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Numero do processo: 15892.720015/2013-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 15 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 2402-000.736
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem da Secretaria da Receita Federal do Brasil preste as informações solicitadas, nos termos do voto que segue na resolução, consolidando o resultado da diligência em Informação Fiscal que deverá ser cientificada à Contribuinte para que, a seu critério, apresente manifestação em 30 (trinta) dias.
(documento assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira- Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Paulo Sergio da Silva - Relator.
Participaram ainda da sessão de julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Gregório Rechmann Junior, João Victor Ribeiro Audinucci, Luís Henrique Dias Lima, Maurício Nogueira Righetti, Paulo Sergio da Silva, Renata Toratti Cassini e Wilderson Botto (suplente convocado).
Nome do relator: PAULO SERGIO DA SILVA
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(documento assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente. (documento assinado digitalmente) Paulo Sergio da Silva Relator. Participaram ainda da sessão de julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Gregório Rechmann Junior, João Victor Ribeiro Audinucci, Luís Henrique Dias Lima, Maurício Nogueira Righetti, Paulo Sergio da Silva, Renata Toratti Cassini e Wilderson Botto (suplente convocado). Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 407 a 419) pelo qual a recorrente se indispõe contra acórdão de manifestação de inconformidade (fls. 394 a 401) em que a autoridade de piso considerou improcedente pedido de compensação de IRRF (código 3280, referente ao mês de 01/2010 a 04/2010) em relação a débitos da recorrente. A decisão recorrida traz os seguintes relatos sobre o processo em apreço. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 58 92 .7 20 01 5/ 20 13 -9 1 Fl. 461DF CARF MF Processo nº 15892.720015/201391 Resolução nº 2402000.736 S2C4T2 Fl. 462 2 Fl. 462DF CARF MF Processo nº 15892.720015/201391 Resolução nº 2402000.736 S2C4T2 Fl. 463 3 Em 27.08.2014, a manifestação de inconformidade apresentada foi julgada improcedente pela autoridade de piso, ao argumento de que os documentos trazidos pela contribuinte não atendiam a legislação de regência, tanto por não discriminarem as despesas e custos envolvidos como por não especificarem os serviços pessoais prestados, circunstâncias que impossibilitaram a apuração do IRRF a recuperar em relação à operação original, razão pela qual, entendeu aquela autoridade, que restava prejudicada a comprovação do alegado crédito a compensar. Fl. 463DF CARF MF Processo nº 15892.720015/201391 Resolução nº 2402000.736 S2C4T2 Fl. 464 4 Cientificada de tal decisão, a contribuinte apresentou o recurso voluntário em apreço (em 01.10.2014), ratificando o pedido de suspensão da exigibilidade do crédito analisado, bem como pedindo a homologação do crédito compensado e a realização de diligência a fim de comprovar a retenção do IRF. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Sergio da Silva, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais para sua admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Quanto ao pedido de diligencia requerido, cabe inicialmente colacionar a legislação relacionado à comprovação da retenção IRF que embasa o presente pedido de compensação, em especial a legislação em vigor à época do PER/DCOMP apresentado: Importante observar que consta dos autos que a contribuinte foi intimada e de fato apresentou inúmeros documentos visando a comprovação das retenções sofridas e, dentre tais documentos, foram juntados diversos comprovantes de rendimentos e de retenções de IRF realizadas por tomadores de serviços da recorrente, relacionados à prestação de serviços por profissionais pessoas físicas (cod 3280). Não obstante a existência nos autos dos citados instrumentos previstos na legislação tributária, a valoração desses documentos como instrumentos de prova foi superada pela análise restritiva de informações contidas em cláusulas contratuais, faturas e notas fiscais apresentadas pela recorrente, interpretação esta que caminha no sentido contrário à literalidade de normas legais e infralegais relacionadas à matéria, que tem no comprovante de rendimento Fl. 464DF CARF MF Processo nº 15892.720015/201391 Resolução nº 2402000.736 S2C4T2 Fl. 465 5 emitido pelo terceiro tomador do serviço o elemento de prova essencial à decisão de mérito nos pedidos de compensação. Assim, com o objetivo de dar vigência aos dispositivos legais supracitados, VOTO POR CONVERTER A PRESENTE VOTAÇÃO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a auditoria realize os seguintes procedimentos, julgados fundamentais ao deslinde do presente caso: 1) intimar a empresa a apresentar eventuais comprovantes de rendimentos e retenções IRF, ainda não juntados aos autos (relacionados ao período em apreço); 2) confeccionar demonstrativo, objetivo e fundamentado, abordando ao menos: a) as retenções compensáveis descritas nos comprovantes de rendimentos relacionados ao caso, apresentadas pela recorrente; b) as eventuais retenções compensáveis nos termos dos demais documentos apresentados; e c) as retenções compensáveis declaradas em DIRF pelos tomadores (obs: apontar nos autos o elemento de prova); 3) Intimar novamente a recorrente, concedendolhe prazo para manifestar quanto à informação obtida pela auditoria durante a diligência; 4) Após isso, retornar os autos à apreciação deste Conselho. Assinado digitalmente Paulo Sergio da Silva – Relator Fl. 465DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18088.000377/2010-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008
AÇÃO JUDICIAL. DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL. JUROS DE MORA. IMPROCEDÊNCIA.
Descabe a exigência de juros de mora na hipótese de valores depositados tempestivamente em Juízo e que representam o montante integral do tributo (Súmula CARF n° 5).
Numero da decisão: 2401-006.115
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Andrea Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier. Ausentes as conselheiras Marialva de Castro Calabrich Schlucking e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: JOSE LUIS HENTSCH BENJAMIN PINHEIRO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2008 AÇÃO JUDICIAL. DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL. JUROS DE MORA. IMPROCEDÊNCIA. Descabe a exigência de juros de mora na hipótese de valores depositados tempestivamente em Juízo e que representam o montante integral do tributo (Súmula CARF n° 5).
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GANHO DE CAPITAL Recorrente CECÍLIA HELENA MALZONI DE CARVALHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 AÇÃO JUDICIAL. DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL. JUROS DE MORA. IMPROCEDÊNCIA. Descabe a exigência de juros de mora na hipótese de valores depositados tempestivamente em Juízo e que representam o montante integral do tributo (Súmula CARF n° 5). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (assinado digitalmente) José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Andrea Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier. Ausentes as conselheiras Marialva de Castro Calabrich Schlucking e Luciana Matos Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 00 03 77 /2 01 0- 91 Fl. 205DF CARF MF Processo nº 18088.000377/201091 Acórdão n.º 2401006.115 S2C4T1 Fl. 206 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte que, por unanimidade de votos, não conheceu de impugnação contra Auto de Infração de imposto de renda da pessoa física, suplementar, código 2904, relativo ao ano calendário de 2007, exercício de 2008, no valor de R$ 1.851.639,68, sendo R$ 1.421.277,01 de principal e R$ 430.362,67 de juros de mora, sem multa de ofício pela suspensão da exigibilidade com fundamento no artigo 63 da Lei n° 9.430, de 1996 e no artigo 151, II e IV do Código Tributário Nacional (Mandado de Segurança nº 2007.61.20.0037427, em trâmite perante a 2ª Vara da Justiça Federal da Subseção Judiciária de Araraquara/SP). A contribuinte apresentou impugnação (fls. 36/39), considerada tempestiva, em síntese, alegando: a) A questão de fundo está sub judice e o Poder Judiciário definirá se o imposto de renda sobre o ganho de capital na alienação de participação societária na Agropecuária Aquidaban S/A e na Usina Santa Luiza S/A é devido ou não, em face da isenção prevista no artigo 4°, "d" do Decretolei n° 1.510/76. b) O depósito judicial impede qualquer cobrança, sendo cabível o cancelamento do débito e das penalidades incidentes sobre a mora, já que o depósito judicial foi realizado tempestivamente. O Acórdão atacado (fls. 85/88) não conheceu da impugnação, considerando, em síntese, que: a) Em sua defesa a autuada requer o cancelamento do débito ao fundamento de que o imposto lançado foi objeto de depósito judicial tempestivo e sua exigência estar sub judice. b) Contudo, a propositura do Mandado de Segurança importou renúncia à discussão na via administrativa, cabendo ao contencioso administrativo absterse de qualquer manifestação sobre a matéria debatida em juízo. Intimado em 03/03/2015 (fls. 91), a contribuinte interpôs em 01/04/2015 (fls. 105) recurso voluntário (fls. 105/110), em síntese, alegando: a) Há discussão marginal ao mandado de segurança, ou seja, a ilegítima aplicação de juros de mora sobre débito fiscal garantido por meio de depósito integral, a respeito da qual se faz inarredável o pronunciamento do CARF, sob pena de cerceamento do direito de defesa e de locupletamento sem causa da União. b) A matéria inclusive está sumulada (Súmula CARF n° 5). O depósito integral suspendeu a exigibilidade (CTN art. 151, II). Fl. 206DF CARF MF Processo nº 18088.000377/201091 Acórdão n.º 2401006.115 S2C4T1 Fl. 207 3 c) Requer provimento do recurso para a aplicação da Súmula CARF n° 5, excluindose a incidência de juros de mora sobre o débito fiscal garantido por meio de depósito judicial. Em 19/05/2015, apresentando documentos (fls. 115/153), a recorrente peticionou solicitando a suspensão da exigibilidade (fls. 114). Conforme extrato do processo, o débito está na situação "Suspenso Medida Judicial" (fls. 155). Em 03/11/2016, diante do comunicado de que o recurso voluntário não seria encaminhado para o CARF em razão da renúncia à esfera administrativa (fls. 161 e 188), a contribuinte peticionou solicitando o processamento por versar sobre matéria diferenciada (fls. 158/160), apresentando os documentos de fls. 161/182. Por força do despacho de fls. 189, o processo foi encaminhado ao CARF A Procuradoria da Fazenda Nacional informa a conversão dos depósitos em renda, conforme despacho de fls. 202 e documentos de fls. 195/201. É o relatório. Voto Conselheiro José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro Presentes os pressupostos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso. A leitura da petição inicial do mandado de segurança (fls. 49/66) revela que não se discute na esfera judicial a incidência ou não de juros de mora em lançamento efetuado para prevenir decadência no contexto de haver deposito do montante integral. Logo, diante da existência de matéria diferenciada, o acórdão de piso não se sustenta (Súmula CARF n° 1; e Parecer Normativo Cosit n° 07, de 2014). Estando o processo em condições de imediato julgamento, passo a decidir desde logo o mérito do recurso voluntário (Lei n° 13.105, de 2015, arts 15 e 1.013, § 3°, I). Em face do Demonstrativo de Multa e Juros de Mora do Auto de Infração (fls. 32), o fato gerador (ganhos de capital na alienação de bens e direitos falta de recolhimento do imposto sobre ganhos de capital) referese à competência 04/2007 (30/04/2007) com vencimento em 31/05/2007 e enseja um valor de imposto de R$ 1.421.277,01. Além disso, a folha de rosto do Auto de Infração (fls. 27) revela o cálculo de juros no importe de R$ 430.362,67 até 30/04/2010. O órgão preparador atesta que o depósito judicial foi do montante integral (fls. 103) e junta o extrato de pagamento (SiefArrecadação, fls. 102) a revelar o recolhimento em 31/05/2007 (Dt Arrec.) de R$ 1.421.277,01 para a data de vencimento de 31/05/2007, receita 7416 vinculada ao Processo 00000200761200037427 e ao CPF 938.070.31804 (CECILIA HELENA MALZONI DE CARVALHO). Fl. 207DF CARF MF Processo nº 18088.000377/201091 Acórdão n.º 2401006.115 S2C4T1 Fl. 208 4 A Procuradoria da Fazenda Nacional informou a conversão em renda dos valores depositados na conta judicial, resultante do depósito no valor original de R$ 1.421.277,01, conforme despacho de fls. 202 e documentos de fls. 195/201. O inciso II do art. 151 do CTN emprega a expressão "depósito no montante integral", a qual compreende o crédito tributário como um todo, incluindo eventual incidência de juros de mora e multa, vinculados ao montante do tributo devido. À vista disso, o depósito no montante integral até a data do vencimento do imposto impede não só a cobrança de penalidade, seja multa de mora ou de ofício, como também a exigência de juros moratórios. Nessa linha de entendimento, o enunciado da Súmula nº 5, deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Portanto, os valores depositados tempestivamente em Juízo pela recorrente representam o montante integral do débito, não cabendo a cobrança dos juros de mora, ainda mais em face da conversão em pagamento definitivo em favor da União dos valores depositados na conta judicial. Isso posto, voto por conhecer e dar provimento ao recurso voluntário para cancelar os juros de mora. (assinado digitalmente) José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro Relator Fl. 208DF CARF MF
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Numero do processo: 10980.920387/2012-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3302-000.985
Decisão:
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para que a unidade administrativa de origem verifique a autenticidade dos documentos acostados aos autos no momento de interposição do recurso voluntário, analise a existência do indébito tributário pleiteado e, caso exista, se foi utilizado em outro pedido de restituição ou de compensação.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
RELATÓRIO
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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(assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado. RELATÓRIO Tratase de Pedido de Restituição enviado pela contribuinte que restou indeferido pela unidade de origem da RFB, em razão da inexistência do crédito pleiteado. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, tecendo comentários acerca da legislação de regência do PIS e da Cofins, sobre o conceito de receita, faturamento e renda, e enfatizando que o ICMS está embutido no preço das mercadorias, integrando a base de cálculo do imposto o próprio imposto e por isso constitui ônus fiscal e não RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .9 20 38 7/ 20 12 -2 1 Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10980.920387/201221 Resolução nº 3302000.985 S3C3T2 Fl. 3 2 faturamento. Sendo assim, não se pode aceitar a incidência do PIS e da Cofins sobre outro imposto, no caso o ICMS, o que tornase alheio ao que deve ser o faturamento. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pelo colegiado a quo. Irresignado com a decisão da primeira instância administrativa, o recorrente interpôs recurso voluntário ao CARF, no qual argumenta que: a) Pela leitura da ratio decidendi do acórdão recorrido, o direito creditório não foi reconhecido, por inexistir pronunciamento definitivo da PGFN sobre a matéria que autorize as DRJ’s a aplicarem entendimento já consolidado pelo Poder Judiciário. Todavia, em sede de recurso voluntário, é imprescindível assinalar a determinação expressa do artigo 62, §1º, II, ‘b’ e do § 2º do Regimento Interno do CARF, prevê a possibilidade de ser afastada lei sob o fundamento de inconstitucionalidade por turmas daquele Órgão, desde que a matéria tenha sido tratada de forma definitiva pelo Supremo Tribunal Federal. Foi o que ocorreu no julgamento do RE nº 574.576, onde ficou decidido que o ICMS não integra a base de cálculo para incidência da contribuições ao PIS e à Cofins; b) Diante do princípio da verdade material, requer a juntada dos documentos que comprovarão a existência de créditos no período correspondente a PER/Dcomp apresentada, oriunda da indevida inclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins. É o breve relatório. VOTO Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3302000.967, de 27 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10980.920372/201263, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3302000.967): "O recurso é tempestivo e apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, de forma que dele conheço e passo à análise do mérito. ICMS na Base de Cálculo das Contribuições. Conforme relatado, a matéria posta em debate cingese ao cabimento da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins. A discussão se encontra superada no âmbito do CARF, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal já proferiu decisão acerca desta matéria, em sede de recurso com repercussão geral reconhecida, na sistemática prevista no art. 1.036 da Lei nº 13.105/2015. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10980.920387/201221 Resolução nº 3302000.985 S3C3T2 Fl. 4 3 Importante ressaltar que a decisão ainda não transitou em julgado, pois está pendente a análise de embargos opostos para decidir se o direito de exclusão será concedido em maior extensão, abrangendo, além do arrecadado, aquele destacado em Notas Fiscais de Saída. Contudo, a decisão proferida pela Suprema Corte se tornou definitiva quanto ao direito do contribuinte de excluir da base de cálculo do PIS/COFINS a parcela do ICMS pago ou a recolher maior extensão, abrangendo, além do arrecadado, aquele destacado em Notas Fiscais de Saída. No RE nº 574706 Tema 069 ficou consignado que o ICMS não integra a base de cálculo das contribuições para o PIS e para a Cofins. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomandose cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adotase o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerandose o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindose o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. (RE 574706, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 15/03/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe223 DIVULG 29092017 PUBLIC 02102017). Para fins de clarear a posição da RFB sobre o tema, trago à baila a Solução de Consulta Interna nº 13 Cosit, de 18 de outubro de 2018: Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10980.920387/201221 Resolução nº 3302000.985 S3C3T2 Fl. 5 4 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO. Para fins de cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado que versem sobre a exclusão do ICMS da base de calculo da Contribuição para o PIS/Pasep, no regime cumulativo ou não cumulativo de apuração, devem ser observados os seguintes procedimentos: a) o montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição e o valor mensal do ICMS a recolher, conforme o entendimento majoritário firmado no julgamento do Recurso Extraordinário no 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal; b) considerando que na determinação da Contribuição para o PIS/Pasep do período a pessoa jurídica apura e escritura de forma segregada cada base de cálculo mensal, conforme o Código de Situação tributária (CST) previsto na legislação da contribuição, fazse necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de calculo mensal da contribuição; c) a referida segregação do ICMS mensal a recolher, para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS, em cada uma das bases de calculo da contribuição, será determinada com base na relacao percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) da contribuição e a receita bruta total, auferidas em cada mês; d) para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devemse preferencialmente considerar os valores escriturados por esta, na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFDICMS/IPI), transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos a apuração do referido imposto; e e) no caso de a pessoa juridica estar dispensada da escrituracao do ICMS, na EFDICMS/IPI, em algum(uns) do(s) período(s) abrangidos pela decisão judicial com transito em julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos. Dispositivos Legais: Lei no 9.715, de 1998, art. 2o; Lei no 9.718, de 1998, arts. 2o e 3o; Lei no 10.637, de 2002, arts. 1o, 2o e 8o; Decreto no 6.022, de 2007; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.009, de 2009; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.252, de 2012; Convenio ICMS no 143, de 2006; Ato COTEPE/ICMS no 9, de 2008; Protocolo ICMS no 77, de 2008. Fl. 101DF CARF MF Processo nº 10980.920387/201221 Resolução nº 3302000.985 S3C3T2 Fl. 6 5 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO. Para fins de cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado que versem sobre a exclusão do ICMS da base de calculo da Cofins, no regime cumulativo ou não cumulativo de apuração, devem ser observados os seguintes procedimentos: a) o montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição e o valor mensal do ICMS a recolher, conforme o entendimento majoritário firmado no julgamento do Recurso