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Numero do processo: 10825.901267/2017-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.638
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1736; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10825.901267/201722 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201001.638 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 29 de janeiro de 2019 Assunto PIS. IMUNIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Recorrente IRMANDADE DA SANTA CASA DE MACATUBA Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de pedido de Restituição de PIS. A DRF em Bauru/SP, mediante Despacho Decisório, indeferiu o pleito sob o fundamento de que o pagamento indicado no PER encontravase totalmente alocado/vinculado a débito declarado da contribuinte. Na manifestação apresentada a contribuinte afirma que a contribuição ao PIS é indevida porque no julgamento do RE nº 636.941/RS houve decisão do STF, com repercussão geral, no sentido de que as “entidades beneficentes de assistência social possuem imunidade tributária em relação à contribuição destinada ao Programa de Integração Social (PIS).” Informa que solicitou a extinção da dívida constante do processo de parcelamento nº 10825.722624/201615 com base na nota explicativa PGFN/CASTF 637/2014. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 25 .9 01 26 7/ 20 17 -2 2 Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10825.901267/201722 Resolução nº 3201001.638 S3C2T1 Fl. 3 2 Esclarece ainda, que em razão dessa decisão retificou a DCTF e solicitou a restituição dos valores pagos. Informa que está anexando Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, Ata e Estatuto Social, solicitando o deferimento do pedido. Após exame da defesa apresentada a DRJ proferiu acórdão, cuja ementa se transcreve, na parte de interesse: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. IMUNIDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 636.941/RS. REQUISITOS. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o recurso extraordinário nº 636.941/RS, no rito do art. 543B da revogada Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 antigo Código de Processo Civil, decidiu que são imunes à Contribuição ao PIS/Pasep, inclusive quando incidente sobre a folha de salários, as entidades beneficentes de assistência social, desde que comprovem o atendimento aos requisitos legais, quais sejam, aqueles previstos nos artigos 9º e 14 do CTN, bem como no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991 (atualmente, art. 29 da Lei nº 12.101, de 2009). Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da decisão acima a contribuinte apresentou diversos documentos, que informa preencherem os requisitos dos artigos 9º e 14 do CTN. Apresentou Recurso Voluntário alegando, em síntese, que cumpriu todos os requisitos estabelecidos em lei para usufruir da imunidade em comento. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3201001.598, de 29/01/2019, proferido no julgamento do processo 10825.901227/201781, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3201001.598): "O Recurso Voluntário preenche todos os requisitos e merece ser conhecido. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10825.901267/201722 Resolução nº 3201001.638 S3C2T1 Fl. 4 3 Inicialmente verifico que o contribuinte apresentou parte dos documentos exigidos inicialmente pela DRF para demonstrar a imunidade. No entanto, foi indeferido o pleito por “porque o pagamento indicado para dar suporte ao pleito encontravase totalmente alocado/vinculado a débito da contribuinte.” Ainda o Contribuinte demonstrou que houve parcelamento do débito, sendo que a DRJ proferiu voto reconhecendo o parcelamento, porém, indeferindo o pedido por entender que o Contribuinte não tinha apresentado todos os documentos nos termos do art. 9º e 14 do CTN, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101. Contudo, após proferido Acórdão pela DRJ o Contribuinte apresentou os demais documentos necessários para concessão dos benefícios da imunidade, juntamente com o Recurso Voluntário. Nesse sentido, já se manifestou a 1ª Turma da CSRF: Ementa(s) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário:1999, 2000, 2001, 2002 RATEIO DE DESPESAS. DEDUTIBILIDADE. É válida a adoção de método de aferição indireta de rateio de despesas quando o contribuinte não fornece à fiscalização os documentos necessários para ser aferido o cumprimento do critério de rateio convencionado. INGRESSOS DE VALORES RECEBIDOS POR CONSTITUIÇÃO DE USUFRUTO ONEROSO. Os ingressos oriundos da constituição de usufruto oneroso devem ser tributáveis ao longo do período de usufruto .Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário:1999, 2000, 2001, 2002 PROVAS. RECURSO VOLUNTÁRIO. APRESENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. SEM INOVAÇÃO E DENTRO DO PRAZO LEGAL. Da interpretação sistêmica da legislação relativa ao contencioso administrativo tributário, art. 5º, inciso LV da Lei Maior, art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999, que regula o processo administrativo federal, e arts. 15 e 16 do PAF, evidenciase que não há óbice para apresentação de provas em sede de recurso voluntário, desde que sejam documentos probatórios que estejam no contexto da discussão de matéria em litígio, sem trazer inovação, e dentro do prazo temporal de trinta dias a contar da data da ciência da decisão recorrida. ALTERAÇÃO DE CRITÉRIO JURÍDICO. Descabe falar em alteração de critério jurídico quando a decisão recorrida mantém o enquadramento legal e a interpretação dos fatos adotados pela Fiscalização, mas exonera parcela do crédito tributário por entender que alguns valores deveriam ser reconhecidos em outros períodos de apuração.Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário:1999, 2000, 2001, 2002 DECADÊNCIA. A decadência prevista no artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional somente ocorre quando há pagamento antecipado do tributo, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça ao julgar o Recurso Especial nº 973.733SC, representativo de controvérsia. 16327.001227/200542. Data da Sessão 08/08/2017. Adriana Gomes Rêgo Relatora. André Mendes de Moura Redator Designado. Acórdão 9101 003.003 Verificando que o Contribuinte sempre atendeu o pleito da fiscalização, converto o feito em julgamento para que a DRF , verifique os documentos juntados são hábeis e se em seu entender são preenchidos os requisitos do art. 9º e 14, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101. Verificando que o Contribuinte sempre atendeu o pleito da fiscalização, converto o feito em diligência para que a DRF, verifique os documentos juntados são hábeis e se em seu entender são preenchidos os requisitos do art. 9º e 14, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101. Ainda, podendo intimar o contribuinte que apresente outros documentos que ache necessário." Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10825.901267/201722 Resolução nº 3201001.638 S3C2T1 Fl. 5 4 Importante salientar que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte também juntou declarações e documentos fiscais que embasam a alegação da imunidade que entende possuir direito. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência do paradigma, também a justificam nos presentes autos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado converteu o julgamento em diligência para que a DRF verifique se os documentos juntados são hábeis e se, em seu entender, são preenchidos os requisitos do art. 9º e 14, combinado com o art. 29 da Lei nº 12.101, podendo, ainda, intimar o contribuinte a apresentar outros documentos que ache necessários. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.724314/2017-19
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2015
IMPOSTO DE RENDA - CARNÊ-LEÃO. RECOLHIMENTO COMO ANTECIPAÇÃO. RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS.
Os rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa física ensejam o pagamento mensal do imposto pelo carnê-leão cujos recolhimentos são classificados como antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte.
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte.
Numero da decisão: 2001-001.111
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2015 IMPOSTO DE RENDA - CARNÊ-LEÃO. RECOLHIMENTO COMO ANTECIPAÇÃO. RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS. Os rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa física ensejam o pagamento mensal do imposto pelo carnê-leão cujos recolhimentos são classificados como antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte.
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
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RECOLHIMENTO COMO ANTECIPAÇÃO. RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS. Os rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa física ensejam o pagamento mensal do imposto pelo carnêleão cujos recolhimentos são classificados como antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 72 43 14 /2 01 7- 19 Fl. 125DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou a impugnação com resultado desfavorável ao contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, referente a rendimentos de aluguéis recebidos. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte R$ 5.197,45, sendo R$ 523,60 a título de omissão de rendimentos e R$ 4.673,85 a título de glosa do carnêleão, todos acrescidos de encargos legais. A fundamentação da autuação, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento definidor da lavratura do lançamento o fato de que o Contribuinte utilizou o valor do imposto pago em janeiro de 2015 que se referia à apuração de dezembro de 2014. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente na inclusão do valor pago a título de carnêleão no mês de janeiro do anocalendário de 2015, referente a aluguéis de dezembro do ano anterior, como segue: O interessado impugna lançamento do anocalendário 2015, onde foram incluídos rendimentos omitidos de R$ 1.903,98 e glosado carnêleão de R$ 4.673,85, resultando em imposto suplementar de R$ 5.197,45. Argumenta, em síntese, que o carnêleão glosado se refere a parcela paga em janeiro de 2015. Apesar de o aluguel correspondente se referir a dezembro de 2014, somente foi recebido em 05 de janeiro de 2015. O imposto pago poderia assim ser deduzido para o ano calendário 2015. Não contesta os rendimentos omitidos. O impugnante argumenta que o fato gerador relativo ao carnêleão recolhido em janeiro de 2015 teria ocorrido no próprio mês de janeiro. Não comprova, porém, este fato. O próprio Darf de cópia às fls. 08 indica que o recolhimento se refere ao período de apuração de dezembro de 2014. Se de fato se referisse a rendimentos recebidos em janeiro de 2015, como alega o impugnante, seria natural que fosse pago no vencimento regular, no final de fevereiro, e não em janeiro de 2015. Por esta mesma razão, podese concluir que o carnêleão pago pelo contribuinte em fevereiro já contempla o aluguel recebido em janeiro. Ademais, não se admitiria neste caso a retificação do DARF quanto ao período de apuração. Dado o seu caráter declaratório, esta informação não poderia ser alterada depois de notificado o lançamento de ofício, considerando a vedação do art. 147, § 1º, do Código Tributário Nacional. Por estas razões, voto pela improcedência da impugnação. Assim, conclui o acórdão vergastado pela improcedência da impugnação para manter a infração apurada no valor de R$ 5.197,45, sendo que R$ 1.903,98 referese à matéria não impugnada, todos acrescidos de encargos legais. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10183.724314/201719 Acórdão n.º 2001001.111 S2C0T1 Fl. 126 3 Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue:(...) Talvez, na minha impugnação não fiz os esclarecimentos necessários de forma mais clara e não juntei documentos comprobatórios de DARF pagos relativo ao CarnêLeão (Código 0190) do Ano Calendário 2015, pois, já constava nos arquivos da Receita Federal, os recolhimentos de Carnêleão, AnoCalendário 2015, totalizando R$ 55.549,27, declarados pelo interessado, no Imposto sobre Renda – Pessoa Física, Exercício 2016, AnoCalendário 2015 (Anexo II). Nesses valores de CarnêLeão (Código 0190) pago no Ano Calendário 2015, totalizando R$ 55.549,27, está incluído o valor de R$ 4.673,85, pago em 29/01/2015, efetivamente recolhidos e comprovados pelo interessado. A eminente 3ª Turma da DRJ/SDR, equivocadamente, não está a considerar este valor de R$ 4.673,85, pago em 29/01/2015 e menciona que nos sistemas da Receita Federal, e seguindo a avaliação do Auditor Fiscal na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, página 03 da Notificação de Lançamento apenas consta como recolhimento comprovado R$ 50.875,42 (Anexo III). Fica evidenciado que houve falha na análise do Auditor Fiscal e também da 3ª Turma de Julgamento ao deixarem de verificar os recolhimentos efetuados no Sistema da Receita Federal no valor de R$ 55.549,27 e decidiram erroneamente julgar improcedente a minha impugnação, pois, consta nos sistemas da Receita Federal que fiz recolhimentos no valor total de R$ 55.549,27 e não de R$ 50.875,42 como mencionado pelo Auditor Fiscal. Deixaram de computar o valor de R$ 4.673,85 pago/recolhido em 29/01/2015, totalizando recolhimentos de CarnêLeão de R$ 55.549,27, conforme declarado pelo interessado na Declaração de Imposto sobre Renda – IRPF, Exercício 2016, AnoCalendário 2015. Portanto, é indevida a cobrança do valor apurado pela 3ª Turma da DRJ/SDR, vindo calcular que tenho que proceder recolhimento de R$ 4.673,85 (corrigido para 30/04/2018, R$ 6.591,53) referente a diferença entre o valor por mim declarado a título de Carnê Leão/2015. R$ 55.549,27 e o apurado pelo Auditor Fiscal R$ 50.875,42. Vale esclarecer que os depósitos financeiros em minha conta corrente se davam até o dia 05 do mês subsequente (Cláusula Contratual). Por exemplo o aluguel referente a dezembro/2014 o