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Numero do processo: 10980.013923/2006-92
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Exercício: 2007
OPÇÃO RETROATIVA SIMPLES. REQUISITOS PRELIMINARES.
O Delegado ou o Inspetor da Receita Federal, comprovada a ocorrência de erro de fato, pode retificar de ofício tanto o Termo de Opção (TO) quanto a Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) para a inclusão no Simples de pessoas jurídicas inscritas no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ), desde que seja possível identificar a intenção inequívoca de o contribuinte aderir ao Simples.
São instrumentos hábeis para se comprovar a intenção de aderir ao Simples os pagamentos mensais por intermédio do Documento de Arrecadação do Simples (Darf-Simples) e a apresentação da Declaração Anual Simplificada.
Numero da decisão: 1803-002.380
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento do recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Exercício: 2007 OPÇÃO RETROATIVA SIMPLES. REQUISITOS PRELIMINARES. O Delegado ou o Inspetor da Receita Federal, comprovada a ocorrência de erro de fato, pode retificar de ofício tanto o Termo de Opção (TO) quanto a Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) para a inclusão no Simples de pessoas jurídicas inscritas no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ), desde que seja possível identificar a intenção inequívoca de o contribuinte aderir ao Simples. São instrumentos hábeis para se comprovar a intenção de aderir ao Simples os pagamentos mensais por intermédio do Documento de Arrecadação do Simples (Darf-Simples) e a apresentação da Declaração Anual Simplificada.
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REQUISITOS PRELIMINARES. O Delegado ou o Inspetor da Receita Federal, comprovada a ocorrência de erro de fato, pode retificar de ofício tanto o Termo de Opção (TO) quanto a Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) para a inclusão no Simples de pessoas jurídicas inscritas no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ), desde que seja possível identificar a intenção inequívoca de o contribuinte aderir ao Simples. São instrumentos hábeis para se comprovar a intenção de aderir ao Simples os pagamentos mensais por intermédio do Documento de Arrecadação do Simples (DarfSimples) e a apresentação da Declaração Anual Simplificada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento do recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 39 23 /2 00 6- 92 Fl. 43DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.013923/200692 Acórdão n.º 1803002.380 S1TE03 Fl. 44 2 Relatório A Recorrente formalizou o Pedido de Inclusão Retroativa no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) em 12.12.2006, fl. 04, a partir do início das atividades, ou seja, de 08.08.2006, ao argumento de que: iniciou suas atividades em 08/08/2006 e está enquadrada na situação de empresa normal, tributação pelo lucro presumido. Por seu Sócio Administrador CLEVERSON PADOVANI, CPF n° 814.987.56972, vem através deste, requerer que a referida empresa seja enquadrada na situação de MicroempresaME, pois a atividade instalação e configuração de programas de computador desenvolvidos por terceiros compõe o CNAE outras atividades de informática, não especificadas anteriormente, que não permitiu inclusão da opção do regime de tributação Simples, quando da solicitação do CNPJ. A referida atividade de informática desenvolvida, se enquadra na situação do Ato Declaratório Interpretativo SRF 35, de 29 de dezembro de 2004, pode optar pelo Sistema Integrado de pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresa e das Empresas de Pequeno porte (Simples) a pessoa jurídica que exerce atividade de instalação de programas de computador desenvolvidos por terceiros, desde que não demande conhecimentos de analista de sistemas ou programador e observados os demais requisitos legais. Por esta questão o sócio administrador solicita respeitosamente que a empresa DOCPRINT COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS PARA INFORMÁTICA LTDA seja incluída como optante pelo simples. Em conformidade com o Despacho Decisório, fls. 2022, as informações relativas à opção pelo Simples foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento pedido. Restou esclarecido que a Recorrente se dedica à prestação de programador e analista de sistema (inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996). Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade, fl. 25. Tece esclarecimentos sobre os fatos e suscita que: informamos a inconformidade com a decisão deste processo. Pois a empresa citada, conforme seu objeto social desenvolve de fato as atividades de: "exploração do ramo de serviços de Comércio de equipamentos, suprimentos e pegas para informática, copiadoras, impressoras, computadores e periféricos, Comércio varejo de material e móveis para escritório, Comércio varejo de equipamentos eletrônicos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e instalação e configuração de programas de computador desenvolvidos por terceiros", salientando que "... instalação e configuração de programas de computador desenvolvidos por terceiros", e a empresa não possui programadores ou analistas de sistemas, portanto ela não trabalha com criação de programas e software e sim com a comercialização destes. Está registrado como ementa do Acórdão da 2ª TURMA/DRJ/CTA/PR nº 06 27.596, de 29.07.2010, fls. 3236: Fl. 44DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.013923/200692 Acórdão n.º 1803002.380 S1TE03 Fl. 45 3 ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2006 PEDIDO DE INCLUSÃO RETROATIVA. IMPROPRIEDADE. A adesão ao Simples ocorre por ato volitivo do interessado, sendo dispensável qualquer manifestação do fisco. ADESÃO AO SIMPLES. A pessoa jurídica cm inicio de atividade deverá formalizar sua opção para adesão ao Simples imediatamente, mediante utilização da própria Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ). ADESÃO AO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. Tendo o sujeito passivo declarado cm seus atos constitutivos exercer atividade não permitida ao Simples e, lhe tendo sido negada a opção com base nesta previsão, cabe a ele constituir provas suficientes para afastar o impedimento que lhe é imputado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito cm Litígio Notificada em 16.08.2010, fl. 38, a Recorrente apresentou o recurso voluntário e, 14.09.2010, fls. 3940, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Acrescenta que: A citada empresa, dentre as atividades constantes em seu objeto social de "exploração do ramo de serviços de Comércio de equipamentos, suprimentos e peças para informática, copiadoras, impressoras, computadores e periféricos, Comércio varejo de material e móveis para escritório, Comércio varejo de equipamentos eletrônicos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e instalação e configuração de programas de computador desenvolvidos por terceiros", bem como os Códigos Nacional de Atividades abaixo: 47.53900 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo 62.09100 Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação 47.51200 Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática 47.54701 Comércio varejista de móveis 47.59899 Comércio varejista de outros artigos de uso pessoal e doméstico não especificados anteriormente Quando de sua constituição a empresa maximizou suas atividades pensando em um futuro próximo exercer de fato todas estas atividades constantes em seu objeto social, porém o que o mercado e a demanda de seus clientes a direcionou para Fl. 45DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.013923/200692 Acórdão n.º 1803002.380 S1TE03 Fl. 46 4 o comércio de copiadoras e impressoras, bem como a instalação, configuração e suporte aos seus clientes. Naquela ocasião e pesquisando hoje as atividades o CNAE a qual se enquadra a referida empresa é o CNAE 62.09100 — Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação. Dos Fatos As atividades exercidas pela empresa desde sua constituição não está vinculada a criação software, desenvolvimentos de programas, não há se quer a compra de programas de computador desenvolvidos por terceiros para instalações. E por fim ressaltamos que a empresa não dispõe de profissionais com conhecimentos técnicos para a atividade, e não assemelhase, pois sua atividade é direcionada ao Comércio de copiadoras e impressoras e suporte aos seus clientes, referente a estes produtos comercializados. Do Requerimento A empresa Docprint Comércio de Equipamentos para Informática Ltda.,vem novamente através deste, requerer seu enquadramento na situação de Microempresa ME, pois a atividade instalação e configuração de programas de computador desenvolvidos por terceiros, conforme informado não está sendo desenvolvida e compõe o CNAE outras atividades de informática, não especificadas anteriormente, e enquadra na situação do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 35, de 29 de dezembro de 2004, que diz o seguinte... "pode optar pelo Sistema Integrado de pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresa e das Empresas de Pequeno porte (Simples) a pessoa jurídica que exerce atividade de instalação de programas de computador desenvolvidos por terceiros, desde que não demande conhecimentos de analista de sistemas ou programador e observados os demais requisitos legais". Por esta questão o sócio administrador solicita respeitosamente que a empresa Docprint Comércio de Equipamentos para Informática Ltda seja incluída como optante pelo Simples. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. A Recorrente afirma que fez a opção nos termos legais. Fl. 46DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.013923/200692 Acórdão n.º 1803002.380 S1TE03 Fl. 47 5 O tratamento diferenciado, simplificado e favorecido denominado Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) é mensal e uma opção do sujeito passivo para todo anocalendário, desde que observados os requisitos legais, devendo ser manifestada mediante a alteração cadastral no prazo previsto em lei. A opção pelo Simples é um direito da pessoa jurídica que preenche todos os requisitos legais e que não incorra em circunstância objeto de vedação por expressa previsão legal. O pressuposto é de que os motivos que impedem sua adesão ou permanência no regime sejam dela conhecidas.1. Em preliminar, no que se refere à identificação da intenção inequívoca de a requerente aderir ao Simples, vale mencionar o Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 16, de 02 de outubro de 2002, que disciplinou a matéria no seguinte sentido: Artigo único. O Delegado ou o Inspetor da Receita Federal, comprovada a ocorrência de erro de fato, pode retificar de ofício tanto o Termo de Opção (TO) quanto a Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) para a inclusão no Simples de pessoas jurídicas inscritas no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas (CNPJ), desde que seja possível identificar a intenção inequívoca de o contribuinte aderir ao Simples. Parágrafo único. São instrumentos hábeis para se comprovar a intenção de aderir ao Simples os pagamentos mensais por intermédio do Documento de Arrecadação do Simples (Darf Simples) e a apresentação da Declaração Anual Simplificada. Restou positivado que comprovada a ocorrência de erro de fato a pessoa jurídica pode ser incluída de ofício no Simples quando for possível identificar sua intenção inequívoca de adesão. Analisando os dados constantes nos registros da Secretaria da Receita Federal, verificase que para o anocalendário de 2006 a Recorrente apresentou a Declaração de Informações Econômico Fiscais pelo regime de tributação com base no lucro presumido, porque não obteve êxito quando tentou fazer sua opção pelo Simples à época em que solicitou o registro no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas – CNPJ. Ademais, não restou demonstrado nos autos que a partir de 01.01.2007 a Recorrente tenha entregado a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica – Simples DSPJ e a efetivação dos pagamentos mensais por intermédio do DarfSimples. Logo, não é possível identificar, em preliminar, a sua intenção inequívoca de aderir ao Simples. No mérito, em relação ao exercício de atividade vedada, a defesa acrescenta que a prestação de serviços informática é permitida para o Simples. A Lei nº 9.317, de 1996, e alterações posteriores, determina: Art. 8° A opção pelo Simples darseá mediante a inscrição da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa ou 1 Fundamentação legal: art. 179 da Constituição Federal, art. 2º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965, § 2º do art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996. Fl. 47DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.013923/200692 Acórdão n.º 1803002.380 S1TE03 Fl. 48 6 empresa de pequeno porte no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda CGC/MF, quando o contribuinte prestará todas as informações necessárias,[...] § 1° As pessoas jurídicas já devidamente cadastradas no CGC/MF exercerão sua opção pelo Simples mediante alteração cadastral. § 2° A opção exercida de conformidade com este artigo submeterá a pessoa jurídica à sistemática do Simples a partir do primeiro dia do anocalendário subseqüente, sendo definitiva para todo o período. [...] Art. 9º Não poderá optar pelo Simples, a pessoa jurídica: [...] XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; A hipótese do indeferimento da solicitação de opção retroativa da pessoa jurídica do Simples com fundamento no exercício de atividade econômica vedada para o sistema, pressupõe a obtenção de receita oriunda de atividade vedada. Este procedimento não prescinde da caracterização inequívoca da situação considerada impeditiva, bem como da identificação da prestação do serviço profissional que a pessoa jurídica exerce que é considerada como atividade vedada para fins de opção pelo Simples. A Lei nº 10.964, de 28 de outubro de 2004, com a redação dada pela Lei nº 11.051, de 29 de dezembro de 2004, prescreve: Art. 4º Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9º da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: I – serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus e outros veículos pesados; II – serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; III – serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; IV – serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; Fl. 48DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10980.013923/200692 Acórdão n.º 1803002.380 S1TE03 Fl. 49 7 V – serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos. § 1º Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. Nos sistemas internos da RFB consta: a) CNAE Fiscal : 5242601 Comércio varejista de máquinas, aparelhos e equipamentos elétricos, eletrônicos de usos domestico e pessoal, exceto equipamentos, de informática, fl. 17; b) “CNAE Fiscal secundária não permitida para o Simples 6209100”, fl. 19. Consta no Contrato Social, fls. 0615, que a Recorrente tem como objeto social, a exploração do ramo de serviços de comercio de equipamentos, suprimentos, peças para informática, copiadoras, impressoras, computadores c periféricos, comércio varejo de material e moveis para escritório, comércio varejo de equipamentos eletrônicos, eletro eletrônicos, eletrodomésticos e instalação e configuração de programas de computador desenvolvidos por terceiros. Nesse sentido, ainda que a Recorrente exerça, em tese, atividade permitida para a sistemática do Simples a partir de 01.01.2007, esse fato por si só não tem força normativa para sua inclusão retroativa, já que não é possível identificar nos autos sua intenção inequívoca de adesão pelos “pagamentos mensais por intermédio do Documento de Arrecadação do Simples (DarfSimples) e a apresentação da Declaração Anual Simplificada”. Em assim sucedendo, voto negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 49DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/10/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 10380.005544/2002-64
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
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Numero da decisão: 3802-003.573
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausência justificada de Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausência justificada de Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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AUTO DE INFRAÇÃO. RETORNO DE DILIGÊNCIA Retornando os autos da diligência com a informação de que ocorreu erro de fato no preenchimento da DCTF, à vista da documentação contábil e fiscal e averiguações, logo, assiste razão a recorrente. Recurso ao qual se dá provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausência justificada de Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 55 44 /2 00 2- 64 Fl. 152DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 7/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Trata o presente processo de Auto de Infração, oriundo de Auditoria Interna de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), relativa à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. Por meio do Auto de Infração, lavrado em 5.3.2002 (fls. 7/8) e cientificado por via postal em 20.3.2002 (fls. 19), foi formalizado o crédito tributário no valor total de R$ 29.508,51 (R$ 10.780,55 de principal; R$ 8.085,41 de multa de ofício; R$ 10.642,55 de juros moratórios), em virtude de falta de pagamento para o período de abril de 1997. Impugnando a presente autuação, foi apresentada em 18.4.2002 a peça de defesa de fls. 1/2, acompanhada dos documentos de fls. 3/18, com as razões de defesa a seguir sintetizadas. Argui o interessado que o lançamento deveuse a uma retificação de DCTF, em função da mudança de versão do programa gerador da declaração. Tal fato teria ocasionado a duplicidade do valor da contribuição para o período abril/1997 (R$ 10.780,55), cujo valor correto seria R$ 5.390,27. Às fls. 30, encontrase despacho da DRF Fortaleza, no qual está informado que foi anexada (fls. 20) cópia de extrato da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), apresentada pelo contribuinte para o anocalendário 1997, contendo o cálculo da COFINS para o mês de abril de 1997, no valor de R$ 5.390,27, quitado por meio do DARF anexado às fls. 3. Tendo confirmado a realização do pagamento, no valor de R$ 5.390,27, antes da lavratura do Auto de Infração, a DRF Fortaleza concluiu pela extinção parcial do crédito tributário lançado, tendo em vista haver saldo remanescente a pagar. O pleito foi deferido em parte, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/FOR no 0819.942, de 04/02/2011, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, cuja ementa dispõe, verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 1997 DCTF. AUTO DE INFRAÇÃO. REVISÃO INTERNA. Exonerase a parcela da exigência extinta por pagamento devidamente comprovado e mantémse a parte do lançamento impugnada sob o fundamento de cômputo em duplicidade do valor do crédito tributário, quando o contribuinte não comprova o erro alegado. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 7/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10380.005544/200264 Acórdão n.º 3802003.573 S3TE02 Fl. 153 3 MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Em face do princípio da retroatividade benigna, exonerase a multa de ofício no lançamento decorrente de pagamentos não comprovados, apurados em declaração prestada pelo sujeito passivo, por se configurar hipótese diversa daquelas versadas no art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003. Impugnação procedente em Parte. Crédito Tributário mantido em Parte. O julgamento foi no sentido de considerar procedente em parte a impugnação para anular a parcela da exigência extinta por meio do pagamento, bem como manter a parte remanescente e excluir a multa de ofício. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Argumenta que não se conforma com o saldo remanescente. Através da resolução de n° 3201000.350, os autos foram convertidos em diligência para: ao órgão de origem, para que a autoridade lançadora junte aos autos cópia da DCTF original e retificadora que contenham a informação do crédito ora debatido; ao contribuinte, para que junte aos autos cópia do livro de apuração de IPI e/ou ICMS, demonstrando o faturamento do mês em debate, bem como memória de cálculo do referido tributo; por fim, requer que a autoridade preparadora se manifeste sobre a alegação de duplicidade do lançamento da COFINS, como afirmado pela recorrente. A informação fiscal de fls. 135 e ss dá conta de que a demanda resultou na comprovação da alegação da recorrente, pois precisamente á fl. 139, onde a auditora fiscal manifestase, favoravelmente, ao contribuinte, quando reflete que frente a todas evidências, tanto da escrituração fiscal, como dos arquivos da Secretaria da Receita Federal, tudo faz crer que o sujeito passivo cometera erro de fato ao informar o valor R$ 10.780,55 (a pagar de Cofins, para o mês de abril/97), vez que o montante efetivo era de R$ 5.390,27, cujo pagamento já foi reconhecido para primeira instância, quando exluiu esta parcela. O processo digitalizado foi a mim redistribuído. É o relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Fl. 154DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 7/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de Auto de Infração, de Auditoria Interna de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), relativa à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. Foi formalizado o crédito tributário no valor total de R$ 29.508,51 (R$ 10.780,55 de principal; R$ 8.085,41 de multa de ofício; R$ 10.642,55 de juros moratórios), em virtude de falta de pagamento para o período de abril de 1997. Como relatado a decisão a quo anulou a parcela da exigência extinta por meio do pagamento comprovado, manteve a parte remanescente e excluiu a multa de ofício. Tratase de retorno de diligência em que a Fiscalização, em síntese, responde que o processo em trâmite teve comprovado o que alega a recorrente, sobre a duplicidade do lançamento da COFINS. Ou seja, através da Resolução, foi observado erro de fato no preenchimento da DCTF, à vista da documentação contábil e fiscal e averiguações, logo, assiste razão a recorrente. Por todo o exposto, DOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 155DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 7/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 16048.000060/2010-04
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO.
Verificadas as omissões aventadas em embargos de declaração, devem esses ser acolhidos com efeitos infringentes para conversão do julgamento em diligência para saneamento das omissões.
Numero da decisão: 1402-001.720
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para, no mérito, dar-lhes efeitos infringentes e retificar o acórdão 1402-001.232, convertendo o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Albertina Silva Santos de Lima - Presidente.
(assinado digitalmente)
Frederico Augusto Gomes de Alencar - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2011 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACOLHIMENTO. Verificadas as omissões aventadas em embargos de declaração, devem esses ser acolhidos com efeitos infringentes para conversão do julgamento em diligência para saneamento das omissões.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para, no mérito, dar-lhes efeitos infringentes e retificar o acórdão 1402-001.232, convertendo o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima - Presidente. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima.
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ACOLHIMENTO. Verificadas as omissões aventadas em embargos de declaração, devem esses ser acolhidos com efeitos infringentes para conversão do julgamento em diligência para saneamento das omissões. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para, no mérito, darlhes efeitos infringentes e retificar o acórdão 1402001.232, convertendo o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 04 8. 00 00 60 /2 01 0- 04 Fl. 87DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16048.000060/201004 Acórdão n.º 1402001.720 S1C4T2 Fl. 88 2 Relatório Sotecplast Ltda EPP recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 9ª Turma da DRJ Campinas/SP, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Tratase de insurgência contra Ato Declaratório Executivo DRF/TAU nº 450371, de 01/09/2010, que excluiu o Contribuinte do Simples Nacional (Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006) à conta da existência dos débitos relacionados, com exigibilidade não suspensa. O manifestante alega que não foram analisados dois pedidos de restituição protocolados sob nº 37321.000433/200565 e 37321.001341/200764 e que todas as exigências solicitadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB foram atendidas.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 05 32.425 (fls. 2526v) de 04/02/2011, por unanimidade de votos, indeferiu o pedido de permanência da interessada na sistemática do Simples Nacional. A decisão foi assim ementada. “SIMPLES NACIONAL. PERMANÊNCIA. DÍVIDA. VEDAÇÃO. A existência de débito com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa, é circunstância impeditiva para o ingresso ou a permanência no Simples Nacional.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 23/02/2011 (A.R. de fl. 29v), a interessada interpôs recurso voluntário em 16/03/2011 (fls. 3034) onde repisa os argumentos trazidos em sede de impugnação. Esta Turma, por meio da Resolução nº 140200.106, de 16/03/2012, converteu o julgamento em diligência para que se juntasse aos autos documento de identificação da signatária do Recurso. Vejamse os termos da Resolução. Observo, de início, que o Recurso apresentado foi assinado com base em procuração, instrumento às fl. 38/39, da recorrente (outorgante) para Zélia Maria Ribeiro (outorgada), qualificada naquela peça. Entretanto, não há nos autos qualquer documento de identificação da Sra. Zélia, o que impossibilita saber se o signatário do recurso é, de fato, a procuradora da Recorrente. Nesses termos, o próprio Recurso apresentado foi ressalvado, quando da sua recepção pela DRF/Taubaté, nos seguintes termos (fl. 30): “Por insistência. Não apresentou documento da procuradora e não reconheceu a firma da mesma.” Fl. 88DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16048.000060/201004 Acórdão n.º 1402001.720 S1C4T2 Fl. 89 3 Diante do exposto, Voto por converter o julgamento em diligência para que se junte aos autos documento de identificação da signatária do Recurso de fls. 3034, devendo os autos, após a diligência, retornar para julgamento. Retornados os autos e analisados por esta Turma, sobreveio o Acórdão nº 1402001.232, de 06/11/2014, dando provimento ao recurso voluntário da Contribuinte sob o argumento de que o débito de 12/2008 teria sido pago conforme DARF de fl. 36. Vejase a ementa daquele Acórdão. SIMPLES NACIONAL. INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS. PERMANÊNCIA. Comprovada a inexistência dos débitos elencados no ADE, deixa de existir a circunstância impeditiva para o ingresso ou a permanência no Simples Nacional. Inconformada, a Procuradoria da Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração (fls. 7678) alegando omissões no acórdão, a saber: i) ao deixar de se manifestar sobre o resultado da diligência determinada pela Resolução 140200.106 (fls. 5658), pela qual se requereu a juntada de identificação da signatária do recurso voluntário; e ii) quando do exame do mérito do recurso voluntário este Colegiado teria se fundado em prova de pagamento do débito 12/2008 por meio do DARF de fl. 36, cuja confirmação (chancela bancária) seria ilegível, não havendo, alternativamente, cópia das informações constantes dos sistemas da Receita Federal que apontariam tal pagamento. Por entender que, em tese, houve omissão sobre pontos que a turma deveria ter se pronunciado, com base no art. 65, § 2°, do Anexo II do Regimento Interno do CARF manifesteime pela admissão dos embargos de declaração e conseqüente retorno dos autos a este Colegiado para correção do julgado. É o relatório. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16048.000060/201004 Acórdão n.º 1402001.720 S1C4T2 Fl. 90 4 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar. Em resumo, alega a Fazenda Nacional que há omissões no acórdão: i) ao deixar de se manifestar sobre o resultado da diligência determinada pela Resolução 140200.106 (fls. 5658), pela qual se requereu a juntada de identificação da signatária do recurso voluntário; e ii) quando do exame do mérito do recurso voluntário este Colegiado teria se fundado em prova de pagamento do débito 12/2008 por meio do DARF de fl. 36, cuja confirmação (chancela bancária) seria ilegível, não havendo, alternativamente, cópia das informações constantes dos sistemas da Receita Federal que apontariam tal pagamento. Adicionalmente, quanto ao item (i) acima, argumenta a Embargante que “foi juntada cópia simples de documento de identificação da signatária, sem certidão de conformidade com o original, e ainda sem que a assinatura nesse documento se assemelhe com a assinatura aposta quando da apresentação do recurso voluntário (cf. fl. 3 de “Documentos Diversos” e fl. 34 do v. 1)”. De fato, quanto ao item (i), não há a análise explícita da documentação acostada por ocasião da diligência efetuada (Resolução 140200.106, pela qual se requereu a juntada de identificação da signatária do recurso voluntário), e, quanto ao item (ii), não foi acostado aos autos a confirmação de pagamento do DARF de fl. 36. Desse modo, por entender ter havido as omissões aventadas pela Fazenda Nacional, voto por acolher os embargos de declaração para, no mérito, darlhes efeitos infringentes e retificar o acórdão 1402001.232, convertendo o julgamento do recurso em nova diligência para que sejam adotadas as seguintes medidas, por parte da Unidade de origem que jurisdiciona a Contribuinte. i) que se manifeste sobre o resultado da diligência determinada pela Resolução 140200.106 (fls. 5658), pela qual se requereu a juntada de identificação da signatária do recurso voluntário, analisando, em particular, o argumento trazido pela Fazenda Nacional de que “foi juntada cópia simples de documento de identificação da signatária, sem certidão de conformidade com o original, e ainda sem que a assinatura nesse documento se assemelhe com a assinatura aposta quando da apresentação do recurso voluntário (cf. fl. 3 de “Documentos Diversos” e fl. 34 do v. 1)”; ii) que acoste aos autos a confirmação de pagamento correspondente ao DARF de fl. 36. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 16048.000060/201004 Acórdão n.º 1402001.720 S1C4T2 Fl. 91 5 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 10850.905393/2011-53
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP INCIDENTE SOBRE COMBUSTÍVEL. REGIME DE TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE VAREJISTA
EXCLUÍDO DA TRIBUTAÇÃO. INDEFERIMENTO.
No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, portanto, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente.
A partir de 01/07/2000, o regime de tributação da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS incidente sobre os combustíveis incluídos o óleo diesel, passou a ser realizado em uma única fase (incidência monofásica), concentrado nas receitas de vendas realizadas pelas refinarias, ficando exoneradas as receitas auferidas nas etapas seguintes por distribuidoras e varejistas, que passaram a ser submetidas ao regime de alíquota zero.
