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Numero do processo: 18108.002031/2007-47
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/1999 a 30/12/2004
Ementa: DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS .
É vedada a distribuição de lucros aos sócios por empresa em débito com a Previdência Social.
MATÉRIA PRECLUSA
Os argumentos não trazidos em sede de defesa se consubstanciam em matéria não impugnada, para a qual ocorreu a preclusão do direito de discussão, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, configurando motivo para o seu não conhecimento.
MATÉRIA SUB JUDICE – CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL
– RENÚNCIA
Em razão da decisão judicial se sobrepor à decisão administrativa, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, individual ou coletiva, antes ou depois do lançamento, implica renúncia ao contencioso administrativo fiscal relativamente à matéria submetida ao Poder Judiciário.
A renúncia à utilização da via administrativa por discussão da pretensão por via judicial é motivo para não conhecimento do recurso interposto.
Numero da decisão: 2301-002.368
Decisão: Acordam os membros do colegiado, : I) Por unanimidade de votos: a) em não conhecer do Recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/1999 a 30/12/2004 Ementa: DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS . É vedada a distribuição de lucros aos sócios por empresa em débito com a Previdência Social. MATÉRIA PRECLUSA Os argumentos não trazidos em sede de defesa se consubstanciam em matéria não impugnada, para a qual ocorreu a preclusão do direito de discussão, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, configurando motivo para o seu não conhecimento. MATÉRIA SUB JUDICE – CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RENÚNCIA Em razão da decisão judicial se sobrepor à decisão administrativa, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, individual ou coletiva, antes ou depois do lançamento, implica renúncia ao contencioso administrativo fiscal relativamente à matéria submetida ao Poder Judiciário. A renúncia à utilização da via administrativa por discussão da pretensão por via judicial é motivo para não conhecimento do recurso interposto.
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É vedada a distribuição de lucros aos sócios por empresa em débito com a Previdência Social. MATÉRIA PRECLUSA Os argumentos não trazidos em sede de defesa se consubstanciam em matéria não impugnada, para a qual ocorreu a preclusão do direito de discussão, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, configurando motivo para o seu não conhecimento. MATÉRIA SUB JUDICE – CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL – RENÚNCIA Em razão da decisão judicial se sobrepor à decisão administrativa, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, individual ou coletiva, antes ou depois do lançamento, implica renúncia ao contencioso administrativo fiscal relativamente à matéria submetida ao Poder Judiciário. A renúncia à utilização da via administrativa por discussão da pretensão por via judicial é motivo para não conhecimento do recurso interposto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, : I) Por unanimidade de votos: a) em não conhecer do Recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). MARCELO OLIVEIRA Presidente. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 28/05/2012 por ATANAGILDO BARBOSA DE OLIVEIRA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 02 /03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARCELO OLIVEIRA 2 Bernadete de Oliveira Barros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Bernadete De Oliveira Barros, Damião Cordeiro De Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 28/05/2012 por ATANAGILDO BARBOSA DE OLIVEIRA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 02 /03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18108.002031/200747 Acórdão n.º 2301002.368 S2C3T1 Fl. 2 3 Relatório Tratase de Auto de Infração, lavrado em 27/02/2006, em razão de a empresa acima qualificada ter atribuído e distribuído lucros aos sócios cotistas, estando em débito com a Previdência Social, infringindo, dessa forma, o inciso II, art. 52 da Lei 8.212/91, c/c art. 280, inc.II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99. Conforme Relatório Fiscal (fls. 07), a autuada distribuiu lucros a seus sócios, conforme comprova as declarações sobre Imposto de Renda de Pessoa Jurídica anexas. A autoridade autuante considerou débito com a Seguridade Social os valores declarados em GFIP e as NFLDs 35.718.7954 e 35.875.3120, que lançaram os débitos declarados e não recolhidos. A recorrente não impugnou o débito e a Secretaria da Receita Previdenciária, mesmo sem ter sido o Auto de Infração impugnado, apreciouo, por força do disposto nos §§ 4o e 5o, do art. 293, do Decreto 3.048/99, com a redação vigente à época, e julgou o lançamento procedente, nos termos da DecisãoNotificação n 21.401.4/0601/2006 (fls. 326). Inconformada com a decisão, a autuada apresentou recurso tempestivo (fls. 333 e seguintes), alegando, em síntese, o que se segue. Entende que tem respaldo constitucional e doutrinário para não se curvar às imposições que são feitas e informa que impetrara Mandado de Segurança perante a 4a Vara Cível da Justiça Federal da Capital_SP, processo n° 2006.61.00.0056460, por estar sendo atingida no direito líquido e certo de efetuar tais antecipações ou distribuições de lucros. Esclarece que, por ser uma sociedade limitada, onde exerce as atividades descritas em seu objeto social, submetida à tributação com base em lucro presumido para efeitos do IPRJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, e demais tributos, nos termos da legislação vigente, a recorrente efetua regularmente a antecipação ou a distribuição de lucros a seus sócios. Observa que, inobstante haja sido concedido à Recorrente o prazo de 15 (quinze) dias para apresentação de defesa na via administrativa, verificouse que essa defesa, em tal via, não teria o condão de anular nem de afastar a exigibilidade dessa indevida e inconstitucional penalidade que lhe impõe tal AI, pois essa anulação só poderia advir por meio de pertinente decisão judicial. Alega que o art. 17 da Lei n o. 11.051/04 ,que alterou a redação do art. 32 da Lei n° 4.357/64, ao prever sanção, sob a forma de multa, imposta pela distribuição de bonificações ou lucros a sócios, por pessoas jurídicas "em débito, não garantido, para com a União e suas autarquias de Previdência e Assistência social, por falta de recolhimento de imposto, taxa ou contribuição" incorre, indubitavelmente, nesse inconstitucional cerceamento de direitos do contribuinte e, por isso mesmo, não pode subsistir. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 28/05/2012 por ATANAGILDO BARBOSA DE OLIVEIRA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 02 /03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARCELO OLIVEIRA 4 Pondera, ainda, que o direito à distribuição de lucros e dividendos depende de deliberação exclusiva dos sócios ou dos acionistas, consoante o disposto no art. 1.071 do Código Civil e do art. 121 e seguintes da Lei. 6.404/1976, prerrogativa essa que não pode ser obstada por lei tributária, porquanto se trata de matéria inerente ao Direito Societário, onde não é dado ao Direito Tributário interferir. É o relatório. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 28/05/2012 por ATANAGILDO BARBOSA DE OLIVEIRA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 02 /03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 18108.002031/200747 Acórdão n.º 2301002.368 S2C3T1 Fl. 3 5 Voto Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, Relatora Da análise dos autos, verificase que a empresa autuada não impugnou o Auto de Infração, deixando de apresentar, perante a primeira instância de julgamento, qualquer questionamento em relação ao AI discutido no presente processo administrativo, vindo a fazê lo somente em sede recursal, motivo pelo qual entendo que ocorreu a preclusão do direito de discussão da matéria não impugnada, em razão do que dispõe o art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, transcrito a seguir: Art.17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante Portanto, no meu entendimento, não foi instaurado o contencioso administrativo fiscal, o que é motivo para não conhecimento do recurso apresentado. Observase que a primeira instância administrativa analisou o auto, em observância ao disposto nos §§ 4o e 5o, do art. 293, do Decreto 3.048/99, com a redação vigente à época. Contudo, o referido dispositivo legal foi alterado pelo Decreto 6.032/2007, não estando mais a autoridade julgadora administrativa obrigada a apreciar o AI não impugnado. Porém, ainda que não se considerasse ocorrida a preclusão, verificase, no caso presente, que a empresa decidiu discutir o AI por via judicial, o que implica em renúncia à discussão administrativa. O artigo 78, da Portaria 256/2009, que aprova o Regimento Interno do CARF, estabelece que: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. § 3º Na hipótese de acórdão passível de recurso pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, a desistência de recurso deverá ser precedida de renúncia do requerente ao direito sobre o qual se funda o recurso por ele anteriormente interposto Fl. 5DF CARF MF Impresso em 28/05/2012 por ATANAGILDO BARBOSA DE OLIVEIRA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 02 /03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARCELO OLIVEIRA 6 Dessa forma, a empresa autuada impetrou Mandado de Segurança cujo objeto é idêntico ao do AI em discussão, renunciando, assim, a quaisquer alegações de fato ou de direito sobre as quais se fundamenta o recurso. Portanto, entendo que a renúncia à utilização da via administrativa por propositura de ação judicial contra a Fazenda Nacional é motivo para o não conhecimento do recurso. Nesse sentido, voto por não conhecer do recurso voluntário. É como voto. Bernadete de Oliveira Barros Relatora Fl. 6DF CARF MF Impresso em 28/05/2012 por ATANAGILDO BARBOSA DE OLIVEIRA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 02 /03/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 28/03/2012 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 15940.000164/2007-79
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2003, 2004, 2005
Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA. REQUISITO ESSENCIAL. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO.
A apresentação de acórdãos paradigmas que se refiram à aplicação da legislação à situação de fato semelhante à do acórdão objeto do recurso é requisito essencial para admissão do recurso especial de divergência. A apresentação de acórdãos paradigmas com situações fáticas divergentes da contida no acórdão recorrido não satisfaz tal requisito.
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO.
A Lei 9.430/1996 ao dispor sobre a aplicação da multa qualificada determina a caracterização do evidente intuito de fraude.
Recurso Especial do Procurado Provido em Parte.
Numero da decisão: 9202-001.889
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer
em parte do recurso e, na parte conhecida, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, para manter a multa desqualificada. Fez sustentação oral o Dr. Luiz Felipe Bulus, OAB/DF nº 15.229, advogado do contribuinte.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Dep.Bancario de origem não justificada
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003, 2004, 2005 Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA. REQUISITO ESSENCIAL. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. A apresentação de acórdãos paradigmas que se refiram à aplicação da legislação à situação de fato semelhante à do acórdão objeto do recurso é requisito essencial para admissão do recurso especial de divergência. A apresentação de acórdãos paradigmas com situações fáticas divergentes da contida no acórdão recorrido não satisfaz tal requisito. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO. A Lei 9.430/1996 ao dispor sobre a aplicação da multa qualificada determina a caracterização do evidente intuito de fraude. Recurso Especial do Procurado Provido em Parte.
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decisao_txt : ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso e, na parte conhecida, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, para manter a multa desqualificada. Fez sustentação oral o Dr. Luiz Felipe Bulus, OAB/DF nº 15.229, advogado do contribuinte.
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Recorrente PROCURADORIA GERAL DA FAZENDA NACIONAL (PGFN) Recorrida JOSÉ LUIZ FACHOLI Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003, 2004, 2005 Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA. REQUISITO ESSENCIAL. FALTA DE DEMONSTRAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. A apresentação de acórdãos paradigmas que se refiram à aplicação da legislação à situação de fato semelhante à do acórdão objeto do recurso é requisito essencial para admissão do recurso especial de divergência. A apresentação de acórdãos paradigmas com situações fáticas divergentes da contida no acórdão recorrido não satisfaz tal requisito. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO. A Lei 9.430/1996 ao dispor sobre a aplicação da multa qualificada determina a caracterização do evidente intuito de fraude. Recurso Especial do Procurado Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso e, na parte conhecida, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, para manter a multa desqualificada. Fez sustentação oral o Dr. Luiz Felipe Bulus, OAB/DF nº 15.229, advogado do contribuinte. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 2 (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.236 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, fls.05161, interposto pela nobre Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão, fls. 05130 que decidiu, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares argüidas pelo Recorrente e, no mérito, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo da exigência, relativo aos depósitos bancários de origem não comprovada, os valores de R$ 33.021,29; R$ 372.737,54 e a integralidade lançada correspondente aos anoscalendário de 2002, 2003 e 2004 respectivamente, e desqualificar, quando for o caso, a multa de oficio, reduzindoa ao percentual de 75%. O acórdão em questão possui as seguintes ementa e decisão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003, 2004, 2005 DECADÊNCIA AJUSTE ANUAL LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO Sendo a tributação das pessoas físicas sujeita a ajuste na declaração anual e independente de exame prévio da autoridade administrativa, o lançamento é por homologação, hipótese em que o direito de a fazenda Nacional lançar decai após cinco anos, contados de 31 de dezembro de cada anocalendário questionado. AUTO DE INFRAÇÃO NULIDADE Não está inquinado de nulidade o auto de infração lavrado por autoridade competente e que não tenha causado preterição do direito de defesa, efetuado em consonância com o que preceitua o art. 142 do Código Tributário Nacional, especialmente se o sujeito passivo, em sua defesa, demonstra pleno conhecimento dos fatos que ensejaram a sua lavratura, exercendo, atentamente, o seu direito de defesa. ARBITRAMENTO – ATIVIDADE RURAL – ESCRITURAÇÃO EXIGIDA – O contribuinte deve comprovar a veracidade das receitas e das despesas escrituradas no Livro Caixa, mediante documentação idônea que identifique o adquirente ou o beneficiário, o valor e a data da operação, a qual é mantida em seu poder à disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a decadência. Assim, se o contribuinte for intimado a apresentar o Livro Caixa a que estava obrigado a escriturar, e não tendo cumprido a exigência, é cabível o arbitramento realizado com base no parágrafo 2° do artigo 18, da Lei n/ 9.250, de 1995. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA ARTIGO 42, DA LEI N° 9.430, DE 1996 Caracteriza omissão de rendimentos a Fl. 3DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 4 existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fÍsica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS – PERÍODO BASE DE INCIDÊNCIA APURAÇÃO MENSAL TRIBUTAÇÃO NO AJUSTE ANUAL – Os valores dos depósitos bancários não justificados, a partir de 1' de janeiro de 1997, serão apurados, mensalmente, à medida que forem creditados em conta bancária e tributados como rendimentos sujeitos a tabela progressiva anual (ajuste anual). PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS DO ÔNUS DA PROVA – As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tão somente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. APURAÇÃO DE RECEITA DA ATIVIDADE RURAL – LANÇAMENTO DE OFÍCIO JUSTIFICATIVA DE ORIGEM DEPÓSITOS BANCÁRIOS – É de se aceitar como origem de recursos, justificando a existência de creditados em conta de depósito ou de investimento, os valores relativos à receita bruta da atividade rural, apurados durante o procedimento fiscal, lançados de oficio pela autoridade lançadora. SANÇÃO TRIBUTÁRIA MULTA QUALIFICADA – JUSTIFICATIVA PARA APLICAÇÃO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE A evidência da intenção dolosa exigida na lei para a qualificação da penalidade aplicada há que aflorar na instrução processual, devendo ser inconteste e demonstrada de forma cabal. A prestação de informações ao fisco divergente de dados levantados pela fiscalização, bem como a falta de inclusão, na Declaração de Ajuste Anual, de rendimentos, bens ou direitos, mesmo que de forma reiterada, por si só, não caracteriza evidente intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei n° 9.430, de 1996, já que ausente conduta material bastante para sua caracterização. Preliminares rejeitadas. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORRAM os Membros da 2 Turma Ordinária da 2' Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares arguidas pelo Recorrente e, no mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da base de cálculo da exigência, relativo aos depósitos bancários de origem não comprovada, os valores de R$ 33.021,29; R$ Fl. 4DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.237 5 372.737,54 e a integralidade lançada, correspondente aos anoscalendário de 2002, 2003 e 2004, respectivamente, e desqualificar, quando for o caso, a multa de oficio, reduzindo a ao percentual de 75%, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, que negava provimento ao recurso e Antonio Lopo Martinez, que apenas desqualificavam a multa de oficio. Em seu recurso especial a Procuradoria alega, em síntese, que: 1. Não há como prosperar o entendimento presente no acórdão recorrido, que desconstituiu parcela do auto de infração, haja vista que a exclusão dos valores determinados pelo acórdão ora combatido relativos aos depósitos bancários de origem não comprovada não foi fundamentada em provas; 2. Quanto à redução do percentual da multa de oficio temos que esta também não pode prosperar em razão de configuração de prática reiterada de omissão com o intuito de retardar ou não efetuar o pagamento d s tributos devidos; 3. O acórdão ora recorrido entendeu por bem cancelar parte do auto de infração para excluir da base de cálculo da exigência, relativo aos depósitos bancários de origem não comprovada, os valores decorrentes do saldo positivo apurado no último dia de cada ano calendário, supostamente desconsiderados pelo Auditor, em razão do critério utilizado pela fiscalização qual seja, "fluxo de caixa"; 4. Para a exclusão de tais valore baseouse na presunção de que os mesmos (saldos positivos) poderiam justificar, em tese, alguns dos depósitos bancários de origem não comprovada, caso não seja levada em conta a necessidade de coincidência de datas e valores; 5. A PGFN apresenta quanto a esse ponto, o seguinte acórdão paradigmas 10617223; 6. A presunção em favor do Fisco somente pode ser elidida pelo contribuinte, com a comprovação direta da origem dos recursos; 7. Ao mitigar esta necessidade de comprovação por parte do contribuinte, o julgado ora combatido, ao tentar justificar por presunção (saldos positivos) a origem de tais depósitos, colidiu frontalmente com a tese exposta nos acórdãos paradigmas; Fl. 5DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 6 8. Já com relação à redução do percentual da multa de oficio aplicada em alguns casos no percentual de 150% para 75% temos que tal entendimento também não pode prevalecer ima vez que, ao contrário do entendeu a Turma recorrida, a prática reiterada do contribuinte de não oferecer à tributação rendimentos detectados constitui evidente intuito de fraude, a ensejar a incidência da multa qualificada; 9. A PGFN apresenta quanto a esse ponto, o seguinte acórdão paradigma: 10195292; 10. Diante do exposto, requer que seja provido o recurso especial. O contribuinte, citando a decisão que deu provimento parcial ao recurso, apresentou sua desistência e renúncia a qualquer discussão superveniente, fls. 05184. Por despacho, fls. 05199, deuse seguimento ao recurso especial. O Contribuinte apresentou suas contra razões, fls. 05216, argumentando, em síntese, que: 1. Quanto à questão dos depósitos bancários, a PGFN não demonstrou a devida divergência jurisprudencial; 2. As situações fáticas são totalmente divergentes, nos acórdãos paradigma e recorrido; 3. A tese exposta na peça recursal só reuniria condições de ser examinada se o acórdão recorrido tivesse entendido que, à luz do art. 42 da Lei 9.430/96, o contribuinte não precisaria comprovar a origem dos depósitos por meio de documentação hábil e isso não ocorreu; 4. Na qualificação da multa foi aplicado entendimento constante em Súmula, o que impede o conhecimento do recurso (Súmula 1ºCC nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo); 5. Quanto ao mérito, a peculiaridade do presente caso se resume ao critério adotado na atuação (fluxo de caixa), que passou o saldo positivo de um mês para o outros, mas não o fez de um exercício para o outro. Tal equivoco foi corrigido pelo CARF, apenas isso; 6. Quanto à multa, não há motivos para a alteração do julgado, pois inexistiu dolo em fraudar; e Fl. 6DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.238 7 7. Por todo exposto, o recurso não deve ser conhecido e, caso seja, devese negar provimento aos seus argumentos. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 8 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Quanto à questão dos depósitos bancários, devemos, primeiramente, verificar se ficou comprovada a divergência jurisprudencial que a nobre PGFN busca demonstrar. A PGFN apresenta o acórdão paradigma 10617223: "(...) PERÍCIA OU DILIGÊNCIA NÃO COMPROVAÇÃO DA IMPRESCINDIBILIDADE REJEIÇÃO A prova pericial surge como meio para suprir a carência de conhecimentos técnicos do julgador para solução do litígio. Afinal, não é admissível que o julgador seja detentor de conhecimentos universais para examinar cientificamente todos os fenômenos possíveis de figurar na seara tributária. Por seu turno, a diligência objetiva trazer luzes sobre algum ponto obscuro apreendido nos autos. Não comprovada a necessidade da diligência ou perícia para subsidiar a solução da controvérsia, devese rejeitar a pretensão do recorrente. IMPOSTO DE RENDA – TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS REGIME DA LEI N 9.430/96 POSSIBILIDADE A partir da vigência do art. 42 da Lei 9.430/96, o fisco não mais ficou obrigado a comprovar o consumo da renda representado pelos depósitos bancários de origem não comprovada, a transparecer sinais exteriores de riqueza (acréscimo patrimonial ou dispêndio), incompatíveis com os rendimentos declarados, como ocorria sob égide do revogado parágrafo 52 do art. 62 da Lei 8.021/90. Agora, o contribuinte tem que comprovar a origem dos depósitos bancários, sob pena de se presumir que estes são rendimentos omitidos, sujeitos cl aplicação da tabela progressiva. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS – ATIVIDADE RURAL E ATIVIDADE ECONÔMICA DESENVOLVIDA POR FIRMA INDIVIDUAL AUSÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO COMPROBATóRIA DO ALEGADO REJEIÇÃO DA COMPROVAÇÃO Não basta simplesmente alegar que os depósitos bancários de origem não comprovada são provenientes da atividade rural ou de atividade econômica desenvolvida por firma individual. Ausente a prova do alegado, cujo ônus era do recorrente, hígida a presunção de omissão de rendimento estribada no art. 42 da Lei 9.430/96. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS TRAZIDA NA FASE DA AUTUAÇÃO AUSÊNCIA DE INVESTIGAÇÃO DO DEPOSITANTE PELA FISCALIZAÇÃO DESNECESSIDADE DA COMPROVAÇÃO DA CAUSA DOS DEPÓSITOS E DA EVENTUAL TRIBUTAÇÃO DESSES VALORES NÃO Fl. 8DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.239 9 APERFEIÇOAMENTO DA PRESUNÇÃO DO ART. 42 DA LEI 1\1° 9.430/96 Comprovada a origem dos depósitos bancários, caberá a fiscalização aprofundar a investigação para submetê los, se for o caso, ás normas de tributação especificas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos, na forma do art. 42, § 2, da Lei n' 9.430/96. Não se pode, simplesmente, ancorarse na presunção do art. 42 da Lei 9.430/96, obrigando o contribuinte a comprovar a causa da operação, e se esta foi tributada. Conhecendo a origem dos dep6sitos, inviável a manutenção da presunção de rendimentos com fulcro no art. 42 da Lei re 9.430/96. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA CRÉDITOS BANCÁRIOS EXCLUÍDOS PELA FISCALIZAÇÃO MATÉRIA ESTRANHA AO AUTO DE INFRAÇÃO – AUSÊNCIA DE LITÍGIO Excluídos determinados créditos bancários pela autoridade autuante, não remanesce qualquer controvérsia a ser solucionada no rito do contencioso administrativo fiscal. Recurso voluntário provido em parte. Já o nobre Relator do acórdão recorrido, Conselheiro Pedro Anan Júnior, assim redigiu a ementa: OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA ARTIGO 42, DA LEI N° 9.430, DE 1996 Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fÍsica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS – PERÍODO BASE DE INCIDÊNCIA APURAÇÃO MENSAL TRIBUTAÇÃO NO AJUSTE ANUAL – Os valores dos depósitos bancários não justificados, a partir de 1' de janeiro de 1997, serão apurados, mensalmente, à medida que forem creditados em conta bancária e tributados como rendimentos sujeitos a tabela progressiva anual (ajuste anual). PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS DO ÔNUS DA PROVA – As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tão somente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. APURAÇÃO DE RECEITA DA ATIVIDADE RURAL – LANÇAMENTO DE OFÍCIO JUSTIFICATIVA DE ORIGEM DEPÓSITOS BANCÁRIOS – É de se aceitar como origem de recursos, justificando a existência de creditados em conta de depósito ou de investimento, os valores relativos à receita bruta da atividade rural, apurados durante o procedimento fiscal, lançados de oficio pela autoridade lançadora. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 10 Em um primeiro momento, pela simples leitura das ementas, chegase à conclusão de que os acórdãos recorridos e paradigmas, quanto à utilização e conceituação dos depósitos bancários como receita, chegaram à mesma conclusão: “Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fÍsica ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações”. Para termos certeza da não existência da divergência, verificaremos o que consta do texto dos votos: Acórdão Paradigma (Acórdão 10617223): Nas defesas dos itens III, IV e V, o contribuinte afirma que os depósitos eram oriundos da atividade agropecuária e das atividades da firma individual já informada. Ainda, pugnou pela exclusão de 80% da base da infração, albergandose nas benesses da Lei n° 8.023/90. Repisa que vendeu bovinos para a empresa GSB Marchantaria Ltda, que comprovam a origem dos depósitos de R$ 24.883,00, R$ 22.000,00 e R$ 20.027,00, sendo que as notas fiscais estão na posse dessa empresa; De plano, registrese que o contribuinte não fez qualquer prova para sustentar a versão de que os depósitos bancários eram oriundos das atividades econômicas da firma individual. Trata se de mera alegação, desde a fase da autuação, sem qualquer sustentáculo documental, tentando comprovar in totum os depósitos de origem não comprovada a si imputados. Nesse caso, a mera alegação não pode ser aceita, pois seria absurdo determinar à autoridade autuante que, após receber a alegação do contribuinte, tomasse alguma medida que fosse diferente da própria intimação ao recorrente. Como já dito em item precedente, somente o recorrente poderia trazer a documentação fiscal da firma individual, comprovando que os depósitos bancários eram oriundos da atividade econômica desta, devendo, assim, ser tributados de forma equiparada à pessoa jurídica. Porém, neste ponto, nenhuma prova o contribuinte fez, devendo ser rechaçada essa linha de defesa. Ainda, pugna pela aplicação da benesse da Lei ti° 8.023/90, excluindo 80% da base tributável. Aqui, ora o contribuinte afiança que os depósitos têm origem na firma individual, ora afiança que provém da atividade rural, buscando elidir a autuação fiscal nas duas vertentes que, em princípio, são excludentes. Porém não há qualquer comprovação de que o contribuinte desempenhasse qualquer atividade rural, exceto urna declaração de que vendeu uma partida de bois para a empresa GSB Marchantaria Ltda, vinculado a tal negócio um total de 03 depósitos, considerados de origem não comprovada. Ora, documentalmente não há qualquer prova que o contribuinte milita na atividade agropecuária, exceto a declaração antes informada. Somente haveria alguma plausibilidade na tese aqui invocada se o contribuinte fizesse robusta prova de que militava na atividade rural, com uma comprovação de receitas da atividade rural rivalizando com o total dos depósitos bancários, como, por exemplo, ocorreu em julgamento prolatado por esta Sexta Câmara, consubstanciado no Acórdão n° 10616.716, Fl. 10DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.240 11 sessão de 22/01/2008, relator o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos. Aqui, entretanto, não há qualquer prova da atividade rural, não tendo sido juntada uma única nota fiscal de produtor rural, havendo, repisese, apenas uma declaração vinculando 03 depósitos de origem não comprovada à atividade rural, o que é completamente insuficiente para acatar a presente pretensão recursal, pois não se comprovou que o contribuinte milita, iniludivelmente, na atividade rural e que suas receitas dessa atividade rivalizam com sua movimentação financeira. Assim, rejeitase a defesa aqui vindicada. Acórdão Recorrido (Acórdão 2202 – 00.182. Recurso 166412): “Apesar das sérias restrições, no passado, com relação aos lançamentos de crédito tributário baseado exclusivamente em depósitos bancários (extratos bancários), como já exposto no item inicial deste voto, não posso deixar de concordar com a decisão de primeira instância, que a partir do ano de 1997, com o advento da Lei n. 9.430, de 1996, existe o permissivo legal para tributação de depósitos bancários não justificados como se "omissão de rendimentos" fossem. Como se vê, a lei instituiu uma presunção legal de omissão de rendimentos. ... De outro lado, todavia o dever do oficio nos arrasta, no sentido de que se restabeleça a justiça fiscal de que, nestes autos, está carente, não por culpa da autoridade lançadora e sim pela situação peculiar estabelecida nestes autos. Ou seja, o autuado, na tentativa de justificar es depósitos bancários apresentou notas fiscais de produtor nos valores de R$ 16.765.759,36; R$ 21.187.357,44 e R$ 18.723.798,33, correspondente aos anos calendário de 2002, 2003 e 2004, respectivamente (considerado o valor total do condomínio rural), cujos valores foram incluídos nos Autos de Infrações (dividido por quatro — condomínio), pela autoridade lançadora, como sendo omissão de rendimentos provenientes da atividade rural, cujos valores foram considerados como origem comprovada para efeitos de exclusão nos valores lançados como sendo omissão de rendimentos caracterizados por depósitos bancários cu a origem não foi comprovada. Necessário se observar que a receita bruta da atividade rural foi considerada nos demonstrativos de apuração dos créditos bancários não justificados na forma de "fluxo de caixa" (fls. 4889/4903). Ou seja, somouse diariamente os créditos bancários e subtraiuse os cheques devolvidos, os juros, os valores com origem justificada e a receita da atividade rural apurada naquele dia. Se o resultado foi negativo, considerouse como omissão de rendimentos por depósitos bancários não justificados e o resultado foi positivo o saldo foi utilizado para justificar créditos bancários do dia seguinte e assim sucessivamente dentro do anocalendário. Fl. 11DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 12 Entretanto, nesse processo, quero ressaltar, que independentemente do teor da peça impugnatória e da peça recursal incumbe a este colegiado, verificar o controle interno da legalidade do lançamento, bem como, observar a jurisprudência dominante na Câmara, para que as decisões tomadas sejam as mais justas possíveis, dando o direito de igualdade para todos os contribuintes. Não tenho dúvidas, que quando se trata de questões preliminares, tais como: nulidade do lançamento, decadência, erro na identificação do sujeito passivo, intempestividade da petição, erro na base e cálculo, aplicação de multa, etc, são passíveis de serem levantadas e apreciadas pela autoridade julgadora independentemente de argumentação das partes litigantes. Embora não abandone a idéia de que a comprovação de origem, nos termos do disposto no artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996, deva ser interpretada como a apresentação pelo contribuinte de documentação hábil e idônea que possa identificar a fonte do crédito, o valor, a data e, principalmente, que demonstre de forma inequívoca a que titulo os créditos foram efetuados na conta corrente, sou forçado a reconhecer que a jurisprudência neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem avançado no sentido de reconhecer a necessidade de excluir da base de cálculo da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários não comprovados, nos casos em que a autoridade lançadora deixou de considerar, os rendimentos declarados / lançados ou utilizou critérios que não considerem a totalidade. Observase, que a autoridade lançadora considerou os valores da receita bruta da atividade rural, relativo as notas fiscais de produtor apresentado pelo suplicante, durante a fase do procedimento fiscal. Entretanto, o critério utilizado prejudicou o suplicante, já que a autoridade fiscal ao utilizar o critério do tipo "fluxo de Caixa" não considerou o saldo positivo apurado no último dia do ano calendário. Ou seja, o suplicante (condomínio) tinha um saldo positivo de recursos que, em tese, poderiam justificar depósitos bancários dentro do ano calendário se não for levada em conta a necessidade de coincidência de datas e valores, como foi o caso do presente processo. Muito embora não haja dúvidas quanto a presunção legal que determina a apuração mensal dos depósitos bancários, temos no caso presente que o contribuinte se dedica atividade rural, sendo também certo que a Lei 8.023, de 1990 impõe a apuração anual. Não considerar tais valores como origem dos depósitos bancários não comprovado deixa, com certeza, o suplicante numa situação inadequada. Assim, em especial, neste processo, entendo que por uma questão de justiça fiscal existe necessidade de se estabelecer uma relação harmoniosa entre o fisco e o contribuinte. Ou seja parece ser possível concluir, por uma questão de coerência, que o tratamento a ser dado nestas circunstâncias deva ser a exclusão do valor da receita da atividade rural incluída de oficio Fl. 12DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.241 13 pela autoridade lançadora no Auto de Infração, como sendo a base de cálculo para a omissão e rendimentos da atividade rural, sob pena de se lhe dar tratamento tributário mais gravoso do que se o contribuinte estivesse ficado inerte (não apresentar as respectiva notas fiscais). Por outro lado, tal aspecto não chega a se constituir em prova absoluta de que o valor apurado, com base nas notas fiscais de produtor, de fato tem origem nestes depósitos bancários não justificados. Ora, se o recorrente apresentou as notas fiscais de produtor durante o procedimento fiscal (de forma espontânea) e o fisco utilizou o valor destas notas fiscais para constituir o lançamento de oficio, não vejo, pois, como deixar de reconhecer ao recorrente o direito de reduzir em igual montante o valor da receita bruta da atividade rural utilizada como base de cálculo para apurar a omissão de rendimentos provenientes da atividade rural do item de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários, para efeito de cálculo do imposto devido. É de se registrar, que em situações análogas esse conselho já se manifestou no sentido de excluir a tributação dos rendimentos omitidos por decorrência de depósito bancário, uma vez que tais valores já foram objeto de lançamento por receita omitida na atividade rural, conforme podemos observar no acórdão abaixo transcrito: DEPÓSITOS BANCÁRIOS ATIVIDADE RURAL – A interpretação harmônica da Lei n." 9.430, de 1996 com a Lei n." 8.023, de 1990 que regula a atividade rural, induz ao entendimento de que os rendimentos totais da atividade se prestam como origem para justificar os depósitos bancários, independentemente de coincidência de data e valores. (Ac. 104 19984)' Assim sendo, da análise dos demonstrativos de fls. 4.889/4.903 observase que foi apurado um saldo positivo de R$ 132.085,19 (fls. 4.411); R$ 1.490.950,17 (fls. 4.670) e R$ 3.123.274,55 (fls. 4.887), correspondente aos anoscalendário de 2002, 2003 e 2004, respectivamente. Estes valores correspondem ao condomínio sendo necessário a divisão por quatro para se apurar o valor a excluir por contribuinte: 132.085,19 : 4 = 33.021,29; 1.490.950,17 : 4 = 372 .737,54 e 3.123.274,55 : 4 = 780.818,00. Assim sendo, se faz necessário excluir da base de cálculo dos itens omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários os valores: R$ 33.021,29; R$ 372.737,54 e R$ 780.818,00, correspondente aos anoscalendário de 2002, 2003 e 2004, respectivamente. Observando, que relativo ao ano calendário de 2004 é de se excluir a totalidade lançada, já que os valores lançados neste item somam R$ 493.010,16 e o valor positivo foi de R$ 780.818,00. Fl. 13DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 14 Como se demonstra, de forma clara, pela leitura das ementas e dos votos, tanto os acórdãos paradigmas quanto o acórdão recorrido não afastam a aplicação do Art. 42, da Lei 9.430/1996. Também determinam que provas sejam produzidas pelos contribuintes. O paradigma e o recorrido respeitam e aplicam o Art. 42 e respeitam a inversão do ônus probante, só que o acórdão recorrido, devido a forma de apuração efetivada pelo Fisco, na origem do lançamento, utilizou saldos positivos que ocorreram no final dos anos. Portanto, como não há divergência demonstrada entre acórdãos paradigmas e recorrido, voto pelo não conhecimento do recurso da nobre PGFN no que tange aos depósitos bancários de origem não comprovada, nos termos do voto. Quanto ao segundo ponto, qualificação da multa, o contribuinte alega que, também, o argumento não deveria ter sido conhecido, pois, segundo o Regimento do Conselho, não se pode conhecer de alegação que tenha sido objeto de Súmula. RICARF: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. ... § 2º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. Esclarecemos ao Contribuinte que, apesar do extenso voto sobre a questão, proferido pelo nobre Relator, não há a utilização de Súmula para decidir a questão. Portanto, nesse caso, devemos conhecer do argumento da PGFN. Quanto a qualificação da multa devido a lançamento de ofício, devido, segundo o Fisco, a existência de conduta prevista em lei por parte do sujeito passivo. Lei 9.430/1996: Art.44.Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: Ide setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; IIcento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Fl. 14DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.242 15 Pela leitura do dispositivo, fica claro que há necessidade do evidente intuito de fraude. Lei 4.502/1964: Art . 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. O Fisco motivou a qualificação da multa sob os seguintes argumentos, fls. 04995: 40. O contribuinte, ao não informar, nos respectivos meses, no anexo da atividade rural (anoscalendário de 2002, 2003, 2004), a quase totalidade da vultosa receita bruta auferida proveniente de imóveis explorados como parceiro e arrendatário, o fez com a intenção de impedir ou retardar, ainda que parcialmente, o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, no caso, rendimento tributável relacionado com exploração da atividade rural, restando configurado a conduta escrita como sonegação fiscal, conforme definido no artigo 71, inciso I da Lei n° 4.502/64, justificandose, por conseguinte, a aplicação da multa prevista no artigo 44, inciso II da Lei n° .430/96. Na verdade, tratase de prática reiterada, praticada nos anos calendário de 2001, 002, 2003 e 2004. O mesmo argumento é válido no que diz respeito aos rendimentos omitidos provenientes de juros recebidos via cobrança bancária. Portanto, o Fisco motivou a qualificação da multa por não informação, com pratica reiterada. Como bem observa o Contribuinte, há Súmula que nos ajuda a definir a questão: Fl. 15DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 16 Portaria CARF 49/2010: Súmula CARF nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Em nosso entender, não há a demonstração, pelo relatado pelo Fisco, do evidente intuito de fraude. O Contribuinte não utilizou de estratagemas para “esconder” a receita, pelo contrario, conforme destaca o nobre Relator, o Contribuinte apresentou todas as informações solicitadas pelo Fisco, que, aliás, fundamentaram a exigência. Com todo respeito ao trabalho do Fisco, não encontramos em nenhum momento a caracterização de evidente intuito de fraude. Verificamos o inadimplemento das suas obrigações tributárias, mas essa conduta não enseja a aplicação da multa qualificada. Ressaltese que o contribuinte já é penalizado pelo inadimplemento do tributo devido, com uma multa de 75% (setenta e cinco pro cento) sobre o valor devido. Para a duplicação dessa penalidade, com a aplicação de uma multa de 150% (cento e cinqüenta por cento) deve estar provado nos autos, com absoluta, cabal, evidente certeza, o intuito de fraude, requisito que não consta na autuação. O Fisco, para a qualificação da multa, necessita comprovar duas características na ação do sujeito passivo: 1. EVIDENTE: qualidade daquilo que não admite dúvida; e 2. INTUITO: Propósito na realização de um ato. Ressaltamos, novamente, que pela leitura do relato do Fisco não ficou demonstrado, com absoluta certeza, que o propósito era, sem dúvida, de impedir o conhecimento para reduzir o tributo devido. Somase as considerações expostas em voto qualificado do nobre Conselheiro Relator Giovanni Christian Nunes Campos (Acórdão 10617.015): “Primeiro, devese discutir a pertinência da qualificação da multa de oficio. Quando das infrações aqui em comento, tinha vigência o art. 44 da Lei n° 9.430/96, em sua redação original. Nessa época, aplicavase a multa qualificada nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964. Assim, mister verificar se a conduta estampada nos autos pode se subsumir aos tipos abstratos da qualificação previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96, ou seja, se está comprovado o evidente intuito de fraude, como definido nos arts. 71, 72, 73 da Lei n° 4.502/1964. A autuação tomou por base uma presunção de omissão de rendimentos. O recorrente não fez qualquer prova da origem dos depósitos bancários. Por fim, nos autos, não se descobriu a origem dos depósitos bancários. Fl. 16DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.243 17 ... Poderia, entretanto, a conduta dos autos se subsumir à sonegação, que é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador do imposto de renda ou das condições pessoais do contribuinte. No caso de sonegação, mister explicitar claramente o fato gerador do imposto sonegado, com as condutas dolosas que impediram ou retardaram o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador ou das condições pessoais do contribuinte. A partir de uma presunção legal de ocorrência de um fato gerador do imposto, não podemos afiançar que o contribuinte agiu com dolo, no intuito de impedir ou retardar o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador, notadamente porque a conta bancária era movimentada pelo recorrente, sem nenhuma interposição de pessoa, ou fraude a esconder o real beneficiário dos depósitos. Toda a movimentação bancária foi feita às claras. Por óbvio, considerando as gravíssimos conseqüências da qualificação da multa, que ultrapassam a questão pecuniária, adentrando no terreno do direito penal tributário, não pode o evidente intuito de fraude ser presumido. ... No caso dos autos, o contribuinte não comprovou, documentalmente, a origem dos depósitos, o que manteve íntegro o auto de infração. Caso o recorrente tivesse comprovado a origem dos depósitos, a autoridade autuante, na forma do art. 42, § 2°, da Lei n° 9.430/96, iria verificar se tais depósitos tinham sido submetidos a regular tributação. Caso negativo, iria submetêlos às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Na última situação do parágrafo acima, a autoridade fiscal iria analisar a gênese do fato gerador do imposto omitido, e, eventualmente, poderia identificar as condutas dolosas de sonegação, fraude ou conluio. Entretanto, somente poderíamos afiançar que o contribuinte agiu dessa forma com o conhecimento do real fato gerador do tributo. Por óbvio, considerando as gravíssimas conseqüências da qualificação da multa, que ultrapassam a questão pecuniária, adentrando no terreno do direito penal tributário, não pode o evidente intuito de fraude ser presumido. Como exemplo, acatase a qualificação da multa de oficio nas seguintes hipóteses: • utilização de documentos, material ou ideologicamente, falsos para abertura ou movimentação da conta bancária; • conta de depósito aberta em nome interposta pessoa (Acórdão n° 104 20.713, sessão de 19/05/2005, relator o Conselheiro Remis Almeida Estol; Acórdão n° 10422.618, sessão de 13/09/2007, relator o Conselheiro Nelson Mallmann); Fl. 17DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 18 • utilização de um segundo número de CPF para dificultar a identificação do contribuinte (Acórdão n° 10247.157, sessão de 20/10/2005, relatora a Conselheiro Silvana Mancini Karam); • contribuinte que utiliza conta de terceiro para movimentar recursos de origem não comprovada (Acórdão n° 10616.646, sessão de 05/12/2007, relatora a Conselheira Roberto de Azeredo Ferreira Pagetti); • omissão da escrituração de depósitos bancários, aliado ao exercício de atividades paralelas, as quais dependem de autorização de órgão governamental (Acórdão n° 10193.865, sessão de 19/06/2002, relator o Conselheiro Paulo Roberto Cortez); • utilização de meio fraudulento para comprovar a origem dos depósitos bancários (Acórdão n° 10248.266, sessão de 01/03/2007, relator o Conselheiro Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho). Na espécie, nenhuma das hipóteses acima ocorreu, mas apenas uma omissão de rendimentos, estribada em uma presunção legal relativa. Para qualificar a multa, mister comprovar com elementos hábeis e idôneos o evidente intuito de fraude. Mera presunção da omissão de rendimentos a partir de depósitos bancários de origem não comprovada não justifica a qualificação da multa de oficio. Devese ressaltar que a decisão acima está em consonância com a jurisprudência do Conselho de Contribuintes, balizada pela Súmula 1°CC n° 14: "A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo". Corno exemplo da jurisprudência do Conselho na matéria, colacionase a ementa do Acórdão n° 10422619, unânime para desqualificar a multa de oficio, sessão de 13/09/2007, relator o conselheiro Nelson Malmann, verbis: OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA ARTIGO 42, DA LEI 1‘1°. 9.430, DE 1996 Caracteriza omissão de rendimentos a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa fisica ou jurídica, regularmente ' intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS PERÍODOBASE DE INCIDÊNCIA APURAÇÃO MENSAL TRIBUTAÇÃO NO AJUSTE ANUAL – Os valores dos depósitos bancários não justificados, a partir de 1° de janeiro de 1997, serão apurados, mensalmente, à medida que forem creditados em conta bancária e tributados como rendimentos sujeitos à tabela progressiva anual (ajuste anual). PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS DO ÓNUS DA PROVA – As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tãosomente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao Fl. 18DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15940.000164/200779 Acórdão n.º 920201.889 CSRFT2 Fl. 5.244 19 contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. SANÇÃO TRIBUTÁRIA MULTA QUALIFICADA JUSTIFICATIVA PARA APLICAÇÃO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE Qualquer circunstância que autorize a exasperação da multa de lançamento de oficio de 75%, prevista como regra geral, deverá ser minuciosamente justificada e comprovada nos autos. Além disso, para que a multa qualificada seja aplicada, exigese que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n°. 4.502, de 1964. A apuração de depósitos bancários em contas de titularidade do contribuinte cuja origem não foi justificada, independentemente da forma reiterada e do montante movimentado, por si só, não caracteriza evidente intuito defraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei no. 9.430, de 1996.. Recurso parcialmente provido. (grifei) Ainda, na linha do aqui decidido, citamse os Acórdãos n's: 103 23151, sessão de 08/08/2007, relator o conselheiro Paulo Jacinto do Nascimento; 10616389, sessão de 23/05/2007, relatora a conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Assim, devese afastar a qualificação da multa de oficio. Por todo exposto, creio que o Acórdão recorrido não deve ser reparado quanto a questão da multa de ofício. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto por conhecer parcialmente do recurso da nobre PGFN e, na parte conhecida, nego provimento ao recurso, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 19DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA 20 Fl. 20DF CARF MF Impresso em 07/02/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA
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Numero do processo: 14485.000870/2007-72
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
O presente lançamento refere-se a auto de infração decorrente do
descumprimento da obrigação acessória em virtude de o contribuinte ter apresentado GFIP’s com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, nos termos do artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/91.
