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Numero do processo: 10240.720152/2014-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 28 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010
QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE PROVA CABAL
Não deve prosperar a qualificação da multa de ofício, uma vez que não consta nos autos prova cabal de que houve ação ou omissão dolosa.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO
Em sendo parte integrante da obrigação tributária, é lícita a incidência de juros sobre a multa de ofício não recolhida no prazo.
Numero da decisão: 3301-002.848
Decisão: Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer dos recursos voluntários dos responsáveis solidários. Por maioria de votos, foi dado provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencida a Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, na questão dos juros sobre a multa de ofício, que ela dava provimento. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira e Hélcio Lafetá Reis, que negavam provimento em relação ao aproveitamento de créditos no período de 21/12/2010 a 31/12/2010. Ausente momentaneamente o Conselheiro José Henrique Mauri, que foi substituído pelo Conselheiro Hélcio Lafetá Reis.
Andrada Márcio Canuto Natal- Presidente.
Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Paulo Roberto Duarte Moreira, Hélcio Lafetá Reis, Marcelo Costa Marques d'Oliveira e Maria Eduarda Alencar Câmara
Nome do relator: MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 PRELIMINAR DE NULIDADE NEGADA. RECURSOS VOLUNTÁRIOS NÃO CONHECIDOS A não apresentação de impugnação, sequer intempestivamente, não instaura a lide. Foram negadas as preliminares de nulidade, posto que houve indicação da responsabilidade solidária no auto de infração e as pessoas físicas às quais foram atribuídas foram regularmente intimadas. Portanto, não há que se conhecer dos Recursos Voluntários apresentados pelos sócios administradores. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DE GUAJARÁMIRIM (ALC). MUDANÇA DE DESTINAÇÃO. DIREITO AO CRÉDITO, SOMENTE SE AS CONTRIBUIÇÕES FOREM PAGAS Ingressada a mercadoria na ALC, com redução a zero das alíquotas de PIS e Cofins incidentes sobre a receita de venda da pessoa jurídica estabelecida fora daquela Área, sua transferência para qualquer localidade fora da ALC, sujeita o responsável pelo fato ao pagamento das contribuições e penalidades cabíveis, como se a redução da alíquota não existisse. Os créditos de PIS e COFINS somente são admitidos, após o pagamento das contribuições. ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DE GUAJARÁMIRIM (ALC). FALTA DE INFORMAÇÃO NA NOTA FISCAL. DIREITO AO CRÉDITO Somente pode ser sustentada a tomada de créditos de PIS e COFINS, por ausência de informação na nota fiscal de venda acerca do benefício fiscal da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 72 01 52 /2 01 4- 67 Fl. 2191DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 11 2 redução a zero das alíquotas, em relação às vendas realizadas a partir de 21/12/2010, quando entrou em vigor a Lei n° 12.350/10. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 LANÇAMENTO SOBRE A MESMA MATÉRIA FÁTICA Aplicase à Contribuição para o PIS o decidido sobre a COFINS, por se tratar da mesma matéria fática. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE PROVA CABAL Não deve prosperar a qualificação da multa de ofício, uma vez que não consta nos autos prova cabal de que houve ação ou omissão dolosa. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO Em sendo parte integrante da obrigação tributária, é lícita a incidência de juros sobre a multa de ofício não recolhida no prazo. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer dos recursos voluntários dos responsáveis solidários. Por maioria de votos, foi dado provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencida a Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, na questão dos juros sobre a multa de ofício, que ela dava provimento. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira e Hélcio Lafetá Reis, que negavam provimento em relação ao aproveitamento de créditos no período de 21/12/2010 a 31/12/2010. Ausente momentaneamente o Conselheiro José Henrique Mauri, que foi substituído pelo Conselheiro Hélcio Lafetá Reis. Andrada Márcio Canuto Natal Presidente. Marcelo Costa Marques d'Oliveira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Paulo Roberto Duarte Moreira, Hélcio Lafetá Reis, Marcelo Costa Marques d'Oliveira e Maria Eduarda Alencar Câmara Relatório Fl. 2192DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 12 3 Adoto o relatório contido na decisão de primeira instância (Acórdão n° 03 68.690 2ª Turma da DRJ/BSB, sessão de 26/6/2015): Contra a contribuinte, identificada no preâmbulo, foi lavrado o auto de infração, de fls. 2/22, formalizando lançamento de ofício do crédito tributário abaixo discriminado, relativo à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social Cofins e Contribuição para o PIS/Pasep dos períodos de apuração de 31/01/2010 a 31/12/2010, incluindo juros de mora e multa proporcional qualificada de 150%, totalizando R$ 5.310.001,81 (cinco milhões trezentos e dez mil e um reais e oitenta e um centavos): PIS R$ 947.189,51 Cofins R$ 4.362.812,30 De acordo com a descrição dos fatos e o Termo de Verificação Fiscal integrante da peça acusatória, o lançamento de ofício decorre da utilização indevida de créditos de PIS/Pasep e Cofins nãocumulativos advindos de compras de mercadorias beneficiadas com alíquota zero e/ou com incidência monofásica (substituição tributária). No caso em tela, a filial da contribuinte encontrase estabelecida na Área de Livre Comércio (ALC) de GuajaráMirim/RO, portanto, os bens adquiridos para comercialização ou para uso não estão sujeitos ao pagamento do PIS/Cofins pela empresa vendedora estabelecida fora da ALC (estabelecimento de origem) e, como consequência, não geram direito a crédito para empresa adquirente/revendedora estabelecida na ALC (estabelecimento de destino). Corroborando com o entendimento da fiscalização, encontrase a Solução de Consulta n° 10SRRF02/DISIT, de 04 de maio de 2010. Por seu turno, produtos adquiridos com substituição tributária/incidência monofásica de PIS e de Cofins não dão direito a crédito por expressa determinação legal, conforme art. 3º, inciso I, da Lei nº 10.637/02, e art. 3º, inciso I, da Lei nº 10.833/03. Tendo a em vista a recorrência do contribuinte (a mesma infração foi apurado no ano calendário de 2009 e 2010) a fiscalização entendeu que houve uma conduta dolosa reiterada, e, portanto, a existência, em tese, de sonegação, via de consequência, aplicou a multa de oficio qualificada. Lavraramse os respectivos termos de sujeição passiva contra os sócios administradores: Jair Rover e Núbia de Oliveira do Nascimento, de acordo com o Fl. 2193DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 13 4 art. 124, I da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, denominada Código Tributário Nacional – CTN. DA IMPUGNAÇÃO Os Responsáveis Solidários intimados por edital não vieram aos autos. A empresa, por sua vez, intimada da exigência por via postal em 06/02/2014 (AR reproduzido à fl. 1904), postou, em 07/03/2013, sua petição impugnativa acostada às fls. 1921 a 1939, contrapondose ao procedimento fiscal com os argumentos a seguir sumariados. DO DESINTERNAMENTO Segundo a Impugnante a quase totalidade das mercadorias adquiridas pela filial (GuajaráMirim) foi objeto de desinternamento, sendo remetidas à sua matriz estabelecida em Porto VelhoRO. Assim, a operação com a mercadoria deixa de gozar do regime favorecido, retorna ao regime normal, havendo a necessidade de recolhimento dos tributos que deixaram de ser recolhidos e o direito da Impugnante de se creditar dos valores glosados. Destarte, mesmo que não houvesse recolhimentos devidos pela empresa, indevida seria a glosa, pois seria cabível apenas a cobrança dos tributos. DO DIREITO AO CRÉDITO Não obstante a existência do beneficio da alíquota zero, alguns fornecedores não se utilizam de tal beneficio, o que se comprova pela ausência de informação nas Notas Fiscais (colaciona algumas notas). A Portaria nº 16, de 06/06/2005, determinava, para o internamento da mercadoria, a necessidade da indicação expressa na Nota Fiscal de tal incentivo. Assim, aqueles fornecedores que não informaram na Nota Fiscal o beneficio de alíquota zero recolheram integralmente o tributo, via de consequência, o seu direito ao creditamento realizado. A utilização do beneficio fiscal é um direito concedido que pode ser exercido ou não. Para alguns fornecedores a opção foi de não utilização do beneficio, ocorrendo a incidência tributária e o direito ao crédito para a Impugnante. Fl. 2194DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 14 5 DA MULTA QUALIFICADA A Impugnante não deixou de recolher tributos devidos mediante conduta dolosa.O que se discute é o direito ao crédito, em determinadas situações, passível, inclusive, de discussão administrativa, na medida em que existe discordância de entendimentos entre Fisco e Impugnante. Quanto ao relato de que já tinha conhecimento da impossibilidade de utilização dos referidos créditos, argumenta que: 1. Como poderia saber, em 2010, do resultado de uma fiscalização iniciada somente em 2011; 2. O Auto de Infração anterior encontrase pendente de decisão definitiva, não pode fazer coisa julgada; 3. A simples adoção de procedimento equivocado não caracteriza, por si só, sonegação fiscal. Para a Impugnante falta, no caso em debate, a comprovação inequívoca da ocorrência das condutas passiveis de qualificação da multa. Restando prejudicado o lançamento neste quesito. DOS JUROS SOBRE A MULTA Não há previsão legal para a aplicação da Taxa SELIC às multas de oficio, devendo ser excluídos os juros de mora sobre a multa aplicada. É, no essencial, o relatório. A 2° Turma da DRJ/BSB julgou a impugnação improcedente. No tocante aos sóciosadministradores da ROVER DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA., Sr. Jair Rover e Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento, aos quais foi atribuída responsabilidade solidária, os respectivos créditos tributários foram considerados como definitivos, porque não apresentaram impugnação. Fl. 2195DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 15 6 Reproduzo a ementa do Acórdão n° 03.68690, julgamento ocorrido na sessão de 26 de junho de 2015: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DE GUAJARÁMIRIM. REDUÇÃO A ZERO DE ALÍQUOTA. APROVEITAMENTO. CRÉDITOS. A pessoa jurídica estabelecida em ALC não poderá descontar créditos relativos às aquisições beneficiadas com a redução a zero da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, quando enquadrada no regime de apuração nãocumulativo das contribuições, uma vez que aplicáveis as disposições do inciso II do § 2° do art. 3º da Lei n° 10.637/2002 e do inciso II do § 2° do art. 3º da Lei n° 10.833/2003. ÁREA DE LIVRE COMÉRCIO DE GUAJARÁMIRIM. VENDA OU TRANSFERÊNCIA DE MERCADORIA. DESTINAÇÃO DIVERSA. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. PAGAMENTO. Ingressada a mercadoria na Área de Livre Comércio de GuajaráMirim com redução a zero da alíquota da Cofins incidente sobre a receita de venda da pessoa jurídica estabelecida fora daquela Área, sua transferência ou revenda para qualquer localidade fora da Área de Livre Comércio sujeita o responsável pelo fato ao pagamento da contribuição e das penalidades cabíveis, como se a redução da alíquota não existisse. QUALIFICAÇÃO DA MULTA. CONDUTA DOLOSA. Para que uma ação seja dolosa basta que o contribuinte tenha tido consciência dos atos que praticou e que tais atos são contra o Direito. Situações demonstradas nos autos, que justificam a aplicação da multa qualificada. JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. Fl. 2196DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 16 7 Sendo a multa de ofício classificada como débito para com a União, decorrente de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, é regular a incidência dos juros de mora, a partir de seu vencimento. PIS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA Aplicase ao lançamento da contribuição para o PIS/Pasep o decidido em relação à Cofins lançada a partir da mesma matéria fática. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O contribuinte ROVER DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. apresentou Recurso Voluntário, no qual apresenta, basicamente, as mesmas alegações contidas na impugnação. Apesar de não terem apresentado impugnações ao auto de infração, o Sr. Jair Rover e a Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento apresentaram Recursos Voluntários. Além de repetir os argumentos contidos no Recurso Voluntário da pessoa jurídica na qual detinham participação societária, apresentam preliminares de nulidade do Auto de Infração e da decisão recorrida, bem como, nas razões de mérito, combatem a atribuição da responsabilidade solidária. É o relatório. Fl. 2197DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 17 8 Voto I) ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS VOLUNTÁRIOS Ia) Recorrente: ROVER DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. O Recurso Voluntário apresentado pela ROVER DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. contém os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/72, pelo que dele tomo conhecimento. Ib) Recorrentes: Sr. Jair Rover e Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento. De acordo com art. 14 do Decreto n° 70.235/72, "a impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento." Por sua vez, o § 2° do art. 56 do Decreto n° 7.574/2011 dispõe que "eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade, como preliminar." Com base nos citados dispositivos legais, de pronto, poderseia decidir pelo não conhecimento dos Recurso Voluntários em epígrafe, pois não foram instauradas as respectivas lides, em razão da não apresentação, sequer intempestivamente, das pertinentes impugnações. Não obstante, como, nas preliminares de nulidade constantes dos Recursos Voluntários, os sóciosadministradores alegam não terem comparecido aos autos anteriormente, por supostas falhas cometidas nos respectivos procedimentos administrativos, para que não pairem dúvidas de que lhes foi concedido os constitucionais amplo direito de defesa e contraditório, enfrentarei seus argumentos. Fl. 2198DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 18 9 Em seus Recursos Voluntários, o Sr. Jair Rover e a Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento aduzem que é nulo o Auto de Infração, pois dele não consta indicação de que seriam responsáveis solidários e, por conseguinte, o devido enquadramento legal. Ademais, alegam ser nula a decisão recorrida, pois não teriam sido intimados por intermédio de qualquer uma das hipóteses previstas nos inc. I ao III do caput do art. 23 do Decreto n° 70.235/72, aos quais a autuante deveria ter recorrido, antes da intimação por meio de edital, prevista no § 1° daquele artigo. Por fim, alegam que tomaram conhecimento de que lhes fora atribuída responsabilidade tributária, por meio da leitura da decisão de primeira instância sobre a impugnação ao Auto de Infração lavrado contra pessoa jurídica da qual era sócios administradores. Por meio de simples leitura das fls. 36 e 37 dos autos, verificase que houve indicação da atribuição da responsabilidade solidária no Termo de Verificação Fiscal (TVF), parte integrante do Auto de Infração, com os devidos fundamentos legais. Portanto, não procede a primeira alegação dos sóciosadministradores. Quanto à segunda, de que não foram intimados por nenhum dos meios previstos nos inc. I ao III do caput do art. 23 do Decreto n° 70.235/72, porém apenas por meio de edital, preliminarmente, vale reproduzir aquele dispositivo legal: "Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou Fl. 2199DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 19 10 b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (. . .)" (grifos nossos) Consta das fls. 1.906 a 1.915 que as intimações foram enviadas por via postal. Contudo, foram devolvidas, constando nos envelopes a seguinte informação: "endereço desconhecido". Portanto, foi adotado o meio previsto no inc. II do caput do art. 23 do Decreto n° 70.235/72, anteriormente transcrito, porém não este não foi bem sucedido. Diante disto, conforme consta nas fls. 1.916 e 2.073, o Sr. Jair Rover e a Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento foram intimados por meio dos editais n° 000638186 e 000638187, publicados no dia 24/2/2014, cujas ciências ocorreram em 11/3/2014. Isto posto, foi plenamente atendido o disposto no art. 23 do Decreto n° 70.235/72 intimação primeiramente efetuada por via postal e, não logrado êxito, via edital. Assim sendo, também não assiste razão aos Recorrentes, quanto à alegação de que teriam sido intimados exclusivamente por intermédio de editais. Em suma, uma vez que não apresentaram impugnação ao Auto de Infração, em relação ao qual lhes foi atribuída responsabilidade solidária, e que não houve as falhas procedimentais apontadas nas preliminares de nulidade, voto por não conhecer dos Recursos Voluntários do Sr. Jair Rover e da Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento. II) MÉRITO A matéria controversa referese a glosas de créditos de PIS e COFINS, relativos ao período de janeiro a dezembro de 2010, derivados de compra de produtos para revenda pela matriz (CNPJ n° 01.830.145/000182), cujas tributações pelo PIS e COFINS deramse por substituição tributária/regime monofásico ou por alíquotas reduzidas a zero; e compras de produtos para revenda pela filial (CNPJ n° 01.830.145/000263), beneficiadas com Fl. 2200DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 20 11 redução a zero das alíquotas de PIS e COFINS, em função deste estabelecimento estar localizado na Área de Livre Comércio ALC (art. 2° da Lei n° 10.996/04). Em razão das glosas, foram lançados os seguintes créditos tributários: COFINS PIS Principal 1.551.050,46 336.741,21 Multa de ofício (150%) 2.326.575,73 505.111,86 Juros Selic 485.186,11 105.336,44 Total 4.362.812,30 947.189,51 O Recurso Voluntário foi subdividido em quatro tópicos, a saber: "a) O direito ao crédito nas hipóteses de desinternamento das mercadorias e substituição tributária"; "b) Direito ao crédito quando as aquisições foram devidamente tributadas pelos alienantes"; "c) A inexistência de conduta dolosa apta a ensejar a aplicação de multa qualificada"; e "d) A impossibilidade da cobrança de juros sobre a multa". Preliminarmente, cumpre mencionar que a Recorrente não apresentou argumentos para a defesa dos créditos oriundos de compras realizadas pela matriz, tributadas pelo PIS e COFINS à alíquota zero ou sob o regime de substituição tributária. Assim, desde já, consigno que são definitivos as correspondentes glosas e lançamentos de ofício de PIS e COFINS. II A) O direito ao crédito nas hipóteses de desinternamento das mercadorias e substituição tributária A Recorrente alega que os créditos de PIS/COFINS glosados derivam de compras de mercadorias efetuadas pela filial localizada na Área de Livre Comérico (ALC), beneficiadas com a redução a zero das alíquotas de PIS e COFINS e sob o regime de substituição tributária/monofásico. Que tais produtos, posteriormente, teriam sido transferidos para destinatários não localizados na ALC. E que, ao efetuar tais transferências, por força do disposto no art. 22 da Lei n° 11.945/09, teria recolhido o PIS e COFINS incidentes sobre as entradas, o que autorizaria a tomada de créditos realizada. Fl. 2201DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 21 12 Preliminarmente, cumpre esclarecer que, em relação à filial, não houve glosa de créditos derivados de compras sob o regime de substituição tributária/monofásico, porém apenas em relação a entradas beneficiadas com redução a zero das alíquotas de PIS e COFINS. Concentremonos, então, neste segundo caso. Nos autos (fls. 39 a 46 e 50), consta que a filial da Recorrente, localizada na ALC, registrou créditos indevidos de PIS e COFINS, relativos a compras de produtos beneficiados com redução a zero das alíquotas do PIS e da COFINS, sob o amparo do § 3° do art. 2° da Lei n° 10.996/04, a saber: Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM. § 1o Para os efeitos deste artigo, entendemse como vendas de mercadorias de consumo na Zona Franca de Manaus ZFM as que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para comercialização por atacado ou a varejo. § 2o Aplicamse às operações de que trata o caput deste artigo as disposições do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3o As disposições deste artigo aplicamse às vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização nas Áreas de Livre Comércio de que tratam as Leis nos 7.965, de 22 de dezembro de 1989, 8.210, de 19 de julho de 1991, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, o art. 11 da Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991, e a Lei nº 8.857, de 8 de março de 1994, por pessoa jurídica estabelecida fora dessas áreas. (. . .)" (grifos nossos) A autuante fundamentou as glosas nos inc. II do § 2° do art. 3° das Lei n° 10.637/02 e 10;833/03, que vedam o registro de créditos derivados de entradas beneficiadas com redução a zero das alíquotas das contribuições, como segue: Fl. 2202DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 22 13 "Lei n° 10.637/2002 (PIS) (. . .) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (. . .) § 2o Não dará direito a crédito o valor: (. . .) II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição. (. . .) Lei n° 10.833/2003 (COFINS) (. . .) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (. . .) § 2o Não dará direito a crédito o valor: Fl. 2203DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 23 14 (. . .) II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição." (grifos nossos) (. . .) (grifos nossos) Conforme dito anteriormente, a recorrente alega que praticamente todas as mercadorias cujos créditos foram glosados teriam sido transferidas para estabelecimento localizado fora da ALC. Com isto, teria incidido no art. 22 da Lei n° 11.925/04, que obriga o responsável pela mudança ao pagamento das contribuições que seriam devidas por ocasião das compras, com os encargos moratórios cabíveis. E com o pagamento, seria restabelecido o direito ao crédito. Contudo, a Recorrente não apresentou as respectivas guias de pagamento. Isto posto, concluise que a Recorrente não tinha direito ao registro dos créditos de PIS e COFINS, seja porque as entradas foram beneficiadas com a redução a zero das alíquotas do PIS e da COFINS ou porque, apesar da mudança de destinação, não comprovou os recolhimentos. Portanto, estão corretos a glosa e o consequente lançamento de ofício dos correspondentes créditos tributários. II B) Direito ao crédito quando as aquisições foram devidamente tributadas pelos alienantes Nesta segunda parte, a Recorrente alega que é descabida a glosa de créditos relativos a compras realizadas pela filial, localizada na ALC, porque as mesmas teriam sido oneradas pelas contribuições. E a prova disto seria a ausência da correspondente informação nas notas fiscais de compra, conforme exigência prevista na Portaria SUFRAMA n° 162/05. A Portaria SUFRAMA n° 162/05 realmente dispunha que deveria constar na nota fiscal de venda à empresa localizada na ALC indicação de que a operação gozava do benefício da redução a zero das alíquotas de PIS e COFINS, prevista no art. 2° da Lei n° 10.996/04. Contudo, a Portaria SUFRAMA n° 162/05 foi revogada pela de n° 276/09. Fl. 2204DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 24 15 A exigência de indicação do benefício fiscal na nota fiscal de venda foi reintroduzida pela Lei n° 12.350/10, que incluiu parágrafo 5° no art. 2° da Lei n° 10.996/04, com vigência a partir de 21/12/2010. Assim, em relação aos fatos geradores ocorridos entre 1/1/2010 e 20/12/2010, é absolutamente correta a glosa, a despeito de não haver tal informação no corpo da nota fiscal de compra. Contudo, em relação às compras realizadas no período de 21/12/2010 e 31/12/2010, diante da ausência de informação na nota fiscal sobre o benefício fiscal da redução a zero das alíquotas das contribuições, era correto inferir que a respectiva operação teria sido tributada e, portanto, admitida a tomada dos créditos de PIS e COFINS. Portanto, assiste razão à Recorrente, no que concerne ao direito aos créditos registrados entre os dias 21/12/2010 a 31/12/2010. Por ocasião da execução do Acórdão, a DRF de origem deverá reduzir do valor glosado os créditos relativos ao citado período. IIC) A inexistência de conduta dolosa apta a ensejar a aplicação de multa qualificada De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 34 a 36), a autuante aplicou a multa de ofício de 150%, porque o contribuinte teria demonstrado claro intuito de sonegação, pois, por intermédio do Procedimento Fiscal n° 02501002011001643, iniciado em 2011 e relativo a fatos geradores de 2009, teria sido cientificado de que procedia incorretamente. Contudo, assim mesmo, continuou adotando o procedimento irregular. Vale mencionar que o MPF que iniciou a ação fiscal em comento data de 4/4/2012. A infração foi capitulada no § 1° do inc. I do art. 44 da Lei n° 9.430/96 c/c os inc. I e II do art.71 da Lei n° 4.502/64. Foi elaborada Representação Fiscal para Fins Penais, Processo n° 10240.720153/201410, "pela ocorrência, em tese, de crime contra a ordem tributária, tipificado no inc. I do art. 1° da Lei n° 8.137/90". O órgão julgador de primeira instância, por sua vez, sem se estender no tema, afirmou, categoricamente o seguinte: Fl. 2205DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 25 16 " Vejamos que a empresa tem conhecimento (alegação trazida em sua impugnação) de que, se a mercadoria for desinternada, há a necessidade de recolhimento dos tributos (fl. 1923): (. . .) Contudo, mesmo sabedora de que deve arcar com o ônus do recolhimento tributário, deixa de cumprir com tal obrigação. Não se trata de “simples adoção de procedimento equivocado do contribuinte, que leve à falta de recolhimento de tributo”, é patente a intenção de se evadir das obrigações tributárias. Vejamos que nos termos do caput do art. 71, da Lei n° 4.502/64 sonegação não decorre apenas da ação dolosa, mas também da omissão dolosa. Não é crível que uma empresa instalada em ALC não tenha conhecimento dos benefícios fiscais a ela destinados, no caso sob exame, a empresa tinha plena consciência de que agia contra a Lei, o que caracteriza a sua intenção dolosa, de pagar menos tributo." Em sua defesa, a Recorrente alega que houve mero desencontro interpretativo entre Fisco e contribuinte. Enfatiza que os dados utilizados pela fiscalização foram extraídos das notas fiscais e escrituração contábil regulares. Assim, não teria havido sonegação, porém aproveitamento indevido de créditos. Aduz que a legislação tributária não traz como sinônimos a falta de recolhimento e sonegação. Cita as Súmulas do CARFn° 14 e 25, que, em suma, dispõem que a simples apuração ou presunção de omissão de receita não autoriza a aplicação de multa qualificada. Por fim, combate a alegação contida no Auto de Infração de que praticou ação dolosa ao registrar, em 2010, créditos de PIS e COFINS já condenados pelo Fisco, por meio do Procedimento Fiscal n° 02501002011001643. A Recorrente informa que tal procedimento Fiscal teve início somente no segundo semestre de 2011. Assim, quando do registro dos créditos de PIS e COFINS glosados, no curso do ano de 2010, ainda não tinha conhecimento do posicionamento do Fisco sobre o tema. Fl. 2206DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 26 17 De acordo com o § 1° do art. 44 da Lei n° 9.430/96, a multa de ofício de 75% é duplicada, nas hipóteses previstas nos art. 71 a 73 da Lei n° 4.502/64. No caso em tela, a penalidade foi capitulada nos inc. I e II, a saber: " Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente." Neste ponto, concordo com a Recorrente. Não identifico nos autos qualquer prova de ação ou omissão dolosa que pudesse justificar a aplicação da multa qualificada. Vi registros indevidos de créditos, derivados de compras beneficiadas com a redução a zero das alíquotas de PIS e COFINS ou sob o regime de substituição tributária. E também o não recolhimento de PIS e COFINS, que se tornaram devidos, em função de mudança de destinação de mercadorias. Mas, tais fatos, por si sós, de forma alguma, permitem com que se conclua que houve ação ou omissão dolosa. Como a Recorrente aduziu, falta de recolhimento, ainda que em função de registro indevido de créditos, não significa sonegação. Também não posso considerar o aposto no Auto de Infração, que a Recorrente, na data do registro dos créditos (anocalendário de 2010), já sabia que a eles não tinha direito. E isto, porque, no próprio Auto de Infração, consta que o Procedimento Fiscal n° 02501002011001643 teve início em 2011, isto é, após os descontos dos créditos glosados. Ademais, mesmo que do posicionamento do Fisco já tivesse ciência, dele poderia discordar e contestálo nas esferas administrativa e judicial. Fl. 2207DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 27 18 Sobre qualificação da multa de ofício, entre muitos outros, cabe transcrever trecho da ementa do Acórdão n° 1402001.954, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 4° Câmara da 1° Seção, na sessão do dia 25/3/2015: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2008, 2009 RECURSO DE OFÍCIO MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. JUSTIFICATIVA PARA APLICAÇÃO. NECESSIDADE DA CARACTERIZAÇÃO DO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. A evidência da intenção dolosa exigida na lei para a qualificação da penalidade aplicada há que aflorar na instrução processual, devendo ser inconteste e demonstrada de forma cabal. A simples omissão de receitas, mesmo sendo de forma reiterada, por si só, não caracteriza evidente intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada, prevista no § 1º do artigo 44, da Lei nº. 9.430, de 1996, já que ausente conduta material bastante para sua caracterização. Assim, para se proceder a qualificação da multa de ofício exige se que a mesma seja devidamente comprovada e justificada nos autos do processo. Além disso, exigese que o sujeito passivo tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos arts. 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502, de 1964. (. . .)" Assim sendo, voto por dar provimento às alegações da Recorrente, no que concerne ao descabimento da qualificação da multa de ofício, a qual deverá fixada em 75%, nos termos do inciso I do art. 44 da Lei n° 9.430/96. Fl. 2208DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 28 19 II D) A impossibilidade da cobrança de juros sobre a multa A Recorrente requer que seja afastada a incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício, quando da eventual cobrança do crédito lançado, sob a alegação de que não há base legal para tanto. Tratase de matéria controversa, com decisões favoráveis (Acórdãos n° 3402 002.856 e 3402002.901 da 2° Turma da 4° Câmara da 3° Seção) e desfavoráveis (Acórdãos n° 1402002.065 da 2° Turma da 4° Câmara da 1° Seção e 9303003.385 da 3° Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais) aos contribuintes proferidas pelo CARF. Consigno que discordo da interpretação da Recorrente. Dispõe o art. 113 do CTN: " Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. (. . .)" (grifo nosso) A redação do art. 113 do CTN já foi objeto de inúmeras críticas por parte de conceituados tributaristas, que repudiam o fato de o conceito de obrigação tributária compreender tributo e penalidade. Contudo, não podemos nos furtar a aplicálo. Assim, no caso em tela, a obrigação tributária abrange PIS, COFINS e multa de ofício. Sobre a incidência dos juros, temos o art. 161 do CTN: "Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e Fl. 2209DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 29 20 da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. (. . .)" (grifo nosso) Portanto, é lícita a incidência de juros sobre a obrigação tributária, consistente em tributo e/ou penalidade pecuniária. Neste sentido, apresentouse o entendimento do STJ no AgRg no REsp n° 1335688/PR (DJ de 10/12/2012): "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. JUROS DE MORA SOBRE MULTA. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMA QUE COMPÕEM A PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ. 1. Entendimento de ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ no sentido de que: "É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário." (REsp 1.129.990/PR, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 14/9/2009). De igual modo: REsp 834.681/MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 2/6/2010. 2. Agravo regimental não provido." (grifo nosso) Sobre a taxa de juros a ser aplicada, reportome à Súmula CARF n° 4: "A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais." Com base no acima exposto, nego provimento às alegações concernentes à ausência de base legal para a cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício não recolhida no prazo. III) CONCLUSÃO Fl. 2210DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 30 21 Em razão de o voto ser extenso e com vários tópicos, declararei meu voto, separadamente, para cada um deles, para que haja absoluta clareza acerca da decisão: Tópico I) Admissibilidade dos Recursos Voluntários: Recursos Voluntários do Sr. Jair Rover e Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento: voto pelo não conhecimento dos Recursos Voluntários. Recurso Voluntário da ROVER DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.: voto por conhecer do Recurso Voluntário. Tópico II) Mérito: II A) O direito ao crédito nas hipóteses de desinternamento das mercadorias e substituição tributária: nego provimento. II B) Direito ao crédito quando as aquisições foram devidamente tributadas pelos alienantes: dou provimento parcial, reconhecendo o direito aos créditos registrados no período de 21/12/2010 a 31/12/2010. II C) A inexistência de conduta dolosa apta a ensejar a aplicação de multa qualificada: dou provimento. II D) A impossibilidade da cobrança de juros sobre a multa: nego provimento. Em suma, voto por não conhecer dos Recursos Voluntários apresentados pelo Sr. Jair Rover e Sra. Núbia de Oliveira do Nascimento e pelo provimento parcial do Recurso Voluntário apresentado pela ROVER DISTRIBUIDORA IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.. Fl. 2211DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL Processo nº 10240.720152/201467 Acórdão n.º 3301002.848 S3C3T1 Fl. 31 22 Relator Marcelo Costa Marques d'Oliveira Fl. 2212DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 23/03/2016 por MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por ANDRADA M ARCIO CANUTO NATAL
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001090/2005-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1999
RECURSO DE OFÍCIO. RESULTADO DE DILIGÊNCIA. CONFIRMAÇÃO.
A exclusão parcial do crédito tributário fundamentada no resultado de diligência realizada com os elementos disponibilizados pelo contribuinte e conferidos pela autoridade fiscal é confirmada quando inexistirem, no reexame necessário, elementos de convicção em sentido contrário.
NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. ASSEGURADO O CONTRADITÓRIO E PLENO EXERCÍCIO DE DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade, o auto de infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, a quem foi oportunizado o contraditório e o pleno exercício do direito defesa, na forma da legislação vigente.
PROVA PERICIAL. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE.
No âmbito do processo administrativo fiscal, a prova pericial deve ser produzida com a finalidade de proporcionar a autoridade julgadora a formação da sua livre convicção acerca da matéria fática, essencialmente, de natureza técnica.
Por está alçada do poder discricionário de convencimento da autoridade julgadora, não há vício de nulidade na decisão de primeira instância que apresenta fundamentação adequada e suficiente para justificar o indeferimento do pleito de realização de prova pericial.
LAVRATURA DE AUTUAÇÃO FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF N. 06.
Súmula CARF nº 6: É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte.
DECADÊNCIA. REGRA DO ART. 173 , I, DO CTN.
Na ausência de pagamentos ou declaração de débitos, aplica-se a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, pela qual o dies a quo do prazo decadencial se desloca para o primeiro dia do exercício seguinte ao que o Fisco poderia efetuar o lançamento.
PASSIVO FICTÍCIO. OBRIGAÇÕES REGISTRADAS SEM RESPALDO DOCUMENTAL. OMISSÃO DE RECEITAS.
A escrituração de obrigações assentadas sem lastros em documentação idônea caracteriza passivo fictício, autorizando a Autoridade Fiscal a presumir a ocorrência de infração de omissão de receitas.
ACRÉSCIMOS LEGAIS. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
LANÇAMENTOS DECORRENTES. CSLL. PIS. COFINS.
Tratando-se de tributação reflexa, o decidido com relação ao principal (IRPJ) constitui prejulgado às exigências fiscais decorrentes, no mesmo grau de jurisdição administrativa, em razão de terem suporte fático em comum.
Assim, o decidido quanto à infração que, além de implicar o lançamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ implica os lançamentos da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), também se aplica a estes outros lançamentos naquilo em que for cabível.
Numero da decisão: 1301-001.839
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros deste colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntário e de ofício, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Wilson Fernandes Guimarães - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Jakson da Silva Lucas - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Fernandes Guimarães, Waldir Veiga Filho, Paulo Jakson da Silva Lucas, Luiz Tadeu Matosinho Machado (suplente convocado), Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Gilberto Baptista (suplente convocado).
Nome do relator: Relator
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RESULTADO DE DILIGÊNCIA. CONFIRMAÇÃO. A exclusão parcial do crédito tributário fundamentada no resultado de diligência realizada com os elementos disponibilizados pelo contribuinte e conferidos pela autoridade fiscal é confirmada quando inexistirem, no reexame necessário, elementos de convicção em sentido contrário. NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. ATENDIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. ASSEGURADO O CONTRADITÓRIO E PLENO EXERCÍCIO DE DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, o auto de infração lavrado por autoridade competente, com observância dos requisitos legais e ciência regular do sujeito passivo, a quem foi oportunizado o contraditório e o pleno exercício do direito defesa, na forma da legislação vigente. PROVA PERICIAL. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, a prova pericial deve ser produzida com a finalidade de proporcionar a autoridade julgadora a formação da sua livre convicção acerca da matéria fática, essencialmente, de natureza técnica. Por está alçada do poder discricionário de convencimento da autoridade julgadora, não há vício de nulidade na decisão de primeira instância que apresenta fundamentação adequada e suficiente para justificar o indeferimento do pleito de realização de prova pericial. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 10 90 /2 00 5- 05 Fl. 1433DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 2 LAVRATURA DE AUTUAÇÃO FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF N. 06. Súmula CARF nº 6: É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. DECADÊNCIA. REGRA DO ART. 173 , I, DO CTN. Na ausência de pagamentos ou declaração de débitos, aplicase a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, pela qual o dies a quo do prazo decadencial se desloca para o primeiro dia do exercício seguinte ao que o Fisco poderia efetuar o lançamento. PASSIVO FICTÍCIO. OBRIGAÇÕES REGISTRADAS SEM RESPALDO DOCUMENTAL. OMISSÃO DE RECEITAS. A escrituração de obrigações assentadas sem lastros em documentação idônea caracteriza passivo fictício, autorizando a Autoridade Fiscal a presumir a ocorrência de infração de omissão de receitas. ACRÉSCIMOS LEGAIS. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). LANÇAMENTOS DECORRENTES. CSLL. PIS. COFINS. Tratandose de tributação reflexa, o decidido com relação ao principal (IRPJ) constitui prejulgado às exigências fiscais decorrentes, no mesmo grau de jurisdição administrativa, em razão de terem suporte fático em comum. Assim, o decidido quanto à infração que, além de implicar o lançamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ implica os lançamentos da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), também se aplica a estes outros lançamentos naquilo em que for cabível. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros deste colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntário e de ofício, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Fernandes Guimarães, Waldir Veiga Filho, Paulo Jakson da Silva Lucas, Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 1434DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 19515.001090/200505 Acórdão n.º 1301001.839 S1C3T1 Fl. 12 3 (suplente convocado), Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Gilberto Baptista (suplente convocado). Fl. 1435DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 4 Relatório O presente processo é decorrente de auto de infração lavrado para constituição de crédito de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, relativamente ao ano calendário de 1999, exercício 2000, por supostas infrações constatadas durante a fiscalização. Conforme descrição contida no Termo de Verificação e Constatação de fls. 68/70, a fiscalização, após análise da documentação apresentada pela contribuinte, verificou a não comprovação dos valores lançados no passivo circulante, exigível a longo prazo e outras contas, registrado no balanço patrimonial da empresa encerrado em 31/12/99, no valor de R$ 37.560.384,18, caracterizando a manutenção no passivo, de obrigações não comprovadas e, portanto, a omissão de receitas. Consta do auto de infração que os fatos geradores autuados se deram em 31/12/1999. A ciência do contribuinte se deu em 15/04/2005. Impugnado foi julgado em primeira instância tendo sido julgado procedente em parte o lançamento, acórdão 1611.624, de 16/11/2006, da DRJ/SP I, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1999 OMISSÃO DE RECEITA. PASSIVO FICTÍCIO. Consoante legislação fiscal, presumese a ocorrência de omissão de receita quando a pessoa jurídica não logra comprovar a efetiva existência de débitos consignados no passivo. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS, COFINS e CSLL. Aplicase aos lançamentos decorrentes ou reflexos o decidido sobre o lançamento que lhes deu origem, por terem suporte fático comum. Processado o recurso voluntário, este foi julgado por esta Corte Administrativa (acórdão nº 10517.251, fls. 1343/1346), proferido pelos membros da Quinta Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, os quais, por unanimidade de votos, anularam a decisão de primeira instância sob o fundamento de que houve cerceamento à defesa, já que a decisão da DRJ acatou relatório de diligência, do qual o contribuinte não teve ciência. O acórdão recorrido foi assim ementado: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 1999 Ementa: DECISÃO DE lª INSTÂNCIA ANULADA Anulase a decisão de 1ª instância quando se verifica que não foi dada ciência de diligência que serviu de motivação à decisão recorrida. Fl. 1436DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 19515.001090/200505 Acórdão n.º 1301001.839 S1C3T1 Fl. 13 5 Desta decisão foram opostos Embargos de Declaração pela DRJ, que argumentou, em síntese, existência de obscuridade, contradição ou omissão, já que o contribuinte foi sim intimado do relatório de diligência, inexistindo, no caso, causa de nulidade do processo administrativo. Por meio do acórdão 130200.051, (1362/1364), os membros da 3ª Turma Ordinária, da 2ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento deste Conselho, por unanimidade de votos, conheceram os embargos, dandolhes efeitos infringentes, para dar provimento ao Recurso Voluntário, reconhecendo a decadência argüida: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ. Ano calendário: 1999 Embargos conhecidos e reconhecidos os efeitos infringentes. Demonstrado que houve a intimação pessoal da decisão recorrida, não há motivação para a nulidade decretada pelo acórdão embargado. Decadência. Não havendo omissão ou a constatação de dolo, fraude e simulação, aplicase o art. 150 do CTN. Decadência reconhecida.” O voto condutor do acórdão proferido em sede de Embargos de Declaração foi o seguinte: “Assiste razão à embargante. Observo que, realmente, há prova de que o contribuinte tenha sido intimado pessoalmente da diligência. Reconhecida a contradição, voto por dar efeito infringente ao embargo e passo a analisar o recurso. Em sede de recurso, a recorrente alega decadência do direito de efetuar o lançamento por ter sido ultrapassado o prazo de cinco anos contados do fato gerador, prazo este previsto no art. 150 do CTN. Observo que a recorrente apresentou declaração de IRPJ regularmente e que não houve pagamento de estimativas devido a apresentação de balancetes de suspensão. Entendo que não havendo omissão do contribuinte e não sendo o caso de dolo, fraude ou simulação previstos no parágrafo 4° do art. 150 do CTN, aplicase o prazo de cinco anos contados do fato gerador, prazo este extinto em 31/12/2004. Tendo sido a ciência do lançamento em 15/04/2005, entendo ter ocorrido a decadência. Diante do exposto, voto no sentido de reconhecer a decadência e negar provimento ao recurso de oficio e dar provimento ao recurso voluntário.” A Fazenda Nacional impetrou Recurso Especial de divergência (fls. 1369/1374), com fundamento no artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009, com os seguintes argumentos: "nos casos em que o contribuinte não antecipa o pagamento do tributo sujeito ao "lançamento por homologação", a contagem do prazo decadencial deve se dar nos termos do artigo 173 do CTN. Fl. 1437DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 6 Afirmou que o acórdão recorrido diverge da jurisprudência deste Conselho e trouxe o acórdão 30238.565: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/02/1992 a 31/03/1992 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Havendo contradição entre a decisão proferida e a matéria discutida nos autos, é cabível a apresentação de embargos de declaração. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. 0 prazo decadencial para constituição do crédito tributário pode ser estabelecido da seguinte maneira: (a) em regra, seguese o disposto no art. 173, I, do CTN, ou seja, o prazo é de cinco anos contados "do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado"; (b) nos tributos sujeitos a lançamento por homologação cujo pagamento ocorreu antecipadamente, o prazo é de cinco anos contados do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN; (c) em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação cujo pagamento não foi antecipado pelo devedor, incide a regra do art. 173, I, do CTN. Assim temse por configurada a decadência. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.” Em sede de exame de admissibilidade foi dado segmento ao Recurso (1831/1832). O contribuinte apresentou contrarrazões, na qual alegou que o ato administrativo de homologação atinge não somente o pagamento, mas também a própria apuração do respectivo crédito tributário. E, nesse contexto, afirmou que, no ano de 1999, apresentou declaração de imposto de renda regularmente e que só não houve o pagamento de supostos valores ao ente tributante pelo fato de ter demonstrado, através de balancetes de suspensão, a existência de prejuízo fiscal no referido exercício. Novamente posto em julgamento neste Conselho a Câmara Superior de Recursos Fiscais decidiu, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso e determinar o retorno dos autos para a Câmara de origem para análise das questões de mérito não analisadas no julgamento anterior. Eis a ementa (Acórdão 9101002.043, de 09/10/2014): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 1999 DECADÊNCIA TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO AUSÊNCIA DE PAGAMENTO. ACÓRDÃO EM RECURSO ESPECIAL Nº 973.733/SC SUBMETIDO AO REGIME DO ARTIGO 543C, DO CPC. ARTIGO 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. Segundo o entendimento do STJ, proferido no julgamento do Recurso Especial 973.733 submetido ao regime do artigo 543C do CPC, nos casos de Fl. 1438DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 19515.001090/200505 Acórdão n.