Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,092)
- Segunda Câmara (27,783)
- Primeira Câmara (25,080)
- Segunda Turma Ordinária d (16,855)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,785)
- Primeira Turma Ordinária (15,492)
- Segunda Turma Ordinária d (15,401)
- Primeira Turma Ordinária (15,291)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (13,997)
- Primeira Turma Ordinária (12,809)
- Primeira Turma Ordinária (11,973)
- Segunda Turma Ordinária d (11,939)
- Quarta Câmara (11,511)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,499)
- Terceira Câmara (64,123)
- Segunda Câmara (52,438)
- Primeira Câmara (17,109)
- 3ª SEÇÃO (15,785)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,697)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,518)
- Segunda Seção de Julgamen (110,258)
- Primeira Seção de Julgame (72,795)
- Primeiro Conselho de Cont (49,045)
- Segundo Conselho de Contr (48,789)
- Câmara Superior de Recurs (37,245)
- Terceiro Conselho de Cont (25,932)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,044)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,959)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,851)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,779)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,018)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,321)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,804)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,383)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,946)
- 2018 (26,043)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,460)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,837)
- 2009 (15,837)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,612)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (17,574)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,016)
Numero do processo: 10945.720214/2011-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1402-000.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, determinar que o julgamento do processo seja sobrestado até pronunciamento definitivo do STF sobre a matéria sujeita a repercussão geral. Ausentes os Conselheiros Carlos Pelá e Frederico Augusto Gomes de Alencar.
Nome do relator: Não se aplica
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201212
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10945.720214/2011-51
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5384696
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 1402-000.168
nome_arquivo_s : Decisao_10945720214201151.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : Não se aplica
nome_arquivo_pdf_s : 10945720214201151_5384696.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, determinar que o julgamento do processo seja sobrestado até pronunciamento definitivo do STF sobre a matéria sujeita a repercussão geral. Ausentes os Conselheiros Carlos Pelá e Frederico Augusto Gomes de Alencar.
dt_sessao_tdt : Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2012
id : 5645261
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:29:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251729776640
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1460; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 2 1 1 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10945.720214/201151 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1402000.168 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 6 de dezembro de 2012 Assunto IRPJ E OUTROS Recorrente V PILATI EMPRESA DE TRANSPORTES RODOVIARIOS LTDA; coobrigados VILSON PILATI, VALDOMIRO PILATI, JOSÉ ALCIONI DE SOUZA e EXELLENCE PARTICIPAÇÕES E LOGÍSTICAS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, determinar que o julgamento do processo seja sobrestado até pronunciamento definitivo do STF sobre a matéria sujeita a repercussão geral. Ausentes os Conselheiros Carlos Pelá e Frederico Augusto Gomes de Alencar. Leonardo de Andrade Couto – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 45 .7 20 21 4/ 20 11 -5 1 Fl. 2636DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10945.720214/201151 Resolução nº 1402000.168 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Por bem resumir a controvérsia, adoto o Relatório da decisão recorrida que abixo transcrevo: Trata o processo de autos de infração exigindo impostos e contribuições, devido a fiscalização motivada por diferenças identificadas entre as receitas declaradas e escrituradas; o contribuinte apresentou a Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica –DIPJ do anocalendário 2006 pelo lucro presumido porém, como o resultado de fiscalização anterior, relativa ao anocalendário 2005, evidenciou excesso de receitas em relação ao limite admitido para a sistemática, além de o livro Caixa não conter toda a movimentação financeira da empresa, entre outros defeitos, foi a empresa excluída do lucro presumido e, na impossibilidade de apurar o lucro segundo a contabilidade para fins de apuração pelo lucro real, tendo em vista que, intimada, não apresentou a necessária escrituração contábil/fiscal de acordo com a legislação, foi efetuado o lançamento pelo lucro arbitrado, com base no arts. 224, 518, 519, 530, I, III e IV, 532 do Regulamento do Imposto de Renda RIR de 1999 (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999): a. Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ, págs. 1.283/1.290, no valor de R$ 1.541.350,38, devido a: i. omissão de receitas operacionais de transporte/venda de gado, fatos geradores em 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006; base legal nos art. 532, do RIR de 1999; ii. outras receitas omitidas: ágio decorrente de precatórios, descontos obtidos e outras receitas; fatos geradores em 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006; base legal no art. 536, do RIR de 1999; b. contribuição ao Programa de Integração Social – PIS, págs. 1.291/1.298, no valor de R$ 380.215,53 sobre as receitas omitidas; fatos geradores mensais de 31/01/2006 a 31/12/2006, com base legal nos arts. 1º e 3º da Lei Complementar nº 7, de 07 de setembro de 1970; arts. 2º, I, “a” e parágrafo único, 3º, 10, 22 e 51 do Decreto nº 4.524, de 2002; c. Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, págs. 1.299/1.306, no valor de R$ 1.754.849,25 sobre as receitas omitidas; fatos geradores mensais de 31/01/2006 a 31/12/2006; base legal nos arts. 2º, II e parágrafo único, 3º, 10, 22 e 51 do Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002; d. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, págs. 1.307/1.313, no valor de R$ 667.348,37, relativo a: i. Lucro arbitrado, fatos geradores em 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006; exigida com base no art. 2º e §§ da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988; art. 20 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 29 da Lei nº 9.430, de 1996; art. 37 da Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002; ii. ii. Sobre receita não operacional omitida, fatos geradores em 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006; base legal no art. 2º e Fl. 2637DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10945.720214/201151 Resolução nº 1402000.168 S1C4T2 Fl. 4 3 §§ da Lei nº 7.689, de 1988; art. 29 da Lei nº 9.430, de 1996; art. 37 da Lei nº 10.637 de 2002. 2. Sobre os impostos e contribuições devidos apurados exigese multa de ofício de 150% do art. 44, I da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 e do art. 44, I, § 1º da mesma lei, com a redação dada pelo art. 18 da Medida Provisória nº 303, de 29 de junho de 2006; e juros de mora segundo o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996. 3. Às págs. 1.264/1.282, no Termo de Verificação Fiscal TVF, estão descritos os procedimentos de fiscalização e a autuação. 4. Às págs. 1.318/1.325, constam Termos de Sujeição Passiva Solidária nº 001, dirigido a Vilson Pilati; nº 002 – a José Alcioni de Souza; nº 003 a Valdomiro Pilatti, todos com base nos arts. 124, I e 135, III do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; e o Termo de Sujeição Passiva Solidária nº 004 dirigido à Exellence Participações e Logística Ltda, com base no art. 132, do CTN. 5. Cientificado em 29/03/2011, em 29/03/2001 pág. 1.326, Vilson Pilati apresentou a tempestiva impugnação de págs. 1.337/1.346, em 25/04/2011, por meio de seu representante legal de págs. 1.347/1.351. 6. Informa que o mérito da autuação está sendo impugnado pela V Pilati Empresa de Transportes Rodoviários Ltda. 7. Se declara sócioadministrador da empresa e reclama que sua inclusão como sujeito passivo solidário é medida dissociada da realidade fática e jurídica, por isso a impugna, protestando pela ausência dessa solidariedade e requerendo sua exclusão do pólo passivo da medida fiscal. 8. Afirma inexistir solidariedade passiva do art. 124, I do CTN, porque o instituto não admite presunção e noticia a solidariedade natural em que duas ou mais pessoas são naturalmente codevedores solidários do imposto, ou seja, citando autor, o interesse comum na realização do fato jurídico tributário é o que define o aparecimento da solidariedade entre os devedores, ou bilateralidade no seio do fato tributário como incidência de IPTU em que duas ou mais pessoas são proprietárias do mesmo imóvel; e outro autor, no sentido de que a solidariedade não é forma de inclusão de um terceiro no pólo passivo da obrigação tributária, mas forma de graduar a responsabilidade daqueles sujeitos que já compõem o pólo passivo; que segundo a jurisprudência o elemento balizador para caracterizar a solidariedade é a prática de atos ou omissões por parte de terceiros, que concorram para o não recolhimento do tributo pelo contribuinte. 9. Resume que a solidariedade do art. 124, I do CTN é objetiva e abrange todos os que já integravam o pólo passivo da relação jurídicotributária, situação que não atinge o impugnante, que não integra o pólo passivo dos tributos ora lançados. 10. Quanto ao art. 135 do CTN, tratase de responsabilidade subjetiva, devendo ser comprovada a conduta do agente; afirma que a presente exigência tributária, suspensa devido à impugnação por V. Pilati Empresa de Transportes Rodoviários Ltda, não configura a “infração de lei” descrita no caput do art. 135 do CTN, porque, segundo jurisprudência, o simples inadimplemento da obrigação tributária não caracteriza infração à lei; que gestão com excesso de poderes ou infração à lei ou contrato é a gestão fraudulenta com intuito de lesar o credor tributário deliberadamente, ou a dissolução irregular da sociedade, sem a devida quitação dos tributos pelos representantes legais da empresa; que os próprios autuantes reconheceram que a V Pilatti apresentou regularmente as devidas declarações, portanto não houve evidente intuito de fraude; cita jurisprudência administrativa no sentido de que a multa Fl. 2638DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10945.720214/201151 Resolução nº 1402000.168 S1C4T2 Fl. 5 4 qualificada só se aplica em casos de existência real e comprovada a de fraude ou de comprovado intuito de fraude, não comportando presunção de nenhuma espécie; que a simples omissão de receitas não representa por si só, caracterização de fraude. 11. No que tange à cisão parcial da V Pilati Empresa de Transportes Rodoviários Ltda, que resultou na constituição da Exellence Participações e Logísticas, respeitou o ordenamento jurídico, tendo sido informado a todos os órgãos com interessa na movimentação patrimonial/fiscal, e não há prova de qualquer conduta irregular a autorizar a inclusão do impugnante por essa operação. 12. Cientificado em 23/03/2011, pág. 1.326, José Alcioni de Souza apresentou a tempestiva impugnação de págs. 1.352/1.362, em 25/04/2011, por meio de seu representante legal de págs. 1.363/1.366. 13. Informa que o mérito da autuação está sendo impugnado pela V Pilati Empresa de Transportes Rodoviários Ltda. 14. Se declara sócioadministrador da empresa e reclama que sua inclusão como sujeito passivo solidário é medida dissociada da realidade fática e jurídica, por isso a impugna, protestando pela ausência dessa solidariedade e requerendo sua exclusão do pólo passivo da medida fiscal, nos mesmos temos da impugnação já resumida apresentada por Vilson Pilati. 15. Cientificado conforme págs. 1.321, 1.329/1.332, Valdomiro Pilatti apresentou a tempestiva impugnação de págs. 1.367/1.377, em 25/04/2011, em 25/04/2011, por meio de seu representante legal de págs. 1.378/1.381, acompanhada dos documentos de págs. 1.382/1.392. 16. Informa que o mérito da autuação está sendo impugnado pela V Pilati Empresa de Transportes Rodoviários Ltda. 17. Declara que foi sóciocotista da empresa e reclama que sua inclusão como sujeito passivo solidário é medida dissociada da realidade fática e jurídica, por isso a impugna, protestando pela ausência dessa solidariedade e requerendo sua exclusão do pólo passivo da medida fiscal, 18. Esclarece que, conforme Instrumento Particular de Cessão Onerosa de Quotas Sociais, Confissão de Dívida e Outras Avenças, Ata de Reunião de Sócios e 20ª Alteração do Contrato Social, que anexa, retirouse da sociedade em 27/03/2006; que as distribuições de lucros que recebeu se referem a exercícios anteriores, não recebidos até a sua retirada da sociedade, não implicam na sua inclusão no pólo passivo deste processo administrativo; cita que a jurisprudência tem afastado a responsabilidade do sócio nessas situações, pois é necessário que o sócio esteja na gerência da empresa, quando da ocorrência do fato gerador; que a retirada do sócio antes que se constate a infração fiscal não permite que o mesmo seja posto como responsável solidário pela dívida. 19. E discorre sobre a solidariedade dos arts. 124, I e 135 do CTN, nos mesmos termos da impugnação já resumida apresentada por Vilson Pilati, e sobre a cisão parcial da V. Pilati que originou a Exellence, a fim de concluir que não se lhe aplicam. 20. Cientificado em 24/03/2011, pág. 1.326, Exellence Participações e Logística Ltda apresentou a tempestiva impugnação de págs. 1.393/1.398, em 25/04/2011, por meio de seu representante legal de págs. 1.399/1.402, com os documentos de págs. 1.403/1.510. Fl. 2639DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10945.720214/201151 Resolução nº 1402000.168 S1C4T2 Fl. 6 5 21. Informa que o mérito da autuação está sendo impugnado pela V Pilati Empresa de Transportes Rodoviários Ltda. 22. Declara que é pessoa jurídica de direito privado, tendo como objeto social a participação societária em empresas controladas, coligadas e ligadas, como cotista ou acionista, realização de investimentos em bens e direitos próprios, logísticas, transporte rodoviário de cargas líquidas e a granel e atividade agrícola e pastoril em terras próprias ou de terceiros e reclama que sua inclusão como sujeito passivo solidário é medida dissociada da realidade fática e jurídica, por isso a impugna, protestando pela ausência dessa solidariedade e requerendo sua exclusão do pólo passivo da medida fiscal, e sucessivamente, a limitação da responsabilidade aos tributos lançados. 23. Entende que a imposição de solidariedade, com base no art. 132 do CTN, que estabelece a responsabilidade da pessoa jurídica resultante de fusão, transformação ou incorporação, foi devido à impugnante ter sido constituída em razão de cisão parcial da V.Pilati, mas, afirma vigorar a regra da tipicidade cerrada no Direito Tributário, não havendo que se falar na extensão da regra que trata esse artigo a fim de alcançar a responsabilidade da empresa resultante da cisão. 24. Com relação ao art. 207, do RIR de 1999, eventual imposição esbarraria no art.146, III, “b” da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988 CF de 1988, ou seja, porque somente lei complementar tem o condão de impor a responsabilidade, o que é acolhido pela jurisprudência. 25. Destaca que eventual responsabilidade do impugnante se limita aos tributos, não alcançando a multa, pois o art. 132 do CTN não menciona essa exigência; cita jurisprudência. 26. Cientificado em 24/03/2011, pág. 1.317, V.Pilati Empresa de Transportes Rodoviários Ltda apresentou a tempestiva impugnação de págs. 1.511/1.539, em 25/04/2011, por meio de seu representante legal de págs. 1.540/1.543, mais os documentos de págs.1.544/1.918. 27. Argui, em preliminar, com base no art. 150 e § 4º do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, a decadência do lançamento referente a fatos geradores anteriores a 24/03/2006, haja vista a ciência da autuação ter sido em 24/03/2011, e cita jurisprudência administrativa sobre decadência de tributos sujeitos ao lançamento por homologação. 28. No mérito, afirma não terem ocorrido as supostas infrações fiscais pois não foram consideradas as peculiaridades da atividade de serviços de transporte rodoviário de cargas; que não pode ser arbitrado o lucro com lastro na contabilidade do autuado; pleiteia deduções da receita tributável em relação às contribuições PIS e Cofins, das receitas de exportações e do ICMS; contesta a aplicação de multa qualificada de 150% por violar o princípio da proporcionalidade. 29. Sobre as peculiaridades da atividade de serviços de transporte rodoviário de cargas, explica que é freqüente receber solicitações de clientes em volume que extrapola sua capacidade operacional e nestes casos, atua meramente como intermediário, agenciado terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, que, obviamente, recebem a maior parcela da receita; dessa forma, embora os valores transitem pelas contas correntes do impugnante, na prática, são receitas desses terceiros e como tal contabilizadas. 30. Por isso afirma que não ocorreu a insuficiência de recolhimentos de tributos autuada. Fl. 2640DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10945.720214/201151 Resolução nº 1402000.168 S1C4T2 Fl. 7 6 31. Cita acórdãos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF sobre base de cálculo na atividade de agenciamento de cargas ser o valor deste serviço. 32. Reclama que não pode haver arbitramento do lucro, medida extrema admitida somente depois de esgotados todos os demais meios de apuração do lucro efetivamente auferido e somente se a contabilidade for desclassificada por apresentar vícios que impossibilitem a apuração, se apresentou a contabilidade em arquivo digital aos fiscais e estes se utilizaram dos dados nela contidos (transcreve trechos do TVF para provalo), lém de que apresentou a DIPJ pelo lucro presumido e a exclusão dessa sistemática efetuada pelos autuantes em 12/2008, retroativa a 2006, baseoue em presunção de que o contribuinte teria, no anolendário 2005, extrapolado o limite de receita bruta permitido, pois tal receita bruta foi definida na autuação, processo administrativo nº 10945.002647/200825, lavrado em 12/2008, cujo recurso se encontra pendente no CARF, portanto, não é definitivo. 33. Pelo exposto, afirma que a autuação poderia ter sido pelo lucro presumido ou pelo lucro real , por conseguinte, a autuação pelo lucro arbitrado, deve ser julgada improcedente. 34. Admitindo, apenas para argumentar, que restem dúvidas quanto aos valores declarados e recolhidos, informa que significativa parcela do faturamento está isenta da Cofins e do PIS, conforme art. 149, § 2º, I da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988 CF de 1988, e art. 14, II, III e V e § 1º da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, porque são transporte de mercadorias destinadas à exportação ou exportação direta. 35. Por isso, os recolhimentos que efetuou de PIS e Cofins estão alinhados com as receitas auferidas em 2006 e, para corroborar, junta demonstrativos dos valores das prestações alcançadas pela isenção, segregadas por filial (doc. 03) e planilhas detalhadas, gravadas em mídia eletrônica (doc. 04), bem como cópias do Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas – CTRC (doc. 05), por amostragem, comprovando as receitas isentas de PIS e Cofins. 36. Quanto à receita tributável pela Cofins e PIS, ainda que fossem exigíveis, afirma que deve ser deduzido o valor do ICMS; historia que o art. 195, I da CF de 1988, estabeleceu a hipótese de base de cálculo de contribuição social sobre o faturamento, que entende ser a receita auferida na venda de mercadorias e serviços, constituindose em norma padrão de incidência; que o legislador infraconstitucional deixou de excluir, da base de cálculo da Cofins e PIS, o ICMS sobre operação ou prestação do próprio contribuinte, apesar de essa parcela também não constituir receita própria do contribuinte, quando determinou no art. 3º, § 2º, I da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, a exclusão do ICMS quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; que a Emenda Constitucional EC nº 20, de 1998, alterou o art. 195 da CF de 1988, no sentido de que as contribuições sociais incidirão sobre receita ou faturamento, mas mesmo essa mudança tendo confirmado o entendimento de que as contribuições só incidem sobre a receita própria do contribuinte e não sobre verbas incluídas na nota fiscal que não ingressam no patrimônio deste, a fiscalização continua exigindo Cofins e PIS também sobre a parcela do ICMS próprio; afirma que a Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002, e a Lei nº 10.833, de 28 de dezembro de 2003, foram editadas com base na citada EC, sendo que a “definição do tipo tributário depende da análise de integração de dois fatores: base de cálculo e hipótese de incidência, consoante o princípio constitucional da tipologia tributária previsto implicitamente nos arts. 145, § 2º e 154, I da CF de 1988; e transcreve voto de ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, no sentido de que o ICMS deve ser excluído da base de cálculo. Fl. 2641DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10945.720214/201151 Resolução nº 1402000.168 S1C4T2 Fl. 8 7 37. Aduz que, no seu caso, o recolhimento da Cofins e PIS pode ser feito no regime cumulativo da Lei nº 9.718, de 1989, ou não cumulativo, conforme as Leis nº 10.637, de 2002 (PIS) e nº 10.833, de 2003 (Cofins). 38. Finalmente, em razão da distribuição da ADC 18/DF no STF, devem ser sobrestadas as exigências da Cofins e PIS, até decisão final, a fim de confirmar os valores efetivamente devidos pelo impugnante. 39. Contesta a aplicação de multa qualificada de 150% por violar o princípio da proporcionalidade; afirma que as razões alinhadas pelo autuante no TVF para caracterizar a fraude, conforme previsto nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, não são suficientes para provar que houve ação ou omissão dolosa do contribuinte; que não foi demonstrado claramente fraude; que a mera alegação de insuficiência de recolhimento de tributo é insuficiente para caracterizála, especialmente se o autuante afirma que o contribuinte apresenta regularmente as diversas declarações e estas são compatíveis, ou seja, atesta que o autuado cumpre regularmente suas obrigações o que é comportamento diverso de quem age com evidente intuito de fraude; por isso, a majoração da multa de ofício é incabível. 40. Aduz que o fato de existir outra autuação referente ao ano de 2005 não corrobora a tese de fraude e dolo, porque a referida autuação ainda pende de julgamento e aquela medida fiscal foi lavrada em 2008 , isto é, depois de apurados e recolhidos os tributos referentes a 2006 e, naquela autuação, a fiscalização não entendeu como dolosa, aplicando a multa de 75%; e que as fichas cadastrais a que se refere o autuante revelam apenas o que se discutiu nos autos, ou seja, o faturamento bruto do impugnante é superior ao de suas receitas próprias, na medida em que contempla também receita de terceiros, que transitaram temporariamente por suas contas. 41. Afirma que a qualificação da multa violou ao princípios da razoabilidade e proporcionalidade, instrumento fundamental para controle de constitucionalidade dos atos normativos, e a penalidade pecuniária excessiva de 150% configura uma forma indireta de burlar o comando constitucional que veda o confisco. 42. Invoca também o art. 112 do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, visando aplicação de penalidade menos gravosa ao contribuinte, afirmando que insuficiência (que foi o caso) e falta de recolhimento de tributos são situações distintas, o que pressupõe imposição de penalidades também distintas. 43. Por isso, afigurase desproporcional a penalidade aplicada, dado que há alternativa menos gravosa para o caso. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba – PR prolatou o Acórdão 0635.253 (sessão de 19/01/2012) mantendo o lançamento na integralidade, bem como a sujeição passiva dos responsáveis solidários. A pessoa jurídica e os coobrigados apresentaram recurso voluntário a este Colegiado, ratificando em essência as razões expedidas na peça impugnatória. É o Relatório. Fl. 2642DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10945.720214/201151 Resolução nº 1402000.168 S1C4T2 Fl. 9 8 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto Pelo exame dos autos constatase que, dentre as razões de defesa, foi suscitada a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIs e da Cofins. Essa matéria está sendo discutida no STF submetida ao crivo da repercussão geral nos termos do art. 543B do CPC, conforme decisão prolatada no RE 574705). Sendo assim, conforme § 1º, do art. 62A, do Anexo II, da Portaria MF nº 256/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, o julgamento do processo deverá ser sobrestrado até pronunciamento definitivo do STF sobre o tema. LEONARDO DE ANDRADE COUTO – Relator Fl. 2643DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 10540.001705/2008-56
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 30/06/2006
PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA
Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal.
