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Numero do processo: 10909.005687/2007-84
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-002.067
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
(assinado digitalmente)
LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Leonardo Correia Lima Macedo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocada), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: LAERCIO CRUZ ULIANA JUNIOR
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. (assinado digitalmente) LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Leonardo Correia Lima Macedo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocada), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). Por bem reproduzir os fatos narrados no Processo Administrativo Fiscal, reproduzo o relatório da DRJ: (...) Relata a Autoridade Fiscal que do confronto entre a memória de cálculo apresentada pela contribuinte e os documentos e registros da empresa, A luz da legislação aplicável A matéria, resultaram as glosas RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 09 .0 05 68 7/ 20 07 -8 4 Fl. 1514DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 718 2 que seguem:Seguindo a marcha processual normal, a DRJ profiu acórdão assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CAPITULAÇÃO LEGAL IMPERFEITA. O erro na capitulação legal ou mesmo a sua ausência não acarreta a nulidade do auto de infração quando a descrição dos fatos nele contida é exata, possibilitando ao sujeito passivo defenderse de forma ampla das imputações que lhe foram feitas. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. Os impostos lançados por homologação sujeitamse ao prazo estabelecido pelo Art. 150, § 4º do CTN, salvo ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que transfere o termo inicial de contagem do prazo para a regra do artigo 173I. Inocorrência de decadência no caso. BASE DE CÁLCULO. VALOR DA OPERAÇÃO. Comprovado nos autos a insuficiência da base de cálculo na saída de produto do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, o lançamento de ofício é o meio hábil para exigir a diferença. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO. Cabível a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no artigo 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96, restando demonstrado que o procedimento adotado pelo sujeito passivo enquadrase, em tese, nas hipóteses tipificadas no art. 71, inciso I, da Lei nº 4.502/64. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido a) Bens Adquiridos para Revenda — linha 01 do Dacon: do montante informado a esse titulo foram excluídos os valores de aquisição de produtos classificados no capitulo 29, no código 3002.30 e na posição 38.08, todos da TIPI, por se tratarem de produtos sujeitos A aliquota zero, de acordo com o art. 1° do decreto n° 5.127/2004 e com o art. 1° da Lei n° 10.925/2004; b) Bens Utilizados como Insumos — linha 02: do montante informado a esse titulo foram excluídos os valores de aquisição de bens utilizados como insumos, cujas receitas de vendas estão sujeitas a aliquota zero, conforme: art 1°, I, do Decreto n°5.127/2004; art. 28, III, da Lei n°10.865/2004; art.1°, incisos I, II, IV, VII, IX, X, XI e XII, da Lei n° 10.925/2004; c) Despesas de Armazenagem de Mercadoria e Frete na Operação de Venda — linha 07: foram excluídos: os fretes relativos a CTRC não vinculados a uma operação de venda; os fretes relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se encontram no Livro Registro de Saídas do período; os fretes relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas encontram se no Livro Registro de Saídas do período mas não se referem a uma operação de venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros ou a uma operação de venda de produção do estabelecimento. Fl. 1515DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 719 3 d) Encargos de Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado — linha 09: foram excluídos os valores referentes a bens do ativo imobilizado que não são utilizados na produção de bens destinados A venda; e) Créditos da Atividade de Transporte de Carga — linha 18: sobre os valores informados a esse titulo, informa a autoridade fiscal que a interessada não presta serviços de transporte rodoviário de carga e que os códigos Cnae relativos a esse tipo de serviço, atribuídos a algumas de suas têm servido apenas para a emissão de conhecimentos de carga cujo tomador do serviço é a própria empresa, tendo sido, então, excluídos os valores informados destes serviços, por não gerarem créditos nos termos previstos nos §§ 19 e 20 do art. 3° da Lei n° 10.833/2003, na redação da Lei n° 11.051/2004. O Crédito Presumido Atividades Agroindustriais — linha 25: foram ajustadas as aliquotas aplicadas A aquisições de insumos de pessoas fisicas: 4,56% (60% de 7,6%) para os produtos de origem animal classificados nos Capítulos 2 a 4, 16, e nos códigos 15.01 a 15.06, 1516.10, e as misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos códigos 15.17 e 15.18, e de 2,66% (35% de 7,6%) para os demais produtos; Além das glosas acima, no tópico intitulado como Rateio das Exportações, considerando que a interessada utiliza o método de rateio proporcional, a Autoridade Fiscal ajustou a proporção entre a receita de exportação, vinculada As aquisições de bens e serviços que geram direito ao crédito, e a receita bruta total de vendas de bens e serviços, a ser aplicada sobre os valores dos custos, despesas e encargos comuns, incorridos no mês. Ressalta, que neste ajuste os valores das receitas adotados foram os informados pela contribuinte no Dacon e em resposta a intimação fiscal. Efetuadas as glosas e feitos os ajuste restou reconhecido o crédito remanescente ao final do trimestre no valor de R$ 3.560.163,90 relativo As receitas de exportações. Com base no Parecer/Sarac/DRF/ITJ n°210/2010, a DRF/Itajaí/SC decidiu por meio do Despacho Decisório à folha 800: a) reconhecer parcialmente o direito creditório objeto do Pedido de Ressarcimento n° 31206.33284.110806.1.1.098690, no valor de R$ 3.560.163,90; b) homologar as Dcomp presentes nos autos da folha 2 a 96;Irresignado com o respectivo julgado o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário requerendo reforma em síntese, conforme constante na conclusão do pedido de reforma: c) homologar parcialmente a 28189.64900.050607.1.3.094358 A. folha 102; Dcomp d) não homologar as demais Dcomp, da folha 106 a 207; Fl. 1516DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 720 4 Da Manifestação de Inconformidade Em sua Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório a interessa contesta o parecer fiscal nos termos que seguem. Inicialmente a interessada contesta a glosa dos valores das aquisições dos bens para revenda e de insumos adquiridos a aliquota zero alegando que, "a despeito de terem [as aquisições] sido realizadas mediante aliquota zero de COFINS", os tais produtos "foram previamente sujeitos a incidência em cascata deste tributo nas etapas anteriores da circulação". Nesse sentido aduz que "Mesmo quando o contribuinte adquira insumos tributados com aliquota zero, paga, embutido no preço, o tributo (PIS/COFINS) indiretamente em outros insumos ou produtos, [...], adquiridos no mercado e empregados no respectivo processo produtivo". A corroborar sua tese traz excertos de uma decisão do STJ e de outras do Conselho de Contribuintes. Conclui, então, que as aquisições de produtos tributados pela presente contribuição a aliquota zero, não se tratam "de operações não sujeitas ao pagamento das contribuições, e por isto não incide o óbice previsto no artigo 3°, parágrafo 2° da Lei 10.637/02". E acrescenta que a própria legislação, no caso a Lei n° 11.033/04, em seu artigo 17, autoriza a manutenção dos créditos em situações como a presente. Em relação as glosas dos valores referentes a fretes nas operações de venda, relativos a CTRC cujas notas fiscais não se encontrariam escrituradas no Livro Registro de Saídas e a CTRC que não estariam vinculados a notas fiscais de saída, alega que não tem condições de contestálas pois não teria como identificar "quais são as notas fiscais que não estariam registradas no aludido livro, eis que não há qualquer menção a elas na decisãoora recorrida, apresentando o fisco apenas o valor total Elosado a este titulo" (destaque no original). Reclama então que "teve seu direito A ampla defesa cerceado, impondose que, na dúvida, lhe sejam totalmente deferidos os créditos indevidamente glosados.". Segue então argumentando que, mesmo que assim não fosse, ainda assim improcedentes seriam as mencionadas glosas, uma vez que a legislação de regência não impõe a escrituração de notas fiscais em Livros Registro de Saídas como condição A geração de créditos. Aduz que o direito ao crédito está vinculado "ao efetivo valor de frete suportado, desde que se refira a serviço prestado por pessoa jurídica domiciliada no Pais" e conclui que "comprovado que o frete realmente foi um custo incorrido pela Recorrente, a glosa fiscal aqui tratada não merece prosperar". Já em relação as despesas de fretes entre estabelecimentos da própria empresa, defende que "com base na lei e nas soluções de consulta da Receita Federal, conferem direito a créditos de COFINS", entre outros: (.) c) transferência de produto acabado entre o estabelecimento produtor e o estabelecimento distribuidor da mesma pessoa jurídica; Fl. 1517DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 721 5 d) servicos de transporte (adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no Pais) de insumos, de um estabelecimento a outro da mesma pessoa jurídica, sendo esse deslocamento necessário it inserção desse insumo no processo produtivo desenvolvido no estabelecimento de destino. e) transporte de um estabelecimento a outro da mesma pessoa jurídica, de insumos adquiridos de terceiros, quando o ônus for suportado pelo adquirente. E conclui que comprovado o direito ao crédito referente a despesas de "serviços de transporte relativos a transferências essenciais ao processo produtivo" as glosas dos valores correspondentes não devem ser mantidas, "eis que tratam de créditos a titulo de frete apropriados nos exatos termos das leis que regulamentam esta questão". Das glosas referentes aos encargos de depreciação dos bens do ativo imobilizado, a interessada manifestase concordando com a glosa em relação aos "Juros Capitaliz. Operacional" e "Construções Civis e Benfeitorias". Todavia, contesta a glosa dos valores referentes aos móveis e utensílios, computadores ou softwares alegando que todos esses bens, indistintamente, fazem parte do seu processo produtivo, gerando portanto o direito ao crédito pretendido, a teor das soluções de consulta da RFB cujas ementas transcreve. Explica, então, a utilização dos bens em questão, como segue: Com efeito, em seus parques industriais se utiliza de mesas de corte e cadeiras para seus funcionários, sendo estes utensilios essenciais ao seus processos produtivos, como bem se observa por meio das fotos anexas, tiradas, exemplificativamente, da fábrica localizada em Seara/Santa Catarina (doc. 03). 0 mesmo ocorre em relação aos computadores e softwares, tendo em vista que a Recorrente Os utiliza em todas as suas fábricas, a exemplo daquelas destinadas a produção de rações, onde controlam a mistura e composição das rações, monitorando itens como o peso, quantidade, qualidade, etc. Vide, também neste contexto, asfotos anexas, que bem comprovam a utilização dos computadores na fabricada Recorrente localizada em Seara/Santa Catarina(doc. 04) No que concerne ao crédito presumido, a interessada, inicialmente insurge se contra a glosa dos valores da aquisições junto a pessoas jurídicas. Os argumentos não serão relatoriados em razão de não ter havido a tal glosa. No mais contesta a aliquota de 2,66% (35% de 7,6%)aplicada pela Autoridade Fiscal na apuração do crédito presumido referente as aquisições de pessoas fisicas. Defende considerando que o critério eleito pelo legislador para determinar o cálculo do beneficio do crédito presumido não é o insumo e sim o produto produzido pela empresa, observada a respectiva classificação nos Capítulos 2 e 16 da TIPI, bem como nos códigos 15.01 da NCM (doc. 02) — que calculou corretamente o crédito presumido da Cofins à aliquota de 4,56% (60% de 7,6%), tendo em vista que os produtos produzidos pela mesma encontram se classificados nos códigos constantes do inciso I do § 3°, art. 8° do mencionado diploma legal. Fl. 1518DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 722 6 A contribuinte defende, ainda, ter direito a crédito em relação aos custos com a sub contratação de serviços de transporte de carga prestados por pessoa fisica, por força do disposto nos §§ 19 e 20 do art. 3° da Lei n° 10.833/2003, considerando ser uma de suas atividades empresariais, conforme consta de seu objeto social (doc. 02), a prestação de serviços de transporte de cargas. Salienta que: () a fiscalização reconhece que a Recorrente é uma empresa prestadora de serviços de transporte de cargas, o que significa que, mesmo prestando operações de transporte em beneficio próprio, tem inquestionável direito aos créditos de COFINS ora glosados, na medida em que NÃO HA QUALQUER OBICE LEGAL PARA TANTO Diante de todo o exposto, requer o acolhimento de sua Manifestação de Inconformidade para que reste deferido seu pleito. É o relatório. Seguindo a marcha processual normal, foi proferido Acódao pela DRJ no seguinte sentido: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2006 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. AQUISIÇÃO DE BENS NÃO SUJEITOS AO PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO. VEDAÇÃO. Quando o contribuinte adquire bens ou serviços não sujeitos ao pagamento das contribuições nãocumulativas, por disposição legal expressa, não tem direito a crédito sobre tais. aquisições, independentemente de suas vendas serem ou não tributadas. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Em se tratando de serviços de frete, em interpretação literal da legislação, somente dará direito a crédito o frete contratado relacionado a uma "operação de venda", não gerando crédito, portanto, o frete relacionado ao mero deslocamento de insumos ou produtos entre estabelecimentos da empresa. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Das máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, somente os que estejam diretamente associados ao processo produtivo é que geram direito a crédito, a titulo de depreciação, no âmbito do regime da nãocumulatividade. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. SERVIÇO DE TRANSPORTE PRESTADO POR PESSOA FÍSICA. A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que sub contratar serviços de transporte de carga prestados por pessoa fisica, poderá descontar, da contribuição devida em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre os valores dos pagamentos efetuados por esses serviços, desde que estes tenham sido Fl. 1519DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 723 7 por ela utilizados como insumo na prestação de serviço destinados à venda. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. ALÍQUOTA CONFORME NATUREZA DO INSUMO. A natureza da atividade da empresa é considerada para fins de aferir seu direito ao aproveitamento de crédito presumido, já no cálculo do crédito deve ser observada a aliquota conforme a natureza do insumo adquirido. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITORIO. ONUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito especifico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório pleiteado. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ONUS DO CONTRIBUINTE Nos processos administrativos referentes a repetição de indébito, cabe ao contnbuinte, em sedctle Manifestaçãode Inconformidade, provar o teor das alegações que contrapõe aos argumentos postos pela Autoridade Fiscal para não acatar, ou acatar apenas parcialmente o pleito repetitório. Inconformada a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário requerendo reforma do Acórdão sustentando em síntese: a) o conceito de insumo e sua finalidade, que o conceito encontrase correlato com a atividade exercida; Requerendo reversão das seguintes glosas: b.1) bens adquiridos para revenda e bens utilizados como insumos Aquisições mediante alíquota zero; b.2) despesas com frete nas operações de venda; b.2.1) fretes relativos a CTRC não vinculados a uma operação de venda e fretes relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se encontram no Livro de Registro de Saídas do período b.2.2) fretes relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas encontramse no Livro de Registro de Saída do período mas não se referem a uma operação de venda; b.3) encargos de depreciação de Bens do Ativo Imobilizado; b.4) crédito presumido —Atividades Agroindustriais — Aquisição de insumos de pessoa física destinados a fabricação de produtos destinados a alimentação humana — Utilização da alíquota de 4,6% (60% de 7,6%); b.4.1) crédito nas Aquisições de Bens para Produção de Carne e seus Derivados; Fl. 1520DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 724 8 b.4.2) alíquotas a ser Aplicada nas Atividades das Empresas Fabricantes de Produtos de Origem Animal; b.5) da Verdadeira Motivação do Legislador Ordinário para a Concessão do Crédito Presumido; b.6) serviço de transporte de carga prestado por pessoa física; b.7 ) Créditos presumidos da agroindústria Aquisições de pessoas jurídicas; É o relatório Conselheiro Laércio Cruz Uliana Junior Inicialmente é de trazer a baila que tratase de Pedido de Ressarcimento eletrônico, no qual, obtendo glosas de crédito relativo a bensa e serviços utilizados como insumos. Ressaltase que com o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça este CARF, passou adotar o posicionamento conforme abaixo ementado: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos realtivos a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. Fl. 1521DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 725 9 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. (REsp 1221170/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 24/04/2018) Compulsando os autos, não é compreensível entender o processo produtivo do Contribuinte, uma vez, que não ficou evidenciando pela Fiscalização e nem pelos argumento do Contribuinte. Na resolução de no. 3201 000.569, de Relatoria do Conselheiro Winderley Morais Pereira, o assunto foi enfrentado por essa Turma, envolvendo o mesmo Contribuinte: Conforme dito alhures, as turmas do CARF vem entendendo que para a definição das despesas com aquisição de bens e serviços que possam ser consideradas insumos para aproveitamento de créditos é necessária uma definição clara de quais produtos e serviços estão sendo pleiteados, além de identificar em qual momento e fase da processo produtivo eles estão vinculados. Assim, em muitas situações, tanto os relatórios e trabalhos de auditoria realizada pela Fiscalização da Receita Federal, quanto os documentos e argumentos apresentados pelos contribuintes em seus recursos, não são suficientes para a definição de quais despesas estariam incluídas no conceito de insumo a serem consideradas possíveis de gerar créditos no cálculo das contribuições do PIS e da COFINS não cumulativos. Nos termos aqui expostos, entendo que os documentos e informações constantes dos autos não são suficientes para definir com exatidão quais são os insumos glosados pela Fiscalização e quais deles o contribuinte tenta pleitear seus créditos. Assim, fazse necessário a baixa dos autos em diligência para que seja determinada com acuracidade, quais são as aquisições de bens e as despesas de serviços que foram utilizadas a título de crédito pela Recorrente, quais foram glosadas pela Fiscalização e qual a implicação destes bens e serviços no processo produtivo. Diante do exposto, buscando os esclarecimentos necessários ao prosseguimento do julgamento, voto no sentido de converter o julgamento em diligência a fim de que unidade preparadora: a) Intime a Recorrente para no prazo de 30 (trinta) dias prorrogável uma vez por igual período, detalhar o seu processo produtivo e indicar de forma minuciosa qual a interferência de cada um dos bens e serviços que pretende aferir créditos para apuração da COFINS não cumulativa; Fl. 1522DF CARF MF Processo nº 10909.005687/200784 Resolução nº 3201002.067 S3C2T1 Fl. 726 10 b) A Receita Federal, deverá elaborar relatório identificando quais dos bens e serviços utilizados que foram objeto de glosa, indicando os motivos para tal indeferimento. Com a possibilidade, se julgar necessário, de manifestarse quanto as informações apresentadas, inclusive fazendo as diligências e intimações que julgar necessárias. Concluída tais verificações, os autos deverão ser devolvidos a este Conselho para prosseguimento do julgamento. Assim, adoto os funcionados acima mencionado, convertendo o feito em diligência. A Fiscalização deverá elaborar novo relatório fiscal, observando os critérios estabelecidos REsp 1221170/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 24/04/2018 e Nota SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFNMF, ainda podendo intimar a Contribuinte para apresentar informações necessárias. Após, prazo de 30 (trinta) dias para a Contribuinte se manifestar. LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR – Relator (assinado digitalmente) Fl. 1523DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.910650/2016-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/03/2013
COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. INTEMPESTIVIDADE.