º 1301001.839 S1C3T1 Fl. 14 7 tributos sujeitos ao lançamento por homologação que não tenha havido pagamento ou declaração prévia que constitua o crédito, deve ser aplicado o prazo decadencial inserto no artigo 173, I do CTN. Aplicação do artigo 62A do Regimento Interno do CARF. É o relatório. Fl. 1439DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 8 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas Por todo o exposto no relatório, verificase em relação à discussão travada nos presentes autos (decadência) e, mais recentemente, o regular acolhimento do Recurso Especial interposto pelos representantes da douta PGFN, relevante destacar, antes mesmo de qualquer consideração meritória, que, especificamente no que diz respeito à análise do Recurso de Ofício interposto nestes autos, em decorrência de valor tributável apurado em Diligência Fiscal menor que o da fiscalização inicial, deverá o mesmo ser analisado nesta oportunidade pois que no julgamento anterior a matéria não foi analisada, vejamos o trecho do voto trazido no Acórdão 10517.251: Manuseando os autos verifico que não foi dada ciência ao contribuinte da diligência de fls. 1302/1307. A DRJ acata o relatório de diligencia sem ouvir o impugnante sobre o conteúdo da mesma. Entendo que, no caso, houve cerceamento ao direito de defesa do contribuinte. Diante do exposto, voto no sentido de anular a decisão de 1a. instancia para que outra possa ser realizada após ciência do contribuinte do resultado da diligência. Provado por meio de Embargos de Declaração interposto pela DRJ, que houve a ciência ao contribuinte da diligência realizada, novamente julgado por este Conselho (Acórdão 130200.051), o recurso voluntário restou provido pelo reconhecimento da decadência (art. 150 do CTN). A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial afirmando que foi incorreta a aplicação do artigo 150, § 4° do CTN, pois considerando que não houve nenhum pagamento de tributos, deveria ser aplicado ao caso o disposto no art. 173, inciso I, do CTN. Admitido e julgado pelos membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (AC 9101 002.043) determinouse o retorno dos autos à Câmara de origem para análise das questões de mérito não analisadas no julgamento anterior. Pelo que passo a análise dos recursos de ofício e voluntário. RECURSO DE OFÍCIO Como visto o recurso de ofício decorreu da apuração do novo valor tributável apurado pelo fiscal diligenciante, o que resultou em exoneração dos créditos tributários lançados no montante de R$ 9.704.622,53, conforme demonstrado no final do voto da Delegacia de Julgamento (AC 1611.624). O valor do crédito exonerado supera o limite estabelecido pela Portaria MF nº 3, de 03 de janeiro de 2008, que revoga a Portaria MF nº 375, de 2001, razão pela qual, nos termos do art. 34, inciso I, do Decreto 70.235/72, com a redação dada pelo art. 67 da Lei 9.532/97, deve a decisão ser submetida à revisão necessária. Do reexame necessário, verifico que a decisão não merece reparos. Fl. 1440DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 19515.001090/200505 Acórdão n.º 1301001.839 S1C3T1 Fl. 15 9 Considerando que a redução decorre de diligência realizada com os elementos disponibilizados pelo contribuinte e conferidos pela autoridade fiscal, e inexistem, no reexame necessário, elementos de convicção em sentido contrário, não há reparos à decisão recorrida. Diante disso, negase provimento ao recurso de ofício. RECURSO VOLUNTÁRIO O recurso voluntário é tempestivo (certidão da DRF/Barueri/SP, fls. 1353), e assente em lei. Dele conheço. A peça recursal traz, em síntese, as mesmas argumentações iniciais (impugnação), as quais passo a análise na mesma seqüência em que apresentadas. Inicialmente a autuada/recorrente, contesta, em síntese, pela nulidade absoluta da autuação, decisão recorrida e do processo como um todo, visto o irreversível prejuízo à ampla defesa, alegando que o Agente Fiscal sequer compareceu à sede da empresa ou de seu escritório de contabilidade. É consabido que não há prejuízo na análise de documentos fiscais do contribuinte na repartição fiscal. O art. 10 do Decreto nº 70.235/72 determina, tão somente, que o auto de infração seja lavrado por servidor competente no “local de verificação da falta”. No entanto, o “local da verificação da falta” não significa, como pretende a Recorrente, o local em que foi praticada a infração, mas, sim, o local onde esta foi constatada. Nesse sentido, já foi editada, inclusive, a Súmula CARF nº 6, segundo a qual: É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. Além disso, as minuciosas defesas apresentadas pela Recorrente demonstram que ela compreendeu todos os fatos relacionados ao lançamento e que não houve preterição do seu direito de defesa. A recorrente alegou, ainda, nulidade da decisão de primeira instância, pois, no caso, não lhe foi atendido o pedido de realização de perícia, entende, que a Turma de Julgamento de primeiro grau havia lhe cerceado o direito de defesa. Mais uma vez, não assiste razão à recorrente. Neste ponto, cabe dizer que no processo administrativo fiscal, vigora o princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado, o que garante ao julgador, nos termos dos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/1972, a liberdade para formar a sua convicção, deferindo as diligências e perícias que entender necessárias ou indeferilas, quando prescindíveis ou impraticáveis. Nos expressos termos do citado art. 18 (redação dada pelo art. 1º da Lei n° 8.748/1993) o pedido de realização de perícia/diligência deve ser analisado se é considerado imprescindível à tomada de decisão para julgamento da lide, verbis: Fl. 1441DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 10 Art. 18 A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessária, indeferindo as que considerarem prescindíveis ou impraticável, observado o disposto no art. 28, ‘in fine’. Como se percebe, o dispositivo consagra a idéia de que a prova produzida por meio da perícia ou da diligência, antes de qualquer outro motivo, tem como objetivo firmar o convencimento da autoridade julgadora, que pode ter a necessidade, em face da presença de questões de difícil deslinde, de municiarse de mais elementos de prova. Os termos da norma “quando entendêlas necessária, indeferindo as que considerarem prescindíveis ou impraticável” estão claramente dirigidos à autoridade julgadora, que, apenas e tão somente quando julgar serem, diligências ou perícias, necessárias, as determinará. A diligência requerida, no caso em exame, é absolutamente prescindível e não existe nenhuma justificativa para sua realização, mesmo porque, o ônus da prova é do contribuinte, que teve oportunidade, durante todo o período, desde o início do procedimento fiscal até a fase impugnatória, de trazer aos autos os documentos probatórios necessários e não se desincumbiu a contento. Por todas essas razões, rejeitase a presente a alegação de nulidade dos lançamentos e da decisão de primeira instância. DECADÊNCIA Analisando os autos e, verificado que não consta pagamentos e nem declaração constitutiva de débitos, com relação a decadência, curvome à jurisprudência atual do STJ, no sentido de entender que a aplicação do art.150, § 4º, do CTN atrai a realização de um pagamento. Na ausência desse pagamento, ou no caso de dolo, fraude ou simulação, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese também após 5 (cinco) anos, mas, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art.173, I, do CTN). Mesmo porque o Regimento Interno deste Conselho (RICARF) sofreu alterações, especialmente a introdução do art. 62A, no Anexo II da Portaria MF nº 256/2009, com a redação a seguir transcrita: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Introduzido pela Portaria MF nº 586/2010, publicada no DOU de 22/12/2010). Ocorre que a matéria sob exame, a saber, a aplicabilidade do art. 150, § 4º, ou do art. 173, I, ambos do CTN, já foi objeto de decisão definitiva de mérito proferida pelo Superior Tribunal de Justiça, em regime de recursos repetitivos (art. 543C do CPC), nos autos do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940). Valhome, neste ponto, de excertos do criterioso estudo elaborado pelo Conselheiro Waldir Veiga Rocha, a saber: O julgamento se deu em 12/08/2009 e o acórdão foi publicado no DJe de 18/09/2009, restando assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO Fl. 1442DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 19515.001090/200505 Acórdão n.º 1301001.839 S1C3T1 Fl. 16 11 SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Posteriormente, o próprio STJ reviu seu posicionamento quanto ao termo inicial para a contagem do prazo decadencial, nos EDcl no AgRG no Recurso Especial nº 674.497 – PR (2004/01099782). Fl. 1443DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 12 Ressalto que o ilustre Ministro Relator, após mencionar expressamente o REsp nº 973.733, registra que “impõese o acolhimento dos presentes embargos de declaração, a fim de se adequar o decisório embargado à jurisprudência uniformizada no âmbito do STJ sobre a matéria”. O julgamento ocorreu em 09/02/2010, e o acórdão foi publicado no DJe em 26/02/2010, com a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. De se observar a diferença relevante entre um e outro julgados: no primeiro caso (REsp nº 973.733), o termo inicial para a contagem do prazo decadencial era tido como sendo o primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, interpretação esta que fugia por completo à textualidade do art. 173, I, do CTN. No segundo julgado, revendo o posicionamento anterior, o Tribunal passou a considerar que (naquele caso), completandose o fato gerador em 31 de dezembro de 1993, o lançamento somente poderia ser feito a partir de 1994, e o prazo decadencial começaria a fluir em 1º de janeiro de 1995. De se ver, portanto, de que forma essa jurisprudência deve ser reproduzida no caso sob exame, em cumprimento das nóveis disposições regimentais. No caso do presente processo, a ciência aos autos de infração deuse em 15/04/2005, logo, aplicando o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, (para os casos com ausência de pagamento e confissão de dívida) e, tomando por base que, no caso, os fatos geradores ocorreram em 31/12/1999, poderiam ser lançados no ano de 2000, sendo o termo inicial do prazo decadencial o primeiro dia do exercício seguinte (01/01/2001), repito, de acordo com a regra estampada no inciso I do art. 173 do CTN. E, relativamente a este período de apuração (31/12/1999), o prazo final para a ocorrência da decadência somente se operaria em 01/01/2006. Assim, tendo em vista que o lançamento foi notificado à interessada em 15/04/2005, nesta data não havia transcorrido o prazo decadencial do IRPJ e CSLL, nos termos acima relatados. De igual forma não há que se falar em decadência do PIS e COFINS em relação a esta infração (fato gerador mensal: 31/12/1999). Portanto, quanto a este item, nego provimento ao recurso. INSUBSISTÊNCIA DO LANÇAMENTO POR OMISSÃO DE RECEITA (PASSIVO FICTÍCIO) Fl. 1444DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 19515.001090/200505 Acórdão n.º 1301001.839 S1C3T1 Fl. 17 13 Neste tópico insurgese a recorrente alegando, em síntese, não haver omissão de receitas, pois o passivo fictício a longo prazo foi devidamente comprovado com documentos hábeis e devidamente escriturados. No caso, a acusação fiscal é a seguinte (extraído do Termo de Verificação e de Constatação que integra o auto de infração, fls. 068): Prosseguindo com a ação fiscal solicitamos, pelo Termo de Intimação 02, de 08/junho/04 (fls.,052 a 053), o preenchimento, para rubricas ali apontadas, do DEMONSTRATIVO DE COMPOSIÇÃO DO PASSIVO, cujo modelo foi fornecido. No havendo atendimento pelo contribuinte, lavramos em 15/mar/05 o Termo de Reintimação 01, enviado via postal, conforme "AR", ratificando a solicitação inicial. Tendo deixado de atender à fiscalização restou não comprovado os saldos das rubricas indicadas, constantes de seu Balanço Patrimonial, o que aponta a manutenção no passivo de obrigações cuja exigibilidade não foi comprovada, fato que configura omissão de receitas, proporcionalmente àqueles valores, conforme se demonstra no Anexo. Verificase, ainda, do "Relatório Fiscal" integrante ao auto de infração: 0 contribuinte, que no curso da fiscalização não apresentou a documentação solicitada mediante intimação, apresentou impugnação contestando as autuações e, junto, apresenta documentos tendentes a comprovar a existência do passivo registrado em seu balanço patrimonial. Diante deste fato a DRJ/SPI, no citado despacho de fls. 1206, item 4, solicita à fiscalização: "4.1 Verificar se a documentação apresentada descaracteriza a omissão de receitas (passivo fictício); 4.2 Informar quais são os novos valores tributáveis caso haja alteração na convicção da autoridade tributária no que tange à omissão de receitas (passivo fictício); 4.3 Por fim, pedese a elaboração de relatório conclusivo a respeito das indagações já expostas.". Para atendimento a estas solicitações o contribuinte foi intimado a apresentar livros contábeis, originais dos documentos anexados ao processo e outros documentos comprobatórios da existência do passivo registrado no balanço patrimonial de 31/12/1999, conforme termos anexados ás folhas 1210 e 1214. Após análise de toda a documentação a autoridade fiscal diligenciante assim conclui o relatório: "III — CONCLUSÃO Diante do acima exposto e tendo em vista o solicitado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo — I, no já referido despacho de folha 1206 do processo 19515.001090/200505, informamos: Fl. 1445DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 14 1. Quanto ao solicitado no item 4.1, "verificar se a documentação apresentada descaracteriza a omissão de receita (passivo fictício)": Conforme mencionado no item II acima, os documentos apresentados pelo contribuinte não representa a composição da totalidade do passivo constante do seu balanço patrimonial encerrado em 31/12/1999, tendo sido apresentado como prova indiciária da sua existência. Com efeito, foi verificada a existência de passivo em 31/12/1999, que foi objeto de exame conforme itens IIA a IIG acima. 2. No item 4.2 é solicitado à fiscalização "informar quais são os novos valores tributáveis caso haja alteração na convicção da autoridade tributária no que tange à omissão de receitas (passivo fictício)". Foi constatada no balanço encerrado em 31/12/1999 a existência de obrigações que, examinados os documentos de constituição e baixa nos exercícios subseqüentes, constatouse a falta de justificativa e/ou comprovação para as mesmas, conforme acima relatado. Os novos valores tributáveis apurados são demonstrados no quadro anexo e os valores foram reduzidos ao montante de R$ 12.498.213,60." Pois bem. Para que se constitua a presunção de omissão de receita caracterizada por passivo fictício de que trata o artigo 40 da Lei nº 9.430, de 1996, cabe ao fisco identificar a falta de escrituração de pagamentos efetuados pela pessoa jurídica, assim como a manutenção, no passivo, de obrigações cuja exigibilidade não seja comprovada. Art. 40 da Lei 9.430/1996 (RIR/199, art. 281): "Art. 281.Caracterizase como omissão no registro de receita, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção, a ocorrência das seguintes hipóteses (DecretoLei n 1.598, de 1977, art. 12, § 2o., e Lei n 9.430, de 1996, art. 40): III a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada." Verificase da dicção do texto legal que a Lei 9.430, de 1996 (art. 40), em face da reserva legal acrescentou outra hipótese de presunção da omissão de receitas, qual seja: a manutenção no passivo de obrigações cuja exigibilidade não seja comprovada. Anteriormente a lei (DL 1598/1977) dizia: "a manutenção no passivo de obrigações já pagas". E, por se tratar de presunção legal, apontados os fatos indiciários (pela fiscalização), cabe ao contribuinte o ônus da prova. Por bem espelhar a matéria no presente processo e como razão de decidir, transcrevo os seguintes fragmentos do voto recorrido: "11. Dessa forma, caracterizada a omissão de receitas a autoridade fiscal deverá apurar o tributo em conformidade com o regime de tributação escolhido pela contribuinte (art.288 do RIR/99): "Art. 288. Verificada a omissão de receita, a autoridade determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que corresponder a omissão (Lei n 9.249, de 1995, art. 24)." 12. Portanto, depreendese que os preceitos acima reproduzidos estatuem condições autônomas e independentes entre si, que, se verificada Fl. 1446DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES Processo nº 19515.001090/200505 Acórdão n.º 1301001.839 S1C3T1 Fl. 18 15 qualquer uma delas, implica a presunção de omissão de receitas, exceto se a contribuinte a elidir, provando cabalmente por meio de provas a inocorrência de qualquer uma dessas hipóteses previstas no aludido dispositivo legal. 13. Na questão sob exame, não prevaleceria a presunção de omissão de receita, se a contribuinte comprovasse as obrigações respaldadas em documentos tais como: boletos bancários, notas fiscais das operações e comprovantes de depósitos na conta do fornecedor, acrescido do fato dessas obrigações terem sido liquidadas no anocalendário seguinte a que se referir o balanço. 14. 0 presente processo foi objeto de diligência fiscal, conforme Despacho de fls.1206/1207, foi elaborado relatório conclusivo apurandose como valor tributável, originário de não comprovação do passivo na contabilidade da empresa fiscalizada, o total de R$ 12.498.213,60. 15. No caso em questão, a planilha elaborada pelo auditorfiscal de fls.1307 resultou da análise pormenorizada da documentação apresentada pela contribuinte após intimação pela Fiscalização no curso da diligencia fiscal. 16. Acolhemse, portanto, as conclusões da Fiscalização mantendose a parte incomprovada pela contribuinte e, em contrapartida, ajustar a base tributável referente ao montante comprovado. 17. Para o IRPJ foi apurado prejuízo fiscal no período de R$ 14.050.809,92 (f1.15) o qual foi utilizado no REFIS conforme se confirma pelo extrato do SAPLI de fl. 1.310 e do Sistema — Consulta Declaração REM de 11.1314. 0 mesmo fato ocorreu com a CSLL em que o prejuízo para o período apurado na DIPJ/2000 totalizou R$ 14.120.290,68, também utilizado no REFIS (fls.1.311 e 1.315). Dessa forma, deverá ser mantida em parte a exigência do IRPJ e da CSLL em conformidade com a base tributável apurada na diligência fiscal (fls.1.306/1.307). 18. Em decorrência do valor tributável apurado na diligencia fiscal (fls.1.307), ficam mantidos em parte o PIS e a COFINS." Do exposto, diante da ausência de prova capaz de desconstituir totalmente a presunção da fiscalização, correto o lançamento, pelo que acompanho o quanto decidido em primeira instância. Legalidade da Taxa SELIC como juros de mora A insurgência da recorrente contra a aplicação da Taxa Selic como juros moratórios não pode prosperar, uma vez que se trata de matéria sumulada nesta Corte Administrativa no sentido de sua legalidade, conforme podemos conferir a seguir: Súmula CARF n o4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Fl. 1447DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES 16 DO LANÇAMENTO DECORRENTE. CSLL. PIS. COFINS Do relato se infere que as exigências da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); da Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS); e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), decorrem do lançamento levado a efeito na área do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e, especificamente, em razão das irregularidades apuradas pela autoridade fiscal lançadora e mantida de forma integral pela decisão recorrida. Em observância ao princípio da decorrência e pela certeza da relação de causa e efeito existente entre o suporte fático em ambos os processo, o julgamento daquele apelo principal, ou seja, Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), deve, a princípio, se refletir no presente julgado, eis que o fato econômico que causou a tributação por decorrência é o mesmo e já está consagrado na jurisprudência administrativa que a tributação decorrente/reflexa deve ter o mesmo tratamento dispensado ao processo principal em virtude da íntima correlação de causa e efeito. Considerando que, no presente caso, a autuada não conseguiu elidir a irregularidade apurada, devese manter o exigido no processo decorrente, que é a espécie do processo sob exame, uma vez que ambas as exigências que a formalizada no processo principal quer a dele originada (lançamento decorrente) repousam sobre o mesmo suporte fático. Por todo o exposto meu voto é no sentido de rejeitar as preliminares de nulidades suscitadas e da decadência e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO aos recursos de ofício e voluntário, mantendo, na íntegra o quanto decidido em primeira instância. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 1448DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por WILSON FERNANDES GU IMARAES
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Numero do processo: 16327.721051/2011-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Sep 14 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2009 a 28/02/2009
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. REQUISITOS DA LEI 10.101/00. DATA DE ASSINATURA DOS ACORDOS E DIVERGÊNCIA NOS VALORES PAGOS AOS EMPREGADOS
Não constitui desrespeito à Lei nº 10.101/00 a celebração de acordos de PLR na metade ou no final do período a que se referiam acima descritos, já que legislação não estipula prazo para a sua assinatura, tampouco exige que seja veiculado no ano imediatamente anterior ao exercício no qual serão apuradas as metas.
Rege o princípio do ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus, ou seja, onde a lei não distingue, não pode o intérprete distinguir, de modo a inserir na norma requisito nela não previsto.
A legislação privilegia a livre negociação entre as partes, ressaltando apenas pontos que devem reger todos os acordos. É muito comum e normal que no curso das negociações para entabular o acordo final sejam definidas as metas primordiais que se buscam alcançar, não se podendo afirmar que os empregados, quando da assinatura do acordo, desconheciam os objetivos a serem perseguidos.
Não descumpre a legislação o fato de os empregados receberem valores diversos, na medida em que a Lei 10.101/00 não exige que todos sejam agraciados igualmente, situação essa que conspiraria com a própria norma que pretende o comprometimento e o cumprimento das metas pelas partes, sendo que cada qual estará sujeito à álea de atingir os objetivos programados, podendo receber mais ou menos.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. AFERIÇÃO DE METAS.
A falta de aferição das metas pertinentes ao cumprimento do acordado entre as partes, conforme determina o art. 2º, § 1º, da Lei nº 11.101/00, implica a tributação das parcelas pagas a título de PLR.
Numero da decisão: 2301-003.572
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso, devido à questão do acompanhamento de metas para pagamento de PLR, pelos segurados, nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Júnior, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento ao recurso nesta questão; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso, na questão das datas de celebração dos acordos de PLR, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em negar provimento ao recurso nesta questão; c) em dar provimento ao recurso, na questão da razoabilidade de valores pagos e conseqüente substituição do salário pelo PLR, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso nesta questão;. III) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Mauro José Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos
PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator ad hoc na data da formalização.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Redator ad hoc na data da formalização.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Damião Cordeiro de Moraes (vice-presidente), Bernadete de Oliveira Barros, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério.
