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Numero do processo: 13161.720177/2012-77
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Dec 26 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1001-000.170
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
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ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO INDEFERIMENTO DE OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL ANOCALENDÁRIO 2012 A existência de débito com a Secretaria da Receita Federal do Brasil, cuja exigibilidade não esteja suspensa, é hipótese de indeferimento da inclusão no Simples Nacional, nos termos do inciso V do artigo 17 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 16 1. 72 01 77 /2 01 2- 77 Fl. 89DF CARF MF 2 Tratase Recurso Voluntário contra o acórdão 0430.622, proferido pela 2ª Turma da DRJ/CGE, a qual indeferiu a Manifestação de Inconformidade contra Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, face à existência de débito inscrito em Dívida Ativa da União, sem exigibilidade suspensa, consoante o artigo 17, inciso V, da Lei Complementar nº 123, de 2006. Foi expedido o Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional devido à existência de débitos para com a Fazenda Nacional. A DRJ proferiu a seguinte decisão: Relatório A contribuinte acima qualificada teve o seu pedido de inclusão no Simples Nacional indeferido tendo em vista “débito oriundo da então Secretaria da Receita Federal, cuja exigibilidade não está suspensa”, conforme Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, registro em 02/04/2009 (fls. 04). Apresentou impugnação em 18/05/2009 (fls. 23) e alegou, em síntese, que buscou sanar suas pendências e dispõese a recolher eventual diferença de valores caso existam. Por fim, pediu a sua inclusão no Simples Nacional. De acordo com o Acórdão DRJCGE 2ª Turma nº 04 21.358, de 06 de agosto de 2010, o Termo de Indeferimento de fls. 03 foi declarado nulo, vez que não discriminou o débito que ensejou o indeferimento (fls. 2526). Com base nessa decisão a empresa foi incluída no Simples Nacional no anocalendário de 2009, conforme se constata na Consulta Histórico da Empresa no Simples Nacional (v. Código da Solicitação ou recibo 00.02.83.17.53, fls. 31 e 32, parte final). Conforme a referida Consulta Histórico da Empresa no Simples Nacional (fls. 32), a contribuinte efetuou nova Solicitação em 07/01/2010 (Código da Solicitação/nº do recibo 00.03.51.89.56), o qual foi indeferido consoante Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional com data de registro em 08/03/2012, em razão do débito perante a Receita Federal de natureza previdenciária, competência 01/2009, no valor de R$ 97,37 (v. fls. 05). Foi anexado às fls. 31 o Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional com data de registro em 07/03/2012, da nova solicitação nº 00.04.97.18.45 feita pela contribuinte em 31/01/2012, listando um débito de natureza previdenciária no valor de R$ 33,51, competência 01/2009; um débito relativo a multa Dacon no valor de R$ 500,00, período de apuração 10/01/2011 e um débito inscrito em Fl. 90DF CARF MF Processo nº 13161.720177/201277 Acórdão n.º 1001000.170 S1C0T1 Fl. 3 3 Dívida Ativa da União (PGFN), inscrição nº 1341100009524, processo 18208.722673/200738. Ciente dessas decisões, a interessada apresentou impugnação em 13/03/2012 (fls. 0203), onde alegou, em síntese, que buscou junto a RFB a emissão dos DARF’s referentes aos débitos, que já foram quitados. Aduz que, continuou apurando seus tributos na forma do Simples, uma vez que havia um processo em andamento nº: 13161.000472/200916, cujo resultado do recurso lhe foi favorável, retroagindo seu efeito para 01/01/2009. Outrossim, a impugnação foi julgada somente em 06/08/2010, tendo passado o prazo para eventual opção para o exercício de 2010. Sendo assim, solicitou novamente opção em janeiro de 2012, o qual foi indeferido pelas mesmas razões anteriores, sendo indevida a multa Dacon se improcedente o indeferimento à opção. Por fim, pediu sua inclusão no Simples Nacional para os exercícios 2010, 2011 e 2012. Juntou cópias de documentos de fls. 06 e seguintes. É o relatório. Voto A impugnação preenche os requisitos legais e dela conheço. Verificase certa confusão da contribuinte com relação aos pedidos e mesmo da autoridade preparadora na formalização das peças do processo sem seguirse a ordem cronológica, incluindo as do processo anterior já julgado nº 13161.000472/200916 (fls. 2526) relativo ao pedido de 2009. Desta forma, e conforme relatado acima, a contribuinte foi incluída no Simples Nacional no anocalendário 2009 (fls. 31). Quanto ao anocalendário 2010, apesar da contribuinte alegar que não fez o pedido de opção, consta da Consulta Histórico da Empresa no Simples Nacional Baixado (fls. 31), a Solicitação de Opção em 07/01/2010 (Código da Solicitação ou nº do recibo 00.03.51.89.56), o qual foi indeferido consoante o Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional com data de registro em 08/03/2012, em razão do débito perante a Receita Federal do Brasil de natureza previdenciária, competência 01/2009, de R$ 97,37 (v. fls. 05). Ora, esse débito já foi regularizado conforme Consulta a Restrições do INSS/Dataprev de 19/07/2012: “Não há restrições ao contribuinte para obter a CND” (v. fls. 51), tendo recolhido a diferença em 30/03/2012 (fls. 54). Assim sendo, é de se manter a contribuinte no Simples Nacional também em 2010, vez que este era o único débito apontado no Termo de Indeferimento de fls. 05. Quanto ao Termo de Indeferimento de 2012 (fls. 31), lista o valor da diferença da contribuição previdenciária de R$ 33,51 Fl. 91DF CARF MF 4 (já quitada, fls. 51), bem como a multa Dacon 01/2011, que é indevida vez que cancelado o Termo de Indeferimento de fls. 05 e restabelecida sua opção para os anoscalendário 2010 e 2011, a teor do parágrafo anterior, não estava obrigado à apresentação da Dacon em 2011, ex vi do art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.015, de 06/03/2010. Contudo, quanto ao débito inscrito em Dívida Ativa da União, inscrição nº 1341100009524 e processo 18208.722673/200738, ela continua ativa na PGFN (v. Consulta, fls. 4750), bem como sua exigibilidade não está suspensa (v. Consulta, fls. 45). A tentativa de obter a certidão negativa positiva com efeitos de negativa no sítio da Receita Federal restou frustrada, pois ali consta que “As informações disponíveis na Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB e na ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional PGFN sobre o contribuinte 05.942.295/000139 são insuficientes para a emissão de certidão por meio da Internet.” Logo, existindo o débito perante a PGFN, não há como deferir a opção em 2012. Em suma, a contribuinte continua no Simples Nacional desde 01/01/2009 até 31/12/2011, sendo indeferido seu pedido a partir de 01/01/2012. Conclusão. Em face do exposto e considerando tudo mais que dos autos consta, julgo procedente em parte a impugnação, cancelando o Termo de Indeferimento de fls. 05 relativo a 2010, mas mantendo o Termo de Indeferimento de Opção ao Simples Nacional de fls. 31, a partir de 01/01/2012. Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade e, portanto, dele eu conheço. A recorrente, alega, em sua defesa, basicamente: que parcelou o débito, objeto do termo de indeferimento; e que se tivesse recebido a a notificação do acórdão (acima), antes de janeiro de 2010, "não teria tentado nova opção"; Não assiste razão à recorrente. Foi identificado o débito perante a PGFN e consoante o artigo 17, inciso V, da Lei Complementar 123/2006, a recorrente não se habilita ao Simples Nacional. Portanto, está correta a decisão da DRJ, razão pela qual nego provimento ao recurso, sem crédito tributário em litígio. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13161.720177/201277 Acórdão n.º 1001000.170 S1C0T1 Fl. 4 5 Jose Roberto Adelino da Silva Fl. 93DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13656.000870/2004-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 13 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jan 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2003 a 30/06/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DECORRÊNCIA. PLEITO DE RESSARCIMENTO.
Os processos podem ser vinculados por decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas.
No caso, o processo relativo ao litígio instaurado nos termos do art. 74, §§7o ao 11 da Lei nº 9.430/96, em face da não homologação da compensação cujo crédito é oriundo de valor objeto de pleito de ressarcimento em outro processo, está vinculado ao resultado deste último.
Recurso Voluntário negado
Direito Creditório não reconhecido
Numero da decisão: 3402-004.816
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Larissa Nunes Girard (Suplente) e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2003 a 30/06/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DECORRÊNCIA. PLEITO DE RESSARCIMENTO. Os processos podem ser vinculados por decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas. No caso, o processo relativo ao litígio instaurado nos termos do art. 74, §§7o ao 11 da Lei nº 9.430/96, em face da não homologação da compensação cujo crédito é oriundo de valor objeto de pleito de ressarcimento em outro processo, está vinculado ao resultado deste último. Recurso Voluntário negado Direito Creditório não reconhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente Substituto (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Larissa Nunes Girard (Suplente) e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2003 a 30/06/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DECORRÊNCIA. PLEITO DE RESSARCIMENTO. Os processos podem ser vinculados por decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas. No caso, o processo relativo ao litígio instaurado nos termos do art. 74, §§7o ao 11 da Lei nº 9.430/96, em face da não homologação da compensação cujo crédito é oriundo de valor objeto de pleito de ressarcimento em outro processo, está vinculado ao resultado deste último. Recurso Voluntário negado Direito Creditório não reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente Substituto (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 6. 00 08 70 /2 00 4- 58 Fl. 201DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Larissa Nunes Girard (Suplente) e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia de Julgamento em Juiz de Fora que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2003 CRÉDITO BÁSICO Comprovado que a empresa adquiriu a mercadoria de produtores rurais (pessoas físicas), ela não faz jus ao crédito básico da contribuição. CRÉDITO PRESUMIDO AGROINDUSTRIA Para fazer jus ao crédito presumido agroindústria, a empresa precisa produzir ela própria o café que revende, considerando como tal o exercício cumulativo das atividades previstas na legislação de regência. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Versa o processo sobre Declaração de Compensação visando compensar os débitos nela declarados, com crédito relativo a PIS/Pasep não cumulativo do 1º e 2° trimestres de 2003, fundamentado na suposta existência de crédito de PIS não cumulativo exportação nos processos administrativos 13656.000.654/200411 e 13656.000.655/200457. Mediante o Despacho Decisório n° 479/2008, a autoridade administrativa não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação pleiteada, sob o argumento de que o crédito não foi reconhecido nos referidos processos. Conforme decisão da fl. 11, relativamente a vários processos, dentre eles os de números 13656.000.654/200411 (PIS 1º Trimestre/2003) e 13656.000.655/200457 (PIS 2º Trimestre/2003), os pedidos de ressarcimento de créditos de PIS e Cofins foram indeferidos, pelo que consta na ementa, em face do não enquadramento da requerente nos pressupostos legais para a fruição do crédito presumido da agroindústria e da não comprovação das operações relativas à aquisição de insumos. A contribuinte apresentou sua defesa, alegando, em síntese: a) o inciso VI do § 3° do artigo 74 da Lei 9.430/96 não poderia ser aplicado na presente compensação; e b) a análise da presente compensação só poderia ser feita depois de julgado os recursos apresentados nos processos n° 13656.000654/200411 e 13656.000655/200457. O julgador de primeira instância não acolheu as razões de defesa da interessada, em resumo, sob os seguintes fundamentos: O inciso VI do § 3° do artigo 74 da Lei 9.430/96, não poderia ser aplicado no presente caso e de fato não foi. Sua aplicação implicaria em que a compensação fosse considerada como Fl. 202DF CARF MF Processo nº 13656.000870/200458 Acórdão n.º 3402004.816 S3C4T2 Fl. 202 3 não declarada, nos termos do § 12 do mesmo artigo 74, o que não ocorreu, visto que ela foi não homologada como se vê no Despacho Decisório atacado. O crédito pleiteado foi analisado, e não reconhecido, no processo n° 13656.000021/200666, ao qual se encontra juntado os de n° 13656.000654/200411 e 13656.000655/200457. Assim, o presente processo deve ser apensado ao de n° 13656.000021/200666. O crédito pleiteado foi analisado no processo nº 13656.000021/200666, ao qual se encontram juntados os processos de ressarcimento, tendo sido julgado improcedente pela mesma Turma da DRJ, nos termos do Acórdão nº 0925884, que consignou, fundamentalmente: a) Da análise dos documentos acostados aos autos verificase que a empresa usou artifícios que lhe permitisse usufruir de crédito básico (que é apurado aplicandose a alíquota da contribuição sobre o valor da aquisição, sem nenhuma redução), quando a operação efetuada, na verdade gerava apenas o crédito presumido (a ser apurado na forma definida na legislação acima relacionada). b) A contribuinte adquiria o café diretamente de produtores rurais (pessoas físicas) e efetuava o pagamento a eles, sendo que essas operações eram acobertadas com emissão de nota fiscal de empresas que não possuem estrutura para movimentar o volume de mercadorias comerciadas, e não cumprem suas obrigações tributárias. c) Não resta dúvida de que, diferentemente do que afirma a manifestante, para fazer jus ao crédito presumido agroindústria, a empresa precisa produzir, ela própria, o café que revende, considerando como tal o exercício cumulativo das atividades previstas no § 6° do art. 8º da Lei nº 10.925/2004. d) Assim, a contribuinte não pode ela usufruir do crédito básico, visto que as aquisições, como demonstrado acima, foram efetuadas de pessoas físicas, nem do crédito presumido já que pela diligência efetuada, restou comprovado que a empresa não produz o café que revende, nos termos da legislação pertinente. Cientificada dessa decisão em 24/09/2009, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 27/10/2009, conforme consta na Resolução nº 3803000.097 – 3ª Turma Especial, nos seguintes termos: (...) Cuidase agora de recurso contra a decisão da 2ª Turma da DRJ/JFA. O arrazoado de fls. 136 a 159, após resumir os fatos da lide, pugna por seu direito ao ressarcimento, alegando, em síntese, que: a) a legislação regente do crédito presumido agroindústria‘não estabelece restrição à industrialização/beneficiamento por terceiro, realizada por conta e ordem do contribuinte, por esta razão, o direito não pode ser restrito; b) não foi comprovado que as aquisições de café foram feitas de pessoas físicas: a aquisição de produtos realizada de pessoa jurídica é comprovada por notas fiscais idôneas e respectivos pagamentos; c) o recorrente é produtor de café (Blend), possuindo equipamentos para a atividade registrados em seu ativo (Doc. 05 da Manifestação de Inconformidade autos 13656.000021/200666), fazendo jus ao direito de crédito, Fl. 203DF CARF MF 4 previsto na legislação que não é restringido mesmo quando a atividade é exercida por terceiro, em sua conta e ordem; e d) os pagamentos das compras foram demonstrados, sendo que a forma com que foram realizados decorre da informalidade própria da atividade cafeeira, razão pela qual, não podem ser descaracterizadas pela falta de similaridade com outras atividades mercantis se os respectivos documentos fiscais e comerciais foram emitidos e as sacas de café entregues. Acusa a decisão recorrida de prematura. Pede que se suspenda o julgamento da compensação até que se decida definitivamente o processo relativo ao pedido de ressarcimento. Retoma o argumento de inaplicabilidade do disposto no § 3° do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Conclui, pedindo reforma para a decisão da DRJ/JFA e o reconhecimento dos créditos opostos na compensação declarada. (...) Mediante a Resolução nº 3803000.097 – 3ª Turma Especial, de 6 de abril de 2011, o julgamento foi convertido em diligência, nestes termos: (...) As alegações recursais atinentes ao direito ao crédito presumido de PIS nãocumulativo não merecem conhecimento, posto que se trata de matéria estranha ao presente processo e controvertida nos autos do processo administrativo 13656.000021/200666. A decisão final proferida no pedido de ressarcimento, no entanto, é questão prejudicial do presente julgamento. Compulsando o sistema COMPROT nesta data, constato que o recurso nº 514661 encontrase pendente de julgamento neste Conselho desde 04/05/2010. Tendo isso em vista, voto pela conversão do presente julgamento em diligência à repartição de origem, para que a autoridade fiscal com jurisdição sobre o interessado informe o teor da decisão administrativa definitiva proferida no processo em que se discutem os créditos opostos na declaração ora sub judice, bem assim a sua repercussão sobre ela, em parecer circunstanciado, devolvendose o feito a esta 3ª TE/3ª S para julgamento do recurso nº 506.522. (...) A fiscalização, em atendimento à diligência, juntou aos autos as cópias dos Acórdãos de 1ª e 2ª instâncias relativos ao processo nº 13656.000021/200666 e das respectivas ciências pela interessada. É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Atendidos aos requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento do recurso voluntário. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 13656.000870/200458 Acórdão n.º 3402004.816 S3C4T2 Fl. 203 5 Como se vê no Relatório acima, a Declaração de Compensação objeto do presente processo versa sobre crédito relativo a PIS/Pasep não cumulativo do 1º e 2° trimestres de 2003, fundamentado na suposta existência de crédito de PIS não cumulativo exportação nos processos administrativos 13656.000.654/200411 (1º Trimestre/2003) e 13656.000.655/200457 (2º Trimestre/2003), os quais foram apensados ao processo nº 13656.000021/200666, no qual constou o julgamento conjunto de vários processos de ressarcimento apensados relativos aos anoscalendário de 2003, 2004 e 2005. Dessa forma, o presente litígio, relativo a não homologação da compensação, nos termos do art. 74, §§7o ao 11 da Lei nº 9.430/961, está vinculado no mérito por decorrência2 ao resultado do processo nº 13656.000021/200666, que tratou do pedido de ressarcimento que daria origem ao crédito objeto da compensação sob análise. 1 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013) (...) § 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 8o Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7o, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9o. § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) (...) 2 PORTARIA MF Nº 343, DE 09 DE JUNHO DE 2015. Aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e dá outras providências. ANEXO II Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: §1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e III reflexo, constatado entre processos formalizados em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. § 2º Observada a competência da Seção, os processos poderão ser distribuídos ao conselheiro que primeiro recebeu o processo conexo, ou o principal, salvo se para esses já houver sido prolatada decisão. § 3º A distribuição poderá ser requerida pelas partes ou pelo conselheiro que entender estar prevento, e a decisão será proferida por despacho do Presidente da Câmara ou da Seção de Julgamento, conforme a localização do processo. § 4º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do § 1º, se o processo principal não estiver localizado no CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para a unidade preparadora, para determinar a vinculação dos autos ao processo principal. § 5º Se o processo principal e os decorrentes e os reflexos estiverem localizados em Seções diversas do CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para determinar a vinculação dos autos e o sobrestamento Fl. 205DF CARF MF 6 Como matéria autônoma do presente processo cabe analisar apenas os itens IV e V do recurso voluntário, relativamente às alegações de nulidade da decisão de primeira instância e de inaplicabilidade do art. 74, §3º da Lei nº 9.430/96. Suscita a recorrente, sem razão, a nulidade da decisão de primeira instância, eis que, a seu ver o presente processo deveria ter sido suspenso até o julgamento do processo de ressarcimento. No entanto, como a decisão recorrida foi efetuada posteriormente e com base no julgamento de mesma instância proferido em relação ao processo prejudicial de ressarcimento, e, tendo sido mantida a suspensão da exigibilidade dos débitos objeto da compensação, nos termos do art. 151, III do CTN e do art. 74, §11 da Lei nº 9.430/96, não houve qualquer prejuízo à contribuinte, tendo sido tal procedimento, na prática, idêntico à suspensão do processo pleiteada pela contribuinte. Ademais, no âmbito do CARF, com a conversão do julgamento em diligência até o julgamento do processo prejudicial de ressarcimento, também foi adotado o procedimento pleiteado pela recorrente, inclusive, atualmente tutelado no Regimento Interno do CARF, no art. 6º do Anexo II. Quanto ao outro ponto, como já havia sido esclarecido na decisão recorrida, não se aplicou ao caso o inciso VI do §3° do art. 74 da Lei 9.430/96, que trata de hipótese de declaração de compensação apresentada à época em já havia decisão administrativa, mesmo que não definitiva, de indeferimento o pedido de ressarcimento que sustentaria o direito creditório. Nessa situação mencionada pela recorrente, a compensação seria considerada de pronto como não declarada3, a qual, inclusive, sequer estaria sujeita a julgamento no âmbito da do julgamento do processo na Câmara, de forma a aguardar a decisão de mesma instância relativa ao processo principal. § 6º Na hipótese prevista no § 4º se não houver recurso a ser apreciado pelo CARF relativo ao processo principal, a unidade preparadora deverá devolver ao colegiado o processo convertido em diligência, juntamente com as informações constantes do processo principal necessárias para a continuidade do julgamento do processo sobrestado. (...) 3 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) (...) VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I previstas no § 3o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1o do DecretoLei no 491, de 5 de março de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) c) refirase a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Fl. 206DF CARF MF Processo nº 13656.000870/200458 Acórdão n.º 3402004.816 S3C4T2 Fl. 204 7 DRJ ou deste CARF. No caso, a decisão da autoridade administrativa foi de não homologação da compensação em face da ausência de direito creditório reconhecido nos processos de ressarcimento, tendo sido assegurado à contribuinte o devido processo legal no âmbito administrativo, nos termos do art. 74, §§7o ao 11 da Lei nº 9.430/96. Relativamente ao mérito do direito creditório constante na Declaração de Compensação, como dito, ele está vinculado ao resultado do processo de ressarcimento nº 13656.000021/200666, que foi dado pelo Acórdão nº 3401002.239 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 21/05/2013, do qual a contribuinte foi cientificada em 29/07/2013, e se tornou definitiva no âmbito administrativo4, conforme fundamentos abaixo transcritos do seu voto condutor: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003, 2004, 2005 Ementa: ESTIMATIVAS. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. IMPUGNAÇÃO. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. O Recurso Voluntário apresentado pela recorrente, deve conter os motivos de fato e de direito em que se fundamenta. Os pontos em discordância devem vir acompanhados dos dados e documentos de forma a comprovar os fatos alegados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso nos termos do voto do relator. JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente. Fernando Marques Cleto Duarte Relator. (...) VOTO (...) Em curta síntese, a recorrente apresentou Pedidos de Restituição de Cofins e de PIS/Pasep nãocumulativo relativo ao período de jan/2003 a dez/2005. Referidos pedidos foram indeferidos pela Receita Federal motivados em suposta falta de cumprimento de requisitos para o direito ao crédito presumido previstos nos art. 3º, caput, §10 e §11, da Lei 10.684/03; art. 8º, caput, §6º, da Lei 10.925/04; art. 8º, caput, §6, da Lei 11.051/04. Em vista dos indeferimentos da Receita Federal, a contribuinte apresentada Manifestação de Inconformidade. Conquanto o inconformismo, este não foi acolhido pela DRJ. 1 – tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 2 – tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 3 – tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103A da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) 4 Embora a fiscalização na diligência não tenha informado acerca da definitividade no âmbito administrativo da decisão veiculada pela Acordão nº 3401002.239, verificase no eprocesso que não foi interposto outro recurso após a prolação do referido Acórdão. Fl. 207DF CARF MF 8 No mérito, o recurso ora apresentado, requerendo a reforma do “decisum” prolatado pela DRJ, em 2.9.2009, não merece ser provido, ficando a decisão da DRJ mantida integralmente. 1 FUNDAMENTAÇÃO Para fins elucidativos, transcrevo a seguir a decisão da DRJ (fls. 2.613/2.616), in verbis: “[...] A aplicação do regime de apuração nãocumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins no setor agropecuário é bastante complexa. (...) Da análise dos documentos acostados aos autos verificase que a empresa usou artifícios que lhe permitisse usufruir de crédito básico (que é apurado aplicandose a alíquota da contribuição sobre o valor da aquisição, sem nenhuma redução), quando a operação efetuada, na verdade gerava apenas o crédito presumido (a ser apurado na forma definida na legislação acima relacionada). Essa certeza se dá pelos seguintes fatos, narrados no Termo de Constatação Fiscal: 1) Nas diligências efetuadas nos estabelecimentos das empresas fornecedoras de café é manifestamente, selecionada por amostragem, verificouse que, quando encontrados, suas instalações não eram compatíveis com o volume das operações que elas supostamente efetuavam; 2) A empresa IZONEL DA SILVA – CNPJ Nº 04.461.584/000153, apresentou declaração de inatividade no período, e a J. BRAGA COMÉRCIO DE CAFÉ LTDA – CNPJ 24.041.592/000158, não recolheu um centavo sequer dos valores de tributos declarados no período, sendo que todos eles foram inscritos em Dívida Ativa da União; 3) Registrese que as empresas acima são responsáveis por mais de 83% do fornecimento da mercadoria adquirida pela requerente no período, e ainda que seus responsáveis, como se vê no resultado das diligências, são pessoas muito humildes que residem em imóveis não condizentes com o volume de vendas supostamente efetuadas por elas em suas declarações de renda, apresentam valores abaixo do limite de tributação ou não declararam. 4) As demais empresas diligenciadas, apresentam situações semelhantes às duas citadas; 5) As informações prestadas pela ITAPORANGA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO DE CAFÉ LTDA., quanto ao pagamento das mercadorias adquiridas no período, apresentam uma série de inconsistências, a saber: 5.1) As declarações das empresas fornecedoras das mercadorias não coincidem com as da compradora, tanto em questão de valor, quanto à data e forma do pagamento; 5.2) Diversos pagamentos foram efetuados em data anterior à emissão da nota fiscal respectiva (têm se caso de até 07 meses de diferença entre o pagamento e a emissão da nota fiscal, e também de pagamento efetuado em um ano e a nota emitida em outro); 5.3) Os pagamentos eram efetuados com a emissão de um número grande de cheques para cada nota fiscal (por exemplo, para a nota nº 001243, foram 97 cheques, e temos ainda casos de emissão de cerca de 60 cheques para a quitação de cada nota fiscal). 5.4) Importante registrar que esses inúmeros cheques eram nominais a produtores rurais (pessoas físicas) e não em às Fl. 208DF CARF MF Processo nº 13656.000870/200458 Acórdão n.º 3402004.816 S3C4T2 Fl. 205 9 empresas supostamente vendedoras, como seria o correto se a venda tivesse sido efetuada por elas. [...] Pelos fatos narrados, verificase que a empresa ITAPORANGA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO DE CAFÉ LTDA., adquiria café diretamente de produtores rurais (pessoas física) e efetuava o pagamento a eles, sendo que essas operações eram acobertadas com emissão de nota fiscal de empresas que não possuem estrutura para movimentar o volume de mercadorias comerciadas, e não cumprem suas obrigações tributárias. [...] Não resta dúvida de que, diferentemente do que afirma a manifestante, para fazer jus ao crédito presumido –agroindústria, a empresa precisava produzir ela própria o café que revende, considerando como tal o exercício cumulativo das atividades previstas no comando legal (art. 8º, §6º, da Lei 10.925/2004). Importante frisar que como se trata de benefício fiscal, a interpretação da legislação deve ser literal, não podendo prosperar a argumentação da empresa de que “o direito de crédito previsto na legislação não é restringido mesmo quando a atividade é exercida por terceiro, em usa conta e ordem”. Assim, não pode ela usufruir do crédito básico, visto que as aquisições, como demonstrado acima, foram efetuadas de pessoas físicas, nem do crédito presumido já que pela diligência efetuada, restou comprovado que a empresa não produz o café que revende, nos termos da legislação pertinente”. A partir do teor decisório acima transcrito, podese concluir que a contribuinte não consegue demonstrar qual a origem do café revendido por ela. Desta forma, fica evidente que se a contribuinte não produziu, ela própria, o café que revende, não fazendo jus ao crédito presumido pleiteado. Ainda que afirme que “as operações de compra de café pautam se pela informalidade que a própria atividade lhe impõe”, não é concebível que tal informalidade produza fatos como o pagamento em datas muito anteriores ao recebimento dos produtos e principalmente o pagamento efetuado diretamente ao produtor rural e não à empresa vendedora, como constatado pela autoridade fiscal. Com isso, cumpre aqui, a transcrição do art. 8º, §6º, da Lei 10.925/04, com o escopo de evidenciar, por parte da recorrente, o não enquadramento dela ao benefício do crédito presumido para agroindústria, in verbis: “Art, 8º As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos (...) destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculo sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoas física ou recebidos de cooperado pessoa física (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) [...] Fl. 209DF CARF MF 10 §6º Para os efeitos do caput deste artigo, considerase produção, em relação aos produtos classificados no código 09.01 da NCM, o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). Por fim, apesar de combativas as alegações da recorrente, estas são superficiais e refutam os mesmos pontos já discutidos na DRJ. Verificase, de forma contundente, que as alegações ora discutidas não são acompanhadas de provas que dêem suporte ao alegado. (...) 2 CONCLUSÃO Frente a todo o exposto, voto pelo não provimento do Recurso Voluntário e o não reconhecimento do direito creditório pleiteado. (...) Assim, diante da ausência de direito creditório apurada no processo de ressarcimento nº 13656.000021/200666 em decisão definitiva, não há possibilidade de homologação da compensação objeto do presente processo, razão pela qual voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (Assinatura Digital) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Fl. 210DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10540.001705/2008-56
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Nov 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 17/04/2007
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-006.132
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 00 17 05 /2 00 8- 56 Fl. 429DF CARF MF 2 Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de auto de infração, DEBCAD: 37.018.2634, lavrado contra o contribuinte identificado acima, consolidado em 17/10/2006, no valor de R$ 254.024,66 (Duzentos e cinqüenta e quatro mil, vinte e quatro reais, e sessenta e seis centavos), em razão da empresa ter infrigido o dispositivo previsto no artigo 32, inciso IV, parágrafo 5º da Lei nº 8.212/91, c/c o art. 225, inciso IV, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. De acordo com o Relatório Fiscal, a empresa apresentou GFIP’s com dados que não correspondiam aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, no período de 01/1999 a 06/2006, sendo tais fatos geradores inseridos nos levantamentos FDN, ND1, ND2 e PRA, constantes das NFLD’s nºs 37.018.2642 e 37.018.2640, conforme documentos juntados (fls. 56/239). A autuada apresentou impugnação, tendo a Secretaria da Receita Previdenciária em Vitória da Conquista/BA julgado a autuação procedente, mantendo o crédito tributário na sua integralidade. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. Em sessão plenária de 09/09/2014, foi dado provimento parcial ao Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2403002.682 (fls. 393/403), com o seguinte resultado: "ACORDAM os membros do Colegiado, (i) Em preliminares: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência das competências de 01/1999 a 09/2001, com base na regra do artigo 150, parágrafo 4º do CTN. (ii) No mérito: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para determinar o recálculo da multa, de acordo com o determinado na art. 32A, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. (iii) Por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso para excluir do pólo passivo da autuação a empresa BERTIN LTDA. Votaram pelas conclusões os conselheiros Ivacir Julio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Daniele Souto Rodrigues e Carlos Alberto Mees Stringari”. O acórdão encontrase assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/06/2006 PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, §4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. Fl. 430DF CARF MF Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 9202006.132 CSRFT2 Fl. 3 3 MULTA. RECÁLCULO. GFIP. OMISSÃO. FATOS GERADORES Constitui infração apresentar, a empresa, a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Com o advento da Lei 11.941.09, para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, “c”, do CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, § 6º da Lei nº 8.212/91 c/c o art. 284, II e art. 373 do Decreto nº 3.048/99 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32 A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009, nos moldes transcritos acima. GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE. PESSOA JURÍDICA. PRESSUPOSTOS. COMPROVAÇÃO DA PRÁTICA COMUM DO FATO GERADOR. INOCORRÊNCIA. Apenas existe responsabilidade tributária solidária entre empresas de um mesmo grupo econômico, apenas quando ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, não bastando o mero interesse econômico na consecução de referida situação. Recurso Voluntário Provido em Parte. O processo foi encaminhado para ciência da Fazenda Nacional, em 10/11/2014, para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 15/12/2014, o presente Recurso Especial (fls.405/412). Em seu recurso visa a reforma do acórdão recorrido em relação ao cálculo da multa mais benéfica ao contribuinte. Ao Recurso Especial da Fazenda Nacional foi dado seguimento, conforme Despacho s/nº, da 4ª Câmara, de 29/12/2015 (fls.414/419). O recorrente, em suas alegações, requer seja dado total provimento ao presente recurso, para reformar o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 32A, inciso I, da Lei nº 8.212/91, em detrimento do art. 35A, do mesmo diploma legal, para que seja esposada a tese de que a autoridade preparadora deve verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a soma das duas multas anteriores (arts. 35, II, e 32, IV, da norma revogada) ou a do art. 35A da MP nº 449/2008. Cientificado do Acórdão nº 2403002.682, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN em 09/05/2016, de acordo com Edital nº 01/2016 (fl.426), o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Fl. 431DF CARF MF 4 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora. Pressupostos de Admissibilidade O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido, conforme Despacho de Exame de Admissibilidade de Recurso Especial, fls. 1023. Assim, não havendo qualquer questionamento acerca do conhecimento e concordando com os termos do despacho proferido, passo a apreciar o mérito da questão. Do mérito Aplicação da multa retroatividade benigna Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, Fl. 432DF CARF MF Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 9202006.132 CSRFT2 Fl. 4 5 mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, Fl. 433DF CARF MF 6 obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: Fl. 434DF CARF MF Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 9202006.132 CSRFT2 Fl. 5 7 I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: ∙ Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou ∙ Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Fl. 435DF CARF MF 8 Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no Fl. 436DF CARF MF Processo nº 10540.001705/200856 Acórdão n.º 9202006.132 CSRFT2 Fl. 6 9 momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Fl. 437DF CARF MF 10 Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, assim como lançado. Por fim, esclareço que o AI de Obrigação Principal que descreve os fatos geradores omitidos em GFIP, ou seja, com conexão direta com o presente AIOA encontrase em julgamento nesta mesma sessão de julgamento, Processo nº 10540.001709/200834. Conclusão Face o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL, para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. É como voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 438DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.005538/2007-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 03 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Nov 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/2006 a 31/05/2006
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65.
Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
Numero da decisão: 2202-004.204
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/2006 a 31/05/2006 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
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RESPONSABILIDADE PESSOAL DO DIRIGENTE DE ÓRGÃO PÚBLICO. INAPLICABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 65. Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige (Súmula CARF nº 65). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Waltir de Carvalho, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Virgílio Cansino Gil, Rosy Adriane da Silva Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 00 55 38 /2 00 7- 65 Fl. 170DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 19515.001700/200813. "Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve a cobrança do crédito tributário. O Auto de Infração foi lavrado por descumprimento de obrigação acessória verificada durante ação fiscal realizada em órgão público. A autuação ocorreu em nome do sujeito passivo, na condição de dirigente de órgão público, por força do disposto no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, vigente à época dos fatos geradores. O recorrente tomou ciência do lançamento e apresentou defesa, entretanto, a primeira instância de julgamento manteve a autuação. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, onde alega a improcedência da autuação. É o relatório." Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 2202004.158, de 03/10/2017, proferido no julgamento do processo 19515.001700/200813, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 2202004.158): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O lançamento em questão foi efetuado contra o dirigente do órgão público com base no art. 41 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, que, à época dos fatos geradores, estabelecia: Art. 41. O dirigente de órgão ou entidade da administração federal, estadual, do Distrito Federal ou municipal, responde pessoalmente pela multa aplicada por infração de dispositivos desta Lei e do seu regulamento, sendo obrigatório o respectivo desconto em folha de pagamento, mediante requisição dos órgãos competentes e a partir do primeiro pagamento que se seguir à requisição. Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10580.005538/200765 Acórdão n.º 2202004.204 S2C2T2 Fl. 3 3 Contudo, o dispositivo transcrito foi revogado pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, não mais se aplicando, contra dirigente de órgão público, a penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Sobre a matéria, a Súmula CARF nº 65 dispõe o seguinte: Inaplicável a responsabilidade pessoal do dirigente de órgão público pelo descumprimento de obrigações acessórias, no âmbito previdenciário, constatadas na pessoa jurídica de direito público que dirige. Em função disso, aplicase ao caso, a retroatividade benigna de que trata a alínea “c” do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN): Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: [...] II tratandose de ato não definitivamente julgado: [...] c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Portanto, o lançamento em questão deve ser cancelado. Conclusão Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Rosy Adriane da Silva Dias Relator" Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Fl. 172DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10950.902747/2012-61
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jan 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2011 a 31/12/2011
IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO. MEIO DE PROVA. EFETIVA OPERAÇÃO. APRESENTAÇÃO TARDIA E INSUFICIENTE.
O meio apto para a legitimação da tomada do crédito é aquele que comprova a efetiva operação, ou seja, a verdadeira aquisição do material de embalagem, produto intermediário e/ou matéria prima. Os comprovantes de pagamento e de transporte são documentos hábeis para tanto, contudo, devem ser apresentados na manifestação de inconformidade
Numero da decisão: 3001-000.083
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria dos votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Cássio Schappo, que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri , Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2011 a 31/12/2011 IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO. MEIO DE PROVA. EFETIVA OPERAÇÃO. APRESENTAÇÃO TARDIA E INSUFICIENTE. O meio apto para a legitimação da tomada do crédito é aquele que comprova a efetiva operação, ou seja, a verdadeira aquisição do material de embalagem, produto intermediário e/ou matéria prima. Os comprovantes de pagamento e de transporte são documentos hábeis para tanto, contudo, devem ser apresentados na manifestação de inconformidade
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria dos votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Cássio Schappo, que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri , Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo.
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RESSARCIMENTO. CRÉDITO. MEIO DE PROVA. EFETIVA OPERAÇÃO. APRESENTAÇÃO TARDIA E INSUFICIENTE. O meio apto para a legitimação da tomada do crédito é aquele que comprova a efetiva operação, ou seja, a verdadeira aquisição do material de embalagem, produto intermediário e/ou matéria prima. Os comprovantes de pagamento e de transporte são documentos hábeis para tanto, contudo, devem ser apresentados na manifestação de inconformidade Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria dos votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Cássio Schappo, que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 27 47 /2 01 2- 61 Fl. 191DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri , Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo. Relatório DESPACHO DECISÓRIO 031030957 O despacho decisório acima referenciado julgou a Per/Dcomp n. 36330.74210.250112.1.1.018920, na qual a Recorrente pleiteava ressarcimento de IPI do período de apuração relativo ao 4o. trimestre de 2011. Analisadas as informações prestadas no PER/DCOMP e período de apuração acima identificados, constatouse que o valor do crédito solicitado/utilizado era de R$ 31.717,38. E o Valor do crédito reconhecido de R$ 22.444,45. O valor do crédito reconhecido foi inferior ao solicitado/utilizado em razão da ocorrência de glosa de créditos considerados indevidos e da constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado. O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual foi HOMOLOGADO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP 09028.50422.300112.1.3.017580 e 36330.74210.250112.1.1.018920 Desta forma, restou um crédito tributário em exigência no valor do Principal de R$ 9.272,93, Multa de R$ 1.854,58 e Juros de R$ 559,15. Manifestação de Inconformidade De acordo com a defesa acostada pela Recorrente, o motivo da irregularidade dos créditos se deveu ao fato da situação cadastral do estabelecimento emitente das notas fiscais, no caso, duas DANFEs da empresa Kerry do Brasil Ltda., CNPJ 02.332.686/000577, n. 24576 e 26221, datadas, 25/10/11 e 30/11/11. Tal empresa seria sua Fornecedora de insumos, e p estabelecimento teria sido baixado, mas nas datas da emissão das Danfes permanecia ativo. Data do Pedido da Baixa Alegou interpretação equivocada sobre o cadastro denominado CNPJ. Aponta a Recorrente que consta como data da baixa a data de 23/11/2010. Entrentanto, em verdade, esta teria sido, tão somente, a data do PEDIDO de baixa, conforme FCPJ juntado em anexo 1. Fl. 192DF CARF MF Processo nº 10950.902747/201261 Acórdão n.º 3001000.083 S3C0T1 Fl. 192 3 Data da BAIXA Ainda, postulou a Recorrente pelo reconhecimento de seu crédito, e, pela legitimidade do emissor das notas fiscais, em razão da aprovação da baixa, pelo órgão compentente, terse dado, apenas, em 24/01/12. Juntou acompanhamento da solicitação de CNPJ em anexo 2. Acórdão DRJ/RPO A manifestação de inconformidade foi julgada pela Delegacia de julgamento com a seguinte ementa: Acórdão 1445.635 2ª Turma ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2011 a 31/12/2011 PER/DCOMP. DIREITO AO CRÉDITO. CNPJ. SITUAÇÃO CADASTRAL. CANCELADO. A falta de comprovação da regularidade cadastral dos fornecedores junto a Secretaria da Receita Federal do Brasil nas datas da emissão das notas fiscais que geraram o direito ao crédito de IPI, impõe a manutenção da glosa dos créditos de IPI. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 193DF CARF MF 4 Extraise do voto em questão que as glosas de créditos decorreram do motivo: a) Estabelecimento Emitente da Nota Fiscal na situação de CANCELADO no cadastrado CNPJ (Motivo 4). Ainda, fundamentou sua decisão no aspecto de que o deferimento pela Receita tem natureza meramente declaratória. Ou seja, a partir do momento em que a empresa solicita formalmente a baixa de suas atividades comerciais, encerramse as suas atividades, ficando sujeita, apenas, à formalização ulterior da baixa pelo Órgão Federal. Contudo, o julgador determina que seu raciocínio guarda espaço às exceções, vez que poderia fazer prova que, mesmo depois de transcorridos 12 meses da solicitação da baixa, que o fornecedor continuava em atividade. Conclui que inexistem nos autos provas do ingresso dos insumos no estabelecimento da interessada e/ou do pagamento dos mesmos. Recurso Voluntário Em sua defesa, a Recorrente trata de legitimar seus créditos de IPI, declarados na Per/Dcomp e glosados. Irregularidade da inscrição O motivo da irregularidade dos créditos se deveu à irregularidade da inscrição do fornecedor Kerry do Brasil Ltda. Entretanto, como repetiu, o estabelecimento da Kerry foi baixado em 24/01/2012 e que, a data de 23/11/2010 foi o pedido de baixa, tão somente. Sobre o disposto em trecho do acórdão, no sentido de abrir a possibilidade de prova a recorrente, inclusive, listando como entrada de insumos e pagamentos. Provas Neste sentido, a Recorrente trouxe aos autos o comprovante do registro de Livro de Saída das referidas Notas Fiscais do mês de outubro e novembro de 2011 e os registros de Apuração do IPI, bem como o Comprovantes de Arrecadação do Recolhimento do IPI relativos a outubro/11 e novembro/11. Voto Conselheiro Renato Vieira de Avila Relator Tempestividade A Data da ciência do teor da decisão que julgou a Manifestação de Inconformidade deuse por decurso de prazo em 08 de abril de 2014. Em 23 de Abril de 2014 foi apresentado o Recurso Voluntário. Tempestivo, portanto, o Recurso. Mérito Neste caso particular, a Recorrente pretende fazer valer sua pretensão no sentido de que seria válida a sua conduta, pois o emissor da nota Fiscal, quem seja, a empresa Fl. 194DF CARF MF Processo nº 10950.902747/201261 Acórdão n.º 3001000.083 S3C0T1 Fl. 193 5 Kerry, estaria em condições de emitir as mencionadas Notas Fiscais, pois solicitou sua baixa na data de 23/11/2010. Inobstante seu pedido de baixa, realizado, portanto, já no ano de 2010, a Fornecedora da Recorrente, a empresa Kerry, permaneceu exercendo as atividades constantes de seu objeto social até a data do deferimento deste pedido de baixa, já, por fim, no ano de 2012, mas especificamente janeiro, no dia 24. Desta forma, as notas fiscais, datadas de 25/10 e 30/11, ambas do ano de 2001, teriam legitimidade para sustentar o crédito tomado. Conforme se apos anteriormente em relatório, a decisão da Delegacia de julgamento de Ribeirão Preto, considerou que a Recorrente poderia ter feito prova da validade de sua conduta, a fim de ver prevalecer o crédito tomado da fornecedora, empresa Kerry. Veja se: “ poderia fazer prova que, mesmo depois de transcorridos 12 meses da solicitação da baixa, que o fornecedor continuava em atividade. Conclui que inexistem nos autos provas do ingresso dos insumos no estabelecimento da interessada e/ou do pagamento dos mesmos.” Com base nisso, a recorrente, em sede de seu Recurso Voluntário, apresentou Notas Fiscais do mês de outubro e novembro de 2011 e os registros de Apuração do IPI e Comprovantes de Arrecadação do Recolhimento do IPI relativos a outubro/11 e novembro/11 Consoante se percebe, a Recorrente, além de juntar documentação a destesmpo, o fez de forma incompleta, e portanto, além de preclusa, inábil para provar o crédito. Isto porque, afora a discussão que a Delegacia de Ribeirão Preto não possui prerrogativa para reabrir prazo de instrumentação probatória, o fez em tom didático, e não prescritivo. Comprovação da Efetiva Aquisição Nesta linha, o enunciado a que se refere, deixa claro e expresso, a necessidade de comprovar a efetiva aquição da mercadoria, o que se daria com os comprovantes de pagamento e transporte. Acórdão 3402002.954 TERCEIRO INTERESSADO. PROCEDIMENTO FISCAL REGULAR. ATO DECLARATÓRIO DE BAIXA DA INSCRIÇÃO. DESNECESSIDADE. Não obstante o procedimento fiscal instaurado em face da contribuinte, motivadopelainexistênciadefatodaempresafornecedoradeseuspro dutos, a contribuinte não logrou êxito em demonstrar a efetiva realização das operações suspeitas e o correspondente pagamento, tendo sido corretas as glosas perpetradas pela fiscalização. Fl. 195DF CARF MF 6 "DA PROVA DA OPERAÇÃO" Alega a recorrente que a nota fiscal seria o documento hábil para representar a operação de compra e venda dos produtos e, logo, serve de lastro ao registro na escrituração, consoante dispõe o art.9o do Decreto lein°1.598/77,assim, a contabilização de operação de aquisição de matéria prima lastreada em nota fiscal faria prova em seu favor. No entanto, diante da ausência da comprovação da idoneidade das notas fiscais, o dispositivo citado não favorece a recorrente. Não há que se olvidar que o procedimento fiscal foi instaurado justamente para verificar se efetivamente ocorreram as aquisições da recorrente objeto das notas fiscais comfundadassuspeitasdaidoneidade,eisqueafornecedoradaautua danessasoperações,naverdade,atuavacomacompraevendadaspró priasnotasfiscais,enãodasmercadoriasneladescritas.Porcerto,as" aquisições"objetodasnotasfiscaisseriamregistradascorretamente na contabilidade da recorrente, pois era mesmo esse o intento da fraude para o registro dos créditos de IPI das "aquisições". Não obstante as oportunidades oferecidas à recorrente no curso do procedimentofiscalenaimpugnação,comobemexplicitouadecisãor ecorrida,cujostrechos abaixo transcritos adoto como fundamento de decidir, nos termos do art. 50, §1° da Lei nº 9.784/99, ela não comprovou que efetivamente ocorrera mas aquisições objeto das notas fiscais suspeitas: Tendo em vista que incumbiria à impugnante o ônus da prova de eventual elemento modificativo da autuação, não seria o caso de, em sede de recurso voluntário, realizar a diligênciar e querida para produzir a prova que a impugnante não logrou êxito em fazêlo. Há que se esclarecer que está preclusa, neste momento processual, a produção de novas provas, nos termos do art. 16, §4° do Decreto nº 70.235/72. É por ocasião da apresentação da impugnação que a recorrente deveria ter produzido a prova necessária à comprovação das suas alegações. A autoridade julgadora administrativa, a teor do art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, pode determinar, de ofício ou a requerimento do interessado, a realização de diligências ou perícias, mas somente quando entendêlas necessárias ao seu convencimento, devendo indeferir as prescindíveis ao julgamento. No entanto, as diligências e perícias não existem com o propósito de suprir o ônus da prova colocado às partes, mas sim de elucidar questões pontuais mantidas controversas mesmo em face dos documentos trazidos pela requerente. As diligências destinamse à solução de dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, à impugnante, ora recorrente. Assim, entendo que deve ser indeferido o pedido de perícia da recorrente, em conformidade com o art.18 e 28 do Decreto n º70.235/72, tendo em vista a preclusão para a produção de provas neste momento processual, bem como ao fato de que seria de sua incumbência aapresentação de provas em contraposição à pretensão fiscal, nos termos do art. 16 do Decreto nº70.235/72 e do art.36 da Lei nº 9.784/99. "DA AUSÊNCIA DE APURAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DAS MERCADORIAS ADQUIRIDAS" Somente as notas fiscais não Fl. 196DF CARF MF Processo nº 10950.902747/201261 Acórdão n.