Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,066)
- Segunda Câmara (27,779)
- Primeira Câmara (25,079)
- Segunda Turma Ordinária d (16,754)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,782)
- Primeira Turma Ordinária (15,433)
- Segunda Turma Ordinária d (15,361)
- Primeira Turma Ordinária (15,286)
- Primeira Turma Ordinária (15,221)
- Segunda Turma Ordinária d (13,942)
- Primeira Turma Ordinária (12,790)
- Primeira Turma Ordinária (11,930)
- Segunda Turma Ordinária d (11,917)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,291)
- Terceira Câmara (63,950)
- Segunda Câmara (52,309)
- Primeira Câmara (17,004)
- 3ª SEÇÃO (15,782)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,687)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,159)
- Segunda Seção de Julgamen (110,024)
- Primeira Seção de Julgame (72,544)
- Primeiro Conselho de Cont (49,044)
- Segundo Conselho de Contr (48,765)
- Câmara Superior de Recurs (37,232)
- Terceiro Conselho de Cont (25,925)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,039)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,958)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,848)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,791)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,008)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,320)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,799)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,380)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,041)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,459)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,836)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,611)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (16,750)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,015)
Numero do processo: 10540.900456/2008-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 30/01/2004
LANÇAMENTO. AUDITORIA DAS INFORMAÇÕES EM DILIGÊNCIA FISCAL. DIVERGÊNCIA NA EXIGÊNCIA FISCAL.
Comprovado em diligência fiscal a necessidade de ajustes no lançamento, deve-se manter a exigência fiscal com os ajustes apurados na diligência.
Recurso Voluntário Parcialmente Provido
Numero da decisão: 3201-002.095
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201603
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 30/01/2004 LANÇAMENTO. AUDITORIA DAS INFORMAÇÕES EM DILIGÊNCIA FISCAL. DIVERGÊNCIA NA EXIGÊNCIA FISCAL. Comprovado em diligência fiscal a necessidade de ajustes no lançamento, deve-se manter a exigência fiscal com os ajustes apurados na diligência. Recurso Voluntário Parcialmente Provido
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10540.900456/2008-83
anomes_publicacao_s : 201604
conteudo_id_s : 5581405
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3201-002.095
nome_arquivo_s : Decisao_10540900456200883.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : WINDERLEY MORAIS PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10540900456200883_5581405.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. Winderley Morais Pereira - Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2016
id : 6348655
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:47:30 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048421914378240
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1678; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 509 1 508 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10540.900456/200883 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201002.095 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 15 de março de 2016 Matéria PIS/Pasep Recorrente DOCELAR SUPERMERCADOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/01/2004 LANÇAMENTO. AUDITORIA DAS INFORMAÇÕES EM DILIGÊNCIA FISCAL. DIVERGÊNCIA NA EXIGÊNCIA FISCAL. Comprovado em diligência fiscal a necessidade de ajustes no lançamento, devese manter a exigência fiscal com os ajustes apurados na diligência. Recurso Voluntário Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 90 04 56 /2 00 8- 83 Fl. 509DF CARF MF Impresso em 14/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/04/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições o relatório da primeira instância, que passo a transcrever. "O estabelecimento acima identificado formalizou PERDCOMP eletrônica, fls. 08 a 12, visando compensar os débitos nele declarados com o crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior, do tributo de código 6912 — PIS (Programa de Integração Social), referente ao PA de 31/01/2004. A DRF/Vitória da Conquista emitiu Despacho Decisório eletrônico, n° de rastreamento 790513549, de 09/09/2008, fl. 04, não homologando a compensação pleiteada, em face de que o pagamento foi integralmente utilizado na quitação de débitos da contribuinte,"não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Cientificada do despacho decisório em 24/09/2008, conforme informação à fl. 24, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 13/10/2008, fls. 02 a 03, alegando que: => efetuou pagamento a maior de valores devidos a título d PIS/Cofins, em face da não aplicação da Lei n° 10.637, de 2002; => considerando as movimentações da empresa e com espeque na Lei n° 10.637, de 2002, art. 3 0, o valor apurado do referido tributo fica limitado R$ 2.488,10. Assim, no período de apuração mencionado foi pago a maior o valor de R$ 4.979,63, que foi objeto deste PERDCOMP (42585.96244.161204.1.3.046500) fls. 08 a 12, e outra parte na PERDCOMP n° 36748.07234.140105.1.3.042832; => requer, com base nos fatos relatados, o deferimento do processo de compensação." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve o despacho decisório, indeferido o pedido de compensação da Recorrente. A decisão da DRJ foi assim ementada: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/01/2004 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. A apresentação de Manifestação de Inconformidade contra despacho decisório que denegou a restituição, em razão da coincidência entre os débitos declarados e os valores recolhidos, deve vir acompanhada dos documentos que indiquem prováveis erros cometidos, no cálculo dos tributos devidos, resultando em recolhimentos a maior. Fl. 510DF CARF MF Impresso em 14/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/04/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10540.900456/200883 Acórdão n.º 3201002.095 S3C2T1 Fl. 510 3 Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantémse a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito creditório, com a conseqüente não homologação das compensações pleiteadas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Cientificada da decisão, a empresa interpôs recurso voluntário, requerendo a reforma da decisão, repisando as alegações apresentadas na impugnação, reafirmando que não utilizou o seu direito de crédito quando da apuração do PIS, estando correto os valores informados na declaração de compensação, anexando no recurso, cópias do livro Razão, Livro Diário e planilha de cálculo. Ao apreciar o recurso voluntário, a turma resolveu converter o julgamento em diligência para confirmar as informações trazidas pela Recorrente, que os créditos do PIS estariam de acordo com os registros constantes dos Livros Diário e Razão apresentados. A Unidade da Receita Federal procedeu a diligência, consubstanciado em Relatório Fiscal (fls. 500 a 502), confirmando parcialmente as alegações da Recorrente, que foram assim detalhados no relatório. "CONCLUSÃO Diante do exposto e em atendimento ao solicitado na Resolução 3102000.249, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF, PROPONHO: (1) reservar R$ 408,81, do montante ainda disponível do pagamento em questão, para complementar o pagamento do PISNÃO CUMULATIVO referente ao período 01/2004, haja vista que a presente diligência constatou um débito, para esse período, no valor de R$ 2.896,91 e não R$ 2.488,10 como informado pela requerente; (2) reconhecer PARCIAMENTE o direito creditório pleiteado, limitado a R$ 4.570,82 e, por conseguinte, (3) homologar a compensação pretendida neste processo administrativo (PerDcomp 42585.96244.151204.1.3.046500), até o limite desse crédito reconhecido e disponível." Nos termos constantes da relatório fiscal, a Recorrente foi cientificada do das conclusões da diligência e não se manifestou. Com estas considerações, o processo retornou ao CARF e a este Relator para prosseguimento do julgamento. É o Relatório. Fl. 511DF CARF MF Impresso em 14/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/04/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. A teor do relatado, a discussão que ora se apresenta trata de matéria de fato, que cinge na comprovação de informações declaradas na escrituração contábil e fiscal da Recorrente. A unidade preparadora, em atendimento a diligência determinada pelo CARF, procedeu à verificação das compensações declaradas pelo contribuinte e em informação fiscal concluiu pela procedência parcial das alegações da Recorrente, conforme pode ser verificado na conclusão do relatório fiscal. A Recorrente cientificada das conclusões da diligência não se manifestou e portanto, não existe nenhuma alegação contra as conclusões da Fiscalização. Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário nos termos da informação fiscal às fls. 500 a 502. Winderley Morais Pereira Fl. 512DF CARF MF Impresso em 14/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 13/04/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10860.002284/99-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 1998
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ANÁLISE DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO.
A análise do pedido de compensação envolve fundamentalmente a verificação quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado. Questionamentos em relação aos débitos não homologados é matéria estranha ao feito e devem ser direcionados à autoridade responsável pela cobrança.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO RETIFICADORA. PRAZO DE HOMOLOGAÇÃO.
O termo inicial para a contagem do prazo de homologação da Declaração de Compensação retificada é a data da entrega da Declaração retificadora.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA.
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11)
Numero da decisão: 1402-002.174
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Gilberto Baptista, Paulo Mateus Ciccone, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: Leonardo de Andrade Couto
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 1998 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ANÁLISE DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. A análise do pedido de compensação envolve fundamentalmente a verificação quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado. Questionamentos em relação aos débitos não homologados é matéria estranha ao feito e devem ser direcionados à autoridade responsável pela cobrança. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO RETIFICADORA. PRAZO DE HOMOLOGAÇÃO. O termo inicial para a contagem do prazo de homologação da Declaração de Compensação retificada é a data da entrega da Declaração retificadora. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11)
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10860.002284/99-51
anomes_publicacao_s : 201605
conteudo_id_s : 5589210
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 1402-002.174
nome_arquivo_s : Decisao_108600022849951.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : Leonardo de Andrade Couto
nome_arquivo_pdf_s : 108600022849951_5589210.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Gilberto Baptista, Paulo Mateus Ciccone, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2016
id : 6374422
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:48:22 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048421974147072
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1791; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 1.066 1 1.065 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10860.002284/9951 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402002.174 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 7 de abril de 2016 Matéria RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Recorrente ABC TRANSPORTES COLETIVOS VALE DO PARAÍBA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1998 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ANÁLISE DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. A análise do pedido de compensação envolve fundamentalmente a verificação quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado. Questionamentos em relação aos débitos não homologados é matéria estranha ao feito e devem ser direcionados à autoridade responsável pela cobrança. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO RETIFICADORA. PRAZO DE HOMOLOGAÇÃO. O termo inicial para a contagem do prazo de homologação da Declaração de Compensação retificada é a data da entrega da Declaração retificadora. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Leonardo de Andrade Couto – Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 00 22 84 /9 9- 51 Fl. 1071DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Gilberto Baptista, Paulo Mateus Ciccone, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 1072DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10860.002284/9951 Acórdão n.º 1402002.174 S1C4T2 Fl. 1.067 3 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição de saldos negativos de IRPJ e CSLL de fls. 01, retificado pelo de fl. 247, por meio do qual a interessada pleiteia o valor de R$ 403.741,21 referente ao IRPJ, além de R$ 86.583,04 relativo a CSLL, ambos do anocalendário de 1998, cumulado com Pedidos de Compensação de fls. 02, 233/246 e Declaração de Compensação de fl. 381, por meio dos quais a interessada pleiteia o reconhecimento de direito creditório para a compensação dos débitos declarados, relativos a períodos de apuração subseqüentes. A Unidade Local deferiu em parte o requerido, homologando a maior parte das compensações pleiteadas algumas com utilização do crédito parcialmente deferido e outras tacitamente. A interessada apresentou manifestação de inconformidade alegando em síntese que: o saldo negativo do IRPJ informado estaria devidamente comprovado pela documentação apresentada. Além disso, aduz que teria disponível saldo negativo de CSLL no valor de R$ 31.566,61; se o contribuinte declara compensação e o Fisco discorda do valor compensado não intimar para que seja realizado o pagamento sem a instauração do contraditório mediante o lançamento; e: teria ocorrido a decadência ou a prescrição do direito de cobrar os débitos não compensados; A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas prolatou o Acórdão 0527.542 negando provimento à manifestação de inconformidade e não reconhecendo o direito creditório ainda sob discussão. Devidamente cientificada, a interessada apresenta recurso voluntário a esta Corte onde, em essência, ratifica as razões expedidas na manifestação de inconformidade. É o Relatório. Fl. 1073DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 4 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto O recurso é tempestivo, foi interposto por signatário devidamente legitimado e dele conheço. Antes de apreciar as razões de defesa, importa ressaltar a natureza do pedido de compensação, como o presente. O que se analisa em processos desse tipo é, fundamentalmente, a liquidez e certeza do crédito pleiteado. A autoridade julgadora não se pronuncia sobre o (s) débito (s) que está(ão) sendo quitado(s) mediante compensação, mas sim se o crédito suscitado pelo demandante está demonstrado, total ou parcialmente. Essa é a lide. Ainda que a cobrança do débito seja uma conseqüência natural da compensação não homologada, é procedimento a cargo da Unidade Local da RFB e não se confunde com a matéria aqui sob exame. Em outras palavras, qualquer argumento que se relacione com a cobrança dos débitos não homologados deve ser direcionados à autoridade responsável pela execução da decisão. Apenas na hipótese de ser vencido pelos meus pares nesse entendimento, cabe registrar que a decisão recorrida foi precisa ao rebater as argüições de decadência e necessidade de lançamento para cobrança dos débitos não homologados. Não teria, portanto, nada a acrescentar. No que se refere à argüição de prescrição, o sujeito passivo suscita tanto aquela decorrente do não proferimento de decisão no prazo de um ano (prescrição intercorrente) como a homologação tácita. Em relação à prescrição intercorrente, é inaplicável no processo administrativo nos termos da Súmula CARF nº 11, de Enunciado: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Quanto à homologação tácita, importa lembrar que já foi aplicada pelo despacho decisório em algumas das Dcomps constantes dos autos. A partir do referido despacho restou como não homologada o PerDcomp de fl. 381, retificador daquele de fl. 245. A interessada afirma com veemência que o documento de fl. 381 não foi apresentado como retificador. Pelo exame dos autos, constatase que não assiste razão à recorrente. À fl. 380 consta petição da interessada informando que apresenta naquele momento Dcomp retificadora para informar o valor correto do débito compensado correspondente ao PIS (código 8109) no período de apuração novembro/2000, retificando justamente a Dcomp de fl. 245. Fl. 1074DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10860.002284/9951 Acórdão n.º 1402002.174 S1C4T2 Fl. 1.068 5 Tendo em vista que a retificadora foi apresentada em 18/08/2005 e a ciência do despacho decisório ocorreu em 08/07/2009, não ocorreu o decurso do prazo qüinqüenal para homologação tácita. No mérito, a interessada limitouse a defender que o saldo negativo pleiteado estava demonstrado pela documentação constante dos autos. Nessa questão, a decisão recorrida agiu com extrema diligência e, mesmo sem a defesa ter se pronunciado especificamente, identificou o valor não homologado e o motivo da não homologação. Ainda assim, a interessada no recurso voluntário simplesmente ratificou o argüido na manifestação de inconformidade sem qualquer pronunciamento em relação ao explanado na decisão recorrida. Quanto ao saldo negativo da CSLL no anocalendário de 1992 (31.566,64 Ufir) foi utilizado para compensação das estimativas no anocalendário de 1993 (fl. 404). Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Leonardo de Andrade Couto Relator Fl. 1075DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.010246/2007-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 08 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Apr 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/08/1998 a 31/12/2000
DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS.
Sujeitam-se ao regime referido no art. 173 do CTN os procedimentos administrativos de constituição de créditos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, uma vez que tais créditos tributários decorrem sempre de lançamento de ofício, jamais de lançamento por homologação, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no § 4º do art. 150 do CTN.
O prazo de decadência para constituir as obrigações tributárias acessórias, relativas às contribuições previdenciárias, é de cinco anos e deve ser contado nos termos do art. 173, inciso I, do CTN.
O lançamento foi efetuado com a cientificação ao sujeito passivo em 20/04/2007. Os fatos geradores ocorreram entre as competências 08/1998 a 12/2000, o que fulmina o direito de o Fisco constituir o lançamento para as competências anteriores a 11/2001, a teor do art. 173, inciso I, do CTN.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2401-004.208
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONHECER do Recurso Voluntário para, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, para reconhecer que sejam excluídos os valores apurados, em sua totalidade, em razão da decadência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
André Luís Mársico Lombardi Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Luciana Matos Pereira Barbosa (Vice-Presidente), Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rayd Santana Ferreira, Maria Cleci Coti Martins e Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201603
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/08/1998 a 31/12/2000 DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. Sujeitam-se ao regime referido no art. 173 do CTN os procedimentos administrativos de constituição de créditos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, uma vez que tais créditos tributários decorrem sempre de lançamento de ofício, jamais de lançamento por homologação, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no § 4º do art. 150 do CTN. O prazo de decadência para constituir as obrigações tributárias acessórias, relativas às contribuições previdenciárias, é de cinco anos e deve ser contado nos termos do art. 173, inciso I, do CTN. O lançamento foi efetuado com a cientificação ao sujeito passivo em 20/04/2007. Os fatos geradores ocorreram entre as competências 08/1998 a 12/2000, o que fulmina o direito de o Fisco constituir o lançamento para as competências anteriores a 11/2001, a teor do art. 173, inciso I, do CTN. Recurso Voluntário Provido
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 05 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10580.010246/2007-44
anomes_publicacao_s : 201604
conteudo_id_s : 5578996
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 06 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 2401-004.208
nome_arquivo_s : Decisao_10580010246200744.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
nome_arquivo_pdf_s : 10580010246200744_5578996.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONHECER do Recurso Voluntário para, no mérito, DAR-LHE PROVIMENTO, para reconhecer que sejam excluídos os valores apurados, em sua totalidade, em razão da decadência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) André Luís Mársico Lombardi Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Luciana Matos Pereira Barbosa (Vice-Presidente), Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rayd Santana Ferreira, Maria Cleci Coti Martins e Arlindo da Costa e Silva.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 08 00:00:00 UTC 2016
id : 6337637
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:47:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048421997215744
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2174; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.010246/200744 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401004.208 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de março de 2016 Matéria DECADÊNCIA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Recorrente QUEOPS CONSTRUÇÕES E INCORPORAÇÕES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/1998 a 31/12/2000 DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. Sujeitamse ao regime referido no art. 173 do CTN os procedimentos administrativos de constituição de créditos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, uma vez que tais créditos tributários decorrem sempre de lançamento de ofício, jamais de lançamento por homologação, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no § 4º do art. 150 do CTN. O prazo de decadência para constituir as obrigações tributárias acessórias, relativas às contribuições previdenciárias, é de cinco anos e deve ser contado nos termos do art. 173, inciso I, do CTN. O lançamento foi efetuado com a cientificação ao sujeito passivo em 20/04/2007. Os fatos geradores ocorreram entre as competências 08/1998 a 12/2000, o que fulmina o direito de o Fisco constituir o lançamento para as competências anteriores a 11/2001, a teor do art. 173, inciso I, do CTN. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONHECER do Recurso Voluntário para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO, para reconhecer que sejam excluídos os valores apurados, em sua totalidade, em razão da decadência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) André Luís Mársico Lombardi – Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 01 02 46 /2 00 7- 44 Fl. 120DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 04/ 04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Luciana Matos Pereira Barbosa (VicePresidente), Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rayd Santana Ferreira, Maria Cleci Coti Martins e Arlindo da Costa e Silva. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 04/ 04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 10580.010246/200744 Acórdão n.º 2401004.208 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação da recorrente, mantendo o crédito tributário lançado. Adotamos trechos do relatório do acórdão do órgão a quo (fls. 84/91), que bem resumem o quanto consta dos autos: “[...] A empresa acima identificada foi autuada, através do Auto de Infração n° 37.056.8664, por ter o sujeito passivo deixado de prestar à fiscalização todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse do mesmo, na forma estabelecida em lei, bem como os esclarecimentos necessários e relacionados com as contribuições previdenciárias, contrariando o artigo 32, III da Lei 8.212, de 24 de julho 1991 (código de fundamentação legal 35), bem como o art. 8° da Lei n° 10.666, de 8 de maio de 2003, combinado com o art. 225, III e parágrafo 22 (acrescentado pelo Decreto n° 4.729, de 9 de junho de 2003) do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999. O procedimento fiscal se encontra descrito no Relatório Fiscal da Infração, fls. 05 e 06. segundo o Relatório mencionado, no período de 1998 a 2000, a autuada deixou de prestar à fiscalização informações financeiras e contábeis relacionadas com os balancetes mensais, balanços patrimoniais e planos de contas, conforme solicitação nos Termos de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD anexados aos autos. (...) A autuada apresentou impugnação às fls. 51 a 70, alegando em síntese: Ressalva a natureza confiscatória da multa diante do fato de que o eventual descumprimento da obrigação acessória não ensejou qualquer óbice à fiscalização. Alega a decadência qüinqüenal, lembrando que na data da efetiva notificação do Auto (20/04/2007) já havia ocorrido a perda do direito do Fisco em rever o lançamento por homologação, efetivado pela autuada, em relação aos fatos geradores anteriores àquela data (20/04/2007), tal como dispõe o art. 150, § 4° do Código Tributário Nacional CTN, em consonância com os arts. 154, § 4° e 173, I do mesmo diploma legal. Neste sentido, transcreve às fls. 54 a 59 trechos de decisões dos tribunais acerca da matéria. Reitera a natureza confiscatória da multa aplicada, lembrando a distinção necessária entre a natureza jurídica da obrigação Fl. 122DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 04/ 04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 4 principal e a da obrigação acessória. Neste sentido, transcreve às fls. 60 a 66 trechos de doutrina e de jurisprudência sobre o tema. Quanto à relevação da multa, transcrevendo o art. 291, § 1° do RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 1999, e jurisprudência afim (fls. 68/69), pleiteia o beneficio da relevação da multa, considerando a ausência de agravantes. [...]” Como afirmado, a impugnação apresentada pela recorrente foi julgada improcedente, tendo a recorrente apresentado, tempestivamente, o recurso voluntário, no qual alega, em apertada síntese, a decadência total dos valores apurados, a teor no § 4º do art. 150 do CTN. É o relatório. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 04/ 04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 10580.010246/200744 Acórdão n.º 2401004.208 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro André Luis Marsico Lombardi, Relator Recurso tempestivo. Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto. A Recorrente alega que a autuação é improcedente em decorrência da decadência qüinqüenal, a teor do art. 150, § 4º, do CTN. Pelos motivos a seguir delineados, tal alegação será acatada em relação à aplicação do instituto da decadência. Inicialmente, constatase que o lançamento fiscal em questão foi efetuado com amparo no art. 45 da Lei 8.212/1991. Entretanto, a decadência deve ser verificada considerandose a Súmula Vinculante nº 8, editada pelo Supremo Tribunal Federal, que dispôs o seguinte: Súmula Vinculante no 8 do STF: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Vale lembrar que os efeitos da súmula vinculante atingem a administração pública direta e indireta nas três esferas, conforme se depreende do art. 103A, caput, da Constituição Federal que foram inseridos pela Emenda Constitucional 45/2004, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (g.n.) Da análise do caso concreto, verificase que embora se trate de aplicação de multa pelo descumprimento de obrigação acessória, há que se verificar a ocorrência de eventual decadência à luz das disposições do Código Tributário Nacional que disciplinam a questão ante a manifestação do STF quanto à inconstitucionalidade do art. 45 da Lei 8.212/1991. O Código Tributário Nacional trata da decadência no artigo 173, abaixo transcrito: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: Fl. 124DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 04/ 04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 6 I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva à decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo Único O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Quanto ao lançamento por homologação, o Códex Tributário definiu no art. 150, §4º, o seguinte: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º. Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. É sabido que se sujeitamse ao regime referido no art. 173 do CTN os procedimentos administrativos de constituição de créditos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, uma vez que tais créditos tributários originamse sempre de lançamento de ofício, jamais de lançamento por homologação, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no § 4º do art. 150 do CTN. Portanto, não assiste razão à recorrente quanto à contagem do prazo decadencial pelo regra contida no § 4º do art. 150 do CTN. Por outro lado – como a autuação se deu em 20/04/2007, data da ciência do sujeito passivo (fls. 01/02), e a multa aplicada decorre do período compreendido entre 08/1998 a 12/2000 –, percebese que as competências até 11/2001, inclusive, foram atingidas pela decadência tributária, nos termos do art. 173, inciso I, do CTN. Com isso, a alegação de decadência será acatada, já que o lançamento fiscal referese ao período de 08/1998 a 12/2000 e as competências até 11/2001, inclusive, estão abarcadas pela decadência tributária. CONCLUSÃO: Voto no sentido de CONHECER do recurso e DARLHE PROVIMENTO, para reconhecer que sejam excluídos os valores apurados, em sua totalidade, no presente processo, em razão da decadência, nos termos do voto. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 04/ 04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 10580.010246/200744 Acórdão n.º 2401004.208 S2C4T1 Fl. 5 7 (assinado digitalmente) André Luís Mársico Lombardi Relator Fl. 126DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 04/ 04/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
score : 1.0
Numero do processo: 10166.730295/2013-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. PROVISÕES TÉCNICAS. LIMITE.