A manifestação de inconformidade intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não comportando julgamento de primeira instância.
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECURSO VOLUNTÁRIO. APRECIAÇÃO. PRECLUSÃO.
É preclusa a apreciação de matéria no Recurso Voluntário quando considerada intempestiva a apresentação da correspondente manifestação de inconformidade
Numero da decisão: 3402-006.626
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do Recurso Voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. INTEMPESTIVIDADE. A manifestação de inconformidade intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não comportando julgamento de primeira instância. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECURSO VOLUNTÁRIO. APRECIAÇÃO. PRECLUSÃO. É preclusa a apreciação de matéria no Recurso Voluntário quando considerada intempestiva a apresentação da correspondente manifestação de inconformidade Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do Recurso Voluntário e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 06 50 /2 01 6- 12 Fl. 86DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 3 2 Trata de Recurso Voluntário contra decisão da DRJ, que, por unanimidade de votos, não conheceu da Manifestação de Inconformidade, por intempestiva. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: (...) Ementa: MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. INTEMPESTIVIDADE. A manifestação de inconformidade intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não comportando julgamento de primeira instância. Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Outros Valores Controlados Regularmente cientificado, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, repisando os argumentos trazidos em sua Manifestação de Inconformidade, e refutando a intempestividade reconhecida pela DRJ. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 3402006.618, de 22 de maio de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 11080.910642/201668. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3402006.618): "Conforme relatado, a Manifestação de Inconformidade não foi conhecida pela DRJ por ser intempestiva: ciência do Despacho Decisório em 16/06/2016; apresentação da Manifestação de Inconformidade em 25/07/2016. A Recorrente repisa os argumentos trazidos na Manifestação de Inconformidade quanto à tempestividade. Por não ter apresentado nenhum fato novo em seu recurso e por concordar com seus fundamentos, quanto à tempestividade da manifestação de inconformidade, com fundamento no art. 50, § 1o da lei n. 9.784/99, adoto como meu os fundamentos desenvolvidos na decisão recorrida, o que faço nos segunite termos: Preliminar de Tempestividade da Manifestação de Inconformidade Fl. 87DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 4 3 Como relatado acima, o manifestante protocolou requerimento à DRJ em Porto Alegre/RS (fls. 19/21), em 25/07/16, com pedido de tempestividade para a sua Manifestação de Inconformidade. No requerimento, alega que teria tentado protocolar a sua Manifestação de Inconformidade por duas ocasiões [15/07/16 (fl. 18) e 18/07/16 (fl. 17)], transmitindo os seus arquivos de forma eletrônica, através do Programa de Solicitação de Juntada de Documentos (PGS), utilizandose, para tanto, do certificado digital do DiretorPresidente e representante legal perante a Receita Federal do Brasil, Sr. ALÉCIO LANGARO UGHINI. Porém, nas duas tentativas de envio de sua documentação, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) não teria reconhecido o referido protocolo, sob alegação de que “o usuário não possui permissão para realizar solicitação de juntada de documentos para esse processo/ciência”, conforme os termos das correspondências (emails) recebidos pelo representante legal. Com isso, o manifestante somente veio a protocolar a sua Manifestação de Inconformidade em 25/07/16 (fl. 38), quando deveria têlo feito até a data limite para essa entrega determinada pela legislação tributária, em 18/07/16, ou seja, até 30 dias após a ciência do Despacho Decisório que ocorreu em 16/06/16. Aduz que considera ilegal essa restrição, pois ALÉCIO LANGARO UGHINI é o diretorpresidente da empresa eleito pelo Conselho de Administração; que não há normativos expedidos pela RFB com qualquer restrição do representante legal não poder transmitir tais arquivos digitais; que o Programa de Solicitação de Juntada de Documentos (PGS), meio competente para a realização de protocolo em processos digitais, teria confirmado a realização do protocolo da Manifestação de Inconformidade do processo; que o programa não teria emitido qualquer recibo na ocasião do protocolo, mas o email que o representante legal recebeu constata que o mesmo foi realizado; que é inaceitável a negativa do protocolo informado pelo correio de mensagens do eCAC se, no momento da juntada do documento por meio do Programa competente para tanto, da própria Receita Federal, este programa admitiu e confirmou o protocolo da defesa em nome do representante legal da empresa; que as inconsistências nos sistemas utilizados pela RFB não podem impedir o direito constitucional do contribuinte de defenderse na esfera administrativa; e, assim, requer o reconhecimento e a análise de sua Manifestação de Inconformidade, que alega ter sido protocolada tempestivamente. As alegações do manifestante não merecem prosperar. O art. 2º do Decreto Nº 70.235, de 06 de março de 1972 (DOU de 07 de março de 1972) (Processo Administrativo Fiscal – PAF) determina: Fl. 88DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 5 4 CAPÍTULO I Do Processo Fiscal SEÇÃO I Dos Atos e Termos Processuais Art. 2º Os atos e termos processuais, quando a lei não prescrever forma determinada, conterão somente o indispensável à sua finalidade, sem espaço em branco, e sem entrelinhas, rasuras ou emendas não ressalvadas. Parágrafo único. Os atos e termos processuais poderão ser formalizados, tramitados, comunicados e transmitidos em formato digital, conforme disciplinado em ato da administração tributária. (Redação dada pela Lei nº 12.865, de 2013) (Grifei e sublinhei.) Portanto, cabe a administração tributária, por expressa delegação legal, disciplinar a transmissão de atos e termos processuais em formato digital. Os arts. 1º, 2º e 3º da Portaria SRF Nº 259, de 13 de março de 2006, dispõe sobre a prática de atos e termos processuais, de forma eletrônica, no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil, da seguinte forma: Art. 1º O encaminhamento, de forma eletrônica, de atos e termos processuais pelo sujeito passivo ou pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) será realizado conforme o disposto nesta Portaria. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 1º Os atos e termos processuais praticados de forma eletrônica, bem como os documentos apresentados em papel, digitalizados pela RFB, comporão processo eletrônico (e processo). (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 2º Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos digitais com garantia da origem e de seu signatário serão considerados originais para todos os efeitos legais. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 3º Para efeito do disposto no caput, a RFB informará ao sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica. (Incluído(a) pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) Art. 2º A impugnação, o recurso e os demais atos e termos processuais produzidos eletronicamente deverão ser assinados mediante utilização de certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICPBrasil) e serão enviados à RFB por meio do Centro Virtual de Fl. 89DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 6 5 Atendimento ao Contribuinte (eCAC), disponível na Internet, no endereço http://www.receita.fazenda.gov. br. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 1º A comprovação do envio dos documentos darseá de forma eletrônica, mediante recibo. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 2º O teor e a integridade dos arquivos enviados, bem assim a observância dos prazos, é de inteira responsabilidade do sujeito passivo. § 3º A utilização de meio eletrônico desobrigará o sujeito passivo de protocolar os documentos em papel na RFB (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 4º Os meios de prova que não puderem ser apresentados em forma eletrônica serão protocolados em unidade da RFB. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 5º Os comprovantes originais de deduções, os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Art. 3º A impugnação, o recurso e os documentos que os instruem serão protocolados de forma eletrônica, considerando se como data de protocolo a data e hora de recebimento dos dados pelo eCAC. § 1º O recebimento pelo eCAC será efetuado das 8 às 20 horas, horário de Brasília. § 2º Para efeito do disposto no caput e no § 1º, o horário estará sincronizado em conformidade com o disposto na Resolução nº 16, de 10 de junho de 2002, do Comitê Gestor da ICPBrasil. § 3º A tempestividade da impugnação ou do recurso será aferida pela data e hora referida no caput. Art. 4º A intimação por meio eletrônico, com prova de recebimento, será efetuada pela RFB mediante: (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) I envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou II registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. § 1º Para efeito do disposto no inciso I, considerase domicílio tributário do sujeito passivo a Caixa Postal a ele atribuída pela administração tributária e disponibilizada no eCAC, desde que o sujeito passivo expressamente o autorize. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 7 6 § 2º A autorização a que se refere o § 1º darseá mediante envio pelo sujeito passivo à RFB de Termo de Opção, por meio do e CAC, sendolhe informadas as normas e condições de utilização e manutenção de seu endereço eletrônico. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 3º A intimação mediante registro em meio magnético ou equivalente será efetuada nos casos de aplicação de penalidade pela entrega de declaração após o prazo estabelecido na legislação. (Grifei e sublinhei.) Como se constata da leitura do dispositivo legal acima, existem regras específicas e rígidas para a transmissão de atos e termos processuais em forma eletrônica, que devem ser de conhecimento e respeito obrigatórios pelo sujeito passivo que dela queira se utilizar, a fim de que haja a garantia que apenas ele (o sujeito passivo), ou seu representante legal nomeado, possam encaminhar documentos ao processo na forma eletrônica, a fim de manter a integridade, a autenticidade, a interoperabilidade e a confidencialidade dos mesmos. Por sua vez, o teor e a integridade dos arquivos enviados, bem assim a observância dos prazos, é de inteira responsabilidade do sujeito passivo (determinação expressa contida no § 2º do art. 2º da Portaria SRF Nº 259/06 acima transcrito). O contribuinte tem, ainda, a possibilidade de comparecer pessoalmente a uma unidade da RFB e entregar os documentos de prova no caso da impossibilidade de fazêlo por meio eletrônico (§4º do art. 2º da mesma Portaria), desde que o faça dentro dos prazos legais de entrega dos documentos, o que é de sua inteira responsabilidade como já mencionado acima. Essas determinações estão também previstas, no âmbito do Ministério da Fazenda, através da Portaria MF Nº 527, de 09 de novembro de 2010 (DOU de 10 de novembro de 2010), especialmente no que se refere a responsabilidade dos interessados pelo teor e a integridade dos arquivos entregues, assim como na observância dos prazos (§ 5º do seu art. 2º). Isso significa que se o sujeito passivo pretende transmitir uma impugnação ou recurso, ele deve conhecer perfeitamente todas as regras que envolvem esse tipo de serviço, sob pena de perder os prazos estipulados na legislação tributária para a entrega desses documentos, como aconteceu no presente caso. O fato de o sistema eletrônico ter aceito os arquivos enviados por ALÉCIO LANGARO UGHINI, nas datas constantes dos e mails enviados pelo CAC, garante apenas que o direito constitucional de petição do contribuinte foi respeitado pela RFB, mas não implica na garantia da integridade e o do teor dos arquivos transmitidos, e muito menos que a pessoa que os transmitiu (física ou jurídica) tem autorização para juntar os Fl. 91DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 8 7 documentos nele contidos em um determinado processo digital, o que é analisado pela fiscalização após receber essa documentação. O art. 3º do CAPÍTULO I (DA SOLICITAÇÃO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS POR MEIO DO PGS) da Instrução Normativa RFB Nº 1.412, de 22 de novembro de 2013 (DOU de 25 de novembro de 2013, que dispõe sobre a transmissão e a entrega de documentos digitais, determina ainda que: Art. 3° A solicitação de juntada de documentos digitais, nos termos previstos no caput do art. 2º, ocorrerá mediante transmissão de arquivo digital por meio do PGS disponível no sítio da RFB na Internet, no endereço http://idg.receita.fazenda.gov.br, com assinatura digital válida. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1608, de 18 de janeiro de 2016) § 1º A solicitação de juntada de documentos na forma do caput, a processo digital, ocorrerá somente na hipótese de o interessado estar com a opção de domicílio tributário eletrônico (DTE) ativa, nos termos da Instrução Normativa SRF nº 664, de 21 de julho de 2006. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1608, de 18 de janeiro de 2016) § 2º A solicitação de juntada de documentos na forma do caput, a dossiê digital de atendimento, poderá ser feita somente com o uso de assinatura digital válida. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1608, de 18 de janeiro de 2016) Parágrafo único. Somente o interessado, em nome de quem houver sido formado o processo digital ou o dossiê digital de atendimento, ou o seu procurador habilitado mediante “Procuração para o Portal eCAC”, com opção “processos digitais”, poderá solicitar a juntada de documentos por meio do PGS. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1608, de 18 de janeiro de 2016) Resta claro, pela leitura do dispositivo legal acima, que somente o interessado [aquele que está descrito no item “1” do Despacho Decisório (fl. 29)], ou seja, no presente caso, somente a pessoa jurídica denominada UGHINI S. A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO (CNPJ 97.577.209/000154), em nome de quem foi formado o presente processo digital (e não a pessoa física de ALÉCIO LANGARO UGHINI – CPF 004.705.97020), ou o seu procurador habilitado mediante “Procuração para o Portal e CAC”, com opção “processos digitais”, poderiam solicitar a juntada de documentos por meio do PGS (Programa Gerador de Solicitação de Juntada de Documentos) (a pessoa jurídica pode transmitir diretamente documentos com a utilização do eCNPJ). Por oportuno, verifiquei nas informações do presente processo, constantes nos Sistemas Informatizados da RFB (Sistema e Processo), que foi outorgada à CAMILO DE OLIVEIRA LEIPNITZ (CPF 945.551.33072) a representação da pessoa jurídica UGHINI para o presente processo, com vigência de Fl. 92DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 9 8 07/04/16 a 07/04/18 e, portanto, esse procurador também poderia solicitar a juntada de documentos por meio do PGS. Portanto, como o presente processo digital não foi formado em nome da pessoa física de ALÉCIO LANGARO UGHINI (CPF 004.705.97020), mas sim da pessoa jurídica UGHINI S. A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO (CNPJ 97.577.209/000154), que é o interessado no processo, nem àquele consta como procurador com opção de “processos digitais” para incluir documentos eletronicamente no presente processo (mas sim CAMILO DE OLIVEIRA LEIPNITZ), correto o procedimento da fiscalização que negou a pretensão de juntada de documentos na pessoa física de ALÉCIO UGHINI [este deveria ter utilizado o e CNPJ da empresa UGHINI S. A. (interessado) para inclusão de documentos no presente processo, na forma eletrônica]. Com isso, o impugnante, que teria até o dia 18/07/16 para juntar sua Manifestação de Inconformidade no processo, somente veio a fazêlo em 25/07/16, restando, portanto, intempestiva a sua impugnação. Ao contrário do que argumenta o impugnante, não há nenhuma inconsistência, portanto, nos sistemas utilizados pela RFB na movimentação de processos digitais, mas sim regras específicas que devem ser rigorosamente observadas pelo contribuinte que pretende solicitar a juntada de documentos de forma eletrônica, utilizando a rede mundial de computadores (INTERNET). Como determinado pela legislação tributária, é do contribuinte a responsabilidade pelo teor e conteúdo dos arquivos transmitidos, e também do cumprimento dos prazos legais de apresentação de tais arquivos. Por fim, cabe ressaltar que a análise da tempestividade é fundamental para a garantia do princípio da isonomia (em relação aos contribuintes que envidam seus esforços para o cumprimento de suas obrigações nos prazos legalmente estabelecidos) e da segurança jurídica (princípio constitucional republicano basilar em um Estado Democrático de Direito). Quanto aos demais argumentos trazidos no Recurso Voluntário, deixo de apreciálos por ter ocorrido a preclusão do direito do contribuinte, devido ao não conhecimento da Manifestação de Inconformidade pela DRJ. Ante o exposto, conheço parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negolhe provimento. É como voto." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Fl. 93DF CARF MF Processo nº 11080.910650/201612 Acórdão n.º 3402006.626 S3C4T2 Fl. 10 9 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 94DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.000941/2007-16
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/01/2003
MULTA POR INFRAÇÃO AO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES
A multa prevista no art. 526, inciso II, do RA /85 somente poderia ser aplicada às hipóteses em que a legislação preveja a necessidade do licenciamento não automático, já que eventual sanção pelo descumprimento de uma obrigação somente ocorre quando houver obrigação a cumprir.
