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Numero do processo: 10665.904246/2009-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA.
Ultrapassado o prazo de homologação do pedido de compensação previsto na lei, impõe-se reconhecer a homologação tácita da compensação pleiteada, independentemente da confirmação do crédito indicado na declaração de compensação.
Numero da decisão: 1302-003.408
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Ailton Neves da Silva (Suplente Convocado), Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2003 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Ultrapassado o prazo de homologação do pedido de compensação previsto na lei, impõe-se reconhecer a homologação tácita da compensação pleiteada, independentemente da confirmação do crédito indicado na declaração de compensação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Ailton Neves da Silva (Suplente Convocado), Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR Recorrente TECNUM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Ultrapassado o prazo de homologação do pedido de compensação previsto na lei, impõese reconhecer a homologação tácita da compensação pleiteada, independentemente da confirmação do crédito indicado na declaração de compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Ailton Neves da Silva (Suplente Convocado), Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 90 42 46 /2 00 9- 39 Fl. 45DF CARF MF Processo nº 10665.904246/200939 Acórdão n.º 1302003.408 S1C3T2 Fl. 46 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão nº 0236.271 4ª Turma da DRJ/BHE, proferido em 24 de novembro de 2011, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela interessada tendo em vista ao indeferimento do pedido de compensação, na qual a contribuinte alegava a existência de pagamento indevido ou a maior de CSLL, conforme apontado na seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2003 COMPENSAÇÃO O ônus da prova da liquidez e certeza do direito creditório perante o Fisco da União incumbe a quem alega tal direito, isto é, ao contribuinte. Cientificada do acórdão recorrido em 22/05/2012 (Termo de Ciência, fls. 32), a interessada interpôs recurso voluntário, no qual alega, verbis: Preliminarmente verificamos que a ciência do Despacho Decisório contestado se deu depois de transcorridos cinco anos da apresentação do PER/DCOMP de que ora tratamos. De acordo com o paragr. 2o. do art. 74 da Lei 9.430 de 27/12/1996, a compensação declarada à Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutoria de sua ulterior homologação. Diz o paragr. 5o. do mesmo art. 74 que o prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo é de 05 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Transcorrido esse prazo, o fisco não pode mais praticar ato de "não homologação" da compensação efetuada. Assim sendo, depois de 05 anos da transmissão do PER/DCOMP sem que o fisco tenha se manifestado, considerase definitivamente extinto o debito nele confessado, independentemente da confirmação do credito utilizado. Neste caso, o PER/DCOMP 11779.35768.131103.1.3.042542, foi transmitido em 13 de novembro de 2.003. O prazo de cinco anos se encerrou em 13/11/2008. A ciência do Despacho Decisório 835708335 de 25/05/2009 contestado se deu em 02/06/2009, depois de ocorrida a homologação tácita da compensação efetuada no referido PER/DCOMP. Em face do exposto, REQUEREMOS que seja julgado procedente a Manifestação de Inconformidade citado neste RECURSO VOLUNTÁRIO, para reconhecer a homologação tácita das compensações em litígio, efetuadas por meio do PER/DCOMP 11779.35768.131103.1.3.042542. Fl. 46DF CARF MF Processo nº 10665.904246/200939 Acórdão n.º 1302003.408 S1C3T2 Fl. 47 3 Anexamos aqui além de cópia do Acórdão ora discutido com seu respectivo Despacho Decisório, cópia também do Acórdão 0238.330 da 2a.Turma da DRJ/BHE de 03/04/2012, processo 10665.904244/200940, a favor deste contribuinte, acórdão este em que nos fundamentamos nesta defesa, por se tratar de mesmo assunto e de mesma matéria, da qual já fomos beneficiados, ficando nula e sem efeito qualquer outra discussão sobre .as alegações fiscais que improcederam anteriormente esta compensação. É o relatório. Fl. 47DF CARF MF Processo nº 10665.904246/200939 Acórdão n.º 1302003.408 S1C3T2 Fl. 48 4 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos legais e regimentais. Assim, deve ser conhecido. Após ter sido rejeitada sua manifestação de inconformidade pelo acórdão recorrido, a recorrente traz como único argumento recursal a ocorrência de homologação tácita do pedido de compensação, vez que a transmissão da PER/DCOMP ocorreu em 13/11/2008, enquanto que só foi cientificada do acórdão recorrido em 02/06/2009. Com efeito, verifico que o Despacho Decisório (fls. 4) somente foi proferido em 25/05/2009, e a ciência realizada em 02/06/2009 (fls. 15), quando já transcorridos mais de cinco anos da data da apresentação da PER/DCOMP (13/11/2003). Embora não suscitada em sua manifestação de inconformidade, tratase de prazo decadencial, que por se tratar de matéria de ordem pública é passível de conhecimento em qualquer momento processual, conforme firme jurisprudência dos tribunais. Assim, ultrapassado o prazo de homologação do pedido de compensação previsto no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/19961, impõese reconhecer a homologação tácita da compensação pleiteada, independentemente da confirmação do crédito indicado na declaração de compensação. Ante ao exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. Luiz Tadeu Matosinho Machado 1 Lei nº 9.430/1996: Art. 74. [...] § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pela sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Fl. 48DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13850.720166/2014-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 30/04/1999
PAGAMENTO NÃO VINCULADO. RESTITUIÇÃO
Pagamento não vinculado pela RFB ao indicado na DCTF e tampouco ao lançado de ofício deve ser considerado como indevido e passível de restituição.
