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Numero do processo: 10384.720119/2010-79
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005
PROVAS. UTILIZAÇÃO DE DADOS BANCÁRIOS.
A requisição às instituições financeiras de dados relativos a terceiros, com fulcro na Lei Complementar nº 105/2001, constitui simples transferência à RFB e não quebra de sigilo bancário dos contribuintes, não havendo, pois, que se falar na necessidade de autorização judicial para o acesso, pela autoridade fiscal, a tais informações
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA
A omissão acintosa e reiterada da receita tributável revela o caráter doloso da conduta do sujeito passivo no sentido de impedir ou retardar o conhecimento da autoridade fazendária do fato gerador da obrigação tributária principal, sujeitando o tributo de incidente sobre essa omissão à penalidade de multa qualificada. Correta a aplicação da multa de ofício qualificada de 150% quando restar evidenciado nos autos os motivos da aplicação da referida multa.
LANÇAMENTOS REFLEXOS.
Decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa.
Numero da decisão: 1802-002.370
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel.
Nome do relator: JOSÉ DE OLIVEIRA FERRAZ CORRÊA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 PROVAS. UTILIZAÇÃO DE DADOS BANCÁRIOS. A requisição às instituições financeiras de dados relativos a terceiros, com fulcro na Lei Complementar nº 105/2001, constitui simples transferência à RFB e não quebra de sigilo bancário dos contribuintes, não havendo, pois, que se falar na necessidade de autorização judicial para o acesso, pela autoridade fiscal, a tais informações MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA A omissão acintosa e reiterada da receita tributável revela o caráter doloso da conduta do sujeito passivo no sentido de impedir ou retardar o conhecimento da autoridade fazendária do fato gerador da obrigação tributária principal, sujeitando o tributo de incidente sobre essa omissão à penalidade de multa qualificada. Correta a aplicação da multa de ofício qualificada de 150% quando restar evidenciado nos autos os motivos da aplicação da referida multa. LANÇAMENTOS REFLEXOS. Decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa.
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EFEITOS. ENTENDIMENTO DOMINANTE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais, quando comprovado que o contribuinte não figurou como parte na referida ação judicial. A autoridade julgadora administrativa não se encontra vinculada ao entendimento dos Tribunais Superiores, pois não faz parte da legislação tributária de que fala o artigo 96 do Código Tributário Nacional, salvo quando tenha gerado uma súmula vinculante, nos termos da Emenda Constitucional n.° 45. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improfícuos os julgados administrativos trazidos pelo sujeito passivo, pois tais decisões não constituem normas complementares do Direito Tributário, já que foram proferidas por órgãos colegiados sem, entretanto, uma lei que lhes atribuísse eficácia normativa, na forma do art. 100, II, do Código Tributário Nacional. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 PROVAS. UTILIZAÇÃO DE DADOS BANCÁRIOS. A requisição às instituições financeiras de dados relativos a terceiros, com fulcro na Lei Complementar nº 105/2001, constitui simples transferência à RFB e não quebra de sigilo bancário dos contribuintes, não havendo, pois, que se falar na necessidade de autorização judicial para o acesso, pela autoridade fiscal, a tais informações MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 72 01 19 /2 01 0- 79 Fl. 973DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 37 2 A omissão acintosa e reiterada da receita tributável revela o caráter doloso da conduta do sujeito passivo no sentido de impedir ou retardar o conhecimento da autoridade fazendária do fato gerador da obrigação tributária principal, sujeitando o tributo de incidente sobre essa omissão à penalidade de multa qualificada. Correta a aplicação da multa de ofício qualificada de 150% quando restar evidenciado nos autos os motivos da aplicação da referida multa. LANÇAMENTOS REFLEXOS. Decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Fl. 974DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 38 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza (CE), que por unanimidade de votos julgou improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte. Por economia processual, passo a adotar o relatóorio da DRJ: “Contra o sujeito passivo de que trata o presente processo foram lavrados os autos de infração a seguir indicados: Principal: Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, auto de infração às fls. 03/09, no valor total de R$ 191.756,77, incluídos encargos legais. Reflexos: Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, fls. 10/17, no valor total de R$ 68.104,35, incluindo encargos legais. Contribuição para Financiamento da Seguridade Social Cofins, fls. 18/25, no valor total de R$ 314.328,38, incluindo encargos legais. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, fls. 26/32, no valor total de R$ 112.639,98, incluindo encargos legais. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fls. 05/06, foram apuradas as seguintes infrações: 1. Arbitramento do Lucro Arbitramento do lucro efetuado tendo por base o fato de o contribuinte, notificado apresentar os livros e documentos da sua escrituração, conforme Termo de Início de Fiscalização e termos de reintimação, deixou de apresentálos. Enquadramento Legal: A partir de 01/04/1999 Art. 530, inciso III, do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto nº 3.000/99 – RIR/99. 2. Receita Operacional Omitida (Atividade não Imobiliária) Revenda de Mercadorias Fl. 975DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 39 4 Os fatos que ensejaram os levantamento dos créditos tributários com base nos valores informados à Secretaria de Fazenda do Estado do Piaui, através da Guia Informativa Mensal do ICMS GIM, bem como qualificação da multa, apurados no auto de infração, encontramse detalhados em Termo de Verificação, fls. 34/49. Enquadramento Legal: Artigos 532 e 926 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto nº 3.000/99 – RIR/99. A fiscalização elaborou o Termo de Verificação e Constatação Fiscal, fls. 34/49, no qual se destacam as seguintes informações complementares: (...) 7. DOS FATOS COLHIDOS EM DEPOIMENTO E DEMAIS ELEMENTOS QUE NÓS LEVAM A CONCLUIR PELA UTILIZAÇÃO DE INTERPOSTAS PESSOAS PARA OCULTAÇÃO DO VERDADEIRO PROPRIETÁRIO DA EMPRESA, Sr. CARLOS ALBERTO SOARES DE MELO. • A existência no bojo do processo de abertura da Distribuidora J F Ltda de contrato de aluguel assinado por Carlos Alberto Soares de Melo e José da Cruz Profiro de Sousa, referente ao imóvel da Rua Riachuelo nº 426, que depois teve seu número alterado para 428. No entanto observase que no seu depoimento José da Cruz Profiro de Sousa afirma que o imóvel era alugado da família Tajra e pagava em torno de R$ 300,00 (trezentos reais), quando o contrato de aluguel supracitado cita a cifra de R$ 400,00 (quatrocentos reais), além do mais se verifica a existência de conta de energia elétrica do mês de abril de 2004 em nome de José da Cruz Profiro de Sousa quando ainda nem sequer existia contrato de aluguel. • A utilização do nome de fantasia "O CARLITO" conforme consta no contrato abertura e o total desconhecimento da utilização deste nome por parte de José da Cruz Profiro de Sousa, conforme resposta da pergunta no 15 de sua declarações prestadas a termo. • O total desconhecimento por José da Cruz Profiro de Sousa quanto ao valor de sua participação no capital, pois afirmara que a participação de cada sócio era de R$ 30.000,00 (Trinta mil reais), quando consta no contrato sua participação no valor de R$ 18.000,00 (dezoito mil Fl. 976DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 40 5 reais) e do outro sócio Francisco da Cruz Soares de Melo R$ 12.000,00 (doze mil reais). • O total desconhecimento por José da Cruz Profiro em relação à época e às pessoas para quem foram repassadas suas quotas quando da retirada do seu nome da sociedade, no entanto posteriormente afirma que o contador Leonardo arrumou o Humberto e Ronnie Von para assumirem os débitos. • José da Cruz Profiro afirma não ter recebido nenhum rendimento no período em que seu nome figurou no quadro social da empresa, no entanto verificase na sua Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física Exercício 2005 a indicação de rendimento pela Distribuidora J F Ltda. • A afirmação pela senhora Gilnária Alves da Silva que apesar da empresa constar no nome do José da Cruz Profiro trabalhava na realidade era para o Sr. Carlos Alberto Soares de Melo, e que recebia ordens na qualidade de empregada do senhor Carlito, afirmando inclusive que José Profiro já trabalhava com o Sr. Carlito quando ela foi trabalhar lá. Que presenciou algumas vezes Ronnie Von comparecendo a loja para conversar com o Sr. Carlito. Que os cheques nominais a ela lhes eram entregues pelo senhor Carlito para o pagamento de boletos bancários. • As afirmações feitas por Mariana Bezerra Carvalho Mascarenhas que trabalhava com o Sr. Carlito mesmo tendo sua carteira assinada por José da Cruz Profiro de Sousa na Distribuidora J F Ltda. Que recebia cheques do Sr. Carlito para efetuar pagamentos de boletos. Que sempre trabalhou na Rua Riachuelo com o Sr. Carlito. • O total desconhecimento por parte de Francisco da Cruz Soares de Melo, quanto ao nome de quem fazia parte junto com o ele no quadro social da Distribuidora J F Ltda, chamando de José Pereira o senhor José da Cruz Profiro de Sousa. Que não conhecia Ronnie Von e Humberto Garcia, pessoas estas que foram utilizadas para substituir o quadro social da Distribuidora J F Ltda, embora o mesmo nem soubesse se o seu nome continuava ainda ou não fazendo parte do quadro de sócios. Não conhece o contador Felinto e nem o seu Filho Leonardo, autores da confecção do contrato social da Distribuidora J F Ltda. Não conhece às senhoras Gilnária e Marianna que aparecem como beneficiárias dos cheques nominais assinados por ele, e além do mais não tinha sequer Fl. 977DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 41 6 conhecimento do nome de fantasia utilizado pela empresa. • As afirmações feitas por Felinto da Silva Oliveira Filho, que não conhecia José da Cruz Profiro de Sousa, Francisco da Cruz Soares de Melo, Ronnie Von Sousa dos Santos e Humberto Garcia Leite, mas admitiu que o contrato de constituição da Distribuidora J F Ltda foi elaborado em seu escritório, reconhecendo como sua a assinatura existente neste. • As afirmações feitas pelo representante comercial Ocílio Soares de Sousa, que não conhecia e nunca vendeu nada a José da Cruz Profiro de Sousa e Francisco da Cruz Soares de Melo, mas vendeu sim a Carlos Alberto Soares de Melo. Não conhece Humberto Garcia e Ronnie Von e nunca efetuou nenhuma transação comercial com os mesmos. Além da existência de cópia de pedido em que consta o nome e o telefone celular do Sr. Carlito (86 99819438) se a afirmação de Ocilio que realmente venderá os materiais do pedido ao Sr. Carlito. • As afirmações feitas por Leonardo Moura Oliveira que José da Cruz Profiro de Sousa e Francisco da Cruz Soares de Melo chegou até, sua pessoa através do Sr. Carlos Alberto Soares de Melo para que efetuasse abertura de empresa para os mesmo, afirmando inclusive que Francisco da Cruz é sobrinho do Sr. Carlito. • Afirmações prestadas por Ronnie Von Sousa dos Santos de que o seu nome consta no quadro societário da Distribuidora J F Ltda, a pedido do Sr. Carlos Alberto Soares de Melo (Carlito) e que inclusive foi ele Ronnie Von quem levou Humberto Garcia Leite até a pessoa do Sr. Carlito, afirmando ainda que apenas disponibilizou o seu CPF e Identidade e que assinava os papeis que lhe eram apresentados sem verificar o conteúdo, pois já havia trabalhado com o Sr Carlito anteriormente. • Afirmou que desconhecia que a empresa tivesse funcionado no bairro LourivalParente e que desconhecia o endereço do Residencial Nova Teresina, Quadra 35, Casa 01, que foi utilizado para constar como endereço do CPF em seu nome constante da alteração contratual nº 01 da Distribuidora J F Ltda, mas reconhecia sendo sua a assinatura constante no documento. Que o contador da empresa era o Sr. Leonardo e que o conheceu através do Sr Carlito. Que conhecia Gilnária Alves da Silva e esta era funcionária na loja do Carlito (Carlos Alberto Soares de Fl. 978DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 42 7 Melo). Que o José da Cruz Profiro de Sousa era funcionário do Sr. Carlito. • As afirmações do Sr. Carlos Alberto Soares de Melo de que o Sr. José da Cruz Profiro de Sousa trabalha com sua pessoa há bastante tempo, inclusive no momento mantém vinculo empregaticio com a empresa Comercial M.C. Ltda de stsa propriedade. Que Gilnária Alves da Silva e Marianna Bezerra Carvalho Mascarenhas foram suas empregadas. Que sempre comprou através do representante comercial Ocílio Soares de Melo e reconhecia como seu o telefone 9981.9438 constante em pedido de aquisição feito pela Distribuidora J F Ltda através da representação do Sr. Ocilio. Que morou com sua esposa no endereço, Morada Nova II, Quadra 14, Bloco 01, Apartamento 302. Que conhece Ronnie Von e Humberto, sendo que este último foi levado até sua pessoa por Ronnie Von. Que gostaria de saber o montante do imposto apurado. Que a assinatura do contrato de aluguel da Distribuidora J F Ltda realmente a assinatura é sua, porém não sabe quem lhe trouxe o referido documento. 8. DA NÃO APRESENTAÇÃO DA CONTABILIDADE DA EMPRESA E MOTIVOS PARA ARBITRAMENTO DOS IMPOSTOS. Tendo em vista que o contribuinte não apresentou sua Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e tendo sido intimado e reintimado não apresentou escrituração contábil e além do mais nas declarações prestadas a termo por José da Cruz Profiro de Sousa, Francisco da Cruz Soares de Melo, Ronnie Von Sousa dos Santos, Carlos Alberto Soares de Melo e do contador Leonardo Moura Oliveira ficou evidente que a empresa não procedia com a escrituração de sua contabilidade e não tinha como apresentála, pois os documentos da empresa se ainda existem tem paradeiro ignorado pelos diversos declarantes, ensejando a tributação arbitrada do contribuinte com base nas informações prestadas a Secretaria de Fazenda do Estado do Piaui. 9. DA EXCLUSÃO DO CONTRIBUINTE DO SIMPLES. Tendo sido caracterizado com base nos fatos narrados anteriormente neste termo a utilização de interposta pessoa no lugar do verdadeiro proprietário da empresa efetuamos representação ao Delegado da Receita Federal do Brasil em Teresina Piauí para que se processasse a exclusão do contribuinte da sistemática do SIMPLES. Fl. 979DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 43 8 10. DA MAJORAÇÃO DA MULTA Nos itens antecedentes deste Termo de Verificação ficaram evidentemente demonstrados os métodos utilizados para ocultar o verdadeiro proprietário da empresa Distribuidora J F Ltda, o senhor CARLOS ALBERTO SOARES DE MELO. Inicialmente utilizaram FRANCISCO DA CRUZ SOARES DE MELO (seu sobrinho) e JOSÉ DA CRUZ PROFIRO DE SOUSA e posteriormente tentando dificultar ao fisco quando tentasse cobrar os tributos devidos a sociedade, efetuaram a mudança do endereço da empresa para um local onde a mesma não foi localizada (Rua 15 de novembro, 5765, Lourival Parente, Teresina, Piaui) e ainda alteraram o quadro social para os nomes de Ronnie Von Sousa dos Santos e Humberto Garcia Leite, ambos sem capacidade financeira de arcar com os tributos devidos, utilizandose de Cadastros da Pessoa Física diferentes dos que estes já possuíam e cujo endereço não correspondiam ao dos mesmos, de modo que caso tentássemos localizálos, estes não seriam encontrados nos respectivos endereços. Além do mais se utilizaram de documentos de identidade diversas da existente no prontuário civil do instituto de identificação da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí. Cabe também destacar a não apresentação da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica relativa ao ano calendário de 2005, impossibilitando a cobrança dos imposto na forma do simples, que era a tributação a que a empresa havia optado. Mediante estas condutas, buscavase evidentemente o não pagamento de qualquer quantia de tributos, já que se algum dia o Fisco tivesse condições de apurar o crédito tributário devido, não teria de quem cobrálo com real capacidade financeira. Tais condutas constituem crime contra a ordem tributária e ensejam, segundo o artigo 44 da lei 9.430/96, a aplicação de multa majorada de 150%. (...) A ciência do lançamento se deu por via postal em 29/05/2010, conforme aviso de recepção às fls. 896. Em 17/06/2010, o Senhor Carlos Alberto Soares de Melo apresentou impugnação, fls. 897/909, contrapondose ao lançamento com base nos argumentos a seguir sintetizados. DA IMPOSSIBILIDADE DE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. Fl. 980DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 44 9 A defesa requer a nulidade dos procedimentos administrativos, tendo em vista estar baseado em quebra de sigilo bancário por agente fiscal, sem autorização ou requisição judicial. Afirma que a tese esposada pelo Requerente encontra inúmeros precedentes no Supremo Tribunal Federal, não havendo sequer um julgado contra. Nesse sentido, a defesa transcreve ementas e trechos de algumas decisões do Supremo Tribunal Federal. Ressalta que o rol da jurisprudência é recente e reverbera o entendimento do Pretório Excelso, precipuamente ante o julgamento do MS 22.801/DF, pelo Tribunal Pleno. Para afirmar ainda a plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni iuris) destaca Parecer do Ministério Publico Federal, lavrado pelo Preclaro SubprocuradorCE Geral da Republica João Batista de Almeida, embasandose no mais sólido entendimento do Pretório Excelso, in verbis: O direito ao sigilo bancário, como espécie ao direito a privacidade, e um tema de discussão tão delicado que, no auxilio às soluções das varias questões que dele surgem, não poderia ter critério mais razoável do que aquele encontrado pelo !lustre Ministro Carlos Velloso quando do julgamento do RE n.° 215.301/CE (DJ de 28.5.1999, p.24), ao defender a tese de que "a quebra não pode ser feita por quem não tem o dever de imparcialidade". Ou seja, "somente autoridade judiciária, que tem o dever de ser imparcial, por isso mesmo procederá com cautela, com prudência e com moderação, é que (...) poderá autorizar a quebra do sigilo. (Parecer n.°1071/02JBA — RE n.° 261.2782/210PR) Repitase que a fiscalização que esta impondo multa qualificada em ação que foi iniciada a partir da quebra do sigilo bancário sem autorização judicial. DA MULTA CONFISCATORIA Em caso de superação da tese da impossibilidade de quebra de sigilo bancário sem ordem judicial, resta ao Requerente combater de forma inesgotável o montante aplicado do auto de infração. O índice aplicado na multa do Impugnante foi de 150% (cento e cinqüenta por cento), que tem sido mo o aplicado no presente caso são refutados e afastados pela Fl. 981DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 45 10 justiça de todo o Brasil, não podendo prosperar a aplicação do mesmo no presente caso. As decisões judiciais são uníssonas no sentido de afastar índices acima de 20% (vinte por cento). Nesse sentido a defesa transcreve ementas de julgados da Justiça Federal. Reforçando seus argumentos a defesa transcreve trecho retirado do livro do Professor Cláudio Renato do Canto Farag, em Regime Jurídico e Limites de Gradação, onde consta transcrição de autoria de Sacha Calmon Navarro Coelho e Misabel Abreu Machado Derzi, publicado na Revista dos Procuradores da Fazenda Nacional, n° 1, janeiro de 1997, pp.63112, p. 102. Em seguida, faz menção ao texto entitulado de Confisco Tributário, p. 133, Editora Revista dos Tribunais, de Paulo César Bana de Castilho, que conclui que, embora a multa não seja tributo (art. 3° do CTN), tanto a moratória, quanto aquela por sonegação, também pode ser confiscatória quando extrapola os limites da razoabilidade e desvirtua sua finalidade, uma vez que nossa Carta Política de 1988 veda tanto o confisco tributário (art. 150, inc. IV), quanto o confisco de forma geral (art. 5°, inc. XXII, e art. 170, inc. II). Na mesma obra, p. 125, transcreve o ilustre doutrinador trecho dos ensinamentos de Sacha Calmon, em sua obra Teoria e prática das multas tributárias, p. 67, de que “(...) uma multa excessiva ultrapassando o razoável para dissuadir ações ilícitas e para punir os transgressores (caracteres punitivo e preventivo da penalidade) caracteriza, de fato, uma maneira indireta de burlar o dispositivo constitucional que proíbe o confisco. Este só poderá se efetivar se e quando atuante a sua hipótese de incidência e exige todo um processus. A aplicação de uma medida de confisco é algo totalmente diferente da aplicação de uma multa. Quando esta é tal que agride violentamente o patrimônio do cidadão contribuinte, caracterizase como confisco indireto e, por isso, é inconstitucional”. Pela doutrina transcrita, a multa não pode ter caráter confiscatório, logo, é perfeitamente cabível sua redução em face de valor excessivo, em nome, também, dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Esse posicionamento está em conformidade com orientação do Supremo Tribunal Federal, conforme decisão proferida no RE 91.707/MG, relator Ministro Moreira Alves, Segunda Turma, DJ de 29/02/1980 Fl. 982DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 46 11 (ementa do julgado transcrita pela defesa). Ainda nesse sentido a defesa faz referência à jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. Na parte final da peça impugnatória a impugnante faz referência ao art. 59 da Lei 8.383, de 30 de dezembro de 1991, que prescreve que os tributos e contribuições que não forem pagos até a data do vencimento, ficarão sujeitos à multa de mora de vinte por cento (...). Analisando o Código Tributário Nacional e os comandos expressos nos arts. 106 e 112, vêse, claramente, que a intenção das referidas normas é de que a lei mais benéfica deve ser sempre aplicada ao contribuinte. DO PEDIDO Ante o exposto, com base na doutrina e jurisprudência colacionada ao presente recurso REQUER que o mesmo seja julgado procedente anulandose o Processo Administrativo Fiscal em referência, em face da completa inconstitucionalidade de quebra de sigilo bancário sem ordem judicial, bem como, em caso de superação da presente tese, seja julgada improcedente a multa, por ter caráter eminentemente confiscatório.” A DRJ de Fortaleza (CE) julgou improcedente a impugnação, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 JURISPRUDÊNCIAS ADMINISTRATIVA E JUDICIAL E MANIFESTAÇÕES DA DOUTRINA. NÃO VINCULAÇÃO. As referências a entendimentos proferidos em acórdãos de 2ª instância administrativa, em decisões judiciais, ou em manifestações da doutrina especializada não vinculam os julgamentos emanados pelas Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 MULTA DE OFÍCIO LANÇADA. Fl. 983DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 47 12 Não cabe a discussão administrativa sobre uma suposta infringência ao princípio de vedação ao confisco de multa de ofício lançada, conforme legislação vigente. REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA. LEGALIDADE. O acesso pela autoridade fiscal a dados relativos à movimentação financeira dos contribuintes, em procedimento fiscal regularmente instaurado, não afronta, a priori, os direitos e garantias individuais de inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas e de inviolabilidade do sigilo de dados, assegurados no art. 5º, incisos X e XII da CF/88. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Descabida a alegação de quebra do sigilo bancário quando o lançamento não tomou por base dados fornecidos por instituições financeiras. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2005 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Aplicase às exigências ditas reflexas o que foi decidido quanto à exigência matriz, devido à íntima relação de causa e efeito entre elas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Inconformada com essa decisão da qual tomou ciência em 10/01/2012, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário (efls. 939) em 08/02/2012, onde basicamente reitera o seu pedido dfe insubsistência do auto de infração pela quebra do sigilo bancário sem ordem jucicial e multa confiscatória. Este é o Relatório. Fl. 984DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 48 13 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, pelo que dele tomo conhecimento. Tratase de recurso administrativo contra auto de infração lavrado pela autoridade administrativa, onde foi: a) feito o arbitramento do lucro tendo por base o fato de o contribuinte, notificado apresentar os livros e documentos da sua escrituração, conforme Termo de Início de Fiscalização e termos de reintimação, deixou de apresentálos; b) levantados os créditos tributários com base nos valores informados à Secretaria de Fazenda do Estado do Piaui, através da Guia Informativa Mensal do ICMS GIM, bem como qualificação da multa, apurados no auto de infração. Preliminarmente vale destacar que as inúmeras decisões colacionadas pela Recorrente em sua defesa não se dirigem a sua pessoa jurídica, mas a outros contribuintes sem o efeito erga omnes. Isto porque a Carta Magna de 1988 estipula: “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendolhe: (…) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)” E também: Art. 103. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído na Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Por fim, o artigo 8º da Emenda Constitucional nº 45/04 preconiza que Fl. 985DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 49 14 “As atuais súmulas do Supremo Tribunal Federal somente produzirão efeito vinculante após sua confirmação por dois terços de seus integrantes e publicação na imprensa oficial”. Por essas normas constitucionais, apenas as súmulas vinculantes supramencionadas deverão ser observadas pela Administração Pública e aquelas decisões judiciais em que o contribuinte se configure como parte. Os julgados administrativos trazidos pelo sujeito passivo também não podem ser estendidos genericamente a outros casos, eis que somente se aplicam sobre a questão em análise e apenas vinculam as partes envolvidas naqueles litígios. Neste sentido, o inciso II do artigo 100 do CTN determina que: Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: [...] II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; Entendase aí que, não se constituindo em norma legal geral a decisão em processo fiscal proferida por Conselho de Contribuintes, não aproveitará seu acórdão em relação a qualquer outra ocorrência senão aquela objeto da decisão, ainda que de idêntica natureza, seja ou não interessado na nova relação o contribuinte parte no processo de que decorreu a decisão daquele colegiado. A Recorrente alega ainda a ilegalidade/inconstitucionalidade da Requisição da Movimentação Financeira (RMF). De acordo com o entendimento externado em sua defesa a Administração Tributária não pode requisitar diretamente à instituição financeira a movimentação bancária do contribuinte, seguindo o entendimento que somente o Poder Judiciário poderia determinar que a instituição financeira fornecesse os extratos bancários considerados quando do lançamento fiscal. Não tendo havido esse permissivo, o lançamento deveria ser invalidado em razão da ilegalidade da prova em que se fundamentou. A Lei Complementar nº 105, de 2001, reza que a Administração Pública pode solicitar informações amparadas pelo sigilo fiscal às instituições financeiras: Art. 1º As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) § 3º Não constitui violação do dever de sigilo: (...) VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 9º desta Lei Complementar. (...) Fl. 986DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 50 15 Art. 2º O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central do Brasil, em relação às operações que realizar e às informações que obtiver no exercício de suas atribuições. (...) Art. 3º Serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servirse para fins estranhos à lide. (...) Art. 4º O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários, nas áreas de suas atribuições, e as instituições financeiras fornecerão ao Poder Legislativo Federal as informações e os documentos sigilosos que, fundamentadamente, se fizerem necessários ao exercício de suas respectivas competências constitucionais e legais. (...) Art. 5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. (...) § 5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. Com efeito, no caso em tela, por expressa disposição contida na Lei Complementar nº 105, de 2001 art. 1º, § 3º, VI , a prestação de informações, pelas instituições financeiras às autoridades fazendárias, não constitui violação do dever de sigilo. A esse respeito: a) Acórdão Nº 10248998, de 23/04/2008 – 2ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda Fl. 987DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 51 16 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL QUEBRA INDEVIDA DO SIGILO BANCÁRIO INOCORRÊNCIA A Lei Complementar nº 105, de 2001, e o Decreto nº 3.724, também de 2001, permitem à autoridade administrativa requisitar informações às instituições financeiras, nos casos em que especifica. Pressupõese que os princípios constitucionais estejam nelas contemplados pelo controle a priori da constitucionalidade das leis. b) Acórdão nº 10517389, de 04/02/2009 5ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda REQUISIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA – INTIMAÇÃO DO CONTRIBUINTE. A Administração Tributária pode requisitar informações bancárias do contribuinte às Instituições Financeiras quando este, após regular intimação, deixa de apresentálas espontaneamente. A requisição de informações bancárias do contribuinte não configura quebra de sigilo, posto que as informações arrecadadas estão protegidas pelo sigilo fiscal. c) Acórdão nº 0400.456, de 13/12/2006 – Câmara Superior de Recursos Fiscais SIGILO BANCÁRIO Os agentes do Fisco podem ter acesso a informações sobre a movimentação financeira dos contribuintes sem que isso se constitua violação do sigilo bancário, eis que se trata de exceção expressamente prevista em lei. No que diz respeito a suposta inconstitucionalidade na obtenção dos extratos bancários, as considerações aventadas pela impugnante somente poderiam ser direcionadas ao Poder Judiciário, que detém a competência para a apreciação da constitucionalidade do dispositivo legal que deu azo ao lançamento (Lei nº 9.430, de 1996, art. 42). À Administração Pública, falece competência para o julgamento da matéria considerada, visto que o contencioso administrativo não se presta ao questionamento da constitucionalidade das normas jurídicas inseridas no ordenamento jurídico nacional de forma válida e eficaz, uma vez que a própria Carta Magna reservou dita atribuição ao Poder Judiciário. Aos julgadores administrativos cumpre observar as disposições contidas nas normas formalmente inseridas no ordenamento jurídico, sendolhes vedada eventual apreciação quanto a sua validade. É o que determina o Decreto nº 70.235/72 (Processo Administrativo Fiscal PAF) artigo 26A: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) Fl. 988DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 52 17 § 6º O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – que fundamente crédito tributário objeto de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002;(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Assim sendo, pretensas inconstitucionalidades de leis, que não tenham sido decretadas com efeito erga omnes pelo Poder Judiciário, não podem ser apreciadas na esfera administrativa, que se limita ao cumprimento das determinações legais. Essa matéria já está sumulada no próprio Conselho, de modo que me reporto a Súmula 2 a seguir transcrita: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” A presunção de omissão de receitas está calcada em texto legal, senão vejamos a Lei n° 9.430, de 1996, art. 42, com as modificações introduzidas pela Lei 9.481, de 13 de agosto de 1997, art. 4º, in verbis: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Fl. 989DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 53 18 § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II – no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). (Vide Lei nº 9.481, de 1997) § 4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5° Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 6° Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) O texto legal estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Com isso, basta à falta de comprovação da origem dos recursos que transitaram na contacorrente do contribuinte para que haja a presunção de omissão de receitas tributáveis. Assim, a Lei n° 9.430, de 1996, art. 42, estabelece a presunção de que ocorreu o fato gerador, sempre que o contribuinte não conseguir comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária. Desse modo, havendo indícios de depósitos bancários não comprovados, cabe a autoridade fazendária intimar o sujeito passivo para que demonstre sua origem, sob pena de caracterização de omissão de receitas com o lançamento dos créditos tributários Nesse sentido cito julgamento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, ao proferir o acórdão nº 0105.312, de 21 de setembro de 2005: “OMISSÃO DE RECEITA – DEPÓSITO BANCÁRIO – LANÇAMENTO EM DEPÓSITO BANCÁRIO – PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO Fl. 990DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 54 19 O lançamento por presunção de omissão de receitas com base em depósito bancário de origem não comprovada somente tem lugar a partir do anocalendário de 1997, por força do disposto no art. 42, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Assim como o questionamento anterior, essa matéria também encontrase sumulada por esse Conselho, senão vejamos: “Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda pelos depósitos bancários sem o A conclusão que se impõe é que o Fisco examinar informações relativas ao contribuinte constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial, mormente após a edição da Lei Complementar nº 105 de 2001. A Fiscalização intimou o Contribuinte a comprovar os créditos em sua conta corrente, o que de fato não o fez, embora intimado e reintimado por várias vezes. Ao efetuar o lançamento, baseouse nas receitas escrituradas em seus Livros de Saídas. A movimentação financeira do Contribuinte consubstancia a certeza da omissão de receitas, verificadas pelas receitas levantadas nos seus livros fiscais e comerciais, comparadas com as não declaradas ao Fisco Federal. Em relação a multa qualificada a Recorrente alega que tem efeito confiscatório. A esse respeito a Lei nº 9.430/96, art. 44, inciso II, em sua redação original, dispõe que, nos casos de lançamento de ofício deve ser aplicada a multa de 150% (cento e cinqu enta por cento) sobre a totalidade ou diferença do tributo devido, nos casos de evidente intuito de fraude. É este o teor do referido artigo: Art.44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II – cento e cinqu enta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Hoje, é o § 1º do artigo 44 que trata da multa qualificada: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: Fl. 991DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 55 20 (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) I – de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007). II de 50% (cinqu enta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) a) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) § 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) Cumpre explicitar que os fundamentos na legislação fiscal para a imputação da fraude lato sensu vinculamse às hipóteses previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, in verbis: Art. 71 – Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais;(grifei). II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art. 72 – Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73 – Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos artigos 71 e 72. Fl. 992DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10384.720119/201079 Acórdão n.º 1802002.370 S1TE02 Fl. 56 21 Em relação a tributação reflexa, decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, para a CSLL, o PIS e a Cofins, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa. Assim sendo voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 993DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 10640.000279/2005-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Data do fato gerador: 01/01/2002
EXCLUSÃO. SERVIÇOS DE RESTAURAÇÃO DE OBRAS DE ARTE.