Extraordinário no 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal; b) considerando que na determinação da Cofins do período a pessoa jurídica apura e escritura de forma segregada cada base de calculo mensal, conforme o Código de Situação tributaria (CST) previsto na legislação da contribuição, fazse necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de calculo mensal da contribuição; c) a referida segregação do ICMS mensal a recolher, para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS, em cada uma das bases de calculo da contribuição, será determinada com base na relação percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) da contribuição e a receita bruta total, auferidas em cada mês; d) para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devemse preferencialmente considerar os valores escriturados por esta, na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFDICMS/IPI), transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos a apuração do referido imposto; e e) no caso de a pessoa jurídica estar dispensada da escrituração do ICMS, na EFDICMS/IPI, em algum(uns) do(s) período(s) abrangidos pela decisão judicial com transito em julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos. Dispositivos Legais: Lei no 9.718, de 1998, arts. 2o e 3o; Lei no 10.833, de 2003, arts. 1o, 2o e 10; Decreto no 6.022, de 2007; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.009, de 2009; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.252, de 2012; Convenio ICMS no 143, de 2006; Ato COTEPE/ICMS no 9, de 2008; Protocolo ICMS no 77, de 2008. Fl. 102DF CARF MF Processo nº 10980.920387/201221 Resolução nº 3302000.985 S3C3T2 Fl. 7 6 Diante da obrigação de observar decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, na sistemática prevista no art. 1.036 da Lei nº 13.105/2015, me curvo ao entendimento de que o ICMS recolhido deve ser excluído da base de cálculo das contribuições para o PIS e para a Cofins. Provas do Indébito Tributário. A instância a quo, utilizou, também, como razão de decidir a falta de provas do direito creditório, de acordo com trecho do voto condutor do acórdão recorrido, verbis: Não bastasse isso, é oportuno observar que não há nos autos prova do direito afirmado. Em outros termos, não basta indicar os argumentos jurídicos que seriam o fundamento legal do pagamento indevido, mas deve a interessada, adicionalmente, demonstrar contabilmente que o valor pleiteado corresponde ao valor da contribuição que foi paga sobre o ICMS que teria feito parte de sua base de cálculo. Isso porque, o direito deve ser demonstrado em documentos fiscais e contábeis. Por isso, ainda que houvesse a manifestação da Procuradoria acerca de julgado do STF declarando a inconstitucionalidade do ICMS na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins, mesmo assim não seria possível lhe conceder o direito creditório postulado. Afinal, é obrigação da manifestante trazer aos autos o direito em que se fundamenta e as provas que possuir. É o que determina o art. 16, do inc. III, do Decretolei n° 70.235/72. Há que se destacar, ainda, que o Despacho Decisório foi emitido pela autoridade fiscal com fundamento nas informações prestadas em DCTF pela Manifestante, ou seja, em declaração válida a produzir efeitos na data da emissão do referido documento. Por tal motivo, o débito encontrase validamente constituído exatamente nos termos do Despacho Decisório proferido. Isso porque, a DCTF é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, conforme legislação de regência (art. 5º do Decretolei nº 2.124/84 e Instruções Normativas da RFB que dispõem sobre a DCTF). Sobre esta questão, importante destacar que o art. 147, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25/10/1966, não permite que depois de iniciado qualquer procedimento fiscal seja apresentada declaração retificadora quando esta vise a reduzir ou a excluir tributo, sendo apenas admissível mediante comprovação do erro em que se funde. Enfim, não basta a mera alegação do direito. Ele deve ser demonstrado em documentos fiscais e contábeis, na linha do que determina o art. 923 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto n º 3.000, de 26 de março de 1999). O recorrente, em sede de recurso voluntário, apresentou alguns documentos para provar seu direito, quais sejam: memória de cálculo de apuração da COFINS e do consequente crédito pleiteado, a DIPJ Fl. 103DF CARF MF Processo nº 10980.920387/201221 Resolução nº 3302000.985 S3C3T2 Fl. 8 7 referente ao período discutido, o comprovante do recolhimento da Cofins e o resumo de apuração do ICMS. Requer que esse Colegiado defira a juntada dos documentos, os analise e se posicione acerca de seu direito creditório. A questão que surge é se houve preclusão do direito à apresentação de provas, conforme prevê os artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72 ou se o recorrente tem o direito a apresentar documentos em qualquer momento processual em nome da verdade material. Posta assim a questão, passo a análise. Tratase de processo de restituição em que o contribuinte teve seu pedido de indébito negado por despacho decisório eletrônico, sob o fundamento de que o crédito financeiro alegado como pagamento indevido foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Na manifestação de inconformidade, o recorrente alega que o pedido de restituição se refere a créditos decorrentes de pagamentos a maior de Cofins, em razão da inclusão do ICMS na respectiva base de cálculo. A DRJ de Curitiba julgou improcedente a manifestação de inconformidade sob os seguintes fundamentos: o ICMS deve compor a base de cálculo da exação e que o sujeito passivo não apresentou provas do direito alegado. Em sede de recurso voluntário, o sujeito passivo pleiteou a observância do RE nº 574706 e apresentou documentos que lastreariam o direito requerido. No procedimento de despacho eletrônico de pedido de restituição, o sujeito passivo não é intimado pela unidade preparadora para prestar informações jurídicas acerca do crédito requisitado. O primeiro momento que tem para se pronunciar sobre questões de direito é na manifestação de inconformidade. No caso em análise, é bem verdade que o sujeito passivo não apresentou documentos que comprovassem que houve recolhimento da Cofins tendo o ICMS em sua base de cálculo. Ocorre que, como mencionado, ao interpor o presente recurso voluntário, foram acostados aos autos a memória de cálculo de apuração da COFINS e do consequente crédito pleiteado, a DIPJ referente ao período discutido, o comprovante do recolhimento da Cofins e o resumo de apuração do ICMS. Esse documentos, caso autênticos, podem sugerir que houve a inclusão na base de cálculo da Cofins o valor do ICMS recolhido, gerando um indébito tributário. Não posso deixar de admitir que os fatos produzidos extemporaneamente geraram grande dúvida, o que impossibilita meu julgamento nesta assentada. Consoante noção cediça, na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as Fl. 104DF CARF MF Processo nº 10980.920387/201221 Resolução nº 3302000.985 S3C3T2 Fl. 9 8 diligências que entender necessárias, é a literalidade do art. 29 do Decreto nº 70.235/72. Assim, entendo que as alegações produzidas pelo recorrente devem ser analisadas com mais profundidade, para que possa afastar a fumaça que tomou conta de minha convicção, pois vejo verossimilhança nos fundamentos jurídicos acostados aos autos. Pelo exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que o órgão de origem verifique a autenticidade dos documentos acostados aos autos no momento de interposição do recurso voluntário, analise a existência do indébito tributário pleiteado e, caso exista, se foi utilizado em outro pedido de restituição ou de compensação. Após sanadas essa dúvidas, que seja elaborado relatório fiscal, facultando à recorrente o prazo de trinta dias para se pronunciar sobre os resultados obtidos, nos termos do parágrafo único do artigo 35 do Decreto nº 7.574/2011. Posteriormente aos procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que o órgão de origem verifique a autenticidade dos documentos acostados aos autos no momento de interposição do recurso voluntário, analise a existência do indébito tributário pleiteado e, caso exista, se foi utilizado em outro pedido de restituição ou de compensação. Após sanadas essa dúvidas, que seja elaborado relatório fiscal, facultando à recorrente o prazo de trinta dias para se pronunciar sobre os resultados obtidos, nos termos do parágrafo único do artigo 35 do Decreto nº 7.574/2011. Posteriormente aos procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 105DF CARF MF
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Numero do processo: 10530.900169/2013-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3302-000.932
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem efetue a liquidação dos acórdãos nº 3301-002.999 e nº 9303-006.107, proferidos no processo 10983.721188/2013-93, de modo a refletir estas decisões nos montantes objetos dos pedidos de ressarcimento.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Deroulede - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). Ausente o Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem efetue a liquidação dos acórdãos nº 3301-002.999 e nº 9303-006.107, proferidos no processo 10983.721188/2013-93, de modo a refletir estas decisões nos montantes objetos dos pedidos de ressarcimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). Ausente o Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho.
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(assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). Ausente o Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de contribuição não cumulativa, transmitido através do Programa PERD/COMP (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento e Reembolso e Declaração de Compensação), que restou indeferido, nos termos do Despacho Decisório que instrui os autos. Regularmente cientificada, a empresa apresentou manifestação de inconformidade na qual sustenta a necessidade de julgamento conjunto com outros processos de ressarcimento referentes aos mesmos elementos, inclusive para fins de uniformização dos julgados, também em relação ao auto de infração correspondente (10983.721.188/201393). Ainda em preliminar, aborda a superficialidade do trabalho fiscal e discorre sobre o princípio da verdade material, que entende ofendido no procedimento efetuado, citando entendimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 30 .9 00 16 9/ 20 13 -5 0 Fl. 4824DF CARF MF Processo nº 10530.900169/201350 Resolução nº 3302000.932 S3C3T2 Fl. 3 2 Trata da instrução probatória no Processo Administrativo Fiscal (PAF) e da necessidade de conhecimento do processo produtivo. No mérito, discorre sobre o conceito de insumos, sobre a sistemática não cumulativa das contribuições, e sobre a legitimidade de seu pleito. O colegiado a quo julgou improcedente a impugnação, nos termos do Acórdão DRJ nº 10051.800. Insurgindose contra a decisão prolatada, a contribuinte interpôs recurso voluntário repisando as alegações trazidas na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3302000.930, de 29 de janeiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10530.900167/201361, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3302000.930): "O presente recurso é tempestivo, trata de matéria trazida a julgamento de competência desta Turma, devendo ser conhecido. Como podemos verificar do relatório acima, o presente processo trata da glosa de crédito de PIS e COFINS, relacionado a produtos utilizados como insumo, no processo produtivo da recorrente. Verificase ainda do relatório a existência de estreita ligação deste processo e outros mais, com o processo de nº 10983.721188/201393, onde o conceito de insumo já foi minuciosamente tratado em dois acórdãos a saber: (i) o de nº 3301 002.999, proferido pela 1ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara, da 3ª Seção de Julgamento, e o de nº 9303006.107, da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais. O primeiro de relatoria do I. Conselheiro Marcelo Costa Marques d'Oliveira, restou decidido da seguinte forma: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário em relação à Preliminar de Nulidade do Lançamento. Por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário na apropriação de créditos na Industrialização Realizada por Terceiros e os correspondentes insumos, com exceção das compras de leite in natura e pasteurizado ou industrializado, Fl. 4825DF CARF MF Processo nº 10530.900169/201350 Resolução nº 3302000.932 S3C3T2 Fl. 4 3 em razão de serem adquiridos com alíquota zero. Vencidos Conselheiros Francisco e Paulo. Por unanimidade, dar provimento em relação aos créditos na Aquisição de Embalagens para Transporte. Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário na aquisição de Vacinas, Pintos e Ovos. Por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário no item pagamento de Fretes na Aquisição de Insumos, para acatar os créditos decorrentes de fretes na aquisição de insumos e no transporte entre estabelecimentos da recorrente, mantendo a glosa para os quais a motivação dos serviços de frete não foi identificadas. Por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário no item Recortes de Congelados de Aves, mantendo somente as glosas em relação aos produtos, cujos documentos fiscais e os fornecedores não foram identificados. Por unanimidade de votos, dar provimento ao item Pallets de Madeira. Por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário no item serviços realizados por operador logístico. Vencidos Conselheiros Francisco e Paulo que negavam provimento. Por unanimidade de votos, dar provimento em relação ao item Análises Laboratoriais. Por maioria de votos, negar provimento em relação ao item Diárias e HorasMáquina de Tratores. Vencida Maria Eduarda. Por unanimidade de votos, dar provimento em relação ao item Repaletização. Por unanimidade de votos, dar provimento em relação ao item Tintas para Carimbo. Por unanimidade de votos, negar provimento em relação ao item Aluguéis de Prédios. Por unanimidade de votos, negar provimento em relação ao item Leite In Natura. Por unanimidade de votos, dar provimento em relação ao item Frangos Vivos, Milho, Sorgo, Soja e Demais Insumos. Por unanimidade de votos, negar provimento em relação ao item Apuração dos Débitos dos Tributos. Por unanimidade de votos, dar provimento em relação ao item Multa Qualificada, para reduzila para 75%. Por unanimidade de votos, negar provimento em relação ao item Pedido de Diligência e Perícia. Andrada Márcio Canuto Natal Presidente. Marcelo Costa Marques d'Oliveira Relator Da decisão do acórdão acima transcrita, a Fazenda Nacional e contribuinte apresentaram recursos especiais de divergência, sendo certo que a primeira suscitou divergência com relação ao conceito de insumos para fins de creditamento das contribuições não cumulativas e, o segundo, além de apresentar contrarrazões, interpôs recurso especial no qual suscitou divergência com relação a duas matérias: 1) possibilidade de tomada de créditos sobre a locação de tratores utilizados na atividade agroindustrial; e 2) não incidência de pis/cofins sobre receitas de exportação e respectiva forma de comprovar. No acórdão da recurso especial, de relatoria do I. Conselheiro Andrada Marcio Canuto Natal, restou decidido que: Fl. 4826DF CARF MF Processo nº 10530.900169/201350 Resolução nº 3302000.932 S3C3T2 Fl. 5 4 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. No mérito, (i) quanto à industrialização de produtos lácteos, por unaninimade de votos, acordam em negar provimento ao recurso. A conselheira Tatiana Midori Migiyama acompanhou o relator pelas conclusões; (ii) quanto às embalagens para transporte, por maioria de votos, acordam em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Valcir Gassen (suplente convocado em substituição à conselheira Érika Costa Camargos Autran) e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento; (iii) quanto ao pagamento de fretes na aquisição de insumos, por maioria de votos, acordam em negarlhe provimento, vencido o conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire (suplente convocado), que lhe deu provimento; (iv) quanto aos pallets de madeira, por maioria de votos, acordam em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migyama, Valcir Gassen e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento; (v) quanto às despesas com operador logístico, por maioria de votos, acordam em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migyama, Valcir Gassen e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento; (vi) quanto às análises laboratoriais, por maioria de votos, acordam em negarlhe provimento, vencido o conselheiro Jorge Olmiro Locke Freire, que lhe deu provimento e (vii) quanto à repaletização, por maioria de votos, acordam em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Valcir Gassen (suplente convocado em substituição à conselheira Érika Costa Camargos Autran) e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento e (viii) quanto às tintas para carimbo, por unanimidade de votos, acordam em negarlhe provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negarlhe provimento, vencidas as conselheiras Tatiana Midori Migiyama e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento. Declarouse impedido de participar do julgamento o conselheiro Demes Brito. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator Concluindo, entendo que não há o que ser discutido ou avaliado no presente processo. O que se deve promover é a liquidação dos acórdãos acima mencionados, pela unidade de origem, dentro do objeto de cada um dos pedidos de ressarcimento relacionados ao processo nº 10983.721188/201393. Desta forma, voto por converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem efetue a liquidação dos acórdãos 3301 Fl. 4827DF CARF MF Processo nº 10530.900169/201350 Resolução nº 3302000.932 S3C3T2 Fl. 6 5 002.999 e nº 9303006.107, proferidos no processo 10983.721188/201393, de modo a refletir estas decisões nos montantes objetos dos pedido de ressarcimento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem efetue a liquidação dos acórdãos 3301002.999 e nº 9303006.107, proferidos no processo 10983.721188/201393, de modo a refletir estas decisões nos montantes objetos dos pedido de ressarcimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede . Fl. 4828DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.908256/2012-12
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 22 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/2010 a 30/03/2010
PRELIMINAR. DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Demonstrados no despacho decisório eletrônico os fatos que ensejaram a não-homologação da compensação, informada a sua correta fundamentação legal e emitido por autoridade competente, é de se rejeitar a alegação de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa.
AUSÊNCIA DE DILIGÊNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Inexiste cerceamento de defesa quando o próprio contribuinte não requer a realização de diligência e o julgador de primeira instância não determina a sua realização por entender que os elementos que integram os autos são suficientes para a plena formação de convicção e, portanto, para que se proceda ao julgamento. A diligência fiscal não tem a finalidade de trazer aos autos as provas documentais que cabia ao sujeito passivo produzir.
COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE.
Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação.
PROVA. APRECIAÇÃO INICIAL EM SEGUNDA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. LIMITES. PRECLUSÃO.
A apreciação de documentos não submetidos à autoridade julgadora de primeira instância é possível nas hipóteses previstas no art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972 e, excepcionalmente, quando visem à complementar instrução probatória já iniciada quando da interposição da manifestação de inconformidade.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3002-000.619
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/03/2010 a 30/03/2010 PRELIMINAR. DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Demonstrados no despacho decisório eletrônico os fatos que ensejaram a não-homologação da compensação, informada a sua correta fundamentação legal e emitido por autoridade competente, é de se rejeitar a alegação de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa. AUSÊNCIA DE DILIGÊNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Inexiste cerceamento de defesa quando o próprio contribuinte não requer a realização de diligência e o julgador de primeira instância não determina a sua realização por entender que os elementos que integram os autos são suficientes para a plena formação de convicção e, portanto, para que se proceda ao julgamento. A diligência fiscal não tem a finalidade de trazer aos autos as provas documentais que cabia ao sujeito passivo produzir. COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. PROVA. APRECIAÇÃO INICIAL EM SEGUNDA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. LIMITES. PRECLUSÃO. A apreciação de documentos não submetidos à autoridade julgadora de primeira instância é possível nas hipóteses previstas no art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972 e, excepcionalmente, quando visem à complementar instrução probatória já iniciada quando da interposição da manifestação de inconformidade. Recurso Voluntário Negado.