O simples fato de a mercadoria não restar suficientemente descrita não constitui razão suficiente para que a importação seja considerada sem licenciamento de importação ou documento equivalente para aplicação da multa de 30% sobre o valor da mercadoria.
Numero da decisão: 9303-008.469
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial, vencida a conselheira Tatiana Midori Migiyama (relatora), que não conhecer do recurso. No mérito, por maioria de votos, acordam em negar-lhe provimento, vencido o conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, que lhe deu provimento. Designada para redigir o voto vencedor, quanto ao conhecimento, a conselheira Vanessa Marini Cecconello.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama Relatora
(Assinado Digitalmente)
Vanessa Marini Cecconello Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Erika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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O simples fato de a mercadoria não restar suficientemente descrita não constitui razão suficiente para que a importação seja considerada sem licenciamento de importação ou documento equivalente para aplicação da multa de 30% sobre o valor da mercadoria. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial, vencida a conselheira Tatiana Midori Migiyama (relatora), que não conhecer do recurso. No mérito, por maioria de votos, acordam em negarlhe provimento, vencido o conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, que lhe deu provimento. Designada para redigir o voto vencedor, quanto ao conhecimento, a conselheira Vanessa Marini Cecconello. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 09 41 /2 00 7- 16 Fl. 216DF CARF MF 2 (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama – Relatora (Assinado Digitalmente) Vanessa Marini Cecconello – Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Erika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão nº 3102001.692, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, que, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário, consignando a seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/01/2003 CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES. ERRO DE CLASSIFICAÇÃO TARIFÁRIA. DESCRIÇÃO DA MERCADORIA. INSUFICIÊNCIA. IMPORTAÇÃO AO DESAMPARO DE LICENÇA. INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. O simples fato de a mercadoria mal enquadrada na Nomenclatura Comum do Mercosul não estar correta e suficientemente descrita não constitui razão suficiente para que a importação seja considerada sem licenciamento de importação ou documento equivalente e aplicada a multa de trinta por cento do valor da mercadoria. ERRO DE CLASSIFICAÇÃO. MULTA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. EXIGÊNCIA. Fl. 217DF CARF MF Processo nº 11128.000941/200716 Acórdão n.º 9303008.469 CSRFT3 Fl. 217 3 Exigese a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul. Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão que deu provimento parcial para excluir a multa de 30% do valor aduaneiro, trazendo, entre outros, que: · O ADN/COSIT 12/97 é claro ao dizer que não constitui infração administrativa ao controle das importações, nos termos do inciso II do art. 526 do Regulamento Aduaneiro, a declaração de importação de mercadoria objeto de licenciamento no SISCOMEX cuja classificação tarifária errônea exija novo licenciamento, automático ou não; · Contudo, o produto deve estar corretamente descrito, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado; · Assim, a motivação para a imposição da penalidade prevista no inciso II do art. 526 do Regulamento Aduaneiro é a falta de guia de importação ou documento equivalente; · No presente caso, a descrição incorreta do produto ensejou a emissão de licença de importação para mercadoria diversa da efetivamente importada. Significa dizer que o produto importado não foi internalizado com a licença de importação que refletia as suas reais características, tendo em vista que não foram apresentados todos os elementos necessários à sua identificação; · Dessa maneira, podese concluir que, em última análise, a mercadoria foi importada sem a respectiva licença de importação. Em Despacho às fls. 179 a 181, foi dado seguimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pelo sujeito passivo, que trouxe, entre outros, que: · O recurso não deve ser conhecido; Fl. 218DF CARF MF 4 · A multa de controle aduaneiro somente é aplicável em casos em que a mercadoria importada esteja efetivamente submetida ao regime de licenciamento nãoautomático, como consequência da reclassificação promovida pelo fisco; · E é cabível quando da correção da classificação fiscal decorrer situação em que o licenciamento se torna não automático; · Se quando a mercadoria importada estiver com a incorreta classificação fiscal e a classificação fiscal correta estiver no mesmo regime administrativo, também não caberá a multa, se estiver corretamente descrito, com todos os elementos necessários a sua identificação, aplicandose o ADN 12/97; · No caso concreto, a posição tarifária enquadrada também está sujeita ao licenciamento automático. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Tatiana Midori Migiyama – Relatora. Depreendendose da análise do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, entendo que não devo conhecêlo, eis que não atendidos os requisitos dispostos no art. 67 do RICARF/2015 – Portaria MF 343/2015 com alterações posteriores. Ora, no presente caso, é de se constatar que a mercadoria importada estava sujeita ao licenciamento automático e a posição tarifária enquadrada também está sujeita ao licenciamento automático. Por isso, que o relator do acórdão recorrido trouxe para afastar a multa de 30% após digressão sobre o ADN 12/97: “[...] Tratase de interpretação obtida da simples leitura do enunciado da norma, que determina que não constitui infração, em nenhum momento referindose às situações que constituam infração; contudo, esse entendimento é corroborado pelas disposições subsequentes, que especificam a necessidade de que a classificação tarifária errônea exija novo licenciamento, automático ou não, admitindo, assim, Fl. 219DF CARF MF Processo nº 11128.000941/200716 Acórdão n.º 9303008.469 CSRFT3 Fl. 218 5 que o erro possa não exigir novo licenciamento. Como consequência, uma vez que constatado o erro de classificação tarifária, em situações nas quais a mercadoria não esteja correta e suficientemente descrita, será sempre necessário avaliar se esse erro remete à exigência de novo licenciamento ou não. [...] Segundo consta, as duas classificações estavam igualmente sujeitas ao LI automático.” Enquanto, nos acórdãos indicados como paradigma: · Acórdão 0304.569: Trata de mercadoria importada sujeita a licenciamento não automático, diferentemente do acórdão recorrido. Para melhor elucidar, transcrevo parte do voto: “Aqui em julgamento apenas a exclusão da multa capitulada no art. 526, II do RA,m que no entender da maioria dos I. Membros da C. Câmara a quo, não é aplicável por força das disposições do ADN/Cosit nº 12/97, uma vez que “o produto está perfeitamente descrito na DI (fls. 16), no conhecimento (fls. 17), no invoice (fls. 18) e na Licença de Importação (fls. 31), e verificase que ocorreu apenas uma classificação indevida, sem que seja comprovado o intuito doloso ou a máfé”. [...] Não paira dúvida, pelo menos para este Relator, que a mercadoria importada não condiz com a constante da Licença de Importação questionada, muito embora do referido documento conste a indicação correta do nome comercial do produto. [...]” Sendo assim, resta claro que não há similitude fática entre os arestos. Se o Colegiado do acórdão recorrido analisasse o caso exposto no acórdão indicado como paradigma, provavelmente, adotaria o mesmo entendimento lá proferido. · Acórdão 0304.568: Trata da identidade do produto. Tanto é assim que o colegiado firmou a necessidade de um laudo técnico – recusado pelo contribuinte. Para melhor elucidar, transcrevo parte do voto: “[...] Fl. 220DF CARF MF 6 Ora, se o Laudo requerido era imprescindível para a formação de convicção dos julgadores da Câmara recorrida, propiciando a melhor solução ao litígio que se originou da desclassificação imposta pela própria Receita Federal, por intermédio da fiscalização de origem, não poderia, no entender deste Conselheiro, a repartição competente deixar de mandar realizar a perícia determinada pelo C. Terceiro Conselho de Contribuintes, ante a recusa do contribuinte de suportar os ônus decorrentes. [...] Com muita propriedade manifestouse, no caso, a I. Conselheira relatora original do Acórdão recorrido, vencida na questão das multas, como se observa das transcrições seguintes, extraídas das fls. 88, verbis: [...] Portanto, com base no ADN 12/97, entendo que se restou comprovado na declaração a ocorrência de divergência flagrante entre a descrição do laudo e aquela declarada, como é o caso, inexiste licença de importação, ou seja, a licença de importação que existe não é do produto de fato descrito, mas sim de de um outro”. Sendo assim, com essa descrição constatase que não há similitude entre os arestos. Em vista de todo o exposto, não conheço o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Como restei vencida em relação ao não conhecimento, quanto ao mérito, entendo da mesma forma que o acórdão recorrido, eis que essa turma já proferiu o mesmo entendimento. Frisese o acórdão 9303004.198, cuja ementa restou consignada: Assunto: Imposto sobre a Importação – II Data do fato gerador: 20/04/1999 MULTA POR INFRAÇÃO AO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES A multa prevista no art. 526, inciso II, do RA /85 somente poderia ser aplicada às hipóteses em que a legislação preveja a necessidade do licenciamento não automático, já que eventual sanção pelo descumprimento de uma obrigação somente ocorre quando houver obrigação a cumprir. Fl. 221DF CARF MF Processo nº 11128.000941/200716 Acórdão n.º 9303008.469 CSRFT3 Fl. 219 7 No caso vertente, é de se trazer que o sujeito passivo providenciou à época a licença de importação que entendia cabível quando da classificação da mercadoria na posição TEC 8426.49.00 EX 002 como guindastes rodoferroviários. O que, por conseguinte, se à época da importação a mercadoria classificada pela autoridade fazendária estava sujeita ao licenciamento automático, não há que se falar em sanção sobre não cumprimento de uma obrigação, eis que não existe tal obrigação.” Em vista de todo o exposto, nego provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Voto Vencedor Conselheira Vanessa Marini Cecconello, Redatora designada No julgamento do presente recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, ousouse divergir do sempre bem fundamentado voto da Ilustre Conselheira Relatora com relação ao não conhecimento do apelo especial. Prevaleceu no Colegiado o entendimento de que o instrumento recursal preenche os requisitos para o seu prosseguimento, cabendo a esta Conselheira a redação do voto vencedor quanto à admissibilidade do recurso especial. Nesse sentido, esta 3ª Turma da CSRF concordou com as razões do despacho de admissibilidade nº 3100079, de 11 de abril de 2014 (efls. 179 a 181), para o prosseguimento do recurso especial da Fazenda Nacional, sendo que são reproduzidas como fundamentos desta decisão, in verbis: [...] A Recorrente suscitou divergência quanto ao afastamentos da multa exigida em decorrência de infração a norma relativa ao controle administrativo das importações (importação de mercadoria sem Guia de Importação ou documento equivalente). Fl. 222DF CARF MF 8 A fim de demonstrar o necessário dissídio jurisprudencial foram indicados, como paradigmas, os Acórdãos CSRF/0304.568 e CSRF/0304.569, que possuem as ementas transcritas a seguir: Acórdão CSRF/0304.568 RECLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIA DESCRIÇÃO INCOMPLETA, SEM ELEMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO E ENQUADRAMENTO TARIFÁRIO DECLARAÇÃO INEXATA. Comprovado que a descrição da mercadoria feita pela Interessada não foi correta, não contendo os elementos necessários e suficientes à identificação e ao enquadramento tarifário do produto, não cabe a exclusão de penalidades tendo como fundamento o Ato Declaratório COSIT, n° 12, de 1997. Acórdão CSRF/0304.569 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIA — MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES — LICENÇA DE IMPORTAÇÃO — ADN/COSIT N° 12/97. Comprovado que o produto não foi corretamente descrito nos documentos de importação, não contendo todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, configurase infração administrativa ao controle das importações, incidindo a penalidade capitulada no art. 526, inciso II, do Regulamento Aduaneiro (RA/85). No que se refere ao exame dos requisitos de admissibilidade (arts. 67 e 68 do Anexo II do RICARF), verificase que o recurso especial deve ser admitido, pois restou demonstrada a divergência apontada. Cotejando o Acórdão recorrido juntamente com os Acórdãos trazidos à divergência, verificase, de plano, a semelhança das questões fáticas ali envolvidas, tendo em vista que, em todos os casos, a multa do controle das importações foi aplicada em razão de o contribuinte não ter descrito corretamente a mercadoria na Declaração de Importação, sendo considerada importação desacompanhada de Licença de Importação (LI), o que ensejou a aplicação da multa prevista no art. 526, inciso II do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº. 91.030, de 05/03/1985 (RA/1985). Entretanto, em que pese tenham enfrentado situações semelhantes, os Acórdãos cotejados chegam a conclusões inteiramente distintas. Enquanto o Acórdão recorrido decidiu pelo cancelamento da multa, por entender que o exclusivo erro na indicação da classificação fiscal, ainda que acompanhado de falha na descrição da mercadoria, não é suficiente para imposição da multa por falta de licença de importação (LI), os paradigmas assentaram que, uma vez comprovado o erro na descrição da mercadoria deve ser aplicada a multa por falta de licença de importação. Desse modo, ficou demonstrada a divergência jurisprudencial suscitada. [...] (grifouse) Fl. 223DF CARF MF Processo nº 11128.000941/200716 Acórdão n.º 9303008.469 CSRFT3 Fl. 220 9 Diante do exposto, foi conhecido o recurso especial da Fazenda Nacional. É o voto. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Fl. 224DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.933524/2009-77
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 11 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Data do fato gerador: 19/10/2007
RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
O ressarcimento de PIS e a sua compensação com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário pleiteado, cujo ônus é do contribuinte.
