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Numero do processo: 10715.000173/2010-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 04/03/2006, 05/03/2006, 06/03/2006, 12/03/2006, 14/03/2006, 28/03/2006, 29/03/2006, 02/04/2006
REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. MATERIALIZAÇÃO DA INFRAÇÃO. IMPOSIÇÃO DA MULTA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
A partir da Lei nº 12.350/2010, que alterou o art. 102 do Decreto-Lei nº 37/66, a multa aplicável pelo descumprimento do prazo fixado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para o registro, no Siscomex, dos dados do embarque, pode ser elidida, desde que a omissão seja sanada antes do início de qualquer procedimento de fiscalização.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Tratando-se de penalidade cuja exigência se encontra pendente de julgamento, aplica-se a legislação superveniente que venha a beneficiar o contribuinte, em respeito ao princípio da retroatividade benigna. Precedentes da Câmara Superior de Recursos Fiscais.
Numero da decisão: 3201-001.717
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgamento. Vencidos os Conselheiros Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Joel Miyazaki, que negavam provimento ao recurso.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Joel Miyazaki - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto - Relator.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Daniel Mariz Gudiño - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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MATERIALIZAÇÃO DA INFRAÇÃO. IMPOSIÇÃO DA MULTA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A partir da Lei nº 12.350/2010, que alterou o art. 102 do DecretoLei nº 37/66, a multa aplicável pelo descumprimento do prazo fixado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para o registro, no Siscomex, dos dados do embarque, pode ser elidida, desde que a omissão seja sanada antes do início de qualquer procedimento de fiscalização. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tratandose de penalidade cuja exigência se encontra pendente de julgamento, aplicase a legislação superveniente que venha a beneficiar o contribuinte, em respeito ao princípio da retroatividade benigna. Precedentes da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgamento. Vencidos os Conselheiros Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Joel Miyazaki, que negavam provimento ao recurso. (ASSINADO DIGITALMENTE) Joel Miyazaki Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 01 73 /2 01 0- 13 Fl. 222DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 223 2 (ASSINADO DIGITALMENTE) Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudiño, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Relatório Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. O presente processo trata da exigência do valor de R$ 40.000,00 consubstanciada no auto de infração de fls. 01 a 09, referente à multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do Decretolei 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/03 e nas Instruções Normativas 28 e 510, expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil em 1994 e 2005, respectivamente. De acordo com a descrição dos fatos e enquadramento legal, a autuada não registrou no prazo os dados de embarque referentes aos transportes internacionais realizados em marco de 2006 no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro ALF/G1G, concernentes às cargas amparadas nas declarações de exportação DDE's listadas no demonstrativo "AUTO DE INFRAÇÃO n° 0717700/00/00007/10" (fl. 09), descumprindo, portanto, a obrigação acessória de que trata o artigo 37 da IN/SRF 28/94, alterado pelo artigo 1o da IN/SRF 510/05, uma vez que de acordo com o inciso II do artigo 39 da mencionada IN/SRF 28/94, considerase intempestivo o registro dos dados de embarque nos despachos de exportação efetuados pelo transportador em prazo superior a dois dias. Não se conformando com a exigência à qual foi intimada, a autuada apresentou impugnação às fls. 14 a 23, acompanhada dos documentos de fls. 24 a 178, para alegar, em síntese, que: a autoridade lançadora utilizou norma posterior à ocorrência dos fatos geradores para aplicar a multa ora impugnada; Fl. 223DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 224 3 a manutenção da cobrança da multa vai de encontro aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da isonomia, que devem ser observados pela Administração Pública, uma vez que a própria impugnante prestou todas as informações devidas e de forma espontânea; o vôo AV/086 foi devidamente informado no sistema Mantra antes da efetiva chegada da aeronave, logo as respectivas cargas e desconsolidações foram registradas dentro do prazo estabelecido na legislação de regência, mediante a confecção do Termo de Entrada; não obstante tenha efetuado tempestivamente todos os respectivos registros, sua averbação ocorreu efetivamente depois do prazo legal de dois dias, tendo em vista a ocorrência de problemas práticos quando da inserção dos dados no Siscomex, seja porque não obteve acesso imediato ao referido sistema, por se encontrar "fora do ar" no momento da inserção dos referidos dados, obrigandoa a diversas tentativas; ou porque houve a necessidade de respectivos dados serem retificados, ocasionando o atraso nas suas respectivas averbações; em diversos embarques de mercadorias, as informações (dados) foram inseridas tempestivamente no Siscomex no primeiro ou segundo dia útil subseqüente ao fim de semana, conforme referidos embarques tenham sido efetuados na quinta feira, sextafeira, sábado ou domingo da semana imediatamente anterior ou em curso; conforme acima verificado, o sistema constantemente apresenta irregularidades, razão pela qual se torna imperioso o cancelamento dos lançamentos constantes do Auto de Infração, porquanto, a impugnante não pode se responsabilizar por problemas e/ou falhas alheias a sua vontade, ainda mais que procedeu com todos os registros referentes aos embarques, dentro do prazo legal, sob pena de violar o ordenamento jurídico, notadamente, o princípio da razoabilidade, bem assim, aos demais princípios que norteiam os atos administrativos em geral, dandolhes legitimidade e validade; a manutenção dos presentes lançamentos também importará na violação ao princípio da isonomia, uma vez que estará a impugnante em situação de desvantagem em relação a demais empresas que efetuaram os registros e não enfrentaram os mesmos problemas existentes no sistema de registro de informações (Siscomex); pelo fato de nunca ter deixado de cumprir com suas obrigações principais e acessórias, notadamente as relacionadas à obrigatoriedade da realização dos referidos registros, a manutenção da penalidade, igualmente, viola o princípio da boa fé; ainda que os registros dos embarques constem no sistema com data posterior ao prazo de dois dias do embarque, tal circunstância não invalida o fato de que a impugnante Fl. 224DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 225 4 efetivamente os efetuou, razão pela qual não há falar em infrações cometidas, e tampouco, aplicar a multa do artigo 107, inciso IV, alínea "e", do Decretolei 37/66. Por todo exposto, requer seja acolhida a presente defesa e, por conseguinte, seja reconhecida a insubsistência das infrações lavradas, declarandose o cancelamento do Auto de Infração e, por conseguinte, desconstituído o crédito tributário apurado. Sobreveio decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC, que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 04/03/2006, 05/03/2006, 06/03/2006, 12/03/2006, 14/03/2006, 28/03/2006, 29/03/2006, 02/04/2006 INFRAÇÕES DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente. PROVA. ÔNUS. Alegação prestada pelo autuado, na fase impugnatória, constitui simples enunciação de fato dependente de prova, feita por meio regular, cujo ônus em produzila compete ao interessado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 04/03/2006, 05/03/2006, 06/03/2006, 12/03/2006, 14/03/2006, 28/03/2006, 29/03/2006, 02/04/2006 ARGUIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. Não compete às autoridades administrativas proceder à análise da constitucionalidade ou legalidade das normas tributárias que regem a matéria sob apreço, posto que essa atividade é de competência exclusiva do Poder Judiciário; logo resta incabível afastar sua aplicação, sob pena de responsabilidade funcional. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 04/03/2006, 05/03/2006, 06/03/2006, 12/03/2006, 14/03/2006, 28/03/2006, 29/03/2006, 02/04/2006 PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. DENUNCIA ESPONTÂNEA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. NATUREZA OBJETIVA DA INFRAÇÃO. O instituto da denúncia espontânea, não alcança as penalidades aplicadas em razão do descumprimento de obrigações Fl. 225DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 226 5 acessórias autônomas, como é o caso da informação dos dados de embarque de mercadoria destinada à exportação, prestada fora do prazo estabelecido normativamente pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, infração essa que tem natureza objetiva e cuja sanção colima disciplinar o cumprimento tempestivo da obrigação acessória por parte dos transportadores e seus representantes. DADOS DE EMBARQUE. INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR. A penalidade que comina a prestação intempestiva de informação referente aos dados de embarque de mercadorias destinadas à exportação é aplicada por viagem do veículo transportador. Inconformada com a decisão, apresentou a recorrente, tempestivamente, o presente recurso voluntário. Na oportunidade, reiterou os argumentos colacionados em sua defesa inaugural. É o relatório Voto Vencido Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A recorrente foi autuada por ter prestado informações referentes a embarques aéreos de mercadorias após ultrapassado o prazo de dois dias previsto pelo caput do art. 37 da Instrução Normativa SRF n° 28/94, com a redação dada pela Instrução Normativa SRF nº 510/2005: Art. 37. O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque. A prática desta conduta sujeitou a contribuinte à multa prevista no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei n° 37/1966, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833/2003: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: [...] IV – de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): [...] Fl. 226DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 227 6 e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; (grifo nosso) O dispositivo estabelece para o transportador a obrigação de prestar à RFB, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre carga transportada em veículo de transporte de carga internacional, sendo que o descumprimento desta obrigação sujeita o infrator a multa no valor de R$ 5.000,00. Da planilha anexa ao auto de infração de fls. 9 extraise que a recorrente, de fato, apresentou as informações referentes às cargas transportadas objeto do lançamento após transcorrido o prazo de dois dias contados da data de realização do embarque, configurando a conduta prescrita na norma supracitada. A contribuinte afirma, contudo, que parte das infrações foram praticadas à luz de uma legislação que não especificava o prazo para a apresentação destas informações, de forma que, à época em que praticou os atos, na existiria previsão de penalidade. Em atenção ao alegado, transcrevese o previsto no artigo 37 da Instrução Normativa SRF nº 28, de 27/4/1994, em sua redação original: Art. 37. Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes, no SISCOMEX, com base nos documentos por ele emitidos. (grifo nosso) Este artigo foi modificado pela Instrução Normativa SRF nº 510, de 14/02/05, estabelecendo que o registro no Siscomex referente aos dados das mercadorias deveria ser feito no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque. Posteriormente, em 13/12/2010, a redação do artigo 37 da IN SRF nº 28/1994 foi novamente modificada, desta vez pela IN RFB nº 1.096/2010, passando a vigorar nestes termos: Art. 37. O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de 7 (sete) dias, contados da data da realização do embarque. (grifo nosso) Do exposto, constatase que a RFB, em três oportunidades, alterou o prazo em comento, conforme demonstrado na tabela abaixo: Instrução Normativa Data de Publicação Prazo IN SRF nº 28/1994 28/04/1994 Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria IN SRF nº 510/2005 15/2/2005 Dois dias, contado da data da realização do embarque Fl. 227DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 228 7 IN RFB nº 1.096/2010 14/12/2010 Sete dias, contados da data da realização do embarque A presente autuação tem por objeto condutas praticadas entre 04/03/2006 a 02/04/2006, já na vigência do prazo estabelecido pela IN SRF nº 510/2005, qual seja de dois dias, contado da data da realização do embarque. Desta forma, os argumentos da recorrente a respeito da falta de definição do prazo para a apresentação de informações mostrase sem sentido. Em relação à forma de contagem do prazo, o CTN, em seu artigo 210, estabelece que os prazos são contínuos, excluindose na sua contagem o dia de início e incluindose o de vencimento, bem como estes só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato: Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia de início e incluindose o de vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Por fim, esclarecese que o comando legal trata apenas uma única infração, qual seja não prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Assim, a multa é aplicada em relação a cada viagem efetuada pelo veículo transportador, e não por cada manifesto de carga apresentado. Retornando ao caso concreto, em análise dos autos, constatase que a autuação foi efetuada em conformidade com a legislação da matéria, não se verificando nenhum vício no procedimento fiscal. A recorrente sustenta que as informações do Siscomex seriam inconsistentes bem como o sistema estaria indisponível, impedindo a realização do ato. Observase, contudo, que a recorrente não carreou aos autos nenhum documento capaz de comprovar que, efetivamente, tenha sido impossibilitada de utilizar o sistema no prazo previsto para a prestação de informações que originaram a autuação, ou que as informações referentes aos fatos em julgamento estariam incorretas. Por fim, em relação à alegação que a autuação viola os princípios da razoabilidade, isonomia e boafé, já foi esclarecido que a exigência tem embasamento na legislação tributária, sendo que a única forma possível de cancelar o auto de infração seria declarando a inconstitucionalidade dos dispositivos legais. Este Colegiado, contudo, não possui competência para se pronunciar sobre matéria constitucional conforme determinação da Súmula n° 2 do CARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 228DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 229 8 A recorrente alega ainda que, como a IN RFB nº 1.096/2010 ampliou o prazo para a prestação das informações para sete dias, contados da data do embarque da mercadoria, a conduta vedada teria sido modificada, restando configurada a infração apenas às situações em que o registro no Siscomex dos dados de embarque da mercadoria for efetuado após ultrapassado o prazo de sete dias contados da data do embarque. Desta forma, entende ser aplicável à lide a lei mais benéfica. A alegação de recorrente, que pleiteia a aplicação retroativa de lei mais benéfica, pode ser analisada em conjunto com a questão referente à aplicação da denúncia espontânea da infração. No tocante à verificação, de ofício, da ocorrência de denúncia espontânea no caso em análise, à época dos fatos que ensejaram a autuação vigia o artigo 102 do DecretoLei nº 37/66 com a seguinte redação: Art.102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2º A denúncia espontânea exclui somente as penalidades de natureza tributária. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) (grifo nosso) O parágrafo 2º deste artigo é claro ao restringir o instituto da denúncia espontânea a penalidades de natureza tributária, não abarcando as multas administrativas, como a imposta no presente processo. A Lei nº 12.350/2010, contudo, alterou o § 2º do artigo 102 do DecretoLei nº 37/66, que passou a ter a seguinte redação: Art. 102 [...] § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) (grifo nosso) Constatase, de pronto, que após a edição pela Lei nº 12.350/10, o Decreto Lei nº 37/66 passou a prever a aplicação da denuncia espontânea também em relação às penalidades administrativas. Fl. 229DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 230 9 Mostrase necessário, para a definição da lide, verificar se este novo dispositivo legal, por ser mais favorável a recorrente, pode ser aplicado em relação a fatos pretéritos, ou, em outras palavras, se é possível a aplicação retroativa de lei mais benéfica no julgamento de multas de natureza administrativa. Neste ponto, é relevante trazer a lume a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. O STJ, em julgamento de Recurso Especial submetido à sistemática prevista no art. 543C do CPC (REsp 1.105.442/RJ), pacificou entendimento no sentido de ser de cinco anos o prazo prescricional para o ajuizamento da execução fiscal de cobrança de multa de natureza administrativa, contado do momento em que se torna exigível o crédito, conforme previsto no artigo 1º do Decreto nº 20.910/32. Neste julgado, partiuse da premissa de que as multas administrativas não correspondem a crédito de natureza tributária, mas sim a uma relação jurídica de direito público. Como consequência, são regidas pelas normas de direito administrativo, e não pelo CTN ou pelo Código Civil. Transcrevese excerto do voto do relator, Min. Hamilton Carvalhido, que explicita o entendimento: [...] Isso estabelecido, a Administração Pública, por força de sua natureza e função, observado o due process of law, tem o dever poder de intervir no direito de liberdade e de propriedade dos administrados, por meio do denominado "poder de polícia". Para o exercício da polícia administrativa, dispõe a Administração Pública de normas e atos administrativos, gerais e específicos, visando à concretude desse poder, assim definido por Celso Antonio Bandeira de Mello: “Para caracterizar este setor de atividade estatal, compreensivo tanto das leis que delineiam o âmbito da liberdade e da propriedade (isto é, que dimensionam tais direitos) quanto dos atos administrativos que lhes dão execução, usase (e no passado usavase muito mais que hoje) a equívoca expressão ‘poder de polícia’. (...) O certo é que, embora nos pareça uma terminologia indesejável, ela persiste largamente utilizada entre nós, não se podendo, então, simplesmente desconhecêla. Daí por que continuaremos a nos servir dela e trataremos do tema sob esta mesma rubrica, registrando, entretanto e desde logo, um importante aclaramento. A saber: usaremos a expressão ‘poder de polícia’ quando estivermos nos referindo tanto às leis condicionadoras da liberdade e da propriedade quanto aos atos administrativos pelos quais se procede a suas concreções. Servirnosemos da expressão ‘polícia administrativa’ quando reportados tãosó a comportamentos administrativos. É a esta dualidade que Fl. 230DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 231 10 correspondem os sentidos amplo e estrito da locução ‘poder de polícia’. (...) A expressão ‘poder de polícia’ pode ser tomada em sentido mais restrito, relacionandose unicamente com as intervenções mais gerais e abstratas, como os regulamentos, quer concretas e específicas (tais as autorizações, licenças, as injunções), do Poder Executivo destinadas a alcançar o mesmo fim de prevenir e obstar ao desenvolvimento de atividades particulares contrastantes com os interesses sociais. Esta acepção mais limitada responde à noção de polícia administrativa." (in Curso de Direito Administrativo, 26a ed., São Paulo: Malheiros, 2009, págs. 814/815). Acerca do prazo para o exercício desse poder de polícia, doutrina e jurisprudência são uniformes na submissão do poder do Estado ao tempo, em obséquio da segurança jurídica, um dos fins colimados pelo Direito, eis que, como anota Hely Lopes Meirelles, citando J. J. Canotilho, "A segurança jurídica é geralmente caracterizada como uma das vigas mestras do Estado de Direito. É ela, ao lado da legalidade, um dos princípios integradores do próprio conceito de Estado de Direito." (in Direito Administrativo Brasileiro, 26ª edição, Editora Malheiros, pág. 90). No sistema de direito positivo brasileiro, contudo, o poder de polícia não se mostrou, anteriormente, submetido a prazos, estabelecendose apenas prazos prescricionais em favor da União, Estados e Municípios, como é da letra do Decreto nº 20.910/32, que "Regula a prescrição quinquenal". Com efeito, falta previsão legal específica, aplicável à espécie. É que não tem incidência o artigo 174 do Código Tributário Nacional, já que não se cuida de crédito de natureza tributária, tampouco as regras de prescrição do Código Civil, uma vez que também não se trata de relação jurídica de direito privado, mas, sim, de relação jurídica de direito público, regendose, por força mesmo da natureza das coisas, pelas normas de Direito Administrativo, já que se cuida de crédito de natureza evidentemente administrativa, oriundo do exercício do poder de polícia do Estado. [...] Este entendimento, de que as multas de natureza administrativa são regidas exclusivamente por normas de Direito Administrativo, tem pautado as demais decisões do STJ sobre a matéria, inclusive em relação a aplicação retroativa de leis. O Superior Tribunal de Justiça, reiteradamente, tem decidido pela impossibilidade de retroação da lei mais benigna, por falta de previsão legal específica. Afirmando vigorar o princípio da irretroatividade da lei, define que, em relação a multas de natureza administrativa, deve ser aplicada a lei vigente à época do cometimento da infração. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 232 11 Tais decisões tem por fundamento, novamente, o fato da sanção pecuniária ter sido imposta pelo Poder de Polícia do Estado, decorrente do descumprimento de normas de natureza administrativa – direito público. Como consequência, não se submete a disciplina do CTN ou mesmo do Código Penal, que permitem a aplicação retroativa da lei mais benéfica. Neste sentido, colecionase abaixo ementas de julgados do STJ: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. PODER DE POLÍCIA. SUNAB. APLICAÇÃO DE MULTA. RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA. APLICAÇÃO POR ANALOGIA DE REGRAS DOS DIREITOS TRIBUTÁRIO E PENAL. IMPOSSIBILIDADE. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. ARGUMENTO CONSTITUCIONAL DA ORIGEM. RECURSO ESPECIAL VIA INADEQUADA. 1. Em primeiro lugar, a controvérsia foi decidida pela origem com fundamento constitucional (princípio da irretroatividade das leis art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição da República vigente), motivo pelo qual a competência para apreciar e julgar eventual irresignação é do Supremo Tribunal Federal e o recurso especial é via inadequada para tanto. Precedente. 2. Em segundo lugar, não são aplicáveis à espécie dispositivos do Código Tributário Nacional e do Código Penal porque, embora o especial tenha sido interposto nos autos de execução fiscal, a multa imposta decorre do exercício do poder de polícia pela Administração Pública infração administrativa. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 761.191/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/05/2009) (grifo nosso) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL – RECURSO ESPECIAL – CONSÓRCIOS – FUNCIONAMENTO SEM AUTORIZAÇÃO – MULTA ADMINISTRATIVA – PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA IMPOSSIBILIDADE – AUSÊNCIA DE PERTINÊNCIA TEMÁTICA DOS DISPOSITIVOS – FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL – REEXAME DE PROVAS: SÚMULA 7/STJ. 1. Inaplicável a disciplina jurídica do Código Tributário Nacional, referente à retroatividade de lei mais benéfica (art. 106 do CTN), às multas de natureza administrativa. Precedentes do STJ. 2. Não se conhece do recurso especial, no tocante aos dispositivos que não possuem pertinência temática com o fundamento do acórdão recorrido, nem tem comando para infirmar o acórdão recorrido. Fl. 232DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 233 12 3. Inviável a reforma de acórdão, em recurso especial, quanto a fundamento nitidamente constitucional (caráter confiscatório da multa administrativa). 4. É inadmissível o recurso especial se a análise da pretensão da recorrente demanda o reexame de provas. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e provido. (REsp 1.176.900/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/12/2010) (grifo nosso) Dito isto, tendo em vista a propriedade e a clareza das decisões do STJ, as quais adoto como fundamento deste voto, concluo que, em se tratando de multa proveniente do descumprimento de normas de natureza administrativa, a aplicação da penalidade regese pelas normas de Direito Administrativo, afastandose a disciplina jurídica do CTN. Desta forma, diante do princípio da irretroatividade da lei, e da inexistência de norma prevendo a retroatividade de lei mais benéfica, resta inaplicável a infração em julgamento a regra prevista pela Lei nº 12.350/2010, que alterou o § 2º do artigo 102 do DecretoLei nº 37/66. Pelos mesmos motivos, inaplicável as infrações em julgamento as regras estabelecidas pela IN RFB nº 1.096/2010, que ampliou o prazo para a prestação das informações para sete dias, contados da data do embarque da mercadoria. Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (ASSINADO DIGITALMENTE) Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Voto Vencedor Conselheiro Daniel Mariz Gudiño A despeito do brilhantismo do voto do i. Relator, dele ouso discordar pelos fundamentos abaixo. O cerne da disputa consiste em saber se a Recorrente poderia sofrer a penalidade aplicada pela fiscalização em função do descumprimento do prazo previsto na Instrução Normativa SRF nº 28, de 1994, para prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada. Com efeito, a penalidade aplicada à Recorrente está fundamentada no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37 de 1966, com redação dada pela Lei nº 10.833 de 2003, que assim dispõe: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: [...] Fl. 233DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 234 13 IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) [...] e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e [...] A Recorrente não contesta o atraso na informação, logo, dado o caráter objetivo da infração, entendo que não há dúvidas quanto ao cabimento da penalidade. Quanto ao argumento da denúncia espontânea, é interessante notar que o art. 102, § 2º, do DecretoLei nº 37 de 1966, com redação dada pela Lei nº 12.350 de 2010, passou a prever a possibilidade de exclusão de multa administrativa decorrente de descumprimento de obrigação aduaneira. Confirase: Art.102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) [...] § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010) Interessante notar também que a atual redação do dispositivo em comento excepciona a regra da denúncia espontânea somente para casos em que pena aplicável é o perdimento de mercadorias. Há inclusive jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aplicando o referido dispositivo, a saber: MULTA ADMINISTRATIVA. ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO RELATIVA A NAVIO OU A MERCADORIAS NELE EMBARCADAS. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.. POSSIBILIDADE. ART. 102, §2º DO DECRETOLEI Nº 37/66, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI N° 12.350, DE 20/12/2010. APLICAÇÃO RETROATIVA. Uma vez satisfeitos os requisitos ensejadores da denúncia espontânea deve a punibilidade ser excluída, considerando que a natureza da penalidade é administrativa, aplicada no exercício do poder de polícia no âmbito aduaneiro., em face da incidência do art. 102, §2º, do DecretoLei nº 37/66, cuja alteração trazida pela Lei n° 12.350/2010, passou a contemplar o instituto da denúncia espontânea para as obrigações administrativas. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 235 14 (Acórdão nº 3101000.997, Rel. Cons. Luiz Roberto Domingo, Sessão de 25/01/2012) No caso concreto, o auto de infração foi lavrado em 12/01/2010 (efl. 2) e a Recorrente informou os dados de embarque no Siscomex pouco depois das datas de embarque (efl. 9). Logo, assiste razão à Recorrente no tocante ao não cabimento da multa apesar do caráter objetivo da conduta prevista no art. 37 da Instrução Normativa SRF nº 28 de 1994 e da hipótese de aplicação da penalidade prevista no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37 de 1966. Desse modo, fazse necessário observar o disposto no art. 106, II, “a”, do Código Tributário Nacional e aplicar a retroatividade benigna para contemplar a situação vivenciada pela Recorrente. Sobre o assunto, a Câmara Superior deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já se pronunciou. Confirase: DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tratandose de penalidade cuja exigência se encontra pendente de julgamento, aplicase a legislação superveniente que venha a beneficiar o contribuinte, em respeito ao princípio da retroatividade benigna. (Acórdão nº 910100344, Cons. Rel. Valmir Sandri, Sessão de 24/08/2009) E nem se diga que o julgamento do Recurso Especial nº 1.105.442/RJ, submetido à sistemática prevista no art. 543C do Código de Processo Civil, vincularia os membros do CARF no caso concreto, pois a situação fática analisada pelo Superior Tribunal de Justiça naquela oportunidade foi totalmente diversa da situação fática ora examinada. Lá se julgou o prazo prescricional para o ajuizamento da execução fiscal de cobrança de multa de natureza administrativa, ao passo que aqui se está a julgar a aplicação do princípio da retroatividade benigna à regra da denúncia espontânea, que passou a alcançar as multas administrativas de origem aduaneira. Convém registrar que a doutrina dos precedentes – traduzida no ordenamento jurídico pátrio contemporâneo por meio de súmulas vinculantes, recursos de repercussão geral e recursos repetitivos – tem origem na doutrina do stare decisis, do direito inglês e norte americano. Essa doutrina prevê claramente a possibilidade de superação de precedentes quando as circunstâncias assim exigem. Essa superação se aperfeiçoa por meio do distinguishing (distinção) ou do overruling (revogação). O caso concreto tratase de um caso clássico de distinguishing, pois as circunstâncias de fato do precedente (REsp. nº 1.105.442/RJ) são diferentes daquelas apreciadas no julgamento em curso. Daí porque a ratio decidendi do precedente NÃO vincula os julgadores que analisam o caso presente. Para melhor abordar essa questão, fazse pertinente a transcrição da lição de Estefânia Maria Queiroz Barboza (In Precedentes judiciais e segurança jurídica: fundamentos e possibilidades para a jurisdição constitucional brasileira. São Paulo, Saraiva, 2014, pp. 227/228): Distinguishing é o procedimento dos juízes quando no processo de decisão eles distinguem entre um caso e outro. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 236 15 A distinção de um caso é fundamentalmente diferenciar a ratio decidendi da obter dicta – separandose os fatos que são materialmente relevantes daqueles que são irrelevantes para a decisão. A distinção entre um caso e outro é a primeira e primordialmente uma questão de se mostrar diferenças entre o caso antecedente e o caso atual, demonstrandose que a ratio do precedente não se aplica satisfatoriamente ao caso em questão. [...] Os juízes distinguem um caso não porque é inerente ao seu papel de lawmaking, mas porque entendem que a adoção do precedente não é o resultado mais correto ao caso atual, que possui fatos materiais distintos dos da decisão precedente. A distinção entre precedentes também pode, segundo Duxbury, significar a criação de uma nova norma, especialmente quando, partindose de um precedente, o Tribunal concluir que determinada decisão depende da presença de um maior conjunto de fatos materiais. Citase, a título ilustrativo, o seguinte exemplo: Se a Corte decidiu em Black v. Black que X deveria ser o resultado quando se têm os fatos A, B e C, então se A, B e C são os fatos relevantes de White v, White, nós podemos esperar que o resultado seja X. Mas imagine que em Grey v. Grey a Corte distinga Black v. Black ao decidir que X deve ser o resultado quando A, B, C e E acontecem. Se em Grey v. Grey, A, B, C mas não E estão presentes, então X não vai ser o resultado, apesar da presença dos fatos relevantes que o levaram a ser o resultado no caso anterior. Ao adicionar as condições necessárias para X, a Corte, em Grey v. Grey alterou a norma: a ratio decidendi de Grey v. Grey é mais restrita – vai ser aplicada em um menor número de casos, já que exige a presença de mais fatos relevantes – do que a de Black v. Black. Nesse viés, a ratio do novo caso exige condições presentes na ratio do caso precedente, mas não vai ser aplicada, salvo se alguma nova condição ou conjunto de condições estiver também presente. É de se ressaltar que a doutrina do stare decisis não é um requisito constitucional ou legal nem nos Estados Unidos, nem na Inglaterra, mas uma imposição que os próprios Tribunais assumem, como uma forma de proteger o sistema judicial de eventuais injustiças ou instabilidade. Não há, pois, violação às normas regimentais no caso presente. Diante de todo o exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso voluntário, exonerando o crédito tributário integralmente. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño – Redator Designado Fl. 236DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 10715.000173/201013 Acórdão n.º 3201001.717 S3C2T1 Fl. 237 16 Fl. 237DF CARF MF Impresso em 20/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 27/09/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalment e em 30/09/2014 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
score : 1.0
Numero do processo: 10510.904220/2009-54
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 13/06/2003
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO ATRAVÉS DE DILIGÊNCIA .
Realizada diligência em que se demonstrou haver crédito suficiente para quitação de débitos indicados em compensação, deve ser dado provimento ao Recurso Voluntário.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3801-004.312
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Maria Ines Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO ATRAVÉS DE DILIGÊNCIA . Realizada diligência em que se demonstrou haver crédito suficiente para quitação de débitos indicados em compensação, deve ser dado provimento ao Recurso Voluntário. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 90 42 20 /2 00 9- 54 Fl. 88DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 27 /10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Maria Ines Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ em Salvador (BA), abaixo transcrito: A interessada transmitiu em 21/08/2007 o PERDCOMP eletrônico 18441.30632.210807.1.3.041594 visando utilizar parte do DARF relativo ao tributo de código de receita 8109, período de apuração referente a maio/2003, no valor total de R$22.208,12, na compensação de débitos declarados, totalizando R$13.142,86. A DRF/Aracaju emitiu Despacho Decisório eletrônico (fl.05) não homologando a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento fora integralmente utilizado na quitação de débito da contribuinte, não restando assim crédito disponível para a compensação. Irresignada, a contribuinte apresenta Manifestação de Inconformidade (fls.07/08) alegando que o débito correto do tributo recolhido indevidamente era zero. Contudo, alega que deveria ter feito à época a DCTF retificadora para indicar o valor correto do débito do PIS, tendo efetuado a retificação da DIPJ Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica do ano calendário de 2003, entregue em 05/06/2007. E, assim, considerandose o recolhimento efetuado no vencimento, há um crédito no valor de R$22.208,12, sendo passível de utilização no PER/DCOMP, ora em litígio, o valor de R$10.210,95, devendosehomologar as compensações declaradas.” Analisando o litígio, a DRJSalvador/ BA entendeu por bem indeferir a Manifestação de Inconformidade e não homologar a compensação declarada (fls. 22), conforme ementa abaixo transcrita: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 13/06/2003 Ementa: COMPENSAÇÃO. DISPONIBILIDADE DO CRÉDITO. Não cabe reparo a despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem o crédito estava integralmente alocado para a quitação de débito confessado. Acórdão Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Às fls. consta recurso voluntário apresentado tempestivamente, no qual a empresa traz as seguintes alegações, em síntese: Fl. 89DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 27 /10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10510.904220/200954 Acórdão n.º 3801004.312 S3TE01 Fl. 12 3 • Decadência do direito do fisco de cobrar os débitos objeto do pedido de compensação; • O erro de preenchimento da DCTF, que foi posteriormente retificada, não pode ensejar na ausência de reconhecimento do pagamento indevido ou maior realizado pelo contribuinte;. Em julgamento realizado por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, após ter sido indeferido o pedido de diligência, bem como ter sido afastado o reconhecimento da decadência alegada pelo contribuinte, foi determinada a realização de diligência, para que, basicamente, fosse apurado se “os valores dos créditos indicados pelo Recorrente em sua compensação não foram utilizados para o pagamento de outros tributos”; tendo em vista as retificações das declarações realizadas pelo próprio contribuinte. Realizada a diligência, os autos retornaram a este Conselho para julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora. Os requisitos para admissibilidade e julgamento do voluntário já foram analisados quando da seção de julgamento que determinou a realização de diligência como relatado acima. Portanto, dele conheço. Em cumprimento à determinação deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a DRJ de Aracaju realizou diligência, analisando as declarações e comprovantes de pagamentos dos tributos realizados pelo Recorrente, chegando à seguinte conclusão: Do exposto, considerando a retificação promovida pelo contribuinte em DIPJ, a qual não resultou em valor devido do PIS do mês 05/2003, verificase que, segundo as informações constantes dos Sistemas da RFB, os valores dos créditos indicados pelo contribuinte relativos ao pagamento de PIS do mês 05/2003, no valor total de R$ 22.208,12, somente foram utilizados nas Declarações de Compensação nºs 37265.85739.210807.1.3.048312, 18441.30632.210807.1.3.041594 e 11907.74700.200907.1.3.042705, sendo tal valor suficiente pra extinção dos débitos compensados, de acordo com o demonstrativo anexo às fls. 76/79. Assim, não há que se alongar no presente julgamento. A própria Delegacia da Receita Federal do Brasil reconheceu que os créditos do Recorrente, constituídos após as retificações das declarações por ele realizadas, são suficientes para a extinção do débito indicado no pedido de compensação. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 27 /10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 Por tudo, conheço do Recurso Voluntário e a ele dou provimento, para reformar o acórdão recorrido, declarando como homologada a compensação realizada pelo Recorrente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator Fl. 91DF CARF MF Impresso em 29/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 22/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 27 /10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10920.909600/2012-59
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/09/2004 a 30/09/2004
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO.
Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.
