621 Resolução nº 3401001.749 S3C4T1 Fl. 5 4 R$ 1.113.615,34 pago através de DARF com código de recolhimento 6912, pois o restante estava suspenso por determinação judicial. O DARF apresentado como pagamento foi no valor de R$ 1.339.935,11 restando saldo de R$ 226.319,77 que utiliza para compensação em DCOMP. Revisando seus procedimentos fiscais retificou as informações prestadas à RFB (DCTF e DACON), pois verificou que os valores a título de incentivos fiscais estaduais estavam sendo lançados em contas contábeis incorretas, já que parte da subvenção recebida era destinada a custeio e parte a investimentos, o que impactou diretamente na base de cálculo das receitas tributáveis, sobre as quais incidiu tributos federais (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS). Após a retificação, o débito de PIS passou a ser de R$ 1.098.917,47, restando saldo de R$ 241.017,64, a ser utilizado para compensar débito de PIS cumulativo do período de apuração de fevereiro/2011 no valor total de R$ 181.142,54 e COFINS cumulativa, referente à competência de abril/2011, no valor de R$ 72.064,02. Restou controverso a parcela de R$ 14.699,97 originário da diferença entre o valor a pagar de PIS na DCTF original com o valor a pagar após a retificação, já que parte do valor foi reconhecido pelo fisco em despacho decisório. Relendo o despacho decisório verificase que a autoridade administrativa limitou a sua análise aos valores originalmente informados, não havendo análise das retificações efetuadas, apesar de terem sido efetuadas anteriormente ao despacho decisório. Entretanto existe no processo a informação sobre o extrato da DCTF em que informa que as retificadoras foram impedidas: Não há no processo o motivo porque as retificadoras não foram aceitas. A recorrente alega não ter sido intimada ou cientificada a respeito da não aceitação das retificadoras da DCTF. O artigo 10 da Instrução Normativa RFB nº 1599/2015, dispõe acerca do procedimento a ser tomado pelo Fisco quando a DCTF Fl. 191DF CARF MF Processo nº 10880.916236/201621 Resolução nº 3401001.749 S3C4T1 Fl. 6 5 for retida para análise, com base nos critérios internos da RFB, verbis: Art. 10. As DCTF retificadoras poderão ser retidas para análise com base na aplicação de parâmetros internos estabelecidos pela RFB. § 1º O sujeito passivo ou o responsável pelo envio da DCTF retida para análise será intimado a prestar esclarecimentos ou apresentar documentação comprobatória sobre as possíveis inconsistências ou indícios de irregularidade detectados na análise de que trata o caput. § 2º A intimação poderá ser efetuada de forma eletrônica, observada a legislação específica, prescindindo, neste caso, de assinatura. § 3º O não atendimento à intimação no prazo determinado ensejará a não homologação da retificação. Paira a dúvida se essa intimação ocorreu e por conseguinte se houve a não homologação pelo não atendimento à intimação, já que não existem esses documentos no processo. Para que não haja dúvidas a respeito do procedimento adotado pela unidade da RFB, que por certo segue os ditames das Instruções Normativas RFB, voto pela conversão do julgamento em diligência para que a unidade esclareça: 1) A DCTF retificadora, relativa ao período de 02/2011 foi retida para análise? 2) existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora? Qual a fundamentação da não aceitação? Qual a situação atual do processo? 3) houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos? Ou apresentar documentação? A unidade da RFB deverá juntar os documentos comprobatórios, e após deverá ser dado conhecimento ao contribuinte sobre o teor das informações prestadas e disponibilizado prazo para apresentar alegações pertinentes. Após o processo deverá retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento tendo em vista as informações prestadas." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade esclareça: Fl. 192DF CARF MF Processo nº 10880.916236/201621 Resolução nº 3401001.749 S3C4T1 Fl. 7 6 1) A DCTF retificadora, relativa ao período em discussão, foi retida para análise? 2) existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora? Qual a fundamentação da não aceitação? Qual a situação atual do processo? 3) houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos? Ou apresentar documentação? A unidade da RFB deverá juntar os documentos comprobatórios, e após deverá ser dado conhecimento ao contribuinte sobre o teor das informações prestadas e disponibilizado prazo para apresentar alegações pertinentes. Após o processo deverá retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento tendo em vista as informações prestadas." (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 193DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13702.001894/2007-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004
MOLÉSTIA GRAVE. SÚMULA CARF 63. COMPROVAÇÃO. LAUDO PERICIAL.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia grave deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Laudo oficial indica a data do início da moléstia, data da qual se inicia o gozo da isenção do IRPF pelo Contribuinte.
Numero da decisão: 2301-005.938
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Antônio Savio Nastureles Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Juliana Marteli Fais Feriato - Relatora.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Savio Nastureles (Presidente), Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Thiago Duca Amoni, suplentes convocados aos conselheiros João Maurício Vital e Alexandre Evaristo Pinto.
Nome do relator: JULIANA MARTELI FAIS FERIATO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004 MOLÉSTIA GRAVE. SÚMULA CARF 63. COMPROVAÇÃO. LAUDO PERICIAL. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia grave deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Laudo oficial indica a data do início da moléstia, data da qual se inicia o gozo da isenção do IRPF pelo Contribuinte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13702.001894/2007-74
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5985979
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2301-005.938
nome_arquivo_s : Decisao_13702001894200774.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : JULIANA MARTELI FAIS FERIATO
nome_arquivo_pdf_s : 13702001894200774_5985979.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Antônio Savio Nastureles Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato - Relatora. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Savio Nastureles (Presidente), Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Thiago Duca Amoni, suplentes convocados aos conselheiros João Maurício Vital e Alexandre Evaristo Pinto.
dt_sessao_tdt : Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2019
id : 7689058
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:41:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661824425984
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1365; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 89 1 88 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13702.001894/200774 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2301005.938 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de março de 2019 Matéria OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE PESSOA FÍSICA IRPF Recorrente MAXIMINO MADEIRA FILHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 MOLÉSTIA GRAVE. SÚMULA CARF 63. COMPROVAÇÃO. LAUDO PERICIAL. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia grave deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Laudo oficial indica a data do início da moléstia, data da qual se inicia o gozo da isenção do IRPF pelo Contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Antônio Savio Nastureles – Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato Relatora. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 2. 00 18 94 /2 00 7- 74 Fl. 98DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Savio Nastureles (Presidente), Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Thiago Duca Amoni, suplentes convocados aos conselheiros João Maurício Vital e Alexandre Evaristo Pinto. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 60/64) interposto em face da decisão da DRJ (fls. 53/56) proferida pela 2ª Turma da DRJ/RJ2, Acórdão 1326.660 de 02 de outubro de 2009, que julgou improcedente a impugnação, cuja Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. Para serem isentos do imposto de renda pessoa física, os rendimentos deverão necessariamente ser provenientes de pensão, aposentadoria ou reforma, assim como deve estar comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência. Impugnação Improcedente Outros Valores Controlados Conforme se depreende da notificação de lançamento (fls. 04/08), o Contribuinte teve sua Declaração de Ajuste Anual Retificadora revista pela Autoridade lançadora, na qual se constatou que os rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica foram indevidamente considerados como isentos por moléstia grave, de acordo com a documentação apresentada, sendo que o saldo de imposto a restituir foi ajustado à R$0,00: Fl. 99DF CARF MF Processo nº 13702.001894/200774 Acórdão n.º 2301005.938 S2C3T1 Fl. 90 3 O contribuinte apresentou impugnação na fl. 2, no qual afirma que atendeu às intimações recebidas com a documentação que comprova sua condição de isento de IRPF por moléstia grave e requer a revisão do lançamento. Na fl. 09 consta da Declaração do médico; nas fls. 10/11 consta da publicação da aposentadoria do Contribuinte em 10/11/1986; na fl. 12 consta do comprovante de rendimentos pagos do ano base de 2002; na fl. 15 consta do comprovante de rendimentos pagos do ano base de 2003; na fl. 16 consta do comprovante de rendimentos pagos do ano base de 2004; na fl. 17 consta do comprovante de rendimentos pagos do ano base de 2005; na fl. 18 consta do comprovante de rendimentos pagos do ano base de 2006. O Laudo Pericial oficial consta nas fls. 20/28. A DAA do contribuinte consta nas fls. 29/49. Na decisão da DRJ, a Turma entendeu pela improcedência do pedido, visto que: 1. O documento de fl. 06 não se reveste do detalhamento, especificidade e conclusividade suficientes para tornarse um meio capaz de formar a convicção da autoridade fiscal de que o contribuinte é efetivamente portador de moléstia grave. 2. O doc. de fl. 09 assevera que o autuado é portador de insuficiência coronariana, em setembro de 2000. Ressaltese, no entanto, que a citada autoridade médica afirma que o contribuinte é portador da moléstia apontada no código CID I 25.1 (doença aterosclerótica do coração), moléstia esta que não se encontra discriminada literalmente na lei de que trata a isenção ora pleiteada. O contribuinte apresenta Recurso Voluntário (fls. 60/64), requerendo: · O reconhecimento da isenção é feito, de fato e de direito, pelo serviço médico oficial, seja o da União, seja o de Estado, seja o do Distrito Federal, seja o de Município, na medida em que reconhece a doença mencionada nos textos legais; · Apresenta o laudo pericial, que demonstra cardiopatia grave adquirida pelo Contribuinte, uma das doenças listadas especificamente pelo RIR/99, em seu artigo 39 (XXXIII), que foi emitido pelo serviço médico oficial do Poder Executivo do Governo do Estado do Rio de Janeiro e está sendo anexado ao recurso, por cópia autenticada, o qual, inclusive, determina em despacho do Superintendente de Saúde que o Contribuinte faz jus a Lei Federal n° 7713 de 2212.1988; · O documento de fls. 6, fulminado pela relatora em seu voto, não é o laudo pericial, mas sim uma declaração do cirurgião cardíaco, lavrada em um formulário com o timbre do Hospital Geral de Bonsucesso, unidade pertencente ao poder executivo da União, dizendo que o recorrente foi submetido a um Fl. 100DF CARF MF 4 procedimento cirúrgico em setembro de 2000, já sendo na época portador de uma insuficiência cardíaca. Não se pode esquecer que o recorrente é um aposentado do poder executivo do Governo do Estado do Rio, tendo sido reconhecida a doença préexistente no laudo pericial emitido pelo serviço médico daquele Estado; · Uma declaração não é um laudo médico, e mesmo que fosse não seria emitido pelo serviço médico da União, uma vez que o recorrente não é funcionário público federal, mas sim funcionário público estadual. Na fl. 70 consta da concessão do auxílio invalidez ao contribuinte a partir de 23/03/2007; e nas fls. 71/78 consta do laudo médico; nas fls. 79/81 consta da Portaria Normativa n° 1174/MD, de 06 de setembro de 2006, no qual traz em seu capítulo III as doenças especificadas em lei, especificamente a cardiopatia grave. Este é o relatório. Voto Conselheira Juliana Marteli Fais Feriato Relatora Admissibilidade Conforme consta da fl. 58 o Contribuinte tomou ciência da decisão em 04/11/2010, apresentando Recurso Voluntário em 01/12/2010 (fls. 60), portanto tempestivo. Sendo tempestivo e não havendo outras questões de admissibilidade a serem sanadas, conheço do Recurso Voluntário e passo à análise de seu mérito. Mérito Tratase de Recurso Voluntário do indeferimento da impugnação apresentada pelo Contribuinte referente à restituição de Imposto de Renda, diante da sua suposta isenção de recolhimento, por ser aposentado e ser portador de moléstia grave. Sobre a matéria do lançamento, verificase que o Contribuinte requer a isenção do IRPF durante todo o ano calendário de 2005, pois recebe proventos de aposentadoria e é portador de cardiopatia grave comprovada pela junta médica que emitiu Laudo Oficial do INSS. A DRJ entendeu que o Laudo determinou que o contribuinte é portador de doença aterosclerótica do coração, não sendo esta uma das doenças tipificadas na legislação, razão pela qual não concedeu a isenção. Conforme constata a Legislação (Lei nº 7.713/88, art. 6º, XIV), as pessoas portadoras de doenças graves são isentas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) desde que se enquadrem cumulativamente: os rendimentos sejam relativos a aposentadoria, pensão ou reforma E possuam alguma das seguintes doenças: Fl. 101DF CARF MF Processo nº 13702.001894/200774 Acórdão n.º 2301005.938 S2C3T1 Fl. 91 5 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; A exigência da apresentação do Laudo Pericial advém do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, no art. 39, XXXIII e §4º que assim determina: Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma § 4º Para o reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XXXI e XXXIII, a partir de 1º de janeiro de 1996, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, devendo ser fixado o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. § 5° As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII aplicamse aos rendimentos recebidos a partir: 1 do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão; II do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão; III da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo pericial. Sobre o tema, observase as Súmulas deste R. Conselho Administrativo: Súmula CARF nº 43: Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os Fl. 102DF CARF MF 6 percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda. Súmula CARF nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. O Laudo Oficial é necessário para constatar qual a moléstia grave que o Contribuinte se acometeu e qual a data que esta teve início e diante desta razão é que se considera esta data como sendo o termo inicial para a concessão da isenção do IRPF. Dentro do laudo médico oficial, juntado pelo Contribuinte nas fls. 71/78, destacamse as seguintes informações: Fl. 70 Autorizo a concessão do auxílio invalidez previsto no artigo 266 do Decreto 3.044/80, com base no artigo 1° da Resolução n° 747/81, a partir da presente data (23/03/2007); Fl. 73 – Parecer do AIMI dentro do Laudo Médico oficial do INSS: Junta médica em 13/11/2006 optou pela mudança de fundamento legal, fazendo jus a Lei Federal n° 7.713 de 22.12.1988: Fl. 74 do Laudo: no diagnóstico do Contribuinte – DAC Grave – cardiopatia isquêmica e hipertensiva: Fl. 75 – Conclusão do Laudo “de acordo com o Laudo da Junta Médica emitida em 13/11/06, o fundamento legal da aposentadoria do servidor Maximino Madeira Filho, matrícula n. 133.8896, deverá ser modificado para os termos abaixo: De acordo com a comissão. O presente caso enquadrase no que estabelece o inciso III do art. 263 combinado Fl. 103DF CARF MF Processo nº 13702.001894/200774 Acórdão n.º 2301005.938 S2C3T1 Fl. 92 7 com o inciso III do artigo 264 do decreto 3044 de 22/01/80, fazendo justo à Lei Federal 7713 de 22/12/1988”. Fl. 78 – Laudo Médico: servidor de 72 anos de idade, aposentado por tempo de serviço. É portador de cardiopatia isquêmica, HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica), DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), em uso contínuo de Pressotec, Nowasc, Atenol, DAS. Faz acompanhamento regular com cardiologista e alega que tem problema visual, vai fazer cirurgia oftalmológica (catarata). Resposta aos quesitos: O servidor está ou necessita de internação em instituição hospitalar especializada? Não. Necessita de assistência medica ou cuidados permanentes de enfermagem? Sim. Por prescrição médica pode ou está recebendo tratamento adequado na própria residência? Sim. Conclusão: faz jus ao benefício pleiteado. Portanto o Laudo Oficial deixa claro que o Contribuinte é portador de cardiopatia isquêmica e hipertensiva. Segundo a medicina, ambas cardiopatias são tidas como cardiopatia grave: O quadro clínico bem como os recursos complementares, com os sinais e sintomas que permitem estabelecer o diagnóstico de cardiopatia grave, estão relacionados às seguintes cardiopatias: cardiopatia isquêmica, cardiopatia hipertensiva, miocardiopatias, valvopatias, cardiopatias congênitas, arritmias, pericardiopatias, aortopatias e cor pulmonale crônico.1 Inclusive a Portaria n. 1174/MD de 06/09/2006 do Ministério da Defesa traz em seu capítulo III, seção 2 a conceituação de Cardiopatia Grave, no qual inclui a insuficiência coronariana, cardiopatia isquêmica e cardiopatia hipertensiva. Portanto, restou claro e comprovado que o Contribuinte preencheu os dois requisitos para fazer jus à isenção do IRPF: é aposentado e é portador de moléstia grave prevista na legislação. Entretanto, necessário pontuar o termo inicial da isenção da incidência do IRPF. Neste caso, o Laudo Oficial é o documento que imputa a data do início da concessão. O Laudo, apesar de, em sua grande parte, estar praticamente ilegível, não traz em seu conteúdo quando o Contribuinte foi acometido pela doença. Apenas afirma que a partir de 13/11/2006 foi concedida a isenção de IRPF,pois foi a data da reunião da junta médica do INSS. 1 DUTRA, Oscar P.. II Diretriz brasileira de cardiopatia grave. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo , v. 87, n. 2, p. 223232, Aug. 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066 782X2006001500024&lng=en&nrm=iso>. access on 22 Jan. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S0066 782X2006001500024. Fl. 104DF CARF MF 8 Em contrapartida, o documento de fl. 09 determina que o Contribuinte é portador de insuficiência coronariana desde setembro de 2000. Tratase de documento do Hospital Geral de Bonsucesso que faz parte da administração pública, portanto considero o documento como oficial que, juntamente com os outros laudos, reportam que a doença teve início em setembro de 2000. Desta forma, considero que o Contribuinte contraiu sua moléstia grave em setembro de 2000, época que deve dar início a sua isenção de IRPF, deferindose o pleito do Contribuinte. Conclusão Ante o exposto, voto conhecer do Recurso Voluntário, para que no mérito, seja dado provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato – Relatora. Fl. 105DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19740.000272/2006-78
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3403-000.408
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em sobrestar o julgamento até que sobrevenha decisão do STF no RE 609.096. Vencido o Conselheiro Domingos de Sá Filho, que votou no sentido do julgamento do mérito do recurso. Esteve presente ao julgamento o Dr. Arthur José Faveret Cavalcanti, OAB/RJ nº 10.854.