É indevido o ato de exclusão do regime quando inexistem provas concretas de que a natureza dos serviços prestados efetivamente se afastou do previsto em contrato que previa a execução de serviços de restauração de elementos artísticos de igreja.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 1102-001.214
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Documento assinado digitalmente.
João Otávio Oppermann Thomé - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, Antonio Carlos Guidoni Filho, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregorio e João Carlos de Figueiredo Neto.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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Exclusão. Recorrente CARLOS MAGNO ARAUJO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Data do fato gerador: 01/01/2002 EXCLUSÃO. SERVIÇOS DE RESTAURAÇÃO DE OBRAS DE ARTE. É indevido o ato de exclusão do regime quando inexistem provas concretas de que a natureza dos serviços prestados efetivamente se afastou do previsto em contrato que previa a execução de serviços de restauração de elementos artísticos de igreja. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 00 02 79 /2 00 5- 62 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10640.000279/200562 Acórdão n.º 1102001.214 S1C1T2 Fl. 73 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, Antonio Carlos Guidoni Filho, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregorio e João Carlos de Figueiredo Neto. Relatório Inicialmente, esclareço que todas as indicações de folhas inseridas neste relatório e no subsequente voto dizem respeito à numeração digital do sistema eProcesso, ressalvo, entretanto, as eventuais indicações contidas nos trechos transcritos. Tratase de recurso voluntário interposto por CARLOS MAGNO DE ARAÚJO, empresa inscrita no CNPJ sob o nº 00.730.215/000168, contra acórdão preferido pela DRJ/Juiz de ForaMG que concluiu pela procedência da sua exclusão do regime do SIMPLES FEDERAL. A instância a quo assim relatou o caso: Tratase de impugnação apresentada pela contribuinte acima identificada, em razão de sua exclusão do Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições SIMPLES procedida através do ADE DRF/JFA n° 63, de 20/02/2005, em função do exercício de atividade vedada serviços de construção civil, em conformidade com o inciso XIII do artigo 9° da Lei 9.317/1996, à fl. 18. A contribuinte entregou impugnação, onde alega, em resumo, que: 1 A atividade por ela exercida não impede opção ao Simples, por não necessitar de profissional de engenharia ou mesmo de qualquer profissão que exija profissional legalmente habilitado. Discorre sobre o tema; 2 Os tribunais brasileiros pugnam pela irretroatividade da lei, como decisões transcritas, só podendo surtir efeitos a exclusão discutida, no caso de sua manutenção, a partir de janeiro de 2006. A 2ª Turma da já mencionada DRJ/Juiz de ForaMG proferiu, então, o Acórdão nº 0920.755 (fls. 38 a 43), de 17 de setembro de 2008, por meio do qual considerou improcedente a impugnação. No voto condutor dessa decisão, a autoridade julgadora ponderou que: Consta da Declaração de Firma Individual e do Requerimento de Empresário, cópias de fls. 31/33, a atividade de serviços de restauração de obras de artes. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10640.000279/200562 Acórdão n.º 1102001.214 S1C1T2 Fl. 74 3 No Contrato de Obra por Empreitada de fls. 06/10, a empresa é responsável pela execução das obras de restauração do FORRO DA CAPELAMOR e FORRO DA NAVE da Igreja de São Miguel do Cajuru. . Na Clausula Segunda do referido contrato, consta que a execução será feita em conformidade com projeto básico e Termo de Referência, sendo a responsabilidade total da contratada e do profissional técnico em restauração por ela contratado para tal fim. No item VI da Clausula Sétima, consta que a contratada é responsável pelo estudo detalhado do projeto, no intuito de serem detectadas discrepâncias. Os serviços referidos no art. 9º, inc. XIII, da Lei nº 9.317/1996, impõem às pessoas jurídicas que os prestem a apuração e pagamento dos tributos segundo as normas tradicionais (isto é, elas não podem optar pelo Simples), independentemente de se enquadrarem nas categorias de microempresa e empresa de pequeno porte, definidas pelo art. 2º da Lei nº 9.317/ 1996. Entre esses serviços, destacamse, pela sua abrangência, aqueles cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida. E é exatamente aqui que nos deparamos com óbice legal à opção pelo Simples da pessoa jurídica que exerça as atividades desenvolvidas pela empresa. É que as atividades desenvolvidas pela empresa, acima destacadas, são privativas dos profissionais de engenharia, sendo certo que tais profissionais, sejam eles técnicos, tecnólogos ou engenheiros, dependem de habilitação legalmente exigida para o exercício da profissão, conforme se depreende da leitura da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, que regula o exercício das profissões de engenheiro, do arquiteto e do engenheiroagrônomo e dá outras providências. A mesma autoridade se baseia no conteúdo da Resolução do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) nº 218/73 para concluir que não há necessidade de que o prestador do serviço seja engenheiro ou possua curso profissionalizante técnico, bastando que desempenhe atividades típicas dessas profissões. Ademais, argumenta que no referido contrato resta caracterizado, na discriminação dos trabalhos para restauração dos forros, a necessidade expressa de profissional técnico em restauração e responsável por estudo detalhado de projetos, atividades típicas de engenharia. Quanto ao efeito retroativo da exclusão procedida, reproduz trechos da Lei nº 9.317/96, com as alterações determinadas pela Lei nº 9.732/98, e da IN/SRF nº 355/03 para confirmar o seu termo inicial fixado em 01/01/2002. Inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário (fls. 46 a 58) no qual, em síntese, produz as seguintes alegações: Preliminarmente: a) A autoridade administrativa se utilizou da nomenclatura “assemelhado” para desenquadrála do Simples. Essa interpretação extensiva caracteriza analogia, o que é vedado pelo artigo 108 do CTN. Além disso, o artigo 112 do mesmo diploma legal é claro ao dizer que deve se interpretar de Fl. 74DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10640.000279/200562 Acórdão n.º 1102001.214 S1C1T2 Fl. 75 4 maneira mais favorável ao acusado em caso de dúvida quanto à capitulação do fato. Não poderia, portanto, ter efetuado o desenquadramento sem previsão expressa em lei. No mérito: b) Depois de discorrer sobre o fundamento legal do tratamento tributário diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte e sobre o fundamento fático utilizado pelo Fisco para proceder à exclusão sob litígio, afirma que em nenhum momento há vinculação dos serviços contratados com os serviços de engenharia. Diz que “as peças são retiradas do forro, restauradas na empresa e encaixadas novamente no forro”. Ou seja, executa exatamente o serviço constante do seu registro: a restauração de obras de artes. c) A regra hermenêutica exige interpretação restritiva de qualquer norma excepcional. Assim, devese interpretar o inciso XIII do artigo 9º da Lei Lei nº 9.317/96 no sentido de que a empresa não pode prestar/executar serviços cuja execução exija o concurso de profissional legalmente habilitado. Mas, a execução dos serviços de restauração de obras de artes não exige esse tipo de profissional (engenheiro). Nem o Estatuto dos Engenheiros, Arquitetos e EngenheirosAgrônomo (Lei nº 5.194/66) exige o registro no CREA para a pessoa jurídica executar tais serviços. Os serviços técnicos a que se refere a Lei dos Engenheiros são aqueles ligados à edificação (obras), que não é o caso presente, pois o forro é composto de peças encaixadas, facilmente desmontáveis, e posteriormente recolocadas. Os dispositivos da Resolução nº 218/73 também não têm aplicação no caso. d) Cita algumas decisões judiciais as quais entende amparar sua pretensão. Ao final, requer o cancelamento do ato de exclusão e sua manutenção no regime de Simples. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10640.000279/200562 Acórdão n.º 1102001.214 S1C1T2 Fl. 76 5 A unidade de origem (DRF/Juiz de ForaMG) foi motivada por uma representação fiscal (fls. 5 e 6) lavrada por servidora, ocupante do extinto cargo de Auditora Fiscal da Previdência Social, na qual, em consonância com o que dispunha o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 30/99 (fls. 14), observou que “a empresa citada realizou obras de restauração consideradas como atividade de construção de imóveis que abrange as obras e serviços auxiliares e complementares da construção civil”. No mesmo ato, consta a informação de que haveria seis notas fiscais, totalizando o valor de R$ 59.750,00, emitidas por conta dessas obras. Tais notas fiscais, contudo, não foram juntadas aos autos. Independentemente dessa motivação, o fato é que a unidade de origem não seguiu o mesmo caminho sugerido pelo citado ato normativo. Isso porque este último fazia a conexão dos serviços de construção civil com as atividades de construção de imóveis vedadas no inciso V do artigo 9º da Lei nº 9.317/96. Assim que, segundo o despacho decisório que fundamentou o ato de exclusão (fls. 17 a 20), a unidade de origem também entendeu que a recorrente, na conformidade do Contrato de Obra por Empreitada (fls. 8 a 12), firmado com a “Obras Sociais da Paróquia da Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar”, empresa situada em São João del Rei MG, exercia atividades na área da construção civil. Contudo, estaria impedida de optar pelo regime do SIMPLES FEDERAL com base na vedação contida no inciso XIII do artigo 9º da Lei nº 9.317/96, verbis: Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: (...) XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; Além da mencionada representação fiscal, sua convicção foi exteriorizada através da transcrição da Cláusula Primeira do referido contrato: O objeto do presente Contrato são as obras de restauração de elementos artísticos da Igreja de São Miguel do Cajuru, no Distrito de Arcângelo, Município de São João del Rei, a saber: FORRO DA CAPELAMOR: montagem de andaimes e plataforma de trabalho; higienização; mapeamento; fixação da policromia; faceamento; desmonte; imunização; consolidação e transposição de suporte; nivelamento; reintegração; substituição de cambotas; remontagem; aplicação de camada protetora; registros fotográficos e relatório técnico final. FORRO DA NAVE: montagem de andaime e plataforma de trabalho; higienização; mapeamento; fixação da Fl. 76DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10640.000279/200562 Acórdão n.º 1102001.214 S1C1T2 Fl. 77 6 policromia; faceamento; desmonte; imunização; consolidação; transposição de suporte (onde houver necessidade); nivelamento; remoção de repintura localizada; reintegração, substituição de cambotas, remontagem, aplicação de camada protetora; registro fotográfico e relatório técnico final. A DRJ, por sua vez, tentou suprir a falta de maiores esclarecimentos acerca do enquadramento da situação fática no dispositivo veiculado no inciso XIII do artigo 9º da Lei nº 9.317/96 declarando textualmente que as atividades desenvolvidas pela empresa são privativas dos profissionais de engenharia. E, para não haver dúvidas quanto ao escopo desse enquadramento e à extensão da vedação aos mesmos serviços prestados por técnicos e tecnólogos, reproduziu o seguinte trecho da Resolução Confea nº 218/73: Art. 1º Para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da Engenharia, Arquitetura e Agronomia em nível superior e em nível médio, ficam designadas as seguintes atividades: (...) Atividade 15 Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção; Atividade 16 Execução de instalação, montagem e reparo; Atividade 17 Operação e manutenção de equipamento e instalação; (...) Art. 23 Compete ao TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR ou TECNÓLOGO: I o desempenho das atividades 09 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito das respectivas modalidades profissionais; II as relacionadas nos números 06 a 08 do artigo 1º desta Resolução, desde que enquadradas no desempenho das atividades referidas no item I deste artigo. Art. 24 Compete ao TÉCNICO DE GRAU MÉDIO: I o desempenho das atividades 14 a 18 do artigo 1º desta Resolução, circunscritas ao âmbito das respectivas modalidades profissionais; II as relacionadas nos números 07 a 12 do artigo 1º desta Resolução, desde que enquadradas no desempenho das atividades referidas no item I deste artigo. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10640.000279/200562 Acórdão n.º 1102001.214 S1C1T2 Fl. 78 7 Além disso, argumentou que no Contrato de Obra por Empreitada resta caracterizado, na discriminação dos trabalhos para restauração dos forros, a necessidade expressa de profissional técnico em restauração e responsável por estudo detalhado de projetos, atividades típicas de engenharia. Tudo indica, portanto, que a instância a quo referiase à Cláusula Segunda do referido contrato, verbis: A execução da referida obra será feita de conformidade com o projeto básico e Termo de Referência (planilha orçamentária, memorial descritivo, memorial de cálculo e cronograma físicofinanceiro / Demonstrativo e Usos e Fontes) anexo, sendo de responsabilidade total da CONTRATADA, e do profissional técnico em restauração por ela contratado para tal fim. A recorrente, nada obstante, insiste que o serviço por ela prestado no âmbito desse contrato está incluído dentre aqueles previstos na sua Declaração de Firma Individual (fls. 13), qual seja, a restauração de obras de arte. A meu ver não há no processo elementos capazes de enquadrar os serviços prestados pela recorrente na hipótese excludente vislumbrada pela unidade de origem e ratificada pela instância a quo. Em primeiro lugar, inexiste prova concreta da natureza dos serviços prestados. O contrato traz uma ideia dos serviços numa perspectiva futura de execução, mas não fixa com clareza os que efetivamente foram prestados. As notas fiscais suscitadas na representação fiscal, as quais poderiam revelar alguma indicação neste sentido, sequer foram juntadas aos autos. Em outro prisma, nada aponta que os serviços enumerados no objeto do contrato possam ser incluídos dentre as atividades 15 a 17 referidas no artigo 1º da Resolução Confea nº 218/73, acima transcrita. A descrição daqueles serviços muito mais se aproxima da atividade econômica reclamada pela empresa (restauração de obras de arte) do que das atividades fiscalizadas pelo Confea. Afinal, o contrato é textual na afirmativa de que as obras tratam da “restauração de elementos artísticos da Igreja”. Não se pode, a princípio, contestar essa afirmativa quando é cediço que as igrejas são decoradas com diversas obras de arte, inclusive, pintadas ou entalhadas em suas paredes, tetos e, mesmo, forros. Nesse sentido, parece plausível a alegação da recorrente quando diz que o forro é composto de peças encaixadas, facilmente desmontáveis, e posteriormente recolocadas. A colocação de andaimes, plataformas de trabalho e outras afins revelamse atividades acessórias que não podem descaracterizar a atividade principal. Ademais, não há nenhuma referência direta ao fato de que os serviços contratados, para a sua execução, teriam a necessidade de um engenheiro ou qualquer outro profissional listado no inciso XIII do artigo 9º da Lei nº 9.317/96. Nem mesmo o profissional técnico em restauração, citado na cláusula do contrato suscitada pela DRJ, parece que deveria exercer quaisquer das atividades fiscalizadas pelo Confea. Na lógica dessa cláusula, o contexto do seu trabalho estaria diretamente vinculado aos serviços enumerados no objeto do contrato. Por fim, cumpre notar que o CARF, no âmbito de atividades muito mais aproximadas com aquelas afetas aos profissionais da engenharia, já afastou o entendimento que Fl. 78DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10640.000279/200562 Acórdão n.º 1102001.214 S1C1T2 Fl. 79 8 privilegiava uma interpretação mais extensiva da vedação contida no comando legal que motivou a presente demanda. Confirase, neste sentido, a seguinte súmula: Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Portanto, também por essa sinalização interpretativa, considero indevido o ato de exclusão impugnado. Pelo exposto, oriento meu voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 79DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 29/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME
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Numero do processo: 10880.909853/2006-06
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/08/2003 a 30/08/2003
INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE GENÉRICA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação quando o contribuinte não se desincumbe a contento de sua tarefa. Soma-se à fragilidade do conjunto probatório a desorganização da defesa que juntou todos os documentos em um processo, patrocinando uma espécie de manifestação de inconformidade genérica, onde o julgador é quem deve procurar a prova para cada um dos créditos postulados.
Numero da decisão: 3803-006.415
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria, em negar provimento ao recurso. Vencido o conselheiro Jorge Victor Rodrigues que convertia o julgamento em diligência.
Corintho Oliveira Machado - Presidente e Relator.
