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Numero do processo: 10611.000646/94-98
Turma: Primeira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Mon May 07 00:00:00 UTC 2001
Ementa: EXTRAVIO DE MERCADORIA IMPORTADA —
Vistoria Aduaneira —
A constatação de diferença no peso das mercadorias importadas,
acompanhada das verificações de violação da embalagem e existência
de espaço suficiente para as mercadorias extraviadas, devidamente
comprovados por Termo de Vistoria Aduaneira e demais documentos
que instruíram a importação, implica na responsabilidade do
transportador pelo tributos não recolhidos em virtude da falta.
Recurso Provido
Numero da decisão: CSRF/03-03.168
Decisão: ACORDAM os Membros da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por
unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
Nome do relator: Nilton Luiz Bartoli
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ementa_s : EXTRAVIO DE MERCADORIA IMPORTADA — Vistoria Aduaneira — A constatação de diferença no peso das mercadorias importadas, acompanhada das verificações de violação da embalagem e existência de espaço suficiente para as mercadorias extraviadas, devidamente comprovados por Termo de Vistoria Aduaneira e demais documentos que instruíram a importação, implica na responsabilidade do transportador pelo tributos não recolhidos em virtude da falta. Recurso Provido
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Passivo : VARIG S/A VIAÇÃO AÉREA RIO GRANDENCE Sessão de : 07 DE MAIO DE 2001 Acórdão n° : CSRF/03-03.168 ,, EXTRAVIO DE MERCADORIA IMPORTADA — Vistoria Aduaneira — A constatação de diferença no peso das mercadorias importadas, acompanhada das verificações de violação da embalagem e existência de espaço suficiente para as mercadorias extraviadas, devidamente comprovados por Termo de Vistoria Aduaneira e demais documentos que instruíram a importação, implica na responsabilidade do transportador pelo tributos não recolhidos em virtude da falta. 1 Recurso Provido. , Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto 1 pela FAZENDA NACIONAL. 1 , ACORDAM os Membros da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. , , ---- ,.., ,..„. _ g! O- IRA R* k 1GUES "RESI í NTE N ON frz BART 14E LATáR )2 ,, FORMALIZADO EM Q3 5E i ,,o 01 Processo n.° 10611.000646/94-98 Acórdão n.° CSRF/03-03.168 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Carlos Alberto Gonçalves Nunes, Moacyr de Medeiros, Márcia Regina Machado Melaré, Henrique Prado Magda, Paulo Roberto Cuco Antunes e João Holanda Costa. 2 Processo n.° 10611.000646/94-98 Acórdão n.° CSRF/03-03.168 RECURSO NR. : RP/301-0.532 RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL RELATÓRIO Retorna o presente a este Colegiado após a realização de diligências determinadas através da Resolução CSRF/03-0.046 (fls. 71), e após a intimação da contribuinte para manifestar-se sobre os documentos acostados aos autos, em decorrência do atendimento às essas diligências. A empresa autuada não se manifestou. Adoto o Relatório já elaborado anteriormente (fls. 106/116), passando a fazer parte integrante do presente julgado. É o relatório. 3 Processo n.° 10611.000646/94-98 Acórdão n.° CSRF/03-03.168 VOTO Conselheiro NILTON LUIZ BARTOLI, Relator Quanto as preliminares levantadas, entendo terem sido afastadas conforme voto de fls. 76/81, motivo pelo qual passo a apreciação do mérito. Após as diligências requeridas foram juntados aos autos provas que esclareceram as dúvidas levantadas no voto de fls. 79 a 81, em especial a falta de assinatura das partes envolvidas no Termo de Avaria n.° 40/0/95 FCC n.° 3998/94, de fls. 07 e 95, bem como, as contradições existentes no Termo de Vistoria Aduaneira n.° 021/94, as quais foram objeto da manifestação de fls. 97/98. Como visto, intimada para se manifestar do resultado da diligência a Interessada não se manifestou, o que faz presumir que sejam verdadeiras as novas provas apresentadas. É fato incontestável, inclusive admitido pela própria Interessada, a falta de volume com mercadoria procedente do exterior. Quando da verificação da avaria, demonstrada pela falta de peso do lote, a Infraero providenciou a imediata elaboração do Termo de Avaria, do qual a Interessada tomou conhecimento, conforme fls. 8 e 95, muito diferente do alegado em seus recursos. Ainda que o Termo de Vistoria Aduaneira tenha algumas incorreções acerca do item "avaria", há em contrapartida a verificação da violação que ocasionou a falta de parte dos produtos importados e, consequentemente, a diferença de peso. 4 Processo n.° 10611.000646/94-98 Acórdão n.° CSRF/03-03.168 violação constitui, portanto, fato suficiente para responsabilidade, não sendo necessária a constatação da avaria. De outro lado, as informações de fls. 97/98, faz consignar que nos volumes objeto do transporte havia espaço para as mercadorias extraviadas o que comprova sua falta e justifica a diferença de peso. Ocorre que, apesar de a Interessada ter alegado tais incorreções, não fez qualquer prova de que a falta não ocorrera no momento em que as mercadorias estavam em seu poder. Nem mesmo contraditou as informações e documentos trazidos aos autos após a diligência requerida, apesar de ter sido intimada para tanto. Não obstante, à responsabilidade do transportador, encontra-se prevista nos seguintes dispositivos do R.A.: "Art. 478 - A responsabilidade pelos tributos apurados em relação à avaria ou extravio de mercadoria será de quem lhe deu causa. Parágrafo primeiro - Para efeitos fiscais, é responsável o transportador quando houver: I a V - VI - falta, na descarga, de volume ou mercadoria a granel, manifestados." Sendo assim, entendo estar caracterizada a responsabilidade do transportador conforme entendeu a Eminente Conselheira Relatora originária da 1a Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, cujas razões adoto adicionalmente às aqui colocadas. 5 Processo n.° 10611.000646/94-98 Acórdão n.° CSRF/03-03.168 Diante dessas considerações, DOU PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL, interposto pela Procuradoria. Sala das Sessões (DF), em 07 de maio de 2001 1 ' , 1 i , 1 6 Page 1 _0000200.PDF Page 1 _0000300.PDF Page 1 _0000400.PDF Page 1 _0000500.PDF Page 1 _0000600.PDF Page 1
score : 1.0
Numero do processo: 10830.906939/2010-41
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005
COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. INDÉBITO COMPROVADO.
É de se homologar a compensação quando comprovadas, por meio de documentação hábil e idônea, a existência do indébito pleiteado e a ocorrência de erro no preenchimento da DCTF original.
Numero da decisão: 9303-006.012
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Jorge Olmiro Lock Freire, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Valcir Gassen.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. INDÉBITO COMPROVADO. É de se homologar a compensação quando comprovadas, por meio de documentação hábil e idônea, a existência do indébito pleiteado e a ocorrência de erro no preenchimento da DCTF original.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Jorge Olmiro Lock Freire, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Valcir Gassen.
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EPP ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. INDÉBITO COMPROVADO. É de se homologar a compensação quando comprovadas, por meio de documentação hábil e idônea, a existência do indébito pleiteado e a ocorrência de erro no preenchimento da DCTF original. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Jorge Olmiro Lock Freire, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Valcir Gassen. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 69 39 /2 01 0- 41 Fl. 171DF CARF MF 2 Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela Procuradoria da Fazenda Nacional PFN contra o Acórdão nº 3803004.247, de 25/06/2013, proferido pela 3ª Turma Especial da Terceira Seção do CARF, que fora assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2005 a 31/10/2005 COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. INDÉBITO COMPROVADO. Comprovados, com documentação hábil e idônea, a existência do indébito pleiteado e a ocorrência de erro no preenchimento da DCTF original, acolhese a compensação declarada pelo contribuinte. Irresignada, a Recorrente se insurgiu contra o entendimento esposado no acórdão recorrido quanto à possibilidade de retificação de DCTF após a decisão de 1ª instância que denegou a compensação. Alega divergência com relação ao que decidido no Acórdão nº 10517143. O exame de admissibilidade do recurso encontrase às fls. 142/144. Intimada, a contribuinte apresentou contrarrazões ao recurso (fls. 152/165). É o Relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso especial interposto pela PFN deve ser conhecido. Com efeito, em casos idênticos – a retificação de declaração somente após a ciência do despacho decisório que não reconheceu o crédito e não homologou a compensação vinculada –, os acórdãos recorrido e paradigma adotaram entendimentos contrários: enquanto o primeiro entendeu possível a retificação da DCTF mesmo depois da ciência da referida decisão, o paradigma concluiu que, na mesma situação, a retificação da DIPJ não a tornaria equivocada. No mérito, vemos que a compensação em tela não foi homologada pela repartição de origem, ao fundamento de que o crédito pleiteado já se encontrava vinculado a outro débito do mesmo contribuinte, decisão mantida pela DRJ porque, não obstante a DCTF retificadora tenha sido trazida aos autos no momento da apresentação da manifestação de inconformidade, não havia provas hábeis a comprovar o crédito pleiteado. Nesse contexto, entendeu a Câmara baixa que: "...a preclusão processual, associada ao princípio constitucional da celeridade processual, deve ser sopesada com outros elementos normativos, como o princípio da vedação ao enriquecimento ilícito e o princípio da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, assim como o princípio da legalidade, pois o contribuinte deve Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10830.906939/201041 Acórdão n.º 9303006.012 CSRFT3 Fl. 172 3 recolher o tributo devido nos limites da previsão normativa, nem mais, nem menos". Entendemos absolutamente correta a decisão, notadamente quando, no caso, a contribuinte sequer foi intimada, antes de prolatado o Despacho Decisório, a retificar a DCTF correspondente e a entregar, se assim se entendesse necessário, os documentos hábeis a comprovar o indébito. Portanto, a apresentação da retificadora somente após a ciência da decisão não autoriza, por si só, o indeferimento do pedido, se posteriormente restar comprovado, mediante a análise da escrituração contábil e fiscal, que o crédito, de fato, existia. É como temos decidido. A contrario sensu: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/04/2001 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITOS. A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição não é suficiente para a comprovação do crédito, sendo indispensável a comprovação do erro em que se funde. Recurso Especial do Contribuinte negado. (Acórdão CSRF/3ª Turma nº 9303005.708, de 19/09/2017) Ante o exposto, conheço do recurso especial e, no mérito, negolhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 173DF CARF MF 4 Fl. 174DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.720312/2013-40
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jan 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2013
RECURSO. INTEMPESTIVIDADE.
Da decisão de primeira instância caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão
Numero da decisão: 1001-000.234
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Simples Nacional Ano-calendário: 2013 RECURSO. INTEMPESTIVIDADE. Da decisão de primeira instância caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
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Numero do processo: 10675.000174/2007-78
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 05 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Normas Gerais De Direito Tributário
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004
FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO/PAGAMENTO
É passível de lançamento o descumprimento da obrigação principal em face
das contribuições administradas pela Receita Federal do Brasil.
ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004
BASE DE CÁLCULO COOPERATIVA,
A partir de novembro de 1999 a base cálculo da COHNS e do PIS/Pasep é a
receita bruta, seja cia proveniente de atos cooperativos ou não-cooperativos,
sendo permitidas somente as exclusões e deduções previstas em lei,
montante passível de tributação,
CSLL, COOPERATIVA. AUSÊNCIA DE SEGREGAÇÃO DAS
RECEITAS DE ATOS COOPERATIVOS E. ATOS NÃO
COOPERATIVOS. NÃO INCIDÊNCIA DE CSLL SOBRE ATOS
COOPERATIVOS,
Em razão do peculiar regime jurídico aplicável às cooperativas, a CSLL não
incide sobre os resultados dos atos cooperativos.
No caso em questão, tendo o lançamento sido realizado sobre a totalidade das
receitas obtidas pela cooperativa, sem a segregação daquelas decorrentes de
atos cooperativos, e em não sendo possível fazê-lo, deve ser cancelado o auto
de infração quanto à CSLL,
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos..
Numero da decisão: 1401-000.296
Decisão: Acordam os membros do Colegiada, dar provimento parcial ao recurso, nos seguintes termos: a) por maioria de votos, dar provimento ao recurso quanto à CSLL,, vencidos o Relator e o Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos. Designado o Conselheiro Alexandre Antônio Alkmim Teixeira para redigir o voto vencedor; b) pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso quanto ao PIS e à Cotins, vencidos os Conselheiros Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro e Karem Jureidini Dias,
Nome do relator: Antonio Bezerra Neto
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ementa_s : Normas Gerais De Direito Tributário Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO/PAGAMENTO É passível de lançamento o descumprimento da obrigação principal em face das contribuições administradas pela Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 BASE DE CÁLCULO COOPERATIVA, A partir de novembro de 1999 a base cálculo da COHNS e do PIS/Pasep é a receita bruta, seja cia proveniente de atos cooperativos ou não-cooperativos, sendo permitidas somente as exclusões e deduções previstas em lei, montante passível de tributação, CSLL, COOPERATIVA. AUSÊNCIA DE SEGREGAÇÃO DAS RECEITAS DE ATOS COOPERATIVOS E. ATOS NÃO COOPERATIVOS. NÃO INCIDÊNCIA DE CSLL SOBRE ATOS COOPERATIVOS, Em razão do peculiar regime jurídico aplicável às cooperativas, a CSLL não incide sobre os resultados dos atos cooperativos. No caso em questão, tendo o lançamento sido realizado sobre a totalidade das receitas obtidas pela cooperativa, sem a segregação daquelas decorrentes de atos cooperativos, e em não sendo possível fazê-lo, deve ser cancelado o auto de infração quanto à CSLL, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos..
