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Numero do processo: 13884.720004/2008-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Feb 29 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula CARF nº 1).
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXCLUSÃO DA ÁREA TRIBUTÁVEL. REQUISITOS.
Considera-se área de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural previstas no art. 3º do Código Florestal, para as quais exista ato do Poder Público declarando-as como de preservação permanente.
Numero da decisão: 2202-003.118
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer do recurso de ofício, para negar-lhe provimento, e não conhecer dos recursos voluntários.
Assinado digitalmente
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente e Relator
Composição do Colegiado: participaram da sessão de julgamento os Conselheiros MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA (Presidente), JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, PAULO MAURÍCIO PINHEIRO MONTEIRO, EDUARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARTIN DA SILVA GESTO, WILSON ANTÔNIO DE SOUZA CORRÊA (Suplente convocado) e MÁRCIO HENRIQUE SALES PARADA.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. (Súmula CARF nº 1). ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXCLUSÃO DA ÁREA TRIBUTÁVEL. REQUISITOS. Considerase área de preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural previstas no art. 3º do Código Florestal, para as quais exista ato do Poder Público declarandoas como de preservação permanente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer do recurso de ofício, para negarlhe provimento, e não conhecer dos recursos voluntários. Assinado digitalmente MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 72 00 04 /2 00 8- 17 Fl. 375DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 2 Composição do Colegiado: participaram da sessão de julgamento os Conselheiros MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA (Presidente), JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, PAULO MAURÍCIO PINHEIRO MONTEIRO, EDUARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARTIN DA SILVA GESTO, WILSON ANTÔNIO DE SOUZA CORRÊA (Suplente convocado) e MÁRCIO HENRIQUE SALES PARADA. Relatório Foi emitida contra o contribuinte ÉDIPO BOTURÃO notificação de lançamento de fls. 1 a 6, relativa ao exercício 2005, do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), em relação ao imóvel denominado Sitio Una localizado no Município de São Sebastião SP, n° de inscrição na Receita Federal 3.197.4538, sendo R$ 3.667.941,24 de imposto, R$ 2.750.955,93 de multa de ofício e R$ 1.187.312,57 de juros de mora, no valor total de R$ 7.606.209,74. O contribuinte foi intimado a apresentar comprovação das áreas de preservação permanente, bem como do Valor da terra Nua VTN declarados em sua DITR, tendo apresentado cópia de dois Atos Declaratórios Ambientais ADA, declaração do Instituto Florestal da Secretaria do meio ambiente e a informação que deixava de apresentar laudo técnico por entender estar dispensado pelo § 7° do artigo 10 da lei 9.393/96. A autoridade fiscal então efetuou o lançamento de oficio por entender que não havia ADA para o exercício de 2004, pela falta de laudo técnico para comprovação das áreas de preservação permanente, falta de certidão de órgão público para áreas de preservação permanente enquadradas no artigo 3° da lei 4.771/65 e falta de comprovação do VTN através de ludo técnico. Assim, a área de preservação permanente foi reduzida a zero e o VTN arbitrado de conformidade com o sistema SIPT, Sistema de Preços de Terras da Receita Federal. Como conseqüência dessas alterações ocorreu a redução do grau de utilização, aumento do VTN e aumento do imposto. O contribuinte apresentou sua impugnação alegando em síntese o seguinte: diferentemente do alegado pela autoridade fiscal, apresentou o ADA solicitado quando da intimação preliminar, conforme documento anexado, que volta a apresentar em relação a 2004 e 2005; a maior parte da área do imóvel foi atingida pela criação do Parque Estadual da Serra do Mar, através do decreto estadual nº 10.251/77 sendo o remanescente submetido a tombamento, conforme resolução CONDEPHAAT n° 40/1985 e a exclusão da base de cálculo do ITR foi feita em razão disso; Fl. 376DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 13884.720004/200817 Acórdão n.º 2202003.118 S2C2T2 Fl. 376 3 quanto ao laudo técnico exigido, o parágrafo 7° do artigo 10 da Lei nº 9.393/96 o dispensa, ficando a cargo da fiscalização a conformidade do lançamento à regra impositiva do tributo; desde a entrada em vigor da Lei nº 9.393/96, a terra da impugnante não teve alterações, tendo sido declarada dessa forma desde 1997, pois, como visto, incluindo parte do Parque da Serra do Mar, a área em questão está sujeita às restrições da Lei nº 4.771/65, não havendo tributo devido pela condição de área de preservação ou, ainda, reserva ambiental; cita decisões judiciais e do Conselho de Contribuintes, tentando trazer para o seu caso especifico os entendimentos ali esposados; junta decisão do Conselho de Contribuintes, que trata da mesma área em relação ao exercício de 1999, cujo resultado lhe foi totalmente favorável. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (MS) DRJ/CGE julgou procedente em parte a impugnação, por unanimidade de votos, tendo acatado a área de 1.776,2 hectares como sendo de preservação permanente e reduzido o imposto para R$ 1.478.907,94. A decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. As áreas de preservação permanente enquadradas no artigo 3° da lei 4.771/65 para serem excluídas da tributação do ITR deverão assim estar declaradas através de ato do Poder Público na data do fato gerador. VTN. Matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte considerase matéria não impugnada, de conformidade com as normas de regência. Lançamento Procedente em Parte Tendo em vista que o crédito tributário exonerado foi superior ao limite de alçada previsto na Portaria MF nº 03/2008, foi submetido à apreciação do CARF o recurso de ofício. O contribuinte foi cientificado da decisão em 22/01/2009 (fl. 216 do e processo e fl. 205 do processo físico). A empresa Alemoa Empreendimentos Imobiliários Ltda., coproprietária do imóvel, conforme cadastro à fl. 186 do eprocesso (fl. 173 do processo físico), interpôs recurso voluntário em 16/02/2009 (fls. 219 a 230 do eprocesso), no qual repisa os argumentos da impugnação. Em 26/05/2009, o Espólio de Édipo Boturão, representado pela sua inventariante, por meio de procurador constituído, requereu o redirecionamento dos processos relativos ao ITR para as empresas Alemoa S/A Imóveis e Participações (CNPJ n.° 58.128.687/000125); Alemoa Empreendimentos Imobiliários Ltda. (CNPJ n.° Fl. 377DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 4 46.773.065/000170; Aldeia Empreendimentos Imobiliários Ltda. (CNPJ n.° 46.772.58810001 00); e Núcleo Empreendimentos Imobiliários Ltda. (CNPJ n.° 46.772.570/000109), em virtude de serem estas as adquirentes do imóvel rural em referência (fls. 251 e 252 do eprocesso). Em 03/09/2009, Ana Maria Reis Boturão, Iris Reis Boturão e Sônia Maria Rutigliano Boturão, por intermédio de procurador habilitado, apresentaram uma petição (fls. 255 a 261), em que alegam, em síntese: são titulares de frações ideais de duas propriedades localizadas no Município de São Sebastião, Estado de São Paulo, no Distrito de Maresias, Bairro de Una, conforme as matriculas 40.047 e 40.049 do Cartório de Registro de Imóveis local; ocorre que também são proprietários de frações ideais dessas mesmas áreas, a Sra. Maria da Conceição Antunes Boturão e Sr. Edgar Boturão Sobrinho, viúva e filho de Ediro Boturão, respectivamente; Édipo Boturão (CPF/MF n. 072.619.69834) foi, ainda, proprietário de fração ideal de outra área, também localizada no Município de São Sebastião, Estado de São Pulo, área essa que foi objeto de autuação por falta de pagamento de ITR pretensamente devido; os aludidos fatos geradores de obrigação tributária, que foram objeto de autuações e deram origem ao processo de ARROLAMENTO DE BENS PESSOA FÍSICA, ocorreram em datas posteriores à sua morte, conforme comprova a cópia de seu Atestado de Óbito, em anexo (doc. 2); as requerentes têm com eles duas áreas de terra e estão encontrando sérias dificuldades em vendêlas, em virtude do arrolamento de bens; Édipo Boturão faleceu em 15 de julho de 1999, porém a Receita Federal resolveu autuálo como responsável pela falta de pagamento de ITR, que teve seu fato gerador ocorrido nos exercícios de 2003 e seguintes, quase quatro anos após seu óbito, o que caracteriza erro na identificação do sujeito passivo; destaquese que a viúva de Édipo Boturão, Maria da Conceição Antunes Boturdo, e seu único herdeiro, Edgar Boturão Sobrinho, alienaram a área que deu origem às autuações, conforme comprova cópia das escrituras acostadas (doc. 4); conforme se constata da leitura das escrituras em questão, tal alienação foi feita sem qualquer ressalva e os adquirentes das frações ideais das áreas, que foram um dia de Edipo Boturão e que deram origem às autuações, recorreram, em nome próprio, ao Poder Judiciário, objetivando afastar a estapafúrdia medida consistente neste arrolamento; Na mesma petição, solicitaram a concessão de tutela antecipada que afastasse, de pronto, o Arrolamento de Bens perpetrado descabidamente contra Édipo Boturão; O Egrégio Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em decisão monocrática, concedeu, de plano, a tutela pleiteada, afastando, assim, o Arrolamento dos Bens de Édipo Boturão, conforme comprova cópia da decisão (doc. 5). Ao final, requer que seja anulado o lançamento efetuado com o arquivamento definitivo do processo em causa. Anexa as cópias dos seguintes documentos: Certidão de Óbito Fl. 378DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 13884.720004/200817 Acórdão n.º 2202003.118 S2C2T2 Fl. 377 5 de Édipo Boturão; Instrumento Particular de Compromisso de Venda e Compra, com Dação em Pagamento, subordinado a condições suspensivas e outras avenças, celebrado com a empresa Gafisa S.A.; Escritura de Retificação e Ratificação de Venda e Compra, relativa ao imóvel em referência (NIRF nº 3.197.4538); e publicação da decisão judicial de antecipação de tutela (Processo nº 2009.03.00.0181937), ajuizado pela empresa Alemoa Empreendimentos Imobiliários Ltda. Em consulta aos sítios da Justiça Federal Seção Judiciária de São Paulo (www.jfsp.jus.br) e do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (www.trf3.jus.br), verificase que foi julgado procedente o pedido formulado pela autora, Alemoa Empreendimentos Imobiliários Ltda., nos autos do processo nº 000135969.2009.4.03.6104, nos seguintes termos: Diante do exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, nos termos do artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil, para declarar insubsistentes as autuações ou lançamento de ITR referentes ao imóvel da requerente, com matrícula n. 12.010 no Cartório de Registro de Imóveis de São Sebastião, fundadas unicamente na não apresentação de Ato Declaratório Ambiental, bem como vedar à ré a proceder a novas autuações sobre a referida propriedade com base na mesma exigência e impedila de arrolar bens da requerente em razão dos créditos tributários anulados nestes termos. Decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região negou seguimento à apelação da União Federal e à remessa oficial. É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Relator. RECURSO DE OFÍCIO A decisão de primeira instância exonerou um valor de crédito tributário superior ao limite de alçada previsto na Portaria MF nº 03/2008, razão pela qual o recurso de ofício deve ser conhecido. O voto vencedor concluiu que deve ser acatada a área de 1.776,2 hectares de preservação permanente, pelos seguintes fundamentos: a) Efetivamente ocorreu a entrega tempestiva do ADA ao IBAMA, conforme documento de fls. 28, porém com área superior ao que seria permitido, considerando que somente parte da área do imóvel encontrase inserida dentro do Parque da Serra do Mar conforme informado pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo, fls.32; b) a condição de que somente parte da área acima mencionada está inserida no Parque da Serra do Mar está confirmada pelo contribuinte e a área remanescente objeto de tombamento através de resolução do CONDEPHAAT 40/1985 não atende ao disposto no artigo 3° da lei 4.771/65 que prevê que a área de preservação permanente seja assim declarada por ato do poder público, e, no caso, somente a Fl. 379DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 6 área inserida no Parque estadual da serra do mar assim foi declarada através do decreto estadual 10.251/77. Além da área objeto de tombamento ainda sobra uma área que nem ao menos foi objeto de tombamento, no podendo, portanto, ser aceita como área de preservação permanente; c) a questão do laudo técnico fica superada, porquanto, o caso requer o ato do Poder Público, atendido em parte; Tendo em vista que a documentação acostada aos autos pelo Contribuinte comprova, efetivamente, a área de 1.776,2 hectares como sendo de preservação permanente, não merece reparo a decisão de primeira instância, que deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos. RECURSO VOLUNTÁRIO Constam dos autos a interposição de três recursos, os quais serão analisados separadamente. a) Espólio de Édipo Boturão: O contribuinte foi cientificado da decisão em 22/01/2009 (fl. 216 do e processo e fl. 205 do processo físico) e o recurso impetrado em 26/05/2009 (fls. 251 e 252 do eprocesso e fls. 244 e 245 do processo físico), fora do prazo legal de 30 dias. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, assim estabelece: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. [...] Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II – por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] § 2° Considerase feita a intimação: I – na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II – no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] Fl. 380DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 13884.720004/200817 Acórdão n.º 2202003.118 S2C2T2 Fl. 378 7 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos 30 (trinta) dias seguintes à ciência da decisão. Portanto, o recurso do Espólio de Édipo Boturão foi interposto após o prazo legal, carecendo do pressuposto processual da tempestividade, razão pela qual não merece ser conhecido. b) Ana Maria Reis Boturão, Iris Reis Boturão e Sônia Maria Rutigliano Boturão: Além de intempestivo, posto que foi apresentado em 03/09/2009 (fls. 254 a 261 do eprocesso e fls. 247 a 255 do processo físico), quando já ultrapassado o prazo legal do recurso voluntário, o requerimento carece do pressuposto de legitimidade, porquanto as pessoas que o subscreveram, acima nominadas, não são coproprietárias do imóvel em questão, tampouco são herdeiras do espólio. Elas alegam que estão sendo prejudicadas em virtude do arrolamento de bens efetuado em função deste lançamento sobre outros imóveis, dos quais são coproprietárias com o Espólio de Édipo Boturão. Portanto, esse recurso não deve ser conhecido, por intempestividade e pela falta de legitimidade das partes. c) Alemoa Empreendimentos Imobiliários Ltda. O recurso voluntário interposto pela empresa Alemoa Empreendimentos Imobiliários Ltda. é tempestivo, contudo verificase que ocorreu o ajuizamento de uma ação pela empresa, coproprietária do imóvel objeto desse lançamento, a qual foi julgada procedente, conforme abaixo (processo nº 000135969.2009.4.03.6104). A apelação da União e o reexame necessário tiveram negado o seu seguimento pelo TRF3ª Região. Diante do exposto, julgo PROCEDENTE o pedido, nos termos do artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil, para declarar insubsistentes as autuações ou lançamento de ITR referentes ao imóvel da requerente, com matrícula n. 12.010 no Cartório de Registro de Imóveis de São Sebastião, fundadas unicamente na não apresentação de Ato Declaratório Ambiental, bem como vedar à ré a proceder a novas autuações sobre a referida propriedade com base na mesma exigência e impedila de arrolar bens da requerente em razão dos créditos tributários anulados nestes termos. O imóvel referido na ação judicial matrícula nº 12.010 no Cartório de Registro de Imóveis de São Sebastião é o mesmo que foi objeto do lançamento aqui questionado, conforme se observa pela Escritura de Retificação e Ratificação de Venda e Compra às fls. 317 a 322 do eprocesso (fls. 312 a 317 do processo físico), cuja transcrição parcial encontrase abaixo: [...] é senhora e legitima possuidora de 2,13450% do imóvel situado no perímetro urbano da cidade, comarca do 1º Cartório de Registro de imóveis de São Sebastião, neste Estado, que no todo assim se descreve: UMA ÁREA DE TERRAS, situada no bairro de Una, distrito de Maresias, município e Comarca de São Sebastião, com as seguintes confrontações: [...]; Código no INCRA 6430330009302; área total: 2.976,5ha; lançado pela Secretaria da Receita Federal: (Nirf) 3.197.4538, valor total fixado para a totalidade do imóvel, conforme área total: 2.976,5ha fixado Documento do 1TR em R$ 2.358.527,88 para o exercício de 2008 e atribuem a parte ideal ora transacionada o valor de RS 50.342,77; B) que, ela outorgante vendedora Fl. 381DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 8 adquiriu a parte ideal de dito imóvel conforme consta das matriculas 15.555, transcrição 12.010 e da matricula n ° 14,278 do 1° Cartório de Registro de imóveis de São SeibastiãoSP; (grifos nossos). Desse modo, tendo a discussão deste processo sido submetida à apreciação do Poder Judiciário, entendo que esta instância administrativa está impedida de examinála. É o caso de se aplicar a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. O contribuinte não pode discutir a mesma matéria em processo judicial e administrativo. Em havendo coincidência de objetos nos dois processos, é de se afastar a competência dos órgãos administrativos para se pronunciarem sobre a questão. A propositura de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois da autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, ou seja, desistência de eventual recurso interposto. Ante o exposto, voto no sentido de: a) conhecer do recurso de ofício para negarlhe provimento; b) não conhecer dos recursos voluntários. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 382DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 11516.722420/2011-18
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Oct 22 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL. DESCUMPRIMENTO. LANÇAMENTO.
Numero da decisão: 2803-004.047
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos
PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator ad hoc na data da formalização.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA.
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DESCUMPRIMENTO. LANÇAMENTO. O Fisco deve, ao verificar o descumprimento da obrigação tributária principal, efetuar o lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 24 20 /2 01 1- 18 Fl. 220DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/10/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11516.722420/201118 Acórdão n.º 2803004.047 S2TE03 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA. Fl. 221DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/10/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11516.722420/201118 Acórdão n.º 2803004.047 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Conselheiro Marcelo Oliveira Relator designado ad hoc na data da formalização Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo relatório ter deixado o CARF antes de sua formalização, fui designado AD HOC para fazêlo. Esclareço que aqui reproduzo o relato deixado pelo conselheiros nos sistemas internos do CARF, com as quais não necessariamente concordo. Feito o registro. Tratase de Recurso Voluntário que busca a reforma de decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento que manteve integralmente o lançamento do crédito tributário oriundo de aplicação de sanção por descumprimento do disposto art. 32, III, §11º, da Lei n. 8.212/1991, sujeita à multa prevista no art. 92 e art. 102 desse diploma, e no art. 283, II, "b", e art. 373 do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n.3.049/1999, ao deixar de apresentar informações, documentos e esclarecimentos à fiscalização exercícios de 2005 e 2007, reconhecendo também a existência de grupo econômico. A ciência do lançamento deuse em 29.09.2009. O recurso foi tempestivo, e alegou que apresentou alguns documentos. Os autos vieram a presente 3ª Turma Especial da 2ª Seção de Julgamento do CARFMF para apreciação e julgamento do recurso voluntário. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/10/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11516.722420/201118 Acórdão n.º 2803004.047 S2TE03 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira Relator designado ad hoc na data da formalização Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo voto ter deixado o CARF antes de sua formalização, fui designado AD HOC para redigir o voto. Esclareço que aqui reproduzo as razões de decidir do então conselheiro, constantes dos arquivos do CARF, com as quais não necessariamente concordo. Feito o registro. Está correto Auto de Infração, a obrigação de apresentar os documentos requisitados pela fiscalização está estabelecida art. 32, III, da Lei n. 8.212/1991, sujeita à multa prevista no art. 92 e art. 102 desse diploma, e no art. 283, II, "b", e art. 373 do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n.3.049/1999. Obrigação essa que tem natureza instrumental (art. 113, do CTN), como forma de auxiliar o controle e arrecadação tributária, mas é autônoma do cumprimento das demais obrigações. Não houve comprovação de ter sido realizada de forma completa o que foi solicitado, como faculta o art. 16, do Dec. 70235. Quanto à suposta inconstitucionalidade de tal aplicação da sanção em face do principio de vedação ao confisco, é vedado aos Conselheiros do CARFMF afastarem a aplicação da lei ou decreto sob tal argumento, salvo nas exceções expressas dos artigos 62 e 62A, do Anexo Regimento Interno do CARFMF. Isso posto, voto por conhecer o recurso voluntário, para, no mérito, negarlhe provimento. É como voto. Foi assim que o conselheiro, em sua integralidade, votou na sessão de julgamento. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/10/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11516.722420/201118 Acórdão n.º 2803004.047 S2TE03 Fl. 6 5 Fl. 224DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/10/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/10/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 13811.002248/2005-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Feb 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. PEREMPÇÃO CARACTERIZADA.
Efetiva-se a ciência do Contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico - DTE por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, se esse for o evento que ocorrer primeiro, nos termos do inciso III, "b" do § 2º do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-002.926
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer o Recurso Voluntário, por perempção.
Fez sustentação oral: Dr. Cassio Sztokfisz - OAB 257324 - SP
RICARDO PAULO ROSA - Presidente.
[assinado digitalmente]
MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Ausente justificadamente o Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. PEREMPÇÃO CARACTERIZADA. Efetiva-se a ciência do Contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico - DTE por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, se esse for o evento que ocorrer primeiro, nos termos do inciso III, "b" do § 2º do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972. Recurso Voluntário Não Conhecido Direito Creditório Não Reconhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer o Recurso Voluntário, por perempção. Fez sustentação oral: Dr. Cassio Sztokfisz - OAB 257324 - SP RICARDO PAULO ROSA - Presidente. [assinado digitalmente] MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Ausente justificadamente o Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede.
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PEREMPÇÃO CARACTERIZADA. Efetivase a ciência do Contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico DTE por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, se esse for o evento que ocorrer primeiro, nos termos do inciso III, "b" do § 2º do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972. Recurso Voluntário Não Conhecido Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em não conhecer o Recurso Voluntário, por perempção. Fez sustentação oral: Dr. Cassio Sztokfisz OAB 257324 SP RICARDO PAULO ROSA Presidente. [assinado digitalmente] MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 22 48 /2 00 5- 25 Fl. 645DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 2 Lenisa Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Ausente justificadamente o Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede. Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado por MOSAIC FERTILIZANTES DO BRASIL LTDA, com CNPJ 61.156.501/000156, em face do Acórdão nº. 35.888, de 26/01/2012, proferido pela 9ª Turma da DRJ/SP1, que, à unanimidade de votos, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade. Tendo em vista a minudência da situação fática retratada, adoto o relatório da r. decisão de primeira instância, conforme a seguir transcrito: Trata o presente processo de “Declaração de Compensação” (fl. 1) relativa a alegado crédito da Contribuição para o PIS, referente ao 3º trimestre de 2004. Apensos os processos 13811.002252/200593 e 13811.002251/200549. Pelo Despacho Decisório de fls. 256/277 houve parcial reconhecimento de direito creditório (“mercado externo”; fl. 276), sendo homologadas as compensações vinculadas ao presente até o limite do crédito deferido. A Autoridade Fiscal responsável pelos trabalhos de auditoria levados a efeito descreve os procedimentos adotados e os exames efetuados, os quais resultaram tanto em aceitação como em rejeição de valores, esta última concretizada por via da glosa de importâncias referentes a serviços de análise de laboratório, serviços profissionais, serviços de movimentação interna, mão deobra temporária, serviços de movimentação portuária e fretes sobre aquisições de insumos (notar quadro de glosas em fl. 262, item “9.5”). Externa a Fiscalização, em síntese, entendimento no sentido: de que o serviço de laboratório, conforme Solução de Consulta 174 da SRRF/8ªRF/DISIT, de 22.05.2009, itens 15 e 17, não pode ser considerado como aplicado ou consumido diretamente na industrialização de produtos, não sendo, portanto, admitida a apuração de créditos concernentes à espécie; de que os serviços profissionais, conforme análise da documentação apresentada para comproválos, referemse a limpeza, conservação, manutenção, locação de mãodeobra e remuneração de serviços, que estão sujeitos à retenção pelo tomador do serviço e, portanto, não são passíveis de crédito, também sendo considerados pela Contribuinte gastos com funcionários, tais como bolsa estágio, C.I.E.E. e vistorias, entre outros, que pela Solução de Divergência 15/2008 não se enquadram no conceito de insumo (cita em fls. 263/264 pontos do referido ato administrativo); Fl. 646DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 13811.002248/200525 Acórdão n.º 3302002.926 S3C3T2 Fl. 646 3 de que, com relação a fretes sobre insumos, houve a constatação de créditos calculados sobre fretes relativos a aquisições tributadas a alíquota zero, portanto em desacordo com o art. 3º, § 2º, inciso II, da Lei 10.833/2003, e além disso alguns lançamentos na conta contábil 3061 se referiam a transferências de mercadorias entre estabelecimentos, remessas de/para depósitos ou de/para armazenagens; de que a movimentação portuária referese a serviços de descarga de insumos prestados pelo porto, não havendo no art. 3º da Lei 10.833/2003 previsão de crédito para a espécie, que não se caracteriza como insumo, conforme art. 8º, inciso I, alínea b, e § 4º, I, da IN SRF 404/2004; de que as importâncias relativas a movimentação interna referemse a pagamentos efetuados pela prestação de serviços de movimentação de materiais no interior da indústria, os quais, de conformidade com a Solução de Consulta 174 da SRRF/8ªRF/DISIT, de 22.05.2009, itens 15 e 17, não podem ser considerados como aplicados ou consumidos diretamente na industrialização de produtos, não sendo, portanto, admitida a apuração de créditos concernentes à espécie; de que as importâncias relativas a mãodeobra temporária referemse a pagamentos efetuados pela prestação de serviços de locação de mãodeobra, os quais, de conformidade com a Solução de Consulta 174 da SRRF/8ªRF/DISIT, de 22.05.2009, itens 15 e 17, não podem ser considerados como aplicados ou consumidos diretamente na industrialização de produtos, não sendo, portanto, admitida a apuração de créditos concernentes à espécie; Também cita as despesas que foram aceitas por encontrálos condizentes ou sem divergências. Reconhece que as devoluções de venda de mercadoria tributada originalmente pela saída mediante a alíquota de 7,6% relativamente à Cofins e 1,65% relativamente ao PIS dão azo a creditamento, mas observa que este deve ser tratado a parte, sem o concurso de rateio proporcional, dada a relação direta entre a contribuição devida em razão da venda e a possibilidade de creditamento, em mesmo montante e tipo de crédito, no caso de eventual devolução. Contra o Despacho Decisório foi apresentada Manifestação de Inconformidade (fls. 280/309) onde se alega, em síntese, no sentido: de que, embora o procedimento fiscal tenha sido efetuado dentro do prazo legal previsto no art. 74, § 5º, da Lei 9.430/96, a glosa pretendida não pode produzir efeitos posto que fulminada pela decadência do direito de lançar previsto no Código Tributário Nacional; de que a glosa de créditos promove o carregamento para o futuro de valores já utilizados na compensação de tributos devidos, com a subversão da finalidade do procedimento de homologação e indireta alteração do prazo decadencial, em evidente prejuízo da legalidade; de que o procedimento é igualmente nulo porquanto a Autoridade Fiscal procedeu a diversos ajustes no valor das receitas auferidas com reflexo na base de cálculo das contribuições devidas a cada mês e não Fl. 647DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 4 indicou a razão dos ajustes e nem a base legal respectiva (menciona, a título de exemplo, o item 8 do Relatório fiscal); de que houve a glosa de valores referentes a serviços de análise de laboratório, serviços profissionais, serviços de movimentação interna, serviços de movimentação portuária, mãodeobra temporária e fretes sobre aquisições de insumos, basicamente pelo entendimento de que não podem ser considerados como aplicados ou consumidos diretamente na fabricação de fertilizantes, não se admitindo, por essa razão, a apuração de créditos relativamente a tais despesas, mas que tal interpretação não está em estrita consonância com a lei tributária, sendo que o direito ao crédito surge da utilização de um insumo na prestação de serviços ou na produção ou fabricação de bens destinados a venda; de que, para Marco Aurélio Greco, a acepção do termo “insumo” deve estar vinculada necessariamente ao contexto da exação exigida, devendo, no caso da Cofins, estar atrelada ao aferimento de “receita”; de que a lei requer tão somente, para o deferimento do direito ao crédito, que os insumos sejam apenas utilizados na fabricação ou produção de produtos; de que a Autoridade Fiscal procedeu à glosa de créditos decorrentes de serviços laboratoriais, valendose de Solução de Consulta isolada sem caráter vinculativo; de que os serviços de análise de laboratório consistem em serviços para auditoria do Ministério da Agricultura, análise laboratorial na fabricação e serviços referentes a controle de qualidade; de que a ausência de análise laboratorial impossibilita a identificação da qualidade e especificação técnica de produto que a empresa se propõe a vender, e, deste modo, verificase que tais gastos dizem respeito a insumos utilizados no processo fabril como itens imprescindíveis para o regular funcionamento da Empresa e para a geração das receitas tributáveis; de que, quanto aos serviços profissionais, a lei não veda a utilização de créditos com relação a insumos que tenham sido tributados na fonte e, se os serviços são tributados na fonte, é porque são insumos sujeitos à contribuição e, deste modo, podem gerar créditos se forem utilizados no processo de fabricação; de que limpeza, conservação e manutenção são atividades intrinsecamente ligadas à fabricação, não exigindo a lei, para fins de outorga do direito de crédito, que os insumos sejam consumidos em contato com o produto fabricado; de que basta para a lei “que os insumos sejam utilizados e sejam devidamente consumidos no processo fabril, até porque nenhuma prova em contrário foi produzida pela autoridade fiscal” (fl. 293); de que, no que concerne aos gastos com serviços profissionais, não está a Solução de Divergência 15/2008, adotada para legitimar a glosa, em consonância com a lei; de que, se a lei quisesse que o direito de crédito estivesse vinculado unicamente ao contato do insumo com o produto fabricado, não teria feito menção às despesas, exigindo a lei, para fins de outorga de crédito, apenas e tão somente que os insumos guardem alguma relação com a fabricação de produtos e sejam utilizados no estabelecimento fabril; de que a Manifestante contrata com pessoas jurídicas a prestação de serviços de movimentação portuária consistentes na locação de equipamentos (pá carregadeira) destinadas ao transporte de matériasprimas adquiridas desde o navio até o silo; de que a movimentação de Fl. 648DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 13811.002248/200525 Acórdão n.º 3302002.926 S3C3T2 Fl. 647 5 mercadorias no âmbito de um porto constitui atividade de transporte em sentido amplo, devendo a sua remuneração ser considerada em essência com frete; de que, relativamente ao serviço de descarga portuária, há duas tomadas de crédito, decorrentes de créditos distintos, pois houve dois pagamentos da contribuição, um por parte dos prestadores de serviços sobre a receita auferida (PIS) e outro por parte da Empresa por conta da importação de bens estrangeiros (PISimportação), sendo um crédito tomado por esta tendo em vista a Contribuição no preço do produto e outro crédito tomado pela Contribuinte em face da importação, sendo que o creditamento referente ao Cofins importação decorre da permissão para o desconto de crédito em relação às importações sujeitas à contribuição na hipótese de bens utilizados como insumos, conforme Lei 10.865/2004, art. 15, II; de que os serviços de movimentação interna foram indevidamente glosados com base num critério de utilização direta na industrialização enquanto que, para a lei, basta “que os insumos sejam utilizados e esses são devidamente consumidos no processo fabril, até porque nenhuma prova em contrário foi produzida pela autoridade fiscal” (fl. 302); de que a Autoridade Fiscal não nega a vinculação desses insumos com o processo produtivo, apenas firmase no pressuposto de que tais serviços não se enquadram no conceito de insumo; de que, na falta de delimitação ou condição imposta por lei, insumo é toda utilidade que contribui em caráter essencial para o normal funcionamento de uma fábrica; de que, para a lei, o direito de crédito nasce com a utilização de um insumo no processo de produção, fabricação ou prestação de serviços; de que a lei, quando empregou a vocábulo “utilizado”, quis fazer referência ostensiva aos bens e serviços usados, empregados, aplicados, gastos, adotados, tornados úteis, proveitosos ou que tenham alguma valia ou que serviram para alguma finalidade; de que os serviços tomados a título de mão deobra temporária visam suprir a necessidade de força de trabalho no processo fabril, contribuindo diretamente no processo produtivo mediante a colocação e retirada de matérias primas nas máquinas misturadoras de fertilizantes, não havendo óbice para creditamento, sendo tais serviços contratados sob o regime da Lei 6.019/74 com pessoa jurídica contribuinte do PIS, vedando a lei, unicamente, a escrituração de créditos decorrentes de aquisição de insumos de pessoas físicas; de que a Fiscalização encontrou suposta ilegalidade do crédito sobre fretes pagos em razão de mercadorias adquiridas (importadas) sob alíquota zero, posto que não geram direito a crédito e, daí, o frete correspondente também não geraria, mas se o frete, em si, não está sujeito a alíquota zero, o raciocínio carece de congruência lógica; de que a Fiscalização encontrou suposta ilegalidade do crédito sobre fretes pagos em razão do transporte de mercadorias de/para armazenagem ou depósito, despesas que constituem insumos utilizados na fabricação do produto a ser vendido, sendo que os depósitos de guarda de mercadorias participam do processo industrial, representando uma extensão do estabelecimento industrial; e de que o empréstimo de Fl. 649DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 6 mercadorias constitui o cerne do contrato de mútuo e quando a Manifestante está na posição de mutuaria, ela adquire mercadorias com fulcro no que dispõe o art. 587 do Código Civil, sob um regime jurídico distinto do aplicável ao contrato de compra e venda e quando obtém bens destinados ao seu processo produtivo e paga pelo respectivo transporte, “a MANIFESTANTE adquire um insumo vinculado à produção da mesma natureza daquele necessário à obtenção do bem (a matériaprima) sob o regime do contrato de compra e venda, razão pela qual não pode lhe ser negado o direito ao crédito” (fl. 308). Requer a declaração de nulidade do procedimento fiscal em razão da decadência do direito da Fazenda e o restabelecimento in totum dos créditos glosados. É o relatório. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento decidiu a lide conforme demonstra a ementa da decisão proferida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2004 NULIDADE.INEXISTÊNCIA. É incabível de ser pronunciada a nulidade da decisão proferida por autoridade competente, contra a qual se manifestou o contribuinte, traçando ele toda uma linha de idéias no sentido de procurar provar o seu direito. DECADÊNCIA DO DIREITO DE EFETUAR O LANÇAMENTO. O prazo decadencial do direito de Lançar tributo não rege o instituto da compensação e não é apto a obstaculizar o direito de averiguar a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo e a obstruir a glosa de créditos indevidos tomados pelo contribuinte. SERVIÇOS NÃO APLICADOS OU CONSUMIDOS DIRETAMENTE NA PRODUÇÃO.CREDITAMENTO.IMPOSSIBILIDADE. Serviços, em que pese poderem ser convenientes ou necessários para o desempenho da atividade do contribuinte, não podem ser considerados como aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de produto quando realizados anterior, posterior ou paralelamente à fabricação de produtos em si mesma, não dando azo a creditamento. DESPESAS COM TRANSPORTE ENTRE DISTINTAS UNIDADES DO SUJEITO PASSIVO OU DENTRO DA MESMA UNIDADE PRODUTIVA.CREDITAMENTO.IMPOSSIBILIDADE. Impossível a constituição de créditos sobre fretes pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País relativos a transporte entre distintas unidades do sujeito passivo e sobre despesas com transporte/movimentação de matériasprimas, Fl. 650DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 13811.002248/200525 Acórdão n.º 3302002.926 S3C3T2 Fl. 648 7 produtos em elaboração ou elaborados dentro da mesma unidade produtiva do sujeito passivo FRETE NA AQUISIÇÃO. POSSIBILIDADE DE CRÉDITO. VINCULAÇÃO AO CRÉDITO DO BEM ADQUIRIDO O crédito sobre o valor do frete na aquisição é permitido apenas quando o bem adquirido for passível de creditamento e na mesma proporção em que esse se der, já que o frete compõe o custo de aquisição. Cientificada da decisão de primeira instância em 18/04/2013, conforme Termo de Abertura de Documento de fl.375, através da Caixa Postal, Modulo eCAC do site da Receita Federal, nos termos do inciso III, "b" do §2º do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972 e alterações, a interessada apresentou Recurso Voluntário de fls. 379/426 em 24/05/2013, fl.379, no qual reitera os mesmos argumentos já colacionados na Manifestação de Inconformidade, aduzindo ainda a arguição de nulidade quanto aos procedimentos adotados pelas Autoridades Fiscais em razão da superficialidade da análise das informações necessárias para o reconhecimento do direito creditório, ferindo assim o princípio da verdade material . Nesse sentido sustenta que a fiscalização deve guardar estrita obediência aos princípios que regem a Administração Pública, dentre os quais o da motivação e o da legalidade, assim jamais poderia o Agente Fiscal ter emitido Despacho Decisório e a DRJ validado sem fazer uma detida e profunda análise do direito creditório da Recorrente, ignorando e glosando os vultosos créditos dessa contribuição. Às fls. 523/537 a Recorrente apresenta petição onde reitera os argumentos já trazidos em sede recursal, anexando os documentos de fls. 538/643, entre os quais o Parecer de fls.564/643. Cita respeitável doutrina e também jurisprudência. É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: PRELIMINARMENTE Dos requisitos de admissibilidade O contribuinte teve ciência do Acórdão de Manifestação de Inconformidade em 18/04/2013 (quintafeira), conforme Termo de Abertura de Documento, fl.375, através da Caixa Postal, Modulo eCAC do site da Receita Federal, nos termos do inciso III, "b" do § 2º Fl. 651DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 8 do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972, iniciandose a contagem do prazo para apresentação de recurso no dia útil subseqüente, conforme 1art. 5º, do Decreto nº. 70.235/72. Cumpre destacar as disposições previstas no art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972, quanto às formas de intimação e a efetivação destas para fins de contagem dos prazos processuais: Art. 23. Farseá a intimação: I–pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) II–por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) III–por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Redação do inc. III dada pelo art. 113 da Lei n.º 11.196/2005) § 2.º. Considerase feita a intimação: I–na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II–no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) III se por meio eletrônico:(Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo;(Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013)(grifei). Observese que no caso em exame, quando de opção do Contribuinte pelo Domicílio Tributário Eletrônico DTE (ciência pelo eCAC), constam no processo as informações acerca da “data de abertura do documento”, fl. 375 bem como da “ciência por 1 Art. 5.º. Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia de início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que ocorra o processo ou deva ser praticado o ato. Fl. 652DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 13811.002248/200525 Acórdão n.º 3302002.926 S3C3T2 Fl. 649 9 decurso de prazo”, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no eCAC, fl.376, no entanto, a data de ciência a ser considerada é a do evento que ocorrer primeiro (ou o dia da abertura do documento ou o dia da ciência por decurso de prazo), conforme disciplina o inciso III, alínea "b" do § 2º do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972, acima transcrito. No presente caso , estando demonstrado que o contribuinte tomou ciência do Acórdão de Manifestação de Inconformidade no dia 18/04/2013 (quintafeira), às 14:16h, pela abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC) através da opção Consulta Comunicados/Intimações, fl.375, situação prevista no art. 23, § 2º, III, "b" do Decreto nº 70.235, de 1972, temse assim iniciada a contagem no dia 19/04/2013 (sextafeira) e finda em 20/05/2013 (segundafeira) inclusive, o Recurso Voluntário de fls. 379/426, apresentado tão somente em 24/05/2013, fl.379, conforme comprova o carimbo da DERAT/SP/CAC/LUZ, é extemporâneo ao prazo legal estabelecido no art. 56 do Decreto nº 70.235, de 1972, que assim prevê: Art. 56. Cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de decisão de primeira instância, dentro de 30 (trinta) dias, contados da ciência. Cabe ressaltar que o exame do recurso voluntário compete ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, quando interposto contra decisão das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento, inclusive quanto à tempestividade do recurso. Nesse mister, por força das disposições do 2art. 35 do já citado Decreto nº 70.235, de 1972, o recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção. Assim, ante as considerações acima, por se tratar de pleito intempestivo, não há como se vislumbrar a abertura da via recursal à interessada. Ante o exposto, com base nos fundamentos acima expostos, voto por não conhecer do Recurso Voluntário, por ser intempestivo, não comportando apreciação por essa instância recursal, exceto quanto à admissibilidade. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar 2 Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção. Fl. 653DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 10 Fl. 654DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR
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Numero do processo: 17460.000250/2007-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Mar 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/06/1999 a 31/05/2006
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRAZO DECADENCIAL.
