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Numero do processo: 10580.720697/2013-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 02 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1402-000.302
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, resolvem determinar que o processo 10580.730754/2012-18 (Suspensão da Isenção) seja distribuído ao relator para apreciação em conjunto com o presente, sendo que este terá o julgamento sobrestado até que se proceda à distribuição, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Paulo Roberto Cortez - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Leonardo de Andrade Couto, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pela e Paulo Roberto Cortez.
Nome do relator: PAULO ROBERTO CORTEZ
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, resolvem determinar que o processo 10580.730754/201218 (Suspensão da Isenção) seja distribuído ao relator para apreciação em conjunto com o presente, sendo que este terá o julgamento sobrestado até que se proceda à distribuição, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (Assinado digitalmente) Paulo Roberto Cortez Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Leonardo de Andrade Couto, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pela e Paulo Roberto Cortez. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .7 20 69 7/ 20 13 -3 1 Fl. 1074DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS DE SALVADOR SETPS, contribuinte inscrito no CNPJ/MF sob nº 15.663.461/000111, com domicílio fiscal na cidade de Salvador, Estado da Bahia, na Rua da Alfazema, nº 761, Bairro Caminho das Árvores, jurisdicionado a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador BA, inconformado com a decisão de Primeira Instância de fls. 541/604, prolatada pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo – SP recorre, a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pleiteando a sua reforma, nos termos da petição de fls. 615/644. Contra o contribuinte, acima identificado, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador – BA em 22/01/2013 lavrou os Autos de Infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (fls. 03/59), com ciência, por AR, em 30/01/2013 (fl. 251) exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 4.744.708,95) a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social, acrescido da multa lançamento de ofício normal 75% e dos juros de mora de, no mínimo, de 1% ao mês, calculados sobre o valor do imposto e contribuição, referente aos exercícios de 2009 e 2010, correspondentes aos anoscalendário de 2008 e 2009, respectivamente. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização externa referente aos exercícios de 2009 e 2010, onde a autoridade fiscal lançadora entendeu haver, as seguintes irregularidades: 1 CUSTOS, DESPESAS OPERACIONAIS E ENCARGOS DESPESAS NÃO NECESSÁRIAS: Fatos geradores ocorridos entre 01/07/2008 e 30/09/2009. Infração capitulada no art. 3° da Lei n° 9.249, de 1995 e arts. 247, 248, 249, inciso I, 251, 277, 278, 299 e 300 do RIR/99. 2 RESULTADOS ESCRITURADOS E NÃO DECLARADOS RESULTADOS OPERACIONAIS NÃO DECLARADOS: Fatos geradores ocorridos entre 01/01/2008 e 30/09/2009. Infração capitulada no art. 3° da Lei n° 9.249, de 1995 e arts. 247, 249, inciso II e 841. Inciso III, do RIR/99. Os Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil responsáveis pela constituição do crédito tributário lançado esclarecem, ainda, através do Termo de Verificação Fiscal (fls. 62/98), entre outros, os seguintes aspectos: que o Ato Declaratório Executivo DRF/SDR n° 66, de 18 de dezembro de 2012, suspendeu a imunidade e a isenção do Contribuinte nos anos calendário de 2008 e de 2009; que, após a expedição do ato acima, o Contribuinte passou à condição de pessoa jurídica sujeita ao recolhimento dos tributos e contribuições federais: IRPJ, CSLL, COFINS, PIS; Fl. 1075DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 4 3 que no que concerne ao IRPJ e CSLL, considerando que o Contribuinte possuía escrituração contábil na forma da legislação comercial e fiscal, a Autoridade Fiscal esclareceu que a tributação se dará com base no lucro real trimestral; que para apuração do lucro real, com base nos balancetes mensais, elaborou demonstrativo onde se visualiza por mês os valores consignados contabilmente a título de receitas e de despesas e o respectivo lucro mensal o qual foi consolidado por trimestres; que as receitas tributadas foram aquelas pagas pelas empresas de transportes coletivos de Salvador como remuneração pela prestação de serviços de administração e venda do SMART CARD; que foi esclarecido, de acordo com o DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL, que foram apurados na qualidade de lucro não tributado os valores de R$ 509.900,06, R$ 1.344.756,37 e R$ 694.516,00 respectivamente para o primeiro, segundo e terceiro trimestre do ano calendário de 2008, enquanto que, relativamente ao quarto trimestre, apurouse um prejuízo de 652.145,14; que, com referência ao ano calendário de 2009, ainda com respaldo do demonstrativo acima citado, apurouse os valores relativos aos primeiro, segundo e terceiro trimestre respectivamente: R$ 915.756,35; R$ 345.884,86 e R$ 311.993,58. No ano de 2009, também foi apurado prejuízo no quarto trimestre, desta feita no valor de R$ 563.136,36; que, além dos valores tributáveis pela perda da isenção, esclarece a Fiscalização que outras infrações foram cometidas, agora diretamente relacionadas com a legislação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; que foram constatadas infrações à legislação do IRPJ e da CSLL, relativas à escrituração de despesas pagas a Carlos Eduardo Villares Barral Advogados Associados S/C LTDA, sem que restasse comprovada a efetiva necessidade dos mesmos; que foram dadas ao Contribuinte todas as oportunidades de comprovação dos serviços relacionados às ações judiciais para os quais haviam contratos e aos quais os referidos gastos estavam relacionados, mas o Contribuinte não logrou apresentar pelo menos as iniciais das referidas demandas judiciais, cingidose a apresentar cópia de ação coletiva encetada pelas suas associadas empresas de transporte coletivo de Salvador; que como não foram comprovados que os gastos levados a despesas operacionais não se deveram às efetivas necessidades operacionais da empresa, mas sim a formação de uma “caixinha” para pagamento de propinas, serão tais despesas glosadas por não necessárias à atividade empresarial da entidade; que a Fiscalização, ficou “caracterizado que os pagamentos do SETPS não se prenderam a nenhuma causa lícita, mas a colaborar com o pagamento das propinas que foram efetuadas pelo Escritório do Sr. Carlos Eduardo Vilares Barral, tudo conforme denúncia apresentada”; que, em seguida, foi transcrito o Termo de Constatação elaborado para solicitar a suspensão da isenção pela Autoridade Administrativa. Sua leitura é essencial e encontrase às fls. 62 a 98 do Termo de Verificação Fiscal; Fl. 1076DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 5 4 que, baseado no descrito no Termo de Constatação, a Fiscalização apurou, com respaldo na contabilidade do Contribuinte (o razão foi anexado ao processo), os valores escriturados pelo mesmo como despesas e correspondentes aos referidos desembolsos, conforme pode ser visualizado no demonstrativo anexo intitulado “DEMONSTRATIVO DAS GLOSAS DAS DESPESAS NÃO NECESSÁRIAS”; que, portanto, o Contribuinte apresentou prejuízo no 4º trimestre de 2008 e de 2009, e lucro nos demais trimestres desses anos. Foi elaborado pela Fiscalização o “DEMONSTRATIVO DA COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS E VALOR TRIBUTÁVEL”. Em sua peça impugnatória de fls. 254/283, instruído pelos documentos de fls. 284/537 apresentada, tempestivamente, em 25/02/2013, o autuado se indispõe contra a exigência fiscal, solicitando que seja acolhida à impugnação para declarar a insubsistência dos Autos de Infração, com base, em síntese, nos seguintes argumentos: que o contribuinte tratarse de entidade sindical patronal, representativa do segmento de transporte municipal urbano de passageiros na cidade de Salvador, por isso entende ser beneficiária de isenção fiscal, dentre elas, a do imposto de renda da pessoa jurídica, por determinação do art. 15, da Lei nº 9.532/1997; que em homenagem ao princípio da eventualidade, a Impugnante tratou da questão relacionada ao “Termo de Constatação”, utilizado para a propositura da suspensão da isenção (processo nº 10580.730754/201218). Requereu a confirmação de tudo que foi esclarecido e defendido na peça específica, com os argumentos seguintes; que a supressão de todos os fatos não relacionados à suas atividades e que não interfiram no pleno gozo do beneficio fiscal de isenção pertinente ao sindicato, na condição de associação civil sem fins lucrativos, por faltarlhe legitimidade para defesa, bem assim extrapolar tema tributário administrativo; que no Termo de Constatação, há uma infinidade de pessoas mencionadas pelos órgãos de segurança pública, em decorrência de escuta telefônica, sobre estas, cabe a Impugnante declarar que dentre elas mantém contratos de prestação de serviços advocatícios com a pessoa jurídica Carlos Eduardo Vilares Barral S/C Ltda. CNPJ 02.284.470/000150. Entretanto, não tem relações contratuais, formais ou não, com os sócios, pessoas físicas, os quais também não exercem qualquer cargo ou função na Entidade. Fato que não retira dos mesmos a inerente virtude que qualifica a sociedade que dirigem e torna aquele escritório em um dos principais prestadores de serviços da Impugnante; que os atos que deram origem à equivocada suspensão da isenção, disse que a acusação é genérica quanto à tipificação da suposta infringência, a ponto de não mencionar o inciso desatendido do art. 14 do CTN; que o Auditor que assinou o Parecer percorreu o caminho que demonstra dubiedade ao grafar os três incisos, como a indicar que a infração estivesse capitulada em todos eles. Por sua vez, a Autoridade Julgadora ao decidir pela suspensão capitulou nos incisos I e II do art. 14 do CTN; que há falta de uniformidade e infeliz a alteração patrocinada pela Autoridade Julgadora, restando requerer a nulidade do Despacho Decisório, e por diversos motivos, dentre eles, não pode aquela autoridade alterar a acusação e decidir. A um, em razão de cercear o Fl. 1077DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 6 5 direito de defesa, suprimir instância e impedir o contraditório. A dois, falta previsão legal para aquela autoridade aperfeiçoar o ato que julga, modificandoo. Logo, toda alteração efetuada por pessoa incompetente (capacidade legal), vicia e anula o ato administrativo, conforme determina o art. 59, I e II, do Decreto nº 70.235, de 1972; que a sua situação é de isenção e não de imunidade. Diz que não foi citado o inciso do art. 14 do CTN, sendo a acusação genérica; que as entidades listadas no artigo 9º do CTN, referenciadas no caput do art. 14, são as que gozam do benefício de imunidade. Essas se subordinam aos requisitos do artigo 14, enquanto a situação da Impugnante é de isenção. Assim, o enquadramento legal aplicado, seja qual for o inciso, não se coaduna com o fato narrado pelo fisco e não há nos autos a identificação da lei efetivamente infringida; que, no caso concreto, a ausência da capitulação legal é particularmente grave, pois não decorre de simples esquecimento ou falha sanável. Ademais, é de fundamental importância saber qual a norma infringida, sob pena de nulidade do ato administrativo por implicar em cerceamento do direito de defesa, conforme previsto no inciso II, art. 59 do PAF; que é nulo o procedimento fiscal, em razão da falta de indicação da norma infringida e também pelo fato do Julgador inserir modificações na capitulação legal sem possuir competência, além de não reabrir prazo sobre a nova capitulação; que da atividade do sindicato, discorre a Impugnante sobre o que entende ser a melhor forma de solucionar a questão central, que seria percorrer o funcionamento da operacionalização de bilhetagem dentro do sistema de transportes urbano de passageiros em Salvador, nos seguintes tópicos: a) identificação da Autoridade Estatal do sistema de transporte coletivo e delegação; b) a atividade de bilhetagem e o interesse público; c) os lançamentos contábeis no SETPS; d) os conceitos de receita e despesa; e, e) conclusão. que de acordo com a CF/88, no seu art. 30, V, é a Prefeitura Municipal a autoridade competente para organizar o funcionamento do transporte de passageiros em Salvador, e no exercício dessa competência editou diversos atos regulando e disciplinando a questão da bilhetagem, a qual representa a venda de bilhetes nas modalidades de meia passagem; vale transporte em papel ou eletrônico, avulso e gratuidade; que, originariamente, a bilhetagem esteve a cargo do Município, a exemplo do vale transporte, em razão do interesse público implícito nas operações, contudo, adiante, foi delegada à Impugnante (SETPS), conforme dispõe o Decreto Municipal nº 9.656, de 1992 (Doc. I); que a Lei Federal nº 7.418, de 1985, instituidora do vale transporte, atribuiu o ônus da bilhetagem a uma operadora, e na regulamentação, Decreto nº 95.247, de 1987, admitiu que essa pudesse ser o próprio município, uma operadora, ou ainda um consórcio. Contudo, impõe ainda responsabilidade solidária entre a operadora da bilhetagem e as empresas do sistema de transportes urbanos e a submissão do sistema à homologação estatal; que de acordo com o art. 15 e 16 do Decreto, a regulamentação visou não tributar a operação de bilhetagem, por isso mesmo atribuiu a um órgão da administração direta a operação e alternativamente a um ente privado do tipo com aparência de consórcio; ambos fora do campo de incidência da hipótese tributária do imposto de renda; Fl. 1078DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 7 6 que o bilhete meia passagem, ou passagem para estudante, seguiu a mesma trilha do vale transporte, ou seja, o Município de Salvador também delegou ao SETPS a incumbência da bilhetagem, conforme determinado em inúmeros atos, a exemplo do Decreto 11.228, de 1996 (Doc 2); que as delegações e instruções regulamentares sobre a operacionalização do sistema de bilhetagem emergem de toda burocracia da Autoridade Municipal, como a que reafirma o ônus da operacionalização do Vale Transporte eletrônico para a Impugnante, conforme dicção da Portaria do Superintendente de Transporte Público STP nº 74, de 2006 (Doc. III); que a Secretaria dos Transportes e Infraestrutura SETIN, através da Portaria nº 009/2006 GAB/ SETIN, determinou as condições para comercialização da meiapassagem (Doc. IV); que a atividade de bilhetagem é estatal na sua essência e as normas indicam a Autoridade Municipal, através de seus órgãos descentralizados ou desconcentrados, como operadora do sistema em face do interesse público no desdobramento e conseqüências do processo de bilhetagem; que a bilhetagem eletrônica introduzida pelo SETPS e patrocinada pelos associados, as empresas de transportes urbanos, contrataram, pagaram e pagam a empresa TACOM Engenharia para desenvolver programas de computador a fim de atender especificamente a demanda de Salvador, propiciando significativa redução de dinheiro em circulação nos transportes e em radical diminuição de assaltos; que o sistema de bilhetagem eletrônica implantada e desenvolvida a partir dos operadores do sistema em Salvador, centralizado em entidade sem fins lucrativos, SETPS, executa atividade típica de estado, por isso a operacionalização não é tributável e compatível com as atribuições da atividade sindical, como legitima associação civil sem fins lucrativos, conforme previsto no parágrafo único do art. 18 da Lei 9.532, de 1997 e amparada nas cláusulas do Estatuto da Entidade em causa; que, no entanto, há diversos atos normativos com exigências no sentido de proibir que os custos e despesas na operacionalização dos bilhetes resultem em aumento de tarifa, bem assim, que o operador cobre sobre preço. Essas condições impuseram que a Impugnante, entidade sem fins lucrativos, formatada como sindicato patronal de transportadores de passageiros, assumisse a tarefa, como o fez, a partir de disposição em seu Estatuto e por imposição legal, nos diversos atos da Prefeitura Municipal; que o Decreto Federal nº 95.247, de 1987, é um dos inúmeros diplomas legais que proíbe sobre preço e repasse do custo de operação da bilhetagem, ou seja, que não faça parte da planilha de custos para definição da tarifa; que a Impugnante está impedida de vender os bilhetes por preço superior à tarifa, também os prestadores dos serviços, transportadores de passageiros, proibidos de repassarem ao custo da tarifa os gastos com a comercialização. Em razão das condicionantes a Impugnante não é remunerada pela operação, uma vez que todo o produto da venda de bilhetes é repassado para os transportadores de passageiros, bem assim, os custos e despesas decorrentes; Fl. 1079DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 8 7 que os registros contábeis do SETPS, comprovam a proibição legal de se cobrar preço superior ao da tarifa e a não remuneração pela prestação do serviço; que existe nos lançamentos contábeis uma atecnia cuja intelecção trata dos custos, despesas e receitas em conta própria, ou seja, que a operacionalização da bilhetagem gera resultados a Impugnante. No entanto, toda operação é realizada por conta e ordem de terceiros, operadoras do sistema de transporte, logo, incabível o trânsito pelas contas de resultado; que do ponto de vista contábil, as contas que representam receitas e despesas de terceiros não transitam pelas contas de resultado do administrador do recurso e devem ser registradas nas contas patrimoniais, representando direitos e obrigações para com terceiros. Apenas na hipótese de remuneração do serviço, esse ingresso é que seria levado ao resultado. Ao contrário, não havendo remuneração, a receita não sendo própria e os custos rateados entre os beneficiários das receitas, inexistirá qualquer lançamento contábil no resultado; que as transações representadas por lançamentos contábeis levadas ao resultado não podem representar direitos sujeitos a reivindicação por terceiros, ou seja, só transita pelas contas de resultados aquelas estritamente vinculadas ao negócio próprio, risco negocial do operador. Por isso, o conceito legal de receita bruta está intrinsecamente ligado a expressão operações em conta própria ou resultado em conta alheia, conforme art. 279 do RIR/99; que as receitas originadas na venda de bilhetes não pertencem à Impugnante, pois ela não possui veículos, não transporta pessoas e não é comissionada pelo serviço prestado a terceiros. Desse modo, os valores em questão pertencem ao terceiro que presta o serviço de transporte de passageiros e não paga comissão a quem vendeu o bilhete. Então, a partir do conceito legal de receita bruta, podese afirmar que a Impugnante não aufere receita bruta na operação de bilhetagem; que o Fisco não entendeu dessa forma e suspendeu a isenção por considerar que os lançamentos nas contas de resultado representam receita bruta originadas de operações em conta própria ou resultado auferido em conta alheia; que há que se ponderar o equívoco do Fisco em razão da complexidade das operações e do inadequado registro contábil. A melhor técnica seria registrar os valores sujeitos a repasse, receitas, e os custos e despesas compartilhados na operacionalização da bilhetagem, em contas patrimoniais até o confronto e a respectiva prestação de contas aos associados; que diante dos argumentos apresentados, defendeu a Impugnante que é impossível manter suspensa a isenção pela atividade de bilhetagem exercida; que os Auditores apuraram o resultado contábil de cada trimestre a partir da soma algébrica dos valores demonstrados em balancetes mensais sob o título de superavit ou déficit, considerando os com natureza de lucro contábil e tributou na modalidade do lucro real trimestral nos anos calendários de 2008 e 2009; que se admita como correta a suspensão da isenção, não se pode confundir o resultado peculiar das entidades sem fins lucrativos, com o lucro contábil apurado sob a exegese do Decreto lei n° 1.598, de 1977, e, a partir de janeiro de 2008, observada a Lei nº 11.638, de 2007, com as alterações da Lei nº 11.941, de 2009; Fl. 1080DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 9 8 que os balancetes mensais utilizados pelo fisco não servem como ponto de partida para encontrar o lucro contábil, na forma preconizada pelas leis fiscais e societárias, por terem sido elaborados sob a premissa de registrar as operações de forma a garantir a exatidão dos fluxos financeiros de entidade sem fins lucrativos. Enquanto, a tributação pelo lucro real exige a realização de diversos lançamentos contábeis, comumente chamados de ajustes para balanços. Por isso mesmo os resultados das entidades sem fins lucrativos são denominados de superavit ou déficit, e não podem ser confundidos ou utilizados como se fossem resultados contábeis apurados na formatação das empresas com fins lucrativos; que vários procedimentos na elaboração de balancetes foram citados pela Impugnante, que ainda disse que os balancetes mensais levantados pela Impugnante eram elaborados para efeito gerencial e na condição de entidade sem fins lucrativos, por isso sem os ajustes de balanço; que o item afirmando que o procedimento dos Auditores está em desacordo com os atos emanados pela Receita Federal, através da IN nº 113, de 1998 e do Parecer Normativo CST n° 73, de 1978. Também contrária a jurisprudência formada na Câmara Superior de Recursos Fiscais. Logo, a tributação engendrada é inapropriada e ilegal; que a Impugnante a tratar da questão da dedutibilidade das despesas referentes aos pagamentos efetuados à pessoa jurídica Carlos Eduardo Vilares Barral Advogados Associados S/C Ltda., CNPJ 02.284.470/000150; que as despesas relacionadas com aquele escritório de advocacia estavam lastreadas em contrato, com emissão de nota fiscal, retenção dos tributos correspondentes e apropriação de gastos intrinsecamente vinculados à atividade sindical, ou seja, em defesa do interesse dos associados e realizados sem contrariar a legislação regente; que outra questão de suma importância é que as despesas com esse escritório de advocacia, bem assim, como os demais serviços, foram realizadas por conta e ordem de terceiros associados, desse modo a despesa não foi suportada pela Impugnante, em que pese ter levado à conta de resultado em razão da atecnia contábil; que apresenta a comprovação de despesas glosadas, que entende ser ônus da Impugnante, mesmo o Fisco sabendo que todas elas foram rateadas entre os associados; que as despesas vinculadas ao sistema de bilhetagem são rateadas entre os associados, operadores do sistema de transporte de passageiros em Salvador, por isso não poderiam ser objeto de glosa; que as despesas são dedutíveis; as despesas compartilhadas, realizadas por conta e ordem de terceiros, foram rateadas; as despesas foram indevidamente contabilizadas como receitas; e, a impossibilidade de glosar despesas realizadas por conta e ordem de terceiros e que foram rateadas; que as despesas são dedutíveis por serem pertinentes aos negócios transacionados e que foram objeto de rateio entre os associados, uma vez que a Impugnante funcionou como catalisadora, sem remuneração, e serviu aos fins previstos em seu Estatuto Social, do que é impossível a manutenção do auto de infração; Fl. 1081DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 10 9 que todas as observações pertinentes ao imposto de renda da pessoa jurídica são extensivas à contribuição social sobre o lucro, como se aqui estivessem escritas; que requer a Impugnante o cancelamento do Ato que suspendeu a isenção e, independentemente do decidido sobre a isenção, o cancelamento do auto de infração em razão dos argumentos expostos. Após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pela impugnante, os membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo – SP, concluíram pela improcedência da impugnação e pela manutenção do crédito tributário lançado com base, em síntese, nas seguintes considerações: que devemos observar que o presente processo administrativo fiscal nº 10580.720697/201331 (Autos de Infração do IRPJ e da CSLL) possui conexão com o processo 10580.730754/201218 (“Suspensão da Isenção”) e com o processo nº 10580.720595/2013 (Autos de Infração da COFINS e do PIS), devendo, pela relação existente entre eles, ser julgados conjuntamente; que na impugnação que apresentou aos Autos de Infração do IRPJ e da CSLL, em homenagem ao princípio da eventualidade, a Impugnante requereu a confirmação de tudo que foi esclarecido e defendido na peça específica que consta do processo que trata da suspensão da isenção, desenvolvendo alguns outros argumentos nos autos deste processo; que à defesa da isenção da entidade SETPS, ela foi apreciada e julgada no processo específico que trata da questão, cujo Voto está reproduzido adiante, tornadose parte integrante do presente Voto; que quanto ao