Antonio Carlos Atulim Presidente
Ivan Allegretti Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Marcos Tranchesi Ortiz, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti.
Relatório
Nome do relator: Não se aplica
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Terceira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 19740.000272/2006-78
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5970003
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3403-000.408
nome_arquivo_s : Decisao_19740000272200678.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : Não se aplica
nome_arquivo_pdf_s : 19740000272200678_5970003.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em sobrestar o julgamento até que sobrevenha decisão do STF no RE 609.096. Vencido o Conselheiro Domingos de Sá Filho, que votou no sentido do julgamento do mérito do recurso. Esteve presente ao julgamento o Dr. Arthur José Faveret Cavalcanti, OAB/RJ nº 10.854. Antonio Carlos Atulim Presidente Ivan Allegretti Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Marcos Tranchesi Ortiz, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti. Relatório
dt_sessao_tdt : Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
id : 7646216
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:23 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661829668864
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1451; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T3 Fl. 10 1 9 S3C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19740.000272/200678 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3403000.408 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Data 28 de novembro de 2012 Assunto PIS/COFINS RECEITA FINANCEIRA Recorrente FUNDACAO DE ASSISTENCIA E PREVIDENCIA SOCIAL DO BNDES FAPES Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em sobrestar o julgamento até que sobrevenha decisão do STF no RE 609.096. Vencido o Conselheiro Domingos de Sá Filho, que votou no sentido do julgamento do mérito do recurso. Esteve presente ao julgamento o Dr. Arthur José Faveret Cavalcanti, OAB/RJ nº 10.854. Antonio Carlos Atulim – Presidente Ivan Allegretti – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Marcos Tranchesi Ortiz, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de autos de infração por meio dos quais se exige Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins (fls. 238/246) e Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS (fls. 247/255) em relação a fatos geradores ocorridos no período de 01/2001 a 06/2002. A notificação aconteceu em 04/08/2006 (fls. 246 e 255). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 97 40 .0 00 27 2/ 20 06 -7 8 Fl. 478DF CARF MF Processo nº 19740.000272/200678 Resolução nº 3403000.408 S3C4T3 Fl. 11 2 O Termo de Verificação Fiscal se encontra às fls. 256/271 e apresenta como motivação central do lançamento as seguintes razões: “a forma de apuração do PIS e da COFINS das entidades de previdência privada complementar, para o período objeto da fiscalização (janeiro de 2001 a julho de 2002), dáse conforme o anexo da IN n° 170/2002, abaixo reproduzido, que aplicase retroativamente, por ter caráter interpretativo. Salientese que, nessa apuração, são incluídas, dentre as exclusões e com sinal negativo (tendo assim o efeito de aumentar a base de cálculo) as receitas de alugueis e rendimentos equiparados da carteira imobiliária, o ganho de capital na venda de investimentos imobiliários, assim como o resultado positivo na reavaliação de investimentos imobiliários (grupo contábil 6.1.3 do plano de contas dessas entidades). (...) Foi somente a partir de 29 de agosto de 2002, com a edição da Medida Provisória N° 66, que passaram a ser excluídas da base de cálculo da contribuição para o PIS e COFINS os rendimentos objeto de investimentos imobiliários: "Art. 35. As entidades fechadas de previdência complementar poderão excluir da base de calculo das contribuições para o PIS/Pasep e para a Cofins, além dos valores já previstos na legislação vigente, os valores referentes a: I rendimentos relativos a receitas de aluguel, destinados ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates; II receita decorrente da venda de bens imóveis, destinada ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates; III o resultado positivo auferido na reavaliação da carteira de investimentos imobiliários referida nos incisos I e II” Em 07/10/2002 a Secretaria da Receita Federal, através da Instrução Normativa SRF n° 215, normalizou as exclusões e deduções na apuração da base de cálculo preconizada na MP N° 66/2002. Assim, pelo exposto, as entidades de previdência privada fechadas, constituídas sob qualquer forma, sujeitavamse, no período fiscalizado, à incidência do PIS e da COFINS com base na receita bruta mensal, admitidas apenas as deduções e exclusões acima. Em outras palavras, para o período fiscalizado, a FAPES deveria apurar e recolher o PIS e a COFINS de acordo com o anexo da IN n° 170/2002, devendo ser oferecidas à tributação por essas contribuições, dentre outras, as receitas de aluguéis e rendimentos equiparados na carteira imobiliária, o resultado positivo na reavaliação de investimentos imobiliários e os ganhos/lucros na venda de investimentos imobiliários (notese que, de acordo como anexo da IN n° 170/2002, essas receitas figuram como exclusões da base de cálculo com sinal negativo, o que tem por efeito incluílas no montante sujeito à tributação). O contribuinte apresentou impugnação (fls. 323/333) alegando, em síntese, (1) a decadência parcial do lançamento em razão do disposto no art. 150, § 4º do CTN, de maneira que o auto de infração não poderia alcançar fatos geradores ocorridos mais de 5 anos antes da Fl. 479DF CARF MF Processo nº 19740.000272/200678 Resolução nº 3403000.408 S3C4T3 Fl. 12 3 notificação, (2) que a exigência está lastreada no alargamento inconstitucional da base de cálculo previsto na Lei nº 9.718/98, de modo que não poderia alcançar os valores recebidos a título de aluguéis e de ganho de capital com imóveis e da reavaliação de tais bens, visto que apenas poderia incidir sobre a receita da venda de mercadorias e serviços e (3) que ainda que se considere constitucional a Lei nº 9.718/98, não poderia ser tributada a reavaliação dos imóveis por não representar qualquer ingresso, não configurando receita, e ainda, (4) que seria inconstitucional a aplicação da taxa Selic, conforme precedente do Superior Tribunal de Justiça. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento do Rio de Janeiro II (DRJ), por meio do Acórdão nº 1335.590, de 20 de junho de 2011, deu provimento parcial à impugnação apenas para reconhecer a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos mais de 5 anos antes do lançamento, mantendo a exigência quanto ao mais, conforme o seguinte entendimento sintetizado na sua ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL — COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 30/06/2002 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS É de cinco anos o prazo decadencial para constituição das contribuições sociais, consoante Súmula Vinculante n° 8, que declarou inconstitucional o art. 45 da Lei 8.212/91. ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. INCIDÊNCIA DA COFINS. A Cofins devida pelas entidades fechadas de previdência privada, é calculada com base no seu faturamento, entendido como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. COFINS.ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. EXCLUSÕES As exclusões das receitas de aluguel, venda e reavaliação de imóveis nas bases de cálculo da Cofins, para as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, somente são permitidas para os fatos geradores a partir de agosto/2002. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2001 a 30/06/2002 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS É de cinco anos o prazo decadencial para constituição das contribuições sociais, consoante Súmula Vinculante n° 8, que declarou inconstitucional o art. 45 da Lei 8.212/91. ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. A Contribuição para o PIS, devida pelas entidades fechadas de previdência privada, é calculada com base no seu faturamento, entendido como a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. EXCLUSÕES As exclusões das receitas de aluguel, venda e reavaliação de imóveis nas bases de calculo da Fl. 480DF CARF MF Processo nº 19740.000272/200678 Resolução nº 3403000.408 S3C4T3 Fl. 13 4 Contribuição para o PIS, para as Entidades Fechadas de Previdência Complementar, somente são permitidas para os fatos geradores a partir de agosto/2002. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte A contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 445/452e: numeração do processo eletrônico) sustentando que o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do parágrafo 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, de modo este mesmo efeito deve ser estendido ao presente caso, quando de seu julgamento pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Explica que em razão da referida declaração de inconstitucionalidade, incidência de PIS/Cofins com fundamento na Lei nº 9.718/98 deve se restringir às receitas decorrentes da venda de bens e serviços, não podendo alcançar outras receitas. Sustenta, assim, a necessidade de cancelamento integral do auto de infração, pois não se poderiam tributar as reavaliações e os ganhos de capital na venda de imóveis. Argumenta, ainda, que o art. 3º, § 2º, IV, da Lei nº 9.718/98 exclui da base de cálculo “a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente” e que “a recorrente não é uma empresa imobiliária. Logo, os imóveis em seu patrimônio fazem parte do ativo permanente”. É o relatório. Voto Conselheiro Ivan Allegretti, Relator O recurso é tempestivo, motivo pelo qual dele conheço. O art. 62 do Regimento Interno do CARF impede que os julgadores administrativos afastem a aplicação de uma lei com fundamento em sua inconstitucionalidade, ressalvando expressamente os casos em que o dispositivo de lei “já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal” (inciso I). Em relação ao parágrafo 1º do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, já houve decisão definitiva do Plenário do STF declarando sua inconstitucionalidade: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. Fl. 481DF CARF MF Processo nº 19740.000272/200678 Resolução nº 3403000.408 S3C4T3 Fl. 14 5 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (RE 346084, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2005, DJ 01092006 PP00019 EMENT VOL0224506 PP 01170) O efeito prático desta decisão foi o de circunscrever a incidência de PIS/Cofins ao âmbito das receitas decorrentes da venda de bens e da prestação de serviços, tal como vinha incidindo antes do alargamento pretendido pela Lei nº 9.718/98. Ocorre que o próprio STF veio a entender que ainda deve haver discussão a propósito da aplicação do referido entendimento em relação às instituições financeiras, inclusive reconhecendo a repercussão geral do tema. Tornase necessário, com efeito, verificar se a questão concreta deve ser ou não considerada abrangida pela Repercussão Geral reconhecida pelo STF no Recurso Extraordinário 609.096, consubstanciada no tema nº 372, com a descrição “a) Exigibilidade do PIS e da COFINS sobre as receitas financeiras das instituições financeiras; b) Exigência de reserva de plenário para as situações em que se afasta a incidência do disposto no art. 3º, §§ 5º e 6º, da Lei nº 9.718/1998”. Isto porque, caso se considere que a questão em discussão neste recurso é abrangida pelo tema em repercussão geral, deverá haver o sobrestamento do julgamento, em razão do disposto no parágrafo 1º do art. 62A do Regimento Interno do CARF, o qual prevê que “Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B”. Nada obstante seja discutível a possibilidade de equiparar pura e simplesmente os fundos de pensão às demais instituições financeiras – visto que as entidades de previdência complementar em muitos aspectos se distanciam deste enquadramento, o fato é que o próprio Supremo Tribunal Federal entende que o julgamento da mesma questão em relação aos fundos de pensão deve esperar o julgamento da referida repercussão geral, relativa às entidades financeiras. É isto o que se verifica no Recurso Extraordinário nº 444.601, em que a Segunda Turma do STF decidiu que o recurso, interposto por uma entidade de previdência provada deveria ser sobrestado para aguardar o julgamento da Repercussão Geral no RE nº 609.096 (acórdão proferido nos Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Extraordinário nº 444.601, Relator Ministro Gilmar Mendes, julgado em 13/03/2012, publicado no DJe 062, divulgado em 26/03/2012 e publicado em 27/03/2012). Fl. 482DF CARF MF Processo nº 19740.000272/200678 Resolução nº 3403000.408 S3C4T3 Fl. 15 6 Assim, deve ser igualmente aplicado neste caso o disposto no art. 62A do RICARF, sobrestandose o seu julgamento até que sobrevenha o julgamento final, pelo STF, da Repercussão Geral reconhecida no RE nº 609.096. Ivan Allegretti Fl. 483DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12585.720017/2012-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2010 a 30/09/2010
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. RETIFICAÇÃO. DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO.