A insuficiência no direito creditório reconhecido acarretará a não homologação da compensação quando a certeza e liquidez do crédito pleiteado não restar comprovada através de documentação contábil e fiscal apta a este fim.
Numero da decisão: 3003-000.311
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Marcos Antônio Borges - Presidente.
Márcio Robson Costa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
Nome do relator: MARCIO ROBSON COSTA
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ementa_s : ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 19/10/2007 RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O ressarcimento de PIS e a sua compensação com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário pleiteado, cujo ônus é do contribuinte. A insuficiência no direito creditório reconhecido acarretará a não homologação da compensação quando a certeza e liquidez do crédito pleiteado não restar comprovada através de documentação contábil e fiscal apta a este fim.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Marcos Antônio Borges - Presidente. Márcio Robson Costa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
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CERTEZA E LIQUIDEZ. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. O ressarcimento de PIS e a sua compensação com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do crédito tributário pleiteado, cujo ônus é do contribuinte. A insuficiência no direito creditório reconhecido acarretará a não homologação da compensação quando a certeza e liquidez do crédito pleiteado não restar comprovada através de documentação contábil e fiscal apta a este fim. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Marcos Antônio Borges - Presidente. Márcio Robson Costa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Márcio Robson Costa, Vinícius Guimarães e Müller Nonato Cavalcanti Silva. Relatório Reproduzo abaixo o relatório elaborado pela DRJ com o detalhamento dos fatos. Trata-se de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório – DD em que foi apreciada a Declaração de Compensação (PER/DCOMP) 42553.32448.180108.1.3.04-3571, por intermédio da qual o contribuinte, que apura os tributos devidos com base no lucro real, pretende compensar débito próprio com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo, realizado em 19/10/2007. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 93 35 24 /2 00 9- 77 Fl. 98DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3003-000.311 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10680.933524/2009-77 Em decisão proferida pela DRF Belo Horizonte em 07/10/2009 (ciência em 20/10/2009), não foi reconhecido qualquer direito creditório a favor do contribuinte e, por conseguinte, não foi homologada a compensação declarada no presente processo, ao fundamento de que a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Em 19/11/2009, irresignado, interpôs o contribuinte Manifestação de Inconformidade na qual alega, em síntese, que: DOS FATOS A teor do despacho decisório objeto da presente manifestação, a recorrente pleiteou a compensação de créditos apurados oriundos de pagamento a maior que o devido. Ocorreu que a recorrente, por lapso, não preencheu corretamente as informações referentes ao crédito, especificamente quanto ao período de apuração. Ou seja, erroneamente informou-se como sendo referente ao período de 30/06/2007, quando o correto era: março, junho, julho, agosto e setembro de 2006. Junta tabela com demonstrativo. Neste contexto, o despacho decisório de não homologação do pedido de compensação fundamentou-se nos arts. 165 e 170 do CTN e, no art. 74 da Lei n° 9.430/96, por se entender pela inexistência do crédito disponível para compensação. DO DIREITO. DO MÉRITO. Não obstante a impossibilidade de retificação do PER/DCOMP após o despacho decisório, bem como das DCTF's e das DACON's que não instruíram a declaração de compensação, a recorrente, visando atender ao princípio da verdade real orientadora do processo administrativo interpõe a presente manifestação de inconformidade, consubstanciadas nas relevantes razões de direito a seguir aduzidas. Com efeito, oportuno invocar os critérios fixados no art. 2o, Parágrafo único e incisos I a XIII da Lei no 9.784/99. De se ver que a conjugação dos critérios específicos dos incisos VI, VIII, IX, X, XII e XIII, permitem a apreciação do mérito do pedido de compensação nesta fase. A recorrente não desconhece as regras do Capitulo X, da mesma lei, que trata da instrução dos processos administrativos, mas é razoável considerar que é possível a instrução da Declara de Compensação como medida de adequação entre meios (provas) e o fim (direito à compensação), quando do contrário se verifica medida superior àquela estritamente necessária ao atendimento do interesse público, qual se já a regularidade da arrecadação. A presente manifestação de inconformidade, tal como manejada proporciona o atendimento as formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados, com a utilização de meios suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito ao direito pleiteado, em especial em relação a produção de provas nos processos de que resultam sanções, como a imposição de multa pelo suposto não recolhimento do débito objeto do pedido de compensação. Ainda sob a orientação dos incisos do parágrafo único do art. 2o, nestas condições é que se verifica a interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige. Note-se que a teor da redação do caput do art. 38 da Lei no 9.784/99, permite que até a "decisão", o interessado instrua o processo, bem como aduza alegações referentes à matéria objeto do processo. Eis a clara opção do Fl. 99DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3003-000.311 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10680.933524/2009-77 legislador no sentido da busca da verdade real, tão mais eficiente que a verdade material, da qual o Poder Judiciário vem abrindo mão para praticar a verdade real já praticada no âmbito do contencioso administrativo. Transcreve Acórdão da DRJ Campinas. No caso dos autos, além das retificações que se pretendem nesta oportunidade, no mérito, tais, retificações e conseqüente apuração de crédito a compensar decorrem do recolhimento indevido por força da consideração de receita isenta da contribuição em razão das operações realizadas pela recorrente baseadas no Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados as Atividades de Pesquisa e Lavra das Jazidas de Petróleo e de Gás Natural — REPETRO, Decreto n° 3.161/99, que beneficiou com isenção do PIS as receitas decorrentes da exportação decorrente do fornecimento de equipamentos (Módulos de Compressão de Gás e Geração de Energia), da Plataforma P-53, fornecimento este contratado pela empresa VETCO AIBEL do BRASIL LTDA. As operações de exportação praticadas pela recorrente ocorreram de forma que as remessas eram destinadas ao entreposto aduaneiro instalado na Rua Miguel Lemos, s/n, Niterói no Estado Rio de Janeiro, operado pela VETCO AIBEL DO BRASIL LTDA., empresa autorizada a operar o regime de entreposto pelo to Declaratório n° 185/2006, expedido pelo Superintendente Regional da Receita Federal da 7a Região Fiscal. DOCUMENTOS ANEXADOS. Diante deste quadro, em especial, a insuficiência do prazo para a reunião de todos os documentos os necessários para instrução do recurso, requer se digne V.Sa., conceder prazo suplementar de 60 dias para juntada dos documentos necessários. DO PEDIDO. A vista do exposto, demonstrada a regular existência do crédito apurado requer seja conhecida e provida a presente manifestação de inconformidade para reformar o despacho decisório proferido nos autos. É o relatório. A 6ª Turma da DRJ de Ribeirão Preto proferiu o acórdão número 14-54.109, julgando improcedente a manifestação de inconformidade, com a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 19/10/2007 PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO PERANTE AUTORIDADE JULGADORA. Caracteriza novo pedido, a exigir os trâmites próprios, a pretensão de reconhecimento de crédito contra a Fazenda Pública, formulado na manifestação de inconformidade. JUNTADA DE DOCUMENTOS. PRECLUSÃO. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual. INTIMAÇÃO DO ADVOGADO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. INDEFERIMENTO. O domicílio tributário do sujeito passivo é o endereço fornecido pelo próprio contribuinte à Receita Federal do Brasil (RFB) para fins cadastrais. Dada a inexistência de previsão legal, há que ser indeferido o pedido de endereçamento das intimações ao escritório do procurador. Fl. 100DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3003-000.311 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10680.933524/2009-77 Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário juntando, memória de cálculo do PIS\PASEP e da COFINS, bem como notas fiscais das operações beneficiadas pelo REPETRO, requerendo a reforma total do acórdão, para que o direito relativo aos créditos de pagamentos indevidos, apurados no ano calendário 2006 seja reconhecido nos exatos valores em que registrados na DCOMP nº. 42553.32448.180108.1.3.04-3571, homologando-se a respectiva compensação. É o relatório. Voto Márcio Robson Costa, Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos e requisitos de admissibilidade. A controvérsia pode ser resumida na possibilidade de retificação da PERDCOMP n. 42553.32448.180108.1.3.04-3571 transmitida com erro no período de apuração, conforme confissão da Recorrente. Alega a Recorrente que ao preencher o PER/DCOMP equivocou-se quanto ao período de apuração e onde deveria constar março, junho, julho, agosto e setembro de 2006, constou junho de 2007 e que após o despacho decisório não poderia retificar o pedido e as demais declarações. Embora alegue a recorrente que o período mencionado erroneamente foi Junho de 2007, consta na DCOMP como setembro de 2007, conforme print da tela abaixo (e-fls 26): Em sede de Manifestação de Inconformidade o contribuinte não juntou nenhuma prova e em sede de Recurso Voluntário juntou planilhas contábeis e notas fiscais. Em que pese o pedido do recorrente se limite a consideração dos meses que se pretendia compensar e com isso a homologação do pedido de compensação, o que se quer efetivamente é a alteração do PER/DCOMP n. 42553.32448.180108.1.3.04-3571. Fl. 101DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 3003-000.311 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10680.933524/2009-77 Ocorre que o procedimento de alteração do formulário não é de competência do julgador, considerando que há Instrução Normativa que estabelece a quem compete eventuais alterações. A matéria foi regrada por diversas Instruções Normativas, dentre as quais a IN SRF nº 460, de 2004, a IN SRF 600, de 2005, a IN RFB nº 900, de 2008. A atual disciplina é dada pela IN RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012, confira-se: Art. 87. A retificação do pedido de restituição, do pedido de ressarcimento, do pedido de reembolso e da Declaração de Compensação gerados a partir do programa PER/DCOMP, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante apresentação à RFB de documento retificador gerado a partir do referido programa. Parágrafo único. A retificação do pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso e da Declaração de Compensação apresentados em formulário, nas hipóteses em que admitida, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante apresentação à RFB de formulário retificador, o qual será juntado ao processo administrativo de restituição, de ressarcimento, de reembolso ou de compensação para posterior exame pela autoridade competente da RFB. Art. 88. O pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, observado o disposto nos arts. 89 e 90 no que se refere à Declaração de Compensação. Parágrafo único. A retificação do pedido de restituição, do pedido de ressarcimento, do pedido de reembolso e da Declaração de Compensação será indeferida quando formalizada depois da intimação para apresentação de documentos comprobatórios. Art. 89. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário será admitida somente na hipótese de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento e, ainda, da inocorrência da hipótese prevista no art. 90. Art. 90. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário não será admitida quando tiver por objeto a inclusão de novo débito ou o aumento do valor do débito compensado mediante a apresentação da Declaração de Compensação à RFB. §1º Na hipótese prevista no caput , o sujeito passivo que desejar compensar o novo débito ou a diferença de débito deverá apresentar à RFB nova Declaração de Compensação. §2º Para verificação de inclusão de novo débito ou aumento do valor do débito compensado, as informações da Declaração de Compensação retificadora serão comparadas com as informações prestadas na Declaração de Compensação original. §3º As restrições previstas no caput não se aplicam nas hipóteses em que a Declaração de Compensação retificadora for apresentada à RFB: I no mesmo dia da apresentação da Declaração de Compensação original; ou II até a data de vencimento do débito informado na declaração retificadora, desde que o período de apuração do débito esteja encerrado na data de apresentação da declaração original. Fl. 102DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 3003-000.311 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10680.933524/2009-77 Art. 91. Admitida a retificação da Declaração de Compensação, o termo inicial da contagem do prazo previsto no § 2º do art. 44 será a data da apresentação da Declaração de Compensação retificadora. Art. 92. A retificação da Declaração de Compensação não altera a data de valoração prevista no art. 43, que permanecerá sendo a data da apresentação da Declaração de Compensação original. Art. 93. A desistência do pedido de restituição, do pedido de ressarcimento, do pedido de reembolso ou da compensação poderá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à RFB do pedido de cancelamento gerado a partir do programa PER/DCOMP ou, na hipótese de utilização de formulário, mediante a apresentação de requerimento à RFB, o qual somente será deferido caso o pedido ou a compensação se encontre pendente de decisão administrativa à data da apresentação do pedido de cancelamento ou do requerimento. Parágrafo único. O cancelamento do pedido de restituição, do pedido de ressarcimento, do pedido de reembolso e da Declaração de Compensação será indeferido quando formalizado depois da intimação para apresentação de documentos comprobatórios. Conforme se verifica, a norma regulamentadora dos pedidos de compensação e ressarcimento, vigentes a época dos fatos, determinava que a retificação fosse realizada pelo sujeito passivo que no presente caso é o recorrente. Não há na norma permissivo legal para que a autoridade julgadora altere, cancele ou determine a extinção da solicitação realizada pelo contribuinte, ainda mais quando se pretende alterar período. O manejo de Manifestação de Inconformidade e Recurso Voluntário não é a via adequada para sanar equívocos cometidos pelo contribuinte relativos a erro substancial, que implicam em alteração do fato gerador, sendo certo que não os corrigiu no momento adequado. Ainda que fosse possível a alteração por parte do julgador, tal ato demandaria análise de provas. Das provas. Não obstante, em homenagem ao princípio da verdade material e considerando que, a recorrente juntou novos documentos em sede de Recurso Voluntário, analisei nos autos os documentos apresentados após a impugnação - como forma de contrapor as razões da decisão recorrida, dando ensejo, assim, à exceção prevista no art. 16, §4º, "c", Decreto nº. 70.237/72, que assim determina: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira-se a fato ou a direito superveniente; c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos; Fl. 103DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 3003-000.311 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10680.933524/2009-77 Ocorre que as provas produzidas apenas no Recurso Voluntário não são suficientes para certeza e liquidez do crédito pleiteado. Em sua impugnação, a recorrente deixou de apresentar documentos para comprovar o direito creditório alegado, de maneira que, ao apreciar a manifestação de inconformidade, o colegiado a quo entendeu que a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual.. Analisando os autos, observa-se que, de fato, a recorrente não apresentou, na fase de Manifestação de Inconformidade, documentos que pudessem demonstrar a certeza e liquidez do crédito alegado. De fato, para a demonstração da certeza e liquidez do direito creditório invocado, não basta que a recorrente apresente tão só alegações. Faz-se necessário que as alegações da recorrente sejam embasadas em escrituração contábil-fiscal e documentação hábil e idônea que a lastreie. Importa destacar que incumbe à recorrente o ônus de comprovar, por provas hábeis e idôneas, o crédito alegado. Nesse sentido, o Código de Processo Civil, em seu art. 373, dispõe: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Tal é o entendimento da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), em decisão consubstanciada no acórdão de nº 9303-005.226, nos seguintes termos: "...o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar é do contribuinte. O papel do julgador é, verificando estar minimamente comprovado nos autos o pleito do Sujeito Passivo, solicitar documentos complementares que possam formar a sua convicção, mas isso, repita-se, de forma subsidiária à atividade probatória já desempenhada pelo contribuinte. Não pode o julgador administrativo atuar na produção de provas no processo, quando o interessado, no caso, a Contribuinte não demonstra sequer indícios de prova documental, mas somente alegações." Ocorre que, conforme já bem mencionado, as provas juntadas apenas em sede de Recurso Voluntário foram insuficientes para justificar a análise de eventual direito aqui requerido, confirmando a correção do julgamento a quo. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo a não homologação das compensações. É o meu entendimento Márcio Robson Costa - Relator Fl. 104DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 3003-000.311 - 3ª Sejul/3ª Turma Extraordinária Processo nº 10680.933524/2009-77 Fl. 105DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13127.000073/2007-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/05/2005 a 31/12/2005
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO. DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. ART. 41. LEI Nº 8.212/91. MP Nº 449/08. REVOGAÇÃO. RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICAÇÃO.