Dessa forma, após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS incidente sobre a venda de óleo diesel do distribuidor para o comerciante varejista.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.156
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Antônio Elmo Gomes Queiroz. OAB/PE nº 23.878. Antecipado o julgamento para o período matutino a pedido do recorrente.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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CRÉDITO DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP INCIDENTE SOBRE COMBUSTÍVEL. REGIME DE TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE VAREJISTA EXCLUÍDO DA TRIBUTAÇÃO. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez, portanto, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. A partir de 01/07/2000, o regime de tributação da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS incidente sobre os combustíveis incluídos o óleo diesel, passou a ser realizado em uma única fase (incidência monofásica), concentrado nas receitas de vendas realizadas pelas refinarias, ficando exoneradas as receitas auferidas nas etapas seguintes por distribuidoras e varejistas, que passaram a ser submetidas ao regime de alíquota zero. Dessa forma, após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS incidente sobre a venda de óleo diesel do distribuidor para o comerciante varejista. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 53 93 /2 01 1- 53 Fl. 151DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 12 2 julgado. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl votou pelas conclusões. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Antônio Elmo Gomes Queiroz. OAB/PE nº 23.878. Antecipado o julgamento para o período matutino a pedido do recorrente. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Flávio de Castro Pontes e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 13 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo, contra o acórdão exarado pela 2ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Ribeirão Preto (DRJ/RPO), na Sessão de Julgamento do dia 25 de março de 2013, em que foi julgada a improcedência da manifestação de inconformidade, deixado de conhecer o direito creditório sobre aquisição de combustíveis. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório em que foi apreciado Pedido de Ressarcimento (PER/DCOMP), por intermédio da qual o contribuinte pretende ver ressarcido crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo, concernente a PIS/PASEP (PIS/PASEP NÃO CUMULATIVO – MERCADO INTERNO), período de apuração: 1º trimestre de 2008. Por meio de despacho decisório de fl. 5, com fundamento na informação fiscal de fls. 46/48, constatouse que o interessado apurou créditos relativos às aquisições de óleo diesel para pleitear ressarcimento junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), considerando as suas saídas com alíquota zero. O pedido do contribuinte foi indeferido, pois apesar do produto sair com alíquota zero, à tributação do PIS/PASEP, referente ao óleo diesel, ocorre de forma concentrada (incidência monofásica) no produtor ou importador, não havendo previsão legal da possibilidade de manutenção de créditos na aquisição pelo distribuidor ou revendedor atacadista ou revendedor varejista. Diante disso, como não foi constatado o auferimento de receitas não tributadas no mercado interno, passíveis de ressarcimento, o despacho decisório concluiu que o interessado não tem direito ao ressarcimento pleiteado. Regularmente cientificado do Despacho Decisório em 14/5/2012 (fl. 6), o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade de fls. 07/38. Contudo, como se observa da Manifestação de Inconformidade de fls. 07/38, as folhas 10 a 16 da peça impugnatória não foram juntadas aos autos. A fim de evitar qualquer prejuízo ao contribuinte, juntouse cópia dessas folhas (fls. 49/55), extraídas da manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente no processo, cujo conteúdo é idêntico. Assim, insurgindose contra o teor do despacho decisório de fl. 5, acompanhado de Informação Fiscal, o contribuinte alega, em síntese, que: a) por entender ter direito ao crédito de PIS/COFINS nãocumulativo, em relação aos produtos que adquiriu, pleiteou o seu ressarcimento; b) não pleiteou direito ao creditamento sobre álcool, gás liquefeito ou natural ou biodiesel, mas apenas ao creditamento na aquisição de gasolina A e óleo Fl. 153DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 14 4 diesel, doravante englobados pelo termo combustível; c) as normas devem ser interpretadas sistematicamente sob pena de desvirtuamento da ordem jurídica, sendo desejo expresso do legislador que não existisse mais qualquer vedação ao creditamento pretendido como forma de dar efetividade à não cumulatividade; d) a contribuinte está obrigatoriamente sob a incidência das leis da nãocumulatividade, nos termos da Lei nº 10.637/2002 (PIS não cumulativo) e da Lei nº 10.833/2003 (COFINS não cumulativa), já que não se enquadra nas exceções; e) é de se consignar que os distribuidores já constaram expressamente como jungidos à comutatividade, mas houve uma mutação na redação original que instituiu como substituto a refinaria e substituídos os distribuidores; f) a Lei nº 9.990/00 retirou a distribuidora da incidência; g) há ainda uma menção residual aos distribuidores de combustíveis, mas totalmente esvaziada, pois já não existe mais a substituição tributária aventada; h) há norma latente para os distribuidores enquanto substitutos, mas não há como contribuintes diretos, pois não estão mais na comutatividade; i) quem se encontra em limbo tributário são os produtores não os distribuidores, já que passaram a ser submetidos às chamadas alíquotas diferenciadas; j) essa mixórdia se refere a “produtor” e “importador”, não arrastando para a balbúrdia os “distribuidores”; k) a legislação da cumulatividade não se destina à contribuinte já que os distribuidores, que apuram resultados para o imposto sobre a renda pelo lucro real, foram postos compulsoriamente na não cumulatividade; l) cita os artigos que foram apresentados como fundamento para vedação definitiva dos créditos aqui discutidos; m) na cadeia produtiva de combustíveis, as distribuidoras estão em uma etapa que está sob a incidência da legislação do PIS/COFINS nãocumulativos e, para completar os critérios da regramatriz de incidência, já tinha ficado estabelecido que os distribuidores operariam com alíquota zero, conforme MP nº 2.15835/01; n) é descabido confundir alíquota zero com não incidência, pois são fenômenos distintos; o) quando a lei estabelece a tributação dita monofásica, ela expressamente coloca a incidência em uma única fase que não se confunde com a nãocumulatividade que pressupõe a tributação em várias fases mesmo que em uma ou alguma delas a incidência se dê à alíquota zero; p) nesse caso, não há direito a creditamento para outras fases, porque o resto da cadeia está fora do campo de incidência do tributo, uma vez que a tributação ficou inteiramente concentrada em um único contribuinte, independente da sistemática dos demais elos da cadeia produtiva. Nestes específicos casos, descabe falar em cumulatividade ou nãocumulatividade. Todavia, se incidir, ainda que com alíquota zero, não é o caso de tributação monofásica, o que não ocorreu com os combustíveis aqui discutidos: gasolina A e Diesel; q) é constrangedora a frequência com que se repete, até em atos regulamentares inferiores, que os combustíveis estão sob o sistema de monofásica, porém não há tributação monofásica justamente porque todos estão submetidos à incidência da tributação das Fl. 154DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 15 5 citadas contribuições (alíquota zero); r) por meio da MP nº 206, publicada e vigente em 09/08/2004, surgiu o artigo 16, que virou o artigo 17, quando convertida na Lei nº 11.033/2004, criando condições para a plena nãocumulatividade no que tange ao PIS/COFINS, como expresso na Exposição de Motivos da referida MP; s) a MP que introduziu o artigo 17 é norma politemática; t) a Lei nº 11.116/2005 veio para dar maior efetividade ao creditamento como instrumento da não cumulatividade; u) a autoridade administrativa usou o argumento equivocado para negar o direito da empresa, citando as disposições da IN SRF nº 594/2005, que teria expressamente introduzido a vedação, e mais, com efeito retroativo. No Estado Democrático de Direito, as limitações e restrições ao agir dos contribuintes somente podem estar previstas em lei; v) pela normatização do PIS/COFINS nãocumulativos, o método escolhido pelo legislador foi o indireto subtrativo, ou seja, independe de quanto foi, ou sequer se houve, tributação na cadeia anterior, ou se o elo anterior estava no regime da não cumulatividade, pois se baseia somente em incidência da alíquota base sobre as aquisições, independente se a aquisição seja decorrente de creditamento sobre etapas não tributadas, ou tributadas com alíquota diferente; x) em 03/01/2008, foi editada a MP nº 413, que alterou o permissivo de creditamento das leis da nãocumulatividade, porém tal dispositivo não foi aprovado; y) após toda a exposição, transcreve as seguintes premissas: 1) se a contribuinte é distribuidora de combustíveis; 2) se a contribuinte é tributada pelo Lucro Real (regime nãocumulativo para o PIS/COFINS); 3) o único instrumento com poderes para criar restrições é a lei; 4) existe norma que previu expressamente que a contribuinte deveria tributar o PIS/COFINS com alíquota zero sobre seu faturamento, e não em monofásica ou não incidência; 5) o artigo 17 da Lei nº 11.033/2004 prevê expressamente que todos os contribuintes da nãocumulatividade, mesmo que faturem com alíquota zero, podem creditarse de PIS/COFINS; 6) a Lei nº 11.033/2004 é politemática; 7) o artigo 16 da Lei nº 11.116/2005 fez foi dotar de mais garantias a previsão do artigo 17 da Lei nº 11.033/2004; 8) sempre se ressalva, nas novas normas, o que fica ainda regulado em outra norma anterior, o que não aconteceu com a possibilidade de creditamento para a contribuinte, sendo certo que normas infralegais não tem tal condão; 9) o creditamento é coerente com a técnica de nãocumulatividade empregada no PIS/COFINS, em consonância com a prescrição constitucional; 10) o Poder Executivo, via medida provisória, tentou restaurar a vedação ao creditamento, mas por intuitiva inconstitucionalidade, não foi mantida no ordenamento jurídico; z) repisese, creditamento sobre a aquisição de Gasolina A e óleo Diesel, como consta de seu pedido. Ao final, requer a procedência da Manifestação de Inconformidade para o fim de se deferir o creditamento pretendido e homologado a compensação efetuada. É o relatório. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 16 6 A DRJ de Ribeirão Preto julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte, conforme pode ser conferido pela ementa do acórdão, abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP PEDIDO DE RESSARCIMENTO. DERIVADOS DE PETRÓLEO. COMBUSTÍVEIS. TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEIS. SISTEMÁTICA DA NÃOCUMULATIVIDADE DO PIS/PASEP. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Não há direito a creditamento de PIS/PASEP relativos às operações de distribuição e varejo de combustíveis, realizadas à alíquota zero, com base na sistemática da nãocumulatividade. É incontroverso que a Lei nº 9.990/2000 fixou a incidência monofásica do PIS/PASEP e da COFINS sobre combustíveis derivados de petróleo, permanecendo concentrada na produção e importação a incidência do tributo, inviabilizando, por esse motivo, o creditamento pretendido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, aludindo os mesmos argumentos trazidos em sede de Manifestação de Inconformidade. É o sucinto relatório. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 17 7 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. A Recorrente pleiteou o ressarcimento dos valores atualizados da Contribuição para o PIS/PASEP supostamente incidente sobre aquisição de gasolina A e óleo diesel. Não obstante tenha entendimento vencido sobre o tema, e por alterar o meu entendimento, passo a adotar as razões do voto do Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, ilustre colega de sessão, em julgamento pretérito sobre a mesma matéria, consolidado no Acórdão n. 3801002.958. As operações comerciais com os combustíveis derivados de petróleo, realizamse em três etapas bem definidas e distintas, a saber: as refinarias, as distribuidoras e os varejistas. Historicamente as receitas decorrentes da venda desses produtos ocorreram de forma concentrada e simplificada, inicialmente na modalidade de substituição tributária para frente e posteriormente sob a forma de tributação monofásica. Sob a forma de substituição tributária, enquanto vigente, a incidência do PIS e COFINS se deu da seguinte forma: a) até 31/01/1999, concentrada nas distribuidoras, na condição de contribuintes substitutas dos varejistas: em relação à COFINS, esta sistemática foi adotada desde a instituição desta contribuição pela Lei Complementar n.º 70, de 1991 (art. 4º); no que tange à Contribuição para o PIS/PASEP, ela foi introduzida a partir da vigência da MP n.º 1.212, de 1995 (art. 6º), convertida na Lei n.º 9.715, de 1998; e, b) no período de 01/02/1999 a 30/06/2000, concentrada nas refinarias, na condição de contribuintes substitutas das distribuidoras e dos varejistas: com o advento da Lei n.º 9.718, de 1998 (art. 4º), foi unificada a legislação sobre a forma incidência das duas Contribuições sobre as receitas das vendas de combustíveis. Nesta nova forma de substituição, as refinarias foram indicadas como contribuintes substitutas no lugar das distribuidoras eleitas na sistemática anterior. Nesse modelo adotouse o modelo de substituição tributária para frente, com a definição das refinarias como contribuintes substitutas das distribuidoras e varejistas. No caso de não ocorrer a venda na última fase da cadeia comercialização, foi assegurado ao consumidor final, contribuinte substituído, o ressarcimento dos valores das Contribuições para o PIS/PASEP e da COFINS. Esse entendimento foi expresso no art. 6º da Instrução Normativa SRF n.º 6, de 29 de janeiro de 1999, a seguir transcrito: Fl. 157DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 18 8 Art. 6º. Fica assegurado ao consumidor final, pessoa jurídica, o ressarcimento dos valores das contribuições referidas no artigo anterior, correspondentes à incidência na venda a varejo, na hipótese de aquisição de gasolina automotiva ou óleo diesel, diretamente à distribuidora. § 1º Para efeito do ressarcimento a que se refere este artigo, a distribuidora deverá informar, destacadamente, na nota fiscal de sua emissão, a base de cálculo do valor a ser ressarcido. § 2° A base de cálculo de que trata o parágrafo anterior será determinada mediante a aplicação, sobre o preço de venda da refinaria, calculado na forma do parágrafo único do art. 2°, multiplicado por dois inteiros e dois décimos. §2º A base de cálculo de que trata o parágrafo anterior será determinada mediante a aplicação, sobre o preço de venda da refinaria, calculado na forma do parágrafo único do art. 2º,multiplicado por dois inteiros e dois décimos ou por um inteiro e oitenta e oito décimos, no caso de aquisição de gasolina automotiva ou de óleo diesel, respectivamente. (Redação dada pela IN SRF n.º 24/99, de 25/02/1999) § 3º O valor de cada contribuição, a ser ressarcido, será obtido mediante aplicação da alíquota respectiva sobre a base de cálculo referida no parágrafo anterior. § 4º O ressarcimento de que trata este artigo darseá mediante compensação ou restituição, observadas as normas estabelecidas na Instrução Normativa SRF n.º 21, de 10 de março de 1997, vedada a aplicação do disposto nos arts. 7°a 14 desta Instrução Normativa. Os artigos 2º e 43 da Medida Provisória n.º 1.99115, de 2000 aboliu a sistemática de substituição tributária, substituindoa pelo regime de tributação monofásica, na origem, ou seja, na refinaria de petróleo, em conformidade com o previsto no art. 149, § 4º, da CF/1988, assim expresso: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (...) § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. Nessa sistemática as refinarias passaram a recolher na condição de contribuinte de fato e direito, deixando a categoria de contribuintes substitutos dos demais, distribuidoras e os varejistas, intervenientes nas etapas de comercialização seguintes. As receitas das distribuidoras e dos varejistas provenientes das vendas desses produtos ficaram Fl. 158DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 19 9 excluídas do pagamento das referidas Contribuições, que se tornou definitivo com a reprodução no inciso I do art. 42 da MP n.º 2.15835, de 24 agosto de 2001, assim expresso: Art.42. Ficam reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de: Igasolinas, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e GLP, auferida por distribuidores e comerciantes varejistas; A tributação das refinarias, das distribuidoras e varejistas passou a ser realizada de forma autônoma sob a sistemática monofásica, não havendo mais a figura da antecipação do que seria devido nas etapas subsequentes. Os pagamentos passam a ser considerados definitivos, independentemente de qual seja o desfecho que venham ter os fatos geradores posteriores à aquisição dos produtos nas refinarias. A MP n.º 1.99115, de 2000 extinguiu o citado regime de substituição tributária aplicável às duas Contribuições, determinando a tributação em uma única fase (monofásica). Como conseqüência o regime monofásico de tributação não previu a possibilidade de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, em face de sua incidência única e definitiva. Sustenta o contribuinte o direito ao crédito relativo às aquisições dos referidos produtos junto ao fabricante, conforme expressamente reconhecido no artigo 17 da Lei n.º 11.033, de 2004. Em mudança de posicionamento entendo que não assiste razão a Recorrente. A sistemática legal não fundamenta tal entendimento, assim vejamos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Entendo pela possibilidade de manutenção de créditos exclusivamente quanto aqueles calculados sobre custos, encargos e despesas que tenham antes sofrido a tributação das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, segundo sistemática da nãocumulatividade. Igualmente, com base no artigo 3º, inciso I, alínea “b”, da Lei n.º 10.637, de 2002 é expressamente vedado descontar créditos calculados em relação aquisições de derivados de petróleo. A referência normativa à “manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados” às operações de vendas com isenção, alíquota zero ou não incidência das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, se dirige unicamente aos créditos relativos aos custos, encargos e despesas legalmente admitidas. Por outro lado, a alínea “b” do I inciso do art. 3º da Lei n.º 10.637, de 2002, e da Lei n.º 10.833, de 2003, veda a utilização de crédito relativo às aquisições dos produtos revendidos cuja receita está sujeita aos regimes especiais de tributação, dentre eles o monofásico. Cabe esclarecer que a própria exposição de motivos da MP 66/2002, convertida na Lei n.º 10.637/2002 ressaltou a especificidade desses regimes especiais, da seguinte forma: Fl. 159DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10850.905393/201153 Acórdão n.º 3801004.156 S3TE01 Fl. 20 10 8. Sem prejuízo de convivência harmoniosa com a incidência não cumulativa do PIS/PASEP, foram excluídas do modelo, em vista de suas especificidades, as cooperativas, as empresas optantes pelo Simples ou pelo regime de tributação do lucro presumido, as instituições financeiras e os contribuintes tributados em regime monofásico ou de substituição tributária. Assim, não estando a receita de venda de tais produtos sujeita ao regime de incidência nãocumulativa e submetida à alíquota zero não há que se cogitar direito a crédito por ausência de expressa determinação legal. Por outro lado, entendo pela existência de restrição para os créditos de produtos adquiridos para revenda. Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É assim que voto. Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator Fl. 160DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 30/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/09/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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Numero do processo: 11330.000454/2007-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2011
Numero da decisão: 2402-000.124
Decisão: RESOLVEM os membros da Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência à Repartição de Origem.
Matéria: CPSS - Contribuições para a Previdencia e Seguridade Social
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
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Júlio César Vieira Gomes Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes (Presidente), Ana Maria Bandeira, Wilson Antônio de Souza Correa, Ronaldo de Lima Macedo e Igor Araújo Soares. Declarouse impedido o Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues Ausente o Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA Assinado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA, 25/03/2011 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 RELATÓRIO Tratase de Auto de Infração lavrado com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista na Lei nº 8.212/1991, no art. 32, inciso IV e § 5º, acrescentados pela Lei nº 9.528/1997 c/c o art. 225, inciso IV e § 4º do Decreto nº 3.048/1999, que consiste em a empresa apresentar a GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Segundo o Relatório Fiscal da Infração (fls. 42/43) a autuada deixou de informar em GFIP os seguinte fatos geradores: • Salário indireto representado pelo pagamento de aluguel residencial (incluindo impostos e taxas) do imóvel ocupado pelo empregado Ari Antônio Girotto. • Fornecimento de cesta básica, sem estar contemplado no Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT, inclusive na condição de "premio assiduidade". • Pagamento de seguro de vida para alguns funcionários. • Pagamento de plano de previdência complementar de maneira discricionária, apenas para alguns de seus empregados. • Contribuição suplementar para financiamento da Aposentadoria Especial, conforme definido no parágrafo sexto do artigo 57 da Lei n° 8.213, de 24/07/1991. • Valores de serviços prestados por cooperativas (UNIMED, CENTRAXI, RIO VAN, TRANSCOVAN e TECNOCOOP). • Remuneração pela prestação de serviço de diversos contribuintes individuais • Valores pagos em processos trabalhistas. Todas as contribuições correspondentes a estes fatos geradores foram objeto de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito — NFLD específicas. O contribuinte teve ciência do lançamento em 14/10/2005. Foi apresentada defesa (fls. 93/96), onde a autuada alega que a ação fiscal resultou em várias notificações, as quais elenca. Argumenta que a autuação questionada guardaria uma relação de causa e efeito com a do processo principal, ou seja, referese a cobrança das NFLDs citadas. Solicita que o julgamento do auto de infração se dê em conjunto com as notificações. Pelo Acórdão nº 1219.194 (fls. 216/220) a 14ª Turma da DRJ Rio de Janeiro I (RJ) considerou a autuação procedente. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA Assinado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA, 25/03/2011 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11330.000454/200740 Resolução n.º 2402000.124 S2C4T2 Fl. 243 3 O relator salienta que todas as notificações relacionadas foram consideradas procedentes em primeira instância. Inconformada com a decisão, a autuada apresentou recurso tempestivo (fls. 226/237) onde inova na alegação de ausência de dolo ou culpa da recorrente. Argumenta que nunca efetuou entrega de GFIP sem informar todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias. Alega que a auditoria fiscal efetuou a autuação com base em argumentos pífios e sem qualquer fundamentação legal ou técnica. Tal qual na defesa apresentada, a autuada solicita julgamento em conjunto do presente recurso com as notificações correlatas. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA Assinado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA, 25/03/2011 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 VOTO Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora O recurso é tempestivo e não há óbice ao seu conhecimento. Da análise das peças que compõem os autos verificase prejudicial ao julgamento do recurso apresentado pela autuada. Conforme informado pela recorrente e confirmado na decisão de primeira instância, as contribuições correspondentes aos fatos geradores omitidos foram objeto de lançamento em notificações distintas. De fato, a procedência do auto de infração em questão está diretamente relacionada à procedência das notificações correlatas. O acórdão recorrido informa que as notificações teriam sido consideradas procedentes em decisão de primeira instância. No entanto, é necessário saber o paradeiro das notificações em questão pois pesquisando no sítio do CARF, verificase a existência de outros três processos da mesma empresa. Vale salientar que o número DEBCAD das NFLDs não se presta à localização de recursos no CARF, cujo cadastramento se dá por meio do número do processo ou recurso. Diante do exposto e considerando tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para que seja informado que números de processos correspondem às notificações correlatas, bem como o destino das mesmas. É como voto. Ana Maria Bandeira Fl. 4DF CARF MF Emitido em 31/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA Assinado digitalmente em 22/03/2011 por ANA MARIA BANDEIRA, 25/03/2011 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 13603.001562/2007-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
SISTEMA NÃO CUMULATIVIDADE. CÁLCULO DO VALOR DEVIDO. APURAÇÃO. FRETE PAGO NA VENDA. ARMAZENAGEM. DISTRIBUIDORA DE GASOLINAS E SUAS CORRENTES. DIREITO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA.
O inciso IX do art. 3º combinado com o inciso II do art. 15 da Lei nº 10.833/03 prevêem o direito de crédito para os gastos com frete na venda, quando suportado pelo vendedor, e armazenagem, ambos nos casos dos incisos I e II do artigo 3º. As gasolinas e suas correntes (consideradas as exceção previstas na Lei) estão excluídas do rol de mercadorias que dão direito ao crédito (inciso I), restando também excluídos, por força disso, os valores gastos com frete na venda e armazenagem dessas mercadorias.
SISTEMA NÃO CUMULATIVO. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA NA REFINARIA. MONOFASIA. DEMAIS INTEGRANTES DA CADEIA. DESONERAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. INCOMPATIBILIDADE.
Em princípio, é incompatível com o sistema concentrado de tributação, que faz as vezes do sistema monofásico, o aproveitamento de créditos pelos demais integrantes da cadeia visada pela concentração, quando esses estão excluídos da incidência, ainda que, para excluí-los, o legislador tenha escolhido a redução da alíquota para o percentual de zero por cento.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-002.152
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos a Relatora e os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama que davam total provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Fez sustentação oral o Dr. Júlio César Soares, OAB/DF 29.266.
(assinatura digital)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Redator designado.
(assinatura digital)
Andréa Medrado Darzé - Relatora.
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Nanci Gama, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e José Fernandes do Nascimento.
Nome do relator: ANDREA MEDRADO DARZE
