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Numero do processo: 10880.900676/2014-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)
Data do fato gerador: 31/12/2012
DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE.
Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade.
DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA.
Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO.
Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
Numero da decisão: 2401-006.384
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) Data do fato gerador: 31/12/2012 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
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NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 06 76 /2 01 4- 02 Fl. 76DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.384 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900676/2014-02 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. “Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade contra ato da autoridade administrativa que não homologou a compensação declarada por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a crédito de IRRF que teria sido recolhido a maior no período de apuração constante dos autos. Como bem relatado pela instância a quo , o Despacho Decisório não homologou o pedido de compensação em debate, sob o fundamento de que, embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior, o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. Notificada da decisão a Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: 1. Sem qualquer fundamento legal ou maiores explicações, a autoridade administrativa não homologou a compensação realizada pela empresa, através do despacho decisório proferido nos presentes autos. 2. A alegação de que não existe crédito disponível não pode ser entendida como fundamento do despacho decisório, sem constar o porquê dessa inexistência. 3. A autoridade administrativa não se deu ao trabalho de motivar sua decisão, a teor do art. 50 da Lei n° 9.784, de 1999. 4. A não homologação dessa compensação ocorreu por sistema informatizado, porque o crédito sequer foi apreciado. Limitou-se a autoridade administrativa em fazer uma verificação prévia se o pagamento realizado indevidamente ou a maior estava disponível em seus sistemas. Ainda inconformada, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário, repisando parte de suas razões apresentadas em sede de Impugnação que são, em síntese, as seguintes: a) o V. Acórdão merece reforma, basicamente, porque firmou entendimento equivocado, o ato administrativo que não reconheceu o direito creditório do contribuinte é vinculado, devendo conter os pressupostos de fato e de direito, em obediência ao princípio da legalidade; b) Na mesma esteira de entendimento, o ato administrativo deve ser motivado para se mostrar eficaz, razão pela qual não deve prosperar o acórdão ora guerreado; c) o crédito que se fundou o direito subjetivo do contribuinte foi protocolado por meio de compensação, todavia, sem qualquer fundamentação a autoridade não homologou a compensação realizada pela Recorrente, através de Despacho Decisório Fl. 77DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.384 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900676/2014-02 eletrônico, onde se questiona a falta de elementos do ato administrativo, ou seja, falta de fundamentação e nulidades; d) Todavia entenderam os Nobres Julgadores que o Despacho Decisório foi devidamente fundamentado, cabendo ao Recorrente o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária, julgando improcedente a Impugnação; e) Reitera a necessidade de motivação, a teoria dos motivos determinantes e o cerceamento de defesa como institutos jurídicos a embasarem sua pretensão de reforma do ato administrativo ora em debate ; f) Defende a tese de que a Fazenda Nacional deve rever seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes) seja para anulá-los (quando ilegais) Cita a Súmula 473 do STF, os arts. 1º e 5º inciso LVI da CF/88., como normas de conteúdo vedatório para obtenção de provas pelo Poder Público que derive de transgressão a cláusulas de ordem constitucional; g) Ao final requer a reforma do v. Acórdão, eis que a controvérsia posta é identificar se o ato administrativo é vinculado ou discricionário. É o Relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.258 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSO VOLUNTÁRIO O presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, razão pela qual dele CONHEÇO, já que presentes os requisitos de sua admissibilidade 2. DA PRELIMINAR a) nulidade A alegação de nulidade do Despacho Decisório não merece prosperar posto que o mesmo foi realizado dentro dos ditames delineados em lei, apresentando de forma clara e objetiva o motivo da não homologação da compensação, qual seja, a Fl. 78DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.384 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900676/2014-02 inexistência de crédito disponível para a compensação dos débitos informados na declaração de compensação - DCOMP. Nesse diapasão, não há cerceamento de defesa em nenhuma fase do curso processual capaz de produzir qualquer tipo de nulidade ou óbice para que se avance na análise de mérito no presente feito. 3. DO MÉRITO Em seu Recurso Voluntário o contribuinte, em síntese, se restringe a alegar que o ato administrativo, que não reconheceu o seu direito creditório, é vinculado , devendo conter os pressupostos de fato e de direito que o motivaram, sob pena de cerceamento do seu direito de defesa e desobediência ao princípio da legalidade. O que se observa é que assim, as alegações preliminares acabam se confundindo com as de mérito. Todavia, razão não assiste à Recorrente, senão vejamos: Conforme esclarecido pela instância de piso e verificado pela análise dos autos, as próprias declarações e documentos produzidos pela Recorrente fundamentaram os motivos da não-homologação do Despacho Decisório in casu, caracterizando assim a prova e a motivação do ato administrativo, sendo de pleno conhecimento do Recorrente já que por ele produzidos. Após análise detalhada, não foi identificado por esta Relatora qualquer erro na decisão de indeferimento da compensação, nem tampouco a Recorrente apontou eventual divergência, capaz de maculá-lo. A causa da não homologação é clara e objetiva, e se deve ao fato de que, nos sistemas da Receita Federal, embora localizado o DARF do pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente foi totalmente utilizado e alocado aos débitos informados em DCTF, não restando dele o saldo apontado na DCOMP como crédito. Logo, não padece de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente, contra o qual o Recorrente pôde exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. Conforme se verifica, o débito declarado e pago encontra-se em conformidade com a correspondente DCTF, a qual tem seus efeitos determinados pelo § 1º do artigo 5º do Decreto lei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, entre eles o da confissão da dívida e o condão de constituir o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. Como ja esclarecido acima, quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF. Dessa forma, a recorrente, na data da transmissão do PER/ DCOMP não era detentora de crédito líquido e certo, condição sem a qual não há direito à restituição ou compensação. E não tendo trazido elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, inexiste razão para se reconhecer o pleiteado direito Fl. 79DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.384 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900676/2014-02 creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ou seja, de maneira diametralmente oposta às suas alegações recursais, o ato administrativo foi motivado e fundamentado, todavia não foi homologado por absoluta falta de amparo legal para sua concessão. Da análise da DCTF retificadora ativa da Requerente (juntada por imagem no Acórdão de Manifestação de Inconformidade, referente ao tributo e período em análise, verificou-se que ela declarou um débito de IRRF referente ao fato gerador daquela data e vinculou um pagamento de igual valor. Já no quadro reproduzido no voto, podemos verificar que o DARF, pago em atraso com multa de mora e juros de mora, foi integralmente alocado para o saldo a pagar do débito declarado, cujos valores são idênticos. A Requerente pagou em atraso o tributo e corretamente adicionou a multa de mora e os juros de mora, valor que ele agora indevidamente reclama de volta para compensação. Conforme informado pela DRJ , além do DARF constante dos presentes autos, ter sido alocado ao débito normal do período, regularmente declarado em DCTF, a Recorrente solicita sobre esse valor, a homologação de 152 pedidos de compensação que, somados, resultam em um valor de R$ 1.974.130,39, conforme relação dos processos de PER/DCOMP para o mesmo DARF, transcritas no voto do Acórdão ora recorrido. E este fato indica que a Recorrente se movimenta no sentido de efetuar compensação administrativa, não amparada na legislação, para liquidar débitos com créditos inexistentes. Todavia, utiliza-se do expediente de prestação de informação falsa, pois no PER/DCOMP há um campo onde é perguntado se aquele crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior já foi informado em outro PER/DCOMP, ao que a Recorrente respondeu “Não” em todos os PER/DCOMP, em infração que ensejaria a aplicação da Lei n° 10.833, de 2003, art. 18, §2º, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto.” Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 80DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.384 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900676/2014-02 Fl. 81DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.932182/2013-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)
Data do fato gerador: 31/10/2012
DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE.
Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade.
DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA.
Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO.
Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
Numero da decisão: 2401-006.425
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
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NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 21 82 /2 01 3- 06 Fl. 73DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.425 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.932182/2013-06 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. “Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade contra ato da autoridade administrativa que não homologou a compensação declarada por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a crédito de IRRF que teria sido recolhido a maior no período de apuração constante dos autos. Como bem relatado pela instância a quo , o Despacho Decisório não homologou o pedido de compensação em debate, sob o fundamento de que, embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior, o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. Notificada da decisão a Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: 1. Sem qualquer fundamento legal ou maiores explicações, a autoridade administrativa não homologou a compensação realizada pela empresa, através do despacho decisório proferido nos presentes autos. 2. A alegação de que não existe crédito disponível não pode ser entendida como fundamento do despacho decisório, sem constar o porquê dessa inexistência. 3. A autoridade administrativa não se deu ao trabalho de motivar sua decisão, a teor do art. 50 da Lei n° 9.784, de 1999. 4. A não homologação dessa compensação ocorreu por sistema informatizado, porque o crédito sequer foi apreciado. Limitou-se a autoridade administrativa em fazer uma verificação prévia se o pagamento realizado indevidamente ou a maior estava disponível em seus sistemas. Ainda inconformada, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário, repisando parte de suas razões apresentadas em sede de Impugnação que são, em síntese, as seguintes: a) o V. Acórdão merece reforma, basicamente, porque firmou entendimento equivocado, o ato administrativo que não reconheceu o direito creditório do contribuinte é vinculado, devendo conter os pressupostos de fato e de direito, em obediência ao princípio da legalidade; b) Na mesma esteira de entendimento, o ato administrativo deve ser motivado para se mostrar eficaz, razão pela qual não deve prosperar o acórdão ora guerreado; c) o crédito que se fundou o direito subjetivo do contribuinte foi protocolado por meio de compensação, todavia, sem qualquer fundamentação a autoridade não homologou a compensação realizada pela Recorrente, através de Despacho Decisório Fl. 74DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.425 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.932182/2013-06 eletrônico, onde se questiona a falta de elementos do ato administrativo, ou seja, falta de fundamentação e nulidades; d) Todavia entenderam os Nobres Julgadores que o Despacho Decisório foi devidamente fundamentado, cabendo ao Recorrente o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária, julgando improcedente a Impugnação; e) Reitera a necessidade de motivação, a teoria dos motivos determinantes e o cerceamento de defesa como institutos jurídicos a embasarem sua pretensão de reforma do ato administrativo ora em debate ; f) Defende a tese de que a Fazenda Nacional deve rever seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes) seja para anulá-los (quando ilegais) Cita a Súmula 473 do STF, os arts. 1º e 5º inciso LVI da CF/88., como normas de conteúdo vedatório para obtenção de provas pelo Poder Público que derive de transgressão a cláusulas de ordem constitucional; g) Ao final requer a reforma do v. Acórdão, eis que a controvérsia posta é identificar se o ato administrativo é vinculado ou discricionário. É o Relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.258 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSO VOLUNTÁRIO O presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, razão pela qual dele CONHEÇO, já que presentes os requisitos de sua admissibilidade 2. DA PRELIMINAR a) nulidade A alegação de nulidade do Despacho Decisório não merece prosperar posto que o mesmo foi realizado dentro dos ditames delineados em lei, apresentando de forma clara e objetiva o motivo da não homologação da compensação, qual seja, a Fl. 75DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.425 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.932182/2013-06 inexistência de crédito disponível para a compensação dos débitos informados na declaração de compensação - DCOMP. Nesse diapasão, não há cerceamento de defesa em nenhuma fase do curso processual capaz de produzir qualquer tipo de nulidade ou óbice para que se avance na análise de mérito no presente feito. 3. DO MÉRITO Em seu Recurso Voluntário o contribuinte, em síntese, se restringe a alegar que o ato administrativo, que não reconheceu o seu direito creditório, é vinculado , devendo conter os pressupostos de fato e de direito que o motivaram, sob pena de cerceamento do seu direito de defesa e desobediência ao princípio da legalidade. O que se observa é que assim, as alegações preliminares acabam se confundindo com as de mérito. Todavia, razão não assiste à Recorrente, senão vejamos: Conforme esclarecido pela instância de piso e verificado pela análise dos autos, as próprias declarações e documentos produzidos pela Recorrente fundamentaram os motivos da não-homologação do Despacho Decisório in casu, caracterizando assim a prova e a motivação do ato administrativo, sendo de pleno conhecimento do Recorrente já que por ele produzidos. Após análise detalhada, não foi identificado por esta Relatora qualquer erro na decisão de indeferimento da compensação, nem tampouco a Recorrente apontou eventual divergência, capaz de maculá-lo. A causa da não homologação é clara e objetiva, e se deve ao fato de que, nos sistemas da Receita Federal, embora localizado o DARF do pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente foi totalmente utilizado e alocado aos débitos informados em DCTF, não restando dele o saldo apontado na DCOMP como crédito. Logo, não padece de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente, contra o qual o Recorrente pôde exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. Conforme se verifica, o débito declarado e pago encontra-se em conformidade com a correspondente DCTF, a qual tem seus efeitos determinados pelo § 1º do artigo 5º do Decreto lei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, entre eles o da confissão da dívida e o condão de constituir o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. Como ja esclarecido acima, quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF. Dessa forma, a recorrente, na data da transmissão do PER/ DCOMP não era detentora de crédito líquido e certo, condição sem a qual não há direito à restituição ou compensação. E não tendo trazido elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, inexiste razão para se reconhecer o pleiteado direito Fl. 76DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.425 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.932182/2013-06 creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ou seja, de maneira diametralmente oposta às suas alegações recursais, o ato administrativo foi motivado e fundamentado, todavia não foi homologado por absoluta falta de amparo legal para sua concessão. Da análise da DCTF retificadora ativa da Requerente (juntada por imagem no Acórdão de Manifestação de Inconformidade, referente ao tributo e período em análise, verificou-se que ela declarou um débito de IRRF referente ao fato gerador daquela data e vinculou um pagamento de igual valor. Já no quadro reproduzido no voto, podemos verificar que o DARF, pago em atraso com multa de mora e juros de mora, foi integralmente alocado para o saldo a pagar do débito declarado, cujos valores são idênticos. A Requerente pagou em atraso o tributo e corretamente adicionou a multa de mora e os juros de mora, valor que ele agora indevidamente reclama de volta para compensação. Conforme informado pela DRJ , além do DARF constante dos presentes autos, ter sido alocado ao débito normal do período, regularmente declarado em DCTF, a Recorrente solicita sobre esse valor, a homologação de 152 pedidos de compensação que, somados, resultam em um valor de R$ 1.974.130,39, conforme relação dos processos de PER/DCOMP para o mesmo DARF, transcritas no voto do Acórdão ora recorrido. E este fato indica que a Recorrente se movimenta no sentido de efetuar compensação administrativa, não amparada na legislação, para liquidar débitos com créditos inexistentes. Todavia, utiliza-se do expediente de prestação de informação falsa, pois no PER/DCOMP há um campo onde é perguntado se aquele crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior já foi informado em outro PER/DCOMP, ao que a Recorrente respondeu “Não” em todos os PER/DCOMP, em infração que ensejaria a aplicação da Lei n° 10.833, de 2003, art. 18, §2º, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto.” Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 77DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.425 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.932182/2013-06 Fl. 78DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18088.000759/2008-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 05 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/2003 a 31/01/2008
NULIDADE. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE MANIFESTAÇÃO SOBRE AS PRINCIPAIS TESES DE DEFESA. DESCABIMENTO.
É descabida a decretação de nulidade do acórdão de primeira instância quando a decisão apreciou as principais questões de defesa listadas na impugnação, mediante exposição das razões que formaram o convencimento do julgador administrativo, cuja fundamentação do voto, mesmo que sucinta em alguns pontos, é capaz de justificar racionalmente a deliberação do colegiado.
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES DE INVESTIGAÇÃO. INEXISTÊNCIA.
De acordo com os documentos que instruem os autos, não há que se falar em extrapolação dos limites da investigação fiscal definidos no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Além do mais, à época da execução do procedimento de auditoria, o documento constituía-se em um mero instrumento de controle gerencial e administrativo da atividade fiscalizatória, não tendo o condão de outorgar e menos ainda de suprimir a competência legal do agente fazendário.
PROCEDIMENTO FISCAL. ALEGAÇÕES DE LANÇAMENTO EFETUADO COM BASE EM PRESUNÇÕES. DESCABIMENTO.
O procedimento fiscal levado a efeito não se revela arbitrário, nem expressa a aplicação injustificada da presunção em lei para fundamentar o lançamento de ofício, quando, após devidamente intimado, o sujeito passivo deixa de exibir os documentos que dão suporte aos registros contábeis, ou apresenta a documentação de maneira deficiente, autorizando o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova.
TRABALHADORES VINCULADOS À EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES FEDERAL E SIMPLES NACIONAL. DESCONSIDERAÇÃO DO VÍNCULO EXISTENTE. CARACTERIZAÇÃO DIRETAMENTE COM A EMPRESA PRINCIPAL. PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA.
Cabe à fiscalização lançar de ofício o crédito correspondente à relação tributária efetivamente existente, desconsiderando o vínculo formal pactuado com empresa individual optante pelo Simples, quando demonstrado, por meio da linguagem de provas, que os trabalhadores prestavam serviços à empresa principal não optante pelo regime diferenciado de tributação. O conjunto probatório aponta no sentido da artificialidade da terceirização dos serviços complementares ligados à revenda de automóveis, atuando os trabalhadores sob um comando único na prestação de serviços em prol da empresa principal, concessionária de veículos automotores, que se responsabiliza pelo risco da atividade econômica das demais, num cenário de improvável autonomia empresarial, em que ocorre o pagamento habitual de obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias das empresas prestadoras de serviços.
GUELTAS. PAGAMENTOS POR TERCEIROS ALHEIOS AO VÍNCULO EMPREGATÍCIO. RETRIBUIÇÃO PELO TRABALHO. CARÁTER DE REMUNERAÇÃO.
As denominadas gueltas pagas ao trabalhador de forma habitual por terceiro alheio ao vínculo empregatício, com o objetivo de estimular a venda de determinado produto que mantém relação com as atividades laborais do empregado, assemelham-se às gorjetas e, portanto, possuem natureza salarial e integram o salário-de-contribuição.
FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
A falta de exibição de documentos, ou sua apresentação deficiente, autoriza o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. É cabível a exclusão da base de cálculo do lançamento de ofício quando o conjunto probatório é suficiente para negar a natureza remuneratória aos registros contábeis listados pela autoridade tributária.