A contradição existente entre a fundamentação do Voto condutor e o dispositivo final do acórdão embargado é passível de saneamento por meio dos Embargos de Declaração.
No caso, para que o resultado do julgamento do Acórdão embargado fique em conformidade com o que foi decidido originalmente pelo Colegiado, deve ser retificado o seu dispositivo final para excluir do seu texto o item relativo à reversão de glosa que não havia sido efetivamente revertida pelo Colegiado.
Na oportunidade, nos termos do art. 66 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, e em referência aos princípios da eficiência, da verdade material e da concentração dos atos processuais, é pertinente fazer o saneamento completo na rubrica relativa à conta embargada, que, conforme se demonstrou, padece do mesmo vício apontado pela embargante.
Embargos Acolhidos
Numero da decisão: 3402-006.214
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para retificar o dispositivo final do Acórdão embargado para excluir do seu texto o item "(a.3)".
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Cynthia Elena de Campos.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2010 a 30/09/2010 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. RETIFICAÇÃO. DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO. A contradição existente entre a fundamentação do Voto condutor e o dispositivo final do acórdão embargado é passível de saneamento por meio dos Embargos de Declaração. No caso, para que o resultado do julgamento do Acórdão embargado fique em conformidade com o que foi decidido originalmente pelo Colegiado, deve ser retificado o seu dispositivo final para excluir do seu texto o item relativo à reversão de glosa que não havia sido efetivamente revertida pelo Colegiado. Na oportunidade, nos termos do art. 66 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, e em referência aos princípios da eficiência, da verdade material e da concentração dos atos processuais, é pertinente fazer o saneamento completo na rubrica relativa à conta embargada, que, conforme se demonstrou, padece do mesmo vício apontado pela embargante. Embargos Acolhidos
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 12585.720017/2012-84
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5974113
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3402-006.214
nome_arquivo_s : Decisao_12585720017201284.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
nome_arquivo_pdf_s : 12585720017201284_5974113.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para retificar o dispositivo final do Acórdão embargado para excluir do seu texto o item "(a.3)". (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Cynthia Elena de Campos.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
id : 7658806
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661848543232
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1775; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 1.748 1 1.747 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12585.720017/201284 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3402006.214 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 25 de fevereiro de 2019 Matéria CONTRADIÇÃO Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado TAM LINHAS AÉREAS S/A ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2010 a 30/09/2010 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. RETIFICAÇÃO. DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO. A contradição existente entre a fundamentação do Voto condutor e o dispositivo final do acórdão embargado é passível de saneamento por meio dos Embargos de Declaração. No caso, para que o resultado do julgamento do Acórdão embargado fique em conformidade com o que foi decidido originalmente pelo Colegiado, deve ser retificado o seu dispositivo final para excluir do seu texto o item relativo à reversão de glosa que não havia sido efetivamente revertida pelo Colegiado. Na oportunidade, nos termos do art. 66 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, e em referência aos princípios da eficiência, da verdade material e da concentração dos atos processuais, é pertinente fazer o saneamento completo na rubrica relativa à conta embargada, que, conforme se demonstrou, padece do mesmo vício apontado pela embargante. Embargos Acolhidos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para retificar o dispositivo final do Acórdão embargado para excluir do seu texto o item "(a.3)". (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 58 5. 72 00 17 /2 01 2- 84 Fl. 1748DF CARF MF 2 Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Cynthia Elena de Campos. Relatório Tratase de Embargos de Declaração interpostos pela Fazenda Nacional em face de contradição/obscuridade identificada entre o dispositivo do acórdão e a sua fundamentação nos Votos Vencido e Vencedor relativamente à reversão da glosa de créditos das contribuições relativos à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa". Os Embargos foram admitidos mediante despacho do Presidente do Colegiado, nos seguintes termos: Tratase de embargos de declaração manejados em desfavor do Acórdão 3402 005.320, de 20/06/2018, alegadamente maculado de contradição/obscuridade em relação à reversão da glosa de dispêndios contabilizados na conta “Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa", consignada na parte dispositiva do aresto, mas que não teria sido tratada no voto da relatora ou no voto da redatora designada. Os embargos são tempestivos: os autos foram encaminhados à Procuradoria da Fazenda Nacional em 30/07/2018 (doc. à efl. 1712) e devolvidos em 03/09/2018, conforme doc. à efl. 1720. Lembrar que de acordo com o disposto no art. 79 do Anexo II do Regimento Interno do CARF RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, com a redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016, os Procuradores da Fazenda Nacional serão considerados intimados ao término do prazo de 30 (trinta) dias, contados da entrega dos autos à PFN. No caso dos autos, portanto, a ciência aperfeiçoouse 29/08/2018 e o agravo foi apresentado no prazo regimental de cinco dias. Importa consignar que o contribuinte obteve cópia dos autos por meio do “Portal ECAC” e igualmente apresentou seus embargos de declaração. Entretanto, considerando que, conforme será melhor esclarecido adiante, o aresto embargado será novamente submetido ao Colegiado, não é possível conhecer dos embargos do contribuinte antes da decisão que enfrentará os embargos da Fazenda Nacional, pois ainda não se sabe qual será a versão definitiva do aresto. Igualmente não cabe tomar conhecimento, no presente exame de admissibilidade, da petição apresentada pelo contribuinte por meio da qual apresenta contrarrazões aos embargos da Fazenda, embora não nomine sua petição nesses termos. Como é cediço, o direito processual pátrio adota a taxatividade quando disciplina as hipóteses de intervenção das partes e, na ausência de norma regimental que a preveja, a manifestação do contribuinte não pode ser enfrentada no presente despacho. (...) Tomando tais conceitos como referência, analisando as razões de embargo, juntamente com o acórdão embargado, forçoso é concluir que os embargos devem ser admitidos, pois, de fato, não é possível extrair dos votos da relatora (vencida exclusivamente no que se refere à glosa dos dispêndios com uniformes) ou da redatora designada quais seriam as razões para reversão da glosa dos créditos apurados a partir dos dispêndios contabilizados na conta intitulada “Gastos com Fl. 1749DF CARF MF Processo nº 12585.720017/201284 Acórdão n.º 3402006.214 S3C4T2 Fl. 1.749 3 combustíveis para equipamentos de rampa”, exposta na parte dispositiva nos seguintes termos: (...) Consta também nos autos a interposição de Embargos de Declaração pela contribuinte, os quais não foram objeto de despacho de admissibilidade. Os autos foram devolvidos a esta Conselheira Relatora para inclusão em pauta de julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Os embargos de declaração interpostos pela contribuinte não foram submetidos a despacho de admissibilidade e, portanto, não podem ser incluídos nesta oportunidade em pauta de julgamento, nos termos do art. 65, §7º do Anexo II do Ricarf, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015. Os embargos de declaração interpostos pela Fazenda Nacional são tempestivos e apontam, em verdade, o vício de "contradição entre a decisão e os seus fundamentos", razão pela qual devem ser conhecidos nos termos do art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF. Alega a embargante que: (...) Ante a leitura da parte dispositiva, depreendese que o colegiado teria dado parcial provimento ao recurso voluntário para reverter as glosas de créditos de insumos relativos à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa". Entretanto, esta decisão não coincide com o disposto nos votos da relatora e da conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, designada para subscrever a tese vencedora, conforme se confere nos trechos a seguir transcritos, extraídos de ambos os votos: (...) Enquanto o dispositivo da decisão expressa a conclusão pelo provimento parcial para reverter as glosas de créditos de insumos relativos à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa", os votos vencido e vencedor não conferem o creditamento em relação à aludida rubrica. Verificase, portanto, descompasso entre a decisão e sua fundamentação. (...) Verificase que, de fato, ocorreu a contradição interna no acórdão embargado apontada pela embargante, como abaixo se demonstrará. No dispositivo do Acórdão, extraído da Ata de Julgamento, assim constou: Acordam os membros do Colegiado, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário da seguinte forma: (a) por unanimidade de votos para (a.1) seja efetuado novo cálculo do percentual de rateio proporcional levando em consideração as Fl. 1750DF CARF MF 4 receitas financeiras como integrantes da receita bruta não cumulativa e da receita bruta total; (a.2) manter as glosas de créditos de insumos correspondente aos gastos com equipamentos terrestres, ponto no qual os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Rodrigo Mineiro Fernandes acompanharam a relatora pelas conclusões; (a.3) reverter as glosas de créditos de insumos no montante relativo ao transporte internacional de cargas, correspondentes às despesas relacionadas às aquisições de bens patrimoniais relativamente à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa" e às parcelas relativas aos "serviços de operação de equipamentos de raio X" e "segurança patrimonial" ; (b) por maioria de votos para (...) (b.4) reverter a glosa para as despesas com os uniformes dos aeronautas na forma da Lei n.º 7.183/1994 relativo ao transporte aéreo de cargas e internacional de passageiros. Em primeira votação, reconhecido que os uniformes dos aeronautas se enquadram no conceito de insumo. Vencidos os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula (relatora), Pedro Sousa Bispo e Waldir Navarro Bezerra. Em segunda votação, por entender que abrange tanto o transporte aéreo de cargas como o transporte aéreo internacional de passageiros. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes e Waldir Navarro Bezerra que restringiam somente ao transporte aéreo de cargas. Designada a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz; (c) pelo voto de qualidade, para (c.1) manter as glosas das despesas de frete pagos após o desembaraço aduaneiro e os gastos com despachantes aduaneiros. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado) que davam provimento ao Recurso neste ponto. A Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz irá apresentar declaração de voto neste ponto; (c.2) manter as glosas relacionadas aos produtos recebidos em transferência de outro estabelecimento. Vencidos os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Rodolfo Tsuboi (Suplente Convocado) que afastavam o fundamento do despacho decisório para confirmação da validade do crédito. [grifei e negritei] Como se observa acima, o dispositivo do Acórdão embargado foi redigido de forma a separar o resultado da votação do Colegiado em: a) unanimidade, b) maioria e c) voto de qualidade. Constatase também que: i) na parte do julgado em que houve votação por unanimidade, certamente que o resultado do julgamento deve equivaler à fundamentação dada pela Conselheira Relatora; ii) também no que concerne à votação por voto de qualidade, para a qual não consta a Relatora como vencida, não deve haver divergência entre o resultado final do julgamento e a fundamentação do Voto da Conselheira Relatora; e iii) relativamente à matéria julgada que saiu vencedora por maioria, a divergência da Conselheira Relatora em relação ao resultado final do julgamento deuse apenas em relação ao item (b.4) (despesas com os uniformes dos aeronautas relativo ao transporte aéreo de cargas e internacional de passageiros), matéria que foi fundamentada no "Voto Vencedor" da Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz; Em síntese, prevaleceu no resultado do julgamento do Acórdão embargado o provimento parcial do recurso voluntário em maior extensão do que aquele concedido no voto da Conselheira Relatora. Mais precisamente, o resultado final do julgamento equivale ao provimento parcial constante no "Voto Vencido" adicionado da reversão da glosa relativa ao item (b.4), cuja fundamentação constou no "Voto Vencedor". Dessa forma, a fundamentação da decisão final do julgamento deve ser encontrada em sua maior parte no "Voto Vencido", à exceção somente da glosa relativa ao item (b.4) do dispositivo do Acórdão, devidamente motivada no "Voto Vencedor". Fl. 1751DF CARF MF Processo nº 12585.720017/201284 Acórdão n.º 3402006.214 S3C4T2 Fl. 1.750 5 Com efeito, a parte controversa nos presentes Embargos de Declaração diz respeito somente à reversão da glosa sobre as despesas relacionadas às aquisições de bens patrimoniais relativamente à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa" no montante relativo ao transporte internacional de cargas (item (a.3) no dispositivo acima), com indicação de votação unânime do Colegiado e, portanto, como dito, deveria encontrar fundamentação no Voto da Conselheira Relatora ("Voto Vencido"). No que concerne às "aquisições de bens patrimoniais", o "Voto Vencido" foi assim redigido: 4. Da glosa relacionada às aquisições de bens patrimoniais Sobre a matéria pronunciou a DRJ nos seguintes termos: No caso do 3º trimestre de 2010, os bens glosados dizem respeito às seguintes contas: “Despesas com manutenção predial”, “Serviços com manutenção predial”, “Gastos com Equipamentos Terrestres”, “Materiais de infraestrutura”, “Materiais de Manutenção em Equipamentos” e “Serviços de Manutenção em Equipamentos”. No que tange às despesas com “manutenção predial”, temse que não são passíveis de crédito na sistemática da não cumulatividade do PIS/Cofins, porque não são despesas vinculadas ao transporte internacional de cargas. São apenas despesas operacionais da interessada que não podem ser considerados insumos na sistemática da não cumulatividade do PIS/Cofins. Relativamente às demais glosas, analisandose, especificamente, os itens das notas fiscais glosados na planilha “9.3 – Aquisição de bens patrimoniais”, percebese que se tratam, em verdade, de peças e partes e serviços de manutenção de equipamentos. A contribuinte, por sua vez, possui como atividade a prestação de serviços de manutenção de aeronaves, o que impõe considerar que os bens relacionados nas contas acima descritas são insumos. Ocorre, todavia, que em 23 de junho de 2008, foi publicada a Lei n° 11.727 que alterou a redação do inciso IV do art. 28 da Lei n° 10.865, de 30 de abril de 2004, determinando o seguinte: Art. 28. Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno, de: ... IV – aeronaves classificadas na posição 88.02 da Tipi, suas partes, peças, ferramentais, componentes, insumos, fluidos hidráulicos, tintas, anticorrosivos, lubrificantes, equipamentos, serviços e matériasprimas a serem empregados na manutenção, conservação, modernização, reparo, revisão, conversão e industrialização das aeronaves, seus motores, partes, componentes, ferramentais e equipamentos; Por isso, os bens e serviços de manutenção relacionados nas contas supracitadas não geram o direito ao crédito da não cumulatividade, já que o inc. II do §2º do art. 3º das Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003 impede o creditamento do valor “da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição”. Ressaltese que tal disposição entrou em vigor em 23/06/2008, conforme dispõe o caput do art. 41 da Lei n° 11.727/2008. Por tal razão, as glosas realizadas estão corretas. Por isso, os bens e serviços discriminados nas contas supracitadas não geram o direito ao crédito da não cumulatividade, já que o inc. II do §2o do art. 3o das Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003 impede o creditamento do valor “da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição”. Fl. 1752DF CARF MF 6 Ressaltese que tal disposição entrou em vigor em 23/06/2008, conforme dispõe o caput do art. 41 da Lei n° 11.727/2008. Por tal razão, as glosas realizadas estão corretas. A recorrente manifesta concordância quanto à glosa relativa a seguintes contas: gastos com equipamentos terrestres, materiais de infraestrutura, materiais de manutenção em equipamentos e serviços de manutenção em equipamentos. Quanto às demais contas “Despesas com manutenção predial” e “Serviços com manutenção predial”, a recorrente não demonstrou que fossem aplicadas nos serviços por ela prestados ou que se tratassem de "edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa". De forma que não cabe reforma na decisão recorrida neste tópico. (...) Como se vê acima, especificamente no presente processo, dentro da rubrica "aquisições de bens patrimoniais" não houve sequer glosa da conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa", razão pela qual, obviamente, não poderia haver reversão de tal despesa no Acórdão embargado. Revendo os votos relativos aos 24 processos da mesma interessada julgados em sessão de junho de 2018, observase que o único processo em que foi tratada a glosa relativa à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa" foi o de número 16692.720038/201314, no qual foi, inclusive, revertida essa glosa conforme Voto da Conselheira Relatora1. Assim, ao que parece, o equívoco na redação do dispositivo final do Acórdão ora embargado, deveuse à manutenção no texto de parte do resultado do outro processo julgado conjuntamente. O equívoco no resultado do julgamento não se restringe à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa", mas a toda rubrica relativa às "aquisições de bens patrimoniais", para a qual não houve, no presente processo, qualquer reversão de glosa, como se observa na redação do "Voto Vencido" do Acórdão embargado. Embora o equívoco em toda a rubrica "aquisições de bens patrimoniais" do resultado do Acórdão embargado não tenha sido apontado propriamente pela Embargante, que se restringiu ao vício em relação à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa" dessa rubrica, entendo que o saneamento deve ser feito de forma completa, ou seja, também em relação também às contas não embargadas da rubrica. Tratase de inexatidão 1 Processo nº 16692.720038/201314 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402005.323 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 20 de junho de 2018 (...) VOTO VENCIDO (...) 