Numero da decisão: 3301-005.727
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 30/04/1999 PAGAMENTO NÃO VINCULADO. RESTITUIÇÃO Pagamento não vinculado pela RFB ao indicado na DCTF e tampouco ao lançado de ofício deve ser considerado como indevido e passível de restituição. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). Relatório Adoto o relatório da decisão de primeira instância: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 0. 72 01 66 /2 01 4- 91 Fl. 554DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 555 2 "Trata o presente processo de Pedido de Restituição de crédito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, referente a pagamento efetuado indevidamente ou ao maior no período de apuração abril de 1999, no valor de R$ 784.160,59, transmitido através do PER/Dcomp nº 18300.87134.090911.1.2.041831. O pagamento objeto do crédito foi efetuado em 14/09/2006 e representaria a diferença da alíquota da Cofins de 2% para 3%, já que o interessado teria decisão judicial definitiva parcialmente procedente em discussão da Lei nº 9.718/98, na qual o STF teria afastado apenas a ampliação da base de cálculo, mas declarado constitucional a majoração da alíquota. Finda a ação judicial, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em São José dos Campos iniciou procedimento fiscal, para apurar as diferenças de Cofins não declaradas. Após o início da ação fiscal, o interessado recolheu a Cofins, acrescida apenas dos juros de mora, sem multa, alegando os benefícios da MP nº 303/2006 e espontaneidade. A autoridade fiscal que lavrou o auto de infração, processo nº 13864.000164/200701, rechaçou os benefícios da Medida Provisória, já que o contribuinte não teria cumprido com os requisitos legais exigidos na mesma. O auto de infração foi discutido administrativamente, sendo que o acórdão proferido pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais deu provimento ao recurso voluntário na matéria conhecida e não conheceu do recurso quando à alegação dos pagamentos se beneficiarem da MP nº 303/2006, nos seguintes termos (grifei): (...) É fora de dúvidas, e ainda mais após a edição da Sumula Vinculante n° 08 acima mencionada, que, no âmbito tributário, somente a lei complementar poderia trazer as hipóteses que interrompessem ou suspendessem a decadência. Na redação da Lei 5.172 somente o tão discutido parágrafo único do art. 173 a isso se poderia equiparar. Não há outro dispositivo que sequer se aproxime de prever alguma hipótese parecida, assim como também não o há em ato legislativo complementar posterior. Nesses termos, ainda que se entendesse ter havido proibição ao lançamento, o seu efeito não seria a interrupção do prazo decadencial. E como já deixei registrado, nem mesmo quanto a tal proibição partilho do entendimento fiscal. Documento assinado digitalmente conforme a Medida Provisória nº 2.2002/2001. De sorte que é imprescindível o reconhecimento de que se operou a decadência em relação aos períodos de apuração ocorridos entre abril de 1999 e dezembro de 2001 incluídos no lançamento, que é, quanto a eles, improcedente. Voto, por isso, pelo provimento do recurso, sem passar à análise de mérito a respeito do cumprimento das condições para fruição da anistia prevista na Medida Provisória. (...) Interposto recurso especial pela Fazenda Nacional, em face de tal decisão, o CARF determinou o não reconhecimento do recurso. Fl. 555DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 556 3 Finda a discussão administrativa, o contribuinte apresentou o presente Pedido de Restituição, pretendendo utilizar o montante pago após o início do procedimento de fiscalização que culminou na lavratura do auto de infração, processo nº 13864.000164/2007 01. O PER/Dcomp nº 18300.87134.090911.1.2.041831 foi baixado para tratamento manual, em virtude de medida liminar proferida no processo judicial nº 0002332 60.2014.403.6100, a qual determinou a análise do Pedido de Restituição em trinta dias. A autoridade fiscal da DRF São José dos Campos proferiu despacho decisório às fls. 364/367, no qual fez as seguintes ponderações: O crédito objeto do PER/Dcomp seria decorrente de pagamento de Cofins, efetuado em 14/09/2006, principal e juros de mora, sendo que o interessado alegava espontaneidade e avocava os benefícios da Medida Provisória nº 303/2006. A autoridade fiscal contextualizou o pagamento: 3. Para entendimento da motivação do pedido é necessário efetuar o histórico sobre tal pagamento, conforme pesquisas efetuadas nos diversos sistemas desta RFB e processo administrativo constituído – Auto de Infração – sobre a mesma matéria. 