EDITADO EM: 27/10/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Samuel Luiz Manzotti Riemma, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE GENÉRICA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação quando o contribuinte não se desincumbe a contento de sua tarefa. Somase à fragilidade do conjunto probatório a desorganização da defesa que juntou todos os documentos em um processo, patrocinando uma espécie de manifestação de inconformidade genérica, onde o julgador é quem deve procurar a prova para cada um dos créditos postulados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria, em negar provimento ao recurso. Vencido o conselheiro Jorge Victor Rodrigues que convertia o julgamento em diligência. Corintho Oliveira Machado Presidente e Relator. EDITADO EM: 27/10/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 98 53 /2 00 6- 06 Fl. 219DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/10 /2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Samuel Luiz Manzotti Riemma, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues e Corintho Oliveira Machado. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Tratase de Despacho Decisório que não homologa Declaração de Compensação (fl 1). A razão foi a falta de crédito pois o pagamento no Darf indicado (data: 30/04/00 ; receita: 8109 – Pis) foi todo usado para quitar débitos e não restou saldo passível para a compensação declarada (Pis agosto de 2003; valor: 970,11;fl 9 ). A base legal foram os artigos 165 e 170, do CTN, e o artigo 74, da Lei 9.430/96. Em 31/7/2008 ocorreu a ciência da decisão (fl 4). Há várias declarações de compensação do Pis de agosto de 2003 (processadas separadamente). Por isso, em 27/8/2008, houve manifestação de inconformidade (processo 10.880.909811/200667) reproduzida nos demais (fl 12 e ss), na qual a defesa pede a apensação de processos afins, para análise conjunta da defesa e das provas e argui: a) nulidade, pela falta de intimação prévia para prestar esclarecimentos; b) devem ser apreciados os documentos ora juntados, sob pena de cerceamento; c) no mérito, ter recolhido indevidamente Pis e Cofins de setembro de 1998 a julho de 2003 sobre produtos em bonificação (sem auferir receita), que não geravam obrigação fiscal, pois não eram vendas. Ao final, requer emissão de novo Despacho e/ou homologação das compensações deste e dos procedimentos que pleiteia anexar. Apensa documentos da representação processual e societários. No processo 10880.909811/200667 foram juntadas cópias de notas fiscais de bonificações, apurações mensais, planilhas dos alegados indébitos e demonstrativos contábeis. A DRJ em São Paulo I/SP julgou improcedente a manifestação de inconformidade ficando a decisão assim ementada: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Fl. 220DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/10 /2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10880.909853/200606 Acórdão n.º 3803006.415 S3TE03 Fl. 3 3 Período de apuração: 01/10/1998 a 31/07/2003 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. Quando o ato administrativo obedece às suas formalidades essenciais não cabe falar em nulidade. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não fica configurado cerceamento de defesa quando o contribuinte é regularmente cientificado do despacho decisório, sendolhe possibilitada a apresentação de manifestação de inconformidade no prazo legal. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NÃO COMPROVAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. A vinculação total do pagamento indicado a um débito do próprio interessado expressa a inexistência de direito creditório para fins de compensação e é circunstância apta a embasar a nãohomologação de compensação. A alegação da existência de pagamento indevido ou a maior, desacompanhada de suficientes elementos comprobatórios, não é suficiente para reformar decisão não homologatória de declaração de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório não Reconhecido Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário, onde abandona os argumentos da manifestação de inconformidade e diz que a premissa utilizada pelo julgador a quo, de que as bonificações concedidas em mercadorias somente serão excluídas da receita bruta, para fins de determinação da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, quando se caracterizarem como descontos incondicionais concedidos, está equivocada, e sustenta a tese de que a bonificação em mercadoria concedida pela empresa vendedora, sem vinculação a operação de venda e tampouco vinculada a operação futura, sem caracterização de desconto incondicional também deve ser excluída da base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins; ao final, requer a homologação da compensação sub analisis. Junta trechos de contratos comerciais entre a recorrente e compradores e notas fiscais de bonificação de produtos. A Repartição de origem encaminhou os presentes autos para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para fins de julgamento. Relatado, passase ao voto. Voto Fl. 221DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/10 /2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. À míngua de preliminares, passase desde logo ao mérito. Ao contrário do sustentado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, penso que assiste razão à recorrente quando afirma que a bonificação de mercadorias, mesmo quando desvinculada das operações de venda, deve ser excluída da base de cálculo das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins. Inclusive esse é o entendimento da Administração Tributária na 8ª RF, vide Solução de Consulta abaixo: SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 130, DE 3 DE MAIO DE 2012 (8ª Região Fiscal) D.O.U.: 26.06.2012 Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO. BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS VINCULADAS A OPERAÇÃO DE VENDA. As bonificações em mercadorias, quando vinculadas á operação de venda, concedidas na própria Nota Fiscal que ampara a venda, e não estiverem vinculadas á operação futura, por se caracterizarem como redutoras do valor da operação, constituemse em descontos incondicionais, previstos na legislação de regência do tributo como valores que não integram a sua base de cálculo e, portanto, para sua apuração, podem ser excluídos da base cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep. BASE DE CÁLCULO. BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS A TÍTULO GRATUITO, DESVINCULADAS DE OPERAÇÃO DE VENDA. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e definida legalmente como o valor do faturamento, entendido este como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Nos casos em que a bonificação em mercadoria é concedida por liberalidade da empresa vendedora, sem vinculação a operação de venda e tampouco vinculada a operação futura, não há como caracterizála como desconto incondicional, pois não existe valor de operação de venda a ser reduzido. Por não haver atribuição de valor, pois que a Nota Fiscal que acompanha a operação tem natureza de gratuidade, natureza jurídica de doação, não há receita e, portanto, não há que se falar em fato gerador do tributo, pois a receita bruta não será auferida. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/10 /2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10880.909853/200606 Acórdão n.º 3803006.415 S3TE03 Fl. 4 5 Dessa forma, a bonificação em mercadorias, de forma gratuita, não integra a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep. Dispositivos Legais: Artigo 195 da CF/88; Artigo 1º Lei nº 10.637, de 2002 e Parecer CST/SIPR nº 1.386, de 1982. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO. BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS VINCULADAS A OPERAÇÃO DE VENDA. As bonificações em mercadorias, quando vinculadas á operação de venda, concedidas na própria Nota Fiscal que ampara a venda, e não estiverem vinculadas á operação futura, por se caracterizarem como redutoras do valor da operação, constituemse em descontos incondicionais, previstos na legislação de regência do tributo como valores que não integram a sua base de cálculo e, portanto, para sua apuração, podem ser excluídos da base cálculo da Cofins. BASE DE CÁLCULO . BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS A TÍTULO GRATUITO, DESVINCULADAS DE OPERAÇÃO DE VENDA. A base de cálculo da Cofins é definida legalmente como o valor do faturamento, entendido este como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Nos casos em que a bonificação em mercadoria é concedida por liberalidade da empresa vendedora, sem vinculação a operação de venda e tampouco vinculada a operação futura, não há como caracterizála como desconto incondicional, pois não existe valor de operação de venda a ser reduzido. Por não haver atribuição de valor, pois que a Nota Fiscal que acompanha a operação tem natureza de gratuitade, natureza jurídica de doação, não há receita e, portanto, não há que se falar em fato gerador do tributo, pois a receita bruta não será auferida. Dessa forma, a bonificação em mercadorias, de forma gratuita, não integra a base de cálculo da Cofins. Dispositivos Legais: Artigo 195 da CF/88; Artigo 1º Lei nº 10.833, de 2003 e Parecer CST/SIPR nº 1.386, de 1982. EDUARDO NEWMAN DE MATTERA GOMES Chefe Todavia, posto que concordando com a tese da recorrente, não vislumbro como reconhecer o seu pleito no caso vertente, porquanto as provas carreadas aos autos, mesmo que aceitas as trazidas agora em sede de recurso voluntário (excertos de contratos comerciais entre a recorrente e compradores e notas fiscais de bonificação de mercadorias), não Fl. 223DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/10 /2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 são hábeis para comprovar o alegado direito creditório na forma requerida pela legislação. Notese que a decisão guerreada já mencionava: Com relação aos demais documentos que consubstanciariam o recolhimento indevido, no processo 10880.909811/200667 a defesa junta cópias de: apurações mensais (e.g. fl 39); demonstrativos contábeis (e.g. fl 40) e planilhas de tributos apurados (e.g. fl 80, Cofins). As apurações mensais de créditos e débitos Pis e Cofins (e.g. fl 39) parecem agrupar distintos estabelecimentos (001, 067, 106 107) e as parcelas devidas por tipos de operação: “Mercado Interno”; “Diversos”; “Freegoods” bem como mostrar que houve um recolhimento de Pis e um de Cofins (não trouxe cópias dos Darf’s). Há demonstrativos contábeis praticamente ilegíveis (e.g. fls 40 e 355) ou que não indicam quaisquer datas ou períodos de referência dos dados apresentados (e.g. fl 174). Os dados contábeis também não permitem concluir pela verossimilhança das alegações, pois não são trazidos registros específicos das operações. A planilha de tributos apurados por nota fiscal é mensal e cita Cofins nas duas colunas, mas uma delas deve ser de Pis (fl 80). As demais planilhas não têm os títulos nas colunas, mas com base na primeira, podese inferir o que os dados representam (e.g. fl 156). Não foram trazidos elementos comprobatórios oriundos de outros livros (Diário ou Razão, regularmente formalizados). Portanto, os demais documentos apensados não possuem o teor comprobatório suficiente. Somase à fragilidade do conjunto probatório a desorganização da defesa que juntou todos os documentos em um processo, patrocinando uma espécie de manifestação de inconformidade genérica, onde o julgador é quem deve procurar a prova para cada um dos créditos postulados. Tal desorganização continuou em nível de recurso à segunda instância. Ora, o ônus de provar in casu é do contribuinte que alega o crédito. Vale rememorar que a prova aqui seria de que a bonificação em mercadorias integrou a base de cálculo da contribuição paga a maior ou indevidamente. Os documentos deviam estar separados por processo, individualizados, e didaticamente explicitados nas respectivas manifestação de inconformidade e recurso voluntário, sob pena de não serem inteligíveis ao órgão judicante administrativo. Certamente que não é tarefa do julgador debruçarse sobre todos os documentos juntados e pinçar quais pertencem a cada um dos processos compensatórios da recorrente, e mais, quais seriam atinentes a cada operação supostamente geradora de crédito. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/10 /2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10880.909853/200606 Acórdão n.º 3803006.415 S3TE03 Fl. 5 7 Ante o exposto, voto pelo DESPROVIMENTO do recurso voluntário. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 225DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/10 /2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 13876.001089/2003-25
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1976,1977
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. ELETROBRÁS.
Os créditos referentes ao Empréstimo Compulsório, sobre energia elétrica, destinados à Eletrobrás não são de responsabilidade da SRF, posto que não foram administrados por ela, tão pouco cobrados ou mesmo recebidos tais valores. Estes foram pagos diretamente à Eletrobrás, cumprindo seu ressarcimento ao Poder Judiciário, tão somente.
Numero da decisão: 1803-002.237
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(Assinado Digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva- Presidente.
(Assinado Digitalmente)
Meigan Sack Rodrigues - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Walter Adolfo Maresch, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur Jose Andre Neto, Meigan Sack Rodrigues e Victor Humberto da Silva Maizman.
Nome do relator: MEIGAN SACK RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1976,1977 ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. ELETROBRÁS. Os créditos referentes ao Empréstimo Compulsório, sobre energia elétrica, destinados à Eletrobrás não são de responsabilidade da SRF, posto que não foram administrados por ela, tão pouco cobrados ou mesmo recebidos tais valores. Estes foram pagos diretamente à Eletrobrás, cumprindo seu ressarcimento ao Poder Judiciário, tão somente.
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O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO. ELETROBRÁS. Os créditos referentes ao Empréstimo Compulsório, sobre energia elétrica, destinados à Eletrobrás não são de responsabilidade da SRF, posto que não foram administrados por ela, tão pouco cobrados ou mesmo recebidos tais valores. Estes foram pagos diretamente à Eletrobrás, cumprindo seu ressarcimento ao Poder Judiciário, tão somente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (Assinado Digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Presidente. 1 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 6. 00 10 89 /2 00 3- 25 Fl. 248DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 (Assinado Digitalmente) Meigan Sack Rodrigues Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Walter Adolfo Maresch, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur Jose Andre Neto, Meigan Sack Rodrigues e Victor Humberto da Silva Maizman. Relatório Tratase, o presente feito, de pedido de restituição de crédito de Empréstimo Compulsório sobre o consumo de energia elétrica, destinado à Eletrobrás, no montante de R$ 549.667,64. A empresa recorrente instruiu o pedido de restituição, ora em apreço, com documentos (fls 02 a 105). O Despacho Decisório, proferido pela DRF/Sorocaba nas fls 109 a 115, analisou e indeferiu o pedido, aduzindo não ser permitida a compensação de créditos relativos a Empréstimos Compulsórios, sobre energia elétrica, destinados à Eletrobrás, de natureza não tributária, por falta de amparo legal. A recorrente se insurge contra a decisão, apresentando suas razões em seara de impugnação. Dispõe em sua impugnação parte de decisão e ementas de decisões judiciais e de acórdãos do Conselho de Contribuintes, bem como traça um breve esboço sobre a origem dos Títulos da Eletrobrás e, em síntese, argumenta que a União é responsável solidária pelos valores pagos a título de Empréstimos Compulsórios e tal fundamento confirma a natureza tributária das obrigações, sendo a RFB ente competente para restituir os valores relativos ao empréstimo compulsório sobre energia elétrica. Observa ainda que os títulos da Eletrobrás são modalidades ou espécie de restituição do Empréstimo Compulsório sobre energia elétrica, que possui natureza e essência jurídica eminentemente tributária, viabilizando, consequentemente, a pretendida compensação tributária, objeto desta ação judicial. A delegacia de Julgamento entendeu por bem manter a decisão proferida no despacho decisório, argumentando que o pedido de restituição do crédito de Empréstimo Compulsório sobre energia elétrica foi objeto de procedimentos de compensação (Declaração de Compensação), realizados em processos distintos. E, nesse contexto, passou a julgar simultaneamente os processos administrativos de n. l3876.001098/200316, l3876.00ll79/2003 16, l3876.00l180/200341, 13876000018/200496, 13876000382/200456, 13876.000453/2004 ll, l3876.0005l2/200451, 13876000565/200471. 2 Fl. 249DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 Expõe o julgador que os pretensos créditos não se referem a tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, posto que não foram receitas arrecadadas mediante DARF, mas repassadas diretamente à Eletrobrás pelo Banco do Brasil, não se amoldando, portanto, à delimitação imposta pela IN SRF n° 210, de 30/09/2002. A recorrente pretende atribuir natureza tributária a título emitido por uma empresa (a Eletrobrás), defendendo a sua utilização como documento representativo de crédito contra o Tesouro Nacional, passível de restituição pela Secretaria da Receita Federal ou reconhecimento, por esse órgão, do seu direito de compensar tal “crédito” com seus débitos relativos a tributos e contribuições federais. Ainda, defende a natureza tributária dos empréstimos compulsórios sobre energia elétrica, a solidariedade passiva da União em relação às obrigações emitidas pela Eletrobrás e a competência da Secretaria da Receita Federal para restituir ou compensar os valores em questão. Mas, a autoridade julgadora a quo observa que, ainda que se admitisse que os empréstimos compulsórios tivessem efetiva natureza tributária, tal fato, por si só, em nada favorece a recorrente em seu pleito. De acordo com o CTN, art. 165, e tomando em conta o presente caso, temse que não se trata de restituição de um tributo pago a maior ou indevidamente, de erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito, reforma de decisão condenatória e o consequente direito de compensar o valor respectivo com tributos e contribuições federais reconhecidamente devidos. Antes, entende o julgador, tratarse de resgate de um possível direito de crédito contra a Eletrobrás, representado por um título. Atenta, a decisão a quo que para ser passível de restituição pela SRF, o referido empréstimo também deveria ser administrado por esse órgão, vez que não há previsão legal para restituir, no âmbito da Receita Federal do Brasil (RFB), valores que por ela não são administrados (salvo quando se tratar de receita da União arrecadada mediante DARF Documento de Arrecadação de Receitas Federais o que não é o caso mas nessa hipótese a unidade da RFB somente pode proceder à restituição após expressa manifestação do órgão ou entidade responsável pela administração da respectiva receita, conforme art. 13, caput, e par. único da IN SRF 210, de 30 de setembro de 2002, vigente na data da formalização do presente pedido). Observa e reproduz a citação ao final da manifestação de inconformidade. Assim, entende que a autoridade que a RFB não pode proceder à compensação sem ter o controle dos valores efetivamente recebidos e sem ter, portanto, o poder de evitar que os contribuintes se locupletem de receber duas vezes pelo mesmo título. E, aduz que o sentido da regra é compensa e restitui os tributos por ela administrados. Nesse caminho, tece algumas considerações sobre o empréstimo compulsório. Constata que os fundamentos legais elencados, pela recorrente, como base para o seu pedido, com ele não têm estrita relação, verificase, também, que a Secretaria da Receita Federal só pode restituir tributos, adicionais, empréstimos compulsórios ou contribuições que estejam sob sua administração, ou seja, a restituição só pode ser efetivada se a RFB for a um só tempo o órgão administrador do valor devido à União e o órgão competente para efetuar a restituição, mas esse não é o caso. 3 Fl. 250DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 Quando à argumentação de que a União é responsável solidária pelo seu pagamento, nas questões referentes ao Empréstimo Compulsório, e que o mesmo é uma espécie de tributo, entende o autoridade julgadora que não resta dúvida de que tanto a Eletrobrás quanto a União Federal poderiam ser demandadas judicialmente, a solver a obrigação assumida pela Eletrobrás. Tal fato, no entanto, não autoriza a ilação de que a Secretaria da Receita Federal também tenha que responder solidariamente pelo adimplemento dessa obrigação, já que referido órgão não se confunde com o Tesouro Nacional. Salienta que a RFB obedece a normas específicas quanto à restituição e compensação de tributos de sua competência e não pode, à revelia da lei, restituir ou compensar tributos com base em um título de crédito contra uma estatal. Ainda, observa que a administração do referido empréstimo foi integralmente atribuída à Eletrobrás, inclusive no tocante à restituição ou resgate dos valores arrecadados, já que os valores não foram recolhidos via DARF, mas diretamente à Eletrobrás ou à sua ordem via Banco do Brasil, e se previu, para esse fim, a emissão de obrigações ao portador, cujo prazo e condições de resgate foram estabelecidos no próprio título de sua emissão. Quanto às alegações relacionadas à prescrição e correção monetária, no cálculo de eventual restituição, alertar que, não sendo da competência da RFB determinar a restituição dos valores pleiteados, não há qualquer sentido em se discutir se houve ou não prescrição (ou decadência) quanto ao direito buscado e se sobre os valores pleiteados teriam que incidir índices de atualização monetária diversos dos que regularmente são atribuídos aos créditos passíveis de restituição pela RFB. Devidamente cientificada da decisão de primeira instância, a empresa recorrente apresenta suas razões em seara de recurso voluntário, de forma tempestiva, aduzindo, sinteticamente, o já disposto em sua impugnação e fundamenta na violação de princípios constitucionais. Sustenta em sua defesa o art.24, da Lei 11.457/2007, que instituiu a Secretaria da Receita Federal do Brasil e determinou, no art. 24, que as decisões administrativas fossem proferidas em, no máximo 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo das petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte. Atenta para o fato de a decisão que não homologou a compensação foi proferida em 08 de dezembro de 2004. Contra ela foi interposta Manifestação de Inconformidade em 14 de junho de 2004, sendo que a decisão acerca deste recurso administrativo foi proferida em 08 de janeiro de 2008, ou seja 03 anos e 25 dias após o protocolo do recurso administrativo. Assim, afere pela violação do princípio da celeridade processual. No mérito busca provar que os valores pagos, a título de empréstimo compulsório da Eletrobrás, tratam de tributos sim e junta jurisprudência nesse sentido. E contrapôese às limitações impingidas por Lei Ordinária em desarmonia com os dispositivos inseridos no CTN, referente à compensação. É o relatório. 4 Fl. 251DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 Voto Conselheira Meigan Sack Rodrigues. O Recurso Voluntário preenche as condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A discussão travada, no presente processo, referese ao pedido de restituição/compensação, realizado pela empresa recorrente, com créditos oriundos do empréstimo compulsório da Eletrobrás. Irresignada a empresa argumenta violação a diversos princípios contitucinais, a competência da SRF para restituir e compensar valores oriundos do referido empréstimo, bem como da solidariedade da União para com o pagamento. No tocante às discussões de violação de princípios constitucionais, temse que a presente esfera administrativa não é a esfera competente para dirimir tais questões. Em outras palavras, cabe exclusivamente ao Poder Judiciário todo e qualquer questionamento pertinente à inconstitucionalidade de lei e violação da Constituição. Tudo na conformidade do já disciplinado pela Súmula Carf n. 02, senão vejamos: “O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).” No mérito, tenho que a demanda restringese à competência da SRF em pagar empréstimo compulsório desta natureza. Convém lembrar a decisão que me antecedeu, posto que essa esclarece com maestria que os valores a serem compensados ou restituídos pela SRF são todos os que ela mesma arrecada e administra e o Empréstimo Compulsório foi arrecadado e administrado diretamente pela empresa Eletrobrás. Quanto à solidariedade, creio, tal qual a decisão de primeira instância, ser a União e a Eletrobrás solidárias, mas essas demandas são pertinentes ao Poder Judicário, cabendo este cobrar, compensar ou restituir quem provar o direito. A SRF não detém essa competência, gerência ou poder para tanto. Já no que diz respeito à demora na prolação das decisões, creio que a recorrente encontrase coberta de razão, muito embora a Lei que estabeleça os prazo não tenha determinado penalidade para tanto, razão pela qual apenas resta acatar a indignação da empresa recorrente, referindo que a falta de recurso e pessoas para proferirem as decisões dentro do prazo estabelecido prejudicaram a celeridade processual. Diante do exposto, voto por Negar provimento ao recurso. 5 Fl. 252DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 É o voto. (assinado digitalmente) Meigan Sack Rodrigues – Conselheira 6 Fl. 253DF CARF MF Impresso em 23/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
score : 1.0
Numero do processo: 13827.000678/2005-33
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2005
COFINS. REGIME NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS . CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO.
No regime de incidência não-cumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637/02 e 10.833/03 (art. 3º, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. Diante do modelo prescrito pelas retrocitadas leis - dadas as limitações impostas ao creditamento pelo texto normativo - vê-se que o legislador optou por um regime de não-cumulatividade parcial, onde o termo insumo, como é e sempre foi historicamente empregado, nunca se apresentou de forma isolada, mas sempre associado à prestação de serviços ou como fator de produção na elaboração de produtos destinados à venda, e, neste caso, portanto, vinculado ao processo de industrialização.
COFINS. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO DECORRENTE DE CUSTOS E DESPESAS COM INSUMOS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS INSUMOS NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
O creditamento objeto do regime da não-cumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, além da necessária observação das exigências legais, requer a perfeita comprovação, por documentação idônea, dos custos e despesas decorrentes da aquisição de bens e serviços empregados como insumos na atividade da pessoa jurídica.
REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. NÃO-COMPROVAÇÃO. GLOSA.
A não-comprovação dos créditos, referentes à não-cumulatividade, indicados no Dacon, implica sua glosa por parte da fiscalização.
NULIDADE DA DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. INEXISTÊNCIA.
O julgador não está obrigado a rebater todos os argumentos trazidos no recurso, nem a esmiuçar exaustivamente seu raciocínio, bastando apenas decidir fundamentadamente, entendimento já pacificado em nossos tribunais superiores.
Hipótese em que o acórdão recorrido apreciou de forma suficiente os argumentos da impugnação, ausente vício de motivação ou omissão quanto à matéria suscitada pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade do acórdão recorrido.
DESPACHO DECISÓRIO. INSUBSISTÊNCIA. MOTIVAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
É incabível a arguição de nulidade do despacho decisório, cujos procedimentos relacionados à decisão administrativa estejam revestidos de suas formalidades essenciais, em estrita observância aos ditames legais, assim como verificado que o sujeito passivo obteve plena ciência de seus termos e assegurado o exercício da faculdade de interposição da respectiva manifestação de inconformidade.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Direito Creditório Reconhecido em Parte.