3. Da glosa relacionada às aquisições de bens patrimoniais (...) Com relação "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa" alega a recorrente que "é impossível a acessibilidade à aeronave sem a utilização de equipamentos de rampa, visto que este é o meio utilizado para o deslocamento da carga até o compartimento do avião e, consequentemente, esse equipamento depende de abastecimento (combustível) para seu funcionamento", o que se adequa ao conceito de insumo adotado neste voto. (...) Assim, em resumo, revertese neste tópico a glosa relacionada às aquisições de bens patrimoniais relativamente: i) à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa" no montante relativo ao transporte internacional de cargas e ao transporte internacional de cargas; e ii) às contas “Gastos com Equipamentos Terrestres”, “Materiais de Manutenção em Equipamentos” e “Serviços de Manutenção em Equipamentos” no montante pertinente ao transporte internacional de passageiros. (...) Fl. 1753DF CARF MF Processo nº 12585.720017/201284 Acórdão n.º 3402006.214 S3C4T2 Fl. 1.751 7 material, devida a lapso manifesto na proclamação do resultado do julgamento pelo Colegiado, reparável pelos embargos inominados, nos termos do art. 66 do Anexo II do Regimento Interno do CARF. O saneamento em toda rubrica "aquisições de bens patrimoniais" é decorrente do correção do próprio erro apontado pela embargante. Ademais, o Colegiado não poderia manter formalmente a parte da decisão embargada que, de forma bem clara, não está de acordo com o que foi efetivamente decidido pelo Colegiado em junho de 2018. Assim, em referência aos princípios da eficiência, da verdade material e da concentração dos atos processuais, é pertinente fazer desde já o saneamento completo do feito. Portanto, para que o resultado do julgamento do Acórdão embargado fique em conformidade com o que foi decidido pelo Colegiado em junho de 2018, deve ser retificado o dispositivo final do Acórdão embargado para excluir do seu texto todo o item (a.3), que tratava da reversão da glosa relativa à rubrica "aquisições de bens patrimoniais", sem que o Colegiado tivesse decidido nesse sentido. Dessa forma, a retificação no dispositivo do Acórdão embargado, com a exclusão do item (a.3), será nos seguintes termos: De: "Acordam os membros do Colegiado, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário da seguinte forma: (a) por unanimidade de votos para (a.1) seja efetuado novo cálculo do percentual de rateio proporcional levando em consideração as receitas financeiras como integrantes da receita bruta não cumulativa e da receita bruta total; (a.2) manter as glosas de créditos de insumos correspondente aos gastos com equipamentos terrestres, ponto no qual os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Rodrigo Mineiro Fernandes acompanharam a relatora pelas conclusões; (a.3) reverter as glosas de créditos de insumos no montante relativo ao transporte internacional de cargas, correspondentes às despesas relacionadas às aquisições de bens patrimoniais relativamente à conta "Gastos com combustíveis para equipamentos de rampa" e às parcelas relativas aos "serviços de operação de equipamentos de raio X" e "segurança patrimonial" ; (b) por maioria de votos para (b.1) reconhecer que as receitas originadas do transporte internacional de passageiros estão abrangidas pelo regime não cumulativo. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes e Waldir Navarro Bezerra; (b.2) (...)" Para: "Acordam os membros do Colegiado, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário da seguinte forma: (a) por unanimidade de votos para (a.1) seja efetuado novo cálculo do percentual de rateio proporcional levando em consideração as receitas financeiras como integrantes da receita bruta não cumulativa e da receita bruta total; (a.2) manter as glosas de créditos de insumos correspondente aos gastos com equipamentos terrestres, ponto no qual os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Rodrigo Mineiro Fernandes acompanharam a relatora pelas conclusões; (b) por maioria de votos para (b.1) reconhecer que as receitas originadas do transporte internacional de passageiros estão abrangidas pelo regime não cumulativo. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes e Waldir Navarro Bezerra; (b.2) (...)" Fl. 1754DF CARF MF 8 Assim, pelo exposto, voto no sentido de acolher os Embargos de Declaração interpostos pela Fazenda Nacional, determinando a retificação do dispositivo final do Acórdão embargado para excluir do seu texto o item "(a.3)". (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Fl. 1755DF CARF MF Processo nº 12585.720017/201284 Acórdão n.º 3402006.214 S3C4T2 Fl. 1.752 9 Fl. 1756DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.910066/2009-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Data do fato gerador: 31/01/2003
NULIDADE ACÓRDÃO. FALTA DE ANÁLISE DO DIREITO CREDITÓRIO DO CONTRIBUINTE.
É nulo o acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento que analisa o direito creditório do contribuinte com base em argumento diverso do que constou no despacho decisório combatido.
COMPENSAÇÃO ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. POSSIBILIDADE.
Nos termos da súmula 84 do CARF, é possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa.
Numero da decisão: 1302-003.414
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para declarar a nulidade do acórdão de primeiro grau, determinando o seu retorno à DRJ para que profira novo julgamento, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado- Presidente.
(assinado digitalmente)
Flávio Machado Vilhena Dias - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Ailton Neves da Silva (Suplente Convocado), Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: FLAVIO MACHADO VILHENA DIAS
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Data do fato gerador: 31/01/2003 NULIDADE ACÓRDÃO. FALTA DE ANÁLISE DO DIREITO CREDITÓRIO DO CONTRIBUINTE. É nulo o acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento que analisa o direito creditório do contribuinte com base em argumento diverso do que constou no despacho decisório combatido. COMPENSAÇÃO ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. POSSIBILIDADE. Nos termos da súmula 84 do CARF, é possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.910066/2009-41
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5972767
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1302-003.414
nome_arquivo_s : Decisao_10880910066200941.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : FLAVIO MACHADO VILHENA DIAS
nome_arquivo_pdf_s : 10880910066200941_5972767.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para declarar a nulidade do acórdão de primeiro grau, determinando o seu retorno à DRJ para que profira novo julgamento, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado- Presidente. (assinado digitalmente) Flávio Machado Vilhena Dias - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Ailton Neves da Silva (Suplente Convocado), Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
dt_sessao_tdt : Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2019
id : 7654975
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:42 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661857980416
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1511; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 104 1 103 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.910066/200941 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1302003.414 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 21 de fevereiro de 2019 Matéria Compensação Estimativas Recorrente DESIM Desenvolvimento Imobiliário Ltda. Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 31/01/2003 NULIDADE ACÓRDÃO. FALTA DE ANÁLISE DO DIREITO CREDITÓRIO DO CONTRIBUINTE. É nulo o acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento que analisa o direito creditório do contribuinte com base em argumento diverso do que constou no despacho decisório combatido. COMPENSAÇÃO ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. POSSIBILIDADE. Nos termos da súmula 84 do CARF, é possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para declarar a nulidade do acórdão de primeiro grau, determinando o seu retorno à DRJ para que profira novo julgamento, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Flávio Machado Vilhena Dias Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 00 66 /2 00 9- 41 Fl. 104DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Ailton Neves da Silva (Suplente Convocado), Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório Tratase processo administrativo decorrente de Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte DESIM Desenvolvimento Imobiliário Ltda., ora Recorrente, em face de despacho decisório que não homologou pedido de compensação administrativa, na qual foi indicado como direito creditório pagamento indevido ou a maior de estimativas de CSLL referente ao período de apuração de 01/2003. Como se depreende dos autos, o litígio que envolve o presente processo decorre da análise da possibilidade legal de restituição e posterior compensação de recolhimentos a maior de estimativas mensais do CSSL, uma vez que o contribuinte alega que recolheu, a título de estimativas mensais, valor superior ao devido no período, como se observa da Manifestação de Inconformidade que deu origem ao procedimento administrativo em questão. Contudo, em que pese os argumentos apresentados pelo contribuinte, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP) entendeu por bem julgar como improcedente o apelo do contribuinte, sob o argumento de que o pagamento indevido ou a maior de estimativa deve ser deduzido do IRPJ apurado ao final daquele período ou compor o saldo negativo, não podendo ser objeto de restituição/compensação, como pretendido. O acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/01/2003 ESTIMATIVA. PAGAMENTO INDEVIDO. DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO. A partir de 29/10/2004, na hipótese de ter sido efetuado pagamento indevido ou maior que o devido de IRPJ calculado por estimativa, este valor somente poderia ter sido utilizado na dedução do IRPJ apurado ao final daquele período de apuração, ou para compor o saldo negativo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Devidamente intimado, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário, no qual, em síntese, requer o reconhecimento do seu direito creditório e, por consequência, a homologação da compensação apresentada. Este é o relatório. Fl. 105DF CARF MF Processo nº 10880.910066/200941 Acórdão n.º 1302003.414 S1C3T2 Fl. 105 3 Voto Conselheiro Flávio Machado Vilhena Dias Relator DA TEMPESTIVIDADE Como se denota dos autos, o Recorrente foi intimado do teor do acórdão recorrido em 04/03/2011 (fl. 97), apresentando o Recurso Voluntário ora analisado no dia 17/03/2011 (fl. 98 e seguintes), ou seja, dentro do prazo de 30 dias, nos termos do que determina o artigo 33 do Decreto nº 70.235/72. Portanto, sem maiores delongas, é tempestivo o Recurso Voluntário apresentado pelo Recorrente e, por isso, uma vez cumpridos os demais pressupostos para a sua admissibilidade, deve ser analisado por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. DA NULIDADE DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELA DRJ. DA POSSIBILIDADE DE SE VER RESTITUÍDO/COMPENSADOS OS PAGAMENTOS INDEVIDOS OU A MAIOR RELATIVOS ÀS ESTIMATIVAS MENSAIS DE IRPJ E CSLL. Como demonstrado no relatório acima, o Despacho Decisório não homologou a compensação pretendida, uma vez que os créditos teriam sido "integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". O contribuinte, por sua vez, demonstrou que houve o recolhimento a maior das estimativas e que, por isso, estava caracterizado o indébito tributário, passível de compensação. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I (SP), contudo, sem analisar o direito creditório do contribuinte, fundamentou o seu voto com o argumento de que o "não era possível à Recorrente à época da transmissão da DCOMP sob análise — pleitear restituição/compensação de CSLL calculado por estimativa eventualmente pago a maior como 'pagamento indevido ou maior que o devido'". Com esse entendimento, entendeu, aquela DRJ, que a Manifestação de Inconformidade do contribuinte deveria ser julgada como improcedente. Entretanto, é fato que aquele acórdão deixou de analisar o direito creditório do contribuinte, nos termos invocados pelo Despacho Decisório e que foram contrapostos, inclusive via documentação, pelo Recorrente. Assim, de ofício, reconhecese a nulidade do acórdão proferido pela DRJ de São Paulo, devendo os autos retornarem à instância a quo, para nova análise do direito creditório do contribuinte e se este é passível de liquidar os débitos, nos termos do pedido de compensação apresentado. Devese ressaltar, ainda, que a douta DRJ de São Paulo proferiu voto indeferindo o pleito do contribuinte, como mencionado, sob o argumento de que o crédito das estimativas pagas a maior deve ser deduzido da CSLL apurada ao final daquele período ou Fl. 106DF CARF MF 4 compor o saldo negativo, não podendo ser objeto de restituição/compensação. Assim, como houve pedido de restituição/compensação, entendeu, aquela Delegacia de Julgamento, que o pleito do Recorrente deveria ser indeferido. Contudo, ao contrário do que restou decidido pela Turma a quo, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu diversos julgados em sentido diametralmente oposto ao que foi colocado no acórdão recorrido, sendo a discussão encerrada com a edição da súmula CARF nº 84, que tem a seguinte redação: Súmula CARF nº 84 É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa. Ademais, em que pese o entendimento já sumulado no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não se pode olvidar que a própria Receita Federal do Brasil alterou o posicionamento, quando da publicação da Solução de Consulta Interna COSIT Nº 19, de 05 de dezembro de 2011, que tem a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIOESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO.O art. 11 da IN RFB nº900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicandose, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1ºde janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa.Caracterizase como indébito de estimativa inclusive o pagamento a maior ou indevido efetuado a este título após o encerramento do período de apuração, seja pela quitação do débito de estimativa de dezembro dentro do prazo de vencimento, seja pelo pagamento em atraso da estimativa devida referente a qualquer mês do período, realizado em ano posterior ao do período da estimativa apurada, mesmo na hipótese de a restituição ter sido solicitada ou a compensação declarada na vigência das IN SRF nº460, de 2004, e IN SRF nº600, de 2005.A nova interpretação dada pelo art. 11 da IN RFB nº900, de 2008, aplicase inclusive aos PER/DCOMP retificadores apresentados a partir de 1ºde janeiro de 2009, relativos a PER/DCOMP originais transmitidos durante o período de vigência da IN SRF nº460, de 2004, e IN SRF nº600, de 2005, desde que estes se encontrem pendentes de decisão administrativa. Dispositivos Legais: Lei nº9.430, de 27 de dezembro de 1996, arts. 2ºe 74; IN SRF nº460, de 18 de outubro de 2004; IN SRF nº600, de 28 de dezembro de 2005; IN RFB nº900, de 30 de dezembro de 2008. Assim, o entendimento exarado pela DRJ não pode prevalecer, devendo o direito creditório ser analisado nos limites do que já restou consolidado pelo CARF e externado através da súmula acima citada. Por todo exposto, votase por DAR PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO VOLUNTÁRIO para DECLARAR A NULIDADE do acórdão proferido pela DRJ Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10880.910066/200941 Acórdão n.º 1302003.414 S1C3T2 Fl. 106 5 de São Paulo I (SP), determinandose o retorno dos autos para que a instância a quo profira novo julgamento, com a análise do direito creditório do contribuinte, com base no entendimento de que é possível, para fins de restituição e compensação, caracterizar como indébito o pagamento indevido ou a maior, pelo contribuinte, das estimativas. (assinado digitalmente) Flávio Machado Vilhena Dias Relator Fl. 108DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12267.000039/2008-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 13 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/1995 a 31/12/1996
CONTRATANTE DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. CESSÃO DE MÃO DE OBRA.