O art. 65, I, da MP nº 449/08 revogou o art 41 da Lei n° 8.212/91, não havendo mais fundamento legal para a responsabilização pessoal do dirigente de órgão público pelas infrações a obrigações previdenciárias acessórias, revogação essa que, por conceder ao contribuinte tratamento mais benéfico em relação à multa, deve ser aplicado de forma retroativa, nos termos do art. 106 do CTN.
Recurso Voluntário Provido
Direito Creditório Exonerado
Numero da decisão: 2402-007.331
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira (presidente), João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Gabriel Tinoco Palatinic (suplente convocado), Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
Nome do relator: DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2005 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO. DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. ART. 41. LEI Nº 8.212/91. MP Nº 449/08. REVOGAÇÃO. RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICAÇÃO. O art. 65, I, da MP nº 449/08 revogou o art 41 da Lei n° 8.212/91, não havendo mais fundamento legal para a responsabilização pessoal do dirigente de órgão público pelas infrações a obrigações previdenciárias acessórias, revogação essa que, por conceder ao contribuinte tratamento mais benéfico em relação à multa, deve ser aplicado de forma retroativa, nos termos do art. 106 do CTN. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Exonerado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira (presidente), João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Gabriel Tinoco Palatinic (suplente convocado), Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2019-07-08T11:19:08Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-07-08T11:19:08Z; Last-Modified: 2019-07-08T11:19:08Z; dcterms:modified: 2019-07-08T11:19:08Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-07-08T11:19:08Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-07-08T11:19:08Z; meta:save-date: 2019-07-08T11:19:08Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-07-08T11:19:08Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-07-08T11:19:08Z; created: 2019-07-08T11:19:08Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; Creation-Date: 2019-07-08T11:19:08Z; pdf:charsPerPage: 1606; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-07-08T11:19:08Z | Conteúdo => S2-C 4T2 Ministério da Economia Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 13127.000073/2007-00 Recurso Voluntário Acórdão nº 2402-007.331 – 2ª Seção de Julgamento / 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 4 de junho de 2019 Recorrente SEBASTIAO NUNES SOUSA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2005 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO. DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. ART. 41. LEI Nº 8.212/91. MP Nº 449/08. REVOGAÇÃO. RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICAÇÃO. O art. 65, I, da MP nº 449/08 revogou o art 41 da Lei n° 8.212/91, não havendo mais fundamento legal para a responsabilização pessoal do dirigente de órgão público pelas infrações a obrigações previdenciárias acessórias, revogação essa que, por conceder ao contribuinte tratamento mais benéfico em relação à multa, deve ser aplicado de forma retroativa, nos termos do art. 106 do CTN. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira (presidente), João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Gabriel Tinoco Palatinic (suplente convocado), Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 12 7. 00 00 73 /2 00 7- 00 Fl. 330DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2402-007.331 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13127.000073/2007-00 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na Sistemática dos Recursos Repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015. Nessa prumada, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2402-007.323 - 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 4 de junho de 2019, proferido no âmbito do processo n° 13558.001477/2007-32 - OSIAS ERNESTO LOPES, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2402-007.323 - 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Cuida o presente de Recurso Voluntário em face de acórdão que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. O lançamento, consubstanciado no DEBCAD 37.033.758-1, refere-se a multa pessoal aplicada sobre o Secretário de Administração do município de Itabuna em virtude de ter deixado de declarar em GFIP fatos geradores de contribuições previdenciárias nas competências de 3/2002 a 9/2004, infringindo, assim sendo, o disposto no art. 32, IV, § 5º da Lei 8.212/91. Regularmente impugnado o lançamento, a instância de piso julgou-o procedente, por meio do acórdão assim ementado: Fl. 331DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2402-007.331 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13127.000073/2007-00 Em seu recurso voluntário, o recorrente estruturou sua defesa nos seguintes tópicos: I - Ilegitimidade da parte: Prevalência da Lei Nacional. Ausência na Lei Orgânica do município de Itabuna de regra expressa, clara, específica delegando responsabilidades sobre GFIP a secretário municipal. Diretor de Departamento - Natural delegado de funções e encargos. Da jurisprudência no âmbito administrativo. A condição de agente político do secretário municipal - suas conseqüências - responsabilidades. Sobre o Decreto Municipal nº 5.932/01 (art 46) - quanto à responsabilidade do diretor de RH no cumprimento de atividades básicas relativas à legislação de pessoal. II - Da irretroatividade da Lei Processual - aplicação da lei nova - prejuízo ao recorrente - nulidade processual. III - Da satisfação dada à solicitação constante da TIAF. IV - Do caso fortuito ou de força maior. V - Do papel auditorial da secretaria do planejamento e finanças. VI - Do princípio constitucional da proporcionalidade. VII - Da correção das irregularidades dentro do prazo original do decreto nº 3.048/91. VIII - Do entendimento jurisprudencial das cortes judiciais sobre a questão. Mais a frente, em 22.7.09, o recorrente apresentou nova petição, por meio da qual encaminhou outros documentos, bem como passou a sustentar a revogação do artigo 41 da Lei 8.212/91. É o relatório." Convém salientar que as referências específicas presentes no relatório do acórdão paradigma suso transcrito são exclusivas do Processo Administrativo Fiscal nº 13558.001477/2007-32, não guardando relação com o presente repetitivo. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Fl. 332DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2402-007.331 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13127.000073/2007-00 Voto Conselheiro Denny Medeiros da Silveira - Relator. Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015. Nesse contexto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2402-007.323 - 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 4 de junho de 2019, proferido no âmbito do processo n° 13558.001477/2007-32 - OSIAS ERNESTO LOPES, paradigma ao qual o presente processo encontra-se vinculado. Transcreve-se, a seguir, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto condutor proferido pelos Conselheiro Maurício Nogueira Righetti, digno Relator da decisão paradigma suso citada, reprise-se, Acórdão nº 2402-007.323 - 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 4 de junho de 2019. Acórdão nº 2402-007.323 - 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Conselheiro Maurício Nogueira Righetti - Relator O contribuinte teria tomado ciência do acórdão recorrido em 29.8.08 e apresentou seu Recurso Voluntário, tempestivamente, em 23.9.08. Observados os demais requisitos para admissibilidade, dele passo a conhecer. A multa impingida, de natureza objetiva, tinha espeque, à época, no artigo 41 da Lei 8.212/91, que possuía a seguinte redação: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição Nesse rumo, a considerar que teria havido o descumprimento do dever instrumental determinado pelo artigo 32 da Lei 8.212/91, aplicou-se a multa prevista em seu § 5º. Ocorre que com o posterior advento da Medida Provisória 449/2008, houve a expressa revogação daquele artigo 41 da Lei 8.212/91, revogação esta, mantida pela Lei 11.941/2009, produto de sua conversão. É certo que o ato do lançamento deve-se reportar sempre a lei vigente à época da sua produção. Contudo, há situações em que o próprio CTN, especificamente em seu art. 106, autoriza excepcionalmente que fatos passados sejam regulados pela legislação futura. Vejamos: Art 106 - A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: Fl. 333DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2402-007.331 - 2ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13127.000073/2007-00 1 - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação da penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 11- tratando-se de ato não definitivamente julgado: quando deixe de defini-lo como infração; quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;e quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua Prática Com efeito, forço concluir que não mais subsiste fundamento legal para a exigência da multa à época aplicada. No mesmo sentido, o enunciado da Súmula CARF nº 65, verbis: Súmula CARF nº 65: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Face ao exposto, VOTO no sentido de CONHECER do recurso para DAR-LHE provimento. (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti" Alertamos, uma vez mais, que as referências específicas presentes no voto condutor do acórdão paradigma encimado são exclusivas do Processo Administrativo Fiscal nº 13558.001477/2007-32, não havendo relação com o presente repetitivo, aqui se aplicando, tão somente, a decisão de mérito lá proferida. Nesse contexto, pelas razões de fato e de Direito ora expendidas, voto por CONHECER do Recurso Voluntário para, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO. (documento assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Relator. Fl. 334DF CARF MF
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Numero do processo: 15504.726398/2014-18
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed May 15 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI, DESCARGA DE CARVÃO, ARMAZENAGEM E CAPATAZIA. CUSTOS/DESPESAS. CRÉDITOS. APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE.
Os custos/despesas incorridos com equipamentos de proteção individual, descarga de carvão, armazenagem e capatazia, vinculados ao escoamento dos insumos do porto, por força da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, em sede de recurso repetitivo, e do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, constituem insumos do processo industrial do contribuinte, para efeitos de aproveitamento de créditos da contribuição.
SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO, REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DO PROCESSO PRODUTIVO.
Os custos/despesas incorridos com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo do contribuinte, por força da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, em sede de recurso repetitivo, e do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, constituem insumos do processo industrial do contribuinte, para efeitos de aproveitamento de créditos da contribuição.
Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/07/2007 a 31/03/2008
LEGISLAÇÃO CORRELATA. APLICAÇÃO.
Dada a correlação entre as normas que regem as contribuições, aplicam-se, na íntegra, as mesmas ementas e conclusões do PIS à Cofins.
Numero da decisão: 9303-008.645
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencido o conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negou provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe deram provimento parcial.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI, DESCARGA DE CARVÃO, ARMAZENAGEM E CAPATAZIA. CUSTOS/DESPESAS. CRÉDITOS. APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE. Os custos/despesas incorridos com equipamentos de proteção individual, descarga de carvão, armazenagem e capatazia, vinculados ao escoamento dos insumos do porto, por força da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, em sede de recurso repetitivo, e do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, constituem insumos do processo industrial do contribuinte, para efeitos de aproveitamento de créditos da contribuição. SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO, REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DO PROCESSO PRODUTIVO. Os custos/despesas incorridos com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo do contribuinte, por força da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, em sede de recurso repetitivo, e do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, constituem insumos do processo industrial do contribuinte, para efeitos de aproveitamento de créditos da contribuição. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 31/07/2007 a 31/03/2008 LEGISLAÇÃO CORRELATA. APLICAÇÃO. Dada a correlação entre as normas que regem as contribuições, aplicam-se, na íntegra, as mesmas ementas e conclusões do PIS à Cofins.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencido o conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negou provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe deram provimento parcial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL EPI, DESCARGA DE CARVÃO, ARMAZENAGEM E CAPATAZIA. CUSTOS/DESPESAS. CRÉDITOS. APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE. Os custos/despesas incorridos com equipamentos de proteção individual, descarga de carvão, armazenagem e capatazia, vinculados ao escoamento dos insumos do porto, por força da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, em sede de recurso repetitivo, e do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, constituem insumos do processo industrial do contribuinte, para efeitos de aproveitamento de créditos da contribuição. SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO, REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DO PROCESSO PRODUTIVO. Os custos/despesas incorridos com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo do contribuinte, por força da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, em sede de recurso repetitivo, e do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, constituem insumos do processo industrial do contribuinte, para efeitos de aproveitamento de créditos da contribuição. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/07/2007 a 31/03/2008 LEGISLAÇÃO CORRELATA. APLICAÇÃO. Dada a correlação entre as normas que regem as contribuições, aplicamse, na íntegra, as mesmas ementas e conclusões do PIS à Cofins. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 72 63 98 /2 01 4- 18 Fl. 2942DF CARF MF Processo nº 15504.726398/201418 Acórdão n.º 9303008.645 CSRFT3 Fl. 2.943 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencido o conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negou provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe deram provimento parcial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de recursos especiais interpostos tempestivamente pela Fazenda Nacional e pelo contribuinte contra o Acórdão nº 3402003.070, de 17/05/2016, proferido pela Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). O Colegiado da Câmara Baixa, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário do contribuinte, nos termos da seguinte ementa: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 GLOSAS. CONTRIBUIÇÕES. AUTO DE INFRAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. No auto de infração decorrente de glosas de créditos da contribuinte, o ônus probatório da fiscalização limitase à devida motivação da glosa, melhor dizendo, basta a demonstração de que contribuinte não comprovou a legitimidade do crédito. Em se tratando de créditos pleiteados ou descontados pela contribuinte, que lhe permitiriam diminuir o valor do tributo a ser recolhido, incumbelhe provar o direito creditório alegado. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. CONCEITO. Insumos para fins de creditamento das contribuições sociais não cumulativas são todos aqueles bens e serviços pertinentes e essenciais ao processo produtivo, cuja subtração obsta a atividade produtiva ou implica substancial perda de qualidade Fl. 2943DF CARF MF Processo nº 15504.726398/201418 Acórdão n.º 9303008.645 CSRFT3 Fl. 2.944 3 do serviço ou do produto final resultante. Enquadramse nesse conceito as aquisições de equipamentos de proteção individual, que são necessários a proteção do trabalhador, e os dispêndios com descarga, armazenagem e capatazia relativos ao escoamento de insumos do porto para integrarem o processo produtivo da contribuinte." Intimada do acórdão, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial, suscitando divergência, quanto ao aproveitamento de créditos sobre os custos/despesas incorridos com: 1) equipamentos de proteção individual EPI; e, 2) descarga de carvão, armazenagem e capatazia., apresentando como paradigmas o acórdão nº 20312.452, para divergência 1, e os acórdãos nºs 3402002.668 e 3403003.097, para a divergência 2. Alega, em síntese, que tais custos/despesas não constituem insumos do processo de produção do contribuinte, nos termos do inc. II dos artigos 3º, das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, pelo fato de não terem relação direta com o processo de produção do bem destinado à venda, tendo em vista que não consumidos durante o processo de produção dos bens produzidos/fabricados, não têm contato direito com os bens produzidos/fabricados nem se desgastam durante o processo produtivo. Em síntese, defende a aplicação do conceito de insumos da legislação do IPI, para as contribuições para o PIS e a Cofins, ambas cumulativas. Por meio do Despacho de Admissibilidade às fls. 2296e/2302e, o Presidente da Terceira Câmara admitiu o recurso especial da Fazenda Nacional. Intimado do acórdão da Câmara Baixa, do recuso especial da Fazenda Nacional e do despacho da sua admissibilidade, o contribuinte, apresentou embargos de declaração, suscitando omissões e contradições no julgado. Os embargos foram admitidos e submetidos ao Colegiado da Câmara que, no entanto, por unanimidade de votos, rejeitouos, nos termos do Acórdão nº 402003.524, às fls. 2545e/2554e. Inconformado com a rejeição dos embargos, o contribuinte interpôs recurso especial, suscitando divergência, quanto às seguintes matérias: 1) do afastamento do fundamento original da autuação e manutenção do Auto de Infração com base em fundamento jurídico novo; 2) despesas com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo; 3) da aplicação indevida do conceito insumo, de fato, direito de aproveitar créditos sobre .3.1) combustível; 3.2) serviço de recuperação do meio ambiente; 3.3) óleos e lubrificantes;e, 3.4) água. Por meio do Despacho de Admissibilidade às fls. 2789e/2798e, o Presidente da Terceira Câmara admitiu, em parte, o recurso especial do contribuinte, dandolhe seguimento apenas e tão somente, quanto à matéria do item 2, despesas com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo. Inconformado com a admissibilidade parcial do seu recurso, o contribuinte interpôs Agravo contra aquele despacho, alegando, em síntese, a necessidade de análise de todos os paradigmas apresentados por matéria recursal. Fl. 2944DF CARF MF Processo nº 15504.726398/201418 Acórdão n.