Numero da decisão: 3802-003.863
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e na parte conhecida dar parcial provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2005 COFINS. REGIME NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS . CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO. No regime de incidência não-cumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637/02 e 10.833/03 (art. 3º, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. Diante do modelo prescrito pelas retrocitadas leis - dadas as limitações impostas ao creditamento pelo texto normativo - vê-se que o legislador optou por um regime de não-cumulatividade parcial, onde o termo insumo, como é e sempre foi historicamente empregado, nunca se apresentou de forma isolada, mas sempre associado à prestação de serviços ou como fator de produção na elaboração de produtos destinados à venda, e, neste caso, portanto, vinculado ao processo de industrialização. COFINS. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO DECORRENTE DE CUSTOS E DESPESAS COM INSUMOS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS INSUMOS NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. O creditamento objeto do regime da não-cumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, além da necessária observação das exigências legais, requer a perfeita comprovação, por documentação idônea, dos custos e despesas decorrentes da aquisição de bens e serviços empregados como insumos na atividade da pessoa jurídica. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. NÃO-COMPROVAÇÃO. GLOSA. A não-comprovação dos créditos, referentes à não-cumulatividade, indicados no Dacon, implica sua glosa por parte da fiscalização. NULIDADE DA DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. INEXISTÊNCIA. O julgador não está obrigado a rebater todos os argumentos trazidos no recurso, nem a esmiuçar exaustivamente seu raciocínio, bastando apenas decidir fundamentadamente, entendimento já pacificado em nossos tribunais superiores. Hipótese em que o acórdão recorrido apreciou de forma suficiente os argumentos da impugnação, ausente vício de motivação ou omissão quanto à matéria suscitada pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade do acórdão recorrido. DESPACHO DECISÓRIO. INSUBSISTÊNCIA. MOTIVAÇÃO. INOCORRÊNCIA. É incabível a arguição de nulidade do despacho decisório, cujos procedimentos relacionados à decisão administrativa estejam revestidos de suas formalidades essenciais, em estrita observância aos ditames legais, assim como verificado que o sujeito passivo obteve plena ciência de seus termos e assegurado o exercício da faculdade de interposição da respectiva manifestação de inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e na parte conhecida dar parcial provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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REGIME NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS . CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO. No regime de incidência nãocumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637/02 e 10.833/03 (art. 3º, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. Diante do modelo prescrito pelas retrocitadas leis dadas as limitações impostas ao creditamento pelo texto normativo vêse que o legislador optou por um regime de não cumulatividade parcial, onde o termo “insumo”, como é e sempre foi historicamente empregado, nunca se apresentou de forma isolada, mas sempre associado à prestação de serviços ou como fator de produção na elaboração de produtos destinados à venda, e, neste caso, portanto, vinculado ao processo de industrialização. COFINS. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO DECORRENTE DE CUSTOS E DESPESAS COM INSUMOS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS INSUMOS NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. O creditamento objeto do regime da nãocumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, além da necessária observação das exigências legais, requer a perfeita comprovação, por documentação idônea, dos custos e despesas decorrentes da aquisição de bens e serviços empregados como insumos na atividade da pessoa jurídica. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. GLOSA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 82 7. 00 06 78 /2 00 5- 33 Fl. 838DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 A nãocomprovação dos créditos, referentes à nãocumulatividade, indicados no Dacon, implica sua glosa por parte da fiscalização. NULIDADE DA DECISÃO DE 1ª INSTÂNCIA. INEXISTÊNCIA. O julgador não está obrigado a rebater todos os argumentos trazidos no recurso, nem a esmiuçar exaustivamente seu raciocínio, bastando apenas decidir fundamentadamente, entendimento já pacificado em nossos tribunais superiores. Hipótese em que o acórdão recorrido apreciou de forma suficiente os argumentos da impugnação, ausente vício de motivação ou omissão quanto à matéria suscitada pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade do acórdão recorrido. DESPACHO DECISÓRIO. INSUBSISTÊNCIA. MOTIVAÇÃO. INOCORRÊNCIA. É incabível a arguição de nulidade do despacho decisório, cujos procedimentos relacionados à decisão administrativa estejam revestidos de suas formalidades essenciais, em estrita observância aos ditames legais, assim como verificado que o sujeito passivo obteve plena ciência de seus termos e assegurado o exercício da faculdade de interposição da respectiva manifestação de inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e na parte conhecida dar parcial provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 4ª Turma da DRJ de Ribeirão Preto – SP (fls. 765/771 do processo eletrônico), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela interessada contra despacho decisório que homologou parcialmente a Declaração de Compensação (Dcomp fls. 5/6), cujo crédito provém do saldo credor da contribuição da COFINS não cumulativos, Fl. 839DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 839 3 relativo a receitas de exportação, apurado no regime de incidência nãocumulativa, referente ao mês de julho de 2005. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: Trata o presente processo de Declaração de Compensação (Dcomp), a fls.5/6, cujo crédito provém do saldo credor da Cofins, relativo a receitas de exportação, apurado no regime de incidência nãocumulativa, referente ao mês de julho/05, no valor de R$ 492.136,53. A DRF/Bauru, por meio do despacho decisório de fls. 230/232, homologou parcialmente a compensação, reconhecendo o direito creditório no valor de R$ 179.122,81. De acordo com o Termo de Constatação Fiscal, de fls. 217/220, o crédito foi deferido parcialmente devido à glosa de vários itens relativos aos créditos apurados pela requerente, conforme descrito no citado termo. Cientificada do despacho decisório e inconformada com o deferimento parcial de seu pedido, a interessada apresentou manifestação de inconformidade, às fls.255/295, alegando, preliminarmente, duplicidade de autuação, porquanto em data anterior foi lavrado auto de infração sob as mesmas alegações, cuja verificação fiscal abrangeu os anos de 2004 e 2005, conforme documentos que anexa. Assim, tratarseia da mesma exigência fiscal em razão de um mesmo fato. Ainda em preliminar, alega que “a inclusão, no auto de infração, de valores não devidos, face à parte da exigência estar abrangida pelo instituto da decadência ou em razão da glosa indevida...” “...retira do presente a liquidez e certeza, o que por si só torna nula a lavratura do auto de infração...” Prosseguindo, também em preliminar, argumenta que o despacho decisório e o termo de constatação seriam nulos porquanto não discriminam especificamente quais os produtos que não se enquadram como insumo, tampouco apresentam a motivação e a fundamentação legal das glosas, além de a fiscalização ter apontado no termo de constatação o descumprimento de vários artigos do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999), que seriam totalmente inaplicáveis ao caso concreto Assim, faltariam elementos essenciais ao ato administrativo, tais como, motivo, agente, objeto, forma, finalidade, resultando no cerceamento do direito de defesa e na nulidade do procedimento. Também discorre longamente sobre a motivação do ato administrativo, para concluir que a motivação que o ato deve conter tem que ser acessível ao destinatário, de modo que este prescinda de advogado ou especialista para exercer seu direito de defesa. Fl. 840DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Por fim, argumenta que o ato combatido ofende também o princípio da verdade material, o que também levaria a sua nulidade. Quanto ao mérito, alega, em resumo, que o conceito de insumo para o PIS e Cofins não pode ser transposto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicações (ICMS), pois a não cumulatividade das contribuições sociais não se restringe às empresas industriais. Assim, insumo, no âmbito da nãocumulatividade, não seria composto somente pelas matériasprimas utilizadas diretamente na produção, mas por todos os bens e serviços, desde que utilizados na fabricação de bens e serviços, anexando excerto de texto de jurista nesse sentido. Ainda quanto ao mérito, repete as alegações preliminares quanto à ausência de discriminação e fundamentação das glosas, discorrendo brevemente sobre seu processo produtivo e o aproveitamento dos insumos que, segundo seu entendimento, gerariam direito ao crédito das contribuições. Quanto aos insumos, argumenta que a graxa foi indevidamente glosada, pois nada mais é que um lubrificante indispensável ao funcionamento das máquinas do processo produtivo, e, assim como este, deveria dar direito ao crédito, conforme entendimento da própria Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), por meio de Solução de Divergência que cita. O mesmo se aplica aos combustíveis e lubrificantes utilizados no processo produtivo, cujo aproveitamento do crédito está previsto na Lei nº 10.833, de 2003, na IN SRF nº 404, de 2004, e ainda em entendimento da Administração Tributária. Com relação ao estoque de abertura do álcool carburante, a contribuinte alega que a fiscalização glosou valores dos créditos a ele relativos e não estabeleceu o rateio proporcional entre o álcool carburante (regime cumulativo) e o álcool para outros fins (regime nãocumulativo), pois, segundo a recorrente, também teria havido venda deste último tipo, conforme notas fiscais que anexa. O mesmo se pode dizer em relação aos insumos utilizados para a produção de álcool carburante, ou seja, deveria haver o rateio entre os insumos utilizados na produção de álcool carburante, álcool para outros fins e açúcar. Reclama também a recorrente que teria havido glosa indevida de créditos relativos a embalagens, haja vista que o acondicionamento do açúcar constituise em etapa da industrialização. No que tange aos créditos relativos aos serviços prestados, argumenta, em resumo, que a legislação permite o desconto de tais créditos desde que utilizados na produção de bens ou na prestação de serviços, e não somente aqueles aplicados Fl. 841DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 840 5 diretamente na produção dos produtos, e ainda que a fiscalização não teria sido clara no embasamento da glosa. Em relação à glosa dos créditos referentes aos serviços que, segundo a fiscalização, a contribuinte não teria comprovado que não houve aumento da vida útil do bem em mais de um ano, alega que não há como fazer prova negativa e que houve inversão do ônus da prova já que a fiscalização é que teria que provar o que alegou para embasar a glosa. Quanto aos créditos oriundos do aluguel de máquinas e equipamentos, argúi que tais bens são utilizados tanto na movimentação da matériaprima, que geraria crédito, quanto no transporte e empilhamento de mercadorias, que não geraria crédito, assim a fiscalização deveria ter segregado proporcionalmente os créditos relativos a esse item. No tocante aos créditos relativos a arrendamento mercantil, argumenta que a fiscalização, apesar de não citar no termo de constatação nem no despacho decisório, glosou esse crédito sem maiores explicações. Alega também que para os créditos relativos a insumos adquiridos de pessoa jurídica foram utilizados os percentuais relativos ao crédito presumido, reduzindo assim o seu valor sem base legal ou justificativa. Por fim, argumenta que houve aplicação indevida de rateio do crédito em casos em que o crédito deveria ser integral, como nos serviços de ensacamento, marcação e manuseio de sacaria e em relação à levedura. Diante de tais alegações, que incluem a imputação de falta de clareza e de cerceamento do direito de defesa à decisão da autoridade a quo, considerando ainda que a recorrente cita itens que, de acordo com os autos, os respectivos créditos não teriam sido objeto de glosa e também tendo em vista que o termo de constatação, de fls. 217/220, contém apenas uma descrição vaga das glosas, pois não detalha os itens glosados acompanhados dos respectivos valores, o presente foi baixado em diligência à DRF para que os auditoresfiscais responsáveis discriminassem, por item, os valores dos créditos glosados, bem assim esclarecessem o porquê de cada glosa. Em atendimento à diligência foi expedido o Termo de Diligência, de fls. 641/647, com os esclarecimentos solicitados. Ciente do termo acima, a requerente apresentou a manifestação de fls.649/657, onde alega, em resumo, que as IN nºs 247, de 2002, e 404, de 2004, são ilegais, porquanto extrapolam o disposto nas Leis nºs 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, ao restringirem o conceito de insumo no âmbito da não cumulatividade. Fl. 842DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Repete ainda alegação da manifestação inicial no sentido de que o conceito de insumos para as contribuições sociais não é o mesmo que o aplicado no âmbito do IPI, se assemelhando mais aos conceitos utilizados no imposto de renda, abrangendo todo e qualquer custo ou despesa necessários à atividade da empresa, conforme decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e da Justiça, das quais transcreve partes. Os argumentos aduzidos pelo sujeito passivo, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. GLOSA. A nãocomprovação dos créditos, referentes à não cumulatividade, indicados no Dacon, implica sua glosa por parte da fiscalização. NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. Os insumos utilizados no processo produtivo somente dão direito a crédito no regime de incidência nãocumulativa, se incorporado diretamente ao bem produzido ou se consumidos/alterados no processo de industrialização em função de ação exercida diretamente sobre o produto e desde que não incorporados ao ativo imobilizado. NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. Somente dão direito ao crédito no regime de incidência nãocumulativa, os gastos expressamente previstos na legislação de regência. DIREITO DE DEFESA. CERCEAMENTO. INOCORRÊNCIA. Não se configura cerceamento do direito de defesa se o conhecimento dos atos processuais pelo autuado e o seu direito de resposta ou de reação se encontraram plenamente assegurados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da referida decisão em 20/12/2012 (fl. 776), a interessada, em 15/01/2013 (data da transmissão de arquivos via sistema de validação e autenticação de arquivos digitais – fl. 778), apresentou o recurso voluntário de fls. 779/804, com as alegações resumidas abaixo: a) preliminarmente, argumenta que a questão não foi decidida com isenção, falta do princípio da motivação do ato administrativo, inconsistências dos Fl. 843DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 841 7 dados, subjetivismo, demonstração da efetiva irregularidade, e ainda ausência, no Acórdão, de apreciação de todas as razões suscitadas, solicitando a nulidade da decisão DRJ, posto que cuidou ela de matéria estranha à versada na Manifestação de Inconformidade. Argumenta ofensa ao princípio da verdade material, ensejando que o lançamento de ofício, está irremediavelmente eivado de nulidade, portanto deve ser decretada a insubsistência do despacho decisório ora combatido. Cita jurisprudências administrativas e judiciais; b) quanto ao mérito, no que se refere aos tópicos abaixo relacionados, questiona o Fisco pelas glosas dos créditos, expressando seus argumentos para cada item, observandose que na maioria deles, houve por parte fiscalização algum tipo de restrição ao conceito de insumos: b.1 Da Definição de Insumos no Contexto da NãoCumulatividade; b.2 Dos Insumos Consumidos Pela Recorrente; b.3 Dos Produtos Lubrificantes (graxas); b.4 Os Lubrificantes Utilizados no Processo Produtivo; b.5 Os Materiais de Embalagem Específicos Para o Açúcar; b.6 O Valor do Estoque de Abertura; b.7 Dos Serviços Tomados Pela Recorrente; b.8 Do Aluguel de Máquinas e Equipamentos; b.9 Do Leasing; b.10 Da Aquisição de Insumos de Pessoas Jurídicas, e b.11 Da Aplicação Indevida do Rateio. Diante do exposto, requer que seja declarada a nulidade da decisão ora recorrida ou, se assim não entender, que seja dado provimento ao presente recurso em face da improcedência do feito fiscal e, como decorrência, ser com o reconhecido o direito creditório da Recorrente e a consequente homologação das compensações objeto do pleito. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra 1) Admissibilidade do recurso Fl. 844DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Quanto ao recurso voluntário, não consta, dos autos, claramente no documento, a data em que o mesmo foi protocolizado. Todavia, admito que o aludido recurso foi protocolizado em 15/01/2013, data em que foi recebido o arquivo digital da empresa segundo o correspondente recibo do Sistema de Validação e Autenticação de Arquivos Digitais (fl. 778). Assim, considerando que o arquivo transmitido é identificado como “RECURSO VOLUNTÁRIO – PROCESSO 13827.000678/200533”, e que a unidade preparadora encaminhou o processo para este CARF, julgoo como tempestivo. No mais, o recurso voluntário preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. 2) Preliminar de Nulidade da decisão recorrida Alegou a recorrente a nulidade do Acórdão de primeira instancia, argumentando que teria havido a ausência de apreciação de todas as razões suscitadas e que a questão não foi decidida com isenção, havendo inconsistências dos dados, subjetivismo, não demonstração da efetiva irregularidade e porque o acórdão recorrido não se ateve aos aspectos fundamentais colocados à análise do julgador. Conclui alegando que a decisão em discussão cuidou de matéria estranha à versada na Manifestação de Inconformidade, proferindo, assim, decisão de natureza diversa da que foi demandada, sem a motivação e violando a garantia do recorrente e que o Termo de Diligência, em sua visão, nada acrescentou aos autos. A preliminar deve ser rejeitada, pois o acórdão recorrido escorouse no entendimento explícito no sentido de que as aquisições de insumos e dos serviços só geram créditos quando os bens e serviços são aplicados diretamente no produto em fabricação. Especificamente quanto a graxa, a decisão invocou e adotou a interpretação contida na Solução de Divergência Cosit nº 12/2007 para negar o crédito pleiteado pelo contribuinte, o que atende ao disposto no art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Portanto, verificase na decisão, que a DRJ detalhou todas as razões pelas quais resultou na improcedência da manifestação de inconformidade, não reconhecendo, como exposto, o direito creditório. Contudo, temos que observar que o julgador não está obrigado a rebater todos os argumentos trazidos no recurso, nem detalhar ao máximo seu raciocínio, bastando apenas decidir fundamentadamente, entendimento já pacificado em nossos tribunais superiores. Sendo resolvida a questão suscitada, com motivação explícita no Acórdão, não se tem por omisso o julgado. Em suma, os motivos de não reconhecer o direito creditório postulado, residem nas próprias declarações e documentos produzidos pela contribuinte e que nos presentes autos, não restou comprovada qualquer restrição ao direito de defesa da recorrente. Portanto, o contribuinte pode discordar do teor da decisão, mas não tem razão quanto à preliminar de nulidade, pois o acórdão recorrido está motivado e atende ao princípio da persuasão racional do julgador. Preliminar de nulidade rejeitada. Fl. 845DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 842 9 3) Ofensa ao Princípio da verdade material A recorrente argumenta que o ato combatido ofende também o princípio da verdade material, o que também levaria a sua nulidade, conforme consta do item 44 do recurso voluntário: (...) “44 Temos, por conseqüência, que o lançamento de ofício vestibular está irremediavelmente eivado de nulidade, aliás, insanável. Isto posto, deve ser provida a manifestação de inconformidade ora interposta para o fim de ser decretada, ab initio, a insubsistência do despacho decisório ora combatido, conforme as preliminares acima alinhadas” (g.n). Frisese que o presente processo não se trata de lançamento de crédito tributário, mas sim de despacho decisório que homologou parcialmente a compensação apresentada via Dcomp, ou seja, análise de compensação entre créditos e débitos tributários. Notese que no acórdão da DRJ restou demonstrado com clareza essa questão. Observese: (...) Primeiramente, quanto às alegações preliminares de que haveria duplicidade de autuação, pois o período em questão já havia sido objeto de auto de infração, e que faltaria liquidez e certeza ao lançamento, cumpre esclarecer que a impugnante enganase, porquanto o presente não se trata de lançamento de crédito tributário, mas sim de despacho decisório que homologou parcialmente compensação apresentada via DComp. Assim, não há que se falar em duplicidade de lançamento, pois os procedimentos envolvidos são distintos, este processo, como acima explicado, tratase de análise de compensação entre créditos e débitos tributários e aquele, de constituição do crédito tributário pelo lançamento de ofício, tampouco a homologação parcial de Declaração de Compensação necessita de liquidez e certeza, requisitos estes exigidos para o lançamento do crédito tributário (...). Portanto, no que se refere às preliminares de insubsistência, também não se vislumbra a sua ocorrência, conforme pretende o contribuinte, eis que o despacho decisório, além de se revestir dos requisitos e formalidades necessários à sua constituição, nos termos da legislação de regência da matéria, está adequadamente caracterizado e motivado, de modo a justificar a não aceitação parcial do crédito alegado, como também, não ficou caracterizado cerceamento de defesa, uma vez que a recorrente foi regularmente intimada nos autos. Preliminar de insubsistência do despacho decisório rejeitada. 4) Do Mérito Como já exposto, a lide envolve discussão concernente à existência ou não de direito creditório referente ao regime de incidência nãocumulativa da COFINS de competência do mês de julho de 2005. Fl. 846DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 10 A recorrente, cujo nome de fantasia é Destilaria Tonon, tem por objeto a fabricação de álcool nas suas diversas especificações, e a sua comercialização nos mercados interno e externo (exportação), podendo, em nome dela, serem praticados todas as operações, principais e acessórias, relacionadas com tal atividade. Acrescentese que através do processamento da canadeaçúcar a destilaria produz álcool e açúcar. Consta dos autos que no anocalendário 2005, a empresa enquadravase no regime não cumulativo da COFINS para as receitas decorrentes da produção de açúcar, energia elétrica, levedura e da venda de créditos de carbono e no regime cumulativo para as receitas decorrentes da produção do álcool carburante. O núcleo da questão em combate concentrase sobre a subsunção no conceito de insumos – bens ou serviços adquiridos, que geram direito aos créditos de PIS e da COFINS. É pertinente, portanto, que, antes do exame das questões fáticas objeto da controvérsia sejam feitas breves considerações acerca do referido regime de incidência, nas quais abordaremos, em conjunto, questões atinentes aos regimes da nãocumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, dada a similitude existente entre os mesmos. O regime de incidência nãocumulativa das contribuições para o PIS/Pasep e para a COFINS foi instituído, respectivamente, pelas leis nº 10.637, de 30/12/2002 (conversão da Medida Provisória no 66, de 2002), e 10.833, de 29/12/2003 (conversão da medida Provisória no 135, de 2003), tendo passado a produzir efeitos, em relação à nãocumulatividade dessas contribuições – na mesma ordem – a partir de 1o de dezembro de 2002 e de 1o de fevereiro de 2004. Ressalvadas as exceções legais, estão sujeitas à incidência nãocumulativa do PIS/Pasep e da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda que apuram o IRPJ com base no lucro real. A legislação pertinente ao regime autoriza, ainda, o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica, nos termos dos artigos 3o das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. O cálculo do crédito é realizado mediante a aplicação das mesmas alíquotas específicas para o PIS/Pasep e para a COFINS sobre referidos custos, despesas e encargos (vide artigo 3o, § 1o, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003). Referidas leis, em seus correspondentes artigo 3o, § 2o, fazem ressalvas ao direito de creditamento em tela. Assim, não dará direito a crédito o valor da mãodeobra paga a pessoa física (hipótese prevista originariamente nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003), bem como (e agora incluídas pela Lei 10.865/2004) as quantias despendidas na aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, e aqui (isenção), quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, isentos ou não alcançados pela contribuição. Os créditos apurados deverão ser utilizados, prioritariamente, para a dedução do valor devido das correspondentes contribuições a recolher. No caso de créditos apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados a receitas de exportação, poderão tais créditos ser utilizados para a compensação com outros débitos da própria empresa, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. As leis instituidoras da nãocumulatividade admitem, ainda, o ressarcimento em dinheiro, caso não seja possível a utilização dos créditos para a dedução das contribuições a recolher até o final de cada trimestre do ano civil. Fl. 847DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 843 11 A questão posta em exame nos autos diz respeito, justamente, à existência ou não de direito ao creditamento da COFINS nãocumulativo em vista da aquisição de matériasprimas e de serviços utilizados no processo produtivo destinado à exportação. Com efeito, o inciso II do artigo 3o da Lei no 10.833/2003, bem como do correspondente preceito da Lei no 10.637 de 2002, prevê o cálculo de créditos a serem descontados ou ressarcidos em relação a bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. 