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Numero do processo: 10283.901003/2009-33
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2005
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. PLEITO DE CONSIDERAÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS. MATÉRIA ESTRANHA.
Trata-se de matéria estranha aos autos em que se discute Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), não se comportando em seus estreitos limites, pleito de consideração de eventuais benefícios fiscais a que faça - ou venha a fazer - jus o sujeito passivo.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. ESTIMATIVA MENSAL. SALDO NEGATIVO. REEXAME.
O pagamento de estimativa mensal, indicado como direito creditório no correspondente Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), compõe o saldo negativo apurável, devendo, a esse título, ser apreciado pelo órgão jurisdicionante.
Numero da decisão: 1803-001.569
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para que o direito creditório pleiteado seja apreciado, pela DRF de origem, como saldo negativo de IRPJ, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Selene Ferreira de Moraes - Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman e Sérgio Rodrigues Mendes. Ausente, justificadamente, a Conselheira Viviani Aparecida Bacchmi.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2005 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. PLEITO DE CONSIDERAÇÃO DE BENEFÍCIOS FISCAIS. MATÉRIA ESTRANHA. Tratase de matéria estranha aos autos em que se discute Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), não se comportando em seus estreitos limites, pleito de consideração de eventuais benefícios fiscais a que faça ou venha a fazer jus o sujeito passivo. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. ESTIMATIVA MENSAL. SALDO NEGATIVO. REEXAME. O pagamento de estimativa mensal, indicado como direito creditório no correspondente Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), compõe o saldo negativo apurável, devendo, a esse título, ser apreciado pelo órgão jurisdicionante. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 10 03 /2 00 9- 33 Fl. 112DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/11/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.901003/200933 Acórdão n.º 1803001.569 S1TE03 Fl. 113 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para que o direito creditório pleiteado seja apreciado, pela DRF de origem, como saldo negativo de IRPJ, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman e Sérgio Rodrigues Mendes. Ausente, justificadamente, a Conselheira Viviani Aparecida Bacchmi. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/11/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.901003/200933 Acórdão n.º 1803001.569 S1TE03 Fl. 114 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 72verso e 73): Tratase de declaração de compensação transmitida em 31/10/2005 pela contribuinte acima identificada, na qual indicou crédito de R$ 580.383,05 resultante de pagamento indevido ou a maior originário de DARF relativo à receita de código 2362, do período de apuração de 30/09/2004, no valor originário de R$ 601.072,46. A Delegacia de origem, em análise datada de 18/02/2009 (fl. 06), asseverou que “A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Assim, não homologou a compensação declarada. Cientificada em 05/03/2009, a interessada apresentou, em 03/04/2009, manifestação de inconformidade na qual alega (fls. 11/17): a) O equívoco decorre do fato de que a Manifestante apurou erroneamente o valor do tributo a pagar, o que será corrigido através desta manifestação com a disponibilidade dos documentos comprobatórios do crédito. b) Após têlo apurado e efetuado o pagamento, foi detectado pelo setor de contabilidade do contribuinte o pagamento a maior, bem como saldo credor decorrente de saldo negativo da CSLL (sic), que resultara no pedido de compensação, na forma prevista na legislação que trata do assunto. c) Inadvertidamente, não houve a retificação da DCTF na qual deveria constar o valor do crédito a ser compensado e o efetivo valor do imposto apurado pela Manifestante. (Demonstrativo Anexo). Pelo demonstrativo que segue anexo à manifestação de inconformidade constatase o valor do tributo pago a maior, conforme DARF, sendo o crédito, objeto de compensação, decorrente de saldo negativo da contribuição social sobre o lucro líquido (sic). d) Além do saldo credor da CSLL (sic), a manifestante possui ainda crédito originário de benefício fiscal amparado no Ato Declaratório nº 58, de 04 de abril de 2005, e no DecretoLei nº 756/69, o primeiro expedido pelo Sr. Delegado da Receita Federal, com efeito retroativo ao ano de 2004. e) Enquanto aguardava a expedição do ato declaratório, a requerente apurou e efetuou o pagamento do imposto, o que gerou crédito passível de compensação após a publicação do documento. f) Para aferição do crédito e até mesmo do débito, é indispensável que a autoridade administrativa autorize a realização de diligência nos livros fiscais e contábeis do contribuinte. Todos os valores objeto do pedido de ressarcimento/restituição e compensação dizem respeito ao exercício de 2005 – ano calendário de 2004, abrangendo todo o ano de 2004 e, por esse motivo, fica inviável anexar a esta manifestação todos os livros e documentos que comprovam a apuração do crédito. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/11/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.901003/200933 Acórdão n.º 1803001.569 S1TE03 Fl. 115 4 Diante do exposto, requer: a) seja dado efeito suspensivo à presente Manifestação de Inconformidade, na forma do artigo 151, inciso II, do CTN, possibilitando a obtenção da Certidão Conjunta Positiva de Débito com Efeito de Negativa, prevista no artigo 206 do Código Tributário Nacional; b) a reforma total do despacho decisório, a fim de determinar a realização da diligência para comprovação efetiva do crédito alegado pelo contribuinte; c) o reconhecimento do crédito, amparado nos documentos anexos a esta Manifestação de Inconformidade e naqueles examinados por ocasião da diligência, autorizando a compensação do crédito reconhecido com o débito informado pelo contribuinte; d) pedese finalmente a Vossa Senhoria autorização para juntada de documentos, antes da decisão dessa augusta Câmara. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 72): ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. OBJETO. CRÉDITO. LIMITE. A análise da Declaração de Compensação efetuase em relação à data de sua transmissão, encontrandose vinculada também aos exatos limites do crédito originalmente identificado pelo contribuinte como compensável. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido 3. Cientificada da referida decisão em 23/02/2011 (fls. 80 numeração digital – ND), apresenta a interessada, em 24/03/2011, Recurso de fls. 81 (ND) a 88 (ND), instruído com os documentos de fls. 89 (ND) a 108 (ND), nele argumentando, em síntese: a) que, ainda que seja de competência da autoridade administrativa deferir ou não a diligência requerida, deve ser levado em consideração que se trata de um direito do litigante, em processo administrativo ou judicial (CF/88, art. 5º, inciso LV), merecendo tal pleito ser mais bem analisado pelos ilustres Conselheiros; b) que a exibição de documentos e a juntada destes aos autos administrativos depende do sujeito passivo, mas o exame, a verificação e a análise para atestar a veracidade das informações é ato discricionário da administração tributária, ao qual devem ser aplicados os princípios do devido processo legal, previstos no Decretolei nº 70.235/72, na Lei nº 9.784/99 e na Instrução Normativa nº 900/09, art. 65; c) que é dever da administração realizar as diligências, no estabelecimento do sujeito passivo, para constatar a exatidão das informações; Fl. 115DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/11/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.901003/200933 Acórdão n.º 1803001.569 S1TE03 Fl. 116 5 d) que, do mesmo modo que o contribuinte não pode negar a exibição dos livros, o fisco também não pode negarse a examiná los para que se detecte a verdade material dos fatos alegados e efetivamente ocorridos, tanto no interesse da arrecadação e daquele que efetua o pagamento dos tributos; e) que não é prudente que a Administração negue ao contribuinte o exame de documentos para demonstrar a existência do crédito apontado no PER/DCOMP; f) que, no ano de 2004, houve pagamento do imposto de renda, nascendo o crédito objeto de restituição e informado no PER/DCOMP, não podendo ser negado pela autoridade administrativa sem antes fazer o exame dos documentos comprobatórios do pagamento e do registro dos créditos na contabilidade do contribuinte; e g) que resta demonstrado, de forma cristalina, que a Recorrente tem o direito de ver os seus livros contábeis e fiscais examinados para aferir a existência do crédito e, ao depois, depararse com a decisão da autoridade administrativa reconhecendo ou não o direito creditório e a homologação da compensação. 4. É o que importa relatar. Em mesa para julgamento. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/11/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.901003/200933 Acórdão n.º 1803001.569 S1TE03 Fl. 117 6 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Objeto de julgamento 5. De início, cumpre deixar claro que é objeto do Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), de fls. 1 a 5, pleito de compensação de suposto crédito de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a título de “pagamento indevido ou a maior”, decorrente de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), no valor de R$ 601.072,46 (código de receita: 2362; período de apuração: 30/09/2004; data de arrecadação: 29/10/2004). 6. Dessa forma, eventuais benefícios fiscais a que faça ou venha a fazer jus a Recorrente, e que poderiam vir a reduzir o montante do imposto a pagar, não serão aqui analisados, por se constituírem em matéria estranha aos estreitos limites destes autos. 7. Nesse sentido, concordase inteiramente com a decisão recorrida (fls. 73 verso – destacouse): Constatase, dessa forma, que, com tal mudança de sistemática, a compensação deixou de ser um pedido submetido à apreciação da autoridade administrativa, tratandose, antes, de procedimento efetivado pelo próprio contribuinte, sujeito apenas à posterior homologação pelo Fisco, de forma expressa ou tácita. Por decorrência, a análise de procedência da declaração de compensação deve ser efetuada em relação à data de sua transmissão, encontrandose vinculada, também, aos exatos limites do crédito identificado originalmente pelo contribuinte como compensável. Resulta, pois, que não se faz possível, em sede de declaração de compensação, pretenderse inovar o seu conteúdo, também sendo irrelevante a existência de outros créditos do sujeito passivo em tese oponíveis à Receita Federal do Brasil, os quais, nesta qualidade, dependeriam da apresentação de Pedido de Restituição/Ressarcimento cumulado com nova DCOMP. 8. Por conseguinte, é irrelevante toda a discussão encetada pela Recorrente com relação ao Ato Declaratório nº 58, de 4 de abril de 2005 [redução de 75% do imposto de renda das pessoas jurídicas e adicionais não restituíveis, incidente sobre o lucro da exploração, relativo ao projeto de modernização de empreendimento da empresa, na área da atuação da extinta SUDAM, pelo prazo de 9 (nove) anos a partir do anocalendário de 2004], como também a referência feita pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) acerca desse ato. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/11/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.901003/200933 Acórdão n.º 1803001.569 S1TE03 Fl. 118 7 Pedido de compensação 9. No presente caso, admite a própria Recorrente que deveria ter indicado o pagamento de estimativa mensal na dedução do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) devido ao final do período de apuração, compondo o saldo negativo correspondente. 10. Assim, aquele pagamento de estimativa mensal, indicado como direito creditório na correspondente Per/DComp, compõe o saldo negativo apurável, devendo, a esse título, ser apreciado pelo órgão jurisdicionante, em conjunto com outras Per/DComp que porventura tenham a mesma origem de crédito. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para que o direito creditório pleiteado seja apreciado, pela DRF de origem, como saldo negativo de IRPJ. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 118DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/11/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/11/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10925.001141/2009-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Sep 04 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann (Presidente). Ausente justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
Nome do relator: NELSON MALLMANN
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann (Presidente). Ausente justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann (Presidente). Ausente justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 25 .0 01 14 1/ 20 09 -1 8 Fl. 472DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 3 2 Relatório EUCLÉCIO LUIZ PELIZZA, contribuinte inscrito no CPF/MF sob o nº 346.931.22904, com domicílio fiscal na cidade de Xavantina, Estado Santa Catarina, à Rua R. Pref. Octavio U. Simon, n.º 080 – casa Bairro Centro, jurisdicionado a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Joaçaba SC, inconformado com a decisão de Primeira Instância de fls. 353/363, prolatada pela 4º Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis SC, recorre, a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pleiteando a sua reforma, nos termos da petição de fls.368/375. Contra o contribuinte acima mencionado foi lavrado, em 27/05/2009, o Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (fls. 02/08), com ciência por AR, em 04/06/2009 (fl.296), exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 3.259.616,43 (padrão monetário da época do lançamento do crédito tributário), a título de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescidos da multa de lançamento de ofício qualificada de 150% e dos juros de mora de, no mínimo, de 1% ao mês, calculado sobre o valor do imposto de renda relativo ao exercício de 2006, correspondentes ao anocalendário de 2005. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização de revisão de Declaração de Ajuste Anual referente ao exercício de 2006, onde a autoridade fiscal lançadora constatou as seguintes irregularidades: 1 ATIVIDADE RURAL OMISSÃO DE RENDIMENTOS DA ATIVIDADE RURAL: Omissão de rendimentos provenientes de atividade rural, conforme Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal, em anexo. Infração capitulada nos arts. 1° ao 22º da Lei n° 8.023, de 1990; arts. 9º e 17º da Lei n° 9.250, de 1995; art. 59º da Lei n° 9.430, de 1996; art. 57º do RIR, de 1999; art. 1° da Lei n°11.119, de 2005; 2 DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA: Omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em conta(s) de depósito ou de investimento, mantida(s) em instituição (ões) financeira(s), em relação aos quais o sujeito passivo, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal, em anexo. Infração capitulada no art. 849º do RIR, de 1999; art. 1° da Lei n° 11.119, de 2005. A Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela constituição do crédito tributário lançado esclarece, ainda, através do Termo de Constatação e Encerramento da Ação Fiscal, datado de 27/05/2009 (fls. 09/16), entre outros, os seguintes aspectos: que em procedimento fiscal junto ao Sr. Euclides Pelizza CPF: 138.211.649 72, pai deste contribuinte, verificamos que o mesmo movimentou recursos na contacorrente n° 5.1136 da agência n°3.0678 da Cooperativa de Crédito SICOOBCREDIAUC/SC. Após excluídos os valores que tiveram origem justificada na atividade rural do contribuinte e após regularmente intimado, restou sem comprovação de origem o valor de R$ 4.533.860,23, no ano de 2005; Fl. 473DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 4 3 que tendo em vista que o Sr. Euclécio Luiz Pelizza consta como 2° titular desta conta, iniciamos este trabalho através da abertura do Mandado de Procedimento Fiscal n° 09.2.03.002009000473, de 03 de fevereiro de 2009, e encaminhamos o Termo de Início de Fiscalização, de 04/02/09, onde anexamos uma planilha listando todos os valores cuja origem não foi justificada e solicitamos a comprovação, através de documentos hábeis e idôneos, da origem destes recursos. Também foi solicitado a apresentação dos extratos bancários de contas correntes, aplicações financeiras e poupanças, mantidas pelo mesmo em instituições financeiras no Brasil e exterior, referente ao período de 2005, juntamente com a respectiva comprovação da origem destes recursos (fls. 80/86). Ciência em 09 de fevereiro de 2009 conforme Aviso de Recebimento a fl. 87; que como o contribuinte não se manifesta, em 09 de março de 2009, encaminhamos a Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira RMF n° 09.2.03.002009000015 à Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Alto Uruguai e solicitamos os respectivos documentos, os quais foram apresentados em 24 de março de 2009 (fls. 88/118); que encaminhamos, também, os Termos de Diligência Fiscal às empresas Perdigão Agroindustrial S/A CNPJ: 86.547.619/008200, e Alimentos Unibon Indústria e Comércio Lida CNPJ 72.243.207/000106, solicitando a apresentação de contrato de parceria/integração realizado com o Sr. Euclécio Luiz Pelizza, juntamente com a informação e comprovação de todos os pagamentos realizados ao mesmo no ano de 2005 (documentos as fls. 119/199 e 202/280); que, sendo assim, de posse dos documentos recebidos e analisando os valores pagos pela empresa Perdigão Agroindustrial em razão da compra de suínos, constatamos que estes valores foram depositados na contacorrente n° 4.0134 da agência n° 3.0678 da Cooperativa. Como foi possível a identificação destes valores de forma individualizada, estes valores já foram considerados devidamente justificados. Irresignado com o lançamento o autuado apresenta, tempestivamente, em 01/07/2009, a sua peça impugnatória de fls. 298/330, instruído pelos documentos de fls. 331/349, solicitando que seja acolhida a impugnação e determinado o cancelamento do crédito tributário amparado, em síntese, nos seguintes argumentos: que não é relatado no auto de infração, mas possivelmente já havia sido quebrado o sigilo bancário do contribuinte pela Receita Federal sem uma motivação aparente, motivação que poderia ser exemplificada como o desatendimento ao pedido de entrega desta documentação bancária após haver indícios de um enriquecimento súbito sem cobertura financeira declarada; que não obstante o poder fiscalizatório da Administração Pública, o mesmo não pode ser desmotivado, de modo que, ante a conduta da Receita Federal, o que se percebe é que a mesma havia quebrado o sigilo bancário do contribuinte sem uma autorização judicial ou motivação nos termos da Lei Complementar n. 105/01, norma esta que deve ser aplicada com razoabilidade e que demanda, sempre, uma justificativa; que considerando que a fiscalização não adotou quaisquer critérios, que motivassem a abertura do MPF, embasandose somente na movimentação bancária do contribuinte cujo sigilo fora quebrado sem uma autorização legal, temse, pois, que não houve uma motivação própria do Poder Discricionário ou do Poder Vinculado da Administração, mas Fl. 474DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 5 4 sim própria de um Poder Arbitrário, porquanto se observou uma arbitrariedade ao se abrir o MPF sem uma justificativa ou com base em provas lícitas; que deste modo, desprovido de motivação o ato administrativo que deu vida ao MPF contra o contribuinte ora impugnante, o lançamento fiscal encontrase viciado desde a sua origem, devendo ser anulado, considerandose que é inadmissível que o contribuinte seja autuado mediante presunção advinda de ato desmotivado (artigo 2°, caput, da Lei n° 9.784/99); que o lançamento fiscal ex officio teve como ponto de partida a movimentação bancária do contribuinte, a qual obtida pela autoridade administrativa pela quebra do sigilo bancário do contribuinte sem a motivação exigida pelo artigo 6º da Lei Complementar n° 105/01. Referida conduta afronta o disposto nos artigos 5°, X, XII, XXII e 145, § 1°, da Constituição Federal de 1988; que entende o contribuinte pela inaplicabilidade do art. 42 da Lei n° 9.430/96, vez que viola os artigos 43, 110 e 148 do Código Tributário Nacional, bem como o Due Process of Law, principio consagrado na Lei n° 9.784/99 e no inciso LIV do art. 5º da Constituição Federal, que necessariamente deve ser observado pela Administração Pública; que a doutrina e jurisprudência ao interpretarem o art. 43 e incisos do CTN, o qual consubstancia o fato gerador do imposto de renda, entendem pacificamente que a mera disponibilidade financeira, correspondente ao ingresso de dinheiro no patrimônio particular, nem sempre constitui fato gerador do imposto, uma vez que não se coaduna, rigorosamente, com os regimes de apuração do resultado; que a presunção prevista no art. 42 da Lei n° 9.430/96 é diametralmente oposta ao fato gerador estabelecido para o Imposto de Renda no art. 43 e incisos do CTN, uma vez que determina a tributação, não da renda e dos proventos de qualquer natureza, mas sim, dos depósitos bancários do contribuinte, como se fossem acréscimos, o que na realidade não são; que a referida presunção, para adequarse ao art. 43 do CTN, deveria estar embasada em indícios outros (sinais exteriores de riqueza, por exemplo), de modo a evidenciar o "fluxo tributável", até porque movimentação bancária nunca foi, nem será considerada fato gerador do imposto de renda; que consubstancia exigência esdrúxula, pois, a comprovação da origem dos depósitos bancários com documentação. Primeiro porque depósitos bancários sequer podem significar sinal presuntivo de renda ou proveito, conforme escassamente reconhecido pela doutrina, jurisprudência e na própria legislação. Segundo porque não há qualquer obrigação legal que exija do contribuinte pessoa física a escrituração contábil de sua movimentação bancária. Terceiro porque é humanamente impossível a comprovação integral dos depósitos bancários, até pela passagem do tempo, com o qual se foram muitos dos documentos comprobatórios. Quarto porque conduz o contribuinte à irremediável autuação, vez que retira quase que por completo suas chances de provas, induzindoo, inclusive, à autoincriminação, vez que, desprovido de excludentes, terá seu caso entregue à autoridade policial responsável; que os institutos aplicados em Direito Tributário, como é a presunção, ao serem construídos pelo legislador ordinário devem seguir os traços delineados pela Lei Civil, sem desprezar o seu sentido técnico, sob pena de qualquer ato legislativo contrário ou distorcido encontrar barreira no art. 110 do CTN, temse que a hipótese presuntiva prevista no Fl. 475DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 6 5 art. 42 da Lei n° 9.430/96 somente será válida perante o ordenamento jurídico se enquadrarse no estereótipo de presunção consagrado pelos institutos de Direito; que diante da repetição dos lançamentos assim provados e da constatação de que nestes casos sempre ficava evidenciada a prática da omissão de receitas, o legislador teve segurança para instituir uma presunção legal com esse perfil. Vale dizer, tendo essa convicção, o legislador decidiu estabelecer à presunção legal vinculada a falta de registros de pagamentos, comumente denominada de "omissão de compras". Com a instituição dessa nova presunção legal, neste particular, o trabalho do Fisco fica limitado a provar apenas a ausência do registro de pagamento, que é o fato indiciário da referida presunção legal; que considerando as lições expostas, se confrontadas com a hipótese presuntiva prevista no art. 42 da Lei n° 9.430/96, de plano se perceberá que as mesmas não coincidem, posto que entre os depósitos bancários e a omissão de rendimentos não há uma correlação lógica direta e segura. Vale dizer, nem