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Numero do processo: 16327.900545/2008-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jun 06 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Data do fato gerador: 07/03/2003
PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO PAGAMENTOS EFETUADOS.
O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 5º da Medida Provisória n° 2.222, de 04 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao efetivamente devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais (ADI SRF nº 17/2007).
DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE DO MÉRITO.
Se a autoridade administrativa competente para apreciar o pedido, levantando questão prejudicial, sequer se manifestou sobre a existência do direito creditório, demonstrado o descabimento da prejudicial deve o processo retornar à autoridade competente para apreciá-lo.
Numero da decisão: 2201-004.954
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar suscitada de ofício pelo conselheiro (relator), para considerar nula, por cerceamento do direito de defesa, a decisão proferida em sede de 1ª instância e determinar o retorno dos autos à Delegacia de Julgamento para que emita nova decisão, oportunidade em que todos os temas tratados na impugnação deverão ser analisados pelo colegiado administrativo.
(assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Débora Fofano, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente Convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Daniel Melo Mendes Bezerra (Presidente em Exercício).
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Data do fato gerador: 07/03/2003 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO PAGAMENTOS EFETUADOS. O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 5º da Medida Provisória n° 2.222, de 04 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao efetivamente devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais (ADI SRF nº 17/2007). DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE DO MÉRITO. Se a autoridade administrativa competente para apreciar o pedido, levantando questão prejudicial, sequer se manifestou sobre a existência do direito creditório, demonstrado o descabimento da prejudicial deve o processo retornar à autoridade competente para apreciá-lo.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Data do fato gerador: 07/03/2003 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO PAGAMENTOS EFETUADOS. O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 5º da Medida Provisória n° 2.222, de 04 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao efetivamente devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais (ADI SRF nº 17/2007). DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE DO MÉRITO. Se a autoridade administrativa competente para apreciar o pedido, levantando questão prejudicial, sequer se manifestou sobre a existência do direito creditório, demonstrado o descabimento da prejudicial deve o processo retornar à autoridade competente para apreciálo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar suscitada de ofício pelo conselheiro (relator), para considerar nula, por cerceamento do direito de defesa, a decisão proferida em sede de 1ª instância e determinar o retorno dos autos à Delegacia de Julgamento para que emita nova decisão, oportunidade em que todos os temas tratados na impugnação deverão ser analisados pelo colegiado administrativo. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra – Presidente em exercício e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 05 45 /2 00 8- 31 Fl. 78DF CARF MF Processo nº 16327.900545/200831 Acórdão n.º 2201004.954 S2C2T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Débora Fofano, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente Convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Daniel Melo Mendes Bezerra (Presidente em Exercício). Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.950, de 12 de fevereiro de 2019 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 16327.900498/200825, paradigma deste julgamento. "Tratase de recurso voluntário apresentado em face da decisão de primeiro grau que negou provimento à manifestação de inconformidade formalizada pelo sujeito passivo negando o direito ao crédito do IRRF recolhido, a ser compensado com outro tributo administrado pela Receita Federal. De acordo com o despacho decisório, o pagamento indicado não possui saldo disponível para compensação, visto que foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte. O contribuinte alega que efetuou a retenção de forma equivocada de IRRF, tendo em vista que se tratava de entidade de Educação Imune. Por tal razão, não deveria ter feito a retenção do IRRF da instituição que apresentou declaração informando que cumpria os requisitos para fruição da imunidade. Em primeiro grau a DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade sob o entendimento de que não poderia apreciar o pedido de compensação, pois se encontrava pendente ação judicial perante o Supremo Tribunal Federal. Considerando esses fatos, foi apresentado recurso voluntário para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Este recurso compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório do necessário." Voto Conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.950, de 12 de fevereiro de 2019 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 16327.900498/200825, paradigma deste julgamento. Fl. 79DF CARF MF Processo nº 16327.900545/200831 Acórdão n.º 2201004.954 S2C2T1 Fl. 4 3 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.950, de 12 de fevereiro de 2019 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2201004.950 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "O Recurso Voluntário é tempestivo e dele conheço. No caso em tela, verificase que a decisão de primeira instância não entrou no mérito da questão, o que pode ocasionar a malfadada a supressão de instância. Este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais determinou que a análise de mérito referente ao direito creditório deve ser feito pela decisão recorrida. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO PAGAMENTOS EFETUADOS NOS TERMOS DO ART. 5º DA MP n° 2.222/ 2001. O contribuinte que efetuou pagamento de tributos e contribuições com base no art. 50 da Medida Provisória n° 2.222, de 04 de setembro de 2001, e na Lei n° 10.431, de 24 de abril de 2002, em valor superior ao efetivamente devido, tem direito à restituição ou compensação da parcela comprovadamente paga a maior, de acordo com os procedimentos previstos na legislação tributária federal para os tributos e contribuições federais (ADI SRF nº 17/2007). DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE DO MÉRITO. Se a autoridade administrativa competente para apreciar o pedido, levantando questão prejudicial, sequer se manifestou sobre a existência do direito creditório, demonstrado o descabimento da prejudicial deve o processo retornar à autoridade competente para apreciálo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para anular a decisão recorrida e determinar o retorno dos autos à DEINF/RJ para, observando o disposto no Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 17, de 28 de dezembro de 2005, decidir o pleito. Para que a DRJ analise a regularidade da compensação realizada pela Recorrente, bem como sobre a existência do crédito, com a provas juntadas pelo contribuinte. Sendo assim, e considerando que a decisão de primeiro grau foi proferida levando em consideração a ADIn 18023 e que esta ação já foi julgada, declaro a nulidade da decisão recorrida para que outra seja proferida em seu lugar, analisando se a origem do crédito pleiteado, bem como o direito do contribuinte sobre o crédito pleiteado. Conclusão Diante do exposto, conheço do recurso e dou provimento para cancelar a decisão recorrida para que outra seja proferida." Fl. 80DF CARF MF Processo nº 16327.900545/200831 Acórdão n.º 2201004.954 S2C2T1 Fl. 5 4 Diante do exposto, conheço do recurso e dou provimento para cancelar a decisão recorrida para que outra seja proferida. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Fl. 81DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13629.001209/2005-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2003
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA PAGO POR ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA. EQUÍVOCO EM RELAÇÃO À BASE DE CÁLCULO APONTADA PELA FISCALIZAÇÃO.
Verificando-se, in casu, e à luz dos documentos apresentados pelo
contribuinte, que apenas restou omitida parcela dos valores apontados em DIRF pela fonte pagadora e não a sua totalidade, como entendeu a fiscalização, faz-se mister a retificação da base de cálculo da omissão de rendimentos, excluindo-se do referido montante o quantum já oferecido à tributação por ocasião da declaração de ajuste anual.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2101-001.877
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso, para reduzir a base de cálculo relativa à omissão de rendimentos para R$ 24.319,88, nos termos do voto do relator.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA PAGO POR ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA. EQUÍVOCO EM RELAÇÃO À BASE DE CÁLCULO APONTADA PELA FISCALIZAÇÃO. Verificando-se, in casu, e à luz dos documentos apresentados pelo contribuinte, que apenas restou omitida parcela dos valores apontados em DIRF pela fonte pagadora e não a sua totalidade, como entendeu a fiscalização, faz-se mister a retificação da base de cálculo da omissão de rendimentos, excluindo-se do referido montante o quantum já oferecido à tributação por ocasião da declaração de ajuste anual. Recurso provido.
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS. COMPLEMENTO DE APOSENTADORIA PAGO POR ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA. EQUÍVOCO EM RELAÇÃO À BASE DE CÁLCULO APONTADA PELA FISCALIZAÇÃO. Verificandose, in casu, e à luz dos documentos apresentados pelo contribuinte, que apenas restou omitida parcela dos valores apontados em DIRF pela fonte pagadora e não a sua totalidade, como entendeu a fiscalização, fazse mister a retificação da base de cálculo da omissão de rendimentos, excluindose do referido montante o quantum já oferecido à tributação por ocasião da declaração de ajuste anual. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para reduzir a base de cálculo relativa à omissão de rendimentos para R$ 24.319,88, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente Fl. 50DF CARF MF Impresso em 20/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 20/09/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13629.001209/200578 Acórdão n.º 210101.877 S2C1T1 Fl. 2 2 (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), José Raimundo Tosta Santos, Celia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 35/39) interposto em 08 de abril de 2008 contra o acórdão de fls. 28/31, do qual o Recorrente teve ciência em 14 de março de 2008 (fl. 33, verso), proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o auto de infração de fls. 03/08, lavrado em 19 de julho de 2005, em decorrência de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, verificada no anocalendário de 2002. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. PREVIDÊNCIA PRIVADA. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como os benefícios recebidos de entidades de previdência privada. Lançamento Procedente” (fl. 28). Não se conformando, o Recorrente interpôs o recurso de fls. 35/39, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para excluir da base de cálculo do imposto o valor de R$ 16.294,68, já oferecido à tributação. É o relatório. Voto Conselheiro ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. No que toca ao mérito, propriamente dito, do recurso, verificase que a questão gira em torno de definir a correção da base de cálculo referente à omissão de rendimentos apurada pela fiscalização em análise da DIRF apresentada pela fonte pagadora, Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social – “VALIA”. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 20/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 20/09/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13629.001209/200578 Acórdão n.º 210101.877 S2C1T1 Fl. 3 3 Nesse sentido, compulsandose os termos do recurso voluntário apresentado, observase que o Recorrente admite, expressamente, equívoco na qualificação de rendimentos pagos como complemento de aposentadoria pela VALIA, no valor de R$ 24.319,88, apontados como rendimentos isentos e não tributáveis em sua declaração de ajuste, quando, na realidade, tais valores estão sujeitos à incidência do imposto de renda, na forma do art. 43, XIV, do RIR/99, contestando, assim, apenas a diferença entre o valor apontado pela fiscalização (R$ 40.614,56) e o montante por ele reconhecido como devido (R$ 24.319,88). Feitos estes breves esclarecimentos fáticos, entendo que assiste razão ao contribuinte. De fato, analisandose os documentos que compõem o presente processo administrativo, é possível aferir, de plano, que a DIRF apresentada pela fonte pagadora (VALIA) engloba tanto os pagamentos recebidos a título de complemento de aposentadoria, pagos pela entidade fechada de previdência complementar, como, igualmente, o montante devido pelo INSS, tal como alegado pelo Recorrente. Nesse sentido, compulsandose os termos da DIRF acostada à fl. 18, podese perceber, com clareza, que o total de rendimentos recebidos pelo contribuinte teria sido de R$ 40.614,56, base esta utilizada pela fiscalização como rendimentos omitidos pelo contribuinte. No entanto, referido valor, como se nota dos cheques de pagamento acostados aos autos relativos ao anocalendário de 2002 (fl. 9, e fls. 13 a 17), inclui os pagamentos dos valores devidos pelo INSS, devidamente apontados no campo “INSS APOS ESPECIAL” e “INSS 13 SALARIO”, este último verificado na competência 11/2002. Somandose os rendimentos recebidos do INSS e apontados nos cheques de pagamento da VALIA, chegase, inevitavelmente, ao valor de R$ 16.294,68, montante este já apontado na declaração de ajuste do contribuinte e, bem assim, oferecido à tributação por este. O equívoco, portanto, de fato se verificou apenas em relação à qualificação dos rendimentos recebidos a título de complemento de aposentadoria e pagos pela entidade fechada de previdência complementar, no valor total de R$ 24.319,88, devidamente informados pelo contribuinte no campo dos rendimentos isentos e não tributáveis (vide fl. 22), e não quanto ao valor total apontado na DIRF, como entendeu a fiscalização. Vale notar, inclusive, que a soma dos valores pagos pelo INSS e pela VALIA a título de complemento de aposentadoria chega à quantia apontada pela fiscalização (R$ 40.614,56), o que comprova o equívoco em relação à base de cálculo da omissão de rendimentos. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de DAR provimento ao recurso, para alterar a base de cálculo relativa à omissão de rendimentos para R$ 24.319,88. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 52DF CARF MF Impresso em 20/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 20/09/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13629.001209/200578 Acórdão n.º 210101.877 S2C1T1 Fl. 4 4 Fl. 53DF CARF MF Impresso em 20/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 20/09/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 19515.003680/2003-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
POSTERGAÇÃO DO PAGAMENTO DO IMPOSTO DEVIDO - CRITÉRIO APLICÁVEL - P.N. CST 02/96
A apuração do imposto postergado deve ser efetuada com observância das normas contidas no Parecer Normativo nº 02, de 1996. No caso concreto, a diligência comprovou a ocorrência da postergação do pagamento do tributo.
