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Numero do processo: 11610.000048/2006-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/1989 a 31/12/1995
Ementa:
INTIMAÇÃO NO DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO ELETRÔNICO. INÍCIO DA CONTAGEM DE PRAZO. ALTERAÇÃO. LEI N. 12.844/2013.
Apenas a partir de 19/07/2013, com o advento da Lei no 12.844/2013, o acesso do contribuinte ao portal e-CAC, consultando o teor do documento - no caso, o acórdão de piso - pode ser considerado como ciência, para efeito de início de contagem de prazo para interposição de peça recursal. Antes disso, o início da contagem de prazo, no caso, dava-se somente depois de decorridos 15 dias da disponibilização na caixa postal eletrônica do contribuinte.
DEFESA. ARGUMENTO ALHEIO AO CONTECIOSO. NÃO CONHECIMENTO.
Não deve ser conhecida a alegação de defesa que verse sobre matéria alheia ao contencioso. No caso, versando o processo sobre habilitação de crédito deferida e sobre compensação integralmente homologada, não devem ser analisadas pelo colegiado alegações de defesa referentes a restituição sequer demandada pelo contribuinte.
Numero da decisão: 3401-003.814
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer da peça apresentada a título de recurso voluntário.
ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Cleber Magalhães (suplente), André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1989 a 31/12/1995 Ementa: INTIMAÇÃO NO DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO ELETRÔNICO. INÍCIO DA CONTAGEM DE PRAZO. ALTERAÇÃO. LEI N. 12.844/2013. Apenas a partir de 19/07/2013, com o advento da Lei no 12.844/2013, o acesso do contribuinte ao portal eCAC, consultando o teor do documento no caso, o acórdão de piso pode ser considerado como ciência, para efeito de início de contagem de prazo para interposição de peça recursal. Antes disso, o início da contagem de prazo, no caso, davase somente depois de decorridos 15 dias da disponibilização na caixa postal eletrônica do contribuinte. DEFESA. ARGUMENTO ALHEIO AO CONTECIOSO. NÃO CONHECIMENTO. Não deve ser conhecida a alegação de defesa que verse sobre matéria alheia ao contencioso. No caso, versando o processo sobre habilitação de crédito deferida e sobre compensação integralmente homologada, não devem ser analisadas pelo colegiado alegações de defesa referentes a restituição sequer demandada pelo contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer da peça apresentada a título de recurso voluntário. ROSALDO TREVISAN – Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 00 00 48 /2 00 6- 50 Fl. 8615DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Cleber Magalhães (suplente), André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre pedido de habilitação de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado (em 12/12/2003, referente à inconstitucionalidade dos DecretosLeis no 2.445 e no 2.449/1988, com índices de correção e semestralidade assegurados em juízo), cumulado com declarações de compensação (DCOMP). Na informação fiscal de fls. 8376 a 83841, narrase que: (a) foram solicitados documentos da empresa para comprovação do direito de crédito (fls. 8377/8378), chegandose aos valores constantes das tabelas de fls. 8378/8380; (b) foram encontradas compensações da empresa não informadas na resposta à intimação (fls. 8380/8381); e (c) foram encontrados débitos compensados em DCTF com o crédito alegado no presente processo (fls. 8381/8382). Apurados os saldos credores, e detectada insuficiência de pagamento em alguns períodos, concluiuse pela homologação da DCOMP eletrônica vinculada ao direito de crédito parcialmente reconhecido, no montante (atualizado, até 31/12/1995) de R$ 1.040.106,18, no despacho decisório de fl.8385, datado de 01/10/2008, que, acolhe os termos da informação fiscal. Em 04/05/2009 é proferido um despacho decisório complementar (fls. 8390 a 8393), ratificando e esclarecendo o disposto no despacho anterior, no que se refere aos valores das compensações efetuadas, e acrescentando que outras compensações transmitidas com base na habilitação do presente processo seriam aceitas até o limite reconhecido de R$ 1.040.106,18 (valor atualizado até 31/12/1995), desde que transmitidas até 12/12/2008 (cinco anos do trânsito em julgado da ação judicial por meio da qual se reconheceu o crédito para utilização em compensações). Após ciência do despacho, em 10/10/2008 (AR à fl. 8388), e do despacho complementar, em 28/05/2009 (AR à fl. 8395), a empresa apresenta manifestação de inconformidade em 11/11/2008 (fls. 8406 a 8425), na qual alega, em síntese, que: (a) solicitou habilitação de crédito, com base na ação ordinária no 98.00340262, com trânsito em julgado em 12/12/2003, relativo ao “PIS/Semestralidade”, no valor de R$ 9.060.034,53, valor que, após apresentação de documentos pela empresa, foi revisto pela fiscalização para R$ 8.812.195,43 (ambos os valores atualizados até 29/03/2006); e (b) o valor de R$ 1.040.106,18 não corresponde ao saldo apurado pela requerente, descontadas as compensações homologadas, pois tal valor, atualizado, resultaria em R$ 3.487.075,58, sendo a diferença entre os valores apurados pela fiscalização e pela empresa devida à correção da base de cálculo do sexto mês anterior até a data do pagamento, que não é prevista pela legislação e é vedada pela jurisprudência pacifica do Superior Tribunal de Justiça. Na manifestação de inconformidade complementar, apresentada em 26/06/2009 (fls. 8460 a 8482), a empresa endossa o teor de sua peça de defesa inicial, e sustenta ser equivocada a afirmação fiscal de que teria até 12/12/2008 para efetuar suas compensações (pois o prazo deve fluir da habilitação ao crédito), reiterando o pedido de cancelamento dos processos administrativos não citados no despacho (processos 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 8616DF CARF MF Processo nº 11610.000048/200650 Acórdão n.º 3401003.814 S3C4T1 Fl. 8.616 3 administrativos no 13811.0001066/200456, por meio do qual se controlavam os débitos dos processos no 10880.534767/200465 e no 10880.534768/200418; e processos administrativos no 13811.000914/200418; no 10880.516157/200480; e no 10880.516158/200424, além de auto do infração n. 0082626), e esclarecendo que não omitiu compensações, mas apenas não relacionou aquelas referentes a débitos inscritos em dívida ativa, que não teriam sido aceitas pela Administração (já concordando com tal abatimento, se aceito pelo fisco), sendo o crédito retificado, em 31/12/1995, após as compensações, de R$ 3.425.494,08, e não de R$ 3.149.337,50 (como defendeu o fisco). Em 03/11/2011 foram apensados ao presente os processos administrativos no 10880.534767/200465 e no 10880.534768/200418 (fls. 8488/8489). Em 04/04/2013, ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 8503 a 8513), no qual a DRJ decide, unanimemente, não tomar conhecimento das manifestações de inconformidade apresentadas, por inexistir pedido de restituição no processo, e por restar integralmente satisfeita a pretensão de compensação, havendo falta de interesse processual por parte da empresa. Alerta, por fim, o julgador de piso, que os pedidos de cancelamento de outros processos e de Autos de Infração lavrados em outros autos devem ser feitos nesses outros, tendo em vista a autonomia processual, em razão do objeto de cada processo. Cientificada da decisão de piso, a empresa interpôs recurso voluntário (fls. 8519 a 8531), em 31/07/2013, basicamente reiterando os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, incluindo tabela que sintetiza suas demandas em relação a processos diversos (fls. 8523/8524), e demandando, ao final, que seja reconhecido crédito de R$ 3.425.494,05, declarandose a “suspensão do prazo prescricional”, que somente voltaria a fluir “depois de ser proferida decisão administrativa definitiva”. Em 19/05/2016 o processo foi a mim distribuído, não tendo sido indicado para pauta nos meses novembro e dezembro de 2016, por estarem as sessões suspensas por determinação do CARF. O processo, derradeiramente, não foi indicado para o mês de janeiro de 2017, por ser a pauta mera reprodução da referente ao mês de outubro de 2016, que também teve a sessão suspensa por determinação do CARF. E foi indicado para a pauta de fevereiro de 2017, mas não incluído, pelo presidente, em função do volume de processos a julgar. Em março de 2017, o processo foi retirado de pauta por falta de tempo hábil para julgamento. E, em abril de 2017, pediu vistas o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, após a leitura do voto do relator, que foi acompanhado pelos Conselheiros Robson José Bayerl e Augusto Fiel Jorge D'Oliveira. Em maio de 2017, por fim, o processo foi retirado de pauta por falta de tempo hábil para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Fl. 8617DF CARF MF 4 Cabe preliminarmente verificar se o recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se deve tomar conhecimento. Nesse aspecto, merece atenção, inicialmente, a questão referente à tempestividade da apresentação do recurso voluntário. Da tempestividade na apresentação do recurso voluntário É relevante destacar que constam duas telas referentes a ciência da decisão de piso, no presente processo: (a) a primeira, à fl. 8516, atestando que “o contribuinte tomou conhecimento do teor dos documentos... na data de 25/06/2013, 14:38 h, pela abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (portal eCAC)”; e (b) a segunda, à fl. 8517, dando conta de que “foi dada ciência, ao contribuinte, dos documentos... por decurso de prazo de 15 dias a contar da disponibilização destes documentos através (sic) da Caixa Postal, Módulo eCAC do Site da Receita Federal” na data de 10/07/2013. De ambas as telas decorre, indubitavelmente, a conclusão de que a informação a respeito do teor da decisão de piso se tornou disponível ao contribuinte em 25/06/2013, data em que foi objetivamente por ele acessada. Resta saber, assim, qual a data a ser tomada no início da contagem de prazo para interposição de recurso voluntário: (a) a de efetivo acesso ao documento; ou (b) a de quinze dias da disponibilização, contada automaticamente pelo sistema, independente de ter havido acesso. A resposta é encontrada, hoje, na redação dada pela Lei no 12.844/2013 ao artigo 23, § 2o, II do Decreto no 70.235/1972: “Art. 23. (...) (...) § 2o (...) (...) III se por meio eletrônico: a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (...)” (grifo nosso) Ocorre que tal alteração, conforme seu artigo 49, V da citada lei, entrou em vigor em 19/07/2013. E os documentos foram disponibilizados na caixa postal eletrônica, no presente caso, como exposto, em 25/06/2013. A redação anterior do mesmo dispositivo do Decreto no 70.235/1972, dada pela Lei no 11.196/2005, vigente à época da disponibilização, apresentava o seguinte teor: Fl. 8618DF CARF MF Processo nº 11610.000048/200650 Acórdão n.º 3401003.814 S3C4T1 Fl. 8.617 5 “Art. 23. (...) (...) § 2o (...) (...) III se por meio eletrônico, 15 (quinze) dias contados da data registrada: a) no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo;” (...)” (grifo nosso) Ou seja, à época da disponibilização, era inexistente o comando legal que previa que o acesso ao arquivo eletrônico antes do prazo de 15 dias abriria a contagem de prazo para interposição da peça recursal. Por mais que pareça ilógico que alguém tenha acesso a um documento, e ainda assim não se considere intimado a respeito de seu teor, assim rezava o comando legal vigente à época dos fatos, não havendo que se falar em aplicação subsidiária de outros ditames processuais, diante da existência de regra plasmada no corpo do Decreto no 70.235/1972, nem em afastamento por eventual inconstitucionalidade, diante da Súmula CARF no 2. Apenas a partir de 19/07/2013, com o advento da Lei no 12.844/2013, o acesso do contribuinte ao portal eCAC, consultando o teor do documento – no caso, o acórdão de piso – pode ser considerado como ciência, para efeito de início de contagem de prazo para interposição de peça recursal. Antes disso, o início da contagem de prazo, no caso, davase somente depois de decorridos 15 dias da disponibilização na caixa postal eletrônica do contribuinte. Assim, tendo sido, no presente caso, disponibilizado o documento em 25/06/2013, considerase ocorrida a ciência em 10/07/2013, conforme documento de fl. 8517, sendo a comunicação de fl. 8516 somente um aviso a respeito da data em que o contribuinte acessou a informação (aviso este que passou a ser relevante, para efeito de contagem de prazo para interposição de recurso somente em 19/07/2013, com o advento da Lei no 12.844/2013). Correto, a nosso ver, nessa linha, o despacho de encaminhamento efetuado pela unidade local da RFB, que atesta a apresentação do recurso voluntário como tempestiva (fl. 8614). Seguese, assim na análise das alegações de defesa apresentadas na referida peça. Das alegações de defesa As alegações de defesa versam sobre o direito de crédito, sustentando a empresa que devem ser cancelados débitos referentes a compensações efetuadas em outros Fl. 8619DF CARF MF 6 processos administrativos e que não se configurou o prazo prescricional referido no despacho decisório complementar para pleitear as compensações. A DRJ, ao analisar tais argumentos, aponta que o presente processo não trata de pedido de restituição, mas de habilitação de crédito cumulada com compensação. E que a habilitação foi deferida, e a compensação integralmente homologada, não havendo que se discutir nestes autos temas diversos, como compensações efetuadas em processos distintos (fls. 8504/8513excertos): O presente processo referese a “Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado”, proposto com fulcro na Ação 98.00340262 (fl. 2). Pela Decisão de fls. 659/661 o mencionado pedido foi DEFERIDO, trazendo, em paralelo, orientações para que a Contribuinte elaborasse “o Pedido Eletrônico de Restituição, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou a Declaração de Compensação” (fl. 660), através do Programa PER/DCOMP, de seu interesse. Aceita a habilitação, apresentou a Contribuinte a Declaração de Compensação 31277.17185.081007.1.3.573147 (“Tipo de Documento: Declaração de Compensação”; fl. 677), vinculandoa a este processo (“Número do Processo de Habilitação do Crédito: 11610.000048/200650” ; fl. 678), objetivando a extinção de débito de PIS do período de apuração de setembro de 2007 no montante de R$ 10.350,00 (fl. 679). (...) Pelo Despacho Decisório de fls. 2113/2122 exarado no âmbito da EQUIPE DE ANÁLISE DE PROCESSOS DE TRIBUTOS DIVERSOS – EQITD houve a HOMOLOGAÇÃO da “COMPENSAÇÃO declarada em DCOMP eletrônica vinculada ao direito creditório parcialmente reconhecido no montante atualizado ate 31/12/1995 de R$ 1.040.106,18 (um milhão, quarenta mil, cento e seis reais e dezoito centavos) à Granol Ind., Comércio e Exportação S.A., CNPJ n° 50.290.329/000102” (fl. 2122). (...) Pelo Despacho Decisório Complementar de fls. 2127/2130 consignase, em suma, que a medida judicial que fundamenta o crédito transitou em julgado em 12/12/2003 e que a Contribuinte não apresentou Pedido de Restituição relativamente à Ação Ordinária no 98.00340262, sendo o documento 31277.17185.081007.1.3.573147 uma Declaração de Compensação, esclarecendo a Autoridade a quo estar Homologadas as Declarações de Compensação transmitidas com base na habilitação do presente processo somente até o limite reconhecido de R$ 1.040.106,18 (valor atualizado até 31/12/1995) e que tenham sido transmitidas até 12/12/2008. (...) Havendo a Unidade Preparadora do processo dado os autos para prosseguimento, calha de início observar neste voto que, Fl. 8620DF CARF MF Processo nº 11610.000048/200650 Acórdão n.º 3401003.814 S3C4T1 Fl. 8.618 7 embora o direito creditório examinado nestes autos tenha sido reconhecido em parte pelas Autoridades a quo, o fato é que, ao final, foi integralmente satisfeita a pretensão compensatória homologatória subjacente à DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO 31277.17185.081007.1.3.573147. De outro lado, verificase inexistir neste processo um Pedido de Restituição e, assim, descartada está a satisfação em espécie do crédito. (...) Homologada a compensação apresentada na Declaração de Compensação 31277.17185.081007.1.3.573147, inexiste litígio a ser decidido em sede de julgamento administrativo. (...) Alertese, outrossim, que os pedidos de cancelamento de outros processos e de Autos de Infração lavrados em outros autos devem ser feitos nesses outros, tendo em vista a autonomia processual em razão do objeto de cada processo. Com efeito, não se pode confundir processos com objetos diversos, ainda que de um mesmo titular. (grifo nosso) As afirmações do julgador de piso apenas endossam o aqui já relatado, de que o presente processo trata de pedido de habilitação de crédito, DEFERIDO, e de compensação, integralmente HOMOLOGADA. Quanto ao deferimento da habilitação, resta claro logo ao início da informação fiscal que fundamenta o primeiro despacho decisório (fl. 8376): Na mesma folha, na ementa da informação acolhida pelo despacho decisório, consta expressamente que a compensação foi homologada, no todo. No Despacho Decisório Complementar a RFB percebe que a empresa não havia apresentado qualquer pedido de restituição, mas apenas compensações, que homologa, permitindo ainda a utilização do crédito restante a outras compensações transmitidas dentro do prazo de cinco anos do trânsito em julgado da decisão judicial (fl. 8392). A defesa parece confundir deferimento da habilitação ao crédito com deferimento do crédito, em si, como se percebe da leitura equivocada do teor do caput do artigo 51 da IN SRF no 600/2005, vigente à época do pedido: “Art. 51. Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, gerados a partir do Programa PER/DCOMP, Fl. 8621DF CARF MF 8 somente serão recepcionados pela SRF após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf) com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo.” (grifo nosso) Vejase o que conclui a defesa a partir da leitura do referido caput: (fls. 8528/8529) (...) Fl. 8622DF CARF MF Processo nº 11610.000048/200650 Acórdão n.º 3401003.814 S3C4T1 Fl. 8.619 9 Está a defesa a imaginar, então, que continua a ser discutido seu pedido de habilitação. E que este se confundiria com o direito de crédito. E que na discussão sobre o direito de crédito que travaria nestes autos poderia também incluir outras compensações que sequer figuram no processo. O deferimento do pedido de habilitação ao crédito, reiterese, é, sim, requisito para pedidos de compensação e restituição, mas, no presente processo, foi deferido (destacandose que que eventual indeferimento estaria sujeito a rito distinto do previsto no Decreto no 70.235/1972). E, justamente por ter sido deferido, é que a compensação foi analisada, e homologada. Aliás, para que perceba que o deferimento da habilitação não se confunde com a análise da qualidade/quantidade do crédito, mas somente ao reconhecimento, em abstrato, do crédito decorrente de decisão judicial, bastaria que a defesa seguisse até o final o texto do mesmo artigo 51 da IN SRF no 600/2005, que traz, em seu § 6o, o seguinte comando esclarecedor: “§ 6o O deferimento do pedido de habilitação do crédito não implica homologação da compensação ou o deferimento do pedido de restituição ou de ressarcimento.” Não percebe, assim, a defesa, a delimitação do contencioso presente neste processo. As alegações referentes à quantificação do crédito seriam relevantes e pertinentes se no presente processo se estivesse a discutir compensação parcialmente homologada, ou houvesse registro de pedido de restituição do crédito pendente de análise (pedido esse que, como destacou a DRJ, continuou inexistente, apesar de ter a empresa sido expressamente alertada a respeito da ausência). Por fim, cabe destacar, também em endosso à decisão de piso, que as demandas referentes a compensações existentes em outros processos, por certo, devem neles ser tratadas, à luz das alegações de defesa presentes em tais processos. Fl. 8623DF CARF MF 10 Assim, a plenitude das alegações de defesa é desconectada da matéria em apreciação nestes autos, que versam, repitase incessantemente, sobre habilitação deferida e compensação integralmente homologada. Pelo exposto, voto no sentido de não conhecer da peça apresentada a título de recurso voluntário. Rosaldo Trevisan Fl. 8624DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.902822/2012-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007
ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.185
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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BASE DE CÁLCULO. ICMS. Recorrente BIC AMAZÔNIA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007 ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo. Relatório Tratase de pedido de PER/DCOMP para restituição de créditos de COFINS, cujo pedido foi indeferido, via despacho decisório. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 28 22 /2 01 2- 01 Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10283.902822/201201 Acórdão n.º 3302004.185 S3C3T2 Fl. 3 2 Inconformada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese: que o ICMS destacado nas vendas não pode ser considerado como faturamento ou como receita bruta, não devendo, por isso, ser incluído na base de cálculo do PIS e da COFINS; que a inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições em tela desrespeita o preceito do artigo 110 do CTN; que o STF, por meio do RE 240.785/MG, manifestou o entendimento de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. Sobreveio, então, julgamento da DRJ/Belo Horizonte, que indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 02059.033. A contribuinte, então, apresentou recurso voluntário repisando os argumentos da manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.158, de 23 de maio de 2017, proferido no julgamento do processo 10283.902818/201235, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.158): "1. Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, a ciência do acórdão ocorreu em 28 de agosto de 2014, fls. 50, e o recurso foi protocolado em 29 de setembro de 2014, fls. 52. Tratase, portanto, de recurso tempestivo e de matéria que pertence a este colegiado. 2. Do mérito 2.1. Do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1.144.469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10283.902822/201201 Acórdão n.º 3302004.185 S3C3T2 Fl. 4 3 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMS ST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10283.902822/201201 Acórdão n.º 3302004.185 S3C3T2 Fl. 5 4 ingressos na contabilidade da empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da não cumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10283.902822/201201 Acórdão n.º 3302004.185 S3C3T2 Fl. 6 5 RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃO APLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.15835, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10283.902822/201201 Acórdão n.º 3302004.185 S3C3T2 Fl. 7 6 (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente; no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706 RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento encontramse, desde já, fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. 3. Conclusão Por todo o exposto, conheço do recurso voluntário, mas, no mérito, nego provimento." Da mesma forma que no caso do paradigma, no presente processo o recurso voluntário também foi apresentado tempestivamente. Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10283.902822/201201 Acórdão n.º 3302004.185 S3C3T2 Fl. 8 7 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Ricardo Paulo Rosa Fl. 94DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10711.007950/2009-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jun 13 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 02/09/2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS. JULGAMENTO EXTRA PETITA.EMENTA.PRELIMINAR DE NULIDADE NÃO SUSCITADA.
Caracteriza-se como extra petita a decisão que julga pedido não formulado no recurso.
Comprovado o julgamento de preliminar de nulidade não suscitada no recurso, deve ser reformado o acórdão embargado para adequar a ementa do julgado.
Numero da decisão: 3302-004.278
Decisão: Embargos Acolhidos em Parte
Crédito Tributário Mantido
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos de declaração para rerratificar o acórdão embargado.
[assinado digitalmente]
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
[assinado digitalmente]
Maria do Socorro Ferreira Aguiar - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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decisao_txt : Embargos Acolhidos em Parte Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos de declaração para rerratificar o acórdão embargado. [assinado digitalmente] Ricardo Paulo Rosa - Presidente. [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
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COMEX Embargante KUEHNE+NAGEL SERVICOS LOGISTICOS LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 02/09/2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS. JULGAMENTO EXTRA PETITA.EMENTA.PRELIMINAR DE NULIDADE NÃO SUSCITADA. Caracterizase como extra petita a decisão que julga pedido não formulado no recurso. Comprovado o julgamento de preliminar de nulidade não suscitada no recurso, deve ser reformado o acórdão embargado para adequar a ementa do julgado. Embargos Acolhidos em Parte Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos de declaração para rerratificar o acórdão embargado. [assinado digitalmente] Ricardo Paulo Rosa Presidente. [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 00 79 50 /2 00 9- 49 Fl. 292DF CARF MF 2 Relatório Tratamse de Embargos de Declaração opostos pela Recorrente com o objetivo de sanar supostas omissões no Acórdão nº 3803006.938, de 18 de março de 2015, que, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário interposto perante este E. Conselho, com base nos fundamentos resumidos na ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 02/09/2008 PRELIMINAR DE NULIDADE FORMAL DO AUTO DE INFRAÇÃO.SUSPOSTA AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO CLARA DOS FATOS E DE ENQUADRAMENTO LEGAL. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA.(sic). O auto de infração atende suficientemente aos requisitos previstos nos incisos III e IV do artigo 10 do Decreto 70.235/1972. Inferese ampla descrição dos fatos apontados pela fiscalização, bem como a minuciosa indicação dos dispositivos legais e normativos inerentes ao caso, inclusive, com específica menção do fundamento legal para a aplicação da multa ante o descumprimento de obrigação acessória. Cerceamento de defesa inexistente. COMÉRCIO INTERNACIONAL MARÍTIMO. REGRAS DE CONTROLE ADUANEIRO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE VEÍCULO OU CARGA TRANSPORTADA, OU SOBRE OPERAÇÃO QUE EXECUTAR. Obrigatoriedade de prestação de informações à Receita Federal do Brasil tanto pelo transportador quanto pelo agente de cargas em decorrência do caput e § 1º do artigo 37 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003. Advento do Controle Aduaneiro Informatizado, que moderniza os procedimentos fiscalizatórios, mediante lei específica Art.64 da Lei 10.833/2003. Norma cogente. Definição das formas de prestar as informações disciplinadas pela IN RFB 800 de 27 de dezembro de 2007, com efeitos a partir de 31 de março de 2008 (art. 52). Prazos para a prestação de informações, na forma do artigo 22 da IN RFB 800/2007 somente entrariam em vigor em 1º de janeiro de 2009, na forma do caput do art. 50 IN RFB 800/2007, posteriormente alterado pela IN RFB 899/2009, que prorrogou os prazos para 1º de abril de 2009. Expressa previsão de regra provisória, na forma do § único do art. 50 da IN RFB 800/2007), a ser observado durante o tempo de vacância do art. 22 da mesma Instrução Normativa. Incidência de multa pelo descumprimento de obrigação acessória, na forma do art. 37 c/c o art. 107, ambos do Decreto lei 37/1966, com redação dada pela Lei 10.833/2003. Fl. 293DF CARF MF Processo nº 10711.007950/200949 Acórdão n.º 3302004.278 S3C3T2 Fl. 132 3 Cientificada do referido acórdão, tempestivamente, apresentou embargos de declaração, em que alegou vícios de omissão em relação às seguintes matérias trazidas em sede recursal: 1) contradição e obscuridade em relação ao início do despacho aduaneiro; 2) omissão e obscuridade quanto à aplicabilidade do §3º do art. 612 do Regulamento Aduaneiro; e 3) erro de fato quanto à suposta alegação de nulidade formal. O Despacho de Admissibilidade reconheceu parcialmente os embargos de declaração opostos, apenas em relação ao julgamento extra petita referente à nulidade formal do auto de infração. É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Dos requisitos de admissibilidade Uma vez cumpridos os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento dos presentes embargos de declaração, para análise do alegado erro de fato. Do alegado erro de fato Assiste razão à recorrente, visto que se observa que o acórdão embargado tratou, na ementa, de uma preliminar de nulidade formal do auto de infração, não suscitada no recurso voluntário, portanto não submetida ao colegiado. Observese que por força do artigo 14 do Decreto nº 70.235, de 1972, principal norma que trata do Processo Administrativo Fiscal – PAF, no âmbito federal, a impugnação tempestiva instaura o litígio na via administrativa, ensejando por consequência a tramitação do processo na via contenciosa administrativa, cuja decisão pelos órgãos que integram o contencioso observará as regras do artigo 31 do referido ato legal: Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/1993)(grifei). Notese que as matérias postas em litígio estão emolduradas pela impugnação apresentada, ex vi do art. 17 Decreto nº 70.235, de 1972, portanto à exceção das questões de Fl. 294DF CARF MF 4 ordem pública, os órgãos colegiados que integram a estrutura do contencioso decidem as matérias submetidas a julgamento. No caso em apreço, restou constatado que houve o julgamento de matéria não submetida ao colegiado, visto que não suscitada pelo recorrente em sua peça recursal, houve portanto o julgamento extra petita, que na dicção da doutrina especializada, consiste na decisão proferida fora dos pedidos ou autor. Pontua 1Daniel Amorim que segundo o artigo 460 do CPC, o juiz não pode conceder diferente ou a mais do que for pedido pelo autor. Tratase do princípio da congruência, também conhecido como princípio da correlação ou adstrição. Na mesma linha de raciocínio decidiu a CSRF, no acórdão nº 9303003.394, de 25/01/2016, a seguir ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 JULGAMENTO EXTRA PETITA. VEDAÇÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. CONCEITO. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO DA PROVA. Incabível o julgamento extra petita segundo a legislação que rege os processos administrativos fiscais, uma vez que cumpre ao contribuinte instruir a peça impugnatória com todos os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações de defesa, considerandose como não impugnada a parte do lançamento não expressamente contestada. Destacase a seguir os seguintes excertos do voto: A decisão administrativa que decide fora dos limites do pedido formulado pelo contribuinte não satisfaz o disposto nos art. 128 e 460 do Código de Processo Civil, Lei nº 5.869/73, que se aplicam subsidiariamente ao processo administrativo fiscal, nos termos abaixo transcritos: Art. 128. O juiz decidirá a lide nos limites em que foi proposta, sendolhe defeso conhecer de questões não suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, bem como condenar o réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Nesse sentido, a ementa do acórdão embargado, passa a ter a seguinte redação, com a exclusão da preliminar de nulidade não suscitada no recurso voluntário: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 02/09/2008 1 Neves, Daniel Amorim Assumpção, Manual de Direito Processual Civil, 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011, pág.516. Fl. 295DF CARF MF Processo nº 10711.007950/200949 Acórdão n.º 3302004.278 S3C3T2 Fl. 133 5 COMÉRCIO INTERNACIONAL MARÍTIMO. REGRAS DE CONTROLE ADUANEIRO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE VEÍCULO OU CARGA TRANSPORTADA, OU SOBRE OPERAÇÃO QUE EXECUTAR. Obrigatoriedade de prestação de informações à Receita Federal do Brasil tanto pelo transportador quanto pelo agente de cargas em decorrência do caput e § 1º do artigo 37 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003. Advento do Controle Aduaneiro Informatizado, que moderniza os procedimentos fiscalizatórios, mediante lei específica Art.64 da Lei 10.833/2003. Norma cogente. Definição das formas de prestar as informações disciplinadas pela IN RFB 800 de 27 de dezembro de 2007, com efeitos a partir de 31 de março de 2008 (art. 52). Prazos para a prestação de informações, na forma do artigo 22 da IN RFB 800/2007 somente entrariam em vigor em 1º de janeiro de 2009, na forma do caput do art. 50 IN RFB 800/2007, posteriormente alterado pela IN RFB 899/2009, que prorrogou os prazos para 1º de abril de 2009. Expressa previsão de regra provisória, na forma do § único do art. 50 da IN RFB 800/2007), a ser observado durante o tempo de vacância do art. 22 da mesma Instrução Normativa. Incidência de multa pelo descumprimento de obrigação acessória, na forma do art. 37 c/c o art. 107, ambos do Decreto lei 37/1966, com redação dada pela Lei 10.833/2003. Assim, por todo o exposto, voto pelo acolhimento parcial dos embargos de declaração opostos pelo embargante, para rerratificar o acórdão embargado, excluindo da ementa a preliminar de nulidade formal do auto de infração, como acima destacado. [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Relatora Fl. 296DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.729151/2011-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jun 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006
PENSÃO ALIMENTÍCIA. NORMAS DO DIREITO DE FAMÍLIA. ALCANCE.