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Normas Gerais De Direito Tributário Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO/PAGAMENTO É passível de lançamento o descumprimento da obrigação principal em face das contribuições administradas pela Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 BASE DE CÁLCULO COOPERATIVA, A partir de novembro de 1999 a base cálculo da COHNS e do PIS/Pasep é a receita bruta, seja cia proveniente de atos cooperativos ou não-cooperativos, sendo permitidas somente as exclusões e deduções previstas em lei, montante passível de tributação, CSLL, COOPERATIVA. AUSÊNCIA DE SEGREGAÇÃO DAS RECEITAS DE ATOS COOPERATIVOS E. ATOS NÃO COOPERATIVOS. NÃO INCIDÊNCIA DE CSLL SOBRE ATOS COOPERATIVOS, Em razão do peculiar regime jurídico aplicável às cooperativas, a CSLL não incide sobre os resultados dos atos cooperativos. No caso em questão, tendo o lançamento sido realizado sobre a totalidade das receitas obtidas pela cooperativa, sem a segregação daquelas decorrentes de atos cooperativos, e em não sendo possível fazê-lo, deve ser cancelado o auto de infração quanto à CSLL, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.. L;L:r 't Acórdão n " 1401-00.296 Fl 1.076 Dl CA kr ...vil' 1 I 07r) Processo n" 10675 000174/2007-78 SI-C4TI Acordam os membros do Colegiada, dar provimento parcial ao recurso, nos seguintes termos: a) por maioria de votos, dar provimento ao recurso quanto à CSLL,, vencidos o Relator e o Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos. Designado o Conselheiro Alexandre Antônio Alkmim Teixeira para redigir o voto vencedor; b) pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso quanto ao PIS e à Cotins, vencidos os Conselheiros Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro e Karem Jureidini Dias,. (assinado digitahilente) Viviane Vidal Wagner - Presidente (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto - Relator (assinado digitahnente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira — redator designado Participaram da presente sessão de julgamento, os Conselheiros Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antonio "mim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Manos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Viviane Vidal Wagner. Relatório Trata-se de recurso voluntário contra o Acórdão n° 09-23,817, da 2" Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Juiz de Fora-MG. Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância: Trata-se de Autos de Infração (Ais) pelos quais foi constituído o credito tributário no montante de RS 3 090 9.5.2,00 nas seguintes rubricas. CSLL, (R$ 1..315.583,58 -fls. 39.)-399 e 40.2-407)... PiS (R$ 316 161,03 -41s 408-418), COF1NS (R$ 1.459..207,39 - Jls 419-4.29). ;ER iL; 20 .:Çj :JIl I) :[n A.NrcT:lu, ped F."..[E. Eirdtidn nErrir) 1)1' (.A H: 1\1E [1 1 077 Processo n" 10675 000174/2007-78 SI-C4T1 Acórdão ri"1401-00.296 11 1 077 Tais lançamentos decorreram da constatação das infrações abaixo descritas, segundo o Relatório Fiscal de /Is 430-434, resumidamente, em razão conjunta da apresentação das DIRPJ dos anos-calendát ia 2002 a 2004 "zei ada.s" e da falta, tanto de débitos declaradas em DCTF, quanto de recolhimento das fileSMCIS contribuições FALTA DE PAGAMENTO/RECOLHIMENTO DA CSLL DEVIDA SOBRE RECEITAS OMITIDAS FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO (CSLL., PIS, COFINS) As tis, 44I-4.50j impugnação intermediada por procurador constituído à 11 4.51/4.52, na qual !aram aduzidas razões de defesa, abaixo reproduzidas por excertos, consoante o seu seguinte articulado. DOS FATOS [ a referida autuação 11C70 met ece prosperar, seja por padecer de vícios de legalidade, bem como por não atender às especilicações pertinentes às cooperativas de trabalho, [ DA CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO RELATIVO Á CSLL - OFENSA AO PRINCIPIO DA LEGALIDADE DA NÃO TRIBUTAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE TRABALHO PELO PIS E COFINS EM RELAÇÃO AOS ATOS COOPERA TI VOS De acordo com o art. 3" da Lei 5 764/71, celebram contraio de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam o contribuir com bens e serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro [ . J no conceito de bens e produtos não estão incluídos os serviços. [...] ainda que houvesse a rnescla entre atos cooperados e não cooperados, estes últimos não poderiam ser desconsiderados para imposição de tributação sobre todas as atividades da hnpugnanle [ se existissem atos cooperativos e não cooperativas e a entidade não realizou a separação cabe a fiscalização fázê-lo [ o próprio agente fiscal reconheceu a prática EXCLUSIVA de atos cooperativas pau parte da impugnante, motivo pelo qual a autuação deve .ser desconstituida também nesse aspecto. E o relatório 1-1 107S S1-C4T1 Fl. 1 078 D1 C:\ RI MI Processo n" 10675.000174/2007-78 Acórdão n " 1401-00,296 A DRJ, manteve o lançamento, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO.. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 FAL -TA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO/PAGAMENTO É passível de lançamento o descumprimento da obrigação principal em face dos- contribuições administradas pela Receita Federal do Brasil. CSLL. SOCIEDADES COOPERATIVAS INCIDÊNCIA A contribuição social sobre o lucro liquido incide sobre a totalidade do resultado apurado pela cooperativa no período- base, incluindo tanto os atos não-cooperativos quanto os cooperativos. A isenção da CSLL aplicável aos ingressos provenientes de atos cooperativos, prevista na Lei 10 865/2004, só tem vigência a partir de lo de janeiro de 2005. ASSUNTO OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Ano-calendário 2002, 2003, 2004 BASE DE CÁLCULO COOPERATIVA A partir de novembro de 1999 a base cálculo da COFINS e do PIS/Pasep é o receita bruta, seja cia proveniente de atos cooperativos ou não-cooperativos, sendo permitidas somente as evclusões e deduções previstas em lei, hresignada com a decisão de primeira instância, a interessada interpôs recurso voluntário a este Conselho, repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. É o relatório.. Voto Vencido Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relatar O recurso reúne as condições de admissibilidade, dele tomo conhecimento, A lide cinge-se a saber se sobre os resultados positivos conseguidos pelas cooperativas, advindos ou não de atos cooperativos, incide a CSLL. A principio cabe salientar que independente do alcance da definição do ato :.,:ncooperativo.previstainoEartu,7Tdaíiiei oirdastcaraoteristicas peculiares das ALKHP.-A [I() I 4 '20 C.3 Dr c:\ Ri, Processo n" 10675 000174/2007-78 SI-C4T1 Acórdão n." 14014}0..296 El 1 079 sociedades cooperativas ressaltadas no recurso, a CSLL incide sobre a totalidade dos seus resultados positivos obtidos no exercício. A esse respeito, assim dispõe a Lei 119 7.689, de 1988, instituidora da referida contribuição, verbis: "Art. .22 A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda. A Constituição Federal estabelece em seu art. 195 que a seguridade social deve ser financiada por toda a sociedade, tendo como fonte de recursos, entre outras, a Contribuição Social sobre o Lucro. Dispõe tal artigo no caput, inciso 1, § 7°: 'Art. 195 - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de fbrina direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais. 1 dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o /aturamento e o lucro, l I 7' - São isentas de contribuição para c: seguridade social às entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências estabelecidas em Lei". Por seu turno, ao instituir a Contribuição Social sobre o Lucro, a Lei n° 7.689, de 1988 também atendeu ao princípio da universalidade no sentido de a seguridade social ser financiada por toda a sociedade direta ou indiretamente_ Assim estabelece o art. 4' da referida Lei, que "são contribuintes as pessoas .jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária". A mencionada Lei também não isentou as entidades cooperativas do recolhimento da CSLL através do seu art. 2', § 1°, alínea 'c', com a redação dada pelo art. 2' da Lei n° 8.134, de 1990, que relaciona os valores que devem ser adicionados e/ou excluídos na obtenção da base de cálculo. Da mesma forma, a Lei n° 8212, de 24 de julho de 1991, que trata da organização da seguridade social, também não estabeleceu a referida isenção, e em sua conceituação abrangente do que seja empresa, abarcou diretamente o conceito de cooperativa, pois o importante não é nem ter ou não lucro, mas sim assumir o risco de atividade comercial, como se vê dos seus artigos 10 e 15, a seguir transcritos: "Art. 10 A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de fOrma direta e indireta, nos termos do art 195 da Constituição Federal e desta Lei, mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais ) Art. 15 Considera-se : I [.!..A I: I Fr)f±10 211' r.) r ii SI-C4T1 11 1 080 1)1' C. A Processo n" 10675 000174/2007-78 Acôrdào o" 14Qi-n.296 1 — empresa - a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou niio, bem como as órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; ) Parágrafb único Equipara-se a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa , a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras "(Redação dada pela Lei n 9876, de 26 11.99, grifii) Como se deduz, não existe nenhum comando normativo isentando ou retirando do campo de incidência da CSLL os resultados positivos conseguidos pelas cooperativas. É de concluir, portanto, a intenção do legislador ao criar a mencionada contribuição foi que a mesma fosse financiada por toda sociedade, inclusive por essas entidades, Assim, com o advento da Lei n"„ 8.212/91 fica cristalino que as cooperativas em geral são contribuintes das contribuições à seguridade social, tendo a referida lei elencado explicitamente todas as pessoas jurídicas e físicas contribuintes das contribuições à seguridade social, equiparando eXpressamente à empresa, as sociedades cooperativas em geral. Diante de todo esse contexto, a Receita Federal expediu Instrução Normativa apenas reconhecendo o que já estava explícito em Lei, como se observa do disposto na IN SRF ri° 198 de 29 de dezembro de 1998, que faz a ressalva de dedução como despesa da parcela da contribuição, relativa a operações com não associados, apenas para efeito de cálculo do Lucro Real (base do IRPJ), nos seguintes termos: " 9 As sociedades cooperativas calcularão a contribuição social sobre o resultado do período-base, podendo deduzir como despesa na determinação do lucro real, a parcela da contribuição relativa ao lucro nas operações com não- associados," (grifei,) Ar2umento empírico Outrossim, somente a partir da vigência da Lei n° 10.865, de 2004 e com efeitos prospectivos para 01/01/2005, a teor de seu artigo 48, é que, exceção feita às cooperativas de consumo, ficaram isentas da CSLL as sociedades cooperativas, relativamente aos atos cooperativos. Ora, se havia aqui não-incidência, como se falar então em "isenção", que pressupõe a possibilidade de tributação, mas que a legislação resolveu excluir sua incidência? Outrossim, vejamos a redação da referida Lei: Ari 39 As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação especifica, relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL (Vide art 48 da Lei n" 10 865, de 2004) pur r I I :)() 13,-1,1 (.'../Vc.1 \11 1 1 1 Processo n" 10675 000174/2007-78 S1-C4T1 Acórdão n " 1401-00.296 Fl 1 081 Parágrafb único. O disposto no caput deste artigo não se aplica às sociedades cooperativas de consumo de que trata o ar!. 69 da Lei no 9.53.2, de 10 de dezembro de 1997. AH 48. Produz (Mos a partir cie de janeiro de 2005 o disposto no art„ 39 desta Lei Ora, a contrario senso, significa dizer que antes de l° de janeiro de 2005 elas não eram isentas e também não havia não incidência, ou seja, havia tributação,. Entendimento contrário significa também af.astar a referida Lei, o que é vedado a este Conselho., Por todo o exposto, nego provimento ao recurso. Tributação da Cofins A Cofins incide sobre o faturamento nos termos do art. 2' e 30 da Lei 9.718/98, verbis: "Art. 2" As contribuições' para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base 170 seu !aturamento observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Ai! 3" O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoajarídica § I" Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas." (gifei) Nos termos do art. 60 da LC n° 70/91, as cooperativas gozavam da isenção da Cofias quanto à prática de ato cooperado. Entretanto, essa isenção foi revogada pelo art. 23 da MP n" 1,858/99 e não cabe a este Colegiado pronunciar-se acerca da ilegalidade/inconstitucionalidade dessa revogação. A MP n° 1.858/99, por sua vez, trouxe no seu art. 15 as hipóteses para exclusão da base de cálculo da Cofias das sociedades cooperativas, verbis: Ar!. 15. As sociedades cooperativas poderão, observado o disposto nos arts. 2"e 3" da Lei n" 9.718, de 27 de novembro de 1998, excluir da base de cálculo da COFINS e do PIS/PASEP' - os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por eles entregue à cooperativa; - as receitas de venda de bens e mercadorias a associados; III - as receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados, aplicáveis na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, fim inação profissional e assemelhadas; IV - as receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de pi adução do associado, ;•.. 2:j 7 1)1 (.\RF H KP2,2. Processo n'' 1005.000174/2007-78 S1-C4T1 Acórao n " 1401-00,296 Fl 1 082 - as receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto a instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos Pelo exposto, considerando que Cotins incide sobre o faturamento, que abrange a totalidade das receitas auferidas pela pessoa . jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, que a isenção do art. 6', 11, da Lei Complementar n° 70/91, revogada pela MP n° L858/99, não atingiu os períodos em comento e que não ocorreram hipóteses de exclusões da base de cálculo previstas em lei, constato que o lançamento de oficio em lide não merece retificação, pois foi efetuado como determinou a lei em vigor. Tributação do PIS Até o advento da MP if 1,858/99, as sociedades cooperativas eram tributadas pelo PIS nos termos do art. 2" e seu I', da Lei if 9.715/95, verbis: "Art. 2" A contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente: I - pelas pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de economia mista e .suas subsidiárias, com base no faiuramento do mês; II — pelas entidades sem fins lucrativos definidas como empregadoras pela legislação trabalhista e as fundações, com base na fblha de salários; III— § I", As sociedades cooperativas, além da contribuição sobre a folha de pagamento mensal, pagarão, também, a contribuição calculada na forma do inciso I, em relação às receitas decorrentes de operações praticadas com não associados." A partir de novembro de 1999, a MP n" 1,858/99, alterou o regime jurídico tributário dado às sociedades cooperativas. Nesse período a base de cálculo da contribuição do PIS das sociedades cooperativas passou a ser apurada com base no faturamento total com as exclusões da MP n° 1.858/99, que trazia no seu art. 15 as seguintes hipóteses, verbis: Art. 15, As sociedades cooperativas poderão, observado o disposto nos arts, 2"e 3" da Lei n" 9.718, de 27 de novembro de 1998, excluir da base de cálculo da COFINS e do PIS/PASEP 1 - os valores repassados aos associados, decorrentes da comercialização de produto por eles entregue à cooperativa; II - as receitas de venda de bens e mercadorias a associados; 111 - as receitas decorrentes da prestação, aos associados, de serviços especializados, aplicáveis na atividade rural, relativos a assistência técnica, extensão rural, firmação profissional e assemelhadas; IV - as receitas decorrentes do beneficiamento, armazenamento e industrialização de pi adução do associado; íj vj[:)AL. 8 ;C) e)r AI I 9 H 1 OS3 S1-C411 Fl 1 083 DF ARI 'MV Processo rr" W675 000174/2007-78 Acõrdk o" 1401-00.296 V - as receitas financeiras decorrentes de repasse de empréstimos rurais contraídos junto a instituições financeiras, até o limite dos encargos a estas devidos. Pelo exposto, considerando que o PIS incide sobre o faturamento, que abrange a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas e que não ocorreram hipóteses de exclusões da base de cálculo previstas em lei, constato que o lançamento de oficio em lide não merece retificação, pois foi efetuado como determinou a lei em vigor. (assinado digitahnente) Antonio Bezerra Neto Voto Vencedor Conselheiro Antônio Alkmim Teixeira, Redator Designado quanto à CSLL. Após ouvir atentamente as razões apresentadas pelo nobre Conselheiro Relator, abri divergência quanto à incidência da tributação sobre o resultado das sociedades cooperativas, tendo prevalecido essa divergência quanto à CSLL. A controvérsia cinge-se à ausência de segregação, pela Autoridade Fiscal, das receitas obtidas pela Recorrente com a prática de atos cooperativos e de atos não cooperativos, visto que as provenientes de atos cooperados não estão sujeitas à tributação. Para tanto, deve-se analisar a legislação em vigor, sobretudo a Lei d.. 5..764/71. As cooperativas, na exegese dos arts„3" e 4' da Lei n". 