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR PIS Recorrente ELRING KLINGER DO BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/2010 a 30/03/2010 PRELIMINAR. DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Demonstrados no despacho decisório eletrônico os fatos que ensejaram a nãohomologação da compensação, informada a sua correta fundamentação legal e emitido por autoridade competente, é de se rejeitar a alegação de nulidade do despacho decisório por cerceamento de defesa. AUSÊNCIA DE DILIGÊNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Inexiste cerceamento de defesa quando o próprio contribuinte não requer a realização de diligência e o julgador de primeira instância não determina a sua realização por entender que os elementos que integram os autos são suficientes para a plena formação de convicção e, portanto, para que se proceda ao julgamento. A diligência fiscal não tem a finalidade de trazer aos autos as provas documentais que cabia ao sujeito passivo produzir. COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. PROVA. APRECIAÇÃO INICIAL EM SEGUNDA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. LIMITES. PRECLUSÃO. A apreciação de documentos não submetidos à autoridade julgadora de primeira instância é possível nas hipóteses previstas no art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972 e, excepcionalmente, quando visem à complementar instrução probatória já iniciada quando da interposição da manifestação de inconformidade. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 82 56 /2 01 2- 12 Fl. 888DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 889 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves Relatório O processo administrativo ora em análise trata de PER/DCOMP (fl. 34/39), cujo crédito teria origem em recolhimento da PIS efetuado a maior. A compensação declarada não foi homologada, conforme despacho decisório (fl. 24), pelos seguintes motivos: "A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Após ser intimada da decisão, a ora recorrente apresentou tempestivamente Manifestação de Inconformidade e a instruiu com atos constitutivos e de representação da empresa, o Despacho Decisório, o Dacon retificador e o Per/Dcomp original. Em seqüência, analisando os argumentos apresentados, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte DRJ/BHE julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, por Acórdão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/03/2010 DESPACHO DECISÓRIO. PRELIMINAR DE NULIDADE REJEITADA. Fl. 889DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 890 3 Deve ser rejeitada a preliminar de nulidade, quando o Despacho Decisório contém a fundamentação legal e as informações e orientações necessárias ao exercício da plena defesa do contribuinte, e a tramitação do processo se dá em observância estrita ao rito do processo administrativo fiscal. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/03/2010 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência de crédito líquido e certo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada dessa decisão, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fl. 102/112), no qual requereu a reforma do Acórdão recorrido, em linhas gerais, alegando cerceamento do direito de defesa, tanto do Despacho Decisório, como do Acórdão recorrido, e, no mérito repisa argumentos já apresentados em sua Manifestação de Inconformidade. Anexa aos autos novos documentos. É o relatório, em síntese. Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O direito creditório envolvido no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Esta Turma Julgadora já teve, recentemente, oportunidade de se debruçar exatamente sobre matéria, situação fática e probatória semelhantes as constantes nos presentes autos em outros processos da mesma contribuinte. Como exemplo desse fato, citese o processo administrativo nº 13888.906857/201291, no qual foi proferido o Acórdão nº 3002 000.523 da relatoria da Ilustre Conselheira Larissa Nunes Girard. Assim, por entender que o Acórdão citado espelha perfeitamente o meu entendimento sobre a matéria posta em análise no processo atual, reproduzo excerto daquele voto condutor e adoto como razões de decidir os fundamentos ali lançados: Fl. 890DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 891 4 "Preliminar de Nulidade – Cerceamento de Defesa Na alegação de nulidade por cerceamento do direito de defesa, a recorrente defende que, em prol da verdade material, deveria a autoridade administrativa ter analisado os documentos juntados e solicitado novos documentos (e/ou diligência) para apurar mais alguma informação necessária para a decisão. Prossegue afirmando que a divergência entre Dacon e DCTF não seria motivo suficiente para o indeferimento do pedido, visto que a DCTF por si só não é garantia de liquidez ou certeza da compensação, motivo pelo o qual deveria o julgador ter procurado esclarecer a razão da divergência entre Dacon e DCTF, em uma análise mais cuidadosa da situação, e que o cerceamento se configura por não ter havido fundamentação baseada na análise dos documentos apresentados. De pronto, chama a atenção a inversão de papéis e responsabilidades pretendida pela recorrente. O que temos, de fato, ao longo de todo este processo, são falhas na atuação do contribuinte. Quando fez a transmissão da declaração de compensação, ela estava em desacordo tanto com o Dacon quanto com a DCTF. Ao se aperceber da divergência, providenciou a retificação apenas do Dacon, mas não da DCTF, que é uma declaração que tem o poder de uma confissão de dívida. Posteriormente, ao protocolar sua manifestação de inconformidade, mesmo sabedor do não provimento do seu pedido, não trouxe aos autos eventuais provas que pudesse ter sobre o montante do débito que considerava realmente devido. Limitouse a juntar o Dacon retificador, documento ao qual a DRJ já tinha acesso. E agora, nesta fase, após a segunda negativa a seu pleito, junta notas fiscais em valor insuficiente para respaldar a redução do débito realizada e protesta contra a omissão da Administração Fazendária, que não teria se ocupado de produzir as provas que a ele caberia. É cediço que, nos casos de solicitação de restituição, compensação e ressarcimento de crédito contra a Fazenda Nacional, cabe ao contribuinte, aquele que alega o direito, o ônus da produção da prova. Tal entendimento, aplicado de forma pacífica nos diversos colegiados do Carf, sustentase no Decreto nº 7.574/2011, que regulamenta o processo de determinação e de exigência de créditos tributários da União. Por ele, vemos em seu art. 28 que cabe ao interessado a prova dos fatos que alega. Igualmente podemos nos socorrer do Código de Processo Civil, que estabelece em seu art. 373 que, quanto ao fato constitutivo de seu direito, o ônus da prova incumbe ao autor. Portanto, se o contribuinte não exerceu o seu direito no momento e na forma que deveria, não cabe inculpar a Administração por sua desatenção. O Decreto nº 70.235/1972 (PAF) estabelece que a manifestação de inconformidade deve Fl. 891DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 892 5 conter os argumentos e provas necessários para a demonstração do que se alega, nos seguintes termos: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito; V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (grifado) Fica claro pelo texto legal que a recorrente deveria ter produzido as provas quando apresentou sua impugnação/manifestação de inconformidade. No que tange à reclamação pela ausência de diligência, deve ser esclarecido que se trata de procedimento facultativo, disponível para o julgador quando há dúvida substancial, que deve ser sanada para que seja possível a tomada de decisão, nos termos do que dispõe o PAF em seu art. 18, in verbis: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (grifado) Segundo se depreende do voto do Acórdão da DRJ, não houve qualquer incerteza que justificasse a determinação de ofício de realização de diligência. Como, de sua parte, o contribuinte também não solicitou o procedimento, possibilidade prevista no PAF, não cabe reclamar do julgador que entendeu existirem elementos suficientes para a decisão e assim a proferiu. Cabem ainda algumas considerações sobre o PER/Dcomp e o despacho decisório. A declaração de compensação (Per/Dcomp) que se analisa teve tratamento eletrônico, que consiste no cruzamento dos dados informados pelo contribuinte em suas Fl. 892DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 893 6 declarações, em busca de se encontrar, ao menos, consistência e coerência nas informações, de modo a permitir o deferimento do pleito. Essa sistemática visa ao processamento rápido de um número expressivo de compensações, o que não se alcança com a análise manual. De se ressaltar que esse batimento de dados não é apto para verificar a fidedignidade contidos nas declarações, mas tão somente a coerência entre eles, de tal forma que o mínimo que se exige do contribuinte nesta fase é que preste a mesma informação em sua declaração de compensação e em sua DCTF. Caso se constate divergência, a compensação é indeferida e o contribuinte tem a oportunidade de apresentar explicações e documentos que irão demonstrar o seu direito ao crédito. Portanto, ainda que a verificação eletrônica consista em um procedimento préestabelecido e limitado, de forma alguma o direito de argumentar, explicar ou se defender é reduzido ou retirado do contribuinte. Fazse necessário, ainda, o esclarecimento sobre o propósito e alcance de cada declaração, aspectos que a recorrente trata com impropriedade e tenta utilizar como forma de desacreditar as decisões. A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) constitui confissão de dívida, instrumento hábil e suficiente para a cobrança administrativa, conforme dispõe o DecretoLei nº 2.124/1984, sendo enviada para inscrição na Divida Ativa da União em caso de não liquidação dos débitos, e, por isso, é a declaração que a Receita Federal utiliza em suas verificações. O Dacon, por sua vez, é mero demonstrativo da apuração das contribuições sociais, prestandose a detalhar para a Receita Federal como o contribuinte encontrou o valor declarado em DCTF e auxiliar a fiscalização. O Dacon não tem o mesmo status jurídico da DCTF. Por esse motivo, o que consta no Dacon é indício de direito, mas não prova, não havendo qualquer mácula na fundamentação da decisão de primeira instância quando afirma que a retificação de Dacon, destituída de documentos que comprovem a redução do débito não faz prova do direito creditório. (...) Igualmente descabido é o argumento de que a DRJ teria ignorado as alegações e argumentos juntados pela recorrente, sem considerálos em sua decisão. A leitura do voto é suficiente para demonstrar o que se afirma e, por isso, transcrevo a parte final do acórdão recorrido: "No caso, o recorrente não comprova erro que possa alterar o fundamento do despacho decisório. Na falta de comprovação do erro, a divergência entre os valores informados em Dacon e DCTF afasta a certeza do crédito e é Fl. 893DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 894 7 razão suficiente para o indeferimento do pedido de restituição ou da compensação. Nesse ponto, cabe assinalar que a simples indicação de supostos valores corretos em Dacon retificador ou em demonstrativo integrante da manifestação de inconformidade não é suficiente para comprovar erro nas informações prestadas originalmente na DCTF, de forma a evidenciar a existência de pagamento indevido ou a maior no período considerado e atestar a certeza e liquidez do crédito." (...) Dessa maneira, concluo que não há vício nas decisões que integram este processo, pois estão fundamentadas, foram proferidas por autoridades competentes, os prazos e ciências foram respeitados, os argumentos e o único documento pertinente juntado à manifestação de inconformidade foi analisado. Ademais, e tratase de aspecto elementar para a caracterização do cerceamento de defesa, pelo conteúdo das peças recursais, vêse que o sujeito passivo compreendeu perfeitamente o motivo da denegação do seu pedido. Pelo o exposto, afasto a preliminar de nulidade por cerceamento de defesa. Mérito Tendo compreendido que a mera retificação do Dacon, desacompanhada de documentação que justificasse a redução do débito confessado, não era suficiente para demonstrar o direito, a recorrente traz aos autos provas documentais, pela primeira vez, na fase de recurso voluntário. E requer a sua apreciação, sem maiores considerações sobre o fato de fazêlo intempestivamente. Sobre esse ponto, então, irá residir o cerne deste julgamento. A compensação somente pode ser concedida para créditos líquidos e certos, conforme estabelece o art. 170 do Código Tributário Nacional, e, como já mencionado, que a demonstração da certeza e liquidez nos casos de compensação é ônus que recai sobre o requerente. Assim sendo, para que a Receita Federal autorize a compensação, deve a recorrente demonstrar de forma inequívoca seu crédito, por meio de alegações e provas, e o momento de fazêlo é quando da apresentação da manifestação de inconformidade, em obediência ao Decreto nº 70.235/1972, que assim instituiu: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamentar, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; Fl. 894DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 895 8 (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (grifado) Do exposto, extraímos que a recorrente deveria ter juntado a documentação necessária para comprovar o seu direito quando decidiu recorrer do despacho decisório. Foi aí que se iniciou o contencioso e foram definidos os limites desta lide. A apresentação da manifestação de inconformidade é momento crucial no processo administrativo fiscal. O que é trazido pelo sujeito passivo a título de razões e provas define a natureza e a extensão da controvérsia que, regra geral, só deveria alcançar este Conselho após a apreciação da matéria pela primeira instância. Ao admitir o início da produção de provas em fase de recurso voluntário, suprimimos o exame da matéria pelo colegiado a quo, de fato, uma supressão de instância, em desfavor do contraditório e do rito processual estabelecido no referido Decreto. Consoante ainda o art. 16, transcrito acima, preclui o direito da recorrente de fazer prova em momento posterior à apresentação da manifestação de inconformidade, exceto se demonstrada a impossibilidade de fazêlo tempestivamente por motivo de força maior ou a existência de novos fatos ou razões, ocorridos ou trazidos aos autos após a juntada da manifestação. Ainda sobre a entrega extemporânea de documentos, dita o comando que tal solicitação deve ocorrer mediante petição fundamentada, na qual fique demonstrada a ocorrência de alguma das exceções. Conforme já abordado, no momento do despacho decisório havia informação discrepante sobre o real débito de Cofins, prestada pelo próprio contribuinte, que desconsiderou que a redução de débitos confessados em DCTF deveria estar amparada por documentos fiscais e contábeis, hábeis a comprovála, como determina o art. 147 do CTN: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa Fl. 895DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 896 9 informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. (grifado) Por esse motivo as instruções normativas da Receita Federal que disciplinavam o Dacon, já extinto, determinavam que a pessoa jurídica que retificasse esse Demonstrativo deveria também apresentar DCTF retificadora, confirmando a concepção de que o conteúdo do Dacon pode ser indício de direito, mas não faz prova. É pacífico neste Colegiado que a ausência de retificação da DCTF pode ser superada pela comprovação do direito ao crédito por meio de documentos fiscais e contábeis hábeis e suficientes, mas a manifestação de inconformidade foi instruída apenas com a retificadora do Dacon, que não tem valor de prova, e agora foram juntadas algumas notas fiscais, por amostragem, insuficientes para cobrir a redução que débitos que se pretende, sem justificativa para a apresentação tardia dessa documentação. Incontestável que a situação não se enquadra em nenhuma das alíneas do § 4º do art. 16 do Decreto e está configurada, por conseqüência, a preclusão temporal. Há de se ponderar, todavia, que a ocorrência de determinadas especificidades permitiria ao julgador conhecer da prova apresentada intempestivamente, em prol da verdade material, que é um princípio caro ao processo administrativo fiscal, mas não absoluto, como muitas vezes se pretende. Deve o julgador procurar o equilíbrio com os demais princípios, em especial como os princípios da legalidade e do devido processo legal, principalmente porque se trata de afastar a aplicação de um dispositivo legal que determina expressamente a preclusão. Para tanto, é requisito que o contribuinte tenha exercido seu papel de tentar demonstrar o direito quando devido, ou seja, na interposição da manifestação de inconformidade. Nesse contexto, as provas apresentadas com o recurso voluntário poderiam ser conhecidas com o objetivo de esclarecer um ponto obscuro, complementar uma demonstração já iniciada ou reforçar o valor do que foi anteriormente apresentado, algo próprio do desenvolvimento da marcha processual. O que se configura inadmissível é a invocação da busca da verdade material com vistas a propiciar ao recorrente a oportunidade de suprir sua própria omissão em fase anterior, que é o que ocorre nestes autos. Tal entendimento é o que prevalece atualmente em diversos colegiados no Carf. A ver os Acórdãos seguintes, todos proferidos em julgamentos realizados em 2018: nº 3201003.476 do conselheiro Marcelo Vieira e nº 1302002.731 do conselheiro Fl. 896DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 897 10 Flávio Dias, representativos de decisões em Turmas Ordinárias de diferentes Seções de Julgamento, bem como o Acórdão nº 9303007.555, do conselheiro Luiz Eduardo Santos, nº 9303 006.241, da conselheira Vanessa Cecconello, e nº 9303007.334, do conselheiro Demes Brito, todos da 3ª Seção da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Transcrevese, a título complementar, as razões de decidir da conselheira relatora Vanessa Cecconello no Acórdão nº 9303 006.241, pela pertinência no presente caso: "Esclareçase não se estar privilegiando o formalismo exacerbado em detrimento do princípio da verdade material, norteador do processo administrativo fiscal. Ocorre que não ficou demonstrada no caso em exame qualquer das hipóteses autorizadoras do acolhimento das provas apresentadas somente na fase recursal, quais sejam: (a) impossibilidade de apresentação oportuna, por força maior; (b) sejam referentes a fato ou a direito supervenientes ou, ainda, (c) destinemse a contrapor fatos ou razões posteriormente veiculados nos autos. Somese aos fundamentos até aqui expendidos, que, conforme consignado no acórdão recorrido, mesmo sendo admitidos os documentos fiscais e contábeis trazidos pelo Sujeito Passivo em sede de recurso voluntário, não seriam suficientes para comprovar a certeza e a liquidez do indébito tributário. Por conseguinte, demandaria a reabertura da fase de instrução do processo para que a Contribuinte colacionasse aos autos outras provas complementares, as quais provavelmente estavam em seu poder quando da apresentação da manifestação de inconformidade, providência incabível, nesse caso, em sede de recurso. Admitirseia a análise de argumentos e provas novas se os mesmos tivessem sido apresentados com a manifestação de inconformidade e, somente no julgamento da mesma por meio de acórdão, tivessem sido considerados por insuficientes. Nessa hipótese, em prol da busca da verdade real dos fatos e demonstrando, a empresa, o intuito de comprovar o seu direito ao crédito pleiteado, poderseia acolher a complementação das alegações e do conjunto probatório trazido ao processo. Nesse diapasão, os argumentos e provas não trazidos em sede de manifestação de inconformidade, mas tão somente em sede de recurso voluntário e não comprovada a ocorrência de uma das hipóteses do art. 16, §4º do Decreto 70.235/72, são considerados preclusos, não podendo ser analisados por este Conselho em sede recursal. Diante do exposto, negase provimento ao recurso especial do Contribuinte." Fl. 897DF CARF MF Processo nº 13888.908256/201212 Acórdão n.º 3002000.619 S3C0T2 Fl. 898 11 Assim sendo, por todo o exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, negar provimento ao Recurso Voluntário, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 898DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13708.002251/2005-26
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2000
IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. DECLARAÇÃO DOS RENDIMENTOS BRUTOS. NÃO OCORRÊNCIA. DEDUÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO NO AJUSTE ANUAL. IMPOSSIBILIDADE.
Para pleitear dedução do imposto devido no ajuste anual, é requisito essencial que o contribuinte declare o valor bruto dos rendimentos tributáveis, incluindo o imposto retido.
Numero da decisão: 2402-007.100
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
(assinado digitalmente)
Luís Henrique Dias Lima - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio da Silva, João Victor Ribeiro Aldinucci, Maurício Nogueira Righetti, Wilderson Botto (suplente convocado), Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Junior e Denny Medeiros da Silveira.