No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de provisões técnicas estabelecido na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013.
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. ATIVOS GARANTIDORES.
No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de ativos garantidores de acordo com a Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, ou seja, os ativos do programa de investimentos deduzidos os valores a pagar, classificados no exigível operacional do referido programa.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. PROVISÕES TÉCNICAS. LIMITE.
No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de provisões técnicas estabelecido na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013.
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. ATIVOS GARANTIDORES.
No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de ativos garantidores de acordo com a Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, ou seja, os ativos do programa de investimentos deduzidos os valores a pagar, classificados no exigível operacional do referido programa.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Crédito Tributário Mantido em Parte.
Numero da decisão: 3302-003.240
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para que, no cálculo do valor devido, seja adotada a definição de ativos garantidores da Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, e de provisões técnicas estabelecida na Resolução CNPC nº 12/2013, no cálculo do limite de exclusão de que trata o inciso I do §1º do artigo 28 do Decreto nº 4.524/2002 (§7º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998).
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201606
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. PROVISÕES TÉCNICAS. LIMITE. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de provisões técnicas estabelecido na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. ATIVOS GARANTIDORES. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de ativos garantidores de acordo com a Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, ou seja, os ativos do programa de investimentos deduzidos os valores a pagar, classificados no exigível operacional do referido programa. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. PROVISÕES TÉCNICAS. LIMITE. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de provisões técnicas estabelecido na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. ATIVOS GARANTIDORES. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.158-35/ 2001, deve ser adotado o conceito de ativos garantidores de acordo com a Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, ou seja, os ativos do programa de investimentos deduzidos os valores a pagar, classificados no exigível operacional do referido programa. Recurso Voluntário Provido em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10166.730295/2013-36
anomes_publicacao_s : 201607
conteudo_id_s : 5608095
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3302-003.240
nome_arquivo_s : Decisao_10166730295201336.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : PAULO GUILHERME DEROULEDE
nome_arquivo_pdf_s : 10166730295201336_5608095.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para que, no cálculo do valor devido, seja adotada a definição de ativos garantidores da Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, e de provisões técnicas estabelecida na Resolução CNPC nº 12/2013, no cálculo do limite de exclusão de que trata o inciso I do §1º do artigo 28 do Decreto nº 4.524/2002 (§7º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998). (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 22 00:00:00 UTC 2016
id : 6432840
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:50:18 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422018187264
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 18; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2408; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.730295/201336 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302003.240 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 22 de junho de 2016 Matéria Pis/Pasep e Cofins Recorrente FUNDAÇÃO SISTEL DE SEGURIDADE SOCIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. PROVISÕES TÉCNICAS. LIMITE. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.15835/ 2001, deve ser adotado o conceito de provisões técnicas estabelecido na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. ATIVOS GARANTIDORES. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.15835/ 2001, deve ser adotado o conceito de ativos garantidores de acordo com a Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, ou seja, os ativos do programa de investimentos deduzidos os valores a pagar, classificados no exigível operacional do referido programa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. PROVISÕES TÉCNICAS. LIMITE. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.15835/ 2001, deve ser adotado o conceito de provisões técnicas estabelecido na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. ATIVOS GARANTIDORES. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.15835/ 2001, deve ser adotado o conceito de ativos garantidores de acordo com a Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, ou seja, os ativos do programa de investimentos deduzidos os valores a pagar, classificados no exigível operacional do referido programa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 73 02 95 /2 01 3- 36 Fl. 765DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 3 2 Recurso Voluntário Provido em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para que, no cálculo do valor devido, seja adotada a definição de ativos garantidores da Resolução CMN nº 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, e de provisões técnicas estabelecida na Resolução CNPC nº 12/2013, no cálculo do limite de exclusão de que trata o inciso I do §1º do artigo 28 do Decreto nº 4.524/2002 (§7º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998). (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de Autos de Infração para constituição de créditos tributários relativos ao PIS/Pasep e à Cofins, no período de janeiro a dezembro/2009, em entidade fechada de previdência complementar EFPC Por bem retratar a realidade dos fatos, transcrevese o relatório do acórdão recorrido: "Trata o presente processo dos lançamentos de ofício relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (fls. 190/196) e à Contribuição ao Programa de Integração Social (fls. 197/203). Os lançamentos destas contribuições, abrangendo as competências de janeiro de 2009 a dezembro de 2009 somou R$ 23.593.833,59 (Cofins) e R$ 3.833.997,96 (PIS), valores acompanhados de multa de ofício de 75% e juros moratórios calculados até 12/2013, totalizando R$ 50.767.984,63 e R$ 8.249.797,51, cada Auto de Infração, respectivamente. O Termo de Verificação Fiscal encontrase às fls. 206/213. Nesta peça essencial, o AuditorFiscal inicia relatando que a empresa autuada, entidade fechada de previdência complementar – EFPC, sem fins lucrativos, com sede em Fl. 766DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 4 3 Brasília, tem como objeto social administrar e executar planos de natureza previdencial. A apuração do Pis e da Cofins ocorre pelo regime cumulativo, regido pela Lei 9.718/98, às alíquotas de 0,65% (Pis) e 4% (Cofins). Relata a Fiscalização que, nos termos da legislação regente aos planos de previdência, as EFPC’s angariam contribuições dos participantes, assistidos, autopatrocinados e patrocinador dos planos geridos por essas entidades, rendas proporcionadas por meio de aplicações financeiras dos ativos garantidores dos benefícios previdenciários e dos ativos do fundo administrativo e outras receitas que podem advir das atividades administrativas e/ou previdenciárias. Considerandose este três componentes do faturamento, temse como regra geral, a exclusão do valor das contribuições destinadas à constituição de provisões ou reservas da base de cálculo do Pis/Cofins. Nos termos da Lei 9.701/98, a parcela contida nas contribuições destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas é hipótese de exclusão da receita bruta. A montante das rendas dos investimentos originadas das aplicações financeiras dos ativos garantidores e das outras receitas decorrentes das atividades previdenciais também são hipótese legal de exclusão da receita bruta operacional, conforme inciso III do § 6o do art. 3o da Lei nº 9.718/98. Ressalta que a exclusão dos rendimentos de aplicações financeiras proporcionados pelo montante de ativos garantidores não pode exceder o montante das provisões técnicas, que é composta pelo exigível atuarial (conta 2.3) e pela reserva de contingência (conta 2.4.1.1.01.01.01 – margem de segurança), constituída em percentual de até 25% da provisão matemática (exigível atuarial). Intimada a apresentar demonstrativo dos rendimentos das aplicações financeiras proporcionados pela parcela dos ativos garantidores superior ao montante das provisões técnicas, a Autuada alegou que não caberia a apresentação de memórias de cálculo diversa da prevista na legislação, reiterando a apresentação anteriormente fornecida. Sendo assim, para verificação da adequação aos ditames legais, foi utilizado o critério de rateio para apurar os rendimentos do ativo garantidor proporcionais à provisão técnica, sobre os quais incidiriam as contribuições em comento. Demonstra então que a EFPC excluiu indevidamente o total dos rendimentos da base de cálculo do Pis/Cofins, apesar dos ativos garantidores serem superiores ao montante das provisões técnicas (tabela 1 a fls. 149/189). A Entidade Autuada tomou ciência dos lançamentos em 06/12/2013, conforme. AR fls. 214. Através da Impugnação (fls. Fl. 767DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 5 4 216/255), entregue tempestivamente em 06/01/2014, traz ao processo os aspectos e argumentos a seguir relatados. A apuração fiscal está baseada em suposições, já que os valores foram calculados a partir de percentual aleatoriamente aplicado pelo Auditor Fiscal sobre os rendimentos das provisões técnicas da Impugnante, sem qualquer fundamentação legal e contrariamente ao que dispõem os atos normativos da RFB que estabelecem critérios objetivos para apuração das contribuições em litígio por parte das entidades fechadas de previdência complementar . Defende por isto, em caráter preliminar, a nulidade dos autos de infração, já que os mesmos não se fundamentam em lei ou ato normativo vigente à época dos fatos. Alega que os dispositivos legais referidos nos lançamentos dispõem sobre matéria diversa àquela imputada à Impugnante e que nenhuma das normas prevê apuração das referidas contribuições na modalidade “rateio” adotada pelo Auditor. No mérito, alega que a Fiscalização, ao adotar critérios e conceitos próprios, baseados em suposição, desconsiderou a base de cálculo prevista nas Leis 9.701/98, 9.718/98 e 10.637/02 e deixou de aplicar os normativos pertinentes, contidos na IN SRF 247/02, bem como os elementos contábeis da Autuada, elaborados de acordo com o plano de contas próprio de sua atividade e de acordo com Resoluções do órgão regulador (Conselho de Gestão da Previdência ComplementarCGPC). Alega que a IN SRF 247/02, no seu anexo III utiliza como suporte material para composição da base de cálculo do Pis/Cofins o plano de contas observado pela EFPC exatamente pelo fato destas contas revelarem com exatidão em razão da sua função e funcionamento, a segregação e destinação dos recursos, seja para custeio dos planos de benefícios (não sujeitos à tributação) ou para o custeio administrativo (base para a tributação). Reitera que seguiu as instruções e apurou os valores devidos com base na normativa. Entende que o Auditor criou o conceito de “ativos garantidores” e de “provisões técnicas” a partir de suposições, considerando como ativos garantidores “programa de Investimento (conta contábil 1.2.4) menos os Exigíveis operacional e contingencial do programa de investimentos (contas contábeis 2.1.4 e 2.2.4) e como provisões técnicas “composto pelo exigível atuarial (conta contábil – 2.3) e pela reserva de contingência (conta contábil – 2.4.1.1.01.01.01 margem de segurança) constituída em percentual de até 25% da provisão matemática (exigível atuarial)”. Discorre sobre o conceito legal de Provisões Técnicas e a Resolução CNPC 12/13 e a necessária obediência da lei tributária às definições contidas nas normas de direito privado, consubstanciada no art. 110 do CTN. Aduz jurisprudência do CARF quanto a este aspecto. Observa que tanto “ativos garantidores” quanto “provisões técnicas” são institutos próprios do regime de previdência complementar, Fl. 768DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 6 5 regulado por lei específica, não cabendo à lei tributária, quiçá à Fiscalização, alterar a extensão destes conceitos no sentido de ampliar o alcance de incidência das contribuições sociais. Ataca especificamente o critério de rateio proporcional adotado pelo Fisco, alegando inclusive que foi utilizado embasamento legal típico de situação de arbitramento nos casos de contabilidade imprestável ou declarações que não mereçam fé, ao passo que não foi apontada qualquer fraude, simulação ou dolo nos registros financeiros da Impugnante. Alega que o critério de rateio adotado ensejou a tributação de recursos para os quais há expressa vedação legal, fazendo incidir sobre os recursos destinados ao pagamento dos benefícios dos planos que a EFPC administra. Observa também que o ato de lançamento constitui atividade vinculada à legislação , nos termos do art. 142 do CTN, o que não foi respeitado pela Fiscalização ao adotar critérios diversos dos previstos na legislação. Aduz por fim, que sequer foram considerados nos lançamento dos créditos tributários de Cofins e Pis os valores recolhidos pela Autuada nas competências de 2009, tendo sido aplicadas diretamente.as alíquotas de 4% e 0,65%, respectivamente. A Segunda Turma da DRJ em Porto Alegre proferiu o Acórdão nº 1049.831, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. REGIME DA CUMULATIVIDADE OMISSÃO DE BASE TRIBUTÁVELMÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL PARA APURAÇÃO DE DÉBITOS. Legítimo que Fiscalização utilize o critério de rateio proporcional para fins de verificação dos limites dispostos na Lei 9.718/98 (com as alterações da MP 2.15835/2001) no tocante ao cotejo entre rendimentos proporcionados pelos ativos garantidores e o limite de dedutibilidade dado pelo montante de provisões técnicas. AUTO DE INFRAÇÃO (AI). FORMALIDADES LEGAIS O Auto de Infração (AI) encontrase revestido das formalidades legais, tendo sido lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto, apresentando, assim, adequada motivação jurídica e fática, bem como os pressupostos de liquidez e certeza, podendo ser exigido nos termos da Lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR REGIME DA CUMULATIVIDADE OMISSÃO DE BASE Fl. 769DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 7 6 TRIBUTÁVELMÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL PARA APURAÇÃO DE DÉBITOS. Legítimo que Fiscalização utilize o critério de rateio proporcional para fins de verificação dos limites dispostos na Lei 9.718/98 (com as alterações da MP 2.15835/2001) no tocante ao cotejo entre rendimentos proporcionados pelos ativos garantidores e o limite de dedutibilidade dado pelo montante de provisões técnicas. AUTO DE INFRAÇÃO (AI). FORMALIDADES LEGAIS O Auto de Infração (AI) encontrase revestido das formalidades legais, tendo sido lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto, apresentando, assim, adequada motivação jurídica e fática, bem como os pressupostos de liquidez e certeza, podendo ser exigido nos termos da Lei. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando o seguinte: 1. A manifesta nulidade por ausência de base legal para a adoção de critério de rateio para fins de apuração da base de cálculo; 2. No mérito alegou a desconsideração imotivada da apuração baseada na Lei nº 9.718/1998 e do Anexo da IN SRF nº 247/2002, uma vez que a recorrente seguiu as normas da referida instrução normativa; 3. Que a fiscalização criou conceitos inovadores de ativos garantidores e de provisões técnicas diversos dos previstos nas normas de regência; 4. Que o conceito de provisões técnicas é o dado pela Resolução CNPC nº 12/2013, como sendo a totalidade dos compromissos dos planos de benefícios previdenciais administrados pelas EFPC e ativos garantidores como o conjunto de bens e direitos suficientes para a totalidade dos compromissos dos planos de benefícios previdenciais; 5. A recorrente conclui que a adoção da metodologia fiscal, restaram sujeitos à tributação parcelas dos recursos destinados aos pagamentos de benefícios previdenciais, a saber as provisões matemáticas, parte do equilíbrio técnico, fundos destinados à gestão previdencial e investimentos, e o exigível contingencial; 6. Que a glosa de parte dos recursos acarretou a tributação de rendimentos financeiros destinados ao custeio dos benefícios; 7. Que a fiscalização não considerou os recolhimentos efetivados pela recorrente ou parte dos valores já tributados; 8. Que o arbitramento efetuado pela fiscalização é medida excepcional e foi efetuado sem base legal, ofendendo o artigo 148 do CTN Em 09/03/2016, a recorrente requereu a juntada do Acórdão nº 3201002.001, relativo a matéria idêntica, mesmo período e agente autuante, bem como Parecer Técnico, o qual concluiu que o Anexo III da IN SRF 247/2002 é suficiente para se apurar a base de Fl. 770DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 8 7 cálculo não sendo necessário qualquer ajuste e, ainda que se admitisse algum ajuste, deveriam ser utilizadas as definições do Conselho Nacional de Previdência Complementar. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso interposto atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Em preliminar, a recorrente alegou a nulidade do lançamento em razão da falta de fundamentação legal para adoção do critério de rateio. A adoção de um critério de rateio foi efetuada a partir da recusa da recorrente em prestar as informações constantes na intimação nº 1, efl. 77/78, quanto às receitas financeiras proporcionadas pelos ativos garantidores, limitados estes às provisões técnicas. O dever de prestar informações está previsto em dispositivos do Decreto nº 3.000/1999, aplicado de forma subsidiária ao PIS/Pasep e Cofins, nos termos do artigo 10 da LC nº 70/91 e artigo 9º da Lei nº 9.715/981, reproduzidos no artigo 93 da Decreto nº 4.524/2002: Decreto nº 3.000/1999 (RIR/99): Art. 927. Todas as pessoas físicas ou jurídicas, contribuintes ou não, são obrigadas a prestar as informações e os esclarecimentos exigidos pelos AuditoresFiscais do Tesouro Nacional no exercício de suas funções, sendo as declarações tomadas por termo e assinadas pelo declarante (Lei nº 2.354, de 1954, art. 7º). Art. 928. Nenhuma pessoa física ou jurídica, contribuinte ou não, poderá eximirse de fornecer, nos prazos marcados, as informações ou esclarecimentos solicitados pelos órgãos da 1 LC nº 70/91: Art. 10. O produto da arrecadação da contribuição social sobre o faturamento, instituída por esta lei complementar, observado o disposto na segunda parte do art. 33 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, integrará o Orçamento da Seguridade Social. Parágrafo único. A contribuição referida neste artigo aplicamse as normas relativas ao processo administrativo fiscal de determinação e exigência de créditos tributários federais, bem como, subsidiariamente e no que couber, as disposições referentes ao imposto de renda, especialmente quanto a atraso de pagamento e quanto a penalidades. Lei nº 9.715/98: Art. 9o À contribuição para o PIS/PASEP aplicamse as penalidades e demais acréscimos previstos na legislação do imposto sobre a renda. Decreto nº 4.524/2002: Art. 93. Ao PIS/Pasep e à Cofins aplicamse, subsidiariamente e no que couber, as penalidades e demais acréscimos previstos na legislação do imposto de renda (Lei Complementar nº 70, de 1991, art. 10, parágrafo único, e Lei nº 9.715, de 1998, art. 9º, Medida Provisória nº 75, de 2002, art. 32). Fl. 771DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 9 8 Secretaria da Receita Federal (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 123, DecretoLei nº 1.718, de 27 de novembro de 1979, art. 2º, e Lei nº 5.172, de 1966, art. 197). Art. 845. Farseá o lançamento de ofício, inclusive (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 79): I arbitrandose os rendimentos mediante os elementos de que se dispuser, nos casos de falta de declaração; II abandonandose as parcelas que não tiverem sido esclarecidas e fixando os rendimentos tributáveis de acordo com as informações de que se dispuser, quando os esclarecimentos deixarem de ser prestados, forem recusados ou não forem satisfatórios. De modo similar, a Lei nº 9.784/1999 e o Decreto nº 7.574/2011 também estipulam como dever do administrado a prestação de informações: Lei nº 9.784/1999: CAPÍTULO III DOS DEVERES DO ADMINISTRADO Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo: I expor os fatos conforme a verdade; II proceder com lealdade, urbanidade e boafé; III não agir de modo temerário; IV prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. Decreto nº 7.574/2011: CAPÍTULO IV DO DEVER DE PRESTAR INFORMAÇÕES Art. 23. Os órgãos da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e os AuditoresFiscais da Receita Federal do Brasil, no uso de suas atribuições legais, poderão solicitar informações e esclarecimentos ao sujeito passivo ou a terceiros, sendo as declarações, ou a recusa em prestálas, lavradas pela autoridade administrativa e assinadas pelo declarante (Lei no 2.354, de 29 de novembro de 1954, art. 7o; DecretoLei no 1.718, de 27 de novembro de 1979, art. 2o; Lei nº 5.172, de 1966 Código Tributário Nacional, arts. 196 e 197; Lei no 11.457, de 16 de março de 2007, art. 10). Parágrafo único. A obrigação a que se refere o caput não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade Fl. 772DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 10 9 ou profissão (Lei nº 5.172, de 1966 Código Tributário Nacional, de 1966, art. 197, parágrafo único). Corroborando o entendimento, citase o Acórdão nº 10616.789, proferido pela Sexta Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, cuja ementa parcialmente transcrevese: [...] SUJEITO PASSIVO DEVER DE PRESTAR INFORMAÇÕES AO FISCO Entre os deveres do administrado demarcados pelo art. 4° da Lei n° 9.784, de 1999, está aquele de prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. Depreendese que constitui dever legal do contribuinte em prestar as informações e os esclarecimentos necessários à verificação por parte da autoridade fiscal quanto ao cumprimento das obrigações tributárias. Observase que o contribuinte deixou de apresentar os esclarecimentos, não