Numero da decisão: 2401-006.658
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário para: a) levantamento AFN: retificações da base de cálculo, conforme Tabela 1 do voto; b) levantamentos C32 a C35: redução da base de cálculo, conforme Tabelas 4 a 7 do voto; e c) exclusão dos levantamentos C10 e C36.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2003 a 31/01/2008 NULIDADE. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE MANIFESTAÇÃO SOBRE AS PRINCIPAIS TESES DE DEFESA. DESCABIMENTO. É descabida a decretação de nulidade do acórdão de primeira instância quando a decisão apreciou as principais questões de defesa listadas na impugnação, mediante exposição das razões que formaram o convencimento do julgador administrativo, cuja fundamentação do voto, mesmo que sucinta em alguns pontos, é capaz de justificar racionalmente a deliberação do colegiado. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES DE INVESTIGAÇÃO. INEXISTÊNCIA. De acordo com os documentos que instruem os autos, não há que se falar em extrapolação dos limites da investigação fiscal definidos no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Além do mais, à época da execução do procedimento de auditoria, o documento constituía-se em um mero instrumento de controle gerencial e administrativo da atividade fiscalizatória, não tendo o condão de outorgar e menos ainda de suprimir a competência legal do agente fazendário. PROCEDIMENTO FISCAL. ALEGAÇÕES DE LANÇAMENTO EFETUADO COM BASE EM PRESUNÇÕES. DESCABIMENTO. O procedimento fiscal levado a efeito não se revela arbitrário, nem expressa a aplicação injustificada da presunção em lei para fundamentar o lançamento de ofício, quando, após devidamente intimado, o sujeito passivo deixa de exibir os documentos que dão suporte aos registros contábeis, ou apresenta a documentação de maneira deficiente, autorizando o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. TRABALHADORES VINCULADOS À EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES FEDERAL E SIMPLES NACIONAL. DESCONSIDERAÇÃO DO VÍNCULO EXISTENTE. CARACTERIZAÇÃO DIRETAMENTE COM A EMPRESA PRINCIPAL. PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA. Cabe à fiscalização lançar de ofício o crédito correspondente à relação tributária efetivamente existente, desconsiderando o vínculo formal pactuado com empresa individual optante pelo Simples, quando demonstrado, por meio da linguagem de provas, que os trabalhadores prestavam serviços à empresa principal não optante pelo regime diferenciado de tributação. O conjunto probatório aponta no sentido da artificialidade da terceirização dos serviços complementares ligados à revenda de automóveis, atuando os trabalhadores sob um comando único na prestação de serviços em prol da empresa principal, concessionária de veículos automotores, que se responsabiliza pelo risco da atividade econômica das demais, num cenário de improvável autonomia empresarial, em que ocorre o pagamento habitual de obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias das empresas prestadoras de serviços. GUELTAS. PAGAMENTOS POR TERCEIROS ALHEIOS AO VÍNCULO EMPREGATÍCIO. RETRIBUIÇÃO PELO TRABALHO. CARÁTER DE REMUNERAÇÃO. As denominadas gueltas pagas ao trabalhador de forma habitual por terceiro alheio ao vínculo empregatício, com o objetivo de estimular a venda de determinado produto que mantém relação com as atividades laborais do empregado, assemelham-se às gorjetas e, portanto, possuem natureza salarial e integram o salário-de-contribuição. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. A falta de exibição de documentos, ou sua apresentação deficiente, autoriza o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. É cabível a exclusão da base de cálculo do lançamento de ofício quando o conjunto probatório é suficiente para negar a natureza remuneratória aos registros contábeis listados pela autoridade tributária.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2019-07-07T23:57:59Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2019-07-07T23:57:59Z; Last-Modified: 2019-07-07T23:57:59Z; dcterms:modified: 2019-07-07T23:57:59Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-07-07T23:57:59Z; pdf:docinfo:creator_tool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-07-07T23:57:59Z; meta:save-date: 2019-07-07T23:57:59Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-07-07T23:57:59Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2019-07-07T23:57:59Z; created: 2019-07-07T23:57:59Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 42; Creation-Date: 2019-07-07T23:57:59Z; pdf:charsPerPage: 2119; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-07-07T23:57:59Z | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 4.645 1 4.644 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 18088.000759/200809 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401006.658 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 5 de junho de 2019 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SALÁRIO INDIRETO CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADOS Recorrente UNIÃO TAQUARITINGA SERVIÇOS DE APOIO ADMINISTRATIVO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/01/2008 NULIDADE. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE MANIFESTAÇÃO SOBRE AS PRINCIPAIS TESES DE DEFESA. DESCABIMENTO. É descabida a decretação de nulidade do acórdão de primeira instância quando a decisão apreciou as principais questões de defesa listadas na impugnação, mediante exposição das razões que formaram o convencimento do julgador administrativo, cuja fundamentação do voto, mesmo que sucinta em alguns pontos, é capaz de justificar racionalmente a deliberação do colegiado. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES DE INVESTIGAÇÃO. INEXISTÊNCIA. De acordo com os documentos que instruem os autos, não há que se falar em extrapolação dos limites da investigação fiscal definidos no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Além do mais, à época da execução do procedimento de auditoria, o documento constituíase em um mero instrumento de controle gerencial e administrativo da atividade fiscalizatória, não tendo o condão de outorgar e menos ainda de suprimir a competência legal do agente fazendário. PROCEDIMENTO FISCAL. ALEGAÇÕES DE LANÇAMENTO EFETUADO COM BASE EM PRESUNÇÕES. DESCABIMENTO. O procedimento fiscal levado a efeito não se revela arbitrário, nem expressa a aplicação injustificada da presunção em lei para fundamentar o lançamento de ofício, quando, após devidamente intimado, o sujeito passivo deixa de exibir os documentos que dão suporte aos registros contábeis, ou apresenta a documentação de maneira deficiente, autorizando o lançamento da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 00 07 59 /2 00 8- 09 Fl. 4645DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.646 2 importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. TRABALHADORES VINCULADOS À EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES FEDERAL E SIMPLES NACIONAL. DESCONSIDERAÇÃO DO VÍNCULO EXISTENTE. CARACTERIZAÇÃO DIRETAMENTE COM A EMPRESA PRINCIPAL. PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA. Cabe à fiscalização lançar de ofício o crédito correspondente à relação tributária efetivamente existente, desconsiderando o vínculo formal pactuado com empresa individual optante pelo Simples, quando demonstrado, por meio da linguagem de provas, que os trabalhadores prestavam serviços à empresa principal não optante pelo regime diferenciado de tributação. O conjunto probatório aponta no sentido da artificialidade da terceirização dos serviços complementares ligados à revenda de automóveis, atuando os trabalhadores sob um comando único na prestação de serviços em prol da empresa principal, concessionária de veículos automotores, que se responsabiliza pelo risco da atividade econômica das demais, num cenário de improvável autonomia empresarial, em que ocorre o pagamento habitual de obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias das empresas prestadoras de serviços. GUELTAS. PAGAMENTOS POR TERCEIROS ALHEIOS AO VÍNCULO EMPREGATÍCIO. RETRIBUIÇÃO PELO TRABALHO. CARÁTER DE REMUNERAÇÃO. As denominadas gueltas pagas ao trabalhador de forma habitual por terceiro alheio ao vínculo empregatício, com o objetivo de estimular a venda de determinado produto que mantém relação com as atividades laborais do empregado, assemelhamse às gorjetas e, portanto, possuem natureza salarial e integram o saláriodecontribuição. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. A falta de exibição de documentos, ou sua apresentação deficiente, autoriza o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. É cabível a exclusão da base de cálculo do lançamento de ofício quando o conjunto probatório é suficiente para negar a natureza remuneratória aos registros contábeis listados pela autoridade tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 4646DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.647 3 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário para: a) levantamento AFN: retificações da base de cálculo, conforme Tabela 1 do voto; b) levantamentos C32 a C35: redução da base de cálculo, conforme Tabelas 4 a 7 do voto; e c) exclusão dos levantamentos C10 e C36. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (DRJ/RPO), por meio do Acórdão nº 1437.919, de 31/05/2012, cujo dispositivo considerou procedente em parte a impugnação, mantendo parcialmente o crédito tributário lançado pela fiscalização (fls. 4.419/4.440): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/01/2008 Debcad: 37.212.8025 DECADÊNCIA. Ocorrendo o recolhimento parcial de contribuição, o início da contagem do prazo qüinqüenal da decadência será definido pela ocorrência da homologação do crédito, de acordo com o art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO IN NATURA. ATO DECLARATÓRIO Nº 3/2011. REVISÃO DO LANÇAMENTO. Fl. 4647DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.648 4 Deve ser excluído do lançamento o crédito tributário relativo às contribuições incidentes sobre as parcelas de auxílio alimentação in natura fornecidas pela empresa aos seus empregados (Ato Declaratório PGFN nº 3/2011). TRANSFERÊNCIA IRREGULAR DE EMPREGADOS PARA REDUÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO. Caracterizada a situação de transferência de segurados empregados para interpostas empresas com a finalidade de irregular redução de contribuição previdenciária, os empregados deverão ser considerados como se fossem empregados da principal, prevalecendo a realidade dos fatos. MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA. COMPROVAÇÃO. Empréstimos realizados entre empresa e sócios deverão ser contabilmente comprovados com a entrada do valor posteriormente devolvido, em caso contrário, presumese a ocorrência de fato gerador de contribuição previdenciária. CONSTITUCIONALIDADE DE LEI. A discussão de ilegalidade de lei não é apropriada nesta esfera administrativa, por falta de competência. PERÍCIA. A realização de perícia será deferida desde que haja fatos com complexidade técnica que a justifique. Impugnação Procedente em Parte Extraise do Relatório Fiscal que o processo administrativo é composto, na origem, do Auto de Infração (AI) nº 37.212.8025, abrangendo as competências de 12/2002 a 01/2008, referente às contribuições da empresa devidas a outras entidades e fundos (terceiros), incidentes sobre as remunerações de segurados empregados (fls. 417). Segundo o agente lançador, os fatos geradores correspondem às remunerações pagas ou creditadas aos segurados empregados e contribuintes individuais verificadas a partir de folhas de pagamentos e escrituração contábil. Em decorrência da apresentação deficiente de documentação, uma parte do valores foi apurada por aferição indireta, nos termos do § 3º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. O crédito tributário compreende o lançamento incidente sobre diversos pagamentos avaliados como de natureza remuneratória que deixaram de ser oferecidos à tributação. Além disso, a fiscalização procedeu à caracterização do vínculo em nome da pessoa jurídica autuada com respeito a trabalhadores formalmente registrados nas seguintes empresas individuais: (i) Marina Tomoe Ogata Kodama ME, CNPJ 04.071.124/000110 (MARINA) Fl. 4648DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.649 5 (ii) Marcos Baldassa ME, CNPJ 03.659.088/000146; (BALDASSA) (iii) José Roberto de Souza Monte Alto ME, CNPJ 03.658.542/000144 (JOSÉ ROBERTO) As empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO optaram pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples Federal) e, a partir de julho/2007, pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional). A autoridade lançadora concluiu que se tratam de interpostas pessoas, ocorrendo a prestação dos serviços pelos empregados diretamente para a empresa principal, ora autuada. Para efeito de constituição do crédito tributário, neste processo administrativo, a autoridade fiscal distribuiu as bases de cálculo do lançamento em diferentes grupos, denominados de levantamentos, conforme a origem e natureza dos fatos geradores, representados por 37 (trinta e sete) códigos a seguir indicados: AB, AFM, AFN, JRA, JRN, JRQ, MAA, MAE, MAN, MBN, MBQ, UIE, C01, C04, C06, C09, C10, C14 a C20, C22 a C25, C27, C28, C30 e C32 a C36. A ciência do lançamento deuse no dia 30/12/2008, com apresentação de impugnação dentro do prazo legal (fls. 02 e 522/569). Previamente à decisão de primeira instância, os autos foram remetidos à fiscalização, em dois momentos, para manifestação sobre os elementos de prova juntados pela impugnante (fls. 4.326/4.331 e 4.397/4.398). O agente lançador pronunciouse sobre a documentação dos autos, tendo opinado pela retificação parcial da exigência fiscal, em pontos específicos do auto de infração (fls. 4.346/4.355 e 4.400/4.401). Por sua vez, nas duas oportunidades a empresa autuada manifestouse sobre o resultado da diligência fiscal. Em síntese, afirmou que a despeito da farta documentação apresentada, com mais de 5 (cinco) mil folhas, pouca coisa a autoridade fiscal acolheu como prova de suas alegações de improcedência dos valores lançados, visto que rejeitou a ausência de natureza salarial (fls. 4.358/4.370 e 4.404/4.416). A empresa autuada foi intimada da decisão de primeira instância, por via postal, em 03/09/2012, com protocolo de recurso voluntário no dia 02/10/2012, em que aduz, em síntese, os seguintes argumentos de fato e direito contra a decisão de piso (fls. 4.441/4.412 e 4.444/4.506): (i) a decisão recorrida é nula, porquanto deixou de analisar e avaliar os argumentos mais relevantes de defesa e o respectivo suporte documental apresentado no processo administrativo; Fl. 4649DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.650 6 (ii) a fiscalização abrangeu outras pessoas jurídicas distintas do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), extrapolando a autorização contida no documento; (iii) o princípio da verdade material restou ignorado pela fiscalização e decisão de primeira instância, tendo em vista os documentos apresentados aptos a comprovar a inexistência de relação jurídica tributária da recorrente com respeito às contribuições lançadas; (iv) na hipótese de considerar irregular o planejamento tributário realizado pela recorrente, que se deu a partir da terceirização de determinados serviços complementares ligados à revenda de automóveis, caberia a apuração correta da base de cálculo das contribuições, assim como o aproveitamento dos recolhimentos efetuados pelas empresas nas quais registrados os trabalhadores; (v) o lançamento foi efetuado com base em presunções, na medida em que o agente fiscal utilizou para fins de base de cálculo valores referentes a registros contábeis de natureza diversa de salário ou remuneração pelo trabalho, como no caso de transferências para as empresas contratadas, a título de ajuste comercial; (vi) há ilegitimidade passiva da recorrente para responder por créditos tributários pertencentes às empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO que lhe prestaram serviços, como se fossem seus estabelecimentos operacionais; (vii) na hipótese de irregularidade fiscal nas empresas prestadoras de serviços, o procedimento adequado seria a prévia exclusão do regime do Simples/Simples Nacional e o lançamento das respectivas contribuições em nome dessas pessoas jurídicas, jamais, contudo, caberia imputar a responsabilização tributária por dívidas de terceiros à recorrente; (viii) a existência nos livros contábeis da recorrente de lançamentos em contas de despesas com relação a pagamentos de viagens, verbas salariais, folhas de pagamento e retenção de imposto de renda para segurados empregados das empresas prestadoras de serviços é explicado por um procedimento de encontro de contas, ao final de cada mês, para apuração dos valores finais, o que poderia ser elucidado e comprovado por intermédio de realização de perícia contábil, a qual, no entanto, foi indeferida pelo órgão julgador de primeira instância; Fl. 4650DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.651 7 (ix) a fiscalização ao recusar a personalidade jurídica das empresas prestadoras de serviços deixou de observar a norma insculpida no parágrafo único do art. 116 do Código Tributário Nacional (CTN), que impõe como condição necessária para a desconsideração dos atos e negócios o atendimento dos procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária; (x) há equívocos nas ocorrências e nos períodos trabalhados apurados pela autoridade fiscal relativamente às pessoas físicas Ediva de Moura, Isabel Endres, Alan Patrick Lopes, Andrea Martins da Silva, Gustavo R. Gomes e Vanessa Keila Tozatto; (xi) o valor arbitrado na competência 01/2008, no montante de 10 (dez) salários mínimos, com relação ao pró labore dos sócios Marcos Takeo Ogata e Marina Tomoe Ogata Kodama, devido à falta de apresentação de documentos, não está compatível com os patamares verdadeiramente auferidos, os quais podem ser obtidos a partir dos dados disponíveis no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil; (xii) o Levantamento C01 diz respeito a incentivos pagos pelos bancos conveniados para a promoção de venda de financiamentos, oferecidos aos funcionários das empresas a título de gratificação pecuniária, que não se revestem de natureza salarial, pois são pagamentos oriundos de terceiras pessoas; (xiii) o Levantamento C02 contém valores retirados de conta contábil relacionada a devoluções e pagamentos de empréstimos cedidos e efetuados em nome da pessoa jurídica MARINA, descabendo a interpretação que equivalem a pagamentos a título de prólabore para a sócia Marina Tomoe Ogata Kodama; (xiv) o Levantamento C03 contém valores relativos a operações de empréstimos com a pessoa jurídica Prisma Tintas de Jaboticabal Ltda, não sendo correta a interpretação que equivalem a pagamentos a título de prólabore para o sócio em comum Marcos Takeo Ogata; (xv) os Levantamentos C05 e C06 contêm lançamentos equivocadamente atribuídos pela fiscalização como sendo pagamentos de prólabore e/ou remuneração a segurado empregado; (xvi) o Levantamento C08 contém lançamentos referentes à venda de veículo e serviços ao sócio Kioschi Ogata, devidamente adimplido pelo comprador, razão pela qual não podem ser considerados prólabore; Fl. 4651DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.652 8 (xvii) os Levantamentos C09 e C10 não se referem a pagamento de remuneração, porquanto dizem respeito a valores de operações de empréstimos concedidos ao funcionário Tsikassi Ogata, os quais foram adimplidos a seu modo e tempo; (xviii) os Levantamentos C14, C15, C16 e C17 são referentes a pagamentos de comissões aos segurados empregados registrados nas empresas prestadoras de serviços, indevidamente lançados em nome da recorrente, conforme razões antes mencionadas; (xix) os Levantamentos C18, C19 e C20 contêm lançamentos de comissões pagas a terceiros e pagamentos a pessoas que não pertencem ao quadro funcional da empresa, não possuindo natureza salarial; (xx) o Levantamento C26 é concernente a empréstimos efetuados à empresa pelo sócio Marcos Takeo Ogata, não se revestindo os valores listados de pagamento a título de pró labore; (xxi) o Levantamento C27 contém valores retirados de conta contábil relacionada a devoluções e pagamentos de empréstimos cedidos e efetuados em nome da pessoa jurídica JOSÉ ROBERTO, descabendo a interpretação de equivalência com pagamentos a título de remuneração do funcionário José Roberto de Souza; (xxii) os Levantamentos C28, C29 e C30 representam despesas operacionais da recorrente, contabilizados com histórico equivocado, em nada se equiparando com remuneração paga a segurados; (xxiii) os Levantamentos C31, C32, C33, C34 e C35 dizem respeito a pagamentos efetuados pela recorrente às empresas prestadoras de serviços quando do acerto de contas entre as partes; e (xxiv) os Levantamentos C36 e C37 são referentes a diversas operações de capitação de recursos com o propósito de financiar o capital de giro da recorrente, por meio de obtenção de crédito junto a instituições financeiras, através de descontos de títulos emitidos por funcionários, sócios ou prestadores de serviços, devidamente quitados na época própria. Na sequência dos atos processuais, o julgamento do recurso voluntário foi convertido em diligência pela Turma, por meio do Resolução nº 2401000.441, de 22/01/2015, com a finalidade de aguardar o resultado da diligência determinada no processo principal nº 18088.000757/200810 (fls. 4.524/4.535). Fl. 4652DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.653 9 Oportunizado o contraditório, a recorrente expressou sua opinião sobre o resultado da diligência fiscal no processo principal (fls. 4.513/4.606). Em seu ponto de vista, o agente fiscal esquivouse de cumprila, ao deixar de analisar integralmente a documentação, limitandose a relacionar os documentos, porém sem vinculálos às acusações fiscais. Após reforçar pontos específicos do conjunto probatório carreado aos autos, destacando os principais aspectos de fato e direito favoráveis a sua linha argumentativa, requereu a prevalência das provas produzidas pelo contribuinte, que confirmam a inexistência de natureza remuneratória no tocante aos valores apurados pela autoridade fiscal no auto de infração. Tendo em vista que a relatora originária do recurso voluntário havia deixado o colegiado, os autos foram redistribuídos para um novo relator designado mediante sorteio (fls. 4.549/4.550). Em análise preliminar dos autos do processo principal, decidiuse pela necessidade de nova conversão do julgamento em diligência, para a juntada de elementos complementares para fins de subsidiar a decisão no recurso voluntário. O julgamento do presente processo foi sobrestado, conforme Resolução nº 2401 000.683, de 05/07/2018, de forma a aguardar o resultado da diligência no processo nº 18088.000757/200810 (fls. 4.629/4.636). É o relatório. Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator Admissibilidade Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Julgamento em conjunto A fim de evitar decisões despedidas de congruência em face da empresa recorrente, estão sendo julgados em conjunto os recursos voluntários relativos aos processos nº 18008.000757/200810, 18088.000758/200856, 18088.000759/200809, 18088.000764/2008 11 e 18088.000767/200847, os quais foram formalizados no mesmo procedimentos fiscal, com base nos mesmos elementos de prova. Fl. 4653DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.654 10 Mérito O presente recurso diz respeito à exigência das contribuições devidas a outras entidades e fundos (terceiros), vinculadas com fatos geradores e bases de cálculo que estão sendo discutidos no processo principal nº 18088.000757/200810, relativo ao AI nº 37.212.8009. A matéria de defesa foi devidamente apreciada no julgamento do processo principal nº 18088.000757/200810, no qual o colegiado deu provimento parcial ao recurso voluntário, mantendo parte do crédito tributário lançado. Eis a ementa do Acórdão nº 2401006.656, proferido nesta mesma sessão de julgamento: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/01/2008 NULIDADE. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. FALTA DE MANIFESTAÇÃO SOBRE AS PRINCIPAIS TESES DE DEFESA. DESCABIMENTO. É descabida a decretação de nulidade do acórdão de primeira instância quando a decisão apreciou as principais questões de defesa listadas na impugnação, mediante exposição das razões que formaram o convencimento do julgador administrativo, cuja fundamentação do voto, mesmo que sucinta em alguns pontos, é capaz de justificar racionalmente a deliberação do colegiado. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. EXTRAPOLAÇÃO DOS LIMITES DE INVESTIGAÇÃO. INEXISTÊNCIA. De acordo com os documentos que instruem os autos, não há que se falar em extrapolação dos limites da investigação fiscal definidos no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Além do mais, à época da execução do procedimento de auditoria, o documento constituíase em um mero instrumento de controle gerencial e administrativo da atividade fiscalizatória, não tendo o condão de outorgar e menos ainda de suprimir a competência legal do agente fazendário. PROCEDIMENTO FISCAL. ALEGAÇÕES DE LANÇAMENTO EFETUADO COM BASE EM PRESUNÇÕES. DESCABIMENTO. O procedimento fiscal levado a efeito não se revela arbitrário, nem expressa a aplicação injustificada da presunção em lei para fundamentar o lançamento de ofício, quando, após devidamente intimado, o sujeito passivo deixa de exibir os documentos que dão suporte aos registros contábeis, ou apresenta a documentação de maneira deficiente, autorizando o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. Fl. 4654DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.655 11 TRABALHADORES VINCULADOS À EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES FEDERAL E SIMPLES NACIONAL. DESCONSIDERAÇÃO DO VÍNCULO EXISTENTE. CARACTERIZAÇÃO DIRETAMENTE COM A EMPRESA PRINCIPAL. PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA. Cabe à fiscalização lançar de ofício o crédito correspondente à relação tributária efetivamente existente, desconsiderando o vínculo formal pactuado com empresa individual optante pelo Simples, quando demonstrado, por meio da linguagem de provas, que os trabalhadores prestavam serviços à empresa principal não optante pelo regime diferenciado de tributação. O conjunto probatório aponta no sentido da artificialidade da terceirização dos serviços complementares ligados à revenda de automóveis, atuando os trabalhadores sob um comando único na prestação de serviços em prol da empresa principal, concessionária de veículos automotores, que se responsabiliza pelo risco da atividade econômica das demais, num cenário de improvável autonomia empresarial, em que ocorre o pagamento habitual de obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias das empresas prestadoras de serviços. GUELTAS. PAGAMENTOS POR TERCEIROS ALHEIOS AO VÍNCULO EMPREGATÍCIO. RETRIBUIÇÃO PELO TRABALHO. CARÁTER DE REMUNERAÇÃO. As denominadas gueltas pagas ao trabalhador de forma habitual por terceiro alheio ao vínculo empregatício, com o objetivo de estimular a venda de determinado produto que mantém relação com as atividades laborais do empregado, assemelhamse às gorjetas e, portanto, possuem natureza salarial e integram o saláriodecontribuição. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. A falta de exibição de documentos, ou sua apresentação deficiente, autoriza o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. É cabível a exclusão da base de cálculo do lançamento de ofício quando o conjunto probatório é suficiente para negar a natureza remuneratória aos registros contábeis listados pela autoridade tributária. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Reproduzo, a seguir, trechos do voto que decidiu de maneira fundamentada as diversas questões preliminares e de mérito contidas no recurso voluntário do processo principal, que são aplicáveis a estes autos: Fl. 4655DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.656 12 (...) Preliminares a) Nulidade da decisão de primeira instância Inicialmente, a recorrente pugna pela nulidade do acórdão de primeira instância, pela falta de apreciação de argumentos de defesa contra o lançamento efetuado, pleiteando o retorno dos autos à instância de origem para que outra decisão seja proferida, sob pena de prejuízo à ampla defesa e contraditório. Segundo assevera a petição recursal, a decisão de piso deixou de manifestarse sobre as principais teses de defesa do sujeito passivo, carecendo o acórdão recorrido da imprescindível motivação para justificar a manutenção do lançamento tributário. A decisão de primeira instância menosprezou os milhares de documentos acostados aos autos, bem como recusou os fundamentos de mérito, ficando evidente a omissão na análise do caso concreto. Pois bem. Não é verdade que é o acórdão recorrido simplesmente ignorou o suporte documental probante que foi produzido durante a fase do contencioso administrativo, até porque converteu, em duas oportunidades, o julgamento em diligência, com a finalidade de prévia manifestação pelo agente lançador a respeito da documentação juntada aos autos pelo contribuinte, ofertandose o contraditório à empresa autuada, previamente à decisão de primeira instância. Nesse cenário, a decisão de piso atacou as questões principais deduzidas pela recorrente, na ocasião impugnante, expondo as razões que formaram o convencimento do julgador, cuja fundamentação, mesmo que, em alguns pontos, possa ser classificada de sucinta, é capaz de justificar racionalmente a decisão que considerou parcialmente procedente a impugnação. Em verdade, a recorrente busca rediscutir a matéria já decidida no acórdão vergastado, na parte que lhe foi desfavorável, o que é, de fato, cabível através da via recursal eleita. Todavia, tal discordância é matéria que deve ser avaliada no mérito do recurso voluntário, sendo inviável retroceder o processo administrativo para a prolatação de nova decisão pela instância inaugural, ainda mais quando mínimas as chances de alteração do resultado do julgamento no âmbito da RFB. Dito de forma mais específica, a empresa autuada aponta na petição recursal que a decisão recorrida não se manifestou sobre os seguintes fundamentos de defesa: (i) ilegitimidade da recorrente, eis que o lançamento se deu sobre pagamentos de terceiros a funcionários de outras pessoas jurídicas (e não de sua própria); (ii) nulidade do lançamento efetuado com base em presunções e indícios; e Fl. 4656DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.657 13 (iii) nulidade do lançamento fiscal, pois fundado em provas ilícitas. No intuito de realçar que a decisão de piso não permaneceu inerte sobre as questões postas pela impugnante, embora em sentido diverso ao ponto de vista do autuado, reproduzo trechos do acórdão recorrido (fls. 6.128/6.130): (...) A fiscalização enquadrou os empregados das empresas Marina, Marcos Baldassa e Jose Roberto [CNPJ: 04.071.124/0001 19 MARINA TOMOE OGATA KODAMA ME ; CNPJ: 03.659.088/0001 46 MARCOS BALDASSA ME; CNPJ: 03.658.542/000144 JOSÉ ROBERTO DE SOUZA MONTE ALTO ME, respectivamente] como empregados da autuada. A fiscalização narrou os seguintes fatos, que justificam este enquadramento: (...) A autuada não concordando com este enquadramento, argumenta que a fiscalização desconsiderou a personalidade jurídica de outras empresas sem comprovar qualquer irregularidade desrespeitando o princípio constitucional do devido processo legal; que a existência das duas empresas no mesmo endereço não é vedada por lei, e se justifica por logística e estratégia comercial, sendo uma forma lícita de redução de custos; e que as empresas prestadoras de serviço não estão domiciliadas no mesmo endereço fiscal da impugnante. O conjunto dos fatos descritos pela fiscalização não deixam dúvidas de que a autuada visando obter vantagens tributária, transferiu parte de seu quadro de segurados para as empresas Marina, Marcos Baldassa e José Roberto, optantes do sistema simplificado de arrecadação. Assim, a fiscalização corretamente fez prevalecer a essência dos fatos sobre as formalidades, enquadrando estes empregados, como se fossem empregados da autuada. Não houve desconsideração das personalidades jurídicas dessas outras empresas, como alegado pela autuada, mas apenas o enquadramento dos empregados das três empresas, criadas com o nítido objetivo de diminuir sua carga tributária, como sendo empregados da autuada para fins de apuração das contribuições sociais devidas. (...) As alegações no sentido de que a presunção de retirada pelos sócios feita pela fiscalização somente seria possível se comprovada a ocorrência de um fato gerador, inexistência, recusa ou imprestabilidade da escrituração é completamente incoerente com a realidade dos fatos, uma vez que no RF está Fl. 4657DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.658 14 demonstrado todo o lançamento nos Livros Razão da autuada que fundamentaram o presente Auto de Infração. (...) Em essência, a profunda irresignação da recorrente acerca da realização de um lançamento fiscal que estaria moldado em presunções, indícios e/ou provas ilícitas está associada à questão da delimitação, no presente caso, a quem cabe o ônus probatório dos fatos, assim como a valoração sobre o conjunto fáticoprobatório que instrui o processo administrativo. São matérias que, naturalmente, contêm um viés interpretativo, além de possibilitar ao julgador atribuir uma maior ou menor força axiológica como prova em relação a cada um dos documentos juntados. Penso que tais questões, portanto, estão vinculadas ao mérito da autuação fiscal e da própria decisão combatida, e não acerca da existência de vícios de nulidade do acórdão recorrido. Tendo em conta os motivos expostos, rejeito a preliminar de nulidade do acórdão de primeira instância. b) Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) Reclama a fiscalizada que o acórdão recorrido foi omisso na análise das alegações da empresa com respeito à extrapolação da autorização contida no MPF, haja vista que o agente fazendário incluiu no procedimento fiscal outras pessoas jurídicas diferentes daquelas mencionadas no documento. Pois bem. O recurso voluntário almeja dar aos fatos uma dimensão maior que a realidade, ao sugerir que a auditoria tributária estendeuse a sujeitos passivos distintos da recorrente. De pronto, é necessário lembrar que a ciência do início do procedimento fiscal excluiu a espontaneidade não só da empresa sob fiscalização, como também dos demais envolvidos nas infrações verificadas (art. 7º, § 1º, do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972). No caso em apreço, no curso do procedimento fiscal o agente fazendário identificou, a partir de elementos de convicção, que os trabalhadores registrados e incluídos em folhas de pagamento pelas empresas prestadoras de serviços MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO desempenhavam, na realidade, suas atividades como segurados empregados da recorrente. Segundo a fiscalização, a autuada utilizouse do vínculo formal dos trabalhadores com as prestadoras com a finalidade de valer se dos benefícios fiscais da opção pelo regime de tributação simplificado. O procedimento fiscal pautouse, entre outros aspectos, no aprofundamento do exame da situação dos trabalhadores, considerando o conjunto de atividades laborais exercidas em Fl. 4658DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.659 15 ambiente compartilhado, no qual não se percebia uma separação nítida entre as empresas, inclusive com a constatação de sócios e/ou funcionários com vínculo em comum e de pagamentos pela empresa principal de despesas de pessoal relacionadas aos segurados registrados nas prestadoras. Nesse cenário, não consta, como já destacado pela decisão de piso, que a fiscalização intimou as empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO para apresentação de documentos ou que foi lavrado auto de infração em nome dessas mesmas pessoas jurídicas. O que se percebe é a intimação para apresentação de documentos comprobatórios da veracidade dos lançamentos na contabilidade da empresa fiscalizada, sinalizando que a ação fiscal foi desenvolvida com a finalidade única de verificação do cumprimento das obrigações tributárias em nome da recorrente, não havendo que se falar, dessa feita, em extrapolação dos limites da investigação definidos no MPF. Por derradeiro, cabe esclarecer que a jurisprudência administrativa mais recente consolidou o entendimento de que o MPF constitui à época da execução do procedimento de auditoria em análise um mero instrumento de controle gerencial e administrativo da atividade fiscalizatória, não tendo o condão de outorgar e menos ainda de suprimir a competência legal do agente fazendário para fiscalizar os tributos federais e realizar o lançamento de ofício na hipótese de constatação do descumprimento de obrigação tributária. 1 Logo, mais uma vez, sem razão a recorrente. Mérito a) Lançamento efetuado com base em presunções A recorrente argumenta que o lançamento fiscal está apoiado em meras presunções e/ou indícios, na medida em que tomou como base de cálculo os valores de transferências bancárias registradas em contas contábeis, os quais não representam pagamentos de salários a empregados, tampouco comprovam que são remunerações por serviços prestados pelas pessoas físicas. Nesse contexto, segundo a tese de defesa, a autoridade lançadora deixou de comprovar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, imprescindível para a constituição do crédito tributário. Pois bem. Em primeiro lugar, a linha de defesa do sujeito passivo confundese com a matéria de fundo da autuação fiscal, analisada oportunamente. De mais a mais, não há impedimento para utilização de presunções para a criação de obrigações 1 Entre outros, o Acórdão nº 9303005.852, proferido pela 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgamento na sessão de 17/10/2017. Fl. 4659DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.660 16 tributárias pela autoridade fiscal, garantida, evidentemente, a ampla defesa e o contraditório na fase contenciosa administrativa. Tal como as provas diretas, igualmente as provas indiretas conferem certeza jurídica bastante no âmbito tributário. A presunção em direito tributário admite prova em contrário, de modo que a inexistência dos fatos indiciários, a falta de causalidade jurídica entre fato indiciário e fato presumido ou mesmo a gravidade, precisão e concordância dos indícios são aspectos probatórios que devem ser apreciados e valorados pela autoridade julgadora no momento próprio do exame do mérito. 2 A par disso, há um aspecto de fundamental importância para a delimitação do ônus probatório no caso sob exame. É que regularmente intimada, a recorrente deixou de apresentar diversos documentos e/ou esclarecimentos à autoridade tributária sobre os fatos objeto da auditoria tributária, conforme descrito no item 2.4 do Relatório Fiscal (fls. 539/535 e 795/796). A omissão não foi pouca. Entre outros, a fiscalizada não apresentou a documentação comprobatória dos lançamentos contábeis relativos às operações de empréstimos efetuados por sócios, funcionários e/ou terceiros para captação de recursos financeiros, tais como cópias de cheques, recibos de saques e contratos, e comprovantes de crédito em conta, assim como o detalhamento dos beneficiários de pagamentos, quando o histórico do registro contábil não descrevia com clareza o destinatário e a finalidade do desembolso. É dever da empresa apresentar à fiscalização todos os documentos e livros pertinentes aos fatos geradores de contribuições previdenciárias. Caso contrário, a lei autoriza o lançamento de ofício, cabendo à empresa o ônus da prova que é indevida a importância lançada. Nesse sentido, confirase o art. 33 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, reproduzido nos arts. 232 e 233 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999: Lei nº 8.212, de 1991 Art. 33 (...) § 2º A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. § 3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria 2 FERRAGUT, Maria Rita. Presunções no direito tributário. 2ª ed., São Paulo : Editora Quartier Latin, 2005, pág. 139/141. Fl. 4660DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.661 17 da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida. (...) Regulamento da Previdência Social RPS Art. 232. A empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante legal, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas neste Regulamento. Art. 233. Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal podem, sem prejuízo da penalidade cabível nas esferas de sua competência, lançar de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa, ao empregador doméstico ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Parágrafo único. Considerase deficiente o documento ou informação apresentada que não preencha as formalidades legais, bem como aquele que contenha informação diversa da realidade, ou, ainda, que omita informação verdadeira. Em contraposição, a recorrente assevera que foi vítima de sinistro, provocado por vendaval seguido de chuva forte, que resultou em danos nas suas instalações físicas, descrito em boletim de ocorrência e publicação em jornais, o que dificultou a apresentação de certos documentos exigidos pela autoridade fiscal (fls. 1.772/1.775). Segundo as datas indicadas nas fls. dos autos, o extravio da documentação aconteceu após iniciada a ação fiscal (fls. 529/530). A eventual dificuldade de exibir livros e/ou documentos não equivale a deixar de apresentar, segundo comunica a fiscalização, todos os comprovantes que lastreiam o histórico dos lançamentos de determinadas contas contábeis em um período de cinco anos. Caberia à empresa demonstrar, no mínimo, o esforço na reconstrução da documentação ao longo dos 10 (dez) meses que durou o procedimento fiscal. Aparentemente, ao aproximarse do término da fiscalização e, principalmente, depois de recebido o auto de infração, a recorrente começou a adotar medidas concretas para a obtenção da respectiva documentação (fls. 1.703/1.768). De qualquer modo, o extravio de documentos não implica a dispensa da comprovação dos fatos contábeis, através de documentação hábil e idônea dos lançamentos na sua contabilidade. Continua o ônus probatório a cargo da empresa, inclusive podendo apresentar a prova documental após a Fl. 4661DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.662 18 impugnação, caso demonstrada a impossibilidade de sua exibição oportuna, por motivo de força maior (art. 16, § 4º, alínea "a", do Decreto nº 70.235, de 1972). A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte, porém desde que comprovados os registros nos livros diários e razão por meio de documentos dotados de força probante, segundo sua natureza (art. 9º, § 1º, do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977). Em outras palavras, os registros contábeis prevalecerão se acompanhados de documentação idônea dos fatos neles descritos. Destarte, o procedimento levado a efeito no contribuinte não se revela arbitrário, nem expressa a aplicação injustificada da presunção em lei para fundamentar o lançamento efetuado. b) Ilegitimidade Passiva A recorrente sustenta que a autoridade fiscal, de forma totalmente arbitrária, realizou o lançamento da obrigação tributária de responsabilidade de terceiros em seu nome, agindo, assim, ao arrepio da lei. No caso concreto, não haveria previsão na legislação para a responsabilidade tributária por débitos previdenciários pertencentes a outras empresas que lhe prestaram serviços e que estão devidamente constituídas, no caso MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO. Pois bem. Respeito o ponto de vista da recorrente, porém não compartilho dele. Com base nos princípios da primazia da realidade e da verdade material, cabe à fiscalização lançar de ofício o crédito correspondente à relação tributária efetivamente existente, com desconsideração do vínculo formal pactuado com pessoa jurídica interposta optante pelo Simples Federal e/ou Simples Nacional, desde que demonstrado que os trabalhadores efetivamente prestaram serviços à empresa principal, esta não optante pelo regime diferenciado de tributação. O liame tributário decorre da lei. A ocorrência do fato previamente descrito na lei, no antecedente da norma de incidência, basta para o nascimento da obrigação tributária. Nem mais, nem menos. Além de o liame obrigacional prescindir da manifestação de vontade das partes, também os elementos da relação tributária, no consequente da regramatriz de incidência, não se alteram pela vontade de quem ocupa os pólos ativo e passivo do vínculo jurídico. No procedimento de verificar o cumprimento das obrigações tributárias, estritamente conforme as prerrogativas e competências estabelecidas em lei, não está a fiscalização refém da forma jurídica adotada pelo particular, nem daquilo que consta em documentos, acordos e instrumentos de controle. Mais que um ônus, é dever do Fisco, em face da legalidade, tipicidade e indisponibilidade do interesse público, investigar e verificar a ocorrência do fato jurídico tributário de acordo como se sucede no mundo fático. Prevalecerá a realidade dos fatos em Fl. 4662DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.663 19 detrimento da formalidade dos atos, cabendo à autoridade lançadora demonstrar em qualquer caso, apoiado na linguagem de provas, a ocorrência dos fatos jurídicos que servem de suporte à exigência fiscal. Ao verificar o desvirtuamento dos elementos constitutivos da obrigação tributária, no critério pessoal ou quantitativo, a fiscalização pode afastar o vínculo pactuado e lançar o crédito tributário correspondente à relação jurídica efetivamente existente com o verdadeiro tomador de serviços. Com relação ao procedimento fiscal realizado, ao contrário do pretendido na peça recursal, tornase irrelevante para o lançamento a aplicação do parágrafo único do art. 116 do Código Tributário Nacional (CTN): Art. 116 (...) Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. A regra do parágrafo único do art. 116 do CTN é uma autêntica norma antielisiva, que permite à autoridade fiscal requalificar os atos e negócios particulares quando o sujeito passivo ultrapassa abusivamente os limites aceitáveis da interpretação jurídica, por meio da dissimulação da hipótese de incidência, também chamada de fato gerador abstrato, e não do fato concreto. Quero dizer, embora os fatos correspondam à realidade, há um abuso na subsunção da norma ao fato. Na hipótese dos autos, o fingimento ocorreu, segundo a fiscalização, no que concerne ao fato concreto acontecido, porque os trabalhadores das empresas optantes pelo Simples/Simples Nacional, a despeito do vínculo formal com elas, prestavam serviço à empresa fiscalizada, que exerce a atividade econômica preponderante. Diante da natureza dos fatos descritos pela auditoria tributária, os quais apontam para a figura da simulação, o presente lançamento de ofício prescinde da aplicação da norma antielisiva, já que encontra fundamento na própria atribuição legal do lançamento de ofício, a teor do art. 142 do CTN: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Fl. 4663DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.664 20 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. De qualquer modo, esclarecese que os recentes precedentes da jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) tem se alinhado ao entendimento de que, no âmbito da legislação federal, a norma antielisiva do parágrafo único do art. 116 do CTN é dotada de eficácia imediata. 3 Nada impede a sua regulamentação, para conferir clareza e uniformidade de aplicação, porém a existência de legislação sobre o processo administrativo tributário assegura ao sujeito passivo a ampla defesa e o contraditório na hipótese de lançamento de tributos federais. De mais a mais, os requisitos essenciais da relação empregatícia decorrem da situação jurídica reconhecida pelas empresas prestadoras de serviços, as quais elaboravam a documentação correlata dos trabalhadores na condição de segurados empregados. O procedimento da autoridade lançadora foi tão somente redirecionar o vínculo tributário para a empresa principal, ora recorrente, uma vez que considerada o verdadeiro tomador dos serviços daqueles empregados. Por tais razões, não agiu o agente fazendário em descompasso com a lei tributária, através de conduta destituída de embasamento jurídico e sem qualquer indício de prova, como alega a recorrente, haja vista que a autoridade lançadora descreveu inúmeras evidências que os trabalhadores vinculados às pessoas jurídicas optantes pelo regime do Simples Federal/Nacional laboravam, na realidade, para a empresa fiscalizada. O procedimento do agente tributário não resultou na desconsideração da personalidade jurídica das prestadoras de serviços, a qual se mantém produzindo os efeitos que lhe são próprios, inclusive para fins de recolhimento dos tributos incidentes sobre as suas receitas, mas tão somente declarou a ineficácia da interposição dos empresários para determinar o sujeito passivo da obrigação tributária no que tange à prestação de serviços pelos trabalhadores. Em síntese, ao negar eficácia à interposição das empresas na relação laboral, deuse ensejo à caracterização da sujeição passiva tributária em nome da pessoa jurídica autuada com relação à prestação de serviços pelos segurados vinculados formalmente às empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO. Por sua vez, a responsabilidade pelas contribuições patronais não exige o prévio procedimento de representação para a 3 Entre outros, o Acórdão nº 9101003.447, proferido pela 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado na sessão de 06/03/2018. Fl. 4664DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.665 21 exclusão do Simples/Simples Nacional das empresas prestadoras de serviço. A exclusão do regime simplificado, com lançamento das contribuições previdenciárias patronais e as destinadas a outras entidades em cada uma das empresas prestadoras, relativamente aos segurados a elas vinculados, é medida que se impõe quando a fiscalização constata a existência de um grupo econômico de fato entre as empresas envolvidas, a partir da prática artificial de criação de empresas para concentrar a mão de obra necessária às atividades empresariais, com o propósito de usufruir irregularmente os benefícios tributários do regime simplificado de pagamento de tributos. As empresas optantes pelo Simples/Simples Nacional e a empresa principal são incluídas no polo passivo do auto de infração, porquanto todas integrantes do grupo econômico de fato com base no instituto da responsabilidade solidária (art. 30, inciso IX, da Lei nº 8.212, de 1991). Não ocorre o redirecionamento da sujeição passiva pelo agente lançador com respeito à prestação de serviços. É distinta a situação fática apontada pela fiscalização, posto que o agente tributário procura demonstrar, por meio da linguagem de provas, que o real vínculo existente com os trabalhadores das microempresas optantes pelo regime tributário simplificado se dá com a empresa principal, contra a qual é efetuado, exclusivamente, o lançamento de ofício das contribuições patronais. Passo ao exame de mérito da atribuição da sujeição passiva à empresa recorrente. Em minha avaliação, o conjunto fáticoprobatório carreado aos autos pelo Fisco é consistente e convergente o suficiente para vincular diretamente à recorrente os segurados das empresas prestadoras, atestando a sua condição de verdadeiro tomador de serviços prestados pelos trabalhadores. É certo que, de forma isolada, os indícios trazidos pela fiscalização não se prestam a comprovar o vínculo direto de prestação de serviços à empresa principal pelos trabalhadores da MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO. Porém, o conjunto de tais indícios, mesmo que observadas as ressalvas da recorrente quanto à possibilidade da terceirização lícita de serviços, é dotado de seriedade e convergência, ganhando, ao final, força probante. Pela importância axiológica como prova, destaco os seguintes elementos coletados pela autoridade lançadora, corroborado pelos dados e documentação que acompanham os autos (fls. 780/795): (i) a constatação do funcionamento das empresas MARINA e BALDASSA no mesmo prédio da recorrente, na cidade de Taquaritinga (SP). A sede da empresa JOSÉ ROBERTO Fl. 4665DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.666 22 localizase no mesmo local da filial da recorrente no município de Monte Alto (SP); (ii) a fiscalização foi atendida, inicialmente, pelo Sr. João Carlos Pavarina, que se identificou como gerente da recorrente, embora registrado como funcionário da empresa MARINA; (iii) a empresa MARINA tem como titular a sócia e diretora da recorrente, Sra. Marina Tomoe Ogata Kodama; (iv) o titular da empresa BALDASSA, Sr. Marcos Baldassa, mantém vínculo de trabalho com a empresa JOSÉ ROBERTO, enquanto o titular da empresa JOSÉ ROBERTO, Sr. José Roberto de Souza, é funcionário da empresa MARINA; (v) a principal atividade da recorrente é a venda de veículos novos e usados, ao passo que as empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO atuam na prestação de serviços de funilaria, mecânica e pintura de veículos. Entretanto, a empresa principal não possui vendedores de veículos relacionados em suas folhas de pagamento, diferentemente das microempresas optantes pelo Simples, cujas folhas de pagamento incluem os trabalhadores que exercem a função de vendedores, inclusive com pagamentos de comissões pelas vendas efetuadas; (vi) os empregados das empresas prestadoras de serviços, MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO, adotam os mesmos uniformes com a identificação da empresa principal, ora recorrente; (vii) ao longo dos anos de 2003 a 2007, a escrituração contábil da recorrente, a partir da análise dos livros diários, apresentou inúmeros lançamentos em contas de despesas relacionados a viagens, adiantamentos de salários, férias, rescisões, horas extras, comissões e convênio farmácia, referentes a pagamentos destinados a segurados empregados com vínculo formal nas empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO; (viii) no período fiscalizado, a autoridade tributária também identificou lançamentos na contabilidade da recorrente cujo histórico apontava para pagamentos de folhas de salários, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), imposto de renda retido na fonte e impostos do Simples, relativos às empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO; e (ix) a elaboração e apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (GFIP) da empresa principal, ora recorrente, e das suas prestadoras de serviço era feito pela mesmo funcionário registrado na empresa MARINA. Fl. 4666DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.667 23 A minha convicção sobre a verdadeiro empregador decorre não só do conjunto fáticoprobatório carreado ao processo administrativo pela autoridade fiscal, conforme acima descrito, mas também pela linha argumentativa utilizada pela recorrente para contraporse à acusação fiscal. Com efeito, a autuada passa convenientemente ao largo de questões importantes, alheia a fatos identificados no procedimento investigativo, a exemplo da inexistência no seu quadro de funcionários de pessoas contratadas para a venda de veículos automotores, que representa a atividade econômica principal, os quais constam das folhas de pagamento das prestadoras. Recordo que a empresa recorrente dedicase ao comércio varejista de veículos novos e usados, peças e acessórios para automóveis, na condição de concessionária da Fiat (fls. 1.662/1.668). A fim de refutar o vínculo tributário, a autuada explica que fez a opção pela terceirização do comércio de peças novas e usadas para automóveis, bem como a prestação de serviços de funilaria, pintura e mecânica, desenvolvendo, a partir de então, apenas a atividade empresarial de venda de veículos, no mesmo endereço das demais, em decorrência de questões de logística e estratégia comercial. Evidentemente, é legítima a decisão comercial de organizar e planejar suas atividades de modo a reduzir custos, exercendo ou não diretamente certas atividades operacionais, inexistindo óbice que sejam executadas por outras empresas, desde que configurada uma verdadeira independência entre as pessoas jurídicas, afastando a confusão patrimonial e/ou financeira, quando a empresa principal assume de maneira sistemática o pagamento de despesas que seriam das prestadoras optantes pelo regime tributário favorecido, independentemente do faturamento. Quanto aos pagamentos destinados/vinculados aos segurados das empresas prestadoras, a autuada procura justificar os lançamentos em sua contabilidade como parte de um procedimento rotineiro de encontro de contas. Expõe que uma vez apresentadas as notas fiscais dos serviços prestados, a recorrente realizava adiantamentos para os