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Numero do processo: 11020.001505/2003-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 31/05/1998 a 31/08/1998
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. ACOLHIMENTO.
Devem ser sanados os erros materiais constatados em Acórdão e apontados pela embargante.
Numero da decisão: 3401-002.996
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os Embargos de Declaração.
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 31/05/1998 a 31/08/1998 EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. ACOLHIMENTO. Devem ser sanados os erros materiais constatados em Acórdão e apontados pela embargante.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1559; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.001505/200321 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3401002.996 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de dezembro de 2015 Matéria Embargos Inominados Embargante PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL Interessado FRASLE SA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 31/05/1998 a 31/08/1998 EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. ACOLHIMENTO. Devem ser sanados os erros materiais constatados em Acórdão e apontados pela embargante. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os Embargos de Declaração. Júlio César Alves Ramos Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 15 05 /2 00 3- 21 Fl. 534DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 2 Trata este de Embargos ingressado pela Procuradoria da Fazenda Nacional que questiona o Acórdão cuja Ementa reproduzo a seguir: Acórdão n.º 340101.748 4a Câmara / 1a Turma Ordinária Recursos: De Ofício e Voluntário ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 20/05/1998 DECADÊNCIA. PAGAMENTO ANTECIPADO. CINCO ANOS CONTADOS DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. É de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, o prazo de que dispõe a Fazenda Pública para proceder ao lançamento de oficio de tributos e contribuições sujeitos ao lançamento por homologação. Entendimento pacificado no STJ e adotado pelo Carf por força do disposto no art. 62A de seu Regimento Interno. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 31/05/1998 a 31/08/1998 NULIDADE. MATÉRIA JÁ JULGADA DEFINITIVAMENTE EM OUTRO PROCESSO. INOCORRÊNCIA. Não se conhece de matéria que já se encontra definitivamente julgada na esfera administrativa e que foi debatida no processo administrativo que deu origem e que dá suporte ao auto de infração constante deste processo. NULIDADE DE DECISÃO DA DRJ. NÃO ENFRENTAMENTO DE QUESTÕES DA IMPUGNAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Claramente explicitadas no voto as razões do não enfrentamento de questões da impugnação, por conta de referiremse a matérias pertinentes a outro processo administrativo, de se afastar argüição de nulidade do julgamento. DCTF. DÉBITO DECLARADO. SALDO A PAGAR ZERO. CONFISSÃO DE DÍVIDA. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFICIO. Havendo disposição específica no artigo 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24/08/2001, no sentido de que os débitos declarados em DCTF e cujas compensações não tenham sido homologadas pela autoridade fiscal deviam ser exigidos mediante o procedimento de lançamento de oficio, de se desprezar, por lhe conflitar e lhe ser hierarquicamente inferior, a disposição contida na IN SRF n° 126, de 1998, com a redação que lhe foi dada pela IN SRF n° 16, de 14/02/2000, que considerava aqueles débitos como confessados e permitia a sua exigência por meio de mera cobrança. Somente com a edição da Medida Provisória n° 135, de 30/10/2003, posteriormente regulamentada pela IN SRF n° 480, de 2004, é que não só os Saldos a Pagar, mas, também, quaisquer diferenças encontradas nos procedimentos de compensação informados em DCTF, passaram a ser considerados como confissão de dívida, de modo que a sua exigência não mais passou a depender de lançamento de oficio. No caso, o auto de infração foi lavrado ainda na vigência do artigo 90 da MP 2.15835, de 2001. MULTA DE OFICIO. CONVOLAÇÃO EM MULTA DE MORA. IMPOSSIBILIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. INAPLICABILIDADE. De se rejeitar a convolação de multa de oficio de 75% em multa de mora de 20% feita pela instância de julgamento de primeira instância, por lhe faltar competência para promover alterações nos dispositivos legais que sustentam o lançamento de oficio. No caso, ao transformar uma multa de oficio em multa de mora, a DRJ acabou por proceder a um novo lançamento, o que lhe é vedado. Fl. 535DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 11020.001505/200321 Acórdão n.º 3401002.996 S3C4T1 Fl. 3 3 Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso de Ofício, e reconhecer, de ofício, a decadência do lançamento relacionado ao segundo decêndio de agosto de 1998, e, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para afastar a multa. Vencidos os Conselheiros Júlio César Alves Ramos e Emanuel Carlos Dantas de Assis, que fará declaração de voto. Júlio César Alves Ramos Presidente; Odassi Guerzoni Filho Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. Como já exposto no despacho de admissibilidade, a Embargante alega a decisão embargada contém erro material e contradição verificados em seu conteúdo: ela propõem o reconhecimento de ofício de decadência do lançamento em discussão, entretanto, ora se refere ao período de apuração do segundo decêndio de maio de 1998, e ora ao segundo decêndio de agosto de 1998. Em face destes elementos, a Embargante requereu fosse conhecido e providos os Embargos, para o fim de sanar a contradição e o erro material apontado neste recurso. Os Embargos foram admitidos e vieram a apreciação neste colegiado. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. O recurso foi considerado tempestivo e legítimo. Conforme o relator do voto condutor do Acórdão em discussão, Ilmo Conselheiro Odassi Guerzoni Filho, este processo se refere ao seguinte objeto: Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado em 28/05/2003 para a exigência de IPI relativo aos períodos de apuração do segundo e terceiro decêndios de maio, e dos três decêndios de junho, julho e agosto, todos de 1998, no valor de R$ 5.363.981,11, nele incluídos juros de mora e multa de ofício de 75%. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 4 Segundo o autor do procedimento, a exigência se deu em face de os referidos débitos ora lançados terem sido objeto de declarações de compensações lastreadas em um crédito de IRPJ e de CSLL (Processo n° 11020.001133/9812, de 29/05/98, fls. 22/37) cujo reconhecimento não foi referendado pela DRF em Caxias do Sul (Despacho Decisório de 09/05/2003, fls. 82 e 83). Vemos na Ementa que, de fato, foi reconhecida de ofício decadência de determinado período de apuração. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 20/05/1998 DECADÊNCIA. PAGAMENTO ANTECIPADO. CINCO ANOS CONTADOS DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. É de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, o prazo de que dispõe a Fazenda Pública para proceder ao lançamento de oficio de tributos e contribuições sujeitos ao lançamento por homologação. Entendimento pacificado no STJ e adotado pelo Carf por força do disposto no art. 62A de seu Regimento Interno. (GRIFO NOSSO) Ao analisarmos o texto do voto condutor podemos verificar que ele realmente afirma a decadência para dois períodos de apuração. Vejamos: Embora a decadência parcial do lançamento não tenha sido suscitada pela Recorrente, façoo de oficio, por se tratar de matéria de ordem pública, já que, tendo sido o presente lançamento cientificado ao sujeito passivo em 28/05/2003, não mais poderia ser constituído de oficio o débito de IPI do segundo decêndio de maio de 1998. ... Temse, então, que a aplicação deste ou daquele dispositivo, depende da existência ou não do pagamento antecipado, o que, no presente caso, efetivamente ocorreu, consoante se observa em relação ao referido período de apuração na DCTF constante à fl. 11. De se cancelar, portanto, o lançamento correspondente ao segundo decêndio de agosto de 1998, em face da decadência. A ciência, pelo contribuinte, da autuação ocorrida em 28/05/2003, define o termo inicial da decadência. Sendo assim, por certo que a decadência decidida pelo colegiado naquela ocasião se refere ao segundo decêndio de maio de 1998, e não consegue alcançar o período posterior a ele no caso o segundo decêndio de agosto de 1998. Portanto, há um erro material e contradição do texto do voto condutor que deve ser sanado. A decadência reconhecida de ofício se refere ao período do 2º decêndio de maio de 1998 somente. Fl. 537DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 11020.001505/200321 Acórdão n.º 3401002.996 S3C4T1 Fl. 4 5 Com razão a Procuradoria da Fazenda Nacional com seus Embargos, motivo por que proponho que ele seja acolhido, para corrigir o texto, quando ele se refere a decadência do 2º decêndio de agosto de 1998. Submeto esta proposta à consideração deste colegiado. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 538DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003613/2005-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3401-000.901
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Robson José Bayerl - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Waltamir Barreiros, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. Júlio César Alves Ramos Presidente Robson José Bayerl Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Waltamir Barreiros, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Cuidase de auto de infração de PIS/Pasep e Cofins, relativo aos exercícios 2001, 2002 e 2003, na sistemática cumulativa, decorrente de diferenças entre o valor declarado/pago e aquele apurado a partir da contabilidade do contribuinte. Em impugnação o contribuinte alegou não incidência dessas contribuições sobre as operações de permuta realizadas com a COSIPA, bem assim, o não abatimento dos RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 03 61 3/ 20 05 -4 0Fl. 979DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.003613/200540 Resolução nº 3401000.901 S3C4T1 Fl. 3 2 descontos incondicionais na apuração dos tributos, discorrendo sobre ambos os temas. Sustentou, ainda, a duplicidade de exigência sobre a operação de permuta realizada em julho/2001 e também em dezembro/2003, tendo em conta o critério de contabilização adotado pelo contribuinte. A DRJ São Paulo/SP manteve integralmente o lançamento em decisão assim ementada: “LIMITES DO LITÍGIO. Os exames da Turma de Julgamento devem cingirse aos limites do litígio, não analisando o crédito tributário controlado em autos apartados nos termos do § 1º do art. 21 do Decreto 70.235/72. PERMUTA. INCIDÊNCIA. A permuta equiparase a uma operação de compra e venda, estando a receita decorrente de tal operação sujeita à incidência do PIS e da Cofins. REGIME DE COMPETÊNCIA. CRITÉRIOS OU MÉTODOS CONTÁBEIS UNIFORMES. APURAÇÃO MENSAL DO PIS E DA COFINS. A escrituração da companhia deve observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo, tendo a lei societária corroborado o conceito de receita pelo regime de competência, que em regra deve ser observado quando da apuração mensal do PIS e da Cofins. MUDANÇA DE CRITÉRIO CONTÁBIL OU RETIFICAÇÃO DE ERRO. Havendo eventual mudança de critério contábil ou eventual erro imputável a determinado exercício anterior, deve a companhia apresentar os ajustes de exercícios anteriores nos termos do art. 186, § 1º, da Lei 6.404/76. MERAS ALEGAÇÕES. Meras alegações, desacompanhadas de elementos concretos, não propiciam a modificação ou extinção da pretensão fazendária. DESCONTOS INCONDICIONAIS. Descontos incondicionais são parcelas redutoras do preço de venda, quando constarem da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependerem de evento posterior à emissão desses documentos. AUTO DE INFRAÇÃO. COMPENSAÇÃO. Eventual compensação só beneficia o contribuinte contra o Auto de Infração quando, diante de efetivo direito creditório líquido e certo, é regularmente concretizada antes do início do procedimento fiscal. PRECLUSÃO. Sob pena de preclusão, o momento processual para apresentação de provas com o condão de modificar, impedir ou extinguir a pretensão fiscal ocorre, nos termos do estatuto processual tributário, no prazo para o oferecimento da impugnação. DILIGÊNCIA. O pedido de diligência exige a formulação de quesitos e a realização de diligência não se presta a ensejar a Fl. 980DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.003613/200540 Resolução nº 3401000.901 S3C4T1 Fl. 4 3 produção de provas que o sujeito passivo deveria apresentar na peça impugnatória.” O recurso voluntário, com alguma variação, repetiu as razões da impugnação, juntando documentos fiscais e contábeis a demonstrar sua argumentação. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade. Compulsando os autos verifiquei que há questões factuais ainda não devidamente esclarecidas, o que impede a realização do julgamento no estado em que se encontra o processo. Dessarte, uma das principais alegações do contribuinte repousa na existência de exigência de crédito tributário em duplicidade, relativamente ao contrato de permuta firmado com a COSIPA, com reflexos nos períodos de apuração julho/2001 a outubro/2002, para o PIS/Pasep e a Cofins, e abril/2003 a dezembro/2003, para a Cofins. No que tange ao período julho/2001 a outubro/2002, afirma que no mês de julho/2001 foi oferecido à tributação, integralmente, o valor do contrato firmado neste mesmo mês com a COSIPA, no valor de R$ 25.156.570,00, relativo à NF 1168 (fls. 632), já computados os descontos concedidos (doc. fl. 633) e que, posteriormente, os valores atinentes às parcelas sucessiva e mensalmente cumpridas, deste mesmo contrato, foram novamente incluídos no cálculo. Examinando o argumento, registro apenas que, antes desta operação, houve o registro de uma outra, também de permuta, no mês de março/2001, no valor de R$ 20.304.704,00, relativa à NF 1167 (doc. fl. 626), contabilizada na rubrica 31111301 (Serviços a Prazo – Mercado Nacional) e incluída na planilha de apuração do PIS/Pasep (fl. 16). Especificamente em julho/2001 (fl. 18), de fato, houve inclusão da indigitada quantia de R$ 25.156.570,00, rubrica 31111301 (Serviços a Prazo – Mercado Nacional), na planilha de apuração do PIS/Pasep. Posteriormente, a partir de agosto/2001 (fls. 18 e ss.), mensalmente foram acrescidos à base de apuração do PIS/Pasep e Cofins valores contabilizados na conta 31111301 (Serviços a Prazo – Mercado Nacional), cujo histórico de registro do lançamento é o seguinte: “Receita de parcela da venda s/ permuta” ou expressão equivalente. Então, em princípio, haveria alguma verossimilhança na argumentação do recorrente, sugerindo os elementos, alguns, inclusive, juntados pela própria fiscalização, quando da lavratura do auto de infração, que poderia se configurar a malsinada tributação em duplicidade. Há, entretanto, necessidade de se fazer uma vinculação entre os valores registrados a título de “parcelas” da permuta e os valores integralmente tributados, lembrando que a alegação abrange apenas a apuração de julho/2001, não alcançando a de março/2001. Fl. 981DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.003613/200540 Resolução nº 3401000.901 S3C4T1 Fl. 5 4 Respeitante ao período abril/2003 a novembro/2003, cujo efeito é exclusivo em relação à Cofins, aduz o recorrente que nos meses em destaque não houve contabilização das parcelas relativas às permutas (COSIPA) firmadas em 2002 (NFs 1173, de 28/08/2002, e 1172, de 27/12/2002), que, no entanto, foram registradas de forma consolidada no mês de dezembro/2003, cuja indicação na planilha de apuração (fls. 299) monta R$ 24.274.610,13, valor este contabilizado no Livro Razão na conta 31111301 (Serviços a Prazo – Mercado Nacional), conforme documento de fl. 326. Ocorre que, ainda que não contabilizadas, tais parcelas teriam sido oferecidas à tributação mediante “controle fiscal” elaborado pelo contribuinte, mensalmente, entre abril/2003 a novembro/2003, cujos documentos comprobatórios foram juntados ao recurso voluntário às fls. 861/869. Pois bem, somando as parcelas mensais indicadas neste “controle fiscal”, constatei que o somatório alcança a quantia de R$ 18.705.568,43, inferior ao valor registrado na conta 31111301 (Serviços a Prazo – Mercado Nacional), a título de “parcelas da venda s/ permuta” em dezembro/2003 (R$ 23.897.328,76), todavia, não se deve desconsiderar que coincidentemente não há constituição de crédito tributário de Cofins neste período. Enfim, se não há elementos suficientes para se afirmar que assiste razão ao contribuinte, por outro lado, há certas circunstâncias que militam em seu favor, como demonstrado, o que gera uma incerteza quanto à existência de um excesso de tributação ocasionado exclusivamente pela, digamos assim, maneira peculiar como o autuado registrou estas operações e o cumprimento do contrato, digase , dúvida essa que não se compagina com o escopo do processo administrativo fiscal, que exige a cobrança do exato valor devido pelo sujeito passivo, nem mais, nem menos. Além destas questões, surgiram dúvidas acerca dos pretensos descontos incondicionais aludidos nos recursos aviados. Com estas considerações e sem antecipar qualquer juízo de valor sobre o meritum causae, proponho a conversão do julgamento em diligência para que sejam adotadas as seguintes providências: 1) Confirmar se há vinculação entre o valor incluído no cálculo do PIS/Pasep e Cofins, mês de julho/2001, no valor de R$ 25.156.570,00, conta 31111301 (Serviços a Prazo – Mercado Nacional), e as quantias posteriormente registradas nesta mesma rubrica contábil e incluídos na apuração destas contribuições, de modo a revelar a cobrança em duplicidade alegada pelo contribuinte; 2) Da mesma forma, confirmar se há vinculação entre o valor incluído no cálculo da Cofins, dezembro/2003, a título de “venda s/ permuta”, no valor de R$ 23.897.328,67, conta 31111301 (Serviços a Prazo – Mercado Nacional), e as quantias anteriormente alocadas no “controle fiscal”, apresentado às fls. 861/869, sob o título “Permuta”, ainda que parcialmente, referentes ao período de apuração abril/2003 a dezembro/2003; 3) Em caso positivo quanto ao item anterior, informar se aludidos valores constantes do “controle fiscal” (“Permuta”) foram, de fato, incluídos na apuração das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins e objeto de declaração e/ou pagamento; 4) Informar se os descontos concedidos pelo contribuinte e alegados em recurso constam das respectivas notas fiscais de saída ou, em caso negativo, quais documentos formalizaram a redução do preço de venda, juntando cópia ao processo; Fl. 982DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.003613/200540 Resolução nº 3401000.901 S3C4T1 Fl. 6 5 5) Informar a conta contábil em que aludidos descontos foram registrados no Livro Razão e juntar cópia legível dos lançamentos respectivos que permita visualizar todos os dados (data, histórico, valor, etc.); 6) Elaborar relatório circunstanciado das verificações realizadas, esclarecimentos, observações e conclusões reputadas necessárias; 7) Cientificar o contribuinte deste relatório e franquearlhe prazo de 30 (trinta) dias para manifestação; Finda da diligência, com ou sem a referida manifestação, devolvamse os autos a este Conselho Administrativo para prosseguimento do julgamento. Robson José Bayerl Fl. 983DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 07/01/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 21/01/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 19647.010408/2008-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 10/07/2003 a 31/12/2003
IPI. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. CARACTERIZAÇÃO.
Caracterizam-se como produtos intermediários, para a finalidade de aproveitamento de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, aqueles não compreendidos entre os bens do ativo permanente que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos, desgastados ou alterados imediata e integralmente no processo de industrialização, em função de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre aquele. Inteligência dos Pareceres Normativos CST nºs 181/74 e 65/79 e REsp 1.075.508/SC (art. 543-C do Código de Processo Civil).
DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS VENDIDAS. DIREITO DE CRÉDITO. REQUISITOS. OBSERVÂNCIA.
O direito ao crédito pelo recebimento de mercadorias em devolução ou retorno adstringe-se ao atendimento das condições estabelecidas no regulamento do imposto, o que, em não ocorrendo, redunda em sua perda.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3401-003.056
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Vencidos o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, que convertia em diligência, o Conselheiro Waltamir Barreiros, que dava provimento em maior amplitude, e Conselheiro Elias Fernandes Eufrásio, que dava provimento integral.