MULTA. RECÁLCULO. GFIP. OMISSÃO. FATOS GERADORES
Constitui infração apresentar, a empresa, a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias.
Com o advento da Lei 11.941.09, para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, c, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, § 6º da Lei nº 8.212/91 c/c o art. 284, II e art. 373 do Decreto nº 3.048/99 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32-A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, nos moldes transcritos acima.
GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. PESSOA JURÍDICA. PRESSUPOSTOS. COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA COMUM DO FATO GERADOR. INOCORRÊNCIA.
Apenas existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.682
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, (i) Em preliminares: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência das competências de 01/1999 a 09/2001, com base na regra do artigo 150, parágrafo 4º do CTN. (ii) No mérito: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para determinar o recálculo da multa, de acordo com o determinado na art. 32-A, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. (iii) Por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso para excluir do pólo passivo da autuação a empresa BERTIN LTDA. Votaram pelas conclusões os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Daniele Souto Rodrigues e Carlos Alberto Mees Stringari
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201409
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 30/06/2006 PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. MULTA. RECÁLCULO. GFIP. OMISSÃO. FATOS GERADORES Constitui infração apresentar, a empresa, a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Com o advento da Lei 11.941.09, para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, c, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, § 6º da Lei nº 8.212/91 c/c o art. 284, II e art. 373 do Decreto nº 3.048/99 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32-A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, nos moldes transcritos acima. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. PESSOA JURÍDICA. PRESSUPOSTOS. COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA COMUM DO FATO GERADOR. INOCORRÊNCIA. Apenas existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10540.001705/2008-56
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5395851
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2403-002.682
nome_arquivo_s : Decisao_10540001705200856.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
nome_arquivo_pdf_s : 10540001705200856_5395851.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, (i) Em preliminares: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência das competências de 01/1999 a 09/2001, com base na regra do artigo 150, parágrafo 4º do CTN. (ii) No mérito: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para determinar o recálculo da multa, de acordo com o determinado na art. 32-A, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. (iii) Por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso para excluir do pólo passivo da autuação a empresa BERTIN LTDA. Votaram pelas conclusões os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Daniele Souto Rodrigues e Carlos Alberto Mees Stringari Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Marcelo Magalhães Peixoto - Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
id : 5700428
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:31:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251733970944
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2377; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T3 Fl. 2 1 1 S2C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10540.001705/200856 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2403002.682 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 09 de setembro de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Recorrente MAFRIP MATADOURO FRIGORÍFICO RIO PARDO S/A E OUTROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/06/2006 PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. MULTA. RECÁLCULO. GFIP. OMISSÃO. FATOS GERADORES Constitui infração apresentar, a empresa, a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Com o advento da Lei 11.941.09, para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, “c”, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, § 6º da Lei nº 8.212/91 c/c o art. 284, II e art. 373 do Decreto nº 3.048/99 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, nos moldes transcritos acima. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. PESSOA JURÍDICA. PRESSUPOSTOS. COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA COMUM DO FATO GERADOR. INOCORRÊNCIA. Apenas existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 00 17 05 /2 00 8- 56 Fl. 393DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 2 ACORDAM os membros do Colegiado, (i) Em preliminares: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência das competências de 01/1999 a 09/2001, com base na regra do artigo 150, parágrafo 4º do CTN. (ii) No mérito: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para determinar o recálculo da multa, de acordo com o determinado na art. 32A, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. (iii) Por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso para excluir do pólo passivo da autuação a empresa BERTIN LTDA. Votaram pelas conclusões os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Daniele Souto Rodrigues e Carlos Alberto Mees Stringari Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 2403002.682 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão proferida pela Secretaria da Receita Previdenciária que julgou procedente o lançamento consubstanciado no AI DEBCAD 37.018.2634, oriundo do descumprimento de obrigação acessória previsto no art. 32, IV e § 5º, da Lei nº 8.212/91, por ter a empresa apresentado GFIP’s com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. O Relatório Fiscal, fls. 10/11, relata que a empresa omitiu fatos geradores das contribuições previdenciárias em GFIP’s, estando inseridos em levantamentos constantes nos Autos de Infração de obrigação principal nº 10540.001170/200732 e nº 10540.001709/2008 34, o qual o presente processo está apensado e estão sendo conjuntamente submetidos a julgamento. Os levantamentos que a autuação faz menção são os seguintes: 1. Levantamento do Auto de Infração nº 10540.001170/200732: 1.2. Levantamento PRA – PRODUÇÃO RURAL LENHA: compreendendo os valores não declarados em GFIP nas competências 01/1999 a 06/2006, referese a fatos geradores decorrentes da comercialização de lenha, adquirida pela empresa de produtores rurais pessoas físicas, conforme verificados em lançamentos contábeis; 2. Levantamentos do Auto de Infração nº 10540.001709/200834: 2.2. FND – Folha não declarada em GFIP: neste levantamento consta fatos geradores, apurados por meio da folha de pagamento, não declarados em GFIP que faz parte dos lançamentos diferença folha x GFIP. Esta diferença, na parte relacionada ao período de abril de 2005 a junho de 2006, foi encontrada por intermédio do arquivo magnético, nos padrões do MANAD, fornecido pela empresa 2.3. ND1 – Não declarado em GFIP: levantamento referente às contribuições incidentes sobre remuneração paga a contribuintes individuais, inclusive prólabore, no período de janeiro de 1999 a fevereiro de 2006. As contribuições não foram declaradas em GFIP, nem em folha de pagamento, tendo sido feitas com base na contabilidade (livro razão em meio papel até o ano de 1999 e em meio digital a partir do ano de 2000). 2.4. ND2 – Não declarado em GFIP Frete: levantamento apurado com base nos fatos geradores de contribuições previdenciárias incidentes sobre remuneração paga a contribuintes individuais (transportadores autônomos), por meio da contabilidade cujo pagamento fora lançado na conta 3.2.1.03.015 – Fretes e carretos. O período é de janeiro de 1999 a março de 2006. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 4 A autoridade fiscal ainda relata que a empresa MAFRIP, conforme fora verificado nas atas do Conselho de Administração, era controlada até outubro de 2004 pela COOPARDO – Cooperativa Mista do Médio Rio Pardo Ltda., data em que transferiu a quantia de 7.073.089 ações para o grupo Bertin Ltda., assumindo este grupo o controle acionário da MAFRIP, pelo que se observa no artigo 4º de seu Estatuo. Dessa forma, restou caracterizado, pela fiscalização, grupo econômico, fundamentandose no art. 748 da Instrução Normativa SRP – IN nº 03/2005. A autuação foi lavrada no montante de R$ 254.024,66 (duzentos e cinquenta e quatro mil vinte e quatro reais e sessenta e seis centavos). DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa Mafrip Matadouro Frigorífico Rio Pardo S/A contestou a autuação por meio de instrumento de fls. 247/249, assim como a responsável tributário Bertin Ltda nas fls. 289/299. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da então Impugnante, a Secretaria da Receita Previdenciária de Vitória da Conquista/BA prolatou a DecisãoNotificação nº 04.423.4.0040/2007, fls. 342/349, a qual julgou procedente a autuação, conforme ementa a seguir transcrita: AUTO DE INFRAÇÃO. Constitui infração apresentar ao INSS Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, conforme previsto no inciso IV c/c § 5º, do art. 32, da Lei n.º 8.212/91. AUTUAÇÃO PROCEDENTE DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a MAFRIP interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 362/364, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, alegando que as GFIP’s foram apresentadas, a multa aplicada é em valor muito superior, uma vez que deve ser aplicado o limite de até 10 vezes o mínimo, segundo o art. 283, caput, do Decreto nº 3.048/99, fixando a monta limite R$ 11.156,95. A responsável tributária BERTIN LTDA. também interpôs tempestivamente Recurso Voluntário, fls. 367/380, alegando, em síntese: Inexistência de responsabilidade; Erro de direito; Falta de provas das condições de aplicação da legislação; Cerceamento do direito de defesa; Não inclusão da COOPARDO como acionista controlador. É o relatório. Fl. 396DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 2403002.682 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE Conforme documentos de fl. 385, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DECADÊNCIA O Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária de 12 de Junho de 2008, aprovou a Súmula Vinculante nº 8, nos seguintes termos: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Referida Súmula declara inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que impõem o prazo decadencial e prescricional de 10 (dez) anos para as contribuições previdenciárias, o que significa que tais contribuições passam a ter seus respectivos prazos contados em consonância com os artigos 150, § 4º, 173 e 174, do Código Tributário Nacional: CTN Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (...) Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Fl. 397DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 6 De acordo com o art. 103A, da Constituição Federal, a Súmula Vinculante nº 8 vincula toda a Administração Pública, inclusive este Colegiado: CF/88 Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal, poderá, de oficio ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder a sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. In casu, como se trata de contribuições sociais previdenciárias que são tributos sujeitos a lançamento por homologação, contase o prazo decadencial nos termos do art. 150, § 4º do CTN, caso se verifique a antecipação de pagamento (mesmo que parcial) ou, nos termos do art. 173, I, do CTN, quando o pagamento não foi antecipado pelo contribuinte. Nesse diapasão, mister destacar que para que seja aplicado o prazo decadencial nos termos do art. 150, § 4º do CTN, basta que haja a antecipação no pagamento de qualquer Contribuição Previdenciária, ou seja, não é necessária a antecipação em todas as competências. Havendo a antecipação parcial em uma única competência, já se aplica as regras do art. 150, § 4º do CTN. Também é entendimento deste Relator, que a antecipação a título de Contribuição Previdenciária abrange o pagamento para todas as rubricas relacionadas, tais como: destinadas a outras entidades e fundos — Terceiros (Salárioeducação e INCRA), dentre outras. Nessa esteira, é possível verificar através do Termo de Encerramento da Ação Fiscal, fls. 25/26, que dentre os documentos verificados pela autoridade fiscal, constata se a existência de comprovantes de recolhimentos, o que demonstra a existência de antecipação do pagamento, com a conseqüente aplicação do art. 150, § 4º do CTN. Ademais, tendo em vista que a obrigação acessória em epígrafe está estritamente vinculado aos fatos geradores omissos, ou seja, à obrigação principal, cujos processos foram reconhecida a decadência, não há razões que impeçam a aplicação do instituto da decadência ao caso em tela. Portanto, considerando que o período de apuração compreende as competências de 01/1999 a 06/2006 e a notificação ocorreu apenas em 17/10/2006, temse que o prazo decadencial alcançou as omissões verificadas nas competências de 01/1999 a 09/2001. DA MULTA No que tange ao cálculo da multa, é necessário tecer algumas considerações, face à edição da MP nº 449/08, convertida na Lei n° 11.941/09. Ela inseriu o art. 32A na Lei n° 8.212/91 e alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas ao inciso IV do art. 32 da Lei n° 8.212/91, in verbis: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 398DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 2403002.682 S2C4T3 Fl. 5 7 I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1º Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2º Observado o disposto no § 3º deste artigo, as multas serão reduzidas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Logo, quando houver descumprimento da Obrigação Acessória prevista no art. 32, IV da Lei nº 8.212/91, aplicase a multa prevista acima. Ocorre que ela deverá ser aplicada da seguinte forma: 1. Somase o total das informações incorretas ou omitidas; 2. Dividese o total em grupos de 10. Para cada grupo de 10 informações incorretas ou omitidas será aplicada a multa de R$ 20,00 (art. 32A, I); 3. Além dessa multa, aplicase a multa de 2% ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (art. 32A, II); Fl. 399DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 8 4. A multa mínima a ser aplicada será de R$ 500,00, para o caso da multa prevista no inciso I e R$ 500,00 para a multa prevista no inciso II, ambos do art. 32A da Lei nº 8.212/91 (art. 32A, § 3º, II). Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. Para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, “c”, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, da Lei nº 8.212/91 do Decreto nº 3.048/99 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, nos moldes transcritos acima. Nesse sentido, entendo que na execução do julgado, a autoridade fiscal deverá verificar, com base nas alterações trazidas, a situação mais benéfica ao contribuinte. DESCARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO A fiscalização imputou responsabilidade solidária à empresa BERTIN LTDA., alegando que anteriormente à 2004 a empresa autuada até então era controlada pela COOPARDO, momento em que se operou a transferência de uma quantidade significativa de ações, passando, desta feita, o controle para a empresa imputada como responsável solidária, razão pela qual restaria configurado grupo econômico. Contudo, em se tratando de caracterização de grupo econômico na seara fiscal, independentemente dos fundamentos expostos, temse que o mero fato de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico não é suficiente a ensejar a solidariedade no pólo passivo de uma demanda fiscal, fazendose imprescindível a demonstração da prática conjunta do fato gerador pelos demais responsáveis tributários. O Superior Tribunal de Justiça já possui entendimento pacífico neste sentido, tendo se manifestado em vários precedentes, assim como dispõe em recente julgado: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE PASSIVA. REEXAME DE PROVAS EM RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Não caracteriza a solidariedade passiva em execução fiscal o simples fato de duas empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico. Precedentes do STJ 2. Para verificar as alegações da parte agravante de existência de solidariedade entre o banco e a empresa de arrendamento, em contraposição ao que foi decidido pelo Tribunal de origem, é necessário o revolvimento de matéria de provas, o que é inadmissível em recurso especial, conforme a Súmula 7/STJ. 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1240335/RS, Rel Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2011, Dje 25/05/2011) Fl. 400DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 2403002.682 S2C4T3 Fl. 6 9 ____________________________________________________ AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ISS. LEGITIMIDADE PASSIVA. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES: AGRG NO ARESP 21.073/RS, REL MIN HUMBERTO MARTINS, DJE 26.10.2011 E AGRG NO AG 1.240.335/RS, REL MIN. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJE 25.05.2011. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A jurisprudência dessa Corte firmou o entendimento de que o simples fato de duas empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico, por si só, não enseja a solidariedade passiva em execução fiscal. 2. Tendo o Tribunal de origem reconhecido a inexistência de solidariedade entre o banco e a empresa arrendadora, seria necessário o reexame de matéria fáticoprobatória para se chegar a conclusão diversa, o que encontra óbice na Súmula 7 desta Corte, segundo a qual a pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. 3.Agravo Regimental do MUNICÍPIO DE GUAÍBA desprovido. (AgRg no Ag 1415293/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/06/2012) O grupo econômico restou caracterizado, segundo a fiscalização, através da transferência de ações por parte da COOPARDO à empresa BERTIN LTDA. Conforme relata, até então a empresa era controlada pela referida cooperativa, passando agora, através das transferências de ações, o controle para a responsável tributária imputada. Neste aspecto, a autoridade fiscal não esmiuçou detalhes cruciais para identificação e caracterização de grupo econômico. A mera transferência de ações não atesta que a prática comum do fato gerador, de que efetivamente a responsável solidária tenha realizado atos em comum para a ocorrência do fato gerador. A inexistência de elementos probatórios suficientes a ensejar a dita caracterização, impede que se estabeleça uma relação jurídica de solidariedade por não estar devidamente comprovada a prática comum do fato gerador. Este é o entendimento que prevalece neste Conselho: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004, 2005 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM. Atribuise a responsabilidade solidária a terceira pessoa quando comprovado o nexo existente entre os fatos geradores e a pessoa a quem se imputa a solidariedade passiva, nos termos do art. 124, inciso I do CTN. Fl. 401DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 10 (CARF. 1ª SEJUL, 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária. Processo nº. 10240.001582/200919. Conselheiro Relator Antônio Bezerra Neto. Sessão de 23/02/2011) ____________________________________________________ ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2001 a 31/12/2003 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 124, I, DO CTN, ALÍQUOTA. TAXA SELIC. São solidariamente obrigadas pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, segundo prevê o art. 124, 1, do CTN. Entendese por pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal as que participem e colaborem, entre si, da mesma situação que leve à constituição do fato gerador da obrigação tributária, como os cogestores. O beneficio da aposentadoria especial será financiado com os recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso 11 do art. 22 da Lei 8,212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa. Embargos Acolhidos. Crédito Tributário Mantido. (CARF. 2ª SEJUL, 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária. Processo nº. 36582.0020.36/200411. Conselheiro Relator Damião Cordeiro de Moraes. Sessão de 19/08/2010) Nessa esteira, o entendimento presentemente exarado também encontra guarida na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, conforme julgados a seguir destacados: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ISS. LEGITIMIDADE PASSIVA. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. SÚMULA 7/STJ. 1. A jurisprudência do STJ entende que existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação. 2. A pretensão da recorrente em ver reconhecido o interesse comum entre o Banco Bradesco S/A e a empresa de leasing na ocorrência do fato gerador do crédito tributário encontra óbice na Súmula 7 desta Corte. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 21.073/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/10/2011, DJe 26/10/2011) Fl. 402DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 2403002.682 S2C4T3 Fl. 7 11 ____________________________________________________ PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. LEGITIMIDADE PASSIVA. EMPRESAS PERTENCENTES AO MESMO CONGLOMERADO FINANCEIRO. SOLIDARIEDADE. INEXISTÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ART. 124, I, DO CTN. NÃOOCORRÊNCIA. DESPROVIMENTO. 1. "Na responsabilidade solidária de que cuida o art. 124, I, do CTN, não basta o fato de as empresas pertencerem ao mesmo grupo econômico, o que por si só, não tem o condão de provocar a solidariedade no pagamento de tributo devido por uma das empresas" (HARADA, Kiyoshi. "Responsabilidade tributária solidária por interesse comum na situação que constitua o fato gerador"). 2. Para se caracterizar responsabilidade solidária em matéria tributária entre duas empresas pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro, é imprescindível que ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, sendo irrelevante a mera participação no resultado dos eventuais lucros auferidos pela outra empresa coligada ou do mesmo grupo econômico. 3. Recurso especial desprovido. (REsp nº. 834.044/RS 2006/00654491 – Ministra Denise Arruda – Data do Julgamento em 11/11/2008) Portanto, uma vez não comprovada a efetiva participação da empresa solidária BERTIN LTDA. na consecução da prática comum dos fatos geradores em epígrafe, não se vislumbram as hipóteses que permitam a imputação de responsabilidade a terceiros. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto pelo provimento do Recurso Voluntário, para: preliminarmente (i) reconhecer a decadência das competências de 01/1999 a 09/2001; e, no mérito, (ii) excluir do pólo passivo da autuação BERTIN LTDA; (iii) assim como determinar o recálculo da multa, de acordo com o determinado no art. 32A, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte, na forma descrita no corpo do voto. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 403DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO
score : 1.0
Numero do processo: 19311.000351/2009-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 17 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Nov 21 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2402-000.385
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para tramitação conjunta com os processos relativos à obrigação principal.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Lourenço Ferreira do Prado - Relator
Participaram do presente Julgamento os Conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: LOURENCO FERREIRA DO PRADO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201309
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Nov 21 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 19311.000351/2009-81
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5399682
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Nov 21 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2402-000.385
nome_arquivo_s : Decisao_19311000351200981.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : LOURENCO FERREIRA DO PRADO
nome_arquivo_pdf_s : 19311000351200981_5399682.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para tramitação conjunta com os processos relativos à obrigação principal. Júlio César Vieira Gomes - Presidente Lourenço Ferreira do Prado - Relator Participaram do presente Julgamento os Conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Lourenço Ferreira do Prado.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 17 00:00:00 UTC 2013
id : 5730471
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:06 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251738165248
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1324; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 81 1 80 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19311.000351/200981 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2402000.385 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 17 de setembro de 2013 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL ATIBAIENSE Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para tramitação conjunta com os processos relativos à obrigação principal. Júlio César Vieira Gomes Presidente Lourenço Ferreira do Prado Relator Participaram do presente Julgamento os Conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Lourenço Ferreira do Prado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 93 11 .0 00 35 1/ 20 09 -8 1 Fl. 90DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 12/11/20 14 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19311.000351/200981 Resolução nº 2402000.385 S2C4T2 Fl. 82 2 RELATÓRIO Tratase de Recurso Voluntário interposto por ASSOCIAÇÃO CULTURAL E EDUCACIONAL ATIBAIENSE em face de acórdão que manteve a integralidade do Auto de Infração n. 37.170.4260, lavrado para a cobrança de multa por ter deixado a recorrente de registrar em sua contabilidade os valores de gratuidades concedidas a seus empregados, no caso bolsas de estudo, consideradas pela fiscalização como remuneração indireta, omitindo, portanto fatos geradores de contribuições previdenciárias. O lançamento compreende o período de 01/2004 a 12/2004, tendo sido o contribuinte cientificado em 22/07/2008 (fls. 01). Devidamente intimado do julgamento em primeira instância (fls.64), a recorrente interpôs o competente recurso voluntário, através do qual sustenta: a. a necessidade do julgamento em conjunto do presente Auto de Infração com os demais processos nos quais se discute a obrigação principal, qual seja a incidência ou não das contribuições sobre a concessão de bolsas de estudo; b. que não houve qualquer equívoco na escrituração contábil, uma vez que, em não sendo as bolsas de estudo base de cálculo de contribuições previdenciárias, todos os lançamentos efetuados estavam corretos; c. requereu, portanto, a anulação da multa; Processado o recurso sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 12/11/20 14 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19311.000351/200981 Resolução nº 2402000.385 S2C4T2 Fl. 83 3 VOTO Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado Relator Conforme já relatado, tratase da imposição de multa por ter deixado a recorrente de registrar em sua contabilidade os valores de gratuidades concedidas a seus empregados. Em que pese em alguns casos, referida infração independer do lançamento principal, não é o que verifico nos autos do presente processo, eis que a autuação se deu pela apresentação de contabilidade com informações divergentes da realidade pelo simples fato da não consideração do contribuinte que as bolsas de estudo não fariam parte da escrituração relativa às contribuições previdenciárias. Da análise do TEAF e da própria defesa apresentada, percebese que a recorrente teve contra si lavrados outros Autos de de Infração, conforme resta indicado no TEAF de fls. 40 De todos os Autos de Infração e NFLD´s indicadas no TEAF, sejam relativos a obrigações principais ou acessórias, não foi possível descobrirse o paradeiro de todos eles, especialmente nos quais foram lançadas as contribuições previdenciárias incidentes sobre a rubrica bolsa de estudos. Por tais motivos, tenho que o julgamento do presente Auto de Infração deve se dar somente em conjunto com as NFLD´s correlatas, ou, quando este já esteja definitivamente julgado. Assim sendo, voto no sentido de que o presente julgamento seja CONVERTIDO EM DILIGÊNCIA, para que os autos do presente processo passem a tramitar em conjunto com os relativos ao lançamento da obrigação principal. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 12/11/20 14 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10980.908966/2008-10
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2003
PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA.
O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 1803-002.377
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201409
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2003 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
turma_s : Terceira Turma Especial da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10980.908966/2008-10
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5386984
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 1803-002.377
nome_arquivo_s : Decisao_10980908966200810.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : CARMEN FERREIRA SARAIVA
nome_arquivo_pdf_s : 10980908966200810_5386984.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
dt_sessao_tdt : Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
id : 5651539
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:29:42 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251770671104
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1931; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE03 Fl. 131 1 130 S1TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.908966/200810 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1803002.377 – 3ª Turma Especial Sessão de 24 de setembro de 2014 Matéria PER/DCOMP Recorrente OZYX EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2003 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva. Relatório A Recorrente formalizou os Pedidos de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) nºs 36003.13198.280906.1.3.028222 20010.40422.030507.1.7.020609, 38690.49975.030507.1.7.027328, 39831.73638.010807.1.3.023012, 01132.42714.150906.1.3.027930, 08474.60275 290107.1.3.026554 e 17985.46024.030907.1.3.027805, fls. 0812, utilizandose de saldo negativo de Imposto Sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) no valor de R$1.789,03 do ano AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 90 89 66 /2 00 8- 10 Fl. 131DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.908966/200810 Acórdão n.º 1803002.377 S1TE03 Fl. 132 2 calendário de 2002, apurado pelo regime do lucro real anual, para compensação dos débitos ali confessados. Em conformidade com o Despacho Decisório, fl. 02, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido. Restou esclarecido que: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, constatouse que não houve apuração de credito na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) [fls. 3179] correspondente ao período de apuração do saldo negativo informado no PER/DCOMP. Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$1.789,03. Valor do crédito na DIPJ: R$ 0,00 Diante do exposto, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada nos seguintes PER/DCOMP: 36003.13198.280906.1.3.028222 20010.40422.030507.1.7.020609 38690.49975.030507.1.7.027328 39831.73638.010807.1.3.023012 01132.42714.150906.1.3.027930 08474.60275290107.1.3.026554 17985.46024.030907.1.3.027805 Para tanto, cabe indicar o seguinte enquadramento legal: art. 1º, art. 6º, art. 28 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade, fls. 02, com os argumentos discriminados. Tece esclarecimentos sobre os fatos e suscita que: Da Existência do Crédito Utilizado pela Empresa A Receita Federal não está homologando as compensações declaradas nas PER/DCOMP’s, por entender que o crédito utilizado é inexistente. Segundo se extrai do despacho decisório, a não homologação decorreu da constatação de que não houve apuração de credito na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). Ocorre que ao analisar a Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) de 2003 — ano base 2002, enviada em 30/06/2003, é notória a existência do crédito utilizado na compensação. Conforme se verifica das fls. 46 da DIPJ de 2003 (ano base 2002), a empresa apurou crédito de Imposto de Renda Retido na Fonte no valor de R$1.789,03. Essa quantia é o resultado da soma dos seguintes impostos: R$640,64 e R$1.148,39 (fls. 46 da declaração em questão juntada no anexo III). Ainda, convém salientar que em o crédito pleiteado é devido posto que a empresa apurou prejuízo em todo o período, como pode se verificar da DIPJ inserida no anexo III (fls. 5/11). Fl. 132DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.908966/200810 Acórdão n.º 1803002.377 S1TE03 Fl. 133 3 Por toda a fundamentação ora aduzida, deve ser revisto o despacho decisório que por entender que o crédito era inexistente não homologou as compensações efetuadas pela empresa ora manifestante. Do Pedido Face ao exposto, requer se digne Vossa Senhoria, com o devido respeito, reconhecer o crédito pleiteado e, conseqüentemente, homologar as compensações realizadas. Está registrado como ementa do Acórdão da 1ª TURMA/DRJ/CTA/PR nº 06 29.288, de 19.11.2010, fls. 100107: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Anocalendário: 2002 PER/DCOMP. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DIVERGÊNCIA ENTRE 0 VALOR INFORMADO NA DIPJ E NO PER/DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. A única via admissível para a efetuação de compensação é por meio da entrega da respectiva declaração, a qual deve, obrigatoriamente, (a) seguir as regras de preenchimento estabelecidas pela RFB, conforme o §14, art. 74, da Lei 9.430/06; e (b) informar os créditos que foram utilizados naquela declaração de compensação, conforme o §1°. Portanto, em cumprimento ao disposto no art. 170 do CTN e do §14 do art. 74 da Lei n° 9.430/96, na hipótese de a origem do direito creditório ser saldo negativo de IRPJ, o direito de compensação do contribuinte está condicionado a que informe no PER/DCOMP idêntico valor de saldo negativo de IRPJ em relação ao que foi informado na DIPJ. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Notificada em 07.12.2010, fl. 121, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 15.12.2010, fls. 122126, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge e reitera os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Acrescenta que: Da Existência do Crédito Utilizado pela Empresa A Receita Federal não está homologando as compensações declaradas nas PER/DCOMP’s, porque os créditos utilizados nas mesmas já foram utilizados para pagar outros débitos, conforme declarado nas DCTF's relativas ao 3º e 4º Trimestre de 2003. Cumpre esclarecer que a empresa recolheu IRPJ/CSLL por estimativa com base na receita. Sendo assim, por ocasião do fechamento do balanço apurou prejuízos em todos os meses conforme informado na DIPJ. Ocorre que a DCTF correspondente, foi entregue informando débito do imposto por estimativa e o pagamento efetuado, o que, por óbvio, deveria ter sido retificado na época quando do fechamento do balanço que não apurou nenhum débito. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.908966/200810 Acórdão n.º 1803002.377 S1TE03 Fl. 134 4 Por essa razão, a fim de corrigir o erro cometido, a empresa procedeu à retificação das DCTF's relativas ao 3° e 4° Trimestre de 2003, conforme se denota dos documentos juntados no anexo III da impugnação. Convém destacar que mesmo o erro ocorreu quando da apresentação das DCTF's o fato é que o crédito utilizado nas compensações é existente. Por toda a fundamentação ora aduzida, deve ser revisto o despacho decisório que por entender que o crédito era inexistente não homologou as compensações efetuadas pela empresa ora recorrente. Do Pedido Pelo exposto, requer seja admitido o presente recurso, remetendose os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF da Secretaria da Receita Federal para que conheça, julgue e dê provimento ao presente recurso, reconhecendo o crédito pleiteado e, conseqüentemente, homologando as compensações realizadas. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional (§ 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996). A Recorrente suscita que o Per/DComp deve ser deferido. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em de 30.12.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, bem como que o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o Fl. 134DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.908966/200810 Acórdão n.º 1803002.377 S1TE03 Fl. 135 5 procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. 1. O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais2. Instaurada a fase litigiosa do procedimento, cabe à Recorrente detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. Para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta excluídos, via de regra, as vendas canceladas, os descontos concedidos incondicionalmente e os impostos incidentes sobre vendas. Excepcionalmente a legislação prevê taxativamente as hipóteses em que a pessoa jurídica pode deduzir outras parcelas da receita bruta. O lucro bruto é o resultado da atividade de venda de bens ou serviços que constitua seu objeto e corresponde à diferença entre a receita líquida das vendas e serviços e o custo dos bens e serviços vendidos. O lucro operacional é o lucro bruto excluídos os custos e as despesas operacionais necessárias, usuais e normais à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora incorridas para a realização operações exigidas pela sua atividade econômica apropriadas simultaneamente às receitas que gerarem, em conformidade com o regime de competência e com o princípio da independência dos exercícios. 1 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A do Códido Tributário Nacional, art. 9º do Decreto Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, 1º e art. 2º, art. 51 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. 2 Fundamentação legal : art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995, art. 6º e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.908966/200810 Acórdão n.º 1803002.377 S1TE03 Fl. 136 6 O lucro líquido é a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais e das participações e deve ser determinado com observância dos preceitos da lei comercial3. A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do IRPJ pelo regime de tributação com base no lucro real anual deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano. O IRPJ a ser pago será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a vinte mil reais ficará sujeita à incidência de adicional do imposto à alíquota de dez por cento4. A pessoa jurídica pode deduzir do tributo devido o valor dos incentivos fiscais previstos na legislação de regência, do tributo pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real, bem como o IRPJ determinado sobre a base de cálculo estimada no caso utilização do regime com base no lucro real anual, para efeito de determinação do saldo de IRPJ a pagar ou a ser compensado no encerramento do ano calendário, ocasião em que se verifica a sua liquidez e certeza5. A legislação prevê que no regime de tributação com base no lucro real a pessoa jurídica pode deduzir do valor apurado no encerramento do período, o IRRF incidente sobre as receitas que integraram a base de cálculo correspondente6. Os rendimentos de aplicações financeiras devem ser incluídos no lucro operacional e, quando derivados de operações ou títulos com vencimento posterior ao encerramento do período de apuração, podem ser rateados pelos períodos a que competirem, ou seja, podem ser rateados segundo o regime de competência. Ademais, os rendimentos da pessoa jurídica ficam sujeitos ao IRRF quando ocorrer o pagamento ou o crédito contábil da fonte pagadora7. A pessoa jurídica está obrigada a prestar à RFB informações sobre os rendimentos que pagaram ou creditaram no anocalendário anterior com indicação da natureza das respectivas importâncias, do nome, endereço e número de inscrição no CNPJ das pessoas que o receberam, bem como valor do imposto de renda retido da fonte. Também a pessoas jurídica que efetuar pagamento ou crédito de rendimentos sujeitos à retenção do imposto na fonte devem fornecer, em duas vias, à pessoa jurídica beneficiária o Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte8. Vale esclarecer que a pessoa jurídica poderá deduzir da do IRPJ devido o valor retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo (Súmula CARF nº 80). A legislação prevê que o valor do IRRF é considerado como antecipação do IRPJ devido referentes aos códigos de arrecadação nºs: 3 Fundamentação legal : art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995, art. 6º e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 4 Fundamentação legal: Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 5 Fundamentação legal: art. 170 do Código Tributário Nacional, art. 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 2º da Lei nº 9.430, 27 de dezembro de 1996. 6 Fundamentação legal: Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003. 7 Fundamentação legal: art. 17 do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 65 e art. 76 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 11 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. 8 Fundamentação legal: art. 11 do DecretoLei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982, art. 10 do DecretoLei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983, art. 13 da Lei nº 4.154, de 28 de novembro de1962 e art. 1º da Lei nº 6.623, de 23 de março de 1979. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.908966/200810 Acórdão n.º 1803002.377 S1TE03 Fl. 137 7 3426 aplicações financeiras em renda fixa (art.65 e art. 76 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995); e 6800 – fundo de investimento financeiro renda fixa (art. 73 e art. 76 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 29, art. 30, art. 31 e art. 32 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997). Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. A Recorrente afirma que tem direito ao reconhecimento do saldo negativo de IRPJ no valor de R$1.789,03 do anocalendário de 2002, apurado pelo regime do lucro real anual. Analisando a Ficha 12A Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), fl. 42, do ano calendário de 2002, temse que todos os valores ali encontramse zerados. Na Ficha 06A – Demonstração do Resultado foi informado o valor de R$9.219,68 a título de Outras Receitas Financeiras. Na Ficha 43 – Demonstrativo de Imposto e Renda Retido na Fonte constam: 01. CNPJ da Fonte Pagadora: 58.160.789/000128 Nome: BANCO SAFRA S/A Código da Receita: 3426 Aplicações financeiras de renda fixa Rendimento Bruto 3.203,25 Imposto de Renda Retido na Fonte 640,64 02. CNPJ da Fonte Pagadora: 58.160.789/000128 Nome: BANCO SAFRA S/A Código da Receita: 6800 Aplicações financeiras em fundos de investimentos renda fixa Rendimento Bruto 5.742,02 Imposto de Renda Retido na Fonte 1.148,39 Nas Declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) retificadoras, fls. 9699, apresentadas pelo Banco Safra S/A, CNPJ 58.160.7891000128, encontramse que: código 3426 – Rendimento Bruto – R$3.493,04 – IRRF – 698,59; e código 6800 – Rendimento Bruto – R$5.742,29 – IRRF – 1.148,43. Verificase assim que houve erro no preenchimento na Ficha 12A Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real da DIPJ, fl. 42, do anocalendário de 2002, que se Fl. 137DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.908966/200810 Acórdão n.º 1803002.377 S1TE03 Fl. 138 8 encontra demonstrado pelo cotejo com as DIRF apresentadas pela fonte pagadora, Banco Safra S/A, fls. 9699. Deve ser reconhecido direito creditório pleiteado, pois restaram comprovadas inequivocamente a liquidez e a certeza, mediante a produção nos autos do conjunto probatório robusto, no valor de R$1.789,03 a título de saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2002 decorrente do IRRF, que deve ser considerado para fins de compensação dos débitos confessados nos Per/DComp constantes nos presente autos até o limite deste crédito. Nesse sentido, fica superado o erro de preenchimento da Ficha 12A Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), fl. 42, do anocalendário de 2002. Em assim sucedendo, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer direito creditório pleiteado no valor de R$1.789,03 a título de saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2002, decorrente do IRRF, que deve ser considerado para fins de compensação dos débitos confessados nos Per/DComp constantes nos presente autos até o limite deste crédito. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 138DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
score : 1.0
Numero do processo: 10120.721624/2011-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 01/01/2011
ISENÇÃO. IPI. DEFICIENTE FÍSICO.