Nome do relator: LUIS HENRIQUE DIAS LIMA
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DECLARAÇÃO DOS RENDIMENTOS BRUTOS. NÃO OCORRÊNCIA. DEDUÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO NO AJUSTE ANUAL. IMPOSSIBILIDADE. Para pleitear dedução do imposto devido no ajuste anual, é requisito essencial que o contribuinte declare o valor bruto dos rendimentos tributáveis, incluindo o imposto retido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio da Silva, João Victor Ribeiro Aldinucci, Maurício Nogueira Righetti, Wilderson Botto (suplente convocado), Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Junior e Denny Medeiros da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 8. 00 22 51 /2 00 5- 26 Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13708.002251/200526 Acórdão n.º 2402007.100 S2C4T2 Fl. 102 2 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário (efls. 52/53) em face do Acórdão n. 12 43.977 7ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I DRJ/RJ1 (efls. 46/50), que julgou improcedente a impugnação (efls. 04/07), mantendo o crédito tributário consignado no lançamento constituído mediante o Auto de Infração Imposto de Renda Pessoa Física AnoCalendário 2000 no montante de R$ 88.856,99 (efls. 13/19) constituído em 05/12/2005 (efl. 22) com fulcro em compensação indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). Irresignado com o lançamento, o sujeito passivo apresentou impugnação (e fls. 04/07) em 29/12/2005, alegando, em síntese, que o recolhimento do IRRF é uma obrigação da Rio de Janeiro Refresco S/A (CocaCola), e, alternativamente, concessão de prazo para que possa juntar os documentos necessários à comprovação da referido IRRF. A impugnação (efls. 04/07) foi julgada improcedente pela instância de piso, nos termos do Acórdão n. 1243.977 (efls. 46/50), conforme entendimento sumarizado na ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2001 DEDUÇÃO INDEVIDA DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. Tendo em vista que os documentos constantes dos autos não comprovam a retenção do imposto de renda declarado, deve ser mantida a infração apurada pela fiscalização. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido É informado nos autos (efl. 58) o extravio do AR de ciência do impugnante do resultado do Acórdão 1243.977 (efls. 46/50). Assim, em homenagem aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, é razoável considerarse a data da ciência aquela consignada no Recurso Voluntário (efls. 52/53) 05/06/2013, que foi protocolizado na data de 10/06/2013, oportunidade em que foram acostados alvará judicial e DIRF emitida pela Caixa Econômica Federal relativa ao AC 2010 (efls. 54/55). Sem contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Henrique Dias Lima Relator Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13708.002251/200526 Acórdão n.º 2402007.100 S2C4T2 Fl. 103 3 O Recurso Voluntário (efls. 52/53) é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235/72 e alterações posteriores, portanto dele CONHEÇO. Passo à análise. O cerne da presente lide concentrase em compensação indevida de imposto de renda retido na fonte (IRRF), relacionado à Reclamatória Trabalhista n. 2090/93, vez que não comprovado o IRRF de R$ 35.622,74 declarado pelo Recorrente na DIRPF/2001 (efls. 25/28). Muito bem. Ao apreciar a impugnação (efls. 04/07), a instância de piso concluiu que não restou comprovada retenção de imposto de renda de R$ 35.622,74 declarado pelo Recorrente. Por oportuno, destaco, no essencial o voto condutor do Acórdão n. 1243.977 (efls. 46/50): [...] Tendo em vista que o despacho de homologação dos cálculos (fl. 10) e a planilha demonstrativa dos mesmos (fls. 11/12) não identificavam a base de cálculo sobre a qual incidiu o IRRF, bem como não faziam referência expressa ao imposto retido, e observada, ainda, a discrepância entre o total devido ao declarante, segundo tais peças processuais (R$ 209.492,24 em abril de 1999 e R$ 214.963,26 em novembro de 1999), e o informado pelo mesmo em sua DAA (R$ 137.622,74 – ver especificamente fl. 26), foi o contribuinte intimado a apresentar documentação, atinente ao processo trabalhista RT nº 002090/93, que esclarecesse tais questões. Ocorre que, embora a intimação tenha sido enviada para o endereço constante dos sistemas da RFB e devidamente recepcionada em 22.11.2010 (ver AR à fl. 34 e “telas” de fls. 38/39), não houve qualquer manifestação da parte do interessado, retornando aos autos para julgamento. No caso, entendo que os documentos constantes dos autos não permitem que seja acatada a pretensão do requerente, uma vez que não se pode precisar nem o rendimento passível de tributação nem a retenção do imposto de renda correspondente. Com efeito, no que tange ao rendimento que seria a base de cálculo do imposto de renda na fonte, o documento de fl. 10, assinado pela juíza presidente da 19ª JCJ do Rio de Janeiro, indica que os valores demonstrados na planilha de fls. 11/12 referemse ao principal (líquido) recebido pelo autor, reajustado de R$ 209.492,24 para R$ 214.963,26, já deduzidos R$ 35.622,74 (valor idêntico ao deduzido pelo declarante e glosado pela fiscalização). Entretanto, conforme já exposto, o montante oferecido à tributação na DAA do exercício de 2001 foi de R$ 137.622,74, Fl. 63DF CARF MF Processo nº 13708.002251/200526 Acórdão n.º 2402007.100 S2C4T2 Fl. 104 4 não constando de tal Declaração de Rendimentos qualquer informação que pudesse justificar tal divergência. Por sua vez, em consulta aos andamentos processuais, obtidos em pesquisa junto ao Portal do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, constatouse que em 27/10/2000 foi expedido o Alvará 0815/00, no total de R$ 180.973,05, endereçado ao requerente e/ou advogado (ver fls. 40/45, especialmente fls. 43). Ou seja, estamos diante de três valores, identificados nos parágrafos acima, envolvendo a mesma operação, dúvida esta cujo saneamento restou frustrado em razão da ausência de resposta à intimação de fl. 33. Também não há prova, nos autos, de que a retenção tenha sido, de fato, efetuada. Isto porque o doc. de fl. 10 faz referência a uma dedução de R$ 35.622,74, mas não identifica a que título. A planilha de fls. 11/12 também não faz menção à retenção do IRRF. É de se destacar que da consulta aos andamentos processuais também não foi localizada a expedição de Alvará / guia de levantamento em favor da Fazenda Nacional em período próximo ao do que trata o processo em análise e / ou em valor compatível com o declarado. Também restou sem efeito pesquisa aos sistemas de pagamento da RFB para detectar eventual recolhimento de DARF pela pessoa jurídica Rio de Janeiro Refresco S/A, o que, se ocorrida, permitiria a compensação pleiteada pelo interessado, já que o recolhimento pressupõe retenção. Assim sendo, não se podendo identificar dos documentos constantes dos autos os rendimentos sujeitos à tributação, recebidos pelo contribuinte em decorrência de ação trabalhista, e a efetividade da retenção do imposto de renda correspondente, e diante da ausência de resposta à intimação realizada para esclarecer tais questões, deve ser mantida a infração dedução indevida de imposto de renda retido na fonte, no valor de R$ 35.622,74. [...] Por sua vez, o Recorrente, em sede de recurso voluntário, acosta aos autos alvará judicial e DIRF emitida pela Caixa Econômica Federal relativa ao AC 2010 (efls. 54/55). No Alvará Judicial n. 1086/2010 (efl. 54) consta determinação do juízo da 19ª. Vara do Trabalho d Rio de Janeiro para que a Caixa Econômica Federal proceda recolhimento em favor da Fazenda Nacional da importância de R$ 38.695,50 com os respectivos acréscimos legais, sob Código de Receita 5936 (IRRF Rendimentos decorrentes de decisão da justiça do trabalho, exceto art. 12A da Lei n. 7.713/88), havendo como beneficiário a Fazenda Nacional CNPJ 00.394.460/021220 e responsável tributário Rio de Janeiro Refrescos S/A CNPJ 33.194.275/000162. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 13708.002251/200526 Acórdão n.º 2402007.100 S2C4T2 Fl. 105 5 Em obediência à ordem judicial, a Caixa Econômica Federal providenciou o recolhimento do valor total de R$ 54.992,79 (já computados os acréscimos legais), informando, todavia, DIRFreferente ao AC 2010 (efl. 55). Entretanto, conforme bem salientado pela instância de piso, não há coincidência entre o valor informado pelo Recorrente em sua Declaração de Ajuste Anual Exercício 2001 vinculados à fonte pagadora Rio de Janeiro Refrescos S/A CNPJ 33.194.275/000162 (R$ 137.622,74) e aqueles consignados nas peças judiciais juntadas aos autos (R$ 180.973,05; R$ 209.492,24 e R$ 214.963,26), destacandose, por oportuno os termos do despacho de homologação de cálculos ao informar que o valor principal atualizado devido ao Recorrente já é deduzido de R$ 35.622,74 (efl. 10), que, coincidentemente, corresponde exatamente ao valor do IRRF deduzido do imposto devido na sua Declaração de Ajuste Anual Exercício 2001, objeto da glosa ora em litígio. É dizer, ainda que tenha havido retenção de imposto de renda e o respectivo recolhimento pela Reclamada, como de fato houve (efl. 54), não há de se aproveitar ao Recorrente, conforme tipificado na Lei n. 7.713/88, na Lei n. 9.250/95, no Decreto n. 3.000/99 RIR/99 (na redação vigente à época dos fatos) e demais legislação correlata, vez que recebeu quantia líquida e assim fez constar em sua Declaração de Ajuste Anual Exercício 2001. Com efeito, para pleitear tal dedução do imposto devido, o Recorrente deveria ter declarado o valor bruto, incluindo a respectiva retenção de imposto de renda, que se compensaria do imposto devido no ajuste. Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER do Recurso Voluntário (e fls. 52/53) e NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Fl. 65DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10907.000709/2002-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 25/07/2001, 26/07/2001, 03/08/2001, 06/08/2001
REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA. ATO DECLARATÓRIO DA RECEITA FEDERAL. IN SRF N° 50/1997. DESCUMPRIMENTO.
Nos termos IN SRF n° 50/97, consideravam-se sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária, as embalagens e outros bens com finalidade semelhante, que ingressassem no território aduaneiro ou dele saíssem vinculados a mercadoria importada ou exportada, por serem necessários ao seu transporte, acondicionamento, preservação ou manuseio. Como previsto na Instrução Normativa, o pedido de habilitação descreve de forma pormenorizada os bens objeto do regime, seus respectivos valores e quantitativos máximos de cada espécie que, mensalmente, seriam movimentados, quer na importação, quer na exportação. Na ausência de cumprimento dos requisitos da norma, não há falar-se de utilização de benefício fiscal. Correto o lançamento tributário lavrado diante da inexistência de respaldo para a importação dentro do regime de admissão temporária, com a cobrança dos tributos e acréscimos legais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-005.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 25/07/2001, 26/07/2001, 03/08/2001, 06/08/2001 REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA. ATO DECLARATÓRIO DA RECEITA FEDERAL. IN SRF N° 50/1997. DESCUMPRIMENTO. Nos termos IN SRF n° 50/97, consideravamse sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária, as embalagens e outros bens com finalidade semelhante, que ingressassem no território aduaneiro ou dele saíssem vinculados a mercadoria importada ou exportada, por serem necessários ao seu transporte, acondicionamento, preservação ou manuseio. Como previsto na Instrução Normativa, o pedido de habilitação descreve de forma pormenorizada os bens objeto do regime, seus respectivos valores e quantitativos máximos de cada espécie que, mensalmente, seriam movimentados, quer na importação, quer na exportação. Na ausência de cumprimento dos requisitos da norma, não há falarse de utilização de benefício fiscal. Correto o lançamento tributário lavrado diante da inexistência de respaldo para a importação dentro do regime de admissão temporária, com a cobrança dos tributos e acréscimos legais. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 00 07 09 /2 00 2- 25 Fl. 390DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 391 2 (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Tratase de retorno dos autos da 3ª Turma da CSRF que, por meio do acórdão do Recurso Especial n° 930301.571, anulou o acórdão do recurso voluntário, determinando que outra decisão seja proferida. A decisão da Câmara Superior foi assim ementada: IRREGULARIDADE PROCESSUAL. SANEAMENTO. Cabe a autoridade julgadora determinar a nulidade de decisão a fim de se sanear irregularidade processual. Erro in procedendo. Do Relatório constou o seguinte: Tratase de Recurso Especial interposto pelo procurador alegando nulidade de decisão que julgou o mérito sem que a instância a quo o tenha feito, acarretando dessa forma a supressão de instância. E, o voto condutor justificou a anulação do acórdão voluntário, com as seguintes razões: A DRJ não conheceu o recurso interposto pelo contribuinte alegando a falta de competência daquele órgão para o julgamento da presente lide. O contribuinte apresentou Recurso Voluntário que foi julgado e provido, por unanimidade de votos. Ocorre que a decisão não tratou da preliminar, que deveria ter sido suscitada de ofício, para tratar da competência ou não da DRJ. O fato o colegiado a quo, ter apreciado o mérito diretamente ocasionou a supressão de uma instância de julgamento. Assim se deu uma irregularidade processual que deve ser sanada com a anulação do julgamento proferido. Depois os autos devem ser remetidos à Câmara ordinária competente para que outra decisão seja proferida em boa forma, saneado dessa forma o processo administrativo ora em curso. Isso posto, voto pelo provimento do Recurso Especial interposto pela PGFN, para anular a decisão da instância a quo, para que outra seja proferida em boa forma e com a análise e solução da Fl. 391DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 392 3 questão relativa à competência da DRJ para a solução da lide em questão. É o relatório. Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro, Relatora O recurso voluntário é tempestivo e reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Apontou o acórdão do Recurso Especial que a DRJ não conheceu a impugnação, por falta de competência daquele órgão para o julgamento da lide. E que o contribuinte apresentou recurso voluntário que fora julgado e provido por unanimidade de votos. Dessa forma, o acórdão do recurso voluntário deveria ter tratado da “preliminar”, a qual deveria ter sido suscitada de ofício, para tratar da competência ou não da DRJ. Então, o fato de a Turma Ordinária ter apreciado o mérito diretamente teria ocasionado a supressão de uma instância de julgamento. Por isso, determinou a Câmara Superior que tal irregularidade processual fosse sanada com a anulação do julgamento proferido. Com todo o respeito ao v. acórdão, entendo que não houve supressão de instância. Explico, traçando o trajeto: (i) O litígio na origem; (ii) Fundamentos do acórdão da DRJ; (iii) Fundamentos do acórdão do recurso voluntário; (iv) Recurso Especial da Fazenda Nacional e (v) Nova decisão por comando do Recurso Especial. (i) O litígio na origem Foi lavrado auto de infração que constituiu crédito de Imposto de Importação e IPI, acrescidos de multas de ofício e juros de mora. A exigência tributária decorreu de falta de recolhimento dos impostos referentes à importação de 82 "racks" de metal, consoante os processos administrativos n° 10907.002368/200141 (Declarações de Importação DIs 01/07384927, 01/07437656 e 01107718671) e 10907.0028351200133 (DI n° 01/07764517). A ausência de recolhimento se deu pela importação não estar sob o manto da admissão temporária. A empresa pleiteou a retificação das citadas DIs, solicitando a admissão temporária dos "racks" de metal, ainda que não estivessem discriminados em Ato Declaratório, como erroneamente informado no campo "Dados Complementares". Entretanto, o pleito foi indeferido pelo Delegado da Receita Federal em Paranaguá/PR. Fl. 392DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 393 4 Logo, os valores relativos aos "racks" de metal foram adicionados aos valores aduaneiros das respectivas Dls, cobrandose as diferenças de impostos daí resultantes, somadas aos acréscimos legais considerados devidos. (ii) Fundamentos do acórdão da DRJ A única parte não conhecida da impugnação da empresa foi o pedido de ingresso dos racks de metal no regime de admissão temporária. Para o voto condutor da DRJ, os órgãos julgadores não detêm competência para a concessão do regime. Confirase trecho do voto condutor: Impende observar, de plano, que o exame do cabimento do regime de admissão temporária aos "racks" de metal importados pela interessada não compete às Delegadas da Receita Federal de Julgamento, conforme será demonstrado a seguir. A Instrução Normativa (IN) SRF n° 150/1999 estabelece a competência para a concessão do citado regime, em cada caso concreto. Nesse sentido prescreve o referido ato normativo: “Art. 10. O regime de admissão temporária será concedido a pedido do interessado, pessoa física ou jurídica, que promova a importação do bem. Art. 11. Compete ao chefe da unidade local da SRF, responsável pelo despacho aduaneiro, a concessão do regime de admissão temporária e afixação do prazo de permanência dos bens no País, bem assim a sua prorrogação.” O § 6° do art. 11 da mencionada IN SRF n° 150/1999 prevê que, na hipótese de indeferimento do pedido de concessão do regime de admissão temporária, caberá, no prazo de até trinta dias, a apresentação de recurso voluntário ao Superintendente Regional da Receita Federal da respectiva região fiscal. Em suma, a legislação estabelece que o procedimento administrativo litigioso decorrente do indeferimento do pedido de concessão do regime aduaneiro em questão comporta recurso para o Superintendente Regional da Receita Federal, que se pronunciará em caráter final, não cabendo o reexame da matéria pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento, por falta de previsão legal. Cabe assinalar que, na situação em comento, consideramse exauridas as etapas do procedimento administrativo previsto para apreciação do pedido de concessão de admissão temporária, pois uma vez que não houve interposição de recurso voluntário ao Superintendente Regional da Receita Federal da 8ª Região Fiscal no prazo estabelecido pela legislação regência da matéria, a decisão do Delegado da Receita Federal em Paranaguá/PR que indeferiu a aplicação do regime (fl. 127) tomouse definitiva. Notese, por pertinente, que a lavratura dos Autos de Infração objeto do presente somente ocorreu, de forma Fl. 393DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 394 5 acertada, após o decurso do prazo citado, evitando a ocorrência de cerceamento ao direito de defesa da contribuinte. É de se registrar que a admissão temporária dos "racks", nos termos do art. 5°, inciso XI da IN SRF n° 150/1999, foi solicitada no âmbito dos processos de retificação referentes às Declarações de Importação (DIs) n. 01/07384927, 01/0743765 6, 01/07718671 e 01/07764517, tendo em vista não estarem tais produtos discriminados no Ato Declaratório Executivo n° 91, de 19/04/2001 (expedido consoante disposto no art. 6° da IN SRF n° 50/1997), como erroneamente informado no campo "Dados Complementares" das aludidas Dls. Destarte, mesmo que se considere o indeferimento do pedido de retificação em si, tal entendimento não invalida o raciocínio ora expendido, visto que a decisão do Delegado da Receita Federal em Paranaguá/PR foi motivada, na verdade, pelo não acatamento da admissão temporária requerida. Ademais, vale lembrar que o processo de retificação de DI, por não possuir rito processual definido em normas específicas, subordinase às disposições da Lei n° 9.784/1999, submetendose o recurso eventualmente interposto contra a deliberação que indeferir o pleito à apreciação final da mesma autoridade prevista no caso do regime de admissão temporária, ou seja, o Superintendente Regional da Receita Federal. O art. 25 do Decreto n° 70.235, de 06/03/1972, com a redação dada pelo art. 64 da Medida Provisória n°2.11330, de 26/04/2001, e reedições, combinado com o art. 224 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria ME n° 30, de 25/02/2005, delimita a competência das Delegacias da Receita Federal de Julgamento, na qual não se inclui o reexame de indeferimento de regimes aduaneiros especiais ou de retificação de DIs. Em hipóteses como essa, a análise do litígio por parte da Delegacia da Receita Federal de Julgamento baseiase na premissa da inaplicabilidade da admissão temporária, tal como decidido pelas autoridades administrativas competentes. Daí se infere que, no exame efetuado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, é possível apreciar apenas outras questões atinentes à autuação, desde que tenham sido levantadas pela impugnante, mas não o próprio mérito da concessão do regime em tela. Assim, conforme as disposições legais citadas, as alegações expendidas pela interessada no sentido de demonstrar que faz jus ao regime de admissão temporária não podem ser apreciadas nesta decisão, por não competir a esta instância julgadora o exame de tal matéria, que se insere no âmbito exclusivo de atribuições do titular da unidade da Secretaria da Receita Federal responsável pelo despacho aduaneiro e do Superintendente Regional da Receita Federal. (iii) Fundamentos do acórdão do recurso voluntário Fl. 394DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 395 6 Em recurso voluntário, a Recorrente repisou os termos de sua impugnação. Todavia, o resultado lhe foi favorável. A Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes deu provimento ao recurso, com decisão assim ementada: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Consideramse sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária ou de exportação temporária, os recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, "racks", "clip locks" e outros bens com finalidade semelhante, que ingressarem no território aduaneiro ou dele saírem vinculados a mercadoria importada ou