Nome do relator: Relatorf
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REQUISITOS DA LEI 10.101/00. DATA DE ASSINATURA DOS ACORDOS E DIVERGÊNCIA NOS VALORES PAGOS AOS EMPREGADOS Não constitui desrespeito à Lei nº 10.101/00 a celebração de acordos de PLR na metade ou no final do período a que se referiam acima descritos, já que legislação não estipula prazo para a sua assinatura, tampouco exige que seja veiculado no ano imediatamente anterior ao exercício no qual serão apuradas as metas. Rege o princípio do “ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus”, ou seja, onde a lei não distingue, não pode o intérprete distinguir, de modo a inserir na norma requisito nela não previsto. A legislação privilegia a livre negociação entre as partes, ressaltando apenas pontos que devem reger todos os acordos. É muito comum e normal que no curso das negociações para entabular o acordo final sejam definidas as metas primordiais que se buscam alcançar, não se podendo afirmar que os empregados, quando da assinatura do acordo, desconheciam os objetivos a serem perseguidos. Não descumpre a legislação o fato de os empregados receberem valores diversos, na medida em que a Lei 10.101/00 não exige que todos sejam agraciados igualmente, situação essa que conspiraria com a própria norma que pretende o comprometimento e o cumprimento das metas pelas partes, sendo que cada qual estará sujeito à álea de atingir os objetivos programados, podendo receber mais ou menos. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. AFERIÇÃO DE METAS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 10 51 /2 01 1- 97 Fl. 306DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 2 A falta de aferição das metas pertinentes ao cumprimento do acordado entre as partes, conforme determina o art. 2º, § 1º, da Lei nº 11.101/00, implica a tributação das parcelas pagas a título de PLR. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso, devido à questão do acompanhamento de metas para pagamento de PLR, pelos segurados, nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Júnior, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento ao recurso nesta questão; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso, na questão das datas de celebração dos acordos de PLR, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Mauro José Silva, que votaram em negar provimento ao recurso nesta questão; c) em dar provimento ao recurso, na questão da razoabilidade de valores pagos e conseqüente substituição do salário pelo PLR, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso nesta questão;. III) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Mauro José Silva. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Redator ad hoc na data da formalização. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Damião Cordeiro de Moraes (vicepresidente), Bernadete de Oliveira Barros, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16327.721051/201197 Acórdão n.º 2301003.572 S2C3T1 Fl. 484 3 Relatório O presente processo administrativo fiscal tem por objeto os seguintes autos de infrações sob as seguintes rubricas: i) Debcad nº 51.002.5340 no qual foram lançadas as contribuições devidas pela empresa (quota patronal (20%), contribuição adicional (2,5%) e contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – GIILRAT (2%)). O referido lançamento diz respeito às remunerações pagas aos segurados empregados a título de Participação nos Lucros ou Resultados, ao arrepio da legislação específica, nas competências de 02/2009. O valor total do crédito perfez o montante de R$ 6.781.180,87 (seis milhões e setecentos e oitenta e um mil e cento e oitenta reais e oitenta e sete centavos); e ii) Debcad nº 51.002.5358 no qual foram lançadas as contribuições devidas pela empresa e destinadas ao FNDE (Salário Educação – 2,5%) e ao INCRA (0,2%). O referido lançamento diz respeito às remunerações pagas aos segurados empregados a título de Participação nos Lucros ou Resultados, ao arrepio da legislação específica, nas competências de 02/2009. O valor total do crédito perfez o montante de R$ 747.313,80 (setecentos e quarenta e sete mil e trezentos e treze reais e oitenta centavos). Fundamentando a lavratura dos relacionados autos de infração, a D. Autoridade fiscal informa, em relação ao PLR, que: “5.15 A Participação nos Lucros ou Resultados do Credit Suisse Hedging GRiffo Asset Management S.A., cujos pagamentos ocorreram durante o exercícios de 2009, foi regido pelo Acordo Próprio de 2008, o qual será analisado a seguir. 5.16 Um dos pontos importantes a ser aqui analisado trata exatamente da vigência dos acordos de PLR, haja vista que o dispositivo legal determina que a participação será objeto de negociação prévia e que suas regras serão previstas no instrumento decorrente dessa negociação. (...) 5.25 Sendo que as assinaturas dos acordos e o consequente conhecimento das regras por parte dos empregados ocorreram muito após o início de vigência dos mesmos, isso nos leva a questionar como é possível o comprometimento dos funcionários com metas que só vão conhecer praticamente no final do ano? No momento em que a participação foi pactuada, já haviam ocorrido diversos fatores que poderiam ou não Fl. 308DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 4 contribuir para atingimento das metas, sem que ficasse constatada, expressamente, a participação dos empregados na obtenção do resultado positivo alcançado pela empresa. 5.26 Admitir que o pagamento não estivesse sujeito a condição estipulada, de forma clara e objetiva, em instrumento da rubrica e o ensejo à fraude, pois o empregador poderia instituir pagamentos mascarados com rótulo de “participação nos lucros ou resultados” apenas para não ter natureza salarial e não pagar encargos sociais sobre o referido pagamento. 5.27 Dessa forma, o instrumento de acordo em tela não objetivou incentivar a produtividade, uma vez que o resultado positivo já havia sido definido. Independentemente de qualquer atitude tomada pelos empregados após a assinatura do acordo, eles receberiam a mesma participação nos lucros, o que lhes retirou a possibilidade de terem sua produtividade estimulada, desnaturando a essência desse instituto. Ao ser retroativo, o programa criou paradoxo, estabelecendo metas referentes a períodos cujos resultados já aconteceram e não podem ser modificados, por mais que se esforcem os empregados. (...) 5.30 Em primeiro lugar vemos que no antes do início do período de competência do pagamento deveriam ser elaboradas as metas a serem atingidas. Todavia, como pode ser elaborada tal ferramenta se somente em 10 de novembro de 2008 o acordo que a estabelece foi celebrado? Sendo assim, não se pode considerar que foram estabelecidas regras claras e objetivas de forma prévia ao período a que se referem. 5.31 Ademais, no intuito de analisar o cumprimento dos dispositivos legais específicos sobre a PLR, o contribuinte foi intimado a apresentar, por amostragem, as Bases de Composição de Cálculo dos valores pagos a título de PLR e respectivos Demonstrativos de Apuração das Metas e de Avaliação de Desempenho. 5.35 Ora, em momento algum foram demonstradas quais as regras a serem cumpridas por cada funcionário, data de seu estabelecimento, o detalhamento da base de composição de cálculo dos valores recebidos, bem como a data e ciência das avaliações de performance. 5.43 Desta feita, não ficaram comprovados o estabelecimento prévio de metas, as bases de composição de cálculo dos pagamentos de PLR, nem a forma e data das avaliações qualificativa e quantificativa procedidas pela empresa. Ademais, não há que se falar em conhecimento prévio dos objetivos individuais, uma vez que os relatórios apresentados durante a auditoria não possuem data que comprove quando tais metas passaram a ser de conhecimento do empregado.” Devidamente notificada, a Recorrente opôs impugnação alegando, basicamente, que (i) os empregados já tinham devido conhecimento das regras reguladoras do PPL, muito antes da assinatura do instrumento de Acordo, sendo a assinatura apenas mero ato de formalização das disposições previamente fixadas e comunicadas; (ii) cumprimento dos requisitos legais quanto à clareza e objetividade das regras previstas nos acordos; (iii) deixou a Fl. 309DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16327.721051/201197 Acórdão n.º 2301003.572 S2C3T1 Fl. 485 5 Fiscalização de comprovar que o pagamento a título de participação de lucros possuíam caráter salarial; (iv) necessidade de proceder a revisão na multa aplicada; (v) embora o CARF esteja impedido de realizar a análise da constitucionalidade, entende a Recorrente que o julgamento do presente processo deveria sobrestado até ulterior definição do Supremo Tribunal Federal sobre a constitucionalidade da cobrança do adicional 2,5%; (vi) ilegalidade da inclusão dos diretores da Recorrente no polo passivo desta demanda. A instância a quo julgou improcedente a impugnação, mantendose, dessa forma, o lançamento integralmente no período subsequente. Objetivando a reforma da decisão a quo o sujeito passivo interpôs Recurso Voluntário a esse Conselho, por meio do qual reitera os argumentos já despendidos anteriormente. É o relatório. Fl. 310DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 6 Voto Vencido Conselheiro Marcelo Oliveira Relator designado ad hoc na data da formalização Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo voto ter deixado o CARF antes de sua formalização, fui designado AD HOC para redigir o voto. Esclareço que aqui reproduzo as razões de decidir do então conselheiro, com as quais não necessariamente concordo. O recurso reúne as condições de admissibilidade e dele conheço. Participação nos Lucros e Resultados – Lei nº 10.101/00 A Constituição Federal, por meio de seu artigo 7°, inciso XI, instituiu a participação dos empregados nos lucros e resultados da empresa, como forma de integração entre capital e trabalho, desvinculandoa, nos termos da lei regulamentadora, expressamente da remuneração e, portanto, da base de cálculo das contribuições previdenciárias, como segue: "Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XI — participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;" Muito se discute acerca das qualidades da norma imunizante do dispositivo supra, isto é, se de eficácia plena e com aplicabilidade imediata ou de eficácia contida e dependente de lei que talhe os requisitos para a sua fruição. Até o presente momento, o Supremo Tribunal Federal tem se manifestado no sentido de que o dispositivo constitucional supra depende, para sua aplicabilidade, de lei que o regulamente. É o que se vê nos julgados abaixo: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. ART. 7º, XI, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. MP 794/94. Com a superveniência da MP n. 794/94, sucessivamente reeditada, foram implementadas as condições indispensáveis ao exercício do direito à participação dos trabalhadores no lucro das empresas [é o que extrai dos votos proferidos no julgamento do MI n. 102, Redator para o acórdão o Ministro Carlos Velloso, DJ de 25.10.02]. Embora o artigo 7º, XI, da CB/88, assegure o Fl. 311DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16327.721051/201197 Acórdão n.º 2301003.572 S2C3T1 Fl. 486 7 direito dos empregados àquela participação e desvincule essa parcela da remuneração, o seu exercício não prescinde de lei disciplinadora que defina o modo e os limites de sua participação, bem como o caráter jurídico desse benefício, seja para fins tributários, seja para fins de incidência de contribuição previdenciária. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento.(RE 505597 AgRAgR, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 01/12/2009, DJe237 DIVULG 17122009 PUBLIC 18122009 EMENT VOL02387 08 PP01391)” “DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. ART. 7º, XI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. MP 794/94. 1. A regulamentação do art. 7º, inciso XI, da Constituição Federal somente ocorreu com a edição da Medida Provisória 794/94. 2. Possibilidade de cobrança da contribuição previdenciária em período anterior à edição da Medida Provisória 794/94.(RE 393764 AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em 25/11/2008, DJe241 DIVULG 18122008 PUBLIC 19122008 EMENT VOL0234609 PP01971 RTJ VOL0020902 PP 00864)” “EMENTA Participação nos lucros. Art. 7°, XI, da Constituição Federal. Necessidade de lei para o exercício desse direito. 1. O exercício do direito assegurado pelo art. 7°, XI, da Constituição Federal começa com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentálo, diante da imperativa necessidade de integração. 2. Com isso, possível a cobrança das contribuições previdenciárias até a data em que entrou em vigor a regulamentação do dispositivo. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido.(RE 398284, Relator(a): Min. MENEZES DIREITO, Primeira Turma, julgado em 23/09/2008, DJe241 DIVULG 18122008 PUBLIC 19122008 EMENT VOL02346 09 PP02087 RTJ VOL0020803 PP01221)” Não obstante os precedentes ora colacionados o Augusto Supremo Tribunal Federal, nos autos do recurso extraordinário nº 569.441/RS, reconheceu a densidade constitucional da matéria e sua repercussão geral, submetendo o caso a julgamento pelo Plenário, de modo a dar contornos definitivos acerca da interpretação do inciso XI, do artigo 7º da Constituição. A legislação tributária, ao tratar da matéria, impôs condição para que as importâncias concedidas aos segurados empregados a título de participação nos lucros e resultados não integrassem o salário de contribuição, a começar pelo artigo 28, § 9°, alínea "j", que assim preceitua: "Art. 28. (...) § 9° Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta lei: (...) Fl. 312DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 8 j — a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando para ou creditada de acordo com a lei específica." Em atendimento ao estabelecido na norma encimada, a Medida Provisória 794/1994, tratando especificamente da questão, determinou em síntese o seguinte: "Art. 2° Toda empresa deverá convencionar com seus empregados, mediante negociação coletiva, a forma de participação destes em seus lucros ou resultados. Parágrafo único. Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participacão e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vivência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: a) índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; e b) programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Art. 3° A participação de que trata o artigo 2° não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista ou previdenciário.” (...) § 2° É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a titulo de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre. (...)" Após reedições a Medida Provisória retro foi convertida na Lei n° 10.101, de 19 de dezembro de 2000, trazendo em seu bojo algumas inovações, notadamente quanto a forma/periodicidade do pagamento de tais verbas, senão vejamos: "Art. 2° A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1° Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo Fl. 313DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16327.721051/201197 Acórdão n.º 2301003.572 S2C3T1 Fl. 487 9 ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2° O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. (...) Art.3° A participação de que trata o art. 2° não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. § 2° É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a titulo de participação de lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil.” Como se extrai da legislação existem alguns requisitos basilares para que os valores pagos a título de participação nos lucros não sejam tributados por meio das contribuições previdenciárias, quais sejam, exemplificativamente: i) negociação entre empresa e empregados, representados por suas respectivas comissões mediante acordo, com a participação do representante do sindicato da categoria, ou mediante acordo ou convenção coletiva; ii) o acordo entre empresa e empregados ou no acordo ou convenção coletiva deverá prever regras claras e objetivas, isto é, do conhecimento de todos, quanto à forma de atingimento das metas, índices de produtividade, lucratividade, etc. (regras substantivas), e conter mecanismos de aferição de como esses valores serão apurados; iii) dada a predileção normativa para a livre negociação entre empresa e empregados, podem ser adotados os critérios de antemão exemplificados nos incisos I e II do § 1º do artigo 2º ou outros de interesse das partes; iv) o acordo deverá ser arquivado na entidade sindical dos trabalhadores; v) a participação nos lucros ou resultados não pode substituir ou complementar a remuneração devida a qualquer empregado; vi) os pagamentos a esse título não podem ser efetuados em periodicidade inferior a um semestre ou mais de duas vezes ao ano. Importante registrar que, por um lado, se a empresa instuir a participação nos lucros ou resultados deverá atender a todos os requisitos expostos na Lei nº 10.101/00, por outro, a fiscalização não pode exigir o cumprimento de pressupostos que nela não constam. Fl. 314DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 10 Esse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais vem, em seus julgados, privilegiando a interpretação normativa no sentido da liberdade de negociação entre as partes envolvidas e da atenção ao cumprimento dos requisitos que expressamente constem da lei de regência. Nesse sentido destaco voto do Conselheiro Elias Sampaio Freire, condutor do Acórdão nº 920200.503: “Mais uma vez há de se insistir na questão de que, procurando não interferir nas relações entre a empresa e seus empregados e atento ao verdadeiro conteúdo do inciso XI do art. 7º da Constituição, o legislador ordinário, no art. 2º da Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, fruto da conversão da Medida Provisória nº 794/94 e reedições, limitouse a prever que dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para a revisão do acordo. A lei não prevê a obrigatoriedade de que no acordo coletivo negociado haja a expressa previsão fixação do percentual ou montante a ser distribuído em cada exercício. Existe sim a obrigatoriedade de se negociar com os empregados regras claras e objetivas, combinando de que forma e quando haverá liberação de valores, caso os objetivos e metas estabelecidas e negociadas forem atingidas. A Constituição reconhece amplamente a validade das convenções e acordos coletivos de trabalho (art. 7º, XXVI) e a função da negociação coletiva é obter melhores condições de trabalho e cobrir os espaços que a lei deixa em branco. Se por um lado cabe ao fisco verificar se os requisitos legalmente estabelecidos estão sendo cumpridos pela empresa, por outro lado é defeso a este mesmo fisco exigir requisitos desprovidos de previsão legal.” No caso desses autos, a autoridade fiscalizadora elencou, no Relatório Fiscal, os fatos que na sua visão comprometeram o acordo de participação nos lucros e resultados em relação ao cumprimento dos requisitos legais: a) os acordos foram celebrados na metade ou no final do período a que se referiam e, portanto, não há que se falar em metas préestabelecidas; b) ausência de regras claras e objetivas; c) divergência nos valores pagos aos empregados, sendo que alguns variaram entre 20,37% a 89,34% dos seus salários nominais em 2006; 20,37% a 94,52% em 2007 e 20,17% a 100,00% em 2008, o que evidencia também a substituição salarial. Seguindo a linha de raciocínio entendemos que prevalece o princípio do “ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus”, ou seja, onde a lei não distingue, não pode o intérprete distinguir, de modo a inserir na norma requisito nela não previsto. Nesse sentido o voto do Conselheiro Oseas Coimbra Junior, condutor do Acórdão nº 280300.254: Fl. 315DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16327.721051/201197 Acórdão n.º 2301003.572 S2C3T1 Fl. 488 11 “As regras das PLR foram estatuídas ao final do exercício, com acordos assinados no mês de dezembro dos respectivos anos envolvidos na PLR. A lei 10.101/00 não traz limite temporal para a celebração dos acordos, o que seria mais um fator limitador de aplicação da norma. Não cabe ao julgador estabelecer limites que dificultem a efetivação de direitos, onde a lei assim não se manifestou.” Posição essa que vem encontrando ressonância nesse Conselho, conforme se vê do voto do Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, condutor do Acórdão nº 240100.828: “Por sua vez, a interpretação do caso concreto deve ser levada a efeito de forma objetiva, nos limites da legislação específica. Em outras palavras, a autoridade fiscal e, bem assim, o julgador não poderão deixar de observar os pressupostos legais de caracterização de tal verba, sendo defeso, igualmente, a atribuição de requisitos/condições que não estejam contidos nos dispositivos legais que regulamentam a matéria, a partir de meras subjetividades, sobretudo quando arrimadas em premissas que não constam dos autos, sob pena, inclusive, de afronta ao Princípio da Legalidade” Dessa forma, entendo que não podem constituir como desrespeito à Lei nº 10.101/00 os itens “a” e “c” acima descritos, já que não se configuram como requisitos exigidos para a validade do Plano. De fato a Lei 10.101/00 não estipula prazo para a assinatura dos acordos de PLR, tampouco exige que seja veiculado no ano imediatamente anterior ao exercício no qual serão apuradas as metas. Como visto, a legislação privilegia a livre negociação entre as partes, ressaltando apenas pontos que devem reger todos os acordos. Nesse mister, é muito comum e normal que no curso das negociações para entabular o acordo final sejam definidas as metas primordiais que se buscam alcançar, não se podendo afirmar que os empregados, quando da assinatura do acordo desconhecia os objetivos a serem perseguidos. No caso dos autos verificase, em adição, que os planos analisados no período autuado são todos muito similares, reforçando a idéia do conhecimento prévio dos empregados a respeito das metas a serem atingidas. A fiscalização, inclusive, assim reconheceu ao afirmar no item 5.30 do Relatório Fiscal o seguinte: “5.30. Sendo o teor dos Acordos Próprios ora analisado extremamente parecidos, trataremos como exemplo daquele relativo ao 2º semestre de 2006, celebrado em 06 de novembro de 2006.” Também nesse diapasão não se sustenta o argumento de que os empregados receberam valores diversos, na medida em que a Lei 10.101/00 não exige que todos sejam agraciados igualmente, situação essa que conspiraria com a própria lei que pretende o comprometimento e o cumprimento das metas pelas partes, sendo que cada qual estará sujeito à álea de atingir os objetivos programados, podendo receber mais ou menos. Nesse sentido o Acórdão 20501.331: Fl. 316DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 12 “ (...) a lei não diz que os valores pagos a titulo de participação nos lucros devem ser idênticos e uniformes para todos os beneficiários do programa. Os aumentos de lucratividade da empresa resultam participação variável pela aplicação de percentual incidente sobre os salários. Dai a necessidade do ajuste anual para que as regras pactuadas previamente sejam adequadas à realidade dos fatos. Não há nenhuma restrição da lei nesse sentido” Igualmente não se pode caracterizar, data vênia, como salário simplesmente o fato de um dado empregado ter recebido valores próximos a 100% do seu salário anual como participação nos lucros e resultados. A Lei 10.101/00 ao passo que não impõe limites objetivos nesse patamar não permite que se criem regras nela não subsistentes, tal como descrito acima. Aponta o relato fiscal que o acordo de PLR não contém regras claras e objetivas. Assim expõe: “Ora em momento algum foram demonstradas quais as regras a serem cumpridas por cada funcionário (Ferramentas para Definição de Metas), a data de seu estabelecimento, o detalhamento da base de composição de cálculo dos valores recebidos, bem como a data e ciência das avaliações de perfomance.” Esse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais vem entendendo que “a objetividade e clareza exigida pelo § 1º do art. 2º da Lei nº 10.101/00, nada mais representam do que uma forma de se garantir que não hajam dúvidas que impeçam ou dificultem a qualquer das partes envolvidas o direito a observar o quanto fora acordado”, conforme Acórdão nº 9202 01.607 proferido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. No caso dos autos os programas de PLR definem como meta objetiva a ser atingida é o aumento do lucro. Nesse sentido a Cláusula 2º do acordo firmado em 06 de novembro de 2006 e base para a autuação: “As partes estabelecem que, para sr feita distribuição de resultados aos empregados, o lucro deverá ser igual ou superior a 20% (vinte por cento) do faturamento das EMPRESAS no período acima.” O parágrafo único da cláusula supra transcrito é claro em afirmar que não haverá distribuição de participação caso o lucro das empresas envolvidas não atinja o valor acima. A meta a ser alcançada, portanto, é puramente objetiva e acolhida pelo inciso I, do § 1º do artigo 2º da Lei nº 10.101/00. O que a meu ver a fiscalização não acolheu, em que pese afirmar a ausência de definição de metas, foi com a maneira pela qual, atingida a meta, cada empregado receberá a sua participação. Não acolheu, portanto, com a metodologia de aferição do seu resultado. Por seu turno a metodologia de aferição leva em consideração, segundo o Anexo I do citado Acordo a avaliação de desempenho individual do empregado em conjunto com avaliação de critérios objetivos para a área a qual pertence. Fl. 317DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16327.721051/201197 Acórdão n.º 2301003.572 S2C3T1 Fl. 489 13 Por exemplo, para os empregados alocados na área de private banking serão avaliados os seguintes critérios: i) captação de novos clientes; manutenção dos clientes atuais; quantidade de visitas realizadas a clientes; volume de receita gerada, etc. Além disso prevê que empregado e seu gestor direto farão avaliação da respectiva área a fim de averiguar o cumprimento de melhorias, alterações de processos internos, de modo,no meu sentir, a alcançar a meta primordial que é o aumento da lucratividade. Constam dos autos avaliações individuais de empregados, sejam aqueles referentes à sua qualificação no trabalho (eficiência, pro atividades, trabalho em equipe), bem como aquela referente à sua performance na área de atividade. A Lei nº 10.101/00 apenas exemplifica alguns critérios por meio dos quais poderão ser aferidas a participação do empregado, tais como, lucro, índices de resultado, prazos, não impondo às partes legitimidades para a elaboração do acordo (empregador e empregados) a obrigatoriedade na utilização dos critérios nela arrolados. Nesse sentido são livres as partes para instituírem metas ou resultados que melhor condizem com os objetivos a serem alcançados em conjunto de modo a dar flexibilidade nas relações e, com isso, construir uma sociedade mais justa e solidária ao entabular a paridade nas relações ao passo que representantes do empregador e dos empregados, estes com a participação e orientação sindical, criam suas próprias metas. Por essa trilha e seguindo o precedente acima citado da Câmara Superior de Recursos Fiscais não vislumbro a existência de dúvidas que impeçam ou dificultem a qualquer das partes envolvidas o direito a observar o quanto fora acordado, já que a meta principal – aumento do lucro – é indissociável do desempenho pessoal do empregado e seus resultados atingidos nas áreas que lhes competem. O sindicato da categoria, como visto, acompanhou as negociações e arquivou o programa, o que reforça, a meu ver, que esse, tal como fixado, foi amplamente aceito e conhecido pelos empregados. Ademais, os anexos acostados ao acordo de PLR definem os termos nele utilizados explica a forma e os critérios para a pontuação dos empregados, além de demonstrar exemplificativamente a avaliação de um caso concreto, o que a meu ver revela a clareza das suas regras, seja no atingimento das metas, seja quanto aos mecanismos de aferição do que fora acordado. Ante o exposto, VOTO no sentido de CONHECER o recurso voluntário e DARLHE PROVIMENTO. Foi assim que o conselheiro votou na sessão de julgamento. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização Fl. 318DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 14 Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Oliveira Redator designado ad hoc na data da formalização Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo voto vencedor ter deixado este colegiado do CARF antes de sua formalização, fui designado AD HOC para redigir o voto vencedor. Esclareço que aqui reproduzo as razões de decidir do então conselheiro, com as quais não necessariamente concordo. 2. A Turma, pelo voto de qualidade, negou provimento ao recurso quanto ao requisito de acompanhamento das metas para pagamento da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). 3. No contexto desse assunto, transcrevo novamente os itens 5.31 e 5.35 da acusação fiscal, antes reproduzido no relatório deste Acórdão: 5.31 Ademais, no intuito de analisar o cumprimento dos dispositivos legais específicos sobre a PLR, o contribuinte foi intimado a apresentar, por amostragem, as Bases de Composição de Cálculo dos valores pagos a título de PLR e respectivos Demonstrativos de Apuração das Metas e de Avaliação de Desempenho. (...) 5.35 Ora, em momento algum foram demonstradas quais as regras a serem cumpridas por cada funcionário, data de seu estabelecimento, o detalhamento da base de composição de cálculo dos valores recebidos, bem como a data e ciência das avaliações de performance. (grifei) 4. Porque relevante, complemento com a transcrição dos itens 5.32 a 5.34 do termo de constatação fiscal (fls. 114): 5.32 Não foram apresentadas as Metas estabelecidas no acordo que rege os pagamentos de PLR, nem as Bases de Composição de Cálculo dos mesmos. 5.33. Em relação aos Demonstrativos de Apuração das Metas e de Avaliação de Desempenho, foram apresentadas cópias de telas de computador relativas a Avaliação Qualitativa da Gestão. 5.34 Tais telas mostram somente as notas obtidas pelo funcionário em cada um dos itens levados em consideração, sua somatória, o período da avaliação, o valor relativo à Avaliação de Competências, o valor relativo à Avaliação de Performance e o valor total de PLR recebido. Não há a demonstração das metas a serem atingidas e a data de sua estipulação, a data que indique Fl. 319DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 16327.721051/201197 Acórdão n.º 2301003.572 S2C3T1 Fl. 490 15 o momento em que a avaliação foi realizada e nem qualquer assinatura que demonstre a ciência das informações ali contidas. (grifei) 5. A respeito desse ponto da acusação fiscal, a recorrente em seu recurso voluntário, conforme fls. 232, defende, ao colacionar decisões administrativas, inexistir obrigação de demonstrar a composição das metas negociais ou a forma de execução dos critérios acordados entre as partes. Reproduzo, "in verbis", as palavras da recorrente: (...) Por outro lado, não há na Lei nº 10.101/2000 qualquer obrigação relacionada à demonstração da composição das metas negociadas ou à demonstração da forma de execução dos critérios acordados entre as partes. E nem poderia ser diferente, já que a Administração Pública não detêm competência para avaliar ou ponderar a validade de tais elementos. (...) 6. Discordo do ponto de vista da recorrente e, segundo minha convicção com base nas provas articuladas pelas partes, entendo que assiste razão à autoridade lançadora. 7. A Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, além de estabelecer que os instrumentos de negociação devem adotar regras claras e objetivas, determina, de forma expressa, em seu art. 2º, § 1º, que essas regras devem ser passíveis de aferição. Art. 2º (...) § 1° Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: (grifei) (...) 8. Constar tão somente a avaliação do desempenho individual do trabalhador não comprova, por si só, o atendimento do requisito legal. Com efeito, exigemse regras claras e objetivas para que seja possível aferir o cumprimento integral dos critérios e condições estabelecidos entre as partes. 9. De sorte que é imprescindível verificar, por meio de análise documental conclusiva, a presença dos mecanismos eleitos para concretizar a participação do trabalhador nos lucros ou resultados da empresa. 10. Tal exigência dáse não só com fundamento no dever de o Fisco verificar o cumprimento pela empresa dos requisitos legalmente estabelecidos, mas também para que trabalhador disponha de meios para acompanhar, de forma clara, objetiva e sem qualquer Fl. 320DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 16 margem de discricionariedade pelo empregador, os termos pactuados para pagamento do direito substantivo. 11. Portanto, na medida em que a fiscalização requereu, por amostragem, as memórias de cálculo da PLR, por trabalhador, e a recorrente não as apresentou, restou a impossibilidade, em contrariedade ao que exige a lei, de se comprovar a aferição das metas acordadas, isto é, a existência de mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do pactuado, tal como exigido no art. 2º, § 1º, da Lei nº 10.101, de 2000. 12. Ao não ficar evidenciado o cumprimento de tal requisito legal, tenho como inviabilizada a fruição da imunidade, resultando na manutenção do caráter remuneratório das verbas pagas a título de PLR. 13. É dizer, imperioso incluir na base de cálculo da contribuição previdenciária patronal os valores pagos a título de PLR, assim como na base de cálculo das contribuições devidas a terceiros, entendidas outras entidades e fundos, decorrentes do lançamento fiscal reflexo. Foi assim que o conselheiro votou na sessão de julgamento. CONCLUSÃO Pelo exposto, o VOTO VENCEDOR é no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendo a tributação sobre as parcelas pagas a título de PLR, por não estar comprovada a aferição das metas pertinentes ao cumprimento do acordado entre as partes, conforme determina o art. 2º, § 1º, da Lei nº 11.101, de 2000. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Redator ad hoc na data da formalização Fl. 321DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA
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Numero do processo: 10830.917850/2011-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jan 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004
PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98.