pagamentos das obrigações das prestadoras. Ao final do cada mês, providenciavase o denominado encontro de contas para apuração dos valores finais. Para fins de elucidar a sistemática que figurava na relação comercial entre as empresas envolvidas, a recorrente solicitou uma perícia contábil nos seus livros diários, a qual acabou indeferida pelo órgão de julgador de primeira instância. Em primeiro lugar, a perícia contábil não se destina a produzir provas de responsabilidade das partes, suprindo o encargo que lhes compete. Fl. 4667DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.668 24 De outra parte, o pagamento de despesas trabalhistas e tributárias relacionadas a segurados que mantém vinculo com terceiros não pode ser classificada como uma prática contábil comum e legal, tendo em vista o princípio da entidade. Mesmo na hipótese de empresas com atividades econômicas interligadas, como ora se cuida, os pagamentos das obrigações das prestadoras devem estar registrados na respectiva escrituração contábil, e não nos livros da empresa principal. Com base na narrativa fiscal, cabe reforçar que os empresários individuais, titulares da empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO, ostentavam, simultaneamente, a condição de sócio da autuada ou mantinham vínculo formal de trabalho com um dos outros prestadores de serviços, o que evidencia a artificialidade da terceirização de atividades. A rotina de acertos e adiantamentos periódicos, mediante procedimento de encontro de contas e pagamentos de obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias em nome das empresas optantes pelo Simples/Simples Nacional, apenas corrobora a confusão financeira, patrimonial e contábil existente entre os envolvidos, num cenário de improvável autonomia empresarial das prestadoras. Evidenciase, dessa feita, que os trabalhadores atuavam sob um comando único na prestação de serviços em prol do exercício das atividades da empresa principal, ora autuada, de maneira tal que os elementos carreados ao processo administrativo conduzem, inevitavelmente, à manutenção da sujeição passiva. Esclareço à recorrente que o pleito de dedução dos valores já descontados dos trabalhadores empregados das prestadoras de serviços e recolhidos em guia própria será analisado no processo que trata do lançamento específico das contribuições a cargo dos segurados (Processo nº 18088.000758/200856). c) Levantamentos específicos Encerra a peça recursal contestações específicas contra determinados levantamentos do auto de infração, que passo a apreciálas, separadamente. Antes, contudo, tendo em conta o arcabouço de folhas juntado aos autos pela recorrente, é mister dizer que o ato de provar não é sinônimo de colocar à disposição do julgador administrativo uma massa de documentos, sem a preocupação de fazer a conexão segura, em datas e valores, entre a documentação apresentada e os lançamentos contábeis listados pela autoridade tributária. (...) AFN AFERIÇÃO FUNC NÃO REGISTRADOS O levantamento fiscal é concernente às remunerações arbitradas, mediante aferição indireta, referentes a segurados Fl. 4668DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.669 25 não registrados pelas empresas, os quais foram identificados a partir de históricos de lançamentos contábeis que continham o pagamento de verbas de natureza salarial (fls. 798/800). Quanto a Alan Lopes e Alan Patrick, a fiscalização efetuou o arbitramento da remuneração nas competências 12/2005 a 01/2008 e 01/2006, respectivamente. No entanto, tratase do mesmo trabalhador, Alan Patrick Lopes, com salário base de R$ 396,00 e vínculo de emprego no período de 08/2005 a 02/2006 (fls. 6.598/6.599). Logo, cabe a exclusão/retificação da base de cálculo, com relação ao levantamento AFN, conforme abaixo (fls. 255/260): (i) redução da base de cálculo de Alan Lopes, competências 12/2005, 01/2006 e 02/2006: R$ 396,00, R$ 396,00 e R$ 495,00, respectivamente; 4 (ii) exclusão da base de cálculo para Alan Lopes, nas competências 03/2006 a 01/2008; e (iii) exclusão da base de cálculo para Alan Patrick, na competência 01/2006. No tocante à Andrea Martins da Silva, a fiscalização realizou o arbitramento da remuneração nas competências de 01/2003 a 05/2006, por haver pagamento de rescisão na competência 06/2006. Contudo, a segurada manteve vínculo de emprego no período de 05/2006 a 06/2006, com salário de R$ 758,00 (fls. 6.601). Logo, cabe a exclusão da base de cálculo, com relação ao levantamento AFN, no valor de R$ 500.00, nas competências 12/2003 a 04/2006 (fls. 249/256). Até a competência 11/2003, a decisão de piso reconheceu a decadência do crédito tributário lançado. Quanto a Gustavo R. Gomes, a fiscalização efetuou o arbitramento da remuneração nas competências de 01/2003 a 07/2007, por haver pagamento de rescisão na competência 08/2007. Contudo, o segurado manteve vínculo de emprego no período de 07/2007 a 08/2007, com salário de R$ 400,00 (fls. 6.603). Logo, cabe a exclusão da base de cálculo, com relação ao levantamento AFN, no valor de R$ 500.00, nas competências 12/2003 a 06/2007, e a redução da base de cálculo na competência 07/2007, para o valor de R$ 400,00 (fls. 249/259). A decisão de piso já reconheceu a decadência do crédito tributário lançado até a competência 11/2003. Por fim, quanto à Vanessa Keila Tozatto, o agente fiscal efetuou o arbitramento da remuneração nas competência 02/2006 a 01/2008, por haver pagamento de encargos trabalhistas na 4 Na competência 02/2006, a base de cálculo compreende o salário + décimo terceiro trabalhado, proporcional ao período de 08/2005 a 02/2006. Fl. 4669DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.670 26 competência 01/2006. Todavia, a segurado manteve vínculo de emprego no período de 12/2005 a 01/2006, com salário de referência de R$ 424,50 (fls. 6.605). Logo, cabe a exclusão da base de cálculo, com relação ao levantamento AFN, o valor de R$ 500.00, nas competências 02/2006 a 01/2008 (fls. 256/260). Em síntese, as exclusões e retificações das bases de cálculo correspondentes ao Levantamento AFN AFERIÇÃO FUNC NÃO REGISTRADOS estão resumidas conforme Tabela 1: Tabela 1 AFN AFERIÇÃO FUNC NÃO REGISTRADOS (fls. 249/260) Nome do trabalhador Base de cálculo: exclusão Base de cálculo: redução Alan Lopes Competências 03/2006 a 01/2008 p/ R$ 396,00, R$ 396,00 e R$ 495,00, respectivamente, nas competências 12/2005, 01/2006 e 02/2006. Alan Patrick Competência 01/2006 Andrea Martins da Silva Competências 12/2003 a 04/2006 Gustavo R Gomes Competências 12/2003 a 06/2007 p/ R$ 400,00, na competência 07/2007 Vanessa Keila Tozatto Competências 02/2006 a 01/2008 (...) C01 LANÇAMENTOS CONTA 33030010002 Nesse caso, cuidase, segundo o agente fazendário, de pagamentos aos segurados empregados a título de comissões pelas vendas de financiamento de veículos. Eis a descrição fiscal (fls. 801/804): C01 LANÇAMENTOS CONTA 3303010002 referente a comissões pagas aos funcionários por venda de financiamentos de veículos (TAC Taxa de Abertura de Crédito). Os valores pagos, os quais não foram declarados em GFIP nem relacionados em folha de pagamento, foram identificados em lançamentos contábeis efetuados na conta 3303010002 REPASSE TAC BANCO FIAT, os quais estão relacionados na tabela abaixo. A contribuição dos segurados empregados foi calculada utilizando a alíquota de 8%. Fl. 4670DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.671 27 O apelo recursal opõese à exigência fiscal com a justificativa de que os valores recebidos pelos funcionários que atuam nas vendas não são remunerados pela empresa recorrente, e sim pagos pelos bancos conveniados, os quais são terceiros que oferecem aos seus segurados empregados um prêmio/gratificação pecuniária pela venda de produtos dessas instituições financeiras (financiamento de veículos). Segundo a recorrente, a prática conhecida na área trabalhista como "guelta" não possui natureza salarial. Pois bem. A parcela denominada "guelta" paga ao trabalhador de forma habitual por terceiro alheio ao vínculo empregatício, com o objetivo de estimular a venda de determinado produto que mantém relação com as atividades do empregado, assemelhase às gorjetas, possuindo natureza remuneratória. Confirase a redação do inciso I do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: I vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (...) (Destaquei) Sob a ótica do direito tributário, é irrelevante o pagamento da verba por terceiros, porque a lei não impõe tal restrição para inclusão como remuneração do trabalhador. O valor percebido pelo empregado também contribui para que desenvolva com mais estímulo suas atividades habituais de venda de veículos automotores, para a qual foi contratado pela empresa, alinhandose perfeitamente com os objetivos do empregador, ora recorrente, que estão direcionados ao incremento do resultado operacional do comércio varejista de automóveis novos e/ou usados. De mais a mais, a empresa empregadora, no caso em apreço, intervém no processo de bonificação, pois, além de consentir com a prática, realiza a intermediação do pagamento do prêmio ao trabalhador, registrando, inclusive, os valores em conta específica da sua contabilidade. Tal linha de raciocínio, inclusive, está em consonância com a atual jurisprudência da 2ª Turma da Câmara Superior de Fl. 4671DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.672 28 Recursos Fiscais, a exemplo do Acórdão nº 9202003.879, julgado na sessão de 12/04/2016, cuja ementa copio abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2007 a 31/12/2008 PRÊMIOS PAGOS AOS EMPREGADOS POR TERCEIROS ALHEIOS AO VÍNCULO EMPREGATÍCIO. GUELTAS. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Os valores habitualmente pagos aos empregados por terceiros alheios ao contrato de trabalho visando incrementar as vendas dos seus produtos em detrimento aos de seus concorrentes integram o conceito de remuneração e também o de salário de contribuição, nos termos do art. 22, I c/c art. 28, I e § 9º da Lei nº 8.212/91. Recurso Especial do Procurador Provido (...) C05 LANÇAMENTOS CONTA 1102010374 C06 LANÇAMENTOS CONTA 1102010374 B Nessa parte, o recurso voluntário contesta a incidência da tributação sobre 2 (dois) lançamentos contábeis no valor de R$ 40.000,00 (lançamento 3507) e R$ 912,73 (lançamento 15424), respectivamente, referentes aos dias 03/02/2005 e 20/05/2003 (fls. 818/819). Com relação à quantia de R$ 40.000,00, vinculada ao Levantamento C05, o apelo recursal alega a venda de um automóvel à pessoa física Marina Tomoe Ogata Kodama, cujo valor foi lançado equivocadamente como prólabore. Deveras, a nota fiscal nº 60503, emitida em 03/02/2005, atesta a aquisição pela sócia de uma veículo Pálio, no valor de R$ 40.000,00 (fls. 2.173). Porém, não há comprovação do efetivo pagamento do preço do bem pela pessoa física, por intermédio de algum meio idôneo de prova, tampouco foi identificado o registro contábil do ônus financeiro pela beneficiária, o que sinaliza para o recebimento de remuneração indireta, a qual incide a contribuição previdenciária (art. 28, inciso III, da Lei nº 8.212, de 1991). Desse feita, a empresa recorrente não se desincumbiu do ônus probatório em contrário com respeito ao lançamento. Quanto ao pagamento destinado ao Sr. João Mariano Júnior, com fato gerador em 20/05/2003, referente ao levantamento C06, encontrase excluído do auto de infração devido ao reconhecimento da decadência em primeira instância até a competência 11/2003, inclusive. Fl. 4672DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.673 29 C08 LANÇAMENTOS CONTA 1102011940 De acordo com a fiscalização cuidase de compras efetuadas pelo sócio Kioschi Ogata, identificadas no exame da contabilidade, para as quais não houve comprovação do pagamento. Confirase a descrição do levantamento (fls. 821): C08 LANÇAMENTOS CONTA 1102011940 referente a compras efetuadas pelo sócio KIOSCHI OGATA, para as quais não houve comprovação, por parte da empresa, através de documentos, de que teriam sido efetivamente pagas. As compras foram identificadas em lançamentos contábeis (relacionados na tabela abaixo) efetuados na conta 1102011940 KIOSCHI OGATA. Formalmente intimada para que apresentasse os documentos que comprovariam o pagamento efetuado pelo sócio, a empresa não o fez, de forma que não restou outra alternativa à fiscalização senão proceder ao lançamento dos valores como prólabore. Aduz a recorrente que os lançamentos contábeis, nas datas de 29/05/2003 e 03/09/2003, referemse à venda de veículo e serviços efetuados ao proprietário, Kioschi Ogata, devidamente adimplido pela pessoa física. Pois bem. Embora de forma indireta, o pleito da recorrente já foi atendido pela decisão em primeira instância, dado o reconhecimento da decadência pelo colegiado até a competência 11/2003, inclusive. C09 LANÇAMENTOS CONTA 1102012936 C10 LANÇAMENTOS CONTA 2102010001 A fiscalização descreve que os valores lançados na Conta 1102012936 são referentes a compras efetuadas pelo segurado empregado Tsikassi Ogata, identificadas no exame da contabilidade, para as quais a empresa autuada deixou de comprovar os pagamentos das mercadorias pelo trabalhador (fls. 821/825). Já os lançamentos na Conta 2102010001 são decorrentes de devoluções de empréstimos ao mesmo empregado, em que não houve a comprovação da natureza da operação entre as partes (fls. 826). Por sua vez, defendese a recorrente afirmando que os registros contábeis nessas contas, conforme os documentos de prova, não possuem a natureza de remuneração ao funcionário Tsikassi Ogata. Pois bem. Quanto o Levantamento C09 LANÇAMENTOS CONTA 1102012936, o recurso voluntário não contém argumento específico para desconstituir o lançamento fiscal, o qual considerou que o segurado empregado auferiu no período remuneração indireta. Fl. 4673DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.674 30 É verdade que a empresa autuada alegou a existência de uma atividade de venda e compra de veículos usados, mediante parceria entre a recorrente e o seu funcionário, razão pela qual carreou aos autos cópias de notas fiscais referentes às saídas de peças e acessórios para automóveis adquiridos pelo empregado Tsikassi Ogata (3.735/3.772). Entretanto, não conseguiu certificar a ocorrência dos pagamentos dessas mercadorias pelo trabalhador, tampouco a indicação dos lançamentos contábeis a eles associados nos livros diários da empresa. Também não há nos autos prova documental, acompanhada de explicações em datas e valores, que os pagamentos dos diversos produtos automotivos recebidos pelo empregado efetivouse na forma de acertos entre as partes, em razão da prévia entrega de numerário decorrente da celebração de contratos de mútuo. Em contrapartida, no que se refere ao Levantamento C10 LANÇAMENTOS CONTA 2102010001, o agente lançador já havia se manifestado favoravelmente ao pleito da empresa fiscalizada (fls. 5.870/5.871). Levandose em consideração à apresentação de cópias de contratos e cheques, além da indicação dos registros contábeis, restou demonstrado de modo satisfatório que os valores lançados na aludida Conta 2102010001 estão vinculados à devolução de empréstimos efetuados à recorrente pelo empregado Tsikassi Ogata (fls. 3.716/3.734 e 5.568/5.573). Logo, cabe a exclusão do auto de infração em relação aos valores correspondentes ao levantamento C10 LANÇAMENTOS CONTA 2102010001 (fls. 290). 5 (...) C14 LANÇAMENTOS CONTA 4103010001 C15 LANÇAMENTOS CONTA 4103010002 C16 LANÇAMENTOS CONTA 4103010003 C17 LANÇAMENTOS CONTA 4103010004 C18 LANÇAMENTOS CONTA 4103010005 C19 LANÇAMENTOS CONTA 4103010006 C20 LANÇAMENTOS CONTA 4103010007 De acordo com a fiscalização, os 7 (sete) levantamentos são compostos por valores referentes a pagamentos de comissões a funcionários, conforme descrição dos respectivos históricos dos lançamentos na escrita contábil, cujos trabalhadores atuam na atividade comercial de venda (fls. 832/843). 5 A decisão de piso já excluiu parte dos valores do Levantamento C10 Conta 2102010001 (fls. 6.132). Fl. 4674DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.675 31 A pessoa jurídica recorrente questiona a legalidade da constituição do crédito tributário lançado de ofício, com o argumento que os Levantamentos C14 a C17 dizem respeito a parcelas recebidas pelos segurados que mantinha vínculo formal com as prestadoras de serviços, MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO. A sujeição passiva da empresa recorrente com respeito aos trabalhadores registrados nas prestadoras de serviços é matéria superada, dado que abordada de maneira fundamentada em tópico anterior deste voto, concluindose procedente a vinculação dos segurados empregados diretamente à recorrente, diante do conjunto probatório carreado ao processo administrativo. Na sequência do apelo recursal a recorrente assegura que os Levantamentos C18 a C20 abrangem dispêndios que não possuem natureza salarial, eis que relacionados a comissões pagas a terceiros, gratificações pecuniárias por contratos de crédito e pagamentos efetuados a pessoas alheias ao seu quadro funcional. Como justificado em outro tópico deste voto, a "guelta" possui natureza remuneratória. Assim como os valores pagos por terceiros adquirentes de automóveis, os valores repassados pelas instituições bancárias aos vendedores de veículos, devido à captação de clientes para contratos de financiamento, devem ser incluídos na base de cálculo das contribuições previdenciárias. Sobre a existência de lançamentos vinculados a pessoas que não integram o quadro funcional da empresa, o apelo recursal está desacompanhado de comprovação dos fatos alegados com documentos, além de não exteriorizar os registros contábeis a que se referem, o que impossibilita qualquer avaliação de mérito. Finalmente, não é demais reforçar que a parcela paga a título de comissão de venda ao trabalhador possui indubitável natureza remuneratória, em razão de destinarse à retribuição do trabalho prestado pelo segurado empregado, com incidência das contribuições previdenciárias e contribuições reflexas devidas a terceiros (...). C28 LANÇAMENTOS CONTA 4101010055 C29 LANÇAMENTOS CONTA 4101010054 C30 LANÇAMENTOS CONTA 4101010054 B Segundo a constatação fiscal, são valores localizados pela autoridade tributária na escrituração contábil da empresa fiscalizada, referentes a (i) pagamentos a segurados empregados, com históricos de lançamentos, entre outros, como abono pecuniário, rescisões de contrato, horas extras, Fl. 4675DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.676 32 adiantamentos e diferenças de salários, comissões e incentivos; e (ii) retiradas de prólabore da sócia Marina Tomoe Ogata Kodama (fls. 863/865). Com a finalidade de contestar o trabalho do agente fazendário, afirma a recorrente que (fls. 6.196): Os lançamentos descritos no relatório do representante da fiscalização nestas contas foram contabilizados com histórico diverso da realidade. Tratase de erro formal de histórico de lançamento, pois todos os fatos lançados referemse a despesas operacionais da Recorrente, em nada se equiparando com remuneração de qualquer espécie relacionada a funcionários. Pois bem. As alegações sobre a ocorrência de erro no histórico de lançamento da contabilidade estão apenas no plano das palavras, eis que completamente desprovidas de suporte em documentação hábil e idônea com o propósito de revelar os fatos que pretende fazer prevalecer nos autos. Como sabido de todos, alegar e não provar os fatos é o mesmo que deixar de contestálos, razão pela qual deve ser mantido o crédito tributário apurado pela autoridade fiscal. Reforço a observação de que o ato de provar não equivale a colocar à disposição do julgador uma massa de documentos, sem a preocupação de fazer a conexão segura, em datas e valores, entre a documentação apresentada e os lançamentos contábeis listados pelo agente fiscal. C31 LANÇAMENTOS CONTA 4101010047 C32 LANÇAMENTOS CONTA 4101010047 B C33 LANÇAMENTOS CONTA 2101010288 C34 LANÇAMENTOS CONTA 2101010366 C35 LANÇAMENTOS CONTA 4101010049 De acordo com o Relatório Fiscal, devido à recusa de apresentação de documentos que davam suporte aos registros da contabilidade, a autoridade tributária considerou os valores lançados a débito nas contas acima como pagamentos a título de prólabore a sócio (C31) ou remuneração a segurados empregados (C32 a C35). Para melhor compreensão da motivação do lançamento fiscal, transcrevo a íntegra da descrição do agente fazendário (fls. 865/889): (...) C32 LANÇAMENTOS CONTA 4101010047 B referente a valores pagos a funcionários, os quais não foram declarados em GFIP nem relacionados em folha de pagamento, identificados em lançamentos contábeis (relacionados na Fl. 4676DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.677 33 tabela abaixo) efetuados na conta 4101010047 SERVIÇOS P. JURÍDICA. A contribuição dos segurados empregados foi calculada utilizando a alíquota de 8%. (...) C 33 LANÇAMENTOS CONTA 2101010288 referente a valores pagos a funcionários, os quais não foram declarados em GFIP nem relacionados em folha de pagamento, identificados em lançamentos contábeis (relacionados na tabela abaixo) efetuados na conta 21010100288 MARCOS BALDASSA TAQUARITINGA. Formalmente intimada para que apresentasse os documentos referentes aos lançamentos efetuados nesta conta, a empresa não o fez. Assim, como no histórico dos lançamentos contábeis há referência a pagamentos de verbas salariais aos funcionários, foram considerados como sendo remuneração. (...) C34 LANÇAMENTOS CONTA 2101010366 referente a valores pagos a funcionários, os quais não foram declarados em GFIP nem relacionados em folha de pagamento, identificados em lançamentos contábeis (relacionados na tabela abaixo) efetuados na conta 21010100366 JOSE ROBERTO DE SOUZA ME. Formalmente intimada para que apresentasse os documentos referentes aos lançamentos efetuados nesta conta, a empresa não o fez. Assim, como no histórico dos lançamentos contábeis há referência a pagamentos de verbas salariais aos funcionários, foram considerados como sendo remuneração. (...) C35 LANÇAMENTOS CONTA 4101010049 referente a valores pagos a funcionários, os quais não foram declarados em GFIP nem relacionados em folha de pagamento, identificados em lançamentos contábeis (relacionados na tabela abaixo) efetuados na conta 4101010049 SERVIÇO P. JURÍDICA M. ALT. Formalmente intimada para que apresentasse os documentos referentes aos lançamentos efetuados nesta conta, a empresa não o fez. Assim, como no histórico dos lançamentos contábeis há referência a pagamentos de verbas salariais aos funcionários, foram considerados como sendo remuneração. Lançado no CNPJ 66.125.857/000308, da filial de Monte Alto, pois a conta contábil referese a esta filial No recurso voluntário, a pessoa jurídica recorrente afirma que os lançamentos contábeis supramencionados dizem respeito a valores a pagar e a desembolsos efetuados, quando do acerto do contas, por serviços prestados pelas empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO. Fl. 4677DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.678 34 Para efeitos de provar a sua versão dos fatos, a recorrente anexou cópias das notas fiscais de serviços emitidas pelas prestadoras, esclarecendo que, muitas vezes, não há coincidência exata entre os lançamentos contábeis e os valores dos documentos fiscais apresentados, levandose em consideração a utilização de mecanismo de antecipação dos pagamentos das verbas trabalhistas e tributárias devidas pelas microempresas que lhe prestavam serviços (fls. 4.741/4.893). Posteriormente, em resposta à solicitação do colegiado, a recorrente reapresentou cópias de notas fiscais emitidas pelas empresas, MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO, as quais já se encontravam juntadas mas que estavam ilegíveis, acompanhadas de planilhas para melhor detalhamento dos lançamentos contábeis, numa tentativa de vinculação das notas fiscais a um ou mais registros da contabilidade, de maneira a tornar mais clara a rotina de pagamentos (fls. 6.865/6.882 e 6.895/6.949). Pois bem. Observase que o lançamento de ofício decorreu da falta de apresentação à fiscalização dos documentos que corroboravam os registros contábeis feitos nas contas. Não só. O agente fazendário também explica que os históricos dos lançamentos contábeis, no caso dos Levantamentos C32 a C35, faziam alusão a pagamentos de verbas de natureza salarial. Com efeito, nos históricos dos lançamentos contábeis, conforme detalhado nas tabelas elaboradas pela fiscalização, é fácil verificar a menção, entre outros, a pagamentos de adiantamentos, salários, comissão, horas extras, férias e serviços prestados por pessoa física, o que levanta dúvidas sobre a natureza dos lançamentos nas contas. De outra parte, há outros tantos lançamentos com referência ao histórico de pagamentos de notas fiscais e prestação de serviços de oficina pelas empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO. Como antes dito, a falta de exibição de documentos, ou sua apresentação deficiente, autoriza o lançamento da importância considerada devida pela fiscalização, com inversão do ônus da prova. A autoridade fazendária não expressa o entendimento de que a atividade de comercialização de peças novas e usadas para automóveis, bem como a prestação de serviços de funilaria, pintura e mecânica, não eram desenvolvidas pelas empresas individuais MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO, mediante a colaboração de trabalhadores formalmente registrados. Efetivamente, o agente fazendário não afirmou a ausência de prestação de serviços a clientes, tampouco a inexistência de faturamento das microempresas em decorrência do exercício de atividade econômica. Com relação aos funcionários nelas registrados, a fiscalização tão só atribuiu o vínculo dos Fl. 4678DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.679 35 trabalhadores diretamente com a empresa principal, ora recorrente, que foi considerada a verdadeira tomadora dos serviços prestados por essas pessoas físicas. Haja vista os fatos narrados pela autoridade lançadora, bem como o conjunto probatório juntado aos autos, não é plausível que a escrituração da recorrente está envolta em uma completa simulação de lançamentos contábeis em destaque, ou seja, que todos os registros da contabilidade relacionados às empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO, em valores e datas variáveis ao longo dos meses, equivalem, na realidade, a pagamentos disfarçados a título de remuneração pela atividade laboral de empregados e sócios. Ocorre que a passividade do fiscalizado na apresentação de documentos comprobatórios da veracidade dos dados registrados na sua escrituração contábil, mesmo que possa ser parcialmente atenuada pelo extravio resultante de fenômeno da natureza, é conduta reprovável, porque despreza o dever de colaboração do sujeito passivo com a atividade fiscalizatória, autorizando o uso de métodos legalmente previstos para identificação da matéria tributável. No entanto, a conduta fiscal de aferição indireta da base de cálculo não está livre de observar parâmetros de razoabilidade. Reputar todos os lançamentos contábeis como fato gerador de contribuição previdenciária, indistintamente, é determinação severa, que conduz, no caso concreto, a uma extrapolação do bom senso e, na sequência, acarreta um ônus probatório excessivo ao sujeito passivo, pois lhe impõe a comprovação individualizada da natureza dos lançamentos para afastar a tributação, numa estrita identidade de valores, tal como se pronunciou a autoridade fiscal e o acórdão de primeira instância. O conjunto probatório dos autos como um todo, mesmo numa verificação por amostragem, aliado às circunstâncias da motivação do lançamento fiscal, é hábil e suficiente para demonstrar o "modo operandi" adotado pela empresa recorrente, em relação às Contas 4101010047, 4101010047 B, 2101010288, 2101010366 e 4101010049, cujos registros contábeis, ao menos na sua maior parte, não são concernentes à retirada a título de prólabore ou a pagamentos de funcionários. Ao ponto de vista acima, faço a ressalva quanto a pagamentos com referência a verbas salariais de funcionários, os quais, como ressaltei, chamaram a atenção da autoridade tributária. Não se trata, por óbvio, de delimitação da natureza jurídica do fato gerador em função da simples análise da nomenclatura do histórico dos lançamentos contábeis, mas sim exigir a comprovação de fatos, por meio documentação hábil e idônea, quando há suspeita legítima a respeito da sua natureza remuneratória e omissão na base de cálculo das contribuições previdenciárias. Fl. 4679DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.680 36 As justificativas de defesa confirmam a natureza remuneratória desses valores com histórico de parcelas salariais. Todavia, a recorrente explica que os pagamentos foram realizados a título de adiantamento de salários, rescisões ou outra vantagem remuneratória, cujo trabalhador constou das folhas de pagamento e GFIP da empresa individual, sendo, portanto, objeto de autuação fiscal em duplicidade, na medida em que as importâncias pagas são integrantes da base de cálculo das folhas de pagamento das empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO, fazendo parte de outros levantamentos do mesmo auto de infração (fls. 6.868/6.882). Há uma aparência de verdade na justificativa de pagamento fracionado das notas fiscais emitidas pelas empresas individuais, ocorrido para fins de acertos financeiros feitos ao longo de meses, mediante os quais a União Taquaritinga, ora recorrente, de maneira habitual providenciava o desembolso antecipado de numerário para efetuar a quitação de parcelas de natureza salarial devida aos trabalhadores, tais como adiantamento de salários, vales, comissões e rescisão de contrato de trabalho. Contudo, diversamente do que sugere o discurso da recorrente, a análise comparativa mostra que não há, necessariamente, uma equivalência entre os lançamentos contábeis e os dados das folhas de pagamento das empresas MARINA, BALDASSA e JOSÉ ROBERTO, restando clara a existência de divergência de valores, o que pode significar, em especial no caso de adiantamentos, vales, comissões etc, a omissão de valores nas folhas de pagamento das remunerações pagas aos trabalhadores (fls. 3.803/4.568, 6.865/6.882 e 6.895/6.949). A rotina de fragmentação dos pagamentos, por causa do corriqueiro procedimento de antecipações salariais e acertos financeiros parceladamente, acaba dificultando, ao final, a comprovação dos fatos que a autuada pretende fazer preponderar no processo administrativo. Em outras palavras, a recorrente não se desincumbiu do ônus probatório, estando os autos desprovidos de evidências convincentes no sentido de que o pagamento de verbas salariais mencionado nas contas contábeis, em todos os casos, é exatamente aquele incluído em folha de pagamento e GFIP. À vista disso, em prol da aproximação com a verdade material, cabe a exclusão dos lançamentos contábeis que, segundo minha avaliação da prova, não dizem respeito à retirada de prólabore ou a pagamento de segurados empregados, ou, mesmo que referentes a verbas de natureza salarial, a inclusão na base de cálculo das folhas de pagamento restou satisfatoriamente confirmada. Deverá ser procedida à exclusão dos valores listados nas Tabelas 3 a 7, correspondentes aos Levantamentos C31 a 35 (fls. 357/384): (...) Fl. 4680DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.681 37 Tabela 4 C32 LANÇAMENTOS CONTA 4101010047 B (fls. 363/368) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) 08/01/2004 39030 180,00 29/10/2004 67998 3.257,31 24/03/2005 8516 437,25 10/02/2004 41945 360,29 10/11/2004 69157 3.622,79 31/03/2005 9142 1.046,34 13/02/2004. 