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Numero do processo: 10540.720938/2013-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2009
ADA. ITR. ISENÇÃO APP. O Ato Declaratório Ambiental tempestivo é condição indispensável para a isenção de ITR da área de preservação permanente existente no imóvel rural. No caso dos autos, não foi apresentado ADA.
RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. Para a isenção do ITR de área de reserva legal é indispensável, pelo menos, a averbação tempestiva da referida área na matrícula do imóvel rural. No caso dos autos, não existe averbação da área de reserva legal para o exercício.
VTN. IMÓVEL RURAL SEM APTIDÃO AGRÍCOLA. No caso de imóvel sem aptidão agrícola, mitiga-se a utilização do VTN arbitrado pelo SIPT, que é substituído pelo VTN aceito pelo contribuinte e, portanto, incontroverso. Caso dos autos.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-004.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em prover parcialmente o recurso para modificar o VTN total da propriedade para o período de referência, no valor de R$ 8.873.614,39, que fora aceito pelo contribuinte.
Maria Cleci Coti Martins
Presidente Substituta e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2009 ADA. ITR. ISENÇÃO APP. O Ato Declaratório Ambiental tempestivo é condição indispensável para a isenção de ITR da área de preservação permanente existente no imóvel rural. No caso dos autos, não foi apresentado ADA. RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. Para a isenção do ITR de área de reserva legal é indispensável, pelo menos, a averbação tempestiva da referida área na matrícula do imóvel rural. No caso dos autos, não existe averbação da área de reserva legal para o exercício. VTN. IMÓVEL RURAL SEM APTIDÃO AGRÍCOLA. No caso de imóvel sem aptidão agrícola, mitiga-se a utilização do VTN arbitrado pelo SIPT, que é substituído pelo VTN aceito pelo contribuinte e, portanto, incontroverso. Caso dos autos. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2009 ADA. ITR. ISENÇÃO APP. O Ato Declaratório Ambiental tempestivo é condição indispensável para a isenção de ITR da área de preservação permanente existente no imóvel rural. No caso dos autos, não foi apresentado ADA. RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO. Para a isenção do ITR de área de reserva legal é indispensável, pelo menos, a averbação tempestiva da referida área na matrícula do imóvel rural. No caso dos autos, não existe averbação da área de reserva legal para o exercício. VTN. IMÓVEL RURAL SEM APTIDÃO AGRÍCOLA. No caso de imóvel sem aptidão agrícola, mitigase a utilização do VTN arbitrado pelo SIPT, que é substituído pelo VTN aceito pelo contribuinte e, portanto, incontroverso. Caso dos autos. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 72 09 38 /2 01 3- 19 Fl. 184DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em prover parcialmente o recurso para modificar o VTN total da propriedade para o período de referência, no valor de R$ 8.873.614,39, que fora aceito pelo contribuinte. Maria Cleci Coti Martins Presidente Substituta e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. Fl. 185DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10540.720938/201319 Acórdão n.º 2401004.026 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte que visa modificar a decisão no Acórdão 0356.028 la Turma da DRJ/BSB, que considerou improcedente a impugnação ao lançamento de ITR, de ofício, para o imóvel rural "Formoso do Guará", NIRF 2.440.5167, com área declarada de 19.831,4ha, localizado no Município de CorrentinaBA. A ciência da decisão recorrida ocorreu em 26/12/2013. O Recurso Voluntário foi interposto em 21/01/2014. A decisão recorrida está assim ementada. ESPONTANEIDADE O inicio do procedimento administrativo ou medida de fiscalização exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores, portanto cabe ser mantida as informações declaradas na DITR quanto A distribuição das Areas do imóvel, que não são objeto da lide. DA REVISÃO DE OFÍCIO ERRO DE FATO A revisão de oficio de dados informados pelo contribuinte na sua DITR somente cabe ser acatada quando comprovada nos autos, com documentos hábeis, a hipótese de erro de fato, observada a legislação aplicada a cada matéria. DAS ÁREAS COM REFLORESTAMENTO As áreas utilizadas com reflorestamento cabem ser devidamente comprovadas com documentos hábeis, conforme exigido pela autoridade fiscal. • DA ÁREA DE PASTAGEM A área de pastagem a ser aceita será a menor entre a área de pastagem declarada e a área de pastagem calculada, observado o respectivo índice de lotação mínima por zona de pecuária, fixado para a regido onde se situa o imóvel. 0 rebanho necessário para justificar a área de pastagem aceita cabe ser comprovado com prova documental hábil. DO VALOR DA TERRA NUA (VTN) SUBAVALIAÇÃO Para fins de revisão do VTN/ha arbitrado pela fiscalização, correspondente ao VTN/ha constante do SIPT, exigese que o Laudo de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533), principalmente no que tange aos dados de mercado coletados, de modo a atingir fundamentação e Grau de precisão II, demonstrando, de forma clara e convincente, o valor fundiário do imóvel, a preços da época do fato gerador do imposto, bem Fl. 186DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 4 como, a existência de características particulares desfavoráveis que pudessem justificar a revisão pretendida. Conforme registrado no Acórdão de Impugnação, a lide diz respeito exclusivamente à glosa das áreas com reflorestamento e de pastagem, respectivamente 9.500ha e 6.050ha, e sobre o VTN, arbitrado em R$ 2.143,00/ha, conforme apontado no SIPT. O Recurso Voluntário repisa as alegações da impugnação, quais sejam: Houve erro no preenchimento da declaração de ITR/2009, pois foram omitidas áreas de preservação permanente, de reserva legal, ocupada com benfeitorias, pastagens e utilizada com pecuária. Também busca alterar a área total do imóvel, de 19.831,40 ha para 20.332,74ha. Apresenta informações sobre o cálculo do valor da terra nua conforme a prefeitura de localização do imóvel, e também laudo técnico que indica o valor da terra nua total da propriedade, para o período de referência, de R$ 8.873.614,39 (efl. 109), enquanto que o valor total arbitrado conforme o SIPT é de R$ 42.498.690,20 (efl. 6). O laudo técnico teria comprovado 2.201,15ha como de preservação permanente, conforme art. 4, inc. I, alíneas "a" e "b" e inciso IX da Lei 12.651/2012. Também comprovaria a existência de 4.069,00ha totalmente preservada, de reserva legal, e que foi delimitada por ocasião do georreferenciamento do imóvel. O novo código florestal desobriga a averbação da área de reserva legal, sendo apenas necessário o registro no Cadastro Ambiental Rural(CAR). O CAR é um registro público, eletrônico, de abrangência nacional tem como finalidade integrar as informações ambientais para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento, obrigatório para todos os imóveis rurais. Junta aos autos os certificados de inscrição no Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais das matrículas que compõem o imóvel, atestando as áreas de preservação permanente e de reserva legal. Informa ainda que o laudo também atesta a existência de: a. 148,14ha da propriedade são ocupadas com benfeitorias, sob a forma de cercas e estradas internas do imóvel, b. 99,83ha em reflorestamentos de Eucalipto em fase de desenvolvimento vegetativo, não tendo sido realizado nenhum corte, c. 13.814,61ha em pastagem nativa, que, em 2008, foram cedidas em regime de comodato, onde foram apascentadas 3500 cabeças de gado (anexou contratos aos autos). É o relatório. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10540.720938/201319 Acórdão n.º 2401004.026 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O Recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e dele conheço. Primeiramente é importante esclarecer que após o início do procedimento fiscal não se pode fazer modificação nas informações prestadas pelo contribuinte para a propriedade rural, a não ser se comprovada a existência de erro formal em situações específicas. Nesse período, quaisquer alterações nas informações cadastrais, porventura necessárias, devem decorrer da investigação fiscal, às quais o contribuinte possui o direito de se defender através de impugnação e recursos. No caso dos autos, não foi apresentado ADA para as áreas de preservação permanente e nem as áreas de reserva legal foram averbadas no registro do imóvel. O contribuinte apresentou certificados de inscrição, em 17 de janeiro de 2014, no Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais do INEMA Instituto (estadual) do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em que são declaradas áreas de preservação permanente, de reserva legal e de vegetação nativa. Contudo, tais documentos não são considerados suficientes para a comprovação de APP e ARL para o período considerado. Alertase para o fato de que a legislação vigente à época determina que a isenção de ITR só pode ser concedida mediante a apresentação de ADA (áreas de preservação permanente e de reserva legal) e de averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel rural. Entendo que o ADA é uma exigência legal, conforme art. 17O par. 1o. da lei 6938/81(transcrita a seguir) que visa municiar o órgão ambiental com informações para o planejamento do cumprimento das normas ambientais pelos contribuintes. " Lei 6938/81 Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) .. § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000)" A obrigatoriedade do ADA também está definida na IN/SRF 256/2002, conforme a seguir. Art. 9º Área tributável é a área total do imóvel rural, excluídas as áreas: I de preservação permanente; Fl. 188DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 6 II de reserva legal; III de reserva particular do patrimônio natural; IV sob regime de servidão florestal ou ambiental; ( Redação dada pela IN RFB nº 861, de 17 de julho de 2008 ) V de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas para as áreas de preservação permanente e de reserva legal; VI comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual. VII cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; ( Incluído pela IN RFB nº 861, de 17 de julho de 2008 ) VIII alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público. ( Incluído pela IN RFB nº 861, de 17 de julho de 2008 ) § 1º A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de uma das hipóteses previstas no caput deverá ser excluída uma única vez da área total do imóvel, para fins de apuração da área tributável. § 2º A área total do imóvel deve se referir à situação existente na data da efetiva entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR). § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental (ADA), protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) observada a legislação pertinente; ( Redação dada pela IN RFB nº 861, de 17 de julho de 2008 ) A obrigatoriedade da averbação de reserva legal está consignada no parágrafo 8o., art. 16, da Lei nº 4.771/1965 (Código Florestal), vigente à época, conforme a seguir. § 8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. Considerando que o imóvel não tem valor médio por aptidão agrícola no SIPT, entendo, com base na legislação a seguir, que é possível aceitar o VTN conforme o laudo apresentado pelo recorrente. Lei 9.393/96 Fl. 189DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10540.720938/201319 Acórdão n.º 2401004.026 S2C4T1 Fl. 5 7 Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. § 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios.(g.n.) Lei 8.629/93 Art.12.Considerase justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos:(Redação dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) I localização do imóvel;(Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) II aptidão agrícola;(Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) III dimensão do imóvel;(Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) IV área ocupada e ancianidade das posses;(Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) V funcionalidade, tempo de uso e estado de conservação das benfeitorias.(Incluído dada Medida Provisória nº 2.18356, de 2001) (grifei) §1oVerificado o preço atual de mercado da totalidade do imóvel, procederseá à dedução do valor das benfeitorias indenizáveis a serem pagas em dinheiro, obtendose o preço da terra a ser indenizado em TDA.(Redação dada Medida Provisória nº 2.183 56, de 2001) §2o Integram o preço da terra as florestas naturais, matas nativas e qualquer outro tipo de vegetação natural, não podendo o preço apurado superar, em qualquer hipótese, o preço de mercado do imóvel.(Redação dada Medida Provisória nº 2.183 56, de 2001) Como forma de comprovar a destinação de áreas para pastagens, foram juntados aos autos dois contratos de comodato em que o comodatário poderia apascentar 1.200 e 2.300 bovinos na propriedade do comodante Fazenda Formoso do Guará. Os contratos foram feitos para o período 20/12/2007 a 20/12/2010. Também possui uma declaração emitida em 2013, de que gado bovino de propriedade do comodatário foram vacinados nos anos 2007, Fl. 190DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 8 2008, 2009 e 2010. Foi anexada também uma declaração do comodatário, datada de 2013, de que, 2.300 bois foram "apascentados" na Fazenda Formoso do Guará no período 2007 a 2010. Entendo que os documentos juntados aos autos não são suficientes para corroborar a alegação do recorrente de que no período considerado, houve efetivamente atividade de pecuária e/ou reflorestamento na propriedade. Também carece de provas mais contundentes sobre a existência de 148,14ha com benfeitorias. Com relação à atualização de dados relativos à propriedade (área total, etc.), deve ser pleiteada junto à agência da Receita Federal de jurisdição da propriedade através de procedimento próprio. Tendo em vista o exposto, voto por prover parcialmente o recurso para modificar o VTN total da propriedade para o período de referência, para R$ R$ 8.873.614,39, que fora aceito pelo contribuinte. Maria Cleci Coti Martins. Fl. 191DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 23/02/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS
score : 1.0
Numero do processo: 14033.000685/2010-00
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Sep 24 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2803-000.278
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolve o colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora intime a parte da oportunidade de apresentar as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) conexos supra mencionados, no prazo de 30 (trinta) dias, decorrido o prazo que o processo seja remetido à autoridade fiscal para que: (1) indiferentemente da relação massa salarial e faturamento, analise se a contribuinte apresentou pedido de restituição que cumpre todos os requisitos para o reconhecimento do direito, condições para a restituição e o valor de restituição, conforme a legislação de regência; (2) havendo qualquer carência de requisitos ou documentos, que seja informada a requerente, instruindo-a de como retificar, e concedido prazo para realizar a retificação; (3) responda todos os questionamentos complementares trazidos pela petição protocolizada antes da presente resolução, bem como analise as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) de restituição conexo caso sejam efetivamente apresentadas pela parte; (4) após, emita informação fiscal analítica e motivada, observando os itens anteriores, inclusive sobre o valor a ser restituído, sendo a contribuinte intimada para manifestar-se, no prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos para apreciação da presente Turma Especial.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos
PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator ad hoc na data da formalização.
Participaram da sessão os seguintes conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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(assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 33 .0 00 68 5/ 20 10 -0 0 Fl. 903DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 14033.000685/201000 Resolução nº 2803000.278 S2TE03 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Participaram da sessão os seguintes conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA. Tratase de recurso voluntário, de autoria da contribuinte. Esclareço e registro que fui designado, conforme consta nos autos, relator AD HOC, para formalização da resolução proferida. A designação ocorreu pelo motivo do relator responsável original ter deixado o CARF antes da formalização do acórdão, não possuindo mais competência para tanto. Ocorre que o relator responsável original pelo processo não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, o relatório, histórico, análise que fez dos autos, que levaram o colegiado a decidir pelo que consta em ata. Conseqüentemente, por não possuir competência para tanto, registro o ocorrido, a fim de que as partes interessadas tenham ciência dos fatos. É o relatório. Fl. 904DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 14033.000685/201000 Resolução nº 2803000.278 S2TE03 Fl. 4 3 Conselheiro Marcelo Oliveira Relator designado ad hoc na data da formalização. Esclareço que o conselheiro relator não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, sua resolução, com suas razões, que levaram o colegiado a decidir pelo resultado consignado em ata. Conseqüentemente, reproduzo somente o resultado, a fim de não extrapolar a determinação e a competência que possuo. CONCLUSÃO: Devido ao exposto, reproduzo o resultado devidamente consignado em ata, que foi, por em converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora intime a parte da oportunidade de apresentar as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) conexos supra mencionados, no prazo de 30(trinta) dias, decorrido o prazo que o processo seja remetido à autoridade fiscal para que: (1)indiferentemente da relação massa salarial e faturamento, analise se a contribuinte apresentou pedido de restituição que cumpre todos os requisitos para o reconhecimento do direito, condições para a restituição e o valor de restituição, conforme a legislação de regência; (2) havendo qualquer carência de requisitos ou documentos, que seja informada a requerente, instruindoa de como retificar, e concedido prazo para realizar a retificação; (3) responda todos os questionamentos complementares trazidos pela petição protocolizada antes da presente resolução, bem como analise as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) de restituição conexo caso sejam efetivamente apresentadas pela parte; (4) após, emita informação fiscal analítica e motivada, observando os itens anteriores, inclusive sobre o valor a ser restituído, sendo a contribuinte intimada para manifestarse, no prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos para apreciação da presente Turma Especial. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Fl. 905DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 14751.720317/2012-20
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
MULTA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTO DE INFRAÇÃO APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
Numero da decisão: 9202-003.722
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Vencidas as Conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez que negavam provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra.
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 MULTA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTO DE INFRAÇÃO APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
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Interessado SEDUP Sociedade Educacional da Paraíba Ltda. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 MULTA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTO DE INFRAÇÃO APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, devese cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Estabelecese como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Vencidas as Conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez que negavam provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 75 1. 72 03 17 /2 01 2- 20 Fl. 3544DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.545 2 (Assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra. Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 2403002.342, prolatado pela 3a Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na sessão plenária de 19 de novembro de 2013 (efls. 3469 a 3480). Ali, por maioria de votos, deuse parcial provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e a decisão a seguir: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 AFERIÇÃO INDIRETA. LEGALIDADE. CONTABILIDADE DA EMPRESA QUE NÃO REVELA A REALIDADE DA EMPRESA. Comprovadas irregularidades na contabilidade da empresa que distorcem completamente da realidade contábil escriturada, legitimada está a aferição indireta. Entretanto, por se tratar de método de exceção, a prova em contrário poderia ser apta a desconstituila, o que não ocorreu no caso concreto. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 3545DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.546 3 Diante do advento da MP 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº. 11.941/09, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, “c”, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, § 6º da Lei nº 8.212/91 c/c o art. 284, III e art. 373 do Decreto nº 3.048/99 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32 A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, para efeitos de aplicação do princípio da retroatividade benigna, disposta no art. 106 do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte. DECISÃO: Por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para até 11/2008, para as obrigações principais, determinando o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei nº 9.430). Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa de mora. Por unanimidade de votos, em dar provimento parcial para a obrigação acessória (DEBCAD 37.351.8226), determinando o recálculo da multa até 11/2008, de acordo com o determinado no art. 32A da Lei nº 8.212/91, com a redação também dada pela Lei 11.941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Enviados os autos à Fazenda Nacional em 03/01/2014 (efl. 3481) para fins de ciência da decisão, insurgindose contra esta, sua Procuradoria apresenta, em 13/01/2014, Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009, então em vigor quando da propositura do pleito recursal (efls. 3482 a 3500). Alegase, no pleito, divergência em relação ao decidido, em 17/05/2012, no Acórdão 2401002.453, de lavra da 1a. Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a. Seção deste CARF, bem como ao decidido pela 2a. Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais através do Acórdão CSRF 9.20202.086, prolatado em 22 de março de 2012, de ementas e decisões a seguir transcritas, visto que adotados como paradigmas, na forma do art. 67, §7o. do referido Anexo II ao RICARF. Acórdão 2401002.453 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2005 a 31/12/2006 MPF. PRORROGAÇÃO. NECESSIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DA AUTORIDADE FISCAL. INEXISTÊNCIA. Havendo prorrogação de MPF dentro do prazo de sua validade, não há o que se falar em substituição da autoridade fiscal. PREVIDENCIÁRIO. ALIMENTAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS INDEPENDENTEMENTE DE INSCRIÇÃO NO PAT. APLICAÇÃO EXCLUSIVAMENTE PARA AS PRESTAÇÕES IN NATURA. Fl. 3546DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.547 4 Independentemente de inscrição no PAT, não incidem contribuições sociais, desde que a empresa faça a prestação in natura. APURAÇÃO COM ESTEIO EM FOLHAS DE PAGAMENTO E RECIBOS. PRESUNÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES. INOCORRÊNCIA. Não há o que se falar em presunção dos fatos geradores das contribuições lançadas quando a apuração fiscal se deu com base na documentação exibida pelo sujeito, principalmente em folhas e recibos de pagamento. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO ART. 44, I, DA LEI n.º 9.430/1996. Nos lançamentos de ofício de contribuições sociais, aplicase a multa prevista no art. 44, I, da Lei n.º 9.430/1996, não se cogitando da aplicação da multa moratória prevista no art. 61 da mesma Lei. MULTA CARÁTER CONFISCATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE DECLARAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Não pode a autoridade fiscal ou mesmo os órgãos de julgamento administrativo afastar a aplicação da multa legalmente prevista, sob a justificativa de que tem caráter confiscatório. JUROS SELIC. INCIDÊNCIA SOBRE OS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS ADMINISTRADOS PELA RFB. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário Negado Decisão: Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Ausente momentaneamente o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Acórdão CSRF 920202.086 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 01/04/2001 a 30/09/2006 AUTO DE INFRAÇÃO. PENALIDADE DECORRENTE DO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DECADÊNCIA. O prazo decadencial aplicável à exigência de multa decorrente de omissão de informações em GFIP é aquele previsto no artigo 173, inciso I, do CTN, ou seja, tem inicio no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Fl. 3547DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.548 5 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PENALIDADE. GFIP. OMISSÕES. INCORREÇÕES. RETROATIVIDADE BENIGNA. A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei 9.430, de 1997, decorrente do lançamento de ofício é única, no importe de 75% (se não duplicada), e visa apenar, de forma conjunta, tanto o não pagamento (parcial ou total) do tributo devido, quanto a não apresentação da declaração ou a declaração inexata, sem haver como mensurar o que foi aplicado para punir uma ou outra infração. No presente caso, em que houve a aplicação da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, que se refere à apresentação de declaração inexata, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido no prazo de lei, estabelecida no igualmente revogado art. 35, II, o cotejo das duas multas, em conjunto, deverá ser feito em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1997, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que agora encontra aplicação no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias. Recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLDs correlatas. Recurso especial negado. Decisão: Por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Gustavo Lian Haddad (Relator), Gonçalo Bonet Allage, Manoel Coelho Arruda Junior e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Elias Sampaio Freire. Cita, ainda, a recorrente, divergência em relação ao decidido pela 6ª Câmara do então Segundo Conselho de Contribuintes, através do Acórdão 20601.782 e pela 1a. Turma Ordinária da 4a. Cãmara da 2a. Seção deste CARF no Acórdão 240100.127. Em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda que: a) haveria de se aplicar, à situação fática, o art. 35A da Lei no. 8.212, de 24 de julho de 1991, quando da comparação da penalidade mais benéfica ao contribuinte. devendo ser efetuado o seguinte cálculo: Somar as multas aplicadas na sistemática antiga (art. 35, II e art. 32, IV, da norma revogada) e comparar o resultado desta operação com a multa prevista no art. 35A da mesma Lei no. 8.212, de 1991, introduzido pela Medida Provisória no. 449, de 2008, e que remete ao art. 44, inciso I da Lei no. 9.430, de 27 de dezembro de 1996 (percentual de 75%). Rejeita, assim, a comparação feita separadamente pelo vergastado: a) entre a multa prevista no art. 32, IV da norma revogada como o novo art. 32A da Lei no. 8.212, de 24 de 1991, aplicandose aqui a norma mais benéfica ao contribuinte e, separadamente, b) entre a multa prevista no art. 35, II da mesma Lei, revogado e aquela prevista pelo novo art. 35 do mesmo diploma, que remete ao art. 61 da Lei no. 9.430, de 1996. b) Entende restringirse o art. 32A do diploma, citado pelo vergastado, ao lançamento de multa isolada quando houver tãosomente o descumprimento da obrigação acessória prevista no inciso IV do caput do art. 32 da mesma Lei no. 8.212, de 1991. Entende que, sempre que houver lançamento das contribuições previdenciárias vinculado ao descumprimento das obrigações principal e acessória, há que se utilizar, agora, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, o teor do art. 35A daquele diploma, consoante o cálculo Fl. 3548DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.549 6 acima mencionado. Ressalta, ainda, entender que o art. 44, I da Lei no. 9.430, de 1996, referenciado pelo mencionado art. 35A, abarca tanto a conduta de descumprimento da obrigação principal como da acessória e a consonância de tal entendimento com o estabelecido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, em seu art. 4o. inciso I, utilizada de forma plena no lançamento e que respalda a comparação defendida pela recorrente. Requer, assim, que seja conhecido o recurso e lhe seja dado provimento recurso, a fim de que prevaleça a forma de cálculo utilizada pela autoridade autuante para aplicação da multa mais benéfica, em conformidade com o que dispõe a mencionada Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 2010. O recurso foi admitido pelo despacho de efls. 3503 a 3507. Encaminhados os autos à autuada para fins de ciência, ocorrida em 08/07/2014 (efl. 3512), a contribuinte apresentou, em 23/07/2014, Recurso Especial de sua iniciativa de efls. 3514 a 3534, onde também questiona o pleito da Fazenda. Todavia, tal recurso teve sua admissibilidade negada, consoante despachos de efls. 3541 e 3542, permanecendo, assim, em apreciação tão somente o pleito fazendário. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior Pelo que consta no processo quanto à sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigmas e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Sob análise, a Lei no. 8.212, de 1991, cujos dispositivos de interesse aplicáveis à análise do recurso, são abaixo reproduzidos, abrangendose as redações anterior e posterior à edição da Medida Provisória no. 449, de 2008: Lei 8.212, de 1991 (Antes da edição da MP 449/08) Lei 8.212, de 1991 (Após a edição da MP 449/08) Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) § 1º O Poder Executivo poderá Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela MP nº 449, de 2008). (...) Fl. 3549DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.550 7 estabelecer critérios diferenciados de periodicidade, de formalização ou de dispensa de apresentação do documento a que se refere o inciso IV, para segmentos de empresas ou situações específicas. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 2º As informações constantes do documento de que trata o inciso IV, servirão como base de cálculo das contribuições devidas ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, bem como comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 3º O regulamento disporá sobre local, data e forma de entrega do documento previsto no inciso IV. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: (Parágrafo e tabela acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). 0 a 5 segurados 1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo § 1o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o A declaração de que trata o inciso IV constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §4o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §5o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §6o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §7o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). §8o (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 9o A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicando se, quando couber, a penalidade prevista no art. 32A. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV impede a expedição da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 3550DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.551 8 § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 6º A apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitadas aos valores previstos no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 7º A multa de que trata o § 4º sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 8º O valor mínimo a que se refere o § 4º será o vigente na data da lavratura do auto de infração. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 9º A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV, mesmo quando não ocorrerem fatos geradores de contribuição previdenciária, sob pena da multa prevista no § 4º. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV é condição impeditiva para expedição da prova de inexistência de débito para com o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 11. Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3o; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008.: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. (incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). (...) Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de Fl. 3551DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.552 9 empresa durante dez anos, à disposição da fiscalização. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (...) Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em 1996. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). I – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). II – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). III – (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). a) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). b) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). c) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). d) (revogada pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 1o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 2o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). § 3o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 4o (revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008). Fl. 3552DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.553 10 Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar. § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo. § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado Fl. 3553DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.554 11 documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Notese permanecer em litígio, no caso sob análise, somente o recálculo mais benéfico de multa perpretado pela autoridade julgadora recorrida, que optou por segregar o referido recálculo da seguinte forma: a) para os débitos oriundos de obrigação principal de competências até 11/2008, comparação entre a multa estabelecida pela antiga redação do art. 35, II da Lei no. 8.212, de 1991, com o percentual definido pelo art. 61 da Lei no. 9.430, de 1996 (referenciado pela nova redação do referido art. 35), mantendose dos dois o menor (aplicação mais benéfica); b) para o DEBCAD 37.351.8226, também até a competência 11/2008, comparação a ser realizada entre o aplicado no AI, baseado no art. 32, IV e § 5o. da redação anterior da mesma Lei no. 8.212, de 1991, antes da edição da MP, e o disposto no art. 32A da referida Lei no. 8.212, de 1991, mantendose, também, das duas multas a mais benéfica ao contribuinte. Com a devida vênia ao entendimento esposado no recorrido, no sentido de que a multa incluída como acréscimo legal nos lançamentos, na forma do art. 35, II da Lei no. 8.212, de 1991 tinha caráter meramente moratório, ouso discordar. Entendo a propósito que, em verdade, o referido art. 35 da Lei no. 8.212, de 1991, regrava, anteriormente à sua alteração promovida pela MP no. 449, de 2008, duas multas de natureza diferenciada, a saber: a) em seu inciso I, o dispositivo regulamentava a aplicação de multa de natureza moratória, decorrente do recolhimento efetuado pelo contribuinte a destempo, sem qualquer procedimento de ofício da autoridade tributária e mantida aqui a espontaneidade do contribuinte; b) em seu inciso II, o referido art. 35 estabelecia a aplicação de multa para o caso de lavratura de Notificação de Lançamento pela autoridade fiscalizadora, neste caso se tratando, aqui, de multa de ofício. Ainda, de se notar a possibilidade de aplicação, já anteriormente à edição da MP no. 449, de outras espécies de multa (também de ofício), quando da constatação, também em sede de ação fiscal, de descumprimento das obrigações acessórias, na forma preconizada pelos §§4o. e 5o. do art. 32 da Lei no. 8.212, de 1991, convertendose, nesta hipótese, a obrigação acessória em principal, tal como realizado, no presente caso para o AI 37.351.8226, lavrado com fundamento legal no mencionado art. 32, § 5o. Cediço em meu entendimento que, o que se passou a ter, agora a partir do advento da MP no. 449, de 2008, foi a existência de um dispositivo único a regrar a aplicação das multas aplicáveis em sede de ação fiscal, abrangendo tanto a constatação, através de procedimento de ofício, de falta de pagamento como a de falta de declaração (ou de declaração a menor) em GFIP de fatos geradores ocorridos/contribuições devidas, a saber, o art. 35A daquela mesma Lei no. 8.212, de 1991, acrescentado pela referida MP. Este também é o entendimento majoritário esposado por esta Câmara Superior, conforme excertos dos seguintes votos constantes dos Acórdãos CSRF 9.202 003.070 e 9.202003.386, os quais se adotam, aqui, como razões de decidir. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira Fl. 3554DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.555 12 “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir Fl. 3555DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.556 13 documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original)), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Acórdão 9.202003.386 – Voto do Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos "(...) Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora e b) as multas de ofício. Fl. 3556DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.557 14 As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da antiga “multa de mora” estabelecida pela anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991, com a do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, agora referida pela nova redação dada ao mesmo art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, pela Lei nº 11.941, de 2009 e que, notese, pressupõe a espontaneidade, inaplicável à situação fática em tela. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991 (repetindose, indevidamente denominada como “multa de mora”, nos casos de lançamento por força de ação fiscal), quando somada à multa aplicada no âmbito dos AIs conexos, lavrados de ofício por descumprimento de obrigação acessória (na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício,consoante disposto no art. 35 A, da Lei nº 8.212, de 1991. No caso sob análise, verifico que permanecem em em litígio, quanto à aplicação da retroatividade benéfica: a) a multa aplicada aos débitos cujos fatos geradores ocorreram antes da vigência da MP no, 449, de 2008, constantes dos AIs 37.351.8196, 37.351.8200 e 37.351.8218 (débitos de obrigação principal) e b) a multa aplicada através do AI 37.351.8226, aplicada por haver a empresa infringido o disposto no inciso IV do art. 32 da Lei no. 8.212, de 1991, também para competências (fatos geradores) anteriores à vigência Medida Provisória no. 449, de 2008. Tais multas foram aplicadas consoante item 5 do Termo de Verificação Fiscal de efls. 99 a 101 e demonstrativos de efls. 697 a 702. Assim, aplicandose o entendimento aqui adotado, agora ao caso sob análise, entendo que para tais débitos de obrigação principal (cujos fatos geradores ocorreram antes da vigência da MP no. 449. de 2008, ou seja, mais especificamente, antes de 04/12/2008, leiase Fl. 3557DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 14751.720317/201220 Acórdão n.º 9202003.722 CSRFT2 Fl. 3.558 15 competência 30/11/2008 e anteriores), bem como para o débito de obrigação acessória lavrado sob a égide da legislação anterior à mesma MP, se deva restabelecer as penalidades nos termos em que constante dos AIs, respectivamente vinculados à constituição dos créditos de obrigação principal (AIs 37.351.8196, 37.351.8200 e 37.351.8218) e ao crédito decorrente descumprimento de obrigação acessória (AI 37.351.8226), este último baseado no art. 32, §5o. da mencionada Lei no. 8.212, de 1991, Ou seja, devese restabelecer as penalidades lançadas, limitada, desta forma, a soma das penalidades aplicáveis à cada competência ao percentual de 75% dos valores devidos a título de obrigação principal, na forma de demonstrativo de efls. 697 a 702, sem que se deva falar em comparação segregada de multas, na forma proposta pelo vergastado. Este percentual é o limite atual para sanções pecuniárias, decorrente de lançamento de ofício, quando de falta de declaração ou de declaração inexata, conforme previsto no art. 44, I da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e referenciado no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, aplicável aqui a retroatividade da norma, caso benéfica, em plena consonância, inclusive, com a sistemática estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010, adotada pela autoridade lançadora. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, restabelecendose as penalidades na forma que lançadas nos autos de infração sob análise. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Relator Fl. 3558DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 02/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO
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Numero do processo: 11444.001123/2010-45
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/02/2005 a 30/09/2008
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DE MÉRITO DO JULGADO. IMPOSSIBILIDADE.