A declaração da nulidade do lançamento pelo colegiado a quo decorreu de entendimento no sentido de que as peças constantes do presente auto de infração por descumprimento de obrigação acessória não permitem concluir se as referidas rubricas integram ou não o salário de contribuição.
A verificação da ocorrência do fato gerador das contribuições previdenciárias não informadas em GFIP dá-se no momento da apreciação da obrigação principal, devendo o resultado daqueles lançamentos refletir-se neste lançamento, que é decorrente de descumprimento da obrigação acessória de não declarar os referidos fatos geradores em GFIP.
No presente caso, entendo que o Relatório Fiscal e seus anexos (fls. 32 a 45) descreveram com clareza a ocorrência dos fatos geradores.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-001.821
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, para afastar a nulidade declarada no acórdão recorrido e determinar o retorno dos autos à instância "a quo" para exame das demais questões trazidas no recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Marcelo Oliveira.
Nome do relator: Elias Sampaio Freire
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O presente lançamento referese a auto de infração decorrente do descumprimento da obrigação acessória em virtude de o contribuinte ter apresentado GFIP’s com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, nos termos do artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/91. A declaração da nulidade do lançamento pelo colegiado a quo decorreu de entendimento no sentido de que as peças constantes do presente auto de infração por descumprimento de obrigação acessória não permitem concluir se as referidas rubricas integram ou não o salário de contribuição. A verificação da ocorrência do fato gerador das contribuições previdenciárias não informadas em GFIP dáse no momento da apreciação da obrigação principal, devendo o resultado daqueles lançamentos refletirse neste lançamento, que é decorrente de descumprimento da obrigação acessória de não declarar os referidos fatos geradores em GFIP. No presente caso, entendo que o Relatório Fiscal e seus anexos (fls. 32 a 45) descreveram com clareza a ocorrência dos fatos geradores. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, para afastar a nulidade declarada no acórdão recorrido e determinar o retorno dos autos à instância "a quo" para exame das demais questões trazidas no recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Marcelo Oliveira. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 29/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/11/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/11/2 011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 29/11/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres – Presidente em Exercício (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire – Relator EDITADO EM: 31/10/2011 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (Presidente em Exercício), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Declarouse impedido o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão nº 2301 00.285, proferido pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção em 05/05/2009 (fls. 320/326), interpôs, dentro do prazo regimental, recurso especial de contrariedade à Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 330/339). O acórdão recorrido, por maioria de votos, anulou o auto de infração/lançamento. Segue abaixo sua ementa: “FALTA DE CLAREZA NOS MOTIVOS DA AUTUAÇÃO. NULIDADE DO LANÇAMENTO. A fiscalização deve lavrar, autuação com discriminação clara e precisa as obrigações tributárias acessórias que foram descumpridas, com seus motivos, valor da autuação e dos períodos a que se refere, sob pena de cerceamento de defesa e conseqüente nulidade. Processo Anulado.” A recorrente afirma que a decisão recorrida merece reforma por violar a legislação tributária de regência da matéria, precisamente, os arts. 11, 59 e 60 do Decreto n.º 70.235/72 e confrontar o conjunto probatório carreado aos autos. Cita jurisprudências da CSRF segundo as quais não há nulidade sem prejuízo e se o autuado revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas mediante extensa e substanciosa defesa, abrangendo não somente preliminares, mas também razões de mérito, mostrase incabível a declaração de nulidade de lançamento por cerceamento de defesa, devendo prevalecer os princípios da instrumentalidade e economia processual em lugar do rigor das formas. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 29/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/11/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/11/2 011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 29/11/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 14485.000870/200772 Acórdão n.º 920201.821 CSRFT2 Fl. 2 3 Pondera que o Auto de Infração e respectivo Relatório fiscal da infração continham todas as informações pertinentes à imputação, tanto que a contribuinte sequer aventou qualquer vicio nos aludidos documentos. Salienta que a descrição pormenorizada dos fatos, bem assim a metodologia utilizada para calculo e constituição do crédito tributário encontramse satisfatoriamente postas no Relatório Fiscal. Conclui que não resta evidenciado situação de prejuízo ao direito de defesa hábil a ensejar a decretação de nulidade do processo. Ao final, requer o provimento do presente recurso. Nos termos do Despacho n.º 263/2009 (fls. 340/341), foi dado seguimento ao pedido em análise. Cientificado (AR, fl. 343), o contribuinte não ofereceu contrarazões. Eis o breve relatório. Voto Conselheiro Elias Sampaio Freire, Relator O Recurso Especial da Fazenda Nacional preenche os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. O presente lançamento referese a auto de infração decorrente do descumprimento da obrigação acessória em virtude de o contribuinte ter apresentado GFIP’s com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, nos termos do artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/91, por não ter a empresa considerado como parcelas integrantes do salário de contribuição os pagamentos efetuados aos segurados empregados referentes a participação nos resultados, gratificação liberal, auxílio educação, do décimo terceiro salário dos expatriados, do fornecimento de ticket combustível , do reembolso de despesas médicas e das parcelas in natura referentes a diferenças de base de cálculo correspondentes ao uso de veículos da empresa e de utilização de rede de atendimento médico conveniado. A declaração da nulidade do lançamento pelo colegiado a quo decorreu de entendimento no sentido de que as peças constantes do presente auto de infração por descumprimento de obrigação acessória não permitem concluir se as referidas rubricas integram ou não o salário de contribuição. Diferentemente do que se concluiu no acórdão recorrido, entendo que a verificação da ocorrência do fato gerador das contribuições previdenciárias não informadas em GFIP dáse no momento da apreciação da obrigação principal, devendo o resultado daqueles lançamentos refletirse neste lançamento, que é decorrente de descumprimento da obrigação acessória de não declarar os referidos fatos geradores em GFIP. Precedentes: “AUTO DE INFRAÇÃO DECORRENTE DE NFLD JULGADA IMPROCEDENTE EM PARTE. LAÇAMENTO REFLEXO. OBSERVÂNCIA DECISÃO. Impõese a exclusão da multa Fl. 3DF CARF MF Emitido em 29/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/11/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/11/2 011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 29/11/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 aplicada decorrente da ausência de informação em GFIP de fatos geradores lançados em Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD declarada parcialmente improcedente, em face da íntima relação de causa e efeito que os vincula.” (Acórdão nº 2401001.949 da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção, relator: Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira) Ademais, no presente caso, entendo que o Relatório Fiscal e seus anexos (fls. 32 a 45) descreveram com clareza a ocorrência dos fatos geradores. Isto posto, voto por DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL, para afastar a nulidade declarada no acórdão recorrido, devendo o colegiado a quo apreciar as demais matérias pertinentes ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte. (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire Fl. 4DF CARF MF Emitido em 29/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/11/2011 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 28/11/2 011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 29/11/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10730.900925/2009-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 01 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Sep 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Processo Administrativo Fiscal
Ementa:
ALEGAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR. DECLARAÇÃO DE
COMPENSAÇÃO. OMISSÃO DA DECISÃO RECORRIDA.
NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO.
A omissão relativa a fato relevante para o deslinde da causa caracteriza cerceamento do direito de defesa, a demandar anulação do acórdão recorrido para que outro seja produzido com apreciação de todas as razões de inconformidade.
Decisão Anulada.
Numero da decisão: 3402-001.483
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira
SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em anular a decisão da DRJ e todos os atos praticados posteriormente.
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. OMISSÃO DA DECISÃO RECORRIDA. NECESSIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO. A omissão relativa a fato relevante para o deslinde da causa caracteriza cerceamento do direito de defesa, a demandar anulação do acórdão recorrido para que outro seja produzido com apreciação de todas as razões de inconformidade. Decisão Anulada Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em anular a decisão da DRJ e todos os atos praticados posteriormente. NAYRA BASTOS MANATTA Presidente GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros SILVIA DE BRITO OLIVEIRA, FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA Fl. 325DF CARF MF Emitido em 29/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por NAYRA BASTOS MA NATTA Processo nº 10730.900925/200916 Acórdão n.º 3402001483 S3C4T2 Fl. 310 2 Relatório Tratase de processo de restituição/compensação em que o contribuinte teve seu pedido de indébito negado por despacho decisório eletrônico, sob o fundamento de que o crédito financeiro alegado como pagamento indevido foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Inconformado com a decisão, interpôs manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que parte de suas receitas derivam de contratos a preços pré determinados, firmados antes de 31/10/03, com FURNAS, com GERASUL/TRACTEBEL e com CERJ/AMPLA, todos aprovados pela ANEEL, e com prazo de duração superior a um ano. Afirma que as receitas decorrentes de tais contratos estavam sujeitas à Cofins cumulativa (art. 10, Lei n° 10.833/03), mas equivocadamente foram declaradas como sujeitas à Cofins nãocumulativa. Ao perceber o equivoco, retificou sua contabilidade, mas esqueceu de retificar a DCTF. Fato que deu base ao indeferimento do pedido de restituição, uma vez que os valores recolhidos combinavam com os valores declarados em DCTF. Apresentou vários documentos no momento da interposição do recurso à Primeira Instância, dentre eles; o contrato com Furnas, o contrato com a GERASUL – TRACTEBEL, o contrato com CERJ/AMPLA e o Ofício nº 1431/2006SFF da ANEEL. A DRJ do Rio de Janeiro analisou cada contrato e constatou que nos períodos reclamados pelo recorrente já havia ocorrido reajuste de preço, fato que descaracterizou o preço como predeterminado. Nesta linha, por intermédio do Acórdão nº 1331334, de 03/09/2010, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja ementa se segue: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/04/2005 Preço Predeterminado. Subsistência. Até a primeira alteração. A permanência no regime cumulativo do PIS e da Cofins, na hipótese prevista no inciso XI, artigo 10 da Lei n° 10.833/03, depende do caráter predeterminado do preço, que subsiste somente até a implementação, após 31/10/03, da primeira alteração do preço decorrente da aplicação de cláusula contratual de reajuste, salvo situações excepcionais legalmente previstas.. Irresignado com a decisão da primeira instância administrativa, o recorrente interpôs recurso voluntário ao CARF, requerendo, em síntese: a) Que seja declarada a nulidade da decisão da DRJ, pois a autoridade julgadora não apreciou todos os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, uma vez que ignorou a existência do Ofício nº 1431/2006 SFF/ANELL; Fl. 326DF CARF MF Emitido em 29/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por NAYRA BASTOS MA NATTA Processo nº 10730.900925/200916 Acórdão n.º 3402001483 S3C4T2 Fl. 311 3 b) Que, alternativamente, seja reformado o acórdão da instância a quo, para reconhecer que as receitas oriundas dos contratos com FURNAS, com GERASUL TRACTEBEL e com CERJAMPLA estavam sujeitas à apuração do PIS e da Cofins pelo regime cumulativo; e Que sejam homologadas as compensações declaradas nos autos. É o Relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator A impugnação foi apresentada com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dela tomo conhecimento e passo a apreciar. Preliminarmente, o recorrente alega nulidade da decisão de primeira instância uma vez que houve omissão acerca de um fundamento jurídico apresentado na manifestação de inconformidade. Segundo sua queixa, o Colegiado deixou de analisar o conteúdo do Ofício nº 1431/2006SFF/ANELL e sua aplicabilidade no caso em discussão. A Agência Reguladora afirma no Ofício nº 1431/2006SFF/ANELL que os índices aprovados e/ou homologados pela ANEEL, bem como os contratos celebrados com condições específicas, com base na regulamentação vigente à época, na medida que visam exatamente refletir a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, mantendo o poder de compra da moeda, enquadramse nas disposições do inciso II do § 1º do art. 27 da Lei nº 9.069/95 e consequentemente, nas disposições do art. 109 da Lei nº 11.196/05 e no § 3º do art. 3º da IN SRF nº 658/06. Notase que a informação extraída do Ofício é fundamental para o rumo da lide, explico: A Instrução Normativa SRF nº 658, de 4 de julho 2006, dispõe sobre a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003, in verbis: Do Âmbito de Aplicação Art. 1º Esta Instrução Normativa disciplina a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre as receitas decorrentes dos tipos de contratos que especifica, quando firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003. Do Regime de Incidência Art. 2º Permanecem tributadas no regime de cumulatividade, ainda que a pessoa jurídica esteja sujeita à incidência não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, as Fl. 327DF CARF MF Emitido em 29/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por NAYRA BASTOS MA NATTA Processo nº 10730.900925/200916 Acórdão n.º 3402001483 S3C4T2 Fl. 312 4 receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003: I com prazo superior a 1 (um) ano, de administradoras de planos de consórcios de bens móveis e imóveis, regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil; II com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; III de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas subsidiárias, bem assim os contratos posteriormente firmados decorrentes de propostas apresentadas em processo licitatório até aquela data; e IV com prazo superior a 1 (um) ano, de revenda de imóveis, desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e construção de prédio destinado à venda. Do Preço Predeterminado Art. 3º Para efeito desta Instrução Normativa, preço predeterminado é aquele fixado em moeda nacional como remuneração da totalidade do objeto do contrato. § 1º Considerase também preço predeterminado aquele fixado em moeda nacional por unidade de produto ou por período de execução. § 2º Ressalvado o disposto no § 3º, o caráter predeterminado do preço subsiste somente até a implementação, após a data mencionada no art. 2º, da primeira alteração de preços decorrente da aplicação: I de cláusula contratual de reajuste, periódico ou não; ou II de regra de ajuste para manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro do contrato, nos termos dos arts. 57, 58 e 65 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. § 3º O reajuste de preços, efetivado após 31 de outubro de 2003, em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1º do art. 27 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, não descaracteriza o preço predeterminado. Art. 4º Na hipótese de pactuada, a qualquer título, a prorrogação do contrato, as receitas auferidas depois de vencido o prazo contratual vigente em 31 de outubro de 2003 sujeitarse ão à incidência nãocumulativa das contribuições. Pela simples leitura dos artigos supra, concluise que o teor do Ofício nº 1431/2006SFF/ANELL trata exatamente desta matéria. Fl. 328DF CARF MF Emitido em 29/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por NAYRA BASTOS MA NATTA Processo nº 10730.900925/200916 Acórdão n.º 3402001483 S3C4T2 Fl. 313 5 Entendo que a DRJ/RJ não poderia se abster de analisar a aplicação deste Ofício ao caso concreto. Esse é um caso típico de omissão, sanável por intermédio de embargos de declaração. Consoante noção cediça, não existe previsão para embargos contra decisão proferida em primeira instância administrativa. A previsão de embargos de declaração no âmbito do processo administrativo nasce no Regimento Interno do CARF. Diante destes fatos, surge uma pergunta, como fica então o sujeito passivo que teve seu direito cerceado por uma decisão incompleta, decisão esta que se omitiu sobre ponto fundamental que poderia dar outro rumo a lide? Resposta simples, a omissão é um vício de atividade, de um error in procedendo, na medida em que o julgador desatende comando legal regulador de sua atuação à frente do processo. Esse defeito do pronunciamento do julgador traz em si um ultraje à sadia regra de correlação entre a demanda e sentença, que vincula os fundamentos da decisão e seu dispositivo à causa de pedir e aos pedidos formulados pela parte, respectivamente. A jurisprudência do CARF é uníssona no sentido de anular a decisão citra petita para afastar o cerceamento do direito de defesa. Pelo exposto, voto por anular o acórdão recorrido para que a primeira instância produza uma nova decisão, analisando todos os fundamentos jurídicos relevantes apresentados na manifestação de inconformidade, em especial, a aplicação do Ofício nº 1431/2006SFF/ANELL ao caso em questão. Em seguida ao novo acórdão, deve ser reaberto o prazo para eventual recurso voluntário, tudo conforme o rito do Decreto nº 70.235/72. É como voto. Sala das Sessões, em 01/09/2011 Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 329DF CARF MF Emitido em 29/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 9/09/2011 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 20/09/2011 por NAYRA BASTOS MA NATTA
score : 1.0
Numero do processo: 36402.000091/2004-30
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/02/1997 a 28/02/1997, 01/11/1997 a 31/12/1997,
01/03/1998 a 31/12/1998
DOCUMENTOS. JUNTADA POSTERIOR À IMPUGNAÇÃO. REVISÃO DO LANÇAMENTO. VERDADE MATERIAL.