4.1) Da definição de insumos no contexto da nãocumulatividade Sabese que essa questão é polêmica, mas uma análise mais detida da Lei nº 10.833/03 revela que o legislador não determinou que o significado do vocábulo “insumo” fosse buscado na legislação deste ou daquele tributo. Se não existe tal determinação, o intérprete deve atribuir ao vocábulo “insumo” um conteúdo semântico condizente com o contexto em que está inserido o art. 3º , II, da Lei nº 10.833/03. Nesse passo, distinguemse as não cumulatividade do IPI e do PIS/Cofins. No IPI a técnica utilizada é imposto contra imposto (art. 153, § 3º, II da CF/88). No PIS/Cofins, a técnica é base contra base (art. 195, § 12 da CF/88 e arts. 2º e 3º , § 1º da Lei nº 10.637/02 e 10.833/03). A recorrente aduz em seu recurso que: (...) “ao contrário do que ocorre na legislação do IPI, as leis que regulam o regime do PIS e da COFINS não cumulativos não delimitam o significado de insumo. No entanto, a Receita Federal, extrapolando sua competência, expediu as Instruções Normativas 247/02 e 404/04, que se amoldando a legislação do IPI, restringiu o significado de insumo para o PIS e a COFINS não cumulativos”. E segue defendendo que: (...) “Dessarte, devem ser considerados insumos os gastos que, ligados inseparavelmente aos elementos produtivos, proporcionam a existência do produto ou serviço, o seu funcionamento, a sua manutenção ou o seu aprimoramento. Sob essa ótica, o insumo pode integrar as etapas que resultam no produto ou serviço ou até mesmo as posteriores, desde que seja imprescindível para o funcionamento do fator de produção”. Ou seja, pelo entendimento da contribuinte, insumo, no âmbito da não cumulatividade, não seria composto somente pelas matériasprimas utilizadas diretamente na produção, mas por todos os bens e serviços, desde que utilizados na fabricação de bens e serviços, anexando excerto de texto de jurista nesse sentido. No entanto, da leitura das redações do dispositivo que trata do creditamento em decorrência da aquisição de insumos – a atual e as historicamente concebidas para referido preceito – constatase que o termo “insumo”, na forma como é e sempre foi empregado, nunca se apresentou no texto normativo de forma isolada, mas continuamente associado ao seu Fl. 848DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 12 papel de fator de produção ou na prestação de serviços, ou na fabricação de produtos destinados à venda, ou seja, ao processo de industrialização. No regime nãocumulativo de PIS/Cofins, a Lei dispõe de maneira diferente da legislação do IPI, reconhecendo o crédito em relação à aquisição de “bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes” (art. 3º, II, da Lei nº 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003). O legislador, como visto, vai além do âmbito da industrialização, utilizando termos mais amplos, referindose à produção ou fabricação de bens e, também, à prestação de serviços. O contexto em que ocorre a incidência de PIS/Cofins, apresenta como fato gerador a receita bruta ou faturamento, referindose, assim, a todo tipo e amplitude de atividade produtiva, não se limitando apenas à fase de industrialização. Desde o primeiro momento este Conselho recusou a pretensão de confinar o conceito de insumo aos mesmos critérios da legislação do IPI, conforme serve de exemplo o seguinte julgado da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no qual foi negado provimento ao recurso do Procurador da Fazenda Nacional: CRÉDITO. RESSARCIMENTO, A inclusão no conceito de insumos das despesas com serviços contratados pela pessoa jurídica e com as aquisições de combustíveis e de lubrificantes, denota que o legislador não quis restringir o creditamento do PIS/Pasep às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagens (alcance de insumos na legislação do IPI) utilizados, diretamente, na produção industrial, ao contrário, ampliou de modo a considerar insumos como sendo os gastos gerais que a pessoa jurídica precisa incorrer na produção de bens ou serviços por ela realizada. Recurso negado Acórdão 9303001.035, Processo 11065.101271/200647, Rel. Cons. Henrique Pinheiro Torres, j. 23/08/2010 Como vimos acima, concluímos que geram direito de crédito todos os insumos – bens ou serviços – que sejam aplicados na produção – de bens ou serviços –, cuja receita esteja sujeita à incidência sob o regime nãocumulativo. No entanto, não é toda e qualquer aquisição que gera direito de crédito, mas apenas aquelas que se enquadrem nas hipóteses de crédito previstas nas Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003. São estas Leis a fonte primária de definição dos critérios para o direito de crédito. O entendimento deste Conselho, com efeito, é de que: “O conceito de insumo previsto no inciso II do art. 3° da Lei n° 10.637/02 e normalizado pela IN SRF n° 247/02, art. 66, § 5°, inciso I, na apuração de créditos a descontar do PIS não cumulativo, não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária à atividade da empresa, mas tão somente aqueles adquiridos de pessoa jurídica, intrínsecos à atividade, que efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na Fl. 849DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 844 13 prestação do serviço, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. (…) (Acórdão 330100.423, Processo 11080.003383/200483, Rel. Cons. Maurício Taveira e Silva, j. 03/02/2010). Assim, na busca de um conceito adequado para o vocábulo insumo, no âmbito das contribuições não cumulativas, a tendência da jurisprudência no CARF caminha no sentido de considerar o conceito de insumo coincidente com conceito de custo de produção, pois além de vários dos itens descritos no art. 3º da Lei nº 10.833/03, integrarem o custo de produção, esse critério oferece segurança jurídica tanto ao fisco quanto aos contribuintes, por estar expressamente previsto no artigo 290 do Regulamento do Imposto de Renda. Nessa linha de raciocínio, este colegiado vem entendendo que para um bem ser apto a gerar créditos da contribuição não cumulativa, com base no art. 3º, II, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, ele deve ser aplicado ao processo produtivo (integrar o custo de produção) e não ser passível de ativação obrigatória à luz do disposto no art. 301 do RIR/99. Se for passível de ativação obrigatória, o crédito deverá ser apropriado não com base no custo de aquisição, mas sim com base na despesa de depreciação ou amortização, conforme normas específicas. Para definir o conceito de insumo no PIS e na COFINS não cumulativos é necessário constatar a essencialidade do bem ao processo produtivo do contribuinte. Assim, geram crédito do PIS e da COFINS não cumulativos somente as despesas com materiais considerados essenciais. Portanto, para decidir quanto ao direito ao crédito de PIS/Cofins não cumulativo é imprescindível que primeiro se confiram as características da atividade produtiva desenvolvida pela empresa para, então, analisar quais as aquisições que configuram insumo para os bens e serviços por ela produzidos. É com este enfoque que passaremos a examinar os argumentos apresentados pela Recorrente frente os elementos e constatações presentes nos autos. 4.2) Dos Insumos consumidos pela recorrente A recorrente discorre em seu recurso voluntário que no desenvolvimento de sua atividade produtiva, adquire diversas matériasprimas, produtos intermediários, materiais de embalagem e serviços que são empregados no processo de fabricação e comercialização de seus produtos. Dentre eles, aqueles arrolados nos demonstrativos de fls. 351/356 (Análise dos dados elaboradas pela fiscalização durante a ação fiscal), parte foram objeto de glosa e que no entender da recorrente, geram o direito ao crédito da COFINS. Ressalta que os produtos e serviços concorrem decisivamente para a obtenção do açúcar e do álcool, ou seja, inúmeros produtos e serviços que são adicionados ao caldo durante a decantação, fermentação, destilação (álcool) ou filtração, evaporação, cozimento centrifugação e secagem (açúcar) visando um só e único fim: o produto final industrializado. A defesa se limitou a fazer alegações genéricas em relação ao seu direito de tomar o crédito em relação a todos os custos e despesas necessários à manutenção da sua atividade, com base no art. 3º, II das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, mas não trouxe aos autos Fl. 850DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 14 nenhum elemento hábil à comprovação de que os bens glosados nas planilhas (fls. 351/356), se enquadram nos requisitos que garantem o direito de crédito com base no custo de aquisição do bem. O simples exame das referidas planilhas não permite ao julgador constatar que os bens ali discriminados se enquadram no conceito de insumo que vem sendo adotado por este colegiado. Alguns dos itens glosados definitivamente se verifica que não integram o custo de produção. Por outro lado, outros itens poderiam gerar o crédito das contribuições, como por exemplo produtos químicos, lubrificantes e combustíveis, se aplicados na produção; materiais de manutenção/reparos, desde que efetuados na fábrica ou em máquinas utilizadas diretamente na produção. Embora a Recorrente trouxe aos autos uma descrição do processo produtivo da empresa (Etapas do Processo Industrial e Fluxogramas fls. 312/335), por si só não permite ao julgador correlacionar os materiais glosados com as formas pelas quais são utilizados no referido processo produtivo. No caso sob análise, quanto aos elementos probatórios, tratase de processo de iniciativa do contribuinte, no qual ele compareceu perante a administração para pleitear o direito aos créditos da contribuição. Competelhe, portanto, o ônus de comprovar que o direito alegado é certo quanto à sua existência e líquido quanto ao valor solicitado. Não tendo o contribuinte se desincumbido do ônus de comprovar o direito alegado no recurso, há que se manter as glosas consignadas nas planilhas de fls. 351/356. Ressaltese que para todos os itens glosados nos autos, a fiscalização elaborou uma Planilha denominada “Análise de dados da empresa feita durante a ação fiscal” (fls. 351/356), que contém a discriminação e identificação das despesas apresentadas pela Recorrente, as linhas do DACON, data e número da Nota Fiscal, insumos, serviços, produtos, fornecedores, valores, receitas, e a informação da manutenção do item ou a glosa efetuada pela fiscalização e seu motivo. Para tanto foi tomado a devida ciência da empresa. 4.3) Os Produtos Lubrificantes Graxa Sobre este item, a recorrente argumenta em seu recurso voluntário que, (...) “quanto aos insumos, nas alegações para justificar o feito fiscal, a fiscalização referese expressamente às aquisições de graxa feitas pela Recorrente e glosa os créditos a ela relativo invocando a Solução de Divergência nº 12/07”. Tal contraditório se apresenta enfrentado, uma vez que nas planilhas demonstrativas das glosas (fl. 352) e no Termo de Diligência (fl. 642), onde no item “Lubrificantes” a fiscalização descreve a motivação do ato: glosa – graxa não é lubrificante, por definição da (ANP). A recorrente visando elucidar a questão no intento de elidir a glosa perpetrada pelo Fisco, reproduz várias conceituação do vocábulo “graxa”, pesquisado em abalizadas publicações linguísticas e técnicas (dicionários, sites, Wikipédia, etc.), visando conceituar o termo graxa, concluindo que a graxa nada mais é que um lubrificante indispensável ao funcionamento de máquinas, equipamentos, motores, etc. Isto porque, conforme definido na legislação (Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, II e § 2º; Lei nº 10.865, de 2004, art. 40) os combustíveis e lubrificantes utilizados ou consumidos no processo de Fl. 851DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 845 15 produção de bens e serviços geram créditos do regime de apuração nãocumulativa da Contribuição para a COFINS. No entanto, o Fisco em seu Termo de Constatação Fiscal (fls. 218), informa que: (...) “Com relação aos insumos, aplicandose o disposto na IN SRF 404/2004, art. 8o, inciso I, "b" e § 4 o , inciso I, "a", foram glosados valores referentes à compra de graxa (conforme Solução de Divergência Cosit 12/2007) e óleos lubrificantes empregados nos veículos da empresa. Relação das notas fiscais, com direito a crédito, mantidas pela fiscalização, às fls 193 a 196”. Quando da elaboração do Termo de Diligência (fls. 642), a fiscalização relata que: (...) Lubrificantes foi glosada a nota fiscal de compra de graxa, em razão da Solução de Divergência Cosit 12/2007. O inciso II do artigo 3 o da Lei 10.833/03 prevê o desconto de créditos sobre lubrificantes, e conforme consta da citada Solução de Divergência, graxa não é lubrificante, em definição da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Solução de Divergência 12 de 24 de outubro de 2007 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Não se consideram insumos, para fins de desconto de créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, materiais de limpeza de equipamentos e máquinas, graxas, pinos, tarraxas e ferramentas (...). Como se nota, o Fisco escorouse na Solução de Divergência Cosit nº 12/2007, que conclui que não são considerados insumos, para fins de desconto de créditos da contribuição para o PISPasep e da Cofins, os materiais de limpeza de equipamentos e máquinas, graxas, pinos, tarraxas e ferramentas. No entanto, entendo que o produto graxa, no caso, tem a finalidade de preservar a integridade e o regular funcionamento das máquinas utilizadas na atividade produtiva e, portanto, atividade intrínseca ao processo produtivo da empresa. Não há atividade produtiva sem a constante preservação dos maquinários. O dicionário Wikipédia ao se referir ao vocábulo “graxa” dános o seguinte ensinamento: “Graxas são o nome genérico e popular dado a lubrificantes pastosos compostos (semi plásticos) ou de alta viscosidade, compostos de misturas de óleos lubrificantes minerais (de diversas viscosidades) e seus aditivos e especialmente do ponto de vista químico, sais de determinados ácidos graxos com cálcio, sódio, lítio, alumínio, bário e magnésio (geralmente chamados de sabão que em formam com os óleos de origem mineral uma emulsão, que atuam como agente espessador. Em tais formulações o óleo mineral entra como o verdadeiro lubrificante e o espessador, além de conferir a viscosidade à mistura, atua na retenção do óleo mineral” (g.n). Portanto, no que se refere ao produto graxa, devese reconhecer o direito de crédito do PIS e da COFINS, pois o art. 3º, II, das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003 é expresso em reconhecer tal direito em relação às aquisições de combustíveis e lubrificantes, não havendo dúvida de que a graxa é um lubrificante e de que tem a sua aplicação como Fl. 852DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 16 lubrificante nos equipamentos e máquinas utilizados na fabricação de produtos destinados à venda. Com base nos conceitos acima, concluo, pois, pelo reconhecimento do direito de crédito na aquisição de graxa, glosado pelo Fisco conforme demonstrativo de fl. 352. 4.4) Os Lubrificantes Utilizados no Processo Produtivo Nos termos relatados nos autos, a Fiscalização glosou créditos calculados sobre determinados bens e serviços, considerandoos não abrangidos pelo conceito de insumos, nos termos do art. 3°, inciso II, das Leis n° 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003. Neste tópico específico, argumenta a recorrente em seu recurso voluntário no que se refere ao entendimento oficial concernente à apuração indevida de créditos sobre combustíveis e lubrificantes, alega a interessada que estes teriam sido efetivamente utilizados no processo produtivo, e que: (...) “Segundo a disposição expressa no art. 3º, inciso II, da Lei nº 10.833/03, 22 e segundo, ainda, a disciplina contida no art. 66, inciso I, alínea ”b”, da Instrução Normativa SRF 247/02, geram direito a créditos do PIS os dispêndios com combustíveis e lubrificantes utilizados ou consumidos no processo de produção de bens e serviços destinados à venda”. E segue, (...) “Esclarecendo o alcance da norma em comento, a Coordenação Geral do Sistema de Tributação – COSIT, expediu a Solução de Divergência nº 37/08, firmando o entendimento abaixo transcrito:”(...). Por outro lado, de acordo com o Termo de Constatação Fiscal (fls. 218), o Fisco relata que: (...) “A empresa também apresentou todas as notas fiscais de insumos que, no seu entender, dariam direito ao crédito de COFINS não Cumulativo, além de notas fiscais de lubrificantes, comprovantes das despesas com energia elétrica, despesas de depreciação, despesas com armazenagem e frete nas vendas e despesas financeiras. Os demonstrativos elaborados pela empresa encontramse anexados às fls. 162 a 191. Com relação aos insumos, aplicandose o disposto na IN SRF 404/2004, art. 8o, inciso I, "b" e § 4 o , inciso I, "a", foram glosados valores referentes à compra de graxa (conforme Solução de Divergência Cosit 12/2007) e óleos lubrificantes empregados nos veículos da empresa. Relação das notas fiscais, com direito a crédito, mantidas pela fiscalização, às fls. 193 a 196”. Observese que no Termo de Diligência, o Fisco descreve (fl. 642): (...) Lubrificantes foram glosadas as notas fiscais de compra de óleo utilizado em máquinas agrícolas e de graxa, em razão da Solução de Divergência Cosit 12/2007. O inciso II do artigo 3º da Lei 10.833/03 prevê o desconto de créditos sobre lubrificantes, e conforme consta da citada Solução de Divergência, graxa não é lubrificante, em definição da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já nas planilhas denominadas Análise dos Dados da Empresa Feita durante a Ação Fiscal (fl. 352), a fiscalização esclarece, na coluna especificada (L02) para os Lubrificantes, que tais créditos foram glosados e quais foram mantidos, no caso glosando as graxas, por não ser considerado lubrificantes e de lubrificantes – máquinas agrícolas, enquanto que os demais foram mantidos. Restando claro, portanto, que somente os bens e serviços utilizados de forma direta na produção da pessoa jurídica dão direito ao crédito das contribuições, devendo ser, Fl. 853DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 846 17 efetivamente, absorvidos no processo produtivo que constitui o objeto da sociedade empresária. De acordo com os dispositivos legais (arts. 3º da Lei nº 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003) já reproduzidos, é possível constatar que a lei prevê, de forma expressa, o direito de creditamento relativo a combustíveis e lubrificantes utilizados como insumos na prestação de serviços ou na produção de bens ou produtos destinados à venda. Com efeito, revendo os termos da fiscalização, verifico que, concernente aos combustíveis adquiridos, a priori, sua admissão não foi vetada, entretanto, restringida àqueles utilizados como óleo combustível para veículos, máquinas agrícolas, caminhões e tratores por não serem insumos diretamente ligados ao processo produtivo do açúcar e outros produtos sujeitos a não cumulatividade”, na premissa que o termo “insumo” referese aos bens e serviços utilizados diretamente no processo industrial ou produtivo, razão porque apenas estes materiais poderiam ser admitidos como tal. No caso a fiscalização tomou a cautela de segregar as aquisições dos produtos dentre os quais foram aplicados ou não no processo produtivo da empresa. Podemos observar que, dos combustíveis adquiridos, que foram mantidos os créditos constam da relação da planilha denominada “Análise dos dados da empresa feita durante a ação fiscal” (fls. 351 a 356). Relativamente à prova dos gastos efetuados com tais bens e serviços, há que se ressaltar que a Fiscalização, deixou consignado que teve acesso a toda a documentação apresentada pelo contribuinte, tendo glosado os créditos respectivos em razão da falta de sua vinculação entre os serviços serem considerados insumos diretamente ligados ao processo produtivo do açúcar e outros produtos sujeitos a não cumulatividade. Por outro lado, a recorrente em seu recurso, não demonstrou, mediante apresentação de provas, que tais glosas foram indevidas, ou seja que tais aquisições foram objeto de aplicação no processo produtivo da requerente. Como é sabido, não podem descontar da contribuição para o PIS apurada mensalmente, créditos calculados em relação aos valores das aquisições de materiais de consumo, por absoluta falta de amparo legal uma vez que tais despesas não se encontram relacionados no art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, nem tampouco caracterizam insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à venda. Diante disso, entendo que não assiste razão a recorrente, pois o fisco somente glosou aquisição de produtos (combustível e lubrificantes) cuja utilização se dava em veículos (veículos, máquinas agrícolas, tratores, caminhões) utilizados para fins diversos e não diretamente ligado ao processo produtivo da empresa, não podendo ser considerada na base de cálculo de créditos das contribuições sociais, pois tais dispêndios não estão diretamente atrelados ao processo produtivo, tão pouco podem ser considerados insumos, não atendendo, portanto, os requisitos do inciso II do art 3° das Leis 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003. Assim, não há como acolher os argumentos da recorrente no que diz respeito ao alegado direito de creditamento relativamente às glosas nas aquisições de lubrificantes que não foram empregados no processo produtivo. Fl. 854DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 18 4.5) Materiais de Embalagem Específicos para o Açúcar Aduz a recorrente que: (...) “A glosa, de forma inexplicável, atingiu os créditos oriundos da aquisição de sacaria destinada especificamente à embalagem do açúcar. O acondicionamento do açúcar constituise em etapa da industrialização e, como tal em face do princípio da não cumulatividade das contribuições, deve ter todos os valores relativos às suas aquisições de fornecedores considerados para fins de dedução de créditos. Neste aspecto, diante da obviedade do direito ao creditamento, cremos desnecessária argumentação mais aprofundada acerca deste tema”. A fiscalização no seu Termo de Constatação (fls. 217/220) bem como no Termo de Diligência (fls. 641/647) não faz nenhuma referência a glosa de aquisições de embalagens. Já nas planilhas denominadas Análise dos Dados da Empresa Feita durante a Ação Fiscal (fls. 351/356), a fiscalização demonstraria, na coluna especificada para: L02 Embalagens, quais notas fiscais os créditos foram glosados e não encontramos nenhuma referência a tais glosas. Portanto, não assiste razão a Recorrente, pois não foi constatado glosa referente aquisições de embalagens. Portanto, não conheço do recurso no que se refere as alegadas glosas referente créditos de aquisições de Embalagens, por falta de interesse recursal. 4.6) O Valor do Estoque de Abertura Descreve a recorrente em seu recurso, que: (...)A mesma indesculpável falha e condenável parcialidade está presente quando se verifica que foram glosados os valores de todo o estoque de abertura do álcool sem se proceder a necessária e inafastável proporcionalidade entre o álcool carburante e o não carburante. Ora, como é conhecimento comezinho, o álcool carburante ou combustível, quando do advento da lei instituidora do regime nãocumulativo permaneceu no regime cumulativo, enquanto que o álcool não destinado ao uso como combustível foi tangido ao regime da nãocumulatividade. Decorre daí a certeza do precário trabalho realizado pela fiscalização e a conseqüente nulidade da glosa efetuada. Tais fatos revelam, além de ser de extrema fragilidade e arbitrariedade a verificação efetuada, que a fiscalização não tem observado in totum as regras da própria RFB, o que torna ainda mais marcante em todo o procedimento fiscal a opção pelo hipotético e pela presunção”. O Fisco, ao elaborar o Termo de Diligência, informa que (fls. 646/647): PERCENTUAIS DE RATEIO COM BASE NAS RECEITAS Conforme previsão contida na Lei 10.833/03 artigos 6º (exportação) e 3° , § 8º , II (não cumulativas) os rateios tem a seguinte regra: "rateio proporcional, aplicandose aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês." A fiscalização apurou, primeiramente, o percentual das receitas cumulativas (álcool carburante) em relação ao total das receitas no mês, e considerando a diferença para 100% como o Fl. 855DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 847 19 percentual das receitas não cumulativas, resultando em 65,68%. As receitas financeiras não foram consideradas nos cálculos em razão da Solução de Consulta Interna —C o s i t n ° l l de 2008. A Santa Cândida apurou 75,06% em razão de considerar o total exportado como sendo produto não cumulativo (açúcar). As Notas Fiscais de Saída n° 84.415 e 84.676 tem como produto a classificação fiscal 22071000, ou seja, álcool. Através do memorando de exportação f i c ou confirmado no registro de exportação n° 05/1278234001, da Cia Imp. e Exp. Coimex CNPJ 28.163.699/000553 se tratar de álcool exportado, produto cumulativo. O percentual de exportação f o i obtido, pela fiscalização, como sendo o total das exportações de produtos não cumulativos (açúcar e levedura) dividido pelo total das receitas não cumulativas (descontandose as receitas cumulativas do total das receitas no mês) resultando em 94,22%, mas com a divergência apontada, considerou a receita financeira, a empresa apurou 94,30%. Vejase o informado pelo Fisco no Termo de Constatação (fl.218): (...) No anocalendário 2005, a empresa enquadravase no regime não cumulativo da COFLNS para as receitas decorrentes da produção de açúcar e levedura e no regime cumulativo para as receitas decorrentes da produção do álcool carburante. Portanto, não assiste razão a Recorrente, pois neste caso, verificase que todo o álcool produzido teria sido comercializado como álcool carburante (hidratado ou anidro – regime cumulativo), não sendo apresentado pela recorrente, provas nos autos do contrário. 4.7) Serviços Tomados Pela Recorrente Nos termos relatados neste processo, o Fisco glosou créditos calculados sobre determinados bens e serviços, considerandoos não abrangidos pelo conceito de insumos, nos termos do art. 3°, inciso II, das Leis n° 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003. Sobre este item, a recorrente argumenta em seu recurso que: (...) “concluise que insumo , no contexto das regras desta não cumulatividade da contribuição ao PIS, comporta a contratação de serviços destinados a execução de outros serviços. Mais ainda, o inciso II, do art. 3º, da Lei nº 10.637/02 e o art. 3º, inciso II, da Lei nº 10.833/03, conjugados com as demais regras previstas nesta lei, autoriza nos a concluir que a expressão “serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda” acolhe a possibilidade de haver a contratação de serviços para a execução de outros serviços, quaisquer que sejam, desde utilizados com o escopo final que é a obtenção do produto final industrializado. Resta, destarte evidenciado que não foi a preocupação da autoridade lançadora a especificação de cada tipo ou categoria de serviço e sua identificação, aspectos de suma relevância para a caracterização e legitimação da glosa. Por derradeiro, cumpre esclarecer que nenhum dos serviços, tomados pela Recorrente e que foram utilizados no seu processo produtivo, se enquadram entre aqueles que são passíveis de registro no ativo imobilizado ou permanente, de acordo com as normas contábeis geralmente aceitas, bem como com as de regência do Imposto de Rendas Pessoas Jurídicas, eis que se tratam de serviços que em sua essência e própria finalidade devem e foram lançados diretamente como custo de produção” (...). Fl. 856DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 20 Como já abordado neste relatório, os §§ 2º e 3º do art. 3º da Lei nº 10.637/02 e da Lei nº 10.833/03 vedam o crédito da contribuição a COFINS e ao PIS se os bens e serviços forem adquiridos de pessoa física ou de pessoa jurídica não estabelecida no País. Desta forma, as exceções às regras de apropriação de créditos já estão claramente dispostas em tais parágrafos, cumprindo, assim, a função que lhes foi atribuída pela alínea “c ” do inciso III, do art. 11, da Lei Complementar nº 95/09. Verificase que no Termo de Diligência (fls. 642/644), consta que: LINHA 3 SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMO A fiscalização entendeu que a informação contida na linha 13 Outros valores com direito à crédito deveria ser informada na linha 3 da ficha do Dacon serviços utilizados como insumo, por se tratar de serviços prestados por pessoa jurídica. Portanto não houve glosa total do informado pela Santa Cândida na Linha 13, mas simplesmente a análise como sendo linha 3 da mesma ficha: (...). Com a base legal acima foram efetuadas as seguintes glosas: "não corresponde ao conceito de insumo" notas fiscais de serviços não relacionados com o processo produtivo, citados no anexo, como por exemplo controle de pragas, assessoria técnica, locação de toalhas, serviços com maquinas agrícolas, serviços reboque. "NF não identifica se é custo ou despesa" notas fiscais com descrição genérica não sendo possível identificar se é despesa ou custo. "valor que deveria ser incorporado ao ativo" notas fiscais de reformas de equipamentos que deveriam ser ativadas em razão do aumento da vida útil do bem reparado. As partes e peças de reposição utilizadas em máquinas e equipamentos que respondam diretamente pela fabricação ou produção de bens destinados à venda, podem ser consideradas insumos para efeito de apuração de créditos relativos à contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins nãocumulativas, desde que referidas partes e peças sofram alterações decorrentes da ação diretamente exercida no processo de fabricação do produto que está sendo produzido e desde que não estejam incorporadas ao ativo imobilizado da empresa. A ressalva contida no final do item anterior justificase pelo fato de que, se estiverem no ativo imobilizado, essas partes e peças deixarão de ser consideradas insumos e poderão gerar créditos decorrentes de depreciação futura, conforme previsto na Lei n° 10.833, de 2003, art. 3o , inciso VI, combinado com o seu § I o , inciso III, regulamentados pelo art. 8o , inciso III, alínea "a", da IN SRF n° 404, de 2004. Assim, essas partes e peças adquiridas para reposição, utilizadas em máquinas e equipamentos que efetivamente atuam diretamente em todo o processo de fabricação dos bens ou produtos destinados à venda, que porventura representem acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem no qual ocorra sua aplicação, devem ser capitalizadas, consoante estabelece o art. 346 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR)(...): Também não procede as alegações da recorrente no que concerne que não houve a preocupação da autoridade lançadora quanto a especificação de cada tipo ou categoria de serviço e sua identificação, aspectos de suma relevância para a caracterização e legitimação da glosa. Fl. 857DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 848 21 Seguindo o tópico, a fiscalização explicita no documento toda fundamentação e as base legal sobre os conceitos de insumos para fins de creditamento sobre tais bens e serviços, especificando as glosas efetuadas: (...) Diante destas condições as glosas foram feitas em notas fiscais de instalação de válvulas de segurança, válvulas de caldeiras, reformas em caldeiras. A caldeira e válvulas não são equipamentos que atuam diretamente no processo de fabricação dos produtos. Também, com fundamento na IN SRF 162/98 que define cotas de depreciação com base na vida útil de bens, referência NCM 8402 caldeiras e 8475 válvulas, ambas tem vida útil de 10 anos. Com efeito, revendo os termos do relatório do Fisco, se verifica que, concernente aos serviços acima especificados, a priori, sua admissão não foi vetada, entretanto, restringida àqueles enquadrados no conceito do termo “insumo”, este quando referese aos bens e serviços utilizados diretamente no processo industrial ou produtivo. Nas planilhas denominadas Análise dos Dados da Empresa Feita durante a Ação Fiscal (fls. 352/353), a fiscalização demonstra, na coluna especificada para: L03 – Serviços Utilizados como insumo, quais notas fiscais os créditos foram glosados e as que os créditos foram mantidos. As glosas estão assim motivadas: as que não corresponde ao conceito de insumo, valor que deveria ser incorporado ao ativo e nota fiscal não identificada se é custo ou despesas. Quanto a alegação de que nenhum dos serviços, tomados pela Recorrente e que foram utilizados no seu processo produtivo, se enquadram entre aqueles que são passíveis de registro no ativo imobilizado ou permanente, de acordo com as normas contábeis geralmente aceitas, bem como com as de regência do IRPJ, verificamos que a fiscalização relata em seu Termo de Constatação Fiscal que: (...) “Foram glosadas as notas fiscais de serviço que não correspondiam ao conceito de insumo na fabricação dos produtos de incidência nãocumulativa, as que deveriam ter sido ativadas (vez que a empresa não comprovou que não houve aumento da vida útil do bem reparado em mais de um ano) e aquelas cuja descrição não permitia determinar se correspondiam a custo ou despesa operacional”. Se as partes e peças adquiridas no caso, forem para máquinas ou equipamentos que estiverem no ativo imobilizado, deixarão de ser consideradas como insumos e poderão gerar créditos decorrentes de depreciação futura, conforme previsto na Lei n° 10.637/2002, art. 3º, Inciso VI, combinado com o seu § 1º, Inciso III, (c/ artigo 15 da Lei nº 10.833/2003). Desta forma, esses produtos que atuam diretamente em todo o processo de fabricação dos bens ou produtos destinados à venda, que representem acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem no qual ocorra sua aplicação, devem ser capitalizados, consoante estabelece o art. 346 do RIR (Regulamento do Imposto de Renda Decreto n° 3.000/1999) . Verificase no Termo de Diligência que: (...) A Santa Cândida possui uma moenda com seis ternos. Apresentou descritivos de manutenção da recepção de cana, do preparo da cana e da moenda. Da descrição verificase que as mesas alimentadoras, as esteiras metálicas, bem como a moenda são desmontadas e recuperadas ao final da Safra com troca de pinos, buchas e outras peças de acordo com o projeto de engenharia. Fl. 858DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 22 Os ternos são compostos por castelo, bagaceira, cabeçotes, rolos e pentes. Nas notas fiscais de serviços não se verifica a aquisição ou instalação desses elementos anualmente. As notas fiscais de serviços glosadas referemse a soldas, frisamentos, aplicações de chapas inox, válvulas, hidrojateamento, recuperação de cilindros, desfibrilador, usinagem, etc, portanto são substituições de partes e peças que resultam em aumento da vida útil em mais de um ano, devendo ser ativadas. Também consideramos que devem ser ativados as notas fiscais de fornecimento de mão de obra de pedreiros, pintores e serviços de engenharia. Como se vê, consta do Termo de Diligência que a empresa Santa Cândida possui uma moenda com seis ternos e ainda apresentou descritivos de manutenção da recepção de cana, do preparo da cana e da moenda. Verificase que as mesas alimentadoras, esteiras metálicas, bem como a moenda são desmontadas e recuperadas ao final da safra com troca de pinos, buchas e outras peças de acordo com o projeto de engenharia. Assim, não procede as alegações da recorrente no que concerne não haver a preocupação da autoridade lançadora quanto a especificação de cada tipo ou categoria de serviço e sua identificação, aspectos de suma relevância para a caracterização e legitimação da glosa. A fiscalização elaborou um demonstrativo, detalhando que como regra foram glosados os serviços que não se enquadravam no conceito de insumo, ou seja, os serviços que não quedaramse demonstrados que estavam diretamente ligados à produção dos produtos não cumulativos. Por outro lado, a recorrente em seu recurso, não demonstrou, mediante apresentação de provas, que tais glosas foram indevidas, ou seja que tais aquisições de serviços foram objeto de aplicação no processo produtivo da requerente. Portanto, correto as glosas de parte dos valores dos serviços tomados pela Recorrente. 