º 3001000.083 S3C0T1 Fl. 194 7 seriam suficientes para comprovar a efetiva aquisição das mercadorias, não obstante a eventual dificuldade da recorrente para produzir a prova em face do tempo decorrido, mormente quando: foram emitidas por empresa fornecedora que atuava na compra e venda de notas fiscais, não se comprovou a vinculação dos pagamentos a essas operações e não se comprovou os transportes das mercadorias correspondentes,como já esclareceu a decisão recorrida. Nesta esteira, diante da ausência de qualquer prova da efetiva existência das operações, a matéria não comporta dúvida razoável para aaplicação do art.112 do CTN, como quer a recorrente. Momento da Prova Acórdão n° : 20215.430 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL — PRODUÇÃO DE PROVA DOCUMENTAL — PRECLUSÃO — Na forma 'do , r § 4° do artigo 16 do Decreto n° 70.235/72, a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o Unpugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; refirase a fato ou direito superveniente; ou destinese a contrapor fatos ou razõeS posteriormente trazidos aos autos Conclusão Diante do exposto, tomo conhecimento do Recurso mas negolhe provimento. Renato Vieira de Avila Relator Fl. 197DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000414/2008-22
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 30 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO. PEDIDO DE PARCELAMENTO. RENÚNCIA.
No caso de pedido de parcelamento nos moldes da Lei no. 12.996, de 2014, configura-se a desistência e a renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, devendo-se declarar a definitividade do crédito tributário em litígio.
Numero da decisão: 9202-005.996
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para declarar a definitividade do crédito tributário, em face da desistência do recurso pelo sujeito passivo.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercicio
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Ana Cecília Lustosa da Cruz (Suplente convocada).
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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Interessado CITY SERVICE SEGURANÇA LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO. PEDIDO DE PARCELAMENTO. RENÚNCIA. No caso de pedido de parcelamento nos moldes da Lei no. 12.996, de 2014, configurase a desistência e a renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, devendose declarar a definitividade do crédito tributário em litígio. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para declarar a definitividade do crédito tributário, em face da desistência do recurso pelo sujeito passivo. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercicio (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Ana Cecília Lustosa da Cruz (Suplente convocada). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 04 14 /2 00 8- 22 Fl. 303DF CARF MF Processo nº 14041.000414/200822 Acórdão n.º 9202005.996 CSRFT2 Fl. 304 2 Em litígio, o teor do Acórdão nº 2403000.841, prolatado pela 3a. Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na sessão plenária de 26 de setembro de 2011 (efls. 63 a 68). Ali, por maioria de votos, deuse parcial provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e decisão a seguir: MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICAÇÃO À COBRANÇA DE TRIBUTOS. É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. SESC E SENAC. CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS POR PRESTADORAS DE SERVIÇO. Empresas prestadoras de serviço são contribuintes do SESC/SENAC Decisão: Por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso determinando o recalculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91, com a prevalência da mais benéfica ao contribuinte. Vencido o Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa de mora. Enviado os autos à Fazenda Nacional para fins de ciência, ocorrida em 19/12/2011 (efl. 201), sua Procuradoria da Fazenda Nacional apresenta, em 26/12/2011 (efl. 203), Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009, então em vigor quando da propositura do pleito recursal (efls. 205 a 222 e anexos) . Alegase, no pleito, divergência em relação ao decidido, em 17/05/2012, no Acórdão 240100.120, de lavra da 1a. Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a. Seção deste CARF, de ementa e decisão a seguir transcritas: Acórdão 240100.120 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2005 SALÁRIO INDIRETO. CARTÕES DE PREMIAÇÃO PARCELA DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDÊNCIÁRIA. Fl. 304DF CARF MF Processo nº 14041.000414/200822 Acórdão n.º 9202005.996 CSRFT2 Fl. 305 3 JUROS SELIC. INCOSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO. DECADÊNCIA 1 De acordo com o artigo 34 da Lei n° 8212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. 2 A teor do disposto no art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontrase sumulada, de acordo com a Súmula n° 2 do 2º Conselho de Contribuintes. 3Tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's n°s 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. Termo inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial, (CTN, ART. 150, §4°).No caso, tratase de tributo sujeito a lançamento por Homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 150, § 4 ° do CTN2Nos termos do artigo 28, inciso I, da Lei n° 8.212/91, c/c artigo 457, § Iº, da CLT, integra o salário de contribuição, a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título aos segurados empregados, objetivando retribuir o trabalho.A verba paga pela empresa aos segurados empregados por intermédio de programa de incentivo, administrativo pela empresa INCENTIVE HOUSE é fato gerador de contribuição previdenciária. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Decisão: I) Por unanimidade de votos, em declarar a decadência das contribuições apuradas até a competência 11/2000; II) Por maioria de votos, em declarar a decadência dascontribuições apuradas até a competência 11/2001. Vencidas as Conselheiras Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Bernadete de Oliveira Barros e Ana Maria Bandeira, que votaram por declarar a decadência das. contribuições apuradas até à competência 11/2000; e III) Por unanimidade de votos: a) em rejeitar a preliminar de nulidade; e b) no mérito, em negar provimento ao recurso. Fl. 305DF CARF MF Processo nº 14041.000414/200822 Acórdão n.º 9202005.996 CSRFT2 Fl. 306 4 Após defender a existência de divergência interpretativa, caracterizada pela similitude de situações fáticas e soluções diametralmente opostas, em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda que: a) O artigo 35 da Lei no. 8.212, de 1991, na nova redação conferida pela MP no. 449, de 2008, convertida na Lei no. 11.941, de 2009, não pode ser entendido de forma isolada do contexto legislativo no qual está inserido, sobretudo de forma totalmente dissociada das alterações introduzidas pela MP no. 449 à legislação previdenciária. Para a solução destes questionamentos, devese lembrar que "não se interpreta o Direito em tiras, aos pedaços. (...) um texto de direito isolado, destacado, desprendido do sistema jurídico, não expressa significado normativo algum". Nesse contexto, impende considerar que a Lei no. 11.941, de 2009 (fruto da conversão da MP no. 449 de 2008), ao mesmo tempo em que alterou a redação do artigo 35, introduziu na Lei de Organização da Previdência Social o artigo 35A, a fim de instituir uma nova sistemática de constituição dos créditos previdenciários e respectivos acréscimos legais de forma similar à sistemática aplicável para os demais tributos federais; b) A redação do art. 35A é clara. Efetuado o lançamento de ofício das contribuições previdenciárias indicadas no artigo 35 da Lei no. 8.212, de 1991, deverá ser aplicada a multa de ofício prevista no artigo 44 da Lei no. 9.430, de 1996. Assim, à semelhança do que ocorre com os demais tributos federais, verificado que o contribuinte não realizou o pagamento ou o recolhimento do tributo devido, cumpre à fiscalização realizar o lançamento de ofício e aplicar a respectiva multa (de ofício) prevista no artigo 44 da Lei no. 9.430, de 1996; c) Por outro lado, como já ocorre com os demais tributos federais, a incidência da multa de mora ocorrerá naqueles casos expressos no art. 61 da Lei no. 9.430, de 1996. Ou seja, nas hipóteses em que o contribuinte incorreu na mora e efetuou o recolhimento em atraso, de forma espontânea, independente do lançamento de ofício, efetuado com esteio no art. 149 do CTN. Assim, no lançamento de ofício, diante da falta de pagamento ou recolhimento do tributo e/ou falta de declaração ou declaração inexata, são exigidos, além do principal e dos juros moratórios, os valores relativos às penalidades pecuniárias que no caso consistirá na multa de ofício. A multa de ofício será aplicada quando realizado o lançamento para a constituição do crédito tributário. A incidência da multa de mora, por sua vez, ficará reservada para aqueles casos nos quais o sujeito passivo, extemporaneamente, realiza o pagamento ou o recolhimento antes do procedimento de oficio (ou seja, espontaneamente o que não foi o caso). Essa mesma sistemática deverá ser aplicada às contribuições previdenciárias, em razão do advento da MP no. 449 de 2008, posteriormente convertida da Lei no. 11.941, de 2009; d) A multa de mora e a multa de ofício são excludentes entre si. E deve prevalecer, na hipótese de lançamento de ofício, configurada a falta ou recolhimento do tributo e/ou a falta de declaração ou declaração inexata, a multa de ofício prevista no art. 44 da Lei no. 9.430, de 1996, diante da literalidade do art. 35A. Nessa esteira, não há como se adotar outro entendimento senão o de que a multa de mora prevista no art. 35, da Lei no. 8.212/91 em sua redação antiga (revogada) está inserida em sistemática totalmente distinta da multa de mora prescrita no art. 61 da Lei no. 9.430, de 1996. Logo, por esse motivo não se poderia aplicar à espécie o disposto no art. 106 do CTN, pois, para a interpretação e aplicação da retroatividade benigna, a comparação é feita em relação à mesma conduta infratora praticada, em relação à mesma penalidade. Como conclusão, para se averiguar sobre a ocorrência da retroatividade benigna no caso concreto, a comparação entre normas deve ser feita entre o art. 35, da Lei no. Fl. 306DF CARF MF Processo nº 14041.000414/200822 Acórdão n.º 9202005.996 CSRFT2 Fl. 307 5 8.212, de 1991 em sua redação antiga (revogada) e o art. 35A da LOPS. Cita, ainda a necessidade de aplicação da IN RFB no. 971, de 2009. Requer, assim, que seja seja admitido e provido o presente recurso para reformar o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 35 da Lei no. 8.212, de 1991 (na atual redação conferida pela Lei no. 11.941, de 2009), em detrimento do art. 35A, também da Lei no. 8.212, de 1991, devendose verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a multa anterior (art. 35 da norma revogada) ou a do art. 35A da Lei ns 8.212, de 1991. O recurso foi admitido pelo despacho de efls. 227 a 231. Antes da ciência da autuada em 31/07/2013 (efl. 252), esta encartou ao processo: a) Recurso Especial de sua iniciativa, de efls. 254 a 273 e anexos, que teve seu seguimento negado, na forma de despachos de efls. 290/291; b) Contrarrazões ao pleito fazendário, de efls. 276 a 281; c) Posteriormente, foi juntada aos autos pelo Contribuinte a comunicação de parcelamento de efl. 294 a 301, em que requer a extinção do processo administrativo, por ter optado a autuada por parcelar os débitos em litígio, consoante Lei no. 12.996, de 2014. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto a sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigmas e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade. Assim, conheço do recurso da Fazenda Nacional. Previamente à análise de mérito, entendo que deva ser considerado o expediente de efl. 294 a 301, onde se verifica que o contribuinte incluiu os débitos objeto do presente lançamento no parcelamento instituído pela Lei no. 12.996, de 18 de junho de 2014, alterada pela Medida Provisória nº 651/2014, que reabriu, até 25 de agosto de 2014, o prazo para pagamento e parcelamento de débitos vencidos até 31/12/2013, observadas as condições previstas na Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 13/2014. Destarte, com fulcro no art. 8o., da referida Portaria PGFN/RFB no. 13, de 2014, que regulamentou o parcelamento em questão e, ainda, consoante o disposto no art. 78, § 3o. do Anexo II ao Regimento Interno deste CARF aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015, resta caracterizada a desistência do sujeito passivo da presente discussão administrativa e a renúncia a qualquer direito sobre o qual se fundou o provimento parcial a quo, inclusive quanto à parcela que permanece em litígio, na forma dos dispositivos a seguir: Fl. 307DF CARF MF Processo nº 14041.000414/200822 Acórdão n.º 9202005.996 CSRFT2 Fl. 308 6 Portaria PGFN/RFB no. 13, de 2014 Art. 8º. Para pagamento à vista ou inclusão no parcelamento de débitos objeto de discussão administrativa ou judicial, na forma desta Portaria Conjunta, o sujeito passivo deverá desistir de forma irrevogável de impugnação ou recurso administrativos, de ações judiciais propostas ou de qualquer defesa em sede de execução fiscal e, cumulativamente, renunciar a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundam os processos administrativos e ações judiciais. RICARF Art. 78. (...) (...) § 3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente. Assim, com base no acima disposto, de se declarar a definitividade do crédito tributário relativo à parcela que permanece em litígio, qual seja a multa de ofício, a ser aplicada consoante Portaria Conjunta PGFN/RFB no. 14, de 2009, sem prejuízo de eventuais benefícios posteriormente aplicáveis por conta da norma regulamentadora do parcelamento em questão. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, para declarar a definitividade do crédito tributário em litígio. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 308DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.910743/2011-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Oct 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
Data do fato gerador: 21/05/2005
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA
Inexiste norma legal que preveja a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. O art. 150, § 4º do CTN, cuida de regulamentar o prazo decadencial para a homologação do lançamento, não se podendo confundir o lançamento com o Pedido de Restituição. O artigo 74 da Lei nº 9.430/96, cuida de prazo para homologação de Declaração de Compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.591
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Souza Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF Data do fato gerador: 21/05/2005 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA Inexiste norma legal que preveja a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. O art. 150, § 4º do CTN, cuida de regulamentar o prazo decadencial para a homologação do lançamento, não se podendo confundir o lançamento com o Pedido de Restituição. O artigo 74 da Lei nº 9.430/96, cuida de prazo para homologação de Declaração de Compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento. Recurso Voluntário Negado.