A deficiência física, decorrente de deformidade adquirida de membros, que não estética, é uma das hipóteses de deficiência enumeradas pela Lei nº 8.989/95. Apresentado nos autos laudos que atestem a presença de deficiência prevista nas normas pertinentes há de ser reconhecido o direito à isenção.
Numero da decisão: 3102-002.269
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
[assinado digitalmente]
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
[assinado digitalmente]
Andréa Medrado Darzé - Relatora.
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Luis Feistauer de Oliveira, Miriam de Fátima Lavocat de Queiro, Demes Brito e José Fernandes do Nascimento.
Nome do relator: ANDREA MEDRADO DARZE
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201408
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Data do fato gerador: 01/01/2011 ISENÇÃO. IPI. DEFICIENTE FÍSICO. A deficiência física, decorrente de deformidade adquirida de membros, que não estética, é uma das hipóteses de deficiência enumeradas pela Lei nº 8.989/95. Apresentado nos autos laudos que atestem a presença de deficiência prevista nas normas pertinentes há de ser reconhecido o direito à isenção.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10120.721624/2011-12
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5391310
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3102-002.269
nome_arquivo_s : Decisao_10120721624201112.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ANDREA MEDRADO DARZE
nome_arquivo_pdf_s : 10120721624201112_5391310.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. [assinado digitalmente] Ricardo Paulo Rosa - Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé - Relatora. Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Luis Feistauer de Oliveira, Miriam de Fátima Lavocat de Queiro, Demes Brito e José Fernandes do Nascimento.
dt_sessao_tdt : Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
id : 5673280
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:30:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251779059712
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1829; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 11 1 10 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10120.721624/201112 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3102002.269 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 21 de agosto de 2014 Matéria IPI. ISENÇÃO Recorrente CARLOS FRANCISCO DA SILVA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 01/01/2011 ISENÇÃO. IPI. DEFICIENTE FÍSICO. A deficiência física, decorrente de deformidade adquirida de membros, que não estética, é uma das hipóteses de deficiência enumeradas pela Lei nº 8.989/95. Apresentado nos autos laudos que atestem a presença de deficiência prevista nas normas pertinentes há de ser reconhecido o direito à isenção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. [assinado digitalmente] Ricardo Paulo Rosa Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Relatora. Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Luis Feistauer de Oliveira, Miriam de Fátima Lavocat de Queiro, Demes Brito e José Fernandes do Nascimento. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da DRJ em Juiz de Fora que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, por AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 16 24 /2 01 1- 12 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA 2 entender que “a isenção de que trata a Lei nº 8.989/95 e alterações posteriores restringese às hipóteses citadas em seu art.1º, bem como àquelas previstas no Decreto nº 3298/99, conforme interpretação expressa no art.2º, §1º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 988/2009. Assim, é de se indeferir o pedido quando o laudo médico não atesta a presença de deficiência prevista nas normas pertinentes.”. O ora Recorrente requereu o reconhecimento de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI (fl. 2), incidente na aquisição de automóvel de passageiros ou veículo de uso misto, de fabricação nacional, em que a pessoa requerente declara ser portadora de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou de autismo. Instruiu seu pedido com os seguintes documentos (fls. 5, 7 a 8): Declaração de Disponibilidade Financeira ou Patrimonial (fl. 3), Declaração de que é segurada do Regime Geral de Previdência Social (fl. 4), Laudo de Avaliação – Deficiência Física e/ou Visual, de Serviço Médico Privado integrante do SUS (fls. 9 a 11), e Laudo Médico particular (fl. 12). Os extratos de sistemas informatizados da Receita Federal do Brasil mostram a situação fiscal da pessoa requerente (fls. 20 a 24) e noticiam a autorização de Isenção do IPI anterior. (2008) A DRF em Goiás proferiu despacho decisório indeferindo o pedido do contribuinte por entender que “fratura óssea é uma emergência médica e dor e limitação funcional que não sejam causadas pelas deficiências previstas na legislação, não se incluem entre as deficiências a cujos portadores a lei outorga a Isenção do IPI na aquisição de veículo. Irresignado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, instruindoa com um novo laudo oficial, no qual atestaria que é portador de deficiência física. Antes de apreciar a manifestação de inconformidade, o Presidente da 3ª Turma da DRJ de Juiz de Fora solicitou a produção de diligência nos seguintes termos (fl. 51): Que se intime a interessada a apresentar novo laudo (nos moldes do anexo IX da IN SRF Nº 988/2009), que analise as sequelas da “FRATURA DO PIVOT DO JOELHO” e as enquadre na codificação CID10. Além disso, que se leve em conta, no novo laudo, as denominações que constam da Lei nº 8989/95 como deficiências passíveis de concessão do benefício (paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia ou hemiparesia). Também que se considere o fato de que se há deformidade adquirida de membro, que tal seja dito explicitamente. OBS: A INTIMAÇÃO DEVE REPRODUZIR OS EXATOS TERMOS DO TEXTO SUPRA. Às fls. 56/57 foi anexado aos autos laudo no modelo do Anexo IX da Receita Federal, assinado por três médicos, no qual atestam que o ora Recorrente é deficiente físico, com limitação funcional do membro inferior esquerdo. Além disso, à fl. 58 foi anexado laudo emitido pelo SUS, no qual atesta, igualmente, que o Recorrente tem limitação funcional, não conseguindo mais realizar as atividades laborativas. Já à fl. 59 foi apresentado laudo da Ortoclínica Bueno que atesta que o Recorrente tem limitação funcional importante, não conseguindo mais realizar suas atividades laborativas. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10120.721624/201112 Acórdão n.º 3102002.269 S3C1T2 Fl. 12 3 A DRJ em Juiz de Fora julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 01/01/2011 ISENÇÃO.IPI.DEFICIENTE FÍSICO. A isenção de que trata a Lei nº 8.989/95 e alterações posteriores restringese às hipóteses citadas em seu art.1º, bem como àquelas previstas no Decreto nº 3298/99, conforme interpretação expressa no art.2º, §1º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 988/2009. É de se indeferir o pedido quando o laudo médico não atesta a presença de deficiência prevista nas normas pertinentes. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito em Litígio Irresignado com a decisão da DRJ em Belo Horizonte, o contribuinte recorre a este Conselho, basicamente repetindo as razões apresentadas na sua impugnação. É o relatório. Voto Conselheira Andréa Medrado Darzé. O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme é possível perceber do relato acima, a presente controvérsia restringese a verificar se há prova nos autos o ora Recorrente é portadora de deficiência física nos termos do art. 1º da Lei nº 8989/95 c/c o art. 4º, I, do Decreto nº 3.298/99, fazendo jus, por esse mesmo motivo, à isenção de IPI de que tratam estes dispositivos normativos. Pois bem. A isenção do IPI sobre a saída de automóvel de passageiros ou de uso misto é outorgada às pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas. É deficiente físico o portador de, pelo menos, uma das formas nomeadas na Tabela I, na dicção do art. 1º, inciso IV, e §1º da Lei nº 8.989, de 24/2/1995, alterado pelas Leis nº 9.317, de 5/12/1996, e nº 10.690, de 16/6/2003: Tabela I – Deficiências Físicas que asseguram direito à Isenção do IPI1 1. Paraplegia 2. Paraparesia 3. Monoplegia 4. Monoparesia 5. Tetraplegia Fl. 101DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA 4 6. Tetraparesia 7. Triplegia 8. Triparesia 9. Hemiplegia 10. Hemiparesia 11. Amputação de Membro 12. Ausência de Membro 13. Paralisia Cerebral 14. Ostomia 15. Nanismo 16. Membro com Deformidade* Congênita Não Estética** 17. Membro com Deformidade* Adquirida Não Estética** * Deformidade, no Dicionário de Termos Médicos, significa: “a malformação congênita grosseira do corpo que é evidenciada pela observação visual simples”; A Lei admite também a deformidade adquirida de membro; ** Somente dão direito à isenção do IPI as deformidades de membros (braços ou pernas) que não sejam meramente estéticas e que causem dificuldades para o desempenho da função física do respectivo membro Referidos enunciados legais prescrevem o seguinte: Lei nº 8.989/95 Art.1º(...) § 1o Para a concessão do benefício previsto no art. 1o é considerada também pessoa portadora de deficiência física aquela que apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentandose sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. (Incluído pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003) Decreto nº 3.298/99 Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: I – deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as Fl. 102DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10120.721624/201112 Acórdão n.º 3102002.269 S3C1T2 Fl. 13 5 que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) Como se vê, uma das modalidades de deficiência física é justamente a deformidade adquirida de membros, exceto as deformidades estéticas, definida na Tabela I, na dicção do art. 1º, inciso IV, e §1º da Lei nº 8.989, de 24/2/1995, alterado pelas Leis nº 9.317, de 5/12/1996, e nº 10.690, de 16/6/2003, justamente como aquelas que causem dificuldades para o desempenho da função física do respectivo membro. Ora, como é possível verificar do relato acima, a Recorrente juntou aos autos uma série de laudos, oficiais ou não, sendo que em todos está atestado expressamente que é deficiente físico, tendo limitação funcional importante, não conseguindo mais realizar suas atividades laborativas. Para que não pairem dúvidas, vale lembrar os laudos apresentados ao processo: à fl. 09 consta laudo na qual a equipe médica nomeou a deficiência como “Deficiência Física” e, no campo: Descrição detalhada descreveu a deficiência como: “Dor e limitação funcional do membro inferior direito em decorrência de fratura do pivot do joelho com perda óssea (CID10: S72.4 – Fratura da extremidade distal do fêmur; M25.5 – Dor articular)”. Às fls. 56/57 foi anexado aos autos outro laudo no modelo do Anexo IX da Receita Federal, assinado por três médicos, no qual atestam que o ora Recorrente é deficiente físico, com limitação funcional do membro inferior esquerdo. Além disso, à fl. 58 foi anexado laudo emitido pelo SUS, no qual atesta, igualmente, que o Recorrente tem limitação funcional, não conseguindo mais realizar as atividades laborativas. Já à fl. 59 foi apresentado laudo da Ortoclínica Bueno que atesta que o Recorrente tem limitação funcional importante, não conseguindo mais realizar suas atividades laborativas. Vale, ainda, destacar que tanto o laudo da fl. 9 como o da fl. 56 foram elaborados de acordo com as normas e requisitos para a emissão de laudos e avaliações para o benefício previsto na Lei nº 8.989, de 24/2/1995. Sendo assim, e somandose a estas provas o fato de o contribuinte já ter reconhecido anteriormente pela Receita Federal o presente benefício, há de ser deferido o pedido do contribuinte. Afinal, diversamente do que sugere a decisão recorrida, os elementos de prova são mais do que suficientes para atestar que o Recorrente é portador de deficiência física, decorrente de deformidade adquirida de membros, que não estética, a qual está textualmente relacionada no art. 1º, §1º da Lei nº 8.989/1995. Em face do exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. [Assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Fl. 103DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA 6 Fl. 104DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10218.720810/2007-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO DO ADA.
A partir do exercício de 2001 é indispensável a apresentação do Ato Declaratório Ambiental como condição para o gozo da redução do ITR em se tratando de áreas de preservação permanente e de reserva legal, tendo em vista a existência de lei estabelecendo expressamente tal obrigação.
ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO.
Áreas de reserva legal são aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, de sorte que a falta da averbação impede sua exclusão para fins de cálculo da área tributável.
VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO. LAUDO DE AVALIAÇÃO.
O arbitramento do valor da terra nua deve prevalecer, mormente quando calcado em Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-003.182
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente.
Assinado digitalmente
NÚBIA MATOS MOURA Relatora.