Robson José Bayerl Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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REALIZAÇÃO. A realização de diligências e/ou perícias tem por escopo sanar dúvidas a respeito de questões fáticas não totalmente esclarecidas no processo, a critério exclusivo do julgador, que se as entender impertinentes ou desnecessárias poderá indeferilas fundamentadamente, ainda que com isso não concorde o requerente, não se qualificando esta situação como cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 10/07/2003 a 31/12/2003 IPI. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. CARACTERIZAÇÃO. Caracterizamse como produtos intermediários, para a finalidade de aproveitamento de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, aqueles não compreendidos entre os bens do ativo permanente que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos, desgastados ou alterados imediata e integralmente no processo de industrialização, em função de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre aquele. Inteligência dos Pareceres Normativos CST nºs 181/74 e 65/79 e REsp 1.075.508/SC (art. 543C do Código de Processo Civil). DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS VENDIDAS. DIREITO DE CRÉDITO. REQUISITOS. OBSERVÂNCIA. O direito ao crédito pelo recebimento de mercadorias em devolução ou retorno adstringese ao atendimento das condições estabelecidas no regulamento do imposto, o que, em não ocorrendo, redunda em sua perda. Recurso voluntário provido em parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 01 04 08 /2 00 8- 88Fl. 1359DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Vencidos o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, que convertia em diligência, o Conselheiro Waltamir Barreiros, que dava provimento em maior amplitude, e Conselheiro Elias Fernandes Eufrásio, que dava provimento integral. Robson José Bayerl – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Tratase de auto de infração de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, período de apuração de julho a dezembro de 2003, decorrente de glosas de créditos qualificados pelo contribuinte como produtos intermediários, que, porém, não se consomem pelo contato direto com o produto em industrialização, correspondendo a partes e peças de máquinas e equipamentos, não atendendo aos termos do PN CST 65/79. De acordo com planilha anexa ao Termo de Verificação Fiscal (fls. 42 a 107), a maior parte das glosas diz respeito a rolamentos, mangueiras, retentores, abraçadeiras, anéis, buchas, bicos, calhas, guias, válvulas, suportes, ferramentas, painéis elétricos, disjuntores elétricos e outras peças para máquinas industriais em geral. Em impugnação parcial o contribuinte defendeu o direito amplo e irrestrito aos insumos que ingressam no seu processo produtivo, citando doutrina e jurisprudência; que o art. 147, I do RIPI/98 não exigia o desgaste direto sobre o produto em fabricação; que o PN CST 181/74 lhe garantiria o crédito glosado; que faltou critério técnico na elaboração da planilha de glosas. Na oportunidade, discorreu sobre o princípio da não cumulatividade, com remissão a decisões judiciais acerca do assunto, juntou laudos técnicos; requereu perícia técnica; e, por fim, asseverou o descabimento da multa de ofício no caso de sucessão empresarial, com remissão à jurisprudência. A DRJ Recife/PE converteu o julgamento em diligência para realização de inspeção nas instalações fabris do contribuinte e apresentação de memorial descritivo detalhado do seu processo de industrialização. Realizado o procedimento, esclareceu a fiscalização que os produtos questionados correspondiam, em sua maioria, a partes e peças de reposição, materiais que se desgastariam por contato indireto com o bem fabricado e material de embalagem para transporte. Intimado do resultado o contribuinte contestou as conclusões da fiscalização. Fl. 1360DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 19647.010408/200888 Acórdão n.º 3401003.056 S3C4T1 Fl. 11 3 A DRJ Recife/PE deu parcial provimento à impugnação, tendo em vista a diligência realizada, cuja decisão restou assim ementada: “AQUISIÇÃO DE MERCADORIAS. PRODUTOS DESTINADOS AO ATIVO PERMANENTE. MATERIAL DE USO E CONSUMO. ITENS DE MANUTENÇÃO. DIREITO DE CREDITAMENTO DO IPI. IMPOSSIBILIDADE LEGAL. Assim como não se admite o creditamento do IPI pela aquisição de produtos destinados ao ativo permanente, também não cabe registro de crédito de IPI pela aquisição de itens de manutenção de máquinas/equipamentos ou de materiais para uso e consumo, a exemplo de sensores, válvulas, materiais refratários, óleos lubrificantes, peças de reposição ou ferramentas que não se consomem por desgaste direto com o produto final industrializado. CRÉDITOS POR DEVOLUÇÃO OU RETORNO. NECESSIDADE DE ATENDIMENTO ÀS CONDIÇÕES DO ART. 169 DO RIPI/2002. O direito ao crédito do IPI decorrente de retorno ou devolução de mercadoria depende da comprovação dessas operações, devendo ser atendidas as exigências do art. 169 do Regulamento do IPI, aprovado pelo Decreto nº 4.544, de 2002 (RIPI/2002). MULTA DE OFÍCIO. RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA. Em se tratando de empresas de um mesmo grupo econômico, a sucessora responde, inclusive, pelas multas decorrentes de infrações cometidas pela sucedida. PEDIDO DE PERÍCIA. Indeferese pedido de perícia quando se verifica que os elementos contidos nos autos são suficientes para o deslinde do litígio.” Em recurso voluntário o contribuinte sustentou, preliminarmente, a nulidade da decisão de primeiro grau administrativo por cerceamento do direito de defesa, em função do indeferimento da prova pericial, eis que determinados produtos glosados entrariam em contato direto com o produto (materiais refratários, chapas de aço, tubos de aço, termopar, ponteira, lançaterm, sensores, cilindros e discos de laminação, corrente e correia transportadora, cassete, cadinho, guias, calhas guias, bicos sopradores e válvula gaveta). No mérito, mais uma vez, discorreu sobre o princípio da não cumulatividade, alegando direito irrestrito ao crédito do imposto, uma vez que os insumos se desgastariam durante o seu processo produtivo, citando doutrina e jurisprudência; que o PN CST 65/79 violaria a legislação atinente ao imposto, criando exigência não prevista em lei ou regulamento; que os insumos glosados são desgastados, consumidos e indispensáveis ao seu processo produtivo; e, que faria jus ao direito de crédito pelos produtos recebidos em devolução ou retorno. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator Fl. 1361DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL 4 O recurso interposto é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade. Preliminarmente, quanto à nulidade da decisão reclamada por indeferimento da prova pericial, não vislumbro vício algum que a conspurque, eis que, pela redação do art. 18 do Decreto nº 70.235/72, que regula o processo administrativo fiscal, a realização de diligências ou perícias será determinada pela autoridade julgadora quando entendêlas necessárias, devendo, em caso de indeferimento daquelas requeridas pelo contribuinte, apresentar as justificativas para tal, nos termos do art. 28, in fine, do mesmo diploma. Como se verifica dos dispositivos citados, as diligências e/ou perícias não tem por móvel a produção de prova, como parece defender o recorrente, mas sim esclarecer dúvidas porventura existentes acerca de questões de fatos ainda não devidamente esclarecidas no processo, a critério exclusivo do julgador, de sorte que se este as entende prescindíveis não está obrigado a determinálas, ainda que disso divirja o requerente. Na hipótese dos autos o relator da decisão recorrida declinou os fundamentos para o indeferimento da perícia/diligência, o que implica reconhecer a inexistência de qualquer mácula que imponha a decretação de nulidade da decisão, motivo pelo qual rejeito a preliminar argüida. De minha parte, na mesma linha que o julgado a quo, entendo que o processo já contém todos os elementos necessários ao julgamento, não havendo qualquer questão que exija dilação probatória ou a sua conversão em diligência. O meritum causae diz respeito à caracterização de determinados insumos como “produtos intermediários” para a finalidade de creditamento na conta gráfica de apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados. Defendeu o recorrente que o seu direito aos créditos seria irrestrito, por força do princípio da não cumulatividade, não havendo na legislação de regência do tributo a exigência do desgaste por contato direto com o produto em fabricação, como requisito para o creditamento. Para reforçar o seu argumento asseverou que todos os insumos glosados são consumidos e indispensáveis ao seu processo produtivo, daí a necessidade da prova pericial. Ressalto, no entanto, que não se questiona a imprescindibilidade ou a importância desses insumos ao processo industrial do contribuinte, mesmo porque é indubitável que a atividade empresarial moderna não transige com custos inúteis ou dispensáveis, logo, todos os custos de produção, em tese, seriam necessários à obtenção do bem produzido. Definitivamente, não é esse o ponto. A meu sentir, no caso vertente, em debate está a aplicabilidade (ou não) do conceito de produto intermediário fornecido pelos PNs CST 181/74 e 65/79, para a finalidade de fruição do direito de crédito do IPI. O Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados – RIPI, aprovado pelo Decreto nº 4.544/2002, vigente à época dos fatos, tratava da matéria no seu art. 164, I, nos seguintes termos: Fl. 1362DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 19647.010408/200888 Acórdão n.º 3401003.056 S3C4T1 Fl. 12 5 “Art. 164. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a MP, PI e ME , adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; (...)” Com intuito de esclarecer o alcance da segunda parte do dispositivo, que é reprodução do art. 66, I do RIPI/79 (Decreto nº 83.263/79), então vigente, proferiu a CoordenaçãoGeral do Sistema de Tributação – CST, à época, o Parecer Normativo nº 65/79, que, em brilhante exegese, aduziu que, mesmo não se integrando ao novo produto, os materiais intermediários deveriam exercer função análoga àqueles que efetivamente se incorporassem ao bem em fabricação, qual seja, de se desgastar, consumir e/ou perder suas propriedade físicas e químicas em função do contato direto com o bem em produção e viceversa. Desta forma, diversamente do que argumenta o recorrente, não bastaria o simples consumo no processo produtivo, ou mesmo a indispensabilidade do insumo ao processo industrial, mas principalmente o contato direto com o produto fabricado. A questão não é nova neste sodalício, que já se debruçou sobre a matéria reiteradas vezes e firmou seu entendimento no sentido que, para a definição do alcance dos termos “matériaprima”, “produtos intermediários” e “material de embalagem”, prevalece a inteligência do Parecer Normativo CST nº 65/79, como se verifica dos seguintes acórdãos, exemplificativamente colacionados: “IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. PRODUTOS NÃO CLASSIFICADOS COMO INSUMOS PELO PN CST N° 65/79. EXCLUSÃO. Incluemse entre os insumos para fins de crédito do IPI os produtos não compreendidos entre os bens do ativo permanente que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos, desgastados ou alterados no processo de industrialização, em função de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre aquele. Produtos outros como ferramentas e peças de reposição, não classificados como insumos segundo o Parecer Normativo CST. n° 65/79, incluindo anel, filtro, pastilha, arruela, viga, fusível, rebite, chave, serrote, plug, parafuso, bateria, mangueira, abraçadeira, lâmpada, trena, correia, resistência, luva, prego, joelho, alicate, relê, chave de fenda, retentor e lona de freio, não podem ser considerados como matériaprima ou produto intermediário, para fins de créditos básicos do imposto.” (Acórdão 20309.858) “(...)PARTES E PEÇAS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. ÓLEOS COMBUSTÍVEIS.Não geram direito ao crédito presumido os produtos incorporados às instalações industriais, as partes, peças e acessórios de máquinas, equipamentos e ferramentas, mesmo que se desgastem ou se consumam no decorrer do processo de industrialização, bem como os produtos empregados na manutenção das instalações, das máquinas e equipamentos, inclusive lubrificantes e combustíveis necessários ao seu acionamento (PN CST nº 65/79).” (Acórdão 3401001.118) Fl. 1363DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL 6 “(...) CRÉDITO PRESUMIDO. LEI N° 9.363/96. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. Não geram direito ao crédito presumido os insumos que, embora se desgastem ou se consumam no decorrer do processo industrial, não se caracterizam como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem (PN CST n 65/79).” (Acórdão 340300.054) “IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI N° 9.363, DE 1996. PRODUTOS NÃO CLASSIFICADOS COMO INSUMOS PELO PN CST N° 65/79. EXCLUSÃO. Incluemse entre os insumos para fins de crédito do IPI os produtos não compreendidos entre os bens do ativo permanente que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos, desgastados ou alterados no processo de industrialização, em função de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre aquele. Produtos e gastos outros, não classificados como insumos segundo o Parecer Normativo CST n° 65/79, incluindo energia elétrica, óleo diesel, comunicações, transportes e outros (materiais de consumo, de higiene, peças, uniformes, vestuário etc) não podem ser considerados como matériaprima ou produto intermediário para os fins do cálculo do crédito presumido estabelecido pela Lei n° 9.363/96, devendo os valores correspondentes ser excluídos no cálculo do beneficio.” (Acórdão 20312.477) “IPI CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES AO PIS E COFINS. PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. Não geram crédito de IPI as aquisições de produtos que não se enquadrem no conceito de matériaprima, material de embalagem e produto intermediário, assim entendidos os produtos que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, nos termos do PN CST n°65/79.” (Acórdão CSRF/0202.706) Esse, aliás, o motivo da não aceitação da energia elétrica e dos combustíveis no cálculo do crédito presumido de IPI de que tratava a Lei nº 9.363/96, como se verifica da Súmula CARF nº 19: “Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário.” (destacado) Portanto, acertados o lançamento e a decisão sob vergasta quando adotaram a acepção de produto intermediário contida no PN CST nº 65/79 para exame dos insumos passíveis de creditamento do IPI. Demais disso, devese considerar, hodiernamente, ainda, a inteligência das decisões exaradas pelo Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justiça, na sistemática da repercussão geral e dos recursos repetitivos, arts. 543B e 543C, respectivamente, de observância obrigatória pelas turmas julgadoras do CARF, ex vi do art. 62, § 2º do RICARF (Portaria MF nº 343/15). Exemplo de decisão julgada como recurso repetitivo, atinente ao debate ora realizado, é o REsp 1.075.508/SC, julgado em 23/09/2009, que, mesmo não fazendo remissão expressa aos requisitos dos PNs CST 181/74 e 65/79, destaca que a condição de material Fl. 1364DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 19647.010408/200888 Acórdão n.º 3401003.056 S3C4T1 Fl. 13 7 intermediário exige que o insumo se desgaste de maneira integral e imediata no processo produtivo, verbis: “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. CREDITAMENTO. AQUISIÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO IMOBILIZADO E AO USO E CONSUMO. IMPOSSIBILIDADE. RATIO ESSENDI DOS DECRETOS 4.544/2002 E 2.637/98. 1. A aquisição de bens que integram o ativo permanente da empresa ou de insumos que não se incorporam ao produto final ou cujo desgaste não ocorra de forma imediata e integral durante o processo de industrialização não gera direito a creditamento de IPI, consoante a ratio essendi do artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (Precedentes das Turmas de Direito Público: AgRg no REsp 1.082.522/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 16.12.2008, DJe 04.02.2009; AgRg no REsp 1.063.630/RJ, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 16.09.2008, DJe 29.09.2008; REsp 886.249/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18.09.2007, DJ 15.10.2007; REsp 608.181/SC, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 06.10.2005, DJ 27.03.2006; e REsp 497.187/SC, Rel. Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, julgado em 17.06.2003, DJ 08.09.2003). 2. Deveras, o artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (assim como o artigo 147, I, do revogado Decreto 2.637/98), determina que os estabelecimentos industriais (e os que lhes são equiparados), entre outras hipóteses, podem creditarse do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose ‘aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente’. 3. In casu, consoante assente na instância ordinária, cuidase de estabelecimento industrial que adquire produtos ‘que não são consumidos no processo de industrialização (...), mas que são componentes do maquinário (bem do ativo permanente) que sofrem o desgaste indireto no processo produtivo e cujo preço já integra a planilha de custos do produto final’, razão pela qual não há direito ao creditamento do IPI. 4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543 C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” Extraise do voto condutor deste aresto a seguinte compreensão do tema: “Destarte, o artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (assim como o artigo 147, I, do revogado Decreto 2.637/98), determina que os estabelecimentos industriais (e os que lhes são equiparados), entre outras hipóteses, podem creditarse do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose ‘aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de Fl. 1365DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL 8 industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente’ . Dessumese da norma insculpida no supracitado preceito legal que o aproveitamento do crédito de IPI dos insumos que não integram o produto pressupõe o consumo, ou seja, o desgaste de forma imediata e integral do produto intermediário durante o processo de industrialização e que o produto não esteja compreendido no ativo permanente da empresa.” (grifado) Portanto, a partir das conclusões dos pareceres normativos e do REsp 1.075.508/SC, as condições cumulativas, para que determinado insumo possa ser enquadrado como material intermediário, são: i) desgaste ou consumo por contato direto com o produto em fabricação, ii) que não seja parte de máquinas e equipamentos ou peças de reposição; iii) não seja classificável como bem do ativo permanente, segundo a legislação do IRPJ; e, iv) que o desgaste seja integral e imediato no processo produtivo. Aplicando este entendimento aos insumos questionados pelo contribuinte, a partir dos elementos fornecidos durante a realização da diligência fiscal e as razões de manutenção da glosa constantes do demonstrativo de fls. 1066/1104, temse o seguinte: 1) Bicos – Aciaria – doc. fl. 964 – utilizados para refrigeração da barra de aço que sai das coquilhas – Não entra em contato direto com o produto industrializado, tampouco se desgasta imediata e integralmente, nada obstante desgastarse pela submissão às altas temperaturas dos materiais industrializados – glosa mantida; 2) Cabos de aço – Aciaria – doc. fl. 964 – empregados no transporte da panela de aço, como suporte, não entrando em contato direto com o produto, além de não se desgastar imediata e integralmente no processo produtivo, ainda que perca suas propriedades físicas pela submissão às altas temperaturas e respingos provenientes do produto fabricado (aço) – glosa mantida; 3) Cadinho – Aciaria – doc. fl. 967 – utilizado para coleta de aço para análise térmica – não se enquadra como parte/peça de reposição de máquina e equipamento, contudo, não se desgasta imediata e integralmente ao produto fabricado – glosa mantida; 4) Chapas de aço (fabricação de panelas e caçambas para sucata) – Aciaria – doc. fls. 968/971 – utilizadas na confecção da panela para transporte do aço líquido, cujo interior será revestido com material refratário, bem como, caçambas para armazenagem de sucata (matériaprima) – não entra em contato direto com o produto em fabricação e também não se consome imediata e integralmente, apesar de se desgastar pelas altas temperaturas a que submetida – glosa mantida; 5) Termopar, ponteira, lançaterm, sensores – Aciaria – doc. fls. 979/982 – utilizados para medição de temperatura dos metais em fusão – entram em contato direto com o produto e não se caracterizam como partes e peças de máquinas e equipamentos – glosa revista; 6) Válvula gaveta – Aciaria – doc. fl. 984/985 – utilizado para controlar o fluxo de aço líquido na saída do forno – classificase como parte/peça do forno elétrico a arco – glosa mantida; Fl. 1366DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 19647.010408/200888 Acórdão n.º 3401003.056 S3C4T1 Fl. 14 9 7) Guias (Ref. G042892MSA3080L) – Aciaria – doc. fl. 986 – desgastamse pela infiltração de aço no interior da válvula gaveta – caracterizase como parte/peça de máquina e equipamento – glosa mantida; 8) Bocal, funil guia, calha guia, tubo guia e guias em geral – Laminação – doc. fls. 990/996, 1002/1009 e 1013 – utilizados, como o próprio nome indica, para guiar os produtos em fabricação (vergalhões, fios, arames, etc), entrando em contato direto com estes produtos, todavia, são componentes, na condição de parte/peça, de máquinas e equipamentos, além de não se consumirem imediata e integralmente no processo produtivo – glosa mantida; 9) Correntes e correias transportadoras – Aciaria e Laminação – doc. fls. 998/1000 – utilizados no transporte de matériasprimas e produtos em industrialização – em que pese o contato direto, qualificamse como partes de equipamentos transportadores e não se desgastam imediata e integralmente no processo – glosa mantida; 10) Cilindros e discos de laminação e roletes guias – Laminação – doc. fls. 997, 1001 e 1012 – empregados para compressão no desbaste dos produtos em fabricação, que, apesar de entrar em contato direto com o produto fabricado, qualificamse como partes/peças de máquinas e equipamentos e não se desgastam imediata e integralmente no processo – glosa mantida; 11) Lâminas de corte – Laminação – doc.fls. 1010/1011 – utilizados no processo de laminação de tarugo para separação de barras – em que pese o contato direto com o produto em fabricação, classificamse como parte/peça de máquinas e equipamentos e não se desgastam imediata e integralmente no processo – glosa mantida; 12) Guias – Trefilação – doc. fls. 1019/1024 e 1028/1029 – empregados no direcionamento dos bens produzidos (vergalhões, fios, arames, etc), entram em contato direto com o produto em fabricação, porém, enquadramse como parte/peça de máquina e equipamento e não se desgastam imediata e integralmente no processo – glosa mantida; 13) Cassete – Trefilação – doc. fls. 1030 – caracterizase como parte/peça de máquina e equipamento e não se desgasta imediata e integralmente no processo – glosa mantida. Especificamente quanto aos materiais refratários, em que pese reconhecer que sofrem desgaste por contato direto com o produto fabricado, há expressa menção quanto à impossibilidade de seu creditamento no PN CST nº 181/74, como alertado pelo Acórdão nº 3401001.120, julgado na sessão de 09/12/2010, cujo excerto reproduzo: “(...) ‘Substâncias refratárias adquiridas por usinas siderúrgicas e destinadas à construção ou reparo (manutenção) dos fornos e demais instalações. Não constituindo matéria prima ou produto intermediário, estão excluídas do direito ao crédito previsto no inciso I, art 30, do RIPI (Decreto nº 61.524/67).’ (destaquei) No mesmo sentido, dispôs o Parecer Normativo CST nº 181/74, citado na decisão recorrida, como se vê no item 13 abaixo transcrito: ‘13 Por outro lado, ressalvados os casos de incentivos expressamente previstos em lei, não geram direito ao crédito do imposto os produtos incorporados às instalações industriais, as Fl. 1367DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL 10 partes, peças e acessórios de máquinas equipamentos e ferramentas, mesmo que se desgastem ou se consumam no decorrer do processo de industrialização, bem como os produtos empregados na manutenção das instalações, das máquinas e equipamentos, inclusive lubrificantes e combustíveis necessários ao seu acionamento. Entre outros, são produtos dessa natureza: limas, rebolos, lâmina de serra, mandris, brocas, tijolos refratários usados em fornos de fusão de metais, tintas e lubrificantes empregados na manutenção de máquinas e equipamentos etc.’” O entendimento externado no presente voto está em consonância com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a teor do Além do que, mesmo que seu enquadramento como parte/peça de equipamento ou máquina seja questionável, o seu desgaste não se dá imediata e integralmente, como dispõe o REsp 1.075.508/SC, tendo em conta o seu prazo de vida útil, razão porque também não admite a apropriação de crédito. Em síntese, os insumos questionados, em sua maior parte, enquadramse como partes/peças integrantes de máquinas e equipamentos e, ainda que algumas delas entrem em contato direto com o produto, não se desgastam imediata e integralmente ao produto em industrialização, exceção feita unicamente aos produtos denominados termopar, ponteira, lançaterm e sensores utilizados na aciaria. Respeitante às devoluções, alegou o contribuinte que o art. 167 do RIPI/02 (Decreto nº 4.544/02) lhe garantiria o direito ao creditamento dos imposto relativo aos produtos recebidos em devolução ou retorno. Contudo, como bem acentuado pela decisão recorrida, sobredito creditamento está vinculado à observância de certos requisitos arrolados no art. 169, II do mesmo regulamento, como, menção dos motivos da devolução/retorno nas notas fiscais, escrituração do Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque ou sistema equivalente e prova do ressarcimento dos produtos devolvidos, o que não foi observado pelo recorrente. Ou seja, a fruição do direito se dá nos exatos limites estabelecidos pela norma de regência, não se tratando de direito incondicionado, como julga o contribuinte. No mais, o lançamento e a decisão recorrida não merecem qualquer reparo, devendo ser mantidos pelos seus próprios fundamentos. Com estas considerações, voto por dar parcial provimento ao recurso para admitir o creditamento relativo aos produtos denominados termopar, ponteira, lançaterm e sensores utilizados na aciaria. Robson José Bayerl Fl. 1368DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 19647.010408/200888 Acórdão n.º 3401003.056 S3C4T1 Fl. 15 11 Fl. 1369DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 18/02/2016 p or ROBSON JOSE BAYERL
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Numero do processo: 11634.000006/2009-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2004, 01/10/2004 a 31/12/2004
FALTA DE DECLARAÇÃO / PAGAMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
É procedente o lançamento de ofício da diferença apurada entre o valor informado em DIPJ e o declarado/pago.
AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO. DIPJ. ADEQUAÇÃO.
A DIPJ é meio de prova apto a basear o lançamento, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração contábil ou a prestar qualquer informação à autoridade fiscal.
Numero da decisão: 3401-003.007
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário.
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2004, 01/10/2004 a 31/12/2004 FALTA DE DECLARAÇÃO / PAGAMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É procedente o lançamento de ofício da diferença apurada entre o valor informado em DIPJ e o declarado/pago. AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO. DIPJ. ADEQUAÇÃO. A DIPJ é meio de prova apto a basear o lançamento, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração contábil ou a prestar qualquer informação à autoridade fiscal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. Júlio César Alves Ramos - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2004, 01/09/2004 a 31/12/2004 FALTA DE DECLARAÇÃO / PAGAMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É procedente o lançamento de ofício da diferença apurada entre o valor informado em DIPJ e o declarado/pago. AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO. DIPJ. ADEQUAÇÃO. A DIPJ é meio de prova apto a basear o lançamento, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração contábil ou a prestar qualquer informação à autoridade fiscal. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2004, 01/10/2004 a 31/12/2004 FALTA DE DECLARAÇÃO / PAGAMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É procedente o lançamento de ofício da diferença apurada entre o valor informado em DIPJ e o declarado/pago. AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO. DIPJ. ADEQUAÇÃO. A DIPJ é meio de prova apto a basear o lançamento, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração contábil ou a prestar qualquer informação à autoridade fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. Júlio César Alves Ramos Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 63 4. 00 00 06 /2 00 9- 93 Fl. 154DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 2 Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Fernandes Eufrásio, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Cuida este processo do auto de infração de COFINS e do auto de infração do PIS para exigir essas contribuições para os períodos de apuração: janeiro a julho de 2004 e outubro a dezembro de 2004 para a primeira e janeiro a julho de 2004 e setembro a dezembro de 2004 para a segunda. A autoridade fiscal constatou falta de pagamento e declaração das contribuições sociais ao confrontar as informações sobre elas conforme constam da DIPJ e DCTF do ano de 2004. A contribuinte impugnou os lançamentos, argumentando, conforme resumo do relator do julgamento de primeiro piso, que reproduzo: o irregularidades formais contidas no auto de infração, que, a seu ver, ensejaria sua extinção o a fiscalização baseouse em informações contidas na Declaração de Rendimentos DIPJ para efetuar o lançamento, mas que, desde 1998, essa declaração não se configura em instrumento hábil nem mesmo para confissão de dívida, sendo mera declaração de informações de interesse da administração tributária, não servindo, por si só, como base para lançamento de tributos. Acrescenta que, considerando o sistema de nãocumulatividade do PIS e Cofins a que está adstrita, há necessidade de auditoria contábil a fim de que se possa aferir o valor realmente devido de tais contribuições, considerando eventuais créditos de insumos e produtos adquiridos para industrialização e comercialização, conforme previsão legal. o que, no caso concreto, houve a informação pela empresa das estimativas de faturamento, as quais não se concretizaram, entretanto a administração pública as considerou como válidas; o que essas informações prestadas na DIPJ não podem sustentar o lançamento, e que lhes falta a verificação dos documentos hábeis por parte da autoridade lançadora. A Respeitável 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Curitiba considerou a impugnação improcedente e manteve os lançamentos. O Acórdão n.º 06 37.080 por ela proferido na sessão de 29/05/2012 ficou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2004, 01/09/2004 a 31/12/2004 FALTA DE DECLARAÇÃO / PAGAMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 11634.000006/200993 Acórdão n.º 3401003.007 S3C4T1 Fl. 3 3 É procedente o lançamento de ofício da diferença apurada entre o valor informado em DIPJ e o declarado/pago. AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO. DIPJ. ADEQUAÇÃO. A DIPJ é meio de prova apto a basear o lançamento, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração contábil ou a prestar qualquer informação à autoridade fiscal. PIS. COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. DIREITO A CRÉDITO. A faculdade estabelecida para o aproveitamento de créditos do PIS e da COFINS, na sistemática de nãocumulatividade, deve ser exercida pela pessoa jurídica e demonstrada em instrumento próprio. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2004 a 31/07/2004, 01/10/2004 a 31/12/2004 FALTA DE DECLARAÇÃO / PAGAMENTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. É procedente o lançamento de ofício da diferença apurada entre o valor informado em DIPJ e o declarado/pago. AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO. DIPJ. ADEQUAÇÃO. A DIPJ é meio de prova apto a basear o lançamento, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração contábil ou a prestar qualquer informação à autoridade fiscal. PIS. COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. DIREITO A CRÉDITO. A faculdade estabelecida para o aproveitamento de créditos do PIS e da COFINS, na sistemática de nãocumulatividade, deve ser exercida pela pessoa jurídica e demonstrada em instrumento próprio. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A contribuinte, inconformada, ingressa com recurso voluntário, através do qual retoma as razões apresentadas na impugnação, sublinhando que é razão de nulidade o lançamento desprovido de auditoria contábil para aferir o valor realmente devido, considerando eventuais créditos de insumos e de produtos adquiridos para industrialização e comercialização. Solicita seja declarada a improcedência das autuações e reformada a decisão de 1º grau. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Consultando os documentos e atos que instruem este processo verifico que a contribuinte foi intimada e reintimada (fls. 3 a 7 e 38/39) a apresentar para a autoridade fiscal os livros Diário e Razão de 2004, 2005 e 2006 e, também, a apresentar esclarecimentos a respeito da falta de informação em DCTF e do não recolhimento integral do IRPJ, CSLL do Fl. 156DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 4 PIS e da Cofins. Mas a contribuinte nada apresentou para atender essas intimações. A autoridade fiscal, assim, se utilizou das informações prestadas pela própria contribuinte para realizar os lançamentos em discussão. A contribuinte afirma que o lançamento se baseia em estimativas de receita, e não em dados da receita real. Entretanto, para atacar os lançamentos e o acórdão de 1º piso a contribuinte traz apenas argumentos. Ela não oferece, para instruir seu recurso, quaisquer elementos, documentos, livros contábeis, que demonstrem os valores reais e permitam corrigir os que ela explica seriam estimativas. Na ausência de escrituração contábil e fiscal regular, as declarações fiscais prestadas formalmente pela contribuinte podem constituir fonte para se apurar a ocorrência do fato gerador e as bases para se calcular os valores devidos. Assim, contrariamente ao que crê a contribuinte, a falta de recolhimento das contribuições a ela imputado tem base em fato: informações fiscais prestadas pela contribuinte em DCTF e DIPJ, confrontadas entre si. Constituem essas informações meios de provas, e devem ser consideradas válidas, enquanto a contribuinte não lograr afastar a presunção de sua veracidade. O lançamento é resultante de procedimento fiscal, em que a contribuinte foi previamente intimada a explicar e justificar a constatação de falta de recolhimento e declaração dessas contribuições no período sob exame, e foi intimada a apresentar sua escrita contábil e fiscal, para que a autoridade fiscal pudesse examinála e verificar os valores. À contribuinte não foi suprimida a oportunidade de demonstrar a sua real receita e apresentar as declarações fiscais e os valores que consideraria corretos e devidos dessas contribuições. Desnecessária auditoria fiscal para nova verificação. Não constato que o lançamento tenha descumprido qualquer elemento necessário para sua validade, inclusive nos termos dispostos pelo artigo 9, 10 e 59 do Decreto n.º 70.235, de 1972. Onde concluo, não se dá razão para a nulidade dos autos de infração, como pretende a contribuinte. Decreto n. 70.235, de 1972: Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) .... Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. ....... Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; Fl. 157DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 11634.000006/200993 Acórdão n.º 3401003.007 S3C4T1 Fl. 4 5 II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3° Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Medida Provisória nº 367, de 1993) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. Art. 61. A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou julgar a sua legitimidade. A contribuinte ainda reclama que o auto de infração chegou a valor devido das contribuições sem fazer um levantamento detalhado de crédito e débito, em respeito ao fato dela ser declarante pelo lucro real, e ter direito à não cumulatividade dessas contribuições, pelas aquisições de insumos e produtos. Os direitos de creditamento e de desconto das contribuições se daria com base no que regem as Leis n.º 10.637/2002 e n.º 10.833/2003. Ocorre que a própria contribuinte deixa de apresentar as provas do que alega. A contribuinte não traz documentos hábeis a comprovar que houve operações e que elas justificariam créditos a serem computados na apuração do PIS e da COFINS devidos. Ademais, buscando as informações fiscais prestadas pela contribuinte, nada se encontra nas bases de dados da Receita Federal. A contribuinte transmitiu, conforme informam os julgadores a quo, a DACON (Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais) apenas do 1º trimestre de 2004, mas sem qualquer informação. Nos períodos seguintes, a contribuinte não transmitiu esse tipo de declaração à Receita Federal, o que permitiria conhecer o resumo por ela feito das suas operações que poderia gerar direito a crédito, e se poderia supor refletir os seus controles internos. A contribuinte deixa de instruir suas alegações com prova de seu alegado direito a crédito na apuração dos valores devidos de PIS e COFINS. Parecemme corretas a argumentação e a conclusão dos julgadores de primeiro piso e não merecem reparo. Concluo propondo a este Colegiado, pelas razões expostas, que não seja dado provimento ao recurso voluntário. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 158DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 6 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/01/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA
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Numero do processo: 13854.000255/2004-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. TEMA SOBRE O QUAL DEVERIA O COLEGIADO SE MANIFESTAR. MANIFESTAÇÃO IMEDIATA. MÉRITO. PONTO OMISSO.
Os embargos de declaração prestam-se ao questionamento omissão sobre tema em relação ao qual deveria o colegiado se manifestar, e não a questionamentos sobre temas colaterais ou secundários ao julgamento do processo. Apurada, no entanto, a omissão, cabe a manifestação imediata, pelo colegiado, do mérito em relação ao ponto omisso.