por impossibilidade ou por outro motivo maior que o impedisse, mas tão somente por discordar do possível entendimento da autoridade fiscal quanto à tributação das referidas receitas financeiras. Sua recusa implica a possibilidade de se efetuar o lançamento com as informações de que dispõe a autoridade fiscal, nos termos do artigo 845 do Decreto nº 3.000/1999 e do artigo 91 do Decreto nº 4.524/2002, a seguir transcrito: Art. 91. Verificada a omissão de receita ou a necessidade de seu arbitramento, a autoridade tributária determinará o valor das contribuições, dos acréscimos a serem lançados, em conformidade com a legislação do Imposto de Renda (Lei nº 8.212, de 1991, art. 33, caput e §§ 3º e 6º, Lei Complementar nº 70, de 1991, art. 10, parágrafo único, Lei nº 9.715, de 1998, arts. 9º e 11, e Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art. 24). Assim, a utilização de um critério de rateio, embora não previsto legalmente, não é por si caracterizador de nulidade, quando presentes as hipóteses de descumprimento de dever legal, devendo, obviamente, serem avaliados, em primeiro lugar, se havia necessidade de tal critério e, se necessário, sua razoabilidade. Mas este juízo será tratado a seguir no mérito. Assim, quanto ao mérito, os pontos centrais da lide residem em determinar quais são as definições para ativos garantidores e provisões técnicas, bem como certificar a necessidade do rateio. Inicialmente, transcrevemse os artigos relacionados à apuração da base de cálculo, compilados no Decreto nº 4.524/2002: Art. 28. As entidades fechadas e abertas de previdência complementar, para efeito de apuração da base de cálculo das contribuições, podem excluir ou deduzir da receita bruta o valor (Lei nº 9.701, de 1998, art. 1º, inciso V, Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 5º, § 6º, inciso III, e § 7º, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 2º, e Medida Provisória nº 66, de 2002, art. 35): I da parcela das contribuições destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas; e Fl. 773DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 11 10 II dos rendimentos auferidos nas aplicações de recursos financeiros destinados ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e de resgates. § 1º. A dedução prevista no inciso II do caput: I restringese aos rendimentos de aplicações financeiras proporcionados pelos ativos garantidores das provisões técnicas, limitados esses ativos ao montante das referidas provisões; e II aplicase também aos rendimentos dos ativos financeiros garantidores das provisões técnicas de empresas de seguros privados destinadas exclusivamente a planos de benefícios de caráter previdenciário e a seguros de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência. § 2º A partir de 30 de agosto de 2002, além das exclusões previstas no caput, as entidades fechadas de previdência complementar podem excluir os valores referentes a: I rendimentos relativos a receitas de aluguel, destinados ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates; II receita decorrente da venda de bens imóveis, destinada ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates; e III o resultado positivo, auferido na reavaliação da carteira de investimentos imobiliários referida nos incisos I e II deste parágrafo. A questão centrase na interpretação do que sejam "rendimentos de aplicações financeiras proporcionados pelos ativos garantidores das provisões técnicas, limitados esses ativos ao montante das referidas provisões". A redação do inciso I do §1º já denota que nem todos os rendimentos auferidos nas aplicações de recursos financeiros destinados ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e de resgates podem ser deduzidos, mas apenas os decorrentes dos ativos garantidores das provisões técnicas, limitados estes ativos ao valor destas provisões. Quanto a definição do que sejam as provisões técnicas, o Conselho Nacional de Previdência Complementar editou a Resolução CNPC nº 12/2013 destinada a alterar o item VII do Anexo B da Resolução nº 8/2011, passando o demonstrativo a denominar "DEMONSTRAÇÃO DAS PROVISÕES TÉCNICAS DO PLANO DE BENEFÍCIOS". Tal demonstrativo dispõe que as provisões técnicas equivalem ao somatório das rubricas: Provisões Matemáticas, Equilíbrio Técnico, Fundos, Exigível Operacional e Exigível Contingencial, conforme abaixo delineado: 1. Provisões Matemáticas 1.1. Benefícios Concedidos Contribuição Definida Benefício Definido 1.2. Benefício a Conceder Contribuição Definida Fl. 774DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 12 11 Saldo de Contas – parcela patrocinador(es)/instituidor(es) Saldo de Contas – parcela participantes Benefício Definido 1.3. () Provisões Matemáticas a Constituir () Serviço Passado () Patrocinador(es) () Participantes () Déficit Equacionado () Patrocinador(es) () Participantes () Assistidos (+/) Por Ajustes das Contribuições Extraordinárias (+/) Patrocinador(es) (+/) Participantes (+/) Assistidos 2. Equilíbrio Técnico 2.1. Resultados Realizados Superávit Técnico Acumulado Reserva de Contingência Reserva para Revisão de Plano () Déficit Técnico Acumulado 2.2. Resultados a Realizar 3. Fundos 3.1. Fundos Previdenciais 3.2. Fundos dos Investimento – Gestão Previdencial 4. Exigível Operacional 4.1. Gestão Previdencial 4.2. Investimentos Gestão Previdencial 5. Exigível Contingencial 5.1 Gestão Previdencial 5.2 Investimentos – Gestão Previdencial Dispõe ainda que as provisões técnicas "representam a totalidade dos compromissos dos planos de benefícios previdenciais administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar". A referida resolução foi editada em decorrência das atribuições descritas nos artigos 5º e 74 da Lei Complementar nº 109/2001 e dos artigos 2º e 4º do Decreto nº 7.123/2010, abaixo transcritos: LC 109/2001: Art. 5o A normatização, coordenação, supervisão, fiscalização e controle das atividades das entidades de previdência complementar serão realizados por órgão ou órgãos regulador e fiscalizador, conforme disposto em lei, observado o disposto no inciso VI do art. 84 da Constituição Federal. [...] Art. 74. Até que seja publicada a lei de que trata o art. 5o desta Lei Complementar, as funções do órgão regulador e do órgão fiscalizador serão exercidas pelo Ministério da Previdência e Fl. 775DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 13 12 Assistência Social, por intermédio, respectivamente, do Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) e da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), relativamente às entidades fechadas, e pelo Ministério da Fazenda, por intermédio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), em relação, respectivamente, à regulação e fiscalização das entidades abertas. Decreto nº 7.123/2010: Art. 2o Ao CNPC, colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da Previdência Social, cabe exercer a função de órgão regulador do regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar. [...] Art. 4o As deliberações do CNPC serão consubstanciadas em resoluções ou recomendações e as da CRPC em decisões Assim, cabe ao CNPC a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades de previdência complementar, e, por conseguinte, a definição da expressão "provisões técnicas" se insere no âmbito de seu poder normativo. Corroborando a atuação do CNPC dentro de seu poder normativo, o Parecer Jurídico nº 107/2013 CGEN/PF/PREVIC da Procuradoria Federal na Previc, efls. 752 a 755, apreciando a alteração veiculada pela Resolução CNPC nº 05/2002, informou: "7. Preliminarmente, convém deixar registrado que a análise jurídica empreendida nesta oportunidade abstémse de adentrar em questões relacionadas ao poder discricionário da autoridade administrativa, ao eleger o caminho que entende ser o mais adequado para atingir as políticas públicas planejadas e os serviços públicos afetos a sua competência institucional, bem como deixa de aferir a adequação das questões técnicas de ordem atuarial, econômica e financeira inseridas na presente proposta. 8. E, de fato, a minuta regulamenta questões eminentemente técnicas e procedimentais, oportunizando uma análise jurídica apenas sob o aspecto da conformação da minuta com a legislação de previdência complementar, bem como a adequação formal do ato em relação às regras de boa técnica legislativa. [...] 11. A alteração da denominação do Anexo B, item VII, de "DEMONSTRAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES ATUARIAIS DO PLANO DE BENEFÍCIOS" para "DEMONSTRAÇÃO DAS PROVISÕES TÉCNICAS DO PLANO DE BENEFÍCIOS", segundo justificativa apresentada pelo órgão técnico nas fls. 01 02, tem por finalidade facilitar a compreensão dos dados fornecidos pela EFPC, entendendo que o conceito de "provisões técnicas" é mais abrangente, incluindo "não apenas as provisões matemáticas, mas também as demais provisões de caráter Fl. 776DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 14 13 econômico e financeiro que representam compromissos e obrigações assumidos pelo plano de benefícios, além do resultado do plano e dos fundos previdenciais e dos investimentos. As provisões técnicas devem traduzir a soma dos compromissos e obrigações vinculados ao plano de benefícios, que componham o seu passivo patrimonial, já que seus ativos garantidores devem estar comprometidos com as referidas provisões. [...] 15. Diante do exposto, considerando as razões jurídicas anteriormente apresentadas, opinamos pela adequação jurídico formal da minuta de Resolução anexa, encontrandose apta ao seu encaminhamento à apreciação da Diretoria Colegiada da Previc, ressalvada a sugestão pontual apresentada no item 14 deste Parecer Analisando a Lei Complementar nº 109/2001, tem se que esta previu a constituição de reservas técnicas, provisões e fundos a partir dos recursos coletados, conforme os artigos 9º e 18, denotando tratarem de parcelas distintas da normatização do setor: Verificase que a própria Procuradoria Federal considerou o ato adequado do ponto de vista jurídicoformal, reconhecendo a atribuição do CNPC e a conformação da minuta com a legislação previdenciária complementar. Frisese que embora posterior aos fatos geradores, aparentemente, a Resolução CNPC nº 12/2013 não promoveu novo entendimento sobre tal definição, uma vez que não localizei nos autos nem nas Resoluções CGPC nº 5/2002, nº 28/2009 ou na Resolução nº 8/2011, todas tratando dos procedimentos contábeis das entidades fechadas de previdência complementar, definição anterior do que sejam provisões técnicas. Sobre a questão, citase o Acórdão nº 3201002.001, de 26/01/2006, no qual a Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara assim decidiu referida matéria: BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. PROVISÕES TÉCNICAS. LIMTE. No cálculo do limite da exclusão de que trata o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, inserido pela MP nº 2.15835/ 2001, deve ser adotado o conceito de provisões técnicas estabelecido na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013. Transcrevese excerto do voto proferido pelo Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, cujas razões adoto, de forma complementar: "Outro ponto de destaque no litígio diz com o fato de que o conceito de provisões Técnicas que fora utilizado pela fiscalização é diferente daquele estabelecido na Resolução Conselho Nacional de Previdência Complementar CNPC n° 12, de 2013, que alterou o Anexo B da Resolução nº 8, de 31 de outubro de 2011, do Conselho Nacional de Previdência Complementar, o qual dispõe sobre os procedimentos contábeis das entidades fechadas de previdência complementar. Fl. 777DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 15 14 Em conformidade com a Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013 (publicada depois do fato gerador, mas antes da formalização do lançamento), as Provisões Técnicas são o resultado do somatório das Provisões Matemáticas, do Equilíbrio Técnico, dos Fundos, do Exigível Operacional e do Exigível Contingencial, correspondendo à “totalidade dos compromissos dos planos de benefícios previdenciais administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar”. Para a fiscalização, todavia, as Provisões Técnicas correspondem ao Exigível Atuarial (conta contábil – 2.3) e à Reserva de Contingência (conta contábil – 2.4.1.1.01.01; margem de segurança), esta constituída no percentual de até 25% da Provisão Matemática (Exigível Atuarial). Notese que o § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, apenas dispõe que a exclusão da base de cálculo do PIS/Cofins se restringe aos rendimentos de aplicações financeiras proporcionados pelos ativos garantidores das provisões técnicas, limitados esses ativos ao montante das dessas mesmas provisões, mas em nenhum momento define o que vêm a ser as tais “provisões técnicas”. E a sua definição, obviamente, só pode ser extraída das normas que disciplinam os procedimentos contábeis das entidades fechadas de previdência complementar, aquelas, portanto, expedidas pelo CNPC, órgão regulador do Regime de Previdência Complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar. A razão é tão evidente que dispensaria maiores comentários. Mesmo assim, vamos fazêlos. Entendeu a DRJ que as provisões técnicas de que fala § 7º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, devem ser aquelas que perfazem o montante equivalente aos recursos que têm a função de garantia dos benefícios com o pagamento de aposentadorias, pensões, pecúlios e resgates, por isso não comportando interpretação que amplie o conceito para abarcar outros valores que não os provisionados com tal finalidade. Contudo, conforme vetusta regra de hermenêutica, não cabe ao intérprete restringir o que a lei não restringiu, notadamente quando há norma estabelecendo, para entidades com a mesma natureza da Recorrente, o conceito de provisões técnicas. Logo, a definição de provisões técnicas deve ser buscada na Resolução CNPC nº 12, de 19/08/2013. E não obsta essa aplicação o fato de ter sido publicada depois do fato gerador, uma vez que, na data do lançamento, estava plenamente vigente. Ademais, como é sabido, “A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias”, consoante art. 110 do CTN." Fl. 778DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 16 15 Destarte, concluise que a definição do que sejam provisões técnicas é matéria inserida no poder normativo do Conselho Nacional de Previdência Complementar CNPC (antigo Conselho de Gestão da Previdência Complementar CGPC), nos termos do artigo 5º e 74 da LC nº 109/2001, artigo 13 da Lei nº 12.154/2009 e artigos 2º e 4º do Decreto nº 7.123/2010. Concernente à definição dos ativos garantidores, a fiscalização os compôs pelas contas do Programa de Investimento (conta contábil 1.2.4) menos os Exigíveis operacional e contingencial do programa de investimentos (contas contábeis 2.1.4 e 2.2.4). Já a recorrente pugnou pela consideração de que tais ativos se referem ao conjunto de bens e direitos suficientes para a cobertura da totalidade dos compromissos dos planos de benefícios previdenciais, conforme efl. 659 da peça recursal. A Resolução nº 3.456/2007, dispondo sobre as diretrizes de aplicação dos recursos garantidores dos planos de benefícios administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar, regulamentou a aplicação dos recursos garantidores dos planos de benefícios administrados pelas entidades fechadas de previdência complementar. Em seu artigo 1º previu: Art. 1º Os recursos garantidores dos planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar constituídos de acordo com os critérios fixados pelo Conselho de Gestão da Previdência Complementar, bem como aqueles de qualquer origem ou natureza, correspondentes às reservas, fundos e provisões, devem ser aplicados, em relação a cada plano de benefícios, de acordo com as disposições deste regulamento, com observância dos requisitos de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez e transparência. § 1º Para efeito deste regulamento, consideramse recursos garantidores do plano de benefícios administrado pela entidade fechada de previdência complementar, os ativos do programa de investimentos, adicionadas as disponibilidades e deduzidos os valores a pagar, classificados no exigível operacional do referido programa. Destacase que a exclusão permitida referese aos rendimentos de aplicações financeiras proporcionados pelos ativos garantidores, o que exclui, por consequência, as disponibilidades (registradas na conta 1.1 Disponível do Ativo) que não proporcionam rendimentos de aplicações financeiras, embora sirvam à cobertura dos compromissos previdenciários. Porém, na definição, a fiscalização deduziu dos ativos garantidores o exigível contingencial contabilizado na conta 2.2.4, o que, pela definição acima exposta, não compõe os ativos garantidores. De fato, a Resolução CGPC nº 5/2002 descreveu o funcionamento da conta 2.2.4.1.00.00 Contingências determinando que Código:2.2.4.1 Conta :Contingências Programa de Investimentos Função: Registrar as ocorrências de fatos nas áreas de investimentos e fiscais, oriundos de interpretações divergentes,que merecerão Fl. 779DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 17 16 decisões futuras e que poderão ou não gerar desembolso pela Entidade. Funcionamento: Creditada: Pelo reconhecimento da contingência;e Pela atualização. Debitada: Pela transferência para o Exigível Operacional,em função de decisão judicial desfavorável;e Pela reversão da contingência,em função de decisão judicial favorável. Assim, verificase que a confirmação das contingências implica sua transferência para o Exigível Operacional, e, neste momento, passa a reduzir o montante dos ativos garantidores. Assim, deve tal definição ser ajustada considerando as contas do Programa de Investimento (conta contábil 1.2.4) menos o Exigível Operacional (conta contábil 2.1.4). Quanto à alegação de preenchimento do Anexo III da IN SRF nº 247/2002 e a desnecessidade de efetuar qualquer rateio, entendo que não cabe razão à recorrente. Como já visto, a redação do inciso I do §1º do artigo 28 do Decreto nº 4.524/2002 denota que nem todos os rendimentos auferidos nas aplicações de recursos financeiros destinados ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e de resgates podem ser deduzidos, mas apenas os decorrentes dos ativos garantidores das provisões técnicas, limitados estes ativos ao valor destas provisões. Art. 28. As entidades fechadas e abertas de previdência complementar, para efeito de apuração da base de cálculo das contribuições, podem excluir ou deduzir da receita bruta o valor (Lei nº 9.701, de 1998, art. 1º, inciso V, Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 5º, § 6º, inciso III, e § 7º, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 2º, e Medida Provisória nº 66, de 2002, art. 35): I da parcela das contribuições destinada à constituição de provisões ou reservas técnicas; e II dos rendimentos auferidos nas aplicações de recursos financeiros destinados ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e de resgates. § 1º. A dedução prevista no inciso II do caput: I restringese aos rendimentos de aplicações financeiras proporcionados pelos ativos garantidores das provisões técnicas, limitados esses ativos ao montante das referidas provisões; e II aplicase também aos rendimentos dos ativos financeiros garantidores das provisões técnicas de empresas de seguros Fl. 780DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 18 17 privados destinadas exclusivamente a planos de benefícios de caráter previdenciário e a seguros de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência. § 2º A partir de 30 de agosto de 2002, além das exclusões previstas no caput, as entidades fechadas de previdência complementar podem excluir os valores referentes a: I rendimentos relativos a receitas de aluguel, destinados ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates; II receita decorrente da venda de bens imóveis, destinada ao pagamento de benefícios de aposentadoria, pensão, pecúlio e resgates; e III o resultado positivo, auferido na reavaliação da carteira de investimentos imobiliários referida nos incisos I e II deste parágrafo. E como já exposto anteriormente, a recorrente não cumpriu seu dever de colaboração, sendo que a metodologia utilizada pela fiscalização se mostrou razoável, à exceção das definições utilizadas. Por fim, no tocante à desconsideração pela fiscalização dos recolhimentos efetuados, não há reparos a fazer na decisão recorrida, cujo excerto transcrevese: "Nas considerações finais na peça impugnatória, também é alegado que sequer foram considerados na apuração dos supostos créditos tributários de Cofins e Pis os valores recolhidos nas competências de 2009, constantes no Documento 03 da impugnação (fls. 317/347), tendo sido aplicadas diretamente as alíquotas de 4% e 0,65%, respectivamente. A explicação é simples. Se os lançamentos ocorreram em função de omissão de base tributável, os valores relativos à base de cálculo omitida foram lançados diretamente no sistema gerador dos lançamentos, não cabendo a imputação dos pagamentos efetuados frente à base de cálculo admitida pela Autuada justamente porque, embora tenha sido verificado, o sistema não foi alimentado com a base de cálculo total, mas sim com as diferenças constatadas, não havendo também qualquer irregularidade por parte da Fiscalização neste aspecto dos lançamentos." De fato, constatase no Auto de Infração e Termo de Verificação Fiscal de e fls. 190 a 213, que os valores autuados referemse apenas à aplicação das alíquotas sobre a glosa empreendida e não sobre a apuração total da base de cálculo, do que inferese que os recolhimentos efetuados correspondem à base de cálculo apurada pela própria recorrente, o que pode ser confirmado pela comparação entre os valores devidos de PIS e Cofins demonstrados pela recorrente na planilha de efl. 149, com os valores de arrecadação constantes nas efls. 318 e 333, juntadas em impugnação. Diante do exposto, voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que seja adotada a definição de ativos garantidores de acordo com a Resolução CMN nº Fl. 781DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10166.730295/201336 Acórdão n.º 3302003.240 S3C3T2 Fl. 19 18 3.456/2007, à exceção das disponibilidades, e de provisões técnicas estabelecida na Resolução CNPC nº 12/2013, no cálculo do limite de exclusão de que trata o inciso I do §1º do artigo 28 do Decreto nº 4.524/2002 (§7º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998). (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 782DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/06/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 29/06 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 11968.000619/2009-59
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri May 20 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 04/06/2009
PENALIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE.