A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.751
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/09/2004 a 30/09/2004 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal. Recurso Voluntário Negado
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DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 96 00 /2 01 2- 59 Fl. 50DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909600/201259 Acórdão n.º 3801002.751 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório O processo iniciouse com Pedido de RestituiçãoPER, apresentado pela contribuinte, ora recorrente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinvile, SC, indeferiu o pedido, com fundamento em que o valor recolhido por DARF, indicado como origem do crédito contra a Fazenda Nacional, havia sido integralmente utilizado para pagamento de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição solicitada. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, aduzindo que os créditos pleiteados referirseiam a pagamentos a maior da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, decorrentes da inclusão do ICMS na base de cálculo destas contribuições. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cujo acórdão possui a seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2006 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. REQUISITO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição, devendo restar comprovado o efetivo pagamento indevido ou a maior que o devido.” Fl. 51DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909600/201259 Acórdão n.º 3801002.751 S3TE01 Fl. 4 3 Ciente da decisão, a contribuinte interpôs recurso voluntário no qual assevera que não há previsão legal para exigir a retificação de DCTF como condição para a restituição e pede que seja afastada esta exigência e enfrentados os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Afirma ser indevida a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição, mas não apresenta argumentos que sustentem esta afirmação. Não há nos autos nenhum documento ou livro fiscal ou contábil nem DCTF retificadora. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade para julgamento nesta turma especial. Sobre a nulidade da decisão de primeira instância. No acórdão recorrido, a DRJ/Florianópolis decidiu com base no entendimento de que se não foi retificada a DCTF, não ficou comprovado pagamento indevido ou a maior, logo, não há que se falar em crédito líquido e certo e, por isso, correto o indeferimento do pedido de restituição. Está claro, desde o despacho decisório, que a contribuinte não comprovou existência de pagamento indevido ou a maior, pois o pagamento informado no pedido de restituição referiuse a tributo lançado em DCTF não retificada, logo, tributo devido. Não apresentadas provas em contrário, os valores informados na DCTF devem ser considerados verdadeiros. Tal entendimento é semelhante ao que justifica a decisão proposta neste voto, conforme se vê adiante. No voto condutor do acórdão da unidade de primeira instância, afirmouse que apenas com a retificação da DCTF a contribuinte teria crédito contra a Fazenda e que a retificação somente produziria efeitos em relação a pedido de restituição apresentado posteriormente a ela. Apesar de este entendimento divergir do que entendem várias turmas do CARF, que admitem que a retificação da DCTF pode surtir efeitos em relação a pedidos de restituição anteriores à sua transmissão, não se pode assentar que a decisão da DRJ possa ser anulada. Ainda que se entenda prescindível a retificação da DCTF, o fundamento de que o pagamento indevido ou a maior não foi comprovado persiste e é suficiente para manter o Fl. 52DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909600/201259 Acórdão n.º 3801002.751 S3TE01 Fl. 5 4 indeferimento do pedido de restituição, de modo que o despacho decisório e a decisão recorrida estão fundamentados e permitiram à contribuinte o contraditório e a ampla defesa. Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza O processo se iniciou com pedido de restituição da contribuinte, no qual informou ter realizado pagamento indevido ou a maior de PI/Pasep. A RFB, baseandose em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pela própria contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar débito da contribuinte, referente a tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984, é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando crédito disponível a ser restituído. Com base nisto, o pedido foi indeferido. O fundamento legal está expresso em seu quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL”, no qual consta o artigo 165 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN). Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum. Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte tem direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; reforma, anulação revogação ou rescisão de decisão condenatória. Caberia à interessada provar o direito à restituição, à luz do art. 333 do Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito. Até o momento do protocolo do recurso voluntário, a contribuinte não apresentou documentos que comprovassem erro na DCTF, nem comprovou ocorrência de alguma das hipóteses previstas no art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, que permitiriam apresentação destes documentos em momento posterior. Cito. “Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (...) §4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: Fl. 53DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909600/201259 Acórdão n.º 3801002.751 S3TE01 Fl. 6 5 a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” Ao contrário da decisão recorrida, várias decisões proferidas pelo CARF admitiram a retificação de DCTF posterior à ciência do despacho decisório. Porém, no âmbito desta turma, esta admissão ocorre somente quando a DCTF retificadora é acompanhada da prova de erro na DCTF retificada, por meio da escrituração e dos documentos fiscais e contábeis. Apenas assim se pode afirmar que o crédito pleiteado existe e é dotado de certeza e liquidez. Vejase a ementa do acórdão 380100.190, de 22/05/2012, relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes, em que se assentou que a contribuinte deveria comprovar a origem do direito de crédito: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. A simples retificação de DCTF não é elemento de prova suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO. A compensação não pode ser homologada quando o sujeito passivo não comprova a origem de seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado.” Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo entendimento os Acórdãos 3802001.290, de 25/09/2012, relatado pelo Conselheiro José Fernandes do Nascimento, e 3802001.593, de 27/02/2013, relatado pelo Conselheiro Francisco José Barroso Rios, cujas ementas, com grifos meus, são as seguintes: Acórdão nº 3802001.290: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Fl. 54DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909600/201259 Acórdão n.º 3801002.751 S3TE01 Fl. 7 6 Na ausência da comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado no procedimento compensatório, deve ser mantida a decisão recorrida que não homologou a compensação declarada pelo mesmo motivo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação de inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado.. Acórdão nº 3802001.593: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/09/2004 COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO Fl. 55DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909600/201259 Acórdão n.º 3801002.751 S3TE01 Fl. 8 7 DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento.” A 2ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento tem o mesmo entendimento, conforme se vê no acórdão nº. 3402001.668, de 15/02/2012, cuja ementa é: “Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE Data do fato gerador: 15/07/2005 NULIDADE POR FALTA DE FUNDAMENTO LEGAL. Em sendo verificado que tanto o ato de indeferimento da compensação quanto a decisão recorrida apresentam os fundamentos legais que sustentam a prolação do ato administrativo, não ocasionando cerceamento do direito de defesa do contribuinte, não há que se decretar a nulidade da decisão administrativa. Igualmente não incorre em nulidade a decisão que deixa de intimar o contribuinte a apresentar seus próprios documentos contábeis e fiscais para comprovar fato que sustenta seu direito ao indébito tributário. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. PROVA DA EXISTÊNCIA, SUFICIÊNCIA E LEGITIMIDADE DO CRÉDITO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Não se homologa a compensação pleiteada pelo contribuinte quando este deixa de produzir prova, através de meios idôneos e capazes, de que o pagamento legitimador do crédito utilizado na compensação tenha sido efetuado indevidamente ou em valor maior que o devido, não bastando a retificação da DCTF como prova do suposto indébito.” O direito de crédito deve ser provado e apenas créditos líquidos e certos podem ser compensados. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.909600/201259 Acórdão n.º 3801002.751 S3TE01 Fl. 9 8 Isto vale tanto para compensação com débitos do contribuinte quanto para restituição de pagamento de tributo indevido ou maior que o devido. Não é possível restituir valor referente a pagamento de tributo indevido ou maior que devido se este valor não é líquido e certo. No presente caso, não há prova de que houve pagamento indevido, nem de que o direito de crédito alegado equivale à incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre valores de ICMS. Por isso, não é necessário discutir a questão de mérito sobre a incidência da contribuição social sobre valores pagos a título de ICMS. Conclusão Pelo exposto, tendo em vista não ter sido provado pagamento de tributo indevido ou maior que o devido, com fundamento nos artigos 165 do CTN e 333 do CPC, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose o despacho decisório que não reconheceu o direito de crédito e indeferiu o pedido de restituição. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator Fl. 57DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001950/2007-55
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 27 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2202-000.593
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ELIZETE MORAES RIBEIRO DINIZ
RESOLVEM os Membros da 2ª. Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Antonio Lopo Martinez Presidente e Relator
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez, Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes (Suplente Convocado), Jimir Doniak Junior (Suplente Convocado).
Nome do relator: Não se aplica
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Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Presidente e Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez, Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes (Suplente Convocado), Jimir Doniak Junior (Suplente Convocado). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 84 71 .0 01 95 0/ 20 07 -5 5 Fl. 241DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 18471.001950/200755 Resolução nº 2202000.593 S2C2T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Em desfavor do contribuinte, ELIZETE MORAES RIBEIRO DINIZ, foi lavrado o Auto de Infração referente ao anocalendário de 2002, exercício de 2003, consubstanciado no Auto de Infração às fls. 104 a 123. 2 O valor lançado inclui imposto suplementar de R$1.047.783,23, multa proporcional de R$785.837,42, multa exigida isoladamente, no valor de R$397,80, e acréscimos moratórios cabíveis. 3 A descrição dos fatos e o enquadramento legal encontramse detalhados no Auto de Infração e Termo de Verificação Fiscal às fls.110 a 119, versando sobre as seguintes infrações: o 001 DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA; o 002 — MULTAS ISOLADAS. MULTA ISOLADA — FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPF DEVIDO A TÍTULO DE CARNÊLEÃO NO ANOCALENDÁRIO DE 2002.. Cientificado do Auto de Infração em 05/12/2007 (fl. 104), a contribuinte protocolizou impugnação em 19/12/2007 (fls. 132 a 139). A DRJ julgou o impugnação improcedente, nos termo da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO LEGAL Para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a legislação autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em • conta bancária, para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DESCONSIDERAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. Para que se caracterize desconsideração ilegal de negócio jurídico é necessário, em primeiro lugar, que o negócio jurídico esteja formalmente acompanhado de seus elementos constitutivos previstos pela legislação Fl. 242DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 18471.001950/200755 Resolução nº 2202000.593 S2C2T2 Fl. 4 3 pátria. Eis que falta de comprovação do negócio jurídico não se confunde com a sua desconsideração. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. Sobre os créditos tributários vencidos e não pagos incidem juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC Lançamento Procedente Cientificado, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou o Recurso Voluntário, reiterando os argumentos da impugnação. É o relatório. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 18471.001950/200755 Resolução nº 2202000.593 S2C2T2 Fl. 5 4 VOTO Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. O lançamento fundamentase em depósitos bancários. A presunção legal de omissão de rendimentos com base nos depósitos bancários está condicionada apenas à falta de comprovação da origem dos recursos que transitaram em nome do sujeito passivo, em instituições financeiras. Nos casos de conta corrente bancária com mais de um titular, os depósitos bancários de origem não comprovada deverão, necessariamente, ser imputados em proporções iguais entre os titulares, salvo quando estes apresentarem declaração em conjunto. É indispensável, para tanto, a regular e prévia intimação de todos os titulares para comprovar a origem dos depósitos bancários. Na realidade a prévia intimação aos titulares de contas conjuntas, uma vez que apresentem declaração anual de ajuste em separado, constitui inafastável exigência de lei, por influenciar diretamente a base material da presunção legal. A intimação a apenas um titular, ainda que todos sob procedimento fiscal, fragiliza o lançamento por ancorálo em presunção de não justificativa, por todos, da origem dos créditos bancários, sendo que a própria renda já é presumida. No caso concreto inferese conforme documentos constates nos autos que algumas contas do recorrente seriam conjuntas com Licínio Ribeiro Diniz .Não há provas nos autos de que os cotitulares foram intimada a prestar os esclarecimentos sobre a referida movimentação bancária. Presumese que sim, uma vez que segundo consta no Termo de Verificação e Constatação Fiscal, os depósitos bancários teriam sido divididos, bem como existiria outro procedimento fiscal contra ao Sr. Licínio Ribeiro Diniz. Diante dos fatos, tendo em vista a documentação acostada, bem como para que não reste qualquer dúvida no julgamento, entendo que o processo ainda não se encontra em condições de ter um julgamento justo, razão pela qual voto no sentido de ser convertido em diligência para que a repartição de origem anexe ao processo a prova de que o cotitular, Licínio Ribeiro Diniz, foi regularmente intimada a comprovar a origem dos recursos objeto da autuação, dandose vista ao recorrente, com prazo de 10 (dez) dias para se pronunciar, querendo. Após vencido o prazo, os autos deverão retornar a esta Câmara para inclusão em pauta de julgamento. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 244DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2014 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 03/10/201 4 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Numero do processo: 10380.005171/2007-36
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/09/2001 a 31/07/2006
RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO.
O prazo para interposição de recurso é peremptório. O recurso voluntário apresentado após o prazo legal não deve ser conhecido.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2803-003.694
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade.
Helton Carlos Praia de Lima Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Oseas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Ricardo Magaldi Messetti, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior.
Nome do relator: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/09/2001 a 31/07/2006 RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. O prazo para interposição de recurso é peremptório. O recurso voluntário apresentado após o prazo legal não deve ser conhecido. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade. Helton Carlos Praia de Lima Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Oseas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Ricardo Magaldi Messetti, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior.
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Recorrente CAJUÍNA SÃO GERALDO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/2001 a 31/07/2006 RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. O prazo para interposição de recurso é peremptório. O recurso voluntário apresentado após o prazo legal não deve ser conhecido. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade. Helton Carlos Praia de Lima – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Oseas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Ricardo Magaldi Messetti, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 51 71 /2 00 7- 36 Fl. 297DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA 2 Relatório DO LANÇAMENTO Tratase de Auto de Infração foi lavrado contra o contribuinte acima mencionado, por ter infringido o art 58, parágrafo 4o da Lei 8.213191 e alterações posteriores, vez que apresentou os PPP — Perfil Profissiográfico Previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador exposto a agentes nocivos, químicos, físicos e biológicos, desatualizados em relação aos PPRA apresentados. O PPP é obrigatório a partir de 01/01/2004. Constam dos autos planilhas com nomes dos segurados, setores, datas de admissão e demissão, bem como, a discriminação dos motivos. A multa foi aplicada na forma prevista nos art. 92 e 102, da Lei 8.21 91 e alterações posteriores, e no art. 283, inciso I, "h", do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048199. A atualização da multa foi com base na portaria MPS 342, de 16 de agosto de 2006. DA CIÊNCIA O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal, apresentando impugnação. A decisão de primeira instância administrativa fiscal julgou improcedente a impugnação, mantendo o lançamento fiscal. DO RECURSO VOLUNTÁRIO O contribuinte foi cientificado da decisão em 02/10/2007, fl. 273 dos autos digitalizados, apresentando recurso voluntário em 06/11/2007, fls. 276 e ss, alegando em síntese: a fundamentação incorreta da infração, cerceamento do direito de ampla defesa e do contraditório; incompetência funcional para proceder à perícia ou para impugnar uma perícia realizada por médico do trabalho ou por engenheiro de segurança do trabalho, resultando em nulidade da autuação; pedido prévio de perecia técnica mediante representação administrativa ao ministério do trabalho; vicio formal do Auto de Infração. Ausência de descrição sumária da infração. Desvio de finalidade. Ineficiência da descrição contida na peça processual; por fim, requer o cancelamento da autuação fiscal. É o relatório. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10380.005171/200736 Acórdão n.º 2803003.694 S2TE03 Fl. 298 3 Voto Conselheiro Helton Carlos Praia de Lima, Relator INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO A tempestividade constitui requisito indispensável à admissibilidade do recurso. O contribuinte foi cientificado do Acórdão da primeira instância administrativa em 02/10/2007, fl. 273 dos autos digitalizados, apresentando recurso voluntário intempestivo em 06/11/2007, fls. 276. O prazo para recurso é de 30 (trinta) dias após a ciência da decisão, nos termos do art. 33 do Decreto 70.235/72. Iniciandose no dia seguinte ao da ciência em 03/10/2007 encerraria em 01/11/2007. O contribuinte apresentou recurso somente em 06/11/2007. Destarte, o recurso voluntário não pode ser conhecido. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto em não conhecer do recurso, em razão da intempestividade. (assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Fl. 299DF CARF MF Impresso em 17/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 09/ 10/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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Numero do processo: 16327.915395/2009-41
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. APROVEITAMENTO EM DCOMP ANTERIOR. DIREITO INEXISTENTE.
As informações sobre o direito de crédito e os débitos compensados assinaladas em DCOMP integram a essência do encontro de contas entre sujeito passivo e Fazenda Pública e definem os limites da compensação.
Não se homologa compensação de débito com direito de crédito já inteiramente comprometido em DCOMP anterior.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3802-003.656
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausente justificadamente o conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Proferiu sustentação oral, pelo recorrente, Dr. William Rodrigues Alves, OAB/SP nº 314.908.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2006 DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. APROVEITAMENTO EM DCOMP ANTERIOR. DIREITO INEXISTENTE. As informações sobre o direito de crédito e os débitos compensados assinaladas em DCOMP integram a essência do encontro de contas entre sujeito passivo e Fazenda Pública e definem os limites da compensação. Não se homologa compensação de débito com direito de crédito já inteiramente comprometido em DCOMP anterior. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausente justificadamente o conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Proferiu sustentação oral, pelo recorrente, Dr. William Rodrigues Alves, OAB/SP nº 314.908.