5.764/71, são sociedades de pessoas constituídas, sem intuito de lucro, com o objetivo principal de prestar serviços aos seus associados. Dispõe os referidos artigos, in litteris. "Art 3° Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou sei viços para o evercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. Ari' 4" As cooperativas são sociedades de pessoas, com fbrina e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes características ) 1 : Processo n" 10675.000174/2007-78 Acórdão n 1401-00.296 I' 10S-1 11 1 084 prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da cooperativa; Nesse contexto, o art. 79 da citada lei dispõe que os atos cooperativos, ou seja, os atos praticados pela cooperativa com seus associados, ou pelas cooperativas entre si, "não implicam em operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria Ademais, ainda no que concerne à definição dos atos praticados pelas cooperativas, o art.. 87 da referida lei estabelece que "os resultados das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, .serão levados à conta do "Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social" e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos", Dessa forma, da combinação dos arts.. 79 e 87 da Lei das Cooperativas, tem- se que os atos cooperativos, entendidos como as operações realizadas entre a cooperativa, na condição de intermediária, e seus cooperados, não serão tributáveis por não estarem incluídos na hipótese de incidência da norma tributária. . Todavia, os atos não cooperativos, ou seja, os praticados pela cooperativa com não associados estarão sujeitos à tributação federal, vez que resultam em lucro. Nesse diapasão, o Min. Castro Meira, ao analisar os resultados provenientes da prática de atos cooperativos e não cooperativos por sociedades cooperativas, concluiu que "as atos cooperativos não geram receita nem finuramento para a sociedade cooperativa O resultado financeiro deles decorrente não está sujeito à incidência do tributo Cuida-se de uma não-incidência pura e simples, e não de uma norma de isenção. Já os atos não cooperativas, praticados com não associados, geram receita à sociedade, devendo o resultado do exercício ser levado à conta especifica para que possa servir de base à tributação." (REsp n"„ 807.690/SP, 2" Turma do STJ, ai de 01/02/2007). No caso em questão, o Auditor Fiscal sujeitou à tributação de CSLL a totalidade dos resultados obtidos pela Recorrente independentemente de se tratarem de atos cooperativos ou não cooperativos. Entendo que quando a sociedade cooperativa pratica atos com terceiros não cooperados, sem a presença de um cooperado na relação triangular, devem tais atos ser considerados atos não cooperativos, uma vez que a cooperativa não atua como intermediadora na relação negocia] triangular entre um cooperado e um terceiro. Nessa situação, a cooperativa age com caráter nitidamente empresarial, visto que administra recursos de terceiros não cooperados. Todavia, quando a cooperativa atua como intermediária numa relação negociai triangular entre o tomador do serviço e o cooperado, pratica típico ato cooperativo, não se sujeitando, assim, à tributação de seu resultado. A título de ilustração, este o extinto Conselho de Contribuintes também compartilha o citado entendimento de que para a caracterização de um ato cooperativo é necessária a presença de um cooperado na relação negociai triangular. Senão, veja-se: I .1 ./.,1"10111() 10 1( 1.)1 : CARI [' I 085 Processo n" 10675 000174/2007-78 SI-C4TI Acárdào n." 141-00.296 171 1 085 "EMENTA: COOPERATIVA — ATO COOPERADO — DEFINIÇÃO E .ALCANCE. Ato cooperado é o ato que decai ., e da atuação do cooperado no evercicio e atendhnento das objetivos da atividade cooperada a que aderiu e que, assim, não se sujeita à incidência tributária por não qualificar ato de mercancia. A negociação direta entre a Cooperativa e terceiros, sem inteiterência direta do cooperado na .sua concretização deixa de traduzir a característica essencial do ato cooperativo para assim configurar ato sujeito a uma incidência tributária normat (grilas acrescidas) CSSL — ATO COOPERADO — LEI n° .5 764/71 A Lei .5 764/71, por ser Lei Complementar recepcionada pela Constituição de 1988, não autoriza a tributação da CSSL sobre os atos cooperados em função de legislação superveniente de natureza não complementar." (Acórdão n° 103-22205, 3" Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, Rel. Victor Luís de Saltes Freire, Data. 07112/2005) Não se trata, pois, de previsão de isenção da tributação das receitas da sociedade, mas sim da aplicação da adequada tributação do ato cooperativo, o que, permissa venha, não foi observado na presente autuação. Demais disso, não sendo viável, nesse momento, proceder-se à segregação da receita entre aquelas decorrentes de atos cooperativos e atos não cooperativos, deve ser cancelado o auto de infração por inadequação da base de cálculo adotada. É. com esses fundamentos que, concessa venia, dou provimento ao recurso para afastar a tributação da CRI. (assinado digitahneine) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira — redator designado 12? BEZERPA riEri;.! I I Fritill .;!) Processo n.0 Acórdão n° MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS QUARTA CÂMARA - PRIMEIRA SEÇÃO : 10675.000174/2007-78 : 1401-00296 TERMO DE INTIMAÇÃO Intime-se um dos Procuradores da Fazenda Nacional, credenciado junto a este Conselho, da decisão consubstanciada no acórdão supra, nos termos do art, 81, § 3 0 , do anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria Ministerial n" 256, de 22 de junho de 2009.. Brasília, 12 de novembro de 2010 Viviane Vida! Wagner< Presidente Ciência Data: Nome: Procurador(a) da Fazenda Nacional Encaminhamento da PFN: [ apenas com ciência; [ ] com Recurso Especial; [] com Embargos de Declaração.
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Numero do processo: 10983.906591/2009-12
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 12 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jan 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004
DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO APÓS O DESPACHO DECISÓRIO.
A apresentação de DCTF retificadora, ainda que após a prolação de despacho decisório, desde que em hipótese não vedada pela legislação, substitui a original, constituindo-se em indício da certeza e liquidez do crédito tributário. Tendo sido o único motivo de indeferimento da compensação e ignorados os seus efeitos pela decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, há de ser acolhida e determinado novo exame da compensação pela Autoridade Fiscal.
Numero da decisão: 3001-000.099
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que a unidade de origem aprecie a DCTF retificadora com relação ao crédito pleiteado, juntamente com a DIPJ da recorrente e lhe confira liquidez e certeza para a realização da compensação requerida, vencido o conselheiro Cleber Magalhães, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães.
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. A apresentação de DCTF retificadora, ainda que após a prolação de despacho decisório, desde que em hipótese não vedada pela legislação, substitui a original, constituindose em indício da certeza e liquidez do crédito tributário. Tendo sido o único motivo de indeferimento da compensação e ignorados os seus efeitos pela decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, há de ser acolhida e determinado novo exame da compensação pela Autoridade Fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que a unidade de origem aprecie a DCTF retificadora com relação ao crédito pleiteado, juntamente com a DIPJ da recorrente e lhe confira liquidez e certeza para a realização da compensação requerida, vencido o conselheiro Cleber Magalhães, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 65 91 /2 00 9- 12 Fl. 35DF CARF MF 2 Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 4ª Turma da DRJ/FNS, que não reconheceu o direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. O Contribuinte, na data de 08/06/2005, transmitiu PER/DCOMP nº 30475.76293.080605.1.3.04.4429 declarando a compensação de débito da COFINS do período 11/2004, com crédito do mesmo tributo recolhido a maior que o devido através de DARF da competência 04/2004. A DRF de Florianópolis em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório (Fls. 5), pela não homologação da compensação pretendida, em face de inexistência do crédito informado, pois o valor do DARF discriminado na PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado para quitação de outro débito. Não satisfeito com a resposta, o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 7), justificando que: Após confrontarmos os valores declarados na DCOMP 30475.76293.080605.1.3.044429 com a DIPJ 2005 entregue, percebemos que a DCTF 3.0 referente ao 2° trim./04 não havia sido retificada, o que ocasionou a não homologação do crédito. Informamos que entregamos em 30/6/09 DCTF retificadora corrigindo as informações com número de recibo 29.78.57.41.6800, assim sendo solicitamos o cancelamento do Despacho Decisório e a aceitação da DCTF anexa que demonstra o crédito utilizado na referida DCOMP. Encaminhado os autos à 4ª Turma da DRJ/FNS, esta julgou improcedente a manifestação de inconformidade com seus fundamentos assim sintetizados: Salientese que não se está aqui a afirmar que o crédito pretendido contra a Fazenda Nacional existe ou não existe, dado que não é isto que importa para o caso concreto que aqui se tem. O que se afirma, isto sim, é que só a partir da retificação da Dctf é que a contribuinte passou a ter crédito contra a Fazenda devidamente conformado na forma da lei, razão pela qual a retificação já efetuada pode produzir efeitos em relação a Dcomp apresentadas posteriormente a esta, mas não para validar compensações anteriores. O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário (fls. 25) contra a decisão de primeira instância administrativa, com o intuito de ver seu pedido atendido, destacandose em suas razões os seguintes pontos: 1 que a compensação declarada está em conformidade com o art. 66 da lei 8.383/91, o qual permite a utilização de valores pagos a maior ou indevido para compensar débitos de períodos subsequentes; 2 – que constatado o erro de declaração em DCTF prontamente a retificou, corrigindo o valor efetivamente devido da COFINS relativo ao 2º trimestre de 2004 no Fl. 36DF CARF MF Processo nº 10983.906591/200912 Acórdão n.º 3001000.099 S3C0T1 Fl. 3 3 montante de R$ 8.655,23. Sendo o DARF de pagamento no valor de R$ 10.453,79 ocorreu pagamento a maior de R$ 1.798,50. 3 – que a retificação da DCTF ocorreu na forma da Instrução Normativa SRF nº 903, de 30 de setembro de 2008, art. 11, o qual atesta que a DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados em declarações anteriores; 4 – que a DIPJ entregue tempestivamente contempla o valor correto da COFINS devida, no item 40 da ficha 26ª – Cálculo da COFINS – Regime Cumulativo; Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. A recorrente buscou através da transmissão eletrônica da PER/DCOMP nº 30475.76293.080605.1.3.04.4429, enviada na data de 08 de junho de 2006, a compensação de COFINS (cód.2172) da competência 11/2004 atualizada com juros e multa, totalizando a quantia de R$ 2.010,22 com crédito, também, de COFINS (cód.2172) pelo recolhimento a maior que o devido da competência 04/2004. Valor original do crédito utilizado foi de R$ 1.735,79. Contudo, ao tomar conhecimento do Despacho Decisório desfavorável ao seu pedido, constatou que havia incorrido em erro quando da transmissão da DCTF para o período do 2º Trimestre de 2004. Imediatamente, na data de 30/06/2009, transmitiu DCTF retificadora corrigindo o valor devido de COFINS para o período de apuração 30/04/2004, de forma a evidenciar o valor de seu pagamento a maior que o devido, resultando daí o crédito utilizado para a compensação requerida. A DRJ/FNS fundamenta sua decisão que manteve a não homologação da compensação pleiteada, no fato de que o crédito apontado em DCTF retificadora não pode alcançar compensação anteriormente praticada. Sobre a liquidez e certeza do crédito levantado pela recorrente em DCTF Retificadora, em nenhum momento foi objeto de análise pelo competente órgão fazendário. Valhome aqui de julgado da 3ª Turma da CSRF no acórdão nº 9303 005.396, de 25/07/2017, que analisando caso semelhante confirmaram decisão proferida no acórdão da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, sendo entendimento daquele colegiado, “em síntese, Fl. 37DF CARF MF 4 que a DCTF retificadora, nas hipóteses admitidas por lei, tem os mesmos efeitos da original, podendo ser admitida para comprovação da certeza e liquidez do crédito, ainda que transmitida após a prolação do despacho decisório”. Oportuno destacar, também, parte do voto da Conselheira Relatora Vanessa Marini Cecconello (CSRF – T3), pelos seus comentários e associados ao Parecer Cosit nº 02/2015, nos orienta a dar o devido seguimento nesse julgado, “verbis”: O crédito tributário da Contribuinte e seu direito à restituição/compensação não nascem com a apresentação da DCTF retificadora, mas sim com o pagamento indevido ou a maior. Portanto, a apresentação da DCTF retificadora não é requisito indispensável à homologação da compensação, mas a certeza e liquidez do indébito tributário devem restar comprovadas por outros meios nos autos do processo administrativo. Nesse sentido, é o Parecer Cosit nº 02/2015, de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo Fl. 38DF CARF MF Processo nº 10983.906591/200912 Acórdão n.º 3001000.099 S3C0T1 Fl. 4 5 decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. (...) Vêse que a administração tributária em questão normativa, preocupada com o assunto, já havia se posicionado sobre o tema que diz respeito à possibilidade de ocorrer DCTF retificadora para demonstrar a existência de crédito passível de compensação. Como antes dito, a liquidez e certeza do crédito tributário não se encerra com a simples DCTF retificadora, há outros indicativos a serem seguidos, sendo um deles a DIPJ da recorrente, que de acordo com as razões recursais foi um dos parâmetros utilizados para atestar o erro de declaração cometido. Nesse sentido, em respeito ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, na busca da verdade real no processo administrativo tributário, é cabível oportunizar à Recorrente uma melhor análise pela unidade de origem quanto ao crédito pleiteado. Ademais, não pode o CARF suprir deficiência instrutória ainda que em sede de compensação, pois à luz do art. 10 da IN RFB nº 903/2008: "Os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna". De se observar que procedimento algum fora realizado em relação à apuração dos valores da compensação, sejam débitos ou créditos. Não podem as autoridades administrativas omitirse de analisar a materialidade dos débitos e créditos em compensação, eis que do contrário comprometem a regularidade do processo administrativo de restituição e compensação de tributos, cuja implicação é a manifesta nulidade nos termos do art. 59, II do PAF. Diante do que foi exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem aprecie a DCTF retificadora com relação ao crédito pleiteado, juntamente com a DIPJ da recorrente e lhe confira liquidez e certeza para a realização da compensação requerida. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 39DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11131.001138/2005-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 12/12/1998 a 23/02/2000
DRAWBACK. DECADÊNCIA.
