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Numero do processo: 13603.724627/2011-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Feb 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO PELA AQUISIÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO IMOBILIZADO E NÃO UTILIZADOS NA PRODUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O inciso VI do artigo 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 vincula o creditamento em relação a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado - além de seu emprego para locação a terceiros - a seu uso na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. Portanto, o legislador restringiu o creditamento da contribuição à aquisição de bens diretamente empregados na industrialização das mercadorias (ou na prestação de serviços), não sendo razoável admitir que seja passível do cômputo de créditos a aquisição irrestrita de bens necessários ao exercício das atividades da empresa como um todo.
PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS COMO INSUMOS. CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO. REALIDADE FÁTICA. SERVIÇOS ENQUADRADOS PARCIALMENTE COMO INSUMOS NOS TERMOS DO REGIME. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO EM PARTE.
No regime de incidência não-cumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637 de 2002 e 10.833 de 2003 (art. 3o, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais.
O escopo das mencionadas leis não se restringe à acepção de insumo tradicionalmente proclamada pela legislação do IPI e espelhada nas Instruções Normativas SRF nos 247/2002 (art. 66, § 5º) e 404/2004 (art. 8o, § 4º), sendo mais abrangente, posto que não há, nas Leis nos 10.637/02 e 10.833/03, qualquer menção expressa à adoção do conceito de insumo destinado ao IPI, nem previsão limitativa à tomada de créditos relativos somente às matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem.
Contudo, deve ser afastada a interpretação demasiadamente elástica e sem base legal de se dar ao conceito de insumo uma identidade com o de despesa dedutível prevista na legislação do imposto de renda, posto que a Lei, ao se referir expressamente à utilização do insumo na produção ou fabricação, não dá margem a que se considerem como insumos passíveis de creditamento despesas que não se relacionem diretamente ao processo fabril da empresa.
Logo, há que se conferir ao conceito de insumo previsto pela legislação do PIS e da COFINS um sentido próprio, extraído da materialidade desses tributos e atento à sua conformação legal expressa: são insumos os bens e serviços utilizados (aplicados ou consumidos) diretamente no processo produtivo (fabril) ou na prestação de serviços da empresa, ainda que, no caso dos bens, não sofram alterações em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação.
Realidade em que a empresa, fabricante de máquinas e equipamentos de grande porte, busca se creditar da contribuição em função de serviços com despacho aduaneiro, contabilidade geral, controle fiscal, contas a pagar e tesouraria, controle de ativo fixo, registro fiscal, faturamento, gestão tributária e societária, serviços de assessoria e expatriados, serviços os quais dizem respeito a atividades de caráter meramente administrativo, e que, por não estarem relacionados diretamente à atividade produtiva da interessada, não dão direito a creditamento.
Diferentemente, poderão alicerçar creditamento os serviços relacionados ao controle de fluxo de produção e de estoque nas instalações fabris (sistema just in time), posto que esses são essenciais ao processo produtivo.
PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES DECORRENTES DA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTO ACABADO ENTRE ESTABELECIMENTOS DA INTERESSADA, OU AINDA, PELOS FRETES DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS DESTINADAS AO ATIVO IMOBILIZADO OU A USO E CONSUMO. IMPOSSIBILIDADE.
No regime da não-cumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS a possibilidade de creditamento em relação a despesas com frete e armazenagem de mercadorias é restrita aos casos de venda de bens adquiridos para revenda ou produzidos pelo sujeito passivo, e, ainda assim, quando o ônus for suportado pelo mesmo.
Logo, por falta de previsão legal, é inadmissível o creditamento em face de fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada, ou ainda, pelos fretes do transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo.
PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES PAGOS NA COMPRA DE INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE.
O regime da não-cumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS admite o creditamento calculado a partir de despesas com fretes pagos na compra de insumos adquiridos de pessoas jurídicas.
PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO DO SALDO CREDOR. AMPLITUDE LEGAL.
A possibilidade de compensação ou de ressarcimento em espécie do saldo credor do PIS e da COFINS, antes restrita ao acúmulo de créditos decorrente da exportação de mercadorias ou de serviços para o exterior (sobre as quais não incidem as contribuições em tela), passou a alcançar todos os créditos apurados na forma do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como os créditos decorrentes da incidência das contribuições em tela sobre as importações - no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao regime da não-cumulatividade - nas hipóteses albergadas pelo artigo 15 da Lei nº 10.865/2004, dentre as quais se inclui a aquisição de bens para revenda (inciso I do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004).
PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. SALDO CREDOR. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. TRIMESTRALIDADE DA APURAÇÃO.
Poderá ser objeto de compensação ou de ressarcimento o saldo credor da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS apurado na forma do art. 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como do art. 15 da Lei nº 10.865/2004, acumulado ao final de cada trimestre do ano-calendário, em virtude da manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS (artigo 17 da Lei nº 11.033/2004).
Recurso ao qual se dá parcial provimento
Numero da decisão: 3301-002.815
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Valcir Gassen, que reconheciam o direito a creditamento também inerente aos fretes pelo transporte na transferência de produtos acabados entre estabelecimentos da interessada, bem como relativamente aos fretes pelo transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente.
(assinado digitalmente)
Francisco José Barroso Rios - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. André Garcia Leão Reis Valadares, OAB/MG nº 136.654.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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AMPLITUDE DO DIREITO. REALIDADE FÁTICA. SERVIÇOS ENQUADRADOS PARCIALMENTE COMO INSUMOS NOS TERMOS DO REGIME. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO EM PARTE. No regime de incidência não-cumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637 de 2002 e 10.833 de 2003 (art. 3o, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. O escopo das mencionadas leis não se restringe à acepção de insumo tradicionalmente proclamada pela legislação do IPI e espelhada nas Instruções Normativas SRF nos 247/2002 (art. 66, § 5º) e 404/2004 (art. 8o, § 4º), sendo mais abrangente, posto que não há, nas Leis nos 10.637/02 e 10.833/03, qualquer menção expressa à adoção do conceito de insumo destinado ao IPI, nem previsão limitativa à tomada de créditos relativos somente às matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem. 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Realidade em que a empresa, fabricante de máquinas e equipamentos de grande porte, busca se creditar da contribuição em função de serviços com despacho aduaneiro, contabilidade geral, controle fiscal, contas a pagar e tesouraria, controle de ativo fixo, registro fiscal, faturamento, gestão tributária e societária, serviços de assessoria e expatriados, serviços os quais dizem respeito a atividades de caráter meramente administrativo, e que, por não estarem relacionados diretamente à atividade produtiva da interessada, não dão direito a creditamento. Diferentemente, poderão alicerçar creditamento os serviços relacionados ao controle de fluxo de produção e de estoque nas instalações fabris (sistema just in time), posto que esses são essenciais ao processo produtivo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES DECORRENTES DA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTO ACABADO ENTRE ESTABELECIMENTOS DA INTERESSADA, OU AINDA, PELOS FRETES DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS DESTINADAS AO ATIVO IMOBILIZADO OU A USO E CONSUMO. IMPOSSIBILIDADE. No regime da não-cumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS a possibilidade de creditamento em relação a despesas com frete e armazenagem de mercadorias é restrita aos casos de venda de bens adquiridos para revenda ou produzidos pelo sujeito passivo, e, ainda assim, quando o ônus for suportado pelo mesmo. Logo, por falta de previsão legal, é inadmissível o creditamento em face de fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada, ou ainda, pelos fretes do transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES PAGOS NA COMPRA DE INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE. O regime da não-cumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS admite o creditamento calculado a partir de despesas com fretes pagos na compra de insumos adquiridos de pessoas jurídicas. PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO DO SALDO CREDOR. AMPLITUDE LEGAL. A possibilidade de compensação ou de ressarcimento em espécie do saldo credor do PIS e da COFINS, antes restrita ao acúmulo de créditos decorrente da exportação de mercadorias ou de serviços para o exterior (sobre as quais não incidem as contribuições em tela), passou a alcançar todos os créditos apurados na forma do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como os créditos decorrentes da incidência das contribuições em tela sobre as importações - no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao regime da não-cumulatividade - nas hipóteses albergadas pelo artigo 15 da Lei nº 10.865/2004, dentre as quais se inclui a aquisição de bens para revenda (inciso I do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004). PIS/PASEP. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. SALDO CREDOR. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. TRIMESTRALIDADE DA APURAÇÃO. Poderá ser objeto de compensação ou de ressarcimento o saldo credor da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS apurado na forma do art. 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como do art. 15 da Lei nº 10.865/2004, acumulado ao final de cada trimestre do ano-calendário, em virtude da manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS (artigo 17 da Lei nº 11.033/2004). Recurso ao qual se dá parcial provimento
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO PELA AQUISIÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO IMOBILIZADO E NÃO UTILIZADOS NA PRODUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O inciso VI do artigo 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 vincula o creditamento em relação a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado além de seu emprego para locação a terceiros a seu uso “na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços”. Portanto, o legislador restringiu o creditamento da contribuição à aquisição de bens diretamente empregados na industrialização das mercadorias (ou na prestação de serviços), não sendo razoável admitir que seja passível do cômputo de créditos a aquisição irrestrita de bens necessários ao exercício das atividades da empresa como um todo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS COMO INSUMOS. CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO. REALIDADE FÁTICA. SERVIÇOS ENQUADRADOS PARCIALMENTE COMO INSUMOS NOS TERMOS DO REGIME. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO EM PARTE. No regime de incidência nãocumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637 de 2002 e 10.833 de 2003 (art. 3o, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. O escopo das mencionadas leis não se restringe à acepção de insumo tradicionalmente proclamada pela legislação do IPI e espelhada nas Instruções Normativas SRF nos 247/2002 (art. 66, § 5º) e 404/2004 (art. 8o, § 4º), sendo mais abrangente, posto que não há, nas Leis nos 10.637/02 e 10.833/03, qualquer menção expressa à adoção do conceito de insumo AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 72 46 27 /2 01 1- 73 Fl. 3582DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 2 destinado ao IPI, nem previsão limitativa à tomada de créditos relativos somente às matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem. Contudo, deve ser afastada a interpretação demasiadamente elástica e sem base legal de se dar ao conceito de insumo uma identidade com o de despesa dedutível prevista na legislação do imposto de renda, posto que a Lei, ao se referir expressamente à utilização do insumo na produção ou fabricação, não dá margem a que se considerem como insumos passíveis de creditamento despesas que não se relacionem diretamente ao processo fabril da empresa. Logo, há que se conferir ao conceito de insumo previsto pela legislação do PIS e da COFINS um sentido próprio, extraído da materialidade desses tributos e atento à sua conformação legal expressa: são insumos os bens e serviços utilizados (aplicados ou consumidos) diretamente no processo produtivo (fabril) ou na prestação de serviços da empresa, ainda que, no caso dos bens, não sofram alterações em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Realidade em que a empresa, fabricante de máquinas e equipamentos de grande porte, busca se creditar da contribuição em função de serviços com despacho aduaneiro, contabilidade geral, controle fiscal, contas a pagar e tesouraria, controle de ativo fixo, registro fiscal, faturamento, gestão tributária e societária, serviços de assessoria e expatriados, serviços os quais dizem respeito a atividades de caráter meramente administrativo, e que, por não estarem relacionados diretamente à atividade produtiva da interessada, não dão direito a creditamento. Diferentemente, poderão alicerçar creditamento os serviços relacionados ao controle de fluxo de produção e de estoque nas instalações fabris (sistema just in time), posto que esses são essenciais ao processo produtivo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES DECORRENTES DA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTO ACABADO ENTRE ESTABELECIMENTOS DA INTERESSADA, OU AINDA, PELOS FRETES DO TRANSPORTE DE MERCADORIAS DESTINADAS AO ATIVO IMOBILIZADO OU A USO E CONSUMO. IMPOSSIBILIDADE. No regime da nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS a possibilidade de creditamento em relação a despesas com frete e armazenagem de mercadorias é restrita aos casos de venda de bens adquiridos para revenda ou produzidos pelo sujeito passivo, e, ainda assim, quando o ônus for suportado pelo mesmo. Logo, por falta de previsão legal, é inadmissível o creditamento em face de fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada, ou ainda, pelos fretes do transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS EM RELAÇÃO A FRETES PAGOS NA COMPRA DE INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE. Fl. 3583DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 3 O regime da nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS admite o creditamento calculado a partir de despesas com fretes pagos na compra de insumos adquiridos de pessoas jurídicas. PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO DO SALDO CREDOR. AMPLITUDE LEGAL. A possibilidade de compensação ou de ressarcimento em espécie do saldo credor do PIS e da COFINS, antes restrita ao acúmulo de créditos decorrente da exportação de mercadorias ou de serviços para o exterior (sobre as quais não incidem as contribuições em tela), passou a alcançar todos os créditos apurados na forma do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como os créditos decorrentes da incidência das contribuições em tela sobre as importações no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao regime da não cumulatividade nas hipóteses albergadas pelo artigo 15 da Lei nº 10.865/2004, dentre as quais se inclui a aquisição de bens para revenda (inciso I do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004). PIS/PASEP. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. SALDO CREDOR. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. TRIMESTRALIDADE DA APURAÇÃO. Poderá ser objeto de compensação ou de ressarcimento o saldo credor da Contribuição para o PIS/PASEP e para a COFINS apurado na forma do art. 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como do art. 15 da Lei nº 10.865/2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário, em virtude da manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS (artigo 17 da Lei nº 11.033/2004). Recurso ao qual se dá parcial provimento Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Valcir Gassen, que reconheciam o direito a creditamento também inerente aos fretes pelo transporte na transferência de produtos acabados entre estabelecimentos da interessada, bem como relativamente aos fretes pelo transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Fl. 3584DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 4 Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. André Garcia Leão Reis Valadares, OAB/MG nº 136.654. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 1a Turma da DRJ Belo Horizonte (fls. 13603.724627/201173 do processo eletrônico), que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade formalizada contra o não reconhecimento integral do direito creditório pleiteado mediante as declarações de compensação objeto dos autos, conforme acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de Apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. A contribuição não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de exportação de mercadorias para o exterior. O reconhecimento de direito ao ressarcimento ou à compensação demanda a comprovação, pela contribuinte, da existência de crédito líquido e certo contra a Fazenda Pública. REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. INSUMOS. CONCEITO. Geram créditos os dispêndios realizados com bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, observadas as ressalvas legais. O termo "insumo" não pode ser interpretado como todo e qualquer fator que onere a atividade econômica, mas tãosomente como aqueles bens ou serviços que sejam diretamente empregados na produção de bens ou na prestação de serviços. REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. DESPESAS COM TRANSPORTES. As despesas efetuadas com fretes para transferência da matériaprima ou do produto acabado entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, com fretes de bens ou mercadorias não identificadas e com fretes de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado, não utilizadas diretamente na produção, ou ao uso e consumo da pessoa jurídica, não geram direito ao creditamento. REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. DESPESAS COM SEGUROS. Desde que suportado pela pessoa jurídica compradora, o seguro pago pelo transporte, assim como o frete, integra o custo de aquisição de bens ou mercadorias adquiridas. REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS SOBRE IMPORTAÇÃO VINCULADOS A RECEITA DE EXPORTAÇÃO. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. A possibilidade de compensação, ou de ressarcimento em espécie, do saldo credor apurado em decorrência de operações de importação, autorizada Fl. 3585DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 5 pelo art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005, alcança tãosomente os créditos previstos no art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004. REGIME NÃOCUMULATIVO. DIREITO CREDITÓRIO. APURAÇÃO. A autoridade competente para decidir sobre o pedido de ressarcimento, restituição ou compensação de créditos poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, sendo que somente são passíveis de compensação os créditos comprovadamente existentes, devendo estes gozar de liquidez e certeza para serem utilizados. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte O presente processo diz respeito a declarações de compensação – DCOMP relativas a saldo credor de PIS/PASEP apurado no período de 01/07/2009 a 30/09/2009, no valor total de R$ 409.319,84, em conformidade com o artigo 5º da Lei nº 10.637, de 2002. Desse montante, a unidade jurisdicionante do contribuinte já reconhecera o direito sobre a parcela de R$ 384.960,13. Por seu turno, a DRJ recorrida entendeu que deverão ser também restabelecidos os créditos apropriados sobre a utilização de água e esgoto das filiais “Contagem” e “Curitiba”, bem como os créditos relativos aos seguros pagos pelos fretes de bens ou mercadorias adquiridas pela interessada. Especialmente em relação ao presente processo houve também o reconhecimento de crédito remanescente no montante de R$ 1.114,90 (conf. relatório fiscal elaborado em função da decisão de primeira instância), o qual corresponde à retificação de cálculos efetuados pela unidade de origem (item 12 do voto recorrido). Assim, com base nos cálculos elaborados posteriormente pela DRF Contagem em conseqüência da decisão da DRJ, segundo os quais a quantia adicional a ser creditada em favor do sujeito passivo corresponde a R$ 2.458,24 (ressalvado o desconto de alguma parcela outrora compensada evidenciada em alguns processos da empresa sobre a mesma matéria), temse que o montante em litígio corresponde a R$ 21.901,47. Segue, abaixo, o relato dos fatos transcrito da decisão recorrida, o qual é padrão em todos os processos da empresa sobre essa matéria: Com o intuito de verificar a apuração do IPI, bem como o PIS e a Cofins da pessoa jurídica, foi emitido, em 11/05/2011, o Mandado de Procedimento Fiscal – Fiscalização (MPFF n.º: 06.1.10.002011004273). Em decorrência, a autoridade fiscal lavrou o Termo de Início de Fiscalização, intimando o sujeito passivo a apresentar, dentre outros elementos, arquivos digitais referentes aos itens 4.3.1, 4.3.2, 4.3.3, 4.3.4, 4.9.1 e 4.9.5 do Anexo Único do Ato Declaratório SRF/Cofis nº 15, de 2001, escrituração contábil digital, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 787, de 2007, relação dos produtos fabricados pelo estabelecimento, certidão de objeto e pé de ações judiciais referentes ao IPI, PIS e Cofins, relação das contas contábeis referentes a créditos, receitas e exclusões da base de cálculo do PIS e da Cofins, memoriais de apuração das bases de cálculo utilizadas no preenchimento dos Demonstrativos de Apuração das Contribuições Sociais – Dacon e demonstrativo dos fretes de compras de bens utilizados como insumos. Fl. 3586DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 6 De acordo com a fiscalização, a contribuinte admitiu a ocorrência de erros no preenchimento dos Demonstrativos de Apuração de Contribuições Sociais – Dacon. Sendo assim, os créditos foram apurados de acordo com os memoriais de apuração das bases de cálculo dos Dacon e demais documentos apresentados pela contribuinte a pedido da autoridade fiscal. Em seguida, a autoridade fiscal elaborou demonstrativo das glosas de créditos de PIS, conforme abaixo (valores em reais): P.A. 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. 3.7. TOTAL ME/FAT MI ME jan/08 3,26 2.845,44 1.367,77 0,00 0,00 36,02 127.836,13 132.088,62 20,23% 105.371,64 26.716,98 fev/08 3,26 5.381,60 1.515,51 0,00 0,00 38,86 91.338,39 98.277,62 14,25% 84.274,71 14.002,91 mar/08 3,26 5.967,74 1.390,14 0,00 0,00 29,65 71.482,90 78.873,69 18,07% 64.623,36 14.250,33 abr/08 3,26 4.719,18 1.627,64 0,00 38,13 186,26 180.784,88 187.359,35 16,34% 156.741,83 30.617,52 mai/08 49,44 8.261,21 1.586,73 0,00 159,52 496,78 125.875,75 136.429,43 19,55% 109.752,61 26.676,82 jun/08 49,44 5.983,14 2.042,36 0,00 50,27 191,73 108.912,17 117.229,11 16,40% 98.001,10 19.228,01 jul/08 151,12 9.659,18 1.909,71 26,51 150,14 587,80 121.509,41 133.993,87 16,20% 112.289,14 21.704,73 ago/08 151,12 7.179,43 1.921,09 3,76 132,18 1.291,51 118.778,39 129.457,48 22,26% 100.645,30 28.812,18 set/08 168,13 3.074,82 1.883,11 6,96 217,27 1.647,18 104.600,83 111.598,30 24,00% 84.811,15 26.787,15 out/08 241,91 6.252,08 1.770,70 0,00 136,81 1.219,34 122.203,64 131.824,48 23,59% 100.727,26 31.097,22 nov/08 318,76 8.491,53 1.719,92 8,63 91,80 1.456,49 70.934,88 83.022,01 22,87% 64.032,81 18.989,20 dez/08 532,25 4.150,69 1.471,63 0,20 112,63 1.467,26 131.074,08 138.808,74 37,59% 86.634,00 52.174,74 jan/09 532,25 5.385,90 1.179,67 0,00 173,76 1.879,16 51.684,90 60.835,64 14,79% 51.837,44 8.998,20 fev/09 532,25 11.673,37 1.262,98 33,26 104,68 3.510,75 64.575,01 81.692,30 15,53% 69.008,40 12.683,90 mar/09 532,25 10.388,31 441,21 7,40 25,91 2.776,46 44.105,65 58.277,19 16,48% 48.672,38 9.604,81 abr/09 532,25 2.838,07 1.572,35 1.164,99 40,14 3.401,09 24.839,83 34.388,72 9,90% 30.983,35 3.405,37 mai/09 532,25 5.261,01 874,84 2.569,55 27,06 3.012,90 45.330,66 57.608,27 7,28% 53.414,17 4.194,10 jun/09 532,25 3.246,92 958,43 0,00 14,04 2.405,55 50.649,08 57.806,27 18,59% 47.059,37 10.746,90 jul/09 532,25 7.110,54 720,28 2.897,56 59,09 3.385,00 34.676,13 49.380,85 17,15% 40.912,30 8.468,55 ago/09 532,25 1.953,83 1.175,60 92,21 46,59 1.767,91 33.182,54 38.750,93 8,12% 35.604,80 3.146,13 set/09 532,25 5.565,34 445,25 1.389,50 25,96 4.099,24 17.784,73 29.842,27 14,27% 25.583,88 4.258,39 out/09 532,25 4.171,09 2.445,14 1.917,99 14,83 2.016,65 29.949,93 41.047,88 7,37% 38.023,58 3.024,30 nov/09 532,25 5.999,82 1.378,43 1.289,05 20,70 4.449,68 33.600,99 47.270,92 9,53% 42.765,50 4.505,42 dez/09 532,25 3.670,03 1.580,37 4.930,84 37,09 11.126,51 39.091,41 60.968,50 8,26% 55.933,91 5.034,59 jan/10 532,25 3.502,79 2.203,49 20,65 27,72 1.117,50 14.467,59 21.871,99 8,45% 20.023,98 1.848,01 fev/10 532,25 7.916,35 1.523,09 0,00 18,55 3.337,67 90.260,30 103.588,21 6,86% 96.482,90 7.105,31 mar/10 532,25 1.633,53 1.589,22 299,59 33,98 3.206,79 54.032,80 61.328,16 13,04% 53.333,25 7.994,91 abr/10 532,25 18.149,44 1.551,72 474,12 33,89 3.384,16 213.636,74 237.762,32 14,80% 202.585,29 35.177,03 mai/10 532,25 6.014,24 1.054,57 190,05 46,59 5.760,11 52.717,10 66.314,91 7,27% 61.493,82 4.821,09 jun/10 532,25 8.552,18 1.487,26 72,44 41,18 2.397,81 93.602,34 106.685,46 11,08% 94.864,71 11.820,75 jul/10 532,25 8.892,22 1.229,17 3.311,98 44,16 6.016,23 64.426,44 84.452,45 13,12% 73.372,29 11.080,16 ago/10 532,25 10.200,72 1.366,51 2.038,99 41,63 1.732,96 37.199,94 53.113,00 10,40% 47.589,25 5.523,75 set/10 532,25 7.053,10 1.284,13 5.068,86 61,18 5.531,16 43.200,69 62.731,37 7,76% 57.863,42 4.867,95 Fl. 3587DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 7 LEGENDA: P.A. PERÍODO DE APURAÇÃO; 3.1. AQUISIÇÕES DE BENS DESTINADOS AO ATIVO IMOBILIZADO E NÃO UTILIZADOS NA PRODUÇÃO; 3.2. AQUISIÇÕES DE SERVIÇOS NÃO UTILIZADOS DIRETAMENTE NA PRODUÇÃO; 3.3. AQUISIÇÕES DE ÁGUA E ESGOTO NÃO UTILIZADOS NA PRODUÇÃO; 3.4. AQUISIÇÕES DE FRETES RELATIVOS A TRANSPORTE DE PRODUTOS FINAIS ENTRE ESTABELECIMENTOS; 3.5. AQUISIÇÕES DE FRETES RELATIVOS A TRANSPORTE DE BENS PARA USO, CONSUMO OU IMOBILIZADO; 3.6. AQUISIÇÕES DE SEGUROS PARA FRETES; 3.7. AQUISIÇÕES DE FRETES RELATIVOS A MERCADORIAS NÃO IDENTIFICADAS. MI. MERCADO INTERNO ME. MERCADO EXTERNO ME/FAT. RELAÇÃO PERCENTUAL MERCADO EXTERNO/FATURAMENTO Como resultado, foram obtidos os valores dos créditos vinculados ao mercado externo, sendo que, a fim de se apurar os saldos passíveis de ressarcimento ou de compensação antecipada, a autoridade fiscal executou alguns ajustes. O primeiro deles, segundo ela, deriva do fato de que, em virtude do art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005, apenas os créditos de importação elencados no art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004, são passíveis de ressarcimento ou compensação. Durante a auditoria, constatouse que a contribuinte importou, para fins de revenda, diversas máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01 e 87.04 da Nomenclatura Comum do Mercosul, previstos no art. 17 da Lei nº 10.865, de 2004, enquanto que os créditos de PIS/Cofins foram submetidos indevidamente ao rateio proporcional entre mercado externo e interno. Assim, apurou a fiscalização o crédito mensal a ser reclassificado como não ressarcível. Já o segundo ajuste diz respeito, conforme a fiscalização, à possibilidade de compensação, antes do encerramento do trimestre, de créditos de importação vinculados à receita de exportação. Aduz que, apesar do art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005, permitir o ressarcimento dos créditos de importação, a compensação antecipada possibilitada pelo art. 42 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, menciona apenas aqueles créditos oriundos de aquisições no mercado interno. Por créditos de importação, entende aqueles do art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004, inclusive aquisição de máquinas e equipamentos destinados ao ativo imobilizado. Referese ao caput do art. 34 desta Instrução Normativa e conclui que o contribuinte não observou o regramento exposto no preenchimento das PER/Dcomp, de modo que elabora demonstrativos que indicam quais créditos devem ser reposicionados no último mês do trimestre para fins de pedido de ressarcimento. Assim, após efetuados os ajustes, prossegue a fiscalização, a contribuinte teria direito ao ressarcimento dos valores de Cofins e de PIS nos valores que demonstra. Afirma a autoridade fiscal que a reapuração dos saldos de PIS e Cofins não altera os valores passíveis de ressarcimento indicados, porém, o saldo credor total, ou montante disponível após a última PER/Dcomp para desconto das contribuições a recolher, é de R$ 9.048.196,92, de PIS e de R$ 12.349.027,24, de Cofins, respectivamente. Esclarece que não foram apurados valores a recolher no período auditado. Por fim, calcula os créditos passíveis de ressarcimento, elabora demonstrativos e sugere o deferimento parcial dos diversos pedidos de ressarcimento e compensações efetuados, de acordo com os valores que indica no Termo de Verificação Fiscal. Fl. 3588DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 8 As glosas efetuadas bem como as justificativas estão detalhadas no Termo de Verificação Fiscal e no demonstrativo “Glosas de Compensações e Ressarcimento” para as contribuições PIS/Cofins elaborado pela autoridade fiscal. Diante desses fatos, a DRF/Contagem emitiu Despacho Decisório, em 27/12/2011, por meio do qual foi parcialmente homologada a Dcomp. Como resultado foi reconhecido o crédito no valor de R$ 594.742,57. Como base legal são citados, entre outros, os seguintes dispositivos: Lei nº 10.637, de 2002; Lei nº 10.833, de 2003; Instrução Normativa RFB nº 600, de 2005 e Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008. Cientificada em 27/02/2012, a contribuinte apresentou, em 28/03/2012, a manifestação de inconformidade às fls. 69 a 101 e 155, acompanhada dos documentos às fls. 102 a 154 e 156 a 1369, alegando, em síntese, que: A matéria objeto de recurso não foi submetida à apreciação judicial, com o que se atende ao disposto no art. 16, inciso V, do Decreto nº 70.235, de 1972; As três supostas irregularidades apontadas pela fiscalização fizeram com que os créditos de PIS/Cofins fossem recalculados mensalmente. Obtidos os novos valores passíveis de ressarcimento e compensação, as compensações foram homologadas até esse limite, indeferindo, integral ou parcialmente, aqueles que o superaram; Desse trabalho, 198 PER/Dcomp foram deferidos, 42 o foram apenas em parte e 34 receberam resposta negativa. Por sua vez, os respectivos despachos decisórios, em que tais entendimentos foram