Numero da decisão: 3401-003.079
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração apresentados, no que se refere à omissão relativa à análise da alegação de erro da fiscalização na glosa de créditos decorrentes de aquisições de insumos de pessoas físicas, e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar as glosas existentes neste processo decorrentes de notas fiscais de complemento de preços emitidas em fevereiro e março de 2004.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (presidente da turma), Robson José Bayerl (presidente substituto), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Rosaldo Trevisan, Waltamir Barreiros, Eloy Eros da Silva Nogueira, Elias Fernandes Eufrásio (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. TEMA SOBRE O QUAL DEVERIA O COLEGIADO SE MANIFESTAR. MANIFESTAÇÃO IMEDIATA. MÉRITO. PONTO OMISSO. Os embargos de declaração prestam-se ao questionamento omissão sobre tema em relação ao qual deveria o colegiado se manifestar, e não a questionamentos sobre temas colaterais ou secundários ao julgamento do processo. Apurada, no entanto, a omissão, cabe a manifestação imediata, pelo colegiado, do mérito em relação ao ponto omisso.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. TEMA SOBRE O QUAL DEVERIA O COLEGIADO SE MANIFESTAR. MANIFESTAÇÃO IMEDIATA. MÉRITO. PONTO OMISSO. Os embargos de declaração prestamse ao questionamento omissão sobre tema em relação ao qual deveria o colegiado se manifestar, e não a questionamentos sobre temas colaterais ou secundários ao julgamento do processo. Apurada, no entanto, a omissão, cabe a manifestação imediata, pelo colegiado, do mérito em relação ao ponto omisso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração apresentados, no que se refere à omissão relativa à análise da alegação de erro da fiscalização na glosa de créditos decorrentes de aquisições de insumos de pessoas físicas, e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar as glosas existentes neste processo decorrentes de notas fiscais de complemento de preços emitidas em fevereiro e março de 2004. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 4. 00 02 55 /2 00 4- 13 Fl. 531DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (presidente da turma), Robson José Bayerl (presidente substituto), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Rosaldo Trevisan, Waltamir Barreiros, Eloy Eros da Silva Nogueira, Elias Fernandes Eufrásio (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Tratase de embargos de declaração (fls. 502 a 519) opostos pela empresa, em relação ao Acórdão nº 3403003.601, de 26/02/2015, no qual fui designado como redator em relação ao tema do cômputo, nas receitas de exportação da empresa (utilizada para o rateio proporcional), das receitas de exportações de terceiros (mercadorias adquiridas com fim específico de exportação, e remetidas ao exterior), em período posterior a 1o de fevereiro de 2004. Alega a embargante que a turma de julgamento incorreu em omissão em relação à alegação de erro da fiscalização na glosa de créditos decorrentes de aquisições de insumos de pessoas físicas, vez que tais valores não compuseram o cálculo do crédito presumido de junho de 2004, e também no que se refere às provas por ela colacionadas de que apurou perdas cambiais em contratos de CAA, PPE e mútuos. Os embargos foram admitidos pelo despacho de fls. 529/530, em 10/08/2015, e a mim distribuídos para inclusão em pauta de julgamento e apreciação pelo colegiado, no mérito. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Tendo os pressupostos para admissibilidade dos embargos já sido avaliados no despacho de fls. 529/530, passase diretamente à análise das omissões objetivamente apontadas. Como se destacou no exame de admissibilidade, lá não se estava a verificar efetivamente se houve omissões, mas se estas haviam sido objetivamente apontadas. Relevante ainda destacar que em tal exame se recordou que com o novo RICARF, aprovado pela Portaria MF no 343/2015, mais precisamente com seu art. 65, § 8º, passou a existir expressa previsão de sustentação oral pelas partes no julgamento de embargos de declaração. São duas as omissões apontadas pela empresa como ensejadoras dos embargos interpostos: uma referente às provas por ela colacionadas e outra sobre a alegações de erro da fiscalização na glosa referente a aquisições de pessoas físicas. Destaco, por oportuno, que nenhuma delas se refere ao voto vencedor de minha lavra (como redator designado), mas a temas unanimemente ou majoritariamente acordados pela turma. Não há margem para identificar qualquer omissão no voto condutor em relação ao primeiro tema, que é irrelevante para o julgamento, conforme se extrai do excerto de fls. 488/489: Fl. 532DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13854.000255/200413 Acórdão n.º 3401003.079 S3C4T1 Fl. 532 3 "Enquadramento ou não como receitas financeiras de títulos na base de cálculo da COFINS A Recorrente insurgese contra o enquadramento realizado pela Autoridade Fazendária de valores correspondentes a variações monetárias ativas, que a Recorrente denomina como receitas financeiras relativas a adiantamentos de contratos de câmbio, pré pagamento de exportação e mútuos realizados com controlada no exterior. A Autoridade Fazendária julga esse tema em conjunto com a alegação de imunidade, observando que a Recorrente adota o regime de competência na contabilização das variações monetárias ativas e passivas em função da taxa de câmbio, e que por essa razão, diversamente do alegado pela Recorrente, o resultado não deve ser observado somente na liquidação da operação. Observa ainda que não há como reconhecerse tais variações monetárias como receita de exportação justamente porque, como constou na Decisão de primeira instância, as receitas de exportação são apurados até o momento do embarque e, por essa razão, que a Decisão considerou o complemento cambial havido entre a data da saída do estabelecimento e a data do embarque como receita de exportação, o que, inclusive contrariaria a própria tese defendida pela Recorrente, adverte. Pois bem. O Parágrafo 1, do artigo 30 da Medida Provisória n. 1.85810/99 (atual art. 20 da Medida Provisória n. 2.15835, de 2001) dispõe sobre a possibilidade do (sic) contribuinte adotar o regime de caixa ou de competência na apuração das receitas de variação cambial: (...) Contudo, restou demonstrado nos autos, e a Recorrente sequer discute tal ponto, que ela adota o regime de competência na apuração das variações monetárias ativas e passivas, sujeitandose, ao registro como receita das variações monetárias ativas, e despesa, das passivas. Por outro lado, a tese defendida pela Recorrente de que a variação cambial positiva não importaria receita, não traduzindo riqueza nova, apenas espelhando a mutação de seu direito de crédito, não posso deixar de observar que o artigo 9o da Lei n 9.718/1998 a enquadra como receita ou despesa financeira, conforme o caso: (...) Por essa razão, qualquer reconhecimento, ainda que tangencial à tese da Recorrente, implicaria na negativa de vigência a dispositivo de Lei em vigor, o que é expressamente vedado ao CARF. Dessa forma, os valores relativos à variação monetária de direitos e obrigações detidos pela Recorrente constitui, por determinação legal, receita financeira para fins de cálculo das Contribuições ao PIS e COFINS." (grifo nosso) Fl. 533DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Pelo excerto transcrito, percebese nitidamente que não é relevante para o julgamento se os lançamentos decorrentes de ajustes cambiais e contratos constituíam contabilmente e de fato receitas, visto que o art. 9o da Lei no 9.718/1998, comando legal que não pode ser afastado pelo julgador administrativo, expressamente os classifica juridicamente como tal. Assim, desnecessária qualquer análise sobre a planilha apresentada pela empresa, que segundo ela "demonstra a variação cambial em alguns contratos existentes no período" (fl. 362). Não há, assim, uma omissão a respeito de tema que devesse ser objeto de análise no julgamento que resultou no acórdão embargado. Devem assim ser rejeitados os embargos em relação a este tópico. Sobre a outra omissão, em relação à alegação de erro fiscal na glosa de créditos decorrentes de aquisições de insumos de pessoas físicas, vez que tais valores não compuseram o cálculo do crédito presumido de junho de 2004, registrase aqui que o acórdão embargado efetivamente traz o assunto só no relatório (fls. 480/481): "Sobre a exclusão do complemento do preço das laranjas adquiridas de pessoas físicas antes de 1o/02/2004, alegou que a fiscalização não teria mencionado o período em que os valores constantes no Demonstrativo das Notas Fiscais de Complemento de Preço das Aquisições de Insumos (Laranjas) de Pessoas Físicas para Industrialização Entregues até 31/01/2004, foram excluídos da base de cálculo do crédito presumido. Contudo, da análise do quadro demonstrativo (‘Demonstrativo de Apuração de Créditos da Contribuição para o COFINS Não Cumulativa’), inferese que tal ajuste ocorreu no mês de junho de 2004. Isso porque os ajustes realizados pela fiscalização, no cálculo do crédito presumido, nos meses de abril e maio de 2004, limitaram se tão somente à aplicação do percentual existente entre a receita de exportação e a receita bruta total, sobre o valor das aquisições de laranjas informado pela requerente. Deduz que, na determinação da base de cálculo do crédito presumido, relativo ao mês de junho de 2004, o Sr. AFRFB procedeu a exclusão de R$ 2.080.338,38, por entender que esse valor se refere a aquisições de matéria prima realizadas antes da entrada em vigor do art. 3o, parágrafo 5o, da Lei n. 10833/03. Ocorre que o argumento da fiscalização está equivocado, uma vez que os valores glosados se referem a notas fiscais, que não compuseram o cálculo do crédito presumido, apurado no mês de junho de 2004. Para tanto, basta verificar a anexa planilha elaborada pela requerente, na qual estão relacionadas as notas fiscais que entraram naquele cálculo. Com efeito, se se comparar os dados das notas fiscais, que constam no demonstrativo da fiscalização e na anexa planilha, verificar que o valor glosado não integrou o cálculo do crédito presumido, referente ao período em questão.(sic) Por outro lado, a somatória das notas fiscais relacionadas no documento elaborado pela requerente corresponde, exatamente, Fl. 534DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13854.000255/200413 Acórdão n.º 3401003.079 S3C4T1 Fl. 533 5 a R$ 5.142.946,66, que foi o montante considerado na apuração da base de cálculo do referido crédito. Observese que todas as notas fiscais, que compõem a base de cálculo do crédito presumido, relativo ao mês de junho de 2004, correspondem a matérias primas adquiridas de pessoas físicas após 31.1.2004, ou seja, na vigência da Lei no 10833. Desse modo, não procede a alegação fiscal de que, no cálculo do crédito presumido da requerente, foram considerados valores correspondentes ao complemento de prego das matérias primas adquiridas de produtores rurais, pessoas físicas, em período anterior à vigência daquela lei." No voto, o relator, provavelmente por equívoco, decorrente da análise de múltiplos processos semelhantes da mesma recorrente, trata de tema diverso do especificamente questionado pela empresa, fazendo menção ao momento em que os contratos se aperfeiçoam (fls. 485 a 488): "A Decisão da DRJ manteve o procedimento adotado pela Fiscalização, que excluiu do cálculo do crédito presumido os valores relativos às aquisições de insumos de pessoas físicas, inclusive produtores rurais, por terem sido realizadas anteriormente à vigência da Lei n 10.833/2003. Por entender que o complemento de preço pago pela Recorrente aos produtores rurais, no mês de julho de 2004, referiase às matériasprimas, laranjas, adquiridas antes de 31 de dezembro de 2004, o Fisco procedeu à exclusão do correspondente crédito presumido, previsto originalmente no parágrafo 5 , do artigo 3 da Lei n 10.833/2003. De acordo com a Recorrente, a Fiscalização não analisou os contratos relativos a tais aquisições, que contêm regras acerca da determinação do preço da laranja, ocorrida apenas em momento futuro, sujeitas ao momento da comercialização ou da industrialização da laranja. Segundo a Recorrente, seria apenas nesse momento que a compra e venda se completaria, pois o preço final do produto seria de conhecimento de comprador e vendedor e, por essa razão, como o preço final das caixas de laranja da safra 2003/2004 foi determinado em julho de 2004, momento em que a aquisição se torna efetiva, não haveria justificativa válida nem para a Fiscalização e sequer para a Decisão negarem o crédito presumido sobre os respectivos valores. (...) Dessa maneira, a aquisição das caixas de laranja entregues anteriormente a 31 de janeiro de 2004, não se materializou em julho de 2004, que se refere apenas à determinação final do preço da laranja, mas sim anteriormente, quando as partes acordaram acerca das obrigações contrapostas de entregar a laranja antes mesmo da própria entrega da laranja e de pagar o preço avençado." Fl. 535DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Assim, há que se reconhecer que o voto foi omisso em relação à matéria. Buscando sanar tal omissão, passase, a seguir, à análise do tema. A Informação Fiscal que embasa o despacho decisório que denegou o crédito em discussão dá conta de que (fls. 207/208): "8 CRÉDITO PRESUMIDO RELATIVO AS AQUISIÇÕES DA AGROINDÚSTRIA. Inclusão indevida na determinação da base de cálculo de créditos de insumos adquiridos até 31/01/2004 (antes de vigência da Lei n° 10.833/2003): Laranja adquirida de pessoa física: A fiscalização, com suporte nos livros e documentos fiscais apresentados pela contribuinte, constatou, nos termos do Inciso I, do artigo 93, da Lei no 10.833/2003, que a empresa computou, indevidamente, na base de cálculo dos créditos para a COFINS nãocumulativa, bem como apurou e utilizou o crédito presumido decorrente de aquisições de insumos (laranjas adquiridas de pessoas físicas) da agroindústria, efetuadas antes da instituição da contribuição para a COFINS incidência nãocumulativa. Os valores dos insumos, conforme constam nas notas fiscais, correspondem ao complemento de preços de frutas (laranjas) adquiridas antes da instituição da COFINS incidência não cumulativa. Na data de 25/08/2009, mediante Termo de Intimação Fiscal (fls. 53/56), a empresa foi intimada a apresentar Demonstrativo em meio magnético (planilha excel), com totais mensais, contendo a relação das notas fiscais de complemento de preços relativamente às aquisição de insumos (laranjas) de Pessoas Físicas para Industrialização entregues até 31/01/2004 e cópia, por amostragem, das referidas notas fiscais de complemento de preços. Junto ao documento datado de 01/09/2009, a fiscalizada apresentou o demonstrativo e os documentos solicitados (fls. 68 e 166/185). Da análise dos documentos e informações apresentadas pela contribuinte, constatase que os valores constantes do demonstrativo de fls. 166/185, referemse a complemento de preço na aquisição de laranja de produtores pessoas físicas, efetuadas até a data de 31/01/2004, portanto, antes da vigência da Lei no 10.833/2003. Considerando, nos termos do Inciso I, do artigo 93, da Lei no 10.833/2003, que o cálculo de créditos da COFINS incidência nãocumulativa tem vigência a partir de FEVEREIRO de 2004, concluise, que o direito ao crédito decorrente de aquisições de insumos empregados na industrialização tem como termo inicial a data de 01/02/2004. As Notas Fiscais relativas ao complemento de preço de laranjas encontramse discriminadas no demonstrativo de fls. 166/185. Fl. 536DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13854.000255/200413 Acórdão n.º 3401003.079 S3C4T1 Fl. 534 7 Anexamos à fls. 104/110, por amostragem, cópia das referidas notas fiscais de complemento de preço. Tendo em vista os fatos relatados, em cumprimento aos mandamentos da legislação vigente, esta fiscalização efetuou os devidos ajustes e recalculou os valores dos créditos presumidos da COFINS devidos sobre as aquisições de insumos da agroindústria, conforme demonstrativos de fls.144/185 e 194." E a empresa se defende em relação à matéria, junto à instância de piso, alegando que (fls. 254/255): "De acordo com a informação fiscal, o complemento do preço das laranjas adquiridas de pessoas físicas, antes de 1o.2.2004, não pode ser considerado no cálculo do crédito presumido, de que trata o parágrafo 5o do art. 3o da Lei n. 10833/03. No entanto, a fiscalização não mencionou, em suas informações, o período em que os valores constantes no "Demonstrativo das Notas Fiscais de Complemento de Prego das Aquisições de Insumos (Laranjas) de Pessoas Físicas para Industrialização Entregues até 31/01/2004" (fls. 166 a 185) foram excluídos da base de cálculo do crédito presumido. Contudo, da análise do quadrodemonstrativo de fls. 194 ("Demonstrativo de Apuração de Créditos da Contribuição para o COFINS NãoCumulativa"), inferese que tal ajuste ocorreu no mês de junho de 2004. Isso porque os ajustes realizados pela fiscalização, no cálculo do crédito presumido, nos meses de abril e maio de 2004, limitaramse tão somente à aplicação do percentual existente entre a receita de exportação e a receita bruta total, apurado no quadro "Cálculo de proporcionalidade entre a Receita de Mercado Interno (planilha 1), Receita de Exportação Total (planilha 2 + planilha 3) e Receita Bruta Total (planilha 1 + planilha 2 + planilha 3)" (fl. 190), sobre o valor das aquisições de laranjas informado pela requerente. Deduzse que, na determinação da base de cálculo do crédito presumido, relativo ao mês de junho de 2004, o Sr. AFRFB procedeu a exclusão de R$ 2.080.338,38, por entender que esse valor se refere a aquisições de matériaprima realizadas antes da entrada em vigor do art. 3o, parágrafo 5o, da Lei n. 10833/03. Ocorre que o argumento da fiscalização está equivocado, uma vez que os valores glosados se referem a notas fiscais, que não compuseram o cálculo do crédito presumido, apurado no mês de junho de 2004. Para tanto, basta verificar a anexa planilha elaborada pela requerente (doc. 31), na qual estão relacionadas as notas fiscais que entraram naquele cálculo. Com efeito, se se comparar os dados das notas fiscais, que constam no demonstrativo da fiscalização (fls. 166 a 185) e na anexa planilha (doc. 31), verificarseá que o valor glosado não integrou o cálculo do crédito presumido, referente ao período em Fl. 537DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 questão. Por outro lado, a somatória das notas fiscais relacionadas no documento elaborado pela requerente corresponde, exatamente, a R$ 5.142.946,66, que foi o montante considerado na apuração da base de cálculo do referido crédito. Observese que todas as notas fiscais, que compõem a base de cálculo do crédito presumido, relativo ao mês de junho de 2004, correspondem a matériasprimas adquiridas de pessoas físicas após 31.1.2004, ou seja, na vigência da Lei n. 10833. Desse modo, não procede a alegação fiscal de que, no cálculo do crédito presumido da requerente, foram considerados valores correspondentes ao complemento de preço das matériasprimas adquiridas de produtores rurais, pessoas físicas, em período anterior à vigência daquela lei. Diante disso, forçoso reconhecer que deve ser modificado o r. despacho decisório, determinandose a inclusão dos valores excluídos pela fiscalização, constantes no demonstrativo de fls. 166 a 185, no cálculo do crédito presumido do mês de junho de 2004." (grifo nosso) Vêse, assim, que a linha de defesa não se refere ao momento de aperfeiçoamento do contrato, mas efetivamente a quais notas foram utilizadas na composição da base de cálculo no mês de junho de 2004. E, principalmente, percebese que a empresa não mostra conclusividade alguma em suas observações, afirmando que da planilha "inferese" ou "deduzse" que houve a exclusão, sem qualquer demonstração numérica que aponte precisamente o alegado. A DRJ aprecia o tema, ainda que sucintamente, e conclui que os valores relativos a complemento de preço foram fornecidos pela própria empresa, e que o fato de a fiscalização ter deduzido o crédito no mês de junho não ocasiona prejuízo algum ao contribuinte (fl. 334): "(...) o valor relativo ao complemento de preço de insumos adquiridos até 31/01/2004 foi fornecido pela própria contribuinte, e não foi objeto de contestação na manifestação. A insurgência da interessada limitouse à alegação de que a fiscalização deduziu tais valores do crédito presumido do mês de junho de 2004, sendo que as referidas notas fiscais (de complemento de preço de aquisições) não teriam composto a apuração desse crédito presumido. Para comprovar, apresentou uma relação de notas fiscais que teria servido de base para tal apuração, na qual não estariam as referidas notas de complemento. Ocorre que a apuração do direito creditório passível de ressarcimento tem como base valores trimestrais. Assim, os valores relativos a complemento de preço de aquisições anteriores a 1o/02/2004 compuseram as apurações de crédito presumido dos períodos do primeiro e segundo trimestres, uma vez que são acumulados mês a mês até sua utilização. Portanto, a exclusão desses valores no final do segundo trimestre, para o qual está sendo solicitado o ressarcimento, não implica em (sic) prejuízo algum para a contribuinte, pois se eles compuseram o crédito presumido de meses anteriores, ao fim e ao cabo estavam Fl. 538DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13854.000255/200413 Acórdão n.º 3401003.079 S3C4T1 Fl. 535 9 incluídos no crédito objeto do pedido de ressarcimento, sendo procedente a exclusão efetuada pela fiscalização." Percebase que a DRJ sequer verifica de fato se realmente ocorreu o abatimento integral das notas de complemento (fev/2004 a abr/2004) em junho de 2004, limitandose a informar que não haveria irregularidade em tal abatimento. Em seu recurso voluntário, a empresa reitera as alegações externadas na manifestação de inconformidade sobre o tema, agregando ainda que (fls 357/358): Analisando o Razão Analítico apresentado (fls. 406 a 450), confesso não ter encontrado vestígios da observação da empresa no sentido de que foram excluídos em junho/2004 os R$ 2.080.338,38 indicados na planilha que trata das notas fiscais de complemento de preço (fls. 166 a 185 originais, ou 170 a 189 da numeração eletrônica). Não encontrei tal montante, nem seus valores mensais parciais, no referido livro. A própria empresa, no entanto, afirma textualmente que o valor total de R$ 2.080.338,38 foi utilizado para apuração de crédito presumido de períodos anteriores a junho/2004, e que "apenas o valor de R$ 18.215,88 foi aproveitado pela recorrente para apuração do crédito presumido objeto da análise no presente processo". Assim, tornase Fl. 539DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 10 incontroversa essa parcela, visto que se trata de valor referente ao próprio trimestre que a empresa utilizou indevidamente como crédito recordando que o acórdão inequivocamente decidiu que "que o crédito não se dá quando da liquidação ou pagamento da operação, mas sim quando a operação de compra e venda, da qual decorre a aquisição, pelo titular do crédito, se concretiza" (fl. 487). A admissão expressa pela empresa de que utilizou o montante de R$ 2.080.338,38 para apuração de crédito presumido (R$ 1.941.077,75 em fevereiro de 2004, R$ 121.044,82 em março de 2004, e R$ 18.215,88 em abril de 2004) chocase com a conclusão expressa no voto, que revela ser indevido tal crédito, derivado de notas fiscais de complemento de preços de operações realizadas em período anterior a 31/01/2004. Assim, após as alegações expressas no recurso voluntário, e que são reiteradas nos embargos de declaração, é possível visualizar de forma mais precisa que efetivamente a empresa utilizou créditos presumidos referentes a complementos de preço de operações realizadas em períodos anteriores. E tais utilizações se deram nos meses de fevereiro, março e abril de 2004, meses diversos daquele para o qual a indica a empresa que fiscalização promoveu as exclusões (junho de 2004). Revelese, no entanto, que no presente processo se analisa somente o segundo trimestre de 2004 (abril a junho), tendo sido o primeiro trimestre objeto de fiscalização e de processo administrativo específico (de no 13854.000161/200436). Em nome da verdade material, informase que o processo no 13854.000161/200436 (relativo ao primeiro trimestre de 2004) foi objeto de julgamento pela mesma turma e na mesma sessão de 26/02/2015, chegandose ao Acórdão no 3403003.600, que resulta no provimento parcial do recurso voluntário, somente para exclusão dos valores referentes a venda de ativo imobilizado. Já no início do voto do relator (neste aspecto, acolhido pela turma), percebese que a questão referente a complementação de preços, naquele processo, sequer foi analisada, em função de preclusão: Antes de adentrar nas matérias acima relacionadas, não posso deixar de tratar do questionamento levando (sic) pela Recorrente, de que pelo princípio da verdade material as complementações de receitas constituiriam receita de exportação, não alegadas em sua Manifestação de Inconformidade, e por essa razão poderiam ser analisadas no presente Recurso Voluntário. Como efeito, incidiu a preclusão sobre essa matéria, que não pode ser objeto de inovação nessa fase recursal, vez que a Recorrente não se dignou a discutir a natureza das receitas, limitandose a questionar pontos específicos do despacho decisório tratados como "acusação", o que implica aceitação da matéria não contestada que deixa de ser objeto de litígio. Em virtude da preclusão operada sobre tal matéria, deixo de analisar o argumento da Recorrente de que, na realidade, tais valores se referem a complemento de receita de exportação e que, por essa razão, devem ser incluídos no cálculo do crédito de PIS a ser ressarcido. (voto do relator no Acórdão n. 3403 003.600 fls. 254 e 255 do processo n. 13854.000161/200436) Assim, não se tem dúvida de que a empresa não possui os referidos créditos, referentes a complemento de preços, seja em relação aos meses de fevereiro e março de 2004 Fl. 540DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13854.000255/200413 Acórdão n.º 3401003.079 S3C4T1 Fl. 536 11 (em matéria sequer discutida no processo no 13854.000161/200436, por ter operado preclusão), seja em relação ao mês de abril de 2004, no qual expressamente se entende indevido o crédito. Daí ter a DRJ afirmado que a exclusão desses valores no final do segundo trimestre, para o qual está sendo solicitado o ressarcimento, não implicou prejuízo algum para a contribuinte. Não estamos, no entanto, necessariamente, de acordo com tal afirmação da DRJ, nem matemática nem juridicamente. Matematicamente, não resulta comprovado que a exclusão no mês de junho das notas fiscais de complemento resulte no mesmo montante de crédito que seria cabível se a exclusão fosse feita ao final de cada trimestre (na periodicidade que a própria fiscalização decidiu adotar, em processos distintos), com as consequentes repercussões nos cálculos de rateio. Ademais, reiterese que não se logrou demonstrar matematicamente que os valores referentes a créditos decorrente de notas fiscais de complemento de preço de fevereiro, março e abril de 2004 foram efetivamente abatidos em junho de 2004. E, juridicamente, estáse aqui a analisar somente os créditos apurados no segundo trimestre de 2004. Apesar de a turma ter deixado claro neste processo que considera indevido o crédito apurado no segundo trimestre de 2004 em relação a complemento de preço (no caso, referente às notas fiscais que totalizam R$ 18.215,88, em abril de 2004), o processo não versa sobre créditos apurados no primeiro trimestre (matéria tratada no processo no 13854.000161/200436). E é no bojo de tal processo, referente ao primeiro trimestre, que deveria ter sido excluído o crédito decorrente das notas fiscais de complemento de preço emitidas em fevereiro e março de 2004. Tudo aponta, assim, para ter o fisco efetuado equivocadamente glosas em relação a créditos apurados no primeiro trimestre de 2004, no bojo do presente processo, que trata do segundo trimestre de 2004, especificamente em relação a créditos decorrentes de notas fiscais de complemento de preços emitidas em fevereiro (notas em valor total de R$ 1.941.077,75) e março de 2004 (notas em valor total de R$ 121.044,82). Tais glosas equivocadas, existindo de fato, devem ser afastadas na execução/liquidação do julgamento pela unidade local. Pelo exposto, restou ausente a primeira omissão apontada (referente às provas colacionadas), que, em verdade, tratavase de questionamento sobre tema colateral ou secundário ao julgamento do processo, e configurouse efetivamente a segunda omissão (relativa à análise da alegação de erro da fiscalização na glosa de créditos decorrentes de aquisições de insumos de pessoas físicas). Voto, assim, pela rejeição dos embargos em relação ao primeiro tópico, referente às provas colacionadas. No mérito, apreciando o ponto sobre o qual o colegiado foi omisso, voto pelo provimento parcial do recurso voluntário, para afastar as glosas existentes neste processo decorrentes de notas fiscais de complemento de preços emitidas em fevereiro e março de 2004. Rosaldo Trevisan Fl. 541DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 12 Fl. 542DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10314.722738/2013-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 21/07/2009 a 30/03/2011
Ementa:
INCOMPATIBILIDADE. FATOS. FUNDAMENTOS. CONCLUSÕES. NULIDADE.