No regime do Drawback Suspensão, o início do prazo para o lançamento é o primeiro dia do exercício seguinte ao trigésimo dia após o término do regime concessivo, constante no respectivo ato concessório.
COMPROVAÇÃO DO ADIMPLEMENTO DO DRAWBACK INTERMEDIÁRIO.
No Drawback Intermediário, a comprovação do adimplemento do regime será feita com base na via original da Nota Fiscal de venda do fabricante-intermediário, nos termos no Titulo 21.5 do Capitulo V do Comunicado DECEX no 21 ,de 11 de julho de 1997.
Recurso negado.
Numero da decisão: 3402-004.626
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Diego Ribeiro, Thais De Laurentiis, Maysa Pittondo e Carlos Augusto Daniel Neto, que deram provimento parcial ao recurso. O Conselheiro Carlos Daniel apresentará declaração de voto. Sustentou pela recorrente o Dr. José Lucas Simer, OAB/CE 31.193.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: Relator
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 12/12/1998 a 23/02/2000 DRAWBACK. DECADÊNCIA. No regime do Drawback Suspensão, o início do prazo para o lançamento é o primeiro dia do exercício seguinte ao trigésimo dia após o término do regime concessivo, constante no respectivo ato concessório. COMPROVAÇÃO DO ADIMPLEMENTO DO DRAWBACK INTERMEDIÁRIO. No Drawback Intermediário, a comprovação do adimplemento do regime será feita com base na via original da Nota Fiscal de venda do fabricante intermediário, nos termos no Titulo 21.5 do Capitulo V do Comunicado DECEX no 21 ,de 11 de julho de 1997. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Diego Ribeiro, Thais De Laurentiis, Maysa Pittondo e Carlos Augusto Daniel Neto, que deram provimento parcial ao recurso. O Conselheiro Carlos Daniel apresentará declaração de voto. Sustentou pela recorrente o Dr. José Lucas Simer, OAB/CE 31.193. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 13 1. 00 11 38 /2 00 5- 70 Fl. 562DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 553 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Por bem descrever os fatos e atos processuais, adoto o relatório da r. decisão, com as devidas adaptações, vazado nos seguintes termos: Tratase de processo de crédito tributário lançado através de auto de infração, lavrado contra a empresa BANAS CALÇADOS E COMPONENTES LTDA., doravante denominada impugnante., CNPJ 02.696.047/000167, no valor de R$ 127.974,32 (Cento e vinte e sete mil, novecentos e setenta e quatro reais e trinta e dois centavos), devido ao descumprimento do regime de Drawback intermediário, relativamente aos impostos de importação e sobre produtos industrializados. Consta do Relatório de Fiscalização que acompanha o auto de infração que em procedimento de fiscalização, com base nos Artigos 194, 195 e 196 e seus parágrafos únicos do CTN, bem como nos arts. 15 e 18 do DecretoLei n° 4.543/2002, foi realizado procedimento de auditoria fiscal do Regime Aduaneiro Especial de Drawback, amparado pelo Mandado de Procedimento Fiscal, MPF n° 03176.00.2005.00044, com o objetivo específico de verificar o cumprimento das obrigações fiscais decorrentes dos Atos Concessórios de Drawback Suspensão, n° 031498/0005638, 031499/0002399, 0314 99/0004049, e 0314 00/0000921, cuja beneficiária era a impugnante. Os atos mencionados foram concedidos para o regime de drawback suspensão, na sub modalidade intermediário, que se caracteriza pela importação de mercadoria por empresas denominadas fabricantesintermediários destinada a processo de industrialização de produto intermediário a ser fornecido a empresas industriais exportadoras, para emprego na industrialização de produto final destinado à exportação. Segundo o relatório fiscal que acompanha o Auto de Infração, foram constatadas as seguintes irregularidades na comprovação das vendas de produtos intermediários feita a empresa industrialexportadora: • Não apresentação de notas fiscais de vendas relacionadas em seus relatórios de comprovação de drawback (docs. 03 a 06), o que impede a verificação de que tais vendas tenham sido efetivamente feitas à empresa industrialexportadora, na discriminação e quantidade informado no Relatório de Comprovação (Quadro 1), em desacordo ao consoante o item 21.5, inciso I do titulo 21, do CND/97. • Notas Fiscais discriminam o produto vendido e o respectivo NCM vendido diferentemente do compromissado no AC e informado no RUD (Quadro 2) • Nota Fiscal que não menciona o AC a que se vincula, em desacordo ao consoante o item 21.5, inciso I do titulo 21, do CND/97 (Quadro 3). Fl. 563DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 554 3 • Nota Fiscal que discrimina AC diverso ao informado do Relatório de Comprovação, ou seja, o RUD de um AC indica determinada nota para comprovação daquele AC, mas a nota fiscal discrimina outro AC, em desacordo ao consoante o item 21.5, inciso I do titulo 21, do CND/97 (Quadro 3). • Nota Fiscal informada em dois AC, mas a nota fiscal menciona apenas um, além do produto discriminado na nota ser diverso ao informado no RUD não informado na nota, que será glosada em decorrência de tais irregularidades, em desacordo ao consoante o item 21_5, inciso Ido titulo 21, do CND/97 (Quadro 3). Quadro 1 — Vendas Glosadas pela Não Apresentação O RUD mencionado na transcrição é o Relatório Unificado de Drawback, apresentado para a comprovação da adimplência do regime no SECEX. Do auto de infração a impugnante tomou ciência em 12/09/2010 e apresentou impugnação tempestiva em 13/10/2005. A Impugnação A impugnante começa sua defesa mencionando que a homologação do SECEX é um elemento que deve ser considerado em favor do contribuinte. Cita para isso acórdãos do 3º Conselho de Contribuintes. Alega que: a presunção de desvio da mercadoria para o mercado interno, apresentada no auto de infração, não foi provada pela fiscalização. Cita acórdão do STJ (fl. 06). O ônus da prova cabe à receita federal; o desvio da mercadoria haveria de ser provado com notas fiscais, livros de registros de entrada e saídas de mercadorias e inventários, que no caso prevalecem sobre as fichas de controle; a empresa de destino das mercadorias, a Canindé Calçados Ltda. é preponderantemente exportadora, de forma que mais de 98% de sua produção é voltada para o mercado externo. Sobre o assunto cita dados da Canindé sobre exportações de sapato; os registros contábeis são prova da imensa preponderância de receitas decorrentes da exportação e ínfima venda ao mercado interno, e mostramse incompatíveis com a tese da fiscalização de que houve desvio das mercadorias para venda no mercado interno; os erros de preenchimento de notas fiscais de remessa à Empresa Industrial Exportadora, citados às fls. 06 a 08, não são obstáculos para a perfeita identificação e vinculação do ato concessório; Cita o acórdão do 3o Conselho de Contribuintes (fl. 480), e afirma que devido às mesmas, podese descaracterizar as afirmações apresentadas nos quadros 1, 2 e 4 do Relatório de Procedimento Fiscal, fls (06 a 100), bem como impugnar todos os valores decorrentes destes. Fl. 564DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 555 4 Alega ainda que: o critério (opção) da autuante que considera a incompreensão das fichas de controle, como motivo para não considerar as notas fiscais e desta forma concluir pela inadimplência do regime, é incorreto uma vez que não considera a verdade real relatada nas notas fiscais e leva a uma falsa presunção; não houve no auto de infração qualquer restrição a validade dos documentos fiscais que foram emitidos nos termos da Legislação Federal e do Estado do Ceará. Cita o artigo 923 do RIR; deve ser considerado que toda a operação da empresa era por encomenda, e desta forma a desconsideração total das notas fiscais de remessa/retorno não é aceitável; as planilhas postas pela fiscalização no auto de infração, demonstram a correspondência de quantidades entre as notas fiscais de entrada, de remessa para beneficiamento, e de retorno de beneficiamento. Demonstram também que mais de 97% de sua produção de calçados é destinada à exportação. Esse argumento é inclusive relevante conforme a margem de tolerância posta no Regulamento Aduaneiro: Art. 353; no caso deve ser considerado o artigo 112 do CTN; na aplicação da sanção houve afronta aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Solicita perícia, nos termos do item IV da impugnação, com os quesitos relacionados nos subitens “a”, “b” e “c”. Ao final da impugnação, requer a nulidade do auto de infração, o deferimento da perícia solicitada e a juntada de novos documentos. A DRJ/SPO, em 21/08/2014, julgou improcedente a impugnação (fls. 501/512). Não resignada, a empresa interpôs o presente recurso (fls. 518/539), no qual, em suma, repisa seus argumentos impugnatórios, inovando apenas ao alegar que a Fazenda teria decaído do direito de lançar, alegando aplicarse ao caso o art. 173, I, do CTN, mas sem articular datas. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Lock Freire, Relator. Em síntese, consoante relatado, a fiscalização entendeu que não foram comprovados os drawback suspensãointermediário porque a documentação apresentada para sua comprovação era imprestável, o que adiante analisaremos. Contudo, resta claro que a motivação do lançamento não se deu por falta de vinculação física, gizese. DECADÊNCIA Fl. 565DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 556 5 A decadência especificamente nos casos de drawback é matéria já assentada neste Sodalício no sentido de que seu termo a quo se inicia contar do fim do prazo estipulado no respectivo Ato Concessório. Transcrevo ementa encartada no Acórdão CSRF 9303.003.850, em julgamento de recurso especial datado de 17/05/2016. DRAWBACK. DECADÊNCIA. No regime do Drawback Suspensão, o início do prazo para o lançamento é o primeiro dia do exercício seguinte ao trigésimo dia após o término do regime concessivo, constante no respectivo ato concessório. No mesmo sentido já decidiu a 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara desta 3ª Seção, em recente julgado (Acórdão 3302004.287), datado de 23/05/2017, e assim ementado: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 17/05/2008 a 26/07/2008 PRAZO. DECADÊNCIA. DRAWBACK. A contagem do prazo decadencial iniciase no primeiro dia do exercício seguinte, após o termo final do regime, e não da data do registro das Declarações de Importação e deve observar, nas hipóteses de drawback a regra do inciso I do art. 173 do CTN, já que não há efetivo pagamento dos tributos. A 1ª Turma do TRF4 trilha o mesmo entendimento, conforme aresto abaixo transcrito, de remessa ex offico julgada em 25/05/1999 (DJ2 23/06/99) REMESSA EX OFFICIO Nº 94.04.139173/RS RELATOR:JUIZ JOÃO PEDRO GEBRAN NETO PARTE A: SWIFT ARMOUR S/A IND. E COM. AÇÃO ANULATÓRIA. DRAWBACK. DECADÊNCIA. TERMO DE RESPONSABILIDADE. ÔNUS DA PROVA. I. O direito da Fazenda constituir o crédito tributário decorrente de descumprimento de obrigação advinda de operação de draw back, consubstanciada em Termo de Responsabilidade, iniciase no primeiro ano subseqüente (art. 173, I do CTN) àquele em que terminou o prazo para a exportação, ou renúncia do Termo. MÉRITO O libelo fiscal aponta que os documentos apresentados não possuem o condão de comprovar o cumprimento da condição resolutória a que se referem os atos concessórios tidos como não adimplidos. Esse é o busilis da quaestio. Inicialmente é apontado como problema a não apresentação de notas fiscais de vendas relacionadas em seus relatórios de comprovação de drawback (docs. 03 a 06). Fl. 566DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 557 6 Este fato, sem dúvida, é um problema que realmente impede a verificação de que tais vendas tenham sido efetivamente feitas à empresa industrialexportadora, conforme mencionado no auto de infração. Outro erro apontado de preenchimento de nota fiscal estaria na descrição incorreta do produto vendido e o respectivo NCM vendido, descrição diferente do compromissado no AC e informado no Relatório Unificado do Drawback. Ora, se a descrição da mercadoria na nota fiscal e o NCM não conferem com aquele descrito no Ato Concessório do drawback, não se pode utilizar tal nota fiscal como documento hábil para a comprovação do adimplemento do regime, e desta forma a fiscalização agiu corretamente ao desconsiderar as notas fiscais em que estas inconsistências foram detectadas. Referente ao erro no qual a Nota Fiscal que não menciona o AC a que se vincula, a menção ao ato concessório é uma exigência item 21.5, inciso I do titulo 21, do Capítulo V do Comunicado DECEX no 21, de 11 de julho de 1997, e deve, portanto, ser obedecida. Deve ser observado também que se não é citado o Ato Concessório, tornase impossível utilizar a nota fiscal como documento comprobatório da adimplência do regime. Além dos erros citados, também outros dois erros de preenchimento de nota fiscal foram apontados no relatório fiscal. São eles: a discriminação da nota fiscal de ato concessório diverso daquele descrito no Relatório Unificado de Drawback e a informação de uma mesma nota fiscal em RUD de dois atos concessórios. Erros esses que impedem a utilização das notas fiscais para fins de atestar o adimplemento do regime de drawback, motivo pelo qual entendo improcedente a alegação de que tais erros de preenchimento das notas fiscais não seriam obstáculos para a devida comprovação do adimplemento do regime pela impugnante. Ainda sobre as notas fiscais alega a recorrente que a desconsideração das notas fiscais decorreu do não entendimento das fichas de controle, e desta forma foi desconsiderado o teor real das notas fiscais, na qual encontrase a verdade real, que mostra a adimplência do regime e que no auto de infração não existe nenhuma restrição aos documentos fiscais que encontramse de acordo com a legislação estadual. Os erros apontados não se referem à regularidade fiscal dos documentos conforme exigência da legislação estadual, e sim aos requisitos exigidos na legislação do drawback para que os mesmos sirvam de prova para atestar o adimplemento do regime de drawback, sendo portanto a alegação quanto à regularidade das notas fiscais uma alegação incabível ao caso em análise. As fichas de controle mencionadas pela autuada, são, na verdade, o Relatório Unificado de Drawback (RUD) entregues para o SECEX para fins de comprovação dos Regimes de Drawback dos quatro atos concessórios de que trata este processo. Sendo assim, tratamse de planilhas efetuadas pela própria recorrente, as quais contém informações divergentes das notas fiscais. Tratamse de inconsistências não somente nas planilhas, no caso o Relatório Unificado de Drawback (RUD) entregue ao SECEX, mas também erros de descrição de mercadorias e a falta de notas fiscais. Desta forma a falta de notas fiscais, discriminadas no Relatório Unificado é motivo mais que suficiente para se concluir pelo inadimplemento do Fl. 567DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 558 7 regime pela impugnante. Irregularidades encontradas nas notas fiscais, como descrição a mercadoria e NCM diferentes do que consta no Ato Declaratório, entendo que também são motivos mais que suficientes para considerar pela inadimplência do regime, vez que tais erros impossibilitam verificar a real mercadoria que consta das notas fiscais, necessária para se provar o adimplemento das obrigações do regime de drawback. O regime de drawback tem a natureza jurídica de um contrato, firmado entre a União e a empresa beneficiária, com direitos e obrigações de ambas as partes, no qual a União concede os benefícios de suspensão, restituição ou isenção de impostos e a beneficiária se compromete a cumprir sua obrigação de exportar, dentro dos limites, condições e termos pactuados. A finalidade deste Regime é propiciar ao exportador nacional condições competitivas em relação aos preços internacionais, desonerandoo dos encargos financeiros que caracterizam as importações comuns. Por ser um incentivo à exportação, o controle a ser efetuado em relação ao cumprimento das condições e requisitos envolvidos deve ser mais cuidadoso e abrangente. Isto porque, ao se beneficiar determinadas empresas, devese sempre ter a precaução de não se criar uma situação de desigualdade e injustiça com outras empresas do mesmo setor econômico, o que fatalmente ocorreria se os produtos importados com suspensão de tributos. Justamente por isso que existem normas de controles nos documentos fiscais e nos RUD para que a administração possa aferir o cumprimento do aventado entre o contribuinte e a União, no caso. Mas em nenhum momento, como quer fazer crer a recorrente, a fiscalização afirmou que houve desvio para o mercador interno. Ocorre que sendo o Drawback um regime de benefício fiscal que impede a tributação na importação sob determinadas condições, os requisitos que são impostos para aferir sua adimplência devem ser rigorosamente