Numero da decisão: 1401-003.316
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Daniel Ribeiro Silva- Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Daniel Ribeiro Silva (Vice-Presidente), Abel Nunes de Oliveira Neto Carlos André Soares Nogueira, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Cláudio de Andrade Camerano, Letícia Domingues Costa Braga e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: DANIEL RIBEIRO SILVA
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CST 02/96 A apuração do imposto postergado deve ser efetuada com observância das normas contidas no Parecer Normativo nº 02, de 1996. No caso concreto, a diligência comprovou a ocorrência da postergação do pagamento do tributo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Daniel Ribeiro Silva Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Daniel Ribeiro Silva (VicePresidente), Abel Nunes de Oliveira Neto Carlos André Soares Nogueira, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Cláudio de Andrade Camerano, Letícia Domingues Costa Braga e Eduardo Morgado Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 36 80 /2 00 3- 01 Fl. 556DF CARF MF 2 Relatório 1. Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal em São Paulo (SP) que manteve o crédito tributário decorrente da inobservância do limite legal de 30% em relação à compensação do prejuízo fiscal do anocalendário de 1997, exercício de 1998, sendo que o contribuinte efetuou a compensação do prejuízo integralmente. O crédito exigido está consubstanciado nos valores descritos na tabela abaixo, já considerando os acréscimos legais: IRPJ VALOR DO CRÉDITO R$ 103.635,79 MULTA R$ 116.766,44 VALOR TOTAL R$ 220.402,23 2. Segundo informações constantes no Termo de Verificação Fiscal às fls. 27/28, apurouse que em 2003 a fiscalizada compensou 100% do Lucro Real por estar amparada por liminar, desobrigandose dessa forma, a compensar conforme a limitação legal (Lei nº 8981/95). 3. A Autoridade Fiscal destaca, que “o contribuinte embora efetuasse a auto compensação do Imposto de Renda devido, deveria ter formalizado o pedido de compensação através de formulário próprio, e aguardar a compensação”. 4. Cientificado da autuação fiscal em 16/10/2003 (fls.40), o interessado apresentou Impugnação em 14/11/2003 (fls. 42/67), na qual alegou: i) Inicialmente, informou: “que realizou a compensação citada pela autoridade fiscal em função de medida liminar. Ademais, com a edição da Medida Provisória n° 38/2002, afirma que desistiu da ação judicial em trâmite e efetuou o recolhimento da diferença de IRPJ apurada”; ii) PRELIMINAR DE NULIDADEDECADÊNCIA: Com o “fundamento no art. 150 do Código Tributário Nacional, pugna pelo reconhecimento da decadência do direito do Fisco de efetuar o lançamento de oficio, afirmando que “foi citada através dos Correios, em 18 de março de 2003, data em que verificamos ter decorrido o prazo decadencial de 5 (cinco) anos contados da data de ocorrência do fato gerador do imposto, para prestação de informações e esclarecimentos sobre os cálculos apresentados pela ora Impugnante, especialmente no que diz respeito aos cálculos do Lucro Real para apuração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)”; Fl. 557DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Acórdão n.º 1401003.316 S1C4T1 Fl. 557 3 iii) Alega que “a compensação de parte do saldo de prejuízo fiscal deuse em 31/12/97, como se verifica através do controle efetuado no LALUR Partes A e B (Doc.05) e Declaração de Rendimentos do anobase de 1997 (Doc. 04), o que deixa ainda mais claro que tal saldo foi homologado, ainda que tacitamente, pelas autoridades fiscais”; iv) DOS CÁLCULOS EFETUADOS PARA PAGAMENTO: Diz “que os valores do lucro não reconhecidos em um determinado período devem ser reconhecidos nos períodos em que seriam devidos, e o valor do imposto será considerado pelo valor liquido, depois de compensadas às diferenças pagas a maior em períodos posteriores”. E o que se verifica in casu, “é que as regras estabelecidas pela própria Receita Federal definem que os pagamentos efetuados a menor em determinado período devem ser compensados com os valores recolhidos a maior posteriormente, pelo montante liquido, sem desconsiderar os juros e multa do período postergado”; v) DA FALTA DE PEDIDO DE COMPENSAÇÃO: Argumenta “que o procedimento utilizado para pagamento e compensação dos valores devidos de IRPJ estão corretos, restando, agora, apenas a comprovação de que não era necessária a formalização do pedido de compensação”, afirmando ainda, que “os valores de IRPJ pagos a menor em 1997 foram compensados com valores pagos a maior do mesmo tributo em períodos subseqüentes (1999), sem a requisição formal através de pedido de compensação, justamente por expressa previsão legal de dispensa de requerimento”. Entende por fim, “ser completamente desnecessário o pedido de compensação formalizado junto à Secretaria da Receita Federal, em função da Instrução Normativa SRF n°21/1997 ”. vi) DOS PEDIDOS: a) Requereu o cancelamento integral do Auto de Infração; b) O reconhecimento da Decadência do direito ao lançamento do crédito tributário em razão de decorrido o prazo de 5 anos para homologação do pagamento do tributo; c) A desconstituição da multa de mora lançada, no total de 75%; d) O recalculo dos valores de IRPJ devidos com base na postergação de imposto; e) O pagamento dos juros devidos pela postergação do pagamento do imposto (IPRJ), nos exatos termos estabelecidos pela MP n° 38/02; f) A opção pela desistência do processo judicial que lhe resguardava a compensação integral de prejuízo fiscal, sem a limitação imposta pela Lei n° 8.981/95, através de liminar obtida; g) A compensação com tributo da mesma espécie. 5. O Acórdão ora Recorrido (1611.401 – 7ª Turma da DRJ/SPOI) recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Data do fato gerador: 31/12/1997 Fl. 558DF CARF MF 4 PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa em renúncia as instâncias administrativas. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. O Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica apurado com base nas regras do lucro real anual se insere no rol dos tributos sujeitos ao denominado lançamento por homologação. Entretanto, quando não ocorre o pagamento de imposto, o prazo decadencial se conta luz do art. 173, I, do CTN. POSTERGAÇÃO. FALTA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. Não sendo a compensação de prejuízos caso de ajuste ao lucro liquido em virtude de inexatidão quanto ao períodobase de escrituração de receita, rendimento, custo ou despesa, não há que se falar em postergação do pagamento do imposto. Lançamento Procedente. 6. Isto porque, segundo entendimento da Turma, “não merece reparos a segunda premissa levantada mais precisamente sobre a interpretação do art. 150, § 4 0, do CTN. Afirma que ocorre a decadência do direito de efetuar o lançamento de oficio e, conseqüentemente, a extinção do crédito tributário, após o prazo de cinco anos contados do fato gerador, no caso dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação”. (...) “Contudo, esquece o contribuinte de um pequeno detalhe, isto, no caso em julgamento não foi efetuado o pagamento do tributo devido. Em verdade, existe a impossibilidade lógica de se homologar um pagamento quando ele efetivamente não foi realizado. Nestes casos, ou seja, quando inexiste o que homologar, não se pode aplicar o art. 150, § 4, do CTN. Pugnouse que, quando não há pagamento do tributo, impera subsumir tal situação à norma do art. 173, inciso I, do CTN, que é taxativa no sentido de fixar o prazo de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. 7. Ressalta a turma julgadora, que outro ponto que merece destaque é acerca do “prejuízo fiscal – postergação de imposto” – alegado pela recorrente., afirmando “que o prejuízo fiscal de períodos anteriores não é elemento que entre na composição do conceito de renda, pois a sua compensação com lucros posteriores decorre de uma benesse tributária”. (...) “Logo, o valor pago a maior a titulo de imposto de renda, em razão de o contribuinte não ter se compensado de prejuízos fiscais de períodos anteriores, seja qual for o motivo para o não exercício da faculdade, não é indevido nem gera direito restituição, já que a compensação de prejuízos fiscais anteriores é uma faculdade e o fato de não ter sido exercida não macula o lançamento”. 8. Ciente da decisão do Acórdão em 12/11/2007(fls.149), que julgou improcedente a impugnação apresentada, o contribuinte interpõe Recurso Voluntário em 11/12/2007 (fls. 152/173), alegando praticamente as mesmas razões trazidas na impugnação, com as seguintes alterações: i) PRELIMINAR DE NULIDADE DECADÊNCIA: Afirma que “em 16 de outubro de 2003, a Recorrente tomou ciência do auto de infração que dela exige valores de IRPJ relativos a um fato gerador ocorrido em 31/12/1997, conforme consta no próprio lançamento”. (...) Lembra que, conforme o próprio termo "lançamento por homologação", o que se homologa e o Fl. 559DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Acórdão n.º 1401003.316 S1C4T1 Fl. 558 5 lançamento e não a extinção do tributo não sendo razoável desqualificar um lançamento por homologação pela forma de sua extinção. No mais, "A natureza do lançamento, se por homologação ou não, não se identifica com o pagamento, pois o objeto da homologação engloba toda a cadeia de atos interligados tais como a escrituração de lançamentos, apresentação de declarações e, se apurado resultado, o recolhimento de tributos, conforme já decidido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais” – colaciona dois julgados do CARF. ii)A REDUÇÃO INDEVIDA DO LUCRO REAL EM QUALQUER PERÍODOBASE: Diz que “o que se demonstra é que o lançamento original não foi vinculado as normas que delimitam a constituição do credito, principalmente se, como dito, cotejado com a interpretação dada pelo próprio Fisco a essas normas, mediante a edição do Parecer Normativo COSIT n°02/96. E de acordo com o PN de nª 02/96, Considerase postergada a parcela de imposto ou de contribuição social relativa à determinação do períodobase, quando efetiva e espontaneamente paga em períodobase posterior”. E que, “o fato do contribuinte ter procedido espontaneamente, em períodobase posterior, ao pagamento do imposto ou da contribuição social postergados deve ser considerado no momento do lançamento de oficio, o qual em relação às parcelas do imposto e da contribuição social que houverem sido pagas, deve ser efetuado para exigir, exclusivamente, os acréscimos relativos a juros e multa, caso o contribuinte não os tenha pago”; iii) Conclui, “que tendo em vista que a Recorrente procedeu espontaneamente, em períodobase posterior, ao pagamento dos tributos supostamente postergados, deverá ser cancelada a exigência fiscal contida no auto de infração por estar em total discordância com a doutrina, a jurisprudência, as leis e os atos normativos da própria administração fiscal federal." iv) DOS PEDIDOS: a) Requereu a reforma do Acordão recorrido da DRJ, com o consequente cancelamento integral do Auto de infração; b) Protestou pela juntados de provas (docs.) que se fizerem necessários. 9. Às fls. 208/212 dos autos – ACORDÃO de nº 140100.308 — da 4ª Câmara 1ª Turma Ordinária do CARF, que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ. Anocalendário: 1997. PRAZO DECADENCIAL PARA O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Fl. 560DF CARF MF 6 Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para o fisco constituir o crédito tributário via lançamento de ofício, começa a fluir a partir da data do fato gerador da obrigação tributária, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, caso em que o prazo começa a fluir a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Voto: Reconhecimento da Decadência do crédito apurado no lançamento, com o conseqüente cancelamento do auto de infração. 10. Isto porque, considerouse in casu, que “a ausência de pagamento, na hipótese dos autos, decorreu da existência de medida liminar que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário, não havendo que se cogitar da aplicação do prazo constante do art. 173, I do CTN”. (...) E que, “o fato gerador ocorreu em 31 de dezembro de 1997, tendo, a Fazenda Pública, o prazo decadencial para realizar o lançamento até o dia 31 de dezembro de 2002. Tendo o lançamento sido notificado ao contribuinte em 16 de outubro de 2003, deve ser reconhecida a decadência do crédito a que ele se refere, com o conseqüente cancelamento da sua formalização”. 11. Às fls. 216/223 dos autos RECURSO ESPECIAL da Fazenda Nacional, em face do r. acordão, trazendo os seguintes razões: i) Alega que no caso presente, “impende destacar que não se operou lançamento por homologação a possibilitar a aplicação da regra do art. 150, § 4', do CTN, afinal, a contribuinte não antecipou o pagamento do tributo, pois deixou de recolher todo o imposto de renda com respaldo na ilegal compensação integral do prejuízos fiscais”. E que, não se verificando recolhimento de exação e conseqüente montante a homologar, o prazo decadencial para o lançamento do tributo segue a disciplina normativa do art. 173, I,do CTN”; ii) Concluise que, “o inicio da contagem do prazo decadencial deve se dar em 01/01/1999, encerrando em 31/12/2003, nos termos do art. 173, I, do CTN. Considerando que a ciência do auto de infração deuse em 16/10/2003, é descabido cogitarse de decadência do credito tributário lançado objeto dos autos”. iii) Requereu o acolhimento do Recurso Especial interposto para reforma do r. acórdão. 12. Às fls. 234/235 dos autos DESPACHO do CARF – 1ª Seção (nº 00 00.265) que levando em consideração parte do relatório do voto vencido do Acórdão anterior (nº 0203.305), que reconheceu “a compensação integral do lucro liquido ajustado com prejuízo fiscal acumulado em períodos anteriores, sem observância da trava de 30%, de onde se depreende a ausência de recolhimento por parte do contribuinte quanto ao período exigido”, admitiuse dessa forma, a interposição do Recurso Especial, encaminhando para tanto, à ciência do Acórdão /Recurso ao Contribuinte, e querendo, apresentar as contrarazões. Fl. 561DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Acórdão n.º 1401003.316 S1C4T1 Fl. 559 7 13. Às fls. 260 dos auto – DESPACHO de encaminhando ao CARF, tendo em vista a ausência de manifestação do contribuinte. 14. Às fls. 265/268 dos autos – ACORDÃO de nº 9101001.7555 da 1ª Turma do CARF, que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Ano calendário: 1997 DECADÊNCIA TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TERMO INICIAL. Conforme decisão do STJ em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008, em não havendo pagamento do tributo, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial iniciase no primeiro dia do exercício/período seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido iniciado, exvi do disposto no inciso I, art. 173, do CTN. Obs: ACORDAM os membros da 1ª Turma da CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS, por unanimidade dos votos, DAR provimento ao recurso da Fazenda Nacional com retorno à câmara de origem para exame de mérito. Fez sustentação oral o representante do Contribuinte Dr. Natanael Martins OAB/ SP n° 60723. 