depósito financeiro em minha conta corrente foi em 05/01/2015; Aluguel referente à outubro/14 o recolhimento do CarnêLeão foi em 28/11/2014. Aluguel referente a novembro/14 o recolhimento do CarnêLeão foi em 31/12/2014. Fl. 127DF CARF MF 4 Aluguel referente a dezembro/14, data de recolhimento do Carnê Leão em 30/01/2015 (fiz o recolhimento em 29/01/2015), que somados perfez no AnoCalendário/2015, total R$ 55.549,27. Aluguel referente a janeiro/15 o recolhimento do CarnêLeão foi em 28/02/2015, e assim, sucessivamente. E foi assim como declarei o IRPF, seguindo o regramento da Lei (Doc. Anexo). PRELIMINARMENTE Antes de adentrar ao mérito do presente recurso, necessário se faz trazer à tona questão preliminarmente fundamental, a qual acarreta a completa nulidade do Acórdão da 3ª Turma da DRJ/SDR que vota pela improcedência da minha impugnação nº 2016/010200116213, de 15/08/2017, referente a Notificação de Lançamento Nº 2016/084817952515230, Processo: 10183724314201719, no que se refere a infração: Compensação Indevida de CarnêLeão, no valor de R$ 4.673,85. Facilmente, se percebe que o ilustre Fiscal não verificou nos Sistemas de Arrecadação da Receita Federal o lançamento do valor R$ 4.673,85, pago em 29/01/2015, totalizando R$ 55.549,27. Portanto, peço reconsideração dos despachos de V.Sªs., pois, é indevida a cobrança do valor apurado pela 3ª Turma DRJ/SDR, vindo a calcular que tenho que proceder ainda recolhimento no valor de R$ 4.673,85 (corrigido para 30/04/2018, R$ 6.591,53 – Fonte 0211), referente a diferença de CarnêLeão/2015, entre o valor declarado e recolhido pelo interessado no valor de R$ 55.549,27 e o apontado pelo Auditor Fiscal, no valor de R$ 50.875,42, devido o fiscal não ter lançado o valor recolhido pelo interessado em janeiro/2015 no valor de R$ 4.673,85, comprovado nos autos dessa defesa. À vista do exposto, postula o recorrente, preliminarmente, pela nulidade deste suposto débito no valor de R$ 4.673,85 – constante na Intimação nº 239/2018, por ser totalmente indevida. Que seja preliminarmente, submetida o meu recurso à eminente 3ª Turma da DRJ/SDR, para reanálise da decisão face a documentação por mim apresentada e juntada a esses autos, uma vez que o recorrente comprovou documentalmente a realização de pagamentos de CarnêLeão, em 29/01/2015, no valor de R$ 4.673,85, totalizando R$ 55.549,27, conforme declaração do Imposto de Rendas, Exercício 2016, anoCalendário 2015. Caso a Razão preliminar não seja aceita, supletivamente requer desde já seja encaminhado o recurso para apreciação pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10183.724314/201719 Acórdão n.º 2001001.111 S2C0T1 Fl. 127 5 Inexiste controvérsia quanto à omissão de rendimentos no valor de R$ 1.903,98, porque não contestada pelo Contribuinte, razão pela qual fica mantido o crédito tributário nesta parte. PRELIMINAR A nulidade do Lançamento arguida pelo Recorrente não encontra amparo legal porque desprovida de elementos que justifiquem tal procedimento neste processo de julgamento administrativo tributário. Acrescentese ainda o fato da ausência de argumentação consistente para tal consideração. Foram mantidas todas as condições para o exercício do direito de ampla defesa e do contraditório exercidas pelo Recorrente. Assim, pelo exposto rejeitase a preliminar de nulidade. MÉRITO A lide se limita ao valor de R$ 4.673,85, e está centrada no recolhimento do mês de janeiro de 2015 que a Fiscalização diz referirse a dezembro de 2014 e o Recorrente afirma que embora referirse ao último mês do ano anterior sua data de recolhimento foi no anocalendário de 2015, em obediência a legislação. A Autoridade Autuante tem como forte a afirmação que confunde o mês do recebimento do valor com o período a que se refere o aluguel, no seguinte texto: O impugnante argumenta que o fato gerador relativo ao carnêleão recolhido em janeiro de 2015 teria ocorrido no próprio mês de janeiro. Não comprova, porém, este fato. O próprio Darf de cópia às fls. 08 indica que o recolhimento se refere ao período de apuração de dezembro de 2014. Se de fato se referisse a rendimentos recebidos em janeiro de 2015, como alega o impugnante, seria natural que fosse pago no vencimento regular, no final de fevereiro, e não em janeiro de 2015. Por esta mesma razão, podese concluir que o carnêleão pago pelo contribuinte em fevereiro já contempla o aluguel recebido em janeiro. Todavia, resta clara a constatação de que o período de ocorrência do débito do aluguel ocorre ao final de cada mês e seu vencimento, e correspondente pagamento por parte do locatário no dia 5 do mês subsequente. O imposto de renda pessoa física obedece ao regime de caixa conforme estabelece a legislação tributária, nos seguintes termos: Dec. 3.000/99 Art. 2º As pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, são contribuintes do imposto de renda, sem distinção da nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão. § 2º O imposto será devido à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos, sem prejuízo do ajuste estabelecido no art. 85 (Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990, art. 2º). Fl. 129DF CARF MF 6 O regime de caixa consiste, portanto, no efetivo recebimento dos rendimentos a partir de sua efetiva disponibilidade econômica com a entrega em numerário ou mediante depósito em conta do recebedor e/ou colocado a sua disposição de qualquer forma que concretize a quitação do compromisso financeiro. Neste caso, o pagamento da locação foi realizado mediante depósito em conta corrente bancária do Recorrente no dia 5 de cada mês, constando como efetivo recebimento dos rendimentos na data correspondente desde o mês de janeiro até dezembro no ano calendário de 2015 e, assim deve ser considerado, independente ao período a que se refira a locação, por se tratar de regime de caixa na apuração do imposto de renda pessoa física. Os valores que constam na Declaração de Ajuste Anual do Recorrente, como DARF pago, fl. 106 dos autos, confere exatamente com os registros do sistema da Receita Federal, fls. 101/105, razão pela qual se constata que os recolhimentos foram efetuados de acordo com o declarado pelo Contribuinte. Observase com clareza nos autos, fl. 108, que a Autoridade Autuante quando relacionou os pagamentos do Recorrente não fez constar o imposto com vencimento no mês de janeiro de 2015, que foi pago no dia 29 daquele mês, como se verifica na fl. 102, comprovante apresentado pelo Contribuinte e fl. 103/104, Sistema de Arrecadação da Receita Federal, em que se constata o valor de R$ 4.673,85, correspondente exatamente ao valor do Lançamento por glosa efetuada pela Fiscalização. Pelo que consta dos autos a comprovação documental apresentada pelo Recorrente supre suficientemente o requerido de sua parte como contribuinte, especialmente respaldada pela constatação de tratarse do recebimento de aluguéis de janeiro e pertencente ao anobase d 2015, por que a apuração do imposto de renda pessoa física obedecer, por força da legislação, ao regime de caixa em que considera como devido o imposto no mês do efetivo recebimento. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, rejeitar a preliminar, e no mérito, DAR PROVIMENTO, para excluir o crédito tributário remanescente no valor de R$ 4.673,85, pela improcedência do Lançamento nesta parte, mantida a parte não contestada. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 130DF CARF MF
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Numero do processo: 10825.000997/00-02
Turma: Terceira Turma Superior
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Jun 30 00:00:00 UTC 2006
Numero da decisão: 202-01.042
Decisão: RESOLVEM os Membros da Segunda Camara do Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligencia
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: Antonio Zomer
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Processo n2 : 10825.000997/00-02 Recurso 112 : 130.510 Recorrente : COMERCIAL AGROSERV BAURU LTDA. Recorrida : DRJ em Ribeirão Preto - SP RESOLUÇÃO N 202-01.042 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso int.:I -post() por COMERCIAL AGROSERV BAURU LTDA. RESOLVEM os Membros da Segunda Camara do Segundo Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligencia. Sala das SessõesTem 30 de junho de 2006. 7-7 , Antonio Carlos Atulim Presidente Andrezza Nascimenw 'chnicikal Mat. Siape 3773$9 Participaram, ainda, da presente resolução os Conselheiros José Adão Vitorino de Morais (Suplente), Nadja Rodrigues Romero, Simone Dias Musa (Suplente) e Maria Teresa Martinez López. Ausente o Conselheiro Gustavo Kelly Alencar. (*) Em virtude do falecimento do Conselheiro incumbido, originariamente, da redação da presente resolução, Raimar da Silva Aguiar, foi designado para redigi-la, conforme Despacho n2 202-077, fl. 228, o Conselheiro Antonio Zomer. `4.--/. tonro ZOrner Re a or-Designado (*) MF - SEGUNDO CONSELHO DE CUNT RIBUINTES CONFEP.E COtlit O OR;G1NAL Brasilia, Zi J 1- MF - SEGUNDO CONSELHO DE CONTRISUINT:,... CONFERE C.01 O OF.!GiNAL Brasilia, / O5 j 4vtal. Andrezza Nascimento Scitmcikal Mat. Siape 1377389 Ministério da Fazenda Segundo Conselho de Contribuintes Processo n2 10825.000997/00-02 Recurso n2 : 130.510 CC-MV Fl. Recorrente : COMERCIAL AGROSERV BAURU LTDA. RELATÓRIO Trata-se de pedido de restituição/compensação de valores da contribuição para o Programa de Integração Social — PIS, pagos corn base nos Decretos-Leis n2s 2.445/88 e 2.449/88, sob o argumento de que, corn a declaração de inconstitucionalidade desses dispositivos legais, os recolhimentos result aram a maior que o devido com base na LC n2 7/70. 0 pleito foi formulado em 19 de julho de 2000 e refere-se ao período de agosto de 1990 a setembro de 1995. A autoridade fiscal indeferiu o pleito, por entender que os pagamentos foram atingidos pela decadência, conforme Ato Declaratório ni! 96/99 e porque o lapso temporal previsto na LC n2 7/70, art. 62, representa prazo de recolhimento, o qual foi regularmente alterado pela legislação superveniente, de forma que não haveria crédito a compensar. Irresignada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que o prazo para se pleitear restituição/compensação é de cinco anos, contados da homologação do pagamento e que. não havendo homologação expressa, este prazo é de dez anos. Requer, também, a suspensão da exigibilidade dos débitos compensados. Além disso, após a declaração de inconstitucionalidade dos Decretos-Leis n2s 2.445 e 2.449, de 1988, e corn a vigência do parágrafo único do art. 62 da LC n2 7, de 1970, a base de cálculo do PIS é o faturamento do sexto mês anterior ao de ocorrência do fato gerador. A DRJ em Ribeirão Preto — SP, endossando o entendimento da DRF, manteve o indeferimento, conforme Acórdão n2 7.999, de 0310512005, constante ás fls. 206/218, acrescentando que a manifestação de inconformidade apresentada neste processo não tem o condão de suspender a exigibilidade dos débitos declarados, por não se tratar da impugnação prevista no art. 151, III. do CTN. No recurso voluntário, a empresa reedita seus argumentos de defesa, requerendo a reforma da decisão recorrida ; ara reconhecer o seu direito a restituição/compensação, bem como para que seja determinada a suspensão dos créditos compensados. o Relatório. Ministério da Fazenda Segundo Conselho de Contribuinte Processo 2 : 10825.000997/00-02 Recurso : 130.510 MF - SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES:. CONFERE CQi C) ORIGNAL Brasilia, AndrezzaNascjrnent iSelmteikal Mat. Siape 1377389 22 CC-N1F Fl. VOTO DO CONSELHEIRO-DESIGNADO ANTONIO ZOMER 0 recurso é tempestivo e cumpre os demais requisitos legais para ser admitido, pelo que dele conheço. Em face do que restou estabelecido pelos Membros desta Câmara, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligencia à repartição de origem, para que, conclusivamente, pronuncie-se sobre a existência de recolhimentos efetuados a maior, a titulo de PIS, em relação aos períodos de apuração ocorridos no período de agosto de 1990 a setembro de 1995, levando-se em consideração o que determina o art. 62, parágrafo único, da LC n2 7170 (faturamento do sexto mês anterior) e a aliquota de 0,75%, estatu!da pela LC n 2 17/73. A atualização monetária, até 31/12/95, dos valores recolhidos a maior, deve ser efetuada com base nos indices constantes da tabela anexa à Norma de Execução Conjunta SRF/Cosit/Cosar n 2 8, de 27/06/97, devendo incidir a taxa Selic a partir de 01/01/96, nos termos do art. 39, § 42, da Lei n2 9.250/95. Tal correção deve ser aplicada ate o momento de cada compensação realizada pela recorrente. 0 resultado da diligência deve ser consolidado em relatório que demonstre os indébitos e as compensações, dando-se dele conhecimento ao sujeito passivo, para que se manifeste, se assim o desejar, no prazo de 10 (dez) dias. Após, corn ou sem a manifestação da recorrente, retornem os autos a esta Câmara, para julgamento. Sala das Sessbes, ern 30 de junho de 2006. A •' , / N ANTONIO ZOMER 3
score : 1.0
Numero do processo: 17546.000184/2007-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 13 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/2001 a 31/12/2004
RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Insere-se no âmbito da competência da autoridade fiscal o reconhecimento da condição de segurado empregado, para fins de incidência de contribuições previdenciárias, não se consubstanciando tal feito em desconsideração de interpostas pessoas jurídicas envolvidas.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS INTELECTUAIS MEDIANTE PESSOA JURÍDICA. CONSTATAÇÃO DOS REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
Constatado que os sócios das pessoas jurídicas contratadas para prestação de serviços intelectuais exerciam a atividade-fim da empresa, com não-eventualidade, onerosidade, pessoalidade, e subordinação, sob sua forma estrutural, recebendo ainda benefícios típicos de empregados, cabe reconhecer como sendo essa sua condição, atraindo a incidência das contribuições previdenciárias devidas.