atendidos. Dessarte, tais requisitos devem ser analisados sob a ótica do art. 111 do CTN, que determina que nessa hipótese a interpretação deva ser restritiva, pois a Fazenda está abrindo mão de uma receita pública. E alguns desses requisitos não foram atendidos pela recorrente, o que é inconteste. CONCLUSÃO Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 568DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 559 8 Declaração de Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto Peço vênia ao I. Relator para divergir parcialmente de seu voto, especificamente em relação à premissa assumida no início de suas colocações, que reproduzo abaixo: Em síntese, consoante relatado, a fiscalização entendeu que não foram comprovados os drawback suspensãointermediário porque a documentação apresentada para sua comprovação era imprestável, o que adiante analisaremos. Contudo, resta claro que a motivação do lançamento não se deu por falta de vinculação física, gizese. A divergência consiste no fato de, ao contrário, grande parte da autuação ser baseada na ausência de comprovação da vinculação física dos produtos exportados em relação aos insumos importados, sob o benefício do drawbacksuspensão. A relevância desse ponto se baseia no fato de este Colegiado possuir jurisprudência pacífica acerca desse tema, no sentido de entender pela fungibilidade de insumos, afastando a glosa das vendas sob fundamento da vinculação física, consubstanciado no Acórdão CARF nº 3402003.872, julgado em 22/02/2017 e assim ementado: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2002 DRAWBACK SUSPENSÃO. PRINCIPIO DA VINCULAÇÃO FÍSICA. O regime aduaneiro especial de drawback suspensão, consoante os termos da Lei 11.774/2008, não exige a comprovação da vinculação física entre insumos importados e os produtos finais exportados utilizados para comprovação dos termos avençados no ato concessório, desde que atendidos certos quesitos a que norma se refere. Tampouco exige contabilidade segregada para insumos importados sob essa modalidade.Recurso de ofício não conhecido e recurso voluntário provido. Explico: O regime de drawbacksuspensão, foi instituído pelo Decretolei nº 37/66: Art. 78 Poderá ser concedida, nos termos e condições estabelecidas no regulamento: (...) II suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada; Fl. 569DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 560 9 Para a compreensão de seu estatuto jurídico, por expressa remissão do caput do artigo 78 do DecretoLei nº 37/66, devese compulsar o Regulamento Aduaneiro, nos quais se verifica como fundamento à chamada regra da vinculação física. A despeito da balizada opinião de outros Conselheiros, não visualizo neste texto legal qualquer regra jurídica que imponha a observância de um critério de identidade física entre os bens importados e aqueles utilizados no processo produtivo das mercadorias exportadas. Em rigor, o que o artigo 317 do RA 1985, "prevê" é referência à utilização dos insumos importados com o benefício da suspensão dos impostos devidos, o que de resto é óbvio diante da própria razão de concessão desse incentivo à exportação. Todavia, ele não veda em qualquer momento que se utilizem insumos equivalentes produzidos no país, isto é, que sejam fungíveis entre si, sem afetar a qualidade da mercadoria exportada e sem corresponder a qualquer espécie de fraude à lei. Como dito anteriormente, tratase de um benefício à exportação, e ela deve ser o "fiel da balança" da correta exegese deste dispositivo. A sistemática do drawbacksuspensão consiste na permissão à importação de insumos com suspensão dos tributos, para serem destinadas à industrialização para produção da mercadoria cuja exportação se pretende incentivar. O legislador não cogita, ao dispor sobre o regime do drawback, da utilização de mercadoria nacional, pois está tratando de um benefício para a importação de insumos necessários à produção de determinadas mercadorias. O objetivo dele é estimular a exportação, e a comprovação do atendimento do Ato Concessório no que concerne a ela dá por adimplido o compromisso assumido pelo Contribuinte. Além disso, como bem pontuado pelo Conselheiro Luís Rogério Sawaya Batista, no seu voto no Acórdão CARF nº 3403003.054, constituiuse em um rotundo equívoco tratar a "exigência de vinculação física" como um princípio jurídico, tratandose, rigorosamente, de regra jurídica (como de resto já tratamos desde o início de nosso voto). Não nos parece que esse equívoco seja despropositado ele tem a finalidade de imbricar no estatuto teleológico e axiológico do instituto do drawbacksuspensão tal comando, agregandoo ao estado de coisas a ser atingido e promovendo uma verdadeira inversão da finalidade inicial do regime aduaneiro especial (do foco na exportação passase à enfatizar a importação do insumo). Portanto, com olhos voltados ao objetivo real do regime de drawback suspensão a exportação da mercadoria na quantidade e qualidade determinada no ato concessório tornase de ululante clareza a ausência de qualquer vedação da substituição dos insumos importados por insumos nacionais idênticos, porque o cerne do benefício é o produto final exportado. Beira às raias do irracional e do arbitrário exigir que o Contribuinte mantenha estoques separados de uma matériaprima nacional e outra importada, quando ambas são absolutamente fungíveis entre si, indo inclusive contrário ao que dispõe o artigo 85 do Código Civil Brasileiro: Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituirse por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Fl. 570DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 561 10 A característica principal de um bem fungível, como os insumos importados sob o regime de drawbacksuspensão, é a possibilidade, autorizada por lei, de que sejam substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. Além de irracional, é irrazoável exigir que, sem prévia determinação legal, façase uma separação entre o estoque de insumos nacionais e internacionais, mesmo quando comprovado que eles são do mesmo tipo, quantidade e qualidade. Tanto é assim que o Superior Tribunal de Justiça, intérprete maior da legislação federal, por diversas ocasiões já reiterou o entendimento de que havendo a fungilibidade/equivalência entre o produto nacional e o importado, há que se reconhecer o cumprimento do regime pela exportação das mercadorias, não havendo necessidade da manutenção de estoques distintos, a exemplo do REsp 341.285/RS. Desse modo, na esteira da jurisprudência do STJ, já que se reconhecer a fungibilidade entre os insumos nacionais e internacionais, para fins de atendimento aos requisitos do ato concessório do regime de drawbacksuspensão. Isso tudo que foi dito anteriormente veio a ser aclarado definitivamente pelo artigo 17 da Lei 11.774, de 2008 (conversão da Medida Provisória 428, de 2008), que trouxe o seguinte comando: Art.17.Para efeitos de adimplemento do compromisso de exportação nos regimes aduaneiros suspensivos, destinados à industrialização para exportação, os produtos importados ou adquiridos no mercado interno com suspensão do pagamento dos tributos incidentes podem ser substituídos por outros produtos, nacionais ou importados, da mesma espécie, qualidade e quantidade, importados ou adquiridos no mercado interno sem suspensão do pagamento dos tributos incidentes, nos termos, limites e condições estabelecidos pelo Poder Executivo. Consignando de forma literal a interpretação que já era há muito dada tanto no âmbito do CARF, como no acórdão 930300.211, da 3º CSRF, como também pela Primeira e Segunda Turmas do STJ, nos precedentes citados anteriormente. Na esteira do que expusemos com mais vagar na declaração de voto apresentada no Acórdão CARF nº 3402003.037, parecenos que tal dispositivo não inovou de qualquer forma no ordenamento tributário, vindo somente dar a interpretação autêntica do Legislativo à legislação de regência do regime aduaneiro especial em comento. Assim, por força do art.106, I do CTN, tal dispositivo deve retroagir para atingir as situações pretéritas, inclusive esta que julgamos, afastando totalmente a exigência da vinculação física que fundamentou a autuação fiscal. Por outro lado, caso se considere que a Lei 11.774/2008 inovou no ordenamento jurídico, melhor sorte não socorre à autuação, em razão da aplicação do art.106, II, "b" do CTN, verbis: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: II tratandose de ato não definitivamente julgado: Fl. 571DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 562 11 b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; Tal dispositivo, que também trata da eficácia retroativa de leis tributárias, determina que para os atos administrativos ainda não definitivamente julgados (como este), a lei deve retroagir sempre que ela dispense alguma ação ou omissão que tenha dado causa ao Auto de Infração, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo. Não se trata aqui da alínea "a" do art. 106, II do CTN, que trata dos casos em que determinada conduta deixe de ser tratada como infração, mas do caso em que determinadas ações ou omissões sejam exigidas pela legislação tributária e deixem de sêlo posteriormente, devendo a nova lei retroagir beneficiando a todos aqueles cuja violação de tal exigência pretérita esteja pendente de julgamento definitivo. Nesse exato sentido é o entendimento do Conselheiro Charlos Mayer de Castro Souza: Ora, empregar os insumos importados no produto a ser exportado que resulta do processo de industrialização é conduta comissiva encartada, ainda que implicitamente, no artigo 78, II, do Decretolei 37, de 1966, obrigação que, por norma jurídica posterior de mesma hierarquia, deixou de ser exigida para os insumos fungíveis, fato que reclama a sua aplicação retroativa por força do artigo 106, II, “b”, do CTN. Ora, o ato julgado no caso é a não observância da vinculação física que, conforme o entendimento do fiscal, era de necessária observância para o adimplemento do Ato Concessório do drawback, mas que deixou de ser tratado como necessário por legislação superveniente. (http://www.conjur.com.br/2015jul29/charlessouzavinculacao deixaraplicadadrawback) Portanto, a exigência da vinculação física na industrialização para exportação de produtos que tiveram o benefício do drawbacksuspensão padecem sob qualquer ângulo que se enfrente a questão. Em primeiro lugar, devemos consignar que entendemos que não há como se depreender do art.341 do RA/2002 a exigência de vinculação física ou a impossibilidade de utilização de insumos nacionais iguais aos importados, na linha de precedentes do CARF e da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. À partir daí, há dois desdobramentos com o art.17 da Lei 11.774/2008: I) Caso se entenda tal lei não inovou (como entendemos neste voto), há que se reconhecer que tal dispositivo teve caráter meramente interpretativo, devendo retroagir para beneficiar o contribuinte no presente caso, por força do art.106, I do CTN. II) Caso se entenda que a lei inovou, dispensando a exigência da vinculação física, há que se reconhecer que o dispositivo deixou de tratar como necessária a ação de industrializar exatamente os insumos importados, devendo tal dispensa retroagir por força do art.106, II, "b" do CTN, beneficiando ao contribuinte do presente caso. Fl. 572DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 563 12 Portanto, por onde quer que se enfrente a questão, os fundamentos da autuação caem por terra, independente da premissa adotada. Pois bem, retomando o relatório fiscal, especialmente em fls. 36 e seguintes, se verifica que o item 4, que apresenta as irregularidades e infrações apuradas, é dividido em item 4.1 Da Glosa de Vendas à Empresa IndustrialExportadora (com a qual adiro expressamente), e 4.2 Do Não Atendimento ao Princípio da Vinculação Física. No item 4.2, aduz o auditor expressamente a metodologia utilizada para fundamentar a autuação nesse ponto: A fim de comprovar o atendimento ao principio da vinculação física, a empresa beneficiária do regime de drawback suspensão deve, necessariamente, manter controles e registros de: • Estoques e consumo dos insumos importados em regime de drawback. • Estoques e saídas dos produtos finais elaborados com os insumos importados em regime de drawback. Para comprovar o cumprimento do regime, a empresa fiscalizada, além do Ato Concessório, aditivos e Relatório de Comprovação apresentou (docs. 03 a 06): • Livros de Registro de Controle de Produção ou Razão de Estoque, que são compostos por Fichas de Movimentação de Insumo FMI, referente a janeiro/1999 a abril/2000 (docs. 10). • Planilha Progress Importação_Banas.d, referente ao período de 28/08/1997 a 30/04/2000 (doc. 16). • Notas Fiscais de vendas a empresa industrialexportadora referentes a comprovação dos atos concessórios examinados (docs. 12, 13 e 17). • Extratos de RE referentes as exportações efetuadas diretamente pela empresa industrialexportadora e pelas empresas comerciais exportadoras referentes a comprovação dos atos concessórios examinados (doc. 12). No período de janeiro/1999 a abril/2000, o exame do atendimento ao principio da vinculação física dos insumos importados foi feito da seguinte forma: Com base nos dados da planilha Progress_Importação_Banas.d (doc. 19), identificamos para cada item de adição de DI, a partir da respectiva nota fiscal de entrada, o código do insumo atribuído pela empresa para efeitos de escrituração. Com esse código e o n° da NF, examinamos no FMI a movimentação registrada do insumo. (...) Ressaltamos ainda que os registros apresentados pela empresa não permitem o exame do retorno de insumos importados remetidos para beneficiamento por terceiros, por não ter sido informado a data do retorno e o código interno atribuído a tais Fl. 573DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 564 13 produtos. Assim sendo, para os insumos importados que foram remetidos para beneficiamento por terceiros, conforme documentação apresentada pela empresa, constatase de pronto a não comprovação da efetiva utilização desses insumos nos produtos intermediários vendidos à empresa industrial exportadora. Em seguida, o auditor segregou as NFs nas quais a vinculação física não foi comprovada por Ato Concessório vinculado, criando assim os Quadros 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 (pg.41 e ss.), baseado exclusivamente neste fundamento. Desse modo, por entender que esse requisito não é válido para fundamentar juridicamente a glosa das vendas, revertoa em relação às Notas Fiscais listas nos quadros 5 a 11. Da mesma forma, após essa breve explanação acerca da chamada "vinculação física" e da sua erronia, verificase que a não vinculação do Ato Concessório à DE e à Nolta Fis não prejudica, de maneira alguma, o adimplemento do regime. Tal medida se justificava quando se considerava haver a necessidade de conferência do atendimento de tal requisito que, como se viu, caiu por terra. Face à fungibilidade, pouco importa se serão exportados os produtos elaborados com a matéria prima que se beneficiou do regime especial, ou se com matéria prima similar nacional, sendo relevante apenas a comprovação da exportação de X unidades do produto que o beneficiário se comprometeu a exportar. Assim, carece de sentido jurídico exigir a vinculação do Ato Concessório à aos documentos fiscais, visto que pouco importa a matéria prima, se nacional ou importada, desde que o produto seja efetivamente exportado. Desse modo, entendo que devem ser revertidas as glosas das vendas listadas no Quadro 3 (fl.3839) cujo o fundamento tenha sido ausência de discriminação do Ato Concessório na Nota Fiscal. Mais ainda, friso que a extensão das razões relativas às vendas glosadas no item 4.1 do relatório fiscal àquelas cuja glosa foi baseada no item 4.2 irá, irremediavelmente, inquinar o acórdão resultante da deliberação deste Colegiado de nulidade, em razão da inovação no critério jurídico da autuação, conduta vedada através de uma interpretação contrario sensu do art. 149 do Código Tributário, bem como pela literalidade do art. 146 do mesmo diploma. Concluindo, voto por reverter as glosas das vendas consubstanciadas nas notas fiscais registradas nos Quadros 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11 (fls.41 e ss), bem como daquelas glosas sobre as NFs registradas no Quadro 3 (fl.3839) com fundamento na ausência de discriminação do Ato Concessório na Nota Fiscal. É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Fl. 574DF CARF MF Processo nº 11131.001138/200570 Acórdão n.º 3402004.626 S3C4T2 Fl. 565 14 Fl. 575DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10805.001947/2006-20
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Oct 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003
ISENÇÃO. PENSÃO. EX-COMBATENTE DA FEB. BENEFICIÁRIO DEPENDENTE. LIMITES.
