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Numero do processo: 13558.000113/2005-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004
AJUSTE ANUAL. ANO-CALENDÁRIO 1999. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA A Câmara Superior de Recursos Fiscais uniformizou jurisprudência no sentido de que, a partir da Lei n° 8.383/91, o IRPJ sujeita-se a lançamento por homologação. Assim, sendo, o prazo para efeito da decadência é de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador.
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. ANO-CALENDÁRIO 2000. CONCOMITÂNCIA. Encerrado o período de apuração do tributo, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo efetivamente devido, apurado na ação fiscal com base no lucro real. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de oficio, por falta de recolhimento de tributo por estimativa, sob pena de dupla incidência de multa de oficio sobre uma mesma infração.
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. ANOS-CALENDÁRIO 2001 a 2004. Optando pela apuração anual dos lucros, fica a pessoa jurídica obrigada a recolher estimativas mensais e, se não o faz, sujeita-se a multa isolada, mesmo que já encerrado o ano-calendário correspondente.
Numero da decisão: 1101-001.199
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ACOLHER e PROVER os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra.
Nome do relator: EDELI PEREIRA BESSA
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OBSCURIDADE. Confirmado o descompasso entre o resultado do julgamento e a exposição contida na ementa e no voto condutor do julgado, o conteúdo deve ser ajustado para refletir a decisão do Colegiado, reformulandose integralmente a ementa nos termos seguintes. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 AJUSTE ANUAL. ANOCALENDÁRIO 1999. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA A Câmara Superior de Recursos Fiscais uniformizou jurisprudência no sentido de que, a partir da Lei n° 8.383/91, o IRPJ sujeita se a lançamento por homologação. Assim, sendo, o prazo para efeito da decadência é de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. ANOCALENDÁRIO 2000. CONCOMITÂNCIA. Encerrado o período de apuração do tributo, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo efetivamente devido, apurado na ação fiscal com base no lucro real. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de oficio, por falta de recolhimento de tributo por estimativa, sob pena de dupla incidência de multa de oficio sobre uma mesma infração. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. ANOSCALENDÁRIO 2001 a 2004. Optando pela apuração anual dos lucros, fica a pessoa jurídica obrigada a recolher estimativas mensais e, se não o faz, sujeitase a multa isolada, mesmo que já encerrado o ano calendário correspondente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 55 8. 00 01 13 /2 00 5- 73 Fl. 698DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ACOLHER e PROVER os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra. Fl. 699DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 4 3 Relatório Na sessão plenária de 09 de março de 2010 foi julgado o recurso voluntário interposto nestes autos. A decisão está formalizada no Acórdão nº 110100.256, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 IRPJ — AUTO DE INFRAÇÃO — BASE DE CÁLCULO — ESTIMATIVAS MENSAIS — INSUFICIÊNCIA — IMPOSSIBILIDADE — Encerrado o ano calendário, é defeso à Fiscalização formalizar exigência de crédito que corresponda a diferença de imposto de renda e contribuição social recolhidos com insuficiência, quando feita opção para pagamento por estimativa. Ocorrida a hipótese de incidência do tributo, o lançamento tributário deve contemplar a diferença do tributo efetivamente devido por ocasião do encerramento do período base e o valor apurado segundo a declaração de ajuste anual. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. ANOS CALENDÁRIO 2001 a 2004. Optando pela apuração anual dos lucros, fica a pessoa jurídica obrigada a recolher estimativas mensais e, se não o faz, sujeitase a multa isolada, mesmo que já encerrado o anocalendário correspondente. Cientificada em 11/01/2011 (fl. 457), a Procuradoria da Fazenda Nacional opôs, tempestivamente, embargos em 17/01/2011 (fls. 458/466), nos quais aponta os seguintes vícios no julgado: · O primeiro excerto da ementa não espelha o conteúdo do julgado, mas sim o entendimento vencido do Conselheiro Relator; e · A ementa não contempla qualquer referência à decadência ou exclusão da multa isolada por concomitância no anocalendário 2000, embora estas matérias tenham sido deliberadas pelo Colegiado. A exigência veiculada nestes autos referese a falta de recolhimento de IRPJ devido nos ajustes anuais de 1999 e 2000, além de falta de recolhimento de estimativas nos anoscalendário 2000 a 2004, estas submetidas à aplicação de multa isolada no percentual de 75%, reduzido a 50% na decisão de 1a instância. A ata da sessão de julgamento indica que assim deliberou o Colegiado: Recurso: 165752 – Processo: 13558.000113/200573 – Recorrente: BAHIA COMÉRCIO DE CACAU LTDA. – Recorrida: 1a. TURMA/DRJSALVADOR/BA – Matéria: IRPJ – Ex(s): 2000 a 2005. – Decisão: Por unanimidade de votos, DERAM provimento ao recurso, para acolher a decadência no ano de 1999, suscitada de ofício pelo relator. No mérito: i) Por maioria de votos, DERAM provimento PARCIAL ao recurso para excluir a multa isolada por concomitância no ano Fl. 700DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 5 4 calendário de 2000. Vencidos os Conselheiros Edeli Pereira Bessa e Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro. A Conselheira Edeli Pereira Bessa fará declaração de voto, e ii) Em relação às demais exigências, a partir de 2001, por maioria de votos, NEGARAM provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho e José Ricardo da Silva (Relator). Designada para redigir o voto vencedor, quanto à multa isolada, a Conselheira Edeli Pereira Bessa. Acompanhou o julgamento o patrono da recorrente, Dr. Cleber Renato de Oliveira, inscrito na OAB/SP sob o nº. 250115. – Acórdão nº. 110100.256. Por meio do Despacho nº 110000.283 os embargos foram admitidos porque constatado que, de fato, na formalização do voto, o Conselheiro Relator deixou de consignar as razões para declarar, de ofício, a decadência das exigências pertinentes ao anocalendário 1999. Quanto à contradição entre a primeira parte da ementa e a deliberação do Colegiado acerca da multa isolada exigida no anocalendário 2000, observouse que o Conselheiro Relator manteve no voto condutor do julgado seu entendimento inicialmente apresentado, e que se prestava à exclusão da exigência em todos os períodos de apuração. Não foi feita, portanto, a necessária adequação ao aspecto que, para a maioria do Colegiado, foi determinante para dar provimento ao recurso voluntário apenas em relação à exigência do anocalendário 2000 (fls. 696). Fl. 701DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 6 5 Voto Conselheira EDELI PEREIRA BESSA Iniciase pela omissão apontada pela embargante acerca das razões para declarar, de ofício, a decadência das exigências referentes ao anocalendário 1999. Neste período, foi lançada parcela de IRPJ devido no ajuste anual e não recolhido ou declarado, no valor principal de R$ 5.671,55. A ciência do lançamento ocorreu em 15/02/2005. À época do julgamento o Regimento Interno do CARF ainda não havia sido alterado pela Portaria MF nº 586/2010 determinando a observância das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Em tais circunstâncias, o Conselheiro Relator José Ricardo da Silva sempre se manifestou em favor da contagem do prazo decadencial na forma do art. 150, §4o do CTN, com fundamentos semelhantes ao que expôs no voto condutor do Acórdão nº 110100.251: Esta Câmara já firmou jurisprudência no sentido de que nos casos de lançamento por homologação, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial é o primeiro dia após a ocorrência do fato gerador. Entre outros julgados, transcrevo a ementa do Acórdão n° 10193.783, de 21 de março de 2002, com a seguinte redação: PRELIMINAR DE DECADÊNCIA A Câmara Superior de Recursos Fiscais uniformizou jurisprudência no sentido de que, a partir da Lei n° 8.383/91, o IRPJ sujeitase a lançamento por homologação. Assim, sendo, o prazo para efeito da decadência é de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. Recurso provido. Devese ressaltar que a jurisprudência deste Colegiado é pacifica no sentido de que a aplicação do § 4° do art. 150 do CTN pressupõe o lançamento por homologação. Assim, sendo o lançamento de IRPJ por homologação, o prazo decadencial é de cinco anos a partir da ocorrência do fato gerador. Estas as razões, portanto, para concluir que em 15/02/2005 já havia sido ultrapassado o prazo de 5 (cinco) anos contados a partir da ocorrência do fato gerador da exigência cancelada (31/12/1999). Assim, com referência à omissão das razões de decidir relativamente à exoneração do crédito tributário referente ao anocalendário 1999, o presente voto é no sentido de ACOLHER e PROVER os embargos, mas sem efeitos infringentes, para integrar as razões acima expostas ao voto condutor do acórdão embargado, refletindoas também em sua ementa. A embargante aponta outras imprecisões nas razões e na ementa do julgado para exoneração parcial das multas isoladas aqui lançadas. Consoante expresso na ata de julgamento, os integrantes do Colegiado, por maioria de votos, DERAM provimento PARCIAL ao recurso para excluir a multa isolada por concomitância no ano calendário de 2000. Já em relação às demais exigências, a partir de 2001, por maioria de votos, NEGARAM provimento ao recurso. Fl. 702DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 7 6 O voto do Conselheiro Relator José Ricardo da Silva, vencedor na parte referente à exoneração da multa isolada exigida no anocalendário 2000, assim expôs: Como visto do relato, tratase de lançamento de oficio formalizado em decorrência do recolhimento a menor do IRPJ, conforme quadros demonstrativos de Apuração de Débito constantes as fls. 145, 150 a 154. Porém, de um exame mais detalhado da planilha intitulada "Apuração de Debito", de fls. 145, constatase que a autoridade autuante tomou como ponto de partida para a apuração da base de cálculo dos tributos devidos os valores que serviriam para a apuração do recolhimento por estimativa, ou seja, as receitas mensais auferidas pela contribuinte. Com efeito, na citada planilha, constam os seguintes períodos como sendo a data do fato gerador — repitase que se referem as receitas auferidas pela pessoa jurídica —outubro e novembro de 2000; julho, agosto e outubro de 2001; outubro e novembro de 2002; junho a agosto de 2003; e junho a agosto de 2004, evidenciando assim, que o auto de infração teve como base de cálculo a receita bruta auferida pela contribuinte nos mencionados meses. Na verdade, o regime de estimativa constituise em mera antecipação de tributo eventualmente devido quando da apuração de sua efetiva base ímponivel, sob o lucro real, como é o caso da interessada. Pode ocorrer que durante o ano calendário o contribuinte deixe de efetuar pagamentos ou o faça por um valor insuficiente. Se a falta ou insuficiência de pagamento for constatada no curso do anocalendário e o contribuinte não tiver incluído tais valores na DCTF do período correspondente, é cabível em procedimento de oficio o lançamento do tributo acrescido da multa de oficio (art. 97, parágrafo único da Lei n° 8.981/1995). No entanto, após o encerramento do anocalendário, não faz sentido exigir o tributo que deixou de ser recolhido com base na estimativa, pois já é sabido o valor efetivamente devido, que, inclusive, pode não existir, caso seja apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a CSLL. Ocorre que, encerrado o anocalendário, a contribuinte elaborou balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, bem como a demonstração do lucro real, base de cálculo do imposto de renda devido referente aos anos calendário auditados. E, com base nas referidas demonstrações financeiras a contribuinte apresentou as suas declarações de rendimentos, bem antes de qualquer ação fiscal, declarações estas que representam o citado encontro de contas entre o fisco e o sujeito passivo da obrigação tributária. Ocasião em que não restou evidenciada a ocorrência do fato gerador. Ora, o recolhimento mensal por estimativa se reveste, na hipótese, de uma característica de provisoriedade, onde encerrado o anocalendário é calculado o Montante do tributo efetivamente devido, podendo resultar, na declaração de ajuste, recolhimento a maior, por estimativa, no