exportada, por serem necessários ao seu transporte, acondicionamento, preservação ou manuseio. As razões do voto condutor foram as seguintes: A importação, em tela, foi desembaraçada através do canal verde de conferência aduaneira, ou seja, embalagens reutilizáveis constituídas de 92 tubetes de aço retornáveis (rolos) e 92 caixas de madeira retomáveis, mediante as DIs n's 01/07384927, 01/07437656, 01/07718671 e 01/07764517, com base na IN SRF n° 50/1997, com alterações, que estabelece procedimento simplificado para a concessão dos regimes aduaneiros especiais de Admissão e Exportação Temporária para recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, "racks", "clip locks" e outros bens com finalidade semelhante; Posteriormente, em seus depósitos, verificouse que as caixas de madeira tinham sido substituídas por 92 "racks" de metal, com a mesma função, e que estes não constavam nas Dls. A mercadoria importada com as mesmas características das caixas de madeira, apesar de não constarem do Ato Declaratório n° 91, de 19/04/2001, conforme o art. 6° da IN SRF n° 50/1997. Tais, "racks" podem ser submetidos ao regime de admissão temporária com suspensão total dos tributos incidentes, na importação, da acordo com o disposto no art. 50, inciso XI da Instrução NormativaIN SRF n° 150/1999, atualmente pela IN SRF n° 285/2003, art. 40, inc. XI, em virtude de sua utilização para acondicionamento de outros bens importados e por serem reutilizáveis. O regime de admissão temporária é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com suspensão total do pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica na forma e condições estabelecidas. O regime poderá ser aplicado aos bens relacionados em ato normativo da SRF, e aos admitidos temporariamente ao amparo de acordos internacionais. Fl. 395DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 396 7 A IN SRF 285 de 14/01/2003 no seu art. 4°, já mencionada, determina que poderão ser submetidos ao regime com suspensão total do pagamento dos impostos os bens destinados: ao acondicionamento ou manuseio de outros bens importados, desde que reutilizáveis e à identificação, acondicionamento ou manuseio de outros bens, destinados à exportação. (...) Considerando, portanto, que os "racks" de metal foram trazidos para acondicionar os bens efetivamente importados, e tendo em vista que a entrada desses recipientes/embalagens ocorreu de forma temporária, não há qualquer prejuízo, por conta da suspensão total dos tributos e haja vista, os mesmos já terem sido exportados sem cobertura cambial, como ressaltado na declaração de voto transcrita acima. (iv) Recurso Especial da Fazenda Nacional Sustentou a Fazenda Nacional que o acórdão do recurso voluntário ensejou grave afronta às determinações legais expressamente definidas nas Instruções Normativas SRF 50/1997 e 150/1999, que regulam o pleiteado Regime de Admissão e Exportação Temporária, bem como resulta em violação ao Regimento Interno do antigo Conselho de Contribuintes. Isso porque: Considerando a relevância de tal aspecto, destaquese que não há respaldo para que o Conselho de Contribuintes se substitua à atuação do Superintendente da Receita Federal responsável pelo desembaraço aduaneiro e proceda, via transversa, à retificação do Ato Declaratório conferido à empresa, para autorizar a utilização de produto diverso daquele constante do documento. Tampouco pode o mencionado colegiado se substituir à atuação do Delegado da Receita Federal em Paranaguá que peremptoriamente indeferiu o pedido da contribuinte de retificação das DIs por descumprimento das exigências legais. O Recurso Especial teve como fundamento o art. 7°, I, c/c art. 15, do antigo Regimento Interno, já que competia à Câmara Superior de Recursos Fiscais, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão não unânime de Câmara, quando fosse contrária à lei ou à evidência de prova. (v) Nova decisão por comando do Recurso Especial Como já dito acima, foi lavrado auto de infração em virtude da importação de "racks" de metal utilizados para o acondicionamento de bens importados, que segundo a fiscalização estariam desamparados do Regime de Admissão e Exportação Temporária. A empresa desembaraçou, no canal verde de conferência aduaneira, embalagens reutilizáveis constituídas de metal retornáveis e caixas de madeira. A Recorrente desde a origem defende que, apenas quando do recebimento do material em depósito, foi possível constatar que se tratavam de "racks" de metal e não de caixas de madeira, estas sim autorizadas pelo Ato Declaratório n° 91, de 19/04/2001. Fl. 396DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 397 8 Aduz que fora um equívoco do fornecedor estrangeiro. Diante disso, espontaneamente, requereu a retificação das DIs, sustentando que apesar de não discriminados no Ato Declaratório, os mencionados "racks" estavam de acordo com as normas da Receita Federal, e, ainda, que eram retomáveis e possuíam a mesma função. E, foram reenviados ao exterior sem cobertura cambial. A IN SRF n° 50/97, vigente à época, prescrevia: Art. 1° Consideramse sob o regime aduaneiro especial de admissão temporária ou de exportação temporária, independente de outros procedimentos administrativos que não os previstos nesta norma, os recipientes, embalagens, envoltórios, carretéis, separadores, "racks", "clip locks" e outros bens com finalidade semelhante, que ingressarem no território aduaneiro ou dele saírem vinculados a mercadoria importada ou exportada, por serem necessários ao seu transporte, acondicionamento, preservação ou manuseio. Art. 2° A utilização dos procedimentos simplificados previstos nesta Instrução Normativa está condicionada à prévia habilitação da empresa interessada junto à Superintendência Regional da Receita Federal que jurisdicione o seu domicílio fiscal. Art. 3° Poderão habilitarse ao procedimento simplificado de concessão e de controle dos regimes referidos no artigo anterior as empresas que mantenham fluxo regular de importação ou exportação. Art. 4° O pedido de habilitação deverá conter a descrição pormenorizada, dos bens objeto do regime, seus respectivos valores e quantitativos máximos de cada espécie que, mensalmente, serão movimentados, quer na importação, quer na exportação. Parágrafo único. A qualquer tempo os quantitativos poderão ser alterados mediante prévia comunicação à Superintendência Regional da Receita Federal. Art. 6° A habilitação será concedida pelo Superintendente Regional da Receita Federal, mediante a expedição de Ato Declaratório. Art. 7° A aplicação do regime de admissão temporária aos bens que acompanham mercadoria despachada para consumo, farse á mediante a simples indicação das respectivas espécies e quantidades no quadro "informações complementares" da Declaração de ImportaçãoDI processada no Sistema Integrado de Comércio ExteriorSISCOMEX, correspondente à mercadoria, assim como do número do Ato Declaratório que autorizou a utilização do procedimento estabelecido nesta Instrução Normativa. Fl. 397DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 398 9 Por sua vez, o Ato Declaratório n° 91 de titularidade do contribuinte dispôs sobre os objetos autorizados ao Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária: Ato Declaratório n° 91, de 1904.2001 O SUPERINTENDENTE ADJUNTO DA RECEITA FEDERAL NA 9ª REGIÃO FISCAL, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 6 Instrução Normativa n° 50, de 02 de junho de 1997 e tendo em vista o processo n° 15165.000118/200111, concede à empresa Tetra Pak Ltda, estabelecida na Rodovia BR 376, km. 499,5, S/5 Distrito Industrial Ponta Grossa Paraná, inscrita no CNPJ n° 61328.030/001727, a habilitação para utilização dos procedimentos simplificados previstos na IN SRF n o 50, de 02 de junho de 1997 para o regime aduaneiro especial de admissão temporária, dos bens abaixo: 1. 300 tubetes (rolos) de aço com dimensão de 180 cm de comprimento e 30 cm de diâmetro; 2. 90 caixas de madeira, desmontáveis, com sistema de travamento em aço e dimensão de 115 cm de largura, 186 cm de comprimento e 132 cm de altura; 3. 210 caixas de madeira, desmontáveis, com dimensão de 95 cm de largura, 185 cm de comprimento e 108 cm de altura. Este Ato entra vigor na data da sua publicação no Diário Oficial da União, com vigor até 19 de abril de 2002. Diante disso, entendo que o ingresso ou não no regime, mediante ato declaratório, é ato privativo do Superintendente Regional da Receita Federal e não dos órgãos julgadores. Como previsto na Instrução Normativa, o pedido de habilitação deveria conter a descrição pormenorizada dos bens objeto do regime, seus respectivos valores e quantitativos máximos de cada espécie que, mensalmente, seriam movimentados, quer na importação, quer na exportação. E, qualquer alteração quantitativa, poderia ser feita mediante prévia comunicação à Superintendência. Diante disso, a empresa solicitou a modificação do Regime por meio de retificação de DI, procedimento que não tem amparo legal. Indubitavelmente, o material acondicionante de madeira difere do material acondicionante de metal, não sendo possível se considerar alguma “fungibilidade” para que se encaixasse no Ato Declaratório n° 91. O material acondicionante de metal deveria ter sido indicado previamente à importação e descrito no Ato Declaratório. Do contrário, tais importações não poderiam ocorrer sob o manto do Regime. Não há falarse de utilização de benefício fiscal cujas formalidades para o controle aduaneiro não foram cumpridas. Fl. 398DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 399 10 Logo, entendo que a DRJ, acertadamente, não conheceu do pedido de habilitação dos racks de metal (não houve supressão de instância, por conseguinte). A própria empresa reconhece esse fato em seu recurso voluntário (efl. 236): Não obstante ser ciente de que essa Câmara Julgadora não tem competência, em grau recursal, de apreciar matéria atinente ao indeferimento de concessão do regime aduaneiro de admissão temporária, certo é que a Recorrente fazia jus ao mesmo. E ainda, o auto de infração foi lavrado corretamente, diante da inexistência de respaldo para a importação dentro do Regime de Admissão Temporária. O argumento subsidiário da empresa, a respeito da inadequação da base de cálculo e da alíquota constantes do lançamento tributário, também não merece prosperar. São seus argumentos: 5. Da descrição dos fatos e enquadramento legal constante dos Autos de Infração, o Auditor Fiscal revela que, desconsiderando o pleito do importador de concessão do regime de admissão temporária, considerou o mesmo os racks de metal como uma importação à parte, sujeita à sua normal incidência. Todavia, vinculou o valor aduaneiro dos racks ao valor aduaneiro das mercadorias importadas (folhas de alumínio), adicionando àquele a estes, para proceder aos lançamentos tributários pelo mesmo realizados. Tal procedimento, no mínimo, é equivocado. 6. As folhas de alumínio importadas pela Recorrente classificavamse, à época dos fatos jurídicos ora analisados, na posição 7607.19.90 da NBM, sujeitandose à incidência do Imposto de Importação à alíquota de 14,50% e o IPI à alíquota de 5%, tudo conforme consta das Declarações de Importação anexadas ao presente processo administrativo. Ocorre que, ao se considerar a operação de importação dos racks de metal sujeitos à normal incidência dos impostos federais, de importação e do IPI, deveriam têlo sido considerando sua respectiva posição da NBM e correspondente na TEC. Ora, no Demonstrativo de Apuração dos impostos lançados pelo Auditor Fiscal, parte integrante dos Autos de Infração, consta, de forma expressa, que os racks de metal foram considerados como classificáveis na posição 7607.19.90, destinadas às "outras folhas e tiras de alumínio". Evidente o equívoco que compromete todo o ato administrativo de lançamento tributário, já que incabível a mera adição do valor aduaneiro dos racks ao valor aduaneiro das folhas de alumínio, bens esses manifestamente dissociáveis e que deveriam ter sido considerados de forma individualizada dentro da pretensão da fiscalização aduaneira de tributálos. Fl. 399DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 400 11 Não há razão nas alegações, pois os "racks" de metal não estão amparadas no Ato Declaratório n° 91. Não houve registro de DI de admissão temporária para tais embalagens, portanto considerase que as mesmas fazem parte da mercadoria importada. Os racks de metal são embalagens, compondo o valor aduaneiro, nos termos dos art. 1° e 8° do Acordo GATT: Artigo 1 1. O valor aduaneiro de mercadorias importadas será o valor de transação, isto é, o preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias em uma venda para exportação para o país de importação, ajustado de acordo com as disposições do Artigo 8, desde que: (...) Artigo 8 1. Na determinação do valor aduaneiro, segundo as disposições do Artigo 1, deverão ser acrescentados ao preço efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas: (...) (ii) o custo de embalagens e recipientes considerados, para fins aduaneiros, como formando um todo com as mercadorias em questão; Observase nos invoices que o custo das embalagens ficou a cargo da importadora: Fl. 400DF CARF MF Processo nº 10907.000709/200225 Acórdão n.º 3301005.702 S3C3T1 Fl. 401 12 Enfim, não merece reparos a autuação. Conclusão Por conseguinte, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 401DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15578.000804/2009-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Apr 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE CABIMENTO.
Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
No caso julgado, há omissão a reclamar a correção do acórdão embargado.
Numero da decisão: 3201-004.907
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, para dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, conferindo à Embargante o direito ao crédito integral sobre as aquisições de café de cooperativas já submetido ao processo de produção descrito nos §§ 6º e 7º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e aplicar, relativamente ao crédito presumido, o disposto no art. 23 da Lei 12.995, de 2014.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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OMISSÃO. Embargante TRISTÃO COMPANHIA DE COMÉRCIO EXTERIOR Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE CABIMENTO. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. No caso julgado, há omissão a reclamar a correção do acórdão embargado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, para dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, conferindo à Embargante o direito ao crédito integral sobre as aquisições de café de cooperativas já submetido ao processo de produção descrito nos §§ 6º e 7º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e aplicar, relativamente ao crédito presumido, o disposto no art. 23 da Lei 12.995, de 2014. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Embargos de Declaração interpostos tempestivamente pela contribuinte contra o Acórdão nº 3201003.427, de 26/02/2018, assim ementado: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 57 8. 00 08 04 /2 00 9- 98 Fl. 1596DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 3 2 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PESSOA INTERPOSTA. COMPROVAÇÃO DE MÁFÉ. OPERAÇÕES TEMPO DE COLHEITA E BROCA. Restou comprovado nos autos que, no momento da aquisição do café, o Contribuinte encontravase ciente da abertura de pessoas jurídicas de fachada, criadas com o fim exclusivo de legitimar a tomada de créditos integrais de PIS e Cofins, caracterizando, assim, a má fé e tornando legítima a glosa dos créditos. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Legítimo o Despacho Decisório que motiva e fundamenta a negativa de provimento em vícios existentes nos documentos apresentados pelo contribuinte, vícios esses impeditivos da análise de mérito do pedido. Recurso Voluntário Negado No exame de admissibilidade dos embargos admitiuse omitidas as seguintes matérias: a) apropriação indevida de crédito sobre nota fiscal emitida sem incidência de PIS/Cofins – fim específico de exportação; e b) possibilidade de aproveitamento de crédito presumido apurado pela fiscalização nos presentes autos, em conformidade com o que dispõe a Lei nº 12.995, de 20 de julho de 2014. É o Relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.895, de 25/02/2019, proferido no julgamento do processo 15578.000790/200911, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.895): "Com efeito, o acórdão embargado incorreu na segunda omissão – a possibilidade de aproveitamento de crédito presumido apurado pela fiscalização, em conformidade com o que dispõe a Lei nº 12.995, de 20 de julho de 2014 –, mas não quanto à primeira –a apropriação indevida de crédito sobre nota fiscal emitida sem incidência de PIS/Cofins, com o fim específico de exportação –, o que autoriza o manejo dos aclaratórios, em conformidade com o que dispõe o art. 65 do Anexo II do atual RICARF/2015. Fl. 1597DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 4 3 E isso porque a primeira não foi enfrentada na manifestação de inconformidade (portanto, não caberia apreciála no julgamento do recurso voluntário), como devidamente registrado no voto condutor do acórdão proferido pela 1ª instância e ressaltado no acórdão embargado: Decisão da DRJ: "Itens não contestados: A interessada não contesta, em sua Manifestação de Inconformidade, a glosa de crédito promovida pela autoridade fiscal em relação a aquisições efetuadas com o fim específico de exportação (item II.7.3 do Parecer Fiscal). Também não contesta o ajuste efetuado no saldo de crédito de meses anteriores sobre aquisições no mercado interno vinculado à receita de exportação (item II.7.4 (H) do Parecer Fiscal)." Acórdão embargado: "DA INOCORRÊNCIA DA PRECLUSÃO APONTADA PELA DECISÃO RECORRIDA. DO RESTABELECIMENTO INTEGRAL DOS CRÉDITOS INFORMADOS PELA RECORRENTE" Nesse tópico aduz a Recorrente que a decisão recorrida teria declarado uma preclusão inexistente. Contudo, nesse mesmo tópico, reconhece que deixou de impugnar determinadas glosas visando dar celeridade ao procedimento. Desse modo, não vejo como prover qualquer alteração no acórdão recorrido nesse sentido. A segunda omissão, porém, reclama melhor apreciação. Realmente, a Embargante apresentou petição, em 20/03/2014, não em 23/02/2015 (fls. 1793 e ss.), por meio da qual informa ter tomado conhecimento da Solução de Consulta CoordenaçãoGeral de Tributação (Cosit) n° 65, de 10/03/2014 (não se falou da Lei nº 12.995, de 2014), que consolidara o seguinte entendimento: 3. Para aproveitamento de créditos decorrentes de aquisições junto a cooperativas devese observar as mesmas normas vigentes para a apuração de créditos em relação a aquisições junto a pessoas jurídicas em geral; somente existindo, portanto, vedação à apuração de créditos nas aquisições não sujeitas ao pagamento das referidas contribuições; e 4. Até dezembro de 2011, as pessoas jurídicas exportadoras de café submetidas ao regime de apuração não cumulativa do PIS e da COFINS tinham direito a apropriação de créditos integrais nas aquisições de café de cooperativas, quando submetido ao processo previsto nos §§ 6° e 7° do art. 8° da Lei n° 10.925 de 2004, tendo em vista que sobre a receita de venda do café submetido a este processo de produção não se aplicaria a suspensão das referidas contribuições prevista no art. 9°, § 1°, II, da Lei n° 10.295 de 2004. Daí requereu a sua juntada aos autos e a sua observância por ocasião do julgamento do recurso voluntário que interpôs. O acórdão embargado, contudo, não se pronunciou a respeito. A mesma matéria já foi enfrentada nos autos do processo administrativo nº 15578.000142/201090 (Acórdão nº 3301003.099, de 28/09/2016, da relatoria do il. conselheiro Valcir Gassen; citado nos Embargos), em que a Embargante figura como Fl. 1598DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 5 4 interessada. Por concordarmos com o entendimento nele exposto, passamos a reproduzilo, apenas na parte que se refere ao tema, e adotálo como razão de decidir: 1) Da aquisição de café cru em grão de sociedades cooperativas A respeito das aquisições de café cru em grão de sociedades cooperativas, o Contribuinte alega que “a glosa referese à atividade de comercialização e exportação do produto café e de rebeneficiamento do mesmo” (fl. 17.657), ou seja, o Contribuinte adquire os grãos crus do café de sociedades cooperativas de produção agroindustrial e beneficia os grãos por meio de diversas técnicas de aperfeiçoamento. Porém, destaca que este beneficiamento dos grãos não é a atividade preponderante do Contribuinte, mas sim a atividade de comércio. E aduz que (fl. 17.658): Em se tratando de compras de insumos de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil para posterior revenda, a Recorrente apurou créditos fiscais integrais da contribuição para a COFINS, na forma do artigo 3º, inciso I e II, da Lei nº 10.833, de 2003. Alega o Contribuinte em seu Recurso Voluntário que (fls. 17.651) Ademais, para a manutenção das glosas dos créditos integrais apurados pelo contribuinte oriundos da aquisição de sociedades cooperativas, a fiscalização alegou, em síntese, que: (a) o produto adquirido pela Recorrente está descrito nas notas fiscais de venda como “café cru em grão” ou “café beneficiado”, o que não evidencia a venda de produto já submetido a processo industrial; (b) afirmou ainda que o “café cru” é a semente beneficiada, e somente o exercício cumulativo das atividades citadas no § 6º do art. 8º da Lei nº 10.925/04 caracterizam a atividade agroindustrial; (c) entendeu que o processo de beneficiamento do café, executado de forma isolada pela cooperativa, não a descaracteriza como cooperativa de produção agropecuária; (d) destacou a Recorrente atende aos três requisitos da IN nº 660/2006 para que a venda se dê com a suspensão da incidência; e (e) afirmou por se tratar de aquisições de cooperativa de produção agropecuária, a Recorrente não provou que o café adquirido foi destinado a revenda, e não utilizado como insumo. O Acórdão ora recorrido se posicionou de forma que se deve respeitar os requisitos necessários para que se aplique os artigos 8º e 9º da Lei nº 10.925/2004, conforme se verifica