pedido de supressão de todos os fatos não relacionados às suas atividades (pagamento de propinas, operação “Expresso”, corrupção, etc.), já dissemos no processo que trata da suspensão da isenção que os temas não relacionados com as questões tributárias dos processos administrativos não serão apreciados, mesmo por que são questões da competência de outros órgãos estatais e por eles serão apreciados e julgados; que a questão da isenção esteja decidida, merecem apreciação alguns pontos trazidos ao presente processo; que, primeiro, a questão da acusação feita pela Fiscalização ter sido genérica quanto à tipificação da suposta infringência, a ponto de não mencionar o inciso desatendido do art. 14 do CTN; que não procede essa alegação. A competência para determinar a suspensão da isenção tributária do SETPS é da Autoridade Administrativa que proferiu o despacho decisório e o Ato Declaratório Executivo DRF/SDR n° 66, de 18 de dezembro de 2012, e não dos Auditores que elaboraram o Termo. E a própria Impugnante reconheceu que foi indicada a capitulação legal na decisão administrativa, o que torna improcedente o argumento; que à supressão de instância, isso não ocorreu. A Autoridade competente praticou o ato de suspensão, contra o qual a impugnante se insurgiu no processo que trata da suspensão da isenção já citado; Fl. 1082DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 11 10 que, quanto aos demais argumentos, eles já foram abordados no Voto cujo texto acima reproduzimos; que a questão da isenção tributária fica definida pelo acerto do despacho decisório proferido pela Autoridade Administrativa que decidiu pela sua suspensão; que da atividade do sindicato, este item já foi abordado dentro da questão da procedência da suspensão da isenção. A lei que trata da isenção de tributos federais estabelece condições que devem ser satisfeitas para o gozo do benefício fiscal. Para o caso, não importa se há ato legal municipal estabelecendo competência ao SETPS para a comercialização dos bilhetes, pois é a lei federal que estipula a tributação e os casos de isenção; que não importa que exista interesse público na atividade de bilhetagem, conforme sustenta a Impugnante. Se fosse assim, as empresas que transportam efetivamente os passageiros não sofreriam tributação, já que esse serviço possui claro interesse público. E como sabemos, elas são tributadas. Se o próprio serviço de transporte de passageiros é tributado, não haveria razão para que a comercialização de bilhetes não fosse tributada; que, portanto, os demais argumentos apresentados pela Impugnante, como a forma de escrituração, a conceituação de receita e despesa, não afetam a tributabilidade da comercialização dos bilhetes pelo SETPS, pelos motivos já explanados; que, sendo assim, a Impugnante ainda argumentou que as receitas originadas da venda de bilhetes não lhe pertencem, pois ela não possui veículos, não transporta pessoas e não é comissionada pelo serviço prestado a terceiros. Desse modo, os valores em questão pertenceriam ao terceiro que presta o serviço de transporte de passageiros e não paga comissão a quem vendeu o bilhete; que, sendo assim, o argumento apresentado pela Impugnante apenas demonstra que essa atividade deve ser tributada. Se as receitas são devidas a quem efetivamente transporta os passageiros e, como sabemos, as empresas transportadoras são tributadas, as receitas da comercialização dos bilhetes também o são, conforme já discutido acima; que do auto de infração do IRPJ: lucro real trimestral, ou seja, neste item, é conveniente trazermos alguns pontos do “Termo de Verificação Fiscal” elaborado pelas Autoridades Lançadoras, que são esclarecedores da questão trazida aos autos pela Impugnante; que, portanto, o contribuinte possuía escrituração contábil na forma da legislação comercial e fiscal, permitindo a tributação com base na regra do lucro real trimestral; que as receitas tributadas foram as pagas pelas empresas de transportes coletivos de Salvador como remuneração pela prestação de serviços de administração e venda do SMART CARD; que foi apurado lucro para os primeiros, segundos e terceiros trimestre de 2008 e de 2009; e prejuízo para os quartos trimestres de 2008 e de 2009; que, dos excertos retirados do citado termo, depreendese que a Fiscalização pautouse pela legislação tributária regente e pelos dados e fatos pertinentes ao caso. Não Fl. 1083DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 12 11 houve questionamento específico da parte da Impugnante, a qual limitouse a uma defesa teórica, sem identificar erro na autuação de forma clara e mensurável; que a autuação, como se vê, foi construída dos dados retiradas da própria contabilidade da entidade, não sendo agora cabível tentar desqualificála; que com relação aos pagamentos efetuados à pessoa jurídica Carlos Eduardo Vilares Barral Advogados Associados S/C Ltda., CNPJ 02.284.470/000150, do Termo de Verificação Fiscal, verificase que as Autoridades Fiscais glosaram os respectivos valores contabilizados como despesas por considerarem que não ficou comprovada a efetiva necessidade delas à atividade da entidade; que embora a apuração das questões relacionadas com “propinas”, “formação de caixinha”, “escutas telefônicas” etc., seja, conforme já dissemos, da competência de outros órgãos estatais, neste ponto guardam ligação com a questão tributária da dedutibilidade das despesas. Com isso, não estamos dizendo que passa a ser nossa competência a apuração daquelas questões, mas sim verificar se o motivo da glosa efetuada apresentado pela Fiscalização encontra sustentação nos autos deste processo; que a resposta é afirmativa. Ao percorrermos a documentação que se encontra nos autos do processo, mormente as transcrições das escutas telefônicas, não encontramos qualquer justificativa de que o escritório de advocacia citado tivesse exercido atividade relacionada com os pagamentos efetuados pelo SETPS; que, no caso, a apresentação de notas fiscais, quando colocadas ao lado daquilo que se lê nas citadas transcrições, não encontram sustentação, razão pela qual nosso entendimento é de que os pagamentos contabilizados como despesas operacionais da entidade não podem ser considerados como necessários à atividade da entidade e, dessa forma, não podem ser deduzidos na apuração do seu resultado; que, portanto, a documentação solicitada pelas Autoridades Fiscais, mas não apresentada no curso do procedimento fiscal, também não foi apresentada com a impugnação. Portanto, fica mantida a glosa efetuada pela Fiscalização; que do auto de infração da contribuição social sobre o lucro líquido, ou seja, a Impugnante reitera para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido toda a defesa feita para o Imposto de Renda, pela relação existente entre causa e efeito entre eles; que, de fato, todo o decidido para o Imposto de Renda aplicase à CSLL, em decorrência de apresentarem os mesmos elementos de prova; que em decorrência da conexão existente entre o presente processo administrativo fiscal e os processos nº 10580.730754/201218 (“Suspensão da Isenção”) e nº 10580.720595/201316 (Autos de Infração da COFINS e do PIS), eles deverão, caso seja interposto recurso ao CARF, ser julgados conjuntamente; que, de todo o exposto, voto pela improcedência da impugnação apresentada e pela manutenção do crédito tributário conforme lançado. A decisão de Primeira Instância esta consubstanciada nas seguintes ementas: Fl. 1084DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 13 12 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008, 2009 DECISÃO ADMINISTRATIVA. NULIDADE. REQUISITOS LEGAIS PRESENTES. A decisão administrativa proferida por autoridade competente não é nula, quando são observados os requisitos exigidos pela legislação tributária. CERCEAMENTO DE DEFESA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não ocorre nulidade da decisão administrativa que analisou todos os pontos que motivaram o ato administrativo, de acordo com a legislação regente. ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. ATIVIDADE MERCANTIL. FALTA DE OBSERVÂNCIA DOS REQUISITOS LEGAIS. SUSPENSÃO DA ISENÇÃO. A falta de observância dos requisitos estabelecidos em lei para o gozo da isenção tributária, caracterizado pelo exercício de atividade mercantil, com intuito de lucro, tem como conseqüência a suspensão da isenção e conseqüente incidência dos tributos sobre todas as atividades do contribuinte. COMERCIALIZAÇÃO DE BILHETES DE TRANSPORTE. NATUREZA EMPRESARIAL. A comercialização de bilhetes de transportes municipais possui natureza empresarial, que não se coaduna com as atividades de um sindicato, o qual possui natureza de associação civil. ISENÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL. LEGISLAÇÃO NÃO FEDERAL E INFRALEGAL. NÃO INTERFERÊNCIA. Leis Estaduais, Municipais e suas normas infralegais não possuem força para alterar a incidência de uma norma tributária federal, eis que é a lei federal que disciplina as isenções tributárias de tributos e contribuições federais. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008, 2009. PERDA DA ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. IRPJ. INCIDÊNCIA. A perda da isenção tributária implica no lançamento do Imposto de Renda devido sobre a base de cálculo da entidade apurada. IRPJ. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO COMERCIAL E FISCAL. BASE DE CÁLCULO APURADA. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO. O lançamento do Imposto de Renda calculado sobre base de cálculo apurada de acordo com a escrituração do próprio contribuinte deve ser mantido. Fl. 1085DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 14 13 DESPESAS NECESSÁRIAS À ATIVIDADE EMPRESARIAL. NÃO COMPROVAÇÃO. GLOSA MANTIDA. Não comprovada a necessidade das despesas à atividade da entidade, mantémse a glosa das mesmas. TRIBUTAÇÃO CONEXA. CSLL. Aplicase ao lançamento conexo o decidido sobre o lançamento que lhe deu origem, eis que possui os mesmos elementos de prova. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado da decisão de Primeira Instância, em 09/06/2014, conforme Termo constante às fl. 824, e, com ela não se conformando, a contribuinte interpôs, em tempo hábil (30/06/2014), o recurso voluntário de fls. 829/875, instruído pelos documentos de fls. 876/1069, no qual demonstra irresignação contra a decisão supra, baseado, em síntese, nas mesmas razões expendidas na fase impugnatória, reforçado pelas seguintes considerações: que o IRPJ, o acórdão recorrido não traz a certeza de que o d. Relator tenha lido a peça de impugnação, uma vez que não elabora qualquer comentário, mesmo que superficial, sobre os argumentos de defesa lastreados em atos legais e normativos, bem como farta jurisprudência do Carf e Câmara Superior de Recursos Fiscais; que o IRPJ, lucro real trimestral, ou seja, em decorrência da suspensão da isenção e de inexistência de demonstrativos trimestrais, balanço ou balancetes, os Auditores apuraram o resultado contábil de cada trimestre a partir de sua soma algébrica; que outra evidência é que, por não auferir remuneração pela centralização da bilhetagem, a Recorrente não é contribuinte do Imposto sobre Serviços de qualquer Natureza – ISS; que o CSLL, pela relação existente entre causa e efeito, todas as observações pertinentes ao IRPJ são extensivas à CSLL, como se aqui estivessem escritas. É o relatório. Fl. 1086DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 15 14 Voto Conselheiro Paulo Roberto Cortez, Relator Do exame dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito do presente lançamento em razão da conexão existente entre o presente processo administrativo fiscal e os processos nº 10580.730754/201218 (“Suspensão da Isenção”) e nº 10580.720595/201316 (Autos de Infração da COFINS e do PIS) ainda não julgados, que, neste caso, de acordo com as orientações legais, deverão ser reunidos para julgamento em conjunto com o processo de suspensão da isenção. A autoridade administrativa através do Ato Declaratório Executivo DRF/SDR n° 66, de 18 de dezembro de 2012, suspendeu a imunidade e a isenção do Contribuinte nos anos calendário de 2008 e de 2009, formalizado através do processo nº 10580.730754/201218, ainda não julgado no CARF. A situação atual do processo de acordo com o site do CARF é DISTRIBUIR/SORTEAR 1ª SEJUL/CARF/MF/DF. Após a expedição do ato acima, o Contribuinte passou à condição de pessoa jurídica sujeita ao recolhimento dos tributos e contribuições federais: IRPJ, CSLL, COFINS, PIS. Em razão da suspensão da isenção e decorrente do trabalho de fiscalização realizado na recorrente, relativo aos anoscalendário de 2008 e de 2009, foi lavrado, em 30/01/2013, os seguintes autos de infração: A do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro, formalizado através do processo nº 10580.720697/201331. Processo em discussão no presente voto. B – da COFINS e do PIS, formalizado através do processo nº 10580.720595/201316, ainda não julgado no CARF. A situação atual do processo de acordo com o site do CARF é DISTRIBUÍDO OU SORTEADO PARA RELATOR Unidade: 2ªTO/2ªCÂMARA/3ªSEJUL/CARF/MF Relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA. Os processos em que se discutem os lançamentos efetuados deveriam estar apensos ao processo em que se discute a suspensão da isenção tributária e as decisões deveriam constar em um único acórdão em face do que determina o § 10 do artigo 123 c/c artigo 124 ambos do Decreto nº 7.574, de 2011: Art. 123. A suspensão da imunidade tributária, em virtude de falta de observância de requisitos legais, deve ser procedida em conformidade com o disposto nesta Seção (Lei no 9.430, de 1996, art. 32). § 1 o Constatado que entidade beneficiária de imunidade de tributos federais, de que trata a alínea "c" do inciso VI do caput do art. 150 da Constituição, não está observando requisitos ou condições previstos no § 1 o do art. 9 o e no art. 14 da Lei n o 5.172, de 1966 Código Tributário Nacional, a fiscalização tributária expedirá notificação fiscal, na qual relatará os fatos que determinaram a suspensão do benefício, indicando inclusive a data em que os requisitos legais deixaram de ser atendidos. Fl. 1087DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 16 15 § 2º O disposto no § 1º não se aplica no caso de descumprimento de requisito estabelecido no art. 12 da Lei n o 9.532, de 1997. § 3 o A entidade poderá, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da notificação, apresentar as alegações e provas que entender necessárias. § 4 o O delegado ou inspetor da Receita Federal do Brasil decidirá sobre a procedência das alegações, expedindo o ato declaratório suspensivo do benefício no caso de improcedência, dando ciência de sua decisão à entidade. § 5 o Será igualmente expedido o ato suspensivo se decorrido o prazo previsto no § 3 o sem qualquer manifestação da parte interessada. § 6 o A suspensão da imunidade terá como termo inicial a data em que os requisitos legais deixaram de ser atendidos. § 7 o Efetivada a suspensão da imunidade: I a entidade interessada poderá, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência, apresentar impugnação ao ato declaratório, a qual será objeto de decisão pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento competente; e II a fiscalização de tributos federais lavrará auto de infração, se for o caso. § 8 o A impugnação relativa à suspensão da imunidade obedecerá às demais normas reguladoras do processo administrativo fiscal. § 9 o A impugnação e o recurso apresentados pela entidade não terão efeito suspensivo em relação ao ato declaratório contestado. § 10. Caso seja lavrado auto de infração, as impugnações e os recursos contra o ato declaratório e contra a exigência do crédito tributário serão reunidos em um único processo, devendo as decisões respectivas às matérias litigadas serem objeto de um único acórdão. (o destaque não conta do original) [...] Art. 124. Os procedimentos estabelecidos no art. 123 aplicamse também às hipóteses de suspensão de isenções condicionadas quando a entidade beneficiária estiver descumprindo as condições ou requisitos impostos pela legislação de regência (Lei no 9.430, de 1996, art. 32, § 10). Art. 125. No caso da isenção das contribuições sociais previstas nos arts. 22 e 23 da Lei n o 8.212, de 1991, constatado o descumprimento, pela entidade beneficiária, dos requisitos impostos pela legislação de regência, a fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil lavrará o auto de infração relativo ao período correspondente e relatará os fatos que demonstram o não atendimento de tais requisitos para o gozo da isenção (Lei n o 12.101, de 27 de novembro de 2009, arts. 29 e 32). Fl. 1088DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ Processo nº 10580.720697/201331 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 1402 000.302 S1C4T2 Fl. 17 16 § 1 o Considerase automaticamente suspenso o direito à isenção das contribuições referidas no caput durante o período em que se constatar o descumprimento de requisito na forma deste artigo, devendo o lançamento correspondente ter como termo inicial a data da ocorrência da infração que lhe deu causa. § 2 o O disposto neste artigo obedecerá ao rito processual do Decreto n o 70.235, de 1972 (Título II deste Regulamento). Como visto, existe uma questão prejudicial à análise do mérito do presente processo, relacionada com o processo nº 10580.730754/201218 (suspensão da isenção), ainda não julgado no CARF. Pelos fundamentos expostos, voto pelo sobrestamento do presente processo até que o processo nº 10580.730754/201218 (suspensão da isenção) seja distribuído para este relator. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Paulo Roberto Cortez Fl. 1089DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por PAULO ROBERTO CORTEZ
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Numero do processo: 15504.018302/2010-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 30 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1301-000.103
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Os membros deste Colegiado RESOLVEM, conforme o art. 62-A do Anexo II do RICARF, sobrestar o presente julgado, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
(Assinado digitalmente)
PLINIO RODRIGUES LIMA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Plinio Rodrigues Lima, Wilson Fernandes Guimaraes, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
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Os membros deste Colegiado RESOLVEM, conforme o art. 62A do Anexo II do RICARF, sobrestar o presente julgado, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (Assinado digitalmente) PLINIO RODRIGUES LIMA Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Plinio Rodrigues Lima, Wilson Fernandes Guimaraes, Valmir Sandri, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 04 .0 18 30 2/ 20 10 -1 1 Fl. 4016DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 3 ___________ RELATÓRIO A matéria tratada nos presentes autos, referese ao lançamento de ofício efetivado contra a contribuinte, decorrente da verificação de possível omissão de receitas, decorrente da não contabilização de créditos recebidos em contas bancárias. Dos termos da decisão proferida em primeira instância, destacamos dos pontos do relatório ali apresentado: O autuante, fazendo remissão ao termo de verificação fiscal a folhas 83 a 101, atribui à autuada as infrações de cuja descrição adiante se faz uma síntese. Antes, porém, afirma que foi arbitrado o lucro da autuada relativo aos seguintes períodos de apuração: 4° trimestre de 2004 e todos os quatro trimestres de 2005, 2006 e 2007. A justificativa dada para o arbitramento é a falta de atendimento de intimação para apresentar os livros e documentos da escrituração. Enquadramento legal do arbitramento: artigo 530, inciso III, do Decreto n° 3.000, de 26 demarco de 1999 — Regulamento do Imposto de Renda 1999— RIR 1999. 1. RECEITA OPERACIONAL OMITIDA — REVENDA DE MERCADORIAS — Omissão de receitas da revenda de mercadorias com emissão de notas fiscais paralelas. Datas do fato gerador: 31.12.2005, 31.03.2006, 30.06.2006, 30.09.2006, 31.12.2006. Enquadramento legal: artigos 532 e 537 do RIR 1999. 2. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA — O sujeito passivo foi intimado, por meio de edital, a apresentar documentação hábil e idônea, capaz de comprovar a origem dos recursos financeiros creditados, nos anos de 2006 e 2007, em suas contas de depósito e de investimento apurado conforme as planilhas anexas. Contudo, nenhuma 4110 comprovação foi apresentada. Datas do fato gerador: 31.03.2006, 30.06.2006, 30.09.2006, 31.12.2006, 31.03.2007, 30.06.2007, 30.09.2007, 31.12.2007. Enquadramento legal: artigo 27, inciso I, e artigo 42, ambos Lei n° 9.430, de 1996; artigos 532 e 537 do RIR 1999. 3. RECEITAS OPERACIONAIS — REVENDA DE MERCADORIAS — Valor apurado com base em informações do fisco de Minas Gerais quanto ao período de agosto de 2004 a setembro de 2005, e com base em notas fiscais originais quanto ao período de outubro a novembro de 2005. Datas do fato gerador: 31.12.2004, 31.03.2005, 30.06.2005, 30.09.2005, 31.12.2005. Enquadramento legal: artigo 532 do RIR 1999. Primeiro auto de infração de contribuição para o PIS O autuante, fazendo remissão ao termo de verificação fiscal a folhas 83 a 101, atribui à autuada as infrações de cuja descrição adiante se faz uma síntese. 1. PIS SOBRE OMISSÃO DE RECEITA — FALTA OU INSUFICIÊNCIA DO PIS — Omissão de receitas da revenda de mercadorias com emissão de notas fiscais paralelas. Datas do fato gerador: 30.11.2005, 31.12.2005, 31.01.2005, 28.02.2005, 31.03.2006, 30.04.2005, 31.05.2005, 30.06.2006, 30.09.2006, 31.10.2006, 30.11.2006. Fl. 4017DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 4 3 2. FALTA/INSUFICIÊNCIA DO PIS — 0 sujeito passivo foi intimado, por meio de edital, a apresentar documentação hábil e idônea, capaz de comprovar a origem dos recursos financeiros creditados, nos anos de 2006 e 2007, em suas contas de depósito e de investimento apurado conforme as planilhas anexas. Contudo, nenhuma comprovação foi apresentada. Datas do fato gerador: 31.01.2006, 28.02.2006, 31.03.2006, 30.04.2006, 31.05.2006, 30.06.2006, 31.07.2006, 31.08.2006, 30.09.2006, 31.10.2006, 30.11.2006, 31.12.2006, 31.01.2207, 28.02.2007, 31.03.2007, 30.04.2007, 31.05.2007, 30.06.2007, 31.07.2007, 31.08.2007, 30.09.2007, 31.10.2007, 30.11.2007, 31.12.2007. Enquadramento legal: artigos 1° e 3° da Lei Complementar n° 70, de 1991; artigo 24, § 2°, da Lei n° 9.249, de 1995; artigo 2°, inciso I, alínea "a", parágrafo único, e artigos 3 0, 10, 22, 51 e 91, todos do Decreto n°4.524, de 2002. Primeiro auto de infração de Cofins O autuante, fazendo remissão ao termo de verificação fiscal a folhas 83 a 101, atribui à autuada as infrações de cuja descrição adiante se faz uma síntese. 1. COFINS OMISSÃO DE RECEITA — Omissão de receitas da revenda de mercadorias com emissão de notas fiscais paralelas. Datas do fato gerador: 30.11.2005, 31.12.2005, 31.01.2005, 28.02.2005, 31.03.2006, 30.04.2005, 31.05.2005, 30.06.2006, 30.09.2006, 31.10.2006, 30.11.2006. 2. COFINS OMISSÃO DE RECEITA — O sujeito passivo foi intimado, por meio de edital, a apresentar documentação hábil e idônea, capaz de comprovar a origem dos recursos financeiros creditados, nos anos de 2006 e 2007, em suas contas de depósito e de investimento apurado conforme as planilhas anexas. Contudo, nenhuma comprovação foi apresentada. Datas do fato gerador: 31.01.2006, 28.02.2006, 31.03.2006, 30.04.2006, 31.05.2006, 30.06.2006, 31.07.2006, 31.08.2006, 30.09.2006, 31.10.2006, 30.11.2006, 31.12.2006, 31.01.2007, 28.02.2007, 31.03.2007, 30.04.2007, 31.05.2007, 30.06.2007, 31.07.2007, 31.08.2007, 30.09.2007, 31.10.2007, 30.11.2007, 31.12.2007. Enquadramento legal: artigo 2°, inciso II, parágrafo único, e artigos 3°, 10, 22, 51 e 91, todos do Decreto n° 4.524, de 2002. Auto de infração de CSLL O autuante, fazendo remissão ao termo de verificação fiscal a folhas 83 a 101, atribui à autuada as infrações de cuja descrição adiante se faz uma síntese. 1. CSLL SOBRE 0 LUCRO ARBITRADO — Valor apurado com base em informações do fisco de Minas Gerais quanto ao período de agosto de 2004 a setembro de 2005, e com base em notas fiscais originais quanto ao período de outubro a novembro de 2005. Datas do fato gerador: 31.12.2004, 31.03.2005, 30.06.2005, 30.09.2005, 31.12.2005. Enquadramento legal: artigo 2°, e seus parágrafos, da Lei n° 7.689, de 1988; artigo 20 da Lei n° 9.249, de 1995; artigo 29 da Lei n°9.430, de 1996; artigo 37 da Lei n° 10.637, de 2002. Fl. 4018DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 5 4 2. CSLL SOBRE OMISSÃO DE RECEITA — Omissão de receitas da revenda de mercadorias com emissão de notas fiscais paralelas. Datas do fato gerador: 31.12.2005, 31.03.2006, 30.06.2006, 30.09.2006, 31.12.2006. 31.03.2006, 30.04.2006, 31.05.2006, 30.06.2006, 31.07.2006, 31.08.2006, 30.09.2006, 31.10.2006, 30.11.2006, 31.12.2006, 31.01.2007, 28.02.2007, 31.03.2007, 30.04.2007, 31.05.2007, 30.06.2007, 31.07.2007, 31.08.2007. 