curso do anocalendário, caso em que a contribuinte tem direito à restituição ou compensação, ou ainda uma diferença de tributo a ser recolhido ou, ainda, o empate das contas. O certo é que, no presente caso, a contribuinte, embora não tivesse recolhido as estimativas, uma vez concluído o período anual de incidência do imposto e entregue a Declaração de Rendimentos, restando, portanto, encerrado o ciclo provisório, mediante a definição das bases de cálculo declaradas pela contribuinte. Além disso, consta dos autos que a contribuinte ingressou no PAES, tendo incluído no parcelamento valores devidos nos anoscalendário fiscalizados. Fl. 703DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 8 7 Estes fatos evidenciam que o regime de recolhimento mensal por estimativa tem, na sua gênese, um entendimento de previsibilidade de que o montante do tributo devido no curso do anocalendário, quando a contribuinte opta pela apuração anual do lucro real, ao final do anocalendário deveria corresponder ao montante do tributo devido no período, em tese, ou em valor bastante aproximado ao efetivamente devido que viesse a ser apurado, pouco mais, pouco menos, tendo em vista ser quantificado a partir da aplicação de determinado percentual sobre a receita bruta mensal, porém não contempla os efeitos de fatores adversos não previstos ou previstos inadequadamente, excetuada a possibilidade dos balanços ou balancetes de suspensão, ainda assim, sujeitandose o resultado do exercício As imprevisibilidades possíveis de ocorrer no curso do anocalendário, a evidenciar a necessidade de um "ajuste fino" no referido regime de recolhimento mensal. Pelo exposto, concluise que o lançamento, da forma como foi constituído, não pode prosperar, pois o auto de infração foi lavrado com base inócua, ou seja, a autoridade fiscal tornou como base de cálculo os valores que seriam devidos a titulo de estimativa, tendo deduzido os valores declarados e efetivamente recolhidos pela contribuinte. Tudo isso, após o encerramento dos períodos base em questão. Ressaltese, por oportuno, que a contribuinte já havia apurado a base de cálculo em cada um dos períodosbase e entregue as DIPJs nas datas estabelecidas. Assim, não é cabível a manutenção do tributo em questão, tampouco da multa isolada, visto que a base de cálculo utilizada não tem qualquer fundamento legal. De fato, o Conselheiro Relator José Ricardo da Silva manteve em seu voto as mesmas razões originalmente apresentadas para cancelamento integral das multas isoladas exigidas nestes autos, sem promover a necessária adequação em razão do entendimento predominante de que não subsistiriam, apenas, as multas isoladas exigidas concomitantemente com o ajuste anual de 2000. Colhese do voto condutor do Acórdão nº 110100.136, também de lavra do Conselheiro José Ricardo da Silva, sua oposição à exigência de multa isolada cumulada com a multa de ofício aplicada sobre o ajuste anual do mesmo período: O artigo 44 da Lei n° 9.430/96, ao especificar as multas aplicáveis nos casos de lançamento de oficio, no seu inciso IV, do § 1o, prevê a cobrança da referida multa, isoladamente, no caso em que o contribuinte deixa de efetuar os recolhimentos por estimativa, quando apurado prejuízo real no anocalendário correspondente ou quando o imposto já tiver sido recolhido. Ainda, a legislação autoriza a cobrança de tal multa, isoladamente, quando em procedimento fiscal verificarse a falta do recolhimento da estimativa e quando não houver imposto a ser cobrado pelo fato da contribuinte ter apurado prejuízo fiscal ou base de calculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido. Admitir a aplicação da multa de oficio cumulativamente com a multa isolada, pela falta de recolhimento da estimativa sobre os valores apurados em procedimento fiscal, significaria admitir que, sobre imposto apurado de oficio, se aplicassem duas punições, atingindo valores idênticos ou superiores ao das penalidades cominadas para faltas qualificadas. Tal penalidade seria desproporcional ao proveito obtido com a falta. Além do mais, transpondo para o Direito Tributário, tendo em vista as disposições do artigo 112 do CTN, haja vista a sua semelhança com o Direito Penal em relação aos bens de interesse público protegidos por ambos, as disposições do artigo 70 do Código Penal, concluise que, quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicaselhe a mais grave das penas Fl. 704DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 9 8 cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. A legislação tributária nem mesmo permite a aplicação concomitante da multa de mora com a multa de oficio que é muito menos onerosa. Por decorrência, deve ser cancelada a multa por falta de recolhimento do imposto por estimativa ou por balanço de suspensão/redução. Esta matéria já tem jurisprudência formada no Primeiro Conselho de Contribuintes e com decisão favorável ao sujeito passivo e entre outros acórdão, podem ser transcritas as seguintes ementas: "MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de oficio, por falta de recolhimento de imposto por estimativa em ajustes efetuados pela fiscalização, com a glosa de adições/exclusões ao lucro liquido na determinação do lucro real, sob pena de dupla incidência de multa de oficio sobre o mesmo fato apurado em procedimento de oficio." (Acórdão n° 101 93.939, de 17/09/2002) "PENALIDADE. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO (ISOLADA). FALTA DE RECOLHIMENTO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de oficio, por falta de recolhimento de imposto por estimativa em de ajustes efetuados pela fiscalização, com a glosa de custos/despesas operacionais e adições e exclusões ao lucro liquido na determinação do lucro real, sob pena de dupla incidência de multa de oficio sobre uma mesma infração." (Acórdão no 10193.692, de 05/12/2001) "PENALIDADE. FALTA DE RECOLHIMENTO DA CSLL SOB BASE ESTIMADA. Incabível a aplicação concomitante da multa de lançamento de oficio e da multa isolada por falta de recolhimento da estimativa calculada sobre os mesmos valores apurados em procedimento fiscal." (Acórdão n°10320.475, de 07/12/2000) "IRPJ RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA — MULTA ISOLADA Encerrado o período de apuração do imposto de renda, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter sua eficácia, uma vez que prevalece a exigência do imposto efetivamente devido apurado, com base no lucro real, em declaração de rendimentos apresentada tempestivamente, revelandose improcedente e cominação de multa sobre eventuais diferenças se o imposto recolhido superou, largamente, o efetivamente devido. Recurso provido." (Acórdão no 10320.572, de 19/04/2001)." "MULTA ISOLADA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO —CABIMENTO A multa isolada de lançamento de oficio só tem cabimento na existência do seu pressuposto fundamental como seja a falta de recolhimento de imposto. Não enseja assim sua aplicação a pratica de qualquer i lícito, com ênfase para formal, que não denote inadimplência do sujeito passivo a qualquer obrigação principal. Recurso provido." (Acórdão n°10320.931, de 22/05/2002) "CSSL LUCRO REAL ANUAL. ESTIMATIVA MENSAL. FALTA DE RECOLHIMENTO. FISCALIZAÇÃO ANTES E APÓS A ENTREGA DA DIRPJ. MULTAS DE OFÍCIO ISOLADA E EM CONJUNTO SUBSISTÊNCIA PARCIAL DA TRIBUTAÇÃO. Não podem prosperar a incidência da multa de oficio isolada sobre os valores mensais estimados nãorecolhidos e a exigência de multa associada a parcela defluente da apuração anual, tendo em vista que aquela, por ser mera antecipação desta, esta aquela contém. Subsistirá a exigência da multa isolada quando a ação fiscal se der no curso do anocalendário, desde que indisponíveis as demonstrações financeiras, em toda a sua extensão e profundidade, do período investigado." (Acórdão n° 103 20.662, de 20/07/2001) "MULTA — Art. 44 da Lei no 9.430/96. A multa de oficio, lançada pela autoridade tributária, não pode ser calculada sobre valor superior ao montante da falta ou Fl. 705DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 10 9 insuficiência de recolhimento do imposto. Recurso provido." (Acórdão n° 105 12.986, de 09/11/1999) "PENALIDADE. MULTA ISOLADA LANÇAMENTO DE OFICIO FALTA DE RECOLHIMENTO PAGAMENTO POR ESTIMATIVA Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de oficio, por falta de recolhimento da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido devido por estimativa em ajustes efetuados pela fiscalização após o encerramento do ano calendário." (Acórdão n° 10707.047, de 19/03/2003) "MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO ISOLADA INAPLICABILIDADE No pagamento espontâneo de tributos, sob o manto, pois, do instituto da denúncia espontânea, não cabível a imposição de qualquer penalidade, sendo certo que a aplicação da multa de que trata a Lei 9.430/96 somente tem guarida no recolhimento de tributos feitos no período da graça de que trata o artigo 47 da Lei 9.430/96, sem a multa de procedimento espontâneo." (Acórdão n° 10706.591, de 17/04/2002) "PENALIDADE. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO (ISOLADA). FALTA DE RECOLHIMENTO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de oficio por falta de recolhimento de imposto por estimativa em ajustes efetuados pela fiscalização após o encerramento do ano calendário, com glosa de prejuízos compensados além do percentual permitido pela Lei no 8.891/95, arts. 42 e 58 na determinação do lucro real." (Acórdão n° 107 06.894, de 04/12/2002) No caso, tem razão a recorrente quando diz que a fiscalização pretende cobrar a multa de lançamento de oficio incidente sobre tributo lançado, também de oficio, concomitantemente com a multa de lançamento de oficio, isolada, sobre a insuficiência/falta calculada em decorrência da mesma infração. Desta forma, sou pelo provimento do recurso voluntário relativamente a multa isolada, lançada de oficio. Também a ementa do Acórdão nº 110100.136 prestase a melhor refletir o que decidido em relação à multa isolada exigida no anocalendário 2000: PENALIDADE. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO (ISOLADA). FALTA DE RECOLHIMENTO. PAGAMENTO POR ESTIMATIVA —Encerrado o período de apuração do tributo, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo efetivamente devido, apurado na ação fiscal com base no lucro real. Não comporta a cobrança de multa isolada em lançamento de oficio, por falta de recolhimento de tributo por estimativa, sob pena de dupla incidência de multa de oficio sobre uma mesma infração Por tais razões, com referência à obscuridade/contradição nas razões de decidir relativamente à exoneração da multa isolada exigida no ao anocalendário 2000, o presente voto é no sentido de ACOLHER e PROVER os embargos, mas sem efeitos infringentes, para integrar as razões acima expostas ao voto condutor do acórdão embargado, refletindoas também em sua ementa. Registrese, por fim, que na ementa do acórdão embargado está refletido o entendimento do Colegiado acerca das multas isoladas aplicadas a partir do anocalendário 2001, na linha do que exposto no voto vencedor de lavra desta Relatora: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário:2001, 2002, 2003, 2004 Fl. 706DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 13558.000113/200573 Acórdão n.º 1101001.199 S1C1T1 Fl. 11 10 MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. ANOS CALENDÁRIO 2001 a 2004. Optando pela apuração anual dos lucros, fica a pessoa jurídica obrigada a recolher estimativas mensais e, se não o faz, sujeitase a multa isolada, mesmo que já encerrado o anocalendário correspondente. É como voto. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Relatora Fl. 707DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 13811.001867/00-35
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI - AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. POSSIBILIDADE.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas de produtores. No ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, em que atos normativos infralegais obstaculizaram o creditamento por parte do sujeito passivo, é devida a atualização monetária, com base na Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento do crédito (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos).
RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE PROVIDO.
Numero da decisão: 9303-002.881
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial. Fez sustentação oral o Dr. Amador Outerelo Fernandez, OAB/DF nº 7.100, advogado do sujeito passivo.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas (Substituto convocado) e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente Substituto).