As normas do direito de família não condicionam a fixação de alimentos à separação judicial dos cônjuges. Com o trânsito em julgado da sentença homologatória do acordo de separação de fato com prestação de alimentos não compete aos órgãos fazendários reexaminarem o direito dos alimentandos.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2301-005.039
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para dar-lhe provimento, nos termos do voto do relator.
Andrea Brose Adolfo - Presidente Substituta
Julio Cesar Vieira Gomes - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: ANDREA BROSE ADOLFO, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, FABIO PIOVESAN BOZZA, JORGE HENRIQUE BACKES, ALEXANDRE EVARISTO PINTO e FERNANDA MELO LEAL.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2006 PENSÃO ALIMENTÍCIA. NORMAS DO DIREITO DE FAMÍLIA. ALCANCE. As normas do direito de família não condicionam a fixação de alimentos à separação judicial dos cônjuges. Com o trânsito em julgado da sentença homologatória do acordo de separação de fato com prestação de alimentos não compete aos órgãos fazendários reexaminarem o direito dos alimentandos. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para dar-lhe provimento, nos termos do voto do relator. Andrea Brose Adolfo - Presidente Substituta Julio Cesar Vieira Gomes - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: ANDREA BROSE ADOLFO, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, FABIO PIOVESAN BOZZA, JORGE HENRIQUE BACKES, ALEXANDRE EVARISTO PINTO e FERNANDA MELO LEAL.
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NORMAS DO DIREITO DE FAMÍLIA. ALCANCE. As normas do direito de família não condicionam a fixação de alimentos à separação judicial dos cônjuges. Com o trânsito em julgado da sentença homologatória do acordo de separação de fato com prestação de alimentos não compete aos órgãos fazendários reexaminarem o direito dos alimentandos. Recurso Voluntário Provido AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 91 51 /2 01 1- 75 Fl. 303DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário para darlhe provimento, nos termos do voto do relator. Andrea Brose Adolfo Presidente Substituta Julio Cesar Vieira Gomes Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: ANDREA BROSE ADOLFO, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, FABIO PIOVESAN BOZZA, JORGE HENRIQUE BACKES, ALEXANDRE EVARISTO PINTO e FERNANDA MELO LEAL. Fl. 304DF CARF MF Processo nº 10166.729151/201175 Acórdão n.º 2301005.039 S2C3T1 Fl. 304 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação à exigência decorrente de lançamento de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), anocalendário 2006, em razão da glosa de dedução de pensão alimentícia e despesas médicas e com educação dos alimentandos. Seguem transcrições da decisão recorrida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 DEDUÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. NÃO COMPROVAÇÃO. Somente são dedutíveis na Declaração do Imposto de Renda os pagamentos efetuados e comprovados, a título de pensão alimentícia, quando em cumprimento dos termos de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, sem caráter de liberalidade e com a efetiva comprovação da transferência de recursos aos alimentandos. DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS E COM INSTRUÇÃO. BENEFICIÁRIOS DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. REQUISITOS LEGAIS. A dedução de despesas médicas e com instrução efetuadas com os filhos menores beneficiários de pensão alimentícia judicial está subordinada à comprovação da obrigatoriedade do pagamento na forma de determinação judicial e à comprovação dos pagamentos com documentação hábil e idônea, bem como não tenham sido efetuadas com mero caráter de liberalidade para os beneficiários do Acordo de Alimentos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 3ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares suscitadas e, no mérito, julgar IMPROCEDENTE a impugnação, nos termos do Relatório e Voto que passam a integrar o presente julgado. ... O lançamento acima foi decorrente das seguintes infrações: Fl. 305DF CARF MF 4 Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial. Glosa de valores pleiteados indevidamente, a título de pensão alimentícia judicial, no valor de R$76.252,14. Enquadramento legal e detalhamento da infração nos autos (fls. 0413). Dedução Indevida de Despesas Médicas. Glosa de R$11.970,26, deduzido indevidamente a título de despesas médicas. Enquadramento legal e detalhamento da infração nos autos (fls. 0413). Dedução Indevida de Despesas com Instrução. Glosa de R$4.747,68, valor deduzido indevidamente. Enquadramento legal e detalhamento da infração nos autos (fls. 0413). ... Uma leitura atenta da motivação conduzirá o Impugnante ao pilar que escora a presente autuação: os Acordos Homologados Judicialmente poderão eventualmente produzir efeitos em esferas diversas, salvo na tributária. Para sustentar essa tese, a Auditoria Fiscal entendeu que os elementos probatórios, colhidos durante o procedimento fiscal, espelham realidade fática não prevista na legislação tributária que autoriza a dedução: valores “pagos” por liberalidade. Não se olvida que ao Poder Judiciário cabe apreciar, exclusivamente, as situações que lhe são dadas a conhecer, relativamente à obrigação de prestar alimentos. É ele quem afere, em última instância, o binômio necessidade x possibilidade, não a Receita Federal do Brasil, e é quem leva em consideração nessa avaliação as estipulações acordadas eventualmente entre as partes. Não há dificuldade também em perceber que a legislação tributária regente, colacionada acima, pressupõe que a produção de efeitos fiscais, em relação à prestação alimentar, não decorre do mero decreto judicial e ulterior apresentação dessa documentação à Autoridade Fiscal. A Homologação para fins da dedução da base de cálculo do IRPF deve espelhar tanto uma situação de necessidade daquele que não possui bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, a própria mantença e sua dignidade (entendida no seu mais amplo sentido), quanto o recebimento pelos alimentandos, por força de lei ou acordo de vontades, de valor em dinheiro (art. 1.695 do Código Civil Brasileiro c/c art. 4º da Lei nº 9.250, de 1995, com a redação dada pelo art. 21 da Lei nº 11.727/2008). ... Não há qualquer afronta ao Poder Judiciário, como quer fazer crer o Impugnante, já que a homologação judicial não é pressuposto para a dedução. Homologado, por exemplo, determinado Acordo de Alimentos, mas não transferidos os valores estipulados aos alimentandos, não há possibilidade de dedução (art. 78 do Decreto nº 3.000/1999). ... Fl. 306DF CARF MF Processo nº 10166.729151/201175 Acórdão n.º 2301005.039 S2C3T1 Fl. 305 5 A Solução de Consulta Interna nº 03/2012, mencionada pela Auditora Fiscal, tão somente explicita o entendimento da Receita Federal do Brasil acerca do dispositivo regente da matéria. Para o Órgão, a não dissolução da sociedade conjugal, conjugada com a coabitação (que pode ser sim provada), é elemento hábil de cognição da não existência de rompimento do vínculo marital e das responsabilidades que dele decorrem. Tais condições particulares demonstram a ausência de interesse em agir, uma vez que a postulação de alimentos que estão sendo providos, normal e regularmente, careceria de fundamento, apontando de forma patente para caso de mera liberalidade ou mesmo de interesse em benefício fiscal. ... Na peça de defesa, faz questão de não esclarecer a questão da coabitação, que sabe ser de importância substancial para se chegar à natureza do Acordo de Alimentos que firmou com os alimentandos (esposa e filho). Ora diz coabitar, ora diz não coabitar. ... Da simples consulta às informações que o casal encaminhava à Receita Federal do Brasil, impugnante e esposa, bem como na própria peça de defesa, constatase a não dissolução da sociedade conjugal, a coabitação patente e gerência em conjunto de valores e bens: • ambos indicaram em suas Declarações de Imposto de Renda da Pessoa Física – DIRPF, até o exercício 2011 o mesmo domicílio fiscal, o qual é exatamente igual ao endereço da residência do casal em condomínio da cidade de Brasília/DF. Atentese que isso não ocorre apenas no anocalendário 2005, mas em todas as DIRPF do casal até o exercício 2011; • o casal informa o mesmo número de conta corrente, conjunta portanto, em exercícios anteriores ao 2006 (o de 2004, por exemplo) e também em posteriores, para receberem e sacarem as restituições que apuraram em suas declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física; • à exceção do exercício 2012, em todas as DIRPF, não somente na do exercício 2006, um e outro, Impugnante e esposa, declaram os respectivos nomes do cônjuge. Observouse ainda que a alimentanda promoveu retificação para excluir tal informação de sua DIRPF em outro exercício (2008), quando o impugnante já havia sido cientificado de procedimento fiscal em curso; • as notas fiscais de pagamento de despesas diversas, ora pagas pelo impugnante, ora pagas pela esposa/alimentanda, indicam não somente o mesmo endereço residencial do casal, mas também o pagamento de despesas com instrução efetuadas pela mãe (fls. 2134); Fl. 307DF CARF MF 6 • conforme consignado no Termo Circunstanciado, no ano calendário 2005, a alimentanda (esposa) possuía 04 fontes pagadoras; • a esposa/alimentanda não declarava os valores recebidos a título de pensão alimentícia; • os bens do casal constam de uma DIRPF apenas, a do impugnante. ... Cabe aqui abrir um parêntese. Não há termos inúteis na Lei. Ao determinar que o sujeito passivo que pleiteia a dedução de pensão alimentícia judicial deve apresentar a comprovação da obrigação à Autoridade Fiscal, notase que não se está pedindo a Homologação Judicial, entendida como a simples determinação para a fonte pagadora efetuar o desconto, mas, com clareza meridiana, o ACORDO Homologado Judicialmente ou a DECISÃO. ... Quanto às despesas médicas e com instrução dos alimentandos, os fundamentos adotados foram: Por outro lado, uma vez restou também constatada a manutenção do vínculo conjugal, haveria que reconhecer o amparo legal para a dedução, na DIRPF do declarante, dos gastos com saúde e de instrução dos dependentes legais. Contudo, cabe prelecionar, o contribuinte, titular de plano de saúde, não pode deduzir os valores referentes ao cônjuge e aos filhos quando estes declararem em separado, pois somente são dedutíveis na DIRPF os valores pagos a planos de saúde de pessoas físicas consideradas dependentes perante a legislação tributária e incluídas na declaração do responsável em que forem consideradas suas dependentes. No caso de apresentação de declaração em separado, admitir seia a dedução de despesas com instrução, plano de saúde e médicas do declarante e de dependentes incluídos na DIRPF, cujo ônus financeiro tivesse sido suportado por um terceiro, se este fosse integrante da entidade familiar. Não é o caso do Impugnante, pois o cônjuge, filho(s) e mãe não foram incluídos como seus dependentes e, principalmente, todos declararam em separado. Este fato, consequentemente, retiroulhe a possibilidade de incluir não só as deduções de despesas médicas e com instrução declaradas, mas também eventualmente outras relacionadas a dependentes e não incluídas originalmente nas suas DIRPF, independentemente de solicitadas à autoridade lançadora, no curso do procedimento fiscal, ou mesmo na fase litigiosa. Assim, não há como acatar a solicitação de consideração da importância paga à Orthos, a título de saúde, cujo beneficiário foi seu filho Felipe Pessoa Ferro, que declarou em separado. Fl. 308DF CARF MF Processo nº 10166.729151/201175 Acórdão n.º 2301005.039 S2C3T1 Fl. 306 7 Segue transcrição da Solução de Consulta Interna Cosit nº 3, de 08 de fevereiro de 2012: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Para efeitos da aplicação da dedução da base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), de que tratam os arts. 4º, inciso II, e 8º, inciso II, alínea “f”, ambos da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, com a redação dada pelo art. 21 da Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008, e considerandose o disciplinamento contido na Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001:I as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família, serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de pensão alimentícia.II tratandose de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade;III não alcança o provimento de alimentos decorrente de sentença arbitral, de que trata a Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, por ausência de condição expressa na norma tributária.Dispositivos Legais: Constituição Federal de 1988; Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 Código Civil; Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, arts. 4º, inciso II, e 8º, inciso II, alínea “f”; Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, arts 1º e 31; Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001, art. 15, inciso I, art. 21, inciso IV, e art. 49. (Protocolo Gedoc nº 11.941/2010) Após ciência da decisão, o contribuinte interpôs recurso voluntário reiterando as alegações iniciais: Esclarece que as deduções apresentadas são simples decorrência dos ditames normativos da decisão judicial homologatória do acordo de alimentos vigente desde 1996. Foi aprovado em concurso público. Ato contínuo, mudouse para Brasília a fim de tomar posse e, em razão disso, separouse de fato da esposa, que continuou no Rio de Janeiro com os filhos. Isso propiciou uma instabilidade conjugal. Passados dois anos, embora todos residentes em Brasília/DF, subsistiram as instabilidades conjugais, alternando o casal períodos de coabitação e separação de fato. A obrigação de alimentos não tem qualquer pertinência com a existência ou dissolução do vínculo conjugal. Logo, não tem o menor amparo técnico ou jurídico a afirmação relativa à pretensa liberalidade na convenção particular. A representante legal dos menores efetuou declaração de rendimentos em nome dos filhos, recolhendo os valores devidos. Caso fosse desconsiderado o acordo de alimentos estabelecido judicialmente, seria natural a inclusão dos alimentandos como dependentes, fato esse aliás não rechaçado pela autoridade fiscal. Fl. 309DF CARF MF 8 A dedução de despesas médicas e de educação em nada se relacionam com a dedução autorizada na legislação de regência para dependentes. A despesa equivalente a R$2.000,00 em prol da Hagar foi declarada por equívoco, o que propicia simples retificação. Arcou com o tratamento ortodôntico de Felipe Pessoa Ferro, no valor de R$1.800,00, despesa devidamente comprovada. A desconsideração do ato jurídico perfeito praticado pelo requerente sem qualquer conotação ou intuito fraudatório representa inequívoca ofensa ao princípio da legalidade, bem como ao disposto no art. XXXVI da CR/88. É desarrazoada a multa de 75% aplicada, configurandose sanção descabida ante a boafé do requerente e, especialmente, sua conduta de auxiliar a Administração Tributária na consecução dos interesses fazendários. E acrescenta que: a) o acórdão recorrida inova os fundamentos de fato e direito levantados pela fiscalização; b) incompetência da fiscalização para reexaminar o mérito da decisão judicial que homologou o acordo para provimento de alimentos; c) violação do artigo 5º, inciso X da Constituição Federal; d) embora estivesse separado de fato antes do anocalendário, a jurisprudência judicial e administrativa é pacífica em não exigir o rompimento do vínculo conjugal para fins de alimentos; e) todos os valores pagos foram a título de pensão alimentícia reconhecida por decisão judicial e não por liberalidade; f) as despesas médicas e com instrução foram comprovadas e têm origem em decisão judicial, improcedente negar o direito a dedução como conseqüência da glosa de pensão alimentícia; e g) improcedência da multa de ofício. É o relatório. Fl. 310DF CARF MF Processo nº 10166.729151/201175 Acórdão n.