O crédito tributário decorrente de penalidade por descumprimento de obrigação acessória é constituído por meio de lançamento de ofício, ao qual se aplica a regra de decadência prevista no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, que tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao do cometimento da infração.
INFRAÇÃO. GFIP COM OMISSÃO DE FATOS GERADORES. ATENUAÇÃO DA MULTA.
Constatada a correção da falta, pela empresa infratora, dentro do prazo de impugnação, aplica-se a norma vigente em 11/08/2006, data da apresentação da impugnação, que autorizava a redução da multa em cinquenta por cento.
PROCESSO ADMINISTRATIVO DE EXIGÊNCIA DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONEXÃO COM O PROCESSO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DECORRENTE DA FALTA DE INFORMAÇÃO EM GFIP.
A exigência da contribuição previdenciária sobre os fatos geradores omitidos em GFIP é questão prejudicial ao julgamento da exigência da multa por descumprimento da obrigação acessória, incidindo o efeito da conexão mediante reunião dos processos para julgamento.
CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA SOBRE VALORES PAGOS A COOPERADOS QUE PRESTAM SERVIÇOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVA DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE.
O Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da contribuição do art. 22, IV, da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.876/99, no Recurso Extraordinário nº 595.838, transitado em julgado em 09/03/2015, com repercussão geral reconhecida, nos termos do art. 543-B do CPC, com efeito vinculante no âmbito do CARF, por força do art. 62, § 2º, do Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015.
CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA. PERÍODO POSTERIOR À LEI 10.256/2001. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE POR SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONTRIBUIÇÃO DA AGROINDÚSTRIA.
O Supremo Tribunal Federal declarou, em sede de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral Reconhecida, a inconstitucionalidade da contribuição do empregador rural pessoa física prevista no art. 25, I e II, da lei 8212/91, nas redações dadas pelas leis n° 8.540/92 e 9.528/97, cuja decisão não abarca as contribuições da mesma natureza, exigidas após a Lei 10.256/2001, nem o instituto da sub-rogação da obrigação de o adquirente arrecadar e recolher tais contribuições, previsto nos incisos III e IV do art. 30 da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.528/97.
O CARF não está autorizado a suspender o julgamento da contribuição a cargo da Agroindústria enquanto pendente decisão de mérito sobre a matéria, em sede de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral Reconhecida.
Recurso de Ofício Negado
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-004.470
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado: (a) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício; (b) quanto ao recurso voluntário, (b.1) quanto às multas, submetida a questão ao rito do art. 60 do Regimento Interno do CARF, foram apreciadas as seguintes teses: a) aplicação da regra do artigo 35 da Lei 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei 11.941, de 2009; b) aplicação das regras estabelecidas pela Portaria Conjunta PGFN/RFB 14, de 2009; c) aplicação da regra do artigo 35 da Lei 8.212, de 1991 vigente à época dos fatos geradores, limitada ao percentual de 75% previsto no artigo 44, inciso I da Lei 9.430, de 1996; em primeira votação, se manifestaram pela tese "a" os Conselheiros Alice Grecchi, Ivacir Julio de Souza e Marcelo Malagoli da Silva; pela tese "b" Luciana de Souza Espíndola Reis e João Bellini Júnior e pela tese "c" Julio Cesar Vieira Gomes e Amílcar Barca Texeira Júnior; excluída a tese "c" por força do disposto no art. 60, parágrafo único, do Regimento Interno do CARF, em segunda votação, por maioria de votos, restou vencedora a tese "b", vencidos os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Alice Grecchi e Marcelo Malagoli da Silva; com isto, as multas restaram mantidas, como consta no lançamento; (b.2) quanto às demais questões, por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora; em relação a tais questões (item b.2), votaram pelas conclusões os Conselheiros Alice Grecchi e Marcelo Malagoli da Silva.
João Bellini Júnior- Presidente.
Luciana de Souza Espíndola Reis - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior, Julio Cesar Vieira Gomes, Alice Grecchi, Ivacir Julio de Souza, Luciana de Souza Espíndola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior e Marcelo Malagoli da Silva. Ausente justificadamente a Conselheira Nathália Correia Pompeu.
Nome do relator: LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS
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PRAZO DECADENCIAL. O crédito tributário decorrente de penalidade por descumprimento de obrigação acessória é constituído por meio de lançamento de ofício, ao qual se aplica a regra de decadência prevista no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, que tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao do cometimento da infração. INFRAÇÃO. GFIP COM OMISSÃO DE FATOS GERADORES. ATENUAÇÃO DA MULTA. Constatada a correção da falta, pela empresa infratora, dentro do prazo de impugnação, aplicase a norma vigente em 11/08/2006, data da apresentação da impugnação, que autorizava a redução da multa em cinquenta por cento. PROCESSO ADMINISTRATIVO DE EXIGÊNCIA DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONEXÃO COM O PROCESSO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DECORRENTE DA FALTA DE INFORMAÇÃO EM GFIP. A exigência da contribuição previdenciária sobre os fatos geradores omitidos em GFIP é questão prejudicial ao julgamento da exigência da multa por descumprimento da obrigação acessória, incidindo o efeito da conexão mediante reunião dos processos para julgamento. CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA SOBRE VALORES PAGOS A COOPERADOS QUE PRESTAM SERVIÇOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVA DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE. O Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade da contribuição do art. 22, IV, da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.876/99, no Recurso Extraordinário nº 595.838, transitado em julgado em 09/03/2015, com repercussão geral reconhecida, nos termos do art. 543B do CPC, com efeito vinculante no âmbito do CARF, por força do art. 62, § 2º, do AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 46 0. 00 02 50 /2 00 7- 18 Fl. 1814DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 2 Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA. PERÍODO POSTERIOR À LEI 10.256/2001. RESPONSABILIDADE DO ADQUIRENTE POR SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONTRIBUIÇÃO DA AGROINDÚSTRIA. O Supremo Tribunal Federal declarou, em sede de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral Reconhecida, a inconstitucionalidade da contribuição do empregador rural pessoa física prevista no art. 25, I e II, da lei 8212/91, nas redações dadas pelas leis n° 8.540/92 e 9.528/97, cuja decisão não abarca as contribuições da mesma natureza, exigidas após a Lei 10.256/2001, nem o instituto da subrogação da obrigação de o adquirente arrecadar e recolher tais contribuições, previsto nos incisos III e IV do art. 30 da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.528/97. O CARF não está autorizado a suspender o julgamento da contribuição a cargo da Agroindústria enquanto pendente decisão de mérito sobre a matéria, em sede de Recurso Extraordinário com Repercussão Geral Reconhecida. Recurso de Ofício Negado Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1815DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.815 3 Acordam os membros do Colegiado: (a) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício; (b) quanto ao recurso voluntário, (b.1) quanto às multas, submetida a questão ao rito do art. 60 do Regimento Interno do CARF, foram apreciadas as seguintes teses: a) aplicação da regra do artigo 35 da Lei 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei 11.941, de 2009; b) aplicação das regras estabelecidas pela Portaria Conjunta PGFN/RFB 14, de 2009; c) aplicação da regra do artigo 35 da Lei 8.212, de 1991 vigente à época dos fatos geradores, limitada ao percentual de 75% previsto no artigo 44, inciso I da Lei 9.430, de 1996; em primeira votação, se manifestaram pela tese "a" os Conselheiros Alice Grecchi, Ivacir Julio de Souza e Marcelo Malagoli da Silva; pela tese "b" Luciana de Souza Espíndola Reis e João Bellini Júnior e pela tese "c" Julio Cesar Vieira Gomes e Amílcar Barca Texeira Júnior; excluída a tese "c" por força do disposto no art. 60, parágrafo único, do Regimento Interno do CARF, em segunda votação, por maioria de votos, restou vencedora a tese "b", vencidos os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Alice Grecchi e Marcelo Malagoli da Silva; com isto, as multas restaram mantidas, como consta no lançamento; (b.2) quanto às demais questões, por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora; em relação a tais questões (item b.2), votaram pelas conclusões os Conselheiros Alice Grecchi e Marcelo Malagoli da Silva. João Bellini Júnior Presidente. Luciana de Souza Espíndola Reis Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior, Julio Cesar Vieira Gomes, Alice Grecchi, Ivacir Julio de Souza, Luciana de Souza Espíndola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior e Marcelo Malagoli da Silva. Ausente justificadamente a Conselheira Nathália Correia Pompeu. Fl. 1816DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 4 Relatório Tratase de Recurso Voluntário e de Recurso de Ofício interpostos em face do Acórdão n.º 1433.506 da 7ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) Ribeirão Preto (SP), fl. 16121624, com ciência da autuada em 16/03/2012, fl. 1637, que julgou procedente em parte a impugnação apresentada contra o Auto de Infração de Obrigação Acessória (AIOA) lavrado sob o Debcad no 35.534.0267, do qual o sujeito passivo foi cientificado em 27/07/2006, fl. 132. De acordo com o relatório fiscal de fl. 3440, o AIOA referese à exigência de penalidade por infração ao artigo 32, inciso IV, parágrafo 5º, da Lei n.° 8.212, de 24/07/1991, na redação da Lei n.° 9.528, de 10/12/1997, pelo fato de a empresa ter apresentado Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) com omissão de fatos geradores, no período de 06/1999 a 05/2006, conforme descrição contida no relatório fiscal, abaixo transcrita: a) não informou os valores da Comercialização Rural, referente aos produtos rurais, gado bovino e suíno para abate e lenha adquiridos de produtores rurais pessoas físicas pelos Estabelecimentos CNPJ: 52.645.009/000153, 52.645.009/0004 04, 52.645.009/000820.52.645.009/000900 e 52.645.009/0012 06 e o respectivo valor devido à previdência, no período 08/2002 a 05/2006, conforme anexos I a VI; b) não informou os valores pagos "em dinheiro" a título de Cesta Básica, em desacordo portanto com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, aos empregados dos Estabelecimento CNPJ: 52.645.009/000820, 52.645.009/001125 e 52.645.009/001206 e o respectivo valor devido à previdência, no período de 06/2003 a 12/2003, conforme anexo VII; c) não informou os valores pagos "mensalmente' a título de Participação nos Lucros e Resultado, em desacordo com a Lei 10.101/2000, aos empregados dos Estabelecimento CNPJ: 52.645.009/000153 52.645.009/000820, 52.645.009/000900, 52.645.009/0011 25 e 52.645.009/001206 e o respectivo valor devido à previdência, no período de 07/2004 a 02/2006, conforme anexo VllI; d) não informou os valores pagos e os respectivos valores devidos à previdência, referentes a serviços prestados por Cooperativa de Serviços Médicos, disponibilizado aos empregados dos Estabelecimentos CNPJ. 52.645.009/000900 e 52.645.009/001206 no período de 06/1999 a 04/2006, conforme anexos IX: e) não informou os valores da receita bruta proveniente da comercialização da produção e os respectivos valores devidos à previdência, referentes ao período 11/2001 a 01/2005 onde a empresa se enquadrou como Agroindústria nos termos da Lei 10.256/2001, pois industrializava produção própria ao transferir Fl. 1817DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.816 5 gado da filial fazenda para o abate no estabelecimento frigorífico, conforme anexo X. f) não informou os valores pagos a Contribuintes Individuais, referentes a serviços prestados nos estabelecimentos CNPJ. 52.645.009/000820, 52.645.009/000908 52.645.009/001206 e o respectivo valor devido à previdência, no período de 02/2001 a 03/2003, conforme anexos XI e X. Em 11/08/2006, a autuada apresentou impugnação, postulando a relevação da multa, fls. 134135. Após diligência fiscal, foi emitido o acórdão nº 1417.275, da 7a Turma da DRJ Ribeirão Preto, fl. 15311547, que foi posteriormente anulado pelo Acórdão CARF nº 240100.542, fl. 15491, no qual ficou constatado cerceamento de defesa em razão da falta da ciência, ao sujeito passivo, do resultado da diligência. O processo foi saneado e a autuada apresentou petição às fls. 15871598, solicitando o reconhecimento da decadência qüinqüenal, o julgamento conjunto com os processos de obrigação principal em razão de conexão e a aplicação do art. 32A da Lei 8.212/91. Foi então proferido o acórdão ora recorrido, que julgou a impugnação parcialmente procedente, reconhecendo a decadência do período de 06/1999 a 11/2000, com base no art. 173, I, do CTN, e atenuando em 50% o valor da multa do período não decadente, considerando a existência de circunstancias agravantes impeditivas à relevação. Em razão do valor exonerado a decisão foi submetida a reexame necessário por parte deste Conselho. Inconformada, em 10/04/2012, a autuada interpôs recurso voluntário, fl. 16391653, no qual solicita o reconhecimento da decadência com base no art. 150, § 4o, do CTN, o julgamento conjunto com os processos de obrigação principal em razão de conexão e a aplicação do art. 32A da Lei 8.212/91. O julgamento do recurso foi convertido em diligência, nos termos da Resolução CARF nº 2402000.499, sessão de 10 de março de 2015, com voto dessa relatora, fls. 16691672, ocasião em que se solicitou, à autoridade lançadora, a identificação de todos os processos de obrigação principal relacionados aos fatos geradores omitidos em GFIP, considerando a conexão com este processo. Em resposta, fls. 1676, a autoridade fiscal identificou os processos de obrigação principal (AIOP) conexos com este processo de obrigação acessória (AIOA). A respeito do resultado da diligência, a recorrente manifestouse às fls. 1682 1683, no sentido de que as multas aqui aplicadas, somadas às já incidentes sobre os créditos tributários decorrentes do não recolhimento das contribuições sociais, constituídos nos AIOPs, superam os padrões constitucionais da razoabilidade, da proporcionalidade e do não confisco e não atendem aos critérios da multa mais benéfica de que trata o art. 106 do CTN, solicitando que sejam discriminados os percentuais e os valores das multas aplicados naqueles processos de AIOP. 1 Acórdão nº 240100.542, da 4a Câmara/1a Turma Ordinária/ 2a Seção de Julgamento, sessão de 19 de agosto de 2009, Relatora Cons. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 1818DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 6 Informa que a contribuição incidente sobre a contratação de cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho foi declarada inconstitucional pelo STF, no RE 595.838/SP, com repercussão geral reconhecida, e, por fim, alega que a exigência da contribuição da agroindústria sobre a receita bruta encontrase sobrestada em razão do RE nº 611.601/RS, com repercussão geral reconhecida. É o relatório. Fl. 1819DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.817 7 Voto Conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis, Relatora. Admissibilidade do Recurso de Ofício A multa aplicada originalmente, sem acréscimos legais, foi de R$ 2.253.088,07 e a multa mantida pelo órgão julgador de primeira instância, também sem acréscimos legais, importa em R$ 1.120.982,45. Portanto, o crédito tributário exonerado supera o valor de um milhão de reais, pressuposto do recurso de ofício, cabendo a este Conselho o reexame da decisão, nos termos da Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008. Passo então a apreciar as matérias veiculadas no recurso de ofício: decadência e atenuação da multa. Decadência O acórdão recorrido reconheceu a decadência do período de 06/1999 a 11/2000, com base no art. 173, I, do CTN. O regime de decadência das contribuições previdenciárias e às devidas aos terceiros é o Código Tributário Nacional (CTN), uma vez que o artigo 45 da Lei n° 8.212/91 foi afastado por inconstitucionalidade reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) 2. Na sistemática do CTN, inexistindo antecipação de pagamento pelo sujeito passivo, ainda que parcial, considerase o termo inicial para contagem do prazo decadencial o disposto no inciso I do art. 173: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; (...) A segunda regra, prevista no § 4º do art. 150 do CTN, abaixo transcrito, é aplicável quando há pagamento, ainda que parcial, exceto quando constatada fraude, dolo e simulação, caso em que deve ser adotada a regra anterior. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 2 Súmula Vinculante nº 8 do STF: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5o do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Fl. 1820DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 8 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Em síntese, para se determinar o dies a quo do prazo decadencial, é necessário verificar se houve ou não pagamento antecipado. Caso a resposta seja afirmativa, o prazo será de cinco anos a contar do fato gerador, caso contrário, será de cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. Este é o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, que, por força do artigo 62, § 2º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 09/06/20153, deve ser reproduzido nas turmas deste Conselho. No caso em exame, aplicase a regra do art. 173, inciso I, do CTN, pois se trata de exigência de penalidade por descumprimento de obrigação acessória, cujo crédito tributário é constituído por lançamento de ofício, espécie de lançamento incompatível com a antecipação de pagamento pelo sujeito passivo. O lançamento foi aperfeiçoado em 27/07/2006, fl. 132, data da ciência do sujeito passivo, de modo que as infrações cometidas antes do ano de 2001 estão atingidas pela decadência. Convém ressaltar que a infração se materializa na data do vencimento da entrega da GFIP, sendo que as GFIPs vencidas no ano de 2001 em diante não estão abarcadas pela decadência, incluindo a GFIP da competência 12/2000, cujo vencimento deuse em 07/01/2001. Portanto, com base no art. 156, V, do Código Tributário Nacional (CTN), reconheço a extinção do crédito tributário relativo às competências 06/1999 a 11/2000, com base na decadência, ratificando a decisão recorrida neste ponto. Atenuação da Multa Dentro do prazo de impugnação, a autuada pediu a relevação da multa, juntando GFIPs retificadoras. O art. 291 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto 3.048/99, antes de ser revogado pelo Decreto nº 6.727, de 12 de janeiro de 2009, previa a possibilidade de a autoridade administrativa relevar a multa aplicada por descumprimento de obrigação acessória no caso de haver pedido do autuado dentro do prazo de defesa, de o infrator ser primário, ter corrigido a falta e não ter incorrido em nenhuma circunstância agravante: 3 art. 62 ... § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 1821DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.818 9 Art. 291. Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até a decisão da autoridade julgadora competente. §1° A multa será relevada, mediante pedido dentro do prazo de defesa, ainda que não contestada a infração, se o infrator for primário, tiver corrigido a falta e não tiver ocorrido nenhuma circunstância agravante. §2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica à multa prevista no art. 286 e nos casos em que a multa decorrer de falta ou insuficiência de recolhimento tempestivo de contribuições ou outras importâncias devidas nos termos deste Regulamento. §3° A autoridade que atenuar ou relevar multa recorrerá de ofício para a autoridade hierarquicamente superior, de acordo com o disposto no art. 366. Foi constatado, em diligência fiscal, fls. 1259 e ss, que a falta foi corrigida dentro do prazo de impugnação. Todavia, pelo fato de a autuada ser reincidente em infrações à legislação previdenciária, especificadas no item III do relatório fiscal (fls. 36), a multa deixou de ser relevada pelo órgão julgador de primeira instância, o qual, todavia, reduziu a multa em cinquenta por cento, com base no art. 292, V, do RPS/99, vigente à época: Art. 292. As multas serão aplicadas da seguinte forma: ... V na ocorrência da circunstância atenuante no art. 291, a multa será atenuada em cinqüenta por cento. (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009) ... A reincidência, embora impedisse a relevação da multa, não afastava a aplicação do instituto da atenuação da multa, de modo que ratifico o acórdão recorrido na parte que reduziu em cinquenta por cento o valor da multa aplicada. Recurso Voluntário Conheço do recurso por estarem presentes os requisitos para sua admissibilidade. Passo a analisar os pontos controvertidos. Conexão com o Processo de Obrigação Principal Os processos abaixo listados referemse às obrigações principais de recolher as contribuições incidentes sobre os fatos geradores não declarados em GFIP, que são objeto do presente processo: Fl. 1822DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 10 Fato Gerador Nº Processo Obrigação Principal (AIOP)/Período Comercialização da Produção Rural Adquirida de Pessoa Física 16000.000342/200744 (04/2000 a 05/2006) 16000.000344/200733 (06/1997 a 10/2001) Comercialização da Produção Rural Agroindústria 16000.000345/200788 (11/2001 a 01/2005) Cesta Básica, Participação nos Lucros e Resultados, Cooperativa de Serviços Médicos, Contribuintes Individuais 16000.000346/200722 As relações jurídicas dos processos de obrigação principal e de obrigação acessória são distintas, porém vinculadas, pois a solução quanto à incidência ou não das contribuições devidas à Seguridade Social refletirá na obrigação de a empresa declarar em GFIP essas contribuições. Nesses casos é prudente que se evite decisões contraditórias mediante análise quanto à pertinência da adoção dos julgamentos já realizados. Eis o resumo da situação dos processos de exigência das contribuições não declaradas em GFIP (AIOP), contemplando a decisão exarada por este Conselho até a presente data (09/11/2015): Nº Processo Obrigação Principal (AIOP)/Período Situação do AIOP Ac. 16000.000342/200744 (04/2000 a 05/2006) Recurso Voluntário provido em parte para excluir período decadente (até 11/2000), com base no art. 173, I, do CTN. Recurso Especial do contribuinte pedindo reconhecimento da inconstitucionalidade da contribuição rural, com base em decisão do STF, foi admitido e está pendente de decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF). Ac. RV 20601.154, Sessão de 07/08/2008, 6ª Camara 2º CC. Ac. Embargos: 230101.639 3a Cam/1a To, sessão de 19/08/2010, rel. Cons. Bernadete de Oliveira Barros 16000.000344/200733 (06/1997 a 10/2001) Transitado em julgado administrativo o acórdão que considerou o Recurso Voluntário provido em parte para excluir período decadente (até 10/98), com base no art. 173, II, do CTN. Recurso Especial do Contribuinte, junto à CSRF, não admitido. Ac. RV 20601.140, 6ª Câmara 2º CC; Ac. Embargos: 240101.736, 4a Camara, 1a TO, sessão de 17/03/2011, rel. Cons. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira 16000.000345/200788 (11/2001 a 01/2005) Recurso voluntário negado. Com Recurso Especial do contribuinte junto à CSRF pendente de análise de admissibilidade. Ac RV 20601.153, 6ª Câmara 2º CC, sessão de 07/08/2008 16000.000346/200722 Sem contencioso administrativo. Parcelado pelo contribuinte em 01/03/2010 Notese que, em sede de recurso ao CARF, a recorrente obteve decisão favorável quanto ao reconhecimento da decadência de parte das contribuições lançadas, ora com base no art. 173, I, do CTN, ora com base no art. 173, II, do CTN, tendo sido rejeitadas todas as demais teses de defesa. A decadência em relação à obrigação tratada no presente processo foi aqui reconhecida, com base no art. 173, I, do CTN, conforme já fundamentado neste voto. Superada essa questão, passo à apreciação das demais matérias do recurso. Contribuição da Empresa sobre Serviços Prestados por Cooperados por Intermédio de Cooperativa de Trabalho. Inconstitucionalidade Reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal Dentre os dados tributários que deixaram de ser informados em GFIP, estão aqueles referentes a serviços prestados por intermédio de cooperativa de trabalho, no caso, Cooperativa de Serviços Médicos, disponibilizado aos empregados dos Estabelecimentos CNPJ. 52.645.009/000900 e 52.645.009/001206 no período de 06/1999 a 04/2006. Antes da competência março/2000 não havia previsão legal para se exigir essa contribuição. A partir da competência março/2000, coube à empresa oferecer esses valores à tributação por força do art. 22, IV, da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.876/99, o qual, Fl. 1823DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.819 11 todavia, foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no Recurso Extraordinário nº 595.838, transitado em julgado em 09/03/2015, com repercussão geral reconhecida, nos termos do art. 543B do CPC. Segue ementa do acórdão: RE 595.838 RECURSO EXTRAORDINÁRIO EMENTA: Recurso extraordinário. Tributário. Contribuição Previdenciária. Artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. Sujeição passiva. Empresas tomadoras de serviços. Prestação de serviços de cooperados por meio de cooperativas de Trabalho. Base de cálculo. Valor Bruto da nota fiscal ou fatura. Tributação do faturamento. Bis in idem. Nova fonte de custeio. Artigo 195, § 4º, CF. 1. O fato gerador que origina a obrigação de recolher a contribuição previdenciária, na forma do art. 22, inciso IV da Lei nº 8.212/91, na redação da Lei 9.876/99, não se origina nas remunerações pagas ou creditadas ao cooperado, mas na relação contratual estabelecida entre a pessoa jurídica da cooperativa e a do contratante de seus serviços. 2. A empresa tomadora dos serviços não opera como fonte somente para fins de retenção. A empresa ou entidade a ela equiparada é o próprio sujeito passivo da relação tributária, logo, típico “contribuinte” da contribuição. 3. Os pagamentos efetuados por terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados por seus cooperados, não se confundem com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados. 4. O art. 22, IV da Lei nº 8.212/91, com a redação da Lei nº 9.876/99, ao instituir contribuição previdenciária incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura, extrapolou a norma do art. 195, inciso I, a, da Constituição, descaracterizando a contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos do trabalho dos cooperados, tributando o faturamento da cooperativa, com evidente bis in idem. Representa, assim, nova fonte de custeio, a qual somente poderia ser instituída por lei complementar, com base no art. 195, § 4º com a remissão feita ao art. 154, I, da Constituição. 5. Recurso extraordinário provido para declarar a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. Assim, reconheço a ausência de amparo legal para se exigir as contribuições em questão, em cumprimento ao art. 62, § 2º do RICARF4, aprovado pela Portaria MF nº 343, 4 art. 62... ... § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Fl. 1824DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 12 de 09 de junho de 2015, que determina, no âmbito deste Conselho, a reprodução das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, na sistemática prevista pelo art. 543B do CPC. Por conseguinte, não há amparo legal para se exigir multa por descumprimento da obrigação acessória de declarar em GFIP os valores pagos aos cooperados que prestaram serviços por intermédio de cooperativa de trabalho, devendo ser excluídos, do cálculo da multa, os valores das contribuições a este título. Contribuição do Produtor Rural Pessoa Física com Empregados. Responsabilidade do Adquirente por Substituição Tributária A controvérsia recai sobre a extensão da decisão do Supremo Tribunal Federal que afastou a constitucionalidade da contribuição do empregador rural pessoa física. O presente AIOA trata, dentre outras infrações, da omissão, em GFIP, do valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural adquirida de produtores rurais pessoas físicas (gado bovino e suíno para abate e lenha), no período de 08/2002 a 05/2006, cuja contribuição previdenciária, neste período, está prevista no art. 25, I e II, da Lei 8.212/91, na redação da Lei 10.256/2001: Lei 8.212/91: Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de: (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001) I 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). II 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações por acidente do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). A responsabilidade tributária, por substituição, do adquirente pessoa jurídica, pela contribuição do produtor rural pessoa física, advém do art. 30, III e IV, da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.528/97: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) ... III a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25, até o dia 2 do mês subseqüente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de estas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 1825DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.820 13 com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) IV a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa ficam subrogadas nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) ... O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Recurso Extraordinário nº 363.852/MG, manifestouse pela inconstitucionalidade da contribuição do empregador rural pessoa física, com base no valor da comercialização da sua produção, prevista no art. 25 da Lei 8.212/91, com a redação das Leis nº 8.540/92 e 9.528/97, sob o fundamento de que não havia previsão constitucional para essa fonte de custeio, que veio a existir somente após a Emenda Constitucional nº 20/98, de modo que, àquela época, a contribuição somente poderia ser instituída por Lei Complementar. Veja ementa abaixo transcrita: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS – PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS – SUBROGAÇÃO – LEI Nº 8.212/91 – ART. 195, INCISO I, DA CARTA FEDERAL – PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 – UNICIDADE DE INCIDÊNCIA – EXCEÇÕES – COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PRECEDENTE – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária subrogada do adquirente, presente a venda de bovinos, por produtores rurais, pessoas naturais, prevista nos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e 9.528/97. Aplicação de leis no tempo – considerações. O entendimento adotado no RE 363.852/MG foi depois aplicado em regime de repercussão geral no julgamento do Recurso Extraordinário nº 596.177/RS (art. 543B do Código de Processo Civil), cuja ementa encontrase abaixo transcrita: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA. INCIDÊNCIA SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO. ART. 25 DA LEI 8.212/1991, NA REDAÇÃO DADA PELO ART. 1º DA LEI 8.540/1992. INCONSTITUCIONALIDADE. I – Ofensa ao art. 150, II, da CF em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador. II – Necessidade de lei complementar para a instituição de nova fonte de custeio para a seguridade social. Fl. 1826DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 14 III – RE conhecido e provido para reconhecer a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei 8.540/1992, aplicandose aos casos semelhantes o disposto no art. 543B do CPC. (RE 596177, Relator Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO, DJe 165 de 29/08/2011). As decisões do STF invalidaram os dispositivos da Lei nº 8.212/1991 nas redações dadas pelas Leis 8.540/1992 e 9.528/1997, ambas anteriores à Emenda Constitucional nº 20/1998. A Lei 10.256/2001, que é posterior à referida Emenda Constitucional, alterou o "caput" do art. 25 da Lei 8.212/91, mantendo a contribuição do empregador rural pessoa física. Portanto, não resta dúvida de que é inconstitucional a exigência de contribuições sobre a aquisição da produção rural do empregador rural pessoa física até a edição da lei 10.256/2001, conforme decisão proferida pelo STF, a qual deve ser reproduzida pelo CARF, com base no art. 62, § 2º do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 20155. Ocorre que o presente auto de infração contempla obrigação acessória relacionada a contribuições exigidas com base na lei 10.256/2001, produzida após a Emenda Constitucional 20/98, cuja constitucionalidade não foi analisada nem teve repercussão geral reconhecida, conforme restou pacificado nos Embargos de Declaração no RE 596.177RS6 nos termos da ementa abaixo transcrita: EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAMENTO NÃO ADMITIDO NO DESLINDE DA CAUSA DEVE SER EXCLUÍDO DA EMENTA DO ACÓRDÃO. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DE MATÉRIA QUE NÃO FOI ADEQUADAMENTE ALEGADA NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO NEM TEVE SUA REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. INEXISTÊNCIA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO EM DECISÃO QUE CITA EXPRESSAMENTE O DISPOSITIVO LEGAL CONSIDERADO INCONSTITUCIONAL. I – Por não ter servido de fundamento para a conclusão do acórdão embargado, excluise da ementa a seguinte assertiva: “Ofensa ao art. 150, II, da CF em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador”(fl. 260). II – A constitucionalidade da tributação com base na Lei 10.256/2001 não foi analisada nem teve repercussão geral reconhecida. III – Inexiste obscuridade, contradição ou omissão em decisão que indica expressamente os dispositivos considerados inconstitucionais. 5 Art. 62 ... § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 6 Emb.Decl. no RE 596.177RS, rel. Ministro Ricardo Lewandowski, DJE 18/11/2013. Fl. 1827DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.821 15 IV – Embargos parcialmente acolhidos, sem alteração do resultado. Cabe ainda analisar a higidez da responsabilidade tributária do adquirente, em substituição ao produtor rural pessoa física, prevista no art. 30, III e IV, da lei 8212/91, nas redações dadas pelas leis n° 8.540/92 e 9.528/97. Primeiramente, convém mencionar o trecho do voto proferido no RE 363852 pelo Min. Marco Aurélio Mello, que aludiu ao dispositivo legal em destaque, o qual trata do instituto da subrrogação: "Ante esses aspectos, conheço e provejo o recurso interposto para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do seu recolhimento por subrogação sobre a "receita bruta proveniente da comercialização da produção rural" de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, declarando a inconstitucionalidade do artigo 1° da Lei n° 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n° 8.212/91, com redação atualizada até a Lei n° 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional n° 20/98, venha a instituir a contribuição, tudo na forma do pedido inicial, invertidos os ônus da sucumbência." A interpretação quanto ao alcance desse trecho da decisão do STF foi feita com esmero no voto condutor do Acórdão nº 2302002.456, relator Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, sessão de 18 de abril de 2013, de modo que aqui transcrevo os fundamentos pertinentes, adotandoos como razões de decidir: [...] o Min. Marco Aurélio não declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 30 da Lei n° 8.212/91, mas, tão somente, a inconstitucionalidade do art. 1° da Lei n° 8.540/92, o qual, dentre outras tantas providências, "deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n° 8.212/91". Lei 8.540, de 22 de dezembro de 1992 Art. 1° A Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com alterações nos seguintes dispositivos: "Art. 12. ............................................... V.......................................................... a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral garimpo , em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de Fl. 1828DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 16 empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, este quando por ela mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade, ou a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo; d) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social; e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência social do país do domicílio; Art. 22. ................................... ............................................... 5° O disposto neste artigo não se aplica à pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do art. 12 desta lei. ............................................... Art. 25. A contribuição da pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta lei, destinada à Seguridade Social, é de: I dois por cento da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; II um décimo por cento da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento de complementação das prestações por acidente de trabalho. 1° O segurado especial de que trata este artigo, além da contribuição obrigatória referida no caput poderá contribuir, facultativamente, na forma do art. 21 desta lei. 2° A pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do art. 12 contribui, também, obrigatoriamente, na forma do art. 21 desta lei. 3° Integram a produção, para os efeitos deste artigo, os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação, embalagem, cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos através desses processos. 4° Não integra a base de cálculo dessa contribuição a produção rural destinada ao plantio ou reflorestamento, nem sobre o produto animal destinado a reprodução ou criação pecuária ou Fl. 1829DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.822 17 granjeira e a utilização como cobaias para fins de pesquisas científicas, quando vendido pelo próprio produtor e quem a utilize diretamente com essas finalidades, e no caso de produto vegetal, por pessoa ou entidade que, registrada no Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, se dedique ao comércio de sementes e mudas no País. 5° (Vetado). .................................................. Art. 30. ..................................... ............................................... IV o adquirente, o consignatário ou a cooperativa ficam sub rogados nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta lei, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; ............................................... X a pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do art. 12 e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição de que trata o art. 25 desta lei no prazo estabelecido no inciso III deste artigo, caso comercializem a sua produção no exterior ou, diretamente, no varejo, ao consumidor. ................................" Ora, caros leitores, o fato de o art. 1° da Lei n° 8.540/92 ter sido declarado, na via difusa, inconstitucional, não implica ipso facto que todas as modificações legislativas por ele introduzidas sejam tidas por inconstitucionais. A pensar assim, seria inconstitucional a fragmentação da alínea 'a' do inciso V do art. 12 da Lei n° 8.212/91, nas alíneas 'a' e 'b' do mesmo dispositivo legal, sem qualquer modificação em sua essência, assim como a renumeração das alíneas 'b', 'c' e 'd' do mesmo inciso V acima citado para 'c', 'd' e 'e', respectivamente, sem qualquer modificação de texto. Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: (...) V como equiparado a trabalhador autônomo, além dos casos previstos em legislação específica: (Vide Lei n°8.540, de 1992). a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora a atividade agropecuária, pesqueira ou de extração mineral—garimpeiro em caráter permanente ou temporário,—diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela Lei n° 8.398/92). Fl. 1830DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 18 b) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, este quando por ela mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade, ou a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo; c)—o—empregado—de—organismo—oficial—internacional—ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social; d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência social do país do domicílio; a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela Lei n° 8.540, de 1992). b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; (Redação dada pela Lei n° 8.540, de 1992). c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, este quando por ela mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade, ou a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo; (Redação dada pela Lei n° 8.540, de 1992). d) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social; (Redação dada pela Lei n° 8.540, de 1992). e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência social do país do domicílio; (Incluído pela Lei n° 8.540, de 1992). E o que falar, então, sobre a constitucionalidade do Inciso VII do art. 12 da Lei n° 8.212/917, o qual, embora citado pelo Sr. Min. Marco Aurélio, sequer se houve por tocado pelo art. 1° da Lei n° 8.540/92. Seria, assim, o Inciso VII do art. 12 da Lei n° 8.212/91 inconstitucional simplesmente e tão somente porque fora citado pelo Min. Marco Aurélio em seu voto? Não nos parece ser essa a melhor exegese do caso em debate. 7 Esse dispositivo não foi transcrito no voto paradigma. Para melhor compreensão da matéria, transcrevo abaixo a redação do inciso VII do art. 12 da Lei 8.212/91 vigente à época da infração: art. 12 .... ... VII como segurado especial: o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador artesanal e o assemelhado, que exerçam essas atividades individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com auxílio eventual de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de quatorze anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo. (Redação dada pela Lei n° 8.398, de 7.1.92. Fl. 1831DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.823 19 ... Nessa vertente, não havendo no Acórdão do RE 363.852/MG qualquer referibilidade, a mínima que seja, a eventuais vícios de constitucionalidade atávicos ao instituto da subrogação ora em foco, forçoso reconhecer que, ou o julgamento acima tratado é nulo, por falta de fundamentação, com fulcro no art. 93, IX da CF/88, ou naquele julgamento não se houve por declarado qualquer vício de inconstitucionalidade na subrogação estatuída no inciso IV do art. 30 da Lei n° 8.212/91, mas, tão somente, mera menção no texto da conclusão do Acórdão em tela. Se nos antolha ser esta última a melhor interpretação do dispositivo do Acórdão do RE 363.852/MG. A uma, porque não foi apontado qualquer vício de inconstitucionalidade no instituto da subrogação em relevo. A duas, porque se a subrogação em tela fosse considerada inconstitucional, também teria que ser declarado inconstitucional o inciso IV do art. 30 da Lei n° 8.212/91 em sua redação originária, que também trata da subrogação do adquirente, do consignatário ou da cooperativa nas obrigações do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 da Lei n° 8.212/91. Decerto, se partíssemos de uma interpretação literal do dispositivo do voto do Ministro Relator, haveríamos de concluir que a subrogação em relação ao segurado especial ainda permaneceria de observância obrigatória pelo adquirente, pelo consignatário e pela cooperativa, eis que tal obrigação houvese por estatuída diretamente pela Lei n° 8.212/91, em sua redação de origem, não tendo sido atingida pela declaração de inconstitucionalidade em realce. A três, porque o art. 128 do CTN estatui, de maneira isenta de dúvidas, que a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Código Tributário Nacional CTN Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. A quatro, porque a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições de que trata o art. 25 da Lei n° 8.212/91 foi determinada ao adquirente, ao consignatário e à cooperativa, expressamente, pelo inciso III do art. 30 da Lei n° 8.212/91, o qual não foi igualmente atingido, sequer de raspão, pelos petardos da declaração de inconstitucionalidade aviada no RE n° 363.852/MG, permanecendo tal obrigação tributária ainda Fl. 1832DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 20 vigente e eficaz, mesmo em relação ao empregador rural pessoa física após a publicação da Lei n° 10.256/2001, produzindo todos os efeitos jurídicos que lhe são típicos. ... Mas o Legislador Ordinário foi mais seletivo: Isolou, propositadamente, no inciso III do art. 30 da Lei de Custeio da Seguridade Social, a obrigação tributária do adquirente, do consumidor, do consignatário e da cooperativa de recolher a contribuição de que trata o art. 25 dessa mesma lei, no prazo normativo, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, outorgando ao Regulamento da Previdência Social a competência para dispor sobre a forma de efetivação de tal obrigação acessória. Acomodou no inciso IV do art. 30 da Lei n° 8.212/91, de maneira genérica, a subrogação do adquirente, do consumidor, do consignatário e da cooperativa nas demais obrigações, de qualquer naipe, do empregador rural pessoa física e do segurado especial decorrentes do art. 25 desse Diploma Legal, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física. Da análise dos dispositivos legais acima selecionados, restou visível que a obrigação da empresa adquirente, consumidora, consignatária e a cooperativa pelo recolhimento das contribuições previstas no art. 25 da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela Lei n° 10.256/2001, decorre não da norma inscrita no inciso IV do art. 30 da Lei de Custeio da Seguridade Social, mas, sim, do preceito assentado no inciso III desse mesmo dispositivo legal, em atenção ao princípio jurídico da especialidade na solução dos conflitos aparentes de normas jurídicas, que faz com que a norma específica prevaleça sobre aquela editada de maneira genérica, princípio eternizado no brocardo latino "lex specialis derogat generali". A cinco, porque o próprio dispositivo do Acórdão do RE 363.852/MG declara a "inconstitucionalidade do artigo 1° da Lei n° 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei n° 8.212/91, com redação atualizada até a Lei n° 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional n° 20/98, venha a instituir a contribuição, tudo na forma do pedido inicial". Salta aos olhos que a sanatória da inconstitucionalidade vislumbrada pela Suprema Corte depende, tão somente, da promulgação de legislação nova, arrimada na EC n° 20/98, que institua a contribuição então viciada. Tais exigências houveram se por integralmente supridas com a promulgação da Lei n° 10.256, de 09 de julho de 2001 [...] No sentido da higidez da exigência da contribuição rural do empregador rural após a Lei 10.256/2001, cito, ainda, os seguintes precedentes em julgamentos realizados pelas turmas deste Conselho: Ac. 2302003.638, 3ª Câmara/2ª Turma Ordinária, sessão de 11 de Fl. 1833DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.824 21 fevereiro de 2015, rel Cons. Arlindo da Costa e Silva; Ac. 2301004.223, 3ª Câmara/1º Turma Ordinária, sessão de 06 de novembro de 2014, redator voto vencedor Cons. Marcelo Oliveira; Ac. 2402003.964, 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, sessão de 19 de fevereiro de 2014, rel. Cons. Julio Cesar Vieira Gomes. Conforme visto, os fatos geradores aqui tratados ocorreram sob a égide da Lei 10.256/2001, sendo, portanto, exigíveis, assim como a conduta de se incluir tais fatos geradores em GFIP. Contribuição da Agroindústria. Recurso Extraordinário com Repercussão Geral Reconhecida sem Decisão Definitiva não gera efeito no PAF O presente AIOA também cuida da infração de omitir, em GFIP, o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção própria (gado do estabelecimento fazenda transferido para abate no estabelecimento frigorífico), no período de 11/2001 a 01/2005, cuja contribuição previdenciária é exigida com base no art. 22A, I e II, da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 10.256, de 09 de julho de 2001, vigente a partir de 1º de novembro de 20018. A partir de 11/2001, com a entrada em vigor da Lei 10.256, de 09 de julho de 2001, as agroindústrias passaram a contribuir sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural própria e da adquirida de terceiros, industrializada ou não, em substituição às contribuições patronais incidentes sobre a folha de pagamento de segurados empregados e de trabalhadores avulsos, salvo exceções legais9. A constitucionalidade da contribuição devida pela agroindústria, com base no art. 22A da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 10.256/2009, é objeto do Recurso Extraordinário nº 611.601/RS, com repercussão geral reconhecida, sem decisão definitiva de mérito até a presente data. Não há previsão legal para sobrestamento do julgamento nessa fase processual, uma vez que foi revogado o dispositivo do Regimento Interno do CARF que determinava essa providência (§ 1º do art. 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF 256/200910). 8 Lei 8.212/91: Art. 22A. A contribuição devida pela agroindústria, definida, para os efeitos desta Lei, como sendo o produtor rural pessoa jurídica cuja atividade econômica seja a industrialização de produção própria ou de produção própria e adquirida de terceiros, incidente sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção, em substituição às previstas nos incisos I e II do art. 22 desta Lei, é de: (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). I dois vírgula cinco por cento destinados à Seguridade Social; (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). II zero vírgula um por cento para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade para o trabalho decorrente dos riscos ambientais da atividade. (Incluído pela Lei nº 10.256, de 2001). 9 não se aplica a substituição às agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura e para as sociedades cooperativas (IN RFB 971/2009, art. 173) 10 RICARF Portaria MF 256/2009: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 1834DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 22 Em suma, o dispositivo legal que ampara a exigência da contribuição está vigente, sendo exigível, por conseguinte, a conduta de informar os fatos geradores em GFIP. Alteração Legislativa. Retroatividade da multa mais benéfica Diante das alterações promovidas pela Medida Provisória nº 449, de 03/12/2008, convertida na Lei 11.941/2009, a recorrente solicita a realização de diligência para que a autoridade lançadora identifique e aplique a multa mais benéfica mediante comparação entre a multa do revogado art. 32, IV, § 5o da Lei 8.212/91 e a do novel art. 32A. Com efeito, a MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009 alterou profundamente o regime de multas em matéria previdenciária. A lei nova revogou o art 35 da Lei 8.212/9111, que previa os percentuais de multa aplicáveis sobre as contribuições sociais em atraso para pagamento espontâneo, que é o § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. 11 Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) quatro por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; b) sete por cento, no mês seguinte; c) dez por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) doze por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) quinze por cento, após o 15º dia do recebimento da notificação; c) vinte por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) vinte e cinco por cento, após o 15º dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) trinta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; b) trinta e cinco por cento, se houve parcelamento; c) quarenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; d) cinqüenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 1835DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.825 23 realizado após a data de vencimento do tributo, mas antes do início de qualquer procedimento de fiscalização (inciso I), para pagamento de créditos incluídos em lançamento tributário notificação fiscal de lançamento de débito (inciso II) e para pagamento de créditos incluídos em dívida ativa (inciso III) e definiu novos percentuais aplicáveis, correspondentes ao teto de 20% para pagamento espontâneo em atraso (art. 35 da Lei 8.212/91 com a redação da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/200912) e 75% no caso de exigência de tributo em lançamento de ofício, passível de agravamento (art 35A da Lei 8.212/91, com a redação da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/200913). Em relação aos fatos geradores ocorridos antes da mencionada alteração legislativa existe o dever de observância, pela autoridade administrativa, da aplicação da multa mais benéfica, em obediência ao art. 106 inciso II do Código Tributário Nacional. Para tanto, é necessário identificar a natureza do instituto objeto de comparação e os dados quantitativos a serem comparados. A lei nova definiu claramente dois institutos: 1) multa de mora para pagamento espontâneo em atraso (art. 35) e 2) multa para pagamento não espontâneo incluído em lançamento tributário chamada de multa de ofício (art. 35A), que é única para três condutas: i) falta de pagamento ou recolhimento de débito nos casos de ii) falta de declaração ou de iii) declaração inexata. A lei nova também definiu claramente os dados quantitativos de cada uma delas: para a primeira, até 20%, nos termos do art. 61 da Lei 9.430/9614; para a segunda, de 75%, passível de agravamento, nos termos do art. 44 da Lei 9.430/9615. 12 Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). 13 Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). 14 Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei nº 9.716, de 1998) 15 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) Fl. 1836DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR 24 O revogado art. 35 inciso II da Lei 8.212/91, dizia respeito apenas à multa por falta de pagamento ou recolhimento incluído em lançamento tributário. Era o revogado art. 32 inciso IV §§4o e 5o da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.528/97, que regulava a aplicação de penalidade ao contribuinte que apresentasse declaração inexata ou deixasse de apresentála, fazendo incidir multa isolada. Portanto, na norma anterior, o dado quantitativo da multa para dívidas incluídas em lançamento tributário, para os casos de falta de pagamento ou recolhimento quando há falta de declaração e/ou declaração inexata, deve ser apurado pela soma da multa do revogado art. 35, inciso II, com a multa do revogado art. 32, inciso IV, §§ 4o e 5o.. Este entendimento está explicitado no art. 476A da Instrução Normativa RFB nº 971/2009: Art. 476A. No caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) I até 30 de novembro de 2008, deverá ser aplicada a penalidade mais benéfica conforme disposto na alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), cuja análise será realizada pela comparação entre os seguintes valores: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) a) somatório das multas aplicadas por descumprimento de obrigação principal, nos moldes do art. 35 da Lei n º 8.212, de 1991 , em sua redação anterior à Lei n º 11.941, de 2009 , e das aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei n º 8.212, de 1991 ,, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009; e (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) III (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) IV (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) V (revogado pela Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998). (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I prestar esclarecimentos; (Renumerado da alínea "a", pela Lei nº 11.488, de 2007) II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991; (Renumerado da alínea "b", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007) III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. (Renumerado da alínea "c", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007) § 3º Aplicamse às multas de que trata este artigo as reduções previstas no art. 6º da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, e no art. 60 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) § 4º As disposições deste artigo aplicamse, inclusive, aos contribuintes que derem causa a ressarcimento indevido de tributo ou contribuição decorrente de qualquer incentivo ou benefício fiscal. § 5o Aplicase também, no caso de que seja comprovadamente constatado dolo ou máfé do contribuinte, a multa de que trata o inciso I do caput sobre: (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) I a parcela do imposto a restituir informado pelo contribuinte pessoa física, na Declaração de Ajuste Anual, que deixar de ser restituída por infração à legislação tributária; e (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) II – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) Fl. 1837DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 17460.000250/200718 Acórdão n.º 2301004.470 S2C3T1 Fl. 1.826 25 b) multa aplicada de ofício nos termos do art. 35A da Lei n º 8.212, de 1991 ,, acrescido pela Lei n º 11.941, de 2009 . (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) II a partir de 1º de dezembro de 2008, aplicamse as multas previstas no art. 44 da Lei n º 9.430, de 1996 . (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei n º 8.212, de 1991 ,, em sua redação anterior à dada pela Lei n º 11.941, de 2009 , tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei n º 8.212, de 1991 ,, com a redação dada pela Lei n º 11.941, de 2009 . (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) § 2º A comparação de que trata este artigo não será feita no caso de entrega de GFIP com atraso, por se tratar de conduta para a qual não havia antes penalidade prevista. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) No caso concreto, o relatório fiscal de aplicação de multas revela que foi aplicada a multa do art. 32, IV, § 5o da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.528/97. Entendo que a apuração da multa mais benéfica deve levar em consideração o disposto no art. 476A da IN RFB 971/2009, acima transcrito, a ser calculada no momento do pagamento, nos termos do art. 2o da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 14, de 04/12/2009. Conclusão Com base no exposto, voto por CONHECER do Recurso de Ofício e do Recurso Voluntário, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário, excluindo do cálculo da multa aplicada as contribuições incidentes sobre os pagamentos feitos às Cooperativas de Trabalho. Luciana de Souza Espíndola Reis Fl. 1838DF CARF MF Impresso em 03/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10875.721093/2009-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Feb 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/04/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo.
Inadmissível a mera alegação da existência de um direito sem os documentos fiscais comprobatórios de suas alegações.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA
Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-002.896
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Fez sustentação oral: Dr. Carlos Eduardo Marino Orsolon OAB - 222242 - SP.
[assinado digitalmente]
RICARDO PAULO ROSA - Presidente.
[assinado digitalmente]
MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Ausente justificadamente o Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Fez sustentação oral: Dr. Carlos Eduardo Marino Orsolon OAB - 222242 - SP. [assinado digitalmente] RICARDO PAULO ROSA - Presidente. [assinado digitalmente] MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Ausente justificadamente o Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede.
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PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito sem os documentos fiscais comprobatórios de suas alegações. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Fez sustentação oral: Dr. Carlos Eduardo Marino Orsolon OAB 222242 SP. [assinado digitalmente] RICARDO PAULO ROSA Presidente. [assinado digitalmente] MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 72 10 93 /2 00 9- 11 Fl. 985DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Ausente justificadamente o Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Tratase de Declaração de Compensação protocolada em 27/05/2005, na qual a contribuinte buscava compensar seus débitos relativos a tributos administrados pela Receita Federal utilizando crédito de Cofins nãocumulativa, relativo ao período de apuração abril de 2005, no importe de R$ 2.141.462,20. Analisada a pretensão da contribuinte, o Seort da DRF/Guarulhos emitiu o Despacho Decisório n° 541/2009, por meio do qual não homologou a compensação, sob o fundamento de que a documentação apresentada pela contribuinte em resposta às diversas intimações seria insuficiente para reconhecimento do crédito pleiteado, registrando ainda que o contribuinte não atendeu integralmente as intimações nos prazos fixados, deixando de apresentar elementos essenciais ao exame do pleito, notadamente:(grifei). Contratos de Fechamento de Câmbio e telas do siscomex de todas as operações de exportação; Notas fiscais de serviços utilizados como insumos; Comprovantes de despesas de armazenagem e frete; Documentos comprobatórios de créditos a descontar de PIS importação, entre outros. Argumentou a autoridade do Seort que, nos termos da lei n° 9.784/99, caberia à contribuinte provar os fatos que tenha alegado, e que a autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderia condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos que comprovassem o crédito, conforme o disposto na Instrução Normativa RFB n° 900/2008. A autoridade salientou que, embora a contribuinte tenha atendido parcialmente às intimações, a documentação apresentada ainda careceu dos elementos imprescindíveis à análise do direito creditório, tornando inviável a apuração do crédito de Cofins referente ao mês de abril/2005. Finalizou o Despacho aditando que, uma vez não comprovados os créditos informados na declaração de compensação, tornou se obrigatória a cobrança dos débitos compensados. Fl. 986DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 872 3 Cientificada do Despacho Decisório em 15/12/2009, no dia 14/01/2010 a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade acompanhada dos documentos de fls. 268/567, alegando, em síntese, o que segue. Inicialmente, a contribuinte alegou que a declaração de compensação foi protocolada em conformidade com a Instrução Normativa n° 460, de 18 de outubro de 2004, norma vigente à época do feito. Entende a interessada que o crédito em questão possui um tratamento próprio e específico no que diz respeito à sua recuperação, que está previsto no § 2° do artigo 22 da referida instrução normativa. Sustenta que, de acordo com este dispositivo, a liquidez e a certeza do direito ao ressarcimento de créditos dessa natureza é verificada, em princípio, no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON). Segundo afirma a interessada, as informações contidas no DACON seriam completas e detalhadas e a IN SRF n° 460, de 2004, não exigiria da contribuinte a apresentação de qualquer outro documento adicional a fim de demonstrar o seu direito creditório. A contribuinte prossegue alegando que, “de acordo com a disposição contida no artigo 24” da referida norma, “depreendese que a autoridade fiscal competente para analisar o pedido de ressarcimento nestes casos, poderá, se for o caso, exigir do contribuinte a apresentação de outros documentos comprobatórios do respectivo crédito, assim como determinar a realização de diligência fiscal com vistas à comprovação do direito creditório do contribuinte” (o destaque é do original). A contribuinte alegou ainda que o DACON possuiria, por si só, presunção relativa de veracidade, e seria, portanto, o único documento exigido pela IN SRF n° 460, de 2004; assim, apenas em caso de necessidade de verificação da exatidão das informações prestadas no DACON é que esta instrução normativa faculta às autoridades fiscais exigir outros documentos para a apreciação do pedido de ressarcimento; reitera que “em princípio, o DACON conhecido pelas autoridades fiscais já lhes fornece todas as informações necessárias à revisão do direito creditório requerido, não sendo, via de regra, necessária a apresentação de outros documentos”. Na sequência, afirmou: (...) A contribuinte prosseguiu exaustivamente neste tema e concluiu afirmando que: não havia obrigação legal de apresentar qualquer outro documento conjuntamente com o formulário de Declaração de Compensação e respectivos formulários de detalhamento de Fl. 987DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 4 crédito, uma vez que a IN SRF 460/04 somente exigia, nestes casos, que o DACON fosse conhecido pelas autoridades fiscais; em caso de dúvida adicional acerca do direito creditório devidamente informado no DACON, caberia às autoridades fiscais requerer a apresentação de documentos adicionais ou, então, determinar a realização de diligência fiscal à sede da empresa (conforme artigo 24 da IN SRF 460/04); não se dando por satisfeita com os esclarecimentos e documentos adicionais apresentados, as autoridades fiscais deveriam emitir um Despacho Decisório justificado, apontando detalhadamente as inconsistências não comprovadas que levaram a sua conclusão pelo indeferimento do pedido de ressarcimento. Depois, registrando que o fazia “apenas para evitar qualquer alegação no sentido da preclusão de seu direito a apresentar uma documentação que (...) entende não estar obrigada a apresentar”, a contribuinte afirma estar juntando documentos, e discorre sobre os documentos que juntou à manifestação de inconformidade. Ao final, pleiteou que, caso fosse determinada por esta DRJ a conversão do julgamento em diligência, fossem respondidos os seguintes quesitos: (i) Os documentos fiscais e contábeis da Requerente estão em conformidade com os valores de créditos por ela informados no DACON? (ii) O detalhamento do crédito informado nos formulários “Créditos do PIS/COFINS” anexos à DCOMP estão de acordo com a efetiva utilização do crédito feita pela Manifestante no período discutido no Despacho Decisório? (iii) É procedente o crédito de PIS/COFINS utilizado na DCOMP analisada no presente processo? Em face das alegações e, especialmente, dos documentos apresentados pela contribuinte junto com sua manifestação de inconformidade, a 3ª Turma da DRJ/Campinas decidiu converter o julgamento em diligência, por meio da Resolução nº 2.964, de 14/06/2010, da qual destacamos o trecho a seguir transcrito: Como já abordado anteriormente, somados à presente manifestação de inconformidade, a contribuinte juntou outros documentos que não haviam sido apresentados à autoridade da DRF em Guarulhos que analisou inicialmente o processo. Sendo assim, por conta da glosa total dos créditos calculados sobre insumos, e, por terem sido juntados novos documentos pela contribuinte na presente manifestação de inconformidade, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, encaminhando o presente processo à DRF de origem para que a autoridade responsável designada por esta verifique: se as exportações contidas na listagem de fls. 114/121 verso realizadas pela contribuinte estão, em quantidade e valor, Fl. 988DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 873 5 confirmam as informações contidas no DACON para o mês analisado; se foram observadas as normas para o rateio proporcional indicado pela contribuinte, na relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa, auferida no mês, para o cálculo do crédito de PIS do mercado externo; se as importações contidas na listagem de fls. 123/141 verso foram de bens utilizados como insumos nas mercadorias exportadas, e se houve recolhimento pela contribuinte da contribuição nestas importações; se são comprovados os gastos com energia elétrica, com base nos documentos apresentados de fl. 358 verificando a correta correspondência ao mês de janeiro/2005, considerando que a contribuinte pleiteou o direito creditório deste mês específico, e não do trimestre (o crédito de COFINS do mercado externo referente ao mês de abril/2005, por exemplo, foi pleiteado no processo n° 10875.721093/200911);(sic). se são comprovadas, através de documentos hábeis e idôneos, as aquisições de bens utilizados como insumos, da listagem de fls. 247/349; se são comprovadas, através de documentos hábeis e idôneos, as despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados de pessoa jurídica, da listagem de fl. 357; se são comprovados, através de documentos hábeis e idôneos, os serviços utilizados como insumos, da listagem de fls. 351/361; se são comprovadas, através de documentos hábeis e idôneos, as despesas de armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, da listagem de fls. 353/356. Ficará a critério da unidade de origem a metodologia a ser aplicada nos exames solicitados. Ao final, manifestese conclusivamente acerca do trabalho fiscal, informando acerca da existência e disponibilidade do crédito aproveitado na DCOMP, cientificando a contribuinte do resultado, bem como dos respectivos demonstrativos das comprovações acima solicitadas, e reabrindo o prazo regulamentar para a interessada, se for de seu interesse, complementar suas razões de manifestação de inconformidade. Os autos retornaram à DRF/Guarulhos, que adotou as medidas que entendeu necessárias ao atendimento do solicitado na Resolução n° 2.964. É oportuno registrar que a autoridade competente procedeu conjuntamente à análise relativa a diversos processos, que tratam de créditos de PIS e de Cofins não cumulativos referentes a vários períodos de apuração. No decorrer da análise, após diversas intimações não integralmente atendidas e dilações de prazo solicitadas e concedidas, no dia 02/07/2013 a autoridade incumbida da Fl. 989DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 6 diligência emitiu Termo de Constatação Fiscal, no qual reafirmava a impossibilidade da análise que se fazia necessária, em face do não atendimento integral às intimações e, consequentemente, decidia por retornar os autos à DRJ/Campinas com sugestão de não reconhecimento do direito creditório. Cientificada em 03/07/2013, no dia 01/08/2013 a contribuinte manifestouse acerca do referido Termo procurando justificarse quanto ao não atendimento integral das intimações e solicitando que os processos permanecessem por mais algumas semanas na DRF/Guarulhos, sob alegação de que, em assim sendo, teria condições de apresentar os documentos faltantes. A autoridade responsável pela diligência não se manifestou expressamente sobre este pedido, o qual, no entanto, foi acolhido, posto que novos documentos foram apresentados pela contribuinte e, no dia 05/05/2014, referida autoridade apresentou suas conclusões em novo Termo de Constatação Fiscal. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento sintetizou, na ementa a seguir transcrita , a decisão proferida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2005 a 30/04/2005 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. DILIGÊNCIA. O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser ressarcido/restituído ou utilizado em compensação. Apresentados novos documentos com a manifestação de inconformidade e, mediante realização de diligência fiscal, comprovado parcialmente o crédito alegado, e no silêncio da contribuinte acerca do resultado da diligência, reconhecese parcialmente o direito creditório. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após ciência em 14/10/2014, conforme Termo de Abertura de Documento, fl. 754, apresenta tempestivamente em 12/11/2014, fls. 757/790 e documentos anexados, fls.791/860, Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Inicialmente recompõe os fatos que deram origem à apresentação das Declarações de Compensação apresentadas pela Recorrente no anocalendário de 2005 visto que estava sujeita ao regime nãocumulativo de apuração da Contribuição para o Programa de Integração (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), tendo apurado nos termos das Leis nºs 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, créditos referentes às referidas contribuições no tocante às suas receitas de exportação, os quais foram utilizados em compensações administrativas com tributos federais; Fl. 990DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 874 7 destaca que em 2005 a Recorrente auferiu tanto receitas no mercado interno, sujeitas ao PIS e à COFINS de acordo com o regime nãocumulativo, como receitas não sujeitas ao PIS e à COFINS, visto que decorrentes de exportação de mercadorias ao exterior ou de vendas a empresas comerciais exportadoras com o fim de exportação ou ainda a empresas situadas na Zona Franca de Manaus; aduz argumentos já colacionados à Manifestação de Inconformidade, notadamente quanto à suposta ausência de fundamentação do Despacho Decisório nº 541/2009; reproduz os quesitos que motivaram a o pedido de diligência pela DRJ; porém a matéria nuclear de sua peça recursal consiste em demonstrar o equívoco da decisão DRJ ao ratificar o segundo Termo de Constatação Fiscal e a elencar segundo seu entendimento os equívocos do referido segundo Termo de Constatação Fiscal, como a seguir se resume, exemplificativamente, o item 52 da peça recursal: a) o aumento do débito de PIS e de COFINS nos meses de 2005, antes do desconto de créditos é indevido, em razão da decadência do direito de se rever em 2014 a base de cálculo do PIS e da COFINS de 2005; b) a glosa de crédito do mercado interno é indevida pelos mesmos motivos, já que serviu apenas para majorar os débitos de PIS e de COFINS de 2005. Nesse sentido, a diligência foi solicitada para se verificar os créditos de PIS e de COFINS apenas vinculados às receitas de exportação; c) o direito das autoridades fiscais de analisarem os créditos vinculados ao mercado interno está decaído, já que nunca houve DCOMP pleiteando tais créditos. Ainda que a análise dos créditos vinculados às receitas de exportação pudesse estar correlacionada com a verificação dos créditos de mercado interno, ainda assim estaria decaído o direito de a fiscalização se utilizar do novo valor apurado (menor) de crédito de mercado interno, na medida em que ele acaba alterando o valor do suposto novo débito de PIS ou COFINS apurado para mais; d) não se mostra preciso o método adotado pela fiscalização para a apuração de diferenças entre as despesas incorridas pela Recorrente informadas em seu DACON e aquelas consideradas no Termo de Constatação Fiscal; e) há erros pontuais cometidos pela fiscalização , como, em relação à COFINS do mês de janeiro, o valor da linha "NF não apresentada" está erroneamente duplicado; f) no tocante aos créditos de PIS e COFINSImportação apropriados pela Recorrente na apuração de seus créditos, verificase que a fiscalização verificou recolhimentos de tais tributos de valores superiores àqueles indicados em DACON, mas não houve apropriação dos valores pagos a maior na reapuração do PIS e da COFINS, o que demonstra uma total parcialidade na condução da diligência por parte da fiscalização; g) os créditos de PIS e COFINS não englobam todos os meses de 2005, assim não houve o protocolo de qualquer DCOMP visando compensar créditos de PIS e COFINS relativos às exportações referentes aos meses de março e agosto/2005, ainda assim a Fl. 991DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 8 fiscalização efetuou a reapuração do PIS março e agosto em um procedimento sem qualquer base legal, com impacto os meses seguintes; Ainda complementa que : Não se alegue como pretenderam as decisões de primeira instância administrativa da DRJRibeirão Preto que não existia controvérsia acerca dos valores creditórios passíveis de recolhimento, pois a Recorrente não teria se manifestado acerca do Termo de Constatação Fiscal; Referido tipo de presunção não encontra guarida no processo administrativo fiscal. O Decreto nº 70.235, de 1972 é muito claro , no sentido de que concluída a diligência, o processo deve retornar à DRJ para análise, independentemente de ter havido não manifestação contra o relatório de conclusão da diligência, uma vez que o processo administrativo é pautado pela legalidade e pela busca da verdade material; Ao receber o segundo Termo de Constatação Fiscal e ter sido informada verbalmente que ainda poderia apresentar a documentação indicada como faltante, entendeu a Recorrente que, semelhantemente ao que havia ocorrido quando recebeu o primeiro Termo de Constatação, os 12 processos não seriam remetidos à DRJ; A recorrente está em vias de concluir a localização da documentação e que apresentará organizada e integralmente a E. CARF, a fim de refutar as alegações do Termo de Constatação Fiscal, em vista disso, em prol do princípio da verdade material, protestase desde já pela posterior juntada da referida documentação. Ao final requer: a) a apensação do presente processo aos processos nºs: 10875.001972/200507, 10875.001032/200518, 10875.001627/200565, 10875.002155/200568, 10875.002303/200544, 160875.721091/200921, 10875.721093/200911, 160098.000064/200955, 16098.000065/200908, 16624.000479/200508, 16624.000858/200590; b) a reforma do acórdão proferido pela DRJ Ribeirão Preto com a consequente anulação do Despacho Decisório, ou caso assim não se entenda, pelo menos a anulação do segundo Termo de Constatação Fiscal e da decisão da DRJ Ribeirão Preto que o ratificou. Quando da sustentação oral, entre os argumentos apresentados da tribuna, notadamente quanto a não apresentação de inconformidade quando da ciência do segundo Termo de Constatação Fiscal, arguiu o Patrono: a Recorrente não apresentou manifestação de inconformidade visto que não houve encerramento da ação fiscal, apenas a emissaõ de um mero Termo de Constatação; em face do grande volume de documentos coletados não foi possível fazer a solicitação de juntada destes antes do julgamento. Em 15/12/2015, através do Termo de Solicitação de Juntada, fl.871 apresenta petição e documentos diversos. É o relatório. Fl. 992DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 875 9 Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Do ônus probatório Da análise preliminar da peça recursal verificase que o litígio prendese a duas questões principais: a responsabilidade sobre o ônus probatório no caso dos autos e o direito de litigar acerca de matéria não suscitada em sede de primeira instância administrativa. Com o intuito de balizar a discussão inicial é importante trazer à colação as disposições do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § (...) § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)(grifei). Das disposições legais acima citadas inferese que há dois pilares essenciais na discussão acerca das declarações de compensação que podem ser identificados nas seguintes questões: Fl. 993DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 10 a) deflagração do pleito pelo sujeito passivo [entrega pelo sujeito passivo de declaração quanto aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados]; b) a extinção do crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação. É digno de realce que os pilares acima destacados como a seguir se verá têm importância tanto no aspecto material quanto no aspecto formal, já que a partir de tal disposição normativa verificase que no tocante ao direito creditório pleiteado, conforme o primeiro pressuposto indicado, a deflagração do ato é do sujeito passivo mediante a entrega da declaração de compensação, sendo esta uma confissão de dívida, atribuição conferida pelo § 6º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. O segundo pressuposto é de que o crédito tributário é extinto sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Com os pressupostos acima estabelecidos, em se tratando de direito creditório pleiteado é importante demonstrar em breve abordagem a questão quanto ao ônus probatório, bem como o regramento processual quanto à via contenciosa na esfera administrativa. Utilizandose subsidiariamente as regras do Código de Processo Civil CPC, verificase: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados aprovarlhe as alegações. Disciplina o processo administrativo fiscal, Decreto nº 70.235, de 1972, em seu art. 9º que [a exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito]. Já o art. 16, III, do citado diploma legal estabelece que a impugnação mencionará [os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir]. No presente caso, a regra acima quanto ao ônus probatório, se inverte, incumbindo ao autor a prova quanto ao fato constitutivo do seu direito. No caso em exame, a interessada declarou à Administração Tributária possuir um montante de crédito, utilizado para extinguir os débitos compensados. Nesses termos, cabe à interessada a prova da existência de seu direito, demonstrando a liquidez e certeza dos créditos alegados, utilizados para extinção do crédito tributário sob condição resolutória, através da apresentação ao fisco, quando solicitado, dos livros e documentos estabelecidos pela legislação para a comprovação da exatidão de suas informações. Nesse sentido disciplina a Instrução Normativa RFB nº 900, de 30/12/2008, DOU de 31/12/2008: Fl. 994DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 876 11 Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas.(grifei). Cabe ainda destacar que o dever de apresentação ao fisco da documentação exigida repousa em base legal como se verá, a título exemplificativo: · Código Tributário Nacional CTN, artigo 195: Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.(grifei). · Lei nº 9.430, de 1996, art. 34: Acesso à Documentação Art.34.São também passíveis de exame os documentos do sujeito passivo, mantidos em arquivos magnéticos ou assemelhados, encontrados no local da verificação, que tenham relação direta ou indireta com a atividade por ele exercida.(grifei). Conforme relatado, a DCOMP apresentada foi submetida a análise pela autoridade competente para decidir acerca do direito pleiteado: · Seort da DRF/Guarulhos emitiu o Despacho Decisório n° 541/2009, por meio do qual não homologou a compensação, sob o fundamento de que a documentação apresentada pela contribuinte em resposta às diversas intimações seria insuficiente para reconhecimento do crédito pleiteado, registrando ainda que o contribuinte não atendeu integralmente as intimações nos prazos fixados, deixando de apresentar elementos essenciais ao exame do pleito, Restando não homologados os créditos pleiteados, demonstrase a seguir de forma sumarizada os desdobramentos e tramitação processual respectivos. Fl. 995DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 12 Uma vez nãohomologada a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), é facultada ao sujeito passivo a apresentação de manifestação de inconformidade às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ contra a não homologação da compensação pela autoridade competente para decidir o pleito (no prazo de trinta dias da ciência da nãohomologação), assim como a apresentação de recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF contra o acórdão das DRJ que manteve a não homologação da compensação (no prazo de trinta dias da ciência do acórdão), conforme previsão dos §§ 7º a 10 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Usando da faculdade que lhe o confere o referenciado dispositivo legal, o contribuinte ingressou com a Manifestação de Inconformidade acompanhada dos documentos de fls. 268/567. Na sequência, a 3ª Turma da DRJ/Campinas decidiu converter o julgamento em diligência, por meio da Resolução nº 2.964, de 14/06/2010. Da diligência solicitada temse os seguintes resultados: 1) Termo de Constatação Fiscal, fls. 631/636, do qual se destaca: Decorrido 7 meses da solicitação da apresentação das notas fiscais (15 de agosto a 26 de março) e maior tempo de outras intimações anteriores, a empresa ainda iria pedir as caixas no arquivo externo, demonstrando a falta de dedicação ao atendimento às solicitações feita pela fiscalização.(grifei). É importante ressaltar excertos da decisão de piso acerca do referido termo: No decorrer da análise, após diversas intimações não integralmente atendidas e dilações de prazo solicitadas e concedidas, no dia 02/07/2013 a autoridade incumbida da diligência emitiu Termo de Constatação Fiscal, no qual reafirmava a impossibilidade da análise que se fazia necessária, em face do não atendimento integral às intimações e, consequentemente, decidia por retornar os autos à DRJ/Campinas com sugestão de não reconhecimento do direito creditório. Cientificada em 03/07/2013, no dia 01/08/2013 a contribuinte manifestouse acerca do referido Termo procurando justificar se quanto ao não atendimento integral das intimações e solicitando que os processos permanecessem por mais algumas semanas na DRF/Guarulhos, sob alegação de que, em assim sendo, teria condições de apresentar os documentos faltantes. A autoridade responsável pela diligência não se manifestou expressamente sobre este pedido, o qual, no entanto, foi acolhido, posto que novos documentos foram apresentados pela contribuinte e, no dia 05/05/2014, referida autoridade apresentou suas conclusões em novo Termo de Constatação Fiscal, a seguir transcrito: 2) Termo de Constatação Fiscal, fls. 726/730. A decisão de piso assim se manifesta: Fl. 996DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 877 13 A contribuinte não se manifestou sobre o resultado da diligência solicitada. Todavia, o silêncio da interessada não afasta o dever de examinarmos as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade e a repercussão, sobre o Despacho Decisório, das conclusões a que chegou a AFRFB responsável pela diligência acerca do direito creditório pleiteado. Ante o exposto constatase que foram feitas várias intimações, antes de ser exarado o Despacho Decisório não homologatório de fls. n° 541/2009 e ainda, após instaurado o litígio, a instância julgadora a quo, diante da novel documentação apresentada na Manifestação de Inconformidade converteu o julgamento em diligência, em razão de sua competência regimental, nos termos do 1art.233, inciso IV, da Portaria MF nº 203, de 2012, DOU de 17/05/2012, que aprova o Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB para julgamento de litígio instaurando em decorrência de apresentação de inconformidade contra apreciações das autoridades em processos relativos a compensação, para que a autoridade jurisdicionante, competente para decidir o pleito procedesse a análise da documentação apresentada, ensejando em decorrência os dois termos de constatação fiscal acima mencionados, sendo importante ressaltar que ao exarar o primeiro Termo de Constatação, após cientificado, o contribuinte solicitou prazo adicional para apresentação de documentos, sendo acolhido, se não expressamente, de maneira tácita, já que novos documentos foram apreciados, resultando no segundo Termo de Constatação Fiscal, fls. 726/730. Verificase assim que quanto ao aspecto material, visando conferir a liquidez e certeza do crédito alegado, foi procedida a verificação junto ao contribuinte do suporte probatório que lhe competia demonstrar, conforme dispõe a legislação de regência, quantos às operações que ensejariam referido crédito, no entanto como já sobejamente explicitado, o contribuinte ofereceu apenas parte da documentação, que se mostrou insuficiente para homologar totalmente o crédito pleiteado. Digno de nota que embora regularmente cientificado do segundo Termo de Constatação Fiscal, declinou o contribuinte de exercer o seu direito de defesa, já que não houve a contestação na Manifestação de Inconformidade quanto ao referido termo. Inferese portanto que o contribuinte não desincumbiu do ônus probatório que lhe competia para demonstrar a certeza e liquidez de seu crédito. Inexistindo contestação acerca do segundo termo de contestação a instância a quo procedeu ao julgamento com a apreciação das matérias litigadas na Manifestação de 1 Art. 233. Às Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ, com jurisdição nacional, compete conhecer e julgar em primeira instância, após instaurado o litígio, especificamente, impugnações e manifestações de inconformidade em processos administrativos fiscais: (...) IV contra apreciações das autoridades competentes em processos relativos a restituição, compensação, ressarcimento, reembolso, imunidade, suspensão, isenção e redução de alíquotas de tributos, Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), indeferimento de opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) e pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), e exclusão do Simples e do Simples Nacional. Fl. 997DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 14 Inconformidade apresentada e o resultado da diligência solicitada, cujo conteúdo decisório se demonstra a seguir, por alguns excertos: Conforme já anteriormente mencionado, a autoridade fiscal responsável pela realização da diligência analisou conjuntamente os créditos de PIS e Cofins alegados pela contribuinte em 12 processos administrativos. Nesta análise conjunta concluiu que os créditos a que a contribuinte tinha direito eram inferiores aos pleiteados, pois a interessada teria substimado as bases de cálculo das contribuições devidas e superstimado as bases de cálculo dos créditos a serem descontados. No Termo de Constatação Fiscal de fls. 726/728, integralmente transcrito no Relatório deste Acórdão, e nos arquivos digitais que o integram e complementam, referida autoridade detalhou as razões das glosas relativas aos créditos, bem como as receitas que a contribuinte teria excluído indevidamente das bases de cálculo das contribuições devidas.(grifei). Nos arquivos digitais denominados “Dem. Apuração Saldo de Créditos –Cofins” e “Dem. Apuração Saldo de Créditos – PIS”, nas planilhas denominadas “Saldo de Céditos pCompens.”, a autoridade fiscal apresentou, para cada um dos meses em exame, os valores dos saldos de créditos disponíveis para utilização em declarações de compensação. No quadro a seguir, reproduzimos as informações constantes das referidas planilhas:(sic) Como vimos, a contribuinte, regularmente cientificada, não se manifestou acerca das conclusões a que chegou a autoridade responsável pela realização da diligência. Assim, não existe controvérsia acerca dos valores dos direitos creditórios passíveis de reconhecimento. Consequentemente, deverão ser reconhecidos os créditos pleiteados, limitados aos valores constantes do quadro acima. No quadro a seguir, relacionamos os doze processos examinados na diligência, os Fl. 998DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 878 15 créditos neles pleiteados e os valores dos créditos a serem reconhecidos: Do ponto de vista formal, com fulcro no art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação da Lei nº 9.532, de 1997, [Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997), assim os argumentos de mera presunção quanto ao direito à via recursal, ainda que silente em relação à primeira instância, não podem ser acolhidos, uma vez que as matérias submetidas à primeira instância determinam os limites do litígio na via contenciosa administrativa, de modo que a matéria não contestada em primeira instância administrativa, suscitada pela recorrente somente na peça recursal, tornase preclusa, visto que não instaurado o litígio quanto à essa matéria, condição, segundo a norma que rege o processo administrativo fiscal para submeterse ao duplo grau de jurisdição. Por oportuno, cabe registrar que quando da sustentação oral, entre os argumentos para justificar a não contestação do segundo Termo de Constatação arguiu o Patrono que não houve encerramento da ação fiscal, apenas um mero Termo de Constatação. Compulsandose os autos, verificase que não assiste razão à defesa haja vista está expressamente consignado no segundo Termo de Constatação Fiscal de fls. 726/730, a informação quanto ao encerramento da ação fiscal bem como quanto a abertura de prazo de 30 (trinta) dias para apresentação de manifestação de inconformidade, como a seguir se demonstra através dos seguintes excertos: "Dos exames realizados para atendimento da solicitação, com relação a existência dos créditos aproveitados nas DCOMPs, esta ação fiscal está sendo concluída, com os resultados discriminados abaixo:"(grifei). (...) Fl. 999DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 16 Acerca dos fatos expostos, dos demonstrativos e dos novos valores dos créditos a serem aproveitados na DCOMP, fica facultado à contribuinte o prazo de 30 (trinta) dias para apresentação de manifestação de inconformidade.(grifei). Digno ainda de nota que a solicitação de juntada de documentos em 15/12/2015, conforme relatado foi efetuada após o julgamento do presente processo, corroborando a fundamentação já delineada quanto a não apresentação de manifestação de inconformidade relativa ao segundo Termo de Constatação no prazo legal estabelecido com os motivos de fato e de direito para fundamentar sua contestação, bem como os pontos de discordância, as razões e provas que visassem infirmar o referido termo. Assim os documentos apresentados somente em 15/12/2015 não encontram respaldo nas disposições excepcionais previstas nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972 e alterações respectivas: Art. 16. A impugnação mencionará: [...] § 4.º. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a)fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b)refirase a fato ou a direito superveniente; c)destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. (Todo o parágrafo 4.o incluído pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) § 5.º. A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997) § 6.º. Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Incluído pelo art. 67 da Lei n.º 9.532/1997).(grifei). Nesse mister, ante os fundamentos acima expostos deixo de conhecer a contestação somente em sede recursal quanto ao segundo Termo de Constatação Fiscal, fls. 726/730, mantendo in totum a decisão de piso, bem como os documentos cuja solicitação de juntada foi posterior ao julgamento do presente processo. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 1000DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 10875.721093/200911 Acórdão n.º 3302002.896 S3C3T2 Fl. 879 17 Fl. 1001DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 12/02/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 29/12/2015 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR
score : 1.0
Numero do processo: 11020.724425/2011-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009
NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA.
Se o acórdão recorrido enfrentou as alegações do impugnante e teve fundamento suficiente para a decisão adotada rejeita-se a alegação de nulidade da decisão.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. ÔNUS DA PROVA.
O acréscimo patrimonial a descoberto somente pode ser justificado por rendimentos tributáveis, não tributáveis, isentos ou tributados exclusivamente na fonte, mediante provas firmes e seguras da sua existência.
Para justificar os recursos no fluxo financeiro mensal com lucros distribuídos de empresas das quais o contribuinte seja sócio é necessário prova inequívoca da efetiva existência e da transferência do dinheiro, sendo que o ônus da prova cabe a quem alega possuir os recursos.
AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO.
A multa de ofício de 75 % (setenta e cinco por cento) aplicada nos lançamentos de ofício está prevista no inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96.
Recurso Negado
Numero da decisão: 2301-004.509
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
João Bellini Júnior - Presidente.
Alice Grecchi - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros João Bellini Junior (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Marcelo Malagoli da Silva, Luciana de Souza Espindola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi.
Nome do relator: ALICE GRECCHI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009 NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. Se o acórdão recorrido enfrentou as alegações do impugnante e teve fundamento suficiente para a decisão adotada rejeita-se a alegação de nulidade da decisão. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. ÔNUS DA PROVA. O acréscimo patrimonial a descoberto somente pode ser justificado por rendimentos tributáveis, não tributáveis, isentos ou tributados exclusivamente na fonte, mediante provas firmes e seguras da sua existência. Para justificar os recursos no fluxo financeiro mensal com lucros distribuídos de empresas das quais o contribuinte seja sócio é necessário prova inequívoca da efetiva existência e da transferência do dinheiro, sendo que o ônus da prova cabe a quem alega possuir os recursos. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A multa de ofício de 75 % (setenta e cinco por cento) aplicada nos lançamentos de ofício está prevista no inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96. Recurso Negado
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DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. Se o acórdão recorrido enfrentou as alegações do impugnante e teve fundamento suficiente para a decisão adotada rejeitase a alegação de nulidade da decisão. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. ÔNUS DA PROVA. O acréscimo patrimonial a descoberto somente pode ser justificado por rendimentos tributáveis, não tributáveis, isentos ou tributados exclusivamente na fonte, mediante provas firmes e seguras da sua existência. Para justificar os recursos no fluxo financeiro mensal com lucros distribuídos de empresas das quais o contribuinte seja sócio é necessário prova inequívoca da efetiva existência e da transferência do dinheiro, sendo que o ônus da prova cabe a quem alega possuir os recursos. AUTO DE INFRAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A multa de ofício de 75 % (setenta e cinco por cento) aplicada nos lançamentos de ofício está prevista no inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96. Recurso Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. João Bellini Júnior Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 72 44 25 /2 01 1- 57 Fl. 1618DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 Alice Grecchi Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros João Bellini Junior (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Marcelo Malagoli da Silva, Luciana de Souza Espindola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até a apresentação da impugnação pelo contribuinte, adoto de forma livre o relatório do Acórdão proferido pela 4ª Turma da DRJ/POA, nº 1038.686, constante em fls. 1.437/1.445: O contribuinte supraidentificado foi autuado por omitir rendimentos tendo em vista sua variação patrimonial a descoberto. A fiscalização verificou excesso de aplicações sobre as origens declaradas e respaldadas por rendimentos declarados e comprovados. Também foram omitidos ganhos de capitais na alienação de bens e direitos em 31/08/2008 no valor de R$609.729,81 e R$545.160,00 em 30/09/2009. As infrações estão descritas no Termo de Verificação Fiscal das folhas 817 a 842 que apurou um crédito tributário de R$4.621.050,83 consolidado em 25/10/2011. O autuado apresentou impugnação em 25/11/2011 através dos seus representantes legais que, inicialmente, traçam um histórico do autuado e de suas empresas SIERRA MÓVEIS LTDA (CNPJ n° 92.726.785/000100) e MADERO MÓVEIS LTDA (CNPJ n° 04.427.808/000100), exaltando os benefícios sociais de ambas, principalmente na geração de empregos. Não impugna os créditos lançados a título de ganho de capital decorrente da alienação de imóveis em 08/2008 e 09/2009 referente ao imóvel de matricula nº 10.436 alienado por R$1.372.000,00 e o imóvel escriturado sob nº 29.830 alienado por R$1.200.000,00 tendo recolhido os valores de R$91.459,47 e R$81.774,00, respectivamente, acrescidos de multa e juros de mora especificados no Auto de Infração. Quanto ao lançamento de omissão de rendimentos com base no Acréscimo Patrimonial a Descoberto – APD, requer, preliminarmente, a suspensão do julgamento do AI em razão da pendência de julgamento definitivo do Processo Administrativo Fiscal PAF nº 11020.722075/201194 visto que, segundo o impugnante, aquele influi neste de maneira decisiva como facilmente se constata pela expressa referência as conclusões da fiscalização naquele processo. Aduz o impugnante que no processo citado foi desconsiderada a distribuição de lucros da empresa MADERO MÓVEIS LTDA. por não ter sido comprovada a efetiva distribuição dos lucros aos sócios com base no processo retrocitado que ainda não transitou em julgado, visto que se encontra em fase de Recurso Voluntário apresentado pela SIERRA. Fl. 1619DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 11020.724425/201157 Acórdão n.º 2301004.509 S2C3T1 Fl. 1.609 3 Conclui o autuado que o presente PAF deve ser sobrestado visto que depende de decisão do CARF, que teria ligação direta com o fato impugnado. Ainda como preliminar, classifica de “excesso” o arrolamento de bens do autuado na condição de sócioproprietário da empresa SIERRA no PAF nº 11020.724427/201146. Alega que os bens arrolados ultrapassam o valor do crédito tributário em R$1.422.228,45, o que não está expressamente autorizado no artigo 64 da Lei nº 9.532/1997. Classifica o ato administrativo de nulo (fl. 874) por conter vícios formais, quais sejam, não estar amparado em dispositivos legais. No mérito, aduz o impugnante que foram desconsiderados, pela fiscalização, os lucros distribuídos pela SIERRA e MADERO, o que justificaria o “suposto” acréscimo patrimonial a descoberto. Argüi que não existe dispositivo legal que obrigue as empresas a depositarem qualquer quantia distribuída aos sócios em instituições bancárias, razão pela qual, não pode ser exigido do contribuinte comprovações através de depósitos bancários dos valores recebidos a título de lucros distribuídos. Conclui o impugnante que apresentou os registros contábeis e financeiros das Empresas SIERRA e MADERO, além de suas Declarações de Ajustes Anuais – DAA não aceitas pela fiscalização para comprovar a origem dos rendimentos, porém utilizada para o lançamento fiscal. Aduz, ainda, que sem qualquer comprovação ou motivação os agentes desconsideraram a documentação e provas formais apresentadas pelo impugnante na fase de instrução do processo administrativo e que não aceitou as distribuições de lucros das empresas SIERRA e MADERO. De forma idêntica, desconsiderou os documentos que comprovavam a distribuição de lucros pela MADERO, sob o argumento de que não foram comprovadas as transferências através de agentes bancários, sem qualquer sustentação legal. Além disto, não aceita a desqualificação da pessoa jurídica MADERO MÓVEIS LTDA cuja figura jurídica faz parte de um grupo econômico e de acordo com os dispositivos legais aplicáveis. Insiste legalidade dos negócios praticados entre as duas empresas, SIERRA e MADERO, e que cada uma tenha faturamento próprio e não constituem uma única empresa (unicidade). Concorda com as afirmações de que o quadro social das duas empresas é o mesmo desde 2004 e que o controlador é o notificado porém, não há qualquer ilicitude em relação a composição societária. Da mesma forma, não vê qualquer impedimento no fato de duas sociedades terem o mesmo endereço, principalmente por integrarem o mesmo grupo econômico. Alega que a MADERO está colocada dentro do parque fabril da SIERRA por questões de logística, dispensando o transporte de móveis produzidos pela SIERRA até a MADERO para, depois ser levada ao cliente. Discorre sobre os motivos que levam a MADERO a ostentar o nome da SIERRA para concluir que o objeto social da primeira é promover o nome e a qualidade dos produtos da segunda. Fl. 1620DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 Quanto a ação renovatória da locação, aduz a impugnante que não há qualquer ilegalidade na sublocação para a MADERO por constituir mesmo grupo econômico e ser a única interessada em manter a locação. O mesmo ocorre em relação aos custos assumidos pela SIERRA que seriam da MADERO, pois sendo empresas de mesmo grupo, isto ocorre com freqüência. Observase que, conforme informações da folha 1435 foram extintos pelo pagamento os créditos relativos a alienação de imóveis no valor de R$91459,47 (08/2008) e R$81.774,00 (09/2009). Discorre sobre a legalidade das relações empresariais entre as empresas SIERRA MÓVEIS LTDA e MADERO MÓVEIS LTDA para concluir que não houve motivação para a descaracterização da segunda e dos negócios praticados entre esta e aquela. Insurgese contra a multa aplicada no lançamento atribuindo o caráter confiscatório à penalidade o que estaria ferindo princípios constitucionais. Ante o exposto requer a apropriação dos pagamentos efetuados e que seja acolhida a distribuição de lucros pela MADERO MÓVEIS LTDA, desconsiderados pela adoção das conclusões no âmbito do Processo Administrativo Fiscal – PAF nº 11020.722075/201194, determinar o sobrestamento do PAF nº 11020.724425/201157, objeto desta impugnação até a decisão final do primeiro, limitar o valor dos bens arrolados ao crédito lançado e cancelar o lançamento fiscal com base no APD, visto que os lucros distribuídos sustentam a evolução patrimonial do autuado. A Turma de Primeira Instância julgou improcedente a impugnação. O contribuinte foi cientificado do Acórdão n° 1038.686 da 4ª Turma da DRJ/POA em 12/06/2012 (fl. 1.448). Sobreveio Recurso Voluntário em 09/07/12 (fls. 1.451/1.587), no qual, o contribuinte, em suma, ratificou as razões da impugnação, alegando ainda, nulidade da decisão de primeira instância pela não observância da necessária suspensão do curso do processo administrativo em razão da pendência de julgamento definitivo do PAF nº 11020.722075/2011 94; nulidade da decisão de primeira instância por preterição do direito de defesa do recorrente, em face da negativa de apreciação da matéria constitucional em julgamento administrativo e, nulidade da decisão de primeira instância por ausência de fundamentação dos argumentos apresentados na impugnação. É o relatório. Passo a decidir. Voto Conselheira Relatora Alice Grecchi Fl. 1621DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 11020.724425/201157 Acórdão n.º 2301004.509 S2C3T1 Fl. 1.610 5 O recurso voluntário ora analisado possui todos os requisitos de admissibilidade do Decreto nº 70.235/72, motivo pelo qual merece ser conhecido. Cingese a análise do presente recurso quanto a autuação por Acréscimo Patrimonial a Descoberto, uma vez que a fiscalização desconsiderou os rendimentos isentos na DAA do contribuinte à título de distribuição de lucros da empresa Madero Móveis Ltda, CNPJ nº 92.726.785/000100, por falta de comprovação da efetiva distribuição de lucros. Sustenta o recorrente a nulidade da decisão de primeira instância argumentando a "nãoobservância da necessária suspensão do curso deste Processo Administrativo Fiscal e razão da pendência de julgamento definitivo do Processo Administrativo Fiscal nº 11020.722075/201194." Todavia, não merece guarida a alegação de nulidade por falta de apreciação do pedido de suspensão do curso do presente processo em face da pendência de julgamento daquele citado pelo recorrente, no qual figura a empresa Sierra Móveis Ltda, uma vez que os processos não guardam qualquer relação, sendo esta turma competente para julgamento da matéria. Frisase que o processo citado nº 11020.722075/201194, inclusive já fora julgado, Acórdão nº 1302001.181, em sessão de julgamento realizada em 08/10/2013, sendo negado provimento ao recurso voluntário interposto pela empresa Sierra Móveis Ltda, estando pendente de reexame de admissibilidade do recurso especial interposto. Por fim, esclareçase que a decisão de primeira instância não deixou de apreciar o pedido de suspensão do curso do presente processo, tendo em vista que analisou tal requerimento, conforme excertos transcritos abaixo: "[...] Cabe observar que o presente lançamento não decorre do processo que autuou as empresas SIERRA MÓVEIS LTDA e MADERO MÓVEIS LTDA como faz referência o autuado na peça impugnatória. A autuação fiscal decorre da falta de comprovação do efetivo repasse dos recursos a título de distribuição de lucros declarados pelo contribuinte nas Declarações de Ajuste Anual do IRPF dos anos de 2006 a 2009 e não comprovados ao fisco. Tal exigência está prevista nos artigos 806 e 807 do Decreto nº 3.000 de 29/03/99, já citados anteriormente. Neste sentido, não cabe atender o pedido de sobrestar o presente processo em virtude daqueles instaurados nas pessoas jurídicas posto que possuem objetos diferentes: enquanto estes decorrem da desconsideração dos negócios jurídicos praticados entre as empresas àquele decorre da falta de comprovação do efetivo recebimento dos lucros distribuídos pelas empresas.[...]" Assim, rejeito esta preliminar de nulidade. Sustenta o recorrente nulidade da decisão a quo, alegando cerceamento de defesa por negativa de apreciação da matéria constitucional. Neste item, também não merece guarida as alegações do recorrente, uma vez que, como bem assentou a decisão de primeira instância, "falece de competência a autoridade Fl. 1622DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 administrativa para apreciar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos, cabendose apenas observar a legislação em vigor." Inclusive, este é o entendimento deste E. Conselho, que através da Súmula nº2, pacificou entendimento sobre a matéria, in verbis: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Logo, não há que se falar em nulidade da decisão a quo por cerceamento de defesa em razão de falta de análise da constitucionalidade da legislação que rege a matéria. Assim, também rejeito esta preliminar. Em preliminar, sustenta ainda o recorrente a nulidade da decisão de primeira instância por ausência de apreciação de todos os argumentos apresentados na impugnação. Todavia, a alegação de cerceamento de defesa por não apreciação de todos fundamentos invocados pelo interessado não prospera, uma vez que a decisão a quo, de forma correta, assentou que "não cabe no presente julgamento manifestação sobre a formação de grupo econômico, contratos firmados entre as empresas SIERRA e MADERO, práticas de elisão fiscal praticada pelas empresas ou qualquer outro que diga respeito as empresas citadas visto que o objeto do lançamento é a falta de comprovação do efetivo repasse dos lucros distribuídos pelas empresas ao autuado, independente de suas finalidades, estruturas ou objetivos." O contribuinte na impugnação e no presente recurso, discorreu extensamente sobre a legalidade do grupo econômico formado entre as empresas Sierra Móveis Ltda e Madero Móveis Ltda, as quais, não são objeto do presente lançamento. Dessa forma, não está obrigado o julgador analisar as questões que não envolvam a matéria controversa posta sob litígio. Dessa forma, rejeito esta preliminar de nulidade. No mérito, argumenta o recorrente, em síntese, que não há dispositivo na legislação que obrigue as empresas a realizarem a distribuição de lucros através do sistema bancária (transferência e emissão de cheques). Argumenta que em relação aos registros contábeis e fiscais das empresas Sierra e Madero não há nenhum elemento que demonstre que os lançamentos contábeis, assim como as declarações de ajuste anual apresentadas pelo recorrente são inidôneos. Não lhe assiste razão neste ponto, visto que o recorrente não logrou comprovar, com documentos hábeis e idôneos, que os valores não considerados pela Fiscalização como lucros distribuídos da empresa Madero Móveis Ltda, foram, de fato, recebidos pelo interessado, sócio majoritário desta empresa, em face da ausência de comprovação da efetiva da distribuição de lucros, em valores expressivos para serem realizados em espécie. Ressaltese que, durante a ação fiscal, o contribuinte foi intimado por diversas vezes a comprovar a efetividade das operações de distribuição de lucros, limitandose a argumentar que as mesmas ocorreram através de dinheiro em caixa e que o recebimento dos valores está comprovado mediante o lançamento da DAA, recibos e escrituração contábil das empresas. Fl. 1623DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 11020.724425/201157 Acórdão n.º 2301004.509 S2C3T1 Fl. 1.611 7 Com efeito, o acréscimo patrimonial a descoberto somente pode ser justificado por rendimentos tributáveis, não tributáveis, isentos ou tributados exclusivamente na fonte, mediante provas firmes e seguras da sua existência. Para justificar os recursos no fluxo financeiro mensal com lucros distribuídos de empresas das quais o contribuinte seja sócio é necessário prova inequívoca da efetiva existência e da transferência do dinheiro, sendo que o ônus da prova cabe a quem alega possuir os recursos. Como bem analisou a fiscalização, através da escrituração contábil das empresas, constatouse que os lançamentos contábeis quando do suposto pagamento dos lucros pela empresa Madero sempre teve como contrapartida a conta Caixa, sem qualquer correspondência em conta de bancos. Logo, recibos simples emitidos pelo próprio contribuinte, desacompanhados de documentação hábil e idônea não comprovam a efetiva transferência de recursos da pessoa jurídica para a pessoa física do sócio, inclusive, dado o elevado valor das retiradas de lucros, representadas por simples recibos. Nesse sentido, como bem fundamentou a decisão a quo,"embora não haja nenhum impedimento quanto a distribuição em espécie é estranho que a empresa mantenha valores elevados em caixa para distribuição de lucros aos sócios e cujos comprovantes, resumemse a recibos emitidos pelo próprio autuado." Refirase por fim, que os lucros distribuídos e contabilizados na SIERRA foram computados nas planilhas das folhas 791 a 794. Nelas estão lançados os lucros distribuídos e comprovados através da contabilidade da empresa. Assim, em razão da ausência de comprovação da transferência dos valores à título de distribuição de lucros da pessoa jurídica para a pessoa física, através de documentação hábil e idônea que demonstre o efetivo recebimento destes valores, é de ser negado provimento ao presente recurso. Por fim, insurgese o recorrente quanto a aplicação da multa na forma qualificada. Contudo, verificase que o presente recurso cingese a análise da autuação por acréscimo patrimonial a descoberto, tendo em vista que a autuação por omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos fora reconhecida pelo mesmo, tendo este inclusive já recolhido o imposto com os acréscimos legais e a multa no percentual de 75%. Esclareçase que no presente lançamento somente fora qualificada a multa (150%) em relação a autuação por omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos, a qual não se está a discutir no recurso. A autuação por acréscimo patrimonial a descoberto fora aplicada no percentual de 75% de modo que não há que se falar em qualificação da mesma, tampouco em confisco. A multa de ofício de 75 % aplicada nos lançamentos de ofício está prevista no inciso I, do art. 44 da Lei nº 9.430/96. Fl. 1624DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 8 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Assim, correta a sua aplicação, não havendo que se falar em confisco. Ante o exposto, voto no sentido de REJEITAR AS PRELIMINARES DE NULIDADE e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso. (Assinado digitalmente) Relatora Alice Grecchi Fl. 1625DF CARF MF Impresso em 04/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10580.723388/2013-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
Ementa:
NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA.
Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, fundamentalmente porque atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN, bem como os requisitos dos arts. 10 e 11 do Decreto n° 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE.
No caso de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, a justificativa da origem em distribuição de lucros pagos por pessoas jurídicas e JSCP só pode ser aceita se restar comprovada, mediante documentação hábil e idônea, a efetividade da transferência de numerário.
GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS. APURAÇÃO INCORRETA.
Constatada a apuração incorreta do custo de aquisição da participação societária alienada, deve-se tributar a diferença como ganho de capital, na forma da legislação aplicável.
Numero da decisão: 2201-002.726
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao Recurso.
Assinado Digitalmente
CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Presidente-Substituto.
Assinado Digitalmente
EDUARDO TADEU FARAH - Relator.
EDITADO EM: 06/01/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente-substituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA CROSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, EDUARDO TADEU FARAH e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Presidente da Turma Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 Ementa: NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, fundamentalmente porque atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN, bem como os requisitos dos arts. 10 e 11 do Decreto n° 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. No caso de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, a justificativa da origem em distribuição de lucros pagos por pessoas jurídicas e JSCP só pode ser aceita se restar comprovada, mediante documentação hábil e idônea, a efetividade da transferência de numerário. GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS. APURAÇÃO INCORRETA. Constatada a apuração incorreta do custo de aquisição da participação societária alienada, deve-se tributar a diferença como ganho de capital, na forma da legislação aplicável.