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Recorrente GRANOL INDÚSTRIA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO S/A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. POSSIBILIDADE. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas de produtores. No ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, em que atos normativos infralegais obstaculizaram o creditamento por parte do sujeito passivo, é devida a atualização monetária, com base na Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento do crédito (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos). RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE PROVIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial. Fez sustentação oral o Dr. Amador Outerelo Fernandez, OAB/DF nº 7.100, advogado do sujeito passivo. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente Substituto AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 18 67 /0 0- 35 Fl. 1972DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 28/08/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALA DAO 2 (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas (Substituto convocado) e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente Substituto). Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência tempestivo, interposto pelo contribuinte ao amparo do art. 64, II e 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 25 de junho de 2009, em face do Acórdão nº 20218.629 proferido pela Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, cuja ementa se transcreve a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS — IPI Período de apuração: 01/04/2000 a 30/06/2000 RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96. EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS NT. Não há direito aos créditos de IPI em relação ás aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Sumula nº 13 do Segundo Conselho de Contribuintes. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E DE COOPERATIVAS. Não se incluem na base de cálculo do incentivo os insumos que não sofreram a incidência da contribuição para o PIS e da Cofins na operação de fornecimento ao produtor exportador. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. NÃO CABIMENTO. A taxa Selic é imprestável como instrumento de correção monetária, não se justificando a sua adoção, por analogia, em processos de ressarcimento de créditos incentivados, por implicar concessão de um "plus" que não encontra previsão legal. Recurso negado. As controvérsias suscitadas se referem à inclusão na base de cálculo do crédito presumido de IPI previsto na Lei nº 9.363, de 1996, dos valores relativos às aquisições Fl. 1973DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 28/08/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALA DAO Processo nº 13811.001867/0035 Acórdão n.º 9303002.881 CSRFT3 Fl. 410 3 de insumos de pessoas físicas e de cooperativas e à incidência da taxa Selic sobre os ressarcimentos de créditos presumidos de IPI. É o relatório. Voto O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e deve ser admitido. Aquisições de pessoas físicas e cooperativas e atualização do ressarcimento pela selic. A matéria devolvida ao Colegiado, agora pelo contribuinte, cingese às questões da inclusão dos valores pertinentes às aquisições de pessoas físicas e cooperativas na base de cálculo do crédito presumido de IPI, e, também, a da aplicação da Selic sobre os créditos presumidos de IPI, a ressarcir. Esse tema tem sido objeto de acirrados debates no CARF, ora prevalecendo a posição contrária da Fazenda Nacional ora a dos contribuintes, dependendo da composição das Turmas de Julgamento. Todavia, com a alteração regimental, que acrescentou o art. 62A ao Regimento Interno do Carf, as decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos devem ser observados no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Assim, se a matéria foi julgada pelo STJ, em sede de recurso repetitivo, a decisão de lá deve ser adotada aqui, independentemente de convicções pessoais dos julgadores. Essa é justamente a hipótese dos autos, em que o STJ, em sede de recurso repetitivo versando sobre matéria idêntica à do recurso ora sob exame, decidiu1 que, O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. ......................................................................................................... Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo 1 AgRg no AgRg no REsp 1088292 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2008/02047717 Fl. 1974DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 28/08/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALA DAO 4 incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). ................................................................................................. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). Essa decisão foi proferida, justamente, em julgamento relativo a pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a lei 9.363/1996, em que atos normativos infralegais obstaculizaram a inclusão na base de cálculo do incentivo das compras realizadas junto a pessoas físicas e cooperativas. Com essas considerações, em que pese a minha discordância quanto ao tratamento da matéria pelo STJ, por força regimental, curvome a decisão do STJ, e passo a admitir a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas, e, sobre os créditos a ressarcir, a incidência da Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos). Diante de todo o exposto voto pelo provimento do Recurso Especial interposto pelo contribuinte. Rodrigo da Costa Possas Relator Fl. 1975DF CARF MF Impresso em 01/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 28/08/2 014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALA DAO
score : 1.0
Numero do processo: 10983.905057/2008-08
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS. INTIMAÇÃO FISCAL.
A autoridade da competente para decidir sobre a restituição pode condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA O PEDIDO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3403-003.219
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maoria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Ivan Allegretti.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Luiz Rogério Sawaya Batista - Relator
Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA
1.0 = *:*
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DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS. INTIMAÇÃO FISCAL. A autoridade da competente para decidir sobre a restituição pode condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA O PEDIDO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maoria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Ivan Allegretti. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 50 57 /2 00 8- 08 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 27/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 2 Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão que manteve Despacho Decisório eletrônico não homologando compensação constante não homologando de PER/DCOMP, cujo crédito tem origem, segundo a contribuinte, em retenções feitas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Segundo o Despacho denegatório o DARF não foi localizado nos sistemas da Receita Federal. O processo retornou a este Colegiado após a Resolução que determinou ao órgão de origem se pronunciar sobre a DCTF retificadora, informando, de modo conclusivo, sobre o seu acatamento e substituição da original ou não, e sobre a existência de pagamento a maior ou não. O pronunciamento do Serviço de Orientação e Análise Tributária da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Florianópolis SC foi no sentido de que não cabe qualquer revisão no Despacho Decisório que negou a compensação pleitada. Além disso, afirmou que o Recurso Voluntário sequer poderia ter sido conhecido, porquanto firmado por pessoa sem poderes de representação para tanto. Decidiu o CARF que diante do resultado da primeira diligência há necessidade de uma nova, desta feita para conceder à Recorrente o prazo de trinta dias para sanar a irregularidade na representação processual e, segundo, no mesmo prazo manifestarse, se quiser, sobre a diligência já realizada e a ora determinada. Antes da concessão do prazo acima mencionado, a unidade de origem deve adotar procedimentos semelhantes aos realizados nos processos nºs 10983.901218/200886 e 10983.901097/200872, investigando a fundo a existência de pagamento a maior ou não. Para tanto, deve buscar junto ao SIAFI os dados das retenções e, se necessário, solicitar à contribuinte os Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS fornecidos por órgãos públicos (incluindo autarquias e fundações da administração pública federal) a pessoas jurídicas fornecedoras de bens ou prestadoras de serviços, nos termos do art. 64 da Lei nº 9.430/96. A Recorrente possui inúmeros processos semelhantes ao presente, sendo em que alguns já restou sanada a representação processual e foram comprovadas, ao menos em parte, as retenções alegadas. Reforçase, assim, a necessidade de nova investigação. Assim, o julgamento foi convertido em nova diligência para que a unidade de origem: primeiro, verifique as retenções alegadas, seja por meio do sistema SIAFI, seja obtendo junto à contribuinte os Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS; Fl. 122DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 27/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10983.905057/200808 Acórdão n.º 3403003.219 S3C4T3 Fl. 6 3 segundo, emita parecer conclusivo sobre a compensação, respondendo: a) se restaram comprovadas tais retenções, discriminando os seus valores em caso positivo, e b) se houve ou não compensação com os montantes devidos, elaborando demonstrativo com os valores retidos, compensados e os saldos porventura disponíveis; e terceiro, intime o contribuinte a, em até trinta dias, sanar a falha na representação de seu Recurso Voluntário e, no mesmo prazo, se quiser, manifestarse sobre os resultados das duas diligências realizadas. A diligência retornou atestando retenção de R$ 13.715,75 (código 6147), realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina. E afirma a autoridade que o crédito não representaria natureza jurídica de pagamento indevido ou a maior. Afirma ainda que a Recorrente não se aproveitou do crédito, mas que não providenciou a retificação de sua Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais. É o Relatório. Voto O Recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. A única prova existente nos autos é a de que houve retenção na fonte código de arrecadação 6147, assim mesmo, com base em um extrato do sistema SIAFI, que nem mesmo é administrado pela RFB. Nem mesmo o DARF indicado no PER de fato existe, quedando patente que foi forjado pelo contribuinte com o objetivo de contornar as restrições – deliberada e criteriosamente – criadas nos sistemas PERDCOMP e SCC. E não se diga que o montante retido na fonte pela Universidade Federal de Santa Catarina é indevido e, portanto, passível de restituição. Enquanto antecipação do devido, conforme expressamente afirma o § 3° do art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996, os valores retidos são apenas o produto da multiplicação da alíquota de incidência pelo valor do pagamento. A retenção, assim procedida, jamais será passível de restituição. E é essa, justamente, a razão pela qual o SCC “trava” restituições de recolhimentos com o código 6147. A regra geral é a de que se deduzam os valores retidos do valor devido ao final apurado – excepcionada nos casos de tributação definitiva na fonte , não se podendo dizer, por conta disto, que os valores retidos sejam "pagamentos indevidos ou a maior"; só depois de sua confrontação com os valores devidos, e da constatação de que ainda restam créditos favoráveis ao sujeito passivo, é que se pode dizer, tecnicamente, que existem tais "pagamentos indevidos ou a maior". Antes disso não. Reitero: os valores retidos na fonte a título da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins com base no art. 64 da Lei nº 9.430, de 19961, não se tratam de créditos apurados passíveis de restituição ou ressarcimento. Eles 1 Art. 64. Os pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal a pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, estão sujeitos à incidência, na fonte, do imposto sobre a renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para seguridade social COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP. § 1° A obrigação pela retenção é do órgão ou entidade que efetuar o pagamento. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 27/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 4 ensejam tãosomente sua dedução de débitos da mesma contribuição, conforme o disposto nos §§ 3° e 4° do art. 64 da Lei nº 9.430, de 1996. Antes de qualquer pleito repetitório, a recorrente deveria ter levado os valores retidos na fonte à confrontação com os valores devidos relativos ao mesmo período de apuração, para só depois, em restando crédito favorável, veiculálo no PER. A recorrente descuidouse e deixou de incluir as retenções efetuadas pela UFSC na apuração da Contribuição. Que providência tomou? Escriturou em sua contabilidade as retenções na fonte, refazendo seus livros? Não há prova alguma disso. Aliás, se alega que somente percebeu a existência da retenção em 2004, é provável que o valor nem tenha sido registrado na contabilidade em 2002. Recuperou junto à fonte pagadora os comprovantes da retenção? Nada consta nesse sentido, pois como já dito, a única prova existente nos autos é um extrato do sistema SIAFI. Procedeu à nova apuração da contribuição, desta feita aproveitando a retenção na fonte para dedução do valor devido? Desafio o nobre relator a encontrar nos autos uma mísera linha de cálculos. Retificou a DIPJ e a DCTF respectivas? É verdade: a recorrente apresentou quatro DCTFs retificadoras em (em 23/11/2004, 07/10/2005, 23/04/2007, 09/05/2007) e uma DIPJ retificadora (em 29/03/2007), ainda após a transmissão da DComp (em 14/05/2004). Mas pasmem: em todas elas, o débito da Cofins teve sempre o mesmo valor: R$ 7.717.262,01. O contribuinte, até 13/12/2013, data de sua última manifestação no processo, não refez livros, ou efetuou qualquer correção nas DCTF ou DIPJ, tão somente transmitiu, no mesmo dia (14/05/2004), um amontoado de DComp2, visando a resolver, de uma tacada, o que foi feito incorretamente durante quatro anos, provavelmente contando com a histórica leniência do CARF, que na maior parte desses processos, acabou transferindo para a Administração – liberalidade injustificada – o ônus de proceder à apuração do direito creditório que já deveria ser líquido e certo no momento da transmissão da DComp, como se fosse dever do Fisco atuar como assessoria contábilfiscal de contribuintes desatentos. De acordo com a DCTF vigente, o valor do débito da Contribuição de novembro de 2002 é de R$ 7.717.262,01. Constam do sistema Sinal recolhimentos relativos a esse período de apuração nos valores de R$ 7.219.619,58 e R$ 497.642,43, perfazendo exatamente o valor apurado. Ante o exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário. § 2° O valor retido, correspondente a cada tributo ou contribuição, será levado a crédito da respectiva conta de receita da União. § 3° O valor do imposto e das contribuições sociais retido será considerado como antecipação do que for devido pelo contribuinte em relação ao mesmo imposto e às mesmas contribuições. § 4° O valor retido correspondente ao imposto de renda e a cada contribuição social somente poderá ser compensado com o que for devido em relação à mesma espécie de imposto ou contribuição. § 5° O imposto de renda a ser retido será determinado mediante a aplicação da alíquota de quinze por cento sobre o resultado da multiplicação do valor a ser pago pelo percentual de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, aplicável à espécie de receita correspondente ao tipo de bem fornecido ou de serviço prestado. § 6° O valor da contribuição social sobre o lucro líquido, a ser retido, será determinado mediante a aplicação da alíquota de um por cento, sobre o montante a ser pago. § 7° O valor da contribuição para a seguridade social COFINS, a ser retido, será determinado mediante a aplicação da alíquota respectiva sobre o montante a ser pago. § 8° O valor da contribuição para o PIS/PASEP, a ser retido, será determinado mediante a aplicação da alíquota respectiva sobre o montante a ser pago. 2 Em pesquisa rápida no sistema EProcesso, para o CNPJ 83.878.892/000155, constatei a existência de 77 (setenta e sete) processos tratando de pedidos de restituição. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 27/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10983.905057/200808 Acórdão n.º 3403003.219 S3C4T3 Fl. 7 5 É como voto. (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista Fl. 125DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 27/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA
score : 1.0
Numero do processo: 36994.000263/2007-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. LEI COMPLEMENTAR Nº 118/05. SÚMULA CARF Nº 91.
Após a edição da LC nº 118/05, o Plenário do E. STF decidiu no RE nº 561.908, através da sistemática da repercussão geral, que é de 5 anos o prazo prescricional para repetição de indébito tributário pleiteado após 09/06/2005, data de inicio de vigência da referida norma.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-004.315
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana de Souza Espíndola Reais, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. LEI COMPLEMENTAR Nº 118/05. SÚMULA CARF Nº 91. Após a edição da LC nº 118/05, o Plenário do E. STF decidiu no RE nº 561.908, através da sistemática da repercussão geral, que é de 5 anos o prazo prescricional para repetição de indébito tributário pleiteado após 09/06/2005, data de inicio de vigência da referida norma. Recurso Voluntário Negado.