Os embargos de declaração prestam-se ao questionamento de obscuridade, omissão ou contradição em acórdão proferido pelo CARF. Resta fora do universo de manejo dos embargos a simples rediscussão de mérito da matéria já decidida pelo colegiado.
Numero da decisão: 3401-003.109
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração apresentados.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente Substituto.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente substituto), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida (suplente), Elias Fernandes Eufrásio (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/02/2005 a 30/09/2008 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DE MÉRITO DO JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. Os embargos de declaração prestam-se ao questionamento de obscuridade, omissão ou contradição em acórdão proferido pelo CARF. Resta fora do universo de manejo dos embargos a simples rediscussão de mérito da matéria já decidida pelo colegiado.
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OBSCURIDADE. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DE MÉRITO DO JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. Os embargos de declaração prestamse ao questionamento de obscuridade, omissão ou contradição em acórdão proferido pelo CARF. Resta fora do universo de manejo dos embargos a simples rediscussão de mérito da matéria já decidida pelo colegiado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração apresentados. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente Substituto. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente substituto), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida (suplente), Elias Fernandes Eufrásio (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 44 4. 00 11 23 /2 01 0- 45 Fl. 8814DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 2 Relatório Tratase de embargos de declaração (fls. 8728 a 8737)1 opostos pela empresa, em relação ao Acórdão nº 3403002.517 (fls. 8693 a 8715), por mim relatado, no qual se deu parcial provimento ao recurso voluntário, por maioria de votos. Alega a embargante que a decisão é contraditória (a) na aplicação dos artigos 136 e 135, III do CTN a quem não praticou o ato tributável; e (b) na negativa de aplicação do art. 104 do Regulamento Aduaneiro, pois as mercadorias estavam destinadas ao exterior; e omissa sobre as exportações parametrizadas para os canais laranja e vermelho. Os embargos foram admitidos pelo despacho de fls. 8812/8813, e o processo foi a mim distribuído para inclusão em pauta de julgamento e apreciação pelo colegiado, no mérito. É o relatório. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Tendo os pressupostos para admissibilidade dos embargos já sido avaliados no despacho de fls. 8812/8813, passase diretamente à análise das contradições e da omissão objetivamente apontadas. Importante destacar que no exame de admissibilidade não se estava a verificar efetivamente se houve contradição ou omissão, mas se estas haviam sido objetivamente apontadas. Relevante ainda informar que com o novo RICARF, aprovado pela Portaria MF no 343/2015, mais precisamente com seu art. 65, § 8º, passou a existir expressa previsão de sustentação oral pelas partes no julgamento de embargos de declaração. Como relatado, são apontadas duas contradições e uma omissão. As contradições apontadas se referem à aplicação dos artigos 136 e 135, III do CTN a quem não praticou o ato tributável, e à negativa de aplicação do art. 104 do Regulamento Aduaneiro. Ambos os temas tem por pano de fundo a responsabilidade da empresa. Nos dizeres da embargante (fls. 8733 e 8735): Fl. 8815DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 11444.001123/201045 Acórdão n.º 3401003.109 S3C4T1 Fl. 8.815 3 As contradições apontadas, contudo, resultam de incompreensão e/ou inconformidade em relação ao teor do julgado. Isso porque as matérias estão ali cristalinamente explicadas, não havendo qualquer conflito entre as conclusões e os fundamentos externados, conforme se percebe dos excertos a seguir transcritos (fls. 6015 e seguintes), aliados à doutrina e à jurisprudência colacionadas no voto condutor: "Vejase que o próprio Código Tributário, em outros artigos, dispõe sobre as hipóteses em que a responsabilidade não será objetiva, e ainda permite à lei excepcionar o dispositivo. Assim, naquelas situações em que a lei dispuser de forma diversa, afastada será a responsabilidade objetiva. Não pode este tribunal, contudo, afastar a responsabilidade objetiva do art. 136, como deseja a recorrente, por “interpretação que vem dando os Tribunais Superiores, com base nos demais princípios do ordenamento jurídico, ao dispositivo em tela”. Já resta sumulada no âmbito deste CARF a impossibilidade de afastamento de comando legal tributário vigente (Súmula no 2). (...) Nesse tópico, há que se destacar, de início, que não se discorda da aplicabilidade do art. 135, III ao caso, mas se opõe veementemente à interpretação de que a responsabilidade aí tratada seja exclusiva, e afaste a figura do contribuinte. O tema é controverso, e nem de longe as poucas referências bibliográficas citadas no Recurso Voluntário espelham um entendimento doutrinário dominante. (...) A construção jurídica mais sólida, assim, a nosso ver, aponta para a manutenção do contribuinte na relação tributária, nas hipóteses de que trata o art. 135, III. Incabível, destarte, a alegação de haveria erro na eleição do sujeito passivo, por ser exclusiva a responsabilidade do terceiro. Fl. 8816DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 4 Aponta ainda a recorrente que sendo este terceiro um transportador, sua responsabilidade operaria na forma do art. 104 do Regulamento Aduaneiro, transcrevendoo. (....) De início, é preciso contextualizar o dispositivo. O comando do art. 104 do Regulamento Aduaneiro de 2002 (Decreto no 4.543/2002), hoje presente (sem qualquer alteração) no art. 105 do atual Regulamento Aduaneiro (Decreto no 6.759/2009), tem por base o art. 32, caput do DecretoLei no 37/1966, com a redação dada pelo DecretoLei no 2.472/1988. (...) A própria jurisprudência citada pela recorrente sobre a responsabilidade do transportador no transporte internacional de mercadorias se refere a avaria e extravio, na qual a responsabilidade decorre do art. 60, e não do art. 32 do DecretoLei no 37/1966. Equivocada ainda a remissão ao art. 315 do Regulamento Aduaneiro, que trata do regime de entreposto aduaneiro, que não guarda qualquer relação com o caso concreto em análise. É de se destacar, por fim, para excluir o tema da seara estritamente aduaneira, que as mercadorias eventualmente desviadas não estavam em trânsito aduaneiro de exportação. Caso o despacho (e o desembaraço) das mercadorias houvesse sido feito no estabelecimento do exportador (ou em um porto seco na cidade do exportador), e as mercadorias seguissem para a unidade de fronteira (v.g. Guaíra), para saída do País, aí sim se poderia falar em trânsito aduaneiro (assumindo o transportador a responsabilidade tributária em relação às mercadorias). No caso concreto, as mercadorias só foram despachadas (e desembaraçadas para exportação) na unidade de saída (Zona Primária de fronteira). Assim, o percurso da empresa até o recinto alfandegado não constitui um trânsito aduaneiro de exportação, pois a mercadoria ainda não havia passado por despacho algum. (...) Tendo os despachos sido realizados em Zona Primária, no próprio local de saída dos bens, a mercadoria não estava, assim, em trânsito aduaneiro, sob a responsabilidade de um transportador internacional, mas ainda sob a responsabilidade do exportador, que contratou um mandatário seu (transportador nacional) para levála ao recinto de despacho. Aliás, quem despacha a mercadoria para exportação na unidade de fronteira (após o transporte nacional) não é um representante do transportador, mas um representante da empresa exportadora (Pirelli), que ainda detinha a responsabilidade sobre a mercadoria submetida a despacho. Incabível, assim, a argumentação de que a responsabilidade seria exclusiva do transportador, ou ainda regida pela legislação aduaneira." (grifo nosso) Ausentes, assim, as contradições apontadas. Não há nenhuma divergência entre os fundamentos adotados no voto e as conclusões às quais chega o colegiado. Há, sim, Fl. 8817DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 11444.001123/201045 Acórdão n.º 3401003.109 S3C4T1 Fl. 8.816 5 certamente, contradição entre o entendimento externado no voto e aquele que sustenta a empresa, mas esse conteúdo, mérito do julgamento, não é atacável por embargos de declaração. Sobre a omissão apontada, a respeito de haver exportações parametrizadas para os canais laranja e vermelho, observese que novamente busca a embargante somente a rediscussão do julgado, já tendo a matéria sido enfrentada a contento pelo colegiado, que decidiu expressa e conclusivamente sobre o tema (fls. 6017/6018): "Há que se aclarar inicialmente que, na autuação, não se nega o fato de que a recorrente teve todas as suas exportações desembaraçadas e averbadas (inclusive cerca um terço delas com participação ativa do fisco, nos canais de conferência laranja e vermelho para os quais se exige exame documental e verificação da mercadoria), e que foram emitidos os correspondentes comprovantes de exportação. E a análise a seguir empreendida partirá do pressuposto (facilmente verificável documentalmente) que efetivamente as exportações foram objeto de desembaraço (liberação, automática no canal verde, ou por AuditorFiscal da RFB nos canais vermelho e laranja) e averbação (confirmação, no sistema informatizado SISCOMEX, da transposição de fronteira). O comprovante de exportação (apesar do nome) é um documento dispensável, pois a averbação é que efetivamente comprova a operação (cf. arts. 50 e 51 da Instrução Normativa SRF no 28/1994). (...) Ou seja, o desembaraço e a averbação no SISCOMEX não impedem a apuração posterior, no caso de erros ou fraudes (inclusive nos canais vermelho e amarelo). Quando o artigo se refere à apuração e a aplicação, aos responsáveis, das sanções administrativas, fiscais, cambiais e penais, não está criando penalidade alguma, mas apenas dispondo que o desembaraço e a averbação não obstam a revisão do despacho (revisão essa que, digase, já era assegurada no art. 570 do Regulamento Aduaneiro de 2002, e mantida no art. 632 do atual Regulamento Aduaneiro).(...) No que se refere às sanções administrativas, o fato de eventualmente ter havido participação de funcionários da Receita Federal na fraude não é ignorado na autuação (...) Esta análise inicial da questão probatória se presta exclusivamente à evidenciação de que a existência de documentos que comprovam o desembaraço e a transposição da fronteira (registrados no sistema automaticamente ou, em um terço dos casos, por agentes do fisco), não constitui uma contraposição de argumentos à autuação, mas elemento que nela já estava implícito. Repitase, caso não houvesse tal registro de desembaraço ou averbação, sequer haveria necessidade de discutir se a mercadoria foi ou não desviada, e de que forma. Fl. 8818DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 6 E isso parece não ter sido bem compreendido no recurso voluntário, (...) Quando o fisco apurou que eventualmente teria havido desvio de mercadoria ainda antes da exportação, o fez obviamente já sabendo que tais documentos de exportação existiam. As provas constantes do Relatório Fiscal são justamente destinadas a refutar não formalmente, mas materialmente tais documentos. Tais documentos (e registros em sistema) existiram, existem e continuarão existindo (mesmo que não revelem a realidade da transação). Um dos escopos do presente contencioso é exatamente identificar se tais documentos revelam ou não a realidade da operação realizada. (...) Mas a autuação, como exaustivamente exposto, questiona a realidade dos fatos, e não o aspecto formal dos registros no sistema. Contudo, o fato de o autuante questionar os próprios registros da RFB, negando materialmente seu conteúdo, lhe impõe um ônus, o de provar que tais registros não condizem com a realidade. E, provando, incumbiria à recorrente refutar a prova." (sic) Parece, assim, a embargante, simplesmente desejar rediscutir, no mérito, o decidido pela turma, discordando da conclusão à qual chegou o colegiado. E tal rediscussão não se encontra no universo permitido ao manejo de embargos de declaração. Pelo exposto, restaram ausentes na decisão embargada as contradições e a omissão apontadas, e os embargos de declaração, recordese, prestamse a questionamento de obscuridade, omissão ou contradição em acórdão proferido pelo CARF. Voto, portanto, no sentido de rejeitar os embargos de declaração apresentados. Rosaldo Trevisan Fl. 8819DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 15/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 22/03/2016 por ROBSON JOSE BAYERL
score : 1.0
Numero do processo: 13819.001364/2002-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 01 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Feb 29 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2001
MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INOCORRÊNCIA.
Não configura mudança de critério jurídico despacho que operacionaliza a compensação de direito creditório já reconhecido em decisão anterior, para fins de cobrança dos débitos não compensados.
COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
Cabe ao contribuinte efetivamente comprovar, nos termos e prazos da legislação de regência, a liquidez e certeza dos créditos que pretende compensar. A ausência de comprovação afasta o direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 1201-001.317
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Declarou-se impedido o Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto Presidente
(documento assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Gilberto Baptista, João Carlos de Figueiredo Neto e Ester Marques Lins de Sousa.
Nome do relator: ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 OMISSÃO DE RECEITAS FINANCEIRAS. AUTUAÇÃO. Correta a autuação, a título de IRPJ e CSLL, quando não comprovada, por documentos hábeis e idôneos, a contabilização de receitas financeiras informadas pelas fontes pagadoras nos comprovantes de rendimentos, sem prejuízo da recomposição da base de cálculo e dos saldos negativos originalmente apurados pela interessada. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001 MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. INOCORRÊNCIA. Não configura mudança de critério jurídico despacho que operacionaliza a compensação de direito creditório já reconhecido em decisão anterior, para fins de cobrança dos débitos não compensados. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Cabe ao contribuinte efetivamente comprovar, nos termos e prazos da legislação de regência, a liquidez e certeza dos créditos que pretende compensar. A ausência de comprovação afasta o direito creditório pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Declarouse impedido o Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 00 13 64 /2 00 2- 12 Fl. 850DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 3 2 (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto – Presidente (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Gilberto Baptista, João Carlos de Figueiredo Neto e Ester Marques Lins de Sousa. Relatório Tratase de pedido de restituição (fls. 01), protocolizado em 10/04/2002 e relativo ao saldo negativo do IRPJ apurado no anocalendário de 2001, no valor originário de R$ 71.151.043,71. Cuidase, ainda, dos pedidos de compensação de fls. 02, 42 e 54, protocolizados, respectivamente, em 10/04/2002, 14/05/2002 e 13/06/2002, da Declaração de Compensação de 22/01/2003 (fls. 235/236) e dos DCOMP n° 30722.99163.140803.1.3.02 0694 (fls. 256/259) e 10175.86150.081204.1.3.027397 (fls. 260/263), transmitidos, respectivamente, em 14/08/2003 e 08/12/2004. Adotamos, pela clareza das informações, o relatório da decisão de primeira instância, que consignou: Em 27/11/2006, conforme documento de fls. 170, a contribuinte teria protocolizado retificação do pedido de restituição para aumento do valor originário do direito creditório para R$ 71.379.573,55. Na decisão, o órgão local referese expressamente à apreciação do pedido de restituição devidamente retificado e aos pedidos de compensação formalizados às fls. 02, 42, 54 e 221, este último não localizado nos autos. Nos fundamentos, consta que, após o procedimento fiscal, para a verificação da regularidade de determinação da base de cálculo do IRPJ e, consequentemente, do saldo negativo apurado pelo contribuinte no anocalendário de 2001, teria sido lavrado auto de infração para redução do saldo negativo de IRPJ de R$ 71.379.573,55 para R$ 37.098.972,61. Entretanto, em consulta às Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais — DCTF, verificouse que o contribuinte já teria utilizado parte de tal direito creditório para pagar as estimativas devidas nos meses de janeiro, março, abril, maio e junho de 2002. Diante de tais fatos, assim se pronunciou o órgão local: Fl. 851DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 4 3 "Considerando que o processo em tela foi protocolado em 10/04/2002 (fl. 01) e que no Pedido de Restituição, posteriormente retificado (fl. 170), foi solicitado o valor total apurado de imposto de renda negativo a pagar, conforme depreendese da DIPJ 2002 nos autos juntada (fl. 108), devese abater do saldo até aqui apurado o valor de janeiro de 2002, pois utilizado para compensação antes da data do protocolo acima digitada, o que resulta no desconto da quantia de R$ 919.313,26. Em relação aos valores do IRPJ mensal de março, abril, maio e junho de 2002, o sujeito passivo não poderia ter utilizado parte do saldo negativo de IRPJ a pagar do anocalendário de 2001, pois já havia protocolado, em 10/04/2002, pedido de restituição em que solicitava a totalidade do saldo referido e do qual não apresentara desistência". (...) Conclui, assim, o órgão local pelo reconhecimento do direito creditório relativo ao saldo negativo do IRPJ de 2001 no valor de R$ 36.179.659,35 (R$ 37.098.972,61 R$ 919.313,26), e pela homologação das compensações até o limite do crédito reconhecido. Após a decisão foram juntados aos autos a declaração de compensação, protocolizada em 22/01/2003 (fls. 235/236) e os PER/DCOMP n° 30722.99163.140803.1.3.02 0694 (fls. 256/259) e 10175.86150.081204.1.3.027397 (fls. 260/263), transmitidos, respectivamente, em 14/08/2003 e 08/12/2004. Constam também os demonstrativos de operacionalização da compensação às fls. 303/305, tendo sido formalizado despacho específico, às fls. 313, pelo Serviço de Orientação e Análise Tributária SEORT, para a homologação em parte das compensações integrantes dos autos e a determinação de cobrança dos débitos remanescentes. Cientificado, por via postal, em 27/03/2007 (conforme Aviso de Recebimento de fls. 317), do reconhecimento em parte do direito creditório e da homologação parcial das compensações, em 23/04/2007, foi protocolizada a manifestação de inconformidade de fls. 318/324, na qual se destacam as seguintes razões de defesa. Assinala que o indeferimento do direito creditório relativo ao saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001 seria decorrência: (i) do auto de infração lavrado no âmbito do processo administrativo n° 10932.000368/200612, tendo em conta a apuração de omissão de receitas financeiras da ordem de R$ 201.005.838,16; e (ii) da utilização de parte do direito creditório na compensação das estimativas devidas no ano calendário de 2002. Requer, assim, que os argumentos aduzidos na impugnação aos lançamentos efetuados no âmbito do processo administrativo n° 10932.000368/200612 integrem a presente manifestação de inconformidade (cópia da impugnação juntada às fls. 353/375). Fl. 852DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 5 4 Por outro lado, consigna que, como os valores atinentes ao pagamento por estimativa dos meses de março, abril, maio e junho de 2002 referirseiam à apuração do Lucro Real de Sociedade em Conta de Participação (SCP) existente na fábrica da empresa no Paraná, não teriam relação com o direito creditório relativo ao saldo negativo de IRPJ de 2001. Acrescenta que tais compensações teriam sido efetuadas sem processo, e informadas nas DCTF conforme legislação vigente à época. Requer que também integrem a presente manifestação de inconformidade os argumentos apresentados na petição de fls. 377/378. Aduz que como os créditos utilizados na compensação das estimativas seriam de outra pessoa jurídica (a SCP), impor seia a homologação integral das compensações efetuadas nos presentes autos. Requer o sobrestamento da cobrança das compensações não homologadas até a decisão definitiva do processo n° 10932.000368/200612. Em 21 de maio de 2007, esta Turma de Julgamento converteu em diligência o julgamento do processo, conforme Resolução n° 1.315 de fls. 389/390, para que a DRF São Bernardo do Campo/SP editasse ato específico de não homologação expressa dos PER/DCOMP de fls. 256/259 e 260/263. Às fls. 391, foi providenciada a ratificação, pelo DRF São Bernardo do Campo/SP, do despacho proferido pelo Seort de fls. 313, cientificada, por via postal, ao interessado em 15/06/2007 (cf. AR de fls. 393). Em 13/07/2007, foi protocolizado aditamento à manifestação de inconformidade, na qual vem a contribuinte alegar mudança de critério jurídico ou infringência ao disposto no art. 146 do CTN. Nas palavras da defesa, o primeiro despacho decisório teria "homologado tacitamente" as compensações; o segundo despacho, afirmando não terem sido expressamente apreciadas as compensações, procedeu à sua nãohomologação. Diz que o tratamento adotado no segundo despacho seria discrepante e contraditório com o anterior. Em suas palavras: "Com efeito, a Administração Fiscal, por intermédio do despacho decisório SEORT n° 024/07, ao analisar o pleito de restituição concernente aos créditos de IR de 2001, deferiu parcialmente o pedido de restituição formulado pela ora Requerente, no valor de R$ 36.179.659,35, com a consequente homologação dos pedidos de compensação apresentados até o limite do direito de crédito reconhecido e a cobrança dos débitos supostamente compensados de forma indevida. Essa análise, por óbvio, abrangeu as declarações de compensação ora não homologadas. No presente momento, porém, por intermédio do despacho decisório ora impugnado, a DRF/SBC não homologa compensações eletrônicas apresentadas que utilizaram os mesmos créditos de 2001 (aqueles sobre os quais já havia manifestação definitiva), o que significa uma alteração de critério jurídico quanto a fato gerador ocorrido anteriormente à Fl. 853DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 6 5 sua introdução, em desobediência ao artigo 146 do CTN: ..." [destaques do original] Afirma que o art. 146 do CTN consagraria uma regra de irretroatividade de nova interpretação da Administração, decorrente de modificação dos critérios jurídicos, em relação a um mesmo sujeito passivo. E continua: "Cuidase, portanto, de modificação de critério jurídico introduzida pela autoridade administrativa na apreciação das declarações de compensação ora nãohomologadas: o despacho inicial, ao analisar os créditos de IR de 2001, indeferiu certas declarações de compensação, conforme se comprova da sua íntegra, exigindo o tributo compensado de forma supostamente indevida; agora exigese tributo que não havia sido exigido até então, face o indeferimento de outras compensações decorrentes do mesmo fato. Tal alteração de critério jurídico só poderia alcançar fatos geradores futuros, em face do que dispõe o artigo 146 do Código Tributário Nacional". [destaques do original] Reforça que, por ter o Despacho Decisório SEORT n° 24, de 2007, analisado as compensações ora nãohomologadas, poder seia falar em mudança de critério jurídico no novo despacho de fls. 391. Defende que o primeiro despacho, ao analisar o pedido de restituição atinente aos créditos de IR de 2001, teria se manifestado acerca de todas as declarações de compensação que teriam utilizado tal crédito, o que incluiria as compensações ora não homologadas. Em 07 de abril de 2008, a 2a Turma da Delegacia de Julgamento de Campinas decidiu, por unanimidade, NÃO RECONHECER o direito creditório em litígio e NÃO HOMOLOGAR as compensações a ele vinculadas. Com a ciência da decisão, a interessada interpôs Recurso Voluntário, no qual, em síntese, repisou os argumentos da manifestação de inconformidade. Posteriormente, a empresa atravessou a petição de fls. 549 e seguintes, na qual alega que não houve a suposta omissão de receitas autuada pela Receita Federal, além do fato de que as receitas financeiras contabilizadas seriam em montante superior ao quantum reconhecido pela fiscalização e compensado, o que ensejaria a homologação integral das declarações entregues. Os termos empregados pela Recorrente foram: Ocorre, porém, que a referida omissão não ocorreu de fato, sendo fruto de equívocos da Fiscalização e falhas no trabalho de verificação dos documentos que comprovam adequadamente a correção nos procedimentos da ora Requerente. Conforme já explicado na impugnação e no recurso apresentados, os valores atinentes às receitas financeiras envolvendo aplicações financeiras auferidas pela ora Requerente foram todos escriturados em sua contabilidade. Fl. 854DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 7 6 Nesse sentido, foi juntada toda a documentação competente, demonstrando os valores advindos das operações financeiras que suportam e justificam as retenções de IRRF e que foram escriturados em contas contábeis, que afetaram o resultado do exercício (anocalendário de 2001) e conseqüentemente compõem o lucro contábil utilizado para a determinação do Lucro Real. Ocorre que a Fiscalização não entendeu a forma de contabilização da empresa, que utilizava algumas contas contábeis transitórias, repassando para as contas contábeis definitivas apenas o resultado final (receitas diminuídas das despesas relativas a essas contas transitórias). A Fiscalização limitouse a verificar as contas definitivas e, não tendo nelas localizado os valores que procurava, apressadamente concluiu tratarse de caso de omissão de receita, sem se atentar que tais receitas foram registradas em contas transitórias, afetando o resultado. Era necessário, então, um exame cuidadoso de toda a contabilidade da empresa, o que a Fiscalização deixou de fazer. Foi requerido que tal trabalho fosse realizado por empresa de auditoria externa (Ernest & Young), independente e de reconhecida competência técnica (doc. j.). O escopo dos trabalhos realizados foi verificar "a existência dos lançamentos contábeis efetuados no razão analítico, relacionados a receitas financeiras sujeitas a retenção de IRRF auferidas durante o ano de 2001 da Volkswagen" (pág. 07). Ademais, nos termos do quanto exposto na página 08, verificase a abrangência da análise efetuada, na medida em que a "seleção utilizada para a execução dos nossos trabalhos correspondeu a 100% dos valores constantes nos Informes de Rendimentos". É possível verificarse no referido laudo todas as operações que deram ensejo ao recolhimento do IRRF no valor de R$ 71.151.043,71, cuja restituição foi requerida. As operações foram divididas em grandes grupos (em função da instituição financeira e nome da aplicação financeira), conforme se verifica da página 09 do laudo contábil. As operações estão detalhadas entre as páginas 11 e 40 do laudo, havendo uma conclusão para cada grupo (modalidade) de operação. Essa conclusão demonstra o valor registrado a título de receitas financeiras atinentes a aplicações financeiras sujeitas ao IRRF. Necessário ressaltar, outrossim, os termos da conclusão geral sobre os trabalhos realizados, segundo o qual foi de R$ 359.911.505 o valor das receitas financeiras registradas na contabilidade referentes a aplicações financeiras sujeitas ao imposto de renda na fonte no ano de 2001 (pág. 41). Esse montante é superior ao informado pelas instituições financeiras (valor de R$ 350.782.127,20) e tido pela Fiscalização como correto. Ou seja, todas as receitas financeiras foram contabilizadas e afetaram o resultado. Fl. 855DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 8 7 Em decorrência da petição e do laudo contábil mencionado pela interessada, manifestouse a Fazenda Nacional (fls. 559 e ss.) pela intempestividade dos documentos, que não poderiam ser apresentados sete meses depois da interposição do Recurso Voluntário. Alternativamente, pugna a Fazenda Nacional, ao menos, pela conversão do julgamento em diligência, nos seguintes termos: Que os sejam autos baixados em diligência, a fim de que a Fiscalização possa se manifestar acerca do relatório contábil da Ernst Young, tecendo as considerações que ache pertinente para a elucidação da controvérsia, sendo que tal diligência será fundamental para uma melhor formação do convencimento deste Egrégio Colegiado. Ademais, a Fiscalização deverá se manifestar no sentido de esclarecer se tal relatório contábil acostado guarda pertinência com os presentes autos e se mostra apto a justificar qualquer modificação nas rr. Decisões proferidas pela Colenda 2a Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em CampinasSP e pela DRF de São Bernardo do CampoSP. É o relatório. Voto Conselheiro Roberto Caparroz de Almeida, Relator O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos legais, razão pela qual dele conheço. A partir das informações trazidas aos autos, que buscam demonstrar a pertinência e a validade dos créditos pleiteados pela Recorrente, assim como a correta contabilização das suas receitas financeiras, circunstância que teria o condão de afastar a exigência formulada nos Autos de Infração controlados no processo administrativo n° 10932.000368/200612, que foram distribuídos, por conexão, a este Relator, entendo que os argumentos e documentos apresentados pela interessada, ainda que posteriormente ao prazo legal para interposição do Recurso Voluntário, devam ser apreciados pela Delegacia de São Bernardo do Campo. O histórico de decisões desta Turma, na esteira do entendimento majoritário do CARF, tende a admitir, em homenagem ao princípio da verdade material, tão caro ao processo administrativo, a apresentação de provas após o prazo legal, mormente quando aptas a elucidar situações de fato que poderão contribuir o deslinde das questões debatidas. Ocorre que os documentos informados encontramse acostados aos autos do processo administrativo n° 10932.000368/200612, que discute os Autos de Infração lavrados contra a Volkswagen a partir dos mesmos fatos discutidos neste processo. Ao analisarmos o andamento processual daquele feito, que nos foi distribuído por conexão, podemos perceber que já houve a baixa em diligência (com efeito, foram Fl. 856DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 9 8 realizadas duas diligências, uma a pedido da Delegacia de Julgamento de Campinas e outra mediante Resolução deste Conselho) para que a repartição de origem apreciasse os argumentos e documentos trazidos pela empresa, com destaque para o laudo elaborado pela Consultoria Ernst & Young. Assim, pela absoluta identidade dos fatos, tomaremos como referência a manifestação produzida naquele processo, que julgaremos em conjunto com os presentes autos, sem prejuízo de solicitarmos à Secretaria desta Câmara a anexação de cópias digitais de todos os documentos ali consignados, que serão utilizados como fundamento para a nossa decisão (fls. 864 a 1.681 do processo administrativo n° 10932.000368/200612). Passemos, pois, à análise da matéria e das considerações a ela pertinentes. Em caráter preliminar, entende a Recorrente que houve nulidade no procedimento, ante a suposta mudança no critério jurídico adotado no Despacho Decisório (que teria homologado as compensações até o limite do direito de crédito reconhecido e o Despacho de fls. 391, que expressamente: (i) homologou o pedido de compensação de fls. 02; (ii) homologou em parte o