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INOCORRÊNCIA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, fundamentalmente porque atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN, bem como os requisitos dos arts. 10 e 11 do Decreto n° 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. No caso de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, a justificativa da origem em distribuição de lucros pagos por pessoas jurídicas e JSCP só pode ser aceita se restar comprovada, mediante documentação hábil e idônea, a efetividade da transferência de numerário. GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS. APURAÇÃO INCORRETA. Constatada a apuração incorreta do custo de aquisição da participação societária alienada, devese tributar a diferença como ganho de capital, na forma da legislação aplicável. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao Recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 33 88 /2 01 3- 13 Fl. 732DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Assinado Digitalmente CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI – PresidenteSubstituto. Assinado Digitalmente EDUARDO TADEU FARAH Relator. EDITADO EM: 06/01/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidentesubstituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA CROSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, EDUARDO TADEU FARAH e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Presidente da Turma Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR. Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, anocalendário 2010, consubstanciado no Auto de Infração, fls. 03/35, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 869.481,58, calculado até 04/2013. A fiscalização apurou: a) omissão de rendimentos, no montante de R$ 165.041,64 caracterizados por valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantida em instituição financeira, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações; b) omissão e apuração incorreta de ganho de capital, no valor de R$ 2.602.442,64, auferido em 05/07/2010, referente à alienação de quotas de capital social da sociedade empresária limitada Perini Comercial de Alimentos Ltda (CNPJ nº 11.965.515/000142). Cientificado do lançamento, o contribuinte apresenta Impugnação alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: I Quanto à Omissão de Rendimentos – Depósitos Bancários: 1. Alega que os depósitos e créditos apontados pela Auditoria Fiscal têm origem no recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio (JSCP) da sociedade Carballo Faro & Cia Ltda (CNPJ nº 15.145.444/000192), no montante de R$ 318.150,00, e que estes excedem a movimentação financeira apontada como sendo de fonte desconhecida; Fl. 733DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 3 3 2. Entende que a presunção relativa estabelecida pelo art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, deve ser afastada à vista da comprovação da origem dos recursos depositados; 3. Transcreve precedente de jurisprudência do antigo 1º Conselho de Contribuintes sobre omissão de rendimentos caracterizada por depósito bancário (Acórdão 10447.494, da 4ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, DOU 13/09/2000); 4. Defende a aplicação ao caso da Súmula nº 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos; 5. Argumenta que a presunção legal utilizada pela Auditoria Fiscal com base no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, encontrase vinculada à demonstração de existência de sinais exteriores de riqueza incompatíveis com o patrimônio e rendimentos declarados do impugnante, o que não foi comprovado; 6. Cita e transcreve doutrina de Carlos Veloso sobre caracterização de omissão de rendimentos por meio de depósito bancários sem origem comprovada, que entende perfilhada ao seu entendimento sobre a matéria; 7. Aduz que a AuditoriaFiscal deveria provar que os depósitos refletem a aquisição de disponibilidade econômica e jurídica distinta daquelas já reconhecidas e declaradas pelo contribuinte à Fazenda Pública Federal ou aumento patrimonial injustificado; 8. Afirma que a hipótese esposada pela fiscalização de que a inexistência de correspondência datavalor entre os depósitos e os recursos decorrentes do recebimento de dividendos e JSCP não encontra fundamento na legislação que rege a matéria; 9. Entende que a tese da AuditoriaFiscal, por via indireta, obriga o contribuinte a depositar seus recursos em conta corrente bancária no dia do recebimento, impedindoo de direcionálo para outras finalidades; 10. Alega que a Carballo Faro & Cia Ltda (CNPJ nº 15.145.444/000192) é uma empresa familiar e os lucros e JSCP distribuídos não eram imediatamente ou integralmente sacados pelos sócios, que somente o faziam conforme a necessidade, e nem todos os valores sacados tinham como destino as contas bancárias, assim como nem sempre o depósito, quando feito, era realizado no dia do pagamento; 11. Apresenta planilha comprando o recebimento de recursos decorrentes de lucros e JSCP distribuídos, no anocalendário 2010, os depósitos apontados pela fiscalização e o saldo correspondente. Conclui, assim, que os recursos declarados excedem em R$ 163.108,37 os depósitos questionados; 12. Argumenta que a AuditoriaFiscal laborou em equívoco ao optar pelo arbitramento a partir de depósitos bancários, tornando nulo de pleno direito o auto de infração; Fl. 734DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 13. Aduz que o procedimento a ser adotado pela Auditoria Fiscal encontrase regido pelo Decreto nº 3.000, de 1999, Capítulo IV, arts. 844 e seguintes. 14. Afirma, assim, que a fiscalização desconsiderou todos os fatos e circunstâncias que, na forma da lei e do entendimento dos tribunais administrativos e judiciais, invalidam a presunção do art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996. II Quanto à Omissão/Apuração Incorreta de Ganho de Capital: Em decorrência da alienação de suas quotas do capital social da Perini Comercial de Alimentos Ltda, pelo valor de R$ 22.800.000,00, em 05/07/2010, apurou o ganho de capital no valor de R$ 14.178.957,36 e recolheu o imposto sobre a renda respectivo; Promoveu, após a operação de cisão parcial e incorporação realizada entre as sociedades Perini Comercial de Alimentos Ltda (CNPJ nº 11.965.515/000142) e Carballo Faro & Cia. Ltda (CNPJ nº 15.145.444/000192) e antes da alienação de sua participação societária da Perini Comercial de Alimentos Ltda, o realinhamento dos custos de aquisição, distribuindoos entre as duas sociedades (cindida e incorporadora), substituindo as quotas detidas antes da incorporação na mesma proporção e valor anteriormente possuídos. Alega que procedeu ao realinhamento com observância de instruções da Administração Tributária Federal consignadas no Manual de Orientação Eletrônico (Perguntas e Respostas – Pessoa Jurídica 2012) divulgado na página da Receita Federal na internet, em especial a resposta à Pergunta 025 (Qual o tratamento a ser dado à substituição de ações ou quotas em virtude de incorporação, fusão ou cisão de sociedades?). Defendese argumentando que para aplicar o critério da proporcionalidade, tomou por base a divisão do patrimônio líquido resultante nas duas sociedades póscisãoincorporação para redistribuir o seu custo de aquisição, resultando no custo de aquisição de R$ 8.621.042,64, conforme abaixo: Proporcionalização do Custo de Aquisição Custo de Aquisição Pré CisãoIncorporação Patrimônio Líquido Pós CisãoIncorporação Percentual Custo de Aquisição Pós CisãoIncorporação Carballo R$ 9.631.884,00 R$ 1.175.079,38 10,4955% R$ 1.011.544,12 Perini R$ 6.000,00 R$ 10.021.000,00 89,5045% R$ 8.626.339,88 Total R$ 9.637.884,00 R$ 11.196.079,38 100,000% R$ 9.637.884,00 5. Argumenta que a AuditoriaFiscal procedeu em equívoco ao considerar que inicialmente teria havido a transferência de ativos cindidos para o impugnante e posterior alienação destes ativos à Perini Comercial de Alimentos Ltda, constituindose numa integralização de capital mediante entrega de bens ou direitos por parte do impugnante, tratando de forma independente o custo de aquisição das quotas de capital social Fl. 735DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 4 5 alienadas, ao invés de reconhecer a ocorrência da versão direta decorrente do processo reorganizatório das sociedades, como entende que de fato ocorreu. 6. Alega que nos processos reorganizatórios não ocorrem alienação de bens e direitos pelos sócios das sociedades envolvidas e é esta a orientação emanada pela Administração Tributária Federal, fazendo referência às Respostas às Perguntas 556 e 557 do Manual de Orientação Eletrônico divulgado na página da Receita Federal na internet para o ano de 2012. 7. Entende, portanto, que a substituição de quotas nos processo de cisãoincorporação não se confunde com a transferência de bens ou direitos para integralização de capital social, sendo inaplicável o art. 16 § 1º da Instrução Normativa SRF nº 84, de 2001. 8. Aponta que as informações do Manual de Orientação Eletrônico da Receita Federal encontram fundamento no Parecer CST nº 39, de 1981, e no art. 110 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), constituindose em prática reiterada e, portanto, devendo ser considerada norma complementar à legislação tributária, nos termos do art. 100, inciso III, do CTN, descabendo, outrossim, aplicação de multa e juros. 9. Aduz que a AuditoriaFiscal não aplicou a orientação do Parecer CST nº 39, de 1981, sob o argumento incorreto de que o citado parecer se encontrava revogado. 10. Argumenta que nas operações de cisão, fusão e incorporação, a transferência de bens e direitos ocorre diretamente entre as sociedades envolvidas, não caracterizando alienação dos quotistas, conforme explicitado pela própria Receita Federal por meio da Solução de Consulta Cosit nº 10/07, que tratou sobre operações de desmutualização das bolsas de valores; 11. Cita jurisprudência sobre a natureza jurídica dos processos reorganizatórios. 12. Argumenta que a sua interpretação dos fatos se encontra em consonância com a Lei nº 6.404, de 1976, arts. 227 e 229, § 3º, os quais tratam de cisão e incorporação, bem como com a Lei nº 9.249, de 1995, art. 22 § 3º. 13. Alega que o Patrimônio Líquido é o dado contábil que reflete o efetivo patrimônio das sociedades resultantes da transformação (cisãoincorporação), devendo ser o parâmetro para o realinhamento do custo de aquisição. E que o critério de proporcionalidade também é adotado no realinhamento do custo de aquisição de imóveis desmembrados, conforme previsto no art. 11 da IN SRF nº 84, de 2001. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Entendendo demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, requer o cancelamento do débito fiscal. A 5ª Turma da DRJ em Salvador/BA julgou improcedente a Impugnação apresentada, conforme ementas abaixo transcritas: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Caracterizamse como omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantidas junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO LEGAL RELATIVA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal relativa inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao recebimento de rendimentos (fato jurídico tributário). Cabe à autoridade lançadora provar a ocorrência do fato indiciário e ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. GANHO DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS. APURAÇÃO INCORRETA. OMISSÃO DE RENDIMENTO. O ganho de capital percebido por pessoa física em decorrência da alienação de bens e direitos de qualquer natureza sujeitase à incidência do Imposto de Renda, à alíquota de quinze por cento. O imposto deverá ser pago até o último dia útil do mês subseqüente ao da percepção dos ganhos. Os ganhos serão apurados e tributados em separado e não integrarão a base de cálculo do Imposto de Renda na declaração de ajuste anual, e o imposto pago não poderá ser deduzido do devido na declaração. Impugnação Improcedente O contribuinte foi cientificado da decisão de primeira instância em 15/08/2013 (fl. 598) e, em 11/09/2013, interpôs o recurso de fls. 599/644, sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos postos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah, Relator O recurso é tempestivo e reúne os requisitos de admissibilidade. Fl. 737DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 5 7 Cuida o presente lançamento de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem origem comprovada e omissão de ganho de capital na alienação de bens e direitos, relativamente a fatos ocorridos no anocalendário 2010. Em seu apelo alega o suplicante, preliminarmente, que é totalmente nulo o arbitramento do imposto sobre a renda com base exclusivamente em depósitos bancários de origem não comprovada. De início, cumpre registrar que não houve arbitramento do imposto, como faz crer o recorrente, já que a lavratura do lançamento ocorreu em razão da omissão de rendimentos pela presunção legal contida no art. 42 da lei nº 9.430/1996. Na verdade, não se constata nos autos qualquer ofensa ao princípio da legalidade, mormente porque a utilização da figura jurídica da presunção legal para fins de encontrar a renda omitida, está em perfeita consonância com os dispositivos legais constante na legislação pátria. No processo tributário administrativo as provas obedecem às disposições estabelecidas no Código Civil. É o que se extrai do art. 212, IV, do referido Código: Art. 212. Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: I confissão; II documento; III testemunha; IV presunção; V perícia. (grifei) A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/1996 constitui um instrumento direcionado à facilitação do trabalho de investigação fiscal, justamente em razão das dificuldades impostas à identificação dos fatos econômicos dos quais participou o recorrente. Em verdade, as infrações apuradas pela fiscalização contiveram perfeitamente a conformação simbólica e descritiva prevista na norma do art. 42 da Lei nº 9.430/1996, conforme se extrai da simples leitura do Auto de Infração (fls. 03/11) e do Termo de Verificação Fiscal (fls. 12/34). Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, fundamentalmente porque atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN, bem como os requisitos dos arts. 10 e 11 do Decreto n° 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. Rejeitase, pois, a suscitada preliminar. Omissão de Rendimento Caracterizada por Depósitos Bancários De início, cumpre trazer a lume a legislação que serviu de base ao lançamento, no caso, o art. 42 da Lei nº 9.430/1996, verbis: Art.42 Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 738DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 Como abordado anteriormente, de acordo com o art. 42 supracitado, basta ao fisco apenas demonstrar a existência de depósitos bancários de origem não comprovada para que se presuma, até prova em contrário, a ocorrência de omissão de rendimentos. Tratase de uma presunção legal do tipo juris tantum (relativa), e, portanto, cabe ao fisco comprovar apenas o fato definido na lei como necessário e suficiente ao estabelecimento da presunção, para que fique evidenciada a omissão de rendimentos. Na presunção legal a lei se encarrega de presumir a ocorrência do fato gerador, razão pela qual não há necessidade de se comprovar o nexo causal entre cada depósito e o fato que represente omissão. Além do mais, a autoridade fiscal não tem que demonstrar renda incompatível e, tampouco, renda consumida, conforme se observa da Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Sobre a argumentação de que os depósitos bancários não conduziriam a presunção de disponibilidade econômica, vale registrar que o fato gerador do Imposto de Renda, conforme art. 43 do Código Tributário Nacional1, alberga tanto as disponibilidades econômicas quanto as disponibilidades jurídicas de renda ou proventos de qualquer natureza. Cumpre esclarecer que a Lei nº 8.021/1990, ora revogada, condicionava a falta de comprovação da origem dos recursos à demonstração dos sinais exteriores de riqueza, contudo, a presunção da Lei nº 9.430/1996, atualmente em vigor, está condicionada apenas à falta de comprovação da origem dos recursos depositados, em nome do fiscalizado, em instituições financeiras. Passando às questões pontuais de mérito, alega o suplicante que os valores movimentados nas suas contas bancárias são procedentes do recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio (JSCP) da sociedade Carballo Faro & Cia Ltda (CNPJ nº 15.145.444/000192), no montante de R$ 318.150,00. Assevera ainda que os valores recebidos a título de dividendos e juros sobre capital próprio (JSCP) excederam a movimentação financeira levantada pela fiscalização, conforme quadro descrito em seu recurso. Pois bem, em que pese alegue o recorrente que os recursos movimentados em sua conta bancária são procedentes do recebimento de dividendos e juros sobre capital próprio (JSCP), verifico, pois, que não foram encontrados nos extratos do contribuinte nenhum depósito que combinasse em datas, valores, histórico, etc., com os rendimentos tributários declarados e/ou lucros recebidos. A alegação de que possui recursos suficientes informados em suas Declarações de Ajuste, no máximo comprovariam, em tese, que possuía recursos financeiros para depositar em sua conta pessoal, porém, para efeito de afastar a presunção legal de omissão de receitas do art. 42 da Lei nº 9.430/1996, o depósito há de ser comprovado documentalmente de forma individualizada. Consolidouse nesse sentido a jurisprudência deste Órgão. IRPF LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS 1 CTN – Lei n° 5.172, de 1966 – Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. Fl. 739DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 6 9 DEPÓSITOS Para elidir a presunção de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada, a demonstração da origem dos depósitos deve ser feita de forma inequívoca, correlacionando, de forma individualizada, as apontadas origens a cada um dos depósitos. A alegação de que as origens dos depósitos foram cheques omitidos por uma empresa deve ser comprovada com a demonstração de que os depósitos se referem aos referidos cheques, não bastando para tanto a mera existência de proximidade de datas entre as emissões dos cheques e os depósitos. Embargos acolhidos. (Acórdão nº 10423276, de 25 62008, da 4ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, conselheiro(a) relator(a) Pedro Paulo Pereira Barbosa) Não se pode perder de vista que o ônus da prova da origem dos recursos depositados em suas contas bancárias é do contribuinte, e que, não havendo pelo menos uma razoável coincidência entre datas e valores, deve ele apresentar outros elementos de prova que permitam estabelecer uma relação entre as operações que alega terem ocorrido para comprovar a origem dos depósitos que pretende justificar. Com efeito, para que se reconheçam os lucros distribuídos e/ou JSCP informados em suas DIRPF’s como origens, é necessário à demonstração de que os depósitos são de fato oriundos da pessoa jurídica, caso contrário, a conclusão que se impõe é que os valores não transitaram pelas contas bancárias do suplicante. Inaplicável, também, a alegação de ofensa a Súmula 182 do antigo Tribunal Federal de Recursos, visto que a mesma foi inteiramente superada pela entrada em vigor da Lei nº 9.430/1996, que tornou lícita a utilização de depósitos bancários de origem não comprovada como meio de presunção legal de omissão de receitas ou de rendimentos. Portanto, não há como considerar como comprovada a origem apenas com a indicação genérica da fonte do crédito. Ganho de Capital na Alienação de Bens e Direitos No que tange ao ganho de capital, verificase que a autoridade fiscal lavrou a exigência, sob o argumento de que o contribuinte apurou incorretamente o custo de aquisição, já que a apuração não foi efetuada pelo critério contábil. Por sua vez, alega o recorrente que no caso de substituição de ações ou quotas em virtude de incorporação, fusão ou cisão de sociedades, devese aplicar o critério da proporcionalidade, tomando por base a divisão do patrimônio líquido resultante dos atos de cisão/incorporação. Delineada a controvérsia, cumpre transcrever a norma que rege a matéria, no caso, o § 2º do art. 16 da Lei nº 7.713/1988: Art. 16. O custo de aquisição dos bens e direitos será o preço ou valor pago, e, na ausência deste, conforme o caso: I o valor atribuído para efeito de pagamento do imposto de transmissão; II o valor que tenha servido de base para o cálculo do Imposto de Importação acrescido do valor dos tributos e das despesas de desembaraço aduaneiro; Fl. 740DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 III o valor da avaliação do inventário ou arrolamento; IV o valor de transmissão, utilizado na aquisição, para cálculo do ganho de capital do alienante; V seu valor corrente, na data da aquisição. § 1º O valor da contribuição de melhoria integra o custo do imóvel. § 2º O custo de aquisição de títulos e valores mobiliários, de quotas de capital e dos bens fungíveis será a média ponderada dos custos unitários, por espécie, desses bens. (grifei) Citase, outrossim, o § 4º do art. 16 da Instrução Normativa SRF n° 84/2001 dispõe: Art. 16. Na hipótese de integralização de capital mediante a entrega de bens ou direitos, considerase custo de aquisição da participação adquirida o valor dos bens ou direitos transferidos, constante na Declaração de Ajuste Anual ou o seu valor de mercado. § 1º Se a transferência não se fizer pelo valor constante na Declaração de Ajuste Anual, a diferença a maior é tributável como ganho de capital. § 2º No caso de ações ou quotas recebidas em bonificação, em virtude de incorporação de lucros ou reservas ao capital social da pessoa jurídica, considerase custo de aquisição da participação o valor do lucro ou reserva capitalizado que corresponder ao acionista ou sócio, independentemente da forma de tributação adotada pela empresa. § 3º Para efeito de apuração de ganho de capital na alienação de participações societárias, o custo de aquisição das ações ou quotas é apurado pela média ponderada dos custos unitários, por espécie, desses títulos. § 4º O custo médio ponderado de cada ação ou quota: I é igual ao resultado da divisão do valor total de aquisição das ações ou quotas em estoque pela quantidade total de ações ou quotas em estoque, inclusive bonificadas; II multiplicado pela quantidade de ações ou quotas alienadas, constitui o custo de aquisição para efeito da apuração do ganho de capital; III multiplicado pelo número de ações ou quotas remanescente, constitui o valor do estoque desses títulos. § 5º A cada aquisição ou baixa devem ser ajustadas as quantidades em estoque e os custos total e médio ponderado, por espécie, das ações ou quotas. (grifei) Dos excertos transcritos, verificase que o custo de aquisição de quotas de capital social será determinado a partir da média ponderada dos respectivos custos unitários por espécie desses títulos e, no caso dos autos, o próprio recorrente estabeleceu em R$ 1,00 (fls. Fl. 741DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 7 11 518 a 520 e 523 a 555). Assim, o custo de aquisição é o valor contábil expresso na Ata de Reunião de Sócios, Protocolo de Cisão, Justificação. Relativamente às operações perpetradas pelo recorrente, transcrevese trecho do Termo de Verificação Fiscal, fls. 14/24, que discriminou as etapas societárias e o consequente custo de aquisição: A 62ª alteração contratual da empresa Carballo Faro & CIA Ltda, CNPJ 15.145.444.000192, dispõe que o Capital Social foi aumentado em 13.913.140,00 (treze milhões novecentos e treze mil, cento e quarenta reais) mediante emissão de 13.913.140 (treze milhões, novecentas e treze mil, cento e quarenta) quotas novas, foram ente subscritas e integralizadas através de aumento de capital das seguintes contas: a) Incorporação do Saldo da conta "Reserva de Capital" à conta "Capital" no valor de R$ 539.038,21 (quinhentos e trinta e nove mil e. trinta e oito reais e vinte um centavos); b) Incorporação parcial do saldo da conta "Lucros Acumulados" no valor de R$ 9.157.818,20 (nove milhões, cento e cinquenta e sete mil e oitocentos e dezoito reais e vinte centavos) à conta "Capital"; c) Incorporação integral do saldo da conta "Lucros do Exercício 2009" no valor de R$ 4.216.283,59 (quatro milhões duzentos e dezesseis mil duzentos e oitenta e três reais e cinquenta e nove centavos) à conta de “Capital”. (...) Observase também que a citada alteração contratual dispõe acerca da modificação do valor unitário das quotas para R$ 1,00 (um real), determinando a divisão da quota de capital existente em 100 (cem) novas quotas. Ainda de acordo com alteração contratual supra, datada de 29 de janeiro de 2010, percebese a seguinte composição societária referente à empresa Carballo Faro & CIA Ltda: Quotista CPF Quotas (a) Valor (R$) Percentual José Faro Rua 057.230.78534 9.689.484 9.689.484,00 60.00% Adriano Carballo Amoedo 083.186.54587 4.037.285 4.037.285,00 25.00% André Luis Faro Carballo 545.468.18572 2.422.371 2.422.371,00 15,00% Total 16.149.140 16.149.140,00 100,00% Registrase que em consonância com novo Código Civil houve transferência das 642.000 (seiscentas e quarenta e. duas mil) quotas, referentes a 30% de participação no Capital Social da empresa Carballo Faro & Cia Ltda, detidas pela Sr. Almerinda Carballo de Faro, CPF 309.290.59549, casada, com o contribuinte sob regime de comunhão universal de bens, para este, totalizando 1.284.000 (um milhão duzentos e oitenta e quatro mil) quotas. Em resposta a intimação fiscal, datada de 25 de abril de 2012, o contribuinte informa em arrazoado que o valor de suas quotas relativas à empresa Carballo Faro & CIA Ltda equivalia a R$ 642.000,00 (seiscentos ê quarenta e dois mil reais) em Fl. 742DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 12 conformidade com DIRRF 2010, anocalendário 2009, fl 3. Observase pequena divergência em relação ao valor verificado na 62ª alteração contratual da empresa Carballo Faro & CÍA Ltda equivalente a R$ 670.800,00 (seiscentos e setenta mil e oitocentos reais) conforme se observa na memória de cálculo abaixo, ressaltando que o montante há de ser duplicado, mormente transferência de quotas citadas da Sra. Almerinda Carballo de Faro: Capital Social antes da 62ªalteração contratual Participação contribuinte (%) Total participação 2.236.000,00 60% 1.341.600,00 Esta divergência de R$ 57.600,00 (Cinquenta e sete mil e seiscentos reais) R$ 1.341.600.00 menos R$ 1.284.000,00 é mais uma vez verificada na resposta a intimação fiscal supracitada no que se refere ao custo de aquisição da participação societária até aquele momento (R$ 9.689.484,00 (62ª alteração contratual) x R$ 9.631.884,00 (resposta do contribuinte)). Em 27 de abril de 2010, o contribuinte juntamente com os Srs. Adriano Carballo Amoedo e André Luis Faro Carballo, constituíram a empresa Perini Comercial de Alimentos: Ltda, cujo Capital Social equivalia a R$ 10.000,00 (dez mil reais), assim divididos: Quotista CPF Quotas Valor Percentual José Faro Rua 057.230.78534 6.000 6.000,00 60.00% Adriano Carballo Amoedo 083.186.54587 2.500 2.500,00 25.00% André Luis Faro Carballo 545.468.18572 1.500 1.500,00 15,00% Total 10.000 10.000,00 100,00% (...) De acordo com arrazoado produzido pelo contribuinte, no curso do ano de 2010 resolveuse, juntamente com os Srs. Adriano Carballo Amoedo e André Luis Faro Carballo, alienar a participação societária detida na empresa Perini Comercial de Alimentos Ltda. Neste contexto surgem as empresas Cencosud Brasil S/A, CNPJ 08.882.762/0001 70 e G. Barbosa Comercial Ltda, CNPJ 39.346.861/000161 na condição de compradoras das citadas participações. Assim, em 27 de abril de 2010, foi celebrado Contrato de Compra e Venda e Outras Avenças com as seguintes condições principais: a) Interesse de compra apenas de parte da empresa Carballo Faro & CIA Ltda (lojas Perini Graça, Vasco da Gama, Barra, entre outras, bem como, estoques, funcionários, etc...); b) Regulação do processo de Cisão Parcial da empresa Carballo Faro & CIA Ltda para conferência parcial de ativos; constituindo uma nova empresa (Perini Comercial de Alimentos Ltda); c) Aumento do Capital Social da empresa Perini Comercial de Alimentos Ltda, subscrevendo a integralidade de tal aumento por meio da contribuição dos ativos, transferidos a valor contábil, conforme constem nos livros da empresa Carballo Faro & CIA Ltda; Fl. 743DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 8 13 d) Os ativos citados são compostos por todos os móveis, equipamentos, veículos e demais ativos fixos da empresa Carballo Faro & CIA Ltda, bem como todos os ativos intangíveis necessários à operação dos negócios; e) Preço de alienação fixado em R$ 38.000.000,00 (trinta é oito milhões de reais) e â quantia de R$ 12.000.000,00 (doze milhões) sob condição suspensiva; De acordo 63ª alteração do Contrato Social da empresa Carballo Faro & Cia Ltda, datada de 30 de junho de 2010, reconheceuse redução do Capital Social no valor de R$ 10.021.000,00 (dez milhões e vinte um mil reais) em função da Cisão de ativos implementada. O Capital Social da citada empresa reduziu de R$ 16.149.140,00 (dezesseis milhões, cento e quarenta e nove mil, cento e quarenta reais) para R$ 6.128.140,00 (seis milhões, cento e vinte e oito mil, cento e quarenta reais), conforme se observa abaixo: Quotista CPF Quotas Cisão (quotas) Valor das quotas (a) Cisão (Valor): (b) Participação remanescente c=ab Percentual José Faro Rua 057.230.78534 9.689.484 6.012.600 9.689.484,00 6.012.600,00 3.676.884,00 60,00% Adriano Carballo Ámoedo 083.186.54587 4.037.285 2.505.250 4.037.285,00 2.505.250,00 1.532.035,00 25,00% André Luis Faro Carballo 545.468.18572 2.422.371 1.503.150 2.422.371,00 1.503.150,00 919.221,00 15,00% Total 16.149.140 10.021.000 16.149.140,00 9.689.484,00 6.128.140,00 100,00% Ainda em 30 de junho de 2010, houve a 2ª alteração de Contrato Social da empresa Perini Comercial de Alimentos Ltda, registrando o aumento do Capital Social nos valores acima mencionados; ressaltando que a participação do contribuinte equivalia a 6.018.600 (seis milhões, dezoito mil, seiscentas) quotas cujo valor montava 6.018.600,00 (Seis milhões, dezoito mil, seiscentos reais), encontrados mediante aplicação do percentual de 60% sobre o Capital Social de. R$ 10.031.000,00 (dez milhões e trinta e um mil reais). Neste mesmo dia houve reunião de sócios da empresa Perini Comercial Alimentos Ltda cuja pauta incluía a deliberação dos seguintes quesitos: a) Incorporação dos ativos cindidos da sociedade Carballo Faro & CIA Ltda conforme constante do Protocolo e Justificação desta data; b) Critério de avaliação dos ativos; c) Indicação de avaliadores; d) Avaliação dos ativos conforme Laudo elaborado pelos avaliadores; e) Alteração contratual resultante da incorporação. As deliberações da reunião de sócios foram às seguintes: a) Aprovação do Protocolo da Justificação constantes no documento "Protocolo de Cisão, Justificação e consequente incorporação do acervo líquido cindido"; Fl. 744DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 14 b) Aprovação do critério de valor contábil para avaliação de ativos: c) Indicação de três avaliadores para avaliação dos ativos vertidos; d) Aprovação dos ativos conforme Laudo de Avaliação indicando o Patrimônio Líquido contábil no valor de R$ 18.865.952,10 (dezoito milhões, oitocentos e sessenta e cinco mil, novecentos e cinquenta e dois reais e dez centavos); e) Aprovação da incorporação dos ativos vertidos no valor total de R$ 10.021.000,00 (dez milhões e vinte e um mil reais), resultando no aumento do Capital Social para R$ 10.031.000,00 (dez milhões e trinta e um mil reais). Corroborando as deliberações contidas na Reunião de sócios e alterações contratuais realizadas, verificamse as seguintes e principais informações no Protocolo de Cisão Justificação e consequente incorporação do acervo líquido cindido: a) Capital Social da empresa Carballo Faro & CIA Ltda antes da Cisão no valor de R$ 16.149.140,00, dividido em 16.149.140 quotas de valor nominal de R$ 1,00; b) Capital Social da empresa Perini Comercial de Alimentos Ltda antes da Cisão no valor de R$ 10.000.00, dividido em 10.000 quotas de valor nominal de R$1,00; c) Justificação da Cisão em função do interesse do grupo CENCOSUD em adquirir apenas parcela saudável da empresa Carballo Faro & CIA Ltda; d) Definição da Cisão para o dia 30 de junho de 2010, com a versão dos ativos para incorporação na empresa Perini Comercial de Alimentos Ltda. com base em balanço patrimonial levantado no dia 31 de maio de 2010; Em 05 de julho de 2010, ocorreu a terceira alteração do Contrato Social da empresa Perini Comercial de Alimentos Ltda, com as seguintes principais disposições: a) Cessão e transferência de 6.018.600 (seis milhões, dezoito mil e seiscentas) quotas de propriedade do Sr. José Faro Rua, do capital Social, totalmente integralizadas, do valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma, para a sociedade G Barbosa Comercial LTDA; b) Cessão e transferência de 2.507.750 (dois milhões; quinhentos e sete mil, setecentos e cinquenta) quotas de propriedade do Sr. Adriano Carballo Amoedo do capital Social totalmente integralizadas do valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma, para a sociedade G Barbosa Comercial LTDA; c) Cessão e transferência de 1.504.650 (um milhão, quinhentos e quatro mil, seiscentos e cinquenta) quotas de propriedade do Sr. André Luis Faro Carballo, do capital Social, totalmente integralizadas, do valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada uma, para a sociedade G Barbosa Comercial LTDA; Fl. 745DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 9 15 Estes valores apresentam a participações societárias na empresa seguinte memória de cálculo Comercial de Alimentos Ltda: Quotista CPF Quotas (a) Capital Social Cisão quotas (b) Total quotas c = a+b Valor (R$) Percentual José Faro Rua 057.230.78534 6.000 6.000,00 6.012.600 6.018.600 6.018.600,00 60.00% Adriano Carballo Amoedo 083.186.54587 2.500 2.500,00 2.505.250 2.507.750 2.507.750,00 25.00% André Luis Faro Carballo 545.468.18572 1.500 500,00 1.503.150 1.504.650 1.504.650,00 15,00% Total 10.000 10.000,00 10.021.000 10.031.000 10.031.000,00 100,00% Do todo acima exposto é possível concluir que o custo de aquisição na alienação das quotas pertencentes ao contribuinte da empresa Perini Comercial de Alimentos Ltda, para fins de apuração de ganho, de capital, equivale a R$ 6.018.600,00, conforme documentos comprobatórios acima citados. (...) Do exposto, verificase que o Capital Social da empresa Carballo Faro & CIA Ltda foi aumentado em R$ 13.913,140,00, perfazendo um total de R$ 16.149.140,00. Aplicando o percentual de 60% sobre o total do Capital Social, o contribuinte passou a ser titular de 9.689.484 quotas no valor de R$ 9.689.484,00 (62ª alteração contratual fls. 103/105). Após a redução do Capital Social no valor de R$ 10.021.000,00, em razão da cisão de ativos implementada, o Capital da empresa reduziu de R$ 16.149.140,00 para R$ 6.128.140,00, sendo que a participação do sujeito passivo no capital representou R$ 3.676.884,00, (60% do capital da sociedade). Em seguida, houve a incorporação dos ativos cindidos pela Perini Comercial de Alimentos Ltda, passando o Capital a ser de R$ 10.031.000,00, sendo atribuído ao sujeito passivo, em razão da sua participação de 60%, 6.018.600 quotas, no valor de R$ 6.018.600,00 (2ª alteração do Contrato Social da Perini Comercial de Alimentos Ltda fls. 117). Pelo que se vê, as transformações societárias no capital foram fielmente computadas para fins de determinação da participação do contribuinte e a consequente apuração do ganho de capital. No que tange à proporcionalidade na composição do Capital Social, impende transcrever a observação do relator singular quando discorreu sobre o tema: Neste ponto merece destaque o item “Composição do Capital Social e Relação de Substituição” do Protocolo que tratou de esclarecer os efeitos das transformações societárias no Capital Social e como se operaria a cisão e a incorporação em termos de quotas de Capital Social das sociedades envolvidas no processo reorganizatório (relação de substituição das quotas), fls. 529, textual: “8. Em razão da cisão, o capital social da Carballo sofrerá redução, no mesmo valor do acervo líquido a ser cindido. Após aprovada a cisão, a redução deverá incidir exclusivamente na conta de capital, permanecendo as contas de reserva da Carballo em seus valores integrais. 9. – A redução do capital se operará juridicamente por meio de uma Alteração do Contrato Social da Carballo (anexo V), sendo mantida a atual proporção da participação dos sócios na Carballo. (...) Fl. 746DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 16 11. Igualmente, a incorporação dos valores cindidos ao patrimônio líquido da Perini resultará em Alteração de seu Contrato Social (Anexo VII) para refletir o impacto na conta capital, distribuído entre os sócios na mesma proporção da Carballo.” (grifei) Conforme transcrição supra, verificase que a análise da autoridade recorrida foi bastante detalhada e criteriosa, portanto só resta concordar com o procedimento adotado, fundamentalmente porque considerou como custo de aquisição das quotas nas diversas fases das transformações societárias ocorridas, conforme dispõe o § 2º do art. 16 da Lei nº 7.713/1988, além do § 4º do art. 16 da Instrução Normativa SRF n° 84/2001. Diferentemente do que faz crer o recorrente, no caso de cisão, fusão ou incorporação, pela transferência de parcelas de um patrimônio para o de outro, apenas não se caracteriza alienação, para efeito da incidência do imposto sobre a renda, quando ocorre a substituição de ações, na proporção das anteriormente possuídas. Como bem pontuou a autoridade julgadora a quo, a alegação de manutenção da proporção da participação societária “... não se destina a promover a modificação do custo de aquisição das quotas de capital, mas sim, assegurar que no processo de transformação por cisãoincorporação não ocorra, de modo indireto, aquisição/alienação de quotas entre sócios, circunstância que implicaria a apuração do ganho de capital já no processo de transformação da sociedade”. Sobre a utilização, no caso em tela, da IN SRF nº 84/2001, bem como a Lei nº 6.404/1976, reproduzo, de antemão, trecho da decisão recorrida que bem fundamentou a matéria: A referência normativa à Instrução Normativa SRF nº 84, de 2001, foi bem esclarecida pela AuditoriaFiscal, em seu relatório, quando afirma que no processo de reorganização das sociedades a integralização de Capital Social na Perini Comercial de Alimentos Ltda operouse mediante entrega de bens ou direitos por meio da Cisão Parcial. Não se falou em alienação, como aponta o impugnante. E nem poderia, pois não foi isso que ocorreu. Com efeito, analisando conjuntamente a previsão normativa da IN SRF nº 84, de 2001, art. 16, com a Lei nº 6.404, de 1976, arts. 227 e 229, que tratam dos institutos da Incorporação e Cisão, conclui corretamente a Autoridade Lançadora que na Cisão Parcial com Incorporação ocorre a transferência de parcelas do patrimônio da cindida para a incorporadora, dividindose o Capital, sendo esta a entrega referida pela AuditoriaFiscal, repitase, operada da cindida para a incorporadora, e não diretamente pelos sócios, inexistindo, pois, alienação. Ademais, a Lei nº 6.404, de 1976, art. 229, § 5º, também esclarece que as quotas integralizadas com parcelas do patrimônio da sociedade cindida serão atribuídas a seus titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam. Indicandose, mais uma vez, que o critério de proporcionalidade antes mencionado referese à divisão do Capital Social, e não ao Patrimônio Líquido, como pretendido pelo impugnante. Fl. 747DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.723388/201313 Acórdão n.º 2201002.726 S2C2T1 Fl. 10 17 Relativamente à alegação de que o caso em tela aplicase o PN CST 39, cumpre esclarecer que a citada norma perdeu eficácia, em face do DecretoLei nº 1.510/1976 haver sido revogado. Portanto, a apuração do custo de aquisição das quotas de Capital Social com base nas proporções de Patrimônio Líquido antes e após a cisãoincorporação, além de ser contrária a legislação, não reflete, fidedignamente, as transformações societárias praticadas pelo recorrente. No que tange ao pedido alternativo de exclusão da multa e dos juros em razão do disposto no art. 100 do CTN, entendo que também deve ser rejeitado, pois, conforme abordado neste voto, não restou comprovado que o contribuinte tenha observado as normas vigentes. Ademais, os juros de mora constituem mera atualização do valor do tributo e, consequentemente, não se trata de sanção e possui previsão legal de incidência. Com efeito, não há lei nem mesmo norma complementar que disponha de forma diversa, não sendo lícito ao julgador administrativo afastar sua exigência. Aplicase, portanto, a Súmula CARF nº 4. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Ante a todo o exposto, voto por rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 748DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 10932.000434/2007-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 16 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1401-000.300
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização da Resolução
Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 16.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o relator Maurício Pereira Faro não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização da resolução como redator.