A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, b, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998.
PER/DCOMP. DIREITO MATERIAL DEMONSTRADO
Realidade em que o sujeito passivo, abrigado pela inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, demonstrou nos autos o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do Código Tributário Nacional, possibilita que seja reconhecido o direito à restituição pleiteada.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-002.759
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Valdete Aparecida Marinheiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Proferiu sustentação oral pela Recorrente, o Dr. Maurício Bellucci, OAB nº 161.891 (SP).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ANOCALENDÁRIO: 2001, 2002, 2003, 2004 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98. A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998. PER/DCOMP. DIREITO MATERIAL DEMONSTRADO Realidade em que o sujeito passivo, abrigado pela inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, demonstrou nos autos o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do Código Tributário Nacional, possibilita que seja reconhecido o direito à restituição pleiteada. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 78 50 /2 01 1- 91 Fl. 2987DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Valdete Aparecida Marinheiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Proferiu sustentação oral pela Recorrente, o Dr. Maurício Bellucci, OAB nº 161.891 (SP). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra Acórdão nº 0947.717, da 2a Turma da DRJ em Juiz de Fora MG (fls. 73/79 do processo eletrônico), a qual, por unanimidade de votos, indeferiu a manifestação de inconformidade formalizada pela Recorrente em face da não homologação de compensação declarada em PER/DCOMP nº 31342.82472.100506.1.2.049468, visando a restituição do crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior a título de PIS/Pasep. A decisão de primeira instância não reconheceu o direito creditório sob os argumentos sintetizados na Ementa a seguir reproduzida: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional. COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. PIS/PASEP COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. CONTROLE DIFUSO. A decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de recurso extraordinário, que reconheceu a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo das Fl. 2988DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10830.917850/201191 Acórdão n.º 3402002.759 S3C4T2 Fl. 2.988 3 contribuições, surte efeitos jurídicos apenas entre as partes envolvidas no processo, eis que proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade, não produzindo efeitos erga omnes, não podendo beneficiar ou prejudicar terceiros. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A ciência da decisão que indeferiu o pedido da Recorrente ocorreu em 04/12/2013 (fl. 82). Inconformada, a mesma apresentou, em 18/12/2013, o Recurso Voluntário (fls. 84/104), onde se insurge contra o indeferimento de seu pleito, considerando em síntese os seguintes argumentos: a) do recolhimento a maior: alega que o direito ao montante que compõem o crédito pleiteado se referem à inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição (§ 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98), de receitas estranhas ao conceito de faturamento, o que implicou pagamento indevido ou maior; que o STF efetivamente declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98; b) que tal entendimento deveria ser reproduzido pelos conselheiros do CARF, por força do disposto no artigo 62A, Regimento Interno deste Conselho (Portaria MF nº 256/09); c) da prescindibilidade da retificação da DCTF: em que pese não ter procedido à retificação da DCTF do período em que se pretende a restituição de contribuição paga a maior, a Recorrente, apresenta demonstrativo, documentação contábil e fiscal, valendo se do princípio da verdade material, no intuito de comprovar a liquidez e certeza de seu crédito; d) acosta aos autos, demonstrativo denominado “Planilha de Apuração do PIS e da COFINS”, cópia do “Razão Contábil do Período” e cópia do “Comprovante de Arrecadação (DARF)”. Ao final, requer que seu recurso seja conhecido e provido, reformandose o Acórdão recorrido e subsidiariamente, caso não seja esse o entendimento deste colegiado, requer seja determinado o retorno do autos a DRJ de origem para que, em instancia inicial, procedase a análise de toda documentação apresentada, pugna pela juntada posterior de documentos e requer a possibilidade de conversão do julgamento em diligência. Na sequencia processual neste CARF, durante a sessão de julgamento de 27/05/2014, a 2ª Turma Especial/3ª Seção, através da Resolução nº 382000.190 (fls. 148/150),), decidiu que, no caso, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno, o que implica o reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. Entendeuse, então, que o julgamento deveria ser convertido em diligência para que a unidade de origem verifique se as receitas contabilizadas nas contas em questão foram efetivamente incluídas na base de cálculo da contribuição, intimando o contribuinte e a Fazenda Nacional para se manifestarem. Fl. 2989DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 Satisfeito essa solicitação pela Delegacia da Receita Federal da origem, e intimados todas as partes, os autos retornaram a este CARF, para prosseguimento. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Da admissibilidade Por conter matéria de competência deste Colegiado e presentes os demais requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário tempestivamente interposto pelo contribuinte. Do direito Conforme já afirmado, quando do exame dos autos que concluiuse pela Resolução nº 382000.190 (fls. 148/150), a questão legal já ficou definida. Vejase texto extraído da Resolução (grifamos): "(...) Assim, apesar de ainda não editada a súmula vinculante, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno, o que implica o reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998". Desta forma, não é legítima a exigência da contribuição sobre receitas outras que não as originadas da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, devendo ser excluídos da base de cálculo os montantes decorrentes das rubricas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998. Logo, é indevida, em tese, a exigência do PIS e da COFINS sobre receitas financeiras auferidas pela Recorrente, que tem como atividade principal a “Fabricação de artigos de metal para uso doméstico e pessoal”, código 25.93400, conforme consta na sua ficha cadastral junto ao CNPJ, que está em sintonia com o artigo 3º de seu Estatuto Social, registrado na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob nº 122.965/115 (cópia acostada aos autos). Do mérito Uma vez superada a matéria do direito, o recurso voluntário apresenta ainda como escopo fundamental para o deslinde da discussão, a questão atinente a comprovação da existência do direito creditório feita pela Recorrente. A Lei n° 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional – CTN), ao tratar do instituto da compensação tributária, trouxe as seguintes disposições: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos Fl. 2990DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10830.917850/201191 Acórdão n.º 3402002.759 S3C4T2 Fl. 2.989 5 ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (destaquei). Assim, compete ao contribuinte o ônus da formação da prova do alegado direito creditório, a fim de demonstrar a certeza e liquidez do indébito utilizado em compensação. No presente caso, é fato que nos pedidos de compensação, a falta de apresentação de DCTF retificadora pelo contribuinte pode até ser sanada, mas desde que comprovado de plano o erro, ou, em outras palavras, o indébito declarado na DCOMP. Com efeito, consoante inteligência do artigo 9º, §§ 2º, 3º e 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010, os dados declarados em DCTF podem até ser excepcionalmente retificados pela autoridade administrativa, mas somente se aludida retificação estiver alicerçada em documentos que comprovem de maneira inequívoca e pormenorizada a materialidade da modificação intentada pelo contribuinte. Nesse diapasão, ressaltando os argumentos da Recorrente em seu recurso e na busca da verdade material, o processo foi, por decisão da 2ª Turma Especial, convertido em Diligência para análise e informações da Delegacia da RFB de origem. Vejase texto abaixo reproduzido (grifouse): "(...) Não é possível, entretanto, o exame das demais questões de mérito sem que as receitas especificadas nas contas juros recebidos, juros s/ aplicações, descontos obtidos, royalties, franquias e venda de sucata foram efetivamente incluídas na base das contribuições do PIS/Pasep e Cofins. Entendese, assim, que o julgamento deve ser convertido em diligência para que a unidade de origem verifique se as receitas contabilizadas nas contas em questão foram efetivamente incluídas na base de cálculo da contribuição, intimando o contribuinte e a Fazenda Nacional para se manifestarem. Em prosseguimento, após os exames dos documentos que se encontra acostados aos autos e das intimações efetuadas, assim o Fisco se pronunciou, conforme consta da Informação Fiscal (resultado da solicitação Diligência) às fls. 2.932/2.933 (grifo nosso): "(...) Portanto, tendo em vista o prosseguimento do julgamento do documento de número 31342.82472.100506.1.2.049468, tratado pelo processo epigrafado, o qual requer R$ 21.252,19 referente a crédito de PIS/PASEP relativo ao período de apuração 08/2002, ao compararmos a base de cálculo declarada em DIPJ, no valor de R$ 10.935.255,67, com a calculada com base nos balancetes, no valor de R$ 7.308.382,7, concluise que integrou a base de cálculo o montante de R$ 3.270.181,71 a título das receitas que se pretende excluir. Por conseguinte, temse que as receitas as quais alega inclusão indevida para o cálculo da PIS/PASEP totalizam R$ 3.270.181,71. Assim, a parcela de PIS/PASEP relativa a essas receitas somam R$ 21.256,18. Fl. 2991DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 Em sua manifestação (fls. 2.938/2.941), a Recorrente registra a sua concordância com o trabalho elaborado pela Diligência fiscal. Vejase reprodução do trecho destacado à fl. 2.940: "(...) A Recorrente registra a sua concordância com o trabalho fiscal". Neste contexto, é importante destacar que a compensação, como uma das formas de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Isto posto e com fundamentado no resultado da Diligência, penso que a realidade em exame se subsume ao direito de que trata o inciso I do artigo 165 do CTN, que possibilita a restituição de tributo recolhido indevidamente, uma vez que foi demonstrado nos autos o alegado recolhimento indevido, não obstante a legitimidade da tese relacionada à inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Conclusão Ante o exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao presente recurso voluntário, reconhecendo o valor de R$ 21.252,19, referente a parcela de crédito da COFINS, solicitado neste processo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 2992DF CARF MF Impresso em 04/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
score : 1.0
Numero do processo: 10283.721458/2009-77
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
COOPERATIVAS. UNIMED. BASE DE CÁLCULO. DEDUÇÕES PRÓPRIAS DAS OPERADORES DE PLANOS DE SAÚDE. POSSIBILIDADE.
O valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9º da Lei nº 9.718, de 1998, é o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida.
Recurso Especial do Contribuinte Provido
Numero da decisão: 9303-003.386
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 COOPERATIVAS. UNIMED. BASE DE CÁLCULO. DEDUÇÕES PRÓPRIAS DAS OPERADORES DE PLANOS DE SAÚDE. POSSIBILIDADE. O valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9º da Lei nº 9.718, de 1998, é o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. Recurso Especial do Contribuinte Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 14 58 /2 00 9- 77 Fl. 1638DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10283.721458/200977 Acórdão n.º 9303003.386 CSRFT3 Fl. 1.639 2 Relatório Tratase de recurso especial interposto pelo contribuinte supra identificado contra acórdão proferido pela 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF que negou provimento ao recurso voluntário, mantendose a decisão da DRJ Belém/PA, em que se decidiu que a receita referente à comercialização de planos de saúde por empresa operadora desta modalidade de serviços está incluída na base de cálculo das contribuições, por se tratar de prestação de serviços. Os embargos de declaração que haviam sido interpostos pelo contribuinte foram rejeitados pelo Presidente da Turma, em razão da inocorrência, no acórdão embargado, dos vícios apontados pelo Embargante. Em sede de recurso especial, o contribuinte alega que, nos lançamentos de ofício, foram incluídas indevidamente na base de cálculo das contribuições outras receitas alheias ao conceito de faturamento, contrariando a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CARF, e que não se excluíram da mesma base de cálculo os valores repassados a terceiros, relativos a pagamentos a médicos, hospitais, laboratórios e clínicas. Em análise de admissibilidade do recurso especial e no reexame promovido pelo Presidente do CARF, deuse seguimento parcial ao recurso especial do contribuinte, considerandose demonstrada a divergência apenas em relação à matéria referente à dedução da base de cálculo das contribuições dos valores repassados a terceiros. Cientificado do recurso especial, a PGFN apresentou contrarrazões, arguindo que as exclusões previstas no § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 referemse à dedução da base de cálculo das contribuições devidas pelas operadoras de plano de assistência à saúde de determinados valores relativos à transferência de responsabilidades de terceiros, não abarcando os custos próprios da operadora, visto que tais contribuições incidem sobre o faturamento (receita bruta) mensal e não sobre o resultado. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e deve ser conhecido. Conforme acima relatado, controvertese, nesta instância, sobre a possibilidade ou não de dedução da base de cálculo das contribuições devidas pelas operadoras de plano de assistência à saúde de determinados valores transferidos a terceiros (pagamentos a médicos, hospitais, laboratórios e clínicas). Referida matéria já foi objeto de decisão nesta CSRF, em razão do quê transcrevo e adoto o voto condutor do Acórdão nº 9303003.925 3ª Turma, de 24 de março de 2015, processo nº 10680.007677/200452, relator Henrique Pinheiro Torres, verbis: Fl. 1639DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10283.721458/200977 Acórdão n.º 9303003.386 CSRFT3 Fl. 1.640 3 A questão central da lide diz respeito a interpretação do § 9º do artigo 3º, da Lei n.° 9.178/98, com redação dada pelo artigo 2º da MP n.° 2.15835/2001. O § 9º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98, introduzido pelo art. 2º da MP 215835/2001, no seu inciso III, em sua redação original, permitiu às operadoras de plano de saúde deduzirem da base de calculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS o valor relativo às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pagos, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades. § 9º Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir: I coresponsabilidades cedidas; II a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas; III o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades." (NR) Da análise do referido dispositivo legal verificase que o legislador permitiu às operadoras de planos de saúde deduzirem da base de calculo da contribuição a diferença entre os valores efetivamente pagos relativos a indenizações de serviços incorridos e os valores recebidos de terceiros, a titulo de transferências de responsabilidade. Verificase, portanto, que o valor que pode ser deduzido da base de cálculo da contribuição com base no §9º, inciso III da Lei nº 9718/98 referemse exatamente a custos de terceiros (outra operadora) e não custos próprios. Neste mesmo esteio está o disposto no inciso I do referido §9º do art. 3º da Lei nº 9718/98 que permite a exclusão de valores de coresponsabilidades cedidas, que são exatamente os valores repassados por outras operadoras (terceiros) para as quais, por meio de convênios ou acordos, a contribuinte prestou serviços de atendimento aos associados de outrem. Ou seja, despesas de terceiros. A exegese do disposto nos incisos I e III do § 9º da Lei nº 9718/98 induziu o Fisco a concluir que a exclusão prevista para aquele setor se referia a custos de terceiros (outras operadoras) e não próprios, uma vez que ingressaram na contabilidade da recorrente por transferência de outras operadoras em decorrência de serviços prestados a elas (inciso I) ou que se refiram a custos dos serviços prestados a terceiros (inciso III). Não havendo menção na lei de qualquer possibilidade de dedução de custos próprios. Fl. 1640DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10283.721458/200977 Acórdão n.º 9303003.386 CSRFT3 Fl. 1.641 4 Os contribuintes por sua vez defendiam que as deduções previstas no citado cânone alcançava também os custos de beneficiários próprios. Essa contenda perdurou até a edição da Lei nº 12.873, de 24 de outubro de 2013, que acrescentou os parágrafos 9ºA e 9ºB, ao artigo 3º, da Lei nº 9.718/98, pacificando o assunto. § 9ºA. Para efeito de interpretação, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9º entendese o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013). § 9ºB. Para efeitos de interpretação do caput, não são considerados receita bruta das administradoras de benefícios os valores devidos a outras operadoras de planos de assistência à saúde. (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014). No caso dos autos, o que se verifica é a dedução de custos próprios, sejam eles diretos (pagos diretamente aos seus conveniados) ou indiretos (pagos a outras operadoras que prestaram serviços aos seus associados), para os quais agora existe previsão legal de exclusão. Diante desta nova realidade, dou provimento parcial ao recurso para admitir a dedução dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. Nesse contexto, diante do caráter interpretativo do § 9ºA do art. 3º da Lei nº 9.718. de 1998, incluído pela Lei nº 12.873, de 2013, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso especial do contribuinte, para autorizar a exclusão da base de cálculo das contribuições dos valores repassados a terceiros a título de pagamentos a médicos, hospitais, laboratórios e clínicas. É como voto. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 1641DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10950.003229/2005-33
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 07 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004
EMENTA:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACOLHIMENTO.
Identificada omissão relativa a ponto sobre o qual devia se pronunciar a Turma julgadora que prolatou o acórdão embargado, devem os Embargos de Declaração ser acolhidos para o fim de suprir a omissão.
COFINS. BASE DE CÁLCULO APURADA COM BASE EM DIFERENÇAS ENTRE RECEITA DECLARADA NO REGISTRO DE APURAÇÃO DO ICMS E A CALCULADA COM BASE NOS RECOLHIMENTOS. ALEGAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA.
Se o contribuinte não demonstra qual a correta base de cálculo do tributo, deve-se manter as exigências apuradas com base nas informações trazidas aos autos. A mera alegação de substituição tributária sem prova da quantificação não pode ser aproveitada, sobretudo em sede de embargos de declaração de recurso especial.