EDITADO EM: 10/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2004 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO DO ADA. A partir do exercício de 2001 é indispensável a apresentação do Ato Declaratório Ambiental como condição para o gozo da redução do ITR em se tratando de áreas de preservação permanente e de reserva legal, tendo em vista a existência de lei estabelecendo expressamente tal obrigação. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. Áreas de reserva legal são aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, de sorte que a falta da averbação impede sua exclusão para fins de cálculo da área tributável. VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO. LAUDO DE AVALIAÇÃO. O arbitramento do valor da terra nua deve prevalecer, mormente quando calcado em Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10218.720810/2007-79
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5400066
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2102-003.182
nome_arquivo_s : Decisao_10218720810200779.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : NUBIA MATOS MOURA
nome_arquivo_pdf_s : 10218720810200779_5400066.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente. Assinado digitalmente NÚBIA MATOS MOURA Relatora. EDITADO EM: 10/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti.
dt_sessao_tdt : Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
id : 5731092
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:09 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251795836928
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1931; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 161 1 160 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10218.720810/200779 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2102003.182 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 6 de novembro de 2014 Matéria ITR APP, ARL e VTN Recorrente NASSANDRO FERREIRA GARCIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO DO ADA. A partir do exercício de 2001 é indispensável a apresentação do Ato Declaratório Ambiental como condição para o gozo da redução do ITR em se tratando de áreas de preservação permanente e de reserva legal, tendo em vista a existência de lei estabelecendo expressamente tal obrigação. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. Áreas de reserva legal são aquelas averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, de sorte que a falta da averbação impede sua exclusão para fins de cálculo da área tributável. VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO. LAUDO DE AVALIAÇÃO. O arbitramento do valor da terra nua deve prevalecer, mormente quando calcado em Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente. Assinado digitalmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 8. 72 08 10 /2 00 7- 79 Fl. 161DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.720810/200779 Acórdão n.º 2102003.182 S2C1T2 Fl. 162 2 NÚBIA MATOS MOURA – Relatora. EDITADO EM: 10/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Bernardo Schmidt, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Núbia Matos Moura e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Relatório Contra NASSANDRO FERREIRA GARCIA foi lavrada Notificação de Lançamento, fls. 01/03, para formalização de exigência de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) do imóvel denominado Fazenda Araguaina, com área total de 4.356,0 ha (NIRF 6.945.4388), relativo ao exercício 2004, no valor de R$ 26.014,02, incluindo multa de ofício e juros de mora, calculados até 28/12/2007. As infrações imputadas ao contribuinte foram glosa total da área de reserva legal, por falta de apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) e arbitramento do Valor da Terra Nua (VTN), ancorado em Laudo de Avaliação, apresentado pelo contribuinte: ITR 2004 Declarado Apurado na Notificação 03Área de Reserva Legal 3.484,8 ha 0,0 ha 20Valor da Terra Nua R$ 26.400,00 R$ 137.214,00 Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, que foi considerada improcedente pela autoridade julgadora de primeira instância, conforme Acórdão DRJ/BSA nº 0346.450, de 14/12/2011, fls. 113/126. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 29/08/2013, Aviso de Recebimento (AR), fls. 128, o contribuinte apresentou, em 18/09/2013, recurso voluntário, fls. 130/158, trazendo as seguintes alegações: que está pacificado, praticamente sumulado, que não é necessária a prévia averbação da área de reserva legal junto à matrícula do imóvel, tampouco apresentação de ADA. que a averbação da reserva legal junto à matrícula do imóvel não é fator preponderante para a sua existência, uma vez que não é o ato de averbação que a constitui, tanto que o proprietário está obrigado a respeitála, independentemente de a mesma estar ou não averbada. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.720810/200779 Acórdão n.º 2102003.182 S2C1T2 Fl. 163 3 que a própria legislação que rege a matéria prevê expressamente a dispensa de apresentação do ADA para fins de comprovação da existência de reserva legal e áreas de preservação permanente, ressalvado apenas a cobrança do imposto suplementar, caso declaração não seja verdadeira, o que obviamente não é o caso, já que está provado que a área em questão tem sua cobertura florestal absolutamente intacta. que a Receita Federal não poderia condicionar a aceitação do Laudo de Avaliação ao enquadramento deste às disposições da NBR/ABNT 146533. que o procedimento da Receita Federal está à revelia da realidade, já que se baseia por tabelas, as quais não levam em consideração os fatores peculiares do imóvel, mas, tão somente, a localização do imóvel. que requer o reconhecimento da existência da área de reserva legal e da área de preservação permanente e o reconhecimento e aceitação dos valores estipulados no laudo de avaliação apresentado durante o procedimento fiscal. É o Relatório. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.720810/200779 Acórdão n.º 2102003.182 S2C1T2 Fl. 164 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Muito embora o lançamento apenas trate de área de reserva legal e de arbitramento do VTN, da leitura do recurso verificase que o contribuinte pretende ver sua DITR do exercício 2004 retificada, posto que nos cálculos que faz para chegar ao imposto suplementar devido, fls. 152, inclui uma área de preservação permanente de 262,9 ha. Como tal área não havia sido originalmente informada, concluise pela pretensão de uma retificação da DITR. Ocorre que, ao contrário do que entende a defesa, a apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) é condição imprescindível para fins de redução do imposto a pagar. A partir da vigência da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000, que deu nova redação à Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, tal exigência passou a ter expressa disposição legal. “Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1º A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA.(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)” (grifei) Do artigo acima transcrito, resta claro que, a partir do exercício 2001, a obtenção do ADA é condição necessária e obrigatória para que o contribuinte usufrua a redução do valor a pagar do ITR quanto às áreas de preservação permanente e de reserva legal. No presente caso, o ITR exigido no lançamento referese ao exercício 2004 e a nãoapresentação do ADA implica em descumprimento dos requisitos necessários para a concessão da isenção. Nessa conformidade, não há como acatar o pedido de retificação da DITR, para fins de reconhecimento da área de preservação permanente, tampouco podese cancelar a glosa da área de reserva legal, promovida pela autoridade fiscal. Como se vê, a simples ausência do ADA é condição suficiente para manter a glosa da área de reserva legal, contudo, no presente caso, somase a este fato a falta de Fl. 164DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.720810/200779 Acórdão n.º 2102003.182 S2C1T2 Fl. 165 5 averbação da referida área junto à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente. Também, ao contrário do entendimento da defesa, a averbação é condição necessária para a fruição do benefício da isenção. Para o estudo da questão, transcrevese a seguir o §1º do art. 10 da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996 e o art. 16 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965: Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996 Art. 10 (...) § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Art.16.As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) (Regulamento) Ioitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) IItrinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7o deste artigo; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) IIIvinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) IVvinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do País. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) (...) §8oA área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou Fl. 165DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.720810/200779 Acórdão n.º 2102003.182 S2C1T2 Fl. 166 6 de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) A Lei nº 9.393, de 1996, determina que para os efeitos de apuração do ITR, considerase área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Já do caput do art. 16, acima transcrito, se infere que os proprietários de imóveis rurais estão autorizados a explorar e suprimir áreas de florestas e outras formas de vegetação nativa (as quais não sejam consideradas áreas de preservação permanente ou de utilização limitada) desde que se comprometa a manter, a título de reserva legal, parte destas florestas ou vegetações nativas, nos percentuais definidos no mesmo artigo. E este compromisso deve ser firmado mediante averbação da área designada como reserva legal junto à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente. Logo, não assiste razão ao contribuinte quando afirma que a área de reserva legal decorre de lei. Muito pelo contrário, a decisão de possuir ou não área de reserva legal parte do proprietário do imóvel, que no interesse de suprimir áreas de floresta ou de vegetação nativa, existentes em sua propriedade, opta por formalizar a área de reserva legal em seu imóvel. Como se vê, a averbação das áreas de reserva legal é fato constitutivo e não declaratório, ou seja somente passam a existir mediante sua formalização, que se dá por averbação junto à matrícula do imóvel no cartório de registro de imóveis. Ou seja, somente há que se falar em área de reserva legal depois de sua respectiva formalização, mediante averbação na matrícula do imóvel. Nessa conformidade, também em razão da falta de averbação da área de reserva legal junto à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, deve ser mantida a glosa perpetrada pela autoridade fiscal no lançamento. Por fim, devese destacar que no arbitramento do VTN, promovido pela autoridade fiscal, tomouse justamente o valor indicado no Laudo de Avaliação apresentado pelo contribuinte durante o procedimento fiscal, de sorte que não podem prosperar as alegações da defesa de que o procedimento da Receita Federal baseiase por tabelas, as quais não levam em consideração os fatores peculiares do imóvel. Assim, deve prevalecer o arbitramento do VTN, nos moldes em que consubstanciado na Notificação de Lançamento, eis que promovido nos termos do disposto no art. 14 da Lei nº 9.393, de 1996, e adotado valor indicado pelo contribuinte em Laudo de Avaliação. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 166DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10218.720810/200779 Acórdão n.º 2102003.182 S2C1T2 Fl. 167 7 Fl. 167DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 13/11/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10880.979200/2009-29
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/10/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ.
Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.573
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo
(assinado digitalmente)
Flávio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 15/10/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Primeira Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Nov 18 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10880.979200/2009-29
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5398490
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Nov 18 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3801-004.573
nome_arquivo_s : Decisao_10880979200200929.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : MARCOS ANTONIO BORGES
nome_arquivo_pdf_s : 10880979200200929_5398490.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
id : 5714441
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:31:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251823099904
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1821; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 3 1 2 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.979200/200929 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3801004.573 – 1ª Turma Especial Sessão de 16 de outubro de 2014 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente TRANSPORTADORA GATAO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/10/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 97 92 00 /2 00 9- 29 Fl. 32DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979200/200929 Acórdão n.º 3801004.573 S3TE01 Fl. 4 2 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Trata o presente processo de Declaração de Compensação (fls. 01 e 02) relativa ao pagamento indevido ou maior de COFINS cód. 2172, no montante de R$ 88,58, ocorrido em 15/10/2003, com débito próprio de COFINS cód. 2172. A DCOMP em tela, transmitida pela interessada em 17/11/2005, foi analisada de forma eletrônica pelo sistema de processamento da Receita Federal do Brasil RFB que emitiu o Despacho Decisório de fl. 03, assinado pelo titular da unidade de jurisdição da requerente, que não homologou a compensação declarada por inexistência do crédito. Segundo o Despacho Decisório o pagamento indicado não possui saldo disponível para compensação, visto que foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte. Inconformado, o contribuinte por meio de seu representante legal, impugnou o despacho decisório manifestando a sua inconformidade às fls. 07, na qual deduz as alegações a seguir discriminadas A requerente tem como objeto social o transporte rodoviário de cargas e na execução desses serviços seus veículos estão sujeitos ao pagamento de pedágio nas diversas estradas brasileiras. Por força do artigo 2o da Lei n° 10.209/2001, o valor do vale pedágio não é considerado receita operacional ou rendimento tributável da empresa não constituindo base de incidência de contribuições social ou previdenciarias. Portanto os valores recebidos a título de pedágio pela Requerente, obrigatoriamente destacados no campo especifico do conhecimento de transporte rodoviário, conforme prevê o § único do mesmo artigo 2o da Lei n° 10.209/2001, não deveriam ter composto a base de cálculo do PIS, COFINS, CSLL e IRPJ. Ocorre que por desconhecimento até então pela Requerente desse fato, os valores relativos ao pedágio vinham sendo considerados como receita da empresa e, conseqüentemente, incluídos na base de calculo de PIS, COFINS, CSLL e IRPJ. Tendo tomado conhecimento da não incidência dos impostos federais sobre os valores recebidos a título de pedágio, a Requerente efetuou levantamento dos valores pagos a maior relativos ao prazo prescricional, e efetuou pedido de restituição conforme PER/DCOMP n° 25421.74296.141105.1.2.040004, relativo ao período de apuração set/2003. Nesse período, Fl. 33DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979200/200929 Acórdão n.º 3801004.573 S3TE01 Fl. 5 3 conforme poderá ser constatado pela planilha anexa, foram destacados nos conhecimentos de transporte o valor correspondente a R$ 2.952,80, relativo ao pedágio, valor esse que não deveria ter integrado a base de cálculo do imposto. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇAO PARA O FINANCIAMENTO I›A SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/10/2003 DCOMP PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova não é suficiente para afastar a exigência do débito decorrente de compensação não homologada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário repisando, na essência, as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade, solicitando ainda que o julgamento seja transformado em diligência, a fim de que sejam devidamente comprovadas todas as alegações da Recorrente. É o Relatório. Fl. 34DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979200/200929 Acórdão n.º 3801004.573 S3TE01 Fl. 6 4 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A recorrente sustenta que o seu direito creditório decorre da apuração do PIS e da Cofins que teriam sido pagos a maior. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. Diante da inexistência do crédito, a compensação declarada não foi homologada. Por certo, a análise automática do crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior pleiteado em restituição ou utilizado em declaração de compensação é realizada considerando o saldo disponível do pagamento nos sistemas de cobrança, não se verificando efetivamente o mérito da questão, o que será viável somente a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. A recorrente alega que o crédito em debate teve origem na inclusão na base de cálculo de PIS e COFINS de valores recebidos a título de pedágio pela Requerente mas que por força do artigo 2° da Lei n.° 10.209/2001 não é considerado como receita operacional ou rendimento tributável da empresa, não constituindo base de incidência de contribuições sociais ou previdenciárias. De fato, o Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002, que regulamenta a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelas pessoas jurídicas em geral, previa a exclusão da receita bruta das empresas transportadoras de carga do valor recebido a título de ValePedágio instituído pela Lei nº 10.209, de 2001, in verbis: Art. 34. As empresas transportadoras de carga, para efeito da apuração da base de cálculo das contribuições, podem excluir da receita bruta o valor recebido a título de ValePedágio, quando destacado em campo específico no documento comprobatório do transporte (Lei nº 10.209, de 23 de março de 2001, art. 2º , alterado pelo art. 1º da Lei nº 10.561, de 13 de novembro de 2002). Parágrafo único. As empresas devem manter em boa guarda, à disposição da SRF, os comprovantes de pagamento dos pedágios cujos valores foram excluídos da base de cálculo. No entanto, a Recorrente não trouxe aos autos elementos suficientes para comprovar a origem do seu crédito. Não apresentou nenhuma prova do seu direito creditório, em especial, a escrituração fiscal e contábil do período de apuração em que se pleiteou o crédito ou mesmo cópia dos conhecimentos de transporte, nos quais estivessem destacados os Fl. 35DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.979200/200929 Acórdão n.º 3801004.573 S3TE01 Fl. 7 5 valores recebidos do ValePedágio, conforme prevê o artigo 2° da Lei n.° 10.209/2001. Se limitou, tãosomente, a apresentar uma planilha na qual estaria a relação dos conhecimentos de transporte onde os valores de pedágio foram destacados, porém sem nenhum documento que a embasasse. Apesar da prevalência do princípio da Verdade Material no âmbito do processo administrativo, o pedido de diligência da requerente deveria estar acompanhado dos elementos que pudéssemos considerar como indícios de prova dos créditos alegados e necessários para que o julgador possa aferir a pertinência dos argumentos apresentados, o que não se verifica no caso em tela. A mera inércia da requerente não pode ser suprida por diligência. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Assim, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, falta ao crédito indicado pelo contribuinte certeza e liquidez, que são indispensáveis para a compensação pleiteada. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, para NÃO HOMOLOGAR o pedido de compensação. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 36DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/10/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 11128.007278/2006-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Data do Fato Gerador: 26/11/2003
Ementa:
PROVAS
A prova dos fatos deverá ser colhida pelos meios admitidos em direito, no processo, e pela forma estabelecida em lei. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendo-lhe vedado fundamentá-la em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam.
Cabe a Autoridade Fiscal comprovar a ocorrência dos fatos geradores que ensejaram a feitura do auto de infração, nos termos do art. 333 do Código de Processo Civil.
CLASSIFICAÇÃO FISCAL.
O produto "Pamoato de Pirantel", por se tratar de um outro composto heterocíclico, cuja estrutura contém exclusivamente três heteroátomos de enxofre e nitrogênio, classifica-se no código NCM 2934.99.59.
MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO. DESCABIMENTO.
Quando as mercadorias forem submetidas ao licenciamento automático, descabe a penalidade prevista no art. 633 do Decreto nº 4.543, de 2002.
ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 02.
Numero da decisão: 3402-002.522
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator/Presidente em exercício.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, Pedro Souza Bispo e Fenelon Moscoso de Almeida .
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Data do Fato Gerador: 26/11/2003 Ementa: PROVAS A prova dos fatos deverá ser colhida pelos meios admitidos em direito, no processo, e pela forma estabelecida em lei. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendo-lhe vedado fundamentá-la em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam. Cabe a Autoridade Fiscal comprovar a ocorrência dos fatos geradores que ensejaram a feitura do auto de infração, nos termos do art. 333 do Código de Processo Civil. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. O produto "Pamoato de Pirantel", por se tratar de um outro composto heterocíclico, cuja estrutura contém exclusivamente três heteroátomos de enxofre e nitrogênio, classifica-se no código NCM 2934.99.59. MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO. DESCABIMENTO. Quando as mercadorias forem submetidas ao licenciamento automático, descabe a penalidade prevista no art. 633 do Decreto nº 4.543, de 2002. ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 02.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 11128.007278/2006-91
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5395454
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3402-002.522
nome_arquivo_s : Decisao_11128007278200691.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
nome_arquivo_pdf_s : 11128007278200691_5395454.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator/Presidente em exercício. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, Pedro Souza Bispo e Fenelon Moscoso de Almeida .