sempre o volume de depósitos injustificado leva ao rendimento omitido correlato; que se conclui, neste contexto, que o art. 42 da Lei n° 9.430/96 colide com as diretrizes do processo de criação das presunções legais, pois a experiência haurida com os casos anteriores evidenciou que entre esses dois fatos não há nexo causal, vale dizer, constatou se não haver liame absoluto entre o depósito bancário e o rendimento omitido; que são duas as ofensas ao Due Process of Law promovidas pelo art. 42 da Lei n° 9.430/96. A primeira de ordem legislativa e a segunda de ordem prática; que não se deseja, pois, a declaração de inconstitucionalidade do art. 42 da Lei n° 9.430/96, mas apenas que a administração pública julgue o caso com olhos na legalidade, bem como mantenha a segurança jurídica ao abraçar o fato de que o referido dispositivo é norma irracional, dezarrazoada, desproporcional, que distorce institutos jurídicos com o fim único de incrementar a arrecadação, o que é completamente abominado pelo Direito; que convém ao julgador, assim, aproveitarse das prerrogativas que lhe confere a Lei n° 9.784/99, e com base no due process of law, deixar de aplicar o art. 42 da Lei n° 9.430/96 ao presente caso. Se assim não fizer, estarseá abonando uma ilegalidade flagrante, contrária ao Código Tributário Nacional e ao próprio Direito como um todo, vez que quando for ilícito, impossível ou indeterminável o objeto, o ato jurídico é nulo (art. 166 c/c 185 do Novo Código Civil), e do mesmo não surgem direitos; que, portanto, irremediavelmente nulo o lançamento fiscal realizado com base exclusiva em extratos bancários, tão como agressiva ao Due Process of Law a aplicação solitária do art. 42 da Lei n° 9.430/96 e os efeitos decorrentes, por ser ilegal frente ao Código Tributário Nacional e perante o próprio Direito; que o contribuinte nem sempre negocia seus próprios suínos, mas, por possuir vasto conhecimento sobre o assunto, bem como inúmeros compradores, em auxílio aos pequenos produtores rurais, faz às vezes de mero intermediador, percebendo pequena comissão pela agilização de negócios entre terceiros; que como é pessoa de confiança destes terceiros, o contribuinte habitualmente, além da intermediação, procede também ao transporte das mercadorias, e recebe os valores respectivos em sua própria conta bancária, dos quais retira pequena parcela a título de Fl. 476DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 7 6 comissão, e repassa o restante ao produtor que vendeu os suínos. Em resumo, os depósitos constatados nas contas do contribuinte, são, em sua grande maioria, valores pertencentes a terceiros, que não ingressaram em seu patrimônio; que logo, referida atividade não é escriturada no LivroCaixa conforme determina o art. 60 e § 1 0 do RIR/99. E assim, não poderia ser comprovada junto à fiscalização conforme pretendido com base no art. 42 da Lei n° 9.430/96. Nem por outros documentos seria possível, vez que a emissão das notas respectivas não sai em nome do contribuinte, mas de terceiros, de modo que a comprovação dos rendimentos tornase impossível; que basta uma simples análise pericial nos estabelecimentos de sua propriedade e nos arrendados para se saber que o contribuinte nunca teria condições de criar suínos em quantidade tamanha que possibilitasse vendas com os lucros presumidos pela fiscalização. É fato que para se obter os rendimentos apontados como omitidos, o contribuinte teria que produzir em tal escala que somente com uma estrutura compatível seria possível; que, por outro lado, outro tanto dos depósitos encontrados referemse às operações de descontos de títulos, financiamentos, empréstimos para capital de giro, transferências entre contas próprias, operações estas que, reconhecidamente, não serão totalmente comprovadas, até pela manifesta impossibilidade de tal ato, mas, mediante uma perícia contábil, certamente será comprovada a existência das mesmas, as quais não representam rendimento passível de tributação, e sim, ativos do contribuinte, bem como permitem a dúvida quanto à presunção apontada, e em caso de dúvida, aplicase o princípio do in dúbio pro contribuinte; que neste contexto, necessárias se fazem duas perícias: a primeira para se conhecer da possibilidade do contribuinte ter produzido tudo que os depósitos bancários refletem: e a segunda para demonstrar a existência de operações desprovidas de tributação, que supostamente foram consideradas como receitas tributáveis; que, portanto, a ausência de escrituração da atividade rural implica em arbitramento da base de cálculo à razão de 20% da receita apurada no anocalendário, e, se segundo a Receita Federal, todos os depósitos bancários do anocalendário de 2005 representam receita, temse, então, que sobre estes deve ser aplicado o percentual de 20% e sobre o resultado, daí sim, aplicar a alíquota do imposto de renda pessoa física; que o contribuinte jamais negouse a apresentar toda e qualquer documentação, apenas ficou impossibilitado, eis que em levantamento feito por auditoria especializada, vislumbrouse que os mesmos haviam sido extraviados ou muitas das vezes destruídos, por pura negligência ou ignorância; que desproporcional a atitude fiscal quando embasada tão somente em presunção de que o contribuinte pratica fraudes tributárias. A discrepância de valores certamente irá existir, vez que, em qualquer atividade econômica, obviamente a movimentação financeira será superior ao resultado da atividade, além do que, por óbvio, é praticamente impossível que a documentação existente coincida exatamente com os depósitos bancários. A exorbitância de valores é fruto, também, conforme já alertado, da distorção promovida pelo art. 42 da Lei n° 9.430/96 na realidade fatídica dos acontecimentos; Fl. 477DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 8 7 que as multas aplicadas, portanto, devem ser reduzidas para 75%, conforme inúmeros precedentes jurisprudências provindos do Conselho de Contribuintes, os quais são claros em não admitir a presunção de fraude embasada tão somente em uma presunção de omissão de receitas, sem prova substancial que confirme o evidente intuito de fraude, além de ser evidente que o contribuinte jamais desatendeu à fiscalização, ao contrário, tentou de todas as formas bem atendêla, porém, por honestidade, não poderia "fabricar" documentos para atingir este fim; Após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pelo impugnante, os membros da Quarta Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento de Florianópolis SC, concluíram pela improcedência da impugnação, com base, em síntese, nas seguintes considerações: que o contribuinte não traz aos autos qualquer prova ou indício de prova que tenha sido selecionada pela seção de fiscalização da Delegacia da Receita Federal em Joaçaba sem observância dos princípios do interesse público, da impessoalidade, da imparcialidade, da finalidade, da razoabilidade e da justiça; que como se percebe, contrariamente ao que entende o impugnante, com a edição da Lei nº 10.174/2001 foram ampliados os poderes de investigação do fisco, ficando autorizada a instauração de procedimento de fiscalização referente ao Imposto de Renda Pessoa Física, ou qualquer outro imposto ou contribuição, com base nas informações decorrentes da CPMF, observandose o disposto no art. 42 da Lei ri 9.430/1996, e alterações posteriores; que assim, autorizada a instauração do procedimento de fiscalização, a partir de informações sobre a movimentação bancária relativas à CPMF, caso seja detectada qualquer infração, esta infração pode ser objeto de lançamento, observandose, evidentemente, o prazo decadencial; que quanto à alegação de que a quebra administrativa do sigilo bancário estaria a afrontar direitos insculpidos no artigo 5.° da CF/1988, nada pode ser aqui dito. É que em casos como este, em que a única forma de afastar uma determinada medida fiscal é a de negar validade aos atos que a prevêem, bastante limitada resta a atuação do julgador administrativo. Em razão de o assunto estar disciplinado em disposição literal de leis regularmente editadas e em face de às instâncias administrativas, pelo caráter vinculado de sua atuação, não ser dada a atribuição de apreciar questões relacionadas com a legalidade ou constitucionalidade de qualquer ato legal, descabidas tornamse quaisquer manifestações deste juízo; que diante das alegações do contribuinte, importante elucidar, inicialmente, que o que se tributa, no presente caso, não são os depósitos bancários (movimentações financeiras), mas a omissão de rendimentos representada pelos mesmos. Os depósitos bancários são apenas a forma ou o sinal de exteriorização pelo qual se manifesta a omissão de receita objeto da tributação; que a incidência do imposto de renda, portanto, é sobre a omissão de rendimentos evidenciada pelos depósitos bancários com origem não comprovada; que evidenciada a absoluta licitude do estabelecimento de presunções legais, cumpre que se diga que em relação ao ano de 2005 (que foi objeto da ação fiscal), as contestações do contribuinte mostramse despropositadas pelo simples fato de que a existência de depósitos bancários não escriturados ou com origem não comprovada é, por si só, neste ano Fl. 478DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 9 8 calendário, hipótese presuntiva de omissão de rendimentos, cabendo ao sujeito passivo a prova em contrário; que equivocado, também, o entendimento do contribuinte de que é indispensável apresentação de provas, tais como sinais exteriores de riqueza, para a configuração da presunção legal da renda. Ora, no momento em que a autoridade fiscal provar a realização dos gastos incompatíveis (sinal exterior de riqueza) não precisa mais recorrer ao extrato bancário, porque já estará diante de indício suficiente para tributar a renda presumida (§1 0 do artigo 6° da Lei n° 8.021, de 12 de abril de 1990); que independente das teses defendidas, a questão é que a presente omissão de rendimentos está sendo exigida do contribuinte tendo em vista a existência de depósitos bancários de origem não comprovada, em contas correntes de sua titularidade; que por sua vez, a autoridade lançadora fez aquilo que o artigo 42 da Lei nº 9.430/1996 lhe atribuía como responsabilidade: constatada a manutenção de conta bancária com movimentação expressiva (acima de R$ 80.000,00), intimou o contribuinte a manifestarse quanto a cada um dos depósitos efetuados nas referidas contas e a juntar a documentação que comprovasse a origem de tais ingressos; que pelos elementos que compõem os autos, o contribuinte, intimado e reintimado a justificar a origem dos recursos ora tributados, silenciouse, não logrando comprovar a origem dos depósitos bancários; que, por conseguinte, ao alegar a ilegalidade do citado artigo 42 nada traz o contribuinte em sua impugnação que lhe possa eximir, pelo menos em sede administrativa, da infração de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. Como já se viu, ao remeter a discussão para o campo da ilegalidade e inconstitucionalidade de institutos jurídicotributários definidos em disposições literais de lei regularmente vigentes, coloca o contribuinte em limites muito restritos a possibilidade de manifestação deste juízo administrativo. É que não são os órgãos julgadores administrativos competentes para apreciação destas matérias; que da leitura do dispositivo legal que fundamentou o lançamento — artigo 42 da Lei n° 9.430/96 — inferese que, ao mesmo tempo em que define que a responsabilidade da autoridade fiscal é tãosomente a de evidenciar a existência de depósitos bancários com origem não comprovada, determina que cabe ao contribuinte, para afastar a presunção, justificar, de forma minudente e individualizada, e por meio de documentos hábeis, os ingressos em suas contas bancárias; que é assim que a alegação do contribuinte de que valores incluídos em suas contas bancárias representariam quantias depois repassadas a terceiros, em razão da intermediação de negócios com suínos, não pode ser acatada pelo simples fato de que não está acompanhada de documentos que, de forma individualizada, identifique que depósito bancário está associado a que negócio em nome de terceiro. Da mesma forma, a alegação de que os depósitos bancários tem origem em operações de descontos de títulos, financiamentos, empréstimos para capital de giro, transferências entre contas próprias, e outras operações, sem comprovação. Tratase de meras alegações sem qualquer valor probante. Sem a prova específica, a presunção legal de omissão de receitas permanece incólume. Fl. 479DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 10 9 que ocorre que não há previsão legal para que se tribute a omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada como se fossem provenientes da atividade rural, uma vez que o interessado não logrou demonstrar a origem dos recursos depositados em suas contas correntes; que para que o entendimento do sujeito passivo fosse aceito seria necessária a comprovação por documentação hábil e idônea da origem de todos os depósitos bancários, atendendo assim ao que dispõe o art. 42 da Lei n° 9.430/96. Em regra, ou o contribuinte demonstra a origem de cada um dos depósitos por documentos hábeis e idôneos coincidentes em data e valor, de forma individualizada, ou então deve arcar com o peso da presunção legal Tal ônus, ressaltese, é atribuição da lei, e não da vontade da autoridade fiscal; que assim, apenas com a comprovação da origem de todos os depósitos bancários questionados como sendo provenientes de atividade rural seria aplicável o que reza o parágrafo 2° do art. 60 do RIR/99; que o contribuinte foi intimado e reintimado a apresentar documentação hábil e idônea capaz de justificar a origem dos mencionados depósitos. Após o criterioso trabalho, a autoridade fiscal apurou depósitos bancários não justificados no anocalendário 2005, no montante de R$ 3.495.894,86, prevalecendo a presunção juris tantum de que provêem de fonte ou atividade não declarada, com o objetivo escuso de subtraílos da tributação devida. O contribuinte também omitiu rendimentos da atividade rural, no mesmo anocalendário, no montante de R$654.355,67. Por outro lado, o contribuinte informou na Declaração de Ajuste Anual rendimentos tributáveis no valor de R$ 25.351,50, conforme se verifica à folha 17; que como se vê, não se está aqui diante de uma situação na qual o contribuinte deixou de justificar alguns depósitos e tais depósitos injustificados se mostram em montante insignificante quando comparado com o total dos rendimentos regularmente declarados; pelo contrário, o que aqui se tem é uma movimentação bancária de grande monta, para a qual o contribuinte não fornece qualquer comprovação inequívoca quanto às suas origens. Ou seja, há uma grande movimentação bancária que, em tudo e por tudo, não se coaduna com a situação econômicofinanceira de quem recebeu somente os valores declarados pelo contribuinte, e que não mereceu, da parte do ora impugnante, qualquer tentativa mínima de comprovação, a não ser de forma genérica, o que permite inferir que se está, mesmo, diante de valores tributáveis intencionalmente subtraídos à incidência do IRPF; que caberia ao contribuinte, nos termos do artigo 42 da Lei n° 9.430/96, comprovar a origem de cada um dos depósitos bancários efetuados em sua conta corrente. Assim, não é possível à autoridade julgadora produzir provas, mediante diligência, cujo ônus é do contribuinte. Notese que o contribuinte não traz aos autos quaisquer indícios ou início de prova que cause dúvidas sobre o lançamento; que não cabe a produção de prova testemunhal, mediante diligência, quando compete ao contribuinte o ônus da prova e este não traz aos autos qualquer indício de prova que fomente dúvidas quanto ao lançamento, uma vez presentes nos autos todos os elementos para que a autoridade julgadora forme sua convicção; que falando em produção de provas, é de se esclarecer o impugnante que, embora a juntada de provas posteriormente à impugnação esteja prevista no § 4 2 do artigo 16 do Decreto n2 70.235/1972, seu deferimento depende da presença das circunstâncias estabelecidas no referido dispositivo (impossibilidade de apresentação durante o prazo de Fl. 480DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 11 10 impugnação, por conta de "força maior", "fato ou direito superveniente" etc.), o que só poderá ser avaliado quando da situação em concreto; que o possível pedido de perícia não aborda questão controversa que tenha deixado margem a dúvidas, estando presente nos autos todos os elementos essenciais ao lançamento, não podendo servir para produzir as provas que estão a cargo do contribuinte. A decisão de Primeira Instância está consubstanciada nas seguintes ementas: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. NÃO COMPROVADA ORIGEM. Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE RURAL. NÃO COMPROVAÇÃO DA RECEITA DA ATIVIDADE. INAPLICABILIDADE. Tendo em vista a não apresentação de documentos hábeis e idôneos que comprovem que os depósitos bancários tem origem na receita proveniente da atividade rural, incabível a tributação com base nas regras próprias desta atividade. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. ÔNUS PROBANDI A CARGO DO CONTRIBUINTE. A comprovação da origem dos depósitos bancários no âmbito do artigo 42da Lei n2 9.430/96 deve ser feita de forma individualizada (depósito a depósito), por via de documentação hábil e idônea. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. APLICABILIDADE. É aplicável a multa de oficio de 150%, naqueles casos em que, no procedimento de oficio, constatado resta que à conduta do contribuinte esteve associado aos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 ABERTURA DO PROCEDIMENTO FISCAL. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. A emissão do Mandado de Procedimento Fiscal legitima a abertura do procedimento fiscal. AFIRMAÇÕES RELATIVAS A FATOS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. O conhecimento de afirmações relativas a fatos, apresentadas pelo contribuinte para contraditar elementos regulares de prova trazidos Fl. 481DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 12 11 aos autos pela autoridade fiscal, demanda sua consubstanciação por via de outros elementos probatórios, pois sem substrato mostramse como meras alegações, processualmente inacatáveis. PRELIMINAR. REGULARIDADE DO PROCEDIMENTO FISCAL. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA IRREGULAR. NÃO OCORRÊNCIA. Com o advento da Lei n'' 10.174/2001, resguardado o sigilo na forma da legislação aplicável, é legítima a utilização das informações sobre as movimentações financeiras relativas à CPMF para instaurar procedimento administrativo que resulte em lançamento de outros tributos. E, resguardado o sigilo na forma da legislação aplicável, a obtenção de informações bancárias por parte do fisco, dentro dos parâmetros legalmente estabelecidos, não se constitui em quebra irregular do sigilo bancário. PROVA TESTEMUNHAL. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Descabe a realização de oitiva de testemunhas, mediante diligência, quando compete ao contribuinte o ônus da prova e este não traz aos autos qualquer indício de prova que fomente dúvidas quanto ao lançamento. PEDIDOS DE PERÍCIA. DESCABIMENTO. Descabe o pedido de perícia quando a matéria que seria objeto deste procedimento já tem seu conteúdo definido em lei. DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas pelos órgãos colegiados, bem como as proferidas pelo poder judiciário não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2005 PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA. As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tãosomente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado da decisão de Primeira Instância, em 23/12/2009, conforme Termo constante à fl. 367, e, com ela não se conformando, o recorrente Fl. 482DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 13 12 interpôs, em tempo hábil (08/01/2010), o recurso voluntário de fls. 368/375, com instrução de documentos adicionais fls. 376/379, no qual demonstra irresignação contra a decisão supra ementada, baseado, em síntese, nas mesmas razões expendidas na fase impugnatória. É o Relatório. Fl. 483DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 14 13 Voto Conselheiro Nelson Mallmann, Relator Do exame inicial dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com sobrestamento de julgados. Observase no Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal (fls. 09/16) o seguinte excerto: Em procedimento fiscal junto ao Sr. Euclides Pelizza CPF: 138.211.64972, pai deste contribuinte, verificamos que o mesmo movimentou recursos na contacorrente n° 5.1136 da agência n°3.0678 da Cooperativa de Crédito SICOOBCREDIAUC/SC. Após excluídos os valores que tiveram origem justificada na atividade rural do contribuinte e após regularmente intimado, restou sem comprovação de origem o valor de R$ 4.533.860,23, no ano de 2005. Tendo em vista que o Sr. Euclécio Luiz Pelizza consta como 2° titular desta conta, iniciamos este trabalho através da abertura do Mandado de Procedimento Fiscal n° 09.2.03.002009000473, de 03 de fevereiro de 2009, e encaminhamos o Termo de Início de Fiscalização, de 04/02/09, onde anexamos uma planilha listando todos os valores cuja origem não foi justificada e solicitamos a comprovação, através de documentos hábeis e idôneos, da origem destes recursos. Também foi solicitado a apresentação dos extratos bancários de contas correntes, aplicações financeiras e poupanças, mantidas pelo mesmo em instituições financeiras no Brasil e exterior, referente ao período de 2005, juntamente com a respectiva comprovação da origem destes recursos (fls. 80/86). Ciência em 09 de fevereiro de 2009 conforme Aviso de Recebimento a fl. 87. Como o contribuinte não se manifesta, em 09 de março de 2009, encaminhamos a Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira RMF n° 09.2.03.002009000015 à Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados do Alto Uruguai e solicitamos os respectivos documentos, os quais foram apresentados em 24 de março de 2009 (fls. 88/118). Encaminhamos, também, os Termos de Diligência Fiscal às empresas Perdigão Agroindustrial S/A CNPJ: 86.547.619/008200, e Alimentos Unibon Indústria e Comércio Lida CNPJ 72.243.207/000106, solicitando a apresentação de contrato de parceria/integração realizado com o Sr. Euclécio Luiz Pelizza, juntamente com a informação e comprovação de todos os pagamentos realizados ao mesmo no ano de 2005 (documentos as fls. 119/199 e 202/280). Sendo assim, de posse dos documentos recebidos e analisando os valores pagos pela empresa Perdigão Agroindustrial em razão da compra de suínos, constatamos que estes valores foram depositados na contacorrente n° 4.0134 da agência n° 3.0678 da Cooperativa. Como foi possível a identificação destes valores de forma individualizada, estes valores já foram considerados devidamente justificados. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 15 14 Em razão do nãoatendimento no prazo hábil às nossas intimações para fornecer os extratos bancários em papel impresso e em meio magnético, bem como a documentação hábil e idônea, que justificasse a movimentação bancária, solicitamos a emissão de Requisição de Informações sobre a Movimentação Financeira (RMF) e autorização para a Delegacia Especial de Maiores Contribuintes no Rio de Janeiro (DEMAC), oficiasse diretamente ao banco Bradesco a obtenção em papel impresso e em meio magnético dos dados bancários de movimentação bancária, relativos às contas correntes de titularidade da Graphit Factoring Ltda. no Banco Bradesco, assim como diversos documentos comprobatórios, relativo aos anos de 2005 e 2006 (fls. 99/135) Com visto, resta claro da análise dos autos, que a autoridade administrativa, através da Requisição de Movimentação Financeira – RMF solicitou diretamente às instituições financeiras os extratos bancários. Assim sendo, a discussão sobre os depósitos bancários lançados, por enquanto, não faz sentido haja vista que se trata de mais um caso de sobrestamento de julgado feito, por unanimidade de votos, por esta turma de julgamento, nos termos do art. 62A e parágrafos do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543 B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. É de se ressaltar, que a primeira orientação dada era de que se os extratos bancários fossem acostados aos autos mediante o atendimento da Solicitação de Emissão de Requisição de Movimentação Financeira (RMF) solicitada pela autoridade fiscal lançadora, com base no art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001, o processo deveria ser sobrestado até que a repercussão geral fosse julgada. Entretanto, na evolução da discussão sobre o assunto, surgiu a corrente que defende a tese de que somente é possível sobrestar as matérias que o próprio Supremo Tribunal Federal tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinário – RE. Para pacificar o assunto o Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) editou a Portaria CARF nº 001, de 03 janeiro de 2012, determinando os procedimentos a serem adotados para o sobrestamento de processos, da qual extraio os seguintes excertos: Fl. 485DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 16 15 Art. 1º. Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal – STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários – RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão nos termos do art. 543B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal – STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso. Resta evidente, nos autos, de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada, onde o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, foi realizada diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Ou seja, o fornecimento das informações sobre movimentação bancária do contribuinte foram obtidas pelo fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial, assunto na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314. O Recurso Extraordinário (RE) 601314 chegou ao Supremo contra uma decisão que considerou legal o artigo 6° da Lei Complementar nº 105, de 2001, que permite a entrega das informações, por parte dos bancos, a pedido do Fisco. Para o autor do recurso, contudo, este dispositivo seria inconstitucional, uma vez que permite a entrega de informações de contribuintes, sem autorização judicial, configuraria quebra de sigilo bancário, violando o artigo 5°, X e XII da Constituição Federal. De acordo com o relator, a matéria discutida no RE 601314, a eventual inconstitucionalidade de quebra de sigilo bancário pelo Poder Executivo (Receita Federal) atinge todos os contribuintes, conforme a ementa, de 20/11/2009, abaixo transcrita: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA DE CONTRIBUINTES, PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, DIRETAMENTE AO FISCO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (LEI COMPLEMENTAR 105/2001). POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI 10.174/2001 PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A EXERCÍCIOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. RELEVÂNCIA JURÍDICA DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 601314 RG, Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 22/10/2009, DJe218 DIVULG 19112009 PUBLIC 20112009 EMENT VOL0238307 PP01422) Em data posterior (15/12/2010) a decretação da repercussão geral o Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, por cinco votos a quatro, que a Receita Federal não tem poder de decretar, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário do contribuinte, durante Fl. 486DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 17 16 julgamento do Recurso Extraordinário interposto pela GVA Indústria e Comércio contra medida do Fisco (RE 389.808), cuja ementa é a seguinte: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Observase que a discussão girou em torno do respaldo constitucional dos dispositivos da Lei nº 10.174, de 2001, da Lei Complementar nº 105, de 2001 e do Decreto nº 3.724, de 2001, usados pela Receita para acessar dados da movimentação financeira. O relator do caso, ministro Marco Aurélio, destacou em seu voto que o inciso 12 do artigo 5º da Constituição diz que é inviolável o sigilo das pessoas salvo duas exceções: quando a quebra é determinada pelo Poder Judiciário, com ato fundamentado e finalidade única de investigação criminal ou instrução processual penal, e pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. “A inviabilidade de se estender essa exceção resguarda o cidadão de atos extravagantes do Poder Público, atos que possam violar a dignidade do cidadão”. Por maioria de votos, o STF entendeu ser indispensável à prévia manifestação do Poder Judiciário para que seja legítimo o acesso da Receita Federal às informações que se encontram protegidas pelo sigilo bancário. E assim o fez em virtude de regra clara e inequívoca, constante do artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal, que prescreve que o sigilo de dados somente pode ser afastado mediante prévia autorização judicial. Em seu voto o ministro Celso de Mello, a equação direito ao sigilo — dever de sigilo exige — para que se preserve a necessária relação de harmonia entre uma expressão essencial dos direitos fundamentais reconhecidos em favor da generalidade das pessoas (verdadeira liberdade negativa, que impõe, ao Estado, um claro dever de abstenção), de um lado, e a prerrogativa que inquestionavelmente assiste ao Poder Público de investigar comportamentos de transgressão à ordem jurídica, de outro — que a determinação de quebra de sigilo bancário provenha de ato emanado de órgão do Poder Judiciário, cuja intervenção moderadora na resolução dos litígios, insistase, revelase garantia de respeito tanto ao regime das liberdades públicas quanto à supremacia do interesse público. Os efeitos dessa decisão por ora estão limitados ao caso concreto e não vinculam as instâncias inferiores. Porém, ela reafirma entendimento pacificado do Supremo Tribunal Federal. Não se pode esquecer, pois, que se trata de decisão do Pleno da mais alta corte do país e como tal deve ser entendida e respeitada. Isso quer dizer, na prática, que mesmo que o Supremo ainda não tenha julgado definitivamente a matéria (várias ações diretas de inconstitucionalidade contra a lei complementar ainda aguardam para ser julgadas na corte, além do Recurso Extraordinário 601.314), sua decisão em relação à Lei Complementar nº 105, de 2001, poderá ser o argumento para os próximos julgados. Em decisão monocrática publicada em março de 2011, a ministra Cármen Lúcia afirma categoricamente que não cabe mais discussão sobre o assunto. "No julgamento do Recurso Extraordinário 389.808 (…), com repercussão geral reconhecida, o Supremo Tribunal Fl. 487DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 18 17 Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários dos contribuintes", disse ela ao julgar o Recurso Extraordinário 387.604, verbis: RE 387.604 RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO PELA RECEITA FEDERAL: IMPOSSIBILIDADE. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região: “EMBARGOS INFRINGENTES. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS. INTIMIDADE E SIGILO DE DADOS VERSUS ORDEM TRIBUTÁRIA HÍGIDA. ART. 5º, X E XII. PROPORCIONALIDADE. 1. O sigilo bancário, como dimensão dos direitos à privacidade (art. 5º, X, CF) e ao sigilo de dados (art. 5º, XII, CF), é direito fundamental sob reserva legal, podendo ser quebrado no caso previsto no art. 5º, XII, 'in fine', ou quando colidir com outro direito albergado na Carta Maior. Neste último caso, a solução do impasse, mediante a formulação de um juízo de concordância prática, há de ser estabelecida através da devida ponderação dos bens e valores, in concreto, de modo a que se identifique uma 'relação específica de prevalência' entre eles. 2. No caso em tela, é possível verificarse a colisão entre os direitos à intimidade e ao sigilo de dados, de um lado, e o interesse público à arrecadação tributária eficiente (ordem tributária hígida), de outro, a ser resolvido, como prega a doutrina e a jurisprudência, pelo princípio da proporcionalidade. 3. Com base em posicionamentos do STF, o ponto mais relevante que se pode extrair desse debate, é a imprescindibilidade de que o órgão que realize o juízo de concordância entre os princípios fundamentais a fim de aplicálos na devida proporção, consoante as peculiaridades do caso concreto, dandolhes eficácia máxima sem suprimir o núcleo essencial de cada um revistase de imparcialidade, examinando o conflito como mediador neutro, estando alheio aos interesses em jogo. Por outro lado, ainda que se aceite a possibilidade de requisição extrajudicial de informações e documentos sigilosos, o direito à privacidade, deve prevalecer enquanto não houver, em jogo, um outro interesse público, de índole constitucional, que não a mera arrecadação tributária, o que, segundo se dessume dos autos, não há. 4. À vista de todo o exposto, o Princípio da Reserva de Jurisdição tem plena aplicabilidade no caso sob exame, razão pela qual deve ser negado provimento aos embargos infringentes” (fl. 275). Fl. 488DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 19 18 2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 5º, inc. X e XII, da Constituição da República. Argumenta que “investigar a movimentação bancária de alguém, mediante procedimento fiscal legitimamente instaurado, não atenta contra as garantias constitucionais, mas configura o estrito cumprimento da legislação tributária. Assim, (...) mesmo se considerarmos o sigilo bancário como um consectário do direito à intimidade, não podemos esquecer que a garantia é relativa, podendo, perfeitamente, ceder, se houver o interesse público envolvido, tal como o da administração tributária” (fl. 284). Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO. 3. Razão jurídica não assiste à Recorrente. 4. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 389.808, Relator o Ministro Marco Aurélio, com repercussão geral reconhecida, o Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários de contribuintes: “O Plenário, por maioria, proveu recurso extraordinário para afastar a possibilidade de a Receita Federal ter acesso direto a dados bancários da empresa recorrente. Na espécie, questionavamse disposições legais que autorizariam a requisição e a utilização de informações bancárias pela referida entidade, diretamente às instituições financeiras, para instauração e instrução de processo administrativo fiscal (LC 105/2001, regulamentada pelo Decreto 3.724/2001). Inicialmente, salientou se que a República Federativa do Brasil teria como fundamento a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III) e que a vida gregária pressuporia a segurança e a estabilidade, mas não a surpresa. Enfatizouse, também, figurar no rol das garantias constitucionais a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas (art. 5º, XII), bem como o acesso ao Poder Judiciário visando a afastar lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV). Aduziuse, em seguida, que a regra seria assegurar a privacidade das correspondências, das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, sendo possível a mitigação por ordem judicial, para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal. Observouse que o motivo seria o de resguardar o cidadão de atos extravagantes que pudessem, de alguma forma, alcançálo na dignidade, de modo que o afastamento do sigilo apenas seria permitido mediante ato de órgão eqüidistante (Estadojuiz). Assinalouse que idêntica premissa poderia ser assentada relativamente às comissões parlamentares de inquérito, consoante já afirmado pela jurisprudência do STF”. O acórdão recorrido não divergiu dessa orientação. 5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente. Fl. 489DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 20 19 6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publiquese. Brasília, 23 de fevereiro de 2011. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora. Nesta linha de raciocínio, é de se notar, ainda, que nas demais decisões o Supremo Tribunal Federal tem determinado o sobrestamento de tal matéria, conforme é possível se verificar nos julgados abaixo: Decisão: Vistos. Verifico que a discussão acerca da violação, ou não, aos princípios constitucionais que asseguram ser invioláveis a intimidade e o sigilo de dados, previstos no art. 5º, X e XII, da Constituição, quando o Fisco, nos termos da Lei Complementar 105/2001, recebe diretamente das instituições financeiras informações sobre a movimentação das contas bancárias dos contribuintes, sem prévia autorização judicial teve sua repercussão geral reconhecida no RE nº 601.314/SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski. Dessa forma, dados os reflexos da decisão a ser proferida no referido recurso, no deslinde do caso concreto, determino o sobrestamento do presente feito, até o julgamento do citado RE nº 601.314/SP. Publique se. Brasília, 13 de junho de 2012. Ministro Dias Toffoli Relator Documento assinado digitalmente (RE 410054 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 13/06/2012, publicado em DJe120 DIVULG 19/06/2012 PUBLIC 20/06/2012). DECISÃO REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA – PROCESSOS VERSANDO A MATÉRIA – SIGILO DADOS BANCÁRIOS – FISCO – AFASTAMENTO – ARTIGO 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 – BAIXA À ORIGEM. 1. Reconsidero o ato de folhas 343 a 344. 2. O Tribunal, no Recurso Extraordinário nº 601.314/SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, concluiu pela repercussão geral do tema relativo à constitucionalidade de o Fisco exigir informações bancárias de contribuintes mediante o procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei Complementar nº 105/2001. 3. Ante o quadro, considerado o fato de o recurso veicular a mesma matéria, havendo a intimação do acórdão de origem ocorrido posteriormente à data em que iniciada a vigência do sistema da repercussão geral, bem como presente o objetivo maior do instituto – evitar que o Supremo, em prejuízo dos trabalhos, tenha o tempo tomado com questões repetidas – , determino a devolução dos autos ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Façoo com fundamento no artigo 328, parágrafo único, do Regimento Interno deste Tribunal, para os efeitos do artigo 543B do Código de Processo Civil. 4. Publiquem. Brasília, 3 de novembro de 2011. Ministro MARCO AURÉLIO Relator(AI 714857 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 03/11/2011, publicado em DJe 217 DIVULG 14/11/2011 PUBLIC 16/11/2011). Ora, o presente tema tem sido muito discutido após a Lei nº 10.174, de 2001 (que alterou a Lei nº 9.311, de 1996, e passou a admitir a utilização de dados da extinta CPMF para fins de apuração de outros tributos) e, sobretudo, a Lei Complementar nº 105, de 2001 Fl. 490DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 21 20 (cujos artigos 5º e 6º admitem o acesso, pelas autoridades fiscais da União, Estados e municípios, das contas de depósito e aplicações financeiras em geral), tem reflexo direto em inúmeros lançamentos que são fundamentados na existência de movimentação bancária incompatível com os rendimentos e receitas declarados pelo contribuinte. Como visto, anteriormente, o primeiro julgamento de relevância adveio na ação cautelar nº 33 – ajuizada para o fim de atribuir efeito suspensivo a recurso extraordinário – em que, por seis votos a quatro, admitiuse a quebra independentemente de autorização judicial. Votaram a favor do Fisco os ministros Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmen Lúcia, Ayres Britto e Ellen Gracie, enquanto, contrariamente à quebra sem ordem judicial, posicionaramse os ministros Marco Aurélio, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Todavia, poucas semanas após o próprio recurso extraordinário (nº 389.808) veio a ser apreciado, desta vez com resultado diverso. O ministro Gilmar Mendes mudou de posição e, como o ministro Joaquim Barbosa não participou do julgamento, o placar foi favorável aos contribuintes, por cinco a quatro. Apesar da decisão monocrática da ministra Cármen Lúcia afirmado categoricamente que não cabe mais discussão sobre o assunto, entendo, que a questão não está resolvida. Tivesse o ministro Joaquim Barbosa participado do julgamento (no pleno do STF) e mantido sua posição adotada na cautelar, o resultado teria ficado empatado (cinco a cinco). Além disso, existem várias Adins que aguardam julgamento (nºs 2.386, 2.390, 2.397 e 4.010) e o tema já teve sua repercussão geral reconhecida (RE nº 601.314), porém, ainda pendente de julgamento. Por outro lado, existe noticias na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que o mesmo tem determinado o sobrestamento de processos onde a discussão abrange o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Assim, resta evidente, que o assunto se encontra na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314 e que os processos estão sobrestados. É de se ressaltar, que caso a posição definitiva do Supremo Tribunal Federal STF seja no sentido da possibilidade da quebra sem autorização judicial, os autos de infração em curso deverão ser mantidos pelos órgãos administrativos de julgamento, o mesmo sucedendo com os processos judiciais, ressalvadas as questões peculiares envolvidas em cada caso. Contudo, se declarada a inconstitucionalidade dos diplomas que permitem a quebra pelas autoridades administrativas, será preciso verificar com maior critério as consequências nos procedimentos em curso. Isso porque nem sempre o lançamento é motivado apenas na existência de movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados. Nos casos, por exemplo, de omissão de receitas (artigo 42, da Lei nº 9.430, de 1996) fundamentados exclusivamente na existência de valores em instituições financeiras, não há dúvida de que, declarada a inconstitucionalidade da quebra sem autorização judicial, os lançamentos restarão viciados e deverão assim ser declarados pelo órgão administrativo ou judicial competente. No entanto, há casos em que a existência de recursos financeiros eventualmente não comprovados é apenas um dos indícios que fundamentam a ação fiscal. No caso em questão, resta claro, nos autos, de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada, onde o fornecimento das Fl. 491DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 22 21 informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, foi realizada diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Ou seja, os extratos bancários foram acostados aos autos mediante o atendimento da Solicitação de Emissão de Requisição de Movimentação Financeira (RMF) solicitada pela autoridade fiscal lançadora, com base no art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001. É conclusivo, que no julgamento do Recurso Extraordinário n. 389.808, não aplicável a repercussão geral, o Pleno do Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários de contribuintes: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Decisão O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Senhor Ministro Marco Aurélio (Relator), deu provimento ao recurso extraordinário, contra os votos dos Senhores Ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ayres Britto e Ellen Gracie. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Falou, pelo recorrente, o Dr. José Carlos Cal Garcia Filho e, pela recorrida, o Dr. Fabrício Sarmanho de Albuquerque, Procurador da Fazenda Nacional. Plenário, 15.12.2010. Naquele julgado, o Plenário, por maioria, proveu recurso extraordinário para afastar a possibilidade de a Receita Federal ter acesso direto a dados bancários da empresa recorrente. Na espécie, questionavamse disposições legais que autorizariam a requisição e a utilização de informações bancárias pela referida entidade, diretamente às instituições financeiras, para instauração e instrução de processo administrativo fiscal (Lei Complementar nº 105, de 2001, regulamentada pelo Decreto nº 3.724, de 2001). Não há duvidas de que o Supremo Tribunal Federal, em sua composição plenária, naquela ocasião, declarou, por maioria de votos, a impossibilidade de acesso aos dados bancários dos contribuintes através de procedimento administrativo efetuado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil diretamente as instituições financeiras, entretanto a decisão, ainda, não transitou em julgado e não se aplica na solução da repercussão geral em discussão, razão pela qual entendo que se faz necessário sobrestar o presente julgado até a solução final da repercussão geral em questão. Assim sendo, resta evidente nos autos de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada e parte da discussão se concentra sobre o fornecimento de informações sobre movimentação bancária do contribuinte obtida pelo fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial, Fl. 492DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10925.001141/200918 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.297 S2C2T2 Fl. 23 22 assunto na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314. A vista disso seja o presente processo encaminhado à Secretaria da 2ª Câmara da 2ª Seção para as devidas providencias no sentido de atender o sobrestamento do julgamento. Observando que, após solucionada a questão, o presente processo será novamente incluído em pauta publicada. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Fl. 493DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por NELSON MALLMANN
score : 1.0
Numero do processo: 16366.000231/2009-51
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM SERVIÇOS DE CORRETAGEM NECESSÁRIOS À COMPRA DE MATÉRIA-PRIMA. INSUMO APLICADO NA PRODUÇÃO DE BENS DESTINADOS À VENDA. DEDUÇÃO DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE.
No regime da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep, por serem considerados insumos, os gastos com serviços de corretagem de compra de matéria-prima, utilizada na fabricação de produtos destinados à venda, integram a base de cálculo do crédito da referida Contribuição, nos termos do art. 3º, § 1º, I da Lei nº 10.637, de 2002.
CRÉDITO ESCRITURAL BÁSICO. SALDO CREDOR. ATUALIZAÇÃO PELA A TAXA SELIC. POSSIBILIDADE.
O art. 13 da Lei nº 10.833/2003, que veda a atualização monetária e a incidência dos juros, não se aplica quando a mora decorre de impedimento ou de óbice da Administração Fazendária.
Recurso Provido em Parte.
Numero da decisão: 3802-001.421
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por maioria, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para: (i) reconhecer o direito à dedução do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep, calculado sobre o valor dos gastos com os serviços de corretagem de compra; e (ii) deferir o pedido de atualização do valor do crédito ora reconhecido, com base na variação da taxa Selic, a partir da data da ciência pelo contribuinte do despacho decisório de indeferimento do pedido de ressarcimento pela Unidade de origem. Vencido, quanto ao ponto (ii), o Conselheiro José Fernandes do Nascimento (relator). Designado para redação do voto vencedor, nesse específico ponto, o Conselheiro Solon Sehn.
(assinado digitalmente)
Regis Xavier Holanda Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
(assinado digitalmente)
Solon Sehn Redator Designado.
EDITADO EM: 01/11/2012
Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Ausente o Conselheiro Bruno Maurício Macedo Curi.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM SERVIÇOS DE CORRETAGEM NECESSÁRIOS À COMPRA DE MATÉRIA-PRIMA. INSUMO APLICADO NA PRODUÇÃO DE BENS DESTINADOS À VENDA. DEDUÇÃO DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE. No regime da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep, por serem considerados insumos, os gastos com serviços de corretagem de compra de matéria-prima, utilizada na fabricação de produtos destinados à venda, integram a base de cálculo do crédito da referida Contribuição, nos termos do art. 3º, § 1º, I da Lei nº 10.637, de 2002. CRÉDITO ESCRITURAL BÁSICO. SALDO CREDOR. ATUALIZAÇÃO PELA A TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. O art. 13 da Lei nº 10.833/2003, que veda a atualização monetária e a incidência dos juros, não se aplica quando a mora decorre de impedimento ou de óbice da Administração Fazendária. Recurso Provido em Parte.