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PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Recorrente BANCO VOLKSWAGEN S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Data do fato gerador: 21/05/2005 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. PRAZO PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INOCORRÊNCIA Inexiste norma legal que preveja a homologação tácita do Pedido de Restituição no prazo de 5 anos. O art. 150, § 4º do CTN, cuida de regulamentar o prazo decadencial para a homologação do lançamento, não se podendo confundir o lançamento com o Pedido de Restituição. O artigo 74 da Lei nº 9.430/96, cuida de prazo para homologação de Declaração de Compensação, não se aplicando à apreciação de Pedidos de Restituição ou Ressarcimento. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Souza Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 91 07 43 /2 01 1- 16 Fl. 88DF CARF MF Processo nº 16327.910743/201116 Acórdão n.º 3402004.591 S3C4T2 Fl. 3 2 Trata o presente processo de Recurso Voluntário contra a Decisão da DRJ em Ribeirão Preto (SP), que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, mantendo o Despacho Decisório eletrônico proferido, que, por sua vez, indeferiu o Pedido de Restituição, referente a suposto pagamento de IOF a maior no ano de 2005. Conforme o que consta do referido Despacho Decisório, o pleito foi negado tendo em vista que o DARF discriminado no PER estava integralmente utilizado para a quitação do débito de IOF, não restando saldo de crédito disponível para a restituição almejada. Cientificada da decisão proferida, a empresa interpôs a Manifestação de Inconformidade alegando homologação por decurso de prazo, já que ultrapassado o prazo de cinco anos entre a data de envio, tanto do Pedido de Restituição (PER) quanto da Declaração de Compensação (DCOMP) a ele atrelada, e a data de proferimento do Despacho Decisório. Com base nessas considerações requer a reforma da decisão, com a consequente homologação da compensação declarada. No entanto, os argumentos aduzidos pelo Recorrente não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme Ementa do Acórdão nº 14061.323, prolatado pela DRJ em Ribeirão Preto (SP): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Data do fato gerador: 21/05/2005 RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO DECLARADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito está integralmente alocado à débito validamente declarado em DCTF. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal para a homologação tácita de pedido de restituição, nem previsão de perda do poder de decidir por decurso de prazo em pedidos desta natureza. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Devidamente cientificada desta decisão a recorrente interpôs, tempestivamente, o presente recurso voluntário, alegando as seguintes razões: (i) consta do Despacho Decisório que "foram localizados pagamentos, mas que foram integralmente utilizados para a quitação de débitos do Recorrente, não restando crédito disponível para restituição". Porém, tanto o Pedido de Restituição (PER) quanto a respectiva Compensação (DCOMP), foram realizados em dezembro/2006, operandose, portanto, a homologação da compensação em dezembro de 2011; Fl. 89DF CARF MF Processo nº 16327.910743/201116 Acórdão n.º 3402004.591 S3C4T2 Fl. 4 3 (ii) cita e transcreve como base legal, o §4º do art. 150 do Código Tributário Nacional (CTN), bem como, registra o Acórdão nº 3801000.530, de 29/09/2010, proferido pelo CARF nos autos do PAF nº 10830.007499/9736; (iii) conclui que, dessa forma operouse a homologação tácita em dezembro de 2011, não havendo sequer a possibilidade de discussão acerca da existência do crédito do Recorrente por meio de Despacho Decisório proferido em 2012, ou seja, após o decurso do mencionado prazo qüinqüenal. Por fim, requer que o presente Recurso Voluntário seja recebido e julgado, com a conseqüente reforma da decisão recorrida e homologação da compensação declarada. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.467, de 26 de setembro de 2017, proferido no julgamento do processo 16327.910558/201113, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402004.467): "1. Da admissibilidade do Recurso O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Colegiado. 2. Objeto da lide Verificase que o Recorrente não contesta a inexistência do indébito tributário demonstrada no Despacho Decisório. O que se discute no recurso é a alegação de homologação tácita quanto ao Pedido de Restituição (PER). 3. Análise do Pedido Como relatado, o Recorrente pede o provimento do seu recurso unicamente sob o argumento da homologação tácita do seu Pedido de Restituição (PER) nº 01445.28437.211206.1.2.046453, como base no §4º do art. 150 do Código Tributário Nacional. Aduz que tanto o Pedido de Restituição (PER) quanto a respectiva Compensação (DCOMP), foram realizados em 21 e 26 dezembro de 2006, respectivamente e, como base no §4º do art. 150 do Código Tributário Nacional, operouse a homologação tácita da compensação em 26/12/2011, não havendo sequer a possibilidade de discussão acerca da existência do crédito do Recorrente, por meio de Fl. 90DF CARF MF Processo nº 16327.910743/201116 Acórdão n.º 3402004.591 S3C4T2 Fl. 5 4 Despacho Decisório proferido em 03/01/2012, ou seja, após o decurso do mencionado prazo qüinqüenal. Pois bem. É cediço que o Código Tributário Nacional (CTN), regulamenta o prazo decadencial de 5 anos para o agente fiscal homologar o lançamento por homologação, que ocorre quando o contribuinte, por determinação legal, em substituição ao agente arrecadador, possui a obrigação de apurar o tributo devido, em face da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, efetuar o seu recolhimento e realizar a respectiva declaração. No contexto do procedimento de homologação das compensações, no qual se atesta a existência e a suficiência do direito creditório invocado para a extinção dos débitos compensados, a única limitação imposta à atuação da Administração Tributária é o prazo de cinco anos da data da apresentação das declarações de compensação, depois do qual os débitos compensados devem ser extintos, independentemente da existência e suficiência dos créditos, conforme determina o artigo 74, §5° da Lei n° 9.430, de 1996. Destaco a seguir seu conteúdo: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 1º (...). § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação.(Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) (Grifei). No mesmo sentido, define a Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 2012, assim como as Instruções Normativas que a sucederam na regulamentação dessa matéria. Como se vê, por disposição legal expressa, a homologação tácita é aplicável unicamente à Declaração de Compensação, não havendo possibilidade de sua aplicação aos Pedidos de Restituição e Ressarcimento (PER). Isto ocorre porque quando o contribuinte realiza um pedido de compensação, nada mais está fazendo do que um lançamento por homologação: apura o tributo devido, realiza a declaração, e substitui o pagamento em espécie, por um pagamento com crédito tributário que possui junto ao ente tributante. E é por essa razão que, quando não há a apreciação expressa do pedido de compensação, passados 5 anos após a sua apresentação, ocorre a respectiva homologação. Em última análise, o que há é a homologação do lançamento realizado pelo contribuinte, sendo que o pagamento da obrigação tributária se dá com a utilização do seu direito creditório. Portanto, tal regra não se aplica ao caso do Recorrente com relação ao Pedido de Restituição de fls. 25/27, datado de 21/12/2006, justamente por se tratar de Pedido de Restituição e não de uma Fl. 91DF CARF MF Processo nº 16327.910743/201116 Acórdão n.º 3402004.591 S3C4T2 Fl. 6 5 Declaração de Compensação. O Pedido de Restituição não pode ser confundido com uma Declaração de Compensação, muito embora em ambos os casos esteja a se tratar de direito a um crédito tributário. A compensação está sempre atrelada a um lançamento. E é por isso que a ela se aplica o prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 150 do CTN. O pedido de restituição não. Ele é independente de qualquer lançamento e requer necessariamente um pronunciamento do Fisco. Contudo, embora o Fisco deva nortear seus atos observando a eficiência e a celeridade, pois sua ação deve preservar os interesses públicos, nada o impede de, quase seis anos após o Pedido de Restituição (PER) formulado pelo Recorrente, indeferilo, por não vislumbrar o direito pleiteado. Não há a homologação tácita desse pedido, porquanto não ocorre qualquer lançamento que enseje a aplicação do artigo 150, § 4º, do CTN, como defende a Recorrente. Não há previsão legal para essa homologação. De se observar, também, que o Recorrente não rebate a alocação do pagamento (crédito solicitado no PER) ao débito de IOF do período de apuração tratado neste processo, o qual consta confessado em DCTF. Não contesta, portanto, a inexistência do indébito tributário demonstrada no Despacho Decisório, dando margem ao entendimento de que o crédito almejado no Pedido de Restituição, não existe. Desta forma, considerando que o Recorrente se limitou a argüir a homologação tácita do Pedido de Restituição, com base no artigo 150, § 4º, do CTN, sem trazer qualquer documentação ou argumentação que comprovasse a existência de seu crédito, não há mesmo como acatar o seu pedido. 4. Dispositivo Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 92DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11483.000097/2008-57
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Nov 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
RENDIMENTOS DE ALUGUEL. PROVAS DA RETENÇÃO DO IMPOSTO NA FONTE. COMPENSAÇÃO.
Admite-se a comprovação da ocorrência da retenção do IRPF pela fonte pagadora por meio de boletos e extratos bancários que comprovam o recebimento do valor líquido pelo beneficiário, sendo desnecessária a apresentação do formulário denominado "Comprovante Anual de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte", conhecido como informe de rendimentos.
No pagamento de rendimentos de aluguel por pessoa jurídica a beneficiário pessoa física, ocorrendo a retenção do imposto sem o correspondente recolhimento aos cofres públicos, é a fonte pagadora a responsável, devendo ser reconhecido ao beneficiário o direito de compensar o imposto retido.