É isenta do Imposto de Renda a Pensão Especial decorrente de falecimento de ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), concedida por meio de legislação específica, comprovadas as condições necessárias ao usufruto do benefício pelo dependente.
Numero da decisão: 9202-006.012
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Júnior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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PENSÃO. EXCOMBATENTE DA FEB. BENEFICIÁRIO DEPENDENTE. LIMITES. É isenta do Imposto de Renda a Pensão Especial decorrente de falecimento de excombatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), concedida por meio de legislação específica, comprovadas as condições necessárias ao usufruto do benefício pelo dependente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Júnior, Ana Cecília Lustosa da Cruz (suplente convocada), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 00 19 47 /2 00 6- 20 Fl. 116DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo, de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física do exercício de 2003, tendo em vista o recebimento de pensão pela Sra. Wally Tavares da Silva, viúva do excombatente da FEB, Sr. Sebastião Tavares da Silva. Em sessão plenária de 23/01/2013, foi dado provimento ao Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2201001.970 (fls. 73 a 76), assim ementado: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 EXCOMBATENTES DA FEB. PENSÃO. ISENÇÃO. As pensões e os proventos auferidos com fundamento no artigo 30 da Lei nº 4242/63, em decorrência de reforma ou de falecimento de excombatente da Força Expedicionária Brasileira FEB, são isentos de imposto de renda, nos termos do artigo 6°, inciso XII, da Lei n° 7.713 de 1988 (artigo 39, inciso XXXV, do RIR199)." O processo foi encaminhado à PGFN em 29/07/2013 (Despacho de Encaminhamento de fls. 77) e, em 1º/08/2013, foi interposto o Recurso Especial de fls. 78 a 90 (Despacho de Encaminhamento de fls. 94), com fundamento no art. 67, do Anexo II, do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, visando rediscutir a isenção de Imposto de Renda sobre rendimentos de pensão por morte de ex combatente da FEB (art. 39, XXXV, do Regulamento do Imposto de Renda/1999). Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme despacho de 30/09/2015 (fls. 95/96). Em seu apelo, a Fazenda Nacional alega: examinandose a legislação que rege a matéria, observase que a Lei nº 7.713, de 1988 , em seu art. 6º, inciso XII, assim dispõe: "Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XII as pensões e os proventos concedidos de acordo com os DecretosLeis, nºs 8.794 e 8.795, de 23 de janeiro de 1946, e Lei nº 2.579, de 23 de agosto de 1955, e art. 30 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, em decorrência de reforma ou falecimento de excombatente da Força Expedicionária Brasileira;"(grifos acrescidos) por sua vez, o inciso XXXV, do art. 39, do Decreto nº 3.000, de 1999 RIR/1999, estabelece o seguinte: "Art. 39. não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10805.001947/200620 Acórdão n.º 9202006.012 CSRFT2 Fl. 117 3 XXXV as pensões e os proventos concedidos de acordo com os DecretosLeis, nºs 8.794 e 8.795, ambos de 23 de janeiro de 1946, e Lei nº 2.579, de 23 de agosto de 1955, Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, art. 30, e Lei nº 8.059, de 4 de julho de 1990, art. 17, em decorrência de reforma ou falecimento de ex combatente da Força Expedicionária Brasileira (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XII);" (grifos acrescidos) o DecretoLei nº 8.794, de 1946, cuida das vantagens a que têm direito os herdeiros dos militares, inclusive os dos convocados, que participaram da Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacada, em 19441945, no teatro de operações da Itália, e falecidos nas condições que define, quais sejam: em consequência de ferimentos verificados na zona de combate, em cumprimento de missão ou desempenho de serviço ou, em qualquer situação, decorrentes de ação inimiga; em conseqüência de moléstias adquiridas ou agravadas na zona de combate, ou, fora desta zona, de acidente em serviço; ou por quaisquer outros motivos, no teatro de operações da Itália; o DecretoLei nº 8.795, de 1946, regula as vantagens a que têm direito os militares, inclusive os convocados, incapacitados fìsicamente para o serviço militar, em consequência de ferimentos verificados ou moléstias adquiridas quando participavam da FEB destacada, em 19441945, no teatro de operações da Itália; a Lei nº 2.579, de 1955, concede amparo aos exintegrantes da FEB, julgados inválidos ou incapazes definitivamente para o serviço militar; o art. 30 da Lei nº 4.242, de 1963, concede pensão aos excombatentes da Segunda Guerra Mundial, da FEB, da FAB e da Marinha, que participaram ativamente das operações de guerra e se encontram incapacitados, sem poder prover os próprios meios de subsistência e não percebem qualquer importância dos cofres públicos, sendo que o benefício é estendido aos herdeiros desses excombatentes; a Lei nº 8.059, de 1990, regula a pensão especial devida a quem tenha participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, e aos respectivos dependentes; a Lei nº 5.315, de 1967, considera excombatente todo aquele que tenha participado efetivamente de operações bélicas, na Segunda Guerra Mundial, como integrante da Força do Exército, da Força Expedicionária Brasileira, da Força Aérea Brasileira, da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante, e que, no caso de militar, haja sido licenciado do serviço ativo e com isso retornado à vida civil definitivamente; o art. 17 da Lei nº 8.059, de 1990, determina que os pensionistas beneficiados pelo art. 30 da Lei nº 4.242, de 1963, que não se enquadrarem entre os beneficiários da pensão especial de que trata esta lei, continuarão a receber os benefícios assegurados pelo citado artigo, até que se extingam pela perda do direito, sendo vedada sua transmissão, assim por reversão como por transferência; de todo o exposto, é mister concluir que não são todas as pensões concedidas em decorrência de reforma ou falecimento de excombatente da FEB que se enquadram na isenção pleiteada, mas tão somente aquelas concedidas aos excombatentes que preencham as condições específicas previstas em cada um dos dispositivos legais enumerados no inciso XXXV, do art. 39, do RIR/1999; Fl. 118DF CARF MF 4 no presente caso, a interessada não logrou comprovar que tais condições especiais se verificam no tocante à pensão que aufere, uma vez que o documento de fls. 14 Título de Pensão Militar (Reversão) não faz a ressalva pretendida pela contribuinte; mais a mais, nos termos do artigo 39, inciso XXXV, do Regulamento do Imposto de Renda, aquele que originalmente recebe a pensão tem o beneficio da isenção, entretanto no caso vertente tratase de uma transferência de pensão cujo tratamento a ser dado é o mesmo que a qualquer outra verba da mesma natureza; a isenção não pode ser interpretada de forma ampla, ao contrário, deve ser interpretada literalmente e de modo restritivo, e lendose os dispositivos legais mencionados acima, constatase que a pensão é livre de IR para aquele serviu às Forças Armadas ou, no caso de ter falecido durante o combate, a pensão recebida pelo beneficiário também restará sem a incidência do tributo, sendo que a transferência da pensão auferida não tem previsão de isenção; assim, não há como acatar seu argumento, pois o benefício invocado não pode ser estendido a quem não preencha rigorosamente as condições e requisitos exigidos para sua concessão, especificados em consonância com o art. 176 do CTN, além do que a isenção decorre de lei, e conforme determina o art. 111 da Lei nº 5.172, 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional CTN, interpretase literalmente a lei que concede isenção; considerandose que, por força do art. 3º do CTN, a autoridade administrativa, tanto a lançadora quanto a julgadora, tem sua atividade plenamente vinculada, não há nenhum reparo a ser feito no lançamento, o qual se fez em consonância com a legislação que rege a matéria. Ao final, a Fazenda Nacional requer seja conhecido e provido o Recurso Especial, reformandose o acórdão recorrido e restaurandose a decisão de 1ª instância. Cientificado do acórdão, do Recurso Especial da Procuradoria e do despacho que lhe deu seguimento em 14/10/2015 (AR Aviso de Recebimento de fls. 99), o Inventariante da Contribuinte (falecida em 30/04/2007), Hermes Antonio Tavares da Silva, ofereceu, em 27/10/2015 (protocolo às fls. 101), as Contrarrazões de fls. 101 a 111, contendo os seguintes argumentos: o acórdão recorrido trata de situação em que Sebastião Tavares da Silva, ex combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), era isento de IR, passando esse direito à sua viúva, Wally Tavares da Silva, como está descrito no manual de preenchimento de IRPF; o paradigma, por sua vez, trata do beneficio de isenção de IRPF de pensão de excombatente recebida pela filha, e não pela viúva, que é o caso do acórdão recorrido; tal comparação pode não ser conveniente, ainda mais por não se ter acesso a tal processo e suas informações; informase ainda que todas as declarações, do exercício 2001 a 2008, caíram na malha pelo mesmo motivo; foi interposto o mesmo recurso, com as seguintes resoluções: 2001 e 2002 processos extintos por remissão; 2004 a 2008 foi dado provimento ao recurso; conforme declaração emitida pelo chefe do setor de inativos e pensionistas do 2o. BIL do Ministério da Defesa do Exército Brasileiro (em anexo), é reconhecido o direito Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10805.001947/200620 Acórdão n.º 9202006.012 CSRFT2 Fl. 118 5 ao beneficio de isenção de IR relativamente à pensão para a Sra. Wally Tavares da Silva, informando ainda que tal isenção poderia ter sido por ela requerida, o que não foi feito na época por desconhecimento de tal exigência; ressaltase ainda que essa declaração foi emitida em 15/08/2007, após o falecimento da Sra. Wally Tavares da Silva, que se estivesse viva teria solicitado a isenção, conforme instrução. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Trata o presente processo, de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física do exercício de 2003, tendo em vista o recebimento de pensão pela Sra. Wally Tavares da Silva, viúva do excombatente da FEB, Sr. Sebastião Tavares da Silva, declarada como rendimento isento. O benefício havia sido concedido ao excombatente com fundamento no art. 30 da Lei nº 4.242, de 1963, com a seguinte redação: "Art. 30. É concedida aos excombatentes da Segunda Guerra Mundial, da FEB, da FAB e da Marinha, que participaram ativamente das operações de guerra e se encontram incapacitados, sem poder prover os próprios meios de subsistência e não percebem qualquer importância dos cofres públicos, bem como a seus herdeiros, pensão igual à estipulada no art. 26 da Lei nº 3.765, de 4 de maio de 1960." (grifei) A Lei nº 7.713, de 1988, por sua vez, assim estabelece: "Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XII as pensões e os proventos concedidos de acordo com os DecretosLeis, nºs 8.794 e 8.795, de 23 de janeiro de 1946, e Lei nº 2.579, de 23 de agosto de 1955, e art. 30 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, em decorrência de reforma ou falecimento de excombatente da Força Expedicionária Brasileira;" (grifei) O Regulamento do Imposto de Renda (RIR), aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999, a seu turno, assim dispõe: "Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) XXXV as pensões e os proventos concedidos de acordo com o DecretoLei nº 8.794 e o DecretoLei nº 8.795, ambos de 23 de Fl. 120DF CARF MF 6 janeiro de 1946, e Lei nº 2.579, de 23 de agosto de 1955, Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, art. 30, e Lei nº 8.059, de 4 de julho de 1990, art. 17, em decorrência de reforma ou falecimento de excombatente da Força Expedicionária Brasileira (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XII);" (grifei) Como se vê, ao rol de normas sancionadoras de isenção foi adicionado o art. 17 da Lei nº 8.059, de 1990, que assim prevê: Art. 17. Os pensionistas beneficiados pelo art. 30 da Lei nº 4.242, de 17 de julho de 1963, que não se enquadrarem entre os beneficiários da pensão especial de que trata esta lei, continuarão a receber os benefícios assegurados pelo citado artigo, até que se extingam pela perda do direito, sendo vedada sua transmissão, assim por reversão como por transferência. (grifei) No presente caso, restou expressamente consignado no Título de Pensão Militar nº 191/83 (fls. 15), dirigido originalmente ao esposo da Contribuinte, que se trata de Pensão Especial concedida de acordo com o art. 30, da Lei nº 4.242, de 1963. Ademais, ao reverter a aposentadoria em pensão por morte, a autoridade militar consignou expressamente como fundamentos os arts. 5º, inciso I, e 6º, da Lei nº 8.059, de 1990 (fls.16). Assim, constatase que a Contribuinte foi enquadrada como beneficiária da pensão especial de que trata a Lei nº 8.059, de 1990, portanto a ela não se aplica a vedação da reversão, prevista no art. 17 do referido diploma legal. Consequentemente, a pensão por ela recebida encontrase acobertada pela isenção do Imposto de Renda, conforme o art. 39, inciso XXXV, do RIR/1999. Acrescentese que o sucessor da Contribuinte juntou aos autos uma declaração, de 15/08/2007, emitida pelo Chefe do Setor de Inativos e Pensionistas do 2º BIL do Exército Brasileiro, reconhecendo o benefício da isenção do Imposto de Renda para a pensão concedida à Contribuinte até a data do seu falecimento, em 29/04/2007 (fls. 109). Diante do exposto, conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, negolhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 121DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.901173/2008-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Oct 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 15/07/2004
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN.