º 2301005.039 S2C3T1 Fl. 307 9 Voto Conselheira Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Conheço do recurso por atender os pressupostos de admissibilidade. Preliminares Em relação a alegação de que não tomara ciência dos fatos, com a revisão de ofício onde foram examinados todos os documentos apresentados pelo recorrente, entendo que essa questão mostrouse superada. Pensão alimentícia A situação trazida pela fiscalização seria de que o recorrente estaria utilizando o pagamento de pensão alimentícia com a finalidade de reduzir o pagamento de IRPF. No caso, o recorrente paga pensão alimentícia para seus dois filhos menores de idade. A fiscalização desconsiderou a sentença judicial homologatória dos acordos entre as partes e glosou as deduções declaradas no ajuste anual a título de pensão alimentícia. Como decorrência, ao deixarem de ser considerados dependentes, também foram glosadas as despesas com educação e saúde pagas em benefício de seus filhos menores. Contudo, a fiscalização e a decisão recorrida reconhecem que os valores foram efetivamente pagos aos alimentandos e que todos tinham respaldo em sentença judicial homologatória. Em síntese, os fundamentos para a glosa das deduções foram: a) que não houve propriamente a dissolução da sociedade conjugal; b) a excônjuge possuía rendas próprias suficientes para sua manutenção; c) de acordo com o cadastro junto a SRFB, os cônjuges preencheram suas declarações com o mesmo endereço, logo viviam em coabitação; e d) como a família vive sob o mesmo teto, sem dissolução do casamento, com utilização de parte dos alimentos para acréscimo patrimonial, contatase que se trata de família comum, a qual deve ser tributada como qualquer família comum. Antes do exame da situação concreta e dos fundamentos adotados tanto pela fiscalização quanto pela decisão recorrida, é oportuno discorrer sobre a legislação aplicável à pensão alimentícia. A legislação do imposto de renda, em especial o Regulamento do Imposto de Renda (Dec. nº 3.000/99, Art. 77) e a Lei nº 9.250/95, Art. 4º, inciso II, determina que o direito às deduções realizadas diretamente na base de cálculo deste imposto está condicionado a requisitos e limitações expressamente previstos e nas formas previstas. Assim, a mencionada legislação permite a dedução de pensão alimentícia judicial da base de cálculo do IRPF, conforme abaixo: Fl. 311DF CARF MF 10 Art.78. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso II). De acordo com o artigo supramencionado, o direito à dedução de valores pagos a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família está condicionado à comprovação de dois requisitos: 1) existência de decisão judicial, acordo homologado judicialmente ou escritura pública que obrigue o recorrente a prover alimentos; e 2) ocorrência do efetivo pagamento. A pensão alimentícia é um instituto jurídico do direito privado no qual necessariamente participa a autoridade judicial, seja em processo litigioso ou por sentença homologatória de acordo entre os interessados. As ajudas financeiras em geral originadas da solidariedade entre as pessoas, ainda que entre parentes e amigos, em pese o elevado e louvável grau de altruísmo, não se caracterizam como pensão alimentícia quando lhes faltam a intervenção judicial. Somente nesses casos se pode falar em liberalidade, o que não é o caso aqui sob exame. Melhor dizendo, não existe pensão alimentícia por liberalidade. Ou é pensão alimentícia ou é liberalidade. Valores pagos nos limites da sentença judicial proferida na ação própria de alimentos nunca será uma liberalidade. Da mesma forma que qualquer ajuda financeira que não seja em ação de alimentos nunca será uma pensão alimentícia. A prestação de alimentos é disciplina em nosso Código Civil: Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. ... Art. 1.706. Os alimentos provisionais serão fixados pelo juiz, nos termos da lei processual. Uma vez que reconhecidos como pensão alimentícia pela autoridade judiciária, os valores comprovadamente pagos ao alimentando estão sujeitos à dedução legal, sendo vedada a alteração da definição para fins de se atribuir competência tributária, conforme dispõe o artigo 110 do CTN: Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Como se vê, a lei impõe a prestação de alimentos como um dever jurídico nas relações de parentesco em todos os graus de ascendência e descendência, seja em linha reta ou colateral. Ressaltase que no presente caso a excônjuge do recorrente não é e nunca foi beneficiária da pensão, mas os filhos em comum do casal. O entendimento na Solução de Consulta Interna Cosit nº 3, de 08/02/2012 ao adotar como requisito a dissolução da sociedade conjugal deve ser aplicada para os casos em que o alimentando seja o excônjuge e não os filhos em comum do casal, como é a situação sob exame: Fl. 312DF CARF MF Processo nº 10166.729151/201175 Acórdão n.º 2301005.039 S2C3T1 Fl. 308 11 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Para efeitos da aplicação da dedução da base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), de que tratam os arts. 4º, inciso II, e 8º, inciso II, alínea “f”, ambos da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, com a redação dada pelo art. 21 da Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008, e considerandose o disciplinamento contido na Instrução Normativa SRF nº 15, de 6 de fevereiro de 2001: I as importâncias pagas relativas ao suprimento de alimentos, em face do Direito de Família, serão aquelas em dinheiro e somente a título de prestação de alimentos provisionais ou a título de pensão alimentícia. II tratandose de sociedade conjugal, a dedução somente se aplica, quando o provimento de alimentos for decorrente da dissolução daquela sociedade; Quanto a esse entendimento, é oportuno dizer que para fins de prestação de alimentos aos filhos, não há distinção entre os nascidos ou não na constância do casamento. E o casal tem a mais ampla liberdade de decidir a forma de convívio na sociedade conjugal. Mesmo a coabitação, que é um elemento do casamento tradicional, não se apresenta como determinante da sociedade conjugal. E mesmo que fosse aplicada a Consulta Interna Cosit nº 3, de 08/02/2012, no caso, verifico nos documentos juntados aos autos que, de fato, o recorrente é servidor público do TCDF, fls. 45. Alega assim que mesmo após a dissolução da sociedade conjugal, sua excônjuge com freqüência se deslocava para Brasília. A apresentação de DAA com o mesmo endereço do casal não comprova a preservação da sociedade conjugal como apontado pela decisão recorrida. Portanto, quanto a uma suposta coabitação do casal, a fiscalização não comprovou tal fato. Decididamente, a separação judicial não é um requisito para o dever jurídico de prestar alimentos aos descendentes: Art. 1.705. Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor, sendo facultado ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ação se processe em segredo de justiça. No caso, ambas as pensões decorrem de sentenças judiciais homologatórias dos acordos entre as partes. Esses processos tramitaram regularmente, com a participação da autoridade judicial e do Ministério Público como custos legis, fls. 73 e s, o que atesta a legalidade do procedimento. As regras procedimentais do processo judicial de prestação de alimentos não trouxeram a Fazenda Nacional para a relação processual na condição de terceiro interessado e nem lhe atribui competência ou direito de modificar o alcance da sentença de mérito transitada em julgado. E, reiterando, as disposições relativas à pensão alimentícia estabelecidas nos artigos 1.694 a 1.710 do Código Civil não condicionam a fixação de alimentos à dissolução da sociedade conjugal. Os alimentos são fixados pelo juiz, com base na análise da necessidade fática de quem pede e na capacidade do alimentante em suportála. A decisão judicial transitada em julgado somente pode ser revista nos casos previstos para ação rescisória: Fl. 313DF CARF MF 12 Lei nº 13.105, de 16/03/2015 Código de Processo Civil Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; II for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; IV ofender a coisa julgada; V violar manifestamente norma jurídica; VI for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; VII obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; VIII for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. Assim, afora as hipóteses acima, as decisões judiciais transitadas em julgado deverão ser acatadas pela Administração Pública como um todo, em respeito à soberania da ação judicial, que deve ser cumprida pela administração nos seus exatos termos. A sentença judicial transitada em julgado não pode ser tratada como as convenções particulares previstas no artigo 123 do CTN: Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Com relação à situação econômica e financeira da excônjuge que não justificaria a prestação de alimentos tratase do mérito da sentença judicial, também insuscetível de revisão pela autoridade administrativa. A dissolução conjugal tem dinâmica própria, singular e se compõe de eventos sucessivos imprevisíveis, tudo de acordo com a vida íntima do casal e suas pretensões futuras. É arbitrário se exigir, para fins de tratamento tributário, um padrão tradicional de imediata "separação de corpos", uma ruptura do vínculo e distanciamento entre as partes. Para o Direito de Família, o mais importante é que esse processo seja o menos prejudicial possível aos filhos do casal, para tanto, diante da instabilidade da relação, de imediato surge o dever recíproco de prover alimentos. Essa apreciação é confiada soberanamente à autoridade judiciária. Nesse sentido: Acórdão 2801001.783, sessão de 23/08/2011; Acórdão 280102.587, sessão de 12/07/2012 e Acórdão 2201003.538, Sessão de 16/03/2017. Fl. 314DF CARF MF Processo nº 10166.729151/201175 Acórdão n.º 2301005.039 S2C3T1 Fl. 309 13 E embora a fiscalização tenha adotado fundamentos no sentido de um planejamento tributário com finalidade evasiva, ou seja, as deduções de pensão alimentícia teriam causado prejuízo ao erário, no conjunto alimentante e alimentandos não há nenhuma quantificação desse prejuízo. Nesse cálculo, devese considerar que os alimentandos são obrigados ao pagamento de IRPF através de carnêleão, posteriormente trazidos ao ajuste anual. E inclusive a fiscalização alega que a excônjuge do recorrente possuía outras fontes de renda. Assim, quando os valores recebidos de pensão alimentícia foram levados a ajuste anual é possível que não tenha havido qualquer vantagem para o recorrente. Assim, entendo que assiste razão ao recorrente e deve ser mantida a dedução de pensão alimentícia. Despesas Médicas Para a dedução das despesas médicas na declaração do imposto de renda da pessoa física devem ser atendidos alguns requisitos objetivos e subjetivos: a) prestação de serviço na área da saúde, realizada por médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como no caso de fornecimento de produtos de exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, conforme artigo 8o, inciso II alínea “a” da Lei nº 9.520, de 26/12/1995; e b) o custo do serviço ou produto destinado ao contribuinte e seus dependentes deve ter sido suportado pelo contribuinte, conforme artigo 8º, §2o, inciso II da Lei nº 9.520, de 26/12/1995. Também devem ser observadas algumas formalidades para que ao conteúdo do documento se possa conferir legitimidade. Assim, a lei exigiu, em regra, a indicação do nome, endereço, CPF ou CNPJ: Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995: Art. 8º, § 2º O disposto na alínea a do inciso II: III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; Ressaltase que o ônus da prova das despesas médicas deduzidas em sua Declaração de Ajuste Anual é do contribuinte: Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, §3º). No caso sob exame, a fiscalização efetuou a glosa da dedução das despesas médicas informadas pelo recorrente em sua declaração de ajuste anual. Não há discussão sobre Fl. 315DF CARF MF 14 o cumprimento dos requisitos aqui sintetizados. O fundamento decorre da consideração de que os beneficiários da assistência médica e com educação não eram dependentes do recorrente pelo fato de que a pensão alimentícia deveria ser desconsiderada. Uma vez que no exame da pensão alimentícia se entendeu pela procedência do recurso voluntário, também assiste razão ao recorrente quanto às referidas deduções. Ressaltase que a apresentação de declaração de ajuste anual separadamente não afasta o direito do recorrente em efetuar as deduções que lhe assistem, reconhecidas por sentenças judiciais, desde que não deduzidas pelos próprios alimentandos, o que não é o caso. Até porque o alimentando cujo valor de pensão alimentício supera o limite de isenção está obrigado à declaração de ajuste anual. Assim, entendo que o recorrente tem direito à dedução da despesa médica a que se refere o comprovante juntado no recurso voluntário. Multa de ofício Por fim, a multa aplicada foi com fundamento no artigo 44, inciso I da Lei nº 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; ... § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Uma vez que afastadas as glosas de deduções também é excluída a multa de ofício. Conclusão Em razão do exposto, voto pelo provimento ao recurso voluntário. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 316DF CARF MF Processo nº 10166.729151/201175 Acórdão n.º 2301005.039 S2C3T1 Fl. 310 15 Fl. 317DF CARF MF
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Numero do processo: 10830.908900/2012-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2009
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN.