Numero da decisão: 9202-006.006
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 RENDIMENTOS DE ALUGUEL. PROVAS DA RETENÇÃO DO IMPOSTO NA FONTE. COMPENSAÇÃO. Admite-se a comprovação da ocorrência da retenção do IRPF pela fonte pagadora por meio de boletos e extratos bancários que comprovam o recebimento do valor líquido pelo beneficiário, sendo desnecessária a apresentação do formulário denominado "Comprovante Anual de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte", conhecido como informe de rendimentos. No pagamento de rendimentos de aluguel por pessoa jurídica a beneficiário pessoa física, ocorrendo a retenção do imposto sem o correspondente recolhimento aos cofres públicos, é a fonte pagadora a responsável, devendo ser reconhecido ao beneficiário o direito de compensar o imposto retido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
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PROVAS DA RETENÇÃO DO IMPOSTO NA FONTE. COMPENSAÇÃO. Admitese a comprovação da ocorrência da retenção do IRPF pela fonte pagadora por meio de boletos e extratos bancários que comprovam o recebimento do valor líquido pelo beneficiário, sendo desnecessária a apresentação do formulário denominado "Comprovante Anual de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte", conhecido como informe de rendimentos. No pagamento de rendimentos de aluguel por pessoa jurídica a beneficiário pessoa física, ocorrendo a retenção do imposto sem o correspondente recolhimento aos cofres públicos, é a fonte pagadora a responsável, devendo ser reconhecido ao beneficiário o direito de compensar o imposto retido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 48 3. 00 00 97 /2 00 8- 57 Fl. 163DF CARF MF 2 Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Relatório Adotando o relatório do acórdão recorrido esclareço que: Em desfavor da contribuinte MARIA LUCIA MAGALDI ROCHA foi emitida a Notificação de Lançamento de fls. 4 a 8, na qual é cobrado o imposto sobre a renda de pessoa física (IRPF) suplementar correspondente ao anocalendário de 2004 (exercício 2005), no valor total de R$ 3.496,18 (três mil, quatrocentos e noventa e seis reais e dezoito centavos), acrescido de multa de lançamento de oficio e de juros de mora. É cobrado ainda imposto sobre a renda de pessoa física (IRPF) correspondente ao mesmo ano calendário, no valor de R$ 6.556,24 (seis mil, quinhentos e cinqüenta e seis reais e vinte e quatro centavos), acrescido de juros de mora e multa de mora. O valor do imposto e dos acréscimos, calculado até 30 de junho de 2008, perfaz um crédito tributário total de R$ 18.283,19 (dezoito mil, duzentos e oitenta e três reais e dezenove centavos). As infrações apontadas pela Fiscalização encontramse relatadas na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, às fls. 5 e 6. A Fiscalização alega ter havido (i) a dedução indevida de despesas médicas, o que resultou na glosa do valor de R$ 12.713,36, por suposta falta de comprovação e (ii) a compensação indevida de imposto sobre a renda retido na fonte, no valor de R$ 6.556, 24, valor este que foi, igualmente, glosado. Em 26 de junho de 2008 foi apresentada Impugnação (fls. 01), na qual a contribuinte alega não ter recebido intimação em decorrência de mudança de endereço. Junta aos autos recibos das despesas médicas e demonstrativo da retenção de imposto na fonte elaborado por Intertim Com. e Representações Ltda, CNPJ 03.606.010/000163 (fls. 31). Apresenta ainda boletos bancários (Banco Itaú S/A, às fls. 32 a 37) e afirma que o sacado teria se recusado a informar a retenção do imposto sobre a renda na fonte. Ao examinar o pleito, a 8.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo 2 decidiu pela procedência parcial da Impugnação, por meio do Acórdão n.º 1741.368, de 7 de junho de 2010, assim ementado: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11483.000097/200857 Acórdão n.º 9202006.006 CSRFT2 Fl. 164 3 Anocalendário: 2004 GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. Somente são dedutíveis as despesas médicas realizadas em conformidade com a legislação e cujos pagamentos tenham sido efetivamente comprovados mediante documentação idônea. Artigo 35, da Lei n.º 9.250/95 e Artigo 80, § 1°, II e III, do Regulamento de Imposto de Renda (Decreto n° 3.000/99). COMPENSAÇÃO INDEVIDA. É indevida a compensação de imposto retido na fonte sem a comprovação do pagamento do tributo. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte" A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo 2 manteve parcialmente a glosa com despesas médicas da contribuinte, tendo, sobre o assunto, assim se manifestado: “A notificação não merece prosperar na sua totalidade visto que o contribuinte demonstrou com documentos idôneos as despesas com plano de saúde no valor liquido de R$ 9.483,36, bem como o pagamento de R$ 520,00 em favor do dentista Luiz G. Mantovani. Restaurase a dedução de R$ 10.003,36.” As deduções com despesas médicas correspondentes aos pagamentos feitos a Leda Maria Delfino Santos (fls. 19 a 22), no valor de R$ 2.710,00, não foram acatadas pela DRJ em São Paulo 2, em razão de se ter entendido que, isoladamente, os recibos apresentados não fazem prova do efetivo pagamento, já que não preenchem os requisitos da Lei n.º 9.250, de 1995. Também a glosa do IRRF tido por indevidamente compensado pela Fiscalização foi parcialmente mantida, nos seguintes termos: Temse por comprovada a retenção de R$ 181,50 consignada no informe de fls. 31. Quanto aos documentos de fls. 32/37, não comprovam a retenção do imposto cuja dedução foi pleiteada pelo impugnante que não trouxe aos autos cópias dos documentos de arrecadação correspondentes. Assim, temse por inaptos os documentos de fls. 32/37, pois são boletos bancários sem autenticação visível. E injustificável a alegação de que o locatário teria se recusado a demonstrar os pagamentos. Mantémse parcialmente a glosa.” Inconformada, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 10 de agosto de 2010 (fls. 50 e 51), no qual, por meio dos documentos que anexa às fls. 58 a 110, pretende demonstrar as receitas e despesas questionadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil na Notificação constante deste processo. Fl. 165DF CARF MF 4 Alega não existência do depósito de março de 2004, no valor de R$ 2.838,90, pago diretamente aos locadores, e reafirma que o locatário Claudio Mauricio Cavalcanti Loureiro (CPF 636.662.51749) negouse, em várias oportunidades, a encaminharlhe os comprovantes de recolhimento do IRRF, tendo em vista não ter feito os recolhimentos de acordo com o contrato firmado e com a legislação vigente. Por esse motivo, e tendo em vista o disposto na Cláusula Quarta do Contrato de Locação do imóvel (fls. 71), entende ser o locatário inteiramente responsável pelos fatos ocorridos. Anexa correspondência extrajudicial enviada ao Locatário em 18/04/2005. A 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária desta Segunda Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, deu parcial provimento ao recurso para restabelecer a dedução a título de despesas com tratamento psicológico no valor de R$ 2.170,00 e autorizar a compensação do imposto sobre a renda retido na fonte, correspondente ao rendimento de aluguel do imóvel situado na Rua do Ouvidor, n.º 133, Rio de Janeiro, RJ, no valor de R$ 5.752,08. O acórdão nº 210101.426 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 DESPESAS COM TRATAMENTO PSICOLÓGICO. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. Podem ser deduzidos como despesas com psicólogo os valores pagos pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. RENDIMENTOS DE ALUGUEL. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. RESPONSABILIDADE. COMPENSAÇÃO. No pagamento de rendimentos de aluguel por pessoa jurídica a beneficiário pessoa física, ocorrendo a retenção do imposto sem o correspondente recolhimento aos cofres públicos, é a fonte pagadora a responsável, enquadrandose no crime de apropriação indébita e caracterizandose como depositária infiel de valor pertencente à Fazenda Pública. Pode o beneficiário, neste caso, compensar o imposto retido. A Fazenda Nacional, citando como paradigmas os acórdãos 210201.154 e 280101.029, interpôs recurso especial contra parte da decisão de admitiu a compensação dos imposto retido pela locatária do imóvel. Afirma o procurados que os precedentes citados comprovam, de forma cabal, a necessidade de que o contribuinte comprove, de forma idônea e contundente, e somente pela apresentação do comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora (informe de rendimentos), o valor retido a título de IRRF. De acordo com a jurisprudência invocada, os aludidos comprovantes constituem exigência legal para a compensação do IRRF na apuração do imposto de renda devido ao final do ano. Intimada a Contribuinte apresentou contrarrazões requerendo a manutenção do acórdão recorrido. Destaca a existência de provas no sentido de que os aluguéis eram pagos por depósito bancário cujos valores demonstram a retenção efetuada pela fonte pagadora, arguiu ter informado corretamente em sua declaração a receita de aluguel, a fonte pagadora e o Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11483.000097/200857 Acórdão n.º 9202006.006 CSRFT2 Fl. 165 5 valor retido, não podendo ser responsabilizada pelo não recolhimento do imposto aos cofres públicos. É o relatório. Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora O recurso preenche os requisitos formais, razão pela qual dele conheço. Tratase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional contra a parte da decisão que aceitou como elementos de comprovação da ocorrência da retenção do imposto de renda os boletos bancários e extratos de contas que demonstraram o efetivo desconto dos valores que foram repassados pelo locatário à contribuinte. A recorrente, com base nos paradigmas citados, afirma que nos termos do art. 943, §2º do Decreto nº 3.000/99 o único documento aceito para fins de comprovação da retenção do imposto pela fonte pagadora seria o "informe de rendimentos" emitido em nome do Contribuinte, ou seja, o documento hábil que autorizaria o contribuinte o proceder com a compensação seria o formulário do "Comprovante Anual de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte". Em que pese a argumentação exposta, a interpretação dada pela Recorrente ao citado artigo do RIR/99 não está correta. O art. 943 assim dispõe: Art. 943. A Secretaria da Receita Federal poderá instituir, formulário próprio para prestação das informações de que tratam os arts. 941 e 942. §1º O beneficiário dos rendimentos de que trata este artigo é obrigado a instruir sua declaração com o mencionado documento. §2º O imposto retido na fonte sobre quaisquer rendimentos ou ganhos de capital somente poderá ser compensado na declaração de pessoa física ou jurídica, quando for o caso, se o contribuinte possuir comprovante da retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora, ressalvado o disposto nos §§1º e 2º do art. 7º, e no §1º do art. 8º. Pela simples leitura do dispositivo fica constatado que o §2º ao citar 'comprovante de retenção' não está se referindo ao documento mencionado no caput do artigo, se assim fosse teríamos um obrigação desnecessária na medida em que o 'informe de rendimentos' já deveria ser apresentado junto com a DAA nos termos do §1º, dizemos deveria porque nos dias atuais tratase de documento que na prática não é mais exigido do contribuinte declarante. Fl. 167DF CARF MF 6 O que o art. 943, §2º exige é a comprovação por qualquer meio de prova que efetivamente a fonte pagadora descontou dos valores que eram devidos ao beneficiário o valor do imposto incidente sobre o fato gerador realizado. Para exemplificar o entendimento de ser o informe de rendimentos um documento prescindível ao direito do contribuinte, citamos esclarecimentos feitos pela Receita Federal em seu sítio no "Perguntas e Respostas do IRPF 2017": COMPROVANTE ERRADO OU NÃO ENTREGUE 052 — Qual é o procedimento a ser adotado pela pessoa física quando a fonte pagadora não lhe fornecer o comprovante de rendimentos ou fornecêlo com inexatidão? A fonte pagadora, pessoa física ou jurídica, deve fornecer à pessoa física beneficiária, até o último dia útil do mês de fevereiro do ano subsequente àquele a que se referirem os rendimentos ou por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, se esta ocorrer antes da referida data, documentos comprobatórios, em uma via, com indicação da natureza e do montante do pagamento, das deduções e do imposto retido no anocalendário de 2016, conforme modelo oficial. No caso de retenção na fonte e não fornecimento do comprovante, o contribuinte deve comunicar o fato à unidade de atendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) de sua jurisdição, para as medidas legais cabíveis. Ocorrendo inexatidão nas informações, tais como salários que não foram pagos nem creditados no anocalendário ou rendimentos tributáveis e isentos computados em conjunto, o interessado deve solicitar à fonte pagadora outro comprovante preenchido corretamente. Na impossibilidade de correção, por motivo de força maior, o contribuinte pode utilizar os comprovantes de pagamentos mensais, ficando sujeito à comprovação de suas alegações, a critério da autoridade lançadora. É permitida a disponibilização, por meio da Internet, do comprovante para a pessoa física que possua endereço eletrônico e, nesse caso, fica dispensado o fornecimento da via impressa FALTA DE COMPROVANTE DE FONTE PAGADORA 053 — Contribuinte que auferiu rendimentos diversos, mas que não possui comprovantes de todas as fontes pagadoras, declara somente os rendimentos comprovados por documentos? O contribuinte deve oferecer à tributação todos os rendimentos tributáveis percebidos no anocalendário, de pessoas físicas ou jurídicas, mesmo que não tenha recebido comprovante das fontes pagadoras, ou que este tenha se extraviado. Se o contribuinte não tem o comprovante do desconto na fonte ou do rendimento percebido, deve solicitar à fonte pagadora uma via original, a fim de guardála para futura comprovação. Se a fonte pagadora Fl. 168DF CARF MF Processo nº 11483.000097/200857 Acórdão n.º 9202006.006 CSRFT2 Fl. 166 7 se recusar a fornecer o documento pedido, o contribuinte deve comunicar o fato à unidade de atendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) de sua jurisdição, para que a autoridade competente tome as medidas legais que se fizerem necessárias. Assim, considerando que a ausência ou erro no "Comprovante Anual de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte" não é impedimento para que o contribuinte cumpra com sua obrigação de declarar os rendimentos recebidos, esse também não o será para o exercício do seu direito de compensar eventual valor que lhe foi retido, para tanto basta demonstrar por qualquer meio de prova a efetiva ocorrência da retenção do valor, não estando sob sua responsabilidade a verificação acerca do repasse do montante pela fonte pagadora aos cofres públicos. E, no presente caso, quanto aos elementos de prova apresentados pela Recorrida, vale citar a conclusão elaborada pela ilustre Relatora do acórdão recorrido, destacando que a Fazenda Nacional não faz qualquer objeção sobre tais fatos: Do exame dos autos, observei que, mesmo considerando que os boletos bancários não têm autenticação, os valores líquidos neles consignados são compatíveis com os valores depositados na contacorrente da contribuinte, conforme comprovam os extratos anexados às fls. 87 a 108. Os valores do imposto retido na fonte lançados nos boletos correspondem aos calculados por meio da aplicação da Tabela Progressiva Mensal válida para o anocalendário de 2004 sobre os valores brutos lançados e são compatíveis com aqueles levados à declaração de ajuste para compensação. Os valores brutos dos alugueis recebidos, informados nos boletos, somados, são compatíveis com o valor bruto lançado na declaração de ajuste da contribuinte. Também, como bem destacado pela Relatora, ao caso se aplica a regra prevista no Parecer Normativo COSIT n.º 1, de 24 de setembro de 2002, que assim determina: Imposto retido e não recolhido 17. Ocorrendo a retenção do imposto sem o recolhimento aos cofres públicos, a fonte pagadora, responsável pelo imposto, enquadrase no crime de apropriação indébita previsto no art. 11 da Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964, e caracterizase como depositária infiel de valor pertencente à Fazenda Pública, conforme a Lei nº 8.866, de 11 de abril de 1994. Ressaltese que a obrigação do contribuinte de oferecer o rendimento à tributação permanece, podendo, nesse caso, compensar o imposto retido. Assim, com base nos elementos constantes dos autos os quais comprovam a efetiva retenção realizada pela fonte pagadora do respectivo imposto incidente sobre os rendimentos pagos a título de aluguel de imóvel, devese reconhecer à contribuinte o direito de compensar os valores informados/retidos. Diante do exposto, nego provimento ao recurso da Fazenda Nacional para manter a decisão recorrida. Fl. 169DF CARF MF 8 (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 170DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10950.001903/2007-15
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 17 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Dec 22 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
CRÉDITO. CÁLCULO. RATEIO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. EXCLUSÃO.
As receitas decorrentes de exportação de mercadorias adquiridas com o fim específico de exportação não integram o total das receitas de exportação da empresa comercial exportadora, para efeito de cálculo do índice de rateio utilizado, na apuração do crédito da contribuição passível de aproveitamento.
CRÉDITOS. COMBUSTÍVEIS. GLOSA.