A modificação introduzida pela Lei 12.350, de 2010, no § 2º do artigo 102 do Decreto-lei 37/66, que estendeu às penalidades de natureza administrativa o excludente de responsabilidade da denúncia espontânea, não se aplica nos casos de penalidade decorrente do descumprimento dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-003.703
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento recurso especial. Vencidos os Conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 04/06/2009 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A modificação introduzida pela Lei 12.350, de 2010, no § 2º do artigo 102 do Decreto-lei 37/66, que estendeu às penalidades de natureza administrativa o excludente de responsabilidade da denúncia espontânea, não se aplica nos casos de penalidade decorrente do descumprimento dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira. Recurso Especial do Contribuinte Negado.
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Fri May 20 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 11968.000619/2009-59
anomes_publicacao_s : 201605
conteudo_id_s : 5591767
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 20 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9303-003.703
nome_arquivo_s : Decisao_11968000619200959.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
nome_arquivo_pdf_s : 11968000619200959_5591767.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento recurso especial. Vencidos os Conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
dt_sessao_tdt : Tue Apr 26 00:00:00 UTC 2016
id : 6383816
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:48:51 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422025527296
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1947; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRF‐T3 Fl. 447 1 446 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11968.000619/200959 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303003.703 – 3ª Turma Sessão de 26 de abril de 2016 Matéria Denuncia espontânea multa por atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada Recorrente ALIANCA NAVEGACAO E LOGISTICA LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 04/06/2009 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A modificação introduzida pela Lei 12.350, de 2010, no § 2º do artigo 102 do Decretolei 37/66, que estendeu às penalidades de natureza administrativa o excludente de responsabilidade da denúncia espontânea, não se aplica nos casos de penalidade decorrente do descumprimento dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento recurso especial. Vencidos os Conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 96 8. 00 06 19 /2 00 9- 59 Fl. 447DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 448 2 Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de Auto de Infração que exige da contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DL 37, de 1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. Julgando o feito, a Turma recorrida negou provimento ao recurso voluntário, nos termos do Acórdão 3801004.832. No que diz respeito à denúncia espontânea, o Colegiado a quo decidiu que esse instituto é inaplicável para afastar a exigência da multa em comento. Após tomar ciência do mencionado acórdão, a Contribuinte apresentou recurso especial suscitando divergência quanto à possibilidade de aplicar a denúncia espontânea, prevista no art. 102, § 2º, do Decretolei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei 12.350, de 2010, para afastar a multa que lhe foi imputada pelo Fisco. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º a 3º do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.552, de 26/04/2016, proferido no julgamento do processo 11128.007573/200648, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9303003.552): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para sua admissibilidade. Dele tomo conhecimento. Importante observar, quanto à comprovação da divergência, que recorrido e paradigma trataram da exigência da mesma penalidade (art. 107, inciso IV, alínea "e", do DL 37, de 1966) e foram proferidos após 28/07/2010 (data da publicação da MP 497, convertida na Fl. 448DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 449 3 Lei 12.350, de 20/12/2010). Além disso, ambos citaram expressamente as alterações promovidas pela mencionada lei na redação do art. 102, § 2º, do DecretoLei 37/66, que trata da denúncia espontânea, apesar de tal consignação não ser imprescindível. Todavia, os arestos confrontados, que guardam identidade fática e jurídica, chegaram a resultados opostos quanto à possibilidade de aplicar a denúncia espontânea sobre a exigência da penalidade em foco. Não há dúvida, portanto, quanto à existência de dissenso jurisprudencial. A matéria devolvida a este Colegiado cingese, exclusivamente, à possibilidade de aplicar a denúncia espontânea, após a alteração promovida pela Lei 12.350/2010, para afastar a exigência da multa pelo atraso na prestações de informações sobre veículo ou carga nele transportada. Não vejo como dar razão à pretensão da Contribuinte, sob pena de aniquilar o cumprimento, com observância dos prazos estabelecidos pela legislação, do dever instrumental de prestar informação. Aplicandose o entendimento defendido pela Recorrente, os prazos estipulados pela legislação aduaneira, para prestar informações à RFB, poderiam ser descumpridos pelo sujeito passivo sem punição, tendo como única condição que a prestação das informações seja efetuada antes do início de ação fiscal. Ou seja, os prazos para a apresentação de informações seriam bastante elásticos, a depender de cada caso, e não prazos fatais, como é a regra na legislação tributária. Por concordar na íntegra com os fundamentos, e por aplicarse à solução do presente litígio, adoto o voto proferido pelo ilustre Conselheiro Solon Sehn no Acórdão 3802 002.314, de 27/11/2013, do qual transcrevo os seguintes excertos: "O Recorrente alega ainda que as informações sobre o embarque foram prestadas antes da lavratura do auto de infração. Portanto, nos termos do art. 138, caput, do Código Tributário Nacional (CTN), a multa deveria ter sido excluída em razão da caracterização da denúncia espontânea: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. A aplicabilidade da denúncia espontânea às “obrigações acessórias” é sustentada por parte da doutrina com base na expressão “se for o caso”, encontrada no caput do art. 138 do CTN. Nesse sentido, cumpre destacar as lições de Hugo de Brito Machado, Luciano Amaro e Sacha Calmon Navarro Coêlho: 'Como a lei diz que a denúncia há de ser acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido, resta induvidoso que a exclusão da responsabilidade tanto se Fl. 449DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 450 4 refere a infrações das quais decorra o não pagamento do tributo como a infrações meramente formais, vale dizer, infrações das quais não decorra o não pagamento do tributo. Inadimplemento de obrigações tributárias meramente acessórias' 1. 'A expressão ‘se for o caso’ explicase em face de que algumas infrações, por implicarem desrespeito a obrigações acessórias, não acarretam, diretamente, nenhuma falta de pagamento de tributo, embora sejam também puníveis, porque a responsabilidade não pressupõe, necessariamente, dano (art. 136). Outras infrações, porém, de um modo ou de outro, resultam em falta de pagamento. Em relação a estas é que o Código reclama o pagamento' 2. 'Se quisesse excluir uma ou outra, teria adjetivado a palavra infração ou teria dito que a denúncia espontânea elidiria a responsabilidade pela prática de infração à obrigação principal excluindo a assessória, ou viceversa. Ora, onde o legislador não distingue não é lícito ao intérprete distinguir segundo cediço princípio de hermenêutica' 3 Essa interpretação, porém, não foi acolhida pela Jurisprudência, consoante se depreende dos seguintes julgados do Superior Tribunal de Justiça: 'TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. ART. 138 DO CTN. ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. 1. O STJ possui entendimento de que a denúncia espontânea não tem o condão de afastar a multa decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, pois os efeitos do art. 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas. 2. Agravo Regimental não provido.” (STJ. 2ª T. AgRg nos EDcl no AREsp 209663/BA. Rel. Min. Herman Benjamin. DJe 10/05/2013).' (...) A mesma interpretação foi adotada no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conforme Súmula CARF nº 49: 'A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na 1 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 27. Ed. São Paulo: Malheiros, 2006, p. 182 e ss. 2 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 10 Ed. São Paulo: Saraiva, 2004, p. 437. 3 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Teoria e prática das multas tributárias. 2. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 105106. Fl. 450DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 451 5 entrega de declaração', que foi fruto de reiterados julgados do Câmara Superior de Recursos Fiscais (...). A discussão, entretanto, foi reaberta em face da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37/1966, decorrente do art. 40 da Lei nº 12.350/2010: Art. 102. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988). § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010). (...) De fato, a Lei nº 12.350/2010 resultou da conversão da Medida Provisória n.º 497/2010. De acordo com a exposição de motivos desta, seu objetivo foi 'deixar claro' que o instituto da denúncia espontânea aplicase a todas as penalidades pecuniárias, inclusive multas isoladas vinculadas ao descumprimento de obrigação acessória, conforme se depreende da leitura da exposição de motivos: '40. A proposta de alteração do § 2º do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, visa a afastar dúvidas e divergência interpretativas quanto à aplicabilidade do instituto da denúncia espontânea e a consequente exclusão da imposição de determinadas penalidades, para as quais não se tem posicionamento doutrinário claro sobre sua natureza. [...] 43. Fundamentalmente, o Linha Azul é um procedimento simplificado que propicia às empresas habilitadas um menor percentual de seleção para os canais de verificação amarelo e vermelho e conferência aduaneira das declarações selecionadas realizada prioritariamente, Fl. 451DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 452 6 inclusive com compromisso de tempo máximo para essa conferência estipulado. Esse procedimento segue a orientação internacional de Operadores Econômicos Autorizados OEA, ou seja, de credenciamento de operadores legítimos e confiáveis para operar no comércio exterior com menores entraves burocráticos. 44. A avaliação sistêmica da empresa candidata ao Linha Azul inclui a realização, previamente à adesão, de uma auditoria de controles internos para autoavaliação de seus controles e procedimentos aduaneiros, referente, no mínimo, aos quatro últimos semestres civis. O objetivo dessa autoavaliação é induzir a empresa a verificar o cumprimento da legislação aduaneira (controles administrativos e fiscais), com reflexo na garantia da regularidade dos registros aduaneiros e do recolhimento dos tributos devidos. Exigese, sempre que a auditoria de controles internos aponte irregularidades, que sejam apresentados documentos que comprovem o seu saneamento ou a adoção das providências cabíveis para a sua solução. 45. No caso específico, o que se tem verificado é que, durante o processo de auditoria, as empresas têm constatado reiterados erros em declarações de importação registradas e desembaraçadas no canal verde de conferência e, como forma de sanear a irregularidade para cumprimento do programa, apresentado a relação desses erros na unidade de jurisdição e adotado as respectivas providências para a retificação das declarações aduaneiras. 46. Todavia, ao adotar essa providência, mesmo que a empresa não tenha que recolher quaisquer tributos, ela pode estar sujeita à imposição da referida multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria (multa isolada), disciplinada no art. 711 do Regulamento Aduaneiro, ainda que espontaneamente tenha apurado tais erros e adotado as providências para a sua regularização, o que onera por demais o processo de adesão à Linha Azul. 47. A proposta de alteração objetiva deixar claro que o instituto da denúncia espontânea alcança todas as penalidades pecuniárias, aí incluídas as chamadas multas isoladas, pois nos parece incoerente haver a possibilidade de se aplicar o instituto da denúncia espontânea para penalidades vinculadas ao nãopagamento de tributo, que é a obrigação principal, e não haver essa possibilidade para multas isoladas, vinculadas ao descumprimento de obrigação acessória.' (EMI nº 111/MF/MP/ME/MCT/ MDIC/MT). Todavia, cumpre considerar que, nas obrigações acessórias ou deveres instrumentais, o sujeito passivo está Fl. 452DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 453 7 vinculado a um fazer ou nãofazer, sem expressão econômica, destinado a facilitar a fiscalização e a arrecadação dos tributos4. Podem assumir os conteúdos mais variados, desde a manutenção de escrituração fiscal regular, da descrição adequada do bem importado na declaração de importação, emissão de nota fiscal, bem como da apresentação de informações para a Fazenda Pública dentro dos prazos previstos na legislação tributária. Em razão disso, na aplicação do art. 102 do DecretoLei nº 37/1966, devese analisar o conteúdo da “obrigação acessória” violada. Isso porque nem todas as infrações pelo descumprimento de deveres instrumentais são compatíveis com a denúncia espontânea, como é o caso das infrações caracterizadas pelo fazer ou nãofazer extemporâneo do sujeito passivo. Essa importante distinção foi evidenciada em voto do eminente Conselheiro José Fernandes do Nascimento, no Acórdão 310200.988. 3ª SJ, C1, 2ª TO, S. de 22/08/2013: O objetivo da norma em destaque, evidentemente, é estimular que o infrator informe espontaneamente à Administração aduaneira a prática das infrações de natureza tributária e administrativa instituídas na legislação aduaneira. Nesta última, incluída todas as obrigações acessórias ou deveres instrumentais (segundo alguns) que tenham por objeto as prestações positivas (fazer ou tolerar) ou negativas (não fazer) instituídas no interesse fiscalização das operações de comércio exterior, incluindo os aspectos de natureza tributária, administrativo, comercial, cambial etc. Não se pode olvidar que, para aplicação do instituto da denúncia espontânea, é condição necessária que a infração de natureza tributária ou administrativa seja passível de denunciação à fiscalização pelo infrator. Em outras palavras, é requisito essencial da excludente de responsabilidade em apreço que a infração seja denunciável. No âmbito da legislação aduaneira, em consonância com o disposto no retrotranscrito preceito legal, as impossibilidades de aplicação dos efeitos da denúncia espontânea podem decorrer de circunstância de ordem lógica (ou racional) ou legal (ou jurídica). No caso de impedimento legal, é o próprio ordenamento jurídico que veda a incidência da norma em apreço, ao excluir determinado tipo de infração do alcance do efeito excludente da responsabilidade por denunciação espontânea da infração cometida. A título de exemplo, podem ser citadas as infrações por dano erário, sancionadas com a pena de perdimento, conforme 4 CARVALHO, Paulo de Barros. "Curso de direito tributário". 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2000, p. 277349. Fl. 453DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 454 8 expressamente determinado no § 2º, in fine, do citado art. 102. A impossibilidade de natureza lógica ou racional ocorre quando fatores de ordem material tornam impossível a denunciação espontânea da infração. São dessa modalidade as infrações que têm por objeto as condutas extemporâneas do sujeito passivo, caracterizadas pelo cumprimento da obrigação após o prazo estabelecido na legislação. Para tais tipos de infração, a denúncia espontânea não tem o condão de desfazer ou paralisar o fluxo inevitável do tempo. Compõem essa última modalidade toda infração que tem o atraso no cumprimento da obrigação acessória (administrativa) como elementar do tipo da conduta infratora. Em outras palavras, toda infração que tem o fluxo ou transcurso do tempo como elemento essencial da tipificação da infração. São dessa última modalidade todas as infrações que têm no núcleo do tipo da infração o atraso no cumprimento da obrigação legalmente estabelecida. A título de exemplo, pode ser citada a conduta do transportador de registrar extemporaneamente no Siscomex os dados das cargas embarcadas, infração objeto da presente autuação. Veja que, na hipótese da infração em apreço, o núcleo do tipo é deixar de prestar informação sobre a carga no prazo estabelecido, que é diferente da conduta de, simplesmente, deixar de prestar a informação sobre a carga. Na primeira hipótese, a prestação intempestiva da informação é fato infringente que materializa a infração, ao passo que na segunda hipótese, a mera prestação de informação, independentemente de ser ou não a destempo, resulta no cumprimento da correspondente obrigação acessória. Nesta última hipótese, se a informação for prestada antes do início do procedimento fiscal, a denúncia espontânea da infração configurase e a respectiva penalidade é excluída. De fato, se registro extemporâneo da informação da carga materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Em consequência, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face Fl. 454DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 455 9 da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez. Destarte, a aplicação da denúncia espontânea às infrações caracterizadas pelo fazer ou nãofazer extemporâneo do sujeito passivo implicaria o esvaziamento do dever instrumental, que poderia ser cumprido há qualquer tempo, ao alvedrio do sujeito passivo. Exegese dessa natureza comprometeria toda a funcionalidade dos deveres instrumentais no sistema tributário. Destacase, nesse sentido, a doutrina de Yoshiaki Ichihara: 'Caso se entenda que o descumprimento de dever instrumental formal possa ser denunciado e corrigido sem o pagamento das multas decorrentes, na prática não haverá mais infração da obrigação acessória. Seria, a rigor, uma verdadeira anistia, que somente poderá ser concedida por lei específica. Exemplificando, uma empresa que deixou de registrar e escriturar livros fiscais, com a denúncia espontânea da infração, se assim se entender, não haverá mais multa, e a aplicação da lei tributária estará integralmente frustrada' 5. Entendese, portanto, que a denúncia espontânea (art. 138 do CTN e art. 102 do DecretoLei n° 37/1966) não alcança as penalidades exigidas pelo descumprimento de dever instrumental caracterizado pelo atraso na prestação de informação à administração aduaneira. (...)" O objetivo do art. 138 do CTN é estimular o contribuinte que não pagou os tributos a fazêlo e regularizar a situação, resgatando as pendências deixadas e não conhecidas pelo fisco, que recebe o que deveria ter sido pago e cuja satisfação, não fosse a iniciativa do contribuinte, talvez jamais ocorresse. Tal norma objetiva estimular o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias. Porém, a responsabilidade pelo cometimento das infrações restará afastada apenas com o reconhecimento e cumprimento da obrigação, preservando assim a higidez do sistema, não se podendo ver nela nenhum estímulo à inadimplência. De fato, a jurisprudência dominante em nossos tribunais não admite a configuração da denúncia espontânea ante a prática de determinados atos, que representam 5 ICHIHARA, Yoshiaki. Sanções tributárias questões sugeridas. In: MACHADO, Hugo de Brito (coord.). Sanções administrativas tributárias. São Paulo: DialéticaICET, 2004, p. 502. Fl. 455DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 456 10 infrações à legislação tributária. Várias são as decisões no sentido da inaplicabilidade do art. 138 do CTN no descumprimento do prazo quanto às obrigações acessórias. Vejamos: “DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INAPLICABILIDADE. 1. Inaplicável o instituto da denúncia espontânea quando se trata de multa isolada imposta em face do descumprimento de obrigação acessória.” (STJ, 2ª T. AgRg no Resp 916.168/SP, Herman Benjamin, mar/09) No mesmo sentido do entendimento ora defendido, manifestouse recentemente o e. Tribunal Regional Federal da 4ª Região, conforme se infere do enunciado da ementa e dos trechos do voto condutor do julgado, a seguir transcritos: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. MULTA DECORRENTE DA INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA DE DADOS DE EMBARQUE. AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. INAPLICABILIDADE DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. VALOR QUE NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO. 1. O agente marítimo assume a condição de representante do transportador perante os órgãos públicos nacionais e, ao deixar de prestar informação sobre veículo ou carga transportada, concorre diretamente para a infração, daí decorrendo a sua responsabilidade pelo pagamento da multa, nos termos do artigo 95, I, do DecretoLei nº 37, de 1966. 2. Não se aplica a denúncia espontânea para os casos de descumprimento de obrigações tributárias acessórias autônomas. 3. A finalidade punitiva e dissuasória da multa justifica a sua fixação em valores mais elevados, sem que com isso ela ofenda os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. [...]Voto. [...] Não é caso, também, de acolhimento da alegação de denúncia espontânea. A Lei nº 12.350, de 2010, deu ao artigo 102, § 2º, do DecretoLei nº 37, de 1966, a seguinte redação: [...] Bem se vê que a norma não é inovadora em relação ao artigo 138 do CTN, merecendo, portanto, idêntica interpretação. Nesse sentido, é pacífico o entendimento no sentido de que a denúncia espontânea não se aplica para os casos em que a infração seja à obrigação tributária acessória autônoma. [...] (BRASIL. TRF4. 2ª Turma. Apelação Cível nº 5005999 81.2012.404.7208/SC. rel. Des. Rômulo Pizzolatti, j. 10.12.2013) (grifo acrescido) Fl. 456DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 457 11 Importante observar que, no mesmo sentido da mencionada decisão do TRF da 4ª RF, existe a Súmula CARF nº 49 A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Todavia, não se trata aqui de aplicar a Súmula 49 para resolver o presente litígio, uma vez que proferida antes das alterações promovidas pela Lei 12.350/2010. A intransigência em matéria de controles administrativos aduaneiros se justifica, muito mais do que pela questão tributáriofinanceira, pela questão da defesa do Estado nacional. A falta de pagamento de tributo, ou de parte dele, não é o único dano que se faz aos cofres públicos e à sociedade no descumprimento das regras de controle aduaneiro. Muitas vezes, a administração tributária prioriza a arrecadação de tributos e não enfatiza as razões dos controles não tributários ou aduaneiros. Assim, pode ficar a impressão de que não havendo falta de pagamento de tributos não há dano efetivo ao erário, mas essa é uma falsa observação. Cabe a administração aduaneira cumprir as decisões dos demais órgãos do Poder Executivo e de Acordos Internacionais, relativamente à saúde, à defesa da economia, à defesa dos interesses culturais, do patrimônio histórico, da segurança pública, entre outros. São atribuições fundamentadas em conhecimentos que ultrapassam largamente aqueles necessários à excelência do trabalho de fiscalização. Ao fazer o julgamento, especialmente por que não há tantos julgadores especializados em nuances do comércio internacional, passase ao largo dos verdadeiros delitos que são cometidos à sombra da ausência de danos fiscais explícitos — quero dizer — da falta de pagamento de impostos. Por último, é de se observar que o entendimento acerca da impossibilidade de aplicar a denúncia espontânea para afastar a multa capitulada no artigo no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DL 37, de 1966, alcança, indistintamente, a exigência dessa penalidade nas diversas situações nas quais é aplicada, tais como: atraso na prestação de informações sobre mercadoria embarcada, sobre atracação de embarcação, sobre vinculação de manifesto de carga, etc. Afastada a aplicação da denúncia espontânea, e diante de recurso do contribuinte, o resultado do julgamento é por negar provimento ao recurso especial, resultado que deve ser aplicado aos demais processos vinculados ao julgamento deste, na sistemática prevista nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF (recursos repetitivos). À luz do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial interposto pelo sujeito passivo, por considerar inaplicável a denúncia espontânea como excludente da multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso especial interposto pelo sujeito passivo, por Fl. 457DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11968.000619/200959 Acórdão n.º 9303003.703 CSRF‐T3 Fl. 458 12 considerar inaplicável a denúncia espontânea como excludente da multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Fl. 458DF CARF MF Impresso em 20/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/05/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.013402/2002-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996
DECISÃO EM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO COM CRÉDITO DECORRENTE.