Em processos que decorrem da não-homologação de declaração de compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN).
MOMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Seguindo o disposto no artigo 16, inciso III e parágrafo 4º, e artigo 17, do Decreto nº 70.235/1972, a regra geral é que seja apresentada no primeiro momento processual em que o contribuinte tiver a oportunidade, seja na apresentação da impugnação em processos decorrentes de lançamento seja na apresentação de manifestação de inconformidade em pedidos de restituição e/ou compensação, podendo a prova ser produzida em momento posterior apenas de forma excepcional, nas hipóteses em que "a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira-se a fato ou a direito superveniente; c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos", sob pena de preclusão.
Numero da decisão: 3401-003.555
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. O Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira votou pelas conclusões, por entender que o pedido não era certo e determinado, e lhe faltava fundamento.
ROSALDO TREVISAN - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson José Bayerl , Augusto Fiel Jorge dOliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araujo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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PAGAMENTO INDEVIDO OUA MAIOR COFINS Recorrente GRG COMERCIO IMPORTADORA E EXPORTADORA DE EQUIPAMENTOS REPROGRAFICOS LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2009 ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem da nãohomologação de declaração de compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). MOMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Seguindo o disposto no artigo 16, inciso III e parágrafo 4º, e artigo 17, do Decreto nº 70.235/1972, a regra geral é que seja apresentada no primeiro momento processual em que o contribuinte tiver a oportunidade, seja na apresentação da impugnação em processos decorrentes de lançamento seja na apresentação de manifestação de inconformidade em pedidos de restituição e/ou compensação, podendo a prova ser produzida em momento posterior apenas de forma excepcional, nas hipóteses em que "a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos", sob pena de preclusão. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 89 00 /2 01 2- 20 Fl. 82DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. O Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira votou pelas conclusões, por entender que o pedido não era certo e determinado, e lhe faltava fundamento. ROSALDO TREVISAN Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson José Bayerl , Augusto Fiel Jorge d’Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araujo Branco. Relatório O processo administrativo ora em análise trata de PER/DCOMP, cujo crédito teria origem em recolhimento da Cofins efetuado a maior. Conforme despacho decisório, a compensação declarada não foi homologada, pelos seguintes motivos: “A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Ou seja, como a contribuinte declarou dever o exato montante do valor do DARF pago, o despacho decisório não identificou qualquer pagamento a maior ou indevido a justificar o direito de crédito alegado, indeferindo o pedido. Após ser intimada, a ora Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte ("DRJ"), por decisão que possui a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS. Anocalendário: 2009 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência de crédito líquido e certo”. Intimada dessa decisão, a ora Recorrente apresentou tempestivamente seu Recurso Voluntário, pelo qual requereu a reforma do acórdão recorrido, com base nos seguintes argumentos: (i) nulidade da decisão recorrida, pois estaria impondo condições ao direito de compensar da Recorrente e por utilizar fundamento para nãohomologação que não encontraria amparo na Lei; (ii) haveria falta de amparo legal e regulamentar no fundamento utilizado para a nãohomologação da compensação, pois não haveria obrigação de retificar a DCTF do período em que se verificou o crédito; (iii) não haveria como se reconhecer válida a emissão de despacho decisório eletrônico; (iv) o crédito seria legítimo; e (v) não teria ocorrido preclusão na produção de provas. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10830.908900/201220 Acórdão n.º 3401003.555 S3C4T1 Fl. 3 3 Em seguida, os autos foram remetidos à Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.542, de 25 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 10830.902391/201311, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão, (Acórdão 3401003.542): "O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para a sua admissibilidade, de modo que dele tomo conhecimento. A questão a ser decidida pelo Colegiado no processo ora em julgamento diz respeito ao direito probatório em pedido de restituição com declaração de compensação. Como regra, o artigo 373 do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015) estabelece que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito, e ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. A respeito, comenta a doutrina: "compete, em regra, a cada uma das partes o ônus de fornecer os elementos de prova das alegações de fato que fizer. A parte que alega deve buscar os meios necessários para convencer o juiz da veracidade do fato deduzido como base da sua pretensão/exceção, afinal é a maior interessada no seu reconhecimento e acolhimento".1 Nessa linha, a Lei nº 9.784/1999, que regula os processos administrativos federais, determina: "Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei". (grifos nossos) Assim, como esse Colegiado já teve a oportunidade de decidir, "o ônus da prova atua de forma diversa em processos decorrentes de lançamento tributário, no qual cabe ao Fisco provar a ocorrência do fato gerador, e em processos relativos a pedidos de ressarcimento e compensação, em que cabe ao contribuinte provar o seu direito de crédito". (Acórdão nº 3401 003.204; Data da Sessão: 23/08/2016: Relator: Augusto Fiel Jorge d'Oliveira) 1 Curso de Direito Processual Civil. Vol. 02. Fredie Didier Jr., Paula Braga, Rafael de Oliveira. Edição 2013. Editora Juspodivm. p. 8185. Fl. 84DF CARF MF 4 Quanto ao momento de produção de prova, seguindo o disposto no artigo 16, inciso III e parágrafo 4º, e artigo 17, do Decreto nº 70.235/1972, a regra geral é que seja apresentada no primeiro momento processual em que o contribuinte tiver a oportunidade, seja na apresentação da impugnação em processos decorrentes de lançamento seja na apresentação de manifestação de inconformidade em pedidos de restituição e/ou compensação, podendo a prova ser produzida em momento posterior apenas de forma excepcional, nas hipóteses em que "a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos", sob pena de preclusão. Dessa maneira, no presente processo, que trata de declaração de compensação, o ônus da prova cabe à Recorrente, sendo que o momento adequado para a apresentação das razões de fato e de direito, com amparo em toda prova necessária para tanto, se dá por ocasião do protocolo de sua Manifestação de Inconformidade ao despacho eletrônico que não homologou a compensação. O fundamento para a negativa do pedido foi a não retificação da DCTF pela Recorrente, o que implicou uma coincidência entre valores devidos e pagos a título de COFINS. Assim, não identificou a Administração Tributária qualquer pagamento a maior ou indébito a ser restituído ou compensado. Na linha do que vem decidindo o CARF, a retificação de DCTF não é condição para a homologação de compensação, sendo, na realidade, necessário que o indébito esteja devidamente provado. Assim, uma vez não homologada a compensação da Recorrente, caberia a ela, na apresentação de sua Manifestação de Inconformidade, demonstrar o indébito, o que poderia ser feito, inicialmente, com a exposição do valor que foi pago e do que, a seu entender deveria ter sido pago, a gerar a diferença. Segundo, as razões de fato ou de direito que levam a conclusão de que os valores efetivamente pagos o foram de forma indevida. Terceiro, a juntada da documentação comprovando a ocorrência do indébito, o que, a depender do caso, exigiria documentos contábeis, notas fiscais etc. Porém, em sua Manifestação de Inconformidade, para sustentar o seu direito de crédito, a Recorrente alega apenas o seguinte: A Impugnante, ao calcular o quantum debeatur da exação, utilizouse de base de cálculo com valores que indevidamente a integravam, ou seja, de base de cálculo ampliada. Incluiu nesta base de cálculo, não só a receita decorrente de seu faturamento, ou seja, de suas vendas, mas sim as demais receitas que não devem compôlo. Para tanto, utilizouse de algumas teses tributárias já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal de forma favorável Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10830.908900/201220 Acórdão n.º 3401003.555 S3C4T1 Fl. 4 5 aos contribuintes, a exemplo a ampliação da base de cálculo por alterar o conceito de faturamento, a exclusão da base de cálculo de determinadas despesas, etc. Por esta razão é que postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior desta exação. Como se verifica, a Recorrente não se desincumbiu do ônus de provar o seu direito de crédito. Muito embora não tenha citado qualquer fundamento legal ou os precedentes nos quais teriam sido apreciadas a tese jurídica que ampararia o seu direito de crédito, a Recorrente parece estar se referindo à declaração de inconstitucionalidade do artigo 3º, §1º, da Lei nº 9.718/1998, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235, pelo Supremo Tribunal Federal (“STF”), que depois reconheceu a repercussão geral da questão constitucional nos RE nº 346.084/PR, 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG. Sem adentrar na ausência de exposição pela Recorrente do fundamento legal e regulamentar que autorizaria a aplicação de tal entendimento ao seu caso concreto, a possibilitar a apresentação de sua declaração de compensação, haja vista que nem toda declaração de inconstitucionalidade pelo STF permitirá a compensação tributária (artigo 43, parágrafo 3º, alínea f, da Instrução Normativa nº 900/2008), percebese que a Recorrente não se preocupa em conferir liquidez e certeza ao direito de crédito alegado. Ainda que se admita que o fundamento do direito de crédito seja a inconstitucionalidade do artigo 3º, §1º, da Lei nº 9.718/1998 e que tal fundamento seja aplicável à Recorrente, essa alegação, por si só, não justifica o direito de crédito. A Recorrente deveria demonstrar que efetivamente realizou o recolhimento de COFINS a maior, sobre uma receita que não poderia se sujeitar à tributação, pela apresentação de demonstrativo das receitas apuradas naquele mês, identificação das receitas que foram incluídas indevidamente, com o suporte contábil e documentação fiscal correspondente. Contudo, nada disso foi apresentado, nem o valor que foi pago a maior e outros elementos, ainda que incompletos, que pudessem servir de princípio de prova. Em seu Recurso Voluntário, a Recorrente procura desenvolver aquilo que havia afirmado na Manifestação de Inconformidade, dessa vez, citando o dispositivo declarado inconstitucional e identificando os precedentes, e inova, em contrariedade ao que antes havia informado sobre a origem do crédito. O direito de crédito não mais seria em razão da inconstitucionalidade de dispositivo da Lei nº 9.718/1998, mas também em razão da exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS, argumento que já nem poderia ser conhecido, em razão dos efeitos da preclusão (artigo 17 do Decreto nº 70.235/1972). Fl. 86DF CARF MF 6 De qualquer maneira, novamente, a Recorrente se limita a indicar a tese jurídica de forma geral, sem expor, no seu caso concreto, a origem do crédito, que operações realizou, em que valor, o que foi indevidamente incluído na base de cálculo, e também não apresenta qualquer documentação que pudesse dar suporte ao direito de crédito alegado. Portanto, a declaração de compensação apresentada pela Recorrente, sem qualquer prova da origem do crédito, não pode prosperar, estando correta a decisão recorrida na manutenção da nãohomologação, em perfeita harmonia com o disposto nos artigos 170 do CTN, e 74 da Lei nº 9.430/1996, que prevêem como requisito para a compensação tributária a existência de crédito líquido e certo. Por fim, quanto à questão prejudicial levantada pela Recorrente, de nulidade do despacho decisório, penso que deve ser rejeitada. A Recorrente alega que sua fundamentação não seria adequada e não permitiria conhecer os motivos da não homologação. Porém, apesar de o despacho ser objetivo, o mesmo permite a compreensão dos motivos para a não homologação, não se verificando qualquer prejuízo à defesa da Recorrente. Assim, considerando válido o despacho decisório que gerou o presente processo, devidamente enfrentada a questão essencial para o julgamento da lide, quanto à prova do direito de crédito, e não sendo as demais alegações levantadas pela Recorrente capazes de superar a ausência de prova do direito de crédito e a afastar a decisão que manteve a nãohomologação da compensação, proponho ao Colegiado negar provimento ao Recurso Voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente. Rosaldo Trevisan Relator Fl. 87DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.729932/2015-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 08 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jul 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2013
COMPENSAÇÃO DEVIDA. DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO JUDICIAL. DIREITO AO RECEBIMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA.
Considerando a desistência da execução judicial, o contribuinte faz jus ao recebimento na via administrativa, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração.