Numero da decisão: 2202-004.960
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo do lançamento os valores associados à pessoa jurídica Emphasis Consultoria em Informática Ltda.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, Virgílio Cansino Gil (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andrea de Moraes Chieregatto.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/2001 a 31/12/2004 RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA. Insere-se no âmbito da competência da autoridade fiscal o reconhecimento da condição de segurado empregado, para fins de incidência de contribuições previdenciárias, não se consubstanciando tal feito em desconsideração de interpostas pessoas jurídicas envolvidas. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS INTELECTUAIS MEDIANTE PESSOA JURÍDICA. CONSTATAÇÃO DOS REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Constatado que os sócios das pessoas jurídicas contratadas para prestação de serviços intelectuais exerciam a atividade-fim da empresa, com não-eventualidade, onerosidade, pessoalidade, e subordinação, sob sua forma estrutural, recebendo ainda benefícios típicos de empregados, cabe reconhecer como sendo essa sua condição, atraindo a incidência das contribuições previdenciárias devidas.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1544; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 703 1 702 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 17546.000184/200728 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202004.960 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 13 de fevereiro de 2019 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente TELE DESIGN SERVIÇOS E COMÉRCIO DE TELECOMUNICAÇÕES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/2001 a 31/12/2004 RECONHECIMENTO DA CONDIÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA. Inserese no âmbito da competência da autoridade fiscal o reconhecimento da condição de segurado empregado, para fins de incidência de contribuições previdenciárias, não se consubstanciando tal feito em desconsideração de interpostas pessoas jurídicas envolvidas. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS INTELECTUAIS MEDIANTE PESSOA JURÍDICA. CONSTATAÇÃO DOS REQUISITOS DA RELAÇÃO DE EMPREGO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Constatado que os sócios das pessoas jurídicas contratadas para prestação de serviços intelectuais exerciam a atividadefim da empresa, com não eventualidade, onerosidade, pessoalidade, e subordinação, sob sua forma estrutural, recebendo ainda benefícios típicos de empregados, cabe reconhecer como sendo essa sua condição, atraindo a incidência das contribuições previdenciárias devidas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 54 6. 00 01 84 /2 00 7- 28 Fl. 703DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo do lançamento os valores associados à pessoa jurídica Emphasis Consultoria em Informática Ltda. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, Virgílio Cansino Gil (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andrea de Moraes Chieregatto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas (SP) DRJ/CPS, que julgou procedente NFLD lavrada contra a epigrafada (fls. 03/77), correspondendo a contribuições referentes a segurados e à parte patronal, isto é, contribuição da empresa, do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa e de outras entidades — terceiros (INCRA, SALÁRIO EDUCAÇÃO, SESI, SENAI e SEBRAE). A decisão de piso assim sintetizou a autuação (fl. 636): Constituem fatos geradores das contribuições previdenciárias os valores despendidos com o pagamento das notas fiscais, aos segurados caracterizados empregados que lhes prestaram serviços como microempresários, porque reúnem as condições que configuram vinculo empregatício entre a empresa e os prestadores de serviço. Consta do Relatório Fiscal REFISC que os microempresários prestaram serviços de forma habitual, remunerada, pessoal, subordinada e exclusiva para a Notificada, configurando o referido vinculo empregatício. Relaciona, em planilhas, os vinte e sete segurados que prestaram serviços na qualidade de empregado antes de firmarem contrato e/ou constituírem empresas, as respectivas funções e datas de rescisão de contrato de trabalho, constituição de empresa e início de contrato de prestação de serviços. Anexa aos autos vários contratos de prestação de serviços das empreiteiras, folhas dos livros Razão e Diário, relação das notas fiscais de serviços emitidas pela vinte e sete empresas prestadoras de serviços; planilha das áreas que compõem a Tele Design e seus respectivos responsáveis e folhas de balanços patrimoniais referentes ao exercício de 2003 onde consta como Gerente Operacional o Sr. Eliton Vialta e como Diretor o Sr. Humberto Tadeu Kapor. Acrescenta que em todos os contratos firmados com as vinte e sete empresa as cláusulas 3.1 e 3.5 são idênticas, com variação somente no valor/hora e informa, também, os CNPJ, razão social e endereço das contratadas. Discorre a respeito dos elementos de convicção verificados para a caracterização do vínculo empregatício daqueles contribuintes individuais. Informa, ainda, que foram examinados os seguintes documentos: Notas Fiscais de Serviço, Contratos de Prestação de Serviço, Contratos Sociais, Rescisões Fl. 704DF CARF MF Processo nº 17546.000184/200728 Acórdão n.º 2202004.960 S2C2T2 Fl. 704 3 Trabalhistas, Fichas de Registro de Empregados, Folhas de Pagamento e os lançamentos contábeis. Não obstante impugnada (fls. 222/260), a exigência foi mantida no julgamento de primeiro grau (fls. 635 e ss), ensejando a interposição de recurso voluntário em 30/10/2007 (fls. 649/667), no qual foi alegado que houve indevida desconsideração da personalidade jurídica das contratadas para a prestação de serviços, ferindo o princípio da livre iniciativa e a competência exclusiva do judiciário para tanto, e que o art. 129 da Lei nº 11.196/05, norma de caráter interpretativo, dá amparo ao seu procedimento. Também é arguído que diversas empresas tem estrutura própria, e enfatizado que inexiste exclusividade na prestação de serviços à recorrente por parte das contratadas, juntando notas fiscais e documentos com vistas a embasar suas razões, que serão detalhadas no decorrer da fundamentação deste voto. É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Destaquese, para começar, que o contribuinte aduz que os serviços que lhe foram prestados tiveram supedâneo legal no art. 129 da Lei nº 11.196/05, verbis: Art. 129. Para fins fiscais e previdenciários, a prestação de serviços intelectuais, inclusive os de natureza científica, artística ou cultural, em caráter personalíssimo ou não, com ou sem a designação de quaisquer obrigações a sócios ou empregados da sociedade prestadora de serviços, quando por esta realizada, se sujeita tãosomente à legislação aplicável às pessoas jurídicas, sem prejuízo da observância do disposto no art. 50 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 Código Civil. Parágrafo único.(VETADO) Independentemente do mérito da discussão acerca do caráter interpretativo de tal norma, deve ser salientado que a possibilidade de prestação desse gênero de serviços via pessoas jurídicas encontra limites na observância do princípio da primazia da realidade, segundo o qual deve ser priorizada a verdade material observada no contexto das prestação de serviços, e não os seus aspectos formais. Nesse sentido, impõe trazer à colação a redação do parágrafo único do art. 129 da Lei nº 11.196/05, e respectivos motivos para o veto: Fl. 705DF CARF MF 4 Parágrafo único.O disposto neste artigo não se aplica quando configurada relação de emprego entre o prestador de serviço e a pessoa jurídica contratante, em virtude de sentença judicial definitiva decorrente de reclamação trabalhista. Razões do veto O parágrafo único do dispositivo em comento ressalva da regra estabelecida no caput a hipótese de ficar configurada relação de emprego entre o prestador de serviço e a pessoa jurídica contratante, em virtude de sentença judicial definitiva decorrente de reclamação trabalhista. Entretanto, as legislações tributária e previdenciária, para incidirem sobre o fato gerador o cominado em lei, independem da existência de relação trabalhista entre o tomador do serviço e o prestador do serviço. Ademais, a condicionante da ocorrência do fato gerador à existência de sentença judicial trabalhista definitiva não atende ao princípio da razoabilidade. Vêse então que a verificação da realidade material da relação jurídica regrada formalmente pela norma em evidência não carece de exame do poder judicante para ser submetida aos ditames da legislação tributária, bem como à análise das autoridades fazendárias competentes. Tal conclusão vai ao encontro do posicionamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST), vide o AIRR nº 63935.2010.5.02.0083, j. 19/6/2013, e o AIRR nº 981 61.2010.5.10.0006, j. 29/10/2012 ambos tendo como relator o Ministro Mauricio Godinho Delgado da 3ª Turma, ilustre doutrinador. Daquela última decisão transcrevese a ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 1) NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 2) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS. MULTA. 3) VERBAS RESCISÓRIAS. 4) RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. TRABALHO EMPREGATÍCIO DISSIMULADO EM PESSOA JURÍDICA. FENÔMENO DA PEJOTIZAÇÃO. PREVALÊNCIA DO IMPÉRIO DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA (ART. 7º, CF/88). MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126/TST. A Constituição da República busca garantir, como pilar estruturante do Estado Democrático de Direito, a pessoa humana e sua dignidade (art. 1º, caput e III, CF), fazendoo, entre outros meios, mediante a valorização do trabalho e do emprego (art. 1º, IV, in fine; Capítulo II do Título II; art. (art.5º,XXIII) e da busca do bemestar e da justiça sociais (Preâmbulo;art.3º, I, III e IV, ab initio; art. 170,caput; art. 193).Com sabedoria, incentiva a generalização da relação empregatícia no meio socioeconômico, por reconhecer ser esta modalidade de vínculo o patamar mais alto e seguro de contratação do trabalho humano na competitiva sociedade capitalista, referindose sugestivamente a trabalhadores urbanos e rurais quando normatiza direitos tipicamente empregatícios (art. 7º, caput e seus 34 incisos). Nessa medida incorporou a Constituição os clássicos incentivos e presunção trabalhistas atávicos ao Direito do Trabalho e que tornam excetivos modelos e fórmulas não empregatícias de contratação do labor pelas empresas (Súmula 212, TST). São excepcionais, portanto, fórmulas que tangenciem a relação de emprego, solapem a fruição de direitos sociais fundamentais e se anteponham ao Fl. 706DF CARF MF Processo nº 17546.000184/200728 Acórdão n.º 2202004.960 S2C2T2 Fl. 705 5 império do Texto Máximo da República Brasileira.Sejam criativas ou toscas,tais fórmulas têm de ser suficientemente provadas, não podendo prevalecer caso não estampem, na substância, a real ausência dos elementos da relação d e emprego (caput dos artigos 2º e 3º da CLT). A criação de pessoa jurídica, desse modo (usualmente apelidada de pejotização), seja por meio da fórmula do art. 593 do Código Civil, seja por meio da fórmula do art. 129 da Lei Tributária nº 11.196/2005, não produz qualquer repercussão na área trabalhista, caso não envolva efetivo, real e indubitável trabalhador autônomo. Configurada a subordinação do prestador de serviços, em qualquer de suas dimensões (a tradicional, pela intensidade de ordens; a objetiva, pela vinculação do labor aos fins empresariais; ou a subordinação estrutural, pela inserção significativa do obreiro na estrutura e dinâmica da entidade tomadora de serviços), reconhecese o vínculo empregatício com o empregador dissimulado, restaurandose o império da Constituição da República e do Direito do Trabalho. Portais fundamentos, que se somam aos bem lançados pelo consistente acórdão regional, não há como se alterar a decisão recorrida.Agravo de instrumento desprovido. (grifei) Destarte, não vislumbro respaldo normativo nem jurisprudencial que obste o reconhecimento, pelas autoridade fazendárias, de estarse diante de prestação de serviço efetuada na condição de empregado, assim definida nos termos da alínea 'a" do inciso I do art. 12 da Lei nº 8.212/91, ainda que formalmente o quadro apresentado seja de prestação de serviços intelectuais, nos termos do art. 129 da Lei nº 11.196/05. Quanto à alegação de que não poderia ter sido desconsiderada a personalidade jurídica das prestadoras de serviço, a qual teria sido feita "de forma indireta", entendoa por descabida, pois não foi esse o procedimento da fiscalização. Esta entendeu reconhecer a existência da condição de segurado empregado dos sócios dessas pessoas jurídicas diretamente com o autuado, com esteio nos arts. 12 e 33 da Lei nº 8.212/91, c/c o permissivo legal do art. 2º da Lei nº 11.457/07, o qual reforça a esfera de competência da Receita Federal do Brasil quanto à fiscalização das contribuições em comento: Art.2o Além das competências atribuídas pela legislação vigente à Secretaria da Receita Federal, cabe à Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art.11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991 ,e das contribuições instituídas a título de substituição. Vale registrar que, quando da sanção presidencial à Lei nº 11.457/07, o Presidente da República vetou o § 4º do artigo 6º desse diploma, o qual excluía das atribuições da autoridade fiscal “a desconsideração da pessoa, ato ou negócio jurídico que implique reconhecimento de relação de trabalho, com ou sem vínculo empregatício”, estabelecendo que a atuação fiscal, nesses casos, deveria ser precedida de decisão judicial. Segundo as razões de veto “condicionar a ocorrência do fato gerador à existência de decisão judicial não atende ao princípio constitucional da separação (sic) dos Poderes”. De fato, o que se violaria seria a atuação do poder fiscalizatório justamente na hipótese mais grave das relações de trabalho, ou Fl. 707DF CARF MF 6 seja, quando se constata a evasão fiscal decorrente da falta de formalização (ou desvirtuação) do contrato de trabalho e consequente inadimplemento das contribuições ao sistema. Então, para analisar as condições de incidência das contribuições previdenciárias, têm as autoridades fazendárias o poderdever de verificar a relação jurídica existente entre o prestador de serviços e o tomador, checando a ocorrência de não eventualidade e subordinação. Tal feito tem supedâneo normativo expresso no art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN) e no § 2º do art. 229 do Decreto nº 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social RPS), o qual regra que "Se o Auditor Fiscal da Previdência Social constatar que o segurado contratado como contribuinte individual, trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, preenche as condições referidas no inciso I do caput do art. 9º, deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurado empregado". Nesse sentido, temse sucessivas decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tais como as prolatadas nos REsp de nos 236.279, 515.521, 575.086 e 894.571/SP. Não é demasiado lembrar, ainda, que em caso de constatação de fraudes nas relações trabalhistas, o art. 9º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) regra que são nulos de pleno direito os atos praticados para viabilizálos, havendo, por outra via, amparo normativo no inciso VII do art. 149 do CTN para a imputação do gravame tributário nessas situações. Inexiste, em decorrência, qualquer mácula na ação fiscal tanto no tocante à competência para o reconhecimento, seja da existência de relações jurídicas aptas a atrair a incidência das contribuições previdenciárias, seja de eventual fraude envolvendo tais relações, não havendo falar, nessa linha, em violação de atribuição exclusiva do judiciário, ou mesmo em afronta ao princípio constitucional da livre iniciativa, face às normas de regência acima referidas. Dos fatos examinados e da autuação. A fiscalização concluiu que o contribuinte em epígrafe contratou vinte e sete pessoas físicas mediante a interposição de pessoas jurídicas, cujos sócios efetivamente prestavam os serviços acordados. Nesse sentido, coletou os seguintes elementos de prova, dentre outros: os microempresários foram todos exfuncionários da contratante, atuando em sua atividadefim tecnologia, projeto, engenharia, etc., e apresentandose como, por exemplo, "gerente de engenharia", "gerente de operações", etc, e inclusive, no atendimento à fiscalização por parte do autuado, um dos sócios de empresa contratada, Alexandre Pinheiro, da AP Assessoria Empresaria, nomeouse como seu "gerente de recursos humanos" (fl. 170); a contratação da empresas em questão deuse na sequência das rescisões contratuais como empregado do recorrente; conforme consulta no sistema DATAPREV, as empresas interpostas não tinham funcionários; no Livro Diário do recorrente consta registrado o pagamento de seguro de vida em grupo, assistência médica e odontológica às empresas contratadas; Fl. 708DF CARF MF Processo nº 17546.000184/200728 Acórdão n.