dt_sessao_tdt : Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
id : 5697563
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:31:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251843022848
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 16; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1950; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 204 1 203 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11128.007278/200691 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402002.522 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 15 de outubro de 2014 Matéria Classificação de Mercadorias Recorrente CASTE PHARMACEUTICA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do Fato Gerador: 26/11/2003 Ementa: PROVAS A prova dos fatos deverá ser colhida pelos meios admitidos em direito, no processo, e pela forma estabelecida em lei. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendolhe vedado fundamentála em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam. Cabe a Autoridade Fiscal comprovar a ocorrência dos fatos geradores que ensejaram a feitura do auto de infração, nos termos do art. 333 do Código de Processo Civil. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. O produto "Pamoato de Pirantel", por se tratar de um outro composto heterocíclico, cuja estrutura contém exclusivamente três heteroátomos de enxofre e nitrogênio, classificase no código NCM 2934.99.59. MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO. DESCABIMENTO. Quando as mercadorias forem submetidas ao licenciamento automático, descabe a penalidade prevista no art. 633 do Decreto nº 4.543, de 2002. ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 02. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 72 78 /2 00 6- 91 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 205 2 ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator/Presidente em exercício. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, Pedro Souza Bispo e Fenelon Moscoso de Almeida . Relatório Como forma de elucidar os fatos ocorridos até a decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, colaciono o relatório do Acórdão recorrido, in verbis: Trata o presente processo de Auto de Infração (fls. 01 a 13) formalizado para exigência da diferença de Imposto de Importação (II) e acréscimos legais, multa por infração administrativa ao controle das importações (falta de licença de importação LI) e multa regulamentar por classificação incorreta, relativamente à mercadoria importada por meio da Declaração de Importação (DI) n°. 03/10355588, registrada em 26/11/2003. A mercadoria classificada pela importadora no código NCM 2934.99.99, sujeita à alíquota de 0% para cálculo do II e IPI, encontrase assim descrita na DI (fl. 16): "PYRANTEL PAMOATE USP26 ". Laudo Técnico emitido pelo Laboratório de Análises da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp — FUNCAMP n° 3273.01 (fl. 20), relativo à amostra colhida do produto importado, concluiu tratarse a mercadoria de "Pamoato de Pirantel", um outro composto heterocíclico, cuja estrutura contém exclusivamente 3 heteroátomos de enxofre e nitrogênio, na forma de pó. Em observância ao resultado pericial, a fiscalização reclassificou a mercadoria para o código NCM 2934.99.59, com alíquota de 2% para o II, lavrando Auto de Infração para exigência da diferença de imposto, juros de mora e multa de oficio, além das multas por falta de licença de importação e classificação incorreta, previstas pelo artigo 169, I, "b", do DecretoLei n° 37/66 e artigo 84, I, da Medida Provisória n° 2.158/2001, respectivamente. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 206 3 Cientificada do lançamento em 28/11/2006 (fl. 26 verso), a contribuinte apresentou impugnação (fls. 28/49), tempestivamente, conforme atestado pelo órgão preparador (fl. 52), alegando, em síntese, que: (a) segundo o Laudo 3273.01, hoje a classificação correta para a mercadoria seria no código 2934.99.60, também com alíquotas de 0% para o II e IPI. Logo não houve prejuízo aos cofres do Ministério da Fazenda nem tão pouco dolo de sua parte; (b) como a Secretaria da Receita Federal trocou os códigos NCM de maneira errônea, é indevido o lançamento de Imposto de Importação, juros de mora e multa proporcional; (c) a cobrança da multa de controle administrativa é arbitrária e indevida, pois se refere à falta de licença de importação, sendo que o produto Pamoato de Pirantel, tanto na época como hoje, é isento de LI na NCM 2934.99.99 e na 2934.99.59; (d) a aplicação da multa regulamentar, no valor de R$ 500,00 também é inaceitável, pois apenas esta seria superior a qualquer dívida de imposto que houvesse; (e) o Merck Índex, 11ª edição, página 1265, traz a fórmula química do Pamoato de Pirantel que é: C34H3ON206S, ou seja, a mesma contém 2 heteroátomos de nitrogênio e um de enxofre, pelo que se conclui que a classificação da Receita é inadequada. Não se trata de erro de sonegação de informação, apenas diferença de classificação. o Pamoato de Pirantel, por ser um composto de produtos químicos, não tem classificação própria, então o importador procura a NCM mais adequada; (f) o AuditorFiscal lavrou o Auto de Infração de forma arbitrária, pois conforme o artigo 11 do Dec. 70.235/72, deveria ser expedida apenas uma notificação de lançamento; (g) requer, assim, o cancelamento do débito fiscal e, caso seja outro o entendimento, seja solicitado apenas o recolhimento da atual alíquota de 2% do Imposto de Importação referente ao código novo. A Segunda Turma da DRJ de São Paulo (SP) julgou a impugnação improcedente, nos termos do Acórdão nº 1736258, de 17 de novembro de 2009, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos: Assunto: Classificação de Mercadorias Fato Gerador: 26/11/2003 Ementa: CLASSIFICAÇÃO FISCAL. O produto "Pamoato de Pirantel", por se tratar de um outro composto heterocíclico, cuja estrutura contém exclusivamente três heteroátomos de enxofre e nitrogênio, classificase no código NCM 2934.99.59. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 207 4 MULTA. INFRAÇÃO AO CONTROLE DAS IMPORTAÇÕES. Aplicase a multa por falta de Licença de Importação nas importações em que as mercadorias não estejam corretamente descritas, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado. MULTA. CLASSIFICAÇÃO INCORRETA. A classificação incorreta de mercadoria é penalizada com a multa de 1% sobre o valor aduaneiro, prevista no artigo 84, inciso I, da MP 2.158 35/2001. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. Inconformado com a decisão de primeiro grau, o recorrente protocolou recurso voluntário que abaixo sintetizo: 1) A reclassificação da mercadoria importada, feita de forma indevida, propiciou que a Secretaria da Receita Federal do Brasil efetuasse lançamento tributário do Imposto de Importação na alíquota de 2% (dois por cento), mais Juros de Mora e Multa Proporcional de 75%; 2) Com a reclassificação da mercadoria, foi imposta uma Multa de Controle Administrativa altíssima, 75% (setenta e cinco por cento) do valor aduaneiro, não condizente com a realidade. Mesmo que fosse devido o Imposto de Importação, a multa por infração administrativa não poderia ser superior a 30% do valor da mercadoria de acordo com o previsto no art. 169, inciso I, alinea "b" e parágrafo 2º, inciso I, do Decreto Lei n ° 37/66, com redação dada pelo art. 61 da Medida Provisória n ° 135103, que se refere à falta de licença de importação (LI); 3) O produto Pamoato de Pirantel, tanto na época quanto hoje é isento de Licença de Importação (LI) tanto na NCH: 2934.99.99 quanto na NCH: 2934.99.59, motivo pelo qual a penalidade é arbitrária e indevida; 4) O Merck Index, llª edição, página 1265, traz a fórmula química do Pamoato de Pirantel que é: C34H30N206S, ou seja, a mesma contém 2 heteroátomos de nitrogénio e um de enxofre. Onde podemos concluir que a TEC que a receita classificou o produto é inadequada, pois a TEC usada pela Impugnante contém heteroátomos de nitrogênio e enxofre, ou seja, não foi erro de sonegação de informação, apenas diferença de classificação. O Pamoato de Pirantel por ser um composto de produtos Fl. 102DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 208 5 químicos não tem classificação própria, então o importador procura a NCH mais adequada; 5) O V. Acórdão proferido pela Colenda 2ª Turma da DRJ/SP, padece de nulidade, pois claro restou que a decisão foi proferida e pautada única e exclusivamente com base laudo 3273.01 elaborado unilateralmente pela Secretaria da Receita Federal, emitido pelo laboratório de Analise da Fundação de Desenvolvimento da UNICAMP, sem que dele participasse a Autuada ora Recorrente, ao menos com a indicação de assistente técnico para a realização do suposto laudo, portando é evidente o cerceio de defesa emanado contra a Recorrente; 6) Nenhum tipo de multa poderia ser cobrado, justamente pelo fato de ter sido feita a troca de códigos da NCM de maneira incorreta, muito menos em cima do valor total das entradas registradas na Declaração de Importação, pois não faltou nenhuma Guia para Imposição que justificasse tais multas pois a Declaração de Importação n ° 031010356588 de 400 quilos de "Pyrantel Pamoate USP26", existe e não foi contestada, portanto a multa por falta de Guia também não pode ser cogitada; Termina a petição recursal requerendo: a) A nulidade da decisão da DRJ; b) A nulidade do laudo 3273.01, por ter sido elaborado unilateralmente pela RFB; c) Alternativamente, que seja provido o recurso para que sejam reduzidas as multas aplicadas. A 2ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF converteu o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem informasse se as importações realizadas pela recorrente estavam sujeitas ao licenciamento automático. Foi realizada a análise e os autos retornaram ao CARF para prosseguimento do rito processual. É o Relatório. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 209 6 Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator. A impugnação foi apresentada com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade, de sorte que dele conheço e passo a análise de mérito. O recorrente importou o produto “Pyrantel Pamoate USP26” e classificouo no código 2934.99.99 da Tarifa Externa Comum. No ato da conferência física do produto, foi retirada uma amostra e enviada para o Laboratório de Análise da Unicamp. Com o laudo da Unicamp, a Fiscalização reclassificou o produto para o código 2934.99.59, gerando auto de infração de Imposto de Importação, multa proporcional, multa do controle administrativo, multa regulamentar e juros de mora. Como se pode notar a questão central do presente processo diz respeito à classificação do produto “Pyrantel Pamoate USP26”. A reclassificação da mercadoria chamada “Pyrantel Pamoate USP26” foi baseada no laudo nº 3273.01, de 22/12/2003. Reproduzo as conclusões do laudos técnico apresentado: (...) CONCLUSÃO: Tratase de Pamoato de (E)1,4,5,6TetrahidrolMetil2[2(2 Tienil)Etenil]Pirimidirfa; (Pamoato de Pirantel) forma de pó RESPOSTAS AOS QUESITOS: 1)Descrever o nome da mercadoria? R: Tratase de Pamoato de (E)1,4,5,6TetrahidrolMetil2[2 (2 Tienil)Etenil]Pirimidina; (Pamoato de Pirantel), composto cuja estrutura contém exclusivamente 3 Heteroátomos de Enxofre e Nitrogênio, Outro Composto Heterocíclico, na forma de pó. 2) Descrever o nome químico da mercadoria? R: O nome químico encontrado em Referências Bibliográficas é Pamoato de (E)1,4,5,6TetrahidrolMetil2[2(2 Tienil)Etenil]Pirimidina. 3)Qual o uso da mercadoria? R: De acordo com Referências Bibliográficas, Pamoato de Pirantel é utilizado em formulações de medicamentos com ação antihelmíntica Fl. 104DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 210 7 4) Tratase de piridina? R: Não 5)Tratase de compostos cuja estrutura contém um ciclo piridina(hidrogenado ou não), não condensado? R: Não 6)Tratase de um outro óxido nucléico e seus sais, de constituição química definida ou não, um outro composto heterocíclico? R: Não 7) Outras considerações. R: Prejudicada O laudo foi assinado pela Diretora do Setor Técnico a Química Elsa Tiemi Hojo Yamamura. O recorrente não apresentou laudo técnico, apenas uma declaração assinada pelo responsável técnico da própria sociedade em que afirma que o número de classificação NCN do insumo farmoquímico Pamoato de Pirantel, por nós apresentado na ocasião está plenamente em acordo com as tabelas vigentes e disponíveis para consulta da referida classificação. Informo ainda que as tabelas supramencionadas apresentam mais de um número de classificação. No caso da matériaprima em questão (pamoato de pirantel), isto se deve ao fato de variações na fórmula estrutural da substância relacionado à quantidade de heteroátomos de enxofre e hidrogênio. Assina a declaração o Farmacêutico Marcelo Pires de Albuquerque Vieira – CRF/SP nº 20875. Resumindo os fatos jurídicos constantes nos autos, de um lado temos um laudo técnico proferido pela Unicamp e de outro uma declaração do farmacêutico responsável da recorrente. Portanto, a lide se resolve pelas provas construídas na instrução do processo. Assim sendo, sintome obrigado a tecer breves considerações sobre provas e o convencimento do julgador. O art. 333 do Código de Processo Civil define o ônus da prova no sistema processual adotado pelo Legislador Nacional, verbis: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída para a autoridade Fiscal quando realiza o lançamento tributário, para o sujeito passivo, quando formula pedido de repetição de indébito. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 211 8 É sobremodo importante relembrar alguns preceitos que norteiam a busca da verdade real por meio de provas materiais. A finalidade da prova é a formação da convicção do julgador quanto à existência dos fatos. Em outras linhas, um dos principais objetivos do direito é fazer prevalecer a justiça. Para que uma decisão seja justa, é relevante que os fatos estejam provados a fim de que o julgador possa estar convencido da sua ocorrência. Segundo Francesco Carnelutti: (...) as provas são fatos presentes sobre os quais se constrói a probabilidade da existência ou inexistência de um fato passado. A certeza resolvese, a rigor, em uma máxima probabilidade. A certeza vai se formando através dos elementos da ocorrência do fato que são colocados pelas partes interessadas na solução da lide. Mas não basta ter certeza, o julgador tem que estar convencido para que sua visão do fato esteja a mais próxima possível da verdade. Nas linhas de Moacir Amaral Santos: A prova dos fatos fazse por meios adequados a fixálos em juízo. Por esses meios, ou instrumentos, os fatos deverão ser transportados para o processo, seja pela sua reconstrução histórica, ou sua representação. Francesco Carnelutti compara a atividade de julgar com a atividade de um historiador: (...) o historiador indaga no passado para saber como as coisas ocorreram. O juízo que pronuncia é reflexo da realidade ou mais exatamente juízo de existência. Já o julgador encontrase ante uma hipótese e quando decide converte a hipótese em tese, adquirindo a certeza de que tenha ocorrido ou não o fato. Estar certo de um fato quer dizer conhecêlo como se houvesse visto. Moacir Amaral Santos conceitua prova: No sentido objetivo, como os meios destinados a fornecer ao julgador o conhecimento da verdade dos fatos. Mas a prova no sentido subjetivo é aquela que se forma no espírito do julgador, seu principal destinatário, quanto à verdade desse fatos. A prova, então, consiste na convicção que as provas produzidas no processo geram no espírito do julgador quanto à existência ou inexistência dos fatos. Compreendida como um todo, reunindo seus dois caracteres, objetivo e subjetivo, que se completam e não podem ser tomados separadamente, apreciada como fato e como indução lógica, ou como meio com que se estabelece a existência positiva ou negativa do fato probando e com a própria certeza dessa existência. Como o julgador sempre tem que decidir, ele deve ter bom senso na busca pela verdade, evitando a obsessão que pode prejudicar a justiça célere. Mas a impossibilidade Fl. 106DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 212 9 de conhecer a verdade absoluta não significa que ela deixe de ser perseguida como um relevante objetivo da atividade probatória. A verdade encontrase ligada à prova, pois é por meio desta que se torna possível afirmar idéias verdadeiras, adquirir a evidência da verdade, ou certificarse de sua exatidão jurídica. Ao direito somente é possível conhecer a verdade por meio das provas. Posto isto, concluímos que a finalidade imediata da prova é reconstruir os fatos relevantes para o processo e a mediata é formar a convicção do julgador. Os fatos não vêm simplesmente prontos, tendo que ser construídos no processo, pelas partes e pelo julgador. Após a montagem desse quebracabeça, a decisão se dará com base na valoração das provas que permitirá o convencimento da autoridade julgadora. Assim, a importância da prova para uma decisão justa vem do fato dela dar verossimilhança às circunstâncias a ponto de formar a convicção do julgador. Como já mencionado, a Autoridade Fiscal teve o cuidado de retirar uma amostra do produto importado, enviar ao laboratório da Unicamp, aguardar o resultado, para só então efetuar a reclassificação do produto. Já o recorrente contesta o laudo com uma simples declaração de um funcionário da própria empresa, não produzindo provas periciais que contestassem o laudo apresentado pela fiscalização. Pelas assertivas feitas, entendo que a classificação do produto “Pyrantel Pamoate USP26” deve se dar de acordo com as conclusões do laudo nº 3273.1 elaborado pela Unicamp. Cravada essa premissa, passo a análise das possíveis classificações. A Nesh da posição 29.34 informa que incluemse nesta posição os compostos heterocíclicos, que é o caso do produto em questão. 2934 ÁCIDOS NUCLÉICOS E SEUS SAIS, DE CONSTITUIÇÃO QUÍMICA DEFINIDA OU NÃO; OUTROS COMPOSTOS HETEROCÍCLICOS 2934.10 Compostos cuja estrutura contêm um ciclo tiazol (hidrogenado ou não) não condensado 2934.20 Compostos que contêm uma estrutura de ciclos benzotiazol (hidrogenados ou não) sem outras condensações 2934.30 Compostos que contêm uma estrutura de ciclos fenotiazina (hidrogenados ou não) sem outras condensações 2934.9 Outros 2934.9 Outros 2934.99 Outros 2934.99.5 Cuja estrutura contém exclusivamente 3 heteroátomos de enxofre e nitrogênio em conjunto 2934.99.51 Tebutiuron 2934.99.52 Tetramisol 2934.99.53 Levamisol e seus sais 2934.99.54 Tioconazol 2934.99.59 Outros Fl. 107DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 213 10 Analisando o laudo da Unicamp temos que o composto contém exclusivamente 3 Heteroátomos de Enxofre e Nitrogênio. Logo, a classificação se desloca para a posição 2934.99.5. Contudo, não há na composição tebutiuron, tetramisol, Levamisol e seus sais ou tioconazol. O que nos permite concluir que a posição correta é a 2934.99.59. Pelos fundamentos expostos, defino que o produto “Pamoato de Pirantel” deve ser classificado na posição 2634.99.59, o que faz manter o lançamento tributário referente ao imposto de importação. MULTAS. Multa de Ofício (75%) e Juros de mora e sobre o crédito tributário. Reclama o recorrente que não pode incidir juros de mora e multa sobre o crédito tributário, por configurar nítido "abuso de poder". Cabe ressaltar que multa em percentual de 75% está previsto na legislação vigente à época dos fatos, não se podendo reduzilo ou alterálo por critérios meramente subjetivos, contrários ao princípio da legalidade. O contribuinte prestou declaração inexata à SRF, o que redundou na apuração de tributos e contribuições em montantes inferiores aos efetivamente devidos, estando, portanto, adequadamente tipificada a infração cuja ocorrência impõe também a aplicação da multa de ofício prevista no art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, in verbis: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; Já os juros de mora encontra seu embasamento legal no art. 161 do CTN: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. Esclareçase também, que a multa de ofício e os juros de mora encontram embasamento legal, por conta do caráter vinculado da atividade fiscal, não podendo ser excluída administrativamente se a situação fática verificada enquadrase na hipótese prevista Fl. 108DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 214 11 pela norma. Considerações sobre a graduação da penalidade, no caso, não se encontram sob a discricionariedade da autoridade administrativa, uma vez definida objetivamente pela lei. Qualquer pedido ou alegação que ultrapasse a análise de conformidade do ato administrativo de lançamento com as normas legais vigentes, como a contraposição a princípios constitucionais – sob o argumento de suposta ofensa à capacidade contributiva ou por ocorrência de confisco – somente pode ser reconhecido pela via competente, no caso o Poder Judiciário. Com efeito, a apreciação de assuntos desse tipo achase reservada ao Poder Judiciário, pelo que qualquer discussão quanto aos aspectos da inconstitucionalidade e/ou invalidade das normas jurídicas deve ser submetida ao crivo desse Poder. O Órgão Administrativo não é o foro apropriado para discussões dessa natureza. Os mecanismos de controle da constitucionalidade, regulados pela própria Constituição Federal, passam, necessariamente, pelo Poder Judiciário que detém, com exclusividade, essa prerrogativa. Noutro giro, não se pode olvidar que esta matéria já foi pacificada no âmbito