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IGUAÇU DE CAFÉ SOLÚVEL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 REGIME NÃO CUMULATIVO. GASTOS COM SERVIÇOS DE CORRETAGEM NECESSÁRIOS À COMPRA DE MATÉRIAPRIMA. INSUMO APLICADO NA PRODUÇÃO DE BENS DESTINADOS À VENDA. DEDUÇÃO DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE. No regime da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep, por serem considerados insumos, os gastos com serviços de corretagem de compra de matériaprima, utilizada na fabricação de produtos destinados à venda, integram a base de cálculo do crédito da referida Contribuição, nos termos do art. 3º, § 1º, I da Lei nº 10.637, de 2002. CRÉDITO ESCRITURAL BÁSICO. SALDO CREDOR. ATUALIZAÇÃO PELA A TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. O art. 13 da Lei nº 10.833/2003, que veda a atualização monetária e a incidência dos juros, não se aplica quando a mora decorre de impedimento ou de óbice da Administração Fazendária. Recurso Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por maioria, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para: (i) reconhecer o direito à dedução do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep, calculado sobre o valor dos gastos com os serviços de corretagem de compra; e (ii) deferir o pedido de atualização do valor do crédito ora reconhecido, com base na variação da taxa Selic, a partir da data da ciência pelo contribuinte do despacho decisório de indeferimento do pedido de ressarcimento pela Unidade de origem. Vencido, quanto ao ponto (ii), o Conselheiro José Fernandes do Nascimento AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 36 6. 00 02 31 /2 00 9- 51 Fl. 382DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA 2 (relator). Designado para redação do voto vencedor, nesse específico ponto, o Conselheiro Solon Sehn. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. (assinado digitalmente) Solon Sehn – Redator Designado. EDITADO EM: 01/11/2012 Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Ausente o Conselheiro Bruno Maurício Macedo Curi. Relatório Tratase de Recurso Voluntário oposto com o objetivo de reformar o Acórdão proferido pelos membros da 3ª Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba/PR, em que, por unanimidade de votos, não acolheram as razões de inconformidade, negando a solicitação de reforma do Despacho Decisório recorrido, com base nos fundamentos expostos no enunciado da ementa a seguir transcrito: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 CRÉDITOS. INSUMOS. DESPESAS COM CORRETAGEM. No cálculo da Cofins e do PIS/Pasep, o sujeito passivo somente poderá descontar créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens ou serviços aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens e na prestação de serviços. RESSARCIMENTO. JUROS EQUIVALENTES À TAXA SELIC. É incabível a incidência de juros compensatórios com base na taxa Selic sobre valores recebidos a título de ressarcimento de créditos relativos à contribuição em epígrafe, por falta de previsão legal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Por bem descrever os fatos registrados até a prolação do Acórdão de primeiro grau, transcrevo a seguir o relatório encartado no referido julgado: Fl. 383DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 16366.000231/200951 Acórdão n.º 3802001.421 S3TE02 Fl. 21 3 Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de crédito de Pis/Pasep Não Cumulativo Exportação (PER de n° 39060.41135.270309.1.1.080803), apurados com fundamento no § 1º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, correspondente ao 4º trimestre 2008, no valor de R$ 661.346,70 (fls. 02/05). Após a análise dos documentos trazidos aos autos e de acordo com a Informação Fiscal (fls. 280/293) da Seção de Fiscalização da DRF Londrina, foi emitido o Despacho Decisório de fl. 295, no qual o direito creditório pleiteado foi reconhecido parcialmente. O reconhecimento parcial do valor a ser ressarcido decorreu das seguintes constatações: a) aproveitamento indevido de crédito integral sobre aquisição de produtor rural, quando o creditamento teria que ter se dado sob a forma de crédito presumido; b) recálculo dos percentuais de créditos relativos aos mercados interno e externo, em virtude de a empresa ter considerado como vendas não tributadas no mercado interno as operações com empresas situadas em áreas de livre comércio; c) glosas de créditos relativos a materiais consumidos na manutenção de máquinas e equipamentos utilizados na fabricação de bens destinados à vendas que não foram aplicados em máquinas ou equipamentos utilizados diretamente no processo produtivo; d) glosas de créditos relativos a bens do ativo imobilizado, em virtude da constatação de que alguns bens não se inserem no conceito de máquinas e equipamentos; e) glosa de créditos relativos a insumos sujeitos à alíquota zero da contribuição (leite em pó e composto lácteo) e de serviços não considerados insumos (gastos com corretagens); e f) em relação à base de cálculo, a autoridade fiscal constatou que a recorrente efetuou vendas para clientes estabelecidos em Estados situados em Áreas de Livre Comércio e não as incluiu na base de cálculo das contribuições. Em função dessas ocorrências, conforme planilhas de valores consolidados anexadas ao processo, o direito creditório de PIS/Pasep, do 4º trimestre 2008, reconhecido foi de R$ 648.262,55. Ressaltese que, conforme declaração de fl. 294 não há Dcomps vinculadas a este Pedido de Ressarcimento. Cientificada em 30/11/2009 (fl. 299), a interessada ingressou com a Manifestação de Inconformidade de fls. 300/310, em 23/12/2009, alegando, em síntese, o seguinte. Insurgese contra as glosas referentes aos créditos de corretagens. Diz que do valor total glosado (R$ 13.084,15) a autoridade fiscal “deixou de reconhecer os créditos oriundos dos serviços de corretagens decorrentes das aquisições de seus produtos, no valor de R$ 2.239,27, em evidente ato ilegal”. Sustenta que o conceito de insumo não está limitado aos bens e serviços utilizados diretamente na atividade produtiva, pois “a lei incluiu expressamente o crédito sobre combustíveis e Fl. 384DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA 4 lubrificantes, que, na maioria das vezes, são materiais auxiliares ou intermediários, conforme disposto no art. 3o, II, da Lei 10.833/2003”. Alega que, corroborando o seu entendimento, a alínea b, do inc. I, do §4o, do art. 8o da IN 404/2004, determina que se consideram insumos “os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto”. Em virtude disso, afirma que o conceito de insumo não está relacionado diretamente à produção, entendendo que pode descontar créditos de insumos que integram o processo produtivo (matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem) e créditos relativos a custos e despesas incorridos, pagos ou creditados às pessoas jurídicas domiciliadas no País, separadamente daqueles efetuados às pessoas jurídicas domiciliadas no exterior. Diante desse entendimento, alega que sendo o serviço de corretagem inerente às operações de venda e compra da sua principal matériaprima (café em grãos) para a produção do café solúvel e sendo prática do mercado cafeeiro um agente intermediário entre o vendedor e o comprador, tais serviços são essenciais para a realização da atividade da empresa. Entende, por conseguinte, que “nada mais justo que a recorrente possa descontar créditos originários destas despesas, sob pena de afronta à sistemática constitucional e legal da não cumulatividade da contribuição”. Utiliza passagem doutrinária abaixo do Prof. Aires F. Barreto para fundamentar suas alegações, para quem os incisos III a IX do art. 3o das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 têm meramente caráter exemplificativo, não afastando abatimentos como os decorrentes de gastos com água, telefone, material de escritório, limpeza, contabilidade, dentre tantos outros, entendendo que insumos são “os componentes necessários à obtenção de produtos, à circulação de mercadorias ou à prestação de serviços”. Em consequência, a recorrente sustenta que é “indubitável que a corretagem configura um serviço utilizado como insumo na prestação de serviços”. Em seguida, a recorrente pede que seu crédito seja corrigido pela Selic. Anexa diversos Acórdãos do Conselho de Contribuintes, Decisão do TRF da 4a região e Parecer da Advocacia Geral da União para fundamentar tal pedido. Isto posto, requer o “o deferimento total” do PER no valor de R$ 650.501,82, acrescido de correção monetária pela Selic. Em 13/09/2011, a Interessada foi cientificada do referido Acórdão. Inconformada, em 07/10/2011, apresentou o presente Recurso Voluntário, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na Manifestação de Inconformidade colacionada aos autos. No final, requereu o provimento do presente o Recurso, com o deferimento do ressarcimento integral do valor crédito pleiteado, acrescido da taxa Selic. Em 18/05/2012, os presentes autos foram enviados a este E. Conselho. Na Sessão de junho de 2012, mediante sorteio, foram distribuídos para este Conselheiro. É o relatório. Fl. 385DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 16366.000231/200951 Acórdão n.º 3802001.421 S3TE02 Fl. 22 5 Voto Vencido Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O presente Recurso é tempestivo, foi apresentado por parte legítima, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, incluindo o limite alçada, portanto, dele tomo conhecimento. Do objeto da presente controvérsia. A presente controvérsia cingese (i) à glosa do valor do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep, calculado sobre o valor das despesas de corretagem de compra, e (ii) ao indeferimento da atualização do valor do crédito, com base na variação da taxa Selic, desde a data do protocolo dos pedidos de ressarcimento. Da glosa do crédito calculado sobre os gastos com corretagem realizados na compra da principal matériaprima. A Turma de Julgamento de primeira instância manteve a glosa do valor do crédito questionado com base no argumento de que os gastos com corretagem pagos na aquisição da matériaprima (café em grãos) não se enquadrava no conceito de insumo, pois, tratavase de mera despesa operacional, que, por falta de previsão legal, não proporcionava o direito ao desconto do crédito em questão. Por outro lado, alega a Recorrente que todos os serviços que ingressam no processo produtivo caracterizamse como insumo, incluindo os serviços de corretagem necessários à aquisição da principal matériaprima. A divergência de entendimento, a meu ver, decorre da utilização de regimes jurídicos distintos para definir o significado e alcance jurídicos do termo insumo, pois, enquanto a fiscalização adota como referência o regime jurídico próprio do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Recorrente utiliza como referencial o regime jurídico da não cumulatividade que rege a cobrança da Contribuição para o PIS/Pasep. Assim, por utilizar um referencial jurídico estranho ao regime de cobrança da referida Contribuição, o entendimento esposado pela fiscalização, a meu ver, discrepa do sentido e alcance jurídico do termo insumo, explicitado no art. 3º, II, da Lei nº 10.637, de 2002, a seguir transcrito: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) [...] II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata Fl. 386DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA 6 o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] (grifos não originais. A questão foi analisada com brilhantismo pelo i. Conselheiro Regis Xavier Holanda no voto vista que serviu de fundamento para o Acórdão nº 3802001.309, proferido por esta Turma Especial, na Sessão de 26 de setembro de 2012, de onde extraio os trechos a seguir reproduzidos: A previsão de tomada de créditos inserta no artigo 3º, II, pode ser assim quadripartida: a) bens utilizados como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; b) bens utilizados como insumo na prestação de serviços; c) serviços utilizados como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda; d) serviços utilizados como insumo na prestação de serviços. Neste ponto, muito controvérsia se estabeleceu no contencioso administrativo e judicial em relação, por enquanto, à situação relacionada à utilização de bens como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda (item a). O nascedouro das discordâncias repousa principalmente na interpretação dada pela Receita Federal a esse dispositivo especialmente ao item a acima indicado através das Instruções Normativas nºs 247, de 2002, e 404, de 2004. Vejamos, e.g., o primeiro desses normativos: IN SRF Nº 247/02 “Art. 66. A pessoa jurídica que apura o PIS/Pasep nãocumulativo com a alíquota prevista no art. 60 pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores: I – das aquisições efetuadas no mês: (...) b) de bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados como insumos: b.1) na fabricação de produtos destinados à venda; ou b.2) na prestação de serviços; (...) § 5º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entende se como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: Fl. 387DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 16366.000231/200951 Acórdão n.º 3802001.421 S3TE02 Fl. 23 7 a) as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. (...)” A interpretação dada pela Receita Federal ao conceito de insumo, no caso de bens assim utilizados na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, adotou conceito ínsito à legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI – tributo que apresenta contornos normativos – materialidade – distinta da Contribuição para o PIS e da COFINS. Com efeito, como já visto, a legislação da Contribuição para o PIS e da COFINS têm como referencial de incidência (fato gerador e base de cálculo) o faturamento entendido como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, e o cálculo de créditos está adstrito – parcialmente a esse mesmo referencial ao se relacionar aos custos de bens e serviços utilizados no processo produtivo da empresa e hábeis a gerar sua receita operacional. Já a legislação do IPI adota como referencial, não a receita, e sim o produto, ao estabelecer como fato gerador a sua saída de estabelecimento industrial (ou equiparado) e como base de cálculo o valor dessa operação. Portanto, enquanto o IPI grava uma operação de industrialização, as referidas contribuições incidem sobre as receitas auferidas pelo sujeito passivo. E não por outro motivo, tais exações apresentam modelos distintos de apuração e apropriação de créditos (regime de débito e crédito no caso do IPI, e o método indireto subtrativo no caso das presentes contribuições). Dessa forma, a interpretação adotada pela Receita Federal acaba por restringir o conceito de insumo, no caso de bens utilizados como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda (item a), a apenas uma parcela dos custos de bens utilizados no processo produtivo da empresa os Fl. 388DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA 8 que sofram industrialização (as matérias primas, os produtos intermediários, os materiais de embalagem). O escopo da lei, sem dúvidas, é mais abrangente. Não há, nas Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03, qualquer menção expressa à adoção do conceito de insumo destinado ao IPI, nem previsão limitativa à tomada de créditos relativos somente às matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem. As Instruções Normativas em debate trouxeram, portanto, neste específico ponto, restrição ao creditamento de custos de produção não amparada em lei. Ademais, as referidas Instruções Normativas ao preverem o creditamento relativo a bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços (item b) dão ensancha à tomada de créditos em uma base maior do que a restringida na primeira hipótese (item a). Da mesma forma, a previsão de creditamento relativo a serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto (item c) acaba por permitir, em consonância com a base legal, o crédito de custos de produção relativos a serviços que, potencialmente, podem utilizarse de insumos que não sofram alterações em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação – industrialização. Assim, referidos normativos deveriam ter adotado para essa primeira hipótese de creditamento de insumos, a mesma técnica redacional utilizada para as outras três hipóteses: a previsão de creditamento relativo aos bens aplicados ou consumidos na produção ou fabricação de produtos. Dessa forma, atento à dicção legal que expressamente remete à utilização do insumo na produção ou fabricação de bens, entendo que devem ser considerados como insumos os bens utilizados diretamente no processo produtivo (fabril) da empresa, ainda que não sofram alterações em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação mas que guardem estreita relação com a atividade produtiva1. Noutro giro, a par de conferir à legislação ordinária uma interpretação mais ampla que a dada pelos normativos da Receita Federal (fulcrada na legislação do IPI), também afasto a idéia, a meu ver, data máxima vênia, demasiadamente elástica e sem base legal, de se conferir ao conceito de insumo uma identidade com o de despesa dedutível prevista na legislação do imposto de renda. Com efeito, a Lei, ao se referir expressamente à utilização do insumo na produção ou fabricação não dá margem a que se considerem como insumos passíveis de creditamento despesas 1 Assim, podem ser considerados insumos, por exemplo, as partes, peças de reposição e serviços relacionados à manutenção de máquinas e equipamentos industriais utilizados no processo produtivo da empresa quando possuírem tempo de vida útil inferior a 1 (um) ano (Acórdão 3102.01.143) caso contrário, devem integrar o ativo imobilizado sujeitandose à depreciação e também o frete e seguro na aquisição de insumos por integrarem o custo dos mesmos. Fl. 389DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 16366.000231/200951 Acórdão n.º 3802001.421 S3TE02 Fl. 24 9 que não se relacionem diretamente ao processo fabril da empresa2. Se assim tivesse querido o legislador, teria se utilizado de redação outra e.g., custos e despesas necessários a manutenção da atividade empresarial. Ainda, tanto é verdade que o conceito de insumo utilizado pelo artigo 3º, II das Leis em estudo não se confunde com o de despesa previsto na legislação do imposto de renda que, acaso assim o fosse e o dispositivo em testilha tivesse tão larga amplitude, restaria desnecessária a remissão expressa às despesas outras previstas nos demais incisos desse mesmo artigo (aluguéis, depreciação de máquinas e equipamentos, energia elétrica e outras). Com efeito, se o legislador quisesse alargar o conceito de insumo para abranger todas as despesas previstas na legislação do IR, o artigo 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 não traria um rol detalhado de despesas que podem gerar créditos ao contribuinte. Nessa trilha, no Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do RESP nº 1.246.317 (ainda em curso), o Ministro Relator apresentou voto – já acompanhado por outros dois Ministros de um total de cinco entendendo que o conceito de insumo na legislação do PIS e da COFINS não se identifica com a conceituação adotada na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, posto que excessivamente restritiva, e também não corresponde exatamente aos conceitos de ‘Custos e Despesas Operacionais’ utilizados na legislação do Imposto de Renda IR, por que demasiadamente elastecidos3. Na mesma toada, a Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF, em julgamento dos processos fiscais nºs 13053.000112/200515 e 13053.000211/200672, em 09 de novembro de 2011, também afastou a aplicação da legislação do IPI e do IRPJ na conceituação de insumo previsto na legislação das contribuições em análise. Dessa forma, há que se conferir ao conceito de insumo previsto pela legislação do PIS e da COFINS um sentido próprio, extraído da materialidade desses tributos e atento à sua conformação legal expressa: são insumos os bens e serviços utilizados (aplicados ou consumidos) diretamente no processo produtivo (fabril) ou na prestação de serviços da empresa, 2 Assim, , em termos gerais, por não serem utilizados diretamente no processo produtivo da empresa, não são considerados insumos nos termos da legislação do PIS e da COFINS nãocumulativa – art. 3º, II das Leis em estudo, exempli gratia, despesas administrativas, serviços de almoxarifado, propaganda e publicidade, despesas com viagens, custos com programa de formação profissional, despesas com assessoria, consultoria e planejamento (Acórdão 330200.175), serviços de limpeza – a depender do tipo de atividade empresarial, combustíveis para veículos não utilizados diretamente no processo produtivo (Acórdão 310201.143), despesas de comercialização e cobrança (Acórdão 340200.259). 3 No caso, se pleiteia o direito de aproveitamento de créditos de PIS/COFINS advindos da aquisição de materiais de limpeza e desinfecção e serviços de dedetização aplicados no ambiente produtivo de empresa que tem objeto relacionado à indústria alimentícia. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA 10 ainda que – no caso dos bens não sofram alterações em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Como bem ressaltado pelo nobre Conselheiro, a legislação da Contribuição para o PIS/Pasep tem como referencial de “incidência (fato gerador e base de cálculo) o faturamento entendido como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, e o cálculo de créditos está adstrito – parcialmente a esse mesmo referencial ao se relacionar aos custos de bens e serviços utilizados no processo produtivo da empresa e hábeis a gerar sua receita operacional”. Com base nesse entendimento, é inevitável a conclusão no sentido de que, no âmbito do regime da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep, todos os bens e serviços que compõem o custo de produção são considerados insumos habilitados a gerar crédito, nos termos do art. 3º, § 1º, da Lei nº 10.637, de 2002. Corrobora ainda com o entendimento aqui esposado, o teor do art. 290, I, do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 (Decreto nº 3.000, de 1999), a seguir transcrito: Art. 290. O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 13, §1º): I o custo de aquisição de matériasprimas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior; [...] (grifos não originais) É evidente que o gasto com os serviços de corretagem necessários à aquisição da principal matériaprima, utilizada na fabricação do produto vendido pela Recorrente, enquadrase tanto no conceito de custo de produção, estabelecido pela legislação do Imposto sobre a Renda, quanto no conceito de insumo estabelecido no art. 3º, II, da Lei nº 10.637, de 2002, portanto, deve ser computado na base de cálculo dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep. Da incidência da taxa Selic. Em relação aos créditos escriturais da Contribuição para o PIS/Pasep, decorrentes da aplicação do regime da nãocumulatividade, cabe consignar que, independentemente da forma de aproveitamento (dedução, compensação ou ressarcimento), existe vedação expressa a qualquer forma de atualização ou incidência de juros, conforme expressamente consignada no artigo 13, combinado com o disposto no inciso VI do art. 15, ambos da Lei n° 10.833, de 2003, que seguem transcritos: Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4o do art. 3o, do art. 4o e dos §§ 1o e 2o do art. 6o, bem como do § 2o e inciso II do § 4o e § 5o do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. [...] Art. 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP nãocumulativa de que trata a Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] VI no art. 13 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 391DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 16366.000231/200951 Acórdão n.º 3802001.421 S3TE02 Fl. 25 11 Por se tratar de norma jurídica vigente e apta a incidir (eficácia potencial), à este Colegiado é vedado apreciar a sua validade, conforme expressamente determinado no art. 26A4 do Decreto nº 70.235, 06 de março de 1972 (PAF), com redação dada Lei nº 11.941, de 2008, pois, tal atribuição é da exclusiva competência do Poder Judiciário. No âmbito deste Conselho, tal vedação encontrase determinada no art. 625 do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de 4 "Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) [...] § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – que fundamente crédito tributário objeto de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)" 5 "Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: Fl. 392DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA 12 junho de 2009, e consolidada na sua jurisprudência, conforme disposto no enunciado da Súmula CARF nº 2, que tem o seguinte teor, in verbis: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Deixo de aplicar o disposto no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, por entender que os fundamentos consignados nos REsp nºs 1.035.847/RS e 1.250.191/RS, julgados no regime do recurso repetitivo, previsto no artigo 543C do CPC, não se aplicam ao caso em tela. Da conclusão. Por todo o exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao presente Recurso, para: (i) reconhecer o direito à dedução do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep, calculado sobre o valor dos gastos com os serviços de corretagem de compra; e (ii) indeferir o pedido de atualização do valor dos créditos reconhecidos, com base na variação da taxa Selic, por expressa vedação legal. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993". Voto Vencedor Conselheiro Solon Sehn, Redator Designado. Acompanho e cumprimento o Ilustre Relator pelo brilhante voto. Os gastos com corretagem na compra de matériaprima, inequivocamente, enquadramse no conceito de insumo do art. 3º, II, da Lei nº 10.637/2002 e da Lei nº 10.833/2003. Este, ressalvados os casos vedados pela legislação (como, por exemplo, mãodeobra pago à pessoa física), corresponde ao custo de produção (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 1º; Decreto nº 3.000/1999, arts. 290 e 291), abrangendo as matériasprimas e quaisquer outros bens, direitos ou serviços aplicados ou consumidos no processo de fabricação, diretos ou indiretos, independentemente de desgaste, dano ou perda de propriedades físicoquímicas. Peço vênia para divergir apenas no tocante ao cabimento da Selic. O art. 13 da Lei nº 10.833/2003, que veda a atualização monetária e a incidência dos juros, não se aplica quando a mora decorre de impedimento ou de óbice da Administração Fazendária. Isso porque, consoante destacado em acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região: “[...] se sujeito passivo atuou no sentido de obter o ressarcimento de seus créditos e não logrou êxito em virtude de óbice imposto pela administração, as consequências dessa postergação não podem Fl. 393DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 16366.000231/200951 Acórdão n.º 3802001.421 S3TE02 Fl. 26 13 ser por ele suportadas, já que não deu causa ao retardamento.” (2ª T. APELREEX nº 2009.71.08.0011880/RS. Rel. Des. Fed. Vânia Hack de Almeida. D.E. 02/12/2009). Nessa mesma linha, cumpre destacar o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. CRÉDITO ESCRITURAL. DEMORA NA ANÁLISE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. [...] 2. O entendimento firmado no REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, atrai conclusão no sentido de que é devida a incidência de correção monetária aos créditos escriturais que não são gozados pelo contribuinte, na forma de ressarcimento, compensação ou aproveitamento, por resistência ilegítima do Fisco ainda que a demora seja em decorrência de análise de processo administrativo. 3. "O ressarcimento em dinheiro ou a compensação, com outros tributos dos créditos relativos à nãocumulatividade das contribuições aos Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) art. 3º, c/c art. 5º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.637/2002 e para a Seguridade Social (COFINS) art. 3º, c/c art. 6º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.833/2003, quando efetuados com demora por parte da Fazenda Pública, ensejam a incidência de correção monetária." (REsp 1129435/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, Dje 09/05/2011). Recurso especial da FAZENDA NACIONAL conhecido em parte, mas improvido. [...]” (STJ. 2ª T. REsp 1.268.980/SC. Rel. Min. HUMBERTO MARTINS. DJe 22/06/2012). Votase, assim, pelo reconhecimento do direito de atualização do valor dos créditos admitidos no presente recurso, com base na variação da taxa Selic, adotandose como termo inicial a ciência do despacho decisório que indeferiu o pedido de ressarcimento. (assinado digitalmente) Solon Sehn Fl. 394DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05 /11/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 03/01/2013 por SOLON SEHN, Assin ado digitalmente em 23/01/2013 por REGIS XAVIER HOLANDA
score : 1.0
Numero do processo: 10380.913357/2009-22
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2008
ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO.