Havendo incompatibilidade entre a descrição dos fatos, os fundamentos legais e a conclusão firmada na peça constitutiva do crédito tributário acerca da infração imputada ao sujeito passivo, impõe-se a nulidade da autuação.
Numero da decisão: 3401-003.095
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício interposto.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente Substituto.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente substituto), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Rosaldo Trevisan, Waltamir Barreiros, Eloy Eros da Silva Nogueira, Elias Fernandes Eufrásio (suplente), Fenelon Moscoso de Almeida (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Período de apuração: 21/07/2009 a 30/03/2011 Ementa: INCOMPATIBILIDADE. FATOS. FUNDAMENTOS. CONCLUSÕES. NULIDADE. Havendo incompatibilidade entre a descrição dos fatos, os fundamentos legais e a conclusão firmada na peça constitutiva do crédito tributário acerca da infração imputada ao sujeito passivo, impõe-se a nulidade da autuação.
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FATOS. FUNDAMENTOS. CONCLUSÕES. NULIDADE. Havendo incompatibilidade entre a descrição dos fatos, os fundamentos legais e a conclusão firmada na peça constitutiva do crédito tributário acerca da infração imputada ao sujeito passivo, impõese a nulidade da autuação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício interposto. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente Substituto. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente substituto), Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Rosaldo Trevisan, Waltamir Barreiros, Eloy Eros da Silva Nogueira, Elias Fernandes Eufrásio (suplente), Fenelon Moscoso de Almeida (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 27 38 /2 01 3- 74 Fl. 3753DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 2 Relatório Versa o presente sobre o Auto de Infração de fls. 2 a 7061, com ciência à empresa em 28/03/2013 (fl. 2204), para exigência de multa substitutiva do perdimento de mercadoria (valor de R$ 75.709.795,87), imposto de importação (R$ 12.276.405,25), Contribuição para o PIS/PASEPimportação (R$ 826.722,89) e COFINSimportação (R$ 3.807.935,75), sendo os tributos acrescidos ainda de juros de mora e de multa de ofício qualificada (150%). Narra a fiscalização, na descrição dos fatos constante da autuação (fl. 79 a 218), que: (a) o procedimento é motivado pela constatação de fraude no peso informado em declarações de importação; (b) verificouse, inicialmente, que para três contêineres da empresa, referentes às Declarações de Importação (DI) no 11/07565636, no 11/07565644 e no 11/07565652, foi detectada substancial diferença de peso bruto (respectivamente, 56%, 53% e 59%); (c) a partir de desova parcial das três unidades de carga, constatouse que, qualitativamente, as cargas eram as informadas nas DI, mas, quantitativamente, havia diferença de peso; (d) apurandose a relação entre peso bruto e peso líquido (90%), foram calculados os tributos devidos para a parte não declarada, além da multa substitutiva do perdimento as mercadorias, por uso de documento necessário ao embarque ou desembaraço falsificado ou adulterado (art. 105, VI e XI do DecretoLei no 37/1966 c/c art. 23, IV e § 3o do DecretoLei no 1.455/1976); (e) cotejando os pesos declarados em outras 357 DI da empresa com os extraídos das pesagens realizadas regularmente nos recintos alfandegados, percebeuse que havia diferenças semelhantes, cf. tabela de fls. 83 a 96; (f) apesar de a grande maioria das DI ter sido desembaraçada em canal vermelho e amarelo, a partir dos relatórios das verificações físicas (RVF) percebeuse que havia apenas checagem de amostras, sem pesagem, o que impossibilitava a efetiva verificação da fraude; (g) com as diferenças de peso, houve falta de recolhimento do imposto de importação e dos demais tributos devidos, falta de sujeição da mercadoria a licença de importação (LI) e falta de registro de passagem da mercadoria pela zona primária; e (h) "é ingênuo admitir que as 360 importações da CAEDU foram registradas com peso aproximadamente 50% inferior por mero erro do importador", e que os aspectos citados, somados à sistematicidade com que os registros foram feitos "levam à real e convicta conclusão de que houve fraude nos registros das importações", "fraude esta que pressupõe o dolo do importador, e não sua mera culpa". A empresa apresenta Impugnação em 26/04/2013 (fls. 2207 a 2271), argumentando, em síntese, que: (a) na autuação que antecedeu o procedimento fiscal, lavrada no processo no 11128.720328/201197, a imputação foi de falsidade nas faturas comerciais e nos packing list, falseando o preço real da mercadoria, afetando a relação FOB US$/Kg; (b) em tal autuação, que foi submetida a pedido anulatório na via judicial, o parecer conclusivo do grupo de julgamento de processos da própria Alfândega afirmou que eventual diferença de peso não interfere no montante dos tributos recolhidos, tampouco na emissão das LI; (c) não ocorreu dano ao Erário ante ao regular recolhimento de tributos; (d) houve erro substancial da fiscalização, pois foi inserido como "peso bruto", nas planilhas de fls. 83 a 95, o "peso líquido constante das DI", comprometendo a indicação do fato gerador e a determinação da matéria tributável, entre outros; (e) as 357 DI exibem o número exato de peças adquiridas pela empresa, que é o mesmo número de peças verificadas nos contêineres pela fiscalização (181 DI em canal vermelho e 171 em canal amarelo), nas LI obtidas, nos conhecimentos de carga, escrituradas contabilmente, e sob o qual incidiu toda a carga tributária; (f) se houvesse produto 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 3754DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10314.722738/201374 Acórdão n.º 3401003.095 S3C4T1 Fl. 3.754 3 em quantidade maior que a declarada, ad argumentandum, o pagamento dos tributos teria incidido na saída, sobre o preço de venda; (g) não se aceita que a equivocada diferença de peso apontada na autuação implique a existência de produto não declarado; (h) a fiscalização adota critério equivocado para cálculo das estimativas de peso dos itens agregados e embalagens, inclusive desconsiderando fatores como a umidade, peso do contêiner, tara e calibração de balança; (i) somente 1,4% das DI foi liberada em canal verde, sendo as demais objeto de efetiva fiscalização pela Aduana, que nada detectou de erro, e a alteração de critério jurídico posteriormente (com checagem de peso) representa abuso e afronta ao art. 146 do Código Tributário Nacional (CTN) e aos princípios da preservação da confiança, da segurança jurídica e da boafé objetiva; (j) o erro apontado na autuação é de valoração jurídica (direito) e não de fato, pois todos os dados relativos à importação estavam disponíveis à fiscalização à época do desembaraço; e (k) a fiscalização não se desincumbiu do ônus de provar o evidente intuito de fraude. A DRJ, em 08/10/2013 (fls. 3646 a 3659) promove a baixa em diligência, basicamente, para que a unidade fiscalizadora anexe cópias do processo judicial mencionado na impugnação e manifestese sobre a alegação da empresa de existência de erro na coluna "peso bruto", e sobre o mecanismo de pesagem de contêineres (tara, descontos, aferição da balança etc.). Em atendimento à determinação de diligência, a unidade fiscalizadora informa, em 01/07/2014 (fls. 3662 a 3670) que: (a) com efeito, os valores que constam da planilha do AI na coluna "peso bruto informado" correspondem aos pesos líquidos, mas isso não comprometeu os cálculos para o lançamento, visto que o "peso bruto verificado na pesagem do contêiner" na mesma planilha, também indicou pesos líquidos, mantendo a relação entre ambos idêntica; (b) assim, todos os pesos indicados já são líquidos, não havendo que se descontar tara de contêiner; e (c) o peso do contêiner é padronizado, e a tara dos veículos é sempre aferida, sendo a balança do recinto alfandegado aferida por instituição acreditada pelo INMETRO. A empresa foi cientificada do resultado da diligência em 04/07/2014 (fl. 3681) e intimada a apresentar a documentação referente à ação judicial em 11/06/2014 (fl. 3689), mas não apresentou qualquer documento nem questionou os resultados da diligência. Em 28/11/2014 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 3699 a 3724), no qual se decide unanimemente declarar nulo, por vício formal, os lançamentos. A DRJ denega o pedido de notificação no endereço da procuradora e afasta nulidades suscitadas na impugnação (referentes a "erro substancial" na planilha, após os resultados da diligência; a alteração de critério jurídico, em virtude de não ser o desembaraço ato que homologa o lançamento e de existência de previsão legal para revisão aduaneira; e a ausência de prática reiterada), reconhecendo existir vício formal no lançamento, visto que não há prova de que exista quantidade a maior de mercadorias, por meio de verificação da mercadoria, mas somente de peso a maior. Assim, as conclusões a que chegou a fiscalização não decorrem logicamente dos fatos narrados, e divergem, inclusive, daquelas a que chegou o fisco em relação ao procedimento anterior (em relação aos citados três contêineres). Afirma ainda a DRJ que, "de forma diversa do que deduz a fiscalização, tudo contribui para que se possa concluir que a declaração de peso abaixo do real teve o propósito de manipular para menos o preço da mercadoria, com o objetivo de manter artificialmente a relação preço/peso e, assim, passar desapercebido nos critérios de seleção parametrizada para fins de licenciamento e despacho aduaneiro". Tendo em vista o valor exonerado, é interposto recurso de ofício a este CARF. É o relatório. Fl. 3755DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 4 Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso de ofício apresentado resta enquadrado nas hipóteses normativamente previstas para interposição, e, portanto, dele se toma conhecimento. A autuação lavrada para exigência de multa substitutiva do perdimento de mercadoria (em razão de não ter esta sido apresentada quando solicitada), além de imposto de importação, Contribuição para o PIS/PASEPimportação e COFINSimportação, deriva da detecção, em procedimento diverso (fiscalização de três cargas), de diferença de peso entre o declarado e o efetivamente medido na balança do recinto alfandegado, que é aferida por entidade acreditada pelo INMETRO. Naquele procedimento (cópia de parecer às fls. 3695 a 3698) registrase que "... apesar de as quantidades unitárias informadas estarem corretas, o peso das roupas existentes no interior das três unidades de carga é muito superior a informada (sic) à Aduana". No presente processo, o que fez a fiscalização, sem qualquer verificação efetiva das mercadorias, que já estavam desembaraçadas e entregues ao importador, foi estender tais conclusões a outras 357 declarações de importação da mesma empresa. Isso porque os pesos declarados também divergiam dos registrados na balança do recinto alfandegado. Não apresenta o autuante qualquer elemento que leve à conclusão de que, nas 357 DI havia efetivamente uma quantidade a maior de mercadorias. A conclusão é tão somente de que havia mais peso do que o declarado. Peca, assim, a autuação, na forma de aplicação da legislação que rege a matéria, crendo (sem qualquer elemento que o indique) que havia mercadorias não declaradas, quando tudo leva à conclusão de que, como no caso anterior (dos três contêineres) o que havia era peso a maior, com a mesma quantidade de mercadoria, afetando substancialmente a relação preço por quilo, burlando controles aduaneiros. E isso é motivo que leva a compreender porque tantas declarações de importação foram desembaraçadas em canal vermelho: quando a mercadoria era verificada, a contagem de caixas, volumes, peças etc., indicava exatamente o que estava declarado na DI. Só a pesagem (que, como descrito na autuação, não era prática corriqueira nas verificações) poderia detectar a infração. Assim, há que se acordar com o decidido na instância de piso, no sentido de que há incompatibilidade entre a descrição dos fatos, os fundamentos legais e a conclusão firmada na peça constitutiva do crédito tributário acerca da infração imputada ao sujeito passivo. E como a situação de fato está claramente descrita (detecção em 357 DI de peso a maior que o declarado nas importações), residindo o vício da autuação exclusivamente em sua exteriorização, acordamos ainda com a conclusão pela existência de vício formal. Fl. 3756DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10314.722738/201374 Acórdão n.º 3401003.095 S3C4T1 Fl. 3.755 5 Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso de ofício interposto, mantendo a decisão de piso. Rosaldo Trevisan Fl. 3757DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL
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Numero do processo: 11020.002530/2005-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Período de apuração: 01/12/2000 a 31/12/2001
CLASSIFICAÇÃO FISCAL. LUMINÁRIAS E SUAS PARTES.
As luminárias ainda que constituídas de metais comuns, não se classificam no capítulo 72 do Sistema Harmonizado mas sim no capítulo 94, mais precisamente na posição 9405.10.93. As partes de luminárias, na posição 9405.9900. Em ambos os casos por aplicação das regras gerais de classificação de números 1 e 6.
MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. Se a classificação fiscal incorretamente utilizada pelo sujeito passivo implicar recolhimento a menor do imposto sobre produtos industrializados, é devido o imposto e sobre ele a multa prevista no art. 45 da Lei 9.430/96.
Numero da decisão: 3401-003.084
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente e Relator.