apresentados, constaram de 51 processos administrativos de crédito, dos quais 41 trouxeram resultados contrários aos interesses da requerente. A decisão recorrida, para que se apresenta a presente manifestação de inconformidade, é um desses. Como todos esses 41 processos se referem a uma mesma matéria, advém de um mesmo procedimento de fiscalização, é desejável que as correspondentes defesas sejam julgadas conjuntamente, o que desde já se requer; Segundo a fiscalização, a recorrente não estava autorizada a se creditar sobre as seguintes bases: ativo imobilizado – inclusão indevida de bens não utilizados na produção (item 3.1 do TVF), serviços não empregados diretamente na industrialização (item 3.2 do TVF), utilização de água e esgoto em processos industriais (item 3.3 do TVF), fretes – transporte de produtos finais entre estabelecimentos da pessoa jurídica (item 3.4 do TVF), fretes – inclusão indevida do transporte de mercadorias destinadas ao imobilizado ou a uso e consumo (item 3.5 do TVF), fretes inclusão indevida do seguro pago (item 3.6 do TVF) e fretes – falta de identificação das mercadorias transportadas (item 3.7 do TVF). Mas ela estava, na verdade, haja vista a legislação e jurisprudência acerca da matéria; Item 3.1 do TVF. A DRF entendeu que as despesas com veículos e com móveis para salas de treinamento de funcionários não poderiam compor a base de cálculo dos créditos por não serem diretamente destinadas às atividades de industrialização. Entretanto, consoante art. 3o das Leis nº 10.637, de 2002 e nº 10.833, de 2003, tal creditamento é permitido. No caso, Fl. 3589DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 9 não há como dizer que os bens não se prestam ao exercício da indústria. Os equipamentos destinados à capacitação de empregados, por exemplo, são essenciais a curso regular das atividades da recorrente, a qual se destaca por sua atuação inovativa e comprometida com o desenvolvimento tecnológico; Item 3.2 do TVF. Esses serviços, ao contrário do que sustenta a fiscalização, são, sim, utilizados de forma direta na atividade industrial, sobretudo porque são a ela essenciais. Os insumos, na sistemática do PIS/Cofins, são aquelas despesas, custos ou encargos essenciais ao desempenho da atividade econômica da contribuinte, seja ela qual for. São, de acordo com doutrinadores, todos os elementos físicos ou funcionais (...) que sejam relevantes para o processo de produção ou fabricação, ou para o produto. Jurisprudência administrativa do CARF apresenta o mesmo posicionamento, a exemplo dos Acórdãos nº 320200.226, de 08/02/2010 e nº 930301.035, de 23/08/2010. Julgados dos Tribunais Regionais Federais e Superior Tribunal de Justiça também vão no mesmo sentido. No caso, os serviços são essenciais. Aqueles prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda., por exemplo, são vitais para o processo de industrialização, que depende da entrega de insumos na lógica do sistema just in time. (“produção enxuta, por demanda”). Conforme se afere dos contratos ora anexados (doc. 5), tais serviços consistem na gestão inteligente do fornecimentos de bens a serem aplicados no processo produtivo. Não se trata, pois, de meros serviços de movimentação e controle de estoques, como pareceu entender a fiscalização. O que essa pessoa jurídica fornece é a otimização do processo industrial, serviço diretamente ligado à produção e cujo fator intelectual é preponderante. Esse tipo de serviço, sobretudo no setor econômico em que atua a contribuinte, é fundamental. Portanto, não há como afastar a sua natureza de insumo e, via de conseqüência, de gasto passível de creditamento, eis que se trata de serviço essencial e diretamente vinculado à produção, inclusive qualificado como verdadeiro custo de produção para as quais a jurisprudência administrativa permite, há muito, o desconto de créditos; Item 3.3 do TVF. Somente foram admitidas para efeito de creditamento a água aplicada nos processos industriais de “têmpera” e “lavagem e prova hídrica”, pois somente nesses casos haveria o contato direito com o bem produzido. A água empregada nos outros dois processos industriais, os de “pintura” e “usinagem”, não teria tal natureza. Contudo, a fiscalização glosou os créditos não apenas quanto aos dois últimos processos, mas em relação a todos eles, sob o argumento de que a contribuinte não soube precisar a quantidade de água empregada em cada um desses processos, o que intensifica o absurdo da autuação. É que não há dúvida que a água empregada em todos esses quatro processos permite o aproveitamento de créditos de PIS/Cofins, porque se encaixa no conceito de insumo e é empregada, de forma essencial, na produção, descabendo a exigência de contato físico direto com os produtos fabricados, consoante jurisprudência do CARF e julgados dos Tribunais Regionais Federais e do Superior Tribunal de Justiça; Item 3.4 do TVF. O fato de a transferência de bens entre estabelecimentos da pessoa jurídica não se caracterizar, propriamente, como uma operação de venda, nada tem a ver com a sua aptidão a gerar créditos de PIS/Cofins, sendo relevante apenas a sua qualificação como insumo, isto é, a sua essencialidade para o processo de produção, conforme já reiterado. Fl. 3590DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 10 E transportar as mercadorias entre os diversos estabelecimentos é fundamental para o curso regular das operações da pessoa jurídica principalmente por dois motivos: (a) A contribuinte possui um variado portfólio, provendo máquinas e equipamentos de marcas distintas (“Case”, “New Holland”, “Kobelco” e “Steyr”, por exemplo) para setores do mercado também díspares (de agricultura e construção civil, sobretudo), mas suas plantas industriais não estão preparadas para fabricarem todos esses produtos, até porque, aliás, isso demandaria investimentos de elevadíssima monta. Mormente pela variedade de estabelecimentos em todo o país, que também operam como centros de venda, fornecendo todos os produtos da marca, há necessidade de manutenção de estoques, segundo as condições do mercado, mesmo para aquelas mercadorias que não são fabricadas no próprio estabelecimento, de modo que valores consideráveis são gastos no transporte de mercadorias entre os estabelecimentos da pessoa jurídica e (b) São produzidas máquinas e equipamentos pesados, os quais gozam de particularidades quanto à sua estocagem, sobretudo pelos grandes e diferenciados tamanhos. É possível, por isso, que devido a uma queda nas vendas, por exemplo, determinado estabelecimento fique sem espaço para alocar a sua produção, o que tornará necessária a busca por outras unidades. Nessas situações é desejável que seja feita a transferência para outro estabelecimento, pois a locação de espaços para tal pode se mostrar excessivamente onerosa muito em virtude das elevadas dimensões dos bens produzidos. Além disso, os fretes em exame são despesas vinculadas ao processo de produção, o que reforça a possibilidade de creditamento. De fato, até que as mercadorias produzidas sejam efetivamente alienadas não há falar em encerramento da atividade industrial, mesmo porque o objetivo de qualquer pessoa jurídica é vender (obter receitas). Com efeito como este é o fato gerador de PIS/Cofins (as receitas), todo gasto com os produtos até que elas sejam auferidas deve ser considerado insumo. Julgados do CARF e do Superior Tribunal de Justiça corroboram essa tese; Item 3.5 do TVF. Ainda que não goze de previsão legal, é assente na jurisprudência administrativa que o frete pago na aquisição de bens necessários ao desenvolvimento da atividade industrial permite o creditamento. Cita a Solução de Consulta nº 156, de 19/09/2008, da SRRF/6a RF. Deveras, considerando a materialidade do PIS/Cofins, bem assim o atual entendimento jurisprudencial sobre o tema, quaisquer custos de aquisição devem autorizar o desconto de créditos; Item 3.6 do TVF. Entendeu o fisco que o seguro, normalmente destacado, que compõe o frete pago na aquisição de insumos deveria ter sido descontado da apuração dos créditos, de sorte que a recorrente não poderia ter se creditado com base no valor total do Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas CTRC, como ocorreu. O seguro do transporte não é custeado pela recorrente, mas sim pela própria transportadora, a verdadeira e única contratante desse serviço. O destaque no CTRC é apenas uma exigência legal instituída para permitir a identificação da composição do frete. O RICMS/MG, em seu art. 81, inciso XIII, trata o seguro como “valores dos componentes do frete”. O seguro, portanto, foi avençado pela transportadora, que apenas informa o seu respectivo valor em atendimento ao regramento legal. No caso, a recorrente pagou apenas pelo transporte e, sendo o frete na aquisição de insumos passível de creditamento, agiu de forma acertada ao calcular seus créditos sobre o valor total do CTRC, que é o efetivo valor do frete. Ainda que se entenda o contrário, o crédito afigura se legítimo em virtude de equivaler ao “custo de aquisição”. O art. 289 do Fl. 3591DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 11 RIR autoriza o aproveitamento do crédito em relação a quaisquer custos de aquisição. Cita a Solução de Consulta nº 156, de 19/09/2008, da SRRF/6a RF. Assim, sendo os seguros, igualmente, um “custo de aquisição”, conforme art. 289, § 1o do RIR, cabível o creditamento quanto a eles; Item 3.7 do TVF. Essa glosa decorreu da ausência de vinculação de boa parte dos fretes aos respectivos insumos adquiridos. Estornouse, então, praticamente todo o crédito de fretes do período, exceto aqueles tratados nos itens anteriores, que tiveram análise própria e apartada. Para que não haja dúvidas quanto ao seu direito a recorrente requer, desde já, a realização de diligência fiscal e perícia contábil para que tal vinculação seja verificada. Para tanto, comprometese, inclusive, a trazer aos autos todas as informações e documentos correspondentes, o que apenas não faz agora, com esta defesa, e não fez durante o procedimento fiscal, em razão do seu extensíssimo volume – entre janeiro de 2008 e setembro de 2010 foram realizadas quase 800 mil operações de aquisição de mercadorias. De qualquer forma, por ocasião de suas respostas à fiscalização, demonstrou, para aproximadamente 20% das referidas operações (mais um menos 140 mil), que quase 90% dos fretes pagos no aludido interregno se referiam à compra de insumos. Por isso, na eventualidade de não se permitir a juntada desses documentos, propugna pela homologação proporcional desses créditos, sob pena de perpetuação de exigência fiscal claramente desproporcional e ilegítima; Item 4.2 do TVF. Os créditos utilizados como base dos PER/Dcomp ora examinados, e também daqueles outros apresentados no período fiscalizado, decorreram de aquisições realizadas no mercado interno e no exterior. No entanto, para a fiscalização, os créditos advindos da importação de mercadorias citadas no art. 17 da Lei nº 10.865, de 2004, não poderiam ter sido utilizados para efeito de ressarcimento e compensação, segundo a qual apenas as importações amparadas pelo art. 15 da aludida lei é que permitiriam tais procedimentos, haja vista a literalidade do art. 16. Porém, não há regramentos distintos para os créditos de importações, que estariam nos mencionados arts. 15 e 17. Na verdade, todo o creditamento de PIS/Cofins – Importação deriva do art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004, que seria o equivalente funcional dos arts. 3o das Leis nº 10.637, de 2002 e nº 10.833, de 2003, que tratam de créditos no mercado interno. O art. 17 é apenas uma complementação ao art. 15 e será aplicado somente em alguns casos, e em conjunto com o art. 15. A função do art. 17 é, exclusivamente, tratar das situações em que o recolhimento de PIS/Cofins nãocumulativo deixa de ser feito com base nas alíquotas de 1,65% e 7,6% e passa a contemplar alíquotas diferenciadas, nos casos de aplicação do “regime monofásico” ou alíquotas específicas para alguns derivados de petróleo. A contrario sensu, a única situação em que o art. 15 não se aplica aos produtos e serviços tratados no art. 17 é, justamente, quando cuida da quantificação do crédito. Ou seja, o art. 17 não vem trazer regulação especial para os créditos de produtos específicos, de forma a excluir a aplicação do art. 15. Tanto que do seu § 8o consta que “(...) disposto neste artigo alcança somente as pessoas jurídicas de que trata o art. 15 desta Lei...”. Portanto, o art. 15 fundamenta e se aplica a todo crédito decorrente de importações, incidindo o art. 17, eventual e conjuntamente, apenas para tratar de sua quantificação. Assim, havia direito de utilização de créditos dos bens mencionados no art. 17 em PER/Dcomp, alterando apenas a alíquota do crédito, que será maior em razão da natureza do produto. A própria Secretaria da Receita Federal do Brasil abona essa conclusão (Acórdão nº 3803000.885, de 27/10/2010, Fl. 3592DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 12 do CARF). Interpretação distinta representaria grave ofensa à isonomia tributária, uma vez que importadoras e pessoas jurídicas em geral estariam submetidas a tratamentos fiscais distintos, sem qualquer justificação. Na verdade, a situação das importadoras de bens regulados pelo art. 17 ficaria ainda pior: além de arcarem com alíquotas majoradas (em razão do regime monofásico), teriam o seu direito de crédito excessivamente limitado. Essa violação é desconfortavelmente contraditória, uma vez que o objetivo da Lei nº 10.865, de 2004, foi justamente, segundo sua exposição de motivos, introduzir “(...) um tratamento tributário isonômico entre os bens e serviços produzidos internamente e os importados...” Daí advém ainda o desrespeito às regras da proporcionalidade e razoabilidade, afinal, qual seria a razão jurídica para se permitir a utilização de créditos de importação em PER/Dcomp e excluir, ao mesmo tempo, esse direito daquelas operações abarcadas pelo art. 17? Razão não há, estando claro que o exame da legislação não autoriza a exegese levada a efeito pela autoridade fiscal, pelo que deve ser descartada; Item 4.3 do TVF. Foram reposicionados parcelas dos créditos de importação aproveitados em PER/Dcomp ao argumento de que estes, por se originarem do mercado externo, somente poderiam ser utilizados no final do respectivo trimestrecalendário. O procedimento teve efeito nefasto e desproporcional: vários dos débitos compensados, no período autuado, ficaram descobertos, passando a ser exigidos, integral ou parcialmente, com o acréscimo de juros e multa. Entretanto, como os créditos foram deslocados para o último mês do trimestre correspondente, neste terceiro mês havia saldo suficiente para homologar, ainda que em parte, as compensações realizadas nos dois primeiros meses. Desse modo, caso se entenda por validar tal procedimento, os acréscimos legais somente se referem ao atraso de um ou dois meses, isto é, aquele decorrente da espera até o fim do trimestre; Erros de cálculo. Em cada mês em que os créditos foram recalculados ocorreram impropriedades na quantificação desses créditos, consoante exemplos a seguir. (a) Ressarcimento de Cofins abril a junho de 2008 (PER/Dcomp nº 41058.12544.220708.1.1.099018 e nº 33371.36444.290710.1.7.098945). Somente foi considerado o montante ressarcível de junho de 2008 e não o total da parcela relativa ao trimestre. Ou seja, não foi feita a recomposição do crédito relativo ao ressarcimento (não foi feito o reposicionamento). Caso tivesse sido feita a recomposição, o valor passível de ressarcimento seria de R$ 3.267.967,06 e não R$ 3.075.278,21, o que gerou uma diferença de R$ 192.688,85, que é superior ao necessário para quitar os débitos vinculados ao crédito deste período. Além disso, no quadro “Créditos de Compensação Utilizados (CCU)/CTs – Valor utilizado valorado de acordo com o tipo de crédito” há valores que divergem daqueles cuja compensação foi solicitada por meio de PER/Dcomp originais. Todos esses PER/Dcomp foram retificados o que leva a crer que a última versão sobrepôs a primeira, fazendo com que os débitos fossem compensados com multa e juros. É de se notar que a data da transmissão original estava dentro do período para recolhimento (antes da data de vencimento) e que não houve aumento do débito compensado, somente redução (fl.139). (b) Ressarcimento de Cofins outubro a dezembro de 2008 (PER/Dcomp nº 11240.95939.300109.1.5.090408). Somente foi considerado o montante ressarcível de dezembro de 2008 e não o total da parcela relativa ao trimestre. Ou seja, não foi feita a recomposição do crédito relativo ao ressarcimento (não foi feito o reposicionamento). Caso tivesse sido feita a Fl. 3593DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 13 recomposição, o valor passível de ressarcimento seria de R$ 7.642.847,66 e não R$ 6.352,123,81, o que gerou uma diferença de R$ 1.290.723,85, que é superior ao necessário para quitar os débitos vinculados ao crédito deste período (fl. 140). (c) Ressarcimento de Cofins julho a setembro de 2010 (PER/Dcomp nº 19382.21408.281010.1.1.090687). Não foi feita a recomposição do crédito relativo ao ressarcimento (não foi feito o reposicionamento). Caso tivesse sido feita a recomposição, o valor passível de ressarcimento seria de R$ 6.541.682,26 e não R$ 6.201.733,66, o que gerou uma diferença de R$ 339.948,90, que é superior ao necessário para quitar os débitos vinculados ao crédito deste período (fl. 141). (d) Ressarcimento de Cofins abril de 2010 (PER/Dcomp nº 02755.47816.300610.1.3.094563). O fisco partiu de montante de créditos de mercado externo diferente daquele que consta no PER/Dcomp, sendo considerado o montante de R$ 3.153.956,33, enquanto que o valor solicitado é de R$ 5.916.155,44. Caso tivesse usado o valor constante do PER/Dcomp, o valor passível de ressarcimento seria de R$ 5.511.341,71 e não R$ 2.749.142,61, o que gerou uma diferença de R$ 2.762.199,10, que é superior ao necessário para quitar os débitos vinculados ao crédito deste período (fl. 141). Esses erros, que são verificados em todas as competências, são inclusive bastantes para que se decrete a nulidade do procedimento fiscal e do TVF ora contestado. De todo modo, caso assim não se entenda, requerse, desde já, a realização de diligência fiscal e perícia contábil para que os referidos equívocos sejam definitivamente comprovados. Para tanto, comprometese, inclusive, a trazer aos autos todas as informações e documentos correspondentes, o que apenas não faz agora, com esta defesa, em razão do exíguo tempo para recorrer, posto que são mais de 200 PER/Dcomp envolvidos, que devem ser revistos em todos os critérios apontados pela fiscalização, alguns deles complexos; Em 20/08/2012, a contribuinte juntou aos autos mídia em CD com o que entende ser as informações necessárias para que seja verificada a vinculação dos fretes autuados no item 3.7 do TVF com a compra de insumos, de modo a comprovar a legitimidade dos créditos aproveitados sobre tais despesas (fretes na aquisição de insumos). Ao final, requer a contribuinte: a) o julgamento conjunto dos processos, haja vista a identidade da argumentação de defesa; b) a nulidade do procedimento fiscal e de seus correspondentes frutos, o TVF e os despachos decisórios proferidos neste e nos demais processos que tratam do mesmo assunto; c) a realização de diligência fiscal e perícia contábil com o objetivo de vincular os fretes pagos às mercadorias a esses correspondentes ou, caso assim não se entenda, ao menos o reconhecimento proporcional das vinculações, conforme demonstrado; d) o reconhecimento da existência de todos os créditos de PIS/Cofins utilizados pela interessada nos pedidos de ressarcimento e compensação vinculados ao MPFF n.º: 06.1.10.002011 004273, transmitidos entre janeiro de 2008 e setembro de 2010, com o conseqüente deferimento e homologação de todos os PER/Dcomp objetos deste processo; e) a realização de diligência fiscal e perícia contábil com o objetivo de comprovação dos equívocos e erros de cálculo mencionados; f) caso os argumentos anteriores não sejam acatados, que os erros expressamente apontados sejam definitivamente corrigidos e g) subsidiariamente, sejam decotados os juros e multas decorrentes do reposicionamento de créditos efetuados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Fl. 3594DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 14 A ciência da decisão que manteve em parte a exigência formalizada contra a recorrente ocorreu em 24/01/2014 (fls. 1417). Inconformada, a mesma apresentou, em 28/01/2014, o recurso voluntário de fls. 1419/1446, onde reitera os argumentos aduzidos na primeira instância na parte em que seu pleito não foi deferido, requerendo, ao final: a) o julgamento conjunto deste com os demais processos da empresa, haja vista a identidade da argumentação de defesa, nos termos do artigo 58, § 8º, do Regimento Interno do CARF; b) seja determinada a realização de diligência para os esclarecimentos referentes à glosa de créditos calculados sobre fretes (item 3.7 do TVF), diligência cuja necessidade seria reforçada diante do reconhecimento, pela DRJ, de equívocos nos cálculos promovidos; c) seja o recurso conhecido e provido, com a reforma do acórdão para que sejam restabelecidos os créditos glosados nos itens 3.1, 3.2, 3.4, 3.5 e 3.7 do TVF, bem como reconhecida a regularidade da utilização dos créditos de PIS/COFINS tratados pelo artigo 17 da Lei nº 10.865/04 (item 4.2 do TVF), e, finalmente, sejam descontados juros e multa calculados quando do reposicionamento dos créditos (item 4.3 do TVF), de modo que se refiram tãosomente ao atraso de um ou dois meses (i. é, aquele decorrente da espera até o fim do trimestre). No que diz respeito ao item 3.7 do Termo de Verificação Fiscal – fretes pelo transporte de mercadorias não identificadas – a Segunda Turma Especial desta Terceira Seção do CARF, em sessão transcorrida em 19/08/2014, converteu o julgamento em diligência "para que a unidade de origem, diante dos registros apresentados pelo sujeito passivo e os correspondentes documentos neles referenciados, apure os créditos do PIS e da COFINS nos casos em que os mesmos, realmente, correspondem a fretes pela aquisição de insumos, conforme metodologia que entender mais adequada para tanto". Tal diligência foi determinada considerando que os documentos apresentados pela suplicante poderiam efetivamente subsidiar o necessário exame para verificar se existe ou não vínculo entre os fretes e as mercadorias transportadas. Em resposta à diligência supra foi acostado aos autos Relatório Fiscal de fls. 3561/3566, padrão para todos os processos ora em julgamento da interessada, sobre o qual nos reportaremos doravante ao apresentarmos nosso voto. Intimado a manifestarse, o sujeito passivo, apresentou petição onde requer seja prorrogado por mais 30 dias o prazo para sua manifestação, o que fez com fundamento nos princípios da ampla defesa e do contraditório. Não obstante, até a presente data, não foi apresentada nova manifestação da interessada no que diz respeito à matéria em discussão nos autos. É o relatório. Voto Fl. 3595DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 15 Da admissibilidade do recurso O recurso é tempestivo, posto que apresentado (em 28/01/2014) dentro do prazo legal de 30 dias contados da data da ciência da decisão de primeira instância (que ocorreu em 24/01/2014 conf. fls. 1417). Quanto aos demais requisitos de admissibilidade os mesmos se encontram presentes. Conheço, portanto, do recurso formalizado pelo sujeito passivo. Da matéria em litígio Conforme relatado, vêse que a contenda envolve a homologação parcial de pedidos de compensação da interessada onde o direito creditório reclamado diz respeito a saldo credor de PIS/PASEP, direito o qual foi glosado em parte, permanecendo em litígio as questões relativas ao cômputo de créditos calculados sobre: a) bens destinados ao ativo imobilizado e não utilizados na produção (item 3.1 do Termo de Verificação Fiscal – TVF); b) serviços não empregados diretamente na industrialização (item 3.2 do TVF); c) fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada (item 3.4 do TVF); d) fretes pelo transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo (item 3.5 do TVF); e, e) fretes pelo transporte de mercadorias não identificadas (item 3.7 do TVF). Também necessita ser analisada a reclassificação de créditos objeto do item 4.2 do Termo de Verificação Fiscal, segundo o qual, em virtude do artigo 16 da Lei nº 11.116/20051, apenas os créditos de importação elencados no art. 15 da Lei nº 10.865/2004 seriam passíveis de ressarcimento ou de compensação. Assim, em relação aos créditos enquadrados no artigo 17 da mesma Lei nº 10.865/2004 – que remete às importações de 1 Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3º das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei. Lei nº 11.033, de 21/12/2004, Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Fl. 3596DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 16 produtos objeto do § 3º do artigo 8º da Lei em tela2 (dentre outros) – estes, por falta de previsão legal, não poderiam ser objeto de ressarcimento ou de compensação, apesar da possibilidade de desconto em relação aos débitos. Por fim, a lide envolve também a análise quanto à possibilidade ou não de compensação de créditos de importação vinculados a receita de exportação antes do encerramento do trimestre. Todas essas questões são comuns em relação a todos os processos da empresa trazidos à pauta, razão pela qual serão examinadas em conjunto, o que atende, nessa parte, ao pleito do sujeito passivo. Do regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS O regime da incidência nãocumulativa das contribuições sociais foi instituído, inicialmente, para o PIS/PASEP, mediante a publicação da Lei nº 10.637, de 30/12/2002 (conversão da Medida Provisória no 66, de 2002), tendo passado a produzir efeitos, em relação à nãocumulatividade da referida contribuição, a partir de 1o de dezembro de 2002. Posteriormente, com a publicação da Lei nº 10.833, de 29/12/2003 – conversão da Medida Provisória nº 135, de 2003 –, tal regime foi estendido à COFINS. Concernente à não cumulatividade da COFINS a lei em evidência passou a produzir efeitos a partir de 1º de fevereiro de 2004. Ressalvadas as exceções legais, estão sujeitas à incidência nãocumulativa do PIS/Pasep e da COFINS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda que apuram o IRPJ com base no lucro real. A legislação pertinente ao regime autoriza o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica, nos termos do artigo 3o das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003. Além disso, o artigo 5º da Lei nº 10.637/2002 e o artigo 6º da Lei nº 10.833/2003 dispõem, respectivamente, que o PIS/PASEP e a COFINS não incidem sobre as receitas decorrentes de: a) exportações de mercadorias; b) prestação de serviços no exterior cujo pagamento represente ingresso de divisas e; c) vendas a empresa comercial exportadora como fim específico de exportação. Em tais hipóteses, o crédito apurado na forma do artigo 3º das leis em comento poderá ser utilizado para a dedução da correspondente contribuição a recolher ou para compensação com outros tributos administrados pela Receita Federal. Finalmente, acaso aludido crédito não possa ser utilizado por nenhuma dessas formas até o final de cada trimestre do ano civil, poderá o sujeito passivo solicitar seu ressarcimento em dinheiro. A seguir, examinaremos a legitimidade dos créditos calculados pela interessada seguindo a mesma ordem utilizada pela fiscalização no Termo de Verificação Fiscal TVF. 2 Art. 8º As contribuições serão calculadas mediante aplicação, sobre a base de cálculo de que trata o art. 7º desta Lei, das alíquotas de: [omitido] § 3º Na importação de máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, as alíquotas são de: I 2% (dois por cento), para o PIS/PASEPImportação; e II 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), para a COFINSImportação. Fl. 3597DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 17 Das glosas objeto do item 3.1 do TVF: bens destinados ao ativo imobilizado e não utilizados na produção A fiscalização entendeu que as despesas com veículos e com móveis para salas de treinamento de funcionários não poderiam compor a base de cálculo dos créditos por não estarem diretamente vinculados às atividades de industrialização. Por sua vez, o sujeito passivo entende que aludido creditamento estaria alicerçado no artigo 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. Segundo defende a interessada, seria inapropriado afirmar que os bens em evidência não se prestariam ao exercício de sua atividade industrial. Afirma que “quaisquer bens imobilizados, que sejam empregados na atividade econômica do contribuinte (direta ou indiretamente), autorizam o creditamento”, e ainda, que “os equipamentos destinados à capacitação de empregados, por exemplo, são essenciais a curso regular das atividades da Recorrente, a qual se destaca por sua atuação inovativa e comprometida com o desenvolvimento tecnológico”. O creditamento relativo a bens destinados ao ativo imobilizado está fundamentado nos incisos VI e VII, §§ 1º, 14, 16 e 21 do artigo 3º da Lei nº 10.833/2003. Em relação ao PIS/PASEP, regramento no mesmo sentido consta da Lei nº 10.637/2002. Reproduzimos, abaixo, os dispositivos da Lei nº 10.833/2003 que são mais relevantes para a resolução da contenda: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) VII edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; [...] § 1º Observado o disposto no § 15 deste artigo, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2º desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) [...] III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; [...] (grifo nosso) O inciso VI do artigo 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 vincula o creditamento em relação a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado – além de seu emprego para locação a terceiros – a seu uso “na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços”. Portanto, o legislador restringiu o creditamento da contribuição à aquisição de bens diretamente empregados na industrialização das mercadorias (ou na prestação de serviços), não sendo razoável admitir que seja passível do Fl. 3598DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 18 cômputo de créditos a aquisição de “quaisquer bens imobilizados [...]empregados na atividade econômica do contribuinte (direta ou indiretamente)”, como defende a interessada. Com efeito, o ativo imobilizado compreende os bens e direitos necessários ao exercício das atividades estatutárias da pessoa jurídica, aí incluídos aqueles que tem finalidade unicamente administrativa, ou seja, que não são empregados diretamente na produção ou na comercialização de mercadorias e de serviços, ou ainda, na locação. Apenas esses últimos é que fazem jus ao creditamento. No mais, muito embora este relator entenda que os móveis de escritório e os automóveis de passageiros possam ser necessários ao exercício das atividades da empresa, tais não se enquadram na amplitude conceitual de insumo na produção dos bens destinados à venda. Essas despesas, com efeito, são de caráter geral, não estando vinculadas diretamente ao processo de industrialização, razão pela qual entendemos não ser legítimo o cômputo de crédito com base em tais rubricas. É por essa razão que deverá ser negado provimento ao recurso na parte em que o sujeito passivo pretende se creditar do PIS e da COFINS pela aquisição de bens destinados ao ativo imobilizado, mas não utilizados na produção. O alcance do conceito de insumo para fins do regime de incidência não cumulativa do PIS/PASEP e da COFINS será tratada com mais detalhes no tópico seguinte. Das glosas objeto do item 3.2 do TVF: serviços não empregados diretamente na industrialização A fiscalização glosou o creditamento correspondente a alguns serviços que não foram “empregados diretamente na industrialização”. Reproduzo o trecho do relatório fiscal correspondente à questão: Instado, conforme Termo de Intimação nº 0551/2011, a