pedido de compensação de fls. 42; e (iii) não homologou o pedido de compensação de fls. 54, a declaração de compensação de fls. 235/236, e os PER/DCOMP n° 30722.99163.140803.1.3.020694 (fls. 256/259) e 10175.86150.081204.1.3.027397 (fls. 260/263). O fundamento para a nulidade seria a ofensa ao teor do artigo 146 do CTN: Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Neste passo, entendo que não assiste razão à Recorrente, pois o segundo Despacho, solicitado pela Delegacia de Julgamento para saneamento do processo, não alterou a decisão anterior de homologação das compensações até o limite do crédito reconhecido, mas apenas procedeu à sua liquidação, providência necessária porque o direito creditório, reconhecido apenas em parte, restou insuficiente para a compensação de todas as declarações apresentadas. Essa circunstância, bem como os fundamentos da medida, foram assim justificados na decisão ora recorrida: Esta Turma de Julgamento, ao determinar o retorno dos autos para que fosse providenciado o ato de nãohomologação específico dos PER/DCOMP de fls. 256/259 e 260/263 (Resolução n° 1.315 de 21/05/2007 — fls. 389/390), atuou de forma preventiva, para evitar quaisquer futuras alegações de homologação tácita das compensações formalizadas nos Fl. 857DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 10 9 PER/DCOMP em questão, diante da ausência de ato de não homologação expresso no despacho decisório original. Importante consignar que as PER/DCOMP de fls. 256/259 e 260/263 somente teriam sido juntadas ao processo, após o despacho decisório original, no qual não há referência expressa a tais documentos. De outro lado, a legislação em vigor consagra que a declaração de compensação extingue o débito compensado, sob condição resolutória de posterior não homologação, e prevê a possibilidade de homologação tácita das compensações, na ausência de ato de nãohomologação. Ressaltese que apesar de ser bastante convincente a tese da defesa de ser exauriente o ato de apreciação do direito creditório e de homologação da compensação até o limite do crédito reconhecido, sendo desnecessária a emissão de ato de nãohomologação específico para todas as compensações vinculadas ao direito creditório apreciado, por prudência, para garantir a efetividade da decisão da DRF São Bernardo do Campo/SP, este órgão julgador devolveu o processo para que fosse praticado o ato específico de não homologação das compensações, que não integravam o processo na data da decisão original. Relevante assinalar, ainda, que, antes da ciência da contribuinte ao despacho decisório original de fls. 227/232, o SEORT da DRF São Bernardo do Campo/SP já havia providenciado a operacionalização da compensação do direito creditório reconhecido, com os débitos compensados nos pedidos e nas declarações de compensação, inclusive nos PER/DCOMP em questão, procedendo à homologação em parte das compensações e à determinação da cobrança dos débitos remanescentes (fls. 313). Desta forma, equivocouse a contribuinte quando disse que os débitos relativos aos PER/DCOMP de fls. fls. 256/259 e 260/263 somente teriam sido cobrados após o segundo despacho. Compulsando os documentos de fls. 313/316, verifica se que os débitos compensados nos PER/DCOMP em questão já haviam sido cobrados, quando da ciência do despacho decisório original. Por ocasião do despacho de nãohomologação dos PER/DCOMP, não foram acrescidos quaisquer débitos à cobrança já formalizada nos presentes autos. Ademais, o saneamento do processo foi necessário, porque, no Despacho SEORT de fls. 313, não teria sido mencionada a existência de Portaria de Delegação de Competência para o ato de nãohomologação ali praticado, o que foi devidamente saneado com o Despacho de fls. 391, subscrito pelo próprio Delegado da Receita Federal do Brasil em São Bernardo do Campo/SP. Entendo correto o procedimento determinado pela Delegacia de Julgamento, necessário para a operacionalização das decisões prolatadas e, nesse contexto, penso que não houve ofensa aos preceitos legais, consubstanciada na hipotética alteração de critério, razão pela qual indefiro o argumento preliminar trazido à baila pela Recorrente. Fl. 858DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 11 10 Quanto ao mérito, que se subsume à comprovação ou não da escrituração integral das receitas financeiras e da correspondente oferta à tributação, tomamos, de empréstimo, as razões de decidir empregadas no processo administrativo n° 10932.000368/200612, ante a absoluta conexão entre os feitos. Ressaltese que a segunda diligência naqueles autos, realizada mediante provocação do contribuinte e alternativamente reclamada pela Fazenda Nacional, na hipótese de aceitação dos documentos colacionados depois de vencido o prazo para o Recurso Voluntário, assim se manifestou: De plano, notamos que a devolução à Unidade de origem do presente, já exaustivamente analisado, versa sobre o relatório juntado pela recorrente ao processo. Tais documentos, no entender do Conselho, estariam trazendo prova da contabilização das receitas financeiras que geraram as retenções do IRRF, este é o cerne da lide processual. De início, cumpre frisar que o relatório, elaborado pela empresa de auditoria e consultoria independente "Ernest& Young a partir de Julho/2008, mediante encomenda da recorrente e denominado "Relatório de Especialista", constituise em mais uma tentativa de fazer prova do oferecimento, à tributação, das receitas auferidas pela última durante o ano de 2001. Não é, nem poderia ser, prova absoluta do que alega, tampouco anula as conclusões a que chegaram as autoridades administrativas que examinaram o tema neste processo, sob pena de afronta à atribuição privativa legalmente atribuída à autoridade administrativa (art. 142, CTN), já que se está diante da apuração da base tributável. (...) O início do Relatório é uma carta endereçada à recorrente, remetida pela "Ernest & Young", cujo conteúdo é a apresentação dos resultados dos trabalhos contratados e princípios que os nortearam, realizando, aqui e ali, ressalvas a determinados temas que considerou pertinentes à correta interpretação dos desfechos alcançados. Impossível desconsiderar as seguintes: 1."a informação utilizada como base para a realização dos nossos trabalhos nos foi fornecida pela administração da WB"; 2."não emitimos e não emitiremos nenhum parecer ou qualquer outra forma de garantia sobre as demonstrações financeiras da WB tomadas como um todo"; 3."as afirmações e opiniões expressadas no decorrer deste relatório são baseadas em documentos recebidos, na experiência, treinamento e especialidade dos profissionais da EY envolvidos nas análises e desenvolvimento dos trabalhos". Ora, façamos uma análise das ponderações, porque relevantes. Primeiro: a empresa contratada afirma que teve como suporte para seus trabalhos as informações fornecidas pela recorrente, Fl. 859DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 12 11 ou seja, ao fazer a ressalva, quis salvaguardar sua credibilidade como Auditoria Independente, já que se tivesse acesso a todos os registros, dados e informações existentes em posse da recorrente, necessários e bastantes às conclusões encomendadas, não o faria nem poderia. Isto colocado, fácil concluir ter a recorrente fornecido os documentos, registros e informações de seu estrito interesse. A conduta, em si, não é questionável afinal, ninguém pode ser compelido a produzir prova contra si. Questionável é, todavia, a fidelidade aos fatos de parecer elaborado com esta ressalva, com aparente neutralidade como deseja fazer crer a recorrente e endereçado a desfazer as incertezas atribuídas ao crédito pelas autoridades que decidiram o pleito nas instâncias administrativas precedentes. Segundo: a contratada, expressamente, abstémse de pronunciar veredicto acerca das demonstrações financeiras da recorrente, tomadas como um todo. De se perquirir, confessando a curiosidade, qual o motivo que a levou a assim excetuar: se por ter enfrentado obstáculo à auditoria que pretendia realizar, ou se por inacessíveis documentos que fariam pronunciarse com eloquência! Mais uma vez: se a própria Auditoria contratada não é segura ao firmar conclusões sobre as demonstrações financeiras da recorrente, "tomadas como um todo", tranquilo constatar a parcialidade das informações, registros e documentos a que teve acesso. Terceiro: a contratada reafirma a base sobre a qual elaborou suas conclusões em ressonância à primeira das ressalvas, e admite serem aquelas o produto da experiência, treinamento e especialidade de seus colabores. Em suma: os pareceres e conclusões a que chegaram os profissionais contratados pela recorrente são, nas palavras da própria empresa de Auditoria, sujeitos a correções, ou emendas, ou alterações se confrontados a experiências, treinamentos e especialidades diversas. Ou é outra a conclusão a que se poderia chegar? Compreendidas as escusas vazadas pela empresa de Auditoria contratada, norteadoras de todo o trabalho com o qual pretende a recorrente desconstituir as conclusões proferidas pelas autoridades fiscais que o precederam, é altamente arriscado emprestar fé aos pareceres trazidos no Relatório, ainda mais quando se está diante de atividade administrativa plenamente vinculada (art. 3°, CTN). Ou, ainda, quando o interesse público e o erário estão sob risco. Notese, por oportuno, a necessidade de certeza e liquidez do crédito trazido à compensação (art. 170, CTN), do que resulta a não admissão, no procedimento, de provas parciais, revestidas de exceções. Afinal, se todo o trabalho da empresa de Auditoria se apóia em terreno movediço, como acreditálo? Por tudo isso, já se poderia devolver o processo à autoridade julgadora que determinou a diligência. Entretanto, em reverência aos princípios do contraditório e ampla defesa que Fl. 860DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 13 12 também norteiam os processos administrativos fiscais e em honra à Resolução e entendimentos proferidos pelo ilustre Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, fiz a análise dos documentos que fazem parte do Relatório. (grifamos) Importante destacar que a matéria em litígio naquele processo diz respeito à teoria das provas, mais especificamente sobre a suficiência dos documentos apresentados, no sentido de permitir, tanto para a fiscalização como para os julgadores, a formação do convencimento acerca da efetiva escrituração das receitas autuadas neste processo, bem como a higidez dos procedimentos adotados. A despeito do princípio da unicidade, que rege todas as manifestações exaradas por órgãos públicos, a exemplo da Receita Federal do Brasil, não podemos olvidar que a documentação apresentada pela empresa foi analisada, em diversos momentos, por três autoridades diferentes, sendo certo que, em todas as ocasiões, houve manifestação pela insuficiência de provas e pela não comprovação do quanto alegado pela empresa. A análise probatória é, certamente, decorrência de um juízo de valor sobre a capacidade de se comprovar direitos ou benefícios conferidos pela lei tributária. No caso de compensações, o direito pleiteado deve ser líquido (passível de utilização para os fins almejados) e certo (no sentido de segurança jurídica, inclusive), nos exatos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Pareceme razoável intuir que, no caso de compensações, o dever de comprovação dos atributos de liquidez e certeza recai sobre o contribuinte, que deve demonstrar, para além de qualquer dúvida, a validade dos montantes pleiteados, assim como incumbe à administração tributária o dever de perquirir sobre a existência e a pertinência desses valores, bem como a análise dos fatos jurídicos que lhe deram causa. Conquanto possa o contribuinte adotar critérios variados na escrituração de suas contas, desde que respeitados os princípios previstos nas legislações societária e tributária, isso não afasta pelo contrário, exige a efetiva demonstração, sempre que necessário, dos valores oferecidos à tributação. E, sobre este ponto crucial para o deslinde daquele processo, não podemos olvidar que autoridades tributárias distintas, em momentos processuais diferentes, não reconheceram como aptos os documentos e argumentos trazidos pela interessada, conforme se depreende do relatório final de diligência (fls. 1.674 e ss.): Da análise pude constar o seguinte: 1. A empresa de Auditoria contratada ratificou a retenção de R$ 71.151.044,00 do imposto sobre as rendas auferidas pela recorrente em aplicações de seu capital; Fl. 861DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 14 13 2. A empresa de Auditoria contratada apurou um total de R$ 350.782.127,00 em rendimentos de aplicações financeiras auferidos no ano de 2001; 3. A empresa de auditoria contratada concluiu que a recorrente contabilizou, do total de rendimentos de aplicações financeiras auferidos no ano de 20001, o valor de R$ 359.911.505,00; 4. Os trabalhos executados pela empresa de Auditoria contratada não incidem sobre a questão discutida o oferecimento à tributação dos rendimentos de aplicações financeiras auferidos pela recorrente no ano de 2001 tampouco concluem positiva ou negativamente sobre ela; 5. A recorrente usava contas transitórias auxiliares para a contabilização das receitas financeiras auferidas no decorrer do ano de 2001, havendo nelas registrado o valor apurado pela empresa de auditoria "Ernest & Young", ou seja, R$ 359.911.505,00. Oportuno, ainda, trazer algumas conclusões a que cheguei ao comparar o Relatório juntado pela Recorrente com os trabalhos de diligência fiscal levados a cabo, consubstanciados nos mencionados Termos de Conclusão de Diligência (fls.366 a 369), bem como com os demais documentos e informações disponíveis. Primeira: a fiscalização concluiu pelo auferimento das receitas financeiras, no ano de 2001, na monta de R$ 350.782.127,00, valor que difere dos R$ 359.911.505,00, apurados pela "Ernest& Young" em exatos R$ 9.129.378,00. Estes não são, novamente, os valores demonstrados formalmente pela recorrente no curso das varias diligências e intimações que sofreu. Segunda: na DIPJ/2002, a qual a recorrente defendeu conter todas as informações referentes aos rendimentos de aplicações financeiras que percebeu no ano de 2001(fl.192) consta sob a rubrica "outras receitas financeiras" (ficha 06A, linha 24, fl.124) a soma de R$ 149.776.289,04. Este não é o valor que a própria recorrente e, agora, sua contratada "Ernest & Young" apuraram auferido no período. Terceira: também na DIPJ/2002, ficha 06A, linha 21, deveriam estar presentes os rendimentos do capital da recorrente em operações "swap", já que parte dos R$ 350.782.127,00, defendidos no relatório como Recebidos no ano de 2001 referemse a tais operações (fls184 a 206). É o que determina a legislação do Imposto de Renda. Contudo, curiosamente, o valor referente a tais operações aparece ZERO nessa Declaração (fl. 124). Desnecessário outras palavras, face à cristalina incongruência entre documentos trazidos pela recorrente, pelo desinteresse na correta instrução processual mesmo na presente fase, pela parcialidade explícita do Relatório com o qual pretende abalar as conclusões a que chegaram as autoridades fiscais que, repita Fl. 862DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 15 14 se, exaustivamente analisaram as provas do suposto crédito trazido à compensação. Finalmente, apresento a conclusão da diligencia para responder ao Conselho que: 1. A recorrente usava contas transitórias auxiliares para a contabilização das receitas financeiras no decorrer do ano de 2001, havendo nelas registrado o valor apurado pela empresa de auditoria "Ernest & Young", ou seja, R$ 359.911.505,00. Contudo, não foi possível aferir ser esta toda a soma de fato auferida pela recorrente, face a recusa em fornecer outras informações a época solicitadas (fl. 368), considerando, ainda o opus probandi. 2. Não restou confirmado o oferecimento à tributação das receitas financeiras percebidas pela recorrente no ano calendário 2001, sejam oriundas da aplicação em fundos de renda fixa, sejam elas oriundas de operações ditas "swap", tampouco ficou demonstrada a presença da totalidade desses rendimentos na DIPJ/2002, não havendo juntada de qualquer documento, registro ou informação, pela recorrente, de que ofereceu parte desses rendimentos á tributação em outro exercício. 3. O laudo acolhido pelo ilustre Conselho, ora denominado Relatório, ficou comprovadamente reprimido aos registros, documentos e informações de interesse da recorrente, conforme as próprias palavras da empresa "Ernest & Young" na carta de apresentação dos resultados por elas solicitados, tornadoo autodeclaração daquela. Acolho, pois, o entendimento exarado pelas autoridades fiscais no processo administrativo n° 10932.000368/200612. Diante dos fatos e argumentos expostos votamos, naquele feito, pela manutenção dos lançamentos a título de IRPJ e CSLL, que possuem correlação direta com a não homologação de parte das compensações aqui pleiteadas, de sorte que a decisão de primeira instância, nos exatos termos em que prolatada pela Delegacia de Julgamento de Campinas, não merece reparos e deve ser integralmente mantida. Por oportuno, solicito, para a correta instrução dos autos, que a Secretaria desta Câmara extraia e anexe a este processo as folhas digitais de número 864 a 1.681 do processo n° 10932.000368/200612. Ante o exposto CONHEÇO do Recurso e, no mérito, voto por NEGARLHE provimento. É como voto. Fl. 863DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 13819.001364/200212 Acórdão n.º 1201001.317 S1C2T1 Fl. 16 15 (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Relator Fl. 864DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/ 02/2016 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 15/02/2016 por MARCELO CUBA NETTO
score : 1.0
Numero do processo: 11610.004683/2007-97
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jan 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001
RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. PRAZO.
O prazo para que a pessoa jurídica possa pleitear a restituição/compensação de saldo negativo de IRPJ/CSLL, apurado anualmente, extingue-se após o transcurso do período de cinco anos, contados a partir do 1º dia do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao do encerramento do respectivo período de apuração.
Numero da decisão: 1402-001.975
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez.
(assinado digitalmente)
LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente.
(assinado digitalmente)
FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, LEONARDO LUIS PAGANO GONÇALVES e DEMETRIUS NICHELE MACEI.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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PRESCRIÇÃO. PRAZO. O prazo para que a pessoa jurídica possa pleitear a restituição/compensação de saldo negativo de IRPJ/CSLL, apurado anualmente, extinguese após o transcurso do período de cinco anos, contados a partir do 1º dia do mês de janeiro do anocalendário subsequente ao do encerramento do respectivo período de apuração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez. (assinado digitalmente) LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente. (assinado digitalmente) FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, LEONARDO LUIS PAGANO GONÇALVES e DEMETRIUS NICHELE MACEI. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 00 46 83 /2 00 7- 97 Fl. 287DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 11610.004683/200797 Acórdão n.º 1402001.975 S1C4T2 Fl. 288 2 Relatório B.V. Trading S.A. recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 1ª Turma da DRJ Juiz de Fora/MG, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Tratase de pedido de restituição efetuado pela empresa em epígrafe, em 15 de maio de 2007, decorrente de saldo negativo de IRPJ e CSLL, anocalendário 2001, no valor de R$ 6.488.138,07. A DIORT/SP emitiu Despacho Decisório, de 8 de outubro de 2009, no qual decidiu pelo indeferimento do pedido de restituição, sob o fundamento de decadência, porquanto quando do protocolo do referido pedido já se havia passado mais de 5 (cinco) anos da data de constituição dos saldos negativos IRPJ/CSLL. Inconformada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade na qual, após um breve relato dos fatos, se defende, em síntese, através dos seguintes tópicos: I – DOS FATOS II – DAS RAZÕES DO RECURSO A PRELIMINARMENTE, DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO E DO EFEITO SUSPENSIVO; B DA NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO; III – DO MÉRITO A – DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO B – DO LUCRO REAL C – DO LANÇAMENTO D – DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA E – DAS COMPENSAÇÕES F – DA DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO G – DA CONCLUSÃO IV – DO PEDIDO.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 09 48.174 (fls. 6470) de 28/11/2013, por unanimidade de votos, considerou improcedente a manifestação de inconformidade. A decisão foi assim ementada. “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 Fl. 288DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 11610.004683/200797 Acórdão n.º 1402001.975 S1C4T2 Fl. 289 3 RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. PRAZO. O prazo para que a pessoa jurídica possa pleitear a restituição/compensação de saldo negativo de IRPJ/CSLL, apurado anualmente, extinguese após o transcurso do período de cinco anos, contados a partir do 1º dia do mês de janeiro do anocalendário subsequente ao do encerramento do respectivo período de apuração.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 26/12/2013 (termo de fl. 72) a interessada interpôs recurso voluntário em 14/01/2014 (fls. 7490) onde repisa os argumentos apresentados em sua impugnação. É o relatório. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 11610.004683/200797 Acórdão n.º 1402001.975 S1C4T2 Fl. 290 4 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Dele, portanto, tomo conhecimento. A contribuinte alega que não há que se falar em prescrição de seu direito creditório, fundamentandose, em suma, na tese de que, enquanto for optante pelo lucro real, não se inicia a contagem de prazo prescricional para o aproveitamento do saldo negativo de IRPJ e CSLL. Sobre o assunto, cabe aqui tecer as algumas considerações. Da fato, houve tempo em que este Conselho adotava esse entendimento. Vejase as ementas a seguir, da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF. “RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. PRESCRIÇÃO. INAPLICABILIDADE. Não deve ser aplicado o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para que o contribuinte exerça seu direito à restituição nos casos de saldo negativo de IRPJ e CSLL, quando mantido o regime de apuração do lucro real, uma vez que o saldo negativo é apurado e renovado a cada período”. (Câmara Superior de Recursos Fiscais, 1ª Turma, Acórdão n° 910100.411, sessão de 03/11/2009) “IRPJ. COMPENSAÇÃO E RESTITUIÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. ANOSCALENDÁRIO 1995 E 1996. Inexiste prazo prescricional para o contribuinte compensar e/ou solicitar a restituição de saldo negativo de imposto de renda e contribuição social enquanto o contribuinte se manter [sic] em atividade e com o mesmo regime de tributação”. (Câmara Superior de Recursos Fiscais, 1ª Turma, Acórdão n° 9101 00.464, sessão de 04/11/2009). Entretanto, é importante destacar, tais decisões abrangiam o aproveitamento de saldo negativo no contexto da redação original do art. 74 da Lei 9.430/96, com a regulamentação dada pelas Instruções Normativas SRF nº 21/97 e nº 93/97. Destacase, também, que, até as alterações introduzidas pela Lei 10.637/2002, a compensação entre tributos de mesma espécie era regida pelo art. 66 da Lei 8.383/1991, onde não se exigia nem mesmo apresentação de pedido de compensação quando o saldo negativo de IRPJ era utilizado para a quitação de estimativas ou ajustes subseqüentes também relativos ao IRPJ. Essa dinâmica da redação original do art. 74 da Lei 9.430/1996 com o disposto no art. 66 da Lei 8.383/1991 resultou na regulamentação das referidas instruções normativas, cujas normas inspiraram as referidas decisões da CSRF. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 11610.004683/200797 Acórdão n.º 1402001.975 S1C4T2 Fl. 291 5 No entanto, a Lei 10.637/2002 introduziu profundas modificações no art. 74 da Lei 9.430/1996, alterando toda a sistemática de compensação vigente até então. A partir daí, o aproveitamento de saldo negativo, ainda que para a quitação de tributo de mesma espécie (IRPJ com IRPJ, p/ ex.), não poderia mais se dar mediante simples dedução, como autorizava o art. 23 da IN SRF nº 93/1997. A sistemática da Lei 10.637/2002 previa todo um procedimento para aproveitamento de saldo negativo (mesmo de períodos anteriores), tanto que a Contribuinte ingressou com o pedido de restituição que ora se analisada. De fato, a partir de 01/10/2002 (dada de vigência das referidas alterações promovidas pela Lei 10.637/2002), a realização de restituição ou compensação dependia não somente de apresentação de pedido de restituição/declaração de compensação (PER/DCOMP), mas de apresentação desse instrumento em tempo hábil, o que não ocorreu. Isso porque, por força do inciso I do art. 168 da Lei n.º 5.172/66 (Código Tributário Nacional – CTN), in verbis, o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Em conseqüência desse dispositivo legal, não se admite compensação com crédito apurado ou decorrente de pagamento efetuado há mais de 5 anos da data da entrega do PER/DCOMP. Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; Como se vê, decorre de expressa disposição legal que o direito de pleitear o reconhecimento do indébito tributário extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Assim, o contribuinte dispõe de 5 (cinco) anos para pleitear restituição de eventual crédito – ou promover compensação de crédito passível de restituição –, e esse prazo é contado da data da extinção do crédito tributário, representada, no caso de indébito correspondente a saldo negativo de IRPJ/CSLL, pela data de encerramento do período de apuração, na medida em que não se trata de mero pagamento indevido ou a maior de tributo antes apurado, mas sim de recolhimentos ou retenções antecipados durante o período de apuração, que ao final deste são confrontadas com o tributo incidente sobre o lucro, convertem se em pagamento e se mostram superior ao débito apurado. No regime trimestral, este encontro de contas se dá no último dia do trimestre e, no regime de apuração anual, em 31 de dezembro. Assim, se verificado eventual crédito, já no primeiro dia subsequente ao encerramento é possível pleitear a sua restituição, ou utilizar tal valor em compensação. Nesse sentido, inclusive, dispõe o Ato Declaratório SRF n.º 3/2000, firmando a interpretação de que a restituição/compensação de saldo negativo verificado em apuração anual, à semelhança da apuração trimestral, já seria possível a partir do encerramento do período de apuração: Fl. 291DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 11610.004683/200797 Acórdão n.º 1402001.975 S1C4T2 Fl. 292 6 O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto no § 4o do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, nos arts. 1o e 6o da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e no art. 73 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, declara que os saldos negativos do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, apurados anualmente, poderão ser restituídos ou compensados com o imposto de renda ou a contribuição social sobre o lucro líquido devidos a partir do mês de janeiro do anocalendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração, acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o mês anterior ao da restituição ou compensação e d e um por cento relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. (grifo nosso) Assim também estava expresso no art. 6º da Instrução Normativa SRF n.º 210/2002, in verbis: Art. 6º Os saldos negativos do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) poderão ser objeto de restituição: I – na hipótese de apuração anual, a partir do mês de janeiro do anocalendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração; II – na hipótese de apuração trimestral, a partir do mês subseqüente ao do trimestre de apuração. No mesmo sentido dispunham as INs posteriores, 460/04 (art. 5º), 600/05 (art. 5º) e 900/08 (art. 5º). Atualmente vigora a IN RFB n.º 1.300/2012, que em seu art. 4º, manteve as disposições anteriormente citadas. Portanto, encerrado o período de apuração, as antecipações convertemse em pagamento e, quando superiores ao tributo incidente sobre o lucro apurado, constituem indébito passível de restituição ou compensação, deflagrandose, neste momento, o prazo para o contribuinte agir, nos termos dos arts. 165 e 168 do CTN. Concluise, daí, que a contagem do prazo decadencial do direito de o contribuinte requerer administrativamente o reconhecimento do indébito relativo ao saldo negativo do IRPJ/CSLL do anocalendário de 2001, teve, por termo de início, o dia 1º de janeiro de 2002, encerrandose em 31 de dezembro de 2006. Assim, no caso, quando da apresentação do pedido de restituição, em 15 de maio de 2007, já havia transcorrido o prazo legal para a sua fruição, tendo em vista a ocorrência da prescrição do direito de pleitear eventual indébito tributário. Por fim, cabe trazer aqui a discussão do tema no Supremo Tribunal Federal. Em Sessão Plenária de 04/08/2011, ao julgar o RE 566.621/RS, Relatora Min. Ellen Gracie, matéria de repercussão geral, o STF por maioria de votos – ao declarar a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º da Lei Complementar nº 118/2005, validou a chamada “tese 5+5” do STJ, mas apenas para os procedimentos de repetição/compensação de Fl. 292DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 11610.004683/200797 Acórdão n.º 1402001.975 S1C4T2 Fl. 293 7 indébito iniciados/realizados antes de 9 de junho de 2005, ou seja, antes da vigência da referida LC nº 118/2005, publicada em 9 de fevereiro de 2005. O entendimento manifestado foi no sentido de que o prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo estabelecido na LC nº 118/2005, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Assim, ao mesmo tempo em que foi reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC nº 118/05, considerouse válida a aplicação do novo prazo de 5 anos para as ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. No caso aqui examinado, o pedido de restituição foi apresentado em 15/05/2007, portanto após 09/06/2005, e nessa data já estava prescrito o alegado direito creditório por restar ultrapasso o prazo de 5 anos previsto no art. 168, I, do CTN c/c art. 3º da LC nº 118/2005. Diante disso, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator Fl. 293DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 15586.000905/2010-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Dec 17 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004, 2005
NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA.
Anula-se a decisão de 1ª instância se constatada a não apreciação de documentos que, apresentados em aditamento à impugnação antes de proferida a decisão, deixaram de ser juntados oportunamente aos autos. Ainda, confirmada a alegada falta de intimação regular de um dos responsáveis tributários para impugnação da acusação fiscal, tal procedimento deve ser desenvolvido antes do retorno dos autos à autoridade julgadora.
Numero da decisão: 1302-001.734
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ANULAR o processo administrativo a partir da decisão de 1ª instância, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa (presidente da turma), Alberto Pinto Souza Júnior, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Rogério Aparecido Gil e Talita Pimenta Félix. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Eduardo Andrade. Declarou-se suspeita a Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio.