A decisão proferida em pedido de restituição deve ser refletida nas declarações de compensação cujo crédito seja dele decorrente, desde que apresentadas antes do indeferimento do pedido, ainda que não definitivo.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Direito Creditório Reconhecido em Parte.
Numero da decisão: 3302-003.157
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para retificar o acórdão embargado e dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para efetivar a compensação até o limite do saldo do direito de crédito apurados nos processos 10580.002854/2003-51 e 10580.001146/2005-65, observadas as pedidos/declarações de compensações anteriormente pleiteadas.
.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201604
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996 DECISÃO EM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO COM CRÉDITO DECORRENTE. A decisão proferida em pedido de restituição deve ser refletida nas declarações de compensação cujo crédito seja dele decorrente, desde que apresentadas antes do indeferimento do pedido, ainda que não definitivo. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10580.013402/2002-14
anomes_publicacao_s : 201606
conteudo_id_s : 5595039
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3302-003.157
nome_arquivo_s : Decisao_10580013402200214.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : PAULO GUILHERME DEROULEDE
nome_arquivo_pdf_s : 10580013402200214_5595039.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para retificar o acórdão embargado e dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para efetivar a compensação até o limite do saldo do direito de crédito apurados nos processos 10580.002854/2003-51 e 10580.001146/2005-65, observadas as pedidos/declarações de compensações anteriormente pleiteadas. . (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
id : 6399831
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:49:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422031818752
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1801; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.013402/200214 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3302003.157 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 27 de abril de 2016 Matéria PIS/Pasep Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996 DECISÃO EM PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO COM CRÉDITO DECORRENTE. A decisão proferida em pedido de restituição deve ser refletida nas declarações de compensação cujo crédito seja dele decorrente, desde que apresentadas antes do indeferimento do pedido, ainda que não definitivo. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para retificar o acórdão embargado e dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para efetivar a compensação até o limite do saldo do direito de crédito apurados nos processos 10580.002854/200351 e 10580.001146/200565, observadas as pedidos/declarações de compensações anteriormente pleiteadas. . (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 01 34 02 /2 00 2- 14 Fl. 112DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 15/05 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.013402/200214 Acórdão n.º 3302003.157 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes De Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de pedido de declaração de compensação protocolada em 18/12/2002, compensando débitos de Pasep, código 3703, e parcelamento de Pasep, código 8707 de novembro de 2002, com créditos de R$ 548.453,59, sem indicação da origem do direito creditório. Intimada, a recorrente afirmou serem decorrentes dos créditos alegados nos pedidos de restituição nº 10580.002854/200351 e 10580.001146/200565 e que a compensação referese apenas ao débito de Pasep sob o código 3703, efl. 24. O despacho decisório não homologou a declaração de compensação em razão do indeferimento dos pedidos de restituição referentes aos processos acima mencionados. Em manifestação de inconformidade, a recorrente reafirmou a pendência de julgamento dos pedidos de restituição acima referidos, alegando a necessidade de se aguardar a decisão dos referidos processos, como também defendeu que o prazo para efetuar o pedido de restituição seria de dez anos a partir da publicação da Resolução nº 49/1995 ou, alternativamente, de dez anos contados do fato gerador conforme jurisprudência do STJ. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade pela inexistência dos créditos em comento, decidindo pela inaplicabilidade da semestralidade e pelo prazo decadencial de cinco anos, previsto no artigo 168, inciso I do CTN, nos termos dos Acórdãos DRJ/SDR nº 9.390/2005 e 9.391/2005, afastando o pedido de sobrestamento por falta de previsão legal. A recorrente interpôs recurso voluntário, alegando que o prazo para pedir a restituição de indébito tributário seria de dez anos a partir da publicação da Resolução nº 49/1995 e propugnando pela aplicação da semestralidade no cálculo do Pasep. O julgamento do recurso voluntário foi convertido em diligência nos seguintes termos: "À vista do exposto, voto por converter o julgamento do recurso em diligência para que a delegacia de origem, onde a autoridade lançadora deverá incluir as informações pertinentes às questões abaixo formuladas, e outras que julgar necessárias à boa apreciação da preliminar e do mérito do presente recurso: 1 se a contribuinte solicitou parcelamento correspondente aos períodosbase compreendidos entre 1992 e 1996, a quais fatos geradores se referiram, quais foram as bases de cálculo declaradas e quais os valores envolvidos, assim como as parcelas relativas à atualização monetária e multa moratória porventura consignada, e se foram efetivamente recolhidos conforme alega a recorrente; e 2 informação sobre se o Fl. 113DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 15/05 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.013402/200214 Acórdão n.º 3302003.157 S3C3T2 Fl. 4 3 parcelamento fora feito considerando as bases de cálculo, alíquotas, atualização monetária e multa moratória constantes dos DecretosLeis nº 2.445/88 e 2.449/88 ou se pertinentes à Lei Complementar n 2 8/70 e ao Decreto n 2 71.618/72. 3 se a contribuinte efetivamente recolheu ao erário o referido parcelamento, uma vez que em algumas Declarações de Compensação, aparentemente, ele busca compensar os pretendidos créditos com algumas parcelas devidas a esse título". Foram anexados a este processo algumas peças do processo 10580.002854/200351, contendo cumprimento da diligência, tendo a autoridade fiscal informado os seguintes parcelamentos cadastrado: 10580.012163/9215, (débitos parcelados relativos a fatos geradores de 01/1990 a 09/1992), 10580.000824/9610 (débitos parcelados de 04/1994 a 11/1995), 10580.009598/9391 (débitos parcelados de 06/1993 a 10/1993 e transferido para o processo 10580.007020/9308), 10580.004015/9434 (débitos parcelados de 01/1994 a 04/1994 e transferidos para o processo 10580.007020/9308), 10580.007020/9308 (débitos parcelados de 10/1992 a 12/1992) , 10580.007019/9311 (débitos parcelados de 01/1993 a 05/1993), conforme extratos constantes no processo 10580.002854/200351. Concernente às bases de cálculo, a autoridade fiscal informou que não dispunha de informações para responder, intimando a recorrente a esclarecer o regime jurídico dos débitos parcelados, tendo esta respondido que foram os débitos parcelados foram calculados com base nos Decretoslei nº 2445/88 e 2449/88. Na sessão de 27/01/2016, esta turma proferiu o Acórdão nº 3302003.020, dando provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996 PRAZO PARA EFETUAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF Nº 91. Aplicase o prazo de dez anos contados do fato gerador ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação tácita. PASEP. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. DECRETO Nº 71.618/72. A contribuição ao PASEP será calculada, em cada mês, com base na receita e nas transferências apuradas no sexto mês imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária no intervalo dos seis meses, até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte. Por seu turno, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional opôs embargos de declaração, alegando a existência de contradição ou obscuridade, por ter o acórdão julgado Fl. 114DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 15/05 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.013402/200214 Acórdão n.º 3302003.157 S3C3T2 Fl. 5 4 matéria estranha ao processo, uma vez que este tratava de declaração de compensação indeferida pela ausência de créditos apurados em outros dois processos administrativos, ao passo que o julgado apreciou as matérias relativas ao prazo para efetuar o pedido de restituição e a aplicação da semestralidade aos recolhimentos efetuados de acordo com a Lei Complementar nº 08/1970 e o Decreto nº 71.618/72. Os embargos de declaração foram admitidos. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. Constatase, de fato, que o voto condutor do acórdão embargado tratou de matérias estranhas ao fundamento do despacho decisório de indeferimento da declaração de compensação protocolada em 18/12/2002, pois que este indeferiu a compensação em razão da ausência de créditos nos processos de restituição 10580.002854/200351 (PER protocolado em 16/04/2003) e 10580.001146/200565 (PER protocolado em 08/10/2003), conforme excerto abaixo: "Após a prorrogação do prazo, o contribuinte informou da existência de dois Pedidos de Restituição: um, de protocolo n° 10580.002854/200351, apresentado em 16 de abril de 2003, no valor de R$ 2.405.766,02, e outro, de numero de transmissão 10820.73723.081003.1.2.041.564, transmitido em 08 de outubro de 2003, sendo este último com número no protocolo geral 10580.001146/200565, no valor de R$ 9.359.794,33. Ambos, com supostos créditos originários de recolhimentos antecipados do Pasep. Os créditos requeridos nos processos acima identificados, não foram reconhecidos, pela preliminar de decadência do direito de pedir, conforme se lê dos decisórios que se faz acompanhar dos Pareceres n° 115 e 169, anexos. Desta forma, na ausência de direito de crédito nos processos indicados, sou pela não homologação do débito indicado nas fls. 01, abaixo reproduzido: [...]Do exposto, proponho a não homologação da compensação, em razão direta da inexistência de crédito nos processos 10580.002854/200351 e 10580.001146/200565, com base nas disposições contidas da IN SRF n°210/2002, atualmente contido no parágrafo 10 do artigo 26 da Instrução Normativa SRF n° 460, de 2004, lastreada no Código Tributário Nacional, art. 68,1." O recurso voluntário aduziu que o prazo para pedir a restituição de indébito tributário seria de dez anos a partir da publicação da Resolução nº 49/1995 e propugnou pela aplicação da semestralidade no cálculo do Pasep. Entretanto, como salientado acima, estas Fl. 115DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 15/05 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.013402/200214 Acórdão n.º 3302003.157 S3C3T2 Fl. 6 5 matérias são estranhas à razão do indeferimento e foram tratadas nos processos de restituição já mencionados, devendo, portanto, não serem conhecidas como razões recursais neste processo. Destarte, a discussão cingiuse, na realidade, apenas ao procedimento de compensação. Neste ponto, a declaração foi entregue em 18/12/2002, ao passo que os despachos de indeferimento dos pedidos de restituição ocorreram em 13/04/2005, em relação ao processo 10580.002854/200351, e em 02/06/2005, para o processo 10580.001146/200565, portanto, posteriormente à declaração de compensação. Esta declaração foi entregue sob a vigência da IN SRF nº 210/2002, cujo §4º do artigo 21 possibilitava a compensação com origem em créditos objeto de pedido de restituição, desde que estes pedidos se encontrassem pendentes de decisão administrativa, o que foi o caso destes autos. Ressaltase que, embora, cronologicamente, os pedidos de restituição tenham sido posteriores à declaração de compensação, tal fato não foi fundamento para o indeferimento da compensação. De modo similar, a IN SRF nº 460/2004 dispôs em seu artigo 26, §5º, possibilitando a compensação com créditos objeto de pedido de restituição pendente de decisão administrativa, regra esta que se repetiu em todas as instruções normativas subseqüentes. Por outro lado, a revogada Portaria SRF nº 6.129/2005 previa a reunião em um único processo dos pedidos de restituição ou de ressarcimento e as Declarações de Compensação que tivessem por base o mesmo crédito, ainda que apresentados em datas distintas, exceto se as declarações de compensação tivessem sido apresentadas em data posterior ao indeferimento ou nãohomologação, nos termos do artigo 1º, abaixo transcrito: Art. 1ºSerão objeto de um único processo administrativo: [...]III aos Pedidos de Restituição ou de Ressarcimento e às Declarações de Compensação (Dcomp) que tenham por base o mesmo crédito, ainda que apresentados em datas distintas; [...]§ 4ºAs DComp baseadas em crédito constante de pedido de restituição ou ressarcimento indeferido ou em compensação não homologada pela autoridade competente da SRF, apresentadas após o indeferimento ou nãohomologação, serão objeto de processos distintos daquele em que foi prolatada a decisão. Art. 2ºOs processos em andamento, que não tenham sido formalizados de acordo com o disposto no art. 1º, serão juntados por anexação na unidade da SRF em que se encontrem. Esta portaria foi revogada pela Portaria RFB nº 666/2008, que foi revogada pela Portaria RFB nº 354/2016, as quais, entretanto, mantiveram os dispositivos acima. Depreendese que a regra possui o objetivo de que tais processos sejam julgados de forma única e que a decisão proferida nos processos originais seja refletida nos processos decorrentes. É exatamente isto que deveria ocorrer em relação a este processo. Porém, tal anexação não é possível, pois o crédito objeto desta declaração está lastreado em dois processos de restituição, os quais, inclusive, foram julgados por esta turma na mesma data de 27/01/2016, conforme as seguintes ementas e dispositivos: Processo 10580.002854/200351: Fl. 116DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 15/05 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.013402/200214 Acórdão n.º 3302003.157 S3C3T2 Fl. 7 6 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996 PRAZO PARA EFETUAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF Nº 91. Aplicase o prazo de dez anos contados do fato gerador ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação tácita. PASEP. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. DECRETO Nº 71.618/72. A contribuição ao PASEP será calculada, em cada mês, com base na receita e nas transferências apuradas no sexto mês imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária no intervalo dos seis meses, até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte. Dispositivo: “Diante do exposto, voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário, afastando a decadência do pedido de restituição de pagamentos efetuados entre maio/1993 e 1996, vinculados a fatos geradores da contribuição de abril/1993 em diante, ressalvado o direito de a autoridade administrativa apurar a liquidez e certeza do direito creditório, mediante a aplicação da semestralidade prevista no Decreto 71.618/72 até a edição da MP nº 1.212/95 Andamento processual em 20/04/2016: Processo 10580.001146/200565: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1992 a 31/12/1996 PRAZO PARA EFETUAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF Nº 91. Aplicase o prazo de dez anos contados do fato gerador ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação tácita. PASEP. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. DECRETO Nº 71.618/72. A contribuição ao PASEP será calculada, em cada mês, com base na receita e nas transferências apuradas no sexto mês imediatamente anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária no intervalo dos seis meses, até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95. Recurso Voluntário Provido em Parte. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 15/05 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.013402/200214 Acórdão n.º 3302003.157 S3C3T2 Fl. 8 7 Direito Creditório Reconhecido em Parte. Dispositivo: “Diante do exposto, voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário, afastando a decadência do pedido de restituição de pagamentos efetuados entre novembro/1993 e 1996, vinculados a fatos geradores da contribuição de outubro/1993 em diante, ressalvado o direito de a autoridade administrativa apurar a liquidez e certeza do direito creditório, mediante a aplicação da semestralidade prevista no Decreto 71.618/72 até a edição da MP nº 1.212/95. Assim, na impossibilidade de se anexar para que se promova o julgamento único, é necessário refletir a decisão dos processos de restituição nestes autos. Diante do exposto, acolho os embargos de declaração para retificar o acórdão embargado e dar parcial provimento ao recurso voluntário para que a unidade de origem efetive a compensação até o limite do saldo de direito creditório a ser apurado nos processos 10580.002854/200351 e 10580.001146/200565, observados os pedidos/declarações de compensações anteriormente pleiteados. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 118DF CARF MF Impresso em 07/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 15/05 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10830.725521/2011-15
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Jun 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 13/12/2007
AUTO DE INFRAÇÃO - OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - MULTA - APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C//C LEI 11.941/08 - APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL - RETROATIVIDADE BENIGNA - NATUREZA DA MULTA APLICADA.
No que toca à multa, correto o procedimento adotado pela autoridade fiscal que efetuado cálculos, por competência, para verificação da multa mais benéfica ao contribuinte comparando-se a da legislação anterior, art. 35 e 32 da Lei nº 8.212/91, na redação antiga, vigente à época da lavratura do AI e a da legislação atual (art. 35-A da Lei nº 8.212/91, introduzido pela Lei nº 11.941/2009). Como resultado, aplicou-se, para cada competência, a multa mais benéfica (sistemática anterior ou atual), em face do que dispõe o art. 106 do CTN
O lançamento da multa isolada prevista no artigo 32-A da Lei 8.212/91 ocorrerá, apenas, quando houver tão somente o descumprimento da obrigação acessória, ou seja, as contribuições destinadas a Seguridade Social foram devidamente recolhidas.
AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA - COMPARATIVO DE MULTAS - APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32-A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35-A, penalidade única combinando as duas condutas.