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NÃO HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. APROVEITAMENTO EM DCOMP ANTERIOR. DIREITO INEXISTENTE. As informações sobre o direito de crédito e os débitos compensados assinaladas em DCOMP integram a essência do encontro de contas entre sujeito passivo e Fazenda Pública e definem os limites da compensação. Não se homologa compensação de débito com direito de crédito já inteiramente comprometido em DCOMP anterior. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 91 53 95 /2 00 9- 41 Fl. 338DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausente justificadamente o conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Proferiu sustentação oral, pelo recorrente, Dr. William Rodrigues Alves, OAB/SP nº 314.908. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 14a Turma da DRJ de Ribeirão Preto – SP (fls. 259/272), a qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade formalizada pelo recorrente, nos termos do acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA CPMF Anocalendário: 2005 DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. APROVEITAMENTO EM DCOMP ANTERIOR. DIREITO INEXISTENTE. As informações sobre o direito de crédito e os débitos compensados assinaladas em Declaração de Compensação integram a essência do encontro de contas entre contribuinte e Fazenda Pública e definem os limites da compensação, não podendo ser alterados em sede de manifestação de inconformidade. Não se homologa compensação de débito com direito de crédito já inteiramente comprometido em DCOMP anterior. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto relatório que embasou o acórdão recorrido, que passo a transcrever: A contribuinte apresentou Declaração de Compensação (nº 07450.10762.240608.1.3.041952) pretendendo a extinção de débito próprio com direito de crédito decorrente de suposto pagamento a maior de CPMF. Por meio de despacho decisório, a unidade local não homologou a compensação declarada por inexistência de crédito. Segundo a decisão, cruzamento de informações mantidas pela Administração Fiscal acusara que o pagamento indicado como efetuado a maior estava integralmente alocado a débito confessado em DCTF, não havendo, portanto, saldo disponível para suportar a compensação declarada. Inconformada, a interessada interpôs manifestação de inconformidade reiterando o direito ao crédito e mencionando a Fl. 339DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 16327.915395/200941 Acórdão n.º 3802003.656 S3TE02 Fl. 339 3 retificação da DCTF à qual o pagamento fora alocado na íntegra. Referida manifestação foi julgada improcedente pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal em Campinas. Entendeu a DRJ que a contribuinte não teria comprovado a liquidez e certeza do crédito aproveitado. Os autos subiram à segunda instância administrativa. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais deu provimento parcial ao recurso voluntário apresentado contra a decisão da DRJ Campinas, para que a compensação fosse novamente apreciada, havendo entendido aquele colegiado que a apresentação da DCTF retificadora alterando o valor do débito ao qual fora vinculado o pagamento indicado como feito a maior, desconstituiria a causa original da não homologação, impondose o novo exame do feito. Encaminhados os autos à origem, a unidade de jurisdição emitiu novo despacho decisório no qual informa que: A DCOMP nº 07450.10762.240608.1.3.041952, objeto deste processo, referese exclusivamente ao DARF de nº 1986521541, período de apuração 21/09/2005, código de receita 5869, no valor original de R$ 77.550.516,32, data de arrecadação 28/09/2005. Com base neste mesmo DARF o interessado apresentou ainda as seguintes Declarações de Compensação: [seguese tabela com as compensações que teriam se utilizado do mesmo DARF, totalizando aproveitamento de R$ 53.477,50] O despacho relata que a contribuinte foi intimada a apresentar documentos relativos ao alegado direito de crédito. Informa ainda a autoridade fiscal que a documentação apresentada não é capaz de comprovar a cobrança indevida de CPMF. A seguir, conclui o despacho decisório: O interessado não comprovou crédito de pagamento indevido ou a maior [...]mas transmitiu, utilizando este crédito, declarações de compensação em um valor original total de R$ 53.477,50 [...]Na PER/DCOMP nº 21130.30309.080206.1.3.043411, com informação do crédito relativo a PER/DCOMP nº 07450.10762.240608.1.3.041952, objeto deste processo, foi informado um crédito de R$ 926,09, totalmente utilizado na própria PER/DCOMP. Não havendo crédito disponível, propomos a não homologação da PER/DCOMP nº 07450.10762.240608.1.3.041952. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade argumentado que: a) o crédito em questão referese à CPMF recolhida a maior que tem origem em retenções indevidas sobre movimentações financeiras de diversos clientes, sendo o montante utilizado em diversas declarações de compensação; Fl. 340DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 b) atendendo a intimação fiscal, foram apresentados apenas os documentos relativos à formação do direito de crédito aproveitado na DCOMP examinada e não o conjunto probatório de todo o crédito apurado no pagamento; daí porque os valores comprovados não seriam suficientes para a homologação de todas as compensações; c) problemas internos a seus sistemas informatizados a contribuinte deixou de apresentar alguns documentos relativos ao direito de crédito; porém, para suprir a falta, apresentou em resposta à intimação fiscal os registros contábeis com o controle do direito de crédito, o que foi desconsiderado pelo fiscal, deixando de ir à busca da verdade material; d) o direito de crédito não pode deixar de ser reconhecido por problemas de ordem formal tendo em vista que efetivamente houve recolhimento indevido; e) a contribuinte possui o crédito pleiteado e assumiu o ônus financeiro do pagamento da CPMF quando efetuou o estorno aos clientes, sendo o detentor do crédito, nos termos do artigo 166 do CTN. A ciência da decisão que manteve a exigência formalizada contra a recorrente ocorreu em 22/01/2014 (ciência eletrônica, fl. 277). Inconformada, a mesma apresentou, em 06/02/2014, o recurso voluntário de fls. 279/284, onde, além dos argumentos já aduzidos na primeira instância, ressalta que: a) verificase que a não homologação da compensação do crédito de CPMF, período de apuração de setembro de 2005, no valor original de R$ 35.632,37, ocorreu por conta de um erro do Recorrente, qual seja, a entrega de DCTF original sem a contemplação do valor do crédito. Todavia, essa DCTF já foi retificada e contempla o crédito controvertido, conforme documentos acostados aos autos; b) o crédito em discussão nesses autos, no montante de R$ 35.632,37, refere se à uma parte da CPMF recolhida a maior no valor total de R$ 53.477,52, objeto de outros pedidos de compensação, conforme detalhamento constante deste recurso; c) o crédito total de CPMF recolhido foi devidamente demonstrado na DCTF do mês de setembro de 2005, tem origem do pagamento da CPMF apurada naquele período, no valor de R$ 77.497.038,80, com um DARF no valor de R$ 77.550.516,32, conforme documentos anexados; d) o crédito tem origem em valores recolhidos indevidamente de diversos clientes, que, por motivos diversos, não se sujeitavam à incidência do tributo. Para tanto, elabora um quadro demonstrativo das operações que ensejaram os recolhimentos indevidos; e) para comprovar o recolhimento indevido e a assunção do ônus tributário, junta aos autos, documentos contábeis e fiscais, incluindo a contabilização das compensações, demonstrando que o ônus não recaiu sobre os seus clientes; f) a parcela de crédito excedente é discutida em outros processos que, vale o registro, não possuem relação direta com a presente demanda e a cobrança, na hipótese de não homologação definitiva do crédito, ocorreu ou ocorrerá no processo próprio. Daí porque, os valores aqui comprovados não seriam suficientes para a homologação de todas as compensações. Fl. 341DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 16327.915395/200941 Acórdão n.º 3802003.656 S3TE02 Fl. 340 5 g) de todo o exposto, restou comprovada a existência do indébito tributário que originou a compensação em tela e em observância ao princípio da verdade material sobre a formal, as provas trazidas aos autos devem ser acolhidas, requer que seja dado provimento ao seu recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra A ciência (eletrônica) da decisão recorrida se deu em 22/01/2014. Por sua vez, o recurso voluntário foi apresentado em 06/02/2014, tempestivamente, portanto. No mais, o recurso preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Extraise dos autos que o Recorrente apresentou Declaração de Compensação nº 07450.10762.240608.1.3.041952, pretendendo a extinção de débito próprio com direito de crédito decorrente de suposto pagamento a maior de CPMF. A DRF de origem, em novo Despacho Decisório (fls. 163/166), não homologou a compensação declarada, uma vez que: “A documentação apresentada, conforme item 1.4, não comprova os recolhimentos efetuados através do DARF do item 1.2. (o interessado informou que houve perda das informações). (...) Não havendo crédito disponível, propomos a não homologação da PER/DCOMP nº 07450.10762.240608.1.3.041952”. Inconformada, a interessada interpôs manifestação de inconformidade reiterando o direito ao crédito e mencionando a retificação da DCTF à qual o pagamento fora alocado na íntegra. Entendeu a DRJ que Não se homologa compensação de débito com direito de crédito já inteiramente comprometido em DCOMP anterior. Vale lembra que antes, o CARF deu provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, decidindo no sentido de que a compensação fosse novamente apreciada, havendo entendido que a apresentação da DCTF retificadora, alterando o valor do débito ao qual fora vinculado o pagamento indicado como feito a maior, desconstituiria a causa original da não homologação, impondose o novo exame do feito. Consta dos autos que em 27/07/2009 fora transmitida pela internet DCTF retificadora, portanto em data anterior à emissão do Despacho Decisório, ocorrido em 07/10/2009. Na mencionada retificadora foi declarado débito no valor total de R$ 77.642.290,28, constando como créditos o pagamento através de DARF no valor de R$ 77.497.579,70. Em cumprimento ao Acórdão nº 330201.502 (fls. 67/73), a unidade de jurisdição emitiu novo despacho decisório, onde relata que: O interessado não comprovou crédito de pagamento indevido ou a maior [...]mas transmitiu, utilizando este crédito, declarações de compensação em um valor original total de R$ 53.477,50. [...]Na PER/DCOMP nº 21130.30309.080206.1.3.043411, com informação do crédito relativo a PER/DCOMP nº Fl. 342DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 07450.10762.240608.1.3.041952, objeto deste processo, foi informado um crédito de R$ 926,09, totalmente utilizado na própria PER/DCOMP. Não havendo crédito disponível, propomos a não homologação da PER/DCOMP nº 07450.10762.240608.1.3.041952. Nesse contexto, assim se posicionou a decisão a quo, a respeito da compensação tratada na DCOMP nº º 07450.10762.240608.1.3.041952: (...) Vale lembrar que a falta de comprovação documental do direito de crédito compromete a compensação declarada. A alegação de que o direito de crédito foi contabilizado apenas demonstra o controle contábil do direito e não legitima sua apuração. O Recorrente, em seu recurso, alega que a não homologação da compensação do crédito de CPMF, período de apuração de setembro de 2005, no valor original de R$ 35.632,37, ocorreu por conta de um erro do Recorrente, qual seja, a entrega de DCTF original sem a contemplação do valor do crédito. Todavia, essa DCTF já foi retificada e contempla o crédito controvertido, conforme documentos acostados aos autos. Aduz que o crédito em discussão nesses autos, no montante de R$ 35.632,37, referese à uma parte da CPMF recolhida a maior no valor total de R$ 53.477,52, objeto de outros pedidos de compensação, conforme detalhamento constante deste recurso. Que o crédito total de CPMF recolhido foi devidamente demonstrado na DCTF do mês de setembro de 2005, tem origem do pagamento da CPMF apurada naquele período, no valor de R$ 77.497.038,80, com um DARF no valor de R$ 77.550.516,32, conforme documentos anexados. Ao final, argumenta que para comprovar o recolhimento indevido e a assunção do ônus tributário, junta aos autos, documentos contábeis e fiscais, incluindo a contabilização das compensações, demonstrando que o ônus não recaiu sobre os seus clientes e que a parcela de crédito excedente é discutida em outros processos que, vale o registro, não possuem relação direta com a presente demanda e a cobrança, na hipótese de não homologação definitiva do crédito, ocorreu ou ocorrerá no processo próprio. Daí porque, os valores aqui comprovados não seriam suficientes para a homologação de todas as compensações. Ressaltese que no recurso apresentado pelo Recorrente na época, bem como no Acórdão proferido pelo CARF, restringiase ao erro no preenchimento da DCTF e da retificadora, conforme se observa na ementa do Acórdão: COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. EFEITOS. A DCTF retificadora, nas hipóteses em que é admitida pela legislação, substitui a original em relação aos débitos e vinculações declarados, sendo consequência de sua apresentação, após a não homologação de compensação por ausência de saldo de créditos na DCTF original, a desconstituição da causa original da não homologação, cabendo à autoridade fiscal apurar, por meio de despacho devidamente fundamentado, a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo. Acórdão nº 330201.406 sessão de 26/01/2012. No entanto, agora na presente discussão, observase que a não homologação da compensação teve como conseqüência quando o Recorrente transmitiu sua DCOMP Fl. 343DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 16327.915395/200941 Acórdão n.º 3802003.656 S3TE02 Fl. 341 7 compensando débito com suposto crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, quando foi verificado pelo Fisco que as características do direito de crédito compensado estariam definidas em outra Declaração de Compensação. Ou seja, apresentou uma declaração de compensação cujo crédito informado inexiste na base de dados da Receita Federal, não podendo agora, em sede de contencioso, modificar o âmbito de seu pedido, como corretamente asseverou a instância recorrida. Atinente a este fato, vejase trecho da Acórdão recorrido: (...) No caso, a contribuinte transmitiu sua DCOMP compensando débito com suposto crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, informando que as características do direito de crédito compensado estariam definidas em outra Declaração de Compensação. Com efeito, na DCOMP sob exame (fl. 22), a contribuinte assinala que o direito de crédito compensado fora informado em outra declaração de compensação, a de nº 21130.30309.080206.1.3.043411. Confirase: (...). Essa última DCOMP traz, portanto, as características que definem a natureza e a dimensão do direito de crédito aproveitado na declaração de compensação ora em análise. A citada DCOMP que contém as características do pagamento indevido indica o montante do direito de crédito: R$ 926,09. Confirase (fl. 139): (...). Esse valor, como se vê, foi integralmente vinculado à compensação do débito informado naquela mesma declaração. Ou seja, o direito de crédito cujo aproveitamento foi formalizado na DCOMP objeto do presente exame está inteiramente comprometido na compensação de outra dívida, não restando saldo disponível para outra compensação (g.n). É sabido que o documento intitulado Declaração de Compensação (DCOMP) se presta, assim, a formalizar o encontro de contas entre o contribuinte e a Fazenda Pública, por iniciativa do primeiro a quem cabe, portanto, a responsabilidade pelas informações sobre os créditos e os débitos, cabendo à autoridade tributária a sua necessária verificação e validação. De fato, o pedido de compensação delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pelo sujeito passivo quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de créditos tributários. Instaurado o contencioso, não se admite que o contribuinte altere o pedido mediante a modificação do direito creditório aduzido na declaração de compensação, posto que tal procedimento desnatura o próprio objeto do processo. Eventual manifestação da instância julgadora sobre a legitimidade de crédito tributário não admitido junto à autoridade responsável pelo exame de pedidos dessa natureza representaria verdadeira usurpação da competência da referida autoridade, o que também não se pode admitir. Fl. 344DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Como é sabido, pois essa matéria foi regrada por diversos atos da RFB ao normatizar o art. 74, da Lei nº 9.430/96, que tanto a alteração de qualquer uma das características do débito compensado como do pagamento afirmado como feito a maior (data de vencimento, data de recolhimento, valor, CNPJ, período de apuração, data do fato gerador, código de receita de tributo, etc), só podem ser efetivadas mediante a transmissão da correspondente DCOMP retificadora, respeitadas as condições estabelecidas pela legislação, entre elas a inexistência de despacho decisório que decida sobre a DCOMP original (art. 56 a 59 da IN SRF 600/2005 e 76 a 79, da IN RFB nº 900/2008). Para melhor esclarecer o acima descrito, destacase trecho do acórdão recorrido: (...) É esse quadro que dá sustentação ao novo despacho decisório emitido pela unidade local. A nova análise do direito de crédito encomendada pela decisão do CARF resultou na verificação de que compensação não fora formalizada pela contribuinte na DCOMP que veiculou o direito de crédito limitandoo à cifra de R$ 926,09, inteiramente consumida na própria DCOMP n° 21130.30309.080206.1.3.043411. Com efeito, como é cediço, a compensação que, nos termos do art. 170 do CTN, pressupõe liquidez e certeza dos créditos, é levada a efeito por meio de declaração capaz de extinguir o débito tributário sob condição da sua ulterior homologação, nos termos dos parágrafos 1º e 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, conforme a redação que lhes foi fornecida pela Lei nº 10.637, de 2002. Portanto, cabe ao Fisco analisar se cabe ou não homologar uma compensação declarada. Noutro giro, os parágrafos sétimo a nono do mesmo art. 74 da mesma Lei nº 9.430, de 1996, incluídos pela Lei nº 10.833, de 20033, indicam as consequências da não homologação da DCOMP, bem assim o objeto do litígio instaurado em razão da apresentação de manifestação de inconformidade. Focado nesses parâmetros, entendo que o pleito do sujeito passivo não merece acolhida, pois não cabe a este Colegiado ir além da análise do ato de não homologação da Declaração de Compensação e tal ato, como decidido pelo acórdão recorrido, não merece reparo. Neste sentido, quanto ao princípio da verdade material em detrimento do formalismo que deve nortear o processo administrativo fiscal, alegado pelo Recorrente, temos em conta que a DCOMP faz parte de maneira inseparável à compensação. A pesquisa da verdade material se dá em relação às informações assinaladas na DCOMP. Não se trata de investigar minuciosamente da existência ou não do pagamento a maior no montante mencionado pela contribuinte. No caso da compensação, as informações sobre o débito e o crédito inscritas na DCOMP, como dito, fazem parte da essência da compensação. Por fim, temos em conta ainda que como se sabe, tratandose a CMPF de tributo pago por terceiros, cabendo ao interessado, na condição de contribuinte de fato, tão somente a obrigação por seu recolhimento, o direito à sua restituição/compensação se subsume, a teor do disciplinado pelo art. 166 do CTN. É fato que o Recorrente juntou cópia de demonstrativo dos extratos das contas correntes que receberam os créditos e dos valores estornados dos clientes, visando corroborar as suas alegações de que suportou o ônus de pagamento da CPMF indevidamente retida. Conclusão Fl. 345DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 16327.915395/200941 Acórdão n.º 3802003.656 S3TE02 Fl. 342 9 Portanto, conforme análise efetuada pela unidade de origem com base em documentação apresentada para emissão de novo despacho decisório, o Recorrente não comprovou crédito de pagamento indevido ou a maior, mas transmitiu, utilizando este crédito, declarações de compensação em um valor original total de R$ 53.477,50. Verificase que no PER/DCOMP nº 21130.30309.080206.1.3.043411, com informação do crédito relativo a PER/DCOMP nº 07450.10762.240608.1.3.041952, objeto deste processo, foi informado um crédito de R$ 926,09, totalmente utilizado na própria PER/DCOMP. Conclusão Assim, não haveria como homologar a presente declaração de compensação já que o direito de crédito estaria integralmente comprometido na absorção de débito declarado em outra DCOMP, como demonstrado neste relatório. Sendo essas as considerações que reputo suficientes e necessárias à resolução da lide, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 346DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 29/09/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10820.003043/2008-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Período de apuração: 13/04/2003 a 19/04/2003, 11/05/2003 a 17/05/2003
IRPF - COMPENSAÇÃO DE IRRF - SOCIEDADE COOPERATIVA - NOTAS FISCAIS - DUPLICATA
Conforme o art. 20, § 1º da Lei nº 5.474/68 é permitido às sociedades cooperativas a emissão de faturas e duplicatas, desde que discriminem a natureza dos serviços prestados.
IRPF - COMPENSAÇÃO DE IRRF - PROVA DA RETENÇÃO - CONGRUÊNCIA DE VALORES CONSTATADA PELA FISCALIZAÇÃO
Uma vez reconhecido pela própria Fiscalização que os valores apresentados pelo contribuinte, a título de retenção sofrida, foram devidamente lançados no referido Livro Razão Auxiliar e conferem integralmente com os contidos nas duplicatas apresentadas, deve ser homologada a compensação requerida.
Recurso voluntário provido.
Numero da decisão: 2202-002.862
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Marco Aurelio de Oliveira Barbosa - Presidente em exercício.
(Assinado digitalmente)
Rafael Pandolfo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurelio de Oliveira Barbosa (Presidente em exercício), Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Rafael Pandolfo, Guilherme Barrando de Souza (Suplente convocado), Dayse Fernandes Leite (Suplente convocada), Fabio Brun Goldschmidt. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Antonio Lopo Martinez (Presidente) e Pedro Anan Junior.