º 2202004.960 S2C2T2 Fl. 706 7 nos contratos consta a previsão de reembolso de despesas de transporte, e de utilização das instalações do contratante ou de terceiros por esse indicados; os contratos são padrão em sua grande maioria, variando somente o valor da remuneração/hora; as notas fiscais são emitidas uma vez por mês por contratado, e sob números sequenciais, e com valores predominantemente estáveis ao longo do ano; há endereços sede coincidentes entre várias empresas (fls. 205/206). Pois bem, são segurados obrigatórios da previdência social os empregados, definidos pelo art. 12 da Lei nº 8.212/91 aqueles que prestam serviço a empresa em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado. Necessário examinar se tais elementos estão presentes no caso em tela. Onerosidade e não eventualidade. A onerosidade é traço comum tanto ao contrato de trabalho quanto ao de prestação de serviços, porém há que se ressaltar restar claro, pelas notas fiscais apresentadas, que os valores envolvidos foram pagos mensalmente às pessoas jurídicas no transcurso do período examinado, não havendo variações quantitativas relevantes de um mês para outro, sendo as respectivas notas fiscais emitidas enumeradas sequencialmente para o mesmo prestador (fls. 155/170). Assim, durante os anoscalendário em foco, cada pessoa jurídica recebeu mensal e seguidamente valores associados à prestação de serviços, ainda que não tenham tais pagamentos abrangido a totalidade desses anos. Cumpre registrar, também no que se refere à não eventualidade, que nos contratos, apesar de estabelecido inicialmente prazo de duração de um ano, ficavam prorrogados automaticamente por prazo indeterminado, donde se evidencia a proximidade com os contratos laborais. Pessoalidade. O recorrente não nega que os serviços eram prestados pessoalmente pelos contratados, mas parece entender que para fins fiscais lhes seria aplicável a legislação das pessoas jurídicas, com esteio no art. 129 da Lei nº 11.196/05. Decerto, tarefa deveras desafiadora seria defender que os serviços não foram prestados com pessoalidade. As pessoas físicas do sócios das empresas em questão já tinham sido funcionários empregados da empresa, ocupando inclusive cargos técnicos ou de gestão, como bem frisado pela fiscalização. Acrescentese que, embora o recorrente defenda que algumas das pessoas jurídicas em comento detinham efetiva estrutura para a prestação de serviços, tal informação conflita com as declarações prestadas por essas mesmas empresas à previdência social, visto que, conforme destacado pela fiscalização, perante a autarquia (informação do Sistema Dataprev CNIS RAIS) elas vem informando não possuírem quaisquer empregados. Fl. 709DF CARF MF 8 De todo modo, a existência de pessoalidade tornase inequívoca quando se constata o reembolso, registrado na contabilidade do autuado, de valores tipicamente associados à relação laboral, tais como seguro de vida em grupo, assistência médica e assistência odontológica pessoas jurídicas não precisam receber tais benefícios, por óbvio. A previsão dos sócios das contratadas terem reembolso de aderirem aos planos de saúde e assistência odontológica do autuado é mais um traço nítido de pessoalidade e da existência de relação de emprego, pois o razoável, tanto nesse caso quanto no do seguro de vida em grupo, é que a pessoa jurídica prestadora incorporasse no preço de seus serviços eventuais custos decorrentes do fornecimento dessas benesses aos seus funcionários. Ainda no campo da pessoalidade, não é demasiado fazer referência a algumas alegações recursais voltadas para questões circunstanciais, aduções essas que facilmente são refutadas mediante a análise cuidadosa dos autos. Por um lado, é insinuado que a fiscalização teria esquecido que Humberto Tadeu Kapor, sócio da empresa Ferreira Kapor, passou à condição de administrador da empresa em jan/04, recebendo a partir daí prolabore já devidamente tributado. Porém tal "esquecimento" não ocorreu, pois conforme pode ser aferido pela leitura dos relatórios de fls. 54 e ss, não houve pagamentos a essa pessoa física incluídos na base de cálculo do lançamento para o anocalendário 2004. E de outro, é afirmado que foi imputado à Simone Maria de Paula Souza vínculo empregatício, enquanto que o administrador da contratada no caso era pessoa diversa, Paulo Ricardo Vaggione. Ora, tal equívoco material foi sanado antes da impugnação, e foi conferida então oportunidade ao contribuinte para manifestarse a respeito; quedando na ocasião silente (fls. 518/634), resta superado o momento processual para alegar vícios em tal procedimento, mormente quando não comprovado qualquer prejuízo à defesa dele decorrente. Subordinação. O conceito de subordinação jurídica, definida como poder de comando que o empregador tem sobre o trabalho do empregado, vem sofrendo transformações ao longo do tempo, tendo em vista a dinâmica das relações que se estabelecem no mercado de trabalho. Nesse contexto, impôsse o desenvolvimento do conceito de subordinação estrutural ou integrativa, segundo o qual o vínculo empregatício resta configurado na medida em que o trabalhador esteja inserido na estrutura da empresa e a sua prestação de serviços revelese indispensável à consecução da atividade empresarial. Tal conceito vem sendo amplamente acolhido pela doutrina e jurisprudência trabalhista, conforme atestam, ilustrativamente, os julgados do TST no RR528100 67.2006.5.02.0081 (j. 14/12/11), AI no RR 20310920125020384 (j. 16/9/2014). Vejase que no caso em tela o sócio da pessoa jurídica formalizada não utilizavase de empregados, e prestava os serviços tanto servindose das instalações da contratante, quanto de clientes, consoante as cláusulas contratuais respectivas uniformemente preceituam. Aqui, cabe registrar que a aquisição de pontual de um computador pessoal (notebook) em nome de uma empresa, de um contrato de telefonia celular ou mesmo de veículo em nome de outra, estão longe de configurar a existência de efetiva estrutura empresarial. Tais Fl. 710DF CARF MF Processo nº 17546.000184/200728 Acórdão n.º 2202004.960 S2C2T2 Fl. 707 9 bens possuem serventia, também, e à toda vista, para empregados pessoa física. Também a suposta existência de contabilidade em algumas das contratadas sequer foi comprovada nos autos. Quanto à aventada estrutura de outra empresa Paulo Serviços de Telecomunicações S/C, que se procurou corroborar com a juntada de páginas de seu suposto sítio na internet, necessário dizer que não há comprovação de ser esse sítio contemporâneo aos fatos em apreço, pelo contrário, consta que a pesquisa ocorreu em novembro de 2006; ademais, não foram colacionadas notas fiscais atestando prestação de serviços a outrem que não o recorrente no decorrer do período analisado, anoscalendário 2002 a 2004. Diante desse panorama, portanto, não se justifica qualquer providência ou diligência adicional para fins de averiguar a efetividade da existência de estrutura hábil nas pessoas jurídicas contratadas, até mesmo porque os demais elementos de prova convergem para as conclusões do Fisco. E, mister frisar, para a totalidade das pessoas físicas sócias das contratadas havia vínculo laboral pré existente com o contribuinte, o que, à luz do princípio da continuidade da relação de emprego, também aponta para a efetiva existência desse tipo de liame jurídico na espécie. A única ressalva que aqui se faz, e que confere tênue sucesso aos argumentos do recorrente, é que no caso do exfuncionário Meison Salviano Almeida, sócio da Emphasis Consultoria em Informática Ltda, há substancial lapso temporal entre a sua saída da autuada (26/08/2002) e a assinatura do contrato de prestação de serviços com essa (jul/2004), o que lança severas dúvidas quanto à presença de continuidade na prestação de serviços sob o vínculo laboral. Aliado ao pequeno número de notas fiscais associadas à mencionada empresa (5 notas emitidas entre agosto e dezembro de 2004), temse como resultado convencimento mais precário acerca dos fatos nesse caso específico, motivo pelo qual devem ser excluídas do lançamento as remunerações vinculadas à empresa Emphasis Consultoria em Informática Ltda. Noutro giro, merece também ser enfatizado que os serviços realizados sob a designação de assessoria e/ou consultoria confundemse, à toda vista, com a própria atividade fim da empresa contratante, sendo de natureza técnica ou de gestão com aquela imbrincados. Em síntese, ainda que a inserção do trabalho dos referidos sócios na dinâmica empresarial do contribuinte não possa, isoladamente, dar ensejo ao reconhecimento de subordinação jurídica, por outro lado não se pode conceber que eventual natureza intelectual do labor por eles desenvolvido seja óbice insuperável à verificação em concreto da existência dessa subordinação, tendo em vista as demais evidências coligidas nos autos, as quais, em seu conjunto, denotam a existência de relação empregatícia de fato abarcando tais pessoas físicas. Importa, neste átimo, chamar a atenção para o fato de que o principal argumento vertido pelo recorrente para sustentar suas razões é o de que as pessoas jurídicas contratadas não prestavam serviços somente para a fiscalizada, mas também outras empresas; nessa toada, colaciona as notas fiscais correspondentes, sumarizadas às fls. 654/661 da peça recursal, além de consulta a páginas de tribunais. Fl. 711DF CARF MF 10 Primeiramente, cabe observar que para várias pessoas jurídicas não foram apresentadas notas fiscais emitidas para terceiros que não o autuado vejase por exemplo, as empresas NJF Assessoria Empresarial S/C Ltda., Rigo Serviços em Telecomunicações S/C Ltda., dentre outras ou ainda, as notas fiscais juntadas não se referem ao período examinado ilustrativamente, citese as empresas PAULINO Serviços de Telecomunicações S/C Ltda. e Silveira & Silveira Assessoria Empresarial S/C Ltda. E, o mais importante, é frisar e explicar ao recorrente que a exclusividade na prestação de serviços para um determinado tomador não é requisito legal para a caracterização de relação empregatícia nem sob o prisma previdenciário bastando para tanto não eventualidade, onerosidade e subordinação, exvi do art. 12 da Lei nº 8.212/91 tampouco sob o enfoque trabalhista o qual requer pessoalidade, nãoeventualidade, onerosidade e subordinação, forte no art. 3º da CLT. Assim, e mesmo considerando que a autuação por vezes refirase a existência de exclusividade no particular, o que foi devidamente contestado documentalmente pela recorrente, há provas fartas o suficiente para corroborar as conclusões do Fisco quanto à preponderância da condição de segurado empregado, pois todos os elementos para que esta se configure estão, sem dúvida, presentes, ainda que tenha havido a prestação de serviços a outras pessoas jurídicas que não o autuado, eventualmente, no curso dos anos examinados. Sem reparos a realizar no lançamento também sob essa ótica, portanto. Ante o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo do lançamento os valores associados à pessoa jurídica Emphasis Consultoria em Informática Ltda. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 712DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13884.721839/2017-85
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
MOLÉSTIA GRAVE. RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA.
São isentos de imposto de renda em decorrência de moléstia grave os rendimentos decorrentes de proventos de aposentadoria, nos termos do artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988
Numero da decisão: 2001-001.074
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Relator
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JORGE HENRIQUE BACKES
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RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. São isentos de imposto de renda em decorrência de moléstia grave os rendimentos decorrentes de proventos de aposentadoria, nos termos do artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Relator Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento relativa à Imposto de Renda Pessoa Física, isenção de rendimentos de portador de doença grave. O Recurso Voluntário foi apresentado pelo relator para a Turma, assim como os documentos do lançamento, da impugnação e do acórdão de impugnação, e demais AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 72 18 39 /2 01 7- 85 Fl. 130DF CARF MF 2 documentos que embasaram o voto do relator. Não se destacaram algumas dessas partes, pois tanto esse acórdão como o inteiro processo ficam disponíveis a todos os julgadores durante a sessão. A ementa do acórdão de impugnação foi dispensada. O acórdão de impugnação relatou assim a matéria: O lançamento decorreu da constatação da seguinte infração: Omissão de Rendimentos do Trabalho com Vínculo e/ou sem Vínculo Empregatício – Fonte Pagadora: São Paulo Previdência CNPJ 09.041.213/000136 (R$ 133.362,00). Considerada a omissão de rendimentos da fonte pagadora CNPJ 09.041.213/000136 em função da data do ato legal da Reforma. O enquadramento legal do lançamento encontrase na referida Notificação. Cientificado da exigência o sujeito passivo apresentou a impugnação acostada à fl. 2/5, alegando, em síntese, que: tem direito à isenção total dos rendimentos recebidos, por ser portador de moléstia grave irreversível e incapacitante com início comprovado em maio de 1997, conforme laudo pericial oficial para isenção de Imposto de Renda; através de publicação no Diário Oficial do poder Executivo, em 17 de outubro de 1998 o impugnante, servidor militar, foi transferido para a reserva; sucessivamente, através de publicação no Diário Oficial do poder Executivo, em 26 de maio de 2015 o contribuinte passou a reforma, de ofício com início de em dezembro de 2014; tinha o direito de restituir o valor de R$ 28.922,60, mas após a Notificação de Lançamento recebeu apenas o valor de R$ 5.259,42, solicita que o lançamento seja revisto e que receba o valor restante de R$ 23.663,18; e solicita a aplicação no presente caso da súmula nº 43 do Carf. E no voto: Quanto ao requisito do laudo pericial, o documento acostado à fl. 24 (laudo pericial para isenção do imposto de renda), datado de 12 de julho de 2016, atesta que o contribuinte é portador de moléstia grave M544 paralisia irreversível e incapacitante, não passível de controle, desde maio de 1997. Portanto, comprovada a moléstia grave. No que tange à outra condição cumulativa, ou seja, à natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria, pensão ou reforma, cumpre observar que o contribuinte acostou aos autos a cópia do Diário Oficial, de 26 de maio de 2015, que informa a transferência para a reforma a partir de dezembro de 2014 (fls. 26/27). Fl. 131DF CARF MF Processo nº 13884.721839/201785 Acórdão n.º 2001001.074 S2C0T1 Fl. 3 3 É importante destacar que o período da reserva remunerada não está abrangido pela isenção supracitada, só fazendo jus a essa a partir do momento em que foi reformado, nos exatos termos da disposição legal. Além disso, a Portaria MF nº 383, de 12 de julho de 2010 não atribuiu à Súmula CARF nº 43 efeito vinculante em relação à administração tributária federal. Portanto, a Receita Federal do Brasil não está vinculada ao entendimento sumulado (Súmula nº 43) do Carf. Fl. 132DF CARF MF 4 Recurso voluntário reitera alegações feitas na impugnação. Voto Conselheiro Jorge Henrique Backes, Relator Verificada a tempestividade do recurso voluntário, dele conheço e passo à sua análise. Tratase de isenção relativa à doença grave. No acórdão de impugnação consta a recusa à isenção por haver o entendimento que os rendimentos não seriam seriam de aposentadoria, pois o contribuinte é militar transferido à reseva. O recorrente é portador de doença grave. Nesses casos, a legislação estabelece isenção para os rendimentos de aposentadoria. São isentos de imposto de renda em decorrência de moléstia grave os rendimentos decorrentes de proventos de aposentadoria, nos termos do artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 1988: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma. Foi recusada a qualificação de "rendimentos de aposentadoria" aos valores pagos, e portanto foi mantida a omissão de rendimentos. Discordamos da DRJ, pois entendemos que se trata de rendimentos de aposentadoria, além disso, tratase da aplicação da Súmula CARF nº 43: Conclusão Fl. 133DF CARF MF Processo nº 13884.721839/201785 Acórdão n.º 2001001.074 S2C0T1 Fl. 4 5 Em razão do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Relator Fl. 134DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.907824/2015-92
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.728