Participaram do julgamento os conselheiros Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento).
Nome do relator: MAURICIO PEREIRA FARO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização da Resolução Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 16.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o relator Maurício Pereira Faro não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização da resolução como redator. Participaram do julgamento os conselheiros Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Presidente e Redator para Formalização da Resolução Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 16.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o relator Maurício Pereira Faro não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização da resolução como redator. Participaram do julgamento os conselheiros Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 32 .0 00 43 4/ 20 07 -2 7 Fl. 2514DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.515 2 RELATÓRIO Tratase de recurso interposto pelo contribuinte contra acórdão que julgou procedente em parte o auto de infração. Por bem resumir a questão ora examinada, adoto e transcrevo o relatório do órgão julgador a quo: Tratase dos autos de infração relativos ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ (fls. 839/844) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL(fls. 845/851), cientificados à contribuinte em 22 de agosto de 2007, no valor total de R$ 1.609.161,22, devido às irregularidades assim descritas nos respectivos lançamentos: A autoridade fiscal elaborou o Termo de Verificação Fiscal de fls. 835/838, que se transcreve: Das Declarações de IRPJ: A empresa apresentou suas declarações de informações econômicofiscais da Pessoa Jurídica, nos anoscalendário de 2002, 2003 e 2004, com a forma de tributação do Lucro: Lucro Real e a apuração do IRPJ e da CSLL: anual, tendo os resultados abaixo resumidos, como segue: Item Descrição 2002 2003 2004 45/48 Lucro Real 17.057.013,75 20.855.519,77 18.668.344,68 Ficha 17 Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: Item Descrição 2002 2003 2004 34/36 Base de Cálculo da CSLL 14.471.961,40 24.046.609,32 18.278.106,20 O período de apuração estabelecido inicialmente pelo Mandado de Procedimento Fiscal foi ampliado para os anoscalendário de 2002, 2003 e 2004, motivo que lavramos o novo Termo de Início de Fiscalização em 14/05/2007, intimando o contribuinte a apresentar e esclarecer os valores destacados nas suas declarações de IRPJ/2003, Ac 2002, IRPJ/2004, Ac. 2003 e IRPJ/2005, Ac. 2004, referentes às contas: a) Constituição de Provisões e b) Perdas em Operações de Crédito, abaixo discriminadas, como segue: Ficha 04 A Custo de Bens e Serviços Vendidos: Ficha 05 A Despesas Operacionais Linha Discriminação 2002 2003 2004 21 Perdas em Operações de Crédito 1.446.419,32 51.988,81 185.181,10 Após análise da documentação apresentada pelo contribuinte, apuramos o seguinte: Linha Discriminação 2002 2003 2004 34 Constituição de provisões 2.497.702,44 2.427.566,20 1.388.040,95 Fl. 2515DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.516 3 Em relação aos valores lançados na linha 34 da ficha 04 A Constituição de Provisões, referentes aos Custos de Bens e Serviços Vendidos, onde a empresa apresentou o demonstrativo, juntamente com uma relação de todos os gastos de provisões com pessoal, relativas às contas abaixo discriminadas, sendo: Verificamos que, após testes de amostragem (fls. 229 a 834), onde foram conferidas as consistências das provisões dos meses de julho/2002, outubro/2003 e dezembro/2004, de fato, com base no artigo 337 e 338 do Decreto n.° 3.000, de 1999 (RIR/99), consideramos as despesas com as provisões para férias e para o 13° salário como dedutíveis, não existindo matéria de interesse tributário. Em relação à diferença apurada no anocalendário de 2004, equivalente a R$ 137.743,51 (1.388.040,95 1.250.297,44).' referentes às contas abaixo discriminadas, constatamos que esse valor foi adicionado ao Lucro Real, na própria declaração de DIPJ/2005, Ac. 2004, na coluna "Parcelas Não Dedutíveis", sendo: Conta Descrição 2004 322500 Provisão de Desc. Frete Reservado 66.821,99 411180 Provisão PLR 70.921,52 Total 137.743,51 Em relação aos valores lançados na linha 21 da ficha 05 A — Despesas Operacionais, referentes às Perdas em Operações de Crédito, onde a empresa apresentou as relações dos títulos em aberto, abaixo discriminados, sendo: Constituição de PDD 2002 R$ 1.011.125,41 Constituição de Provisão para Perdas 2003 R$ 51.988,81 PDD ano 2004 R$ 185.181,10 Do Lançamento: Verificase que, além da diferença de R$ 435.293,41 (1.446.419,32 — 1.011.125,41), apresentada em relação ao ano de 2002, a empresa não apresentou nenhuma documentação que pudesse comprovar a insolvência dos devedores, juntamente com os respectivos prazos de atrasos de cada operação de seus clientes, embora tenha apresentado outros documentos insuficientes. Sendo então, todos os valores lançados na linha 21 da ficha 05 A, como Perdas em Operações de Crédito, nos anoscalendário de 2002, 2003 e 2004, glosados e tributados de oficio em cada período de valores abaixo discriminados: Conta Descrição 2002 2003 2004 411230 13° Salário 800.586,53 844.136,58 0,00 411231 Encargos s/130 Salário 297.908,42 314.681,00 0,00 411240 Férias 1.077.413,87 1.137.623,50 1.249.205,60 411241 Encargos s/Férias 321.793,62 131.125,06 0,00 411260 Abono Pecuniário (Férias) 0,00 0,00 1.091,76 Total 2.497.702,44 2.427.566,14 1.250.297,36 Fl. 2516DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.517 4 Do Enquadramento Legal: O contribuinte infringiu em relação: Ao IRPJ, o artigo 13, inciso 1, da Lei n.° 9.249/95, com as alterações do artigo 14, da Lei n.' 9.430/96 e os artigos 249, inciso I, 251 e parágrafo único, 299 e 355, do RIR/99; A CSLL, o artigo 2° e §§, da Lei n.' 7.689/88; artigo 19, da Lei n.' 9.249/95; artigo 1° da Lei n. 9.316/96 e artigo 28, da Lei 9.430/96 e artigo 6° da Medida Provisória n.' 1.858/99 e reedições e artigo 37, da Lei n.° 10.637/02. Desta forma, está sendo cobrado, juntamente com o IRPJ e a CSLL; Inconformado, o interessado apresentou impugnação de fls. 856/875 alegando, em síntese, o seguinte: que no curso normal de suas, atividades se depara com a inadimplência de parte de seus clientes. E, para que exista um equilíbrio entre a tributação e a composição patrimonial de seu balanço, leva em conta tal risco por meio da manutenção da conta Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, mais comumente conhecida como PDD Provisão para Devedores Duvidosos, que registra a crédito, como redutora das contas a receber, em contrapartida a uma despesa. que referida conta, apropria despesas em montante equivalente a referidas perdas, lançadas diretamente em conta de resultado do exercício, e que são dedutíveis na apuração do lucro real e na base de cálculo da CSLL, sempre que atendidas as regras impostas pela legislação fiscal aplicável, com fundamento no artigo 9% da Lei n.° 9.430, de 1996. que, no anocalendário de 2002, efetuou o registro contábil de perdas no valor total de R$ 1.446.419,32, assim distribuídos: R$521.185,37 referemse a créditos de até R$5.000,00, que se enquadram no § 1§, II, "a", da Lei n.° 9.430, de 1996; R$13.809,40 referemse a créditos acima de R$5.000,00 e até R$30.000,00, que se enquadram no § 1% II, "b", da Lei n.° 9.430/96; R$794.931,91 tratase de valor que ofereceu à tributação, nos anoscalendário de 2003 e 2004, quando procedeu à reversão contábil do saldo de PDD constituído em 2002; R$116.492,64, cujos tributos foram pagos em 21/09/2007, com os benefícios do art. 44, I, da Lei n.° 9.430, de 1996, ou seja, redução de 50% da multa. Ademais, a impugnante apresentou, neste momento processual, os anexos CTRCs (conjunto de docs. 12), comprobatórios da regularidade do registro de R$ 399.417,31(Total de R$ 521.185,37). Frisese que referidos créditos enquadramse perfeitamente na hipótese do § ]', II, "a" da Lei n.' 9.430/96, estando correto seu registro como perda e sua dedução como despesas operacionais para a determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL. Discriminação 2002 2003 2004 Perdas em Operações de Créditos 1.446.419,32 51.988,81 185.181,10 Fl. 2517DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.518 5 Quanto aos R$ 121.768,06, a impugnante, ainda não teve tempo hábil para recuperar os respectivos CTRCs originais, razão pela qual apresenta com a presente os anexos "espelhos" dos CTRCs (conjunto de docs. 13), extraídos de seu sistema contábil. Não obstante, a impugnante requer a posterior juntada dos originais, em nome dos princípios da instrumentalidade processual e da busca da verdade material, segundo os quais no processo administrativo. que os aludidos créditos de valor até R$ 5.000, 00 (..) não foram pagos pelos respectivos devedores até 31/12/2002, a impugnante junta à presente relatório de contas a receber, listadas por antiguidade ("aging list " – doc. 15), que demonstra a posição dos clientes inadimplentes naquela data. que em relação às perdas cujos valores estão entre R$ 5.000,00 e R$ 30.000,00 por operação, do anocalendário de 2002, apresenta os anexos UM (conjunto de docs. 14), comprobatórios da regularidade de seu registro, os quais se enquadram perfeitamente na hipótese do artigo 9% § 1°, II, "b", da Lei n.° 9.430, de 1996, estando correto o registro como perda e a conseqüente dedução como despesas na determinação das bases de cálculos dos IRPJ e da CSLL. que as cobrança administrativa entendese qualquer medida extrajudicial que vise o recebimento do crédito, tais como o protesto, o envio de correspondências e a contratação de firmas especializadas para cobrança, entre outras. Nesse sentido, contratou a empresa "ABE Assessoria Brasileira de Empresas S/C Ltda.", que efetuou a cobrança administrativa de todos os créditos relativos ao montante de R$ 13.809,40, por meio das cartas de cobrança que anexa (conjunto 16). que à parcela de R$ 794.931,91, também do anocalendário de 2002, afirma que se considera postergada a parcela de tributo relativa a determinado período, quando espontaneamente paga em período posterior ao que seria devido. Nesse caso, somente seriam exigíveis os acréscimos referentes aos juros e multa de mora, uma vez que o principal já foi pago. que ofereceu à tributação, nos anoscalendário de 2003 e 2004, o montante de R$ 794.931,91, quando efetuou a reversão do saldo de PDD constituído em 2002. Em suas palavras: “De fato, nos anoscalendário 2003 e 2004, ao procedera reversão das respectivas provisões, a impugnante tributou parte do saldo de PDD constituído em 2002, no valor de R$ 794.931,91, quando: (a) realizou o estorno dos lançamentos na Conta de Resultado n.' 435.220 ("Provisão para Devedores Duvidosos'), conforme demonstram os Razões Contábeis (conjunto de docs. 17); e (b) não excluiu tais valores das apurações do IRPJ e da CSLL (conjunto de docs. 18). Dessa forma, embora o valor de R$ 794.931,91 de fato não tenha sido tributado em 2002, a Impugnante ofereceu tal montante à tributação nos anoscalendário de 2003 e 2004. Tratase, assim, de mera postergação de pagamento de tributo, e não de ausência de tributação, como pretende a Autoridade Fiscal. Nesse ponto, é importante esclarecer que o valor de R$ 794.931,91 (que compreende a soma dos valores de R$ 203.553,34, em 2003, e de R$ 591.378,57, em 2004) compôs o lucro tributável, como demonstram os respectivos balancetes. (conjunto de docs. 19) e as apurações do IRPJ e da CSLL desses períodos (conjunto de docs. 18).” que devem ser excluídos do auto de infração os valores principais do IRPJ e CSLL referentes a tal base de cálculo. Menciona jurisprudência, fls. 875/876, do Fl. 2518DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.519 6 Conselho de Contribuintes. Doutrina, fl. 877. Acrescenta que, no caso de inobservância do regime de competência, a penalidade aplicável é a multa de mora, a teor do art. 273, do RIR/99, e não a multa de oficio. que em 21/09/2007 efetuou o pagamento dos referidos acréscimos legais, desde fevereiro de 2002, num total de R$ 170.835,58, conforme demonstrativo de fl. 878. que recolheu os tributos e contribuições, em relação ao anocalendário de 2002, sobre a base de cálculo de R$ 116.492,64, na data de 21/09/2007, com os benefícios da redução da multa de oficio, correspondente aos valores principais de R$ 60.376,94 (IRPJ) e R$ 21.735,70 (CSLL), conforme documentos 08 e 09. que o valor de R$ 51.988,81, em relação ao anocalendário de 2003, utilizado pela autoridade fiscal como base de cálculo, não se refere à provisão e, além disso, foi adicionado na apuração do IRPJ e da CSLL, sob a rubrica "Provisão para Perda de Estoque". Em suas palavras: que, conforme razão contábil da conta de resultado n.' 435.240 ("Constituição de Provisão para Perdas" – doc. 19), pode ser observado que a impugnante provisionou o valor de R$ 51.988,81 a título de constituição de "Provisão para Perda de Materiais que referida "Provisão para Perda de Materiais foi devidamente adicionada pela impugnante quando das apurações do lucro real e da base de cálculo da CSLL (conjunto de docs. 18), para fins de cálculos dos referidos tributos (IRPJ e CSLL). É fato que a impugnante constituiu tal provisão. Não obstante isso, por equívoco, deixou de lançar tal valor na coluna de "Despesas Indedutíveis" na Ficha 05 A, linha 21, da DIPJ do anocalendário de 2003. E, portanto, tal valor não foi transferido automaticamente para a Ficha 09 A, linha 03, da DIPJ do anocalendário de 2003. Apesar disso, a impugnante adicionou tal montante () como "Outras Adições" na linha 22 da Ficha 09A e na linha 02 da Ficha 17 da DIPJ do período, oferecendoo, assim, à tributação, conforme demonstram o Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR e a Base de Cálculo da CSLL (conjunto de docs. 20). " que houve equívoco da fiscalização ao digitar a base de cálculo, no anocalendário de 2004, a qual não é de R$ 485.181,10, mas sim R$ 185.181,10, como demonstrado por meio de seus documentos contábeis e, inclusive, conforme reconhecido no Termo de Verificação Fiscal pelo próprio autuante. Ademais, o valor de R$ 185.181,10 consta tanto na Ficha 05A ("Despesas Operacionais", conta de "Perdas em Operações de Crédito"), da DIPJ 2005, quanto na conta "Perdas com Créditos Incobráveis" do balancete referente ao período de 2004 (documento 22). Transcreve jurisprudência, fls. 886/887. que passe a constar a correta base de cálculo no anocalendário de 2004. que a autoridade fiscal desconsiderou as perdas registradas no recebimento de créditos sem garantia, de valor de até R$ 5.000,00, os quais totalizam. R$ 12.020,90, que deve ser excluído da tributação. Apresenta os anexos CTRCs (documentos 23) comprobatórios da regularidade do registro de R$ 6.464,17, estando correta sua dedução como despesas operacionais para determinação do lucro real. Quanto aos R$ 5.556,73 restantes, não teve tempo hábil para recuperar os respectivos CTRCs, razão pela qual apresenta os "espelhos" dos documentos (docs. 24) extraídos de sua escrituração, e requer a posterior juntada dos originais, em nome dos princípios da instrumentalidade processual e da verdade material. Fl. 2519DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.520 7 que diante de todos os dados apresentados, tornase necessária a exclusão da base de cálculo de R$ 12.020,90, por estar devidamente comprovado seu registro como perda e sua dedução como despesa operacional. que a base de cálculo remanescente, referida ao anocalendário de 2004, de R$ 173.160,20, afirma que os tributos foram pagos, acrescidos de juros de mora e da multa de ofício, esta com o beneficio da redução de 50%, conforme documentos 10 e 11. Por fim, requer sejam aplicadas à CSLL as mesmas decisões referentes ao IRPJ. Em 26 de outubro de 2007, a contribuinte apresentou aditivo à impugnação, fls. 1.972/1.999, nos seguintes termos: Requer a juntada de cópias dos Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Carga CTRC, referentes à importância de R$ 121.768,06, referida ao anocalendário de 2002, fls. 1.979/1.981 e 1.987/1.998, com a ressalva de que apresenta documentos num valor equivalente a R$ 112.015,22, pois os relativos ao montante de R$ 9.752,84 teriam sido extraviados. que efetuou pagamentos nos valores de R$ 6.111,62 (IRPJ) e R$ 2.200,19), fls. 1.983/1.984, referentes à base de cálculo de R$ 9.752,84, tendo em vista que não pode apresentar os documentos comprobatórios da regularidade da despesa apropriada . que em relação ao anocalendário de 2004, esclarece que os documentos correspondentes à importância de R$ 5.556,73 também não podem ser apresentados, diante do extravio deles, razão pela qual também efetua recolhimentos nas importâncias de R$ 2.986,05 (IRPJ) e R$ 1.074,98 (CSLL), fls. 1.985/1.986. Em face de tais argumentos, entenderam os membros da 4ª Turma de Julgamento da DRJ/Campinas, por unanimidade de votos julgaram procedentes em partes a impugnação apresentada, mantendo em partes o crédito tributário formalizado, assim descrito: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2004 PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS. EXCLUSÃO DO LUCRO LÍQUIDO. DESPESAS OPERACIONAIS. Para que o contribuinte possa escriturar eventuais perdas, com origem em seus créditos, como despesas operacionais, é necessária a efetiva comprovação documental das perdas e que os créditos provisionados atendam às condições de dedutibilidade previstas na legislação. Nos termos da legislação vigente, desde o anocalendário de 1997, os registros contábeis das perdas admitidas como despesas devem ser efetuados a débito de conta resultado e a crédito da conta que registra o direito a receber, ou de conta redutora de tal direito, conforme o valor da operação. A simples apresentação de conhecimentos de transporte, ainda que possam comprovar a prestação dos serviços, não é suficiente a demonstrar a insolvência dos devedores, pois ausentes os lançamentos contábeis, documentos e demais elementos da Fl. 2520DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.521 8 escrituração, necessários a fazer a vinculação entre os créditos indicados pela contribuinte com os montantes informados na declaração de rendimentos como despesas, decorrentes de perdas no recebimento de créditos. POSTERGAÇÃO. Para que fique caracterizada a postergação, e não a simples antecipação de despesas, é necessária a comprovação de que as despesas deduzidas no anocalendário de 2002 atendem aos requisitos especificados na legislação para a escrituração de perdas com o recebimento de créditos, além da necessária recuperação deles nos períodos posteriores, quando teriam sido oferecidos à tributação. LANÇAMENTO. ERRO DE FATO. BASE DE CÁLCULO. Em vista da caracterização de equívoco no lançamento, quando da apuração do tributo e da contribuição devida, diante da utilização de base de cálculo superior à efetiva, retificase a exigência fiscal com fato gerador no anocalendário de 2004, para adequála à real dimensão do elemento quantitativo do fato jurídico tributário. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003, 2004 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. Em se tratando de exigências reflexas de tributos e contribuições que têm por base o lançamento do imposto de renda, a decisão de mérito prolatada no processo principal constitui prejulgado na decisão dos decorrentes, observadas as especificidades de cada um. . Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Em face do referido acórdão de Primeira Instância, a TEGMA GESTÃO LOGÍSTICA S/A interpôs Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 2521DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.522 9 VOTO Conselheiro André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, e tendo em vista que o relator originário do processo não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, encontrome na posição de Redator, nos termos dos arts. 17 e 18, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (RICARF). Informo que, na condição de Redator, transcrevo literalmente a minuta que foi apresentada pelo Conselheiro durante a sessão de julgamento. Portanto, a análise do caso concreto reflete a convicção do relator do voto na valoração dos fatos. Ou seja, não me encontro vinculado: (1) ao relato dos fatos apresentado; (2) a nenhum dos fundamentos adotados para a apreciação das matérias em discussão; e (3) a nenhuma das conclusões da decisão incluindose a parte dispositiva e a ementa. A seguir, a transcrição do voto. O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. I Representação Processual Inicialmente quanto ao requerimento constante as fls. 2406/2407, referente à regularidade da representação processual, entendo que a Recorrente comprovou de maneira exemplar sua regularidade quanto a procuração acostada aos autos, ao indicar que no contrato os poderes foram outorgados com a clausula “ad judicia” e “et extra” de modo que se enquadra na exceção prevista na parte final do parágrafo 3º do artigo 29 de seu Estatuto Social, no que se refere ao prazo de validade da procuração. No mais, esta também juntou nova procuração, ratificando os atos anteriormente praticados, com o fito de afastar qualquer dúvida, assim também conheço do recurso pela regular representação processual. II Da Dedutibilidade dos Valores de R$ 511.542,53 e R$ 13.809,40 no ano calendário de 2002. No que tange a análise do presente, é importante esclarecer que se trata de dedutibilidade, ou não, quanto às perdas no recebimento de créditos. Os dispositivos legais que tratam desse assunto são os artigos 9º, parágrafo 1º, Inciso II, “a”, e “b” da Lei nº 9.430, de 1996, bem como o artigo 340, parágrafo 1º, Inciso II, “a”, e “b” do Decreto 3.000, de 1999 (RIR/99) que assim dispõem: Fl. 2522DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.523 10 Art.9º As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real, observado o disposto neste artigo. §1º Poderão ser registrados como perda os créditos: I em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário; II sem garantia, de valor: a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento; b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrança administrativa; Art.340. As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real, observado o disposto neste artigo (Lei nº 9.430, de 1996, art. 9º). §1º Poderão ser registrados como perda os créditos (Lei nº 9.430, de 1996, art. 9º, §1º): I em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário; II sem garantia, de valor: a) até cinco mil reais, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento; b) acima de cinco mil reais, até trinta mil reais, por operação, vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém, mantida a cobrança administrativa;" Assim, na combinação legislativa acima retratada temos duas modalidades diferentes para fins de dedução da perda quanto o recebimento do crédito. Na primeira modalidade, referente à alínea “a”, os requisitos para a dedutibilidade são a inadimplência do cliente, a prova do valor do credito da operação de até R$ 5.000,00 e a prova de vencimento de mais de 6 (seis) mês. Na segunda modalidade, referente a alínea a “b”, os requisitos para a dedutibilidade são a inadimplência do cliente, a prova do valor do crédito por operação acima de R$ 5.000,00 até 30.000,00, a prova do vencimento há mais de um ano e a prova da manutenção da cobrança administrativa. Diante dessa análise de requisitos, adentremos no caso concreto. Fl. 2523DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.524 11 A Recorrente para comprovar os requisitos de dedutibilidade de ambos os incisos acima juntou farta documentação, qual seja: · listagem dos títulos vencidos em 31/12/2002 (conjunto de docs. 12 a 16 da impugnação). · cópia dos conhecimentos de transporte (CTRCs), demonstrando o valor do crédito por operação e a data de vencimento (conjunto de docs. 12 a 16 da impugnação, e petição protocolizada em 26/10/2007). · relatório de contas a receber, demonstrando a posição dos clientes inadimplentes em 31/12/2002 (conjunto de docs. 12 a 16 da impugnação). · cobrança administrativa dos créditos acima de R$ 5.000,00 e até R$ 30.000,00 (conjunto de docs. 16 da impugnação). Tanto para a primeira modalidade de dedução quanto à perda de crédito no valor inferior de R$ 5.000,00, assim como dos valores entre R$ 5.000,00 a 30.000,00, a documentação juntada aos autos é suficiente para demonstrar de forma individualizada por cliente e operação os créditos ali que foram perdidos pela contribuinte, bem como o vencimento de mais de seis meses ou de um ano (dependendo da modalidade), além da manutenção da cobrança administrativa. Ocorre que a DRJ entendeu que a referida documentação não seria suficiente para comprovar a insolvência dos devedores, e que, além disso, deveria a Recorrente também ter apresentado escrituração contábil fiscal que discriminasse os valores escriturados com os respectivos conhecimentos de transportes, com as datas e as importâncias que foram escrituradas. A despeito dos argumentos expostos pela DRJ, temse que a Recorrente fez um início de prova para comprovar a inadimplência dos devedores. Além disso, no que se refere ao período de 1.10.1997 a 31.12.2001, a Recorrente não fazia controle efetivo no recebimento de seus créditos, conforme afirmado em suas razões, ocasião em que todos os créditos vencidos até 30.06.2002 foram reconhecidas como perda no ano calendário 2002, conforme consta na DIPJ do respectivo ano. A documentação fiscal produzida pela Recorrente deve ser examinada com outros elementos: · na Conta Contábil de Resultado nº 435.220 (“provisão para devedores duvidosos”) foram lançadas as perdas no recebimento de créditos, tendo como contrapartida a própria conta de “Clientes” ou, então, a conta redutora do ativo nº 112.109 (“provisão devedores duvidosos fiscal”). · ainda que de forma indireta, está demonstrado na escrituração contábil e fiscal da Recorrente que os títulos juntados aos autos só afetaram o resultado do anocalendário de 2002. Fl. 2524DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.525 12 · Balancetes de Verificação” (fls. 2290/2311), comprovando que nos anoscalendário de 2000 e 2001 (anteriores aos autos de infração) não houve registro na Conta Contábil de Resultado nº 435.220 (“provisão para devedores duvidosos”). · “Livro Razão” da Conta Contábil de Resultado nº 435.220 (“provisão para devedores duvidosos”) do período de 1º/01/2000 a 31/12/2004, comprovando que a partir do anocalendário de 2002 a empresa passou a efetuar o controle da dedutibilidade das perdas (fls. 2312/2314). · Cópia das DIPJs 2001 e 2002, comprovando que na Linha 21 (Perdas em Operações de Crédito) da Ficha 05A (Despesas Operacionais) nada foi informado, ou seja, nos anoscalendário de 2000 e 2001 a Recorrente não efetuou qualquer dedução a título de perdas no recebimento de créditos (fls. 2315/2413). Assim, no que tange a este ponto, o julgamento deve ser convertido na realização de diligência referente a dedutibilidade das perdas que somadas chegam no valor de R$ 511.542,53 e R$ 13.809,40 no ano calendário de 2002. III Da Postergação – Reversão de Provisões – Valor R$ 794.931,91 Ainda ao ano calendário de 2002, foram glosados o valor de R$ 794,931,91 (R$ 203.553,34 + R$ 591.378,57), pertinentes a provisões constituídas, mas que segundo a Recorrente foram revertidas nos anos calendários de 2003 e 2004. Para comprovar a ocorrência da postergação, a Recorrente colacionou a seguinte documentação: · “Livro Razão” da Conta Contábil de Resultado nº 435.220 (“Provisão para Devedores Duvidosos”), comprovando as reversões dos valores de R$ 203.553,34 (em 2003) e de R$ 591.378,57 (em 2004) (conjunto de docs. 17 da impugnação e reiterados no recurso às fls. 2313/2314). · “Balancetes de Verificação” dos anoscalendário de 2003 e 2004 (conjunto de docs. 19 da impugnação). · planilhas demonstrativas da apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL dos anoscalendário de 2003 e de 2004, comprovando o oferecimento à tributação dos valores de R$ 203.553,34 e de R$ 591.378,57, respectivamente (conjunto de docs. 18 da impugnação). · DARFs comprobatórios do recolhimento da multa e dos juros relativos ao IRPJ e à CSLL postergados (conjunto de docs. 04 a 07 da impugnação). Bem, primeiramente é importante mencionar que a documentação acima é um início de prova que pode evidenciar a ocorrência da postergação com a regular escrituração dos lançamentos contábeis. Fl. 2525DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.526 13 No mais, a decisão da DRJ identificou expressamente às reversões ocorridos em 2003 e 2004 as fls. 2.218 dos autos, contudo esta manteve a autuação pois a Recorrente não teria esclarecidos os motivos que a levaram este valor com perdas. Entendo que no caso da postergação é necessário comprovar a regular escrita fiscal, e não só os motivos que levam o contribuinte a fazêlo. De qualquer forma, percebese que o procedimento da postergação adota pela contribuinte foi em decorrência da dedução das perdas quanto atendidos os requisitos exigidos pelo artigo 9º da Lei 9430/96, e a posterior tributação dos referidos valores caso viesse a receber o respectivo crédito. No presente caso, os valores utilizados como dedução em 2002, podem ter sido efetivamente recebidos em 2003 e 2004, motivo pelo qual pode ter havido a postergação, com as possíveis reversões de parte do valor em 2003 e parte em 2004. Assim, o julgamento deve ser convertido na realização de diligência para verificação dos fatos. IV Da Provisão de Perda com matérias/estoque no valor de R$ 51.988,81. No que tange ao valor dessa glosa, a Recorrente esclareceu em primeira instância que na verdade não se trataria de perdas em operação de crédito, mas sim de provisão para perda de matérias/estoque do ano calendário 2003. Sendo que estes valores, conforme consta na documentação colacionada aos autos, pode parecer que foram devidamente adicionados para efeito de apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. O equívoco da contribuinte foi ter informado o valor de R$ 51.988,81 na linha 21 (perdas em operação de credito) da ficha 05 A (despesas operacionais) da DIPJ 2004/2003, e não repetir na coluna das “Parcelas Não dedutíveis”, o que levou ao entendimento de ser perda com operações de créditos. Contudo, pela documentação abaixo listada e verificada nos autos, através da verdade material, percebese que pode ter havido um equívoco por parte da Recorrente: · planilhas demonstrativas da apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL do anocalendário de 2003 (conjunto de docs. 18, 19 e 20 da impugnação, e reiterados no recurso às fls. 2457/2462) e LALUR do anocalendário de 2003 (fls. 2414/2456), comprovando a adição do valor de R$ 51.988,81. · o valor de R$ 51.988,81 compôs o montante registrado na Linha 02 (Custos – Soma das Parcelas Não Dedutíveis) da Ficha 09A (Demonstração do Lucro Real), e o montante registrado na Linha 02 (Provisões Não Dedutíveis) da Ficha 17 (Cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido). Nesse sentido, o julgamento deve ser convertido na realização de diligência para comprovar que de fato a tributação do valor de R$ 51.988,81 deve ser afastada. Fl. 2526DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.527 14 V Da Perda no Recebimento de Crédito no valor de R$6.464,17 no ano calendário 2004. No que tange a este tópico tratase do mesmo ponto referente a perda com operações de crédito tratado no segundo tópico deste voto, motivo pelo qual o julgamento deve ser convertido na realização de diligência. O valor em referência é pertinente a 5 títulos vencidos em 2002 e 2003, ocorre que esse valores podem não ter sido deduzidos em nos respectivos anos, uma vez que não foram lançados na DIPJ, sendo ocorrido posteriormente no ano calendário de 2004. Pela documentação destaquese que pode ter havido um equívoco por parte da Recorrente: · listagem dos títulos vencidos (conjunto de docs. 23 e 24 da impugnação). · cópia dos conhecimentos de transporte (CTRCs), demonstrando o valor do crédito por operação e a respectiva data de vencimento (conjunto de docs. 23 e 24 da impugnação). Assim, atendendo os requisitos do artigo 9º da Lei 9430/96, o julgamento deve ser convertido na realização de diligência. VI Conclusão Tendo em vista as peculiaridades dos presentes autos, bem como do início de prova produzido pela Recorrente, em sucedendo e com observância do disposto no art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, voto por converter o julgamento na realização de diligência para a autoridade preparadora da Unidade da Receita Federal do Brasil que jurisdicione a Recorrente cotejar as informações fornecidas pela Recorrente com os registros internos da RFB para aferir a verossimilhança, a clareza, a precisão e a congruência das exigências constantes nos presentes autos em relação aos seguintes itens: II Da Dedutibilidade dos Valores de R$511.542,53 e R$13.809,40 no ano calendário de 2002; III Da Postergação – Reversão de Provisões – Valor R$794.931,91; IV Da Provisão de Perda com matérias/estoque no valor de R$51.988,81; e V Da Perda no Recebimento de Crédito no valor de R$6.464,17 no ano calendário 2004. A autoridade designada para cumprir a diligência solicitada deverá elaborar o Relatório Fiscal circunstanciado e conclusivo sobre os fatos averiguados, em especial atinente às seguintes matérias: a dedutibilidade dos valores de R$511.542,53 e R$13.809,40 no ano calendário de 2002; a postergação/reversão de provisões no valor R$794.931,91; Fl. 2527DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 10932.000434/200727 Resolução nº 1401000.300 S1C4T1 Fl. 2.528 15 a provisão de perda com matérias/estoque no valor de R$51.988,81; e a perda no recebimento de crédito no valor de R$6.464,17 no anocalendário de 2004. A Recorrente deve ser cientificada dos procedimentos referentes às diligências efetuadas e do Relatório Fiscal para que, desejando, se manifeste a respeito dessas questões com o objetivo de lhe assegurar o contraditório e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes1 . (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto 1 Fundamentação legal: inciso LV do art. 5º da Constituição da República. Fl. 2528DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA
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Numero do processo: 13819.721671/2011-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 15 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009
DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 173, INCISO I, DO CTN. INOCORRÊNCIA.
Não tendo havido a declaração prévia do débito e nem o pagamento parcial ou recolhimento a menor de tributo sobre a matéria em discussão, há que se concluir que o respectivo pagamento antecipado não foi efetuado, situação em que se aplica o prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN, mesmo sem a eventual constatação de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte. Como a data do primeiro fato gerador afetado pela dedução da despesa com ágio foi 31/12/2005 (lucro real anual), o início do prazo decadencial deu-se em 1º de janeiro de 2007, de forma que, em 23/09/2011, data do lançamento, não havia ainda transcorrido o prazo decadencial.
Preliminar indeferida.
GLOSA. AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS.
Não é dedutível a despesa de amortização de ágio apurado por meio de operações societárias sem propósito negocial.
GLOSA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. PROVISÃO P/ MANUTENÇÃO DA INTEGRALIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PMIPL).
A glosa da exclusão decorrente da reversão da Provisão para Manutenção da Integralidade do PL deve ser mantida, pois não há prova de que os respectivos valores foram adicionados por ocasião da sua constituição.
MULTA ISOLADA APLICADA CUMULATIVAMENTE COM A MULTA DE OFÍCIO.
Não cabe a aplicação concomitante da multa de ofício e da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, quando calculados sobre os mesmos valores, apurado em procedimento fiscal (AC. 1402-00.377 no DOU de 16.05.11, 1103-00.304 no DOU de 19.04.11, 1803-00.822 no DOU de 19.05.11, 1201-00.358 no DOU de 27.04.11, 1301-00.143 no DOU de 02.09.11).
QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO.
Não foram preenchidos os requisitos para imputação de multa qualificada. Considerando que não foi verificado qualquer ato de dolo ou fraude praticado pelo contribuinte, não há que se falar em multa no percentual de 150%.
JUROS SOBRE MULTA.