Nome do relator: EDELI PEREIRA BESSA
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DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. Anulase a decisão de 1ª instância se constatada a não apreciação de documentos que, apresentados em aditamento à impugnação antes de proferida a decisão, deixaram de ser juntados oportunamente aos autos. Ainda, confirmada a alegada falta de intimação regular de um dos responsáveis tributários para impugnação da acusação fiscal, tal procedimento deve ser desenvolvido antes do retorno dos autos à autoridade julgadora. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em ANULAR o processo administrativo a partir da decisão de 1ª instância, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA Presidente e Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 09 05 /2 01 0- 01 Fl. 24574DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa (presidente da turma), Alberto Pinto Souza Júnior, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Rogério Aparecido Gil e Talita Pimenta Félix. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Eduardo Andrade. Declarouse suspeita a Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio. Fl. 24575DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 4 3 Relatório Erildo Pedrini, Narcizo Agrizzi, João Cremasco Dalfior, Maria da Penha Zottel Dalfior, Eugênio Pedro di Francesco, Giovani Bortolin di Francesco, Theodoro Antonio Zanotti, Leonor Andrade Seixas Zanotti, Silvino Faria Júnior, Eduardo Sturh, Sérgio Stuhr, Wanderley Stuhr, Lucimar Stuhr, Breno Biss Nunes e Wagner de Oliveira, responsáveis tributários em face de lançamento formalizado em face da contribuinte V&F COMERCIAL LTDA e outros responsáveis, já qualificados nos autos, recorrem de decisão proferida pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento do Rio de JaneiroI que, por maioria de votos, julgou PARCIALMENTE PROCEDENTES as impugnações interpostas contra lançamento lavrado em 06/11/2010, exigindo crédito tributário no valor total de R$ 16.405.919,49. Segundo o Relatório de Fiscalização às fls. 14679/14991, embora apresentando expressiva movimentação financeira nos anoscalendário de 2003 a 2006, bem como tendo efetuado vendas em valores anuais que superaram R$ 10 milhões a partir de 2004, V&F Comercial Ltda apenas apresentou declaração de rendimentos nos anoscalendário 2004 e 2005, mas sem declarar qualquer receita, e sem efetuar qualquer recolhimento entre 01/01/2003 e 31/12/2009. A Fiscalização constatou que a empresa não estava instalada em seu domicílio fiscal, constituído de apenas uma sala alugada dois anos antes do depoimento colhido do proprietário de imóvel em 22/10/2007, locação esta efetivada mediante negociações com Charles Paulo Bart e Wanderlei Stuhr, sem qualquer contato com Fábio Siqueira e Valter Pereira Fardim ou com a pessoa jurídica da qual eles eram sócios. Também foi colhido depoimento do contador da empresa, que apresentou procuração para representála. Há relato das dificuldades para intimação da pessoa jurídica e de seus sócios e procurador, ensejando sua formalização por edital. Foram coletadas, assim, informações de entradas e saídas junto ao Fisco Estadual, bem como foram expedidas Requisições de Informação de Movimentação Financeira com fundamento no art. 3o, incisos VIII e XI do Decreto nº 3.724/2001, de modo a ter acesso às movimentações bancárias e às procurações para realizálas. Identificando que os principais depositantes eram empresas ligadas a operações com café, a autoridade fiscal expediu intimações para que apresentassem as notas fiscais e pagamentos vinculados à V&F, mas a maioria informou que não havia contato com a V&F, e que as negociações eram realizadas por intermédio de corretores. Somente quatro delas informaram ter contato com a pessoa jurídica por meio de Sérgio Stuhr e Theodoro Antônio Zanotti. Mas houve envio de demonstrativos e cópias de notas fiscais da fiscalizada. A partir de documentos fiscais obtidos junto ao escritório do contador da V&F, o agente fiscal identificou funcionários de bancos, produtores rurais, representantes da V&F junto a bancos e corretores que participaram de atos da fiscalizada, os quais foram intimados a preencher questionários ou prestar esclarecimentos. Dentre os que movimentaram as contas bancárias, Eduardo Sthur, Wanderley Stuhr e Sérgio Stuhr não compareceram para prestar esclarecimentos, nem responderam aos questionários enviados. Fl. 24576DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 5 4 A partir dos documentos bancários obtidos, a Fiscalização consignou ter identificado depósitos propriamente ditos no total de cerca de R$ 45 milhões por ano, em 2004 e 2005, e elaborou o seguinte quadro das contas bancárias movimentadas pela pessoa jurídica: Ressalvou, porém, que a conta na agência de Linhares foi movimentada por Narciso Arizzi; a de Nova Venécia por Theodoro Antônio Zanotti e Leonor Andrade Seixas Zanotti; a de Santa Tereza por Giovani Bortolini Di Francesco; e a de Vitória por Silvino Faria Júnior, consoante evidências abordadas mais à frente do relatório. Constam do Relatório Fiscal informações acerca do mercado de café, identificando os produtores rurais, os empresários comerciantes (adquirentes dos produtores reais e que repassam os produtos aos atacadistas e indústria, mantendo armazéns ou empresas atacadistas e sendo procurados pelos corretores); os corretores; as empresas comerciais atacadistas (algumas efetivamente estabelecidas e outras sem patrimônio, que operam por pouco tempo em pequenas salas, com sócios desconhecidos no mercado e que atuam por intermédio de “terceiros”, estranhos ao contrato social, mas negociantes conhecidos no interior); e as indústrias de torrefação. A autoridade fiscal discorre sobre a atuação dos corretores, observa que dos quarenta corretores apontados por clientes da V&F, apenas Luiz Cláudio Abreu Costa seria autônomo, estando os demais associados em sociedades de corretagem, em regra recebendo 0,5% de comissão sobre o valor da transação, e fornecendo às partes os dados para liquidação dos negócios. No caso da V&F, os dados dessa empresa, bem como das contas bancárias onde os pagamentos deveriam ser depositados, eram repassados pelas pessoas de contato (comerciante, negociante, comprador de café, maquinista ou outro termo pelos quais são conhecidos) residentes no interior. A autoridade fiscal faz uma introdução acerca das formas que uma determinada pessoa poderia encontrar para concretizar operações comerciais (empresa informal, empresa formal sem interposição de pessoa e empresa formal com interposição de pessoa), observando que este último modelo é usado para se esquivar de obrigações, inclusive tributárias, valendose de terceiros de modesta capacidade financeira para participarem do quadro societário, mas conferindose procuração aos sócios de fato, especialmente para a movimentação bancária. Na seqüência, acusa a fiscalizada de valerse deste último modelo, Fl. 24577DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 6 5 porque os sócios de fato, tendo em vista as mercadorias negociadas, não conseguiriam atuar como informais (grande volume a ser movimentado para adquirentes interessados em se creditarem de Contribuição ao PIS e COFINS). Discorre sobre a constituição da V&F observando que houve depósitos em seu favor promovidos em nome dos sócios Valter Pereira Fardim e Fábio Siqueira para integralização do capital e obtenção da inscrição estadual, mas antes disso já havia sido outorgada procuração para Marcelo Santos Machado (funcionário de JMB Corretora de Café Ltda) abrir e movimentar contas bancárias. Cerca de R$ 130 milhões foram movimentados nestas contas nos 48 (quarenta e oito) meses subseqüentes. Relaciona os indícios de interposição, na medida em que os sócios da V&F são pessoas desconhecidas no mercado, somente sendo identificados por funcionários de bancos, especialmente Valter como pessoa que freqüentemente fazia serviços bancários tais como pagamento das guias de ICMS. Demonstra que Valter Pereira Fardim declarou rendimentos na faixa de isenção à Receita Federal de 2003 a 2006 e apresentou movimentação bancária modesta neste período, sem possuir qualquer veículo automotor e apenas adquirindo um imóvel de R$ 40.000,00 em 2008. Em 2003 era empregado de uma empresa concorrente, e integralizou quota de R$ 50.000,00, embora remunerado naquele ano com R$ 3.492,00. Já Fábio Siqueira sequer possuía vínculos empregatícios antes de 2003, e apresentou rendimentos e movimentação financeira também de baixos valores. Abordando as atividades da fiscalizada ao adquirir café de produtores rurais para diversas empresas atacadistas, o fiscal autuante assevera que os dois “sócios” não conseguiriam realizar estas operações, a evidenciar que a empresa atuou por intermédio de diversas pessoas, seus verdadeiros gestores, pessoas próximas à centena de produtores rurais. Em seu entendimento, esses representantes, compraram dos produtores rurais, negociaram a venda, geralmente por intermédio de corretores, encaminharam o produto ao destino final, ou seja, destinaram livremente o produto adquirido aos produtores, receberam os pagamentos e deram destino a esses recursos. Registra a outorga de procurações públicas aos diversos negociantes para movimentação das contas bancárias, já que as operações de compra e venda de produtos não dependiam de mandato. Mas, ainda assim movimentações teriam ocorrido sem procuração, como no caso dos atos de Giovani Bortolini Di Francesco e outros já citados. O quadro abaixo relaciona todos os gestores identificados e representantes formais (procuradores ou sócios) junto aos bancos: Fl. 24578DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 7 6 Esclarece que entre o produtor rural e o destinatário final da mercadoria, via de regra, intervieram pelo menos duas pessoas, o corretor, pessoa que mantém contato com os atacadistas/indústria de torrefação e o representante da V&F, pessoa que negociava e comprava café dos produtores rurais, mantinha contato com os corretores, despachavam a mercadoria para os compradores e recebiam os valores dos clientes da V&F, mediante crédito na conta bancária por eles controladas. Ressalta que nas operações de compra de produtores rurais não havia a intervenção de corretor, e questiona qual empresa, contribuinte do Pis e Cofins na forma não cumulativa, iria adquirir o produto sem que fosse possível creditarse dessas contribuições, asseverando que restou aos negociantes de café, em tais circunstâncias, constituir sociedade comercial para realizar tais operações com a pretensão de não recolher os tributos federais, e assim mantêla sem patrimônio e com interposição de pessoas. Questiona como uma empresa sem armazém, sem empregados pôde comprar e vender toneladas, milhões de reais em mercadorias, mas cogita da utilização de armazéns de terceiros e de compra e venda casada, e aduz: Por algum motivo, seja para reduzir custos, racionalizar lucros, ou outro motivo qualquer que não vem ao caso, os empresários optaram, em vez de cada um abrir uma empresa, mesmo que em nome de interposta pessoa, e operála individualmente, resolveram constituir uma única pessoa jurídica, e sob esse nome, cada um atuar em sua região, comprando, vendendo, despachando o produto e recebendo o pagamento pelas vendas efetuadas. Fl. 24579DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 8 7 Talvez algum sócio em especial, tenha se encarregado de captar novos sócios, convencendoos de que seria muito mais interessante associarse ao empreendimento (empresa) que “montar” (constituir) uma pessoa jurídica. Aduz que a gestão dos negócios (administração da empresa) foi repartida e compartilhada pelos “sócios ocultos” e, como se verifica comumente, nem todos os sócios executam as mesmas funções, e podem participar dos resultados de forma desigual, na proporção dos recursos alocados no negócio. Por sua vez, esta alocação de recursos pode se verificar sem qualquer dispêndio financeiro, mas apenas com o uso de recursos do sócio ou de terceiros. Se regulares, estas funções estariam disciplinadas no contrato social, mas esse não é o caso da fiscalizada. Ademais, para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado, o registro de despesas e custos é irrelevante. Observando a inexistência de filiais, o agente fiscal anota que a emissão das notas fiscais deveria ser feita apenas pela matriz, a exigir um gerenciamento desta atividade, o qual era exercido pelo representante Charles Paulo Bart, ensejando o transporte de documentos fiscais por motoboy, e a transferência dos recursos financeiros destinados ao pagamento do ICMS, pelos negociantes, para a conta nº 9.401.365 do BANESTES em Santa Maria de Jetibá, inclusive com um pequeno excesso, provavelmente destinado a cobrir a despesa de expedição. Cita os depoimentos que autorizam estas afirmações. A autoridade fiscal demonstra as operações da pessoa jurídica a partir de documentos fiscais e dados bancários referentes a operações reais, desenvolvendo exemplos de venda para fora do Estado, com e sem a participação de corretor, e dentro do Estado, para assim acusar que: As operações comerciais da fiscalizada resumiamse em adquirir produtos junto aos produtores rurais, espalhados pelo Estado, e revendêlos para dezenas de clientes, alguns deles clientes freqüentes, outros eventuais, totalizando cerca de noventa. As operações se concretizaram pela atuação de representantes, verdadeiros sócios ocultos, a maioria residente no interior, que realizavam as aquisições junto aos produtores rurais, negociavam com os corretores (na maioria das vezes), despachavam a mercadoria para os clientes compradores, e finalmente recebiam os valores, creditados em contas por eles controladas. [...] Por algum motivo, os negociantes, mais à frente nominados, preferiram atuar em sociedade, alguns residindo em municípios distantes da sede da empresa, embora permanecendo ocultos. Para tanto, serviramse de uma pessoa jurídica, constituída com a utilização do expediente de interposição de terceiros no quadro societário. [...] Da forma como constituída a empresa, apenas um estabelecimento, situado na cidade de Santa Maria de Jeribá, sempre que houvesse uma operação de aquisição de produtos junto aos produtores, ou venda a clientes, demandavase a pessoa responsável pela emissão dos documentos fiscais. Essa pessoa também se encarregava do pagamento do ICMS e encaminhamento dos documentos até o município, ou a rodovia próxima a ele, onde ocorreram as operações. Fl. 24580DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 9 8 Os recursos para pagamento do ICMS eram fornecidos pelos diversos representantes, chegando até Charles Paulo, mediante crédito na conta bancária 9.401.365, mantida na Agência de Santa Maria de Jetibá, banco Banestes. Elabora diversos demonstrativos, constante do processo de auto de infração, tendo como fonte de dados as notas fiscais, DUAs, extratos bancários e documentos de créditos, abrangendo operações de cada representante por pelo menos três meses de 2004 e no 1o trimestre de 2005. Detalha cada demonstrativo elaborado (Recolhimento de ICMS x Transferências bancárias; Café Guiado em cada região, correlacionando notas fiscais de saída, de entrada, ICMS da operação, créditos repassados e origem dos créditos; e Relação Corretor/Representante/Clientes, para evidenciar o fluxo de produtos e o fluxo financeiro das operações). Na seqüência, faz comentários sobre as funções, relações e participação dos diversos representantes da Fiscalizada, indicando as provas e depoimentos que sustentam as constatações: · Charles Paulo Bart (administrador das atividades relacionadas à tramitação dos documentos fiscais, e que provavelmente procurou novos sócios para o empreendimento, sem atuar nas transações com café); · Wanderley Stuhr (presente desde a constituição da pessoa jurídica, na locação da sala comercial e na apresentação dos futuros sócios da V&F ao contador da empresa; vinculação a Charles Paulo Bart e ao controle da V&F em vários depoimentos; atuação em negociações de café); · Silvino Faria Júnior (sócio de JMB Corretora de Café Ltda, empregadora de Marcelo Santos Machado, procurador autorizado a movimentar a conta bancária na qual foi integralizado o capital da V&F; evidências de que Marcelo Santos Machado não participou da movimentação da conta bancária; referências em cheque a pessoa prestadora de serviços à JMB Corretora de Café Ltda; depoimentos vinculando Silvino Faria Júnior às operações da V&F); · Eduardo Stuhr (empresário que atua há tempos no ramo de café por meio de diversas empresas, com participação de seus familiares; depoimentos que o vinculam à comercialização, movimentação e destinação dos recursos financeiros de negócios da V&F; transporte de produtos por empresas a ele vinculadas; outros registros); · Sérgio Stuhr/Lucimar Stuhr (irmãos empresários integrantes de família que há tempos atuam com café; depoimentos que os vinculam a operações com clientes da V&F); · Giovani Bortolini di Francesco e Eugênio Pedro di Francesco (embora sem procuração para movimentar contas bancárias da V&F, recebiam talões de cheques devidamente assinados no verso e anverso pelo representante de direito da V&F, Valter Pereira Fardim, Fl. 24581DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 10 9 residente em outro município; especificidades dos cheques emitidos; depoimentos que os vinculam às operações bancárias e comerciais); · Erildo Pedrini, Breno Biss Nunes e Wagner de Oliveira (o primeiro há tempos atuante no mercado de café, todos procuradores da V&F e citados em depoimentos que os vinculam às operações da empresa); · José Ildo Henrique Fiorott (realizou o menor número de operações, mas como não tinha empresa comercial em nome próprio necessário se fez a associação ao empreendimento; documentos bancários e depoimentos de terceiros demonstram sua participação nos negócios da V&F); · Narciso Agrizzi (empresário de diversos ramos de negócio e no mercado de café; movimentações bancárias na V&F por intermédio de seu empregado Márcio Moreira Bertulani; depoimentos de terceiros vinculandoo às operações da V&F); · Theodoro Antônio Zanotti e Leonor Andrade Seixas Zanotti (família atuante há tempos no mercado de café; movimentações bancárias da V&F por intermédio de José Carlos Ambrózio, empregado da família; depoimentos de terceiros vinculandoos às movimentações bancárias e às operações comerciais); · João Cremasco Dalfior e Maria da Penha Zottel Dalfior (esta procuradora da fiscalizada nas movimentações da conta bancária; depoimentos de terceiros vinculandoos às movimentações bancárias e às operações comerciais); · Antônio Ferreira da Silva (procurador da V&F para movimentação de duas contas bancárias, sem transacionar por intermédio de corretores e vendendo café basicamente para uma empresa; sem dispor de armazéns, movimentava o produto direto dos produtores rurais para os clientes; depoimentos de terceiros negando conhecer V&F com quem teriam negociado; depoimentos e demonstrativos vinculando suas operações à V&F). A autoridade fiscal esclarece ter apurado receitas a partir da movimentação bancária da pessoa jurídica, selecionando os depósitos que integravam os fatos geradores ocorridos a partir de 31/12/2004, ainda não alcançados pela decadência, e expurgando aqueles referentes a transferência bancária e estornos de cheques. Ainda, foram consideradas as receitas indicadas em notas fiscais de venda, de outubro/2004 a setembro/2006, de modo que os depósitos bancários tributados corresponderam apenas àqueles que superaram as receitas de cada período. A tributação, no âmbito do IRPJ e da CSLL, teve em conta o lucro arbitrado a partir de tais receitas de venda e presumidas, dado que a contribuinte não formalizou sua opção pelo lucro presumido e não apresentou os livros obrigatórios para tributação na sistemática no lucro real. A Contribuição ao PIS e a COFINS foram calculadas na sistemática cumulativa, relativamente aos fatos geradores a partir de dezembro/2004. Fl. 24582DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 11 10 A autoridade fiscal fundamenta a aplicação da multa de ofício de 150% consignando a ocorrência de sonegação e conluio, pois: Os fatos apurados demonstram que pessoas, por vontade própria, acordaram entre si a constituição de uma empresa, criada com objetivo de ocultar seus verdadeiros gestores, fugir ao cumprimento das obrigações tributárias e dificultar o conhecimento e a exigência por parte do Fisco dos créditos tributários, utilizando se de terceiras pessoas para constarem no contrato social como sócios. A contribuinte, reiteradamente (de 2003 a setembro de 2006), ocultou do Fisco os fatos geradores, não apresentando DCTFs ou as apresentando sem qualquer débito declarado, além de não apresentar DIPJs ou apresentandoas sem informar qualquer receita auferida. Aduz que por ficar evidenciada a participação e o interesse comum nas operações realizadas pela V&F Comercial Ltda, o auto de infração será extensivo às pessoas físicas antes relacionadas. Consta da intimação dos autos de infração a indicação dos sujeitos passivos solidários, para fins de pagamento ou impugnação do lançamento. Às fls. 15046/15081 constam os Termos de Sujeição Passiva Solidária com referências à descrição do Relatório de Fiscalização e fundamentando a imputação no art. 124, inciso I do CTN. A autoridade julgadora de 1a instância consigna que não impugnaram a exigência a pessoa jurídica autuada (V&F Comercial Ltda) e os responsáveis Antonio Ferreira da Silva, Charles Paulo Bart e Silvino Faria Junior. Os demais responsáveis (Maria Da Penha Dal Fior, Wagner de Oliveira, Jose Ildo Henrique Fiorotti, Joao Cremasco Dal Fior, Narciso Agrizzi, Theodoro Antonio Zanotti, Leonor Seixas Zanotti, Eugenio Pedro Di Francesco, Giovani Bortolini Di Francesco, Breno Biss, Erildo Pedrini, Sergio Stuhr, Lucimar Stuhr, Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr) alegaram cerceamento ao direito de defesa, relataram seus vínculos com a pessoa jurídica fiscalizada, argüiram a nulidade da imputação de responsabilidade, bem como a decadência do crédito tributário, a impropriedade da exigência com base em depósitos bancários e a inadmissibilidade da qualificação da penalidade. Subsidiariamente José Ildo Henrique Fiorotti, João Cremasco dal Fior, Maria da Penha Zottel Dal Fior, Sergio Stuhr, Lucimar Stuhr, Eduardo Stuhr, Wanderley Stuhr, Eugênio Pedro di Francesco e Giovani Bortolini de Francesco defenderam que a responsabilização deveria ficar limitada aos créditos tributários decorrentes dos atos verificados nas contas bancárias das quais eram procuradores. Eduardo, Wanderley, Sérgio e Lucimar Stuhr também discorreram extensamente sobre a invalidade dos depoimentos coletados pela Fiscalização, inclusive mencionando procedimento fiscal anterior no qual Sérgio e Lucimar Stuhr foram reconhecidos como corretores. Ainda, Eugênio Pedro di Francesco e Giovani Bortolini de Francesco requereram diligência porque o Banco Bradesco de Santa Teresa/ES, por dever de sigilo, teria lhe negado as informações bancárias da conta à qual foi vinculado; bem como Narcisio Agrizzi solicitou tal procedimento para esclarecimentos de fatos apontados pela Fiscalização. Houve diligência para que a autoridade lançadora juntasse aos autos os termos de intimação por meio dos quais os sujeitos passivos (contribuinte e responsáveis Fl. 24583DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 12 11 solidários) foram regularmente intimados a comprovar a origem dos créditos em conta de depósitos/investimentos, computados na base de cálculo das exigências. A autoridade fiscal esclareceu que todos os termos lavrados durante o procedimento, e as respectivas respostas a esses termos, foram juntados ao processo. Nova diligência foi solicitada para que a autoridade lançadora disponibilizasse o processo aos sujeitos passivos impugnantes (excluídos os revéis) para vistas e cópias, facultandose nesta ocasião aditamento de razões de defesa. As ciências se verificaram entre 14/06/2012 e 06/07/2012, e os aditamentos foram apresentados de 02/07/2012 a 16/07/2012. A autoridade fiscal anotou que não apresentaram aditamento Wagner de Oliveira, Eugênio Pedro Di Francesco e Giovani Bortolini. Já a autoridade julgadora de 1a instância registra que não apresentaram aditamento Lucimar Stuhr, Sérgio Stuhr e Wagner de Oliveira. Os demais, em sua maioria, apenas reiteraram as alegações de impugnação. Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr juntaram cópia integral dos autos de Ação de Justificação cujo objetivo seria provar fatos relacionados à presente exigência, e afastar a responsabilidade que lhes foi imputada. João Cremasco Dal Fior, Theodoro Antonio Zanotti e Leonor Andrade Seixas Zanotti também questionaram a ausência de regular intimação para comprovação dos depósitos bancários. A Turma Julgadora, por maioria de votos, cancelou as exigências referentes à movimentação bancária não contabilizada. Divergiram a Presidente Rosanda Pereira da Silva Passos e o julgador Marcus Vinicius Melo Moraes. Prevaleceu o entendimento do Relator, Luis Mario Monteiro Teixeira, no sentido de que, embora inaplicável ao caso o disposto no art. 42, §5o da Lei nº 9.430/96 acerca da interposição de pessoas, a intimação regular para comprovação da origem dos depósitos, dirigida aos titulares das contas bancárias, era essencial para validade da presunção, nos termos de acórdãos deste Conselho citados decisão. A exoneração superou o limite consignado na Portaria MF nº 3/2008, motivo pelo qual a decisão de 1a instância foi submetida a reexame necessário. Quanto às demais alegações, a Turma Julgadora: · Afastou a argüição de decadência, porque a ausência de recolhimentos determinaria a contagem do prazo na forma do art. 173, I do CTN, de modo que as exigências a partir de outubro/2004 teriam como dies a quo de contagem a data de 01/01/2006, autorizando o lançamento até 31/12/2010. · Rejeitou as alegações de cerceamento ao direito de defesa porque as dificuldades de acesso aos autos foram afastadas com a reabertura do prazo de defesa, e as infrações estão descritas e capituladas nos elementos cientificados aos interessados. No mais, como sócios de fato, os interessados deveriam resolver internamente a questão do acesso às informações da pessoa jurídica, e de toda sorte a pessoa jurídica era praticamente omissa no que tange a feitura dos documentos e escrituração que lhes seriam próprios. · Indeferiu pedidos genéricos de diligência, e especificamente quanto aos pedidos de Eugênio Pedro di Francesco e Giovani Bortolini de Fl. 24584DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 13 12 Francesco disse que o vínculo destes com a atuação da pessoa jurídica foi demonstrado, e é inapropriada diligência para prova que pode se produzida por forma documental. · O acesso do Fisco à movimentação bancária dos sujeitos passivos está autorizada pelo art. 6o da Lei Complementar nº 105/2001, e o procedimento fiscal observou os ditames legais. · Considerando as disposições dos arts. 124 e 135 do CTN, observou a necessidade de imputação de responsabilidade tributária quando a pessoa jurídica é constituída para perpetrar operações comerciais ao largo nos controles fiscais de estilo, revelandose o interesse comum do conjunto de pessoas que se valem desta constituição formal para realizar que operações que não conseguiriam individualmente, ou que atrairiam para si os encargos tributários correspondentes. Citou doutrina acerca da responsabilização de todos os integrantes de sociedade de fato, e reportandose a excertos do Relatório Fiscal concluiu demonstrada uma estrutura societária e comercial configuradora de uma verdadeira sociedade comum de fato, engendrada com o fito de burlar a incidência tributária sobre suas operações. · Descrevendo a natureza complexiva dos tributos exigidos, asseverou que a circunstância de haver sócios ocultos que, por força de eventos subjetivos e objetivos, se revelam os verdadeiros titulares das operações de compra e venda da empresa, não desnatura o fato de existir apenas uma única conduta delitiva principal a que todos, em maior ou menor grau, contribuíram, qual seja: a falta de pagamento de tributos. E afastou a necessidade de individualização da matéria tributária porque as operações perpetradas por cada sujeito passivo solidário compuseram a receita total da empresa, e é sobre essa que recai a tributação, por definição legal art. 279, do RIR, de 1999. · Afirmou presente a affectio societatits e o interesse comum porque inerentes ao conceito de sociedade de fato, na qual cada pessoa oferece sua contribuição individual para o resultado, mesmo que a ação de um dos responsáveis se limite a apenas um determinado campo de atuação das operações comerciais da pessoa jurídica. · Defendeu a validade das procurações como elementos de prova para imputação da responsabilidade tributária, destacando que procurações outorgadas por “laranjas”, por si só indicam que não se trata de instrumentos ordinários, e acrescentando que quando se percebe que os outorgados agiam também como reais titulares das operações de café em suas regiões, tudo comprovado mediante depoimentos e documentos, viuse, também, configurando o esquema de uso fraudulento de sociedade comercial. · Abordou a atividade de Charles Paulo Bart, mesmo na ausência de procuração deste, na medida em que ele funcionou como elemento de Fl. 24585DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 14 13 ligação entre as diversas esferas das operações, administrando a tramitação dos documentos fiscais. Destacou que ele e Wanderley Stuhr negociaram o aluguel do imóvel sede da pessoa jurídica, e concluiu que este último não logrou desqualificar as provas reunidas pela Fiscalização. · Reportouse às provas reunidas contra Eduardo Stuhr, e abordando a ação de justificação por ele proposta juntamente com Wanderley Stuhr, desmereceu os depoimentos ali colhidos frente ao conjunto de fatos e provas reunidos pela Fiscalização. Ressaltou que para apurar os tributos devidos pela V&F, e imputar a responsabilidade a quem de direito, não é necessário à fiscalização identificar de forma pontual em que medida a pessoa física do sócio se beneficiou patrimonialmente do esquema. Basta que os elementos objetivos e subjetivos, a exemplo de documentos e depoimentos, conduzam à conclusão da participação societária oculta, para que a autoridade fiscal tenha as condições legais para imputar a responsabilização solidária a esse ou aquele. · Demonstrando os elementos que sustentam a acusação fiscal, concluiu por sua prevalência em face das alegações apresentadas por Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr; Giovani Bortolini di Francesco e Eugênio Pedro di Francesco; Erildo Pedrini, Breno Biss Nunes e Wagner de Oliveira; José Ildo Henrique Fiorott; Theodoro Antônio Zanotti e Leonor Andrade Seixas Zanotti; e João Cremasco Dafior e Maria da Penha Zottel Dalfior. Especificamente com referência a Narciso Agrizzi, também rejeitou o requerimento de “apresentação de todos os envolvidos” para manifestação a respeito das acusações, na medida em que foram concedidas vistas dos autos na qual estão juntados todos os elementos da apuração da pessoa jurídica e da Fiscalização. · Declarou a validade do arbitramento a partir da receita bruta conhecida, bem como da multa qualificada, na medida em que o intuito doloso, fraudulento, na conduta da interessada estaria revelado na análise do mecanismo fraudulento de que se valeram os sujeitos passivos solidários mencionados de modo a se subtraírem da incidência da tributação ordinária. Manteve, assim, o crédito tributário calculado a partir dos valores extraídos das notas fiscais de saída emitidas pela pessoa jurídica. A autuada e todos os responsáveis foram cientificados da decisão de 1a instância e intimados a recolher o crédito tributário remanescente (fls. 18296/18328). V&F Comercial Ltda não foi cientificada por via postal em razão de mudança de domicílio não informada ao Fisco, providenciandose a ciência por edital desafixado em 14/11/2012 (fls. 19454/19458). Não há registro de interposição de recurso voluntário pela autuada. Também não interpuseram recurso voluntário os responsáveis Antonio Ferreira da Silva (o qual não foi cientificado por via postal porque não procurou a Fl. 24586DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 15 14 correspondência enviada ao seu domicílio fiscal, providenciandose a ciência por edital desafixado em 20/12/2012, conforme fls. 19450/19453), Charles Paulo Bart (cientificado em 16/10/2012, conforme fls. 18329/18330), e José Ildo Henrique Fiorott (o qual não foi cientificado por via postal, porque ausente em seu domicílio fiscal nas três tentativas de entrega da correspondência, conforme fls. 19308/19310, mas providenciandose a ciência por edital desafixado em 25/12/2012, conforme fls. 19460). Eduardo Sturh foi cientificado em 16/10/2012 (fl. 18332). Sérgio Stuhr em 18/10/2012 (fl. 18339). Wanderley Stuhr não foi cientificado por via postal, porque insuficiente o endereço por ele indicado como seu domicílio fiscal, providenciandose a ciência por meio de edital desafixado em 14/11/2012 (fls. 19311/19315). Lucimar Stuhr foi cientificada em 17/10/2012 (fls. 19317/19318). Estes quatro responsáveis interpuseram recurso voluntário conjunto em 14/11/2012 (fls. 18451/19226). Inicialmente descrevem o lançamento e elaboram quadro acerca dos fundamentos, de fato e legais, das exigências contra a contribuinte e os sujeitos passivo solidários, do qual destaca a referência à falta de indicação de fundamento legal, no auto de infração, para imputação de responsabilidade, fazendo referência ao que assinalado no Relatório de Fiscalização, o qual também não indica o fundamento legal. Prosseguem descrevendo os pontos destacados em impugnação, especialmente no que tange à precariedade dos depoimentos coletados pela Fiscalização, e à falta de prova das acusações fiscais, além do desconhecimento dos agentes fiscais acerca da prática nas atividades questionadas. E complementam que para reforçar a comprovação do que afirmaram em impugnação, e demonstrarem de forma cabal as procedências das colocações feitas na mencionada defesa, os ora recorrentes ajuizaram AÇÕES DE JUSTIFICAÇÃO no PODER JUDICIÁRIO para colherem DEPOIMENTOS DE TESTEMUNHAS acerca dos fatos e das circunstâncias suscitadas nas cobranças tributárias aqui consideradas, tendo eles, e os PROCURADORES DA FAZENDA NACIONAL que PARTICIPARAM DAS CITADAS DEMANDAS, vivido uma oportunidade perfeita para formularem perguntas e obterem respostas para as mesmas em ambiente totalmente resguardado de interferências, de pressões e de constrangimentos, posto que COMANDADO E SUPERVISIONADO exclusivamente por um JUIZ. Foram propostas duas ações de justificação, uma por Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr, e