3.1. O sujeito passivo adentrou com a ação mandamental, processo n° 1999.61.03.001326 1, em face das alterações promovidas na Cofins (base de cálculo e alíquota), através da Lei n° 9.718/98, desejando manter o recolhimento dessa contribuição nos moldes da LC n° 70/91 – com base nas informações obtidas do AI e processo n° 13864.000164/200701, abaixo descrito obtendo vários efeitos suspensivos ao longo da referida ação, e, finalmente, em 04/12/2006, transitou em julgado o RE 478958, afastando tão somente a aplicação do conceito de faturamento definido no §1° do artigo 30 da Lei n° 9.718/98, mas mantendo a majoração da alíquota da Cofins de 2% para 3%. 3.2. Em 05/04/2005, foi iniciada contra o sujeito passivo acima a ação fiscal desta DRF/SJC n° 71/200511, de forma a levantar (e lançar de ofício) possíveis diferenças a maior da Cofins entre os anos de 1999 e 2003. Isto porquê, em suas DCTF dos períodos mencionados o sujeito passivo declarou (confessou) somente ao valores da Cofins calculados sobre as regras da LC n° 70/91, não considerando o alargamento das bases de cálculo e nem a elevação da alíquota, de 2% para 3%, promovidas através da Lei n° 9.718/98. 3.3. Com base na ação fiscal referida, foi lavrado o Auto de Infração, em 02/07/2007, constante do processo n° 13864.000164/200701, de forma a constituir as diferenças devidas à Cofins dos períodos de apuração de abril/1999 a novembro/2003 (intercalados), sem os benefícios da MP n° 303/2006 e sem a espontaneidade, ou seja, juros e multa de ofício nos termos regulamentares. 3.4. As razões para os lançamentos supra foram as diferenças com base no aumento da alíquota de 2% para 3%, e apuradas com base na DIPJ e DCTF, em cada período de apuração (...). No despacho decisório, a autoridade fiscal indeferiu o pedido, com a seguinte argumentação: (...) Fl. 556DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 557 4 8. Porém, independentemente do resultado da ação fiscal e do auto de infração lavrado, com o fito de constituir de ofício o crédito tributário da Cofins que se considerava devido no período de apuração de abril de 1999 (e outros), o pagamento efetuado pelo sujeito passivo, com bases calculadas por ele mesmo, e, inclusive declarado formalmente por este, não é indevido nem maior que o devido. Muito ao contrário, apresentase menor que o devido, apurado pela Fiscalização, conforme tabela a seguir, com data de referência atual: (...) 9. Lembro que o mérito dos valores lançados não foi sequer objeto de decisão administrativa, nos autos do processo n° 13864.000164/200701, permanecendo a questão adstrita à decadência do direito de lançar, ou seja, constituição do crédito tributário. 10. Considerando ainda, que os valores lançados pela fiscalização guardam perfeita consonância com as diferenças apuradas na DIPJ e DCTF, apresentadas pelo próprio sujeito passivo, não há quaisquer evidências de que os valores apurados, estejam incorretos. A única conseqüência fiscal em virtude do resultado favorável ao sujeito passivo, no caso do Auto de Infração lavrado, é que esta Administração não poderá cobrar as diferenças apuradas entre os valores recolhidos pelo sujeito passivo e os lançados pela Fiscalização, o que não se confunde com a possibilidade de restituição ao interessado desses valores recolhidos, por ausência de comprovação de terem sido pagos indevidamente ou a maior, no termos do art. 165, I do CTN, em face do fato gerador, base imponível e alíquota devida. 