EDITADO EM: 06/03/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Eufrásio e Leonardo Branco
Nome do relator: JULIO CESAR ALVES RAMOS
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 01/12/2000 a 31/12/2001 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. LUMINÁRIAS E SUAS PARTES. As luminárias ainda que constituídas de metais comuns, não se classificam no capítulo 72 do Sistema Harmonizado mas sim no capítulo 94, mais precisamente na posição 9405.10.93. As partes de luminárias, na posição 9405.9900. Em ambos os casos por aplicação das regras gerais de classificação de números 1 e 6. MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. Se a classificação fiscal incorretamente utilizada pelo sujeito passivo implicar recolhimento a menor do imposto sobre produtos industrializados, é devido o imposto e sobre ele a multa prevista no art. 45 da Lei 9.430/96.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente e Relator. EDITADO EM: 06/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Eufrásio e Leonardo Branco
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LUMINÁRIAS E SUAS PARTES. As luminárias ainda que constituídas de metais comuns, não se classificam no capítulo 72 do Sistema Harmonizado mas sim no capítulo 94, mais precisamente na posição 9405.10.93. As partes de luminárias, na posição 9405.9900. Em ambos os casos por aplicação das regras gerais de classificação de números 1 e 6. MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. Se a classificação fiscal incorretamente utilizada pelo sujeito passivo implicar recolhimento a menor do imposto sobre produtos industrializados, é devido o imposto e sobre ele a multa prevista no art. 45 da Lei 9.430/96. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente e Relator. EDITADO EM: 06/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida, Elias Eufrásio e Leonardo Branco AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 25 30 /2 00 5- 93 Fl. 511DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Por bem descrever os fatos, transcrevo o Relatório da decisão recorrida: Tratase de Auto de Infraçao lavrado em 09/08/2005, referente ao período de 15/01/2004 a 30/09/2004, no valor total de R$ 631.858,31, fls. 05/10, por lançamento a menor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).Os enquadramentos legais das irregularidades apuradas, bem assim dos acréscimos legais, estão discriminados dos dispositivos das fls. 09/10 e18. Conforme Relatório de Verificação Fiscal, 21/24, o lançamento a menor de IPI se deu pela saída de produtos “perfil Tb”, “perfil de luminária”, “luminária” e “luminária pública”, com classificação fiscal incorreta. Consta nas fls. 26/304, relatório de divergências de alíquotas dos produtos mencionados. Informa ainda o auditor que o estabelecimento não formalizou processo de consulta sobre classificação fiscal de mercadorias. Regularmente cientificado, em 25/O8/2005, conforme consta do auto de infração, 06, o autuado apresentou impugnação tempestiva em 23/09/2005, fls. 445/457, na qual, após breve relato dos fatos, alega, em preliminar, a nulidade do Auto de Infração por cerceamento do pleno direito de defesa, por não ter demonstrado o fisco as razões que o levaram a transmudar as classificações fiscais de seus produtos adotadas originariamente. No mérito, sustenta como correta a classificação fiscal adotada aos perfis produzidos na posição 7212.4070, alíquota 5%, invocando a Regra Geral 3, “a” (RGI 3, “a”), para interpretação do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (SH), que dispõe que a posição mais específica prevalece sobre a mais genérica, sendo a posição que adotou a que lhe é mais favorável. Diz que a classificação adotada pelo fisco esbarra na disposição da nota 1.d do capítulo 72. Impugna a aplicação da multa de ofício, pois entende que no máximo seria cabível a multa de mora e também por duplicidade, já que no processo 11020.000393/200552 está sendo exigida multa regulamentar prevista no art. 12, II, da Lei n° 8.218/91. Ao final, impugna a exigência de juros de mora pela taxa Selic. É o Relatório. A ele julgo necessário acrescer o que disse a autoridade autuante às fls. 35/36 (Relatório de Auditoria Fiscal): (...) O contribuinte tem por principal atividade, conforme a Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ entregue pelo contribuinte, relativa os anos calendários 2000 e 2001, a fabricação de luminárias e equipamentos de iluminação luminárias e suas partes. Fl. 512DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11020.002530/200593 Acórdão n.º 3401003.084 S3C4T1 Fl. 512 3 (...) 2.1DA CORRETA CLASSIFICAÇÃO FISCAL DOS PRODUTOS A) PERFIL Tb Classificação fiscal correta: 9405.99.00 Dispositivos legais: RGI 1(texto da posição 9405) e 6 (texto da subposição 9405.9) da TIPI aprovada pelos Decretos de n°s. 2.092/1996 e 3.777/2001, e subsídios das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias NESH, aprovadas pelo Decreto n° 435, de 28 de janeiro de 1992, e alterações posteriores. Ressaltese que, para corroborar o entendimento, de acordo com as ilustrações dos produtos industrializados pela empresa (folhas xx), e amostra entregue pelo contribuinte, o produto em epígrafe é parte de luminária. Igualmente de relevo que as expressões "perfil luminária" e "luminária" constam nas próprias notas fiscais emitidas pela empresa. A DRJ julgou o lançamento procedente. O recurso voluntário repete as alegações de nulidade e de correção na classificação adotada pela empresa e contra a aplicação de multa. Especificamente contra os argumentos da decisão, afirma: Inicialmente, se observa nos autos que a autoridade administrativa se utilizou de um confuso procedimento fiscal que tornou irregulares as alíquotas obtidas pela Recorrente, em decorrência da reclassificação fiscal dos produtos vendidos, para classificações diversas das utilizadas pela empresa. E é nesse ponto que reside a deficiência formal ora reclamada, que cerceia a defesa. Afinal, são desconhecidas da Recorrente as razões que levaram o Fisco a transmudar as diversas classificações fiscais adotadas originariamente pela empresa, o que o Fisco fez sem qualquer análise técnica dos produtos, ou outra, que justificasse a modificação. No tocante a este pleito da Litigante, a DRJ afirmou através do Acórdão Recorrido que “consta no relatório fiscal, fls. 35/38 um item específico para cada produto que foi classificado, com o respectivo fundamento legal (fl. 694). Todavia, esta alegação não é totalmente acertada, pois, conforme se analisa do relatório fiscal nas fls. 36 e 37, este tão somente esclarece qual seria a classificação fiscal correta para o Perfil Tb, Perfil de Luminária, e Luminária, bem como cita a base legal apta a fundamentar tais afirmações, sem, no entanto, explicar o porquê do enquadramento dos vários produtos negociados pela Recorrente dentre estes elencados no relatório. Fl. 513DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Destaquese então, que, a despeito da breve fundamentação contida no Acórdão combatido visando contraporse à clara nulidade alegada pela Recorrente, novamente não fioou esclarecida a razão pela qual o Fisco considerou os inúmeros produtos comercializados pela Litigante como pertencentes a uma das categorias mencionadas no relatório fiscal nas fls. 36 e 37. Ademais, ressalvese, conforme se infere da fl. 36, letra "b", em parte o Fisco fundamenta a classificação por ele tida como correta, em Solução de Consulta prolatada pela Superintendência Regional da Receita Federal da 10a RF, transcrevendo apenas sua ementa. Nesse viés, considerando que as consultas formuladas e as correspondentes respostas não são disponibilizadas à Litigante, também cerceia a defesa o uso dessas para inferir ilações que redundam em exigibilidades tributárias. Nesse rumo, ainda cabe esclarecer que a consulta referenciada não foi formulada pela Recorrente, não podendo ser incluída, portanto, nos atos administrativos de caráter normativo, referenciados no art. 438 do RIPI/98. Vejase, então, que existe, além do outro já mencionado, mais um fundamento que obstaculiza o direito de defesa da Litigante. Contudo, no que tange a esta alegação, mais uma vez, o Acórdão prolatado pela DRJ de Porto Alegre, optou por manter a dúvida da Recorrente, na medida em que, cingiuse a tão somente reproduzir a Solução de Consulta questionada, alegando que “oportunamente, a fiscalização citou a Solução de Consulta SRRF 105 RF n° 17,de 02 de março de 2001, proferida no processo 11020. 002518/0021" (fl. 695). Percebese, desta maneira, que não houve qualquer manifestação no Acórdão Recorrido quanto às questões levantadas pela Litigante em sede de Impugnação capaz de aclarar as confusas alegações apresentadas pelo Fisco no Auto de Infração. Quanto ao mérito, insiste que os produtos que fabrica inseremse no capítulo 72 por força da nota de capítulo 1.d do capítulo 94. E que: Contra esta alegação,"a DRJ proferiu no Acórdão Recorrido estarem corretas as inserções dos produtos da Litigante no capítulo 94 da TIPI, fundamentando sua decisão na nota 1.k, da seção XV, da referida tabela (fl. 694,verso). Tal nota explica que não é possível introduzir “os artefatos do Capítulo 94" na seção XV, que trata dos metais comuns e suas obras. Todavia, este argumento em nada acrescenta ao presente caso, haja vista que é o próprio Fisco quem pretende enquadrar os produtos da Recorrente no capítulo 94 da TIPI, e não a Recorrente. Vejase então, que a Litigante não está contrariando a regra disposta na nota 1.k da seção XV, ao contrário do que alega o Acórdão Recorrido. Portanto, em síntese, a alegaçãozdo Acórdão, no que se refere a este ponto, apenas defende que os artefatos do capítulo 94 não Fl. 514DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11020.002530/200593 Acórdão n.º 3401003.084 S3C4T1 Fl. 513 5 são considerados pertencentes ao grupo de metais comuns e suas obras. Entretanto, os produtos da Recorrente, conforme restou demonstrado neste item 2.2 do Recurso, inseremse no capítulo 72, e, com isso não existem razões que fundamentem a inclusão deste argumento no Acórdão prolatado. E finaliza o recurso pugnando estar correta sua classificação com base na RGC 3. É o Relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS O recurso é tempestivo. Devese dele conhecer, portanto. Começando pela alegação de nulidade do auto de infração, é preciso reconhecer que a peça de acusação é absolutamente franciscana no vernáculo, ao passo que prolixa em planilhas, circunstância que temos observado caracterizar os trabalhos fiscais elaborados por engenheiros de formação. Apesar disso, partilho a conclusão da relatora da decisão de primeiro grau: ele contém o estritamente necessário para a plena defesa do autuado. Senão vejamos. Como transcrevi no relatório, é a própria empresa quem declara, em sua DIPJ, ser fabricante de luminárias e partes de luminárias. Essa afirmação não é por ela rechaçada nem na impugnação nem no recurso voluntário, assim como, também já o disse no relatório, consta expressamente em notas fiscais por ela mesma emitidas. Destarte, carece de qualquer substância a afirmação do recurso, repetindo a impugnação, sobre não saber a razão pela qual a fiscalização pretende enquadrar os seus produtos no capítulo 94. A razão é simplesmente que aí se enquadram as luminárias e suas partes pela aplicação das regras de classificação do sistema harmonizado, exatamente aquelas, aliás, mencionadas pelos autuantes no relatório de auditoria fiscal. Assim o disse o acórdão atacado e disso não discrepo. Dos produtos objeto de controvérsia, apenas os perfis tb, que não contêm em sua denominação comercial qualquer indicação de se tratar de partes de luminárias, é que poderiam ensejar alguma dificuldade à defesa não fosse a ressalva feita pelas autoridades autuantes e já reproduzida por mim no relatório: Ressaltese que, para corroborar o entendimento, de acordo com as ilustrações dos produtos industrializados pela empresa (folhas xx), e amostra entregue pelo contribuinte, o produto em epígrafe é parte de luminária. Também quanto a ela não há insurgência do contribuinte, devendose presumir verdadeiras as afirmações fiscais, ainda que não tenha eu conseguido localizar nos autos as tais ilustrações. Fl. 515DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Por fim, no que concerne à referência a uma solução de consulta, não vejo em que ela possa ter prejudicado a defesa: a transcrição da ementa serve, ao contrário, para ratificar que, no entender da SRF, luminárias se classificam no capítulo 94. Mas não foi com base exclusivamente nela que a autoridade fiscal responsável pelo lançamento promoveu a classificação dos produtos: ela se baseou nas regras de classificação (RGI e RGC) e nas notas explicativas do sistema harmonizado (NESH) que expressamente mencionou no auto de infração. Destarte, rejeito a preliminar de nulidade e avanço ao mérito do recurso. E para a análise da correta classificação, julgo indispensável repetir aqui que a empresa não contestou em momento algum ser fabricante de luminárias e partes de luminárias, entre as quais se inclui mesmo o produto intitulado sucintamente "perfis tb", título, aliás, dado pela própria empresa. Partese, portanto, desse ponto: queremos classificar, para efeitos de tributação pelo IPI, partes de luminárias e luminárias. E com essa premissa em mente, impossível discordar da análise empreendida pela autoridade que me precedeu no julgamento do processo, que peço vênia para aqui transcrever: A classificação defendida pelo contribuinte na posição 72.12 da TIPI que compreende “produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligados, de largura inferior a 600 mm, folheados ou chapeados, ou revestidos”, não pode ser acatada. Primeiro, porque os “perfis” produzidos pelo impugnante possuem características próprias para uso em luminárias, e a Nota 1 k) da Seção XV (Metais comuns e suas obras), a qual pertence o Capítulo 72, determina que essa Seçao não compreende os artefatos do Capítulo 94, vejamos: SEÇÃO XV METAIS COMUNS E SUAS OBRAS Notas 1 .A presente Seção não compreende: k) os artefatos do Capítulo 94 (por exemplo: ...aparelhos de iluminação...) Segundo, porque a alinea “c” da Nesh da seção XV, que compreende o capítulo 72, elemento subsidiário de caráter fundamental para a correta interpretação do conteúdo das posições e subposições, bem como das notas de seção, capítulo, posições e subposições da Nomenclatura do SH, esclarece que as partes de obras que possam manifestamente reconhecerse como tais incluemse nas posições a elas referentes, conforme transcrição abaixo: C. PARTES De um modo geral. as partes de obras que possam manifestamente reconhecerse como tais incluemse nas posições a elas referentes. (griƒei) Fl. 516DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11020.002530/200593 Acórdão n.º 3401003.084 S3C4T1 Fl. 514 7 Página 1210: Inversamente, as partes e acessórios de uso geral (ver a Nota 2 da Seção), quando se apresentem isolados, não se consideram partes e seguem o seu próprio regime. É o que sucederia, por exemplo, com as cavilhas concebidas especialmente para radiadores de aquecimento central ou ainda com as molas especiais para automóveis. As cavilhas classificarseiam como cavilhas na posição 73.18, e não como partes de radiadores da posição 73.22, enquanto as molas caberiam na posição 73.20, referente a molas, e não na posição 87.08, que abrange partes e acessórios de automóveis. Não há dúvida de que os perfis produzidos pelo contribuinte, possuem características próprias para uso em luminárias, mais especificamente, são parte de luminárias. Era contra essa premissa básica que deveria se insurgir o contribuinte em seu recurso, demonstrando que seus produtos não possuem características próprias para uso em luminárias. Isso, no entanto, contrariaria as ilustrações e os exemplares exibidos à fiscalização. Prossegue a decisão: (...) Assim, devese verificar em qual capítulo da seção se enquadram as luminárias, pois, repetindo, as partes de luminárias são incluídas nas posições das luminárias, conforme nota acima referida. As luminárias classificamse na posiçao 9405 da TIPI que compreende, entre outros artefatos, os aparelhos de iluminação e suas partes, não especificados nem compreendidos em outras posições. Não há divergência quanto a esta classificação, pois, conforme salientado inicialmente, o contribuinte também utilizou posição 9405 da TIPI, para classificar as luminárias por ele produzidas. No que se refere à classificação dos perfis Tb e perfis de luminárias, a classificação adotada pelo fisco, a contrário do que alega o impugnante, não esbarra na disposição da nota l.d do capítulo 94, pois os produtos “perfis Tb e perfis de luminária não são partes de metais comuns e suas obras, mas são partes que integram a luminária. Sendo os “perfis tb e os perfis de luminária” partes destinadas a integrar a luminária e não estando eles especificados nem compreendidos em outra posição da Nomenclatura, devem, conseqüentemente, ser enquadrados nessa posição 94.05 da TIPI. Assim, tendo em vista o texto e as NESH da seção XV, tornase claro que os “perfis” produzidos pelo impugnante, se classificam na posição 9405 da TIPI, de acordo com a RGI 1. Fl. 517DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 No âmbito da posição 9405, os “perfis” classificamse nas subposições 99.00 e as luminárias nas subposições 10.93, com exceção das utilizadas na iluminação pública e na posição 40.10, no caso das utilizadas na iluminação pública, de acordo com a RGI 6 Desse modo, pelas RGI 1, RGI 6 e Regra Geral Complementar 1 (RGC1), a classificação dos produtos em questão são no código 9405.99.00 da TIPI, em se tratando de perfis, e 9405.10.93, em se tratando de luminárias ou 9405.40.10, caso sejam luminárias utilizadas na iluminação pública. A essas abalizadas considerações, apenas julgo oportuno acrescer que a RGI 3, subsidiariamente arguida pela empresa em seu recurso, se aplicável, tampouco lhe ajudaria. Com efeito, estabelece ela: Regra 3 Quando pareça que a mercadoria pode classificarse em duas ou mais posições por aplicação da regra 2 b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuarse da forma seguinte: a) a posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, tais posições devem considerarse, em relação a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria. b) os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da regra 3 a), classificamse pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar esta determinação. c) nos casos em que as regras 3 a) e 3 b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria classificase na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. Como se vê, para sua aplicação é preciso que a mesma mercadoria possa validamente se classificar em mais de uma posição. Para tanto, é estritamente necessário que as regras que lhe antecedem, isto é, as RGI 1 e 2 não permitam identificar uma exata posição para a mercadoria por classificar. No caso presente, como bem aduzido no acórdão de que ora se recorre, tem precisa aplicação a RGI 1: Regra 1 Fl. 518DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11020.002530/200593 Acórdão n.º 3401003.084 S3C4T1 Fl. 515 9 Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das notas de seção e de capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e notas, pelas regras seguintes. Destarte, só se passa à regra 2 se a primeira regra não permitir a classificação. E só se também com a 2 não for possível é que se faz uso da regra 3. No presente caso, todavia, temse, de um lado, uma nota de capítulo que impede a classificação no capítulo 72 e um texto de posição que abarca "aparelhos de iluminação", como são as luminárias. Por fim, temse uma definição nas Notas explicativas que permite discernir entre partes de uso geral e específico. O contribuinte nada trouxe em seu recurso para demonstrar que os perfis tb e perfis de luminárias por ele fabricados possam ter outro uso que não em luminárias. No que tange à inaplicabilidade da multa de ofício, também não se pode acolher o pleito do contribuinte. Isso porque a classificação fiscal por ele pretendida implicou recolhimento a menor do tributo. Para tais casos, a legislação é clara em determinar seja ela exigida1. Tem razão o contribuinte quando aduz que esse art. 45 da Lei 9.430 foi formalmente revogado pelo artigo 40 da Lei 11.488. O motivo para tanto, todavia, não é o que pretende o contribuinte. É que, como se observa da citação, aquele artigo 45 modificava a redação do art. 80 da Lei 4.502, que primeiro previa a multa. E tal art. 80 passou a ter nova redação por força do art. 13 da mesma Lei 11.4882 1 Art. 45. O art. 80 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, com as alterações posteriores, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal, a falta de recolhimento do imposto lançado ou o recolhimento após vencido o prazo, sem o acréscimo de multa moratória, sujeitará o contribuinte às seguintes multas de ofício: I setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido ou que houver sido recolhido após o vencimento do prazo sem o acréscimo de multa moratória; II cento e cinqüenta por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido, quando se tratar de infração qualificada. 2 Art. 13. O art. 80 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. I (revogado); II (revogado); III (revogado). § 1o No mesmo percentual de multa incorrem: .......................................................... § 6º O percentual de multa a que se refere o caput deste artigo, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis, será: I aumentado de metade, ocorrendo apenas uma circunstância agravante, exceto a reincidência específica; II duplicado, ocorrendo reincidência específica ou mais de uma circunstância agravante e nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 desta Lei. Fl. 519DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 10 Em suma, a base legal para exigência da multa (art. 80 da Lei 4.502/64) continuou vigendo mesmo após a edição da Lei 11.488, que apenas lhe deu nova redação. Houvesse este último ato revogado a hipótese do lançamento realizado insuficiência de recolhimento do imposto ou previsto para ela uma penalidade menor, haveria espaço para aplicação do art. 106 do CTN. Não é o caso, contudo, já que a multa continua a mesma: 75% do valor do imposto não recolhido, desde que não presente qualquer circunstância qualificativa. Do mesmo modo, não cabe falar em aplicação de multa de mora, dado que o recolhimento não se fez de forma espontânea. Igualmente equivocase o recorrente quando aduz terem sido descumpridos os procedimentos previstos na Medida Provisória 2.158/2001. É que, também aqui, esqueceu se ele de ler na íntegra o ato legal mencionado. Transcrevoo, então, negritando o mais relevante: Art. 71. O art. 19 da Lei nº 3.470, de 28 de novembro de 1958, passa a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 19. O processo de lançamento de ofício será iniciado pela intimação ao sujeito passivo para, no prazo de vinte dias, apresentar as informações e documentos necessários ao procedimento fiscal, ou efetuar o recolhimento do crédito tributário constituído. § 1º Nas situações em que as informações e documentos solicitados digam respeito a fatos que devam estar registrados na escrituração contábil ou fiscal do sujeito passivo, ou em declarações apresentadas à administração tributária, o prazo a que se refere o caput será de cinco dias úteis. § 2º Não enseja a aplicação da penalidade prevista no art. 44, §§ 2º e 5º, da Lei nº 9.430, de 1996, o desatendimento a intimação para apresentar documentos, cuja guarda não esteja sob a responsabilidade do sujeito passivo, bem assim a impossibilidade material de seu cumprimento." (NR) Em suma: o prazo concedido pela autoridade fiscal no início dos trabalhos (cinco dias úteis) coadunase perfeitamente com a exigência legal. Por fim, repete o contribuinte argumento já enfrentado pela DRJ concernente à suposta duplicidade de exigência de multa. Que tal duplicidade não ocorreu, informanos ele mesmo: no outro processo a multa se deveu a divergência nos arquivos magnéticos apresentados. Ademais, neste processo, que é o que está em julgamento, há apenas uma multa lançada. § 7o Os percentuais de multa a que se referem o caput e o § 6o deste artigo serão aumentados de metade nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos. § 8o A multa de que trata este artigo será exigida: I juntamente com o imposto quando este não houver sido lançado nem recolhido; II isoladamente nos demais casos. § 9o Aplicase à multa de que trata este artigo o disposto nos §§ 3o e 4o do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” (NR) Fl. 520DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11020.002530/200593 Acórdão n.º 3401003.084 S3C4T1 Fl. 516 11 Rejeito, assim, também a pretensão de exclusão da multa lançada, ou sua redução para o percentual de 20% previsto para recolhimentos espontâneos em atraso. Em consequência, voto por negar provimento ao recurso do contribuinte. É assim que voto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 521DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/03/2016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/03/2 016 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 19515.720502/2012-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/12/2006 a 30/11/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO EXTEMPORÂNEO. RATIFICAÇÃO DEPOIS DO PRAZO RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO.