O contratante de serviços de manutenção de equipamentos executados mediante cessão de mão de obra responde solidariamente com o executor pelas obrigações previdenciárias decorrentes do contrato.
Numero da decisão: 2401-006.023
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso voluntário. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite, substituído pela conselheira Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada).
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal e Sheila Aires Cartaxo Gomes (suplente convocada). Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/1995 a 31/12/1996 CONTRATANTE DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. O contratante de serviços de manutenção de equipamentos executados mediante cessão de mão de obra responde solidariamente com o executor pelas obrigações previdenciárias decorrentes do contrato.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 12267.000039/2008-41
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5975519
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2401-006.023
nome_arquivo_s : Decisao_12267000039200841.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CLEBERSON ALEX FRIESS
nome_arquivo_pdf_s : 12267000039200841_5975519.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso voluntário. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite, substituído pela conselheira Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal e Sheila Aires Cartaxo Gomes (suplente convocada). Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 13 00:00:00 UTC 2019
id : 7664768
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661861126144
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1680; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 416 1 415 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12267.000039/200841 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401006.023 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 13 de fevereiro de 2019 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Recorrente COSAN LUBRIFICANTES E ESPECIALIDADES S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/1995 a 31/12/1996 CONTRATANTE DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. O contratante de serviços de manutenção de equipamentos executados mediante cessão de mão de obra responde solidariamente com o executor pelas obrigações previdenciárias decorrentes do contrato. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso voluntário. Declarouse impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite, substituído pela conselheira Fernanda Melo Leal (Suplente Convocada). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal e Sheila Aires Cartaxo Gomes (suplente convocada). Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 7. 00 00 39 /2 00 8- 41 Fl. 416DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 417 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 11ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I (DRJ/RJ1), por meio do Acórdão nº 1233.003, de 30/08/2010, cujo dispositivo considerou procedente em parte a impugnação, mantendo parcialmente o crédito tributário lançado (fls. 255/264): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1995 a 31/12/1996 CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA CESSÃO DE MÃO DE OBRA O contratante de quaisquer serviços executados mediante cessão de mão de obra responde solidariamente com o executor pelas obrigações previdenciárias, em relação aos serviços a ele prestados. DECISÃO JUDICIAL Em cumprimento à decisão judicial que determinou a verificação de recolhimento pela prestadora de serviços e constatado que houve recolhimento compatível com a RAIS em parte das competências, excluemse do crédito lançado tal período, mantendose as demais competências. TERCEIROS De acordo com o Parecer CJ/MPA n.º 1.710/99, não existe responsabilidade solidária na cobrança de contribuições para Terceiros para nenhuma empresa. Impugnação Procedente em Parte O lançamento fiscal deuse originalmente em nome de Esso Brasileira de Petróleo Ltda, CNPJ nº 33.000.092/000169, posteriormente alterada a razão social para Cosan Lubrificantes e Especialidades S/A. Extraise do Relatório Fiscal que, na origem, o processo administrativo é composto da Notificação de Lançamento de Débito Fiscal (NFLD) nº 32.593.6447, abrangendo as competências de 04/1995 a 12/1996, relativa à exigência das contribuições devidas à seguridade social e a terceiros, decorrentes da responsabilidade solidária do contratante de serviços prestados mediante cessão de mão de obra (fls. 02/07 e 13/17). A prestadora de serviços é a empresa Imequipe Instalações Ltda, CNPJ 40.423.543/000136. Fl. 417DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 418 3 Cientificado da notificação fiscal, em 05/06/1997, o tomador dos serviços impugnou o lançamento tributário, tendo decidido a instância administrativa julgadora inicial pela manutenção do crédito lançado, por meio da emissão da DecisãoNotificação nº 176/97 (fls. 23/46 e 113/117). Apresentado recurso voluntário contra a decisão de primeira instância, o Conselho de Recursos da Previdência Social proferiu acórdão para negar provimento ao apelo recursal (fls. 121/143 e 151/158). Na sequência, a empresa autuada protocolou recurso com pedido de avocatória ministerial para anulação do débito fiscal, o qual foi negado seguimento (Processo nº 35301.011995/9810). Após a inscrição do crédito tributário em dívida ativa, foi comunicada a prolatação de acórdão pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, nos autos do Mandado de Segurança nº 1999.02.01.0527889, posteriormente com trânsito em julgado, no qual anulouse o processo administrativo, a partir da lavratura da notificação fiscal, determinando ao Fisco a prévia verificação da existência de pagamentos efetuados pelo prestador dos serviços no que tange às obrigações tributárias exigidas (fls. 165/173). Com o retorno à fase administrativa, os autos foram baixados em diligência, com o objetivo de atender à decisão do Poder Judiciário. Quanto à verificação fiscal, a empresa contratante tomou ciência do resultado, manifestandose por escrito. Por outro lado, foi constatado que a prestadora de serviços estava com a situação cadastral inapta (fls. 179/180, 183/196 235/236 e 241/243). Realizado outra vez o julgamento em primeira instância, dessa feita a impugnação foi considerada parcialmente procedente, excluindose da notificação fiscal o período de 04/1995 a 09/1995 e as contribuições devidas a terceiros, remanescendo parte do lançamento (fls. 255/264). Intimada dessa decisão de primeira instância em 19/11/2010, por via postal, a empresa contratante dos serviços apresentou recurso voluntário no dia 20/12/2010, em que aduz, em síntese, os seguintes argumentos de fato e direito contra a decisão de piso (fls. 267/270 e 271/274): (i) não foi cumprida a decisão judicial no mandado de segurança, visto que houve exclusivamente verificação dos pagamentos com base nos dados constantes do sistema de informática da administração tributária, quando o correto é a fiscalização direta do prestador do serviço, através do exame de contabilidade, folhas de pagamento e guias de recolhimento; (ii) o prestador de serviços é o responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, obrigação que apenas transferese ao tomador, pela responsabilidade solidária, quando apurada e certificada a efetiva existência de inadimplemento; (iii) fazse também necessário verificar a eventual cobrança do crédito tributário junto à própria prestadora de Fl. 418DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 419 4 serviços, dado que poderia caracterizar a exigência em duplicidade; e (iv) além disso, quando não resta configurada a cessão de mão de obra na prestação de serviços, considerando a atividade desenvolvida pela contratada, o lançamento resulta improcedente. A pessoa jurídica executora dos serviços, Imequipe Instalações Ltda, foi intimada via edital, em 29/03/2011, porém não consta manifestação no processo administrativo (fls. 287/289). Em face da emissão de diversas notificações fiscais em nome da empresa autuada, lavradas no curso do mesmo procedimento e envolvendo a mesma matéria de atribuição da responsabilidade tributária solidária ao contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, foi deferido o pedido de conexão para julgamento em conjunto dos recursos voluntários (fls. 329/330). É o relatório. Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator Juízo de admissibilidade Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Mérito Com respeito ao lançamento original, permanece em litígio tão somente as competências 10/1995 a 12/1996, relativamente às contribuições previdenciárias. Antes da implantação do mecanismo de retenção do percentual de 11% na contratação de serviços executados mediante cessão de mão de obra, o art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, estabelecia a responsabilidade tributária solidária, inclusive sob o regime de trabalho temporário. Tal dispositivo de lei sofreu evolução ao longo do tempo. A seguir, levando em consideração o texto original e as modificações promovidas pela Lei nº 9.032, de 28 de abril de 1995, e Lei nº 9.129, de 20 de novembro de 1995, reproduzo o conteúdo do art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991: Fl. 419DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 420 5 De 25/07/1991 até 28/04/1995 Art. 31. O contratante de quaisquer serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, responde solidariamente com o executor pelas obrigações decorrentes desta lei, em relação aos serviços a ele prestados, exceto quanto ao disposto no art. 23. § 1º Fica ressalvado o direito regressivo do contratante contra o executor e admitida a retenção de importâncias a este devidas para a garantia do cumprimento das obrigações desta lei, na forma estabelecida em regulamento. § 2º Entendese como cessão de mãodeobra a colocação, à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos cujas características impossibilitem a plena identificação dos fatos geradores das contribuições, tais como construção civil, limpeza e conservação, manutenção, vigilância e outros assemelhados especificados no regulamento, independentemente da natureza e da forma de contratação. De 29/04/1995 a 20/11/1995 Art. 31. O contratante de quaisquer serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, responde solidariamente com o executor pelas obrigações decorrentes desta lei, em relação aos serviços a ele prestados, exceto quanto ao disposto no art. 23. § 1º Fica ressalvado o direito regressivo do contratante contra o executor e admitida a retenção de importâncias a este devidas para a garantia do cumprimento das obrigações desta lei, na forma estabelecida em regulamento. § 2º Entendese como cessão de mãodeobra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos relacionados direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa, tais como construção civil, limpeza e conservação, manutenção, vigilância e outros, independentemente da natureza e da forma de contratação. § 3º A responsabilidade solidária de que trata este artigo somente será elidida se for comprovado pelo executor o recolhimento prévio das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura. § 4º Para efeito do parágrafo anterior, o cedente da mãode obra deverá elaborar folhas de pagamento e guia de recolhimento distintas para cada empresa tomadora de serviço, devendo esta exigir do executor, quando da quitação da nota Fl. 420DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 421 6 fiscal ou fatura, cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento. De 21/11/1995 a 29/04/1997 Art. 31. O contratante de quaisquer serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, responde solidariamente com o executor pelas obrigações decorrentes desta lei, em relação aos serviços a ele prestados, exceto quanto ao disposto no art. 23. § 1º Fica ressalvado o direito regressivo do contratante contra o executor e admitida a retenção de importâncias a este devidas para a garantia do cumprimento das obrigações desta lei, na forma estabelecida em regulamento. § 2º Entendese como cessão de mãodeobra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos não relacionados diretamente com as atividades normais da empresa, tais como construção civil, limpeza e conservação, manutenção, vigilância e outros, independentemente da natureza e da forma de contratação. § 3º A responsabilidade solidária de que trata este artigo somente será elidida se for comprovado pelo executor o recolhimento prévio das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura. § 4º Para efeito do parágrafo anterior, o cedente da mãode obra deverá elaborar folhas de pagamento e guia de recolhimento distintas para cada empresa tomadora de serviço, devendo esta exigir do executor, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento Independentemente do período do fato gerador, a responsabilidade solidária do contratante está vinculada, necessariamente, à prestação de serviços executados mediante cessão de mão de obra, a qual pressupõe a colocação dos trabalhadores à disposição da empresa contratante. Depreendese da leitura do texto legal que a relação de serviços do § 2º é meramente exemplificativa. Segundo o agente lançador, no período do lançamento ficou constatado que a empresa ora recorrente contratou a prestação de serviços de manutenção de equipamentos, mediante cessão de mão de obra (fls. 16/17). Em sua contestação inicial, a autuada deixou consignado que a empresa Imequipe Instalações Ltda, por meio de seus funcionários, executou serviços esporádicos de manutenção em equipamentos e instalações. Embora reconhecendo a vinculação com a atividademeio da empresa tomadora, asseverou que os serviços não configuravam cessão de Fl. 421DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 422 7 mão de obra, eis que ausente a cessão de determinado trabalhador, tampouco a continuidade dos serviços prestados pelos empregados da prestadora, no período objeto da autuação fiscal (fls. 122/124). Todavia o discurso da recorrente não se encontra lastreado em documentação comprobatória das suas alegações, ou mesmo indiciária, estando os autos desprovidos de elementos para demonstrar os fatos que pretende fazer prevalecer no processo administrativo no que diz respeito à natureza e às características dos serviços prestados pela Imequipe Instalações Ltda. De fato, ao compulsar as fls. dos autos não localizei cópias do contrato pactuado entre as partes, de ordens de serviço e/ou notas fiscais, entre outros, que delimitem as atividades executadas à época dos fatos geradores. Dessa maneira, não é possível assegurar, para fins de afastar a cessão de mão de obra, que a contratada não estava obrigada a manter equipe à disposição da contratante, quer em suas dependências ou nas de terceiros, com vistas à manutenção de máquinas e/ou equipamentos. Além do mais os serviços contínuos estão relacionados a uma necessidade permanente do contratante, que se repete ao longo do tempo, ainda que realizados de forma intermitente, em alguns dias da semana e/ou horas por dia, antes, durante ou depois do expediente normal da empresa, não havendo exigência do cumprimento pelo trabalhador de uma jornada laboral de 8 horas. Tampouco a pessoalidade é um dos elementos caracterizadores da cessão de mão de obra, podendo o trabalhador se fazer substituir por outro indicado livremente pela empresa cedente, mantidas as condições pactuadas para a realização dos serviços. À vista disso, levandose em consideração que o recorrente não se desincumbiu do ônus probatório, continua prevalecendo os fatos trazidos pela autoridade fiscal quanto à contratação de serviços executados mediante cessão de mão de obra, com responsabilidade solidária do contratante pelas obrigações previdenciárias decorrentes da pactuação. Em outra de suas alegações a recorrente assevera que a solidariedade tributária prevista em lei ocorre quando a cessão de mão de obra resulta em subordinação jurídica com o tomador de serviços. Equivocase, entretanto, porque caso configurada a subordinação jurídica do trabalhador o vínculo empregatício se institui diretamente com o tomador, na condição de contribuinte. O vínculo de solidariedade na contratação de serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, é atribuído pela lei ao contratante na condição de