informar quais tipos de serviços prestavam as empresas Fiat do Brasil S/A e GFL Gestão de Fatores Logísticos, e a apresentar os respectivos contratos, a empresa respondeu, em 01/09/2011, o seguinte: “Serviços prestados à INTIMADA pela FIAT DO BRASIL S/A: • Comércio Exterior: ◦ Despacho aduaneiro consubstanciados em operações de Exportação da CNH em todo o território nacional e relacionados com os modais marítimo, aéreo e rodoviário; ◦ Despacho aduaneiro consubstanciados em operações de importação da CNH em todo o território nacional e relacionados com os modais marítimo, aéreo e rodoviário. • Contabilidade Geral; • Controle Fiscal; • Contas a pagar e Tesouraria; • Controle de ativo fixo; • Registro Fiscal; • Faturamento; • Gestão tributária e societária; Fl. 3599DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 19 • Serviços de assessoria a expatriados. Serviços prestados à INTIMADA pela GFL GESTÃO DE FATORES LOGÍSTICOS LTDA: • Gerenciamento das operações de transporte "IN Bound" Transportes de materiais/produtos que adentram na fábrica da contratante e "Followup" Acompanhamento de entrega de materiais e componentes a ser realizado pela contratada, perante os fornecedores da contratante.” Nenhuma destas atividades pode ser considerada como aplicada ou consumida na fabricação de produtos. Os serviços prestados pela Fiat do Brasil S/A, claramente, têm caráter administrativo, mas mesmo os prestados pela GFL não podem ser considerados insumos. Neste sentido, a ementa da Solução de Consulta Nº 125 de 2007 – DISIT – 10ª RF declara: INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DIREITO DE CRÉDITO. SERVIÇOS DE MOVIMENTAÇÃO E CONTROLE DE ESTOQUES. Não gera direito a crédito da Cofins a aquisição de serviços de movimentação e controle de estoques de matériasprimas, materiais de embalagem e produtos acabados, realizados nas instalações da pessoa jurídica ou da própria empresa contratada. As contas contábeis responsáveis pelo registro dos créditos de PIS e COFINS incidentes sobre serviços, conforme resposta ao Termo de Início entregue em 08/06/2011, são as de nos 144240 e 144241, e a esmagadora maioria dos lançamentos referemse a serviços prestados pelas duas empresas mencionadas anteriormente, com algumas exceções: a nota fiscal nº 149087 da Metropolitana Vigilância Comercial, cujo crédito o contribuinte afirmou não ter incluído na base de cálculo, e algumas notas fiscais, em 2010, referentes a treinamentos técnicos de diversos tipos, aos quais, pelos mesmos argumentos expostos acima, é vedada a geração de créditos. Deste modo, todo o crédito descrito como “Serviço Nacional” nas memórias de cálculo entregues em 08/07/2011, em resposta ao Termo de Início, deve ser glosado [...] A análise do problema envolve essa que talvez seja a questão mais controvertida em relação à nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS: definir o que são insumos para fins de creditamento das citadas contribuições. O inciso II do artigo 3o das Leis 10.833/2003 e 10.637 de 2002 autoriza o cálculo de créditos a serem descontados ou ressarcidos em relação a bens e serviços utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. As normais legais stricto sensu que prevêem a nãocumulatividade (Leis 10.637/2002 e 10.833/2003) são omissas quanto ao alcance do termo “insumo” para fins de cálculo do crédito atinente a referidas contribuições. Tal amplitude terminológica encontrase disposta apenas em norma de natureza infralegal, qual seja, no § 5º, do artigo 66, da IN SRF no 247, de 21/11/2002 (dispositivo incluído pela IN SRF no 358, de 09/09/2003) – não cumulatividade do PIS/Pasep –, bem como nos incisos I e II do § 4º, do artigo 8o, da IN SRF no 404, de 12/03/2004 – nãocumulatividade da COFINS –, segundo os quais, para fins de aquisição de bens e serviços utilizados como insumos, deverão ser assim concebidos (como insumos), aqueles: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: Fl. 3600DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 20 a) as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Para a doutrina, há os que defendem a ampla consideração como insumo de todas as despesas da empresa, como Natanael Martins3. Segundo ele, pelo fato das contribuições em comento alcançarem a receita total das empresas, a única forma de assegurar sua integral nãocumulatividade seria se “os créditos apropriáveis alcançarem todas as despesas necessárias à consecução das atividades da empresa”. Também na mesma toada, Solon Sehn4, segundo o qual, salvo nas hipóteses expressamente vedadas pela Lei nº 10.833/2003, o crédito de insumo deve ser calculado a partir do custo de produção da legislação do imposto de renda (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 1º; Decreto nº 3.000/1999, arts. 290 e 291), abrangendo as matériasprimas e quaisquer outros bens, direitos ou serviços aplicados ou consumidos no processo de fabricação, diretos ou indiretos, independentemente de desgaste, dano ou perda de propriedades físicoquímicas. Por sua vez, Marco Aurélio Greco5 defende que os insumos, para fins de PIS/Pasep e Cofins, não se equiparam àqueles indicados pela legislação do Imposto de Renda, uma vez que há distinção material entre receita e renda. Patrícia Madeira comenta a lição de Greco asseverando que os pressupostos de fato para o IRPJ e a CSLL são o resultado positivo (renda/lucro), e, nesse caso, deverão ser considerados todos os custos que interferirem na sua apuração; no entanto, “nem todos os custos da atividade empresarial interferem na formação da receita, que é materialidade do PIS e da Cofins”. A ideia de insumo proclamada pela legislação do IPI também não seria aplicável para o PIS/Pasep e para a COFINS6, dado ser o IPI 3 MARTINS, Natanael. O conceito de insumos na sistemática nãocumulativa do PIS e da Cofins. In: PEIXOTO. Marcelo Magalhães, FISCHER, Octávio Campos (coord.). PISCofins: questões atuais e polêmicas. São Paulo: Quartier Latin, 2005. p. 204. apud MADEIRA, Patrícia Hermont Barcellos Gonçalves. Nãocumulatividade do PIS e da COFINS. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado. 2009. p. 127. 4 SEHN, Solon. PISCOFINS: Não cumulatividade e regimes de incidência. São Paulo: Quartier Latin, 2011. p. 317. 5 GRECO, Marco Aurélio. Não cumulatividade no PIS e na COFINS. In: PAULSEN, Leandro (Coord.) et al. Não cumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins. São Paulo: IOB Thompson. Porto Alegre: Instituto de Estudos Tributários, 2004. p. 112122. apud MADEIRA, Patrícia Hermont Barcellos Gonçalves. Nãocumulatividade do PIS e da COFINS. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado. 2009. p. 127. 6 O trecho acima, que sintetiza a lição de Marco Aurélio Greco (op. cit., p. 117118), foi extraído da Dissertação de Mestrado de Patrícia Hermont Barcellos Gonçalves Madeira, p. 127128 – referência já citada. Fl. 3601DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 21 [...] tributo cuja nãocumulatividade se opera pelo método subtrativo, variante imposto contra imposto (que, portanto, requer tenha havido incidência na operação anterior para que o insumo seja creditável) e cuja materialidade (industrialização) remete à ideia de algo fisicamente apreensível. Como a receita decorre de uma prestação de serviços ou da produção de bens, Marco Aurélio Greco conclui que só deve ser insumo o que for inerente àquilo que denomina de “processo formativo da receita”. Em suas palavras: relevante é determinar quais os dispêndios ligados à prestação de serviços e à fabricação/produção que digam respeito aos respectivos fatores de produção (= deles sejam insumos). Se entre o dispêndio e os fatores capital e trabalho houver uma relação de inerência, haverá – em princípio – direito à dedução. Há ainda outros pensamentos doutrinários diversos que revelam grandes divergências concernentes aos critérios sobre o que pode ou não ser considerado como insumo para fins de creditamento do PIS/Pasep e da COFINS no regime da nãocumulatividade. Culpa da legislação lamentavelmente intrincada sobre o assunto. De nossa parte, dadas as limitações impostas ao creditamento pelo texto normativo, temos nos manifestado no sentido de que o legislador optou por um regime de não cumulatividade parcial, muito embora respeitável doutrina defenda que deveria ser dado ao regime um sentido mais amplo e próximo dos aspectos econômicos da produção, o que, penso, não encontra alicerce na legislação pertinente. Com efeito, além da aquisição de bens e de serviços utilizados como insumo, a lei contempla várias outras hipóteses de creditamento em virtude de despesas incorridas pela pessoa jurídica, tais como pelo aluguel de prédios, de máquinas e de equipamentos utilizados nas atividades da empresa, bem como da energia consumida em seus estabelecimentos, ressalvadas as exceções legais. O detalhamento das possibilidades de creditamento e das vedações ao mesmo, sujeitos a emendas normativas implementadas no decorrer do tempo, revela, sem nenhuma dúvida, que o legislador sempre optou por um regime de não cumulatividade seletivo. Especialmente sobre o alcance do termo “insumo” vejamos, primeiramente, o teor do inciso II do artigo 3o de ambas as leis 10.637/2002 e 10.833/2003 que, sobre a correspondente contribuição determinada na forma do artigo 2o de cada lei, permite o desconto de créditos calculados em relação a: II bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; (redação original da Lei 10.637/2002) II – bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes; (Lei 10.637/2002 redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou Fl. 3602DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 22 importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação original da lei nº 10.833/2003. Na Lei nº 10.637/2002 essa redação é decorrente da Lei nº 10.865, de 2004) Da leitura das redações do dispositivo que trata do creditamento em decorrência da aquisição de insumos – a atual e as historicamente concebidas para referido preceito – constatase que o termo “insumo”, na forma como é e sempre foi empregado, nunca se apresentou no texto normativo de forma isolada, mas continuamente associado ao seu papel de fator de produção ou na prestação de serviços. Em razão disso, penso que só podem ser considerados como insumos os bens e os serviços diretamente utilizados, necessários e essenciais à prestação de serviços ou à fabricação dos produtos destinados à venda, o que requer, pois, análise individual do processo produtivo da pessoa jurídica que busca o creditamento segundo o regime da não cumulatividade. No caso presente, entendo que os serviços prestados à interessada pela Fiat do Brasil S.A. (despacho aduaneiro de importação e exportação, serviços de contabilidade geral, controle fiscal, contas a pagar e tesouraria, controle de ativo fixo, registro fiscal, faturamento, gestão tributária e societária, serviços de assessoria e expatriados) não se destinam diretamente à atividade de “fabricação de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentação e construção, peças e acessórios, exceto tratores – instalação de máquinas e equipamentos industriais” (conforme ficha cadastral junto ao CNPJ). Logo, muito embora entendamos que o conceito de insumo seja mais elástico que o adotado pela Receita Federal nas suas instruções normativas nos 247, de 21/11/2002 e 404, de 12/03/2004, conforme razões acima desenvolvidas, e mesmo admitindo que muitos desses serviços são essenciais à dinâmica empresarial no seu aspecto macro, todos eles dizem respeito a atividades de caráter meramente administrativo, não estando relacionados, de forma direta, à atividade produtiva da interessada. Contudo, em relação aos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda., (“Gerenciamento das operações de transporte ‘Inbound’ Transportes de materiais/produtos que adentram na fábrica da contratante e "Followup" Acompanhamento de entrega de materiais e componentes a ser realizado pela contratada, perante os fornecedores da contratante”), esses, por estarem relacionados ao controle de fluxo de componentes nas instalações fabris, são essenciais ao processo produtivo, o qual, nas palavras da interessada, “depende da entrega de insumos na lógica do sistema just in time”. Com efeito, não se concebe o exercício da atividade industrial sem um eficaz sistema de controle do fluxo de produção e dos estoques ligados à produção, razão pela qual entendo que os créditos calculados com base nos serviços prestados pela GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. deverão ser mantidos. Nessa parte, portanto, dou parcial provimento ao recurso voluntário para que sejam admitidos os créditos calculados pelo sujeito passivo em relação aos serviços pagos à GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. Fl. 3603DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 23 Das glosas objeto dos itens 3.4 e 3.5 do TVF: fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada e fretes pelo transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo A Lei nº 10.833/2003, em seu artigo 3º, inciso IX, admite o desconto de créditos da COFINS calculados com base em “armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor”. Isso também se aplica ao PIS/PASEP não cumulativo em razão do disposto no artigo 15, inciso II, da mesma norma7. Como se vê, a possibilidade de creditamento em relação a despesas com frete e armazenagem de mercadorias é restrita aos casos de venda de bens adquiridos para revenda ou produzidos pelo sujeito passivo, e, ainda assim, quando o ônus for suportado pelo mesmo. Tratase, pois, de hipótese de creditamento da contribuição bastante restrita, a despeito daquela inerente ao desconto de créditos calculados em relação a insumos, conforme ressaltado. Essa restrição ao gozo do mecanismo creditório se observa também em relação a outros casos previstos no regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, como, por exemplo, nos casos de aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos; máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; edificações e benfeitorias em imóveis; valetransporte, valerefeição ou vale alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. No mais, entendo que aludidos fretes também não caracterizam insumo, até porque, conforme asseverado pela instância recorrida, o frete pago na compra de insumos integra o custo de aquisição (artigo 289, § 1º, do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999), podendo assim gerar créditos quando contratado com pessoa jurídica domiciliada no país e suportado pela adquirente. Logo, por falta de previsão legal, entendo que o sujeito passivo não faz jus ao creditamento em face de fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada (item 3.4 do TVF), ou ainda, pelos fretes do transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo (item 3.5 do TVF). Em sintonia com o entendimento acima esposado, a seguinte jurisprudência: TRIBUTÁRIO. PIS/COFINS NÃO CUMULATIVOS. FRETE INTERCOMPANY. OPERAÇÃO DE VENDA NÃO CARACTERIZADA (ART. 3º, IX, L10833). ENQUADRAMENTO COMO INSUMO (ART. 3º, II, L10833). IMPOSSIBILIDADE. 1. O frete intercompany, referente à alocação dos produtos acabados das indústrias para os centros de distribuição da empresa, configura simples 7 Art. 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP nãocumulativa de que trata a Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] II nos incisos VI, VII e IX do caput e nos §§ 1º e 10 a 20 do art. 3º desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 3604DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 24 transferência interna, não estando diretamente relacionado às operações de venda. Com efeito, apenas enseja o aproveitamento dos créditos de PIS/COFINS, nos termos do art. 3º, IX, da Lei nº 10.833/2003, o transporte de bens diretamente ao consumidor final. Precedentes desta Turma. 2. Em que pese, em uma perspectiva econômica, a distribuição dos produtos das fábricas para as filiais ser etapa do iter percorrido pela mercadoria até chegar à sua destinação final, a "operação de venda", enquanto negócio jurídico, é relação estabelecida estritamente entre os sujeitos fornecedor e adquirente. Deste modo, as etapas anteriores à destinação do produto ao consumidor final, ainda âmbito da empresa (fornecedora), não podem ser consideradas operações de venda. 3. Na linha do que defende a doutrina mais moderna, o conceito de "insumo", no campo tributário, não é uniforme para todas as exações. Assim, os conceitos encontrados no IPI não são, de fato, suficientes para abarcar todos os custos que podem gerar créditos de PIS/COFINS. Enquanto na legislação de regência daquele imposto, há referência tãosó às despesas referentes à industrialização dos bens (matériasprimas, produtos intermediários, materiais de embalagem etc.) aqui, as receitas submetidas às contribuições não são unicamente decorrentes da venda de produtos industrializados. 4. Se o conceito de insumo do IPI é demasiado restritivo, não é o caso de ir se ao outro extremo, estendendoo de tal modo a incorporar "todo e qualquer custo ou despesa necessário à atividade de empresa", nos termos da legislação do IRPJ, como o quer o apelante. A nãocumulatividade deve estar adstrita à materialidade do tributo para PIS/COFINS, receita; para IR, lucro líquido. Logo, também imprestável, o conceito de despesa operacional do RIR/99, de modo a equiparar PIS/COFINS a IR. 5. Nesse contexto, de intermédio, primeiramente, há que se ter, por parâmetro, as próprias regras legais das contribuições em tela. Assim, o art. 3º, II, da Lei nº 10.833/2003 dispõe que a pessoa jurídica poderá descontar os créditos calculados em relação a "bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes". 6. Portanto, o conceito legal de insumo, para efeito de crédito de PIS/COFINS, abrange os dispêndios indispensáveis à produção de bens ou à prestação de serviços geradores de renda. Noutros termos, todos os itens diretamente relacionados com a produção do contribuinte e que afetem o montante das receitas tributáveis pelas contribuições constituem crédito utilizáveis na apuração destas. 7. Por seu turno, Marco Aurélio Greco preconiza o critério da essencialidade ou relevância para análise do conceito de insumo, a ser entendido sob uma perspectiva dinâmica. Devem, assim, ser rechaçados como tal os gastos realizados por mera conveniência do contribuinte. 8. Na hipótese dos autos, a apelante é empresa que se dedica às atividades de industrialização e comercialização de farinha de trigo, massas, biscoitos, margarinas e cremes vegetais. A ser assim, não é de entenderse o frete entre estabelecimentos, para distribuição dos produtos acabados às filiais, como inerente ou essencial à atividade econômica ou ao processo produtivo desenvolvido pelo contribuinte. Tal custo é posterior ao processo de fabricação dos bens destinados à venda, não consistindo, pois, em insumo direto. Fl. 3605DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 25 9. Assim, seja como for, quer se entendendo insumo como o gasto relacionado diretamente ao processo produtivo, quer como aquele essencial a este, o frete intercompany não pode ser compreendido como tanto. É que ele corresponde a dispêndio elegível a título de mera conveniência da pessoa jurídica (não alcançando "perante o fator de produção o nível de uma utilidade ou necessidade"), visando à melhor distribuição dos bens fabricados ao adquirente final. Apelação a que se nega provimento. (Tribunal Regional Federal da 5a Região. Primeira Turma. Apelação Cível nº 544709. Relator Des. Federal José Maria Lucena. Data do acórdão: 15/05/2014. Publicado em: 22/05/2014) TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PIS. COFINS. FRETE DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA CONTRIBUINTE. DEDUTIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. 1 O art. 3º das Leis 10.833/03 e 10.627/02 prevêm as hipóteses em que é possível o contribuinte deduzir os valores de PIS e COFINS recolhidos na sistemática da nãocumulatividade. A utilização do crédito presumido, em relação ao frete, está relacionada ao transporte da mercadoria destinada à operação de venda, o que exclui o frete realizado entre os estabelecimentos de uma mesma empresa. Interpretação restritiva determinada pelo art. 111 do CTN. 2 O Superior Tribunal de Justiça pronunciouse no sentido de que o conceito de insumo não abrange as operações de transferência interna de mercadorias entre os estabelecimentos de uma mesma pessoa jurídica (AGRESP 1335014). 3 Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada. (Tribunal Regional Federal da 2a Região. Terceira Turma Especializada. Apelação Cível nº 526.709. Relator Des. Federal Geraldine Pinto Vital de Castro. Data do acórdão: 29/04/2014. Publicado em 14/05/2014) TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. PIS. COFINS. ARTIGO 3º, INCISO IX. ARTIGO 15, INCISO II. LEI Nº 10.833/03. FRETE. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. 1 No caso em exame, a recorrente objetiva assegurar o alegado direito ao creditamento, a título de PIS/COFINS, de valores despendidos com fretes contratados pela impetrante desde 2002 até a data da propositura da presente ação, para o transporte de insumos e produtos acabados entre seus estabelecimentos e pontos de distribuição. 2 A questão em discussão nestes autos diz respeito ao regime da não cumulatividade da contribuição ao PIS/COFINS, previsto nos §§ 12 e 13, do artigo 195 da Constituição Federal, introduzidos pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003, e instituído pela Medida Provisória nº 66/2002 (DOU 30.08.2002), convertida na Lei nº 10.637/2002 (DOU 31.12.2002) no que diz respeito ao PIS, e pela Medida Provisória nº 135/2003 (DOU 31.10.2003), convertida na Lei nº 10.833/2003 (DOU 31.12.2003) referente à COFINS. Fl. 3606DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 26 3 Outrossim, a Lei nº 10.637/02 também dispôs em seu artigo 3º (caput e incisos) sobre os créditos passíveis de descontos a título de PIS do valor apurado na forma do artigo 2º da referida lei. E, no que tange a "frete", estabeleceu o inciso II, do art. 15 da Lei nº 10.833/03 (COFINS) a respeito da aplicabilidade, também à contribuição ao PIS, do previsto no inciso IX, do artigo 3º dessa mesma lei, nos termos mencionados, valendo ressaltar a interpretação restrita dada pela lei no sentido de se tratar de "frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor" (grifos meus). 4 Nesse passo, considerando que as regras da nãocumulatividade das contribuições sociais em comento estão afetas à definição infraconstitucional, ao amparo da Lei Maior, os aludidos diplomas normativos restringiram a hipótese de creditamento, não abrangendo a hipótese pretendida nestes autos, como equivocadamente entende a impetrante, ora recorrente. 5 Observase que a pretensão formulada neste mandamus não encontra guarida legal para prosperar, porquanto a impetrante objetiva o creditamento a título de PIS/COFINS de valores despendidos com "fretes contratados pela impetrante, desde 2002 até a data da propositura da presente ação, para o transporte de insumos e produtos acabados entre seus estabelecimentos e pontos de distribuição", hipótese essa não amparada pela lei de regência, que restringe o creditamento ao frete à operação de venda da mercadoria, nos termos assinalados no inciso IX, do art. 3º da Lei nº 10.833/03. 6 Vale mencionar que a lei pode estabelecer exclusões ou vedar deduções de créditos para fins de apuração da base de cálculo das exações em comento, ao amparo constitucional, havendo direito de creditamento apenas nas hipóteses taxativamente previstas em lei, sob pena de violação ao artigo 111 do Código Tributário Nacional. 7 Na verdade, verificase que a recorrente insurgese quanto à base de cálculo das contribuições ao PIS/COFINS, objetivando a redução da incidência da exação, ao que cumpre salientar que não cabe ao Judiciário atuar como legislador positivo, haja vista que a redução da base de cálculo somente ocorre mediante expressa previsão legal, a cargo do Poder Legislativo. Ademais, cumpre salientar, ainda que se tratasse de hipótese de creditamento, não restou comprovada, nestes autos, a totalidade dos valores efetivamente despendidos com a "contratação de fretes" pela impetrante, no período reclamado, objeto de pedido de compensação nestes autos. Assim, não restando demonstrado o alegado direito líquido e certo, apto a amparar a pretensão veiculada na presente ação mandamental, não merece prosperar o apelo da impetrante. 8 Apelação não provida. (Tribunal Regional Federal da 3a Região. Terceira Turma. Apelação Cível nº 325.368. Relator Des. Federal Nery Junior. Data do acórdão: 19/12/2013. Publicado em: 10/01/2014) TRIBUTÁRIO AÇÃO ORDINÁRIA PIS E COFINS LEIS Nº 10.637/2002 E 10.833/2003 REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE DESPESAS DE FRETE TRANSFERÊNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA CREDITAMENTO IMPOSSIBILIDADE. Fl. 3607DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 27 1. É da essência do sistema de produção de bens e serviços que toda pessoa jurídica, a fim de que possa desenvolver as suas atividades, tenha de adquirir insumos, matériasprimas ou serviços de outras pessoas jurídicas. 2. Assim, é natural que uma parcela das suas receitas, dos recursos advindos do desempenho das suas atividades empresariais seja destinada ao pagamento dos seus custos, das suas despesas operacionais, ou seja, à remuneração dos seus fornecedores e prestadores de serviço. Os pagamentos feitos aos seus fornecedores e prestadores de serviço representarão faturamento destes e sujeitarseão, por sua vez, à incidência do PIS e da COFINS. O que é dispêndio, desembolso para uma pessoa jurídica representa ingresso de valores, receita operacional para outra. Isso é uma consequência natural do fato de o legislador constituinte ter eleito o faturamento e, posteriormente, todas as receitas como hipótese de incidência para contribuição destinada ao financiamento da seguridade social. Quando houver várias fases ou etapas de circulação econômica, a incidência sobre o faturamento será necessariamente cumulativa. 3. As únicas deduções ou exclusões possíveis seriam aquelas previstas em lei, que teriam a natureza de isenção, de favor fiscal, determinado discricionariamente pelo legislador, segundo juízo político de conveniência e oportunidade em consonância com o interesse público; ou aquelas que já se encontram fora da base de cálculo das contribuições questionadas, isto é, que não correspondem às receitas de venda de bens e serviços ou às receitas das atividades empresariais, representando situação de nãoincidência. 4. O artigo 195, § 9º da CF/88, acrescido pela EC nº 20/98 e alterado pela EC nº 47/2005 prevê a possibilidade de as contribuições sociais terem alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mãodeobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, conforme opção a ser exercida pelo legislador ordinário. 5. Por sua vez, o § 12, do artigo 195 da CF/88, acrescentado pela EC nº 42/2003, determina que a lei definirá os setores de atividade econômica para os quais a contribuição social sobre as receitas será nãocumulativa. 6. A Lei nº 10.637/02, no inciso II do artigo 3º, prevê que do valor apurado do PIS a pessoa jurídica poderá descontar créditos relativos a bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na fabricação de bens ou produtos destinados à venda. 7. Já a Lei nº 10.833/03, no inciso IX do artigo 3º, dispõe que do valor apurado de COFINS a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação à armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor. 8. Como as exclusões e isenções tributárias devem ter interpretação restritiva, conforme o artigo 111, incisos I e II, do CTN, a previsão legal de desconto de créditos relativos a fretes nas operações de vendas não abarca as despesas incorridas no transporte interno de mercadorias entre os estabelecimentos do contribuinte, porque não são despesas diretamente relacionadas em operações de venda. A transferência interna entre estabelecimentos da mesma empresa não caracteriza uma operação de venda, e, por isso, as despesas de frete desse transporte não estão relacionadas direta e imediatamente com a venda de mercadorias. 9. Precedentes deste TRF e do STJ. 10. Apelação da autora desprovida. Fl. 3608DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 28 (Tribunal Regional Federal da 2a Região. Terceira Turma Especializada. Apelação Cível nº 545.908. Relator Des. Federal Luiz Mattos. Data do acórdão: 23/07/2013. Publicado em: 05/08/2013) (grifos nossos) Finalmente, o precedente do Superior Tribunal de Justiça que alicerçou a fundamentação de alguns dos julgados acima referenciados TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. PIS E COFINS. LEIS 10.637/2002 E 10.833/2003. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESAS DE FRETE. TRANSFERÊNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO LITERAL. 1. Consoante decidiu esta Turma, "as despesas de frete somente geram crédito quando relacionadas à operação de venda e, ainda assim, desde que sejam suportadas pelo contribuinte vendedor". Precedente. 2. O frete devido em razão das operações de transportes de produtos acabados entre estabelecimento da mesma empresa, por não caracterizar uma operação de venda, não gera direito ao creditamento. 3. A norma que concede benefício fiscal somente pode ser prevista em lei específica, devendo ser interpretada literalmente, nos termos do art. 111 do CTN, não se admitindo sua concessão por interpretação extensiva, tampouco analógica. Precedentes. 4. Agravo regimental não provido (STJ. Segunda Turma. Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.335.014. Relator Min. Castro Meira. Data do acórdão: 18/12/2012. Publicado em: 08/02/2013) (Grifos nossos) Das glosas objeto do item 3.7 do TVF: fretes pelo transporte de mercadorias não identificadas Quanto às glosas em vista dos fretes pelo transporte de mercadorias não identificadas, reproduzo, abaixo, trechos do item 3.7 do Termo de Verificação Fiscal: Como demonstrado anteriormente, a possibilidade de creditamento nos casos em que se entende a despesa com frete como um serviço utilizado como insumo na prestação de serviço ou na produção de um bem (inciso II do artigo 3º da Lei nº 10.637/2002 e inciso II do artigo 3º da Lei nº 10.833/2002), depende da identificação do insumo transportado. Em outras palavras, apenas os fretes associados a bens tidos como insumos no âmbito do PIS e da COFINS é que dão direito a créditos; assim, caso a pessoa jurídica adquira um bem de pessoa física, o transporte deste bem, mesmo feito por pessoa jurídica domiciliada no país, não gera direito a crédito; do mesmo modo, caso o bem transportado não dê direito a crédito, também não haverá créditos relacionados com as despesas de fretes. Não havendo informação, na Escrituração Fiscal, das notas fiscais dos bens considerados como insumos associados aos fretes, lavrouse em 14/09/2011, o Termo de Intimação nº 0617/2011, a fim de que o contribuinte associasse, nota fiscal por nota fiscal, os fretes com as mercadorias Fl. 3609DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 29 transportadas, mediante a elaboração de três arquivos distintos, devendose observar layout específico para tanto. Vencido o prazo inicial em 04/10/2011, o contribuinte solicitou prazo adicional de vinte dias, por nós deferido. Em 24/10/2011, a empresa apresentou apenas dados parciais, e requereu mais algum tempo para terminar a feitura dos arquivos. Numa última oportunidade, estendemos por mais quinze dias o prazo final. Na data aprazada, o sujeito passivo entregou os arquivos, os quais, porém, não possuíam todos os vínculos necessários à identificação das mercadorias conduzidas em cada serviço de transporte. [...] No caso em tela, essencial era a vinculação entre as despesas de frete e os insumos pretensamente adquiridos, o que deveria ser possível por intermédio do arquivo de vínculos, que possuía tanto a identificação das notas fiscais de fretes como a identificação das notas fiscais de compra ou venda de mercadorias. Entretanto, nos arquivos entregues em 08/11/2011, anexos ao processo, duas falhas foram observadas: por um lado, notas fiscais de transporte relacionadas no arquivo “Arquivo de CTRC.txt” não foram encontradas no “Arquivo de Vínculos.txt”; por outro, notas fiscais de mercadorias indicadas no arquivo de vínculos não foram encontradas no “Arquivo de NF.txt”, nem na Escrituração Fiscal. Estas duas irregularidades foram relacionadas, respectivamente, nos demonstrativos “Notas Fiscais de Fretes não Associadas à Tabela de Vínculos” e “Notas Fiscais de Mercadorias não Encontradas na Escrituração Fiscal”, em anexo. A título de exemplo, tomemos uma das diversas notas fiscais não encontradas, de forma a verificar a necessidade de se realizar o elo entre as notas fiscais de transporte e as notas fiscais de mercadorias: o Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas nº 005595, série única, emitido pela Transportadora Rodomeu Ltda, em anexo. Tratase de um documento relativo ao transporte de mercadorias importadas da CNH America LLC, do porto de Santos até a filial de Curitiba, cujo valor total somava R$ 65.741,50. Tal creditamento é vedado pela RFB, conforme dispõem várias consultas emitidas pelo órgão, entre as quais a Solução de Consulta nº 84, da SRRF 07/DISIT, de 20/08/2010, cuja ementa reproduzimos abaixo: “CRÉDITO. FRETE NA AQUISIÇÃO DE INSUMOS IMPORTADOS. O direito ao crédito a que se refere o art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, aplicase, exclusivamente, em relação aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País e aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País. O desconto de créditos, no caso de importações sujeitas ao pagamento da CofinsImportação, sujeitase ao disposto nos arts. 7º e 15, § 3º, da Lei nº 10.865, de 2004, que determinam que a base de cálculo desses créditos corresponde ao valor aduaneiro acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição. Assim, o frete pago para transportar bens importados, empregados como insumos em processo produtivo, do local do desembaraço até o estabelecimento fabril do contribuinte não gera direito a crédito da COFINS, por não fazer parte de sua base de cálculo, nos termos da legislação em vigor.” (grifo nosso) Fl. 3610DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 30 Deste modo, é forçoso concluir que a falta de vinculação entre os fretes e as mercadorias transportadas impede a constatação não só da irregularidade acima descrita, mas de quaisquer outras que a empresa porventura tenha cometido. [...] Cabe registrar que tais créditos foram lançados a débito das contas 144238 PIS a recuperar insumos e 144239 COFINS a recuperar – insumos, e que, no caso do demonstrativo “Notas Fiscais de Mercadorias não Encontradas na Escrituração Fiscal”, todo o valor das contribuições creditadas a um determinado CTRC deve ser glosado, visto que a falta de determinada associação impede o cálculo do valor creditado proporcionalmente. (os destaquem em negrito não constam do original) Extraise dos trechos destacados acima (em negrito) que a motivação adotada pela fiscalização para a glosa dos créditos calculados sobre os fretes foi, essencialmente, a impossibilidade de vinculação “entre as despesas de frete e os insumos pretensamente adquiridos”, ou seja, entre os CTRC (Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas) e as notas fiscais de entrada dos insumos. A ausência desse vínculo impediu a autoridade administrativa de examinar se referidas despesas com fretes poderiam realmente ser admitidas como “um serviço utilizado como insumo na prestação de serviço ou na produção de um bem”. Decerto, “apenas os fretes associados a bens tidos como insumos no âmbito do PIS e da COFINS é que dão direito a créditos”, muito embora a autoridade administrativa tenha afirmado, posteriormente, que é vedado o creditamento pelo frete pago para transportar bens importados empregados como insumos do processo produtivo. Segundo a defesa apresentada pelo sujeito passivo: “[...] se há créditos de insumos, por exemplo, já reconhecidos para o período, é corolário lógico que haja, também, créditos referentes a seus correlatos fretes”. Ressalta ainda a reclamante que “a maioria esmagadora de tais fretes se refere a notas ficais cujos CFOPs são os seguintes: [...] 1.101: Compra para industrialização ou produção rural [...] 2.101: Compra para industrialização ou produção rural. [...] 5.101: SAÍDAS OU PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS PARA O ESTADO”. Ainda segundo a recorrente: Os CFOPs das notas fiscais são provas cabais de que os correspondentes fretes autorizavam o creditamento. Os CFOPs ns. 1.101 e 2.101 se referem, como se pôde verificar, à aquisição de insumos, caso em que, tendose em vista os termos do art. 3º, inciso II, das Leis ns. 10.637/02 e 10.833/03, o crédito é indubitavelmente permitido. É como se posiciona a própria Receita Federal, aliás. Vejase um exemplo: “(...) FRETE NA AQUISIÇÃO. CUSTO DE PRODUÇÃO. O valor do frete pago a pessoa jurídica domiciliada no País na aquisição de matéria prima, material de embalagem e produtos intermediários compõe o custo destes insumos para fins de cálculo do crédito a ser descontado da Cofins.” (Solução de Consulta n. 197, de 16 de Agosto de 2011 – sem destaques no original) Já quanto ao CFOP n. 5.101, o creditamento ainda é mais evidente: segundo o inciso IX do citado art. 3º, o “frete na operação de venda” autoriza o desconto de créditos das mencionadas contribuições sociais. Fl. 3611DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 31 É importante reiterar que a Recorrente, logo após a Impugnação, fez a prova que havia sido reclamada pela DRF e que a DRJ afirmou ter sido realizada. A Recorrente elaborou, como dito, planilha detalhada, com mais de 50 mil linhas, na qual indicou, uma a uma, nota fiscal autuada e respectivo CTRC. É por meio dessa planilha, pois, que se poderia ver que a maior parte dos fretes autuados se referia a situações em que o creditamento estava claramente autorizado. Sobre a planilha reportada e demais argumentos suscitados pelo sujeito passivo, asseverou a instância recorrida, verbis: 9. FRETES. FALTA DE IDENTIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS TRANSPORTADAS. ITEM 3.7 DO TVF. Diante da ausência de informação, na escrituração fiscal, das notas fiscais dos bens considerados insumos associados ao frete, a contribuinte foi intimada a associar, nota fiscal de compra ou venda por nota fiscal de frete, os fretes com as mercadorias transportadas, mediante a elaboração de três arquivos distintos. Após algumas prorrogações, a recorrente apresentou a documentação solicitada, que, contudo, não apresentava todos os vínculos necessários à identificação das mercadorias transportadas. Ponderou a autoridade fiscal que a falta de vinculação entre fretes e mercadorias transportadas, além de impedir o creditamento, também impede a constatação de apropriações irregulares de crédito feitas pela interessada, a exemplo de frete pago para transporte de bens importados, empregados como insumos, do local de desembaraço até o estabelecimento fabril. Suscita a interessada, quanto ao tema, que a glosa decorreu da ausência de vinculação de boa parte dos fretes aos respectivos insumos adquiridos, estornandose, então, praticamente todo o crédito de fretes do período, exceto aqueles tratados nos itens anteriores, que tiveram análise própria e apartada. Solicita, para que não hajam dúvidas quanto ao seu direito a realização de diligência fiscal e perícia contábil para que tal vinculação seja verificada. Para tanto, comprometese, inclusive, a trazer aos autos todas as informações e documentos correspondentes, o que apenas não faz agora, com esta defesa, e não fez durante o procedimento fiscal, em razão do seu extensíssimo volume – entre janeiro de 2008 e setembro de 2010 foram realizadas quase 800 mil operações de aquisição de mercadorias. De qualquer forma, afirma, por ocasião de suas respostas à fiscalização, demonstrou, para aproximadamente 20% das referidas operações (mais ou menos 140 mil), que quase 90% dos fretes pagos no aludido interregno se referiam à compra de insumos. Por fim, na eventualidade de não se permitir a juntada desses documentos, a recorrente propugna pela homologação proporcional desses créditos, sob pena de perpetuação de exigência fiscal claramente desproporcional e ilegítima. A contribuinte juntou aos autos mídia em CD, incluindo as informações que entendeu necessárias para o restabelecimento desses créditos, a qual foi convertida em documentos anexados aos autos. Examinando esses documentos, podese observar que se trata de planilha contendo dados dos CTRC objetos da fiscalização (código CTRC, CTRC, data de emissão, data fiscal, código, ID, razão social e CNPJ) e dados da nota fiscal vinculada (número, série, data de emissão, data fiscal, código e CNPJ). Fl. 3612DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 32 Não obstante, do exame dessa planilha não resta comprovada a vinculação pretendida pela recorrente. Para tanto, faziase necessário que fossem juntados, além da própria planilha, ao menos cópias dos documentos fiscais nela mencionados. Isso, entretanto, não se fez. Em adição, podese observar que a aludida planilha apresenta mais de 50.000 linhas com dados para verificação, enquanto que a interessada, ao trazêla aos autos, limitouse a requerer fosse verificada a vinculação dos fretes autuados no item 3.7 com a compra de insumos. Ocorre que o ônus de prova do direito ao creditamento é da contribuinte, como adiante se melhor verá, a quem competia, no mínimo, apontar ou indicar as linhas das operações que entende serem passíveis de dedução e não simplesmente pretender transferir esse ônus, que é seu, para o fisco. Ressaltese que, para fins de creditamento, a legislação exige que o crédito seja líquido e certo. Não obstante, também não restou comprovada a alegação de que para aproximadamente 20% das referidas operações, quase 90% dos fretes pagos no aludido interregno se referiam à compra de insumos. Por conseguinte, cumpre manter as glosas quanto a este item. (grifos nossos) No voto que direcionou a diligência à unidade de origem, ressaltamos, com a devida vênia, que a DRJ não caminhou bem ao apreciar a questão. Na ocasião, assim nos manifestamos: A leitura que faço dos argumentos acima reproduzidos, proferidos pela instância a quo, é a de que esta não examinou adequadamente a documentação e os argumentos apresentados pelo sujeito passivo. Isso porque a planilha “[...] de mais de 50.000 linhas com dados para verificação [...]”, onde a interessada alega que “[...] para aproximadamente 20% das referidas operações, quase 90% dos fretes pagos no aludido interregno se referiam à compra de insumos [...]”, não foi efetivamente apreciada pela instância recorrida, como se vê dos trechos grifados no excerto reproduzido acima. Como a própria DRJ afirma, o documento acostado aos autos pela reclamante “trata de planilha contendo dados dos CTRC objetos da fiscalização (código CTRC, CTRC, data de emissão, data fiscal, código, ID, razão social e CNPJ) e dados da nota fiscal vinculada (número, série, data de emissão, data fiscal, código e CNPJ)”. Tais informações, entendo, podem sim subsidiar o necessário exame para verificar se existe ou não vínculo entre os fretes e as mercadorias transportadas. No mais, não me parece razoável exigir a apensação aos autos de cópia de mais de 800 mil documentos e, dada a não anexação deles, concluir que o sujeito passivo negligenciou com o ônus probatório. Foi com essa motivação que propusemos a conversão do julgamento em diligência "para que a unidade de origem, diante dos registros apresentados pelo sujeito passivo e os correspondentes documentos neles referenciados, apure os créditos do PIS e da Fl. 3613DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 33 COFINS nos casos em que os mesmos, realmente, correspondem a fretes pela aquisição de insumos, conforme metodologia que entender mais adequada para tanto". Em resposta à diligência supra a unidade de origem apresentou o Relatório Fiscal de fls. 3561/3566, de onde destacamos o seguinte trecho: [...] Vários dos CTRCs informados na planilha anexa à Manifestação de Inconformidade, cerca de 1/3, já haviam sido aceitos pela fiscalização, pois não constam dos demonstrativos “Notas Fiscais de Fretes não Associadas à Tabela de Vínculos” e “Notas Fiscais de Mercadorias não Encontradas na Escrituração Fiscal” e, portanto, seus créditos de PIS e COFINS não foram objeto de glosa. Tais documentos estão relacionados na planilha anexa denominada “CTRCs e Notas Fiscais Não Relacionados a Glosas Efetuadas na Ação Fiscal”. Dos CTRCs remanescentes da defesa do sujeito passivo, dois deles se referem a documentos cujas notas fiscais a eles associadas originariamente não tinham sido escrituradas (“Notas Fiscais de Mercadorias não Encontradas na Escrituração Fiscal” do item 3.7 do TVF). Informadas novas notas de entrada após o desfecho da ação fiscal, solicitamos ao contribuinte, via Termo de Intimação nº 001201500011, item 1, cientificado pessoalmente em 04/02/2015, que nos exibisse tanto estes dois Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas como as quatro Notas Fiscais a eles vinculadas, determinação esta cumprida parcialmente em 24/02/2015 e 16/03/2015: foi apresentado o CTRC nº 4510 e as notas fiscais nos 1720 e 1721, mas não o CTRC nº 514599 e as notas fiscais nos 55999 e 56000. Também por meio deste Termo de Intimação visamos comprovar a veracidade dos demais vínculos informados cujos créditos foram objeto de glosa (que corresponderiam parcialmente ao demonstrativo “Notas Fiscais de Fretes não Associadas à Tabela de Vínculos” do item 3.7 do TVF), solicitando assim, por amostragem, algumas Notas Fiscais e CTRCs, por meio do item 2 da mencionada intimação. Apesar de alguns CTRCs (nos 68797 e 886) e uma Nota Fiscal (nº 37183) não terem sido entregues, segundo o contribuinte, em virtude do “grande volume de documentos arquivados”, pôdese concluir, em consonância com este, que a documentação apresentada referenda a planilha por ele elaborada e anexada à Manifestação de Inconformidade, com exceção destes documentos não exibidos. Apesar de considerarmos comprovados os vínculos informados na defesa do sujeito passivo, algumas das notas fiscais relacionadas, salvo melhor juízo, não permitem a apropriação dos créditos relacionados a seus fretes. Tal ocorre porque se referem a aquisições de bens para uso ou consumo ou destinados ao imobilizado, nos CFOPs – Códigos Fiscais de Operação – nos 1551, 2551 e 2556. Neste sentido, aliás, foi a decisão em 1ª instância em relação ao item 3.5 do mencionado TVF, como demonstra a ementa a seguir: “REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. DESPESAS COM TRANSPORTES. Fl. 3614DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 34 As despesas efetuadas com fretes para transferência da matériaprima ou do produto acabado entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, com fretes de bens ou mercadorias não identificadas e com fretes de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado, não utilizadas diretamente na produção, ou ao uso e consumo da pessoa jurídica, não geram direito ao creditamento.” Na planilha anexa “Fretes de Bens Destinados a Imobilizado ou a Uso e Consumo” detalhamos todos estes registros e, abaixo, temos o resumo mensal destes créditos, cuja glosa, s.m.j, deverá ser mantida: Mês PIS COFINS fev/2008 0,92 4,24 jun/2008 3,94 18,13 ago/2008 1,30 6,00 set/2008 3,99 18,40 dez/2008 7,40 34,10 fev/2009 1,13 5,21 mar/2009 2,44 11,19 abr/2009 17,02 78,36 mai/2009 2,02 9,28 jun/2009 10,49 48,30 jul/2009 2,06 9,53 ago/2009 3,67 16,90 set/2009 12,88 59,36 out/2009 9,12 41,98 dez/2009 16,59 76,37 jan/2010 0,48 2,21 fev/2010 17,17 79,05 mar/2010 1,42 6,54 abr/2010 14,41 66,34 mai/2010 5,17 23,77 jun/2010 7,81 35,98 jul/2010 14,48 66,68 ago/2010 36,33 167,37 set/2010 8,98 41,42 Por outro lado, reunimos todas as glosas que o contribuinte logrou comprovar indevidas na planilha “Glosas Revertidas”, a seguir totalizadas mensalmente: Mês PIS COFINS jan/2008 286,53 1.319,78 fev/2008 381,23 1.755,95 mar/2008 3,92 18,06 abr/2008 605,72 2.790,07 Fl. 3615DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 35 mai/2008 804,26 3.704,48 jun/2008 148,17 682,45 jul/2008 2.010,67 9.261,50 ago/2008 3.674,28 16.924,00 set/2008 1.445,04 6.656,14 out/2008 4.608,03 21.224,31 nov/2008 374,20 1.723,23 dez/2008 7.588,03 34.950,81 jan/2009 668,90 3.081,03 fev/2009 7.495,94 34.525,92 mar/2009 1.386,62 6.387,71 abr/2009 2.007,42 9.245,72 mai/2009 738,41 3.401,16 jun/2009 6.265,02 28.855,01 jul/2009 3.300,66 15.202,28 ago/2009 840,01 3.869,59 set/2009 719,75 3.315,29 out/2009 965,56 4.447,56 nov/2009 1.303,04 6.001,82 dez/2009 2.257,21 10.397,23 jan/2010 1.974,52 9.094,68 fev/2010 2.248,05 10.354,84 mar/2010 490,59 2.259,87 abr/2010 3.197,74 14.728,89 mai/2010 1.315,44 6.059,04 jun/2010 791,94 3.648,05 jul/2010 1.508,77 6.949,40 ago/2010 2.920,90 13.452,87 set/2010 2.954,21 13.607,00 Cumpre lembrar que a planilha “Glosas Revertidas” obedece ao que foi evidenciado originalmente pela fiscalização no demonstrativo “Notas Fiscais de Fretes não Associadas à Tabela de Vínculos”, ou seja, contém apenas a identificação do CTRC e o valor do PIS e da COFINS glosados. Esta planilha também inclui o Conhecimento de Transporte Rodoviário nº 4510, do demonstrativo “Notas Fiscais de Mercadorias não Encontradas na Escrituração Fiscal”, cuja admissibilidade de créditos ficou evidenciada pela apresentação do documento e das notas fiscais a ele relacionadas. É importante notar que as planilhas citadas neste relatório incluem o 1º trimestre de 2010, período para o qual o contribuinte, à época da fiscalização, não havia ainda apresentado Pedidos de Ressarcimento, portanto, sem que houvesse possibilidade de ocorrerem glosas efetuadas pela fiscalização. Porém, como nas planilhas mencionadas no Termo de Fl. 3616DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 36 Verificação Fiscal, assim como no demonstrativo anexo à Manifestação de Inconformidade há referências a documentos deste período, optamos por relacionálos também neste trabalho, apesar desta informação não gerar qualquer efeito sobre os direitos pleiteados pelo contribuinte. ***** Em face do acima exposto, e à luz das informações trazidas pelo sujeito passivo durante a fiscalização e por ocasião da sua Manifestação de Inconformidade, concluímos a diligência solicitada pela 2ª Turma Especial, da Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, no sentido de considerar como créditos de PIS/COFINS correspondentes a fretes pela aquisição de insumos os apurados na escrita do sujeito passivo, diminuídos das glosas do TVF, acrescidos, no entanto, dos valores discriminados na última tabela deste Relatório Fiscal. [...] Intimada do teor do relatório fiscal acima reportado, o qual é padrão para todos os processos da interessada que ora apresentamos para julgamento, a recorrente, mediante expediente de fls. 3571/3573, ressalta que as glosas revertidas, em comparação com as glosas originais, totaliza valor inexpressivo, e que, dado o grande volume de dados a analisar, tem necessidade que seja estendido em mais 30 dias o prazo para sua manifestação. Até a presente data, contudo, o sujeito passivo não apresentou nenhum argumento adicional frente ao resultado da diligência fiscal conduzida pelo Auditor Fiscal responsável pela diligência, e pela própria ação fiscal. Portanto, considerando o criterioso trabalho conduzido pela autoridade administrativa, retratado por último na fundamentação objeto do relatório fiscal acima transcrito parcialmente, e ainda, diante da não apresentação, pela recorrente, de razões objetivas capazes de abalar minimamente o resultado do trabalho da autoridade em tela, entendo que deverão ser mantidas as glosas inerentes a fretes pelo transporte de mercadorias não admitidas pelo regime da nãocumulatividade, ajustadas nos termos do aduzido relatório fiscal. Consequentemente, há que se dar provimento em parte aos argumentos apresentados pela reclamante, mas apenas no que concerne aos ajustes perpetrados pela autoridade fiscal, acima referenciados. Da reclassificação de créditos – item 4.2 do TVF O sujeito passivo também se insurge contra a reclassificação de créditos objeto do item 4.2 do Termo de Verificação Fiscal. Segundo a fiscalização, em virtude do artigo 16 da Lei nº 11.116/20058, os créditos de importação elencados no art. 15 da Lei nº 8 Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3º das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Fl. 3617DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 37 10.865/2004 – além do saldo credor apurado na forma do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003 – são passíveis de ressarcimento ou compensação. Contudo, em relação aos créditos enquadrados no artigo 17 da mesma Lei nº 10.865/2004 – que remete às importações de produtos objeto do § 3º do artigo 8º da mesma Lei nº 10.865/20049 (dentre outros) – estes, “por falta de previsão legal”, não seriam passíveis de ressarcimento ou de compensação, apesar da possibilidade de desconto em relação aos débitos. Ressalta a autoridade administrativa que a recorrente importou diversas máquinas e veículos para revenda enquadradas nos códigos tarifários elencados no § 3º do artigo 8º da mesma Lei nº 10.865/2004, “cujos créditos de PIS e COFINS foram submetidos, indevidamente, ao rateio proporcional entre o mercado externo e o faturamento total”. Vejamos a questão analisando cronologicamente os preceitos inerentes ao regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS que tem relevância para a presente análise. Como já ressaltado linhas cima, o artigo 3o das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003 autoriza o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica. No âmbito dos preceitos legais em tela, esse direito de crédito alcança os “bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País” ou os “custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País” (§ 3º do artigo 3o das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003 – grifos nossos). Estabelece ainda o § 7º do mesmo artigo 3º das normas em evidência que, na hipótese de a pessoa jurídica sujeitarse à incidência não cumulativa do PIS e da COFINS em relação apenas a parte de suas receitas, o crédito será apurado, exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas receitas. Ainda no que concerne às leis que criaram o regime da nãocumulatividade das contribuições em tela, o artigo 5º da Lei nº 10.637/2002 e o artigo 6º da Lei nº 10.833/2003 dispõem, respectivamente, que o PIS/PASEP e a COFINS não incidem sobre as receitas decorrentes de: a) exportações de mercadorias; b) prestação de serviços no exterior cujo pagamento represente ingresso de divisas e; c) vendas a empresa comercial exportadora como fim específico de exportação. Em tais hipóteses – “unicamente” –, o crédito apurado na forma do artigo 3º das leis em comento poderá ser utilizado para a dedução da correspondente contribuição a recolher ou para compensação com outros tributos administrados pela Receita Federal. Ainda restrito a esse horizonte, acaso aludido crédito não possa ser utilizado por nenhuma dessas formas até o final de cada trimestre do ano civil, poderá o sujeito passivo Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei. Lei nº 11.033, de 21/12/2004, Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. 9 Art. 8º As contribuições serão calculadas mediante aplicação, sobre a base de cálculo de que trata o art. 7º desta Lei, das alíquotas de: [omitido] § 3º Na importação de máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, as alíquotas são de: I 2% (dois por cento), para o PIS/PASEPImportação; e II 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), para a COFINSImportação. Fl. 3618DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 38 solicitar seu ressarcimento em espécie (vide §§ 1º e 2º do artigo 5º da Lei nº 10.637/2002 e §§ 1º e 2º do artigo 6º da Lei nº 10.833/2003. Posteriormente, foi editada a Lei nº 10.865, de 30/04/2004, que instituiu o PIS e a COFINS incidentes sobre as importações de bens e de serviços. A norma em tela também dispôs sobre o creditamento das referidas contribuições incidentes sobre as importações, conforme o correspondente artigo 15, cujos trechos relevantes seguem abaixo transcritos: Art. 15. As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos termos dos arts. 2o e 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1o desta Lei, nas seguintes hipóteses: I bens adquiridos para revenda; II bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustível e lubrificantes; III energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica; IV aluguéis e contraprestações de arrendamento mercantil de prédios, máquinas e equipamentos, embarcações e aeronaves, utilizados na atividade da empresa; V máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços.(Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1º O direito ao crédito de que trata este artigo e o art. 17 desta Lei aplica se em relação às contribuições efetivamente pagas na importação de bens e serviços a partir da produção dos efeitos desta Lei. § 2º O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sêlo nos meses subseqüentes. [...] § 5º Para os efeitos deste artigo, aplicamse, no que couber, as disposições dos §§ 7o e 9o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. [...] § 8º As pessoas jurídicas importadoras, nas hipóteses de importação de que tratam os incisos a seguir, devem observar as disposições do art. 17 desta Lei: I – produtos dos §§ 1º a 3º e 5º a 7º do art. 8º desta Lei, quando destinados à revenda; [...] Por seu turno, o artigo 17 da mesma Lei nº 10.865/2004 estabelece que Art. 17. As pessoas jurídicas importadoras dos produtos referidos nos §§ 1º a 3º, 5º a 10, 17 e 19 do art. 8º desta Lei e no art. 58A da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de Fl. 3619DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 39 determinação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, em relação à importação desses produtos, nas hipóteses: I dos §§ 1º a 3º, 5º a 7º e 10 do art. 8º desta Lei, quando destinados à revenda; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) [...] (grifo nosso) Importa destacar que os produtos de que trata o § 3º do artigo 8º da Lei nº 10.865/2004 são “máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM”. Não há controvérsia quanto à subsunção das mercadorias importadas pelo sujeito passivo nesse dispositivo, já que ele próprio afirma isso quando denomina a planilha “Importação para Revenda de Máquinas e Veículos – Lei 10.865/2004, art. 8º, § 3º ” (grifouse) – vide item 4.2 do TVF. Historicamente, vêse que, até aqui, o regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS autorizava unicamente o desconto dos créditos calculados em conformidade com o regime, prevendo, contudo, a compensação ou o ressarcimento em espécie (se inexistir a possibilidade de dedução da contribuição a recolher ou compensação com outros tributos administrados pela RFB) exclusivamente no caso de as receitas serem decorrentes da exportação de mercadorias ou de serviços para o exterior. Sobreveio então a Lei nº 11.033, de 21/12/2004, cujo artigo 17 permitia a manutenção, pelo vendedor, dos créditos decorrentes das “vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS”. Pouco tempo depois foi publicada a Lei nº 11.116, de 18/05/2005, cujo artigo 16 estabelece os seguinte: Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei. Vêse, pois, que a possibilidade de compensação ou de ressarcimento em espécie do saldo credor do PIS e da COFINS, antes restrita ao acúmulo de créditos decorrente da exportação de mercadorias ou de serviços para o exterior (sobre as quais não incidem as Fl. 3620DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 40 contribuições em tela), passou a alcançar todos os créditos apurados na forma do artigo 3º das Leis nos 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como os créditos decorrentes da incidência das contribuições em tela sobre as importações – no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao regime da nãocumulatividade – nas hipóteses albergadas pelo artigo 15 da Lei nº 10.865/2004. Ora, dentre essas hipóteses consta o creditamento em função da aquisição de bens para revenda (inciso I do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004), razão pela qual entendemos que a possibilidade de utilização dos créditos para fins de compensação ou de ressarcimento ampara as compras, pelo sujeito passivo, das máquinas e dos veículos destinadas à revenda. Quando o § 8º do artigo 15 diz que “as pessoas jurídicas importadoras, nas hipóteses de importação de que tratam os incisos a seguir, devem observar as disposições do art. 17 desta Lei” em relação, dentre outros, aos produtos do § 3º do artigo 8º (“máquinas e veículos, classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 8432.