É extemporâneo e não deve ser conhecido o recurso voluntário interposto antes da intimação oficial e ratificado somente após vencido o prazo de trinta dias disposto no art. 33, do Decreto nº 70.235/72
Numero da decisão: 3401-002.572
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso voluntário por ser intempestivo.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte e Angela Satori.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/12/2006 a 30/11/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO EXTEMPORÂNEO. RATIFICAÇÃO DEPOIS DO PRAZO RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO. É extemporâneo e não deve ser conhecido o recurso voluntário interposto antes da intimação oficial e ratificado somente após vencido o prazo de trinta dias disposto no art. 33, do Decreto nº 70.235/72
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso voluntário por ser intempestivo. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte e Angela Satori.
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RECURSO EXTEMPORÂNEO. RATIFICAÇÃO DEPOIS DO PRAZO RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO. É extemporâneo e não deve ser conhecido o recurso voluntário interposto antes da intimação oficial e ratificado somente após vencido o prazo de trinta dias disposto no art. 33, do Decreto nº 70.235/72 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso voluntário por ser intempestivo. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte e Angela Satori. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 05 02 /2 01 2- 21 Fl. 2055DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração lavrado em 16/05/2012 (fls.1915/1918) em razão de falta de recolhimento do IPI no período entre abril e novembro de 2008. Segundo consta no termo de verificação (1.911/1914), foi reconstituída a escrita fiscal da Contribuinte do ano de 2007. Durante o procedimento, foram glosados créditos presentes na escrita, de modo que o saldo credor existente em dezembro de 2007 foi reduzido de R$ 1.020.034,84 para R$ 275.374,61. Alterado o saldo final de dezembro de 2007, alterou se, também, o saldo inicial de janeiro de 2008. Com isso, também foi reconstituído o período entre janeiro e dezembro de 2008, restando os saldos credores dos meses lançados (abril a novembro de 2008). A Contribuinte apresentou impugnação (fls. 1934/1987), mas a DRJ em Ribeirão Preto/SP cancelou somente o lançamento de dezembro de 2006, por entender decaído e manteve o lançamento dos demais períodos ao prolatar acórdão (fls. 1992/2007) com a seguinte ementa: “FALTA DE RECOLHIMENTO. RECONSTITUIÇÃO DA ESCRITA FISCAL. Demonstrado pela fiscalização que a autuada escriturou créditos de IPI inexistentes e débitos em valores menores do que os destacados nas notas fiscais de saídas, correta a reconstituição da escrita fiscal e o lançamento para exigir o IPI não escriturado e nem recolhido. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO. LEGALIDADE. A multa de ofício no lançamento de crédito tributário que deixou de ser recolhido ou declarado é aplicada no percentual determinado expressamente em lei. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CABIMENTO. Caracterizado o evidente intuito de fraudar o Fisco, visando subtrairse ao pagamento de tributos, agravase a multa aplicada. DECADÊNCIA DO IPI. Caracterizado o lançamento por homologação, de iniciativa do sujeito passivo, e escoado o lapso qüinqüenal, as ocorrências fáticas são abrangidas pelo fenômeno jurídico da decadência. Sem que tenha ocorrido pagamento antecipado do IPI, nos termos da legislação desse imposto, a contagem do prazo decadencial de cinco anos para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário ocorre do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Fl. 2056DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.720502/201221 Acórdão n.º 3401002.572 S3C4T1 Fl. 2.056 3 Nos casos de ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo de decadência para o lançamento de ofício deve ser contado pela regra do art. 173, I do CTN. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. LANÇAMENTO. Descabe a argüição de irregularidade do procedimento fiscal relacionada ao Mandado de Procedimento Fiscal MPF, porquanto a expedição do mesmo constituise em mero ato de controle administrativo, não maculando a atividade fiscal do próprio Estado, que é atribuída por lei aos auditoresfiscais. NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Não procedem as argüições de nulidade quando não se vislumbra nos autos qualquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72. NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. Não há ofensa à garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa quando todos os fatos estão descritos e juridicamente embasados, possibilitando à contribuinte contestar todas razões de fato e de direito elencadas no auto de infração. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” A Contribuinte interpôs recurso voluntário em 05/11/2012 (fls.2008/2046), antes da intimação do julgamento da DRJ, o qual ocorreu somente em 24/01/2013 (fl. 2048). Em 27/02/2013, a Recorrente ratificou os termos do recurso voluntário (fl. 2049). As alegações presentes do recuso voluntário estão resumidas abaixo: 1 Apesar de no acórdão recorrido terse reconhecido a decadência do fato gerador ocorrido em dezembro de 2006, também devese reconhecer a decadência de todo o anocalendário de 2007, pois, neste caso, aplicase o art. 150, §4º, do CTN; 2 A ação fiscal tinha como objetivo a fiscalização do PIS e da COFINS e posteriormente se estendeu ao IRPJ e à CSLL. Assim, a autoridade fiscal lançou o IPI sem dar oportunidade de a Recorrente apresentar os documentos pertinentes ao imposto sobre industrialização; 3 A fiscalização não deu oportunidade à Recorrente de apresentar documentos e justificarse quanto ao IPI, vez que todos os documentos pedidos foram referentes a outros tributos, o que configura o cerceamento de defesa; 4 Como a fiscalização analisou documentos relativos a outros tributos, o lançamento do IPI foi feito com base em meras presunções; Fl. 2057DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 5 A multa qualificada aplicada é irregular por ser confiscatória e por não haver dolo comprovado; 6 No presente caso, o auto de infração está lavrado sobre meras presunções, sendo o caso de aplicação do princípio in dubio contra fiscum; Ao fim, a Recorrente pediu o conhecimento do recurso voluntário para que seja reformado o acórdão da DRJ, reconhecendose a decadência do lançamento relativo ao anocalendário de 2007 e a declaração de nulidade do todo o auto de infração ou, caso assim não se entenda, que seja reduzida a multa aplicada. É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça O art. 33, do Decreto nº 70.235/72, assim disciplina: “Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão”. (grifo nosso) Portanto, o prazo para interposição do recurso voluntário se inicia somente após à intimação da decisão. Conforme consta no relatório, a Contribuinte interpôs recurso voluntário em 05/11/2012 (fls.2008/2046), antes da intimação do julgamento da DRJ, a qual ocorreu somente em 24/01/2013 (fl. 2048). A ratificação do recurso voluntário, por sua vez, ocorreu somente após passado o prazo recursal, em 27/02/2013 (fl.2049). Desse modo, é intempestivo o recurso voluntário por ser extemporâneo e por sua ratificação ser posterior ao prazo do recurso. A respeito desse tema, assim estão decidindo os Tribunais Superiores: “EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS DE DECISÃO MONOCRÁTICA CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSIÇÃO PREMATURA DO AGRAVO REGIMENTAL AUSÊNCIA DE RATIFICAÇÃO RECURSO EXTEMPORÂNEO AGRAVO REGIMENTAL CONTRA ACÓRDÃO NÃO CABIMENTO AGRAVO REGIMENTAL Fl. 2058DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.720502/201221 Acórdão n.º 3401002.572 S3C4T1 Fl. 2.057 5 NÃO CONHECIDO I É extemporâneo o recurso interposto antes da publicação do acórdão de que se recorre, sem que haja a devida ratificação do ato no prazo recursal. II Esta Corte firmou o entendimento no sentido de que não cabe agravo regimental contra acórdão do Plenário ou de Turma. Inaplicabilidade do princípio da fungibilidade recursal ante a ocorrência de erro grosseiro. Precedentes. III Aplicação da multa prevista no art. 557, § 2º, do CPC , ante a interposição de recurso manifestamente infundado. IV Agravo regimental não conhecido”. (STF EDclAgRgAgRgREAG 777.814 Rio de Janeiro 2ª T. Rel. Min. Ricardo Lewandowski J. 25.03.2014 ) "HABEAS CORPUS" EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO DE AGR AVO AUSÊNCIA DE FORMAL PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO CONSUBSTANCIADOR DO JULGAMENTO EM C AUSA IMPUGNAÇÃO PREMATURA INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EMBARGOS NÃO CONHECIDO S A interposição de recurso que se antecipe à própria publicação formal do acórdão revelase comportamento processual extemporâneo e destituído de objeto. O prazo para interposição de recurso contra decisão colegiada só começa a fluir, ordinariamente, da publicação da Súmula do acórdão no órgão oficial ( CPC, art. 506 , III ). Por isso mesmo, os pressupostos de cabimento dos embargos de declaração Obscuridade, contradição ou omissão Hão de ser aferidos em face do inteiro teor do acórdão a que se referem. A simples notícia do julgamento efetivado não dá início ao prazo recursal. Precedentes. (STF EDclAgRgHC 85182 2ª T. Rel. Min. Celso de Mello DJ 11.04.2013 ) “AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSIÇÃO ANTES DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO RATIFICAÇÃO AUSÊNCIA EXTEMPORANEIDADE AGRAVO DESPROVIDO I Mostra se extemporâneo o recurso extraordinário protocolizado antes da publicação do acórdão recorrido. II A jurisprudência desta Corte e do Supremo Tribunal Federal entende que "éextemporâneo o recurso extraordinário protocolado antes da publicação do acórdão recorrido" (AIAgR nº 681.114/MS, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 18/04/2008). III Agravo regimental desprovido. (STJ AgRgEDclREEDclAgRgEDclEDclAG REsp 176.303 (2012/00974367) C.Esp. Rel. Min. Gilson Dipp DJe 03.02.2014 p. 3726) Ex positis, não conheço o recurso voluntário por não preencher o requisito de tempestividade. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 2059DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Fl. 2060DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14 /05/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 01/07/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 13019.000152/2004-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRAZO DE CINCO DIAS. ART. 65 DO RICARF:
O prazo para a interposição de embargos de declaração é de 05 (cinco) dias a contar da intimação da decisão, de acordo com o art. 65 do RICARF. Os embargos apresentados após o transcurso deste prazo não deve ser conhecido.
Numero da decisão: 3401-002.410
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado: Por unanimidade, não se conheceu do recurso, por ser intempestivo.
(assinado digitalmente)
JULIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente.
(assinado digitalmente)
FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Jean Cleuter Simoes Mendonca, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso De Almeida (Suplente), Angela Sartori.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRAZO DE CINCO DIAS. ART. 65 DO RICARF: O prazo para a interposição de embargos de declaração é de 05 (cinco) dias a contar da intimação da decisão, de acordo com o art. 65 do RICARF. Os embargos apresentados após o transcurso deste prazo não deve ser conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: Por unanimidade, não se conheceu do recurso, por ser intempestivo. (assinado digitalmente) JULIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente. (assinado digitalmente) FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Jean Cleuter Simoes Mendonca, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso De Almeida (Suplente), Angela Sartori.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRAZO DE CINCO DIAS. ART. 65 DO RICARF: O prazo para a interposição de embargos de declaração é de 05 (cinco) dias a contar da intimação da decisão, de acordo com o art. 65 do RICARF. Os embargos apresentados após o transcurso deste prazo não deve ser conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: Por unanimidade, não se conheceu do recurso, por ser intempestivo. (assinado digitalmente) JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente. (assinado digitalmente) FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl, Jean Cleuter Simoes Mendonca, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso De Almeida (Suplente), Angela Sartori. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 01 9. 00 01 52 /2 00 4- 97 Fl. 605DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 5/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 Relatório 1. Tratase de Embargos de Declaração opostos, intempestivamente, pela contribuinte ITAPINUS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRA LTDA. contra o Acórdão nº. 220100.074 (fls. 408/413) deste Colegiado que, por unanimidade de votos, negou provimento ao Recurso Voluntário interposto. 2. Transcrevo a ementa da decisão embargada, in verbis: “Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 PIS NÃOCUMULATIVO. FRETE PARA ESTABELECIMENTO DA CONTRIBUINTE. O frete de mercadorias acabadas para armazenamento em estabelecimento da contribuinte não dá direito a créditos de PIS por falta de previsão legal nesse sentido. PIS NÃOCUMULATIVO. DESPESAS FINANCEIRAS COM CONTRATOS DE CÂMBIO. As despesas com contratos de câmbio não dão direito a créditos de PIS por falta de previsão legal nesse sentido. Recurso Voluntário Negado.” 3. Em suas razões de Embargos Declaratórios (fls. 589/594), a contribuinte esclarece que o recurso é tempestivo em razão de ter tomado conhecimento da decisão da qual recorre apenas em 03 de fevereiro de 2012. 4. No mérito, aponta que o acórdão recorrido merece reparação sob o argumento de que o transporte entre filiais para atingir o objetivo social da empresa gera direito de crédito da Cofins nãocumulativa. Cita o acórdão nº 340100.708, que entende ratificar sua tese. 5. Discorre que suas mercadorias eram vendidas para clientes domiciliados no exterior. Enfatiza que a tradição das mercadorias, que se destinavam unicamente à comercialização para o mercado externo, se dava no porto de embarque. 6. Indica, ainda, que o transporte entre as filiais era feito com único objetivo de exportação. 7. Em seu pedido, postula a total procedência do recurso com o consequente reconhecimento do seu direito ao crédito da Cofins nãocumulativa em relação ao custo do frete pelo transporte entre filiais. É a síntese do necessário. Fl. 606DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 5/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 13019.000152/200497 Acórdão n.º 3401002.410 S3C4T1 Fl. 605 3 Voto Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte 1. Os Embargos de Declaração têm um prazo inadiável de 5 (cinco) dias para ser interposto mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, de acordo com o §1º, do art. 65, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, transcrito a seguir: “Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. § 1° Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de cinco dias contado da ciência do acórdão: I por conselheiro do colegiado; II pelo contribuinte, responsável ou preposto; III pelo Procurador da Fazenda Nacional; IV pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões; V pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão.” 2. De igual modo, o art. 536, do Código de Processo Civil, prevê o mesmo prazo de 5 (cinco) dias para a interposição dos Embargos Declaratórios. Confirase abaixo: “Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo.” (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 1994) 3. No caso em tela, o protocolo se deu após este lapso temporal, sendo assim intempestivo. A Contribuinte foi intimada da decisão do Acórdão proferido por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em 01.10.2009, conforme Aviso de Recebimento juntado à fl. 595, entretanto, só protocolizou o seu embargo, em 17.02.2012, (fls. 1000), quando este deveria ser protocolizado até o dia 06.10.2009. Fl. 607DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 5/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 4. Impende destacar que a contribuinte não se desincumbiu do ônus probatório a si imposto de demonstrar que tomou conhecimento do acórdão recorrido apenas em 03.02.2012, conforme discorre em seu recurso (fls. 1001). 5. Deste modo, não conheço do recurso, por sua intempestividade. É como voto. Fernando Marques Cleto Duarte Relator Fl. 608DF CARF MF Impresso em 12/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 5/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
score : 1.0
Numero do processo: 10675.002273/2005-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Aug 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
Período de apuração: 31/01/2001 a 30/06/2004
NULIDADE. MPF. INEXISTENCIA.
Constituindo-se o Mandado de Procedimento Fiscal em mero elemento de controle da administração tributária, disciplinado por ato administrativo, eventual irregularidade formal nele detectada não enseja a nulidade do auto de infração, nem de quaisquer Termos Fiscais lavrados por agente fiscal competente para proceder ao lançamento, atividade vinculada e obrigatória nos termos da lei.
IOF. CONTA CORRENTE. RECURSOS DE EMPRESAS DO MESMO GRUPO EMPRESARIAL. UTILIZAÇÃO. INCIDÊNCIA.
A utilização de recursos financeiros disponibilizados por pessoas jurídicas, pertencentes ou não a um mesmo grupo empresarial, em contas correntes, por um dos correntistas, em montante superior ao seu valor de ingresso constitui fato gerador do IOF, por força de previsão constante do art. 13 da Lei nº 9.779/99, restando caracterizada operação de crédito em sua acepção ampla.
Recurso voluntário Negado.
Numero da decisão: 3401-002.490
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça e Fernando Marques Cleto Duarte. Designado o Conselheiro Robson José Bayerl.