responsável tributário pelo pagamento dos tributos, cuja terceira pessoa, ainda que não realizando o fato gerador da obrigação, encontrase vinculada em decorrência do elo negocial. A garantia a que alude o art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, é denominada "solidariedade de direito", pois decorre de previsão expressa em lei específica tributária. Eis o que dispõe, nesse sentido, o art. 124 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que veicula o Código Tributário Nacional (CTN): Art. 124. São solidariamente obrigadas: Fl. 422DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 423 8 I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. (GRIFOUSE) O parágrafo único do art. 124 do CTN revela que na solidariedade passiva tributária não existe devedor principal e secundário, podendo, já no lançamento fiscal, ser chamado a saldar a totalidade da dívida um, alguns ou todos os obrigados pela lei. Em outros dizeres, a solidariedade tributária independe de prévia constituição do crédito em face do devedor originário e não comporta benefício de ordem. Tal linha de raciocínio, inclusive, já era adotada pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), o qual por meio do Enunciado nº 30, editado pela Resolução nº 1, de 31 de janeiro de 2007, decidiu que: “Em se tratando de responsabilidade solidária o fisco previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador de serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador de serviços.” É verdade que o TRF/2ª Região, no julgamento do Mandado de Segurança nº 1999.02.01.0527889, sentenciou que a autoridade fiscal deveria verificar, para fins de manutenção do lançamento do crédito tributário em nome da contratante, se a prestadora de serviços já não havia recolhido as contribuições previdenciárias, de modo a evitar o recebimento em duplicidade pela administração tributária. Em momento algum, porém, sobreveio ordem judicial com determinação para a averiguação direta na prestadora, através de procedimento de auditoria "in loco" na escrita fiscal e/ou contábil. Nada obstante, efetivada a busca no sistema fazendário eletrônico, constatouse a inexistência de procedimento de fiscalização junto à empresa prestadora dos serviços no período do lançamento fiscal, nem qualquer pagamento de contribuição previdenciária nas competências a partir de 10/1995, inclusive. Tendo havido a prestação de serviços, tais dados reforçam a inadimplência do executor no intervalo 10/1995 a 12/1996 (fls. 182 e 253/254). Com base nos documentos que instruem os autos, também não se cogita da existência de duplicidade do débito fiscal no período de 10/1995 a 12/1996, em relação às contribuições previdenciárias vinculadas às notas fiscais de prestação de serviços mediante cessão de mão de obra, não havendo indicação de cobrança pelo Fisco da prestadora de serviços, inclusive na modalidade de parcelamento. Eventual pagamento não registrado nos sistemas de controle do órgão fazendário, por razões de erros de preenchimento, extravio de guias e/ou inconsistências, como pondera a recorrente, revestese de excepcionalidade e, como tal, assim deve ser considerado no exame das alegações de cobrança em duplicidade. Segundo as fls. dos autos, não há qualquer indício documental que tenha ocorrido algum recolhimento espontâneo pela Fl. 423DF CARF MF Processo nº 12267.000039/200841 Acórdão n.º 2401006.023 S2C4T1 Fl. 424 9 prestadora de serviços no que tange ao período de 10/1995 a 12/1996, apenas conjecturas lançadas pela pessoa jurídica autuada. Para fins de efetivação da responsabilidade tributária da tomadora dos serviços executados mediante cessão de mão de obra, a recorrente afirma que é fundamental a garantia de apresentação de defesa por parte da prestadora, evitandose o recebimento de valores em duplicidade pelo Fisco. Acontece que a prestadora de serviços, há muito tempo, foi declarada inapta pela falta de localização do seu estabelecimento comercial, equivalendo tal conduta à dissolução irregular da sociedade empresarial. As tentativas de intimação via postal e/ou edital mostraramse infrutíferas para fins de comparecimento da pessoa jurídica e/ou sócios no processo administrativo (fls. 183 e 287/289). Em resumo, os elementos apontam para a responsabilidade tributária da recorrente, considerando a falta de elisão, na forma dos §§ 3º e 4º do art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, e a ausência de comprovação de pagamento das contribuições previdenciárias por parte do cedente da mão de obra. Logo, a decisão de piso não merece reforma, cabendo a manutenção da exigência do crédito tributário relativo às competências remanescentes, no que tange às contribuições previdenciárias. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e, no mérito, NEGOLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 424DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.915936/2013-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2011 a 30/06/2011
INSUMOS. CONCEITO ESTABELECIDO PELO RESP 1.221.170/PR
À luz decisão do STJ, sob a sistemática dos recursos repetitivos, que deve ser adotada por este colegiado (§ 2° do art. 62 do Anexo II do RICARF), em razão de sua essencialidade, devem ser considerados como insumos, para fins de creditamento de COFINS, os materiais de limpeza e desinfecção das máquinas e equipamentos industriais, produtos para tratamento das águas residuais do processo produtivo, reagentes químicos para análise da qualidade do leite e materiais de embalagem para transporte.
Numero da decisão: 3301-005.797
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencida a Conselheira Liziane Angelotti Meira, que manteve as glosas de material de embalagem para transporte.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/2011 a 30/06/2011 INSUMOS. CONCEITO ESTABELECIDO PELO RESP 1.221.170/PR À luz decisão do STJ, sob a sistemática dos recursos repetitivos, que deve ser adotada por este colegiado (§ 2° do art. 62 do Anexo II do RICARF), em razão de sua essencialidade, devem ser considerados como insumos, para fins de creditamento de COFINS, os materiais de limpeza e desinfecção das máquinas e equipamentos industriais, produtos para tratamento das águas residuais do processo produtivo, reagentes químicos para análise da qualidade do leite e materiais de embalagem para transporte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.915936/2013-55
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5980608
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3301-005.797
nome_arquivo_s : Decisao_10880915936201355.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WINDERLEY MORAIS PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10880915936201355_5980608.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencida a Conselheira Liziane Angelotti Meira, que manteve as glosas de material de embalagem para transporte. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
id : 7675323
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:41:02 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661877903360
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 16; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1624; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.915936/201355 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301005.797 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 27 de fevereiro de 2019 Matéria PIS Recorrente LATICINIOS GEGE LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2011 a 30/06/2011 INSUMOS. CONCEITO ESTABELECIDO PELO RESP 1.221.170/PR À luz decisão do STJ, sob a sistemática dos recursos repetitivos, que deve ser adotada por este colegiado (§ 2° do art. 62 do Anexo II do RICARF), em razão de sua essencialidade, devem ser considerados como insumos, para fins de creditamento de COFINS, os materiais de limpeza e desinfecção das máquinas e equipamentos industriais, produtos para tratamento das águas residuais do processo produtivo, reagentes químicos para análise da qualidade do leite e materiais de embalagem para transporte. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencida a Conselheira Liziane Angelotti Meira, que manteve as glosas de material de embalagem para transporte. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 59 36 /2 01 3- 55 Fl. 350DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de compensação de contribuição não cumulativa, que não restou integralmente homologada em razão do indeferimento parcial do crédito que originava tal pedido, nos termos da informação fiscal que instrui os autos. Cientificado desta decisão, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade tempestiva, alegando, em síntese, que: • Preliminarmente, solicitase a reunião dos 54 processos administrativos, decorrentes dos 54 despachos decisórios proferidos, em apenas dois, um relativo ao PIS, e outro à Cofins, em razão dos princípios da economia processual, da razoabilidade e da eficiência, assegurados no art. 37 da Constituição, considerando que a questão controvertida é a mesma em todos os casos; • Ainda em sede preliminar, alegase a impossibilidade de se exigir crédito tributário com base apenas no despacho decisório, o que leva à nulidade da exigência formulada, uma vez que somente poderia ser feita por meio de lançamento, nos termos dos arts. 142 do CTN, 9º do Decreto nº 70.235/72, 38 do Decreto nº 7.574/2011; • A autoridade administrativa não pode cobrar débitos sem que tenham sido constituídos por meio do lançamento. Caso a cobrança seja feita de forma diversa e não prevista em lei, será improcedente, devendo ser cancelada; • Nesse sentido, citase jurisprudência do CARF e do STJ; • Assim, resta evidente a necessidade de se anular o despacho decisório, visto que este não é via competente para se fazer cobrança; • O texto das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 não define o conceito de insumo, nem estabelece quais seriam os bens e serviços passíveis de creditamento; • A autoridade fiscal diverge do entendimento firmado pela doutrina e pela jurisprudência administrativa sobre tal conceito, considerando o disposto nas IN nºs 247/2002 e 404/2004, que interpretaram tal conceito de forma restritiva, tomando por base o conceito de insumo estabelecido na legislação do ICMS e do IPI; • No entanto, tal conceito deve ser analisado de forma ampla, contemplando a totalidade dos dispêndios essenciais para o processo produtivo da empresa, do qual resulta seu faturamento, pois as citadas Leis não apresentam qualquer ressalva quanto ao conceito de insumo, seja em relação à natureza dos bens e serviços adquiridos, seja no que se refere à sua aplicação, direta ou indiretamente, no processo produtivo; • Citase doutrina acerca de tal questão; Fl. 351DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 4 3 • O conceito de insumo deve estar atrelado a tudo que colabora de forma imprescindível à formação de receita, incorporando todas as despesas que sejam essenciais para a atividade comercial e geração de receitas da sociedade; • Assim, a definição do termo “insumo” nas referidas IN não encontra amparo nas Leis citadas, pois restringe o direito ao desconto de créditos de forma arbitrária e sem fundamento, desvirtuandose do princípio da estrita legalidade previsto no art. 150I da Constituição e no art. 97 do CTN, bem como da própria sistemática não cumulativa do PIS e da Cofins, prevista no art. 195, § 12, da Constituição; • As IN expedidas pela RFB são normas secundárias, cuja finalidade exclusiva é esclarecer as disposições contidas em lei, não lhes cabendo inová las ou contrariálas; • O conceito de “insumo” para fins de PIS e Cofins deve ser assemelhado aos conceitos de “custo de produção” e “despesas necessárias”, previstos nos arts. 290I e 299 do RIR, mais amplos que aqueles contidos nas IN citadas; • Ao contrário do ICMS e do IPI, o PIS e a Cofins não dependem de operações específicas para que ocorra seu fato gerador. Ao contrário, dependem apenas da geração de receita/faturamento; • A requerente entende que não apenas o bem ou serviço consumido por sua aplicação direta ao produto final deve ser considerado insumo, mas também os bens ou serviços indispensáveis ao processo produtivo e à geração de receita; • Citase jurisprudência do CARF e da CSRF; • Especificamente em relação às glosas efetuadas, em razão do ramo de atividade exercido pela requerente, é nítida a essencialidade de gastos com materiais de limpeza utilizados na higienização e sanitização de equipamentos e máquinas, assim como os produtos adquiridos com o fim de dispensar tratamento às águas residuais do processo produtivo e os reagentes químicos adquiridos com o fim de realizar análise da qualidade do leite; • Tais gastos são empregados diretamente no processo produtivo, seja para garantir a não contaminação do leite, seja para permitir sua conservação, caracterizandose como insumos por sua essencialidade; • Além disso, tais despesas não são mera liberalidade da requerente, mas exigidas pelos órgãos governamentais para a industrialização e comercialização do leite, ou seja, são imprescindíveis à atividade da empresa. Nesse sentido, citase a Portaria nº 370/1997 e a IN nº 62/2011, do Ministério da Agricultura, órgão responsável pelo controle da industrialização e pelo comércio do leite, além da Portaria nº 177/1999, da Secretaria de Vigilância Sanitária; • Citase decisão do STJ, relativa à aquisição de materiais de limpeza aplicados ao ambiente produtivo, e jurisprudência do CARF; Fl. 352DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 5 4 • Quanto aos materiais de embalagem, a autoridade fiscal incorreu em erro ao efetuar a glosa, uma vez que fazem parte do processo de produção da requerente, tanto a embalagem que envolve o leite, com conteúdo de 1 litro, como também a caixa que acondiciona as doze embalagens e o plástico que as circunda; • Conforme comprovam as fotos da linha de produção da requerente, a máquina responsável pelo acondicionamento do leite inicia a produção inserindo o leite na embalagem de 1 litro e, dentro da mesma máquina, essas embalagens são lacradas e acondicionadas na caixa contendo material mais resistente, voltada para a segurança do produto; • Após, a mesma máquina envolve a caixa com o plástico, para garantir que não haja dano, contaminação ou sujeira nas embalagens durante o transporte; • Assim, a caixa contendo 12 embalagens e o plástico que a envolve não são utilizados pela requerente apenas por opção e conveniência de transporte, mas para segurança do produto. A embalagem individual necessita de uma embalagem de acondicionamento, sob o risco de estourar ou apresentar vazamentos. Logo, tais materiais fazem parte do processo produtivo e integram o produto; • Tal questão já foi objeto de julgamento no STJ e no CARF, conforme decisões transcritas; • Sem a utilização de tais itens seria impossível o transporte e a comercialização do leite, não se tratando de excesso ou de algo desnecessário, não essencial, supérfluo, nem ocasional, mas de embalagem fundamental para a atividade fim da sociedade; • Sobre a glosa das despesas com soro de leite, a requerente esclarece que não tomou crédito sobre tais despesas no período objeto do despacho decisório – 1º tri/2006; • Considerando as alegações trazidas, a empresa requer a realização de diligência, para que, por meio de perícia técnica, seja demonstrada a essencialidade das despesas objeto das glosas, trazendo os quesitos que pretende ver respondidos e indicando seu assistente técnico; • Além disso, a falta de homologação das compensações por parte da autoridade fiscal não pode ensejar a cobrança de multa e juros moratórios, em razão da suspensão da exigibilidade dos créditos tributários; • Para a exigência de tais acréscimos, é condição necessária que o contribuinte encontrese em atraso com o pagamento de crédito tributário, o que não se verifica no presente caso. A requerente só estaria em mora caso houvesse transcorrido 30 dias, contados da data em que teve ciência da decisão que homologou parcialmente seus pedidos de compensação, conforme ordem de intimação a ela encaminhada; • Tal prazo não transcorreu. Pretender tal exigência antes do referido prazo é ato ilegal. Além disso, a presente manifestação suspende a Fl. 353DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 6 5 exigibilidade do crédito. Mesmo depois de findo tal prazo, nenhum valor a título de multa e juros de mora poderá ser exigido enquanto o processo