do CARF, com a aprovação do enunciado de súmula CARF nº 02, publicada no DOU de 22/12/2009, in verbis: Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ressalto que as súmulas do CARF são de observância obrigatória, sob pena de perda de mandato. Desse modo e não cabendo à autoridade administrativa de julgamento acatar a alegação de que não podem conviver a multa de ofício com os juros de mora, não podendo reduzilo e nem alterálo sem que haja expressa previsão legal, é de se considerar correta a aplicação da multa de lançamento de ofício ao percentual de 75%, sobre os valores de PIS e de Cofins não declarados/recolhidos e a cobrança dos juros de mora quando houve recolhimento a destempo. Multa do Controle Aduaneiro. Afirma o recorrente que o produto “Pamoato de Pirantel”, tanto na época quanto hoje é isento de Licença de Importação (LI) tanto na NCH: 2934.99.99 quanto na NCH: 2934.99.59, motivo pelo qual a penalidade é arbitrária e indevida. Já o Acórdão recorrido sustenta sua decisão sob os seguintes fundamentos jurídicos e legais: A tipificação está perfeitamente enquadrada no caso presente, ou seja, foi aplicada a referida penalidade, por estarmos diante de uma mercadoria importada ao desamparo de uma licença de importação, como estabelece a legislação. O Sistema Administrativo das Importações Brasileiras encontravase disciplinado pelas portarias que definem as situações onde as operações estarão sujeitas a Licenciamento de Importação, a ser emitido pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Fl. 109DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 215 12 Estão previstas as seguintes situações: 1. importações sujeitas a licenciamento automático; e 2. importações sujeitas a licenciamento não automático. No caso de importação sujeita a licenciamento, a obtenção da licença deveria ocorrer previamente ao embarque da mercadoria ou ao registro da declaração de importação, conforme previsto em legislação específica. O pedido de Licença de Importação (LI), a ser vinculado a DI ou de Licença Simplificada de Importação (LSI), a ser vinculada a DSI, deveria ser registrado no Siscomex, recebendo a numeração específica e ficando disponível para análise pelo(s) órgão(s) anuente(s). Deferida a licença de importação, considerase que foram cumpridas as formalidades previstas na legislação específica expedida pelos órgãos anuentes. A propósito estabelecia a Portaria nº 21/96, de competência da Secex, do MDIC, tendo em vista a implementação das operações de importação no Sistema Integrado de Comércio ExteriorSiscomex: “Art.7º O licenciamento das importações ocorrerá de forma automática e não automática e será efetuado por meio do Siscomex: §1º As informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal a serem prestadas para fins de licenciamento... §2º As informações de que trata o artigo anterior deverão ser prestadas no Sistema em conjunto com as informações exigidas para a formulação da declaração para fins de despacho aduaneiro da mercadoria. Art.8º Nos casos de licenciamento automático, as informações de que trata o artigo anterior deverão ser prestadas no Sistema em conjunto com as informações exigidas para formulação da declaração para fins de despacho aduaneiro da mercadoria. PORTARIA MF/MICT nº. 291, de 12 /12 /1996 (DOU de 13/12/1996) ANEXO II “18 Descrição detalhada da mercadoria Descrição completa da mercadoria de modo a permitir sua perfeita identificação e caracterização.” Dos dispositivos legais transcritos, constatase que, quando do licenciamento das mercadorias objeto do presente processo, a legislação vigente dispunha que todas as importações estavam sujeitas a licenciamento automático ou não automático. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 216 13 Portanto, a licença, automática ou não automática, era concedida para a importação do produto nela declarado. Se a descrição do produto realizada na licença não retrata exatamente o produto que foi efetivamente importado, então este se encontra desamparado de licença de importação. A dispensa de licenciamento prevista na Portaria SECEX nº 14/2004, referida pela impugnante, foi introduzida na legislação aduaneira pela Portaria SECEX nº 17/2003, DOU de 02/12/03, posteriormente a ocorrência dos fatos sob exame. Dispõe o art. 144 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66) que o lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Quando da importação em questão, vigia a Portaria SECEX nº 21/96, que previa apenas dois tipos de licenciamento: o automático e o não automático. Portanto, a correta identificação da mercadoria, feita por meio de análise laboratorial, passou a exigir uma nova licença de importação, porque a licença obtida, ainda que automática, amparava a mercadoria que se encontrava nela descrita, mas não o produto que foi efetivamente importado. Por sua vez, o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 12, de 1997, orienta a não aplicação da multa por falta de guia de importação nos seguintes termos: “que não constitui infração administrativa ao controle das importações, nos termos do inciso II do art. 526 do Regulamento Aduaneiro, a declaração de importação de mercadoria objeto de licenciamento no Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, cuja classificação tarifária errônea ou indicação indevida de destaque "ex" exija novo licenciamento, automático ou não, desde que o produto esteja corretamente descrito, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e que não se constate, em qualquer dos casos, intuito doloso ou má fé por parte do declarante”. Ocorre que o importador nas Declarações de Importação relacionadas no auto de infração, não informou que os produtos se tratavam de preparação, o que induziu a fiscalização em erro. Assim a autuação foi baseada no fato de que as mercadorias não foram descritas na DI de forma a permitir a sua identificação e caracterização a fim de poder melhor identificar e classificar na TEC/NCM, como determina a legislação de regência. Como as declarações no Siscomex equivalem à licença de importação (art.6º, §1º do Decreto nº 660/92), e em decorrência da mercadoria descrita na DI, terem implicado em licença de importação distinta, cabível a aplicação da multa prevista no inciso II, do art.169 do DecretoLei nº 37/66, alterado pelo art. 2º da Lei nº 6.562/78, vigente à época, do seguinte teor: Fl. 111DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 217 14 “Art.169 Constituem infrações administrativas ao controle das importações: (Artigo com redação dada pela Lei nº 6.562, de 18/09/1978) I – importar mercadorias do exterior: a) (omissis); b) sem Guia de Importação ou documento equivalente, que não implique a falta de depósito ou a falta de pagamento de quaisquer ônus financeiros ou cambiais: Pena: multa de 30% (trinta por cento) do valor da mercadoria.” Regulamentada pelo art. 633 do Decreto nº 4.543, de 2002 Regulamento Aduaneiro: “Art. 633. Aplicamse, na ocorrência das hipóteses abaixo tipificadas, por constituírem infrações administrativas ao controle das importações, as seguintes multas: I (omissis); II de trinta por cento sobre o valor aduaneiro: a) pela importação de mercadoria sem licença de importação ou documento de efeito equivalente...” Aliás, o Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 4.543, de 2002), ainda dispõe no seu art. 490 que: “A importação de mercadoria está sujeita, na forma da legislação específica, a licenciamento, que ocorrerá de forma automática ou não automática, por meio do Siscomex.” Como se infere, essa norma é de controle administrativo de competência da Secex e, no seu descumprimento foram estabelecidos dispositivos tipificadores das infrações e as respectivas penalidades, como no caso presente, o do art.169, inciso I, alínea ‘b’ do Decretolei nº 37/66, alterado pelo art. 2º da Lei nº 6.562/78, regulamentado pelo art. 633 do Decreto nº 4.543, de 2002, Regulamento Aduaneiro. A Secex realiza o controle administrativo das importações tendo como fonte de informações as operações de importação declaradas no Siscomex, marco inicial para o licenciamento das mercadorias. A falta da correta informação inviabilizou o controle prévio e o adequado deferimento de licenciamento, pois as mercadorias foram declaradas com outra conotação, desconhecendo a Secex a ocorrência da verdadeira importação. Na prática, isto tem a seguinte repercussão: Não se trata de produto corretamente descrito. Inaplicável o Ato Declaratório Cosit nº 12/97. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 218 15 Agora digo eu. Como relatado, não havia nos autos informação sobre a necessidade de licença de importação das mercadorias do recorrente. Os autos baixaram em diligência para conclusão de sua instrução. A Alfândega de Santos informou que à época do fato gerador a mercadoria importada pelo recorrente estava sujeita ao licenciamento automático. Como o fundamento jurídico para tipificar a infração é a falta de licença de importação, não vejo motivos para manter a multa de 30% sobre o valor da mercadoria, pois a premissa adotada pela fiscalização não guarda congruência com a realidade. Assim sendo, afasto a aplicação da referida multa Multa Regulamentar. Quanto à essa multa específica, o recorrente não teceu argumentos mínimos, se limitou a fazer o que chamamos de “negativa geral”, alegando que não cabe nenhuma multa sobre a operação. Com o fito de eliminar um eventual embargos de declaração me manifesto sobre a multa. No capítulo da decisão que tratou da classificação da mercadoria importada pelo recorrente, ficou cravada a premissa de que houve incorreção na declaração do produto, o que gerou a reclassificação e os lançamentos tributários objeto desta lide administrativa. O art. 84 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001 aduz ao mundo jurídico o fato típico que provoca um resultado que é previsto na legislação tributária como infração, qual seja: classificar incorretamente o produto. Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Art. 84. Aplicase a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria: I classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria; II quantificada incorretamente na unidade de medida estatística estabelecida pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O valor da multa prevista neste artigo será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando do seu cálculo resultar valor inferior. § 2º A aplicação da multa prevista neste artigo não prejudica a exigência dos impostos, da multa por declaração inexata prevista no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, e de outras penalidades administrativas, bem assim dos acréscimos legais cabíveis Desse modo, a partir de 27/08/2001, independentemente da correta descrição do produto, sua classificação tarifária errônea sujeitará o infrator às multas previstas no art. 44, Fl. 113DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402002.522 S3C4T2 Fl. 219 16 da Lei n° 9.430/1996, além da exigência dos encargos legais, da diferença de tributos cabíveis e da multa de 1% sobre o valor da mercadoria e de outras penalidades administrativas. Forte em todos os argumentos apresentados, dou provimento parcial ao recurso para afastar a multa do controle aduaneiro de 30% sobre o valor da mercadoria. É como voto. Sala das Sessões, 15/10/2014 Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 114DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 0/10/2014 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
score : 1.0
Numero do processo: 10907.002494/2008-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2003 a 30/11/2003
DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SÚMULA VINCULANTE N. 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, veiculando a Súmula Vinculante n° 8.O prazo decadencial das contribuições sociais submete-se à regra geral de decadência, do Código Tributário Nacional, no caso, do art.173, I.
Período apuração: 01/12/2003 a 31./12/2004
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS. CONFISSÃO DE DÍVIDA. LANÇAMENTO. DESCABIMENTO.
A partir da edição da Medida Provisória n.° 135, de 30/10/2003, convertida na Lei n° 10.833/03, que introduziu o §6o no art. 74 da Lei n.° 9.430, de 1996, as declarações de compensação possuem a eficácia jurídica de confissão de dívida, isto é, são instrumentos hábeis e suficientes para a exigência dos débitos indevidamente compensados, prescindindo do lançamento de ofício para sua cobrança.
Recurso de ofício negado.
Numero da decisão: 3201-001.759
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negado provimento ao recurso de ofício nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral, patrono Dr Victor Wolszczak.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201409
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2003 a 30/11/2003 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SÚMULA VINCULANTE N. 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, veiculando a Súmula Vinculante n° 8.O prazo decadencial das contribuições sociais submete-se à regra geral de decadência, do Código Tributário Nacional, no caso, do art.173, I. Período apuração: 01/12/2003 a 31./12/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS. CONFISSÃO DE DÍVIDA. LANÇAMENTO. DESCABIMENTO. A partir da edição da Medida Provisória n.° 135, de 30/10/2003, convertida na Lei n° 10.833/03, que introduziu o §6o no art. 74 da Lei n.° 9.430, de 1996, as declarações de compensação possuem a eficácia jurídica de confissão de dívida, isto é, são instrumentos hábeis e suficientes para a exigência dos débitos indevidamente compensados, prescindindo do lançamento de ofício para sua cobrança. Recurso de ofício negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10907.002494/2008-72
anomes_publicacao_s : 201410
conteudo_id_s : 5384608
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3201-001.759
nome_arquivo_s : Decisao_10907002494200872.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
nome_arquivo_pdf_s : 10907002494200872_5384608.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negado provimento ao recurso de ofício nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral, patrono Dr Victor Wolszczak. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
id : 5644207
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:29:24 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251893354496
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2084; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 93 1 92 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10907.002494/200872 Recurso nº De Ofício Acórdão nº 3201001.759 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 16 de setembro de 2014 Matéria PIS E COFINS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado TCP TERMINAL DE CONTAINERES DE PARANGUÁ S/A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2003 a 30/11/2003 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. SÚMULA VINCULANTE N. 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, veiculando a Súmula Vinculante n° 8.O prazo decadencial das contribuições sociais submetese à regra geral de decadência, do Código Tributário Nacional, no caso, do art.173, I. Período apuração: 01/12/2003 a 31./12/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS. CONFISSÃO DE DÍVIDA. LANÇAMENTO. DESCABIMENTO. A partir da edição da Medida Provisória n.° 135, de 30/10/2003, convertida na Lei n° 10.833/03, que introduziu o §6o no art. 74 da Lei n.° 9.430, de 1996, as declarações de compensação possuem a eficácia jurídica de confissão de dívida, isto é, são instrumentos hábeis e suficientes para a exigência dos débitos indevidamente compensados, prescindindo do lançamento de ofício para sua cobrança. Recurso de ofício negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negado provimento ao recurso de ofício nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral, patrono Dr Victor Wolszczak. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 00 24 94 /2 00 8- 72 Fl. 748DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 01/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 2 (assinado digitalmente) Joel Miyazaki – Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño. Relatório Versa o presente litígio de recurso de ofício de auto de infração para exigência de COFINS. Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório do acórdão recorrido: Trata o processo de Auto de Infração de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, às fls. 514/524, que exige R$ 1.923.264,64 de Cofins no sistema cumulativo, R$ 3.148.375,00 de Cofins no sistema nãocumulativo, além da multa de ofício de 75% e dos acréscimos legais, totalizando o crédito tributário apurado de R$ 11.965.883,15, em decorrência da constatação de divergência entre os valores declarados em DCTF e os valores escriturados na contabilidade, nos anos calendário de 2003 e 2004, tendo como enquadramento legal os arts. 2O, II e parágrafo único, 3O, 10, 22 e 51 do Decreto n. 4.524,de 2002, art. 149 da Lei n. 5.172, de 1966, e arts. 1O,2O, 5O e 11 da Lei n. 10.833, de 2003. Cientificada do lançamento em 23/10/2008 (fl. 531), a interessada, por intermédio de seu procurador legalmente constituído (fls. 560/574), apresentou a impugnação de fls. 537/559, em 24/11/2008, tecendo as argumentações que a seguir estão sintetizadas. Suscita em preliminar a nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa, uma vez que até o término do prazo para impugnação não lhe foi dado acesso ao processo administrativo fiscal, tendo sido informado que somente seria possível ter vista do processo, no mínimo, após o dia 15/12/2008. Alega que não constou no auto de infração o valor da base de cálculo da Cofins, presumindose que o fiscal tenha tomado os débitos de cada período de apuração informados na contabilidade, alocado os pagamentos e compensações informados nas DCTF e lançado as eventuais diferenças como contribuição devida e não paga. Contudo, verificase que tais diferenças resultaram da desconsideração de compensações informadas em Per/Dcomp, que correspondem exatamente aos Fl. 749DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 01/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10907.002494/200872 Acórdão n.º 3201001.759 S3C2T1 Fl. 94 3 valores exigidos e que em todas as Dcomp o crédito compensado se originou de pedido de restituição que se encontra na Câmara Superior de Recursos Fiscais do Conselho de Contribuintes, devendo os créditos tributários dele originados permanecerem suspensos até o julgamento definitivo. Afirma que, se o indeferimento do pedido de restituição for a eventual causa dessa desconsideração, não poderá ser levado em conta no julgamento sob pena de nulidade cio lançamento por falta de motivação. Ressalta que, mesmo não sendo consideradas tais compensações, inexistem os débitos apontados, pois, nesse período, foram apurados créditos decorrentes de pagamentos feitos a maior, com base na orientação da própria Receita Federal, emanada na Solução de Consulta SRRF/9a RF/Disit n° 046, de 31 de janeiro de 2005, a qual lhe assegurou o direito à não incidência da contribuição sobre as “receitas auferidas em decorrência de serviços prestados a transportador estrangeiro, cujo pagamento represente ingresso de divisas para o país." Acrescenta que todas as DCTF do período fiscalizado foram retificadas em 2006 e 2007, em virtude da revisão do critério de apuração da Cofins, em conformidade com a Solução de Consulta. Suscita, ao final, a realização de prova pericial contábil, nos termos do art. 16, IV, do Decreto n° 70.235, de 1972, para o fim de demonstrar que as bases de cálculo informadas nas DCTF e nas planilhas estão corretas, inexistindo débitos de contribuição a pagar. À fl. 659, consta Ofício da DRF em Curitiba, datado de 26/12/2008,informando da disponibilidade do PAF, pelo prazo de 30 dias, para as providências necessárias, e à fl. 667despacho da DRJ Curitiba, retornando os autos a unidade de origem para dar conhecimento à interessada dos procedimentos constantes do processo e reabertura de prazo para impugnação. Às fls. 674/703, impugnação apresentada pela contribuinte, trazendo as mesmas argumentações de mérito apresentadas anteriormente. A Delegacia de Julgamento julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada, conforme se verifica da ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004 CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. Havendo o sujeito passivo sido cientificado do procedimento fiscal, oportunízandolhe a retirada de cópia dos autos, ainda que após a ciência do lançamento, e com reabertura de prazo Fl. 750DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 01/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 4 para interpor impugnação, não se caracteriza cerceamento ao direito de defesa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2003 a 30/11/2003 LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. Declarada a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n ° 8.212, de 1991, por meio da Súmula Vinculante n° 8, editada pelo STF, deve ser observado o prazo qüinqüenal de decadência estabelecido no Código Tributário Nacional, no art. 173, na hipótese de inexistência de pagamento. Período apuração: 01/12/2003 a 31./12/2004 PER/DCOMP. COMPENSAÇÃO DE DÉBITOS. CONFISSÃO DE DÍVIDA. LANÇAMENTO. DESCABIMENTO. A partir da edição da Medida Provisória n.