º 9303008.645 CSRFT3 Fl. 2.945 4 O Agravo apresentado foi acolhido, em parte, determinando o retorno dos autos à Câmara Baixa para "exteriorização do juízo de admissibilidade do recurso especial acerca das divergências referentes aos custos: com combustível e frete, tendo como paradigma o Acórdão nº 3102002.049; com movimentação de cargas, tendo como paradigma o Acórdão nº 3403001596; com serviços de manutenção, tendo como paradigma o Acórdão nº 3803 003.717; com serviços de recuperação do meio ambiente, tendo como paradigma o Acórdão nº 3803003.883; com óleos e lubrificantes, tendo como paradigma o Acórdão nº 9303003541 e com a água, tendo como paradigma o Acórdão nº 01000.676, antes da apreciação das razões apresentadas pela agravante acerca da negativa de seguimento expressa em relação às divergências 'Afastamento do fundamento original da autuação e manutenção do Auto de Infração com base em Fundamento Jurídico Novo" e "Aplicação indevida do conceito de insumo'.", conforme Despacho em Agravo às fls. 2843e/2993e. Em cumprimento a essa determinação, foi proferido o despacho complementar (Exame de Admissibilidade de Recurso Especial) às fls. 2855e/2864e, analisando a admissibilidade, quanto às matérias seguintes: 1) combustível e frete; 2) movimentação de carga; 3) serviços de manutenção; 4) serviços de recuperação do meio ambiente; 5) óleo e lubrificante; e, 6) água. Contudo, a inadmissibildade do recurso especial do contribuinte foi mantida, quanto a estas matérias, e, consequentemente, mantido o seguimento parcial apenas, quanto ao aproveitamento de créditos sobre serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo Intimado desse novo despacho, o contribuinte interpôs agravo, insistindo na admissibilidade integral de seu recurso especial. Contudo, analisado o Agravo, a Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), o rejeitou e, ao mesmo tempo, confirmou o seguimento parcial do recurso especial, nos termos do Despacho em Agravo às fls. 2921 e/2925e. Quanto à matéria que foi dado seguimento, o contribuinte alegou, em síntese, que as despesas incorridas com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos são essenciais ao seu processo produtivo. Tanto a Fazenda Nacional, quanto o contribuinte apresentaram contrarrazões aos recursos especiais interpostos por cada um deles, ambos pugnando pela manutenção do acórdão recorrido, na parte em que foram beneficiados, pelos seus próprios fundamentos. Em síntese é o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator. O recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Nesta fase recursal, questionou o direito de se aproveitar créditos sobre os custos/despesas com: 1) equipamentos de proteção individual EPI; e, 2) descarga de carvão, armazenagem e capatazia. Fl. 2945DF CARF MF Processo nº 15504.726398/201418 Acórdão n.º 9303008.645 CSRFT3 Fl. 2.946 5 As Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, que tratam do PIS e da Cofins, sob o regime não cumulativo, respectivamente, assim dispõem, quanto ao aproveitamento de créditos destas contribuições: "Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 1º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...). II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi. (...). De acordo com a interpretação literal desses dispositivos legais, apenas os custos incorridos com os insumos (matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem) utilizados diretamente no processo de produção/fabricação dos bens ou produtos vendidos (inciso II) e as despesas de armazenagem de mercadorias e de fretes na operação de venda geram créditos passíveis de desconto do valor da contribuição calculada sobre o faturamento mensal. No entanto, no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, em sede de recurso repetitivo, o STJ ampliou o conceito de insumos, para efeito de aproveitamento de créditos das contribuições para o PIS e Cofins, ambas sob o regime não cumulativo, reconhecendo como tal, os custos e despesas empregados direta ou indiretamente no processo de produção/ fabricação de bens destinados a venda pelo contribuinte, necessários e relevantes para o desenvolvimento de suas atividades econômicas. O STJ assim decidiu: "o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a impossibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte". Em face da decisão do STJ, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional expediu a Nota SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFNMF que autoriza seus procuradores a dispensa de contestar e recorrer com fulcro no art. 19, IV, da Lei n° 10.522, de 2002, e art. 2º, V, da Portaria PGFN n° 502, de 2016, contra decisão desfavorável à União Federal, quanto ao conceito de insumos e respectivo direito de se aproveitar créditos sobre tais insumos, nos termos definidos no julgamento do referido REsp pelo STJ, observada a particularidade do processo produtivo de cada contribuinte. No presente caso, o contribuinte tem como objetivo econômico e social, dentre outros, a exploração da indústria siderúrgica, atividades correlatas e derivadas, incluindo o comércio, a importação e exportação de matériasprimas e produtos siderúrgicos (produtos longos, laminados e trefilados, planos, placas e laminados, produzindo aço de qualidade diferenciada para as mais diversas aplicações automóveis, eletrodomésticos, embalagens, construção civil e naval, entre outras. Fl. 2946DF CARF MF Processo nº 15504.726398/201418 Acórdão n.º 9303008.645 CSRFT3 Fl. 2.947 6 Assim os custos/despesas incorridos com (i) equipamentos de proteção individual EPI e (ii) descarga de carvão, armazenagem e capatazia, para efeito de aproveitamento de créditos do PIS e da Cofins, constituem insumos do seu processo produtivo. Tais custos/despesas são necessários e imprescindíveis às suas atividades econômicas. Também, por força do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, c/c a Nota SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFNMF da PGFN, e a Portaria PGFN n° 502, de 2016, adotase para o presente caso a decisão do STJ, no REsp nº 1.221.170/PR, para negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Quanto ao recurso especial do contribuinte, este também atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A matéria em litígio, nesta fase recursal, se restringe ao seu direito de aproveitar créditos sobre os custos/despesas incorridos com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo. Ora, tais serviços, são necessários e imprescindíveis às atividades econômicas do contribuinte. Assim, por força da decisão do STJ no REsp nº 1.221.170/PR e do disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do RICARF, deve ser reconhecido o direito de o contribuinte aproveitar créditos sobre os custos/despesas incorridos com serviços de manutenção e reparo de máquinas e equipamentos do processo produtivo e, consequentemente, dar provimento ao recursos do contribuinte, nesta matéria. Em face do exposto,NEGO PROVIMENTO ao recurso especial da Fazenda Nacional e DOU PROVIMENTO ao recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 2947DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.917098/2009-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. INCOMPETÊNCIA DO CARF.
Nos pedidos de compensação, para apreciar os créditos contidos na DCOMP carece competência ao CARF para analisar a matéria posta em julgamento, quando essa tiver origem nos erros de fato sanáveis e apuráveis por revisão de autoridade administrativa, que pode se dar a qualquer tempo nos termos do disposto no art. 147, § 2º, do CTN.
Recurso Voluntário Não conhecido.
Numero da decisão: 2301-005.403
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por falecer competência ao CARF para conhecer da matéria.
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Wesley Rocha - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Maurício Vital, Wesley Rocha Antônio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Júnior.
Nome do relator: Wesley Rocha
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DIREITO CREDITÓRIO. INCOMPETÊNCIA DO CARF. Nos pedidos de compensação, para apreciar os créditos contidos na DCOMP carece competência ao CARF para analisar a matéria posta em julgamento, quando essa tiver origem nos erros de fato sanáveis e apuráveis por revisão de autoridade administrativa, que pode se dar a qualquer tempo nos termos do disposto no art. 147, § 2º, do CTN. Recurso Voluntário Não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por falecer competência ao CARF para conhecer da matéria. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Presidente. (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Maurício Vital, Wesley Rocha Antônio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Bellini Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 91 70 98 /2 00 9- 10 Fl. 729DF CARF MF 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL, que questiona decisão de primeira instância que ratificou o Despacho Decisório, do qual não homologou o procedimento de compensação de crédito da contribuinte (PER/DCOMP), em especial a diferença apurada por ela quando do recolhimento do IRPF, nos planos de previdência privada complementar de que administra. Nesse sentido, conforme se observa da fundamentação de indeferimento dos pedidos feitos, temse em linha geral a seguinte decisão: "Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP (...). A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, nesse ou nas demais demandas em que figuram como a mesma parte interessada, a qual foi determinada a relatoria de todos os processos a este mesmo Conselheiro, a ocorrência dos fatos no processo relatado referente às situações ocasionadas, consiste no seguinte: i) a interessada tem por objetivo instituir e administrar plano de previdência complementar; ii) as situações encontradas quando do processamento ora requerido foram: a) um de seus milhares de participantes deixou de informar que estava na condição de residente no exterior; b) um de seus milhares de participantes faleceu; c) um de seus milhares de participantes foi acometido por alguma moléstia grave que possui condição de isenção; d) ocorreu mero erro no preenchimento da DCTF, que teria sido retificada, e em outros casos não foi possível a retificação. Alguns desses erros ocorreram também por retenções indevidas realizadas sobre a Folha de Pagamentos da ora Manifestante no período de apuração de cada processo; ou, e) devolução de "reserva poupança" de alguns participantes; iii) nos casos de informações prestadas decorrentes de erro na indicação e/ou informações dos seus assistidos, a recorrente afirmou que para sanar o equívoco e regularizar a situação do seu assistido, efetuou recolhimento no código 0473 e, simultaneamente, PER/DCOMP relativa ao crédito oriundo dos recolhimentos efetuados indevidamente com o código 0561; iv) em alguns casos, de janeiro de 2002 a janeiro 2005, a gerência da recorrente responsável pelo pagamento dos benefícios aos assistidos efetuava a compensação "por dentro" do imposto de renda pago a maior, sem comunicar tal fato à gerência responsável pelo envio das obrigações tributárias acessórias, o que geravam erros nas informações prestadas ao Fisco. Fl. 730DF CARF MF Processo nº 15374.917098/200910 Acórdão n.º 2301005.403 S2C3T1 Fl. 3 3 v) a contribuinte reconhece que deixou de apresentar DCTF retificadora em alguns casos, porque estava sob fiscalização; e em outros, informa que retificou a DCTF a tempo, dentro do prazo legal, uma vez estaria em condições legais para o procedimento; vi) alega também que em virtude de erro, a confissão pode ser revogada. Entretanto, o despacho denegatório de homologação e a decisão de primeira instância teve como razão de indeferimento a constatação da inexistência do crédito. Irresignada, a recorrente apresenta Recurso Voluntário contra a r. decisão, aduzindo, entre os fatos já alegados na manifestação de primeiro grau, que houve equívoco no preenchimento da DCTF e que possui o direito a compensar aquilo que foi recolhido a maior, juntando diversos documentos em fase recursal, bem como antes também do próprio recurso, a exemplo de DARFs com os códigos que entendeu correto e que comprovariam o recolhimento do imposto gerado, bem como cópia dos espelhos de contracheques dos assistidos que originaram as compensações, certidões de óbitos, laudos médicos oficias comprovando as moléstias graves acometida por seus assistidos, documentos que comprovam o deferimento da isenção de imposto de renda para seus participantes, dentre outros, além de planilhas discriminadas com os valores pagos e deduzidos do IR. A recorrente pede o reconhecimento do seu direito com fundamento no princípio do formalismo moderado e na busca da verdade material, uma vez que a maioria dos documentos foram acostados ao feito na fase recursal ou posterior à decisão da DRJ, alegando que: "esteve impossibilitada de juntálos na Manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário, haja visto que estava sob fiscalização e recebeu diversos despachos decisórios simultaneamente. Dessa forma, devido ao número excessivo de processos recebidos na mesma data, os prazos legais para apresentação das defesas não permitiu à Recorrente juntar todas as provas necessárias em tempo hábil". Pede a procedência do recurso, e a extinção do processo. É o relatório. Voto Conselheiro Wesley Rocha Relator O recurso é tempestivo. Assim, passo a analisar o mérito. Tratase de possível imposto de renda recolhido a maior, e que teria gerado um crédito à Contribuinte. Diante das constatações de alguns equívocos na DCTF e no que de fato ocorreu, houve pedido via PER/DCOMP (Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso/Declaração de Compensação) para compensação dos créditos recolhidos a maior, processados em períodos de 2005 e seguintes, relativo ao apurado em ano calendário de 2001 e seguintes. A sistemática da compensação de débitos tributários no âmbito Federal foi alterada no ano de 2002 pela Lei n.º 10.637 (oriunda da Medida Provisória n.º 66, de 29 de Fl. 731DF CARF MF 4 agosto de 2002, com vigência a partir de 1º de outubro de 2002), que deu nova redação ao art. 74 da Lei n.º 9430/96. Até a vigência da Lei 10.637/2002, as compensações deveriam ser realizadas por meio de "pedidos de compensação", e que suspendia a exigibilidade do crédito tributário que se pretendia compensar. Diante das alterações legislativas, as compensações tiveram como procedimento adotado por meio de "declarações de compensação" (DCOMP), e que se fossem homologados extinguiam o créditos objetos da declaração de compensação. Do contrário, na hipótese de compensação não homologada os débitos seriam cobrados por meio das informações prestadas em DCOMP. No presente caso, temse um despacho decisório que não homologou a possibilidade de compensação de créditos da recorrente, assim transcrito: "Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada". A referida não homologação foi confirmada pela decisão de primeira instância, mencionando que não houve comprovação por parte da contribuinte de suas alegações, e que em alguns decisões foi relatado o seguinte:: "O interessado não comprova o erro contido na DCTF. Alega que um de seus milhares de participantes, deixou de informar que estava na condição de residente no exterior, teria falecido ou constava com alguma moléstia grave, e que, para sanar o equivoco e regularizar a situação dos seus assistidos, efetuou recolhimento no código 0473 e, simultaneamente, PER/DCOMP relativa ao crédito oriundo dos recolhimentos efetuados indevidamente com o código 0561, juntando a planilha no processo. No entanto, não há nos Autos elementos que permitam aferir que o DARF discriminado no PER/DCOMP contenha o montante discriminado na referida planilha, na coluna código 0561 (crédito informado no PER/DCOMP). Na "Consulta Declarações — Beneficiário — Declarações", não consta que o interessado (CNPJ 33.754.482/000124) tenha efetuado retenção para os beneficiários" (Cabe mencionar que este relator transcreveu parte das decisões, com o intuito de discriminar de forma ampla os diversos processos que constam para essa mesma relatoria com a mesma circunstâncias e documentos juntados, bem como decisões semelhantes, tendo diferentes valores e uma das situações já citadas acima no relatório). Por outro lado, temse as alegações da recorrente com a juntada de diversos documentos posteriores à decisão de primeira instância que poderiam comprovar o crédito gerado, com o recolhimento do IR devido por meio de DARF código 0473, no valor sobre o período citado de cada fato gerador e ano calendário, e simultaneamente realizou a declaração de compensação — PER/DCOMP relativa ao crédito oriundo dos recolhimentos efetuados indevidamente com o código 0561, na tentativa de sanar os equívocos ocorridos, dos quais não seriam mais possíveis fazer por meio de retificação da DCTF, uma vez que já estaria em situação de auditoria, o que pelas normas da própria Receita impediria a correção por meio desse procedimento, quando da diferença apurada entre as alíquotas de recolhimento do IR, e que por este motivo realizou a compensação dos valores que foram recolhidos indevidamente. Somase a isso, a juntada de certidões de óbito e de laudos médicos oficiais comprovando moléstias graves que apontam as isenções, planilhas e contra cheques de pagamentos realizados. Ainda, aduz a contribuinte que ocorreu uma série de erros entre os setores responsáveis da recorrente, ocasionando uma série de equivocas nas declarações da DCTF. Segundo a recorrente os motivos dos pagamentos a maior realizados seria fácil de ser explicado, uma vez que as informações fiscais prestadas em DCTF foram alteradas a pedido dos seus assistidos, que informaram em DIRF dados diferentes na época dos fatos geradores. Os procedimentos foram efetivamente corrigidos para seus assistidos, mas por outro lado, criou uma divergência nas informações da Recorrente. Com a identificação de crédito a maior produzido, diante de erros identificados requereu a compensação, e a partir daí passou a Fl. 732DF CARF MF Processo nº 15374.917098/200910 Acórdão n.º 2301005.403 S2C3T1 Fl. 4 5 estar em constante fiscalização, conseguindo retificar algumas DCTFs que não estariam sob auditoria, o que não ocorreu em outro período por já estar sob a égide da fiscalização, mas que mesmo assim não teria comprovado os créditos em razão da falta de tempo hábil. Como já dito, a recorrente, em sede recursal juntou diversos documentos que dão indícios suficientemente fortes do possível crédito gerado, mas que ainda carece de integral convicção. Porém, apesar de todas as alegações da recorrente, verificase que o CARF não é competente para analisar a matéria trazida a esse Tribunal Administrativo. Isso porque não há litígio em questão nos termos do PAF. Nesse sentido, se os alegados créditos constantes da DCOMP tiveram como origem a retificação das DCTF para reduzir o valor declarado, devese aplicar o que consta no art. 147, do CTN. Assim, os documentos apresentados que, em tese, comprovam a ocorrência de erro de fato na informação, e tendo em conta que não se trata de lançamento, devem ser analisados pela autoridade revisora, nos termos do § 2º, do artigo citado, in verbis: "Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela". Assim, a análise do referido direito creditório contido na declaração deve ser feita de ofício pela autoridade administrativa a que competir a sua revisão. Portanto, carece competência ao CARF para apreciar os créditos contidos na DCOMP, se estes tiveram origem nos erros de fato sanáveis e apuráveis por revisão, que, aliás, pode se dar a qualquer tempo. CONCLUSÃO Ante à incompetência do colegiado, voto por não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator Fl. 733DF CARF MF 6 Fl. 734DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14479.000924/2007-89
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jul 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1998 a 31/12/1998
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO.