15. Às fls. 277/285 dos autos – RAZÕES FINAIS DO CONTRIBUINTE, trazendo os seguintes argumentos: i) Afirmando que compensou integralmente seu prejuízo fiscal, tendo em vista estar amparado de medida liminar que autorizava tal procedimento; ii) Diz que quando da adesão à anistia instituída pela MP 38/2002, a recorrente reapurou o IRPJ devido, compensando o prejuízo fiscal no limite de 30%; iii) "Tendo em vista a apuração de lucro nos anoscalendário de 2000 e 2001, a recorrente deduziu o valor principal do imposto devido em 19961998, quitando os juros por meio do DARF (às fls. 115), ressalvandose parte dos juros e multa por força do disposto no art. 11 da MP 38/2002. Apurouse IRPJ no valor de R$ 8.068.021,75” iv) Reitera todos os argumentos trazidos no recurso voluntário, requerendo o seu provimento para cancelar o auto de infração. 16. Às fls. 335 dos autos Resolução nº 1401000.493 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, CONVERSÃO DO FEITO EM DILIGÊNCIA para: Fl. 562DF CARF MF 8 a) intimar o contribuinte a apresentar os documentos que considere necessários para a comprovação do pagamento a maior do IRPJ, que tenha sido decorrente das operações contestadas na autuação; b) confeccionar e demonstrar os cálculos da postergação: b1) com a multa moratória e por imputação linear; b2) com a multa moratória e por imputação proporcional; b3) sem a multa moratória e por imputação linear; b4) sem a multa moratória e por imputação proporcional; c) confeccionar relatório do resultado da diligência em que constem os cálculos acima referidos; d) dar ciência do resultado da diligência ao recorrente, franqueando o prazo de 30 (trinta) dias para a sua manifestação se este assim o desejar; e) por fim, devolver os autos a este Colegiado com o fito de concluirmos o seu julgamento. 17. Às fls. 350/358 dos autos TERMO DE INÍCIO DE DILIGÊNCIA. 18. Às fls. 364 dos autos PETIÇÃO DO CONTRIBUINTE, afirmando que “os documentos solicitados se referem a períodos muito antigos, demandando certo tempo para levantar toda documentação/informação necessária ao fiel cumprimento da intimação”. Assim, requereu prazo para juntada dos documentos. 19. Às fls. 393 dos autos – PETIÇÃO DO CONTRIBUINTE – Juntada de documentos, informando que “resta incontroverso que o imposto não pago do anocalendário 1997, em função da não observância da "trava de 30% na compensação de prejuízos", acabou sendo recolhido em períodos subsequentes em razão de lucros posteriormente auferidos oferecidos à tributação, caracterizando a figura da postergação, nos termos do art. 219 do Decreto n° 1.041/94 — Regulamento do Imposto de Renda vigente à época”. 20. Às fls. 506/510 dos autos RELATÓRIO FISCAL trazendo os seguintes resultados: b1) com a multa moratória e por imputação linear; Fl. 563DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Acórdão n.º 1401003.316 S1C4T1 Fl. 560 9 b2) com a multa moratória e por imputação proporcional; b3) sem a multa moratória e por imputação linear; b4) sem a multa moratória e por imputação proporcional; 21. Às fls. 532/533 dos autos – PETIÇÃO DO CONTRIBUINTE, afirmando que “os cálculos realizados pela d. Autoridade Fiscal nos itens "b.1) com a multa moratória e por imputação linear" e "b.2) com a multa moratória e por imputação proporcional" consideram a aplicação da multa moratória de 20%. (...) No entanto, a aplicação da referida multa se mostra indevida uma vez que a Requerente aderiu à anistia da Medida Provisória n°38/2002. Para o cálculo do valor a pagar na anistia, a Requerente aplicou a postergação, vez que o imposto não pago do anocalendário 1997, em função da não observância da "trava de 30% na compensação de prejuízos", acabou sendo recolhido em períodos subsequentes, tendo em vista a apuração de lucro nos anoscalendário 2000 e 2001. Já com relação aos juros, parte foi quitada, conforme DARF de fls. 115 e a outra parte, bem como a multa, não eram devidas por Fl. 564DF CARF MF 10 força do disposto no art. 11 da MP 38/2002”. Requerendo que a multa de mora seja excluída dos cálculos da postergação do imposto. 22. É o relatório do essencial. Voto Conselheiro Daniel Ribeiro Silva Relator. Observo que as referências a fls. feitas no decorrer deste voto se referem ao eprocesso. Passo a analisar o Recurso Voluntário. Em sessão plenária de 05 de agosto de 2010 a 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, analisando recurso voluntário interposto pelo contribuinte em epigrafe, por maioria de votos, reconheceu a decadência e cancelou o lançamento litigado, em decisão consubstanciada no Acórdão 140100.308, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 1997 PRAZO DECADENCIAL PARA O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para o fisco constituir o crédito tributário via lançamento de oficio, começa a fluir a partir da data do fato gerador da obrigação tributária, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, caso em que o prazo começa a fluir a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. A Procuradoria da Fazenda Nacional ingressou com Recurso Especial alegando que o Acórdão diverge da jurisprudência do CARF, no que se refere à decadência dos tributos sujeitos a lançamento por homologação quando não há pagamento antecipado, o Recurso foi provido e recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 1997 DECADÊNCIA TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO TERMO INICIAL. Conforme decisão do STJ em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008, em não havendo pagamento do tributo, Fl. 565DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Acórdão n.º 1401003.316 S1C4T1 Fl. 561 11 o termo inicial para a contagem do prazo decadencial iniciase no primeiro dia do exercício/período seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido iniciado, exvi do disposto no inciso I, art. 173, do CTN. Retornam os autos a esta Turma para julgamento das demais razões de mérito. O Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte versava sobre dois pontos: (i) decadência; (ii) efeitos da postergação. Como a primeira alegação restou superada com a decisão proferida pela CSRF, nos cabe a análise do segundo argumento. Ressaltese, de pronto, que tal argumento foi acatado e o contribuinte teve o lançamento contra si julgado improcedente, referente à mesma matéria mas ao ano de 1996 (Acórdão 10516.114): A figura da postergação do imposto, como o próprio nome diz, ocorre quando o contribuinte, por qualquer procedimento contábil adotado, ou outro qualquer, posterga o pagamento do tributo, e está prevista no art. 219 do RIR/94 vigente à época. A Secretaria da Receita Federal, com o fulcro de uniformizar o procedimento a ser adotado quando, em ação fiscal, for encontrada essa situação contábil e para por fim as discussões acerca do modo de constituição de credito tributário em casos de postergação, editou o Parecer Normativo n° 02, de 28 de agosto de 1996, cujo as regras e procedimentos que são plenamente aplicáveis ao presente caso determinam que o tributo devido pela não Fl. 566DF CARF MF 12 utilização da trava compensase com o pago a maior em períodos subseqüentes, quando o montante do lucro real for suficiente para acobertar as compensações. Tal qual a posição adotada no Acórdão 10516.114, nosso entendimento dirigese no sentido de concordar com a recorrente. Ressaltamos, entretanto, que, no caso vertente, assim como em outras situações, inclusive nas que são disciplinadas pelo Parecer Normativo acima referenciado, a postergação é, apenas uma possibilidade, visto que sempre será possível ocorrer circunstâncias em que a redução indevida do lucro tributável em um período não revelará pagamento do imposto em período posterior. No caso ora em análise, contudo, o que se observa é que em razão da existência de lucros posteriores em montante superior à redução tida como indevida, o efeito fiscal está representado por mera postergação do pagamento do imposto. Cito abaixo o quadro utilizado como base para o acórdão acima citado, em que se constata que os lucros auferidos pela recorrente nos períodos subseqüentes àqueles em que foram promovidas compensações integrais de prejuízos fiscais são suficientes para absorver a parcela compensada indevidamente. Nesse mesmo sentido á a Súmula CARF 36. A diligência realizada em cumprimento à Resolução nº 1401000.493, confirmou a ocorrência da postergação do pagamento dos tributos, salvo nas hipóteses em que foi realizada imputação de multa. Ademais, em que pese existam divergências de posições quanto à imputação ou não da multa do cálculo da postergação, no caso concreto tal debate perde sentido na medida em que a Recorrente aderiu a programa especial de parcelamento que anistiou a referida multa. Fl. 567DF CARF MF Processo nº 19515.003680/200301 Acórdão n.º 1401003.316 S1C4T1 Fl. 562 13 Em síntese, a Recorrente compensou o lucro líquido ajustado com prejuízo fiscal acumulado em períodos anteriores integralmente, sem observar o limite legal de 30%. No entanto, a Recorrente aderiu à anistia da Medida Provisória n°38/2002 e para o cálculo do valor a pagar na anistia aplicou a postergação, vez que o imposto não pago do anocalendário 1997, em função da não observância da "trava de 30% na compensação de prejuízos", acabou sendo recolhido em períodos subsequentes, tendo em vista a apuração de lucro nos anoscalendário 2000 e 2001. Tal fato foi confirmado em diligência. Portanto, tendo em vista que a Recorrente procedeu espontaneamente, em períodobase posterior, ao pagamento dos tributos postergados, acato a tese do contribuinte e dou provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Daniel Ribeiro Silva Fl. 568DF CARF MF
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Numero do processo: 10909.900199/2008-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/06/2003 a 31/07/2003, 01/11/2003 a 31/12/2003
CONCOMITÂNCIA AÇÃO JUDICIAL E PROCESSO ADMINISTRATIVO COM O MESMO OBJETO EM DISCUSSÃO. PREVALÊNCIA DA ESFERA JUDICIAL SOBRE A ADMINISTRATIVA EM RESPEITO AO PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DAS DECISÕES JUDICIAIS. DESISTÊNCIA DA DISCUSSÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA.
A existência de ação judicial com o mesmo objeto da discussão na esfera administrativa pressupõe a sua concomitância, tendo como consequência a desistência da discussão na esfera administrativa, por respeito ao Princípio da Supremacia das Decisões Judiciais, estabelecendo a prevalência da esfera judicial sobre a esfera administrativa.
Diante desta concomitância aplica-se ao caso a Súmula CARF nº 1, a qual estabelece que importa renúncia ás instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Numero da decisão: 3301-006.022
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão da concomitância.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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PREVALÊNCIA DA ESFERA JUDICIAL SOBRE A ADMINISTRATIVA EM RESPEITO AO PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DAS DECISÕES JUDICIAIS. DESISTÊNCIA DA DISCUSSÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. A existência de ação judicial com o mesmo objeto da discussão na esfera administrativa pressupõe a sua concomitância, tendo como consequência a desistência da discussão na esfera administrativa, por respeito ao Princípio da Supremacia das Decisões Judiciais, estabelecendo a prevalência da esfera judicial sobre a esfera administrativa. Diante desta concomitância aplicase ao caso a Súmula CARF nº 1, a qual estabelece que importa renúncia ás instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão da concomitância. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira – Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 90 01 99 /2 00 8- 63 Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini. Relatório Tratase de processo formalizado para o tratamento do contencioso referente á Declaração de Compensação onde se pleiteia a compensação de pagamento indevido ou a maior de contribuição não cumulativa com débitos próprios. Em análise dos pedidos transmitidos, foi emitido Despacho Decisório que não reconheceu o pleito na forma requerida. Contra esta decisão a recorrente apresentou suas razões de irresignação, via Manifestação de Inconformidade, onde discorda do critério de imputação adotado pela unidade de origem. Alega que a autoridade fiscal partiu da equivocada e ilegal premissa de que, sendo o débito em questão vencido em data anterior e tendo sido efetivada a compensação via DCOMP apenas em período posterior, haveria a incidência de multa mora sobre a compensação. Entende que, em face do artigo 138 do Código Tributário Nacional – CTN, o adimplemento de um valor já vencido, antes da instauração de procedimento de ofício e antes da declaração em DCTF, torna inaplicável a imposição da multa de mora. Junta jurisprudência e doutrina que estariam a corroborar sua tese. Decidindo a matéria impugnada, a DRJ/FLORIANÓPOLIS exarou o Acórdão nº 0715.790, que não acolheu integralmente seu pleito. Inconformado com tal decisão, o requerente apresentou Recurso Voluntário, onde traz, como razões de defesa os mesmos fundamentos e argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade dirigida á DRJ, defendendo a tese de que, havendo a transmissão da DCOMP antes da entrega da DCTF, teria ocorrido o fenômeno da Denúncia Espontânea, portanto, a multa de mora não seria devida, pois não havendo mora, não há multa. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301006.011 de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10909.900178/200848, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 4 3 Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301006.011): "8. Em consulta ao eprocesso nº 10909.900105/2006 56, citado pela DRF/ITAJAÍ , encontramos, ás fls. 95/133, peças do MS nº 2008.72.08.0022084/SC, sendo que ás fls. 101/125 consta a petição inicial da ação judicial demandada e ás fls. 130/132 consta a sentença monocrática exarada pelo Juízo Federal da Seção Judiciária de Santa Catarina/ 2ª Vara Federal de Itajaí. 