administrativo encontrarse me curso; • A compensação realizada é legal e válida, e implicou quitação do valor compensado, supostamente devido pela requerente. Assim, não há acréscimos a serem cobrados; • Por fim, ainda que algum valor fosse devido a este título, tendo em vista que a requerente, ao proceder à compensação, observou todas as normas e atos administrativos expedidos pela autoridade fiscal, de acordo com o art. 100, parágrafo único, do CTN, deve ser excluída da base de cálculo do tributo “a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário”. O colegiado a quo julgou improcedente esta manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 12080.884 Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário, no qual repete os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.757, de 27 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.915900/201371, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.757): "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Tratase de indeferimento parcial de créditos de COFINS e consequente homologação de compensações até o limite do crédito admitido (Despacho Decisório, fl. 90). O Fisco revisou Pedidos de Ressarcimento (PER) e glosou créditos calculados sobre compras de materiais de limpeza e desinfecção das máquinas e equipamentos industriais, produtos para tratamento às águas residuais do processo produtivo, reagentes químicos para análise da qualidade do leite, materiais de embalagem para transporte e soro de leite. Fl. 354DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 7 6 Antes de adentrar nas preliminares e mérito, consigno que a recorrente pleiteou a reunião de 54 processos administrativos, cujas discussões são idênticas ao presente, quais sejam, legitimidade de créditos de COFINS ou PIS, objetos de, aos quais foram vinculados Pedidos de Compensação (DCOMP). O presente processo será julgado sob a sistemática dos "recursos repetitivos", com reunião para julgamento em conjunto de todos os processos conexos que se encontram no CARF. Passemos então à análise dos argumentos de defesa. PRELIMINAR "Nulidade da exigência fiscal vício formal" Alegou que o Despacho Decisório (fl. 90) é nulo, por conter vício formal, pois não pode ser utilizado para exigir créditos tributários decorrentes da instauração de mandado de procedimento fiscal. Apresenta como fundamento o art. 142 do CTN, o art. 9° do Decreto n° 70.235/72, decisões do CARF (Acórdãos n° 20401.613, de 21.8.2006; 10514.097, de 13.5.2003; e 10704.172, de 15.5.1997) e do STJ (Embargos de Divergência do Recurso Especial nº 576.661/RS). Em sua opinião, assim deveria ter procedido a fiscalização (recurso voluntário, fl. 266): "(. . .) 31. Com efeito, uma vez apresentado o pedido de compensação pelo contribuinte, cabe à D. Autoridade Fiscal analisar a procedência do crédito e, posteriormente, homologar ou não a compensação. Caso não seja homologada, deverá ser realizado de ofício o lançamento do débito apurado, mediante a lavratura de Auto de Infração ou Notificação de Lançamento, sob pena de nulidade do ato. 32. Sendo assim, resta claro que há necessidade de reforma do V. Acórdão recorrido, com o reconhecimento da nulidade formal da exigência fiscal formulada, uma vez que o r. despacho decisório não é a via competente para se fazer uma cobrança decorrente de Mandado de Procedimento Fiscal, e tal fato contraria expressamente o disposto no artigo 142, caput e parágrafo único do CTN, além dos artigos 9º do Decreto nº 70.235/72 e 38 do Decreto nº 7.574/2011. (. . .)" Divirjo da recorrente. Não houve lançamentos de ofício, porém cobrança de tributos já lançados, que restaram em aberto, em decorrência da não homologação da compensação. Adoto como fundamento, o Fl. 355DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 8 7 seguinte trecho da decisão de piso, com fulcro no § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/99: "(. . .) DA NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO Ainda em sede preliminar, o contribuinte alega a impossibilidade de se exigir crédito tributário com base no despacho decisório, pretendendo a nulidade da exigência formulada, uma vez que somente poderia ser feita por meio de lançamento, nos termos dos artigos 142 do CTN, 9º do Decreto nº 70.235/72 e 38 do Decreto nº 7.574/2011. O contribuinte informou no PER/DCOMP nº 24770.42497.080808.1.3.11 8497 a compensação do direito creditório ora em análise com débito de IRPJ, relativo ao PA mar/2008. Em conseqüência do reconhecimento parcial do direito pleiteado, restou um saldo não compensado deste débito, no valor original de R$ 41.256,22, objeto de cobrança no próprio despacho decisório. A utilização de direito de crédito para fins de compensação com débitos administrados pela RFB encontrase prevista e disciplinada pela Lei nº 9.430/96, conforme dispositivos abaixo transcritos: 'Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. § 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. Fl. 356DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 9 8 § 8o Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7o, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9o. § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (...)'(Grifouse) Desta forma, não procede a alegação do contribuinte, uma vez que a própria Lei que instituiu a compensação nos moldes em que é realizada atualmente equiparou a Declaração de Compensação a instrumento hábil e suficiente para exigência dos débitos nela declarados, não havendo, portanto, necessidade de se realizar o lançamento para viabilizar a cobrança de tais valores, na hipótese de a compensação não ser homologada, ou ser homologada parcialmente, como ocorreu no presente caso. Na hipótese de não pagamento dos débitos, a Lei prevê, inclusive, sua inscrição em Dívida Ativa da União. Portanto, apresentado o PER/DCOMP pelo contribuinte, os créditos tributários nele confessados e compensados já estão aptos a serem exigidos, na eventual hipótese de não homologação da compensação, ou de sua homologação parcial, independentemente de qualquer ato de ofício da autoridade fiscal relativo à sua constituição, constituindo se a própria Declaração de Compensação em título de cobrança administrativa e execução judicial, por expressa autorização legal. (. . .)" Com base no acima exposto, nego provimento à preliminar de nulidade. MÉRITO A fiscalização glosou créditos calculados sobre compras de materiais de limpeza e desinfecção das máquinas e equipamentos industriais, produtos para tratamento às águas residuais do processo produtivo, reagentes químicos para Fl. 357DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 10 9 análise da qualidade do leite e materiais de embalagem para transporte. Os produtos não se enquadrariam no conceito de insumos, previsto nas IN SRF n° 247/02 e 400/04, que disciplinaram os artigos 3° das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03. Em sede do REsp n° 1.221.170/PR, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos, a cuja decisão este colegiado está vinculado (§ 2° do art. 62 do RICARF), o STJ considerou ilegal o conceito de insumos previsto nas IN SRF 247/02 e 400/04 e dispôs que o enquadramento ou não no conceito de insumos deve levar em conta "(. . .) essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte." Reproduzo a ementa da decisão: "EMENTA TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos relativos a custo e despesas com: água, combustíveis e Fl. 358DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 11 10 lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de não cumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, prosseguindo no julgamento, por maioria, após o realinhamento feito, conhecer parcialmente do Recurso Especial e, nessa parte, darlhe parcial provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator, que lavrará o ACÓRDÃO. Votaram vencidos os Srs. Ministros Og Fernandes, Benedito Gonçalves e Sérgio Kukina. O Sr. Ministro Mauro Campbell Marques, Assusete Magalhães (voto vista), Regina Helena Costa e Gurgel de Faria (que se declarou habilitado a votar) votaram com o Sr. Ministro Relator. Não participou do julgamento o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília/DF, 22 de fevereiro de 2018 (Data do Julgamento). NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO MINISTRO RELATOR" (g.n.) A meu ver, a decisão do STJ está essencialmente em linha com a maior parte das decisões sobre o tema que vêm sendo proferidas pelo CARF e, em particular, com os posicionamentos que este relator tem adotado. Em razão da decisão do STJ, em 18/12/18, a RFB publicou o PN COSIT n° 5/18, em que traz um novo conceito de insumos a ser aplicado no âmbito da RFB e ainda analisa a situação de alguns tipos de bens e serviços à luz do REsp n° 1.221.170/PR. Fl. 359DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 12 11 Extraio os trechos da conclusão do PN COSIT n° 5/18 que demonstram de forma patente a mudança no conceito antes aplicado pela RFB: "(. . .) b) permitese o creditamento para insumos do processo de produção de bens destinados à venda ou de prestação de serviços, e não apenas insumos do próprio produto ou serviço comercializados pela pessoa jurídica; c) o processo de produção de bens encerrase, em geral, com a finalização das etapas produtivas do bem e o processo de prestação de serviços geralmente se encerra com a finalização da prestação ao cliente, excluindose do conceito de insumos itens utilizados posteriormente à finalização dos referidos processos, salvo exceções justificadas (como ocorre, por exemplo, com os itens que a legislação específica exige aplicação pela pessoa jurídica para que o bem produzido ou o serviço prestado possam ser comercializados, os quais são considerados insumos ainda que aplicados sobre produto acabado); (. . .) e) a subsunção do item ao conceito de insumos independe de contato físico, desgaste ou alteração química do bem insumo em função de ação diretamente exercida sobre o produto em elaboração ou durante a prestação de serviço; (. . .) h) havendo insumos em todo o processo de produção de bens destinados à venda e de prestação de serviços, permitese a apuração de créditos das contribuições em relação a insumos necessários à produção de um bem insumo utilizado na produção de bem destinado à venda ou na prestação de serviço a terceiros (insumo do insumo); i) não são considerados insumos os itens destinados a viabilizar a atividade da mão de obra empregada pela pessoa jurídica em qualquer de suas áreas, inclusive em seu processo de produção de bens ou de prestação de serviços, tais como alimentação, vestimenta, transporte, educação, saúde, seguro de vida, etc., ressalvadas as hipóteses em que a utilização do item é especificamente exigida pela legislação para viabilizar a atividade de produção de bens ou de prestação de serviços por parte da mão de obra empregada nessas atividades, como no caso dos equipamentos de proteção individual (EPI); (. . .)" Consignado o conceito de insumos, transcrevo excertos da "Informação Fiscal" (fls. 67 a 84) que instruiu o Despacho Fl. 360DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 13 12 Decisório (fl. 90), em que o agente fiscal dispõe sobre os tipos de produtos cujos créditos foram glosados: "(. . .) DOS BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS EM OPERAÇÕES ACESSÓRIAS AO PROCESSO PRODUTIVO (. . .) 51. Tendo em vista que a interessada tem como objeto a produção e venda de derivados de leite e laticínios em geral, os materiais de limpeza utilizados na higienização e sanitização de equipamentos e máquinas são, no âmbito da produção executada pela interessada, insumos indiretos de produção e, como não estão literalmente dispostos na legislação pertinente, não geram direito a crédito, tanto no cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep quanto no da Cofins, nos termos do art. 3º, inciso II, respectivamente das Leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003. 52. O mesmo pode se dizer a respeito dos produtos adquiridos com o fim de dispensar tratamento às águas residuais do processo produtivo e os reagentes químicos adquiridos com o fim de realizar análise da qualidade, que não têm vínculo intrínseco com a produção e são, na verdade, necessários a operações paralelas que dão suporte ao processo produtivo. (. . .) DOS MATERIAIS DE EMBALAGEM (. . .) 62. No caso em tela, como já consignado, o sujeito passivo atua no ramo de laticínios e tem como principal atividade a produção e venda de leite industrializado. 63. Encontramos em suas planilhas descritivas de créditos aquisições de papelão cortado em forma própria, moldados para a montagem de caixotes; e bobinas de filme plástico classificados nos códigos NCM 39.20.10.99, 3920.10, 3920.10.10, 3920.10.90, 3920.10.99, 3921.19, 48.19.10.01, 4819.00, 4819.10, 4819.10.01, 4819.50 e 4823.90.99. 64. Uma parte do filme plástico é utilizada pelo sujeito passivo para envolver o conjunto de caixotes contendo 12 caixas de 1 litro de leite transportados em pallets. Vale dizer que esse plástico sequer chega ao consumidor final, sendo descartado pelos varejistas assim que o Fl. 361DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 14 13 produto é integrado ao estoque, enquadrandose, portanto, no conceito de “embalagem para transporte”. 65.Já o papelão moldado e a outra parte do filme plástico são utilizados para a confeccionar e envolver os caixotes para o transporte de 12 caixas de leite do tipo “Tetrapak” contendo 1 litro cada envoltas em filme plástico. 66. Vale lembrar que o leite é vendido ao consumidor no varejo individualmente por cada caixa de 1 litro. Os caixotes de papelão, embora encontrados na venda a varejo, ali estão por liberalidade do vendedor, não sendo praticada a compra do caixote contendo 12 litros de leite e sim a compra individual de 12 caixas de 1 litro de leite, de modo que o caixote é levado por conveniência das partes com o objetivo de facilitar o transporte. 67. Fica claro que os caixotes de papelão e o filme plástico que os envolve enquadramse na definição de “embalagem para transporte” e, assim, não ensejam apuração de créditos das contribuições. 68. Desta forma, o papelão moldado, utilizado na confecção de caixotes, e o filme plástico, utilizados para envolver individualmente ou em conjunto os referidos caixotes para transporte em pallets, foram glosados pela Fiscalização. (. . .)" (g.n.) Meu voto é no sentido de acatar todos os créditos em discussão, quais sejam, os calculados sobre compras de materiais de limpeza e desinfecção das máquinas e equipamentos industriais, produtos para tratamento às águas residuais do processo produtivo, reagentes químicos para análise da qualidade do leite e materiais de embalagem para transporte. Entendo que são elementos essenciais para a conclusão satisfatória do processo produtivo, bem como para garantir que os produtos (alimentícios) sejam oferecidos aos clientes em perfeitas condições. Não se admite que uma empresa do ramo alimentício não empregue os devidos esforços para manter em perfeito estado de limpeza e conservação as máquinas que preparam alimentos para consumo humano. E este rigor deve ser ainda maior, quando se trata de verificar se os produtos estão aptos para o consumo, por meio de testes de qualidade. Em sua defesa, a recorrente menciona a Portaria do Ministério da Agricultura e do Abastecimento n° 370/1997, que exige que o industrial aplique testes para certificarse de que o leite atende aos padrões legais exigidos. Fl. 362DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 15 14 Com relação às embalagem, conforme descrição contida na "Informação Fiscal", acima transcrita, tratase de filme plástico e caixa de papelão. Consta da peça recursal que se destinam à proteção das caixas "Tetrapak", onde é acondicionado o leite. O processo de produção somente pode ser tido como concluído, após a obtenção do produto final, no formato em que será transportado para o consumo. E todos os elementos que são adicionados ao produto têm sua função, posto que nenhum empresário deseja onerar desnecessariamente o custo de seu produto, em prejuízo de sua margem de lucro ou mesmo que o obrigasse a aumentar o preço, reduzindo sua competitividade no mercado. O filme plástico e a caixa de papelão são imprescindíveis à manutenção da integridade do leite, produto para consumo humano. Passa, sem sombra de dúvida, por qualquer teste que adote o critério de "essencialidade ou relevância" estabelecido pela citada decisão do STJ. E, por fim, não se poderia admitir que bem os resíduos industriais fossem dispensados, sem o devido tratamento, posto que colocariam em risco o meio ambiente, o que ao certo colidiria com a legislação aplicável. Assim, reputo que estão compreendidos no conceito de insumos e podem ser computados nas bases de cálculo dos créditos de COFINS. Não obstante, cumpre destacar que, exceto quanto os créditos sobre material de embalagem para transporte, os demais foram expressamente citados pelo PN COSIT n° 5/18 como produtos que devem ser tidos como insumos, à luz da decisão do STJ, como segue (trechos do PN COSIT n° 5/18): "(. . .) 