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CÁLCULO DO VALOR DEVIDO. APURAÇÃO. FRETE PAGO NA VENDA. ARMAZENAGEM. DISTRIBUIDORA DE GASOLINAS E SUAS CORRENTES. DIREITO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA. O inciso IX do art. 3º combinado com o inciso II do art. 15 da Lei nº 10.833/03 prevêem o direito de crédito para os gastos com frete na venda, quando suportado pelo vendedor, e armazenagem, ambos nos casos dos incisos I e II do artigo 3º. As gasolinas e suas correntes (consideradas as exceção previstas na Lei) estão excluídas do rol de mercadorias que dão direito ao crédito (inciso I), restando também excluídos, por força disso, os valores gastos com frete na venda e armazenagem dessas mercadorias. SISTEMA NÃO CUMULATIVO. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA NA REFINARIA. MONOFASIA. DEMAIS INTEGRANTES DA CADEIA. DESONERAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. INCOMPATIBILIDADE. Em princípio, é incompatível com o sistema concentrado de tributação, que faz as vezes do sistema monofásico, o aproveitamento de créditos pelos demais integrantes da cadeia visada pela concentração, quando esses estão excluídos da incidência, ainda que, para excluílos, o legislador tenha escolhido a redução da alíquota para o percentual de zero por cento. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencidos a Relatora e os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama que davam total provimento. Designado para redigir o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 00 15 62 /2 00 7- 16 Fl. 1263DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 3 2 voto vencedor o Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Fez sustentação oral o Dr. Júlio César Soares, OAB/DF 29.266. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Redator designado. (assinatura digital) Andréa Medrado Darzé Relatora. Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Nanci Gama, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e José Fernandes do Nascimento. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ em Recife que julgou parcialmente procedente a Manifestação de Inconformidade, não reconhecendo parte do direito creditório pleiteado, por entender, em especial, que distribuidores e varejistas de combustíveis, tributados à alíquota zero, não têm amparo legal para o creditamento de PIS/COFINS, relativo aos custos nas aquisições dos produtos revendidos. Segundo a DRJ/REC, admitir o creditamento seria contrariar em sua essência a lógica da tributação monofásica, além do que o art. 3°, I, h, da Lei n° 10.833/2003, com a redacã̧o dada pela mesma Lei n° 10.865/2004, vedou expressamente a apuração de créditos sobre despesas de frete e de armazenagem incorridas na operação de revenda de gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e suas correntes e gas liquefeito de petróleo GLP derivado de petróleo e de gás natural. A ora Recorrente protocolou Pedido de Ressarcimento – PER (42285.73071.210207.1.1.106800) seguido de Declarações de Compensação – DCOMPs, para compensar débitos próprios com créditos de PIS, apurado em razão da aquisição de mercadorias para a revenda e outros créditos autorizados pela legislação e não aproveitados na dedução da contribuição devida. Iniciada a fiscalização pela DRF/Natal, com os documentos apresentados pela empresa em resposta ao Termo de Intimação Fiscal, foi verificado que os pagamentos feitos a título de frete ou armazenagem estão vinculados ao transporte de gasolinas, óleo diesel e álcool combustível, cuja revenda está fora do campo de abrangência da nãocumulatividade. Assim, a DRF/Natal, ao examinar o pedido de ressarcimento e as compensações a ele vinculados, concluiu pela impossibilidade de apuração de créditos em face das receitas de revenda de combustíveis sob as seguintes premissas: A partir de agosto de 2004, portanto, a venda de combustíveis derivados de petróleo pelas refinarias passou a ser regida por nova sistemática com a alteração promovida pelo art. 21 da Lei n° 10.865/2004 no art. 1° das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. Processada a alteração legal, os produtos de que trata a Lei n° 9.990/2000, à excecã̧o do álcool para fins carburantes, passam a integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS nãocumulativos, ficando instituída a partir de então a sistemática monofásica nãocumulativa de pagamento das contribuições para as refinarias de combustíveis. As demais integrantes da cadeia de producã̧o e Fl. 1264DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 4 3 comercialização destes produtos continuam, independentemente da alteração legal, fora do campo de incidência das referidas contribuintes. Além disso, procedeu à glosa dos valores relativos aos aluguéis e encargos com depreciação. Consigna o Despacho Decisório que “Não foi apresentado nenhum comprovante de pagamento de aluguel relativo aos meses de janeiro a outubro de 2006, razão pela qual todos os valores destes períodos foram desconsiderados para efeito de composição de base de cálculo de crédito da COFINS não cumulativa” e que “ainda que os comprovantes de pagamentos tivessem sido apresentados, não fariam jus à apuração de créditos pelos mesmos motivos narrados” Cientificada do despacho decisório, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, protestando pela legitimidade dos créditos apurados aduzindo que a Lei n° 10.833/03, com a redação dada pela Lei 10.865/04, excluiu apenas receitas de vendas com álcool para fins carburantes da sistemática nãocumulativa da COFINS, não vinculando esse produto a nenhum sujeito especifico, é certo que os demais combustíveis anteriormente vedados (gasolina e oleo diesel) passaram a compor referida sistemática, não importando a qualidade do contribuinte que efetuou a venda desses mesmos produtos. Ademais, segundo a Recorrente, o despacho decisório não merece prosperar na media em que: a) como visto, a Lei n° 10.865/04, ao excepcionar apenas o álcool para fins carburantes da sistemática nãocumulativa, determinou a inclusão das demais receitas de petróleo (gasolina e óleo diesel, por exemplo) sem qualquer limitação de natureza subjetiva; b) o inciso II, do art. 3°, da Lei n° 10.833/03, não confirma que os créditos são destinados apenas a produção, pois os créditos de revenda estão previstos no inciso I desse dispositivo e os créditos pleiteados pela Manifestante encontram amparo nos demais incisos, como, por exemplo, o do inciso IX (despesas com armazenagem e frete); c) a continuidade do regime monofásico dos derivados de petróleo no âmbito da refinaria não implica exclusão das receitas auferidas pela Manifestante, referentes a esses produtos, da nãocumulatividade, pois, como visto, esses regimes não são conflitantes, mas sim concomitantes (regime híbrido); d) da mesma forma, a aliquota 0% da gasolina e óleo diesel prevista no art. 42 da MP n° 2.158/2001 não afeta a inclusão das receitas auferidas com esses produtos na sistemática nãocumulativa por qualquer contribuinte que pratique a sua venda. Alegou, ainda, a ora Recorrente que realiza operação de industrialização nos moldes previstos no art. 4°, II, do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, qualificandose como uma empresa que desenvolve verdadeiro e típico processo de beneficiamento de gasolina, não podendo ser qualificada, portanto, como mera comerciante revendedora de combustíveis. Neste contexto, a gasolina "Tipo C" seria um produto industrializado, à maneira definida no art. 3° do RIPI, o que justificaria a apropriação dos créditos de PIS e COFINS. Salienta a Recorrente que a vedação do abatimento constante do artigo 3°, §7°, das Leis n°10.637/02 (PIS) e 10.833/03 (COFINS) não impacta nas operações da empresa que é regida por legislação especifica, a Lei n° 10.485/02. Admitir o contrário, implica majoração Fl. 1265DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 5 4 da alíquota do PIS e COFINS, a qual só faz sentido se vier acompanhada de abatimentos legais ("créditos") que neutralizem o impacto econômico sofrido pelos contribuintes, sob pena de haver acréscimo de ônus tributário sem o correspondente aumento da capacidade contributiva. E conclui: Desta forma, não restam dúvidas de que a limitação ao aproveitamento dos créditos de PIS e COFINS em razão da incidência monofásica (entendimento da r. decisão recorrida), em respeito a própria finalidade para que foram promulgadas, jamais poderia restringir o aproveitamento integral dos créditos. Assim, revelase inválida, além de incompatível com a técnica da não cumulatividade do PIS e da COFINS, a vedação aos créditos nessas circunstâncias, sob pena de implicar majoração da alíquota do PIS e da COFINS e inconstitucional imposição de um ônus fiscal ao contribuinte. No que se refere especificamente à glosa dos valores despendidos com frete, alega a ora Recorrente que (i) referidas despesas se incluem no conceito de insumos; (ii) que formulou Consulta à Administração Tributária com o objetivo de indagar a respeito da correta aplicação da legislação federal no tocante à apuração de créditos de PIS e de COFINS relacionados à contratação de serviços de transporte na aquisição dos insumos destinados ao seu processo produtivo (processo n° 13820.000524/200421), à qual lhe fora favorável, tendo reconhecido expressamente que o valor do frete pago pelo adquirente à pessoa jurídica para transportar bens adquiridos para serem utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda compõe o custo do bem, podendo, portanto, ser utilizado como crédito a ser descontado do PIS/Pasep e da COFINS nãocumulativos; (iii) que as consultas têm efeito vinculante em relação ao contribuinte e as autoridades fiscais, o que não fora observado no caso concreto, já que a fiscalização lhe aplicou entendimento contrário ao não acatar os créditos da contribuinte calculados sobre fretes. Quanto às glosas de custos/despesas com aluguéis, em relação ao contrato de aluguel celebrado com a IPLEMG, assevera que o agente fiscal justificou a glosa pelo fato de que no cadastro da Receita Federal não constar nenhuma unidade ou estabelecimento da fiscalizada com funcionamento em dito endereço. Todavia, explica que a razão para a constatação fiscal decorre do fato de que, em 2008, ou seja, em momento posterior ao período ora fiscalizado, a Manifestante transferiu seu escritório em Belo Horizonte da Rua Dias Adorno (endereço constante do contrato de locação em tela) para a Av. Raja Gabaglia (atual endereço constante nos cadastros da RFB), consoante se infere do CNPJ da época e do alvará da Prefeitura ora acostados aos autos. Já em relação ao contrato firmado com a SALEMCO BRASIL PETRÓLEO LTDA., o qual não foi acatado sob a alegação de que "o locador estaria inapto nos sistemas da Receita Federal", justifica que, de fato, a locadora está atualmente com seu CNPJ irregular por dificuldades financeiras por que passou desde a época do contrato. Tanto isso é verdade que o referido imóvel locado à manifestante foi posteriormente dado em pagamento a um de seus credores, o Banco Industrial, com o qual a manifestante formalizou contrato de locação e ao qual passou a pagar os valores dos aluguéis, tal qual se depreende do conjunto documental, que apresenta. No que se refere aos contratos firmados com a CONSULTANTUM SC e a CIA DE EMPREENDIMENTOS DE SÃO PAULO, não acatados originalmente sob a alegação de Fl. 1266DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 6 5 que ficaram desguarnecidos de comprovantes dos valores dos aluguéis nele previstos, apresenta documentos complementares, pugnando desde já pela concessão de prazo para a juntada de outros documentos que porventura venha a encontrar posteriormente e entenda pertinente à comprovação de seu direito creditório, requerendo a revisão dos valores encontrados pelo AuditorFiscal e discriminados na Tabela 2 do Despacho Decisório. Em seguida, sustenta que “uma vez apresentada a documentação faltante referida pelo agente fiscal, impõese a revisão dos valores encontrados pelo auditor fiscal e discriminados na Tabela 2 de seu despacho Decisório, para se adequar ao percentual de rateio calculado conforme as novas tabelas elaboradas e transcritas pela contribuinte nesta peça impugnatória”. Em seguida, sustenta que “uma vez apresentada a documentação faltante referida pelo agente fiscal, impõese a revisão dos valores encontrados pelo auditor fiscal e discriminados na Tabela 2 de seu despacho Decisório, para se adequar ao percentual de rateio calculado conforme as novas tabelas elaboradas e transcritas pela contribuinte nesta peça impugnatória”. Por fim, alega que a não homologação das declarações de compensação não pode ser acompanhada de multa e de juros moratórios, em razão da comprovada suspensão da exigibilidade do crédito no caso de apresentação de recurso administrativo. A DRJ em Recife julgou parcialmente procedente a Manifestação de Inconformidade nos seguintes termos: COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETRÓLEO. INCLUSÃO DOS PRODUTORES/ IMPORTADORES NA NÃOCUMULATIVIDADE. NÃO ALTERAÇÃO DA SITUAÇÃO DOS DISTRIBUIDORES/COMERCIANTES VAREJISTAS. A inclusão dos produtores/importadores de combustíveis derivados de petróleo na sistemática nãocumulativa da COFINS não alterou a situação das distribuidoras e dos comerciantes varejistas destes produtos, cujas vendas não passaram a ser tributadas por esta sistemática, mas continuaram, em razão da manutenção da tributação concentrada dos referidos combustíveis perante os produtores/ importadores, submetidas à alíquota zero. VENDAS DE COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETRÓLEO. DESPESAS, CUSTOS E ENCARGOS INCORRIDOS PELA DISTRIBUIDORA. APURAÇÃO DE CRÉDITOS DA NÃOCUMULATIVIDADE. INVIABILIDADE. Como estão excluídas as receitas auferidas pelas distribuidoras com a venda de combustíveis derivados de petróleo da sistemática não cumulativa de apuração da COFINS, incabível a apuração de créditos desta sistemática sobre despesas, encargos e custos vinculados a estas receitas, as quais devem ser consideradas fora da nãocumulatividade no cálculo do rateio proporcional de que trata o art. 3º, §8º, da Lei nº 10.833/2003. ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL. PRODUTOS TRIBUTADOS PELO IPI. COMBUSTÍVEIS. IMUNIDADE. As distribuidoras de combustíveis, produtos imunes ao IPI, que misturam o álcool anidro à gasolina “Tipo A”, para a obtenção da gasolina “Tipo C”, não são Fl. 1267DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 7 6 estabelecimentos industriais, assim somente considerados aqueles que fabricam produtos tributados. EDIFICAÇÕES E BENFEITORIAS EM IMÓVEIS. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. PROVA DA ASSUNÇÃO DO ÔNUS. CREDITAMENTO. É reconhecido à contribuinte o direito ao creditamento relativo a encargos de depreciação, cujo ônus comprovadamente assumiu, relativos a edificações e a benfeitorias realizadas em imóveis utilizados nas atividades da empresa. ALUGUÉIS DE PRÉDIOS UTILIZADOS NAS ATIVIDADES DA EMPRESA. COMPROVAÇÃO. CREDITAMENTO. É reconhecido à contribuinte o direito ao creditamento em relação a despesas de aluguéis, que comprovadamente incorreu, alusivas a prédios utilizados nas atividades da empresa. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. UTILIZAÇÃO NA PRODUÇÃO OU DESTINAÇÃO PARA LOCAÇÃO A TERCEIROS. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. Nos termos do art. 3º, VII, da Lei nº 10.833/2003, a contribuinte somente tem direito ao aproveitamento de encargos de depreciação sobre máquinas e equipamentos utilizados na produção ou destinados para locação a terceiros. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2006 a 31/09/2006 LEI. FUNDAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO OU INOBSERVÂNCIA. VEDAÇÃO. No âmbito do processo administrativo tributário, aos órgãos de julgamento é vedado, ressalvadas as hipóteses, não configuradas nos autos, previstas do art. 26 A, afastar, sob fundamento de inconstitucionalidade, a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto. DILIGÊNCIAS. DISCRICIONARIEDADE DO JULGADOR. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. SISTEMÁTICA NÃOCUMULATIVA. DÉBITO SUPERIOR AO CRÉDITO. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. IMPROCEDÊNCIA. COMPENSAÇÕES INDEVIDAS. NÃOHOMOLOGAÇÃO. MANUTENÇÃO. Improcedente o pedido de ressarcimento a título da COFINS na sistemática não cumulativa quando o valor total do débito desta contribuição em determinado período é superior ao crédito apurado no mesmo período em favor do sujeito passivo, sendo mantida a nãohomologação das indevidas compensações declaradas nas quais o pretendido crédito foi utilizado. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Fl. 1268DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 8 7 Irresignado, o contribuinte recorreu a este Conselho basicamente repetindo as razões da sua Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Andréa Medrado Darzé. O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Incialmente cumpre esclarecer que o presente julgamento se circunscreve à possibilidade ou não de creditamento das despesas com frete (na operação de venda) e armazenagem incorridas na distribuição de gasolinas e suas correntes, exceto_gasolina de aviacã̧o, óleo diesel e suas correntes e gás liquefeito de petróleo — GLP derivado de petróleo e de gás natural. Isso porque o direito ao crédito relativo às despesas com alugueis e despesas com depreciação foi reconhecido pela instancia recorrida. Para avaliar o direito ao crédito cumpre examinar o regime de tributação vigente para as receitas decorrentes da venda de combustíveis para averiguar a possibilidade de apropriação de créditos pela ora Recorrente. Pois bem, de início, a incidência de PIS/COFINS nas operações decorrentes da producã̧o e comercializaçaõ de combustíveis e derivados de petróleo foi disciplinada Lei nº 9.718/98, com regra de substituição tributária, elegendo as refinarias como substitutos tributários dos demais contribuintes integrantes da cadeia produtiva. Essa sistemtática foi alterada pela Lei nº 9.990/00, que alterou substancialmente o regime jurídico de apuração do PIS e da COFINS, introduzindo a regra de tributação concentrada nas refinarias de combustíves, com alíquota mais elevada. Complementando esse novo regramento, o art. 42, I da Medida Provisória n° 2.15835/2001, reduziu a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gasolinas, óleo diesel e GLP auferida por distribuidores e comerciantes varejistas. Nesse cenário, as contribuições para o PIS/COFINS, antes apuradas e recolhidas sob a sistemática de substituição tributária para frente, passaram a adotar o regime de incidência concentrada, tendo as refinarias como únicas obrigadas ao recolhimento das exações em toda cadeia de produçaõ e comercializaçaõ dos combustíveis. Assim, como asseverado pela DRJ, as demais empresas que atuam na producã̧o e comércio de combustíveis, embora sofram com a carga econômica dos tributos, deixaram de ser contribuintes do PIS e COFINS incidentes sobre receitas desta natureza, perdendo a condição de sujeitos passivos das contribuições.(fls 930). A introdução da nãocumulatividade como novo regime de apuração e recolhimento de PIS/COFINS, implementada com a edição das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, a princípio, não alterou as regras para as receitas decorrentes da venda de combustíveis. Isso porque, essa duas leis excluíam do regime não cumulativo as receitas sujeitas à tributação monofásica. Fl. 1269DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 9 8 Todavia, em agosto de 2004, com a alteração promovida pelo art. 21 da Lei n° 10.865/04 os produtos de que trata a Lei n° 9.990/00, à exceção do álcool para fins carburantes, passam a integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS não cumulativos. Noutro giro, a partir de agosto de 2004, as receitas da venda de combustíveis integram o regime não cumulativo de apuração e recolhimento de PIS/COFINS. Essa mudança de regime colocou no regime não cumulativo todas as receitas decorrentes da venda de combustíveis, sem fazer distinção sobre os sujeitos passivos, importador e industrial ou distribuidor revendedor. Não há como sustentar as razões do acórdão recorrido no sentido de que estarseia diante de tributação monofásica, concentrada na figura do distribuidor/importador uma vez que há incidência (sob alíquota zero) para os demais sujeitos da cadeia. Isso porque o art. 4º da Lei nº 9.718/98 ao estabelecer as alíquotas para os combustíveis não implementou regime monofásico, ao contrário, definiu alíquotas majoradas para as distribuidoras importadoras ao passo que o art. 42 da Medida Provisória nº 2.158/0135 definiu alíquota zero para os revendedores. Vejase a redação dos dispositivos: Lei nº 9.718/98 Art. 4o As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP e para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS devidas pelos produtores e importadores de derivados de petróleo serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I – 5,08% (cinco inteiros e oito centésimos por cento) e 23,44% (vinte inteiros e quarenta e quatro centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.051, de 2004) II – 4,21% (quatro inteiros e vinte e um centésimos por cento) e 19,42% (dezenove inteiros e quarenta e dois centésimos por cento), incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de óleo diesel e suas correntes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Lei nº 11.051, de 2004) Medida Provisória nº 2.158/0135 Art. 42. Ficam reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de: I gasolinas, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e GLP, auferida por distribuidores e comerciantes varejistas; Nesse contexto, verificase que todas as receitas estão dentro do campo de incidência do PIS e da COFINS, e desde agosto de 2004 submetidas à sistemática não cumulativa. Aliás, essa é a interpretação vem sendo reconhecida por parte da Administração Federal como se vê da resposta às Consultas abaixo reproduzidas: SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 351 de 28 de Setembro de 2007 Fl. 1270DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 10 9 ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins EMENTA: REVENDA DE PRODUTOS MONOFÁSICOS. CRÉDITOS POSSÍVEIS. INCIDÊNCIA PARCIAL DA NÃOCUMULATIVIDADE. REVISÃO DO CÁLCULO. COMPENSAÇÃO E RESSARCIMENTO. Na tributação pela sistemática não cumulativa da COFINS sobre a receita proveniente da revenda de produtos sujeitos à tributação concentrada, apesar da incidência de alíquota zero, podem ser descontados créditos referentes aos incisos IV a IX da Lei nº 10.637/2002 e III a IX da Lei nº 10.833/2003 (energia elétrica, aluguel etc.), sendo vedado o desconto de créditos relativos a bens sujeitos à tributação monofásica adquiridos para revenda, a bens e serviços usados como insumo e à depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado. A tributação da receita de venda de álcool para fins carburantes está obrigatoriamente sujeita à sistemática cumulativa, de modo que não é possível o desconto de créditos relativos a esta receita. O valor dos créditos, no caso de incidência parcial das receitas à cumulatividade e à nãocumulatividade, será determinado exclusivamente em relação aos custos, despesas e encargos vinculados à receita nãocumulativa e à parcela dos custos, despesas e encargos comuns, referentes à receita não cumulativa, determinada alternativamente pelo método da apropriação direta ou do rateio proporcional. O cálculo da contribuição poderá ser revisto pelo contribuinte através de retificação do DACON, com a compensação ou ressarcimento de eventual saldo credor, sem a incidência de juros e de correção monetária, por meio do programa PER/DCOMP, de acordo com a IN SRF nº 600/2005. SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 244 de 07 de Julho de 2010 ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins EMENTA: CRÉDITOS. REVENDA DE PRODUTOS SUJEITOS AO REGIME DE APURAÇÃO MONOFÁSICA. A pessoa jurídica revendedora dos produtos sujeitos à incidência monofásico não pode, por expressa vedação legal, apurar créditos sobre o custo de aquisição daqueles produtos adquiridos para revenda, nem tampouco sobre o custo de aquisição de bens e serviços supostamente por ela utilizados como “insumos” de sua atividade comercial e sobre os encargos de depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado. Por outro lado, a pessoa jurídica revendedora dos referidos produtos, submetida ao regime de apuração não cumulativa da contribuição, pode descontar créditos sobre os custos, despesas e encargos previstos nos incisos III, IV, V, VII, VIII e IX do “caput” do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003. Nos períodos de 1º de maio de 2008 a 23 de junho de 2008, e de 1º de abril de 2009 a 04 de junho de 2009, por força do art. 15 da Medida Provisória nº 413, de 2008 e do art. 9º da Medida Provisória nº 451, de 2008, os distribuidores e os comerciantes atacadistas e varejistas das mercadorias e produtos sujeitos ao regime de apuração monofásica estavam expressamente impedidos de descontar todos os créditos listados nos incisos do caput do referido art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003. Assim, parece claro que a Recorrente tem suas receitas submetidas à tributação pela alíquota zero, fazendo jus ao direito creditório, que passo a examinar. Com efeito, após a edição das Leis nºs 10.485/02 e 10.637/03, sobreveio a Emenda Constitucional 42, de 19 de dezembro de 2003, que deu status constitucional à não cumulatividade das contribuições ao PIS e à COFINS, ao introduzir o § 12 no artigo 195 da Constituição Federal, determinando que “a lei definirá setores de atividade econômica para os quais as contribuições (...) serão não cumulativas.” Fl. 1271DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 11 10 Logo, nos termos da Constituição Federal, a nãocumulatividade do PIS e da COFINS não é ampla e irrestrita, aplicável a todas as pessoas jurídicas, mas sim adstrita aos setores de atividade econômica definidos em lei. Assim, mesmo após a constitucionalização da nãocumulatividade das referidas contribuições, continuam vigentes outros regimes de apuração do PIS e da COFINS, como o cumulativo (Lei 9.718/98). Não raro acontecer atualmente que uma única pessoa jurídica tenha suas receitas tributadas por mais de um regime, dependendo de cada atividade por ela desenvolvida, o que demonstra não ser plena e absoluta a nãocumulatividade do PIS e da COFINS. É com escopo nessa não cumulatividade “mitigada” que as regras de apuração de crédito de PIS e COFINS, como definidos no art. 3º da Lei nº 10.833/03, que prevê o direito de creditamento nas seguintes hipóteses: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: ( Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004 ) a) no inciso III do § 3º do art. 1º desta Lei; e ( Redação dada pela Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008 ) b) no § 1ºdo art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) A seu turno, a exceção prevista na alínea “b” acima mencionada tem a seguinte redação: Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) X – no art. 23 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, no caso de venda de gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e suas correntes, querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo – GLP derivado de petróleo e de gás natural. (Incluído pela Lei nº 10.925, de 2004). Conjugando todas as normas que versam sobre a tributação das receitas de venda de combustível e suas correntes verificase que o direito ao crédito de PIS e COFINS vinculado a revenda de gasolina e suas correntes está restrito às importadoras e industriais desses produtos que têm autorização expressa do crédito. Para as distribuidoras e revendedoras desses produtos, não há que se falar em direito creditório nesse item. No entanto, como já exposto, o crédito que a Recorrente busca ver reconhecido referese em essência aos gastos com fretes e armazenagem de combustíveis. Para esses gastos, há expressa permissão apropriação de crédito nos termos dos incisos III a X das Leis nºs 10.673/02 e 10.833/03. Fl. 1272DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 12 11 Reconhecido o direito de creditarse, aplicase ao caso o artigo 17 da Lei n° 11.033, de 21 de dezembro de 2004, assegurou o direito a manutenção do crédito nas operações em que venda é submetida à alíquota zero nos eguintes termos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Sendo assim, ao que tudo indica, o artigo 17 da Lei 11.033/04 deve se aplicar para garantir o pleno cumprimento aos setores econômicos, ou melhor, às receitas sujeitas ao regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, nas hipóteses em que uma das etapas da cadeia de produção é desonerada das contribuições por meio de isenção, alíquota zero, não incidência, ou suspensão. Entendido dessa forma, faz todo sentido o comando contido no referido artigo 17, que garante, ao vendedor, a manutenção dos créditos nas vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero, ou não incidência do PIS e da COFINS. De fato, somente assim fica assegurada a plenitude do regime da nãocumulatividade, que não deve sofrer nenhuma restrição. Estabelecida estas premissas, passamos a verificar a possibilidade de a Recorrente se creditar dos valores relativos ao frete (insumos e produtos acabados) e à armazenagem. Antes, porém, analisaremos o conceito de insumos para o PIS e a COFINS. Conceito de insumo Pois bem. A nãocumulatividade da COFINS foi instituída pela Lei nº 10.833/03, a qual permite o desconto de créditos sobre (i) bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País e sobre (ii) custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País. Neste sentido, o artigo 3º, da Lei nº 10.833/03, estabelece que: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I – bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: a) no inciso III do § 3º do art. 1º desta Lei; e b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei; II – bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; Nos termos do referido dispositivo legal, o valor devido a título de COFINS será apurado pela aplicação da alíquota de 7,6% sobre a base de cálculo definida no artigo 1º, Fl. 1273DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 13 12 da Lei nº 10.833/03, e, do valor apurado, a pessoa jurídica poderá descontar créditos em relação a bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Desse modo, é possível observar que o direito creditório do sujeito passivo surge com a aquisição de insumos que serão utilizados no desenvolvimento de sua atividade. Ao dispor sobre o conceito de insumo contemplado na sistemática não cumulativa da Contribuição ao PIS e da COFINS, Natanael Martins nos explica que ele “está relacionado ao fato de determinado bem ou serviço ter sido utilizado, ainda que de forma indireta, na atividade de fabricação do produto ou com a finalidade de prestar um determinado serviço”. 1 De fato, a definição de insumo, para fins de apuração da Contribuição ao PIS e da COFINS, se relaciona com a ideia de relação intrínseca entre os bens e serviços adquiridos e a atividade desenvolvida pela pessoa jurídica, os quais devem refletir, ainda que mediatamente, na receita/faturamento sobre o qual incidirá referidas contribuições. Neste contexto, sempre deverá ser considerado como o insumo o bem ou serviço que seja necessário ao desenvolvimento da atividade da pessoa jurídica ou para a existência do processo produtivo ou do produto, ou ainda, que contribua para que estes (processo e produto) tenham determinadas características. Neste sentido, são os ensinamentos de Marco Aurélio Greco: Vale dizer, “utilizar como insumo” é extrair dos bens ou dos serviços todas as utilidades que lhes sejam próprias para o fim de fazer com que o processo produtivo ou o produto destinado a venda existam ou tenham as características almejadas. Vale dizer, fazer com que – no específico contexto da atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte – processo e produto sejam o que são. (...) A análise feita leva a uma conclusão preliminar no sentido de deverse considerar “utilizados como insumo” para fins de não cumulatividade de PIS/COFINS todos os elementos físicos ou funcionais – o que abrange bens, serviços e utilidades deles decorrentes, ligados aos fatores de produção (capital e trabalho), adquiridos ou obtidos pelo contribuinte e onerados pelas contribuições – que sejam relevantes para o processo de produção ou fabricação, ou para o produto, em função dos quais resultará a receita ou o faturamento onerados pelas contribuições.2 Tecidos esses comentários e tomando de empréstimo as terminologias utilizadas por esses autores, concluímos que para que um determinado bem ou serviço seja considerado como insumo, devese analisar seu grau de inerência (um tem a ver com o outro) com a produção ou o produto, e o grau de relevância desta inerência “(em que medida um é 1 MARTINS, Natanael. O conceito de insumos na sistemática nãocumulativa do PIS e da COFINS. In PIS COFINS: questões atuais e polêmicas. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 207. 