° 135, de 30/10/2003, descabe o lançamento de ofício de débito inserido espontaneamente em Dcomp, que tem o atributo de ser uma confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Exonerado A decisão recorrida apenas foi desfavorável à Impugnante no que tange à nulidade suscitada, uma vez que no mérito, exonerou integralmente o crédito tributário lançado, sob os seguintes fundamentos: i. em relação aos períodos de apuração de 01/2003 a 11/2003, aplicou a inteligência da Súmula Vinculante n. 8 do Supremo Tribunal Federal, isto é, entendendo estar esses períodos alcançados pela decadência; ii. em relação aos períodos de apuração de 12/2003 a 12/2004, entendeuse estarem abrangidos pelas declarações de compensação mencionadas. É o relatório. Voto Fl. 751DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 01/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10907.002494/200872 Acórdão n.º 3201001.759 S3C2T1 Fl. 95 5 Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora Conforme relatado, tratese de recurso de ofício de decisão que exonerou o crédito tributário, em parte, pelo reconhecimento de ofício da decadência, nos termos da Súmula Vinculante n. 8, bem como, pelo reconhecimento de serem os referidos créditos objeto de declarações de compensação. Quanto à decadência, não há retoques a serem feitos na decisão da autoridade administrativa a quo, pois a questão da decadência das contribuições sociais, nos Recursos Extraordinários 559.9434, 559.8829, 560.6261 e 556.6641, o Supremo Tribunal Federal declarou e reconheceu a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, o que culminou na edição da Súmula Vinculante n° 8, in verbis: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5o do Decretolei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. No caso concreto, não havendo pagamento antecipado, aplicase a regra prevista no art. 173, I, do CTN, conforme entendimento já consolidado no Superior Tribunal de Justiça, no REsp 973733 / SC, julgado sob a sistemática dos recursos repetitivos: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). Fl. 752DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 01/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 6 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial quinquenal para que oFisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Consta dos autos que a ciência da autuação, de acordo com a data da ciência do Ofício n. 935/08/DRF/CTA/SEFIS, foi em 05/01/2009 (fl. 664), e pela aplicação da regra de decadência do art. 173, I do CTN, contase o prazo de 5(cinco) anos do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, de maneira que não alcançados os fatos geradores referentes aos períodos de apuração de fatos geradores compreendidos entre 01/01/2003 a 30/11/2003, uma vez que o lançamento poderia ter sido constituído a partir de 01/01/2004. No que tange aos débitos dos períodos de apuração de 12/2003 a 12/2004, a autoridade administrativa de 1a instância analisou as cópias de Declarações de Compensação juntadas aos autos, bem como realizou pesquisa ao sistema de consulta de Pedidos Eletrônicos de Restituição e Compensação (Cperdcomp), da Secretaria da Receita Federal do Brasil, concluindo que os valores foram objeto de declarações de compensação, relacionadas às efls 735. Nesse contexto, considerandose que as compensações foram realizadas posteriormente a edição da MP n° 135, de 30/10/2003, convertida na Lei n° 10.833/03, que introduziu o §6o no art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, tais declarações de compensação possuem a eficácia jurídica de confissão de dívida, isto é, são instrumentos hábeis e suficientes para a exigência dos débitos indevidamente compensados, prescindindo do lançamento de ofício para sua cobrança. Portanto, em relação ao remanescente dos débitos lançados, referente ao período compreendido entre 12/2003 a 12/2004, no montante de R$ 3.513.331,53, e seus consectários legais, da mesma forma, improcedente o lançamento. Fl. 753DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 01/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10907.002494/200872 Acórdão n.º 3201001.759 S3C2T1 Fl. 96 7 Em face do exposto, nego provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 754DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 01/10/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
score : 1.0
Numero do processo: 13839.003490/2007-70
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Nov 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 30/04/2004
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Aplica-se ao lançamento a legislação em vigor à data da ocorrência do fato gerador. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-003.410
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzalez Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad - Relator
EDITADO EM: 04/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
Nome do relator: GUSTAVO LIAN HADDAD
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 30/04/2004 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplica-se ao lançamento a legislação em vigor à data da ocorrência do fato gerador. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Recurso especial provido.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Wed Nov 19 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 13839.003490/2007-70
anomes_publicacao_s : 201411
conteudo_id_s : 5398696
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Nov 19 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 9202-003.410
nome_arquivo_s : Decisao_13839003490200770.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : GUSTAVO LIAN HADDAD
nome_arquivo_pdf_s : 13839003490200770_5398696.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzalez Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad - Relator EDITADO EM: 04/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
id : 5720492
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:32:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047251896500224
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1721; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 11 1 10 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13839.003490/200770 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202003.410 – 2ª Turma Sessão de 21 de outubro de 2014 Matéria Contribuições Previdenciárias Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CLUBE DE CAMPO FAZENDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1997 a 30/04/2004 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase ao lançamento a legislação em vigor à data da ocorrência do fato gerador. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzalez Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 34 90 /2 00 7- 70 Fl. 355DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Relator EDITADO EM: 04/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Em face de Clube de Campo Fazenda, foi lavrada a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito de fls. 01/104, para cobrança de contribuições previdenciárias destinadas a Seguridade Social correspondentes à parte da empresa e as destinadas a terceiros. A Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, ao apreciar o recurso voluntário interposto pelo contribuinte, exarou o acórdão n° 240300.799, que se encontra às fls. 272/278 e cuja ementa é a seguinte: “DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra quinquenal da decadência do Código Tributário Nacional. MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” A anotação do resultado do julgamento indica que a turma, por unanimidade de votos declarou a decadência do lançamento até a competência 07/2012, inclusive, e por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35, caput, da Lei 8.212/91, com prevalência a mais benéfica ao contribuinte. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13839.003490/200770 Acórdão n.º 9202003.410 CSRFT2 Fl. 12 3 Regularmente intimada do acórdão, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial (fls. 280/291), sustentando divergência entre o acórdão recorrido e os acórdãos n° 230100.283 e 240100.120, no tocante à aplicação da multa requerendo seja determinada a aplicação da penalidade prevista no art. 35A da Lei 8.212/91, com a redação que lhe foi dada pela lei 11.941/09, para fins da retroatividade benigna prevista no artigo 106, II do CTN. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme Despacho nº 2400 079/2012, de 16/01/2012 (fls. 329/332). Intimado sobre a admissão do recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, o contribuinte deixou de apresentar suas contrarrazões ao recurso especial. É o Relatório. Voto Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Relator Analiso a admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional. O recurso foi interposto em razão da divergência entre o acórdão recorrido e os acórdãos nº 230100.283 e 240100.120. Os acórdãos paradigmas encontramse assim ementados: Acórdão nº 230100.283 “CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n ° 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n 08.212 de 1991. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, ha que se observar o disposto no art. 173, inciso Ido CTN. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. JUROS CALCULADOS À TAXA SELIC. APLICABILIDADE. A cobrança de juros está prevista em lei específica da previdência social, art. 34 da Lei n° 8.212/1991, desse modo foi correta a aplicação do índice pela fiscalização federal. No sentido da aplicabilidade da taxa Selic, o Plenário do 2° Conselho de Contribuintes aprovou a Súmula de n° 3. RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES. RELAÇÃO DE CORESPONSÁVEIS. DOCUMENTO INFORMATIVO. A relação de coresponsáveis meramente informativa do vinculo que os dirigentes tiveram com a entidade em relação ao período dos fatos geradores. Não foi objeto de análise no relatório fiscal se os dirigentes agiram com infração de lei, ou violação de contrato social, ou com excesso de Fl. 357DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 poderes. Uma vez que tal fato não foi objeto do lançamento, não se instaurou litígio nesse ponto. Ademais, os relatórios de co responsáveis e de vínculos fazem parte de todos processos como instrumento de informação, afim de se esclarecer a composição societária da empresa no período do lançamento ou autuação, relacionando todas as pessoas físicas e jurídicas, representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e período de atuação. O art. 660 da Instrução Normativa SRP n° 03 de 14/07/2005 determina a inclusão dos referidos relatórios nos processos administrativofiscais. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. PARCELA PAGA EM DESACORDO COM A LEI ESPECÍFICA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁ RIA. A parcela foi paga em desacordo com a lei, pois não houve participação do sindicato na negociação. A negativa do sindicato em participar, conforme descrito pelo recorrente, não tomou legítimo o instrumento realizado. Para solução do caso, se entendesse a empresa ou os trabalhadores ser mais benéfico o acordo de participação nos lucros proposto pelo recorrente deveria valerse do disposto na Consolidação das Leis do Trabalho CLT, além do que a própria Lei n 10.101 em seu art. 40 prevê a forma de resolução de controvérsias relativas ao PLR. Recurso Voluntário Negado" Acórdão nº 240100.120 "SALÁRIO INDIRETO. CARTÕES DE PREMIAÇÃO PARCELA DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. JUROS SELIC CONSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO. DECADÊNCIA I De acordo com o artigo 34 da Lei nº 8212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável 2 A teor do disposto no art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontrase sumulada, de acordo com a Súmula nº 2 do 2° Conselho de Contribuintes. 3Tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. Termo inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART 150, §4º ). No caso, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 150, §4 ° do CTN" Verifico, ainda, constar dos respectivos votos que integram os acórdãos paradigmas: Acórdão n° 230100283 Fl. 358DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13839.003490/200770 Acórdão n.º 9202003.410 CSRFT2 Fl. 13 5 "Quanto à possibilidade de retroatividade da multa prevista na Medida Provisória n ° 449 de 2008 entendo que a mesma não se aplica. A retroatividade benigna terá aplicação nas hipóteses de a situação gerada pelo ordenamento novel ser mais benéfica que a anterior. In casu, para lançamento de oficio a situação gerada por meio da Medida Provisória n°449 impõe a aplicação da multa prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, ou seja a multa seria de 75%. A multa moratória prevista no art. 61 da Lei n° 9.430 somente se aplica para casos de recolhimento não incluídos em lançamento de oficio, o que não é o caso. O fato de ser classificada como multa moratória ou de oficio é irrelevante, o que importa é o comparativo entre situações tendo como referência a nova legislação.” Acórdão n° 240100120 "Nesse sentido, devida a contribuição e não sendo recolhida até a data do vencimento, fica sujeita aos acréscimos legais na forma da legislação de regência. Portanto, correta a aplicação da taxa SELIC, com fulcro no artigo 34, da Lei n°8.212/91, e bem assim da multa moratória, nos termos do artigo 35, do mesmo Diploma Legal. (...) Com relação à solicitação da recorrente, para a aplicação do disposto na Medida Provisória 449, relativamente à multa de mora, importa salientar que a referida MP, além de alterar o art. 35 da Lei n° 8.212/1991, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte: "Art.. 35A Nos casos de lançamento de oficio relativos as contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996". O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: "Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serio aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata". Entretanto, se ocorreu o lançamento de oficio que é o presente caso, a multa devida seria de 75%, superior ao índice previsto na antiga redação do art. 35 da Lei n° 8.212/1991, correspondente ao percentual devido após ciência do acórdão da segunda instância. Fl. 359DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 6 Assim, não há como retroagir, ainda que se considere a multa moratória como penalidade, pois a lei atual não é mais favorável ao contribuinte, pelo menos até essa instância." No presente caso, o acórdão recorrido determinou, para fins de cálculo de multa a ser aplicada em decorrência da retroatividade benigna, a comparação entre a multa aplicada no lançamento e a atual multa prevista no artigo 35, caput da Lei nº 8.212/1991 (conforme redação da Lei nº 11.941/2009), no percentual de 20%. Os paradigmas colacionados, no entanto, determinaram que para fins de aplicação da retroatividade benigna fosse comparada a multa lançada com aquela prevista no novel artigo 35A da Lei nº 8.212/191, que, ao fazer remissão ao art. 44, da Lei nº 9.430/96, resulta na aplicação de penalidade de 75% do valor do tributo lançado. Destarte, patente a divergência, razão pela qual conheço do recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional. A discussão no presente recurso é relativa à multa a ser aplicada no presente caso em decorrência do advento da Lei nº 11.941/2009, que alterou os dispositivos da Lei nº 8.212/1991 que tratavam da matéria. Ressalto, antes de tecer maiores comentários, que o presente lançamento tem como objetivo a cobrança de contribuições previdenciárias destinadas a Seguridade Social correspondentes à parte da empresa e as destinadas a terceiros. O acórdão recorrido, ao analisar as razões de recurso do contribuinte, houve por bem manter o lançamento em relação ao principal, determinando o cálculo da multa nos termos do artigo 35 da Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela lei 11.941/2009, caso mais favorável ao contribuinte. A Fazenda Nacional insurgese contra tal conclusão. Tratase de tema bastante debatido no âmbito deste egrégio colegiado. Para fins de clareza transcrevo, a seguir, a redação dos dispositivos relevantes vigentes à época dos fatos geradores. Lei no 8.212/1991: “Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; III prestar ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e ao Departamento da Receita FederalDRF todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização. Fl. 360DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13839.003490/200770 Acórdão n.º 9202003.410 CSRFT2 Fl. 14 7 IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; b) quatorze por cento, no mês seguinte; c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; III – para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; b) setenta por cento, se houver parcelamento; Fl. 361DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 8 c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; d) cem por cento, após o ajuizamento da execução, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento.” Esse dispositivo era aplicado às contribuições previdenciárias, administradas pelo INSS, enquanto que aos demais tributos e contribuições federais aplicavamse as penalidades dos artigos 44 e 61 da Lei nº 9.430/1996, in verbis: “Multas de Lançamento de Ofício Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Lei nº 9.430/1996: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.” Verificase, desde logo, que existia distinção na aplicação de penalidades para os casos de não apuração e recolhimento de contribuições previdenciárias e para os casos de não apuração e recolhimento de outros tributos. De fato, o artigo 35 da Lei nº 8.212/1991 estabelecia que na hipótese de não apuração e recolhimento de contribuições previdenciárias a multa aplicável era sempre uma dita “de mora” (independentemente do pagamento ser espontâneo ou em decorrência de lançamento de ofício), enquanto que a ausência de apuração e recolhimento tempestivo dos demais tributos e contribuições federais, nos termo da Lei nº 9.430/1996, era apenado com (i) multa de mora, em caso de recolhimento intempestivo de tributo autolançado ou (ii) multa de ofício, em caso de lançamento pela autoridade fiscal. Fl. 362DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13839.003490/200770 Acórdão n.º 9202003.410 CSRFT2 Fl. 15 9 Assim, a distinção entre multa de mora e multa de ofício não era relevante no âmbito das contribuições previdenciárias na medida em que a legislação aplicável a tais contribuições previa a mesma penalidade em qualquer caso. Tal sistemática, no entanto, com o advento da Lei nº 11.941/2009, sofreu profundas alterações em decorrência da unificação da arrecadação dos tributos federais no âmbito da Receita Federal do Brasil. De fato, uma vez unificada a arrecadação não fazia sentido a existência de sistemáticas de aplicação de penalidade diferentes, razão pela qual a Lei nº 11.941/2009 alterou tais dispositivos. A Lei nº 8.212/1991, após o advento da Lei nº 11.941/2009, passou a tratar das penalidades nos artigos 32A, 35 e 35A, in verbis: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (...) Fl. 363DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD 10 Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996.” No presente caso, considerando que o lançamento decorreu da não apuração e recolhimento das contribuições previdenciárias devidas, verifico que pela sistemática anterior à MP 449/2008 (convertida na lei nº 11.491/2009), o lançamento estaria sujeito à multa prevista no artigo 35 da Lei 8.212/1991 que, em sua redação à época dos fatos geradores, determinava a aplicação de uma multa de 8% até 100% da contribuição devida em função da fase em que se encontrava a cobrança do débito. Embora o artigo 35 da Lei 8.212/1991 denominasse tal penalidade de mora, tem ela, quando lançada em procedimento de ofício para apuração dos tributos não lançados, sua correspondência no atual artigo 35A da Lei nº 8.212/1991, que rege as hipóteses de lançamento de ofício pela autoridade fiscal, e não no artigo 35 da Lei n. 8.212/1991, que rege as hipóteses de recolhimento espontâneo pelo contribuinte de tributo autolançado. Assim, para aplicação do comando de retroatividade benigna previsto no artigo 106, II, do CTN devese comparar a penalidade prevista na antiga redação do artigo 35 da Lei nº 8.212/1991 com aquela prevista no artigo 35A da Lei n. 8.212/1991, que remete ao artigo 44 da Lei n. 9.430/1996, ficando limitada ao percentual de 75% prevista neste último dispositivo. Esta conclusão também é a mesma para aqueles que acompanham meu voto neste julgamento pelas conclusões. No entendimento deles a multa pelo descumprimento da obrigação principal deve ser acrescida à multa por descumprimento da obrigação acessória eventualmente lançada em outros autos para fins de comparação com o limite de 75% previsto na Lei n. 11.941. Ante o exposto, conheço do recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO para que seja aplicada a multa prevista na antiga redação do artigo 35 da Lei nº 8.212/1991, limitada ao percentual de 75%. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 364DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13839.003490/200770 Acórdão n.º 9202003.410 CSRFT2 Fl. 16 11 Fl. 365DF CARF MF Impresso em 19/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/11/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/11/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/11/2014 por GUSTAVO LIAN HADDAD
score : 1.0