53.São exemplos de itens utilizados no processo de produção de bens ou de prestação de serviços pela pessoa jurídica por exigência da legislação que podem ser considerados insumos para fins de creditamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins: a) no caso de indústrias, os testes de qualidade de produtos produzidos exigidos pela legislação4; b) tratamento de efluentes do processo produtivo exigido pela legislação c) no caso de produtores rurais, as vacinas aplicadas em seus rebanhos exigidas pela legislação, etc. (. . .) 98. Como relatado, na presente decisão da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, os Ministros consideraram elegíveis ao conceito de insumos os “materiais de limpeza” descritos pela recorrente como “gastos gerais de fabricação” de produtos alimentícios. Fl. 363DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 16 15 99. Aliás, também no REsp 1246317 / MG, DJe de 29/06/2015, sob relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques, foram considerados insumos geradores de créditos das contribuições em tela “os materiais de limpeza e desinfecção, bem como os serviços de dedetização quando aplicados no ambiente produtivo de empresa fabricante de gêneros alimentícios”. 100. Malgrado os julgamentos citados refiramse apenas a pessoas jurídicas dedicadas à industrialização de alimentos (ramo no qual a higiene sobressai em importância), parece bastante razoável entender que os materiais e serviços de limpeza, desinfecção e dedetização de ativos utilizados pela pessoa jurídica na produção de bens ou na prestação de serviços podem ser considerados insumos geradores de créditos das contribuições. 101. Isso porque, à semelhança dos materiais e serviços de manutenção de ativos, tratase de itens destinados a viabilizar o funcionamento ordinário dos ativos produtivos (paralelismo de funções com os combustíveis, que são expressamente considerados insumos pela legislação) e bem assim porque em algumas atividades sua falta implica substancial perda de qualidade do produto ou serviço disponibilizado, como na produção de alimentos, nos serviços de saúde, etc. (. . .) 150.De outra banda, a análise é mais complexa acerca dos testes de qualidade aplicados sobre produtos que já finalizaram sua montagem industrial ou sua produção (produtos acabados). Conquanto tais testes sejam realizados em momento bastante avançado do processo de produção, é inexorável considerálos essenciais ao este processo, na medida em que sua exclusão priva o processo de atributos de qualidade. 151.Assim, são considerados insumos do processo produtivo os testes de qualidade aplicados anteriormente à comercialização sobre produtos que já finalizaram sua montagem industrial ou sua produção, independentemente de os testes serem amostrais ou populacionais. 152.Por fim, salientase que os testes de qualidade versados nesta seção são aqueles aplicados por escolha da pessoa jurídica, vez que os testes de qualidade aplicados por exigência da legislação estão versados na seção BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS POR IMPOSIÇÃO LEGAL. (. . .)" (g.n.) Por outro lado, apesar de propor que sejam acatados os créditos correlatos, também consigno que a RFB manteve o Fl. 364DF CARF MF Processo nº 10880.915936/201355 Acórdão n.º 3301005.797 S3C3T1 Fl. 17 16 entendimento de que material de embalagem para transporte não gera créditos: "(. . .) 56. Destarte, exemplificativamente não podem ser considerados insumos gastos com transporte (frete) de produtos acabados (mercadorias) de produção própria entre estabelecimentos da pessoa jurídica, para centros de distribuição ou para entrega direta ao adquirente6, como: a) combustíveis utilizados em frota própria de veículos; b) embalagens para transporte de mercadorias acabadas; c) contratação de transportadoras. (. . .)" Isto posto, voto por dar provimento integral ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 365DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.976899/2012-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO PLEITEADO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR DE IMPOSTO. ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DCTF.
Comprovado pelo contribuinte erro de fato no preenchimento da DCTF, deve-se reconhecer o indébito pleiteado, homologando a compensação objeto do processo administrativo.
Numero da decisão: 1301-003.724
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito de crédito pleiteado e homologar as compensações declaradas até esse limite, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram do presente julgamento os seguintes Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felicia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO PLEITEADO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR DE IMPOSTO. ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. Comprovado pelo contribuinte erro de fato no preenchimento da DCTF, deve-se reconhecer o indébito pleiteado, homologando a compensação objeto do processo administrativo.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.976899/2012-71
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5972780
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1301-003.724
nome_arquivo_s : Decisao_10880976899201271.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
nome_arquivo_pdf_s : 10880976899201271_5972780.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito de crédito pleiteado e homologar as compensações declaradas até esse limite, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto - Relator. Participaram do presente julgamento os seguintes Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felicia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
dt_sessao_tdt : Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2019
id : 7655022
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051661884194816
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1568; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 2 1 1 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.976899/201271 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1301003.724 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 19 de fevereiro de 2019 Matéria IRPJ Recorrente ORQUIDEA PARTICIPACOES E EMPREENDIMENTOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO PLEITEADO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR DE IMPOSTO. ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. Comprovado pelo contribuinte erro de fato no preenchimento da DCTF, devese reconhecer o indébito pleiteado, homologando a compensação objeto do processo administrativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito de crédito pleiteado e homologar as compensações declaradas até esse limite, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram do presente julgamento os seguintes Conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felicia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 97 68 99 /2 01 2- 71 Fl. 130DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Declaração de Compensação (DCOMP nº 39571.50535.280111.1.3.048805), transmitida eletronicamente em 28/01/2011, com base em suposto crédito de IRPJ PESSOA JURÍDICA NÃO OBRIGADA AO LUCRO REAL BALANÇO TRIMESTRAL, oriundo de pagamento indevido ou a maior. O contribuinte declarou na DCOMP a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, no valor de R$ 115.369,41. A DRF, entretanto, exarou despacho decisório não homologando a compensação, com fundamento na inexistência do crédito. Cientificado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, acrescida de documentação anexa, onde alega que o crédito pleiteado é proveniente de pagamento a maior de IRPJ, período de apuração 31/03/2008. Enfatiza que teria direito ao crédito pleiteado conforme DIPJ apresentada para o período, destacando que a DCTF apresentada continha erro de preenchimento. A DRJ julgou o pleito improcedente, sob fundamento de não ter sido comprovado, por meio de registros contábeis e fiscais, o erro na apuração do imposto e redução dos valores de base de cálculo confessados em DCTF. Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, repisando as razões de sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Colegiado. O cerne da discussão é eminentemente probatório, no que pertine ao aduzido pelo Recorrente, no sentido de que apurou, no 1ª trimestre de 2008, IRPJ a pagar no montante de R$ 430.071,86, mas quitando tal valor por meio de DARF de R$ 545.441,27, resultando em um indébito de R$ 115.369,41, que fora objeto do pedido de compensação objeto deste processo administrativo. Em primeiro lugar, é preciso pontuar que, a despeito da DCTF ser uma declaração com eficácia constitutiva do crédito tributário, referindose à obrigação nascida de fato gerador realizado pelo contribuinte, dotado de liquidez e certeza, inclusive para fins de cobrança em caso de inadimplemento, o indébito tributário decorre da lei, mais especificamente do disposto no art. 165 do Código Tributário Nacional, verbis: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10880.976899/201271 Acórdão n.º 1301003.724 S1C3T1 Fl. 3 3 qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Vejase, portanto, que o art. 165, I dispõe que a identificação do indébito deve se dar à luz do que seria devido em face da legislação tributária aplicável, e não do que foi confessado pelo contribuinte em sua DCTF. Estabelece, pois, de forma clara e literal o parâmetro de cotejo para o pagamento ou cobrança realizado aquilo que seria devido à luz da lei, e não aquilo que entendeu devido o contribuinte, ao realizar a sua declaração no contexto de um lançamento por homologação. Procurase, pois, uma correspondência com os fatos efetivamente ocorridos, verificáveis mediante o acervo probatório a ser produzido no bojo do processo administrativo, pelo contribuinte, e não em relação apenas a declarações emitidas pelo contribuinte original e retificadora que evidenciem divergências e constituam indébitos tributários. Desse modo, parecenos que mesmo nas hipóteses em que o contribuinte não tenha efetuado a retificação de sua DCTF, uma vez demonstrada de forma inequívoca, por meio de documentação contábil e fiscal suficiente, a existência do indébito em relação àquilo que deveria ter sido pago originalmente, há que se reconhecer o direito creditório. Além disso, a DIPJ transmitida pelo contribuinte também deve ser levada em consideração, para fins de verificação de indébito tributário, especialmente diante da ausência de retificação da DCTF, não ensejando esta circunstância a perda do direito creditório, uma vez que a IN SRF nº 166/99 reconhece a produção de efeitos daquela declaração (DIPJ), para fins de restituição e/ou compensação de tributos, verbis: Art. 4º Quando a retificação da declaração apresentar imposto menor que o da declaração retificada, a diferença apurada, desde que paga, poderá ser compensada ou restituída. Parágrafo único. Sobre o montante a ser compensado ou restituído incidirão juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, até o mês anterior ao da restituição ou compensação, adicionado de 1% no mês da restituição ou compensação, observado o disposto no art. 2o, inciso I, da Instrução Normativa SRF n° 22, de 18 de abril de 1996. Assim, o fato do contribuinte não ter retificado sua DCTF, ou mesmo tendo retificadoa após a prolação do despacho decisório para reduzir o tributo originalmente informado, não implica a perda do direito creditório, tampouco implica no direito da Fl. 132DF CARF MF 4 Fiscalização de limitar a sua análise apenas às informações prestadas em DCTF, mormente diante da existência de informações advindas da produção de provas pelo contribuinte, ou mesmo pelo banco de dados da Receita Federal, cabendo à atividade de fiscalização confrontar o acervo probatório que documenta a materialidade tributável com os tributos pagos, para verificar efetivamente a existência do indébito tributário. Ademais, entendo que a redação do art. 165, I do CTN torna despicienda eventual invocação do "princípio da verdade material", pois a sua redação já estabelece que mero erro formal no preenchimento de declaração acessória, desde que devidamente comprovada por outros elementos de prova, não teria o condão, para invalidar ou mesmo macular eventual direito creditório do contribuinte, que decorre de pagamento a maior em relação àquilo que seria devido à luz da legislação aplicável. Este Colegiado, em composição bastante próxima à atual, já julgou questão semelhante no Acórdão nº 1301002.996, de relatoria do Ilustre Conselheiro Nelso Kichel, julgado em 12/04/2018, e assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Data do fato gerador: 31/08/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO PLEITEADO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR DE IMPOSTO ESTIMATIVA MENSAL. ERRO DE FATO COMPROVADO. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 84. RETIFICAÇÃO DE OFÍCIO DA DCTF (CTN, ART. 147,§ 2º). Erro de fato comprovado conforme resultado constante de relatório de diligência fiscal.Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação (Súmula CARF nº 84)Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão (CTN, art. 147, § 2º). Neste julgado, a turma consignou duas posições, por unanimidade, as quais reputo absolutamente corretas e consentâneas com as premissas alinhavadas anteriormente, quais sejam: a) a comprovação de erro de fato no preenchimento da DCTF permite superar o que fora lá declarado, em prol do efetivamente ocorrido; e b) comprovado o erro de fato, a retificação de ofício da declaração deve ser feita pela autoridade fiscalizadora, nos termos do art. 147, §2º do CTN. Consignados estes pontos, cabe agora verificar as provas dos autos. Com a devida vênia ao acórdão recorrido, adianto que verifiquei estar comprovado o erro de fato aduzido pelo contribuinte: I) às fls. 4041 do processo, o contribuinte apresenta a DIPJ original do ano calendário 2008, na qual consta, para o 1º trimestre de 2008, IRPJ a pagar de R$ 430.071,85. Além disso, em fls. 4344 (Ficha 09A da DIPJ), verificase que o lucro real do trimestre foi R$ 1.744.287,43, valor compatível com o imposto a pagar Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10880.976899/201271 Acórdão n.º 1301003.724 S1C3T1 Fl. 4 5 II) No balancete apresentado às fls. 4550, e planilha de demonstração do lucro real de fls. 5152, verificase que o lucro real apurado e o IR a pagar estão absolutamente conformes com os valores declarados na DIPJ; III) O contribuinte explica que a diferença se deu em razão de ter sido adicionada ao lucro real o valor de R$ 461.744,63, decorrente da reversão de uma provisão operacional, de forma indevida, que gerou um IR maior a pagar: Frisese, ademais, que o valor da provisão revertida se encontra lastreado no balancete do 1º trimestre d 2008, conta 7199099011, tendo sido contabilizada como receita na apuração do lucro líquido (fl. 48): Fl. 134DF CARF MF 6 Diante das provas apresentadas, parecenos fora de qualquer dúvida que houve o pagamento a maior, decorrente de erro de fato da DCTF, gerando indébito no valor de R$ 115.369,41, devendo este crédito ser reconhecido. Entretanto, verifico a existência de outros processos administrativos decorrentes da utilização desse mesmo crédito, razão pela qual não podemos, aqui, homologar as compensações, sem verificar se esses pedidos estão dentro do limite do crédito reconhecido. Ante o exposto, voto por dar provimento integral ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para reconhecer o crédito pleiteado, e determinar que a unidade de origem proceda a compensação até o limite do crédito disponível. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Fl. 135DF CARF MF
score : 1.0