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PRESCRIÇÃO Recorrente ESPÓLIO DE ROBERTO MARCOLINO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. LEI COMPLEMENTAR Nº 118/05. SÚMULA CARF Nº 91. Após a edição da LC nº 118/05, o Plenário do E. STF decidiu no RE nº 561.908, através da sistemática da repercussão geral, que é de 5 anos o prazo prescricional para repetição de indébito tributário pleiteado após 09/06/2005, data de inicio de vigência da referida norma. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 99 4. 00 02 63 /2 00 7- 03 Fl. 296DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Júlio César Vieira Gomes Presidente Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana de Souza Espíndola Reais, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 36994.000263/200703 Acórdão n.º 2402004.315 S2C4T2 Fl. 223 3 Relatório Tratase de pedido de restituição protocolado em 01/03/2007 (fls. 271/372) visando à restituição de contribuições recolhidas no período de 03/1999 a 03/2004 (fl. 360). Tal pedido está fundamentado no fato de que o Recorrente aposentouse em 16/06/1989, motivo pelo qual não poderia ter lhe sido descontados valores para a Previdência Social nos anos de 1998 a 2004, período em que foi vereador no município de Alfenas/MG. O pedido de restituição foi deferido pela SAORT/DRF/Varginha apenas em relação ao período de 02/2002 a 03/2004 (fls. 382/387), tendo em vista que o direito à restituição dos valores recolhidos no período de 03/1999 a 01/2002 estaria prescrito. Em 18/09/2009 foi apresentada manifestação de inconformidade visando a reforma da decisão, para que fosse assegurada a restituição de todos os valores requeridos no pedido de restituição. Tal recurso foi indeferido em 23/12/2009 pela DRJ Juiz de Foram/MG, sob o argumento de que “o direito de pleitear restituição de contribuição extinguese em cinco anos contados do dia seguinte ao do recolhimento ou pagamento indevido” (fls. 528/530) Intimada da decisão da DRJ em 04/02/2010 (fls. 532), apresentou recurso voluntário em 23/10/2010 (fls. 533/535), por meio de seu Espólio, requerendo a reforma da decisão de 1ª instância, sob o argumento de que o prazo prescricional para pleitear a restituição de valores indevidamente recolhidos à Previdência seria de 20 anos, conforme artigo 177 do Código Civil de 1916. Em 06/12/2012, o Recorrente protocolou requerimento argumentando que o prazo prescricional para pleitear a devolução ou compensação de indébito é de 10 anos, embasado em precedente do E. Tribunal Regional Federal da 5ª Região. É o relatório. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 4 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Em seu recurso, o Recorrente alega que o prazo prescricional para pleitear a restituição de valores indevidamente recolhidos à Previdência seria de 20 anos, conforme artigo 177 do Código Civil de 1916. Posteriormente, protocolou manifestação argumentando que o prazo prescricional para pleitear a devolução ou compensação de indébito tributário é de 10 anos, embasado em precedente do E. Tribunal Regional Federal da 5ª Região. No que se refere ao prazo prescricional para repetição de indébitos tributário após a edição da LC 118/05, o Plenário do E. STF decidiu no RE nº 561.908, através da sistemática da Repercussão Geral, que é de 5 anos o prazo prescricional para repetição de indébito tributário pleiteado após 09/06/2005, data de inicio de vigência da referida norma. Assim, o prazo prescricional de 10 anos para repetição de indébito tributário só é aplicável aos pedidos de restituição pleiteados antes de 09/06/2005. Este é o entendimento de Conselho de Contribuintes conforme se verifica no enunciado da Súmula CARF nº 91: “Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.” Assim, considerando que o pedido de restituição foi protocolado 01/03/2007, está prescrito o direito do Recorrente à restituição dos valores indevidamente recolhidos no período de 03/1999 a 01/2002. Diante do exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para NEGAR LHE PROVIMENTO, ante a prescrição do direito do Recorrente à restituição dos valores indevidamente recolhidos no período de 03/1999 a 01/2002 . É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES
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Numero do processo: 18471.002886/2003-04
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 23 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3302-000.244
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Fez sustentação oral o Dr. Donovan Mazza Lessa, OAB/RJ 121282.
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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Numero do processo: 10935.906450/2012-62
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 25/07/2011
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
Numero da decisão: 3802-002.748
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
O conselheiro Solon Sehn declarou-se impedido.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 25/07/2011 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 25/07/2011 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DO ICMS. DESCABIMENTO. Diante das regras vigentes, não é cabível pedido de restituição de COFINS que tenha por base a alegação de recolhimento a maior por inclusão do ICMS na base de cálculo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 25/07/2011 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito da repetição do indébito é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 64 50 /2 01 2- 62 Fl. 58DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim Presidente. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. O conselheiro Solon Sehn declarouse impedido. Relatório O contribuinte JUMBO ALIMENTOS LTDA. interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0642.898, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba/PR, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pelo sujeito passivo em sede de manifestação de inconformidade, rejeitandoa. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: “Trata o processo de Despacho Decisório emitido pela DRF Cascavel/PR, em 03/01/2013, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do Per/Dcomp nº 04529.58697.180612.1.2.040608, rastreamento nº 041907951, devido à inexistência de crédito pleiteado de R$ 23.026,69, uma vez que o pagamento de COFINS (Código 5856), do período de 30/06/2011, efetuado em 25/07/2011, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte do mesmo fato gerador. Cientificada da decisão em 18/01/2013, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da Cofins sem a exclusão do ICMS da base de cálculo. Diz que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998, não pode ser elastecido a ponto de abarcar o conceito de “ingresso”, por isso, o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições, por se tratar de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF tem entendido que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, solicita que os créditos sejam restituídos, acrescidos de juros de mora, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório.” Indeferida a manifestação de inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a improcedência do direito creditório na forma da ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 59DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906450/201262 Acórdão n.º 3802002.748 S3TE02 Fl. 122 3 Data do fato gerador: 25/07/2011 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PER/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/Pasep e à Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ de Curitiba, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS A Recorrente alega que possui direito de crédito amparada no fato de que incluiu, quando de sua apuração do PIS e da COFINS, o ICMS em sua base de cálculo; e que tal inclusão seria indevida, de modo que merece ser proporcionalmente restituída do montante decorrente desse procedimento. De início vale destacar que, ao invés de questionar a constitucionalidade da regra (o que levaria ao não conhecimento do presente Recurso), o contribuinte cerra sua discussão na extensão do conceito de faturamento – o que, na esteira da decisão proferida pelo STF no RE 346084, no qual se afastou a tributação sobre a receita bruta e se limitou ao Fl. 60DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e prestações de serviços. Desse modo, o recurso é passível de conhecimento. Além disso, por mais que esteja sujeita ao regime não cumulativo do PIS e da COFINS, por entender que o conceito de faturamento deve ser apenas um (pois, independente do regime de tributação, temse em verdade dois únicos tributos, PIS e COFINS), comungo com o pressuposto de que o conceito de faturamento adotado com relação à lei 9.718 deve ser o mesmo válido também para os regimes das leis 10.637/2002 e 10.833/2003. A Recorrente fundamenta seu pleito defendendo que o ICMS não seria receita própria do sujeito passivo, o que implicaria na seguinte situação: Para tanto, espelhase em doutrina e em julgados que entendem que o ICMS não se enquadra no conceito de faturamento, por não representar vantagem do sujeito passivo, mas apenas receitas de terceiros. A DRJ, todavia, não acolheu o entendimento da Recorrente, pelo singelo fato de que as normas vigentes – às quais o julgador administrativo está adstrito – impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Assim dispôs a decisão recorrida: “Pela manifestação de inconformidade apresentada, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência revisão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, já que esse valor, ainda que assim não entenda a interessada, é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário, consoante se depreende da leitura dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998: (...)” Entendo que a DRJ está correta em suas considerações, apesar de uma pequena impropriedade ao se referir à lei 9.718/98 – pois o direito creditório decorre de PIS e COFINS recolhidos pela sistemática não cumulativa. As normas de direito vigentes, às quais o CARF está vinculado, impõem a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Nesse sentido, vejase o que dispõem as leis 10.637/2002 e 10.833/2003, que em matéria de ICMS autorizam a dedução somente no caso de exportação: Lei 10.637/2002 “Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906450/201262 Acórdão n.º 3802002.748 S3TE02 Fl. 123 5 § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: VII decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Lei 10.833/2003 “Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: VI decorrentes de transferência onerosa a outros contribuintes do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. 25 da Lei Complementar no 87, de 13 de setembro de 1996.” Logo, do ponto de vista normativo a Recorrente já não merece acolhida em seu pleito, ao menos no âmbito administrativo. E nem se diga que o conceito simples de faturamento, indicado no parágrafo 2o do artigo 1o das leis 10.637/2002 e10.833/2003, permitiria inferir que o ICMS incidente sobre as operações do próprio sujeito passivo, seria incompatível com a base de cálculo. Trata se de afastamento legal da base de cálculo, apenas para o caso excepcional do ICMS da exportação. E mesmo isso possui uma razão de ser, qual seja a desoneração das exportações. De todo modo, mesmo que se abstraia da letra fria das normas vigentes, ou se entenda que a dicção do inciso VI do § 3o do art. 1o das leis de regência da sistemática não cumulativa do PIS e da COFINS, entendo que não é cabível a exclusão do ICMS da base de cálculo dessas contribuições. E isso pela própria essência do ICMS. Desde que o STF entendeu, no RE 212209, que o ICMS compõe a própria base de cálculo, não restam dúvidas de que esse imposto integra o valor da operação. E não há, com a devida vênia a todos os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais trazidos pela Recorrente, condições de se decompor o valor da operação entre itens que integrariam sua receita, e outros (em especial, o ICMS) que implicariam receitas de terceiros. É o que se verifica, inclusive, do julgado do RE em tela, no qual o Ministro Marco Aurélio, relator, confrontou o Min. Nelson Jobim, redator para o Acórdão. Abaixo segue o questionamento e a resposta: Fl. 62DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Esse raciocínio foi acompanhado pelo STJ, o qual, nos Edcl no REsp no 1.413.129SP, firmou tal entendimento, conforme se verifica do aresto abaixo: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. FUNGIBILIDADE. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. CONTRADIÇÃO E AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. MATÉRIA EXCLUSIVAMENTE CONSTITUCIONAL. AFASTAMENTO. "Não procede ainda a afirmação de que a matéria de fundo é exclusivamente constitucional, pois o STJ conhece reiteradamente da questão e possui firme orientação de que a parcela relativa ao ICMS compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins (Súmulas 68 e 94/STJ). Precedentes atuais: AgRg no REsp 1.106.638/RO, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013; REsp 1.336.985/MS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 8/2/2013; AgRg no REsp 1.122.519/SC, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 11/12/2012" (AgRg no Ag 1301160/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/6/2013). A propósito, valhome do Acórdão proferido no RESP 8.541, o qual serviu como paradigma para as Súmulas 68 (que consagra a inclusão do antigo ICM na base de cálculo do PIS) e também 94 (que consagra a inclusão do ICMS na base de cálculo do antigo Finsocial) do STJ. Nele o Min. Ilmar Galvão, Relator, aponta as seguintes razões: Fl. 63DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906450/201262 Acórdão n.º 3802002.748 S3TE02 Fl. 124 7 Apesar de se referir ao antigo ICM, a discussão travada (assim como o raciocínio espelhado) remanesce atual, pelo que me valho dessas razões de decidir. Sem embargo, o fato de o ICMS ser tributo de repercussão jurídica não me parece promover diferenças relevantes para o deslinde da causa. A não cumulatividade é, ao fundo, uma sistemática de tributação, destinada a atender a um propósito particular de política econômica, com o fito de evitar a verticalização da cadeia produtiva. Assim leciona Alcides Jorge Costa em O ICM na Constituição e na Lei Complementar (Ed. Resenha Tributária, São Paulo, 1978). Entender que o ICMS, por ser de repercussão jurídica, não significa receita própria, implica conseqüências tão graves no âmbito daquele tributo, que é mesmo incogitável admitir isso para o PIS e a COFINS. Apenas à guisa de ilustração, trago outro exemplo, além da inclusão do ICMS na própria base de cálculo (que teria que ser revista, pois perderia sua Fl. 64DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 razão de ser), que a inadimplência teria reflexos diametralmente opostos no ICMS se ele fosse considerado receita de terceiros. Esses reflexos, que podem ser suscitados como marginais ao PIS e à COFINS, em verdade guardam íntima relação com essas contribuições. Basta ver que, se o contribuinte considera que o ICMS é receita de terceiros, teria que observar todos os reflexos contábeis decorrentes disso – inclusive lançando a parcela de ICMS do seu preço em conta contábil própria, de receita de terceiros. De um modo ou de outro, seja do ponto de vista legal, de finalidade das normas, ou mesmo contábil, as próprias raízes do ICMS impedem que ele seja considerado receita de terceiros. E isso, em sede de PIS e COFINS, não pode ser considerado distinto, sob pena de instabilidade e insegurança jurídica absoluta. Os conceitos devem ser trabalhados de maneira uniforme. Por isso mesmo, no que toca os fundamentos do seu pedido de restituição, nego provimento ao Recurso Voluntário. Da ausência de comprovação da materialidade do crédito Ultrapassada a questão acima, o exame da materialidade do crédito do sujeito passivo também não resiste a uma análise mais acurada. Apesar de o despacho decisório afirmar que o crédito argüido pelo sujeito passivo foi integralmente utilizado para pagamento de outros débitos, a Recorrente não demonstrou, por meio de documentos hábeis, que o montante pleiteado referese ao ICMS incluído de modo (a seu ver) indevido na base de cálculo do PIS e da COFINS. Isso se verificou na manifestação de inconformidade e também no presente Recurso Voluntário. Ora, o processo administrativo tributário em si é regido pelo princípio da verdade material, que busca, mais do que qualquer formalismo, a essência do que é levado a revisão administrativa. Assim é que, no que tange ao pedido de restituição, é de responsabilidade do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas (i) sua legitimidade e (ii) a materialidade do seu crédito, para os fins do art. 165 do CTN. Neste espeque, a Recorrente, mesmo instada a tanto pela DRJ, não acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que efetivamente o crédito pleiteado se refere à inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Reiterese aqui, que no rito do processo de análise de pedidos de restituição, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. Vale repisar que, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de compensação o contribuinte deve demonstrar as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Assim sendo, não há nos autos fundamentos que legitimem a restituição pleiteada pela Recorrente, de modo que deve ser negado provimento ao presente Recurso Voluntário, não se reconhecendo o crédito requerido. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906450/201262 Acórdão n.º 3802002.748 S3TE02 Fl. 125 9 Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 66DF CARF MF Impresso em 16/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 14/1 0/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10783.720053/2007-19
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Oct 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO.