O art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando-se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit nº 19, de 2011)
Numero da decisão: 1803-001.526
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise do mérito pela autoridade preparadora, com o consequente retorno dos autos ao órgão de origem, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Selene Ferreira de Moraes - Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Viviani Aparecida Bacchmi.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2008 ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit nº 19, de 2011) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 91 33 57 /2 00 9- 22 Fl. 63DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10380.913357/200922 Acórdão n.º 1803001.526 S1TE03 Fl. 59 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise do mérito pela autoridade preparadora, com o consequente retorno dos autos ao órgão de origem, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Viviani Aparecida Bacchmi. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10380.913357/200922 Acórdão n.º 1803001.526 S1TE03 Fl. 60 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 23verso e 24): Trata o presente processo da Declaração de Compensação – DCOMP, de fls. 01/04, apresentada em 27/02/2008, por meio eletrônico, através do aplicativo PER/DCOMP 3.3, na qual a interessada, acima identificada, alega possuir crédito contra a Fazenda Pública no valor original de R$ 1.630.364,20, decorrente de pagamento indevido da antecipação do imposto de renda da pessoa jurídica IRPJ, no valor de R$ 1.876.090,74, referente ao período de apuração de julho de 2005. Utilizando o crédito que alega possuir [R$ 2.667,63 – fls. 2 e 4], a interessada busca extinguir, por compensação, débitos de CSRF CSLL/COFINS/PIS/PASEP, período de apuração 1ª quinzena de fevereiro de 2008. Foi proferido o Despacho Decisório de fl. 05/06, o qual não homologou a compensação, sob o fundamento de que o crédito pleiteado não existe, vez que o pagamento foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informado no PER/DCOMP. O enquadramento legal mencionado no Despacho Decisório é o seguinte: artigos 165 e 170 da lei nº 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional – CTN) e art. 74 da Lei nº 9.430 de 27 de dezembro de 1996. Inconformada, a interessada interpôs a manifestação de inconformidade de fls. 09/18, na qual alega, em síntese, o seguinte: Em 31/08/2005, a TERMOCEARÁ, ao efetuar a apuração mensal dos resultados da empresa, efetuou o recolhimento de R$ 1.876.090,74, referente ao IRPJ do período de julho de 2005. Ocorre que, ao findar o ano, finalizado o período de apuração do IRPJ, foi apurado que a contribuinte teve, em verdade, um prejuízo fiscal. Desta forma, inexistindo lucro no período de apuração de 2005, não se configurou a situação hipotética descrita na norma tributária apta a configurar a incidência do IRPJ. Assim, o valor recolhido por estimativa, referente à apuração realizada no mês de julho de 2005, foi, de fato, indevido, conforme constatado no fechamento do período de apuração anual em 2005, como dito, houve prejuízo fiscal. E, sendo indevido, a TERMOCEARÁ utilizouse desse crédito para compensar valores a pagar no ano de 2008, sendo que a presente PER/DCOMP utilizouse de parte desses créditos. Na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) de 2006 consta, expressamente, que a contribuinte teve um prejuízo fiscal no anobase de 2005, não havendo que se cogitar, pois, em incidência de imposto de renda, vez que não houve rendimento algum no ano de 2005. Na pág. 05 da DIPJ 2006 há a seguinte informação: LUCRO LIQUIDO DO PERÍODO DE APURAÇÃO...................... 73.173.069,26 Ou seja, na DIPJ de 2006, consta expressamente que a contribuinte teve prejuízo fiscal, não havendo que se cogitar, pois, em incidência de imposto de renda, vez que não houve rendimento tributável no ano de 2005. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10380.913357/200922 Acórdão n.º 1803001.526 S1TE03 Fl. 61 4 Referido prejuízo também foi devidamente informado na DCTF retificadora, enviada em 27/10/2009 pela contribuinte. Isto posto, dúvidas não restam de que o crédito existe, decorrente da inexistência rendimento tributável, em face do prejuízo fiscal devidamente comprovado e informado na DIPJ 2006 e na DCTF Retificadora (anobase de 2005). Assim, comprovada a existência de créditos, a Instrução Normativa RFB nº 900 autoriza a compensação com outros débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, razão pela qual requer a revisão do despacho que não homologou a compensação pleiteada pela TERMOCEARÁ. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 23): Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2008 COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO DE PAGAMENTO DE ESTIMATIVA COMO CRÉDITO. As estimativas efetivamente recolhidas são antecipações do tributo devido ao final do anocalendário. Em consequência, passível de restituição somente é o saldo negativo apurado na Declaração de Ajuste Anual. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido 3. Cientificada da referida decisão em 27/07/2010 (fls. 26), a tempo, em 26/08/2010, apresenta a interessada Recurso de fls. 27 a 39, instruído com os documentos de fls. 40 a 56, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos. 4. É o que importa relatar. Em mesa para julgamento. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10380.913357/200922 Acórdão n.º 1803001.526 S1TE03 Fl. 62 5 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. 5. A decisão recorrida, de fls. 23 a 24verso não homologou a compensação declarada mediante Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), com fundamento no art. 10 da Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005. 6. Observo, contudo, a superveniência do entendimento contido na Solução de Consulta Interna Cosit nº 19, de 5/12/2011, assim ementada: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da IN RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicandose, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. 7. Esse entendimento, porém, tem por pressuposto a ocorrência de erro no cálculo ou no recolhimento da estimativa, não abrangendo a mera mudança de opção (com base na receita bruta e acréscimos ou em balanços ou balancetes de suspensão ou redução). 8. Claro está, também, que o sujeito passivo, quando do encerramento do ano calendário, deve confrontar, apenas, as estimativas que considerou devidas, sob pena de duplo aproveitamento do mesmo crédito. 9. Dessa forma, a homologação expressa exige que o sujeito passivo comprove, perante a autoridade administrativa que o jurisdiciona: (a) o erro cometido no cálculo ou no recolhimento da estimativa; (b) a sua adequação para a formação do indébito; e (c) a correspondente disponibilidade, mediante prova de que já não se valeu desse indébito para liquidação do IRPJ devido no ajuste anual ou para formação do correspondente saldo negativo. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10380.913357/200922 Acórdão n.º 1803001.526 S1TE03 Fl. 63 6 Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise do mérito pela autoridade preparadora, com o consequente retorno dos autos ao órgão de origem, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 68DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10665.720933/2010-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007
RESSARCIMENTO DE SALDO CREDOR. INEXISTÊNCIA.
Confirmado os termos em que realizado o refazimento da escrita fiscal, de se reconhecer o direito ao crédito no montante dos novos valores encontrados pela fiscalização.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3401-002.006
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Ausente justificadamente o Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Odassi Guerzoni Filho - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
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INEXISTÊNCIA. Confirmado os termos em que realizado o refazimento da escrita fiscal, de se reconhecer o direito ao crédito no montante dos novos valores encontrados pela fiscalização. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Ausente justificadamente o Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça. Júlio César Alves Ramos Presidente Odassi Guerzoni Filho Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho e Fernando Marques Cleto Duarte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 72 09 33 /2 01 0- 37 Fl. 308DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Tratase de PER/Dcomp relativa ao saldo credor de IPI relativo ao 4º trimestre de 2007, que, em face de auditoria fiscal realizada no âmbito do processo administrativo nº 10665.001722/201000, na qual foram detectadas infrações à legislação do IPI [reclassificação fiscal e glosa de créditos], o que resultou na reconstituição da escrita fiscal e, consequentemente, na apuração de novo saldo no Livro Reg. Apuração de IPI, teve valor reconhecido parcialmente como crédito a ser utilizado nas compensações declaradas até o limite reconhecido. Referida auditoria fiscal foi realizada justamente para fins de se verificar a procedência dos saldo credores dos quatro trimestres dos anos de 2006 e de 2007 informados nos vários pedidos eletrônicos de ressarcimento, dentre os quais o que consta do presente processo. Na Manifestação de Inconformidade a interessada pugnou pela suspensão da exigibilidade do crédito tributário até que seja proferida decisão em definitivo no referido processo que tratou da revisão de seu saldo credor e que resultou na lavratura de auto de infração. Juntou cópia da impugnação apresentada contra o referido lançamento. Despacho monocrático do Presidente da 3ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de ForaMG determinou a devolução do processo à DRF em Divinópolis para que essa Unidade avaliasse a possibilidade de revisão de seu Despacho Decisório no sentido de não reconhecer a totalidade do direito creditório postulado e não homologar as compensações dos débitos contidos nas Dcomp que especificou. Referido despacho da DRJ invocara a regra contida no art. 20 da IN SRF nº 600, de 28/12/2005, reproduzida no art. 25 da IN SRF nº 900, de 30/12/2008, segundo a qual “É vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo judicial ou com processo administrativo fiscal de determinação de exigência de crédito de IPI cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido.” A DRF em Divinópolis, por sua vez, não acatou a recomendação da instância julgadora e não procedeu a nenhum reparo em seu Despacho Decisório por entender que o comando dado pelo artigo 25 da IN SRF 600, de 2006, aplicarseia somente aos casos em que a discussão administrativa antecedesse ao pedido de ressarcimento, o que não é o caso. A 3a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de ForaMG manteve então os termos do Despacho Decisório de indeferimento em decisão que insistiu na necessidade de aplicação daquela regra contida no art. 25 da IN SRF 600, de 2006. No Recurso Voluntário a Recorrente argumentou que o dispositivo invocado pela DRJ somente poderia ser aplicado no caso de o processo judicial ou administrativo ser anterior à data das compensações, sob pena de violação da regra contida no artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Entende a Recorrente que, em o crédito tendo sido apurado no momento da compensação pelo contribuinte e não pelo Fisco, e, ainda, que referido crédito fora estornado na escrita fiscal por determinação infralegal, não haveria de se glosar o que não mais existe. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.720933/201037 Acórdão n.º 3401002.006 S3C4T1 Fl. 3 3 Considera também a Recorrente que o referido dispositivo invocado pela instância de piso não encontraria previsão no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, o que lhe daria a característica de ilegalidade por prever hipótese negativa sumária de recurso onde o Decreto que regula o processo administrativo não prevê. Para ela, estaria havendo violação do princípio da segurança jurídica por se invocar fato posterior que, obviamente, a seu ver, não tinha ciência à época da realização da compensação. Por fim, em face das circunstâncias, defende que haja o sobrestamento do julgamento do processo e não o indeferimento sumário da manifestação de inconformidade. No essencial, é o Relatório. Fl. 310DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho Cientificada da decisão da DRJ em 10/02/2012, uma sextafeira, a interessada apresentou o Recurso Voluntário em 12/03/2012, portanto, de forma tempestiva. Preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. Conforme relatado acima o julgamento deste processo está na inteira dependência do que restar decidido no âmbito do processo administrativo nº 10665.001722/201000, haja vista que nele é que foram lançadas as considerações da autoridade fiscal acerca da inexistência do saldo credor de IPI aqui postulado. E referida decisão já se deu aqui mesmo neste Colegiado durante a sessão do dia 25 de setembro de 2012, ocasião em que, por meio do Acórdão nº 3401001.946, negamos provimento ao Recurso Voluntário. Desta forma, naquele processo restou ratificado por esta Turma o entendimento da fiscalização quanto à necessidade de refazimento da escrita fiscal da Recorrente, de sorte que, em função da nova apuração, confirmouse a existência de saldo credor a ser ressarcido no presente processo no valor de R$ 211.002,06. Pelo exposto, dou provimento parcial ao Recurso Voluntário para reconhecer o direito ao crédito de IPI no montante de R$ 211.002,06, prejudicadas as demais matérias suscitadas pela Recorrente e que versavam sobre a necessidade de se aguardar o julgamento do processo que tratou do auto de infração. Odassi Guerzoni Filho Relator Fl. 311DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/11/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 12269.001964/2009-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Sep 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2004 a 31/12/2004
SIMPLES A exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno -SIMPLES, implica no recolhimento das contribuições previdenciárias , antes substituídas. TERCEIROS São devidas as contribuições arrecadadas para as terceiras entidades, FNDE, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados. EMPRESAS URBANAS. CONTRIBUIÇÃO PARA O INCRA. É legítima a cobrança da contribuição para o INCRA das empresas urbanas, sendo inclusive desnecessária a vinculação ao sistema de previdência rural. SEBRAE A contribuição ao SEBRAE é mero adicional sobre as destinadas ao SESC/SENAC, devendo recolher a contribuição todas as empresas que são contribuintes destas últimas. MULTA MORATÓRIA RETROATIVIDADE BENIGNA. ART. 35-A DA LEI Nº 8.212/91. Em conformidade com o artigo 35, da Lei 8.212/91,na redação vigente à época dos fatos geradores, a contribuição social previdenciária está sujeita à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso. JUROS/SELIC As contribuições sociais e outras importâncias, pagas com atraso, ficam sujeitas aos juros equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, nos termos do artigo 34 da Lei 8.212/91. Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais diz que é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais- CARF não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-002.036
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Marco Andre Ramos Vieira - Presidente. Liege Lacroix Thomasi - Relatora. EDITADO EM: 20/08/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Manoel Coelho Arruda Junior, Arlindo da Costa e Silva, Liege Lacroix Thomasi,Adriana Sato.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2004 a 31/12/2004 SIMPLES A exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno -SIMPLES, implica no recolhimento das contribuições previdenciárias , antes substituídas. TERCEIROS São devidas as contribuições arrecadadas para as terceiras entidades, FNDE, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados. EMPRESAS URBANAS. CONTRIBUIÇÃO PARA O INCRA. É legítima a cobrança da contribuição para o INCRA das empresas urbanas, sendo inclusive desnecessária a vinculação ao sistema de previdência rural. SEBRAE A contribuição ao SEBRAE é mero adicional sobre as destinadas ao SESC/SENAC, devendo recolher a contribuição todas as empresas que são contribuintes destas últimas. MULTA MORATÓRIA RETROATIVIDADE BENIGNA. ART. 35-A DA LEI Nº 8.212/91. Em conformidade com o artigo 35, da Lei 8.212/91,na redação vigente à época dos fatos geradores, a contribuição social previdenciária está sujeita à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso. JUROS/SELIC As contribuições sociais e outras importâncias, pagas com atraso, ficam sujeitas aos juros equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, nos termos do artigo 34 da Lei 8.212/91. Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais diz que é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais- CARF não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Marco Andre Ramos Vieira - Presidente. Liege Lacroix Thomasi - Relatora. EDITADO EM: 20/08/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Manoel Coelho Arruda Junior, Arlindo da Costa e Silva, Liege Lacroix Thomasi,Adriana Sato.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2004 a 31/12/2004 SIMPLES A exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno SIMPLES, implica no recolhimento das contribuições previdenciárias , antes substituídas. TERCEIROS São devidas as contribuições arrecadadas para as terceiras entidades, FNDE, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados. EMPRESAS URBANAS. CONTRIBUIÇÃO PARA O INCRA. É legítima a cobrança da contribuição para o INCRA das empresas urbanas, sendo inclusive desnecessária a vinculação ao sistema de previdência rural. SEBRAE A contribuição ao SEBRAE é mero adicional sobre as destinadas ao SESC/SENAC, devendo recolher a contribuição todas as empresas que são contribuintes destas últimas. MULTA MORATÓRIA RETROATIVIDADE BENIGNA. ART. 35A DA LEI Nº 8.212/91. Em conformidade com o artigo 35, da Lei 8.212/91,na redação vigente à época dos fatos geradores, a contribuição social previdenciária está sujeita à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso. JUROS/SELIC As contribuições sociais e outras importâncias, pagas com atraso, ficam sujeitas aos juros equivalentes à Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, nos termos do artigo 34 da Lei 8.212/91. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 9. 00 19 64 /2 00 9- 50 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais diz que é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF não é competente para afastar a aplicação de normas legais e regulamentares sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Marco Andre Ramos Vieira Presidente. Liege Lacroix Thomasi Relatora. EDITADO EM: 20/08/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Manoel Coelho Arruda Junior, Arlindo da Costa e Silva, Liege Lacroix Thomasi,Adriana Sato. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12269.001964/200950 Acórdão n.º 2302002.036 S2C3T2 Fl. 154 3 Relatório Trata o presente de Auto de Infração de Obrigação Principal, lavrado em 29/05/2009 e cientificado ao sujeito passivo em 01/06/2009, referente às contribuições destinadas às terceiras entidades, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados no período de 05/2004 a 12/2004. O relatório fiscal de fls. 15/17, esclarece que o levantamento se deu com base nas folhas de pagamento da autuada, que foi excluída do SIMPLES a partir de 01/01/2002. Após impugnação, Acórdão de fls. 117/124, pugnou pela procedência do lançamento. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, onde alega em síntese: a) que o processo administrativo não obedeceu aos pressupostos do artigo 142, do CTN, nem do artigo 10, do Decreto 70.235/72, cerceando a defesa do contribuinte; b) que não teve direito de discutir administrativamente a constituição do crédito; c) que a exclusão do SIMPLES somente poderia ter sido efetuada após procedimento administrativo que garantisse o contraditório e a ampla defesa; d) que o sócio que motivou a sua exclusão do SIMPLES retirouse da sociedade em 31/12/2003; e) a inexigibilidade das contribuições para o INCRA, porque é empresa urbana; f) a inexigibilidade da contribuição para o SEBRAE; g) a inexigibilidade e inconstitucionalidade da multa devido à vedação ao confisco; h) a exclusão da taxa SELIC, por ser incabível. Requer a extinção da cobrança em apreço. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora Cumprido o requisito de admissibilidade, frente à tempestividade, conheço do recurso e passo ao seu exame. Da Preliminar A recorrente argúi a nulidade da autuação por cerceamento de defesa, indignandose com sua exclusão do SIMPLES, que segundo ela, se deu sem o devido procedimento administrativo que lhe permitisse o contraditório e a ampla defesa. Entretanto, do mero exame dos autos é possível se vislumbrar que a exclusão do sistema foi efetuada com toda a garantia de participação da recorrente, conforme fazem prova os documentos de fls.71, Ato Declaratório de Exclusão, fls. 67, a capa do processo administrativo de n.º 11080.101179/2003, que trata da Exclusão do Sistema e onde a empresa se manifestou trazendo suas razões contra o procedimento, fls. 68, Acórdão da DRJ que confirmou a exclusão, fls.21/24, cientificando a empresa de que tinha o prazo de trinta dias para a interposição de recurso voluntário ao Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, fls. 113, Notificação da DRF/POA/SECAT, comunicando indeferimento da solicitação de revisão, AR fls.114 e nas fls. 115, consta despacho do mesmo setor dizendo que não houve manifestação do contribuinte no prazo concedido para a interposição de recurso, o que tornou a exclusão definitiva. Não vislumbro a tese de nulidade da autuação, pois não foi observado qualquer vício no procedimento da fiscalização e formalização do lançamento. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; Fl. 160DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12269.001964/200950 Acórdão n.º 2302002.036 S2C3T2 Fl. 155 5 II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais que trazem fatos novos, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) III por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) A decisão recorrida também atendeu às prescrições que regem o processo administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa dos fundamentos e se revestiu de todas as formalidades necessárias. Não contém, portanto, qualquer vício que suscite sua nulidade, passando, inclusive, pelo crivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça: Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993). “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ. 1. Não há nulidade do acórdão quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada, apenas não adotando a tese do recorrente. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 2. O julgador não precisa responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem está obrigado a aterse aos fundamentos por elas indicados “. (RESP 946.447RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma – DJ 10/09/2007 p.216) Portanto, em razão do exposto e nos termos das regras disciplinadoras do processo administrativo fiscal, não se identificam vícios capazes de tornar nulo quaisquer dos atos praticados: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Superadas as questões preliminares para exame do cumprimento das exigências formais, passo à apreciação do mérito. Do Mérito Com relação ao SIMPLES, são inócuas as assertivas da recorrente, posto que a situação de exclusão já foi devidamente tratada em processo próprio, transitou em julgado e não pode ser mais examinada por este Colegiado, ainda considerando que o prazo para interposição de recurso transcorreu sem manifestação, por parte do contribuinte, naquele processo. O processo, ora examinado, trata de auto de infração por descumprimento de obrigação principal devido a falta de recolhimento das contribuições previdenciárias pela empresa, na condição de excluída do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. O lançamento referese às contribuições arrecadadas pela Receita Federal do Brasil para as Terceiras Entidades, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados. Quanto à contribuição para os Terceiros, de acordo com o artigo 94 da Lei n.º 8.212/91, o INSS tinha a competência de arrecadar e fiscalizar as contribuições devidas por lei a terceiros. Com a edição da Lei n.