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Relatório Versa o presente sobre pedido de ressarcimento de contribuições não cumulativas que, após procedimento fiscalizatório sofrido pela empresa, restaram não reconhecidos em sua integralidade, consoante Despacho Decisório que integra os autos em apreço. Inconformada com o não reconhecimento integral de seu pleito, a recorrente apresentou manifestação de inconformidade que foi julgada improcedente pelo Colegiado a quo, nos termos do Acórdão nº 10058.396. Destacase que a DRJ aplicou o entendimento das INs SRF 247/2002 e 404/2004. Regularmente cientificado desta decisão, a contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, com as seguintes alegações, em síntese: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 07 82 4/ 20 15 -9 2 Fl. 4390DF CARF MF Processo nº 10880.907824/201592 Resolução nº 3402001.728 S3C4T2 Fl. 3 2 i) conceito de insumo aplicável alega que ele representa não só elementos diretos, mas também indiretos ligados à produção de produtos e de serviços; entende que a natureza jurídica dos créditos do PIS e da Cofins não pode ser confundida com a nãocumulatividade do ICMS e do IPI, apontando que deveria se aplicado o método indireto subtrativo; aduz que os créditos de PIS e de Cofins se revestem de subvenção estatal; requer créditos sobre a totalidade de seus custos e de suas despesas, pois não haveria como se restringir o conceito de insumo; aponta a procedência de suas alegações à luz de sua atividade econômica; ii) direito ao crédito sobre aquisições de combustíveis alega que os combustíveis e Gás GLP seriam aplicados em seu processo produtivo, citando a Lei nº 10.833/03 e a Instrução Normativa nº 404/04; alega que o óleo diesel seria utilizado em suas empilhadeiras e geradores; iii) direito ao crédito sobre serviços de laboratório e análises microbiológicas alega que o direito a crédito sobre tais serviços utilizados como insumos estaria amparado pela Lei nº 10.833/03, sendo essa rubrica composta por três serviços distintos: de laboratório; do serviço de inspeção federal (SIF), de caráter de inspeção sanitária; e de análises microbiológicas, essenciais e obrigatórios nos frigoríficos; iv) direito a crédito integral sobre os fretes internacionais alega que teria atendido a todos os requisitos normativos e legais previsto na Leis nº 10.833/03 para creditamento sobre fretes nas operações de venda, não prosperando a acusação fiscal que impediu o crédito por ser o transportador pessoa jurídica não domiciliada no país; ii) direito ao crédito integral sobre o frete decorrente da aquisição de insumos, e não o cômputo do crédito presumido. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3402001.720, de 30 de janeiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.907821/201559, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402001.720): "Ao examinar os argumentos trazidos pela Recorrente, em cotejo com as alegações da Autoridade Fiscal, entendo necessária a conversão do julgamento em diligência com vistas a aclarar a situação que passo a descrever. A questão devolvida a este colegiado cingese sobre o conceito de insumo para fins de creditamento das contribuições de PIS Fl. 4391DF CARF MF Processo nº 10880.907824/201592 Resolução nº 3402001.728 S3C4T2 Fl. 4 3 e COFINS, cujo reflexo poderia alterar o direito creditório da Recorrente e o Despacho Decisório que homologou apenas parcialmente as compensações pleiteadas. Especificamente, tratamse das seguintes glosas efetuadas pela autoridade fiscal e confirmadas pela DRJ: (i) Crédito sobre aquisições de combustíveis; (ii) Crédito sobre serviços de laboratório e análises microbiológicas; (iii) Crédito sobre os fretes internacionais; (iv) Crédito integral sobre o frete decorrente da aquisição de insumos, e não o cômputo do crédito presumido Quanto ao conceito de insumo para fins de creditamento da contribuição para o PIS e a COFINS, o julgador a quo aplicou o entendimento das INs SRF 247/2002 e 404/2004, no sentido de restringir o crédito apenas nas situações relacionadas nos referidos atos infralegais. A questão já foi definitivamente resolvida pelo STJ, no Resp nº 1.221.170/PR, sob julgamento no rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), que estabeleceu conceito de insumo tomando como diretrizes os critérios da essencialidade e/ou relevância. Transcrevo a ementa do julgado: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – Fl. 4392DF CARF MF Processo nº 10880.907824/201592 Resolução nº 3402001.728 S3C4T2 Fl. 5 4 bem ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos relativos a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. Destacase o voto da Ministra Regina Helena Costa, que considerou os seguintes conceitos de essencialidade ou relevância da despesa, que deve ser seguido por este Conselho: Essencialidade – considerase o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço, constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço, ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência; Relevância considerada como critério definidor de insumo, é identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja pelas singularidades de cada cadeia produtiva (v.g., o papel da água na fabricação de fogos de artifício difere daquele desempenhado na agroindústria), seja por imposição legal (v.g., equipamento de proteção individual EPI), distanciandose, nessa medida, da acepção de pertinência, caracterizada, nos termos propostos, pelo emprego da aquisição na produção ou na execução do serviço. Dessa forma, considerando que a análise efetuada pela autoridade fiscal baseouse nos termos determinados pelas INs SRF 247/2002 e 404/2004, e não considerou a essencialidade e relevância dos itens no processo produtivo da Recorrente, entendo que a situação fática deve ser aclarada pela unidade de origem, considerando a nova Fl. 4393DF CARF MF Processo nº 10880.907824/201592 Resolução nº 3402001.728 S3C4T2 Fl. 6 5 interpretação determinada pelo STJ acerca do conceito de insumo para fins de creditamento de PIS e COFINS. Diante disso, converto o julgamento do recurso voluntário em diligência à repartição de origem para que a autoridade preparadora: (i) intime a Recorrente para apresentação de Laudo Técnico, com o detalhamento dos dispêndios com COMBUSTÍVEIS, SERVIÇOS DE LABORATÓRIO E ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS e sua utilização dentro de seu processo produtivo; (iii) elabore um novo parecer e um novo demonstrativo do direito creditório requerido, com as considerações efetuadas a partir da nova interpretação do conceito de insumo determinada pelo STJ de relevância e essencialidade. Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Concluída a diligência, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento ao julgamento." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a autoridade preparadora: (i) intime a Recorrente para apresentação de Laudo Técnico, com o detalhamento dos dispêndios com COMBUSTÍVEIS, SERVIÇOS DE LABORATÓRIO E ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS e sua utilização dentro de seu processo produtivo; (iii) elabore um novo parecer e um novo demonstrativo do direito creditório requerido, com as considerações efetuadas a partir da nova interpretação do conceito de insumo determinada pelo STJ de relevância e essencialidade. Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Concluída a diligência, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento ao julgamento." (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 4394DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.962342/2008-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2000
REMESSA GRATUITA. COFINS CUMULATIVA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO.
As remessas gratuitas de mercadorias, constantes das Notas Fiscais de Saída, devem ser excluídas da base de cálculo da COFINS apurada pelo remetente, por não representarem ingresso de faturamento.
DIREITO CREDITÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA
O postulante de direito creditório deve apresentar as provas inerentes ao crédito alegado, para possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. COMPROVAÇÃO PARCIAL. EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO
Em nome do princípio da verdade material, foi atendido o pleito da Recorrente. Procedendo-se à análise dos documentos e comprovado documentalmente se impõe o reconhecimento parcial do direito postulado.
Numero da decisão: 3201-004.761
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para determinar a exclusão, da base de cálculo da Cofins, daquelas notas fiscais apresentadas pelo contribuinte que se refiram a saída gratuita do estabelecimento autuado, bem como aquelas de simples remessa, nos termos do Relatório Fiscal.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Vinicius Toledo de Andrade - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: LEONARDO VINICIUS TOLEDO DE ANDRADE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2000 REMESSA GRATUITA. COFINS CUMULATIVA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. As remessas gratuitas de mercadorias, constantes das Notas Fiscais de Saída, devem ser excluídas da base de cálculo da COFINS apurada pelo remetente, por não representarem ingresso de faturamento. DIREITO CREDITÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA O postulante de direito creditório deve apresentar as provas inerentes ao crédito alegado, para possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. COMPROVAÇÃO PARCIAL. EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO Em nome do princípio da verdade material, foi atendido o pleito da Recorrente. Procedendo-se à análise dos documentos e comprovado documentalmente se impõe o reconhecimento parcial do direito postulado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para determinar a exclusão, da base de cálculo da Cofins, daquelas notas fiscais apresentadas pelo contribuinte que se refiram a saída gratuita do estabelecimento autuado, bem como aquelas de simples remessa, nos termos do Relatório Fiscal. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Vinicius Toledo de Andrade - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
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COFINS CUMULATIVA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. As remessas gratuitas de mercadorias, constantes das Notas Fiscais de Saída, devem ser excluídas da base de cálculo da COFINS apurada pelo remetente, por não representarem ingresso de faturamento. DIREITO CREDITÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA O postulante de direito creditório deve apresentar as provas inerentes ao crédito alegado, para possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. COMPROVAÇÃO PARCIAL. EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO Em nome do princípio da verdade material, foi atendido o pleito da Recorrente. Procedendose à análise dos documentos e comprovado documentalmente se impõe o reconhecimento parcial do direito postulado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para determinar a exclusão, da base de cálculo da Cofins, daquelas notas fiscais apresentadas pelo contribuinte que se refiram a saída gratuita do estabelecimento autuado, bem como aquelas de simples remessa, nos termos do Relatório Fiscal. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 96 23 42 /2 00 8- 76 Fl. 281DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 282 2 (assinado digitalmente) Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Por retratar com fidelidade os fatos, adoto, com os devidos acréscimos, o relatório produzido em sede de Manifestação de Inconformidade, o qual está consignado nos seguintes termos: "1. A interessada acima qualificada apresentou Declaração de Compensação nº 16583.02253.101104.1.3.046276 em 10/11/04 (fls. 06/10), pleiteando a compensação de débitos de COFINS, com créditos de COFINS, decorrentes de suposto pagamento a maior ou indevido efetuado em 14/07/00. 2. Por meio do Despacho Decisório Eletrônico de fl. 01, emitido em 11/12/08, a compensação pleiteada não foi homologada, sob o fundamento de que a partir das características do DARF por meio do qual teria ocorrido o pagamento a maior ou indevido, o pagamento foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. 3. Cientificado da decisão em 05/01/09 (fls. 04/05), o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 11/14) alegando, em síntese, que: 3.1 Como se pode observar no demonstrativo da composição das bases de cálculo, o crédito de COFINS utilizado para sua compensação referese à parcela da contribuição indevidamente paga sobre valores relativos às saídas gratuitas ("brindes") de seus produtos. 3.2 Se a base de cálculo tanto do PIS quanto da COFINS é constituída pela receita ou pelo faturamento, não há que se falar em ocorrência do fato gerador sobre o valor de notas fiscais de saída de mercadorias, sem que haja de fato ou de direito a correspondente receita ou faturamento. 3.3 Ao compor a base de cálculo das contribuições, cometeu equívoco de incluir valores que não constituíam sua receita ou faturamento, e deveria ter apresentado retificações de suas declarações para excluir destas bases de cálculos do PIS e da COFINS estes valores. Fl. 282DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 283 3 3.4 Em determinados casos, suas declarações não foram retificadas, e assim, cometeu erro de fato no procedimento tendente à apresentação desta PER/DCOMP. 3.5 Tal equívoco não macula seu direito à obtenção dos créditos, de fácil apuração, caso a autoridade administrativa competente tivesse cumprido sua obrigação legal e diligenciado ao estabelecimento da ora requerente, como determina o artigo 24 da IN SRF nº 600/2005. 3.6 Não procedendo assim, o despacho decisório representa ofensa aos princípios da moralidade administrativa, da razoabilidade, da finalidade e da oficialidade, além de ensejar o enriquecimento sem causa da União, ferindo o caput do artigo 37 da Carta Magna, e os artigos 2º, 3º, inciso I e 50, inciso I da Lei 9.784/99. 3.7 Requer a reforma do Despacho Decisório, reconhecendo seu direito creditório na sua totalidade e homologando a compensação do PER/DCOMP." A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente e a decisão apresenta a seguinte ementa: O Recurso Voluntário da Recorrente foi interposto de forma hábil e tempestiva, contendo, em breve síntese, os seguintes argumentos: Fl. 283DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 284 4 (i) efetuou o recolhimento a maior da COFINS, em razão de indevida inclusão na base de cálculo do valor de mercadorias que saíram de seu estabelecimento a título gratuito; (ii) compensou o crédito decorrente do mencionado recolhimento a maior com débitos de tributos federais; (iii) não está em discussão nos autos a impossibilidade de incidência da COFINS sobre o valor de mercadorias que deixam o estabelecimento a título gratuito, sendo que a decisão recorrida apenas entendeu não terem sido apresentados documentos que comprovam a liquidez e certeza dos créditos compensados; (iv) o despacho decisório é nulo, pois foi indeferida a compensação com base em suposta inexistência do crédito, sem que a Recorrente tivesse sido intimada para apresentar documentos comprobatórios dos créditos alegado na DCOMP, ou determinar a realização de diligências em seu estabelecimento; (v) o deslinde dessa questão passa pela análise e correta interpretação do art. 4º da Instrução Normativa nº 600/2005, cuja correta interpretação implica na intimação do contribuinte para apresentação de documentos para comprovar o seu direito e, se for o caso, realizar diligências em seu estabelecimento; (vi) a interpretação conferida pela decisão recorrida não pode prevalecer, eis que afronta os princípios da moralidade administrativa, bem como legalidade, finalidade, impessoalidade e eficiência; (vii) é idônea a documentação acostada com a Manifestação de Inconformidade, consistente em (a) demonstrativo de composição da base de cálculo da COFINS e (b) balancetes de verificação nos quais indicou claramente o valor das mercadorias que saíram do estabelecimento a título gratuito e que, portanto, não deveriam ter integrado a base de cálculo; (viii) apresenta documentos adicionais com a peça recursal no propósito de corroborar as provas apresentadas com a Manifestação de Inconformidade, constituídos por (a) Demonstrativo de composição da base de cálculo da COFINS e balancetes idênticos aos juntados à Manifestação de Inconformidade, mas contendo os elementos que a decisão recorrida reputou essenciais, a saber: nome e assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e registro no CRC; (b) Demonstrativo das Notas Fiscais que não deveriam ter sido inclupidas na base de cálculo da COFINS, com indicação de seus respectivos valores contábeis e códigos fiscais de operação (CFOP) e (c) cópia do Termo de Abertura, do Termo de Encerramento e das páginas do Livro Registro de Saídas em que as referidas Notas Fiscais foram lançadas. O processo foi encaminhado a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF para julgamento e convertido em diligência através da Resolução nº 3201 000.452, de 27/11/2013, para que a Delegacia da Receita Federal analisasse documentos apresentados e trazidos em sede de recurso voluntário (documentos intitulados 01/02 referentes à procuração; 03/04 , as Notas Fiscais referidas nos docs. 05, bem como Livro Registro de Saídas dos respectivas Notas Fiscais (docs. 06). Fl. 284DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 285 5 A Informação Fiscal datada de 15/03/2018 produzida pela Delegacia da Receita Federal em São Bernardo do Campo SP, atestou que: "Informamos que os documentos intitulados 03/04 (demonstrativo de composição da base de cálculo da COFINS/balancetes), fls. 66 a 68, contém os mesmos dados dos documentos apresentados anteriormente, porém agora assinado pelo contador “Mauro Santiago”, CRC nº 1SP15187601, CPF 003.955.09823. O valor apurado do débito de COFINS para o P.A 06/2000 constante do demonstrativo de composição da B.C da COFINS está em conformidade com a ficha 20ACALCULO DA COFINS PJEMGERAL da DIPJ da empresa incorporada ARNO S/A (61.064.978/000101) e foi declarado em DCTF e o valor devido foi recolhido extinguindo o crédito tributário. O pedido de compensação se baseia em crédito de COFINS calculado sobre saídas intituladas pela contribuinte como saídas grátis eletrodomésticos, saídas grátis assistência técnica, saídas grátis importados e saídas grátis diversas/diversos, lançadas com os CFOP´s 5.99, 6.99 e 7.99. O relatório de notas fiscais saídas de junho de 2000, fls. 69 a 95, apresenta relação de notas fiscais dos estabelecimentos 000454 e 001507 emitidas com os CFOP´s 5.99, 6.99 e 7.99, totalizando saídas no valor de R$ 234.053,21, valor este em consonância com as saídas grátis informadas no demonstrativo de composição da base de cálculo da COFINS do mês de 06/2000. Considerando que somente com as informações constantes do relatório de notas fiscais de saídas e do livro de registro de saídas são insuficientes para formar convicção da não incidência e portanto da sua exclusão na base de cálculo da COFINS, foi aberto o procedimento fiscal de diligência nº 08119.00.2017.001424, na qual intimamos a contribuinte a apresentar 194 cópias de notas fiscais relativas aos P.A out/99, nov/99, fev/00, mar/00, mai/00, jun/00 e jul/00, a fim de formar convicção e prestar informações nos 07 processos administrativos constante da presente diligência, a saber: 10880.962326/200887, 10880.962328/200872, 10880.962334/200820, 10880.962336/200819, 10880.962340/200887, 10880.962342/200876 e 10880.962344/200865. Das 194 notas fiscais solicitadas a contribuinte apresentou somente 105 notas fiscais, sendo 75 notas fiscais pertencente ao estabelecimento conforme intimação, 30 de outro estabelecimento diferente do intimado e deixou de fornecer 119 notas fiscais. Juntamos às fls. 246 a 249 o “Demonstrativo das Notas Fiscais Solicitadas em Diligência” que contém os principais dados constantes do corpo das notas fiscais. Verificamos que quase a totalidade das notas fiscais apresentadas foram escrituradas no livro de registro de saídas, a exceção das notas fiscais nº 263978 e 263979 do estabelecimento Fl. 285DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 286 6 001507, que não foram localizadas, haja vista a informação de que estariam escrituradas ás páginas 185/186 do livro de registro de saídas nº 24, porém não foram localizadas nestas páginas e pela numeração das notas e suas datas de emissão a página provável seria a de nº 179 do livro 24 que não foi apresentada. Uma análise mais detalhada das 75 notas fiscais fornecidas corretamente, verificamos que no campo “Natureza da Operação” constam somente duas natureza a saber: “Remessa Grátis” e “Reposição Estoq. Garantia” e no campo “Tipo Condição Pagto”, última coluna do demonstrativo, identificamos várias notas fiscais emitidas para grandes lojistas e supermercados tais como: Carrefour, Lojas Renner, Martins Com. Serv. Distr. S/A, Wall Mart, Yamada S/A em quantidade elevada e com o tipo de condição de pagamento como “PROMOÇÃO”. Chama a atenção também o quantitativo de itens enviados as empresas que prestam serviço de assistência técnica a marca, são centenas e milhares de partes e peças enviadas em reposição. Identificamos as notas fiscais nºs 230769, 233194, 237620, 255776, 254253, 262183, 270632 e 277812 que tem como destinatário outro estabelecimento da contribuinte, porém no campo “Tipo Cond. Pagto” foram enquadradas como “Markerting” e “Gratis Industrial”, que ao nosso ver se tratam de transferências entre unidades “Simples Remessa” e portanto as únicas que não deveriam ser tributadas. Conforme estipula o § 2º do art. 3º da |Lei 9.718/98 que define as exclusões da base de cálculo do PIS/COFINS faturamento, verificamos que não existe previsão legal para a exclusão da base de cálculo destas contribuições às vendas realizadas a título gratuito, seja ela por mera liberalidade da empresa ou por motivos promocionais." A Recorrente manifestouse sobre a Informação Fiscal, aduzindo: (i) desde o início do pedido de compensação em discussão, jamais houve qualquer pedido de apresentação das notas fiscais. Em razão disso, e pela atividade desenvolvida pela Recorrente, é fácil concluir pela existência de uma grande quantidade de notas fiscais emitidas diariamente, que atualmente encontramse em arquivo externo, não tendo sido possível (em tempo hábil) localizar todos os documentos solicitados; (ii) no Recurso Voluntário foram anexados a relação de todas as notas fiscais e o respectivo Livro Registro de Saídas (LRS) onde foram escrituradas, não havendo dúvidas acerca da sua efetiva emissão e escrituração. Nesse sentido a própria Delegacia da Receita Federal afirmou que “... quase a totalidade das notas fiscais apresentadas foram escrituradas no livro de registro de saídas, a exceção das notas fiscais nº 263978 e 263979 do estabelecimento 001507 ...”; (iii) com exceção de apenas 02 notas fiscais (de um total de 194), todas as notas fiscais estão devidamente escrituradas no Livro Registro de Saídas, o que caracteriza a sua efetiva emissão (vejase, inclusive, que na planilha elaborada pela fiscalização, Fl. 286DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 287 7 relativamente às notas fiscais em questão, claramente consta a informação de que se tratam de “remessa grátis”, havendo a informação de que se tratam de brindes e promoção); (iv) uma vez comprovada a sua existência e escrituração, fica totalmente caracterizada a operação realizada, além do pagamento indevido da COFINS relativamente a saída gratuita de produtos da Recorrente pelos demais documentos acostados aos autos; (v) o próprio auditor fiscal em sua manifestação deixou claro que o valor apurado do débito da COFINS, constante no demonstrativo de composição da base de cálculo dessa contribuição, está em conformidade com a ficha 33A – CÁLCULO DA COFINS PJ EMGERAL da DIPJ, foi declarado em DCTF e foi recolhido aos cofres públicos; (vi) que o valor das saídas grátis está em consonância com as informadas no demonstrativo de composição da base de cálculo da COFINS; (vii) não procede o entendimento fiscal que somente as notas fiscais nºs 230769, 233194, 237620, 255776, 254253, 262183, 270632 e 277812 que não deveriam ser tributadas. Todas as notas fiscais citadas no processo, são referentes a saídas gratuitas, tendo ocorrido o indevido pagamento da COFINS, a ensejar o direito ao ressarcimento por meio de compensação. A própria planilha elaborada pela Delegacia da Receita Federal deixa claro as operações realizadas, que por serem gratuitas, não deveriam compor a base de cálculo da COFINS; (viii) não existem dúvidas acerca da emissão das notas fiscais, a remessa gratuita e o pagamento indevido da COFINS; e (ix) não se pode pretender que a simples ausência da apresentação de algumas notas fiscais (inclusive pelo tempo decorrido e a dificuldade em serem encontradas) seja suficiente para descaracterizar todas as demais informações fiscais que foram prestadas pela Recorrente e reconhecidas como corretas pela Delegacia da Receita Federal. A ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, apresentou petição na qual alega: (i) não há como ser permitida a juntada serôdia de documentos. Com efeito, a verdade material não pode ser elevada a tal patamar que anule por completo as regras para o correto desenvolvimento do processo administrativo, erigindo à condição de “letra morta” a norma jurídica estabelecida nos §§ 4º e 5º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972; (ii) a manutenção da decisão de primeira instância; e (iii) o acolhimento de todas as ponderações acima expostas, em especial as ponderações trazidas pela SEORT, no sentido de que o pleito da recorrente não merece acolhimento por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, uma vez que “conforme estipula o § 2º do art. 3º da |Lei 9.718/98 que define as exclusões da base de cálculo do PIS/COFINS faturamento, verificamos que não existe previsão legal para a exclusão da base de cálculo destas contribuições às vendas realizadas a título gratuito, seja ela por mera liberalidade da empresa ou por motivos promocionais”. É o relatório. Fl. 287DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 288 8 Voto Conselheiro Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Relator Preliminarmente, com relação à alegação de nulidade produzida pela Recorrente, com a realização da diligência fiscal, conforme Resolução nº nº 3201000.452, de 27/11/2013, entendo que está superada, pois eventual prejuízo à Recorrente restou sanado. Do mesmo modo, entendo improcedente a irresignação da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional quando pugna pela não aceitação dos documentos apresentados em sede de diligência, em razão de concordar com os termos da Resolução anteriormente referida, pois buscou apurar a verdade material existente. O direito está ao lado da Recorrente. A Solução de Consulta DISIT/SRRF08 nº 130, de 3 de maio de 2012, está ementada nos seguintes termos: "Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO. BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS VINCULADAS A OPERAÇÃO DE VENDA. As bonificações em mercadorias, quando vinculadas à operação de venda, concedidas na própria Nota Fiscal que ampara a venda, e não estiverem vinculadas á operação futura, por se caracterizarem como redutoras do valor da operação, constituemse em descontos incondicionais, previstos na legislação de regência do tributo como valores que não integram a sua base de cálculo e, portanto, para sua apuração, podem ser excluídos da base cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep. BASE DE CÁLCULO. BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS A TÍTULO GRATUITO, DESVINCULADAS DE OPERAÇÃO DE VENDA. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e definida legalmente como o valor do faturamento, entendido este como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Nos casos em que a bonificação em mercadoria é concedida por liberalidade da empresa vendedora, sem vinculação a operação de venda e tampouco vinculada a operação futura, não há como caracterizála como desconto incondicional, pois não existe valor de operação de venda a ser reduzido. Por não haver atribuição de valor, pois que a Nota Fiscal que acompanha a operação tem natureza de gratuidade, natureza jurídica de doação, não há receita e, portanto, não há que se falar em fato gerador do tributo, pois a receita bruta não será auferida. Dessa forma, a bonificação em mercadorias, de forma gratuita, não integra a base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep. Dispositivos Legais: Artigo 195 da CF/88; Fl. 288DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 289 9 Artigo 1º Lei nº 10.637, de 2002 e Parecer CST/SIPR nº 1.386, de 1982. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins BASE DE CÁLCULO DO TRIBUTO. BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS VINCULADAS A OPERAÇÃO DE VENDA. As bonificações em mercadorias, quando vinculadas á operação de venda, concedidas na própria Nota Fiscal que ampara a venda, e não estiverem vinculadas á operação futura, por se caracterizarem como redutoras do valor da operação, constituemse em descontos incondicionais, previstos na legislação de regência do tributo como valores que não integram a sua base de cálculo e, portanto, para sua apuração, podem ser excluídos da base cálculo da Cofins. BASE DE CÁLCULO . BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS A TÍTULO GRATUITO, DESVINCULADAS DE OPERAÇÃO DE VENDA.. A base de cálculo da Cofins é definida legalmente como o valor do faturamento, entendido este como o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Nos casos em que a bonificação em mercadoria é concedida por liberalidade da empresa vendedora, sem vinculação a operação de venda e tampouco vinculada a operação futura, não há como caracterizála como desconto incondicional, pois não existe valor de operação de venda a ser reduzido. Por não haver atribuição de valor, pois que a Nota Fiscal que acompanha a operação tem natureza de gratuitade, natureza jurídica de doação, não há receita e, portanto, não há que se falar em fato gerador do tributo, pois a receita bruta não será auferida. Dessa forma, a bonificação em mercadorias, de forma gratuita, não integra a base de cálculo da Cofins. Dispositivos Legais: Artigo 195 da CF/88; Artigo 1º Lei nº 10.833, de 2003 e Parecer CST/SIPR nº 1.386, de 1982." O CARF assim já se posicionou: "Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 15/09/2000 PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. BONIFICAÇÕES. MODALIDADES. NATUREZA JURÍDICA. DESCONTO INCONDICIONAL. DOAÇÃO. EXCLUSÃO. NÃO INCIDÊNCIA. PROVA. As bonificações podem ser vinculadas ou desvinculadas de operações de venda. As primeiras são redutoras do preço e, quando concedidas sem vinculação a evento futuro e incerto, têm natureza de desconto incondicional. As segundas, por serem desvinculadas da venda, são transferidas por liberalidade da Fl. 289DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 290 10 empresa, apresentando natureza de doação. Em ambos os casos não há incidência dos PIS/Pasep e da Cofins, uma vez que os descontos incondicionais são excluídos da base de cálculo (Lei nº 10.833/2003, art. 2º, § 3º, V, “a”; Lei nº 9.718/1998, art. 3º, § 2º, I; Lei nº 10.637/2002, art. 1º, § 3º, V, “a”; Lei nº 9.715/1998, art. 3º, parágrafo único) e porque, ao bonificar por liberalidade, a empresa promove uma doação de mercadoria, não auferindo qualquer receita desta operação. A exigência de prova de ligação com uma concomitante operação de venda, por sua vez, somente faz sentido para a primeira espécie de bonificação. Para as bonificações desvinculadas de operações de venda, basta a apresentação das notas fiscais e dos contratos que lhe servem de suporte, provas estas devidamente acostadas aos autos. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte." (Processo nº 10865.900772/200892; Acórdão nº 3802003.548; Relator Conselheiro Solon Sehn; sessão de 20/08/2014. Com relação a existência de prova da liquidez e certeza do direito creditório invocado pela Recorrente, perfilho o entendimento de que assiste parcial razão ao seu pleito, devendo o direito creditório ser reconhecido de modo parcial, levandose em consideração as provas produzidas nos autos. A Informação Fiscal datada de 15/03/2018 produzida pela Delegacia da Receita Federal em São Bernardo do Campo SP consignou que das 194 notas fiscais solicitadas a contribuinte apresentou somente 105 notas fiscais, sendo 75 notas fiscais pertencentes ao estabelecimento conforme intimação, 30 de outro estabelecimento diferente do intimado e deixou de fornecer 119 notas fiscais. É de se consignar, ainda, que a Informação Fiscal pontua que: "Verificamos que quase a totalidade das notas fiscais apresentadas foram escrituradas no livro de registro de saídas, a exceção das notas fiscais nº 263978 e 263979 do estabelecimento 001507, que não foram localizadas, haja vista a informação de que estariam escrituradas ás páginas 185/186 do livro de registro de saídas nº 24, porém não foram localizadas nestas páginas e pela numeração das notas e suas datas de emissão a página provável seria a de nº 179 do livro 24 que não foi apresentada." Ora, com o reconhecimento por parte das autoridades fazendárias que das 194 (centos e noventa e quatro) notas fiscais solicitadas, 75 (setenta e cinco) notas fiscais foram apresentadas corretamente, sendo que apenas 2 (duas) não foram escrituradas, é de se reconhecer o direito da Recorrente em relação às notas fiscais apresentadas. Da Informação Fiscal, extraise, também: "Uma análise mais detalhada das 75 notas fiscais fornecidas corretamente, verificamos que no campo “Natureza da Fl. 290DF CARF MF Processo nº 10880.962342/200876 Acórdão n.º 3201004.761 S3C2T1 Fl. 291 11 Operação” constam somente duas natureza a saber: “Remessa Grátis” e “Reposição Estoq. Garantia”" Como visto, efetivamente tratamse de fornecimento de mercadorias a título gratuito (remessa grátis e reposição estoque garantia) e a autoridade fazendária consigna "75 notas fiscais fornecidas corretamente", o que faz concluir que tais operações efetivamente foram concretizadas pela Recorrente. Diante do exposto, voto por dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para determinar a exclusão, da base de cálculo da COFINS, daquelas Notas Fiscais apresentadas pelo contribuinte que se refiram a saída gratuita do estabelecimento autuado, bem como aquelas de simples remessa, nos termos do Relatório Fiscal. (assinado digitalmente) Leonardo Vinicius Toledo de Andrade Relator Fl. 291DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10675.905183/2012-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/08/2008
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DCTF RETIFICADA ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO.
O Despacho Decisório deve considerar os dados existentes em DCTF retificadora, quando esta foi transmitida anteriormente à intimação do contribuinte.