neste trecho (fl. 17.629): A interpretação sistemática dos dispositivos legais que disciplinam a aplicação do regime de incidência não cumulativa para o setor agroindustrial permite concluir que, para fins de determinação de crédito presumido relativo à aquisição de insumo, devem ser observadas as condições estabelecidas nos artigos 8º e 9º da Lei nº 10.925, de 2004, conjuntamente. Em outras palavras, somente a aquisição de insumos, efetuada de pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e de cooperativa de produção agropecuária, com suspensão de exigibilidade das contribuições, assegura o direito à dedução do crédito presumido previsto no artigo 8º. E para a aplicação da suspensão, devem ser observados três requisitos quanto à pessoa jurídica adquirente, conforme previsto no artigo 4º da IN/SRF 660/2006. São eles: a) que o adquirente declare o imposto de renda pelo Lucro Real; b) que exerça atividade agroindustrial, conforme definição dada pelo artigo 6º da mesma Instrução Normativa e; c) que utilize o produto adquirido como insumo. Fl. 1599DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 6 5 Portanto, tratandose de venda efetuada por cooperativa de produção agropecuária, a pessoa jurídica que atenda os requisitos legais citados, aplicase obrigatoriamente a suspensão do PIS e da Cofins, independentemente de se tratar de venda de produto recebido pela cooperativa de seus associados ou de produto adquirido de produtores rurais não cooperados. Por outro lado, na hipótese de a cooperativa exercer atividade agroindustrial, na forma do § 6º do artigo 8º da Lei 10.925/2004, ou seja, o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial, esta terá direito ao crédito presumido de PIS e Cofins calculado sobre os insumos utilizados em seu processo industrial e em relação a suas vendas não se aplicará a suspensão. Neste sentido o Contribuinte alega que houve, por parte da Fiscalização, a aplicação equivocada dos arts. 8º e 9º da Lei nº 10.925/2004, nos seguintes termos: Segundo o Acórdão recorrido, uma interpretação sistemática dos referidos dispositivos legais em conjunto com os arts. 2º, IV, 3º, III e § 1º, III, e 4º a 8º da IN SRF 660/2006, leva à conclusão de que a tributação da contribuição para a COFINS, na saída do “café cru em grão”, das sociedades cooperativas fornecedoras, deveria ser obrigatoriamente suspensa. Assim, as aquisições pela Recorrente, de insumos “café cru em grão” das sociedades cooperativas fornecedoras, estariam sujeitas ao aproveitamento do crédito presumido (conforme artigos 5º, 7º e 8º IN SRF 660/2006) e não crédito fiscal integral (fls. 17.624 e SS. dos autos). O Contribuinte traz a conclusão deste tópico de forma detalhada o que pretende comprovar por meio do Recurso Voluntário, faço a citação visando a elucidação dos argumentos trazidos aos autos (fls. 17.680 e 17.681) ∙ As vendas de produto in natura pelas cerealistas e sociedades cooperativas de produção agropecuária (fornecedoras da 1ª etapa) saem com suspensão da incidência da contribuição para a COFINS/PIS, pois as sociedades cooperativas fornecedoras da Recorrente (adquirentes da 1ª etapa) apuram o Imposto de Renda com base no lucro real, exercem atividade agroindustrial na forma do §6º do artigo 8º, caput, da lei nº 10.925, de 2004, bem como utilizam os mesmos como insumos na produção de mercadoria classificada no Capitulo 9 da NCM (ou seja, o café deixa de ser in natura); ∙ As Sociedades Cooperativas que exercem atividade agroindustrial na forma do § 6º do artigo 8º, caput, da lei nº 10.925/2004, na 1ª ETAPA, adquirentes, na 2ª, fornecedoras – aproveitam o crédito presumido da contribuição para a COFINS/PIS, visto que exercem cumulativamente, as atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café. Nesta fase. O café in natura, adquiridos de pessoas físicas e jurídicas, é transformado em “café cru em grão”; ∙ Na 2ª ETAPA, não havendo suspensão, a receita bruta proveniente da venda de “café cru em grão” pelas sociedades cooperativas que exercem atividade agroindustrial na forma do § 6º do artigo 8º, caput, da Lei nº 10.925/2004 (fornecedoras na 2ª etapa), quando decorrente de ato não cooperativo, é tributada nessa saída a alíquota global de 9,25% da contribuição para o PIS e da COFINS. Nesse caso, a Recorrente (adquirente na 2ª ETAPA) tem direito ao aproveitamento do crédito integral da contribuição para a COFINS, a alíquota de 7,6% e de 1,65 Fl. 1600DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 7 6 de PIS; ∙ Na 2ª ETAPA, não havendo suspensão, a receita bruta proveniente da venda de “café cru em grão” pelas sociedades cooperativas de produção agropecuária e agroindustrial (fornecedoras na 2ª etapa), quando decorrente de ato cooperativo, também há o direito ao aproveitamento do crédito fiscal integral da contribuição para a COFINS/pis, à alíquota de 7,6% e 1,65, respectivamente. Isso porque, já a incidência dessas contribuições, ainda que a base de cálculo seja ajustada diante das hipóteses do artigo 11 da IN SRF nº. 635/2006. Hipóteses de exclusão de base de cálculo é instituto distinto de isenção, nãoincidência e alíquota zero. Tanto é verdade que as sociedades cooperativas não têm direito à manutenção e, consequentemente, à compensação e/ou ressarcimento em espécie dos créditos ordinários da contribuição à COFINS/PIS, previsto no artigo 16 da Lei nº 11.116, de 2005; ∙ Portanto, a sociedade cooperativa que exerce atividade agroindustrial na forma do §6º do artigo 8º caput, da Lei nº 10.925/2004, quando comercializar o produto “café cru em grão” no mercado interno para a Adquirente, ora Recorrente, transfere, na nota fiscal, o total do crédito fiscal da contribuição para a COFINS/PIS que não foi possível compensar e ressarcir em espécie nesta etapa da cadeia produtiva, em atendimento ao princípio constitucional da não cumulatividade previsto no art. 195, §12 da CF/88; ∙ O Acórdão recorrido desconsiderou completamente as etapas do processo produtivo do café, mais especificamente a 2ª ETAPA; ∙ Com fundamento na própria legislação tributária, não se pode admitir a hipótese de aproveitamento do crédito presumido da contribuição para a COFINS/PIS em duas etapas da cadeia produtiva do café. Em resposta ao pedido do Contribuinte a questão foi analisada pela CoordenaçãoGeral de tributação da Receita Federal que apresentou a Solução de Consulta nº 65 – Cosit (fls. 17.770 a 17.773), em 10 de março de 2014, com a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP REGIME DE APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS DE COOPERATIVA. Pessoa jurídica, submetida ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep, não está impedida de apurar créditos relativos às aquisições de produtos junto a cooperativas, observados os limites e condições previstos na legislação. Dispositivos Legais: Lei n. 10.637/2002, art. 32 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS REGIME DE APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS DE COOPERATIVA. Pessoa jurídica, submetida ao regime de apuração não cumulativa da Cofins, não está impedida de apurar créditos relativos às aquisições de produtos junto a cooperativas, observados os limites e condições 'previstos na legislação. Dispositivos Legais: Lei n. 10.833/2003, art. 3°. Assim ficou ementado e cabe apresentar a conclusão expressa na Solução de Consulta nº 65 para melhor compreensão do objeto da lide: 13. Pelo exposto, concluise que: Fl. 1601DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 8 7 14. A aquisição de produtos junto a cooperativas não impede o aproveitamento de créditos no regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, observados os limites e condições previstos na legislação. 15. Até dezembro de 2011, a pessoa jurídica exportadora de café submetida ao regime de apuração não cumulativa tinha direito ao cálculo de créditos em relação às aquisições de café de cooperativas, observados os limites e condições legais. Não havia direito à apuração de créditos nas aquisições com suspensão previstas no art. 92, I e III, da Lei nº 10.925, de 2004, nem nas aquisições feitas por empresa comercial exportadora que tenha adquirido o produto com o fim especifico de exportação. 16. A partir de 2012, não é possível a apuração de créditos em relação às aquisições de café, tendo em vista a suspensão prevista no art. 42 da Lei nº 12.599, de 2012, e, posteriormente, a redução da alíquota a 0 (zero) prevista no art. 12, inciso XXI, da Lei n2 10.925, de 2004. Ressalvese as hipóteses de crédito presumido previstas nos arts. 52 e 62 da Lei n2 12.599, de 2012. Cito aqui o voto vencedor do Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, proferido no Acórdão nº 3102002.344, da 2ª Turma da 1ª Câmara da 3ª Seção, de 27 de janeiro de 2015, como fundamento para as razões de decidir: O ponto fundamental para a solução da lide é a configuração da aquisição de café de cooperativa, já submetida ao processo de produção descrito nos §§ 6º e 7º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004. Nesses casos, sobre a receita de venda do café submetido a esta operação, não se aplicava a suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Portanto, importanos avaliar se a operação anterior, realizada pela cooperativa, estava submetida ao processo de produção descrito nos §§ 6º e 7º do art. 8º da Lei nº 10.925/2004. Caso positivo, seria reconhecido o direito ao creditamento nas aquisições de café. Caso negativo, não seria possível o direito ao crédito, sendo aplicável a suspensão da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins de que trata o art.9º da Lei nº10.925/2004. O i.Relator entendeu que, embora exista nos autos fartos argumentos no sentido de justificar que as cooperativas fornecedoras do “café cru em grão” exerciam a atividade agroindustrial definida no preceito legal em destaque, a recorrente não teria trazido aos autos elementos de prova adequados e suficientes que confirmassem que as cooperativas vendedoras exerciam a atividade agroindustrial definida no citado preceito legal. Não é o nosso entendimento. Foram colacionadas aos autos, pela recorrente, ainda que por amostragem, notas fiscais de aquisição do produto “café em grão cru” ou “café beneficiado”, com a indicação da incidência da contribuição para o PIS e a COFINS. Segundo o entendimento da recorrente, a incidência das contribuições teria sido obrigatória, devido a submissão dos cafés adquiridos pelas cooperativas ao processo produtivo previsto no §6º do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, fato esse impeditivo para a saída posterior suspensa na forma do art. 9º do inciso II da mesma lei. Entendo que o registro das referidas expressões nas notas fiscais, informando que operação estava sujeita a tributação normal das citadas contribuições, traz uma presunção de licitude das operações de Fl. 1602DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 9 8 aquisição de café de cooperativa, sujeitas ao recolhimento regular das contribuições. Afirmar que a operação devidamente escriturada teria, na verdade, forma diversa daquela exposta nos registros fiscais, conferindo efeito diverso daquele indicado, demandaria uma prova oposta por parte do fisco, inexistente no presente processo. A comprovação do fato jurídico tributário depende, em regra geral, de que o administrado apresente os documentos que a legislação fiscal o obriga a produzir e manter sob guarda, ou declare sua ocorrência em declaração prestada à autoridade pública. Uma vez que essa particularidade seja compreendida, há que se sublinhar que nada dispensa a Administração de laborar em busca das provas de que o fato ocorreu e de instruir o processo administrativo com elas. Como consta, a desconsideração das provas se deu porque, no entendimento do Fisco, a interessada limitouse a apresentar as notas fiscais de aquisição das mercadorias. Peço vênia para discordar dessas conclusões. Não me parece que a acusação de que a operação praticada pela recorrente não foi aquela por ela declarada e escriturada. Ainda que passível de dúvidas acerca da veracidade das operações, tais dúvidas deveriam ter sido esclarecidas durante o procedimento fiscal, de forma a contraproduzir elementos probantes para desconsiderar aquelas notas fiscais apresentada. Nada disso ocorreu. A comprovação de que as operações foram tributadas, ensejando o crédito à adquirente, foi feita pela recorrente. Caberia ao fisco comprovar que tais cooperativas não exerciam a atividade agroindustrial, o que não foi feito. Em suma, mediante as provas que constam nos autos, concluise que o “café cru em grão” ou “café beneficiado” foram adquiridos de cooperativa agropecuária de produção, e que a sociedade cooperativa vendedora realizou as operações descritas no do art. 8o, § 6o, da Lei 10.925/2004. Tendo em vista as informações trazidas aos autos entendo que neste ponto assiste razão ao Contribuinte, voto, portanto, em dar provimento ao Recuso Voluntário cancelando as glosas referente à aquisição de café cru em grão de sociedade cooperativas exceto os casos de notas fiscais com suspensão. No longo PARECER FISCAL GAB903/DRF/VIT/ES nº 001/2013, especificamente à fls. 1334/1336, concluise pela glosa dos "créditos integrais sobre tais aquisições e apurouse o crédito presumido previsto no art. 8° da Lei n° 10.925/2004", ao fundamento de que: "..., a TRISTÃO preenche os requisitos estabelecidos para a aplicação da suspensão nas compras de café efetuadas com as cooperativas, a saber: a) apura IRPJ com base no lucro real; b) exerce atividade agroindustrial definida no art. 6°, II; e c) utiliza o café adquirido com suspensão como insumo na fabricação de produtos de que trata o inciso I do art. 5°. Notese que, aqui, nada mais dispôs o Parecer supra. Vale dizer, não se desqualificaram as vendas das cooperativas, porque de algum modo fraudadas ou coisa Fl. 1603DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 10 9 parecida, mas apenas se disse que, em suas saídas com suspensão, não caberia o crédito glosado, mas tão só o presumido. Contudo, não sendo aplicável a suspensão, entendemos que, em consonância com a Solução de Consulta Cosit nº 65, de 2014, referida, como se viu, no voto condutor do Acórdão nº 3301003.099, de 28/09/2016, a Embargante faz jus ao crédito integral (aquisições das cooperativas), não ao crédito presumido. Todavia, sobre tais aquisições, a unidade preparadora deverá glosar o crédito presumido que já lhes atribuiu. Por fim, a Embargante trouxe nova petição aos autos, desta feita requerendo a aplicação da retroatividade benigna quanto ao disposto na Lei nº 12.995, de 2014: Art. 23. A Lei no12.599, de 23 de março de 2012, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7oA: “Art. 7oA.O saldo do crédito presumido de que trata oart. 8oda Lei no10.925, de 23 de julho de 2004, apurado até 1ode janeiro de 2012 em relação à aquisição de café in natura poderá ser utilizado pela pessoa jurídica para: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria, inclusive quanto a prazos extintivos; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria, inclusive quanto a prazos extintivos.” A questão disciplinada pela norma trazida diz respeito à forma de ressarcimento do crédito, se por compensação com as próprias contribuições, ou se em espécie ou compensação com outros tributos. Embora tal questão não tenha sido tratada nos autos, em havendo compensações de crédito presumido com tributos de natureza distintas, deverão seguir o regramento da Lei nº 12.995/2014. Tais créditos presumidos, na hipótese dos autos, são aqueles decorrentes das aquisições realizadas de Pessoas Jurídicas tidas como fictícias e, por essa razão, foram convertidos em aquisições de Pessoas Físicas, da forma presumida (sobre tais operações, a fiscalização já conferiu o crédito presumido). Ante o exposto, acolho os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, para DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário, conferindo à Embargante apenas o direito ao crédito integral sobre as aquisições de café de cooperativas já submetido ao processo de produção descrito nos §§ 6º e 7º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e aplicar, relativamenmte ao crédito presumido, o dispósoto no art. 23 da Lei 12.995, de 2014. As ementas do acórdão embargado ficam acrescidas da seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 AQUISIÇÃO DE PRODUTOS DE COOPERATIVA. REGIME DE APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS. As aquisições de café de cooperativas de produção agropecuária, sujeitas ao regime de tributação normal, são passíveis de crédito integral quando tais operações foram submetidas, comprovadamente, ao exercício cumulativo das atividades de (i) padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou (ii) separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial." Fl. 1604DF CARF MF Processo nº 15578.000804/200998 Acórdão n.º 3201004.907 S3C2T1 Fl. 11 10 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado acolheu os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, para DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário, conferindo à Embargante apenas o direito ao crédito integral sobre as aquisições de café de cooperativas já submetido ao processo de produção descrito nos §§ 6º e 7º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, e aplicar, relativamente ao crédito presumido, o disposto no art. 23 da Lei 12.995, de 2014. As ementas do acórdão embargado ficam acrescidas da seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 AQUISIÇÃO DE PRODUTOS DE COOPERATIVA. REGIME DE APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS. As aquisições de café de cooperativas de produção agropecuária, sujeitas ao regime de tributação normal, são passíveis de crédito integral quando tais operações foram submetidas, comprovadamente, ao exercício cumulativo das atividades de (i) padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou (ii) separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1605DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.720782/2011-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.777
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Pedro Rinaldi de Oliveira Lima - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Pedro Rinaldi de Oliveira Lima Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls. 3325 em face da decisão de primeira instância neste procedimento administrativo fiscal da DRJ/DF de fls. 3301 que indeferiu a Impugnação de fls. 1002, restando mantido o lançamento de CSLL, Pis e Cofins, nos moldes dos Autos de Infração de fls. 14, 37 e 54. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 66 .7 20 78 2/ 20 11 -2 9 Fl. 4022DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.023 2 Como é costume deste Conselho a transcrição do relatório da decisão de primeira instância, segue para apreciação: "O presente processo versa sobre os autos de infração (fls. 3 a 59) lavrados contra o contribuinte identificado no preâmbulo, atinente às contribuições retidas na fonte (Cofins, PIS e CSLL) relativas a fatos geradores dos anoscalendário de 2006 a 2009, por meio dos quais foi formalizado o lançamento de ofício do crédito tributário a seguir discriminado, no valor total de R$ 103.024.692,21, composto de principal, multa de ofício de 75% e juros de mora vinculados, calculados até 28/02/2011: Segundo a descrição dos fatos dos autos de infração, em 11/11/2008, iniciouse a ação fiscal na empresa ATP Tecnologia e Produtos S/A, para exame da regularidade das obrigações tributárias relativas ao anocalendário de 2006, bem como verificação da correspondência entre os valores declarados e os valores apurados pelo sujeito passivo em sua escrituração contábil e fiscal, em relação aos tributos administrados pela RFB, nos últimos cinco anos contados da emissão do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF e no período de execução do procedimento fiscal em curso. Foram objeto de exame pela Fiscalização os arquivos magnéticos com a escrita contábil de todo o período fiscalizado. Os livros Razão da empresa, relativos a 2006, foram examinados em diligência, pois estavam em poder do Ministério Público do Distrito Federal e Território – MPDFT. No tocante ao Livro Diário e ao LALUR, de 2006, embora o contribuinte tenha alegado que também estivessem em poder do MPDFT, estes não foram localizados pelos AuditoresFiscais da RFB. Quanto aos Livros Diário, o requerente informou que impetrou ação judicial (processo 2010.1592846/10), solicitando ao Judiciário que determinasse à Junta Comercial o registro dos livros, vez que: “Os Livros Diários relativos ao exercício de 2006, encontravamse sob a guarda da Junta Comercial do Distrito Federal para registro quando, em 14 de junho de 2007, foram apreendidos pela Polícia Civil do Distrito Federal, em cumprimento a ordem judicial emitida a pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios."; QUE "No entanto, a Junta Comercial do Distrito Federal cumpriu a ordem judicial, entregando os referidos livros à Polícia Civil do Distrito Federal, sem o devido registro e, desde então, se recusa a registrar os livros Diários dos exercícios seguintes, ou seja 2007, 2008 e 2009."; QUE "A Junta Comercial do Distrito Federal alega que o registro não pode ser realizado em função do salto de numeração dos livros, porém insiste em ignorar o fato de que esta situação foi provocada pela própria Junta Comercial quando não realizou o registro dos livros Diários de 2006 antas de entregálos à Policia Civil do Distrito Federal. Fl. 4023DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.024 3 Do cotejo entre a escrituração contábil e as declarações apresentadas (DIPJ, DIRF, DACON e DCTF), a Fiscalização constatou divergências, as quais foram cientificadas ao contribuinte em 13/09/2010. Após a dilação de prazo para 40 (quarenta) dias úteis para atendimento integral do Termo de Constatação, a empresa encaminhou 4 (quatro) planilhas com as explicações quanto às divergências apontadas. Tal fato, segundo a Fiscalização, configurou convalidação quanto aos valores extraídos da escrituração e das declarações apresentadas, verbis: Em 22.10.2010, junto com o expediente, encaminha 04 (quatro) planilhas com as explicações quanto as divergências apontadas em relação às contas contábeis de obrigações dos tributos IRPJ/SCLL, PIS/COFINS, CSRF e IRRF, no periodo de janeiro de 2006 a dezembro de 2009, sem questionar quanto aos valores apurados e infomardos nos anexos ao Termo de Constatação Fiscal n° 001, CONVALIDANDO, portanto, as informações apresentadas ao fisco na escrita contábil em meio magnético e as extraídas das DIPJ, DIRF, DACON e DCTF, ressalvando que os valores contidos em DCTF são excluidos quando do procedimento do lançamento de oficio. Tendo em vista que as explicações estavam desacompanhadas de provas, em 08/12/2010 a empresa foi novamente intimada a prestar novos esclarecimentos, conforme segue: Em 08.12.2010, intimada pelo Termo n° 003, observado o prazo de 03 três dias úteis, a contar da data de ciência do referido termo, a informar, para fins da verificação obrigatória da correspondência entre os valores das Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF e os valores apurados pelo sujeito passivo em sua escrituração contábil e fiscal, em relação aos tributos e contribuições administrados pela RFB, retidos de terceiros nos anoscalendário de 2006, 2007, 2008 e 2009, respectivamente, discriminando por Nome, CPF ou CNPJ, valor, mês e ano das ocorrências, tendo em vista que as informações prestadas, em 22.10.2010, foram incompletas e desprovidas de provas, requerendose especificar, em relação às observações contidas na PLANILHA "C"CSRF, os fornecedores prstadores de serviços que tiveram Retenções de Contribuições nos Pagamento de PJ a PJDireito Privado(CSLL/COFINS/PIS) a recolher, no código 5952, e não liquidadas sob argumento de que os fatos geradores não teriam ocorrido.