Recurso Especial do Procurador Provido
Numero da decisão: 9202-003.842
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (Relatora), Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez que negaram provimento ao recurso. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora
(Assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201603
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 13/12/2007 AUTO DE INFRAÇÃO - OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - MULTA - APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C//C LEI 11.941/08 - APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL - RETROATIVIDADE BENIGNA - NATUREZA DA MULTA APLICADA. No que toca à multa, correto o procedimento adotado pela autoridade fiscal que efetuado cálculos, por competência, para verificação da multa mais benéfica ao contribuinte comparando-se a da legislação anterior, art. 35 e 32 da Lei nº 8.212/91, na redação antiga, vigente à época da lavratura do AI e a da legislação atual (art. 35-A da Lei nº 8.212/91, introduzido pela Lei nº 11.941/2009). Como resultado, aplicou-se, para cada competência, a multa mais benéfica (sistemática anterior ou atual), em face do que dispõe o art. 106 do CTN O lançamento da multa isolada prevista no artigo 32-A da Lei 8.212/91 ocorrerá, apenas, quando houver tão somente o descumprimento da obrigação acessória, ou seja, as contribuições destinadas a Seguridade Social foram devidamente recolhidas. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA - COMPARATIVO DE MULTAS - APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32-A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35-A, penalidade única combinando as duas condutas. Recurso Especial do Procurador Provido
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Tue Jun 14 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10830.725521/2011-15
anomes_publicacao_s : 201606
conteudo_id_s : 5597678
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jun 15 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9202-003.842
nome_arquivo_s : Decisao_10830725521201115.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
nome_arquivo_pdf_s : 10830725521201115_5597678.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (Relatora), Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez que negaram provimento ao recurso. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (Assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora (Assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
id : 6406409
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:49:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422036013056
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2722; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 508 1 507 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10830.725521/201115 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202003.842 – 2ª Turma Sessão de 09 de março de 2016 Matéria Auto de Infração de obrigação Acessória GFIP Contribuições Sociais Previdenciárias Multa Retroatividade Benigna Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado ENERCAMP ENGENHARIA E COMÉRCIO LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 13/12/2007 AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C//C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. No que toca à multa, correto o procedimento adotado pela autoridade fiscal que efetuado cálculos, por competência, para verificação da multa mais benéfica ao contribuinte comparandose a da legislação anterior, art. 35 e 32 da Lei nº 8.212/91, na redação antiga, vigente à época da lavratura do AI e a da legislação atual (art. 35A da Lei nº 8.212/91, introduzido pela Lei nº 11.941/2009). Como resultado, aplicouse, para cada competência, a multa mais benéfica (sistemática anterior ou atual), em face do que dispõe o art. 106 do CTN O lançamento da multa isolada prevista no artigo 32A da Lei 8.212/91 ocorrerá, apenas, quando houver tão somente o descumprimento da obrigação acessória, ou seja, as contribuições destinadas a Seguridade Social foram devidamente recolhidas. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 55 21 /2 01 1- 15 Fl. 1237DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 509 2 nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. Recurso Especial do Procurador Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (Relatora), Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez que negaram provimento ao recurso. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri – Relatora (Assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Fl. 1238DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 510 3 Relatório Contra o contribuinte foram lavrados os seguintes autos de infração: AI nº 37.314.1831, referente contribuições relativas à parte da empresa (patronais), destinadas ao Fundo de Previdência e Assistência Social FPAS e ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa, decorrentes dos riscos ambientais do trabalho RAT; AI nº 37.314.1840, referente às contribuições relativas à parte do segurado empregado, descontadas e não recolhidas; AI nº 37.314.1858, referente às contribuições a Outras Entidades ou Fundos Terceiros, destinadas ao FNDE, INCRA, SESI, SENAI e SEBRAE; e AI nº 37.314.1823, (CFL 68), referente à multa de que trata o § 5º do art. 32 da Lei nº 8.212/91 (na redação anterior ao advento da Medida Provisória nº 449/2008), por haver a autuada apresentado suas GFIP – Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, do período fiscalizado, com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, o que constitui infração ao disposto no inciso IV do referido art. 32 da lei de custeio. Inconformada com os lançamentos, a empresa fez as seguintes considerações: Quanto ao AI nº 37.314.1831 e 37.314.1858: Os valores lançados encontramse incluídos no parcelamento de que cuida a Lei 11.941/2009, “conforme faz prova os pedidos de parcelamento e deferimento anexos, bem como comprovantes de pagamento”. Quanto ao AI nº 37.314.1840: As diferenças apuradas pela fiscalização não condizem com a realidade dos fatos, pois, “como se verifica dos nomes dos segurados lançados no ANEXO I, deste mesmo DEBCAD, se refere aos empregados alocados nas diversas Obras e relativas as respectivas matrículas CEI’s como se comprova através das cópias da GFIP’s dos meses do ano de 2007, assim como, cópia das GPS’s das respectivas CEI’s, devidamente quitadas das competências de janeiro/2007, março/2007, abril/2007, maio//2007, junho/2007, julho/2007, agosto/2007, setembro/2007, outubro/2007, novembro/2007, dezembro/2007 e 13/2007”, além do que, “como foram recolhidos originários da folha de pagamento, todos os valores constavam das respectivas GFIP’s destituindose de fundamentação ao presente auto de infração”. Quanto ao AI nº 37.314.1823: 1ª) O alegado descumprimento de obrigações acessórias carece de esclarecimentos, “pois, são multas lançadas em decorrência da ausência de lançamentos na GFIP”; 2ª) A imputação fiscal “está embasada no ANEXO I, referente ao DEBCAD 37.314.1840, cujo desfecho merece total Fl. 1239DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 511 4 reparo, uma vez que os nomes dos contribuintes nele (Anexo I) transcritos, são referentes a trabalhadores da ora requerente, agregados ao número de matrículas CEI’s, conforme demonstrado na respectiva defesa daquele auto de infração”, e 3ª) Destarte, “como foram recolhimentos originários da folha de pagamento, todos os valores constavam das respectivas GFIP’s, destituindose de qualquer fundamentação a presente Auto de Infração”. Baixado o processo em diligência, comprovouse ter sido o pedido de parcelamento especial rejeitado quando da respectiva consolidação, foram ainda prestados esclarecimentos quanto aos reais valores utilizados para o lançamento. A Delegacia de Julgamento, no acórdão n.º 0539.811, por unanimidade de votos conheceu das impugnações interpostas pelo sujeito passivo e, quanto ao mérito: a) julgou procedentes em parte as relativas aos Autos de Infração/AI nº 37.314.1831, 37.314.1840 e 37.314.1858, retificandose de R$ 2.235.620,82 para R$ 1.807.697,70, de R$ 880.563,41 para R$ 297.079,50 e de R$ 559.558,48 para R$ 490.994,19, respectivamente, os valores consolidados dos créditos por meio deles constituídos, conforme os DADR – DISCRIMINATIVOS ANALÍTICOS DO DÉBITO RETIFICADO em anexo; e b) julgou improcedente a impugnação relativa ao Auto de Infração/AI nº 37.314.1823 (obrigação acessória), mantendose o crédito por meio dele constituído. Haja vista a exoneração de parte do crédito de tributário, determinouse a aplicação do art. 25, II e art. 34, I do Decreto nº 70.235/72 c/c o art. 366, inciso I do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 recuso de ofício. o Contribuinte recorreu quanto ao valor fixado no Auto de Infração 37.314.1840, sob a argumentação de que as alegadas diferenças dos salários e das contribuições dos segurados apurados nas folhas de pagamento e não informados nas respectivas GFIP’s não condizem com a realidade dos fatos. Pelo acórdão nº 2302003.541, os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, deram provimento parcial ao Recurso de Ofício para restabelecer os valores excluídos do lançamento original, relativos às GPS emitidas sob o código 2909 (reclamatória trabalhista CNPJ) e por unanimidade de votos, deram provimento parcial ao recurso voluntário para que, no Auto de Infração de Obrigação Acessória DEBCAD nº 37.314.1823, lavrado no CFL 68, seja a multa aplicada recalculada, tomandose em consideração as disposições inscritas no inciso I do art. 32A da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, se, e somente se, o valor multa assim calculado se mostrar menos gravoso ao Recorrente, em atenção ao princípio da retroatividade benigna prevista no art. 106, II, 'c', do CTN. A Fazenda Nacional, chamando atenção para o fato de ter havido o lançamento conjunto das multa relacionadas às obrigações principal e acessória, com fundamento proibição do bis in idem, requer a reforma do acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 32A, da Lei nº 8.212/91, em detrimento do art. 35A, do mesmo diploma legal, para que seja esposada a tese de que a autoridade preparadora deve verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a soma das duas multas anteriores (art. 35, II, e 32, IV, da norma revogada) ou a do art. 35A da MP nº 449/2008. Não há contrarrazões. É o relatório. Fl. 1240DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 512 5 Voto Vencido Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Relatora Conforme despacho de admissibilidade, o recurso preenche todos os requisitos legais razão pela qual dele conheço. Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, haja vista comprovada divergência jurisprudencial no que tange a aplicação de multa pelo descumprimento de obrigação acessória vinculado ao recolhimento de contribuições previdenciárias do período de 01/01/2007 a 31/12/2007. A Fazenda Nacional ao demonstrar a divergência ente os acórdãos, acabou por resumir seu entendimento no sentido de que para aferição da penalidade mais benéfica ao contribuinte devese somar as multas das obrigações principal e acessória (art. 35, II e art. 32, IV da norma revogada), referentes à sistemática antiga, e comparar o resultado com a multa atual (art. 35A da Lei nº 8.212/91, introduzida pela MP nº 449/2008), em conformidade com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 22/10/2010. Sobre esse tema, tenho o seguinte argumento. Entre as inúmeras alterações promovidas pela citada Medida Provisória nº 449/2008, com a qual buscouse equiparar o tratamento dado aos tributos em razão da unificação da Receita Federal com a Previdência Social, nos interessa aqui as que dizem respeito às penalidade aplicadas em razão do descumprimento das obrigações principais e dos deveres instrumentais referentes às contribuições sociais. Para correta interpretação do mérito, no que tange a multa pelo descumprimento da obrigação principal, é essencial analisar a extensão da multa de ofício prevista no art. 44 da Lei nº 9.430/96, até então aplicada apenas aos tributos administrados pela Receita Federal, às contribuições cuja administração era da competência do INSS. Neste último caso a norma vigente à época somente previa a aplicação de multa de mora, conforme expressamente descrito no revogado art. 34 e no alterado art. 35, ambos da Lei nº 8.212/91: Art. 34. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de CustódiaSELIC, a que se refere o art. 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. Parágrafo único. O percentual dos juros moratórios relativos aos meses de vencimentos ou pagamentos das contribuições corresponderá a um por cento. Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: Fl. 1241DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 513 6 a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; b) quatorze por cento, no mês seguinte; c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; b) setenta por cento, se houve parcelamento; c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora Fl. 1242DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 514 7 a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. Salvo os artigo acima transcritos, não havia, na data da ocorrência do fato gerador das contribuições sociais em questão, qualquer outro dispositivo que dispunha sobre normas punitivas aplicas à falta ou ao atraso do seu recolhimento, ou seja, não incidia sobre tais infrações multa de ofício. Assim, o atraso ou não pagamento das contribuições era punido única e exclusivamente pela multa de mora cuja percentual variava segundo o momento do adimplemento. Somente há que se falar em aplicação de multa de ofício aos fatos geradores ocorridos após a vigência da MP nº 449/08, a qual acrescentou à citada Lei nº 8.212/91 o art. 35A que prevê expressamente que nos casos de lançamento de ofício das contribuições sociais previstas no art. 11 do mesmo diploma aplicarseá o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430/96 multa de ofício de 75% podendo ser majorada a 150% caso ocorram as hipóteses de qualificação. Multas decorrentes de fatos geradores anteriores à medida provisória, devem ser consideradas "multa de mora". Adotandose essa premissa e juntando a ela a discussão quanto a multa decorrente do descumprimento da obrigação acessória, devemos lembrar que com base no art. 106 do CTN, para se constatar se uma nova penalidade é mais ou menos benéfica, ela deve ser confrontada apenas com aquela que era anteriormente prevista para a mesma infração. Assim, para definição da retroatividade ou não de norma punitiva devemos comparar se a multa de mora e a multa pela omissão ou prestação de informações incorretas previstas antes da edição da MP nº 449/08 são mais ou menos benéficas que as penalidades atuais. Em relação a multa de mora aplicada às hipóteses previstas pelos incisos do art. 35 (com redação anterior à MP nº 449/08, da Lei 8.212/91) deve ser comparada à multa de mora prevista no art. 61 da Lei 9.430/96, atualmente aplicável aos casos de débitos de contribuições sociais não pagos no prazo por força do 'novo' art. 35: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Comparando as normas citadas temos que: Fl. 1243DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 515 8 1) antes da edição da Medida Provisória nº 449/08, aos fatos geradores que ensejavam aplicação de penalidade pelo atraso ou pelo não pagamento das contribuições sociais aplicavase multa de mora em percentual que variava, conforme data do efetivo pagamento, de 24% à 100% (art. 35, II e III da Lei 8.212/91 com redação anterior à Lei nº 10.941/09); 2) Após a Medida Provisória, a multa de mora é única e fixada em trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso, limitada ao percentual de 20% (art. 61 da Lei nº 9.430/96). Ora, é patente que a norma construída a partir da edição da Medida Provisório nº 449/08 é mais benéfica ao contribuinte, pois está limitada ao percentual de 20%. No que tange ao descumprimento da obrigação acessória, o raciocínio é o mesmo: a retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN estará sendo respeitada apenas se uma penalidade for confrontada com outra prevista para a mesma infração. O próprio Procurador da Fazenda, em seu recurso afirma: O atual regramento não criou maiores inovações aos preceitos do antigo art. 32 da Lei nº 8.212/91, exceto no que tange ao percentual máximo da multa que, agora, passou a ser de 20% (vinte por cento). Assim, a infração antes penalizada por meio do art. 32, passou a ser enquadrada no art. 32A, com a multa reduzida. Assim, aqui a comparação deverá ser feita entre a multa isolada vigente à época (art. 32 com redação anterior à MP nº 449/08) e a multa isolada do art. 32A, e neste caso a aplicação de uma outra dependerá da análise do caso concreto, face as variáveis de cada um dos dispositivos legais. Em que pese o entendimento acima e considerando a limitação imposta pelo princípio processual da adstrição do julgador, vou me filar a corrente defendida pela Relatora em seu voto haja vista semelhança de entendimento no que tange a natureza das multas aplicadas. Diante do exposto, nego provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda mantendo a decisão ora recorrida. (Assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 1244DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 516 9 Voto Vencedor Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Redatora Designada APLICAÇÃO DA MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA NO CASO DE LANÇAMENTO DE MULTA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Primeiramente, o único ponto, objeto de litígio no presente recurso referese a aplicação da multa mais benéfica após as alterações legislativas promovidas pela lei MP 449, convertida na lei 11.941/2009. Assim, tendo sido julgados procedentes os autos de infração de obrigação principal e não estando em discussão a procedência das contribuições sobre os fatos geradores apurados, mas tão somente o cálculo da multa pela ausência de informação dos mesmos em GFIP, atenhome a apreciar a questão da multa. Quanto ao questionamento sobre a multa aplicada, a qual deseja o recorrente ter seu patamar restabelecido àquele lançado pela autoridade fiscal, ouso divergir da ilsutre conselheira relatora, posto que entendo que razão assiste ao recorrente. No que toca à multa, a autoridade fiscal registrou em seu relatório, fls. 25 e seguintes, que foram efetuados cálculos, por competência, para verificação da multa mais benéfica ao contribuinte comparandose a da legislação anterior, art. 35 e 32 da Lei nº 8.212/91, na redação antiga, vigente à época da lavratura do AI e a da legislação atual (art. 35 A da Lei nº 8.212/91, introduzido pela Lei nº 11.941/2009). Como resultado, aplicouse, para cada competência, a multa mais benéfica (sistemática anterior ou atual), em face do que dispõe o art. 106 do CTN. Ainda, no que tange ao cálculo da multa, para entender a natureza das multas aplicadas e por conseguinte como deve ser interpretada a norma, passemos a algumas considerações, tendo em vista que a citada MP 449 alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP, introduzindo dois novos dispositivos legais, senão vejamos: Até a edição da MP 449, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo Fl. 1245DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 517 10 fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 518 11 Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Nesse caso, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. No presente caso, conforme consta do relatório decorrente da omissão em GFIP foram objeto de lançamento, por meio da notificação já mencionada e, tendo havido o comparativo foi lavrada multa de 24% e o AIOA, justamente por que no comparativo das multas, chegouse a conclusão que a sistemática anterior, para algumas competências era a mais favorável ao contribuinte. Para as demais competência aplicouse a multa limitada a 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 35, inciso II, revogado pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, ou seja, 24% e No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Assim, entendo que a multa aplicada pelo auditor encontrase em perfeita consonância com os normativos vigentes, bem como refletem de forma mais adequada a natureza da multa aplicada. Notese que a aplicação do somatório das multas para efeitos de Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI Processo nº 10830.725521/201115 Acórdão n.º 9202003.842 CSRFT2 Fl. 519 12 apuração da multa mais benéfica, impossibilita a aplicação da regra vertida no art. 32A, pois se essa fosse a sistemática adotado pelo auditor, teriam sido lançada multa em relação a todas as competências anteriores, o que na tese aqui descrita implicaria bis in idem. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional para restabelecer a multa originalmente aplicada no presente lançamento. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 08/06/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 10/06/2016 por RITA ELIZA REIS DA COST A BACCHIERI
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001450/2004-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Ano-calendário: 1999
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. COMPROVAÇÃO.
Cabe ao contribuinte provar a inexistência de acréscimo patrimonial a descoberto, através de documentação hábil e idônea. Considera-se como proprietário de veículo automotor a pessoa indicada no Certificado de Registro de Veículo do DENATRAN. A alegação de que o veículo pertence, de fato, a terceiro não é suficiente para afastar a ocorrência do acréscimo patrimonial.