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM”), penso que tal assertiva é restrita à forma de apuração do direito creditório. Com efeito, estabelece o § 3º do artigo 15 da lei nº 10.865/2004 que O crédito de que trata o caput deste artigo será apurado mediante a aplicação das alíquotas previstas no caput do art. 2o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições, na forma do art. 7º desta Lei, acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição. Portanto, a regra geral de apuração do crédito é a aplicação das alíquotas de 1,65% para o PIS e de 7,6% para a COFINS (artigo 2º das Lei 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente). Contudo, na realidade presente, inerente à importação das máquinas e veículos cujos códigos estão elencados no § 3º do artigo 8º da Lei nº 10.865/2004, ao qual faz referência o inciso I do artigo 17 da mesma lei, os créditos serão apurados “mediante a aplicação das alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a receita decorrente da venda, no mercado interno, dos respectivos produtos, na forma da legislação específica, sobre o valor de que trata o § 3º do art. 15 desta Lei”, ou seja, “sobre o valor que serviu de base de cálculo das contribuições, na forma do art. 7º desta Lei [10.865/2004], acrescido do valor do IPI vinculado à importação, quando integrante do custo de aquisição”. De fato, o artigo 17 da Lei nº 10.865/2004 trata especificamente da possibilidade de desconto de créditos nas hipóteses que elenca, e nada diz a respeito de eventual restrição à utilização do direito creditório calculado segundo as formas prescritas. Reproduzo, abaixo, o teor do disposto no referido preceito no que importa para a solução do presente litígio: Art. 17. As pessoas jurídicas importadoras dos produtos referidos nos §§ 1º a 3º, 5º a 10, 17 e 19 do art. 8º desta Lei e no art. 58A da Lei no10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, em relação à importação desses produtos, nas hipóteses: I dos §§ 1º a 3º, 5º a 7º e 10 do art. 8º desta Lei, quando destinados à revenda; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 3621DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 41 [...] § 2º Os créditos de que trata este artigo serão apurados mediante a aplicação das alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a receita decorrente da venda, no mercado interno, dos respectivos produtos, na forma da legislação específica, sobre o valor de que trata o § 3º do art. 15 desta Lei. [...] Por fim, vale destacar que quase todos os demais parágrafos do artigo 17 tratam, exclusivamente, de formas de apuração de crédito nas hipóteses abrangidas pelos mesmos (regime monofásico). A única exceção é o § 8º do preceito em tela, o qual, quando diz que “o disposto neste artigo alcança somente as pessoas jurídicas de que trata o art. 15 desta Lei”, corrobora o presente entendimento concernente ao qual o artigo 17 particulariza a apuração do crédito (e unicamente isso) quando aludida apuração foge à regra geral objeto do artigo 15. Em conclusão, e no que concerne ao presente tópico, entendo como indevida a reclassificação como “não ressarcível” operada pela fiscalização, uma vez que, conforme demonstrado, os créditos em tela poderão, sim, ser utilizados para fins de compensação ou de ressarcimento. Nessa parte, portanto, também dou provimento ao recurso do sujeito passivo. Do reposicionamento dos créditos – item 4.3 do TVF Segundo relatado, foram reposicionadas parcelas dos créditos de importação aproveitados em PER/Dcomp ao argumento de que estes, por se originarem do mercado externo, somente poderiam ser utilizados no final do respectivo trimestrecalendário. De fato, conforme o Termo de Verificação Fiscal, o ajuste foi feito em vista da compensação, antes de findo o trimestre, de créditos do PIS/COFINS importação vinculados a receitas de exportação. Referido ajuste foi baseado no artigo 42 da IN RFB nº 900/2008, cujo § 7º autorizava a compensação de créditos decorrentes de custos, despesas e encargos incorridos no mercado interno vinculados a receitas de exportação, mesmo antes de findo o trimestre do ano calendário a que se refere o crédito. Em pesquisa à mais atual instrução normativa que trata do assunto observei que tal regramento permanece em vigor. Com efeito, o artigo 49, § 6º, da IN RFB nº 1.300, de 20/11/2012, dispõe que a compensação dos créditos, dentre outras hipóteses, decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, “poderá ser efetuada somente depois do encerramento do trimestre calendário”. Tal regramento, de fato, está amparado no caput do artigo 16 da Lei nº 11.116/2005, segundo o qual poderá ser objeto de compensação ou de ressarcimento o saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3º das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004. (grifo nosso) Fl. 3622DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 42 Vale lembrar que o artigo 17 da Lei nº 11.033/2004 trata, justamente, da manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a “vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS”. Portanto, não há embasamento legal que autorize o sujeito passivo a utilizar os créditos do PIS/COFINS importação antes de findo o trimestre correspondente. Quanto ao pedido para “decotar os juros e multa calculados, de modo a que refiram, tãosomente, ao atraso de um ou dois meses (i.e, aquele decorrente da espera até o fim do trimestre”, acaso a incidência dos encargos tenha extrapolado o correspondente trimestre (tal não ficou claro no TVF), entendo que, de fato, deverão ser efetuados os ajustes necessários a considerar a incidência de juros e multa de mora do débito apenas até o término de cada trimestre data a partir da qual o contribuinte passou a ter direito ao crédito. Dessa forma, serão corrigidos até a data da compensação unicamente os débitos em aberto posteriormente aos ajustes em tela. Nesse tópico, portanto, dou provimento parcial ao pedido da recorrente, nos termos do parágrafo anterior. Dos erros de cálculo No que concerne aos erros de cálculo o sujeito passivo alega que a DRJ recorrida, “sem muitas justificativas, também negou a realização de diligência para tal verificação”. Todavia, ressaltou que, “quanto a dois dos quatro períodos apontados como exemplos na explanação (abr/2010 e jul a set/2010) os erros de cálculo já foram reconhecidos e o direito creditório da Recorrente declarados (Acórdãos ns. 0246.070 e 0246.072)”. De fato, dentre todos os processos da empresa sob nossa responsabilidade que ora trazemos à pauta, observamos que a primeira instância já reconheceu crédito remanescente em relação aos seguintes processos da recorrente nos respectivos montantes a seguir discriminados: 13603.724502/201143 (R$ 7.743,90), 13603.724508/201111 (R$ 132.933,34), 13603.724529/201136 (R$ 339.948,59), 13603.724627/201173 (R$ 1.114,90) e 13603.724631/201131 (R$ 596.928,10). Agora, nada mais há que se apreciar em relação ao assunto, uma vez que a reclamante não contesta o resultado das correções perpetradas pela DRJ, tendose limitado unicamente a reiterar a necessidade de “[...] diligência para a verificação da correção do cálculo dos créditos a que tem direito [...]”, pleito com respeito ao qual negamos provimento pelo fato de o mesmo não estar revestido de verossimilhança que revele sua necessidade. Portanto, nessa parte, entendo que deverá ser negado provimento ao recurso. Da conclusão Por todo o exposto, voto para dar parcial provimento ao recurso, no seguinte sentido: I) negar o direito ao creditamento do PIS e da COFINS pela aquisição de bens destinados ao ativo imobilizado (item 3.1 do TVF); Fl. 3623DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 13603.724627/201173 Acórdão n.º 3301002.815 S3C3T1 Fl. 0 43 II) reconhecer em parte o direito a creditamento para que sejam admitidos os créditos calculados pelo sujeito passivo em relação aos serviços pagos à GFL Gestão de Fatores Logísticos Ltda. (item 3.2 do TVF); III) manter o entendimento da fiscalização pela impossibilidade de creditamento em face de fretes decorrentes da transferência de produto acabado entre estabelecimentos da interessada (item 3.4 do TVF), ou ainda, pelos fretes do transporte de mercadorias destinadas ao ativo imobilizado ou a uso e consumo (item 3.5 do TVF); IV) quanto à glosa dos créditos calculados sobre fretes pela “falta de identificação das mercadorias transportadas” (item 3.7 do TVF), dar parcial provimento ao recurso, nos termos dos cálculos apresentados pela autoridade fiscal no relatório de diligência de fls. 3561/3566; V) concernente à reclassificação de créditos (item 4.2 do TVF), desconsiderar os ajustes nos cálculos procedidos pela fiscalização, uma vez caracterizada a possibilidade de utilização dos créditos, para fins de compensação ou de ressarcimento, em vista das compras das máquinas e dos veículos destinadas à revenda; VI) quanto ao reposicionamento dos créditos (item 4.3 do TVF), dar parcial provimento ao recurso para permitir o ajuste necessário de forma a considerar a incidência de juros e de multa de mora sobre os débitos apenas até o término de cada trimestre data a partir da qual a contribuinte passou a ter direito ao crédito; VII) negar provimento quanto à retificação dos erros de cálculo. Sala de Sessões, em 29 de janeiro de 2016. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator Fl. 3624DF CARF MF Impresso em 15/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 08/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS
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Numero do processo: 19985.723186/2014-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
IRPF. DEDUÇÕES DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO.
De conformidade com a legislação que contempla a matéria, não tendo o contribuinte se desincumbido do ônus de comprovar as despesas médicas pretensamente suportadas no ano-calendário e deduzidas do imposto de renda, mediante documentação hábil e idônea, impõe-se a manutenção da exigência fiscal em sua plenitude, sobretudo quando o recorrente não formula sequer uma linha de razões recursais, simplesmente juntando documentação imprestável.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-004.119
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento, nos termos do relatório e voto.
André Luís Marsico Lombardi - Presidente
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Carlos Henrique de Oliveira, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2012 IRPF. DEDUÇÕES DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO. De conformidade com a legislação que contempla a matéria, não tendo o contribuinte se desincumbido do ônus de comprovar as despesas médicas pretensamente suportadas no ano-calendário e deduzidas do imposto de renda, mediante documentação hábil e idônea, impõe-se a manutenção da exigência fiscal em sua plenitude, sobretudo quando o recorrente não formula sequer uma linha de razões recursais, simplesmente juntando documentação imprestável. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento, nos termos do relatório e voto. André Luís Marsico Lombardi - Presidente Rayd Santana Ferreira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Carlos Henrique de Oliveira, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira.
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DEDUÇÕES DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO. De conformidade com a legislação que contempla a matéria, não tendo o contribuinte se desincumbido do ônus de comprovar as despesas médicas pretensamente suportadas no anocalendário e deduzidas do imposto de renda, mediante documentação hábil e idônea, impõese a manutenção da exigência fiscal em sua plenitude, sobretudo quando o recorrente não formula sequer uma linha de razões recursais, simplesmente juntando documentação imprestável. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 98 5. 72 31 86 /2 01 4- 74 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento, nos termos do relatório e voto. André Luís Marsico Lombardi Presidente Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Carlos Henrique de Oliveira, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 19985.723186/201474 Acórdão n.º 2401004.119 S2C4T1 Fl. 153 3 Relatório VALDEMAR HENRIQUE KLOSS, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos autos do processo em referência, teve contra si lavrado Notificação de Lançamento concernente ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente da constatação de dedução indevida de despesas médicas por falta de comprovação ou de previsão legal, em relação ao exercício 2012, conforme peça inaugural do feito, às fls. 04/08, e demais documentos que instruem o processo. Tratase de Notificação de Lançamento, lavrada em 10/09/2014, nos moldes da legislação de regência, contra o contribuinte acima identificado, constituindose crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação. Com mais especificidade, a autoridade lançador procedeu as glosas das despesas médicas declaradas pagas a Quintiliano e Telles Ltda. no valor de R$ 15.000,00 e das despesas com plano de saúde Unimed Curitiba e a Salva Emergências Médicas nos respectivos valores de R$ 4.023,12 e R$ 1.169,70 por falta de apresentação de comprovantes de pagamentos hábeis. Para tanto, sustentou que a simples declaração e ainda sem assinatura emitida pela Associação Beneficente Recreativa do Tribunal de Contas não tem validade comprobatórias dos pagamentos das despesas. Irresignada, o contribuinte apresentou impugnação, de fl. 02, contrapondose à exigência fiscal, ressaltando que as despesas médicas glosadas são do próprio autuado, trazendo à colação uma série de documentos com o fito de comprovar suas alegações. A autoridade julgadora de primeira instância entendeu por bem decretar a improcedência parcial do feito, acolhendo as provas apresentadas com a finalidade de comprovar a despesa de R$ 4.023,12, relativamente à Unimed, consoante Acórdão nº 12 71.702/2015, da lavra da 9ª Turma da DRJ no Rio de Janeiro/RJ, às fls. 33/36, com sua ementa abaixo transcrita: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2012 DESPESAS MÉDICAS. São dedutíveis as despesas médicas, odontológicas e de hospitalização e os pagamentos feitos a empresas domiciliadas no país, destinados à cobertura dessas despesas, quando relativas ao próprio tratamento e ao dos dependentes, desde que devidamente comprovadas por documentação hábil e idônea. Impugnação Procedente em Parte. Outros Valores Controlados." Fl. 93DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 4 Devidamente intimado da decisão supra, em 20/02/2015, o contribuinte apresentou petição, de fl. 40, protocolizada em 17/03/2015, com o seguinte teor: " Solicito a juntada da documentação junto ao Processo nº 19985.723186/201474 referente a Intimação nº 76/2015. [...]" Em anexo à aludida petição, acostou aos autos, além do Acórdão de primeira instância e respectiva intimação, Declaração da Clínica "Odonto Grupo", de fl. 47, Contrato do Convênio Coletivo com a Salva Serviços Médicos de Emergências Ltda., às fls. 48/51, Contrato Empresarial em Enfermaria com a Unimed Curitiba, fls. 52/76, bem como Termos Aditivos da Unimed, às fls. 76/81. Diante da petição e documentos colacionados aos autos, a autoridade fazendária da DRF de Curitiba/PR, emitiu Despacho de Encaminhamento, de fl. 89, remetendo o processo para exame pelo CARF. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Fl. 94DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 19985.723186/201474 Acórdão n.º 2401004.119 S2C4T1 Fl. 154 5 Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira, Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. Conforme se depreende dos elementos que instruem o processo, o contribuinte deduziu de seu imposto de renda as despesas médicas suportadas no exercício objeto do lançamento. Uma vez intimado a comproválas, o autuado não obteve êxito nesta empreitada, razão pela qual a fiscalização entendeu por bem proceder a glosa de aludidas despesas, com a consequente lavratura da presente notificação de lançamento. Por sua vez, ao analisar a impugnação e documentos ofertados pela contribuinte, a autoridade julgadora de primeira instância decretou a improcedência parcial do lançamento, acolhendo as provas apresentadas com a finalidade de comprovar a despesa de R$ 4.023,12, relativamente à Unimed, consoante Acórdão nº 1271.702/2015, da lavra da 9ª Turma da DRJ no Rio de Janeiro/RJ, às fls. 33/36, com sua ementa abaixo transcrita: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2012 DESPESAS MÉDICAS. São dedutíveis as despesas médicas, odontológicas e de hospitalização e os pagamentos feitos a empresas domiciliadas no país, destinados à cobertura dessas despesas, quando relativas ao próprio tratamento e ao dos dependentes, desde que devidamente comprovadas por documentação hábil e idônea. Impugnação Procedente em Parte. Outros Valores Controlados." Ainda irresignado, o contribuinte protocolizou petição, de fl. 40, protocolizada em 17/03/2015, com o seguinte teor: " Solicito a juntada da documentação junto ao Processo nº 19985.723186/201474 referente a Intimação nº 76/2015. [...]" Em anexo à aludida petição, acostou aos autos, além do Acórdão de primeira instância e respectiva intimação, Declaração da Clínica "Odonto Grupo", de fl. 47, Contrato do Convênio Coletivo com a Salva Serviços Médicos de Emergências Ltda., às fls. 48/51, Contrato Empresarial em Enfermaria com a Unimed Curitiba, fls. 52/76, bem como Termos Aditivos da Unimed, às fls. 76/81. Em que pesem os argumentos do recorrente, seu inconformismo, contudo, não tem o condão de macular a exigência fiscal. Do exame dos elementos que instruem o processo, concluise que o lançamento, na parte remanescente, se apresenta incensurável, devendo ser mantido em sua plenitude. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI 6 De início convém frisar que restamos vencidos em nosso entendimento preliminar, no sentido de determinar o retorno dos autos à DRF para cumprimento da decisão de primeira instância, por entender que o "arrazoado" apresentado pelo contribuinte não poderia ser caracterizado como recurso voluntário. Isto porque, em nosso entendimento, a defesa do contribuinte deve conter, obviamente, alguma alegação, não bastando, simplesmente, redigir "Solicito a juntada da documentação junto ao Processo nº 19985.723186/201474 referente a Intimação nº 76/2015" e acostar aos autos documentos aleatórios, sem nenhuma conexão com algum argumento de defesa. Entrementes, com esteio no princípio da ampla defesa e duplo grau de jurisdição, acabamos por nos quedar ao entendimento da maioria da Turma que sustentou ser salutar admitir tal requerimento como recurso voluntário, de maneira a ensejar o seu conhecimento e análise por parte deste Colegiado. Dessa forma, passamos a analisar o recurso voluntário do contribuinte. Com efeito, afora a despesa em que logrou êxito em comprovar em sede impugnação, para as demais deduções glosadas, a exemplo da defesa inaugural, o contribuinte não trouxe qualquer elemento de prova capaz de comprovar que o lançamento encontrase maculado por vício em sua formalidade e/ou materialidade, escorando seu pleito em simples "arrazoado" desprovido de demonstração do sustentado. E, como o contribuinte não dissertou sequer uma linha procurando se insurgir contra a decisão de primeira instância, vamos admitir que perante este Colegiado simplesmente repisou os argumentos suscitados na defesa, razão pela qual pedimos vênia para adotar o Acórdão recorrido como fundamentos de decidir, igualmente, nesta oportunidade. Assim, analisando as alegações do recorrente em conjunto com os documentos acostados aos autos, não vislumbramos a comprovação das deduções procedidas pelo contribuinte em sua Declaração de imposto de renda, impondo seja mantido o lançamento na forma decidida pelo Acórdão recorrido. Por todo o exposto, estando a Notificação de Lançamento sub examine em consonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO, e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. Rayd Santana Ferreira. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/03/201 6 por RAYD SANTANA FERREIRA, Assinado digitalmente em 20/03/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
score : 1.0
Numero do processo: 19679.004143/2005-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1988, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995
PRESCRIÇÃO. DIREITO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TERMO INICIAL. DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS (RELATORA A MINISTRA ELLEN GRACIE).
Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco.
NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543-B DO CPC.
Nos termos do § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF, As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF".
Numero da decisão: 3302-003.081
Decisão: Recurso Voluntário Provido em Parte
Direito Creditório Reconhecido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para afastar a prescrição dos recolhimentos efetuados a partir de 29/04/1995 (fatos geradores de abril de 1995 a setembro de 1995), ressalvado o direito da Autoridade Fiscal ao exame do efetivo direito ao crédito pleiteado.
[assinado digitalmente]
RICARDO PAULO ROSA - Presidente.
[assinado digitalmente]
MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para afastar a prescrição dos recolhimentos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 41 43 /2 00 5- 69 Fl. 324DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 2 efetuados a partir de 29/04/1995 (fatos geradores de abril de 1995 a setembro de 1995), ressalvado o direito da Autoridade Fiscal ao exame do efetivo direito ao crédito pleiteado. [assinado digitalmente] RICARDO PAULO ROSA Presidente. [assinado digitalmente] MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição, fl. 01 protocolizado em 29/04/2005, no valor de RS 1.766.369,53 (Um milhão, setecentos e sessenta e seis mil, trezentos sessenta e nove reais e cinquenta e oito centavos), montante calculado pelo contribuinte e atualizado até a data do pedido de fls. 6/8. O crédito pleiteado no presente processo teria se originado de valores que foram indevidamente atualizados sem considerar os chamados expurgos inflacionários decorrentes dos diversos planos econômicos que permearam o país durante aquele período. Os recolhimentos teriam sido efetuados por empresa incorporada em 31/12/2000, a Companhia Química Metacril, CNPJ. 12.838.489/0001l00, da qual a interessada é sucessora. O presente processo seria complementar em seu pedido ao processo administrativo 10580.006676/0097 que solicita a restituição dos valores supostamente indevidos, pagos a maior relativos ao PIS. Alega ainda que deveria ser aplicado o índice dos expurgos porque de outra forma caracterizaria enriquecimento ilícito da Administração. Destaca a decisão de piso: Pelo despacho decisório de fls. 115/119 o Pedido de Restituição foi indeferido, entendendo as Autoridades a quo, em suma: “que quaisquer outros índices ou expurgos inflacionários não contemplados pelos coeficientes constantes da Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR n° 8, de 1997, somente serão aceitos administrativamente, se em obediência a determinação judicial, o que não e' o caso dos autos” (fl. 116); e que a pretensão da Interessada foi fulminada pelo transcurso do prazo de cinco anos estabelecido no artigo 168, I, do Código Tributário Nacional (Lei n° 5.172, de 25/10/1966). Contra essa decisão foi apresentada manifestação de inconformidade (fls. 121/56). O entendimento da Recorrente vai, em suma, no sentido: de que a decisão recorrida não merece prevalecer, pois carece de Fl. 325DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 19679.004143/200569 Acórdão n.º 3302003.081 S3C3T2 Fl. 325 3 fundamentação fática e jurídica; de que é detentora de créditos decorrentes do fato de ter incorporado a Companhia Química Metacril; de que os créditos surgiram por conta de diferenças entre importâncias desembolsadas em cumprimento aos Decretoslei 2.445/88 e 2.449/88 e o devido nos termos da Lei Complementar 7/70; de que a restituição de pagamentos a maior foi postulada pe Delegacia da Receita Federal de Salvador, nos autos do processo 10580.006676/0097 na data de 10/08/2000; de que “ao calcular os valores devidos de PISRepique pela Lei Complementar nº 7/70, ao invés de considerar como data de pagamento a regra dos vencimentos desta contribuição ao PISRepique (mesma regra aplicável para os vencimentos do IRPJ), utilizouse indevidamente de uma data anterior à data de vencimento pertinente ao P1SRepique, tomando os valores apurados como devidos superiores àqueles realmente devidos, em virtude da incidência de atualização monetária a maior e, por conseguinte, reduzindo o valor real do saldo de crédito tributário passível de restituição” (fl. 125); de que “os índices de correção monetária aplicados na atualização do montante do indébita tributário, correspondente ao encontro de contas entre os valores devidos pela Lei Complementar n° 7/70 e os recolhidos pelos inconstitucionais decretoslei, foram inferiores àqueles reconhecidos pela Norma de Execução Conjunta NEC SRF/COSIT/COSAR n” 08, de 29. 06.1997” (fl. 125); de que “a Norma de Execução conjunta supra citada não restitui de forma plena a inflação incorrida no período, na medida que não reflete em seus índices os expurgos causado pelos planos governamentais que sucederam no período” (fl. 125); de que “o Pedido de Restituição ora indeferido tratase de singela retificação dos erros cometidos nos cálculos que municiaram o Pedido de Restituição originalmente apresentado” (fl. 126); de que equivocadamente “o Despacho Decisório ora recorrido considerou este Pedido de Restituição como se fosse um pedido complementar ao Pedido de Restituição nº 10580.006676/0097” (fl. 126); de que, diante da inconstitucionalidade dos Decretos lei 2.445/88 e 2.449/88, deve a Administração Tributária envidar todos os esforços para que sejam restituídos os valores que perfazem o indébito tributário; de que não é lícito ao Fisco conformarse com os valores informados a menor pelo contribuinte em atenção ao princípio da verdade material, “independentemente da existência e da curso do presente Pedido de Restituição que e' retificador daquele acima transcrito” (fl. 130); de que, em hipótese de erro, cabe à Administração rever o Lançamento, sendo que o caso dos autos não cuida de Lançamento tributário, mas da correta mensuração de crédito passível de restituição; de que, evidenciado erro, cabe o deferimento do pedido de restituição destes autos ou a retificação de oficio do montante do crédito a ser restituído no processo “10580.006676/0097 , ainda em curso” (fl. 137); de que a correção monetária do indébito deve ser ampla, computandose os expurgos inflacionários; de que o Pedido de Restituição do processo 10580.006676/0097 foi formalizado em 10.08.2000, data que deve ser considerada para fins de aferição do prazo decadencial, pois o Pedido de Restituição dos Fl. 326DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 4 presentes autos visa a retificação dos erros de valoração contidos no pleito constante do processo 10580.006676/0097; de que a contagem do prazo decadencial somente se inicia com a publicação da Resolução do Senado Federal 49, ocorrida em 10.10.95; de que, ainda que se aplicasse a regra de contagem do prazo decadencial alegada no despacho decisório recorrido, o indeferimento do pleito restituitório não se sustentaria, visto que tanto o Conselho de Contribuintes quanto o Superior Tribunal de Justiça reconhecem a possibilidade de se aferir o valor efetivamente devido durante a fase de execução; e de que deve ser aplicada, analogicamente, as “normas veiculadas nos Artigos 352 e seguintes do Novo Código Civil e, especificamente, da regra contida em seu Artigo 354” (fl. 154). A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento decidiu a lide conforme demonstram a ementa e parte dispositiva da decisão proferida. Assumo: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996 RESTITUIÇÃO.DECADÊNC1A. O direito de pleitear restituição de tributo ou contribuição pago a maior ou indevidamente extinguise com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos contados da data da extinção do crédito tributário. Observância da Lei Complementar n° 118, inclusive. DECADÊNCIA. EXISTÊNCIA OUTRAS MATÉRIAS. PREJUDICIALIDADE. Reconhecida a decadência do direito de o contribuinte pleitear a restituição de alegados créditos, fica prejudicada a apreciação de outras matérias por ele suscitadas. Manifestação de Inconformidade improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da decisão de primeira instância em 29/11/2010, conforme Aviso de Recebimento de fl. 264, a interessada apresentou Recurso Voluntário de fls. 265/309 em 23/12/2010, onde reitera os mesmos argumentos já aduzidos na manifestação de inconformidade e ao final requer seja acolhido o presente Recurso Voluntário, a fim de que seja REFORMADO o Acórdão DRJISP1 n° 1627.218, de 22 de outubro de 2010, por se tratar de saldo remanescente da expurgos inflacionários de crédito anteriormente reconhecido e de compensação anteriormente iniciada. É o Relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Fl. 327DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 19679.004143/200569 Acórdão n.º 3302003.081 S3C3T2 Fl. 326 5 Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Esclarecimentos Iniciais Cabe destacar que o processo nº 10580.006676/0097 a que se refere o interessado foi julgado através do Acórdão nº 3301002.511, de 11/12/2014, cuja ementa e excertos do voto estão a seguir transcritos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2000 a 28/02/2001 PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, o prazo de cinco anos previsto no art. 3º da mesma lei só é válido para os pedidos de restituição protocolizados após a sua vigência, 09/06/2005. Para os pedidos protocolizados até esta data prevalece o prazo de 10 anos contados da data do pagamento a maior ou indevido.(grifei). Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Reconhecido em Parte. Excertos do voto: Portanto, seguindo a linha das decisões acima alinhavadas, há que se reconhecer que o contribuinte detinha o prazo de dez anos, contados da data do fato gerador do pagamento indevido, para pedir restituição dos valores recolhidos a maior do PIS e da COFINS. Considerando que o pedido de restituição foi apresentado em 10/08/2000, todos os pagamentos efetuados decorrentes de fatos geradores ocorridos a partir de 10/08/1990 podem ser objetos de análise de seu direito creditório. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer o direito do contribuinte em ter analisado o seu pedido de restituição e o consequente pedido de compensação para os pagamentos, cujos fatos geradores tenham ocorrido a partir de 10/08/1990, estando os períodos compreendidos entre 01/01/1988 a 10/08/1990 atingidos pelo prazo prescricional de dez anos para apresentar o seu pedido de restituição. Em consulta ao sistema eprocesso, referido processo após ciência à PFN foi encaminhado à origem em 15/01/2016, para ciência da interessada. Esclarecida a questão quanto ao processo acima identificado, examinase a seguir a questão da temporalidade do pleito. Fl. 328DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 6 Matéria sumulada pela CSRF O pedido de restituição foi apresentado em 29/04/2005, relativo à Contribuição para o PIS, correspondendo ao período de apuração de julho/1988 a set/1995. A matéria em exame foi decidida pela CSRF, a exemplo dos Acórdãos nºs 9303001.831, 9303001.845, 846 e 847, de 02/02/2012 e 9900000.943, 09/12/2014. Nesse sentido trago à colação o voto do ilustre Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, exarado no Acórdão nº 9900000.943, de 09/12/2014, cujos fundamentos adoto como razão de decidir: Não assiste razão à recorrente, pois, com a edição da Lei Complementar 118/2005, o seu artigo 3º foi debatido no âmbito do STJ no Resp 327043/DF, que entendeu tratarse de usurpação de competência a edição desta norma interpretativa, cujo real objetivo era desfazer entendimento consolidado. Entendendo configurar legislação nova e não interpretativa, os Ministros do STJ decidiram que as ações propostas até a data de 09/06/2005, não se submeteriam ao consignado na nova lei. Com efeito, de acordo com a decisão prolatada pelo pleno do STF, no RE nº 566.621, em 04/08/2011, em julgamento de mérito de tema com repercussão geral, o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, relativamente a pedidos de restituição efetuados anteriormente à vigência da LC nº 118/05 (09/06/2005), é de cinco anos para a homologação do pagamento antecipado, acrescido de mais cinco para pleitear o indébito, em conformidade com a cognominada tese dos cinco mais cinco, sendo, portanto, de dez anos o prazo para pleitear a restituição do pagamento indevido.(grifei). Assim, conforme acima exposto, considerase válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 09/06/2005. Observase porém que o pedido do interessado, conforme planilhas de fls. 107/108, ocorreu em data anterior à vigência em 09/06/2005 da LC nº 118, de 2005, de modo que já estava prescrito o direito do contribuinte à restituição de quantias recolhidas anteriormente a 29/04/1995, referentes aos fatos geradores ocorridos de (julho de 1988 a março de 1995, segundo planilhas anexadas, 107/108 (vol. 1). Com efeito, conforme as disposições regimentais do § 2º do art. 62 do Anexo II à Portaria MF nº 343, de 2015 (RICARF), deve ser reconhecida a aplicabilidade do prazo prescricional de 10(dez) anos a partir do fato gerador. A matéria em exame já foi sumulada por este E. Conselho conforme a seguir transcrita: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Fl. 329DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 19679.004143/200569 Acórdão n.º 3302003.081 S3C3T2 Fl. 327 7 Desse modo, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário para reconhecer a prescrição com respeito aos recolhimentos efetuados anteriormente a 29/04/1995 referentes aos fatos geradores ocorridos de (julho de 1988 a março de 1995), por outro lado tem direito o interessado à análise de seu pleito quanto ao pedido referente aos recolhimentos efetuados a partir de 29/04/1995 que correspondem aos fatos geradores de abril de 1995 a setembro de 1995, conforme tabelas de fls. 107/108, devendo retornar os autos para que a unidade competente proceda ao exame do efetivo direito ao crédito pleiteado. É como voto. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 330DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR
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Numero do processo: 11030.720601/2010-81
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Sep 14 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. FUNDAMENTO PARA AFERIÇÃO DOS VALORES EFETIVAMENTE DEVIDOS A TÍTULO DE CORREÇÃO MONETÁRIA. MATERIALIDADE DO PLEITO. LINEARIDADE DO ARGUMENTO DO SUJEITO PASSIVO.