3. CSLL SOBRE OMISSÃO DE RECEITA — O sujeito passivo foi intimado, por meio de edital, a apresentar documentação hábil e idônea, capaz de comprovar a origem dos recursos financeiros creditados, nos anos de 2006 e 2007, em suas contas de depósito e de investimento apurado conforme as planilhas anexas. Contudo, nenhuma comprovação foi apresentada. Datas do fato gerador: 31.03.2006, 30.06.2006, 30.09.2006, 31.12.2006, 31.03.2007, 30.06.2007, 30.09.2007, 31.12.2007. Enquadramento legal: artigo 2°, e seus parágrafos, da Lei n° 7.689, de 1988; artigo 24 da Lei n° 9.249, de 1995; artigo 29 da Lei n 9.430, de 1996; artigo 37 da Lwi n" 10.637, de 2002. Segundo auto de infração de Cofins. O autuante, fazendo remissão ao termo de verificação fiscal a folhas 83 a 101, atribui h autuada a infração de cuja descrição adiante se faz uma síntese. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA COFINS — Valor apurado com base em informações do fisco de Minas Gerais quanto ao período de agosto de 2004 a setembro de 2005, e com base em notas fiscais originais quanto ao período de outubro a novembro de 2005. Datas do fato gerador: 31.12.2004, 31.01.2005, 28.02.2005, 31.03.2005, 30.04.2005, 31.05.2006, 30.06.2005, 31.07.2005, 31.08.2005, 30.09.2005, 31.10.2005, 30.11.2005. Enquadramento legal: artigo 2°, inciso II, parágrafo único, e artigos 3°, 10, 22 e 51, todos do Decreto n° 4.524, de 2002. Segundo auto de infração de contribuição para o PIS. O autuante, fazendo remissão ao termo de verificação fiscal a folhas 83 a 101, atribui à autuada a infração de cuja descrição adiante se faz uma síntese. FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS — Valor apurado com base em informações do fisco de Minas Gerais quanto ao período de agosto de 2004 a setembro de 2005, e com base em notas fiscais originais quanto ao período de outubro a novembro de 2005. Datas do fato gerador: 31.12.2004, 31.01.2005, 28.02.2005, 31.03.2005, 30.04.2005, 31.05.2006, 30.06.2005, 31.07.2005, 31.08.2005, 30.09.2005, 31.10.2005, 30.11.2005. Enquadramento legal: artigos 1° e 3° da Lei Complementar n° 7, de 1970; artigo 2°, inciso I, parágrafo único, e artigos 3 0, 10, 22 e 51, todos do Decreto n° 4.524, de 2002. A respeito da aplicação da responsabilidade solidária, inclusive, assim aponta o relatório apresentado naquela r. decisão: Conforme o item 3 do termo de verificação fiscal, ficou evidenciada a sujeição integral da Progresso à administração da Pink. Devem ser responsabilizados nos termos do artigo 124, inciso I, e do artigo 135 do CTN, as seguintes pessoas: a) Pink Alimentos do Brasil Ltda., empresa chefe do grupo Pink, da qual a Progresso era subsidiária Fl. 4019DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 6 5 integral, tanto que suas operações se confundiam; o controle era oculto, simulandose um quadro societário por meio de laranjas; b) Paulo Victor Cardoso, na qualidade de sócio de fato da Pink e da Progresso e de igualmente administrador de fato; c) Adalberto Cardoso, na qualidade de sócio de fato da Pink da Progresso e de igualmente administrador de fato; d) Marcelo Pereira Cardoso, na qualidade de sócio de fato da Pink e da Progresso e de igualmente administrador de fato; e)Fabiana Cardoso Lee, que é filha de Adalberto Cardoso e que aparece como procuradora da empresa e que se declarava como gerente comercial. Regularmente intimada a contribuinte e, também, os respectivos agentes indicados como responsáveis, foram então apresentadas as suas respectivas impugnações, destacando, em cada uma delas, todos os elementos relativos à impropriedade do lançamento efetivado, pretendendo, com isso, a sua integral desconstituição. Apreciando os elementos contidos nos autos, pronunciouse a douta 3a Turma da DRJ de Belo Horizonte (MG) pela improcedência das impugnações e, por conseqüência, a manutenção do lançamento, em Acórdão que assim restou ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR Contarseá o prazo decadencial de cinco anos a partir da data do fato gerador somente se tiver havido pagamento parcial da obrigação e se não for comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. ARBITRAMENTO DE LUCROS Será arbitrado o lucro do contribuinte que, regularmente intimado, deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal que estiver obrigado a manter em virtude do regime de tributação por ele adotado. OMISSÃO DE RECEITAS NOTAS FISCAIS PARALELAS Constitui omissão de receita o valor das notas fiscais que, emitidas para acobertar vendas de mercadorias, hajam sido impressas sem autorização ou que usem a mesma numeração de outras impressas regularmente, salvo se comprovado que a receita respectiva fora computada na base de cálculo das obrigações tributárias do período. OMISSÃO DE RECEITAS DEPÓSITOS BANCÁRIOS Presumemse decorrentes de omissão de receita os valores depositados em conta bancária cuja origem não for comprovada mediante documentação hábil e idônea. MULTA DE OFÍCIO PERCENTUAL DE APLICAÇÃO Aplicase a multa de oficio no percentual de 150% se estiverem comprovadas as circunstâncias previstas na lei como caracterizadoras de infração qualificada. E ainda majorase essa multa em 50% se o sujeito passivo deixar de atender intimação fiscal no prazo marcado para apresentar documentos ou para prestar esclarecimentos. COFINS PIS REDUÇÃO A ZERO DA ALÍQUOTA INCIDENTE SOBRE VENDAS DE ALIMENTOS Fl. 4020DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 7 6 Em virtude de ser interpretada literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, para fazer jus a beneficio fiscal, o contribuinte deve comprovar que suas operações satisfazem rigorosamente os requisitos legais. LANÇAMENTOS DECORRENTES CSLL PIS COFINS O decidido para o lançamento de IRPJ estendese aos lançamentos que com ele compartilham o mesmo fundamento factual e para os quais não há nenhuma razão de ordem jurídica que lhe recomende tratamento diverso. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA As pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador são solidariamente responsáveis pelo crédito tributário apurado. Também o são os diretores, gerentes ou representantes da pessoa jurídica de direito privado pelas obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 ARGUIÇÃO DE NULIDADE FALTA DE INTIMAÇÃO PARA ACOMPANHAR A AÇÃO FISCAL A fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal somente se instaura com a impugnação das exigências fiscais. As intimações para prestar esclarecimentos ou documentos durante a fase de fiscalização ou preparação do lançamento são realizadas apenas no interesse da administração tributária e quando esta as julgar necessárias. Não constitui causa de nulidade nem cerceamento do direito de defesa deixar de intimar o sujeito passivo para acompanhar o trabalho fiscal do qual resultou o lançamento de oficio. ARGUIÇÃO DE NULIDADE COMPARTILHAMENTO DE PROVAS Havendo decisão judicial que expressamente determina o seu compartilhamento, não é ilícito, nem constitui causa de nulidade, o emprego pelo fisco de provas obtidas por meio de operações policiais, ainda que o sujeito passivo do lançamento resultante da ação fiscal não figure no rol de denunciados da respectiva ação penal. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Regularmente intimados todos os autuados, foram apresentados Recurso Voluntários pelos indicados responsáveis, ALBERTO CARDOSO, FABIANA CARDOSO LEE, MARCELO PEREIRA CARDOSO e PAULO VICTOR CARDOSO, pretendendo, em síntese, a desconstituição do lançamento e/ou o afastamento da responsabilidade tributária apontada. Em síntese, esse é o relatório. Fl. 4021DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 8 7 VOTO A questão tratada nos autos, conforme aqui então devidamente apontado, refere se à efetivação de lançamentos fiscais contra a contribuinte, em decorrência da suposta omissão de receita verificada a partir da constatação da inexistência de inclusão em sua contabilidade de diversos créditos recebidos em suas contas bancárias, conforme informações obtidas a partir da emissão de RMF’s – Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira, expedidos contra diversos bancos, nos termos determinados pelas disposições do Art. 6o da Lei Complementar no 105/2001. Em que pese todas as matérias discutidas nos autos, verificase que, antes de sua regular apreciação, surge como de relevante destaque a discussão a respeito da validade do procedimento adotado para a informação das referidas informações, tema que, indubitavelmente, tangencia a constitucionalidade das disposições da apontada norma de regência. Apesar de não se mostrar admissível, per se, a discussão em sede administrativa – a respeito da (in)constitucionalidade de específicos atos legislativos, conforme, inclusive, expressamente contido nas disposições da Súmula CARF no 2 (“O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.”), verificase que, recentemente, a matéria fora destacada como de “Repercussão Geral” pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, quando, em 20/11/2009, ao examinar o Recurso Extraordinário nº 601.314/MG, relatado pelo Ministro Ricardo Lewandowski, fora reconhecida a existência de repercussão geral, nos termos do artigo 543B, do Código de Processo Civil. Observese a ementa da decisão: RE 601314 REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Classe:RE Procedência:SÃO PAULO Relator:MIN. RICARDO LEWANDOWSKI PartesRECTE.(S) MARCIO HOLCMAN ADV.(A/S) RICARDO LACAZ MARTINS RECDO.(A/S) UNIÃO ADV.(A/S) PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL Matéria:DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE DIREITO PÚBLICO | Garantias Constitucionais | Proteção da Intimidade e Sigilo de Dados EMENTA: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. Fornecimento de informações sobre movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao fisco, sem prévia autorização judicial (lei complementar 105/2001). Possibilidade de aplicação da lei 10.174/2001 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. Relevância jurídica da questão constitucional. existência de repercussão geral. DATA DE PUBLICAÇÃO DJE 20/11/2009 ATA Nº 26/2009 DJE nº 218, divulgado em 19/11/2009 A partir dessas informações, verificase que a discussão travada nestes autos possui inteira relação com a matéria contida e discutida nos autos do mencionado RE 601314, atraindo, assim, especificamente, a aplicação das disposições contidas no Art. 62 A do Regimento Interno deste CARF que, inclusive, assim expressamente aponta: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 4022DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 9 8 § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. O art. 543B do CPC, por sua vez, assim especificamente aponta a respeito do procedimento a ser observado ao tratamento dos feitos respectivos: Art. 543B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 1o Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhálos ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 2o Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerarseão automaticamente não admitidos. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 3o Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declarálos prejudicados ou retratarse. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 4o Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). § 5o O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006). Da leitura dessas disposições, verificase que, a rigor, para que a decisão que reconhece a “repercussão geral” pelo Supremo Tribunal Federal possa acarretar a imediata suspensão do julgamento de todos os processos que tratem da mesma matéria neste Conselho, necessária seria, a princípio, que fosse expressamente determinada também pelo relator a suspensão de todos os demais processos que tratassem da mesma matéria, o que, a rigor, efetivamente não se verifica no caso apontado.. Ocorre que, considerando que a expressa disposição do caput do dispositivo colhido do codex processual indica a possibilidade/necessidade de regulamentação do procedimento de reconhecimento da repercussão geral e da suspensão dos demais recursos pelo Regimento Interno daquele próprio Supremo Tribunal Federal, que, por sua vez, em relação ao procedimento a ser observado em relação aos recursos que tiverem reconhecida a repercussão geral, assim especificamente aponta: Art. 322 . O Tribunal recusará recurso extraordinário cuja questão constitucional não oferecer repercussão geral, nos termos deste capítulo. Fl. 4023DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 10 9 Parágrafo único. Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões que, relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, ultrapassem os interesses subjetivos das partes. (...) Art. 325. O(A) Relator(a) juntará cópia das manifestações aos autos, quando não se tratar de processo informatizado, e, uma vez definida a existência da repercussão geral, julgará o recurso ou pedirá dia para seu julgamento, após vista ao ProcuradorGeral, se necessária; negada a existência, formalizará e subscreverá decisão de recusa do recurso. Parágrafo único. O teor da decisão preliminar sobre a existência da repercussão geral, que deve integrar a decisão monocrática ou o acórdão, constará sempre das publicações dos julgamentos no Diário Oficial, com menção clara à matéria do recurso. Art. 325A . Reconhecida a repercussão geral, serão distribuídos ou redistribuí dos ao Relator do recurso paradigma, por prevenção, os processos relacionados ao mesmo tema. A partir dessas disposições, colhidas do Regimento Interno do Colendo STF, verificase que aquela Corte, como regra, não promove a suspensão de seus próprios feitos, sendo a ‘prevenção’ do Ministro Relator a conseqüência própria e direta, decorrente do simples reconhecimento da apontada repercussão geral. Nesses termos, interpretando as disposições do Art. 62A do RICARF em consonância com as disposições do Art. 543B do CPC e, ainda, com as disposições próprias do Regimento Interno do Colendo STF, verificase que o simples e direto reconhecimento da repercussão geral do Recurso Extraordinário específico já impõe, per se, a impossibilidade de julgamento de todos os demais recursos existentes na Corte e, eventualmente, posteriormente recebidos, sendo, portanto, forçosa a conclusão de que, o simples reconhecimento da repercussão geral já seja perfeitamente suficiente para a aplicação daquelas disposições, e, portanto, a necessidade de sobrestamento do feito, nos termos ali então especificamente apontados. Diante dessas considerações, tendo vem vista que, conforme apontado, sendo a matéria discutidas nestes autos (regularidade da quebra de sigilo bancário promovida pelos agentes da Receita Federal com espeque nas disposições do Art. 6o da LC 105/2001) aquela mesma contida na discussão apontada do RE 601314 (Relator: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI) aqui supra referenciado, perfeitamente aplicáveis se verificam, no caso, as disposições do Art. 62A do RICARF, importando, portanto, na necessidade de sobrestamento do feito até a ulterior apreciação do assunto por aquela suprema Corte, com a imposição, inclusive, da ulterior obrigatoriedade de reprodução de seus termos, conforme aqui, então, especificamente apontado. Em face dessas considerações, encaminho o meu voto no sentido de reconhecer, no caso, a perfeita aplicabilidade das disposições contidas no Art. 62A do Regimento Interno deste CARF ao presente caso, tendo em vista o reconhecimento da repercussão geral da matéria reconhecida pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL nos autos do RE 601314 (Relator: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI), determinando, assim, o sobrestamento do feito até a ulterior decisão a ser proferida naqueles autos, a ser aqui, então, ao final, especificamente reproduzida. Fl. 4024DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA Processo nº 15504.018302/201011 Resolução nº 1301000.103 S1C3T1 Fl. 11 10 É como voto. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator Fl. 4025DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 07/06/2013 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 07/06/2013 por PLINIO RO DRIGUES LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 10580.732008/2010-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Mar 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006, 2007, 2008, 2009
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
Não há cerceamento ao direito de defesa do contribuinte quando constatado que as infrações apuradas foram adequadamente descritas nas peças acusatórias, e que o contribuinte, demonstrando ter perfeita compreensão delas, exerceu plenamente o seu direito de defesa.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. DATA DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. DECADÊNCIA. FATO GERADOR. APURAÇÃO NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. MATÉRIA SUMULADA
O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário. (Súmula CARF nº 38)
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DESNECESSIDADE DE O FISCO COMPROVAR RENDA CONSUMIDA.
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF nº 26).
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO FATO GERADOR.
A presunção legal de omissão de rendimentos, prevista no art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza o lançamento com base em depósitos bancários cuja origem não foi comprovada pelo sujeito passivo. Nesse caso, o fato gerador não se dá pela constatação de depósitos bancários creditados em conta corrente do contribuinte, mas pela falta de comprovação da origem dos valores ingressados no sistema financeiro.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS. IDENTIFICAÇÃO DOS DEPOSITANTES. PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS. ORIGEM NÃO COMPROVADA MEDIANTE DOCUMENTAÇÃO HÁBIL E IDÔNEA. INDETERMINAÇÃO DA NATUREZA DA PERCEPÇÃO DOS RECURSO TRANSACIONADOS. PREVALECE A PRESUNÇÃO ESTABELECIDA NO ART. 42 DA LEI Nº 9.430/1996.
A simples identificação do depositante, pessoa física ou jurídica, desacompanhada de qualquer outro indício, não é suficiente para o Fisco determinar a natureza da percepção dos recursos transacionados nas contas bancárias do contribuinte, de forma a assegurar que se tratam de rendimentos tributáveis de trabalho, com ou sem vínculo empregatício. Portanto, é indevido o lançamento por omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício baseado unicamente em depósitos sem origem comprovada, pelo contribuinte, mediante documentação hábil e idônea. Neste caso, prevalece a presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/1996.
MULTA ISOLADA. EXCLUSÃO DO PRINCIPAL. INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE BASE DE CÁLCULO PARA AS MULTAS RELACIONADAS.
A exclusão da infração lançada elidindo o imposto apurado, implica o afastamento das multas relacionadas, inclusive as multas isoladas.
IMPOSTO DE RENDA. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. NÃO JUSTIFICADO. LANÇAMENTO.
O acréscimo patrimonial não justificado por rendimentos tributáveis não tributáveis e isentos autoriza ao fisco ao lançamento de ofício considerando esse acréscimo como rendimentos omitidos mês a mês na forma da legislação vigente.
LANÇAMENTO. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.
Numero da decisão: 2201-002.582
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício. Quanto ao Recurso Voluntário, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência os itens 1, 2 e 7 do Auto de Infração (Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica; Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Física; e Multa Isolada do Carnê-Leão). Vencidos os Conselheiros Nathalia Mesquita Ceia e German Alejandro San Martín Fernández, que além disso excluíram os juros de mora incidentes sobre a multa de ofício; o Conselheiro Francisco Marconi de Oliveira (Relator), que além de excluir os itens 1, 2 e 7, reduziu o Acréscimo Patrimonial a Descoberto (APD) apurado no item 4 do Auto de Infração; e o Conselheiro Gustavo Lian Haddad, que apenas excluiu o item 7 do Auto de Infração e os juros incidentes sobre a multa de ofício. Designada para redigir o voto vencedor quanto à manutenção do Acréscimo Patrimonial a Descoberto (APD) apurado (item 4 do Auto de Infração) a Conselheira Nathalia Mesquita Ceia. Fez sustentação oral pelo Contribuinte o Dr. Salomão Vieira dos Santos, OAB/BA 33.342.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Relator.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
NATHALIA MESQUITA CEIA. Redatora designada.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia, German Alejandro San Martín Fernández, Gustavo Lian Haddad, Francisco Marconi de Oliveira e Eduardo Tadeu Farah.
Nome do relator: FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006, 2007, 2008, 2009 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Não há cerceamento ao direito de defesa do contribuinte quando constatado que as infrações apuradas foram adequadamente descritas nas peças acusatórias, e que o contribuinte, demonstrando ter perfeita compreensão delas, exerceu plenamente o seu direito de defesa. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. DATA DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. DECADÊNCIA. FATO GERADOR. APURAÇÃO NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. MATÉRIA SUMULADA O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário. (Súmula CARF nº 38) DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DESNECESSIDADE DE O FISCO COMPROVAR RENDA CONSUMIDA. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF nº 26). DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO FATO GERADOR. A presunção legal de omissão de rendimentos, prevista no art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza o lançamento com base em depósitos bancários cuja origem não foi comprovada pelo sujeito passivo. Nesse caso, o fato gerador não se dá pela constatação de depósitos bancários creditados em conta corrente do contribuinte, mas pela falta de comprovação da origem dos valores ingressados no sistema financeiro. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS. IDENTIFICAÇÃO DOS DEPOSITANTES. PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS. ORIGEM NÃO COMPROVADA MEDIANTE DOCUMENTAÇÃO HÁBIL E IDÔNEA. INDETERMINAÇÃO DA NATUREZA DA PERCEPÇÃO DOS RECURSO TRANSACIONADOS. PREVALECE A PRESUNÇÃO ESTABELECIDA NO ART. 42 DA LEI Nº 9.430/1996. A simples identificação do depositante, pessoa física ou jurídica, desacompanhada de qualquer outro indício, não é suficiente para o Fisco determinar a natureza da percepção dos recursos transacionados nas contas bancárias do contribuinte, de forma a assegurar que se tratam de rendimentos tributáveis de trabalho, com ou sem vínculo empregatício. Portanto, é indevido o lançamento por omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício baseado unicamente em depósitos sem origem comprovada, pelo contribuinte, mediante documentação hábil e idônea. Neste caso, prevalece a presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/1996. MULTA ISOLADA. EXCLUSÃO DO PRINCIPAL. INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE BASE DE CÁLCULO PARA AS MULTAS RELACIONADAS. A exclusão da infração lançada elidindo o imposto apurado, implica o afastamento das multas relacionadas, inclusive as multas isoladas. IMPOSTO DE RENDA. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. NÃO JUSTIFICADO. LANÇAMENTO. O acréscimo patrimonial não justificado por rendimentos tributáveis não tributáveis e isentos autoriza ao fisco ao lançamento de ofício considerando esse acréscimo como rendimentos omitidos mês a mês na forma da legislação vigente. LANÇAMENTO. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício. Quanto ao Recurso Voluntário, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência os itens 1, 2 e 7 do Auto de Infração (Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica; Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Física; e Multa Isolada do Carnê-Leão). Vencidos os Conselheiros Nathalia Mesquita Ceia e German Alejandro San Martín Fernández, que além disso excluíram os juros de mora incidentes sobre a multa de ofício; o Conselheiro Francisco Marconi de Oliveira (Relator), que além de excluir os itens 1, 2 e 7, reduziu o Acréscimo Patrimonial a Descoberto (APD) apurado no item 4 do Auto de Infração; e o Conselheiro Gustavo Lian Haddad, que apenas excluiu o item 7 do Auto de Infração e os juros incidentes sobre a multa de ofício. Designada para redigir o voto vencedor quanto à manutenção do Acréscimo Patrimonial a Descoberto (APD) apurado (item 4 do Auto de Infração) a Conselheira Nathalia Mesquita Ceia. Fez sustentação oral pelo Contribuinte o Dr. Salomão Vieira dos Santos, OAB/BA 33.342. (ASSINADO DIGITALMENTE) MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) NATHALIA MESQUITA CEIA. Redatora designada. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia, German Alejandro San Martín Fernández, Gustavo Lian Haddad, Francisco Marconi de Oliveira e Eduardo Tadeu Farah.