Embora apresentados após a impugnação, os documentos juntados importam revisão do lançamento, em obediência ao princípio da verdade material que rege o processo administrativo. Empreitada total , a responsabilidade solidária se elide com a adoção dos procedimentos previstos na legislação.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-001.781
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: Francisco Assis de Oliveira Junior
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JUNTADA POSTERIOR À IMPUGNAÇÃO. REVISÃO DO LANÇAMENTO. VERDADE MATERIAL. Embora apresentados após a impugnação, os documentos juntados importam revisão do lançamento, em obediência ao princípio da verdade material que rege o processo administrativo. Empreitada total , a responsabilidade solidária se elide com a adoção dos procedimentos previstos na legislação. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Fl. 602DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 20/10/2011 por OTACILIO DANT AS CARTAXO 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo – Presidente (Assinado digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior – Relator EDITADO EM: 13/10/2011 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Tratase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional com fundamento no art. 7º, incisos I e II, do Regimento Interno da Câmara Superior, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 2007, c/c artigo 4º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Na decisão recorrida, Acórdão nº 20501.212, de 08/10/2008, consta a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/02/1997 a 28/02/1997,01/11/1997 a 31/12/1997, 01/03/1998 a 31/12/1998 NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO PEDIDO DE REVISÃO ACÓRDÃO DIVERGENTE DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. O pedido de revisão não se presta a simples rediscussão da matéria de mérito apreciada na decisão definitiva, mas, sim, a corrigir eventual violação de pareceres da Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social, aprovados pelo Ministro da pasta, bem como do AdvogadoGeral da União, ou quando violarem literal disposição de lei ou decreto, ou após a decisão houver a obtenção de documento novo de existência ignorada, ou for constatado vício insanável. No presente caso, o Acórdão diverge da legislação previdenciária. EMPREITADA TOTAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DOCUMENTOS. JUNTADA POSTERIOR À IMPUGNAÇÃO. REVISÃO DO LANÇAMENTO. VERDADE MATERIAL. Fl. 603DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 20/10/2011 por OTACILIO DANT AS CARTAXO Processo nº 36402.000091/200430 Acórdão n.º 920201.781 CSRFT2 Fl. 2 3 Embora apresentados após a impugnação, os documentos juntados importam revisão do lançamento, em obediência ao princípio da verdade material que rege o processo administrativo. Empreitada total , a responsabilidade solidária se elide com a adoção dos procedimentos previstos na legislação. DECADÊNCIA: O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regas do Código Tributário Nacional. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE A inconformidade da Fazenda Nacional referese ao acolhimento, pela decisão recorrida, de diversos documentos juntados após o trânsito em julgado do acórdão da 4a. Câmara de Julgamento do CRPS, fato que determinou a retificação do lançamento. Tal decisão divergiu de diversos acórdãos exarados por outros colegiados (Acórdão 10246765; 20305845) que aplicaram o princípio da preclusão no tocante ao prazo para apresentação de documentos no âmbito do procedimento administrativo fiscal. O recurso foi admitido, conforme consta do despacho às fls. 509/510, e encaminhado ao contribuinte para ciência, tendo sido facultada a apresentação de contrarazões que, por sua vez, sustentou a não aplicação do princípio da preclusão aos processos administrativos, devendo ser aproveitados todos os atos e documentos acostados antes de proferida decisão sobre determinado assunto. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco Assis de Oliveira Júnior, Relator Verifico que o recurso especial é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, conforme consta do despacho às fls.509/510 Conforme se depreende da peça recursal, a Fazenda Nacional alega que o acórdão recorrido fundamentou sua decisão em documento apresentado após o trânsito em julgado do acórdão exarado pela 4a. Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social, fora do prazo previsto no art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972, divergindo, portanto, de decisões de outros colegiados que deixaram de acolher documentos nessas condições, aplicando o princípio da preclusão. Por sua vez, o acórdão recorrido, acolheu a prova produzida pelo contribuinte privilegiando o princípio da verdade material, corolário do princípio da legalidade. Não obstante o esforço da Fazenda Nacional em fundamentar seu inconformismo, contudo, verifico a impossibilidade de prosperar esse intento. Fl. 604DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 20/10/2011 por OTACILIO DANT AS CARTAXO 4 Conforme decisão já proferida por este colegiado, especificamente acórdão da lavra do ilustre Conselheiro Elias Sampaio Freire, 920200818, de 10/05/2010, tanto o princípio da preclusão quanto da verdade material são aplicáveis ao processo administrativo fiscal, contudo não se pode falar em preponderância de um em relação ao outro tendo em vista a necessária adequação do processo administrativo aos aspectos materiais inseridos no contexto da legalidade. Valhome das razões do ilustre conselheiro, razão pela qual peço vênia para transcrever a decisão: A aplicação do princípio da preclusão não pode ser levado às últimas conseqüências, por força do princípio da verdade material. Pois o Princípio da Verdade Material está em permanente tensão com o da Preclusão e toca ao julgador ponderálos adequadamente. Os princípios podem ser cumpridos em diferentes graus, ou seja, os princípios apresentam razões as quais podem ser afastadas por razões opostas, não trazendo em si determinações acerca da forma pela qual deverá ser eliminada a tensão entre a razão que a contém e aquela que eventualmente se apresente como oposta. O conflito de princípios somente tem existência diante de um caso concreto, enquanto os conflitos entre as regas têm existência em abstrato. No caso das regas o conflito somente será resolvido se for introduzida uma cláusula de exceção, pois a aplicação de uma afasta a outra, ou se uma delas for declarada não válida. Ou seja, as regras são vistas segundo a sua estrutura dinâmica, utilizando a terminologia de Kelsen, assim, ou valem ou não valem (juízo de validade), o que não significa não possam as mesmas ser densificadas com base no princípio da razoabilidade. Os princípios, em específico, não estão submetidos, tãosomente, a um juízo de validade, mas especialmente a uma ponderação, a um balanceamento; não se declara válido ou não válido um princípio, não há uma norma de exceção. A solução é diversa: as circunstâncias concretas motivadoras da aplicação dos princípios conflitantes devem ser analisadas, observandose qual o princípio prevalecerá no caso concreto, uma vez que eles têm peso diferente. Na escolha do princípio a incidir deverá ser utilizada a máxima da proporcionalidade. Não há, portanto, verdadeira hierarquia entre os princípios, uma vez que ora poderá prevalecer um ora outro, deve ser feito o teste de proporcionalidade, para decidir qual regerá o caso concreto. Há, pois, uma hierarquização em função do caso concreto. O princípio da verdade material é decorrente do Princípio da Legalidade e vinculado ao Princípio da Oficialidade. Por isso, a Administração tem o direito e o dever de i p\ carrear para o expediente todos os dados, informações e documentos a res eito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos (Medauar, 1993, p. 121, apud Néder e López, 2002, p. 63). Fl. 605DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 20/10/2011 por OTACILIO DANT AS CARTAXO Processo nº 36402.000091/200430 Acórdão n.º 920201.781 CSRFT2 Fl. 3 5 Garante a Constituição Federal aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. O contraditório é, de certa forma, o instrumento à ampla defesa. "No processo administrativo fiscal a garantia do contraditório quer dizer que o contribuinte tem direito de manifestar se sobre toda e qualquer afirmação dos agentes do fisco, antes da decisão. E também que os agentes do fisco devem ser ouvidos sobre a defesa oferecida pelo contribuinte" (MACHADO,Hugo de Brito. "O Devido Processo Legal Administrativo Tributário e o Mandado de Segurança". In: Processo Administrativo Fiscal. São Paulo, Dialética, 1995, p. 83). ANTÓNIO DA SILVA CABRAL, na obra "Processo Administrativo Fiscal", assim se pronunciou acerca dos princípios de direito processual aplicáveis ao processo administrativo: No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador. Por isso, no processo fiscal o julgador tem mais liberdade do que o juiz. Para formar sua convicção, pode o julgador mandar realizar diligências e, se for o caso, perícia. (.) Na realidade, está em jogo a legalidade da tributação. Se o tributo só será devido se estiver previsto em lei, o que as parte alegam não conta tanto como no processo judicial. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento. Por outro lado, a opinião pessoal do julgador não importa. (..) É que o importante, nesse terreno, é a prova, é a verificação dos fatos. Isto faz com que o processo fiscal se diferencie do processo judicial, pois o juiz se atém às provas mencionadas pelas partes, enquanto no campo fiscal o julgador pode mandar fazer outras investigações para obter a verdade material." (Destaques do original) Portanto, entendo que agiu com acerto a Câmara recorrida ao aplicar o princípio da verdade material em detrimento da preclusão, aceitando o documento apresentando após o prazo estabelecido pelo Decreto nº 70.235, de 1972. Ressalto que os processos decorrentes de responsabilidade solidariedade entre o tomador e o prestador de serviços, como este em apreciação por este colegiado, sempre se caracterizaram pela complexidade, sobretudo pelo fato de, na maioria das vezes, existirem duas impugnações, dois recursos e demais aspectos da produção de provas. Conforme bem ressaltado pela conselheira relatora, por questões diversas, a prestadora de serviços, embora tenha sido cientificada, somente apresentou farta documentação e seu recurso após a decisão exarada pela 4a. CAJ do CRPS, órgão anteriormente competente para julgar o litígio administrativo na esfera das contribuições previdenciárias. Fl. 606DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 20/10/2011 por OTACILIO DANT AS CARTAXO 6 Dessa forma, entendo que o Acórdão recorrido não merece correção, especificamente por ter considerado o conjunto probatório presente nos autos, em especial, os documentos apresentados pela prestadora, devendo, ser mantido o provimento ao recurso voluntário do contribuinte, razão pela qual VOTO no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL da Fazenda Nacional pelas razões de fato e de direito acima expostas. (Assinado digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior Fl. 607DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 20/10/2011 por OTACILIO DANT AS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 10831.000359/2001-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Nov 21 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 06/07/1995, 22/04/1996, 08/05/1996, 17/07/1996, 21/11/1996, 24/02/1997, 03/03/1997, 23/05/1997, 23/07/1997, 25/07/1997, 10/11/1997, 23/12/1997
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL.
É defeso ao contribuinte trazer, em sede de recurso, matérias que não foram objeto de contestação quando da apresentação da impugnação, sob pena de supressão de instância.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INDEFERIMENTO DE PERÍCIA. A prova pericial destina-se a firmar o convencimento do julgador,
quando houver questões de difícil deslindamento ou quando hhouver necessidade de esclarecer matérias fáticas não suficientemente aclaradas nos autos, sendo facultado à autoridade julgadora o seu indeferimento por entendê-la desnecessária ao deslinde do litígio.
DRAWBACK MODALIDADE SUSPENSÃO. EXIGÊNCIA DE VINCULAÇÃO FÍSICA ENTRE OS INSUMOS IMPORTADOS E OS PRODUTOS EXPORTADOS. INADIMPLEMENTO.
A concessão do regime condiciona-se ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do Decreto-lei no 37/66). A modalidade de suspensão no regime de drawback segue o requisito básico de submissão ao princípio de vinculação física entre o insumo importado e o produto objeto de exportação, por ser essa uma regra básica do regime.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3202-000.403
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso; na parte conhecida, em negar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Recorrente CERÂMICA CHIARELLI S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Regimes Aduaneiros Data do fato gerador: 06/07/1995, 22/04/1996, 08/05/1996, 17/07/1996, 21/11/1996, 24/02/1997, 03/03/1997, 23/05/1997, 23/07/1997, 25/07/1997, 10/11/1997, 23/12/1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É defeso ao contribuinte trazer, em sede de recurso, matérias que não foram objeto de contestação quando da apresentação da impugnação, sob pena de supressão de instância. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INDEFERIMENTO DE PERÍCIA. A prova pericial destinase a firmar o convencimento do julgador, quando houver questões de difícil deslindamento ou quando houver necessidade de esclarecer matérias fáticas não suficientemente aclaradas nos autos, sendo facultado à autoridade julgadora o seu indeferimento por entendêla desnecessária ao deslinde do litígio. DRAWBACK MODALIDADE SUSPENSÃO. EXIGÊNCIA DE VINCULAÇÃO FÍSICA ENTRE OS INSUMOS IMPORTADOS E OS PRODUTOS EXPORTADOS. INADIMPLEMENTO. A concessão do regime condicionase ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do Decretolei no 37/66). A modalidade de suspensão no regime de drawback segue o requisito básico de submissão ao princípio de vinculação física entre o insumo importado e o produto objeto de exportação, por ser essa uma regra básica do regime. Recurso Voluntário negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso; na parte conhecida, em negar provimento ao recurso voluntário. José Luiz Novo Rossari Presidente Fl. 1DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES 2 Irene Souza da Trindade Torres Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros José Luiz Novo Rossari, Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luiz Eduardo Garrossino Barbieri e Octavio Carneiro Silva Corrêa. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, o qual passo a transcrever: “Trata o presente processo de exigência do Imposto de Importação, acrescido de multa de ofício, no percentual de 75%, e dos juros de mora, perfazendo, na data da autuação, o crédito tributário no valor de R$ 170.471,74, objeto dos Autos de Infração fls. 0191. 2. De acordo com a descrição dos fatos constante do Auto de Infração, a impugnante importou diversas mercadorias ao amparo do regime aduaneiro especial de drawback, com base nos atos concessórios nos 5295/0500, de 24/04/1995; 52 96/0464, de 04/06/1996, e 5297/0327, de 05/05/1997. Conforme apurou a fiscalização, houve inadimplemento parcial do compromisso de exportação, sem que o beneficiário adotasse alguma das providências elencadas no art. 319 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto º 91.030/1985 (vigente à época dos fatos). Assim, foi lavrado o auto de infração para constituir o crédito tributário relativo aos insumos importados com suspensão de impostos, cuja industrialização e exportação não foram comprovadas. 3. No Termo de Verificação e Constatação Fiscal (fls. 1191), inicialmente, são expendidas considerações genéricas sobre o regime de drawback, compreendendo sua base legal, definição, natureza jurídica, finalidade e princípios informadores. A seguir, a fiscalização expõe informações gerais sobre a concessão e fiscalização do regime drawback e a sistemática de comprovação. São feitas ainda considerações sobre o princípio da vinculação física, a exigibilidade dos tributos incidentes na importação, as penalidades aplicáveis e a contagem do prazo decadencial no caso do regime drawback. 4. No tocante às irregularidades detectadas, a fiscalização expõe o seguinte: 4.1 no relatório de comprovação de drawback referente ao ato concessório nº 5295/0500, foi constatado que os Registros de Exportação (REs) relacionados na fl. 29 não estão averbados e, assim, não comprovam a ocorrência das exportações, nos termos dos arts. 46, 48 e 49 da Instrução Normativa SRF nº 28/1994; 4.2 em atendimento à intimação, a empresa informou quais as espécies de produtos finais (linha/modelo) em que foram empregados os insumos importados, conforme quadros demonstrativos de fls. 3133; 4.3 tendo por base essa informação e considerandose o princípio da vinculação física, não foram aceitos, para fins de comprovação do drawback, os REs relacionados às fls. 3334, indicados no relatório de comprovação dos atos concessórios nos 5295/0500 e 5296/0464, por se Fl. 2DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 10831.000359/200147 Acórdão n.º 3202000.403 S3C2T2 Fl. 4.309 3 referirem a produtos de linha/modelo diferentes daqueles nos quais deveriam ter sido empregados os insumos importados ao amparo do drawback; 4.4 o drawback é concedido ao estabelecimento cujo CGC/CNPJ está indicado no ato concessório, o qual fica obrigado a realizar a exportação, sendo considerados autônomos os estabelecimentos, ainda que pertencentes a uma mesma pessoa jurídica, nos termos do art. 392, incisos III e IV, do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto nº 87.981/1982 (RIPI), vigente à época; 4.5 com base na premissa acima e considerando que o ato concessório foi concedido ao estabelecimento de CGC 52.736.840/000110, foram rejeitados os REs listados às fls. 3637, haja vista ampararem exportações realizadas pelo estabelecimento cujo CGC é 52.736.840/000544; 4.6 considerando o laudo técnico fornecido pela empresa, que informa o consumo de 0,7 Kg de esmaltes importados por metro quadrado (m2) do produto final, bem como as notas fiscais, planilhas, livros fiscais e fichas de controle de estoques contendo informações sobre a entrada e saída de mercadorias e conhecendose ainda a quantidade desse produto cuja exportação foi comprovada, apurouse a parcela de insumos que teria deixado de ser industrializada e exportada, conforme demonstrativos de entrada de insumos e saída de produtos finais (fls. 7691); 4.7 de acordo com as informações detalhadas às fls. 4054, não houve o cumprimento do regime drawback em relação aos seguintes insumos: a) ato concessório nº 005295/0000500: 3.096,80 Kg de esmalte cerâmico GRN033 – 1.05.03.0027; 26.850,80 Kg de esmalte cerâmico PLT033 – 1.05.03.0012; 8.261,20 Kg de esmalte cerâmico GRN030 – 1.05.03.0004; 9.700,00 Kg de esmalte cerâmico FQ009 – 1.05.03.0008; 70.601,90 Kg de esmalte cerâmico FQ054 – 1.05.03.0030; b) b) ato concessório nº 005296/0464: 3.840,80 Kg de esmalte cerâmico GRN033 – 1.05.03.0027; 77.437,60 Kg de esmalte cerâmico FQ054 – 1.05.03.0030; c) c) ato concessório nº 005297/0000327: 3.800,00 Kg de esmalte cerâmico GRN033 – 1.05.03.0027; 40.000,00 Kg de esmalte cerâmico FQ054 – 1.05.03.0030; 15.369,30 Kg de esmalte cerâmico SRF015 – 1.05.03.0034; 4.8. no regime drawback, acaso realizada a exportação, a suspensão tributária transformase em isenção, porém, não comprovada a efetiva exportação, tornamse exigíveis os tributos relativos aos insumos estrangeiros que ficaram suspensos na importação, proporcionalmente às quantidades não exportadas, acrescidos de juros de mora e multa de ofício, conforme quadros demonstrativos de fls. 5964. 5. Cientificado do lançamento em 15/01/2001, conforme fl. 01, o contribuinte insurgiuse contra a exigência, apresentando a impugnação de fls. 3.2473.262 [vol. XI]9, em 14/02/2001, acompanhada dos documentos de fls 3.263 4.256, por meio da qual expõe as seguintes razões de defesa: Fl. 3DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES 4 5.1. foi cumprida a exigência legal, pois os insumos importados com suspensão foram empregados na fabricação de mercadorias exportadas, conforme atestam os Relatórios de Comprovação; 5.2. o critério adotado pela fiscalização levoua a uma conclusão equivocada, uma vez que considerou apenas as exportações cujos Registros de Exportação (RE) foram enviados à Secex, desconsiderando as exportações não submetidas a esse órgão; 5.3. a impugnante, quando procedeu à comprovação das exportações perante a Secex, adotou como critério o valor em dólar estipulado nos atos concessórios, sendo que quando as exportações atingiram o montante compromissado, deixou de submeter à Secex as exportações posteriores, por entender já haver cumprido o compromisso estabelecido, porém, continuava empregando os insumos importados ao amparo do drawback na industrialização de produtos que exportava; 5.4. promoveu a exportação compromissada, seja quanto ao valor, seja com relação à quantidade de produtos, tendo documentado perante a Secex somente as exportações que comprovavam o atendimento do requisito “valor”; 5.5. foram elaborados demonstrativos, partindose do saldo apurado pela fiscalização que supostamente não teria sido utilizado na fabricação de produtos exportados, sendo computados outros REs que revelam a exportação de bens nos quais foram empregados os insumos importados sob regime drawback, calculandose a quantidade de insumo que foi efetivamente utilizada em produtos exportados (quadros demonstrativos de fls. 3.3203.324, 3.6243.627, 3.852, 3.890, 3.902, 3.9133.918 e 4.204); 5.6. no tocante ao ato concessório nº 005295/0000500, a fiscalização havia apurado o saldo de: a) 70.601,90 Kg de esmalte cerâmico FQ054, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram utilizados na exportação 70.268,59 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 333,31 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; b) 9.700,00 Kg de esmalte cerâmico FQ009, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, porém foram realizadas exportações de produtos nos quais foi utilizada a totalidade dessa quantidade importada, dentro do prazo de validade do ato concessório; c) 46.850,80 Kg de esmalte cerâmico PLT033, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram utilizados na exportação 2.923,20 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 43.927,60 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; d) 8.261,20 Kg de esmalte cerâmico GRN030, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram utilizados na exportação 1.587,60 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 6.673,60 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; 5.7. com relação ao ato concessório nº 005296/0464, a fiscalização havia apurado o saldo de: Fl. 4DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 10831.000359/200147 Acórdão n.º 3202000.403 S3C2T2 Fl. 4.310 5 a) 77.437,60 Kg de esmalte cerâmico FQ054, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 77.249,20 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 188,40 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; b) 3.840,80 Kg de esmalte cerâmico GRN033, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 856,80 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 2.984,00 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; 5.8. no que se refere ao ato concessório nº 005297/0000327, a fiscalização apurou o saldo de: a) 5.994,40 Kg de esmalte cerâmico GRN033, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 5.544,00 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 450,40 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; b) 44.056,80 Kg de esmalte cerâmico FQ054, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 44.100,00 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, havendo uma exportação a maior de 43,20 Kg, o que se justifica pelo fato de que havia saldo de insumos importados mediante o pagamento dos impostos; c) 15.369,30 Kg de esmalte cerâmico SRF015, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 15.334,20 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 35,10 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; 5.9. requer o cancelamento do auto de infração tendo em vista haver comprovado que toda a quantidade de insumos importada ao amparo do drawback foi efetivamente utilizada na industrialização de bens destinados à exportação, ainda que pequena parcela destes tenha sido exportada fora do prazo estabelecido no ato concessório; 5.10. não obstante uma quantidade de insumos haver sido empregada em produtos exportados após o prazo de validade do ato concessório, foi alcançada, de qualquer maneira, a finalidade do drawback, que é a desoneração tributária das exportações; 5.11 requer subsidiariamente seja retificado o lançamento, exigindose os tributos incidentes sobre os insumos empregados nos produtos cuja exportação foi realizada após o prazo estabelecido nos atos concessórios; 5.12 protesta pela produção de todas as provas em Direito admitidas, especialmente a realização de diligência, de maneira a demonstrar a verdade das afirmações e a “adequação dos demonstrativos juntados” (sic);” A Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil em Fortaleza/CE julgou procedente o lançamento (fls.4.261/4.277 – vol. XV), nos termos da ementa transcrita adiante: Fl. 5DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES 6 “ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 06/07/1995, 22/04/1996, 08/05/1996, 17/07/1996, 21/11/1996, 24/02/1997, 03/03/1997, 23/05/1997, 23/07/1997, 25/07/1997, 10/11/1997, 23/12/1997 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. PRODUÇÃO DE PROVA. PROTESTO GENÉRICO. INADMISSIBILIDADE. O protesto genérico pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos não produz efeitos no processo administrativo fiscal. A prova documental deve ser apresentada juntamente com a impugnação, salvo nos casos expressamente admitidos em lei. Em caso de obtenção de provas por meio de diligências ou perícias, estas devem ser expressamente solicitadas, especificando o seu objeto e atendendose os requisitos previstos em lei, sob pena de considerarse não formulado o pedido. ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 06/07/1995, 22/04/1996, 08/05/1996, 17/07/1996, 21/11/1996, 24/02/1997, 03/03/1997, 23/05/1997, 23/07/1997, 25/07/1997, 10/11/1997, 23/12/1997 DRAWBACK. MODALIDADE SUSPENSÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES PERANTE A SECEX. A suspensão de tributos, pela aplicação do regime drawback, obriga o beneficiário a comprovar, perante a Secex, nas condições e prazos estabelecidos, a efetiva exportação dos produtos em cuja elaboração foram utilizadas as mercadorias importadas. A Secretaria da Receita Federal do Brasil não tem competência para aceitar exportações não comprovadas perante a Secex. Lançamento Procedente” Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário a este Colegiado, (fls. 4.291/4.303 – vol.XVI), alegando, em síntese: que, conforme as notas fiscais, relatórios e planilhas acostadas aos autos, resta claro que cumpriu as exigências da lei, acima de tudo, a exigência maior, que é a exportação das mercadorias, utilizando os insumos importados com suspensão de impostos para a industrialização de produtos que foram posteriormente exportado; que a autuação decorreu da exigência de excesso de formalidades no caso em questão, bem como do emprego de rigor excessivo para com o contribuinte na comprovação do adimplemento do benefício do drawback; que a Fiscalização levou em consideração apenas as exportações cujos registros de exportação foram enviados ao SECEX, tendo desconsiderado as exportações cujos registros não foram submetidos a este órgão; que a empresa, quando procedeu à comprovação das exportações perante a SECEX, adotou por critério comprovar o valor em moeda (dólar americano) compromissado nos respectivos Atos Concessórios, e a partir do momento em que as exportações atingiam o Fl. 6DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 10831.000359/200147 Acórdão n.º 3202000.403 S3C2T2 Fl. 4.311 7 valor compromissado, deixava de submeter à SECEX as demais exportações, mas continuava a promovêlas; que, comprovada a efetivação da exportação, resta cumprida a vinculação física do insumo importado, devendo ser considerada em respeito ao princípio da verdade real; que os autos deveriam ser baixados em diligência para a realização de perícia contábil para análise detalhada de todos os documentos anexados aos autos e emissão de parecer por profissional tecnicamente habilitado, pois os documentos acostados comprovam as exportações realizadas dentro de cada um dos Atos Concessórios; que, “ainda que se busque apenar a recorrente por ter efetuado as exportações fora do prazo do ato concessório, não deve prosperar a autuação ainda assim, pois, se o objetivo do drawback é incentivar e beneficiar as exportações, favorecendo e fomentando a economia interna do país, referida autuação torna nulo o objeto do drawback. Com efeito, referida autuação afeta diretamente a economia da Recorrente, em nítido efeito dominó, interferindo na produção da empresa, nas vendas, pagamento de fornecedores, funcionários e ect.” que a divergência de nomenclatura dos produtos exportados não é suficiente para desconstituir o cumprimento do compromisso na exportação, vez que os produtos exportados são revestimentos cerâmicos. Afirma que “os produtos, devido à dinâmica do mercado globalizado, mudam constantemente seus nomes, tratase de política mercantil empregada em todo o mundo; mudase o nome, mas o insumo que fora importado continua a compor a sua formulação química. O produto em que se empregou o insumo importado não foi desvirtuado, este sempre foi revestimentos cerâmicos, o nome do produto é mera característica formal’; que constituise excesso de rigor e formalismo a rejeição dos RE listados às fls. 36/37 pelo simples fato de o Ato Concessório ter sido firmado para o CNPJ do estabelecimento matriz (52.736.840/000110) e as exportações terem sido realizadas por empresa com outro CNPJ (52.736.840/000544), visto que esta se trata de uma filial da empresa, que é uma extensão da matriz e tem o mesmo objeto social; e que a diferença nos CNPJ constituise em uma pequena, irrelevante e escusável inobservância de requisitos formais previstos na legislação tributária. Ao final, requereu “seja determinada diligência para perícia nos documentos anexados aos autos, tendo em vista a não realização em 1ª instância, bem como seja acolhido o presente recurso para o fim de reformar a decisão recorrida, cancelandose o débito fiscal reclamado e arquivandose o processo administrativo correlato.” 5.7. foi cumprida a exigência legal, pois os insumos importados com suspensão foram empregados na fabricação de mercadorias exportadas, conforme atestam os Relatórios de Comprovação; 5.8. o critério adotado pela fiscalização levoua a uma conclusão equivocada, uma vez que considerou apenas as exportações cujos Registros de Exportação (RE) foram enviados à Secex, desconsiderando as exportações não submetidas a esse órgão; Fl. 7DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES 8 5.9. a impugnante, quando procedeu à comprovação das exportações perante a Secex, adotou como critério o valor em dólar estipulado nos atos concessórios, sendo que quando as exportações atingiram o montante compromissado, deixou de submeter à Secex as exportações posteriores, por entender já haver cumprido o compromisso estabelecido, porém, continuava empregando os insumos importados ao amparo do drawback na industrialização de produtos que exportava; 5.10. promoveu a exportação compromissada, seja quanto ao valor, seja com relação à quantidade de produtos, tendo documentado perante a Secex somente as exportações que comprovavam o atendimento do requisito “valor”; 5.11. foram elaborados demonstrativos, partindose do saldo apurado pela fiscalização que supostamente não teria sido utilizado na fabricação de produtos exportados, sendo computados outros REs que revelam a exportação de bens nos quais foram empregados os insumos importados sob regime drawback, calculandose a quantidade de insumo que foi efetivamente utilizada em produtos exportados (quadros demonstrativos de fls. 3.3203.324, 3.6243.627, 3.852, 3.890, 3.902, 3.9133.918 e 4.204); 5.12. no tocante ao ato concessório nº 005295/0000500, a fiscalização havia apurado o saldo de: a) 70.601,90 Kg de esmalte cerâmico FQ054, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram utilizados na exportação 70.268,59 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 333,31 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; b) 9.700,00 Kg de esmalte cerâmico FQ009, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, porém foram realizadas exportações de produtos nos quais foi utilizada a totalidade dessa quantidade importada, dentro do prazo de validade do ato concessório; c) 46.850,80 Kg de esmalte cerâmico PLT033, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram utilizados na exportação 2.923,20 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 43.927,60 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; d) 8.261,20 Kg de esmalte cerâmico GRN030, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram utilizados na exportação 1.587,60 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 6.673,60 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; 5.7. com relação ao ato concessório nº 005296/0464, a fiscalização havia apurado o saldo de: a) 77.437,60 Kg de esmalte cerâmico FQ054, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 77.249,20 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 188,40 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; b) 3.840,80 Kg de esmalte cerâmico GRN033, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 856,80 Kg, dentro do prazo de validade do ato Fl. 8DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 10831.000359/200147 Acórdão n.º 3202000.403 S3C2T2 Fl. 4.312 9 concessório, restando um saldo residual de 2.984,00 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; 5.8. no que se refere ao ato concessório nº 005297/0000327, a fiscalização apurou o saldo de: a) 5.994,40 Kg de esmalte cerâmico GRN033, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 5.544,00 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 450,40 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; b) 44.056,80 Kg de esmalte cerâmico FQ054, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 44.100,00 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, havendo uma exportação a maior de 43,20 Kg, o que se justifica pelo fato de que havia saldo de insumos importados mediante o pagamento dos impostos; c) 15.369,30 Kg de esmalte cerâmico SRF015, que não teriam sido empregados nos produtos exportados, sendo que dessa quantidade foram efetivamente utilizados na exportação 15.334,20 Kg, dentro do prazo de validade do ato concessório, restando um saldo residual de 35,10 Kg, o qual foi empregado em produtos exportados após o vencimento do prazo concedido; 5.9. requer o cancelamento do auto de infração tendo em vista haver comprovado que toda a quantidade de insumos importada ao amparo do drawback foi efetivamente utilizada na industrialização de bens destinados à exportação, ainda que pequena parcela destes tenha sido exportada fora do prazo estabelecido no ato concessório; 5.10. não obstante uma quantidade de insumos haver sido empregada em produtos exportados após o prazo de validade do ato concessório, foi alcançada, de qualquer maneira, a finalidade do drawback, que é a desoneração tributária das exportações; 5.11 requer subsidiariamente seja retificado o lançamento, exigindose os tributos incidentes sobre os insumos empregados nos produtos cuja exportação foi realizada após o prazo estabelecido nos atos concessórios; 5.12 protesta pela produção de todas as provas em Direito admitidas, especialmente a realização de diligência, de maneira a demonstrar a verdade das afirmações e a “adequação dos demonstrativos juntados” (sic);”É o Relatório. Voto Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, Relatora O recurso voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, razões pelas quais dele conheço. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES 10 Ao teor do relatado, trata a lide de Auto de Infração, lavrado em 15/01/2001 (ciência na mesma data) contra a empresa CERÂMICA CHIARELLI S/A, para exigência de crédito tributário referente a Imposto de Importação, bem como acréscimos legais (multa de ofício e juros de mora), no valor total de R$ 170.471,74, em razão de inadimplemento parcial do compromisso firmado para concessão do regime aduaneiro especial de drawback, modalidade suspensão (fls. 0001/0010). O motivo da autuação encontrase assim descrito pela Fiscalização (fl.002): “ O importador, por meio das Declarações de importação (DI) relacionadas neste auto de infração, submeteu a regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade suspensão, composição granulada a base de zircônio, fritas e corantes esmaltes cerâmicos, de diversos tipos, usados na aplicação, a seco, para fabricação de revestimento cerâmico de piso e parede, classificada na Tarifa Externa Comum nos códigos 3207.20.0300, 3207.20.90 e 3207.30.00 (conforme consta nas referidas DI), amparada pelos Atos Concessórios nº. 5295/050 0, de 24.04.95, 5296/0464, de 04.0696 e 5297/0327, de 05.05.97. Ocorre que, como se encontra detalhadamente descrito no Termo de Verificação Fiscal anexo ao presente auto de infração e sendo dele parte integrante e indissociável, apurouse que, findado o prazo estabelecido para o regime em relação a cada um dos Atos Concessórios supracitados, parte das mercadorias importadas com suspensão de tributos não foi empregada como estabelecido nos sobreditos Atos Concessórios e nos termos e condições previstos na legislação relativa ao drawback, modalidade suspensão, não tendo também o beneficiário, por sua vez, tomado nenhuma das providências elencadas no art. 319 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº. 91.030/85. Em decorrência, com relação às mercadorias não exportadas na vigência do regime, lavrase o presente auto de infração para exigir os tributos e seus acréscimos legais.” O Termo de Verificação Fiscal, onde a autoridade fiscal relata, detalhadamente, as irregularidades verificadas, consta nos autos às fls. 12/91. Do Pedido de Perícia Requer a interessada a realização de perícia para verificação dos documentos juntados aos autos, tendo em vista não ter sido esta realizada em primeira instância de julgamento. No que pertine ao pedido de perícia, entendo não ser esta cabível. A prova pericial destinase a firmar o convencimento do julgador, quando houver questões de difícil deslindamento ou quando houver necessidade de esclarecer matérias fáticas não suficientemente aclaradas nos autos. Os documentos juntados neste processo administrativo, bem como todas as considerações formuladas, tanto pela autoridade autuante quanto pela contribuinte em suas peças de defesa, mostramse suficientes para a apreciação dos fatos à luz do direito e à formação de minha convicção acerca da matéria controversa. Fl. 10DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 10831.000359/200147 Acórdão n.º 3202000.403 S3C2T2 Fl. 4.313 11 Demais disso, o pedido de perícia, como formulado revisão de toda documentação acostada aos autos transfere para o perito a análise da prova dos autos, solapando, com isso, a competência do órgão julgador. Assim, valendome da faculdade conferida pelo art. 29 do Decreto nº. 70.235/1972, indefiro o pedido de perícia formulado. Do Mérito No mérito, traz a recorrente alegações de caráter geral, sem que tenha especificado os pontos da decisão recorrida aos quais se contrapõe. Ressaltese que a contribuinte não se manifestou quanto à decisão daquela instância julgadora no sentido de considerar não impugnadas determinadas matérias objeto de autuação, razão pela qual temse que tais questões são incontroversas e que, trazidas à baila no recurso voluntário, delas não se deve conhecer, sob pena de supressão de instância. As irregularidades verificadas foram precisamente apontadas pela Fiscalização no extenso “Termo de Verificação Fiscal” constante às fls. 12/91, tendo sido ali apontados os documentos que levaram à constatação das irregularidades. São elas: a) no relatório de comprovação de drawback referente ao Ato Concessório nº 5295/0500, foi constatado que os Registros de Exportação (RE) relacionados à fl. 29 não estão averbados e, assim, não comprovam a ocorrência das exportações, nos termos dos arts. 46, 48 e 49 da Instrução Normativa SRF nº 28/1994; b) em atendimento à intimação, a empresa informou quais as espécies de produtos finais (linha/modelo) em que foram empregados os insumos importados, conforme quadros demonstrativos de fls. 3133; c) tendo por base essa informação e considerandose o princípio da vinculação física, não foram aceitos, para fins de comprovação do drawback, os RE relacionados às fls. 3334, indicados no relatório de comprovação dos atos concessórios nos 52 95/0500 e 5296/0464, por se referirem a produtos de linha/modelo diferentes daqueles nos quais deveriam ter sido empregados os insumos importados ao amparo do drawback; d) considerando que o Ato Concessório foi concedido ao estabelecimento de CNPJ 52.736.840/000110, foram rejeitados os RE listados às fls. 3637, haja vista ampararem exportações realizadas pelo estabelecimento cujo CNPJ é 52.736.840/000544; e) considerando o laudo técnico fornecido pela empresa, que informa o consumo de 0,7 Kg de esmaltes importados por metro quadrado do produto final, bem como as notas fiscais, planilhas, livros fiscais e fichas de controle de estoques contendo informações sobre a entrada e saída de mercadorias e conhecendose, ainda, a quantidade desse produto cuja exportação foi comprovada, apurouse a parcela de insumos que teria deixado de ser industrializada e exportada, conforme demonstrativos de entrada de insumos e saída de produtos finais (fls. 7691); f) de acordo com as informações detalhadas às fls. 4054, não houve o cumprimento do regime drawback em relação aos seguintes insumos: Fl. 11DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES 12 f.1) ato concessório nº 005295/0000500 à 3.096,80 Kg de esmalte cerâmico GRN033 – 1.05.03.0027; 26.850,80 Kg de esmalte cerâmico PLT033 – 1.05.03.0012; 8.261,20 Kg de esmalte cerâmico GRN030 – 1.05.03.0004; 9.700,00 Kg de esmalte cerâmico FQ009 – 1.05.03.0008; 70.601,90 Kg de esmalte cerâmico FQ054 – 1.05.03.0030; f.2) ato concessório nº 005296/0464 à 3.840,80 Kg de esmalte cerâmico GRN033 – 1.05.03.0027; 77.437,60 Kg de esmalte cerâmico FQ054 – 1.05.03.0030; f.3) ato concessório nº 005297/0000327 à 3.800,00 Kg de esmalte cerâmico GRN033 – 1.05.03.0027; 40.000,00 Kg de esmalte cerâmico FQ054 – 1.05.03.0030; 15.369,30 Kg de esmalte cerâmico SRF015 – 1.05.03.0034; Em sede de recurso, alega a querelante que a autuação se deu em razão de excessivos formalismo e rigor por parte da autoridade autuante. Entende que a finalidade maior do drawback foi atingida, qual seja, a exportação das mercadorias utilizando os insumos importados com suspensão do tributo. Aduz que a Fiscalização concluiu pelo inadimplemento do compromisso firmado nos Atos Concessórios porque levou em consideração apenas as exportações cujos RE foram enviados ao SECEX, tendo desconsiderado as exportações cujos registros não foram submetidos àquele órgão. Afirma que a empresa, quando procedeu à comprovação das exportações perante o SECEX, adotou por critério comprovar o valor em moeda compromissado nos respectivos Atos Concessórios e, a partir do momento em que as exportações atingiram o valor compromissado, deixou de submeter à SECEX as demais exportações, mas continuou, entretanto, a promovêlas. Acontece que a verificação do adimplemento do compromisso firmado por meio dos Atos Concessórios abrange, necessariamente, a comprovação de que os insumos importados com suspensão de tributos tenham sido utilizados nas mercadorias exportadas, nas quantidades que foram importadas e nas quantidades e especificações cujo compromisso foi assumido para exportação. Não se trata, portanto, de mero compromisso expresso em valores monetários, conforme pretende a recorrente, mas de ampla vinculação física em relação às quantidades e especificidades dos insumos importados e das mercadorias exportadas. Neste ponto, por demais esclarecedor o voto proferido pelo eminente Presidente desta Turma, o Conselheiro José Luís Novo Rossari, nos autos do processo nº. 10074.000015/2002 –38, cujos termos adoto como razões de decidir e transcrevo abaixo em excertos: “Legislação aplicável ao regime de drawback O benefício de drawback na modalidade de suspensão foi instituído pelo art. 78, II, do Decretolei n' 37/1966 1 , e, à época do regime concedido à recorrente, tinha seus termos e condições regulados pelos artigos 314 a 334 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto n' 91.030/1985 (RA/85). Esses artigos estabeleceram normas regulamentares à Lei que o instituiu, permitindo que o benefício fosse objeto de aplicação, observados os requisitos e as condições estabelecidos na legislação pertinente. Destarte, os dispositivos previstos no RA/85 têm caráter imperativo, devendo ser fiel e totalmente observados, não comportando questionamentos quanto à sua Fl. 12DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 10831.000359/200147 Acórdão n.º 3202000.403 S3C2T2 Fl. 4.314 13 existência e eficácia. Significa dizer: não é crível que a Lei determine constar em diploma regulamentar norma que deva ser obedecida, mas cujo cumprimento seja prescindível. E em se tratando de suspensão de crédito tributário, há que se interpretar literalmente as normas que lhe dizem respeito (art. 111, I, do CTN). A interpretação literal não permite a integração extensiva ou restritiva, e sim, determina a aplicação do significado gramatical que lhe respeita, podendo em certos casos o contribuinte ser beneficiado, em outros não, dependendo da norma. De observarse que a norma expressa no art. 111, I, do CTN, tem aplicação abrangente aos casos a que se refere e que para a mesma não foi prevista qualquer exceção, bastando que o pagamento do tributo seja afastado pelo instituto da suspensão, independentemente de ser esta decorrente de simples benefício ou de benefício considerado incentivo fiscal, como é o caso de drawback. Por isso, as normas de drawback estabelecidas do RA/85 e na legislação pertinente são de cumprimento obrigatório, porque se relacionam a casos de dispensa de pagamento de tributo em função do benefício fiscal referido, considerado incentivo à exportação. Verificase que o art. 314, I, do RA/85 manteve a mesma redação da lei instituidora do benefício, ao estabelecer que poderá ser concedido o benefício na modalidade de "suspensão do pagamento dos tributos exigíveis na importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada". O mesmo requisito foi sedimentado no art. 315 do citado Regulamento, que dispôs, verbis: "Art. 315 O beneficio do "drawback" poderá ser concedido: 1) à mercadoria importada para beneficiamento no País e posterior exportação; II) à mercadoria matériaprima, produto semielaborado ou acabado utilizada na fabricação de outra exportada, , ou a exportar; (...)" (Sublinhei) E no âmbito do órgão que administra e concede o benefício, a obrigatoriedade de que o produto exportado contenha os insumos que tenham sido importados para essa finalidade foi expressamente determinada pela Portaria Secex 4/1997, verbis: "Art. 21 — O Regime de Drawback, modalidade suspensão, condiciona a empresa beneficiária ao adimplemento do compromisso de exportar, no prazo estipulado no Ato Concessório de Drawback, produtos na quantidade e valor determinados, em cujo processo de industrialização serão utilizadas as mercadorias a importar ao amparo do Regime". (sublinhei) De outra parte, a Coordenação do Sistema de Tributação da SRF deixou claro o princípio de vinculação física entre o insumo importado e o produto a ser exportado no Parecer Normativo CST n 12/1979, que alinhou as diferenças entre os Fl. 13DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES 14 incentivos fiscais constantes do Programa Befiex instituído pelo Decretolei 1.219/1972 e os regimes aduaneiros especiais de admissão temporária e de drawback. O Parecer é claro ao explicitar que naquele incentivo a vinculação é meramente financeira, enquanto que nesses regimes aduaneiros especiais a vinculação é de natureza física entre o produto importado e o exportado, no caso de admissão temporária, e, no caso de drawback, entre os insumos importados e os bens a exportar, devendo os insumos importados ser totalmente utilizados no processo industrial dos bens a serem exportados. Por todo o exposto, resta indene de dúvidas que a regra prevista na legislação que rege esse benefício é que a exportação diga respeito a mercadoria que tenha sido importada e utilizada no processo industrial. Indiscutivelmente, tratase de requisito básico e de prestação obrigatória para efeitos de adimplemento do regime.” No caso, apurouse uma parcela de insumos que teria deixado de ser industrializada e exportada, conforme os demonstrativos de entrada de insumos e saída de produtos finais constante às fls. 7691, restando amparada a autoridade fiscal pela informação prestada pela própria contribuinte que, por meio de Laudo Técnico, informou que o metro quadrado do produto final exigia um consumo de 0,7 Kg de esmaltes importados (fls 37) bem como nas notas fiscais, planilhas, livros fiscais e fichas de controle de estoques contendo informações sobre a entrada e saída de mercadorias. Além disso, diferentemente do que alega a recorrente, não é qualquer linha ou modelo de pisos e revestimentos cerâmicos que pode ser utilizado para comprovar as exportações efetuadas para fins de adimplemento do regime. Devem ser levados em conta somente aquelas linhas e modelos informados pela própria contribuinte quando da resposta às intimações fiscais, conforme consta dos documentos às fls. 107 e 165/166. Naqueles documentos a interessada informou em quais linhas e modelos de pisos e revestimentos cerâmicos tinham sido utilizados os insumos importados pela empresa ao amparo dos Atos Concessórios. Assim, não foi a autuação originada por simples divergência de nomenclatura dos produtos exportados, mas sim em razão da informação anteriormente prestada pela própria contribuinte quanto à alocação dos insumos em relação aos produtos que industrializou e exportou. Demais disso, como bem salientou a autoridade julgadora a quo “ ainda que, por hipótese, fosse possível considerar exportações não comprovadas perante a SECEX, os REs anexados ao processo pela impugnante não se prestariam à comprovação do regime drawback. Com efeito, compulsando os REs apresentados, verificase que não retratam exportações vinculadas a drawback, haja vista que os códigos de enquadramento da operação, indicados no campo 2a dos documentos não consistem em códigos específicos de drawback. Além disso, tais documentos não estão vinculados a nenhum ato concessório”. Pelo exposto, CONHEÇO EM PARTE do recurso e, na parte conhecida, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Fl. 14DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 10831.000359/200147 Acórdão n.º 3202000.403 S3C2T2 Fl. 4.315 15 Fl. 15DF CARF MF Impresso em 14/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES
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Numero do processo: 10675.000200/2004-15
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Jul 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 1999
ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL-ADA. EXERCÍCIO ANTERIOR A 2001. DESNECESSIDADE. SÚMULA.