Ao apresentar pedido de restituição de montante relativo à correção monetária devida em razão de oposição indevida do fisco, o sujeito passivo precisa apresentar argumentos que permitam confirmar a quantia devida, sendo fundamental informar o momento em que o ressarcimento foi efetivado.
Ao afirmar, em sede de manifestação de inconformidade, que o ressarcimento já foi efetuado, e em sede recursal que o ressarcimento ainda não o foi, resta prejudicado seu pedido ante sua inconsistência.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3802-002.289
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Francisco José Barroso Rios (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Solon Sehn, Mara Cristina Sifuentes e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. FUNDAMENTO PARA AFERIÇÃO DOS VALORES EFETIVAMENTE DEVIDOS A TÍTULO DE CORREÇÃO MONETÁRIA. MATERIALIDADE DO PLEITO. LINEARIDADE DO ARGUMENTO DO SUJEITO PASSIVO. Ao apresentar pedido de restituição de montante relativo à correção monetária devida em razão de oposição indevida do fisco, o sujeito passivo precisa apresentar argumentos que permitam confirmar a quantia devida, sendo fundamental informar o momento em que o ressarcimento foi efetivado. Ao afirmar, em sede de manifestação de inconformidade, que o ressarcimento já foi efetuado, e em sede recursal que o ressarcimento ainda não o foi, resta prejudicado seu pedido ante sua inconsistência. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 72 06 01 /2 01 0- 81 Fl. 162DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 14/09/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Francisco José Barroso Rios (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Solon Sehn, Mara Cristina Sifuentes e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 161), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. Tratase de recurso voluntário que chega a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em razão da insurgência do contribuinte em epígrafe contra Acórdão lavrado pela 2ª Turma da DRJ de Porto Alegre (RS), que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pela interessada. Em momento prévio à análise das motivações recursais, é conveniente que sejam revisitados os atos e fases processuais já superados. Por bem descrever os fatos e atos processuais ocorridos até o momento da apresentação da impugnação, reproduzse aqui o relato formulado pela autoridade julgadora de 1ª instância, in verbis: "(...)Trata o presente processo de manifestação de inconformidade em relação a restituição por meio eletrônico relativo a créditos que a interessada alega possuir, originados de valores de Pis nãocumulativa que deveriam ser corrigidos monetariamente ou ter incidência da taxa Selic. Analisado ao pleito original da contribuinte pela DRF em Passo Fundo, foi reconhecida integralidade do direito creditório originalmente pleiteado, tendo a empresa sido cientificada da decisão em 10/11/2010 (AR fls. 30). Não obstante, a contribuinte encaminhou pelo Correio em 10/12/2010 (com carimbo de recepção em 13/12/2010 aposto pela DRF Passo Fundo) manifestação de inconformidade, encaminhada a esta DRJ para análise (fls. 02 e 57), pleiteando a correção monetária ou aplicação da taxa Selic sobre os créditos reconhecidos administrativamente pela DRF pelos valores originais. Transcreve jurisprudência a seu favor. Nesta peça não aborda o prazo para a apresentação da inconformidade. Entendendo que a Manifestação de Inconformidade era intempestiva, haja vista a data de 13/12/2010, então considerada pelos elementos constantes no processo, este órgão julgador encaminhou o processo de volta à origem para que fosse lavrado Fl. 163DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 14/09/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11030.720601/201081 Acórdão n.º 3802002.289 S3TE02 Fl. 163 3 o termo de revelia. Entretanto, ao tomar ciência do Despacho DRJ, a interessada compareceu novamente ao processo, apresentando solicitação de revisão do despacho, esclarecendo o engano ocorrido quanto à data correta de postagem, 10/12/2010, comprovandoo mediante documentação hábil e argumentando pela tempestividade com base no Ato Declaratório Normativo No 19, de 26/05/1997, pelo qual deve ser considerada a data de postagem da petição. Assim sendo, o processo foi remetido novamente à DRJ em 17/06/2011". Ao analisar o mérito da manifestação de inconformidade, restando superada a discussão acerca da sua tempestividade, a 2ª Turma da DRJ/POA entendeu pela improcedência da Manifestação de Inconformidade, mantendo a glosa do crédito requerido pela contribuinte e proferiu o seguinte acórdão: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 Face à existência de expressa vedação legal, inaceitável a correção monetária ou a incidência de juros no ressarcimento de créditos de Pis/Cofins não cumulativos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em seu Recurso Voluntário (fls. 131 e seguintes), que ora é objeto de exame, o sujeito passivo se insurge contra o acórdão a quo, reforçando seu argumento no sentido de que a demora na análise do pleito – não atendido até o momento da interposição do Recurso Voluntário – configura a resistência indevida do fisco, viabilizando a incidência de correção monetária sobre seu crédito a receber, desde a data do protocolo do pedido administrativo, alternativamente, a partir do primeiro dia subsequente ao término do prazo concedido pela legislação para que se julgasse o pedido. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 161), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa mesma situação tratamento diverso. O presente recurso é tempestivo e, ausentes outras questões preliminares, passo à análise de mérito. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 14/09/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 Tratase de pedido de restituição formulado após processo de ressarcimento, cujo deferimento somente foi proferido após decurso de prazo superior a um ano. Em sua manifestação de inconformidade original (fls. 03 e seguintes), o contribuinte afirma que, até aquele momento, não havia sido efetivamente ressarcido dos valores reconhecidos no pedido formulado em 2008. Ao ser intimado da decisão que equivocadamente considerou intempestiva a Manifestação de Inconformidade, o contribuinte apresentou petição (fls. 89 e seguintes) esclarecendo o erro e afirmando que o crédito foi ressarcido pelo seu valor nominal, todavia sem especificar o momento de sua ocorrência. Dessa petição seguiuse o julgamento de mérito da DRJ, que, mesmo reconhecendo a tempestividade da manifestação de inconformidade, negou o pleito do contribuinte ante a ausência de previsão legal para correção monetária dos créditos de PIS/COFINS objeto de pedido de ressarcimento. Contra essa decisão, o Recurso Voluntário (fls. 131 e seguintes) indica que, até o momento de sua interposição, os créditos ainda não haviam sido efetivamente ressarcidos. Estou de acordo com os fundamentos jurídicos do pedido do contribuinte, porém não percebo materialidade no direito de crédito suscitado. Explico. A causa de pedir do sujeito passivo se dá em razão do fato de que a demora injustificada no ressarcimento de tributos, configura a resistência indevida do fisco a que a jurisprudência do STJ se refere, em sede de recurso repetitivo (cuja reprodução é obrigatória por este Conselho, nos termos do artigo 62A do RICARF). PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Fl. 165DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 14/09/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11030.720601/201081 Acórdão n.º 3802002.289 S3TE02 Fl. 164 5 Seção: REsp 490.547∕PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977∕RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953∕PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796∕PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498∕RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921∕RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08∕2008. (REsp 1035847/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 03/08/2009) Além disso, entende o STJ que o raciocínio da correção monetária para os créditos de IPI decorrentes da não cumulatividade se estende para os créditos de PIS e COFINS objeto de pedidos de ressarcimento: PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. CRÉDITO ESCRITURAL. DEMORA NA ANÁLISE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. O entendimento firmado no REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, atrai conclusão no sentido de que é devida a incidência de correção monetária aos créditos escriturais que não são gozados pelo contribuinte, na forma de ressarcimento, compensação ou aproveitamento, por resistência ilegítima do Fisco ainda que a demora seja em decorrência de análise de processo administrativo. 3. "O ressarcimento em dinheiro ou a compensação, com outros tributos dos créditos relativos à nãocumulatividade das contribuições aos Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) art. 3º, c/c art. 5º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.637/2002 e para a Seguridade Social (COFINS) art. 3º, c/c art. 6º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.833/2003, quando efetuados com demora por parte da Fazenda Pública, ensejam a incidência de correção monetária. " (REsp 1129435/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011). (...) 4. Embora o REsp paradigma 1.035.847/RS trate de crédito escritural de IPI, o entendimento nele proferido alberga o reconhecimento de que não incide correção monetária sobre créditos escriturais em geral, salvo se o seu ressarcimento, Fl. 166DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 14/09/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 compensação ou aproveitamento é obstado por resistência ilegítima do Fisco. 5. O termo inicial para a incidência da correção monetária é do protocolo dos pedidos administrativos cuja fruição foi indevidamente obstada pelo Fisco. REsp 1129435/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011; EDcl nos EDcl no REsp 897.297/ES, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, julgado em 16/12/2010, DJe 02/02/2011. Recurso especial conhecido em parte, e parcialmente provido. (STJ. Segunda Turma. REsp 1.268.980/SC. Relator Min. Humberto Martins. Julgado em 19/06/2012. Publicado no DJe de 22/06/2012) Ainda que o segundo julgado transcrito acima não seja de reprodução obrigatória, entendo ser a melhor interpretação ao primeiro, não somente ao estender o raciocínio dos créditos de IPI para os ressarcimentos de PIS e da COFINS, como também no que diz respeito ao termo inicial do prazo para fins de aplicação da correção monetária devida. Isso porque, formulado o pedido de ressarcimento, o fisco dispõe de todo o aparato (inclusive sistêmico) para efetivação da análise do pedido. A sobrecarga de pedidos, em si, não me parece argumento razoável para justificar a negativa de correção monetária aos créditos pleiteados. Nesse sentido, para não se submeter à fluência de correção monetária, o fisco deve apresentar seus fundamentos jurídicos – e não somente fáticos e conjunturais – a justificar a demora no atendimento do pedido de ressarcimento. Frisese que, nesse caso em particular, o fisco (assim como o contribuinte nos casos de recolhimento extemporâneo de tributos) está de posse de dinheiro que não lhe pertence, sendo no mínimo razoável a aplicação de correção monetária quando, além de tudo, ainda se demora na análise e/ou no cumprimento do pedido do sujeito passivo, que restar demonstrado como procedente. Contudo, no caso em particular, o Recorrente não apresenta a materialidade do seu crédito, o que motiva concretamente a negar provimento ao seu Recurso. Isso porque, como visto no começo do voto, a empresa apresenta argumentos sinuosos quanto à efetivação do deferimento do seu pedido: ora alega que já foi ressarcido, ora alega que não o foi. Essa afirmação, de aparente sutileza e irrelevância, ao meu ver é fundamental para o deslinde de seu pedido, pois entendo que o pedido de restituição da diferença de valores decorrentes de correção monetária de montante ressarcido a desoras, depende do efetivo cumprimento do pleito originário pelo fisco. Somente nesse momento se pode verificar o quantia devida que lastreará o pedido de restituição. Tal me parece a melhor interpretação sobre a hipótese trazida a lume, até porque, enquanto o ressarcimento originário não se houver efetivado, a quantia devida (quantum debeatur) será ilíquido – dificultando a verificação das diferenças a restituir. E ainda que se diga, com relação à ilação acima, que o pedido de valor a menor não seria obstável (pois indiscutivelmente há mais valores a restituir do que os pleiteados), atender a pedidos parciais de restituição provocaria não somente uma eternização na relação jurídica – pois haverá o risco de sempre haver novos pedidos de restituição em decorrência da análise da parcela ainda não apreciada –, como também dificulta a análise de Fl. 167DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 14/09/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 11030.720601/201081 Acórdão n.º 3802002.289 S3TE02 Fl. 165 7 eventual duplo benefício pelo contribuinte (que multiplicará seus pedidos de correção monetária ao longo do tempo em diversos pedidos). Importante também esclarecer que não verifiquei nos autos qualquer documento que comprove a data em que efetivamente teria ocorrido o ressarcimento, o qual, na petição de defesa da tempestividade da Manifestação de Inconformidade, foi alegado como já ter ocorrido pelos valores nominais do pedido original. Destarte, mesmo entendendo que, em tese, o contribuinte tem razão na sua causa de pedir, oriento meu voto no sentido de que seja mantida a decisão de primeira instância, negandose o direito creditório, por ausência de materialidade no seu pleito. Conclusão Ante todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para NEGARLHE provimento. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 14/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 14/09/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/09/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Numero do processo: 16403.000054/2007-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006
PRELIMINAR NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
Autorizada a apresentação da documentação fora do prazo definido na intimação fiscal. Ausência de intimação do resultado da diligência. Não atendimento ao despacho da DRJ. Preliminar do cerceamento do direito de defesa acolhida.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3201-001.983
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Isabela Tralli, OAB/SP nº 198772.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 PRELIMINAR NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Autorizada a apresentação da documentação fora do prazo definido na intimação fiscal. Ausência de intimação do resultado da diligência. Não atendimento ao despacho da DRJ. Preliminar do cerceamento do direito de defesa acolhida. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Isabela Tralli, OAB/SP nº 198772. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 40 3. 00 00 54 /2 00 7- 57 Fl. 231DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento cumulado com declarações de compensação. Os créditos pleiteados pela Recorrente têm origem em contribuições de PIS e COFINS apurados na sistemática da não cumulatividade. A auditoria fiscal realizada pela Unidade de Origem concluiu pela não reconhecimento do direito creditório, por considerar que não foram comprovados documentalmente os créditos alegados. O relatório fiscal informa que foram realizados intimações para que a Recorrente apresentasse os documentos e esclarecimentos necessários a comprovação dos créditos, entretanto, apesar das prorrogações de prazos concedidas não foi entregue toda a documentação necessária, ensejando no indeferimento do pleito da Recorrente. Irresignada com a decisão da Receita Federal, a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, alegando a procedência dos créditos, que foram assim resumidas no relatório da primeira instância. No item “I Dos fatos”, esclarece que, entre outras atividades, industrializa e comercializa, no mercado interno, papel sujeito à alíquota zero de PIS e Cofins, com 0 que acumularia créditos decorrentes da aquisição de insumos utilizados e consumidos no processo produtivo desse produto, levandoa a protocolizar pedido de ressarcimento, cumulado com declaração de compensação, aqui em debate; comenta que 0 fisco intimoua a apresentar uma série de documentos (intimação fiscal n.° 202/2008); agrega que em face do excessivo volume de documentos requeridos, apresentou pedido de dilação de prazo, requerendo mais 20 dias para cumprir a exigência fiscal, O qual foi parcialmente deferido com a concessão de 10 dias (Comunicado n.° 426/2008); sustenta que não obstante essa prorrogação do prazo, ainda assim não teria tido tempo suficiente para apresentar a “longa” lista de documentação e na forma estabelecida pela intimação fiscal; em razão disso, o fisco emitiu o despacho decisório impugnado, com o que não concorda. Sob o titulo “Da ofensa ao principio do contraditório e da ampla defesa”, após citar o art. 2° da Lei n.° 9.784, de 1999, do qual destaca a necessidade de a administração pública obedecer aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, da ampla defesa e do contraditório, alega que, no caso, o tempo concedido pela autoridade a quo foi exíguo, em face do volume de documentos solicitados, frisando que não se negou a atender a requisição do fisco, apenas pedindo um tempo maior atendêla; dessa forma, entende não ser razoável e tampouco proporcional o fisco negar o pedido de dilação do prazo, e simplesmente Fl. 232DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16403.000054/200757 Acórdão n.º 3201001.983 S3C2T1 Fl. 232 3 indeferir seu pedido de ressarcimento e não homologar as declarações de compensação; registra ainda que os livros obrigatórios sempre estiveram a disposição da autoridade fiscal. Na sequência, faz comentários sobre os princípios constitucionais do direito a ampla defesa e da nãoprivação de seus bens, fazendo citação da jurisprudência e da doutrina, e mencionando o art. 5°, LIV e LV, da Constituição Federal de 1988; argumenta, ainda, que o indeferimento de seu pleito, estaria ligado a fato cuja natureza é fundamental para a correta aplicação do direito (verificação se as aquisições de insumos e bens aplicados no processo de fabricação do papel sujeito à alíquota zero no mercado interno gerariam direito ao crédito de PIS e de Cofins, nos termos do art. 16 da Lei n.“ 11.ll6, de 2005, e poderiam ser utilizados na compensação, nos termos da legislação), entendendo que teria havido, assim, flagrante desrespeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa, posto que lhe teria sido negado o direito à compensação pretendida sob o frágil argumento da não entrega de documentação para o fisco no prazo estipulado em intimação; insiste que o alegado direito de crédito, no presente caso, decorre da comprovação de fato relacionado à utilização de insumos e demais bens no processo produtivo de papel sujeito à alíquota zero, e, assim, para decidir sobre a eventual existência desse direito seria obrigatório 0 fisco entrar em contato direto com o fato a ser provado. No seguimento, requer o deferimento de perícia, posto que a mesma seria imprescindível para comprovar seu direito de crédito de PIS e Cofins, decorrente de aquisições de insumos e demais bens utilizados na fabricação de papel sujeito ã alíquota zero; quanto a isso, nomeia como assistente técnica a Contadora Ana Ribeiro Silva, CPF n.° 258.969.90855, com domicílio ã Rodovia SP 340, Km 171, CEP 13840970, Mogi Guaçu/SP, e formula quesitos a serem respondidos. ... Por fim, pede que seja julgada totalmente procedente sua manifestação de inconformidade, para declarar seu direito de compensar os alegados créditos de PIS e COFINS com os demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, em face dos mesmos decorrerem da aquisição de insumos e demais bens utilizados na produção de papel cuja alíquota é zero; protesta pela realização de prova pericial, nos termos requeridos e requer, ainda, a juntada de CDRom que conteria toda a documentação solicitada pelo fisco, esclarecendo que a juntada dessa documentação em papel acarretaria um grande volume de documentos, o que dificultaria o manuseio do presente processo." Considerando a apresentação dos documentos e da juntada de CD, a Delegacia de Julgamento entendeu por bem, devolver em diligência o processo a DRF/Ponta Fl. 233DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 Grossa para verificar se a documentação apresentada pela recorrente é suficiente para comprovar o direito creditório. Em atendimento a diligência determinada pela DRJ, a DRF/Ponta Grossa realizou intimações a Recorrente determinando a apresentação de documentos necessários a averiguação dos créditos. Foram feitos pedidos de prorrogação do prazo, em razão de alegada dificuldade da Recorrente em providenciar a documentação. A autoridade fiscal concedeu prorrogações ao prazo original, definindo a data final de 14/05/2010 para apresentação dos documentos. A recorrente ao final deste prazo pediu nova prorrogação. A fiscalização indeferiu o pedido e devolveu os autos a Delegacia de Julgamento, informando a impossibilidade de verificar o direito creditório, em razão de inconsistências e falta de apresentação integral dos documentos, que foi assim esclarecido no relatório de diligência. Tendo em vista as considerações supra, há que se considerar a impossibilidade de verificar o quantum do crédito pleiteado pelo contribuinte, tendo em vista as inconsistências na documentação apresentada até o momento e a falta de apresentação da documentação restante. Destarte, proponho o encaminhado para a DRJCuritiba para prosseguimento. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve integralmente o despacho decisório. A decisão foi assim ementada: “Assunto: CONTRIBUIÇAO PARA O FINANCMMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL Cofins Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. , Se o conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito de resposta ou de reação se encontraram plenamente assegurados, não se configura o cerceamento do direito de defesa. AFERIÇÃO DE ALEGADO DIREITO CREDITÓRIO. REABERTURA DE OPORTUNIDADE. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Reabrindose à interessada a oportunidade de fazer comprovação de seu alegado direito Creditório ao órgão originalmente competente para o avaliar, é de se indeferir o pedido de perícia que tem o mesmo propósito. RESSARCIMENTO. COMPROVAÇAO DE CREDITOS. INTIMAÇAO. NAO ATENDIMENTO. Tendo sido a interessada devidamente intimada a comprovar a correção da utilização de alegados créditos, para fins de ressarcimento e compensação de tributos, e não tendo atendido a tal intimação de forma satisfatória, cabível ao fisco o indeferimento de seu pleito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” Fl. 234DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16403.000054/200757 Acórdão n.º 3201001.983 S3C2T1 Fl. 233 5 Cientificada, a empresa interpôs recurso voluntário alegando preliminarmente a nulidade da decisão, visto não ter sido intimada do resultado da diligência determinado pela Delegacia de Julgamento. Alega que a autoridade fiscal ao realizar a diligência deveria se ater unicamente aos documentos constantes do processo, quanto as demais questões de mérito suscitadas no recurso, repisa os argumentos apresentados na impugnação. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. Inicialmente, por tratar de questão preliminar, merece análise a alegação de nulidade por falta de ciência do resultado da diligência determinada pela autoridade de piso. Nos termos determinados pela DRJ, o resultado da diligência deveria ser informado ao contribuinte e aberto prazo para sua manifestação, conforme se depreende do trecho abaixo, extraído do despacho que determinou a diligência. "Assim, tendo em vista que a interessada teria, em princípio, trazido aos autos os elementos que o órgão originariamente competente entendeu faltarem para análise originária dos créditos de Cofins Não Cumulativa Exportação, relativos ao 2° trimestre de 2006, entendese ser necessário o retorno do processo a DRF/Ponta Grossa, para que seja verificado se a documentação apresentada pela interessada Ó, de fato, suficiente para a análise da eventual existência do crédito reclamado, bem como, em caso afirmativo, que seja feita a preparação de demonstrativos que indiquem o eventual montante passível de ressarcimento, bem como quais débitos fiscais indicados nas declarações de compensação poderiam ser homologados. Dos trabalhos fiscais feitos, dar ciência à interessada, com reabertura de prazo para a apresentação de eventuais contrarrazões, e posterior envio do processo a este órgão julgador para prosseguimento"(grifo nosso) Considerando que não foi realizada a ciência ao contribuinte do resultado da diligência fiscal, resta configurada o cerceamento de direito de defesa, o que implica na nulidade da decisão da primeira instância. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 A matéria já foi enfrentada neste conselho, no Acórdão 310201.060, na seção do dia 02/06/2011, de relatoria do Conselheiro Alvaro de Arthur Lopes de Almeida Filho. "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 PRELIMINAR NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA REJEITADA. Autorizada a apresentação da documentação fora do prazo definido na intimação fiscal. Ausência de intimação do resultado da diligência. Não atendimento ao despacho da DRJ. Preliminar do cerceamento do direito de defesa acolhida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em anular a decisão de primeira instância, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário para anular a decisão da primeira instância, determinando o retorno dos autos à Unidade de Origem para proferir a intimação da Recorrente sobre as conclusões da diligência fiscal, concedendo o prazo de 30 (trinta) dias para suas contrarrazões, em seguida os autos deverão ser encaminhados à DRJ para novo julgamento. Winderley Morais Pereira Fl. 236DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13830.001642/2004-37
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2000
SUCESSÃO. RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA. IMUNIDADE DO ADQUIRENTE. DESCABIMENTO.
Descabe falar em imunidade quando a obrigação tributária nasceu para uma pessoa não imune e, posteriormente, foi atribuída a pessoa imune em face de responsabilidade tributária por transferência, na espécie, por força da subrogação
decorrente da aquisição de bem imóvel. Os impostos incidentes
sobre o patrimônio, a exemplo do ITR, decorrem de relação jurídica tributária instaurada com a ocorrência de fato imponível encartado, exclusivamente, na titularidade de direito real, razão pela qual consubstanciam obrigações
propter rem, impondo-se sua assunção a todos aqueles que sucederem ao titular do imóvel, ainda que o sucessor seja detentor de imunidade tributária.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2801-003.058
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Carlos César Quadros Pierre (Relator) e Ewan Teles Aguiar que davam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o
Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida.