4.8) Aluguel de Máquinas e Equipamentos Aduz a recorrente em seu recurso que: (...) “Segundo a dicção do Fisco, não geram direito a crédito o aluguel de máquinas, escavadeira ou guindaste, porque a Recorrente não demonstrou terem sido eles utilizados na fabricação do açúcar. A respeito há que se ter presente que a escavadeira é utilizada na tanto movimentação da matériaprima (canadeaçúcar), como no transporte e movimentação do açúcar em bruto. O mesmo se dá com o guindaste que faz a movimentação dos contêineres de açúcar, tanto no empilhamento e armazenagem quanto no carregamento nos veículos de transporte. É também utilizado na movimentação de peças e equipamentos pesados. Assim, ou se deveria reconhecer o direito ao crédito integral ou, ao menos, proporcional na hipótese de movimentação da matériaprima da qual deriva tanto o açúcar como o álcool. Tal questão foi dessa forma analisada pela fiscalização em seu Termo de Constatação Fiscal (fl. 184): Fl. 859DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 849 23 (...) Também não geraram direito a crédito o aluguel de máquinas que não se enquadravam no disposto no art. 8º, inciso II, "b" da IN 404/2004: "aluguel de prédios, máquinas e equipamentos utilizados nas atividades da empresa" (grifamos). Assim, não foram consideradas as Notas Fiscais referentes a aluguel de escavadeira ou guindastes, máquinas que a empresa não demonstrou terem sido utilizadas na fabricação de açúcar e outros produtos com direito ao crédito da COFINS não cumulativa. Relação das notas fiscais com direito a crédito, mantidas pela fiscalização, às fls. 193 a 196. Porém, como se verifica no Termo de Diligência efetuado pela fiscalização (fls. 645), Linha 6 –Despesas de aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoas Jurídicas, tais despesas que foram glosadas porque verificouse que tratam de locação de máquinas e equipamentos referente à atividade de construção civil da empresa: L I N H A 6 DESPESAS D E A L U G U É I S D E M Á Q U I N A S E EQUIPAMENTOS LOCADOS DE PESSOAS JURÍDICAS O artigo 3 o da Lei 10.833/03 prevê a utilização das despesas de máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa. Glosados locação de guindastes, atividade de construção civil. Nas planilhas denominadas Análise dos Dados da Empresa Feita durante a Ação Fiscal (fl. 354), a fiscalização demonstra, na coluna especificada para as L06 – Aluguel de Máquinas e Equipamentos, quais notas fiscais os créditos foram glosados e as que os créditos foram mantidos. As glosas efetuadas estão assim motivadas: não é atividade da empresa. No entanto, em seu recurso, a recorrente não faz provas nos autos de que tais despesas foram aplicados no processo produtivo. Portanto, os gastos com tais itens escapam do conceito de insumo e não geram crédito das contribuições sociais não cumulativas. Mantenhamse as glosas procedidas a esse título. 4.9) Do Leasing A empresa em seu recurso argumenta que: (...) “A Fiscalização, é omissa ao fato tanto no Despacho Decisório como no Termo de Verificação Fiscal, porém elaborou os demonstrativos e fichas do DACON de acordo com seu critério e entendimento, desprezando as informações prestadas anteriormente pela Recorrente no mesmo DACON relativamente aos créditos, oriundos de operações de arrendamento mercantil (leasing), que foram sumariamente glosados. Assim, no DACON elaborado pelo Fisco não constou sequer uma das aquisições de bens na modalidade de leasing, sendo que, na realidade existem várias no período examinado que, inexplicavelmente, foram desprezadas. Nada há no bojo dos autos que indique, especifique, ou sequer sugira o porque da glosa ou da omissão naquele DACON dos valores relativos aos contratos de leasing ignorados pelo Fisco. Não procede a alegação de omissão colocada pela recorrente, senão vejamos o que foi relatado sobre este tema no Termo de Constatação Fiscal (fl. 219): Fl. 860DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 24 (...) A partir de 01/05/2004 em virtude de alterações na Lei 10.833/2003, introduzidas pela Lei 10.865/2004, deixaram de dar direito a crédito: despesas financeiras, aquisições de máquinas e equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado para utilização na produção de bens destinados à venda anteriores a 01/05/2004. Portanto, os valores referentes a esses lançamentos foram glosados. E o Fisco segue informando no Relatório de Diligência (fl. 645): L I N H A 8 ARRENDAMENTO MERCANTIL mantidas as despesas informadas de duas Saveiros e uma Kombi. Glosadas 4 notas fiscais da Laponia Sudeste Ltda referente a arrendamento mercantil feito em 18/02/2004 e 30/03/2004, pois o inciso V do art. 3 o da Lei 10.833/03, com redação dada pelo art. 21 da Lei 10.865/04 f o i limitado pelo art. 31 da Lei 10.865/04 à aquisições feitas a partir de 01/05/2004. Também nas planilhas denominadas Análise dos Dados da Empresa Feita durante a Ação Fiscal (fl. 354), a fiscalização demonstra, na coluna especificada para as L08 – Arrendamento Mercantil, quais notas fiscais os créditos foram glosados e as que os créditos foram mantidos. As glosas estão assim motivadas: glosa adquirido antes de 01/05/2004. A Lei nº 6.099, de 12 de setembro de 1974, regula o tratamento tributário que deve ser dispensado ao contrato de arrendamento mercantil. O art. 3º, da mencionada lei, assim determina: “Art. 3º Serão escriturados em conta especial do ativo imobilizado da arrendadora os bens destinados a arrendamento mercantil” Assim, não resta dúvida de que os bens destinados ao arrendamento mercantil compõem o ativo imobilizado das arrendadoras. No entanto, verificase que no Termo de Constatação Fiscal, bem como no demonstrativo de fl. 299, o Fisco promoveu a glosa do valor das despesas com Arrendamento Mercantil, realizadas antes de 30/04/2004, com fundamento no inciso V do art. 3º da Lei 10.833/03, com redação dada pelo art. 21 da Lei 10.865/04, limitado pelo art. 31 da Lei nº 10.865/04 às aquisições a partir de 01/05/2004. O art. 31, § 3º, da Lei nº 10.865/2004, define que: Art. 31. É vedado, a partir do último dia do terceiro mês subseqüente ao da publicação desta Lei, o desconto de créditos apurados na forma do inciso III do § 1o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, relativos à depreciação ou amortização de bens e direitos de ativos imobilizados adquiridos até 30 de abril de 2004. (...) § 3º É também vedado, a partir da data a que se refere o caput, o crédito relativo a aluguel e contraprestação de arrendamento mercantil de bens que já tenham integrado o patrimônio da pessoa jurídica (g.n). Notese que a Lei não se refere a arrendamento mercantil no parágrafo primeiro do artigo 31. Isso é apenas tratado no parágrafo 3º, para vedar apenas o crédito Fl. 861DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 850 25 relativo a arrendamento mercantil de bens que já tenham integrado patrimônio da Pessoa Jurídica, o que não restou demonstrado nos autos pelo Fisco. Portanto, assiste razão a recorrente em reclamar de seu direito, uma vez que não consta dos autos, que as aquisições dos referidos veículos, já tinham em algum momento, integrado o patrimônio da empresa. Por este motivo legal, no presente caso, não deve ser mantida a glosa dos valores computados em desacordo com a legislação. 4.10) Da Aquisição de Insumos de Pessoas Jurídicas De acordo com a Administração tributária, a vinculação dos créditos aos tipos de receitas auferidas deve ser realizada diretamente quando for possível identificar a sua vinculação exclusiva a cada tipo de receita, sendo que, em relação aos custos comuns das atividades cumulativas e não cumulativas, facultase à pessoa jurídica a utilização de qualquer dos critérios previstos no § 8º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, ou seja, a apropriação direta (no caso de a pessoa jurídica possuir sistema de custos integrado e coordenado com a escrituração) ou o rateio proporcional. No que se refere a esse tópico, a recorrente alega que: (...) “No indigitado DACON elaborado pela Fiscalização foi utilizado e aplicado, indevidamente, para fins de cálculo do valor a ser creditado nas aquisições de canadeaçúcar, efetuadas de Pessoa Jurídica, o mesmo critério e método de apuração adotado para se apurar o Crédito Presumido (para o PIS 70% e para a COFINS 80%), reduzindo, sem base legal, o montante do crédito a ser aproveitado pela Recorrente. Igualmente, ao item imediatamente anterior, nada há nos autos e nas notas feitas a ele que esclareça o motivo e justifique tamanha parcialidade”. Vejase o que informa a fiscalização no Termo de Diligência (fl. 642): LINHA 2 BENS UTILIZADOS COMO INSUMO Neste item foram apresentadas notas fiscais de aquisição de produtos químicos, lubrificantes, embalagens e cana adquirida de pessoas jurídicas. Os produtos de utilização comum na produção do álcool e açúcar foram rateados de acordo com o percentual não cumulativo, apurado com base nas receitas, e os de uso exclusivo do açúcar foram considerados s em aplicação do rateio. (...) Cana Adquirida de Pessoa Jurídica A empresa informou o total de cana adquirida de pessoa jurídica R$ 1.839.832,30. A fiscalização aplicou sobre este valor o percentual 52,42% referente a cana utilizada na produção do açúcar e acrescentou o frete proporcional a cana adquirida de pessoa jurídica utilizada na produção do açúcar, valor informado como sendo linha 3 e apurado na conta 30101003004020 — Despesas de Fabricação Transporte de Cana de Açúcar, demonstrados no anexo do Termo de Constatação Fiscal. E segue informando o contido na LINHA 18: LINHA 18 – CRÉDITO PRESUMIDO NA ATIVIDADE AGROINDUSTRIAL– Apurado com base de cálculo o valor da aquisição de cana de açúcar de pessoas físicas aplicandose o percentual de cana utilizada na produção de açúcar e acrescendo o frete da cana adquirida de pessoa física utilizada na produção do açúcar (demonstrado no anexo do Termo de Constatação Fiscal). De acordo com o artigo 8º da Lei 10.925/2004 só é possível o aproveitamento deste crédito para abater das contribuições devidas. Fl. 862DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 26 Observese que, quanto ao rateio cabe esclarecer que o percentual das receitas cumulativas e nãocumulativas foi informado pela própria requerente, conforme consta das planilha à fls. 182/211 (informações da própria fiscalizada) e aceita pela fiscalização (fls. 212/216 e 351/356), sendo nela apurado o percentual das receitas cumulativas (álcool carburante) em relação ao total das receitas e, por diferença, o percentual das nãocumulativas. Como se sabe, na hipótese de a pessoa jurídica sujeitarse à incidência "não cumulativa" do PIS/PASEP em relação apenas a parte de suas receitas, o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas. Para tanto, a pessoa jurídica deverá alocar, a cada mês, separadamente para a modalidade de incidência as parcelas dos custos respectivos. No caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas sujeitas à "não cumulatividade" e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa contribuição, o crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de: a) apropriação direta, inclusive, em relação aos custos, por meio de sistema de contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou b) rateio proporcional, aplicandose aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não cumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês. Verificase que o método eleito pela Recorrente foi aceito pela Fisco e aplicado consistentemente por todo o período analisado. 4.11) Da Aplicação Indevida de Rateio Dispõe o § 7º do art. 3º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003 que “Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitarse à incidência nãocumulativa do PIS, em relação apenas à parte de suas receitas, o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas”. Como já abordado no tópico anterior, a regra acima implica em que, se o contribuinte auferir receitas sujeitas aos regimes cumulativo e nãocumulativo, os insumos apenas gerarão crédito na proporção em que forem aplicados nestas últimas. A comercialização de álcool “para fins carburantes” submetese à incidência de PIS/Cofins pelo regime cumulativo, de modo que, por não se submeter ao regime não cumulativo das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, os insumos aplicados na sua produção não geram direito de crédito. Nesse contexto a recorrente alega em seu recurso que: (...)“Houve, ainda, no DACON da fiscalização, aplicação indevida de rateio proporcional para fins de apurar o valor do crédito, em situações em que o crédito deve ser integral, a exemplo dos serviços de ensacamento, marcação e manuseio da sacaria, serviços estes utilizados especificamente na produção do açúcar. Da mesma forma, esse erro crasso foi cometido em relação à levedura, sendo que por serem ambos os produtos não cumulativos, o crédito corresponde a 100%”. Como se observa, a Recorrente sustenta que a fiscalização, ao fazer os ajustes na base de cálculo do PIS e COFINS, distorceu os valores do crédito em que nos casos citados os créditos deveriam ser integrais. Fl. 863DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 851 27 Vejase que no Termo de Diligência elaborado pela fiscalização, esclarece que (fls. 646/647): (...) PERCENTUAIS DE RATEIO COM BASE NAS RECEITAS Conforme previsão contida na Lei 10.833/03 artigos 6º (exportação) e 3º , § 8º , II (não cumulativas) os rateios tem a seguinte regra: "rateio proporcional, aplicandose aos custos, despesas e encargos comuns a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês. " A fiscalização apurou, primeiramente, o percentual das receitas cumulativas (álcool carburante) em relação ao total das receitas no mês, e considerando a diferença para 100% como o percentual das receitas não cumulativas, resultando em 65,68%. As receitas financeiras não foram consideradas nos cálculos em razão da Solução de Consulta Interna —C o s i t n ° l l de 2008. A Santa Cândida apurou 75,06% em razão de considerar o total exportado como sendo produto não cumulativo (açúcar). As Notas Fiscais de Saída n° 84.415 e 84.676 tem como produto a classificação fiscal 22071000, ou seja, álcool. Através do memorando de exportação f i c ou confirmado no registro de exportação n° 05/1278234001, da Cia Imp. e Exp. Coimex CNPJ 28.163.699/000553 se tratar de álcool exportado, produto cumulativo. O percentual de exportação f o i obtido, pela fiscalização, como sendo o total das exportações de produtos não cumulativos (açúcar e levedura) dividido pelo total das receitas não cumulativas (descontandose as receitas cumulativas do total das receitas no mês) resultando em 94,22%, mas com a divergência apontada, considerou a receita financeira, a empresa apurou 94,30%. Portanto, não conseguimos vislumbrar as inconsistências apresentadas pela recorrente, uma vez que não demonstra claramente, com base em documentos e números, onde se encontra as referidas distorções, pois examinando os autos e verificandose os rateio mencionados, concluise pela inclusão de tais serviços nas referidas composições dos rateios, exceto àqueles que foram objeto de glosa. Isto posto, não leva a outro caminho senão à manutenção da forma com procedeu a fiscalização nesse tópico, fazendose, obviamente, os ajustes necessários, decorrentes desta decisão. 5) Das provas Como já analisado neste voto, a fiscalização apurou glosas de bens e serviços. A recorrente, porém, não anexou aos autos as provas junto com suas manifestações contrárias aos outros itens glosados, o que acaba por ser um empecilho à comprovação de suas alegações. Não sendo possível a análise do vínculo entre as supostas determinações e os gastos que elas o teriam obrigado. O reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior do tributo, desse modo, afim de comprovar a existência do crédito alegado, a interessada deve instruir sua defesa, em especial a manifestação de inconformidade, com documentos que respaldem suas afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972: “Art.15.A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao Fl. 864DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 28 órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art.16.A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (RedaçãodadapelaLeinº8.748,de1993)” No processo administrativo fiscal, assim como no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é de quem alega a sua existência, ou seja, do interessado, é assim que dispõe a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de1999 no seu artigo 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo37 desta Lei. No mesmo sentido os artigos 333 e 396 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973CPC: Art.333.O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art.396. Compete à parte instruir a petição inicial (art.283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar lhe as alegações. 6) Da apresentação das provas O artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 em seu § 4º determina, ainda, o momento processual para a apresentação de provas no processo administrativo fiscal, bem como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir: “§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b)refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” A análise da norma supracitada é clara e direta ao estabelecer o momento correto a serem carreadas as provas a fim de substanciar os argumentos da Recorrente, qual seja, na manifestação de inconformidade, contudo, esta turma recursal tem firmado entendimento no sentido de admitir, excepcionalmente, a análise de provas trazidas em sede de recurso voluntário, quando estas não dependam de análise técnica aprofundada e sejam complementares às provas trazidas em Manifestação de Inconformidade, contudo, mesmo neste momento processual, não foram trazidas aos autos quaisquer outros documento que provassem que o sujeito passivo realizou gastos em decorrência das glosas de bens e serviços apurados pelo fisco, excetuandose a já comentada. Fl. 865DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13827.000678/200533 Acórdão n.º 3802003.863 S3TE02 Fl. 852 29 7) Conclusão Diante das considerações e fundamentos acima expostos, voto da seguinte forma: a) não conhecer do recurso voluntário na parte concernente aos seguintes itens: referente as Embalagens (item 4.5), por falta de interesse recursal. b) na parte conhecida, para: rejeitar as preliminares, e c) dar provimento, para reconhecer o direito do crédito calculado da COFINS não cumulativo, calculado sobre os seguintes itens: da graxa (item 4.3) e referente ao arrendamento mercantil Leasing (item 4.9), conforme o voto; d) negar provimento em relação aos seguintes itens:, lubrificantes (item 4.4), no ajuste do valor do Estoque de Abertura (item 4.6), para os serviços utilizados como insumos (item 4.7) e aluguel de Máquinas e Equipamentos (item 4.8), conforme relatório/voto, e e) manter o entendimento do Fisco em relação aos créditos decorrentes da aquisição de insumos de pessoas jurídicas e a forma de aplicação do rateio, já que os cálculos foram baseados em dados do próprio sujeito passivo (itens 4.10 e 4.11), de acordo com o contido neste voto. Este julgado limitouse a reconhecer o direito em tese, ficando a quantificação do crédito, o cálculo e a homologação da compensação declarada a cargo da autoridade administrativa da circunscrição fiscal do contribuinte. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Relator Fl. 866DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10510.000367/2005-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3201-000.499
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os Membros da Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à Repartição de Origem, nos termos do voto do relator.
JOEL MIYAZAKI Presidente
LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES - Relator.
EDITADO EM: 14/10/2014
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Daniel Mariz Gudiño.
Nome do relator: LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os Membros da Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à Repartição de Origem, nos termos do voto do relator. JOEL MIYAZAKI – Presidente LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES Relator. EDITADO EM: 14/10/2014 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Daniel Mariz Gudiño. Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Tratase de Auto de Infração (fls. 04/08) lavrado contra a contribuinte acima identificada, que pretende a cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, relativa aos períodos de apuração de 2002 e 2003 acima identificados. Em face da edição da Portaria RFB nº 666, de 2008, o presente processo também pretende a cobrança da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 10 .0 00 36 7/ 20 05 -4 0 Fl. 467DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10510.000367/200540 Resolução nº 3201000.499 S3C2T1 Fl. 521 2 (Auto de Infração fls. 121/126), pertinente aos períodos de apuração de 1999, 2000, 2001, 2002 e 2003 acima identificados. Nos autos de infração o autuante descreve que encontrou diferenças entre os valores escriturados pela empresa e os declarados/pagos ao Fisco. O auditorfiscal apresenta, ainda, planilhas demonstrando a situação fiscal apurada (fls. 14 e 131). Cientificada da exigência fiscal em 24.02.05, a autuada apresenta Impugnação em 24.03.05 (Cofins fls. 18/20 e PIS fls. 139/141), alegando, em síntese, que os valores constantes dos autos de infração referemse a créditos retidos pelos órgãos públicos federais, como demonstrado na escrita comercial e nas Declarações de Informações da Pessoa Jurídica (DIPJ). Considerando que o lançamento de ofício se deu com base nas diferenças encontradas entre os valores escriturados e os valores declarados em DCTF, sem referência expressa às retenções escrituradas, o processo foi encaminhado à DRF/Aracaju, em diligência (fls. 39 e 168), para confirmar as alegadas retenções na fonte ocorridas por pagamentos efetuados por órgãos públicos (art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996), conforme declarado em DIPJ. No procedimento de diligência a contribuinte foi intimada (fls. 40 e 169) a comprovar as retenções na fonte de PIS e Cofins efetuadas por órgãos públicos. Em resposta, a contribuinte informou que restava impossível o cumprimento integral da intimação, visto que já não conservava mais os livros e documentos fiscais do período, em face do prazo decadencial. No Termo de Diligência (fls. 103 e 235) o auditorfiscal lembra que o prazo decadencial só impede a União de lançar, não eximindo a contribuinte de comprovar as alegações de defesa. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Salvador/BA julgou improcedente o pedido da recorrente, conforme Decisão DRJ/SDR nº 18.738: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/09/2002 a 30/09/2002, 01/01/2003 a 31/01/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003 RETENÇÃO POR ÓRGÃO PÚBLICO. O contribuinte possui o ônus probatório de apresentar os comprovantes de retenção por órgãos públicos. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/11/1999 a 31/01/2000, 01/06/2001 a 30/06/2001, 01/06/2002 a 30/06/2002, 01/09/2002 a 30/09/2002, 01/10/2003 a 30/10/2003 RETENÇÃO POR ÓRGÃO PÚBLICO. O contribuinte possui o ônus probatório de apresentar os comprovantes de retenção por órgãos públicos. Lançamento procedente. O contribuinte é intimado da decisão, apresentando recurso voluntário. Fl. 468DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10510.000367/200540 Resolução nº 3201000.499 S3C2T1 Fl. 522 3 É o relatório. Voto O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade. Como vemos, trata o processo administrativo único decorrente da lavratura de dois autos de infração para cobrança de créditos fiscais por suposto recolhimento insuficiente de COFINS, nos períodos de 2002 e 2003 e contribuição ao PIS, nos períodos de 1999 a 2003, respectivamente, em face de divergências entre os valores escriturados e aqueles declarados/pagos pelo Recorrente. A recorrente alega que a divergência apurada se deu em face da retenção daquelas contribuições por Órgãos Públicos, as quais foram deduzidas na apuração das citadas contribuições. Ao analisar a defesa, a DRJ a negou, sob fundamento de falta de provas. A recorrente, a seu turno, junta documentos que, a priori, demonstram a validade de sua tese recursal. Ainda, constam no processo documentos de retenção do INSS juntados após o julgamento da DRJ, fls.270/273, por exemplo. Somente uma diligência poderá comprovar se o valor ora exigido é devido ou não. Ante o exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora verifique se, com os documentos ora juntados, temse a comprovação da regularidade dos recolhimentos de PIS e COFINS realizados pela recorrente. Caso seja verificado que é parcial, que seja informado qual o débito remanescente. Após, deve ser dado vista ao recorrente, pelo prazo de quinze dias e, assim, serem encaminhados os autos para este Conselho, para fins de julgamento. Sala das Sessões, em 17 de setembro de 2014. LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES – Relator Fl. 469DF CARF MF Impresso em 26/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 17/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES
score : 1.0
Numero do processo: 10880.726471/2011-06
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 15 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Oct 27 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2802-000.145
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade, sobrestar o julgamento nos termos do §1º do art. 62-A do Regimento Interno do CARF c/c Portaria CARF nº 01/2012.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
German Alejandro San Martín Fernández - Relator.
EDITADO EM: 18/07/2013.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martín Fernández, Jaci de Assis Junior, Carlos André Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite e Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: Não se aplica
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade, sobrestar o julgamento nos termos do §1º do art. 62-A do Regimento Interno do CARF c/c Portaria CARF nº 01/2012. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández - Relator. EDITADO EM: 18/07/2013. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martín Fernández, Jaci de Assis Junior, Carlos André Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite e Julianna Bandeira Toscano.