Mantém-se a glosa dos créditos aproveitados indevidamente sobre os gastos com combustíveis que não foram utilizados na produção industrial dos produtos fabricados e vendidos.
CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. CEREALISTA. APROVEITAMENTO. VEDAÇÃO.
A pessoa jurídica que exerce cumulativamente as atividades de limpeza, padronização, armazenagem e comercialização de produtos agrícolas, soja e milho, não faz jus ao crédito presumido da agroindústria a título de Cofins.
CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO.
Os saldos credores trimestrais de créditos presumidos da agroindústria, a título de Cofins, não são passiveis de ressarcimento/compensação.
SALDO CREDOR TRIMESTRAL. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. VEDAÇÃO.
É expressamente vedado por lei a atualização monetária do ressarcimento do saldo credor trimestral dos créditos da Cofins não cumulativa, pela taxa Selic.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-005.835
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro Demes Brito.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Valcir Gassen e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 CRÉDITO. CÁLCULO. RATEIO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. EXCLUSÃO. As receitas decorrentes de exportação de mercadorias adquiridas com o fim específico de exportação não integram o total das receitas de exportação da empresa comercial exportadora, para efeito de cálculo do índice de rateio utilizado, na apuração do crédito da contribuição passível de aproveitamento. CRÉDITOS. COMBUSTÍVEIS. GLOSA. Mantém-se a glosa dos créditos aproveitados indevidamente sobre os gastos com combustíveis que não foram utilizados na produção industrial dos produtos fabricados e vendidos. CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. CEREALISTA. APROVEITAMENTO. VEDAÇÃO. A pessoa jurídica que exerce cumulativamente as atividades de limpeza, padronização, armazenagem e comercialização de produtos agrícolas, soja e milho, não faz jus ao crédito presumido da agroindústria a título de Cofins. CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO. Os saldos credores trimestrais de créditos presumidos da agroindústria, a título de Cofins, não são passiveis de ressarcimento/compensação. SALDO CREDOR TRIMESTRAL. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. VEDAÇÃO. É expressamente vedado por lei a atualização monetária do ressarcimento do saldo credor trimestral dos créditos da Cofins não cumulativa, pela taxa Selic. Recurso Especial do Contribuinte Negado.
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DIREITO A CRÉDITOS. Recorrente FERTIMOURAO AGRICOLA EIRELI EM RECUPERACAO JUDICIAL Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 CRÉDITO. CÁLCULO. RATEIO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. EXCLUSÃO. As receitas decorrentes de exportação de mercadorias adquiridas com o fim específico de exportação não integram o total das receitas de exportação da empresa comercial exportadora, para efeito de cálculo do índice de rateio utilizado, na apuração do crédito da contribuição passível de aproveitamento. CRÉDITOS. COMBUSTÍVEIS. GLOSA. Mantémse a glosa dos créditos aproveitados indevidamente sobre os gastos com combustíveis que não foram utilizados na produção industrial dos produtos fabricados e vendidos. CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. CEREALISTA. APROVEITAMENTO. VEDAÇÃO. A pessoa jurídica que exerce cumulativamente as atividades de limpeza, padronização, armazenagem e comercialização de produtos agrícolas, soja e milho, não faz jus ao crédito presumido da agroindústria a título de Cofins. CRÉDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO. VEDAÇÃO. Os saldos credores trimestrais de créditos presumidos da agroindústria, a título de Cofins, não são passiveis de ressarcimento/compensação. SALDO CREDOR TRIMESTRAL. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. VEDAÇÃO. É expressamente vedado por lei a atualização monetária do ressarcimento do saldo credor trimestral dos créditos da Cofins não cumulativa, pela taxa Selic. Recurso Especial do Contribuinte Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 19 03 /2 00 7- 15 Fl. 666DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 3 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama (relatora), Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro Demes Brito. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Valcir Gassen e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão nº 3801004.396, da 1ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que negou provimento ao recurso, consignando a seguinte ementa: “ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. MÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL. RESSARCIMENTO. No cálculo do rateio proporcional para atribuição de créditos no regime da não cumulatividade das contribuições sociais, excluise da proporção as receitas de exportação decorrentes das aquisições de mercadorias com fim específico de exportação. VENDAS MERCADO INTERNO E EXTERNO. CUSTOS, DESPESAS E ENCARGOS COMUNS. RATEIO PROPORCIONAL. A determinação do crédito pelo rateio proporcional, entre receitas de exportação e receitas do mercado interno, aplicase somente aos custos, despesas e encargos que sejam vinculados às receitas de mercado interno e exportação. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. COMBUSTÍVEIS. COMPROVAÇÃO. Os combustíveis utilizados ou consumidos diretamente no processo fabril geram o direito de descontar créditos da contribuição apurada de forma não cumulativa, todavia o reconhecimento dos créditos está condicionado a efetiva comprovação de que as aquisições de combustíveis são utilizadas efetivamente no processo produtivo. CRÉDITO PRESUMIDO. ATIVIDADE AGROINDUSTRIAL. CEREALISTA. VEDAÇÃO. Fl. 667DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 4 3 Há vedação legal ao aproveitamento do crédito presumido para as cerealistas que exerçam cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal. VENDAS COM SUSPENSÃO. VIGÊNCIA. DO ART. 9º DA LEI Nº 10.925, DE 2004. O art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004 teve eficácia a partir de 4 de abril de 2006, data prevista na norma regulamentadora, in casu, a Instrução Normativa SRF nº 660, de 2006. RESSARCIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA. CORREÇÃO MONETÁRIA PELA TAXA SELIC. VEDAÇÃO EXPRESSA. É incabível, por expressa vedação legal, a incidência de atualização monetária pela taxa Selic sobre o ressarcimento de créditos de contribuição não cumulativa. Recurso Voluntário Negado. ” Irresignado, o sujeito passivo opôs Embargos de Declaração, alegando que a decisão prolatada incorreu em contradição entre a decisão e seus fundamentos. Todavia, os embargos foram rejeitados. O sujeito passivo interpôs, então, Recurso Especial suscitando divergência em relação às seguintes matérias: · Rateio dos créditos apurados; · Glosa das aquisições de combustíveis; · Aproveitamento do crédito presumido da atividade agroindustrial; · Possibilidade de ressarcimento do crédito presumido; · Vendas efetuadas com suspensão; e · Atualização monetária. Mediante Despacho do Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção do CARF foi dado seguimento parcial ao recurso. Foram admitidas as matérias “rateio dos créditos apurados”, “glosa das aquisições de combustíveis”, “aproveitamento do crédito presumido da atividade agroindustrial”, “possibilidade de ressarcimento do crédito”, e “atualização monetária (SELIC)”. Apenas a matéria “vendas efetuadas com suspensão – eficácia do art. 9º da Lei 10.925/04” teve o seguimento negado. Contrarrazões ao recurso especial interposto pelo sujeito passivo foram apresentadas pela Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Fl. 668DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 5 4 Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303 005.815, de 17/10/2017, proferido no julgamento do processo 10950.001882/200720, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão, quanto à admissibilidade do recurso e quanto ao mérito (Acórdão 9303005.815): Da Admissibilidade "Depreendendose da análise do Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo, entendo que devo conhecêlo, na parte admitida em Despacho, eis que atendidos os critérios de conhecimento trazidos pelo art. 67 do RICARF/2015 – com alterações posteriores. O que concordo com o despacho de exame de admissibilidade. Ora, em relação à discussão acerca: · Do rateio dos créditos apurados, foi comprovada a divergência, vez que a decisão recorrida entendeu pela exclusão das receitas de exportação decorrentes das aquisições de mercadorias com fim específico de exportação do cálculo do rateio proporcional e o acórdão indicado como paradigma de nº 3202001.618 concluiu pela não exclusão dos valores de receita que se originaram de operações com o fim específico de exportação; · Das aquisições de combustíveis, foi comprovada a divergência, eis que enquanto o aresto recorrido adotou um conceito restritivo de insumo e o indicado como paradigma de nº 203.12.896 reconheceu o direito de aproveitar créditos decorrentes de aquisições de combustíveis e lubrificantes utilizados no processo produtivo e nas operações de vendas e entrega direta da produção; · Do crédito presumido da atividade agroindustrial, foi comprovada a divergência, vez que o aresto recorrido entendeu pela vedação legal ao aproveitamento do crédito presumido por enquadrar o sujeito passivo como cerealista que exerce cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal e o acórdão indicado como paradigma de nº 3202001.618 divergiu da interpretação relativa ao processo produtivo de grão e o conceito de agroindústria, sem a restrição ao direito creditório; · Da possibilidade de ressarcimento do crédito presumido, também foi comprovada a divergência, eis que o aresto recorrido não conheceu das alegações em relação à forma de utilização do crédito presumido, divergindo, assim, da interpretação adotada no acórdão paradigma de nº 3803002.336 que, por sua vez não aplicou a restrição prevista na IN SRF 660/06 quanto ao direito a compensação e/ou ressarcimento do Crédito Presumido de PIS e COFINS; · Da atualização monetária, foi comprovada a divergência, vez que o aresto recorrido entendeu não ser cabível a aplicação de correção Fl. 669DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 6 5 monetária, com base na taxa Selic, nos casos de pedidos de ressarcimento de contribuição nãocumulativa, por expressa vedação legal, enquanto que o acórdão paradigma de nº 3802001.418 entendeu pela possibilidade de atualização do crédito pela taxa Selic. Em vista do exposto, entendo que devo conhecer o recurso especial em relação às matérias admitidas em Despacho de Exame de Admissibilidade – ou seja, sobre as seguintes matérias: · Rateio dos créditos apurados; · Glosa das aquisições de combustíveis; · Aproveitamento do crédito presumido da atividade agroindustrial; · Possibilidade de ressarcimento do crédito presumido; · Atualização monetária. Contrarrazões devem ser consideradas, eis que tempestivas." Do Mérito "Antes de se adentrar a cada matéria, importante trazer breve histórico do caso vertente: · O sujeito passivo desenvolve atividades agroindustriais e produz as mercadorias de NCM dos capítulos 8 a 12 referidas no art. 8º da Lei 10.925/074, realizando operações no mercado interno e exportações diretas e indiretas; · Observa a sistemática não cumulativa das contribuições, nos termos da Lei 10.833/03 e da Lei 10.637/02, sendo que para a sua atividade, adquire de fornecedores pessoas físicas residentes no país e jurídicas situadas no mercado interno, bens e serviços – insumos – para a produção de mercadorias; · Tendo acumulado créditos por aquisições – custos, despesas e demais encargos, protocolou pedido de ressarcimento do saldo de crédito. Ventiladas tais considerações, passo a discorrer a priori sobre o critério de rateio dos créditos apurados e em seguida sobre as demais matérias conhecidas." (...)1 "Com todo respeito ao voto da ilustre relatora, mas discordo de suas conclusões. A discussão gira em torno das seguintes matérias: i) rateio das receitas de exportação; ii) glosa de créditos sobre combustíveis; iii) aproveitamento do crédito presumido da agroindústria; iv) ressarcimento/compensação do crédito presumido da agroindústria; e, v) atualização monetária do ressarcimento do saldo credor. i) rateio das receitas de exportação 1 Deixouse de transcrever, do voto do paradigma, a parte na qual a relatora enfrentou as questões admitidas no recurso, pois todos os entendimentos foram vencidos na votação, não se aplicando, portanto, na solução do presente litígio (íntegra do voto no acórdão do processo paradigma). Fl. 670DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 7 6 O contribuinte questionou o critério utilizado pela autoridade administrativa para o rateio das receitas, utilizado para apuração dos créditos da Cofins, passiveis de desconto e/ ou ressarcimento. Conforme demonstrado nos autos e não impugnado pelo contribuinte, as receitas de exportação decorrem de vendas de mercadorias próprias e de mercadorias adquiridas de terceiros com o fim específico de exportação. A Lei nº 10.833, de 29/12/2003, assim dispõe sobre os créditos da Cofins não cumulativa, vinculados às exportações: "Art. 6º A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; (...). III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3º, para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2º A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1º poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 3º O disposto nos §§ 1º e 2º aplicase somente aos créditos apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos §§ 8º e 9º do art. 3o. § 4º O direito de utilizar o crédito de acordo com o § 1º não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim previsto no inciso III do caput, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação."(destaque não original). Ora, nos termos deste dispositivo, é vedado o aproveitamento (desconto) de créditos vinculados às receitas de exportação de mercadorias adquiridas com o fim específico de exportação, por da parte da exportadora (comercial/trading). Assim, se tais receitas não geram créditos para a exportadora, obviamente, que não podem integrar as receitas de exportação, para efeito de cálculo do índice de rateio utilizado para a apuração dos créditos da contribuição a que o contribuinte faz jus. No mês de outubro de 2006, as receitas de exportação do contribuinte decorreram integralmente da exportação de mercadorias adquiridas de terceiros com o fim específico de exportação. Portanto, neste mês, o índice apurado foi de zero, caso contrário, estaria permitindo o aproveitamento com base num índice de 100,0%, em total desacordo com o § 4º do art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003, citado e transcrito anteriormente. ii) glosa de créditos sobre combustíveis. A Lei nº 10.833, de 2003, prevê o aproveitamento de créditos sobre custos com combustíveis, desde que utilizados na produção ou fabricação dos bens vendidos, conforme estabelece o art. 3º, inciso II, literalmente: Fl. 671DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 8 7 "Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...). II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; " (...)." No presente caso, conforme demonstrado nos autos e não impugnado pelo contribuinte as glosas foram efetuadas sobre os gastos com combustíveis que não foram utilizados/consumidos no processo de produção ou fabricação dos produtos vendidos e sim em outros setores da empresa. Comprova esta afirmativa excertos transcritos do relatório produzido pela fiscalização, abaixo transcrito: iii) aproveitamento do crédito presumido da agroindústria O contribuinte pleiteia créditos presumidos da Cofins sobre as aquisições de produtos agrícolas (soja e milho) adquiridos de produtores rurais pessoas físicas, beneficiados e vendidos por ele. No entanto, somente faz jus a esse crédito as pessoas jurídicas produtoras de mercadorias de origem animal e vegetal, conforme estabelece a Lei nº 10.925, de 23 de junho de 2004, que assim dispõe: "Art. 8º As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e Fl. 672DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 9 8 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. § 1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: I cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM; (...); III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária. § 2º O direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1º deste artigo só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, observado o disposto no § 4º do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. (...). § 4º É vedado às pessoas jurídicas de que tratam os incisos I a III do § 1º deste artigo o aproveitamento: I do crédito presumido de que trata o caput deste artigo; (destaques não originais) (...)." No presente caso, do exame da Trigésima Quarta Alteração do Contrato Social às fls. 129/138, constatase que o contribuinte exerce, dentre outras, as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, bem como a atividade agrícola, o que o enquadra no § 4º, inciso I, do art. 8º, da Lei nº 10.925/2004, que veda o aproveitamento de crédito presumido da agroindústria para tais atividades. Além disto, segundo o disposto no art. 8º, citado e transcrito anteriormente, a pessoa jurídica para ter direito ao crédito presumido da agroindústria deve produzir mercadorias classificadas nos capítulos e códigos da Nomenclatura Comum do Mercosul elencados no caput do artigo; as mercadorias devem ser destinadas à alimentação humana ou animal; e as pessoas jurídicas produtoras devem adquirir os insumos (conforme alusão ao inciso II do art. 3o da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e ao inciso II do art. 3o da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003) de pessoas físicas, de cerealista ou de pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária, o que não é o caso em discussão. iv) ressarcimento/compensação do crédito presumido da agroindústria. Embora o julgamento desta matéria tenha ficado prejudicado, em virtude do não reconhecimento do direito de o contribuinte aproveitar os créditos presumidos da agroindústria, ora reclamados, demonstrase, a seguir, a falta de amparo para o ressarcimento/compensação de tais créditos. Fl. 673DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 10 9 O crédito presumido da agroindústria referente ao PIS e à Cofins foi inicialmente instituído pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003, art. 3º, § 11, foi extinto pela Lei nº 10.925, de 23/07/2004, art. 16, convertida da MP nº 183, de 30/4/2004. Contudo, esta mesma lei o reinstituiu, nos termos do art. 8º, já citado e transcrito anteriormente, e art. 15, que assim dispõe: "Art. 15. As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem vegetal, classificadas no código 22.04, da NCM, poderão deduzir da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (destaque não original) [...]." Ora, segundo o disposto nos art. 8º e 15, citados e transcritos anteriormente, o crédito presumido da agroindústria somente pode ser utilizado para a dedução da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, devidas em cada período de apuração, inexistindo previsão legal para o ressarcimento/compensação. Com efeito, não é despiciendo reiterar que a compensação e o ressarcimento admitidos pelo art. 6º da Lei n° 10.833, de 2003, contemplam unicamente aos créditos apurados na forma do art. 3º daquela lei, assim dispondo: "Art. 6º A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: [...]; § 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art 3º, para fins de: (destaque não original) [...]." Neste diapasão, a IN SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005, dispõe em seu art. 21: “Art. 21. Os créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados na forma do art. 3º da Lei nº 10.637. de 30 de dezembro de 2002. e do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que não puderem ser utilizados na dedução de débitos das respectivas contribuições, poderão sêlo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições de que trata esta Instrução Normativa, se decorrentes de: (destaque não original) [...].” Segundo, estes dispositivos legais, apenas os créditos apurados na forma do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, podem ser objeto de pedido de restituição/compensação, ou seja, os créditos sobre insumos adquiridos com incidência da contribuição cujo ônus do pagamento efetivo é do adquirente. Os créditos presumidos da agroindústria não são apurados na forma daquele artigo, mas sim nos termos do art. 8º, § 3º da Lei nº 10.925, de 23/07/2004. Já suas utilizações estão previstas no próprio art. 8º e no art. 15, desta mesma lei, citados e Fl. 674DF CARF MF Processo nº 10950.001903/200715 Acórdão n.º 9303005.835 CSRFT3 Fl. 11 10 transcritos anteriormente, ou seja, podem ser utilizados apenas e tão somente para dedução da contribuição devida em cada período de apuração. v) atualização monetária do ressarcimento do saldo credor. A atualização monetária do ressarcimento de saldo credor da Cofins não cumulativa, calculados à taxa Selic, é expressamente vedado pela própria Lei nº 10.833, de 2003, que instituiu o regime nãocumulativo, assim dispondo: “Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores.” Contra disposição expressa da lei não é cabível aplicar analogias com decisões judiciais não aplicáveis ao caso concreto, como pretende a relatora. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial do contribuinte." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial do contribuinte foi conhecido e, no mérito, o colegiado negoulhe provimento. assinado digitalmente Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 675DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.013725/2002-80
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Oct 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Dec 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/1997 a 30/04/2002
ISENÇÃO. SOCIEDADE CIVIL DE PROFISSÃO REGULAMENTADA. REVOGAÇÃO.