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Comprovado pelo Contribuinte o erro no preenchimento de sua DCTF, acompanhado dos documentos probatórios, deve-se acatar a alteração dos dados anteriormente informados.
Numero da decisão: 3201-004.745
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/08/2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DCTF RETIFICADA ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. O Despacho Decisório deve considerar os dados existentes em DCTF retificadora, quando esta foi transmitida anteriormente à intimação do contribuinte. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Comprovado pelo Contribuinte o erro no preenchimento de sua DCTF, acompanhado dos documentos probatórios, deve-se acatar a alteração dos dados anteriormente informados.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
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PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. Recorrente ALGAR TELECOM S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/08/2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DCTF RETIFICADA ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. O Despacho Decisório deve considerar os dados existentes em DCTF retificadora, quando esta foi transmitida anteriormente à intimação do contribuinte. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Comprovado pelo Contribuinte o erro no preenchimento de sua DCTF, acompanhado dos documentos probatórios, devese acatar a alteração dos dados anteriormente informados. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 90 51 83 /2 01 2- 14 Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10675.905183/201214 Acórdão n.º 3201004.745 S3C2T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado pelo Contribuinte em face do Acórdão nº 09052.859, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG). O presente processo cuida de DCOMP amparada em crédito proveniente de pagamento indevido ou a maior de Cofins. O pleito foi indeferido por intermédio de Despacho Decisório eletrônico, do qual consta a informação de que os pagamentos indicados no PER/DCOMP foram localizados, mas que haviam sido integralmente utilizados para quitação de débitos declarados do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. Regularmente cientificado do indeferimento de seu pleito o contribuinte protocolou Manifestação de Inconformidade. Alegou haver transmitido DCTF retificadora na qual há a confirmação de seu crédito e que o quantum informado e pleiteado no PER/DCOMP é suficiente para a homologação da compensação declarada. Requereu a juntada do presente processo a outro processo administrativo alegando haver conexão entre eles. A DRJ julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão 09052.859. Em síntese, o colegiado entendeu que o contribuinte não comprovara, mediante documentos hábeis e idôneos, o direito creditório utilizado na DCOMP. Inconformado, o Contribuinte apresentou sucinto Recurso Voluntário a este CARF, reiterando a existência do crédito tributário postulado e anexando documentação complementar com vista à comprovação do seu direito creditório. Em primeiro exame, esta Turma Julgadora converteu o feito em diligência para que a Autoridade Preparadora efetuasse a análise do Pedido de Compensação com base nos dados informados em DCTF retificadora, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entenda necessário. A referida diligência foi devidamente cumprida sendo que a autoridade fiscal reconheceu o direito creditório alegado pelo contribuinte, em montante suficiente para homologar a compensação dos débitos informados na DCOMP. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.732, de Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10675.905183/201214 Acórdão n.º 3201004.745 S3C2T1 Fl. 4 3 30/01/2019, proferido no julgamento do processo 10675.905169/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.732): "(...) Como relatado, discutese no presente feito a legitimidade de crédito postulado pela Recorrente por meio de PER/DCOMP, correspondente à apuração de COFINS não cumulativa. De acordo com o PER/DCOMP apresentado, o crédito postulado teve origem no pagamento indevido ou a maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS. Consoante Despacho Decisório Eletrônico proferido, o crédito indicado seria inexistente, posto que o recolhimento do DARF em questão teria sido integralmente utilizado para a quitação de débito de COFINS declarado pelo próprio contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, a Recorrente aduz que o crédito utilizado é legítimo, informando que: Foram anexadas à Impugnação cópias das declarações mencionadas. A Delegacia da Receita Federal indeferiu a Manifestação apresentada ao argumento de que a "compensação é realizada mediante entrega da DCOMP. Assim, o crédito informado deve existir na data da transmissão dessa Declaração" Com efeito, não resta dúvidas de que a retificação da DCTF da Recorrente ocorreu após a transmissão do PER/DCOMP, muito embora esta tenha ocorrido anteriormente à emissão do Despacho Decisório Eletrônico. Não obstante, embora não afaste a possibilidade de revisão do lançamento, a partir dos documentos apresentados pela Recorrente em sede de Manifestação de Inconformidade, entendeu a Turma Julgadora de origem que os documentos apresentados não seriam suficientes para a análise do crédito postulado: Entretanto, a contribuinte limitouse a apresentar a DCTF retificadora e a informar que o crédito decorre da retificação da DCTF. Nada mais foi trazido, como, por exemplo, escrituração contábil, documentos fiscais ou quaisquer outros documentos hábeis e idôneos que demonstrassem a liquidez e certeza do direito creditório pretendido. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10675.905183/201214 Acórdão n.º 3201004.745 S3C2T1 Fl. 5 4 No presente caso, somente a apresentação de documentos integrantes da escrituração contábil e fiscal da empresa poderiam comprovar o montante do tributo devido no período, e que, desta forma, o pagamento indevido ou a maior efetuado em DARF daria ao interessado crédito passível de ser compensado. São os livros fiscais e contábeis mantidos pelo contribuinte, os elementos capazes de fornecer à Fazenda Nacional conteúdo substancial válido juridicamente para a busca da verdade material dos fatos. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente reafirma os argumentos de defesa e, diante dos fundamentos do acórdão recorrido, acrescenta aos autos cópia do seu balancete contábil. Na hipótese dos autos, não houve inércia do contribuinte na apresentação de documentos, além do fato de que a retificação da sua DCTF ocorreu antes da emissão do despacho decisório. O que se verifica é que os documentos inicialmente apresentados em sede de Manifestação de Inconformidade se mostraram insuficientes para que a Autoridade Julgadora determinasse a revisão do crédito tributário. E, imediatamente após tal manifestação, em sede de Recurso Voluntário, foram apresentados novos documentos. Ademais, não se pode olvidar que se está diante de um despacho decisório eletrônico, ou seja, a primeira oportunidade concedida ao contribuinte para a apresentação de documentos comprobatórios do seu direito foi, exatamente, no momento da apresentação da sua Manifestação de Inconformidade. E, foi apenas em sede de acórdão, que tais documentos foram tidos por insuficientes. Sabese quem em autuações fiscais realizadas de maneira ordinária, é, em regra, concedido ao contribuinte diversas oportunidades de apresentação de documentos e esclarecimentos, por meio dos Termos de Intimação emitidos durante o procedimento. Assim, limitar, na autuação eletrônica, a oportunidade de apresentação de documentos à manifestação de inconformidade, aplicando a preclusão relativamente ao Recurso Voluntário, não me parece razoável ou isonômico, além de atentatório aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal. Por tais razões é que se resolveu pela conversão do feito em diligência justamente para que a Autoridade Preparadora efetuasse a análise do Pedido de Compensação com base nos dados informados em DCTF retificadora, transmitida anteriormente ao despacho decisório, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entenda necessário. E, a verificação fiscal, confirmou o direito postulado pelo Contribuinte, nos seguintes termos: Trata o presente processo de Declaração de Compensação com utilização de pagamento indevido ou a maior de COFINS. A compensação foi não homologada, a Manifestação de Inconformidade foi considerada improcedente e a empresa apresentou Recurso Voluntário. Em 27/02/2018, através da Resolução nº 3201001.164 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, fls. 128/132, o processo foi devolvido a esta DRF para analisar a Declaração de Compensação com base nos dados informados em DCTF retificadora transmitida anteriormente ao Despacho Decisório. Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10675.905183/201214 Acórdão n.º 3201004.745 S3C2T1 Fl. 6 5 A COFINS (5856) do período de apuração 11/2007 não teve seu valor alterado no Sistema SIEF FISCEL conforme declarado na DCTF retificadora apresentada em 04/02/2011, documentos de fls. 134/141. Com os elementos trazidos no processo, bem como os cálculos efetuados às fls. 142/145, verificase o resultado de um crédito no valor de R$ 33.651,25 suficiente para extinguir os débitos do processo 10675.905384/201211. Logo, diante do reconhecimento, pela Autoridade de origem, acerca da suficiência do crédito solicitado pela Recorrente para a extinção dos débitos declarados, devese reconhecer a procedência do presente Recurso Voluntário. Pelo exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário." Importante observar que, tal como ocorreu no caso do paradigma, o presente processo foi baixado em diligência (Resolução 3201001.177) e a autoridade fiscal, também nestes autos, reconheceu o direito creditório postulado pela Recorrente, em montante suficiente para a extinção dos débitos informados na DCOMP. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado DEU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 153DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15374.963923/2009-40
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005
DO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. DISSIMILITUDE FÁTICA.
Não se conhece do Recurso Especial quando as situações fáticas consideradas nos acórdãos indicados como paradigmas são distintas da situação tratada no acórdão recorrido, não se prestando os arestos referenciados, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial.
Numero da decisão: 9303-007.964
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que conheceram do recurso com retorno dos autos ao colegiado de origem.
Em primeira votação, os conselheiros Érika Costa Camargos Autran, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello conheceram do recurso.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que conheceram do recurso com retorno dos autos ao colegiado de origem. Em primeira votação, os conselheiros Érika Costa Camargos Autran, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello conheceram do recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
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RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado UNIVERSAL MUSIC LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005 DO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. DISSIMILITUDE FÁTICA. Não se conhece do Recurso Especial quando as situações fáticas consideradas nos acórdãos indicados como paradigmas são distintas da situação tratada no acórdão recorrido, não se prestando os arestos referenciados, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que conheceram do recurso com retorno dos autos ao colegiado de origem. Em primeira votação, os conselheiros Érika Costa Camargos Autran, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello conheceram do recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 96 39 23 /2 00 9- 40 Fl. 1831DF CARF MF Processo nº 15374.963923/200940 Acórdão n.º 9303007.964 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão n.º 3801003.623, 24 de julho de 2014, decisão que deu provimento parcial ao Recurso Voluntário. A discussão dos presentes autos tem origem na Declaração de Compensação transmitida pelo contribuinte, lastreada em crédito oriundo de recolhimento indevido ou maior que o devido de PIS. O despacho decisório exarado não reconheceu o direito creditório informado no PER/DCOMP, sob o fundamento de que o pagamento relacionado havia sido localizado, mas fora integralmente utilizado para quitação de débitos anteriormente declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. Inconformado, o Contribuinte apresentou impugnação, alegando, em síntese que: apurou valor devido menor que o recolhido, utilizando o crédito resultante para a presente compensação, retificando a DCTF e o DACON correspondentes; a decisão questionada foi proferida juntamente com 82 outras, tornando evidente que a impugnante não teve tempo hábil para exercer de forma ampla seu direito de defesa; as despesas que geraram os créditos objeto da compensação são decorrentes dos custos com gravação e dos pagamentos de direitos autorais, conforme já manifestado por meio da Solução de Consulta nº 33/05, da 2ª Região Fiscal; sobre a questão tratam ainda as Leis nºs 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004. A DRJ no Rio de Janeiro/RJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Contribuinte. Irresignado com a decisão de primeiro grau contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário. O Colegiado a quo deu provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito creditório referente apenas aos gastos com serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes, afinação de instrumentos; efetuados junto a pessoas jurídicas domiciliadas no país, cujas aquisições tenham se submetido ao pagamento da contribuição, com base nos documentos acostados aos autos, resguardandose à RFB a apuração da idoneidade destes documentos. O Acórdão 3801003.623 possui a seguinte ementa: ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005 NÃO CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. DIREITOS AUTORAIS. Fl. 1832DF CARF MF Processo nº 15374.963923/200940 Acórdão n.º 9303007.964 CSRFT3 Fl. 4 3 Os direitos autorais pagos pela indústria fonográfica só dão direito a crédito da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep não cumulativas se tiverem se sujeitado ao pagamento da Cofins importação e da Contribuição para o PIS/Pasep importação. NÃO CUMULATIVIDADE. INDÚSTRIA FONOGRÁFICA. CUSTOS DE GRAVAÇÃO. INSUMO. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Custos de gravação da indústria fonográfica que não se caracterizem gastos com bens e serviços efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de obras fonográficas destinadas à venda, na prestação de serviços fonográficos ou que não estejam amparados por expressa disposição legal não dão direito a créditos da contribuição para a Cofins ou PIS/Pasep não cumulativas. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO NÃOCOMPROVADO DOCUMENTALMENTE. ÔNUS DA PROVA. É do contribuinte o ônus de comprovar documentalmente o direito de crédito informado em declaração de compensação, o que não se limita a simplesmente, juntar documentos aos autos, no caso em que há inúmeros registros associados a inúmeros documentos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PERÍCIA CONTÁBIL. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Devem ser indeferidos os pedidos de perícia e de diligência, quando formulados como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pela parte. Recurso Voluntário Provido em Parte. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência suscitando dissenso em relação ao conceito de insumo adotado no acórdão recorrido. Para comprovar a divergência apontou os acórdãos de nºs. 20312.448 e 20400.795. O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi admitido, conforme despacho do Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção do CARF, sob o argumento que no acórdão paradigma n.º 20312.448 foi julgado caso de empresa industrial, sendo analisados o direito de crédito de diversos tipos de aquisições de bens e serviços, cujas glosas foram mantidas pelo colegiado, que adotou o conceito de insumo próprio da legislação do IPI para analisar o direito de crédito da contribuição nãocumulativa. Por sua vez, na decisão recorrida adotouse um conceito mais amplo, que resultou em admitirse direito de crédito da contribuição em relação aos serviços de captação de imagens, mixagem, gravação e edição; locação de equipamentos; transporte de instrumentos musicais e equipamentos; serviços prestados por empresas de músicos instrumentistas, vocalistas e regentes e de afinação de instrumentos. O Contribuinte também interpôs Recurso Especial de Divergência, mas foi lhe negado seguimento, por ser intempestivo. Contrarrazões foram apresentadas pelo Contribuinte, manifestandose pelo não provimento do Recurso Especial da Fazenda Nacional. É o relatório em síntese. Fl. 1833DF CARF MF Processo nº 15374.963923/200940 Acórdão n.º 9303007.964 CSRFT3 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303007.943, de 22/01/2019, proferido no julgamento do processo 15374.951434/200945, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 9303007.943): "Admissibilidade O Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo, restando analisar o atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade constantes no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. A matérias enfrentadas pela Fazenda em sede de apelo especial é referente à aplicação do conceito de insumos. O Contribuinte dedicase à produção e comercialização de discos fonográficos e videofonográficos, fitas e fios gravados ou preparados para gravação, edição e comercialização de obras musicais, literárias ou líteromusicais, bem como a prestação de serviços de distribuição de produtos fonográficos e videofonográficos, conforme se depreende do seu objeto social. E no exercício de suas atividades, entende que incorre em dispêndios diretamente relacionados ao seu objeto social: 1 o pagamento de royalties relativos a cessão de direitos autorais; e 2 custos de gravação. No acórdão paradigma n.º 20312.448 apresentado pela Fazenda Nacional traz a seguinte ementa: Ementa(s) CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/07/2003 IPI. CRÉDITOS. Geram o direito ao crédito, bem como compõem a base cálculo do crédito presumido, além dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, stricto sensu, e material de embalagem), e os artigos que se consumam durante o processo produtivo e que não faça parte do ativo permanente, mas que nesse consumo continue guardando uma relação intrinsica com o conceito stricto sensu de matériaprima ou produto intermediário: exercer na operação de industrialização um contato físico tanto entre uma matériaprima e outra, quanto da matériaprima com o produto final que se forma. Fl. 1834DF CARF MF Processo nº 15374.963923/200940 Acórdão n.º 9303007.964 CSRFT3 Fl. 6 5 PIS/PASEP. REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. GLOSA PARCIAL O aproveitamento dos créditos do PIS no regime da não cumulatividade há que obedecer às condições especificas ditadas pelo artigo 3° da Lei n° 10.637, de 2002, c/c o artigo 66 da IN SRF n° 247, de 2002, com as alterações da IN SRF n° 358, de 2003. Incabíveis, pois, créditos originados de gastos com seguros (incêndio, vendaval etc), material de segurança (óculos, jalecos, protetores auriculares), materiais de uso geral (buchas para máquinas, cadeado, disjuntor, calço para prensa, catraca, correias, cotovelo, cruzetas, reator para lâmpada), peças de reposição de máquinas, amortização de despesas operacionais, conservação e limpeza, manutenção predial. Recurso negado. Argumentos contidos no acórdão paradigma não guardam relação com o presente caso concreto, pois trata de uma industria de tecidos que tem peculiaridade totalmente diferente de uma industria da produção e comercialização de discos fonográficos e videofonográficos, fitas e fios gravados ou preparados para gravação, edição e comercialização de obras musicais, literárias ou líteromusicais, bem como a prestação de serviços de distribuição de produtos fonográficos e videofonográficos. Já no acórdão paradigma n.º 20400.795, verificase que a questão destinase a uma indústria de calçados. Vejase: "Decorrente de diligência na empresa, foi lavrado o Termo de Verificação Fiscal de fls. 724/733 propondo a glosa dos insumos adquiridos por pessoas físicas e cooperativas, uma vez que nesses casos não há incidência de PIS e COFINS. Também foi proposta a glosa de combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e de produtos usados no tratamento de água e efluentes sob fundamento que tais produtos, embora possam ser usados no processo produtivo, não são matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem." E verificase que no acórdão paradigma que questão destinase a outro caso, que não o presente. Vejase: "Os bens admitidos como insumos pelo acórdão recorrido não atendem a esses requisitos. Com efeito, os materiais auxiliares de limpeza, por exemplo, não sofrem alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Outrossim, as embalagens dos produtos de limpeza não guardam qualquer identidade com os insumos diretamente utilizados na fabricação do produto industrializado. Percebase: as embalagens em questão não acondicionam o produto final da recorrida (calçados), mas os materiais de limpeza, daí o descabimento de enquadrálos como insumos." (grifouse) Como informado acima a Contribuinte não produz calçados e nem tecido e sim é uma indústria de fonográfica e videofonográfica e os custos reconhecidos pelo v. acórdão recorrido como passíveis de creditamento não são de produtos de limpeza ou embalagens de produtos de limpeza, combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e de produtos usados no tratamento de água e efluentes como se observa pelos autos. Sendo assim, em face da completa dissociação entre o quanto discutido nos presentes autos, o entendimento consagrado pela Turma Recorrida e as alegações contidas no Especial Fazendário, evidenciase que este não poderia sequer ser admitido. Fl. 1835DF CARF MF Processo nº 15374.963923/200940 Acórdão n.º 9303007.964 CSRFT3 Fl. 7 6 Diante do exposto, entendo que não ficou comprovada a divergência, não há semelhança fática entre o acórdão recorrido e o paradigma. Não há como afirmar que se as situações fáticas fossem iguais, se o colegiado paradigmático daria o mesmo entendimento . Em vista de todo o exposto, voto por não conhecer o Recurso Especial interposto pela Fazenda." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado não conheceu do Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 1836DF CARF MF
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Numero do processo: 10830.901693/2014-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 24/01/2014
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 195, §7º DA CFB/88. PIS/PASEP - FOLHA DE PAGAMENTO. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.