42283 247,06 10/01/2005 779 1.222,50 10/11/2005 34804 1.430,45 18/02/2004 42609 2.495,27 10/01/2005 847 1.598,00 22/11/2005 35942 568,00 21/09/2004 63882 1.383,00 10/02/2005 3874 680,54 23/01/2006 48234 4.824,56 23/09/2004 64116 405,99 21/02/2005 4970 2.000,00 16/03/2006 54848 50,00 30/09/2004 61877 2.891,94 08/03/2005 6731 13.799,56 03/04/2006 59800 50,00 27/10/2004 67695 220,00 09/03/2005 6867 4.414,38 17/05/2006 63561 303,00 09/10/2006 81935 28.000,00 Tabela 5 C33 LANÇAMENTOS CONTA 2101010288 (fls. 368/376) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) 10/01/2005 779 915,00 02/12/2005 44537 4.653,90 10/05/2006 63089 889,72 31/01/2005 2902 4.005,11 12/12/2005 39668 1.887,55 08/06/2006 70330 7.133,65 02/02/2005 3393 1.100,00 12/12/2005 39689 20,83 12/06/2006 68837 77,28 04/02/2005 3613 3.341,03 13/12/2005 44689 9.669,53 12/06/2006 68835 164,13 10/02/2005 3874 596,21 14/12/2005 38730 27,60 12/06/2006 68838 7,12 10/02/2005 4090 12.300,95 20/12/2005 39880 907,13 13/06/2006 69149 55,00 17/02/2005 4633 205,53 27/12/2005 40017 1.025,95 13/06/2006 69150 50,00 24/02/2005 5376 3.858,33 27/12/2005 40019 827,36 14/06/2006 69215 50,00 25/02/2005 5515 1.251,00 09/01/2006 48104 246,00 21/06/2006 69268 280,00 28/02/2005 5753 4.051,62 09/01/2006 48104 286,00 21/06/2006 69324 132,50 03/03/2005 6257 2.300,00 09/01/2006 48104 1.252,00 30/06/2006 69393 766,00 07/03/2005 6601 3.299,74 09/01/2006 48104 524,00 30/06/2006 69396 50,00 10/03/2005 6956 687,83 09/01/2006 48104 353,00 30/06/2006 69398 50,00 11/03/2005 7138 1.305,80 09/01/2006 48104 197,00 05/07/2006 72666 4.000,00 04/04/2005 9591 59,89 09/01/2006 48104 201,00 05/07/2006 72667 1.000,00 11/04/2005 10315 745,27 09/01/2006 48104 270,00 08/07/2006 73243 540,00 27/04/2005 11883 92,93 09/01/2006 48104 663,00 17/07/2006 72939 2.000,00 29/04/2005 12330 341,62 09/01/2006 48104 702,00 20/07/2006 73031 3.000,00 29/04/2005 12332 1.242,05 09/01/2006 48104 76,53 20/07/2006 73031 3.000,00 06/05/2005 13222 1.460,00 10/01/2006 47220 2.000,00 31/07/2006 73219 3.100,00 06/05/2005 13247 3.670,43 11/01/2006 46582 822,80 31/07/2006 73221 4.000,00 06/05/2005 13275 1.701,00 25/01/2006 47728 6.431,40 01/08/2006 75744 180,00 06/05/2005 13275 1.683,00 03/02/2006 54651 1.750,00 07/08/2006 76413 4.000,00 Fl. 4681DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.682 38 Tabela 5 (Continuação) C33 LANÇAMENTOS CONTA 2101010288 (fls. 368/376) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) 06/05/2005 13275 487,00 08/02/2006 57293 6.956,51 07/08/2006 76414 1.000,00 21/05/2005 14852 697,24 13/02/2006 53511 964,13 07/08/2006 76420 1.109,98 23/05/2005 14966 14.385,13 17/02/2006 54800 963,82 10/08/2006 76505 2.000,00 08/06/2005 16735 6.931,00 17/02/2006 54810 335,25 21/08/2006 76065 1.000,00 14/06/2005 17359 1.000,00 20/02/2006 50208 110,00 21/08/2006 76734 3.000,00 11/07/2005 20481 1.419,23 20/02/2006 55171 3.284,67 21/08/2006 76734 3.000,00 12/07/2005 20644 9.800,00 20/02/2006 57439 11.471,00 23/08/2006 77145 103,00 12/07/2005 20645 6.000,00 21/02/2006 55175 197,25 26/08/2006 76849 3.100,00 12/07/2005 20646 2.100,00 24/02/2006 57228 3.810,99 30/08/2006 76938 1.411,89 08/08/2005 23775 6.639,09 03/03/2006 54941 294,60 05/09/2006 79014 4.000,00 08/08/2005 23811 9.100,00 07/03/2006 53524 3.872,65 11/09/2006 79114 2.000,00 19/08/2005 25266 4.792,00 08/03/2006 53532 1.000,00 11/09/2006 79496 1.002,42 20/08/2005 25302 4.917,00 08/03/2006 57850 1.719,00 13/09/2006 79466 1.610,76 06/09/2005 27172 3.717,46 10/03/2006 54768 5.987,00 15/09/2006 79468 454,31 08/09/2005 27358 7.243,00 10/03/2006 54841 775,00 20/09/2006 79321 3.000,00 12/09/2005 27724 4.575,26 10/03/2006 55214 507,24 25/09/2006 79374 1.000,00 19/09/2005 28515 265,00 21/03/2006 53232 110,00 02/10/2006 86349 103,00 19/09/2005 28516 600,00 28/03/2006 55004 145,00 09/10/2006 81681 1.740,00 10/10/2015 31085 1.250,80 28/03/2006 55005 1.709,00 10/10/2006 81024 2.000,00 07/10/2005 30874 3.719,21 07/04/2006 59856 416,48 16/10/2006 81083 1.500,00 26/10/2005 32974 130,00 07/04/2006 59862 1.850,00 20/10/2006 81234 3.000,00 31/10/2005 33442 4.568,71 07/04/2006 65091 9.056,06 25/10/2006 81401 1.000,00 04/11/2005 34188 437,00 10/04/2006 60177 744,19 30/10/2006 81494 1.500,00 07/11/2005 34387 6.596,00 10/04/2006 61501 775,00 13/11/2006 85141 790,00 10/11/2005 34804 1.326,62 12/04/2006 61502 1.750,00 06/12/2006 86726 5.000,00 14/11/2005 35158 379,04 24/04/2006 60062 60,00 11/12/2006 87369 1.188,85 14/11/2005 35159 461,72 24/04/2006 65280 10.361,87 13/12/2006 86935 1.007,88 22/11/2005 35942 238,00 27/04/2006 61436 368,00 18/12/2006 87012 1.920,97 22/11/2005 35942 212,00 28/04/2006 60110 60,00 20/12/2006 87137 668,58 22/11/2005 35942 212,00 05/05/2006 64514 300,00 21/12/2006 87158 6.000,00 24/11/2005 36254 16.800,00 09/05/2006 63716 180,00 Fl. 4682DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.683 39 Tabela 6 C34 LANÇAMENTOS CONTA 2101010366 (fls. 377/382) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) 07/01/2005 618 4.522,48 18/08/2005 25076 210,00 07/08/2006 76414 3.000,00 11/01/2005 984 70,00 31/08/2005 26288 150,00 07/08/2006 76414 3.000,00 12/01/2005 1127 50,00 31/08/2005 26291 4.444,29 07/08/2006 76420 1.081,09 24/01/2005 2154 9.032,00 02/09/2005 26749 305,50 08/08/2006 76465 170,00 31/01/2005 2908 963,00 15/09/2005 28209 373,50 09/08/2006 76928 694,67 10/02/2005 3915 1.397,00 30/09/2005 30065 4.690,60 10/08/2006 76505 4.000,00 11/02/2005 4090 5.744,00 06/10/2005 30802 347,00 10/08/2006 76505 3.000,00 11/02/2005 4090 6.955,05 11/10/2005 31270 9.700,00 10/08/2006 76522 1.000,00 10/03/2005 6956 745,46 18/10/2005 31951 927,70 11/08/2006 76960 644,11 14/03/2005 7318 408,42 10/11/2005 34851 9.550,00 14/08/2006 76580 3.000,00 14/03/2005 7333 109,00 16/11/2005 35341 26.500,00 24/08/2006 76825 1.000,00 15/03/2005 7470 27,33 22/11/2005 35942 212,00 11/09/2006 79113 1.000,00 21/03/2005 8013 12.570,00 22/11/2005 35942 212,00 11/09/2006 79114 3.000,00 31/03/2005 9142 1.192,62 06/12/2005 40163 81,00 11/09/2006 80164 10.000,00 07/04/2005 9995 3.574,03 08/12/2005 44688 7.405,06 12/09/2006 79185 3.000,00 11/04/2005 10315 763,14 12/12/2005 39668 1.834,15 13/09/2006 79202 1.883,00 18/04/2005 11105 216,00 15/12/2005 39774 27,33 15/09/2006 79469 393,75 29/04/2005 12330 381,74 20/12/2005 39880 964,49 21/09/2006 79337 1.000,00 29/04/2005 12332 1.176,88 20/12/2005 39880 1.555,03 25/09/2006 79374 1.000,00 06/05/2005 13275 173,00 21/12/2005 40371 4.343,56 02/10/2006 80849 1.000,00 06/05/2005 13275 3.175,00 21/12/2005 40378 1.400,00 05/10/2006 81867 200,00 06/05/2005 13275 972,27 23/01/2006 48234 4.866,50 13/10/2006 81060 5.000,00 10/05/2005 13583 3.812,64 03/07/2006 72461 2.000,00 16/10/2006 81083 2.000,00 16/05/2005 14200 9.757,00 10/07/2006 72782 1.000,00 20/10/2006 81233 2.000,00 07/06/2005 16614 3.563,64 10/07/2006 72783 4.000,00 20/10/2006 82085 450,00 08/06/2005 16719 10.000,00 10/07/2006 72783 3.000,00 23/10/2006 81347 2.000,00 17/06/2005 17783 2.055,00 10/07/2006 74545 980,66 23/10/2006 81347 1.200,00 04/07/2005 19688 2.000,00 12/07/2006 72865 3.000,00 24/10/2006 83562 1.000,00 07/07/2005 20225 977,00 18/07/2006 72974 400,00 30/10/2006 81494 1.000,00 07/07/2005 20228 3.582,46 19/07/2006 73020 4.000,00 01/11/2006 84203 2.398,00 05/08/2005 23577 3.602,06 20/07/2006 73031 2.000,00 10/11/2006 85134 10.000,00 08/08/2005 23791 372,50 20/07/2006 73040 400,00 13/11/2006 85194 18.000,00 08/08/2005 23800 5.874,67 24/07/2006 73087 1.000,00 17/11/2006 85195 5.000,00 10/08/2005 24039 1.201,86 01/08/2006 76301 3.000,00 24/11/2006 87821 724,02 10/08/2005 24068 105,90 03/08/2006 91825 10.000,00 05/12/2006 85165 5.000,00 21/12/2006 87157 6.000,00 Fl. 4683DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.684 40 Tabela 7 C35 LANÇAMENTOS CONTA 4101010049 (fls. 382/384) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) Data Lançamento Valor (R$) 08/02/2006 46773 4.947,88 14/03/2006 54807 187,50 24/04/2006 65280 5.442,36 08/02/2006 46778 1.000,00 21/03/2006 60136 534,15 10/05/2006 63089 840,53 08/02/2006 50407 1.223,00 22/03/2006 54917 5.389,69 22/05/2006 65362 6.024,11 08/02/2006 50422 3.818,26 30/03/2006 53765 2.000,00 25/05/2006 64035 46,75 08/02/2006 57293 7.500,00 04/04/2006 59815 55,00 08/06/2006 70330 654,56 09/02/2006 46792 292,00 07/04/2006 59855 115,00 09/06/2006 69098 100,00 14/02/2006 54663 609,90 07/04/2006 65091 8.340,92 09/06/2006 69203 2.913,43 14/02/2006 54673 452,00 18/04/2006 61524 1.119,32 12/06/2006 68835 75,06 14/02/2006 54957 126,00 24/04/2006 60056 100,00 12/06/2006 68837 261,55 14/06/2006 69216 50,00 C36 LANÇAMENTOS CONTA 2101140001 Segundo a autoridade lançadora, correspondem a valores pagos a funcionários, identificados a partir dos lançamentos contábeis. Confirase, nas palavras da autoridade tributária, a motivação do lançamento (fls. 889/910): C36 LANÇAMENTOS CONTA 2101140001 referente a valores pagos a funcionários, os quais não foram declarados em GFIP nem relacionados em folha de pagamento, identificados em lançamentos contábeis (relacionados na tabela abaixo) efetuados na conta 2101140001 ADIANTAMENTO DE CLIENTES. A despeito da denominação "adiantamento de clientes", a recorrente explica que a Conta 2101140001 destinase a lançamentos contábeis relativos à captação de recursos junto a instituições financeiras, por meio de cheques emitidos por funcionários, colaboradores e empresas, no qual há tão somente circulação de papéis e não ocorre a aquisição de acréscimo patrimonial pelos emitentes dos títulos. Por meio de pessoas jurídicas e físicas parceiras, a recorrente recebia cheques e realizava o desconto desses títulos junto a instituições financeiras. Na data de vencimento, a recorrente depositava os valores na conta de quem forneceu os empréstimos, a fim de cobrir o seu montante. Pois bem. Aqui também, a falta de exibição de documentos, ou sua apresentação deficiente, levou ao lançamento da importância considerada devida pela autoridade fiscal, com inversão do ônus da prova. Diante da omissão da empresa fiscalizada em atestar a natureza dos lançamentos contábeis por documentos hábeis, o agente Fl. 4684DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.685 41 fazendário considerou dezenas e dezenas de lançamentos na Conta 2101140001 como sendo importâncias percebidas a título de remuneração por segurados empregados. Não se preocupou o agente lançador, contudo, em expressar o raciocínio que justificava a desconfiança sobre a totalidade dos lançamentos contábeis na conta, até porque os valores e históricos da contabilidade não são hábeis, numa primeira avaliação, para deduzir a natureza salarial em relação aos registros. Ao compulsar a tabela reproduzida pela autoridade fiscal, percebese que os lançamentos contábeis nessa conta possuem, na sua maioria, valores expressivos a cada mês, distribuídos em um ou mais registros, apresentando oscilações significativas para um mesmo nome associado ao pagamento, o que não se mostra conciliável, tendo em vista a remuneração mensal dos segurados e as funções exercidas, com a classificação de percepção de verbas salariais pelos funcionários (fls. 3.803/4.568). Por sua vez, a empresa recorrente apresentou vários exemplos de cheques nominais a ela emitidos por funcionários, empresas e clientes, corroborado por dados extraídos do diário geral, os quais revelam a entrada de recursos para a empresa fiscalizada e, na contrapartida, a saída em devolução do respectivo numerário, embora nem sempre operações de idêntica expressão monetária, é verdade, porém compatíveis em datas e valores (fls. 6.346/6.542 e 6.619/6.640). Em análise dos documentos carreados aos autos pela recorrente, a própria fiscalização, em distintos casos, confirma o prévio ingresso de valores a crédito na Conta 2101140001 com o mesmo montante de saída de numerário, enquanto que, em outros cotejos efetuados, fez objeção à comprovação dos fatos, sob alegação de falta de coincidência entre os valores de entrada e saída (fls. 6.703/6.710). No caso em apreço calha repetir o que foi dito no tópico precedente. O procedimento de arbitramento da base de cálculo do lançamento fiscal em razão da falta de apresentação de documentação hábil e idônea não escapa a parâmetros de razoabilidade para a conduta do agente público. Considerar todos os lançamentos de uma determinada conta contábil como fato gerador de contribuição previdenciária, indistintamente, pela só falta de apresentação de documentos, é medida demasiadamente rigorosa, que conduz, no caso concreto, a uma extrapolação do bom senso e, na sequência, resulta em ônus probatório desmoderado ao sujeito passivo, pois lhe exige a comprovação individualizada da natureza dos lançamentos para afastar a tributação, tal como se pronunciou a autoridade fiscal e a decisão de primeira instância. À vista disso, entendo que as cópias dos documentos apresentados ao longo do processo administrativo, mesmo que Fl. 4685DF CARF MF Processo nº 18088.000759/200809 Acórdão n.º 2401006.658 S2C4T1 Fl. 4.686 42 não se refiram a todos os lançamentos nessa conta contábil, são suficientes para exteriorizar a inexistência de fato gerador de contribuição previdenciária, porquanto as saídas não apontam para o pagamento de remuneração a funcionários. Em situações de tal envergadura, nas quais a quantidade de registros na contabilidade é grande, a auditoria contábil é feita pela fiscalização, via de regra, a partir de técnicas de amostragem, com vistas a certificarse da natureza dos valores que foram contabilizados. Da mesma maneira, é razoável que a avaliação do caso concreto também ocorra mediante verificação por amostragem, a despeito da vasta documentação acostada aos autos pela recorrente, como já salientado, não acobertar a comprovação de todos os lançamentos na Conta 2101140001. Ademais disso, na atual fase processual é inoportuno um aprofundamento individual da natureza dos lançamentos contábeis com base, por exemplo, no histórico da operação, porque a fiscalização assim não procedeu. Logo, cabe excluir do auto de infração os valores correspondentes ao levantamento C36 LANÇAMENTOS CONTA 2101140001 (fls. 385/414). (...) Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, REJEITO as preliminares e, no mérito, DOULHE PARCIAL PROVIMENTO nos seguintes termos: (a) Levantamento AFN: redução da base de cálculo, conforme Tabela 1 (b) Levantamentos C10 e C36: exclusão total; e (c) Levantamentos C32 a C35: redução da base de cálculo, conforme Tabelas 4 a 7. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 4686DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.900551/2014-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)
Data do fato gerador: 31/12/2012
DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE.
Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade.
DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA.
Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO.
Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
Numero da decisão: 2401-006.277
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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conteudo_txt : Metadados => date: 2019-06-12T13:57:51Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-06-12T13:57:51Z; Last-Modified: 2019-06-12T13:57:51Z; dcterms:modified: 2019-06-12T13:57:51Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-06-12T13:57:51Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-06-12T13:57:51Z; meta:save-date: 2019-06-12T13:57:51Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-06-12T13:57:51Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-06-12T13:57:51Z; created: 2019-06-12T13:57:51Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; Creation-Date: 2019-06-12T13:57:51Z; pdf:charsPerPage: 2224; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-06-12T13:57:51Z | Conteúdo => S2-C 4T1 Ministério da Economia Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 10880.900551/2014-74 Recurso Voluntário Acórdão nº 2401-006.277 – 2ª Seção de Julgamento / 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2019 Recorrente ALL NET TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) Data do fato gerador: 31/12/2012 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 05 51 /2 01 4- 74 Fl. 69DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.277 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900551/2014-74 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. “Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade contra ato da autoridade administrativa que não homologou a compensação declarada por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a crédito de IRRF que teria sido recolhido a maior no período de apuração constante dos autos. Como bem relatado pela instância a quo , o Despacho Decisório não homologou o pedido de compensação em debate, sob o fundamento de que, embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior, o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. Notificada da decisão a Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: 1. Sem qualquer fundamento legal ou maiores explicações, a autoridade administrativa não homologou a compensação realizada pela empresa, através do despacho decisório proferido nos presentes autos. 2. A alegação de que não existe crédito disponível não pode ser entendida como fundamento do despacho decisório, sem constar o porquê dessa inexistência. 3. A autoridade administrativa não se deu ao trabalho de motivar sua decisão, a teor do art. 50 da Lei n° 9.784, de 1999. 4. A não homologação dessa compensação ocorreu por sistema informatizado, porque o crédito sequer foi apreciado. Limitou-se a autoridade administrativa em fazer uma verificação prévia se o pagamento realizado indevidamente ou a maior estava disponível em seus sistemas. Ainda inconformada, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário, repisando parte de suas razões apresentadas em sede de Impugnação que são, em síntese, as seguintes: a) o V. Acórdão merece reforma, basicamente, porque firmou entendimento equivocado, o ato administrativo que não reconheceu o direito creditório do contribuinte é vinculado, devendo conter os pressupostos de fato e de direito, em obediência ao princípio da legalidade; b) Na mesma esteira de entendimento, o ato administrativo deve ser motivado para se mostrar eficaz, razão pela qual não deve prosperar o acórdão ora guerreado; c) o crédito que se fundou o direito subjetivo do contribuinte foi protocolado por meio de compensação, todavia, sem qualquer fundamentação a autoridade não homologou a compensação realizada pela Recorrente, através de Despacho Decisório Fl. 70DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.277 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900551/2014-74 eletrônico, onde se questiona a falta de elementos do ato administrativo, ou seja, falta de fundamentação e nulidades; d) Todavia entenderam os Nobres Julgadores que o Despacho Decisório foi devidamente fundamentado, cabendo ao Recorrente o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária, julgando improcedente a Impugnação; e) Reitera a necessidade de motivação, a teoria dos motivos determinantes e o cerceamento de defesa como institutos jurídicos a embasarem sua pretensão de reforma do ato administrativo ora em debate ; f) Defende a tese de que a Fazenda Nacional deve rever seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes) seja para anulá-los (quando ilegais) Cita a Súmula 473 do STF, os arts. 1º e 5º inciso LVI da CF/88., como normas de conteúdo vedatório para obtenção de provas pelo Poder Público que derive de transgressão a cláusulas de ordem constitucional; g) Ao final requer a reforma do v. Acórdão, eis que a controvérsia posta é identificar se o ato administrativo é vinculado ou discricionário. É o Relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.258 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSO VOLUNTÁRIO O presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, razão pela qual dele CONHEÇO, já que presentes os requisitos de sua admissibilidade 2. DA PRELIMINAR a) nulidade A alegação de nulidade do Despacho Decisório não merece prosperar posto que o mesmo foi realizado dentro dos ditames delineados em lei, apresentando de forma clara e objetiva o motivo da não homologação da compensação, qual seja, a Fl. 71DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.277 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900551/2014-74 inexistência de crédito disponível para a compensação dos débitos informados na declaração de compensação - DCOMP. Nesse diapasão, não há cerceamento de defesa em nenhuma fase do curso processual capaz de produzir qualquer tipo de nulidade ou óbice para que se avance na análise de mérito no presente feito. 3. DO MÉRITO Em seu Recurso Voluntário o contribuinte, em síntese, se restringe a alegar que o ato administrativo, que não reconheceu o seu direito creditório, é vinculado , devendo conter os pressupostos de fato e de direito que o motivaram, sob pena de cerceamento do seu direito de defesa e desobediência ao princípio da legalidade. O que se observa é que assim, as alegações preliminares acabam se confundindo com as de mérito. Todavia, razão não assiste à Recorrente, senão vejamos: Conforme esclarecido pela instância de piso e verificado pela análise dos autos, as próprias declarações e documentos produzidos pela Recorrente fundamentaram os motivos da não-homologação do Despacho Decisório in casu, caracterizando assim a prova e a motivação do ato administrativo, sendo de pleno conhecimento do Recorrente já que por ele produzidos. Após análise detalhada, não foi identificado por esta Relatora qualquer erro na decisão de indeferimento da compensação, nem tampouco a Recorrente apontou eventual divergência, capaz de maculá-lo. A causa da não homologação é clara e objetiva, e se deve ao fato de que, nos sistemas da Receita Federal, embora localizado o DARF do pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente foi totalmente utilizado e alocado aos débitos informados em DCTF, não restando dele o saldo apontado na DCOMP como crédito. Logo, não padece de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente, contra o qual o Recorrente pôde exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. Conforme se verifica, o débito declarado e pago encontra-se em conformidade com a correspondente DCTF, a qual tem seus efeitos determinados pelo § 1º do artigo 5º do Decreto lei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, entre eles o da confissão da dívida e o condão de constituir o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. Como ja esclarecido acima, quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF. Dessa forma, a recorrente, na data da transmissão do PER/ DCOMP não era detentora de crédito líquido e certo, condição sem a qual não há direito à restituição ou compensação. E não tendo trazido elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, inexiste razão para se reconhecer o pleiteado direito Fl. 72DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.277 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900551/2014-74 creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ou seja, de maneira diametralmente oposta às suas alegações recursais, o ato administrativo foi motivado e fundamentado, todavia não foi homologado por absoluta falta de amparo legal para sua concessão. Da análise da DCTF retificadora ativa da Requerente (juntada por imagem no Acórdão de Manifestação de Inconformidade, referente ao tributo e período em análise, verificou-se que ela declarou um débito de IRRF referente ao fato gerador daquela data e vinculou um pagamento de igual valor. Já no quadro reproduzido no voto, podemos verificar que o DARF, pago em atraso com multa de mora e juros de mora, foi integralmente alocado para o saldo a pagar do débito declarado, cujos valores são idênticos. A Requerente pagou em atraso o tributo e corretamente adicionou a multa de mora e os juros de mora, valor que ele agora indevidamente reclama de volta para compensação. Conforme informado pela DRJ , além do DARF constante dos presentes autos, ter sido alocado ao débito normal do período, regularmente declarado em DCTF, a Recorrente solicita sobre esse valor, a homologação de 152 pedidos de compensação que, somados, resultam em um valor de R$ 1.974.130,39, conforme relação dos processos de PER/DCOMP para o mesmo DARF, transcritas no voto do Acórdão ora recorrido. E este fato indica que a Recorrente se movimenta no sentido de efetuar compensação administrativa, não amparada na legislação, para liquidar débitos com créditos inexistentes. Todavia, utiliza-se do expediente de prestação de informação falsa, pois no PER/DCOMP há um campo onde é perguntado se aquele crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior já foi informado em outro PER/DCOMP, ao que a Recorrente respondeu “Não” em todos os PER/DCOMP, em infração que ensejaria a aplicação da Lei n° 10.833, de 2003, art. 18, §2º, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto.” Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 73DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.277 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900551/2014-74 Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13609.720547/2010-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jul 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)
Ano-calendário: 2005
COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. SERVIÇOS PRESTADOS A PESSOA JURÍDICA COMPENSAÇÃO.