As declarações de compensação apresentadas pelo contribuinte devem ser homologadas, realizando-se o encontro de contas entre crédito e débito, pelo reconhecimento do direito de crédito, no limite do que restar comprovado como líquido e certo.
Numero da decisão: 3401-004.002
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário apresentado
ROSALDO TREVISAN - Presidente.
AUGUSTO FIEL JORGE D' OLIVEIRA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, Augusto Fiel Jorge d' Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araujo Branco.
Nome do relator: AUGUSTO FIEL JORGE DOLIVEIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 15/07/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. As declarações de compensação apresentadas pelo contribuinte devem ser homologadas, realizandose o encontro de contas entre crédito e débito, pelo reconhecimento do direito de crédito, no limite do que restar comprovado como líquido e certo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário apresentado ROSALDO TREVISAN Presidente. AUGUSTO FIEL JORGE D' OLIVEIRA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, Augusto Fiel Jorge d' Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araujo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 11 73 /2 00 8- 82 Fl. 251DF CARF MF 2 Relatório O processo ora em julgamento retorna ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ("CARF") para julgamento, após a realização de diligência, determinada pela Resolução nº 3401000.639, de 30/01/2013, da qual tomo emprestado o Relatório, redigido nos termos a seguir: "Tratase de recurso voluntário contra acórdão da DRJ que manteve o indeferimento de compensação cujo crédito alegado tem origem em pagamento a maior do PIS Faturamento, período de apuração 09/2003, utilizado para compensar débito da mesma Contribuição, período 06/2004. O Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (PER/DCOMP) foi transmitido em 15/07/2004 e, na origem, sua análise se deu por meio de despacho decisório eletrônico. Na manifestação de inconformidade a contribuinte alega que o PIS relativo a setembro de 2003 no valor de R$65.080,07, declarandoo na respectiva DCTF, quando o correto era R$24.230,04, conforme comprovam a DIPJ/2004 (na retificadora, transmitida em 30/06/2004, consta R$ 24.230,04 como valor da CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP A PAGAR em setembro de 2003, conforme cópias às fls. 24/25), demonstrativo da base de cálculo e balancetes dos meses de agosto e setembro de 2003. Logo, possui crédito no valor de R$40.850,03, não reconhecido pelo despacho decisório em face de erro de fato, ao não ter retificado a DCTF. A 4ª Turma da DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não admitindo a retificação da DCTF após o despacho decisório. Empregou o inciso III do §2º do art. 11 da IN RFB n° 786, de 19 de novembro de 2007, segundo o qual DCTF retificadora não produz efeitos quando o contribuinte não mais goza de espontaneidade. No recurso voluntário, tempestivo, a contribuinte insiste na compensação, repisando alegações da manifestação de inconformidade e mencionando jurisprudência do Primeiro Conselho de Contribuintes e do CARF. Requer, ao final, a homologação da compensação, “com a consequente retificação de ofício da DCTF relativa ao 3º. Trimestre de 2003”. (grifos nossos) Naquela ocasião, o julgamento foi convertido em diligência "para que o órgão de origem verifique se o débito do PIS, no período de apuração 09/2003, foi retificado também em DCTF e, independentemente de ter havido tal retificação, apure o valor devido da Contribuição no citado mês, se necessário analisando contabilidade e escrita fiscal da contribuinte. Apurado o valor devido, esse deve ser confrontado com o recolhido, informando se de forma conclusiva, no relatório da diligência, se houve ou não recolhimento a maior alegado". Os autos então foram encaminhados ao Serviço de Orientação e Análise Tributária ("SEORT"), da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador BA, que, em cumprimento às determinações contidas na Resolução nº 3401000.639, de 30/01/2013, realizou Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10580.901173/200882 Acórdão n.º 3401004.002 S3C4T1 Fl. 252 3 as análises pertinentes, elaborando a informação fiscal de fls. 125 e seguintes, na qual afirma o seguinte: "Objetivando determinar a correta base de cálculo do PIS devido no mês de setembro/2003 e atendendo à solicitação contida na Resolução do CARF – Conselho Administrativo de Recursos ( fls. 100/102) foram examinadas as cópias da escrituração fiscal anexada pela requerente às fls. 25/52. De sua análise, inferese que o valor correto do PIS do período sob apreciação corresponde a R$ 24.230,04, que foi informado nas três DIPJ (original e retificadoras). Configurase, pois, a existência de contribuição paga maior, constitutiva do crédito pretendido de R$ 40.850,03. É importante salientar que a diferença decorrente do recolhimento a maior do PIS não se encontra disponível no Sistema SIEF/PAGAMENTO (fl. 124) já que a empresa retificou a DCTF do período mas manteve o valor incorreto do PIS de R$ 65.080,07. Tal situação ocasionou a emissão do DD Eletrônico nº 757699155, que não homologou a compensação postulada na DCOMP nº 09319.13415.150704.1.3.046453 por estar o valor pago alocado ao débito declarado em DCTF. A despeito do fato acima mencionado, concluise que a requerente faz jus ao crédito de R$ 40.850,03 na forma demonstrada no anexo, que integra esta Informação Fiscal, por ter sido comprovado erro de fato no recolhimento e na informação em DCTF do valor mensal apurado". Em seguida, o contribuinte, ora Recorrente, foi cientificado do resultado da diligência fiscal e apresentou a petição de fls. 141 e seguintes, pela qual pede a anulação do despacho decisório, com a homologação da compensação declarada. Após, os autos foram remetidos ao CARF, sendo distribuídos à minha relatoria na sessão de julgamento do dia 29/06/2017. É o relatório. Voto Conselheiro Augusto Fiel Jorge d' Oliveira Como relatado, o Recorrente alega que realizou o pagamento a maior de PIS, no valor de R$65.080,77, relativo ao período de apuração de setembro de 2003, quando o valor devido seria de R$24.230,04, o que gerou um direito de crédito no valor de R$40.850,03. Em decorrência, o Recorrente apresentou Pedido de Restituição cumulado com Declaração de Compensação do crédito em referência com débito de PIS do período de apuração de Junho de 2004, que foi indeferido, por não ter o Recorrente retificado a respectiva Fl. 253DF CARF MF 4 DCTF com a informação que o valor devido de PIS no período de apuração de setembro de 2003 era de R$24.230,04 e não de R$65.080,77. No que se refere a matéria ora julgamento, pedidos de restituição cumulados ou não com declaração de compensação, é firme o entendimento nessa Turma, no sentido de que (i) "o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN)" (Acórdão nº3401003.490; Sessão do dia 24/04/2014; Relator: Augusto Fiel Jorge d' Oliveira); e (ii) não pode ser óbice à demonstração e ao reconhecimento do direito de crédito alegado pelo contribuinte a ausência ou apresentação intempestiva de DCTF retificadora evidenciando o valor devido, pois pagamento a maior que gera o direito de crédito não decorre da divergência entre o valor recolhido e o valor que foi declarado, mas sim do valor que foi recolhido e o valor devido segundo a legislação vigente. Quanto a esse último entendimento, transcrevo a seguir recente manifestação do Conselheiro Júlio César Alves Ramos a respeito: "Ocorre que a nós nos pareceu ser este mais um daqueles casos em que não ocorreu uma mera procrastinação desmotivada de apresentação de documentos. Com efeito, e assim está relatado pelo dr. Rodrigo, o recorrente tentou, desde sua manifestação de inconformidade, fazer a prova do indébito alegado em Dcomp. E isso porque o indébito não nasce da mera divergência entre o que foi declarado e o que foi recolhido, mas entre este último e o valor devido segundo a legislação. Cabe, pois, ao postulante a restituição, já na manifestação de inconformidade, primeiro, mostrar que a DCTF original estava mesmo errada, retificandoa; segundo, apontar a motivação jurídica dessa retificação; terceiro, juntar documentos que embasem tal alegação. Feito isso, acredito, não pode a Administração meramente indeferir a restituição porque a retificação tenha sido feita a destempo. Nessa linha, temos também reiterado que a prova inicial a ser produzida quando da manifestação de inconformidade não pode se resumir a meras alegações, ou, ainda pior, tãosomente à retificação da DCTF, mesmo tendo sido esta a única razão constante do despacho decisório, e nem mesmo à simples apresentação de planilhas de elaboração do próprio interessado desacompanhadas de assentamentos contábeis que as confirmem". (Acórdão nº 9303004.838; Sessão de 23/03/2017; Relator: Rodrigo da Costa Pôssas; Redator Designado: Júlio César Alves Ramos) No presente caso, como exposto na decisão recorrida, eventual "DCTF retificadora não produz efeitos quando o contribuinte não mais goza de espontaneidade, conforme prevê o inciso III do § 2 o do art. 11 da IN RFB n° 786, de 19 de novembro de 2007", tendo em conta a não homologação da compensação declarada e o início de procedimento fiscal. Contudo, na linha do entendimento acima exposto, a ausência de retificação de DCTF antes da transmissão do pedido de restituição cumulado com declaração de compensação não pode ser óbice ao reconhecimento do direito de crédito. Esse, inclusive, o entendimento exarado pela Turma quando da conversão do julgamento em diligência pela Resolução nº 3401000.639, de 30/01/2013, para que a unidade administrativa de jurisdição, independentemente de retificação de DCTF, verificasse a existência e quantidade do direito de crédito alegado pelo Recorrente. Fl. 254DF CARF MF Processo nº 10580.901173/200882 Acórdão n.º 3401004.002 S3C4T1 Fl. 253 5 Assim, ultrapassado o obstáculo vislumbrado pela decisão recorrida ausência de DCTF retificadora e tendo a unidade administrativa de jurisdição, ao examinar as cópias da escrituração fiscal e as DIPJ´s apresentadas pelo Recorrente, concluído que "a requerente faz jus ao crédito de R$ 40.850,03 na forma demonstrada no anexo, que integra esta Informação Fiscal, por ter sido comprovado erro de fato no recolhimento e na informação em DCTF do valor mensal apurado", conforme Informação de fls. 125128, portanto, no exato montante pleiteado pelo Recorrente em sua declaração de compensação, é de reconhecer a liquidez e certeza do direito de crédito do Recorrente, nos termos do artigo 170, do CTN. Pelo exposto, proponho ao Colegiado dar provimento ao Recurso Voluntário interposto, para reformar o despacho decisório, no sentido de homologar totalmente a compensação declarada pelo Recorrente. Augusto Fiel Jorge d' Oliveira Relator Fl. 255DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.002245/2005-06
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jan 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2000
DECADÊNCIA. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL, ART.173.
Ausente demonstração de pagamento ou declaração com efeitos constitutivos do crédito tributário, o prazo decadencial deve ser contado conforme a regra do art. 173 do CTN.