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NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Não há cerceamento ao direito de defesa do contribuinte quando constatado que as infrações apuradas foram adequadamente descritas nas peças acusatórias, e que o contribuinte, demonstrando ter perfeita compreensão delas, exerceu plenamente o seu direito de defesa. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. DATA DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. DECADÊNCIA. FATO GERADOR. APURAÇÃO NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. MATÉRIA SUMULADA O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. (Súmula CARF nº 38) DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DESNECESSIDADE DE O FISCO COMPROVAR RENDA CONSUMIDA. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF nº 26). DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO FATO GERADOR. A presunção legal de omissão de rendimentos, prevista no art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza o lançamento com base em depósitos bancários cuja origem não foi comprovada pelo sujeito passivo. Nesse caso, o fato gerador não se dá pela constatação de depósitos bancários creditados em conta AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 73 20 08 /2 01 0- 99 Fl. 4442DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 2 corrente do contribuinte, mas pela falta de comprovação da origem dos valores ingressados no sistema financeiro. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS. IDENTIFICAÇÃO DOS DEPOSITANTES. PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS. ORIGEM NÃO COMPROVADA MEDIANTE DOCUMENTAÇÃO HÁBIL E IDÔNEA. INDETERMINAÇÃO DA NATUREZA DA PERCEPÇÃO DOS RECURSO TRANSACIONADOS. PREVALECE A PRESUNÇÃO ESTABELECIDA NO ART. 42 DA LEI Nº 9.430/1996. A simples identificação do depositante, pessoa física ou jurídica, desacompanhada de qualquer outro indício, não é suficiente para o Fisco determinar a natureza da percepção dos recursos transacionados nas contas bancárias do contribuinte, de forma a assegurar que se tratam de rendimentos tributáveis de trabalho, com ou sem vínculo empregatício. Portanto, é indevido o lançamento por omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício baseado unicamente em depósitos sem origem comprovada, pelo contribuinte, mediante documentação hábil e idônea. Neste caso, prevalece a presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/1996. MULTA ISOLADA. EXCLUSÃO DO PRINCIPAL. INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE BASE DE CÁLCULO PARA AS MULTAS RELACIONADAS. A exclusão da infração lançada elidindo o imposto apurado, implica o afastamento das multas relacionadas, inclusive as multas isoladas. IMPOSTO DE RENDA. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. NÃO JUSTIFICADO. LANÇAMENTO. O acréscimo patrimonial não justificado por rendimentos tributáveis não tributáveis e isentos autoriza ao fisco ao lançamento de ofício considerando esse acréscimo como rendimentos omitidos mês a mês na forma da legislação vigente. LANÇAMENTO. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício. Quanto ao Recurso Voluntário, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência os itens 1, 2 e 7 do Auto de Infração (Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica; Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Física; e Multa Isolada do CarnêLeão). Vencidos os Conselheiros Nathalia Mesquita Ceia e German Alejandro San Martín Fernández, que além disso excluíram os juros de mora incidentes sobre a multa de ofício; o Conselheiro Francisco Marconi de Oliveira (Relator), que além de excluir os itens 1, 2 e 7, reduziu o Acréscimo Patrimonial a Descoberto (APD) apurado no item 4 do Auto de Infração; e o Conselheiro Gustavo Lian Haddad, que apenas excluiu o item 7 do Auto de Infração e os juros incidentes sobre a multa de ofício. Designada para redigir o voto vencedor quanto à manutenção do Acréscimo Patrimonial a Descoberto (APD) apurado Fl. 4443DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 3 3 (item 4 do Auto de Infração) a Conselheira Nathalia Mesquita Ceia. Fez sustentação oral pelo Contribuinte o Dr. Salomão Vieira dos Santos, OAB/BA 33.342. (ASSINADO DIGITALMENTE) MARIA HELENA COTTA CARDOZO – Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA – Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) NATHALIA MESQUITA CEIA. – Redatora designada. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia, German Alejandro San Martín Fernández, Gustavo Lian Haddad, Francisco Marconi de Oliveira e Eduardo Tadeu Farah. Fl. 4444DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 4 Relatório Neste processo foi lavrado o auto de infração de IRPF, exercícios 2006 a 2009, no qual se apurou o Imposto de Renda Pessoa Física no valor de R$ 7.115.959,45, com multa de ofício de R$ 7.874.516,39 e multa exigida isoladamente de R$ 59.251,26. O lançamento é composto pelas seguintes infrações: Infração Ano calendário Multa 01 – Omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas, sem vínculo empregatício. 2005, 2006, 2007, 2008 75% 02 – Omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas, sem vínculo empregatício. 2005, 2006, 2007, 2008 75% 03 – Omissões de rendimentos da atividade rural – receitas não declaradas. 2007, 2008 75% 04 – Acréscimo patrimonial a descoberto 2007 75% 05 – Omissão rendimentos apurada com base em depósitos bancários sem comprovação de origem. 2005, 2006, 2007, 2008 112,5% 06 – Omissões de rendimentos da atividade rural – receitas reclassificadas por ser da atividade. 2005, 2006 150% RAZÕES DO LANÇAMENTO FISCAL A ação fiscal, segundo o Termo de Verificação e Encerramento da Ação Fiscal, foi motivada pelo envolvimento do contribuinte com ilícitos penais investigados pelo Ministério Público no curso da “Operação Aposta”, cujo objetivo era combater as atividades de jogos de azar em Salvador, resultando nas seguintes infrações: 1 omissão de rendimentos provenientes de atividade rural. O contribuinte não teria apresentado o livro caixa da atividade e teria deixado de comprovar parte de suas receitas, razão pela qual as receitas referentes aos anoscalendários de 2005, 2006 e 2007 teriam sido reclassificadas como omissão de rendimentos de outra atividade. Apenas as receitas apuradas e não declaradas, como ocorrido no anocalendário 2008, teriam sido tributadas como da atividade rural. O levantamento das receitas apuradas nos anos calendários 2005 a 2008: · 2005 – receita declarada de R$ 3.722.753,27, porém comprovada apenas R$ 1.719.522,02, resultando em receita não comprovada de R$ 2.003,231,25; · 2006 – receita declarada de R$ 4.860.963,88, porém comprovada apenas R$ 921.120,00, resultando em receita não comprovada de R$ 3.939.843,88; Fl. 4445DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 4 5 · 2007 – receita declarada de R$ 6.622.143,00, porém apurada R$ 6.687.064,15, resultando em receita omitida de atividade rural de R$ 64.921,15; · 2008 – receita declarada de R$ 9.605.847,74, porém apurada R$ 8.250.969,29, resultando em receita omitida de atividade rural de R$ 1.354.878,45; A fiscalização, como verificou que o contribuinte optava pelo arbitramento da receita bruta sempre que havia resultado positivo, utilizou a mesma sistemática nos cálculos para apurar o imposto devido, tanto para as receitas de atividade rural não declaradas, como para as não comprovadas e, por esse motivo, reclassificadas. Assim, temse: 1.1 Receitas reclassificadas: Anoscalendários: 2005, R$ 2.003.231,25; e 2006, 2.967.651,11. 1.2 Omissão de atividade rural: Anoscalendários: 2007, R$ 12.984,23; e 2008, R$ 270.975,59. Foram rejeitados como prova da venda de gado os comprovantes de pesagem, quando desacompanhados de notas fiscais, pois a pesagem e o abate não ocorriam necessariamente nas instalações do frigorífico adquirente, emissor da nota fiscal. Com isso, entendeu a auditoria que os controles de pesagem não seriam documentos válidos para comprovar a receita da atividade rural, sob o risco de efetuar a contagem em dobro – uma vez na nota fiscal do frigorífico e outra na guia de pesagem. No ano de 2006 foram identificados nos extratos bancários dois depósitos, um efetuado por ACG Bovino Santana Ltda. em 21/09/2006, no valor de R$ 13.378,00, e o outro, na mesma data, de R$ 20.000,00, depositado pelo Frigorífico Iramaia Ltda. Em diligência a ACG Bovino Santana Ltda. afirmou não haver nota fiscal e que o depósito deveria ter sido repasse de valores à ordem de terceiros. O Frigorífico Iramaia Ltda. não foi localizado. A auditoria, diante da não confirmação de que esses créditos proviessem da venda de gado, não considerou esses rendimentos como provenientes da atividade rural, mas sim pagamentos de rendimentos tributáveis fora da atividade rural. Ainda, dentre os documentos utilizados para comprovar venda de gado bovino estavam os recibos emitidos em 2006, no total de R$ 921.120,00, cujos compradores, questionados em diligência fiscal, negaram a existência do negócio. Estes valores, porém, foram considerados pelo autuante como receitas comprovadas da atividade rural (fls. 49). Aos rendimentos omitidos na atividade rural foi aplicada a multa de ofício de 75% e aos rendimentos reclassificados por falta de comprovação a multa de 150%. 2. Omissão por presunção em depósitos bancários Foram considerados rendimentos omitidos os depósitos bancários de origem não comprovada, excluídos os resgates de aplicação financeira, as transferências de contas do próprio titular, os depósitos correspondentes às receitas comprovadas da atividade rural e aqueles créditos cujos autores não estavam identificados nos extratos. Fl. 4446DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 6 O autuante destaca que todas as origens comprovadas foram levantadas pelo grupo de auditoria, não tendo o contribuinte apresentado qualquer documento sobre a origem de tais depósitos. Por isso, a multa teria sido agravada. 3. Acréscimo patrimonial a descoberto Foi constatado pela auditoria que teria ocorrido excesso de aplicações em relação aos recursos disponíveis no ano calendário 2007. Os valores cujas datas não foram comprovadas pelo contribuinte foram lançados no mês de dezembro aproveitandose as sobras de recurso em cada mês. Destaca o relatório que a apuração do valor excedente de aplicação de recurso se deu após a inclusão da receita decorrente de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. 4. Rendimentos de pessoa física e jurídica. Conforme o relatório da fiscalização, nas situações em que foram identificados os depositantes nas contas correntes, mas não as operações que lhes deram causa, os valores foram considerados, de acordo com o depositante, como rendimentos omitidos pagos por pessoas físicas e rendimentos omitidos pagos por pessoas jurídicas. Sobre os rendimentos pagos por pessoas físicas foi aplicada a multa isolada pela falta de antecipação mensal do imposto (carnêleão). Dentre os rendimentos pagos por pessoas jurídicas foram incluídos no ano de 2006 os depósitos identificados no extrato bancário como efetuados por ACG Bovino Santana Ltda., no valor de R$ 13.378,00, e o outro de R$ 20.000,00, depositado pelo Frigorífico Iramaia Ltda. ambos de 21 de setembro de 2006, pois não estariam relacionados à atividade rural. IMPUGNAÇÃO Os argumentos do impugnante foram assim sintetizados na decisão recorrida: 1. Houve cerceamento do direito de defesa porque diversos documentos que demonstrariam a improcedência da autuação foram apreendidos e estão com a Polícia Federal. Apesar das suas instâncias, o Fisco não procurou ter acesso a estes documentos. 2. Não teve também tempo para colher todas as provas, já que a ação fiscal fora realizada em prazo muito curto e envolveu diversos períodos. 3. Os rendimentos omitidos correspondentes a depósitos bancários de origem não comprovada deveriam ser tributados mensalmente, como determina o § 4º do art. 42 da Lei nº 9.430/1996, e não anualmente, como no auto de infração. Se esta questão não for enfrentada e respondida, deverá se reputar nulo o julgamento, por se configurar como ato administrativo imotivado. 4. A lei somente autoriza presumir rendimentos omitidos aqueles depósitos esporádicos, de origem não comprovada, não se aplicando este dispositivo quando se trata de depósitos frequentes, cujo volume de entradas e saídas evidenciam atividade econômica que envolve custos. No seu caso, como produtor rural, a presunção deveria ser de que se trata de receitas da atividade rural. 5. Não foram admitidos como origem dos depósitos os rendimentos supostamente omitidos da atividade rural em 2005, no valor de R$ 2.003.231,26, como seria correto, pois não se podem efetuar duas presunções ao mesmo tempo. 6. Incabível o agravamento da multa sobre imposto dos rendimentos correspondentes a depósitos bancários não comprovados. Esforçarase por apresentar as provas requeridas; apenas não lhe fora possível, pois de fato não as possui. Acrescenta que Fl. 4447DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 5 7 procurou, sim, comprovar a origem dos depósitos com a venda de gado, quando o fisco desconsiderou os documentos não confirmados pelos compradores. 7. O autuante relaciona os emitentes de recibos de compra de gado que, intimados pela fiscalização, negaram a compra de gado bovino. Ao mesmo tempo, e em evidente contradição, estas últimas operações foram computadas pelo autuante como rendimentos omitidos da atividade rural. 8. Foilhe imputado haver recebido de pessoas físicas e jurídicas rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício, sem que fosse comprovado o contrato ou identificado o serviço. O autuante menciona diligências que permitiram concluir que estas pessoas lhe teriam pagado rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício. Como não teve acesso aos dados da diligência que levaram a esta conclusão, fica evidenciado o cerceamento do direito de defesa. 9. As diligências contêm observações e conclusões contraditórias. Ora se acatam os rendimentos como da atividade rural; ora como rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício. Uma mesma empresa ora se considera "não encontrada", ora teria pago rendimentos do trabalho, ora rendimentos da atividade rural. 10. Houve inclusão aleatória de valores nos meses de 2007. 11. Incabível o lançamento da multa isolada, não só porque não restou caracterizado haver recebido de pessoas físicas rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício, como porque não cabe exigência concomitante desta penalidade com a multa de ofício. 12. Não houve omissão de rendimentos da atividade rural de R$ 12.984,23, pois a parcela de R$ 65.000,00, correspondente a benfeitorias da fazenda Canaan, alienada em agosto de 2007, não poderia ser computada como receita da atividade, uma vez que os custos das benfeitorias não haviam sido abatidos dos rendimentos da atividade rural. 13. A omissão de rendimentos da atividade rural de R$ 270.975,29 em 2008 foi apurada irregularmente. Inexiste previsão legal para o procedimento adotado pelo Fisco de calcular a receita das vendas comprovadas com GTA multiplicando o número de cabeças de gado vendidas pelo preço médio das demais vendas comprovadas com notas fiscais no período. 14. Foi incluída omissão de rendimentos correspondentes pagamentos efetuados por pessoas físicas em agosto de 2008, no total de R$ 141.960,00 (fls. 63), quando não houve depósitos de pessoas físicas neste período. 15. O Fisco considerou rendimentos tributáveis os valores que não lhe foi possível comprovar como provenientes da atividade rural pelas razões já arguídas no item 1 e 2. Ademais, como a sua única fonte de renda é a atividade rural, não se pode presumir que estas receitas não sejam senão desta atividade. Se houve desclassificação, o Fisco somente poderia tributar estes valores se indicasse e comprovasse a sua natureza tributável. 16. A demonstração da variação patrimonial se reveste de tal hermetismo que a torna incompreensível, com cerceamento do direito de defesa. Inválido também o método de computar como aplicação de recursos os pagamentos a partir da conta bancária, pois nada garante que os bens incluídos nestes cálculos não tenham sido adquiridos com estes mesmos pagamentos, o que implicaria o seu cômputo em duplicidade. 17. Improcedente a multa qualificada, pois não se comprovou a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, sendo incabível a sua mera inferência. JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Os membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Salvador (BA), por meio do Acórdão nº 1526202 (fls. 4.356 a 4.369), de 17 de fevereiro de 2011, julgaram o lançamento procedente em parte para exonerar a parcela de R$ 1.945.687,47, Fl. 4448DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 8 mantendo a exigência do imposto de R$ 5.170.271,98, e para reduzir a multa agravada, de 112,5% para 75%, conforme de mostrado no quadro a seguir: Imposto sobre: Multa 2005 2006 2007 2008 Totais Rendimentos omitidos (receitas da atividade rural não compr.) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Rendimentos omitidos da atividade rural 75% 0,00 0,00 3.570,66 74.518,31 78.088,98 Depósitos Bancários de origem não comprovada 75% 1.294.537,67 1.334.870,41 578.254,44 874.637,39 4.082.299,91 Rendimentos pagos por pessoas jurídicas 75% 5.384,50 31.482,61 210.539,77 13.634,62 261.041,51 Rendimentos pagos por pessoas físicas 75%, e multa isolada de 50% 6.842,00 1.650,00 74.941,83 40.139,00 123.572,83 Acréscimo patrimonial a descoberto 0,00 0,00 625.268,76 0,00 625.268,76 Totais 1.306.764,17 1.368.003,02 1.492.575,47 1.002.929,33 5.170.271,98 (*) Em destaque os valores reduzidos no julgamento RECURSO VOLUNTÁRIO Cientificado em 26 de abril de 2011 (fl. 4.373), o contribuinte interpôs o recurso voluntário em 23 de maio (fls. 4.374 a 4.416), no qual, em resumo, alega que: I. O sigilo bancário guarda limites materiais e formais e sua quebra somente poderia ocorrer se respaldada da intervenção judicial, por isso seria nulo o lançamento; II. Não foi adotado o critério temporal da apuração mensal para a apuração do imposto de renda; III. Haveria ocorrido a decadência relativamente aos períodos anteriores a 3 de dezembro de 2005, nos termos do art. 150, §4º do CTN; IV. O art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, não conteria autorização legal para presunção no atacado, pois seu texto se reportaria a excepcionais depósitos, no sentido esporádico, inusitado, único ou espaçado, enquanto a situação fática demonstrada é a ocorrência de diversos depósitos realizados ao longo de quarenta e oito meses, havendo simetria entre as entradas e saídas, o que revelaria a origem numa atividade. E, por ser produtor rural, a presunção seria de que as receitas decorreriam da atividade rural; V. Nulidade por erro no enquadramento legal das infrações e cerceamento do direito de defesa. A fiscalização teria lançado parte da infração como “omissão de rendimento de trabalho sem vínculo empregatício”, o que passa a ideia de que efetuou investigação na relação jurídica entre a fonte pagadora e o contribuinte, concluindo que houve algum tipo de pagamento tipificado no art. 45 do RIR/1999. Esse enquadramento se refere a rendimentos auferidos por profissionais liberais, entretanto, a realidade dos fatos é totalmente diferente. O que houve foi uma presunção de omissão por ter a fiscalização supostamente identificado alguns depósitos sem origem comprovada. Assim, os rendimentos foram atribuídos sem uma investigação específica. Ou seja, no caso de depósitos bancários, a simples identificação do depositante não autoriza o lançamento como rendimento do trabalho. Seria necessário que se comprovasse a origem dos créditos em questão, ou então que fosse lançado como depósito cuja origem não foi comprovada. VI. Depósito de pessoa identificada não permite a presunção legal para a classificação como rendimentos do trabalho. A situação inexiste, tanto é que o fisco não autuou a fonte pagadora pela não retenção do imposto de renda na fonte, pois, na verdade, esses pagamentos se referem à contraprestação de aquisição de produtos rurais. Fl. 4449DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 6 9 VI1. Rendimentos de pessoas físicas. O auditor apresenta argumentos, repetidos pela decisão de primeira instância, de que os rendimentos seriam sem vínculo empregatício. Para tanto, elabora um quadro demonstrativo denominado “Rendimentos recebidos de pessoas físicas” e outro denominado “Diligências realizadas compradores pessoas físicas”. Entretanto, não se conseguiria extrair qualquer informação lógica desse relatório. Cita como exemplo que o caso da família Roth Ferraz que nega a negociação de gado, como a grande maioria, entretanto, o fisco tributa esses rendimentos como de atividade rural. Nos demais casos, o qual não consta qualquer resultado de diligência, os rendimentos são classificados como rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício e sujeitos ao carnêleão. Assim, como à infração tipificada não cabe presunção, o fisco deveria minimante identificar a origem dos rendimentos e seus fatores intrínsecos, o tipo e onde o trabalho foi realizado. O fisco deveria ter provado que o tipo de rendimentos, que neste caso, não há inversão do ônus da prova. Portanto, se não há qualquer indício de prova, a não serem os depósitos bancários, o auto seria nulo. Protesta pela inclusão de valores no mês de agosto de 2008, pois inexiste qualquer depósito nesta data, devendo ser cancelado o lançamento e, consequentemente, a multa isolada. Questiona a razão de a diligência ter sido realizada com uns depositantes e outros não; por que todos os diligenciados foram acatados como rendimentos da atividade rural e por que os não diligenciados não foram acatados como rendimentos da atividade rural; e, ainda, por que nenhum dos argumentos foram apreciados pela DRJ. VI2. Rendimentos de pessoa jurídica. Pede que sejam acatados os mesmos argumentos do item anterior em relação à questão do ônus da prova. Cita (fl. 36 do RV e 4.408 dos autos) o resultado de dez diligências efetuadas pela auditoria, questionando por que quando o fiscal não localiza a diligenciada, atribui ao rendimento a condição de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebido de pessoa jurídica. A mesma prática teria sido adotada em relação às situações não diligenciadas. Noutras, parte seria tributada como uma infração e parte como outra. VII. Omissão de receita da atividade rural. Argui que a suposta omissão de R$ 64.921,15 decorre da venda da fazenda Canaan, cuja benfeitoria montava R$ 65.000,00. Entretanto essa omissão não existiria, pois a benfeitoria não foi utilizada como custo ou despesa da atividade rural. Assim, a tributação correta seria ganho de capital. A segunda omissão foi apurada com base nas GTAs, calculado pela multiplicação da quantidade de gado pelo valor médio do ano. Porém, esse cálculo simplista não encontraria amparo legal e essa questão não fora enfrentada pela decisão de primeira instância. Por fim, pede que, caso seja mantido os valores omitidos, que sejam deduzidos da base de cálculo da “omissão de receita por depósito não comprovado”. VIII. Acréscimo patrimonial. Volta a preliminar de nulidade em função da “forma hermética, difícil e oculta das demonstrações apresentadas pelo fisco, só agora reelaborada e elucidada pelo relator do acórdão” recorrido. Diz que a elucidação caracteriza inovação ou aperfeiçoamento, cuja competência, nos termos do art. 59 do Dec. 70.235, de 1972, não é do órgão julgador. Isso caberia apenas a autoridade lançadora, que após saneamento providenciaria reabertura de prazo. Não se fazendo isso, implicaria supressão de instância. Assim, o auto deveria ser cancelado nesta parte ou devolvido para a autoridade lançadora providenciar o devido lançamento e conceder razoável prazo para apresentação de defesa. No mérito, o quadro elaborado pela DRJ evidenciou que os rendimentos considerados decorrentes de pagamentos advindos de pessoas físicas e jurídicas deveriam ser somados aos recursos disponível, da mesma forma que os computados como omissão de depósitos de origem não comprovada. Fl. 4450DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 10 IX. Multa isolada. Não seria possível aplicála acumuladamente com a multa de ofício sobre a mesma base de cálculo. Também, a multa deveria ter como fato gerador o mês seguinte do não pagamento do carnêleão. X. Não incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício. É o relatório. Fl. 4451DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 7 11 Voto Vencido Conselheiro FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA – Relator O recurso voluntário é