Numero da decisão: 2102-001.258
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em
NEGAR provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Ac.Patrim.Descoberto/Sinais Ext.Riqueza
Nome do relator: Carlos André Rodrigues Pereira Lima
1.0 = *:*
toggle all fields
materia_s : IRPF- ação fiscal - Ac.Patrim.Descoberto/Sinais Ext.Riqueza
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201104
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Ano-calendário: 1999 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. COMPROVAÇÃO. Cabe ao contribuinte provar a inexistência de acréscimo patrimonial a descoberto, através de documentação hábil e idônea. Considera-se como proprietário de veículo automotor a pessoa indicada no Certificado de Registro de Veículo do DENATRAN. A alegação de que o veículo pertence, de fato, a terceiro não é suficiente para afastar a ocorrência do acréscimo patrimonial.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 19515.001450/2004-80
conteudo_id_s : 5614584
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Aug 22 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2102-001.258
nome_arquivo_s : Decisao_19515001450200480.pdf
nome_relator_s : Carlos André Rodrigues Pereira Lima
nome_arquivo_pdf_s : 19515001450200480_5614584.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2011
id : 6454796
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:50:52 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422072713216
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1534; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2‐C1T2 Fl. 157 1 156 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.001450/200480 Recurso nº 174.420 Voluntário Acórdão nº 2102001.258 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 15 de abril de 2011 Matéria IRPF Recorrente CARLA DE AZEREDO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1999 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. COMPROVAÇÃO. Cabe ao contribuinte provar a inexistência de acréscimo patrimonial a descoberto, através de documentação hábil e idônea. Considerase como proprietário de veículo automotor a pessoa indicada no Certificado de Registro de Veículo do DENATRAN. A alegação de que o veículo pertence, de fato, a terceiro não é suficiente para afastar a ocorrência do acréscimo patrimonial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. ASSINADO DIGITALMENTE Giovanni Christian Nunes Campos Presidente ASSINADO DIGITALMENTE Carlos André Rodrigues Pereira Lima Relator EDITADO EM 15/04/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 158 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Rubens Mauricio Carvalho, Eivanice Canário da Silva, Acácia Sayuri Wakasugi e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de fls. 133 a 144, interposto contra decisão da DRJ em São Paulo/SP, de fls. 118 a 124, que julgou procedente o lançamento de IRPF de fls. 79 a 81 dos autos, lavrado em 14/09/2004, relativo ao anocalendário 1999, com ciência do RECORRENTE em 22/09/2004, conforme AR de fl. 82. O crédito tributário objeto do presente processo administrativo foi apurado no valor de R$ 100.123,22, já inclusos juros de mora (até o mês da lavratura) e multa de ofício de 75%. Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal de fl. 80, o lançamento teve origem na seguinte infração: 001 – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO Omissão de rendimentos tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, onde verificouse excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados, conforme Demonstrativo da Variação Patrimonial – Fluxo de Caixa Mensal a seguir. Fato Gerador 31/10/1999 30/11/1999 31/12/1999 Valor Tributável ou Imposto R$ 140.967,24 R$ 421,71 R$ 9.230,74 Multa(%) 75,00 75,00 75,00 Enquadramento legal: Arts. 1º, 2º, 3º e §§, da Lei nº 7.713/88; Arts. 1º e 2º da Lei nº 8.134/90; Art. 21 da Lei nº 9.532/97; Arts. 55, inciso XIII, e parágrafo único, 806 e 807 do RIR/99. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal de fls. 73 a 76, a ação fiscal, que originou o presente auto de infração, decorre de fiscalização efetuada em desfavor de Marcelo de Azeredo (irmão da RECORRENTE), face à demanda do Ministério Público Federal, efetivada através do Oficio PRM/SANTOS/GABCRIM/ CMC N° 034/2001, referente à Representação nº 1.34.012.000131/200011 (fls. 71 e 72) e da 5ª Vara Federal de Santos/SP, consubstanciada no Oficio nº 152/2004 (fls. 58). De acordo com o Termo de Verificação Fiscal, durante a ação fiscal foram constatados os seguintes fatos: Fl. 2DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 159 3 1. a contribuinte apresentou, para o exercício de 2000, DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL SIMPLIFICADA, em 24/04/2000, de nº 24.416.692 (fls. 11/12 e 60/61); 2. através do Termo de Início de Fiscalização (fls. 4 e 5), de 08/06/2004, a contribuinte foi cientificada do início da ação fiscal e intimada a apresentar os documentos nele relacionados; 3. a ciência do Termo de Início de Fiscalização deuse em 14/06/2004, conforme Aviso de Recebimento (fls. 06); 4. em 25/06/2004, a contribuinte solicitou dilação de prazo para de trinta dias a contar do vencimento do prazo que lhe fora concedido no Termo de Início de Fiscalização (fls.7); 5. em 26/07/2004, a contribuinte atendeu parcialmente ao Termo de Início de Fiscalização apresentando documentos constantes de sua carta (fls. 08); 6. em 27/08/2004, a contribuinte apresentou os documentos constantes de sua carta (fls. 47 e 48); quanto ao alegado; não foram apresentadas provas de que o pai da contribuinte fosse o dono do carro; o veículo Mercedes Benz ali referido não foi declarado pelo Sr. Ronaldo Pinto Azeredo (nem compra nem venda) e muito provavelmente a origem do dinheiro não é a indenização por sua aposentadoria; 7. ainda quanto ao item anterior, é importante frisar que: a presente fiscalização decorre da fiscalização, ainda em andamento, no Sr. Marcelo de Azeredo, e que a motivação foram as denúncias apresentadas por sua ex companheira, Sra. ERIKA SANTOS, RG 1.564.464/SSP/SP, CPF nº 814.279.13153, em ação de RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CUMULADA COM PARTILHA E PEDIDO DE ALIMENTOS proposta ao Juiz de Direito da Vara de Família e das Sucessões do Foro Central de São Paulo, dentre as quais as de que os carros Mercedes e Porche seriam do Sr. Marcelo e não de seu pai e irmã, respectivamente; porém o Sr. Marcelo não só não se declarou proprietário de nenhum dos carros assim como não apresentou renda para adquirilos, portanto não há como não considerarmos a Sra. Carla como sua legítima dona, tendo inclusive constado o referido veículo em sua DIRPF do exercício de 2001; anocalendário de 2000.” Com base na documentação acostada aos autos, a autoridade lançadora elaborou a Demonstrativo de Variação Patrimonial – Fluxo de Caixa Mensal de fls. 69 a 70, onde verificou que ocorreu variação patrimonial a descoberto no anocalendário 1999, no valor de R$ 150.619,69. DA IMPUGNAÇÃO Fl. 3DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 160 4 Em 21/10/2004, a RECORRENTE apresentou, tempestivamente, sua impugnação de fls. 87 a 100. Em suas razões, alegou os pontos a seguir resumidamente transcritos: Preliminares Cerceamento do direito de defesa: (...)o processo só foi colocado à disposição do Contribuinte, na seção competente, mais de quinze dias após a postagem e ciência da autuação pelo Contribuinte, ocorridas, respectivamente em 20/09/2004 e 22/09/2004. (...) a Contribuinte se viu sensivelmente prejudicada no exercício de sua defesa, pois lhe foi expropriado o prazo útil de exercício de seu direito, o que caracteriza preterição do direito de defesa, conforme previsto no artigo 59 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972: (...) Prestação de informações pela RECORRENTE: (...)Todas as intimações fiscais e as informações solicitadas pelo fisco no curso da auditoria fiscal realizada foram respondidas por escrito. Assim, causa espécie o fato de o d. agente fiscalizador ter ignorado alguns dos esclarecimentos prestados, não considerando válidas as informações apresentadas. Ao deixar de considerar o conteúdo das informações prestadas, o fisco inviabilizou uma defesa eficaz por parte do contribuinte, ao preferir uma apreciação superficial e precipitada dos fatos. Em que pese terem sido os documentos fornecidos pela Autuadà (cópia dos extratos de movimentação financeira e demais documentos), o fisco ignorou que a Contribuinte, na qualidade de pessoa física não tem obrigação legal de manter contabilização, ou mesmo controles permanentes, de sua vida financeira Conquanto seja inequívoca a obrigação de qualquer contribuinte pessoa física de manter por cinco anos a documentação que dá suporte à sua declaração de rendimentos, o próprio MANUAL DE PREENCHIMENTO DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL ANEXOS À DECLARAÇÃO não especifica que tipos de "outros documentos" são essenciais para provar os dados informados pelo contribuinte declarante. (v. p. 25 do Modelo Completo do MANUAL do exercício 1999, anocalendário 2000) (...) Da desconsideração das provas apresentadas: Fl. 4DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 161 5 (...)Reiterando o mesmo descaso já evidenciado nos itens precedentes, a d. autoridade lançadora ignorou a documentação e os minuciosos esclarecimentos prestados pela Contribuinte, no que se refere às operações efetuadas. Fica patente, portanto, o empenho da Contribuinte em tentar obter, junto às instituições financeiras e mesmo junto ao adquirente do veículo que serviu de base para a permuta, bem como junto ao alienante do PORSCHE, documentação comprobatória da licitude das operações. (...)” Por tais razões, requereu fosse declarada a nulidade do auto de infração. Mérito No mérito, o RECORRENTE apresentou suas razões de defesa relativo ao APD verificado apurado cada mês, da seguinte forma: Mês de outubro: Alegou, em suma, que o veículo Porche placa CMP 0019 era de propriedade de seu pai (Ronaldo Pinto de Azeredo), contudo foi informado na declaração de ajuste da RECORRENTE, referente ao anocalendário 2000, a pedido de seu pai por questões de segurança (sic). Na oportunidade, juntou aos autos Termo de Declarações nº 20352/04, emitida pelo Departamento de Polícia Federal em 19/08/2004 (fls. 101 e 102). Alegou que tinha consciência , à época da referida declaração, que os seus rendimentos não eram suficientes para suportar o valor de aquisição do veículo. Afirmou que o veículo foi adquirido em 1999, no entanto deixou de informar o mesmo na declaração referente ao anocalendário 1999 pois houve uma falta de comunicação entre a RECORRENTE e seu pai, de modo que nenhum dos dois declarou o veículo em 1999. Acerca do modo de aquisição do veículo, informou que: (...) Cumpre esclarecer (como já o foi em 24082004, mediante resposta da Contribuinte à intimação fiscal de 05062004) que o veículo Porsche foi adquirido em permuta do veículo Mercedes Benz, modelo C230, ano 1998, placa CL04004, o qual entrou como parte de pagamento pela compra efetuada. Comprovam a permuta os extratos de pesquisa de Cadastro de Veículos, a indicar que: o referido veículo Mercedes foi transferido pelo Sr. Ronaldo P. de Azeredo, pai da Contribuinte, a Cristina Fiorezzi de Luizi, CPF 284.83403803. Por outra, o veículo Porsche, permutado pela Mercedes, foi transferido pelo Sr. Renato de Luizi Júnior, CPF 086.803.77880 ao Sr. Ronaldo de Azeredo, e declarado na DIRPF da Contribuinte. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 162 6 Portanto fica caracterizada a permuta, uma vez que a adquirente da Mercedes é cônjuge do alienante do Porsche, casal que declara conjuntamente os seus bens. Como observação, devese fazer notar que os sobrenomes da Contribuinte e de seu genitor aparecem equivocadamente, por vezes, no documento intitulado de Cadastro de Veículos, com designação de "Azevedo", em vez do correto patronímico "Azeredo". É indisputável que recursos necessários para aquisição do citado veículo Mercedes, cujo proprietário era o pai da Contribuinte, provieram de reservas financeiras amealhadas por esse senhor em razão da indenização de aposentadoria recebida da SAPESP, por ocasião do Plano Real (1994). Esse veículo ficou com o Sr. Ronaldo por curto período, até que decidisse entregálo como parte de pagamento na aquisição do veiculo Porsche, em 1999. (...) Assim, afirmou que o auto de infração seria improcedente, por erro na escolha do sujeito passivo, que não teria qualquer vínculo com o fato gerador. Mês de novembro e dezembro: A RECORRENTE alega que a ausência de qualquer explicação relativa ao lançamento efetuado nestes meses impediu o exercício do seu direito de defesa, visto que o valor foi lançado sem identificação precisa do fato gerador, em desacordo com o art. 10º, inciso III, do Decreto nº 70.235/72. Apontou também que o Termo de Verificação Fiscal e o auto de infração não fazem menção à disposição legal que teria sido infringida, bem como à penalidade aplicável. Requerimentos da RECORRENTE A RECORRENTE requereu fosse determinada realização de diligência junto ao DETRAN, para obtenção de cópia dos documentos de transferência em que constam inclusive valores e demais dados das operações de compra dos veículos Mercedes e Porsche. Por fim, caso não fossem acolhidas as razões de defesa, requereu fosse considerada, como parte de pagamento na aquisição do veículo Porsche, o valor pelo qual o veículo Mercedes foi dado como parte do negócio jurídico de permuta. DA DECISÃO DA DRJ A DRJ, às fls. 118 a 124 dos autos, julgou procedente o lançamento, através de acórdão com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Fl. 6DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 163 7 Anocalendário: 1999 PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. A alegação de cerceamento do direito de defesa por demora na entrega de cópias dos autos necessita de provas para prosperar. Preliminar rejeitada. PRELIMINAR. PEDIDO GENÉRICO DE DILIGÊNCIA OU PERÍCIA. O DecretoLei 70.235/72 determina os requisitos para a validade do pedido de realização de perícia, não satisfeitos pelo contribuinte. Desnecessária a realização de diligências. O ônus probatório para comprovar fatos alegados pelo contribuinte recai exclusivamente sobre ele. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO (OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO, DO ANOCALENDÁRIO DE 1.999). São tributáveis as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DE RECURSOS. Fica caracterizada a omissão de rendimentos pela nãocomprovação, com documentação hábil e idônea, da origem dos recursos despendidos pelo contribuinte. Lançamento Procedente Nas razões do voto do referido julgamento, a autoridade julgadora extraiu trecho do Termo de Verificação Fiscal (fl. 73), onde o auditor afirma que não foram apresentadas pela RECORRENTE provas de que seu pai seria o proprietário do veículo Mercedes. Assim, entendeu que os argumentos da RECORRENTE foram rejeitados por falta de comprovação. Sobre o cerceamento do direito de defesa, expôs que a RECORRENTE não fez prova de suas alegações de que a DRF de origem teria demorado a fornecer acesso aos autos de presente processo. No mérito, a autoridade julgadora, em princípio, afirmou que o pressuposto para a ocorrência do fato gerador foi a apuração de acréscimo patrimonial a descoberto. Variação patrimonial no mês de outubro: A autoridade julgadora apontou que os documentos do DETRAN de fls. 103 a 111, juntados pela própria RECORRENTE, desmentem as declarações desta, pois comprovam que: “(...) o veículo Porsche era, como afirmado pela fiscalização, de sua propriedade e que o veículo Mercedes Benz não foi permutado por ele, mas transferido entre duas pessoas distintas daquelas envolvidas na transação com o primeiro veículo, o Porsche. (...)” Entendeu que o Certificado de Registro do Veículo (fl. 55) e as pesquisas nos sistemas informatizados do DETRAN (fls. 104 a 110) comprovam o afirmado pela fiscalização. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 164 8 Portanto, conclui que: “(...)Como caberia à impugnante provar que os documentos não correspondem à realidade e ela não o fez, na verdade nem indícios apresentou, não há como acatar suas alegações. O veículo Porsche, no valor de R$ 150.000,00 é responsável pelo acréscimo patrimonial a descoberto no mês de outubro de 1999. (...)” Variação patrimonial nos meses de novembro e dezembro: Na apuração do APD neste período, a autoridade julgadora apontou que as planilhas de fls. 68 a 70 são autoexplicativas. E afirmou o seguinte: “(...) Nesses demonstrativos constatase que o valor correspondente à variação patrimonial a descoberto no mês de novembro de 1999 corresponde às despesas com CPMF na Nossa Caixa (R$ 16,26 — fls. 67 e 68) e com a Credicard (R$ 405,45 — fls. 52 e 68). Já o valor correspondente à variação patrimonial a descoberto do mês de dezembro de 1999 corresponde às despesas com CPMF na Nossa Caixa (R$ 15,72 — fls. 67 e 68), com a Credicard (R$ 215,02 — fls. 53 e 68) e ao dinheiro em espécie declarado na Declaração de Rendimentos da Pessoa Física em 31/12/1999 no total de R$ 9.000,00 (fls. 11 e 69). (...)” Pedido de perícia A autoridade julgadora alegou que o pedido de perícia no processo administrativo deve ser apresentado nos moldes do art.16, inciso IV, § 1°, do Decreto n° 70.235, de 1972, e que finalidade é elucidar questões que suscitem dúvidas para o julgamento da lide, quando o exame dos autos não seja suficiente para dirimilas. No caso, entendeu que deveria ser rejeitado o pedido de perícia. Por todo exposto, julgou procedente o presente lançamento. DO RECURSO VOLUNTÁRIO A RECORRENTE, devidamente intimada da decisão da DRJ em 10/04/2008 (quintafeira), conforme faz prova o AR de fl. 125v., apresentou, tempestivamente, o recurso voluntário de fls. 133 a 144, em 12/05/2008 (segundafeira), por meio de procurador devidamente habilitado à fl. 145. Em suas razões de recurso, o RECORRENTE reiterou o alegado em sua impugnação quanto às seguintes matérias: (i) cerceamento do direito de defesa pela demora na disponibilização dos autos; (ii) a autoridade fiscal deixou de considerar o conteúdo das informações prestadas do curso da ação fiscal; Fl. 8DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 165 9 (iii) o veículo Porsche (placa CMP0019) era de propriedade de seu pai e, a pedido deste, foi informado na declaração de ajuste da RECORRENTE referente ao anocalendario 2000; e (iv) o veículo Porsche foi adquirdo em permuta do veículo Mercedes (CLO4004), de propriedade do pai da RECORRENTE, conforme atestado nos extratos de pesquisas de cadastro de veículos, apresentados junto com a impugnação; Por fim, alegou que o fato ocorrido nos autos poderia ser caracterizado como fato gerador do imposto sobre doações (transferência, para a RECORRENTE, de veículo que era de propriedade do seu pai), mas nunca do imposto de renda. Assim, requereu a improcedência do lançamento. Este recurso voluntário compôs lote sorteado para este relator, em Sessão Pública. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. Preliminar de cerceamento do direito de defesa A RECORRENTE afirma que teve a sua defesa prejudicada pelo fato da DRF de origem ter demorado “mais de 15 (quinze) dias para disponibilizar o processo e os documentos utilizados como provas”. Contudo, a RECORRENTE não comprovou o fato de que foi impedida de ter acesso aos autos do processo após ter sido intimada para apresentar sua Impugnação e nem que essa suposta demora prejudicou sua defesa. Caberia à RECORRENTE comprovar (através de certidão, por exemplo) que os autos não estavam disponíveis para vistas ou para cópia enquanto transcorria o prazo para apresentação de defesa. Ademais, devese atentar para o fato que a procuração outorgada pela RECORRENTE aos seus representantes somente teve firma reconhecida em 05/10/2004 (fl. 84). Ou seja, na melhor das hipóteses, a RECORRENTE somente iniciou a diligência para tomar conhecimento dos autos a partir da mencionada data, portanto 13 dias após a sua Fl. 9DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 166 10 intimação ocorrida em 22/092004 (fl. 82), concorrendo para o suposto “atraso” para vistas / cópias do processo administrativo. Do mesmo modo, entendo que não deve ser acolhida a nulidade do processo arguida pela RECORRENTE pelo fato de que a autoridade fiscal deixou de considerar o conteúdo das informações prestadas do curso da ação fiscal, o que se caracterizaria como cerceamento do direito de defesa. Os casos de nulidade do processo administrativo encontramse previstos no art. 59 do Decreto n° 70.235/72, quais sejam: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Não vislumbro a possibilidade da ocorrência de nenhuma das hipóteses acima descritas. O fato de a autoridade administrativa ter lavrado o auto de infração com base nas conclusões extraídas no decorrer da ação fiscal, não pode ser interpretado como cerceamento de direito de defesa. Da leitura do art. 59, acima transcrito, a nulidade por preterição do direito de defesa apenas pode resultar de despacho ou decisão, mas nunca de lavratura de auto de infração. A RECORRENTE alegou também que a autoridade fiscal deveria ter efetuado diligências a fim de apurar as informações prestadas, nos termos do art. 911 do Decreto n° 3.000/99. No entanto, tendo a autoridade fiscal verificado que o veículo Porsche encontravase – oficialmente – em nome da RECORRENTE, não havia qualquer diligência a ser realizada a fim de verificar a verdade dos fatos. Ao contrário, a RECORRENTE é que deveria provar que “fraudou” o registro do veículo, indicando como seu bem de terceiro. Sendo assim, devem ser afastadas as preliminares arguidas, visto que não houve cerceamento do direito de defesa da RECORRENTE. Mérito O presente lançamento tem como base legal (dentre outros dispositivos) o art. 3º, § 1º, da Lei nº 7.713/88, que assim dispõe: Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer Fl. 10DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 167 11 natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. Acrescentese, ainda, o disposto no art. 55, inciso XIII, do Decreto n° 3.000/1999 (RIR/99), verbis: Art. 55. São também tributáveis (...) XIII as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, apurado mensalmente, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva; Por meio de ação fiscal, a autoridade lançadora observou que a RECORRENTE adquiriu, em outubro de 1999, veículo Porsche de placa CMP0019, por R$ 150.000,00. A despeito a RECORRENTE afirmar que o veículo Porsche era de propriedade de seu pai, mas não é isso o que se pode constatar dos documentos de fls. 55 e 59, onde verificase que a proprietária do veículo era a RECORRENTE. Conforme estabelece o art. 19 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei n° 9.503/97), o proprietário do veículo é aquele constante no Registro Nacional de Veículos Automotores – RENAVAN: Art. 19. Compete ao órgão máximo executivo de trânsito da União: (...) IX organizar e manter o Registro Nacional de Veículos Automotores RENAVAM; De acordo com o estabelecido no art. 7° do Anexo I do Decreto n° 2.802/98 (vigente à época dos fatos), o Departamento Nacional de Trânsito DENATRAN era competente para organizar e manter o registro de veículos, verbis: Art 7º Ao Departamento Nacional de Trânsito cabe exercer as competências estabelecidas no art. 19 da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997. Portanto, o documento de fls. 55 e 59 é a prova de que o veículo Porsche era de propriedade da RECORRENTE, em nada adiantando a alegação de que havia transferido a propriedade do veículo para seu nome a pedido do seu pai (real proprietário do veículo) por “questões de segurança”. Em razão da incompatibilidade da aquisição de bem pela RECORRENTE quando comparada aos rendimentos informados em sua declaração de ajuste anual, a fiscalização elaborou o demonstrativo de variação patrimonial do anocalendário 1999 (fls. 69 e 70), a partir dos rendimentos da RECORRENTE e das despesas por ela efetuadas, conforme Fl. 11DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 168 12 atestam os documentos acostados aos autos (fls 15, 67 e 68), e apurou efetivo acréscimo patrimonial a descoberto – APD, nos termos do art. 807 do Decreto nº 3.000/1999, verbis: Art. 807. O acréscimo do patrimônio da pessoa física está sujeito à tributação quando a autoridade lançadora comprovar, à vista das declarações de rendimentos e de bens, não corresponder esse aumento aos rendimentos declarados, salvo se o contribuinte provar que aquele acréscimo teve origem em rendimentos não tributáveis, sujeitos à tributação definitiva ou já tributados exclusivamente na fonte. Assim, caberia à RECORRENTE comprovar que o acréscimo teve origem em rendimento não tributáveis, sujeitos à tributação definitiva ou já tributados exclusivamente na fonte. No entanto, as razões de defesa da RECORRENTE se resumem a afirmar que o veículo Porsche (placa CMP0019) era de propriedade de seu pai e, a pedido deste, foi informado na declaração de ajuste da RECORRENTE referente ao anocalendario 2000. De modo a comprovar suas alegações, e evitar a tributação pelo imposto sobre a renda, a RECORRENTE deveria trazer aos autos documentos comprobatórios de que o veículo era de seu pai e que fora doado para a mesma, hipótese em que deveria ter – necessariamente – recolhido o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação – ICD. Outra hipótese teria sido a doação do recurso para a compra do carro pela RECORRENTE, mas sequer isso está provado nos autos. A RECORRENTE não juntou aos autos qualquer documento que atestasse a doação do veículo ou muito menos a propriedade de terceiro e a sua “falsa” propriedade;apenas apresentou documento de transferência dos veículos que não comprovam que parte do pagamento se deu com veículo de propriedade do pai da RECORRENTE (da marca Mercedes) como permuta pelo automóvel adquirido pela RECORRENTE (do marca Porsche). Desse modo, entendo que a RECORRENTE não comprovou, nas várias oportunidades concedidas durante a fiscalização e o processo administrativo, que o seu pai (Sr. Ronaldo de Azeredo) era o proprietário do veículo. Caberia à RECORRENTE se socorrer de todos os meios admitidos em direito para entregar o bem a seu legítimo proprietário. A própria RECORRENTE afirma em sua impugnação (ver trecho abaixo transcrito extraído da fl. 93) que sabia da possibilidade de ser autuada em razão da declaração de aquisição do veículo Porsche, contudo resolveu correr o risco: “(...) A Contribuinte sabia à época da referida declaração que os seus rendimentos (tributáveis, isentos e tributados exclusivamente na fonte) não eram suficientes para suportar o valor de aquisição do Porsche, e que sua informação na já referida declaração de bens do Contribuinte se deveu a pedido de seu genitor. (...)” Ao Fisco não cabe corrigir procedimentos dos particulares que tenderam ou objetivaram falsear a verdade, porque se assim fizesse estaria contribuindo para que a torpeza aproveitasse o próprio autor. Fl. 12DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 19515.001450/200480 Acórdão n.º 2102001.258 S2‐C1T2 Fl. 169 13 No caso destes autos, para todos os fins de direito, está provado que a RECORRENTE é a legítima proprietária do veículo Porche, cujo recurso para adquirilo, seja de qual fonte for, foi por ela omitido. Ante o acima exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, julgando procedente o lançamento tributário. ASSINADO DIGITALMENTE Carlos André Rodrigues Pereira Lima Fl. 13DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalment e em 22/09/2011 por CARLOS ANDRE RODRIGUES PEREIRA LIMA, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por GIO VANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 10280.720292/2015-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2402-000.533
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgado em diligência nos termos do voto do relator.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201603
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10280.720292/2015-40
anomes_publicacao_s : 201603
conteudo_id_s : 5578266
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 2402-000.533
nome_arquivo_s : Decisao_10280720292201540.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
nome_arquivo_pdf_s : 10280720292201540_5578266.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgado em diligência nos termos do voto do relator. Ronaldo de Lima Macedo - Presidente Kleber Ferreira de Araújo - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado.