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(assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández Relator. EDITADO EM: 18/07/2013. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martín Fernández, Jaci de Assis Junior, Carlos André Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite e Julianna Bandeira Toscano. Tratase de Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física de fls. 3/6, relativa ao imposto sobre a renda das pessoas físicas anocalendário de 2009, em que foi constatada omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica decorrentes de ação trabalhista, conforme descrição dos fatos e enquadramento legal à fl. 4, que resultou no imposto suplementar a pagar, no valor de R$ 1.480,53, acrescido de multa de ofício e juros de mora. Apreciada a Impugnação de fl. 2, o lançamento foi julgado procedente, sob fundamento de que o Recorrente não apresentou elementos de prova suficientes que dessem respaldo às informações declaradas. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .7 26 47 1/ 20 11 -0 6 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 18/07/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10880.726471/201106 Resolução nº 2802000.145 S2TE02 Fl. 85 2 Nas razões de Voluntário, argumenta que embora tenha cometido erros no momento do preenchimento da sua declaração de imposto de renda, nunca teve a intenção de burlar o fisco, já tendo recolhido R$ 21.620,18 a título de imposto de renda. Era o de essencial a ser relatado. Passo a decidir. Versam os presentes autos sobre cuja matéria de fundo trata da incidência do imposto de renda de pessoa física sobre rendimentos recebidos acumuladamente decorrentes de decisão judicial, nos termos do artigo 56 do RIR/99, conforme trecho da decisão recorrida, a seguir: Na notificação de lançamento de que se trata, foi constatada omissão de rendimentos tributáveis no valor de R$ 5.383,74, complementada a descrição dos fatos nos seguintes termos: “PREC. 95.753,55 + 11053,16 = 106.806,70 –HONOR. ADV. 5.193,37= REN TRIB, A DECLARar 101.613,34”. Desta forma, a fiscalização somou o valor do principal (R$ 95.753,55) e do PSS retido sobre este (R$ 11.053,16) constantes dos demonstrativos às fls. 19 e 21, e subtraiu os honorários advocatícios (R$ 5.193,37, recibo de fl. 8) para chegar ao rendimento tributável a declarar de R$ 101.613,34, que subtraído do rendimento declarado de R$ 96.229,60 (fls. 25/26) resultou no rendimento omitido de R$ 5.383,74. A impugnante partiu dos rendimentos tributáveis informados no comprovante de rendimentos (R$ 108.556,75, fl. 20), bem como em Dirf (pesquisa de fl. 27), e dele subtraiu o valor dos juros constante do demonstrativo de fl. 19 (R$ 12.327,15), obtendo o valor de R$ 96.229,60 que declarou, salientando que teria direito ainda à dedução de honorários advocatícios (R$ 5.193,37), logo o rendimento tributável (R$ 91.036,23) seria ainda menor do que o declarado. Dos documentos acostados aos autos, verificase que a fonte pagadora obteve o valor informado na Dirf e no comprovante de rendimentos (R$ 108.556,75) pela soma do valor do principal (R$ 95.753,55), do PSS retido sobre o principal e sobre os juros (R$ 12.476,12) e do imposto de renda retido sobre os juros, afastado da incidência por decisão da Justiça Federal (R$ 327,12). Constatase,assim, que no montante de R$ 108.556,75 do qual partiu a contribuinte não estão incluídos os juros de R$ 12.327,15 que ela subtraiu, de modo que o procedimento por ela adotado foi incorreto. Por se tratar de matéria sob Repercussão Geral no STF (Tema 368 leading case RE 614466), portanto, submetida ao rito a que se refere o artigo 543B do CPC, proponho o sobrestamento do feito, com fulcro no art. 62A, §1º do Regimento Interno do CARF, c/c.o artigo 1 da Portaria CARF n. 1/2012. É o meu voto. (assinado digitalmente) German Alejandro San Martín Fernández. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalme nte em 18/07/2013 por GERMAN ALEJANDRO SAN MARTIN FERNANDEZ, Assinado digitalmente em 18/07/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 10980.007235/2003-41
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/1998 a 30/09/1998, 01/10/1998 a 31/12/1998
RETIFICAÇÃO DE DCTF. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
Não sendo comprovada a compensação efetivada em pedido de retificação de DCTF, e sendo este pedido deferido em parte, por ausência de comprovação das bases alteradas pelo contribuinte, não há que se falar em homologação tácita da suposta compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-004.419
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Maria Ines Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel- Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Maria Ines Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
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PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. Não sendo comprovada a compensação efetivada em pedido de retificação de DCTF, e sendo este pedido deferido em parte, por ausência de comprovação das bases alteradas pelo contribuinte, não há que se falar em homologação tácita da suposta compensação. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 72 35 /2 00 3- 41 Fl. 397DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 05 /11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Maria Ines Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ em Curitiba (PR), abaixo transcrito: Trata o presente processo do Auto de Infração nº 0005285, decorrente de auditoria interna na DCTF do terceiro e quarto trimestres de 1998, em que, consoante descrição dos fatos e anexos, são exigidos R$ 21.881,13 de Cofins, referente aos períodos de apuração 07/1998, 08/1998 e 09/1998, além dos correspondentes valores devidos a título de multa de ofício e juros de mora. De acordo com o “DEMONSTRATIVO DOS CRÉDITOS VINCULADOS NÃO CONFIRMADOS” e “RELATÓRIO DE AUDITORIA INTERNA DE PAGAMENTOS INFORMADOS NA DCTF”, constam valores informados em DCTF, a título de “VALOR DO DÉBITO APURADO DECLARADO”, cujos créditos vinculados, informados como “Comp c/DARF s/Processo” ou “Comp s/DARF Outros PAF”, não foram confirmados, sob a ocorrência: “Comp c/ pagto não Localizado” ou “Proc inexist no Profisc”. Cientificada da exigência fiscal, a interessada, por intermédio do procurador habilitado, apresentou a tempestiva impugnação, alegando, em síntese, que: a) o valor total do débito em litígio foi recolhido ou compensado, conforme vinculações corretamente informadas em DCTF; e b) ainda que houvesse qualquer débito ou eventuais diferenças de recolhimento, os correspondentes valores deveriam estar inclusos no REFIS, uma vez que se referem a débitos declarados e confessados. O presente processo foi baixado em diligência, para que a unidade de origem averiguasse a legitimidade das compensações declaradas, que foram objetos de glosa no lançamento, e que a interessada sustenta terem sido declaradas em DCTF, bem como fosse verificado o pagamento indevido, na importância de R$ 168,28, declarada para efeito de compensação, efetuado por meio de Darf juntado ao processo. A DRF devolveu o processo a esta Delegacia de Julgamento, registrando que a contribuinte não apresentou os documentos solicitados, que serviriam de subsídio para o atendimento da diligência requisitada. Em 20/02/2008, esta 3ª Turma de julgamento, por meio do Acórdão nº 0616.846, decidiu, por unanimidade de votos, julgar procedente o lançamento. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 05 /11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10980.007235/200341 Acórdão n.º 3801004.419 S3TE01 Fl. 12 3 Pelo fato de a interessada, no procedimento de diligência realizado, deixar de apresentar os documentos solicitados que seriam necessários à análise das compensações alegadas, o julgamento se deu com base nos documentos constantes dos autos. Dessa forma, verificouse que: a) “os débitos em litígio não foram declarados como saldo a pagar em DCTF, mas sim como extintos mediante compensações (não confirmadas), portanto, não há que se falar em confissão de dívida no presente caso”; e b) “à época da opção da empresa pelo REFIS, os débitos em litígio constavam nos registros da Secretaria da Receita Federal como quitados, haja vista que não constam do Demonstrativo dos Débitos Consolidados apresentado pela contribuinte à fl. 45. Portanto, quando da opção pelo REFIS, apenas a contribuinte tinha o conhecimento de que os débitos em apreço existiam, razão pela qual caberia à empresa incluílos no REFIS para que tivessem também os benefícios concedidos pelo referido programa de parcelamento. ” Em recurso ao então 2º Conselho de Contribuintes, a contribuinte suscita nulidade do auto de infração, ou ao menos da decisão recorrida, argumentando que a exigência de apresentação de documentos constante da diligência jamais poderia ser cumprida, pois, diante de seus termos, além de ser ilegal, acarretaria excessiva onerosidade, em evidente cerceamento ao contraditório, referindose à solicitação de cópias autenticadas de Livros e documentos que serviram de base de cálculo das contribuições ao PIS; que do resultado da diligência não foi dado conhecimento e concedido prazo adicional para razões de defesa; e que não houve qualquer referência ao Darf juntado ao processo. A Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do Acórdão nº 340200.634, de 25/05/2010, por unanimidade de votos, negou provimento, mantendo os termos da decisão recorrida. A interessada ingressou com recurso à Câmara Superior de Recursos Fiscais, que negou seguimento ao recurso especial, no Acórdão nº 340000.504R da 4ª Câmara, em razão de falta de pressuposto de admissibilidade. A DRF em Curitiba, emitiu Carta Cobrança para exigência dos créditostributário. Entretanto, em 20/12/2011, a interessada comunica que impetrou ação judicial (Mandado de Segurança nº 500571722.2011.404.7000/ PR), tendo sido proferida sentença procedente, no sentido de afastar a exigência de apresentação de cópias autenticadas de livros fiscais e contábeis, determinando a retomada dos PAF a partir das conversões em diligências. Retomado o procedimento fiscal nos termos da sentença judicial, a autoridade administrativa, após intimar a contribuinte a apresentar os livros fiscais e contábil e proceder a análise necessária, informa, em resumo, que: a) o pagamento de R$ 2.707,71, relativo ao DARF apresentado, foi alocado ao débito de Cofins do mês de maio/1998, conforme vinculação efetuada em DCTF, não restando saldo disponível; b) foram realizados os acertos necessários e devidos relativamente à alteração de valores informados em DCTF; c) não Fl. 399DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 05 /11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 houve retificação de débitos declarados em DCTF, permanecendo os valores declarados originalmente, por isso, não há créditos para serem compensados; e d) constatouse que os débitos de Cofins dos períodos de abril, maio e junho/98, declarados em DCTF original, são os mesmos lançados no Livro Razão Analítico e que não foram encontrados lançamentos referentes às compensações declaradas. Dessa informação deuse ciência à contribuinte, em 11/06/2012, reabrindolhe a oportunidade para pronunciamento. A interessada apresentou tempestivamente sua contestação, enfatizando que continua havendo um grande equívoco no PAF, relatando um breve histórico do acontecimentos. Nesse contexto, salienta que, em 06/07/1999, ingressou com pedido de retificação de DCTF (de 1998 e 1º trimestre de 1999), de valores recolhidos a maior que seriam objeto de compensação – PAF nº 10980.012067/9968. Em 13/12/1999, protocolizou pedido de compensação de valores calculados a maior que haviam sido incluídos, na época, no Refis PAF 10980.018264/9981. Em 14/12/1999, apresentou pedido de retificação de DCTF, bem como a compensação de tributos recolhidos a maior – PAF 10980.018334/9965 e 10980.018335/9928. Em vista disso, argumenta que, em se tratando de pedido de compensação, devidamente declarada à SRFB, protocolados na vigência e forma da Lei nº 9.430, de 1996, e que estavam pendentes de apreciação, transformaramse, automaticamente em declaração de compensação, devendose aplicar a homologação tácita, ao caso. Manifestandose quanto à informação fiscal, de que “não foram encontrados lançamentos referentes às compensações declaradas”, aduz que, em se tratando de declarações de compensação efetuadas em 1999, por óbvio, não poderiam haver lançamentos contábeis de que tratam os pedidos de compensação em livros fiscais no ano de 1998. Dessa forma, entende ser nula a presente notificação sob qualquer enfoque, devendo ser cancelada. É o relatório. Analisando o litígio, a DRJCuritiba/PR entendeu por bem indeferir a Impugnação apresentada e manter o crédito tributário, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADESOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/1998 a 30/09/1998, 01/10/1998 a 31/12/1998 AÇÃO JUDICIAL. DETERMINAÇÃO PARA REFAZER PROCEDIMENTOS. Proferese novo Acórdão quando restar julgada procedente ação judicial que resultou no afastamento da exigência de apresentação de cópias autenticadas de livros fiscais e contábeis e determinou a retomada dos procedimentos a partir das conversões em diligências Fl. 400DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 05 /11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10980.007235/200341 Acórdão n.º 3801004.419 S3TE01 Fl. 13 5 solicitadas, incluindo a decisão já proferida pela Delegacia de Julgamento. DCTF. AUDITORIA DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM DCTF. DECLARAÇÃO INEXATA E FALTA DE RECOLHIMENTO. Presente a falta de recolhimento e a declaração inexata, apuradas em auditoria interna de DCTF, autorizada está a formalização de ofício do crédito tributário correspondente. COMPENSAÇÃO INFORMADA EM DCTF. NÃO OCORRÊNCIA DE TRANSFORMAÇÃO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Inexistindo pedido de compensação pendente de apreciação pela autoridade administrativa não se cogita em considerálo declaração de compensação e, em decorrência, considerar tacitamente homologada a compensação informada em DCTF. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Às fls. consta recurso voluntário apresentado tempestivamente, no qual a empresa alega a decadência do direito de analisar as compensações apresentadas, que ensejou na homologação tácita destas. É o relatório. Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora. O Recurso Voluntário cumpre os requisitos de admissibilidade. Por isso, dele conheço e passo ao julgamento. A princípio, a questão posta em discussão pelo Recorrente, como se depreende do Recurso Voluntário apresentado, é a possibilidade ou não de haver compensação tácita, quando decorridos mais de 05 anos da apresentação do pedido de compensação. Primeiramente, cumpre esclarecer que o Recorrente não rebate os argumentos lançados pela decisão recorrida com relação ao PA 07/1998. Como restou demonstrado pela fiscalização e referendado pela delegacia de julgamento, com relação àquele período de apuração, não restou comprovado o pagamento do débito, uma vez que os valores recolhidos através do DARF apresentado pelo contribuinte foram alocados para o pagamento de débitos de outro PA. Portando, neste ponto (PA 07/1998), como não houve insurgência do Recorrente, nem mesmo a juntada de provas que pudessem refutar as afirmações da fiscalização, deve ser mantida a autuação promovida. Fl. 401DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 05 /11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 6 Já com relação aos demais períodos de apuração, que se referem às competências de 08/1998, 10/1998, 11/1998 e 12/1998, também não assiste razão ao Recorrente. Explicase. Como restou demonstrado pela fiscalização, ao ser averiguada a legitimidade das compensações declaradas, vinculadas ao processo nº 10980.012067/9968, restou demonstrado que este PAF foi arquivado, uma vez que não foi instruído de forma correta pelo contribuinte. Por outro lado, também restou comprovado que o pleito relativo ao citado PAF era o mesmo tratado nos processos de retificação de DCTF n° 10980.018335/9928 e 10980.018334/9965. Com relação a estes dois PAF’s, são elucidativas os esclarecimentos lançados na decisão recorrida: No PAF nº 10980.018334/9965, foi analisado o pleito de alteração de débitos, dentre outros, da redução da COFINS, código 2172, do PA 04/98 de R$ 5.206,20 para R$ 5.050,79 PA 05/98 de R$ 2.707,71 para R$ 2.543,85 PA 06/98 de R$ 1.791,71 para RS 1.576,00. À época, foi solicitado para a contribuinte comprovar as receitas ajustadas relativas ao contexto operacional da empresa que serviram de base de cálculo para a apuração do tributo, mas não houve atendimento. Efetuouse, assim, as retificações de débitos somente em relação aos valores que puderam ser comprovados por meio de pesquisas efetuadas no sistema informatizado da Receita Federal, não se incluindo, dentre eles, os débitos da Cofins. O processo foi finalizado nos termos da IN SRF nº 255, de 2002, que previa em seu art. 10, § 2º, que o arquivamento de processos, contendo as solicitações de alteração das informações já prestadas nas DCTF referentes aos anoscalendário de 1997 e 1998, somente deveria ocorrer após os devidos acertos, pela unidade da SRF, nos Sistemas de Cobrança. Tal procedimento foi realizado e o processo finalizado. No PAF nº 10980.018335/9928, comparando a DCTF retificadora com a DCTF original, revelou que a contribuinte, no que interessa ao litígio, efetuou a redução dos débitos apurados de Cofins entre o período de janeiro a março de 1998. Foi também solicitado para a contribuinte comprovar as receitas ajustadas relativas ao contexto operacional da empresa que serviram de base de cálculo para a apuração do tributo, mas não houve atendimento. Da mesma maneira, efetuouse as retificações de débitos em relação aos valores que puderam ser comprovados por meio de pesquisas efetuadas no sistema informatizado, não se incluindo, dentre eles, os débitos de Cofins, e o processo foi igualmente finalizado nos termos da IN SRF nº 255, de 2002. Como se observa das colocações acima, os pedidos de retificação da DCTF formulados pelo Recorrente foram atendidos de acordo com as comprovações levantadas pela fiscalização. Não houve, assim, inércia da fiscalização na análise dos pedidos administrativos. Por outro lado, não restou comprovado que aqueles PAF’s (n° 10980.018335/9928 e nº 10980.018334/9965) se consubstanciavam em pedido de compensação. Pelo contrário, restou demonstrado nos autos que se tratavam sim de pedido de retificação de DCTF. Pedidos estes que poderiam gerar um direito creditório ao contribuinte. Contudo, como bem colocado na decisão recorrida, no ponto de discussão deste processo não houve o deferimento do pleito do Recorrente. Fl. 402DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 05 /11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10980.007235/200341 Acórdão n.º 3801004.419 S3TE01 Fl. 14 7 Neste sentido, em que pese o entendimento desta julgadora pela homologação tácita das compensações não analisadas dentro do prazo de 05 anos, como bem colocado no Recurso Voluntário, não se vislumbra a ocorrência desta situação no presente processo. Não restou demonstrado que houve pedido de compensação naqueles procedimentos administrativos. Por tudo, conheço do Recurso Voluntário e a ele nego provimento, para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator Fl. 403DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/10/2014 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 05 /11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 13975.000184/2005-55
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA.
Devem ser rejeitados os Embargos de Declaração quando não demonstrada omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado.
Embargos Rejeitados
Acórdão Ratificado
Numero da decisão: 3102-002.278
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do Relatório e Voto que integram o presente julgado.
(assinatura digital)
Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Demes Brito, José Luiz Feistauer de Oliveira, Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz e Antônio Mário de Abreu Pinto. Ausentes justificadamente as Conselheiras Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. Devem ser rejeitados os Embargos de Declaração quando não demonstrada omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado. Embargos Rejeitados Acórdão Ratificado Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração, nos termos do Relatório e Voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa – Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Demes Brito, José Luiz Feistauer de Oliveira, Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz e Antônio Mário de Abreu Pinto. Ausentes justificadamente as Conselheiras Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. Relatório A Embargante em epígrafe interpõe Embargos de Declaração ao Acórdão 3102001.740, de 31 de janeiro de 2013, que, à época, recebeu a seguinte ementa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 5. 00 01 84 /2 00 5- 55 Fl. 887DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13975.000184/200555 Acórdão n.º 3102002.278 S3C1T2 Fl. 186 2 COFINS NÃOCUMULATIVA. DESPESAS COM BENS E SERVIÇOS INCLUÍDOS NO CONCEITO DE INSUMOS DO ART. 3º DA LEI Nº 10.833/03. As despesas com extração de madeira, transporte, manutenção de máquinas, frete nacional e armazenagem nas operações de exportação estão abarcados pelo conceito de insumo previsto no art. 3º da Lei nº 10.833/2003, para efeito do cálculo dos créditos da COFINS nãocumulativos. Recurso Voluntário Provido em Parte O Relatório que fundamentou o Acórdão pelo presente embargado teve o seguinte teor. Trata o presente processo de "Pedido de Ressarcimento" de créditos de Cofins, relativo ao segundo trimestre de 2005, no valor de R$180.051,27, correspondente ao saldo declarado de créditos de mercado externo após as deduções e antes das compensações. A partir da análise feita nos documentos da empresa em diligência fiscal, foi emitido o Despacho Decisório DRF/Blumenau (fls. 597/634) o qual reconheceu parcialmente o direito creditório no valor de R$ 37.085,53, a título de mercado externo, correspondente ao saldo remanescente após as deduções da contribuição apurada em cada mês do trimestre e antes das compensações. A análise teve como base as informações prestada nos documentos apresentados pela interessada e acostados ao processo, bem como as informações obtidas por meio de consultas aos sistemas informatizados da RFB. Consta, ainda, que foram feitos ajustes nos valores das receitas de exportação, com base na análise do Demonstrativo dos Despachos de Exportação, de consultas ao sistema Siscomex e de amostragem de notas fiscais, apresentado novos percentuais de exportação deferidos para efeito de cálculo de créditos de mercado interno e de mercado externo. O Despacho decisório relaciona as glosas efetuadas, pelos motivos que se apresentam abaixo, em breve síntese: 1 Glosas de Valores de "Bens utilizados como insumos": Neste item são descritas as irregularidades encontradas quanto aos bens utilizados como insumos, as quais deram ensejo às glosas: a) discrepâncias entre os valores totais obtidos do arquivo digital no cotejo com as folhas do Livro de Registros de Entradas (LRE), pelo que foram feitos os ajustes na planilha de fl. 617; b) divergências entre o arquivo digital contendo o LRE e o valor informado na memória de cálculo quanto ao CFOP 6.201 (Devolução de compra para industrialização) mês de maio/2005 de modo que foi feito o ajuste em consonância com o arquivo digital (item 1.1.2 da planilha do Anexo I). c) valores pagos à pessoa física na aquisição de insumos, conforme detalhado nos itens 1.2.1 a 1.2.15 da planilha do Anexo 1— notas fiscais às fls. 205 a 219; d) créditos apurados em relação a bens que não são aplicados no processo produtivo da empresa (aquisição de cabeçotes ranhurados — fl. 271) e) inclusão de valores de mercadorias que saíram do estabelecimento do fornecedor (Vidroforte — notas às fls. 385/416) com o fim específico de exportação Fl. 888DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13975.000184/200555 Acórdão n.º 3102002.278 S3C1T2 Fl. 187 3 — CFOP 6.501, operação para a qual inexiste possibilidade de crédito, à luz do inciso II do § 2°. do art. 3°. da Lei 10.833/03; f) nota fiscal inexistente, conforme observação firmada pela interessada à fl. 196; 2. Glosas a titulo de "Serviços Utilizados como Insumos", em vista de: a) inclusão indevida do CFOP 1.949 e 2.949 (outra entrada de mercadoria ou prestação de serviço não especificado) na rubrica Serviços Utilizados como Insumos, visto que esses códigos não correspondem a bens e serviços passíveis de apuração de crédito da Cofins (itens 2.1.1. e 2.1.2 da planilha do Anexo I); b) preenchimento dos Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas (CTRC) em inconformidade com o exigido pela legislação do ICMS, em razão de vícios formais nas notas fiscais, conforme tabela constante do Anexo II. Destaca que, quanto ao CFOP 1.352, algumas notas fiscais foram deferidas; 3. Glosa a título de "Despesas de Energia Elétrica", visto que foram incluídos na base de cálculo dos créditos, a esse título, valores de despesas de doação; e que alguns dos valores referemse a despesas extemporâneas — faturamento dos meses de junho e agosto de 2002; 4. Glosa de Despesas de Aluguéis de Máquinas e Equipamentos Locados de Pessoas Jurídicas, em razão da falta da apresentação dos respectivos comprovantes, conforme item 4.1.1. da planilha constante do Anexo I; 5. Glosa de Despesas de Armazenagem de Mercadoria e Frete na Operação de Venda devido a: a) irregularidades no preenchimento de parcela relevante dos CTRC, em inconformidade com o exigido pela legislação do ICMS, tais como: emissão posterior à prestação do serviço e à falta de indicação do número da nota fiscal do produto transportado; b) serviços não relacionados na legislação tributária como passíveis de apurar créditos, tais como: serviços de remoção (fl. 493), handling (fls. 516,525), frete a pagar (fls. 473/474), dentre outros; 6. Glosa de Base de Cálculo do Crédito a Descontar Referente Ativo Imobilizado — Lei n o. 10.833/2003, art. 3°., §§ 14 e 16 e Lei n°. 11.051/2004, art. 2°., visto a inclusão indevida de diversos tipos de bens do Ativo Imobilizado para os quais não se aplicam os dispositivos legais relacionados aos créditos da nãocumulatividade (ajuste das diferenças e os valores deferidos conforme demonstrado no item 6.1.1 da planilha do Anexo I). Consta, ainda, do despacho decisório que, em relação à dedução na linha 24 da ficha 17B (fl. 43), no valor de R$ 1.200,00, anexouse página da Dirf referente ao código de receita 5952 (fl. 596). Sob o título "Cálculo Final", explica o despacho decisório, em síntese, que foram efetuadas as divisões dos custos, despesas e encargos vinculados ao mercado interno e às operações de exportação; que houve a necessidade de reescrita dos créditos do trimestre em análise, especialmente quanto à desconsideração do saldo inicial de crédito de mercado externo, à luz da IN SRF no. 600/05; que o quadro Fl. 889DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13975.000184/200555 Acórdão n.