Numero da decisão: 2201-003.712
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
EDITADO EM: 27/06/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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DESISTÊNCIA DA EXECUÇÃO JUDICIAL. DIREITO AO RECEBIMENTO NA VIA ADMINISTRATIVA. Considerando a desistência da execução judicial, o contribuinte faz jus ao recebimento na via administrativa, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. EDITADO EM: 27/06/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 99 32 /2 01 5- 04 Fl. 214DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão primeira instância que não conheceu a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Nesta oportunidade, utilizome trechos do relatório produzido em assentada anterior, eis que aborda de maneira elucidativa os fatos objeto dos presentes autos, nos termos seguintes: Contra o contribuinte acima identificado, foi lavrada a notificação de lançamento de fls. 07 a 08, relativa ao imposto sobre a renda das pessoas físicas do anocalendário 2013, que constatou a seguinte infração: compensação indevida de imposto de renda retido na fonte, no valor de R$ 29.901,45. Fonte pagadora: Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul. Consta ainda da descrição dos fatos que o estado do Rio Grande do Sul foi condenado a restituição do indébito dos valores indevidamente descontados a título de imposto de renda. Cientificado do lançamento em 08/09/2015 (fl. 57), o interessado apresentou a impugnação de fls. 02 a 04, em 06/10/2015, alegando que é aposentado, portador de moléstia grave e que em decorrência de ação judicial obteve o reconhecimento da isenção do imposto de renda desde 2009. Transitado em julgado a ação judicial, buscou o auxílio da Receita Federal para orientálo quanto à declaração do imposto de renda do ano calendário 2014 e obteve conhecimento da possibilidade de receber a restituição pela via administrativa, mediante retificação das declarações de imposto de renda de cada ano. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) não conheceu da impugnação, conforme a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2013 CONCOMITÂNCIA ENTRE OS PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. A propositura de ação judicial contra a Fazenda Nacional, com o mesmo objeto, importa em renúncia às instâncias administrativas ou desistência de eventual recurso interposto. Impugnação Não Conhecida Crédito Tributário Mantido Posteriormente, foi interposto recurso voluntário, no qual o contribuinte reiterou os argumentos aduzidos em sede de impugnação e sustentou, em síntese, que: Fl. 215DF CARF MF Processo nº 11080.729932/201504 Acórdão n.º 2201003.712 S2C2T1 Fl. 3 3 a) em abril de 2015, o recorrente buscou orientação na Receita Federal para a Declaração de imposto de renda do ano calendário 2014 exercício 2015, obtendo, nessa ocasião, a informação da possibilidade de restituição dos valores, na via administrativa, reconhecidos em sentença, desde que realizasse a retificação da declaração de imposto de renda de cada ano, nada sendo referido quanto à necessidade de requerimento de desistência de eventual ação de execução; b) o contribuinte seguiu as orientações fornecidas pela Receita, sendo surpreendido com a notificação de lançamento, recebida em 08/09/2015, informando a compensação indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte, no valor de R$ 29.901,45. O recorrente impugnou a notificação de lançamento, mas a Delegacia de Origem não conheceu da impugnação pela concomitância; c) em razão do não conhecimento da impugnação, o recorrente retornou ao órgão, sendo orientado pelo auditor fiscal a pedir desistência da ação de execução, o que o fez (documento anexo). É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Conheço do recurso, pois se encontra tempestivo e com condições de admissibilidade. Conforme narrado, o presente lançamento teve como objeto a compensação indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte pelo Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul, fls. 7 a 10. O contribuinte demandou judicialmente por meio do processo n.º 001/1.11.03274237 a fim de obter a declaração de inexigibilidade do imposto de renda cumulado com pedido de repetição de indébito, sob a alegação de ser aposentado e portador de cardiopatia grave; e também apresentou impugnação, que não foi conhecida, em razão da concomitância de instâncias administrativa e judicial. Sobreveio a prolação de sentença, consoante Informação fiscal de fls. 147, nos seguintes termos: “Diante do exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos para declarar que o autor é isento do recolhimento de Imposto de Renda, condenando o réu à restituição do indébito dos valores indevidamente descontados a este título, a partir do diagnóstico da doença (01.01.2009). A apuração dos valores se dará na forma de liquidação de sentença, sendo que para o cálculo da repetição de indébito Fl. 216DF CARF MF 4 serão aplicados os mesmos índices utilizados pelo fisco, ou seja, juros moratórios desde o trânsito em julgado da presente sentença de 1% ao mês mais correção monetária UPF/RS, até 31/12/09, esta iniciandose na data do pagamento indevido. A partir de janeiro de 2010, utilizarseá apenas a taxa SELIC. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais (reembolso) e aos honorários advocatícios do patrono do autor, que fixo em R$ 1.500,00, conforme os critérios de natureza e importância da causa, tempo nela empregado, trabalho do advogado e inexistência de dilação probatória, de acordo com as disposições do art. 20, § 4º, do CPC.” O Estado e a parte autora apelaram da sentença. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul decidiu negar seguimento às apelações interpostas, confirmando a sentença em reexame necessário (fls. 138/146). O trânsito em julgado ocorreu em 16/09/2014, de acordo com a consulta processual de fl. 137. Assim, o Auditor fiscal responsável, conforme Informação Fiscal anteriormente mencionada, reconheceu a extinção do crédito tributário, com base no art. 156, inciso X, do Código Tributário Nacional, e determinou o retorno do processo ao Grupo de Cobrança para prosseguimento. A fim de receber administrativamente o valor exigido, o recorrente, após orientação da Receita, apresentou desistência da execução, que foi homologada judicialmente, de acordo com as fls. 59 do PDF e 209 do arquivo digital. Nesse contexto, temse a extinção do crédito tributário com base em decisão judicial passada em julgado, bem como se vislumbra o direito à restituição, de acordo com o art. 165, inciso I, do mesmo diploma legal, abaixo transcrito: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido;(...). Portanto, o recorrente faz jus à restituição declarada, pois, do contrário, haveria enriquecimento ilícito da Administração, devendo a autoridade responsável pela cumprimento do presente Acórdão apresentar informação aos autos do processo n.º 001/1.11.03274237 acerca da restituição efetuada na via administrativa. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso e, no mérito, dar lhe provimento. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Fl. 217DF CARF MF Processo nº 11080.729932/201504 Acórdão n.º 2201003.712 S2C2T1 Fl. 4 5 Fl. 218DF CARF MF
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Numero do processo: 13888.901147/2014-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jun 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jul 14 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 23/04/2010
NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA.
É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA
Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.462
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DIREITO DE CRÉDITO. Recorrente FISCHER INDÚSTRIA MECÂNICA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 23/04/2010 NULIDADE. AUSÊNCIA. MOTIVAÇÃO EXISTENTE NO DESPACHO DECISÓRIO. INOCORRÊNCIA DO CERCEAMENTO DE DEFESA. É incabível a argüição de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa quando presente a motivação para o indeferimento do pedido de compensação. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA Incumbe à interessada o ônus processual de provar o direito resistido. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araújo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 11 47 /2 01 4- 36 Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13888.901147/201436 Acórdão n.º 3302004.462 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação, não homologada em razão de o DARF informado na Dcomp ter sido utilizado para quitar outros débitos da recorrente, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP, conforme despacho decisório constante nos autos. Em manifestação de inconformidade, a recorrente alegou que: 1. O despacho decisório é nulo, pois sem maiores esclarecimentos, indeferiu a compensação sem se dar ao trabalho de intimar a recorrente para esclarecer os fatos, considerando o pagamento indisponível, sem motivar o porquê da indisponibilidade, causando cerceamento de defesa por ausência de motivação; 2. O despacho deveria explicar o significado da expressão "disponibilidade do crédito", pois o que parece à recorrente é que se trata de encontro de contas entre o débito recolhido mediante DARF e o crédito declarado em DCTF; 3. No mérito, a recorrente defendeu que incluiu na base de cálculo do IPI não somente receitas de faturamento, mas também outras que não compuseram o faturamento, conforme teses abarcadas pelo STF sobre a ampliação do conceito de faturamento, tendo o pedido como base a declaração de inconstitucionalidade, em consonância com o disposto na Lei nº 9.430/1996; 4. Necessária a produção posterior de provas, uma vez que, de acordo com o artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972, não foi possível à recorrente entender a motivação do indeferimento do despacho, razão pela qual não produziu as provas na impugnação. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 14055.543. O fundamento adotado, em síntese, foi a inexistência de nulidade e a necessidade de comprovação pelo contribuinte do direito creditório pretendido. Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando as razões aduzidas na impugnação, quanto à falta de motivação do despacho decisório, da decisão da DRJ, causando cerceamento de defesa. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.452, de Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13888.901147/201436 Acórdão n.º 3302004.462 S3C3T2 Fl. 4 3 30 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 13888.900063/201485, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.452): O recurso voluntário interposto atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A recorrente alega apenas nulidades em seu recurso voluntário, nada referindo ao mérito, como fizera em manifestação de inconformidade. Concernente à nulidade do despacho, está claro que o indeferimento foi causado pela indisponibilidade do valor pleiteado pela recorrente, referente ao DARF de julho/2008 uma vez que fora utilizado no PA de julho/2008, conforme e fls. 38, não restando assim saldo disponível, restando evidente a motivação do indeferimento. Em manifestação, a recorrente alegou, no mérito, que se tratava de erro na base de cálculo do IPI, em razão de a tese do alargamento da base de cálculo ter sido declarada inconstitucional pelo STF. Inicialmente, esclareçase que a matéria de direito, superficialmente levantada pela recorrente em sua manifestação, se referia à PIS/Pasep e Cofins faturamento, pelo que se pode depreender, não se aplicando ao IPI, cujos fatos geradores estavam dispostos no artigo 341 do Decreto nº 4.544/2002 (vigente à época dos fatos) e não referiam a faturamento, mas a saídas dos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, e ao desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. Quanto à alegação de nulidade da decisão da DRJ, não há reparos a se fazer na decisão que já havia exposto a motivação do despacho, acrescentando que caberia à recorrente a produção de prova de eventual pagamento indevido ou a maior que devido. O procedimento correto a ser tomado pela recorrente seria a retificação da DCTF, gerando assim um saldo credor, ou, na fase de manifestação de inconformidade, ter apresentado as provas de seu direito, como preceitua o artigo 16 do Decreto nº 70.235/1972 e o artigo 333 da Lei nº 5.869/1973 (antigo CPC) vigente à época dos fatos. Ocorre que a recorrente não se desincumbiu de tal ônus, restando não comprovadas suas alegações. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, em razão do pagamento indevido ou a maior de Imposto sobre Produtos Industrializados IPI. 1 Art. 34. Fato gerador do imposto é (Lei nº 4.502, de 1964, art. 2º): I o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; ou II a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Fl. 55DF CARF MF Processo nº 13888.901147/201436 Acórdão n.º 3302004.462 S3C3T2 Fl. 5 4 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 56DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.900483/2011-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jun 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL.
Na determinação do saldo negativo da CSLL passível de ser restituído ou compensado é necessária a comprovação do regular pagamento/compensação das estimativas que compõem o saldo negativo da CSLL, considerando-se regular compensação a indicação do débito em Dcomp, ainda que esta venha a ser não homologada.
Numero da decisão: 1201-001.674
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, reconhecendo o saldo negativo de CSLL do ano-calendário 2002 no valor adicional de R$ 220.947,95 e, por consequência, homologar as compensações até o valor reconhecido. Vencidos os Conselheiros Eva Maria Los e José Carlos Guimarães, que negavam provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Gustavo Guimarães da Fonseca e José Carlos de Assis Guimarães.