9. Da petição inicial extraímos os seguintes trechos ; A requerente é pessoa jurídica de direito privado, constituída nos termos e na forma da legislação comercial vigente e, consoante o que estabelece o Edital n° 005/2001, da Superintendência do Porto de Itajaí, "tem por objeto única e exclusivamente a administração e exploração do Terminal de Contêineres localizado dento da área Porto Organizado de Itajaí, compreendendo a movimentação e armazenagem de contêineres, cargas unitizadas e veículos", conforme art. 3 0 de seu Estatuto Social. Ocorre que a impetrante, no período compreendido entre janeiro de 2002 e junho de 2004, realizou diversos recolhimentos a maior/indevidamente, a titulo de PIS — códigos de arrecadação 8109 e 6912 e de COFINS — códigos de arrecadação 2172 c 5856. Os referidos pagamentos à maior/indevidos, realizados "em DARF", cuja comprovação foi reconhecida pelos próprios agentes fiscais do ente tributante, foram objeto de Despachos Decisórios que reconheceram a existência do direito creditário. Porém, com base em argumentação desprovida de fundamentação legal, a despeito de reconhecer o crédito (volume e origem), de reconhecer e tratarem de pagamentos à maior que o devido "em DARF" muito anterioreas aos vencimentos dos débitos compensados, tratou de propor a incidência de multa sob as compensações admitidas por terem sido objeto de regulares "Per/Dcomp" enviados via Internet para a Receita Federal do Brasil, em momento posterior ao vencimento dos débitos compensados. Primeiramente, assentemos que, com todo o respeito, com 'a devida vênia, é absurdo cogitar que, por exemplo, o valor da COFINS da competência jan/2002, recolhido à maior que o devido em 15/02/2002, que foi oferecido para a liquidação por compensação da competência 11/2002 de IRPJ, através da Per/Dcomp 30874.09986.231004.1.7.04 2853 em outubro de 2004, possa sofrer a imposição de "multa de mora" por que a "informação" ocorreu em 10/2004, cm relação a um débito vencido em 31/12/2002, Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 5 4 sendo que o ENTE TRIBUTANTE JÁ TEVE INGRESSADO O RECURSO A MAIOR EM SEUS COFRES, PARA SEU USO E PROVEITO DESDE 15/02/2002. Mora de quem? …………………………………………………. Além de serem constituídos duas vezes de oficio, os referidos débitos não poderiam ser lançados antes mesmo da própria formalização do Despacho Decisório que propôs sua existência !!! Qual seria a fundamentação legal e/ou motivação técnica pará a realização de tal procedimento mediúnico, onde o débito é constituído antes de ser formalizado? Nesse sentido, mister se faz a realização do detalhamento dos processos como segue (Doc 01): 1) PA 10909.900.181/200861 — 2) PA 10909.900.168/200811 — 3) PA 10909.900.174/200860 — 4) PA 10909.900.180/200817 — 5) PA 10909.900.176/200817 — 6) PA 10909.900.170/200881 — 7) PA 10909.900.1791200892 — 8) PA 10909.900.177/200801 — 9) PA 10909.900.123/200838 — 10) PA 10909.900.105/200856 —11) PA 10909.900.184/200803 — 12) PA 10909.900.140/2008 75 — 13) PA 10909.900.182/200814 — 14) PA 10909.900.165/200879 — 15) PA 10909.900.169/2008 57 16) PA 10909.900.183/200851 — 17) PA 10909.900.178/200851 — pagamento à maior de PIS nãocumulativo em 15/05/2003 — suposto valor devido de IRPJ (2362) — 08/2003 — vencido em 30/09/2003 original de R$ 13.535 13 e IRPJ (2362) — 09/2003 — vencido em 31/10/2003 original de R$ 1.877,32 — Total de R$ 15.412 45 ciente em 0S/05/2008 impugnado em 04/06/2008 Exigibilidade Suspensa Nova cobrança PA 10909.900.356/200831 — criado do nada em 04/04/2008 — não foi dado ciência ao contribuinte — lançado indevidamente na conta corrente do contribuinte como "Débito SIEÉ" o mesmo valor de IRPJ (2362) — 08/2003 — original de R$ 13.535,13 e, IRPJ (2362)] 09/2003 original de R$ 1.877 32 — Total de R$ 15.412 45. 18) PA 10909.900.145/200860 …………………………………………………………… …………………. IV. DO PEDIDO Demonstrado o direito líquido e certo da impetrante, e a possibilidade de sofrer violação desses direitos, requer: Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 6 5 • a) a concessão de liminar inaudita altera pars, • determinando a autoridade coatora, no caso o Delegado da Receita Federal em Itajai — SC, que se abstenha de promover qualquer procedimento, no sentido de promover a cobrança de valores cuja exigibilidade encontrase suspensa por impugnaçao administrativa em Manifestações de Inconformidade, ou de promover atos à inscrição de divida ativa da impetrante e mesmo a sua inscrição no CADIN, determinandose assim, a imediata emissão de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa de Débitos, vez que presentes os pressupostos delicados no art. 7° da Lei n° 1.533/51, até julgamento final do presente mandado; b) seja expedido oficio à autoridade coatora para que preste, no prazo de lei, as informações que entender cabíveis; • c) após prestadas as informações, seja ouvido o representante do Ministério Público; d) a concessão em definitivo da segurança pleiteada,reconhecendo a ilegitimidade do procedimento adotado pelo ente tribuntante para promover qualquer procedimento, no sentido de promover a cobrança de valores cuja exigibilidade encontrase suspensa por impugnação administrativa em Manifestações de Inconformidade, face às flagrantes ilegalidades sobejamente apontadas, que contrariam as prescrições legais aplicáveis a matéria. e) a concessão cm definitivo da segurança pleiteada, determinando o cancelamento dos lançamentos indevidamente administrativo pendente de julgamento, em atendimento a disposto no art. 151, III, do CTN. 12. Da sentença monocrática extraímos os trechos : Tratase de mandado de segurança postulando expedição de CND ou CPD/EN, além da declaração da impossibilidade de promoverse a cobrança de valores com exigibilidade suspensa por impugnação administrativa, bem como o cancelamento destes lançamentos fiscais. ………………………… A autoridade explicou que a impetrante teve créditos reconhecidos a seu favor, sendo que compensou estes créditos com débitos confessados (DCOMP). O sistema de processamento de dados aplicou automaticamente sistemática proporcional de quitação do débito, utilizando o crédito reconhecido para pagamento parcial do principal do débito, para pagamento parcial da multa moratória e pagamento parcial dos juros de mora. Assim, o valor do Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 7 6 débito remanescente especificado, em cada um dos 53 despachos decisórios da PER/COMP, é composto de parcela remanescente do principal, da multa de mora e dos juros de mora, que não foram quitados, impedindo a aplicação do art. 138 do CTN (denúncia espontânea). Aduziu que todos os lançamentos hostilizados no writ decorrem da compensação proporcional dos valores principal, multa e juros, sendo que os novos lançamentos representam apenas a diferença encontrada a favor do Fisco, recebendo estes créditos novos números de processo administrativo. Por fim, diz que a impetrante, quando do ajuizamento, tinha outros débitos, os quais foram quitados somente em 28/07/2008 – fis. 630/642. …………………………….. 3. Dispositivo Concedo a segurança, com base no art. 138 do CTN, para anular todos os despachos decisórios emitidos contra a impetrante (relacionados na inicial e nas informações) que incluam a multa de mora (ainda que parcial) no lançamento, em face da denúncia espontânea efetuada nos débitos confessados/declarados pela impetrante através de DCOMP. Ordeno que a autoridade coatora expeça CND ou CPD EN, salvo se por outros motivos deva ser negada, na forma do art. 151,1V, do CTN. Custas na forma da Lei. Sem honorários. Espécie sujeita ao reexame necessário. Itajaí, 12 de novembro de 2008. Antonio Fernando Schenkel do Amaral e Silva Juiz Federal 13. Em pesquisa no sítio do TRF4, encontramos as seguintes informações a respeito do MS 2008.72.08.002208 4/SC: APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº 2008.72.08.0022084/SC RELATORA: Des. Federal MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE APELANTE: UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) ADVOGADO: ProcuradoriaRegional da Fazenda Nacional Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 8 7 APELADO: TECONVI TERMINAL DE CONTEINERES DO VALE DO ITAJAÍ ADVOGADO: Jackeline Daros Abreu de Oliveira REMETENTE: JUÍZO FEDERAL DA 02ª VF e JEF PREVIDENCIÁRIO DE ITAJÁI EMENTA TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO. PRELIMINARES REJEITADAS. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURNÇA. INCOMPATIBILIDADE DAS RAZÕES DO APELO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ARTIGO 138, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. PRESENÇA DOS ELEMENTOS CARACTERIZADORES. O mandado de segurança visa proteger direito líquido e certo, assim considerado aquele que pode ser reconhecido só pela leitura da documentação anexada à inicial do mandado de segurança. No caso dos autos, as alegadas irregularidades foram sobejamente detalhadas pela impetrante na peça vestibular, com amparo na farta documentação que a acompanhou. O Juízo acolheu a pretensão da empresa com base na inobservância do instituto da denúncia espontânea e a consequente exclusão da multa de mora dos débitos cobrados pelo Fisco, tendo a ré dirigido sua inconformidade dentro de tais parâmetros, de modo que as razões do recurso mostramse compatíveis em face da decisão de primeiro grau. A dívida não foi paga no vencimento (incidindo juros de mora), mas a compensação (entendase pagamento) deu se no momento em que remetida a DCOMP ao órgão fazendário. Daí não ser cabível a multa de mora em virtude da denúncia espontânea, já que nenhum procedimento administrativo fora até então instaurado. "[...] 4. Todavia, conforme ressalvou o eminente Ministro Teori Albino Zavascki no julgamento do REsp 962.379/RS, a aplicação da Súmula 360 do STJ não é absoluta. Ainda que se trate de tributo sujeito a lançamento por homologação, se o crédito não foi previamente declarado pelo contribuinte, podese configurar a denúncia espontânea, desde que concorram as demais hipóteses do art. 138 do Código Tributário Nacional. [...]" (STJ, AGEDAG nº 1009777, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, DJE 19/02/2010) As diferenças de principal e de juros de mora, apontadas pela Fazenda Nacional como impeditivo da denúncia espontânea, decorrem da indevida inclusão da multa Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 9 8 moratória no montante do débito atualizado. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, em preliminar, rejeitar as teses de descabimento do mandado de segurança e de incompatibilidade das razões recursais e, no mérito, negar provimento ao apelo e à remessa oficial, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 26 de janeiro de 2011. Des. Federal MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE Relatora FASES MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2008.72.08.0022084 (SC) Data: 30/09/2010 Tipo: SUBSTABELECIMENTO Número: 10/1223191 Peticionante: APM TERMINALS ITAJAÍ S.A. Órgão atual: SCITA02 Status: Aguardando Juntada 29/03/2011 18:10 Remessa Externa Remessa Vara de origem GUIA NR.: 110042774 ORIGEM: EXPED DESTINO: 02a VF e JEF REVIDENCIÁRIO DE ITAJAÍ 29/03/2011 18:10 Recebimento 22/03/2011 15:05 Baixa Definitiva remetido a(o) GUIA NR.: 110038005 ORIGEM: ST1 DESTINO: EXPEDIÇÃO JUDICIÁRIA E ADMINISTRATIVA 22/03/2011 15:04 Trânsito em Julgado conforme certidão constante nos autos ……………………………….. 01/12/2010 19:00 Julgamento APÓS O VOTO DA DES. FEDERAL MARIA DE FÁTIMA FREITAS LABARRÈRE NO SENTIDO DE, EM PRELIMINAR, REJEITAR AS TESES DE DESCABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA E DE INCOMPATIBILIDADE DAS RAZÕES RECURSAIS E, NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO AO APELO E À REMESSA OFICIAL, PEDIU VISTA O DES. FEDERAL ALVARO EDUARDO JUNQUEIRA. AGUARDA A DES. FEDERAL LUCIANE AMARAL CORRÊA MÜNCH. 19/11/2010 13:50 Pauta de Julgamentos Inclusão pelo Relator DO DIA 01.12.2010 SEQ.: 009 Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 10 9 ……………………………….. 19/02/2009 18:40 Distribuição Ordinária por sorteio eletrônico – n. 54310 14. Verificase, no caso presente em exame, que as razões de recurso administrativo são idênticas ás causas de pedir da ação judicial impetrada pela recorrente. 15. As razões do recurso voluntário trazem á tona a questão do adimplemento da obrigação tributária principal, por compensação, antes de ser o valor da obrigação tributária principal declarado em DCTF, mesmo que em atraso o que, no entendimento da recorrente, afastaria a mora e, por consequência, multa de mora, por aplicação do instituto da denúncia espontânea, nos moldes do artigo 138 do Código Tributário Nacional. 16. A ação judicial demandada, no caso, mandado de segurança contra ato do Delegado da Receita Federal em Itajaí/SC, qual seja despacho decisório eletrônico que homologou parcialmente a compensação declarada na Declaração de Compensação – DCOMP, transmitida pelo sistema eletrônico PER/DCOMP, da Secretaria da Receita Federal, discute o mesmo tema, tendo tifo como resultado a sentença monocrática, confirmada em acórdão do TRF4, que teve como decisão a anulação do despacho decisório emitido. 17. Portanto, clara está a coincidência dos objetos dos pedidos, tanto na esfera administrativa, como na esfera judicial. 18. Desta forma, devese obediência ao Princípio Constitucional da Supremacia das Decisões Judiciais e da Prevalência da Esfera Judicial sobre a Administrativa, ambos insculpidos no Inciso XXXV do Artigo 5ª da Constituição Federal : Art.5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: ………………………………. XXXV a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. 19. Para tanto, este CARF emitiu a Súmula nº 1 Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10909.900199/200863 Acórdão n.º 3301006.022 S3C3T1 Fl. 11 10 órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Vinculante, conforme Portaria nº 227, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Conclusão 20. Assim, diante da coincidência de objetos entre as razões de recurso administrativo apresentado e a causa de pedir das ações judiciais impetradas, caracterizada está a concomitância entre elas e a consequente renúncia á esfera administrativa. 21. Portanto, em razão da matéria em julgamento por este CARF encontrarse contida na matéria submetida á análise do Poder Judiciário, é de se aplicar ao caso concreto em exame a Súmula CARF nº 1. 22. Quanto aos efeitos da concomitância, deixase de conhecer as alegações relativas á matéria objeto das ações judiciais, cabendo á Unidade Administrativa de origem (DRF/ITAJAÍ/SC) a verificação do atual andamento das ações judiciais e os efeitos das suas decisões sobre a matéria em questão, para seu cumprimento. Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por não conhecer do recurso voluntário em razão da concomitância. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 116DF CARF MF
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Numero do processo: 16592.723780/2017-33
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
OMISSÃO DE RENDIMENTOS.
Os rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva recebidos pelos contribuintes e seus dependentes indicados na declaração de ajuste devem ser espontaneamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual.
Na hipótese de apuração pelo Fisco de omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, cabe a adição do valor omitido à base de cálculo do imposto, com a multa de ofício ou ajuste do valor do IRPF a Restituir declarado.