tempestivo e, atendidas as demais formalidades, dele tomo conhecimento. Apesar de haver questões interligadas entre o recurso de ofício e o voluntário, neste julgamento as análises, para melhor compressão do resultado das peças, serão efetuadas em separado. RECURSO DE OFÍCIO O colegiado de primeira instância exonerou o montante de R$ 1.945.687,47, sendo o total da infração relacionada aos rendimentos omitidos das receitas da atividade rural não comprovada, dos anoscalendários 2005 e 2006, e significativa parte do acréscimo patrimonial ocorrido em 2007, bem como reduziu a multa de ofício sobre a omissão de rendimentos baseada em depósitos bancários sem comprovação de origem, de 112,5 para 75%. Dessa decisão recorreu de ofício. Em relação à redução de multa de ofício, desagravada, a decisão recorrida diz que não há a previsão de agravamento da multa pela falta de apresentação de provas das origens de depósitos bancários, nem mesmo pela falta de apresentação de qualquer outro documento que não aqueles especificados nos incisos II e III do art. 959 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999. Também, que o contribuinte não deixou de apresentar esclarecimentos e até mesmo provas durante a fiscalização, e que seria um contrassenso agravar a multa em virtude do próprio fato que permitiu esta presunção, ou seja, de o contribuinte não haver comprovado a origem dos depósitos. E, se a presunção de rendimentos omitidos é a conseqüência da falta de provas, a sua aplicação afasta a necessidade destas mesmas provas, não se justificando o agravamento da multa por não haver sido comprovada a origem dos depósitos. Está claro e correto o posicionamento da DRJ quanto à aplicação da multa de ofício de 75%. A segunda exoneração promovida pela decisão da DRJ diz respeito à reclassificação das receitas brutas de atividade rural para os anos calendários 2005 e 2006. Nesta questão, o impugnante arguiu que foram reclassificadas as receitas da atividade rural e presumidos rendimento omitidos com base nas informações obtidas nos extratos bancários e contestou o fato de as duas presunções coexistirem, pois uma absorveria a outra. A DRJ distinguiu uma forma de tributação da outra. Porém, entendeu como plausível o argumento do contribuinte de que se as duas presunções forem praticadas ao mesmo tempo, há a possibilidade (o que seria o mais provável) que os mesmos rendimentos tributáveis desclassificados da atividade rural sejam aqueles que surgem nas contas bancárias, valores estes que apenas estariam sendo apurados por dois métodos distintos, e por isso concorrentes. Ressaltou que esta possibilidade retira o caráter de certeza de que se deve revestir Fl. 4452DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 12 o crédito tributário e, por fim, que a presunção legal sobrepõe e, por isso, exclui a presunção constituída, podendo esta última servir apenas para corroborar da primeira, jamais coexistirem em um mesmo lançamento de um mesmo período. Assim, correta a interpretação que ocasionou o recurso de ofício para excluir o total da presunção de rendimentos pela reclassificação das receitas da atividade rural dos anos calendários 2005 e 2006, já que esta presunção, legalmente, tem valor inferior ao apurado com base nos depósitos bancários de origem não comprovada. O último ponto diz respeito à redução do acréscimo patrimonial a descoberto no ano calendário 2007. A DRJ diz que o impugnante tem razão quanto à inclusão indevida, como aplicação de recursos, de pagamentos efetuados a partir da conta bancária, pois inexistiria previsão legal para que se presumam como aplicações de recursos próprios os saques bancários cujos negócios a que se destinavam não tenham sido comprovados pelo titular. De fato, como afirmado no voto do acórdão da DRJ, o método da apuração de rendimentos omitidos com base na variação patrimonial a descoberto parte de um patrimônio conhecido, fato concreto, para uma presunção legal, e no procedimento adotado nestes autos o autuante estima o acréscimo patrimonial a partir de presunção estabelecida, conforme se observa na transcrição a seguir: Tem, porém, razão o impugnante quanto à inclusão indevida, como aplicação de recursos, de pagamentos efetuados a partir da conta bancária. Inexiste previsão legal para que se presumam aplicações de recursos próprios os saques bancários cujos negócios a que se destinavam não tenham sido comprovados pelo titular. O método da apuração de rendimentos omitidos com base na variação patrimonial a descoberto já implica uma presunção legal. Partese de um fato concreto, o patrimônio e os dispêndios conhecidos, para se estabelecer a omissão de rendimentos tributáveis, caso não seja comprovado pelo sujeito passivo que estas aplicações e dispêndios tenham como origem os recursos disponíveis. No procedimento aqui adotado, porém, o autuante não parte de um fato patrimonial conhecido; o presume. Os saques na conta bancária se destinariam a aplicações e dispêndios diversos daqueles já conhecidos, transferindose o ônus da prova em contrário para o sujeito passivo. Anteriormente à edição da Lei nº 9.430/1996, não se admitia a utilização de dados bancários para o arbitramento de rendimentos tributáveis omitidos, salvo se comprovado pelo Fisco o fato gerador do tributo com base em outros elementos, como a renda consumida e a variação patrimonial a descoberto. Com o advento da Lei nº 9.430/1996, o ônus da prova é invertido. Determinouse a hipótese legal de omissão de rendimentos com base nos créditos bancários de origem não comprovada. Aqui, porém, o autuante inverte tudo. Usa os dados bancários para estabelecer uma presunção; não os créditos, como autoriza a lei, mas sim os débitos; e os utiliza, não para serem confirmados pela variação patrimonial a descoberto, mas sim para determinála presumidamente. Por último, e mais importante, os créditos e os débitos nas contas bancárias, se considerados em conjunto e isoladamente dos demais fatores, terão como resultante patrimonial as diferenças entre os saldos iniciais e finais em cada mês, o que não resultaria em variação patrimonial significativa. Mas no momento em que estes mesmos saques podem ter servido como fonte de outras aquisições e dispêndios já incluídos no fluxo financeiro, o seu valor estará sendo computado em dobro. No presente caso, por exemplo, foram consignadas, como aplicações de recursos, as despesas da atividade rural declaradas pelo contribuinte para 2007. Se os saques na conta bancária se destinaram em parte a cobrir estas despesas, com a aquisição, por exemplo, de gado, como alega o impugnante, resta evidente que haveria o cômputo em dobro destes valores, demonstrandose incorreto o procedimento adotado pela autoridade lançadora. Fl. 4453DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 8 13 Assim, como o lançamento tributário não comporta incertezas, as dúvidas em relação aos elementos em que se baseou devem beneficiar o contribuinte. Por essa razão, concordo com a decisão de primeira instância que devem ser excluídos dos cálculos da variação patrimonial as aplicações de recursos correspondentes a meros débitos na conta bancária, sem identificação do negócio que motivou tais pagamentos. A questão é pacífica neste colegiado, sendo inclusive objeto da Súmula CARF nº 67, assim redigida: Súmula CARF nº 67: Em apuração de acréscimo patrimonial a descoberto a partir de fluxo de caixa que confronta origens e aplicações de recursos, os saques ou transferências bancárias, quando não comprovada a destinação, efetividade da despesa, aplicação ou consumo, não podem lastrear lançamento fiscal. Assim sendo, voto no sentido de negar provimento integral ao recurso de ofício. RECURSO VOLUNTÁRIO No recurso voluntário, inicialmente serão analisadas as questões preliminares, a saber: os limites materiais e formais da quebra do sigilo bancário, o critério de apuração mensal para a apuração do imposto de renda e decadência relativo aos períodos anteriores e 3 de dezembro de 2005, a nulidade do lançamento e o cerceamento do direito de defesa. I – Preliminares. a) nulidade do lançamento em função da quebra do sigilo bancário. A nulidade por acesso indevido ao sigilo bancário é desprovida de sustentação, já que foram adotadas as medidas legais para inicio da ação fiscal, sendo os extratos bancários anteriormente solicitados ao contribuinte. As RMF somente foram autorizadas em 29 de junho, três meses e vinte dias depois de iniciada a ação fiscal, uma vez que o contribuinte não apresentou a integralidade dos extratos solicitados. Diante dos significativos valores movimentados em contas bancárias e da imprescindibilidade de acesso aos dados para levantamento do imposto de renda devido, já que a informação não foi prestada pelo contribuinte, não restava outra alternativa a não ser requisitar as informações diretamente aos bancos, na forma expressa no art. 6º da Lei Complementar nº 105, in verbis: Art. 6°. As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver procedimento administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. (grifos no recurso) A solicitação de informações sobre operações realizadas pelo contribuinte em instituições financeiras encontrase consolidada nos art. 918 do RIR/1999: Art. 918. Iniciado o procedimento fiscal, os AuditoresFiscais do Tesouro Nacional poderão solicitar informações sobre operações realizadas pelo contribuinte em instituições financeiras, inclusive extratos de contas bancárias, não se aplicando, nesta hipótese, o disposto no art. 38 da Lei n°4.595, de 1964 (Lei n° 4.595, de 1964, art. 38, §§ 5° e 6°, e Lei n° 8.021, de 1990, art. 8°). Fl. 4454DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 14 Observase ainda que não há quebra de sigilo bancário, e sim, mera transferência de informações, já que elas, de posse da Receita Federal do Brasil, estão sujeitas ao sigilo fiscal, de acesso restrito aos agentes do fisco e ao contribuinte, conforme consta do RIR/1999: Art. 998. Nenhuma informação poderá ser dada sobre a situação econômica ou financeira dos sujeitos passivos ou de terceiros e sobre a natureza e o estado dos seus negócios ou atividades (Lei n° 5.172, de 1966, arts. 198 e 199). [...] § 2° A obrigação de guardar reserva sobre a situação de riqueza dos contribuintes se estende a todos os funcionários públicos que, por dever, de ofício, vierem a ter conhecimento dessa situação (Decretolei n° 5.844, de 1943, art. 201, § 1°). § 3º É expressamente proibido revelar ou utilizar, para qualquer fim, o conhecimento que os servidores adquirirem quanto aos segredos dos negócios ou da profissão dos contribuintes (Decretolei n° 5.844, de 1943, art. 201, § 2°). Art. 999. Aquele que, em serviço da Secretaria da Receita Federal, revelar informações que tiver obtido no cumprimento do dever profissional ou no exercício de oficio ou emprego, será responsabilizado como violador de segredo, de acordo com a lei penal (Decretolei n°5.844, de 1943, art. 202). O contribuinte alega que a auditoria deveria, necessariamente, estar acobertada de ordem judicial, entretanto, como se observa na legislação acima citada, o procedimento fiscal está amparado em lei, não se verificando qualquer irregularidade que implique nulidade do lançamento. b) Nulidade por erro no critério temporal e decadência. O imposto de renda das pessoas físicas é um exemplo clássico de tributo que se enquadra na classificação de complexivo, apurado no ajuste anual. Ou seja, aquele que o fato gerador se completa após o transcurso de um determinado período de tempo e abrange um conjunto de fatos que, isoladamente considerados, são destituídos de capacidade de gerar a obrigação tributária exigível. Assim, embora apurado mensalmente, o IRPF se sujeita ao ajuste anual, apurandose o montante devido ao final do exercício, quando é possível definir a base de cálculo e aplicar a tabela progressiva anual. A base de cálculo da declaração abrange os rendimentos tributáveis recebidos durante o anocalendário, diminuídos das deduções pleiteadas. Para isso, há a declaração de ajuste, conforme trata o artigo 85 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999). O fato jurídico tributário compreende os rendimentos recebidos no anocalendário findo em 31 de dezembro, ainda que haja a obrigatoriedade do pagamento ou retenção do imposto à medida que os rendimentos forem percebidos. No caso em análise, o requerente foi cientificado do lançamento dois de dezembro de 2010. Como o primeiro ano calendário fiscalizado é o de 2005, mesmo adotando se a contagem do prazo decadencial nos termos dispostos no § 4º do art. 150 do CTN, que é a forma mais benéfica ao sujeito passivo, o prazo decadencial somente se iniciaria em 2011. Especificamente, em relação à omissão por presunção baseada em depósitos bancários de origem não comprovada, essa polêmica foi encerrada na instância administrativa com a edição da Súmula CARF nº 38, aprovada pela Segunda Turma da CSRF em sessão de 08 de dezembro de 2009: Fl. 4455DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 9 15 O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. Não há possibilidade de a turma divergir do enunciado da súmula editada, pois, nos termos do artigo 72 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, “As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF.” Portanto, desprovida de sustentação os argumentos da apuração mensal do imposto de renda e consequente decadência. c) Nulidade por cerceamento do direito de defesa. O contribuinte alega haveria cerceamento do direito de defesa, principalmente quanto ao acréscimo patrimonial a descoberto, ano calendário 2007, em função da “forma hermética, difícil e oculta das demonstrações apresentadas pelo fisco, só agora reelaborada e elucidada pelo relator do acórdão” recorrido. Diz que a clareza do lançamento somente ocorreu após a elucidação pela decisão da DRJ, e que isso caracterizaria inovação ou aperfeiçoamento, cuja competência, nos termos do art. 59 do Dec. nº 70.235, de 1972, não seria do órgão julgador, e sim, competia apenas à autoridade lançadora. Por esse motivo, pede que o auto seja saneado com a devida reabertura de prazo para defesa, sob pena de supressão de instância. Porém, compulsando os autos, verificase que a situação não é bem essa. Os cálculos, considerando o raciocínio do lançamento, estão corretos e as origens e aplicações demonstradas na planilha (composta de três páginas seguidas) que trata do fluxo financeiro do ano calendário 2007. O que a primeira instância fez, simplesmente atendendo a solicitação do recorrente para que o julgamento se processasse de “forma didática”, foi computar as origens e aplicações numa outra planilha, no sentido vertical, dividindo a tabela em dois grupos de meses, de janeiro a junho e de julho a dezembro. Ou seja, nada foi acrescentado ou elucidado, como alega o recorrente. Os cálculos permaneceram os mesmos, salvo em virtude da redução da omissão por acréscimo patrimonial a descoberto, haja vista o provimento parcial da impugnação para acatar como origem os recursos provenientes dos depósitos ocorridos na conta corrente. Vale salientar que, mesmo após a reconfiguração da tabela pela DRJ, os argumentos de defesa do contribuinte não se modificaram, o que implica não haver fato novo incorporado na decisão que não seja do conhecimento do contribuinte e que não esteja nos autos. O direito à ampla defesa e ao contraditório, previsto no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal, é uma garantia do processo administrativo, ou seja, da fase litigiosa do procedimento fiscal, iniciado com a impugnação, conforme dispõe o 14 do Decreto nº 70.235/1972, e ao contribuinte foi possibilitada essa defesa, tanto por meio da impugnação, como do recurso. Assim, em relação ao cerceamento do direito de defesa por falta de clareza no lançamento, não se vislumbra no lançamento quaisquer das hipóteses de nulidade elencada no art. 59 do Decreto n° 70.235, de 1972, estando o lançamento em total consonância com o disposto no art. 10 do mesmo decreto, que define os requisitos obrigatórios do auto de infração, Fl. 4456DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 16 e das disposições contidas no art. 142, do CTN, revestindose de todas as formalidades legais prevista no referido dispositivo. Desta forma, não cabem, neste ponto, os questionamentos do sujeito passivo acerca da validade do procedimento fiscal, pois não há nele qualquer vício que comprometa a validade do lançamento quanto ao acréscimo patrimonial a descoberto. d) Falta de enfrentamento de questões pela decisão de primeira instância No recurso voluntário o contribuinte alega genericamente, por diversas vezes, não terem sido enfrentadas algumas questões levantadas na impugnação (ou provas constantes nos autos). Entretanto, observase que o relator da decisão recorrida analisou detalhadamente todas as questões. Mesmo que a decisão esteja suscita em algumas questões e não esteja organizada na mesma ordem, nem segundo os mesmos itens da peça impugnatória, nenhuma das infrações defendidas ficou sem apreciação. Ao contrário, todos os questionamentos foram enfrentados. Ademais, o julgador administrativo não está obrigado a se manifestar sobre toda e qualquer alegação feita nas peças de defesa, mormente quando os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. e) Erro no enquadramento legal e aplicação da multa isolada. O contribuinte questiona o erro na fundamentação legal da infração para os rendimentos considerados como “de trabalho sem vínculo empregatício” recebidos de pessoa física e jurídica, por não haver investigação para identificar a relação jurídica entre a fonte pagadora e o contribuinte, e que a simples identificação do depositante não autorizaria o lançamento como rendimento de trabalho. E, também, que sobre esses valores não deveria seria aplicada a multa isolada. Porém, essa questão está relacionada ao mérito e, por isso, será analisada no tópico a seguir. II – Questões de mérito. As questões de mérito recorridas no recurso voluntário residem na analise da omissão dos rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoa física e jurídica, na omissão por presunção de receita com base em depósitos bancários de origem não comprovada, na omissão da atividade rural e no acréscimo patrimonial a descoberto. a) Erro no enquadramento legal e aplicação da multa isolada. No tocante os rendimentos considerados como “de trabalho sem vínculo empregatício”, o contribuinte alega que ocorreu um erro na fundamentação legal da infração, ao se enquadrar tais rendimentos sem que houvesse uma investigação ou fosse identificada a relação jurídica entre a fonte pagadora e o contribuinte, e que a simples identificação do depositante não autoriza o lançamento como rendimento de trabalho. A DRJ considerou que “a atribuição” desses créditos como “rendimentos tributáveis pagos por pessoas físicas decorre de presunção simples”, e que diante da falta de comprovação de que esses “pagamentos decorram de transações isentas e não tributáveis”, não há senão que presumilos como “rendimentos tributáveis”. Na decisão recorrida, prevalece o Fl. 4457DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 10 17 entendimento de que “a designação dos rendimentos como procedentes do trabalho sem vínculo empregatício tem o mero efeito classificatório, pois é lícito supor que o pagamento de renda corresponde à contraprestação de um serviço, seja de que espécie for. Ademais, a designação que se dá ao rendimento é irrelevante para determinar a sua natureza tributável.” Analisando o lançamento, entendo de outra forma. As diligências efetuadas não indicam qualquer atividade do contribuinte que implique rendimento de trabalho sem vínculo empregatício. Pelo que se vê, apenas comprovam que as atividades compõem ou não a atividade rural. Isto e evidente nos quadros “Diligências realizadas compradores pessoas jurídicas” e “Diligências realizadas compradores pessoas físicas”. No primeiro quadro, as operações que não foram consideradas como da atividade rural, constam observações como as seguintes: “o pagamento [...] pode ser repasse solicitado pelo fornecedor de couros – tributar como pessoa jurídica”; “nunca fizeram qualquer tipo de negócio com o sr. [...] – não comprovam a atividade rural”; “não encontrado – tributar como rend. Recebido de P. Jurídica”;” respondeu que [...] não compra gado – não comprovam receita da atividade rural”; “não respondeu – não comprovam receita da atividade rural”; “não encontrado – receita da atividade rural”; não encontrado – não comprovam receita da atividade rural”. No segundo quadro também não se identifica quais serviços seriam prestados. Apenas consta a observação de que as pessoas físicas responderam não terem efetuado nenhuma operação com o contribuinte nos anoscalendários de 2005 a 2007. As anotações adicionais são relacionadas, de forma positiva ou negativa, à compra/criação/venda de gado. Em que pese o procedimento fiscal ter se iniciado em decorrência dos ilícitos penais investigados pelo Ministério Público no curso da “Operação Aposta”, voltada ao combate às atividades de jogos de azar em Salvador, a auditoria não fez qualquer vinculação dos rendimentos considerados como recebidos sem vínculo empregatício a esta ou qualquer outra atividade. É certo, que mesmo sendo uma atividade ilícita, se os pagamentos fossem identificados como daquela atividade, o enquadramento estaria correto. Porém, não foi isso que aconteceu. Toda a investigação se deu no entorno da atividade rural, para que pudesse ou não ser aceita como rendimento sujeito àquela tributação diferenciada. Ou seja, a investigação concluiu que os rendimentos não eram decorrentes da atividade rural e, nas ocasiões em que o depositante foi identificado, pessoa física ou jurídica, tributouse os rendimentos como “de trabalho sem vínculo empregatício”. Ainda que os elementos presentes nos autos comprovem os efetivos recebimentos dos recursos financeiros em contas correntes, não restou comprovado o motivo da transação ou a que título se deu esses recebimentos, pois a mera identificação do depositante, desvinculada de qualquer atividade predominante exercida pelo contribuinte, não tem o condão de comprovar que tais movimentações se referem a rendimentos recebidos pelo contribuinte nessa ou naquela condição. Ou seja, de fato, na ação fiscal, não restou comprovada a natureza dos recursos creditados ao recorrente. Não há como negar que o contribuinte recebeu os valores ingressados em suas contas correntes, e como tal, deveria ter sido aplicada a previsão legal de presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem comprovação de origem e se, de fato, essa origem não foi comprovada, descabe o lançamento com base na infração "Omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício", infração esta distinta e com enquadramento legal específico. Ao contrário dos depósitos bancários cuja origem não foi Fl. 4458DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 18 comprovada – quando o art. 42 da Lei nº 9.430/1996 garante ao Fisco comprovar tão somente a ocorrência da hipótese descrita na norma como presuntiva da infração –, no caso da omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício é necessário que o Fisco identifique o fato jurídico tributário. Portanto, necessitaria estar provada pelo Fisco a natureza da percepção dos recursos depositados nas referidas transações bancárias, para que fosse possível aferir, se, de fato, tratavase de rendimentos tributáveis de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas físicas ou jurídicas. Como essa prova não é clara, não há como prosperar o lançamento com a infração e enquadramento legal indicado, devendo ser excluída do lançamento, e, por consequência a multa isolada sobre o imposto apurado. b) Depósitos bancários de origem não comprovada – presunção Não se sustenta a argumentação de que os recursos financeiros movimentados pelo recorrente não são capazes de configurar o fato gerador do imposto, nem de que o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, não conteria autorização leal para presunção no atacado, reportando se o texto apenas às situações esporádicas. À luz do dispositivo que fundamentou o lançamento, caracterizamse omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. A caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela constatação dos depósitos bancários. A presunção de omissão de rendimentos está relacionada à falta de comprovação da origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme expressamente previsto na lei. As presunções legais invertem o ônus da prova, cabendo ao Fisco comprovar tão somente a ocorrência da hipótese descrita na norma como presuntiva da infração. Nos autos, o contribuinte