Entidades Beneficentes de Assistência Social gozam da imunidade tributária desde que atendam os requisitos estabelecidos em lei. (Paradigma RE nº 636.941/RS).
Numero da decisão: 3401-005.638
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto da Silva Esteves (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Mara Cristina Sifuentes.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 195, §7º DA CFB/88. PIS/PASEP FOLHA DE PAGAMENTO. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Entidades Beneficentes de Assistência Social gozam da imunidade tributária desde que atendam os requisitos estabelecidos em lei. (Paradigma RE nº 636.941/RS). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto da Silva Esteves (suplente convocado), Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Mara Cristina Sifuentes. Relatório Tratam os autos de Pedido de Restituição de contribuição para o PIS Folha de Pagamento, referente a pagamento indevido ou a maior: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 16 93 /2 01 4- 44 Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10830.901693/201444 Acórdão n.º 3401005.638 S3C4T1 Fl. 3 2 A DRF Campinas proferiu Despacho Decisório (eletrônico), indeferindo o Pedido de Restituição por inexistência de crédito. Tomando por base o DARF discriminado no PER/DCOMP, constatou que fora integralmente utilizado para quitação de débito declarado para o mesmo período: Não satisfeita com a resposta do fisco, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, cujos argumentos foram resumidos pelo relator do acórdão recorrido: Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos dos art. 150, inciso VI, alínea “c”, art. 195, § 7º, c/c art. 205, art. 6º, art. 203, inciso III, art. 145, § 1º, art. 146, II, todos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Atende aos requisitos fixados em lei para imunidade tributária das contribuições previdenciárias, conforme comprovado no pedido de emissão do CEBAS (certificado de entidade beneficente de assistência social). Discorre sobre sua condição de imune. Alegou também que a emissão do CEBAS é obrigação legal da autoridade coatora, sendo seu direito líquido e certo. Requer que os efeitos decorrentes do pedido do CEBAS sejam aplicados sobre os recolhimentos objeto deste pedido, em função de seu caráter declaratório com efeitos retroativos. Tece argumentos sobre sua natureza jurídica e suas atividades. A inscrição no CMAS de Campinas está sendo discutida na via judicial e dela depende a concessão do CEBAS. A decisão de piso proferida pela DRJ/JFA julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade e ratificou inteiramente o Despacho Decisório, nos termos do Acórdão nº 09060.080, onde quedou assentado entendimento de que "as entidades filantrópicas fazem juz à imunidade tributária sobre a contribuição destinada ao Programa de Integração Social (PIS), desde que atendidos os pressupostos legais". Retirase, ainda, da decisão de primeiro grau, que a inscrição no CMAS de Campinas/SP foi cancelada e persiste a ausência do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), condição necessária para gozo da imunidade prevista no artigo 195, 7º, da CF/88. A Recorrente ingressou tempestivamente com Recurso Voluntário contra o acórdão da DRJ/JFA, reproduzindo os argumentos que embasaram sua Manifestação de Inconformidade. Quanto a inscrição no CMAS (municipal) e no CEBAS (federal), diz o seguinte: d. Da Inscrição no CMAS A inscrição da Recorrente no Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS de Campinas sob o nº 132E, conforme comprovante anexado no pedido de CEBAS, foi cancelada sob o fundamento de que foi reformada pelo E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – TJ/SP a r. Sentença proferida pelo MM. Juízo da 7ª Vara da Fazenda Pública nos autos do Mandado de Segurança nº 0025280 57.2013.8.26.0053 concessiva de ordem para que o CMAS/Campinas inscrevesse a Recorrente. Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10830.901693/201444 Acórdão n.º 3401005.638 S3C4T1 Fl. 4 3 Sucede que esta decisão não é definitiva porquanto estão pendentes de julgamento os Recursos Extraordinário e Especial interpostos pela Recorrente (doc. 05). Esta situação não afeta a imunidade tributária, mas apenas a isenção, em especial o requisito de que trata o art. 19, inc. I da Lei 12.101/2009. e. Do Cadastro de Entidades de Assistência Social O cadastro nacional de entidades e organizações de assistência social, cuja inscrição é exigida no inc. II do art. 19 da Lei nº 12.101/2009, está sendo construído a partir dos cadastros dos Conselhos Municipais de Assistência Social e que já inseriu a Recorrente, conforme extrato anexo (doc. 06). Em decorrência, não é da alçada da Recorrente o atendimento desse requisito, disposto no art. 19, inc. II da Lei 12.101/2009. Segue ainda afirmando que: “Conforme documentação apresentada pela Recorrente anexa e no protocolo de expedição originária de CEBAS que apresentou ao Ministério do Desenvolvimento Social MDS, todos os requisitos exigidos pela Constituição Federal e Código Tributário Nacional estão atendidos pela Recorrente”. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401005.634, de 26 de novembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10830.901689/201486, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3401005.634): "O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. A lide no presente processo versa sobre pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS – Folha de Pagamento do período de apuração 28/02/2009, pelo fato da Recorrente estar amparada pela imunidade prevista no art. 195, §7º da Constituição Federal, que contempla o seguinte: “§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”. Essa condição contida no dispositivo constitucional citado, de que: “atendam às exigências estabelecidas em lei”, é que está Fl. 254DF CARF MF Processo nº 10830.901693/201444 Acórdão n.º 3401005.638 S3C4T1 Fl. 5 4 gerando a controvérsia neste processo. Quanto a isenção ou imunidade em si, relacionada a contribuição para o PIS – Folha de Pagamento, não há divergência entre fisco e contribuinte, todos a reconhecem. Portanto, a imunidade constitucional para ser alcançada depende do preenchimento de alguns requisitos como bem assentado no julgamento do RE nº 636.941/RS, no rito do art. 543B do CPC, onde se decidiu que são imunes à Contribuição ao PIS/Pasep, inclusive quando incidente sobre a folha de salários, as entidades beneficentes de assistência social que atendam aos requisitos legais, quais sejam, aqueles previstos nos artigos 9º e 14 do CTN, bem como no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991 (atualmente, art. 29 da Lei nº 12.101, de 2009). Na sequência dos dispositivos legais citados, temos que o artigo 29 da Lei nº 12.101/2009, estabelece que: Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos: Já o art.19 da mesma Lei diz que: Art. 19. Constituem ainda requisitos para a certificação de uma entidade de assistência social: I estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social ou no Conselho de Assistência Social do Distrito Federal, conforme o caso, nos termos do art. 9º da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993; e II integrar o cadastro nacional de entidades e organizações de assistência social de que trata o inciso XI do art. 19 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. A decisão de piso foi taxativa em sua fundamentação de que cancelada a inscrição da requerente no Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS de Campinas/SP, não se pode cogitar da inscrição no CEBAS e ser possuidor do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social. Não há que se falar no direito para o gozo da imunidade prevista no artigo 195, §7º da CF/88. A Recorrente tem pleno conhecimento desse fato, tanto que em seu recurso voluntário repete a informação de que a inscrição no CMAS foi cancelada e que busca reverter essa decisão nos autos do Mandato de Segurança nº 0025280 57.2013.8.26.0053, da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo – TJ/SP, atualmente pendente de decisão definitiva em face de Recursos Extraordinário e Especial interpostos. Entende ainda, a Recorrente, que o texto do §7º do art. 195 da CF/88 e o CTN em seu art. 14 tratam de coisas distintas, o Fl. 255DF CARF MF Processo nº 10830.901693/201444 Acórdão n.º 3401005.638 S3C4T1 Fl. 6 5 primeiro trata de isenção e o segundo de imunidade tributária. Faz citação a Lei nº 12.101/2009 e conclui que: Ao seu turno, os arts. 18 e 19 da Lei 12.101/2009 fixaram os requisitos para o gozo de isenção tributária, desoneração fiscal criada pela legislação ordinária. A partir dessas disposições, constatase que os requisitos para gozar a imunidade são os seguintes: a) ser entidade beneficente de assistência social; b) não distribuir parcela de patrimônio ou rendas; c) aplicar integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; d) manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. Ao passo que, para gozar a isenção tributária, além dos requisitos acima, devese atender ao seguinte: e) prestar serviços ou realizar ações sócio assistenciais para usuários ou quem deles necessitar e de forma gratuita; f) estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social; e g) integrar o cadastro nacional de entidades e organizações de assistência social. Os requisitos para gozar a imunidade tributária são devidamente cumpridos pela Requerente. Quanto à isenção, a matéria está sub judice, conforme a seguir esmiuçado. Observase que a Recorrente inova em sua tese de defesa com relação ao texto do §7º do art. 195 da CF/88, que a isenção lá mencionada se divide em imunidade e isenção. Que ela, a Recorrente, preenche todos os requisitos para gozar da imunidade tributária e quanto à isenção, a matéria está sub judice. Não é essa a interpretação dada pelo STF na decisão proferida no RE nº 636.941/RS, antes apresentada, que a imunidade da contribuição ao PIS – Folha de Pagamento atinge as entidades beneficentes de assistência social que atendam aos requisitos legais e dentre eles os da Lei nº 12.101/2009. Diante dessas colocações da Recorrente perguntase: porque buscar o reconhecimento do direito da isenção à incidência do PIS – Folha de Pagamento para entidade beneficente de assistência social, com Recursos ao STJ e STF, se a entidade goza da imunidade tributária? Quem pode o mais pode o menos e juridicamente não faria o menor sentido. Uma das exigências estabelecidas em lei para atender a isenção/imunidade contida no art. 195, §7º da CFB é Fl. 256DF CARF MF Processo nº 10830.901693/201444 Acórdão n.º 3401005.638 S3C4T1 Fl. 7 6 aquela prevista no artigo 19, I e II da Lei nº 12.101/2009, integrar o cadastro nacional de entidades e organizações de assistência social, representada pela inscrição no CEBAS. A certificação do CEBAS é concedida às entidades que atuam nas áreas da assistência social, saúde ou educação, possibilitando usufruir da isenção de contribuições para a seguridade social e a celebração de parcerias com o poder público, desde que atendam aos requisitos dispostos na Lei nº 12.101/2009. Primeiro a entidade deve estar inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS de Campinas/SP (Inciso I do art. 19); segundo integrar o cadastro do CEBAS (Inciso II do mesmo artigo). Outro ponto colocado pela decisão de piso é com relação a possível sucesso nos recursos interpostos em Mandato de Segurança, quanto ao cancelamento da inscrição no CMAS – Campinas/SP. Se isso ocorrer, volta a empresa a ter seu direito restabelecido, nos estritos termos da sentença a ser proferida, respeitandose a autonomia das instâncias envolvidas e o cumprimento das decisões/sentenças publicadas. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 257DF CARF MF
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