2 GRECO, Marco Aurélio. Conceito de Insumo à luz da legislação de PIS/COFINS. Revista Fórum de Direito Tributário – RFDT. Julho/Agosto de 2008, v. 34, pp. 1620. Fl. 1274DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 14 13 efetivamente importante para o outro, ou se é apenas um vínculo fugaz sem maiores consequências)”.3 Neste ponto, vale ressaltar que a definição do conceito de insumo proposta pela Instrução Normativa SRF nº 404/04 para fins de apuração da Contribuição ao PIS e da COFINS, na sistemática não cumulativa, é manifestamente ilegal, na medida em que estabelece restrição não prescrita na lei. Eis sua formula textual: Art. 8º Do valor apurado na forma do art. 7º, a pessoa jurídica pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores: I – das aquisições efetuadas no mês: a) de bens para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos nos incisos III e IV do § 1º do art. 4º; b) de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como insumos: b.1) na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; ou b.2) na prestação de serviços; (...) § 4º Para os efeitos da alínea “b” do inciso I do caput, entende se como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: a) a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. (...) § 9º Aplicase ao PIS/Pasep nãocumulativo de que trata a Lei nº 10.637, de 2002, o disposto: 3 GRECO, Marco Aurélio. Op. cit. p. 17. Fl. 1275DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 15 14 I na alínea "b" do inciso I do caput, e nos §§ 4º, 5º e 6º, a partir de 1º de janeiro de 2003; e II na alínea "e" do inciso II e no inciso III do caput, a partir de 1º de fevereiro de 2004. Como é possível perceber, a Receita Federal do Brasil pretendeu, com a promulgação da referida Instrução Normativa, limitar o alcance de legislação ordinária (Lei nº 10.833/08). Entretanto, por se tratar de veículo introdutor secundário, não se sustentam os comandos que são manifestamente contrários aos da norma de superior hierarquia que lhe empresta fundamento de validade (a lei). Ademais, ainda que fosse possível a alteração das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03 por norma de inferior hierarquia, o que se admite apenas para argumentar, não se pode olvidar que a IN SRF nº 404/04, ao equiparar a definição de insumo para fins de não cumulatividade da Contribuição ao PIS e da COFINS, com o de insumo para fins de não cumulatividade de IPI e ICMS, incorreu em manifesto equívoco. De fato, a presente equiparação não tem qualquer sustentação jurídica, uma vez que a não cumulatividade aplicável ao PIS e à COFINS não tem o mesmo perfil da empregada ao IPI e ao ICMS. Isso porque, no caso do IPI e do ICMS, o referencial para se analisar o conceito de insumo, é um objeto físico (produto). De forma diferente, no caso da COFINS, o referencial é a atividade e processo de produzir e fabricar, sendo que a partir dessa referência que se identificará quais os bens e serviços serão considerados insumos. Por outro lado, enquanto o IPI e ICMS incidem sobre o produto/mercadoria, a COFINS incide sobre o faturamento da pessoa jurídica, o que demonstra que o universo de elementos abrangidos pela nãocumulatividade de COFINS é mais amplo do que o de IPI/ICMS. Sobre a inaplicabilidade da Instrução Normativa SRF nº 404/04, face às diferenças existentes entre os insumos de COFINS e os insumos de IPI e ICMS, Ricardo Mariz de Oliveira ensina que: Com efeito, essa interpretação está assentada, ou ao menos influenciada determinantemente, pelo conceito de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem que geram créditos de IPI, e também de ICMS. Acontece que as leis destes dois impostos não admitem, como fazem as Leis nº 10.637 e 10.833, a dedução ou o crédito relativo a insumos em geral, pois restringem os créditos aos valores devidos na operação imediatamente anterior sobre apenas alguns tipos de insumos, que são exatamente as matériasprimas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem. Sem ser necessário adentrar em qualquer discussão relativa à extensão dos créditos de IPI e de ICMS, para se poder distingui los das deduções relativas a insumos para efeito de quantificação da COFINS e da contribuição ao PIS, basta ver que, quanto ao IPI, a redução dos créditos a apenas os três grupos de insumos deriva de expressa disposição da respectiva legislação, enquanto que no ICMS as leis que o regem têm disposições inteiramente diversas das contidas nas Leis nº 10.637 e 10.833. Fl. 1276DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 16 15 Além disso, em benefício da citada instrução normativa sequer existe uma disposição legal que diga que, para a identificação dos insumos que geram dedução da COFINS e da contribuição ao PIS, deva ser aplicada subsidiariamente a legislação do IPI, como ocorre com o crédito presumido estabelecido pela Lei nº 9.363, de 13.12.1996, neste caso por força de expressa determinação do parágrafo único do art. 3º. Portanto, o que dizem as mencionadas instruções normativas quanto a que somente são insumos as matériasprimas, os produtos intermediários, as embalagens e quaisquer outros bens que sofram alteração, carece inteiramente de base legal. Esse ato fazendário somente teria validade jurídica se a lei expressamente tivesse permitido a dedução exclusivamente quanto a matérias primas, produtos intermediários, materiais de embalagem e outros bens sob aquele requisito, em vez de autorizála abertamente sobre insumos destinados à produção de bens e serviços.4 Neste contexto, não resta dúvida de que a restrição estabelecida pela Instrução Normativa SRF nº 404/04 não encontra amparo legal, motivo pelo qual não poderá sequer ter seus dispositivos considerados pelo órgão julgador. No caso em análise, a Recorrente é pessoa jurídica que se dedica à comercialização de combustíveis. Por outro lado, pretende ver reconhecido o direito ao crédito de COFINS relativo às despesas com fretes (insumos e revenda de produtos acabados) e armazenagem de combustíveis. Sendo essa a sua utilização, não há dúvida que tais serviços guardam inerência com a atividade desenvolvida pela empresa, na medida em que são efetivamente importantes para a sua produção, razão pela qual devem gerar direito ao crédito no caso concreto. No que toca especificamente ao frete, vale esclarecer que, do meu ponto de vista, não gera direito à crédito apenas aquele destiando à venda, nos termos expressamente autorizados pelo inciso IX do art. 3º da Lei nº 10.833/04 e da Lei nº 10.637/02, mas também aquele dedicado à compra de insumos Isso porque, este último se insere no conceito serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, a que se refere o art. 3º, II, das referidas leis. Como bem pontuado pelo Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, ao proferir voto vencedor no Acórdão nº 3401002.075 (Processo nº 16366.003307/200738), o inciso IX do art. 3º da Lei nº 10.833/04 apenas ampliou o rol dos fretes que dão direito ao crédito, haja vista que o frete de insumos e produtos acabados (vendidos ou não) já estavam contemplados pelo inciso II. nas suas palavras: A norma introduzida pelo inc. IX, acima, segundo a qual a armazenagem e o frete contratados junto a pessoas jurídicas residentes no Brasil e suportados pela vendedora de mercadorias geram créditos a partir de 1º de fevereiro de 2004, é ampliativa 4 OLIVEIRA, Ricardo Mariz. Aspectos Relacionados à “Nãocumulatividade” da COFINS e da Contribuição ao PIS. In PISCOFINS: questões atuais e polêmicas. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 43/44. Fl. 1277DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 17 16 em relação aos créditos previstos no inc. II do mesmo artigo. Com base no inciso II (mais antigo, quando considerada a não cumulatividade do PIS, em vigor desde dezembro de 2002) os fretes entre os estabelecimentos da pessoa jurídica, de insumos e produtos acabados (vendidos ou não), já davam direito a crédito. O que importa averiguar, a meu ver, é se o transporte é de insumos, de produtos acabados (não vendidos) ou de produtos já vendidos. Fosse transporte de imobilizado, de material de escritório ou de trabalhadores do setor administrativo, por exemplo, não devia ser admitido crédito. Mas, como informado no voto vencido, a situação destes autos é de insumos e produtos acabados. Em três momentos – um inicial, quando transportados insumos; outro intermediário, quando transportados produtos acabados, mas não vendidos; e um final, quando entregues produtos vendidos – o crédito deve ser concedido, seja pela norma extraída do inc. II (transporte entre os estabelecimentos da mesma empresa, inclusive antes de 1º fevereiro de 2004 na hipótese do PIS) ou pela do inc. IX (entrega dos produtos vendidos aos adquirentes, nesta hipótese a partir de 1º de fevereiro de 2004, já que introduzida norma específica com vigência a partir dessa data, a mesma que contemplou os custos com armazenagem). Por conta disso, entendo que o frete, seja na aquisição de insumos, seja na venda de produtos acabados, dá direito ao crédito de Contribuição ao PIS e da COFINS. Pelo exposto, voto por DAR TOTAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, para reconhecer o crédito relativo aos custos dos serviços de fretes prestados por pessoa jurídica situada no Brasil, relativos ao transporte de insumos e de venda de produtos acabados, bem assim o de armazenagem. [Assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Voto Vencedor Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Apresento a seguir as razões porque decidi inaugurar a divergência em relação à decisão proposta pela i. Relatora do Processo. Em primeiro plano, fundamental que sejam enquadrados com clareza os gastos sobre os quais recai a controvérsia instaurada no presente litígio, uma vez que daí parte minha contrariedade ao entendimento e decisão que vinham se encaminhando. A esse respeito, conforme bem situado pela i. Relatora, cumpre esclarecer que o presente julgamento se circunscreve à possibilidade ou não de creditamento das despesas com frete (na operação de venda) e armazenagem incorridas na distribuiçaõ de gasolinas e suas correntes, exceto_gasolina de aviaçaõ, óleo diesel e suas correntes e gás liquefeito de petróleo Fl. 1278DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 18 17 — GLP derivado de petróleo e de gás natural. Isso porque o direito ao crédito relativo às despesas com alugueis e despesas com depreciação foi reconhecido pela instancia recorrida. Definida a circunscrição do litígio, de grande importância definir que, a meu sentir, nenhuma razão existe para que se adentre a questão relacionada ao conceito válido de insumos para o Sistema Não Cumulativo de Apuração das Contribuições para o PIS/Pasep e Cofins Leis 10.637/02 e 10.833/03. Digo isso por duas razões. Primeiro, como resta claro do disposto no artigo 3º das Leis 10.637/02 10.833/03, o direito de crédito vinculado às despesas com frete na venda e aluguel está especificado no inciso IX do artigo 3º, descolado, portanto, da previsão específica de crédito na aquisição de bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, definido no inciso II deste mesmo artigo. De fato, não se identifica qualquer relação de interdependência entre um tipo de gasto e outro. Quero dizer, insumos, a despeito da polêmica que haja em torno da amplitude do conceito válido para a tal expressão, são insumos. Gastos com frete (na venda) e aluguel estão dentre os outros gastos para os quais admitese o crédito, não compreendidos no conceito de insumo. Segundo, uma vez aqui não se cogita de uma operação de produção que transborde o conceito de industrialização, o direito de crédito na aquisição de insumos destinados à produção ou fabricação de bens destinados a venda está necessariamente vinculado ao exercício de uma atividade que possa ser enquadrada nesse conceito (de industrialização). Na medida em que sejam os combustíveis imunes ao Imposto sobre Produtos Industrializados, conforme limitação do poder de tributar especificada no art 155, § 3º, da Constituição Federal, tal operação não pode ser considerada uma operação de industrialização, por força do disposto no artigo 3º da Lei nº 4.502/64, in verbis. Art . 3º Considerase estabelecimento produtor todo aquêle que industrializar produtos sujeitos ao impôsto. (grifos acrescidos) Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo, considerase industrialização qualquer operação de que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto, salvo: (...) Quanto a isso, de extrema pertinência a menção feita nos autos no sentido de que, fosse reconhecida a atividade industrial da Recorrente, e necessariamente ela deveria ser submetida à tributação concentrada própria das refinarias, uma vez que essa deva ser aplicada à receita auferida pelos produtores. Como se vê, não tem cabimento a pretensão da Parte. Isto posto, necessário que o pleito seja analisada a partir da compreensão de que o que se discute nos autos é o direito de crédito em relação a outros gastos previstos no artigo 3º das Lei 10.637/02 e 10.833/03, que não compreendidos no conceito de insumo nem no conceito de bens adquiridos para revenda. Analisase, por conseguinte, o direito de creditar se dos gastos com frete na venda e aluguel para uma empresa que atua como distribuidora de Fl. 1279DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 19 18 gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e suas correntes e gás liquefeito de petróleo GLP derivado de petróleo e de gás natural. A autorização legal para a apuração de créditos no cálculo das Contribuições com gastos dessa natureza encontrase descrita nas Leis supra citadas nos seguintes e precisos termos. Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. O inciso IX do artigo 3º é o único que contém expressa restrição aos casos dos incisos I e II. É famoso o brocardo segundo o qual a lei não contem palavras inúteis. De fato, nenhum outro inciso do artigo 3º demonstrou a preocupação do legislador em determinar limite de alcance ao direito concedido, apenas o inciso IX. É preciso que se lhe atribua sentido. A esse respeito, entendo falha a interpretação de que tal restrição esteja destinada a coibir excessos cometidos pelo Fisco, garantindo a todos, comerciantes, industriais e prestadores de serviço, o direito ao crédito. Tal não resiste a mais perfunctória análise, já que nada de especial há em relação a esses gastos que lhes exigisse tratamento diferenciado em comparação com os demais. De fato, creio que a razão para tal distinção encontrase, exatamente, na coexistência de diversas exceções à regra geral de apuração pelo Sistema Não Cumulativo, que comportam restrições de crédito, como é, no caso concreto, incontroversa a proibição ao crédito na aquisição do produto destinado a venda pelas distribuidoras e varejistas. Assim, ao delimitar o crédito aos casos dos incisos I e II, o legislador, ainda que não tenha escolhido a melhor maneira, retirou desse universo as situações que tenham sido excluídas de um dos dois incisos, o que é justamente o caso em tela, já que os produtos referidos no § 1ª do artigo 2º das Leis sob escrutínio foram excepcionados do inciso I do artigo 3º. Observese o texto legal. Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Medida Provisória nº 413, de 2008) (Vide Lei nº 11.727, de 2008). b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº 9.718, de 1998) Fl. 1280DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 20 19 (...) Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) § 1o Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) I nos incisos I a III do art. 4o da Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998, e alterações posteriores, no caso de venda de gasolinas e suas correntes, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e suas correntes e gás liquefeito de petróleo GLP derivado de petróleo e de gás natural; (Redação dada pela Lei nº 10.925, de 2004) (Vide Lei nº 10.925, de 2004) (Vide Lei nº 11.196, de 2005) Converge com esse entendimento, pelo menos em parte, a Solução de Consulta nº 149 SRRF06/Disit, de 07 de dezembro de 2010, nos seguintes termos. O exame dos dispositivos legais transcritos no item anterior indica que, com relação a produtos sujeitos aos sistemas de tributação concentrada, quando adquiridos para revenda: a) vedase a apropriação de créditos referentes à aquisição dos referidos produtos (inc. I); b) vedase a apropriação dos créditos da Cofins referidos na Lei nº 10.833/2003, art. 3º, caput, inc. IX, bem como dos créditos do PIS referidos na Lei nº 10.833/2003, art. 3º, caput, inc. IX, c/c art. 15, inc. II. Com efeito, admitemse tais créditos apenas nas hipóteses dos incs. I e II do art. 3º da Lei nº 10.833/2003, sendo que nem o inc. I nem o inc. II se aplicam à situação sob análise (cf. item ‘a’ supra e item “d’ infra, respectivamente); (...) E não se diga que, se o legislador assim desejasse, o teria dito de outra forma. Nada há de claro na legislação sub examine. As disposições parecem vir mais de um confronto de ideias do que de uma iniciativa governamental de regulamentação do assunto. Com base nessas considerações, a conclusão a que chego é a de que a Recorrente não tem direito a creditarse dos valores gastos a título de armazenagem e frete na venda dos produtos que negocia. Quanto a isso, pertinente acrescentar que, embora não se esteja aqui tratando especificamente desse assunto, também não haveria direito ao crédito se os gastos com frete fossem entre estabelecimento ou na aquisição dos produtos. Em relação ao primeiro, porque o frete de produto acabado, não sujeito a novo processo de industrialização ou produção, não pode ser compreendido dentro do conceito de insumo, exatamente porque o produto já está acabado. Quanto ao segundo, uma vez que tal dispêndio se caracterize como custo de aquisição do produto em si5, não vejo como admitilo, uma vez que ele, o produto, esteja excluído da relação de gastos para os quais admitese o direito de crédito. 5 Regulamento do Imposto de Renda – RIR (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999) Fl. 1281DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 21 20 Finalmente, concluo por acrescentar que, ainda que não tenham prosperado as tentativas do Poder Executivo de definir de forma taxativa a impossibilidade de aproveitamento do crédito nas operações de que aqui se trata, o fato é que nenhum sentido há para que se admita tal possibilidade. Como já bem delineado nos autos, a origem das normas que hoje regulam a tributação exigida nas operações de venda de gasolina e suas correntes (...) encontrase nas regras definidas pela Lei nº 9.718/98, que previa a substituição tributária para frente, sob responsabilidade das refinarias. O problema é que, como é cediço, neste tipo de operação, por princípio6 (ou regra constitucional) o substituído tem o direito de pleitear a restituição de valores que considere lhe sejam devidos, o que termina por trazer grandes obstáculos à eficiência e simplificação pretendidas pelo o sistema. Foi essa a razão para introdução do Sistema de Tributação concentrada, que se equivale a tributação monofásica, garantindo, contudo, em relação a essa, o direito a apuração de créditos pelo sujeito passivo onerado pela tributação. Em regimes dessa natureza, difícil encontrar sentido na outorga de direito de crédito para aquele que encontrase fora do alcance da exação. Isso seria uma espécie de concessão àquele que não é responsável por nenhuma contrapartida. De se acrescentar a esse respeito, que nada há de incompatível entre esse raciocínio e a autorização reconhecida pela Lei 11.003/04 às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS. A uma, porque as Leis 10.637/02 e 10.833/03 nunca vedaram o direito de manutenção do crédito escriturado no Sistema de Apuração Não Cumulativo das Contribuições, razão pela qual o disposto na Lei 11.003/04 assume caráter meramente enunciativo. A duas, porque trata se de um direito de ampla aplicação em diversos segmentos de mercado desonerados das Contribuições, mas que não foram submetidos ao sistema de concentração de que aqui se trata. Sobre a inexistência do direito de crédito às empresas submetidas ao regime de tributação concentrada, vêm sendo tomadas diversas decisões no âmbito do Superior Tribunal de Justiça STJ. REsp 1265198 Ministra ELIANA CALMON Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matériasprimas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 14). § 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13). § 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição. § 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal. 6 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) § 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Fl. 1282DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 22 21 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. OFENSA A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. INVIABILIDADE DE ANÁLISE POR ESTA CORTE. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. ALEGAÇÕES GENÉRICAS (SÚMULA 284/STF). PIS. COFINS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. ART. 17 DA LEI 11.033/2004. INTERPRETAÇÃO LITERAL. APLICAÇÃO EXCLUSIVA AOS CONTRIBUINTES DO REPORTO. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE AUTORIZAÇÃO LEGAL PARA EXTENSÃO AOS DEMAIS CONTRIBUINTES. (...) 3. A Constituição Federal no art. 195, § 12, remeteu à lei a disciplina da não cumulatividade das contribuições do PIS e da COFINS. 4. A incidência monofásica, em princípio, é incompatível com a técnica do creditamento, cuja razão é evitar a incidência em cascata do tributo ou a cumulatividade tributária. 5. As receitas provenientes das atividades de venda e revenda sujeitas ao pagamento das contribuições para o PIS e à COFINS em regime de tributação monofásica, com alíquota concentrada na atividade de venda e alíquota zero na revenda, não permitem o creditamento pelo revendedor das referidas contribuições incidentes sobre as receitas do vendedor por estarem fora do regime de incidência nãocumulativo. (Precedente: REsp 1.267.003/RS). 6. Tratandose de tributo monofásico por expressa determinação legal, descabe falar em direito a creditamento, o qual pressupõe, fática e juridicamente, sobreposição de incidências tributárias, que não existe na espécie. (Precedentes: REsp 1.200.996/AL, REsp 1.380.915/SE e AgRg no REsp 1.239.794/SC). (...) REsp 1380915 Ministra ELIANA CALMON TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. ART. 17 DA LEI 11.033/2004. INTERPRETAÇÃO LITERAL. APLICAÇÃO EXCLUSIVA AOS CONTRIBUINTES DO REPORTO. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE AUTORIZAÇÃO LEGAL PARA EXTENSÃO AOS DEMAIS CONTRIBUINTES. 1. A Constituição Federal no art. 195, § 12, remeteu à lei a disciplina da não cumulatividade das contribuições do PIS e da COFINS. 2. A incidência monofásica, em princípio, é incompatível com a técnica do creditamento, cuja razão é evitar a incidência em cascata do tributo ou a cumulatividade tributária. Precedentes. 3. Na chamada incidência monofásica aplicase uma alíquota concentrada para os fabricantes e importadores e alíquota zero para os demais integrantes da cadeia produtiva. 4. Tratandose de tributo monofásico por expressa determinação legal, descabe falar em direito a creditamento, o qual pressupõe, fática e juridicamente, sobreposição de incidências tributárias, que não existe na espécie. 5. Para a criação e extensão de benefício fiscal o sistema normativo exige lei específica (cf. art. 150, § 6º da CF/88) e veda interpretação extensiva (cf. art. 111 do CTN), de modo que benefício concedido aos contribuintes integrantes de regime especial de tributação (REPORTO) não se estende aos demais contribuintes do PIS e da COFINS sem lei que autorize. Fl. 1283DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13603.001562/200716 Acórdão n.º 3102002.152 S3C1T2 Fl. 23 22 6. Recurso especial não provido. AgRg no REsp 1206713 Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. SÚMULA 284/STF. PIS E COFINS. COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETRÓLEO. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. CREDITAMENTO. INVIABILIDADE. 1. É incontroverso que a Lei 9.990/2000 fixou a incidência monofásica do PIS e da Cofins sobre combustíveis derivados de petróleo, onerando as refinarias. Por essa razão, as operações subseqüentes não são tributadas. 2. A agravante é distribuidora de combustíveis e defende que tem direito ao creditamento relativo a essas contribuições, por força das alterações promovidas pela Lei 10.865/2004. 3. Impossível entender, pela leitura das peças recursais, como a contribuinte pretende se creditar no regime monofásico ou como podem coexistir este regime em relação à refinaria e o plurifásico (com nãocumulatividade) para a distribuidora de combustível. Aplicase, por analogia, o disposto na Súmula 284/STF. 4. Ademais, a jurisprudência pacífica do STJ reconhece a ilegitimidade ativa processual das distribuidoras por conta da incidência monofásica do PIS e da Cofins. Pela mesma razão, inviável o creditamento pretendido. 5. Agravo Regimental não provido. Por todas as razões expostas, VOTO por negar provimento ao Recurso Voluntário do contribuinte. Sala de Sessões, 26 de fevereiro de 2014. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Redator Fl. 1284DF CARF MF Impresso em 22/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/10/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 10920.007927/2007-27
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: null
null
Numero da decisão: 3802-003.307
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir a multa por falta de Licença de Importação-LI. Votaram pela conclusão, em relação à não caracterização de mudança de critério jurídico, os Conselheiros Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 30; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2256; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 3.720 1 3.719 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10920.007927/200727 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3802003.307 – 2ª Turma Especial Sessão de 22 de julho de 2014 Matéria CLASSIFICAÇÃO FISCAL Recorrente WELFAREIMP. DE PROD. MÉDICOODONTOLÓGICOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: CLASSIFICAÇÃO FISCAL Período de apuração: 25/07/2003 a 21/11/2007 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS. DIVERGÊNCIA. INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA MEDICINA, CIRURGIA E ODONTOLOGIA. Os instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia e odontologia classificamse nos desdobramentos da posição 9018 da NCMNomenclatura Comum do Mercosul, pois o uso habitual necessita, na maioria das vezes, a intervenção de um técnico (seja médico, dentista etc.), para conclusão de um diagnóstico, no intuito de prevenir ou tratamento de uma doença; nos termos da Regra Geral de Interpretação do Sistema Harmonizado nº 1. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. A adoção de critério jurídico, conforme consta do art. 146 do CTN, no que se refere à classificação fiscal, só ocorre quando a referida classificação fiscal está devidamente estabelecida em legislação normativa específica, processo de consulta ou no lançamento de ofício, o que não ocorreu. MULTA ADMINISTRATIVA. IMPORTAÇÃO SEM LICENÇA. ERRO DE CLASSIFICAÇÃO. INOCORRÊNCIA. O fato de a mercadoria estar mal enquadrada na NCMNomenclatura Comum do Mercosul não estar correta e suficientemente descrita não é razão suficiente para que a importação seja considerada sem licenciamento de importação ou documento equivalente. Recurso a que se dá provimento Parcial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir a multa por falta de Licença de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 79 27 /2 00 7- 27 Fl. 3720DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 ImportaçãoLI. Votaram pela conclusão, em relação à não caracterização de mudança de critério jurídico, os Conselheiros Solon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Trata o presente processo de autos de infração lavrados para constituição de crédito tributário no valor total de R$ 1.101.414,98, referentes a imposto de importação, a imposto sobre produtos industrializados, a contribuição PIS/PASEP – importação, a contribuição COFINS – importação, a juros de mora (calculados até 30/05/2008), a multa proporcional (75%), a multa regulamentar por classificação incorreta na Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM (1%), a multa por importação desamparada de guia ou documento equivalente, em razão da reclassificação fiscal das mercadorias importadas. A interessada por meio das declarações de importação (DI´s) indicadas nas planilhas de folhas 813 a 999 submeteu a despacho diversas mercadorias. Em sua quase totalidade tratavamse de instrumentos e aparelhos utilizados em medicina ou em cirurgias humanas, bem como instrumentos e aparelhos para odontologia, classificando, a interessada, parte destas mercadorias no código NCM 9021.10.99, parte no código NCM 9021.10.20 e, parte no código NCM 9033.00.00: 9021 ARTIGOS E APARELHOS ORTOPÉDICOS, INCLUÍDAS AS CINTAS E FUNDAS MÉDICOCIRÚRGICAS E AS MULETAS; TALAS, GOTEIRAS E OUTROS ARTIGOS E APARELHOS PARA FRATURAS; ARTIGOS E APARELHOS DE PRÓTESE; APARELHOS PARA FACILITAR A AUDIÇÃO DOS SURDOS E OUTROS APARELHOS PARA COMPENSAR DEFICIÊNCIAS OU ENFERMIDADES, QUE SE DESTINAM A SER TRANSPORTADOS À MÃO OU SOBRE AS PESSOAS OU A SER IMPLANTADOS NO ORGANISMO 9021.10 Aparelhos ortopédicos ou para fraturas 9021.10.20 Artigos e aparelhos para fraturas 9021.10.9 Partes e acessórios 9021.10.99 Outros Fl. 3721DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.721 3 ... 9033.00.00 PARTES E ACESSÓRIOS NÃO ESPECIFICADOS NEM COMPREENDIDOS EM OUTRAS POSIÇÕES DO PRESENTE CAPÍTULO, PARA MÁQUINAS, APARELHOS, INSTRUMENTOS OU ARTIGOS DO CAPÍTULO 90 No “Termo de Constatação do Auto de Infração n° 0920200/00463/08” (fls. 1.009 a 1.028 – verso), a fiscalização informa que a presente fiscalização (revisão aduaneira) decorre da constatação em procedimento de conferência aduaneira realizada por ocasião da DI n° 07/17520816, que a interessada não efetuava a classificação fiscal das mercadorias importadas em consonância com as características das mesmas. Tal DI teve parte “desmembrada” em outra DI, de número 07/17929196, sendo ambas objeto de retificação das informações prestadas. Relata a fiscalização que foram utilizados os catálogos técnicos dos respectivos produtores e exportadores das mercadorias importadas (ADOLF SCHWICKHARDT GMBH e MONDEAL MEDICAL SYSTEMS GMBH), estando os mesmos anexados às folhas 399 a 812. Como tais catálogos possuem o código de referência de cada um dos produtos, que define a sua finalidade e utilização, e o mesmo foi reproduzido pelo contribuinte na descrição das mercadorias nas declarações de importação, a fiscalização conseguiu identificar especificamente tais mercadorias. Assim, com base nestas informações a fiscalização concluiu que a mercadoria não pode ser classificada nos códigos da NCM declarados pela interessada, devendo as mesmas serem reclassificadas para o código NCM 9018.49.99 (mercadorias importadas identificadas como instrumentos ou aparelhos para odontologia, bem como as partes destinadas exclusivamente a estes), e, para o código NCM 9018.90.99 (mercadorias importadas identificadas como instrumentos ou aparelhos utilizados em medicina ou em cirurgias humanas, bem como as partes destinadas exclusivamente a estes): 9018 INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA MEDICINA, CIRURGIA, ODONTOLOGIA E VETERINÁRIA, INCLUÍDOS OS APARELHOS PARA CINTILOGRAFIA E OUTROS APARELHOS ELETROMÉDICOS, BEM COMO OS APARELHOS PARA TESTES VISUAIS 9018.4 Outros instrumentos e aparelhos para odontologia 9018.49 Outros 9018.49.9 Outros 9018.49.99 Outros ... 