(assinado digitalmente)
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fernando Marques Cleto Duarte - Relator.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl (Substituto), Jean Cleuter Simoes Mendonca, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso de Almeida (Supente), Angela Sartori.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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MPF. INEXISTENCIA. Constituindose o Mandado de Procedimento Fiscal em mero elemento de controle da administração tributária, disciplinado por ato administrativo, eventual irregularidade formal nele detectada não enseja a nulidade do auto de infração, nem de quaisquer Termos Fiscais lavrados por agente fiscal competente para proceder ao lançamento, atividade vinculada e obrigatória nos termos da lei. IOF. CONTA CORRENTE. RECURSOS DE EMPRESAS DO MESMO GRUPO EMPRESARIAL. UTILIZAÇÃO. INCIDÊNCIA. A utilização de recursos financeiros disponibilizados por pessoas jurídicas, pertencentes ou não a um mesmo grupo empresarial, em contas correntes, por um dos correntistas, em montante superior ao seu valor de ingresso constitui fato gerador do IOF, por força de previsão constante do art. 13 da Lei nº 9.779/99, restando caracterizada operação de crédito em sua acepção ampla. Recurso voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça e Fernando Marques Cleto Duarte. Designado o Conselheiro Robson José Bayerl. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 00 22 73 /2 00 5- 22 Fl. 967DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL 2 Júlio César Alves Ramos Presidente. (assinado digitalmente) Fernando Marques Cleto Duarte Relator. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos (Presidente), Robson Jose Bayerl (Substituto), Jean Cleuter Simoes Mendonca, Fernando Marques Cleto Duarte, Fenelon Moscoso de Almeida (Supente), Angela Sartori. Relatório 1. Cuidase de recurso voluntário interposto pela contribuinte COMPANHIA DE TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL CENTRAL em face da decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG) que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação interposta, bem como manteve o crédito tributário. 2. De acordo com a descrição dos fatos e o enquadramento legal, acostados às fls. 750/751, foi apurada a falta de recolhimento de IOF incidentes sobre mútuo de recursos financeiros entre a contribuinte e outras pessoas jurídicas. Transcrevo, por oportuno, trecho do auto de infração: “Tendo em vista a existência, na contabilidade da empresa, de rubricas contábeis representativas de mútuos de recursos financeiros entre pessoas jurídicas, intimamos o contribuinte, em 30/05/2005, a apresentar planilha demonstrativa do contacorrente com partes relacionadas referentes aos anos de 2001 ao 2004, segregada por pessoa jurídica, e os respectivos contratos de mútuo, além das planilhas demonstrativas do IOF incidentes sobre os mútuos. Em resposta protocolada em 04/07/2005 foram apresentados os contratos de conta corrente entre a empresa ora fiscalizada e as outras pessoas jurídicas mutuárias, bem como as planilhas demonstrativas dos mútuos e do cálculo do IOF incidente (fls. 61 a 445). Nessas planilhas o IOF foi apurado pelo somatório dos saldos devedores diários de cada mês. Os encargos debitados ao mutuário (juros) só foram computados na base de cálculo do IOF a partir do período de apuração subsequente ao que se referiam. As rubricas contábeis do Ativo Realizável a Longo Prazo de n° 1227.0000.000 e 2270.0000.000 do Passivo Exigível a Longo registram as referidas operações no ano de 2001, ao passo que as rubricas "124.61.” registram as operações de mútuo dos anos de 2002 a 2004. Consta das folhas 446/747 cópias das folhas dos livros Razão representativas dos mútuos objeto da presente Fiscalização. Fl. 968DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10675.002273/200522 Acórdão n.º 3401002.490 S3C4T1 Fl. 968 3 A Fiscalização elaborou quatro planilhas anexas a este Auto de Infração, denominadas "RESUMO DE APURAÇÃO DO IOF", onde constam os valores mensais do IOF devido. Tais valores foram apurados com base nas planilhas apresentadas pelo contribuinte, que por sua vez tiveram como base os registros de mútuos lançados na contabilidade da empresa. Na forma do artigo 13 da Lei 9.779/99, artigo 7 ° do Decreto 2.219/97, artigo 7° do Decreto 4.494/2002 e Ato Declaratório SRF n° 007, de 22/01/99, foram apurados os saldos devedores diários das contas de Ativo representativas dos mútuos e calculado o valor do IOF devido durante os meses de janeiro/2001 a dezembro/2004. Como o contribuinte no recolheu e nem declarou ao Fisco Federal o IOF devido, procedemos ao presente lançamento de oficio.” 3. Insta frisar que foi multa aplicada no patamar de 75% (setenta e cinco por cento) do tributo não recolhido. 4. O contribuinte foi regularmente intimado da lavratura do auto de infração em 29.05.2005, tendo apresentando impugnação a fim de reverter o lançamento fiscal. Ao analisar seus argumentos, o Colegiado de primeira instância não acolheu as teses apresentadas. O acórdão recorrido restou ementado nos termos abaixo transcritos: “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 31/01/2001 a 30/06/2004 Ementa: MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA – Constituindose o Mandado de Procedimento Fiscal em mero elemento de controle da administração tributária, disciplinado por ato administrativo, eventual irregularidade formal nele detectada não enseja a nulidade do auto de infração, nem de quaisquer Termos Fiscais lavrados por agente fiscal competente para proceder ao lançamento, atividade vinculada e obrigatória nos termos da lei. ILEGALIDADE ARGÜIÇÃO A autoridade administrativa não possui competência para apreciar a inconstitucionalidade ou ilegalidade de lei ou ato normativo do poder público, cabendo tal prerrogativa unicamente ao Poder Judiciário. Assunto: Imposto sobre Operaçôes de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários IOF Período de apuração: 31/01/2001 a 30/06/2004 Ementa: OPERAÇÕES DE MÚTUO EMPRESAS NÃOFINANCEIRAS INCIDÊNCIA Incide o IOF sobre operações de crédito correspondentes a mútuo de recursos financeiros efetuados entre pessoas jurídicas não financeiras. Constatada a existência das operações e a falta de recolhimento do tributo correspondente, correta a formalização da exigência de oficio. Lançamento Procedente.” Fl. 969DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL 4 5. A intimação do acórdão de primeira instância se deu em 21.11.2006, na pessoa da advogada do contribuinte, conforme se depreende da declaração de ciência de fls. 831v. 6. Inconformado com a decisão proferida, o contribuinte interpôs, em 19.12.2006, recurso voluntário (fls. 837/877). 7. Em suas razões recursais, o contribuinte aduz, em sede preliminar, a nulidade do auto de infração, pelos seguintes motivos: a) descumprimento de requisito formal indispensável à regular fiscalização do IOF, tendo em vista que o MPF foi instaurado para fiscalização de IRPJ; b) falta de fundamentação e motivação no que concerne à desqualificação do contrato de conta corrente para classificálo como contrato de mutuo; c) não atendimento aos princípios da motivação, haja vista que não se relacionou nem se comprovou os elementos jurídicos que levaram o Fisco a desconsiderar os contratos de conta corrente para qualificálos como contratos de mútuo; da razoabilidade, pois tratou dois atos normativos do poder público de forma distinta, negando vigência a um e acolhendo a outro; da moralidade, pois ao dar interpretações distintas a situações semelhantes desprestigia a coerência que se espera da administração no trato da coisa pública e no trato das relações jurídicas mantidas com os administrados; da segurança jurídica, uma vez que não havendo coerência nas ações da administração tributária, não pode o contribuinte confiar que estará trilhando suas atividades empresarias por caminhos seguros e previsíveis. 8. Em sede de mérito, as razoes do contribuinte convergem para que: a) seja afastada a tributação dos contratos de conta corrente pelo IOF, por não terem a mesma natureza jurídica dos contratos de mútuo; b) subsidiariamente, seja afastada a tributação dos contratos de conta corrente, por não serem passíveis à aplicação das regras de extrafiscalidade desse imposto no âmbito de regular os meios liberatórios na política monetária, nos termos indicados pelo art. 65 do CTN; c) caso seja comprovado que os contratos da Recorrente são contratos de mútuo, que seja excluída a tributação dos contratos pelo IOF na forma disposta no inciso II do art. 77 da Lei nº. 8.981/95, até a data de sua revogação, que ocorreu com a publicação da Lei n. 10.833/2003, em 30 de dezembro de 2003; d) seja afastada a tributação dos contratos de conta corrente, em face da irregularidade de fixação de suas alíquotas por Portaria do Ministro da Fazenda, por incompatível com o sistema de direito positivo vigente; e) seja reduzido o cômputo dos juros calculados à base da Taxa SELIC para o porcentual máximo previsto no art. 161 do CTN, por este ser o limite legal permitido; f) não seja aplicado, a partir do protocolo da impugnação, o cômputo de juros sobre a multa, por ser indevida e ilegal tal aplicação sobre penalidades. Fl. 970DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10675.002273/200522 Acórdão n.º 3401002.490 S3C4T1 Fl. 969 5 9. Não tendo havido contrarrazões por parte da Fazenda Nacional, os autos foram encaminhados a este Conselho para análise e julgamento do recurso voluntário. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte DA ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e presentes se encontram os demais requisitos para a sua admissibilidade, razão pela qual dele eu conheço. DA INEXISTÊNCIA DE NULIDADE Como bem asseverou o acórdão da DRJ, o Mandado de Procedimento Fiscal é instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos fiscais relativos aos tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Consiste em uma ordem administrativa, emanada de dirigentes das unidades da Receita Federal para que seus auditores executem as atividades fiscais, tendentes a verificar o cumprimento das obrigações tributárias por parte do sujeito passivo. Sendo, portanto, ato praticado por autoridade competente (Coordenador, Superintendente, Delegado ou Inspetor, conforme o caso) e dirigido ao Auditor Fiscal da Receita Federal (AFRF), eventuais irregularidades verificadas no seu trâmite, ou mesmo na sua emissão, não tem o condão de invalidar o auto de infração decorrente do procedimento fiscal relacionado. A necessidade de cientificar o contribuinte da existência do MPF prendese tão somente a questões relacionadas h sua segurança contra pseudoações fiscais que poderiam ocorrer. Assim, o contribuinte pode, por precaução, praticar as medidas que julgar pertinentes para sua segurança durante o procedimento de fiscalização, enquanto não lhe for apresentado o MPF correspondente. No caso em concreto, várias foram as prorrogações do MPFFiscalização de fl. 02, conforme o demonstrativo de fl. 07. Além disso, foram emitidos dois MPF Complementar àquele: seja para incluir novo AFRF, fl. 03, seja ainda para incluir o IOF com fatos geradores compreendidos entre 01/2001 e 12/2004, fl. 05. Sobre esse último recaiu a razão maior para a defesa da nulidade do lançamento. Tais instrumentos cumpriram as finalidades que motivaram sua instituição, quais sejam, o planejamento e controle administrativo, bem como a certificação ao sujeito passivo de que estava diante de ação fiscal regular. Ainda que houvesse vícios relativos ao uso do MPF de meras irregularidades formais, sabese que estas, quando supríveis, não podem elidir a atividade regrada e obrigatória do lançamento de oficio. Fl. 971DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL 6 Mister salientar que o regramento acerca do Mandado de Procedimento Fiscal não se sobrepõe à atividade vinculada e obrigatória a que estão submetidos os agentes tributários. A obrigatoriedade do lançamento tributário, sob pena de responsabilidade funcional, constatada irregularidade cometida pelo sujeito passivo da obrigação tributária, deflui do Código Tributário Nacional, arts. 3° e 142, § único. Ademais, insta salientar que este Conselho já se posicionou afirmando que o MPF é instrumento de mero controle administrativo, eventuais irregularidades em sua emissão ou utilização não têm o condão de macular o auto de infração. A guisa de exemplo, os ementários abaixo extraídos: MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF A atividade de seleção do contribuinte a ser fiscalizado, bem assim a definição do escopo da ação fiscal, inclusive dos prazos para a execução do procedimento, são atividades que integram o rol dos atos discricionários, moldados pelas diretrizes de política administrativa de competência da administração tributária. Neste sentido, o MPF tem tripla função: a) materializa a decisão da administração, trazendo implícita a fundamentação requerida para a execução do trabalho de auditoria fiscal, b) atende ao principio constitucional da cientificação e define o escopo da fiscalização e c) reverencia o principio da pessoalidade. Questões ligadas ao descumprimento do escopo do MPF, inclusive do prazo e das prorrogações, devem ser resolvidas no âmbito do processo administrativo disciplinar e não têm o condão de tornar nulo o lançamento tributário que atendeu aos ditames do art. 142 do CTN. (Ac. 1° CC n° 107 06820, sessão de 16/10/2002, Relator Luiz Martins Valero) NULIDADE INOCORRÊNCL4 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL O MPF constituise em elemento de controle da administração tributária, disciplinado por ato administrativo. A eventual inobservância da norma infralegal não pode gerar nulidades no âmbito do processo administrativo fiscal. (Ac. 1° CC n° 10807079, Sessão de 22/08/2002, Relator Luiz Alberto Cava Maceira) Assim sendo, não assiste razão á recorrente na preliminar arguida, razão pela qual a rejeito. DA NÃO INCIDÊNCIA DO IOF O caso análogo ao ora em apreço já foi apreciado por esse Conselho no Processo nº 11080.015070/200800, sendo redator do acórdão o Conselheiro Luiz Roberto Domingo, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 IOF. RECURSOS DA CONTROLADA EM CONTA DA CONTROLADORA. CONTA CORRENTE. RAZÃO DE SER DA HOLDING. Os recursos financeiros das empresas controladas que circulam nas contas da controladora não constituem de forma automática a caracterização de mútuo, pois dentre as atividades da empresa controladora de grupo econômico está a gestão de recursos, por meio de contacorrente, não Fl. 972DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10675.002273/200522 Acórdão n.º 3401002.490 S3C4T1 Fl. 970 7 podendo o Fisco constituir uma realidade que a lei expressamente não preveja. Recurso Voluntário Provido Ora, no presente caso o Fisco incorre em equívoco na interpretação dos fatos jurídicos colhidos para aplicação das normas relativas ao IOF. Isso porque, diferentemente do que interpretou a Fiscalização, não houve a contratação de mútuo entre a Recorrente e as empresas de seu grupo econômico, da qual é controlada, mas sim, entendo ser contrato de contacorrente pelo qual a Holding administra o caixa do Grupo. O direito civil tem previsão para as duas modalidades de contrato e não cabe ao Fisco decidir qual deles está sendo implementado no caso em apreço. Apesar de o Fisco apresentar coerente com as práticas de fiscalização que vem desenvolvendo nos últimos anos, há muito que a jurisprudência administrativa tem feito a correta distinção entre contratos de mútuo e contratos de contacorrente. No contrato de mútuo o credor dá em empréstimo coisa fungível ao devedor que se obriga a restituir “coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade”. O tomador tem a prerrogativa de realizar as operações que melhor lhe prover com os valores emprestados, Já o contrato de contacorrente não há um empréstimo, propriamente dito, as partes estabelecem uma relação na qual cada uma das partes pode estar simultaneamente na posição de credor e devedor o que lhe dá a característica de contrato bilateral, com direitos e obrigações recíprocas. Ocorre que aquele que tem a posse do numerário não está livre para fazer dele o que quiser, pois se o depositante requerer o numerário, aquele deverá restituílo imediatamente. Somente por estas diferenças essenciais entre o contrato de mútuo e o contrato de conta corrente é que não poderia o Fisco, definir, a partir de um saldo contábil definir o tipo de contratação que se opera. Outra questão cabível à apreciação referese ao alargamento do campo de incidência do IOF por meio de Ato Declaratório. É que a Lei nº. 9.779/99 ao prever a incidência do IOF sobre as operações de créditos realizadas fora do Sistema Financeiro Nacional restringiua às operações de mútuos. A Secretaria da Receita Federal, por sua vez, mas à revelia do limite legal, editou Ato Declaratório SRF nº. 007/1999, criando uma equiparação entre os contratos de mútuo e os contratos de conta corrente: “O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições, declara: 1. No caso de mútuo entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física, sem prazo, realizado por meio de conta corrente, o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF, devido nos termos do art. 13 da Lei n° 9.779, de 19 de janeiro de 1999: a) incide somente em relação aos recursos entregues ou colocados à disposição do mutuário a partir de 1° de janeiro de 1999; b) será calculado e cobrado no primeiro dia útil do mês subseqüente àquele a que se referir, relativamente a cada valor entregue ou colocado à Fl. 973DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL 8 disposição do mutuário durante o mês, e recolhido até o terceiro dia útil da semana subseqüente; c) os encargos debitados ao mutuário serão computados na base de cálculo do IOF a partir do dia subseqüente ao término do período a que se referirem.” Tal equiparação cria tributação por analogia o que é vedado pelo art. 108 do Código Tributário Nacional: “Art. 108 Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I a analogia; II os princípios gerais de direito tributário; III os princípios gerais de direito público; IV a eqüidade. § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.” Não poderia uma norma de nível hierárquico inferior a lei introduzir norma que crie nova tributação ou alargue o escopo da tributação definido por lei. A edição do Ato Declaratório não só confirma a diferença entre os contratos de mútuo e os contratos de conta corrente como estabelece uma tributação por analogia que, como vimos, é vedada pelo CTN (art. 108, § 1º). A tentativa de tributação por meio de Ato Declaratório não é nova. Cabe trazer à baila jurisprudência que afastou a tributação de operações de mútuo criada pela Instrução Normativa SRF 07/1999, em afronta ao art. 77 da Lei n.º 8.981/95 que previa isenção “nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a mutuária for instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil”. Abaixo, ementa do Acórdão nº 10613917, de 14/04/2004, cujo voto condutor afasta a instituição do Imposto de renda Fonte sobre operações de mútuo antes da publicação da Lei n. 10.833/2003: Relator: Sueli Efigênia Mendes de Britto Decisão: Acórdão 10613917 Resultado: DPU DAR PROVIMENTO POR UNANIMIDADE “Ementa: IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. OPERAÇÕES DE MÚTUO REALIZADAS ENTRE PESSOAS JURÍDICAS CONTROLADORAS, CONTROLADAS, COLIGADAS OU INTERLIGADAS Nos termos do art. 144 do CTN a obrigação tributária de pagar o imposto é definida pela lei Fl. 974DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10675.002273/200522 Acórdão n.º 3401002.490 S3C4T1 Fl. 971 9 aplicável à época da ocorrência do fato gerador. A isenção do imposto de renda na fonte incidente nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, fixada pelo inciso II, art. 77 da Lei n° 8.981/1999, deixou de existir apenas com a edição da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que no inciso III de seu art. 94, revogoua. Incabível a exigência do imposto de renda na fonte sobre os rendimentos dessa espécie nos anos calendários de 2000 e 2001. Recurso provido.” O irretocável voto condutor da Eminente Conselheira Sueli Efigênia Mendes de Brito conclui que: “Concluise que, em que pese a Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº. 007/1999 citada pelo autor do lançamento (fl. 4), ter estabelecido a incidência do imposto de renda na fonte sobre os rendimentos oriundos dessas operações, essa insenção só veio a ser revogada com a edição da Lei nº. 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (DOU de 30/12/2003, que em seu artigo 94, inciso III, assim determinou: Art. 94. Ficam revogados: (...) III – o inciso II do art. 77 da Lei nº. 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Desta forma e considerando a regra do art. 144 do CTN, de que a lei que define a obrigação tributária de pagar o imposto é aquela vigente à época da ocorrência do fato gerador, o imposto de renda na fonte exigido, pelo lançamento, aqui examinado, deve ser cancelado.” Portanto, entendo que o Ato Declaratório SRF nº 007/1999, não pode alargar o campo de incidência do IOF, assim como à fiscalização não cabe escolher e definir o tipo de contrato firmado a partir do registro contábil de saldo devedor nas transferências financeiras entre empresas controladora e controlada, para constituir exigência de IOF. CONCLUSÃO Pelo exposto, conheço do recurso voluntário para não acolher a preliminar arguida, e, no mérito, darlhe provimento. Fernando Marques Cleto Duarte Relator Voto Vencedor Fl. 975DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL 10 Conselheiro Robson José Bayerl, Redator designado Nada obstante o respeitável e bem fundamentado entendimento do eminente Conselheiro Relator, dele divirjo no que concerne à não incidência do IOF sobre as operações objeto do lançamento. Na linha da decisão recorrida, perfilho a compreensão que a referência a “operações de crédito” insculpida no art. 13 da Lei nº 9.779/99 deve ser interpretada em seu sentido amplo e não restrito, como defende o recorrente. O sistema de conta corrente adotado pelo contribuinte enquadrase na modalidade contábil, em contraposição à conta corrente bancária, que necessariamente deve envolver uma instituição financeira, porquanto estas são as duas espécies do gênero. Neste sentido, a conta corrente contábil consubstancia operação onde duas ou mais pessoas convencionam efetuar remessas financeiras recíprocas, que são disponibilizadas mutuamente segundo a necessidade dos contratantes, o que exige, logicamente, um específico controle de entradas e saídas de valores, uma vez que há necessidade de reposição das quantias utilizadas, mediante levantamento de balanço para se identificar os credores e os devedores das operações. A lógica que norteia a conta corrente é que, em caso de encerramento, excluídas as despesas de manutenção e outros encargos acordados, os correntistas devem retirar quantia equivalente àquela com a qual ingressaram no sistema. Por conseguinte, quando um dos correntistas utiliza valores disponibilizados em montante superior à sua contribuição para formação do saldo da conta corrente, a meu ver, há sim, nesta situação, verdadeira operação de crédito, que pode ser qualificada como mútuo, assim considerado o empréstimo de coisa fungível, tal como previsto no art. 586 do Código Civil, até porque, como o mútuo, na conta corrente há necessidade de restituição dos valores utilizados, ainda que tão somente por ocasião da liquidação daquela. Portanto, nos termos do já referido art. 13 da Lei nº 9.779/99, nestas operações de crédito, correspondentes a mútuo de recursos financeiros entre pessoas jurídicas, há sujeição à incidência do IOF segundo as mesmas normas aplicáveis às operações de financiamento e empréstimos praticadas pelas instituições financeiras, razão porque não há qualquer reparo a ser feito no lançamento ou na decisão sob vergasta. Outrossim, não procede o argumento que a Administração Tributária, por intermédio do Ato Declaratório nº 07/99, tenha desbordado de sua incumbência de normatizar a aplicação da legislação tributária ou mesmo redefinido fato gerador de tributo, em afronta ao art. 97, III do Código Tributário Nacional, como prega o recorrente, ao passo que simplesmente externou uma das interpretações possíveis do predito art. 13 da Lei nº 9.779/99, não havendo aí qualquer aberração jurídica. Com estas considerações, voto por negar provimento ao recurso voluntário interposto. Robson José Bayerl Fl. 976DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10675.002273/200522 Acórdão n.º 3401002.490 S3C4T1 Fl. 972 11 Fl. 977DF CARF MF Impresso em 13/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 0 7/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE, Assinado digitalmente em 07/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL
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