Nome do relator: PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2003 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Na determinação do saldo negativo da CSLL passível de ser restituído ou compensado é necessária a comprovação do regular pagamento/compensação das estimativas que compõem o saldo negativo da CSLL, considerando-se regular compensação a indicação do débito em Dcomp, ainda que esta venha a ser não homologada.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Na determinação do saldo negativo da CSLL passível de ser restituído ou compensado é necessária a comprovação do regular pagamento/compensação das estimativas que compõem o saldo negativo da CSLL, considerandose regular compensação a indicação do débito em Dcomp, ainda que esta venha a ser não homologada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, reconhecendo o saldo negativo de CSLL do anocalendário 2002 no valor adicional de R$ 220.947,95 e, por consequência, homologar as compensações até o valor reconhecido. Vencidos os Conselheiros Eva Maria Los e José Carlos Guimarães, que negavam provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Gustavo Guimarães da Fonseca e José Carlos de Assis Guimarães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 04 83 /2 01 1- 09 Fl. 176DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo da PER/DCOMP com demonstrativo de crédito nº 00635.60991.051006.1.7.034920, cujo crédito é proveniente de saldo negativo de CSLL relativo ao exercício de 2004, anocalendário 2003. Tal saldo negativo é composto por estimativas pagas (R$ 175.688,28) e estimativas compensadas com saldos negativos de períodos anteriores (R$ 248.518,51). O crédito foi reconhecido parcialmente, em face do não reconhecimento das estimativas compensadas, conforme quadro abaixo: Havia Dcomps vinculadas. Uma delas foi homologada parcialmente e as demais não homologadas em face da insuficiência do crédito apurado. Na manifestação de inconformidade, a contribuinte alega que os processos relativos ao crédito (PER/Dcomps 00635.60991.051006.1.7.034920 e 19747.05469.090603.1.39090), estão sendo analisados pelos processos 11610.003064/2001 90 e 11610.003065/200134, solicitando o sobrestamento do presente até a conclusão da análise daqueles. A decisão da DRJ/SP1 considerou improcedente a manifestação de inconformidade, sob o fundamento de falta de comprovação da regular compensação das estimativas, decidindo também pelo não sobrestamento do processo. Em recurso voluntário foi alegado: a) os processos relativos às compensações das estimativas ainda estão pendentes de julgamento no CARF; b) em face do artigo 151, inciso III, do CTN, a interposição de reclamações e recursos suspendem a exigibilidade do crédito tributário; Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10880.900483/201109 Acórdão n.º 1201001.674 S1C2T1 Fl. 3 3 c) "... somente após o trânsito em julgado de decisão administrativa desfavorável é que seria cabível eventual desconsideração do valor de R$ 248.518,51 para a composição do saldo negativo relativo ao anocalendário de 2003"; d) "com o advento da Lei 10.637/2002 houve uma alteração no regime de compensação, modificando a Lei 9.430/1996, que prevê o atual regime de compensação", ocorrendo a extinção do crédito tributário pela compensação, ns termos do artigo 156, inciso II, do CTN; e) "portanto, fica evidente que não cabe ao fisco glosar créditos da Recorrente originados de saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2003 sob o argumento de que ele é formado por outras compensações que ainda estão sendo pendentes de análise do fisco, mediante Processo Administrativo"; f) "... ainda não houve o julgamento final dos demais processos administrativos em que se discute a legitimidade das outras compensações que originaram o crédito oriundo do saldo negativo de CSLL da Recorrente, razão pela qual há a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, inciso III, do Código Tributário Nacional"; g) "caso assim não se entenda, ainda sim o débito de estimativa objeto de compensação não homologada deverá ser considerada para a formação do saldo negativo, uma vez que caso o fisco entenda definitivamente pela não homologação em razão da imprestabilidade do crédito, haverá um débito confessado pelo contribuinte que possibilitará a cobrança fiscal pelos meios legais e não por meio da glosa do crédito compensado pelo contribuinte"; h) "caso não se entenda por extinguir o crédito tributário objeto do presente Processo Administrativo pelos motivos alhures articulados, é necessário que o presente processo fique sobrestado até o julgamento definitivo dos Processos 11610.003064/200190 e 11610.003065/200134, uma vez que os créditos objeto do presente Processo Administrativo decorrem da legitimidade dos créditos que estão sob discussão nos outros dois Processos Administrativos já citados". Nos pedidos, foram informados erroneamente os processos nº 10880 912.378/201112 e nº 10880917.633/201024, como os das compensações das estimativas. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Admissibilidade. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, dele devendose conhecer. Fl. 178DF CARF MF 4 Mérito. A questão versa sobre a nãoconfirmação das compensações das estimativas dos meses de janeiro a julho do anocalendário 2003, que foram glosadas para fins de apuração do saldo negativo da CSLL. Muito embora conste que a compensação dessas estimativas tenham sido tratadas nos processos nº 11610.003064/200190 e nº 11610.003065/200134, na realidade foram nos processos nº 10880.910845/200602 (Dcomp nº 19747.05469.090603.1.3.039090) e nº 16306.000072/200818 (Dcomps nº 06601.12621.120603.1.3.039729, retificada pela nº 07637.35242.190903.1.7.030156 e nº 27400.34584.190903.1.3.036410). Consultandose as Dcomps, conforme respectivos processos em que são tratadas, verificase quais foram os débitos de estimativa de CSLL ali indicados para compensação, relativamente ao anocalendário em questão: a) Dcomp nº 19747.05469.090603.1.3.039090: janeiro a abril de 2003; b) Dcomp nº 07637.35242.190903.1.7.030156: maio de 2003 e c) Dcomp nº 27400.34584.190903.1.3.036410: julho de 2003. Como argumentou a recorrente, com o advento da Lei nº 10.637/2002 houve uma alteração no regime de compensação, não mais cabendo a glosa de estimativas que compuseram o saldo negativo do período (crédito na Dcomp), sob o argumento de que ele é formado por estimativas compensadas, que ainda estão pendentes de análise, ou mesmo que tenham sido não homologadas. Dispõe o § 2° do art. 74 da Lei n. 9.430/96, com redação dada pela Lei 10.637/02, assim dispõe: Art. 74 [...] § 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Portanto, a compensação declarada à RFB é forma de extinção do crédito tributário, nos termos também do artigo 156 do CTN. A própria Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da Coordenadoria de Tributos sobre a Renda, Patrimônio e Operações Financeiras (Cosit), editou a Solução de Consulta Interna nº 18/06, que determina que, no caso de débitos de estimativa indicados em Dcomp não homologada, eles não podem ser glosados para fins de determinação do saldo negativo de IRPJ ou de CSLL: Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Dcomp e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ. Esse entendimento tem precedentes nessa casa, conforme abaixo:: Processo nº 10680.724186/200984 Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10880.900483/201109 Acórdão n.º 1201001.674 S1C2T1 Fl. 4 5 IRPJ. PERD/COMP. COMPENSAÇÕES DE ESTIMATIVAS. POSSIBILIDADE DE CÔMPUTO NO SALDO NEGATIVO. Comprovadas compensações através de PER/DCOMP’s – declaração com caráter de confissão de dívida – as estimativas compensadas devem ser utilizadas para o cômputo do saldo negativo de IRPJ. Processo nº 13896.902711/201196 COMPENSAÇÃO. GLOSA DE ESTIMATIVAS COBRADAS EM DCOMP. DESCABIMENTO. Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Dcomp, e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ. Em face do exposto, deve ser reconhecido, para fins de saldo negativo da CSLL do anocalendário 2003, o valor das estimativas de janeiro a maio e julho, desse ano calendário indicadas para compensação nas Dcomps acima indicadas. Dessa forma, somandose ao valor já reconhecido de R$ 175.688,28 o das estimativas R$ 34.025,57 (janeiro), R$ 43.605,12 (fevereiro), R$ 36.610,41 (março), R$ 32.366,85 (abril), R$ 38.100,00 (maio) e R$ 36.240,00 (julho), temse o valor de R$ 396.636,23. Uma vez o valor da CSLL devida ser de R$ 11.764,27, o saldo negativo de CSLL de 2002 é R$ 384.871,96. Assim, deve ser reconhecido um crédito adicional de R$ 220.947,95. Conclusão. Em face do exposto, voto por conhecer do recurso voluntário para, no mérito, DARLHE provimento parcial, reconhecendo o saldo negativo de CSLL do anocalendário 2002 no valor adicional de R$ 220.947,95 e, por consequência, homologar as compensações até o valor reconhecido. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 23034.024855/2001-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 08 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jul 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/06/1997 a 31/12/1998
NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA.
É nula a decisão de primeira instância que deixa de enfrentar todas as alegações trazidas na impugnação.
Numero da decisão: 2301-005.058
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos por conhecer do recurso voluntário, para acatar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância, devendo retornar à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento para nova análise de todos os pontos atacados na impugnação.
(assinado digitalmente)
Andrea Brose Adolfo - Relatora e Presidente em Exercício
EDITADO EM: 06/07/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes (suplente convocado), Alexandre Evaristo Pinto, Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Andrea Brose Adolfo.
Nome do relator: ANDREA BROSE ADOLFO
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ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/06/1997 a 31/12/1998 NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. É nula a decisão de primeira instância que deixa de enfrentar todas as alegações trazidas na impugnação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos por conhecer do recurso voluntário, para acatar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância, devendo retornar à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento para nova análise de todos os pontos atacados na impugnação. (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo - Relatora e Presidente em Exercício EDITADO EM: 06/07/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes (suplente convocado), Alexandre Evaristo Pinto, Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Andrea Brose Adolfo.
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É nula a decisão de primeira instância que deixa de enfrentar todas as alegações trazidas na impugnação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos por conhecer do recurso voluntário, para acatar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância, devendo retornar à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento para nova análise de todos os pontos atacados na impugnação. (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Relatora e Presidente em Exercício EDITADO EM: 06/07/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes (suplente convocado), Alexandre Evaristo Pinto, Fernanda Melo Leal (suplente convocada) e Andrea Brose Adolfo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 23 03 4. 02 48 55 /2 00 1- 23 Fl. 181DF CARF MF 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto contra Decisão proferida pela CoordenaçãoGeral de Arrecadação, de Cobrança e do SME do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (Informação de efls. 33/35) indeferindo a Impugnação e confirmando a legitimidade da NRD (Notificação de Reguarização de Débito) nº 837/2001, referente ao lançamento das contribuições para o SalárioEducação, período de apuração de 06/1997 a 12/1998. Transcrevo excertos da decisão exarada: 2. Na defesa encaminhada em razão daquela notificação, às fls. 17/19, a alegação apresentada é que o interessado RICARDO ALBUQUERQUE REZENDE, registrado no INSS sob a Matrícula/CEI n.° 14074.00111/89, é Pessoa Física, não se enquadrando, segundo ele, no rol dos contribuintes do Salário Educação, com base no exposto no Art. 15 da Lei n.° 9.424/96 " O SalárioEducação, previsto no art. 212, § 5o, da Constituição Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em regulamento..." , considerandose sujeito passivo da obrigação tributária. Outro ponto alegado na defesa diz respeito à aplicação da Taxa SELIC para a correção do débito, considera tal aplicação para este fim, imprestável. 3. Com relação ao primeiro ponto abordado na defesa, nos valemos da Instrução Normativa INSS/DC n.° 060, de 30 de outubro de 2001, que assim estabelece no Art. 4o "Considerase produtor rural pessoa física a pessoa, proprietária ou não, que explora a atividade agropecuária ou pesqueira, em área urbana ou rural, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma nãocontínua." E assim definido, é sem dúvida devedor da contribuição do SalárioEducação. Salientamos, ainda, da mesma Instrução Normativa, o Capítulo VI, da contribuição sobre a folha de pagamento, o Art. 19 "O produtor rural, inclusive a agroindústria..., deverá recolher... as contribuições: Inciso IV devidas a outras entidades e fundos, incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos", ainda, no Anexo II são discriminadas as contribuições devidas pelo produtor rural à Previdência Social e a outras entidades e fundos, incidentes sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a segurados (art. 25), onde está identificado o FPAS 604, com a alíquota de 2,7%, onde 2,5% referese ao percentual do SalárioEducação e 0,2% ao INCRA. Oportunamente é este o FPAS que identifica o notificado no Cadastro do SME, às fls. 05. 4. Em se tratando da atualização monetária pela Taxa SELIC, reportamonos ao Art. 34 da Lei n.° 8.212/91, com redação dada na Lei n.° 9.528/97: " As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, a que se refere o art. 13 da Lei n.° 9.065, de Fl. 182DF CARF MF Processo nº 23034.024855/200123 Acórdão n.º 2301005.058 S2C3T1 Fl. 3 3 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos em caráter irrelevável ". O que confirma que a incidência da referida taxa de juros resulta tão somente da aplicação da legislação previdenciária. 5 Em face do exposto, considerando a fundamentação legal apresentada confirmando a legitimidade da NRD. n.° 837/2001, propomos o indeferimento da defesa, acrescentando que o débito totaliza, nesta data, R$ 95.950,23 (noventa e cinco mil, novecentos e cinqüenta reais e vinte e três centavos), de acordo com o quadro às fls. 22/23. Não se conformando com a decisão exarada, o contribuinte apresentou Recurso (efls. 58/64) em que pleiteia a nulidade da decisão de primeira instância, pois ausente de fundamentação, e, no mérito, repisa as alegações da impugnação, quais sejam: a) não se enquadrar como contribuinte do SalárioEducação por se tratar de pessoa física que explora atividade rural; b) requer perícia contábil para apuração das efetivas bases de cálculo; e c) inconstitucionalidade da aplicação da Taxa Selic. Em 2007, o recurso não foi conhecido, porque desacompanhado do respectivo depósito de 30% exigível à época. Em abril de 2008, o processo foi transferido para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, que passou a ter competência sobre a matéria, por força do disposto no art. 4º da Lei nº 11.457, de 2007. Em março de 2010, o processo foi encaminhado para a Procuradoria Regional da Fazenda Nacional em Maringá/PR, que em maio de 2010 efetuou a inscrição do débito em Dívida Ativa. Em setembro de 2011, nos termos de Despacho s/n de efls. 126/127, por força da edição da Súmula Vinculante nº 21, do STF, e no Parecer PGFN/CRJ/Nº 11973/2010, foi reconhecida de ofício a nulidade da inscrição em dívida ativa n° 49.904.9144 e determinado o retorno à Receita Federal do Brasil para reexaminar os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário interposto pela interessada, afastado o óbice da falta de depósito recursal ou arrolamento de bens prévios. Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. É o relatório. Voto Fl. 183DF CARF MF 4 Conselheira Andrea Brose Adolfo. Afastada a exigência do depósito recursal de 30% por inconstitucionalidade, nos termos da Súmula Vinculante nº 21, do STF, conheço em parte do recurso interposto e passo à sua análise. Preliminar Nulidade da Decisão de Primeira Instância Alega o recorrente que a decisão de primeira instância seria nula pois ausente qualquer fundamentação. Entendo que merece acolhida a preliminar arguida pelo recorrente, uma vez que, conforme transcrição da decisão no relatório, verificase que não qualquer manifestação da primeira instância acerca da base de cálculo das contribuições sociais cobradas, matéria expressamente impugnada, conforme o seguinte trecho da impugnação e pedido (efl. 24): Pelo princípio da eventualidade, impugnase os valores lançados, tanto a título de principal, como a título de "juros", uma vez que não correspondem aos salários de contribuições dos empregados do impugnante no período indicado. Quanto ao principal, requerse a conversão do feito em diligência a fim de que seja efetuada a imdispensável PERÍCIA CONTÁBIL, através do que serão apuradas as efetivas bases de cálculos (salários de contribuição) e os respectivos vínculos de emprego, se for o caso. ... Isto posto, pedese e requer, sucessivamente: 1 A improcedência da notificação de débito, em virtude de que o impugnante não se enquadrar como sujeito passivo da obrigação tributária; 2 Pelo princípio da eventualidade, a conversão do feito em diligência, a fim de que seja procedia perícia contábil para verificação do efetivo salário de contribuição no período apontado na notificação, excluindose a TAXA SELIC na atualização da obrigação tributária, dada sua inconstitucionalidade. Portanto, a decisão a quo ao deixar de se manifestar sobre a correção da base de cálculo do lançamento em litígio, suprime uma das instâncias de análise recursal. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso interposto, para acolher a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância, devendo ser proferida nova análise de toda a matéria impugnada. É como voto. Fl. 184DF CARF MF Processo nº 23034.024855/200123 Acórdão n.º 2301005.058 S2C3T1 Fl. 4 5 (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Relatora Fl. 185DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.010532/2008-94
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
MULTA REGULAMENTAR. ATRASO NA ENTREGA DE DCTF.