º 11.098/2005, passou ao Ministério da Previdência Social a competência para arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento, em nome do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições instituídas a título de substituição, bem como as demais atribuições correlatas e conseqüentes, inclusive as relativas ao contencioso administrativo fiscal, conforme disposto em regulamento e foi autorizada a criação da Secretaria da Receita Previdenciária. Posteriormente, com a Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007, ocorreu a fusão entre a Secretaria da Receita Federal (SRF) e a Secretaria da Receita Previdenciária (SRP), sendo criada a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). E, a Lei n.º 11.457/2007, em seu artigo 3º, atribui competência à Secretaria da Receita Federal do Brasil para planejar , executar, acompanhar e avaliar as atividades Fl. 162DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12269.001964/200950 Acórdão n.º 2302002.036 S2C3T2 Fl. 156 7 relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições de Terceiros, mediante retribuição do percentual de 3,5% do montante arrecadado: Art. 3o As atribuições de que trata o art. 2o desta Lei se estendem às contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, na forma da legislação em vigor, aplicando se em relação a essas contribuições, no que couber, as disposições desta Lei. (Vide Decreto nº 6.103, de 2007). § 1o A retribuição pelos serviços referidos no caput deste artigo será de 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) do montante arrecadado, salvo percentual diverso estabelecido em lei específica. § 2o O disposto no caput deste artigo abrangerá exclusivamente contribuições cuja base de cálculo seja a mesma das que incidem sobre a remuneração paga, devida ou creditada a segurados do Regime Geral de Previdência Social ou instituídas sobre outras bases a título de substituição. § 3o As contribuições de que trata o caput deste artigo sujeitam se aos mesmos prazos, condições, sanções e privilégios daquelas referidas no art. 2o desta Lei, inclusive no que diz respeito à cobrança judicial. Portanto, o crédito referente às contribuições arrecadadas para o FNDE, INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE está bem suportado na legislação vigente à época do fato gerador, não incorrendo em qualquer ilegalidade. A cobrança das contribuições destinadas ao INCRA está prevista em lei, conforme fundamentação legal, estando perfeitamente compatível com o ordenamento jurídico vigente. Quanto às empresas urbanas terem que recolher contribuição destinada ao INCRA, não há óbice normativo para tal exação. Nesse sentido é o entendimento do STF, conforme ementa no Agravo Regimental do Recuso Extraordinário de n ° 211.190, publicado no Diário da Justiça em 29 de novembro de 2002: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DESTINADA A FINANCIAR O FUNRURAL. VIOLAÇÃO DO PRECEITO INSCRITO NO ARTIGO 195 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALEGAÇÃO INSUBSISTENTE. A norma do artigo 195, caput, da Constituição Federal, preceitua que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem expender qualquer consideração acerca da exigibilidade de empresa urbana da contribuição social destinada a financiar o FUNRURAL. Precedentes. Agravo regimental não provido. No mesmo sentido é o entendimento da 1ª Seção do STJ no julgamento do Recurso Especial n 977.058 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DESTINADA AO INCRA. ADICIONAL DE 0,2%. NÃO EXTINÇÃO PELAS LEIS 7.787/89, 8.212/91 E 8.213/91. LEGITIMIDADE. 1. A exegese PósPositivista, imposta pelo atual estágio da ciência jurídica, impõe na análise da legislação infraconstitucional o crivo da principiologia da Carta Maior, que lhe revela a denominada “vontade constitucional”, cunhada por Konrad Hesse na justificativa da força normativa da Constituição. 2. Sob esse ângulo, assume relevo a colocação topográfica da matéria constitucional no afã de aferir a que vetor principiológico pertence, para que, observando o princípio maior, a partir dele, transitar pelos princípios específicos, até o alcance da norma infraconstitucional. 3. A Política Agrária encartase na Ordem Econômica (art. 184 da CF/1988) por isso que a exação que lhe custeia tem inequívoca natureza de Contribuição de Intervenção Estatal no Domínio Econômico, coexistente com a Ordem Social, onde se insere a Seguridade Social custeada pela contribuição que lhe ostenta o mesmo nomen juris. 4. A hermenêutica, que fornece os critérios ora eleitos, revela que a contribuição para o Incra e a Contribuição para a Seguridade Social são amazonicamente distintas, e a fortiori , infungíveis para fins de compensação tributária. 5. A natureza tributária das contribuições sobre as quais gravita o thema iudicandum , impõe ao aplicador da lei a obediência aos cânones constitucionais e complementares atinentes ao sistema tributário. 6. O princípio da legalidade, aplicável in casu, indica que não há tributo sem lei que o institua, bem como não há exclusão tributária sem obediência à legalidade (art. 150, I da CF/1988 c.c art. 97 do CTN). 7. A evolução histórica legislativa das contribuições rurais denota que o Funrural (Prorural) fez as vezes da seguridade do homem do campo até o advento da Carta neoliberal de 1988, por isso que, inaugurada a solidariedade genérica entre os mais diversos segmentos da atividade econômica e social, aquela exação restou extinta pela Lei 7.787/89. 8. Diversamente, sob o pálio da interpretação histórica, restou hígida a contribuição para o Incra cujo desígnio em nada se equipara à contribuição securitária social. 9. Consequentemente, resta inequívoca dessa evolução, constante do teor do voto, que: (a) a Lei 7.787/89 só suprimiu a parcela de custeio do Prorural; (b) a Previdência Rural só foi extinta pela Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, com a unificação dos regimes de previdência; (c) entretanto, a parcela de 0,2% (zero vírgula dois por cento) – destinada ao Incra – não foi extinta pela Lei 7.787/89 e tampouco pela Lei 8.213/91, como vinha sendo proclamado pela jurisprudência desta Corte. 10. Sob essa ótica, à míngua de revogação expressa e inconciliável a adoção da revogação tácita por incompatibilidade, porquanto distintas as razões que ditaram as exações sub judice, ressoa inequívoca a conclusão de que resta hígida a contribuição para o Incra. 11. Interpretação que se coaduna não só com a literalidade e a história da exação, como também converge para a aplicação axiológica do Direito no caso concreto, viabilizando as promessas constitucionais pétreas e que distinguem o ideário da nossa nação, qual o de constituir uma sociedade justa e Fl. 164DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12269.001964/200950 Acórdão n.º 2302002.036 S2C3T2 Fl. 157 9 solidária, com erradicação das desigualdadesregionais. 12. Recursos especiais do Incra e do INSS providos. Em relação às contribuições destinadas ao SEBRAE as mesmas são devidas de acordo com o ordenamento jurídico vigente, não sendo necessária lei complementar para sua instituição. Apenas para ilustrar, segue ementa do entendimento firmado pelo TRF da 4ª Região: Tributário – Contribuição ao Sebrae – Exigibilidade. 1. O adicional destinado ao Sebrae (Lei nº 8.029/90, na redação dada pela Lei nº 8.154/90) constitui simples majoração das alíquotas previstas no DecretoLei nº 2.318/86 (Senai, Senac, Sesi e Sesc), prescindível, portanto, sua instituição por lei complementar. 2. Prevê a Magna Carta tratamento mais favorável às micro e pequenas empresas para que seja promovido o progresso nacional. Para tanto submete à exação pessoas jurídicas que não tenham relação direta com o incentivo. 3. Precedente da 1ª Seção desta Corte (EIAC n 2000.04.01.1069909). ACÓRDÃO: Vistos e relatados estes autos entre as partes acima indicadas, decide a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 17 de junho de 2003. (TRF 4ª R – 2ª T – Ac. nº 2001.70.07.0020183 – Rel. Dirceu de Almeida Soares – DJ 9.7.2003 – p. 274) Na mesma linha é o pensamento do STJ, conforme ementa do Agravo Regimental no Agravo Regimental no Agravo de Instrumento de n ° 840946 / RS, publicado no Diário da Justiça em 29 de agosto de 2007: TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÕES AO SESC, AO SEBRAE E AO SENAC RECOLHIDAS PELAS PRESTADORAS DE SERVIÇO – PRECEDENTES. 1. A jurisprudência renovada e dominante da Primeira Seção e da Primeira e da Segunda Turma desta Corte se pacificou no sentido de reconhecer a legitimidade da cobrança das contribuições sociais do SESC e SENAC para as empresas prestadoras de serviços. 2. Esta Corte tem entendido também que, sendo a contribuição ao SEBRAE mero adicional sobre as destinadas ao SESC/SENAC, devem recolher aquela contribuição todas as empresas que são contribuintes destas. 3. Agravo regimental improvido. Desse modo, não procede o argumento da recorrente de que as contribuições destinadas ao SEBRAE somente podem ser exigidas de microempresas e de empresas de pequeno porte. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 10 Nesse sentido é o entendimento pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, conforme julgamento dos Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento n ° 518.082, publicado no Diário da Justiça em 17 de junho de 2005, cuja ementa é abaixo transcrita: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS À DECISÃO DO RELATOR: CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEBRAE: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. Lei 8.029, de 12.4.1990, art. 8º, § 3º. Lei 8.154, de 28.12.1990. Lei 10.668, de 14.5.2003. CF, art. 146, III; art. 149; art. 154, I; art. 195, § 4º. I. Embargos de declaração opostos à decisão singular do Relator. Conversão dos embargos em agravo regimental. II. As contribuições do art. 149, CF contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isso não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. A contribuição social do art. 195, § 4º, CF, decorrente de "outras fontes", é que, para a sua instituição, será observada a técnica da competência residual da União: CF, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º. A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes: CF, art. 146, III, a. Precedentes: RE 138.284/CE, Ministro Carlos Velloso, RTJ 143/313; RE 146.733/SP, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/684. III. A contribuição do SEBRAE Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003 é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do DL 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE no rol do art. 240, CF. IV. Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, portanto, do § 3º do art. 8º da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003. V. Embargos de declaração convertidos em agravo regimental. Não provimento desse. Não possui natureza de confisco a exigência da multa moratória, conforme previa o art. 35 da Lei n ° 8.212/1991, vigente à época do lançamento. Não recolhendo na época própria o contribuinte tem que arcar com o ônus de seu inadimplemento. Se não houvesse tal exigência haveria violação ao principio da isonomia, pois o contribuinte que não recolhera no prazo fixado teria tratamento similar àquele que cumprira em dia com suas obrigações fiscais. O art. 35 da Lei n ° 8.212/1991 dispõe, nestas palavras: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99) I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). Fl. 166DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12269.001964/200950 Acórdão n.º 2302002.036 S2C3T2 Fl. 158 11 b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876/99). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento; (Redação dada pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99). § 1º Nas hipóteses de parcelamento ou de reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o Caput e seus incisos. (Parágrafo acrescentado pela MP nº 1.571/97, reeditada até a conversão na Lei nº 9.528/97) § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar. (Parágrafo acrescentado pela MP nº 1.571/97, reeditada até a conversão na Lei nº 9.528/97) Fl. 167DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 12 § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo. (Parágrafo acrescentado pela MP nº 1.571/97, reeditada até a conversão na Lei nº 9.528/97) § 4º Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.876/99). A multa moratória não foi enquinada de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, estando totalmente válida e devendo ser obedecida pela via administrativa, vez que está dentro dos pressupostos legais e constitucionais. No tocante à taxa SELIC, cumpre asseverar que sobre o principal apurado e não recolhido, incidem os juros moratórios, aplicados conforme determina o artigo 34 da Lei 8.212/91: “... As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC, a que se refere o artigo 13, da Lei n.º 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável.” O art. 161 do CTN prescreve que os juros de mora serão calculados à taxa de 1% (um por cento) ao mês, se a lei não dispuser de modo diverso. No caso das contribuições em tela, há lei dispondo de modo diverso, ou seja, o aludido art. 34 da Lei 8.212/91 dispõe que sobre as contribuições em questão incide a Taxa SELIC. Portanto, está correta a aplicação da referida taxa a título de juros, perfeitamente utilizável como índice a ser aplicado às contribuições em questão, recolhidas com atraso, objetivando recompor os valores devidos. Ainda, quanto à admissibilidade da utilização da taxa SELIC, ressaltamos que o Segundo Conselho, do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, aprovou na Sessão Plenária de 18 de setembro de 2007, publicada no D.O.U. de 26/09/2007, Seção 1, pág. 28 a Súmula 3, que dita: É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia – Selic para títulos federais. E, com a criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, tal súmula foi consolidada na Súmula CARF n.º 4: Fl. 168DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12269.001964/200950 Acórdão n.º 2302002.036 S2C3T2 Fl. 159 13 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. No tocante à inconstitucionalidade das leis, ressaltase que a apreciação de matéria constitucional em tribunal administrativo exacerba sua competência originária que é a de órgão revisor dos atos praticados pela Administração, bem como invade competência atribuída especificamente ao Judiciário pela Constituição Federal. No Capítulo III do Título IV, especificamente no que trata do controle da constitucionalidade das normas, observase que o constituinte teve especial cuidado ao definir quem poderia exercer o controle constitucional das normas jurídicas. Decidiu que caberia exclusivamente ao Poder Judiciário exercêla, especialmente ao Supremo Tribunal Federal. Permitir que órgãos colegiados administrativos reconhecessem a constitucionalidade de normas jurídicas seria infringir o disposto na própria Constituição Federal, padecendo, portanto, a decisão que assim o fizer, ela própria, de vício de constitucionalidade, já que invadiu competência exclusiva de outro Poder. O professor Hugo de Brito Machado in “Mandado de Segurança em Matéria Tributária”, Ed. Revista dos Tribunais, páginas 302/303, assim concluiu: “A conclusão mais consentânea com o sistema jurídico brasileiro vigente, portanto, há de ser no sentido de que a autoridade administrativa não pode deixar de aplicar uma lei por considerála inconstitucional, ou mais exatamente, a de que a autoridade administrativa não tem competência para decidir se uma lei é, ou não é inconstitucional.” Ademais, como da decisão administrativa não cabe recurso obrigatório ao Poder Judiciário, em se permitindo a declaração de inconstitucionalidade de lei pelos órgãos administrativos judicantes, as decisões que assim a proferissem não estariam sujeitas ao crivo do Supremo Tribunal Federal que é a quem compete, em grau de definitividade, a guarda da Constituição. Poderseia, nestes casos, ter a absurda hipótese de o tribunal administrativo declarar determinada norma inconstitucional e o Judiciário, em manifestação do seu órgão máximo, pronunciarse em sentido inverso. Por essa razão é que através de seu Regimento Interno e Súmula, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF se autoimpôs com regra proibitiva nesse sentido: Portaria MF n° 256, de 22/06/2009 (que aprovou o Regimento Interno do CARF): Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. SÚMULAS CONSOLIDADAS CARF PORTARIA MF N.° 383 – DOU de 14/07/2010) Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 169DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 14 Por todo o exposto, Voto por negar provimento ao recurso. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 170DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/08/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13971.002036/2006-96
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Feb 01 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002, 2003, 2004
Ementa:
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO.
Deixando o Recorrente de impugnar o mérito da decisão que manteve parcialmente o lançamento, deve a mesma ser mantida.
MULTA DE OFÍCIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO CONTRIBUINTE.
A multa de ofício, no valor correspondente a 75% do crédito tributário apurado, é lançada em função da responsabilidade objetiva do contribuinte, nos termos do art. 136 do Código Tributário Nacional.
Recurso a que se nega provimento.
Numero da decisão: 2802-001.280
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos André Ribas de Mello - Relator.
EDITADO EM: 18/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos André Ribas de Mello (Relator), Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Lucia Reiko Sakae, Sidney Ferro Barros, Dayse Fernandes Leite, German Alejandro San Martín Fernández.
Nome do relator: CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. Deixando o Recorrente de impugnar o mérito da decisão que manteve parcialmente o lançamento, deve a mesma ser mantida. MULTA DE OFÍCIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO CONTRIBUINTE. A multa de ofício, no valor correspondente a 75% do crédito tributário apurado, é lançada em função da responsabilidade objetiva do contribuinte, nos termos do art. 136 do Código Tributário Nacional. Recurso a que se nega provimento.
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AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. Deixando o Recorrente de impugnar o mérito da decisão que manteve parcialmente o lançamento, deve a mesma ser mantida. MULTA DE OFÍCIO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO CONTRIBUINTE. A multa de ofício, no valor correspondente a 75% do crédito tributário apurado, é lançada em função da responsabilidade objetiva do contribuinte, nos termos do art. 136 do Código Tributário Nacional. Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 20 36 /2 00 6- 96 Fl. 336DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 18/ 12/2012 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 2 EDITADO EM: 18/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos André Ribas de Mello (Relator), Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Lucia Reiko Sakae, Sidney Ferro Barros, Dayse Fernandes Leite, German Alejandro San Martín Fernández. Relatório Tratase de Auto de Infração de IRPF (fl. 229/234), integrado pelos demonstrativos de fls. 235/239 e com Termo de Verificação Fiscal (fls. 243/257), referentes ao IRPF dos anoscalendário de 2002, 2003 e 2004, lavrado em virtude das seguintes irregularidades cometidas pelo contribuinte: (i) omissão de rendimentos de trabalho informal para o exercício 2004, anocalendário 2003; (ii) dedução indevida de despesas médicas nos anoscalendários de 2003 e 2004; (iii) dedução indevida com pensão judicial, nos anos calendário de 2002, 2003 e 2004; (iv) dedução indevida de despesa com instrução no ano calendário de 2002; e (v) dedução indevida de previdência privada/FAPI no anocalendário de 2004. Devidamente cientificado (fl. 10), o Contribuinte, em sua defesa, apresentou, tempestivamente, Impugnação de fls. 261, aduzindo, em síntese, que: (i) não teve intenção de omitir rendimentos; (ii) que os valores recebidos do Fundo Estadual de Saúde a título de emprego sem vínculo empregatício foram depositados no CNPJ da Clínica Irmãos Cândido Ltda., conforme comprovante anexado, referente ao anocalendário de 2004, sendo o valor correto o do documento apresentado às fls. 276; (iii) somente lhe foi entregue comprovante em 2004 dos valores percebidos junto à Prefeitura de São João Batista, oportunidade em que encaminhou imediatamente ao contador (fl. 272); (iv) as pensões pagas no anocalendário 2002 foram depositadas na conta corrente de seu filho, com a anuência deste e a pedido de sua ex esposa, enquanto que no anocalendário 2003 ocorreu erro na declaração pelo contador, uma vez que repetiu procedimento adotado no anocalendário 2002, sendo que no ano calendário de 2004 o mesmo foi efetuado diretamente na conta de sua exesposa; e (vi) que as glosas efetuadas a título de despesas de instrução, médicas e de previdência privada/FAPI estão corretas. Ato contínuo, os autos foram remetidos para julgamento a 5ª Turma da DRJ/FNS, em sessão realizada no dia 25/02/2011, resultando no Acórdão n.º 0723.258, que, por unanimidade, julgou procedente em parte a impugnação, considerando, (i) preliminarmente, a identificação do ponto litigioso, ignorando todos os demais não impugnados pelo Contribuinte; (ii) ser devida a manutenção da tributação do rendimentos recebidos junto ao Fundo Estadual de Saúde nos anoscalendário de 2002 e 2003, visto que o Contribuinte não apresentou novas razões aos autos posteriormente à diligência efetuada pela Autoridade Fiscal; (iii) que o Contribuinte não pode se eximir da obrigação de apresentar informações e/ou declarações ao sujeito ativo, independentemente de não ter a comprovação do pagamento dos valores percebidos junto à Prefeitura Municipal de São João Batista/SC; (iii) que os valores depositados a título de pensão alimentícia ao seu filho Gélson Júnior caracterizam mera liberalidade por não ter sido efetuado, na época, por força de decisão judicial ou de acordo judicial, razão pela qual não pode ser deduzido para fins fiscais no ano calendário de 2002; (iv) que o Contribuinte concordou com as glosas pertinentes à despesas com instrução, médica e de previdência privada/FAPI, mantendose as mesmas. Intimado da supramencionada decisão, conforme fl. 320, o Contribuinte apresentou, dentro do prazo legal, Recurso Voluntário (fl. 321), repisando os argumentos Fl. 337DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 18/ 12/2012 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 13971.002036/200696 Acórdão n.º 2802001.280 S2TE02 Fl. 328 3 consubstanciados em sua Impugnação, assim como requerendo, por derradeiro, o abatimento dos valores efetuados nos autos do processo n.º 1362.000.020/200739. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos André Ribas de Mello, Relator. O recurso é tempestivo, e dele tomo conhecimento nos termos da irresignação manifestada, que entendo circunscreverse apenas a um pedido de “cancelamento das multas”, conforme fls. 321 (preliminares) e 323 (requerimento final). Isto porque não cabe a este Órgão Judicante apreciar pedido de abatimento de valores parcelados, seja porque isto não é objeto do litígio instaurado com a Impugnação, ou porque se trata de competência das autoridades preparadoras. Desta forma, resta apreciar o pedido deduzido no Recurso Voluntário de cancelamento de multa, à luz dos argumentos trazidos de inexistência de má fé, intenção de sonegação ou culpa. Em que pese os argumentos do Recorrente, o Código Tributário Nacional é muito claro ao estabelecer a responsabilização objetiva do sujeito passivo por infração à lei tributária, em seu art. 136. Nos exatos termos do art. 44, I, da Lei nº 9.430/96, no caso de lançamento de ofício, aplicarseá a multa de 75%, e não há nos autos nenhum elemento que autorize a exclusão da multa, mesmo levandose em consideração o autorizativo legal do art. 112 do CTN, pois o Recorrente apenas aduz desconhecimento ou inexistência de culpa acerca de fatos que dizem respeito única e exclusivamente aos seus rendimentos, sobre os quais possui total responsabilidade. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 18/ 12/2012 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 10166.911307/2009-45
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 14/11/2006
DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOVAÇÃO DA MOTIVAÇÃO. PRETERIÇÃO DO DIREITO DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. OBRIGATORIEDADE.
É nula, por caracterizar preterição do direito de defesa, a decisão de primeira instância que apresenta uma nova motivação para manter a não-homologação da compensação declarada pelo sujeito.
Decisão de Primeira Instância Anulada.
Numero da decisão: 3802-001.329
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, declarar a NULIDADE INTEGRAL do Acórdão recorrido, devendo os autos retornarem ao Órgão Julgador de primeiro grau para que outra decisão seja proferida em boa e devida forma.