Nome do relator: Carlos César Quadros Pierre
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RESPONSABILIDADE POR TRANSFERÊNCIA. IMUNIDADE DO ADQUIRENTE. DESCABIMENTO. Descabe falar em imunidade quando a obrigação tributária nasceu para uma pessoa não imune e, posteriormente, foi atribuída a pessoa imune em face de responsabilidade tributária por transferência, na espécie, por força da sub rogação decorrente da aquisição de bem imóvel. Os impostos incidentes sobre o patrimônio, a exemplo do ITR, decorrem de relação jurídica tributária instaurada com a ocorrência de fato imponível encartado, exclusivamente, na titularidade de direito real, razão pela qual consubstanciam obrigações propter rem, impondose sua assunção a todos aqueles que sucederem ao titular do imóvel, ainda que o sucessor seja detentor de imunidade tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Carlos César Quadros Pierre (Relator) e Ewan Teles Aguiar que davam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida.. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin – Presidente em exercício. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida – Redator designado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 00 16 42 /2 00 4- 37 Fl. 376DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 377 2 Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Márcio Henrique Sales Parada e Ewan Teles Aguiar. Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela 1ª Turma da DRJ/CGE (Fls. 314), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra o interessado supraidentificado foi lavrado o Auto de Infração e respectivos demonstrativos de f 01/09, por meio do qual se exigiu o pagamento de diferença do Imposto Territorial Rural — ITR do Exercício 2000, acrescido de juros de mora, multa de oficio, totalizando o crédito tributário de R$ 4.220,13, relativo ao imóvel rural cadastrado na Receita Federal sob n° 0.246.5299, localizado no município de Ourinhos SP. Na descrição dos fatos 04/05), o fiscal autuante relata apesar de intimado, o contribuinte não comprovou que o imóvel atendia aos requisitos de imunidade/isenção previstos na legislação. Em conseqüência, houve aumento da área tributável, modificando a base de cálculo e o valor devido do tributo. Intimado do lançamento na forma da lei, o interessado apresentou a impugnação de f 86/89. Alega, em síntese, que adquiriu o imóvel em 14 de janeiro de 2000, não sendo parte legítima para figurar no pólo passivo da obrigação tributária. Sustenta que somente os créditos tributários já constituídos pelo lançamento podem ser subrogados. Por este motivo, o lançamento deveria ser efetuado no nome do antigo proprietário, haja vista que o lançamento só foi efetuado em 2004, não podendo subrogarse na pessoa do adquirente. Alega, ainda, que não pode ser desconsiderada a imunidade a que faz jus a entidade. Passo adiante, a 1ª Turma da DRJ/CGE entendeu por bem julgar o lançamento procedente, em decisão que restou assim ementada: IMUNIDADE. Incumbe ao contribuinte a prova da relação entre o patrimônio e a finalidade essencial da entidade, prevista no § 40 do art. 150 da CF Cientificada em 11/05/2007 (Fls. 323), a Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 11/06/2007 (fls. 330 a 335), reforçando argumentos apresentados quando da impugnação. Fl. 377DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 378 3 Em 04/09/2009 (Fls. 341), a 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, do CARF, decidiu converter o julgamento em diligência para que a delegacia a que está submetido o contribuinte providenciasse que um auditor fiscal fosse, em diligência, ao referido imóvel para verificar se o mesmo era utilizado na atividade do contribuinte sujeita à imunidade tributária, trazendo aos autos fotos e relatório com o resultado desta diligência. Em 01/04/2010 (Fls.346 – 366), foi realizada a diligência, onde o auditor apresenta os seguintes comentários: (...) Chegando ao imóvel em questão, verificamos que ali se encontra instalado o Campus Universitário Miguel Mofarrej, também denominado de Campus da FIO, cuja entrada encontrase localizada no Km 338 da Rodovia BR 153. Tendo siso atendido pela Sra. Lairene Leme Pereira, que se apresentou como sendo Secretária, nos apresentamos também e pedimos para conversar com o responsável pelo Campus da FIO, tendo aquela senhora nos encaminhado para o Sr. Bianor Costa Freire Colchesqui, CPF 054.155.57822, Diretor do Campus da Fio. Cientificamos o Sr. Bianor Costa Freire Colchesqui do motivo de nossa presença, tendo ele prestado os seguintes esclarecimentos: a) Que o imóvel foi adquirido no ano de 2000; b) Que desconhece quando o Campus da Fio começou a ser construído; c) Que as atividades do Campus da Fio começaram a serem desenvolvidas no imóvel no ano de 2002, com duas centrais de ensino universitário, num total de 44 (quarenta e quatro) salas de aula; d) Que o Campus da Fio possui hoje cinco centrais de ensino num total de 92 (noventa e duas) salas de aula; e) Que o Campus da Fio possui hoje em tomo de 20.000 metros quadrados de construção, considerando o Hospital Veterinário, cuja construção deste foi concluída em setembro de 2007; f) Que as demais áreas do imóvel ("área rural") são utilizadas nos cursos de agronomia e medicina veterinária; g) Que os cursos de agronomia e medicina veterinária começaram a ser ministrados somente no ano de 2006 e 2005, respectivamente; h) Que desconhece como a "área rural" do imóvel foi utilizada no período compreendido entre a sua aquisição (2000) e o início das atividades letivas (2002); Fl. 378DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 379 4 i) Que a unidade da Fundação Educacional Miguel Mofarrej instalada no imóvel encontrase inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica — CNPJ sob o n° 44.537.199/000248; j) Que demais informações poderiam ser obtidas junto ao Sr. Gustavo Teixeira Neto, Diretor Financeiro. Após os esclarecimentos prestados, solicitamos ao Sr. Bianor Costa Freire Colchesqui que nos apresentasse as instalações do Campus da FIO, inclusive as "instalações rurais", para que pudéssemos verificar as atividades desenvolvidas no imóvel, inclusive as atividades rurais. O Sr. Bianor Costa Freire Colchesqui, prontamente, atendeu a solicitação tendo ele apresentado o imóvel integralmente, fato esse que foi possível identificar que no imóvel são desenvolvidas atividades educacionais de ensino superior, sendo que a "área rural" é utilizada pelos cursos de agronomia e medicina veterinária, para fins de realização de experimentos integrantes da matriz curricular dos cursos, nas áreas animal e vegetal. Durante o percurso, o Sr. Bianor nos permitiu que fossem realizadas várias fotografias do imóvel. (...) O auditor anexou diversas fotos do local. Em 15/06/2010 (Fls. 369), a recorrente foi cientificada do resultado da diligência elaborada. Em 23/06/2010 (Fls. 370) a recorrente entrou com uma solicitação de copia de documentos ou 2ª via de extração de cópias das fis. 112 a 156, do processo. Ato contínuo, o processo foi encaminhado ao CARF e distribuído a este conselheiro. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. Como visto do relatório, a fiscalização alterou o VTN declarado de R$ 0,00 para R$ 86192,25, com base no SIPT, conforme demonstrativo de fl. 105. Em sua peça recursal alega a suplicante que por ser uma entidade de educação e assistência social goza de imunidade constitucional, portanto, o auto de infração e o respectivo crédito tributário deve ser cancelado. Fl. 379DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 380 5 Pois bem, a imunidade tributária está definida na Constituição Federal em seu art. 150, inciso VI, alínea "c" e § 4°: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; § 4° As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. Por sua vez, alguns requisitos deverão ser preenchidos para fazer jus à imunidade constitucional. Transcrevese, outrossim, o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contada data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; Fl. 380DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 381 6 e) apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal; f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contribuição para a seguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes; g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público. h) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das entidades a que se refere este artigo. § 3° Considerase entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado, integralmente, à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais. (Redação dada pela Lei nº 9.718, de 1998) Conforme se observa nos autos, entendeu a fiscalização e a DRJ que a contribuinte não teria direito a imunidade do seu imóvel, para fins de ITR, unicamente por que não comprovou que o imóvel estaria relacionado com as finalidades essenciais da fundação. Então, para que seja alcançada a imunidade, deve haver prova inequívoca de que o imóvel está diretamente relacionado com a finalidade proposta pela instituição. Portanto, a matéria é unicamente de prova, sendo certo que a diligência realizada atesta a utilização do imóvel rural da entidade de assistência social à consecução de seus fins. Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Vasconcelos Almeida, Redator designado O Ilustre Conselheiro Carlos César Quadros Pierre deu provimento ao recurso do contribuinte para reconhecer a imunidade do ITR em relação ao imóvel adquirido em 14/01/2000, por se tratar de entidade educacional que faz jus ao benefício constitucional previsto na alínea “c” do inciso VI do art. 150 da CF/1988. Pedi vistas para melhor analisar a situação. Fl. 381DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 382 7 Observo, inicialmente, que ao contrário do afirmado pelo Ilustre Relator, o lançamento não se deu unicamente por que o contribuinte não comprovou que o imóvel estaria relacionado às suas finalidades essenciais. Os excertos extraídos na “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, às fls. 17/18, transcritos abaixo, evidenciam os motivos do lançamento, a ver: Portanto, concluímos que o imóvel em questão não se encontra abrangido pela: a) isenção do imposto prevista no artigo 3°, inciso I, da Lei n° 9393/96, pois o mesmo não está compreendido em programa oficial de reforma agrária; b) imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição Federal, pois esta alcança apenas o patrimônio da entidade de assistência social, sem fins lucrativos, relacionados com suas finalidades essenciais, conforme parágrafo 4° daquele mesmo artigo; nele não foi desenvolvida nenhuma das atividades essências do contribuinte, durante o anocalendário 1999. (...) Analisando as escrituras de fls. 61 a 65, verificamos que, de fato, o contribuinte adquiriu o imóvel em questão em 14 de janeiro de 2000, após, portanto, à ocorrência do fato gerador do imposto 1° de janeiro de 2000; verificamos, também, que não consta dessas escrituras a prova de quitação do ITR, fato esse que faz o crédito tributário relativo ao ITR subrogarse na pessoa do respectivo adquirente, nos termos do artigo 130 da Lei n° 5.172/66 (Código Tributário Nacional CTN). Entendeu a Autoridade lançadora que o ITR era devido por três razões: a) porque o imóvel em questão não se encontrava albergado por isenção; b) porque o imóvel em questão não se encontrava albergado por imunidade; e c) porque a responsabilidade pelo imposto decorria do disposto no art. 130 do CTN. Esta última questão é, a meu ver, o ponto chave para o deslinde da controvérsia. No direito tributário brasileiro a responsabilidade tributária se dá por substituição ou por transferência. Leciona Luciano Amaro que: A diferença entre ambas estaria em que, na substituição, a lei desde logo põe o "terceiro" no lugar da pessoa que naturalmente seria definível como contribuinte, ou seja, a obrigação tributária já nasce com seu polo passivo ocupado por um substituto legal tributário. Diversamente, na transferência, a obrigação de um devedor (que pode ser um contribuinte ou um responsável) é deslocada para outra pessoa, em razão de algum evento. Essa classificação das formas de sujeição passiva indireta diz respeito ao momento em que alguém, que não seria definível como contribuinte, ingressaria no polo passivo da obrigação, ocupando a posição de devedor (Direito Tributário Brasileiro, Editora Saraiva, 9ª edição, p. 299). Fl. 382DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 383 8 Exemplo da primeira (por substituição) é o imposto de renda incidente na fonte, em que a figura do beneficiário da renda (que seria naturalmente o contribuinte) é substituída, desde logo, por terceiro (a fonte pagadora). Exemplo da segunda (por transferência) é a responsabilidade do sucessor prevista no art. 130 do CTN, em que a obrigação tributária nasce, por primeiro, para o proprietário, o titular de seu domínio útil ou o possuidor a qualquer título, deslocandose, num segundo momento (após a alienação), para o adquirente do imóvel, exceto se constar do título a prova da respectiva quitação do tributo. Eis a dicção do caput do art. 130 do CTN: Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogamse na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. No caso concreto, a Autoridade lançadora explicitou, na “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, que o contribuinte adquiriu o imóvel em 14 de janeiro de 2000, após a ocorrência do fato gerador do imposto, que ocorreu em 1° de janeiro de 2000, não constando da escritura a prova da quitação do ITR. Tratase, portanto, de responsabilidade por transferência. No que se refere à imunidade atribuída às instituições de educação e de assistência social, entendo que diz respeito apenas aos fatos geradores por elas praticados na qualidade de contribuinte (fatos geradores que dariam nascimento à obrigação tributária não fosse a regra imunizante), jamais na condição de responsável tributário por transferência, haja vista que, nesta hipótese, a obrigação já nasceu, sendo impossível sepultála pelo simples fato de que a responsável por transferência ostenta a qualidade de imune. Noutros termos: descabe falar em imunidade quando a obrigação tributária nasceu para uma pessoa não imune e, posteriormente, foi atribuída a pessoa imune em face de responsabilidade tributária por transferência, na espécie, por força da subrogação decorrente da aquisição de bem imóvel. E o motivo é evidente: se a regra imunizante alcançasse tais situações, bastaria que as instituições de educação e de assistência social adquirissem bens imóveis de contribuintes inadimplentes para que o Fisco ficasse “a ver navios”, pois não poderia, após a alienação, cobrar o tributo do alienante, em face da norma prevista no caput do art. 130 do CTN (acima transcrito) e do art. 5º da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, verbis: Art. 5º É responsável pelo crédito tributário o sucessor, a qualquer título, nos termos dos arts. 128 a 133 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Sistema Tributário Nacional). Registro, por fim, que os impostos incidentes sobre o patrimônio, a exemplo do ITR, decorrem de relação jurídica tributária instaurada com a ocorrência de fato imponível encartado, exclusivamente, na titularidade de direito real, razão pela qual consubstanciam obrigações propter rem, impondose sua assunção a todos aqueles que sucederem ao titular do imóvel, ainda que o sucessor seja detentor de imunidade tributária. Fl. 383DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13830.001642/200437 Acórdão n.º 2801003.058 S2TE01 Fl. 384 9 De conseguinte, a obrigação tributária já existente, relativa ao ITR, acompanha o imóvel em todas as suas mutações subjetivas, exegese esta que encontra reforço na responsabilidade tributária prevista no artigo 130 do CTN. Outra seria a situação se o fato gerador do ITR tivesse ocorrido após a aquisição do imóvel pela entidade imune. Nesta hipótese é que caberia indagar se a utilização do imóvel estava ou não relacionada com as atividades essenciais da entidade. Forte nas razões apresentadas, peço vênia ao Ilustre Relator e voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos Almeida Fl. 384DF CARF MF Impresso em 29/10/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 28/06/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 29/06/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 12448.736606/2012-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009
IRPF. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO.
São dedutíveis na apuração da base de cálculo do imposto os valores pagos a título de despesas médicas, do próprio contribuinte ou com seus dependentes, desde que comprovadas com documentos hábeis e idôneos.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.051
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS Recorrente LUIZ FERNANDO PINTO PALHARES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 IRPF. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. São dedutíveis na apuração da base de cálculo do imposto os valores pagos a título de despesas médicas, do próprio contribuinte ou com seus dependentes, desde que comprovadas com documentos hábeis e idôneos. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 73 66 06 /2 01 2- 59 Fl. 87DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo contribuinte acima contra o Acórdão n. 1262.799 exarado pela 19.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ no Rio de Janeiro I/RJ, que julgou improcedente em parte a impugnação apresentada para desconstituir a Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) que integra o presente processo, na qual é exigido o crédito tributário no valor consolidado em 12/2012 de R$ 9.059,84, relativo ao anocalendário 2009. O lançamento diz respeito a glosas relativas a despesas médicas não comprovadas, conforme relatado no acórdão recorrido: "A autoridade lançadora apurou a infração de dedução indevida de despesas médicas, com glosa no valor de R$ 16.362,00 relativa aos seguintes prestadores: a) Neilton Dias da Silva (R$ 14.992,00), por falta de comprovação, pois foram apenas listados dados de cheques eventualmente emitidos; b) Nilza Elayne Leiria de Castro (R$ 500,00, sendo alterado o valor declarado de R$ 2.670,00 para R$ 2.170,00), em virtude dos recibos apresentados totalizarem apenas R$ 2.170,00; c) Clínica Spitz Serviços Médicos (R$ 360,00, sendo alterado o valor declarado de R$ 900,00 para R$ 270,00 e considerado o reembolso declarado de R$ 270,00), pois foi considerado o reembolso total de R$ 1.260,00; d) Otorrinos.com Ltda. (R$ 150,00, sendo alterado o valor declarado de R$ 600,00 para R$ 135,00 e considerado o reembolso declarado de R$ 315,00), pois foi considerado o reembolso total de R$ 465,00; e e) Clínica Spitz Serviços Médicos (R$ 360,00, sendo alterado o valor declarado de R$ 900,00 para R$ 270,00 e considerado o reembolso declarado de R$ 270,00), pois foi considerado o reembolso total de R$ 1.260,00. Em virtude deste lançamento, apurouse Imposto de Renda Pessoa Física suplementar de R$ 4.499,55, multa de ofício de R$ 3.374,66, além de juros de mora de R$ 1.185,63 (calculados até dezembro de 2012)." O sujeito passivo apresentou tempestivamente impugnação, onde apresentou documentos para comprovar a improcedência do lançamento para parcela das glosas efetuadas, deixando de impugnar parte dos valores glosados. A DRJ julgou parcialmente procedente a impugnação, mantendo o lançamento em relação à profissional Nilza Elayne Leiria de Castro e à Clínica Spitz Serviços Médicos. Eis as considerações constantes no voto do relator: Fl. 88DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 12448.736606/201259 Acórdão n.º 2402005.051 S2C4T2 Fl. 88 3 " Em relação ao prestador Nilza Elayne Leiria de Castro, o Interessado se limitou a apresentar um recibo no valor glosado de R$ 500,00 (fl. 13), mas não é possível verificar se este montante está incluindo nos R$ 2.170,00 aceitos previamente como comprovados pela fiscalização. Uma vez que o Interessado não apresentou todos os recibos do total da despesa declarada de R$ 2.670,00, deve ser mantida a glosa de R$ 500,00 (art. 73 do Regulamento do Imposto de Renda). Quanto à Clínica Spitz, o Interessado não apresenta documento comprobatório algum de suas alegações. Assim, por falta de comprovação, devem ser mantidas as duas glosas de R$ 360,00 (art. 73 do Regulamento do Imposto de Renda). Deve ser ressaltado, ainda, que o Interessado demonstra em sua impugnação não ter compreendido a glosa efetuada e o mecanismo de declaração do reembolso efetuado pelo plano de saúde. O que deve ser informado como "parcela não dedutível" na ficha pagamentos da DIRPF é exatamente o valor reembolsado pelo plano de saúde, e não a diferença entre o pago e o reembolsado como afirmado na impugnação. Neste caso, com base nos valores informados na impugnação, aparentemente está correto o procedimento adotado pela fiscalização quanto ao prestador Clínica Spitz." Cientificado da decisão em 07/02/2014 (fl.66), o sujeito passivo interpôs o recurso voluntário de fls. 69/71 em 28/02/2014, portanto, dentro do trintídio legal. Na peça de inconformismo afirmou que recorre apenas quanto ao entendimento da DRJ acerca da dedução do valor pago à fisioterapeuta. Alegou que quando chamado pela equipe de "malha fiscal" a comprovar os pagamentos a essa profissional, apresentou os documentos mensais da despesa, todavia, informou que o último recibo, no valor de R$ 500,00, havia sido extraviado, tendo para substituílo, indicado o número do cheque concernente ao pagamento efetuado. Mencionou que posteriormente o recibo foi localizado e uma cópia foi juntada aos autos. Garantiu que, dessa forma, o recorrente comprova à despesa de R$ 2.650,00, a qual corresponde aos recibos apresentados anteriormente (R$ 2.170,00) mais aquele encontrado por último. Ao final, pugna pelo provimento do recurso. Posteriormente foi atravessada petição de fl. 83, na qual o recorrente postula a juntada de declaração da fisioterapeuta corroborando as suas alegações de que o total de pagamentos efetuadas pelo contribuinte no anocalendário de 2009 foi R$ 2.670,00. É o relatório. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator Admissibilidade A ciência da decisão da DRJ ocorreu em 07/02/2014 (fl. 66), tendo a peça recursal sido apresentada em 28/02/2014 (fl. 69), assim, por ter sido interposto no prazo legal, além de cumprir os demais requisitos normativos, o recurso merece conhecimento. Glosa de despesas médicas Após a decisão da DRJ persiste como matéria de disputa apenas as despesas relativas à fisioterapeuta. Na defesa foi apresentado apenas um recibo no valor de R$ 500,00, o qual não foi acatado pela DRJ, sob a justificativa de que este poderia já ter sido apresentado durante a análise prévia do fisco, onde restaram comprovadas despesas de R$ 2.170,00. Após o prazo recursal o sujeito passivo trouxe à colação declaração da profissional dando conta de que recebeu do contribuinte no anocalendário de 2009 a quantia de R$ 2.670,00. Sobre a validade desta prova, entendo que o princípio da verdade material impõe o seu conhecimento. Não poderíamos manter uma exigência quando nos autos consta documento hábil a afastála. A jurisprudência do CARF tem se manifestado majoritariamente neste sentido. Eis um julgado que privilegia o referido princípio: "Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2005 IRPF. DESPESAS. DEDUÇÕES. COMPROVAÇÃO. Como todas as deduções, a dedução de despesas com honorários advocatícios está sujeita a comprovação. No presente caso o contribuinte apresentou documento hábil (recibo e Alvará) para comprovar as deduções pretendidas (honorários advocatícios em processo judicial — reclamatória trabalhista). Da mesma forma, apresentou documentos que demonstram ter efetuado doações declaradas a Conselho Municipal da Criança e Adolescente. ACEITAÇÃO DAS PROVAS. MOMENTO PROCESSUAL DA APRESENTAÇÃO. PRECLUSÃO. ATENUAÇÃO. VERDADE MATERIAL. O direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação, a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, de modo a assegurar Fl. 90DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 12448.736606/201259 Acórdão n.º 2402005.051 S2C4T2 Fl. 89 5 o equilíbrio entre a celeridade, a oficialidade, a segurança indispensável, a ampla defesa e a verdade material, para a consecução dos fins processuais, afastandose a preclusão em alguns casos excepcionais, como aqueles que se referem a fatos notórios ou incontroversos, no tocante a documentos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador. Recurso Voluntário Provido em Parte." (Acórdão n. 2801003.925, de 20/01/2015. Ao meu ver com a juntada da declaração da fisioterapeuta à fl. 84, dissipase a dúvida que havia da DRJ acerca do total que teria sido pago à profissional. Esta afirma com precisão que o valor pago no período em questão coincide com o total declarado pelo sujeito passivo. Observe que este documento contém todos os dados necessários à identificação do prestador. No tocante a comprovação das despesas médicas, o Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n. 3.000/1999, estatui: Despesas Médicas Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea “a”). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (...)" Vejo que todos os pagamentos relativos à profissional Nilza Elayne Leiria de Castro foram especificados e comprovados nos termos da legislação acima, devendo ser restabelecida a dedução de R$ 2.670,00, referentes às despesas com a mencionada fisioterapeuta. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 Conclusão Voto por conhecer do recurso, para lhe dar provimento. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 02/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Numero do processo: 13896.000048/2010-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA INDEVIDA.
Segundo o art. 80, § 1º, inc. III, do RIR/2005, a dedução de despesas médicas na DIRPF limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento, devendo ser admitidas, para efeito de dedução, as despesas comprovadas em conformidade com esse dispositivo.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-004.929
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente.
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado, Kleber Ferreira de Araújo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA INDEVIDA. Segundo o art. 80, § 1º, inc. III, do RIR/2005, a dedução de despesas médicas na DIRPF limita-se a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento, devendo ser admitidas, para efeito de dedução, as despesas comprovadas em conformidade com esse dispositivo. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo - Presidente. João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado, Kleber Ferreira de Araújo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira e Natanael Vieira dos Santos.
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DEDUÇÃO INDEVIDA DA BASE DE CÁLCULO. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS Recorrente BERENICE DE SOUZA RODRIGUEZ DEL RIEGO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. GLOSA INDEVIDA. Segundo o art. 80, § 1º, inc. III, do RIR/2005, a dedução de despesas médicas na DIRPF limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento, devendo ser admitidas, para efeito de dedução, as despesas comprovadas em conformidade com esse dispositivo. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 00 00 48 /2 01 0- 11 Fl. 71DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo Presidente. João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado, Kleber Ferreira de Araújo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 13896.000048/201011 Acórdão n.º 2402004.928 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 17ª Turma da DRJ/SP1, que julgou improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte, para manter o crédito tributário exigido através de Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física, no valor total de R$ 7.254,51, exercício 2006, anocalendário 2005. O lançamento ocorreu porque, segundo a fiscalização, a contribuinte teria deduzido, sem comprovar o efetivo pagamento, despesas médicas no valor total de R$ 12.200,00. Em sede de impugnação, a contribuinte alegou que: · em anexo à impugnação, estaria fornecendo novas cópias dos recibos médicos, com anotação do endereço do consultório, vez que a segunda intimação recebida no transcorrer da fiscalização não teria consignado a necessidade de apontamento do endereço; · não seria um pedaço de papel perfeitamente preenchido que lhe daria o direito à dedução, mas sim ter feito realmente a despesa; · teria cumprido todos os pormenores estabelecidos na lei fiscal; · as despesas declaradas não seriam exageradas, tanto porque representariam pouco mais de dez por cento da sua receita bruta, como porque ela (contribuinte) seria sexagenária, já com uma série de comprometimentos de saúde; · a RFB teria acesso irrestrito aos dados da contribuinte e dos prestadores dos serviços, a fim de fazer as necessárias verificações; · a lei não exigiria um detalhamento das despesas realizadas, mas apenas se elas teriam efetivamente ocorrido; · os profissionais da área de saúde, por questão de sigilo, estariam proibidos de fornecer à RFB cópias dos laudos, exames, prontuários, etc; · a própria CF protegeria o direito à intimidade; · o RIR/2005 não proibiria o contribuinte de contratar um familiar. A DRJ, contudo, manteve o lançamento integralmente, ao argumento de que não teria havido a comprovação por meio de documentação hábil e idônea da efetividade dos serviços prestados, nem tampouco da transferência de numerário. Notificada da decisão em 25/11/2013, a contribuinte interpôs recurso voluntário em 04/12/2013, reiterando, em linhas gerais, os termos da sua impugnação, acrescentando ainda que: Fl. 73DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 4 · nos termos do RIR/2005, a comprovação das despesas seria feita mediante documento (recibo) com o nome, endereço e CPF ou CNPJ de quem recebeu os pagamentos e que a RFB estaria fazendo exigências sem amparo legal; · o recibo seria um documento apto a certificar a quitação de determinado valor, prescindindo, absolutamente, de qualquer outro documento para que adquira validade ou força comprobatória; · os recibos não poderiam ser desconsiderados com base em meras presunções, suposições ou incertezas; · a glosa teria se dado de forma frágil, pois baseada em suposições, desconfianças e incertezas; · ao fazer a sua declaração, a recorrente teria cumprido os ditames da lei; · a decisão da DRJ teria que ser reformada, para que sejam anuladas as glosas. Os autos foram sorteados a este Conselheiro, conforme Ata da Sessão de 08/12/2015. É o relatório. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 13896.000048/201011 Acórdão n.º 2402004.928 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci, Relator Admissibilidade O recurso voluntário é tempestivo e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. Glosa das despesas médicas Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros profissionais/estabelecimentos da área de saúde, conforme regra expressa do art. 80 do RIR/2005. O seu § 1º, inciso III, preleciona o seguinte a respeito da comprovação: Art. 80. [...] § 1º O disposto neste artigo: III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (destacouse) A comprovação, portanto, é feita mediante a indicação do nome, endereço e número de inscrição do profissional. Dito de outra forma, os pagamentos são comprovados através dos recibos ou das notas fiscais de prestação de serviços, elaborados em consonância com os requisitos supra mencionados. Na falta dessa documentação (“podendo, na falta de documentação”), admite o Regulamento a exibição dos cheques nominativos. Essa exibição, pois, é uma alternativa para o contribuinte que não possua os recibos ou as notas fiscais. Vale lembrar que lançamento tributário é um ato administrativo vinculado, no qual não há margem para discricionariedade, conforme regra expressa do art. 142, parágrafo único, do CTN. Segundo o Professor Paulo de Barros Carvalho, “o ato jurídico administrativo do lançamento é vinculado, significando afirmar que se coloca entre aqueles para a celebração dos quais não atua o agente com qualquer grau de subjetividade” (Curso de Direito Tributário. 22. Ed. – São Paulo : Saraiva, 2010, p. 463.), de tal modo que a comprovação das deduções deve ser efetuada em conformidade com a Lei, e não de acordo com o juízo da autoridade administrativa. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 6 Da própria definição de tributo, contida no art. 3º do Código, depreendese a natureza vinculada do ato de lançamento. Nesse sentido, o professor e juiz federal Leandro Paulsen observa que “da própria definição legal de tributo (art. 3º do CTN) tirase que é prestação pecuniária cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” (Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 10. ed. rev. atual. Porto Alegre : Livraria do Advogado Editora; ESMAFE, 2008, p. 987.). O único critério aceitável, portanto, é o critério legal, que, digase de passagem, não varia de pessoa para pessoa, tampouco está sujeito a variações de humor. Destarte, a hipótese em estudo é regida pelo art. 80, § 1º, inciso III, do Regulamento, segundo o qual os pagamentos devem ser comprovados “com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu”. A par desse dispositivo, o art. 320 do Código Civil Brasileiro preleciona que o recibo é o meio de prova do pagamento, isto é, do fato de o devedor ter solvido a obrigação entabulada junto ao credor. A Fazenda Pública tem exacerbado a exigência a respeito da comprovação dos pagamentos em função da prática infeliz da utilização de despesas de modo simulado, o que não significa que todas as situações nas quais não haja a exibição de movimentação bancária possa ser subjetivamente considerada como fraudulenta. Por se colocar entre os atos administrativos vinculados, não se pode admitir que a simples vontade do agente fiscal seja suficiente para obrigar o contribuinte a apresentar outros meios de prova, até porque não há como demonstrar um pagamento em dinheiro, senão por intermédio do recibo ou da nota fiscal. Em todas as relações do Estado com o cidadão ainda se nota uma predominância exagerada do poder estatal, sobretudo na relação jurídicotributária, que é, por essência, uma relação de poder. Todavia, e como sabido, as normas limitadoras desse poder estão erigidas em patamares superiores, fundadas que estão na Lei Maior, segundo a qual a máfé não se presume, mormente em função da extensão do princípio fundamental da presunção de inocência. A infeliz utilização de recibos fraudulentos deve, efetivamente, ser coibida e combatida pelo Estado, mas somente mediante os meios legais e justificáveis. Não se pode esquecer que a possibilidade de dedução das despesas médicas não é nenhum favor legal. O Estado é quem deveria fornecer um serviço de saúde adequado (art. 6º da Constituição Federal). Não o faz pelo mal uso dos recursos públicos, obrigando os bons cidadãos a se utilizarem de serviços privados de saúde, educação, segurança, etc. No caso concreto, verificase que o lançamento ocorreu porque, segundo a fiscalização, a contribuinte teria deduzido, sem comprovar o efetivo pagamento, despesas médicas no valor total de R$ 12.200,00, relativas aos serviços prestados pela cirurgiãdentista Fúlvia Regina S. Franco. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 13896.000048/201011 Acórdão n.º 2402004.928 S2C4T2 Fl. 5 7 Os recibos comprobatórios dos pagamentos efetuados em favor da cirurgiã dentista (fls. 19/21) contém todos os requisitos arrolados no RIR/2005, tais como nome, endereço e número de inscrição da profissional. O seu somatório coincide também com os valores declarados pela contribuinte no anocalendário a que se referem. A par disso, a recorrente dignouse de juntar à impugnação uma declaração firmada pela profissional (fl. 13), na qual igualmente se observa o atendimento dos requisitos legais, inclusive havendo expressa menção ao tratamento prestado e ao seu beneficiário, o que afasta as alegações em contrário constantes da descrição do fatos e enquadramento legal, bem como do acórdão da impugnação. Quanto ao endereço da profissional, cumpre frisar que a decisão recorrida não traz qualquer controvérsia a seu respeito. Nada havendo que possa infirmar a veracidade desses documentos (e a veracidade deles não foi contestada em momento algum), não se mostra razoável exigir a exibição de cheques, extratos, transferências ou qualquer outro documento comprobatório, mormente porque os pagamentos foram efetuados em espécie e diluídos mensalmente em pequenas quantias. Por outro lado, e muito embora pudesse ter comprovado o contrário, a RFB não negou que os beneficiários dos recibos tenham recebido os pagamentos. Isto é, podese presumir que os valores já foram oferecidos à tributação. A não aceitação dos recibos traz em seu bojo, ainda que implicitamente, uma série de ilações infundadas, em prejuízo, inclusive, dos profissionais envolvidos, o que não se coaduna com o princípio segundo o qual a boafé se presume, devendo a máfé ser provada pelo interessado. A par disso, e como demonstrado pela recorrente, os valores pagos são efetivamente compatíveis com os seus rendimentos declarados, representando pouco mais de dez por cento deste montante. Até pela idade da recorrente, a propósito, essa fração, que já não é elevada, é totalmente compreensível, como demonstram as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece (art. 335 do CPC). O próprio valor absoluto também não é elevado. Nesse contexto, cumpre observar que o § 1º do art. 73 do RIR/2005 preceitua que todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação se forem exageradas em relação aos rendimentos declarados, o que, como a recorrente comprovou, não é o caso dos autos, em que as despesas são realmente compatíveis com seus vencimentos de aposentada de Procuradora do Estado. Eventual relação de parentesco entre a recorrente e o profissional também não tem o condão de lançar qualquer suspeita sobre as deduções, pois entre um estranho e um parente é explicável e louvável que ela tenha optado por este. E mais, não há como se admitir qualquer conclusão no sentido da prática de fraude pela recorrente com base em meras presunções ou suspeitas. Ao contrário, à vista do conjunto probatório constante dos autos, deve prevalecer a sua presunção de boafé. De todo modo, e diferentemente do que decidiu a DRJ, não há registro claro nos autos de que a dentista Fúlvia Regina S. Franco seja filha da recorrente. Muito embora a própria recorrente não tenha trazido uma informação mais clara a esse respeito, na descrição Fl. 77DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 8 dos fatos e enquadramento legal consta, textualmente, que Gerson Gattei seria "filha da contribuinte", e não a dentista Fúlvia. Vejase: Foi apresentada cópia de cheque para comprovar pagamento de despesas médicas declarada com o profissional Gerson Gattei CPF: 894.925.95834, em atendimento ao TERMO DE INTIMAÇÃO N.º 2005/608375567991192, onde indica que essa profissional tem conta corrente conjunta em banco com a contribuinte. Foi verificado nos sistemas da Receita Federal do Brasil que essa profissional é filha da contribuinte. Na qualidade de destinatário das provas colhidas nestes autos, portanto, entendo que todas as deduções devem ser restabelecidas, sendo forçoso concluir que a glosa da quantia de R$ 12.200,00 é ilegal. Diante do exposto, voto por CONHECER do recurso, para DARLHE TOTAL PROVIMENTO, nos termos da fundamentação. João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/02/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO
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Numero do processo: 10909.002388/2004-45
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Sep 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/1991 a 31/03/1993
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO NO CARF.