9018.90 Outros instrumentos e aparelhos 9018.90.9 Outros Fl. 3722DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 9018.90.99 Outros Além dos instrumentos e aparelhos citados anteriormente, a fiscalização reclassificou ainda outras mercadorias de natureza distinta: “Caixa aroma promocional – Cod 999078 (Feira Intern. S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 3307.49.00; “Fita Marcadora” diversos modelos e códigos, dos códigos NCM 9033.00.00, 9021.10.99 e 3926.90.90 para o código NCM 3919.10.00; “Anel Marcador” diversos modelos e códigos, dos códigos NCM 9021.10.99 e 9033.00.00 para o código NCM 3926.90.90; “Sacola Promocional – Cod. 999078 (Feira Internacional S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 4202.99.00; “Catalogo CD Produção Cureta – Cód 99508” do código NCM 3923.29.90 para o código NCM 8524.39.00 e; “Acendedor Promocional – Cód 999078 (Feira Internacional S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 9613.80.00. Como se pode observar, as mercadorias importadas foram agrupadas pela fiscalização em 08 grupos distintos, cujas regras para classificação fiscal adotada, bem como motivos e citação das respectivas notas explicativas relativas a cada grupo encontramse devidamente apresentados no “Termo de Constatação do Auto de Infração n° 0920200/00463/08” às folhas 1.017 a 1.025. Tendo em vista diferença de alíquota nos impostos, prevista para os códigos das NCM’s consideradas corretas, e mudança na base de cálculo das contribuições e IPI, a fiscalização lançou a diferença dos tributos e respectivos consectários, aplicou também multa por considerar a importação desamparada de guia ou documento equivalente. Foi aplicada ainda a multa por ter sido a mercadoria classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul. Regularmente cientificada (fls. 1.008, 1.064, 1.086, 1.105 e 1.123), a interessada apresentou impugnação de folhas 1.129 a 1.168, anexando os documentos de folhas 1.169 a 3.202. Em síntese, traz as seguintes alegações: Que, a empresa impugnante adotou a correta classificação fiscal por ocasião das importações das mercadorias. Que, no caso do item 6 do “Termo de Constatação do Auto de Infração n° 0920200/00463/08”, 3.767 ocorrências, tais instrumentos servem, em sua específica função, para afixar os parafusos e placas que são utilizados na consolidação de fraturas e nas demais necessidades que tais artigos e aparelhos demandam sendo que estes só podem ser aplicados com o auxílio daqueles. Referidos instrumentais servem única e exclusivamente para os artigos e aparelhos para os quais são designados, ou seja, específicos e inerentes a estes o que, por corolário, acaba por englobálos no que tange a sua classificação fiscal. Que, por diversas vezes a própria Secretaria da Receita Federal do Brasil corroborou a classificação fiscal adotada, na medida em que nunca pôs óbice ao desembaraço das mesmas (canal vermelho inclusive). O caso é de aplicação da RGI 2, a mercadoria incompleta tem o mesmo código da mercadoria completa, se aquela tiver característica essencial desta; Fl. 3723DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.722 5 Que, no caso do item 7 do “Termo de Constatação do Auto de Infração n° 0920200/00463/08”, 2.109 ocorrências, tais mercadorias dizem respeito a artigos e aparelhos destinados a consolidação de fraturas ou mesmo na fixação no paciente a fim de prevenir ou corrigir algumas deformidades ósseas da face (fraturas no maxilar, por exemplo); para imobilizar órgãos ou mesmo reduzir as fraturas existentes, bem como suster ou mesmo para manter justapostas as duas partes de um osso quebrado (por exemplo, numa eventual fratura óssea da face/maxilar) ou para o tratamento de referidas fraturas. Com efeito, na maioria das importações – placas e parafusos – os artigos trazidos pela impugnante são utilizados como forma de sustentar, amparar ou mesmo manter justapostos ossos faciais eventualmente fraturados. Assim sendo, tais artigos auxiliam a corrigir, bem como tratar referidas fraturas; Que, considerando a matéria em trato, é medida que se impõe seja ouvida a opinião de especialista na área para melhor elucidar, ou mesmo, subsidiar o julgamento da presente questão. Indica perito especialista em traumatologia e cirurgia bucomaxilofacial, bem como apresenta os quesitos que entende serem pertinentes (fl. 1.140); Que, há mudança de entendimento por parte do Fisco, sendo impossível a revisão de lançamento. Grande parte das importações foram efetuadas em canal vermelho, ou seja, as mercadorias foram liberadas após a conferência física e documental das mesmas. Portanto, se à época tinha concordado com a classificação tarifária adotada pela impugnante, liberando, inclusive, as mercadorias, e posteriormente pretende modificar tal classificação, resta evidente que no momento anterior ocorreu erro de direito. E neste particular, o erro de direito não autoriza a revisão do lançamento tributário anteriormente realizado, haja vista que o mesmo não se encontra em nenhuma das hipóteses taxativas do artigo 149 do CTN, no presente caso ocorre mudança de critério jurídico, o que é vedado pelo artigo 146 do CTN. Traz jurisprudência sobre o tema; Que, as contribuições citadas nos autos só podem ser exigidas para as declarações de importação registradas após 90 dias contados da publicação da lei que as instituiu, vale dizer, a partir de 01/08/2004, contudo a fiscalização exige tais contribuições para fatos geradores ocorridos anteriormente, sendo portanto, indevidas tais exigências, bem como seus acréscimos legais e multas relacionadas; Que, todas as mercadorias importadas pela empresa impugnante durante o período compreendido no auto de infração estavam amparadas pelas respectivas Licenças de Importação expedidas pela ANVISA. As mercadorias importadas são exatamente aquelas descritas nas DI’s, nas LI”s e nas faturas comerciais. Portanto, as mercadorias foram devidamente licenciadas e a descrição na DI está correta no que se refere as mesmas, na medida em que aquela claramente identifica as características das mercadorias. Há que se aplicar ao caso o disposto no ADN COSIT n° 12/97. Neste sentido, a descrição das mercadorias nas LI´s e respectivas DI´s eram tão precisas que os próprios Senhores AuditoresFiscais as reclassificaram apenas tomando Fl. 3724DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 por base as informações nelas constantes e o catálogo dos produtos do exportador/fabricante/produtor. Traz jurisprudência administrativa; Que, os produtos importados foram exatamente aqueles descritos em tais declarações, havendo, apenas, quando muito, a classificação fiscal errônea, fato que não enseja a aplicação da multa de ofício prevista no inciso I, do artigo 44, da Lei n° 9.430/96. Há que se aplicar o disposto no ADN COSIT n° 10/97, não houve falta de declaração, tampouco declaração inexata, as mercadorias foram corretamente descritas. Traz jurisprudência administrativa; Que, não existe razão para a aplicação da multa por classificação incorreta na NCM, vez que as mercadorias foram corretamente descritas em todos os documentos de importação; Requer seja julgado totalmente improcedente o lançamento tributário, seja deferida a perícia requerida, seja excluída as rubricas relacionadas às contribuições (período entre 24/05/2004 e 29/07/2004), sejam excluídas as penalidades e, sejam todas as intimações feitas exclusivamente aos advogados. É o relatório. O pleito foi deferido em parte, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/FNS no 0721.028, de 03/09/2010, proferida pelos membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC, cuja ementa dispõe, verbis: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 25/07/2003 a 21/11/2007 INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA MEDICINA, CIRURGIA E ODONTOLOGIA. Classificamse nos desdobramentos da posição 9018 da Nomenclatura Comum do Mercosul os instrumentos e aparelhos que se caracterizam essencialmente pelo fato de que o seu uso normal exige, na quase totalidade dos casos, a intervenção de um técnico (médico, cirurgião, dentista, parteira, etc.), para estabelecer um diagnóstico, para prevenir ou tratar uma doença, para operar, etc. Aplicação da Regra Geral de Interpretação do Sistema Harmonizado nº 1. REVISÃO ADUANEIRA. MERCADORIA OBJETO DE CONFERÊNCIA ADUANEIRA. Não há óbice na legislação de regência para que a autoridade proceda à revisão aduaneira das informações prestadas na declaração de importação, ainda que esta tenha sido objeto de conferência aduaneira por ocasião do desembaraço das mercadorias. O desembaraço aduaneiro não está caracterizado na legislação como procedimento que homologa o lançamento, sendo legítima a atividade de reexame do despacho de importação. MULTA POR ERRÔNEA CLASSIFICAÇÃO FISCAL. O mero erro de classificação fiscal já torna aplicável a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades administrativas. MULTA DE OFÍCIO. Fl. 3725DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.723 7 Sobre as diferenças de tributo apuradas incidem as multas de ofício plicadas, haja vista o lançamento de ofício dessas diferenças, cujo valor deveria ter sido objeto de pagamento na data do registro das respectivas declarações de importação MULTA POR INFRAÇÃO AO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES. Descabe a aplicação da multa por falta de licenciamento na hipótese em que a revisão da classificação fiscal não interfere no controle administrativo que recai sobre a mercadoria importada. Há que restar demonstrado que as mercadorias importadas estavam sujeitas a controle administrativo divergente daquele efetuado por ocasião do respectivo despacho. As mercadorias (item 6 e item 7 da autuação) foram objeto de inspeção administrativa previamente à concessão das licenças de importação. Impugnação Procedente em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. O julgamento foi considerado como procedente em parte, tendo em vista que a multa pela importação de mercadorias (itens 6 e 7 da autuação) sem licença de importaçãoLI ou documento de efeito equivalente (multa por infração ao controle administrativo das importações), no montante de R$ 537.540,49 ter sido excluída. Fica mantido, portanto, o crédito de R$ 563.874,49, inclusive, restando um saldo no montante de R$ 5.500,00 referente à multa pela importação de mercadorias sem licença de importaçãoLI ou documento de efeito equivalente para a mercadoria descrita na DI n° 04/00618979, adição 006. (multa por falta de LI. Ou seja, R$ 543.040,55 (total)R$ 537.540,49, parte já exonerada pela DRJ= R$ 5.500,00=saldo ). Ainda insatisfeito, o contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário, tempestivamente, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Ressalta as alegações de mudança de critério jurídico, por conta da reclassificação fiscal; tendo em vista, anterior conferência aduaneira, na maioria das vezes, encaminhadas as mercadorias para o canal vermelho e depois sendo as mesmas liberadas. O processo digitalizado foi redistribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o Relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Considerando que a decisão de primeira instância julgou procedente em parte, tendo em vista exoneração no montante de R$ 537.540,49 referente à multa pela importação de Fl. 3726DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 mercadorias (item 6 e item 7 da autuação) sem licença de importação ou documento de efeito equivalente (multa por infração ao controle administrativo das importações). Trata o presente processo de reclassificação fiscal da mercadoria descrita pela importadora, em diversas Declarações de Importação, indicadas nas planilhas, em ato de revisão aduaneira, de acordo com Auto de Infração e seus anexos. Compreende o imposto de importação, imposto sobre produtos industrializados, contribuição PIS/PASEP – importação, a contribuição COFINS – importação, a juros de mora (calculados até 30/05/2008), a multa proporcional (75%), a multa regulamentar por classificação incorreta na Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM (1%), a multa por importação desamparada de guia ou documento equivalente, em razão da reclassificação fiscal das mercadorias importadas. A fiscalização explicita que foram utilizados catálogos técnicos dos respectivos produtores e exportadores das mercadorias importadas (ADOLF SCHWICKHARDT GMBH e MONDEAL MEDICAL SYSTEMS GMBH), os quais estão anexados.. Ressalta que tais catálogos possuem o código de referência de cada um dos produtos, que define a sua finalidade e utilização, e o mesmo foi reproduzido pela recorrente na descrição das mercadorias nas declarações de importação, daí a fiscalização ter conseguido identificar as mercadorias. A recorrente por meio das declarações de importação, conforme planilhas, classificou as mercadorias no código NCM 9021.10.99, parte no código NCM 9021.10.20 e, parte no código NCM 9033.00.00, de acordo com: 9021 ARTIGOS E APARELHOS ORTOPÉDICOS, INCLUÍDAS AS CINTAS E FUNDAS MÉDICOCIRÚRGICAS E AS MULETAS; TALAS, GOTEIRAS E OUTROS ARTIGOS E APARELHOS PARA FRATURAS; ARTIGOS E APARELHOS DE PRÓTESE; APARELHOS PARA FACILITAR A AUDIÇÃO DOS SURDOS E OUTROS APARELHOS PARA COMPENSAR DEFICIÊNCIAS OU ENFERMIDADES, QUE SE DESTINAM A SER TRANSPORTADOS À MÃO OU SOBRE AS PESSOAS OU A SER IMPLANTADOS NO ORGANISMO 9021.10 Aparelhos ortopédicos ou para fraturas 9021.10.20 Artigos e aparelhos para fraturas 9021.10.9 Partes e acessórios 9021.10.99 Outros ... 9033.00.00 PARTES E ACESSÓRIOS NÃO ESPECIFICADOS NEM COMPREENDIDOS EM OUTRAS POSIÇÕES DO PRESENTE CAPÍTULO, PARA MÁQUINAS, APARELHOS, INSTRUMENTOS OU ARTIGOS DO CAPÍTULO 90 Por sua vez, a fiscalização reclassificou as mercadorias para o código NCM 9018.49.99 (mercadorias importadas identificadas como instrumentos ou aparelhos para odontologia, bem como as partes destinadas exclusivamente a estes), e, para o código NCM 9018.90.99 (mercadorias importadas identificadas como instrumentos ou aparelhos utilizados Fl. 3727DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.724 9 em medicina ou em cirurgias humanas, bem como as partes destinadas exclusivamente a estes), nos termos: 9018 INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA MEDICINA, CIRURGIA, ODONTOLOGIA E VETERINÁRIA, INCLUÍDOS OS APARELHOS PARA CINTILOGRAFIA E OUTROS APARELHOS ELETROMÉDICOS, BEM COMO OS APARELHOS PARA TESTES VISUAIS 9018.4 Outros instrumentos e aparelhos para odontologia 9018.49 Outros 9018.49.9 Outros 9018.49.100 Outros ... 9018.90 Outros instrumentos e aparelhos 9018.90.9 Outros 9018.90.99 Outros Esclareçase que além dos instrumentos e aparelhos acima listados, a fiscalização reclassificou outras mercadorias, como: “Caixa aroma promocional – Cod 999078 (Feira Intern. S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 3307.49.00; “Fita Marcadora” diversos modelos e códigos, dos códigos NCM 9033.00.00, 9021.10.99 e 3926.90.90 para o código NCM 3919.10.00; “Anel Marcador” diversos modelos e códigos, dos códigos NCM 9021.10.99 e 9033.00.00 para o código NCM 3926.90.90; “Sacola Promocional – Cod. 999078 (Feira Internacional S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 4202.99.00; “Catalogo CD Produção Cureta – Cód 99508” do código NCM 3923.29.90 para o código NCM 8524.39.00 e; “Acendedor Promocional – Cód 999078 (Feira Internacional S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 9613.80.00. O litígio, portanto, versa sobre a divergência de entendimento no que se refere à classificação fiscal das mercadorias identificadas como instrumentos ou aparelhos para odontologia ou medicina, bem como as partes destinadas exclusivamente a estes, se estas mercadorias devem ser classificadas em posição específica para instrumentos e aparelhos para cirurgia, medicina e odontologia (código NCM 9018) (fiscalização), ou em posição destinada aos artigos e aparelhos para fraturas (código NCM 9021) (recorrente). O enquadramento de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, em que se baseiam a Tarifa Externa Comum TEC e a Tabela de Incidência do IPI — TIPI, obedece a critérios universais que decorrem da Convenção Internacional sobre o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias celebrado em Bruxelas, em 14/06/1983. No Brasil foi ratificada pelo Decreto Legislativo n° 71, de 11/10/1988 e promulgada no âmbito interno pelo Decreto Presidencial n° 97.409, de 23/12/1988. Os referidos critérios sobre classificação de mercadorias estão consubstanciados nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI) e Fl. 3728DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 10 Regra Geral Complementar (RGC), integrantes do texto da NCM. Cujas regras devem ser aplicadas seqüencialmente. Assim, prescreve a RGI n° 1: "Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapitulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capitulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes (Regras 2 a 6.) A recorrente argumenta que deve ser mantida a classificação na posição 9021. O texto da posição 9021 da NCM dispõe: a) Artigos e aparelhos ortopédicos, incluídas as cintas e fundas médicocirúrgicas e as muletas; b) Talas, goteiras e outros artigos e aparelhos para fraturas; c) Artigos e aparelhos de prótese; d) Aparelhos para facilitar a audição dos surdos e outros aparelhos para compensar deficiências ou enfermidades, que se destinam a ser transportados à mão ou sobre as pessoas ou a ser implantados no organismo. Percebese que curetas, tesouras, pinças, afastadores, brocas, portaagulhas, alavancas, descoladores, alicates, cabos, caixas para instrumentos, bandejas, espátulas, etc. não se enquadram em nenhum dos itens citados acima. Por sua vez, as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH), regulamentadas pelo Decreto nº 435/1992 assim dispõem sobre os artigos da posição 9021: I. ARTIGOS E APARELHOS ORTOPÉDICOS Os artigos e aparelhos ortopédicos são definidos na Nota 6 do presente Capítulo. Esses artigos e aparelhos destinamse: quer a prevenir ou a corrigir algumas deformidades físicas; quer a sustentar ou amparar partes do corpo após uma doença, intervenção cirúrgica ou fratura. Entre estes artigos e aparelhos, podem citarse: 1)Os aparelhos para coxalgia. 2)Os aparelhos que se utilizam após a resseção do úmero. 3)Os aparelhos para maxilares. 4)Os aparelhos para correção dos dedos. 5)Os aparelhos para correção da cabeça e da coluna vertebral (mal de Pott). 6)Os calçados ortopédicos e as palmilhas internas especiais, concebidos para corrigirem doenças ortopédicas do pé, contanto Fl. 3729DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.725 11 que sejam 1º) fabricados sob medida ou 2º) fabricados em série, apresentados em unidades e não em pares e concebidos para se adaptarem indiferentemente a cada pé. 7)Os artigos de ortodontia (ortodoncia) (aparelhos para correção, arcos, anéis, etc.) utilizados para corrigir as deformidades da arcada dentária. 8)Os aparelhos para ortopedia do pé (para pés deformados, para sustentação da perna, com ou sem mola para o pé, levantadores de pés, etc.). 9)As fundas herniais (inguinais, crurais, umbilicais, etc.). 10)Os aparelhos de correção para escoliose e desvio do tronco, bem como os coletes e cintas médicocirúrgicos (incluídas algumas cintas antiptósicas) caracterizados: a)quer pela presença de almofadas diversas, barbas de baleia ou molas especiais adaptáveis ao paciente; b)quer pela natureza das matérias constitutivas (couro, metal, plásticos, etc.); c)quer ainda pela presença de partes reforçadas, de peças rígidas de tecido ou de tiras de diferentes larguras. A concepção especial destes artefatos corresponde a uma função ortopédica determinada, e os diferencia dos coletes ou cintas comuns, mesmo que estes últimos desempenhem também um papel efetivo de suporte ou de apoio. 11)Os suspensórios ortopédicos (exceto os simples suspensórios de malha, por exemplo). Pertencem também ao presente grupo as muletas e bengalas muletas (exceto as bengalas simples para doentes ou pessoas incapacitadas, mesmo de manufatura especial, que se classificam na posição 66.02. Excluemse da presente posição: a)as meias para varizes (posição 61.15). b)os simples protetores ou redutores de pressão de calosidades do pé (posição 39.26, quando forem de plástico ou posição 40.14, quando forem de borracha alveolar fixada em gaze por meio de um esparadrapo adesivo). c)As cintas e fundas do tipo das mencionadas na Nota 1 b) do presente Capítulo, tais como as cintas de gravidez ou cintas de maternidade (posições 62.12 ou 63.07, geralmente). d)Os calçados de fabricação em série cuja palmilha dispõe simplesmente de um relevo para sustentar o arco da planta do pé (Capítulo 64). Fl. 3730DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 12 Classificamse também nesta posição os artigos de ortopedia para animais, como fundas herniais, correias para hérnias, aparelhos de imobilização para pés ou pernas, correias e tubos especiais para impedir birras dos animais, fundas para prolapsos (para evitar a queda de um órgão: reto, útero, etc.), tutores para chifres. Todavia, os dispositivos de proteção que consistam em simples artefatos de seleiro ou de correeiro para qualquer animal (caneleiras para cavalos, por exemplo) excluemse da presente posição (posição42.01). II. ARTIGOS E APARELHOS PARA FRATURAS Os artigos e aparelhos para fraturas, luxações ou lesões articulares de membros, do peito, etc., destinamse quer a imobilizar os órgãos atingidos, a permitir sua distensão ou ainda a protegêlos, quer a reduzir as fraturas. Entre estes artigos e aparelhos, alguns podem ser fixados no paciente (é especialmente o caso das goteiras de fios metálicos, de zinco, de madeira, etc., para imobilizar os membros, das talas de tiras (ataduras) gessadas para o cotovelo, por exemplo, dos suportes para a caixa torácica, etc.) ou ser adaptados a uma cama ou a uma mesa (arcos de proteção, aparelhos para fraturas denominados "extensão" de dispositivos tubulares que se destinam a substituir as goteiras ou talas, etc.). Todavia, entre estes últimos aparelhos, os que não podem separarse da cama, classificamse na posição 94.02. Ressalvadas as disposições da Nota 1 f) do presente Capítulo, classificamse também na presente posição as placas, ganchos, etc., que são introduzidos no corpo pelos cirurgiões para manter justapostas as duas partes de um osso quebrado ou para o tratamento semelhante de fraturas. III. ARTIGOS E APARELHOS DE PRÓTESE DENTÁRIA OCULAR OU OUTRA Tratase de aparelhos destinados a substituir no todo ou em parte e geralmente a simular um órgão defeituoso. Podem citarse entre eles: A)Os artigos de prótese ocular: 1)Os olhos artificiais, na maior parte das vezes de plástico ou de vidro da natureza do denominado "esmalte", adicionado de pequenas quantidades de óxidos metálicos, a fim de imitar os detalhes e nuances das diversas partes do olho humano (esclerótica, íris, pupila). Estes vidros podem ser de uma ou de duas capas. 2)As lentes intraoculares. Os olhos artificiais para manequins, peleteria (peles com pêlos*), etc., classificamse, regra geral, nas posições 39.26 ou 70.18; os que se reconheçam como partes de bonecas ou animais de brinquedo, classificamse nas posições 95.02 ou 95.03, conforme o caso, ou ainda na posição 70.18, se forem de vidro. Fl. 3731DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.726 13 B)Os artigos de prótese dentária, que consistem, especialmente, em: 1)Dentes artificiais maciços, geralmente de porcelana ou de plástico (polímeros acrílicos, em especial), que consistem quer em dentes denominados "diatóricos" crivados de um pequeno número de orifícios em que penetra a matéria de retenção (na maioria das vezes são os molares), quer em dentes de grampos que possuem na face posterior dois ganchos metálicos para a sua fixação (estes dentes reservamse, em geral, para incisivos ou caninos), quer em dentes de calha, chamados também "dentes de facetas" que possuem na face posterior uma ranhura em que pode deslizar uma plaqueta metálica fixa num aparelho de prótese (na maioria das vezes são incisivos ou caninos). 2)Dentes artificiais ocos, também de procelana ou de plástico, apresentando exteriormente a forma dos dentes (incisivos, caninos ou molares) mas internamente ocos. Conforme o modo de fixação, denominamse dentes de pivô os que se fixam numa raiz preparada para recebêlos por meio de uma pequena peça metálica (denominada "pivô") ou coroas no caso de se fixarem, por meio de resina artificial, sobre um pedaço de dente previamente ajustado. 3)Dentaduras, parciais ou completas, com base de borracha vulcanizada, plástico ou de metal, na qual se fixam os dentes artificiais. 4)Outros artigos, tais como: coroas metálicas préfabricadas (de ouro, aço inoxidável, etc.), que se destinam a recobrir um dente natural para protegêlo; peças de estanho fundido denominadas "barras pesadas", utilizadas para tornar mais pesadas as dentaduras e darlhes estabilidade; barras de aço inoxidável para reforçar dentaduras de borracha vulcanizada; enfim, diversos acessórios nitidamente reconhecíveis como artigos utilizados pelo técnico para fabricar coroas metálicas e dentaduras (suportes, anéis, pivôs, grampos, ilhoses, etc.). A presente posição não compreende os cimentos e outros produtos para obturação dentária (posição 30.06), nem as composições denominadas "ceras para dentistas" apresentadas em sortidos, em embalagens para venda a retalho ou em placas, ferraduras, varetas ou formas semelhantes, bem como outras composições para dentistas à base de gesso (posição 34.07). C)Outros aparelhos e artigos de prótese e, especialmente, os braços, antebraços, mãos, pernas, pés, narizes, articulações artificiais (para quadris, joelhos, por exemplo), bem como os tubos de tecido sintético, que se destinem a substituir os vasos sangüíneos, e as válvulas cardíacas. Os pedaços de osso ou de pele para enxertos ósseos ou cutâneos, apresentados em recipientes esterilizados, são classificados na posição 30.01 e os cimentos para reconstituição óssea, na posição 30.06. Fl. 3732DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 14 IV. APARELHOS PARA FACILITAR A AUDIÇÃO DOS SURDOS Na maioria das vezes, estes aparelhos são elétricos e comportam, ligados entre si por um cabo, um ou mais microfones (com ou sem dispositivo de amplificação), um receptor e uma bateria de pilhas. O receptor pode ser intra auricular, colocado atrás da orelha ou aplicado manualmente sobre esta. Classificamse no presente grupo apenas os aparelhos que se destinem a suprir defeitos auditivos, e excluemse, por conseguinte, os fones de ouvido (auscultadores), amplificadores e semelhantes, utilizados em salas de conferência ou por telefonistas, para aumentar a audibilidade das conversações. V. OUTROS APARELHOS QUE SE DESTINEM A SER TRANSPORTADOS A MÃO OU SOBRE AS PESSOAS OU A SER IMPLANTADOS NO ORGANISMO, PARA COMPENSARDEFICIÊNCIAS OU ENFERMIDADES Pertencem, entre outros, a este grupo: 1)Os aparelhos destinados a facilitar a fonação das pessoas que tenham perdido o uso das cordas vocais em conseqüência de traumatismo ou de intervenção cirúrgica. Estes aparelhos são compostos essencialmente de um gerador eletrônico de impulsos. Apoiados na parede externa do pescoço, por exemplo, produzem, no interior da faringe, vibrações que o paciente modula e transforma em linguagem audível. 2)Os aparelhos do tipo "marcapasso" (pacemaker), por exemplo os que se destinam a estimular o músculo cardíaco, no caso de sua deficiência. Estes aparelhos têm aproximadamente as dimensões e o peso de um relógio de bolso e são implantados sob a pele do paciente. Possuem fonte própria de energia (pilha ou bateria elétrica) e são ligados por eletrodos ao coração, ao qual fornecem os impulsos necessários ao seu funcionamento. Outros tipos de "marcapassos" (pacemakers) são utilizados para estimular outros órgãos (pulmões, reto, bexiga, etc.). 3)Os aparelhos que permitem aos cegos guiarse. São constituídos essencialmente por um emissorreceptor de ultra sons alimentado por uma bateria elétrica. As variações de freqüência que resultam do tempo que leva um feixe de ondas ultrasônicas para retornar à origem, após refletirse num obstáculo, permitem aos cegos, graças a um dispositivo de percepção apropriado (auscultador auricular, por exemplo), detectar o obstáculo e determinar a distância em que se encontra. 4)Os aparelhos de implantar no organismo, próprios para sustentar ou substituir a função química de alguns órgãos (secreção de insulina, por exemplo). PARTES E ACESSÓRIOS Ressalvadas as disposições das Notas 1 e 2 do presente Capítulo (ver também as Considerações Gerais, acima), classificamse Fl. 3733DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.727 15 também aqui as partes e acessórios dos instrumentos ou aparelhos da presente posição. (Grifos acrescidos) Em sendo assim, como bem concluiu a decisão a quo, trancrevese o trecho do voto que ressalta: Curetas, tesouras, pinças, afastadores, brocas, portaagulhas, alavancas, descoladores, alicates, cabos, caixas para instrumentos, bandejas, espátulas, etc. não se enquadram em nenhum dos itens citados acima. Não são aparelhos para maxilares, não são artigos de ortodontia (ortodoncia) (aparelhos para correção, arcos, anéis, etc.) utilizados para corrigir as deformidades da arcada dentária, não são artigos e aparelhos para fraturas, luxações ou lesões articulares de membros, do peito, etc., nem destinamse quer a imobilizar os órgãos atingidos, a permitir sua distensão ou ainda a protegêlos, quer a reduzir as fraturas. Também não podem ser fixados no paciente ou ser adaptados a uma cama ou a uma mesa, nem se tratam de placas, ganchos, etc., que são introduzidos no corpo pelos cirurgiões para manter justapostas as duas partes de um osso quebrado ou para o tratamento semelhante de fraturas. Igualmente não se tratam de próteses dentárias. Finalmente, não se enquadram no conceito de partes e acessórios dos instrumentos ou aparelhos que se classificam na posição 9021, não há como uma tesoura ou alicate ser parte ou acessório de uma placa que é introduzida no corpo pelos cirurgiões. Como se depreende do texto citado, os acessórios e partes pertencentes às mercadorias classificadas na posição 9021 não se confundem com as ferramentas (instrumentos e aparelhos) destinadas a realização da instalação, manutenção ou cirurgia relacionadas às mercadorias classificadas na posição 9021. Assim, ainda que todas as mercadorias objeto de fiscalização fossem destinadas exclusivamente a serem utilizadas como ferramentas exclusivas para procedimentos relacionados às mercadorias da posição 9021, como quer fazer crer a interessada – o que não encontra amparo nos catálogos técnicos juntados aos autos – ainda sim tais aparelhos e instrumentos não se enquadrariam nos critérios citados para a sua inclusão na posição fiscal pretendida pela interessada. Com efeito, o texto da posição 9018 confirma a pertinência da discussão: INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA MEDICINA, CIRURGIA, ODONTOLOGIA E VETERINÁRIA, INCLUÍDOS OS APARELHOS PARA CINTILOGRAFIA E OUTROS APARELHOS ELETROMÉDICOS, BEM COMO OS APARELHOS PARA TESTES VISUAIS (Grifos acrescidos) Como a lista de mercadorias importadas é composta de instrumentos e aparelhos tais como curetas, tesouras, pinças, afastadores, brocas, portaagulhas, alavancas, Fl. 3734DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 16 descoladores, alicates, cabos, caixas para instrumentos, bandejas, espátulas, etc. de notório uso técnico em cirurgias médicas e odontológicas (catálogos técnicos), logo devem ser classificadas na presente posição. Analisando as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH), a Posição 9018, pretendida pela fiscalização, é taxativa para elucidação da questão ao dispor: A presente posição compreende um conjunto particularmente vasto de instrumentos e aparelhos, de quaisquer matérias (incluídos os metais preciosos), que se caracterizam essencialmente pelo fato de que o seu uso normal exige, na quase totalidade dos casos, a intervenção de um técnico (médico, cirurgião, dentista, veterinário, parteira, etc.), para estabelecer um diagnóstico, para prevenir ou tratar uma doença, para operar, etc. Classificamse também nesta posição os instrumentos e aparelhos para trabalhos de anatomia ou de dissecação, para autópsias e, sob certas condições, os instrumentos e aparelhos para oficinas de prótese dentária (ver a parte II, abaixo). Excluemse da presente posição: a)Os categutes e outros produtos esterilizados para suturas cirúrgicas e as laminárias esterilizadas (posição 30.06). b)Os reagentes de diagnóstico ou de laboratório da posição 38.22. c)Os artefatos de higiene ou de farmácia, da posição 40.14. d)Os artefatos de vidro para laboratório, higiene ou farmácia, da posição 70.17. e)Os artefatos de higiene, de metais comuns (posições 73.24, 74.18, 76.15, por exemplo). f)Os utensílios e sortidos de utensílios, de manicuros ou de pedicuros (posição 82.14). g)As cadeiras de rodas e outros veículos para deficientes físicos (posição 87.13). h)Os óculos (para correção, proteção ou outros fins) e artigos semelhantes (posição 90.04). ij)Os aparelhos de fotografia médica (posição 90.06), com exceção, todavia, dos que se encontram incorporados permanentemente em dispositivos especiais de usos médico cirúrgicos da presente posição. k)Os microscópios, etc., das posições 90.11 ou 90.12. l)Os calculadores de disco para determinar a capacidade pulmonar, o índice de massa corporal, etc. da posição 90.17. m)Os aparelhos de mecanoterapia, massagem, psicotécnica, oxigenoterapia, ozonoterapia, reanimação, aerossolterapia, etc., da posição 90.19. Fl. 3735DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.728 17 n)Os aparelhos de ortopedia, de prótese ou para fraturas, mesmo para animais (posição 90.21). o)Os aparelhos de raios X (mesmo médicos), de curieterapia ou gamaterapia, as telas (écrans) e outras peças complementares, etc., da posição 90.22. p)Os termômetros médicos ou veterinários (posição 90.25). q)Os instrumentos e aparelhos utilizados em laboratórios para exames de sangue, secreções, urina, etc., mesmo que esse exame concorra para o diagnóstico de doenças (posição 90.27, geralmente). r)O mobiliário médicocirúrgico, mesmo de uso veterinário (mesas de operação, mesas de exame, camas de uso clínico), cadeiras de dentistas que não incorporem aparelhos de uso odontológico (posição 94.02). A presente posição compreende, pelo contrário, instrumentos de medida muito especiais, de competência exclusiva do técnico, tais como cefalômetros, compassos para medir as lesões cerebrais, pelvímetros obstétricos, etc. Finalmente, deve notarse que a medicina e principalmente a cirurgia (tanto humana como veterinária) utilizam numerosos instrumentos que são, de fato, ferramentas (martelos, malhetes, serras, buris, goivas, pinças, espátulas, etc.) ou artefatos de cutelaria (tesouras, facas, cisalhas, etc.). Estes artefatos só são incluídos na presente posição se forem manifestamente reconhecíveis como de uso médico ou cirúrgico, quer pela sua forma especial, pela facilidade da sua desmontagem tendo em vista a assepsia, pela característica mais bem cuidada de sua fabricação, pela natureza do metal constitutivo, quer pelo seu modo de apresentação (na maioria das vezes em estojos ou caixas que contêm, em conjunto, instrumentos próprios para uma intervenção determinada: estojos para partos, autópsia, ginecologia, cirurgia ocular ou auricular, estojos veterinários para partos, etc.). Os instrumentos e aparelhos em questão podem, sem deixar de pertencer à presente posição, conter dispositivos ópticos ou utilizar a eletricidade, quer esta desempenhe simplesmente a função de agente motor ou de transmissão, quer tenha uma ação preventiva, curativa ou se destine ao diagnóstico. A presente posição compreende também os intrumentos e aparelhos a laser ou por outro feixe de luz ou de fótons, bem como os instrumentos e aparelhos de ultrasom. I. INSTRUMENTOS E APARELHOS UTILIZADOS EM MEDICINA OU EM CIRURGIA HUMANAS Entre estes, devem mencionarse: A)Os instrumentos e aparelhos que, sob denominações idênticas, servem para atividades múltiplas, tais como: Fl. 3736DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 18 1)Agulhas (de suturas, de ligaduras, de vacinação, extração de sangue, hipodérmicas, etc.). 