De conformidade com os dispositivos legais que regulamentam a matéria, vigentes à época da ocorrência do fato gerador, notadamente a Lei nº 9.393/1996, c/c Súmula no 41 do CARF, inexiste previsão legal exigindo a apresentação do Ato Declaratório Ambiental ADA para fruição da isenção do ITR relativamente às áreas de preservação permanente até o exercício
2000, inclusive.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. INSTRUÇÕES NORMATIVAS. LIMITAÇÃO LEGAL.
Às Instruções Normativas é defeso inovar, suplantar e/ou coarctar os ditames da lei regulamentada, sob pena de malferir o disposto no artigo 100, inciso I, do CTN, mormente tratando-se as IN’s de atos secundários e estritamente vinculados à lei decorrente.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-001.687
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Matéria: ITR - ação fiscal (AF) - valoração da terra nua
Nome do relator: Rycardo Henrique Magalháes de Oliveira
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ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTALADA. EXERCÍCIO ANTERIOR A 2001. DESNECESSIDADE. SÚMULA. De conformidade com os dispositivos legais que regulamentam a matéria, vigentes à época da ocorrência do fato gerador, notadamente a Lei nº 9.393/1996, c/c Súmula no 41 do CARF, inexiste previsão legal exigindo a apresentação do Ato Declaratório Ambiental ADA para fruição da isenção do ITR relativamente às áreas de preservação permanente até o exercício 2000, inclusive. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. INSTRUÇÕES NORMATIVAS. LIMITAÇÃO LEGAL. Às Instruções Normativas é defeso inovar, suplantar e/ou coarctar os ditames da lei regulamentada, sob pena de malferir o disposto no artigo 100, inciso I, do CTN, mormente tratandose as IN’s de atos secundários e estritamente vinculados à lei decorrente. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo – Presidente (Assinado digitalmente) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira – Relator EDITADO EM: 04/08/2011 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacilio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Giovanni Christian Nunes Campos (Conselheiro convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Marcelo Oliveira. Ausente, momentaneamente, os Conselheiros Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Junior. Relatório ANA EUDOXIA VILELA, contribuinte, pessoa física, já devidamente qualificada nos autos do processo administrativo em epígrafe, teve contra si lavrado Auto de Infração, em 30/01/2004, exigindolhe crédito tributário concernente ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, em relação ao exercício de 1999, incidente sobre o imóvel rural denominado “Fazenda Patos” localizado no município de Santa Vitória/MG, cadastrado na RFB sob o nº 6986757, conforme peça inaugural do feito, às fls. 02/09, e demais documentos que instruem o processo. Após regular processamento, interposto recurso voluntário ao então Terceiro Conselho de Contribuintes contra Decisão da 1a Turma da DRJ em Brasília/DF, Acórdão nº 14.648/2005, às fls. 67/75, que julgou procedente o lançamento fiscal em referência, a Egrégia 3ª Câmara, em 28/02/2007, por unanimidade de votos, achou por bem DAR PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO DA CONTRIBUINTE, o fazendo sob a égide dos fundamentos inseridos no Acórdão nº 30334.098, sintetizados na seguinte ementa: “Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 1999 Ementa: ITR/1999. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA. No caso concreto, ficou comprovada a averbação da ARL no tempo pretendido pela IN SRF, entretanto não se admite que o Fisco afirme sustentação legal no Código Florestal para exigir averbação da área de reserva legal como obstáculo ao seu reconhecimento como área isenta no cálculo do ITR. O mesmo raciocínio vale para afastar a desconsideração da isenção de área de preservação permanente sob o argumento de que o ADA foi protocolado junto ao IBAMA intempestivamente. Os documentos apresentados pelo interessado para comprovação da Fl. 2DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO Processo nº 10675.000200/200415 Acórdão n.º 920201.687 CSRFT2 Fl. 2 3 existência das áreas de interesse ambiental, isentas de ITR por força da lei, são provas consideravelmente mais robustas do que a averbação e o mero protocolo de ADA.” Irresignada, a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, às fls. 112/129, com arrimo no artigo 5º, inciso II, do então Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 55/1998, procurando demonstrar a insubsistência do Acórdão recorrido, desenvolvendo em síntese as seguintes razões: Após breve relato das fases ocorridas no decorrer do processo administrativo fiscal, insurgese contra o Acórdão atacado, por entender ter contrariado entendimento levado a efeito por outras Câmaras dos Conselhos a respeito das mesmas matérias, conforme se extrai do Acórdão nº 30236.278, impondo seja conhecido o recurso especial da recorrente, porquanto comprovadas às divergências argüidas. Sustenta que o Acórdão encimado, ora adotado como paradigma, diverge do decisum guerreado, uma vez impor que a comprovação da existência das áreas de reserva legal e de preservação permanente, para fins de não incidência do ITR, depende de prévia averbação tempestiva à margem da matrícula do imóvel e requisição atempada do ADA, respectivamente, ao contrário do que restou decidido pela Câmara recorrida. Alega, igualmente, que o Acórdão guerreado malferiu os dispositivos legais que regulam a matéria, especialmente os preceitos contidos nas Leis n°s 9.393/1996, 6.938/1981 e 10.165/2000, quanto à requisição do ADA, e Leis nºs 7.803/89 e 9.393/1996, relativamente à exigência da averbação tempestiva da área de reserva legal. Infere que a Lei nº 4.771/1965 (Código Florestal), na redação dada pela Lei nº 7.803/1989, impõe que a comprovação da existência de área de reserva legal, para fins de não incidência do ITR, depende de prévia averbação tempestiva à margem da matrícula do imóvel. Em defesa de sua pretensão, assevera que a exigência encimada foi expressamente inserida no art. 10, § 4º, inciso I, da IN/SRF/nº 43/1997, (que disciplinou a Lei 9.363/96), com redação do art. 1º, inciso II, da IN/SRF nº 67/1997. Aduz que a Medida Provisória nº 2.166/2001, a qual dispôs sobre a declaração das áreas na Lei nº 9.393/1996, utilizada como esteio ao Acórdão atacado, em nada alterou a necessidade da averbação tempestiva da reserva legal junto à matrícula do imóvel, eis que, igualmente, contemplou essa exigência, remetendo às disposições do Código Florestal, instituído pela Lei nº 4.771/1965. Tece comentários a propósito do conceito e finalidade da “Reserva Legal”, traçando histórico da legislação que regulamenta a matéria, notadamente Código Florestal, aprovado pela Lei nº 4.771/1965, bem como Lei nº 7.803/1989, a qual estabeleceu a necessidade da averbação ou registro da reserva legal à margem da inscrição da matrícula do imóvel, concluindo que aludida exigência visa justamente atender o fim precípuo da reserva legal, a partir da publicidade dessa situação de fato e de direito. Contrapõese ao entendimento da Câmara recorrida, aduzindo para tanto que áreas de reserva legal são aquelas definidas pelo citado Código Florestal em seu artigo 16 e que, para serem consideradas como tal não bastam apenas “existir” no mundo fático, mas Fl. 3DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO 4 devem “existir” também no mundo jurídico quando averbadas na matrícula do imóvel, mormente quando referida exigência decorre da legislação de regência, mais precisamente a Lei nº 4.771/65, que deverá ser interpretada literalmente, com arrimo no artigo 111 do Códex Tributário. Elucida, ainda, para fins de não incidência do ITR, que a averbação da reserva legal junto à matrícula do imóvel, deve ser procedida antes do fato gerador do tributo, somente passando a produzir efeitos a partir de tal providência, não retroagindo, portanto, a fatos geradores ocorridos anteriormente a esse ato, em observância ao disposto no artigo 144 do Código Tributário Nacional, com vistas a assegurar os interesses coletivos relativamente à proteção do meio ambiente. Relativamente à área de Preservação Permanente, defende que para comprovação das referidas áreas, não se pode prescindir do Ato Declaratório Ambiental (ADA), protocolado junto ao IBAMA, no prazo estipulado na legislação. Infere que a Receita Federal do Brasil já se manifestou por diversas oportunidades a propósito do assunto, firmando o entendimento de que a não incidência de ITR sobre as áreas de preservação permanente está condicionada ao reconhecimento como tal por parte do Poder Público, por intermédio do ADA, devendo existir em cada imóvel informação específica da parte reservada, como estabelecem as normatizações internas da SRF, notadamente o artigo 10, § 4º, inciso I, da IN SRF nº 43/1997, que disciplinou a Lei nº 9.393/1996, com redação do artigo 1º, inciso II, da Instrução Normativa SRF nº 67/1997. Assim, inexistindo na hipótese dos autos provas de que a contribuinte procedeu tempestivamente à averbação em comento e a protocolização atempada do requerimento do ADA, impõese à manutenção da glosa realizada pela fiscalização. Por fim, requer o conhecimento e provimento do Recurso Especial, impondo a reforma do decisum ora atacado, nos termos encimados. Submetido a exame de admissibilidade, a ilustre Presidente da então 3ª Câmara do Terceiro Conselho, entendeu por bem admitir em parte o Recurso Especial da Fazenda Nacional, somente em relação à área de preservação permanente, sob o argumento de que a recorrente logrou comprovar que o Acórdão guerreado divergiu de outras decisões exaradas pelas demais Câmaras dos Conselhos de Contribuintes a propósito da mesma matéria, qual seja, necessidade do requerimento atempado do ADA, para fins de não incidência do tributo (ITR), conforme Despacho nº 330/2007, às fls. 148/150. Ainda inconformada, a Fazenda Nacional opôs Agravo, de fls. 152/155, pugnando pelo conhecimento, igualmente, da matéria relativa à área de reserva legal, reiterando a divergência entre os julgados confrontados, ressaltando, ainda, que a isenção sobre aludida área também depende da requisição atempada do ADA, não tendo, porém, obtido êxito em sua empreitada, consoante Despacho n° 220159/2009, às fls. 167/168, da lavra do Presidente da 2a Seção de Julgamento do CARF, ratificado por manifestação do Presidente deste Colegiado. Instada se manifestar a propósito do Recurso Especial da Fazenda Nacional, ao contribuinte apresentou suas contrarrazões, às fls. 172/174, corroborando as razões de decidir do Acórdão recorrido, em defesa de sua manutenção. É o Relatório. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO Processo nº 10675.000200/200415 Acórdão n.º 920201.687 CSRFT2 Fl. 3 5 Voto Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivo e acatada pela ilustre Presidente da 3ª Câmara do então Terceiro Conselho de Contribuintes a divergência suscitada pela Fazenda Nacional, relativamente à exigência do ADA para a área de preservação permanente, conheço do Recurso Especial e passo ao exame das razões recursais. Conforme se depreende da análise do Recurso Especial, pretende a recorrente a reforma do Acórdão em vergasta, alegando, em síntese, que as razões de decidir ali esposadas contrariaram outras decisões das demais Câmaras do Terceiro Conselho a respeito da mesma matéria. A fazer prevalecer sua pretensão, infere que o entendimento consubstanciado no Acórdão nº 30236.278, ora adotado como paradigma, impõe que a comprovação da existência das áreas de preservação permanente, para fins de não incidência do ITR, depende de prévio protocolo do requerimento do Ato Declaratório Ambiental – ADA, dentro dos seis meses subseqüentes à entrega da DITR, ao contrário do que restou decidido pela Câmara recorrida. Sustenta, ainda, a PFN que ao desconsiderar a exigência do requerimento tempestivo do ADA para efeito da benesse isentiva o Acórdão guerreado contrariou as normas insertas no Código Florestal Nacional (Lei nº 4.771/65 e atualizações), bem como as normatizações internas da SRF, notadamente o artigo 10, § 4º, inciso I, da IN SRF nº 43/1997, que disciplinou a Lei nº 9.393/1996, com redação do artigo 1º, inciso II, da Instrução Normativa SRF nº 67/1997. Como se observa, resumidamente, o cerne da questão posta nos autos é a discussão a respeito da exigência do requerimento do Ato Declaratório Ambiental – ADA em relação às áreas de preservação permanente, dentro do prazo legal, para fruição da não incidência do Imposto Territorial Rural ITR. Consoante se infere dos autos, concluise que a pretensão da Fazenda Nacional não merece acolhimento, por não espelhar a melhor interpretação a respeito do tema, contrariando a farta e mansa jurisprudência administrativa. Do exame dos elementos que instruem o processo, constatase que o Acórdão recorrido apresentase incensurável, devendo ser mantido em sua plenitude, como passaremos a demonstrar. Antes mesmo de se adentrar ao mérito, cumpre trazer à baila a legislação tributária específica que regulamenta a matéria, mais precisamente artigo 10, § 1º, inciso II, e parágrafo 7º, da Lei nº 9.393/1996, na redação dada pelo artigo 3º da Medida Provisória nº 2.166/2001, nos seguintes termos: “Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições Fl. 5DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO 6 estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: I VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; d) florestas plantadas; II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; [...] § 7o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1o, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001)” (grifamos) Conforme se extrai dos dispositivos legais encimados, a questão remonta a um só ponto, qual seja: a exigência de requerimento tempestivo do Ato Declaratório Ambiental junto ao IBAMA, não é, em si, exclusiva condição eleita pela Lei para que o proprietário rural goze do direito de isenção do ITR relativo às glebas de terra destinadas à preservação permanente. Somente a título elucidativo, não sendo a requisição atempada do ADA, anteriormente ao exercício 2000, condição legal para obtenção do beneficio isentivo que ora cuidamos, e na linha do que fora exposto no julgado recorrido, nos parece coerente reconhecer que a ausência de tais elementos apenas confere a auditoria fiscal à possibilidade de presumir a inexistência da parcela de proteção ambiental e assim considerála como sendo área passível de aproveitamento, e, portanto, tributável. Contudo, ainda que a legislação estabeleça, para os exercícios posteriores a 2000, em face da intempestividade e/ou ausência do ADA, o reconhecimento da inexistência das áreas de preservação permanente decorrente de um raciocínio presuntivo, não torna essa condição absoluta, sendo perfeitamente possível que outros elementos probatórios demonstrem a efetiva destinação de gleba de terra para fins de proteção ambiental. Em outras palavras, o mero requerimento do ADA, não se perfaz no único meio de se comprovar a existência ou não daquelas áreas. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO Processo nº 10675.000200/200415 Acórdão n.º 920201.687 CSRFT2 Fl. 4 7 Assim, realizado o lançamento de ITR com base em glosa de áreas de preservação permanente, a partir de um enfoque meramente formal, ou seja, pela não requisição tempestiva do ADA, e demonstrada, por outros meios de prova, a existência da destinação de área para fins de proteção ambiental, deverá ser restabelecida a declaração do contribuinte, e lhe ser assegurado o direito de excluir do cálculo do ITR à parte da sua propriedade rural correspondente à aludidas áreas, como aqui se vislumbra. Mais a mais, com arrimo no princípio da verdade material, o formalismo não deve sobrepor à verdade real, notadamente quando a lei disciplinadora da isenção assim não estabelece. Entrementes, afora posicionamento pessoal a propósito da matéria, impende esclarecer que este Egrégio Colegiado já sedimentou o entendimento de que inexiste previsão legal, anteriormente à vigência da Lei no 10.165, de 28/12/2000, contemplando a exigência do ADA para efeito de não incidência de ITR sobre as áreas de preservação permanente e reserva legal, o que se vislumbra na hipótese dos autos (exercício 1999). Aliás, o Pleno da CSRF, em 08/12/2009, aprovou a Súmula n° 41, contemplando o tema e rechaçando de uma vez por todas a pretensão da Fazenda nos presentes autos, senão vejamos: “A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000.” Na esteira desse raciocínio, em face da inexistência de disposição legal para a exigência do ADA anteriormente ao exercício de 2001, para fins da fruição da isenção sub examine, e sendo esta exclusivamente a matéria submetida à análise nesta assentada, impõese reconhecer a improcedência do feito, tendo em vista contemplar o exercício de 1999, período, portanto, que não se poderia exigir aludida formalidade para a comprovação das áreas de preservação permanente. Por derradeiro, no que tange às determinações inseridas nas Instruções Normativas nºs 43 e 67, de 1997, esteios do entendimento da Fazenda Nacional, uma vez demonstrado que a legislação tributária específica, vigente à época, não condiciona a isenção em comento à protocolização tempestiva do ADA, não podem aludidas normas complementares/secundárias, por sua própria natureza, inovar, suplantar e/ou cingir os ditames contidos nas leis regulamentadas. Perfunctória leitura do artigo 100, inciso I, do Códex Tributário, fulmina de uma vez por todas a pretensão fiscal, senão vejamos: “Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;[...] Na esteira desse entendimento, cabe invocar os ensinamentos do renomado doutrinador Antonio Carlos Rodrigues do Amaral, na obra “Comentários ao Código Tributário Nacional”, volume 2, coord. Ives Gandra da Silva Martins, Editora Saraiva, 1998, págs. 40/41, que ao tratar do artigo 100 do Código Tributário Nacional, assim preleciona: Fl. 7DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO 8 “ Atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas. São as instruções ministeriais, as portarias ministeriais e atos expedidos pelos chefes de órgãos ou repartições; as instruções normativas expedidas pelo Secretário da Receita Federal; as circulares e demais atos normativos internos da Administração Pública, que são vinculantes para os agentes públicos, mas não podem criar obrigações para os contribuintes que já não estejam previstas na lei ou no decreto dela decorrente. Também não vinculam o Poder Judiciário, que não está obrigado a acatar a interpretação dada pelas autoridades públicas através de tais atos normativos.” Outro não é o entendimento do eminente jurista Leandro Paulsen, ao comentar o Código Tributário Nacional, adotando posicionamento do Supremo Tribunal Federal, nos seguintes termos: “Vinculação absoluta dos atos normativos à lei. “... As instruções normativas editadas por órgão competente da administração tributária, constituem espécies jurídicas de caráter secundário, cuja validade e eficácia resultam, imediatamente, de sua estrita observância dos limites impostos pelas leis, tratados, convenções internacionais, ou decretos presidenciais, de que devem constituir normas complementares. Essas instruções nada mais são, em sua configuração jurídico formal, do que provimentos executivos cuja normatividade está diretamente subordinada aos atos de natureza primária, como as leis e as medidas provisórias a que se vinculam por um claro nexo de acessoriedade e de dependência. Se a instrução normativa, editada com fundamento no art. 100, I, do Código Tributário Nacional, vem a positivar em seu texto, em decorrência de má interpretação de lei ou medida provisória, uma exegese que possa romper a hierarquia normativa que deve manter com estes atos primários, viciarseá de ilegalidade...” (STF, Plenário, AGRADI 365/DF, rel. Min. Celso de Mello, nov/1990)” (DIREITO TRIBUTÁRIO – Constituição e Código Tributário Nacional à luz da Doutrina e da Jurisprudência” – 5ª edição, Porto Alegre: Livraria do Advogado:ESMAFE, 2003, pág. 740) Dessa forma, escorreito o Acórdão recorrido devendo, nesse sentido, ser mantido o provimento ao recurso voluntário da contribuinte, na forma decidida pela então 3ª Câmara do 3º Conselho de Contribuintes, uma vez que a recorrente não logrou infirmar os elementos que serviram de base ao decisório atacado. Por todo o exposto, estando o Acórdão guerreado em consonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL DA PROCURADORIA, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. (Assinado digitalmente) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Fl. 8DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO Processo nº 10675.000200/200415 Acórdão n.º 920201.687 CSRFT2 Fl. 5 9 Fl. 9DF CARF MF Emitido em 11/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Assinado digitalmente em 08/08/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, 09/08/2011 por OTACILIO DA NTAS CARTAXO
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Numero do processo: 10510.002303/2003-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2011
Ementa: MULTA ISOLADA – FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA –
A multa isolada reporta-se ao descumprimento de fato jurídico de
antecipação, o qual está relacionado ao descumprimento de obrigação principal. O tributo devido pelo contribuinte surge quando o lucro real é apurado em 31 de dezembro de cada ano. Improcede a aplicação de penalidade isolada pela mera ausência de transcrição dos balancetes de suspensão e redução, quando a fiscalização não contesta os valores de CSLL apurados ao final do período.