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a isenção da Cofins que beneficiava as sociedades civis de profissão legalmente regulamentada, prevista na Lei Complementar 70, de 1991, deixou de vigorar com a publicação da Lei 9.430, de 1996.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3001-000.036
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Votaram pelas conclusões os conselheiros Orlando Rutigliani Berri e Cássio Schappo.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleber Magalhães - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Ávila e Cássio Schappo.
Nome do relator: CLEBER MAGALHAES
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1399; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 2 1 1 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.013725/200280 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3001000.036 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 27 de outubro de 2017 Matéria Isenção de COFINS Recorrente ERGOMATER SC LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/1997 a 30/04/2002 ISENÇÃO. SOCIEDADE CIVIL DE PROFISSÃO REGULAMENTADA. REVOGAÇÃO. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a isenção da Cofins que beneficiava as sociedades civis de profissão legalmente regulamentada, prevista na Lei Complementar 70, de 1991, deixou de vigorar com a publicação da Lei 9.430, de 1996. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Votaram pelas conclusões os conselheiros Orlando Rutigliani Berri e Cássio Schappo. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Cleber Magalhães Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Ávila e Cássio Schappo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 37 25 /2 00 2- 80 Fl. 90DF CARF MF 2 Por retratar com fidelidade os fatos, adoto o relatório produzido pela 2ª Turma da DRJ/Porto Alegre (efl. 71 e ss): Tratase de Pedido de Restituição, fl. 01, protocolado em 24/09/2002, utilizando direito creditório oriundo de pagamentos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social– Cofins efetivado por Sociedade Civil de Profissão Regulamentada relativos aos períodos de apuração fevereiro/1997 a abril/2002, totalizando R$ 4.721,25. Os Darfs que comprovam os pagamentos encontramse às fls. 19 a 40. Examinados os elementos do processo, a autoridade jurisdicionante proferiu o Despacho Decisório DRF/BHE 450 de 10/04/2013, de fls. 42/43, no qual decidiu pelo não reconhecimento do direito creditório e pela não homologação das compensações. Os fundamentos da decisão são a decadência do direito à restituição/compensação para os pagamentos efetivados até 10/09/1997, e também a inexistência do indébito alegado pela revogação da norma que anteriormente isentava as sociedades civis de profissão regulamentada a partir da competência 04/1997. Cientificada em 18/04/2013, a interessada apresentou em 10/05/2013, Manifestação de Inconformidade, fls. 48/49, na qual alega estar seu direito embasado na regra prevista no artigo 6º, II da Lei Complementar 70/91 – isenção da Cofins para sociedade civis de prestação de serviços profissionais. A recorrente também alega que protocolou tempestivamente o seu pedido de restituição, ou seja, antes do prazo da prescrição previsto no artigo 174, da Lei nº 5.172 – CTN em relação ao período 02/1997 a 04/2002. A fundamentação da decisão foi em razão da prescrição nos termos do artigo 174 da Lei 5.172 do CTN, em face aos recolhimentos efetuados entre 28/02/1996 a 10/09/1997, ou seja, mais cinco anos após a realização deste último pagamento. Assim ementou a DRJ/Porto Alegre: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/1997 a 30/04/2002 ISENÇÃO. SOCIEDADE CIVIL DE PROFISSÃO REGULAMENTADA.REVOGAÇÃO. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a isenção da Cofins que beneficiava as sociedades civis de profissão legalmente regulamentada, prevista na Lei Complementar 70, de 1991, deixou de vigorar com a publicação da Lei 9.430, de 1996. A norma revogada embora inserida formalmente em lei complementar concedia isenção de tributo federal e, portanto, submetiase Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10680.013725/200280 Acórdão n.º 3001000.036 S3C0T1 Fl. 3 3 à disposição de lei federal ordinária, que outra lei ordinária da União, validamente, poderia revogar, como efetivamente revogou. PAGAMENTO INDEVIDO. ISENÇÃO. INEXISTÊNCIA. Revogada a norma que concedia isenção, não se configura o pagamento indevido e, conseqüentemente, não existe crédito passível de restituição/compensação. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. AD SRF 96/99. VINCULAÇÃO. Consoante Ato Declaratório SRF 96/99, que vincula este órgão, o direito de o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente extinguese após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data do pagamento, inclusive nos casos de tributos sujeito à homologação ou de declaração de inconstitucionalidade. Impugnação Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido No Recurso Voluntário (efl. 83 e ss.), a Recorrente apenas alega que protocolou tempestivamente o seu pedido de restituição em relação ao período 02/1997 a 04/2002. É o relatório. Voto Conselheiro Cleber Magalhães Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 1972, razão pela qual deve ser conhecido. O limite da competência das Turmas Extraordinárias do CARF é de sessenta salários mínimos, segundo o 23B, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, com redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017. O valor do saláriomínimo nacional é de R$ 937,00, segundo a Lei nº 13.152, de 2015. Dessa forma, o limite de valor de litígio para processos a serem julgados pelas turmas extraordinárias é de R$ 56.220,00. Como o valor em litígio é de R$ R$ 4.721,25 (efl. 72), a análise do p.p. está dentro da alçada das turmas extraordinárias. Fl. 92DF CARF MF 4 Da preliminar de prescrição Entendo que, nessa questão, tem razão a Recorrente. Ela protocolou seu pedido em 24/09/2002. Então não ocorreu prescrição em relação ao período de 02/1997 a 04/2002, já que esse se encontrava dentro dos 5 anos contados da data de pagamento, nos termos dos artigos 165, inciso I, e 168, inciso I, do CTN: Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005. Do mérito isenção da COFINS para as sociedades civis de profissão regulamentada A questão foi decidida pelo STJ no REsp 826.428, no rito previsto no art. 543C do CPC. Na ocasião foi confirmada a revogação da isenção pelo art. 56 da Lei nº 9.430/1996. A seguir a ementa da decisão: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIALCOFINS. SOCIEDADES CIVIS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROFISSÃO LEGALMENTE REGULAMENTADA. ISENÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 6º, II, DA LEI COMPLEMENTAR 70/91. REVOGAÇÃO PELO ARTIGO 56, DA LEI 9.430/96.CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA REVOGADORA RECONHECIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE 377.457/PR E RE 381.964/MG). REAFIRMAÇÃO DO ENTENDIMENTO EXARADO NO ÂMBITO DA ADC1/DF. 1. A isenção da COFINS, prevista no artigo 6º, II, da Lei Complementar 70/91, restou validamente revogada pelo artigo 56, da Lei 9.430/96 (Precedentes do Supremo Tribunal Federal submetidos ao rito do artigo 543B, doCPC:RE 377.457 e RE 381.964, Rel. Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgado em 17.09.2008,Repercussão Geral Mérito,DJe241DIVULG 18.12.2008PUBLIC19.12.2008). 2.Isto porque: "...especificamente sobre a COFINS e a sua disciplina pela Lei Complementar 70, de 1991, a decisão Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10680.013725/200280 Acórdão n.º 3001000.036 S3C0T1 Fl. 4 5 proferida na ADC1 (Rel. Moreira Alves, DJ 16.06.95), independentemente de qualquer possível controvérsia em torno da aplicação dos efeitos do §2º, do art. 102 à totalidade dos fundamentos determinantes ali proclamados ou exclusivamente à sua parte dispositiva (objeto específico da RC l2.475,Rel.Min.Carlos Velloso, em curso no Pleno),foi inequívoca ao reconhecer: a) de um lado, a prevalência na Corte das duas linhas jurisprudenciais anteriormente referidas (distinção constitucional material, e não hierárquicaformal, entre lei complementar e lei ordinária, e inexigibilidade de lei complementar para a disciplina dos elementos próprios à hipótese de incidência das contribuições desde logo previstas no texto constitucional);e b)de outro lado, que, precisamente pelas razões anteriormente referidas, a Lei Complementar 70/91 é, materialmente, uma lei ordinária. Ora, as razões anteriormente expostas são suficientes a indicar que, contrariamente ao defendido pela recorrente, o tema do conflito aparente entre o art.56,daLei9.430/96,e o art.6º,II, da LC 0/91, não se resolve por critérios hierárquicos, mas, sim, por critérios constitucionais quanto à materialidade própria a cada uma destas espécies.Logo, equacionar aquele conflito é sim uma questão diretamente constitucional. Assim, verificase que o art. 56, da Lei 9.430/96, é dispositivo legitimamente veiculado por legislação ordinária (art. 146, III, 'b', a contrario sensu, e art. 150, § 6º, ambos da CF), que importou na revogação de dispositivo anteriormente vigente (sobre isenção da contribuição social), inserto em norma materialmente ordinária(artigo6º,II,daLC70/91). Conseqüentemente,não existe,na hipótese,qualquer instituição, direta ou indireta, de nova contribuição social, a exigir a intervenção de legislação complementar,nos termos do art.195, §4º,da CF."(RE377.457/PR). 3.Destarte, a Contribuição para Financiamento da Seguridade SocialCOFINS incide sobre o faturamento das sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada, de que trata o artigo1º,do DecretoLei2.397/87,tendo em vista a validade da revogação da isenção prevista noartigo6º,II,da Lei Complementar 70/91 (lei materialmente ordinária), perpetradapeloartigo56,daLei9.430/96. 4. Outrossim, impende ressaltar que o Plenário da Excelsa Corte,tendo em vista o disposto no artigo 27, da Lei 9.868/99, rejeitou o pedido de modulação dos efeitos da decisão proferida no Recurso Extraordinário377.457/PR. 5. Consectariamente, impõese a submissão desta Corte ao julgado proferido pelo plenário do Supremo Tribunal Federal que proclamou a constitucionalidade da norma jurídica em tela (artigo 56, da Lei 9.430/94), como técnica de uniformização jurisprudencial, instrumento oriundo do Sistema da Common Law e que tem como desígnio a consagração da Isonomia Fiscal no caso subexamine. 6. Recurso especial desprovido, mantendose a decisão recorrida, por fundamentos diversos. Acórdão submetido ao regimedoartigo543C,do CPC,edaResoluçãoSTJ08/2008. Fl. 94DF CARF MF 6 Por seu turno, o art.62, §2º do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, determina a reprodução das decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ, julgados nos termos do art.543B,e do art. 543C, do CPC: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Assim, no âmbito dos julgamentos do CARF, seguese o o entendimento prolatado no REsp 826.428, que determinou a revogação da isenção da COFINS sobre as sociedades civis de profissão regulamentada. Pelo exposto voto para NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cleber Magalhães Fl. 95DF CARF MF
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