2)Lancetas (de vacinação, de sangrias, etc.). 3)Trocartes (de punções, para bílis, universais, etc.). 4)Bisturis e escalpelos de qualquer tipo. 5)Sondas (retais, prostáticas, vesiculares, uretrais, etc.). 6)Espéculos (nasais, bucais, laríngeos, vaginais, retais, etc.). 7)Espelhos e espelhosrefletores (para exames dos olhos, laringe, ouvidos, etc.). 8)Tesouras, cisalhas, pinças, boticões, buris, goivas, malhetes, martelos, serras, facas, curetas, espátulas. 9)Cânulas (cateteres, cânulas de aspiração, etc.). 10)Cautérios (termocautérios, galvanocautérios, microcautérios, etc.). 11)Pinças e outros utensílios denominados portaalgodão, portapensos, portaesponjas, portatampões, portaagulhas (incluídos os portaagulhas para agulhas de rádio). 12)Afastadores (de lábios, maxilares, abdominais, de amígdalas, para o figado, etc.). 13)Dilatadores (laríngeos, uretrais, esofágicos, uterinos, etc.). 14)Hastes guias para a colocação de cateteres, agulhas, dilatadores, endoscópios e dispositivos de arteriotomia. 15)Agrafos (para suturas, etc.). 16)Seringas (de vidro, metal, vidro e metal, plásticos, etc.), para qualquer uso: seringas de injeções, de punções, para anestesia, para irrigação ou lavagem de feridas, de aspiração (com ou sem bomba), seringas oculares, auriculares, laríngeas, uterinas, ginecológicas, etc. 17)Grampeadores cirúrgicos para colocação dos grampos (agrafos) que suturam as feridas. B)Os instrumentos e aparelhos especiais para diagnóstico. Entre estes, podem citarse: 1)Os estetoscópios. 2)Os aparelhos para medir taxas de intercâmbio respiratório (para determinação do metabolismo basal). 3)Os esfigmomanômetros, os tensiômetros e oscilômetros (para medir a pressão arterial). 4)Os espirômetros (para a determinação da capacidade pulmonar). Fl. 3737DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.729 19 5)Os cefalômetros. 6)Os pelvímetros. C)Os instrumentos para oftalmologia. Entre estes, podem distinguirse várias categorias: 1)Os instrumentos de cirurgia, tais como os trépanos para córnea, os ceratótomos. 2)Os instrumentos de diagnóstico, tais como os oftalmoscópios, lupas binoculares com dispositivos para as prender à cabeça e "microscópios" binoculares, constituídos por um microscópio, uma lâmpada elétrica de fenda e um apoio para a cabeça, sendo o conjunto todo colocado sobre um suporte regulável, para exame dos olhos, os tonômetros (para medir a pressão sanguínea do globo ocular), os blefaróstatos. 3)Os instrumentos e aparelhos para testes de visão, incluídos os amblioscópios, retinoscópios, esquiascópios, estrabômetros, ceratômetros, ceratoscópios, aparelhos para medir a distância entre as pupilas, caixas de conjuntos de lentes destinadas a serem adaptadas a armações especiais para exame da vista, as armações para estas lentes, réguas optométricas ou esquiascópicas. Excluemse, todavia, as escalas e quadros optométricos, de plásticos, papel ou cartão, para a percepção das cores, que se classificam no Capítulo 49. A presente posição compreende também as compressas aquecedoras elétricas para os olhos, bem como os eletroímãs para retirar corpos estranhos metálicos dos olhos. D)Os instrumentos para otologia, aparelhos para massagem pneumática do tímpano, auriscópios, etc. Entretanto, os diapasões, mesmo os de uso médico, classificamse na posição 92.09. E)Os instrumentos e aparelhos para anestesia (máscaras de clorofórmio ou éter, seus dispositivos de fixação, aparelhos de clorofórmio, tubos para narcose, etc.). F)Os instrumentos para rinolaringologia ou amigdalotomia: clamps (para corrigir o septo nasal), diafanoscópios (para o exame das cavidades e fossas nasais), amigdalótomos, laringoscópios, pincéis para embrocação da laringe (zaragatoas), etc. G)Os instrumentos para faringe, esôfago, estômago ou para traqueotomia: esofagoscópios, broncoscópios, bombas para lavagens estomacais, traqueótomos, tubos para intubação, etc. H)Os instrumentos para as vias urinárias ou para a bexiga: uretrótomos, instrumentos destinados a quebrar cálculos (litotritores, pinças, etc.), litótomos, aspiradores de areias da bexiga, meatótomos, etc. IJ)Os aparelhos para diálise denominados "rins artificiais". Fl. 3738DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 20 K)Os instrumentos para ginecologia ou para obstetrícia: válvulas ginecológicas, histerômetros (para endireitar o útero), estetoscópios obstétricos, colposcópios (aparelhos ópticos para exame dos órgãos genitais), fórceps, trépanos, perfuradores, embriótomos (para dissecação do feto), cefalótribos e basiótribos (aparelhos para esmagar a cabeça do feto morto no útero), instrumentos para medições internas, etc. L)Os aparelhos portáteis de pneumotórax, os aparelhos de transfusão de sangue, as sanguessugas artificiais. Classificamse também na presente posição os recipientes esterilizados, de plástico, hermeticamente fechados, dos quais o ar foi retirado mas que contêm uma pequena quantidade de anticoagulantes, providos de um tubo de extração de sangue com agulha de sangria, que são destinados à coleta, conservação e injeção de sangue humano inteiro. Os frascos de vidro concebidos especialmente para conservação do sangue excluem se, contudo, da presente posição e classificamse na posição 70.10. M)As lixadoras elétricas para pedicuros. N)As agulhas (de ouro, prata ou aço) para acupuntura. O)Os endoscópios: gastroscópios, toracoscópios, peritoneoscópios, broncoscópios, cistoscópios, uretroscópios, ressectoscópios, cardioscópios, colonoscópios, nefroscópios, laringoscópios, etc. Muitos destes instrumentos possuem um canal operatório de dimensão suficiente para efetuar uma intervenção cirúrgica por meio de instrumentos controlados à distância (telecomandados). Todavia, os endoscópios (fibroscópios) de usos não médicos, excluemse desta posição (posição90.13). P)Os aparelhos que incorporem uma máquina automática para processamento de dados e sirvam exclusivamente para calcular e distribuir as doses de radiações sobre o paciente. Q)As câmaras hiperbáricas (ou câmaras de descompressão). São câmaras especialmente equipadas que servem para administrar oxigênio sob pressão atmosférica elevada aos pacientes. Utilizamse para tratamento dos casos de barotraumatismo, embolia, gangrena gasosa, envenenamento por monóxido de carbono, osteomielite refratária, cicatrizes posteriores aos transplantes de pele, actinomicose e anemias devido a excessiva perda de sangue. R)As lâmpadas ou lanternas especialmente concebidas para fins de diagnóstico, de sondagem, de irradiação, etc. As lanternas denominadas "fachos" em forma de canetas estão excluídas (posição 85.13), do mesmo modo que as outras lâmpadas ou lanternas não reconhecíveis como sendo próprias para usos médicos ou cirúrgicos (posição 94.05). II. INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA ODONTOLOGIA Fl. 3739DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.730 21 Além dos aparelhos comuns ao presente grupo e ao precedente, tais como as máscaras e outros aparelhos para anestesia odontológica, pertencem especialmente a esta categoria: 1)As dedeiras (articuladas ou não) e abrebocas, os afastadores de bochechas e de lábios, os abaixadores de língua, as pinças para puxar a língua. 2)Os boticões de qualquer espécie, as alavancas (sindesmótomos), as pinças de qualquer espécie (para arrancar dentes expostos, pinças cortantes, pinças para adaptar pivôs, pinças de dissecação, pinças de pensos, de tampões, pinças para abrir canais), os pinos rosqueados para raízes. 3)Os instrumentos para a endodontia (fresas, raspadores, limas, calcadores, alargadores, etc.). 4)As tesouras e limas para ossos, as goivas e malhetas para resseção do maxilar ou do seio maxilar, as curetas, escalpelos, facas e tesouras especiais, as buretas de dentistas, os instrumentos denominados "escavadores" e "exploradores". 5)Os instrumentos especiais para limpeza de gengivas ou alvéolos, os raspadores de tártaro dentário e os raspadores e tesouras de esmalte. 6)As sondas diversas, as agulhas (de abcessos, hipodérmicas, de suturas, de algodão, etc.), os portaalgodões e porta tampões, os insufladores, os espelhos de boca. 7)Os instrumentos de aurificar os dentes (calcadores, malhetas, etc.), os instrumentos para obturações (espátulas de cimento ou de cera, calcadores e malhetas de amálgamas, porta amálgamas, etc.), os portamoldes. 8)As brocas, discos, mós e escovas para odontologia, dos tipos especialmente concebidos para serem utilizados no aparelho dentário de brocar ou num instrumento de uso manual. Classificamse também aqui as ferramentas e instrumentos dos tipos que se utilizam nas oficinas de prótese dentária pelo próprio dentista ou pelo protético (mecânicodentista*), tais como: facas, espátulas e outras ferramentas para modelar, pinças diversas (para colocar grampos, para coroas, de cortar pivôs, etc.), serras, cisalhas, malhetas, limas, buris, raspadores, polidores, formas metálicas para trabalhar, por martelagem, as coroas dentárias metálicas, etc., exceto as ferramentas e outros artefatos de uso geral (fornos, moldes, ferramentas de soldagem, colheres de fundição, etc.), que seguem o seu próprio regime. Também se classificam aqui as máquinas de moldar, de trabalhar os dentes e ainda as máquinas para ajustar as próteses dentárias. Pertencem também ao presente grupo: 1º)Os aparelhos dentários de brocar, de braço articulado, montado isoladamente sobre pé, paredes, ou que se destinem a Fl. 3740DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 22 ser adaptados ao equipamento sobre base descrito no item 2º) abaixo. 2º)Os equipamentos dentários montados sobre base (de base fixa ou de rodízios), que compreendem, em geral e essencialmente, uma armação comum que incorpora um compressor, um transformador, um quadro de comando e outros aparelhos elétricos, na qual podem montarse um ou mais dos seguintes dispositivos: aparelhos de brocar, escarradeirafonte, "queimador" elétrico, insuflador de ar quente, pulverizador, cautério, bandeja para instrumentos, difusor, aparelhos de iluminação cialítica, ventilador diatérmico, aparelhos de radiografia, etc. Alguns destes equipamentos montados sobre base são concebidos para trabalhar por projeção de matérias abrasivas (especialmente óxidos de alumínio) por meio de um gás comprimido (o anidrido carbônico, por exemplo), e não pela ação de brocas. 3º)As escarradeirasfontes sobre base (ou suporte) e as escarradeiras fontes de braço móvel, combinadas, na maioria das vezes, com um distribuidor e uma seringa, de água quente, que se destinam a ser adaptadas a uma cadeira ou a ser fixadas na parede. 4°)Os aparelhos de polimerizar (pela luz ou pelo calor), os aparelhos para preparar as amálgamas, os aparelhos para retirar o tártaro por ultrasons, os aparelhos de eletrocirurgia, etc. 5°)Os aparelhos para tratamento dentário funcionando a laser. 6º)As cadeiras de dentista que incorporem equipamentos dentários ou outros aparelhos para odontologia suscetíveis de se classificarem na presente posição. Classificamse, pelo contrário, na posição 94.02, as cadeiras de dentista sem aparelhos odontológicos da presente posição, mesmo equipadas com outros dispositivos (aparelhos de iluminação, por exemplo). Quando se apresentem isoladamente, alguns destes dispositivos para equipamentos odontológicos do item 2º) seguem o seu próprio regime; este é, especialmente, o caso dos compressores (posição 84.14) e dos aparelhos de radiografia (posição 90.22). Acontece o mesmo, a fortiori, com os aparelhos de radiografia isolados, de fixar à parede ou montados sobre base individual, para gabinetes dentários. Os aparelhos de diatermia que se apresentem isolados pertencem também ao grupo dos aparelhos de eletricidade médica da presente posição (ver o grupo IV, abaixo). Deve notarse que os cimentos e outros produtos para obturação dentária classificamse na posição 30.06 e as composições denominadas "ceras para odontologia" que se apresentem em sortidos, em embalagens de venda a retalho ou em plaquetas, ferraduras, bastonetes ou formas semelhantes, bem como outras Fl. 3741DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.731 23 composições para odontologia, à base de gesso, na posição 34.07. III. INSTRUMENTOS E APARELHOS PARA VETERINÁRIA ... IV. APARELHOS DE CINTILOGRAFIA ... V. OUTROS APARELHOS ELETROMÉDICOS ... PARTES E ACESSÓRIOS Ressalvadas as disposições das Notas 1 e 2 do presente Capítulo (ver também as Considerações Gerais, acima), classificamse aqui as partes e acessórios dos instrumentos ou aparelhos da presente posição. ...(Grifos acrescidos) Da mesma forma, concluiu a decisão de primeira instância, acertadamente quando: Como se depreende do texto apresentado, a classificação das mercadorias na posição 9018 prescinde da informação relacionada ao seu uso (ou não) em cirurgias relacionadas com fraturas ósseas, correção de deformidades ósseas, sustentação de partes ou justaposição de ossos. Neste aspecto, para que nela esteja incluída basta apenas que reste comprovado que tais mercadorias se tratem de instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária. Ressaltese, por fim, que não foram reclassificadas mercadorias (“placas” e “parafusos”) utilizadas para tratamento de fraturas, justaposição de ossos após cirurgias que tenham por objeto a correção de deformidades ósseas da face, etc., mas somente instrumentos e aparelhos. Dessa forma, não há dúvida de que os produtos importados – devem ser classificados na posição acima descrita, nos termos da nota da posição, bem como as NESH e a RG1. Ademais, não tem como se aplicar a RG2 do restante das mercadorias, de modo a considerar que as mercadorias importadas fazem parte das mercadorias classificadas na posição 9021 da NCM, seja alínea “a”, seja alínea “b”. Pois, as curetas, tesouras, pinças, afastadores, brocas, portaagulhas, alavancas, descoladores, alicates, cabos, caixas para instrumentos, bandejas, espátulas, etc. não fazem parte das mercadorias classificadas na posição 9021, não são montadas naquelas mercadorias, não se misturam ou associam àquelas mercadorias, também não se encontram incompletas (em relação àquelas mercadorias), ou seja, são mercadorias distintas, especialmente aparelhos e instrumentos utilizados em cirurgias, medicina e odontologia, logo a RG1 satisfaz para classificação na posição 9018. Enfim, não se utiliza da RG2 para o restante das mercadorias. QUANTO Á ALEGAÇÃO DE MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO Fl. 3742DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 24 A recorrente alega que há mudança de entendimento por parte do Fisco, sendo impossível a revisão de lançamento. O procedimento de revisão aduaneira não dá azo à mudança de critério jurídico. Se assim o fosse, o disposto no art. 54 do DecretoLei nº 37, de 1966 seria contraditório ao disposto no art. 146 do Código Tributário Nacional, e isso não é verdade. Confirase: DecretoLei nº 37, de 1966 Art.54 A apuração da regularidade do pagamento do imposto e demais gravames devidos à Fazenda Nacional ou do benefício fiscal aplicado, e da exatidão das informações prestadas pelo importador será realizada na forma que estabelecer o regulamento e processada no prazo de 5 (cinco) anos, contado do registro da declaração de que trata o art.44 deste Decreto Lei. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Código Tributário Nacional Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. A fiscalização realizando procedimento de revisão aduaneira nas mercadorias importadas e discordar da classificação fiscal adotada pelo importador, não quer dizer que estará modificando retroativamente o critério jurídico até então adotado. O Regulamento Aduaneiro, Decreto n° 4.543/02, vigente à época dos fatos geradores em questão, em seu artigo 570 regulamentou o contido no artigo 54 do DecretoLei n° 37/66, por sua vez dispõe: Art. 570. Revisão Aduaneira é o ato pelo qual é apurada, após o desembaraço aduaneiro, a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de importação, ou pelo exportador na declaração de exportação. § 1o Para a constituição do crédito tributário, apurado na revisão, a autoridade aduaneira deverá observar os prazos referidos nos arts. 668 e 669. § 2o A revisão aduaneira deverá estar concluída no prazo de cinco anos, contado da data: I do registro da declaração de importação correspondente; e II do registro de exportação. § 3o Considerase concluída a revisão aduaneira na data da ciência, ao interessado, da exigência do crédito tributário apurado.(Grifos acrescidos) Fl. 3743DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.732 25 Convém ressaltar que a conferência aduaneira pode ocorrer de várias formas, conforme o canal de parametrização aplicado às mercadorias importadas: o verde dispensa qualquer conferência documental ou física; o amarelo exige a conferência documental; o vermelho exige a conferência documental e física; e o cinza desencadeia o procedimento especial para a verificação de operações irregulares. Pois bem, os procedimentos de conferência realizados no curso do despacho não têm o condão de homologar o lançamento, tendo em vista a previsão de revisão aduaneira enquanto não decair o direito para levantamento do crédito tributário. Assim, adotar a tese da Recorrente é admitir que a fiscalização aduaneira jamais poderá rever os seus atos, sem modificar o critério jurídico, ainda que tenha sido vermelho o canal de parametrização da conferência das mercadorias por ela importadas. Por óbvio, essa tese não pode prosperar. É oportuno transcrever alguns arestos do CARF que tratam do tema: REVISÃO ADUANEIRA. PREVISÃO LEGAL. O art. 570 do Regulamento Aduaneiro/2002 define a revisão aduaneira como o ato pelo qual a autoridade fiscal, após o desembaraço da mercadoria, verifica a regularidade do pagamento dos impostos e dos demais gravames devidos à Fazenda Nacional, da aplicação de benefício fiscal e da exatidão das informações prestadas pelo importador na declaração de importação. A reclassificação fiscal de mercadoria submetida a despacho, em decorrência de revisão aduaneira, não configura mudança de critério jurídico. (Acórdão nº 3202000.484, Rel. Cons. Irene Souza da Trindade Torres, Sessão de 25/04/2012) ......................................................................................................... ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO ADUANEIRA QUANTO À CLASSIFICAÇÃO FISCAL. REJEIÇÃO. A revisão aduaneira que implique alteração da classificação fiscal, visando à correta determinação da matéria tributável e à apuração dos tributos devidos, é instituto previsto em lei e não constitui modificação do critério jurídico utilizado no fato gerador da obrigação tributária relativa à importação de mercadorias. (Acórdão nº 3202000.407, Rel. Cons. Jose Luiz Novo Rossari, Sessão de 21/11/2011) ......................................................................................................... REVISÃO ADUANEIRA. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INEXISTÊNCIA. Não constitui modificação de critério, o resultado do procedimento de revisão aduaneira que implique alteração da classificação fiscal do produto na NCM, anteriormente adotada pelo importador, visando à apuração dos impostos incidentes na operação de importação, para fins de determinação da alíquota aplicável, fixadas na Tarifa Externa Comum (TEC) e na Tabela de Incidência do IPI (TIPI). Fl. 3744DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 26 (Acórdão nº 3102000.798, Rel. Cons. José Fernandes do Nascimento, Sessão de 27/10/2010) Com base nos precedentes transcritos acima, é de se concluir que a decisão recorrida não deve ser reformada nesse particular. PREVISÃO LEGAL DAS CONTRIBUIÇÕES ANTES DE 01/08/2004 As contribuições foram criadas por meio de Medida Provisória (força de lei) n° 164, de 29/01/2004. Precisamente no artigo 27, indicava prazo para entrada em vigor, bem como respeitou o prazo definido no § 6°, do artigo 195 da Constituição Federal, conforme: Art 27.Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir do dia 1o de maio de 2004, ressalvado o disposto nos arts. 24 e 26. (Grifos acrescidos) A citada MP foi convertida, dentro do prazo previsto na Constituição Federal, na Lei n° 10.865/04, portanto a contagem do prazo nonagesimal deve ser feita a partir da data de publicação da Medida Provisória n° 164 e não da publicação da Lei n° 10.865 como argumenta a recorrente. MULTA DE OFÍCIO No tocante à MULTA DE OFÍCIO aplicada. É devida a multa de ofício, com fundamento no inciso I do artigo 44 da Lei n° 9.430/96 (75% da diferença de Imposto) para os casos de falta de pagamento de tributo/declaração inexata, ainda que inexistindo ato doloso ou praticado com má fé. O dispositivo aplicado, conforme indicado no auto de infração, foi o inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que, expressa e objetivamente, prevê: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (…)” (Grifouse.) A multa de ofício calculada sobre o valor do imposto cuja falta de recolhimento se apurou, está em consonância com a legislação de regência, sendo o percentual 75 % o legalmente previsto para a situação descrita no Auto de Infração e seus anexos, como o Termo de Verificação Fiscal. Esclareçase que o Ato Declaratório Normativo COSIT n° 10/1997 foi revogado expressamente por meio do Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 13/2002, que removeu a questão da classificação tarifária errônea, conforme: Dispõe sobre a nãoaplicabilidade da multa de ofício nos casos que enumera. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Fl. 3745DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.733 27 Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº 259, de 24 de agosto de 2001, e considerando o disposto no art. 84, e seu § 2º, da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, declara: Art. 1º Não constitui infração punível com a multa prevista no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a solicitação, feita no despacho de importação, de reconhecimento de imunidade tributária, isenção ou redução do imposto de importação e preferência percentual negociada em acordo internacional, quando incabíveis, bem assim a indicação indevida de destaque ex, desde que o produto esteja corretamente descrito, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário pleiteado, e que não se constate, em qualquer dos casos, intuito doloso ou má fé por parte do declarante. Art. 2º Fica revogado o Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 10, de 16 de janeiro de 1997. (Grifos acrescidos) Ou melhor, o disposto no ADN COSIT n° 10/1997, para os casos de classificação fiscal errônea, encontrase prejudicada desde a publicação da Medida Provisória n° 2.15835/2001, que em seu artigo 84, § 2°, expressamente determinou que a aplicação da multa nele prevista não afasta a aplicação da multa prevista no artigo 44 da Lei n° 9.430/96: Art.84.Aplicase a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria: Iclassificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria; ou ... §2oA aplicação da multa prevista neste artigo não prejudica a exigência dos impostos, da multa por declaração inexata prevista no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, e de outras penalidades administrativas, bem assim dos acréscimos legais cabíveis.(Grifos acrescidos) APLICAÇÃO MULTA DO INCISO I DO ARTIGO 84 DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.15835, DE 24/08/2001 Da mesma forma, a Recorrente não tem razão em relação à multa mínima de R$ 500,00 por erro de classificação, pois independe de a mercadoria ter ou não sido corretamente descrita ou de qualquer outro fator. É aplicada pelo simples fato de haver erro de classificação. Assim sendo, a multa aplicada por erro na classificação fiscal da mercadoria, quando incorreta a classificação fiscal,é cabível a multa decorrente dessa infração, tipificada no inciso I do artigo 84 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001, inclusive comentada acima, in verbis: Fl. 3746DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 28 “Art. 84. Aplicase a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria: I classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria; “ MULTA POR INFRAÇÃO AO CONTROLE ADMINISTRATIVO DAS IMPORTAÇÕES Como relatado, foi excluída parte desta multa, no entanto, foi mantida, pela decisão de primeira instância a multa pela importação de mercadorias sem licença de importação ou documento de efeito equivalente para a mercadoria descrita na DI n° 04/00618979, adição 006, “caixa aroma promocional”, que não foi objeto de licença de importação (extrato folhas 2.892 e 2.893papel/3.345 e 3.346 pdf) (vol. XVIII), mas cuja natureza indica se tratar de mercadoria sujeita à mesma, conforme se depreende do tratamento administrativo indicado pela autoridade fiscal à folhas 1.018. papel/1.472 pdf. A referência pela fiscalização (fl. 1472pdf) é que as mercadorias estão sujeitas ao controle do Ministério da Saúde, conforme Comunicado Decex n° 23/98, ficando a importação sujeita à licença de forma não –automática no Siscomex. (Decreto de n° 660/92). Observase que a DI n° 04/00618979, consta que a informação que: Além dos instrumentos e aparelhos citados anteriormente, a fiscalização reclassificou ainda outras mercadorias de natureza distinta: “Caixa aroma promocional – Cod 999078 (Feira Intern. S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 3307.49.00; “Fita Marcadora” diversos modelos e códigos, dos códigos NCM 9033.00.00, 9021.10.99 e 3926.90.90 para o código NCM 3919.10.00; “Anel Marcador” diversos modelos e códigos, dos códigos NCM 9021.10.99 e 9033.00.00 para o código NCM 3926.90.90; “Sacola Promocional – Cod. 999078 (Feira Internacional S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 4202.99.00; “Catalogo CD Produção Cureta – Cód 99508” do código NCM 3923.29.90 para o código NCM 8524.39.00 e; “Acendedor Promocional – Cód 999078 (Feira Internacional S. Paulo)” do código NCM 4911.10.90 para o código NCM 9613.80.00. Então, peço vênia para discordar, pois seria preciso decidir se o erro cometido pelo importador ao indicar a classificação incorreta da mercadoria descaracterizou ou não a operação originalmente licenciada, (se era preciso de fato o documento da licença), exigindo, por conseguinte, novo licenciamento. Não há como escapar de uma análise de mérito, caso a caso, buscando identificar se o erro teve esse efeito. Será necessário, inclusive, investigar se para a NCM licenciada havia tratamento administrativo distinto daquele atribuído à NCM correta, para então, somente depois de constatada a necessidade de novo licenciamento, avaliar se a mercadoria estava ou não correta suficientemente descrita e decidir pela aplicação ou não da multa por importar mercadoria sem licença de importação ou documento equivalente. Não obstante, o Auto de Infração informar sobre a necessidade de licenciamento não automático para a nova classificação tarifária, a mercadoria foi desembaraçada com licenciamento igualmente não automático, sem que as condições de um e de outro tenham sido cotejadas. Fl. 3747DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10920.007927/200727 Acórdão n.º 3802003.307 S3TE02 Fl. 3.734 29 Entendo que a fiscalização ao indicar que as mercadorias estão sujeitas ao controle do Ministério da Saúde, conforme Comunicado Decex n° 23/98, ficando a importação sujeita à licença de forma não –automática no Siscomex. (Decreto de n° 660/92),de uma forma generalizada para todas as mercadorias arroladas nos autos (Auto de Infração às fls. 1451 a 1588 (pdf) (vol XI) não logrou provar que as mercadorias em outra posição diferente da informada, acarretasse necessidade da licença de importação, precisamente quando se observa a natureza da mercadoria “caixa aroma promocional”, necessitasse efetivamente da licença de importação nãoautomático. A própria fiscalização ao reclassificar, informa se tratar de outras mercadorias de natureza distinta. Particularmente, meu entendimento, na análise, quando da reclassificação fiscal e aplicação dessa penalidade, é baixar em diligência, o processo, para diagnosticar, se à época, havia necessidade do documento de licença de importação, mas diante da afirmação generalizada da fiscalização que as mercadorias estão sujeitas ao controle do Ministério da Saúde, conforme Comunicado Decex n° 23/98, ficando a importação sujeita à licença de forma não –automática no Siscomex. (Decreto de n° 660/92, entendo que não restou comprovada a necessidade do respectivo documento. Portanto, quanto à multa de 30% do valor aduaneiro, é de se considerála indevida a teor do estabelecido no Ato Declaratório (Normativo) nº 12/97. Isso porque: a ausência de licença de importação ou documento equivalente decorreu de reclassificação tarifária do produto; sua descrição na DI estava correta, com todos os elementos necessários à sua identificação e ao enquadramento tarifário e não se constatou intuito de doloso ou máfé por parte do importador. Este entendimento desenvolvido está em consonância do que se extrai do Acórdão de n° 3102001.920, de 27/06/2013, processo de n° 11128.007175/200621, Adisseo Brasil S A, de relatoria de Ricardo Rosa, assim ementado (reproduzi apenas a parte da multa administrativa): ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 28/05/2004 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIAS....................... MULTA ADMINISTRATIVA. IMPORTAÇÃO SEM LICENÇA. SIMPLES ERRO DE CLASSIFICAÇÃO. INOCORRÊNCIA. O fato de a mercadoria mal enquadrada na Nomenclatura Comum do Mercosul não estar correta e suficientemente descrita não é razão suficiente para que a importação seja considerada sem licenciamento de importação ou documento equivalente. ................................. Por todo o exposto, VOTO POR DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para afastar a multa ao Controle Administrativo das Importações, no valor de R$ 5.500,00 (valor residual), prejudicados os demais argumentos. Fl. 3748DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 30 MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 3749DF CARF MF Impresso em 27/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 13653.000038/00-78
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1999, 2000
DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE.
A decisão contida no Despacho Decisório atende os princípios que norteiam
o processo administrativo, não há que ser cancelada, em razão do pedido de
nulidade que não existe, visto que, o mesmo encontra devidamente motivado.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
DECISÃO JUDICIAL.
É de se obedecer a sentença em seus exatos termos, quando transitada em julgado.
A IN SRF 33/99 regulamentou o art. 11 da lei 9.779/99, por delegação expressa contida nesta norma, disciplinou condições para que o contribuinte pudesse pedir ressarcimento de saldo credor do IPI.
INCONSTITUCIONALIDADE LEI. SÚMULA CARF Nº 2.
É vedado a administração apreciar e pronunciar sobre matéria de
inconstitucionalidade de norma tributária, conforme Súmula nº 2. Recurso Voluntário ao qual se nega provimento.