O valor recebido pelas cooperativas de trabalho, por serviços prestados por meio de seus associados, a outra pessoa ainda que não associado, é ato cooperativo e poderá ser objeto de pedido compensação, respeitadas as condições previstas em lei.
Como no presente caso não existe relação direta entre os valores recebidos, que geraram as retenções sofridas, e os valores pagos aos profissionais, que ocasionou as retenções, as compensações não se enquadram na previsão legal do art. 45 da Lei n° 8.541/1992, não havendo previsão legal para a compensação realizada.
Numero da decisão: 2401-006.468
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13609.720142/2011-51, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) Ano-calendário: 2005 COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. SERVIÇOS PRESTADOS A PESSOA JURÍDICA COMPENSAÇÃO. O valor recebido pelas cooperativas de trabalho, por serviços prestados por meio de seus associados, a outra pessoa ainda que não associado, é ato cooperativo e poderá ser objeto de pedido compensação, respeitadas as condições previstas em lei. Como no presente caso não existe relação direta entre os valores recebidos, que geraram as retenções sofridas, e os valores pagos aos profissionais, que ocasionou as retenções, as compensações não se enquadram na previsão legal do art. 45 da Lei n° 8.541/1992, não havendo previsão legal para a compensação realizada.
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SERVIÇOS PRESTADOS A PESSOA JURÍDICA COMPENSAÇÃO. O valor recebido pelas cooperativas de trabalho, por serviços prestados por meio de seus associados, a outra pessoa ainda que não associado, é ato cooperativo e poderá ser objeto de pedido compensação, respeitadas as condições previstas em lei. Como no presente caso não existe relação direta entre os valores recebidos, que geraram as retenções sofridas, e os valores pagos aos profissionais, que ocasionou as retenções, as compensações não se enquadram na previsão legal do art. 45 da Lei n° 8.541/1992, não havendo previsão legal para a compensação realizada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13609.720142/2011-51, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Matheus Soares Leite. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 72 05 47 /2 01 0- 16 Fl. 307DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.468 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13609.720547/2010-16 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.454, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 13609.720142/2011-51, paradigma deste julgamento. “Trata-se de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto - SP (DRJ/RPO) que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, por entender que cabe ao contribuinte comprovar a liquidez e certeza dos créditos objeto de compensação. O presente processo trata do pedido de compensação declarado em PER/DCOMP apresentado pela Contribuinte, no qual pretende utilizar crédito relativo a Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF - de cooperativas. O Contribuinte, após ser intimado, apresentou os comprovantes de rendimentos pagos e de retenção do Imposto de Renda na fonte relativos aos pagamentos efetuados por Pessoas Jurídicas a ele, com Código Receita 3280. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sete Lagoas/MG emitiu Despacho Decisório onde homologa parcialmente a compensação, reconhecendo o direito creditório parcial. No Despacho Decisório a Autoridade Fiscal afirma que o art. 64 da Lei nº 8.541/1992 restringiria a compensação ao imposto incidente sobre o montante pago ou creditado por pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho, associações de profissionais ou assemelhadas, quando se tratasse de serviços pessoais que lhes fossem prestados por associados das mesmas (Código Receita 3280). Portanto, o imposto incidente sobre a remuneração de serviços gerais prestados a pessoas jurídicas pelas cooperativas (Código Receita 1708) e outras modalidades de retenção não estão abrangidas pelo dispositivo legal. No Despacho foi destacado que o IRRF de Código Receita 1708 somente poderia ser compensado com o saldo credor do IRPJ (receitas oferecidas à tributação decorrentes de atos não cooperados). O Despacho conclui dizendo que as retenções constantes do PER/DCOMP efetuadas com Códigos Receita diferentes de 3280 foram descartados, razão pela qual o direito creditório foi parcialmente reconhecido e o PER/DCOMP parcialmente homologado. A Contribuinte tomou ciência do Despacho Decisório e, inconformado com a decisão proferida, tempestivamente, apresentou sua Manifestação de Inconformidade instruída com os documentos acostados aos autos. O Processo foi encaminhado para a DRJ/RPO que decidiu julgar a Manifestação de Inconformidade IMPROCEDENTE. Fl. 308DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.468 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13609.720547/2010-16 A Contribuinte tomou ciência do Acórdão proferido pela DRJ/RPO e inconformada com o Acórdão prolatado, tempestivamente, interpôs seu Recurso Voluntário instruído com documentos. Em seu Recurso Voluntário a Contribuinte, em síntese, aduz que: 1. A Prática de ato cooperativo goza de isenção do Imposto de Renda conforme previsto no art.182 do RIR/99 e na Lei nº 5.764/71; 2. Valores recebidos pelas cooperativas de trabalho, em decorrência dos serviços prestados pelos associados, a outras pessoas ainda que não associados, é ato cooperativo, não sendo tributável pelo IRPJ; 3. O entendimento da Autoridade Fiscal, mantida pela DRJ, desprezou todas as provas produzidas no processo administrativo, uma vez que foi demonstrado que até mesmo o IRRF recolhido sob o código 1708 se referiu ao imposto retido por pagamento dos cooperados do Contribuinte; 4. A compensação efetuada pelo Contribuinte foi regular pois se trata de pleitear a compensação de tributos retidos na fonte que não se relacionam na hipótese de incidência do Imposto de Renda; 5. Os serviços a cargo das cooperativas de trabalho se sujeitam à retenção do Imposto de Renda, tenham sido eles efetivamente prestados ou simplesmente colocados à disposição dos Contratantes, portanto, o Acórdão da DRJ, ao afirmar que os valores recebidos nos contratos firmados sob a modalidade pré-pagamento não estariam sujeitos à retenção de IRRF, motivo pelo qual seria inviável a compensação pretendida, incorre em violação ao Princípio da Legalidade. Finaliza seu Recurso pedindo seu provimento para que seja reformado o Acórdão recorrido, homologada integralmente a compensação efetuada e cancelada a cobrança referente aos débitos tidos como "indevidamente compensados". É o relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.454, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 13609.720142/2011-51, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.454, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.454 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Juízo de admissibilidade Fl. 309DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.468 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13609.720547/2010-16 O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito A Recorrente se insurge contra a homologação parcial da compensação por ela efetuada, aduzindo que algumas tomadoras de serviços apresentaram código equivocado do IRRF (1708 – Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica), quando deveriam ter apresentado o código 3280 (Remuneração sobe Serviços Prestados por Associação de Cooperativa de Trabalho). Afirma que é isento do IRPJ quando da prática de atos cooperados e que a compensação das retenções com o Código Receita 1708 são aplicáveis apenas às demais pessoas jurídicas tendo em vista a isenção a que tem direito. O Código Tributário Nacional estabelece a compensação como uma das modalidades de extinção do crédito tributário (art. 156, II), cujo procedimento ocorre entre créditos líquidos e certos, com débitos vencidos e vincendos do sujeito passivo (art. 170), através de estipulação legal e que encontra-se disciplinado através da Lei nº 9.430/96. No tocante à possibilidade de compensação de IRRF por cooperativas de trabalho, cabe destacar que o art. 64 da Lei nº 8.981/95 deu nova redação ao art. 45 da Lei nº 8.541/92, nos seguintes termos: Art. 45. Estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda na fonte, à alíquota de 1,5%, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho, associações de profissionais ou assemelhadas, relativas a serviços pessoais que lhes forem prestados por associados destas ou colocados à disposição. (Redação dada pela Lei nº 8.981, de 1995) § 1º O imposto retido será compensado pelas cooperativas de trabalho, associações ou assemelhadas com o imposto retido por ocasião do pagamento dos rendimentos aos associados. (Redação dada pela Lei nº 8.981, de 1995) § 2º O imposto retido na forma deste artigo poderá ser objeto de pedido de restituição, desde que a cooperativa, associação ou assemelhada comprove, relativamente a cada ano-calendário, a impossibilidade de sua compensação, na forma e condições definidas em ato normativo do Ministro da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 8.981, de 1995) Notoriamente, é indubitável a possibilidade de compensação direta entre o IRRF pelos tomadores de serviços e o IRRF quando dos pagamentos (repasses) aos associados das cooperativas de trabalho, como a Recorrente. Destaque-se que a Lei nº 5.764/71, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas, dispõe o seguinte: Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos sociais. Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. No entanto, dentro das atividades da contribuinte, há a prática de outros atos que não os eminentemente os cooperativos, tais como pagamentos efetuados por Fl. 310DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.468 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13609.720547/2010-16 contratos com preço pré-determinado ou por outros serviços. Vejamos o que preceitua a Lei nº 9.656/98: Art. 1º Submetem-se às disposições desta Lei as pessoas jurídicas de direito privado que operam planos de assistência à saúde, sem prejuízo do cumprimento da legislação específica que rege a sua atividade, adotando-se, para fins de aplicação das normas aqui estabelecidas, as seguintes definições: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177- 44, de 2001) I - Plano Privado de Assistência à Saúde: prestação continuada de serviços ou cobertura de custos assistenciais a preço pré ou pós estabelecido, por prazo indeterminado, com a finalidade de garantir, sem limite financeiro, a assistência à saúde, pela faculdade de acesso e atendimento por profissionais ou serviços de saúde, livremente escolhidos, integrantes ou não de rede credenciada, contratada ou referenciada, visando a assistência médica, hospitalar e odontológica, a ser paga integral ou parcialmente às expensas da operadora contratada, mediante reembolso ou pagamento direto ao prestador, por conta e ordem do consumidor; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177- 44, de 2001) O Superior Tribunal de Justiça já definiu que as operações realizadas diretamente (e não através de seus cooperados) com terceiros não associados, embora indiretamente se busque a consecução do objeto social da cooperativa, consubstanciam atos não-cooperativos. Vejamos: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO. UNIMED. CONCEITO DE ATO COOPERATIVO TÍPICO. SERVIÇOS PRESTADOS A TERCEIROS. ATOS NÃO COOPERATIVOS. INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES AO PIS E COFINS SOBRE OS ATOS NEGOCIAIS. TEMA JÁ JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C, DO CPC, E DA RESOLUÇÃO STJ 08/08. 1. A jurisprudência deste STJ já se firmou no sentido de que é legítima a incidência do PIS e da COFINS, tendo como base de cálculo o faturamento das cooperativas de trabalho médico, sendo que por faturamento deve ser compreendido o conceito que restou definido pelo STF como receita bruta de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, por ocasião do julgamento da ADC 01/DF. Precedentes: REsp 635.986/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe de 25.9.2008; REsp 1081747 / PR, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, 15.10.2009. 2. O fornecimento de serviços a terceiros não cooperados e o fornecimento de serviços a terceiros não associados inviabiliza a configuração como atos cooperativos, devendo ser tributados normalmente. Precedentes: REsp 635.986/PR, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 25.9.2008; REsp 746.382/MG, Rel. Min. Humberto Martins, DJ de 9.10.2006; REsp 1096776/PB, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 19/08/2010; AgRg no REsp 751.460/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 13.2.2009; AgRg no AgRg no REsp 1033732/SP, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, DJe 1.12.2008; EDcl nos EDcl no REsp 875.388/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 29.10.2008. 3. O tema referente à tributação pelo IRPJ dos atos praticados pela cooperativa com terceiros não associados já foi objeto de julgamento em sede de recurso especial representativo da controvérsia REsp. n. 58.265 / SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09.12.2009. 4. No referido julgamento, embora se estivesse apreciando a hipótese específica voltada ao Imposto de Renda e não às contribuições ao PIS e COFINS, nas razões de decidir restou firmado o pressuposto de que "[...] as operações realizadas com terceiros não associados (ainda que, indiretamente, em busca da consecução do objeto social da Fl. 311DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.468 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13609.720547/2010-16 cooperativa), consubstanciam 'atos não-cooperativos', cujos resultados positivos devem integrar a base de cálculo do imposto de renda" (REsp. n. 58.265 / SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09.12.2009). 5. Desse modo, definido que se tratam de atos não-cooperativos, não há que se falar em isenção do IRPJ, da CSLL e das contribuições ao PIS e COFINS por aplicação do art. 79, da Lei n. 5.764/71. 6. Observar que nos recursos representativos da controvérsia REsp. n. 1.141.667/RS e REsp. n. 1.164.716/MG, pendentes de julgamento, e RE 598.085-RJ o que se discute não é o conceito de ato cooperativo típico (tema já abordado no recurso representativo da controvérsia REsp. n. 58.265/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09.12.2009), mas sim o confronto da isenção para o ato cooperativo típico previsto no art. 79, da Lei n. 5.764/71 com o estabelecido pelo art. 15, da Medida Provisória n. 2.158-35, que restringiu as exclusões da base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS somente a determinados valores ali especificados. 7. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 786.612/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/10/2013, DJe 24/10/2013) De acordo com a decisão de piso, há ainda que se esclarecer que no presente caso a contribuinte formulou consulta através da qual restou estabelecido na Solução de Consulta nº 6.017 - SRRF06/Disit, de 29 de abril de 2016, que os pagamentos efetuados na modalidade pré-pagamento, como as mensalidades, não se sujeitam à retenção do Imposto de Renda. No entanto, embora indevida a retenção do IR na fonte, a compensação realizada pela contribuinte não está abrangida pelo art. 64 da Lei nº 8.981/1995, tendo em vista que não restou comprovado que se trata de importâncias creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho, relativas a serviços pessoais que lhes forem prestados por associados destas ou colocados à disposição. Com efeito, in casu, não há subsunção do fato à norma do art. 45 da Lei 8.541/92, posto que não se enquadra exclusivamente como atividade cooperada dado o exercício de atividades diversas que não se confundem com as receitas decorrentes da prestação de serviços profissionais de medicina ou correlatos. Destaque-se ainda que as retenções foram realizadas com código da receita 1708 - Remuneração Serviços Prestados por Pessoa Jurídica, sendo que a Recorrente não comprovou se tratar de retenção com o código 3280 - Remuneração sobe Serviços Prestados por Associação de Cooperativa de Trabalho. Vejamos trechos da decisão de piso: As demais retenções foram efetuadas com outros Códigos Receita e as provas constantes do processo levam à conclusão de que realmente não são caso de retenção do IR nos pagamentos efetuados a serviços pessoais prestados pelos associados, e sim nos pagamentos efetuados por contratos com preço pré-determinado ou por outros serviços. Lembro que as provas apresentadas pelo interessado, quando intimado, foram levadas em consideração pelas autoridades fiscais que proferiram o despacho decisório, não tendo comprovado se tratar da retenção do Imposto de Renda com Código Receita 3280. Na manifestação de inconformidade, o contribuinte não trouxe outros documentos de sua escrita contábil e fiscal, ou demonstrativos com força para comprovar as importâncias que, de fato, referem-se à prestação de serviços pessoais pelos associados Fl. 312DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2401-006.468 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13609.720547/2010-16 da cooperativa, limitando-se apresentar apenas planilha com relação de retenções do IR, discriminando CNPJ, banco e valor, o que não comprova o tipo de serviço prestado. Se o Código Receita do IRRF realmente estivesse incorreto, o interessado deveria apresentar, ainda, o Redarf efetuado pelo tomador de serviço, bem como novo comprovante de retenção. Em se tratando de Declaração de Compensação, de interesse do contribuinte, cabe a ele o ônus comprobatório, devendo apresentar provas sobre suas alegações. O reconhecimento do direito creditório depende de liquidez e certeza, atributos que não estão presentes no caso em tela. Dessa forma, a compensação pleiteada pelo contribuinte no presente caso só é aplicável para os casos em que a retenção do Imposto de Renda ocorrer sobre serviços pessoais prestados pelos cooperados. Como não há relação direta entre os valores recebidos, que geraram as retenções sofridas, e os valores pagos aos profissionais, que ocasionou as retenções, as compensações não se enquadram na previsão legal do art. 45 da Lei n° 8.541/1992. Destarte, não há previsão legal que ampare as compensações declaradas. Assim, as retenções sofridas somente poderiam ser utilizadas na dedução do IRPJ devido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ao final do período de apuração, cabendo ainda ao contribuinte a restituição do indébito, observando a legislação pertinente. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do Recurso Voluntário e NEGO-LHE PROVIMENTO.” Ante o exposto, CONHEÇO do Recurso Voluntário e NEGO-LHE PROVIMENTO. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 313DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.900664/2014-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)
Data do fato gerador: 31/12/2012
DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE.
Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade.
DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA.
Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO.
Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
Numero da decisão: 2401-006.373
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 06 64 /2 01 4- 70 Fl. 69DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.373 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900664/2014-70 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. “Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade contra ato da autoridade administrativa que não homologou a compensação declarada por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a crédito de IRRF que teria sido recolhido a maior no período de apuração constante dos autos. Como bem relatado pela instância a quo , o Despacho Decisório não homologou o pedido de compensação em debate, sob o fundamento de que, embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior, o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. Notificada da decisão a Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: 1. Sem qualquer fundamento legal ou maiores explicações, a autoridade administrativa não homologou a compensação realizada pela empresa, através do despacho decisório proferido nos presentes autos. 2. A alegação de que não existe crédito disponível não pode ser entendida como fundamento do despacho decisório, sem constar o porquê dessa inexistência. 3. A autoridade administrativa não se deu ao trabalho de motivar sua decisão, a teor do art. 50 da Lei n° 9.784, de 1999. 4. A não homologação dessa compensação ocorreu por sistema informatizado, porque o crédito sequer foi apreciado. Limitou-se a autoridade administrativa em fazer uma verificação prévia se o pagamento realizado indevidamente ou a maior estava disponível em seus sistemas. Ainda inconformada, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário, repisando parte de suas razões apresentadas em sede de Impugnação que são, em síntese, as seguintes: a) o V. Acórdão merece reforma, basicamente, porque firmou entendimento equivocado, o ato administrativo que não reconheceu o direito creditório do contribuinte é vinculado, devendo conter os pressupostos de fato e de direito, em obediência ao princípio da legalidade; b) Na mesma esteira de entendimento, o ato administrativo deve ser motivado para se mostrar eficaz, razão pela qual não deve prosperar o acórdão ora guerreado; c) o crédito que se fundou o direito subjetivo do contribuinte foi protocolado por meio de compensação, todavia, sem qualquer fundamentação a autoridade não homologou a compensação realizada pela Recorrente, através de Despacho Decisório Fl. 70DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.373 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900664/2014-70 eletrônico, onde se questiona a falta de elementos do ato administrativo, ou seja, falta de fundamentação e nulidades; d) Todavia entenderam os Nobres Julgadores que o Despacho Decisório foi devidamente fundamentado, cabendo ao Recorrente o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária, julgando improcedente a Impugnação; e) Reitera a necessidade de motivação, a teoria dos motivos determinantes e o cerceamento de defesa como institutos jurídicos a embasarem sua pretensão de reforma do ato administrativo ora em debate ; f) Defende a tese de que a Fazenda Nacional deve rever seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes) seja para anulá-los (quando ilegais) Cita a Súmula 473 do STF, os arts. 1º e 5º inciso LVI da CF/88., como normas de conteúdo vedatório para obtenção de provas pelo Poder Público que derive de transgressão a cláusulas de ordem constitucional; g) Ao final requer a reforma do v. Acórdão, eis que a controvérsia posta é identificar se o ato administrativo é vinculado ou discricionário. É o Relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.258 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSO VOLUNTÁRIO O presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, razão pela qual dele CONHEÇO, já que presentes os requisitos de sua admissibilidade 2. DA PRELIMINAR a) nulidade A alegação de nulidade do Despacho Decisório não merece prosperar posto que o mesmo foi realizado dentro dos ditames delineados em lei, apresentando de forma clara e objetiva o motivo da não homologação da compensação, qual seja, a Fl. 71DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.373 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900664/2014-70 inexistência de crédito disponível para a compensação dos débitos informados na declaração de compensação - DCOMP. Nesse diapasão, não há cerceamento de defesa em nenhuma fase do curso processual capaz de produzir qualquer tipo de nulidade ou óbice para que se avance na análise de mérito no presente feito. 3. DO MÉRITO Em seu Recurso Voluntário o contribuinte, em síntese, se restringe a alegar que o ato administrativo, que não reconheceu o seu direito creditório, é vinculado , devendo conter os pressupostos de fato e de direito que o motivaram, sob pena de cerceamento do seu direito de defesa e desobediência ao princípio da legalidade. O que se observa é que assim, as alegações preliminares acabam se confundindo com as de mérito. Todavia, razão não assiste à Recorrente, senão vejamos: Conforme esclarecido pela instância de piso e verificado pela análise dos autos, as próprias declarações e documentos produzidos pela Recorrente fundamentaram os motivos da não-homologação do Despacho Decisório in casu, caracterizando assim a prova e a motivação do ato administrativo, sendo de pleno conhecimento do Recorrente já que por ele produzidos. Após análise detalhada, não foi identificado por esta Relatora qualquer erro na decisão de indeferimento da compensação, nem tampouco a Recorrente apontou eventual divergência, capaz de maculá-lo. A causa da não homologação é clara e objetiva, e se deve ao fato de que, nos sistemas da Receita Federal, embora localizado o DARF do pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente foi totalmente utilizado e alocado aos débitos informados em DCTF, não restando dele o saldo apontado na DCOMP como crédito. Logo, não padece de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente, contra o qual o Recorrente pôde exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. Conforme se verifica, o débito declarado e pago encontra-se em conformidade com a correspondente DCTF, a qual tem seus efeitos determinados pelo § 1º do artigo 5º do Decreto lei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, entre eles o da confissão da dívida e o condão de constituir o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. Como ja esclarecido acima, quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF. Dessa forma, a recorrente, na data da transmissão do PER/ DCOMP não era detentora de crédito líquido e certo, condição sem a qual não há direito à restituição ou compensação. E não tendo trazido elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, inexiste razão para se reconhecer o pleiteado direito Fl. 72DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.373 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900664/2014-70 creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ou seja, de maneira diametralmente oposta às suas alegações recursais, o ato administrativo foi motivado e fundamentado, todavia não foi homologado por absoluta falta de amparo legal para sua concessão. Da análise da DCTF retificadora ativa da Requerente (juntada por imagem no Acórdão de Manifestação de Inconformidade, referente ao tributo e período em análise, verificou-se que ela declarou um débito de IRRF referente ao fato gerador daquela data e vinculou um pagamento de igual valor. Já no quadro reproduzido no voto, podemos verificar que o DARF, pago em atraso com multa de mora e juros de mora, foi integralmente alocado para o saldo a pagar do débito declarado, cujos valores são idênticos. A Requerente pagou em atraso o tributo e corretamente adicionou a multa de mora e os juros de mora, valor que ele agora indevidamente reclama de volta para compensação. Conforme informado pela DRJ , além do DARF constante dos presentes autos, ter sido alocado ao débito normal do período, regularmente declarado em DCTF, a Recorrente solicita sobre esse valor, a homologação de 152 pedidos de compensação que, somados, resultam em um valor de R$ 1.974.130,39, conforme relação dos processos de PER/DCOMP para o mesmo DARF, transcritas no voto do Acórdão ora recorrido. E este fato indica que a Recorrente se movimenta no sentido de efetuar compensação administrativa, não amparada na legislação, para liquidar débitos com créditos inexistentes. Todavia, utiliza-se do expediente de prestação de informação falsa, pois no PER/DCOMP há um campo onde é perguntado se aquele crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior já foi informado em outro PER/DCOMP, ao que a Recorrente respondeu “Não” em todos os PER/DCOMP, em infração que ensejaria a aplicação da Lei n° 10.833, de 2003, art. 18, §2º, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto.” Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 73DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.373 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900664/2014-70 Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.010480/2007-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 10 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 23 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Ano-calendário: 2002
IMPOSTO COMPLEMENTAR. CARNÊ-LEÃO.