dt_sessao_tdt : Thu Mar 10 00:00:00 UTC 2016
id : 6330676
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:46:56 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422102073344
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1276; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 304 1 303 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.720292/201540 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2402000.533 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 10 de março de 2016 Assunto REQUISIÇÃO DE DILIGÊNCIA Recorrente ÁLVARO DIOGO FRANCO DAGUER Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgado em diligência nos termos do voto do relator. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 02 80 .7 20 29 2/ 20 15 -4 0 Fl. 304DF CARF MF Impresso em 31/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10280.720292/201540 Resolução nº 2402000.533 S2C4T2 Fl. 305 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo acima identificado contra decisão que declarou improcedente a sua impugnação apresentada para desconstituir a Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) que integra o presente processo. Segundo o fisco, constatouse omissão de rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente em virtude de processo judicial trabalhista, no valor de R$ 63.000,39, auferidos pelo notificado. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ 4.384,75. A informação relativa a estes valores foi obtida da Declaração de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte DIRF, apresentada pelo Banco do Brasil. O sujeito passivo apresentou impugnação na qual alegou que discorda do lançamento na sua totalidade, sustentando que a apuração decorreu de informação equivocada do Banco do Brasil, posto que o contribuinte não recebeu no anocalendário de 2012 os valores informados pela instituição bancária. Para comprovar suas afirmações apresenta DIRPF do anocalendário de 2011, na qual teria declarado integralmente o valor recebido na ação trabalhista movida contra a Vera Cruz Exportadora Indústria e Comércio S/A, no montante de R$ 288.904,35. Trouxe à colação ainda extratos mensais de conta corrente do Banco do Brasil relativos ao anocalendário de 2012, onde pode se visualizar que não houve créditos relativos a ações judiciais. Por fim, junta cópia de ofício encaminhado ao Banco do Brasil, onde requer que seja efetuada pesquisa nos arquivos da instituição bancária, de modo de que localize o erro cometido na informação prestada na DIRF do anocalendário de 2012 e se promova a retificação da referida declaração. Por unanimidade de votos, a Turma da DRJ entendeu que os documentos juntados à defesa não seriam hábeis a comprovar que as informações prestadas pelo Banco do Brasil estariam incorretas e que o ofício encaminhado à instituição bancária não teria força para desqualificar as informações prestadas mediante a DIRF. Cientificado da decisão em 19/08/2015, fl. 293, o sujeito passivo apresentou tempestivamente recurso em 18/09/2015, fl. 297, no qual, em síntese alegou que o lançamento somente se justificaria se houvesse um depósito no Banco do Brasil determinado pela Justiça do Trabalho e em seguida a emissão de guia para levantamento do valor, o que não se configurou, posto que a cópia integral dos autos do processo trabalhista é suficiente para comprovar que tal operação não se realizou. A DRJ, afirma, laborou em erro, posto que deixou de analisar os documentos que comprovam todos os valores depositados em conta da Justiça do Trabalho e as guias Fl. 305DF CARF MF Impresso em 31/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10280.720292/201540 Resolução nº 2402000.533 S2C4T2 Fl. 306 3 autorizadoras dos pagamentos, além de certidão emitida pela secretaria da vara trabalhista onde tramitou a reclamatória. Sustenta que no anocalendário de 2012 há apenas a guia n.° 166/2012, para liberação no montante de R$ 5.099,11 em 24/01/2012. Ao final, pede que se declare improcedente a notificação. É o relatório. Fl. 306DF CARF MF Impresso em 31/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10280.720292/201540 Resolução nº 2402000.533 S2C4T2 Fl. 307 4 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator Admissibilidade Conforme relatado, o recurso voluntário foi interposto no prazo legal. Assim, por terem sido atendidos os demais requisitos normativos, deve ser conhecido o recurso. Omissão de rendimentos necessidade de diligência fiscal O lançamento foi baseado na suposta omissão de rendimentos no anocalendário 2012, cujos valores foram extraídos da DIRF apresentada pelo Banco do Brasil (fls. 32/34), onde constam rendimentos decorrentes de ação judicial. O sujeito passivo sustenta que os valores referentes à reclamatória trabalhista movida contra a Vera Cruz Exportadora Indústria e Comércio foram recebidos e declarados na DIRPF do anocalendário de 2011, a exceção da quantia de R$ 5.099,11, a qual foi recebida em janeiro de 2012 e consta na declaração correspondente. Afirma que o órgão de primeira instância deixou de analisar os autos do processo trabalhista, de onde poderia se extrair que inocorreu o fato gerador no anocalendário de 2012, conforme demonstraria a certidão emitida pela vara trabalhista (fl. 35). Além dessas provas foram acostados extratos bancários mensais da movimentação bancária no Banco do Brasil anocalendário em questão (fls. 37/52), além de ofício encaminhado àquela instituição bancária (fls. 53/54), pedindo providências para saneamento do erro que teria motivado a autuação fiscal. Assim como a DRJ, vejo que as provas juntadas pelo sujeito passivo não tem força probante suficiente para afastar a notificação. Todavia, entendo que há indícios fortes de que o recorrente possa ter razão na demanda. A certidão emitida pela Justiça do Trabalho não pode ser desconsiderada, além de que, em respeito ao princípio da verdade material, tão caro ao processo administrativo fiscal, seria prudente uma verificação junto à instituição bancária no sentido de perquirir qual o montante recebido pelo sujeito passivo no anocalendário 2012, que teve como causa a reclamatória trabalhista movida contra a Vera Cruz Exportadora Indústria e Comércio. Assim, oficiese o Banco do Brasil para que informe qual o valor recebido pelo sujeito passivo em razão do processo judicial n.° 018230096.2008.5.08.0002. Após o cumprimento da diligência, facultese ao sujeito passivo o prazo legal para se manifestar. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 31/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10280.720292/201540 Resolução nº 2402000.533 S2C4T2 Fl. 308 5 Conclusão Voto por converter o julgamento em diligência nos termos acima propostos. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 31/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
score : 1.0
Numero do processo: 10708.000128/98-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Jul 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
DIREITO CREDITÓRIO. CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR.
A ocorrência de caso fortuito ou força maior não desvia da requerente o ônus de comprovar o direito creditório que alega.
INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DECADÊNCIA DO DIREITO DE REVISAR. IMPOSSIBILIDADE..
Com o transcurso do prazo decadencial apenas o dever/poder de constituir o crédito tributário estaria obstado, tendo em conta que a decadência é uma das modalidades de extinção do crédito tributário. Não se submetem à decadência do direito de o fisco revisar seus assentamentos contábeis e fiscais os saldos negativos de IRPJ apurados direta ou indiretamente nas declarações apresentadas a serem regularmente comprovados quando objeto de pedido de restituição ou compensação
Numero da decisão: 1401-001.656
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(Assinado digitalmente)
Antônio Bezerra Netto Relator e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Souza, Júlio Lima Souza Martins, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: ANTONIO BEZERRA NETO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201606
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1997 DIREITO CREDITÓRIO. CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR. A ocorrência de caso fortuito ou força maior não desvia da requerente o ônus de comprovar o direito creditório que alega. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DECADÊNCIA DO DIREITO DE REVISAR. IMPOSSIBILIDADE.. Com o transcurso do prazo decadencial apenas o dever/poder de constituir o crédito tributário estaria obstado, tendo em conta que a decadência é uma das modalidades de extinção do crédito tributário. Não se submetem à decadência do direito de o fisco revisar seus assentamentos contábeis e fiscais os saldos negativos de IRPJ apurados direta ou indiretamente nas declarações apresentadas a serem regularmente comprovados quando objeto de pedido de restituição ou compensação
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jul 12 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10708.000128/98-65
anomes_publicacao_s : 201607
conteudo_id_s : 5609412
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jul 13 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 1401-001.656
nome_arquivo_s : Decisao_107080001289865.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : ANTONIO BEZERRA NETO
nome_arquivo_pdf_s : 107080001289865_5609412.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (Assinado digitalmente) Antônio Bezerra Netto Relator e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Souza, Júlio Lima Souza Martins, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto.
dt_sessao_tdt : Thu Jun 09 00:00:00 UTC 2016
id : 6438084
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:50:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048422127239168
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2027; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 617 1 616 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10708.000128/9865 Recurso nº 99.999 Voluntário Acórdão nº 1401001.656 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de junho de 2016 Matéria Restituição/compensação de IRPJ Recorrente MATOS TEIXEIRA ENGENHARIA E SERVICOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997 DIREITO CREDITÓRIO. CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR. A ocorrência de caso fortuito ou força maior não desvia da requerente o ônus de comprovar o direito creditório que alega. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DECADÊNCIA DO DIREITO DE REVISAR. IMPOSSIBILIDADE.. Com o transcurso do prazo decadencial apenas o dever/poder de constituir o crédito tributário estaria obstado, tendo em conta que a decadência é uma das modalidades de extinção do crédito tributário. Não se submetem à decadência do direito de o fisco revisar seus assentamentos contábeis e fiscais os saldos negativos de IRPJ apurados direta ou indiretamente nas declarações apresentadas a serem regularmente comprovados quando objeto de pedido de restituição ou compensação Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (Assinado digitalmente) Antônio Bezerra Netto – Relator e Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 70 8. 00 01 28 /9 8- 65 Fl. 231DF CARF MF Impresso em 12/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10708.000128/9865 Acórdão n.º 1401001.656 S1C4T1 Fl. 618 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Souza, Júlio Lima Souza Martins, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto. Fl. 232DF CARF MF Impresso em 12/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10708.000128/9865 Acórdão n.º 1401001.656 S1C4T1 Fl. 619 3 Relatório Tratase de recurso voluntário contra Acórdão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de JaneiroRJ. Adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância, compondo em parte este relatório: O presente processo tem como objeto os seguintes documentos : • Pedido de compensação de fls 01, data de protocolo 07/05/98; • Pedido de restituição de lis 02, data de protocolo 07/05/98; • Pedido de compensação de fls 41, data de protocolo 28/07/98; • Pedido de compensação de fls 42, data de protocolo 28/07/98; • Pedido de compensação de tis 43, data de protocolo 07/08/98; • Declaração dc compensação 05146.49305,200404.1.3.027977, retificada pela Declaração de n° 28778.56377.220404.1.7.02*8067 (fls 131/143), enviadas eletronicamente cm 20/04/2004 e 22/04/2004, respectivamente. Os pedidos c declarações em questão tem como objeto o mesmo crédito, no valor de R$ 174.355,32, referente a pagamento indevido ou a maior feito sob o código 2362 (estimativas IR) no ano de 1997, Havendo sido solicitada, em 25/09/2002, a confirmação da liquidez e certeza do crédito pretendido (fls 55), foi realizada diligência cujo relatório conclusivo, juntado às lis 64, relata que, apesar dc intimada, a interessada não teria logrado apresentar quaisquer dos documentos que lhe foram solicitados. Ainda segundo o relatório que resultou da diligência, a interessada teria alegado a seu favor que todos os seus livros e documentos teriam sido destruídos por inundação ocorrida cm dezembro dc 2002 e que teria , à época dos fatos, procedido às seguintes medidas : Protocolou, junto a ARF Angra dos Reis, carta comunicando o ocorrido, publicou anúncio em jornal de grande circulação e formalizou boletim de ocorrência na defesa civil. Em 20/10/2008, foi emitido o despacho decisório de fis 181/184, que concluiu pelo não reconhecimento do direito creditório pleiteado e pela homologação tácita das compensações. Vale ressaltar, o referido despacho, que as declarações de compensação apresentadas por meio eletrônico comportariam os mesmos débitos que as compensações pleiteadas em formulário, razão pela qual não se justificaria qualquer cobrança. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 12/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10708.000128/9865 Acórdão n.º 1401001.656 S1C4T1 Fl. 620 4 Foi juntado aos autos o processo administrativo 10930.003.944/200512, cujo objeto é a petição de fls 01 a 03 do mesmo, protocolada na Delegacia da Receita Federal em Londrina, através da qual a interessada solicita o reconhecimento, pela Administração Pública, da homologação tácita das compensações que são objeto dos autos Cientificada do despacho decisório em 03/04/2009 (fls 188), a interessada apresentou a impugnação dc fls 202/208, protocolada cm 20/04/2009, na qual alega a seu favor que além da extinção, por homologação tácita, dos débitos declarados, faria jus à restituição do crédito remanescente cujo valor, após indexação, alcançaria R$ 351.851,48 (valor de abril dc 2009). Alega ainda a interessada que os valores por ela informados na declaração dc rendimentos de 1997 já teriam se consolidado como verdadeiros, tendo em vista a decadência do direito do fisco de retificálos. A DRJ INDEFERIU a solicitação, nos termos das ementas abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997 DIREITO CREDITÓRIO. CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR. A ocorrência de caso fortuito ou força maior não desvia da requerente o ônus de comprovar o direito creditório que alega. PODER DE INVESTIGAÇÃO RETROATIVA DA ORIGEM DO CRÉDITO. LIMITE CRONOLÓGICO. Incumbe a interessada a demonstração da efetividade do crédito pleiteado, independentemente do ano de origem do mesmo. Não há que se aplicar a tal tarefa c a tal pessoa o prazo de que trata o art 150 do CTN» destinado unicamente ao fiisco, para fins de formalizar o lançamento tributário. Irresignada com a decisão de primeira instância, a interessada interpôs recurso voluntário a este CARF, repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. É o relatório. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 12/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10708.000128/9865 Acórdão n.º 1401001.656 S1C4T1 Fl. 621 5 É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator. A lide tem como escopo o pleito de restituição de crédito que, segundo a interessada, não teria sido consumido pelos débitos extintos por homologação tácita. Conforme relatado pela DRJ: (...) no intuito de comprovar a efetividade do crédito que é objeto dos autos, foi realizada diligência cujo relatório conclusivo (fls 55), informa sobre a inexistência dos documentos que seriam hábeis à referida comprovação. Informou a interessada, à época, que não possuiria os referidos documentos tendo em vista inundação de suas instalações, ocorrida em 2002. De fato, o reconhecimento do direito creditório depende de que seja provado com segurança a liquidez c certeza do crédito alegado, sendo esse o ônus da prova da Recorrente. Caberia a ela através de todos os meios de prova admitidos em direito, a demonstração do crédito pleiteado. Em relação ao fato de força maior alegado pela Recorrente relativa a destruição de documentos contábeis e fiscais, nada reparar no que bem disse a DRJ: Em que pese a demora na apreciação, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, do pedido em análise, a alegação de defesa , relativa a destruição dos documentos contábeis e fiscais, não descaracteriza a necessidade de que o direito creditório alegado seja amplamente demonstrado e comprovado. À vista da destruição, ocorrida em 2002, deveriam ter sido canalizados esforços no sentido de reconstruir a escrituração contábil c recuperar as informações que dela constavam, bem como os papéis c documentos pertinentes. Assim recomenda o art 264 § 2° do RIR/1999. Portanto, não havendo sido juntados aos autos, apesar das intimações realizadas por ocasião da diligencia realizada, os documentos hábeis à demonstrar a liquidez e a certeza do crédito pleiteado, incabível o reconhecimento do mesmo sob pena de ofensa ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos. Outrossim, discordo inteiramente dos argumentos utilizados pela Recorrente no sentido de se acolher a decadência do direito de o fisco revisar seus assentamentos contábeis e fiscais a fim de negarlhe o pleito de restituição/compensação. Em primeiro lugar cabe esclarecer que não se trata de prazo decadencial para se proceder ao lançamento, pois não se trata de lançamento, mas de pedido de restituição/compensação em que o ônus da prova é invertido, cabendo ao contribuinte fazer a prova do seu direito líquido e certo. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 12/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10708.000128/9865 Acórdão n.º 1401001.656 S1C4T1 Fl. 622 6 A se falar no instituto da decadência seria no máximo do direito de repetir o indébito por parte da recorrente, o que também não é o caso, mas não de negativa de se aferir o pleito de restituição, que exige a presença de direito líquido e certo. Por outras palavras, o poder de investigação do fisco para aferir a liquidez e certeza de um determinado crédito impede de se falar em decadência de se homologar tal crédito e se aferir a base de cálculo do tributo de forma correta, pois estarseia tratando de algo de outra natureza: aferição da liquidez e certeza do pleito de restituição de interesse da interessada e não simplesmente de lançamento. Outrossim, a partir apenas da natureza do lançamento por homologação não se pode concluir a partir daí que o órgão administrativo em pedidos que envolvem restituições deva simplesmente “homologar” o saldo negativo de IRPJ demonstrado na DIPJ correspondente, e proceder à restituição ou à compensação sem aferir a certeza e liquidez dos indébitos tributários que lhe fundamentam. Nesse sentido, embora o Fisco não possa mais exigir eventuais diferenças.ou débitos, relativos a fatos acontecidos, por exemplo, há cem anos atrás, por haver decorrido o prazo legal para tanto, por outro lado, a Autoridade Fiscal pode e deve verificar a origem, o valor e certeza do crédito pleiteado pela contribuinte e, verificada a inexistência, e créditos compensáveis ou ainda a constatação de débitos onde deveria haver crédito, ainda que não possa fazer qualquer correção, nem enviar o processo para que sejam efetuados lançamentos desses valores devidos, o Fisco Federal tem o poder e o dever de negar a restituição e, consequentemente, de não homologar as compensações efetuadas quando constatada a inexistência do crédito. Nesses casos, o nosso ordenamento jurídico criou apenas a figura da homologação tácita para as compensações que envolvem débitos em que os prazos para homologação haviam sido ultrapassados, a teor do § 5º do art. 74, com a redação determinada pela Lei nº 10.833/2003 5(cinco) anos contados da data de entrega da declaração de compensação ou da formalização do pedido na Receita Federal do Brasil . E como foi relatado, essa figura foi diligentemente aplicada pela DRF na medida em que considerou extintos os débitos que não satisfizeram aquelas condições, independentemente da existência dos créditos A DRJ também muito bem rechaçou essa tese com fundamentos que também adoto aqui como razões de decidir: Esclareçase, porém, que se da decadência decorre a perda do direito dg efetivar o lançamento tributário, dela não decorre, por falta de previsão legal, o efeito de consolidação de valores passados , para fins de que, a partir dos referidos valores, cm virtude da comunicação de resultados dc períodos diversos, consolidem se como legítimos créditos sem lastro, meramente virtuais ou escriturais, referentes a períodos recentes. Rechaço a tese adotada pela interessada por visualizar a questão por outros aspectos, que abaixo enumero. O primeiro aspecto é o de que créditos meramente escriturais, não representativos de pagamentos indevidos ou a maior, não atendem aos requisitos de liquidez e certeza, exigidos pelo art 170 do CTN. O segundo aspecto é o de que, cabendo o ônus da prova a quem alega, na compensação tributária ineumbe à interessada a demonstração da efetividade do Fl. 236DF CARF MF Impresso em 12/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10708.000128/9865 Acórdão n.º 1401001.656 S1C4T1 Fl. 623 7 crédito Pleiteado, independentemente do ano de origem do mesmo. Nâo há, portanto, que se aplicar a tal tarefa e a tal pessoa o prazo de que trata o art 150 do CTN, destinado unicamente ao fisco. O terceiro e último aspecto é o de que a tese de que o poder de investigação retroativa da origem do credito, pelo fisco, sofreria limite cronológico, resultaria, por muitas vezes, na legitimação de direitos inexistentes, hipótese esta que, por ofender ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos, ao princípio da razoabilidade, ao princípio que rejeita o enriquecimento ilícito c , até mesmo, ao senso comum dc justiça, demonstra que aquela não é a melhor interpretação. (...) (destaquei) Portanto, afasto essa preliminar de decadência para negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 237DF CARF MF Impresso em 12/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
score : 1.0