Numero da decisão: 9101-002.139
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, 1) Quanto à preliminar suscitada: Pelo voto de qualidade, preliminar acolhida, vencidos os Conselheiros Rafael Vidal de Araújo, Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado), Luís Flávio Neto, Lívia de Carli Germano (Suplente Convocada) e Maria Teresa Martinez Lopez. 2) Quanto ao mérito: Por maioria de votos, Embargos Acolhidos sem efeitos infringentes, vencidos os Conselheiros Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto, Lívia de Carli Germano (Suplente Convocada) e Maria Teresa Martinez Lopez.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Adriana Gomes Rêgo - Relatora
EDITADO EM: 08/01/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Cristiane Silva Costa, Adriana Gomes Rêgo, Luis Flávio Neto, André Mendes de Moura, Lívia de Carli Germano, Rafael Vidal de Araújo, Ronaldo Apelbaum, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Identificada omissão relativa a ponto sobre o qual devia se pronunciar a Turma julgadora que prolatou o acórdão embargado, devem os Embargos de Declaração ser acolhidos para o fim de suprir a omissão. COFINS. BASE DE CÁLCULO APURADA COM BASE EM DIFERENÇAS ENTRE RECEITA DECLARADA NO REGISTRO DE APURAÇÃO DO ICMS E A CALCULADA COM BASE NOS RECOLHIMENTOS. ALEGAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. Se o contribuinte não demonstra qual a correta base de cálculo do tributo, deve-se manter as exigências apuradas com base nas informações trazidas aos autos. A mera alegação de substituição tributária sem prova da quantificação não pode ser aproveitada, sobretudo em sede de embargos de declaração de recurso especial.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, 1) Quanto à preliminar suscitada: Pelo voto de qualidade, preliminar acolhida, vencidos os Conselheiros Rafael Vidal de Araújo, Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado), Luís Flávio Neto, Lívia de Carli Germano (Suplente Convocada) e Maria Teresa Martinez Lopez. 2) Quanto ao mérito: Por maioria de votos, Embargos Acolhidos sem efeitos infringentes, vencidos os Conselheiros Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto, Lívia de Carli Germano (Suplente Convocada) e Maria Teresa Martinez Lopez. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente Adriana Gomes Rêgo - Relatora EDITADO EM: 08/01/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Cristiane Silva Costa, Adriana Gomes Rêgo, Luis Flávio Neto, André Mendes de Moura, Lívia de Carli Germano, Rafael Vidal de Araújo, Ronaldo Apelbaum, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Identificada omissão relativa a ponto sobre o qual devia se pronunciar a Turma julgadora que prolatou o acórdão embargado, devem os Embargos de Declaração ser acolhidos para o fim de suprir a omissão. COFINS. BASE DE CÁLCULO APURADA COM BASE EM DIFERENÇAS ENTRE RECEITA DECLARADA NO REGISTRO DE APURAÇÃO DO ICMS E A CALCULADA COM BASE NOS RECOLHIMENTOS. ALEGAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. Se o contribuinte não demonstra qual a correta base de cálculo do tributo, devese manter as exigências apuradas com base nas informações trazidas aos autos. A mera alegação de substituição tributária sem prova da quantificação não pode ser aproveitada, sobretudo em sede de embargos de declaração de recurso especial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, 1) Quanto à preliminar suscitada: Pelo voto de qualidade, preliminar acolhida, vencidos os Conselheiros Rafael Vidal de Araújo, Ronaldo Apelbaum (Suplente Convocado), Luís Flávio Neto, Lívia de Carli Germano (Suplente Convocada) e Maria Teresa Martinez Lopez. 2) Quanto ao mérito: Por maioria de votos, Embargos Acolhidos sem efeitos infringentes, vencidos os Conselheiros Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto, Lívia de Carli Germano (Suplente Convocada) e Maria Teresa Martinez Lopez. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 32 29 /2 00 5- 33 Fl. 7424DF CARF MF Impresso em 25/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO 2 Adriana Gomes Rêgo Relatora EDITADO EM: 08/01/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Cristiane Silva Costa, Adriana Gomes Rêgo, Luis Flávio Neto, André Mendes de Moura, Lívia de Carli Germano, Rafael Vidal de Araújo, Ronaldo Apelbaum, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pelo Contribuinte em face do acórdão nº 910100.478 (fls. 419 e seguintes), proferido por esta 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF em julgamento de Recurso Especial da Fazenda Nacional (sessão de 7/12/2009). O acórdão embargado está assim ementado: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2002, 2003, 2004 Ementa: RECURSO ESPECIAL LANÇAMENTO CONEXO Aplicase o decidido no matriz ao lançamento conexo, no que couber. O presente processo versa sobre Auto de Infração para a exigência de Cofins, havendo sido julgado no âmbito da 1ª Seção por ser reflexo ao processo nº 10950.003228/200599 (principal), processo esse que diz respeito ao lançamento de IRPJ e CSLL, ao qual é igualmente reflexo o processo nº 10950.003231/200511 (lançamento de Contribuição para o PIS/Pasep). No presente processo, a fiscalização lançou a Cofins pela constatação de existirem recolhimentos insuficientes desta contribuição, tendo em vista que foi apurada omissão de receitas a partir do confronto com a apuração de ICMS. Nas suas defesas, a contribuinte insurgese, dentre outros aspectos, sobre questões específicas da Cofins. A 3ª Câmara do antigo 1º Conselhos de Contribuintes deu provimento ao Recurso Voluntário por meio do Acórdão nº 10323.030, de 23/5/2007 (fls. 373 e seguintes), por entender que nem todas as saídas de mercadorias tributadas pelo imposto estadual poderiam ser consideradas na base de cálculo da Cofins, vencidos os Conselheiros Leonardo de Andrade Couto e Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, que proviam parcialmente, para excluir da tributação apenas as vendas correspondentes a “outras saídas”. Desta decisão, destacamse os dois últimos parágrafos: Fl. 7425DF CARF MF Impresso em 25/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10950.003229/200533 Acórdão n.º 9101002.139 CSRFT1 Fl. 7.424 3 A Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou Recurso Especial, por contrariedade às provas, aduzindo que era indubitável que a autoridade fiscal havia expurgado tanto as “transferências”, como as “devoluções de vendas”, e que o resto devia ser considerado como base de cálculo. Tal recurso foi admitido, havendo a contribuinte apresentado contrarrazões, trazendo, dentre outros argumentos, o de que a Procuradoria não analisara os dois últimos parágrafos do voto recorrido (antes reproduzidos). No julgamento do Recurso Especial da Fazenda Nacional, esta 1ª Turma, reconheceu a ligação entre o presente processo e o principal, tendo o voto condutor transcrito a decisão relativa ao recurso especial interposto, também pela Fazenda, no processo principal (de nº 10950.003228/200599), e assim concluído: “Diante do exposto, dou provimento ao recurso da Fazenda Nacional no presente processo, relativo a Cofins, para restabelecer a tributação observando o que foi dedido (sic) no recurso 151294”. Cientificada da decisão em 22/4/2010, fl. 433, a contribuinte apresentou os presentes Embargos de Declaração em 27/4/2010, tempestivamente, portanto. Ao apontar omissão no acórdão embargado, assevera que "a decisão em destaque importou, 'ipsis litteris' o julgamento prolatado no âmbito do processo nº 10950.003228/200599 (...) por reputar conexas as matérias", conclusão que "não se sustenta após análise perfunctória dos fatos e suas conseqüências júridicas, as quais são individualizadas e diametralmente opostas", acrescentando que "o procedimento fiscal de arbitramento de lucro para fins de IRPJ e CSLL não se presta, ao menos de forma automática, para fins de lançamento de contribuições ao PIS e à COFINS". Pondera que na constatação de omissão de receitas os lançamentos de PIS e Cofins são tratados como decorrentes "uma vez que a base de cálculo, tanto do IRPJ/CSLL como das contribuições, são exatamente as mesmas". Mas que esse não é o caso dos autos, "eis que para a apuração do IRPJ e CSLL, a fiscalização valeuse da técnica de arbitramento, enquanto que, para o PIS e a COFINS, a apuração levou em consideração a insuficiência de recolhimento". E assinala que "o regime de tributação das Contribuições ao PIS e da a COFINS não são uniformes para todos os produtos", destacando que há diferenças de alíquota, bem como o "sistema monofásico ou concentrado", afirmando ser crucial na presente demanda a questão da "falta de exclusão da base de cálculo tanto da COFINS como do PIS, de valores relativos a venda de mercadorias submetidas ao regime monofásico ou concentrado de recolhimento". Observa que se manifestou sobre esse ponto por inúmeras vezes no processo, Fl. 7426DF CARF MF Impresso em 25/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO 4 inclusive no âmbito das contrarrazões ao Recurso Especial, mas que a CSRF silenciou sobre a questão. Refere que, como "provado nos autos com a juntada de notas fiscais de aquisição de cigarros (a exemplo de prova), o faturamento da Embargante (supermercado) é composto também pela venda de outras mercadorias submetidas ao regime monofásico, como é o caso das bebidas, artigos de toucador, etc...". E conclui afirmando que a fiscalização não cogitou a exclusão dos valores em tela, o que deveria "ser ao menos alvo da apreciação por este Egrégio Conselho" e que o acórdão embargado "abrangeu também a falha maior acima mencionada, incorrendo em verdadeira omissão sobre ponto que deveria manifestarse ao julgar o presente caso". É o relatório. Voto Conselheira Adriana Gomes Rego, Conforme já me manifestei no Despacho de efls 1.648/1.649, entendo ser necessário suprimir a omissão do acórdão embargado, no que diz respeito a alegações específicas da Cofins, sobretudo no que tange à substituição tributária. No que diz respeito à competência da 1ª Seção para julgamento deste processo, que foi a preliminar suscitada por ocasião da sessão de julgamento, cumpre registrar que, por se tratar de um processo decorrente de um mesmo procedimento fiscal, calcado nos mesmos elementos de prova, qual seja, o livro de Apuração do ICMS, tratase de processo reflexo. Assim, por força do art. 2º, inciso IV, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, manifestome por manter a competência da 1ª Seção. No mérito, penso que não assiste razão à recorrente, em razão dos fatos que a seguir trago. Nas fichas da Cofins das DIPJ acostadas aos autos (fls. 229 e seguintes), o contribuinte declarou Base de Cálculo da CofinsSubstituição como zerada para todos os períodos. No Termo de Verificação Fiscal de fls. 254 e seguintes, a Fiscalização consigna que, em que pese ter reiteradamente intimado a contribuinte a apresentar os livros Diário/Razão e Caixa, a única escrituração apresentada foram os livros de Registro de Apuração do ICMS, motivo, aliás, que ensejou o arbitramento dos lucros para fins dos lançamentos do IRPJ/CSLL, haja vista que, pelo levantamento do seu faturamento, a contribuinte estava obrigada a apresentar lucro real e, por conseguinte, manter escrituração contábil condizente com a legislação comercial. Como evidenciado no mencionado Termo de Verificação Fiscal e nos vários termos de intimação lavrados pela fiscalização (fls. 37/42, 43/48 e 50/55), a ora embargante foi repetidas vezes instada a apresentar, entre outros elementos, sua escrituração contábil e a base de cálculo da Cofins. Fl. 7427DF CARF MF Impresso em 25/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10950.003229/200533 Acórdão n.º 9101002.139 CSRFT1 Fl. 7.425 5 Dessa forma, se alguma parte de seu faturamento correspondia à venda de produtos sujeitos ao regime de substituição tributária da Cofins, os documentos solicitados iriam assim demonstrar. Não tendo a autuada apresentado os documentos, nem infirmado os demonstrativos elaborados, a fiscalização apurou a base de cálculo da Cofins com base nos elementos de que dispunha (Livros de Apuração do ICMS), subtraindo do montante de Cofins apurado os pagamentos identificados nos sistemas da Receita Federal (uma vez que a autuada igualmente não apresentou os DARFs). Também em sede de impugnação do lançamento (fls. 298 e seguintes), a recorrente não fez prova acerca do faturamento obtido durante o período fiscalizado com a comercialização de produtos sujeitos ao regime de substituição tributária da Cofins. Limitouse a afirmar que comercializa produtos que se submetem a esse regime, citando como exemplo cigarros, e alegou que tais vendas não foram consideradas na apuração da base de cálculo dessa contribuição, protestando pela anulação do auto de infração. Não por outra razão, a Turma julgadora da DRJ Curitiba deixou assentado no acórdão que apreciou a impugnação que a impugnante "tão somente sugere ter o Fisco computado receitas não tributáveis na base de cálculo da contribuição, sem, entretanto, apontar objetivamente quais as parcelas teriam sido equivocadamente arroladas dentre as receitas que sofreram a incidência da Cofins". Neste momento, com fundamento no art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, poderia a recorrente ter contraposto aos argumentos da DRJ, mas não o fez, pois no recurso voluntário (fls. 337 e seguintes), ela novamente afirma que comercializa produtos sujeitos à substituição tributária da Cofins, exemplificando produtos de limpeza e higiene pessoal e cigarros. Desta feita, anexa o demonstrativo de faturamento elaborado pela fiscalização com base no Livro de Apuração do ICMS, folhas desse livro e três notas fiscais de cigarros em que figura como destinatária, mas não informa, nem prova o montante de faturamento correspondente à comercialização desses produtos. A partir do recurso voluntário, entendo que precluiu o direito de o sujeito passivo apresentar qualquer documentação comprobatória de algo que já suscitou e foi rebatido nos autos. Mesmo assim, é oportuno registrar que nas contrarrazões ao recurso especial o contribuinte só traz o argumento das substituições tributárias no intuito de dizer que o lançamento não prospera. Os mesmos argumentos são expendidos nos Embargos de Declaração aqui apreciados (fls. 441 e seguintes). Sendo assim, o acórdão ora embargado não poderia alcançar conclusão diferente daquela a que chegou, ao manter o lançamento de Cofins. Contudo, deve ser acrescentando ao acórdão embargado que o lançamento deve ser mantido, excluindose apenas o que aquela decisão já exonerou (outras saídas), porque a empresa não logrou demonstrar e provar o montante de seu faturamento que corresponde à comercialização de produtos sujeitos à substituição tributária da Cofins. Fl. 7428DF CARF MF Impresso em 25/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO 6 Em face do exposto, voto no sentido de ACOLHER os embargos, sem efeitos infringentes, para suprir a omissão e manter a decisão exarada no acórdão de n° 910100.478. Adriana Gomes Rêgo Relatora Fl. 7429DF CARF MF Impresso em 25/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 08/01/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 08/01/2016 por ADRIANA GOMES REGO
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Numero do processo: 16327.004073/2003-89
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Sep 16 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1998
FALTA DE RECOLHIMENTO DE CSLL DETERMINADA SOBRE A BASE DE CÁLCULO ESTIMADA. CABIMENTO DA APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA.
É incabível o lançamento por falta de recolhimento da CSLL após o encerramento do ano-calendário, visto tratar-se de antecipação da contribuição devida no final do período de apuração, caso em que o mesmo restringir-se-á à multa de ofício isolada sobre os valores não recolhidos, em conformidade com as determinações legais que regem a matéria.
Numero da decisão: 1803-001.936
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos dar provimento ao recurso voluntário para exonerar o crédito tributário.
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Presidente e Redator para Formalização do Acórdão
Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 15.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o redator designado Sérgio Luiz Bezerra Presta não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização do acórdão.
Participaram do julgamento os conselheiros Meigan Sack Rodrigues, Sergio Luiz Bezerra Presta, Raimundo Parente de Albuquerque Junior, Victor Humberto da Silva Maizman, Sergio Rodrigues Mendes e Walter Adolfo Maresch (Presidente à Época do Julgamento).
Nome do relator: SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 1998 FALTA DE RECOLHIMENTO DE CSLL DETERMINADA SOBRE A BASE DE CÁLCULO ESTIMADA. CABIMENTO DA APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA. É incabível o lançamento por falta de recolhimento da CSLL após o encerramento do ano-calendário, visto tratar-se de antecipação da contribuição devida no final do período de apuração, caso em que o mesmo restringir-se-á à multa de ofício isolada sobre os valores não recolhidos, em conformidade com as determinações legais que regem a matéria.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1998 FALTA DE RECOLHIMENTO DE CSLL DETERMINADA SOBRE A BASE DE CÁLCULO ESTIMADA. CABIMENTO DA APLICAÇÃO DE MULTA ISOLADA. É incabível o lançamento por falta de recolhimento da CSLL após o encerramento do anocalendário, visto tratarse de antecipação da contribuição devida no final do período de apuração, caso em que o mesmo restringirseá à multa de ofício isolada sobre os valores não recolhidos, em conformidade com as determinações legais que regem a matéria. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos dar provimento ao recurso voluntário para exonerar o crédito tributário. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Presidente e Redator para Formalização do Acórdão Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 15.09.2015. Da mesma maneira, tendo em vista que o redator designado Sérgio Luiz Bezerra Presta não integra o quadro de Conselheiros do CARF, o Presidente André Mendes de Moura será o responsável pela formalização do acórdão. Participaram do julgamento os conselheiros Meigan Sack Rodrigues, Sergio Luiz Bezerra Presta, Raimundo Parente de Albuquerque Junior, Victor Humberto da Silva AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 40 73 /2 00 3- 89 Fl. 165DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 166 2 Maizman, Sergio Rodrigues Mendes e Walter Adolfo Maresch (Presidente à Época do Julgamento). Relatório Contra a Recorrente acima identificada foi lavrado o Auto de Infração com a exigência do crédito tributário no valor de R$401.032,61, a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), juros de mora e multa de ofício proporcional apurado pelo regime de tributação com base no lucro real do anocalendário de 1998. O lançamento foi apurado pela falta de recolhimento da CSLL determinada sobre a base de cálculo estimada de instituições financeiras, código nº 2469, relativamente ao fato gerador de julho de 1998, informada como débito no Per/DComp não homologado e formalizado no processo nº 16327.000245/9844, conforme a Descrição dos Fatos e o Enquadramento Legal: Valor apurado em conformidade com a representação efetuada pela Divisão de Orientação e Análise Tributária da Deinf/SPO, em 19/09/2003, no processo administrativo 16327.003329/200331, em função da não homologação do pedido de compensação, efetuado pelo contribuinte, constante no processo administrativo 16327.000245/9844. O lançamento é efetuado face ao comando legal previsto no artigo 90 da MP 215835 de 24/08/2001 e no disposto no artigo 23 da IN n° 210 de 30/09/2002. É parte integrante deste Auto de Infração cópia da representação formulada pela Divisão de Orientação e Análise Tributária da Deinf/SPO ( 14 folhas). Fato Gerador Ocorrência Val. Tributável ou Contribuição Multa (%) 31/12/1998 07/1998 R$151.013,94 75,00 [...] Art. 2º e §§, da Lei n° 7.689/88; Art. 2° da Lei n° 9.316/96; Art. 1º da Lei n° 9.316/96 e art. 28 da Lei n° 9.430/96. [...] O presente processo originase na Decisão constante no processo n° 16327.000.177/9896, folhas 03 à 10, que não reconheceu direito creditório, bem como não homologou as compensações de débitos, os quais devem ser lançados de ofício conforme disposto no art. 23, da IN SRF n° 210, de 30/09/2002 e Art. 90 da MP 215835 de 24/08/2001 e Nota DIVAT SRRF08 n° 01 de 08/02/2002. Os débitos são os abaixo discriminados: Código PA Vencimento Valor Processo 2469 31/07/98 31/08/98 151.013,94 16327.000245/9844 Fl. 166DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 167 3 Por bem descrever os fatos relativos ao presente contencioso administrativo, adoto parte do relato do contido no Acórdão 8ª Turma/DRJ/SPO I nº 1612.039, de 08.01.2007, constante das fls. 76 e seguintes dos autos, a seguir transcrito: “Tratase de impugnação (fls. 24 a 43) apresentada por BANCO BMC S. A., supra qualificado, contra Auto de Infração (fls. 02 a 06) relativo à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, referente ao ano calendário de 1998. 2. Na seção “Descrição dos fatos e enquadramento legal” (fl. 03), o Auditor Fiscal autuante informa que o lançamento é decorrente de pedido de compensação indeferido no processo 16327.000245/9844, como consta do processo de representação nº 16327.0013329/200323. 2.1. O valor do crédito tributário constituído foi de R$ 401.032,61, já incluídos a multa de ofício e os juros de mora, calculados até 28/11/2003. 2.2. Como enquadramento legal, a autoridade fiscal cita o artigo 2º e parágrafos, da Lei nº 7.689/88; art. 1º e 2º da Lei nº 9.316/96 e art. 28, da Lei nº 9.430/96. 3. Tendo tomado ciência do lançamento em 24/12/2003 (A.R. à fl. 22), o contribuinte, representado por seu Diretor Executivo e procurador (fls. 44 a 47) apresentou impugnação, em 22/01/2004, relatando e alegando o que segue. 3.1. Após fazer um breve relato sobre o Auto de Infração, alega que o tributo já teria sido devidamente recolhido com o procedimento de compensação. 3.2. Inicialmente, entretanto, alega a decadência do direito de lançamento, pois se trata de tributo sujeito a lançamento por homologação. Diz que, já tendo efetuado a compensação do débito ora exigido, caberia à autoridade fiscal a sua expressa homologação, pois é equiparada ao pagamento antecipado. E isso, no prazo de 5 (cinco) anos, contados da ocorrência do fato gerador. 3.3. Continua, afirmando que o fato gerador ocorreu em julho de 1.998 e, portanto, o lançamento foi homologado em julho de 2.003, com a conseqüente extinção do crédito tributário. Em conseqüência, a partir de agosto de 2.003 não existe mais a possibilidade de qualquer lançamento de ofício incidente sobre o crédito tributário em apreço. 3.4. Considerando que “A questão é simples por demais D. Julgadores, dispensando, assim, maiores digressões doutrinárias sobre o tema em foco” garante que esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, citando e transcrevendo ementas de acórdãos desse tribunal. 3.5. Conclui essa preliminar dizendo que o crédito tributário em disputa está extinto, por não ter sido constituído dentro do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, do Fl. 167DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 168 4 Código Tributário Nacional,l encontrandose impregnado de insanável vício de nulidade formal, pela decadência do direito de lançar. 3.6. No mérito, alega que o tributo já teria sido devidamente recolhido com o procedimento de compensação, realizado nos termos e condições previstos pela IN SRF nº 21/97, expedida com base no artigo 66, da Lei nº 8.383/91, utilizandose de crédito tributário de titularidade de terceiro. 3.7. Transcrevendo o artigo 66, da Lei nº 8.383/91, conclui que a compensação em foco representa uma forma eficaz de extinção do crédito tributário, com base não só no dispositivo acima citado, mas também nos artigos 156, inciso II e 170 do CTN, que transcreve. 3.8. Prossegue, citando que o pedido de restituição formulado no PAF 13820.000245/9844 foi indeferido, mas, o ora impugnante apresentou manifestação de inconformidade, aguardando julgamento na DRJ. Assim, encerra, “está claro que o presente auto de infração é NULO de pleno direito, uma vez que não pode ser exigido do ora IMPUGNANTE débito tributário já EXTINTO por compensação, até o julgamento, em caráter definitivo, do pedido de restituição formulado nos autos do procedimentoadministrativo no. 13820.000245/9844”. (destaques do original) 3.9. Em seguida, investe contra a utilização da taxa SELIC, pois não foi criada por lei e tem por objetivo remunerar o capital investido pelo aplicador em títulos da dívida pública mobiliária federal, possuindo natureza jurídica diferente da “mora”. 3.10. Citando o artigo 161, do CTN, diz que, como não há lei que tenha criado a taxa SELIC, os juros que deveriam ser aplicados no caso estariam limitados a 1%. 3.11. Encerra, solicitando a nulidade do auto de infração, pela decadência e o reconhecimento da extinção do crédito tributário, pela compensação realizada.”. Consta no Acórdão 8ª Turma/DRJ/SPO I nº 1612.039, de 08.01.2007 ao analisar a peça impugnatória apresentada entendendo “por unanimidade de votos, considerar procedente o lançamento, nos termos do voto do relator”, em decisão assim ementada: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1998 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração a impulsionar o processo até sua decisão final. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 169 5 LANÇAMENTO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Auto de Infração lavrado com observância das disposições legais pertinentes não é nulo. DECADÊNCIA. O direito de constituição do crédito relativo à CSLL decai em 10 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído.” Cientificada da decisão de primeira instância em 08.02.2007, (AR constante das fls. 92 dos autos), a Recorrente, inconformada com a referida decisão apresentou recurso voluntário em 09.03.2007 (fls. 93 e segs) objetivando a reforma do julgado, atacando os argumentos do acórdão recorrido, inclusive reforçando a preliminar de decadência. Na referência às folhas dos autos considerei a numeração do processo eletrônico (eprocesso). É o relatório do essencial. Voto Conselheiro André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, e tendo em vista que o relator originário do processo não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, encontrome na posição de Redator, nos termos dos arts. 17 e 18, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (RICARF). Informo que, na condição de Redator, transcrevo literalmente a minuta que foi apresentada pelo Conselheiro durante a sessão de julgamento. Portanto, a análise do caso concreto reflete a convicção do relator do voto na valoração dos fatos. Ou seja, não me encontro vinculado: (1) ao relato dos fatos apresentado; (2) a nenhum dos fundamentos adotados para a apreciação das matérias em discussão; e (3) a nenhuma das conclusões da decisão incluindose a parte dispositiva e a ementa. A seguir, a transcrição do voto. Observando o que determina os arts. 5º e 33 ambos do Decreto nº. 70.235, de 1972 conheço a tempestividade do recurso voluntário apresentado, preenchendo os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele, portanto tomo conhecimento. Antes de adentrar ao mérito da questão, passo a analisar a preliminar de decadência levantada pela Recorrente no recurso voluntário, constante das fls. 95 e segs dos autos. Consta no Acórdão 8ª Turma/DRJ/SPO I nº 1612.039, de 08.01.2007 ao analisar a peça impugnatória apresentada, cujo entendimento adoto: “(...) 7. Com relação à decadência do direito de constituir o crédito tributário referente ao ano calendário de 1998, a tese Fl. 169DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 170 6 do impugnante não procede. Com efeito, a CSLL se sujeita à administração, fiscalização, lançamento e normatização da Secretaria da Receita Federal. No entanto, isso não a faz uma contribuição social diferente, de outra classe, daquelas administradas, fiscalizadas, lançadas e normatizadas pelo INSS. Sua natureza jurídica está definida na LEI ORGÂNICA DA SEGURIDADE SOCIAL, a Lei nº 8.212/91. 7.1. Assim, essa contribuição deve se sujeitar a todas as normas gerais explicitadas na lei geral para a seguridade social, inclusive àqueles dispositivos que versam sobre decadência, como os artigos 32 e 45: ‘Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; III prestar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ao Departamento da Receita Federal (DRF) todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse dos mesmos, na forma por eles estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização. Parágrafo único. Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa durante 10 (dez) anos, à disposição da fiscalização.’ (destaquei) “Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; II – (…)’. (Sublinhados não constam do original) 7.2. Este último artigo não diz expressamente que seu dispositivo está dirigido apenas aos tributos administrados pelo Instituto Nacional do Seguro Social. De forma muito diferente, afirma claramente que está dirigido à Seguridade Social, ou seja a todas as contribuições classificadas na categoria das contribuições sociais. Portanto, incluída aí a CSLL. 7.3. O Código Tributário Nacional (CTN), de 1966, como sabido, trata de normas gerais em matéria de decadência, ao passo que a Lei 8.212, de 1991, dispõe acerca de normas específicas para as contribuições sociais, conforme expressamente previsto no § 4º do artigo 150 do CTN. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 171 7 7.4. Tem razão o reclamante ao argumentar que o lançamento tributário da CSLL, como para a maioria dos tributos, se insere no rol dos lançamentos por homologação. Tal sistemática, como o próprio impugnante afirma, encontrase regulada no art. 150 do CTN, onde o seu § 4º é taxativo no sentido de fixar o prazo de 5 (cinco) anos para o exame da autoridade administrativa, com vistas à homologação ali referida, com a ressalva prévia: “se a lei não fixar prazo à homologação”. ‘Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.’ (destaquei) 7.5. Assim, como regra geral, o dispositivo acima citado define o prazo para a homologação de 5 (cinco) anos. No entanto, nesse próprio comando do Código Tributário Nacional está facultada à lei a prerrogativa de estipular prazo diverso para a ocorrência da extinção do direito de a Fazenda Pública efetuar o lançamento. 7.6. Utilizandose de tal permissão, e em consonância com as determinações da Constituição Federal de 1988 acerca da Seguridade Social, foi editada a Lei nº 8.212, de 24 de abril de 1991, dispondo sobre sua organização e estabelecendo no seu artigo 45, especificamente quanto ao prazo de decadência de suas contribuições, que o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos, conforme se pode ver na transcrição acima (item 6.1). 7.7. Ora, a data da ciência do auto de infração é 24/12/2003 (fl. 22) e o crédito tributário lançado reportase a fato gerador ocorrido em 1998. Portanto, não procede a alegação de decadência do direito de a Fazenda Nacional Fl. 171DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 172 8 constituir o crédito tributário relativo ao ano calendário de 1998, uma vez que o fato gerador objeto da presente autuação não teve o seu prazo decadencial transcorrido, o qual, conforme acima exposto, é de 10 (dez) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. 7.8. Diante do exposto, rejeitase a preliminar de decadência”. A contestação proposta pela defendente, dessa maneira, não se confirma. A Recorrente discorda do lançamento de ofício. Sobre a matéria a Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, determinava à época da ocorrência do fato gerador: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, [...] § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: [...] IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro liquido, no ano calendário correspondente; Por seu turno, a Instrução Normativa SRF nº 93, de 24 de dezembro de 1997, determina: Art. 14. A falta ou insuficiência de pagamento do imposto ou da contribuição social sobre o lucro sujeita a pessoa jurídica aos acréscimos legais previstos na legislação tributária federal. § 1º No caso de lançamento de ofício, no decorrer do ano calendário, será observada a forma de apuração da base de cálculo do imposto adotada pela pessoa jurídica. § 2º A forma de apuração de que trata o parágrafo anterior será comunicada pela pessoa jurídica em atendimento à intimação específica do AuditorFiscal do Tesouro Nacional. § 3º Quando a pessoa jurídica mantiver escrituração contábil de acordo com a legislação comercial e fiscal, inclusive a escrituração do LALUR, demonstrando a base de cálculo do imposto relativa a cada trimestre, o lançamento será efetuado com base nas regras do lucro real trimestral. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 173 9 Art. 15. O lançamento de ofício, caso a pessoa jurídica tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa, restringirse á à multa de ofício sobre os valores não recolhidos. § 1º As infrações relativas às regras de determinação do lucro real, verificadas nos procedimentos de redução ou suspensão do imposto devido em determinado mês, ensejarão a aplicação da multa de que trata o "caput" sobre o valor indevidamente reduzido ou suspenso. § 2º Na falta de atendimento à intimação de que trata o § 2º do artigo anterior, no prazo nela consignado, o AuditorFiscal do Tesouro Nacional procederá à aplicação da multa de que trata o "caput" sobre o valor apurado com base nas regras dos arts. 3º a 6º, ressalvado o disposto no § 3º do artigo anterior. § 3º A não escrituração do livro Diário e do LALUR, até a data fixada para pagamento do imposto do respectivo mês, implicará a desconsideração do balanço ou balancete para efeito da suspensão ou redução de que trata o art. 10, aplicandose o disposto no § 1º. Art. 16. Verificada a falta de pagamento do imposto por estimativa, após o término do anocalendário, o lançamento de ofício abrangerá: I a multa de ofício sobre os valores devidos por estimativa e não recolhidos; II o imposto devido com base no lucro real apurado em 31 de dezembro, caso não recolhido, acrescido de multa de ofício e juros de mora contados do vencimento da quota única do imposto. A estimativa mensal foi introduzida pela Lei nº 9.430, de 1996, para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real anual, na forma como dispõe o art. 2º da referida lei. O inciso IV do § 1º do art. 44 da mesma lei determinava a aplicação de multa isolada de 75% no caso da pessoa jurídica que, sujeita ao pagamento por estimativa, deixa de fazêlo. Essa multa isolada foi reduzida para 50% do valor da estimativa não paga, por força do art. 18 da Medida Provisória nº 303, que vigorou no período de 29 de junho a 27 de outubro de 2006, data em que a referida norma perdeu sua eficácia. Posteriormente a Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, resultado da conversão da Medida Provisória nº 351, de 2007, no seu art. 14, fixa a alíquota de 50%, nos casos de aplicação de multa isolada (inciso II do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996). Essa penalidade reduzida estendese aos fatos pretéritos (art. 106 do Código Tributário Nacional). Vale esclarecer que o recolhimento da CSLL determinada sobre a base de cálculo estimada tem a natureza jurídica de uma antecipação obrigatória. Caso não seja paga, cabe a aplicação da multa isolada, ainda que a Recorrente tenha sido apurado base de cálculo negativa para a CSLL, no anocalendário correspondente. Portanto, os débitos não pagos de estimativa da CSLL declarados na no Per/DComp devem ser utilizados para fins de cálculo e cobrança da multa isolada pela falta de pagamento. Fl. 173DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA Processo nº 16327.004073/200389 Acórdão n.º 1803001.936 S1TE03 Fl. 174 10 O presente caso tratase de crédito tributário constituído no valor de R$401.032,61, a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), juros de mora e multa de ofício proporcional apurado pelo regime de tributação com base no lucro real do ano calendário de 1998. O lançamento foi apurado pela falta de recolhimento da CSLL determinada sobre a base de cálculo estimada de instituições financeiras, código nº 2469, referente ao fato gerador ocorrido em julho de 1998, informada como débito no Per/DComp não homologado e formalizado no processo nº 16327.000245/9844. Nesse sentido verificase que é incabível o lançamento por falta de recolhimento da CSLL determinada sobre a base de cálculo estimada de instituições financeiras, código nº 2469, após o encerramento do anocalendário, visto tratarse de antecipação da CSLL devida no final do período de apuração, caso em que o mesmo restringir seá à multa de ofício isolada sobre os valores não recolhidos, em conformidade com as determinações legais que regem a matéria. Por essa razão o recurso voluntário deve ser provido. Temse, assim, que nos estritos termos legais o procedimento fiscal não está correto, conforme o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972). Em assim sucedendo, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Redator para Formalização do Voto Fl. 174DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 15/09/201 5 por ANDRE MENDES DE MOURA
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Numero do processo: 10167.001724/2007-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 21 00:00:00 UTC 2010
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/1999
NORMAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO, PRAZO. INTEMPESTIVIDADE, Nos termos do artigo 305, § 1º, do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, c/c artigo 23, § 1°, da Portaria MPS 520/2004, aplicáveis à época, o prazo para recorrer da decisão administrativa de primeira instância é de 30 (trinta) dias, contados a partir da data em que o contribuinte foi devidamente cientificado da decisão, não sendo conhecido o recurso interposto fora do trintídio legal.
RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO,
Numero da decisão: 2401-001.462
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira
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RECURSO VOLUNTÁRIO, PRAZO. INTEMPESTIVIDADE, Nos termos do artigo 305, § 1", do RPS, aprovado pelo Decreto ir 3.048/99, c/c artigo 2.3, § 1°, da Portaria MPS 520/2004, aplicáveis à época, o prazo para recorrer da decisão administrativa de primeira instância é de 30 (trinta) dias, contados a partir da data em que o contribuinte foi devidamente cientificado da decisão, não sendo conhecido o recurso interposto fora do trintídio legal. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. ELIAS SAMPAIO FREIRE - Presidente Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Eiras Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Cleusa Vieira de Souza, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. 2 Processo n° 10167 001724/2007-14 S2-C4T1 Acórdão n.° 2401-01.462 Fl. 539 Relatório FRIMAR FRIGORÍFICO ARAGUAÍNA S/A, contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho do Acórdão n° 03-21.876/2007, da 6 Turma da DM em Brasília/DF, que julgou procedente o lançamento fiscal referente às contribuições sociais devidas pela notificada ao INSS, correspondentes a parte da empresa, dos segurados, do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e as destinadas a Terceiros, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados, declaradas em GFIP, em relação ao período de 01/1999 a 09/1999, conforme Relatório Fiscal, às fls, 25/27, e Aditivo de Es, 113/1.33. Trata-se de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito — NFLD, lavrada em .30/08/2004, contra a contribuinte acima identificada, constituindo-se crédito no valor de R$ 5.579,13 (Cinco mil, quinhentos e setenta e nove reais e treze centavos). Esclarece, ainda, o fiscal autuante que da análise dos documentos apresentados durante a fiscalização desenvolvida na notificada, restou constatada a existência de grupo econômico de fato formado entre as empresas FRIMAR — Frigoríficos Araguaina S/A, Frigorifico BOINORTE Ltda., BOIFORTE Frigoríficos Ltda., COOPERBOVINO — Cooperativa dos Produtores Agropecuários do Tocantins Ltda., e COOPERCARNE — Cooperativa dos Produtores de Bovinos, Carnes e Derivados do Tocantins, consoante se infere do Relatório dos Fatos Apurados na Auditoria Fiscal — FRIGORÍFICOS DO GRUPO FRIMAR DE ARAGUAINA-TO, às fls.. 29/45, bem corno do Relatório Fiscal Aditivo, às fls. 113/133, e demais documentos que instruem o processo. Inconformada com a Decisão recorrida, a notificada apresentou Recurso Voluntário, às fls, 447/493, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato dos fatos ocorridos durante a fiscalização e demais atos do processo administrativo fiscal, preliminarmente, pugna pela decretação da nulidade do lançamento, por entender que o fiscal autuante, ao constituir o presente crédito previdenciário, não logrou motivar/comprovar os fatos alegados de forma clara e precisa na legislação de regência, notadamente no que tange a caracterização dos segurados empregados da COOPRESTO como funcionários da recorrente, contrariando o princípio da verdade material, bem como o disposto no artigo 142 do CTN, em total preterição do direito de defesa e do contraditório da notificada, conforme se extrai da doutrina e jurisprudência, baseando a notificação em meras presunções. Assevera que a fiscalização não examinou a documentação acostada aos autos da forma que a legislação que regulamenta a matéria impõe, sobretudo em relação à inexistência do "Grupo Econômico Frimar". Insurge-se contra a exigência consubstanciada na peça vestibular do feito, notadamente em relação à caracterização de grupo econômico de fato, alegando inexistir Grupo 3 Econômico sob qualquer enfoque que se analise a questão, de maneira a autorizar a co- responsabilização pretendida pela autoridade lançadora. Contrapõe-se ao grupo econômico de fato caracterizado pela fiscalização, argumentando que a PRIMAR S,A. não é signatária de qualquer convenção de grupo de sociedades com as demais empresas fiscalizadas, não mantendo, igualmente, relações de coligação e controle com as mesmas, requisitos necessários à caracterização de Grupo Econômico, insculpidos na Lei das SA (Lei if 6.404/1976), a qual deve ser aplicada ao caso, uma vez que a legislação tributária/previdenciária, em que pese contemplar a responsabilidade solidária na hipótese de grupo econômico, não estabelece sua conceituação. Suscita que o Código Tributário Nacional e, bem assim, a Lei n 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), não autorizam a co-responsabilização das contribuintes integrantes do suposto Grupo Econômico por crédito previdenciário da empresa originalmente autuada, urna vez que referidas pessoas jurídicas não se vinculam ao fato gerador, se apresentando como empresas absolutamente independentes e autônomas, com administrações e sócios distintos. Defende não ser aplicável à espécie (caracterização de grupo econômico) a legislação trabalhista, mas, sim, as disposições legais do Código Civil e da Lei das S/A, mormente quando a relação pretendida não tem natureza de vínculo empregaticio. Traz à colação vasta explanação a propósito do histórico e das operações realizadas pela Rimar e demais contribuintes, ora adotadas corno responsáveis solidárias, concluindo inexistir o malfadado Grupo Econômico Filmar, ao contrário da pretensão fiscal, sendo prova de tais fatos as inúmeras ações judiciais travadas entre esta e as arrendatárias COOPERCARNE e BOIFORTE. Aduz que a fiscalização não levou em consideração que logo após o óbito do Sr.. Benedito Vicente Ferreira, a sua viúva, Sra.. Dirce Inácio Ferreira, procurou desvencilhar-se da relação comercial com a COOPERCARNE, alugando seu parque industrial à empresa frigorifica paulista FRANCO FABRIL, contrato que não veio a prosperar em virtude da interpelação judicial promovida pela COOPERCARNE contra PRIMAR, pleiteando direito de preferência, suscitando, ainda, várias ameaças e intrigas à própria integridade física da família Vicente Ferreira, Esclarece que, diante dos fatos encimados, a Sra, Dirce Inácio Ferreira, então Vice-Presidente, fora deposta da COOPERCARNE, em reunião extraordinária realizada em dezembro de 1999, sob a justificativa de prejudicar os interesses da cooperativa. Relata que na noite seguinte àquela reunião extraordinária da COOPERCARNE, ainda no ano de 1999, a Sra. Regina Vicente Peneira, tida pela própria auditoha-liscal como o elo inquestionável entre FRIMAR e demais autuadas, sofrera intenso atentado a bala, na casa onde residia, ausentando-se definitivamente do estado do Tocantins e nunca mais pisando em Araguaina, temendo por sua própria vida. Acrescenta que, à época, o Ministério Público apontou o mais novo cooperado e presidente da COOPERCARNE, Sr, Carlos Sabino dos Santos, vulgo Marlon, sócio majoritário da BOIFORTE, como mandante de aludido atentado. Sustenta que a fiscalização deixou de considerar o fato que diante da pífia alegação de que FRIMAR haveria simulado um terceiro interessado para inflacionar o preço da renovação do arrendamento e conseqüente continuidade da BOIFORTE, esta empresa unilateralmente suspendera os pagamentos devidos ao arrendante FRIMAR, levando este a 4 Processo n" 10167 001724/2007-14 S2-C4T1 Acórdão n ° 2401-01.462 Fl 540 denunciar o contrato em tela e proposto Ação de Despejo contra sua arrendatária, naquele exato momento em que declarariam serem estas empresas de um mesmo grupo econômico. Alega que todas esses fatos narrados, e outros, bem corno as ações judiciais em que figuram partes contrárias a recorrente e a BOIFORTE E COOPERCARNE, encontram- se comprovados a partir da documentação acostada aos autos, reforçando a inexistência de qualquer grupo econômico. Traça histórico das atividades e quadro societário das empresas BOINORTE, BOIFORTE, COOPERCARNE, COOPRESTO e COOPERBOVINO, inferindo que o Sn Benedito Vicente Ferreira se viu obrigado a arrendar parte de seu frigorífico àquelas contribuintes em função de sua doença. Afirma, ainda, que a constituição das Cooperativas retro decorreu do entendimento de que seria a solução ideal e legal a todos os anseios dos trabalhadores, produtores rurais da região e do próprio parque fabril em comento, não havendo que se falar em formação de grupo econômico, como a própria autoridade previdenciária confirmou em manifestação constante dos autos, Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar a Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos, tornando-a sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contra-razões. Incluído na pauta de 04 de março de 2009, esta Egrégia Câmara achou por bem converter o julgamento em diligência, com o fito de elucidar algumas questões a propósito da data da cientificação da decisão recorrida pela recorrente, consoante Resolução n° 2401- 00.011, às fls. 510/515. Em observância à diligência encimada, a autoridade fazendária elaborou Informação Fiscal, às fls. 522/523, esclarecendo que no dia 16/11/2007 houve expediente normal na repartição competente, inexistindo qualquer registro da ocorrência de ponto facultativo neste dia, acostando aos autos, ainda, Portaria n° 740/2006, da Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a qual divulga os dias de feriado nacional e de ponto facultativo concernente ao ano de 2007. Instada a se manifestar a respeito do resultado da diligência supra, a contribuinte assim não o fez, conforme se extrai das informações de fls. 524/528. É o relatório, Voto Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relato" O recurso é intempestivo. O prazo para recorrer da decisão de primeira instância, com fulcro no artigo 305, § 1", do RPS c/c artigo 23, § 1°, da Portaria MPS 520/2004, aplicáveis ao caso a época, é de 30 (trinta) dias, contados da ciência da decisão recorrida, senão vejamos: DECRETO 3.048/99 — RPS Art. 305. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme disposto neste regulamento e no Regimento Interno daquele Conselho. § 1°É de trinta dias o prazo paro interposição de recurso e para o oferecimento de contra-razões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente," (g. rifamos) PORTARIA MPS N" 520 Art. 23 Das decisões do Instituto do Seguro Social caberá recurso voluntário, com efeito suspensivo, dirigido ao Conselho de Recursos da Previdência Social, sç 1" É de trinta dias o prazo para interposição do recurso ou oferecimento de contra-razões, contados, respectivamente, da ciência da decisão ou da entrada do processo no órgâo responsável pelo . julgamento." (grifamos) No mesmo sentido, os artigos 5' e 33 do Decreto 70235/72, que regulamenta o processo administrativo fiscal no âmbito do CARI', atualmente aplicável, assim preceituam: " Art. 5" Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia do inicio e incluindo-se o do vencimento, Parágrafo único Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão Como se observa, a contagem do prazo para recurso voluntário inicia-se no primeiro dia útil após o recebimento da intimação da decisão, com seu encerramento 30 (trinta) dias após. Na hipótese dos autos, conforme se verifica do Aviso de Recebimento-AR, às fls. 194, a recorrente foi intimada da decisão da 6' 'Turma da DRI de Brasília/DF em 16/10/2007 (terça-feira), passando a fluir no dia 17/10/2007 (quarta-feira), encerrando-se o 6 Processo ri° 10167 001724/2007-14 S2-C4T1 Acórdão o a 2401-01462 Fl 541 prazo para interposição de recurso voluntário no dia 15/11/2007 (quinta-feira), feriado (Proclamação da República), deslocando-se, assim, para o dia 16/11/2007 (sexta-feira) Dessa forma, tendo a contribuinte interposto recurso voluntário, às fls.. 447/493, em 19/11/2007 (segunda-feira), consoante se infere da informação constante da folha de rosto da peça recursal e do documento de lis,. 499, apresenta-se intempestivo, não devendo ser conhecido. Cumpre observar que em suas alegações recursais, inferiu a contribuinte que o recurso fora protocolizado em 19/11/2007 (segunda-feira) tendo em vista que no dia 16/11/2007 (sexta-feira), após feriado, não houve expediente na DRF de origem, por decretação de ponto facultativo, impossibilitando a interposição da peça recursal naquele dia. Diante de aludida argumentação, esta Egrégia Câmara entendeu por bem converter o julgamento em diligência, objetivando elucidar essa questão, tendo a autoridade âzendária elaborado Informação Fiscal, às fls. 522/52.3, esclarecendo que no dia 16/11/2007 houve expediente normal na repartição competente, inexistindo qualquer registro da ocorrência de ponto facultativo neste dia, acostando aos autos, ainda, Portaria n o 740/2006, da Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a qual divulga os dias de feriado nacional e de ponto facultativo concernente ao ano de 2007. Por sua vez, instada a se manifestar a respeito do resultado da diligência supra, a contribuinte assim não o fez, conforme se extrai das informações de fis. 524/528, razão pela qual não merece prosperar seu insurgimento, Alfim, impende suscitar que em outras notificações de interesse do Grupo Econômico de Fato caracterizado pela fiscalização, este Colegiado converteu o julgamento em diligência para cientificar da decisão de primeira instância todos os responsáveis solidários, que interpuseram impugnação, de maneira a oportunizar-lhes a apresentação de recursos voluntários, conduta que deixamos de proceder nestes autos, tendo em vista que somente a FRIMAR FRIGORÍFICO ARAGUAÍNA S/A, ora recorrente, insurgiu-se contra a notificação mediante defesa administrativa, só instaurando o processo administrativo, por conseguinte, para as alegações desta empresa. Para as demais empresas, que não apresentaram impugnação, não se cogita intimar da decisão de primeira instância, em face da preclusão processual, não cabendo a interposição de recurso voluntário. Por todo o exposto, VOTO NO SENTIDO DE NÃO CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO, em vista das razões encimadas, mantendo incólume a decisão de primeira instância, pelos seus próprios fundamentos. Sala das Sess0s, em 21 de outubro de 2010 RYCARDO FOIRIQUE MAGALHÃES DE OLIVEIRA - Relator 7
score : 1.0
Numero do processo: 11516.006676/2009-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jan 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006
CONTRIBUIÇÃO INCIDENTE SOBRE O VALOR DAS FATURAS RELATIVAS A SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS INTERMEDIADOS POR COOPERATIVA DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE.