O reexame de decisões proferidas no sentido de exoneração de créditos tributários e encargos de multa se impõe somente nos casos em que o limite de alçada supera o previsto no art. 1º da Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, aplicando-se o limite vigente na data do julgamento do recurso, conforme enunciado de nº 103 da súmula da jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Numero da decisão: 2402-007.312
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício, por não atingimento do limite de alçada.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
(assinado digitalmente)
Renata Toratti Cassini - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Luis Henrique Dias Lima, Mauricio Nogueira Righetti, Paulo Sergio da Silva, João Victor Ribeiro Aldinucci, Gabriel Tinoco Palatnic (Suplente Convocado), Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini.
Nome do relator: RENATA TORATTI CASSINI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/1998 a 31/12/1998 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. O reexame de decisões proferidas no sentido de exoneração de créditos tributários e encargos de multa se impõe somente nos casos em que o limite de alçada supera o previsto no art. 1º da Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, aplicando-se o limite vigente na data do julgamento do recurso, conforme enunciado de nº 103 da súmula da jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício, por não atingimento do limite de alçada. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente (assinado digitalmente) Renata Toratti Cassini - Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Luis Henrique Dias Lima, Mauricio Nogueira Righetti, Paulo Sergio da Silva, João Victor Ribeiro Aldinucci, Gabriel Tinoco Palatnic (Suplente Convocado), Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini.
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LIMITE DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. O reexame de decisões proferidas no sentido de exoneração de créditos tributários e encargos de multa se impõe somente nos casos em que o limite de alçada supera o previsto no art. 1º da Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, aplicandose o limite vigente na data do julgamento do recurso, conforme enunciado de nº 103 da súmula da jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício, por não atingimento do limite de alçada. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente (assinado digitalmente) Renata Toratti Cassini Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Luis Henrique Dias Lima, Mauricio Nogueira Righetti, Paulo Sergio da Silva, João AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 47 9. 00 09 24 /2 00 7- 89 Fl. 581DF CARF MF Processo nº 14479.000924/200789 Acórdão n.º 2402007.312 S2C4T2 Fl. 559 2 Victor Ribeiro Aldinucci, Gabriel Tinoco Palatnic (Suplente Convocado), Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini. Relatório Tratase de recurso de ofício interposto contra acórdão da 13ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro que reconheceu a decadência do crédito tributário constante da NFLD nº 35.866.1684, consolidada aos 27/12/2005, no valor de R$ 2.651.869,61 (dois milhões e seiscentos e cinquenta e um e oitocentos e sessenta e nove reais e sessenta e um centavaos), referente a contribuições destinadas ao custeio da Seguridade Social correspondentes às rubricas segurados, empresa e financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho (RAT). Segundo consta do Relatório Fiscal de fls. 31/38, tratase de exigência fundada no instituto da responsabilidade solidária, decorrente da contratação, pela NET RIO, de serviços executados mediante cessão de mãodeobra pela empresa ERICSSON TELECOMUNICAÇÕES S/A. A DRJ/RJ1 reconheceu a decadência dos créditos tributários em questão tendo em vista que com a edição, pelo Supremo Tribunal Federal, do enunciado de nº 08 da súmula da jurisprudência daquele tribunal superior, de teor vinculante, que declara expressamente a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, entendendo que apenas a Lei Complementar pode dispor sobre prazos de decadência e prescrição, o prazo decadencial aplicável às contribuições previdenciárias passa a ser regido pelo Código Tributário Nacional, com eficácia ex tunc. Observou a decisão recorrida que em função disso, considerando que no presente caso tratase de exigência relativa ao período de 03/1998 a 12/1998 e que o lançamento se tornou eficaz apenas aos 27/12/2007, data da ciência do sujeito passivo, o direito do Fisco constituir os referidos créditos tributários pelo lançamento já havia sido extinto pela decadênia, seja adotandose o critério específico para os lançamentos por homologação, previsto no art. 150, §4°, seja adotandose o critério geral previsto no art. 173, I. ambos do CTN. Essa decisão foi, então, submetida à apreciação deste tribunal, conforme disposição contida no art. 34, I do Decreto nº 70.235/72 e da Portaria MF nº 03/08, em razão do valor exonerado, à época, ultrapassar o valor de alçada estabelecido por este último ato normativo. É o relatório. Fl. 582DF CARF MF Processo nº 14479.000924/200789 Acórdão n.º 2402007.312 S2C4T2 Fl. 560 3 Voto Conselheira Renata Toratti Cassini – Relatora Como relatado, o Recurso de Ofício interposto pela DRJ tem amparo no art. 34, I do Decreto nº 70.235/1972: Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) (...). (Destacamos) A autoridade julgadora de primeira instância observou a Portaria MF nº 3, de 03 de janeiro de 2008, então vigente, que estabelece, em seu art. 1°, o limite para interposição de recurso de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento do tributo e encargos de multa em valor total superior a R$ 1.000.000,00. Esse valor, todavia, foi majorado pela Portaria MF nº 63, de 10/02/2017, atualmente em vigor, que estabelece em R$ 2.500.000,00 o valor de alçada para a interposição de recurso de ofício em hipóteses que tais, conforme abaixo: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). De outra parte, de acordo com o Enunciado nº 103 da súmula da jurisprudência deste Tribunal, para fins de conhecimento de recurso de ofício, devese observar o limite de alçada vigente na data de sua apreciação pela segunda instância administrativa: Súmula CARF nº 103 : Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. No presente caso, a decisão de primeira instância reconheceu a decadência de todo o crédito tributário objeto da NFLD de nº 35.866.1684, em discussão nos presentes autos. Em consequência, o valor do crédito tributário exonerado, correspondente à soma do principal e multa, perfaz 1.213.930,85 (fls. 06), inferior ao estabelecido no art. 1º da Portaria MF nº 63/2017, impondose, portanto, o não conhecimento do recurso de ofício. Fl. 583DF CARF MF Processo nº 14479.000924/200789 Acórdão n.º 2402007.312 S2C4T2 Fl. 561 4 Conclusão Por todo o exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Renata Toratti Cassini Fl. 584DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.903853/2012-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 24/09/2010
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. ERRO EM DECLARAÇÃO.
A DCTF retificadora apresentada após o início de procedimento fiscal não têm o condão de provar suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado. O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos.
Numero da decisão: 3302-007.194
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, em negar provimento ao recurso voluntário
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Denise Madalena Green.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 24/09/2010 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. ERRO EM DECLARAÇÃO. A DCTF retificadora apresentada após o início de procedimento fiscal não têm o condão de provar suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado. O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, em negar provimento ao recurso voluntário (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Presidente Substituto. (assinado digitalmente) Walker Araujo - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Denise Madalena Green.
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SUPERMERCADOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 24/09/2010 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. ERRO EM DECLARAÇÃO. A DCTF retificadora apresentada após o início de procedimento fiscal não têm o condão de provar suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado. O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, em negar provimento ao recurso voluntário (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente Substituto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Denise Madalena Green. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 90 38 53 /2 01 2- 56 Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10730.903853/201256 Acórdão n.º 3302007.194 S3C3T2 Fl. 69 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida de fls. 36 41: Trata o presente processo da DCOMP eletrônica nº 08801.07739.240910.1.3.044130, transmitida com objetivo de declarar a compensação do(s) débito(s) nela apontado(s), com crédito de R$ 148.170,86, proveniente de pagamento indevido ou a maior, relativo ao DARF no valor de R$ 222.646,87, referente à Cofins – 28/02/2010. A matéria foi objeto de decisão proferida por intermédio do Despacho Decisório eletrônico, no qual a Delegacia de origem, após constatar a improcedência do crédito original informado no PER/DCOMP, não reconheceu o valor do crédito pretendido e decidiu NÃO HOMOLOGAR a compensação declarada. Regularmente cientificada da não homologação, a contribuinte protocolou suas razões de defesa alegando que, quando da confecção do Perdcomp, por lapso, não foi retificada a DCTF. Procedeu a retificação em 03/12/2012, dentro do prazo legal, alterando o débito do PA 02/2010 de R$ 222.646,87 para R$ 74.476,01. A decisão recorrida julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 24/09/2010 COMPENSAÇÃO. A compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp, exceto quando comprovado erro no preenchimento da referida declaração. Cientificado de decisão em 29.09.2014 (fls.43), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 29.10.2014 (fls.4546). aduzindo, em síntese apertada que: (i) a retificação da DTCF após o despacho decisório não pode ser impedimento da negativa do crédito apurado; e (ii) os documentos carreados aos autos se prestam à comprovar a origem do crédito. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Inicialmente, destacase que a DRJ manteve o despacho decisório por dois motivos, a saber: Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10730.903853/201256 Acórdão n.º 3302007.194 S3C3T2 Fl. 70 3 Assim sendo e, considerando que a DCTF retificadora foi entregue somente após a transmissão do PER/DCOMP e que não foram trazidos aos autos quaisquer elementos comprobatórios do crédito pleiteado, concluise que não há qualquer reparo a ser feito no Despacho Decisório sob análise e que não há direito creditório a ser reconhecido para a compensação pretendida. Ao meu ver, o primeiro motivo para DRJ seria totalmente superado, caso o contribuinte tivesse demonstrado à origem do crédito, o que não ocorreu no presente processo, senão vejamos. É incontroverso que a Recorrente cometeu irregularidade no preenchimento do DACON e da DCTF e, que a retificação do último documento fora realizada somente após a transmissão do PER/DCOMP objeto dos autos. Contudo, independentemente das declarações retificadoras terem sido apresentadas pela Recorrente após a transmissão do PER/DCOMP, o que não é causa impeditiva do reconhecimento do crédito, deveria o contribuinte ter comprovado documentalmente a origem dos créditos. Com efeito, a DCTF e o DACON contêm dados e informações declarados pelo próprio contribuinte que devem ser lastreados com a correspondente documentação fiscal que comprove os lançamentos contábeis. A simples apresentação de cópias das referidas declarações são insuficientes para comprovar o origem do pretenso crédito almejado pela Recorrente, inviabilizando a confirmação dos valores registrados nas declarações. Não bastasse isso, a Recorrente deveria ter apresentado argumentos mais robustos para comprovar seu direito. Nada foi explicitada em sede de manifestação e recurso. Com todo respeito, os argumentos apresentados pela Recorrente não fazem prova de crédito algum, sequer demonstram qual a composição e/ou origem do crédito que ela alegar possuir. Mais uma vez, repitase, que é necessário que sejam colacionados aos autos excertos da escrituração contábil e fiscal do contribuinte, lastreados em documentação idônea que dê suporte a tais lançamentos. Diante do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Fl. 70DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.720553/2007-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Sep 30 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)
Exercício: 2005
ITR. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NORMAS PROCEDIMENTAIS. INTIMAÇÃO AO DE CUJUS. DESCONHECIMENTO DO FATO.
Não há como não admitir a notificação endereçada ao "falecido", uma que vez que o Sr. Fiscal não tinha conhecimento do acontecido e quando do início do procedimento este era vivo. Além do mais, o procedimento sucessório, até a data do protocolo do recurso, ainda não fora aberto.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL.
Da interpretação sistemática da legislação aplicável (art. 17-O da Lei nº 6.938, de 1981, art. 10, parágrafo 7º, da Lei nº 9.393, de 1996 e art. 10, Inc. I a VI e § 3° do Decreto n° 4.382, de 2002) resulta que a apresentação de ADA não é meio exclusivo à prova das áreas de preservação permanente e reserva legal, passíveis de exclusão da base de cálculo do ITR, podendo esta ser comprovada por outros meios.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. No caso dos autos o contribuinte não apresentou laudo técnico e/ou outros documentos que possibilitasse a comprovação da existência da área de preservação permanente.