Aplica-se a penalidade disposta no artigo 7° da Lei 10.426/2002, sempre que o cumprimento da obrigação acessória se perfazer fora dos prazos determinados em lei.
NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO.
A nulidade do auto de infração ocorrerá tão somente quando este não preencher os requisitos disciplinados no artigo 59 do Decreto 70.235/72. Não havendo vício em sua forma, não há que se falar em nulidade do auto de infração.
Numero da decisão: 1803-001.833
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Meigan Sack Rodrigues
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006 ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). MULTA REGULAMENTAR. ATRASO NA ENTREGA DE DCTF. Aplica-se a penalidade disposta no artigo 7° da Lei 10.426/2002, sempre que o cumprimento da obrigação acessória se perfazer fora dos prazos determinados em lei. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. A nulidade do auto de infração ocorrerá tão somente quando este não preencher os requisitos disciplinados no artigo 59 do Decreto 70.235/72. Não havendo vício em sua forma, não há que se falar em nulidade do auto de infração.
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O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). MULTA REGULAMENTAR. ATRASO NA ENTREGA DE DCTF. Aplicase a penalidade disposta no artigo 7° da Lei 10.426/2002, sempre que o cumprimento da obrigação acessória se perfazer fora dos prazos determinados em lei. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. A nulidade do auto de infração ocorrerá tão somente quando este não preencher os requisitos disciplinados no artigo 59 do Decreto 70.235/72. Não havendo vício em sua forma, não há que se falar em nulidade do auto de infração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. 1 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 05 32 /2 00 8- 94 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 (Assinado Digitalmente) Walter Adolfo Maresch Presidente. (Assinado Digitalmente) Meigan Sack Rodrigues Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Walter Adolfo Maresch, Meigan Sack Rodrigues, Marcos Antônio Pires e Victor Humberto da Silva Maizman. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento Eletrônica de exigência de "Multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais — DCTF 2006", no valor de R$ 30.724,13, referente ao mês de janeiro de 2006. Devidamente notificada do lançamento, a empresa recorrente apresentou impugnação, alegando, em síntese, que o auto de lançamento contém vicio insanável por descumprimento de requisito indispensável previsto no artigo 11 do Decreto n° 70.235/72, notadamente no que diz respeito ao inciso IV deste diploma legal eis que não contém a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado, em consequência deve ser declarada a sua nulidade. Ainda, refere que o arbitramento da multa no percentual de 20%, incidente sobre o valor já pago a titulo de encargos tributários da empresa naquele período por descumprimento de obrigação acessória, ignora os princípios da razoabilidade e proporcionalidade que regem a Administração Pública, assumindo caráter confiscatório. Aduz que a pena aplicada decorre de critério de arbitramento previsto em lei, mas eivado de inconstitucionalidade e, por isto, deve ser revisto o lançamento para afastar a sanção aplicada ou, caso assim não seja entendido, que seja, ao menos, compatível com a infração praticada, atribuindoa no patamar mínimo previsto. Cita jurisprudência do então Conselho de Contribuintes e do Superior Tribunal de Justiça, bem como doutrina. Por fim, requer a empresa recorrente que seja declarada nula a presente notificação de lançamento em face do vício formal apontado e caso superada essa questão que 2 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 a sanção aplicada seja afastada ou reduzida pela inconstitucionalidade da base de cálculo prevista em lei e por atentar contra princípios da proporcionalidade e razoabilidade, norteadores da Administração Pública. Em ato contínuo, requer que em caso de subsistência, que seja arbitrada a sanção em consonância com a relevância cometida, reduzindoa ao valor mínimo previsto de R$500,00. A autoridade julgadora de primeira instância entendeu por bem de mandar a multa aplicada. Afere o julgador que descabe o postulado da empresa de que estaria nulo o auto de infração por falta de assinatura, vez que segundo determina o artigo 11, do Decreta 70.235/72, em seu parágrafo único, prescinde de assinatura a notificação de lançamento quando emitida por processo eletrônico. Finaliza repisando que notificação, ora em apreço, preenche in totum os requisitos legais preconizados em lei. Já no que diz respeito às alegações da empresa quanto à penalidade aplicada, de que a mesma viola os princípios da razoabilidade e proporcionalidade e tem caráter confiscatório, afere a autoridade julgadora de primeiro grau que está alicerçada em diploma legal válido, eficaz, oponível erga omnes e que, em momento algum foi declarada, pelo órgão de controle repressivo de constitucionalidade, sua inadequação ou afronta à ordem constitucional pátria. Ainda, em apreciação do art. 7° da Lei 10.426/2002, penalidade aplicada na notificação em tela, o julgador a quo conclui que guarda estrita observância com as disposições legais. Assim a respeito da alegação da empresa recorrente de constituise a penalidade aplicada multa confiscatória, o julgador aduz que é dever de todo o contribuinte adimplir com suas obrigações perante o fisco, quer sejam elas de natureza principal ou acessória. Esclarece que possui a empresa recorrente duas obrigações com o fisco: uma obrigação denominada principal, que é a de verter os tributos devidos, outra denominada acessória, distinta da primeira, que decorre da legislação tributária e tem por objeto prestações positivas ou negativas nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos referidos tributos, é o que dispõe o art. 113 do CTN. Nesse caminho, frisa o julgador que o Estado tem o poderdever de estabelecer mecanismos de coação, a fim de proteger os interesses da sociedade, e o faz através da imposição de penalidades inibidoras das ações ilícitas. Preconiza que em matéria tributárias, esta se consubstancia na instituição de multas pecuniárias, visando a evitar ou reparar o dano que lhe é consequente. Assim, a sobre a alegação de inconstitucionalidade dos dispositivos legais que regem a matéria, a discussão está além das possibilidades de juízo deste órgão julgador. No âmbito do procedimento administrativo tributário cabe, tão somente, verificar se o ato praticado pelo agente do Fisco está, ou não, conforme a lei, sem emitir juízo de legalidade ou constitucionalidade das normas jurídicas que embasaram aquele ato. Atenta para o fato de que a apreciação de assuntos desse tipo achase reservada ao poder Judiciário, sendo inócuo suscitar tais alegações na esfera administrativa, pois não se pode, sob pena de responsabilidade funcional, desrespeitar textos legais legitimamente inseridos no ordenamento jurídico, em observância ao art. 142, parágrafo único, do CTN. 3 Fl. 104DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 Quanto ao pedido de redução da multa ao valor mínimo previsto no § 3° do art. 70 da Lei n° 10.426/2002, assevera o julgador a quo ser inaplicável ao presente caso, posto que os valores mínimos estabelecidos somente serão imputados às infrações cuja multa resulte em valor inferior ao mínimo o que, à evidência, não se amolda à situação verificada. Devidamente cientificada da decisão de primeira instância, a empresa recorrente apresenta suas razões em seara de recurso voluntário, de forma tempestiva, postulando a nulidade do lançamento por falta da presença do agente administrativo quando do lançamento, já que se trata de lançamento eletrônico. Ainda, insurgese a empresa recorrente contra a impossibilidade dos órgãos administrativos de julgamento examinarem matéria constitucional e no mérito repete o já referido na manifestação de inconformidade ao salientar a nulidade da multa por descumprimento de obrigação acessória, quando da inexistência de prejuízo ao erário público. A empresa prossegue aduzindo a necessária proporção entre infração e pena, já que seria proibido o Bis In Iden. E por fim pede o cancelamento da autuação. É o relatório. Voto Conselheira Meigan Sack Rodrigues. O Recurso Voluntário preenche as condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Tratase o presente processo de auto de infração para cobrança de multa decorrente da apresentação em atraso da DCTF. A empresa recorrente insurgese alegando ser a multa descabida por ferir preceitos constitucionais, tais como da razoabilidade e proporcionalidade, entre outros. Discussão de Constitucionalidade da Norma Primeiramente há que se atentar para o fato de que discussão referente à constitucionalidade de lei ou mesmo de artigo de lei não é da competência dessa esfera administrativa, posto cumprir ao Poder Judiciário analisar e determinar a constitucionalidade de norma a ser aplicada no sistema jurídico pátrio. Nesse contexto, deixo de abordar as argumentações da empresa recorrente no tocante à constitucionalidade da aplicação da multa pelo atraso na entrega da DCTF, haja vista esta estar preceituada no dispositivo legal elencado 4 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 no auto de infração: art. 7º da Lei n. 10.426/2002, com redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.051/2004. Cumpre salientar que este Egrégio Conselho encontrase adstrito à aplicação de suas Súmulas e no presente caso à aplicação da Súmula CARF n°: 02: “O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).” Discussão sobre a Nulidade do Auto de Infração Alega a empresa recorrente ser nulo o auto de infração por ser o mesmo eletrônico, ou seja, não ter sido emitido por agente da administração tal como preconizado pelas normas pátrias. Ocorre que discordo da arguição de nulidade do auto de infração arguido pela empresa recorrente, porquanto que não vislumbro o desrespeito a nenhum dos disciplinamentos dispostos no artigo 59 do Decreto 70.235/72, norma que dispõe sobre a nulidade do auto de infração, tema ora abordado. Neste contexto, cumpre referir que o auto de infração foi perfeitamente lavrado e encontrase em conformidade com os determinantes legais para a sua formalização, haja vista que a empresa foi legalmente intimada, do contrário não teria apresentado suas razões de defesa em seara de impugnação e também em recurso voluntário. Ainda, o auto de infração encontrase dirigido ao sujeito passivo de direito, legitimamente constituído para recebêlo, consta a data e o local da sua lavratura, está descrito, de forma circunstanciada. O fato imponível do tributo está devidamente cobrado, bem como perfeitamente fundamentado com a capitulação estipulada na norma, na qual se enquadra a imputação legal. Tudo de acordo com o artigo 59 do Decreto 70.232/72, conforme já fora referido. Assim, descabida a argumentação de nulidade do auto pela recorrente sob essa fundamentação, apenas por tratarse de auto de infração eletrônico, há muito já admitido dentro do ordenamento pátrio. Discussão de Mérito Já tocante ao mérito da demanda, qual seja: multa pelo atraso na entrega da DCTF, temos que a autuação está correta, haja vista que a empresa entregou a DCTF com atraso, de forma intempestiva, vinte e nove meses após o prazo regulamentar, definido pela legislação e determinado a todos os contribuintes. A norma disciplinada no artigo 7° da Lei n° 10.426/2002, é clara ao dispor: “Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, 5 Fl. 106DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I de 2%(dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20%(vinte por cento), observado o disposto no § 3; II de 2%(dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na DIRF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a 20%(vinte por cento), III de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante da Cofins, ou, na sua falta, da contribuição para o PIS/Pasep, informado no Dacon, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta Declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3º deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) IV de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). (...) Em outras palavras, o sujeito passivo que deixar de apresentar DCTF nos prazos fixados sujeitarseá às multas dispostas na legislação de regência, no caso em tela, a disciplinada no artigo supra citado. Neste caminho, não podemos olvidar de destacar que a entrega da DCTF fora do prazo não está albergada pelo instituto da denuncia espontânea, sendo essa a posição da Súmula Carf nº 49, tal como segue: “Sumula 49 A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração”. 6 Fl. 107DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 De igual modo, importa em citar a jurisprudência pacífica, em ambas as turmas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no sentido de que a denúncia espontânea não é aplicável às multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, de natureza formal e desvinculadas diretamente do fato gerador da obrigação principal: “TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. ART. 138 DO CTN. ENTREGA EM ATRASO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. 1. A denúncia espontânea não tem o condão de afastar a multa decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos do artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas. Precedentes. 2. Recurso especial não provido. (REsp 1129202/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe 29/06/2010) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL.DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. POSSIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA. SÚMULA 83/STJ. INCIDÊNCIA. 1. Aresto recorrido que se encontra em consonância com a jurisprudência assente do STJ no sentido de que não se mostra desarrazoada a aplicação de multa em razão do atraso na entrega da Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF. Precedentes. 2. Agravo regimental nãoprovido. (AgRg no Ag 985.433/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 13/02/2009) PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO CONFIGURADA. 1 A entrega das declarações de operações imobiliárias fora do prazo previsto em lei constitui infração formal, não podendo ser considerada como infração de natureza tributária, apta a atrair o instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional. Do contrário, estarseia admitindo e incentivando o nãopagamento de tributos no prazo determinado, já que ausente qualquer punição pecuniária para o contribuinte faltoso. 2 A entrega extemporânea das referidas declarações é ato puramente formal, sem qualquer vínculo com o fato gerador do 7 Fl. 108DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH Erro: Origem da referência não encontrada Fl. 111 tributo e, como obrigação acessória autônoma, não é alcançada pelo art. 138 do CTN, estando o contribuinte sujeito ao pagamento da multa moratória devida. 3 Precedentes: AgRg no REsp 669851/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22.02.2005, DJ 21.03.2005; REsp 331.849/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 09.11.2004, DJ 21.03.2005; REsp 504967/PR, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24.08.2004, DJ 08.11.2004; REsp 504967/PR, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24.08.2004, DJ 08.11.2004; EREsp n° 246.295RS, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 20.08.2001; EREsp n° 246.295RS, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 20.08.2001; RESP 250.637, Relator Ministro Milton Luiz Pereira, DJ 13/02/02. 4 – Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 884.939/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 19/02/2009)” Diante do exposto, voto do sentido de Negar Provimento ao recurso. É o voto. (assinado digitalmente) Meigan Sack Rodrigues – Conselheira 8 Fl. 109DF CARF MF Impresso em 14/10/2013 por MARISTELA DE SOUSA RODRIGUES CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2013 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/201 3 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/10/2013 por WALTER ADOLFO MARESCH
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