(assinado digitalmente)
Regis Xavier Holanda - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
EDITADO EM: 09/10/2012
Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Ausente justificadamente o Conselheiro Bruno Maurício Macedo Curi.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 14/11/2006 DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOVAÇÃO DA MOTIVAÇÃO. PRETERIÇÃO DO DIREITO DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. OBRIGATORIEDADE. É nula, por caracterizar preterição do direito de defesa, a decisão de primeira instância que apresenta uma nova motivação para manter a não-homologação da compensação declarada pelo sujeito. Decisão de Primeira Instância Anulada.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1843; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 10 1 9 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.911307/200945 Recurso nº 948.836 Voluntário Acórdão nº 3802001.329 – 2ª Turma Especial Sessão de 27 de setembro de 2012 Matéria PIS COMPENSAÇÃO Recorrente CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 14/11/2006 DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOVAÇÃO DA MOTIVAÇÃO. PRETERIÇÃO DO DIREITO DEFESA. DECLARAÇÃO DE NULIDADE. OBRIGATORIEDADE. É nula, por caracterizar preterição do direito de defesa, a decisão de primeira instância que apresenta uma nova motivação para manter a nãohomologação da compensação declarada pelo sujeito. Decisão de Primeira Instância Anulada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, declarar a NULIDADE INTEGRAL do Acórdão recorrido, devendo os autos retornarem ao Órgão Julgador de primeiro grau para que outra decisão seja proferida em boa e devida forma. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. EDITADO EM: 09/10/2012 Participaram da Sessão de julgamento os Conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento, Solon Sehn e Cláudio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 91 13 07 /2 00 9- 45 Fl. 81DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLA NDA 2 Augusto Gonçalves Pereira. Ausente justificadamente o Conselheiro Bruno Maurício Macedo Curi. Relatório Tratase de Recurso Voluntário oposto com o objetivo de reformar o Acórdão proferido pelos membros da 4ª Turma de Julgamento da DRJ – Brasília/DF, em que, por unanimidade de votos, julgaram improcedente a manifestação de inconformidade, com base nos fundamentos resumidos na ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2006 Compensação em Atraso – Exigência de Multa de Mora. O débito para com a União, decorrente de tributo e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, não compensado no prazo previsto na legislação específica, será acrescido de multa de mora. Compensação – Observância das Condições da Lei. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, mas nas condições estipuladas pela lei. Fundamento de Inconstitucionalidade – Processo Administrativo Fiscal – Vedação Entendimento da SRF Expresso em Atos Normativos. É vedado ao órgão de julgamento afastar a aplicação de lei, sob o fundamento de inconstitucionalidade, no âmbito do Processo Administrativo Fiscal. O julgador deve observar o entendimento da SRF expresso em atos normativos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Tratam os presente autos da não homologação integral do procedimento compensatório formalizado por meio da DComp nº 35512.49338.180108.1.3.048980 (fls. 22/27), motivada pela inexistência do valor do crédito utilizado, conforme explicitado no excerto do Despacho Decisório de fl. 19, a seguir reproduzido: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Em razão desse fato, a Interessado foi regularmente intimado a recolher o débito indevidamente compensado. Irresignada, apresentou manifestação de inconformidade perante a Turma de Julgamento de primeiro grau, em que, em síntese, alegou que: Fl. 82DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 10166.911307/200945 Acórdão n.º 3802001.329 S3TE02 Fl. 11 3 a) a homologação não foi efetivada devido a uma falha operacional no preenchimento da DCTF, consistente na falta de informação do valor do crédito utilizado, que foi retificada, em 27/10/2009, por meio da DCTF retificadora de fls. 28/31; b) em relação a cobrança da multa de mora, decorrente da realização extemporânea da compensação, asseverou tal penalidade só era devida na ocorrência de inadimplemento de tributo por culpa ou dolo do contribuinte, o que não ocorrera no presente caso, uma vez que cumprira rigorosamente todos os comandos normativos veiculados pelas Leis nºs 10.833, de 2003 e 11.196, de 2005 e pelas Instruções Normativas SRF nºs 468, de 2004 e 658, de 2006, editadas no período; c) não havia que se falar em atraso de pagamento de tributo em função da compensação realizada, já que o recolhimento indevidamente a maior decorrera de incorreta interpretação dada pela SRF ao disposto na alínea “c” do inciso XI do art. 10 da Lei 10.833, de 2003; d) se a SRF houvesse interpretado corretamente o referido comando legal, não restaria crédito da contribuinte a compensar via PER/DComp e não teria levado a contribuinte a refazer os cálculos, decorrendo daí novos valores de débitos e créditos, gerando, consequentemente, a compensação em questão; e e) as normas tributárias de caráter interpretativo não podiam retroagir para prejudicar, abrangendo aí a aplicação de multa de mora, nos termos do art.106, I, do CTN. Em 04/05/2012, a Interessada foi cientificada do referido Acórdão. Inconformada, em 29/05/2012, protocolou o presente Recurso Voluntário, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na manifestação de inconformidade. Em aditamento, informou que, no âmbito do Processo n° 14033.003351/200865, que trata de questão análoga, a 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta 3ª Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dera provimento ao recurso voluntário da Recorrente, reconhecendo a inaplicabilidade da multa moratória na compensação de tributos. Também no âmbito dos autos da Ação Anulatória n° 74185720104.01.3400, em curso na 21ª Vara Federal do DF, havia sido proferido sentença afastando a incidência da multa moratória em compensação de débitos/créditos da Cofins, em situação semelhante ao presente recurso. Ambas as decisões foram colacionadas aos autos. No final, requereu provimento do presente Recurso Voluntário e a reforma do Acórdão recorrido, para que fosse declarada nula a multa moratória exigida e homologada, por completo, a compensação realizada por meio da DComp colacionada aos autos. Em 30/05/2012, os presentes autos foram enviados a este E. Conselho. Na Sessão de junho 2012, mediante sorteio, foram distribuídos para este Conselheiro, em conformidade com o disposto no art. 49 do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. É o relatório. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLA NDA 4 Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O presente Recurso é tempestivo, foi apresentado por parte legítima, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, incluindo o limite alçada, portanto, dele tomo conhecimento. Inicialmente, é oportuno esclarecer que o vergastado Despacho Decisório não trata da homologação parcial do presente procedimento compensatório, em face da insuficiência do crédito utilizado, causada pelo aumento do valor do débito compensado, em decorrência da cobrança da multa de mora não incluída no valor informado na presente DComp, conforme entendera a Turma de Julgamento de primeiro grau. De fato, da leitura do referido Despacho Decisório, verificase que a causa da não homologação da compensação em tela foi a inexistência do valor do crédito utilizado, uma vez que o valor do pagamento informado, embora localizado na base de dados da Receita Federal, havia sido integralmente alocado ao pagamento da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de outubro de 2006. Além disso, é pertinente esclarecer que, na manifestação de inconformidade colacionada aos autos, a Interessada alegou que a inexistência do crédito informado fora motivada por erro no preenchimento da DCTF original, inclusive tendo providenciado, após a ciência do mencionado Despacho, a retificação do valor do débito inicialmente declarado, por meio da DCTF retificadora coligida aos autos na fase processual precedente. No julgado recorrido, a Turma de Julgamento a quo apresentou um novo motivo para a não homologação da compensação em tela, isto é, que era devida a cobrança da multa mora sobre o valor do débito tributário compensado após o prazo de vencimento, matéria estranha aos presentes autos e que foi suscitada apenas nas razões de defesa da Interessada. Em outras palavras, no julgado recorrido foi apreciado e julgado apenas a questão de defesa atinente à legalidade da cobrança da multa moratória decorrente do atraso na compensação de débitos tributários, na hipótese em que o sujeito passivo procedeu uma nova apuração, por força de novas orientações normativas expedidas pela Administração Tributária, em atenção a norma legal interpretativa veiculada pelo no art. 1091 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, matéria que foi objeto dos demais processos administrativos da Recorrente julgados nesta Sessão, mas que, induvidosamente, não foi o motivo aduzido pela Autoridade Fiscal da Unidade da Receita Federal de origem para não homologar a compensação em apreço. No presente caso, é inegável que o Acórdão recorrido alterou o verdadeiro motivo (inexistência de crédito), para não homologar o presente procedimento compensatório, explicitado no citado Despacho Decisório, ao deixar expressamente consignado no voto condutor do referido julgado que o crédito havia sido integralmente reconhecido, porém a 1 "Art. 109. Para fins do disposto nas alíneas b e c do inciso XI do caput do art. 10 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § lº do art. 27 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase desde lo de novembro de 2003". Fl. 84DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLA NDA Processo nº 10166.911307/200945 Acórdão n.º 3802001.329 S3TE02 Fl. 12 5 Interessada deveria arcar com o ônus do atraso, ou seja, com o valor da multa de mora cobrado, conforme se extrai da leitura do trecho a seguir reproduzido: O fato da lei ter alterado o entendimento dado quanto ao percentual das alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins não justifica a entrega em atraso das Dcomp, pois o crédito relativamento [sic] ao pagamento a maior ou indevido foi integralmente reconhecido, cabendo à interessada optar pela compensação, com a entrega da Dcomp até o vencimento do débito ou não, devendo arcar com o ônus do atraso, visto que a compensação é uma faculdade do contribuinte, podendo ser realizada a qualquer tempo, dentro do qüinqüênio. (grifos não originais) Ora, é patente a dissonância entre ambas as decisões, pois enquanto uma não homologou a compensação por inexistência do valor do crédito informado, a outra manteve a não homologação pelo fato de o débito ter excedido o crédito no valor equivalente ao da multa de mora não computada no total do débito informado na presente DComp. Assim, por ter inovado na motivação, obviamente, a decisão de primeira instância prejudicou a defesa apresentada no presente Recurso, posto que, ao invés de se defender do verdadeiro motivo da não homologação da compensação (inexistência do crédito), a Recorrente se defendeu do novo motivo suscitado no julgado recorrido (aumento do débito), que não é objeto dos presentes autos. Por essa razão, estou convencido que, no caso em tela, encontrase devidamente configurado o cerceamento do direito da Recorrente, o que macula a decisão recorrida com o vício de nulidade insanável, conforme expressamente disposto no inciso II do art. 59 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (PAF). No presente caso, por se tratar de matéria de ordem pública, ainda que ausente arguição da dita ilegalidade, entendo que este Colegiado, na condição de órgão competente para julgar a legitimidade da decisão recorrida, com respaldo no art. 61 do PAF, obrigatoriamente, deve declarar a sua integral nulidade. Por todo o exposto, voto pela NULIDADE INTEGRAL do Acórdão recorrido, por vício de legalidade insanável, caracterizado por cerceamento do direito defesa do Recorrente, devendo os autos retornarem ao Órgão Julgador de primeiro grau, para que outra decisão seja proferida em boa e devida forma. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 85DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLA NDA 6 Fl. 86DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 09 /10/2012 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por REGIS XAVIER HOLA NDA
score : 1.0
Numero do processo: 10580.732912/2010-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 15 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007, 2008, 2009
NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento.
PAF. DILIGÊNCIA. CABIMENTO. A diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora, de ofício ou a requerimento do impugnante/recorrente, para o esclarecimento de fatos ou a adoção de providências, considerados necessários para a formação de convencimento sobre as matérias em discussão no processo, e não para produzir provas de responsabilidade das partes.
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTO INIDÔNEO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. A dedução de despesas nas quais o contribuinte sabe não ter incorrido e a apresentação de recibos inidôneos, com o propósito deliberado de reduzir o valor do imposto devido, caracteriza evidente intuito de fraude e enseja a qualificação da multa de ofício.
MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO. INAPLICABILIDADE. O não atendimento a intimações da fiscalização, quando a omissão não representar embaraço à apuração das infrações que levaram à autuação, não enseja o agravamento da multa de ofício.
Preliminar rejeitada
Recurso parcialmente provido
Numero da decisão: 2201-001.834
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desagravar a multa de ofício, reduzindo-a ao percentual de 150%, mantida a qualificação da penalidade.
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator
EDITADO EM: 25/10/2012
Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e não se identificando no instrumento de autuação nenhum vício prejudicial, não há que se falar em nulidade do lançamento. PAF. DILIGÊNCIA. CABIMENTO. A diligência deve ser determinada pela autoridade julgadora, de ofício ou a requerimento do impugnante/recorrente, para o esclarecimento de fatos ou a adoção de providências, considerados necessários para a formação de convencimento sobre as matérias em discussão no processo, e não para produzir provas de responsabilidade das partes. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. UTILIZAÇÃO DE DOCUMENTO INIDÔNEO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. A dedução de despesas nas quais o contribuinte sabe não ter incorrido e a apresentação de recibos inidôneos, com o propósito deliberado de reduzir o valor do imposto devido, caracteriza evidente intuito de fraude e enseja a qualificação da multa de ofício. MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO. INAPLICABILIDADE. O não atendimento a intimações da fiscalização, quando a omissão não representar embaraço à apuração das infrações que levaram à autuação, não enseja o agravamento da multa de ofício. Preliminar rejeitada Recurso parcialmente provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 73 29 12 /2 01 0- 02 Fl. 93DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para desagravar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 150%, mantida a qualificação da penalidade. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 25/10/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. Relatório MARIA HELENA BOTELHO DE ALENCAR FERREIRA CRUZ interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJSALVADOR/BA (fls. 67) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 03/09, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente aos exercícios de 2007, 2008 e 2009, no valor de R$ 51.130,39, acrescido de multa de ofício (qualificada e agravada, de 225%) e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 178.710,88. A infração que ensejou o lançamento foi a dedução indevida de despesas, não comprovada, reduzindo a base de cálculo do imposto indevidamente. Segundo o relato fiscal a Contribuinte teria deduzido pagamentos supostamente feitos a título de Contribuição a porevidência privada e PAFI, dependentes, despesas com instrução, despesas médicas e pensão alimentícia e judicial e, intimada a comprovar tais pagamentos, nada apresentou. Os valores referentes a cada dedução estão detalhados no Termo de Verificação Fiscal que integra o auto de infração. A qualificação da multa de ofício foi justificada no fato de que a Contribuinte teria feito deduções indevidas, em três anos consecutivos, demonstrando que agiu com dolo, objetivando reduzir a base de cálculo do imposto. Também foi referido o fato de a Contribuinte ter se valido de recibos fornecidos por Mariana da Silva Passos, profissional cujos recibos foram considerados inidôneos pelo Ato Declaratório Executivo DRF/SDR nº 28/2010, de 10/09/2010, conforme Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz e processo administrativo nº 10580.726295/201006. O agravamento da multa foi justificado pela falta de atendimento de intimação. A Contribuinte impugnou o lançamento e arguiu, preliminarmente, a nulidade do lançamento por vício formal, em vista do alegado descumprimento do art. 13 do decreto 72.235, de 1972, pois não foi informado no processo se o infrator era reincidente, por Fl. 94DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10580.732912/201002 Acórdão n.º 2201001.834 S2C2T1 Fl. 3 3 embaraço ao pleno exercício do direito de defesa, e pela “dificuldade no conhecimento dos fatos que constituem a causa da autuação”. Quanto ao mérito, diz que foi vítima de fraude em sentido amplo por terceira pessoa a quem entregou os comprovantes de deduções e delegou o preenchimento e a transmissão de suas declarações de ajuste anual, desde o anocalendário 2006. Afirma que as DIRPF foram processadas e pagas e as restituições pleiteadas sem que a contribuinte conferisse o teor das declarações, porque entendia que tinham sido elaboradas em conformidade com os elementos por ele fornecidos. Diz que, intimada, procurou a terceira pessoa que lhe assegurou a regularidade das declarações assim como providenciou que o contribuinte outorgasse a outrem, por ele indicado, poderes para representação perante a RFB para a prestação de esclarecimentos; que, surpreendida com a autuação, voltou a procurar a pessoa encarregada de elaborar suas declarações não tendo êxito sequer na obtenção dos comprovantes das despesas dedutíveis realizadas e entregues para o preenchimento das DIRPF. Insurgese contra a qualificação da multa de ofício sob a alegação de que os art. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, aplicamse ao antigo imposto de consumo e não ao imposto de renda e de que sequer foi caracterizada a perfeita adequação do fato ao conceito da norma, de forma a caracterizar ou fraude ou sonegação ou conluio, e pela ausência de qualquer evidência de que teria agido com dolo. Assevera que são procedentes as deduções a título de previdência complementar, com instrução e com plano de saúde relativas a dois dependentes, citando seus nomes, e despesas médicas (Planserv, Camed, Odontisystem, Promédica, Brasil saúde), cujos comprovantes diz que serão obtidos pela via judicial. Também seriam verdadeiras outras despesas. Reconhece que eram indevidas as deduções de despesas médicas relacionadas às supostas dependentes Ana Clara Alencar Borges e Paula Cristina Botelho de Alencar Ferreira Cruz, bem como a inclusão como dependente de seu cônjuge e a correspondente pensão alimentícia, assim como as demais despesas estranhas às relacionadas anteriormente. Por fim, requer a tomada de depoimentos pela Secretaria da Receita Federal de terceiras pessoas que relaciona e de contribuintes citados no processo nº10580.726295/20106, a juntada de cópias de registros telefônicos das linhas que relaciona, a posterior juntada de documentos, inclusive extratos bancários, a realização de diligências, inclusive para obtenção de titularidade de linhas telefônicas; a identificação do IP do computador do qual foi transmitida as suas declarações e dos demais contribuintes relacionados à fisioterapeuta Mariana da Silva Passos (processo nº. 10580.726295/201006). Bem como a posterior juntada de representações contra a pessoa encarregada de transmitir suas declarações, bem como da ação penal de busca e apreensão de documentos. Pede também o desagravamento da multa de ofício. A DRJSALVADOR/BA rejeitou a preliminar de nulidade do lançamento, indeferiu o pedido de diligência e providência e, no mérito, julgou procedente o lançamento, com base nas considerações a seguir resumidas. Inicialmente, ressaltou que o fato de a declaração ter sido elaborada por terceiro designado pela Contribuinte não afasta sua responsabilidade pelos dados declarados. Sobre a arguição de nulidade do lançamento, rechaça a alegação de vício formal ou outros que pudessem macular a higidez do lançamento, ressaltando a regularidade do procedimento fiscal Fl. 95DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 e da autuação. Quanto ao pedido de diligência e outras providências, ressalta que o ônus de comprovar os dados de sua declaração é da própria Contribuinte e que o Decreto 70.235, de 1972, confere à autoridade julgadora a faculdade de decidir sobre a necessidade dos procedimentos de diligência e que, no caso, entende desnecessária. Quanto ao mérito, como não foram apresentados os comprovantes das despesas deduzidas, manteve as glosas. E sobre a qualificação da multa de ofício a DRJ SALVADOR/BA, corroborando os fundamentos da autuação, entende presentes os fatos caracterizadores do evidente intuito de fraude. Também estaria caracterizado o embaraço à fiscalização, mantendo, também, o agravamento da multa. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 24/08/2011 (fls. 90) e, em 26/09/2011, interpôs o recurso voluntário de fls. 76/89, que ora se examina, e na qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação e, por fim, formula pedido nos seguintes termos: 1. Seja dado provimento ao presente recurso para reconhecer as nulidades no curso do PAF, e, consequentemente, da própria decisão impugnada, determinandose a reabertura da fase de instrução, com o deferimento dos meios de prova requeridos na impugnação; 2. Seja declarado nulo, ou anulado o auto de infração impugnado, pela insubsistência dos seus elementos formais, ou pelo cerceamento do direito de defesa do contribuinte que dele decorre, ou ainda pela provada inexistência de elementos objetivos; 3. na eventual hipótese de conclusão pela subsistência do auto, seja o mesmo revisto em parte, para reduzir o percentual da multa imposta, excluindo a sobre do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, assim como do agravamento previsto no § 2º do mesmo dispositivo legal, pelos motivos antes já expostos. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Examino, inicialmente, a argüição de nulidade do lançamento. A defesa aponta supostos vícios formais na autuação e suposto cerceamento de direito de defesa. Quanto ao alegado vício forma, de plano, afasto, a alegação. O procedimento fiscal e o lançamento dele decorrente processaramse rigorosamente segundo as normas que Fl. 96DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10580.732912/201002 Acórdão n.º 2201001.834 S2C2T1 Fl. 4 5 regem o processo administrativo fiscal. A Contribuinte foi previamente intimada a comprovar as despesas que lançou como deduções em sua declaração, tendo sido deferido, inclusive, prorrogação de prazo, e não tendo apresentado comprovação dessas despesas, as mesma foram glosadas, resultado em saldo de imposto a pagar, cuja exigência foi formalizada por meio de auto de infração. O instrumento de autuação expôs com clareza os fundamentos, legais e de fato da exigência, inclusive quanto à qualificação e ao agravamento da multa de ofício. Sobre o alegado cerceamento do direito de defesa, da mesma forma, não vislumbro o vício apontado. Desde o início do procedimento fiscal a Contribuinte teve conhecimento do questionamento do Fisco – a comprovação das despesas deduzidas na DIRPF – que, afinal resultou na autuação, e, tendo ciência da autuação e dos seus fundamentos, poderia, como fez, apresentar impugnação e, posteriormente, recurso, aduzindo suas razões de defesa. Não vislumbro, portanto, estes ou outros vícios no procedimento fiscal ou na autuação dele decorrente que pudessem ensejar a nulidade do lançamento, razão pela qual rejeito a preliminar. Quanto ao pedido de diligência e perícia, como ressaltado pela decisão de primeira instância, compete à autoridade administrativa julgadora avaliar a necessidade e conveniência da medida. É o que se extrai do art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, a saber: Art. 18. A autoridade administrativa de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine.(sublinhei) Ora, no presente caso toda a controvérsia gira em torno da comprovação das despesas declaradas pela própria contribuinte cujas provas é ônus exclusivo seu apresentar. Por outro lado, a alegação de que foi vítima de um terceiro é matéria completamente alheia a discussão neste processo, pois é de inteira responsabilidade do declarante os dados informados em sua declaração. E se a Contribuinte, como alega, confiou a terceiro esta tarefa, eventual quebra de confiança, não a exime de responsabilização perante o Fisco. Indefiro, pois, também, o pedido de diligencia e perícia. Quanto ao mérito, relativamente às deduções, como a Contribuinte nada apresenta, devem ser mantidas as glosas. É interessante observa neste ponto que algumas das deduções referemse a dependentes, a pagamento de pensão alimentícia, e a pagamentos de planos de saúde que, ainda se admitindo, apenas para argumentar, que o tal procurador encarregado de preencher sua declaração tenha extraviado os documentos comprobatórios, a Contribuinte não deveria ter nenhuma dificuldade em recuperar esses documentos, pois se trata de documentos públicos ou de fácil obtenção perante os beneficiários dos pagamentos. Examino agora a qualificação da multa de ofício. Embora não compartilhe do entendimento de que a prática reiterada de infração tributária seja suficiente para justificar a qualificação da multa de ofício, penso que neste caso resta configurado o evidente intuito de fraude, seja pela dedução de despesas referente a pagamento declaradamente feito a pessoa cujos recibos foram declarados inidôneos, seja pela dedução de despesa em que a Contribuinte sabia não ter incorrido. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 Os artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, assim define sonegação, fraude e conluio: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Ora, no presente caso, a Contribuinte se valeu de deduções de despesas que sabia não ter incorrido e que reduziram indevidamente o montante do imposto apurado, sendo que uma delas referente a valores declaradamente pagos a profissional cujos documentos emitidos foram considerados inidôneos. Neste ponto, cumpre destacar que as considerações da Contribuinte sobre o processo de apuração da inidoneidade dos recibos emitidos pela referida profissional são absolutamente descabidas, pois a própria contribuinte reconhece que não realizou os pagamentos que declarou ter feito à tal profissional. E sobre as deduções com dependentes e a pagamento de pensão alimentícia, resta plenamente caracterizada a intenção dolosa de se valer de uma dedução indevida, pois não é razoável admitir que o Contribuinte não conheça quem são seus dependentes, entre eles os próprios filhos. E o mesmo se pode dizer quanto á dedução de pensão alimentícia, alegadamente paga ao cônjuge. Assim, entendo caracterizado o evidente intuito de fraude a ensejar a qualificação da multa de ofício. Quanto ao agravamento da multa de ofício, na esteira do que já venho decidindo em outros processos, penso que o não atendimento de intimação para comprovar deduções de despesas pela pessoa física gera como conseqüência necessária a própria glosa das despesas, sem que a omissão constitua, portanto, embaraço à fiscalização. Notese que o § 2º, I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 referese a falta de atendimento de intimação para prestar esclarecimentos, vejamos: § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I prestar esclarecimentos; [...] Fl. 98DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10580.732912/201002 Acórdão n.º 2201001.834 S2C2T1 Fl. 5 7 Não é este o caso da intimação para comprovar uma despesa, cuja omissão na resposta, vale repetir, implica na glosa da própria despesa. Assim, afasto o agravamento da multa de ofício. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para afastar o agravamento da multa, reduzindoa para o percentual de 150%, mantendo a qualificação. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 99DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 8 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CÂMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10580.732912/201002 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 2201001.834. Brasília/DF, 25 de outubro de 2012. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Fl. 100DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10580.732912/201002 Acórdão n.º 2201001.834 S2C2T1 Fl. 6 9 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 11330.000206/2007-07
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2005
PROGRAMA DE INCENTIVO. PREMIO ATRAVÉS DE CARTÃO. GRATIFICAÇÃO. REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA.