outra por Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr, colhendose depoimentos de produtores rurais, de corretores de café, de funcionários de bancos, etc, reconhecendo a atuação dos interessados na corretagem e na intermediação de vendas de café e de outros produtos agrícolas, remunerados por comissão, sem jamais administrarem contas bancárias da fiscalizada, sem qualquer relacionamento com os demais devedores solidários, e sem qualquer acréscimo patrimonial ou alteração de padrão de vida nos períodos fiscalizados. Transcrevem alguns depoimentos específicos, hábeis a infirmar o esquema de transações com café assinalado no relatório de fiscalização, na medida em que reconhecem a atuação de cinco agentes nas transações com café, acrescentando o corretor local, ou intermediário local da venda do café, posição na qual se localizavam os recorrentes, remanescendo como sócios da autuada perante terceiros Charles Bart e Walter, ou apenas Charles Paulo Bart. Observam que os julgadores de primeira instância entenderam que os depoimentos coletados na ação de justificação não teriam força suficiente, segundo anotado no Fl. 24587DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 16 15 acórdão recorrido, para infirmar as conclusões alcançadas pela fiscalização e descritas no relatório de fiscalização. O acórdão recorrido afirma que os representantes da empresa movimentaram as contas bancárias da pessoa jurídica, sem observar depoimentos de indivíduos ligados aos bancos SICOOB e BANESTES referidos no relatório da fiscalização, nos quais foi negada qualquer participação dos recorrentes na movimentação das contas nas referidas instituições financeiras. E, embora reconhecendo que declarações prestadas ao Fisco foram expressamente infirmadas na ação de justificação, os julgadores repetiram, sem maior justificativas, que a tentativa de desqualificar o que antes se dissera não merece guarida. Invocam, assim, o art. 845, §1o do RIR/99 para afirmar o dever de se levar em conta PROVAS produzidas pelos mesmos contribuintes, a exemplo da prova testemunhal aqui referida, e concluir que também foi ofendida a garantia constitucional do devido processo legal. Alegam, também, cerceamento de defesa e nulidade do processo porque a autoridade julgadora afirmou nada ter sido juntado por Sérgio e Lucimar Stuhr depois de intimados para terem vistas dos autos, e foi apresentada petição em 02/07/2012 para protocolo de cópia integral da ação de justificação, à semelhança do que feito por Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr. Tal prova, em conseqüência, deixou de ser analisada. Relacionam outras questões argüidas em impugnação e que não foram apreciadas no acórdão recorrido, e também sob esta ótica argúem a nulidade do acórdão recorrido. Anotam que o acórdão recorrido justificou a solidariedade em previsão legal que NÃO havia sido indicada nos autos de infração e no relatório da fiscalização, qual seja o artigo 135 do CTN. Isto porque, embora fazendo referência à “responsabilização solidária”, no parágrafo 69 do acórdão recorrido é feita referência ao mencionado dispositivo, em ofensa ao art. 146 do CTN. Mais à frente registram que sequer foi apontado em qual inciso do art. 135 se enquadraria a conduta dos agentes, e cogitam que tal decorre da impossibilidade de se enquadrar os supostos “sócios ocultos” da autuada nesta previsão legal. De toda sorte, não houve caracterização do interesse comum previsto no art. 124, I, e o acórdão recorrido apenas revela interesses individuais daqueles que foram apontados como devedores solidários nos autos de infração, inclusive reconhecendo que a suposta partilha dos “resultados” davase “na medida de suas participações no esquema”. Revelou a existência de interesses isolados para cada devedor solidário, traindo as premissas que pretensamente deram embasamento à solidariedade imputada aos ora recorrentes. Sob outra ótica, resta inaplicável o art. 124, I do CTN por ter ele como PRESSUPOSTO a CONSTATAÇÃO de que VÁRIAS PESSOAS CONCORRERAM para a realização de um MESMO, E ÚNICO, FATO GERADOR de tributo, como exposto na jurisprudência. Aqui, porém, os devedores solidários NÃO teriam promovido, em CONJUNTO, TODAS as transações de café atribuídas à autuada. Imprópria, assim, a referência à doutrina que cogita de pessoa jurídica de atividade regular e normal que se uniu em conluio com terceiros para realizarem atos fraudulentos, mormente tendo em conta que a própria Fiscalização afirma tratarse, aqui, de PESSOA JURÍDICA FRUTO DE SIMULAÇÃO, que foi CRIADA E UTILIZADA POR TERCEIROS para ENCOBRIR NEGÓCIOS MERCANTIS QUE TIVERAM ELES À FRENTE. Restariam, assim, ofendidos os arts. 149, VII e 142 do CTN. Erildo Pedrini foi cientificado em 16/10/2012 (fls. 18331) e interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fls. 19394/19421). Reitera as arguições de decadência, em razão da ausência de comprovação de dolo ou fraude; de nulidade do lançamento, por ser genérica a Fl. 24588DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 17 16 autuação dificultando a defesa, bem como por não descrever a suposta lesão aos cofres públicos e individualizar a conduta de cada autuado; de necessidade de diligência para reunião de documentos que se encontram sob a guarda de instituições financeiras e dos representantes da pessoa jurídica autuada; de inconstitucionalidade da quebra do sigilo bancário da pessoa jurídica; e de falta de acesso aos documentos da empresa. No que tange à imputação de responsabilidade, argumenta que não foi demonstrado seu interesse comum na situação de constitui o fato gerador, que sua conduta não foi individualmente abordada e que apenas apresentava potenciais vendedores de café ao responsável pela aquisição do produto junto a Empresa autuada e, caso efetuada a transação, recebia por esse serviço (R$ 1,00 por saca de café). A procuração que lhe foi conferida prestavase apenas ao pagamento de produtos que efetuassem vendas à autuada, sem qualquer participação no faturamento da empresa ou responsabilidade tributária. Diz ter demonstrado a origem de sua renda e patrimônio, e questiona a responsabilidade tributária por todo o débito da autuada, sem considerar que as contas movimentadas eram específicas para cada procurador. No mais, não era sócio, gerente ou representante da pessoa jurídica, e ainda se fosse necessária seria a prova de atos praticados com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatuto. Não se demonstrou qualquer interesse direto no lucro auferido pelas partes, ou mesmo alteração patrimonial do recorrente. Inexiste, também prova de sua participação na consecução do objeto social da suposta sociedade de fato, prejudicando sua defesa; a Fiscalização fez apenas conjecturas improvadas e generalizadas acerca das operações da V&F, e o julgador não compreendeu que sua atuação se restringia à intermediação entre vendedor e comprador, mantendo a pessoa jurídica total controle da conta corrente eventualmente movimentada pelo recorrente. A Fiscalização não individualizou os atos/fatos que permitiram ao julgador concluir que o recorrente seria o titular das atividades desenvolvidas no âmbito dos poderes do instrumento de procuração, não especificando a qual autuado se referiam as operações e qual a medida de sua atuação. Critica a abordagem de suas operações conjuntamente com Breno Biss Nunes e Wagner de Oliveira e afirma que não compreende que relevância teria o fato destes serem seus genros; que efetivamente realizava operações da V&F de acordo com os poderes que lhe foram outorgados; que o exame da conta bancária evidencia que nenhum movimento foi realizado pelos três a partir de meados de 2005; que a cessação dos poderes de sua procuração foi provada na impugnação; que nada autoriza o Fisco lançar tributos de forma genérica, ficando a cargo do contribuinte o dever de demonstrar o quanto lhe cabe nesse lançamento; que fraude e sonegação não se presumem. Com referência ao mérito da exigência, diz que não poderia apresentar livros obrigatórios em nome da pessoa jurídica, e desta forma não deu causa à infração administrativa que ensejou o arbitramento dos lucros. Acrescenta que não foram discriminadas ou individualizadas as práticas que revelariam a intenção fraudulenta dos contribuintes e imporiam a aplicação da penalidade qualificada. Menciona o caráter confiscatório da penalidade, invoca o princípio da proporcionalidade, e invoca a legislação mais recente que fixa a multa de ofício em 50%. No que tange à omissão de receitas presumida a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, diz não ser titular da conta bancária e discorda da apuração de lucro apenas a partir do somatório de valores creditados em contacorrente. Argúi a Fl. 24589DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 18 17 inconstitucionalidade da quebra do sigilo bancário pela Receita Federal, invoca o princípio da razoabilidade e da presunção de inocência. Complementa que também questionou a omissão de receitas de revenda de mercadorias, na medida em que negou ser sócio ou representante da pessoa jurídica. Finaliza defendendo que os julgadores administrativos podem deixar de aplicar norma inconstitucional, como alegado em impugnação em relação à multa de ofício e ao arrolamento de bens; pleiteia o cancelamento também das exigências reflexas; e conclui ser incabível o lançamento contra o recorrente porque não observada a rigidez tributária, a individualização de forma a demonstrar a participação de cada sujeito passivo na constituição do suposto crédito tributário, a ocorrência da solidariedade em relação ao recorrente e o suposto dolo ou fraude por ele cometida. Arremata requerendo diligências junto à empresa autuada e aos estabelecimentos bancários, que poderiam demonstrar que detinha o controle das contas correntes pertencentes à empresa. Breno Biss Nunes foi cientificado em 22/10/2012 (fl. 19307) e interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fls. 19422/19449), com as mesmas alegações trazidas por Erildo Pedrini. Wagner de Oliveira não foi cientificado por via postal porque inexistente o número na via indicada como seu domicílio fiscal (fl. 18333/18334). A correspondência foi postada em 09/10/2012 e não há notícia, nos autos, de edital para ciência, mas o responsável interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fls. 19366/19393), com as mesmas alegações trazidas por Erildo Pedrini. Narcizo Agrizzi foi cientificado em 17/10/2012 (fl. 18335) e interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fls. 19291/19306). Observa que foi alçado à condição de responsável tributário solidário apenas com fundamento no art. 124, I do CTN, porque seria responsável pela movimentação financeira de uma das contas bancárias da empresa, mas destaca que no quadro que relaciona estas contas não está indicada a data de abertura da conta movimentada, deixando uma lacuna entre as datas de sua utilização. Nos demais documentos acostados no Capítulo 9 sequer são apontados valores movimentados e suas respectivas datas. Alega que compareceu espontaneamente no curso da fiscalização e apresentou cópias de Notas Fiscais onde figura como Vendedor de produtos à V&F Comercial Ltda, justificando a utilização da conta corrente, mas estes documentos foram ignorados. Classifica de distorcida e precipitada a apreciação fiscal dos fatos, diz ser difícil acreditar na engenhosidade apontada pelo fiscal (associação entre tantas pessoas, com objetivos aparentemente diversos, mas unidas pelo fim comum de praticar evasão fiscal), ou compreender porque, no entender fiscal, sendo sócio indireto da empresa, atuando em operações comerciais, além de movimentar e controlar livremente uma conta bancária, sujeitarseia ao disposto no art. 124 do CTN. Afirma prejuízo à sua defesa porque não lhe foi oportunizado o direito de verificar os lançamentos, as informações fiscais dos demais envolvidos, enfim, as provas colhidas pela Fiscalização. Questiona a inversão do ônus da prova, defendendo que cabe ao Fisco com ou sem auxílio do contribuinte, verificar a ocorrência do fato gerador e declarar a sua ocorrência através do lançamento. Observa que a Fiscalização valeuse de depoimentos Fl. 24590DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 19 18 vagos, e que as referências apresentadas apenas revelam prática comum no mercado de café no interior, onde as pessoas primam pela indicação em suas relações comerciais. Invoca o princípio da igualdade e diz que não pode ser constrangido pela arbitrariedade ou abuso de poder por parte do sujeito ativo. Não pode ser permitido que apenas com esteio em presunção, venha o Contribuinte sofrer penalidades se ele não provar o contrário. Requer diligência formulando quesitos específicos a serem respondidos e questiona a fundamentação de seu indeferimento pela autoridade julgadora de 1a instância. Diz inexistir obrigação de verificar a regularidade fiscal de terceiros, e que a empresa deveria ser fiscalizada pela Receita Federal e não pelos contribuintes. Assevera que não auferiu qualquer benefício com as operações, e que esta prova caberia ao Fisco, sob pena de ofensa ao princípio da segurança jurídica. Ademais, os auditores não apontaram em momento algum que a empresa responsável por suposta inadimplência seria impedida de comercializar, e não levaram em consideração que seu CNPJ só foi encerrado posteriormente. Ademais, em fraude tributária deve a Receita Federal provar e não lançar meras ilações, sem respeitar, inclusive, o direito de defesa, na esteira do que dito pelo TRF/1a Região. Arremata pedindo a procedência de seu recurso, bem como o deferimento do direito de provas e, desde já pré questiona a matéria por infrigência ao artigo 145, 1o e 5, da Constituição Federal em caso de recurso. João Cremasco Dalfior foi cientificado em 16/10/2012 (fl. 18337) e interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fl. 19319/19365), onde inicia destacando que nunca lhe foi outorgado qualquer poder da empresa autuada, nem mesmo por procuração. Argúi a nulidade do acórdão recorrido, observando que aditou sua impugnação após ter vistas dos autos, e que os argumentos expostos no item III de sua defesa não foram apreciados, quando argüia a nulidade do termo de sujeição passiva solidária por imprecisão e contrariedade às normas legais, na medida em que a Fiscalização ora lançase contra o ora Recorrente, ora contra sua filha Maria da Penha Zottel Dalfior. Os itens 38 a 65 do acórdão, nos quais foram apreciadas as preliminares, nada trazem a este respeito, e a apreciação da matéria em seu mérito mantém a imprecisão, consoante reproduz. Na medida em que o Decreto nº 70.235/72 não prevê embargos de declaração, requer a devolução dos autos à DRJ para produção de decisão complementar acerca do tema. Subsidiariamente reitera a imprecisão do termo de sujeição passiva solidária, destaca que a solidariedade não se presume e por isso não se coaduna com argumentos genéricos e imprecisos, e transcreve os excertos da acusação fiscal nos quais constam a ilações criticadas, bem como do acórdão recorrido que permanece com as imprecisões e incertezas. Reafirma que não detinha procuração para atuar em nome da empresa fiscalizada e aduz que o agente fiscal preferiu atribuir maior peso a uma única declaração genérica de um corretor que teria afirmado que este Recorrente seria comerciante, em detrimento das demais declarações de outros corretores e de produtos rurais que confirmam que não poderia o ora Recorrente ser um solidário responsável da V&F Comercial Ltda, pois exercia a atividade de corretagem de café, sendo remunerado mediante comissão. Discorre acerca do tratamento doutrinário do art. 124, I do CTN, e afirma necessário interesse jurídico para imputação de tal responsabilidade. No caso, o Fisco o supõe ”gestor” de uma única conta corrente da empresa fiscalizada, a qual tinha como procuradora Fl. 24591DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 20 19 para movimentála a sua filha, maior e capaz, Maria Penha Zottel Dal Fior. Desprezando parte dos depoimentos colhidos, a Fiscalização teria distorcido sua atuação como um intermediador de negócios comissionado. Indica pontos do Termo de Verificação Fiscal em que esta distorção ocorreu, e cogita que estaria sendo responsabilizado por ser pai da pessoa indicada em depoimentos. Inexiste afirmação de que o recorrente, ou sua filha, comprava e revendia café. Ao contrário, dois declarantes foram categóricos em afirmálo intermediador. Logo, inexiste o interesse comum (assim considerado o interesse jurídico) na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Reportase ao depoimento do proprietário do imóvel que foi alugado pela V&F Comercial Ltda, do seu contador, de empresas adquirentes de café, nos quais não foi citado o nome do recorrente, a evidenciar presunção de solidariedade. Aponta, também, descumprimento do art. 42, §5o da Lei nº 9.430/96, pois se os procuradores seriam os verdadeiros titulares das movimentações bancárias, utilizandose da pessoa jurídica para ocultar receitas/rendimentos, conforme excertos da acusação que cita, então o lançamento deveria recair sobre os efetivos titulares das contas, consoante jurisprudência que transcreve. A reforçar este entendimento invoca a glosa de créditos de PIS e COFINS nos adquirentes de café, por terem adquirido café das pessoas supostamente responsáveis pela movimentação das contas bancárias da V&F Comercial Ltda. Assim, se válidas as suposições fiscais, o lançamento seria nulo por erro na identificação do sujeito passivo. Invoca o art. 110 do CTN para se opor à alegação de que os responsáveis seriam sócios de direito ou de fato da autuada, na medida em que o Código Civil não autoriza a conclusão de que existe sociedade personificada ou não personificada entre os supostos titulares das contas bancárias movimentadas em nome da empresa fiscalizada. A autuada é pessoa jurídica devida constituída e com sócios próprios, e em relação aos demais responsáveis não se verifica a affectio societatis para afirmarse a existência de sociedade. Está reconhecido no acórdão que as operações se davam de maneira descentralizada, sendo que cada outorgado agia em sua respectiva região. Inexiste, assim, obrigações recíprocas entre as pessoas e partilha dos resultados. Defende que a responsabilização seja limitada à suposta movimentação da conta corrente 8.4532, da Agência 1.298X, do Banco do Brasil, que tinha como procuradora a filha do ora Recorrente, discorrendo a respeito com fundamento no art. 134 do CTN, bem como com base em doutrina acerca do art. 124, inciso I do CTN. Ainda, nesta mesma linha de defesa, invoca os princípios da individualização da pena, da isonomia e da proporcionalidade, bem como as disposições do §6o do art. 42 da Lei nº 9.430/96. Por fim, questiona a qualificação da penalidade, na medida em que o lançamento esta fundado em presunção de omissão de receitas, bem como em suposições fiscais a partir de interpretação distorcida de depoimentos de terceiros e de procurações outorgadas pela pessoa jurídica. Cita jurisprudência em favor de seu entendimento. Anota, ainda, que a exoneração procedida pela autoridade julgadora de 1a instância foi inferior aos valores que corresponderiam à omissão de receitas originárias de depósitos bancários. Entende que deve ser cancelada a totalidade dos lançamentos dos anos calendário 2004 e 2005. Fl. 24592DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 21 20 Maria da Penha Zottel Dalfior foi cientificada em 16/10/2012 (fl. 18338) e interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fl. 19230/19275), inicialmente argüindo a nulidade da imputação de sujeição passiva solidária ante a dúvida exteriorizada pelo auditor fiscal acerca de sua atuação e de seu pai João Cremasco Dal Fior, reportandose a ambos como se fossem uma única pessoa. As incertezas foram mantidas na decisão recorrida, inclusive afirmandose que seu pai teria procuração para movimentar a conta bancária citada. De toda sorte, aduz não ser responsável tributária por apenas atuar na condição de intermediadoracomissionada, inexistindo interesse jurídico na situação que constitua o fato gerador dos tributos exigidos. A Fiscalização promoveu a acusação apenas com base no fato de que ela movimentava conta corrente da pessoa jurídica e com ela mantinha relações de intermediação. Discorrendo sobre o que caracteriza interesse comum, na dicção do art. 124, I do CTN, argumenta ser necessário interesse juridicamente protegido, não bastando a presunção com base em depoimentos de que a recorrente teria algum interesse na situação que constitui fato gerador dos tributos devidos pela autuada. Observa que, como reconhecido por depoentes, seu pai, e por conseqüência também ela, seriam apenas intermediadores. Cita depoimentos que também afirmaram ser esta sua atuação. Afirma inexistir prova de que tenha efetuado compra e venda do produto em nome da pessoa jurídica, e destaca excertos da acusação reconhecendo que Charles Paulo Bart seria seu administrador. Reportase a outro depoimento que indica Wanderley Stuhr como representante da pessoa jurídica. Argumenta que o lançamento seria nulo em razão do disposto no §5o do art. 42 da Lei nº 9.430/96, e discorda de sua responsabilização por todo o crédito tributário, quando movimentou apenas parte dos recursos. Observa que V&F Comercial Ltda é pessoa jurídica constituída, com sócios próprios, não se verificando a sociedade de fato em razão das disposições a respeito do tema contidas no Código Civil. Subsidiariamente pede que sua responsabilidade fique limitada aos atos por ela praticados junto à conta bancária nº 8.4532, da Agência 1.298X, do Banco do Brasil. Reitera que a responsabilidade decorre de simples presunção antes à procuração que lhe foi outorgada, e invocando os princípios da individualização da pena, da isonomia e da proporcionalidade, defende que não pode ser responsabilizada pelo fato gerador de créditos decorrentes dos recursos de outras contas correntes. Acrescenta que a responsabilização do procurador se limita aos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis (art. 134 do CTN), ou aos atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (art. 135 do CTN). E reportase, também, às disposições do art. 42, §6o da Lei nº 9.430/96 Por fim, questiona a qualificação da penalidade, na medida em que o não há prova de intuito fraudulento, mas apenas autuação por presunção. Cita jurisprudência em favor de seu entendimento. Anota, ainda, que a exoneração procedida pela autoridade julgadora de 1a instância foi inferior aos valores que corresponderiam à omissão de receitas originárias de depósitos bancários. Entende que deve ser cancelada a totalidade dos lançamentos dos anos calendário 2004 e 2005. Eugênio Pedro di Francesco foi cientificado em 17/10/2012 (fl. 19316) e interpôs recurso voluntário em 12/11/2012 (fls. 18340/18367). Argumenta que a acusação Fl. 24593DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 22 21 fiscal se funda em presunções, e que o elemento material que sujeita o recorrente ao procedimento fiscalizatório está baseado em um ÚNICO DADO, qual seja, a incompreensível expressão lançada no verso do Cheque nº 000018, da Conta nº 560.1562, do Bradesco do Município de Santa Tereza (“Doca´?”). Da leitura desta expressão a Fiscalização extraiu a alcunha pela qual é conhecido na intimidade o ora recorrente, e concluiu que ele autorizou o pagamento de R$ 11.000,00, mesmo se deter a qualidade de procurador da pessoa jurídica. Diz que o próprio autuante não teve certeza do que representava a expressão, e reportouse a outras incertezas presentes na acusação fiscal, observando que não foi ouvido pela Fiscalização. Observa que a instituição financeira, em razão do sigilo bancário, se recusou a informarlhe quem havia autorizado o pagamento do referido cheque, até porque ele não tinha autorização para obter informações da conta bancária. Complementa dizendo ser absurdo imputarlhe, em tais circunstâncias, a responsabilidade pela totalidade do crédito lançado. Afirma ser nula a decisão recorrida por ter indeferido a diligência requisitada junto à agência do Bradesco em Santa Teresa, na medida em que as informações acerca da movimentação da conta bancária seriam imprescindíveis à ampla cognição processual. Reitera a argüição de decadência das exigências de 2004, na medida em lançamento era possível naquele mesmo ano, e na forma do art. 173, I do CTN a contagem deveria ter início em 01/01/2005, e não em 01/01/2006, como fez a autoridade julgadora de 1a instância. Aduz que sua responsabilização em caráter solidário pelos débitos da referida empresa é fruto da extrema subjetividade da autoridade fiscal, na medida em que não tinha poderes para movimentar contas correntes, e tomouse como escorreito o conteúdo probante inconsistentemente produzido em desfavor do ora recorrente. Complementa que embora reconhecendo que a responsabilidade se dá na medida da participação do sujeito passivo para consecução do objeto social da sociedade, a autoridade julgadora conclui, contraditoriamente, pela responsabilização indistinta de todos os acusados. Discorre sobre a caracterização do interesse comum, e conclui por sua inocorrência, na medida em que jamais foi cogitado como responsável pelas diversas movimentações financeiras da autuada, deixando a Fiscalização de observar o princípio de que a solidariedade não se presume. Cita jurisprudência em subsídio aos seus argumentos. Invoca a Súmula CARF nº 14 para pleitear a redução da multa de ofício, na medida em que não foi demonstrado dolo, não estando presentes no caso concreto quaisquer das hipóteses capazes de gerar a qualificação da multa ao patamar de 150%. Giovani Bortolin di Francesco foi cientificado em 17/10/2012 (fl. 18336) e interpôs recurso voluntário em 12/11/2012 (fls. 18368/18397) com argumentação semelhante à apresentada por Eugênio Pedro di Francesco, distinta apenas na observação de que, por também não sendo procurador da pessoa jurídica autuada, a acusação baseouse em malsinados questionários respondidos por antigos funcionários da referida agência bancária, os quais, sugestionados, assinalaram, de modo recalcitrante até, que recebiam de um tal “Giovani” a autorização para o desconto dos cheques; e que o procedimento era realizado sempre por meio de contatos telefônicos; e que, a partir desses contatos, lançavam no verso das cártulas o nome “Giovani”, como sendo o responsável pelas respectivas autorizações de pagamento. Destaca a inexatidão das respostas prestadas em razão de se verificaram seis anos antes dos questionamentos. Finaliza formulando os mesmos pedidos de Eugênio Pedro di Francesco. Fl. 24594DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 23 22 Theodoro Antonio Zanotti e Leonor Andrade Seixas Zanotti foram cientificados em 15/10/2012 (fl. 19229 e 19227), e interpuseram recurso voluntário conjunto em 13/11/2012 (fls. 18398/18443). Inicialmente mencionam que a decisão recorrida serviu apenas como uma tentativa de acertamento de alguns erros técnicos graves da autuação e de reprise dos aspectos fáticos tratados inicialmente, dedicando apenas cinco parágrafos aos recorrentes. Argúem que os julgadores defenderam prazo decadencial de 6 (seis) anos, e afirmam ter ocorrido a decadência dos créditos tributários pertinentes aos anoscalendário 2004 e 2005. Invocam a aplicação do art. 150, §4o do CTN, e defendem que tais créditos já estariam decaídos em 08/11/2010. De toda sorte, com base no art. 173, inciso I do CTN, ao menos as exigências de 2004 estariam integralmente decaídas. Classificam de absurda a imputação de responsabilidade por operações realizadas em todo o Estado do Espírito Santo, incluindo eventos distantes e totalmente alheios às atividades de sua família no interior do município de Nova Venécia – ES, sem trazer aos autos qualquer prova disso, mas apenas alguns cheques e depoimentos. Afirmam que a responsabilização é ato abusivo e ilegal, que viola o direito à privacidade e à honra subjetiva do Recorrente, e defendem a nulidade do ato. Reportamse a julgados administrativos que afirmam a incompetência dos agentes fiscais para imputarem responsabilidade tributária solidária, e concluem pela existência de abuso de autoridade, na forma do art. 4o, “h”, da Lei nº 4.898/65, asseverando que além de dar início aos processos administrativosdisciplinares e penais adequados à punição dos abusos cometidos, deve o CARF fazer cessar, imediatamente, todos os danos causados à honra subjetiva dos Recorrentes, extirpando dos autos deste processo qualquer menção ao seu nome (principalmente do relatório) e desentranhando qualquer documento com ele relacionado, principalmente a representação fiscal para fins penais. Aduzem que não foram individualizadas as supostas práticas delitivas e o ônus respectivo e citam doutrina acerca da imperatividade desta conduta no campo cível e penal, bem como jurisprudência favorável à anulação da peça acusatória quando ela não exponha individualmente os atos ilícitos e as responsabilidades respectivas. Complementam mais à frente que a imputação de responsabilidade com base nos arts. 124, 134 e 135 do CTN também deve vir acompanhada da descrição da conduta bem como da delimitação qualitativa e quantitativa do ônus a ser suportado por causa dessas ações, ao passo que a própria Fiscalização reconhece que os recorrentes estão vinculados apenas à Nova Venécia. Dentre outras normas, tal prática viola o §5o, artigo 42 da Lei 9.430/96, pois a própria Fiscalização afirma que os Recorrentes movimentaram apenas a conta mencionada. Ainda que existisse um esquema de sonegação, os valores depositados nessa conta de Nova Venécia – ES, após a intimação dos Recorrentes para comprovar a origem deles (o que não foi feito) seriam a única base de cálculo correta. Ademais, o valor movimentado da conta da qual um antigo empregado do pai e um dos Recorrentes era procurador, como informa a própria Fiscalização, alcançou o montante percentualmente insignificante se considerada a base de cálculo total. Teria sido inviabilizada a ampla defesa por desconhecerem as movimentações bancárias ocorridas em outros municípios nos quais jamais estiveram, revelandose hipotético o interesse jurídico comum afirmado pelo Fisco. Até porque, sem acesso aos livros da empresa ou às suas movimentações bancárias, bem como sem Fl. 24595DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 24 23 conhecimento de suas relações comerciais, não têm como se defender. Necessária, portanto, a aplicação do art. 59, inciso II do Decreto nº 70.235/72. Apontam ofensa, também, ao art. 42, §6o da Lei nº 9.430/96, porque não lhes foi dirigida intimação para comprovação da origem dos depósitos, e defendem a nulidade total do lançamento, afirmando inválida a tentativa de salvamento do auto de infração pela DRJ. Citam jurisprudência em favor de seu entendimento. Pleiteiam a suspensão do processo até que o Supremo Tribunal Federal decida sobre a constitucionalidade da quebra do sigilo bancário pela Receita Federal, invocando as disposições do art. 62A, §§ 1o e 2o do Regimento Interno do CARF. Entendem contraditória a decisão recorrida que admite a imputação dos créditos movimentados na conta corrente de Nova Venécia/ES aos “correntistas”, mas declara a nulidade do lançamento em relação a toda movimentação bancária. Afirmam, assim, a nulidade do acórdão recorrrido. Abordando a ausência de provas do envolvimento dos recorrentes no suposto esquema de sonegação, inicialmente mencionam que o acórdão recorrido nada diz sobre os argumentos da defesa, e observam que autoridade possui o poder de impor a responsabilidade tributária passiva, mas, de outro lado, lhe foi imposto o dever de provar a ocorrência do fato gerador e a sujeição passiva respectivas. Meras conjecturas, surgidas de um recorte da realidade não podem ser suficientes para impor obrigação de tão grave repercussão. Descrevem as conclusões fiscais e asseveram que a fiscalização procurou selecionar os fatos e provas de seu interesse e, sem o menor pudor, impor responsabilidade tributária a qualquer pessoa que lhe parecesse interessante a quitação do débito apurado. A imposição da totalidade de um crédito há dezenas de pessoas físicas e jurídicas residentes em municípios diferentes, totalmente desconectadas, traz em si a evidência de que houve abuso de autoridade e excesso de exação nesse caso. Enunciam as provas apresentadas, destacam que nunca foram procuradores da autuada, e que um antigo empregado da empresa Zanotti Café e que teria sido procurador: o Sr. José Carlos Ambrósio. Asseveram que o vínculo empregatício nada prova, e que não foi colhido depoimento de tal pessoa. Invocam jurisprudência para restringir a aplicação do art. 124, I do CTN a casos extremos e em que reste evidente o interesse jurídico comum na atividade econômica ou no bem que dá margem a imposição tributária, como no caso de cônjuges ou de condôminos. Reportase ao art. 142 do CTN e ao art. 333 do Código de Processo Civil, bem como a outros dispositivos legais, para afirmar que este interesse deve ser provado no momento do lançamento. E pedem a aplicação do art. 112 do CTN. Afirmam inexistir prova de dolo, que a Fiscalização está presumindo a existência de tributo a recolher, e também a existência de fraude, contrariamente à jurisprudência que colacionam. Silvino Faria Júnior foi cientificado por meio de correspondência postada em 09/10/2012, mas cujo aviso de recebimento não informa a data de entrega (fl. 19228); solicitou copia do processo administrativo em 08/11/2012 (fl. 18445/18449) e interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fls. 19276/19290), afirmando ter sido cientificado em 18/10/2012. Fl. 24596DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 25 24 Preliminarmente argúi a nulidade da decisão recorrida porque não ofereceu impugnação ao lançamento, na medida em que não fora regularmente intimado para tanto. Afirma irregular a ciência por edital, por entender que ela somente seria possível quando o destinatário da citação, notificação ou comunicação de diligência não for localizado, ou seja, quando resultar improfícua a via postal. Já no presente caso, o não recebimento decorreu do aparente extravio da correspondência, que sequer foi devolvida ao remetente. Ausente comprovação da impossibilidade de localização do Recorrente nos termos exigidos pela lei, houve prejuízo à sua defesa, posto que não teve oportunidade de apresentar impugnação contra o lançamento. Subsidiariamente aduz que compete apenas à Procuradoria da Fazenda Nacional atribuir responsabilidade tributária, na forma da jurisprudência que transcreve. Na seqüência, opõese à aplicação do art. 135 do CTN por não ter praticado qualquer ato doloso ou culposo, e não ser sócio de fato da autuada, nem atuar em seus quadros de direção. A atuação do recorrente, por meio de sua empresa JMB Corretagem de