As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Numero da decisão: 3301-002.662
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente da 3ª Câmara.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator ad hoc.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Andrada Márcio Canuto Natal, Fábia Regina Freitas (Relatora), Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
Nome do relator: FÁBIA REGINA FREITAS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1991 a 31/03/1993 REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO NO CARF. As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente da 3ª Câmara. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator ad hoc. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Andrada Márcio Canuto Natal, Fábia Regina Freitas (Relatora), Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1991 a 31/03/1993 REPETIÇÃO DO INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO. Para pleitos formulados anteriormente a 9 de junho de 2005, o prazo para a repetição ou compensação de indébitos relativos a tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 10 anos contados da data do fato gerador, conforme decisão do Supremo tribunal Federal (STF) no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621, submetido à sistemática da repercussão geral. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 31/03/1993 REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO NO CARF. As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente da 3ª Câmara. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 23 88 /2 00 4- 45 Fl. 256DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 21/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10909.002388/200445 Acórdão n.º 3301002.662 S3C3T1 Fl. 257 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Andrada Márcio Canuto Natal, Fábia Regina Freitas (Relatora), Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl. Relatório Tendo sido designado relator ad hoc neste processo, reproduzo o relatório elaborado pelo relator original: Tratase de Declaração de Compensação, mediante a qual a ora Recorrente pleiteia a homologação da compensação de indébito, o qual foi protocolizado junto à Receita Federal em 02 de setembro de 2004. O crédito pleiteado pela Recorrente decorre de pagamentos a maior efetuados pela Empresa de Transporte Coletivo Itajaí a título de Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS no período de janeiro de 1991 a março de 1993, no montante de R$ 24.801,29. Já os débitos compensados são atinentes à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS e Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS no período de dezembro de 2000 e de outubro a dezembro de 2002. O presente processo, segundo apontado pela Recorrente, foi iniciado para fins de correção da DCTF de 2002, “QUANDO AINDA NÃO HAVIA NECESSIDADE DE ABERTURA DE PAF PARA LEVAR A EFEITO AS COMPENSAÇÕES. CONTUDO, PARA FINS DE RETIFICAÇÃO DE DCTF É NECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE UM N° DE PAF QUE DEMONSTRE A OPERAÇÃO REALIZADA, SOB PENA DE SEQUER SER ACEITO TAL DECLARAÇÃO". Justificou a Recorrente, ainda, que os créditos compensados decorrem do julgamento do RE 148.756 pelo Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a inconstitucionalidade dos Decretoslei nº 2.445 e 2.449, ambos de 1988, e que resultou no afastamento das mencionadas normas do ordenamento jurídico pela Resolução do Senado nº 49, de 09/10/1995. A DRF, analisando o pedido, exarou despacho decisório de fl. 39, cujo fundamento foi o constante do Parecer da Seção de Orientação e Análise Tributária às fls. 33/38 e que foi ementado da seguinte forma, in litteris: Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) Períodos de Apuração: janeiro/1991 a março/1993. Inconstitucionalidade dos Decretoslei n's 2.445 e 2.449, de 1988. Os Decretoslei n's 2.445 e 2.449, de 1988, foram declarados insconstitucionais em decisão proferida em controle indireto de constitucionalidade e tiveram a execução suspensa pela Resolução do Senado Federal n°49, de 1995. Decadência. O prazo para o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o Fl. 257DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 21/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10909.002388/200445 Acórdão n.º 3301002.662 S3C3T1 Fl. 258 3 devido extinguese após o transcurso de 5 (cinco) anos contados da data da extinção do crédito tributário, assim entendida a data do pagamento. Ação judicial de terceiros. O controle difuso da constitucionalidade, no direito pátrio, opera efeitos inter partes. O Recurso Extraordinário não alcança os não participantes da lide, ainda que se encontrem na mesma específica situação tributária, independentemente do provimento judicial se favorável ou não ao sujeito passivo parte do processo. Compensação. A compensação tributária requer, sob o comando do art. 170 do CTN (Lei n° 5.172, de 1966), autorização legal expressa e créditos líquidos e certos. COMPENSAÇÕES NÃO HOMOLOGADAS Interposta a Manifestação de Inconformidade, a DRJ de Florianópolis houve por bem julgála improcedente ao fundamento único de que o prazo decadencial é de cinco anos para se pleitear a restituição do indébito tributário. No caso de o pagamento ter sido efetuado com base em normas declaradas inconstitucionais, contase do pagamento indevido e não da declaração de inconstitucionalidade da norma. Na oportunidade, a DRJ também rejeitou a aplicação, ao caso, do prazo de 10 anos (cinco mais cinco) aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Irresignada, a recorrente interpôs recurso voluntário, mediante o qual destaca, em síntese e no que interessa, o seguinte: 1 – O direito da recorrente para pleitear a compensação do indébito não estava atingido pela decadência/prescrição, na medida em que, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo para pleitear a restituição se inicia apenas após cinco anos da entrega da declaração, caso ainda não homologada. Nesse caso, por não ter ocorrido homologação antes do prazo para tanto, o direito para pleitear somente teria se iniciado após cinco anos da entrega da declaração. Nesse caso, como o crédito em tela decorre do período compreendido entre os meses de janeiro de 1991 a março de 1993 e a compensação foi feita com débitos de COFINS e de PIS, cujos vencimentos ocorreram em dezembro de 2000 e entre outubro a dezembro de 2002, o período de dez anos (cinco mais cinco) para pleitear a restituição/compensação restou plenamente atendido. Nesse ponto, argumenta, ainda, que a LC 118 não deve ser aplicada à hipótese por não ter natureza meramente interpretativa. 2 – Quanto ao crédito, destaca que com o julgamento do RE 148.754, no qual o Plenário do STF declarou a inconstitucionalidade dos decretosleis 2445 e 2449, ambos de 1988, a recorrente passou a ter o direito a pleitear a diferença de alíquota do PISDedução de 6,5%, quando em vigor os mencionados decretos e de 5% previsto na LC 7/70. 3 – Destacou que não havia necessidade de ajuizamento de Ação própria para discussão judicial a respeito dos mencionados DecretosLei, já que as normas foram afastadas do ordenamento com efeitos ex tunc por institutos normativos próprios, como a Resolução do Senado nº 49/95 e Decreto nº 2.346/97. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 21/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10909.002388/200445 Acórdão n.º 3301002.662 S3C3T1 Fl. 259 4 É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Tendo sido designado relator ad hoc neste processo, elaboro o voto condutor do acórdão com base nos termos constantes da ata de julgamento. Conforme acima relatado, controvertese nos autos sobre Declaração de Compensação não homologada pela Receita Federal em razão da decadência do direito de se pleitear a restituição do pagamento indevido, dado o transcurso do prazo de cinco anos contados das datas dos recolhimentos a maior. Tratase, portanto, de controvérsia relativa ao transcurso do prazo decadencial para se repetir o indébito, que se constitui questão prejudicial de mérito e, por conseguinte, deve ser analisada preliminarmente. O Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 566.621, submetido à regra da repercussão geral (art. 543B, § 3º, do Código de Processo Civil), decidiu, em 4 de agosto de 2011, que, no que tange aos pedidos de repetição ou compensação de indébitos formalizados a partir de 9 de junho de 2005, aplicase o prazo de cinco anos contados da data do pagamento indevido. A data de 9 de junho de 2005 corresponde ao dia seguinte ao termo final da vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005, que definiu, nas hipóteses de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo de cinco anos contados da data do pagamento antecipado para a extinção do crédito tributário respectivo. No mesmo julgamento, a aplicação retroativa do referido prazo (art. 3º da LC nº 118/2005) foi considerada inconstitucional, por ferir o princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Segundo a decisão do STF, anteriormente a 9 de junho de 2005, devese aplicar a orientação consolidada da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito é de 10 anos contados da data de ocorrência do fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do Código Tributário Nacional (CTN). Referida decisão do STF transitou em julgado em 27 de fevereiro de 2012. De acordo com o art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF (Portaria MF nº 256/2009), as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática da repercussão geral deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o contribuinte formulou sua Declaração de Compensação em 2 de setembro de 2004, anteriormente, portanto, à vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005, aplicandoselhe o prazo de 10 anos contados das datas dos fatos geradores da contribuição. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 21/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10909.002388/200445 Acórdão n.º 3301002.662 S3C3T1 Fl. 260 5 Como a compensação se refere a períodos de apuração ocorridos no intervalo de janeiro de 1991 a março de 1993, temse que, na data da protocolização da declaração na repartição de origem, já havia transcorrido o prazo de 10 anos para a repetição do indébito. Por se tratar a decadência de questão prejudicial de mérito, bastante à resolução da controvérsia, tornase despicienda a análise do mérito relativamente ao direito creditório. Nesse contexto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis – Relator ad hoc Fl. 260DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 21/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10665.000250/2006-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Feb 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. ESTIMATIVAS PAGAS, COMPENSADAS OU PARCELADAS.
Tendo sido extintas, por pagamento ou por compensação definitivamente homologada, ou, ainda, incluídas em programas de parcelamento acatados pelo órgão fazendário, devem as estimativas encontradas nestas circunstâncias ser aceitas como integrantes do saldo negativo do ano a que pertencem, para fins de compensação.
Recurso voluntário a que se dá provimento.
Numero da decisão: 1201-001.301
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos o Presidente e os Conselheiros Roberto Caparroz e Ester Marques, que votaram por negar-lhe provimento.
Documento assinado digitalmente.
Marcelo Cuba Netto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
João Otávio Oppermann Thomé - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Figueiredo Neto, Ester Marques Lins de Sousa e Ronaldo Apelbaum.
Nome do relator: JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. ESTIMATIVAS PAGAS, COMPENSADAS OU PARCELADAS. Tendo sido extintas, por pagamento ou por compensação definitivamente homologada, ou, ainda, incluídas em programas de parcelamento acatados pelo órgão fazendário, devem as estimativas encontradas nestas circunstâncias ser aceitas como integrantes do saldo negativo do ano a que pertencem, para fins de compensação. Recurso voluntário a que se dá provimento.
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SALDO NEGATIVO DE CSLL Recorrente VOTORANTIM METAIS NÍQUEL S/A, sucessora de MINERAÇÃO SERRA DA FORTALEZA S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. ESTIMATIVAS PAGAS, COMPENSADAS OU PARCELADAS. Tendo sido extintas, por pagamento ou por compensação definitivamente homologada, ou, ainda, incluídas em programas de parcelamento acatados pelo órgão fazendário, devem as estimativas encontradas nestas circunstâncias ser aceitas como integrantes do saldo negativo do ano a que pertencem, para fins de compensação. Recurso voluntário a que se dá provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos o Presidente e os Conselheiros Roberto Caparroz e Ester Marques, que votaram por negarlhe provimento. Documento assinado digitalmente. Marcelo Cuba Netto Presidente. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida, João Carlos de Figueiredo Neto, Ester Marques Lins de Sousa e Ronaldo Apelbaum. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 00 02 50 /2 00 6- 83 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10665.000250/200683 Acórdão n.º 1201001.301 S1C2T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de retorno de diligência solicitada pela Resolução CARF nº 1102 0021, de 10/11/2010, nos seguintes termos: "Nestes termos, proponho a conversão do julgamento em diligência para que a autoridade administrativa informe, após a prolação de decisão administrativa irreformável nos processos de n° 13678.000081/200388 (juntado, em 20/01/2005, ao processo matriz de n° 13678.000141/0076), n° 13678.000079/200317, n° 13678.000115/200334 (processo matriz de n° 13678.000150/200191), e n° 13678.000120/200347 (processo matriz de n° 13678.000107/200126), se destas decisões decorreu ou não a homologação, e em que medida, de parcelas de estimativa de CSLL de 2003 que haviam sido inicialmente consideradas não homologadas, conforme exposto no quadro acima." O quadro a que se refere o voto proferido encontrase abaixo reproduzido: Para conhecimento do colegiado acerca dos fatos, transcrevo abaixo o relatório daquela decisão: "Tratase de processo formalizado para analisar a Declaração Eletrônica de Compensação Dcomp de n° 08775.75278.210306.1.3.032846, sucessivamente retificada pelas de n°s 33394.09186.110506.1.7.032877 e 01779.22107.090606.1.7.035360. O credito informado nessa Dcomp é saldo negativo de CSLL apurado na DIPJ/2004, relativa ao ano calendário 2003, no valor de R$ 1.702.173,46. De acordo com as informações contidas na Declaração de Compensação apresentada, em confronto com a DIPJ/2004, a DCTF do primeiro trimestre de 2003 e os demais sistemas de controle da SRF, verificase que, no ano calendário 2003 o contribuinte optou pela apuração anual do lucro real, com apuração do IRPJ e da CSLL por estimativas mensais e levantamento de balanços/balancetes de suspensão/redução em todas os meses do período de apuração. Nessa sistemática apurou contribuição a pagar nos meses de janeiro e fevereiro, efetuou a suspensão do pagamento nos meses de março, abril, maio e setembro e apurou base de cálculo negativa nos demais meses. No final do exercício apurou base de cálculo negativa para a CSLL (Ficha 17 DIPJ/2004, (fls 17), de modo que a contribuição apurada por estimativa nos meses de janeiro e fevereiro, no montante de R$ 1.702.173,46, representa o saldo negativo informado na linha 48 da Ficha 17 da DIPJ/2004 (fls. 17), que é objeto do presente processo. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10665.000250/200683 Acórdão n.º 1201001.301 S1C2T1 Fl. 4 3 A Seção de Orientação e Análise Tributária – Saort, da Delegacia da Receita Federal em Divinópolis/MG, analisando a forma de extinção das estimativas mensais apuradas em janeiro e fevereiro de 2003, constatou que as mesmas haviam sido objeto de compensações declaradas em diversos outros processos administrativos, os quais já haviam sido analisados pela autoridade administrativa, tendo havido homologação total, homologação parcial e não homologação, conforme discriminado em quadro elaborado às fls. 43. Assim, considerou que somente poderiam integrar o saldo negativo de CSLL as compensações homologadas pela autoridade competente da SRF, totalizando R$ 1.005.251,21. Com relação às compensações não homologadas, totalizando R$ 696.922,16, observou que as manifestações de inconformidade apresentadas, ainda pendentes de decisão definitiva na esfera administrativa, tinham o condão de apenas suspender a exigibilidade do crédito tributário indevidamente compensado. Concluindo o despacho, a autoridade administrativa não admitiu a Dcomp retificadora n° 01779.22107.09606.1.7.035360, tendo em vista que veiculava aumento de débito anteriormente declarado; homologou parcialmente as compensações declaradas na Dcomp retificadora n° 33394.09186.110506.1.7.03 2877; e intimou o contribuinte a recolher o valor dos débitos indevidamente compensados, com os devidos acréscimos legais, no prazo de 30 (trinta) dias, sendo lhe facultado a, no mesmo prazo, apresentar manifestação de inconformidade junto à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte/MG. A interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, na qual argumenta o seguinte: · que, como forma de extinguir o débito apurado por estimativa em balanço de suspensão dos meses de janeiro e fevereiro de 2003, a Manifestante valeu se de créditos dos quais era detentora junto à Fazenda Nacional, formalizados por meio de Pedidos de Restituição, conforme lhe permitia a legislação vigente; · que, ainda que os referidos Pedidos de Restituição não tivessem sido deferidos, a Manifestante optou por já protocolar as Dcomp's mencionadas no Despacho Decisório sob análise, quais sejam: n°s. 13678.000081/200388, 13678.000079/200317, 13678.000115/200334, 13678.000121/200391 e 13678.000120/200347, cujos valores eram suficientes para o fim pretendido, ou seja, a extinção do débito tributário da Manifestante relativo às estimativas de janeiro e fevereiro de 2003; · que, contrariando as expectativas da Manifestante, as Dcomp's acima referidas não foram totalmente homologadas e, muito embora já tenham sido objeto de respectivas Manifestações de Inconformidade, ainda pendentes de decisão definitiva na esfera administrativa, não permitem, no entender da autoridade julgadora (Delegacia da Receita Federal em Divinópolis/MG), na parte não homologada, a sua utilização como crédito de saldo negativo apurado ao final do período; · que, antes de tomar ciência da decisão daquela DRF/Divinópolis, a manifestante apresentou a Declaração Eletrônica de Compensação, ora sob análise, de n° 08775.75278.210306.1.3.032846, sucessivamente retificada pelas de n°s 33394.09186.110506.1.7.032877 e 01779.22107.090606.1.7.03 5360, justamente objetivando utilizar o saldo negativo de CSLL apurado na DIPJ/2004 (anobase 2003), a qual foi deferida parcialmente; Fl. 165DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10665.000250/200683 Acórdão n.º 1201001.301 S1C2T1 Fl. 5 4 · que, uma vez não tendo recebido até então qualquer manifestação ou comunicação da autoridade julgadora desautorizandoa a lançar mão do montante que julga lhe ser de direito como crédito, nada há que a impeça de fazer uso deste crédito; · que os débitos considerados indevidamente compensados pela DRF/Divinópolis só poderiam ter os seus respectivos recolhimentos exigidos quando não mais coubesse qualquer medida contra as decisões exaradas nos autos dos processos citados nos dois primeiros itens desta manifestação; · que em momento algum houve qualquer manifestação por parte da autoridade julgadora, no que diz respeito ao direito da manifestante quanto ao montante do saldo negativo daquela contribuição, fato que permite concluir, s.m.j., como sendoo inquestionável. Concluindo, requereu a suspensão dos efeitos da intimação a ela encaminhada por meio do Despacho Decisório Saort/DRF/DIV, de 12 de julho de 2006, até que sejam efetivamente analisadas as Manifestações de Inconformidade que, conforme o exposto, suspendem a exigibilidade do crédito tributário supostamente compensado indevidamente. A 4ª Turma de Julgamento da DRJ/Belo Horizonte indeferiu a solicitação da interessada, conforme ementa a seguir: “Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido – CSLL EXERCICIO: 2004 COMPENSAÇÃO. Não poderão ser objeto de compensação o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa.” Observou aquela autoridade julgadora que não houve manifestação quanto à não admissão da Dcomp retificadora n° 01779.22107.09606.1.7.035360, motivado pelo aumento de débito anteriormente declarado. Com relação aos processos ainda pendentes de decisão administrativa definitiva de reconhecimento de crédito tributário a que a impugnante se refere, esclarece a DRJ que: · o processo de n° 13678.000081/200388, juntado, em 20/01/2005, ao processo matriz de n° 13678.000141/0076, já foi decidido em primeira instância e encaminhado ao Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 59/65). · o processo n° 13678.000079/200317 (juntado ao processo 13678.000057/200349, e posteriormente desjuntado em 16/03/06), já foi julgado em primeira instância que confirmou o indeferimento do pleito da impugnante encontrandose o processo no Primeiro Conselho de Contribuintes, (fls. 63/77). · o processo n° 13678.000115/200334 (processo matriz de n° 13678.000150/200191) foi julgado em primeira instância, que confirmou o indeferimento do pleito da impugnante tendo sido movimentado para o Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 78/98). Fl. 166DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10665.000250/200683 Acórdão n.º 1201001.301 S1C2T1 Fl. 6 5 · o processo n° 13678.000120/200347 (processo matriz de n° 13678.000107/200126), julgado pela DRJ/JFA, confirmando o indeferimento do pleito da impugnante tendo sido movimentado para o Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 99/120). Assim, considerando que o valor objeto do pedido de restituição já havia sido indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal, concluiu a DRJ que o mesmo não poderia servir para a compensação ora pretendida, em razão do disposto no art. 74, § 3°, inciso VI, da Lei n° 9.430, de 1996 e suas alterações, que assim dispõe: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 3º Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1º: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)” Inconformada com a decisão acima, a interessada interpôs recurso perante este Conselho, no qual repisa os seus argumentos, no sentido de que, até que se prove em contrário, o crédito requerido no presente processo goza de legitimidade, e, portanto, pode ser utilizado, e que o presente processo, que está vinculado a decisões em processos anteriores, deve ser analisado somente após a decisão definitiva daqueles, motivo pelo qual deve ter a sua exigibilidade suspensa. Conclui pedindo a reforma da decisão proferida pela Delegacia de Julgamento, a fim de que seja deferido o Pedido de Restituição e Compensações, tal como requerido." Fl. 167DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10665.000250/200683 Acórdão n.º 1201001.301 S1C2T1 Fl. 7 6 Em resposta à diligência solicitada, informou a autoridade administrativa em 19/11/2015 o seguinte: "Após a conclusão dos julgamentos procedemos à análise e verificamos que o reflexo das decisões administrativas finais nos processos indicados é demonstrado na tabela abaixo: O débito do processo 13678.000081/200388, no valor de R$ 196.279,11, foi extinto por compensação, conforme documentos de fls. 156/158, copiados daquele processo. O débito do processo 13678.000079/200317, no valor de R$ 10.605,75, foi extinto por pagamento, em 26/06/09, conforme extrato de fls. 159. O total das extinções totalizam R$ 206.884,86, a título de estimativas de CSLL do anocalendário 2003. Adicionalmente, informase que os saldos devedores dos processos (Dcomp) 13678.000115/200334 e 13678.000120/200347 foram incluídos, pela interessada, em programas de parcelamento. Contudo, tal instituto (parcelamento) constitui apenas hipótese de suspensão (art. 151, inciso VI, do CTN) e não de extinção do crédito tributário." É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. O credito informado na Dcomp objeto do presente litígio é de saldo negativo de CSLL do ano calendário 2003, no valor de R$ 1.702.173,46, inteiramente formado por estimativas que teriam sido compensadas no âmbito de outros processos administrativos. A autoridade administrativa, por meio do Despacho Decisório de fls. 4446 reconheceu a compensação de estimativas no montante de R$ 1.005.251,21, restando não homologadas apenas as compensações de estimativas que foram mencionadas na tabela transcrita no voto condutor da Resolução CARF nº 11020021, e que constituem, portanto, a matéria ainda em litígio. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10665.000250/200683 Acórdão n.º 1201001.301 S1C2T1 Fl. 8 7 De acordo com o resultado da diligência solicitada, não restam dúvidas de que, com relação às parcelas de R$ 196.279,11 e de R$ 10.605,75, as mesmas devem ser aceitas, posto que definitivamente extintas, quer por pagamento, quer por compensação. Com relação às outras duas parcelas, de R$ 296.253,49 e de R$ 193.783,81, informa a autoridade administrativa que os saldos devedores dos respectivos processos em que tais compensações de estimativa eram discutidos foram incluídos em programas de parcelamento. Nestes termos, nada obstante o entendimento daquela autoridade, no sentido de que a inclusão dos referidos débitos em parcelamento constitui apenas hipótese de suspensão, mas não de extinção do crédito tributário, motivo pelo qual não deveriam ser aceitas aquelas parcelas, e ressalvados ainda outros entendimentos em contrário, entendo que as referidas parcelas devam ser admitidas. Em que pese não tenha a autoridade administrativa informado acerca do correto adimplemento do parcelamento efetuado, tampouco deu qualquer notícia em sentido contrário, de modo que tornase mais provável a conclusão de que o parcelamento esteja sendo regularmente pago, e não o contrário. De qualquer sorte, se não o for, os débitos devem sofrer imediata execução. Não é razoável, nem juridicamente admissível, que, tendo aceito o parcelamento dos referidos débitos (estimativas), não permita o órgão fazendário que os mesmos venham a compor o saldo negativo daquele ano a que pertencem aquelas estimativas. Tal situação ensejaria, com a devida vênia, o enriquecimento sem causa do erário. Muito se tem debatido no CARF acerca da efetiva possibilidade de execução dos créditos relativos a estimativas não pagas, sob o fundamento de não haver definitividade naquelas parcelas. Por entender haver fundadas dúvidas quanto a esta concreta possibilidade (execução de estimativas) é que este relator não acolhe o entendimento de que, uma vez informada em DCOMP a compensação de estimativa (mesmo sendo aquela DCOMP uma confissão de dívida), já se deveria aceitar aquela estimativa como extinta para fins de integrar o saldo negativo de determinado ano. Em situações assim, defendo a conversão do julgamento em diligência para aguardar o desfecho dos processos em que se discute a compensação daquelas estimativas, e a confirmação da efetiva execução das mesmas, se o caso de o contribuinte restar perdedor. Exatamente como foi feito no presente caso. Contudo, uma vez formalizado (e aceito) o parcelamento daquelas estimativas, com relação às quais o contribuinte restou perdedor, entendo que tenha sido efetivamente dirimida aquela dúvida — quanto a uma possível, mas incerta, execução — na medida em que as mesmas passam a ser efetivamente pagas. Pelo exposto, dou provimento ao recurso voluntário. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 169DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10665.000250/200683 Acórdão n.º 1201001.301 S1C2T1 Fl. 9 8 Fl. 170DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 16/ 02/2016 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO
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