O lançamento de ofício deve considerar, por expressa previsão legal, as informações constantes do Sistema de Preços de Terra, SIPT, referentes a levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios, que considerem a localização do imóvel, a capacidade potencial da terra e a dimensão do imóvel. Na ausência de tais informações, a utilização do VTN médio apurado a partir do universo de DITR apresentadas para determinado município e exercício, por não observar o critério da capacidade potencial da terra, não pode prevalecer.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2801-002.873
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para restabelecer o VTN declarado, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida que negava provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin
Presidente e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (02/10/2014), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Luiz Claudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: LUIZ CLAUDIO FARINA VENTRILHO
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ARBITRAMENTO. O lançamento de ofício deve considerar, por expressa previsão legal, as informações constantes do Sistema de Preços de Terra, SIPT, referentes a levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios, que considerem a localização do imóvel, a capacidade potencial da terra e a dimensão do imóvel. Na ausência de tais informações, a utilização do VTN médio apurado a partir do universo de DITR apresentadas para determinado município e exercício, por não observar o critério da capacidade potencial da terra, não pode prevalecer. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para restabelecer o VTN declarado, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida que negava provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (02/10/2014), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 00 53 /2 00 7- 19 Fl. 191DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 02/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10783.720053/200719 Acórdão n.º 2801002.873 S2TE01 Fl. 192 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 64/67, no qual é cobrado o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2005, relativo ao imóvel denominado "Fazenda Paraíso", localizado no município de Vila Velha ES, com área total de 2.063,1 ha, cadastrado na RFB sob o n° 0.677.5578, no valor de R$ 46.534,94 (quarenta e seis mil quinhentos e trinta e quatro reais e noventa e quatro centavos), acrescido de multa de lançamento de oficio e de juros de mora, calculados até 31/10/2007, perfazendo um crédito tributário total de R$ 94.479,88 (noventa e quatro mil quatrocentos e setenta e nove reais e oitenta e oito centavos). 2. 0 Contribuinte foi intimado a apresentar comprovação do valor da terra nua declarado na DITR/2005, Termo de Intimação Fiscal n° 07201/00018/2007 — TIF fl. 01/02. 3. Atendendo ao TIF retro a contribuinte apresentou explicações e documentos, fls. 03/62. 4. No procedimento de análise e verificação das informações declaradas na DITR/2005 e dos documentos coletados no curso da ação fiscal, conforme Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido ITR, fl. 66, a fiscalização apurou a seguinte infração: a) subavaliação do Valor da Terra Nua VTN. 5. A alteração de VTN decorreu da não aceitação do Laudo apresentado uma vez que levou em consideração os valores de imóveis praticados no ano de 2007 quando a fiscalização refere se ao anocalendário 2004, exercício 2005, conforme Descrição dos Fatos, fl. 65. 6. 0 Auto de Infração foi postado nos correios tendo o contribuinte tomado ciência em 18/10/2007, conforme AR fl. 91. 7. Não concordando com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação em 14/11/2007, fls. 69/90, alegando, em síntese: I — que "a despeito da identificação do pressuposto de fato do ato, não foram indicados todos os pressupostos da autuação, pelo que se apresenta deficiente, maculado de nulidade de lançamento"; II — que "a fiscalização se utilizou, para fins de arbitramento do valor da terra nua, as informações consolidadas no Sistema de Fl. 192DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 02/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10783.720053/200719 Acórdão n.º 2801002.873 S2TE01 Fl. 193 3 preços de Terra — SIFT desta Receita Federal". E questiona: "Quais, no entanto, os valores utilizados? A fiscalização efetivamente observou os valores indicados para a regido da propriedade rural objeto da DITR? Ou ainda, os valores apontados pela fiscalização estão efetivamente consignados no referido sistema?"; III — que "ao contribuinte sequer é dado o direito de acesso as informações do SIFT, de uso exclusivo dos servidores da Receita Federal"; IV — que "a fiscalização também não anota qualquer motivo pelo qual considerou haver ocorrido a hipótese descrita no art. 14 da Lei 9.393/96, ou seja, não indicou se a autuação se deu em razão de suposta ausência de entrega de DL4C ou do DIAT, ou se simplesmente considerou haver subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, e muito menos o porquê "; V— transcreve ementas judiciais; VI — que "o Peticionário apresentou, sim, laudo de avaliação da propriedade rural. 0 que a fiscalização fez, em razão de apurar o períodobase de 2005, foi não tomálo por consideração, já que o laudo faz referencia a valores praticados em 2007"; que "se o fiscal buscava no laudo valores praticados no ano de 2003, não os tendo encontrado não poderia nunca arbitrar o valor praticado aquela época em cifras superiores as praticadas em 2007"; VII — que "Os engenheiros, em aditivo ao laudo de avaliação da Fazenda Paraíso, apresentaram de forma especifica 'os valores da terra nua por hectare da Fazenda Paraíso para os anos de 2002, 2003, 2004 e 2005, com base em documentos, informações de órgãos oficiais e outros levantamentos promovidos '". Passo adiante, a 1a Turma da DRJ/REC entendeu por bem julgar improcedente a impugnação, em decisão que restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 VALOR DA TERRA NUA. 0 Valor da Terra Nua VTN é o preço de mercado da terra nua apurado em 1o de janeiro do ano a que se referir a DITR. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado em 04/11/2009 (fl.113), o Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 01/12/2009 (fls.114/131), reiterando sua argumentação apresentada na impugnação. É o relatório. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 02/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10783.720053/200719 Acórdão n.º 2801002.873 S2TE01 Fl. 194 4 Voto Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho, Relator Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. Inexistem preliminares a serem analisadas. A questão objeto do presente recurso voluntário, cingese tão somente ao valor da terra nua referente ao imóvel denominado de “Fazenda Paraíso”, que segundo a Fiscalização estaria sub avaliada, tendo o contribuinte, ora recorrente, deixado de apresentar os devidos documentos comprobatórios da avaliação do VTN, o que justificou o lançamento com base no arbitramento pela Fiscalização de acordo “com os dados constantes do Sistema SIPT da RFB.” O contribuinte, em seu recurso, alega a nulidade do lançamento por cerceamento de seu direito de defesa. A possibilidade de nulidade está assim descrita no art. 59, II, do Decreto nº 70.235/72, in verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Como se vê o § 3º acima permite à autoridade julgadora não declarar a nulidade do ato quando puder decidir do mérito a favor do contribuinte. Assim se, no caso em apreço caso, o arbitramento do VTN for considerado improcedente, não é cabível a declaração de nulidade da decisão recorrida. Esse procedimento é aplicável a este caso, posto que, como será demonstrado a seguir, o lançamento relativo a essa matéria não deve prevalecer; razão pela qual deixo de apreciar as alegações de nulidade. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 02/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10783.720053/200719 Acórdão n.º 2801002.873 S2TE01 Fl. 195 5 Inicialmente, é importante trazer à colação o disposto na Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, art. 14, § 1º, in verbis: Lei nº 9.393/96 Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. § 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. Por sua vez, à época da edição da Lei nº 9.393, de 1996, a Lei nº 8.629, de 1993, art. 12, §1º, inciso II estabelecia: Lei nº 8.629/93 Art. 12. Considerase justa a indenização que permita ao desapropriado a reposição, em seu patrimônio, do valor do bem que perdeu por interesse social. § 1º A identificação do valor do bem a ser indenizado será feita, preferencialmente, com base nos seguintes referenciais técnicos e mercadológicos, entre outros usualmente empregados: I valor das benfeitorias úteis e necessárias, descontada a depreciação conforme o estado de conservação; II valor da terra nua, observados os seguintes aspectos: a) localização do imóvel; b) capacidade potencial da terra; c) dimensão do imóvel. § 2º Os dados referentes ao preço das benfeitorias e do hectare da terra nua a serem indenizados serão levantados junto às Prefeituras Municipais, órgãos estaduais encarregados de avaliação imobiliária, quando houver, Tabelionatos e Cartórios de Registro de Imóveis, e através de pesquisa de mercado. Registrese que a partir de 2001, a redação do art. 12 da Lei nº 8.629 passou a ser a seguinte: Lei nº 8.629/93 Art.12.Considerase justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e Fl. 195DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 02/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10783.720053/200719 Acórdão n.º 2801002.873 S2TE01 Fl. 196 6 acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos: (Redação dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) Ilocalização do imóvel; (Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) IIaptidão agrícola; (Incluído dada Medida Provisória nº 2.183 56, de 2001) IIIdimensão do imóvel; (Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) IVárea ocupada e ancianidade das posses; (Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) Vfuncionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias. (Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) §1oVerificado o preço atual de mercado da totalidade do imóvel, procederseá à dedução do valor das benfeitorias indenizáveis a serem pagas em dinheiro, obtendose o preço da terra a ser indenizado em TDA. (Redação dada Medida Provisória nº 2.183 56, de 2001) §2oIntegram o preço da terra as florestas naturais, matas nativas e qualquer outro tipo de vegetação natural, não podendo o preço apurado superar, em qualquer hipótese, o preço de mercado do imóvel. (Redação dada Medida Provisória nº 2.183 56, de 2001) §3oO Laudo de Avaliação será subscrito por Engenheiro Agrônomo com registro de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, respondendo o subscritor, civil, penal e administrativamente, pela super avaliação comprovada ou fraude na identificação das informações. (Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) Ante à legislação acima transcrita, depreendese que, nos casos de subavaliação do VTN, o lançamento de ofício deve considerar as informações constantes do Sistema de Preços de Terra, SIPT, referentes a levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios, que considerem a localização do imóvel, a capacidade potencial da terra e a dimensão do imóvel. Ocorre que, no caso em apreço, o VTN extraído do SIPT para o exercício em análise e o município de localização do imóvel não decorre de levantamentos efetuados pelas Secretarias de Agriculturas. Limitase ao VTN médio apurado a partir do universo de DITR apresentadas, haja vista a consulta reproduzida no extrato de fls. 63. Tal valor não permite a generalização no tocante ao critério da capacidade potencial da terra, não sendo apto a justificar o arbitramento. Portanto o lançamento é improcedente. Da leitura dos autos se verifica que o VTN utilizado para arbitramento pela RFB, é o constante do documento de fl. 63, datado de 15/10/2007, mencionando como VTN do ano de 2005, o valor de R$ 10.650,45 Fl. 196DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 02/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10783.720053/200719 Acórdão n.º 2801002.873 S2TE01 Fl. 197 7 Não pode ser tido por válido o arbitramento de valores com base em documento de lavra da RFB que toma por base o VTN médio apurado a partir do universo de DITR apresentadas, de forma genérica. Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por dar provimento ao recurso, para restabelecer o VTN declarado. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Redatora ad hoc, em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Fl. 197DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 02/10/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
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Numero do processo: 11516.003915/2008-49
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2006
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE.