não conseguiu comprovar a origem dos valores movimentados nas suas contas. Limitouse a afirmar que eram decorrentes da atividade rural, sem, no entanto, demonstrar essa relação. Porém, não basta ao contribuinte alegar que os rendimentos são provenientes da atividade rural, é necessário que fique configurado que os valores envolvidos são originados da referida atividade. E, não se comprovando a origem dos recursos, ante a vinculação do princípio da legalidade que rege a administração pública, tem a fiscalização a obrigação de autuar a omissão no valor dos depósitos bancários, excluindo, como e fato ocorreu, as transações entre as contas do interessado, as devoluções de cheques e os estornos dos lançamentos. c) – Omissão de receita da atividade rural. Argui que a omissão de R$ 64.921,15 se refere à venda da fazenda Canaã, cuja benfeitoria de R$ 65.000,00 não teria sido utilizada como custo ou despesa da atividade rural e que a segunda omissão teria sido apurada, por meio de um cálculo simplista, com base nas GTAs, multiplicandose a quantidade de gado pelo valor médio do ano. A segunda questão foi julgada favoravelmente ao contribuinte na decisão de primeira instância, cujo raciocínio foi acatado no recurso de ofício. Resta, portanto, apreciar o argumento da não utilização da citada benfeitoria. Fl. 4459DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 11 19 O valor da benfeitoria, como já apurou a decisão recorrida, não estava integrado ao custo de aquisição do imóvel na declaração do contribuinte, bem como não compõe o valor de alienação do imóvel rural, que é o Valor da Terra Nua, como dispõe os arts. 123, § 2º, e 136 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999). Assim, como evidenciado na citada decisão, ou as despesas foram deduzidas da receita da atividade rural e, neste caso, deveriam ter sido tributadas como receitas da atividade rural, como dispõe o art. 61, § 1º, III, do RIR, ou as despesas não foram deduzidas na apuração do resultado da atividade rural, devendo integrar o custo do imóvel vendido. Porém, nos autos não foi comprovada a dedução destes benefícios no livro caixa e não consta na declaração a incorporação do custo ao imóvel. Por essa razão, não há reparo a fazer no lançamento. d) – acréscimo patrimonial a descoberto. Além das questões já tratadas nas preliminares, o contribuinte contesta que os valores de depósitos constantes das contas correntes lançados como “rendimentos sem vínculo empregatício”, assim como os depósitos bancários de origem não identificada, deveriam ser ter sido somados às origens para fins de apuração do ganho de capital. Analisando os autos, observase que de fato que a autoridade fiscal ao apurar tais valores não incluiu entre as origens, no “Fluxo financeiro do anocalendário 2007”, os montantes descritos nas planilhas “Rendimentos recebidos de pessoas físicas” e Rendimentos recebidos de pessoas jurídicas”, cujos valores foram extraídos das contas correntes do autuado. Assim, não permitiu que tais depósitos considerados como identificados fossem inseridos como origens no levantamento efetuado no auto de infração. Para a justa apuração do patrimônio patrimonial a descoberto a fiscalização deveria ter incluído incluir as origem levantadas/apuradas, resultando nos seguintes valores: 2007 Total dos recursos (*1) Depósitos classif.como rendimentos PJ Depósitos classif.como rendimentos PF Recursos mês anterior Total recursos disponíveis ajustado (*2) Total dispêndios aplicações (*3) Saldo no mês Var. Patrim. a descoberto JAN 959.918,87 15.000,00 0 0 974.918,87 155.040,32 819.878,55 FEV 549.190,98 5.000,00 0 819.878,55 1.374.069,53 503.335,09 870.734,44 MAR 579.192,98 161.224,00 0 870.734,44 1.611.151,42 684.421,67 926.729,75 ABR 625.679,19 121.303,75 26.581,50 926.729,75 1.700.294,19 1.287.896,31 412.397,88 MAI 813.489,91 250.525,36 131.913,70 412.397,88 1.608.326,85 600.088,68 1.008.238,17 JUN 290.007,30 89.506,22 32.069,65 1.008.238,17 1.419.821,34 1.198.617,43 221.203,91 JUL 1.054.310,78 77.839,84 81.950,90 221.203,91 1.435.305,43 154.971,83 1.280.333,60 AGO 1.156.404,20 1.200,00 0 1.280.333,60 2.437.937,80 906.536,84 1.531.400,96 SET 1.083.163,66 0 0 1.531.400,96 2.614.564,62 128.896,82 2.485.667,80 OUT 57.000,00 0 0 2.485.667,80 2.542.667,80 244.566,22 2.298.101,58 NOV 3.598.950,00 0 0 2.298.101,58 5.897.051,58 3.788.749,71 2.108.301,87 DEZ 86.376,12 0 0 2.108.301,87 2.194.677,99 3.474.267,66 0,00 1.279.589,67 (*1) Total dos recursos listados na planilha apurada pela fiscalização e transcrita na decisão recorrida (VGBL, Fapi; Bradesco Rend. Isentos; Rend. Liq. HSBC; Rend. Isentos; Rend. Aplic. Financeiras; Rend. Poupança; Receita Rural Comprovada; Saldos Bancários Iniciais, Lucros Distribuídos; Alienação P/ Incorporação; Dep. Origem Não Compr.) (*2) Total dos recursos disponíveis ajustado, somado os depósitos classificados como rendimentos de PJ e PF. (*3) Total dos dispêndios no mês (Pagamentos de impostos; Contribuições Itaú Prev.; Seguro auto; Contribuições BrasilPrev; Contribuições VGBL; Aquisição de fazendas; Pag. Faz. São Jorge; Integralização de capital; Saldos bancários finais; Emp. no ano c/c Cellcred; Emp. no ano c/c Santana; Pag. div. Sant. Passos; Despesas da Ativ. Rural Decl.; Doação; Cartões de Crédito; Aplicações Prev. BB; Aplicações Prev. Bradesco) Fl. 4460DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 20 Nessa situação, o valor do imposto apurado no acréscimo patrimonial deveria ser de R$ 351.887,16 (1.279.589,67 x 27,5%). e) – Não incidência dos juros sobre a multa de ofício. Diz que inexiste previsão legal para a cobrança dos juros de mora sobre a multa de ofício, já que estes, nos termos da Lei nº 9.430/1996, se dariam apenas com relação ao principal. Pelo que dispõe o art. 161 do CTN, chegase à conclusão de que os juros moratórios não apenas incidem sobre o principal (tributo), mas também sobre a multa de ofício proporcional, já que ambos compõem o crédito tributário constituído: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1 Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2 O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. A Lei nº 9.430, de 1996, ao tratar da formalização da exigência de crédito tributário composto exclusivamente por multa ou juros de mora, diz expressamente no parágrafo único do art. 43 que incidirão juros de mora à taxa Selic, conforme se observa a seguir: Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (grifos nossos) Ademais, o entendimento de se considerar legítima a incidência de juros de mora sobre a multa fiscal punitiva encontra sustentação na com a jurisprudência da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (AgRg no REsp 1.335.688PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 4/12/12), que reiterou o entendimento no sentido de ser “legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário”, seguindo a linha adotada pela Segunda Turma do STJ (REsp nº 1.129.990/PR, em 1/9/2009). Também, no âmbito do CARF, destacamse as seguintes decisões da Câmara Superior de Recursos Fiscais: JUROS DE MORA COM BASE NA TAXA SELIC SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. APLICABILIDADE. O art. 161 do Código Tributário Nacional – CTN autoriza a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício, isto porque a multa de ofício integra o ‘crédito’ a que se refere o caput do artigo. É legítima a incidência de juros sobre a multa de ofício, sendo que tais juros devem ser calculados pela variação da SELIC. (Segunda Turma, Acórdão nº 920201.806, de 24/10/2011, Redator designado Cons. Elias Sampaio Freire) JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de Fl. 4461DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 10580.732008/201099 Acórdão n.º 2201002.582 S2C2T1 Fl. 12 21 mora, devidos à taxa Selic. (Primeira Turma, Acórdão nº 910100.539, de 11/03/2010, Redatora Designada Cons. Viviane Vidal Wagner) JUROS DE MORA. MULTA DE OFICIO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de oficio proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. (Quarta Turma, Acórdão nº 0400.651, de 18/09/07, Rel. Cons. Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho) Portanto, é legítima a incidência de juros sobre a multa de ofício, neste caso, calculados pela variação da taxa Selic. Isto posto, voto em negar provimento ao recurso de ofício. No recurso voluntário, voto em rejeitar as preliminares, e, no mérito, dar provimento parcial para excluir os rendimentos tributados como decorrentes do trabalho sem vínculo empregatício de pessoas físicas e jurídicas e reduzir o imposto apurado sobre o acréscimo patrimonial a descoberto para R$ 351.887,16. (ASSINADO DIGITALMENTE) FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Fl. 4462DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 22 Voto Vencedor Conselheira NATHÁLIA MESQUITA CEIA – Redatora Designada. Não obstante o voto do Ilustre Conselheiro Francisco Marconi, tomo a liberdade para discordar ao que toca a tributação do acréscimo patrimonial a descoberto (APD). A fiscalização ao apurar variação patrimonial do contribuinte não incluiu como origem (ingressos) os valores recebidos de pessoa jurídica e pessoa física (itens 001 e 002 do Auto de Infração). Assim, o contribuinte se insurge contra a não inclusão dos rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica e pessoa física como ingressos (origem), sob a alegação de que como tais rendimentos estavam sendo oferecidos à tributação específica deveriam ser incluídos na apuração da variação patrimonial como origem, sob pena de se efetuar dupla tributação sobre o mesmo rendimento. O argumento do contribuinte deveria ser acatado, não fosse pelo fato do presente julgamento excluir do crédito tributário os valores referentes à tributação dos rendimentos auferidos por pessoa jurídica e pessoa física. Logo, sob pena de se ter uma ausência de tributação de rendimentos tributáveis, os valores reportados como sendo recebidos de pessoa jurídica e de pessoa física não devem constar da apuração da variação patrimonial do contribuinte Desta feita, entendo que não há reparos a serem efetuados ao lançamento no tocante à apuração do acréscimo patrimonial a descoberto. (ASSINADO DIGITALMENTE) NATHÁLIA MESQUITA CEIA Fl. 4463DF CARF MF Impresso em 02/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 8/01/2015 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO
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Numero do processo: 11080.929044/2009-33
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Apr 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
LUCRO REAL ANUAL. DECLARAÇÃO DE JUSTE ANUAL. DEDUÇÃO INTEGRAL DOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS POR ESTIMATIVA MENSAL. APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO NA DIPJ. PEDIDO DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE PAGAMENTO INDEVIDO DE ESTIMATIVA MENSAL NA DCOMP. ERRO DE FATO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA DCOMP. ÓBICE AFASTADO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À DRJ PARA ANÁLISE DE MÉRITO DO CRÉDITO A TÍTULO DE SALDO NEGATIVO.
Restando comprovado nos autos que o recolhimento da estimativa mensal foi computado no saldo negativo do imposto na declaração de ajuste anual, configura erro de fato no preenchimento da DCOMP, quando o contribuinte presta informação acerca do crédito pleiteado a título de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal, quando deveria fazê-lo a título de saldo negativo.
Trata-se de inexatidão material no preenchimento da DCOMP, a qual pode ser retificada de ofício pelo julgador ou a pedido do contribuinte para correção do erro de informação quanto ao crédito do referido do ano-calendário, nos termos do art. 57 da IN SRF 460/04, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 1802-002.532
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso, para devolver os autos à DRJ de origem, nos termos do voto do Relator.
(documento assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa- Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Nelso Kichel- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: José de Oliveira Ferraz Correa , Ester Marques Lins de Sousa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano e Luis Roberto Bueloni dos Santos Ferreira.
Nome do relator: NELSO KICHEL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2008 LUCRO REAL ANUAL. DECLARAÇÃO DE JUSTE ANUAL. DEDUÇÃO INTEGRAL DOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS POR ESTIMATIVA MENSAL. APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO NA DIPJ. PEDIDO DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE PAGAMENTO INDEVIDO DE ESTIMATIVA MENSAL NA DCOMP. ERRO DE FATO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA DCOMP. ÓBICE AFASTADO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À DRJ PARA ANÁLISE DE MÉRITO DO CRÉDITO A TÍTULO DE SALDO NEGATIVO. Restando comprovado nos autos que o recolhimento da estimativa mensal foi computado no saldo negativo do imposto na declaração de ajuste anual, configura erro de fato no preenchimento da DCOMP, quando o contribuinte presta informação acerca do crédito pleiteado a título de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal, quando deveria fazê-lo a título de saldo negativo. Trata-se de inexatidão material no preenchimento da DCOMP, a qual pode ser retificada de ofício pelo julgador ou a pedido do contribuinte para correção do erro de informação quanto ao crédito do referido do ano-calendário, nos termos do art. 57 da IN SRF 460/04, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72.
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DECLARAÇÃO DE JUSTE ANUAL. DEDUÇÃO INTEGRAL DOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS POR ESTIMATIVA MENSAL. APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO NA DIPJ. PEDIDO DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE PAGAMENTO INDEVIDO DE ESTIMATIVA MENSAL NA DCOMP. ERRO DE FATO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA DCOMP. ÓBICE AFASTADO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À DRJ PARA ANÁLISE DE MÉRITO DO CRÉDITO A TÍTULO DE SALDO NEGATIVO. Restando comprovado nos autos que o recolhimento da estimativa mensal foi computado no saldo negativo do imposto na declaração de ajuste anual, configura erro de fato no preenchimento da DCOMP, quando o contribuinte presta informação acerca do crédito pleiteado a título de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal, quando deveria fazêlo a título de saldo negativo. Tratase de inexatidão material no preenchimento da DCOMP, a qual pode ser retificada de ofício pelo julgador ou a pedido do contribuinte para correção do erro de informação quanto ao crédito do referido do ano calendário, nos termos do art. 57 da IN SRF 460/04, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 92 90 44 /2 00 9- 33 Fl. 158DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 159 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso, para devolver os autos à DRJ de origem, nos termos do voto do Relator. (documento assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Presidente. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: José de Oliveira Ferraz Correa , Ester Marques Lins de Sousa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano e Luis Roberto Bueloni dos Santos Ferreira. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 160 3 Relatório Cuidam os autos do Recurso Voluntário de efls. 136/154 contra decisão da 5ª Turma da DRJ/Porto Alegre (efls. 128/130) que julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Quanto aos fatos: que, em 29/05/2009, a contribuinte transmitiu eletronicamente via internet, por meio do Programa PER/DCOMP, declaração de compensação tributária nº 24379.56204.290509.1.3.049856 (efls. 109/114), onde consta: a) débito informado (confessado): IRPJ Estimativa Mensal, código de receita 2362, do PA abril/2009, data de vencimento 29/05/2009, assim especificado na DCOMP: principal: R$ 455.224,22; multa moratória: R$ 0,00; juros de mora: R$ 0,00; Total: R$ 455.224,22.. b) crédito utilizado: aproveitamento de suposto direito creditório de R$ 393.010,64 (valor original), referente pagamento supostamente indevido ou a maior do IRPJ estimativa mensal, código de receita 2362, do PA 31/05/2008, DARF no valor de R$ 594.978,74, data do recolhimento, arrecadação, 30/06/2008. Cópia do Comprovante de Arrecadação (efl.118). Valor do crédito na data de transmissão:R$ 594.978,74 (valor original). Em 07/10/2009, a DRF/Porto Alegre, mediante a emissão do Despacho Decisório de efl. 119, denegou o direito creditório pleiteado, nos seguintes termos: (...). Limite de crédito analisado, correspondente ao valor do credito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 594.978,74. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência dio crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 161 4 (...) Enquadramento legal: Arts. 165 e 170 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430 , de 2 7 de dezembro de 1996, (...) Obs: O recolhimento estaria consumido pelo débito do IRPJ – Estimativa Mensal do PA maio/2008 confessado na respectiva DCTF, inexistindo o crédito pleiteado na DCOMP; porém, a DCTF não consta dos autos. Ciente desse despacho decisório em 20/10/2009 por via postal AR (efl. 125), a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 17/11/2009 (efls. 02/16), juntando ainda documentos (efls. 21/123), aduzindo, em resumo, que: incidiu em erro de fato no preenchimento do PER/DCOMP ao indicar como origem do crédito valor relativo ao recolhimento do IRPJ – Estimativa Mensal do PA maio/2008 (antecipação do imposto), quando deveria ter utilizado o saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008; juntou cópia da DIPJ 2009, anocalendário 2008, transmitida em 16/10/2009 (efls. 24/63), onde informou apuração: (...) Ficha 9A –Demonstração do Lucro Real 01. Lucro Líquido antes do IRPJ........................R$ 13.358.482,63 Exclusões: 65 () Dispêndios com Inovação Tecnológica (Lei n° 11.196/2005, art. 19) ....................................... R$ 2.152.011,22; 78. Lucro Real ................................................R$ 12.577.604,36. (...) Ficha 11 – Cálculo do IRPJEstimativa Mensal: (somatório das estimativas mensais positivas R$ 4.013.789,26) (...) Fl. 161DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 162 5 Ficha 12A Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real: Deduções: 18. () Imp. de Renda Mensal Pago por Estimativa ....R$ 4.013.789,26; 20. Imposto de Renda a Pagar.......................................(R$ 992.738,02). que o saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008 decorreu das antecipações de pagamentos das estimativas mensais do imposto e do aproveitamento do benefício fiscal referente dispêndios realizados com inovação tecnológica (Lei nº 11.196/2005); que o mero erro material, quanto à origem do crédito pleiteado, não tem o condão prejudicar ou inviabilizar a compensação informada; que as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento da parte; que deve prevalecer a verdade material, pois o crédito é líquido e certo. A DRJ/Porto Alegre (5ª Turma), rejeitando a alegação de inexatidões materiais ou erro de fato no preenchimento da DCOMP, julgou a manifestação improcedente, conforme Acórdão de 10/05/2011 (efl. 128), cuja ementa transcrevo a seguir: (...) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ALTERAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE O CRÉDITO. INEXATIDÃO MATERIAL NÃO CONFIGURADA. O julgamento de manifestação de inconformidade não pode desbordar do objeto da declaração de compensação apresentada e do despacho decisório. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido (...) Fl. 162DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 163 6 Ciente dessa decisão em 31/12/2013 – na Caixa Postal, Modulo eCAC do Site da Receita Federal. (efl. 134), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 14/01/2014 (efls.136/154), buscando a reforma da decisão recorrida, cujas razões, em síntese, são as seguintes: 1) – Preliminar de nulidade da decisão recorrida: que o acórdão recorrido não enfrentou, no mérito, a existência do crédito, a liquidez e certeza, pois apegouse a requisitos formais, rejeitando o argumento do erro material (erro de fato) no preenchimento da DCOMP quanto à origem do crédito, em detrimento do princípio da verdade material; que a situação dos autos é de erro material no preenchimento da DCOMP e deve prevalecer a verdade material, citando precedentes, julgados do CARF (AC. 1801001 295 e outros); que se faz necessária a declaração de nulidadde da decisão a quo, e retorno dos autos à Turma julgadora da 1ª instancia de julgamento, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pleiteado; 2) No mérito, caso não seja acolhida a preliminar suscitada a recorrente reiterou, em síntese, os argumentos já apresentados na 1ª instância de julgamento, e já resumidos no relatório, no sentido que seja reconhecido o erro de fato no preenchimento da DCOMP, renhecido o crédito a título de saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008 e extinto o débito confessado na DCOMP, mediante homologação da compensação declarada. É o relatório. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 164 7 Voto Conselheiro Nelso Kichel, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos para sua admissibilidade. Por conseguinte, dele conheço. Conforme relatado, os autos tratam de compensação tributária, pedido de reconhecimento de direito creditório atinente ao IRPJ que teria sido pago a maior, quanto ao anocalendário 2008. A decisão recorrida rejeitou o direito creditório, adotando a fundamentação do voto condutor e que transcrevo, no que pertinente (efls. 129/130), in verbis: (...) A contribuinte pretende obter homologação da compensação formulada, alegando erro material ao informar o tipo do crédito no PER/Dcomp. Diz que o crédito seria decorrente do saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2008 e não do pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal. A manifestação de inconformidade revela, em verdade, a pretensão do contribuinte de substituir os créditos inexistentes utilizados no PER/DComp em questão por outro de natureza distinta. A possibilidade de retificar PER/Dcomp foi instituída originariamente pela Instrução Normativa 460/04, que permitiu efetuar alterações, em caso de inexatidões materiais, (...): Art. 57. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) somente será admitida na hipótese de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento e, ainda, da inocorrência da hipótese prevista no art. 58. (...) Os dispositivos citados foram reproduzidos nas instruções normativas SRF 600/05, RFB 900/08 e RFB 1.300/12. O erro alegado pela contribuinte não configura inexatidão material de preenchimento da declaração. Por inexatidão material entendemse os pequenos erros involuntários, desvinculados da vontade do agente, cuja correção não inove o teor do ato formalizado, tais como a escrita errônea, o equívoco de datas, os erros ortográficos e de digitação. No presente caso, não se trata de erro material, mas de erro de direito, o que não é escusável. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 165 8 Pretenderse que o crédito inicialmente informado no PER/Dcomp como pagamento indevido seja considerado como saldo negativo é hipótese incabível que, se admitida, implicaria agressão à própria essência da compensação. Em verdade, estarseia realizando outra compensação, o que ensejaria efeitos jurídicos diferenciados, com reflexos no cálculo de juros moratórios e eventualmente na incidência de multa. O próprio programa PER/Dcomp impede a retificação do crédito da maneira pretendida. O procedimento recomendado seria o cancelamento do PER/Dcomp e a transmissão de outro. A retificação de crédito também está impedida no âmbito da manifestação de inconformidade. Sua análise desbordaria ao que foi objeto do despacho decisório e extrapolaria o litígio. (...) Nesta instância de julgamento, a recorrente busca a reforma da decisão recorrida: a) suscitando preliminar de nulidade da decisão a quo, pois o direito créditório pleiteado, relativo a pagamento a maior do IRPJ do anocalendário 2008, não pode ser rejeitado, afastado, negado, por via oblíqua, indireta, ou seja, sem análise do mérito, pela preponderância de formalismo da legislação infralegal em detrimento da verdade material; b) no mérito, caso não seja acatada a preliminar suscitada, que seja reconhecido o erro na informação quanto à identificação do direito creditório (erro de fato no preenchimento da DCOMP), reconhecido o crédito a título de saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008 e extinto o débito confessado na DCOMP, mediante homologação da compensação declarada. Caracterizados os pontos controvertidos, passo a enfrentálos. Entendo que, no caso, diversamente do alegado pela recorrente, não há vício de nulidade no acórdão guerreado, pois a decisão atacada está motivada, fundamentada, não há caracterização de cerceamento do direito de defesa; porém, entendo que há equívoco na decisão a quo quanto ao óbice utilizado que implicou na não análise do mérito do crédito pleiteado. Ou seja: houve interpretação equivocada pela decisão recorrida quanto ao art. 57 da IN SRF 460/2004, fato que impediu a análise do mérito do crédito demandado, relativo ao anocalendário 2008. Diversamente do entendimento da decisão recorrida, entendo que restou caractrizado o erro de fato no preenchimento da DCOMP quanto à informação do crédito utilizado/pleiteado. Senão vejamos, consta dos autos que a contribuinte: Fl. 165DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 166 9 efetuou o pagamento/recolhimento do IRPJ estimativa mensal, código de receita 2362, do PA 31/05/2008, DARF no valor de R$ 594.978,74, data do recolhimento, arrecadação, 30/06/2008. Cópia do Comprovante de Arrecadação (efl.118); que transmitiu tempestivamente a DIPJ 2009, anocalendário 2008, em 16/10/2009 (efls. 24/63), computando no saldo negativo – declaração de ajuste anual o recolhimento/pagamento do IRPJ Estimativa Mensal, código de receita 2362, do PA 31/05/2008, DARF no valor de R$ 594.978,74, data do recolhimento, arrecadação, 30/06/2008, conforme demonstrativo abaixo: Recolhimentos do IRPJ – Estimativa Mensal – AC 2008 (Deduções na Ficha 12A): Jan/2008.......... 313.142,77 Fev/2008 ......... 313.124,46 Març/2008.........300.477,57 Abril/2008 ........521.692,94 Maio/2008.........594.978,74 Junho/2008........419.428,18 Julho/2008........7.45.358,15 Agosto/2008.......769.408,10 Set/2008...............36.178,36 TOTAL.............4.013.789,27 que, entretanto, antes da entrega/transmissão da citada DIPJ, transmitiu eletronicamente via internet em 29/05/2009, por meio do Programa PER/DCOMP, declaração de compensação tributária nº 24379.56204.290509.1.3.049856, utilizando – como crédito –, de forma inadvertida, o valor relativo ao citado recolhimento (efls. 109/114); que tomou ciência do despacho decisório em 20/10/2009, ou seja, a DIPJ foi transmitida antes da ciência do despacho decisório (efl. 125). que constatou o suscitado erro de fato na DCOMP (erro de informação quanto à origem do crédito pleiteado do anocalendário 2008) após a ciência do despacho decisório. Pois bem. Compulsando os autos, observando a linha do tempo quanto aos fatos citados, de plano salta aos olhos a existência de informação desencontrada, contradição entre a DIPJ e a DCOMP quanto ao pretenso direito creditório do AC 2008. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 167 10 A contribuinte prestou informação equivocada, errônea, com inexatidão material, na DCOMP quanto à origem do crédito pleiteado, pois é diversa da constante da DIPJ. Ou seja: deveria ter informado origem do crédito utilizado a título de saldo negativo do AC 2008, e não o valor recolhido a título de antecipação do imposto por estimativa mensal do PA maio/2008. Observese, ainda, que a DCOMP foi apresentada no anocalendário seguinte ao recolhimento da estimativa mensal, e não no próprio anocalendário do recolhimento da antecipação do imposto por estimativa mensal, configurando mais um argumento plausível pela caracterização do erro de informação na DCOMP quanto à origem do crédito pleiteado, pois encerrado o anocalendário não há que se falar em restituição de pagamento de estimativa mensal, quando recolhida na forma da legislação de regência que é o caso, mas sim saldo negativo. Resta evidente que a informação prestada na DCOMP, quanto à origem do crédito, está em dissonância, em parte, com a DIPJ que trata da apuração do imposto e do pretenso crédito do imposto do anocalendário 2008 (declaração de ajuste anual), pois o pretenso crédito pleiteado do anocalendário 2008 restou apurado pela cobtribuinte a título de saldo negativo e não a título de pagamento indevido de estimativa mensal. Lembrese que a Súmula CARF nº 84 permite a restituição de estimativa mensal recolhida em excesso, a partir da data do respectivo recolhimento, no caso de erro de fato comprovado na apuração da base de cálculo da estimativa mensal (erro quanto à apuração com base na receita bruta ou com balancete de suspensão/redução), ou seja, recolhimento que extrapolou, em completa dissonância em relação à base de cálculo demonstrada na escrituração contábil/fiscal na forma da legislação de regência, que não é o caso, pois a contribuinte não alegou erro de fato na apuração do IRPJ – Estimativa Mensal que tivesse gerado recolhimento em excesso à revelia da base de cálculo de que trata a legislação de regência, mas apenas erro de informação na DCOMP quanto à origem do crédito pleiteado na DCOMP. Como demonstrado, restou configurada a existência do erro na informação do direito creditório no preenchimento da DCOMP objeto dos autos (inexatidão material quanto à origem do crédito utilizado/demandado), sendo então hipótese para retificação, correção da DCOMP, conforme art. 57 da IN SRF 460/2004 e IN ulteriores que tratam da matéria, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72. Reconhecido, caracterizado, o erro de fato no preenchimento da DCOMP (inexatidão material quanto à informação do direito creditório), deve ser afastado, por conseguinte, o óbice que impediu a decisão recorrida de enfrentar o mérito do crédito, sua liquidez e certeza, a título de saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008. Ou seja, o erro de fato no preenchimento dos dados do crédito na DCOMP, diversamente do entendimento da decisão recorrida, configura sim inexatidão material a que alude o art. 57 da IN SRF nº 460/2004, podendo ser corrigida de ofício pelo julgador, e IN seguintes que tratam da matéria, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72. Para evitar prejuízo ao contraditório e à ampla defesa e para evitar subtração de instância de julgamento quanto à análise de mérito do direito créditório – saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008, tornase necessário devolver os autos à primeira instância de julgamento, no caso à DRJ/Porto Alegre, para que proceda análise de mérito do direito creditório a título de saldo negativo do IRPJ. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.929044/200933 Acórdão n.º 1802002.532 S1TE02 Fl. 168 11 Por tudo que foi exposto, voto para DAR provimento PARCIAL ao recurso, para afastar o óbice que impedira a decisão a quo de enfrentar o mérito do direito creditório a título de saldo negativo do imposto do anocalendário 2008, e determinar o retorno dos autos à DRJ/Porto Alegre para que enfrente, no mérito, a lide direito creditório a título de saldo negativo do imposto do anocalendário 2008. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 168DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 11634.000639/2008-11
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Mar 09 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2403-000.230
Decisão: RESOLVEM os membros do Colegiado, converter o julgamento em DILIGÊNCIA.
Carlos Alberto Mees Stringari-Presidente
Ivacir Júlio de Souza-Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Maria Anselma Coscrato dos Santos.
RELATÓRIO
Nome do relator: Não se aplica
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score : 1.0
Numero do processo: 10715.000820/2009-45
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. INs SRF 28/1994 E 510/2005. VIGÊNCIA E APLICABILIDADE.
A expressão imediatamente após, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, e do Decreto-lei no 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo (dois dias) para o registro desses dados no Siscomex.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-005.358
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Laiana Lacerda da Cunha, OAB/DF 41.709.
(assinado digitalmente)
Flávio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Marcos Antonio Borges, Cassio Schappo, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. INs SRF 28/1994 E 510/2005. VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. A expressão imediatamente após, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, e do Decreto-lei no 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo (dois dias) para o registro desses dados no Siscomex. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Laiana Lacerda da Cunha, OAB/DF 41.709. (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Marcos Antonio Borges, Cassio Schappo, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente).
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REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. INs SRF 28/1994 E 510/2005. VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo (dois dias) para o registro desses dados no Siscomex. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Laiana Lacerda da Cunha, OAB/DF 41.709. (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 08 20 /2 00 9- 45 Fl. 142DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10715.000820/200945 Acórdão n.º 3801005.358 S3TE01 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Marcos Antonio Borges, Cassio Schappo, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente). Fl. 143DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10715.000820/200945 Acórdão n.º 3801005.358 S3TE01 Fl. 4 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Tratam os autos da exigência, no valor de R$ 35.000.00, consubstanciada no auto de infração de fls. 01 a 07, referente à multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei n° 37/1966, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833/2003 e nas Instruções Normativas 28 e 510, expedidas pela Secretaria da Receita Federal em 1994 e 2005, respectivamente. De acordo com a descrição dos fatos e enquadramento legal, a autuada registrou a destempo os dados de embarque referentes aos transportes internacionais realizados no mês de março de 2004 no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro ALF/GIG, concernentes às cargas amparadas nas declarações de exportação DDE's listadas no demonstrativo de fl. 05, descumprindo, por conseguinte, a obrigação acessória de que trata o artigo 37 da IN SRF n° 28/1994, alterado pelo artigo I o da IN SRF n° 510/2005, tendo em conta que o inciso II do artigo 39 da mencionada norma (IN SRF n° 28/1994) considera intempestivo o registro dos dados de embarque efetuado pelo transportador em prazo superior a dois dias. Não se conformando com a exigência à qual foi intimada (fls. 10/11), a autuada apresentou impugnação às fls. 12 a 24, acompanhada dos documentos de fls. 25 a 52, para, ao final, "requerer seja declarado nulo por vício formal o presente Auto de Infração face à ausência de fundamentação legal válida, em afronta ao art. 10 do decreto 70.235/72 ou, caso assim não entenda, seja, no mérito, julgado improcedente pela inocorrência da hipótese legal da multa ora contestada e pelo desrespeito dos princípios da legalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade pela Autoridade impugnada, bem como pelas constantes falhas verificadas no sistema SISCOMEX, fatos que isentam de culpa a Impugnante no atraso alegado, com o conseqüente cancelamento da multa ora combatida". A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou parcialmente procedente a Impugnação, sendo o acórdão recorrido dispensado de ementa nos termos da Portaria SRF n.° 1.364/2004: Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho repisando as alegações ofertadas quando da impugnação, e pleiteando ainda a aplicação do instituto da denúncia espontânea após a publicação da Lei nº 12.350/2010, a qual alterou o art. 102 do DecretoLei nº 37/1966, devendose aplicar ao caso o instituto da retroatividade benigna. disposto no art. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10715.000820/200945 Acórdão n.º 3801005.358 S3TE01 Fl. 5 4 106. II. do Código Tributário Nacional e a aplicação de multa singular em virtude da continuidade delitiva. É o Relatório. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10715.000820/200945 Acórdão n.º 3801005.358 S3TE01 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. No presente caso foi lavrado Auto de Infração para cobrança da multa prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei n° 37/1966, com redação dada pela Lei n° 10.833/2003, abaixo transcrita, haja vista o descumprindo da obrigação acessória disposta no art. 37 da IN SRF no. 28/1994, o qual foi posteriormente alterado pela IN SRF n° 510/2005: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): e) por deixar de prestar informação sobre veiculo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada ir empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga. (Grifado) Originalmente a IN SRF n° 28, de 27/04/1994 previa em seu art. 37 que o registro dos dados pertinentes no SISCOMEX deveria ser efetuado imediatamente após realizado o embarque da mercadoria: Art. 37. Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes, no SISCOMEX, com base nos documentos por ele emitidos. (grifei) A IN SRF n° 510/2005, que entrou em vigor em 15/02/2005, veio dar nova redação ao art. 37 da IN SRF n° 28/1994, determinando que referido registro deveria ser efetuado no prazo de até dois dias da data do embarque: Art. 37. 0 transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque. (Grifado) Da inaplicabilidade de infração com base no disposto na redação original do art. 37 da IN SRF n° 28, de 27/04/1994 Verificase que os fatos que geraram a aplicação das multas ocorreram em 2004, ou seja, no período em que vigia a redação original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, que estabelecia que a obrigação devia ser satisfeita "imediatamente após realizado o embarque da mercadoria ". Fl. 146DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10715.000820/200945 Acórdão n.º 3801005.358 S3TE01 Fl. 7 6 Entendo que se trata de regra incerta e a imposição normativa constante desse ato administrativo é destituída de força cogente para a finalidade a que se propõe, de imposição de penalidade. Como ressalta bem, o I. Relator José Luiz Novo Rossari, no processo de n° 10715.006280/200911, acórdão de n° 320200.364, de 01/09/2011: A matéria deve ser tratada com rigor ainda mais acentuado em se tratando de norma tributáriapenal, que deve obedecer ao princípio insculpido no art. 97, inciso V do CTN, devendo o elaborador usar, em sua redação legislativa, dos cuidados básicos pertinentes à matéria, de forma a evitar o surgimento de dúvidas e questionamentos elementares que venham a permitir a aplicação das regras mais benéficas ao autuado, previstas no art. 112 desse mesmo Código. O caso em exame é exemplo da falta desse cuidado, ao apontar prazo incerto para o cumprimento de norma, visto que "imediatamente após" não pode ser considerado como um prazo regulamentar. Daí que, na vigência original da IN SRF no 28/1994, não havia norma que impusesse prazo para que as empresas aéreas procedessem ao registro no Siscomex, visto que a expressão "imediatamente após" não se traduz em prazo certo para o cumprimento de obrigação. Resta acrescentar, por oportuno, que a interpretação dada a essa expressão pela Notícia Siscomex no 105/1994, no sentido de que deve ser entendida como "em até 24 horas da data do efetivo embarque da mercadoria" não tem base legal para os efeitos da lide, visto não estar compreendida entre os atos normativos de que trata o art. 100 do CTN. Tratase, no caso, de veiculação destinada à orientação do Fisco e dos usuários do Siscomex, mas sem que possua as características essenciais de ato normativo, razão pela qual sequer foi referida na autuação. Retornando à lide, resta que, em não havendo regra fixadora de prazo para que se implementasse a eficácia do art. 37 do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu a Lei no 10.833/2003, por ocasião de sua publicação, há que se concluir que o primeiro ato administrativo que veio a disciplinar esse artigo foi a IN SRF no 510, de 2005, antes transcrita, que em seu art. 1o alterou a redação do art. 37 da IN SRF no 28/1994, de forma a fixar o prazo de 2 (dois) dias para o registro dos dados pertinentes ao embarque. Como parte dos fatos que originaram este processo ocorreu entre 6/2/2005 e 11/2/2005, quando ainda não existia essa Instrução Normativa, são descabidas a sua arguição e a sua trazida ao mundo jurídico, de forma a alicerçar a caracterização de infrações e a legitimar a cominação de penalidades que lhe correspondam. Nesse sentido as regras estabelecidas pelo art. 150, III, "a", da Constituição Federal e pelo art. 2o, parágrafo único, XIII, da Lei no 9.784/1999, que rege o processo administrativo. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10715.000820/200945 Acórdão n.º 3801005.358 S3TE01 Fl. 8 7 Desse modo, há que se concluir que a multa objeto de lide somente tem aplicação nos casos em que a inobservância da prestação de informações refirase a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e produziu efeitos. Assim devem ser exoneradas as multas relativamente aos fatos que ocorreram até 14/2/2005, no qual vigia a redação original do art. 37 da IN SRF no 28/1994. À vista do exposto, dou provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 148DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10611.720195/2014-87
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados na Importação
Período de Apuração: 01/10/2012 - 31/10/2012
NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA EM LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA QUANDO HAJA DEPÓSITO TEMPESTIVO DO MONTANTE INTEGRAL DO TRIBUTO.
A teor da Súmula 5 do CARF, descabe incidência de juros de mora em lançamento levado a efeito para prevenir a decadência quando inconteste que o montante integral do tributo foi depositado tempestivamente, uma vez que não há se falar em mora na espécie.
Numero da decisão: 3403-003.634
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário (assinado digitalmente) ANTÔNIO CARLOS ATULIM - Presidente
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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Matéria AI - IPI Recorrente LÍDER TÁXI AÉREO S/A BRASIL Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados na Importação Período de Apuração: 01/10/2012 - 31/10/2012 NÃO INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA EM LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA QUANDO HAJA DEPÓSITO TEMPESTIVO DO MONTANTE INTEGRAL DO TRIBUTO. A teor da Súmula 5 do CARF, descabe incidência de juros de mora em lançamento levado a efeito para prevenir a decadência quando inconteste que o montante integral do tributo foi depositado tempestivamente, uma vez que não há se falar em mora na espécie. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário (assinado digitalmente) ANTÔNIO CARLOS ATULIM - Presidente. (assinado digitalmente) JORGE FREIRE - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Ivan Alegretti, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaia Batista e Jorge Freire. Fl. 403DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 23/03/ 2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Relatório Versam os autos recurso voluntário que tem como objeto o pedido de reforma da decisão a quo para que sejam excluídos os juros de mora aplicado em lançamento que teve por fulcro prevenir a decadência, uma vez que o mérito da matéria em litígio está sob apreciação do Poder Judiciário em instância recursal e o montante integral do valor litigado foi depositado tempestivamente. O Auto de Infração foi motivado para constituir crédito tributário de IPI, uma vez que a recorrente importou sob regime de admissão aemporária para utilização econômica o helicóptero (NCM 8802.12.10) de número de série 7608804, nos termos da Declaração de Importação (DI) 12/1920636-0. Ao valor do principal foram acrescidos juros de mora. O lançamento foi lavrado com exigibilidade suspensa com fulcro no art. 151, II, do CTN. É o relatório. Voto Dessume-se do relatado que a empresa importou mercadoria para uso em seus fins estatutários sob regime de admissão temporária nos termos da IN SRF 285, de 14/01/2013. Contudo, previamente ao registro da DI ajuizou mandado de segurança para ver afastada a incidência do IPI nessa importação. Foi concedida a liminar nos termo postulados e, no mérito, o juízo monocrático denegou a segurança, tendo dessa decisão a empresa recorrido, restando o mesmo ainda sem julgamento. Sendo inconteste nos autos que houve depósito do montante integral do IPI incidente sobre a importação e que o mesmo foi tempestivo, descabe a incidência dos juros de mora uma vez que mora não houve. Nesse sentido, a Súmula nº 5 do CARF, cujo enunciado foi vazado nos seguintes termos: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Ante o exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para afastar a incidência dos juros de mora. Jorge Freire Fl. 404DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 23/03/ 2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10611.720195/2014-87 Acórdão n.º 3403-003.634 S3-C4T3 Fl. 2 3 Fl. 405DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 23/03/ 2015 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 11080.930669/2009-48
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Apr 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
LUCRO REAL ANUAL. DECLARAÇÃO DE JUSTE ANUAL. DEDUÇÃO INTEGRAL DOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS POR ESTIMATIVA MENSAL. APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO NA DIPJ. PEDIDO DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE PAGAMENTO INDEVIDO DE ESTIMATIVA MENSAL NA DCOMP. ERRO DE FATO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA DCOMP. ÓBICE AFASTADO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À DRJ PARA ANÁLISE DE MÉRITO DO CRÉDITO A TÍTULO DE SALDO NEGATIVO.
Restando comprovado nos autos que o recolhimento da estimativa mensal foi computado no saldo negativo do imposto na declaração de ajuste anual, configura erro de fato no preenchimento da DCOMP, quando o contribuinte presta informação acerca do crédito pleiteado a título de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal, quando deveria fazê-lo a título de saldo negativo.
Trata-se de inexatidão material no preenchimento da DCOMP, a qual pode ser retificada de ofício pelo julgador ou a pedido do contribuinte para correção do erro de informação quanto ao crédito do referido do ano-calendário, nos termos do art. 57 da IN SRF 460/04, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 1802-002.534
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso, para devolver os autos à DRJ de origem, nos termos do voto do Relator.
(documento assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa- Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Nelso Kichel- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: José de Oliveira Ferraz Correa , Ester Marques Lins de Sousa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano e Luis Roberto Bueloni dos Santos Ferreira.
Nome do relator: NELSO KICHEL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2008 LUCRO REAL ANUAL. DECLARAÇÃO DE JUSTE ANUAL. DEDUÇÃO INTEGRAL DOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS POR ESTIMATIVA MENSAL. APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO NA DIPJ. PEDIDO DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE PAGAMENTO INDEVIDO DE ESTIMATIVA MENSAL NA DCOMP. ERRO DE FATO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA DCOMP. ÓBICE AFASTADO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À DRJ PARA ANÁLISE DE MÉRITO DO CRÉDITO A TÍTULO DE SALDO NEGATIVO. Restando comprovado nos autos que o recolhimento da estimativa mensal foi computado no saldo negativo do imposto na declaração de ajuste anual, configura erro de fato no preenchimento da DCOMP, quando o contribuinte presta informação acerca do crédito pleiteado a título de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal, quando deveria fazê-lo a título de saldo negativo. Trata-se de inexatidão material no preenchimento da DCOMP, a qual pode ser retificada de ofício pelo julgador ou a pedido do contribuinte para correção do erro de informação quanto ao crédito do referido do ano-calendário, nos termos do art. 57 da IN SRF 460/04, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72.