A multa de oficio, segundo o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430/96, deverá incidir sobre o crédito tributário não pago, consistente na diferença entre o tributo devido e aquilo que fora recolhido, Não procede o argumento de que somente no caso do parágrafo único do art. 43 da Lei n" 9.430/96 é que poderá incidir juros de mora sobre a multa aplicada. Isso porque a previsão contida no dispositivo refere-se à aplicação de multa isolada sem crédito tributário. Assim, nada mais lógico que venha dispositivo legal expresso para fazer incidir os juros sobre a multa que não torna como base de incidência valores de crédito tributário sujeitos à incidência ordinária da multa.
Numero da decisão: 1401-001.347
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, AFASTAR a decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso, nos seguintes termos: I) Por unanimidade de votos, NEGAR provimento em relação ao ágio interno; II) Por unanimidade de votos, DESQUALIFICAR a multa de 150% para 75%; III) Por maioria de votos, CANCELAR as multas isoladas por estimativas não pagas. Vencidos os Conselheiros Antonio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos; e IV) Por maioria de votos, MANTER os Juros sobre multa. Vencidos os Conselheiros Maurício Pereira Faro (Relator) e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Designado o Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização do Voto Vencedor
(assinado digitalmente)
Fernando Luiz Gomes de Mattos - Redator ad hoc para Formalização do Voto Vencido
Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 04.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, o relator Maurício Pereira Fato não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Fernando Luiz Gomes Mattos é designado redator ad hoc para formalização do voto vencido. Enfim, considerando que o redator designado Alexandre Antônio Alkmim Teixeira não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização do voto vencedor.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Maurício Pereira Faro e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento).
Nome do relator: MAURICIO PEREIRA FARO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 173, INCISO I, DO CTN. INOCORRÊNCIA. Não tendo havido a declaração prévia do débito e nem o pagamento parcial ou recolhimento a menor de tributo sobre a matéria em discussão, há que se concluir que o respectivo pagamento antecipado não foi efetuado, situação em que se aplica o prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN, mesmo sem a eventual constatação de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte. Como a data do primeiro fato gerador afetado pela dedução da despesa com ágio foi 31/12/2005 (lucro real anual), o início do prazo decadencial deu-se em 1º de janeiro de 2007, de forma que, em 23/09/2011, data do lançamento, não havia ainda transcorrido o prazo decadencial. Preliminar indeferida. GLOSA. AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS. Não é dedutível a despesa de amortização de ágio apurado por meio de operações societárias sem propósito negocial. GLOSA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. PROVISÃO P/ MANUTENÇÃO DA INTEGRALIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PMIPL). A glosa da exclusão decorrente da reversão da Provisão para Manutenção da Integralidade do PL deve ser mantida, pois não há prova de que os respectivos valores foram adicionados por ocasião da sua constituição. MULTA ISOLADA APLICADA CUMULATIVAMENTE COM A MULTA DE OFÍCIO. Não cabe a aplicação concomitante da multa de ofício e da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, quando calculados sobre os mesmos valores, apurado em procedimento fiscal (AC. 1402-00.377 no DOU de 16.05.11, 1103-00.304 no DOU de 19.04.11, 1803-00.822 no DOU de 19.05.11, 1201-00.358 no DOU de 27.04.11, 1301-00.143 no DOU de 02.09.11). QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO. Não foram preenchidos os requisitos para imputação de multa qualificada. Considerando que não foi verificado qualquer ato de dolo ou fraude praticado pelo contribuinte, não há que se falar em multa no percentual de 150%. JUROS SOBRE MULTA. A multa de oficio, segundo o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430/96, deverá incidir sobre o crédito tributário não pago, consistente na diferença entre o tributo devido e aquilo que fora recolhido, Não procede o argumento de que somente no caso do parágrafo único do art. 43 da Lei n" 9.430/96 é que poderá incidir juros de mora sobre a multa aplicada. Isso porque a previsão contida no dispositivo refere-se à aplicação de multa isolada sem crédito tributário. Assim, nada mais lógico que venha dispositivo legal expresso para fazer incidir os juros sobre a multa que não torna como base de incidência valores de crédito tributário sujeitos à incidência ordinária da multa.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, AFASTAR a decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso, nos seguintes termos: I) Por unanimidade de votos, NEGAR provimento em relação ao ágio interno; II) Por unanimidade de votos, DESQUALIFICAR a multa de 150% para 75%; III) Por maioria de votos, CANCELAR as multas isoladas por estimativas não pagas. Vencidos os Conselheiros Antonio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos; e IV) Por maioria de votos, MANTER os Juros sobre multa. Vencidos os Conselheiros Maurício Pereira Faro (Relator) e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Designado o Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização do Voto Vencedor (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos - Redator ad hoc para Formalização do Voto Vencido Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 04.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, o relator Maurício Pereira Fato não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Fernando Luiz Gomes Mattos é designado redator ad hoc para formalização do voto vencido. Enfim, considerando que o redator designado Alexandre Antônio Alkmim Teixeira não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização do voto vencedor. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Maurício Pereira Faro e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 173, INCISO I, DO CTN. INOCORRÊNCIA. Não tendo havido a declaração prévia do débito e nem o pagamento parcial ou recolhimento a menor de tributo sobre a matéria em discussão, há que se concluir que o respectivo pagamento antecipado não foi efetuado, situação em que se aplica o prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN, mesmo sem a eventual constatação de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte. Como a data do primeiro fato gerador afetado pela dedução da despesa com ágio foi 31/12/2005 (lucro real anual), o início do prazo decadencial deuse em 1º de janeiro de 2007, de forma que, em 23/09/2011, data do lançamento, não havia ainda transcorrido o prazo decadencial. Preliminar indeferida. GLOSA. AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS. Não é dedutível a despesa de amortização de ágio apurado por meio de operações societárias sem propósito negocial. GLOSA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. PROVISÃO P/ MANUTENÇÃO DA INTEGRALIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PMIPL). A glosa da exclusão decorrente da reversão da Provisão para Manutenção da Integralidade do PL deve ser mantida, pois não há prova de que os respectivos valores foram adicionados por ocasião da sua constituição. MULTA ISOLADA APLICADA CUMULATIVAMENTE COM A MULTA DE OFÍCIO. Não cabe a aplicação concomitante da multa de ofício e da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, quando calculados sobre os mesmos valores, apurado em procedimento fiscal (AC. 140200.377 no DOU de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 72 16 71 /2 01 1- 04 Fl. 2787DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.788 2 16.05.11, 110300.304 no DOU de 19.04.11, 180300.822 no DOU de 19.05.11, 120100.358 no DOU de 27.04.11, 130100.143 no DOU de 02.09.11). QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO. Não foram preenchidos os requisitos para imputação de multa qualificada. Considerando que não foi verificado qualquer ato de dolo ou fraude praticado pelo contribuinte, não há que se falar em multa no percentual de 150%. JUROS SOBRE MULTA. A multa de oficio, segundo o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430/96, deverá incidir sobre o crédito tributário não pago, consistente na diferença entre o tributo devido e aquilo que fora recolhido, Não procede o argumento de que somente no caso do parágrafo único do art. 43 da Lei n" 9.430/96 é que poderá incidir juros de mora sobre a multa aplicada. Isso porque a previsão contida no dispositivo referese à aplicação de multa isolada sem crédito tributário. Assim, nada mais lógico que venha dispositivo legal expresso para fazer incidir os juros sobre a multa que não torna como base de incidência valores de crédito tributário sujeitos à incidência ordinária da multa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, AFASTAR a decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso, nos seguintes termos: I) Por unanimidade de votos, NEGAR provimento em relação ao ágio interno; II) Por unanimidade de votos, DESQUALIFICAR a multa de 150% para 75%; III) Por maioria de votos, CANCELAR as multas isoladas por estimativas não pagas. Vencidos os Conselheiros Antonio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos; e IV) Por maioria de votos, MANTER os Juros sobre multa. Vencidos os Conselheiros Maurício Pereira Faro (Relator) e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Designado o Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Presidente e Redator para Formalização do Voto Vencedor (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Redator ad hoc para Formalização do Voto Vencido Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 04.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, o relator Maurício Pereira Fato não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Conselheiro Fernando Luiz Gomes Mattos é designado redator ad hoc para formalização do voto vencido. Enfim, considerando que o redator designado Fl. 2788DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.789 3 Alexandre Antônio Alkmim Teixeira não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização do voto vencedor. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Maurício Pereira Faro e Jorge Celso Freire da Silva (Presidente à Época do Julgamento). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo contribuinte contra acórdão que por unanimidade de votos, julgou procedente o auto de infração. Por bem resumir a questão ora examinada, adoto e transcrevo o relatório do órgão julgador a quo: “interessado, que optou pelo lucro real anual nos anoscalendário de 2005 a 2009, foi autuado no IRPJ e CSLL, em 23/09/2011, em razão de (I) glosas de despesas com amortização de ágio de R$ 112.873.335,37 gerado internamente, de (II) exclusões indevidas das bases de cálculo e de (III) estimativas não recolhidas. Foi exigido o crédito tributário total de R$ 103.327.148,03, incluindo imposto, contribuições, multas de 150%, multas de 50% sobre estimativas não recolhidas, além de juros de mora calculados até 31/08/2011 (fls. 1 a 2313). Termo de Verificação Fiscal (TVF) dá conta dentre outros fatos, que (fls. 2221 a 2264) a situação inicial (até o anocalendário de 2003) era a seguinte: a) a Vieholding detinha 99,99% das cotas da Brazul que, por sua vez, detinha 99,99% das cotas da Transvel; b) a Brazul, a Vieholding e a Transvel eram sediadas no mesmo endereço: Av. Maria Servidei Demarchi, n° 1.420, bairro Demarchi, CEP 09820000, São Bernardo do Campo, SP; c) o capital social subscrito e integralizado da Brazul era de R$ 3.000.000,00, sendo R$ 2.999.999,00 detidos pela Vieholding e R$ 1,00 pelo minoritário José Brant de Carvalho, que cedeu sua participação, em 15/12/2003, para Alfredo Fait, residente e domiciliado em Belo Horizonte, MG; d) a Vieholding mantevese inativa até o anocalendário de 2003, conforme as DIPJ; e) a Transvel, cujo capital social era de R$ 40.000,00, dos quais a Brazul detinha 99,99%, mantevese inativa de 1998 a 2003; 1ª operação, em 29/12/04, de cessão de quotas da Transvel para a Vieholding, que passa a controlar diretamente também a Transvel, assim realizada: a) conforme a 22ª alteração contratual da Transvel, de 29/12/2004, a Brazul cedeu e transferiu, a título de distribuição de lucros, as quotas que possuía na Transvel para a Vieholding; b) a Transvel entregou DIPJ com base no lucro real no anocalendário de 2004, sem movimento operacional, sendo os únicos registros declarados referentes Fl. 2789DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.790 4 ao aumento de capital, subscrito e integralizado pela Vieholding com ágio de R$ 112.873.335,34; c) conforme a 22ª alteração contratual da Transvel, seu capital social foi aumentado de R$ 40.000,00 para R$ 187.557.000,00, subscrito e integralizado pelos sócios com 3.000.000 de quotas da Brazul, valorizadas por Laudo de Avaliação EconômicoFinanceiro com base em resultados de exercícios futuros, emitido pela Krypton Consulting S/S Ltda. (Krypton), de Belo Horizonte, MG; d) a administração da Transvel seria exercida, por prazo indeterminado, pelo sócio Alfredo Fait, que também atuava como representante da Brazul e da Vieholding; e) em síntese, a Transvel, que até 28/12/2004 era controlada pela Brazul, em 29/12/2004 passa a ser controlada pela Vieholding e, no mesmo dia, passa a controlar a Brazul, a partir do aumento de seu capital social com quotas da Brazul; f) além do ágio de R$ 112.873.335,34, a Transvel registrou em seu Ativo Permanente uma provisão (conta redutora) de R$ 74.496.401,30, que corresponde a 66% do valor do ágio e a exigibilidade de sua constituição será detalhada em item específico; o ágio foi assim apurado: a) o Laudo de Avaliação foi elaborado pela Krypton, nomeada avaliadora na 22ª Alteração Contratual, de 29/12/2004 b) apesar de a Krypton ter sido nomeada em 29/12/2004, o Laudo de Avaliação foi elaborado em 10/12/2004, o que permite concluir que o laudo já estava pronto antes da sua nomeação; c) a avaliação da Brazul baseouse nas demonstrações financeiras encerradas até 30/11/2004, e foi realizada pelo método do fluxo de caixa descontado; d) intimada a apresentar, dentre outros elementos, cópia autenticada do contrato com a Krypton, em 01/04/2011, a Brazul respondeu que “não possui contrato de serviços, bem como, qualquer vínculo com a empresa Krypton. Esclarece ... que a referida empresa foi subcontratada pela Ernst & Young para elaboração do laudo Econômico Financeiro, conforme. Contrato de Prestação de Serviços.” e) se a fiscalizada afirma não possuir vínculo com a Krypton, como explicar a sua nomeação na 22ª Alteração Contratual? f) a contratação da Ernst & Young foi efetivada em 13/12/2004, ou seja, após a elaboração do Laudo de Avaliação, em 10/12/2004; g) essa anacronia denota inverossimilhança nas afirmações da fiscalizada; h) o contrato de prestação de serviços foi precedido de Proposta de Assessoria Contábil, Tributária e Societária, de 11/10/2004, na qual a Ernst & Young comprometeuse a apresentar "Soluções" que representassem efetivo valor agregado aos resultados da Brazul, por meio da realização de sua reorganização societária, mas sem qualquer forma de patrocínio ou representação em processos judiciais, havendo só compromisso com a defesa da fiscalizada em todas as instâncias administrativas, na hipótese de discordância por parte do Fisco em relação aos procedimentos sugeridos/adotados, ficando, assim, evidente, que as "Soluções" Fl. 2790DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.791 5 propostas não se referiam a operações pacificamente aceitas pelas autoridades fiscais; i) em 13/12/2004, foi firmado o Contrato de Prestação de Serviços, ratificando os termos da proposta de 11/10/2004, não contemplando a elaboração de laudos de avaliação com base em rentabilidade futura, dispondo apenas que, se necessário, tais laudos seriam subcontratados; j) fica evidente que a fiscalizada tentou dar uma aparência de legalidade às operações que pretendia praticar, mas o citado anacronismo desnuda a sua intenção de enganar o Fisco, depreendendose que os atores da pretensa reorganização não tiveram o cuidado necessário na formalização dos atos, deixando transparecer que se tratava apenas de mera produção de documentos; k) ou seja: não ocorreu uma reorganização ou reestruturação societária, tampouco de planejamento tributário, mas tão somente uma "Solução" para reduzir a carga tributária, por meio de claro e evidente abuso de forma, anacrônico, no caso; a incorporação reversa da Transvel pela Brazul, em 30/05/05, com a Vieholding voltando a controlar a Brazul, ocorreu da seguinte forma: a) em 30/05/2011, foi celebrado Protocolo e Justificação de Motivos de Incorporação entre Transvel, representada pelo sócio Christian Bruno Schues e Brazul, representada pela mesmo sócio Christian, por meio do qual a Brazul incorporaria a Transvel; b) o documento sustenta que a unificação das pessoas jurídicas proporcionaria benefícios para ambas as sociedades, "a fim de obter racionalização e redução de custos, tanto de ordem operacional, quanto de ordem administrativa"; c) o item 1.3 desse documento aponta que a incorporação traria, também, benefícios fiscais à Brazul, na medida em que ela poderia, após a operação, amortizar o ágio, à razão de 1/60 por mês (art. 386 do RIR/99); d) o patrimônio líquido da Transvel, para fins de sua incorporação, foi avaliado com base no valor contábil, na data base de 30/04/2005, no total de R$ 109.493.759,12, sendo assim composto seu Ativo Total ATIVO Investimento 71.116.825,09 Ágio Investimento 112.873.335,37 Provisão para Manutenção da Integralidade do PI 74.496.401,34 TOTAL INVESTIMENTO 109.493.759312 TOTAL PERMANENTE 109.493.759512 TOTAL DO ATIVO 109.493.759512 e) por se tratar de incorporação reversa, o acervo líquido da Transvel a ser transferido para a Brazul foi ajustado em função do investimento que ela possuía na sua incorporadora, conforme quadro a seguir: Reserva de Capital 3.933,93 Prejuízos Acumulados 78.067.174,81 Fl. 2791DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.792 6 Total do PL da Transvel 109.493.759,12 () Investimento na Brazul 71.116.825,12 Total Jo Acervo Líquido a Incorporar 38.376.934,00 g) portanto, a incorporação levaria a um aumento no patrimônio da Brazul correspondente ao Ativo Fiscal Diferido (AFD), representativo do benefício fiscal a ser obtido com a dedução do ágio, de R$ 38.376.934,00, com a emissão, conforme o Protocolo, de 38.376.934 novas quotas; h) após a incorporação, o capital social da Brazul passaria a ser de R$ 41.376.934,00, dividido em 41.376.934 de quotas; i) assim, após a incorporação da Transvel pela Brazul, a Vieholding volta a ser a controladora da Brazul, com participação de 99,99%, tal como era até 29/12/2004, com o mesmo percentual de participação; j) notese que o aumento do patrimônio (capital social) da Brazul, de R$ 38.376.934,00, corresponde à diferença entre o ágio de si mesma, de R$ 112.873.335,34, e a Provisão para Manutenção da Integralidade do PL, de R$ 74.496.401,34; após a absorção do patrimônio da Transvel, referidos ágio e provisão passaram a integrar 5 a amortização do ágio pela Brazul ocorreu da seguinte forma: a) em 30/05/2005, ao mesmo tempo em que a Brazul registrou um aumento em seu capital social com parte do ágio de si própria, contabilizou em seu Ativo, em contas destacadas, Ágio s/ Investimentos, de R$ 112.873.335,34, e Provisão p/ Manutenção da Integralidade do PL (PMIPL), de R$ 74.496.401,34; b) em junho (mês seguinte à incorporação da Transvel), a Brazul iniciou a amortização do ágio à razão de 1/96, o que corresponde a R$ 1.175.763,91, por mês; na mesma proporção, iniciou, também, a reversão da PMIPL, de R$ 776.004,18, por mês; c) a amortização e a reversão da PMIPL obedeceram a razão de 1/96 de 06/2005 a 09/2006 e, a partir de 10/2006, à razão de 1/60, nos valores respectivamente, de R$ 1.881.222,26 e R$ 1.241.606,69; d) a contabilização do ágio e da reversão da PMIPL foi efetuada da seguinte forma: Amortização do ágio: Até 31/12/2007 D 3233001 Amortização de ágio (Resultado) C 1501002 Ágio sobre investimento (Ativo) A partir de 01/01/2008 D 3233001 Amortização de ágio (Resultado) C 1306007 Ágio sobre investimento (Ativo) Reversão da PMIPL: Fl. 2792DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.793 7 Até 31/12/2007: D 1501001 Provisão integralidade do PL C 3233001 Amortização do ágio (Resultado) A partir de 01/01/2008 D 1306006 Provisão integralidade do PL C 3233001 Amortização do ágio (Resultado) e) assim, a fiscalizada registrou a amortização do ágio e a reversão da provisão para manutenção da integralidade do patrimônio líquido na mesma conta contábil; ou seja, refletiu no resultado contábil apenas 34% do valor da amortização do ágio, pois a reversão mensal da PIMPL correspondia a 66% do ágio amortizado por mês, sendo que o ágio e a PMIPL foram informados nas DIPJ, no Lalur n° 09, de 2005, fl. 16, a reversão da PMIPL foi excluída sob a rubrica "Resultados Não Tributáveis de Sociedades Cooperativas", e no Lalur n° 10, de 2006, fl. 03, a reversão da PMIPL foi excluída sob a rubrica "Exaustão Incentivada"; f) em que pese a redução do efeito da amortização do ágio no resultado contábil, a exclusão total da reversão da PIMPL nas apurações do Lucro Real e da Base de Cálculo da CSLL significa que no resultado fiscal o ágio foi integralmente deduzido, tanto na apuração anual quanto nas estimativas de 06/2005 a 12/2009; o reflexo tributário dessa exclusão está na TABELA 1, anexa ao TVF. O TVF prossegue examinando em detalhes os conceitos de incorporação e ágio, em seus aspectos jurídicos e contábeis, para concluir que o “ágio de si mesmo” não pode ser reconhecido, conforme o Ofício Circular/ CVM/SNC/SEP n° 01/2007, de 14 de fevereiro de 2007 e conforme o item 120 da Resolução CFC n° 1.110/2007 do Conselho Federal de Contabilidade, que determina: “O reconhecimento de ágio decorrente de rentabilidade futura gerado internamente (goodwill interno) é vedado pelas normas nacionais e internacionais. Assim, qualquer ágio dessa natureza anteriormente registrado precisa ser baixado,[g.n.]” E o TVF sustenta, ainda, que a criação de ágio interno é uma afronta à lógica contábil, por se referir a um intangível pelo qual não se pagou, além de ter como origem operação sem propósito negocial, por isso não passível de mensuração, reconhecimento e nem divulgação nos relatórios financeiros. Da mesma forma, a sua existência é inaceitável do ponto de vista societário. Destaca que a Transvel tem nítidas características de empresa veículo, pois: 1 até o anocalendário de 2003, estava inativa e foi controlada pela Brazul até 28/12/2004; 2 em 29/12/2004, a totalidade de suas quotas foi transferida para a Vieholding, a título de distribuição de lucros; no mesmo dia, a Vieholding aumentou e integralizou com ágio de cerca de R$ 113 milhões o capital na Transvel, que passou a ser sua controlada direta; 3 em 2004, apresentou DIPJ com base no lucro real e em sua contabilidade as únicas contas movimentadas eram relacionadas à integralização do capital e ao ágio fictício, sem qualquer movimento operacional; Fl. 2793DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.794 8 4 em 30/05/2005, a Transvel, que até esta data não teve qualquer movimento operacional, foi incorporada pela Brazul, ora controlada (incorporação reversa), a partir da qual, a Vieholding volta a ser a controladora da Brazul, com 99,99% de participação; 5 assim, a Transvel, empresa inativa, foi usada como empresa veículo para a transferência do ágio fictício da Brazul para a própria Brazul, que procedeu à amortização, reduzindo sua base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Além disso, o TVF aponta que: 1 apesar de a fiscalizada ter formalizado legalmente todos os atos praticados, fêlos objetivando unicamente economia tributária, pois inexistiu negociação, já que se tratava de operações dos sócios com eles próprios; 2 não houve, na constituição do ágio, a participação de agente econômico estranho aos sócios e nenhuma riqueza nova foi agregada ou mudou de propriedade, nenhum dos sócios teve qualquer acréscimo ao seu patrimônio em razão do ágio, ninguém pagou nada a ninguém; portanto, o ágio foi gerado artificialmente. O TVF traz, ainda, acurado exame do conceito de despesas necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, para fins de dedução (art. 299 do RIR/99), e conclui que a despesa de amortização de ágio interno não se enquadra no conceito de despesa necessária, pois: 1 essa "despesa" não foi e jamais será paga pela fiscalizada; 2 essa despesa não pode ser considerada como incorrida, nos moldes do item 3 do Parecer Normativo CST n° 07/76, pois: "como despesas incorridas, entendemse as relacionadas a uma contraprestação de serviços ou obrigação contratual e que, embora caracterizadas e quantificadas no período base nele não tenham sido pagas, por isso figurando o valor respectivo no passivo exigível da empresa". 3 o reconhecimento contábil de uma despesa pressupõe o sacrifício de ativos e/ou o reconhecimento de passivos; no caso em que duas empresas transacionam, a despesa incorrida e o passivo registrados em uma normalmente são acompanhados de uma receita e de um ativo na outra: uma se presta a produzir ou a entregar algo, e a outra, em troca, se obriga a sacrificar ativos (ou formar passivos) para honrar o compromisso; 4 se a devedora decidir jamais pagar essa despesa incorrida, seu valor deverá ser revertido do passivo para receita; 5 o pressuposto de que para uma despesa ser considerada incorrida é necessário uma contraprestação de serviços ou uma obrigação contratual, conforme o Parecer Normativo CST n° 07/76, decorre da própria contabilidade, que nunca aceitou que uma despesa fosse registrada sem a renúncia a algum ativo e/ou a assunção de um passivo; 6 alguns tipos de despesa aparentam não exigir um sacrifício de ativo ou um reconhecimento de um passivo, como a despesa de depreciação, que representa, na verdade, a alocação do custo de aquisição do ativo ao longo da sua vida útil; o impacto no caixa ocorre no momento do pagamento do ativo, cujo custo será diluído (princípio da competência) no resultado de cada exercício social da vida econômica Fl. 2794DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.795 9 do ativo; portanto, a despesa de depreciação é tão saída de caixa quanto uma despesa incorrida pelo uso de energia elétrica, por exemplo; 7 a despesa de amortização de ágio segue a mesma lógica que a despesa de depreciação: para que ela seja contabilmente incorrida, é necessário que haja uma abdicação de ativos ou a contratação de passivos; 8 quando uma empresa paga um sobrepreço pelas ações ou quotas de outra, o custo de aquisição (saída de caixa) desembolsado corresponde ao sacrifício necessário à entrada, em seu ativo, de um investimento (patrimônio líquido da investida) e de um ágio; 9 a despesa de amortização do ágio representa a alocação desse sobrepreço pago ao longo da vida útil do ágio, em obediência ao regime de competência; essa interpretação é ratificada pelo art. 324 do RIR/99, que assim dispõe: “Art. 324. Poderá ser computada, como custo ou encargo, em cada período de apuração, a importância correspondente à recuperação do capital aplicado, ou dos recursos aplicados em despesas que contribuam para a formação do resultado de mais de um período de apuração (Lei n° 4.506, de 1964, art. 58, e Decreto Lei n° 1.598, de 1977, art. 15, § 1º). § 1º Em qualquer hipótese, o montante acumulado das quotas de amortização não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem ou direito, ou o valor das despesas (Lei n° 4.506, de 1964, art. 58, § 2º ) (...)” 10 portanto, a recuperação do valor pago do ágio é obtida por meio da sua despesa de amortização, que deve ser considerada incorrida quando a ela se puder correlacionar uma receita correspondente; 11 ou seja, a receita realizada e a despesa incorrida para realizála devem ser reconhecidas simultaneamente, conforme o Princípio de Competência; 12 no caso de ágio interno, não há que se falar em diluição de custo ao longo do tempo porque não há custo a ser diluído; portanto, não se pode falar em despesa de amortização incorrida; 13 caso se admita que a despesa de amortização do ágio interno tenha sido incorrida em determinado período, estarseia admitindo ser possível a realização de uma receita sem que se tenha desembolsado pela despesa correspondente ou, em última instância, sem o sacrifício de um ativo ou o surgimento de um passivo; 14 admitindo que um ágio não pago possa trazer benefícios econômicos a uma dada entidade, admitir sua amortização é acolher a idéia de que esses benefícios (receitas) seriam gerados sem custo, uma impossibilidade contábil; 15 portanto, o encargo de amortização do ágio interno não pode ser visto como incorrido, de modo que não há dúvida de que sua amortização é indedutível, pois, por óbvio, se não há custo de aquisição, sendo forçoso concluir que todas as despesas de amortização ultrapassaram o custo inexistente (art. 324, “caput” e § 1º do RIR/99); E assim conclui o TVF: Fl. 2795DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.796 10 “161. ... se não houve aplicação de recursos em despesas, não se pode falar em despesas pagas ou incorridas, de modo que o ágio artificial amortizado contabilmente há de ser integralmente glosado, bem como revertidas as exclusões da Provisão para Manutenção da Integralidade do PL (Lalur), ara fins de apuração anual do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro (art. 57 da Lei 8.981/95), anoscalendário de 2005 a 2009, conforme tabela abaixo: (...) 162. ... considerando que no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2009 a fiscalizada deduziu o ágio fictício na apuração das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, há de ser glosado o ágio artificial amortizado mensalmente no referido período e exigida multa isolada de 50% sobre os valores que deixaram de ser recolhidos (diferença tributável), conforme TABELAS 2 e 3, anexas ao presente Termo de Verificação Fiscal. 6. Da Qualificação da Multa de Ofício (...) 176. A Brazul, com a participação da Vieholding e da Transvel, agiu dolosamente, de forma que ela fosse beneficiada com a amortização de ágio gerado artificialmente, resultando na redução indevida do IRPJ e da CSLL no período compreendido de junho de 2005 a dezembro de 2009. O procedimento adotado pela fiscalizada está compreendido na hipótese de fraude descrita no artigo 72 da Lei 4.502/64 ... (...) 184. Assim sendo, a multa no lançamento de ofício será qualificada, aplicada na proporção de 150% dos tributos devidos, como determina a Lei n° 9.430/96, art. 44, § 1º. (...)” Os autos de infração estão às fls. 2265 a 2311. O interessado apresentou impugnação, em 25/10/2011 (fls. 2320 a 2369), por meio de seu sócio administrador (fls. 2369 a 2382), alegando, em resumo, que: 1 ocorreu a decadência em relação aos: a) procedimentos adotados no anocalendário de 2004, quando ocorreu o fato gerador que deflagrou o registro do ágio, nos moldes do lançamento por homologação, conforme jurisprudência administrativa; b) aos fatos geradores ocorridos antes de 22/09/2006, nos moldes do lançamento por homologação, visto não ter havido fraude, conforme jurisprudência administrativa; 2 as operações societárias em tela são lícitas, válidas e eficazes, pois: a) foram realizadas de acordo com a legislação (art. 20, § 2º, II, do Decreto Lei n.º 1.598/77); b) a tese da fiscalização não possui amparo legal, pois: (I) não importa se não há propósito negocial; (II) não há vedação legal à amortização de "ágio interno" Fl. 2796DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.797 11 (arts. 7º e 8º da Lei n° 9.532/97 e art. 20 do DL n° 1.598/77); e, (III) não há qualquer exigência de independência e/ou desvinculação das partes. c) o ganho de capital decorrente do ágio foi reconhecido contábil e fiscalmente pela Vieholding, conforme a legislação vigente; d) a integralização de capital com quotas é uma espécie de alienação, conforme tese apoiada no art. 3º, § 3º da Lei n° 7.713/88 (que tributa essa renda pelo IRPF), no art. 132 do RIR/99, no Parecer Normativo do Coordenador do Sistema de Tributação n° 34, de 18 de março de 1974, item 5, Parecer Normativo da Coordenação do Sistema de Tributação CST n° 18/81, Soluções de Consultas de Contribuintes n.ºs 288, de 22 de novembro de 2006, e 42 de 04 de dezembro de 2002, de modo que a conferência de quotas em integralização de capital representa alienação para a Vieholding e uma "aquisição" para a Transvel, que procedeu à avaliação do investimento, desdobrandoo, em virtude do ágio, conforme o art. 385, I e II, e §§ 1º e 2º, do RIR/99 e art. 20, § 2º, "b", do DL 1.598/77; e) o laudo técnico não foi questionado, resumindose a autuação à tentativa de qualificar a operação como fraudulenta e nenhum dispositivo legal veda a amortização do "ágio interno”. 3 em resumo: a) há permissão legal para: (I) aumentar o capital por meio da integralização de quotas ou ações de outra empresa; empresa controlada incorporar controladora; avaliar investimentos em coligadas e controladas com o desdobramento do custo de aquisição em ágio; e amortizar o ágio baseado em previsão de rentabilidade dos resultados de exercícios futuros; b) portanto, é possível amortizar o ágio surgido entre operações de empresas do mesmo grupo, conforme o art. 36 da Lei n° 10.637/02 (em vigor à época), que visava o diferimento da tributação para o momento da futura alienação, liquidação ou baixa da participação, sendo que tal ganho de capital deve ser controlado na Parte B do LALUR, mas sem afetar a amortização do ágio, que decorre dos arts. 385 e 386 do RIR/99, dos arts. 7º e 8º da Lei n° 9.532/97 e do art. 20 do DL 1.598/77; c) indagase: (I) se não em operações societárias mantidas entre empresas do mesmo grupo econômico, em que hipóteses haveria de ser aplicado o art. 36 da Lei n° 10.637/02? (II) quando faria sentido integralizar capital de uma participação societária a valor de mercado, com a hipótese de diferimento da tributação do ganho de capital, se não em alguma empresa do mesmo grupo? 4 o contexto legislativo demonstra que somente faz sentido o art. 36 da Lei n° 10.637/02 se admitida a realização de operações societárias entre "partes vinculadas", o que derruba a restrição fiscal quanto ao denominado "ágio interno"; pensar de modo diverso, conduz à total imprestabilidade do art. 36 da Lei n° 10.637/02, por esvaziamento de sua aplicação; ou seja: não há dúvida de que a Lei n° 9.532/97 permitia a amortização do ágio decorrente de rentabilidade futura sem quaisquer restrições; 5 se a necessidade de propósito negocial fosse aplicável, alterações na legislação não seriam necessárias, mas não é o que ocorre, como demonstra o motivo da revogação do art. 36, da Lei n° 10.637/02. Fl. 2797DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.798 12 “16 (...)e a revogação do art. 36 da Lei n." 10.637, de 30 de dezembro de 2002, visa evitar planejamento tributário no âmbito de processos de cisão e incorporação de empresas." 6 portanto, admitiuse que as operações de cisão e incorporação efetuadas durante a vigência do art. 36, da Lei n° 10.637/02, surtem os efeitos esperados, ainda que com o propósito específico de planejamento tributário; 7 em momento algum as empresas em tela tiveram a intenção de ocultar seus interesses ou de lesar o fisco, visto que o ganho de capital do ágio foi contabilizado e registrado na parte "B" do LALUR, bem como seu IRPJ e CSLL diferidos foram contabilizados, conforme Anexo 02 (cópia dos balanços e da Parte B do LALUR); 8 é inaplicável o Ofício Circular CVM/SNC/SEP n° 01 de 14 de fevereiro de 2007, pelos princípios da legalidade e da irretroatividade, além de que a CVM tem por finalidade orientar a contabilidade das S.A. de capital aberto, não lhe cabendo limitar direitos; o Ofício não pode ser considerado "norma complementar" (art. 100 do CTN), por não ser norma tributária, mas, sim, contábil; aliás, o Ofício em tela sequer existia à época das operações societárias, o que impede sua invocação pelo Fisco, em consideração ao princípio da irretroatividade; 9 apesar da falta de amparo legal à exigência de que as reestruturações societárias tenham propósito diverso da simples redução ou postergação da carga tributária, vale demonstrar as razões econômicas pelas quais foram realizadas as operações societárias em tela: a) no ano de 2004, foram iniciadas tratativas para a venda da impugnante, que no ano de 2005, recebeu Carta de Intenção de Compra, conforme se pode verificar no Anexo 3; b) assim, decidiuse pela avaliação do seu Patrimônio Líquido a valor de mercado, de modo que seria possível sua valorização; 10 a glosa da exclusão decorrente da reversão de provisão constituída para refletir os efeitos da Provisão CVM 319, ou seja, foi glosada uma exclusão permitida pela legislação, pois sendo a indedutibilidade das provisões a regra geral, seu valor “... será excluído da base de cálculo no período em que a provisão for baixada na contabilidade”; portanto, a exclusão decorrente da reversão da Provisão para Integralidade do Patrimônio Líquido está correta; 11 se o AI de IRPJ for mantido, a exigência de CSLL deve ser cancelada, pois os arts. 13 da Lei n° 9.249/95 e 37 da Lei n° 10.637/02 não têm relação com o caso em tela, de modo que não há de dispositivo legal que estabeleça a indedutibilidade da amortização/exclusão do ágio para fins de apuração da CSLL; 12 a conduta das empresas em tela foi baseada numa interpretação razoável do ordenamento jurídico (arts. 7º, III, e 8º da Lei n° 9.532/97 e o art. 36 da Lei n° 10.637/02), razão pela qual ainda que tal interpretação não venha a prevalecer, não cabe a multa qualificada, além disso, inexistiu fraude (art. 72 da Lei n° 4.502/64) em vista da licitude das operações, tanto na forma como no conteúdo, de modo que a multa de 150% é equivocada, pois apesar das digressões a respeito de despesas dedutíveis (arts. 299 e 324 do RIR/99 e Parecer Normativo CST 07/76), a fiscalização não menciona a autorização de amortização do ágio (arts. 7º, III, e 8º da Lei n° 9.532/97) e não comprova o dolo nessas operações, sendo certo que todas elas, o ágio e o ganho de capital, tudo foi informado ao Fisco, tanto nas DIPJ como Fl. 2798DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.799 13 nos livros fiscais das empresas envolvidas; por fim, sendo duvidosa a aplicação da penalidade, o art. 112 do CTN impõe interpretação mais favorável ao contribuinte; 13 é indevida a cobrança de multa isolada em razão de o mesmo fato originar a aplicação de duas multas distintas; 14 será ilegal a futura aplicação de juros sobre a multa, pois não há base legal para isso, assim como é ilegal o Parecer MF n° 28 de 02 de abril de 1998, pois o art. 61 da Lei n° 9.430/96, trata de juros sobre créditos tributários (débitos fiscais) decorrentes de tributos e contribuições, não havendo qualquer menção às multas; por isso, o CARF já pacificou o entendimento de que tais multas não são atualizáveis, conforme acórdãos transcritos, sendo que a 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais já concluiu pela impossibilidade da incidência de juros sobre multa de ofício e aguarda formalização junto à Câmara Superior; os juros só valeriam quando a multa decorresse de descumprimento de obrigação acessória; 15 se as provas forem insuficientes, pleiteia a realização de diligência. É o relatório.; Em face destes argumentos, a 7ª Turma da DRJ/SPO I, proferiu acórdão, assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. O pedido de realização de diligência é indeferido, tanto por estar em desacordo com os requisitos legais, quanto por ser desnecessária. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 DECADÊNCIA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 173, INCISO I, DO CTN. INOCORRÊNCIA. Não tendo havido a declaração prévia do débito e nem o pagamento parcial ou recolhimento a menor de tributo sobre a matéria em discussão, há que se concluir que o respectivo pagamento antecipado não foi efetuado, situação em que se aplica o prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN, mesmo sem a eventual constatação de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte. Como a data do primeiro fato gerador afetado pela dedução da despesa com ágio foi 31/12/2005 (lucro real anual), o início do prazo decadencial deuse em 1º de janeiro de 2007, de forma que, em 23/09/2011, data do lançamento, não havia ainda transcorrido o prazo decadencial. Preliminar indeferida. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 GLOSA. AMORTIZAÇÃO DE ÁGIO. OPERAÇÕES SOCIETÁRIAS. Não é dedutível a despesa de amortização de ágio apurado por meio de operações societárias sem propósito negocial. Fl. 2799DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.800 14 GLOSA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. PROVISÃO P/ MANUTENÇÃO DA INTEGRALIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PMIPL). A glosa da exclusão decorrente da reversão da Provisão para Manutenção da Integralidade do PL deve ser mantida, pois não há prova de que os respectivos valores foram adicionados por ocasião da sua constituição. MULTAS ISOLADAS. ESTIMATIVAS. Mantémse a multa aplicada, dada expressa previsão na legislação vigente. MULTAS DE OFÍCIO QUALIFICADA. Em vista da prática de atos simulados, com evidente intuito de impedir ou ocultar a ocorrência do fato gerador de exações federais, está correta a aplicação da multa de 150%. JUROS SOBRE MULTAS. Não conheço do argumento a respeito de ilegalidade de futura aplicação de juros sobre a multa, pois não faz parte do litígio, visto que não consta do Auto de Infração. AUTOS REFLEXOS. CSLL. O decidido quanto ao IRPJ aplicase à tributação dele decorrente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignado, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, reiterando os argumentos expostos. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Fernando Luiz Gomes Mattos, Redator para Formalização do Voto Vencido Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, e tendo em vista que o relator originário do processo não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, encontrome na posição de Redator, nos termos dos arts. 17 e 18, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (RICARF). Informo que, na condição de Redator, transcrevo literalmente a minuta que foi apresentada pelo Conselheiro durante a sessão de julgamento. Portanto, a análise do caso concreto reflete a convicção do relator do voto na valoração dos fatos. Ou seja, não me encontro vinculado: (1) ao relato dos fatos apresentado; (2) a nenhum dos fundamentos Fl. 2800DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.801 15 adotados para a apreciação das matérias em discussão; e (3) a nenhuma das conclusões da decisão incluindose a parte dispositiva e a ementa. A seguir, a transcrição do voto. O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. Da inexistência de decadência. Sobre a decadência, alega o recorrente que o direito de a Fazenda fiscalizar a operação que deu origem ao ágio aqui discutido (ocorrida em 29/12/2004) já estava decaído quando da sua ciência do auto de infração, ocorrida em 23/09/2011. Segundo ele, o prazo decadencial no presente caso deve ser contado a partir da operação societária que deu origem ao registro inicial do ágio: a aquisição do investimento com pagamento da “mais valia”. Assim, como o ágio aqui discutido decorre da aquisição das quotas da Brazul pela Transportadora de Veículos Transvel Ltda, e essa operação societária ocorreu no dia 29/12/2004, o prazo qüinqüenal para a sua retificação já teria sido consumido. Entendo não assistir razão ao recorrente, na medida em que considero que o direito de a Fazenda fiscalizar os procedimentos relativos à criação de um ágio a ser amortizado não se submete ao prazo decadencial tributário. Isso porque, não sendo o pagamento de um ágio fato gerador de nenhuma obrigação tributária, temse, que, em face desse fato não corre qualquer prazo decadencial, não gerando obrigação tributária a ser lançada. Por seu turno, o prazo decadencial para o Fisco homologar os efeitos fiscais atribuídos pelo contribuinte ao ágio por ele criado não se conta a partir do pagamento da correspondente “mais valia”, mas sim da sua efetiva utilização para redução dos tributos a serem recolhidos. Dessa forma, considerando que no presente caso, lançamento ora discutido tem por objeto as bases de cálculo do IRPJ e da CSLL devidas pelo contribuinte nos anos calendário de 2005 a 2009, não o ágio registrado no ano de 2004 entendo por afastar a alegação de decadência. Do Mérito Para analisarmos o presente caso concreto é importante verificarmos o histórico das alterações societárias que foram realizadas e que foram analisadas pelo fiscal autuante. · Até 29/12/2004 – a empresa VIEHOLDING é controladora da BRAZUL, a qual, por sua vez, é controladora da empresa TRANSVEL; Fl. 2801DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.802 16 · 29/12/2004 – nessa mesma data: a BRAZUL cede e transfere a VIEHOLDING, a título de distribuição de lucros, todas as quotas que possui da TRANSVEL; em seguida, a VIEHOLDING subscreve e integraliza o capital da TRANSVEL com a participação societária da BRAZUL pelo seu valor de mercado, pautado na rentabilidade futura dessa empresa. Com base nesse valor de mercado, a VIEHOLDING “cobra” da TRANSVEL um ágio no valor de R$ 112.873.335,37; · 30/05/05 – a BRAZUL incorpora a TRANSVEL e absorve para si o ágio sobre suas próprias quotas, passando a amortizálo nos exercícios seguintes. Da análise do caso podemos verificar que todas as operações societárias realizadas, as quais culminaram com a incorporação da TRANSVEL pela BRAZUL foram realizadas sem que tenha havido qualquer alteração no controle societário dessas empresas. Tais empresas sempre permaneceram sob o controle da VIEHOLDING. Quando a VIEHOLDING subscreveu e integralizou o aumento do capital da TRANSVEL com as quotas da BRAZUL, tal controladora ocupou simultaneamente os dois pólos do negócio firmado: comprador e vendedor. Ou seja, ela cobrou o ágio de si mesma. Em face das operações que envolveram o surgimento e amortização do ágio decorrente da aquisição das quotas da BRAZUL pela TRANSVEL, o resultado societário é igual à incorporação da TRANVEL pela BRAZUL, com exceção do ágio gerado, o qual deu origem a parte da despesa que seria deduzida na apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Do benefício fiscal previsto nos artigos 7º e 8º da Lei nº9.532/1997, e 385 e 386 do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 – RIR/99. Entendese por ágio ou deságio a diferença entre o valor de patrimônio líquido de uma participação societária (proporcional à participação do sócio no capital social da empresa) e o seu custo de aquisição (montante pelo qual ela é negociada entre as partes contratantes). Se o valor de aquisição for maior que o patrimonial, o adquirente terá pago um ágio, se for menor, deságio. No que tange aos investimentos realizados em sociedade coligada ou controlada, de acordo com o artigo 385 do RIR/99, em função do método de avaliação com base na equivalência patrimonial, o correspondente preço do ágio ou deságio deverá ser registrado pela parte que o suporta em conta distinta daquela onde é escriturado o valor patrimonial do investimento adquirido (desdobramento do custo de aquisição). Quanto à apuração do lucro real e do resultado do exercício ajustado para fins de incidência da CSLL, usualmente, a amortização do ágio ou deságio não é deduzida ou tributada. Via de regra, a dedução ou tributação dessa amortização no âmbito do IRPJ e da CSLL somente ocorrerá quando o investimento que lhe deu origem for alienado ou liquidado (arts. 391 e 426 do RIR/99), na apuração de eventual ganho ou perda de capital, quando então o Fl. 2802DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.803 17 ágio ou deságio é incluído (somado ou diminuído) no preço de aquisição do investimento que está sendo extinto. Assim, para gozar da dedutibilidade preconizada no artigo 386 do RIR/99, não basta a pessoa jurídica, por exemplo, simplesmente incorporar uma controlada na qual detenha participação societária com ágio. Entre as condições e requisitos previstos, deve essa pessoa jurídica ter efetivamente suportado o ágio por ele registrado, ou seja, o ágio deve existir, deve ter propósito negocial e substrato econômico a justificar a sua origem; deve também esse ágio ter como fundamento econômico a rentabilidade futura da controlada; o laudo que atesta esse fundamento econômico deve estar arquivado como comprovante da escrituração do ágio; por fim, a sua amortização deverá obedecer o mínimo de 1/60 para cada mês do período de apuração. É importante esclarecer que o ágio ou deságio deve sempre ter como origem um propósito negocial (aquisição de um investimento) e, assim, um substrato econômico (transação comercial). Somente registros escriturais, por exemplo, não podem ensejar o nascimento dessa figura econômica e contábil. Por propósito negocial, entendese a lógica econômica que levou ao surgimento do ágio ou deságio, ou seja, a razão negocial que ensejou a aquisição de um investimento por valor superior ou inferior àquele que custou originalmente ao alienante. Quanto ao ágio amortizado pela empresa Recorrente acertada fora a constatação da Autoridade Fiscal de que ele não existe, pois fora criado artificialmente, não sendo possível, portanto, a sua dedução na conta de resultado da empresa. No presente caso, entendo que a subscrição e integralização do aumento de capital da TRANSVEL realizada pela VIEHOLDING com as quotas da BRAZUL não apresenta nenhuma lógica econômica a embasar o surgimento do ágio cobrado. Da análise da situação em tela, concluise que o ágio registrado na TRANSVEL não possui propósito negocial a embasar a sua existência, assim como, caso se considere como possível o propósito negocial eleito pelo contribuinte, ele, indiscutivelmente, não se encaixa na situação prevista no artigo 386 do RIR/99 (rentabilidade futura da sociedade adquirida). Quanto à inexistência de propósito negocial da operação que deu origem ao ágio registrado na TRANSVEL com a aquisição das quotas da BRAZUL, ressaltase que, de acordo com as alegações do Recorrente a subscrição e integralização do aumento do capital da TRANSVEL pela VIEHOLDING decorreu do intuito do grupo empresarial de reavaliar a participação societária sobre a BRAZUL (a fim de que o recorrente se tornasse mais atraente a investidores externos). Para que o registro do ágio na TRANSVEL fosse válido e eficaz, seria necessário que essa empresa tivesse adquirido da VIEHOLDING um investimento cujo sobrepreço se justificasse na expectativa de algum ganho futuro. Todavia, conforme reconhecido pelo Recorrente, nunca houve essa expectativa por parte da TRANSVEL. A TRANSVEL em nenhum momento esperou auferir os rendimentos futuros provenientes da BRAZUL. Fl. 2803DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.804 18 O intuito do investimento realizado pela VIEHOLDING na TRANSVEL foi apenas criar um ágio meramente artificial para posterior dedução fiscal de sua despesa de amortização. Dessa forma, entendo que a simples reavaliação de uma participação societária não se encaixa no propósito negocial do ágio previsto no artigo 386, inciso III, do RIR/99, e que autoriza a sua despesa ser deduzida após uma incorporação societária. Por seu turno, no que tange ao laudo econômico juntado aos autos para tentar justificar o fundamento econômico do ágio decorrente da aquisição das quotas da BRAZUL, entendo que tal laudo não é competente para tanto haja vista que o investimento realizado na TRANSVEL pela VIEHOLDING na verdade nunca foi um investimento real, haja vista que ele apenas operacionalizou o intuito do grupo empresarial de reavaliar a participação que detinha sobre uma de suas controladas, não havendo que se falar em rentabilidade futura da BRAZUL. Apesar de o laudo atestar determinada rentabilidade futura da BRAZUL, a TRANSVEL não adquiriu as quotas dessa empresa com base nesse fundamento econômico. Além de não ter qualquer propósito negocial, o ágio registrado na TRANSVEL com a aquisição das quotas da BRAZUL também não apresenta substrato econômico que justifique o seu surgimento. Em face do contexto fático que é apresentado, evidencia se que não houve qualquer pagamento da TRANSVEL a VIEHOLDING. Não houve participação de terceiros. Não houve qualquer circulação de riquezas. Com efeito, da análise detida dos fatos, em razão de a empresa VIEHOLDING ser a controladora tanto da BRAZUL como da TRANSVEL, não há como ter havido circulação de riquezas na operação que deu ensejo ao ágio decorrente da aquisição da BRAZUL. Ante todo o exposto, concluise que o único substrato econômico existente no caso analisado é aquele oriundo da amortização do ágio na conta de resultado da BRAZUL após a incorporação da TRANSVEL. Dessa forma, apesar da alegação do Recorrente de que o aumento de capital da TRANSVEL com as quotas da BRAZUL visou a um objetivo empresarial, provouse, inicialmente, que tal propósito não é hábil a permitir osurgimento do ágio, e, em segundo, que, mesmo se fosse possível a criação do ágio com base naquela razão, essa “mais valia” não se encaixa naquela que a legislação autoriza a amortização do ágio (rentabilidade futura). Além disso, fora comprovado que a alegada aquisição do investimento não implicou nenhum gasto pelo adquirente, assim como nenhum ganho pelo alienante. Não existindo de fato, tal ágio, portanto, não é válido e nem eficaz para ser amortizado na conta de resultado da BRAZUL, seja pelos artigos 7º e 8º da Lei nº 9.532/1997 (385 e 386 do RIR/99), seja por qualquer outra norma que autoriza tal dedutibilidade. Da Multa Qualificada Para a Fiscalização aplicar a multa qualificada, há que restar provado, ao menos, a existência da sonegação ou da fraude. Tanto a fraude quanto a sonegação correspondem, segundo os art. 71 e 72, da Lei n° 4.502/64, a atos comissivos ou omissivos que Fl. 2804DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.805 19 visem impedir ou retardar a constituição do crédito tributário ou a sua satisfação. Depreende se, ainda, da leitura dos dispositivos acima transcritos que, para aplicar a multa qualificada, é necessário observar a existência do elemento subjetivo — dolo — para caracterizar o intuito (dolo direto), ou o risco assumido (dolo indireto), de fraudar ou de sonegar. Sustenta a decisão recorrida que, no caso em tela, resta justificada a aplicação da multa no percentual de 150% pela ocorrência dos ilícitos previstos na Lei n° 4.502/64, conclusão a que se chegou em razão dos fatos e situações que teriam sido colhidos dos autos do presente processo e que demonstram clara intenção em reduzir, indevidamente, o montante de tributos a recolher, haja vista que o aproveitamento do ágio. Nesse aspecto, também entendo que merece reforma a decisão recorrida. Isso porque, para que ocorra a fraude definida pelo artigo 72 da Lei n.º 4.502, de 1964 como “toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento” é necessário demonstrar não que o contribuinte teve a intenção de pagar menos imposto, mas que ele teve a intenção de empregar meios ilícitos, “fraudulentos”, para obter a economia fiscal desejada. É o que se depreende, inclusive, da leitura de dispositivos da Lei n.º 8.137, de 1990, que define os crimes contra a ordem tributária, nos seguintes termos: “Artigo 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (...) II FRAUDAR a fiscalização tributária, INSERINDO ELEMENTOS INEXATOS, OU OMITINDO OPERAÇÃO DE QUALQUER NATUREZA, EM DOCUMENTO OU LIVRO EXIGIDO PELA LEI FISCAL; (...).” “Artigo 2° Constitui crime da mesma natureza: I FAZER DECLARAÇÃO FALSA OU OMITIR DECLARAÇÃO SOBRE RENDAS, BENS OU FATOS, OU EMPREGAR OUTRA FRAUDE, para eximirse, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; (...)” (não destacados no original). Como se percebe pela simples leitura do inciso II do artigo 1º da Lei n.º 8.137, de 1990, fraudar a fiscalização tributária significa inserir elementos inexatos ou omitir operação de qualquer natureza em documento ou livro exigido pela lei fiscal. Da mesma forma, o inciso I do artigo 2º desta lei deixa bem claro que o núcleo do tipo correspondente à fraude fiscal é a falsidade. Fl. 2805DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.806 20 Ora, se a fraude pressupõe a apresentação pelo sujeito passivo de elementos falsos ou a omissão de ato sobre o qual a administração tributária deveria ter ciência, é certo que a autoridade autuante, para impor a multa qualificada, deve apontar com toda a precisão os elementos que demonstrem a fraude. No presente caso, o auto de infração a própria representação fiscal reconhece que o Recorrente formalizou todos legalmente todos os atos praticados. Da Concomitância da aplicação de multa de ofício e multa isolada Sustenta o contribuinte pela impossibilidade de aplicação simultânea da multa de ofício com a multa isolada. Entendo assiste razão à Recorrente. A maioria dos acórdãos deste Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF tem decidido que não cabe a aplicação concomitante da multa de ofício e da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, quando calculados sobre os mesmos valores, apurado em procedimento fiscal (AC. 140200.377 no DOU de 16.05.11, 110300.304 no DOU de 19.04.11, 180300.822 no DOU de 19.05.11, 120100.358 no DOU de 27.04.11, 130100.143 no DOU de 02.09.11). Ou seja, entendo que a aplicação de ambas as multas gera a penalização do contribuinte duas vezes pelo mesmo fato, assim entendo pelo sua impossibilidade, ocasião em que o contribuinte deverá arcar com aquela que lhe for maior, ficando desonerado da outra multa. Do Juros sobre a Multa Por fim, merece análise o último ponto do presente caso, no que tange a exigência de juros sobre a multa de ofício. Neste ponto, também merece respaldo os argumentos trazidos pela Recorrente, o que enseja a reforma da decisão proferida pela DRJ. Isto porque a multa de ofício não pode ser corrigida pelos juros da taxa SELIC tendo em vista que os débitos de tributos e contribuições decorrem da prática dos respectivos fatos geradores, e as multas decorrem de violação à norma legal, no caso, do suposto não pagamento dos tributos e contribuições. A interpretação simultânea dos artigos 43 e 61 da Lei 9430/96 não deixam margem quanto isto. Nessa linha, este conselho, há tempos já decidiu quanto a não aplicação da correção da SELIC sobre a multa de ofício, desde a época dos já extintos 1ºCC, 2ºCC, e 3ºCC, Conselhos de Contribuintes, bem como do atual CARF: TAXA SELIC. JUROS DE MORA INCIDENTE SOBRE MULTA DE OFICIO. INAPLICABILIDADE. Os juros de mora equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC não incidem sobre a multa de oficio lançada juntamente com o tributo ou contribuição, por absoluta Fl. 2806DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.807 21 falta de previsão legal. (Acórdão nº 2202001.985, 2ª Turma Ordinária da 2ª câmara da 2ª Seção, sessão em 08/11/2012). JUROS DE MORA. MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. PREVISÃO LEGAL. INEXISTÊNCIA. Não existe amparo legal para a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício. (Acórdão nº 3403001.629, 3ª Turma Ordinária da 4ª câmara da 3ª Seção, sessão em 13/07/2012). MULTA DE OFÍCIO. JUROS MORATÓRIOS. Na execução das decisões administrativas, os juros de mora à taxa selic só incidem sobre o valor do tributo, não alcançando o valor da multa aplicada. Sobre a multa podem incidir juros de mora à taxa de 1% ao mês, contados a partir do vencimento do prazo para impugnação (Acórdão nº 130200.386, 2ª Turma Ordinária da 3ª câmara da 1ª Seção, sessão em 10.11.2010). Por tais motivos, merece ser julgado procedente o Recurso Voluntário para afastar a incidência da correção da taxa SELIC sobre a multa de ofício. Conclusão Ante todo o exposto, dou parcial provimento ao recurso voluntário para cancelar a multa isolada, reduzir a multa qualificada e reconhecer a não incidência de juros sobre a multa de oficio. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes Mattos Redator para Formalização do Voto Vencido Voto Vencedor Conselheiro André Mendes de Moura, Redator para Formalização do Voto Vencedor. Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, e tendo em vista que o redator designado não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, encontrome na posição de Redator, nos termos dos arts. 17 e 18, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (RICARF). Informo que, na condição de Redator, não me encontro vinculado: (1) ao relato dos fatos apresentado; (2) a nenhum dos fundamentos adotados para a apreciação das matérias em discussão; e (3) a nenhuma das conclusões da decisão incluindose a parte dispositiva e a ementa. A seguir, a reprodução do voto. Do Juros sobre a Multa Fl. 2807DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.808 22 A Turma Julgadora, por maioria, divergiu do eminente Conselheiro Relator, a quem peço vênia para apresentar as razões de voto vencedor. A multa de oficio, segundo o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430/96, deverá incidir sobre o crédito tributário não pago, consistente na diferença entre o tributo devido e aquilo que fora recolhido, Vejamos: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; No entanto, o art. 161 do Código Tributário Nacional dispõe que os juros de mora passam a integrar o crédito tributário não pago, de forma a que a incidência da multa alcança tanto o crédito tributário principal quanto os juros de mora sobre ele incidentes. Vejamos: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. De outra feita, não procede o argumento de que somente no caso do parágrafo único do art. 43 da Lei nº 9.430/96 é que poderá incidir juros de mora sobre a multa aplicada. Isso porque a previsão contida no dispositivo referese à aplicação de multa isolada sem crédito tributário. Assim, nada mais lógico que venha dispositivo legal expresso para fazer incidir os juros sobre a multa que não toma como base de incidência valores de crédito tributário sujeitos à incidência ordinária da multa, Vejamos: Art. 43 Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o 3" do art 5", a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Seria o óbvio não conter referida previsão quando a multa é aplicada sobre crédito tributário não pago. Isso porque, ao contrário do que afirma a Recorrente, caso existisse tal previsão — de incidência de juros sobre multa , poderseia imaginar a dupla incidência dos juros, é dizer, urna sobre o crédito tributário e outra sobre a multa depois de formalizada. Em se tratando de tributo não pago, a multa deve incidir sobre a totalidade do crédito tributário que deixou de ser recolhido, incluindose nele a correção monetária e os juros. Assim, na verdade, não é o juros que incide sobre a multa, mas sim a multa que incide sobre o crédito tributário com juros e correção monetária. Fl. 2808DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 13819.721671/201104 Acórdão n.º 1401001.347 S1C4T1 Fl. 2.809 23 Diante do exposto, voto no sentido de afastar os argumentos expendidos no recurso e negarlhe provimento neste particular. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto Vencedor Fl. 2809DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 14/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
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Numero do processo: 10283.005377/2007-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1998 a 01/03/2007
OMISSÃO. OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO, QUANTO A MULTA DE MORA BENÉFICA. OMISSÃO SANADA. A MULTA DE MORA APLICADA NO LANÇAMENTO ENCONTRA LASTRO NA LEGISLAÇÃO. INAPLICABILIDADE DA MULTA DE VINTE POR CENTO, UMA VEZ O LANÇAMENTO É DE OFÍCIO, SENDO VEDADA PELA LEI A APLICAÇÃO DESSE PATAMAR DE MULTA PARA O TIPO DE LANÇAMENTO OCORRIDO.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2202-003.140
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher parcialmente os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão nº 2803-003.711, sanando a omissão quanto à multa de mora, para negar provimento.
(Assinado digitalmente).
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira Relator.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Eduardo de Oliveira, Wilson Antônio de Souza Corrêa e José Alfredo Duarte Filho.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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Embargante SAMSUNG ELETRÔNICA DA AMAZÔNIA LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1998 a 01/03/2007 OMISSÃO. OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO, QUANTO A MULTA DE MORA BENÉFICA. OMISSÃO SANADA. A MULTA DE MORA APLICADA NO LANÇAMENTO ENCONTRA LASTRO NA LEGISLAÇÃO. INAPLICABILIDADE DA MULTA DE VINTE POR CENTO, UMA VEZ O LANÇAMENTO É DE OFÍCIO, SENDO VEDADA PELA LEI A APLICAÇÃO DESSE PATAMAR DE MULTA PARA O TIPO DE LANÇAMENTO OCORRIDO. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher parcialmente os Embargos de Declaração, para rerratificar o Acórdão nº 2803003.711, sanando a omissão quanto à multa de mora, para negar provimento. (Assinado digitalmente). Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira – Relator. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Eduardo de Oliveira, Wilson Antônio de Souza Corrêa e José Alfredo Duarte Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 53 77 /2 00 7- 64 Fl. 379DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10283.005377/200764 Acórdão n.º 2202003.140 S2C2T2 Fl. 379 2 Fl. 380DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10283.005377/200764 Acórdão n.º 2202003.140 S2C2T2 Fl. 380 3 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD DEBCAD 37.064.6410, que objetiva o lançamento das contribuições sociais previdenciárias, decorrentes da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores da categoria de contribuintes individuais autônomos – parte da empresa, conforme Relatório Fiscal da NFLD – REFISC, de fls. 36 a 38, com período de apuração de 01/1998 a 02/2007, conforme Mandado de Procedimento Fiscal MPF, de fls. 23 e 26. O sujeito passivo foi cientificado da autuação, em 30/07/2007, conforme Folha de Rosto da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, de fls. 01. O contribuinte apresentou sua defesa, em 27/08/2007, as fls. 71 a 78, acompanhada dos documentos, de fls. 79 a 103. A impugnação foi considerada tempestiva, fls. 105 e 106. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 0109.896 4ª, Turma DRJ/BEL, em 30/11/2007, fls. 107 a 116. No qual a impugnação foi considerada procedente em parte, pela exclusão do valor de R$ 1.171,17, da base de cálculo das competências 03/2001 e 04/2001, deste crédito. O contribuinte tomou conhecimento da decisão da DRJ, em 20/02/2008, conforme AR, de fls. 123. Irresignado o contribuinte impetrou o Recurso Voluntário, petição de interposição, as fls. 129 e 130, recebida, em 17/03/2008, com razões recursais, as fls. 126 a 140, acompanhado dos documentos, de fls. 141 a 195. As razões recursais estão a seguir sumariadas. Preliminar. · que o auto de infração é nulo, pois não foi lavrado, observandose o artigo 293, do RPS, uma vez que o REFISC não discriminou de forma clara e precisa a irregularidade, bem como o fisco não indicou a tipificação do artigo 9º, do Decreto 3.048 (sic), tendo em vista que não identificou quem seriam os contribuintes autônomos segurados obrigatórios, o que implica em cerceamento de defesa e violação ao princípio da motivação; · que deve ser aplicado o prazo decadencial de cinco anos do CTN e não de dez do artigo 45, da Lei 8.212/91; Mérito. Fl. 381DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10283.005377/200764 Acórdão n.º 2202003.140 S2C2T2 Fl. 381 4 · que não existiu a contratação de transportador autônomo, descabendo a retenção da contribuição, uma vez que não houve cessão de mão de obra, não indicando a notificação nominalmente o transportador; · que a NFLD 37.064.6428, que cita a expressão “SAD PAGTO AUTÔNOMO SALLES ADAN” foi anulada pela DRJ em razão de suas inconsistências e vício formal os quais comprometiam o direito de defesa, de igual forma deparasse a recorrente agora novamente com a SALLES ADAN que estaria a prestar serviços de transporte??? (sic), qual é a suposta atividade da SALLES ADAN? Tal empresa jamais prestou serviços a recorrente; · que sobre as quatro situações constantes da autuação: a) diárias de carreta; b) horas extras de carreta; c) diárias de caminhão e d) lançamentos em nome de pessoas físicas, não são objeto de retenção de 11%, do artigo 31, da Lei 8.212/91, haja vista que não ocorreu tal cessão, sendo os serviços prestados por pessoas jurídicas e no transporte de mercadorias e não de pessoas, sendo que os relativos a “diária de carreta” ou diária de carreta baú” cuida na verdade de locação destas para guarda de insumos e produtos, que estavam para entrar no estoque ou produtos fabricados aguardando venda e futura expedição, bem como o serviços de transportes de funcionários em mudança foram realizados por pessoas jurídicas e não físicas, conforme notas fiscais acostadas aos autos, contando por equivoco na contabilidade o nome do funcionário e não da prestadora; · que a recorrente nada precisa provar, pois não houve em momento algum a contratação de transportador autônomo e muito menos lançamentos na contabilidade, conforme Livro Razão e outros, constando do Razão o nome do funcionário para o qual a empresa assumiu os custo de mudança e razão da determinação contida na CLT, transcreve o inciso II, do artigo 5º, da CF, o artigo 37; · que os argumentos suscitados no recurso, o Livro Diário e demais documentos fiscais são suficientes para demonstrar a improcedência da notificação pela inexistência da contratação de transportador autônomo, mas para que não paire dúvidas requer a realização de diligência, visando confirmar a inexistência de pagamentos a transportadores autônomos e por consequência a desnecessidade da retenção de 11%, bem como que o nome da pessoa física que consta do razão é de funcionário com mudança do local de trabalho, com despesa assumida pela recorrente em função da determinação legal da CLT; · Dos pedidos e requerimentos: a) integral acolhimento do recurso, reformandose a decisão a quo; b) que o presente crédito seja extinto determinado seu arquivamento. A recorrente apresentou novo petição, as fls. 192 e 193, onde solicita a juntada dos documentos, de fls. 194 a 238, aos presente autos. Fl. 382DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10283.005377/200764 Acórdão n.º 2202003.140 S2C2T2 Fl. 382 5 A autoridade preparadora reconheceu a tempestividade do recurso, fls. 241 e 242. Os autos foram sorteados e distribuídos a esse conselheiro, em 20/03/2014, Lote 07. O contribuinte apresentou nova petição, em 22/05/2014, fls. 254 a 277, comunicando o substabelecimento do mandato. O presente auto foi julgado na assentada, de 07/10/2014, tendo sido emitido o Acórdão nº 2803003.711, pelo qual foi parcialmente provido o recurso voluntário, nos termos as seguir expostos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para: I reconhecendo a decadência para as contribuições exigidas nas competências 01/2001 a 11/2001, inclusive, determinando sua exclusão do crédito; II para reconhecer que em relação as Notas Fiscais nº 983, fls. 173 Mudança Sr. Gab Sung Lee valor R$ 550,00; Nota fiscal nº Ilegível, fls. 182 Mudança Sr. Sung Il Han valor R$ 6.100,00; Nota fiscal nº Ilegível, fls. 184 Mudança Sr. Seong valor R$ 6.800,00; Nota fiscal nº 3190, fls. 188 Mudança Sr. Han Sung Ki valor R$ 8.900,00, estas não são base de cálculo da contribuição social previdenciária e assim devem ser excluídas do lançamento; III reconhecendo por fim que as competências lançadas no RL 01/2003 a 09/2003; 07/2004 e 11/2004 devem serem excluídas do lançamento, pois as bases de cálculo não são relativas a essas competências, promovendo aumento irreal do valor do crédito. Declarouse impedido o Conselheiro Ricardo Magaldi Messetti. Sustentação oral Advogado Dr Mario Lucena, OAB/RJ nº137.630. A empresa recorrente tomou conhecimento do Acórdão do Recurso Voluntário, em 17/03/2015, conforme Termo de Abertura de Documento, de fls. 304. O contribuinte impetrou Embargos de Declaração, em 23/03/2015, sob a alegação de ocorrência de omissões no acórdão do recurso voluntário, quais sejam. 1. que o acórdão não se manifestou sobre a inconstitucionalidade da Portaria 1.135/2001 que majorou a alíquota da base de cálculo do frete, conforme RMS nº 25.476/DF – STF; 2. aplicação da Súmula CARF 99 questão de ordem pública, reconhecimento da decadência pelo artigo 150, § 4º, do CTN; Fl. 383DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10283.005377/200764 Acórdão n.º 2202003.140 S2C2T2 Fl. 383 6 3. não manifestação do acórdão quanto a aplicação da multa benéfica do artigo 35, da Lei 8.212/91 na redação da Lei 11.941/2009, isto é, vinte por cento, conforme determina o artigo 106, II, “c”, do CTN. Admiti parcialmente os Embargos de Declaração interpostos pelo contribuinte, nos termos do Despacho nº 2803059, datado, de 06/04/2015, fls. 369 a 371, tendo em vista que reconheci apenas a ocorrência da omissão do item 3 supramencionado, rejeitando os Embargos de Declaração em relação as demais omissões, isto é, item 1 e 2. É o Relatório. Fl. 384DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10283.005377/200764 Acórdão n.º 2202003.140 S2C2T2 Fl. 384 7 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. Os Embargos de Declaração foram propostos, recebidos e admitidos, parcialmente, assim merecem ser apreciados. No que tange a omissão suscitada relativa a multa de mora, ela não merece guarida, realmente, não me pronuncie a respeito da multa benéfica do artigo 35, da Lei 8.212/91 na redação da Lei 11.941/2009 por entender que essa não se aplica ao caso em questão. A notificação fiscal em vergasta foi lançada em 30/07/2007, e nessa ocasião estava em vigor o artigo 35, da Lei 8.212/91 na redação dada pelas Leis 9.528/97 e 9.876/99 que previam multa variável de vinte e quatro a cem por cento a depender da fase do processo, no caso de lançamento de ofício. Aliás, é isso que está consignado no relatório Instruções para o Contribuinte – IPC, de fls. 02, aplicandose aqui o artigo 144, da Lei 5.172/66. Com a entrada em vigor da Lei 11.941/2009 essa determinou a aplicação de multa para o lançamento de ofício da ordem de setenta e cinco por cento, artigo 35A, da Lei 8.212/91, assim sendo a multa de ofício aplicada nos autos é mais benéfica que a nova multa imposta ao lançamento de ofício. Fl. 385DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10283.005377/200764 Acórdão n.º 2202003.140 S2C2T2 Fl. 385 8 A multa pretendida pela recorrente de vinte de por cento como determinada pelo atual artigo 35, da Lei 8.212/91 na redação da Lei 11.941/2009 só se aplica a denúncia espontânea, ou seja, quando o próprio contribuinte promove o recolhimento antes de qualquer atitude do fisco em relação a exação pretendida, situação que não ocorreu no caso, sendo assim inaplicável a multa pretendida. CONCLUSÃO: Pelo exposto voto por acolher os Embargos de Declaração reconhecendo a omissão no que tange a multa de mora benéfica, atribuindo aos Embargos de Declaração efeitos meramente integrativos da decisão anterior, sanando a omissão, mas mantendo o que decidido no acórdão embargado. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 386DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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