11. E nem se diga, por falta de previsão legal, que a não constituição do crédito tributário de ofício ou mesmo a falta de confissão em DCTF, tornam automática a restituição ao sujeito passivo, de pagamento efetuado parcial ou total de débito apurado pelo mesmo. Essa hipótese somente seria possível nos estritos termos da legislação de regência do tributo ou contribuição em questão, desde que atendido o disposto no art. 165, I do CTN e que não houvesse ainda, qualquer pendência relativa ao pagamento, ou seja, fosse este líquido e certo. Não sendo o caso dos autos, como já explorado, não merece prosperar o pedido de restituição formulado. Isto posto, com base no art. artigo 241, inciso I, do atual Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF n° 203, de 14/05/2012, e no artigo 7º, I, da Portaria DRF SJC n° 75, de 12/05/2011, NÃO RECONHEÇO O DIREITO CREDITÓRIO e INDEFIRO a restituição de Cofins (e juros) solicitada (...) Cientificado do despacho em 05/05/2014 (fl. 370), o recorrente apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 374/396, em 02/06/2014, para argumentar que teria efetuado recolhimentos diversos de Cofins, correspondentes à diferença de 1%, em referência à majoração da alíquota da Cofins implementada pela Lei nº 9.718/98, pleiteando a anistia prevista na Medida Provisória nº 303/2003, quando já estava em procedimento de fiscalização. Alegou que apesar dos recolhimentos, as autoridades fiscais teriam constituído o auto de infração nº 0812000/00071/05 e declarado a impossibilidade do interessado se beneficiar do Refis III, de modo que teria sido exigida a parcela referente à majoração da alíquota em 1% dos débitos de Cofins incidentes entre abril de 1999 e dezembro de 2001, janeiro, março, abril, agosto e novembro de 2003. Fl. 557DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 558 5 O manifestante afirmou que no auto de infração constaria que o contribuinte não teria cumprido com as exigências da MP nº 303/2006, pois a mesma exigiria que os débitos ainda não constituídos teriam que ser confessados de forma irretratável e irrevogável, enquanto que a parcela exigida através do auto não teria sido declarada em DCTF. O interessado alegou que as autoridades fiscais teriam afirmado que os pagamentos realizados em 14/09/2006 teriam sido desconsiderados para fins de anistia, caracterizandose como pagamentos indevidos. Aduziu, ainda, que as autoridades teriam feito o lançamento de ofício pelo valor integral dos débitos, pois os pagamentos não teriam atendido aos requisitos legais. O manifestante argumentou que as próprias autoridades fiscais teriam afirmado, expressamente, que os pagamentos, sendo considerados indevidos, poderiam ser objeto de pedido de restituição ou compensação, conforme relatório anexo ao auto de infração. Acrescentou que o referido auto de infração teria sido discutido administrativamente e que o CARF teria dado provimento ao recurso voluntário de autoria da empresa, para cancelar o auto de infração nº 0812000/00071/05 e reconhecer a decadência do direito do Fisco constituir os débitos de Cofins. Por conseqüência de tal entendimento, o contribuinte teria transmitido PER/Dcomps diversos, para se aproveitar do direito à restituição dos pagamentos efetuados em 14/09/2006. Passado algum tempo após a transmissão dos pedidos de restituição, teria buscado a esfera judicial, através do processo nº 000233260.2014.4.03.6100, tendo obtido medida liminar determinando a apreciação dos pedidos. Emitido o despacho decisório, as autoridades fiscais teriam indeferido o pleito, por entenderem que não haveria pagamento indevido ou a maior, por ter recolhido a Cofins espontaneamente, pleiteando a anistia da MP nº 303/2006. O contribuinte afirmou que os pagamentos realizados em 14/09/2006 seriam indevidos, pois inexistiriam débitos constituídos, mas que seu direito não seria decorrente do cancelamento do auto de infração, e sim, dos pagamentos efetuados no âmbito do Refis III e considerados inválidos pelas autoridades fiscais. Citou jurisprudência administrativa e judicial. O manifestante afirmou que existiriam duas