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11).
CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA.
Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas.
Numero da decisão: 1803-002.352
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Cármen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos e Henrique Heiji Erbano.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2006 SALDO CREDOR DE CAIXA. RECONSTITUIÇÃO DA CONTA CAIXA. Na reconstituição da conta Caixa, para fins de apuração de saldo credor, devem ser ajustados todos os lançamentos em conta bancária favoráveis ou contrários ao sujeito passivo, e não apenas estes últimos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2006 MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL DE 75%. Correta a exigência da multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento), aplicada nos estritos termos da legislação pertinente (art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996), por se tratar, no caso, de procedimento de ofício, e não espontâneo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2006 PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF nº 11). CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA. Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 39 15 /2 00 8- 49 Fl. 459DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 460 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Cármen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Antônio Marcos Serravalle Santos e Henrique Heiji Erbano. Fl. 460DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 461 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 398 a 400 numeração digital ND): Trata o presente processo de impugnação a exigência de créditos tributários constituídos em autos de infração, – por meio dos quais a contribuinte é compelida a recolher à Fazenda Nacional a importância de R$ 51.208,60 a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, R$ 4.160,65 a título de PIS/Pasep, a importância de R$ 19.203,20 a título de Cofins, R$ 18.435,09 a título de CSLL, exações estas acrescidas de multa de ofício de 75% e juros moratórios devidos à época do pagamento. Estas exigências referemse a fatos geradores ocorridos nos trimestres findos em março, junho, setembro e dezembro dos anoscalendário de 2005, períodos em que a contribuinte apresentou declaração onde apurou resultados com base no lucro presumido. As irregularidades apontadas no lançamento de IRPJ – e, por decorrência, nas demais exações – estão descritas no Termo de Verificação e de Encerramento de Ação Fiscal, fls. 303 a 312, que é parte integrante dos autos de infração, que a seguir se expõe: Temse que a Fiscalização detectou a ocorrência da infração OMISSÃO DE RECEITAS caracterizada pelo surgimento de SALDO CREDOR DE CAIXA. Por outro lado, o saldo credor de caixa se deu em decorrência de: a) Cheques emitidos: A Autoridade Fiscal verificou que cheques de emissão da Fiscalizada, de elevados valores, eram sacados em espécie e outros liquidados por compensação bancária eram registrados como ingressados na conta CAIXA sem o correspondente registro de saída. Intimada a comprovar o ingresso destes valores na conta CAIXA, não obteve êxito neste intento a Fiscalizada, comprovando alguns poucos – notadamente cheques de emissão própria –, restando grande parte incomprovada. Estes valores foram suprimidos do caixa, uma vez que foram indevidamente contabilizados como suprimentos da conta caixa, o que laborou na formação do saldo credor desta conta, como se verá mais adiante no Voto. b) Devolução de empréstimos de sócios: Verificouse, ainda, na conta CAIXA o ingresso de recursos a título de devolução de empréstimo, que teriam sido promovidos por sócios da Fiscalizada. Intimada a comprovar a efetividade destas operações, a Contribuinte apresentou relação de cheques que comprovariam a referida devolução. Analisados os cheques e os extratos bancários, constatouse que tais cheques tiveram outro destino que não o retorno ao Caixa. Fl. 461DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 462 4 Diante destes fatos, a Fiscalização operou a recomposição do caixa, excluindo os valores que supostamente haviam entrado no caixa, como citado nos itens ‘a’ e ‘b’. O resultado desta operação aponta para o surgimento de saldos credores de caixa, que revelam a omissão de receita, tal como se vê no quadro abaixo: Estes valores – da última coluna – foram reconhecidos pela autoridade fiscal como a expressão da OMISSÃO DE RECEITA e, como tal, foram autuados na órbita do IRPJ e demais tributos reflexos. Notificada dos lançamentos, em 1662008, a interessada apresentou, tempestivamente, impugnações [IRPJ – reflexos e IRF (sic)] onde alega: Preliminarmente, aponta uso irregular do MPF–F, consistente na “demora de apuração”, registrando que tomou ciência do referido mandado em 5122007 e que deveria ser encerrado em 542008 ou, se prorrogado, deveria ter sido substituído o AFRFB que iniciara a fiscalização. Cita a Portaria SRF nº 1.265, de 22111999. Em razão da irregular prorrogação do MPF, na visão da Impugnante, restaria nulo todo o ato fiscal, recobrandose aí a espontaneidade e o surgimento do instituto da denúncia espontânea, permitindose o pagamento dos tributos sem a multa de ofício ou, no máximo, no seu dizer, com multa de mora de 20%. E nas questões de mérito: Contesta a recomposição do livro Caixa nos moldes em que foi operada, tendo sido excluídos valores não comprovados [cheques compensados] tidos como entrados no caixa e não incluídos os valores constantes dos cheques sacados para suprimento de caixa. Afirma ter contratado perito contábil que refez todo o caixa e que foi detectado – tãosomente em um mês – saldo credor de caixa, querendo, com isto, inquinar todo o trabalho fiscal. Pugna contra a aplicação da multa de ofício de 75%, afirmando que não houve omissão, não houve dolo ou falta de declaração e, sim, mero erro, o que torna inaceitável a imposição de multa neste patamar. Fl. 462DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 463 5 Alega ter créditos de COFINS e PIS/Pasep, oriundos de recolhimentos indevidos com base na Lei nº 9.718, de 1998, que foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Quer ver estes supostos créditos compensados com os débitos remanescentes deste feito fiscal. E ao final requer que: Seja cancelada toda a exigência fiscal ou, se restar débito a recolher, que a multa de ofício seja de 20%, e não 75%. Que seja considerada a possibilidade de compensação – utilizandose os créditos oriundos de pagamentos indevidos de COFINS e PIS/Pasep – na extinção de débitos remanescentes lançados nestes autos. Que seja autorizada perícia contábil, para provarse que existiam, no livro Caixa, extratos bancários e documentos com informações suficientes para se chegar a resultados bem diferentes a que chegou a autoridade fiscal. Por fim, combate a aplicação da taxa SELIC que entende indevida, nos termos de julgados do STJ. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 397 ND): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 SALDO CREDOR DE CAIXA. OMISSÃO DE RECEITAS. A apuração de saldo credor de caixa autoriza a presunção de omissão de receitas, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção. Saldo credor de caixa. Cheques Compensados. Os cheques liquidados por compensação bancária, por não constituírem ingresso efetivo de recursos, somente podem ser registrados a débito da conta Caixa se esta conta, na mesma data, registrar as saídas a que se destinaram os cheques emitidos. Não comprovadas as saídas, o caixa deve ser reconstituído e ajustado, tributandose, como omissão de receita, os eventuais saldos credores. MULTA DE OFÍCIO DE 75%. Legítima a aplicação da multa de ofício de 75%, cobrada juntamente a diferença de imposto apurada em procedimento de ofício, porquanto em conformidade com a legislação de regência. JUROS SELIC. Cobramse juros de mora com a aplicação da taxa SELIC por expressa determinação legal. LANÇAMENTOS DECORRENTES. PIS, Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – CSLL e COFINS. Tratandose da mesma matéria fática e não havendo questões de direito específicas a serem apreciadas, aplicase aos lançamentos decorrentes a decisão proferida no lançamento principal (IRPJ). PERÍCIA. PEDIDO NÃO FORMULADO E DESNECESSÁRIA. Fl. 463DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 464 6 Considerase não formulado o pedido de perícia efetuado sem preencher os requisitos obrigatórios, além de desnecessária, por se referir a lançamento fiscal que embasouse na falta de documentos comprobatórios de operações questionadas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido 3. Cientificada da referida decisão em 19/06/2013 (fls. 419 ND), a tempo, em 16/07/2013, apresenta a interessada Recurso de fls. 421 (ND) a 452 (ND), nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos (excetuadas as questões relativas ao MPF, à exigência da taxa de juros Selic e ao pedido de perícia) e aduzindo mais os seguintes: a) que, no presente caso, o procedimento fiscal teve início em 05/12/2007, e os autos de infração foram lavrados em 16/06/2008; b) que, desde o início da fiscalização até a data de apresentação do recurso, já transcorreram mais de 2.000 dias; c) que, se considerarmos apenas a data do lançamento, ainda assim o processo já dura mais de 5 (cinco) anos, ou seja, mais de 1.800 dias; d) que, em tais condições, este processo deve ser declarado nulo de pleno direito e, por decorrência, cancelados todos os lançamentos nele contidos; e) que, no mérito, a fiscalização adotou, no Termo de Verificação Fiscal, uma linha de argumentação que a levou à conclusão de que teria havido saldo credor de caixa; f) que, no entanto, essa conclusão não pode produzir efeitos jurídicos, pois que são falsas, tanto a metodologia quanto as premissas em que se apoiou a tese do “estouro” de caixa; g) que a impropriedade da metodologia utilizada pela fiscalização decorre do fato de que a fiscalização, mesmo sabendo da imprestabilidade do livro Caixa, por falhas gritantes de escrituração, apenas excluiu os valores dos cheques compensados, não incluindo aqueles que foram sacados para suprir o Caixa, conforme quadro constante do laudo juntado aos autos, expedido por perito contábil; h) que os saldos credores, encontrados pelo Fisco, deixarão de existir ou a sua manifestação tornase insignificante, quando se lança no Caixa esses cheques que, por falha dos funcionários encarregados dos registros, deixaram de ser escriturados; i) que, quando considerados esses lançamentos, as duas infrações apontadas pela fiscalização (cheques compensados e devolução de empréstimos dos sócios) deixam de existir; j) que, após a inserção dos lançamentos dos cheques antes referidos, a ocorrência de saldo credor se resume a um pequeno valor no mês de março de 2005; Fl. 464DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 465 7 k) que os valores dos cheques sacados na boca do caixa do banco devem ser considerados como recebimentos para suprimento de caixa; l) que, se a empresa tinha por costume fazer transitar pela conta Caixa toda a sua movimentação, inclusive bancária, não é justo acusála de omissão de receita só pelo fato de alguns cheques retirados da conta banco para o cumprimento de suas obrigações, por lapso dos funcionários, não terem sido lançados na conta Caixa; e m) que a perícia técnica anexada à impugnação demonstra que, efetivamente, não tem sustentação contábil ou jurídica a tributação que o Fisco impôs no ato fiscal. Em mesa para julgamento. Fl. 465DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 466 8 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Prescrição 4. Com relação à preliminar arguida pela Recorrente, de prescrição intercorrente no processo pelo fato de, desde o início da fiscalização até a data de apresentação do recurso, já terem transcorrido mais de 2.000 dias, e de, da data do lançamento, o processo já durar mais de 5 (cinco) anos, ou seja, mais de 1.800 dias , aplicase o contido na Súmula CARF nº 11, de seguinte teor: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Mérito 5. Com relação ao mérito, procede a insurgência da Recorrente, no que se refere à recomposição da conta Caixa. 6. É que, nessa reconstituição, para fins de apuração de saldo credor, devem ser ajustados todos os lançamentos em conta bancária favoráveis ou contrários ao sujeito passivo, e não apenas estes últimos, como procedeu a fiscalização. 7. Da singela comparação dos extratos bancários da empresa, de fls. 154 a 169 e 230 a 240 (incompletos, abrangendo apenas partes dos meses de janeiro a julho de 2005), com os lançamentos no Razão, de fls. 271 a 279, observase, claramente, que diversos lançamentos constantes daqueles extratos, com o histórico “cheque caixa” (ou seja, sacados na “boca do caixa”), não foram lançados neste (Razão). 8. Exemplificase com o início do mês de janeiro de 2005 (fls. 230 e 271, respectivamente): Fl. 466DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 467 9 9. Para alguns poucos com aquele histórico, que foram lançados no Razão, a própria fiscalização entendeu por excluir os respectivos valores do procedimento fiscal (fls. 230 e 296): Considerando que os cheques de nºs 716, 1019, 1021, 1109, 1147, 1149 foram sacados em espécie, a fiscalização aceitou os referidos valores como sendo suprimento de caixa. 10. Empregandose, pois, os mesmos “critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento” (art. 146 do Código Tributário Nacional – CTN Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966), temse que, também os valores correspondentes aos lançamentos em conta bancária com o histórico “cheque caixa”, e que não foram lançados no Razão, devem ser “aceitos como sendo suprimento de caixa”. 11. Para esse fim, acolho o Laudo de Exame da Conta Caixa, realizado por contador habilitado e juntado pela Recorrente, na parte relativa aos demonstrativos de fls. 361 e 362, os quais, de conformidade com verificação por amostragem procedida por este Relator, considera corretamente diversos daqueles lançamentos em conta bancária (“cheque caixa”) como sendo suprimentos de caixa (fls. 361): 12. É a seguinte a conclusão do referido Laudo (fls. 359): CONSIDERADOS os parâmetros acima expostos e a documentação examinada, concluo que nem a empresa nem o fisco possuem total razão. Não há diferença tão elevada entre recebimentos e pagamentos, conforme aponta o AFRF, e nem Fl. 467DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 468 10 está totalmente correto o livro caixa. Há pequena diferença em favor do fisco. Uma vez imputados os valores apontados na planilha em anexo, relativos a valores que foram sacados no banco para suprimento e não “compensados”, desconsiderados pelo fiscal, os denominados “estouros” de caixa continuará existindo num dos meses listados, num valor muitíssimo menor. A empresa pode, com base nas planilhas aqui anexadas, recompor totalmente o valor do ato fiscal e, como contador, devo sugerir que efetue o recolhimento do valor que apurar, porque reafirmo, não existem saldos negativos NO VALOR APONTADO PELO FISCO, mas a elaboração do caixa, embora bem organizada, deixou a desejar. 13. Nesse Laudo, temse a seguinte totalização de valores a serem considerados como compondo o saldo da conta Caixa, para fins de sua reconstituição (fls. 362): 14. Disso resulta a seguinte reconstituição do Caixa, procedida pela própria Recorrente, e confirmada por este Relator (fls. 340): Fl. 468DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11516.003915/200849 Acórdão n.º 1803002.352 S1TE03 Fl. 469 11 15. Como consequência, remanesce, da reconstituição da conta Caixa, apenas, a matéria tributável relativa ao mês de março de 2005, de R$ 13.311,98. Multa de ofício 16. Com relação à exigência da multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento), foi ela aplicada nos estritos termos da legislação pertinente (art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996), por se tratar, no caso, de procedimento de ofício, e não espontâneo. Créditos de Cofins e Pis/Pasep 17. No que se refere à alegação da Recorrente de que teria créditos de Cofins e de Pis/Pasep, oriundos de recolhimentos indevidos com base na Lei nº 9.718, de 1998, que foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a sua compensação deve ser procedida de conformidade com o disposto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, não sendo possível de ser efetuada, de ofício, por esta instância julgadora. Demais exigências 18. Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência daquele, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, para reduzir a matéria tributável relativa ao mês de março de 2005, de R$ 154.702,41 para R$ 13.311,98, cancelando as dos demais meses do anocalendário. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 469DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 10218.900140/2010-78
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
COMPENSAÇÃO DE ESTIMATIVAS.
O pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Inteligência da Súmula CARF nº 84.
Numero da decisão: 1801-002.080
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich - Presidente.
(assinado digitalmente)
Alexandre Fernandes Limiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Cristiane Silva Costa, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Fernando Daniel de Moura Fonseca e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO
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O pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Inteligência da Súmula CARF nº 84. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente. (assinado digitalmente) Alexandre Fernandes Limiro Relator. Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Cristiane Silva Costa, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Fernando Daniel de Moura Fonseca e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 8. 90 01 40 /2 01 0- 78 Fl. 171DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 10/1 0/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ANA DE BARROS FERNAND ES 2 Tratase de Declaração de Compensação formulada pela contribuinte no dia 26/11/2008 (fls. 32/36). O crédito adveio de pagamento indevido ou a maior no DARF relativo ao IRPJ (código de receita 2362), referente ao período de apuração de 30/11/2007 e arrecadação no dia 28/12/2007, no valor originário de R$ 261.661,32. O débito, por sua vez, alude ao IRPJ Demais PJ obrigadas ao lucro real/Estimativa mensal (código de receita 2362), referente ao período de apuração de Out./2008, cujo vencimento se dava no dia 28/11/2008, no valor de R$ 289.606,75. Em 06/09/2010 foi proferido o Despacho Decisório (fl. 10), onde restou consignado que “analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, foi constatada a improcedência do crédito informado no PER/DCOMP por tratarse de pagamento a titulo de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o lucro Liquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período”. Assim, não houve homologação da compensação declarada. O enquadramento legal e a fundamentação da decisão constam do referido Despacho. Inconformada, a contribuinte apresentou, em 20/10/2010, Manifestação de Inconformidade (efls. 01/09), a qual foi julgada improcedente pela DRJ (efls. 40/47), que manteve o Despacho Decisório impugnado. A DRJ, inicialmente, invocou os arts. 102, § 2° e 103A da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n° 45, de 08/12/2004, bem como o art. 8° desta Emenda, a fim de demonstrar que o entendimento do STJ invocado pela contribuinte em seu favor não vincula os órgãos administrativos. Outrossim, explicou pormenorizadamente a sistemática do recolhimento por estimativa das empresas optantes do lucro real, procurando demonstrar a impossibilidade de compensar crédito advindo do pagamento correspondente a estimativa mensal da CSLL e/ou IRPJ, uma vez que este “não pode ser considerado, a priori, como pagamento indevido ou a maior, mesmo quando haja apuração de prejuízo fiscal ao final do exercício (este sim passível de repetição).” Isso porque “a regra geral é no sentido de que o contribuinte leve os valores recolhidos a título de estimativa à composição do saldo do IRPJ/CSLL apurado em 31 de dezembro.” Assinalou ainda que “o art. 10 da IN SRF nº 460, de 18/10/2004, e o art. 10 da IN SRF nº 600, de 28/12/2005, enquanto vigentes, determinaram que o pagamento indevido ou a maior de imposto de renda ou de CSLL, a título de estimativa mensal, somente poderia ser utilizado na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período.” Portanto, “decorre da literalidade e absoluta clareza do texto normativo que ao sujeito passivo encontravase vedada qualquer outra utilização para os recolhimentos a maior efetuados a título de estimativa do IRPJ que não a dedução do imposto devido ao final do período de apuração ou para composição do saldo negativo do período.” Por fim, em relação à (im)possibilidade dos efeitos da Medida Provisória nº 449/2008 retroagirem, esclareceu que “a alteração introduzida pela MP referiuse à impossibilidade de o débito compensado ser de IRPJ/CSLL por estimativa, não fazendo qualquer menção ao crédito objeto da compensação, que já não era permitido, conforme explicitado acima, não havendo, portanto, afronta aos princípios da segurança jurídica e da irretroatividade da lei tributária.” Fl. 172DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 10/1 0/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ANA DE BARROS FERNAND ES Processo nº 10218.900140/201078 Acórdão n.º 1801002.080 S1TE01 Fl. 172 3 O aresto recorrido apresentou a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO COMPENSÁVEL. Considerase não homologada a declaração de compensação apresentada pelo sujeito passivo quando não reste comprovada a existência do crédito apontado como compensável. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 ENTENDIMENTO DOMINANTE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA. A autoridade julgadora administrativa não se encontra vinculada ao entendimento dos Tribunais Superiores pois não faz parte da legislação tributária de que fala o art. 96 do Código Tributário Nacional, desde que não se traduzam em súmula vinculante nos termos da Emenda Constitucional n° 45, DOU de 31/12/2004. Cientificada em 08/06/2012, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 06/07/2012 (fls. 51/67), onde se insurgiu com base nos seguintes argumentos: a) Argumentou que a decisão impugnada ignorou que “a Medida Provisória que introduziu o inciso IX no artigo 74, da citada Lei 9430/96, foi editada somente em 03 de dezembro de 2008, após os eventos da geração do crédito e da transmissão da Declaração de Compensação, que ocorreram, respectivamente em 12/2007 (do anexo) e 26/11/2008.” Com base nisso, questiona a aplicação retroativa do referido dispositivo, a qual seria vedada pelo art. 5º, XXXVI da Constituição Federal. b) Em relação ao disposto no art. 10 da IN SRF nº 600/05 ressaltou que a “restrição nela tratada diz respeito à tratativa de créditos ainda dentro do período base em que o crédito foi obtido, mas nada diz sobre a destinação do crédito após o encerramento do período base, não podendo, portanto, fundamentar o indeferimento de compensação feita para liquidar tributo ou contribuição devida após o encerramento do período base em que o crédito foi gerado.“ c) Apontou ilegalidade do acórdão recorrido em função deste inovar a fundamentação legal do Despacho Decisório através da citação de vários dispositivos que não constavam deste. d) Por fim, requer manifestação do órgão administrativo acerca de acórdão judicial proferido pelo TRF4, colacionado em sua peça, onde “prevaleceu entendimento no sentido de não serem aplicáveis as limitações à compensação relativas à valores recolhidos antes da lei limitadora.” Colacionou também ementa de acórdão proferido pelo TRF3, que “reconheceu que não faz sentido nenhum continuar aplicando o inciso IX do §3º do art. 74 da Lei 9430/96, que foi acrescentado pela MP 449/2008, posto que o referido dispositivo nem Fl. 173DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 10/1 0/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ANA DE BARROS FERNAND ES 4 existe mais no ordenamento jurídico brasileiro, revelando assim, a total incompatibilidade de sua aplicação no caso em comento.” Com fulcro nestes argumentos, a contribuinte requer a reforma ou a nulidade do acórdão recorrido, com o fim de se homologar a compensação e cancelar a cobrança decorrente de seu indeferimento. Voto Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro, Relator Presentes os pressupostos recursais, conheço do presente recurso. A questão de direito objeto do presente recurso encontrase pacificada neste Conselho Administrativo Tributário consoante expressa a Súmula de n° 84 (DOU de 1412 12). O enunciado da súmula diz que o pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Ocorre, todavia, que em respeito ao duplo grau, deve a unidade de jurisdição do contribuinte manifestarse sobre o mérito, qual seja, se o crédito declarado se mostra suficiente à extinção dos crédito tributário. Ante ao exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário determinandose a remessa dos autos à unidade de jurisdição da recorrente para a análise do mérito e, após, oportunizese ao contribuinte o direito de manifestação. (assinado digitalmente) Alexandre Fernandes Limiro Fl. 174DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 10/1 0/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 20/10/2014 por ANA DE BARROS FERNAND ES
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Numero do processo: 10530.720415/2004-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1201-000.128
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram a presente Resolução.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Carlos Mozart Barreto Vianna, Rafael Correia Fuso, André Almeida Blanco e Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram a presente Resolução. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto - Presidente (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Carlos Mozart Barreto Vianna, Rafael Correia Fuso, André Almeida Blanco e Luis Fabiano Alves Penteado.