Numero da decisão: 9101-003.248
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra (relator) e Daniele Souto Rodrigues Amadio, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luís Flávio Neto.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rego - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator
(assinado digitalmente)
Luís Flávio Neto - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego. Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2000 DECADÊNCIA. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL, ART.173. Ausente demonstração de pagamento ou declaração com efeitos constitutivos do crédito tributário, o prazo decadencial deve ser contado conforme a regra do art. 173 do CTN.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra (relator) e Daniele Souto Rodrigues Amadio, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luís Flávio Neto. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra - Relator (assinado digitalmente) Luís Flávio Neto - Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego. Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1334; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 294 1 293 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13888.002245/200506 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9101003.248 – 1ª Turma Sessão de 09 de novembro de 2017 Matéria DECADÊNCIA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BENEVIDES TÊXTIL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LIDA, ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 DECADÊNCIA. CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL, ART.173. Ausente demonstração de pagamento ou declaração com efeitos constitutivos do crédito tributário, o prazo decadencial deve ser contado conforme a regra do art. 173 do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra (relator) e Daniele Souto Rodrigues Amadio, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luís Flávio Neto. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego Presidente em exercício (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator (assinado digitalmente) Luís Flávio Neto Redator designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 22 45 /2 00 5- 06 Fl. 294DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flavio Franco Correa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Adriana Gomes Rego. Ausente, justificadamente, o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase o presente de Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão no 110100.373, por meio do qual os membros do Colegiado acordaram em acolher a preliminar de decadência, com fulcro no art. 150 §4º, do CTN, e em negar provimento ao Recurso Voluntário. Logo, a Fazenda objetiva discutir apenas a regra aplicável ao caso quanto ao prazo decadencial para o Fisco lançar tributos. Na origem, tratase de Auto de Infração lavrado para cobrança de IRPJ, apurado trimestralmente pela Contribuinte, nos anos de 2000 a 2003. O lançamento foi cientificado ao sujeito passivo em 17/08/2005 (efls 12) Após recebimento do Auto de Infração o Contribuinte regularmente apresentou impugnação. A DRJ, por seu turno, julgou procedente a impugnação. Ainda inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário ao CARF, arguindo, dentre outros fundamentos, a decadência. No julgamento do Recurso a 1ª Turma Ordinária, da 1ª Câmara, da 1ª Seção de Julgamento acolheu a preliminar de decadência para o 1º e 2º trimestres do ano de 2000, conforme ementa e decisão abaixo transcritas: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2000, 2001, 2002, 2003 DECADÊNCIA, TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. No caso dos tributos lançados por homologação, o prazo decadencial corre nos termos do § 4" do art. 150 do CTN. JUROS. SELIC, SÚMULA CARE N° 4. Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custodia SELIC para títulos federais. MULTA. Sendo aplicada multa conforme legislação, 6 irrelevante a avaliação subjetiva do contribuinte de que é excessiva, Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2000, 2001, 2002, 2003 CONSULTA, LIM1TE DA ESPONTANEIDADE Fl. 295DF CARF MF Processo nº 13888.002245/200506 Acórdão n.º 9101003.248 CSRFT1 Fl. 295 3 A consulta sobre a legislação tributária formulada por contribuinte o protege apenas da fiscalização quanto à matéria consultada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, DECLARAR a decadência dos créditos tributários exigidos nos 1' e 2° trimestres de 2000, e, no mérito, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, para manter o crédito tributário lançado do 4" trimestre de 2000 ate o 4" trimestre de 200.3. Divergiu a Conselheira Edeli Pereira Bessa, que não declarava a decadência, e fad declaração de voto, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Cientificada dessa decisão a Fazenda Nacional, tempestivamente, apresentou Recurso Especial de divergência, objetivando rediscutir a decadência. O Recurso da Fazenda foi admitido, conforme despacho de admissibilidade. Em suas razões, alega, em suma: ü Na hipótese dos autos, em que o contribuinte não antecipa o pagamento dos tributos recolhidos mediante "lançamento por homologação", a contagem do prazo decadencial deverá se dar com fulcro no art. 173, inciso I, do CTN, conforme majoritário entendimento jurisprudencial e doutrinário sobre o tema; ü Esse posicionamento já está pacificado no âmbito do STJ Regularmente intimado, o Contribuinte apresentou contrarrazões, requerendo a manutenção do Acórdão recorrido e pugnando pelo não provimento do Recurso da Fazenda. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Não há reparos a se fazer na análise da admissibilidade do presente Recurso, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade. Assim, passo à análise do mérito da questão. O lançamento por homologação, regulado pelo artigo 150 do CTN, tem como principal característica a atribuição ao contribuinte do dever de antecipar o pagamento do tributo, ficando a autoridade administrativa com o dever de posteriormente chancelar ou não o valor do recolhimento efetuado e, sendo o caso, efetuar cobrança de diferença, verbis: Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, Fl. 296DF CARF MF 4 tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. A regra da decadência do direito do fisco de lançar o tributo por homologação é regra especial, contida no §4º, do artigo 150 em questão, que estabelece o prazo de cinco anos contados da data da ocorrência do fato gerador do tributo, caso não comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, verbis: § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 973.733/SC, firmou o seguinte entendimento em relação a questão em debate: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.” (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” Ao se posicionar sobre o tema a 1ª Turma da CSRF, por maioria, se manifestou que a aplicação do artigo 173, I, do CTN na constituição de crédito relativo a tributos sujeitos ao lançamento por homologação, apenas pode ocorrer na hipótese de não haver pagamento, nem declaração do tributo, conforme trecho do voto vencedor do Acórdão 9101002.021, abaixo transcrito: A interpretação do texto transcrito nos leva à conclusão de que devemos nos dirigir ao artigo 173, I, do CTN quando, a despeito da previsão legal de pagamento antecipado da exação, o mesmo inocorre e inexiste declaração prévia do débito que constitua o crédito tributário. Fl. 297DF CARF MF Processo nº 13888.002245/200506 Acórdão n.º 9101003.248 CSRFT1 Fl. 296 5 Assim, encontraríamos duas condições para sairmos do artigo 150, §4º: 1) não haver o pagamento e 2) não haver declaração prévia constitutiva do crédito. Assim, mesmo não existindo o pagamento, a declaração prévia constitutiva do crédito bastaria para mantermos a contagem do prazo a partir do fato gerador. Entendo pertinente essa última colocação, no sentido de que a declaração prévia basta para manutenção da contagem do prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador. Isso porque, não pago o tributo a União já possui informação suficiente para a averiguação da apuração do crédito tributário. Apenas discordo no sentido de que apenas declaração constitutiva equivale ao pagamento. Entendo que qualquer tipo de declaração, seja ela constitutiva ou apenas informativa, tem o condão de levar o prazo decadencial para a regra do § 4º, do artigo 150, do CTN. Isso porque, de posse da declaração informativa o fisco já possui a informação suficiente para efetuar a cobrança do crédito tributário. O que substancialmente difere a declaração constitutiva da declaração informativa é o órgão competente para cobrança no âmbito da administração pública Federal. Vale frisar que essa distinção não foi feita pelo STJ, que, no fim do ano de 2015, editou a Súmula 555, com a seguinte redação: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. A meu ver, para fins de contagem do prazo decadencial a declaração do débito na competente obrigação acessória se equivale ao pagamento, independente de ser a declaração informativa ou constitutiva. Assim, para a aplicação do §4º, do artigo 150, do CTN exigese a ocorrência dos seguintes situações: 1. A lei deve estabelecer que o lançamento do tributo é realizado na modalidade homologação; 2. Não ocorra a comprovação de dolo, fraude ou simulação pelo ente tributante; 3. Haja pagamento e/ou declaração do tributo. Passo, então, a verificar a aplicação da decisão representativa de controvérsia do Recurso Especial nº 973.733 ao caso ora sob análise. A Turma a quo decidiu que a homologação tácita do procedimento do contribuinte se concretiza em cinco anos a contar do fato gerador, ao teor do disposto no art. 150, § .4°, do CTN. Para elucidar as razões da Turma, vale a transcrição da seguinte passagem do voto: Fl. 298DF CARF MF 6 No caso em concreto, considerandose que não foi comprovado dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial é de 5 anos contados a partir do fato gerador,. Como a ciência do auto de infração ocorreu em 17/08/2005, os fatos geradores ocorridos no 1° e 2º trimestre de 2000 já não poderiam ser lançados. Como no ano de 2000 o lançamento foi apenas do 1°, 2º e 4° trimestre, é pertinente a decadência, limitada aos 1º e 2º trimestre de 2000. Não concordo com tais razões, conforme já exposto acima. Nesse contexto, fazse importante verificar nos autos a existência de declarações ou pagamento, para fins de se verificar a correta contagem do prazo decadencial. Verificase do TVF que o procedimento fiscal teve início diante da verificação da ausência de entrega das DCTF's do período. Houve entrega de DCTF após a notificação do início do procedimento pela fiscalização. Logo, já se pode constatar que um dos elementos não está presente, qual seja a declaração constitutiva do crédito. Avançando na leitura do TVF percebese que a fiscalização efetua cruzamentos entre DCTF's entregues em atraso, com as DIPJ's e com os controles internos da então SRF. Nesse contexto, foram elaboradas planilhas ela fiscalização, para cada trimestre a partir do ano de 2000, onde se especificou o valor do débito principal apurado e os respectivos créditos localizados, equação essa que resultou nos valores devidos. Tal planilha foi cientificada ao Contribuinte e consta às efls 25 dos autos. Avaliando referida planilha, e frisando que apenas foi declarada a decadência para o 1º e 2º tirmestres de 2000, é possível identificar que há créditos no 2º trimestre, oriundos de outro processo administrativo, conforme se pode depreender abaixo Ao que fica evidente no trabalho fiscal houve crédito tributário constituído por meio de outro processo administrativo. Não há nos autos qualquer detalhamento sobre referido processo. Há nos autos as DIPJ's do Contribuinte, sendo que a DIPJ 2001 demonstra declaração de imposto devido no 1º e 2º trimestre de 2000 (efls 76 e 77). Nesse contexto, voto NEGAR provimento ao recurso da União. (assinado digitalmente) Fl. 299DF CARF MF Processo nº 13888.002245/200506 Acórdão n.º 9101003.248 CSRFT1 Fl. 297 7 Gerson Macedo Guerra Voto Vencedor Conselheiro Luís Flávio Neto, Redator designado. No caso dos autos, conforme bem relatado pelo i. Conselheiro Relator, o contribuinte apresentou DIPJ com a indicação de tributo a ser recolhido quando ao o 1º e ao 2º trimestres do ano de 2000, mas não realizou qualquer pagamento ou mesmo apresentou declaração com efeito constitutivo (DCTF). Peço vênia para divergir do i. Conselheiro Relator quanto à interpretação do acórdão proferido pelo e. Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 973.733. Ocorre que, no contexto dos autos, em que não foi apresentada declaração com eficácia constitutiva do crédito tributário e nem foi realizado qualquer pagamento de tributo, compreendo que o prazo decadencial quanto aos débitos tributários em questão deve seguir a contagem do art. 173 do CTN, devendo ser provido o recurso especial interposto pela PFN. Esse mesmo entendimento tem sido adotado em outros casos semelhantes por esta 1a Turma da CSRF. Nesse sentido, peço vênia para transcrever os fundamentos do acórdão n. 9101002.786, de 06/04/2017, os quais acompanhei naquela oportunidade, in verbis: “Com a devida vênia, ouso divergir do Ilustre Conselheiro Relator no mérito, considerando a impossibilidade de aplicação do artigo 150, §4º no caso de mera apresentação de DIPJ, que desde 1999 é informativa. Destaco trechos da ementa do acórdão em julgamento do Recurso Especial nº 973.733, submetido à regra do artigo 543C, do antigo CPC/1973: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (...) 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos Fl. 300DF CARF MF 8 casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial quinquenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.(Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 12/08/2009) A exigência da comprovação de pagamento para aplicação do artigo 150, do CTN, ressoa do citado acórdão repetitivo, conforme precedentes desta Turma da CSRF. No caso destes autos, no entanto, houve mera declaração de rendimentos (DIPJ), sem que haja qualquer pagamento ou declaração que a ele possa ser equiparada, nos termos do entendimento predominante entre os julgadores desta Turma da CSRF. Assim, é aplicável o artigo 173, do CTN, sem que tenha ocorrido decadência no caso dos autos. Diante de tais razões, voto por dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, decidindo, ainda, pelo retorno ao Colegiado a quo para apreciação das demais alegações da parte em recurso voluntário.” Voto, portanto, por CONHECER e DAR PROVIMENTO ao recurso especial da PFN. (assinado digitalmente) Luís Flávio Neto Fl. 301DF CARF MF Processo nº 13888.002245/200506 Acórdão n.º 9101003.248 CSRFT1 Fl. 298 9 Fl. 302DF CARF MF
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Numero do processo: 11065.903069/2008-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Dec 07 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1201-000.311
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Eva Maria Los, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Jose Carlos de Assis Guimarães e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Eva Maria Los, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Jose Carlos de Assis Guimarães e Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório Tratase de processo administrativo decorrente de DCOMP apresentada pelo DIMARI INDUSTRIAL DE COMPONENTES PARA CALÇADOS LTDA., CNPJ 89.420.372/000126, para fins de formalizar a compensação de determinado crédito oriundo de pagamento a maior com determinado débito de sua responsabilidade. Por meio de Despacho Decisório, o direito creditório não foi reconhecido, sob a alegação de insuficiência de crédito. Mais precisamente, aduz a autoridade fiscal competente que o DARF vinculado ao pretenso pagamento a maior já teria sido utilizado para quitar débito informado pelo próprio contribuinte em DCTF, não restando saldo disponível. A contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, alegando que o crédito, na verdade, diz respeito a Saldo Negativo, e não pagamento a maior propriamente dito. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 65 .9 03 06 9/ 20 08 -1 4 Fl. 95DF CARF MF Processo nº 11065.903069/200814 Resolução nº 1201000.311 S1C2T1 Fl. 3 2 A DRJ não conheceu o pleito do contribuinte, sob duas premissas: (i) de que o processo administrativo fiscal não se prestaria a retificar DCTF; e (ii) de que a contribuinte não teria atacado os fundamentos do despacho decisório, que foi emitido com base em DCTF válida, eficaz e espontaneamente apresentada. A empresa, então, apresentou recurso voluntário, por meio do qual esclarece que houve erro de fato no preenchimento da DCOMP, e não da DCTF, sendo a negativa de análise do direito creditório fato que viola os princípios da eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, verdade material e o artigo 112 do CTN. É o relatório. Voto Conselheiro Roberto Caparroz de Almeida Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1201 000.294, de 19.10.2017, proferido no julgamento do Processo nº 11065.902152/200876, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1201000.294): O recurso voluntário atende os pressupostos formais e materiais, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciálo. Na DCOMP ora em análise, o contribuinte indicou como origem do crédito um pagamento a maior feito a título de estimativa. Como, porém, a DCTF indica a existência de débito no mesmo montante, o despacho eletrônico não acusou a existência de crédito. Por ocasião da Manifestação de Inconformidade e Recurso Voluntário, o contribuinte esclarece que, na verdade, o crédito diz respeito ao Saldo Negativo apurado no ano, e não a estimativa, assumindo que teria se equivocado no preenchimento da origem exata do crédito. E para justificar esse alegado erro, a contribuinte anexa a sua DIPJ, que realmente indica a apuração de Saldo Negativo no ano, assim como uma planilha que resume as compensações efetuadas com tal saldo. Já a decisão de primeira instância não analisou o mérito da questão, tendo indeferido o pleito por razões de incompetência. Nesse contexto, entendo que o mero erro de fato não é suficiente para não homologar a compensação, em razão dos princípios da legalidade e verdade material, sendo necessária a apreciação do mérito propriamente dito. Do exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, para determinar o retorno dos autos à unidade de origem, para que, diante das informações e documentos trazidos pela Recorrente na Fl. 96DF CARF MF Processo nº 11065.903069/200814 Resolução nº 1201000.311 S1C2T1 Fl. 4 3 defesa e recurso, seja verificado o mérito da existência, suficiência e disponibilidade do crédito de Saldo Negativo alegado. Após a conclusão desta diligência, deve ser cientificada a contribuinte acerca do Relatório Conclusivo, para que se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias e, em seguida, retornem os autos para julgamento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, voto por converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Fl. 97DF CARF MF
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