(g.n.o) Em 22/02/2011, após solicitar sucessivas prorrogações, a empresa apesentou planilhas detalhadas com dados dos fornecedores prestadores de serviços que tiveram retenções de contribuições sobre os pagamentos realizados no período de janeiro/2006 a dezembro/2009 de CSLL, Cofins e PIS (códigos 5992, 5960 e 5979), e informou os valores que deixou de recolher sob alegação de ainda não ter liquidado as despesas, consistentes em faturas de terceiros. Entretanto, as justificativas apresentadas para a divergência constatada não foram aceitas pela Fiscalização, tendo sido, portanto, realizada a autuação com fundamento nos seguintes fatos: Fl. 4024DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.025 4 Diante do exposto: 1) considerando o levantamento nas verificações obrigatórias das Retenções das Contribuições nos Pagamento efetuados às Pessoas Juríridas a PJDireito Privado CSLL/COFINS/PIS a recolher, nos códigos 5992/5960/5979, os registros contábeis são divergentes dos valores informados nas DCTF Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2009; 2) considerando cientificada a ATP das diferenças a recolher das CSRFContribuições Sociais Retidas na Fonte, no Anexo "E" ao Termo de Constatação Fiscal n° 001, de 13.09.2010; 3) considerando a PLANILHA “C” CSRF anexa ao expediente resposta apresentado pela ATP, de 22.10.2010, que CONVALIDA as diferenças apuradas entre os valores das Contribuições Sociais Retidas na Fonte CSRF a recolher para os informados em DCTF; 4)considerando que a Contribuinte ao optar pelo parcelamento previsto na Lei n° 11.941/2009, no âmbito da RFB, indicou a inclusão da totalidade dos débitos nos termos da Portaria PGFN/RFB nº 003/2010, sem ter informado em DCTF as diferenças identificadas e respectivos períodos de competências das CSRF a recolher e apuradas nesta Ação Fiscal; 5) considerando a escrita disponibilizada em meio magnético pela Contribuinte, conforme a Instrução Normativa da Receita Federal, n° 86 de 22/11/2001, e o Ato Declaratório Executivo Cofis n° 15, de 23/10/2001; 6) considerando que o prazo de pagamento das CSRF deverá ser até o último dia útil da semana subseqüente àquela quinzena em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos bem ou prestadora do serviço (IN SRF n° 480, de 15/12/2004; e 7) considerando no caso, não aplicável o item 6 anterior, sem registros contábeis de reversões nos pagamentos com fornecedores, não liquidados dentro do mesmo exercício e na apuração do lucro real. Dessa forma, no âmbito das verificações obrigatórias, não procedem as JUSTIFICATIVAS para o não recolhimento das contribuições para as CSRF Contribuições Sociais Retidas na Fonte dos "Valores Retidos de Fornecedores Prestadores e Serviços como não Liquidados e portanto, o fato gerador não ocorreu e que serão recolhidos posteriormente”, efetuamos o lançamento de ofício das diferenças apuradas entre as CSRF a recolher, contabilizadas, para os informados em DCTF, dos anoscalendário de 2006, 2007, 2008 e 2009, (...)(g.n.o) Cientificado das exigências pessoalmente em 22/03/2011, conforme ciência constante dos autos de infração, o contribuinte apresentou em 25/04/2011 a petição impugnativa de fls. 1.002 a 1.030. Como provas, acostou aos autos, às fls. seguintes, cópias das Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, informando os débitos do mês; dos Documentos de Arrecadação de Receitas Federais – DARF ou das PER/DCOMP; do Razão Contábil; e Relação de Títulos Pagos. Apoiada nos documentos acostados aos autos, a peça de defesa, em suma, discorre sobre os pontos a seguir expostos. Da Preliminar. Afirma o interessado que é nulo o procedimento fiscal, uma vez que o auto de infração teria como base enquadramento legal Fl. 4025DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.026 5 genérico e impreciso, o que impossibilita o pleno exercício de defesa da impugnante e viola o Princípio da Estrita Legalidade. Nesse sentido, consigna que o enquadramento legal contém o apontamento genérico dos artigos 30 e 31 da Lei nº 10.833/2001 e que, “na descrição do fato sobre o qual se pretende impor tributação, não foi realizado o devido cotejo entre o evento analisado e a norma à qual o mesmo se subsume”. Do Mérito. Inconsistência do Levantamento Fiscal Realizado. Alega o impugnante que a autoridade fiscal partiu de premissas incoerentes, visto que, ao comparar o resultado final apontado no Livro Diário com as DCTF, teria considerado provisionamento de numerário para o recolhimento das CSRF como pagamentos efetivamente ocorridos, verbis: Entretanto, a autoridade fiscal, ao averiguar a documentação contábil da empresa Impugnante, considerou os lançamentos constantes de seu Livro Diário como se as CSRF tivessem sido apuradas por meio do Regime de Competência, quando a empresa Impugnante, em atenção a determinação legal, o reteve, recolheu e contabilizou mediante o Regime de Caixa, e ao confrontar os números encontrados com as declarações e os comprovantes de recolhimento de tributo de cada período, encontrou gritante divergência (como já seria de se esperar). Em termos práticos: quando os valores das notas fiscais, referentes a serviços que seriam quitados a prazo, foram lançados no Livro Diário da empresa Impugnante, foram lançados, na mesma competência, os valores provisionados para o pagamento futuro das Contribuições que seriam posteriormente retidas e recolhidas, o que é perfeitamente regular, posto que se trata de mero provisionamento. Nos períodos subsequentes, quando da quitação das parcelas do mesmo serviço, foram lançados tanto o valor do efetivo pagamento quanto o valor recolhido a título da CSRF incidente sobre aquela parcela, de modo a registrar a efetiva saída de valores do caixa da empresa. Tais lançamentos devem ser realizados desta forma, por força de lei. Ocorre que a autoridade fiscalizadora considerou, para apuração do valor devido a título de CSRF, tanto os valores lançados na contabilidade a título de provisionamento quanto de efetiva saída financeira, distorção esta que gerou apuração de valor muito superior ao realmente devido. Ou seja, considerou os valores lançados pelo Regime de Caixa como se tivessem sido lançados pelo Regime de Competência, o que consiste em medida flagrantemente equivocada. Na sua perspectiva, a escrituração do Livro Diário deve ser feita pelo regime de competência (cita a resposta à questão 292 do link Perguntas e Respostas disponibilizado no sítio da RFB) e, na DCTF, os débitos devem ser informados segundo o regime de caixa (justifica tal entendimento pela própria incidência das CSRF, devidas quando do efetivo pagamento, nos termos do art. 35 da Lei nº 10.833/03). Fl. 4026DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.027 6 Dessa forma, entende o impugnante que é impossível a comparação das informações lançadas no Livro Diário e nas DCTF e enfatiza que o valor apontado no Livro Diário contém o saldo provisionado em competências anteriores e o valor declarado nas DCTF contém somente os valores dos tributos pagos no mês. Anexa, a título de prova, quadros relativos a cada período de apuração, com justificativas para a divergência apontada, em conformidade com a explicação exposta. Multa. Defende o interessado que não cometeu qualquer infração e, portanto, não está passível de sofrer uma sanção. Acrescenta, ainda, que somente seria possível instituir multa de forma isolada caso o Fisco demonstrasse que fora efetivamente descumprida uma obrigação tributária ou um dever instrumental, o que não é o caso dos autos. Produção de novas provas, diligência e perícia. Protesta o requerente, ainda, pela coleta de outras provas, entre elas a documental e a pericial, no caso de os documentos acostados aos autos não serem suficientes para demonstrar todas as alegações apresentadas. Para tanto, nomeou perito e apresentou os quesitos, em conformidade com o art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/72. Por fim, pugna o interessado que seja decretada a nulidade do auto de infração, ou, alternativamente, caso os documentos juntados não sejam suficientes para tal, que seja determinada a realização de perícia ou convertido o processo em diligência." A Ementa deste Acórdão de primeira instância administrativa fiscal foi publicada da seguinte forma: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2006, 2007, 2008, 2009 AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE VÍCIOS. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. Reputase válido o auto de infração que contém todos os requisitos formais exigidos pela legislação processual, os quais incluem a completa descrição dos fatos, de modo a permitir que o sujeito passivo, na impugnação, exerça o direito ao contraditório e à ampla defesa. ENQUADRAMENTO LEGAL GENÉRICO. Não é caso de nulidade de lançamento a existência de enquadramento legal genérico, quando os demais elementos e demonstrativos permitem a compreensão da exigência formulada. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. Presentes os pressupostos de exigência, cobrase multa de ofício na forma prevista na legislação. PRODUÇÃO DE PROVAS. INDEFERIMENTO. Fl. 4027DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.028 7 Indeferese pedido de produção de provas adicionais quando a solicitação é apresentada em desacordo com o disposto no art. 16 do Decreto nº 70.235/72, que dispõe sobre a preclusão do direito de apresentar novas provas após a impugnação. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Indefese o pedido de diligência, quando tal solicitação versar sobre demanda de caráter genérico apresentada com o propósito de deslocar para a Fazenda Pública a responsabilidade pela produção de conjunto probatório cujo encargo compete ao próprio requerente. PERÍCIA. DESNECESSIDADE. A perícia é cabível nas situações em que a averiguação de fatos depende de conhecimentos especializados, sendo desnecessária, portanto, quando tais fatos podem ser comprovados documentalmente, mediante a apresentação de livros e documentos contábeis e fiscais. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 FALTA DE RECOLHIMENTO E DE DECLARAÇÃO. A falta de recolhimento, cumulada com a ausência de declaração do crédito tributário, impõe ao Fisco o dever de previamente constituílo por meio do lançamento de ofício, com a aplicação da penalidade cabível. VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS. BASE DE CÁLCULO. Reputase válido o lançamento quando a base de cálculo do tributo devido é obtida a partir do confronto entre os valores declarados em DCTF e os valores constantes da escrituração da empresa como tributo a recolher, mormente quando a alegação de incidência de CSRF sobre valores não pagos é desacompanhada de documentação comprobatória que lhe dê suporte. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 FALTA DE RECOLHIMENTO E DE DECLARAÇÃO. A falta de recolhimento, cumulada com a ausência de declaração do crédito tributário, impõe ao Fisco o dever de previamente constituílo por meio do lançamento de ofício, com a aplicação da penalidade cabível. VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS. BASE DE CÁLCULO. Reputase válido o lançamento quando a base de cálculo do tributo devido é obtida a partir do confronto entre os valores declarados em DCTF e os valores constantes da escrituração da empresa como tributo a recolher, mormente quando a alegação de incidência de CSRF sobre valores não pagos é desacompanhada de documentação comprobatória que lhe dê suporte. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 VERIFICAÇÕES Fl. 4028DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.029 8 OBRIGATÓRIAS. BASE DE CÁLCULO. FALTA DE RECOLHIMENTO E DE DECLARAÇÃO. A falta de recolhimento, cumulada com a ausência de declaração do crédito tributário, impõe ao Fisco o dever de previamente constituílo por meio do lançamento de ofício, com a aplicação da penalidade cabível. VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS. BASE DE CÁLCULO. Reputase válido o lançamento quando a base de cálculo do tributo devido é obtida a partir do confronto entre os valores declarados em DCTF e os valores constantes da escrituração da empresa como tributo a recolher, mormente quando a alegação de incidência de CSRF sobre valores não pagos é desacompanhada de documentação comprobatória que lhe dê suporte. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido." Após o protocolo do Recurso Voluntário, os autos foram distribuídos, pautados e declinados à 1.ª Seção de julgamento por conter tributo daquela competência. Contudo, em fls. 4009 há despacho de conselheiro a respeito da competência dos tributos, oportunidade em que solicitou que os autos fossem apartados e os devidos processos julgados com seus devidos tributos nas sessões competentes. A ilustre Presidente deste Conselho, em fls. 4011, permitiu o apartamentos dos autos, que foi prontamente realizado conforme pode ser verificado nas fls. 4016 e 4021. Novamente, mas somente com os tributos de competência desta 3.ª Seção de Julgamento, os autos foram pautados para julgamento. Relatório proferido. Voto Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima Relator. Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase esta Resolução. Para evitar supressão de instância, é preciso reconhecer que os autos não estão em condições de julgamento. Fl. 4029DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.030 9 Em fls. 3931 e 3962 o contribuinte apresentou perícia contábil, assim como solicitou a conexão com o processo administrativo fiscal de n.º 10166.720781/201184, por ser resultado da mesma fiscalização. O mencionado processo, que trata de IRRF já foi julgado e trata, realmente, da mesma fiscalização. O resultado consubstanciado no Acórdão de n.º 2201002.978 e no voto vencedor, colocou em evidência pontos importantes que podem influenciar na análise do presente processo, conforme reproduzido a seguir: "Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira, Redator Designado Em que pese o costumeiro acerto do ilustre Conselheiro Relator, ouso, com a máxima vênia discordar da decisão, embora partilhe dos mesmos fundamentos fáticos por ele apontados. Como bem relatado, tratase de lançamento tributário decorrente da diferença verificada, pela Autoridade Autuante, na conta contábil “obrigações de IRRF a pagar” (“IRRF s/ Folha de Pagamento a Recolher” (210301001) e “IRRF Diversos a Recolher” (210301002)) e o valor reportado pelo Contribuinte nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), DACON, DIRF e DIPJ". Tal lançamento, sem dúvida de monta quanto aos documentos que deveriam ser analisados, foi realizado sem o devido embasamento documental, consoante se observa nas folhas de nº 19 e 20 do eprocesso , que contém cópia do Auto de Infração lavrado. Nelas há a seguinte afirmação da Autoridade Fiscal: "Durante o procedimento de verificações obrigatórias foram constatadas diferenças a recolher entre os valores escriturados na conta obrigações de IRRF a pagar e os valores informados nas DCTF, conforme acima descritos" Ainda apoiados no excelente relatório constante do voto vencido, constatamos que o presente lançamento foi encaminhado por esta Turma deste Conselho, por duas vezes, para diligência a fim de que se esclarecesse o lançamento, em razão dos documentos acostados pela Recorrente na impugnação e outras elucidações necessárias . Na primeira diligência, embora tenha sido determinado por este Colegiado que outro Auditor Fiscal se pronunciasse, foi dito, pela Autoridade Notificante ao cumprir a diligência, que nada havia a ser retificado no lançamento, embora o Contribuinte tenha apresentado em resposta à nova intimação, planilha que, juntamente com arquivos digitais constantes de DVDRom, justificavam, no ver do Recorrente, as diferenças que geraram o lançamento. Como bem aponta o Conselheiro Relator, ao examinar o resultado da Diligência, esta Turma novamente não se viu apta a realizar o julgamento, convertendoo novamente em diligência, para que se elucidasse definitivamente os pontos apontados como nebulosos. Fl. 4030DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.031 10 O Relatório traz o resultado da segunda diligência, que abaixo reproduzimos no ponto que nos é fulcral: Devido ao tamanho de parte dos arquivos apresentados, incompatíveis com os limites para anexação ao eprocesso, mesmo depois de compactados (máximo de 150 M para arquivos não pagináveis), os conteúdos dos DVDs: DVD 2 – Documentos Comprobatórios (1.273.792 KB compactado); e DVD 4: Notas Fiscais 2007, 2008 e 2009 (910.016 KB compactado) tiveram que ser juntados ao eprocesso separadamente, em vários anexos, de maneira que não extrapolassem aos limites máximos do sistema. Assim, os arquivos constantes dos 05 DVDs foram anexados conforme abaixo: (...) Ao se analisar os valores apurados pela fiscalização, percebese que o Auditorfiscal confrontou os saldos finais mensais, registrados na contabilidade, referentes ao Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF, com os valores declarados em DCTF das mesmas retenções (conforme Termo de Constatação Fiscal e Anexos, fls. 90 a 140). Assim, valores de retenções registrados em um determinado mês, e que somente foram pagos e declarados em DCTF ou baixados/estornados, em períodos posteriores, tendem a gerar débitos a pagar na autuação em todos os meses em que impactaram os saldos mensais das contas contábeis. Percebese que ocorreu tal situação no presente processo. A empresa registrou valores significativos de provisões para pagamentos de participação em Lucros e Resultados, de Juros sobre o Capital Próprio, entre outros, cujas respectivas retenções na fonte foram contabilizadas nas contas do Passivo referentes a IRRF a recolher. Em algumas situações, os pagamentos/declarações em DCTF foram realizados em meses posteriores ao do registro contábil, tendo impactado os saldos mensais até a ocasião do seu efetivo pagamento/declaração em DCTF ou estorno/baixa. Segue tabela, com algumas dessas situações, a título de exemplo: (...) Verificase, ao analisar as informações da tabela acima, que os registros de R$ 110.149,09 e R$ 232,17, referentes a provisões para pagamentos de lucros e resultados, na conta: 210301001 IRRF S/FOLHA DE PAGTO A REC. contabilizados na data de 29/06/2007, foram pagos em 10/09/2007, e declarados na DCTF do mês de agosto/2007. Esses valores impactaram os saldos mensais nos meses de junho, julho e agosto, até sua efetiva declaração em DCTF e pagamento (o pagamento foi registrado na contabilidade em 11/09/2007, no valor de R$ 233.290,33, pois envolvia outros recolhimentos). Ou seja, o pagamento realizado em 10/09/2007, declarado na DCTF de ago/2007 e referente a provisão contabilizada em 29/06/2007, não deveria ter gerado débitos a pagar no auto de infração em questão. Situação similar ocorreu com os valores registrados na contabilidade, referentes à soma do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre folha de salários, do mês de abril/2009. O imposto retido, contabilizado e declarado na DCTF do mês de abril de 2009 somente foi pago em Fl. 4031DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.032 11 13/07/2009. Como o registro do pagamento, na contabilidade, ocorreu na data de 09/07/2009, esse valor impactou os saldos de maio e junho, gerando, equivocadamente, débitos a pagar no lançamento de ofício em discussão. As comparações acima tiveram como parâmetros os registros na conta contábil: 210301001 IRRF S/FOLHA DE PAGTO A REC., anos de 2007 e 2009, cujos lançamentos constam das planilhas em “excel”, gravadas no DVD 5, pastas: “Documentos 2007” e “Documentos 2009”, juntadas ao processo às fls. 3.595. Os pagamentos com DARF’s foram confirmados conforme “Extrato Completo do Contribuinte”, gerado dos sistemas da RFB e juntado ao processo às fls. 3.596 a 3.640. Já os débitos declarados em DCTF, referentes ao IRRF cód. 0561 (rendimentos do trabalho assalariado) dos meses de ago/2007 e abr/2009 foram extraídos do sistema DCTF da RFB conforme telas às fls. 3.641 e 3.642. CONCLUSÃO Primeiramente, cabe reforçar que, para os períodos de 01/2006 e 06/2006, a empresa não contestou a autuação. Para os demais períodos que foram objeto do auto de infração, o perito do contribuinte concluiu que os lançamento foram indevidos. Da análise da documentação apresentada pela Recorrente, concluise que parte do alegado pela empresa é procedente. Houve casos de provisões – registradas equivocadamente em contas do Passivo que impactaram os saldos mensais das contas contábeis, gerando equívocos na apuração fiscal, que utilizou como base os saldos mensais finais das contas de IRRF em comparação com os mesmos valores declarados em DCTF. Os registros contabilizados, nas contas