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram a presente Resolução. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Carlos Mozart Barreto Vianna, Rafael Correia Fuso, André Almeida Blanco e Luis Fabiano Alves Penteado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 30 .7 20 41 5/ 20 04 -0 9 Fl. 443DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 09/10/2 014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10530.720415/200409 Resolução nº 1201000.128 S1C2T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Declaração de Compensação por meio da qual o Contribuinte pretende utilizar crédito relativo a saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2003, conforme apurado na DIPJ 2004, no montante de R$ 454.908,13, compensandoo com débito de COFINS relativo ao mês de fevereiro de 2004, no valor de R$ 470.147,55. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Feira de Santana, ao analisar as informações e os documentos apresentados pela interessada, deferiu parcialmente o pedido e concluiu que o crédito a compensar referente ao saldo negativo de IRPJ em 31/12/2003 seria de R$ 239.238,03 (duzentos e trinta e nove mil duzentos e trinta e oito reais e três centavos), conforme Despacho Decisório DRF/FSA n° 2.851/2007, de 08 de novembro de 2007. Nos termos do referido despacho decisório, o crédito do contribuinte, constante da Ficha 12A da DIPJ pode ser assim demonstrado: IR sobre o.Lucro Real à alíquota de 15 % R$ 9.498.371,50 () IRRF R$ 9.141,10 () Programa de Alimentação do Trabalhador R$ 0,00 () Isenção e redução do imposto R$ 9.498.371,50 () IR mensal pago por estimativa R$ 445.767,03 Imposto de Renda a pagar () R$ 454.908,13 O relatório da decisão recorrida ainda esclarece que: De acordo com o Despacho Decisório, as estimativas mensais (R$ 445.767,03) foram quitadas das seguintes formas: R$ 133.898,61 com a utilização de saldo negativo de anos anteriores (validada no processo 10530.000788/200371); R$ 55.876,81 por meio de pagamento (comprovado nos sistemas da RFB, fls. 150/151); R$ 265.132,71. com a utilização de IRRF retido sobre aplicações financeiras ao longo do ano de 2003. O Despacho Decisório prossegue afirmando que a Receita Financeira informada na DIPJ 2004, referente ao anocalendário 2003, Ficha 06 A, foi de R$ 247.313,03. A retenção de IRPJ sobre esta receita, calculada à alíquota de 20%, seria de no máximo R$ 49.462,61 (fl. 210). Tendo em vista que a dedução do imposto retido somente pode ser efetuada se as receitas correspondentes tiverem sido oferecidas à tributação, o saldo negativo do contribuinte foi recalculado, considerandose como retenção incidente sobre receitas financeiras apenas o montante de R$ 49.462,61, e não os R$ 265.132,71 utilizados pelo contribuinte. Desta forma, o saldo negativo reconhecido no despacho decisório foi de R$ 239.238,03 (fl. 211), ao invés dos R$ 454.908,13 solicitados pelo contribuinte. Fl. 444DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 09/10/2 014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10530.720415/200409 Resolução nº 1201000.128 S1C2T1 Fl. 4 3 Notificado do Despacho Decisório n° 2.851/2007 em 14/03/2008, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 26/03/2008, na qual, em síntese, argumenta que: 1. Na Ficha 06A da DIPJ são informadas receitas financeiras de renda fixa e outras receitas financeiras sobre as quais não incide imposto de renda na fonte. Na composição das receitas financeiras do ano de 2003, indicada na linha 24 da ficha 06A da DIPJ 2004, a empresa incorreu em variação monetária passiva no valor de R$ 1.642.964,1 3, o que reduziu o montante das Receitas Financeiras para R$ 247.313,03. 2. Se a empresa contabilizasse a variação negativa de R$ 1.642.964,13 como despesa financeira, o valor da receita financeira no ano calendário 2003 passaria a ser de R$ 1.890.277,16 (R$ 247.313,03 + R$ 1.642.964,13). Logo, toda a receita financeira teria sido integralmente oferecida à tributação. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador, na sessão de 21 de janeiro de 2010, julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade, para reconhecer o direito creditório de R$ 155.362,16. O voto vencedor reconheceu o direito a crédito em montante ligeiramente superior àquele que havia sido reconhecido pelo voto da Relatora, no valor de R$ 148.390,06. Reproduzimos, a seguir, a argumentação do voto vencedor: De acordo com a documentação que consta nos autos, especialmente o extrato da DIRF de fl. n° 165 e a cópia da DIPJ do anocalendário de 2003, "Ficha 53 —Demonstrativo do Imposto de Renda Retido na Fonte (LR, LP e LA)", de fl. n° 91, juntado pela DRF/FSA, o rendimento informado e o correspondente IRRF pleiteado na "PER/DCOMP" ora analisada tem uma única origem e é resultante da tributação das receitas financeiras oriundas de mútuos entre a Interessada e sua coligada/controlada — CIMAF CABOS S/A —, CNPJ n° 03.591.717/000143. A matéria foi examinada pela Fiscalização na diligência pedida, cujo relatório transcrevo, no pertinente: A contribuinte ainda apresentou Razão Analítico de sua conta contábil n° 420111001 Juros Recebidos Contrato de Mútuo e relatórios das contas 3502003 e 3502004 do seu sistema de contabilização. Portanto, as receitas dos contratos de mútuos foram contabilizadas na conta contábil n° 420144001 até setembro de 2003. A partir de outubro de 2003 estas receitas passaram a ser contabilizadas nas contas 3502003 e 3502004. Nelas há os lançamentos contábeis referentes às correções informadas nas planilhas do item 7 acima. Vale ressaltar que nos meses de março, abril, junho e dezembro de 2003 houve lançamento a débito nas contas contábeis, pois ocorreu expressiva variação negativa do dólar dos EUA (Anexo 03). (fl. 388) Quanto à contabilização e ao oferecimento à tributação dos valores informados nas planilhas de memória de cálculo dos mútuos, fornecidas pela contribuinte, podese verificar a contabilização mensal Fl. 445DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 09/10/2 014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10530.720415/200409 Resolução nº 1201000.128 S1C2T1 Fl. 5 4 no Razão Analítico da conta contábil (420144001 Juros Recebidos Contrato de Mútuo) nos meses de fevereiro a setembro de 2003, conforme páginas do Razão Analítico. Houve apresentação dos relatórios do sistema de contabilização para os meses de outubro a dezembro de 2003 (ANEXO 4). Obs.: destaquei. Isto posto, é lícito se inferir o oferecimento à tributação dos valores das receitas do mútuo relativamente, também, aos meses de outubro à dezembro de 2003, inclusive porque o saldo de R$ 247.313,03, informado da DIPJ do anocalendário de 2003, utilizado pela autoridade emitente do Despacho Decisório ora contestado para fins do cálculo do valor glosado, só é encontrado com a adição dos valores positivos e negativos compreendendo a movimentação de janeiro à dezembro de 2003 (fls. de n°s. 288 a 324, 330 a 33 e 347), observando se que os juros de mútuo foram contabilizados no valor de R$ 1.325.663,59, o que, de conformidade com o critério de proporcionalidade de 20% adotado no Despacho Decisório, resultaria no direito creditório original de R$ 265.132,72. Por outro lado, apesar de a Interessada ter informado em sua DIPJ, do anocalendário de 2003, o valor R$ 1.325.663,55 de Rendimentos e R$ 265.132,71 de IRRF, observase divergências entre as informações contidas nos documentos trazidos aos autos a título de prova ao alegado direito creditório, como segue: a) no Informe de Rendimentos expedido pela fonte pagadora dos rendimentos de "Aplicação Financeira de Renda Fixa", DIMAF CABOS S/A (fl. n° 228), apresentado pela Interessada juntamente com sua Manifestação de Inconformidade consta, relativamente ao ano calendário de 2003: rendimentos de "Aplicação Financeira de Renda Fixa" R$ 1.340.898,72 e, de IRRF R$ 265.132,71; b) as cópias dos DARF apresentados pela Interessada relativos aos recolhimentos efetuados pela sua controlada/coligada CIMAF CABOS S/A, CNPJ 03.591.717/000143, referente ao IRRF incidente sobre receitas financeiras, código "3426— Aplicações Financeiras de Renda Fixa — Pessoa Jurídica", compreendendo o período de apuração janeiro a dezembro de 2003 (01/02/2003 a 29/11/2003), representam o valor de R$ 229.411,64 (fls. de n°s. 366 a 381); c) no extrato da DIRF retificada apresentada pela mesma fonte pagadora do rendimentos — a sua coligada/controlada (DIMAF) —, consta ali declarado: R$ 1.024.121,80 de Rendimentos pagos e R$ 204.824,77 de IRRF (fl. n° 165). Por sua vez, a legislação determina que a fonte pagadora dos rendimentos, além do dever de reter e recolher o tributo incidente na fonte, tem, também, o dever de apresentar a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte — DIRF à Receita Federal do Brasil, sob pena de sujeitarse às diversas penalidades (arts. 7° e 9% da Lei n° 10.426, de 24 de abril de 2002), dentre as quais a cobrança da multa de 75% incidente sobre o imposto que deixou de ser retido ou recolhido. Fl. 446DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 09/10/2 014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10530.720415/200409 Resolução nº 1201000.128 S1C2T1 Fl. 6 5 Portanto, diante das apontadas inconsistências das informações prestadas pela fonte pagadora dos rendimentos das aplicações financeiras oferecidos à tributação, especialmente sobre o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte, quando ora ela informa na DIRF o valor de R$ 204.824,77, ora consta no Informe de Rendimentos o valor de R$ 265.132,71, e como as cópias dos DARF apresentados, revelam um recolhimento de R$ 229.411,64, o que, também, não significa que esse valor corresponde em sua totalidade àquele objeto de retenção, e, pela gravidade das consequências advindas de incorreções ou de omissões em informações prestadas pelas fontes pagadoras, tomo como correta a informação do IRRF prestada pela fonte pagadora na DIRF, ou seja, o valor de R$ 204.824,77. Consequentemente, tendo o Despacho Decisório reconhecido o valor de R$ 49.462,61, resta à Contribuinte um saldo de R$ 155.362,16 (R$ 204.824,77 R$ 49.462,61). (grifamos) Intimada da decisão em 12 de fevereiro de 2010, a interessada interpôs recurso voluntário, no qual, em síntese, busca demonstrar que as inconsistências apontadas no voto vencedor não ocorreram efetivamente. Para tanto, juntou novos documentos e provas, inclusive informes de rendimentos, DCTF do período, Razão Analítico e cópias de DARF e REDARF que comprovariam a conciliação das inconsistências observadas. Seus argumentos, quanto ao mérito, foram os seguintes: A fonte pagadora dos rendimentos CIMAF Cabos S/A, CNPJ 03.591.717/000143, reteve e recolheu o IRRF conforme informado no comprovante anual de rendimentos, conforme demonstrado no documento de n. 01 anexo "VINCULAÇÃO DO DARF AO RAZÃO ANALÍTICO E AO INFORME DE RENDIMENTO", cabendo à fonte pagadora retificar a DIRF conforme demonstrado do documento de n. 02 anexo "CONCILIAÇÃO ENTRE O INFORME DE RENDIMENTO E 0 EXTRATO DA DIRF RETIFICADORA DA CIMAF CABOS S/A". Na inconsistência apontada nas cópias dos DARF apresentados conforme letra "b" página 8 do Acórdão no montante de R$ 229.411,64, faltou apresentar 03 (três) DARF, e foi apresentado 01 (um) DARF indevidamente do anocalendário de 2002, conforme demonstrado no documento de n. 03 anexo "CONCILIAÇÃO DAS INCONSISTÊNCIAS APONTADAS NAS CÓPIAS DOS DARF APRESENTADOS NO PROCESSO CONF . ITEM "b" PÁGINA B DO ACÓRDÃO 15 22.173". Os autos foram remetidos ao CARF para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Roberto Caparroz de Almeida, Relator Fl. 447DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 09/10/2 014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10530.720415/200409 Resolução nº 1201000.128 S1C2T1 Fl. 7 6 O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos legais, razão pela qual dele conheço. A questão debatida nos autos se refere ao montante de crédito que efetivamente pode ser utilizado para compensação pela Recorrente. A decisão recorrida apontou inconsistências nos documentos apresentados, que foram rebatidas com a apresentação de novos documentos e demonstrativos, que acompanham o recurso interposto. Nesse sentido, em homenagem ao princípio da verdade material, entendo que os novos documentos e argumentos trazidos pela Recorrente devem ser analisados e cotejados com os sistemas da Receita Federal. Ante o exposto, CONHEÇO do Recurso e CONVERTO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a autoridade responsável pelo despacho decisório: a) Analise os documentos e demonstrativos apresentados pela Recorrente, verificando sua correspondência com as informações presentes nos sistemas informatizados da Receita Federal do Brasil; b) Elabore parecer conclusivo acerca dos documentos e informações fornecidos, notadamente quanto à pertinência dos créditos pleiteados, bem assim aponte os valores efetivamente passíveis de compensação, indicando, inclusive, se foram objeto de outras compensações; c) Após tais providências conceda à Recorrente prazo para a apresentação de manifestações. Posteriormente, os autos deverão retornar a este Conselho, para julgamento. É como voto. (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Relator Fl. 448DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por GILDA ALEIXO DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 09/10/2 014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por MARCELO CUBA NETTO
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