Numero da decisão: 2401-006.544
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer à isenção da área de utilização limitada (reserva legal). O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10283.720544/2007-09, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) Exercício: 2005 ITR. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NORMAS PROCEDIMENTAIS. INTIMAÇÃO AO DE CUJUS. DESCONHECIMENTO DO FATO. Não há como não admitir a notificação endereçada ao "falecido", uma que vez que o Sr. Fiscal não tinha conhecimento do acontecido e quando do início do procedimento este era vivo. Além do mais, o procedimento sucessório, até a data do protocolo do recurso, ainda não fora aberto. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. Da interpretação sistemática da legislação aplicável (art. 17-O da Lei nº 6.938, de 1981, art. 10, parágrafo 7º, da Lei nº 9.393, de 1996 e art. 10, Inc. I a VI e § 3° do Decreto n° 4.382, de 2002) resulta que a apresentação de ADA não é meio exclusivo à prova das áreas de preservação permanente e reserva legal, passíveis de exclusão da base de cálculo do ITR, podendo esta ser comprovada por outros meios. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. No caso dos autos o contribuinte não apresentou laudo técnico e/ou outros documentos que possibilitasse a comprovação da existência da área de preservação permanente.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer à isenção da área de utilização limitada (reserva legal). O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10283.720544/2007-09, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier.
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NORMAS PROCEDIMENTAIS. INTIMAÇÃO AO DE CUJUS. DESCONHECIMENTO DO FATO. Não há como não admitir a notificação endereçada ao "falecido", uma que vez que o Sr. Fiscal não tinha conhecimento do acontecido e quando do início do procedimento este era vivo. Além do mais, o procedimento sucessório, até a data do protocolo do recurso, ainda não fora aberto. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. Da interpretação sistemática da legislação aplicável (art. 17-O da Lei nº 6.938, de 1981, art. 10, parágrafo 7º, da Lei nº 9.393, de 1996 e art. 10, Inc. I a VI e § 3° do Decreto n° 4.382, de 2002) resulta que a apresentação de ADA não é meio exclusivo à prova das áreas de preservação permanente e reserva legal, passíveis de exclusão da base de cálculo do ITR, podendo esta ser comprovada por outros meios. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. No caso dos autos o contribuinte não apresentou laudo técnico e/ou outros documentos que possibilitasse a comprovação da existência da área de preservação permanente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer à isenção da área de utilização limitada (reserva legal). O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10283.720544/2007-09, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 05 53 /2 00 7- 91 Fl. 173DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.544 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10283.720553/2007-91 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.540, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10283.720544/2007-09, paradigma deste julgamento. “MIRTYL FERNANDES LEVY, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos auto do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da Turma da Delegacia Regional de Julgamento, que julgou procedente o lançamento fiscal, referente ao Imposto sobre a Propriedade Rural - ITR, em relação ao exercício em questão, conforme Notificação de Lançamento e demais documentos que instruem o processo. Trata-se de Notificação de Lançamento, lavrada nos moldes da legislação de regência, contra o contribuinte acima identificado, constituindo-se crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação, decorrente da glosa da área de preservação permanente por não restar comprovada e arbitramento do valor da terra nua - VTN. Inconformado com a Decisão recorrida, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário procurando demonstrar a total improcedência da Notificação, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, preliminarmente requer a nulidade do lançamento, uma vez que o espólio não foi regularmente intimado do procedimento. No mérito, repisa às alegações da impugnação, afirmando que devem ser consideradas as áreas de reserva legal constantes da matrícula do imóvel, devidamente averbadas, colacionando jurisprudência em seu favor. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar a Notificação de Lançamento, tornando-o sem efeito e, no mérito, a sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Fl. 174DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.544 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10283.720553/2007-91 Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.540, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10283.720544/2007-09, paradigma deste julgamento. Apresenta-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os fundamentos do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.540, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária. Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço dos recursos e passo ao exame das alegações recursais. PRELIMINAR DE NULIDADE Primeiramente esclareça-se que o Recurso Voluntário foi apresentado pela viúva e por um dos filhos. Tendo o autuado falecido após o Termo de Intimação Fiscal e antes da lavratura do Auto de Infração. O "contribuinte" preliminarmente requer a nulidade do lançamento, uma vez que o espólio não foi regularmente intimado do procedimento. Tem-se que o procedimento fiscal (Termo de Intimação Fiscal) e a Notificação Fiscal foram endereçadas ao Sr. Mirtyl. Acontece que no decurso do procedimento fiscal o contribuinte veio a óbito. No entanto, constata-se que a autoridade fiscal não tinha conhecimento/notícia do falecimento do contribuinte. Agindo da melhor forma e obedecendo a legislação de regência naquele momento. Ademais, até a interposição do Recurso Voluntário, não tinha sido efetuado o inventário do de cujus, não cabendo falar em erro da intimação. Não há como não admitir a notificação endereçada ao "falecido", uma que vez que o Sr. Fiscal não tinha conhecimento do acontecido e quando do início do procedimento este era vivo. Além do mais, o procedimento sucessório, até a data do protocolo do recurso, ainda não fora aberto. MÉRITO No procedimento de análise e verificação da documentação apresentada e das informações constantes da DITR, a fiscalização resolveu glosar integralmente a área de preservação permanente declarada e a área de utilização limitada, além de rejeitar o Valor da Terra Nua (VTN), disto resultando o imposto suplementar. Em outro viés, o contribuinte afirma que devem ser consideradas as áreas de reserva legal constantes da matrícula do imóvel, devidamente averbadas, colacionando jurisprudência em seu favor. Como se observa, resumidamente, o cerne da questão posta nos autos é a discussão a propósito da exigência de apresentação do Ato Declaratório Ambiental - ADA dentro do prazo legal, quanto às áreas de preservação permanente e reserva legal, para fins de não incidência do Imposto Territorial Rural - ITR. Fl. 175DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.544 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10283.720553/2007-91 Consoante se infere dos autos, conclui-se que a pretensão do Contribuinte merece acolhimento, por espelhar a melhor interpretação a respeito do tema, de acordo a farta e mansa jurisprudência administrativa. Do exame dos elementos que instruem o processo, constata-se que o Acórdão recorrido merece reforma, como passaremos a demonstrar. Antes mesmo de se adentrar ao mérito, cumpre trazer à baila a legislação tributária específica que regulamenta a matéria, mais precisamente artigo 10, § 1º, inciso II, e parágrafo 7º, da Lei nº 9.393/1996, na redação dada pelo artigo 3º da Medida Provisória nº 2.166/2001, nos seguintes termos: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerar-se-á: I - VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; d) florestas plantadas; II - área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; [...] § 7 o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1 o , deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001) (grifamos) Conforme se extrai dos dispositivos legais encimados, a questão remonta a um só ponto, qual seja: a exigência de requerimento tempestivo do Ato Declaratório Ambiental junto ao IBAMA, não é, em si, exclusiva condição eleita pela Lei para que o proprietário rural goze do direito de isenção do ITR relativo às glebas de terra destinadas à preservação permanente e reserva legal/utilização limitada. Somente a título elucidativo, não sendo a requisição atempada do ADA, anteriormente ao exercício 2000, condição legal para obtenção do beneficio isentivo que ora cuidamos, e na linha do que fora exposto no julgado recorrido, nos parece coerente reconhecer que a ausência de tais elementos apenas confere a auditoria fiscal à possibilidade de presumir a Fl. 176DF CARF MF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2166-67.htm#art3 Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.544 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10283.720553/2007-91 inexistência da parcela de proteção ambiental e assim considerá-la como sendo área passível de aproveitamento, e, portanto, tributável. Contudo, ainda que a legislação exigisse a comprovação por parte do contribuinte, ad argumentandum tantum, o reconhecimento da inexistência das áreas de reserva legal e preservação permanente decorrente de um raciocínio presuntivo, não torna essa condição absoluta, sendo perfeitamente possível que outros elementos probatórios demonstrem a efetiva destinação de gleba de terra para fins de proteção ambiental. Em outras palavras, a mera inscrição em Cartório ou ainda o requerimento do ADA, não se perfazem nos únicos meios de se comprovar a existência ou não de reserva legal. Assim, realizado o lançamento de ITR decorrente da glosa das áreas de reserva legal (utilização limitada) e preservação permanente, a partir de um enfoque meramente formal, ou seja, pela não apresentação do ADA (como defendeu a DRJ), e demonstrada, por outros meios de prova, a existência da destinação de área para fins de proteção ambiental, deverá ser restabelecida a declaração do contribuinte, e lhe ser assegurado o direito de excluir do cálculo do ITR à parte da sua propriedade rural correspondente à reserva legal. Aliás, a jurisprudência Judicial que se ocupou do tema, notadamente após a edição da Lei n° 10.165/2000, corrobora o entendimento encimado, ressaltando, inclusive, que a MP n° 2.166/2001, por ser posterior ao primeiro Diploma Legal, o revogou, fazendo prevalecer, assim, a verdade material. Ou seja, ainda que não apresentado e/ou requerido o ADA no prazo legal ou procedida a averbação tempestiva, conquanto que o contribuinte comprove a existência das áreas declaradas como de preservação permanente e/ou reserva legal, mediante documentação hábil e idônea, quando intimado para tanto ou mesmo autuado, deve-se admiti-las para fins de apuração do ITR, consoante se extrai dos julgados assim ementados: TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR. LEI N. 9.393/96 E CÓDIGO FLORESTAL (LEI N. 4.771/65). ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL. DESNECESSIDADE DE ATO DECLARATÓRIO DO IBAMA. MP. 2.166-67/2001. APLICAÇÃO DO ART. 106 DO CTN. 1. "Ilegítima a exigência prevista na Instrução Normativa - SRF 73/2000 quanto à apresentação de Ato Declaratório Ambiental - ADA comprovando as áreas de preservação permanente e reserva legal na área total como condição para dedução da base de cálculo do Imposto Territorial Rural - ITR, tendo em vista que a previsão legal não a exige para todas as áreas em questão, mas, tão-somente, para aquelas relacionadas no art. 3º, do Código Florestal" (AMS 2005.35.00011206-7/GO, Rel. Desembargadora Federal Maria do Carmo Cardoso, DJ de 10.05.2007). 2. A Lei n. 10.165/00 inseriu o art. 17-O na Lei n. 6.938/81, exigindo para fins de exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal da área tributável a apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA). 3. Consoante a jurisprudência do STJ, a MP 2.166-67/2001, que dispôs sobre a exclusão do ITR incidente sobre as áreas de preservação permanente e de reserva legal, consoante o § 7º do art. 10 da Lei 9.393/96, veicula regra mais benéfica ao Fl. 177DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.544 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10283.720553/2007-91 contribuinte, devendo retroagir, a teor disposto nos incisos do art. 106 do CTN, porquanto referido diploma autoriza a retro- operância da lex mitior, dispensando a apresentação prévia do Ato Declaratório Ambiental no termos do art. 17-O da Lei n. 6.938/81, com a redação dada pela Lei n. 10.165/00. 4. Apelação provida.” (8ª Turma do TRF da 1ª Região - AMS 2005.36.00.008725-0/MT - e-DJF1 p.334 de 20/11/2009) “EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSTO TERRITORIAL RURAL - ITR. ÁREAS DE RESERVA LEGAL. APRESENTAÇÃO ADA. AVERBAÇÃO MATRÍCULA. DESNECESSIDADE. ÁREAS DE PASTAGENS. DIAT - DOCUMENTO DE INFORMAÇÃO E APURAÇÃO. DEMOSTRAÇÃO DE EQUÍVICO. ÔNUS DO FISCO. 1. Não se faz mais necessária a apresentação do ADA para a configuração de áreas de reserva legal e consequente exclusão do ITR incidente sobre tais áreas, a teor do § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393/96 (redação da MP 2.166-67/01). Tal regra, por ter cunho interpretativo (art. 106, I, CTN), retroage para beneficiar os contribuintes. 2. A isenção decorrente do reconhecimento da área não tributável pelo ITR não fica condicionada à averbação, a qual possui tão somente o condão de declarar uma situação jurídica já existente, não possuindo caráter constitutivo. 3. A falta de averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel, ou a averbação feita alguns meses após a data de ocorrência do fato gerador, não é, por si só, fato impeditivo ao aproveitamento da isenção de tal área na apuração do valor do ITR, ante a proteção legal estabelecida pelo art. 16 da Lei nº 4.771/65. 4. Cabe ao Fisco demonstrar que houve equívoco no DIAT - Documento de Informação e Apuração do ITR, passível de fundamentar o lançamento do débito de ofício, de conformidade com o art. 14, caput, da Lei nº 9.393/96, o que não restou evidenciado na hipótese dos autos. 5. Apelação e remessa oficial desprovidas. (2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região - APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008.70.00.006274-2/PR - 28 de junho de 2011) Como se observa, em face da legislação posterior (MP n° 2.166/2001) mais benéfica, dispensando o contribuinte de comprovação prévia das áreas declaradas em sua DITR, não se pode exigir a apresentação e/ou requisição do ADA ou mesmo a averbação tempestiva à margem da matrícula do imóvel para fins do benefício fiscal em epígrafe, mormente em homenagem ao princípio da retroatividade benigna da referida norma, em detrimento a alteração introduzida anteriormente pela Lei n° 10.165/2000. Pois bem. De acordo com a explanação encimada, destaco que, no tocante às Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, o Poder Judiciário consolidou o entendimento no sentido de que, em relação aos fatos geradores anteriores à Lei n° 12.651/12, é desnecessária a apresentação do ADA para fins de exclusão do cálculo do ITR, sobretudo em razão do previsto no § 7º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996. Fl. 178DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2401-006.544 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10283.720553/2007-91 Inclusive, observa-se que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), elaborou o Parecer PGFN/CRJ nº 1.329/2016, reconhecendo o entendimento consolidado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça sobre a inexigibilidade do ADA, nos casos de área de preservação permanente e de reserva legal, para fins de fruição do direito à isenção do ITR. Mais a mais, com arrimo no princípio da verdade material, o formalismo não deve sobrepor à verdade real, notadamente quando a lei disciplinadora da isenção assim não estabelece. É preciso deixar registrado que neste processo a lide diz respeito exclusivamente à glosa das áreas de reserva legal (utilização limitada) e preservação permanente de 131.269,0 e 34.096,0 ha, respectivamente. Quanto a área de preservação permanente, não vislumbro nos autos nenhuma documentação capaz de comprovar a sua existência. Caberia ao contribuinte trazer Laudo Técnico de Avaliação entre outros documentos que dadivassem suporte a sua declaração. Relativamente à Área de Reserva Legal, consta dos autos comprovação de sua existência, conforme se extrai da Certidão apresentada. Observa-se pela averbação (AV. 07-041), feita em 2000, a área fica vinculada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama. Realmente, sendo feita a averbação da reserva legal esta área averbada fica vinculada ao Ibama, fl. 32. Neste diapasão, estando à área de 126.986,2149 hectares relativa ao imóvel "Vila Martins e Outros" averbada como sendo de Reserva Legal, impõe-se reconhecer a isenção pleiteada sobre essa fração. Quanto às demais alegações do contribuinte, não merece aqui tecer maiores considerações, uma vez não serem capazes de ensejar a reforma da decisão recorrida, especialmente quando desprovidos de qualquer amparo legal ou fático, bem como já devidamente rechaçadas pelo julgador de primeira instância, especialmente no que diz respeito ao pacto federativo. Por todo o exposto, estando a Notificação de Lançamento sub examine em consonância parcial com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO afastando a preliminar e, no mérito, DAR- LHE PARCIAL PROVIMENTO para restabelecer à isenção da área de utilização limitada (reserva legal) de 126.986,2149 hectares, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 179DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 2401-006.544 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10283.720553/2007-91 Fl. 180DF CARF MF
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