Numero da decisão: 3802-003.566
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano DAmorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausência justificada de Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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E COM. LTDA) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1999, 2000 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. A decisão contida no Despacho Decisório atende os princípios que norteiam o processo administrativo, não há que ser cancelada, em razão do pedido de nulidade que não existe, visto que, o mesmo encontra devidamente motivado. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI DECISÃO JUDICIAL. É de se obedecer a sentença em seus exatos termos, quando transitada em julgado. A IN SRF 33/99 regulamentou o art. 11 da lei 9.779/99, por delegação expressa contida nesta norma, disciplinou condições para que o contribuinte pudesse pedir ressarcimento de saldo credor do IPI. INCONSTITUCIONALIDADE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. É vedado a administração apreciar e pronunciar sobre matéria de inconstitucionalidade de norma tributária, conforme Súmula nº 2. Recurso Voluntário ao qual se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 3. 00 00 38 /0 0- 78 Fl. 894DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano D’Amorim, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Maurício Macedo Curi e Adriene Maria de Miranda Veras. Ausência justificada de Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém/PA. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Tratase de pedido de ressarcimento de IPI (fl. 03 e 04), apurados no 4º trimestre/1999 e 1º trimestre/2000, nos valores de 131.018,55 e RS 104.278,41, respectivamente, sendo que o seu direito creditório estaria sendo discutido judicialmente, objeto do Mandado de Segurança n° 2000.38.00.0137970.Ao ressarcimento, a interessada vinculou o Pedido de Compensação (fls. 28), em que visa compensar débitos de PIS e COFINS. Com o propósito de afastar a determinação contida nos artigos 4º e 5º, § 3º, da Instrução Normativa SRF nº 33, de 04/03/1999, que autorizam o ressarcimento de saldo credor de IPI somente se esgotados os créditos existentes na escrita fiscal em 31/12/1998, a interessada impetrou Mandado de Segurança, sob o nº. 2000.38.00.0137970, tendo apontado como autoridade coatora o Delegado da Receita Federal em Varginha/MG. No referido processo judicial, o pleito de concessão de medida liminar foi indeferido, mas em sentença com exame de mérito, datada de 05/09/2000, o pedido da impetrante foi considerado procedente em parte. Nessa, o juízo a quo decidiu da seguinte maneira: [...] rejeito a preliminar suscitada e CONCEDO EM PARTE A SEGURANÇA para reconhecer o direito líquido e certo da impetrante à compensação dos saldos credores do IPI (art. 11 da Lei nº 9.779/99), decorrentes dos insumos recebidos a partir de 1º de janeiro de 1999 e que não puderem ser compensados com débitos do IPI na saída de seus produtos, bem como em razão de suspensão do IPI na saída pela Lei nº 9.826/99, com diversos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (Lei nº 9.430/96 e Decreto nº 2.138/97), sem a restrição imposta pelo § 3º do art. 5º da IN/SRF nº 33/99, relativa ao esgotamento dos créditos de IPI existentes em 31/12/98. Ressalto, finalmente, que, ao permitir a compensação – que deverá ser realizada extra autos, não estou homologando o pagamento feito pelo contribuinte, com extinção do crédito tributário, uma vez que é atividade própria da autoridade Fl. 895DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13653.000038/0078 Acórdão n.º 3802003.566 S3TE02 Fl. 895 3 administrativa, que deverá a tempo e modo próprios, aferir os valores e períodos a serem compensados, em consonância com o aqui decidido. Ao examinar a legitimidade do pleito, o auditor fiscal relatou no Termo de Verificação Fiscal: “Dando prosseguimento aos trabalhos de verificação fiscal, constatei que o saldo credor existente em 31 de dezembro de 1998, no Livro Registro de Apuração do IPI, no valor de R$ 1.527.864,48, foi anulado e o mesmo passou a ser controlado à margem da escrita fiscal, conforme determinações do §1° do artigo 5º da Instrução Normativa SRF n.° 33/99. Por outro lado, o aproveitamento dos créditos do IPI acima passou a ser efetuado com débitos decorrente da saída dos produtos acabados, existentes em 31 de dezembro de1998, e dos fabricados a partir de 1º de janeiro de 1999, com utilização dos insumos originadores desses créditos, considerandose que os produtos que primeiro saíram foram industrializados com a utilização dos insumos que primeiro entraram no estabelecimento. Desta forma, conforme quadro demonstrativo de fls. 28 a 31, os débitos pelas saídas, foram controlados à margem da escrita fiscal e aproveitados como créditos na escrituração do Livro Registro de Apuração do IPI nos trimestres originadores do pedido de ressarcimento, remanescendo em 31 de dezembro de 1999, um saldo de 1998 de R$ 897.017,44 e remanescendo em 31 de março de 2000, um saldo de R$ 887.458,32,47. Dando ainda prosseguimento aos trabalhos de verificação fiscal, constatei um saldo credor em 31 de dezembro de 1999, no Livro de Registro de Apuração do IPI, no valor de R$ 131.018,55 (documento de fls. 86), referente ao 4º trimestre de 1999, confere com o Pedido de Ressarcimento de fls. 02, o qual foi protocolado na Receita Federal em 17 de abril de 2000. Analisando a seguir o 1º trimestre de 2000 e mais precisamente o 1º decêndio de janeiro de 2000, no Livro Registro de Apuração do IPI, (documento de fls.89) constatei que o estabelecimento industrial se apropriou indevidamente do saldo credor do trimestre anterior, no valor de R$ 131.018,55, o qual conforme acima se verifica, foi objeto de Pedido de Ressarcimento em 17 de abril de 2000 (documento de fls. 02) apurandose nesse decêndio, um saldo credor inexistente de R$ 103.015,24 (documento de fls. 90). Em decorrência desse procedimento, todos os decêndios do 1º trimestre de 2000 ficaram erroneamente escriturados, fazendose necessário, por via de conseqüência a reconstituição dos saldos apurados em cada decêndio. Elaborou demonstrativo. Analisando a seguir a reconstituição resumida dos decèndios acima especificados, depreendese com saldo devedor no 1º decêndio de janeiro de 2000, no valor de R$ 28.003,31 e no 2º decêndio de fevereiro de 2000, no valor de R$ 23.380,37, os quais estão sendo exigidos do estabelecimento industrial, através da lavratura do Auto de Infração para constituição do crédito tributário devido aos cofres públicos. Verificase ainda que, ao final do primeiro trimestre de 2000, em 31 de março da existência de um saldo credor, no valor de R$ 166.150,90 Fl. 896DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 conforme acima se verifica, e como o estabelecimento industrial pleiteou, conforme Pedido de Ressarcimento de fls. 01 apenas o valor de R$ 104.278,41, resta portanto um saldo credor no valor de R$ 61.872,49 a ser aproveitado pelo estabelecimento industrial. De todo o exposto, concluise que: Considerando o disposto no $3° do artigo 5o da Instrução Normativa SRF n.° 33/99 no qual deixa claro que o aproveitamento dos créditos, nas condições estabelecidas no artigo 4º , somente será admitido após esgotados os créditos referidos no citado artigo 5º Considerando a existência na Justiça Federal de Minas Gerais de um processo de n.° 2000.38.00.0137970,na vigésima vara (documentos de fls. 34 a 46), com sentença prolatada em primeira instância, nos autos do Mandado de Segurança, impetrado pela AFL do Brasil Ltda., na qual fica afastada, nessa sentença, a restrição ao citado $3° do artigo 5º da Instrução Normativa SRF n.° 33/99; Considerando que o processo acima explicitado, encontrase em fase de apelação em Segunda Instância na Justiça Federal e por via de conseqüência sem trânsito em julgado; Considerando tudo mais que consta do processo administrativo inerente aos Pedidos de Ressarcimento de fls. 01 e 02, opino por:Aguardar o trânsito em julgado do processo judicial acima explicitado e, caso seja mantida nessa sentença as restrições às determinações contidas no $3° do artigo 5° da Instrução Normativa SRF n.° 33/99, proceder, S.M.J., ao ressarcimento do IPI, conforme pedido de fls. 02, no valor de R$ 131.018,55 (cento e trinta e um mil, dezoito reais e cinqüenta e cinco centavos) referente ao 4o trimestre de 1999 e proceder ao ressarcimento do IPI, conforme pedido de fls.01, no valor de R$ 104.278,41 (cento e quatro mil duzentos e setenta e oito reais e quarenta e um centavos) referente ao 1° trimestre de 2000; E, caso seja afastada nessa sentença, quando do trânsito em julgado as restrições às determinações do citado $3° do artigo 5º da Instrução Normativa SRF n.° 33/99, proceder, S.M.J., ao indeferimento do Pedido de Ressarcimento do IPI de fls. 02, no valor de R$ 131.018,55 (cento e trinta e um mil, dezoito reais e cinqüenta e cinco centavos) referente ao 4° trimestre de 1999 e proceder também ao indeferimento do Pedido de Ressarcimento do IPI de fls. 01, no valor de R$ 104.278,41 (cento e quatro mil duzentos e setenta e oito reais e quarenta e um centavos) referente ao 1º trimestre de 2000. Após análise das apelações do sujeito passivo e da Fazenda a ação judicial fez coisa julgada favorável à União. Com base no Parecer nº 319/2013 (fls. 238 a 240) a DRFB em VarginhaMG, através do Despacho Decisório de fls. 241, indeferiu o pedido de ressarcimento e não homologou as compensações declaradas. Do Parecer de fls. 238 a 240, extraímos os excertos abaixo: Fl. 897DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13653.000038/0078 Acórdão n.º 3802003.566 S3TE02 Fl. 896 5 "Os Pedidos de Ressarcimento de IPI solicitados pelo interessado às fls. 1 e 2, foram objetos de análise através do Mandado de Procedimento Fiscal n° 06 10600.2001.00054 0, o qual culminou pelo não reconhecimento do direito creditório, porém obstado pela existência na Justiça Federal de Minas Gerais do processo de n° 2000.38.00.0137970,cuja ação mandamental garantia a utilização do crédito reclamado, levando a autoridade fiscal à suspensão da exigência, até o trânsito em julgado, conforme Termo de Verificação Fiscal às fls. 198 a 201. Em 10/7/2013, a DRF/VAR/SACAT/EAC3 informounos do trânsito em julgado do acórdão em 26/6/2013, o qual denegou a segurança, conforme Informação Fiscal DRF/VAR/SACAT/EAC3 n° 150/2013 (fls. 213v). Na sequência legal, através da Informação Fiscal DRF/VAR/SACAT/EAC3 n° 154/2013 (fls. 215), o setor de controle da ação judicial, informounos da reativação dos créditos tributários, ora desvinculados das pendências de compensações e encaminhounos o processo para indeferimento ao Pedido de Ressarcimento e prosseguimento na cobrança dos créditos tributários, conforme já exarado pela autoridade fiscal às fls. 198 a 201. (...) Da análise dos documentos que instruem os autos, especialmente, o Termo de Verificação Fiscal, emitido por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, em cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal n° 06 10600 2001 00054 0, (fls. 198 a 201), constatase que não existe crédito de IPI passível de ressarcimento e/ou compensação, relativo ao 4º trimestre/1999 e 1º trimestre/2000.” Cientificada do Despacho Decisório, em 02/08/2013 (AR à fl. 245), a interessada apresentou manifestação de inconformidade (fls. 245/260) na qual aduz, em síntese: Preliminarmente, alega que Autoridade Fiscal não pode cobrar débitos sem que tenham sido devidamente constituídos, seja por meio de um Auto de Infração ou por meio de uma Notificação de Lançamento. Acrescenta, resta claro que a presente exigência deve ser cancelada, uma vez que o r. despacho decisório não é a via competente para exigência de tributo. No mérito, depois de extensa argumentação, a interessa concluiu sua petição nos seguintes termos: a) em razão de a Requerente se creditar do IPI na aquisição de insumos tributados a alíquotas variáveis entre 5% e 15% e vender produtos com suspensão do imposto a partir da edição da Lei n° 9.826/99, passou a acumular saldos credores de IPI sem a possibilidade de compensação com o próprio IPI; b) o artigo 11 da Lei n° 9.779/1999 passou a permitir que os créditos acumulados de IPI a partir de 1999 fossem ressarcidos (pedido de ressarcimento) ou compensados (PER/DCOMP) com tributos federais; Fl. 898DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 c) apesar dessa permissão legal, no que interessa ao presente processo, o artigo 5º , § 3º , da IN n° 33/99 condicionou o direito ao aproveitamento do saldo credor de IPI apurado a partir de janeiro de 1999 ao esgotamento dos créditos acumulados até dezembro de 1998; d) considerando que os créditos de IPI gerados até 1998 somente poderiam ser compensados com débitos de IPI e que a Requerente vendia seus produtos com suspensão do imposto, a Requerente viuse impossibilitada de utilizar o saldo de IPI em sua integralidade; e) por esse motivo, ingressou com o Mandado de Segurança n° 2000.38.00.0137970 visando discutir todas as restrições impostas pela IN 33/99 para o aproveitamento do saldo credor de IPI. Não obstante isso, o Acórdão transitado em julgado apenas se manifestou sobre o direito ao crédito de IPI anterior a janeiro de 1999, que não é objeto deste processo administrativo. Por esse motivo, a coisa julgada não deve ser aplicada em desfavor da Requerente; f) por outro lado, a Requerente demonstrou que o referido Acórdão deve ser aplicado a seu favor. Isso, porque o acórdão reconheceu (a) o direito à utilização dos créditos de IPI gerados a partir de janeiro de 1999, para fins de ressarcimento e compensação; e (b) a inexistência de créditos de IPI anteriormente a 1999, pelo fato de a Requerente ter efetuado vendas com suspensão do imposto. Em razão desse entendimento, o Acórdão não analisou a constitucionalidade e legalidade do artigo 5º, § 3º, da IN n° 33/99; g) caso assim não entenda, o que se alega apenas para fins de argumentação, é evidente que o acórdão deixou em aberto a questão relativa à validade do artigo 5º , § 3º , da IN n° 33/99, o que deve ser analisado por essa D. Delegacia de Julgamento. Na hipótese, a Requerente demonstrou que esse dispositivo infralegal não poderia impor condições ao aproveitamento do crédito de IPI, sob pena de violação aos princípios da não cumulatividade e legalidade, previsto nos artigos 153, inciso IV, e § 3º , inciso II , da CF/88; 5o , § 2º, da Lei n° 9.826/99; 11 da Lei n° 9.779/1999; e 5o , inciso II , e 150, inciso I, da CF/88, e 97, incisos I, II e V I , do CTN; e h) por fim, mesmo que se entenda pela validade da condição acima, esta não se aplica à hipótese dos autos uma vez que os créditos de IPI gerados até 1998 encontramse esgotados desde 2003 em razão da ocorrência da decadência tributária, nos termos do artigo 1º do Decreto n° 20.910/32. Ora, considerando que ocorreu o esgotamento dos créditos gerados até 1998, é evidente o direito da Requerente ao ressarcimento/compensação do saldo credor de IPI apurado no 4º trimestre de 1999 e no 1º trimestre de 2000, nos termos do artigo 11 da Lei n° 9.779/99, uma vez que não se aplica mais a restrição contida no artigo 5º , § 3°, da IN n° 33/99. I) Assim, com base nos fundamentos de fato e de direito expostos nestes autos, devidamente suportados pelos documentos comprobatórios de seu direito, a Requerente requer se dignem VV. Sas. julgar INTEGRALMENTE PROCEDENTE a presente Manifestação de Inconformidade, para que, Fl. 899DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13653.000038/0078 Acórdão n.º 3802003.566 S3TE02 Fl. 897 7 reformandose o r. despacho decisório, seja reconhecida a insubsistência da cobrança formulada ou, sucessivamente, o direito da Requerente à integralidade do crédito de IPI pleiteado, com o consequente deferimento do pedido de ressarcimento e o deferimento/homologação das compensações pleiteadas/declaradas. J) É importante reiterar que as DD. Autoridades Administrativas não questionaram a existência e suficiência do crédito de IPI, mas somente o fato de que se deveria observar o §3º do artigo 5º da IN n° 33/99 antes de ser pleiteado o ressarcimento/compensação em questão. Afastado esse dispositivo infralegal, todos os créditos da Requerente, devidamente demonstrados nos anexos livros de apuração do IPI, devem ser reconhecidos como válidos, ainda que para isso VV. Sas. eventualmente entendam ser necessária a produção de outras provas em direito admitidos, o que desde já se requer, em respeito ao princípio da verdade real. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/BEL no 0128.802, de 18/03/2014, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém/PA, cuja ementa dispõe, verbis: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário:1999, 2000 Ementa: COBRANÇA DE DÉBITOS. A cobrança em decorrência de compensação frustrada, não comporta manifestação de inconformidade, perante a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por falta de objeto, mas não impede o recurso, para a segunda instância, contra a não homologaçãoda compensação, com efeito suspensivo. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de atos normativos. IMPUGNAÇÃO COM PROVAS. O contribuinte possui o ônus de impugnar com provas, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, a menos que esteja enquadrado nas alíneas do § 4° do art. 16 do Decreto n° 70.235/1972. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/1999 a 31/03/2000 RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. OPÇÃO PELA VIA JUDICIAL. NORMAS PROCESSUAIS. A submissão de matéria à tutela autônoma e superior do Poder Judiciário importa em renúncia ou desistência à via administrativa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 900DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 Direito Creditório Não Reconhecido O julgamento foi no sentido de julgar improcedente a manifestação de inconformidade. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Invoca a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos dos arts. 151, inc. III do CTN, bem como o art 74, § 11 da Lei de n° 9.430/96 (§ 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9° e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Medida Provisória nº 135, de 2003/Lei 10.833/2003). O processo digitalizado foi a mim distribuído. É o relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Versa o presente processo de pedido de ressarcimento do IPI, apurados no 4º trimestre/1999 e 1º trimestre/2000, nos valores de 131.018,55 e RS 104.278,41, respectivamente, sendo que o seu direito creditório foi discutido judicialmente, objeto do Mandado de Segurança n° 2000.38.00.0137970. Do ressarcimento, a recorrente vinculou o Pedido de Compensação com objetivo de compensar débitos de PIS e COFINS. Preliminares Inicialmente, a decisão contida no Despacho Decisório atende os princípios que norteiam o processo administrativo, não há que ser cancelada, em razão do pedido de nulidade que não existe, visto que, o mesmo encontra devidamente motivado. Pois, em matéria de processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade caso não se encontrem presentes as circunstâncias previstas pelo art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972: “Art. 59. São nulos: I Os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II Os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” Pelo transcrito, observase que não é o caso, nem ter sido lavrado por pessoa incompetente, tampouco, acarretou em preterição de direito de defesa. Fl. 901DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13653.000038/0078 Acórdão n.º 3802003.566 S3TE02 Fl. 898 9 Por outro lado, caso houvesse irregularidades, incorreções ou omissões diferentes das previstas no art. 59, essas não importariam em nulidade e poderiam ser sanadas, se tivessem dado causa a prejuízo para o sujeito passivo, como determina o art. 60 do mesmo decreto: “Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio.” Portanto, sendo improcedentes os argumentos da recorrente, não se encontrando presente pressuposto algum de nulidade, não havendo, da mesma forma, irregularidade alguma a ser sanada, não deve ser acolhida a preliminar com esse fundamento. Assim sendo, o despacho indeferiu o pedido de ressarcimento e não homologou as compensações declaradas. A descrição no despacho é suficientemente clara e objetiva permitindo defesa dos direitos contrariados. Logo, os princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e do devido processo legal foram largamente respeitados, impondo rejeitar essa preliminar. No tocante à emissão de cobrança, formalizando a exigência dos débitos não compensados, nada mais é do que a comunicação da existência de débitos declarados pelo próprio contribuinte, pendentes de pagamento, sem qualquer litígio a ser discutido. Portanto, matéria alheia ao processo administrativo fiscal, logo, não se toma conhecimento. Rejeitase, também, esta preliminar. Mérito A recorrente argumenta que os créditos de IPI gerados até 1998 encontramse esgotados desde 2003 em razão da ocorrência da decadência tributária, nos termos do artigo 1º do Decreto n° 20.910/32, e que é evidente seu direito ao ressarcimento/compensação do saldo credor de IPI apurado no 2º trimestre de 1999, nos termos do artigo 11 da Lei n° 9.779/99, uma vez que não se aplica mais a restrição contida no artigo 5º, § 3°, da IN n° 33/99. Observase, que não obstante o despacho decisório ter sido exarado em 17/07/2013, é na data do pedido, ou seja, 17/04/1999 que se deve verificar a existência ou não de créditos de IPI gerados até 1998, logo, descabem os argumentos de que teria ocorrido a decadência tributária em relação aos créditos de 1998. Da mesma forma, a recorrente contrapõe que o Acórdão transitado em julgado apenas se manifestou sobre o direito ao crédito de IPI anterior a janeiro de 1999, e que segundo afirma não é objeto dos autos; porém, a mesma deveria ter recorrido na esfera judicial para se contrapor à decisão da Quinta Turma Suplementar do TRF da 1ª Região. Quando da análise do pleito, a fiscalização tenha constatado que a recorrente é possuidora de saldo credor em 31 de dezembro de 1999 no valor de R$ 131.018,55 e em 31 de março da existência de um saldo credor no valor de R$ 166.150,90, e que o saldo credor existente em 31/12/1998 é mantido à parte da escrituração fiscal, a propositura da ação judicial enveredou a opinar pelo indeferimento do presente pedido administrativo, caso fosse afastada na sentença a ser transitada em julgado, as restrições às determinações do citado §3° do artigo Fl. 902DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 10 5º da Instrução Normativa SRF n.° 33/99, que veio a se concretizar no Despacho Decisório, com a denegação do ressarcimento e a não homologação das compensações declaradas. Portanto, a motivação pelo indeferimento do pleito pela Unidade de Origem foi por conta do teor da decisão judicial, transitada em julgado a favor da Fazenda. Observase que o Poder Judiciário quando chamado a apreciar determinada hipótese de lesão ou ameaça a direito, conforme art. 5º, inc. XXXV da Carta Magna, é ele, o Poder Judiciário que decide sobre o caso. A decisão do Poder Judiciário irá, sempre, prevalecer sobre a eventual decisão administrativa. E isto independentemente do tipo de ação proposta. Verificase, portanto, que a sentença é taxativa quanto aos seus limites. Logo, não cabe ao órgão administrativo da RFB reconhecer tal direito, nem processar qualquer compensação, mesmo que relativamente a outros tributos ou contribuições que não aquele determinado pelo poder provocado, ainda que o poder executivo tenha editado legislação acerca da matéria, visto que a autoridade fiscal deve observar integralmente as determinações emanadas do Poder Judiciário, eis que essa esfera é superior e autônoma em relação à esfera administrativa. Destarte, não vejo como ampliar na esfera administrativa o que já foi objeto de decisão clara e restrita na esfera judicial no tocante ao ressarcimento e devida compensação. Como já comentado, a recorrente deveria ter recorrido no campo judicial para se contrapor a decisão proferida. Pelo exposto acima, a sentença definitiva em ação judicial produz os efeitos nos estritos termos em que foi passada. Concluo, assim, que a coisa julgada no âmbito do Poder Judiciário jamais poderá ser alterada, sendo soberanas as decisões do Poder Judiciário, produzindo os efeitos nos estritos termos em que foi passada. Legislação Trata de pedido de ressarcimento de IPI, cujo suposto crédito foi objeto de discussão nos autos do MS referido, bem como o pedido de compensação com créditos tributários de PIS e COFINS; os quais estavam com a exigibilidade suspensa até o encerramento da via judicial. Como a ação judicial fez coisa julgada favorável à União, conforme informação do PAJ 10660.001579/0045. Por sua vez, a recorrente alega, dentre outras, que não poderia a IN SRF 33/99 modificar ou restringir direito concedido por lei e ferir o principio da não cumulatividade do imposto previsto na CF. A IN não criou nenhum direito, mas tão somente veio regulamentar o artigo 11 da lei n° 9.779/99, por delegação expressa contida nesta norma, estatuiu que a condição para que o contribuinte pudesse pedir ressarcimento de saldo credor do IPI, em períodos posteriores a 01/01/99, era demonstrar que o saldo credor acumulado em 31.12.1998, não tivesse afetado o saldo credor dos períodos subsequentes. A Lei 9.779/99 inovou ao possibilitar que o saldo credor acumulado em um determinado trimestre, decorrente da compra de insumos aplicados na industrialização, inclusive de produtos isentos ou tributados a alíquota zero, o que inovou em relação a Fl. 903DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13653.000038/0078 Acórdão n.º 3802003.566 S3TE02 Fl. 899 11 legislação do IPI então vigente, e que não pudessem ser compensados com o IPI devido na saída de outros produtos, fossem ser ressarcidos ou compensados, nos termos dos artigos 73 e 74 da Lei 9.430/96. Contudo, a mesma matriz legal condicionou o exercício do direito às normas que viessem a ser expedidas pela Receita Federal, que veio a fazêlo com a edição daquele ato administrativo. O art. 11 da Lei 9.779 dispõe: Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei n° 9.430, de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, do Ministério da Fazenda. (grifo nosso) A IN SRF 33/99, de 04/03/1999 (DOU 24/03/1999), que em seus artigos 4° e 5°, prescreve: "Art. 4°O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei no 9.779, de 1999, do saldo credor do IPI decorrente da aquisição de MP, PI e ME aplicados na industrialização de produtos, inclusive imunes, isentos ou tributados à alíquota zero, alcança, exclusivamente, os insumos recebidos no estabelecimento industrial ou equiparado a partir de 1° de janeiro de 1999. Art. 5° Os créditos acumulados na escrita fiscal, existentes em 31 de dezembro de 1998, decorrentes de excesso de crédito em relação ao débito e da saída de produtos isentos com direito apenas à manutenção dos créditos, somente poderão ser aproveitados para dedução do IPI devido, vedado seu ressarcimento ou compensação. (grifo nosso) § 1° Os créditos a que se refere este artigo deverão ficar anotados à margem da escrita fiscal do IPI. (grifo nosso) § 2 ° O aproveitamento dos créditos do IPI de que trata este Fl. 904DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 12 artigo somente poderá ser efetuado com débitos decorrente da saída dos produtos acabados, existentes em 31 de dezembro de 1998, e dos fabricados a partir de 1° de janeiro de 1999, com a utilização dos insumos originadores desses créditos, considerandose que os produtos que primeiro saírem foram industrializados com a utilização dos insumos que primeiro entraram no estabelecimento. Logo, resta claro que o aproveitamento do saldo credor existente na escrita fiscal do contribuinte em 31.12.1998, só poderia ser aproveitado para abater do IPI devido, atendidas determinadas condições. Dessa forma, não se dá razão à recorrente, tendo em vista que a mesma não possuía débito do IPI gerado até 31/12/98, conforme exigências da IN SRF n° 33/99. Mesmo entendimento é o espelhado no Acórdão de n° 340200.218, de\14/08/2009 (processo de n° 10875.005397/200261), da empresa Fermix Indústria e Comércio LTDA, de relatoria de Nayra Bastos Manatta, cuja ementa dispõe: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 RESSARCIMENTO IPI. LEI 9.779/99. A IN SRF 33/99, de 04/03/1999, que regulamentou o artigo 11 da lei 9.779/99, por delegação expressa contida nesta norma, estatuiu que a condição para que o contribuinte pudesse pedir ressarcimento de saldo credor do IPI, em períodos posteriores a 01/01/99, era demonstrar que o saldo credor acumulado em 31.12.1998, não afetou o saldo credor dos períodos subseqüentes.Recurso negado. Inconstitucionalidade de Norma E, por fim, é vedado ao CARF apreciar alegação de inconstitucionalidade de norma, nos termos sumulado abaixo: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Por todo o exposto, rejeito as preliminares e NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, prejudicados os demais argumentos. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 905DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 13653.000038/0078 Acórdão n.º 3802003.566 S3TE02 Fl. 900 13 Fl. 906DF CARF MF Impresso em 07/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10380.010074/2004-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 02 00:00:00 UTC 2011
Numero da decisão: 3201-000.160
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos propostos pela relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO D'AMORIM
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1237; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 487 1 486 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10380.010074/200412 Recurso nº 522.491 Resolução nº 3201000.160 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 02/02/2011 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente CONSTRUTORA MARQUISE SA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos propostos pela relatora. Judith do Amaral Marcondes Armando Presidente Mércia Helena Trajano D´Amorim Relator Editado Em: 02 de fevereiro de 2011. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Judith do Amaral Marcondes Armando, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luiz Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudino Fl. 524DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 488 2 Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Contra o Sujeito Passivo acima identificado foi lavrado Auto de Infração da Contribuição para o PIS/PASEP, fls. 07/21, para formalização e cobrança do crédito tributário nele estipulado no valor total de R$ 1.912.354,06, inclusive encargos legais. A infração apurada pela Fiscalização e relatada na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fls. 09/12, foi a seguinte: “PIS Faturamento. Diferença Apurada Entre o Valor Escriturado e o Declarado/Pago (Verificações Obrigatórias): Durante o procedimento de verificações obrigatórias foram constatadas divergências entre os valores devidos referentes à Contribuição ao Programa de Integração Social PIS e os valores declarados pela fiscalizada nas DCTF’s apresentadas referentes aos anoscalendário 1998 a 2003 e/ou recolhidos mediante DARF’s, conforme os demonstrativos Apuração de Débito e Demonstrativo da Situação Fiscal Apurada (cópias anexas). As bases de cálculo utilizadas para apuração das diferenças infradiscriminadas foram as constantes das fichas correspondentes ao "Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep” das Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ’s) apresentadas pelo contribuinte referentes aos suprareferidos anoscalendário. Salientese que foram considerados como valores declarados pela fiscalizada, relativamente a cada período de apuração compreendido entre nov/1998 a dez/2001 e jan/2003 a mar/2003 (DCTF’s correspondentes às do 4º Trim/1998 até o 4º Trim/2001 e ao 1º Trim/2003), os valores constantes das DCTF’s originais juntamente com aqueles das DCTF’s complementares apresentadas (conforme demonstrativo anexo); não foram considerados, portanto, para apuração das diferenças infradiscriminadas os valores declarados nas DCTF’s retificadoras apresentadas, em 23/11/2003, relativas aos períodos supracitados, uma vez que tais DCTF’s retificadoras foram entregues já no curso da presente ação fiscal. Em relação ao período compreendido entre jan/2003 a dez/2003, as bases de cálculo são aquelas informadas pelo contribuinte para cada um daqueles meses, correspondentes as receitas auferidas sujeitas à incidência cumulativa e constantes da linha 29, da ficha 21 (Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep) da DIPJ referente ao anocalendário 2003. Fl. 525DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 489 3 Enquadramento Legal: Artigo 77, inciso III, do Decretolei nº 5.844/43; art. 149 da Lei nº 5.172/66; Arts. 1º e 3º, alínea “b”, da Lei Complementar nº 07/70, art. 1º, parágrafo único, da Lei Complementar nº 17/73; Título 5, capítulo 1, seção 1, alínea “b”, itens I e II, do Regulamento do PIS/PASEP, aprovado pela Portaria MF nº 142/82; Arts. 2º, inciso I, 3º, 8º, inciso I, e 9º, da Lei nº 9.715/98; Arts. 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98; Arts. 2º, inciso I, alínea "a”, e parágrafo único, 3º, 10, 26 e 51 do Decreto nº 4.524/02. PIS Faturamento – Incidência NãoCumulativa. Diferença Apurada Entre o Valor Escriturado e o Declarado/Pago (Verificações Obrigatórias): Durante o procedimento de verificações obrigatórias foram constatadas divergências entre os valores devidos referentes à Contribuição ao Programa de Integração Social PIS e os valores declarados pela fiscalizada nas DCTF’s apresentadas referentes aos anoscalendário 2002 e 2003 e/ou recolhidos mediante DARF’s, conforme os demonstrativos Apuração de Débito e Demonstrativo da Situação Fiscal Apurada (cópias anexas). As bases de cálculo utilizadas para apuração das diferenças infradiscriminadas foram as constantes das fichas correspondentes ao "Cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep” das Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ’s) apresentadas pelo contribuinte referentes aos suprareferidos anoscalendário. Em relação ao anocalendário 2003, as bases de cálculo correspondem às receitas auferidas sujeitas à incidência nãocumulativa, informadas mensalmente na linha 25, da ficha 21 da DIPJ apresentada. Salientese que foram considerados como valores declarados pela fiscalizada, relativamente aos períodos de apuração dez/2002 a mar/2003 (DCTF’s correspondentes ao 4º Trim/2002 e ao lº Trim/2003), os valores constantes das DCTFs originais juntamente com aqueles das DCTF’s complementares apresentadas (conforme demonstrativo anexo); não foram considerados, portanto, para apuração das diferenças infradiscriminadas os valores declarados nas DCTF’s retificadoras apresentadas, em 23/11/2003, relativas aos períodos supracitados, uma vez que tais DCTF’s retificadoras foram entregues já no curso da presente ação fiscal. Enquadramento Legal: Artigos 2º, inciso I, alínea "a" e parágrafo único, 3º, 10, 23, 59 e 63 do Decreto nº 4.524/02.” Inconformado com a autuação, da qual tomou ciência em 29/10/2004 (fls. 86/87), o contribuinte, através de seu procurador (instrumento às fls. 100), em 24/11/2004, apresenta impugnação (fls. 95/99), alegando o seguinte: “(...) 