Conforme decisão definitiva do STF, em julgamento com repercussão geral reconhecida, é inconstitucional a contribuição incidente sobre as faturas relativas a serviços prestados por cooperados intermediados por cooperativa de trabalho.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-004.684
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÃO INCIDENTE SOBRE O VALOR DAS FATURAS RELATIVAS A SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS INTERMEDIADOS POR COOPERATIVA DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE. Conforme decisão definitiva do STF, em julgamento com repercussão geral reconhecida, é inconstitucional a contribuição incidente sobre as faturas relativas a serviços prestados por cooperados intermediados por cooperativa de trabalho. Recurso Voluntário Provido.
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INCONSTITUCIONALIDADE. Conforme decisão definitiva do STF, em julgamento com repercussão geral reconhecida, é inconstitucional a contribuição incidente sobre as faturas relativas a serviços prestados por cooperados intermediados por cooperativa de trabalho. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 66 76 /2 00 9- 60 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 11516.006676/200960 Acórdão n.º 2402004.684 S2C4T2 Fl. 106 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 07 20.760 de lavra da 6.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Florianópolis (SC), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração AI n.º 37.243.8814. De acordo com o relatório fiscal, o crédito em questão referese às contribuições previdenciárias incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente aos serviços que lhe foram prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. A ASSEMA apresentou impugnação que foi considerada improcedente, tendo interposto recurso ao CARF, no qual pugna pelo cancelamento do AI. Alega que não tinha que declarar na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP os valores pagos à Cooperativa Unimed, haja vista que entende que tais pagamentos não se constituem em base de incidência de contribuições. Depois afirma que era mera repassadora dos valores à Cooperativa, a qual prestava serviços aos seus associados, que assumiam o custo integral do contrato. Assim, se alguma contribuição fosse devida, seria pelos beneficiários do plano de saúde. Por fim, afirma que a exação é inconstitucional. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO 4 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Contribuição sobre faturas relativas a serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho – inconstitucionalidade Em sessão plenária realizada em 23/04/2014, o Corte Constitucional, ao decidir sobre o RE n. 595.838, declarou por unanimidade a inconstitucionalidade do dispositivo questionado, em julgamento com repercussão geral reconhecida, que teve o seguinte resultado: “O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, deu provimento ao recurso extraordinário e declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei nº 9.876/1999. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Ministro Gilmar Mendes. Falaram, pelo amicus curiae, o Dr. Roberto Quiroga Mosquera, e, pela recorrida, a Dra. Cláudia Aparecida de Souza Trindade, Procuradora da Fazenda Nacional. Plenário, 23.04.2014.” Contra essa decisão a Fazenda Nacional opôs embargos de declaração, que foram rejeitados por unanimidade pela Corte, em julgamento com ata publicada no DJE em 20/02/2015. Segundo o inciso I do § 1.º do art. 62 do Regimento Interno RI do CARF, inserto no Anexo II da Portaria MF n.º 343, de 09/06/2015, a contrário senso, esse tribunal administrativo deve afastar a aplicação de dispositivos declarados inconstitucionais por decisão definitiva do STF. Nesse sentido, cabível a declaração de improcedência do auto de infração, haja vista que os pagamentos à Cooperativa de Trabalho não se sujeitam à incidência de contribuições, conforme decisão da Corte Constitucional. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 11516.006676/200960 Acórdão n.º 2402004.684 S2C4T2 Fl. 107 5 Conclusão Voto por dar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12 /2015 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/12/2015 por RONALDO DE LIMA MACEDO
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Numero do processo: 19515.721526/2011-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2401-000.476
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, em transformar o julgamento em diligência para que a autoridade fiscal anexe aos autos a DOI relativa aos dispêndios de R$ 387.283,50, e também apresente esclarecimentos sobre o dispêndio de R$ 8.624.157,30 constante da planilha de evolução patrimonial. O resultado da diligência deve ser informado ao recorrente, que, caso queira, deverá se manifestar em até 30 dias.
Maria Cleci Coti Martins
Presidente Substituta e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, em transformar o julgamento em diligência para que a autoridade fiscal anexe aos autos a DOI relativa aos dispêndios de R$ 387.283,50, e também apresente esclarecimentos sobre o dispêndio de R$ 8.624.157,30 constante da planilha de evolução patrimonial. O resultado da diligência deve ser informado ao recorrente, que, caso queira, deverá se manifestar em até 30 dias. Maria Cleci Coti Martins Presidente Substituta e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .7 21 52 6/ 20 11 -1 6 Fl. 2583DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 19515.721526/201116 Resolução nº 2401000.476 S2C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recursos Voluntário e de Ofício relativamente ao Acórdão 16 40.663 15a. Turma da DRJ/SP1 que considerou procedente em parte a impugnação do contribuinte, exonerando crédito tributário superior ao limite de alçada. O Acórdão guerreado está assim ementado. PRELIMINAR. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. Na hipótese de se fixar o período de apuração correspondente, o Mandado de Procedimento Fiscal Fiscalização (MPFF) alcançará o exame dos livros e documentos referentes a outros períodos, com vista a verificar os fatos que deram origem a valor computado na escrituração contábil e fiscal do período fixado ou dele sejam decorrentes. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Tendo a fiscalização descrito de forma detalhada no demonstrativo de fluxo financeiro mensal as origens e aplicações de recursos, não se pode alegar o cerceamento do direito de defesa sob o argumento de existência de erros ou imprecisões relativos aos valores ali informados, os quais, se existentes, devem ser sanados no julgamento administrativo do mérito. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. DISPONIBILIDADE EM MOEDA NACIONAL. Na apuração do acréscimo patrimonial a descoberto, não pode a fiscalização desconsiderar como origem de recursos, sem justificativa, a disponibilidade em moeda nacional no dia 31 de dezembro do ano anterior ao da apuração, quando tal disponibilidade está devidamente informada na declaração de ajuste anual. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. EMPRÉSTIMOS CONTRAÍDOS. Para a comprovação da origem de recursos, no demonstrativo de fluxo financeiro mensal, as operações de mútuo devem ser comprovadas mediante a apresentação de provas inequívocas da transferência dos recursos, não sendo suficiente para este fim a simples apresentação de contrato particular de mútuo e a informação da operação na declaração de ajuste anual. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. LUCROS E DIVIDENDOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. A alegação do recebimento de lucros e dividendos de empresa da qual o contribuinte é sócio, com o fim de demonstrar a origem de recursos, não pode ser aceita quando não há no informe de rendimentos anual, Fl. 2584DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 19515.721526/201116 Resolução nº 2401000.476 S2C4T1 Fl. 4 3 nem na DIPJ, informações sobre a distribuição desses valores no ano calendário de apuração do acréscimo patrimonial a descoberto. GANHO DE CAPITAL. Na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações que importem alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, desapropriação, dação em pagamento, doação, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins. A autuação procedeu lançamento tributário em função de: a) omissão de rendimentos caracterizada por acréscimo patrimonial a descoberto e b) omissão de ganhos de capital na alienação de ações/quotas não negociadas em Bolsa. O Termo de Verificação Fiscal está às efls. 1583/1594. A ação fiscal decorreu da análise relativa ao incremento patrimonial do contribuinte, de R$ 20.510.948,90 no ano calendário 2006, oriundo de operações imobiliárias que teriam sido suportadas por recursos de terceiros:empréstimos de pessoa física e jurídicas. O Recurso Voluntário foi interposto em 26/11/2012. A ciência ao Acórdão de Impugnação ocorreu em 26/10/2012. O contribuinte apresenta as seguintes razões no Recurso Voluntário, muitas já incluídas na impugnação. 1. O Auto de Infração(2006, 2007) é nulo porque extrapola o período permitido no MPF(2006) e porque é incompreensível. Os dados que serviram de base para o lançamento são desconhecidos e sem qualquer referência à origem utilizada, restando incongruência entre a acusação e a legislação aplicada. Desta forma, a motivação do ato administrativo estaria viciada. 2.A planilha de evolução patrimonial mensal não contém explicação sobre a origem dos valores lá incluídos. Por exemplo no mês abril/2006 foi considerado como dispêndio R$ 387.283,50, mas não ficou demonstrado como se chegou a esse valor. Desta forma, fica comprovada a violação do princípio da ampla defesa e do contraditório. 3. A fragilidade do lançamento tendo em vista divergências na base de cálculo em função de equívocos, conforme a seguir. a) Desconsideração dos recursos auferidos em face dos lucros supensos utilizados para fins de aumento de capital da empresa Brasil Fashion Comércio de Roupas Ltda., no valor de R$ 456.600,00, comprovado pela 7a. alteração contratual (doc. 4) e DIRPF 2007(doc. 5). b) Cômputo, em janeiro/2006, de R$ 5.317.235,00 referente ao contrato de mútuo realizado transferência de nota promissória da empresa Company S.A., ocorrida, de fato, em setembro de 2006 (doc.6). c) Em Setembro/2006 constou na planilha o valor de R$ 11.000.000,00, conforme termo de quitação (doc. 7), quando o correto seria R$ 11.100.000,00. Este valor, também foi considerado corretamente como dispêndio tendo em vista a aquisição de imóveis(8 Fl. 2585DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 19515.721526/201116 Resolução nº 2401000.476 S2C4T1 Fl. 5 4 apartamentos). Entende que é necessário corrigir o valor das entradas/origens para R$ 11.100.000,00. d) Também não foi considerado como origem o valor dos imóveis oferecidos como dação em pagamento. Em 2006, o recorrente adquiriu diversas unidades comerciais autônomas pelo valor de R$ 27.724.000,00, com pagamento à prazo. Em 2006 foram quitados R$ 8.100.000,00 mediante dação em pagamento, o que foi desconsiderado pela autoridade fiscal como sendo origem. Entende que a dação em pagamento é uma forma de alienação e deve ser considerada como origem, conforme par. 4 art. 117 do RIR/99. e) Outros dois equívocos na planilha de evolução patrimonial referemse à consideração como dispêndios os pagamentos de R$ 8.624.157,30 (nov/2006) e R$ 297.090,63 (dez/06). O recorrente firmou compromisso de R$ 1.135.333,35 que seria pago em 5 parcelas, vencendo a primeira em 05/11/2006 e as demais no mesmo dia dos meses subsequentes. Contudo, o início dos pagamentos ocorreu em janeiro/2007, conforme recibo de quitação (doc. 10). Como o IRPF segue o regime de caixa, tais dispêndios devem ser considerados no ano do efetivo pagamento, ou seja, 2007. Itens não mantidos pela decisão a quo. f. O aumento de capital mediante incorporação dos lucros acumulados foi considerado somente pela metade na planilha de evolução patrimonial. A empresa possuía lucros suficientes para realizar tal operação (doc. 11). Entende que essa desconsideração da origem decorre do fato que não houve a transferência de numerário entre a sociedade e o sócio pessoa física. Para que seja considerado o ingresso de recursos via recebimento de lucros acumulados basta que seja informada a operação em sua declaração de ajuste, o que foi feito, pois indicou rendimentos isentos e não tributáveis no valor de R$ 456.600,00, que foi utilizada para aumentar a participação societária na empresa Brasil Fashion (bens e direitos). g. Explica os contratos de mútuos com o sr. Carlos Manuel da Silva Antunes foram desconsiderados pela autoridade fiscal por comprovação frágil (valor total acumulado de R$ 3.901.363,00). Em 2006 houve um aumento declarado da dívida/obrigação do recorrente no total de R$ 1.790.000,00, representado por 5 contratos (doc. 12). O recorrente cedeu quotas da sociedade Brooks Agropecuária Ltda., crédito em nome da sociedade (doc. 13), e imóvel matrícula 33340(doc 14) ao sr. Carlos Manuel, tornandose dele credor. Tendo em vista o recorrente ser, ao mesmo tempo credor e devedor do mesmo montante (R$ 3.901.363,00), as obrigações foram extintas através de compensação, conforme art. 368 do Código Civil (doc. 15). Argumenta que a movimentação financeira não pode ser a única comprovação dos contratos de mútuo. h. No caso dos contratos de mútuo com a empresa Via Veneto Roupas Ltda. a DRJ se manifestou no sentido de que os documentos da empresa estavam inconsistentes com os valores declarados pelo recorrente. O recorrente argumenta que comprovou com documentos contábeis da empresa registrando a saída de valores(doc 16), cheques nominais ao recorrente(doc 17), e o reconhecimento da dívida na DIRPF. Neste caso, não existe divergência entre os valores declarados pela empresa e pelo recorrente. A autoridade fiscal não considerou o mútuo porque entendeu que se destinavam a pagar despesas do recorrente. Contudo, o recorrente reconheceu a dívida na DIRPF. O simples fato do valor não ter transitado em conta bancária não tem o condão de descaracterizar os mútuos realizados. Entende que os mútuos com o Sr. Carlos Manuel e Via Veneto deveriam ter sido reconhecidos e computados como origem nos respectivos períodos. Fl. 2586DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 19515.721526/201116 Resolução nº 2401000.476 S2C4T1 Fl. 6 5 i. Contesta a glosa dos dividendos recebidos tendo em vista não ter ficado comprovada a efetiva percepção, (não consta na DIPJ da Via Venetodoc. 18, nem na DIRPF). Explica que os dividendos eram declarados como dívidas da empresa com o sócio que os declarava pelo valor total aprovisionado e também declarando como direito a receber. Desta forma, não poderia constar na DIPJ 2007 como dividendos a pagar, pois já haviam sido aprovisionados em anos anteriores. O recebimento dos dividendos é comprovado com a baixa no ativo referente ao direito de receber os valores da Via Veneto Roupas Ltda. Desta forma, entende que devem ser reconhecidos os dividendos de R$ 2.791.461,39 como origem no cálculo da evolução patrimonial. O julgador a quo entendeu que não foram distribuídos dividendos no ano e a presunção é que teriam sido pagos em 2004 e 2005 e então deveria ter constado como saldo de dezembro de 2005. E assim tais valores deveriam ser incluídos como origens nos respectivos períodos. j. Em 2006 o recorrente alienou todas as quotas de sua participação na empresa Alamanda Empreendimentos Ltda. para a própria sociedade, com baixa do ativo e apuração de ganho de capital. Contudo, tal negócio foi desconsiderado pela autoridade fiscal. Tal operação foi informada na DIRPF e no Demonstrativo de Apuração de Ganho de Capital (doc. 20). Embora não havendo ganho patrimonial, deve o montante da venda ser considerado no cálculo do fluxo patrimonial. k. A autoridade fiscal assumiu como dispêndio o valor de R$ 2.231.647,80 na planilha de evolução patrimonial, relativamente a aquisição da fazenda São João do Café. O recorrente adquiriu 16,02% do imóvel rural no valor de R$ 26.000.000,00 cujos valores foram quitados a partir de 15/06/2005 até 2007. A proporção do recorrente, paga em 2006, equivalente aos 16,02 % é de R$ 1.614.623,42 e não o considerado pela fiscalização. Entende que o equívoco ocorreu pela interpretação incorreta da escritura que reproduziu o contrato de compra e venda, pois onde se lê "é paga neste ato" está se referindo a data de assinatura do contrato, ou seja, ano calendário 2005. A DIRPF 2005 comprova a aquisição da propriedade em 2005. l. No caso de alienação de parceria rural, nenhum ativo foi baixado, assim, em nenhum momento pode ser considerada como ganho de capital e fato gerador de imposto de renda. No caso de parceria rural, não há venda de participação ou cessão de direitos. Uma vez dissolvida a parceria, cada produtor rural reconhece o respectivo rendimento tributável em sua declaração de ajuste na proporção de sua participação. Foi o que ocorreu. Tendo em vista a cessão de direitos, o recorrente, em 2007, reconheceu como receita da atividade rural os R$ 6.650.000,00 em razão do recebimento da parte representativa da sua participação na parceira, comprovado pelo Livro Caixa Rural de 2007 (doc. 22). O valor foi considerado como receita da atividade rural e reconhecido no cálculo do imposto devido em 2007 (doc 23). Logo, tal valor não deve ser considerado para base de apuração de ganho de capital. Caso não seja aceita a argumentação, requer que os valores já declarados sejam compensados. m. Elaborou o fluxo patrimonial (doc. 24), com as informações que entende corretas e verídicas a ele pertinentes. É o relatório. Fl. 2587DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 19515.721526/201116 Resolução nº 2401000.476 S2C4T1 Fl. 7 6 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e dele conheço. Analisandose as razões do contribuinte, observouse a falta de documentação/informações no processo, por parte da autoridade fiscal. Desta forma, fazse necessário complementar a instrução do processo, conforme a seguir. EQUÍVOCOS NA PLANILHA DISPÊNDIOS NOV/DEZ/2006 O recorrente aponta dois equívocos na planilha de evolução patrimonial: relativamente à consideração como dispêndios os pagamentos de R$ 8.624.157,30 (nov/2006), e R$ 297.090,63 (dez/06). No caso deste (R$297.090,63), teria se originado do compromisso de R$ 1.135.333,35 que deveria ter sido pago em 5 parcelas, vencendo a primeira em 05/11/2006 e as demais no mesmo dia dos meses subsequentes. O início dos pagamentos teria ocorrido somente em janeiro/2007, conforme recibo de quitação (doc. 10) e, portanto, entendo estar correta a decisão a quo de excluir o valor da planilha no mês dez/06. Entretanto, na documentação acostada aos autos não foi possível encontrar o motivo/comprovação do dispêndio de R$ 8.624.157,30 e por esta razão, tal valor foi retirado da planilha de evolução patrimonial na decisão de primeira instância. Contudo, entendo que, dada a complexidade do processo, fazse necessário que a autoridade fiscal esclareça a efetiva existência ou não do dispêndio(R$ 8.624.157,30), bem como sua origem na planilha de evolução patrimonial. DISPÊNDIO SEM COMPROVAÇÃO A autoridade fiscal referenciou na planilha demonstrativa da evolução patrimonial(efls. 1595/1596), no mês abril/2006, o dispêndio de R$ 387.283,50 relativamente à aquisição da fazenda Emaza Maringá, com base na DOI (Declaração sobre Operações Imobiliárias). Tal dispêndio foi confirmado na planilha alternativa apresentada pelo contribuinte à efl. 2580. Contudo, o contribuinte questiona o fato de não ter sido incluído no processo qualquer documento comprobatório relativo àquele dispêndio. Observo que, muito embora tenha declarado o dispêndio na planilha alternativa, o contribuinte não informou a aquisição nas DIRPFs. Tendo em vista o princípio da transparência, é necessário que se anexe aos autos o documento que fundamentou a inclusão do dispêndio na planilha de evolução patrimonial do contribuinte pela autoridade fiscal. Observo que parte do valor está explicitado na documentação relativa à compra da fazenda Maringá às fls. 1097/1102, no qual o contribuinte Ariovaldo Massi adquiriu 16,02% da propriedade, pagando R$ 204.255,00( o valor total da escritura era de R$ 1.275.000,00). Desta forma, considerando que o contribuinte reconheceu o dispêndio na planilha alternativa por ele desenvolvida, entendo que não há dúvidas quanto ao dispêndio. Contudo entendo que falta explicação relativa ao restante do valor, podendo ser complementado pela DOI referida no Demonstrativo elaborado pela autoridade fiscal. Fl. 2588DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 19515.721526/201116 Resolução nº 2401000.476 S2C4T1 Fl. 8 7 Assim, voto por transformar o julgamento em diligência para que a autoridade fiscal anexe aos autos a DOI relativa aos dispêndios de R$ 387.283,50, e também apresente esclarecimentos sobre o dispêndio de R$ 8.624.157,30 constante da planilha de evolução patrimonial. O resultado da diligência deve ser informado ao recorrente, para, caso queira, se manifeste dentro do prazo legal de 30 dias. É como voto. Maria Cleci Coti Martins. Fl. 2589DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS
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