Café, limitavase à intermediação nas operações de compra e venda do produto, inexistindo qualquer referente a instrumento de mandato do recorrente. Por meio da Resolução nº 1101000.116 o julgamento dos recursos voluntário e de ofício foi convertido em diligência para averiguações acerca da intimação, por via posta, do responsável Silvino Faria Júnior, bem como para confirmação da existência de aditamento à impugnação alegado por Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr. Em resposta, a autoridade responsável informou que o aviso de recebimento em referência foi extraviado, e confirmou a existência dos aditamentos apresentados antes do julgamento da impugnação (fls. 24557/24558). Fl. 24597DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 26 25 Voto Conselheira EDELI PEREIRA BESSA Na sessão de julgamento de 11 de fevereiro de 2014 o julgamento dos recursos voluntário e de ofício foi convertido em diligência por meio da Resolução nº 1101 000.116, em razão do que assim exposto no voto de lavra desta Conselheira: Os recursos voluntários são tempestivos porque, em sua maioria, interpostos antes de decorrido o prazo legal de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão de 1a instância. Cumpre esclarecer, apenas, que: · Wagner de Oliveira não foi cientificado por via postal porque inexistente o número na via indicada como seu domicílio fiscal (fl. 18333/18334). A correspondência foi postada em 09/10/2012 e não há notícia, nos autos, de edital para ciência, mas o responsável interpôs recurso voluntário em 14/11/2012 (fls. 19366/19393), de modo que sua defesa deve ser considerada tempestiva; e · Silvino Faria Júnior foi cientificado por meio de correspondência postada em 09/10/2012, mas cujo aviso de recebimento não informa a data de entrega (fl. 19228). Neste caso, o Decreto nº 70.235/72 estabelece, em seu art. 23, §2o, inciso II, que se considera feita a intimação quinze dias após a data da expedição da intimação. E, com este acréscimo a partir de 09/10/2012, mostrase tempestivo o recurso voluntário interposto em 14/11/2012 (fls. 19276/19290). A apreciação do recurso de Silvino Faria Júnior, porém, ainda depende da avaliação do fato de inexistir, nos autos, impugnação por ele interposta contra a exigência. Argúi o interessado que não foi regularmente intimado para tanto, na medida em que a ciência então promovida por edital somente seria possível quando o destinatário da citação, notificação ou comunicação de diligência não for localizado, ou seja, quando resultar improfícua a via postal. Já no presente caso, o não recebimento decorreu do aparente extravio da correspondência, que sequer foi devolvida ao remetente. Ausente comprovação da impossibilidade de localização do Recorrente nos termos exigidos pela lei, houve prejuízo à sua defesa, posto que não teve oportunidade de apresentar impugnação contra o lançamento. Requer, assim, a nulidade da decisão de 1a instância. Consoante expresso na decisão recorrida (fl. 18247), a autoridade julgadora de 1a instância considerou o responsável Silvino Faria Júnior intimado do lançamento em 16/12/2010. Nos autos verificase que às fls. 16611/16613 consta listagem de postagem das correspondências destinadas à ciência dos responsáveis tributários indicados no lançamento. Especificamente em relação ao recorrente, a correspondência dirigida ao CEP 37270000 recebeu o código nº SK60963527 1 BR, e o histórico do objeto relatado pelos Correios, às fls. 16667, indica que o documento postado em 05/11/2010 foi entregue em 08/11/2010. De outro lado, por meio do Ofício nº 327/2010, a autoridade fiscal requereu aos Correios, dentre outros, aviso de recebimento referente ao objeto nº SK 60963527 1 Fl. 24598DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 27 26 BR, destinado a Silvino Faria Junior, no logradouro “Rua Aristóbulo Silva Furtado, nº 195, Cidade Campo Belo/MG” (fls. 16569/16570). Na seqüência, consta memorando interno registrando a ciência de Silvino Faria Junior por meio do Edital nº 371/2010 (fl. 16595), na medida em que este e outros sujeitos passivos tiveram ciência do auto de infração por via postal, conforme extrato de consulta no site “www.correios.com.br” (extratos anexos), entretanto os ARs não retornaram (fl. 16571/16572). Dispõe o Decreto nº 70.235/72 que: Art. 23. Farseá a intimação: [...] II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) [...] § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I no endereço da administração tributária na internet; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 2° Considerase feita a intimação: [...] II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) [...] IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 6o As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] Nestes termos, a intimação, por via postal, é feita mediante prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. Admitese que esta prova não apresente a data do recebimento, que assim será presumida como o 15o dia posterior à expedição. De outro lado, se este meio resultar improfícuo, a intimação pode ser feita por edital. Fl. 24599DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 28 27 A lei afasta, expressamente, qualquer ordem de preferência entre as formas de ciência previstas no caput do art. 23 do Decreto nº 70.235/72 (pessoal, postal ou eletrônica). Mas exige que uma delas seja tentada e frustrada para que se possa fazer uso da ciência ficta, por meio de edital. A questão a ser dirimida, portanto, é se pode ser classificada como improfícua a tentativa de ciência postal na qual a correspondência é, segundo declaração dos Correios, entregue ao destinatário, mas sem a devolução do aviso de recebimento que provaria esta entrega e a data na qual ela ocorreu. É possível que a autoridade fiscal tenha entendido que a tentativa de ciência por via postal se efetivou, mas não poderia produzir os efeitos práticos por ausência de prova do recebimento da correspondência. Em conseqüência, afixou edital para estabelecer uma data ficta de ciência do sujeito passivo. Ocorre que, mais do que a data de entrega e de postagem (referências legais para a contagem do prazo no caso de intimação por via postal), o aviso de recebimento ou o envelope da correspondência são as provas de que a intimação foi dirigida, de fato, ao domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. A autoridade fiscal consigna no Ofício nº 327/2010 que a correspondência em questão foi dirigida ao logradouro “Rua Aristóbulo Silva Furtado, nº 195, Cidade Campo Belo/MG”, mas a listagem de postagem às fls. 16111/16613 somente indica o CEP do destino, e o vincula a um código de objeto, em razão do qual os Correios informam a entrega ao destino. Não é possível, porém, afirmar que a entrega se deu no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo porque inexiste prova documental neste sentido. Em tais condições, o sujeito passivo pode alegar que a correspondência foi entregue em outro endereço, e não é possível refutar suas alegações. E, residindo no endereço eleito como domicílio tributário, como resta evidenciado no aviso de recebimento da decisão de 1a instância à fl. 19228 (dirigido ao endereço acima indicado e assinado pelo próprio interessado), o sujeito passivo tem o direito de ser ali cientificado dos atos administrativos tributários, sem se preocupar com a ciência ficta decorrente da publicação de edital. Concluise, do exposto, que a ausência de prova da tentativa de ciência postal ao sujeito passivo no domicílio tributário por ele eleito impõe que nova ciência do lançamento, por via postal ou pessoal, seja promovida em face do responsável tributário Silvino Faria Júnior, inclusive para concederlhe vistas dos autos na forma determinada pela autoridade julgadora de 1a instância em favor dos demais impugnantes (despacho de fl. 17739), e facultandolhe o prazo de 30 (trinta) dias para impugnação da exigência e da responsabilidade tributária que lhe foi imputada. Somente se demonstrada a tentativa de ciência pessoal, ou postal no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo, e a sua improficiência, a autoridade fiscal poderia ter feito uso do edital para ciência ficta do sujeito passivo. Por estas razões, o vício aqui alegado por Silvino Faria Júnior imporia a declaração de nulidade da decisão de 1a instância para que outra decisão fosse proferida depois de promovida a ciência do lançamento àquele interessado. Prudente, porém, antes desta providência, confirmar junto à unidade administrativa de origem se o aviso de recebimento vinculado ao objeto nº SK 60963527 1 BR, não foi, de fato, localizado pelos Correios, mormente tendo em conta que não consta dos autos resposta daquela instituição ao Ofício nº 327/2010 que lhe foi dirigido pela autoridade administrativa local. Oportuno observar, ainda, que o recurso voluntário apresentado conjuntamente por Eduardo Stuhr, Sérgio Stuhr, Wanderley Stuhr e Lucimar Stuhr também veicula argüição de nulidade do processo porque a autoridade julgadora afirmou nada ter sido juntado por Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr depois de intimados para terem vistas dos autos. Alegam estes recorrentes que foi apresentada petição em Fl. 24600DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 29 28 02/07/2012 para protocolo de cópia integral da ação de justificação por eles proposta, à semelhança do que feito por Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr. De fato, a decisão recorrida é expressa no sentido de que Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr não apresentaram aditamento à impugnação depois de lhes terem sido concedidas vistas dos autos (fl. 18269). De outro lado, os recorrentes juntaram à fl. 18489 cópia autenticada de petição dirigida ao Delegado da Receita Federal no Espírito Santo, referenciando o número do presente processo administrativo, e requerendo a juntada de cópia integral dos autos da Ação de Justificação por eles proposta, à semelhança do que também requerido por Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr no documento juntado por cópia autenticada à fl. 18493. A petição indicada à fl. 18489, de fato, não consta dos autos. Não há dúvida que a autoridade julgadora de 1a instância procedeu a criterioso exame das peças aqui juntadas, na medida em que refutou a informação da autoridade encarregada das diligências requeridas, juntada à fl. 18223, no sentido de que Eugênio Pedro Di Francesco e Giovanni Bortolini não teriam apresentado aditamento à impugnação. Como expresso pela autoridade julgadora à fl. 18269, o aditamento destes responsáveis foi localizado às fls. 17797/17798, em meio a elementos referentes a outros responsáveis tributários. De outro lado, porém, a autoridade fiscal encarregada de tais diligências elaborou o quadro de fl. 18222 indicando que Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr teriam apresentado aditamento à impugnação em 02/07/2012, em conformidade com as alegações destes em recurso voluntário. Por tais razões, também necessário se faz verificar junto à unidade de origem se a petição de fls. 18489 foi, de fato, apresentada junto à ARF/Serra e qual o destino dado aos documentos a ela anexados. Diante do exposto, o presente voto é no sentido de CONVERTER o julgamento em diligência para que a autoridade administrativa local: · Em face das alegações do responsável Silvino Faria Júnior, confirme se o aviso de recebimento vinculado ao objeto nº SK 60963527 1 BR, não foi, de fato, localizado pelos Correios; · Em face das alegações dos responsáveis Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr, confirme se houve aditamento à impugnação por meio da petição juntada por cópia à fl. 18489. Prestadas as informações requeridas, os autos devem retornar a este Conselho para que se prossiga na apreciação dos recursos voluntários e de ofício aqui interpostos. Na informação fiscal de fls. 24557/24558 foi consignado que: · Relativamente à comprovação de ciência de Silvino Faria Júnior, a autoridade fiscal oficiou a Diretoria Regional da Empresa de Correios e Telégrafos do Espírito Santo acerca do objeto nº SK 60963527 1 BR, que teria sido enviado para a Rua Aristóbulo Silva Furtado, nº 195, Campo Belo/MG, e segundo informações do sítio dos Correios entregue em 08/11/2010, questionando a localização do aviso de recebimento AR correspondente e, em caso negativo, a existência de algum outro registro que comprovasse o recebimento do objeto no endereço acima, mas em resposta a instituição informou que o objeto constava como entregue em 08/11/2010, mas o AR tem indício de extravio, não sendo possível informar o nome do recebedor, pois a temporariedade de arquivamento da Lista de Objeto Entregues pelo Fl. 24601DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 30 29 Carteiro já expirou. A autoridade fiscal concluiu, assim, que o AR foi extraviado; e · Com referência ao aditamento à impugnação promovido por Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr, apurou que ele de fato ocorreu, mas deixou de ser anexado por ocasião da juntada dos demais. O documento foi juntado às fls. 24330/24552. Frente a tais circunstâncias, impõese a declaração de nulidade da decisão recorrida, para que outra seja proferida tendo em conta o aditamento à impugnação promovido por Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr. É inconteste que a petição agora juntada às fls. 24330/24552, depois de disponibilizada vistas dos autos aos interessados em 22/06/2012 e 19/06/2012, foi apresentada em 02/07/2012, mas não apreciada pela autoridade julgadora de 1ª instância na decisão de 26/09/2012, porque não juntada aos autos, diversamente do que verificado em relação a aditamento semelhante promovido por Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr. Ressaltese que a semelhança entre os argumentos deduzidos por estes e aqueles consignados na petição de fls. 24330/24552 não permite integrar a decisão e afirmar que a decisão da autoridade julgadora de 1ª instância em face do aditamento promovido por Eduardo Stuhr e Wanderley Stuhr seria aplicável à petição de fls. 24330/24552, especialmente porque outro é o processo judicial manejado por Sérgio Stuhr e Lucimar Stuhr, e outras decisões judiciais poderiam ter sido proferidas. Nos termos do art. 16, §6º do Decreto nº 70.235/72, os documentos apresentados depois da impugnação somente são apreciados, em primeira análise, pela autoridade julgadora de 2ª instância, caso a apresentação se verifique depois de proferida a decisão de 1ª instância. No presente caso, como os documentos foram apresentados antes da decisão de 1ª instância, a falta de sua apreciação caracteriza preterição do direito de defesa e impõe, nos termos do art. 59, inciso II do Decreto nº 70.235/72, a declaração de nulidade da decisão de 1ª instância, para que outra seja proferida contemplando, também, referidos aditamentos. Antes, porém, deve ser oportunizado regular prazo para impugnação por parte de Silvino Faria Júnior. Isto porque a autoridade julgadora de 1ª instância considerou Silvino Faria Júnior intimado em 16/12/2010, considerando válido o edital afixado em 01/12/2010 (fl. 21431) e acompanhando o entendimento da autoridade lançadora que desprezou a informação de que o objeto nº SK 60963527 1 BR lhe teria sido entregue por via postal em 08/11/2010, e indicou o edital nº 371/2010 como comprovante de ciência do referido responsável tributário à fl. 21408. Ocorre que, nos termos do art. 23, §1º do Decreto nº 70.235/72, a intimação por edital somente pode ser promovida quando resultar improfícua a intimação pessoa ou por via postal. A intimação por via postal, por sua vez, se efetiva mediante prova de seu recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo (art. 23, inciso II do Decreto nº 70.235/72), sendo que o envio a este destino se prova mediante juntada do aviso de recebimento AR ou do envelope da correspondência enviada. No caso, a autoridade postal informa que o objeto foi entregue no destino em 08/11/2010, mas não há prova documental de que o documento foi enviado ao domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. Caso o intimado tivesse se manifestado nos autos, seu conhecimento da intimação poderia ser presumido a partir dos termos de sua defesa. Porém, como não houve impugnação por parte de Silvino Faria Júnior, somente é possível imputarlhe os efeitos da revelia mediante prova de Fl. 24602DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 15586.000905/201001 Acórdão n.º 1302001.734 S1C3T2 Fl. 31 30 sua regular ciência da acusação fiscal. E, como a validade da intimação por edital depende da comprovação de que não foi possível, no caso, a intimação por via postal, e esta não pode ser considerada improfícua sem a demonstração de seu envio ao domicílio tributário do sujeito passivo, nem efetiva sem a juntada do aviso de recebimento AR, concluise que o responsável Silvino Faria Júnior não foi intimado da acusação fiscal, e esta intimação deve ser efetivada oportunizandolhe prazo para impugnação, sob pena de cerceamento ao seu direito de defesa. Diante de todo o exposto, o presente voto é no sentido de ANULAR o processo administrativo a partir da decisão de 1ª instância, devendo os autos retornar à autoridade julgadora de 1ª instância, mas isto depois de ser promovida nova ciência da acusação fiscal a Silvino Faria Júnior, facultandolhe a apresentação de impugnação. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Relatora Fl. 24603DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por EDELI PEREIRA BESSA
score : 1.0
Numero do processo: 14485.002021/2007-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1996 a 01/06/2006
DECISÃO A QUO. EXONERAÇÃO DO CRÉDITO. RECONHECIMENTO DE DECADÊNCIA TOTAL DO LANÇAMENTO. RECURSO DE OFÍCIO. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU QUE DEVE SER MANTIDA.
Recurso de Ofício Negado.
Numero da decisão: 2202-003.077
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício.
(Assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa -Presidente
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira - Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1996 a 01/06/2006 DECISÃO A QUO. EXONERAÇÃO DO CRÉDITO. RECONHECIMENTO DE DECADÊNCIA TOTAL DO LANÇAMENTO. RECURSO DE OFÍCIO. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU QUE DEVE SER MANTIDA. Recurso de Ofício Negado.
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Recorrente BANKAMÉRICA COMERCIAL E PARTICIPAÇÕES S.A. Interessado FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1996 a 01/06/2006 DECISÃO A QUO. EXONERAÇÃO DO CRÉDITO. RECONHECIMENTO DE DECADÊNCIA TOTAL DO LANÇAMENTO. RECURSO DE OFÍCIO. DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU QUE DEVE SER MANTIDA. Recurso de Ofício Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 48 5. 00 20 21 /2 00 7- 53 Fl. 407DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 14485.002021/200753 Acórdão n.º 2202003.077 S2C2T2 Fl. 408 2 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD DEBCAD 37.035.3439, que objetiva o lançamento da contribuição social previdenciária, decorrente da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores da categoria de empregados, parte patronal, parte descontada dos empregados, SAT e terceiros, conforme Relatório Fiscal do Processo Administrativo Fiscal – PAF, de fls. 122 a 127, com período de apuração de 01/1996 a 05/2006, segundo Mandado de Procedimento Fiscal MPF, de fls. 109 a 112. O sujeito passivo foi cientificado do lançamento, em 01/12/2006, conforme Folha de Rosto da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, de fls. 03. O contribuinte apresentou sua defesa/impugnação, petição com razões impugnatórias, acostada, as fls. 144 a 168, remetida, via postal, em 15/12/2006, conforme envelope de remessa, de fls. 169, desacompanhada de qualquer documento. Nova petição foi apresentada pelo contribuinte, as fls. 172, também, remetida, via postal, em 26/12/2006, conforme envelope de remessa, de fls. 217, porém, acompanhada dos documentos, de fls. 173 a 216. A impugnação foi considerada tempestiva, fls. 220. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 1625.481 12ª, Turma da DRJ/SP1, em 28/05/2010, fls. 389 a 399. A impugnação foi considerada procedente, tendo em vista a decadência de todas as competências lançadas . O contribuinte tomou conhecimento desse decisório, em 20/08/2010, conforme Histórico de Objeto, de fls. 401. O Presidente da Turma Julgadora em cumprimento a legislação que rege a matéria apresentou o Recurso de Ofício, nos termos a seguir transcritos. Tendo em vista que o valor exonerado atinge o limite de que trata o art. 1°,da Portaria MF n° 03/2008, de 03/01/2008, cabe recurso de oficio desta decisão. A DRF remeteu aos autos ao CARF, fls. 404. O presente PAF foi sorteado e distribuído a esse conselheiro, em 22/01/2015, lote 09. É o Relatório. Fl. 408DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 14485.002021/200753 Acórdão n.º 2202003.077 S2C2T2 Fl. 409 3 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso de ofício preenche os requisitos de sua admissibilidade, assim ele merece ser apreciado. Retenção. O presente processo ficou retido e sua solução foi retardada em razão dos recentes acontecimentos que afetaram o normal funcionamento do CARF, situação, absolutamente, fora do alcance do presente conselheiro. Mérito. Verifiquei, as fls. 03, Folha de Rosto da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, que a notificação do lançamento ao contribuinte de seu, em 01/12/2006. Ressalto, também, que podese verificar no DAD – Discriminativo Analítico de Débito, de fls. 06 a 25, bem como do Discriminativo Sintético de Débito DSD, de fls. 26 a 33, que as competências que se lançaram, encampam o período de 02/1996 a 09/2000; 01/2001 a 04/2001; 07/2001 a 10/2001, bem como os 13º/1996; 13º/1997; 13º/1998; 13º/1999. O Relatório de Documentos Apresentados – RDA, de fls. 65 a 71, demonstra a ocorrência de pagamento em todas as competências do crédito lançado, aplicandose a legislação de regência SV Nº 08/2008 STF, artigo 150, §4º, da Lei 5.172/66 e Súmula CARF 99, conforme a seguir transcrito. “São inconstitucionais os parágrafos único do artigo 5º do Decretolei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor Fl. 409DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 14485.002021/200753 Acórdão n.º 2202003.077 S2C2T2 Fl. 410 4 considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Concluo que não há reparos a fazer na decisão a quo, razão pela qual a mantenho. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto pelo conhecimento do recurso de ofício, para no mérito negarlhe provimento. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 410DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 03/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 14751.720285/2011-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jan 29 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007, 2008
INTEMPETIVIDADE. INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. POSSIBILIDADE.
O Decreto 70.235, de 1972, dispõe que a intimação por meio eletrônico será feita com prova do recebimento, mediante envio ao domicílio tributário do sujeito passivo, devendo ser realizada com prazo de 15 dias a partir da data do comprovante de entrega (art. 23, inciso III, a e § 2º, inciso III, a). Já nos termos da Portaria 259/2006, considera-se domicílio tributário a caixa postal disponibilizada no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC), desde que haja autorização do sujeito passivo (art. 4º, inciso I, e § 1º e §2º - fls. 80-1).
RECEITAS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA. OMISSÃO. AUTO DE INFRAÇÃO. PRESENTE INDICAÇÃO DA DEDUÇÃO DO IRRF.
Constou demonstrada no auto de infração a dedução do IRRF incidente sobre o rendimento de aplicação financeira considerado omitido.
Numero da decisão: 1301-001.922
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício e NÃO CONHECER o recurso voluntário. Houve sustentação oral proferida pelo Dr. Samuel Carvalho Gaudênio, OAB nº 274.427.
(documento assinado digitalmente)
Wilson Fernandes Guimarães - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Hélio Eduardo de Paiva Araújo - Relator.
Erro! A origem da referência não foi encontrada. - Redator designado.
EDITADO EM: 27/01/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (suplente convocado), Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Paulo Jakson da Silva Lucas, Gilberto Baptista (suplente convocado) e Wilson Fernandes Guimarães.
Nome do relator: HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007, 2008 INTEMPETIVIDADE. INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. POSSIBILIDADE. O Decreto 70.235, de 1972, dispõe que a intimação por meio eletrônico será feita com prova do recebimento, mediante envio ao domicílio tributário do sujeito passivo, devendo ser realizada com prazo de 15 dias a partir da data do comprovante de entrega (art. 23, inciso III, a e § 2º, inciso III, a). Já nos termos da Portaria 259/2006, considera-se domicílio tributário a caixa postal disponibilizada no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC), desde que haja autorização do sujeito passivo (art. 4º, inciso I, e § 1º e §2º - fls. 80-1). RECEITAS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA. OMISSÃO. AUTO DE INFRAÇÃO. PRESENTE INDICAÇÃO DA DEDUÇÃO DO IRRF. Constou demonstrada no auto de infração a dedução do IRRF incidente sobre o rendimento de aplicação financeira considerado omitido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício e NÃO CONHECER o recurso voluntário. Houve sustentação oral proferida pelo Dr. Samuel Carvalho Gaudênio, OAB nº 274.427. (documento assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães - Presidente. (documento assinado digitalmente) Hélio Eduardo de Paiva Araújo - Relator. Erro! A origem da referência não foi encontrada. - Redator designado. EDITADO EM: 27/01/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (suplente convocado), Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Paulo Jakson da Silva Lucas, Gilberto Baptista (suplente convocado) e Wilson Fernandes Guimarães.
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SERVIÇOS PRESTADOS NO BRASIL. AUSÊNCIA DE OBRIGATORIEDADE DE LUCRO REAL. No caso de contribuinte domiciliado Brasil prestar serviços também no Brasil, porém receber rendimentos oriundos do exterior, não há que se falar em obrigatoriedade de apuração do tributo pelo lucro real, nos termos do ADI SRF nº 5, de 2001. RECEITAS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA. OMISSÃO. AUTO DE INFRAÇÃO. PRESENTE INDICAÇÃO DA DEDUÇÃO DO IRRF. Constou demonstrada no auto de infração a dedução do IRRF incidente sobre o rendimento de aplicação financeira considerado omitido. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007, 2008 INTEMPETIVIDADE. INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. POSSIBILIDADE. O Decreto 70.235, de 1972, dispõe que a intimação por meio eletrônico será feita com prova do recebimento, mediante envio ao domicílio tributário do sujeito passivo, devendo ser realizada com prazo de 15 dias a partir da data do comprovante de entrega (art. 23, inciso III, “a” e § 2º, inciso III, “a”). Já nos termos da Portaria 259/2006, considerase domicílio tributário a caixa postal disponibilizada no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (eCAC), desde que haja autorização do sujeito passivo (art. 4º, inciso I, e § 1º e §2º fls. 801). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 75 1. 72 02 85 /2 01 1- 81 Fl. 2875DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício e NÃO CONHECER o recurso voluntário. Houve sustentação oral proferida pelo Dr. Samuel Carvalho Gaudênio, OAB nº 274.427. (documento assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães Presidente. (documento assinado digitalmente) Hélio Eduardo de Paiva Araújo Relator. Erro! A origem da referência não foi encontrada. Redator designado. EDITADO EM: 27/01/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (suplente convocado), Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Paulo Jakson da Silva Lucas, Gilberto Baptista (suplente convocado) e Wilson Fernandes Guimarães. Fl. 2876DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.876 3 Relatório OLM REPRESENTAÇÕES LTDA., já qualificada nos autos, recorre da decisão proferida pela 4a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife (PE) DRJ/REC, que, por maioria de votos, considerou procedente em parte a manifestação de inconformidade, mantendo parcialmente o crédito tributário exigido. Tendo em vista o bem articulado e minudente relatório elaborado pela decisão recorrida, considerada ainda a extensão, adotoo na íntegra conforme segue: Tratam os autos de lançamentos de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), de Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), consubstanciados nos autos de infração às fl. 02 a 54, referentes aos anoscalendário 2007 e 2008, com crédito tributário total de R$ 6.778.496,54, assim distribuído: TRIBUTO PRINCIPAL JUROS DE MORA MULTA DE OFÍCIO IRPJ 1.223.869,75 481.123,24 1.526.512,92 CSLL 445.774,09 175.264,59 556.930,93 COFINS 390.650,85 158.572,73 536.288,13 PIS 84.702,70 34.381,19 116.267,01 IRRF 484.615,37 200.081,52 363.461,52 Consoante as descrições dos fatos contidas nos autos de infração acima mencionados e no Relatório de Trabalho Fiscal (RTF), parte integrante daqueles, foram constatadas as seguintes irregularidades: Omissão de Receitas da Atividade – (infração 001 e 005 do auto de infração de IRPJ – item 6.1 do RTF) – considerando que não houve uma sociedade em conta de participação de fato, senão uma mera subempreitada, os valores recebidos da empresa Rocha Bressan Engenharia Ind. e Com. Ltda a título de distribuição de lucros, indicados abaixo, sujeitamse à tributação por representarem receitas de prestação de serviços. Esta infração foi lançada nos anoscalendário 2007 e 2008, tendo acarretado exigências de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. O IRPJ e a CSLL referentes a 2008 foram apurados com base no lucro líquido ajustado (lucro real), e, por conseguinte, a Cofins e o PIS foram lançados pelo regime nãocumulativo. Para esta infração a multa foi qualificada com base no art. 72 da Lei nº 4.502, de 1964, c/c art. 44, inciso I e §1º, da Lei nº 9.430, de 1996, com redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007, em virtude da reiteração da conduta irregular e os valores expressivos a ela associados não denotarem incorreções de menor porte, oriundas de erros de ordem material, mas, sim, verdadeiras ações dolosas elisivas, posto que nenhum outro objetivo pode ser vislumbrado que não seja o de impedir a ocorrência do fato gerador e/ou o não pagamento de tributos. Além disso, em função da conduta Fl. 2877DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 4 caracterizar, em tese, crime previsto no art. 1º, inciso II da Lei nº 8.137, de 1990, foi formalizada representação fiscal para fins penais: Omissão de Receita da Atividade Oriunda do Exterior – (infração 001 do auto de infração de IRPJ – item 6.3 do RTF) – constatouse que o sujeito passivo recebeu rendimento a título de comissão da empresa Motorola Inc Comn Intl, no montante de USD 500.000,00 (R$ 850.500,00, considerada taxa cambial de 1,7010), o qual não foi oferecido à tributação. Esta infração acarretou lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins para o anocalendário 2008. A multa de ofício aplicada foi de 75%; Omissão de Receitas Decorrentes de Aplicações Financeiras – (infração 002 e 006 do auto de infração de IRPJ – item 6.2 do RTF) – em consulta ao sistema Dirf da Receita Federal constatouse que o contribuinte obteve rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa no Unibanco nos anos 2007 e 2008, conforme extratos de consulta às fl. 2076 e 2077, respectivamente (transcritos abaixo). Da análise da contabilidade, verificouse que: a) os rendimentos dos meses de junho e outubro de 2007, e janeiro de 2008 não foram contabilizados; e b) os rendimentos dos meses de maio, julho e setembro de 2008 foram contabilizados líquidos (após dedução do IRRF). Nos cálculos foram considerados os impostos retidos na fonte. Esta infração gerou lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins para os anos calendário 2007 e 2008. A multa de ofício aplicada foi de 75%. Fl. 2878DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.877 5 Adições Não Computadas na Apuração do Lucro Real (custo/despesa indedutível) – (infração 003 do auto de infração de IRPJ – item 7.2.1 do RTF) – durante a ação fiscal, e sob intimação, o contribuinte apresentou o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) (fl. 1370 a 1375), onde mostra na Parte A as adições efetuadas ao lucro na apuração do lucro real de despesas indedutíveis como doações, multas de trânsito, faturas de cartões de crédito American Express, hospedagem e material de limpeza/consumo, nos valores de R$ 26.300,00, R$ 536,28, R$ 260.660,27, R$ 3.763,75 e R$ 5.362,25, respectivamente (distribuídos pelos períodos de apuração conforme indicado na tabela abaixo). Como tais valores não foram declarados pela opção indevida pelo lucro presumido, devem ser considerados no lançamento de ofício para determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Esta infração ensejou lançamentos destes tributos apenas para o ano calendário 2008. A multa aplicada foi de 75%; PERÍODO DE APURAÇÃO VALORES (R$) 1º Trimestre de 2008 66.442,27 2º Trimestre de 2008 64.934,01 3º Trimestre de 2008 90.791,94 4º trimestre de 2008 74.877,38 Resultados Operacionais Não Declarados / Opção Indevida Pelo Lucro Presumido – (infração 004 do auto de infração de IRPJ – item 7.1 do RTF) – o contribuinte sob ação fiscal fez opção pelo lucro presumido no anocalendário 2008, efetuando recolhimento do PIS e da Cofins pelo regime cumulativo. Tendo em vista obrigatoriedade de apuração pelo lucro real para o período, procedeuse à apuração trimestral com base em seus lançamentos contábeis. Do resultado de cada trimestre fezse adições e subtrações para chegar ao resultado trimestral ajustado: a) adições – valores contabilizados a título de redução da receita bruta: PIS e Cofins calculados pelo regime cumulativo; encargos de depreciação em dez/2008; custo de mercadorias/serviços vendidos em dez/2008; créditos utilizados na apuração do PIS e da Cofins pelo regime nãocumulativo; e b) subtrações – apropriação trimestral dos encargos de depreciação; apropriação do custo de mercadorias/serviços vendidos nos 1º e 4º trimestres; valores do PIS e da Cofins apurados pelo regime não cumulativo. Fl. 2879DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 6 Após os ajustes, apurouse os resultados trimestrais seguintes: R$ 347.313,63, R$ 290.835,10, R$ 456.112,26 e R$ 249.251,69, respectivamente