Numero da decisão: 9101-001.244
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª TURMA DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS
FISCAIS, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, por unanimidade de votos, em negar-lhe provimento.
Matéria: CSL - ação fiscal (exceto glosa compens. bases negativas)
Nome do relator: KAREM JUREIDINI DIAS
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MULTA ISOLADA – FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA – A multa isolada reportase ao descumprimento de fato jurídico de antecipação, o qual está relacionado ao descumprimento de obrigação principal. O tributo devido pelo contribuinte surge quando o lucro real é apurado em 31 de dezembro de cada ano. Improcede a aplicação de penalidade isolada pela mera ausência de transcrição dos balancetes de suspensão e redução, quando a fiscalização não contesta os valores de CSLL apurados ao final do período. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 11ªª TTUURRMMAA DDAA CCÂÂMMAARRAA SSUUPPEERRIIOORR DDEE RREECCUURRSSOOSS FFIISSCCAAIISS, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, por unanimidade de votos, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Antonio Carlos Guidoni Filho, João Carlos de Lima Júnior, Alberto Pinto Souza Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Claudemir Rodrigues Malaquias e Jorge Celso Freire da Silva. Fl. 426DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 2 2 Relatório Tratase de Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional, em face do Acórdão nº 180500.012, da 5ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento do CARF. O Auto de Infração exige multa isolada pela insuficiência de pagamento das estimativas de CSLL entre os períodos de 1998 a 2003. O contribuinte foi cientificado do lançamento em 19/09/2003. Impugnado o lançamento, sobreveio o acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que julgou o lançamento procedente em parte, a fim de reduzir o percentual da multa isolada para 50%. Interposto o Recurso Voluntário, o acórdão da 5ª Turma Especial da Primeira Seção do CARF, por unanimidade de votos, rejeitou as preliminares suscitadas e deu provimento ao recurso. A decisão restou assim ementada: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDA – CSLL Anocalendário: 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL DEMONSTRATIVO DE EMISSÃO E PRORROGAÇÃO CIÊNCIA NULIDADE. O mandado de procedimento fiscal consiste em uma ordem emanada de dirigentes das unidades da Receita Federal para que seus auditores, em nome desta, executem atividades fiscais, tendentes a verificar o cumprimento das obrigações tributárias por parte do sujeito passivo. A ausência de ciência do sujeito passivo da prorrogação do MPF, por si só, não caracteriza nulidade do auto de infração. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECADÊNCIA. A Fazenda Pública dispõe de 5 (cinco) anos, contados a partir do fato gerador, para promover o lançamento tributário nos casos de tributos enquadrados na modalidade do art. 150 do CTN, a do lançamento por homologação. MULTA ISOLADA FALTA DE TRANSCRIÇÃO DE BALANÇOS/BALANCETES PREJUÍZO FISCAL DEMONSTRADO – A falta de transcrição no livro Diário de balanços ou balancetes, em época prevista, mas apresentado sem contrariedade em suas substâncias, aliado as declarações entregues, não autoriza, a exigência da multa isolada sobre as supostas estimativas mensais. Preliminar Rejeitada. Recurso Voluntário Provido. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, no qual alega ser cabível a multa isolada, uma vez que o contribuinte não justifica, mediante a transcrição no Livro Diário Fl. 427DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 3 3 dos balancetes de suspensão ou redução, o não recolhimento da CSLL devida. Argumenta que a penalidade é devida quando não há recolhimento das estimativas, mesmo nos casos em que o contribuinte tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa. O não pagamento só pode ser justificado com a transcrição no Livro Diário dos balancetes de suspensão e redução. O Despacho de fls. 734/735 deu seguimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. O contribuinte apresentou suas contrarrazões às fls. 738/742. É o relatório. Fl. 428DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 4 4 Voto Conselheira Karem Jureidini Dias, Relatora. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência, para o qual o despacho de admissibilidade deu seguimento ao Recurso Especial. No entanto, entendo salutar analisar o conhecimento do Recurso Especial. Conforme se verifica de sua própria ementa, o acórdão recorrido entendeu que a “falta de transcrição no livro Diário de balanços ou balancetes, em época prevista, mas apresentado sem contrariedade em suas substâncias, aliado as declarações entregues, não autoriza a exigência da multa isolada sobre as supostas estimativas mensais”. Conforme aponta o despacho de admissibilidade, o acórdão recorrido afastou a multa isolada pois não se apegou exageradamente ao formalismo. De outra parte, no acórdão apontado como paradigma, a decisão foi pela manutenção da multa isolada pela insuficiência ou ausência de recolhimento das estimativas mensais do IRPJ. Entretanto, os fatos que levaram à conclusão oposta no acórdão recorrido não são os mesmos do presente caso. Isto porque, conforme aponta o contribuinte em suas contrarrazões, no acórdão paradigma, a ação fiscal se deu no curso do próprio anocalendário da exigência, tal como apontam os trechos transcritos pela Recorrente às fls. 709/711. Dessa forma, a manutenção da multa isolada não se deu apenas em razão da ausência de transcrição dos balancetes de suspensão e redução, mas em razão de o contribuinte não ter comprovado que as estimativas não eram devidas ou que havia prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa ou a concomitância com a multa de ofício de 75% relativo ao IRPJ apurado ao final do ano calendário. No presente caso, ainda que por documentos tardiamente apresentados, o contribuinte demonstrou não haver valores a serem recolhidos por estimativas, por meio da escrituração mensal do LALUR, bem como pela própria DIPJ, fatos que o fisco não refutou segundo o acórdão recorrido. Por tais razões, a mera ausência de transcrição no livro diário, nesse caso, não poderia fundamentar a manutenção da multa isolada. Dessa forma, voto pelo não conhecimento parcial do Recurso Especial da Fazenda Nacional, porquanto as decisões contrárias se aplicam a contextos fáticos diversos. Conheçoo apenas no tocante aos períodos do anocalendário de 2003, ano em que se deu o lançamento das multas isoladas. No acórdão recorrido (i) o lançamento é posterior aos encerramentos dos anoscalendário de 1998 a 2002, exceção feita a 2003; (ii) para todos os anoscalendário, segundo consta do acórdão recorrido, “os balancetes de redução, ainda que tardiamente apresentados, se coadunam com a estampa do LALUR (fls. 21 a 29) e com as informações contidas na DIPJ dos referidos períodos (fls. 31/76)”; e (iii) “é inarredável a constatação de que o crédito utilizado na redução da base estimada, devida mensalmente, existir, aliás, essa premissa o fisco não refutou (...)”. Fl. 429DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 5 5 O acórdão utilizado como paradigma, por sua vez, tratou apenas do ano calendário que estava em curso, ressaltando que não houve demonstração de apuração ao lucro real em relação aos balancetes, não escriturados no LALUR. Desta forma, o Recurso deve ser conhecido apenas no tocante ao ano calendário de 2003, o qual estava em curso quando do lançamento. Conhecido parcialmente o Recurso Especial da Fazenda Nacional, passo ao mérito. Quanto ao mérito, para que se firme o adequado entendimento da questão que ora se coloca, fazse necessário ponderar a natureza das penalidades e os critérios para a aplicação da multa. ESTRUTURA E NATUREZA DA SANÇÃO A sanção é instrumento jurídico utilizado pelo Estado para desestimular diretamente um ato ou fato que a ordem jurídica proíbe. Significa dizer que a desobediência de um dever estabelecido por uma norma jurídica corresponde a um ilícito – negativa da observância da relação jurídica prevista no conseqüente da norma primária dispositiva que, por sua vez, é a razão da imposição de sanção (conseqüência jurídica). Segundo Sacha Calmon Navarro Coelho “os ilícitos correspondem às hipóteses de incidência das sanções” (in Teoria Geral do Tributo e da Exoneração Tributária). A norma jurídica que estabelece a sanção contém no antecedente um fato jurídico correspondente ao evento ilícito que se pretende desestimular. No conseqüente da norma primária sancionadora está a própria sanção, com as indicações precisas dos sujeitos vinculados em razão do ilícito, e da forma de cálculo da penalidade a ser imputada ou, na hipótese de aplicação de sanção não pecuniária, a determinação do dever a que estará obrigado aquele que cometeu o ilícito. A natureza jurídica da sanção está diretamente relacionada com a natureza jurídica da norma de comportamento desobedecida, já que a sanção é conseqüência jurídica da desobediência da relação jurídica prevista na norma primária dispositiva. SANÇÕES EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA A sanção de natureza tributária decorre do descumprimento de obrigação tributária – qual seja, obrigação de pagar tributo. A sanção de natureza tributária pode sofrer agravamento ou qualificação, esta última em razão de o ilícito também possuir natureza penal, como nos casos de existência de dolo, fraude ou simulação. O mesmo auto de infração pode veicular, também, norma impositiva de multa em razão de descumprimento de uma obrigação acessória obrigação de fazer – pois, ainda que a obrigação acessória sempre se relacione a uma obrigação tributária principal, revestese de natureza administrativa. Sobre as obrigações acessórias e principais em matéria tributária, vale destacar o que dispõe o artigo 113 do Código Tributário Nacional: Fl. 430DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 6 6 “Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.” Fica evidente da leitura do dispositivo em comento que a obrigação principal, em direito tributário, é pagar tributo, e a obrigação acessória é aquela que possui características administrativas, na medida em que as respectivas normas comportamentais servem ao interesse da administração tributária, em especial, quando do exercício da atividade fiscalizatória. O dispositivo transcrito determina, ainda, que em relação à obrigação acessória, ocorrendo seu descumprimento pelo contribuinte e imposta multa, o valor devido convertese em obrigação principal. Vale destacar que, mesmo ocorrendo tal conversão, a natureza da sanção aplicada permanece sendo administrativa, já que não há cobrança de tributo envolvida, mas sim a aplicação de uma penalidade em razão da inobservância de uma norma que visava proteger os interesses fiscalizatórios da administração tributária. Assim, as sanções em matéria tributária podem ter natureza (i) tributária principal quando se referem a descumprimento da obrigação principal, ou seja, falta de recolhimento de tributo; (ii) administrativa – quando se referem à mero descumprimento de obrigação acessória que, em verdade, tem por objetivo auxiliar os agentes públicos que se encarregam da fiscalização; ou, ainda (iii) penal – quando qualquer dos ilícitos antes mencionados representar, também, ilícito penal. Significa dizer que, para definir a natureza da sanção aplicada, necessário se faz verificar o antecedente da norma sancionatória, identificando a relação jurídica desobedecida. Aplicamse às sanções o princípio da proporcionalidade, que deve ser observado quando da aplicação do critério quantitativo. Neste ponto destacamos a lição de Helenilson Cunha Pontes a respeito do princípio da proporcionalidade em matéria de sanções tributárias, verbis: “As sanções tributárias são instrumentos de que se vale o legislador para buscar o atingimento de uma finalidade desejada pelo ordenamento jurídico. A análise da constitucionalidade de uma sanção deve sempre ser realizada considerando o objetivo visado com sua criação legislativa. De forma geral, como lembra Régis Fernandes de Oliveira, “a sanção deve guardar proporção com o objetivo de sua imposição”. O princípio da proporcionalidade constitui um instrumento normativo constitucional através do qual podese concretizar o controle dos excessos do legislador e das autoridades estatais em geral na definição abstrata e concreta das sanções”. O primeiro passo para o controle da constitucionalidade de uma sanção, através do princípio da proporcionalidade, consiste na perquirição dos objetivos imediatos visados com a previsão Fl. 431DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 7 7 abstrata e/ou com a imposição concreta da sanção. Vale dizer, na perquirição do interesse público que valida a previsão e a imposição de sanção”. (in “O Princípio da Proporcionalidade e o Direito Tributário”, ed. Dialética, São Paulo, 2000, pg.135) Assim, em respeito a referido princípio, é possível afirmar que: se a multa é de natureza tributária, terá por base apropriada, via de regra, o montante do tributo não recolhido. Se a multa é de natureza administrativa, a base de cálculo terá por grandeza montante proporcional ao ilícito que se pretende proibir. Em ambos os casos as sanções podem ser agravadas ou qualificadas. Agravada, se além do descumprimento de obrigação acessória ou principal, houver embaraço à fiscalização, e, qualificada se ao ilícito somarse outro de cunho penal – existência de dolo, fraude ou simulação. A MULTA ISOLADA POR NÃO RECOLHIMENTO DAS ANTECIPAÇÕES A multa isolada, aplicada por ausência de recolhimento de antecipações, é regulada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b”, da Lei nº 9.430/96, verbis:1 “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (...) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.” A norma prevê, portanto, a imposição da referida penalidade quando o contribuinte do IRPJ e da CSLL, sujeito ao Lucro Real Anual, deixar de promover as antecipações devidas em razão da disposição contida no artigo 2º da Lei nº 9.430/96, verbis: “Art.2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§1º e 2º do art. 29 1 Redação Original: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente. Fl. 432DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 8 8 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. §1º O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. §2º A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais)ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. §3º A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os §§1º e 2º do artigo anterior. §4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: I dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, bem como o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; II dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; III do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; IV do imposto de renda pago na forma deste artigo.” A natureza das antecipações, por sua vez, já foi objeto de análise do Superior Tribunal de Justiça, que manifestou entendimento no sentido de considerar que as antecipações se referem ao pagamento de tributo, conforme se depreende dos seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. CSSL. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ESTIMATIVA. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. 1. "É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96" (AgRg no REsp 694278RJ, relator Ministro Humberto Martins, DJ de 3/8/2006). 2. A antecipação do pagamento dos tributos não configura pagamento indevido à Fazenda Pública que justifique a incidência da taxa Selic. 3. Recurso especial improvido.” (Recurso Especial 529570 / SC Relator Ministro João Otávio de Noronha Segunda Turma Data do Julgamento 19/09/2006 DJ 26.10.2006 p. 277) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO CSSL APURAÇÃO POR ESTIMATIVA PAGAMENTO Fl. 433DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 9 9 ANTECIPADO OPÇÃO DO CONTRIBUINTE LEI N. 9430/96. É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96. Precedentes: REsp 492.865/RS, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ25.4.2005 e REsp 574347/SC, Rel. Min. José Delgado, DJ 27.9.2004.Agravo regimental improvido.” (Agravo Regimental No Recurso Especial 2004/01397180 Relator Ministro Humberto Martins Segunda Turma DJ 17.08.2006 p. 341) Do exposto, inferese que a multa em questão tem natureza tributária, pois aplicada em razão do descumprimento de obrigação principal, qual seja, falta de pagamento de tributo, ainda que por antecipação prevista em lei. Debates instalaramse no âmbito desse Conselho Administrativo sobre a natureza da multa isolada. Inicialmente me filiei à corrente que entendia que a multa isolada não poderia prosperar porque penalizava conduta que não se configurava obrigação principal, tampouco obrigação acessória. Ou seja, mantinha o entendimento de que a multa em questão não se referia a qualquer obrigação prevista no artigo 113 do Código Tributário Nacional, na medida em que penalizava conduta que, a meu ver à época, não podia ser considerada obrigação principal, já que o tributo não estava definitivamente apurado, tampouco poderia ser considerada obrigação acessória, pois evidentemente não configura uma obrigação de caráter meramente administrativo, uma vez que a relação jurídica prevista na norma primária dispositiva é o “pagamento” de antecipação. Nada obstante, modifiquei meu entendimento, mormente por concluir que tratase, em verdade, de multa pelo não pagamento do tributo que deve ser antecipado. Ainda que tenha o contribuinte declarado e recolhido o montante devido de IRPJ e CSLL ao final do exercício, fato é que caberá multa isolada quando o contribuinte não efetua a antecipação deste tributo. Tanto assim que, até a alteração promovida pela Lei nº 11.488/07, o caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/96, previa que o cálculo das multas ali estabelecidas seria realizado “sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição”. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105139.794, Processo n° 10680.005834/2003 12, Acórdão CSRF/0105.552, verbis: “Assim, o tributo correspondente e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício. Eventuais diferenças, a maior ou menor, na confrontação de valores geram pagamento ou devolução do tributo, respectivamente. Assim, por força da própria base de cálculo eleita pelo legislador – totalidade ou diferença Fl. 434DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 10 10 de tributo – só há falar em multa isolada quando evidenciada a existência de tributo devido”. É bem verdade que melhor seria se a penalidade em comento fosse tratada como uma pena aplicada pela postergação do pagamento de imposto ou contribuição, mas existe regra específica para o caso de ausência de pagamento ou pagamento a menor de antecipação devida de IRPJ e CSLL, sobrepondose, portanto, à regra da postergação. Adotada a premissa de que a imputação da multa isolada tem por fundamento norma primária sancionadora, em cuja hipótese está o descumprimento de obrigação principal, então a multa isolada é prevista para as hipóteses de não recolhimento ou recolhimento a menor do tributo na forma antecipada. Entendo que não há como se admitir que o valor da antecipação seja, após o encerramento do anocalendário, um tributo isolado. A antecipação não é inconstitucional, nem ilegal. Isto porque, como o próprio nome enseja, é mera antecipação de tributo – IRPJ e CSLL – apurado de forma definitiva após o encerramento do anocalendário, no caso de apuração na forma de lucro real anual. O disposto no artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 veicula norma que estabelece a imputação de penalidade isolada pelo não recolhimento de IRPJ e CSLL, de forma antecipada. Dado o fato do não recolhimento do tributo no prazo estipulado para sua antecipação, deve ser imputada a multa isolada. No conseqüente desta norma resta claro que, como critério pessoal, temse de um lado o contribuinte sujeito ao pagamento da antecipação, de outro a União como sujeito ativo. Como critério quantitativo temse o percentual atual de 50% do tributo devido e não pago. Utilizase o termo tributo porque a sanção é aplicada sobre o descumprimento de obrigação principal. Neste passo, até o encerramento do anocalendário o que se tem por tributo devido é o IRPJ e a CSLL, apurados conforme cálculo previsto para antecipação. Já após o encerramento do anocalendário e apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro real, não há como negar que o montante do tributo devido é aquele definitivamente apurado, após as adições, exclusões e compensações previstas em lei. Considerando que o IRPJ e a CSLL são auferidos ao final do anocalendário, sendo provisório o montante calculado nas antecipações, concluise que: i) Quando a multa isolada é aplicada durante o anocalendário, a base é o tributo até então apurado, conforme cálculo das antecipações, já que outro não existe a substituílo por definitividade naquele momento. ii) Quando a multa isolada é imputada após o encerramento do ano calendário e apuração definitiva do tributo devido, sem dúvida a hipótese de aplicação é a mesma, falta de recolhimento das antecipações, não obstante, sua base de incidência terá por limite o valor do tributo definitivamente apurado. Nem há que se imaginar que se nega vigência à norma em questão. O que ocorre é a eliminação, pela interpretação, de eventual contrariedade. Ressaltese que não se Fl. 435DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 11 11 trata sequer de contradição, mas de mera e aparente contrariedade. Isto porque, tanto a multa isolada, quanto a multa de ofício têm seu lugar, bem como a multa isolada pode ser aplicada inclusive após o encerramento do anocalendário, mas, em se tratando de multa de natureza tributária, a base é o tributo que deixou de ser recolhido. Este tributo – IRPJ e CSLL – é aquele apurado conforme cálculo de antecipação até o encerramento do período e é aquele apurado pelo lucro real após o encerramento do período. Se o lançamento é efetuado antes do fim do exercício – portanto antes dos ajustes / apuração do lucro, base de cálculo do IRPJ e da CSLL devidos – a base para imposição da sanção é aquela devida por antecipação e calculada até aquele momento. Naquele momento, inclusive, não há autorização para constituição de obrigação principal definitiva – tributo – especialmente porque o mesmo ainda não se quantificou definitivamente porque não concluído o fato gerador. Nestes termos dispõe o caput do artigo 15 da Instrução Normativa nº 93/97, verbis: “Art. 15. O lançamento de ofício, caso a pessoa jurídica tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa, restringirse á à multa de ofício sobre os valores não recolhidos.” De outra feita, em momento posterior ao encerramento do anocalendário, já existe quantificação do tributo devido definitivamente pelos ajustes determinados em legislação de regência, então esta é a limitação ao critério quantitativo da imposição de multa isolada. No presente caso, o lançamento foi efetuado posteriormente ao encerramento do período, porém, a fiscalização não formalizou exigência de IRPJ e CSLL. Isto porque, o contribuinte demonstrou que seus recolhimentos quando do encerramento dos anoscalendário estavam corretos – recolhimentos esses não contestados pelo fisco, bem como que não havia segundo o acórdão recorrido, antecipação devida e não recolhida. Especificamente no que tange ao próprio anocalendário da autuação, aplica se o quanto esclarecido para todos os anos pelo acórdão recorrido: “é inarredável a constatação de que o crédito utilizado na redução da base estimada devida mensalmente existia, aliás, essa premissa o Fisco não refutou, ou aventou alguma irregularidade, divergência de valores, unicamente asseverou que os balanços não foram transcritos”. Por tais razões que o acórdão recorrido conclui que a multa isolada foi aplicada tão somente em razão da não transcrição dos balancetes de redução e suspensão. Sendo assim, para os períodos em que o lançamento se deu após o encerramento do anocalendário, amparados pelas informações contidas na DIPJ, mesmo que conhecido o recurso, não haveria que se falar na manutenção da multa isolada tão somente em razão da falta de transcrição dos balancetes de suspensão e redução, já que se trata de fato não subsumível à norma do artigo 44 da Lei nº 9.430/96. Da mesma forma para o anocalendário de 2003, parte em que restou conhecido o Recurso Especial, entendo que não merecem reparos a decisão unânime recorrida, porquanto, como bem aventado naquele acórdão, “primar pela manutenção da multa isolada, tão somente pela ausência de transcrição da redução no Livro Diário é no mínimo apegarse exageradamente ao formalismo, ora, se de fato é incontroversamente legítima redução,conquanto fulcrada em balanço lastreado, improcede a exigência da multa isolada Fl. 436DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS Processo nº 10510.002303/200311 Acórdão n.º 910101.244 CSRF‐T1 Fl. 12 12 (...)”. Nesse mesmo sentido foi a decisão exarada no Recurso nº 158.987, na sessão de 11/03/2009. Pelo exposto, voto por CONEHCER PARCIALMENTE do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias – Relatora. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 28/02/2012 por CARLENE MARIA FERNANDES DE LIMA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS, Assinado digitalmente em 27/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/01/2012 por KAREM JUREIDINI DIAS
score : 1.0
Numero do processo: 18471.002590/2008-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004
PROCESSOS CONEXOS. AUTUAÇÃO DECORRENTE DO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DECLARADA IMPROCEDENTE. INSUBSISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE DECLARAR OS MESMOS FATOS GERADORES.