Nome do relator: RAFAEL PANDOLFO
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IRPF COMPENSAÇÃO DE IRRF PROVA DA RETENÇÃO CONGRUÊNCIA DE VALORES CONSTATADA PELA FISCALIZAÇÃO Uma vez reconhecido pela própria Fiscalização que os valores apresentados pelo contribuinte, a título de retenção sofrida, foram devidamente lançados no referido Livro Razão Auxiliar e conferem integralmente com os contidos nas duplicatas apresentadas, deve ser homologada a compensação requerida. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Marco Aurelio de Oliveira Barbosa Presidente em exercício. (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 00 30 43 /2 00 8- 11 Fl. 494DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 2 Rafael Pandolfo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurelio de Oliveira Barbosa (Presidente em exercício), Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Rafael Pandolfo, Guilherme Barrando de Souza (Suplente convocado), Dayse Fernandes Leite (Suplente convocada), Fabio Brun Goldschmidt. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Antonio Lopo Martinez (Presidente) e Pedro Anan Junior. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10820.003043/200811 Acórdão n.º 2202002.862 S2C2T2 Fl. 495 3 Relatório 1 Declaração de Compensação Em 11/07/03, a recorrente apresentou Pedido de Ressarcimento ou Restituição – Declaração de Compensação (fls. 0313 do eprocesso), informando a compensação dos débitos referentes ao Código Receita 05881 IRRF – Rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício nos valor de R$ 4.736,93 (referente à 3ª semana de abril de 2003) e de R$ 4.977,12 (referente à 3ª semana de maio de 2013). Na oportunidade foi informado que os valores abaixo listados corresponderiam ao crédito do contribuinte, referente à IRRF pago pelas Cooperativas: Mês CNPJ da Fonte Pagadora Valor Mês CNPJ da Fonte Pagadora Valor Março 51.528.560/000154 26,15 Abril 51.528.560/000154 26,15 Março 51.663.763/001044 12,23 Abril 51.663.763/001044 12,23 Março 51.660.942/000137 11,72 Abril 60.851.961/000131 11,81 Março 60.851.961/000131 15,07 Abril 01.597.168/001322 1.625,31 Março 01.597.168/001322 1.653,22 Abril 01.597.168/000601 462,02 Março 01.597.168/000601 595,17 Abril 01.597.168/001080 130,38 Março 01.597.168/001080 127,12 Abril 53.907.341/000705 21,05 Março 53.907.341/000705 22,53 Abril 01.597.168/000784 183,17 Março 01.597.168/000784 187,22 Abril 01.597.168/001160 68,21 Março 01.597.168/001160 71,53 Abril 51.528.289/000157 12,77 Março 51.528.289/000157 12,73 Abril 43.430.099/000174 36,16 Março 43.430.099/000174 38,41 Abril 54.721.808/000197 107,49 Março 54.721.808/000197 110,48 Abril 55.926.919/000110 14,02 Março 55.926.919/000100 28,57 Abril 57.266.207/000120 58,53 Março 57.266.207/000120 58,53 Abril 44.530.327/000140 10,71 Março 44.530.327/000140 10,42 Abril 51.657.005/000122 15,11 Março 51.528.560/000154 47,13 Abril 51.528.560/000154 47,13 Março 49.859.952/000154 26,34 Abril 49.859.952/000154 26,34 Março 47.463.179/000187 130,79 Abril 47.463.179/000187 257,73 Março 02.136.480/000148 15,17 Abril 02.136.480/000148 15,71 Março 03.226.149/002478 98,44 Abril 03.226.149/002478 98,44 Março 54.409.461/002438 160,39 Abril 54.409.461/002438 161,23 Março 51.666.279/000188 58,40 Abril 51.666.279/000188 59,26 Março 44.530.327/000140 10,42 Abril 51.665.727/000129 216,21 Março 51.528.560/000154 47,13 Abril 51.660.876/000103 82,59 Março 49.859.952/000154 26,34 Abril 03.444.193/000168 12,39 Março 47.463.179/000187 130,79 Abril 45.958.295/000141 21,96 Março 02.136.480/000148 15,17 Abril 03.767.376/000114 36,98 Março 03.226.149/002478 98,44 Abril 01.597.168/001080 49,85 Março 54.409.461/002438 160,39 Abril 51.660.942/000137 52,64 Março 51.666.279/000188 58,40 Abril 01.597.168/004297 192,10 Março 51.665.727/000129 214,75 Abril 51.528.289/000157 21,56 Março 51.660.876/000103 83,76 Abril 51.660.876/000103 42,92 Março 03.444.193/000168 27,60 Abril 47.597.083/000101 462,83 Março 45.958.295/000141 21,96 Abril 01.498.887/000152 11,56 Março 03.767.376/000114 36,98 Abril 43.358.647/000100 24,48 Março 01.597.168/001080 49,85 Abril 55.618.128/000105 44,60 Março 51.660.942/000137 50,58 Abril 03.444.193/000168 19,81 Março 01.597.168/004267 13,87 Abril 44.530.855/000108 20,14 Fl. 496DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 4 Março 01.597.168/004267 35,07 Abril 47.463.179/000187 21,77 Março 54.721.808/000197 192,30 Abril 47.463.179/000187 21,19 Março 51.528.289/000157 21,56 Abril 46.227.849/000101 15,50 Março 51.660.876/000103 42,92 Abril 01.597.168/000601 98,16 Março 47.597.083/000101 238,82 Total 4.930,20 Março 55.618.128/000105 38,78 Março 03.444.193/000168 39,00 Março 44.530.855/000108 20,14 Março 44.534.089/000141 55,38 Março 47.463,179/000187 20,35 Março 46.227.849/000101 15,50 Total 5.284,01 Também foram apresentados aos autos Declarações de IRRF – Resumo do Beneficiário – Detalhamento Mensal dos seguintes contribuintes: Caixa Econômica Federal; 37 Batalha de Infantaria Motorizado; CEMIC Centro de Estudos do Menor e Int Comunidade; Bertin Ltda.; Unimed do Centro Paulista Fed. Reg. das Coop. Medica; AFUPEGE – Associação dos Func. da Penitenciária de Getulina; Sanofi Pasteur Ltda.; Medial Saúde S/A; Unimed Est. S.P. Conf. Esta. Coop. Medica; Lins Country Club; Nava e Cia Ltda.; Intermedica Sistema de Saúde S.A; Caixa de Assistencia dos Advogados de São Paulo; Café Canecão Ltda.; Assoc. Benef. e Recreativa dos Func das Empresas Bertin; Assoc dos Funcionários da Justiça da Comarca de Lins; Instituto Americano de Lins da Igreja Metodista; Lojas Tanger Ltda.; Fundação Paulista de Tecnologia e Educação; Comapi Agropecuária Ltda.; Instituto Educacional Piracicabano; Sind dos Func e Servidores Publicos Municipais de Lins; Cooperativa de Lacticinios de Promissão; Nestlé Brasil Ltda.; Assoc. a Assist. Mutua a Saude SBC; Fundação SABESP de Seguridade Social – SABESPREV; Unimed de Ituverava Coop. Trabalho Médico (fls. 1441 do eprocesso). Todas as declarações tinham como beneficiária a recorrente. 2 Parecer Saort A Delegacia da Receita Federal em Araçatuba – SP, em 12/06/08, através da Seção de Orientação e Análise Tributária, proferiu o Parecer (fls. 6162 do eprocesso), propondo a homologação parcial dos débitos constantes do PER/Dcomp nº 34807.20840.110703.1.3.059092, correspondentes ao IRRF incidente sobre rendimentos do trabalhado prestado por médicos cooperados, apurado nos meses de abril e maio de 2003, regulamente confessados em DCTF, até o limite do crédito reconhecido, de R$ 7.760,32. Salientouse que foram retidas, relativamente, aos meses de março e abril de 2003, as importâncias de R$ 3.919,72 e R$ 3.840,60, totalizando R$ 7.760,32, no período referido no PER/Dcomp. Entretanto, no caso, as compensações realizadas montam R$ 9.714,05, demonstrando insuficiência de crédito de R$ 1.953,53, motivo pelo qual não poderiam ser integralmente homologadas. 3 Decisão Tendo em vista o Parecer Saort, a fiscalização, em 12/06/08, homologou (fls. 6364 do eprocesso) parcialmente a compensação requerida, decidindo: a) reconhecer o direito creditório da recorrente, no montante de R$ 7.706,32, referente ao IRRF por pessoas jurídicas em razão de serviços prestados por profissionais médicos associados à cooperativa de trabalho, nos meses de março e abril de 2003; Fl. 497DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10820.003043/200811 Acórdão n.º 2202002.862 S2C2T2 Fl. 496 5 b) homologar em parte da Declaração de Compensação que constitui objeto deste processo, por ter sido demonstrada a inexistência parcial dos créditos relativos à retenção do IRRF, pelas beneficiárias da prestação de serviços de assistência médica pela recorrente, conforme tabela abaixo: c) não homologar a compensação do débito restante, em virtude de ter sido realizada com o aproveitamento de crédito de IRRF em montante superior ao reconhecido. A recorrente foi intimada da decisão em 23/06/08. 4 Impugnação Inconformada com a Decisão, a recorrente apresentou, em 22/07/08, impugnação (fls. 8284 do eprocesso) alegando que: a) a fiscalização somente homologou a compensação baseada nas DIRF apresentadas pelas pessoas jurídicas beneficiárias dos serviços, contudo, as demais compensações são legítimas e de acordo com a legislação; b) a divergência se deve ao fato da fiscalização verificar junto às DIRF’s apresentadas pelos pessoas jurídicas beneficiárias dos serviços, o fato dos contratantes da impugnante não declararem a retenção e pagamentos das fatos em DIRF não pode servir de argumento para o não acolhimento da compensação; c) para comprovar a legitimidade das compensações anexa planilha onde demonstra todas as operações realizadas, inclusive as que não consta em DIRF. Em anexo a recorrente apresentou, dentre outros documentos, a planilha denominada “Relatório DIRF versos faturas compensadas” (fls. 166209 do eprocesso). 5 Acórdão de Manifestação de Inconformidade A solicitação foi indeferida pela 5ª Turma da DRJ/RPO, por unanimidade (fls. 215219). Os fundamentos foram os seguintes: a) o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior de tributo, cujo ônus probatório recai sobre o contribuinte interessado; b) resta à administração, à luz do disposto na legislação de regência, verificar se o pedido de restituição/compensação encontrase devidamente instruído, especialmente no que concerne à comprovação de liquidez e certeza dos créditos pleiteados; Débito P.A Vencimento Valor IRRF (0588) 3ª semana 04/2003 24/04/2003 4.736,93 IRRF (0588) – parte 3ª semana 05/2003 21/05/2003 1.917,73 Fl. 498DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 6 c) o documento apresentado (Relatório DIRF vs. Faturas Compensadas) não substitui a documentação fiscal para efeitos da instrução probatória. 6 Recurso Voluntário Notificada da decisão em 14/09/11, a recorrente, não satisfeita com o resultado do julgamento, interpôs recurso voluntário (fls. 227231) em 30/09/11, nos seguintes termos: a) a recorrente é sociedade cooperativa, nos termos da Lei nº 5.764/71 e seus Estatutos Sociais e se encontra devidamente autorizada à emissão de faturas, sendo totalmente descabida a exigência de notas fiscais; b) as faturas emitidas e acostadas aos presentes autos comprovam que as retenções foram sofridas posto que todas se encontram devidamente destacadas e sofrem, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.541/92, retenção do IRRF à alíquota de 1,5%; c) os saldos devedores acumulados em decorrência dessas retenções que a cooperativa sofre são os valores que são utilizados para compensação com o IRRF, por ocasião dos repasses de produção efetuados aos seus sócios; d) apresenta cópia da conta que registra as retenções sofridas no livro razão analítico (fls. 201410 do eprocesso), e pede a baixa dos autos em diligência para verificar a idoneidade dos crédito utilizados por meio de prova pericial. 7 Da Conversão em Diligência Em 13/08/13, a 2ª Turma Ordinária determinou, na Resolução nº 2202 000.523 (fls. 443446 do eprocesso), a conversão do julgamento em diligência, para: a) intimação da recorrente para que apresentasse cópia integral do livro “razão auxiliar dos clientes”, de modo a corrigir a falha da prova apresentada (ausência das páginas 152186); b) solicitação à Fiscalização para que confrontasse os valores contidos nas duplicatas (fls. 167187 e 189209 do eprocesso) com os lançados no Livro Razão apresentado pela recorrente, de modo a verificar se todos os valores apresentados a título de retenção sofrida estavam devidamente comprovados por esses documentos. 8 Da Diligência A recorrente foi intimada, em 25/03/14, para atendimento da diligência. (fl. 451 do eprocesso). Foram juntados ao processo às fls. 152186 do Livro Razão Auxiliar de Clientes (fls. 452486 do eprocesso). A fiscalização, através da Informação Fiscal (fls. 487488 do eprocesso), constatou que todos os valores apresentados a título de retenção sofrida pela interessada foram devidamente lançados no referido Livro Razão e conferem integralmente com os contidos nas duplicatas citadas, conforme se depreende do trecho abaixo: Fl. 499DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10820.003043/200811 Acórdão n.º 2202002.862 S2C2T2 Fl. 497 7 “3) Os valores contidos nas duplicatas (fls. 167/187 e 189/209 do eprocesso) foram conferidos integralmente com os valores lançados no Livro Razão Auxiliar de Clientes apresentado pela interessada. 4) Foi verificado que todos os valores apresentados a título de retenção sofrida pela interessada foram devidamente lançados no referido Livro Razão Auxiliar e estes conferem integralmente com os contidos nas duplicatas citadas. 5) Sem mais, encaminho para prosseguimento. (fl. 488)” É o relatório. Fl. 500DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 8 Voto Conselheiro Rafael Pandolfo O presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. Conforme se verifica, a controvérsia ora analisada por ser sintetizada do seguinte modo: a) a decisão recorrida manteve o reconhecimento do direito creditório da recorrente no montante de R$ 7.706,32 e homologou, em parte, a Declaração de Compensação que constitui objeto deste processo, por ter sido demonstrada a existência parcial dos créditos relativos à retenção do IRRF, pelas beneficiárias da prestação de serviços de assistência médica pela recorrente, pois a documentação apresentada pela recorrente não substituiria a documentação fiscal para efeitos da instrução probatória; b) a recorrente entende que por ser sociedade cooperativa, encontrase devidamente autorizada a emitir faturas, as quais comprovam que as retenções foram sofridas. A recorrente é sociedade cooperativa que congrega médicos cooperados, nos termos do art. 45 da Lei nº 5.764/71, e desenvolve apenas a prestação de serviço aos seus cooperados para que esses possam desenvolver a atividade de medicina. Desta forma, a recorrente sofre a retenção na fonte do Imposto de Renda à alíquota de 1,5%, sendo o valor retido recolhido pelos contratantes dos serviços cooperados: Art. 45. Estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda na fonte, à alíquota de 1,5%, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho, associações de profissionais ou assemelhadas, relativas a serviços pessoais que lhes forem prestados por associados destas ou colocados à disposição. § 1º O imposto retido será compensado pelas cooperativas de trabalho, associações ou assemelhadas com o imposto retido por ocasião do pagamento dos rendimentos aos associados. Conforme art. 20, § 1º, da Lei nº 5.474/68, pode a recorrente emitir faturas e duplicatas, desde que discriminem a natureza dos serviços prestados: Art. 20. As emprêsas (sic), individuais ou coletivas, fundações ou sociedade civis, que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata. § 1º A fatura deverá discriminar a natureza dos serviços prestados. Assim, as faturas apresentadas pela recorrente são documentos hábeis a comprovar a existência do direito à compensação pleiteada pela recorrente – pois discriminam Fl. 501DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10820.003043/200811 Acórdão n.º 2202002.862 S2C2T2 Fl. 498 9 o serviço prestado – desde que acompanhadas de escrituração que corrobore as informações contidas nas referidas faturas. Entendo que Assiste razão à recorrente. A um, porque em face da plausabilidade das alegações e comprovações então existentes (da análise da documentação apresentada, constatouse que as duplicatas apresentadas conferiam com o relato apresentado no pedido de compensação), esta Turma converteu o julgamento em diligência para que a contribuinte apresentasse cópia integral do livro “razão auxiliar de clientes”, de modo a corrigir a falha da prova apresentada (não havia nos autos a cópia integral do referido livro), e para que, ato contínuo, a fiscalização confrontasse os valores contidos nas duplicatas com os lançados no livro apresentado, de modo a verificar se todos os valores informados a título de retenção sofrida estariam devidamente comprovados por esses documentos (fls. 443446 do eprocesso). De acordo com a informação fiscal, todas as duplicatas trazidas pela recorrente conferem integralmente com os valores apresentados a título de retenção por ela sofrida, os quais foram devidamente escriturados no Livro Razão Auxiliar de Clientes: “1) Em conformidade com o entendimento do CARF consubstanciado no voto do Conselheiro Relator Rafael Pandolfo, contido na Resolução nº 2002000.523, de 13/08/2013 da 2ª Câmara/ 2ª Turma Ordinária, fls. 443/446, realizamos uma Diligência Fiscal junto à interessada, na qual a intimamos, através da Intimação SAORT n.º 10820/043/2014, fls. 1450/451, a apresentar os seguintes elementos: a) Livro “razão auxiliar de clientes”, relativo ao ano calendário 2003 em papel e em meio digital; b) Disponibilizar os documentos comprobatórios (faturas, duplicatas) relativos ao ano 2003 que corroborem os lançamentos, no livro razão citado; c) Demais informações que julgar necessárias. 2) Os elementos citados foram apresentados dentro do prazo da intimação. Juntei, às fls. 452/486 do eprocesso, as cópias das folhas faltantes do Livro Razão Auxiliar (folhas 152/186). 3) Os valores contidos nas duplicatas (fls. 167/187 e 189/209) do eprocesso foram conferidos integralmente com os valores lançados no Livro Razão Auxiliar de Clientes apresentado pela interessada. 4) Foi verificado que todos os valores apresentados a título de retenção sofrida pela interessada foram devidamente lançados no referido Livro Razão Auxiliar e estes conferem integralmente com os contidos nas duplicatas citadas.” (fls. 487488 do eprocesso). Fl. 502DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 10 A dois, porque conforme art. 923 do RIR/99, a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis: Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. No caso, o atendimento da contribuinte à diligência corrigiu a falha da prova trazida aos autos, tornando a documentação apresentada, no caso, o livro “razão auxiliar de clientes” prova dos fatos nela registrados e das alegações da recorrente. A própria fiscalização, quando da análise da documentação apresentada em diligência é clara no sentido de que todos os valores apresentados a título de retenção sofrida pela interessada foram devidamente lançados no referido Livro Razão Auxiliar e estes conferem integralmente com os contidos nas duplicatas citadas. A três, porque uma vez constatado que os valores referentes à retenção sofrida pela recorrente foram devidamente lançados no Livro Razão Auxiliar e conferem total e integralmente com os contidos nas duplicatas e no pleito da contribuinte, a exigência de notas fiscais – considerando que a recorrente pode emitir faturas e duplicatas, nos termos do art. 20, § 1º, da Lei nº 5.474/68, mostrase incompatível com o princípio da proporcionalidade (subprincípio da necessidade), pois não poderiam tais notas fiscais sobreporse à realidade acobertada pela prova constante nos autos. Sobre a interação entre os subprincípios da necessidade e da adequação, versa o Ministro Gilmar Mendes: O subprincípio da adequação (Geeignetheit) exige que as medidas interventivas adotadas mostremse aptas a atingir os objetivos pretendidos. O subprincípio da necessidade (Notwendigkeit oder Erforderlichkeit) significa que nenhum meio menos gravoso para o indivíduo revelarseia igualmente eficaz na consecução dos objetivos pretendidos. Em outros termos, o meio não será necessário se o objetivo almejado puder ser alcançado com a adoção de medida que se revele a um só tempo adequada e menos onerosa. Ressaltese que, na prática, adequação e necessidade não têm o mesmo peso ou relevância no juízo de ponderação. Assim, apenas o que é adequado pode ser necessário, mas o que é necessário não pode ser inadequado. Pieroth e Schlink ressaltam que a prova da necessidade tem maior relevância do que o teste da adequação. Positivo o teste da necessidade, não há de ser negativo o teste da adequação. Por outro lado, se o teste quanto à necessidade revelarse negativo, o resultado positivo do teste de adequação não mais poderá afetar o resultado definitivo ou final. (MENDES, Gilmar. O princípio da proporcionalidade na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal: novas leituras. Revista Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ Centro de Atualização Jurídica, v. 1, nº. 5, agosto, 2001. Disponível em: <http://www.direitopublico.com.br>. Acesso em: 02 de março de 2012.) Ademais, a própria Lei nº 9.784/99, em seu art. 2º, parágrafo único, inciso VI, explicita o princípio da informalidade, ou do formalismo valorativo: Fl. 503DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10820.003043/200811 Acórdão n.º 2202002.862 S2C2T2 Fl. 499 11 Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: VI adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; Portanto, deve ser acolhido o pleito da contribuinte no sentido de que a documentação por ela apresentada comprova, integralmente, os valores apresentados a título de retenção sofrida e devem, portanto, ser totalmente restituídos. Ante o exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, para que seja reconhecido e homologado o direito creditório da recorrente como integralmente pleiteado. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator Fl. 504DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 10/11/2014 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10920.907159/2012-71
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/10/2006
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO.
Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.