Numero da decisão: 2002-001.050
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, somente no tocante à alegação de isenção por herança recebida em ação judicial, e no mérito, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Virgílio Cansino Gil (relator) e Thiago Duca Amoni que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e redatora designada.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Recorrente SUELI MARIA DOMINGUES PELLOSO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Os rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva recebidos pelos contribuintes e seus dependentes indicados na declaração de ajuste devem ser espontaneamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual. Na hipótese de apuração pelo Fisco de omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, cabe a adição do valor omitido à base de cálculo do imposto, com a multa de ofício ou ajuste do valor do IRPF a Restituir declarado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, somente no tocante à alegação de isenção por herança recebida em ação judicial, e no mérito, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Virgílio Cansino Gil (relator) e Thiago Duca Amoni que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e redatora designada. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 59 2. 72 37 80 /2 01 7- 33 Fl. 355DF CARF MF Processo nº 16592.723780/201733 Acórdão n.º 2002001.050 S2C0T2 Fl. 356 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 64/77) contra decisão de primeira instância (fls. 54/58), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da DRJ, que assim diz: Contra a contribuinte acima identificada, foi lavrada a Notificação Fiscal de lançamento de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, fls. 06/15, relativa ao anocalendário de 2012, exercício de 2013, que apurou imposto suplementar de R$ 19.435,09 a ser acrescido da multa de ofício e dos juros legais. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, foi constatada informação inexata em relação ao número de meses a que dizem respeito os rendimentos recebidos acumuladamente de R$ 73.424,11 das Indústrias Reunidas Alex Dermon, CNPJ nº 61.086.575/0001 63. Informa a autoridade fiscal que não foi apresentada documentação comprobatória dos rendimentos recebidos acumuladamente, sendo alterado o número de meses de 384 para 1. Cientificada do lançamento em 16/08/2017, fl. 41, apresentou a interessada a impugnação, de fls. 02/03, em 14/09/2017, requerendo prioridade de julgamento, em face do art. 69A da Lei 9.784/99, e afirmando que: O valor dos rendimentos acumulados de R$ 73.424,11, recebidos em 22/03/2012, tratase de uma indenização trabalhista que teve como origem ação trabalhista promovida pelo seu pai, Mário Domingos, falecido em 24/07/2002, contra as indústrias reunidas Alexandre Dermont Ltda em 1982. Em 2011, os advogados que representaram seu pai entraram com pedido junto à 11ª. Vara Cível do Foro Central, solicitando ao juízo habilitação incidente dos herdeiros Sueli Maria Domingues e Francisco Domingues para receber o crédito oriundo da referida ação trabalhista. O Juiz deferiu o pedido e habilitou os herdeiros legítimos para receberem o crédito. Como contribuinte, cometeu um equívoco e lançou em sua declaração do anocalendário 2012, na rubrica rendimentos acumulados, Fl. 356DF CARF MF Processo nº 16592.723780/201733 Acórdão n.º 2002001.050 S2C0T2 Fl. 357 3 quando na verdade se trata de rendimento isento e não tributável, uma vez que oriundo de herança. Inconformada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, alegando que: cometeu um erro formal no preenchimento da declaração do Imposto de Renda e que este erro não autoriza a cobrança do imposto suplementar quando inexiste o fato gerador; os valores recebidos se referem à herança, oriundos de ação trabalhista movida por seu genitor e independentemente de terem sido objeto ou não de sobrepartilha, não estão sujeitos à tributação do Imposto de Renda; o intervalo de meses entre 1983, quando apresentada a reclamação trabalhista e a data (23/12/2012) do recebimento dos valores (R$ 73.424,11), chega ao número aproximado de 370 meses, que se assimila ao número apontado de 382 meses; foi impossibilitada de fazer a retificação da Declaração, para corrigir o equívoco, pois no mesmo ano (2013), o Fisco Federal iniciou o procedimento de fiscalização; que as valores recebidos se referem à verbas indenizatórias, não sujeitas à incidência do Imposto de Renda Pessoa Física. É o relatório. Passo ao voto. Voto Vencido Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. A contribuinte foi notificada em 23/05/2018 (fl. 61); Recurso Voluntário protocolado em 05/06/2018 (fl. 64), assinado por procurador legalmente constituído (fl. 79). Responde a contribuinte nestes autos, pela seguinte infração: a) Número de meses relativo a Rendimentos Recebidos Acumuladamente indevidamente declarado – Tributação Exclusiva. Relata o Sr. AFRF, que: “Da análise das informações e documentos apresentados pelo contribuinte, e/ou das informações constantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, constatouse a informação inexata de número de meses referentes a rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente, pelo titular e/ou dependentes”. E complementa: “Contribuinte não comprovou o número de meses informado, 384”. A r. decisão, manteve o imposto apurado, entendendo que: “Uma vez que a interessada não trouxe provas aos autos para comprovar o número de meses por ela declarado na ficha própria de tributação exclusiva dos rendimentos recebidos acumuladamente, cujo fundamento é o art. 12A, da Lei nº 7.713/1988, incluído pela Lei nº 12.350/2010, não há como se proceder a qualquer alteração do lançamento fiscal”.. Fl. 357DF CARF MF Processo nº 16592.723780/201733 Acórdão n.º 2002001.050 S2C0T2 Fl. 358 4 Irresignada, a contribuinte maneja recurso próprio juntando documentos. Em sua peça de resistência, a recorrente alega em seu inconformismo as seguintes razões: a) Ter demonstrado que o valor recebido se refere à indenização trabalhista recebida que teve como origem ação trabalhista movida por seu pai (Sr. Mário Domingues), contra a empresa Indústrias Reunidas Alex Dermon, 1982, que posteriormente teve falência decretada. b) Que foi requerido junto ao Juízo da 11ª Vara Cível do Foro Central, a habilitação do crédito na massa falida que seria recebido pelos herdeiros, a recorrente e seu irmão em virtude do falecimento do de cujus, o que ficou deferido. c) Que a recorrente ao declarar o IRPF relativo ao ano calendário 2012, cometeu o equívoco de lançar o valor recebido na rubrica “rendimentos acumulados”, quando em verdade seria “rendimento isento e não tributável”, pois oriundo de herança. d) que aos valores recebidos, não estão sujeitos a incidência do IR porque tem natureza indenizatória. Quanto a este argumento, cuidase de inovação recursal, eis que na impugnação nada foi dito a este respeito, portanto, o conhecimento é parcial. Por primeiro saliento que todos os documentos necessários para o julgamento se encontram nos autos. São sinceras as razões da recorrente, senão vejamos: a) quem advoga na área trabalhista, sabe que quando o processo está em fase de execução, e tendo a reclamada falido, o Juiz do Trabalho envia os autos para a justiça comum, eis que a mesma é o juízo universal. b) diz a r. decisão de origem que: “considerando que a contribuinte se habilitou diretamente nos autos da ação judicial em que seu pai figurou como reclamante, responde pelos tributos devidos na forma da legislação”, que foi reproduzida no voto. c) não é porque a recorrente se habilitou nos autos da ação trabalhista, a mesma tenha lá recebido; e sim muito pelo contrário ela recebeu as verbas na justiça comum. d) importante salientar que o fato gerador da obrigação tributária poderá ser qualquer fato jurídico ou o conjunto de fatos e pode decorrer de ato jurídico. e) é inequívoco que as verbas recebidas nesta ação, fazem parte da herança recebida pela recorrente, portanto fora da tributação. f) como também é inequívoco que a recorrente cometeu um erro de fato ao fazer a sua declaração de imposto de renda. Nesta quadra de entendimento razão assiste à recorrente. Fl. 358DF CARF MF Processo nº 16592.723780/201733 Acórdão n.º 2002001.050 S2C0T2 Fl. 359 5 Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço parcialmente do Recurso Voluntário, e no mérito dáse provimento, para excluir da base de cálculo os rendimentos acumulados informados pela contribuinte. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 359DF CARF MF Processo nº 16592.723780/201733 Acórdão n.º 2002001.050 S2C0T2 Fl. 360 6 Voto Vencedor Conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Redatora designada Com a devida vênia, divirjo do relator quanto ao reconhecimento da isenção para os rendimentos recebidos pela recorrente. Entendo que não há reparos a se fazer à decisão de piso, a qual adoto. Como apontado, o valor decorrente de ação judicial foi recebido diretamente pelos herdeiros, em seus nomes e por meio de precatório. Para que prosperasse a alegação da recorrente, de isenção por herança, os rendimentos teriam que ter constado de inventário ou de sobrepartilha, quando então seriam tributados, em sendo o caso, para, no momento seguinte, serem transferidos aos herdeiros como isentos. Não é essa a situação que se vislumbra nos autos. Os herdeiros receberam os valores diretamente, caracterizando a ocorrência do fato gerador do imposto de renda. Pelo exposto, é de se negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 360DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11030.002114/2007-38
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
IPI RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO PIS-PASEP E COFINS. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO.
A norma jurídica instituidora do benefício fiscal atribui ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir “receita de exportação” e para o período pleiteado a receita deve corresponder a venda para o exterior de produtos industrializados, conforme fato gerador do IPI, não sendo
confundidos com produtos “NT” que se encontram apenas fora do campo abrangido pela tributação do imposto.
“IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada refere-se a “valor total” e não prevê qualquer exclusão.
As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97).
Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
Numero da decisão: 3101-000.790
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) afastar o impedimento ao uso do benefício em face da saída de produtos NT; 2) desconsiderar a vedação de se incluir na base de cálculo do crédito presumido as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas ou de cooperativas; e 3) determinar o retorno dos autos ao órgão julgador de primeira instância para apreciar as demais questões de mérito. Vencidos os conselheiros Corintho Oliveira Machado e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: Valdete Aparecida Marinheiro
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E EXPORTAÇÃO LTDA Recorrida DRJ PORTO ALEGRE/RS “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 IPI RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO PISPASEP E COFINS. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO. A norma jurídica instituidora do benefício fiscal atribui ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir “receita de exportação” e para o período pleiteado a receita deve corresponder a venda para o exterior de produtos industrializados, conforme fato gerador do IPI, não sendo confundidos com produtos “NT” que se encontram apenas fora do campo abrangido pela tributação do imposto. “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada refere se a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 24/01/2012 por MARIA FRANCISCA MEDEIROS DE AQUINO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11 /11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002114/200738 Acórdão n.º 310100790 S3C1T1 Fl. 2 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) afastar o impedimento ao uso do benefício em face da saída de produtos NT; 2) desconsiderar a vedação de se incluir na base de cálculo do crédito presumido as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas ou de cooperativas; e 3) determinar o retorno dos autos ao órgão julgador de primeira instância para apreciar as demais questões de mérito. Vencidos os conselheiros Corintho Oliveira Machado e Henrique Pinheiro Torres. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Tarásio Campelo Borges e Vanessa Albuquerque Valente. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Luiz Roberto Domingo. . Relatório Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 88 a 89 dos autos emanados da decisão DRJ/POA, por meio do voto do relator Carlos Alberto Donassolo, nos seguintes termos: “O estabelecimento acima qualificado formalizou pedido de ressarcimento do crédito presumido do IPI (CP), instituído pela Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, para se ressarcir das contribuições da Cofins e do PIS/PASEP, incidentes sobre as aquisições , no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, empregados na fabricação de produtos exportados durante o período de 01/04/2007 a 30/06/2007, no valor de R$ 27.335,48, conforme pedido de ressarcimento PER/DCOMP, de fls. 02 e 03. 1.1 A verificação prévia do pedido foi feita pela fiscalização que, de acordo com o Termo de Verificação Fiscal, de fls. 11 e 12, concluiu que o requerente não teria direito ao ressarcimento pleiteado, em razão de que as exportações efetuadas pelo requerente são referentes a produtos classificados no código 7103.10.00 da TIPI, com a notação NT (não tributável) e, portanto, ditos produtos se encontram fora do campo de incidência do IPI, desatendendo a condição para a fruição do benefício fiscal, prevista no art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996, ou seja, de que o produto deve ser industrializado sujeito à incidência desse imposto. Não bastasse isso, prossegue o agente fiscal, a maior parte das matériasprima adquiridas são provenientes de pessoas físicas, que não sofreram o gravame das contribuições para o Fl. 2DF CARF MF Impresso em 24/01/2012 por MARIA FRANCISCA MEDEIROS DE AQUINO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11 /11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002114/200738 Acórdão n.º 310100790 S3C1T1 Fl. 3 3 PIS/PASEP e Cofins a que o benefício fiscal visa ressarcir e, dessa forma, essas aquisições também não dariam direito ao crédito presumido. 1.2 O Delegado da DRF/Passo Fundo, acolhendo a proposição da Fiscalização, indeferiu integralmente o pedido de ressarcimento, conforme teor do Despacho Decisório, de fls. 14. 2 Regularmente intimado do Despacho Decisório referido, mas discordando daquele entendimento, o requerente apresentou a manifestação de inconformidade, de fls. 19 a 34, alegando, em síntese, o que segue: a) que realiza uma operação de beneficiamento da pedra denominada “ametista”, caracterizada como sendo uma operação típica de industrialização, uma vez que a matéria prima adquirida (ametista) passa por todo um processo de tratamento/acabamento antes de ser comercializada, operação essa caracterizada como sendo de industrialização pelo Regulamento do IPI; b) que no caso da não admissão na base de cálculo das aquisições de insumos de pessoas físicas houve ofensa ao princípio da legalidade estrita, previsto no art. 150, I, da Constituição Federal/88, de forma que a fiscalização não poderia impor restrições na composição do cálculo com base em atos infralegais, posto que tanto o conceito insculpido na Lei nº 9.363, de 1996 quanto na Lei nº 10.276, de 10 de setembro de 2001, estendem o benefício para toda a cadeia produtiva e não somente para a última etapa desta. Transcreve jurisprudência administrativa em apoio à sua tese; 2.1. Finaliza, requerendo a procedência de sua manifestação de inconformidade para que seja reformado o Despacho Decisório e que se defira integralmente o crédito presumido do IPI pleiteado, acrescido de juros pela taxa Selic, desde a protocolização do pedido.” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 1015.461 de fls. 88 traz a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. Inexiste direito ao crédito presumido do IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT (nãotributado). IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. Não se incluem na base de cálculo do benefício as aquisições de matérias primas de pessoas físicas, por não terem sofrido a incidência das contribuições para o PIS/PASEP e a Cofins. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 24/01/2012 por MARIA FRANCISCA MEDEIROS DE AQUINO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11 /11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002114/200738 Acórdão n.º 310100790 S3C1T1 Fl. 4 4 ABONO DE JUROS SELIC. DESCABIMENTO. Por falta de previsão legal, é incabível o abono de correção monetária e de juros Selic, aos ressarcimentos de créditos do IPI. Solicitação Indeferida “ Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF (fls.97 a 113) onde faz as mesmas alegações antes apresentadas e finalmente requer: a) a reforma do acórdão recorrido, com escopo de que seja declarado o direito integral pleiteado, relativo ao crédito presumido do IPI; b) acrescido da respectiva correção monetária e, por conseguinte, homologada a compensação tributária levada a cabo pela Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. Inicialmente, cabe destacar que o motivo principal de controvérsia no presente processo se deve ao fato da fiscalização ter considerado que os produtos exportados pelo interessado estariam classificados na TIPI com a notação “NT” (nãotributado), ou seja, são produtos que não são considerados industrializados pela legislação do IPI e, portanto, sem direito ao crédito presumido do IPI. Nesse sentido, a decisão recorrida, analisou a classificação fiscal dos produtos exportados e concluiu “... que se tratam de produtos que se encontram fora do campo de incidência do IPI, ou seja, indicação típica de produtos que não são considerados industrializados pela legislação do IPI e, por essa razão, sem direito ao crédito presumido do IPI pela legislação que trata do benefício fiscal”. Assim, não obstante, demais considerações é importante lembrar que o IPI é um imposto seletivo em virtude da essencialidade do produto, e não cumulativo conforme artigo 153 § 3º da CF/88, logo, por imposição constitucional, o IPI deve ser seletivo, não cumulativo e não poderá incidir sobre produtos industrializados, destinados ao exterior. Esses são os limites mínimos a serem respeitados pelo legislador infraconstitucional. Verificase na TIPI, que inumeros produtos ficaram sem tributação, outros tantos, reduzidos à alíquota zero, outros, ainda, tiveram isenções decretadas por leis específicas. No caso concreto, como o produto exportado está na TIPI como produto não tributado, significa que o objeto encontrase fora do campo abrangido pela tributação, isto é, é o fato de não estar contemplado na norma jurídica definidora do fato gerador da obrigação Fl. 4DF CARF MF Impresso em 24/01/2012 por MARIA FRANCISCA MEDEIROS DE AQUINO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11 /11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002114/200738 Acórdão n.º 310100790 S3C1T1 Fl. 5 5 tributária. Acontece que o fato gerador do IPI é a industrialização e a lei definiu o que seja produto industrializado (artigo 46 do CTN e art. 3º da Lei nº 4.502/64). Assim, uma tabela aprovada por mero decreto ao promover enumeração de produtos não tributados, motivados tãosomente pelo caráter da seletização gradual do imposto, não pode implicar em alteração do fato gerador, a ponto de excluir os produtos não tributados do rol de produtos industrializados, abrangidos pela definição do fato gerador do IPI. Logo, produto classificado na TIPI como NT, não significa necessáriamente tratarse de produto não industrializado. Portanto, o relevante é que a Recorrente tenha exportado produtos industrializados, ainda que esses produtos estejam classificados na TIPI como NT, nada considerável, também, que seus insumos sejam classificados como NT, pois, não estamos tratando de créditos normais de IPI, mas um crédito pressumido, uma ficção, onde as bases para sua apuração estão contempladas pela Lei 9.363/96. Também, a Recorrente pretende ver incluído no seu pedido de ressarcimento crédito referente a aquisições de pessoas físicas e cooperativa e nesse sentido discordando da decisão recorrida, corroboro com o entendimento exposto pelo nosso Presidente Dr. Henrique Pinheiros Torres no Recurso nº 201116199 da CSRF – 2º Turma nos seguintes termos: “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada referese a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam.” Diante do todo o exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO VOLUNTÁRIO determinando afastar a exclusão na receita bruta de exportação, os produtos exportados pela Recorrente, ainda que classificados como NT na TIPI, por estar afastados do campo de tributação, mas, não afastados do fato gerador do IPI; afastar a glosa dos créditos referentes a aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem de pessoa físicas e cooperativas e determinar o retorno do processo ao órgão julgador de primeira instância para análise dos demais pressupostos a garantir o crédito pleiteado. É como voto Relatora Valdete Aparecida Marinheiro Fl. 5DF CARF MF Impresso em 24/01/2012 por MARIA FRANCISCA MEDEIROS DE AQUINO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11 /11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002114/200738 Acórdão n.º 310100790 S3C1T1 Fl. 6 6 Fl. 6DF CARF MF Impresso em 24/01/2012 por MARIA FRANCISCA MEDEIROS DE AQUINO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11 /11/2011 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 11/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 13935.000082/2007-78
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. RECÁLCULO. POSSIBILIDADE.
Deve ser aplicado o regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, no que se refere aos rendimentos recebidos acumuladamente, diante do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, conforme decidido em sede de recurso repetitivo pelo Supremo Tribunal Federal.
Numero da decisão: 9202-007.733
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes, que lhe deram provimento.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. RECÁLCULO. POSSIBILIDADE. Deve ser aplicado o regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, no que se refere aos rendimentos recebidos acumuladamente, diante do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, conforme decidido em sede de recurso repetitivo pelo Supremo Tribunal Federal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes, que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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REGIME DE COMPETÊNCIA. RECÁLCULO. POSSIBILIDADE. Deve ser aplicado o regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, no que se refere aos rendimentos recebidos acumuladamente, diante do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, conforme decidido em sede de recurso repetitivo pelo Supremo Tribunal Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes, que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 93 5. 00 00 82 /2 00 7- 78 Fl. 612DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Contribuinte contra o Acórdão n.º 2201002.394 proferido pela 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, em 13 de maio 2014, no qual restou consignada a seguinte ementa, fls. 152: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. FALTA DE DESCRIÇÃO DOS FATOS E DA INFRAÇÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. VIOLAÇÃO NÃO PROVADA É improcedente o pleito de nulidade por cerceamento do direito de defesa por falta de descrição da infração cometida, quando, no Termo de Verificação, o autuante descreve que os lançamentos foram baseados em omissão de receitas, que restaram caracterizadas pelas informações prestadas pela fonte pagadora, e o contribuinte revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas, uma a uma, de forma meticulosa, mediante extensa e substanciosa impugnação, abrangendo não só outras questões preliminares como também razões de mérito. OMISSÃO. RENDIMENTOS. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TABELA MENSAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO RICARF. O imposto de renda incidente sobre os rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente deve ser calculado com base nas tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, conforme dispõe o Recurso Especial nº 1.118.429/SP, julgado na forma do art. 543C do CPC. Aplicação do art. 62A do RICARF (Portaria nº 256/2009). IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. FALTA DE RETENÇÃO. APÓS O PERÍODO DE ENTREGA DA DECLARAÇÃO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DO CONTRIBUINTE. MATÉRIA SUMULADA Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não Fl. 613DF CARF MF Processo nº 13935.000082/200778 Acórdão n.º 9202007.733 CSRFT2 Fl. 3 3 tenha procedido à respectiva retenção. (Súmula CARF nº 12). Foram opostos embargos de declaração contra a decisão mencionada, mas foram, monocraticamente, rejeitados, fls. 457. Quanto ao referido recurso especial, fls. 470 a 561, houve sua admissão, por meio do Despacho de fls. 566 a 586, para rediscutir a matéria no tocante à tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente (regime de caixa versus regime de competência). Em seu recurso, aduz a Contribuinte, em síntese: a) a nulidade do lançamento, em razão da decisão proferida pelo STF a respeito da inconstitucionalidade do artigo 12 da Lei 7.713/88; b) a necessidade de dedução integral dos honorários advocatícios pagos pelo recorrente no ano de 2002; c) o afastamento da multa de ofício aplicada ao lançamento; d) restabelecimento integral do imposto de renda retido na finte, reduzido pela fiscalização. Intimada, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, fls, 603 e seguintes: a) temos que não se justifica a derrubada integral do auto de infração, mas, que seja recalculado o valor do imposto, tomandose como base o decidido em sede de recurso repetitivo e recentemente pelo Excelso Pretório; b) temos que o contribuinte se defende dos fatos, tendo entendido perfeitamente a acusação que lhe foi dirigida pela Fiscalização; c) deve ser reformado o v. acórdão recorrido, para que seja o cálculo do imposto de renda incidente sobre os rendimentos recebidos acumuladamente apurado mensalmente, em correlação aos parâmetros fixados na tabela progressiva do imposto de renda vigente à época dos respectivos fatos geradores. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Conheço do recurso, pois se encontra tempestivo e presentes os requisitos de admissibilidade. Fl. 614DF CARF MF 4 Consoante narrado, a controvérsia suscitada tem como objeto a discussão acerca da manutenção do lançamento referente à omissão de rendimentos recebidos acumuladamente, em decorrência do regime contábil aplicado ao lançamento, que teve reconhecida sua inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 614.406/RS, o qual foi submetido à sistemática da repercussão geral prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil. Muito se discute, neste Colegiado, sobre os efeitos da decisão proferida no mencionado RE, que tratou da aplicação do regime de cobrança do imposto de renda incidente "sobre as verbas recebidas, de forma acumulada, em ação judicial", se regime de caixa, previsto no art. 12 da Lei 7.713/88 ou de competência (posteriormente positivado pelo art. 12 A do mesmo diploma legal). Com o reconhecimento da inconstitucionalidade parcial sem redução de texto do art. 12 da Lei 7.713/88, o que determinou a orientação para aplicação do regime de competência, para alguns Conselheiros, os lançamentos relativos aos períodos anteriores à MP 497/2010, que alterou a redação do art. 12A da Lei 7.713/88, devem ser desconstituídos em sua integralidade, pois eivado de vício material, em razão da utilização de critério jurídico equivocado (regime de caixa, quando deveria ser regime de competência). Por outro lado, há entendimento diverso no sentido da manutenção parcial do lançamento com a adequação do lançamento ao regime de competência, pois não há que se falar em vício, mas sim em procedência parcial do lançamento. Compulsandose o RE 614.406, temse que a inconstitucionalidade reconhecida foi parcial e sem redução de texto, em uma interpretação conforme a constituição, como se extrai do trecho abaixo da ementa do Acórdão do TRF4: 3. Afastado o regime de caixa, no caso concreto, situação excepcional a justificar a adoção da técnica de declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto ou interpretação conforme a constituição, diante da presunção de legitimidade e constitucionalidade dos atos emanados do Poder Legislativo e porque casos símeis a este não possuem espectro de abrangência universal. (...). Segundo ensina Pedro Lenza, o STF pode determinar que a mácula da inconstitucionalidade reside em determinada aplicação da lei, ou em dado sentido interpretativo. Neste último caso, o STF indica qual seria a interpretação conforme, pela qual não se configura a inconstitucionalidade. Cabe destacar que não foi declarada a inconstitucionalidade do artigo de lei, razão pela qual não se poderia considerar a nulidade do dispositivo, mas sim a aplicação de uma interpretação conforme, o que afasta a existência de tal nulidade. Corroborando o exposto, cabe mencionar o art. 97 da CF que estabelece a cláusula de reserva de plenário, de modo que "somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público". Destacase a existência de mitigação da mencionada cláusula, dentre outras, quando o Tribunal utilizar a técnica de interpretação conforme a Constituição, pois não haverá declaração de inconstitucionalidade propriamente dita. Fl. 615DF CARF MF Processo nº 13935.000082/200778 Acórdão n.º 9202007.733 CSRFT2 Fl. 4 5 Portanto, restou decidida, na ocasião do julgamento do RE em comento, a aplicação do regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, diante exercício do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, sendo mantida a exação, naquele caso, em razão da interpretação atribuída. Ademais, não se vislumbra a existência de prejuízo ao contribuinte, tendo em vista que o recálculo a ser aplicado se mostra mais benéfico que o originário, motivo pelo qual deve ser reformada a decisão recorrida. Assim, entendo inexistente vício insanável apto a macular o lançamento, sendo imperiosa apenas a aplicação do regime de competência, a fim de atender a interpretação conforme a constituição decorrente da análise do RE 614.406. Assim, voto por conhecer do Recurso Especial do Contribuinte para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Fl. 616DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.901268/2015-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE APRESENTADA TEMPESTIVAMENTE, POR VIA POSTAL, DEVIDAMENTE RECEPCIONADA NOS AUTOS. DEVER DA ADMINISTRAÇÃO DE JULGAR SEU MÉRITO.
Em caso de ser apresentada manifestação de inconformidade, de forma tempestiva e regular, por via postal, devidamente recepcionada pela unidade da Administração Tributária, é dever da Administração apreciar suas razões e seu mérito, emitindo decisão fundamentada.
Numero da decisão: 3301-005.975
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, .por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para anular a decisão da DRJ e a realização de um novo julgamento enfrentando o mérito.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2009 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE APRESENTADA TEMPESTIVAMENTE, POR VIA POSTAL, DEVIDAMENTE RECEPCIONADA NOS AUTOS. DEVER DA ADMINISTRAÇÃO DE JULGAR SEU MÉRITO. Em caso de ser apresentada manifestação de inconformidade, de forma tempestiva e regular, por via postal, devidamente recepcionada pela unidade da Administração Tributária, é dever da Administração apreciar suas razões e seu mérito, emitindo decisão fundamentada.