Sendo declarada a improcedência do crédito relativo a exigência da obrigação principal, deve seguir o mesmo destino a lavratura decorrente da falta de declaração dos fatos geradores correspondentes na GFIP.
DESISTÊNCIA DO RECURSO. NÃO CONHECIMENTO.
Serão consideradas como não contestadas as matérias que expressamente tenham sido objeto de desistência do recurso.
Recurso Voluntário Parcialmente Conhecido e Provido na Parte Conhecida.
Numero da decisão: 2401-002.016
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I)
conhecer em parte no recurso voluntário; II) na parte conhecida, dar provimento ao recurso. Ausente ocasionalmente o conselheiro Igor Araújo Soares.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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AUTUAÇÃO DECORRENTE DO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DECLARADA IMPROCEDENTE. INSUBSISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DE DECLARAR OS MESMOS FATOS GERADORES. Sendo declarada a improcedência do crédito relativo a exigência da obrigação principal, deve seguir o mesmo destino a lavratura decorrente da falta de declaração dos fatos geradores correspondentes na GFIP. DESISTÊNCIA DO RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. Serão consideradas como não contestadas as matérias que expressamente tenham sido objeto de desistência do recurso. Recurso Voluntário Parcialmente Conhecido e Provido na Parte Conhecida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) conhecer em parte no recurso voluntário; II) na parte conhecida, dar provimento ao recurso. Ausente ocasionalmente o conselheiro Igor Araújo Soares. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Fl. 770DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/09/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/09 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 771DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/09/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/09 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 18471.002590/200890 Acórdão n.º 240102.016 S2C4T1 Fl. 771 3 Relatório Inconformada com a decisão da DRJ Rio de Janeiro I, fls. 587/622, que declarou procedente em parte o lançamento consignado no Auto de InfraçãoAI n.º 37.190.430 7, o sujeito passivo acima identificado interpôs recurso voluntário ao CARF. O AI em questão, cujo montante foi de R$ 1.392.927,90 (um milhão, trezentos e noventa e dois mil e novecentos e vinte e sete reais e noventa centavos), decorreu da conduta da empresa autuada de deixar de declarar na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP os seguintes fatos geradores de contribuição previdenciária: a) a totalidade das contribuições devidas incidentes sobre os valores pagos aos contribuintes individuais no período de 01/2003 a 12/2004, b) a totalidade das contribuições devidas incidentes sobre os valores pagos a cooperativas de trabalho; c) as contribuições devidas incidentes sobre as despesas com educação, que constituem salário indireto; d).as contribuições devidas incidentes sobre os pagamentos realizados a estagiários, na medida que não foram cumpridas todas as exigências legais para caracterização do estágio. No acórdão de primeira instância decidiuse pela procedência parcial do lançamento, tendo sido reconhecida a decadência para o período de 01 a 09/2003. Também foi aplicada a penalidade mais benéfica tendose em conta a alteração legislativa promovida pela Lei n.º 11.941/2009. No mérito, a impugnação foi declarada improcedente. No recurso, fls. 631/649, a empresa, em apertada síntese, alegou que: a) os fatos geradores das obrigações acessórias de declaração em GFIP de valores relativos a “salário indireto educação” e “pagamentos a estagiários” já foram devidamente defendidos nas impugnações e recursos contra os processos de exigência da obrigação principal; b) argumento utilizado pelo Fisco para caracterizar os estagiários como empregados foi a falta de interveniência no contrato de estágio da instituição de ensino, todavia, essa manifestação não necessitava de formalização, podendo ser operacionalizado de forma tácita, estando os estágios legalmente exercidos; c) em relação às verbas tomadas como pagamentos a estagiários, verificase que a base de cálculo foi fixada com o equívoco de incluir o valor repassado para o CAMP MANGUIRA, que atuava como agente de integração entre a concedente e as instituições de ensino; Fl. 772DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/09/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/09 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 d) os cursos de graduação e pósgraduação oferecidos aos empregados como forma de qualificação profissional vinculados às necessidades da empresa se incluem norma insentiva prevista no § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. Ao final requer o cancelamento do AI. Em 27/07/2011, a recorrente protocolizou junto à Delegacia de Maiores Contribuintes da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro peça, fls. 761/769, em que requer a desistência parcial do recurso, reconhecendo a procedência da autuação apenas em relação aos fatos geradores relativos aos pagamentos a contribuintes individuais e a cooperativas de trabalho. É o relatório. Fl. 773DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/09/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/09 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 18471.002590/200890 Acórdão n.º 240102.016 S2C4T1 Fl. 772 5 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Da matéria não impugnada Verificase da peça recursal que o sujeito passivo somente se insurgiu contra a inclusão no AI dos pagamentos efetuados aos estagiários, caracterizados pelo Fisco como empregados, e a verba decorrente do plano educacional. Não houve impugnação para os fatos geradores consistentes nos pagamentos a contribuintes individuais e a cooperativas de trabalho. É de se supor, portanto, que tenha concordado serem tais valores de declaração obrigatória na GFIP. Tal fato tornouse mais evidente com a expressa renúncia protocolizada em unidade da RFB, conforme mencionado no relatório desse voto. Dos processos conexos Passo agora a verificar o resultado dos julgamentos dos recursos contra os lançamentos de obrigação principal conexos com o presente AI. a) pagamento a estagiários: processos 18471.002579/200820, 18471.002580/200854 e 18471.002581/200807, todos com provimento do recurso, no mérito; b) pagamento de despesas educacionais: processos 18471.002582/200843, 18471.002583/200898 e 18471.002584/200832, todos com provimento do recurso, no mérito; c) pagamentos a contribuintes individuais: processo 18471:002586/200821 (contribuição dos segurados), provimento parcial para excluir determinadas parcelas em razão de atingimento do teto máximo do saláriodecontribuição (processo julgado nessa sessão de julgamento); d) pagamentos a cooperativas de trabalho: sem lançamento da obrigação principal. De pronto, já se visualiza que devam ser excluídos do lançamento as parcelas referidas nos itens “a” e “b” acima, posto que no julgamento dos processos relativos à exigência da obrigação principal o lançamento foi declarado improcedente, não sendo, portanto, caso de declaração em GFIP das mencionadas verbas. Quanto ao AI relativo aos pagamentos efetuados a membros dos conselhos fiscal, de administração e técnico (contribuintes individuais), as verbas são susceptíveis de Fl. 774DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/09/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/09 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 incidência de contribuição previdenciária nos termos alínea “g”do inciso V do art. 12 combinado com o inciso III do art. 22, ambos da Lei n.º 8.212/1991. Nesse sentido a declaração em GFIP era dever legal que foi descumprido pelo sujeito passivo, sendo procedente quanto a esse item a autuação. O mesmo raciocínio se aplica a falta de declaração dos pagamentos efetuados às cooperativas de trabalho, haja vista que sobre os mesmos incidem contribuições previdenciárias, nos termos do inciso IV do art. 22 da Lei n.º 8.212/1991. Conclusão Diante do exposto, voto por I) conhecer em parte no recurso voluntário; II) na parte conhecida, dar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 775DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/09/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/09 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 11618.002108/99-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DE
COMPENSAÇÃO APÓS HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
Extinto o crédito tributário por compensação, inadmissível apresentação de
declaração retificadora tendente a alterar débito objeto de compensação
homologada.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO.
Não demonstrada uma das hipóteses discriminadas nos incisos do § 4° do
artigo 16 do Decreto n° 70.235/72, consideramse
preclusas, não se tomando
conhecimento, as alegações e as provas apresentadas após o prazo de
impugnação.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-001.164
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Os conselheiros José Antonio
Francisco, Alexandre Gomes e Leonardo Mussi da Silva, acompanharam o relator pelas
conclusões.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: ALAN FIALHO GANDRA
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DE COMPENSAÇÃO APÓS HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Extinto o crédito tributário por compensação, inadmissível apresentação de declaração retificadora tendente a alterar débito objeto de compensação homologada. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. Não demonstrada uma das hipóteses discriminadas nos incisos do § 4° do artigo 16 do Decreto n° 70.235/72, consideramse preclusas, não se tomando conhecimento, as alegações e as provas apresentadas após o prazo de impugnação. Recurso Voluntário Negado.
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RETIFICAÇÃO DE COMPENSAÇÃO APÓS HOMOLOGAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Extinto o crédito tributário por compensação, inadmissível apresentação de declaração retificadora tendente a alterar débito objeto de compensação homologada. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. Não demonstrada uma das hipóteses discriminadas nos incisos do § 4° do artigo 16 do Decreto n° 70.235/72, consideramse preclusas, não se tomando conhecimento, as alegações e as provas apresentadas após o prazo de impugnação. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Os conselheiros José Antonio Francisco, Alexandre Gomes e Leonardo Mussi da Silva, acompanharam o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Alan Fialho Gandra Relator. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 22/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 17/08/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 2 EDITADO EM: 16/08/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Alan Fialho Gandra, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Leonardo Mussi da Silva. Relatório A empresa Companhia Sisal do Brasil COSIBRA apresentou, em 30/06/1999, Pedido de Ressarcimento de Crédito Presumido de IPI (fl 01), de que trata a Portaria MF nº 38/97, referente ao 1º trimestre de 1998, cumulado com pedido de compensação. Após procedimento fiscal, a DRF homologou expressamente a compensação, através de despacho decisório (fls. 238), cuja ciência do Contribuinte deuse em 03/03/2005 (AR às fls. 258). Em seguida a Recorrente transmitiu a PER/DCOMP n° 35462.41405.210606.1.3.042230 (fls. 261 a 264), em 21/06/2006, e a PER/DCOMP n° 41770.04509.260107.1.3.045939 (fls. 265 a 268), em 26/01/2007, ambas do tipo normal, pretendendo compensar aquele mesmo crédito presumido de IPI, referente ao 1º trimestre de 1998, com débitos de IRPJ. A DRF indeferiu a compensação pretendida, determinando a cobrança dos débitos cuja compensação não foi homologada, conforme despacho decisório (fls. 271), sob a fundamentação de inexistência de crédito a compensar. A ciência do Contribuinte deuse em 17/10/2007 (AR às fls. 273). Inconformada, a Contribuinte apresentou, em 14/11/2007, manifestação de inconformidade (fls. 274 e ss.), afirmando, em síntese, que o Despacho Decisório está equivocado eis que não considerou a retificação das DCTF's referentes aos 3° e 4° trimestres de 2002, apresentadas em 17/03/2006. Reclama, também, que o ressarcimento seja atualizado pela SELIC. Salientese que referidas DCTF’s (fls. 281/332) somente foram juntadas aos autos em 14/11/2007, quando da apresentação da manifestação de inconformidade. O colegiado de primeira instância, por unanimidade de votos, negou o direito creditório em virtude da DCTF retificadora ter sido apresentada após a homologação expressa da compensação, afirmando que, nessa situação, caberia a interessada requerer a restituição, cumulada com as compensações pretendidas, via PER/DECOMP, cuja análise compete a DRF de jurisdição da Contribuinte. O acórdão da decisão de primeira instância tem a seguinte ementa: “COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INEXISTENTE. É premissa básica para que seja efetivada a compensação de crédito tributário a existência de crédito líquido e certo do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 22/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 17/08/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Processo nº 11618.002108/9908 Acórdão n.º 330201.164 S3C3T2 Fl. 2 3 CRÉDITOS BÁSICOS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Incabível atualização monetária ou juros de mora incidentes sobre o eventual valor a ser objeto de ressarcimento, por ausência de previsão legal. Compensação não Homologada”. Cientificada do acórdão, a interessada insurgese contra seus termos interpondo recurso voluntário a este Eg. Conselho. Em suma, repisa os mesmos argumentos aduzidos anteriormente. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Alan Fialho Gandra, Relator O recurso voluntário preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Consoante acima relatado, o cerne da questão resumese no fato de saber se um determinado débito, extinto por compensação homologada expressamente, pode (ou não) ser objeto de uma nova compensação. A Recorrente sustenta ser procedente o ressarcimento/compensação constante nos PER/DCOMP’s n° 35462.41405.210606.1.3.042230 (fls. 261 a 264) e n° 41770.04509.260107.1.3.045939 (fls. 265 a 268). Sem razão a Recorrente, conforme adiante se demonstrará. Opostamente, o acórdão recorrido afirma que o pleito em apreço não se sustenta em virtude de inexistência de crédito, visto que o mesmo já havia sido objeto de compensação homologada, afirmando que, as DCTF foram retificadas muito tempo após a homologação das compensações. No presente caso, a ciência da homologação expressa da compensação ocorreu em 03/03/2005 (AR às fls. 258). Portanto, nessa data, operouse definitivamente a extinção do correspondente crédito tributário, conforme preceitua o art. 156, II, do CTN1. 1 Art. 156. Extinguem o crédito tributário: (...) II. a compensação; Fl. 3DF CARF MF Emitido em 22/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 17/08/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 4 Uma vez extinto o crédito tributário, por qualquer de suas modalidades de extinção, o remédio legal para o contribuinte reaver o indébito tributário é através do instituto da restituição, direito assegurado no art. 165 e seguintes do CTN. Nesse sentido, mutatis mutandis, temos os seguintes julgados: “Ementa: .... I. O art. 165 do CTN estabelece: ‘o sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do art. 162 ....” (TRF 1ª Região. AC 2000.01.00.0750054/MG. Rel.: Des. Federal Luciano Tolentino Amaral. 3ª Turma. Decisão: 08/10/02. DJ de 25/10/02, p. 79.) “Ementa: .... I. Demonstrado o pagamento indevido de tributo, em razão de erro – depósito judicial feito por equívoco, mas convertido em renda da União – impõese a restituição (art. 165, II, do CTN). ....” (TRF1ª Região. AC 2000.01.00.0958800/MA. Rel.: Des. Federal Olindo Menezes. 3ª Turma. Decisão: 29/10/02. DJ de 13/12/02, p. 47.) Ademais, as citadas PER/DCOMP’s (fls. 261/264 e 265/268) foram apresentadas em 21/01/2006 e em 26/01/2007, em total descompasso com as normas vigentes, pelas seguintes razões: i) Ausência de crédito, conforme acima relatado; ii) Os PER/DCOMP’s em apreço são do tipo normal, quando o correto seria a apresentação de PER/DCOMP’s retificadora haja vista que a pretensão da Recorrente era alterar o débito, contrariando, portanto, o art. 562 da IN/SRF nº 600/2005 (vigente à época dos fatos); iii) Impossibilidade de retificação de ressarcimento já deferido, conforme estabelece o art. 573 da IN/SRF nº 600/2005 (vigente à época dos fatos); Por oportuno, transcrevo trecho legal que delega competência à Receita Federal para disciplinar a presente matéria, vejamos: Lei nº 9.430/96 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou 2 Art. 56. A retificação do Pedido de Restituição, do Pedido de Ressarcimento e da Declaração de Compensação gerados a partir do Programa PER/DCOMP, nas hipóteses em que admitida, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à SRF de documento retificador gerado a partir do referido Programa. Parágrafo único. A retificação do Pedido de Restituição, do Pedido de Ressarcimento e da Declaração de Compensação apresentados em formulário (papel), nas hipóteses em que admitida, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à SRF de formulário retificador, o qual será juntado ao processo administrativo de restituição, de ressarcimento ou de compensação para posterior exame pela autoridade competente da SRF. 3 Art. 57. O Pedido de Restituição, o Pedido de Ressarcimento e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, no que se refere à Declaração de Compensação, que seja observado o disposto nos arts. 58 e 59. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 22/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 17/08/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Processo nº 11618.002108/9908 Acórdão n.º 330201.164 S3C3T2 Fl. 3 5 contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) (...) § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) Ainda em relação a pertinência das referidas PERD/COMP’s, particularmente no tocante a alegação de que o Despacho Decisório da DRJ não considerou as DCTF retificadoras, referente aos 3º e 4º trimestre de 2002, quando da análise do ressarcimento/compensação em questão, também, não assiste razão à Recorrente pelas seguintes razões: primeiro por que sobre tal matéria não há litígio, tampouco é objeto do processo; segundo por que a ciência do despacho decisório ocorreu em 03/03/2005 (AR às fls. 258), contudo as DCTF’s foram apresentadas em 17/03/2006 e somente em 14/11/2007, quando da apresentação da manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte, foram juntadas aos autos. Não é demais lembrar o aforismo “o que não está nos autos não está no mundo” (quod non est in actis non est in mundo); terceiro por que DCTF retificadora não tem o condão de retificar PER/DCOMP o qual é retificado através de PER/DCOMP retificador na forma prescrita nos arts. 56 e seguintes, da INSRF nº 600/2005 (vigente à época dos fatos pertinentes). Quanto a alegação de atualização do ressarcimento com base na SELIC, resta prejudicada sua análise. Entrementes, caso vencido, entendo, pelas mesmas razões do acórdão recorrido, que aqui adoto e ratifico, ser indevida a correção pleiteada. Destarte, nenhum reparo a fazer na decisão de primeiro grau vez que o Pedido de Restituição, o Pedido de Ressarcimento e a Declaração de Compensação somente podem ser retificados pelo sujeito passivo se estiverem pendentes de decisão administrativa. No presente caso, a compensação já estava homologada, o crédito tributário extinto, e a decisão administrativa transitada em definitivo. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 22/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 17/08/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA 6 No mais, com fulcro no art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99, adoto e ratifico as razões e fundamentos do acórdão de primeira instância. Pelas razões acima aduzidas e sendo o que basta para o deslinde processual, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Alan Fialho Gandra Relator Fl. 6DF CARF MF Emitido em 22/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA Assinado digitalmente em 17/08/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, 16/08/2011 por ALAN FIALHO GANDRA
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