A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-002.692
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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DIREITO DE CRÉDITO. PAGAMENTO INDEVIDO OU MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. Não caracteriza pagamento de tributo indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 71 59 /2 01 2- 71 Fl. 51DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.907159/201271 Acórdão n.º 3801002.692 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório O processo iniciouse com Pedido de RestituiçãoPER, apresentado pela contribuinte, ora recorrente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joinvile, SC, indeferiu o pedido, com fundamento em que o valor recolhido por DARF, indicado como origem do crédito contra a Fazenda Nacional, havia sido integralmente utilizado para pagamento de débito da contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição solicitada. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, aduzindo que os créditos pleiteados referirseiam a pagamentos a maior da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, decorrentes da inclusão do ICMS na base de cálculo destas contribuições. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cujo acórdão possui a seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2006 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. REQUISITO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição, devendo restar comprovado o efetivo pagamento indevido ou a maior que o devido.” Fl. 52DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.907159/201271 Acórdão n.º 3801002.692 S3TE01 Fl. 4 3 Ciente da decisão, a contribuinte interpôs recurso voluntário no qual assevera que não há previsão legal para exigir a retificação de DCTF como condição para a restituição e pede que seja afastada esta exigência e enfrentados os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Afirma ser indevida a inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição, mas não apresenta argumentos que sustentem esta afirmação. Não há nos autos nenhum documento ou livro fiscal ou contábil nem DCTF retificadora. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade para julgamento nesta turma especial. Sobre a nulidade da decisão de primeira instância. No acórdão recorrido, a DRJ/Florianópolis decidiu com base no entendimento de que se não foi retificada a DCTF, não ficou comprovado pagamento indevido ou a maior, logo, não há que se falar em crédito líquido e certo e, por isso, correto o indeferimento do pedido de restituição. Está claro, desde o despacho decisório, que a contribuinte não comprovou existência de pagamento indevido ou a maior, pois o pagamento informado no pedido de restituição referiuse a tributo lançado em DCTF não retificada, logo, tributo devido. Não apresentadas provas em contrário, os valores informados na DCTF devem ser considerados verdadeiros. Tal entendimento é semelhante ao que justifica a decisão proposta neste voto, conforme se vê adiante. No voto condutor do acórdão da unidade de primeira instância, afirmouse que apenas com a retificação da DCTF a contribuinte teria crédito contra a Fazenda e que a retificação somente produziria efeitos em relação a pedido de restituição apresentado posteriormente a ela. Apesar de este entendimento divergir do que entendem várias turmas do CARF, que admitem que a retificação da DCTF pode surtir efeitos em relação a pedidos de restituição anteriores à sua transmissão, não se pode assentar que a decisão da DRJ possa ser anulada. Ainda que se entenda prescindível a retificação da DCTF, o fundamento de que o pagamento indevido ou a maior não foi comprovado persiste e é suficiente para manter o Fl. 53DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.907159/201271 Acórdão n.º 3801002.692 S3TE01 Fl. 5 4 indeferimento do pedido de restituição, de modo que o despacho decisório e a decisão recorrida estão fundamentados e permitiram à contribuinte o contraditório e a ampla defesa. Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza O processo se iniciou com pedido de restituição da contribuinte, no qual informou ter realizado pagamento indevido ou a maior de PI/Pasep. A RFB, baseandose em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pela própria contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar débito da contribuinte, referente a tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984, é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando crédito disponível a ser restituído. Com base nisto, o pedido foi indeferido. O fundamento legal está expresso em seu quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL”, no qual consta o artigo 165 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN). Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum. Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte tem direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; reforma, anulação revogação ou rescisão de decisão condenatória. Caberia à interessada provar o direito à restituição, à luz do art. 333 do Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito. Até o momento do protocolo do recurso voluntário, a contribuinte não apresentou documentos que comprovassem erro na DCTF, nem comprovou ocorrência de alguma das hipóteses previstas no art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, que permitiriam apresentação destes documentos em momento posterior. Cito. “Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (...) §4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: Fl. 54DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.907159/201271 Acórdão n.º 3801002.692 S3TE01 Fl. 6 5 a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” Ao contrário da decisão recorrida, várias decisões proferidas pelo CARF admitiram a retificação de DCTF posterior à ciência do despacho decisório. Porém, no âmbito desta turma, esta admissão ocorre somente quando a DCTF retificadora é acompanhada da prova de erro na DCTF retificada, por meio da escrituração e dos documentos fiscais e contábeis. Apenas assim se pode afirmar que o crédito pleiteado existe e é dotado de certeza e liquidez. Vejase a ementa do acórdão 380100.190, de 22/05/2012, relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes, em que se assentou que a contribuinte deveria comprovar a origem do direito de crédito: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. A simples retificação de DCTF não é elemento de prova suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO. A compensação não pode ser homologada quando o sujeito passivo não comprova a origem de seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado.” Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo entendimento os Acórdãos 3802001.290, de 25/09/2012, relatado pelo Conselheiro José Fernandes do Nascimento, e 3802001.593, de 27/02/2013, relatado pelo Conselheiro Francisco José Barroso Rios, cujas ementas, com grifos meus, são as seguintes: Acórdão nº 3802001.290: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.907159/201271 Acórdão n.º 3801002.692 S3TE01 Fl. 7 6 Na ausência da comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado no procedimento compensatório, deve ser mantida a decisão recorrida que não homologou a compensação declarada pelo mesmo motivo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROCESSO DE COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. ENTREGA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. REDUÇÃO DO DÉBITO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DO ERRO. OBRIGATORIEDADE. Uma vez iniciado o processo de compensação, a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, entregue após a emissão e ciência do Despacho Decisório, somente será admitida, para fim de comprovação da origem do crédito compensado, se ficar provado nos autos, por meio de documentação idônea e suficiente, a origem do erro de apuração do débito retificado, o que não ocorreu nos presentes autos. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU. ANÁLISE DE NOVO ARGUMENTO DE DEFESA. MANUTENÇÃO DA NÃO HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO POR INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. ALTERAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA. Não é passível de nulidade, por mudança de motivação, a decisão de primeiro grau que rejeita novo argumento defesa suscitado na manifestação de inconformidade e mantém a não homologação da compensação declarada, por da ausência de comprovação do crédito utilizado, mesmo motivo apresentado no contestado Despacho Decisório. DILIGÊNCIA. REALIZAÇÃO PARA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL EM PODER DO REQUERENTE. DESNECESSIDADE. Não se justifica a realização de diligência para juntada de prova documental em poder do próprio requerente que, sem a demonstração de qualquer impedimento, não foi carreada aos autos nas duas oportunidades em que exercitado o direito de defesa. Recurso Voluntário Negado.. Acórdão nº 3802001.593: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/09/2004 COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DECORRENTES DE RETIFICAÇÃO DE DCTF DEPOIS DE PROFERIDO DESPACHO DECISÓRIO NÃO HOMOLOGANDO PER/DECOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE ERRO Fl. 56DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.907159/201271 Acórdão n.º 3801002.692 S3TE01 Fl. 8 7 DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO ORIGINAL. INADMISSIBILIDADE DA COMPENSAÇÃO EM VISTA DA NÃO DEMONSTRAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO ADUZIDO. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Uma vez intimada da não homologação de seu pedido de compensação, a interessada somente poderá reduzir débito declarado em DCTF se apresentar prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no seu preenchimento. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento.” A 2ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento tem o mesmo entendimento, conforme se vê no acórdão nº. 3402001.668, de 15/02/2012, cuja ementa é: “Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE Data do fato gerador: 15/07/2005 NULIDADE POR FALTA DE FUNDAMENTO LEGAL. Em sendo verificado que tanto o ato de indeferimento da compensação quanto a decisão recorrida apresentam os fundamentos legais que sustentam a prolação do ato administrativo, não ocasionando cerceamento do direito de defesa do contribuinte, não há que se decretar a nulidade da decisão administrativa. Igualmente não incorre em nulidade a decisão que deixa de intimar o contribuinte a apresentar seus próprios documentos contábeis e fiscais para comprovar fato que sustenta seu direito ao indébito tributário. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. PROVA DA EXISTÊNCIA, SUFICIÊNCIA E LEGITIMIDADE DO CRÉDITO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Não se homologa a compensação pleiteada pelo contribuinte quando este deixa de produzir prova, através de meios idôneos e capazes, de que o pagamento legitimador do crédito utilizado na compensação tenha sido efetuado indevidamente ou em valor maior que o devido, não bastando a retificação da DCTF como prova do suposto indébito.” O direito de crédito deve ser provado e apenas créditos líquidos e certos podem ser compensados. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10920.907159/201271 Acórdão n.º 3801002.692 S3TE01 Fl. 9 8 Isto vale tanto para compensação com débitos do contribuinte quanto para restituição de pagamento de tributo indevido ou maior que o devido. Não é possível restituir valor referente a pagamento de tributo indevido ou maior que devido se este valor não é líquido e certo. No presente caso, não há prova de que houve pagamento indevido, nem de que o direito de crédito alegado equivale à incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre valores de ICMS. Por isso, não é necessário discutir a questão de mérito sobre a incidência da contribuição social sobre valores pagos a título de ICMS. Conclusão Pelo exposto, tendo em vista não ter sido provado pagamento de tributo indevido ou maior que o devido, com fundamento nos artigos 165 do CTN e 333 do CPC, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose o despacho decisório que não reconheceu o direito de crédito e indeferiu o pedido de restituição. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator Fl. 58DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 13727.000761/2008-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 14 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
EMBARGOS INOMINADOS. LAPSO MANIFESTO. ERRO DE ESCRITA. PROCEDÊNCIA.
Resta evidente a ocorrência de lapso manifesto quando se constata que o dispositivo do acórdão versa um resultado equivocado do somatório de valores, sendo admissível a oposição de Embargos Inominados visando à sua correção.
Embargos acolhidos apenas para esclarecer o montante correto da quantia tomada por isenta.
Numero da decisão: 2101-002.462
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher e prover os embargos, com efeito infringente, para rerratificar o acórdão n° 2101-002180, corrigindo a decisão para "reconhecer a isenção dos rendimentos no valor de R$ 30.260,00, por serem decorrentes de aposentadoria de portador de moléstia grave, prevista na Lei n° 7.713/88".
MARIA CLECI COTI MARTINS - Presidente.
EDUARDO DE SOUZA LEÃO - Relator.
EDITADO EM: 30/09/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA CLECI COTI MARTINS (Presidente), ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA e EDUARDO DE SOUZA LEÃO.
Nome do relator: EDUARDO DE SOUZA LEAO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 EMBARGOS INOMINADOS. LAPSO MANIFESTO. ERRO DE ESCRITA. PROCEDÊNCIA. Resta evidente a ocorrência de lapso manifesto quando se constata que o dispositivo do acórdão versa um resultado equivocado do somatório de valores, sendo admissível a oposição de Embargos Inominados visando à sua correção. Embargos acolhidos apenas para esclarecer o montante correto da quantia tomada por isenta.
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LAPSO MANIFESTO. ERRO DE ESCRITA. PROCEDÊNCIA. Resta evidente a ocorrência de lapso manifesto quando se constata que o dispositivo do acórdão versa um resultado equivocado do somatório de valores, sendo admissível a oposição de Embargos Inominados visando à sua correção. Embargos acolhidos apenas para esclarecer o montante correto da quantia tomada por isenta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher e prover os embargos, com efeito infringente, para rerratificar o acórdão n° 2101002180, corrigindo a decisão para "reconhecer a isenção dos rendimentos no valor de R$ 30.260,00, por serem decorrentes de aposentadoria de portador de moléstia grave, prevista na Lei n° 7.713/88". MARIA CLECI COTI MARTINS Presidente. EDUARDO DE SOUZA LEÃO Relator. EDITADO EM: 30/09/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 72 7. 00 07 61 /2 00 8- 83 Fl. 66DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 11/11/201 4 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARIA CLECI COTI MARTINS (Presidente), ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA e EDUARDO DE SOUZA LEÃO. Relatório Em princípio deve ser ressaltado que a numeração de folhas referidas no presente julgado foi a identificada após a digitalização do processo, transformado em meio eletrônico (arquivo.pdf). Tratase de Embargos Inominados opostos pela Ilustre Conselheira CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY (fl. 58/59), face a percepção de que o Acórdão nº 2101 002.180 carece de ajuste, porquanto apresenta equívoco no resultado do somatório dos rendimentos auferidos do INSS e da Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social Refer, reconhecidos como isentos do imposto sobre a renda pela 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, por serem decorrentes da aposentadoria do contribuinte, portador de moléstia grave prevista na Lei nº 7.713, de 1988. O citado erro foi conferido no voto da Ilustre Relatora e repetido na conclusão do julgado. Reconhecida a desconformidade do resultado, e ao entendimento que os autos deveriam retornar à apreciação do Colegiado para que se pronuncie acerca do relatado, os presentes embargos foram submetidos à análise do Insigne Presidente da 1ª Turma Ordinária, da 1ª Câmara, da 2ª Seção de Julgamento, que determinou providências administrativas e posterior movimentação do processo à Conselheira Relatora. Desta feita, distribuído o feito para nossa relatoria, coloco em pauta para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Relator EDUARDO DE SOUZA LEÃO Fl. 67DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 11/11/201 4 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 13727.000761/200883 Acórdão n.º 2101002.462 S2C1T1 Fl. 3 3 Tratase de Embargos Inominados contra Acórdão da 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, amparado na existência de equívoco no resultado do somatório de valores dispostos no voto condutor e na conclusão do julgado. O caso se enquadra como evidente inexatidão material – lapso manifesto, de acordo com o artigo 66 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), in verbis: "Art. 66. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão serão retificados pelo presidente de turma, mediante requerimento de conselheiro da turma, do Procurador da Fazenda Nacional, do titular da unidade da administração tributária encarregada da execução do acórdão ou do recorrente." Senão vejamos a situação em comento. Como dito, a egrégia 1ª Turma da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF proferiu o Acórdão nº 2101002.180, que restou assim ementado, tendo sido proferida a seguinte conclusão do julgado: “CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. São isentos do imposto sobre a renda os proventos de reforma, aposentadoria ou pensão recebidos por contribuintes portadores de moléstia especificada em lei, devidamente comprovada por meio de laudo médico oficial. Na hipótese, o contribuinte comprovou auferir rendimentos de aposentadoria e ser portador de moléstia grave prevista em lei. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para reconhecer a isenção dos rendimentos de R$ 29.630,00, por serem decorrentes de aposentadoria de contribuinte portador de moléstia grave prevista na Lei n.º 7.713, de 1988.” Transitado em julgado, os autos foram baixados à Agência da Receita Federal do Brasil em Três Rios/RJ, tendo retornado a este Conselho, por despacho, apontando equívoco Fl. 68DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 11/11/201 4 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS 4 no somatório dos rendimentos auferidos do INSS e da Refer, reconhecidos como isentos do imposto sobre a renda, por serem decorrentes da aposentadoria do contribuinte, portador de moléstia grave prevista na Lei nº 7.713, de 1988. Examinado os autos, foi constatado que, de fato, ocorreu um erro de cálculo na soma dos rendimentos do recorrente. Conforme se verifica às fls. 19 e 21 dos autos, nos Comprovantes de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte emitidos pela Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social – Refer, e pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, o recorrente auferiu R$ 7.819,04 e R$ 22.440,96, respectivamente, valores inclusive consignados no voto da relatora, às fls. 43. Deste modo, resta clara a intenção do julgado em afastar da tributação os valores referentes ao total recebido pelo contribuinte, a título de proventos de aposentadoria por tempo de serviço e benefícios de entidade de previdência privada, no montante de R$ 30.260,00. Todavia, ao totalizar os dois rendimentos considerados isentos do imposto sobre a renda, o resultado disposto no voto, foi, equivocadamente, R$ 29.630,00, quando deveria ter sido de R$ 30.260,00. O equívoco terminou repetido na conclusão do julgado, acima transcrito. Ora, resta evidente o lapso manifesto que trouxe o valor de “R$ 29.630,00” em desacordo com o resultado correto do somatório, no montante de R$ 30.260,00. Deste modo, em que pese a retificação proposta não alterar o desfecho do processo, entendo que deva ser considerado no Acórdão os valores corretos do somatório, de R$ 30.260,00, em vez de R$ 29.630,00, e assim a conclusão do julgado deve ser retificada exclusivamente para consignar que “Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para reconhecer a isenção dos rendimentos de R$ 30.260,00, por serem decorrentes de aposentadoria de contribuinte portador de moléstia grave prevista na Lei nº 7.713, de 1988”. Diante do exposto, voto pelo ACOLHIMENTO dos Embargos Inominados para rerratificar o acórdão embargado, nestes exatos termos. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 11/11/201 4 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 13727.000761/200883 Acórdão n.º 2101002.462 S2C1T1 Fl. 4 5 É como voto. Relator EDUARDO DE SOUZA LEÃO Fl. 70DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/11/2014 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 11/11/201 4 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por MARIA CLECI COTI MARTINS
score : 1.0
Numero do processo: 10283.002528/99-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 09 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Nov 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1993, 1994, 1995
ARBITRAMENTO DO LUCRO.
É procedente o lançamento com base no lucro arbitrado da pessoa jurídica quando, intimado, o contribuinte não apresenta à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração feita de acordo com a legislação comercial e fiscal.
LANÇAMENTOS REFLEXOS - Dada a estreita relação de causa e efeito existente entre o Lançamento principal e seus reflexos, a decisão proferida naquele é extensiva a estes.
DECADÊNCIA
Nos casos de lançamento por homologação, em que há pagamento parcial dos débitos, deve-se reconhecer a aplicação do artigo 150, parágrafo 4ª, do CTN, nos termos da jurisprudência firmada do STJ com efeitos repetitivos.
Reconhece a decadência quanto aos tributos objeto da presente lide (IRPJ, CSL e IR-Fonte) em relação aos fatos geradores de janeiro de 1993 a março de 1994.
Recurso conhecido e provido parcialmente.
Numero da decisão: 1201-000.827
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR parcial provimento ao Recurso Voluntário para acolher a alegação de decadência dos créditos tributários de IRPJ, CSLL e IRRF relativos aos fatos geradores ocorridos em todos os meses do anos de 1993 e de janeiro a março de 1994.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Rafael Correia Fuso - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (presidente substituto), Roberto Caparroz de Almeida, Rafael Correia Fuso, José Sérgio Gomes, Marcos Vinicius Barros Ottoni e João Carlos de Lima Junior.