para os 1º, 2º, 3º e 4º trimestres. Esta infração gerou lançamentos de IRPJ e CSLL para o ano calendário 2008, com multa de ofício aplicada de 75%; Pagamento Sem Causa – (infração 001 do auto de infração de IRRF – item 8.1 do RTF) – o contribuinte não conseguiu comprovar as operações que deram causa aos pagamentos efetuados à empresa Teixeira Consultoria Técnica Ltda em 22 de novembro e 10 de dezembro de 2007, nos valores de R$ 500.000,00 e 400.000,00, respectivamente, pelas razões abaixo expostas. Para esta infração foi aplicada multa de 75%: – o contribuinte, que teria a responsabilidade pela apuração dos resultados, apresentação da declaração de rendimentos, recolhimento do imposto devido e escrituração das operações da SCP constituída com a empresa Teixeira Consultoria Técnica Ltda, não apurou o resultado destacadamente; – informou que não houve em sua contabilidade qualquer lançamento a título de consultoria de compras, de engenharia ou de pessoal, de layouts, de projetos de execução elétrica e de aterramento ou assessoria técnica pagas pela Teixeira Consultoria; – a contabilidade, bem como a movimentação financeira da empresa Teixeira Consultoria não apresentam qualquer indício de que esta efetuou operações acima mencionadas, objeto da SCP celebrada com o contribuinte sob ação fiscal. Tais infrações foram apuradas após um procedimento fiscal detalhado, cujos fatos, apurações e considerações estão descritos no RTF e resumidos a seguir: o contribuinte apresentou Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) para os anoscalendário 2007 e 2008 com forma de tributação com base em lucro presumido e regime de competência; Do Contrato Celebrado entre a OLM e a Empresa Rocha Bressan a empresa Rocha Bressan Engenharia Indústria e Comércio Ltda firmou contrato de constituição de sociedade em conta de participação em março de 2007, na condição de sócia ostensiva, com o sujeito passivo (OLM), na condição de sócio participante; o sujeito passivo não fez qualquer aporte de capital na sociedade em conta de participação SCP “PAN 2007 – SCP”, quando na realidade deveria ser o principal supridor dos recursos; não consta contabilização de qualquer despesa paga pelo sujeito passivo nos livros contábeis da empresa Rocha Bressan, estando, por conseguinte, incorreta a apuração do resultado da SCP “PAN 2007 – SCP”; tanto a OLM como a Rocha Bressan não apresentaram a documentação das despesas realizadas; assim, constatouse que não houve a SCP denominada “PAN 2007 – SCP”, mas uma prestação de serviços; Do Contrato Celebrado entre OLM e a Teixeira Consultoria Técnica Ltda a empresa OLM, que tem a responsabilidade pela apuração dos resultados, apresentação da declaração de rendimentos, recolhimento do imposto devido pela SCP e a escrituração de suas operações, não fez a apuração destacadamente; Fl. 2880DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.878 7 na contabilidade da OLM não houve qualquer lançamento a título de consultoria de compras, engenharia ou de pessoal, layouts, projetos de execução elétrica e aterramento ou assessoria técnica paga pela Teixeira Consultoria; a contabilidade e a movimentação financeira da Teixeira Consultoria não apresentam qualquer indício de que foram efetuadas operações acima descritas, objetos da SCP celebrada com a OLM; Da Relação Entre a OLM e as Empresas Bressan e Teixeira Consultoria pelo contrato de constituição de SCP entre OLM com a Bressan, esta, na condição de sócia ostensiva, contrataria aquela, sócia participante, para a execução e implantação do projeto de comunicação (voz, dados e imagem) para os Jogos Pan Americanos no Rio de Janeiro em 2007. A OLM receberia R$ 9.280.000,00; pelo contrato de constituição de SCP entre a OLM (sócia ostensiva) e a Teixeira Consultoria (sócia participante), aquela contrataria esta para consultoria e assessoria na implantação do projeto de comunicação antes referido. Pela contratação, a Teixeira Consultoria receberia R$ 943.000,00; a Rocha Bressan assinou contrato com o Ministério da Justiça e contratou a OLM para executar as atribuições antes mencionadas, que, por sua vez, contratou a empresa Teixeira Consultoria para executar atribuições inicialmente de responsabilidade da OLM; as sócias participantes, que deveriam apenas contribuir para a formação do patrimônio especial, não o fizeram e executaram serviços objetos do contrato, indo de encontro com os art. 991 e 994 do Código Civil; as empresas Rocha Bressan, OLM e Teixeira não apresentaram documentação hábil e idônea que comprovasse as despesas de execução dos serviços; os lucros contábeis apurados pela Bressan e OLM foram majorados artificialmente pela não contabilização de custos e/ou despesas; a apuração do lucro líquido, no encerramento de cada períodobase, deve ser efetuada de conformidade com os procedimentos usuais da contabilidade, inclusive com o encerramento das contas de resultado. A escrituração deve ser regular, ou seja, baseada em registros permanentes e respaldada em documentação hábil; somente pode ser distribuído, com isenção de imposto de renda, valor maior que o lucro presumido do período quando se comprovar que o lucro contábil excedeu o presumido, mediante levantamento dos demonstrativos contábeis com observância da legislação comercial e fiscal, fato que as empresas OLM, Bressan e Teixeira não conseguiram realizar, acarretando na tributação do lucro distribuído excedente ao lucro presumido; Das Conclusões das Sociedades em Conta de Participação – SCP SCP entre OLM e Bressan a empresa OLM, na qualidade de sócia participante, deveria apenas contribuir para a formação do patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais. Todavia, não fez qualquer aporte de capital na SCP. Além disso executou serviços objetos do contrato, fatos que vão de encontro aos art. 991 e 994 do Código Civil; Fl. 2881DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 8 não consta contabilização de qualquer despesa paga pela OLM nos livros contábeis da Bressan. Assim, a apuração do resultado da SCP está incorreto, acarretando lucro contábil majorado artificialmente; a Bressan apresentou Comunicado de Ocorrência Policial nº 9.758/20100, de 12 de novembro de 2010 (fl. 1956 e 1957), informando que perdeu uma caixa contendo documentos contábeis dos anos 2006 e 2008 vinculados a mesma em 05 de novembro de 2010. ressaltese que a Bressan perdeu os documentos após ter sido intimada a apresentálos em 18 de outubro de 2010; 3.5.4. tanto a OLM como a Bressan não apresentaram a documentação comprobatória das despesas. A OLM informou que “...Foi, pelas mãos dos sócios, que passaram pelo menos, 90% (noventa por cento) das importâncias pagas a terceiros...”, não comprovando tais operações; a OLM recebeu da Bressan os valores de R$ 8.280.000,00 (em 2007) e de R$ 1.000.000,00 (em 2008) pelos serviços realizados, os quais foram contabilizados como lucros recebidos, não se sujeitando à tributação na OLM; pelos elementos apresentados, não se configurou de fato uma sociedade em conta de participação; SCP entre OLM e Teixeira Consultoria; a empresa Teixeira Consultoria, que deveria apenas contribuir para a formação do patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais, não contribuiu e nem comprovou a execução dos serviços objeto do contrato, indo de encontro aos art. 991 e 994 do Código Civil; o Sr. Alípio Antônio Teixeira, sócio da Teixeira Consultoria, informou no Boletim Eletrônico de Ocorrência nº 256709/2011, de 12 de abril de 2011, que no dia 10 de abril esqueceu pasta na praça de alimentação do Shopping Center Norte que continha diversos documentos originais relativos a relatórios de execução de serviços realizados em 2007 para a empresa OLM, cópias de cartão de desembarques no Rio de Janeiro em 2007, comprovantes de despesas na cidade no ano de 2007, durante a execução do projeto dos Jogos PanAmericanos, e projeto de programação de freqüência e sinal de radiofreqüência feitos para a OLM, bem assim cópias de recibos relativos ao ano de 2007 que estavam em sua posse. Da análise da documentação apresentada (livros e extratos bancários) constatouse que a mesma não fazia menção a qualquer pagamento de despesa objeto do contrato da SCP. Diante disso, questionase como a Teixeira Consultoria teria pago tais dispêndios? Esta empresa não comprovou a execução dos serviços objeto do contrato; a empresa OLM, que tem a responsabilidade pela apuração dos resultados, apresentação da declaração de rendimentos, recolhimento do imposto devido pela SCP e a escrituração de suas operações, não fez a apuração destacadamente; na contabilidade da OLM não houve qualquer lançamento a título de consultoria de compras, engenharia ou de pessoal, layouts, projetos de execução elétrica e aterramento ou assessoria técnica paga pela Teixeira Consultoria; a contabilidade e a movimentação financeira da Teixeira Consultoria não apresentam qualquer indício de que foram efetuadas operações acima descritas, objetos da SCP celebrada com a OLM; nem a Teixeira, nem a OLM conseguiram comprovar as operações que deram causa aos pagamentos feitos por esta àquela em 22 de novembro e 10 de dezembro de 2007 nos valores de R$ 500.000,00 e R$ 400.000,00, não se configurando, de fato, uma SCP. Fl. 2882DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.879 9 Cientificado pessoalmente dos lançamentos em 22 de dezembro de 2011, o sujeito passivo apresentou a impugnação às fl. 2362 a 2424, em 19 de janeiro de 2012, instruída com os documentos às fl. 2425 a 2629, onde argumentou/requereu, em síntese, o que segue: DOS FATOS Da Suposta Omissão de Receitas da Atividade (item 6.1 do RTF) no ano 2007 participou dos Jogos PanAmericanos na área de segurança pública. No desenvolvimento de parte das atividades firmou duas SCP; na primeira, SCP PAN 2007 (“SCP1”), atuou na condição de sócio participante, associado à Rocha Bressan Engenharia Indústria e Comércio Ltda. Esta exerceu o papel de sócia ostensiva, agindo diretamente junto ao contratante de seus serviços, a saber, o Ministério da Justiça. A função do impugnante foi de desenvolver as seguintes atividades, conforme contrato: gerenciar toda e qualquer compra de equipamentos, materiais, partes e peças, necessárias à execução do contrato; executar fisicamente, nos locais determinados, as instalações necessárias dos equipamentos fornecidos; locar todo e qualquer veículo necessário aos deslocamentos das equipes de campo; contratar toda a mão de obra necessária para a execução do escopo de fornecimento; locar local (armazém) para guardar materiais e peças durante a implantação do contrato; executar todo e qualquer trabalho de otimização dos equipamentos, visando a perfeita funcionalidade e operacionalidade dos mesmos; treinar e ministrar as soluções envolvidas; treinar e ministrar cursos das soluções envolvidas; na segunda, SCP PAN 2007 (“SCP2”), atuou como sócia ostensiva, ao passo que a Teixeira Consultoria Técnica Ltda atuou como sócia participante; segundo o agente fiscal, a SCP1 não existiu haja vista que: (a) o impugnante, na qualidade de sócio participante, que deveria apenas contribuir para a formação do patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais, não contribuiu e executou serviços objeto do contrato, indo de encontro aos art. 991 e 994 do Código Civil; e (b) essa SCP não contabilizou despesas incorridas pelo impugnante, acarretando majoração artificial de lucros, o que teria permitido receber dividendos isentos de tributos. Em razão da suposta conduta praticada, entendeuse que houve omissão de receitas atinente aos valores recebidos a título de distribuição de lucros, pagos pela SCP; Da Suposta Omissão de Receitas de Aplicação Financeira (item 6.2 do RTF) mantinha aplicações financeiras junto ao banco Unibanco SA nos anos 2007 e 2008. Foi acusada de não contabilizar os rendimentos obtidos em junho e outubro de 2007 e janeiro de 2008, qualificando omissão de receitas; Da Suposta Omissão dos Rendimentos Oriundos do Exterior (item 6.3 do RTF) no desenvolvimento de suas atividades, firmou, em 02 de janeiro de 2007, um contrato de agente com a empresa Motorola Industrial Ltda, servindo como agente desta junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) para os Jogos PanAmericanos. Recebeu comissão a título de serviço de agenciamento realizado exclusivamente em território nacional. Contudo, o pagamento foi realizado pela empresa americana Motorola Inc., que efetivou a venda de tais aparelhos junto à Fl. 2883DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 10 SENASP. Foi acusado de deixar de oferecer à tributação a importância de R$ 850.500,00 recebidos de comissão; Da Suposta Opção Indevida pelo Lucro Presumido (itens 7 e 7.12 do RTF) não há que se falar em atuação no exterior no que se refere ao serviço de agenciamento junto à SENASP, até porque sequer possui filial, sucursal, controlada, coligada ou qualquer entidade subordinada ou residente no exterior; Da Suposta Falta de Recolhimento de IRRF Decorrente de Pagamento Sem Causa (item 8 do RTF) conforme já explanado, constituiu a SCP2 com a Teixeira Consultoria, atuando na qualidade de sócio ostensivo. Por tal razão, cumprindo a Cláusula Quinta do contrato, distribuiu lucros àquela empresa; a partir da análise de sua contabilidade e da Teixeira Consultoria, a fiscalização entendeu que não restou provada a apuração dos resultados da SCP de forma destacada. Por isso, no seu entender, restou configurado o pagamento sem causa; DO DIREITO Lucro Real – Obrigatoriedade Como se depreende do inciso III do art. 14 da Lei nº 9.718, de 1998, a obtenção de rendimentos oriundos do exterior é fato que enseja a compulsoriedade da sistemática do lucro real. Assim é preciso definir o alcance da expressão “oriundos do exterior”; Fonte da renda é aquilo que faz nascer a renda, ou seja, o capital que gera um acréscimo patrimonial, ou o trabalho exercido. A origem do rendimento, ou sua fonte objetiva (diferente de fonte subjetiva, ou seja, fonte de pagamento), é o local em que é exercido o trabalho ou em que está situado o capital do qual se origina a renda. Assim, concluise que o rendimento auferido do exterior é aquele proveniente do trabalho realizado no exterior por entidades residentes no exterior, ou do capital situado fora dos limites territoriais; Quando o contribuinte pratica um serviço no Brasil, ainda que a fonte subjetiva (fonte de pagamento) esteja situada no exterior, esse rendimento é gerado no Brasil. Essa é a única conseqüência compatível com o art. 43 do Código Tributário Nacional (CTN). Inferese, assim, que o aspecto relevante que faz nascer a obrigatoriedade de adoção de lucro real é o exercício de atividades no exterior, tal como as exercidas por filiais, sucursais, controladas, etc., no exterior; Ademais, tal questão ficou sanada com o advento do ADI SRF nº 5, de 2001. Conforme a norma, na hipótese de uma determinada sociedade domiciliada no Brasil prestar serviço no exterior sem ser por intermédio de filial, sucursal etc., no exterior, não há que se falar em lucros auferidos no exterior, nem de obrigatoriedade de se apurar o IRPJ com base no lucro real. Isso implica dizer que a ausência da obrigatoriedade resta mais clara ainda quando o serviço é prestado no Brasil e apenas os recursos do pagamento são oriundos do exterior em razão da fonte pagadora lá estar sediada; Das Sociedades em Conta de Participação Fl. 2884DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.880 11 A SCP é modalidade específica de sociedade dotada de uma espécie peculiar de sócio, denominado sócio participante (inativo ou oculto). O que qualifica esse sócio é o aspecto de não possuir responsabilidades perante terceiros, diferenciando se do chamado sócio ostensivo, que pratica o objeto social da entidade, responsabilizandose perante terceiros; De acordo com o art. 991 do Código Civil, o sócio ostensivo é o que se responsabiliza juridicamente perante terceiros. Todos os atos do objeto social são exercidos em nome individual e sob responsabilidade do sócio ostensivo exclusivamente; A legislação não veda, de modo algum, que o sócio participante contribua para a sociedade com serviços. Essa permissão é decorrente do art. 981 do Código Civil, prescrição genérica para as sociedades; Ademais, como explica Pontes de Miranda, a principal diferença entre os chamados sócios participantes ativos (sócios ostensivos) e os sócios participantes passivos (sócios participantes) é que apenas os primeiros, juridicamente, figuram como participantes das obrigações jurídicas que compõem a sociedade. DO CASO CONCRETO Inexistência de Omissão de Receitas da Atividade – item 6.1 do RTF A acusação contida no item 6.1 do RTF considera que os lucros recebidos decorrentes da SCP com a Bressan configuram receita de prestação de serviços, baseandose, para tanto, em dois motivos: a) suposta ausência de aporte de capital na sociedade; e b) suposta ausência de contabilização de despesas incorridas pela OLM na qualidade de sócia participante; Conforme já tratado, o art. 981 do Código Civil expressamente permite que a contribuição dos sócios a uma sociedade possa ser em serviços ou bens. Não há obrigatoriedade de que haja aporte de capital por todos os sócios. Assim, o entendimento fiscal viola tal dispositivo, bem assim o art. 5º, XVII da Constituição da República Federativa do Brasil (CF/88), pois representa interferência estatal na vontade das partes em se associar. Além disso, tal aporte de capital não está previsto no contrato constitutivo da SCP. Consta no contrato que a contribuição da OLM será mediante a consecução das atividades indicadas na cláusula quinta. Tratase de uma contribuição, ainda que oblíqua, pois o eventual custo decorrente dessas atividades acaba se tornando um ônus financeiro a ser suportado. Assim, a conclusão de inexistência da SCP por ausência de aporte formal pela sócia participante está totalmente dissociada do que foi acordado pelas partes e do que está previsto na legislação, razão pela qual os autos merecem ser cancelados. Quanto ao segundo motivo, é de esclarecer que se o ônus financeiro das atividades realizadas pela OLM (sua contribuição para a SCP) fosse rateado entre as partes, contribuindo para a redução do resultado social, o motivo atrativo que levou a Bressan a constituir a SCP perderia qualquer razão de ser. Nem se diga que a ausência de contabilização teria levado a um lucro artificial ou mesmo uma confusão patrimonial. É da essência da SCP que apenas as receitas Fl. 2885DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 12 auferidas e despesas incorridas pelo sócio ostensivo, em favor da sociedade em conta de participação, componham o resultado da sociedade. Isto porque receitas e despesas nada mais são do que direitos e obrigações do ponto de vista jurídico. Então, se na SCP apenas o sócio ostensivo pode assumir direitos e obrigações perante terceiros (art. 991 do Código Civil), como já discorrido, isso é o mesmo que admitir que apenas o sócio ostensivo pode auferir receitas ou incorrer em custos e despesas. O sócio participante é investidor, seja com bens, com recursos ou com serviços proveitosos à sociedade. Mas, juridicamente, receitas e despesas da consecução do objeto social apenas são as decorrentes das atividades do sócio ostensivo. É ele quem deve contabilizar as receitas e despesas incorridas, porque o resultado da SCP só pode ser oriundo das receitas e despesas incorridas pelo sócio ostensivo. Logo, considerando que a sociedade foi regularmente constituída, os lucros distribuídos pela SCP estão totalmente abrigados pela norma prevista no art. 10 da Lei nº 9.249, de 1995, devendose cancelar os autos de infração nesta parte. Inexistência de Fraude A autoridade fiscal impôs multa de 150%, estando claro, com base no RTF, que lhe foi imputada a pratica de fraude civil (fraude à lei), tendo em vista que a SCP, no seu entender, foi constituída com o fim específico de impedir a ocorrência do fato gerador. Será demonstrado que tanto as premissas fáticas como as de direito são equivocadas, ensejando o cancelamento da multa agravada. Do ponto de vista fático, a constituição da SCP com a Bressan não foi efetivada com o objetivo apontado pela autoridade fiscal, mas, sim, para a implementação de esforços comuns para a exploração de atividades econômicas nos jogos PanAmericanos. O aspecto de que a estrutura jurídica da SCP acarreta carga tributária mais amena do que a incidente em um contrato de prestação de serviços é mero efeito que não desnatura o fato de que as partes tinham intenção real de se associar, juntado esforços para obter resultados decorrentes do contrato firmado entre a Bressan e o Ministério da Justiça. Não existe norma que obrigue o contribuinte a optar pela estrutura fiscal mais onerosa. Se não houver dissociação entre a forma e a essência, e forem observados os institutos jurídicos e seus limites econômicos e sociais, a livre iniciativa deve ser respeitada, ainda que determinada escolha importe carga tributária menos elevada. Assim, a assertiva, sem qualquer comprovação, de que a constituição da SCP foi efetivada com o fim de impedir a ocorrência do fato gerador é improcedente e sem fundamentação probatória. A multa de 150% somente pode ser aplicada nos casos de fraude penal, ou seja, quando há evasão fiscal. Nesse sentido, julgados do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Não configurada a fraude penal, deve ser cancelada a qualificação. Contestação dos Tributos Incidentes Sobre os Valores Apontados no item 6.1 do RTF Uma vez comprovada a improcedência da desqualificação da SCP celebrada com a empresa Bressan, pelos motivos já expostos, os valores recebidos não poderiam ensejar tributação do IRPJ, haja vista que o art. 10 da Lei nº 9.249, de 1995, consagra a isenção na distribuição de lucros e dividendos. No mesmo sentido, Fl. 2886DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.881 13 a tributação da CSLL é indevida, haja vista isenção estabelecida no art. 2º, §1º, alínea “c”, item 5, da Lei nº 7.689, de 1988. Não bastasse isso, no que se refere ao IRPJ relativo ao ano 2008, ainda que os lucros recebidos fossem sujeitos à tributação, fato que se alega a título argumentativo, estes somente poderiam ter sido tributados pelo lucro presumido, opção validamente efetuada pelo contribuinte. No que se refere aos lançamentos de PIS e Cofins, a suposta omissão de receitas parte de premissa errada de que os lucros eram receitas provenientes da prestação de serviços. O art. 3º, §2º, II, da Lei nº 9.718, de 1998, isenta expressamente a distribuição de lucros do recolhimento de PIS e Cofins. O art. 1º da Lei nº 10.637, de 2002, e o art. 1º, §3º, alínea “b”, da Lei nº 10.833, de 2003, também prevêem a mesma isenção para as pessoas jurídicas inseridas na sistemática cumulativa. Não bastasse isso, a aplicação da sistemática nãocumulativa para as receitas de 2008 é inapropriada, haja vista que optou pela tributação com base no lucro presumido e que, diferentemente do afirmado pela autoridade fiscal, não estava sujeita à apuração pelo lucro real para o IRPJ. Tendo optado pelo lucro presumido, aplicase o regime cumulativo nos termos do art. 8º, II, da Lei nº 10.637, de 2002. Ademais, ainda que o regime nãocumulativo fosse aplicável, notase que os valores apontados nos lançamentos são ilíquidos, posto que não há qualquer consideração de créditos aplicados, consoante disposição dos art. 2º das Leis nº 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003. Nesse sentido, jurisprudência do Primeiro Conselho de Contribuintes. Dada a inexistência de fraude, já demonstrada, a multa de 150% aplicada nesse item é abusiva e ilegal. Inexistência de Omissão de Receitas Financeiras – Impropriedade do Item 6.2 do RTF A incidência de IRPJ é totalmente indevida, pois ilíquida. No RTF consta que foi considerado o IRRF referente às aplicações financeiras no Unibanco. Porém, o auto de infração deixou de discriminar ou apontar, na apuração do imposto, quais valores referemse à retenção na fonte sofrida pelo Unibanco. Ademais, para o ano 2008, a tributação imposta foi feita com base no lucro real, o que é ilegal e arbitrário. No que se refere à incidência da CSLL, especificamente no ano 2007, o tributo é calculado a partir da aplicação do percentual de presunção de 32%, de sorte que os demais rendimentos são adicionados à base de cálculo do gravame. “Rendimento” implica a percepção de certas receitas descontadas das despesas incorridas. Isso porque a tributação da CSLL não se dá sobre a receita auferida, mas sobre o lucro. Como o lançamento furtouse a descontar tais despesas, aplicando a tributação sobre as supostas receitas financeiras obtidas, sua iliquidez se torna patente. Ademais, para o ano 2008, a tributação imposta com base no lucro líquido ajustado é ilegal e indevida, pois optou pelo lucro presumido legitimamente. Para a Cofins e o PIS, no tocante ao ano 2007, há que se considerar que restou decidido, em julgado com repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal (STF), RE 390840, que sua exigência com base na Lei nº 9.718, de 1998, tem a base de Fl. 2887DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 14 cálculo limitada ao faturamento auferido mensalmente pela pessoa jurídica, ou seja, aos serviços prestados e mercadorias vendidas. Significa que as receitas financeiras auferidas não podem ser tributadas por essas contribuições. Tal julgado do STF deve ser acatado na seara administrativa em virtude do disposto no art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972. Impropriedade das Acusações Inseridas no Item 6.3 do RTF – Supostos Rendimentos Obtidos no Exterior (Comissão) Com relação ao IRPJ e à CSLL A impugnante deveria ter sido tributada pelo lucro presumido. A imposição do lucro real macula a cobrança por aplicação errônea do regime jurídico tributário incidente. A obrigatoriedade de apuração pelo lucro real é somente aplicável em caso de rendimentos obtidos por subsidiárias, controladas ou coligadas, ou outros estabelecimentos permanentes mantidos pelo contribuinte, conforme se infere do ADI SRF nº 5, de 2001. No que se refere à Cofins e ao PIS A CF/88, em seu art. 149, §1º, instituiu imunidade dessas contribuições para receitas oriundas de exportação. É indubitável que o recebimento da comissão gerou ingresso de divisas no Brasil, legitimando a aplicação da imunidade. Nesse sentido Solução de Consulta nº 104, de 2008. Impropriedade das Acusações Inseridas nos Itens 7 e 7.2. do RTF – Supostos Rendimentos Obtidos do Exterior (Comissão) O trabalho de agenciamento, que efetivou junto ao Ministério da Justiça para venda de aparelhos a serem utilizados nos Jogos PanAmericanos de 2007, foi realizado no Brasil, ou seja, a origem do rendimento é o território nacional. Rendimento oriundo do exterior, tratado no art. 14, III, da Lei nº 9.718, de 1998, é aquele proveniente de filiais, coligadas, controladas ou subsidiárias situadas no exterior, o que não é o caso. Este entendimento foi pacificado no ADI SRF nº 05, de 2001. Entender o contrário é ir de encontro ao conceito de renda definido no art.43 do CTN. Mesmo desprezandose o art. 43 do CTN e o ADI SRF nº 5, de 2001, prestigiando uma interpretação isolada do art. 14, III, da Lei nº 9.718, de 1998, há que se considerar que essa nova interpretação jamais poderia retroagir, alcançando fatos geradores anteriores à mudança interpretativa, haja vista o disposto no art. 146 do CTN. A impugnante, ao optar pelo lucro presumido em 2008, fêlo amparado no ADI, agindo de boafé, com amparo em orientação dada pela Receita Federal. Está clara a mudança do critério jurídico, pois o ADI estabelecia a obrigatoriedade da tributação pelo lucro real quando os rendimentos eram oriundos de estabelecimentos situados no exterior, enquanto que os lançamentos consideraram a obrigatoriedade em decorrência de rendimento de fonte pagadora do exterior. Ainda que se admitisse a ilegalidade da opção pelo lucro presumido, o impugnante não poderia ser punido com juros e multa por ter seguido a orientação do ADI SRF nº 5, de 2001, conforme disposição do art. 100, I e parágrafo único, do CTN. Diante do exposto, a tributação do IRPJ e da CSLL com base no lucro real padece de ilegalidade. Inexistência de Pagamento Sem Causa Fl. 2888DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.882 15 A origem dos pagamentos feitos à Teixeira Consultoria decorre da SCP firmada entre as duas sociedades. Assim, a causa é a distribuição de dividendos decorrentes da SCP. No que se refere à contabilização de despesas incorridas pela Teixeira Consultoria, o RTF passa por alto. Conforme já demonstrado, é característica essencial das SCP que o resultado seja decorrente das atividades desempenhadas pelo sócio ostensivo. Nos termos do art. 991 do Código Civil, é o sócio ostensivo o responsável pelas atividades do objeto social. O sócio participante, quando contribui com serviços, salvo determinação explícita no contrato da SCP, deve arcar com os custos e despesas de tal realização, que acaba se confundindo com o próprio investimento a ser realizado pelo sócio participante. Considerar que os pagamentos foram sem causa é ignorar a existência da SCP firmada entre as partes. SÍNTESE CONCLUSIVA Com relação ao item 6.1. do RTF (itens 001 e 005 do auto de IRPJ), a tributação foi indevidamente construída tendose em vista que os valores em tela configuram distribuição de lucros recebida de SCP, além do que os valores referentes ao ano 2008 jamais poderiam ter sido tributados na modalidade do lucro real. Com relação ao item 6.2. do RTF (itens 002 e 006 do auto de IRPJ), a tributação é totalmente indevida para o PIS e para a Cofins, haja vista que tais contribuições não incidem sobre receitas financeiras. Além disso, são submetidas à IRRF, cujos valores não foram discriminados de forma clara no auto de infração, acarretando a falta de liquidez do crédito tributário. Por fim, quanto à CSLL, não há que se falar em cobrança desse tributos sobre rendimentos, sem que sejam descontadas as despesas incorridas para obtenção do rendimento, restando clara, mais uma vez, a falta de liquidez do crédito tributário. Com relação à acusação contida no item 6.3. do RTF (item 001 do auto de IRPJ), o IRPJ e CSLL são inexigíveis, posto que calculados com base no lucro real, ao passo que o contribuinte optou, de forma legítima, pelo lucro presumido. Já no que se refere à Cofins e ao PIS, registrese que tais valores representam ingresso de divisa do exterior no Brasil, havendo, portanto, imunidade dos referidos tributos. Além disso, toda e qualquer tributação reflexa, relativa ao PIS e à Cofins em razão da sistemática não cumulativa pela imposição de IR com base no lucro real deve ser cancelada diante da ausência de obrigatoriedade de apuração desses tributos com base no lucro real e no regime cumulativo, respectivamente. Com relação ao item 7 do RTF (itens 003 e 004 do auto de IRPJ), registrese que a cobrança é indevida, tendose em vista que o mero recebimento de comissão por fonte situada no exterior não gera obrigatoriedade de opção pelo lucro real. No tocante ao item 8 do RTF (item 001 do auto de IRRF), a cobrança é totalmente indevida em função de que a beneficiária do pagamento, Teixeira Consultoria, firmou contrato de SCP com a impugnante. Assim, o pagamento consiste em distribuição de lucros oriundos da SCP. Posteriormente, em 07 de março de 2013, este colegiado administrativo expediu a Resolução nº 1.856, às fl. 2683 a 2714, decidindo converter o julgamento Fl. 2889DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 16 em diligência a ser realizada por autoridade fiscal da DRF/João Pessoa, para esclarecer, de forma fundamentada, o motivo da não aplicação do ADI SRF nº 5, de 31 de outubro de 2001, conforme solicitado pelo contribuinte no decorrer da ação fiscal, bem assim em fase de impugnação. Por intermédio do Relatório de Diligência Fiscal (RDF) às fl. 2715 a 2718, de 11 de abril de 2013, a autoridade esclareceu o que segue: a empresa OLM efetuou operação de intermediação de venda de produtos da Motorola junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública no Brasil com base num contrato celebrado com a empresa Motorola Industrial Ltda, com sede no Brasil; não recebeu da Motorola Industrial Ltda a comissão pela intermediação das vendas, mas sim, comissões oriundas da Motorola INC, com sede nos Estados Unidos; temse que a OLM recebeu comissão oriunda dos Estados Unidos e a pessoa jurídica que recebe rendimentos oriundos do exterior sujeitase à necessária apuração pela sistemática do lucro real, conforme disposição do art. 246, III, do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), cuja base legal é o art. 14, III, da Lei nº 9.718, de 1998; o ADI SRF nº 5, de 2001, dispõe que a obrigatoriedade de tributação pelo lucro real não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita da exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior, ou seja, se a pessoa jurídica exportar mercadorias para o exterior ou prestar o serviço diretamente no exterior não está obrigada à tributação pelo lucro real; o parágrafo único do mesmo ato diz que: “Não se considera prestação direta de serviços aquela realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas.” Logo, se a empresa tem uma filial, sucursal, agência, representação, coligada, controlada e outra unidade descentralizada da pessoa jurídica que lhe seja assemelhada no exterior, a qual presta serviço no exterior e recebe rendimentos oriundos deste serviço, está obrigada a efetuar a tributação pelo lucro real. Portanto, se a prestação do serviço é exercida diretamente no exterior (aspecto geográfico) e recebe os rendimentos respectivos, não está obrigada a efetuar a tributação pelo lucro real; logo, o referido ADI não se aplica ao caso, tendo em vista que a OLM não prestou serviço à Motorola nos Estados Unidos, mas prestou serviço de intermediação de vendas no Brasil, recebendo, por este, comissões oriundas daquele país. Cientificado do RDF em 15 de abril de 2013, conforme cópia do AR à fl. 2720, o contribuinte manifestouse em 09 de maio de 2013, às fl. 2721 a 2731, trazendo as seguintes considerações: pela análise fiscal do ADI, o raciocínio desenvolvido partiu da premissa de que todo e qualquer rendimento advindo do exterior, independente do negócio jurídico que lhe deu causa, acarretaria, para a empresa brasileira, o obrigatoriedade de apurar o IRPJ e a CSLL pelo lucro real; tal conclusão é equivocada, pois o ADI veio esclarecer que não é o mero pagamento de fonte estrangeira fato suficiente a ensejar a apuração do lucro real. Somente os lucros decorrentes de atividades das filiais, sucursais, agências, etc., e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídicas que lhes sejam assemelhadas é que dão ensejo à apuração do lucro real; Fl. 2890DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.883 17 a origem do rendimento, ou sua fonte objetiva, é o local em que é exercido o trabalho ou em que está situado o capital do qual se origina a renda. Assim, rendimento auferido no exterior é aquele proveniente do trabalho realizado no exterior por entidades residentes no exterior, ou do capital situado fora dos limites territoriais. Ou seja, é o rendimento proveniente de fontes objetivas do contribuinte que estejam fora do território nacional; daí porque, quando o contribuinte pratica um serviço no Brasil, ainda que a fonte subjetiva (fonte do pagamento) esteja situada no exterior, esse rendimento é gerado no Brasil. Este entendimento é o único compatível com o art. 43 do CTN; inferese que o aspecto relevante que faz nascer a obrigatoriedade de adoção de lucro real é o exercício da atividade no exterior. Assim, na hipótese de uma determinada sociedade domiciliada no Brasil prestar serviço no exterior sem ser por intermédio de filial, sucursal, ou outra unidade assemelhada no exterior, não há que se falar em lucros auferidos no exterior e obrigatoriedade de lucro real. Isto porque o lucro é auferido no Brasil. 