1. Tratase de auto de infração no qual é exigido o pagamento de diferenças da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, com base em Fl. 526DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 490 4 uma alegada divergência entre os valores indicados nas DCTF's e aqueles constantes nas DIPJ's, correspondentes aos anos de 1998 a 2003. 2. A exigência fiscal em causa, todavia, resta em boa parte alcançada pela decadência e, no mérito, é no todo improcedente, como se passa a demonstrar. 3. DA DECADÊNCIA 3.1. A contribuição para o PIS é tributo cujo lançamento se dá por homologação, com fato gerador mensal, cabendo ao contribuinte apurar o montante devido e antecipar o respectivo pagamento, na forma do art. 150 do Código Tributário Nacional. 3.2. Sendo assim, o prazo decadencial para Fazenda Nacional proceder ao respectivo lançamento se esgota em cinco anos contados da ocorrência do respectivo fato gerador (§ 4º do art. 150 do CTN). 3.3. No caso, o auto de infração data de 27.10.2004 e exige o pagamento da contribuição para o PIS relativa a uma alegada diferença a menor nos valores recolhidos pela Autuada no período de 30.11.1998 a 31.12.2003. Ocorre que findou em 30.09.2004 o prazo para realizar o lançamento dessa contribuição incidente sobre fatos ocorridos até 30.09.1999. 3.4. Realmente, caso o fisco não concordasse com o valor das receitas apresentado ou com o não pagamento da alegada diferença de PIS, deveria ter feito o lançamento respectivo no prazo acima referido. Como não o fez, agora não mais pode fazêlo, uma vez que o crédito tributário está definitivamente extinto, nos termos do § 4º do art. 150, do CTN. 3.5. Nesse sentido é o entendimento do Segundo Conselho de Contribuintes, a saber: "NORMAS PROCESSUAIS. PRELIMINAR. DECADÊNCIA. Segundo o Código Tributário Nacional, o prazo para o exercício do direito de lançar é de cinco anos. Para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, esse prazo é contado, nos termos do §40, do art. 150 do CTN, da data do fato gerador do tributo respectivo. Preliminar acolhida". (2º CC. – 3ª C. ac. mv. Rec. 117014 julg. em 20.06.2002) 3.6. Resta evidenciado, portanto, que o lançamento que é objeto da ação fiscal de que se cuida está, em parte, atingido pela decadência. 4. Do Mérito 4.1. O auto de infração aqui impugnado exige o pagamento da contribuição para o PIS, relativa a supostas diferenças no valor da base de cálculo informada nas DCTF's e nas DIPJ's, no período de 30.11.1998 a 31.12.2003, envolvendo a sistemática anterior cumulativa e a nova forma não cumulativa Fl. 527DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 491 5 da contribuição. Essa cobrança, todavia, é no todo insubsistente, como se passa a demonstrar. 4.2. De início é importante destacar que o fiscal autuante não solicitou esclarecimentos com relação à real situação da Impugnante no que diz respeito aos pagamentos da contribuição para o PIS, nem sobre os valores efetivamente devidos. Tivesse adotado essa cautela elementar certamente teria evitado a lavratura do presente auto de infração. 4.3. Realmente, a Impugnante aderiu ao PAES Parcelamento Especial Lei 10.684/03 e todos os valores por ela devidos a título de contribuição para o PIS foram informados na sua Declaração PAES, cuja conta ainda está em processo de consolidação (docs. 03, 04 e 05). 4.4. Assim, não pode ser exigido da Impugnante o pagamento da contribuição em causa de maneira distinta daquela prevista na Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003. 4.5. Além disso, o valor da contribuição para o PIS apurado e declarado na sua DIPJ de 2004, anocalendário 2003, é de R$ 550.697,71 (doc. 06). O valor da contribuição paga no referido período, entretanto, foi de R$ 827.004,11, conforme indica a cópia dos DARF's anexos (doc. 07). 4.6. Na verdade, existem graves equívocos em toda a apuração da contribuição em causa procedida pelo fiscal autuante, que, uma vez corrigidos, se chegará à conclusão de que nenhum valor pode ser exigido da Impugnante a título de contribuição para o PIS. 4.7. A Impugnante destaca que a contribuição para o PIS sofreu importantes alterações com a instituição da não cumulatividade, que tornaram a sua apuração muito mais complexa e cuja legislação naquele período sofreu e ainda sofre muitos aperfeiçoamentos. Esse clima de novidade e incerteza gerou e gera dúvidas e dificuldades não só para a Impugnante e para os contribuintes em geral, como em especial para os próprios agentes fiscais. 4.8. O que importa saber é que o tributo não pode incidir sobre eventuais equívocos cometidos no cumprimento de obrigações acessórias e sim sobre os valores da sua real base de cálculo, apurada com relação aos fatos efetivamente ocorridos no período fiscalizado. O princípio da legalidade assim o exige. 4.9. Destaquese, por fim, que o processo administrativo fiscal é regido pelo princípio da verdade material, que torna obrigatória a verificação dos valores realmente devidos pela Impugnante a título de contribuição para o PIS, que seguramente não são aqueles indicados no auto de infração aqui impugnado. Essa apuração pode ser facilmente realizada através de uma perícia contábil, desde logo requerida. 5. Dos pedidos Fl. 528DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 492 6 5.1. Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pela juntada posterior de documentos e pela realização de perícia contábil, para o que apresenta os seguintes quesitos: a) Partindose dos elementos extraídos da contabilidade da Impugnante, qual o valor da base de cálculo da contribuição para o PIS, na modalidade cumulativa, no período de 01.1998 a 12.2003 ? E qual o valor dessa mesma contribuição na modalidade não cumulativa ? b) Qual o valor pago pela Impugnante a título de contribuição para o PIS no período em causa ? c) Qual o período e o valor dessa mesma contribuição que a Impugnante declarou como débito na modalidade do PAES ? Indica para funcionar como sua assistente técnica a Sra. Editinete André da Rocha Garcia, brasileira, casada, contadora, CRCCE nº 92730, que pode ser intimada no mesmo endereço da Autuada. 5.2. Face ao exposto, pede a V.Sa. que acolha as razões de defesa, para julgar improcedente a ação fiscal de que se cuida, determinando o arquivamento do respectivo processo administrativo.” Diante dos argumentos apresentados na peça impugnatória, a Autoridade Julgadora de primeira instância resolveu, através do Pedido de Diligência DRJ/FOR nº 08703 (fls. 178/179), de 10/10/2006, retornar os autos à unidade de origem para que fossem adotadas as providências a seguir elencadas: 1 . Intimar o contribuinte a comprovar, em face de sua adesão ao PAES, a desistência expressa em todos os processos judiciais em matéria tributária; 2. Anexar cópia de todos os termos elaborados entre o início e o término da ação fiscal; 3. Verificar se os valores discriminados na Declaração PAES abrangem, em sua totalidade, a contribuição ora exigida através de auto de infração. Existindo valores remanescentes, elaborar demonstrativo discriminando a base de cálculo e valor da contribuição ora em exame; 4. Ao final, elaborar relatório sucinto sobre o solicitado, acrescentando quaisquer outras informações que sejam de interesse para o deslinde da questão. Em resposta, em 01/07/2009 foi apresentado às fls. 192/193 o RELATÓRIO CONCLUSIVO DE DILIGÊNCIA FISCAL, elaborado pela Autoridade Lançadora, cujo teor é a seguir transcrito. “(...) II) DOS ELEMENTOS COLETADOS NA DILIGÊNCIA Fl. 529DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 493 7 II.1) A desistência da ação (processo judicial nº 98.00.105786, que tramitou na 9a Vara da Justiça Federal do Ceará) informada pela contribuinte na sua Declaração PAES se verifica em consulta ao endereço eletrônico do Tribunal Regional Federal da 5a Região (www.trf5.jus.br), bem como pelo teor dos Acórdãos relativos tanto ao Agravo em Apelação em Mandado de Segurança, quanto aos Embargos de Declaração em Apelação em Mandado de Segurança (cópias anexas). II.2) As fotocópias de todos os termos elaborados entre o inicio e o término do procedimento de fiscalização foram anexados aos presentes autos. II.3) Relativamente, aos valores informados pela contribuinte na sua declaração PAES elaboramos demonstrativos em que se comparam, para cada período de apuração, os valores objeto de lançamento de ofício e os incluídos pela contribuinte no PAES. III) CONCLUSÕES A partir dos levantamentos efetuados podese verificar, conforme demonstrativos anexos ao presente relatório, que: III.1) Relativamente à Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), os valores objeto de lançamento de ofício, dos períodos compreendidos entre nov/1998 a dez/2001, coincidem com os valores incluídos no PAES. Por outro lado, verificase que os valores objeto de lançamento de ofício, relativos aos períodos de apuração compreendidos entre dez/2002 a fev/2003, não foram integralmente incluídos no PAES. Além destes, existem, ainda, valores objeto de lançamento de ofício dos períodos de apuração compreendidos entre mar/2003 a dez/2003. III.2) Relativamente à Contribuição para o Financiamento para a Seguridade Social (PIS) verificase que dos valores objeto de lançamento de ofício somente os dos períodos de apuração jan/1999 a set/1999 foram incluídos no PAES, restando divergências em relação aos períodos de apuração nov/1998 e dez/1998; e out/1999 a jan/2003. Além destes existem, ainda, valores objeto de lançamento de oficio compreendidos entre mai/2003 a nov/2003. (...)” Ao Contribuinte foi dada ciência do RELATÓRIO CONCLUSIVO DE DILIGÊNCIA FISCAL em 08/07/2009, conforme faz prova o aviso de recebimento de fls. 278. Em 07/08/2009 o Contribuinte apresenta complemento à sua impugnação (fls. 280/282) alegando o que se segue. “(...) 3. No periodo de janeiro de 2003 o agente fiscal alega que somente o valor de R$ 238.608,93 estaria incluído nos PAES, devendo permanecer a exigência sobre o valor de R$ 41.447,49. Fl. 530DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 494 8 4. Tal diferença não existe. Todo o valor de R$ 280.056.42, exigido no auto de infração de que se cuida foi devidamente incluído no PAES através da Solicitação de Revisão dos Débitos Consolidados no PAES protocolada em 24.02.2005 (doc. 01). 5. Em relação ao período de 31.12.2002, vale ressaltar que o valor de R$ 53.620,54, apurado pela fiscalização, não está no PAES simplesmente porque tal valor não é devido. Não passa de mero equívoco cometido pela fiscalização. 6. A Autuada recolhe PIS através do sistema de diferimento. Assim, em dezembro de 2002 realizou o recolhimento do PIS referente a períodos de fevereiro a dezembro de 2002. O agente fiscal autuante, todavia, em sua apuração, em vez de aplicar a alíquota de 0,65% (PIS cumulativo), em relação a períodos anteriores a dezembro de 2002, aplicou a alíquota de 1,65% em relação a todos os períodos, dando origem a diferença apurada (doc. 02). 7. Por fim, vale ressaltar que os valores referentes aos períodos de fevereiro a dezembro de 2003 também não foram incluídos no PAES simplesmente porque não são devidos. 8. De fato, em todos os períodos acima referidos, a Autuada realizou o devido recolhimento dos valores de PIS apurados. Não houve qualquer diferença nos recolhimentos (doc. 03). 9. Assim, após a correção dos equívocos mencionados, que deverão ser integralmente considerados, tendo em vista os princípios da Verdade Material e da Legalidade que regem a Administração Pública, restará definitivamente comprovado a total improcedência do lançamento fiscal de que se cuida. (...)” É o relatório.” O pleito foi deferido parcialmente, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/FOR no 0816.603, de 24/11/2009, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/11/1998 a 31/12/2003 DIFERENÇA APURADA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO. Mantémse a exigência decorrente da diferença verificada entre os valores de PIS demonstrados nas Declarações DIPJ’s e os valores recolhidos e/ou declarados em DCTF’s, quando os elementos de fato ou de direito Fl. 531DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 495 9 apresentados pelo contribuinte não forem suficientes para infirmar os valores lançados pela Fiscalização. INCLUSÃO NO PAES. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É cabível o lançamento de multa de ofício, correspondente a créditos tributários objeto de procedimento fiscal relativo a sujeito passivo optante pelo parcelamento especial Paes instituído pela Lei nº 10.684, 2003, quando tal procedimento tenha sido iniciado antes da data da entrega tempestiva da Declaração Paes, mas não concluído até essa data. É irrelevante o fato de o procedimento fiscal ter sido iniciado anterior ou posteriormente à data da formalização da opção pelo Paes. RECOLHIMENTOS APÓS A LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO. Os recolhimentos efetuados pelo contribuinte após o início da ação fiscal não têm relevância para a análise da procedência do lançamento de ofício, devendo apenas serem considerados no momento de sua cobrança. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/11/1998 a 30/09/1999 DECADÊNCIA. Acolhese parcialmente a prejudicial de decadência para fatos geradores ocorridos até set/1999, quando a ciência do lançamento se deu em 29/10/2004. No caso dos autos, os tributos/contribuições se submetiam à modalidade de lançamento por homologação, tendo havido pagamentos concernentes aos períodos compreendidos pela decadência. IMPUGNAÇÃO PROCEDENTE EM PARTE.” O julgamento foi no sentido de deferir em parte, tendo em vista que foi acatada a preliminar quanto à decadência do direito de a Fazenda Nacional efetuar o lançamento de PIS para os períodos de apuração referentes aos fatos geradores ocorridos até 30/09/1999, logo considerando EXTINTO o crédito tributário correspondente a esse período e manter o crédito tributário dos demais períodos de apuração objetos da autuação. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Ressalta que se reconheça a nulidade da decisão anterior por não realização de prova pericial. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. Fl. 532DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 496 10 Voto O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de Auto de Infração da Contribuição para o PIS/PASEP, cuja infração apurada pela fiscalização e relatada na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal foi sobre PIS Faturamento. Diferença Apurada Entre o Valor Escriturado e o Declarado/Pago. Como relatado, tendo em vista que a recorrente foi cientificada da exigência em 29/10/2004,a decisão recorrida já reconheceu o alcance do instituto da decadência, no caso em apreço, para os fatos geradores ocorridos até 30/09/1999. Observei em sede de argumento, no âmbito de recurso voluntário que a empresa ainda persiste e rebate, não obstante realização de diligência DRJ/FOR nº 08703 (fls. 178/179), de 10/10/2006,nos seguintes termos, que me chamaram atenção: “....Por outro lado, ainda que entendendo correto o entendimento proferido pela DRJ/FOR, no sentido de que não teria ocorrido a denúncia espontânea, a exigência de valores incluídos no PAES não pode prosperar.Isso porque não se pode admitir que um mesmo tributo seja exigido duas vezes. No periodo de janeiro de 2003 o agente fiscal alega que somente o valor de R$ 238.608,93 estaria incluído nos PAES, devendo permanecer a exigência sobre o valor de R$ 41.447,49. Tal diferença não existe. Todo o valor de R$ 280.056.42, exigido no auto de infração de que se cuida foi devidamente incluído no PAES através da Solicitação de Revisão dos Débitos Consolidados no PAES protocolada em 24.02.2005. Ainda que assim não fosse, a decisão recorrida não poderia ter desconsiderado o valor de R$ 238.608,93 inicialmente incluído no PAES. Isso porque tal valor já havia sido declarado em momento de adesão ao PAES, anterior ao inicio da ação fiscal. Em relação ao período de 31.12.2002, vale ressaltar que o valor de R$ 53.620,54, apurado pela fiscalização, não está no PAES simplesmente porque tal valor não é devido. Não passa de mero equívoco cometido pela fiscalização (entende que houve aplicação errônea de alíquota, quando ainda vigorava a alíquota de 0,65%, fl. 294). A Autuada recolhe PIS através do sistema de diferimento. Assim, em dezembro de 2002 realizou o recolhimento do PIS referente a períodos de fevereiro a dezembro de 2002. O agente fiscal autuante, todavia, em sua apuração, em vez de aplicar a alíquota de 0,65% (PIS cumulativo), em relação a períodos anteriores a dezembro de 2002, aplicou a alíquota de 1,65% em relação a todos os períodos, dando origem a diferença apurada Que os valores referentes aos períodos de fevereiro a dezembro de 2003 também não foram incluídos no PAES simplesmente porque não são devidos. Fl. 533DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10380.010074/200412 Resolução n.º 3201000.160 S3C2T1 Fl. 497 11 Exigência do PIS de fev a março/2003 foi quitada através de DARF’s (fls. 166) Os valores de PIS relativos ao período de abril a dezembro de 2003, por sua vez, foram quitados através da compensação realizada pelas PER/DCOMP's n.° 39785.01787.141204.1.3.046447, n.° 23989.58433.141204.1.3.040570, n.° 39298.74337.141204.1.3.047709, n.° 09220.96626.141204.1.3.040502, n.° 24070.79365.141204.1.3.043746, n.° 05588.08706.141204.1.3.040251 e n.° 19480.08533.141204.1.7.044737. Todas devidamente homologadas pela própria Secretaria da Receita Federal (doc. 01).” Pelo exposto, a empresa argumenta que há divergência do cálculo do PIS para o período de dezembro de 2002, da inclusão do PIS de janeiro/2003 no PAES e enfim, das liquidações ocorridas do PIS relativo ao período de fevereiro a dezembro de 2003 Diante dos fatos relevantes e contraditórios e para minha convicção, VOTO PELA CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA À REPARTIÇÃO DE ORIGEM, para que sejam esclarecidas os fatos/as dúvidas acima. Realizada a diligência, deve ser dado vista ao contribuinte, posteriormente, encaminhados os autos para prosseguimento no julgamento. Mércia Helena Trajano D’amorim Fl. 534DF CARF MF Impresso em 31/10/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 30/10/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 16682.901842/2010-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2008
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. AFERIÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO.
Trazidos aos autos elementos capazes de possibilitar a aferição, da liquidez e certeza do direito creditório indicado para fins de compensação tributária, há de se reconhecer o referido crédito, determinando-se a homologação das compensações pleiteadas até o limite do direito reconhecido.
Numero da decisão: 1301-001.658
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto proferidos pelo relator.
(assinado digitalmente)
Valmar Fonseca de Menezes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Jakson da Silva Lucas - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junor e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS
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AFERIÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Trazidos aos autos elementos capazes de possibilitar a aferição, da liquidez e certeza do direito creditório indicado para fins de compensação tributária, há de se reconhecer o referido crédito, determinandose a homologação das compensações pleiteadas até o limite do direito reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto proferidos pelo relator. (assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junor e Carlos Augusto de Andrade Jenier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 18 42 /2 01 0- 79 Fl. 1011DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 2 Relatório Trata o presente processo de compensação materializada pela declaração (Per/DComp) n.º 24398.92768.270309.1.3.033050, transmitida à base de dados da Receita Federal em 27/03/2009 e que empregou pretenso crédito fruto do pedido de restituição aposto no Per/DComp n.º 24132.75490.181110.1.6.036104, no valor de R$ 7.541.040,44, oriundo de saldo negativo de CSLL referente ao ano calendário 2008. A compensação declarada não foi homologada porque, nos termos do despacho decisório proferido eletronicamente (fls. 21): “considerando que a soma das parcelas de crédito demonstradas no PER/DCOMP é insuficiente para comprovar sequer a quitação da contribuição social devida, não há direito creditório a ser reconhecido”. Fundamentouse a decisão nos seguintes dispositivos legais: arts. 6º, § 1º, e 74 da Lei n.º 9.430/96 e art. 4º da IN RFB n.º 900/08. Inconformada com a denegação de seu intento a interessada interpôs a manifestação de inconformidade de fls. 27/34, alegando, em síntese: • que, sem prévia intimação, e, portanto, contrariando o art. 65 da IN RFB n.º 900/08, a autoridade fiscal não reconheceu o direito creditório; • que, na forma dos acórdãos cujas ementas transcreveu, “lançamentos efetuados sem o devido aprofundamento da investigação dos fatos (...) não são válidos e devem ser cancelados”; • que, encerrado o ano calendário 2008, “verificou que o valor das retenções na fonte de CSL que sofrera ao longo daquele período havia superado o montante da contribuição apurada por ocasião do ajuste anual” em razão do que “apresentou, em 27.3.2009, PER/DCOMP no valor de R$ 4.437.004,62 (...), referente ao saldo negativo da CSL do ano calendário 2008, composto, justamente, pelas retenções na fonte sofridas pela requerente”; • que, em 16/10/2009, apresentou DIPJ/2009 referente ao período de setembro a dezembro de 2008 (sofrera cisão parcial em 31/08/2008), apurando saldo negativo de CSL igual a R$ 7.541.040,44, e não R$ 4.437.004,62, como constava da declaração anterior, informação que fora corrigida, para fins de compensação, pela transmissão de novo Per/DComp, em 29/10/2010; • que “os R$ 7.541.040,44, a título de retenções da CSL na fonte, derivam da soma das seguintes retenções: (...) – R$ 1.495.531,91 (CSL retida por órgãos, autarquias e fundações federais); R$ 4.561.594,39 (CSL retida na fonte por demais entidades da Administração Pública Federal); e – R$ 1.483.914,14 (CSL retida por pessoas jurídicas de direito privado)”; • que, “recentemente, (...) efetuou significativas modificações em sua DIPJ do período de setembro a dezembro de 2008, assim como em sua DCTF de dezembro de 2008, modificações essas que, embora não tenham afetado o valor do saldo negativo a cuja restituição a requerente faz jus, devem ser esclarecidas e comprovadas”; Fl. 1012DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16682.901842/201079 Acórdão n.º 1301001.658 S1C3T1 Fl. 12 3 • que, em 29/10/2010, retificou a DIPJ 2009, para fazer refletir a “apuração de débito de estimativa de CSL no valor de R$ 55.862.994,24”, sendo que “na DIPJ original, a requerente nada havia apurado a pagar a título de estimativa de CSL de dezembro”; • que “a apuração do débito de R$ 55.862.994,24 decorreu da cassação de decisão que havia antecipado os efeitos da tutela pleiteada pela requerente na ação ordinária n. 2008.34.00.0212164”, que “havia autorizado a requerente a excluir da base de cálculo da CSL as receitas oriundas de exportação”; • que, “destes R$ 55.862.994,24 a título de estimativa, a requerente efetuou o pagamento, via documento de arrecadação, de R$ 20.656.708,48 (doc. 11), conforme declarado em DCTF retificadora (doc. 12). Os R$ 35.206.285,76 restantes referemse a imposto de renda pago no exterior, passível de dedução da CSL devida, nos termos do artigo 21, parágrafo único, da Medida Provisória n. 215835, de 28.4.2001, conforme comprova a Ficha 16 – pg. 12 da DIPJ (doc. 7)”; • que, “além das modificações em sua DIPJ, (...) também retificou seu PER/DCOMP, em 18.11.2010 (...), não alterando o valor do saldo negativo, que continuou a ser de R$ 7.541.040,44, tampouco modificando o montante das retenções na fonte a título de CSL, tendo, apenas, informado o pagamento de imposto de renda no exterior, passível de dedução com a CSL devida, num total de R$ 35.206.285,76”; • que, em função de tais “ajustes”, “o valor total devido a título de CSL foi quitado pela requerente. Por essa razão, os valores retidos na fonte no curso do ano, que somavam R$ 7.541.040,44, restaram passíveis de restituição, a título de saldo negativo da CSL”. Culmina a peça recursal com pedidos: • para que se reconheça a nulidade do despacho decisório, “por manifesta ausência de investigação dos fatos pela fiscalização e conseqüente ofensa ao princípio da verdade material”; • para que se julgue procedente a manifestação de inconformidade, reconhecendose o direito creditório e homologandose as compensações defendidas; • para que se admita a prova do alegado “por todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive pela juntada de documentos e pela realização de diligências”. A DRJ/RIO DE JANEIRO I decidiu a matéria por meio do Acórdão 12 39.445, de 12/08/2011 (fls. 184), julgando improcedente a manifestação de inconformidade, tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2008 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Fazse mister que os créditos empregados em compensação de tributos gozem de liquidez e certeza. É o relatório. Passo ao voto. Fl. 1013DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 4 Fl. 1014DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16682.901842/201079 Acórdão n.º 1301001.658 S1C3T1 Fl. 13 5 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O recurso voluntário é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Na peça recursal as alegações é que “o acórdão recorrido desconsiderou o recolhimento de R$ 20.656.708,48, cujo DARF comprobatório foi acostado à defesa, sob a frágil alegação de que este pagamento não teria sido informado no pedido de restituição.” Aduz mais: Também desconsiderou os tributos recolhidos no exterior, os quais geram direito de compensação com os tributos devidos no país, em razão de supostamente não ter sido comprovado o seu recolhimento, fato que também contraria as provas trazidas com a defesa apresentada, notadamente a DIPJ do ano calendário de 2008. Confirase a parte final do acórdão 1239.445, onde, após reconhecer os demais elementos componentes do saldo negativo que se pretende restituir, a decisão apontou como causa determinante da negativa de crédito os fatos acima apontados: “Ocorre, no entanto, que o Darf de R$ 20.656.708,48 não foi levado ao Per/DComp que contém o pedido de restituição, sendo certo que considerálo agora, em sede de julgamento, equivale a retificar a declaração prestada pelo sujeito passivo, procedimento que não incumbe a esta instância julgadora, mas, antes, à própria interessada, mesmo porque, nessas condições, não é possível afirmar que tal pagamento não tenha sido utilizado como fonte de crédito para a extinção de outro(s) débito(s), dúvida que subtrai do pretenso crédito os indispensáveis atributos de liquidez e certeza exigidos pelo CTN, art. 170, para que se proceda uma compensação. Não bastasse, o motivo acima, que, por si só, já impede o reconhecimento do direito creditório alegado, não se pode olvidar que a interessada não trouxe aos autos nenhuma prova do imposto que alega ter pago no exterior, sendo certo que alegar sem provar é o mesmo que não alegar.” A seguir repete as argumentações da inicial (impugnação). Passemos a análise. A preliminar de cerceamento do direito de defesa, levantada pela recorrente, e afeta à decisão recorrida, não deve ser acolhida. Para melhor compreensão da matéria transcrevese os fundamentos do voto recorrido que nortearam a não homologação da compensação pleiteada. 1. Em 27/03/2009, a interessada transmitiu o Per/DComp n.º 15685.79438.270309.1.2.034205 (fls. 64/69), com emprego de crédito de R$ 4.437.004,62 oriundo de saldo negativo de CSLL, fruto das retenções na fonte sofridas; Fl. 1015DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 6 2. Em 16/10/2009, transmitiu DIPJ/2009 (fls. 70/87) apurando saldo negativo de CSLL de R$ 7.541.040,44, portanto diverso daquele que fez constar no Per/DComp acima mencionado; 3. Em 29/10/2009, transmitiu o Per/DComp retificador do anterior, sob o n.º 09185.18253.291010.1.6.039404 (fls. 88/93), em que alterava o crédito, para refletir o novo saldo negativo de CSLL, apurado na DIPJ/2009 mencionada acima; 4. Em 29/10/2010, retificou a DIPJ/2009 (fls. 132/149) para incluir estimativa de CSLL devida no valor de R$ 55.586.994,24, fruto de reversão de tutela antecipada antes obtida nos autos da ação judicial ordinária de n.º 2008.34.00.0212164, sendo que tal valor teria sido quitado em parte com recolhimento via Darf (fls. 173), em parte com imposto pago no exterior; 5. Em 18/11/2010, retificou o Per/DComp, transmitindo o de n.º 24132.75490.181110.1.6.036104 (fls. 176/181), não para alterar o valor do crédito, mas para informar o aludido pagamento de imposto de renda no exterior. O que a interessada parece não ter atentado é que é justamente a seqüência narrada ao norte que dá base à não homologação que combate. Em seu último Per/DComp (o de final 6104, item 5 acima) com pedido de restituição do valor empregado como crédito é informado um total de pagamentos igual a R$ 42.747.326,20, sendo R$ 35.206.285,76 a título de IR pago no exterior e R$ 7.541.040,44 como CSLL retida na fonte. De outro bordo, sua última DIPJ do período transmitida antes da ciência do despacho decisório (a mencionada no item 4 acima) revela uma CSLL devida no montante R$ 55.586.994,24. A diferença entre um valor e outro, ou seja, entre a CSLL devida e o total de pagamentos é R$ 12.839.668,04 (= R$ 55.586.994,24 R$ 42.747.326,20), valor, em tese, que revela dívida relativa à contribuição em tela. Contudo, se confrontados o saldo devedor apurado e o pagamento de R$ 20.656.708,48 materializado no Darf (doc. 11 anexo à manifestação de inconformidade), terseia um saldo negativo de CSLL de R$ 7.817.040,44 (= R$ 20.656.708,48 R$ 12.839.668,04), valor muito próximo dos R$ 7.541.040,44 pleiteados a título de restituição. É o que se extrai ao estender o novelo construído na peça recursal. Ocorre, no entanto, que o Darf de R$ 20.656.708,48 não foi levado ao Per/DComp que contém o pedido de restituição, sendo certo que considerálo agora, em sede de julgamento, equivale a retificar a declaração prestada pelo sujeito passivo, procedimento que não incumbe a esta instância julgadora, mas, antes, à própria interessada, mesmo porque, nessas condições, não é possível afirmar que tal pagamento não tenha sido utilizado como fonte de crédito para a extinção de outro(s) débito(s), dúvida que subtrai do pretenso crédito os indispensáveis atributos de liquidez e certeza exigidos pelo CTN, art. 170, para que se proceda uma compensação. Não bastasse, o motivo acima, que, por si só, já impede o reconhecimento do direito creditório alegado, não se pode olvidar que a interessada não trouxe aos autos nenhuma prova do imposto que alega ter pago no exterior, sendo certo que alegar sem provar é o mesmo que não alegar. Pois bem. Resumese que a lide diz respeito ao pedido de restituição cumulado com pedidos de compensação, tendo como crédito declarado o Saldo Negativo da CSLL no valor de R$ 7.541.040,44 (total do IRFonte/CSLL, Ficha 17 da DIPJ/2009). Cumpre destacar que embora o saldo negativo da CSLL do ano calendário de 2008 apurado pela contribuinte tenha sido o acima informado (R$ 7.541.040,44), nos termos do registro feito na decisão recorrida, a controvérsia a ser enfrentada no presente processo Fl. 1016DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 16682.901842/201079 Acórdão n.º 1301001.658 S1C3T1 Fl. 14 7 limitase à aceitação do pagamento representado pelo DARF trazido aos autos no valor de R$ 20.656.708,48 e do imposto de renda pago no exterior no valor de R$ 35.206.285,76 (Ficha 16 da DIPJ), totalizando R$ 55.862.994,24, valor objeto da reversão de tutela antecipada antes obtida nos autos da ação judicial ordinária de nº 2008.34.00.0212164 referente a receita de exportação, e que compõe o referido saldo negativo. Cediço que o regime jurídico da compensação tributária, em vigor a partir da Lei nº 10.637, de 2002, e Lei nº 10.833, de 2003, as quais introduziram alterações no artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, requisita a iniciativa do contribuinte, que, mediante a apresentação da Declaração de Compensação, informa ao Fisco que efetuou o encontro de contas entre seus débitos e créditos. Este encontro de contas formalizado no PERDCOMP possui o efeito de extinção dos débitos fiscais ali indicados, desde o momento de sua apresentação, ficando, a partir daí, incumbido o sujeito ativo de, no prazo de cinco anos, homologar ou não o ato compensatório praticado, findo o qual, se não efetivada qualquer apreciação, a referida compensação se resolve pelo evento da sua homologação tácita. Assim, é certo que as informações prestadas no PERDCOMP situamse na esfera de responsabilidade do próprio contribuinte, e que a este cabe demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. No caso em exame a contribuinte informa em PerDcomp (retificadora: 24132.75490.181110.1.6.03.6104), apresentada em 29/10/2010 (antes do Despacho Decisório), os seguintes valores: Soma das retenções (CSLL).............R$ 7.541.040,44 Valor imposto pago no exterior.......R$35.206.285,76 =Total pagamentos...........................R$42.747.326,20 Informa na DIPJ/2009, ano calendário 2008, o valor da CSLL apurada e devida de R$ 55.862.994,24. A diferença encontrada no valor de R$ 13.115.668,04 (=R$ 55.862.994,24R$ 42.747.326,20) abatendose o valor pago em DARF (após a cassação da medida judicial) no valor de R$ 20.656.708,48 chegase exatamente ao valor declarado como saldo negativo da CSLL (R$ 7.541.040,44 o qual referese à soma da retenções). Portanto, assiste razão à recorrente quanto ao valor pleiteado do Saldo Negativo da CSLL do ano calendário de 2008 de R$ 7.541.040,44, e não reconhecido pela decisão recorrida, pois, entendo, que os documentos anexados aos autos confirmam o recolhimento da parcela via DARF (veja o comprovante de arrecadação), bem como os comprovantes dos pagamentos no exterior carreados aos autos e declarados em DIPJ e PerDcomp. Da mesma forma, encontramse nos autos os informes de rendimentos das pessoas jurídicas que retiveram na fonte a CSLL pleiteada como saldo negativo. De sorte que o total dos pagamentos da CSLL no ano de 2008 é de fato R$ 63.404.034,68 (R$ 42.747.326,20 acima demonstrado, acrescido dos R$ 20.656.708,48), valor total a ser levado para o confronto com a CSLL devida no mesmo período de R$.55.862.994,24. Pelo exposto, dou provimento ao recurso voluntário. Fl. 1017DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 8 É como voto. Documento assinado digitalmente. Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 1018DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 07/ 10/2014 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES
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