Somente os recolhimentos efetuados no decorrer do ano-calendário, até o ultimo dia útil de dezembro, podem ser objeto de compensação a titulo de carnê-leão/imposto complementar na DAA do exercício correspondente.
RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL.
A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.
Numero da decisão: 2401-006.747
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para alterar o imposto suplementar apurado para R$ 2.931,01, devendo ser acrescido de juros e multa.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Relatora e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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CARNÊ-LEÃO. Somente os recolhimentos efetuados no decorrer do ano-calendário, até o ultimo dia útil de dezembro, podem ser objeto de compensação a titulo de carnê-leão/imposto complementar na DAA do exercício correspondente. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para alterar o imposto suplementar apurado para R$ 2.931,01, devendo ser acrescido de juros e multa. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Relatora e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa. Relatório Trata-se de Auto de Infração de imposto de renda pessoa física - IRPF, fls. 3/7, ano-calendário 2002, que apurou imposto suplementar de R$ 3.132,61, acrescido de juros de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 04 80 /2 00 7- 69 Fl. 57DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.747 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10980.010480/2007-69 mora e multa de ofício, em virtude de: a) dedução indevida de imposto de renda retido na fonte, no valor de R$ 5.423,40; e b) dedução indevida a título de carnê-leão, pois não foram encontrados valores recolhidos nos códigos de receita 0190 e/ou 0246. Em impugnação apresentada à fl. 2, o contribuinte diz apresentar os comprovantes de pagamento (holerites) e requer o parcelamento do valor devido. A DRJ/CTA julgou improcedente a impugnação, conforme Acórdão 06-24.902 de fls. 36/38, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. DEDUÇÃO INDEVIDA DE CARNE-LEÃO. IMPOSTO COMPLEMENTAR. Considera-se como não-impugnada a parte do lançamento com a qual o contribuinte concorda ou não se manifesta expressamente. GLOSA. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. CABIMENTO. Mantém-se a glosa do IRRF efetuado pelo lançamento, quando se constata que o valor a maior pretendido pelo contribuinte, refere-se a parcela incidente sobre o 13° salário, não passível de compensação na declaração de ajuste anual. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. ADMISSIBILIDADE. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado do Acórdão em 14/4/10 (Aviso de Recebimento - AR de fl. 43), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 6/5/10, fls. 44/45, que contém, em síntese: Solicita o esclarecimento do valor do lançamento de R$ 3.023,64 e a aceitação da retificação. Diz que não concorda com a exigência de R$ 108,97, que consta no acórdão recorrido como tal. Afirma haver improcedência parcial do lançamento e requer seja acolhida a "impugnação". Junta às fls. 46/52 cópias dos contra-cheques do ano-calendário 2002. Em Despacho de fl. 56 consta que a exigência não impugnada descrita no Acórdão de impugnação no valor de R$ 108,97 foi paga conforme telas às folhas 54/55. É o relatório. Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. DECLARAÇÃO RETIFICADORA Fl. 58DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.747 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10980.010480/2007-69 Não há como ser aceita a declaração retificadora apresentada, conforme já esclarecido no acórdão de impugnação, pois o início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo, nos termos do Decreto 70.235/72, art. 7º. Assim, após o início da fiscalização, o contribuinte não pode mais retificar suas declarações, não surtindo efeitos a declaração retificadora entregue juntamente com a impugnação. LANÇAMENTO Conforme Demonstrativo das Alterações na Declaração de Ajuste Anual, fl. 6, foram alteradas as seguintes linhas da declaração: a) imposto retido na fonte: de R$ 5.675,04 para R$ 5.423,40; b) carnê-leão e imposto complementar: de R$ 4.103,81 para R$ 0,00. Tais alterações determinaram em um saldo de imposto a pagar de R$ 3.132,61, apurado pela diferença entre o imposto devido de R$ 8.556,01 e o retido na fonte alterado para R$ 5.423,40. Conforme DIRF de fl. 35 o imposto retido no ano-calendário 2002 foi de R$ 5.423,40 e sobre o 13º foi de R$ 516,66. Conforme DIRPF de fl. 26 foi declarado os rendimentos recebidos pelo dependente no valor de R$ 10.080,00 e um imposto retido na fonte do dependente de R$ 201,60. Assim, o rendimento total tributável total foi de R$ 58.974,24 e o imposto de renda retido na fonte sujeito ao ajuste anual foi de R$ 5.625,00 (R$ 5.423,40 + R$ 201,60 do dependente). JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Segundo o acórdão recorrido, o contribuinte não impugnou a lançamento referente à glosa de valores declarados na linha "carnê-leão e imposto complementar" e concorda com a exigência de R$ 108,97, conforme declaração retificadora de fls. 27/29, na qual excluiu a compensação de carnê-leão e imposto complementar e os rendimentos e imposto retido na fonte do dependente. Restou esclarecido que o IRRF glosado deveu-se à inclusão da parcela sobre o 13º, que não está sujeita ao ajuste, não podendo ser compensada. LANÇAMENTO CORRETO Considerando a declaração de rendimentos original entregue pelo contribuinte (na qual informa os rendimentos e imposto retido do dependente), tomada por base por ocasião da autuação, tem-se que o imposto retido na fonte foi de R$ 5.625,00 (R$ 5.423,40 + R$ 201,60 do dependente). A fiscalização, ao efetuar o lançamento, deixou de considerar o imposto retido na fonte do dependente. Correta a glosa do valor declarado na linha "carnê-leão e imposto complementar" de R$ 4.103,81, sequer contestado pelo recorrente. Assim, refazendo a tabela de fl. 7, Demonstrativo de Apuração do Imposto Suplementar, considerando o mesmo rendimento tributável de R$ 58.974,24, apura-se uma base de cálculo de R$ 49.574,24 e imposto devido de R$ 8.556,01. Deduzindo o imposto de renda retido na fonte sujeito ao ajuste anual de R$ 5.625,00, tem-se o imposto suplementar apurado de R$ 2.931,01. Fl. 59DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.747 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10980.010480/2007-69 CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, dar-lhe provimento parcial para alterar o imposto suplementar apurado para R$ 2.931,01, devendo ser acrescido de juros e multa. Importa salientar que o sujeito passivo já pagou, conforme relatado, o valor principal de R$ 108,97. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 60DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10675.000584/2006-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 06 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF)
Exercício: 2003
DEDUÇÕES DE DESPESAS MÉDICAS. DEDUTIBILIDADE. DO RECIBO. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DÚVIDA RAZOÁVEL. CONJUNTO PROBATÓRIO.
A apresentação de recibos com atendimento dos requisitos do art. 80 do RIR/99, é condição de dedutibilidade de despesa, mas não exclui a possibilidade de serem exigidos elementos comprobatórios adicionais, da efetiva prestação do serviço, tendo como beneficiário o declarante ou seu dependente e de seu efetivo pagamento.
No entanto, cabe restabelecer as deduções glosadas pela fiscalização quando não há dúvida razoável no que tange à realização das despesas médicas, que demande a necessidade de complementação da prova, tendo em conta a avaliação do conjunto probatório carreado aos autos.
Numero da decisão: 2401-006.678
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer a dedução a título de despesas médicas pagas aos profissionais Roberta da Costa Borges (R$ 12.800,00), Rute José Rocha (R$ 11.200,00) e Tufi Bittar (R$ 4.000,00). Vencidos os conselheiros Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa, que davam provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Matheus Soares Leite - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andréa Viana Arrais Egypto, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: MATHEUS SOARES LEITE
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Exercício: 2003 DEDUÇÕES DE DESPESAS MÉDICAS. DEDUTIBILIDADE. DO RECIBO. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DÚVIDA RAZOÁVEL. CONJUNTO PROBATÓRIO. A apresentação de recibos com atendimento dos requisitos do art. 80 do RIR/99, é condição de dedutibilidade de despesa, mas não exclui a possibilidade de serem exigidos elementos comprobatórios adicionais, da efetiva prestação do serviço, tendo como beneficiário o declarante ou seu dependente e de seu efetivo pagamento. No entanto, cabe restabelecer as deduções glosadas pela fiscalização quando não há dúvida razoável no que tange à realização das despesas médicas, que demande a necessidade de complementação da prova, tendo em conta a avaliação do conjunto probatório carreado aos autos.
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DEDUTIBILIDADE. DO RECIBO. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DÚVIDA RAZOÁVEL. CONJUNTO PROBATÓRIO. A apresentação de recibos com atendimento dos requisitos do art. 80 do RIR/99, é condição de dedutibilidade de despesa, mas não exclui a possibilidade de serem exigidos elementos comprobatórios adicionais, da efetiva prestação do serviço, tendo como beneficiário o declarante ou seu dependente e de seu efetivo pagamento. No entanto, cabe restabelecer as deduções glosadas pela fiscalização quando não há dúvida razoável no que tange à realização das despesas médicas, que demande a necessidade de complementação da prova, tendo em conta a avaliação do conjunto probatório carreado aos autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer a dedução a título de despesas médicas pagas aos profissionais Roberta da Costa Borges (R$ 12.800,00), Rute José Rocha (R$ 11.200,00) e Tufi Bittar (R$ 4.000,00). Vencidos os conselheiros Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa, que davam provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (documento assinado digitalmente) Matheus Soares Leite - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andréa Viana Arrais Egypto, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 00 05 84 /2 00 6- 38 Fl. 302DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 Relatório A bem da celeridade, peço licença para aproveitar boa parte do relatório já elaborado em ocasião anterior e que bem elucida a controvérsia posta, para, ao final, complementá-lo (fls. 275/280). Pois bem. Trata o presente processo de lançamento formalizado pelo Auto de Infração de fls.30/33, lavrado pela Fiscalização em 27/12/2005, decorrente da revisão efetuada pela autoridade lançadora na Declaração de Ajuste Anual IRPF/2003 apresentada pelo contribuinte retro identificado, cópia apensada às fls.182/ 185, que, conforme Termo de Acerto de Declaração de fls.l81, alterou o valor requerido como dedução de “despesas médicas” de R$ 34.333,89 para R$ 2.219,66, resultando, em conseqüência, a diminuição do “Imposto a Restituir” apurado na referida declaração de rendimentos de R$ 11.458,40 para R$ 2.626,99. Conforme expresso no item “descrição dos fatos e enquadramento legal” do Auto de Infração ora contestado, a autoridade fiscal assim justificou o procedimento adotado: Dedução indevida a título de despesas médicas - O contribuinte não logrou comprovar a efetividade da realização das despesas médicas seja mediante comprovação do pagamento ou apresentação de exames/laudos/radiografias/etc. com os profissionais Márcia Cristina Alves, Roberta da Costa Borges, Rute José Rocha e Tufi Bitar. Os documentos apresentados não são suficientes para comprovar a realização dos serviços. Valor comprovado da UNIPLAN Nacional: R$ 383,48. Em sua peça impugnatória às fls.01/04, o contribuinte contesta o lançamento efetuado, argumentando, em apertada síntese, que: (a) Quando da primeira intimação fiscal, apresentou os recibos emitidos pelos citados profissionais, “em que constam o carimbo de cada profissional, seus números de registro em seus respectivos Conselhos Profissionais, todos devidamente datados e assinados pelos próprios emitentes”; (b) Atendeu prontamente à nova intimação fiscal, para comprovar tais serviços e seus pagamentos, apresentando “declarações em que os profissionais confirmam os respectivos tratamentos, descrevendo a forma de pagamento acertada entre as partes e emitindo laudo profissional para descrição dos tratamentos pertinentes”, a exceção da Dra. Márcia Cristina Alves, que não foi localizada; (c) “As declarações emitidas pelos profissionais indicam que os pagamentos das despesas se deram em moeda corrente no ato de cada sessão de cada um dos tratamentos, o que, por si só, configura a comprovação do pagamento efetuado aos respectivos profissionais”, “Cada profissional emitiu laudo técnico descrevendo os tratamentos pelos quais eu e meu filho passamos e suas respectivas motivações”, “Todas essas despesas tiveram motivações devido a fatos graves que atingiram minha pessoa e minha família”. (d) O contribuinte passa a relatar os fatos graves acima mencionados, notadamente o acidente automobilístico que sofreu e o nascimento prematuro de seu filho Rafael Henrique Koppe e, após, indaga “o que mais devo comprovar perante a Receita Federal para ter meu direito a restituição garantido?”. Fl. 303DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 Para corroborar seus argumentos, o autuado trouxe aos autos, para apreciação da autoridade julgadora, os documentos de fls.05/39 (Anexo I), fls.40/49 (Anexo II), e fls.50/ 178 (Anexo III). Em seguida, sobreveio julgamento proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, por meio do Acórdão nº 09-21.769 (fls. 275/280), cujo dispositivo considerou o lançamento procedente, com a manutenção do crédito tributário. É ver a ementa do julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2003 DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Havendo a autoridade fiscal efetuado a glosa de despesas médicas devido a falta de comprovação dos gastos financeiros correspondentes por parte do contribuinte, não há justificativa para seu restabelecimento sem a confirmação do efetivo desembolso. Lançamento Procedente Nesse sentido, cumpre repisar que a decisão a quo exarou, em síntese, os seguintes motivos e que delimitam o objeto do debate recursal: 1. O impugnante contesta a glosa, na dedução requerida a título de “despesas médicas” em sua Declaração de Ajuste Anual IRPF/2003, dos pagamentos referentes aos cirurgiões-dentista Dra. Márcia Cristina Alves (R$ 4.000,00) e Dr. T uti Bitar (R$ 4. 000,00), a psicóloga Dra Roberta da Costa Borges (R$ 12.800,00) e a fisioterapeuta Dra. Rute José Rocha (R$ 11.200,00). Quanto à glosa do pagamento efetuado a UNIPLAN Nacional, o contribuinte se manteve silente. 2. Conforme Termo de Intimação Fiscal de fls.07, o contribuinte foi intimado pelo Fisco, em relação aos gastos financeiros relativos aos profissionais liberais da área de saúde retro mencionados, a apresentar “em complemento à intimação anterior, comprovantes de pagamento (cópia de cheque, ordem bancária, recibo de depósito, etc.) e documentos que evidenciam a efetividade da realização das despesas médicas (exames, radiografias, laudos, etc. )”. 3. Em sua defesa, o interessado afirma que já trouxe no decorrer da ação fiscal – e reapresenta nesta fase impugnatória - diversos exames, resultados de radiografia e ultra-som, relatórios e laudos médicos, demonstrando a necessidade e efetiva realização dos serviços contratados, que lhe foram prestados e a seus familiares, bem como os recibos emitidos e as declarações prestadas pelos respectivos profissionais liberais, nas quais confirmam os tratamentos correspondentes e a forma de pagamento acertada entre as partes. 4. Ainda que se considerasse, no presente caso, comprovada a prestação dos serviços através da análise dos documentos pertinentes, o impugnante não logrou êxito na comprovação dos pagamentos correspondentes. 5. Em princípio, admite-se, sim, como prova de pagamento os recibos emitidos por profissionais liberais, desde que em consonância com as Fl. 304DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 disposições contidas nos incisos II e III do §l° do precitado artigo 80 do RIR/1999 vigente. 6. Entretanto, existindo dúvidas por parte do Fisco quanto à veracidade dos gastos declarados, pode a autoridade fiscal, visando formar sua convicção sobre o assunto em pauta, exigir da contribuinte outros meios complementares de provas, tais como cópias de cheques fornecidas pela instituição bancária, comprovantes de depósitos na conta do prestador dos serviços, comprovantes de transferências eletrônicas de fundos, transferências interbancárias, comprovantes de transmissão de ordens de pagamentos, e, no caso de pagamentos efetuados em dinheiro, extratos bancários que demonstrem a realização de saques em datas e valores coincidentes ou aproximados em relação aos pagamentos em questão, podendo também o interessado apresentar outros que julgar convenientes, desde que surtam os devidos efeitos legais. 7. Vale também observar que os recibos são documentos particulares e, como tais, no contorno jurídico, dão notícias apenas dos fatos e da forma como esses possivelmente teriam ocorrido, mas não fazem prova da efetividade de sua ocorrência (CPC, art.368) e as declarações presumem-se verdadeiras apenas em relação ao signatário (Código Civil, art. 219); quando enunciam o recebimento de um crédito fazem prova tão-somente contra quem os escreveu (CPC, art. 376) e valem entre as partes neles consignadas, não em relação a terceiros, estranhos ao ato (Código Civil, art. 221). 8. Portanto, o autuado, na fase impugnatória, perdeu a oportunidade de comprovar o efetivo pagamento das despesas questionadas pelo Fisco, não acostando aos autos documentos e/ou provas adicionais que robustecessem as informações expressas no Quadro 07 - Pagamentos e Doações Efetuados - de sua Declaração de Ajuste Anual IRPF/2003. 9. Assim, conclui-se que a utilização, para caracterizar “despesas médicas”, de recibos sem a prova dos desembolsos representativos dos pagamentos supostamente realizados, autoriza a glosa da dedução requerida a este título e a tributação dos valores correspondentes. O contribuinte, por sua vez, inconformado com a decisão prolatada e procurando demonstrar a improcedência do lançamento, interpôs Recurso Voluntário (fls. 287/289), apresentando, em síntese, os seguintes argumentos: a. Quanto aos pagamentos efetuados a psicóloga Dra. Roberta da costa, mesmo com tal tratamento tendo sigilo protegido pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo – Resolução CFP n° 02/87 de 15 de agosto de 1987, foi prontamente apresentada a declaração firmada pela profissional, comprovando a exatidão dos tratamentos e dos valores pagos. Tratamento este, necessário devido a elaboração de luto psicológico ao qual foi preparado o contribuinte pelo motivo do nascimento prematuro de seu filho Rafael, conforme demonstrado nos laudos, exames e relatórios médicos apresentados. b. Através de toda documentação apresentada como laudos, declarações, exames e relatórios médicos, fica mais que explícito a necessidade dos Fl. 305DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 tratamentos fisioterápicos do contribuinte (devido ao seu acidente automobilístico), e de seu filho Rafael Henrique Koppe (devido ao seu nascimento prematuro). c. Quanto aos pagamentos efetuados ao cirurgião dentista Tufi Bittar, foram corretamente informados como dedução na declaração de ajuste, conforme recibos de pagamento e declaração expedida pelo próprio profissional prestador dos serviços e no tocante aos pagamentos à cirurgiã dentista Márcia Cristina Alves, conforme impugnação anterior, a mesma não foi localizada para emitir laudo específico, entretanto, os pagamentos a ela efetuados estão claramente evidenciados mediante os recibos apresentados. d. Está claramente evidenciada a efetividade e a realização dos tratamentos, mediante toda documentação apresentada, ainda assim, a Receita Federal do Brasil, glosa a dedução a título de despesas médicas declaradas pelo contribuinte, utilizando como artifício que “se revela de difícil comprovação a utilização de dinheiro”, mas que por outro lado, até mesmo a autoridade fiscal concorde que não haja nenhum impeditivo legal na utilização de dinheiro em qualquer tipo de operação financeira e mesmo assim, mantém a glosa da dedução informada. e. Visto que, os recibos, declarações, exames e laudos, comprovam a efetividade dos procedimentos efetuados, solicita-se a este conselho a revisão e reconsideração das informações declaradas e que sejam devidamente consideradas as despesas médicas informadas na DIRPF como dedução. Em seguida, os autos foram remetidos a este Conselho para apreciação e julgamento do Recurso Voluntário. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Matheus Soares Leite – Relator 1. Juízo de Admissibilidade. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/72. Portanto, dele tomo conhecimento. 2. Mérito. A acusação fiscal, no que interessa para o debate recursal, consiste na dedução indevida de despesas médicas, por entender que o contribuinte não logrou comprovar a efetividade da realização das despesas médicas, seja mediante a comprovação do pagamento ou apresentação de exames/laudos/radiografias/etc, com os profissionais Márcia Cristina Alves, Roberta da Costa Borges, Rute José Rocha e Tufi Bittar. Entendeu a fiscalização que os documentos apresentados não seriam suficientes para comprovar a realização dos serviços. Pois bem. Antes de adentrar ao exame aprofundado da discussão posta, necessário fazer uma breve explanação sobre a legislação pertinente à matéria. Fl. 306DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 A dedução das despesas médicas encontra suporte no art. 8°, II, da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, que, inclusive, trata das condições impostas para a sua legitimidade. É de se ver: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a diferença entre as somas: I - de todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não-tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II - das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; b) a pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil, compreendendo as creches e as pré-escolas; ao ensino fundamental; ao ensino médio; à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pós-graduação (mestrado, doutorado e especialização); e à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico, até o limite anual individual de: (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I - aplica-se, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II - restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III - limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV - não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V - no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exige-se a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. Na mesma toada, segue o artigo 80 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, vigente à época, que tratava da questão da seguinte forma: Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no ano-calendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): I - aplica-se, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II - restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; Fl. 307DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 III - limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV - não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V - no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exige-se a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. § 2º Na hipótese de pagamentos realizados no exterior, a conversão em moeda nacional será feita mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América, fixado para venda pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do pagamento. § 3º Consideram-se despesas médicas os pagamentos relativos à instrução de deficiente físico ou mental, desde que a deficiência seja atestada em laudo médico e o pagamento efetuado a entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais. § 4º As despesas de internação em estabelecimento para tratamento geriátrico só poderão ser deduzidas se o referido estabelecimento for qualificado como hospital, nos termos da legislação específica. § 5º As despesas médicas dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo da declaração de rendimentos (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). A respeito da necessidade de comprovação das despesas médicas, o próprio Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, em seu artigo 73, ressalva que as deduções estão sujeitas à comprovação e, as deduções “exageradas”, podem ser glosadas sem a audiência do contribuinte, conforme a seguir se verifica: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, §3º). §1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto-lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Em suma, as despesas médicas dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda dizem respeito aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes, e se limitam a serviços comprovadamente realizados, bem como a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes - CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. Mediante uma análise sistemática da legislação, percebe-se que, em regra, o recibo é uma das formas de se comprovar a despesa médica, a teor do que prevê o art. 80, § 1°, III, do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Entretanto, havendo dúvidas razoáveis a respeito da legitimidade das deduções efetuadas, inclusive acerca da (a) efetiva prestação do serviço, tendo como beneficiário o declarante ou seu dependente, ou (b) que o pagamento tenha sido realizado pelo próprio contribuinte, cabe à Fiscalização exigir provas adicionais e, ao contribuinte, apresentar comprovação ou justificativa idônea, sob pena de ter suas deduções glosadas. Fl. 308DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 Feitas essas considerações sobre a legislação de regência que trata da situação dos autos, passo a analisar os pontos duvidosos, a fim de solucionar a lide. 2.1. Despesas médicas com a profissional Márcia Cristina Alves. Em relação às despesas médicas com a profissional Márcia Cristina Alves, que, segundo o contribuinte, estariam relacionadas ao tratamento de substituição de grande parte das obturações de amálgama por resina, consta nos autos, os recibos de fls. 13 e 214/216, que alcançam o montante de R$ 4.000,00. No documento de fl. 240, o contribuinte afirma que os pagamentos dos valores referentes ao tratamento efetuado com a profissional Márcia Cristina Alves, foram efetuados em dinheiro e divididos ao longo do ano de 2002. Conforme entendimento acima traçado, a apresentação de recibos com atendimento dos requisitos do art. 80 do RIR/99, é condição de dedutibilidade de despesa, mas não exclui a possibilidade de serem exigidos elementos comprobatórios adicionais, da efetiva prestação do serviço, tendo como beneficiário o declarante ou seu dependente e de seu efetivo pagamento. Sobre a glosa das despesas médicas com a profissional Márcia Cristina Alves (R$ 4.000,00), entendo que agiu com acerto a decisão de piso, pois os recibos apresentados, isoladamente, não são suficientes para afastar a dúvida posta pela autoridade fiscal, no sentido da materialidade do pagamento e da efetiva prestação do serviço. Dessa forma, neste ponto, entendo que a decisão recorrida não merece reparos. 2.2. Despesas médicas com a profissional Roberta da Costa Borges. Em relação às despesas médicas com a profissional Roberta da Costa Borges, que, segundo o contribuinte, estariam relacionadas ao tratamento psicológico, em razão do nascimento prematuro do seu filho, consta nos autos, os recibos de fls. 14/16 e 218/224, que alcançam o montante de R$ 12.800,00, declaração emitida pela profissional, constante nas fls. 20/21 e 242/244, bem como laudo profissional com a descrição da demanda e procedimento de fls. 22/23 e 246/248. Apesar da falta de juntada de prova do efetivo pagamento das despesas médicas, entendo que não há dúvida razoável quanto à sua realização, assim entendida a prestação dos serviços e o correlato pagamento pelo contribuinte, o que, ao meu ver, torna desnecessária a complementação da prova, para além dos documentos que já constam nos autos. Ao meu juízo, os valores estão compatíveis com o mercado, sendo que os serviços foram realizados durante o ano de 2002, não havendo, nos autos, indícios que possam levantar suspeitas em desfavor do recibo emitido pela profissional de saúde, bem como das respectivas declarações sobre o tratamento. Assim, ao meu juízo, para o presente caso, entendo que os recibos, em conjuntos com a declaração, que descreve o procedimento realizado, cumprem com as formalidades exigidas pela lei para a comprovação das despesas médicas com a profissional Roberta da Costa Borges, no valor de R$ 12.800,00 (art. 80, § 1º, inciso III, do RIR/99). 2.3. Despesas médicas com a profissional Rute José Rocha. Em relação às despesas médicas com a profissional Rute José Rocha, que, segundo o contribuinte, estariam relacionadas a tratamento fisioterápico, consta nos autos, os recibos de fls. 17/19, que alcançam o montante de R$ 11.200,00, declaração emitida pela Fl. 309DF CARF MF Fl. 9 do Acórdão n.º 2401-006.678 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10675.000584/2006-38 profissional, constante nas fls. 24/25, bem como laudo profissional com a descrição da demanda e procedimento de fl. 26. Apesar da falta de juntada de prova do efetivo pagamento das despesas médicas, entendo que não há dúvida razoável quanto à sua realização, assim entendida a prestação dos serviços e o correlato pagamento pelo contribuinte, o que, ao meu ver, torna desnecessária a complementação da prova, para além dos documentos que já constam nos autos. Ao meu juízo, os valores estão compatíveis com o mercado, sendo que os serviços foram realizados durante o ano de 2002, não havendo, nos autos, indícios que possam levantar suspeitas em desfavor do recibo emitido pela profissional de saúde, bem como das respectivas declarações sobre o tratamento. Assim, ao meu juízo, para o presente caso, entendo que os recibos, em conjuntos com a declaração, que descreve o procedimento realizado, cumprem com as formalidades exigidas pela lei para a comprovação das despesas médicas com a profissional Rute José Rocha, no valor de R$ 11.200,00 (art. 80, § 1º, inciso III, do RIR/99). 2.4. Despesas médicas com o profissional Tufi Bittar. Em relação às despesas médicas com o profissional Tufi Bittar, que, segundo o contribuinte, estariam relacionadas a cirurgia para tratamento de infecção na gengiva e um processo de clareamento a laser, consta nos autos, os recibos de fl. 12, que alcançam o montante de R$ 4.000,00, declaração emitida pelo profissional, constante nas fls. 27/28, bem como laudo profissional com a descrição da demanda e procedimento de fl. 29. Apesar da falta de juntada de prova do efetivo pagamento das despesas médicas, entendo que não há dúvida razoável quanto à sua realização, assim entendida a prestação dos serviços e o correlato pagamento pelo contribuinte, o que, ao meu ver, torna desnecessária a complementação da prova, para além dos documentos que já constam nos autos. Ao meu juízo, os valores estão compatíveis com o mercado, sendo que os serviços foram realizados durante janeiro a março de 2002, não havendo, nos autos, indícios que possam levantar suspeitas em desfavor do recibo emitido pelo profissional de saúde, bem como das respectivas declarações sobre o tratamento. Assim, ao meu juízo, para o presente caso, entendo que os recibos, em conjuntos com a declaração, que descreve o procedimento realizado, cumprem com as formalidades exigidas pela lei para a comprovação das despesas médicas com o profissional Tufi Bittar, no valor de R$ 4.000,00 (art. 80, § 1º, inciso III, do RIR/99). Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário, para, no mérito, DAR-LHE PARCIAL PROVIMENTO, para restabelecer a dedução de despesas médicas pagas aos profissionais Roberta da Costa Borges (R$ 12.800,00), Rute José Rocha (R$ 11.200,00) e Tufi Bittar (R$ 4.000,00). É como voto. (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Fl. 310DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.720628/2007-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jun 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)
Exercício: 2004
PROVA PERICIAL. CONVICÇÃO DO JULGADOR. INDEFERIMENTO.