º 3102002.278 S3C1T2 Fl. 188 4 resumo à fl. 625 apresenta os saldos de créditos de mercado interno e de mercado externo após as deduções da contribuição apurada em cada mês do trimestre e antes das compensações com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administradas pela SRFB, observada a legislação aplicável à matéria. Houve o reconhecimento parcial do direito creditório no valor de R$ 37.085,53, a título de mercado externo, correspondente ao saldo remanescente após as deduções da contribuição apurada em cada mês do trimestre e antes das compensações, com a ressalva de que a homologação de compensações eventualmente vinculadas ao presente processo, e o ressarcimento em dinheiro, caso haja saldo remanescente, somente podem ser reconhecido a título de mercado externo. Constam, às fls. 628/634, a planilha do histórico das glosas realizadas, dos itens deferidos e o Demonstrativo de Apuração das Contribuições. A contribuinte apresenta a manifestação de inconformidade (fls. 647/655), onde pede a reformada decisão, alegando os motivos que abaixo se expõe, sucintamente, conforme os tópicos abordados pela defesa: 1) Dos Bens Utilizados Como Insumos Aquisições da Vidro forte (Notas Fiscais emitidas com o CFOP 6.501 — Fim específico de exportação: Neste tópico, em síntese, alega que essas aquisições foram escrituradas com o CFOP 2.101 (Compras para Industrialização) e não no CFOP 2.501 (Entrada de mercadoria recebida com o fim específico de exportação), foram enviadas para o seu estabelecimento comercial, e foram utilizadas como matériaprima em seu processo de industrialização e incorporadas ao produto final (vidro). Sustenta que houve um equívoco por parte do fornecedor, sem qualquer responsabilidade da parte da recorrente; que a empresa Vidroforte destacou o ICMS nas operações, sendo que, quando a venda é com fim específico de exportação, não existe esse destaque; que efetuou o pagamento do ICMS, do PIS e da Cofins à empresa fornecedora, sendo que estes dois últimos, ainda que não destacados nas notas fiscais, também estavam embutidos no preço final do produto; que não pode ser prejudicado pelo fato do contribuinte de direito não ter repassado os valores aos cofres públicos. 2) Dos Serviços Utilizados Como Insumos: a) CFOP 1.352 (fretes sobre a aquisição de insumos): alega que o referido transporte é utilizado para levar a madeira bruta das florestas até o estabelecimento da recorrente e que a falha no sistema de emissão das notas fiscais (conhecimento de frete) não prejudicou o fisco federal, pois não houve omissão quanto aos valores referentes aos fretes; que há direito ao crédito relativo ao transporte de insumos, pois o fato de ter havido irregularidades não impediu que a empresa transportadora recolhesse o Pis e a Cofins sobre esses valores; b) CFOP 1.949 (outra entrada não especificada): alega que as Operações lançadas nesse código se referem a serviços de pessoa jurídica utilizados na extração de madeira e manutenção de máquinas, cujo direito ao crédito está previsto no art. 3º, II, da Lei nº 10.637/02; que, no mesmo CFOP existem entradas com e sem direito ao crédito, mas que a autoridade administrativa não poderia ter glosado sumariamente todos os valores pleiteados, deixando de intimar a contribuinte para prestar esclarecimentos quanto aos lançamentos; e que junta as notas fiscais que comprovam o direito pleiteado; Fl. 890DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13975.000184/200555 Acórdão n.º 3102002.278 S3C1T2 Fl. 189 5 3) Das Despesas de Armazenagem de Mercadoria e Frete Na Operação de Venda: Alega que, da mesma forma que na aquisição de insumos, não existem vícios formais a ensejar a glosa dos valores referentes ao frete nas operações de venda; que ocorreram, quando muito, meras irregularidades que não prejudicaram o Fisco, porquanto não houve omissão dos valores referente aos fretes; que os transportadores, ao invés de emitirem uma nota fiscal (conhecimento de frete) para cada operação de transporte, emitiam uma nota conjunta, onde mencionavam a totalidade dos serviços prestados em um determinado período; que, mesmo que tenha havido, essas irregularidades não impediram que a transportadora recolhesse as contribuições; que, caso se entenda que não se tem como auferir os valores a serem ressarcidos, que se determine o retorno dos autos à DRFB em Blumenau, para análise. Requer, por fim, o reconhecimento do direito ao ressarcimento de créditos de Cofins, especificados na presente manifestação." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento deu provimento parcial a impugnação para excluir as glosas referentes às aquisições de bens do fornecedor Vidro forte Indústria e Comércio de Vidros Ltda.. A decisão foi assim ementada. “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. Para efeito da nãocumulatividade das contribuições, há de se entender o conceito de insumo não de forma genérica, atrelandoo à necessidade na fabricação do produto e na consecução de sua atividadefim (conceito econômico), mas adstrito ao que determina a legislação tributária (conceito jurídico), vinculando a caracterização do insumo à sua aplicação direta ao produto fabricado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTENCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Impugnação Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Cientificada da decisão a Recorrente interpôs recurso voluntário alegando equivoco na decisão da DRJ que decidiu pela ausência de provas do direito creditório, afirma a Recorrente que o ônus da prova do indébito tributário não é absoluto do contribuinte, se o contribuinte falhou na comprovação dos fatos seria necessário a devolução dos autos a Unidade de Origem, elencando objetivamente o que precisa ser demonstrado. Fl. 891DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13975.000184/200555 Acórdão n.º 3102002.278 S3C1T2 Fl. 190 6 Quanto ao mérito das glosas realizadas pela Fiscalização, alega que o frete pago na aquisição de insumos e o fato de se referirem, em parte, a produtos adquiridos de pessoas físicas, não exclui a possibilidade da percepção de créditos e se existirem divergência na documentação comprobatória, caberia a autoridade a quo determinar diligência para sanar as dúvidas. Quanto aos serviços não especificados, contesta a decisão de piso, argumentando que o conceito de insumo é mais amplo que o de matérias primas, de produtos intermediários e de materiais de embalagem, abarcando todos os produtos e serviços necessários a execução de suas atividades, assim seriam indevidas as glosas realizadas pela Fiscalização, quanto as despesas referentes a extração de madeira, manutenção de máquinas e serviços de fumigação, haja vista que tais produtos são considerados como insumo sendo integrados ou consumidos no processo produtivo da Recorrente. Por fim insurgese a Recorrente contra a glosa realizada nas despesas com armazenagem e frete na venda de produtos, visto, que a empresa atua na área de exportação e arca com as despesas referente ao transporte de sua mercadoria ate o ponto de embarque dos navios, pois nestes casos, os negócios internacionais realizados sob a modalidade CIF (custo, seguro e frete), o pagamento destas despesas cabe ao exportador. As razões dos Embargos de Declaração interpostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao Acórdão podem ser resumidas nos excertos a seguir reproduzidos, extraídos da peça recursal. Este colegiado deu parcial provimento ao recurso voluntário do contribuinte, nos seguintes termos: “Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, para acatar a possibilidade de se apurar créditos de Cofins nãocumulativa sobre dispêndios relativos a extração de madeira, transporte, manutenção de máquinas, frete nacional e armazenagem nas operações de exportação e, consequentemente, devolver o processo à instância recorrida para analisar as demais questões de mérito.” Conforme delineado no próprio voto condutor do julgado, a DRJ apresentou dois argumentos distintos para manter a glosa de despesas com extração de madeira, transporte, manutenção de máquinas, frete nacional e armazenagem, na apuração de crédito de Cofins sob o regime não cumulativo. O primeiro argumento se refere à falta de comprovação dos valores das despesas informadas, enquanto o segundo argumento se refere à caracterização de insumo à luz da legislação de regência da matéria. O relator, no entanto, somente afastou o segundo argumento, sob o entendimento de que as despesas com extração de madeira, transporte, manutenção de máquinas, armazenagem e frete, diversamente da posição firmada em primeira instância, são passíveis de gerar créditos no regime da Cofins não cumulativa. Ao não apreciar a falta de comprovação das despesas informadas, o julgado incorre em relevante omissão, que merece ser sanada nesta via recursal. É o Relatório. Fl. 892DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13975.000184/200555 Acórdão n.º 3102002.278 S3C1T2 Fl. 191 7 Voto Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento dos Embargos de Declaração. Logo de início, o i. Conselheiro Relator do Processo deixa claro que tem conhecimento acerca das duas razões pelas quais foi negado o direito de crédito em relação aos gastos objeto da lide. Observese o texto do Voto a respeito do assunto. A decisão de piso, manteve as glosas sobre dois argumentos: o primeiro diz respeito a falta de comprovação por parte da Recorrente, por meio de provas documentais, os valores referentes às despesas informadas e o segundo em razão destas despesas não estarem incluídas no rol de despesas permitidas para crédito da COFIN não cumulativa conforme consta da Lei nº 10.833/2004. A partir daí, tece considerações sobre os limites que entende devam ser observados na apreensão do significado tributário válido para o vernáculo insumo previsto nas Leis que regulamentam o Sistema NãoCumulativo de apuração das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, sobre a importância de se ter uma clara definição do processo produtivo de cada empresa, para, então, divergir do entendimento proposto pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, reconhecendo o direito de crédito em relação aos gasto incorridos a partir do início da atividade fabril, que, no julgado, ficou definido como sendo a retirada das toras de madeira realizada nas fazendas. Tudo isso pode ser confirmado do teor do texto abaixo. Excerto extraído do Voto. Também nele, é possível observar que toda a leitura empregada no decisum foi de cunho legal e não meritório, na medida em que não confirmou o direito creditório para todas as despesas referentes a este escopo espacial e temporal, pois tal confirmação dependia, segundo entendimento do Relator do Processo, da observância dos requisitos formais e legais, que talvez não permitam a fruição do crédito. No caso em tela, a Recorrente fábrica móveis e outros artefatos de madeira e busca a sua matériaprima (toras de madeira) em fazendas, assumido, segundo consta dos autos, despesas referentes a retirada das árvores e o seu transporte até a serraria. Entendo que tais atividades fazem parte da cadeia industrial da Recorrente, a sua atividade fabril tem início com a retirada das toras de madeira realizada nas fazendas, assim, todo o processo a partir deste ponto esta vinculado ao processo produtivo. Tal fato porém, não confirma o direito creditório para todas as despesas referentes a este escopo espacial e temporal, pois, dependendo da situação abordada podem existir requisitos formais e legais que não permitam a fruição do crédito. (grifos acrescidos) Em sintonia com toda a linha de entendimento até ali desenvolvida, ato final, a Turma deu parcial provimento ao Recurso Voluntário, para afastar a restrição normativa imposta pela Secretaria da Receita Federal (IN 247/02 e 404/04), admitindo com isso a possibilidade de apuração dos créditos sobre dispêndios relativos a extração de madeira, transporte, manutenção de máquinas, frete nacional e armazenagem nas operações de exportação e, para tanto, determinando à Delegacia que analisasse as demais questões de mérito. Fl. 893DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13975.000184/200555 Acórdão n.º 3102002.278 S3C1T2 Fl. 192 8 Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário, para acatar a possibilidade de se apurar créditos de Cofins não cumulativa sobre dispêndios relativos a extração de madeira, transporte, manutenção de máquinas, frete nacional e armazenagem nas operações de exportação e, consequentemente, devolver o processo à instância recorrida para analisar as demais questões de mérito. Uma vez que alterada uma das premissas na quais baseouse a decisão de negar o direito de crédito ao contribuinte, todo o desenrolar do processo acaba sendo alterado. Se se reconhece a necessidade de que um conceito mais amplo de insumo seja considerado, novas demandas probatórias haverão de ser necessárias, na medida em que as iniciativas estavam, até então, limitadas por uma baliza que foi removida. VOTO pela rejeição dos Embargos de Declaração. Sala das Sessões, 17 de setembro de 2014. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Relator Fl. 894DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 08/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 19740.720098/2009-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 31 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Data do fato gerador: 30/12/2005
NULIDADE DO LANÇAMENTO.
Afasta-se a alegação de nulidade do lançamento, ante a não configuração de qualquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972.
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. COMPENSAÇÃO CONSIDERADA NÃO DECLARADA. RITO PROCESSUAL.
Não é sujeito ao rito previsto no Decreto nº 70.235, de 1972, o recurso contra decisão que considerou a compensação não declarada.
Numero da decisão: 2101-002.590
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente
(assinado digitalmente)
HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Maria Cleci Coti Martins, Eduardo de Souza Leão, Heitor de Souza Lima Junior (Relator), Mara Eugênia Buonanno Caramico e Eivanice Canário da Silva.
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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Afastase a alegação de nulidade do lançamento, ante a não configuração de qualquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. COMPENSAÇÃO CONSIDERADA NÃO DECLARADA. RITO PROCESSUAL. Não é sujeito ao rito previsto no Decreto nº 70.235, de 1972, o recurso contra decisão que considerou a compensação não declarada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 74 0. 72 00 98 /2 00 9- 26 Fl. 262DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19740.720098/200926 Acórdão n.º 2101002.590 S2C1T1 Fl. 263 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Maria Cleci Coti Martins, Eduardo de Souza Leão, Heitor de Souza Lima Junior (Relator), Mara Eugênia Buonanno Caramico e Eivanice Canário da Silva. Relatório Tratase de lançamento de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte, por força de compensação tencionada e devidamente declarada em DCOMP, posteriormente considerada como não declarada pela autoridade tributária, no valor de R$ 3.502.680,67 (montante principal), o qual, quando acrescido dos valores devidos a título de multa de ofício e juros moratórios, atinge o montante de R$7.539.870,40 sob litígio (auto de infração de efls. 29 a 33). Visava o contribuinte extinguir, por compensação, parte do montante de IRRF devido, decorrente de pagamento efetuado a título de Juros Sobre Capital Próprio em 30/12/2005, no valor de R$ 25.500.000, resultando daí um montante devido de imposto de R$ 3.825.000,00, dos quais foram recolhidos R$ 322.319,33, tendo sido o saldo de R$ 3.502. 680,67 objeto de Declaração de Compensação (vide cópia de efls. 195 a 217), analisada no âmbito do Processo Adminsitrativo 19740.000355/200667 (vide Termo de Verificação de e fls. 26 a 28 e fl. 34). No âmbito deste outro Processo administrativo supracitado, foi emitido o Parecer DEINF/RJO no 59, de 26 de outubro de 2006, de efls. 19 a 24, cientificado juntamente com o presente auto, na forma de termo de efl. 18 e no qual se concluiu se estar diante de hipótese de compensação não declarada, subsidiado, assim, através deste Parecer, o Despacho Decisório que assim a considerou (efl. 25), bem como o auto objeto do presente, uma vez que também caracterizada nos autos a não declaração do montante que o autuado buscou compensar em sua DCTF (vide efls. 38 a 40). Insurgiuse o contribuinte contra o auto de infração através de impugnação de efls. 59 a 135, onde resumidamente alegou: (a) a nulidade do lançamento em face de inadequação entre os fatos narrados na autuação e os dispositivos legais invocados; (b) que teria o lançamento se fundamentado no Parecer n° 59, de 2006, contraditório, inconsistente, alijado da efetiva situação de fato, além de cercear o seu direito de defesa uma vez que contra ele não cabe manifestação de inconformidade; e (c) o caráter confiscatório da multa imposta de 75%. Na forma de despacho de saneamento de efls. 137/138, tendo em vista não caber, no caso de compensação não declarada, na forma do disposto no § 8º do art. 66 da Instrução Normativa SRF nº 900, de 2008 então vigemte, manifestação de inconformidade sujeita ao rito do processo administrativo fiscal (Decreto no, 70.235, de 06 de março de 1972), a autoridade julgadora de 1a. instância achou por bem encaminhar a impugnação do contribuinte à Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 7a. Região Fiscal, a fim de que se verificasse a possibilidade de recebêla como recurso na forma do rito estabelecido pela Lei nº. 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Verificado não ter sido observado o prazo para que se intente o recurso previsto no art. 59 da mesma Lei nº 9.784, de 1999 (dez dias da ciência da decisão recorrida) e Fl. 263DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19740.720098/200926 Acórdão n.º 2101002.590 S2C1T1 Fl. 264 3 por entender inexistirem nos autos elementos que justificassem entendimento diverso do exposto no despacho decisório anteriormente emitido, a Delegacia da Receita Federal jurisdcionante não tomou conhecimento da impugnação e encaminhou ambos os processos (o da compensação e o do auto), em retorno, à autoridade julgadora de 1a. instância, que, na forma de Acórdão de efls. 145 a 149, julgou o lançamento integralmente procedente, expressando, inclusive, entendimento no sentido de impossibilidade de conhecimento das alegações acerca da compensação não declarada, na forma da ementa abaixo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário:2005 NULIDADE DO LANÇAMENTO. Afastase a alegação de nulidade do lançamento, ante a inexistência de qualquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2005 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. COMPENSAÇÃO CONSIDERADA NÃO DECLARADA. IMPUGNAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Não compete às Delegacias da Receita Federal de Julgamento a apreciação de recurso contra decisão que considerou a compensação não declarada. MULTA DE OFÍCIO. NÃO CONFISCATORIEDADE A vedação ao confisco, como limitação ao poder de tributar, restringese a tributos e não às penalidades. É cabível a imposição de multa de 75% sobre tributo que deixou de ser recolhido, em face de inobservância de legislação vigente. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A exigência dos juros de mora calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC está em consonância com o Código Tributário Nacional CTN Insurgese, assim, o contribuinte contra o referido Acórdão através do Recurso Voluntário anexado às efls. 158 a 168, onde alega, em síntese: a) Pugna, na forma dos itens 1 a 6 do pleito recursal, pela nulidade do lançamento, alegando que os fatos registrados no auto de infração não guardam correspondência com os dispositivos legais que o fundamentam ou com as situações descritas no termo de verificação fiscal que o precedeu; Reproduz, inicialmente, a propósito, o primeiro parágrafo de efl. 27 do Termo de Verificação Fiscal, onde entende que se reconheceu explicitamente que o interessado “recolheu em 04/01/2006, o valor de R$ 322.319,33, código de receita 570601, restando R$ 3.502.680,67, que foram compensados com o IRRF incidente sobre rendimentos de ações da Tractbel Energia”, não sendo possível, assim, depois imputar ao contribuinte infração à legislação tributária pelo não recolhimento do mesmo imposto. Ressalta que nunca esteve em discussão a aplicação do art. 668 do RIR/99 aplicado pela Fiscalização, entendendo que deveria se ter averiguado acerca da possibilidade da compensação do débito pelo autuado e se a compensação foi devidamente efetuada, Fl. 264DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19740.720098/200926 Acórdão n.º 2101002.590 S2C1T1 Fl. 265 4 incabível assim a aplicação da multa de 75%, prevista no art. 44, I, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, para a qual não há embasamento legal, uma vez que houve o pagamento do imposto de renda através de recolhimento de uma parcela em 04/01/2006 e de compensação do saldo na forma autorizada por lei, tendo restado contrariado não só o art. 10 do Decreto n o 70.235, de 1972, como também prejudicado o direito de defesa do contribuinte, requerendo com fulcro no art. 59, inciso II do mesmo Decreto n o 70.235, de 1972, e no art. 3o da Lei n o 6.830, de 1980, a nulidade do auto. b) Em seus itens 07 a 32, 33 (numeração original) e 35 a 37 e 40 a 43, tenta o contribuinte discutir o mérito da autuação. inicialmente com crítica às considerações tecidas no âmbito do Parecer nº 059/2006, que considerou como não declarada a compensação intentada pelo autuado no 4º semestre do anocalendário de 2005, por entender se ter realizado a compensação somente em 04/01/2006 (data de vencimento do tributo), violando assim dispositivo legal que limitaria a compensação do direito creditório ao anocalendário de sua apuração, bem como lhe excluindo o direito ao rito constante do Decreto n o 70.235, de 1972. A propósito, acrescenta, ainda, argumentação e fundamentação legal que ampararia a compensação efetuada, devidamente amparada pelos registros contábeis do recorrente. c) Volta, no item 33 (numeração duplicada), 34, 38 e 39 à mesma argumentação sobre a inconsistência do primeiro parágrafo de efl. 27 do Termo de Verificação Fiscal, estendendo a argumentação de inconsistência agora ao item 4 do recorrido, que novamente o reproduziu. É o relatório. Voto Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Relator O recurso preenche seus requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. 1. Quanto à preliminar de nulidade do Auto de Infração (itens 1 a 6, item 33 (duplicado), 34, 38 e 39 do pleito recursal): Verifico a propósito ter ocorrido plena observância ao disposto nos arts. 142 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (CTN) e art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, com os dispositivos legais utilizados no lançamento efetuado guardando, sim, plena consonância com a situação fática descrita no auto e no termo de verificação de fls. 26 a 33, permitindo ao interessado ampla defesa quanto ao fato que lhe foi imputado, senão vejamos. No caso sob análise, uma vez comprovadamente ocorrida a hipótese de incidência descrita no art. 668 do RIR/99, dispositivo que expressa ali seu fundamento legal inclusive, e, uma vez verificada a não extinção de parcela do crédito tributário (dada a não homologação posterior, pela autoridade tributária, da compensação intentada pelo contribuinte), é passível de constituição a parcela do crédito não extinto, acompanhada da respectiva multa de ofício prevista no art. 44, inciso I da Lei nº 9.430, de 1996, tendo em vista não se tratar de montante de tributo declarado. Ressaltese a propósito que a parcela lançada não constava da DCTF de Fl. 40, e nem foi objeto de confissão de dívida outra, devendose notar também que, à época da DCOMP sob análise, os débitos constantes de compensação Fl. 265DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19740.720098/200926 Acórdão n.º 2101002.590 S2C1T1 Fl. 266 5 considerada como não declarada não representavam confissão de dívida, na forma do disposto no art. 74, §§ 6o. e 13 da Lei nº 9.430, de 1996. Quanto à obrigatoriedade de declaração do débito em DCTF, foi muito feliz o Acórdão recorrido neste ponto ao analisar o regramento da obrigação acessória, emanado da administração tributária com supedâneo no art. 5o. do DecretoLei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, e, assim, adoto a fundamentação de 1a. instância abaixo como razão de decidir, in verbis: “(...) 31. No que diz respeito à DCTF, não encontra respaldo na legislação vigente o procedimento do interessado que deixou de declarar o débito de R$ 3.502.680,97 só porque teria sido objeto de compensação. 32. Para o cumprimento da obrigação acessória de apresentação da DCTF, mensal ou semestral, a RFB disponibiliza em sua página na internet, aprovado por instrução normativa, o programa gerador e as instruções para o seu preenchimento. 33. De acordo com as instruções para preenchimento da DCTF mensal na versão “DCTF Mensal 1.1”, a partir do ano calendário de 2005, aprovada pela Instrução Normativa SRF n. 520, de 11 de março de 2005, no que se refere à Ficha – Valor do Débito de IRRF (10.5), cabia ao interessado observar que o imposto apurado deveria ser informado antes de serem efetuadas compensações (...)” Finalmente, com relação ao primeiro parágrafo de efl. 27 do Termo de Verificação, amplamente citado pelo recorrente e reproduzido no recorrido, é cediço, a partir dos elementos carreados aos autos, que estava ali e no acórdão recorrido sempre a se referir à alegação do contribuinte de ter compensado o referido débito em 30/12/2005, inclusive conforme sua DCOMP, não podendo ser interpretado como forma de homologação, pela administração tributária, da compensação tencionada, a qual, notese, só pode ser feita através de despacho decisório. Noto que, no caso, o despacho decisório devidamente emanado da autoridade administrativa concluiu pela ocorrência de hipótese de compensação não declarada (fl. 25), tendo sido tal despacho devidamente cientificado ao contribuinte, juntamente com o despacho de fl. 19 a 24 que o embasou, através do termo fl. 18, o qual, assim, possibilitou ao contribuinte o exercício de ampla defesa quanto ao mérito da compensação, em plena obediência ao disposto no art, 5o, LV da CRFB, e na forma do rito aplicável àquela decisão, a saber, aquele constante dos arts. 56 e segs. da Lei nº 9.784, de 1999, legalmente rejeitada a aplicação do rito do PAF (Decreto nº 70.235, de 1972) ao caso sob análise, consoante estabelecido pelo art. 74, §§ 11 e 13 da Lei nº 9.430, de 1996. Constatada, ainda, a inexistência de qualquer outra hipótese elencada no art. 59 do Decreto no. 70.235, de 1972, escorreito o procedimento fiscal e, diante do exposto, afasto a preliminar de nulidade levantada pelo contribuinte. Fl. 266DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 19740.720098/200926 Acórdão n.º 2101002.590 S2C1T1 Fl. 267 6 2. Quanto ao mérito da compensação intentada Em linha com posicionamento adotado no recorrido, também rejeito as alegações constantes dos demais itens do recurso voluntário do contribuinte, uma vez que tentam rediscutir a decisão da autoridade administrativa acerca da compensação constante de DCOMP, a qual, uma vez tendo sido considerada não declarada pela mesma autoridade, na forma de despacho decisório de fl. 25, remete à rito próprio recursal, de forma a se assegurar ao contribuinte a ampla defesa.(rito este previsto no arts. 56 e segs. da Lei nº 9.784, de 1999), excluída a aplicação do rito do Processo Administrativo Fiscal à manifestação de inconformidade, consoante disposto no art. 74, §§ 11 e 13 da Lei nº 9.430, de 1996. Entendo que caso se admitisse posterior discussão acerca do mérito da compensação, também no auto gerado a partir da decisão administrativa que considerou a compensação como não declarada, se estaria a violar o referido dispositivo, se possibilitando, por via indireta, a todos os contribuintes que tivessem compensações consideradas como não declaradas e não tivessem confessado seus débitos (sendo assim sujeitos à autuação) o rito processual do Decreto n º 70.235, de 6 de março de 1972, em clara violação aos dispositivos supracitados e, mais, criandose, assim, um duplo rito recursal administrativo aplicável a matérias idênticas e em situação completamente antiisonômica em relação aos contribuintes que houvessem declarado o débito objeto de compensação tida como não declarada, o que entendo como inadmissível. Assim, também nego provimento aos itens 07 a 32, 33 (numeração original), 35 a 37 e 40 a 43 do pleito recursal. Diante do exposto, voto no sentido de afastando a preliminar de nulidade levantada, NEGAR provimento ao recurso voluntário do contribuinte. É como voto. (assinado digitalmente) HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Relator Fl. 267DF CARF MF Impresso em 31/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 30/ 10/2014 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
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