8. Cumprida a diligência e garantido o direito ao contribuinte de se manifestar quanto ao resultado desta, a unidade local encaminhou os autos a esta DRJ/Recife para seguimento do julgamento em 10 de maio de 2013 (fl. 2732). Foi dada ciência, ao Contribuinte, por decurso de prazo de 15 (quinze) dias, a contar da disponibilização do referido acórdão através da Caixa Postal, Modulo eCAC, do Site da Receita Federal. Assim, tendo sido disponibilizado o documento em 20/12/2013, via e CAC, restou configurada a ciência do mesmo, por decurso de prazo, em 04/01/2014, nos termos do "Termo de Ciência por Decurso de Prazo", às fls. 2782. Portanto, a ora recorrente, devidamente cientificada do acórdão por decurso de prazo em 04/01/2014, apresenta Recurso Voluntário, de fls. 2797 e seguintes, em 20/03/2014, portanto, intempestivo. Por fim, em 07/04/2014, a recorrente protocoliza nestes autos petição de juntada para trazer aos autos cópia da petição inicial do Mandado de Segurança contra ato praticado pelo ILMO. SR. DELEGADO DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM JOÃO PESSOA PB, com endereço na Avenida Epitácio Pessoa, n. 1705 1º andar, ou quem lhe faça às vezes, integrante da FAZENDA NACIONAL e da UNIÃO FEDERAL, com pedido liminar inaudita altera parte. O referido Mandado de Segurança fora protocolizado em 14/03/2014 junto a Justiça Federal da Subseção Judiciária de João Pessoa PB, tendo recebido o número 0800802 36.2014.4.05.8200, através do qual a ora recorrente pede àquele juízo federal o que se segue: (i) o deferimento, inaudita altera pars, da medida liminar, com fundamento no inciso III do artigo 7º da Lei nº 12.016/09, para considerála intimada da decisão administrativa que julgou parcialmente procedente o auto de infração em 07 de março de 2014, data em que a mesma obteve a primeira vista do acórdão, o que viabiliza o conhecimento e regular processamento do Recurso Voluntário, o prosseguimento da discussão sobre o débito fiscal na esfera administrativa e a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, inciso III, do Código Tributário Nacional; Fl. 2891DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 18 (ii) a notificação da Autoridade Coatora, para que prestem as informações, no prazo de 10 (dez) dias, bem como a intimação do representante do Ministério Público Federal, para que profira o seu parecer; (iii) a citação da União e da Fazenda Nacional, na pessoa do seus representantes legais, para, querendo, ingressar no presente feito; (iv) a concessão da segurança em definitivo, julgando procedente o pedido do presente writ, para invalidar a intimação do acórdão que julgou parcialmente procedente o auto de infração realizada por via eletrônica, devendo a Impetrante ser considerada intimada dessa decisão em 07 de março de 2014, quando efetivamente teve ciência do seu conteúdo. É o relatório. Fl. 2892DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.884 19 Voto Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo RECURSO DE OFÍCIO Quanto à admissibilidade do recurso de ofício, devese ressaltar o teor do art. 1º da Portaria MF nº 3, de 03/01/2008, publicada no DOU de 07/01/2008, a seguir transcrito: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). No caso em tela, ao somar os valores correspondentes a tributo e multa afastados em primeira instância (fl. 2766), verifico que superam o limite de um milhão de reais, estabelecido pela norma em referência. Portanto, o recurso de ofício é cabível, e dele conheço A parcela exonerado pela Órgão a quo referese à eventual obrigação de apuração pelo sistemática do lucro real para o anocalendário de 2008. Por irretocável os argumentos tecidos pelo julgador em 1ª instância, usálos ei como fundamento da minha decisão, até mesmo porque a matéria não levanta maiores debates: "11. De início é devido analisar a questão quanto à obrigatoriedade de apuração pelo lucro real para o ano 2008, haja vista que é matéria prejudicial para a análise das infrações apuradas para o referido ano. Em caso de existir erro na determinação da base de cálculo, todo o lançamento restará prejudicado para o período, independentemente da ocorrência das demais infrações apontadas e consideradas. 12. Consta que o contribuinte prestou serviços de intermediação de vendas de produtos da Motorola à Secretaria Nacional de Segurança Pública, vinculada ao Ministério da Justiça. A venda foi efetuada pela empresa Motorola Industrial Ltda, com sede em Jaguariúna/SP, contudo não efetuou qualquer pagamento a título de comissão à OLM, ainda que celebrado contrato de prestação de serviço. 13. A empresa Motorola Inc, com sede nos Estados Unidos, celebrou em 14 de fevereiro de 2007 um contrato de pagamento de comissão com o sujeito passivo (OLM) em função do contrato 025/2007 celebrado entre a Motorola Industrial e o Ministério da Justiça. Efetuou o pagamento das comissões através de transferências financeiras do exterior, entre elas uma de R$ 850.500,00 (em 08 de fevereiro de 2008). Fl. 2893DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 20 14. Consoante afirmado pela autoridade fiscal no RDF, o recebimento deste rendimento do exterior ensejou a obrigação por parte do sujeito passivo de apurar o IRPJ com base no lucro real no ano 2008: A empresa OLM Representações Ltda. intermediou a venda de produtos da Motorola, objetivando os Jogos PanAmericanos realizados no Rio de Janeiro em 2007 junto ao Ministério da Justiça – Secretaria Nacional de Segurança Pública (Brasil), recebendo comissão oriunda dos Estados Unidos pelos serviços prestados no Brasil, situação, que a luz do inciso III do art. 14 da Lei nº 9.718/98, a obriga pela tributação com base no lucro real. 15. Efetivamente consta do dispositivo legal mencionado, base do art. 246, III do RIR/99, que as pessoas jurídicas que receberem rendimentos oriundos do exterior estão obrigadas à apuração do lucro real: Art. 246. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas (Lei nº 9.718, de 1998, art. 14): (...) III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior. 16. Visando esclarecer o alcance do disposto no referido comando normativo, a Receita Federal expediu o ADI SRF nº 5, de 2001, O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº 259, de 24 de agosto de 1998, e tendo em vista o disposto no art. 26 e §§, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; art. 13, § 1º e art. 14, inciso III, da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, declara: Art. 1º A hipótese de obrigatoriedade de tributação com base no lucro real prevista no inciso III do art. 14 da Lei nº 9.718, de 1998, não se aplica à pessoa jurídica que auferir receita da exportação de mercadorias e da prestação direta de serviços no exterior. Parágrafo único. Não se considera prestação direta de serviços aquela realizada no exterior por intermédio de filiais, sucursais, agências, representações, coligadas, controladas e outras unidades descentralizadas da pessoa jurídica que lhes sejam assemelhadas. Art. 2º A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo anocalendário, incorrer em situação de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real por ter auferido lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior, deverá apurar o imposto sobre a renda de pessoa jurídica (IRPJ) e a contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) sob o regime de apuração pelo lucro real trimestral a partir, inclusive, do trimestre da ocorrência do fato. 17. A autoridade fiscal entende que a interpretação dada pela Receita Federal foi no sentido de que não está obrigada à tributação pelo lucro real a pessoa jurídica que “presta serviço diretamente no exterior (aspecto geográfico) e recebe os rendimentos oriundos pelo serviço prestado do exterior, o que não se aplica ao caso Fl. 2894DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.885 21 em discussão, pois a OLM “não prestou serviço à Motorola nos Estados Unidos, mas prestou o serviço de intermediação de venda de produtos da Motorola junto à Secretaria Nacional de Segurança Pública no Brasil”. 18. Já o sujeito passivo considera que o referido ADI esclareceu que não há que se falar em rendimentos/lucros auferidos no exterior quando uma determinada sociedade domiciliada no Brasil presta serviço no exterior sem ser por intermédio de filial, sucursal, e assemelhadas. Para ele, a ausência de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real resta ainda mais clara quando o serviço é prestado no Brasil, conforme o presente caso, e apenas o recurso do pagamento é oriundo do exterior. 19. Diante dos entendimentos divergentes quanto à interpretação da lei dada pelo ADI antes referido, tornase necessário um posicionamento deste julgador a fim de solucionar a contenda. É o que passo a fazer. 20. A interpretação dada pela Receita Federal quanto ao que se consideram rendimentos/lucros/ganhos oriundos do exterior para fins de tornar obrigatória a tributação pelo lucro real estabeleceu duas situações de exceção: 1) quando tais receitas decorrem de exportação de mercadorias; ou 2) quando remunerarem prestação direta de serviços no exterior. 20.1. A norma fixou, ainda, o que se entende por prestação direta de serviços no exterior, estabelecendo que é aquela em que a pessoa jurídica não se utiliza de unidades descentralizadas, tais como filiais, sucursais, representações, etc. De forma simplória, a prestação direta ocorre quando a empresa não se utiliza de intermediários localizados no exterior. 21. É possível aferir pelas duas situações de exceção fixadas na norma que o intérprete considerou como condições para a não obrigatoriedade de apuração pelo lucro real que a pessoa jurídica, beneficiária de rendimento do exterior, seja domiciliada no Brasil (aspecto geográfico) e preste diretamente o serviços, sem intermediários sediados fora do país (aspecto de forma de atuação). Em ambos os casos, exportação de mercadorias ou prestação direta de serviços, estão presentes os dois aspectos considerados no ADI: a atuação direta da empresa exportadora/prestadora de serviços e o domicílio no Brasil. 22. Na espécie, o sujeito passivo é domiciliado no Brasil e prestou o serviço diretamente. Contudo, há uma especificidade, qual seja, o rendimento foi proveniente do exterior, mas o serviço foi prestado no Brasil. 23. Ora, tal detalhe não afeta em nada as duas condições estabelecidas na norma, as quais estão presentes. Ademais, se o intérprete entendeu por não tornar obrigatória a tributação pelo lucro real em virtude do recebimento de rendimento oriundo do exterior em função de serviço prestado também no exterior, não se pode entender que se o serviço for prestado no Brasil seja penalizado com um forma de tributação mais gravosa. Seria um contrasenso. Para confirmar este entendimento, basta atentar pra a situação da exportação especificada na norma, onde o ato é praticado no Brasil (a mercadoria sai do país) e o pagamento é proveniente do exterior. 24. Então, em função do exposto, considero que o sujeito passivo não estava obrigado à tributação pelo lucro real no ano 2008, em dissonância do entendimento da autoridade fiscal. Fl. 2895DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES 22 25. Por conseguinte, há que se considerar improcedentes os lançamentos de IRPJ e CSLL, bem assim os lançamentos de Cofins e PIS, haja vista erro fragrante na da base de cálculo adotada: lucro real para IRPJ, lucro líquido ajustado para CSLL, regime nãocumulativo para PIS e para Cofins. Como o contribuinte optou pela tributação pelo lucro presumido, esta deveria ter sido a base de cálculo considerada nos lançamentos de IRPJ e de CSLL. Além disso, os lançamentos de PIS e Cofins deveriam ter sido apurados no regime cumulativo." Assim, pelos mesmos fundamentos da decisão a quo, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício. RECURSO VOLUNTÁRIO O Recurso Voluntário é intempestivo, portanto dele não poderia conhecer. Contudo, em razão do impetração do Mandado de Segurança de folhas 2846 e segs., entendo que o eventual conhecimento ou não do mesmo dependeria da solução do litígio posto à apreciação daquele juízo, pois caso o contribuinte seja vitorioso lá, o conhecimento do seu Recurso Voluntário estaria garantido neste Colegiado, sob pena de desobediência à ordem judicial. Portanto, para o deslinde da controvérsia importa saber o resultado do quanto colocado à apreciação do Poder Judiciário via Mandado de Segurança. Ocorre que em consulta ao sítio eletrônico do TRF da 5ª Região, Seção Judiciária da Paraíba, verifico que o contribuinte desistiu do referido Mandado de Segurança, conforme sentença da lavra da Juíza Federal Substituta da 3ª Vara Federal, a qual homologou, com base no artigo 267, VIII do CPC, a desistência requerida pela interessada e declarou, por força da mesma sentença, extinta a ação. Confirmo também que o referido Mandado de Segurança transitou em julgado em 13/11/2014, conforme Certidão de Trânsito em Julgado que consta do PJe. Assim, nos Termos de Ciência por Decurso de Prazo (fls. 2782), foi dada ciência, ao Contribuinte, do Acórdão de Impugnação, por decurso de prazo de 15 dias a contar da disponibilização destes documentos através da Caixa Postal, Modulo eCAC do Site da Receita Federal. Tendo sido o referido acórdão disponibilizado na Caixa Postal do Contribuinte em 20/12/2013, deuse a ciência por decurso de prazo em 04/01/2014. O Recurso Voluntário foi protocolizado em 20/03/2014, portanto o mesmo é intempestivo, razão pela qual não o conheço. Diante do exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso Voluntário. Fl. 2896DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES Processo nº 14751.720285/201181 Acórdão n.º 1301001.922 S1C3T1 Fl. 2.886 23 CONCLUSÃO Em razão dos acima exposto, conduzo o meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício e NÃO CONHECER do Recurso Voluntário. Sala de Sessões, 22 de janeiro de 2015. (documento assinado digitalmente) Hélio Eduardo de Paiva Araújo, Relator Fl. 2897DF CARF MF Impresso em 29/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/01/2016 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/01/2016 por WILSON FERNANDE S GUIMARAES
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Numero do processo: 36266.007277/2006-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/03/2002 a 31/12/2004
AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. FALTA DE DECLARAÇÃO DE TODOS OS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA EM GFIP.
Constitui infração à legislação previdenciária apresentar, a empresa, GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias.
As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, convertida na Lei n º 11.941/2009, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32-A à Lei n º 8.212/91.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-005.058
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que seja aplicada a multa prevista no artigo 32-A, da Lei 8.212/1991, caso seja mais benéfica ao contribuinte. Vencidos os conselheiros Marcelo Oliveira, Kleber Ferreira de Araújo e Ronaldo de Lima Macedo, que davam provimento parcial para aplicação do art. 35-A da Lei 8.212/1991.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Natanael Vieira dos Santos - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Lourenço Ferreira do Prado, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: Relator
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DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. FALTA DE DECLARAÇÃO DE TODOS OS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA EM GFIP. Constitui infração à legislação previdenciária apresentar, a empresa, GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, convertida na Lei n º 11.941/2009, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212/91. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 26 6. 00 72 77 /2 00 6- 93 Fl. 386DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que seja aplicada a multa prevista no artigo 32A, da Lei 8.212/1991, caso seja mais benéfica ao contribuinte. Vencidos os conselheiros Marcelo Oliveira, Kleber Ferreira de Araújo e Ronaldo de Lima Macedo, que davam provimento parcial para aplicação do art. 35A da Lei 8.212/1991. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Natanael Vieira dos Santos Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Lourenço Ferreira do Prado, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 387DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S Processo nº 36266.007277/200693 Acórdão n.º 2402005.058 S2C4T2 Fl. 387 3 Relatório 1. Tratase de Recurso Voluntário interposto pela COMPANHIA DE MELHORAMENTOS DE SÃO PAULO, em face da decisão que julgou improcedente a impugnação e manteve o lançamento do crédito tributário. 2. Este Conselho determinou o sobrestamento dos autos até o transito em julgado do processo principal 36266.003981/200596. Transcrevo o relatório da referida decisão: "Tratase de processo que retorna de diligência determinada pela então Sexta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes. O Auto de Infração foi lavrado em 29/06/2005 por ter a empresa acima identificada apresentado GFIP/GRFP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, infringindo, dessa forma, o inciso IV, § 5º, do art. 32, da Lei 8.212/91, c/c com inciso IV, § 4º, art. 225, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. Conforme Relatório Fiscal da Infração (fls. 04), a empresa deixou de informar, por meio da GFIP, as remunerações dos empregados nas competências 03/2002 a 12/2004. O agente autuante informa que esses segurados foram declarados indevidamente na GFIP de outra empresa do mesmo grupo econômico, tendo sido tal fato objeto do lançamento de débito NFLD 35.634.8415. A recorrente impugnou o débito (fls. 23 a 90), alegando, em apertada síntese, nulidade por responsabilidade tributária imposta ao administrador sem motivação, inocorrência da infração apontada pela auditoria fiscal e requerendo a aplicação do princípio da consumação. A então Receita Federal do Brasil, por meio da DecisãoNotificação nº 21.0024/0025/2005 (fls. 93 a 98), julgou o Auto de Infração procedente e a autuada, inconformada com a decisão, interpôs recurso ao CRPS (101 a 122), repetindo as alegações trazidas na defesa. Entende que a Lei 8.212/91 não determina a responsabilidade pessoal dos sócios, administradores ou gerentes para débitos com a Seguridade Social, devendo, assim, ser observado o que determina o art. 135, do CTN, e que a auditoria fiscal não pode impor responsabilidade por eventuais débitos previdenciários da recorrente a sóciogerente, administrador, diretor ou equivalente, sem ter ao menos comprovado a ocorrência das hipóteses previstas no citado art. 135 do CTN. Fl. 388DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S 4 No mérito, reitera que o presente auto está, aparentemente, vinculado com os fatos que deram origem à NFLD 35.634.8415, e que foram lavrados dois autos de infração e uma NFLD para o mesmo fato, ou seja, um auto contra a recorrente, pelo fato de ter deixado de informar, em suas GFIPs, a remuneração de empregados que, segundo entendimento da fiscalização, teriam sido declarados indevidamente na GFIP da Melhoramentos Florestais S/A; um auto contra a Melhoramentos Florestais S/A, pela declaração indevida, em GFIP, dos empregados que, segundo a auditoria fiscal, são segurados vinculados à recorrente; e multa pelo suposto descumprimento da obrigação principal da Recorrente pela NFLD referida acima. Ressalta que a recorrente e a Melhoramentos Florestal S/A não prestaram informações falsas ou equivocadas em suas GFIPs, que estão plenamente de acordo com a massa salarial por elas registradas, tendo sido informada exatamente a remuneração percebida pelos segurados que constavam como empregados em seus registros, conforme folhas de salários. Considera desqualificadas as penalidades aplicadas pela fiscalização previdenciária à Melhoramentos Florestais, uma vez que o valor das remunerações informadas em GFIP é um retrato fiel de sua folha de salário, e à recorrente, já que não poderia ela informar o valor das remunerações percebidas por empregados registrados em outras empresas. Argumenta que, apesar da acusação ora combatida se referir a suposto descumprimento de obrigação acessória, o AI formaliza cobrança de uma multa decorrente do suposto descumprimento da mesma obrigação que ensejou a lavratura da referida NFLD e que, se for admitida a cobrança do tributo exigido na Notificação citada, não pode a fiscalização exigir uma segunda penalidade (ou terceira) em face do mesmo fato, ainda que relativa ao descumprimento da obrigação acessória, uma vez que a multa pelo descumprimento da obrigação principal absorve eventuais multas pelo descumprimento da obrigação acessória. Discorre sobre o princípio da consumação, no qual as penalidades que apenam infrações mais abrangentes absorvem as multas que punem infrações mais específicas, para concluir que, se for mantida a cobrança do tributo e multa exigidos por intermédio da NFLD lavrada contra a recorrente, o valor da multa formalizada no presente AI há de ser cancelado. Defende que a falta somente será caracterizada caso exista decisão final transitada em julgado que considere reais as alegações da fiscalização e que, antes desse momento, não há que se falar em penalidade por descumprimento de obrigação acessória e, ao menos, em correção da suposta falta apontada pela fiscalização. Em contrarrazões (fls. 180 a 183), a SRP manteve os termos da Decisão Notificação e a 04a CAJ do CRPS, por meio do Acórdão 575/2006 (fls. 193 a 195), decidiu não conhecer do recurso por falta de comprovação de depósito prévio. Fl. 389DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S Processo nº 36266.007277/200693 Acórdão n.º 2402005.058 S2C4T2 Fl. 388 5 A notificada, inconformada com a decisão do CRPS, formulou pedido de revisão de acórdão (fls. 199 a 207), alegando, em síntese, que há decisão judicial assegurando à requerente o direito de ter o seu recurso voluntário devidamente processado e julgado pelo CRPS, independentemente da realização do depósito recursal. A SRP apresentou Contrarrazões ao pedido de revisão (fls. 334 a 337), entendendo que restou restabelecida a situação anterior, tendo em vista a concessão da liminar nos autos no Agravo de Instrumento que suspendeu os efeitos da sentença denegatória da segurança.. Às fls. 338 a 346, foi juntado o Memorial da Recorrente, no qual reitera o entendimento de que não é possível responsabilizar os gerentes, administradores e diretores da recorrente, por não restar evidenciado o dolo ou culpa, e de que antes do julgamento definitivo da NFLD correlata não há que se falar em penalidade pelo descumprimento de obrigação acessória, a qual somente irá existir após decisão definitiva que mantenha a obrigação principal. Os autos foram encaminhados ao Segundo Conselho de Contribuintes e o pedido de revisão foi acolhido pelo Presidente da 6a Câmara, tendo sido designada ad hoc a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, nos termos do art. 29, III, da Portaria MF 147/2007. Por meio da Resolução 206.00.177, de 03/12/2008 (fl. 353), a extinta Sexta Câmara do 2o CC decidiu converter o julgamento em diligência, conforme fundamentação do voto de fls. 356, e a Delegacia da Receita Federal em São Paulo devolveu o processo a este CARF para que fosse apensado e julgado concomitantemente com o lançamento de débito correspondente, NFLD 35.634.8415. É o relatório.” (fls. 367/374) 3. Após o pedido para sobrestamento dos autos, o processo retornou para apreciação deste colegiado, com o seguinte despacho: “O processo indicado acima possui Acórdão indicando a conexão com o processo 36266.003981/200596 NFLD 35.634.8415 (fls.367). Todavia o processo 36266.003981/2005 96 já teve seu recurso julgado. Assim, fizemos a vinculação entre os processos – o que pode ser verificado em "Consultar Apensações e Vínculos", ícone com a letra "A" e movimentamos para novo sorteio, uma vez que o Redator Designado "Ad Hoc" não compõe mais colegiados do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.” É o relatório. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S 6 Voto Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, Relator DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Conheço do recurso voluntário, uma vez que foi tempestivamente apresentado, preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº. 70.235, de 6 de março de 1972 e passo a analisálo. DO LANÇAMENTO FISCAL 2. Como se depreende do relatório fiscal (fls. 65/72), o Auto de Infração foi lavrado por ter a empresa acima identificada apresentado GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, infringindo, dessa forma, o inciso IV, § 5º, art. 32, da Lei 8.212/91, na redação da Lei 9.528/97, regulamenta pelo Decreto 3.048/99 e alterações posteriores, referente às competências 03/2002 a 12/2004. 3. A priori, o processo principal (36266.003981/200596) foi apreciado pela 3ª Turma Especial o qual ficou assim ementado: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2002 a 31/12/2004 RELAÇÃO JURÍDICA CONSIDERADA. PRIMAZIA DA VERDADE MATERIAL. Configurada a interposição injustificada de empresa, com indevida redução de recolhimento das contribuições devidas, pode e deve a fiscalização efetivar o enquadramento devido, com suporte na verdade material demonstrada, com o correto direcionamento do pólo passivo tributário. REPRESENTANTES LEGAIS Todos os representantes legais do sujeito passivo devem constar do CORESP Relação de CoResponsáveis, consoante determinações contidas nos normativos legais que tratam da constituição do crédito previdenciário. A mera indicação no relatório não implica em automática responsabilização, apenas traduzindo informações que constam dos registros públicos de constituição da própria empresa. Recurso Voluntário Negado” 4. O voto do conselheiro relator Oséas Coimbra foi acompanhado por unânimidade de votos, importante trazer a síntese do julgado: Fl. 391DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S Processo nº 36266.007277/200693 Acórdão n.º 2402005.058 S2C4T2 Fl. 389 7 “O detalhado relatório fiscal demonstra de forma clara a transferência de empregados de Cia MELHORAMENTOS para MELHORAMENTOS FLORESTAL, saltando em um mês de 06 (seis) para 129 (cento e vinte e nove) empregados. O Salário de Contribuição da Melhoramentos Florestal S.A, que era de apenas R$ 24.414,52 em 01/2000, passou a R$ 850.055,14 em 06/2004, crescimento, portanto, de 3.381,76%, período que a receita diminuiu 13,57%. Informa a fiscalização: Verificamos por todos os meios fiscais e contábeis, inclusive através de verificação física que realizamos nos estabelecimentos de São Paulo (em 16/02/2005) e de Caieiras (em 17/02/2005, 18/02/2005 e 21/02/2005), que de fato os empregados foram transferidos apenas formalmente. 0 cadastro da empresa Melhoramentos Florestal S.A. foi indevidamente utilizado para informar, em GFIP e em RAIS, empregados que de fato trabalham para a empresa Companhia Melhoramentos de São Paulo (Holding do Grupo Melhoramentos) e para a Melhoramentos Papéis Ltda. A transferência não passa de um artifício utilizado pelas empresas Melhoramentos Papéis Ltda. e Companhia Melhoramentos de sac. Paulo (Holding do Grupo Melhoramentos) com o objetivo de não declarar as contribuições incidentes sobre os salários pagos ou creditados aos seus empregados. Ao declarálos nas GFIP da Melhoramentos Florestal S.A., as referidas empresas não assumem junto ao INSS a obrigação do recolhimento das contribuições devidas, pois o sistema de arrecadação, em razão da especificidade do FPAS destinado à Agroindústria a partir de novembro de 2001, não apura as contribuições. Agindo assim, a empresa Melhoramentos Papéis Ltda. e a Companhia Melhoramentos de sac) Paulo (Holding do Grupo Melhoramentos) sonegaram informações A Previdência Social. (...). Não é demais mencionar que as três empresas têm em comum os mesmos dirigentes. 0 principal Diretor Executivo, Sr. Eduardo Jorge José de Macedo, responde pelas três empresas envolvidas no procedimento durante o período de ocorrência. As transferências de empregados da Companhia Melhoramentos de São Paulo para as GFIP e RAIS da Melhoramentos Florestal S.A. ocorreram nos meses de 03/2002 e 04/2002. (...). De um total de 62 empregados entrevistados na Rua Tito, 479, Lapa, São Paulo, SP, 5 responderam trabalhar para a Melhoramentos Papéis Ltda., 14 para a Melhoramentos Fl. 392DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S 8 Papéis Ltda. e Melhoramentos Florestal S.A. e 43 para o Grupo Melhoramentos. Todos trabalham em setores cujas atividades são desenvolvidas pela Melhoramentos Papéis Ltda. e Companhia Melhoramentos de São Paulo (Holding do Grupo Melhoramentos). Os 43 que responderam trabalhar para o Grupo Melhoramentos exercem atividades dirigidas aos interesses da Melhoramentos Papéis Ltda. e da Companhia Melhoramentos de São Paulo (Holding do Grupo Melhoramentos). Relata ainda a entrevista com 119 (cento e dezenove) empregados, sendo que apenas 04 (quatro) afirmaram trabalhar efetivamente para Melhoramentos Florestal, o que representa 3,36% dos entrevistados. Do exposto, tenho que as provas carreadas demonstram o vínculo empregatício entre os empregados e COMPANHIA MELHORAMENTOS DE SAO PAULO, sendo assim correto o enquadramento realizado, razão pela qual a notificação lavrada ser mantida em sua inteireza. Acrescentese que, nesta mesma ação fiscal foi lavrada a NFLD 35.634.1402, COMPROT 36266.007276/200649, no valor de R$ 3.467.450,25, já julgada neste Conselho em 03.12.2008, que analisou a mesma questão de fundo – transferência irregular de empregados. O acórdão de relatoria da Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, restou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÓES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/1999 a 30/12/2004 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA CUSTEIO DESCARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO. É atribuída à fiscalização da SRP a prerrogativa de, seja qual for a forma de contratação, desconsiderar o vinculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurados empregados da empresa contratante, desde que presentes os requisitos do art. 12, I, "a", da Lei n°8.212/91. Os elementos caracterizadores do vínculo empregatício estão devidamente demonstrados no relatório fiscal da NFLD. Recurso Voluntário Provido em Parte. Nos autos referidos consta ainda desistência parcial referente às competências 12/1999 a 12/2004. Como as competências competências 07/1999 a 11/1999 já haviam sido excluídas conforme anexos DADR Discriminativo Analítico de Débito Retificado, os autos foram remetidos à arquivo. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, nego lhe provimento. Fl. 393DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S Processo nº 36266.007277/200693 Acórdão n.º 2402005.058 S2C4T2 Fl. 390 9 assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator” 5. Importante ressaltar, que à época do julgado este conselheiro relator também participou do julgamento do processo principal, e, compartilhei com o mesmo entendimento do Conselheiro Oséias, por entender que as provas carreadas nos autos demonstram o vínculo empregatício entre os empregados e COMPANHIA MELHORAMENTOS DE SAO PAULO, sendo assim correto o enquadramento feito pela fiscalização. 6. Ademais, a obrigação tributária é principal e acessória ambas decorrente da legislação e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, nestas palavras: “Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.” 7. É o que dispôs, também, o artigo 136, do CTN: “salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”. 8. No caso concreto, entendo que não assiste razão ao contribuinte. Isso porque, da análise dos autos, ficou constatado que não foram declarados em GFIP, os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. DA APLICAÇÃO DA MULTA. 9. Quanto à multa aplicada na autuação fiscal em epígrafe, ao meu sentir, deve ser observado a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. 10. As multas em GFIP foram alteradas pela Lei nº 11.941, de 27/05/2009, sendo mais benéficas para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, nestas palavras: Art. 32A.O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será Fl. 394DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S 10 intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3odeste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3odeste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II–R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. 11. Desse modo, resta evidenciado, que a conduta de apresentar a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitava o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo 4º do artigo 32 da Lei n º 8.212 de 1991. 12. Agora, com a Lei nº 11.941/2009, a tipificação passou a ser: “apresentar a GFIP com incorreções ou omissões”, com multa de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. 13. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 14. No caso em debate não há dúvida de que o art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN deve ser aplicável. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S Processo nº 36266.007277/200693 Acórdão n.º 2402005.058 S2C4T2 Fl. 391 11 CONCLUSÃO 15. diante do exposto, conheço do recurso voluntário, para, no mérito, darlhe parcial provimento, para aplicação da multa prevista no art. 32a da lei 8.212/91, se mais benéfica ao contribuinte. É como voto. Natanael Vieira dos Santos. Fl. 396DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 11/0 3/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTO S
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