Indefere-se o pedido de perícia ou de diligência quando o julgador administrativo, após avaliar o caso concreto, considerá-las prescindíveis para o deslinde das questões controvertidas
ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. NECESSIDADE. SÚMULA CARF N° 122.
A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual falta de apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA).
ITR. VALOR DA TERRA NUA - VTN. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE.
O valor da terra nua, apurado pela fiscalização, em procedimento de oficio nos termos do art. 14 da Lei 9.393/96, não é passive de alteração, quando o contribuinte não apresentar elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor.
Numero da decisão: 2401-006.513
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13971.720616/2007-40, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) Exercício: 2004 PROVA PERICIAL. CONVICÇÃO DO JULGADOR. INDEFERIMENTO. Indefere-se o pedido de perícia ou de diligência quando o julgador administrativo, após avaliar o caso concreto, considerá-las prescindíveis para o deslinde das questões controvertidas ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. NECESSIDADE. SÚMULA CARF N° 122. A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual falta de apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA). ITR. VALOR DA TERRA NUA - VTN. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. O valor da terra nua, apurado pela fiscalização, em procedimento de oficio nos termos do art. 14 da Lei 9.393/96, não é passive de alteração, quando o contribuinte não apresentar elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor.
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CONVICÇÃO DO JULGADOR. INDEFERIMENTO. Indefere-se o pedido de perícia ou de diligência quando o julgador administrativo, após avaliar o caso concreto, considerá-las prescindíveis para o deslinde das questões controvertidas ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. NECESSIDADE. SÚMULA CARF N° 122. A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual falta de apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA). ITR. VALOR DA TERRA NUA - VTN. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. O valor da terra nua, apurado pela fiscalização, em procedimento de oficio nos termos do art. 14 da Lei 9.393/96, não é passive de alteração, quando o contribuinte não apresentar elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13971.720616/2007-40, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 06 28 /2 00 7- 74 Fl. 183DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.513 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13971.720628/2007-74 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.511, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 13971.720616/2007-40, paradigma deste julgamento. “BERNARDO HERMANN WOLFGANG WERNER, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos auto do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da Turma da Delegacia Regional de Julgamento, que julgou procedente o lançamento fiscal, referente ao Imposto sobre a Propriedade Rural - ITR, em relação ao exercício em questão, conforme Notificação de Lançamento e demais documentos que instruem o processo. Trata-se de Notificação de Lançamento, lavrada nos moldes da legislação de regência, contra o contribuinte acima identificado, constituindo-se crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação, decorrente da glosa da área de utilização limitada por não restar comprovada e arbitramento do valor da terra nua - VTN. Inconformado com a Decisão recorrida, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário procurando demonstrar a total improcedência da Notificação, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, reitera as razões da impugnação, esclarecendo ter apresentado inventário florestal elaborado por engenheiro florestal, demonstrando que a maior parte da propriedade esta ocupada por mata atlântica em avançado grau de regeneração. Alega que também anexou parecer técnico elaborado por engenheiro florestal e croqui da área em questão, indicando que o imóvel tem grande parte de sua área constituída de terreno acidentado, considerada de preservação permanente. O croqui também demonstra a ocupação arbórea da quase totalidade da área por mata atlântica e avançado estagio de regeneração. Ressalta que o imóvel encontra-se situado no Parque Nacional da Serra do Itajai, estando impedida a sua exploração econômica. No tocante ao valor da terra nua - VTN aduz ter anexado aos autos laudo de avaliação do imóvel, comprovando a veracidade da declaração prestada à fiscalização o laudo de avaliação em questão afasta o arbitramento efetuado pela autoridade lançadora, citando jurisprudência do TRF. Pugna pela realização e produção de prova pericial. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar a Notificação de Lançamento, tornando-o sem efeito e, no mérito, a sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório.” Fl. 184DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.513 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13971.720628/2007-74 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.511, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 13971.720616/2007-40, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.511, de 09 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.511 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso voluntário. Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. PERÍCIA Quanto ao pedido de perícia, o exame pericial é um meio de prova, necessário apenas quando a elucidação de fato ou o exame de matéria demanda o auxílio de um especialista em determinado ramo específico do conhecimento. É dizer que a realização da perícia não constitui direito subjetivo do interessado. Compete ao julgador avaliar a prescindibilidade e viabilidade da produção da prova técnica para a elucidação dos fatos e como instrumento de convicção para a solução da lide. Ademais, nos termos do art. 29 do Decreto nº 70.235/1972, a autoridade julgadora, na apreciação das provas, formará livremente sua convicção, podendo indeferir o pedido de perícia que entender desnecessário. Logo, prescindível a perícia não merece acolhimento o pleito da recorrente. MÉRITO ÁREA RESERVA LEGAL Na descrição dos fatos, o fiscal autuante relata que foi apurada a falta de recolhimento do ITR, decorrente de glosa parcial da área declarada como de reserva legal, por falta de comprovação do cumprimento dos requisitos legais, conforme averbações na matricula. O recorrente alega, em síntese, que a isenção relativa às áreas de reserva legal dá-se pelo simples efeito da Lei (Código Florestal), não estando sujeita a nenhuma formalidade adicional. Sustenta, ainda, que a legislação que rege a matéria determina que estas áreas não estão sujeitas à prévia comprovação por parte do contribuinte. Fl. 185DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.513 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13971.720628/2007-74 Aduz que a área está localizada na Mata Atlântica, em avançado grau de regeneração, sofrendo limitações à exploração econômica. In casu, relativamente à Área de Reserva Legal, o fiscal autuante reconheceu como isenta à área declarada pelo contribuinte e averbada na matrícula do imóvel, glosando apenas a diferença. Ao analisarmos os autos, agiu da melhor forma a autoridade lançadora, pois não há nenhuma documentação hábil e idônea para rechaçar a pretensão fiscal. Vale salientar que não estamos diante do clássico caso de exigência do ADA para comprovação da área pleiteada, o que, no entendimento deste Relator, é totalmente descabido. Aliás, afora o posicionamento pessoal acerca do momento da averbação, o Pleno da CSRF aprovou a Súmula CARF n° 122, contemplando o tema, senão vejamos: A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual falta de apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA). Portanto, com relação à área de reserva legal, conforme já mencionado, deveria ser apresentada a Certidão da Matricula do Imóvel, na qual deveria constar a averbação da área declarada. Assim, julgo procedente a referida glosa. VALOR DA TERRA NUA - VTN O contribuinte discorda do valor atribuído à terra nua, argumentando que não foi considerado o fato de que a propriedade é coberta pela mata atlântica, o que lhe retira quase a totalidade do valor comercial. Pede que seja aceito o valor proposto por Engenheiro Civil, em parecer anexado. Pois bem, uma vez que o contribuinte simplesmente repisas as alegações da defesa inaugural e não junta novos documentos, peço vênia para transcrever excertos da decisão recorrida e adotá-los como razões de decidir, por muito bem analisar as alegações suscitadas pelo autuado e documentos acostados aos autos, in verbis: (...) É certo que o valor apurado pela fiscalização pode ser questionado, mediante Laudo Técnico revestido de rigor cientifico suficiente a firmar a convicção da autoridade. Há de ser respeitado o disposto no item 9.2.3.5, alínea "b", da Norma NBR 14.653-3, da ABNT, que dispõe que, para enquadramento nos graus de fundamentação II e III, é obrigatório que o Laudo contenha, "no mínimo, cinco dados de mercado efetivamente utilizados". Os dados de mercado coletados (no mínimo cinco) devem, ainda, se referir a imóveis localizados no município do imóvel avaliando, na data do fato gerador do ITR. Nestes Autos, não foi apresentado Laudo Técnico de Avaliação que atendesse as condições elencadas pela norma da ABNT, não havendo o que ser revisto no valor atribuído ao imóvel no lançamento. O documento apresentado pelo impugnante e anexado folha 83 é datado de 12 de outubro de 1997 e se trata de mera opinião, haja vista que se refere a valor estimado, aquela época, de quatro areas de propriedade do próprio impugnante. Fl. 186DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.513 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 13971.720628/2007-74 É o caso de se reconhecer a incidência do item 9.1.2 da NBR 14.653-3, que estipula que o laudo que não atende os requisitos mínimos deve ser considerado parecer técnico. Não ha como, em sede de julgamento, acatar-se levantamento precário, inapto a alterar o valor atribuído no lançamento. Sobre a metodologia de cálculo do valor da terra nua, é necessário desfazer o equivoco manifestado na impugnação. Afirma o impugnante que a valoração do imóvel não atentou para o fato a área estar inserida na Região da Mata Atlântica. Incorre em erro o impugnante. A exclusão da area de preservação permanente e de reserva legal— se estas forem comprovadas— é sempre feita no sistema de cálculo do ITR. Ê s6 observar, no Demonstrativo de f. 03 (assim como no Quadro de Cálculo de Imposto da DITR), que a areas de preservação permanente e de reserva legal são excluídas quando do cálculo do valor da terra nua tributável (Linha 18). Desta forma, uma area de preservação permanente ou de utilização limitada comprovada nunca comporá a base de cálculo do ITR. Essas são as razões de decidir do órgão de primeira instância, as quais estão muito bem fundamentadas, motivo pelo qual, após análise minuciosa da demanda, compartilho das conclusões acima esposadas, especialmente do trecho grifado. Mais uma vez, repiso, o contribuinte nada se esforça ou traz novos documentos sobre a infração que lhe foi imputada e/ou contrapõe sobre os fundamentos da decisão de piso, uma vez "entregue o caminho das pedras" pela autoridade julgadora de primeira instância, caberia ao contribuinte instruir seu recurso com a documentação hábil e idônea capazes de justificar seus argumentos. Por todo o exposto, estando o Auto de Infração sub examine em dissonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, a, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto.” Por todo o exposto, estando o Auto de Infração sub examine em dissonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, a, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 187DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.900564/2014-43
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)
Data do fato gerador: 31/12/2012
DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE.
Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade.
DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA.
Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO.
Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
Numero da decisão: 2401-006.288
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) Data do fato gerador: 31/12/2012 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2019-06-12T16:03:21Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2019-06-12T16:03:21Z; Last-Modified: 2019-06-12T16:03:21Z; dcterms:modified: 2019-06-12T16:03:21Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2019-06-12T16:03:21Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-06-12T16:03:21Z; meta:save-date: 2019-06-12T16:03:21Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-06-12T16:03:21Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2019-06-12T16:03:21Z; created: 2019-06-12T16:03:21Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; Creation-Date: 2019-06-12T16:03:21Z; pdf:charsPerPage: 2224; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2019-06-12T16:03:21Z | Conteúdo => S2-C 4T1 Ministério da Economia Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Processo nº 10880.900564/2014-43 Recurso Voluntário Acórdão nº 2401-006.288 – 2ª Seção de Julgamento / 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2019 Recorrente ALL NET TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) Data do fato gerador: 31/12/2012 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. Estando demonstrados os cálculos e a apuração efetuada e possuindo o despacho decisório todos os requisitos necessários à sua formalização, sendo proferido por autoridade competente, contra o qual o contribuinte pode exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas legais pertinentes ao processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade. DESPACHO DECISÓRIO. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Na medida em que o despacho decisório que indeferiu a restituição requerida teve como fundamento fático a verificação dos valores objeto de declarações do próprio sujeito passivo, não há que se falar em cerceamento de defesa. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.900539/2014-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier (Presidente), Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Rayd Santana Ferreira e Marialva de Castro Calabrich Schlucking. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 05 64 /2 01 4- 43 Fl. 69DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2401-006.288 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900564/2014-43 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. “Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade contra ato da autoridade administrativa que não homologou a compensação declarada por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a crédito de IRRF que teria sido recolhido a maior no período de apuração constante dos autos. Como bem relatado pela instância a quo , o Despacho Decisório não homologou o pedido de compensação em debate, sob o fundamento de que, embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior, o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. Notificada da decisão a Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: 1. Sem qualquer fundamento legal ou maiores explicações, a autoridade administrativa não homologou a compensação realizada pela empresa, através do despacho decisório proferido nos presentes autos. 2. A alegação de que não existe crédito disponível não pode ser entendida como fundamento do despacho decisório, sem constar o porquê dessa inexistência. 3. A autoridade administrativa não se deu ao trabalho de motivar sua decisão, a teor do art. 50 da Lei n° 9.784, de 1999. 4. A não homologação dessa compensação ocorreu por sistema informatizado, porque o crédito sequer foi apreciado. Limitou-se a autoridade administrativa em fazer uma verificação prévia se o pagamento realizado indevidamente ou a maior estava disponível em seus sistemas. Ainda inconformada, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário, repisando parte de suas razões apresentadas em sede de Impugnação que são, em síntese, as seguintes: a) o V. Acórdão merece reforma, basicamente, porque firmou entendimento equivocado, o ato administrativo que não reconheceu o direito creditório do contribuinte é vinculado, devendo conter os pressupostos de fato e de direito, em obediência ao princípio da legalidade; b) Na mesma esteira de entendimento, o ato administrativo deve ser motivado para se mostrar eficaz, razão pela qual não deve prosperar o acórdão ora guerreado; c) o crédito que se fundou o direito subjetivo do contribuinte foi protocolado por meio de compensação, todavia, sem qualquer fundamentação a autoridade não homologou a compensação realizada pela Recorrente, através de Despacho Decisório Fl. 70DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2401-006.288 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900564/2014-43 eletrônico, onde se questiona a falta de elementos do ato administrativo, ou seja, falta de fundamentação e nulidades; d) Todavia entenderam os Nobres Julgadores que o Despacho Decisório foi devidamente fundamentado, cabendo ao Recorrente o ônus da prova dos fatos modificativos, impeditivos ou extintivos da pretensão fazendária, julgando improcedente a Impugnação; e) Reitera a necessidade de motivação, a teoria dos motivos determinantes e o cerceamento de defesa como institutos jurídicos a embasarem sua pretensão de reforma do ato administrativo ora em debate ; f) Defende a tese de que a Fazenda Nacional deve rever seus próprios atos, seja para revogá-los (quando inconvenientes) seja para anulá-los (quando ilegais) Cita a Súmula 473 do STF, os arts. 1º e 5º inciso LVI da CF/88., como normas de conteúdo vedatório para obtenção de provas pelo Poder Público que derive de transgressão a cláusulas de ordem constitucional; g) Ao final requer a reforma do v. Acórdão, eis que a controvérsia posta é identificar se o ato administrativo é vinculado ou discricionário. É o Relatório.” Voto Conselheira Miriam Denise Xavier, Relatora. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.900539/2014-60, paradigma deste julgamento. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2401-006.258, de 08 de maio de 2019 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2401-006.258 - 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária “1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSO VOLUNTÁRIO O presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, razão pela qual dele CONHEÇO, já que presentes os requisitos de sua admissibilidade 2. DA PRELIMINAR a) nulidade A alegação de nulidade do Despacho Decisório não merece prosperar posto que o mesmo foi realizado dentro dos ditames delineados em lei, apresentando de forma clara e objetiva o motivo da não homologação da compensação, qual seja, a Fl. 71DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2401-006.288 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900564/2014-43 inexistência de crédito disponível para a compensação dos débitos informados na declaração de compensação - DCOMP. Nesse diapasão, não há cerceamento de defesa em nenhuma fase do curso processual capaz de produzir qualquer tipo de nulidade ou óbice para que se avance na análise de mérito no presente feito. 3. DO MÉRITO Em seu Recurso Voluntário o contribuinte, em síntese, se restringe a alegar que o ato administrativo, que não reconheceu o seu direito creditório, é vinculado , devendo conter os pressupostos de fato e de direito que o motivaram, sob pena de cerceamento do seu direito de defesa e desobediência ao princípio da legalidade. O que se observa é que assim, as alegações preliminares acabam se confundindo com as de mérito. Todavia, razão não assiste à Recorrente, senão vejamos: Conforme esclarecido pela instância de piso e verificado pela análise dos autos, as próprias declarações e documentos produzidos pela Recorrente fundamentaram os motivos da não-homologação do Despacho Decisório in casu, caracterizando assim a prova e a motivação do ato administrativo, sendo de pleno conhecimento do Recorrente já que por ele produzidos. Após análise detalhada, não foi identificado por esta Relatora qualquer erro na decisão de indeferimento da compensação, nem tampouco a Recorrente apontou eventual divergência, capaz de maculá-lo. A causa da não homologação é clara e objetiva, e se deve ao fato de que, nos sistemas da Receita Federal, embora localizado o DARF do pagamento apontado na DCOMP como origem do crédito, o valor correspondente foi totalmente utilizado e alocado aos débitos informados em DCTF, não restando dele o saldo apontado na DCOMP como crédito. Logo, não padece de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente, contra o qual o Recorrente pôde exercer o contraditório e a ampla defesa e onde constam todos os requisitos exigidos nas normas pertinentes ao processo administrativo fiscal. Conforme se verifica, o débito declarado e pago encontra-se em conformidade com a correspondente DCTF, a qual tem seus efeitos determinados pelo § 1º do artigo 5º do Decreto lei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, entre eles o da confissão da dívida e o condão de constituir o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco. Como ja esclarecido acima, quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF. Dessa forma, a recorrente, na data da transmissão do PER/ DCOMP não era detentora de crédito líquido e certo, condição sem a qual não há direito à restituição ou compensação. E não tendo trazido elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, inexiste razão para se reconhecer o pleiteado direito Fl. 72DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2401-006.288 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900564/2014-43 creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ou seja, de maneira diametralmente oposta às suas alegações recursais, o ato administrativo foi motivado e fundamentado, todavia não foi homologado por absoluta falta de amparo legal para sua concessão. Da análise da DCTF retificadora ativa da Requerente (juntada por imagem no Acórdão de Manifestação de Inconformidade, referente ao tributo e período em análise, verificou-se que ela declarou um débito de IRRF referente ao fato gerador daquela data e vinculou um pagamento de igual valor. Já no quadro reproduzido no voto, podemos verificar que o DARF, pago em atraso com multa de mora e juros de mora, foi integralmente alocado para o saldo a pagar do débito declarado, cujos valores são idênticos. A Requerente pagou em atraso o tributo e corretamente adicionou a multa de mora e os juros de mora, valor que ele agora indevidamente reclama de volta para compensação. Conforme informado pela DRJ , além do DARF constante dos presentes autos, ter sido alocado ao débito normal do período, regularmente declarado em DCTF, a Recorrente solicita sobre esse valor, a homologação de 152 pedidos de compensação que, somados, resultam em um valor de R$ 1.974.130,39, conforme relação dos processos de PER/DCOMP para o mesmo DARF, transcritas no voto do Acórdão ora recorrido. E este fato indica que a Recorrente se movimenta no sentido de efetuar compensação administrativa, não amparada na legislação, para liquidar débitos com créditos inexistentes. Todavia, utiliza-se do expediente de prestação de informação falsa, pois no PER/DCOMP há um campo onde é perguntado se aquele crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior já foi informado em outro PER/DCOMP, ao que a Recorrente respondeu “Não” em todos os PER/DCOMP, em infração que ensejaria a aplicação da Lei n° 10.833, de 2003, art. 18, §2º, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto.” Pelos motivos expendidos, voto para CONHECER do recurso e, no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. (documento assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Fl. 73DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2401-006.288 - 2ª Sejul/4ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10880.900564/2014-43 Fl. 74DF CARF MF
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