do passivo, que foram pagos ou baixados em meses posteriores à sua contabilização, impactaram os saldos mensais dos períodos, impactando, da mesma forma, o auto de infração." (destaques nossos) Da leitura atenta do pronunciamento fiscal produzido em resposta à resolução desta Turma, conferese de maneira cabal o reconhecimento do equívoco quanto à apuração fiscal. São dizeres da Autoridade Fiscal: "Os registros contabilizados, nas contas do passivo, que foram pagos ou baixados em meses posteriores à sua contabilização, impactaram os saldos mensais dos períodos, impactando, da mesma forma, o auto de infração". Tal fato não passou despercebido pelo ínclito Conselheiro Relator. Reproduzo, uma vez mais, suas sensatas considerações: Mesmo tendo constatado equívocos na apuração do imposto a pagar, a Autoridade fiscal se limitou a dar dois exemplos de valores que não deveriam ter gerado débito no presente Auto de Infração. Confira: (...) Fl. 4032DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.033 12 Assim, verificada em procedimento de diligência fiscal a existência de equívocos na apuração do tributo, compete à Autoridade fiscal eliminar, em sua inteireza, o montante do tributo indevido, e não apenas mencionar, a título exemplificativo, alguns poucos valores que não seriam devidos. É por isso que nas duas diligências propostas no julgamento deste processo a Autoridade julgadora solicitou uma manifestação conclusiva da Fiscalização acerca da correção ou não da exigência fiscal. Nesse contexto, penso que a melhor solução a ser dada ao caso concreto é converter novamente o julgamento em diligência a fim de que a Fiscalização: (...)"Esse é o cerne da divergência de opinião entre este Conselheiro e o ínsigne Relator: não há que se falar em nova diligência. Como relatado, tal oportunidade já foi, por duas vezes, ofertada ao Fisco. Novamente, como bem por ele apontado: "para que o crédito tributário possa ser exigido é preciso que a Autoridade lançadora determine a sua certeza e liquidez, sem o que não será possível exigir o seu pagamento" A determinação da base de cálculo e da alíquota aplicável, ou seja o cálculo do tributo devido, é requisito do lançamento tributário segundo o artigo 142 do CTN: "Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível." Por ser atividade vinculada e obrigatória, é dever da autoridade fiscal empreender esforços na determinação do critério material da regra matriz de incidência tributária, base de cálculo do tributo e alíquota aplicável, apropriandonos dos ensinamentos de Paulo de Barros Carvalho. A mensuração das grandezas tributárias já deveria ter sido corretamente efetuada quando da lavratura do auto de infração. Podese até compreender a impossibilidade do acerto em razão da ausência de comprovação por parte do contribuinte. Porém, desde a impugnação do lançamento que novos documentos que permitem a quantificação da base de cálculo são carreados aos autos. Instada a comprovar os fatos modificativos do lançamento por meio das diligências requeridas, a Recorrente soube, ao menos parcialmente, se desvencilhar do ônus, transferido ao Fisco o dever da quantificação correta. Tal fato não ocorreu. Pior, mesmo reconhecendo como acima demonstrado a comprovação da alteração da base de cálculo do tributo devido, a Autoridade Fl. 4033DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.034 13 Lançadora se queda inerte quanto à retificação da base imponível, como se dela não fosse a obrigação. Forçoso reconhecer o vício no procedimento do lançamento tributário. Como ato administrativo que é, o auto de infração não pode ser irregular. Celso A Bandeira de Melo (Curso de Direito Administrativo, 29ª ed., p.478), assim comenta sobre a irregularidade dos atos administrativos: "Atos irregulares são aqueles padecentes de vícios materiais irrelevantes, reconhecíveis de plano, ou incursos em formalização defeituosa consistente em transgressão de normas cujo real alcance é meramente o de impor a padronização interna dos instrumentos pelos quais se veiculam os atos administrativos" Verificando a irregularidade do ato administrativo, deve a Administração de ofício regularizálo, em face do princípio da autotutela. Nesse sentido, a Lei 9.784, de 1999, é clara ao determinar que: "Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogálos por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. (...) Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração." (grifos nossos) Observase que a Lei que regula o processo administrativo federal cinde as irregularidades do ato segundo a gravidade do mesmo. Atos portadores de defeitos sanáveis, meras irregularidades, poderão ser convalidados. Já os atos produzidos com ofensa a legalidade devem ser anulados. Sobre o tema, a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito Administrativo, 14ª ed, p. 234), titular da inesquecível Faculdade de Direito do Largo São Francisco, leciona que convalidação ou saneamento "o ato administrativo pelo qual qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado". Além disso, a doutrinadora explicita que nem sempre é possível a convalidação, pois depende do tipo de vício que atinge o ato. Os defeitos atinentes à incompetência quanto à matéria, quanto ao motivo e finalidade, e ainda quanto ao objeto e conteúdo não são passíveis de convalidação. Especificamente quanto a impossibilidade de convalidação, esclarece a Professora: "O objeto ou conteúdo ilegal não pode ser objeto de convalidação." Fl. 4034DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.035 14 O remédio que deve ser tomado pela Administração é o previsto no artigo 53 da Lei nº 9.784/99, acima transcrito,: a anulação. Novamente, recordemos os ensinamentos de Maria Sylvia: "Quando o vício seja sanável ou convalidável, caracterizase hipótese de nulidade relativa; caso contrário, a nulidade é absoluta." Sobre o tema, devemos lembrar que as nulidades, absoluta ou relativa, produzem efeitos distintos para a Administração Tributária em razão do tempo que a lei determina para a correção do lançamento tributário viciado. Se este for convalidável, por eivado de vício formal, o saneamento deve ser realizado em 5 anos após o trânsito em julgado da decisão que anular o ato administrativo. Já o lançamento maculado por nulidade absoluta, deve ser refeito no prazo decadencial previsto no CTN, seja o do parágrafo 4º do artigo 150, seja o do inciso I do artigo 173. Tal distinção nos obriga a perquirir qual o vício existente no caso concreto. Para nós a distinção é simples e fundada no texto legal. Como ensina Maria Sylvia Zanela Di Pietro, lançamentos que contenham conteúdo ilegal não são passíveis de convalidação, pois a nulidade que ostentam é absoluta. Nesse sentido, qualquer ofensa às determinações do artigo 142 do CTN acima reproduzido, viciam o conteúdo do ato, pois são requisitos do lançamento, atributos intrínsecos ao procedimento de constituição do crédito tributário. A lição de Paulo de Barros Carvalho corrobora a afirmação. Assevera o Professor Emérito (Curso de Direito Tributário, 14ª ed., p. 415): "O ato administrativo de lançamento será declarado nulo de pleno direito, se o motivo nele inscrito a ocorrência do fato jurídico tributário, por exemplo inexistiu. Nulo será, também, na hipótese de ser indicado sujeito passivo diferente daquele que deve integrar a obrigação tributária. Igualmente é nulo o lançamento de IR (pessoa física), lavrado antes do termo final do prazo legalmente estabelecido para que o contribuinte apresente sua declaração de rendimentos e bens. Para a nulidade se requer vício profundo, que comprometa viceralmente o ato administrativo. Seus efeitos, em decorrência, são 'ex tunc', retroagindo, linguisticamente, à data do correspondente evento. A anulação por outro lado, pressupõe invalidade iminente, que necessita de comprovação, a qual se objetiva em procedimento contraditório. Seus efeitos são 'ex nunc', começando a contar do ato que declara a nulidade" Continua o doutrinador "(...) não importa que o ato administrativo haja sido celebrado e que nele conjuguem os elementos tidos como substanciais. Insta que seus requisitos estejam conformados às prescrições da lei" (grifamos) Fl. 4035DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.036 15 Após distinguir os erros de fato (aqueles que o vício ocorrem dentro da própria norma), dos de direito (nos quais os defeitos são detectáveis entre normas distintas, no caso entre a norma geral e abstrata prescritora da obrigação tributária e a individual e concreta instituidora do lançamento), asseverando que erros de direito são sempre ensejadores de atos administrativos viciados de maneira absoluta, Paulo de Barros (Fundamentos Jurídicos da Incidência Tributária, 6ª ed., p. 285), exemplifica o erro na determinação da base de cálculo como erro de direito em razão da dissonância entre o consequente da norma individual e concreto (elemento quantitativo) e o enunciado do consequente da regra matriz de incidência. Por todo o exposto, ao analisarmos o caso concreto, observamos que o Fisco quando do lançamento tributário, adotou base imponível diversa da devidamente calculada, e que nas duas diligências posteriores não a corrigiu. Posteriormente, explicitamente a Administração Tributária reconhece a alegação da Recorrente que aponta a diferença de valor, sem contudo reduzila. Assim, constamos a incorreção do cálculo do tributo devido, ofensa a literalidade do artigo 142 do CTN, ensejando vício material do lançamento. Por via de consequência, voto por dar provimento ao recurso voluntário para anular o lançamento tributário por vício material. Assinado digitalmente Carlos Henrique de Oliveira O mero registro de valores de provisões para pagamentos, cujas respectivas retenções na fonte foram contabilizadas nas contas do Passivo, não enseja a falta de recolhimento. Em algumas situações, os pagamentos/declarações em DCTF foram realizados em meses posteriores ao do registro contábil, com possível impacto nos saldos mensais até a ocasião do seu efetivo pagamento/declaração em DCTF ou estorno/baixa. Nesse contexto, votase pela conversão do presente processo em diligência, para que: 1 a autoridade de origem verifique o processo de n.º 10166.720781/201184 e equacione a análise com os possíveis impactos daquele processo no presente processo; 2 examine os DARFs acostados aos presentes autos (impugnação e recurso voluntário) e identifique se estes correspondem aos valores lançados no presente auto de infração, e, sendo o caso, realize os ajustes necessários. Após, a autoridade de origem deve produzir seu relatório, o contribuinte deve ter ciência deste relatório, com a possibilidade de manifestação. Cumprida a diligência, retornem os autos a este Conselho para julgamento. Resolução proferida. (assinado digitalmente) Fl. 4036DF CARF MF Processo nº 10166.720782/201129 Resolução nº 3201001.777 S3C2T1 Fl. 4.037 16 Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Fl. 4037DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.903483/2012-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 31/12/2002
ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS).
O montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição é o valor mensal do ICMS a recolher, conforme Solução de Consulta Interna nº 13 - Cosit, de 18 de outubro de 2018, interpretando entendimento firmado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal.
Numero da decisão: 3302-006.689
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo da contribuição, vencido o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que dava provimento em maior extensão para excluir o ICMS destacado.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente).
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). O montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição é o valor mensal do ICMS a recolher, conforme Solução de Consulta Interna nº 13 Cosit, de 18 de outubro de 2018, interpretando entendimento firmado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo da contribuição, vencido o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que dava provimento em maior extensão para excluir o ICMS destacado. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 34 83 /2 01 2- 72 Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10283.903483/201272 Acórdão n.º 3302006.689 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição (PER) eletrônico, por meio da qual a contribuinte solicita restituição de valor que teria sido indevidamente recolhido a título de COFINS, no regime não cumulativo. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil de jurisdição pelo indeferimento do pedido de restituição, mediante Despacho Decisório (DD) acostado aos autos, fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, uma vez que o valor recolhido já havia sido integralmente utilizado para extinção do débito relativo ao período de apuração a que se referia, não restando crédito disponível para restituição. Inconformada com o indeferimento do PER, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade, na qual, após a apresentação dos fatos, explica que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior em razão da exclusão do ICMS da base de cálculo da contribuição. A interessada esclarece que, para apuração do valor indevidamente pago, elaborou planilha demonstrando a diferença entre o valor efetivamente recolhido e o valor que legalmente seria devido, excluindose da base de cálculo da contribuição o ICMS efetivamente apurado e recolhido. Informa, ainda, que a comprovação do direito creditório será feita em momento oportuno, no Livro Registro de Apuração do ICMS. A fim de justificar seu direito ao crédito, a contribuinte alega, em síntese, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. Em sua defesa, cita julgamento da matéria no Supremo Tribunal Federal (STF). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 07040.549. Regulamente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs, tempestivamente, o recurso voluntário ora em apreço, no qual essencialmente reitera os argumentos iniciais apresentados na impugnação e aduz que a decisão recorrida não pode prosperar, uma vez que é desnecessária a previsão legal que permita a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins e do PIS. Diz, ainda, que é impossível considerar o ICMS como parte do faturamento e aponta jurisprudência do STF. Por fim, requer reforma da decisão e reconhecimento da restituição pleiteada. É o relatório. Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10283.903483/201272 Acórdão n.º 3302006.689 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Deroulede, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Acórdão nº 3302006.687, de 27 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10283.900996/201493, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3302006.687): "O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Em não havendo preliminares, passase, de plano, ao mérito do litígio. DA BASE DE CÁLCULO DA COFINS A matéria é por demais conhecida deste Colegiado, razão por que trato de invocar excertos de recente acórdão, nº 3302 006.452, de 30/01/2019, para ilustrar meu entendimento sobre a questão. Naquela oportunidade, o eminente relator, conselheiro Walker Araujo, assim se pronunciou sobre o tema: (...) sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, é de conhecimento notório que o Plenário do Supremo Tribunal Federal no RE 574.706, com repercussão geral reconhecida, decidiu que o ICMS não integra a base de cálculo das famigeradas contribuições. Contra a decisão proferida no RE 574.706, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional opôs embargos declaratórios da decisão, pleiteando a modulação temporal dos seus efeitos e realizou outros questionamentos, em especial, se o valor a ser excluído é somente aquele relacionado ao arrecadado a título de ICMS e/ou se o valor a ser excluído da base de cálculo abrange, além do arrecadado, aquele destacado em Notas Fiscais de Saída, sendo que referidos questionamentos aguardam sua análise e julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. Entretanto, em que se pese inexistir trânsito em julgado da decisão proferida pela Suprema Corte, entendo que se tornou definitiva a matéria quanto ao direito do contribuinte ao menos de excluir da base de cálculo do PIS/COFINS a parcela do ICMS pago ou a recolher, Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10283.903483/201272 Acórdão n.º 3302006.689 S3C3T2 Fl. 5 4 restando àquela Corte apenas decidir se o direito de exclusão será concedido em maior extensão, abrangendo, além do arrecadado, aquele destacado em Notas Fiscais de Saída. A respeito do direito do contribuinte excluir da base de cálculo do PIS/COFINS a parcela do ICMS pago ou a recolher(...) (...) temos a Solução de Consulta Interna nº 13 Cosit, de 18 de outubro de 2018, emitida nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO. Para fins de cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado que versem sobre a exclusão do ICMS da base de calculo da Contribuição para o PIS/Pasep, no regime cumulativo ou não cumulativo de apuração, devem ser observados os seguintes procedimentos: a) o montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição e o valor mensal do ICMS a recolher, conforme o entendimento majoritário firmado no julgamento do Recurso Extraordinário no 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal; b) considerando que na determinação da Contribuição para o PIS/Pasep do período a pessoa jurídica apura e escritura de forma segregada cada base de cálculo mensal, conforme o Código de Situação tributária (CST) previsto na legislação da contribuição, fazse necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de calculo mensal da contribuição; c) a referida segregação do ICMS mensal a recolher, para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS, em cada uma das bases de calculo da contribuição, será determinada com base na relacao percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) da contribuição e a receita bruta total, auferidas em cada mês; d) para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devemse preferencialmente considerar os valores escriturados por esta, na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFDICMS/IPI), transmitida mensalmente por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos a apuração do referido imposto; e e) no caso de a pessoa juridica estar dispensada da escrituracao do ICMS, na EFDICMS/IPI, em algum(uns) do(s) período(s) abrangidos pela decisão judicial com transito em julgado, Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10283.903483/201272 Acórdão n.º 3302006.689 S3C3T2 Fl. 6 5 poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos. Dispositivos Legais: Lei no 9.715, de 1998, art. 2o; Lei no 9.718, de 1998, arts. 2o e 3o; Lei no 10.637, de 2002, arts. 1o, 2o e 8o; Decreto no 6.022, de 2007; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.009, de 2009; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.252, de 2012; Convenio ICMS no 143, de 2006; Ato COTEPE/ICMS no 9, de 2008; Protocolo ICMS no 77, de 2008. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO. Para fins de cumprimento das decisões judiciais transitadas em julgado que versem sobre a exclusão do ICMS da base de calculo da Cofins, no regime cumulativo ou não cumulativo de apuração, devem ser observados os seguintes procedimentos: a) o montante a ser excluído da base de calculo mensal da contribuição e o valor mensal do ICMS a recolher, conforme o entendimento majoritário firmado no julgamento do Recurso Extraordinário no 574.706/PR, pelo Supremo Tribunal Federal; b) considerando que na determinação da Cofins do período a pessoa jurídica apura e escritura de forma segregada cada base de calculo mensal, conforme o Código de Situação tributaria (CST) previsto na legislação da contribuição, fazse necessário que seja segregado o montante mensal do ICMS a recolher, para fins de se identificar a parcela do ICMS a se excluir em cada uma das bases de calculo mensal da contribuição; c) a referida segregação do ICMS mensal a recolher, para fins de exclusão do valor proporcional do ICMS, em cada uma das bases de calculo da contribuição, será determinada com base na relação percentual existente entre a receita bruta referente a cada um dos tratamentos tributários (CST) da contribuição e a receita bruta total, auferidas em cada mês; d) para fins de proceder ao levantamento dos valores de ICMS a recolher, apurados e escriturados pela pessoa jurídica, devemse preferencialmente considerar os valores escriturados por esta, na escrituração fiscal digital do ICMS e do IPI (EFDICMS/IPI), transmitida mensalmente Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10283.903483/201272 Acórdão n.º 3302006.689 S3C3T2 Fl. 7 6 por cada um dos seus estabelecimentos, sujeitos a apuração do referido imposto; e e) no caso de a pessoa jurídica estar dispensada da escrituração do ICMS, na EFDICMS/IPI, em algum(uns) do(s) período(s) abrangidos pela decisão judicial com transito em julgado, poderá ela alternativamente comprovar os valores do ICMS a recolher, mês a mês, com base nas guias de recolhimento do referido imposto, atestando o seu recolhimento, ou em outros meios de demonstração dos valores de ICMS a recolher, definidos pelas Unidades da Federação com jurisdição em cada um dos seus estabelecimentos. Dispositivos Legais: Lei no 9.718, de 1998, arts. 2o e 3o; Lei no 10.833, de 2003, arts. 1o, 2o e 10; Decreto no 6.022, de 2007; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.009, de 2009; Instrução Normativa Secretaria da Receita Federal do Brasil no 1.252, de 2012; Convenio ICMS no 143, de 2006; Ato COTEPE/ICMS no 9, de 2008; Protocolo ICMS no 77, de 2008. Neste cenário, entendo que o montante a ser excluído da(s) base(s) de calculo da Contribuicao para o PIS/Pasep e da Cofins é o valor mensal do ICMS a recolher. Posto isso, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir o valor tão somente do ICMS a recolher da base de cálculo da contribuição." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir o valor do ICMS a recolher da base de cálculo da contribuição. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Fl. 90DF CARF MF
score : 1.0