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1993, 1994, 1995 ARBITRAMENTO DO LUCRO. É procedente o lançamento com base no lucro arbitrado da pessoa jurídica quando, intimado, o contribuinte não apresenta à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração feita de acordo com a legislação comercial e fiscal. LANÇAMENTOS REFLEXOS - Dada a estreita relação de causa e efeito existente entre o Lançamento principal e seus reflexos, a decisão proferida naquele é extensiva a estes. DECADÊNCIA Nos casos de lançamento por homologação, em que há pagamento parcial dos débitos, deve-se reconhecer a aplicação do artigo 150, parágrafo 4ª, do CTN, nos termos da jurisprudência firmada do STJ com efeitos repetitivos. Reconhece a decadência quanto aos tributos objeto da presente lide (IRPJ, CSL e IR-Fonte) em relação aos fatos geradores de janeiro de 1993 a março de 1994. Recurso conhecido e provido parcialmente.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1993, 1994, 1995 ARBITRAMENTO DO LUCRO. É procedente o lançamento com base no lucro arbitrado da pessoa jurídica quando, intimado, o contribuinte não apresenta à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração feita de acordo com a legislação comercial e fiscal. LANÇAMENTOS REFLEXOS Dada a estreita relação de causa e efeito existente entre o Lançamento principal e seus reflexos, a decisão proferida naquele é extensiva a estes. DECADÊNCIA Nos casos de lançamento por homologação, em que há pagamento parcial dos débitos, devese reconhecer a aplicação do artigo 150, parágrafo 4ª, do CTN, nos termos da jurisprudência firmada do STJ com efeitos repetitivos. Reconhece a decadência quanto aos tributos objeto da presente lide (IRPJ, CSL e IRFonte) em relação aos fatos geradores de janeiro de 1993 a março de 1994. Recurso conhecido e provido parcialmente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR parcial provimento ao Recurso Voluntário para acolher a alegação de decadência dos créditos tributários de IRPJ, CSLL e IRRF relativos aos fatos geradores ocorridos em todos os meses do anos de 1993 e de janeiro a março de 1994. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 25 28 /9 9- 05 Fl. 691DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 2 (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente. (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (presidente substituto), Roberto Caparroz de Almeida, Rafael Correia Fuso, José Sérgio Gomes, Marcos Vinicius Barros Ottoni e João Carlos de Lima Junior. Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado em face da contribuinte, na qual cobra débitos de IRPJ dos anos calendários de 1993, 1994 e 1995 (mês a mês), com base em lucro arbitrado, considerando a seguinte imputação fiscal: 001 RECEITAS OPERACIONAIS (ATIVIDADE NÃO IMOBILIÁRIA) REVENDA DE MERCADORIAS Valor apurado conforme dados constantes de suas Declarações de Rendimentos dos Exercidos de 1994, Períodobase 1993, Declaração entregue em 29/07/94, Exercício de 1995, Período base 1994, Declaração entregue em 25/05/95. Exercício de 1996, Períodobase de 1995, Declaração entregue em 05/08/97, onde intimado na data de 05/03/99, consoante Termo em anexo,aduziu estar impossibilitado para tanto, devido ao extravio ocorrido quando da mudança da sede da empresa, para cidade de Manaus, conforme documento acostado datado de 12/03/99. Intimado novamente, na data de 24/03/99, a apresentar os documentos que comprovassem haver o contribuinte ter informado ao órgão competente do Registro do Comércio, o extravio de sua documentação, bem como, da sua comunicação dentro das 48 (quarenta e oito ) horas seguintes, ao Órgão da Secretaria da Receita Federal e ainda na mesma intimação, perguntamos: se houve por parte do contribuinte a tentativa de legalização de novos livros e o esforço no sentido de reconstituição da escrituração. O mesmo respondeu através nova de Declaração que: "Não apresentou qualquer informação ao registro do comércio, como também à nenhum Órgão da secretaria da Receita Federal, sobre o extravio de toda documentação da empresa". Respondeu ainda na mesma Declaração que infelizmente não tinha nenhum elemento, para dar suporte à documentação necessária para apreciação por nossa parte. Fl. 692DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 3 3 A multa aplicada foi de 75% quanto ao IRPJ. Da mesma forma, a empresa foi autuada quanto à CSL e IRFonte do mesmo período (janeiro de 1993 a dezembro de 1995) com base no lucro arbitrado e multa de 75%, com fundamento em informações descritas nas declarações de rendimentos do contribuinte (DIPJs). O Auto de Infração foi lavrado em 28/04/1999, prazo esse considerado da intimação da contribuinte, sendo apresentada defesa administrativa em 27/05/1999, alegando que: 2. PRELIMINARMENTE 2.1 DA NOVA AUTUAÇÃO 2.1.1. É de se observar que, os cálculos que originaram os créditos tributários não levaram em consideração diversos fatores importantes, o que aumentou os valores da autuação. 2.1.2. No caso presente, a ação fiscal gerou tributos cujos valores estão além do conceito de confisco. Tratase de valor que simplesmente é impagável. 2.1.3. Isto decorre da falta de critério para fixação do crédito tributário. Ao se utilizar da base de cálculo arbitrada, criouse uma situação irreal e surrealista. Não há a certeza necessária, no que tange aos valores, quanto ao real valor do crédito, o que pode ser danoso para o Fisco, por que pode estar aquém do que é devido, e com certeza à Impugnante, pois não reflete sua real condição fiscal e contábil. 2.1.4. Há a possibilidade de recomposição da documentação contábil de fiscal da Impugnante, o que possibilitaria a recomposição dos cálculos através da base real. 2.1.5. Se houver impossibilidade de se obter o lucro real, e tendo em vista que há ainda a possibilidade de se utilizar o critério de lucro presumido, e este se aproxima do lucro real, a aplicação do lucro presumido é de rigor. 2.1.6. Dessa forma, o verdadeiro ideal de Justiça estaria sendo alcançado, possibilitando a Impugnante de pagar ou de comprovar que pagou o que lhe é realmente devido, e a Receita Federal ter a segurança e a certeza de ter cobrado da contribuinte o que lhe competia cobrar. 2.1.7. A manutenção do presente auto de infração, da maneira que foi imposto, impossibilita a continuidade da empresa, condenandoa à quebra. O arbitramento é uma medida por demais dura e rigorosa. 2.1.8. Ante o exposto, preliminarmente, requer se digne Vossa Senhoria, diante dos fatos expostos, determinar a concessão de prazo razoável para que a Impugnante possa recompor sua escrituração fiscal e contábil, e após, determinar nova autuação sobre as contas da Impugnante, já com base no lucro real. Fl. 693DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 4 2.2. DA NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO Ainda em preliminar cabe a análise da nulidade do auto de infração, conforme a seguir exposto. 2.2.1. DA FALTA DE NOTIFICAÇÃO PARA O ARBITRAMENTO 2.2.1.1. Conforme podemos observar no auto de infração, tendo em vista, a impossibilidade da Impugnante de oferecer os elementos necessários à Receita Federal, os valores que serviram de base cálculo para fixação do lucro foram arbitrados, atingindose valores exorbitantes. 2.2.1.2. Ocorre que, quando das notificações da Impugnante para apresentar os elementos que serviriam de base para a ação fiscal, ela deveria ter sido cientificada de que a não apresentação de tais elementos, mesmo em caso fortuito como no presente caso, os valores seriam arbitrados segundo critérios da Receita Federal. 2.2.1.3. Ora, a Impugnante desde que verificou o extravio dessas caixas contendo documentos de ordem fiscal, administrativo, financeiro e contábil, está tentando reconstituílos de forma a retratar sua condição da época, da melhor maneira possível, não medindo esforços para tanto. 2.2.1.4 Não poderia cumprir a exigência no prazo exíguo de 72 (setenta e duas) horas, pois, a quantidade de documentos extraviados é enorme. Ressaltese que, o extravio se deu por razões alheias a sua vontade. 2.2.1.5. Observese que, na época do extravio, a Impugnante não possuía, em sua nova sede na cidade de Manaus, profissional qualificado para tentar reconstituir sua escrituração contábil, tanto que, um motorista da empresa foi quem levou a notícia do extravio junto à Delegacia de Manaus. 2.2.1.6. A falta de menção no termo de início da ação fiscal de que os valores seriam arbitrados, como efetivamente ocorreu, inquina de nulidade o termo, devendo o ato ser repetido. 2.2.2. DA CUMULATIVIDADE INDEVIDA DE TRIBUTOS NO MESMO AUTO DE INFRAÇÃO 2.2.2.1. Prescreve o art. 9°, do Decreto 70.235/72: Art. 9°. A exigência de crédito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e a aplicação de penalidade isolada serão formalizadas em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada imposto, contribuição ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada ao "caput" pela Lei n° 8.748, de 09.12.93, DOU 10.12.93) 2.2.2.2. Conforme se pode observar do auto de infração n° 0220100/00210/19, a Receita Federal incluiu no mesmo auto, a exigência ao crédito tributário referente ao Imposto de Renda Fl. 694DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 4 5 Pessoa Jurídica, o Imposto de Renda na Fonte e a Contribuição Social. 2.2.2.3. Tal cumulação é defeso pela lei, devendo o auto de infração ser distinto para cada um dos créditos reclamados pela Receita Federal. 2.2.2.4. Justificase a exigência do art. 9°, do Decreto 70.235/72, pela simples razão de proporcionar ao contribuinte a maior amplitude se sua defesa, com o distinção da conduta ilícita atribuída ao contribuinte. 2.2.2.5. Por atentar contra direito do contribuinte, previsto, não somente, pela legislação ordinária, mas também, pela Constituição Federal, a cumulatividade indevida torna nula o auto de infração objeto da presente, impondose o sua repetição. 2.2.3. DA FALTA DE DESCRIÇÃO DO SUPOSTO ILÍCITO 2.2.3.1. Observase no auto infração a falta de descrição da conduta ilícita da Impugnante, passível das sanções a ela imposta. 2.2.3.2. Com efeito, o auto de infração deveria trazer elementos e descrições minuciosas da conduta da Impugnante, que caracterizariam as infrações fiscais a ela atribuídas. 2.2.3.3. Limitase o auto de infração a descrever o que foi apurado, porém, deixa de fazêlo no que diz respeito à descrição da conduta. 2.2.3.4. Tal fato atenta contra o princípio da ampla defesa, garantido pela Constituição Federal, ainda que seja em procedimento administrativo como é o caso. 2.2.3.5. A nãoobservância do preceito constitucional acarreta a nulidade do auto de infração, objeto da presente impugnação. 3. NO MÉRITO 3.1. DA APLICAÇÃO INDEVIDA DA MULTA 3.1.1. O auto de infração aplica a multa de 75% (setenta e cinco por cento), em razão do disposto no art. 44, inc. I, da Lei 9.430/96, valendo sua transcrição: "Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; Fl. 695DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 6 II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis." 3.1.2. É de se observar que a Impugnante não incorre em nenhum dos incisos acima. Com efeito, a Impugnante não deixou de recolher o tributo, e não deixou de emitir sua declaração de renda, tanto que o Sr. Auditor utilizou a declaração para obter o lucro arbitrado. 3.1.3. No que tange às penalidades, seja em qualquer campo do direito, é necessário que a conduta do agente se amolde ao que prescreve a lei, sendo defeso a sua interpretação extensiva. 3.1.4. Destarte, é incabível a aplicação da referida multa, por absoluta falta de justa causa, devendo ser expurgada do cálculo do crédito tributário, Por seu turno, vale observar o disposto no artigo 112, do CTN: "A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase de maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I capitulação do fato; II à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos efeitos;... IV – à natureza da penalidade aplicável, ou sua graduação". 3.2. DA FIXAÇÃO INDEVIDA DO LUCRO ARBITRADO 3.2.1. Em razão da falta de documentos, que repitase a Impugnante não está medindo esforços para reconstituílos, a Receita Federal estimou o lucro da Impugnante mediante o arbitramento pelo valor bruto. 3.2.2. Ocorre que, além da falta de notificação com a menção expressa de que o lucro seria arbitrado, haveria possibilidade de reconstituir os livros, o que a Impugnante vem fazendo às duras penas. 3.2.3. Uma vez reconstituída a documentação, a Impugnante teria seus lucros apurados não pelo arbitramento, mas pelo que realmente obteve no período fiscalizado. 3.2.4. Por outro lado, vez que o arbitramento é realizado a critério da Receita Federal, este poderia ter sido apurado pela média do período fiscalizado, e não exercício a exercício, como se efetivou. 3.2.5. Há que se considerar que, os exercícios dos anos de 1993, 1994 e 1995, justamente os que sofrem a ação fiscal, foram atípicos, em que a Impugnante obteve altas receitas brutas, porém, teve altos fatores de dedução, que acabaram por produzir baixas receitas líquidas, como podese observar das declarações de renda do período. 3.2.6. Não se pode olvidar para o fato que, nos períodos de 1993, 1994 e 1995, havia um grande incentivo às importações, o que já não mais ocorre, pois, a Impugnante sofre com a crise econômica, que lhe acarretou brutal queda de vendas, e Fl. 696DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 5 7 conseqüentemente de lucros. Há que se ressaltar que o objetivo social da Impugnante é a importação, e 100% de sua atividade é voltada para esse fim. 3.2.7. O critério mais justo seria a obtenção dos reais valores de lucro real. Se não possíveis, a apuração mediante a média global. 3.2.8. Na verdade, da forma como foi lavrado o auto de infração, o lucro arbitrado não reflete a realidade da situação vivida pela Impugnante, e os resultados, por que não dizer, são ilíquidos. 3.2.9. Aliás, é oportuno transcrever o entendimento perfilhado pela jurisprudência pátria: "ATRASO NA ESCRITA A desclassificação da escrita somente se legitima na ausência de elementos concretos que permitam a apuração do lucro real da empresa, não se justificando simples atraso na escrita (Súmula 76 TFR). Destarte, se o contribuinte quer comprovar, em juízo, através de prova pericial, o seu lucro real, o indeferimento dessa prova importa cerceamento de defesa". (Ap. Cível 91.034SE – Decisão de 24/10/84 do TFR, 4a Turma Resenha Tributária, Seção 1.2, Ed. 37/84, pág. 974). "ATRASO NA ESCRITURAÇÃO Irregularidade formal não justifica, por si só, o abandono da escrituração e a adoção do lucro arbitrado. É de concederse, por escrito, prazo razoável para a sua correção. A irregularidade material, por sua vez, deve ser demonstrada". (Ac. 1° CC 1035.551/83 – Resenha Tributária, Seção 1.2, Ed. 30/84, pág. 768). 3.2.9. Por tudo isso, impõese a realização de nova ação fiscal, com prazo suficiente para que a Impugnante possa reconstituir sua documentação fiscal e contábil. 4. DO PEDIDO Ante o exposto, requer se digne Vossa Senhoria preliminarmente determinar nova autuação, tendo em vista a falta de um único critério para fixação da base de cálculo, eis que em tema de Imposto de Renda, a desclassificação da escrita somente é legitima na ausência de elementos concretos para apuração, o que inocorreu. Ainda em preliminar, requerse seja declarado nulo o auto de infração FM n° 00220100/00210/19, em razão da falta de notificação para o arbitramento do lucro, cumulação indevida de tributos no mesmo auto de infração e falta de descrição do suposto ilícito, devendo o auto ser novamente realizado. Se assim não entender Vossa Senhoria, o que admitimos apenas a título de argumentação, no mérito, julgar improcedente a presente ação fiscal, em razão da indevida aplicação da multa de 75%, que deverá ser expurgada do cálculo, bem como, em razão da fixação indevida do lucro arbitrado, devendo o auto ser novamente lavrado, por ser essa medida de inteira justiça. Fl. 697DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 8 Para provar o alegado, requerse a produção de prova documental, que segue anexo a presente, diligências contábeis, e demais que se fizerem necessária. A DRJ manteve o lançamento fiscal, conforme íntegra da decisão abaixo transcrita: 2. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 2.1. Dada a tempestividade, acolhese a impugnação, para apreciação das razões de preliminar e de mérito, apresentadas pelo impugnante. PRELIMINARES: 2.2. Não procede a alegação do contribuinte de que não foram considerados fatores importantes, inclusive porque não citou quais fatores foram desconsiderados. Tratase de lançamento com base no lucro arbitrado, quando não são considerados deduções justamente pela falta de documentação que as comprove, inclusive de prejuízos. O valor do lançamento, obedecidas as regras legais do arbitramento do lucro e a alíquota pertinente, por elevado que seja, não constitui confisco. No caso, o arbitramento está de acordo com a norma. Improcede tal alegação. 2.3. Não procede a alegação, nem acatamento, da possibilidade de recomposição da escrituração contábil para posterior fiscalização e lançamento. Primeiro, o arbitramento não é um lançamento condicional sujeito à reformulação por outro regime de apuração do lucro tributável. Segundo, o contribuinte não adotou as providências legais, antes do início da fiscalização, junto ao Registro do Comércio e à Receita Federal, nem comprovou que já tenha adotado os devidos esforços para recomposição de sua escrita. Terceiro, o contribuinte já declarou às fls.54 a impossibilidade de fazêlo. 2.4 Não procede também a alegação de adotar a sistemática de cálculo pelo lucro presumido, o qual é uma opção do contribuinte. A lei é contudente: não atendidas as condições de opção por qualquer dos regimes de apuração do IRPJ seja Simples, Lucro Presumido ou Lucro Real aplicase a regra do arbitramento. É o que reza, para o caso específico, o artigo 539, inciso I, do RIR/94. Portanto, não merece acatamento tal alegação. 2.5 Quanto à alegação de que a manutenção do lançamento levaria a empresa à quebra, impedindo a sua continuidade, tratase de juízo de valor, sobre o qual não cabe julgamento, nem justifica a concessão de prazo para recompor a escrita, quando já se iniciou a fiscalização e não comprova a empresa que já tenha adotado as providências estabelecidas em lei, no caso, o art. 165, §§ I o e 2o, do RIR/80 (art. 210, §§ I o e 2o, do RIR/94) 2.6 Também improcede a preliminar de nulidade do Auto de Infração, invocada pelo contribuinte, por não constar dos termos de início e de intimação a informação de que a não apresentação Fl. 698DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 6 9 dos elementos solicitados implicaria no arbitramento do lucro. Nem a lei exige, nem a jurisprudência condiciona o arbitramento ao conhecimento do contribuinte de que seu lucro será arbitrado se não apresentar a escrituração contábil e fiscal. É uma determinação legal para a atividade legalmente vinculada do agente fiscal. 2.7 Quanto à sua afirmação de que vem adotando esforços para recomposição de sua escrituração desde o extravio da documentação não parece verdadeira. Não apresentou com a impugnação qualquer prova dos procedimentos para tal, nos termos do art. 165, §§ I o e 2o, do RIR/80 (Art. 210, §§ I o e 2o, do RIR/94), até porque informou (fls. 54) que não fez qualquer comunicação à Junta Comercial e à Receita Federal, requisito inicial para a legalização de novos livros. 2.8 Não houve, como alega o contribuinte, afronta ao artigo 9o do Decreto 70.235/72. Foram lavrados autos independentes para cada tributo – IRPJ (fls.05/23) e seus reflexos C. SOCIAL (fls. 24/38) e IRRF (fls.39/49) – decorrendo o erro da alegação do contribuinte, possivelmente, por considerar o Termo de Encerramento de Ação Fiscal, no qual estão resumidos os valores do lançamento, como Auto de Infração. Não há suporte para a alegação de cerceamento do direito de defesa. 