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DEVER DA ADMINISTRAÇÃO DE JULGAR SEU MÉRITO. Em caso de ser apresentada manifestação de inconformidade, de forma tempestiva e regular, por via postal, devidamente recepcionada pela unidade da Administração Tributária, é dever da Administração apreciar suas razões e seu mérito, emitindo decisão fundamentada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, .por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para anular a decisão da DRJ e a realização de um novo julgamento enfrentando o mérito. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 90 12 68 /2 01 5- 73 Fl. 304DF CARF MF Processo nº 10640.901268/201573 Acórdão n.º 3301005.975 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratam estes autos de análise de Pedido Eletrônico de Ressarcimento – PER, de créditos de COFINS, cujo pleito não foi integralmente reconhecido, consoante Despacho Decisório carreado aos autos. A requerente foi cientificada do Despacho Decisório, e apresentou manifestação de inconformidade, via postal. Em função de tal apresentação de manifestação da requerente, por via postal, a Agência da Receita Federal em Cataguases/MG enviou Ofício, ao requerente, onde se comunicava que : 2. Cumpre esclarecer que a Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013 em seu artigo 2º, §1º, com redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.629/2016, estabelece que “as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, a entrega de documentos será realizada obrigatoriamente no formato digital”. A citada Instrução Normativa estabelece ainda as peculiaridades e procedimentos necessários para se efetivar a apresentação das manifestações de inconformidade em cada processo digital. 3. Diante do exposto, tendo em vista que a apresentação de documentação pelos correios foi realizada em desacordo com o que determina a Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013, não será dado conhecimento aos protocolos apresentados e os Despachos Decisórios exarados em cada processo serão considerados como não questionados. 4. Por último cumpre esclarecer que a empresa pode, ainda que intempestivamente, fazer a apresentação dos questionamentos digitalmente na forma da Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013. Em caso de discordância quanto à intempestividade, a empresa pode fazer as alegações preliminares que entender cabíveis. A requerente teve ciência deste Ofício, por acesso á sua caixa postal eletrônica,. Em resposta, a requerente apresentou sua Manifestação de Inconformidade por via eletrônica, acompanhada de Declaração de Tempestividade, nos seguintes termos: ' o contribuinte acima identificado vem solicitar a recepção pela Receita Federal da Manifestação de Inconformidade na forma digital (...), uma vez que a mesma fora encaminhada fisicamente pelos correios, tempestivamente, em face da autorização que consta no Ato Declaratório Normativo COSIT nº 19/1997. Desta forma, ciente que apresentou sua irresignação tempestivamente, e considerando que eventual vício de forma não pode mitigar seu direito constitucional de petição e de ampla defesa, direito material, mormente ao considerarmos o princípio do formalismo moderado que rege o processo administrativo fiscal, roga pela recepção e regular processamento da Manifestação de Inconformidade em epígrafe.” Diante destes documentos, a Agência da Receita Federal em Cataguases/MG encaminhou os autos á DRJ/FUIZ DE FORA com o seguinte despacho : “O contribuinte inicialmente apresentou Manifestação de Inconformidade pelos correios dentro do prazo legal porém Fl. 305DF CARF MF Processo nº 10640.901268/201573 Acórdão n.º 3301005.975 S3C3T1 Fl. 4 3 em desacordo com o que determina a IN 1.412/2013. Em seguida a empresa foi instada a apresentar o questionamento da forma como é determinada a legislação, o que ocorreu intempestivamente. Em seu protocolo porém a empresa alega preliminarmente a tempestividade da Manifestação de Inconformidade. Diante do exposto encaminho o presente processo à SECOJ/DRJ/JFA/MG para apreciação das preliminares, e julgamento se for o caso.” A DRJ/JUIZ DE FORA exarou o Acórdão de nº 09064.382, que julgou intempestiva a manifestação de inconformidade apresentada, mantendo o entendimento da unidade de origem. Irresignado, o requerente apresentou recurso voluntário, dirigido a este CARF, onde, em síntese, contesta a declarada intempestividade da manifestação de inconformidade, alegando : a Recorrente não pode concordar com o acórdão recorrido, o qual não conheceu da Manifestação de Inconformidade por entender ter sido a mesma apresentada intempestivamente. A autoridade preparadora, que detém competência legal para a instrução do processo, por sua vez acolheu a juntada digital dos documentos e enviou os autos para a Delegacia de Julgamento. entende a Recorrente que a tempestividade de sua Manifestação de Inconformidade é evidente, principalmente por conta das peculiaridades acerca da intimação que recebeu – sem instruções alguma sobre apresentação “eletrônica” da mesma confia e espera a Recorrente, lastreada na proficiência dos membros deste I. Órgão Judicante, na anulação da decisão que não conheceu de impugnação regularmente interposta, com a expressa determinação para que a Delegacia de Julgamento profira decisão de mérito sobre a irresignação tempestivamente ofertada, É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.974, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10640.901267/201529, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.974): "13 A questão central destes autos está centrada na tempestividade ou não da manifestação de inconformidade Fl. 306DF CARF MF Processo nº 10640.901268/201573 Acórdão n.º 3301005.975 S3C3T1 Fl. 5 4 apresentada, que restou não conhecida pela decisão de piso. 14. Entretanto, a principal questão a ser enfrentada é a recepção de documento não entregue por meio digital, carreado aos autos como documento válido, pois que no momento de sua inclusão nos autos, devidamente numerado, tornouse documento devidamente recepcionado pela Administração Tributária. 15. O próprio julgador da DRJ enfrentou o problema ao afirmar “ Registro, de plano, que reputo correta a informação contida no ofício expedido pelo titular da ARF Cataguases quando vem dizendo que "tendo em vista que a apresentação de documentação pelos correios foi realizada em desacordo com o que determina a Instrução Normativa RFB nº 1.412/2013, não será dado conhecimento aos protocolos apresentados e os Despachos Decisórios exarados em cada processo serão considerados como não questionados". Diante desse quadro, devo registrar que a ação, do mesmo servidor, de juntar ao processo os documentos dos quais informara que não tomaria conhecimento colide frontalmente com o disposto no diploma regulador e com a própria conclusão estampada no ofício. Ora, não se junta ao processo documento do qual não se toma conhecimento, devolvese o documento ao remetente para que este tome a atitude que entender mais adequada ao resguardo do seu direito. Temos então os seguintes fatos: a ciência do Despacho Decisório se deu em 22/06/2016; a postagem da Manifestação de Inconformidade se deu em 22/07/2016 e a apresentação, da mesma peça de defesa, na forma preconizada pela Instrução Normativa RFB n° 1.412/2013 se deu em 17/11/2016. Lembrando que esta última somente foi apresentada após a recepção do ofício expedido pelo titular da Agência da RFB em Cataguases, fato que nos permite concluir que o procurador da requerente ignorava a regra que estabelecia que a apresentação da manifestação de inconformidade deveria ser por meio eletrônico (digital). “ 12. Correto o julgador ao afirmar que não se junta ao processo documento do qual n~çao se toma conhecimento, devolvese o documento ao remetente para que este tome a titude que entender mais adequada ao resguardo do seu direito. 13. Entretanto, a contrario sensu, o documento foi efetivamente recepcionado e consta presente nos autos, e mais, foi entregue, mesmo que por via postal, tempestivamente, o que garante ao requerente que o documento seja analisado in totum. Fl. 307DF CARF MF Processo nº 10640.901268/201573 Acórdão n.º 3301005.975 S3C3T1 Fl. 6 5 14. Verificase, também, que, após a ciência do ofício emitido pela Agência da Receita Federal, a impugnante apresentou o mesmo documento, e seira claramente intempestivo, pois o ofício que comunicou a não aceitação da manifestação de inconformidade foi enviado após o transcurso de prazo legal para a apresentação da citada manifestação. 15. Desta forma, temos que o impugnante teve conhecimento do Despacho Decisório em 04/07/2016, apresentou manifestação de inconformidade em 03/08/2016, portanto tempestivamente, recebeu um ofício da Administração Tributária em 13/10/2016, comunicando lhe que não seria aceita sua manifestação de inconformidade pois que não entregue em meio digital, contrariando regra normativa em vigor e que poderia ser providenciada a apresentação, mesmo que intempestivamente, da manifestação de inconformidade, de forma digital de acordo com o ato normativo. Foi o que a impugnante fez. Apresentou sua manifestação de inconformidade, de forma digital, em 16/11/2016, intempestivamente, que não foi conhecida pela Delegacia de Julgamento, pelo mesmo motivo, intempestividade 16. Diante destes fatos, entendemos que dois fatos são extremamente relevantes para o deslinde da questão : um a juntada aos autos de documento que declaradamente foi considerado não recepcionado, dois a informação dada ao impugnante, de que poderia ser apresentada mesmo que intempestivamente a manifestação de inconformidade. 17. Estes dois fatos analisados conjuntamente trazem a convicção de que houve ferimento ao Princípio Constitucional do Contraditório e da Ampla Defesa, insculpido no inciso LV da Constituição Federal de 1988, que estabelece ; LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 18. O princípio do contraditório é inerente ao direito de defesa, é decorrente da bilateralidade do processo: quando uma das partes alega alguma coisa, há que ser ouvida a outra, dandolhe oportunidade de resposta. 19. Eivada, portanto, de nulidade a decisão de piso, pois que feriu o direito de defesa do impugnante ao não conhecer da manifestação de inconformidade, constante dos autos, devidamente recepcionada tempestivamente, Fl. 308DF CARF MF Processo nº 10640.901268/201573 Acórdão n.º 3301005.975 S3C3T1 Fl. 7 6 incidindo no disposto no inciso II do artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972. Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. 19. Portanto, diante de todo o exposto, entendemos que deva ser analisada a manifestação de inconformidade apresentada, pois que tempestiva. Conclusão 20. Neste norte, voto pela nulidade do Acórdão DRJ, devendo ser os autos devolvidos á DRJ/JUIZ DE FORA para que emita novo Acórdão, analisando a manifestação de inconformidade apresentada, decidindo seu mérito." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar parcial provimento ao recurso voluntário, para anular a decisão da DRJ e determinar a realização de um novo julgamento, enfrentando o mérito. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 309DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10920.722490/2012-12
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
PENSÃO ALIMENTÍCIA. DEDUÇÃO.
Somente poderão ser deduzidas na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente, ou escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, desde que comprovadas mediante documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 2002-000.964
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para restabelecer a dedução de pensão alimentícia de R$ 8.400,00.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Mônica Renata Mello Fereira Stoll - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: MONICA RENATA MELLO FERREIRA STOLL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 PENSÃO ALIMENTÍCIA. DEDUÇÃO. Somente poderão ser deduzidas na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente, ou escritura pública a que se refere o art. 1.124-A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, desde que comprovadas mediante documentação hábil e idônea.
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DEDUÇÃO. Somente poderão ser deduzidas na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, acordo homologado judicialmente, ou escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, desde que comprovadas mediante documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para restabelecer a dedução de pensão alimentícia de R$ 8.400,00. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 72 24 90 /2 01 2- 12 Fl. 54DF CARF MF Processo nº 10920.722490/201212 Acórdão n.º 2002000.964 S2C0T2 Fl. 55 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (efls. 14/18) lavrada em nome do sujeito passivo acima identificado, decorrente de procedimento de revisão de sua Declaração de Ajuste Anual do exercício 2011 (efls. 27/31), onde se apurou a Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública no valor de R$ 22.290,00. O contribuinte apresentou Impugnação (efls. 02), cujas alegações foram sintetizadas no relatório do acórdão recorrido (efls. 34): O interessado, após tomar ciência da Notificação de Lançamento, fls. 20, apresentou impugnação tempestiva, fls. 6/8, acompanhada de documentos de fls. 9/11, (procuração, acordo homologado judicialmente em que foi estabelecida a pensão alimentícia judicial, termo de audiência. documento de identidade do signatário e declaração da beneficiária sobre o valor recebido a titulo de alimentos), alegando em suma que o valor de R$ 22.290,00, informado a titulo de dedução de Pensão Alimentícia Judicial, em sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física – DIRPF, ano calendário 2010, decorre do cumprimento de acordo homologado judicialmente em separação consensual. A Impugnação foi julgada improcedente pela 5ª Turma da DRJ/CTA em decisão assim ementada (efls. 33/36): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Ano calendário: 2010 PENSÃO ALIMENTÍCIA. O direito à dedução de pensão alimentícia na Declaração de Ajuste Anual do alimentante é condicionado à prova inequívoca do cumprimento de decisão judicial ou de escritura pública. Não comprovado o pagamento por meio de documentação hábil, mantémse a glosa da dedução indevida. Cientificado do acórdão de primeira instância em 22/07/2013 (efls. 51), o interessado ingressou com Recurso Voluntário em 21/08/2013 (efls. 40/42) com os argumentos a seguir sintetizados. Reconhece que o valor de pensão alimentícia inicialmente pago era de R$ 700,00, correspondente a 2 salários mínimos na época da sentença. No entanto, alega que passou a pagar o equivalente a 3 salários mínimos com o objetivo de auxiliar sua ex companheira em razão de seu estado de saúde. Afirma que tal reajuste foi voluntário e de comum acordo entre as partes por não terem recursos para custear despesas processuais. Fl. 55DF CARF MF Processo nº 10920.722490/201212 Acórdão n.º 2002000.964 S2C0T2 Fl. 56 3 Relativamente à declaração assinada pela alimentanda em 2012 referente ao exercício 2010, aduz que foi tão somente em razão de não haver recibos emitidos à época, haja vista a confiabilidade existente entre as partes. Entende que a penalidade aplicada é injusta, uma vez que não teve a intenção de burlar o Fisco apresentando comprovantes ou recibos falsos. Voto Conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. No que concerne à dedução de pensão alimentícia, extraise do art. 78 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99, aprovado pelo Decreto 3.000/99, e do art. 4º, II, da Lei 9.250/95, alterado pela Lei 11.727/08, que o valor pago pelo contribuinte a esse título somente pode ser deduzido em sua Declaração de Ajuste Anual se for decorrente de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei 5.869/73 Código de Processo Civil (CPC), e se estiver devidamente comprovado mediante documentação hábil e idônea. Cumpre ressaltar que todas as deduções informadas na Declaração de Ajuste Anual estão sujeitas à comprovação ou justificação, por documentação hábil e idônea, a juízo da autoridade lançadora, nos termos do art. 73 do RIR/99, e que cabe ao contribuinte apresentar em sua defesa todos os documentos necessários à confirmação de suas alegações, conforme disposto no art. 15 do Decreto 70.235/72. No caso em tela verificase que a autoridade lançadora glosou a pensão alimentícia de R$ 22.290,00 declarada para Rosa Maria Guimarães por não ter o contribuinte apresentado decisão/acordo judicial ou escritura pública estabelecendo o referido valor (efls. 16, 29). O julgamento de primeira instância manteve a infração apurada conforme excertos a seguir reproduzidos (efls. 35/36): 4.6. Da análise da impugnação e dos documentos juntados aos autos, às fls. 3/11, o impugnante somente comprova a sua condição de alimentante em decorrência de decisão judicial, mas não que o dispêndio tenha decorrido nos exatos termos da sentença. 4.7. Isto porque, conforme, consta da declaração juntada pelo impugnante as fls.11, a alimentanda Sra. Rosa Maria Guimarães, teria percebido no período em analise a importância correspondente a 3 (três) salários mínimos mensais, contrariando, no entanto, o valor estipulado em acordo judicial de 06/12/2005, fls. 10, no importe de R$ 700,00. 4.8. E, embora tivesse constado no citado acordo que a importância pactuada sofreria reajuste nos mesmos índices em Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10920.722490/201212 Acórdão n.º 2002000.964 S2C0T2 Fl. 57 4 que fosse reajustada a aposentadoria do impugnante, tais valores ainda assim, não guardam coerência entre si, não tendo havido esclarecimentos pelo impugnante quanto a tal fato. 4.9. Temse, ainda que a declaração fornecida pela alimentanda em 20 de junho de 2012, para quitar obrigação retroativa (ano calendário 2010), não comprova a efetiva transferência de numerário, contrariando a forma de pagamento fixado em acordo judicial homologado, a qual se daria mediante recibos mensais. Em seu Recurso o contribuinte reconhece que o acordo homologado judicialmente previa apenas o pagamento mensal de R$ 700,00 e que a diferença declarada foi paga por liberalidade. Assim, em que pese as razões pessoais expostas, merece ser restabelecida por este Colegiado apenas a dedução de R$ 8.400,00 correspondente às 12 parcelas mensais de R$ 700,00 estabelecidas no acordo. Como já exposto, as pensões pagas por liberalidade não são dedutíveis por falta de previsão legal. É essa a orientação constante da publicação do Perguntas e Respostas do Imposto de Renda da Pessoa Física divulgada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para o exercício 2011: 340 — As pensões pagas por liberalidade, ou seja, sem decisão judicial ou acordo homologado judicialmente são dedutíveis? As pensões pagas por liberalidade não são dedutíveis por falta de previsão legal. Impõese observar nesse ponto que a única motivação da glosa indicada na Notificação de Lançamento foi a ausência de decisão/acordo judicial ou escritura pública definido o valor da pensão. Dessa forma, deixo de analisar a comprovação da efetividade do pagamento levantada pelo Colegiado a quo. Relativamente à penalidade aplicada, cabe esclarecer ao recorrente que, uma vez constatada a infração à legislação tributária em procedimento fiscal, o crédito deve ser apurado com os encargos do lançamento de ofício, nos termos do art. 44 da Lei 9.430/96. Vale lembrar que, em se tratando de matéria tributária, não importa se o contribuinte cometeu a infração por puro descuido ou desconhecimento da legislação. De acordo com o art. 136 do Código Tributário Nacional, a responsabilidade por infrações da legislação tributária é objetiva, não dependendo da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Além disso, segundo o art. 142 do mesmo Código, a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, não cabendo discussão sobre a aplicabilidade ou não das determinações legais vigentes por parte das autoridades fiscais. As normas devem ser seguidas nos estritos limites do seu conteúdo, independentemente das razões de cunho pessoal apresentadas pelo interessado. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e, no mérito, darlhe provimento parcial para restabelecer a dedução de pensão alimentícia de R$ 8.400,00. (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10920.722490/201212 Acórdão n.º 2002000.964 S2C0T2 Fl. 58 5 Fl. 58DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.726193/2016-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Apr 26 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE.