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DECLARAÇÃO DE JUSTE ANUAL. DEDUÇÃO INTEGRAL DOS PAGAMENTOS ANTECIPADOS POR ESTIMATIVA MENSAL. APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO NA DIPJ. PEDIDO DE APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE PAGAMENTO INDEVIDO DE ESTIMATIVA MENSAL NA DCOMP. ERRO DE FATO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA DCOMP. ÓBICE AFASTADO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À DRJ PARA ANÁLISE DE MÉRITO DO CRÉDITO A TÍTULO DE SALDO NEGATIVO. Restando comprovado nos autos que o recolhimento da estimativa mensal foi computado no saldo negativo do imposto na declaração de ajuste anual, configura erro de fato no preenchimento da DCOMP, quando o contribuinte presta informação acerca do crédito pleiteado a título de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal, quando deveria fazêlo a título de saldo negativo. Tratase de inexatidão material no preenchimento da DCOMP, a qual pode ser retificada de ofício pelo julgador ou a pedido do contribuinte para correção do erro de informação quanto ao crédito do referido do ano calendário, nos termos do art. 57 da IN SRF 460/04, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 93 06 69 /2 00 9- 48 Fl. 138DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 139 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento PARCIAL ao recurso, para devolver os autos à DRJ de origem, nos termos do voto do Relator. (documento assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Presidente. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: José de Oliveira Ferraz Correa , Ester Marques Lins de Sousa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano e Luis Roberto Bueloni dos Santos Ferreira. Fl. 139DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 140 3 Relatório Cuidam os autos do Recurso Voluntário de efls. 116/134 contra decisão da 5ª Turma da DRJ/Porto Alegre (efls. 108/110) que julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Quanto aos fatos: que, em 31/08/2009, a contribuinte transmitiu eletronicamente via internet, por meio do Programa PER/DCOMP, declaração de compensação tributária retificadora nº 10139.3 7511.310809.1.3.042032 (efls. 92/96), onde consta: a) débito informado (confessado): IRPJ Estimativa Mensal, código de receita 2362, do PA julho/2009, data de vencimento 31/08/2009, assim especificado na DCOMP: principal: R$ 59.339,00; multa moratória: R$ 0,00; juros de mora: R$ 0,00; Total: R$ 59.339,00. b) crédito utilizado: aproveitamento de suposto direito creditório de R$ 59.339,00 (valor original), referente pagamento supostamente indevido ou a maior do IRPJ estimativa mensal, código de receita 2362, do PA 31/05/2008, DARF no valor de R$ 594.978,74, data do recolhimento, arrecadação, 30/06/2008. Cópia do Comprovante de Arrecadação (efl.98). Valor do crédito na data de transmissão:R$ 92.070,52 (valor original). Obs: O PER/DCOMP Inicial: 24379.56204.290509.1.3.049856 (processo nº 11080.929044/200933). Em 07/10/2009, a DRF/Porto Alegre, mediante a emissão do Despacho Decisório de efl. 99, denegou o direito creditório pleiteado, nos seguintes termos: (...). Limite de crédito analisado, correspondente ao valor do credito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 92.070,52. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Fl. 140DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 141 4 Diante da inexistência dio crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. (...) Enquadramento legal: Arts. 165 e 170 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430 , de 2 7 de dezembro de 1996, (...) Obs: O recolhimento estaria consumido pelo respectivo débito do IRPJ – Estimativa Mensal do PA maio/2008 confessado na respectiva DCTF, inexistindo crédito o pleiteado na DCOMP; porém, a DCTF não consta dos autos. Ciente desse despacho decisório em 20/10/2009 por via postal AR (efl. 105), a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 17/11/2009 (efls. 02/16), juntando ainda documentos (efls. 21/103), aduzindo, em resumo, que: incidiu em erro de fato no preenchimento do PER/DCOMP ao indicar como origem do crédito valor relativo a recolhimento do IRPJ – Estimativa Mensal do PA maio/2008 (antecipação do imposto), quando deveria ter utilizado o saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008; juntou cópia da DIPJ 2009, anocalendário 2008, transmitida em 16/10/2009 (efls. 24/63), onde informou apuração: (...) Ficha 9A –Demonstração do Lucro Real 01. Lucro Líquido antes do IRPJ........................R$ 13.358.482,63 Exclusões: 65 () Dispêndios com Inovação Tecnológica (Lei n° 11.196/2005, art. 19) ....................................... R$ 2.152.011,22; 78. Lucro Real ..................................................R$12.577.604,36. (...) Ficha 11 – Cálculo do IRPJEstimativa Mensal: (somatório das estimativas mensais positivas R$ 4.013.789,26) (...) Fl. 141DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 142 5 Ficha 12A Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real: Deduções: 18. () Imp. de Renda Mensal Pago por Estimativa ....R$ 4.013.789,26; 20. Imposto de Renda a Pagar.......................................(R$ 992.738,02). (...) que o saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008 decorreu das antecipações de pagamentos das estimativas mensais do imposto e do aproveitamento do benefício fiscal referente dispêndios realizados com inovação tecnológica (Lei nº 11.196/2005); que o mero erro material, quanto à origem do crédito pleiteado, não tem o condão prejudicar ou inviabilizar a compensação informada; que as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento da parte.; que deve prevalecer a verdade material, pois o crédito é líquido e certo. A DRJ/Porto Alegre (5ª Turma), rejeitando a alegação de inexatidões materiais ou erro de fato no preenchimento da DCOMP, julgou a manifestação improcedente, conforme Acórdão de 30/10/2013 (efl. 108), cuja ementa transcrevo a seguir: (...) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ALTERAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE O CRÉDITO. INEXATIDÃO MATERIAL NÃO CONFIGURADA. O julgamento de manifestação de inconformidade não pode desbordar do objeto da declaração de compensação apresentada e do despacho decisório. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido (...) Fl. 142DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 143 6 Ciente dessa decisão em 31/12/2013 – na Caixa Postal, Modulo eCAC do Site da Receita Federal. (efl. 114), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 14/01/2014 (efls.116/134), buscando a reforma da decisão recorrida, cujas razões, em síntese, são as seguintes: 1) – Preliminar de nulidade da decisão recorrida: que o acórdão recorrido não enfrentou, no mérito, a existência do crédito, a liquidez e certeza, pois apegouse a requisitos formais, rejeitando o argumento do erro material (erro de fato) no preenchimento da DCOMP, quanto à origem do crédito; que a situação dos autos é de erro material no preenchimento da DCOMP e deve prevalecer a verdade material, citando precedentes, julgados do CARF (AC. 1801001 295 e outros); que se faz necessária a declaração de nulidadde da decisão a quo, e retorno dos autos à Turma julgadora da 1ª instancia de julgamento, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pleiteado; 2) No mérito, caso não seja acolhida a preliminar suscitada a recorrente reiterou, em síntese, os argumentos já apresentados na 1ª instância de julgamento, e já resumidos no relatório, no sentido que seja reconhecido o erro de fato no preenchimento da DCOMP, renhecido o crédito a título de saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008 e extinto o débito confessado na DCOMP, mediante homologação da compensação declarada. É o relatório. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 144 7 Voto Conselheiro Nelso Kichel, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos para sua admissibilidade. Por conseguinte, dele conheço. Conforme relatado, os autos tratam de compensação tributária, pedido de reconhecimento de direito creditório atinente ao IRPJ que teria sido pago a maior, quanto ao anocalendário 2008. A decisão recorrida rejeitou o direito creditório, sadotando a fundamentação do voto condutor e que transcrevo, no que pertinente (efls. 109/110), in verbis: (...) A contribuinte pretende obter homologação da compensação formulada, alegando erro material ao informar o tipo do crédito no PER/Dcomp. Diz que o crédito seria decorrente do saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2008 e não do pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal. A manifestação de inconformidade revela, em verdade, a pretensão do contribuinte de substituir os créditos inexistentes utilizados no PER/DComp em questão por outro de natureza distinta. A possibilidade de retificar PER/Dcomp foi instituída originariamente pela Instrução Normativa 460/04, que permitiu efetuar alterações, em caso de inexatidões materiais, (...): Art. 57. A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP ou elaborada mediante utilização de formulário (papel) somente será admitida na hipótese de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento e, ainda, da inocorrência da hipótese prevista no art. 58. (...) Os dispositivos citados foram reproduzidos nas instruções normativas SRF 600/05, RFB 900/08 e RFB 1.300/12. O erro alegado pela contribuinte não configura inexatidão material de preenchimento da declaração. Por inexatidão material entendemse os pequenos erros involuntários, desvinculados da vontade do agente, cuja correção não inove o teor do ato formalizado, tais como a escrita errônea, o equívoco de datas, os erros ortográficos e de digitação. No presente caso, não se trata de erro material, mas de erro de direito, o que não é escusável. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 145 8 Pretenderse que o crédito inicialmente informado no PER/Dcomp como pagamento indevido seja considerado como saldo negativo é hipótese incabível que, se admitida, implicaria agressão à própria essência da compensação. Em verdade, estarseia realizando outra compensação, o que ensejaria efeitos jurídicos diferenciados, com reflexos no cálculo de juros moratórios e eventualmente na incidência de multa. O próprio programa PER/Dcomp impede a retificação do crédito da maneira pretendida. O procedimento recomendado seria o cancelamento do PER/Dcomp e a transmissão de outro. A retificação de crédito também está impedida no âmbito da manifestação de inconformidade. Sua análise desbordaria ao que foi objeto do despacho decisório e extrapolaria o litígio. (...) Nesta instância de julgamento, a recorrente busca a reforma da decisão recorrida: a) suscitando preliminar de nulidade da decisão a quo, pois o direito créditório pleiteado, relativo a pagamento a maior do IRPJ do anocalendário 2008, não pode ser rejeitado, afastado, negado, por via oblíqua, indireta, ou seja, sem análise do mérito, pela preponderância de formalismo da legislação infralegal em detrimento da verdade material; b) no mérito, caso não seja acatada a preliminar suscitada, que seja reconhecido o erro na informação quanto à identificação do direito creditório (erro de fato no preenchimento da DCOMP), reconhecido o crédito a título de saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008 e extinto o débito confessado na DCOMP, mediante homologação da compensação declarada. Caracterizados os pontos controvertidos, passo a enfrentálos. Entendo que, no caso, diversamente do alegado pela recorrente, não há vício de nulidade no acórdão guerreado, pois a decisão atacada está motivada, fundamentada, não há caracterização de cerceamento do direito de defesa; porém, entendo que há equívoco na decisão a quo quanto ao óbice utilizado que implicou na não análise do mérito do crédito pleiteado. Ou seja: houve interpretação equivocada pela decisão recorrida quanto ao art. 57 da IN SRF 460/2004, fato que impediu a análise do mérito do crédito demandado, relativo ao anocalendário 2008. Diversamente do entendimento da decisão recorrida, entendo que restou caractrizado o erro de fato no preenchimento da DCOMP quanto à informação do crédito utilizado/pleiteado. Senão vejamos, consta dos autos que a contribuinte: Fl. 145DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 146 9 efetuou o pagamento/recolhimento do IRPJ estimativa mensal, código de receita 2362, do PA 31/05/2008, DARF no valor de R$ 594.978,74, data do recolhimento, arrecadação, 30/06/2008. Cópia do Comprovante de Arrecadação (efl.98); que transmitiu tempestivamente a DIPJ 2009, anocalendário 2008, em 16/10/2009 (efls. 24/63), computando no saldo negativo – declaração de ajuste anual o recolhimento/pagamento do IRPJ Estimativa Mensal, código de receita 2362, do PA 31/05/2008, DARF no valor de R$ 594.978,74, data do recolhimento, arrecadação, 30/06/2008, conforme demonstrativo abaixo: Recolhimentos do IRPJ – Estimativa Mensal – AC 2008 (Deduções na Ficha 12A): Jan/2008.......... 313.142,77 Fev/2008 ......... 313.124,46 Març/2008.........300.477,57 Abril/2008 ........521.692,94 Maio/2008.........594.978,74 Junho/2008........419.428,18 Julho/2008........7.45.358,15 Agosto/2008.......769.408,10 Set/2008...............36.178,36 TOTAL.............4.013.789,27 que, entretanto, antes da entrega/transmissão da citada DIPJ, transmitiu eletronicamente via internet em 31/08/2009, por meio do Programa PER/DCOMP, declaração de compensação tributária nº 10139.3 7511.310809.1.3.042032 (efls. 92/96), utilizando – como crédito –, de forma inadvertida, o valor relativo ao citado recolhimento. que tomou ciência do despacho decisório em 20/10/2009 (efl. 105), ou seja, a DIPJ foi transmitida antes da ciência do despacho decisório. que constatou o suscitado erro de fato na DCOMP (erro de informação quanto à origem do crédito pleiteado do anocalendário 2008) após a ciência do despacho decisório. Pois bem. Compulsando os autos, observando a linha do tempo quanto aos fatos citados, de plano salta aos olhos a existência de informação desencontrada, contradição entre a DIPJ e a DCOMP quanto ao pretenso direito creditório do AC 2008. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 147 10 A contribuinte prestou informação equivocada, errônea, com inexatidão material, na DCOMP quanto à origem do crédito pleiteado, pois é diversa da constante da DIPJ. Ou seja: deveria ter informado origem do crédito utilizado a título de saldo negativo do AC 2008, e não o valor recolhido a título de antecipação do imposto por estimativa mensal do PA maio/2008. Observese, ainda, que a DCOMP foi apresentada no anocalendário seguinte ao recolhimento da estimativa mensal, e não no próprio anocalendário do recolhimento da antecipação do imposto por estimativa mensal, configurando mais um argumento plausível pela caracterização do erro de informação na DCOMP quanto à origem do crédito pleiteado, pois encerrado o anocalendário não há que se falar em restituição de pagamento de estimativa mensal, quando recolhida na forma da legislação de regência que é o caso, mas sim saldo negativo. Resta evidente que a informação prestada na DCOMP, quanto à origem do crédito, está em dissonância, em parte, com a DIPJ que trata da apuração do imposto e do pretenso crédito do imposto do anocalendário 2008 (declaração de ajuste anual), pois o pretenso crédito pleiteado do anocalendário 2008 restou apurado pela cobtribuinte a título de saldo negativo e não a título de pagamento indevido de estimativa mensal. Lembrese que a Súmula CARF nº 84 permite a restituição de estimativa mensal recolhida em excesso, a partir da data do respectivo recolhimento, no caso de erro de fato comprovado na apuração da base de cálculo da estimativa mensal (erro quanto à apuração com base na receita bruta ou com balancete de suspensão/redução), ou seja, recolhimento que extrapolou, em completa dissonância em relação à base de cálculo demonstrada na escrituração contábil/fiscal na forma da legislação de regência, que não é o caso, pois a contribuinte não alegou erro de fato na apuração do IRPJ – Estimativa Mensal que tivesse gerado recolhimento em excesso à revelia da base de cálculo de que trata a legislação de regência, mas apenas erro de informação na DCOMP quanto à origem do crédito pleiteado na DCOMP. Como demonstrado, restou configurada a existência do erro na informação do direito creditório no preenchimento da DCOMP objeto dos autos (inexatidão material quanto à origem do crédito utilizado/demandado), sendo então hipótese para retificação, correção da DCOMP, conforme art. 57 da IN SRF 460/2004 e IN ulteriores que tratam da matéria, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72. Reconhecido, caracterizado, o erro de fato no preenchimento da DCOMP (inexatidão material quanto à informação do direito creditório), deve ser afastado, por conseguinte, o óbice que impediu a decisão recorrida de enfrentar o mérito do crédito, sua liquidez e certeza, a título de saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008. Ou seja, o erro de fato no preenchimento dos dados do crédito na DCOMP, diversamente do entendimento da decisão recorrida, configura sim inexatidão material a que alude o art. 57 da IN SRF nº 460/2004, podendo ser corrigida de ofício pelo julgador, e IN seguintes que tratam da matéria, art. 147, § 2º, do CTN, e art. 32 do Decreto nº 70.235/72. Para evitar prejuízo ao contraditório e à ampla defesa e para evitar subtração de instância de julgamento quanto à análise de mérito do direito créditório – saldo negativo do IRPJ do anocalendário 2008, tornase necessário devolver os autos à primeira instância de julgamento, no caso à DRJ/Porto Alegre, para que proceda análise de mérito do direito creditório a título de saldo negativo do IRPJ. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 11080.930669/200948 Acórdão n.º 1802002.534 S1TE02 Fl. 148 11 Por tudo que foi exposto, voto para DAR provimento PARCIAL ao recurso, para afastar o óbice que impedira a decisão a quo de enfrentar o mérito do direito creditório a título de saldo negativo do imposto do anocalendário 2008, e determinar o retorno dos autos à DRJ/Porto Alegre para que enfrente, no mérito, a lide direito creditório a título de saldo negativo do imposto do anocalendário 2008. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 148DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por NEL SO KICHEL, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 15586.000742/2010-59
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007
PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA . DESCUMPRIMENTO.
Constitui infração deixar a empresa de arrecadar , mediante desconto das remunerações, as contribuições devidas de segurados empregados e de contribuinte individuais a seu serviço.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2403-002.769
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente.
Ivacir Julio de Souza - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari , Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues.
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1618; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T3 Fl. 2 1 1 S2C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15586.000742/201059 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2403002.769 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 09 de outubro de 2014 Matéria LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA Recorrente CENTRO EDUCACIONAL CASA DO ESTUDANTE LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA . DESCUMPRIMENTO. Constitui infração deixar a empresa de arrecadar , mediante desconto das remunerações, as contribuições devidas de segurados empregados e de contribuinte individuais a seu serviço. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente. Ivacir Julio de Souza Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari , Ivacir Julio de Souza, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elva e Daniele Souto Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 07 42 /2 01 0- 59 Fl. 182DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Relatório Tratase de crédito lançado pela fiscalização que de acordo com o Relatório Fiscal (fls.50), a empresa, reincidente, deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições de segurados empregados e de contribuinte individual transportador autônomo na forma da relação juntado nos autos, , infringindo os arts. 30, ,I, "a", da Lei n°, 8.212/91 e art. 4 , da Lei n 10.666/2003, c/c art. 216, I, "a" A multa foi aplicada na forma do Relatório às fls 01. DA IMPUGNAÇÃO As alegações de impugnação, que não lograram êxito na instância a quo, restam apresentadas às fls.87/95. DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A 10ª Turma da Delegacia da Receito Federal de Julgamento no Rio de Janeiro 1 ( RJ) DRJ/ RJ 1, em 05 de abril de 2011, exarou Acórdão de n° 1236.538 , fls.122, negando provimento. DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Irresignada a Recorrente interpôs Recurso Voluntário às. Fls.147, onde reitera as alegações que fizera em sede de impugnação. É o Relatório. Fl. 183DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15586.000742/201059 Acórdão n.º 2403002.769 S2C4T3 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Ivacir Júlio de Souza Relator DA TEMPESTIVIDADE O recurso é tempestivo. Aduz que reúne os pressuposto de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO Tratase de e matéria que na hipótese de contestação a autuada deva trazer prova inequívoca de que adimplira a obrigação. Aduz que reincidente, oportunizada a fazêlo , desde em sede de impugnação, não o fez. desse modo, por corroborar os argumentos da instância a quo , também nego provimento. CONCLUSÃO Conheço do recurso, para NO MÉRITO, NEGARLHE PROVIMENTO É como voto Ivacir Júlio de Souza Relator Fl. 184DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 16/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 11080.901361/2009-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 15 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/12/2000 a 31/12/2000
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-002.578
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Paticiparam da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Fábia Regina Freitas, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2000 a 31/12/2000 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Paticiparam da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Fábia Regina Freitas, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 90 13 61 /2 00 9- 95 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Relatório Por bem relatar os fatos adoto o relatório da DRJ de Porto Alegre, assim expresso: Trata o presente processo fiscal de manifestação do inconformidade contra Despacho Decisório emitido pela DRFB jurisdicionante relativo ao aproveitamento de indébito de Cofins mediante exame de declaração de compensação enviada em 01/02/2005 no qual não foi confirmada a existência do crédito informado, relativo ao período de apuração dezembro de 2000. A interessada por sua vez, contesta o Parecer alegando que ao fazer levantamento de importâncias pagas a título de Pis c Cofins conforme disposição da Lei 9.718/98, constatou valores pagos a maior, conforme seu entendimento e documentos que teriam sido apresentados no presente processo, contesta o conceito de receita bruta e a tributação sobre a totalidade das receitas, instituído pela lei acima referida. Afirma que houve tributação indevida sobre valores repassados a terceiros, que deveriam ter sido excluídos da base tributável com base no disposto no art. 3º, § 2, inciso III, da Lei 9.718/1998, o que teria gerado indébitos compensáveis. Também é alegado que houve burla à lei pela falta de regulamentação do dispositivo retrocitado, o que geraria majoração indevida do tributo. Pleiteia que seja reconhecido o efeito suspensivo ao crédito tributário declarado na DCOMP apresentada, tendo em vista a apresentação da presente manifestação de inconformidade. A DRJ de Porto Alegre julgou improcedente o referido pedido com base na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2000 a 31/12/2000 RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Direitos creditórios pleiteados via Declaração de Compensação Nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, essencial a comprovação da liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Apresenta a recorrente o presente Recurso Voluntário apontando os mesmos argumentos que os apontados na manifestação de inconformidade. É o que importa relatar. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.901361/200995 Acórdão n.º 3301002.578 S3C3T1 Fl. 74 3 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. No presente caso, apesar da contribuinte reiteradamente se manifestar acerca do seu direito creditório e ter sido avisada pela DRJ de que deveria comproválo, conforme consta no acórdão da Manifestação de Inconformidade, a mesma não apresentou nenhuma prova do seu direito. Prova conforme o velho e conhecido Aurélio Buarque de Holanda é aquilo que atesta a veracidade ou a autenticidade de alguma coisa; uma demonstração evidente e serve para demonstrar uma verdade, quer da Fazenda, quer da Contribuinte com relação aos fatos apresentados. Lembremonos que estamos diante de um pedido de compensação e que cabe ao contribuinte administrado apresentar as provas do seu direito creditório. Tratase de postulado do Código de Processo Civil, subsidiariamente aplicável ao PAF, vejamos: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Assim, na hipótese da compensação pleiteada, recairia sobre a interessada o ônus de provar a pretensão deduzida; provar que tinha o crédito para realizar a compensação declarada. Logo, seria imprescindível que provas e argumentos fossem carreados aos autos, no sentido de refutar o procedimento fiscal, e que essas provas se revestissem de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizar o que lhe foi imputado pelo fisco. Consignese que o artigo 170 da Lei n.º 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional) estabelece como requisito para compensação que o crédito seja líquido e certo. No caso em discussão, o direito creditório não se apresentou líquido e certo, pois a requerente não comprovou por meio de demonstrativos, da escrituração fiscal e dos lançamentos contábeis ou quaisquer outros documentos o valor de seu crédito. Nesse sentido voto por julgar improcedente o presente Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 75DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Fl. 76DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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