2.9 Não procede também a alegação de que o A.I. não traz a descrição da conduta ilícita. Em princípio, o arbitramento não é decorrente de conduta ilícita, até porque não é penalidade, mas forma de apuração do lucro tributável. E o recurso colocado à disposição do fisco para apuração do lucro tributável quando a escrituração contábil e fiscal não contem os requisitos estabelecidos em lei para respaldar a opção de regime efetuada pelo contribuinte. As condições previstas no inciso I, do artigo 539 do RIR/94 para aplicação do arbitramento do lucro estão devidamente descritas no Auto de Infração de IRPJ, às fls.06, já resumidas no subitem 1.2. Assim, não é a descrição da conduta ilícita, mas a indicação dos requisitos não cumpridos para confirmação dos valores declarados que embasa e torna legal o arbitramento, sem qualquer ofensa ao princípio da ampla defesa garantido pela Carta Magna. Não procede a preliminar de nulidade do auto de infração. MÉRITO 2.10 Procede a aplicação da multa de 75%. Na realidade, o contribuinte apresentou suas DIRPJ e recolheu o tributo devidamente apurado nelas. É a base de suas alegações. No entanto, não podendo comprovar os valores declarados em suas DIRPJ, por extravio de toda a documentação, inclusive dos livros contábeis e fiscais, é atribuição do fisco arbitrar e não mais se consideram possíveis deduções de despesas e de prejuízos compensáveis, resultando do cálculo imposto a maior que o declarado e recolhido. Abatido o que foi comprovadamente recolhido, através de extratos do sistema Fl. 699DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 10 informatizado da SRF, sobre a diferença se aplica a penalidade, pois se constitui tal diferença em falta de recolhimento. E, portanto, procedente a aplicação da penalidade prevista no art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/96. Complementese, em contra argumentação ao alegado pelo contribuinte, que não houve interpretação extensiva na aplicação da penalidade. Arbitrado o lucro, calculado o imposto e abatido o recolhido, sobre a diferença entre ambos cabe aplicação da citada penalidade. 2.11 Não merece acatamento a sugestão do contribuinte de se adotar a média do período fiscalizado. A lei estabelece, primeiro, a apuração do lucro por anocalendário, portanto, exercício a exercício. Segundo, o arbitramento obedece a regras precisas, conforme art. 542 do RIR/94, complementado pela Port. MF n° 524/93 e INSRF n° 79/93, para os anoscalendário de 1993 e 1994, e a Lei 8.981/95, para os anoscalendários a partir de 01/01/95, para não ficar ao talante do agente fiscal. 2.12 Não merece apreciação a alegação de que nos exercícios fiscalizados obteve o contribuinte altas receitas e agora, com a crise econômica, vem sofrendo quedas de vendas, por se tratar de juízo de valor. 2.13 Não tem aplicação a jurisprudência socorrida pelo contribuinte, pois não se trata de atraso de escrita. Simplesmente não existe a escrituração contábil, por extravio, sem que tenham sido adotados os procedimentos exigidos por leí.o arbitramento decorreu da falta de apresentação da escrita contábil e dos documentos que serviram ao assentamento de tal escrita. A certidão apresentada pelo contribuinte, às fls.52, por declaração sua perante a Polícia Civil, confirma que os livros e documentos contábeis e fiscais foram extraviados durante a transferência da sede da empresa de São Paulo para Manaus. Consequentemente, não dispõe o contribuinte dos livros originais e dos documentos nos quais se basearam os lançamentos contábeis e fiscais, que serviram de fonte para as DIRPJ apresentadas. Também, não prova o contribuinte que tenha adotado as providências junto ao Fisco, quer quanto à comunicação da ocorrência, quer quanto à reconstituição de sua escrita, conforme dispõe o art. 165, §§ I o e 2o, do RIR/80 (art. 210, §§ I o e 2o, do RIR/94). É correto o fundamento do arbitramento no art. 400 do RIR/80 (art. 541 do RIR/94), pois sua escrituração não está de acordo com as leis comerciais e fiscais, como estipula o inciso I do artigo 539 do RIR/94. 2.14 Centrandose as alegações do contribuinte no tocante ao IRRF e C.SOCIAL lançados, no mesmo diapasão contra o IRPJ, ficam extensivas aos mesmos tributos as razões que fundamentam a manutenção do IRPJ. 2.15 Sendo procedentes os lançamentos dos tributos impugnados pelo contribuinte, pela diferença ou falta de recolhimento, são devidos a penalidade e demais encargos legais. 2.16 Por último cabe declarar a improcedência das alegações preliminares de nulidades pela contra argumentação contida nos subítens 2.2 a 2.9 que atacaram as preliminares de persi, inclusive quanto ao cerceamento ao direito de ampla defesa, Fl. 700DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 7 11 devendo ser indeferida a pretensão de nova fiscalização, pelo fato de o arbitramento não ser condicional, nem provar o contribuinte que tinha sua escrituração atualizada, no momento da fiscalização, com a declaração de procedência dos lançamentos pelos fundamentos legais contidos nos autos de infração. 3. CONCLUSÃO 3.1. Considerando que o processo está revestido das formalidades legais; considerando a competência que me é atribuída pelo art. 25, inciso I, alínea "a", do Decreto n° 70.235/72, com a redação dada pelo art. I o da Lei n° 8.748/93, e a atribuição do art. 5o, item I, da Portaria MF n° 384/94, e face ao exposto, DECIDO: I acolher a Impugnação, por tempestiva a sua apresentação; II declarar improcedentes as preliminares de cerceamento do direito de defesa pois garantido lhe foi o direito de impugnação, dada a lavratura de autos independentes para cada tributo, e de nulidade do auto de Infração, por não demonstrar o contribuinte a ocorrência das condições definidas no artigo 59, do Decreto n° 70.235/72, alterado pela Lei n° 8.748/93; III indeferir o pedido de nova fiscalização, visto que o arbitramento não é lançamento condicional e de que não apresentou o contribuinte qualquer prova que exija diligência, referida como condição de prova, mas formulada em desacordo com o diploma processual, com possível reforma do lançamento; III no mérito, julgar PROCEDENTE o lançamento representado pelos Autos de Infração IRPJ (fls. 05/23) e seus reflexos C. SOCIAL (fls. 24/38) e IRRF (fls.39/49), lavrados contra o contribuinte TREBORRE COMERCIAL IMPORTADORA E EXPORTA DORA LTDA, C.G.C/MF N° 66.658.865/000158, para exigirlhe o crédito tributário neles formalizado, acrescido de multa de ofício e juros de mora, calculados por ocasião do pagamento. Intimada da decisão em 16/02/2000, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 14/03/2000, alegando em síntese que: 1) A r. decisão de primeira instância acolheu a Impugnação da Recorrente, mas deixou de apreciar as alegações preliminares, alegando que os fatos não têm vinculação com o lançamento. Ora, os fundamentos suscitados com vista à anulação do Auto de Infração são válidos conforme a lei, merecendo, por isso, o exame amplo na decisão. Como se sabe, a sentença deve ser clara e coerente. Clara, para não ensejar dúvidas em sua interpretação. Coerente no sentido de que o dispositivo deve ser uma conclusão lógica dos fundamentos. Além disso, a sentença deve ser pertinente, isto é, dizer respeito ao pedido com certeza e precisão. Fl. 701DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 12 Com a omissão tais princípios não foram observados, o que viabiliza o reexame da decisão impugnada, (art. 93,IX,CF) 2) Em 26 de abril de 1999, a Receita Federal lavrou auto de infração F M n° 0220100/00210/19, em que impõe a Recorrente o recolhimento do crédito tributário referente ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, no período de 01/93 a 12/95: o Imposto de Renda na Fonte, no período de 31/01/93 a 31/12/95; e a Contribuição Social, no período de 31/01/93 a 31/12/95, tendo apurado o montante descrito fls. 553. O direito do fisco de constituir o crédito tributário, nos termos do artigo 173 do CTN extingue após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Acrescenta, ainda, que a extinção definitiva desse direito ocorre com o decurso de prazo de cinco anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Segundo a jurisprudência dominante, o auto de infração consuma o lançamento tributário, não havendo mais, depois de sua lavratura, de cogitar de decadência. Assim, considerase consumado o lançamento na oportunidade em que o fisco lavra o auto de infração ou, por outra forma, determina o valor do crédito tributário e intima o sujeito passivo para fazer o respectivo pagamento. (Súmulas 108, 153 e 219, TFR). Conjuga se com este dispositivo a norma do artigo 150, parágrafo 4°, CTN. Portanto, o auto de infração lavrado em 26/04/99, para formalizar a constituição do crédito tributário consignou períodos de apuração já atingidos pela decadência, ou seja, pela extinção do direito da Fazenda ao crédito, dado período de cinco anos em que o lançamento poderia ter sido efetuado. E, portanto, nulo o auto de infração ao lançar tributo atingido pela extinção do direito da Fazenda constituir seu crédito, merecendo justa reforma do decisum de primeira instância. 3) Conforme se pode observar no auto de infração, os valores da base de cálculos foram arbitrados, somandose valores elevadíssimos, ante a impossibilidade da Recorrente em oferecer, por motivos de força maior, os elementos básicos necessários ao levantamento fiscal. Tal motivo está amplamente demonstrado na Impugnação de fls. da Recorrente. No entanto, o fisco deixou de observar a norma do artigo 148 do CTN ao impor a modalidade de lançamento por arbitramento, uma vez que esta norma existe, ainda, que seja feito mediante "processo regular", e, havendo contestação, que seja assegurada a avaliação contraditória, administrativa ou judicial. O arbitramento, como o próprio nome diz, representa uma decisão unilateral, tomada ao arbítrio de outrem. Ele não se adapta ao processo dialético. Assim, quando o artigo exige que o arbitramento se faça mediante processo regular, não o está transformando em incidente, mas determina à Fazenda que realize uma série de atos orientados no sentido de levantar dados e elementos, Fl. 702DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 8 13 concretos e verdadeiros, que conduzem de forma lógica e racional à verdade. Como houve contestação, face à impugnação de fls. devese assegurar a avaliação contraditória, ou seja, o contrário na avaliação da base de cálculo arbitrada com o lançamento. Como se nota, o Fisco não comprovou, ainda que mediante indícios, a existência que legitimou a prática do arbitramento contra a Recorrente, embora esta tenha justificado amplamente a impossibilidade da apresentação, em tempo exíguo de 72 (setenta e duas) horas, de um enorme volume de documentos comprovadamente extraviados, sem culpa ou por motivos alheios a sua vontade. Portanto, a norma do artigo 5o, LIV; da Constituição Federal ficou violada, data vênia, importando, assim, o reexame da decisão atacada. De tudo quanto foi exposto, a decisão de primeira instância não encontra suporte na vontade da lei a atendimento aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ficando evidente que a Recorrente tem pleno direito de pleitear a anulação do auto de infração FM n° 00220100/00209/99, em razão da extinção do direito da Fazenda constituir o crédito tributário, bem como pelo arbitramento efetuado sem regular processo, ratificando, aqui, todos os termos da Impugnação de fls.. Por consequência, é de Justiça que este Colendo Conselho reforme totalmente a decisão de primeira instância, julgando procedente toda a pretensão exposta pela Recorrente. A Receita Federal entendeu pelo não conhecimento do Recurso, visto que a contribuinte não havia indicado bens que garantissem pelo menos 30% do débito fiscal (malsinado depósito recursal de 30%). O débito acabou sendo inscrito em dívida ativa, contudo, a procuradoria, após a Súmula n° 21 do STF, acabou cancelando as inscrições e remeteu os autos para julgamento do CARF. Este é o relatório. Voto Conselheiro Rafael Correia Fuso O Recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais, por isso o conheço. Inicialmente, não acolho os argumentos do contribuinte quanto à nulidade do lançamento, visto que como bem decidido pela DRJ, a contribuinte foi intimada a apresentar os documentos fiscais e contábeis relativos à sua receita. Não o fazendo, seja em razão do extravio noticiado pela contribuinte, seja por não conseguir reconstituir eventuais informações e documentos que demonstrasse sua efetiva Fl. 703DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 14 receita, seja porque não comunicou o fisco quanto à ocorrência, não dá como acatar tal nulidade. Da mesma forma, o arbitramento é a medida correta para esse tipo de caso, quando o contribuinte não apresenta escrita fiscal e contábil, conforme prescreve o artigos 399 e 400 do RIR/80, Art. 399 A autoridade tributária arbitrará o lucro da pessoa jurídica, inclusive da empresa individual equiparada, que servirá de base de cálculo do imposto, quando (Decretolei nº 1.648/78, art. 7º): I o contribuinte sujeito à tributação com base no lucro real não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras de que trata o artigo 172; II o contribuinte autorizado a optar pela tributação com base no lucro presumido não cumprir as obrigações acessórias relativas à sua determinação; III o contribuinte recusarse a apresentar os livros ou documentos da escrituração à autoridade tributária; IV a escrituração mantida pelo contribuinte contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real ou presumido, ou revelar evidentes indícios de fraude; V o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de cumprir o disposto na alínea a do § único do artigo 270; VI o contribuinte, na situação referida no inciso I, e não autorizado a optar pela tributação com base no lucro presumido, espontaneamente apresentar declaração de rendimentos. Art. 400 A autoridade tributária fixará o lucro arbitrado em percentagem da receita bruta, quando conhecida (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º). § 1º Compete ao Ministro da Fazenda fixar a percentagem a que se refere este art., a qual não será inferior a 15% (quinze por cento) e levará em conta a natureza da atividade econômica do contribuinte (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º, § 1º). § 2º O Ministro da Fazenda poderá fixar percentagem menor que a prevista no § 1º para atividades em que a relação entre o lucro bruto e a receita de vendas ou de serviços for notoriamente inferior àquele limite (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º, § 2º). § 3º Nos casos de comissários ou representantes de pessoas jurídicas estrangeiras o lucro será arbitrado no mínimo em 20% (vinte por cento) do preço de venda, das mercadorias ou dos serviços prestados (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º, § 3º). Fl. 704DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 9 15 § 4º Na falta de outros elementos a autoridade poderá, observadas as normas baixadas pelo Secretário da Receita Federal, arbitrar o lucro com base no valor do ativo, do capital social, do patrimônio líquido, da folha de pagamento de empregados, das compras, do aluguel das instalações ou do lucro líquido auferido pelo contribuinte em períodos anteriores (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º, § 4º). § 5º O lucro arbitrado, sem quaisquer deduções, será a base de cálculo do imposto (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º, § 5º). § 6º Verificada a ocorrência de omissão de receita, será considerado lucro líquido, o valor correspondente a 50% (cinqüenta por cento) dos valores omitidos (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º, § 6º). § 7º O arbitramento do lucro não exclui a aplicação das penalidades cabíveis (Decretolei nº 1.648/78, art. 8º, § 7º). Da mesma forma, dispõe o artigo 539 e 540 do RIR/94 quanto ao arbitramento: Art. 539. A autoridade tributária arbitrará o lucro da pessoa jurídica, inclusive da empresa individual equiparada, que servirá de base de cálculo do imposto, quando (DecretoLei n° 1.648/78, art. 7°, e Leis n°s 8.218/91, arts. 13 e 14, parágrafo único, 8.383/91, art. 62, e 8.541/92, art. 21): I o contribuinte obrigado à tributação com base no lucro real não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II a escrituração mantida pelo contribuinte contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real ou, ainda, revelar evidentes indícios de fraude; III o contribuinte recusarse a apresentar os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal à autoridade tributária; IV o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido ou deixar de atender ao estabelecido no art. 534; V o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de cumprir o disposto na alínea a do parágrafo único do art. 339; VI o contribuinte não apresentar os arquivos ou sistemas na forma e prazo previstos nos arts. 212 e 213; VII o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no diário. Fl. 705DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 16 Art. 540. Excepcionalmente, nos casos fortuitos ou de força maior, como definido na lei civil e devidamente comprovados, a pessoa jurídica poderá calcular o imposto mensal com base no lucro arbitrado (Lei n° 8.541/92, art. 21, § 2°). Com isso, andou bem a decisão da DRJ, vejamos: Não tem aplicação a jurisprudência socorrida pelo contribuinte, pois não se trata de atraso de escrita. Simplesmente não existe a escrituração contábil, por extravio, sem que tenham sido adotados os procedimentos exigidos por leí.o arbitramento decorreu da falta de apresentação da escrita contábil e dos documentos que serviram ao assentamento de tal escrita. A certidão apresentada pelo contribuinte, às fls.52, por declaração sua perante a Polícia Civil, confirma que os livros e documentos contábeis e fiscais foram extraviados durante a transferência da sede da empresa de São Paulo para Manaus. Consequentemente, não dispõe o contribuinte dos livros originais e dos documentos nos quais se basearam os lançamentos contábeis e fiscais, que serviram de fonte para as DIRPJ apresentadas. Também, não prova o contribuinte que tenha adotado as providências junto ao Fisco, quer quanto à comunicação da ocorrência, quer quanto à reconstituição de sua escrita, conforme dispõe o art. 165, §§ I o e 2o, do RIR/80 (art. 210, §§ I o e 2o, do RIR/94). É correto o fundamento do arbitramento no art. 400 do RIR/80 (art. 541 do RIR/94), pois sua escrituração não está de acordo com as leis comerciais e fiscais, como estipula o inciso I do artigo 539 do RIR/94. Assim, não há nulidade quanto ao lançamento em razão do arbitramento, muito menos podemos aceitar que o contribuinte goze de presunção de que suas declarações estão corretas, visto que: a) o contribuinte sequer informou o fisco quanto à suposta perda de documentos na transferência de sua empresa para Manaus; b) a empresa foi negligente em não reconstituir sua escrita contábil e fiscal; c) não especificou no Boletim de Ocorrência os documentos extraviados, não se sabendo ao certo se os documentos fiscais e contábeis se referiam aos livros Razão ou Diário, e de qual período. Portanto, não acolho os argumentos do contribuinte quanto à nulidade e o arbitramento. Já em relação à decadência, a mesma deve ser acolhida quanto ao todos os tributos cobrados em relação ao ano de 1993 (todos os meses) e janeiro a março de 1994, visto que os tributos cobrados foram lançados mensalmente, houve pagamento parcial de tributos (fls. 131 e seguintes e fl. 299 e seguintes) e o lançamento fiscal se deu em 28/04/1999. É exatamente o caso de aplicação do disposto no artigo 150, § 4°, do CTN, conforme jurisprudência firmada pelo STJ em recurso repetitivo. Vejamos: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO Fl. 706DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10283.002528/9905 Acórdão n.º 1201000.827 S1C2T1 Fl. 10 17 POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro Fl. 707DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO 18 de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (Resp n° 973.733/SC, Min. Relator Luiz Fux, Primeira Seção, Julgado em 12/08/2009) Assim, entendo pela decadência do crédito tributário quanto aos tributos objeto da presente lide (IRPJ, CSL e IRFonte) quanto aos fatos geradores de janeiro de 1993 a março de 1994, devendo ser aplicado ao disposto no presente caso o entendimento sufragado do STJ, nos termos do artigo 62A do RICARF. Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso, e no mérito DOULHE PARCIAL PROVIMENTO, para reconhecer a decadência quanto aos fatos geradores de janeiro de 1993 a março de 1994, mantendose os demais fundamentos da decisão da DRJ. É como voto! (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Fl. 708DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 014 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por MARCELO CUBA NETTO
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