O instituto da denúncia espontânea, prevista no art. 138 do CTN não pode ser aplicado aos casos de compensação tributária, que depende de posterior homologação, pois não equivalente a um pagamento. Em consequência, mantém-se a multa moratória imposta pela fiscalização
Numero da decisão: 3302-006.602
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus, Raphael Madeira Abad e Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado).
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1476; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.726193/201669 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3302006.602 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 27 de março de 2019 Matéria Normas Gerais de Direito Tributário Recorrente EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELEGRAFOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. O instituto da denúncia espontânea, prevista no art. 138 do CTN não pode ser aplicado aos casos de compensação tributária, que depende de posterior homologação, pois não equivalente a um pagamento. Em consequência, mantémse a multa moratória imposta pela fiscalização Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus, Raphael Madeira Abad e Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado). (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 61 93 /2 01 6- 69 Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10166.726193/201669 Acórdão n.º 3302006.602 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratam os autos de análise da Declaração de Compensação (Dcomp), por intermédio da qual o contribuinte compensou débito(s) próprios, com suposto crédito de pagamento indevido ou a maior. Como resultado da análise foi proferido o Despacho Decisório, que reconheceu integralmente o direito creditório, porém homologou parcialmente a compensação declarada, vez que o crédito indicado revelouse insuficiente para quitar o(s) débito(s) confessado(s), tendo em vista que o contribuinte não considerou a multa de mora incidente em decorrência do atraso na quitação deste(s). Cientificado da decisão o contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade, onde argumentou, em síntese, o que segue: Não foi observada a denúncia espontânea estabelecida no art. 138 do Código Tributário Nacional (CTN). Com a transmissão da Dcomp, antecipouse a qualquer procedimento fiscal, declarando e quitando débito não questionado pela Receita Federal, com acréscimo de juros moratórios. Transmitiu a DCTF retificadora onde declara o débito e o pagamento feito via Dcomp; Apresenta sentenças judiciais favoráveis aos Correios em casos análogos. Indica também jurisprudência dos tribunais onde não foi parte. Lista acórdãos das DRJs à época da transmissão da Dcomp, onde é aplicada a Nota Técnica (NT) Cosit nº 01, de 18/01/2012, vez que os Correios se enquadram na situação nela tratada. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pelo colegiado a quo, nos termos do Acórdão nº 11057.647. Irresignado com a decisão da primeira instância administrativa, o recorrente interpôs recurso voluntário ao CARF, no qual argumenta que: a) Em que pese a controvérsia acerca da possibilidade ou não de restar configurada a denúncia espontânea quando a extinção do crédito tributário se dá por compensação, a Receita Federal do Brasil, através da Nota Técnica nº 1 COSIT de 18/01/2012, com fundamento no Ato Declaratório PGFN nº 4 de 2011 e Ato Declaratório PGFN nº 8 de 2011, reconheceu que a declaração de compensação, se atendidos os demais requisitos, poderia caracterizála. E isto porque a compensação ou quaisquer outras formas de adimplemento de obrigação são formas de pagamento que acarretam a extinção da obrigação. Sendo forma de pagamento, a compensação atende às exigências do artigo 138 do CTN; b) A denúncia espontânea exclui a responsabilidade pela infração tributária cometida pelo contribuinte, pressupondo a comunicação pertinente a fato desconhecido por parte do Fisco antes de qualquer iniciativa da Administração Tributária, devendo ser acompanhado do pagamento do tributo e dos juros de mora, se for o caso. A intenção do Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10166.726193/201669 Acórdão n.º 3302006.602 S3C3T2 Fl. 4 3 legislador ao editar a norma não fora outra senão estimular o contribuinte a regularizar a sua situação, recebendo em seu benefício o afastamento da responsabilidade pela infração à legislação tributária. Dessa forma, se o contribuinte antecipase a qualquer procedimento fiscalizatório da administração, efetuando o pagamento dos tributos em atraso e dos juros de mora, não lhe pode ser imposta multa de mora, seja ela punitiva ou moratória. Como os Correios anteciparamse à qualquer procedimento administrativo, fazem jus ao benefício da denúncia espontânea com os consectários do artigo 138, do CTN. Termina o recurso requerendo a vigência e a validade da Nota Técnica Cosit nº 01 ao período em que foi entregue a Dcomp, para fins de reconhecer a configuração da denúncia espontânea de forma que os valores indicados na Dcomp sejam considerados quitados. É o breve relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Acórdão nº 3302006.586, de 27 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10166.726132/201600, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3302006.586): "O recurso é tempestivo e apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, de forma que dele conheço e passo à análise do mérito. O cerne da questão está em definir se a compensação se equipara ao pagamento para fins de fruição do benefício da denúncia espontânea. Essa questão foi tratada de forma didática e precisa no Acórdão nº 1402003.600, da lavra do conselheiro Marco Rogério Borges, de forma que peço vênia para utilizar a ratio decidendi daquele acórdão para fundamentar esse, in verbis: Como de costume, o voto da ilustre Conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio está muito bem fundamentado. Contudo, este colegiado, após ampla discussão, divergiu do seu entendimento, no tocante à equiparação de compensação à pagamento para fins de constatação de denúncia espontânea, e por consequência da não aplicação do alegado artigo 100 do CTN. Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10166.726193/201669 Acórdão n.º 3302006.602 S3C3T2 Fl. 5 4 O art. 138 do CTN é taxativo na sua disposição que a denúncia espontânea deve ser acompanhada do pagamento do tributo. Não há condições de considerar a compensação como forma de pagamento por se tratar de uma extinção do crédito tributário, pois há outras modalidades de extinção elencados no art. 156 do CTN. Igualmente, não há, até o momento, nenhuma norma no âmbito do Ministério da Fazenda e nem precedente que vincule este Conselho para tal entendimento de se aceitar tal situação. Inclusive, há decisão do E. STJ do tema em sentido contrário ao pleiteado pela recorrente: "AgInt no REsp 1568857/PR AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL 2015/02977680 Relator: Ministro OG FERNANDES Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA Data do Julgamento: 16/05/2017 Data da Publicação: DJe 19/05/2017 EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DEFICIÊNCIA NA ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AO ART. 535 DO CPC/73. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. ART. 138 DO CTN. DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO CARACTERIZADA. 1. É deficiente a fundamentação do recurso especial em que a alegação de ofensa ao art. 535 do CPC/73 se faz de forma genérica, sem a demonstração exata dos pontos pelos quais o acórdão incorreu em omissão, contradição ou obscuridade. Aplicase, na hipótese, o óbice da Súmula 284 do STF. 2. A compensação tributária não se equipara a pagamento de tributo para fins de aplicabilidade do instituto da denúncia espontânea regido pelo art. 138 do CTN. Precedentes: EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1.375.380/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe30/11/2016; AgRg no REsp 1.461.757/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17/9/2015; AgRg no AREsp 174.514/CE, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, Dje 10/9/2012. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (grifamos) ACÓRDÃO Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10166.726193/201669 Acórdão n.º 3302006.602 S3C3T2 Fl. 6 5 Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Assusete Magalhães (Presidente), Francisco Falcão e Herman Benjamin votaram com o Sr. Ministro Relator. REsp 1657437/RS RECURSO ESPECIAL 2017/00461010 Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN Órgão Julgador: SEGUNDA TURMA Data do Julgamento: 04/04/2017 Data da Publicação: DJe 25/04/2017 EMENTA: TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. ART. 138 DO CTN. DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO CONFIGURADA. 1. Hipótese em que o Tribunal local consignou: "o instituto da denúncia espontânea é perfeitamente aplicável aos casos em que o pagamento do tributo é realizado através da compensação" (fl. 665, eSTJ). 2. A Segunda Turma do STJ no julgamento do REsp 1.461.757/RS, de relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques, firmou o entendimento de que "a extinção do crédito tributário por meio de compensação está sujeita à condição resolutória da sua homologação. Caso a homologação, por qualquer razão, não se efetive, temse por não pago o crédito tributário declarado, havendo incidência, de consequência, dos encargos moratórios. Nessa linha, sendo que a compensação ainda depende de homologação, não se chega à conclusão de que o contribuinte ou responsável tenha, espontaneamente, denunciado o não pagamento de tributo e realizado seu pagamento com os acréscimos legais, por isso que não se observa a hipótese do art. 138 do CTN". 3. Recurso Especial provido.(grifamos) Ou seja, tal decisão segue a linha que difere a situação de pagamento e compensação para fins de reconhecimento da denúncia espontânea. Neste sentido, deve haver a aplicação de multa de mora no caso concreto, o que acarretaria um crédito menor do que o débito declarado/confessado em PER/Dcomp. Seria um caso de imputação proporcional, que está perfeitamente legal, como já emanado no voto vencido do nobre relator. No que tange à eventual aplicação do artigo 100 do CTN ao caso, o caso in concretu apresentado não se configura como denúncia espontânea nos termos do artigo 138 do Fl. 180DF CARF MF Processo nº 10166.726193/201669 Acórdão n.º 3302006.602 S3C3T2 Fl. 7 6 mesmo CTN, as evocadas Notas Técnicas (NTs), de caráter meramente interpretativo, como bem analisados na decisão a quo, não são aplicáveis. Quando da emissão da NT Cosit nº 01, de 18/01/2012, a qual a recorrente se baseia para ter adotado a postura pleiteada no presente processo, a mesma foi criada com objetivo de orientação internamente a Receita Federal do Brasil, e identificado a sua impropriedade, foi cancelara por meio da NT Cosit nº 19, de 12/06/2012, corrigindoa. Ao transmitir sua Per/Dcomp em 30/05/2012, entre a data de expedição de ambas NTs. não criou uma vinculação nos termos do artigo 100 do CTN, pois as NTs não são atos normativos, e, por consequência, nem houve a prática reiterada pela autoridade administrativa pois não foram direcionadas aos contribuintes, muito menos nem pessoalmente à recorrente. Como salienta a decisão a quo, as NTs não são publicadas no DOU, seja no site da Receita Federal, não tendo alcance para o público externo (no caso, contribuintes). Assim, não podem ser evocadas para a postura adotada pela recorrente. Com base no que fora exposto, entendo que não ocorreu a denúncia espontânea em relação aos débitos julho de 2008 e agosto de 2008, por não terem sido pagos e sim compensados." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Fl. 181DF CARF MF
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