A verba paga pela empresa aos segurados por intermédio de programa de incentivo, administrativo por empresas de premiação é fato gerador de contribuição previdenciária.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2803-001.849
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a), para considerar salário de contribuição as verbas pagas aos empregados segurados a título de prêmio. Declarou-se impedida de votar a Conselheira Bianca Delgado Pinheiro, por haver participado, como advogada, na defesa da contribuinte.
(assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
(assinado digitalmente)
Natanael Vieira dos Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Bianca Delgado Pinheiro, Oséas Coimbra Júnior, Natanael Vieira dos Santos, Gustavo Vettorato, Osmar Pereira Costa.
Nome do relator: NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2005 PROGRAMA DE INCENTIVO. PREMIO ATRAVÉS DE CARTÃO. GRATIFICAÇÃO. REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA. A verba paga pela empresa aos segurados por intermédio de programa de incentivo, administrativo por empresas de premiação é fato gerador de contribuição previdenciária. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a), para considerar salário de contribuição as verbas pagas aos empregados segurados a título de prêmio. Declarouse impedida de votar a Conselheira Bianca Delgado Pinheiro, por haver participado, como advogada, na defesa da contribuinte. (assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente. (assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Bianca Delgado Pinheiro, Oséas Coimbra Júnior, Natanael Vieira dos Santos, Gustavo Vettorato, Osmar Pereira Costa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 33 0. 00 02 06 /2 00 7- 07 Fl. 241DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 242 2 Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa BIOMERIEUX BRASIL S.A. em face da decisão que julgou improcedente a impugnação apresentada e manteve o lançamento de débito referente ao período de 01/01/2001 a 31/12/2005, por descumprimento de obrigação acessória. 2. Consta no relatório fiscal que a empresa deixou de lançar em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos (ff. 10 e ss). 3. A ação fiscal foi requisitada pelo Ministério Público Federal, por meio do ofício PR/RJ/LI nº 118/2006, tendo em vista que o órgão entendeu que a empresa sonegou o pagamento de contribuições previdenciárias, ao não informar de forma devida pagamentos de remunerações efetuados a seus empregados e contribuintes individuais. 4. Ao analisar os livros diários e razões da empresa, o Fisco considerou que os valores pagos aos seus empregados, a título de prêmio de incentivo, através do cartão de premiação FLEXCARD, deveriam constar nos grupos de contas de “Despesa com Pessoal – 3511” e não nas contas “Estudo de Mercado”, “Gastos Administrativos” ou “Prestação de Serviços” onde foram efetivamente lançadas, conforme transcrevo trechos do relatório fiscal: “1 Primeiramente vale destacar que através de OFÍCIO do MINIST´RIO PÚBLICO FEDERAL/PR/RJ/LI número 118/2006, dirigido à Delegacia da Receita Previdenciária Rio de Janeiro SUL, foi pedida AÇÃO FISAL na empresa BIOMERIEUX BRASIL S.A. CNPJ 33.040.635/000171, localizada na Estrada do Mapua 491 Taquara, no Bairro de Jacarepaguá, no Estado e Cidade do Rio de Janeiro, tendo em vista que SONEGOU O PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS, ao não informar de forma devida pagamentos de remunerações efetuados a seus empregados e Contribuintes Individuais, ou seja, efetuou pagamento de remunerações a vários trabalhadores, “POR FORA” DAS FOLHAS DE PAGAMENTO, DAS GFIP’S E DAS GUIAS DE RECOLHIMENTO PARA O INSS, no período 10/2002 a 12/2005, com uso de CARTÃO MAGNÉTICO DE INCENTIVO, denominado “FLEXCARD”, administrado pela empresa INCENTIVE HOUSE S.A, ligada ao Unibanco, e oferecido a seus clientes. (...). 4 Durante a Ação Fiscal na empresa BIOMERIEUX BRASIL SA. foram examinados os Livros Diários e Razões de 07/2000 a 12/2005 e constatouse que pagamentos de "PRÊMIOS", feitos a vários trabalhadores da autuada, "POR FORA", por intermédio de Notas Fiscais de Prestação de Serviços da empresa INCENTIVE HOUSE S.A, relativas a Programas de Estímulo ao Fl. 242DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 243 3 Aumento de Produtividade, deveriam constar lançados (os prêmios) nos grupos de contas de "Despesa com Pessoal" 3511 a partir de 2001 até 2005, uma vez que na realidade tratavase de pagamentos de Prêmios, Bônus, Gratificações, etc... através de cartões FLEXCARD, conforme consta de Contratos padrões com a empresa Incentive House SA, (com cópia em anexo na Via do INSS ). 4.1 Mas, ao invés disso, e com a finalidade de reduzir ou excluir contribuição previdenciária, além de outras contribuições e tributos, as referidas Notas Fiscais, utilizadas para pagamentos de remunerações "POR FORA", foram unicamente lançadas pelo contribuinte no grupo de contas 3524 referentes a "Gastos com Marketing", em especial na conta 352470 "Estudo de Mercado", ou lançava também no grupo de contas 3521 referente a "Gastos Administrativos", em especial na conta 352112 referente a "Prestações de Serviços", (conforme podemos verificar na "Planilha das Notas Fiscais referentes a Programa de Incentivo a Produção" em anexo). 4.2 Assim, a empresa deixou de lançar em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos. 4.3. Em todas as Notas Fiscais emitidas pela INCENTIVE HOUSE S.A. para a empresa BIOMERIEX BRASIL S.A., não consta a Relação discriminando os valores dos prêmios pagos por segurado, mas na descrição dos “Encargos, Serviços Prestados e Histórico das Notas Fiscais”, consta apenas “programa de Estímulo ao Aumento de Produtividade” com o Valor dos encargos (que seria o valor total dos PRÊMIOS pagos, por Nota Fiscal) e a taxa cobrada pela prestação dos serviços” (ff. 14/16). 5. A empresa foi cientificada do lançamento fiscal em 01/11/2006, conforme Aviso de Recebimento AR 314925432 BR (ff 75/77), e, em seguida apresentou impugnação tempestiva às fls. 100/114. No entanto, o Colegiado de primeira instância julgou improcedente a impugnação da empresa, por considerar que incide contribuições previdenciárias sobre os valores pagos, pela autuada, a seus empregados a título de prêmio (ff 131 e ss). 6. O acórdão da decisão restou ementado nos termos que transcrevo abaixo: “PREVIDENCIÁRIO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LANÇAMENTO DOS FATOS GERADORES EM TÍTULOS PRÓPRIOS. MULTA. Incorre em infração, por descumprimento de obrigação acessória, o contribuinte que deixa de lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade os fatos geradores das contribuições previdenciárias, conforme previsto no art. 32, inciso II, da Lei nº 8.212/91 c/c com o art. 225, inciso II, e §§ 13 a 17 do Regulamento da Previdência Social, Decreto nº 3.048/99.” (ff. 131 e ss). Fl. 243DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 244 4 7. Inconformada com a decisão proferida a contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 188/ 205), no qual aduz em síntese: a) que a empresa não cometeu irregularidade, uma vez que inexiste a obrigatoriedade de lançamento das premiações como fatos geradores de contribuição previdenciária, tendo em vista que tais verbas não possuem natureza jurídica salarial; b) que os valores pagos aos empregados a título de prêmio não eram habituais e estavam destinados a recompensar a eficiência na prestação dos serviços, correspondendo a um incentivo ao melhor rendimento e comportamento do trabalhador; c) que as premiações pagas pela recorrente, não possuem natureza salarial, pois tratamse de suplementos destinados ao trabalhador que demonstra maior eficiência ou diligência no serviço, não previsto contratualmente e concedido por mera vontade do empregador. d) por fim, conclui que os valores pagos aos empregados a título de prêmio não devem ser lançados em títulos próprios da contabilidade, já que não configuram fatos geradores de contribuições previdenciárias diante da ausência de caráter salarial. 8. Sem contrarrazões fiscais os autos foram encaminhados à apreciação e julgamento por este Conselho. É o relatório. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 245 5 Voto Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, Relator DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. O recurso foi tempestivamente apresentado, preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, razão pela qual, passo a analisálo. DA INFRAÇÃO FISCAL 2. Conforme consta no relatório fiscal a fiscalização constatou que a recorrente realizava pagamentos de prêmios a vários empregados, que lhe prestaram serviço, no período de 01/2001 a 12/2005. Tal fato foi constatado após a análise dos livros diários e razões da autuada, além de notas fiscais de prestação de serviço da empresa INCENTIVE HOUSE S.A. (ligada ao UNIBANCO S.A.), estas relativas ao “programa de estímulo ao aumento de produtividade” implementado na instituição. 3. A empresa INCENTIVE HOUSE S.A. firmava contratos de prestação de serviços com a autuada, os quais tinham como objeto a realização de serviços de planejamento, desenvolvimento e gerenciamento de programas de marketing de relacionamento, motivação e incentivo para aumento de produtividade e programadas de fidelidade, utilizandose de sistemas de premiação (f. 19). 4. Segundo o relato fiscal, a premiação dos funcionários por intermédio da empresa de marketing, ocorria da seguinte maneira: “(...). a) uma empresa que deseja premiar seus funcionários contrata a INCENTIVE HOUSE S.A. para administrar seus sistema de premiação (bônus, comissões e gratificações por exemplo); b) a empresa comunica o valor da premiação e o número do cartão FLEXCARD do funcionário à INCENTIVE HOUSE S.A.; c) a INCENTIVE HOUSE S.A. deposita o valor comandado numa conta do UNIBANCO S.A., que por sua vez, credita o referido valor nos cartões indicados pela empresa; d) a partir daí, o funcionário pode dispor do valor através de rede de terminais eletrônicos, REDESHOP ou rede CHEQUE ELETRÔNICO. 1.4. A transação é suportado por Notas Fiscais de Prestação de Serviços onde as comissões cobradas (5% a 7% sobre o valor creditado) são a remuneração do administrador do cartão e do UNIBANCO S.A..” (f. 12). Fl. 245DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 246 6 5. Ocorre que os pagamentos das premiações, foram registrados na contabilidade da empresa como “gastos de marketing”, “estudo de mercado”, “gastos administrativos” e “prestações de serviços”, ao passo que a fiscalização considerou que tais valores deveriam ter sido lançados nos grupos de constas de “despesa com pessoal” por considerar que esse pagamento é fato gerador de contribuição social previdenciária. 6. Assim, o auditor fiscal lavrou o presente auto de infração por ter a empresa deixado de lançar em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, com fulcro no art. 32, II da Lei 8.212/91 c/c art. 225 do Decreto 3.048/99 que prevê, in verbis: “LEI 8.212/91 Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...). II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; (...)”. “DECRETO 3.038/99 Art. 225. A empresa é também obrigada a: I preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; (...)”. 7. Dessa forma, insta mencionar que a controvérsia dos autos em análise resumese em saber se, de acordo com a legislação de regência, tais pagamentos podem ser incluídos na base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias. Desse modo, na sequência, passo a análise dos pontos suscitados pela empresa. DO JULGAMENTO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL 8. Tratam os autos de descumprimento de obrigação acessória tendo em vista que a empresa não teria lançado em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos. 9. O crédito referese ao pagamento de prêmio de incentivo aos empregados da empresa, o qual o montante resultante, foi lançado nas contas destinadas a “gastos com marketing”, “estudos de mercado” e “gastos administrativos”, ao passo que a fiscalização Fl. 246DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 247 7 considerou que tais quantias deveriam ser lançadas em contas destinadas a “gastos com pessoal”, dada a sua natureza remuneratória. 10. A empresa insurgese contra o lançamento, argumentando, em síntese, a natureza indenizatória da remuneração e, por consequência, a não incidência de contribuição social sobre o respectivo pagamento. 11. Ocorre que, em consulta ao banco de dados do CARF, verificouse que em 26 de outubro de 2011 a 1ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara, da 2ª Seção de Julgamento desse Conselho ao analisar a NFLD, referente à obrigação principal, manteve o lançamento referente aos valores pagos a título de prêmio, por considerálos salário indireto, conforme descreve a ementa a seguir: SALÁRIO INDIRETO. PROGRAMA DE INCENTIVO. PAGAMENTO POR INTERMÉDIO DE CARTÃO PREMIAÇÃO. CONTIBUIÇÃO SOCIAL DEVIDA. As verbas pagas por intermédio de cartão premiação integram o salário de contribuição por força do art. 28 da Lei n. 8.212/91, sendo válido o lanlamento fiscal que considerou a omissão dos valores correspondentes aos benefícios pagos aos segurados empregados. Os ganhos habituais pagos ao empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35 da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. DA NATUREZA JURÍDICA DO PAGAMENTO DE PRÊMIO 12. A decisão do colegiado a quo considerou o prêmio pago pela empresa como integrante do salário de contribuição e a autuada, por sua vez, apresentou peça recursal, na qual argumenta que tais valores, ao seu juízo, não integram o salário de contribuição, pois os prêmios não são pagos de forma habitual e não possuem qualquer caráter remuneratório, somente caráter de incentivo para melhor qualidade da prestação de serviços e assim os prêmios não podem sofrer incidência de contribuições previdenciárias. 13. No caso, é necessário identificar o campo de incidência das contribuições previdenciárias, que é delimitado no art. 195, I, alínea “a” da Constituição Federal de 1988, o qual estabelece que além da “folha de salários”, que é composta de todas as parcelas devidas aos empregados em decorrência da prestação de serviço, os “demais rendimentos do trabalho” também compõe o campo de incidência das contribuições. “Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes Fl. 247DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 248 8 dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional n°20, de 1998)”. a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer titulo, a pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vinculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional n°20, de 1998). 14. A legislação que dispõe sobre a organização da Seguridade Social e institui Plano de Custeio, a Lei 8.1212/91 no art. 28, por sua vez prevê que entendese por salário de contribuição, sobre o qual incidirá a contribuição social, a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, in verbis: “Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa”. 15. Assim, dos dispositivos legais acima mencionados vislumbrase que o pagamento de prêmio aos empregados está inserido no conceito de salário de contribuição, uma vez que não deixa de ser uma quantia paga em decorrência do trabalho do funcionário. 16. Insta mencionar que ao olharmos para o que preleciona a doutrina trabalhista, ao analisar a natureza jurídica do pagamento de prêmio, percebese que esta não diverge da afirmativa supra, uma vez que Amauri Mascaro Nascimento, em sua obra “Manual do Salário”, Editora LTr, p. 334 afirma que: “Prêmio é modalidade de salário vinculado a fatores de ordem pessoal do trabalhador, como produtividade e eficiência. Os Prêmios Caracterizamse por seu aspecto condicional, sendo que uma vez instituídos e pagos com habitualidade não podem ser suprimidos”. 17. No mesmo sentido, cumpre mencionar julgados do Superior Tribunal de Justiça, que reconhecem o caráter remuneratório do pagamento do prêmio, considerando irrelevante o fato de se tratar de parcela paga por ato de liberalidade do empregador. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. "PRÊMIODESEMPENHO". CARÁTER REMUNERATÓRIO. NEGATIVA DE VIGÊNCIA DO ART. 535, II, DO CPC. INEXISTÊNCIA. Fl. 248DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 249 9 1. Cuidase de recurso especial interposto pela Companhia Vale do Rio Doce contra acórdão proferido pelo TRF da 2ª Região que negou provimento ao apelo autoral ao concluir que a Lei n. 5.890/73 é taxativa e impõe a incidência de contribuição previdenciária sobre qualquer parcela paga ao empregado. A recorrente aponta negativa de vigência dos arts. 535, II, do CPC, 76 da Lei n. 3.807/60, 173 do Decreto n. 60501/67, 223 do Decreto n. 72771/73 e 457 da CLT, além de divergência jurisprudencial. Em suas razões, sustenta, em síntese, que: a) embora devidamente suscitado no recurso integrativo, não houve pronunciamento acerca do conceito de remuneração e saláriodecontribuição previsto nos Decretos n. 60.501/67 e 72.771/73 e na CLT; b) as parcelas recebidas pelos empregados a título de "prêmiodesempenho" foram pagas eventualmente sem nenhuma contraprestação, logo não se enquadram no conceito de saláriode contribuição. 2. Se o Tribunal de origem adota entendimento diverso do pretendido pela parte analisando a questão sob o prisma que julga pertinente à lide de forma motivada e fundamentada, não há violação do art. 535, II, do CPC. 3. A legislação vigente à época dos débitos em discussão (08/1973 a 02/1974), Lei n. 3.807/60, art. 76, bem como o entendimento do egrégio STF, assinalado na Súmula n. 241, reconhecia que as parcelas recebidas pelo empregado, pagas a qualquer título, integravam o saláriode contribuição. 4. Na espécie, diante das circunstâncias fáticas apresentadas em juízo destacou o Tribunal de Origem: "O caso é que o "bônus" ou "prêmio desempenho" tem caráter remuneratório, sendo irrelevante, o fato de se tratar de parcela paga por ato de liberalidade do empregador." (fl. 120). 5. Recurso especial nãoprovido. (REsp 910.214/ES, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/05/2007, DJ 11/06/2007, p. 293) TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A CARGO DAS EMPRESAS EM GERAL. LEI 7.787/89. INCIDÊNCIA SOBRE PARCELA DENOMINADA 'PRÊMIO PRODUÇÃO'. CARÁTER REMUNERATÓRIO. 1. O lançamento de contribuição previdenciária patronal, relativa aos meses de julho, agosto e setembro do ano de 1990 regese pela Lei 7.787/89, vigente à época do fato gerador (CTN, art. 144). 2. Dispondo, o art. 3º da Lei 7.787/89, que a base de cálculo da exação é "o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados" e, considerandose que o "prêmio produção", no caso concreto, consistiu em "gratificação destinada à recuperação do serviço telefônico prejudicado por movimento paredista deflagrado pelo Sindicato dos empregados" (fl. 167), de caráter nitidamente remuneratório, resta evidente a incidência da contribuição previdenciária patronal. 3. Recurso especial interposto pelo INSS provido e recurso da Brasil Telecom S/A prejudicado. Fl. 249DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 250 10 (REsp 565375/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/08/2006, DJ 31/08/2006, p. 199). 18. Sobre a matéria, é necessário observar que esse Conselho já proferiu diversos acórdãos na mesma linha decisória do STJ, conforme ementas transcritas a seguir: NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO. REMUNERAÇÃO. CARTÕES DE PREMIAÇÃO. PARCELA DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. A verba paga pela empresa aos segurados por intermédio de programa de incentivo, administrativo por empresas de premiação. é fato gerador de contribuição previdenciária. Uma vez estando no campo de incidência das contribuições previdenciárias, para não haver incidência é mister previsão legal nesse sentido, sob pena de afronta aos princípios da legalidade e da isonomia. PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO. APLICAÇÃO DE JUROS SELIC PREVISÃO LEGAL. Dispõe a Súmula nº 03, do CARF: “É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia Selic para títulos federais.” O contribuinte inadimplente tem que arcar com o ônus de sua mora, ou seja, os juros e a multa legalmente previstos. (...). Recurso Voluntário Provido em Parte (2ª Seção de Julgamento / 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária do CARF, Processo nº 14041.000407/200740, Acórdão nº 240101.795, data da sessão 14/04/2011, Relatora: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira) SUCESSÃO Ocorre sucessão de fato toda vez que uma empresa é absorvida por outra, sem solução de continuidade, devendose levar em consideração, rincipalmente, os elementos que integram a atividade empresarial, quais sejam: ramo do negócio, ponto, clientela, móveis, máquinas, organização e empregados PROGRAMA DE INCENTIVO. PREMIO ATRAVÉS DE CARTÃO. GRATIFICAÇÃO. REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA. A verba paga pela empresa aos segurados por intermédio de programa de incentivo, mesmo através de cartões de premiação, constitui gratificação e, portanto, tem natureza salarial. Recurso Voluntário Negado Fl. 250DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 11330.000206/200707 Acórdão n.º 2803001.849 S2TE03 Fl. 251 11 Credito Tributário Mantido (2ª Seção de Julgamento / 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária do CARF, Processo nº 10510.003261/200760, Acórdão nº 230200.779, data da sessão 02/12/2010, Relatora: Liege Lacroix Thomasi) 19. Dessa forma, não assiste razão à recorrente em seus argumentos, tendo em vista que tanto a jurisprudência desse Conselho quanto a doutrina trabalhista e o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, consideram que incide contribuição social previdenciária sobre os valores pagos a título de prêmio de incentivo ao trabalhador. 20. Assim, seguindo os ensinamentos supra, entendo que a empresa contabilizou o pagamento de tais verbas em contas impróprias, pois não se tratam de “estudo de mercado” ou “gastos com marketing” como considerou a recorrente, e sim de verba remuneratória. CONCLUSÃO 21. Ante ao exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO, para considerar salário de contribuição as verbas pagas aos empregados segurados a título de prêmio. É como voto. (assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos – Relator Fl. 251DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 31/1 0/2012 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 22/11/2012 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA
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