formas de se constituir o crédito tributário: através de lançamento por procedimento fiscal ou através de lançamento por homologação. Como teria efetuado os pagamentos antes da constituição do auto de infração e como os débitos não teriam sido declarados em DCTF, em seu entendimento, os pagamentos seriam indevidos. O interessado reclamou ainda que teria ocorrido mudança de critério jurídico, em violação ao art. 146 do Código Tributário Nacional, pois no auto de infração as autoridades fiscais teriam considerado os pagamentos como indevidos, por descumprimento do §2º do art. 1º da MP nº 303/2006; já no despacho decisório, as autoridades do Fisco teriam modificado o entendimento para declarar que o pagamento não seria indevido nem maior que o devido. O manifestante aduziu também que a mudança de critério no despacho decisório afrontaria o Princípio da Segurança Jurídica e o da vedação ao comportamento contraditório, sendo vedado às autoridades administrativas alterarem Fl. 558DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 559 6 seus atos anteriores. O interessado requereu ainda a reunião e julgamento conjunto dos processos administrativos nº 13850.720166/201491, 13850.720183/201428, 13850.720191/201474, 13850.720192/201419, 13850.720193/201463, 13850.720194/2014 16, 13850.720195/201452, 13850.720201/201471, 13850.720202/201416, 13850.720203/201461, 13850.720204/201413, 13850.720205/201450, 13850.720206/2014 02, 13850.720207/201449, 13850.720208/201493, 13850.720246/201446, 13850.720247/201491, 13850.720248/201435, 13850.720249/201480, 13850.720285/2014 43, 13850.720286/201498, 13850.720287/201432, 13850.720288/201487, 13850.720290/201456, 13850.720291/201409, 13850.720292/201445, 13850.720293/2014 90, 13850.720294/201434, 13850.720295/201489 e 13850.720296/201423, pois tratariam de matéria idêntica. Concluiu, para requerer o provimento integral de sua manifestação, o deferimento do pedido de restituição e, caso necessária, a juntada posterior de documentos. É o relatório." Em 27/06/16, a DRJ em Ribeirão Preto (SP) julgou a mnaifestação de inconformidade improcedente e o Acórdão n° 1661.417 foi assim ementado: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 30/04/1999 RESTITUIÇÃO. INDEFERIMENTO. Somente será devida a restituição de contribuições sociais nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido. SÚMULA VINCULANTE Nº 8 DO STF. MODULAÇÃO DOS EFEITOS. A Súmula Vinculante nº 8 do STF afastou a aplicação dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212, de 1991. No entanto, os valores já recolhidos nestas condições não devem ser devolvidos ao contribuinte, salvo se pleiteada a repetição ou compensação de indébito, judicial ou administrativamente, antes da conclusão do julgamento, em 11.6.2008. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido" Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário, trazendo, essencialmente, os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Marcelo Costa Marques d'Oliveira Fl. 559DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 560 7 O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Foi indeferido pedido de restituição de COFINS, cujo crédito foi originado de um pagamento de COFINS realizado em 14/09/06, no montante de R$ 784.160,59 (R$ 417.417,54, de principal, e R$ 366.743,05, de juros). No DARF, foi indicado que referiase ao período de apuração (PA) 30/04/99 (fl. 142). O PER foi transmitido em 09/09/11. Dos autos, cumpre destacar o seguinte: i) Em 05/04/05, iniciouse uma fiscalização, que deu origem ao processo de n° 13864000164/200701. O objetivo era o de cobrar diferenças de COFINS do período de abril de 1999 a novembro de 2003. ii) Os débitos em aberto nasceram das discussões acerca do alargamento da base de cálculo da COFINS e da majoração de 1% da alíquota da COFINS, promovidos pelos § 1° do art. 3° e art. 8° da Lei n° 9.718/98, cujas constitucionalidades a recorrente questionou em juízo, porém obteve êxito apenas com relação à primeira. iii) No dia em que foi efetuado o recolhimento (14/09/06) considerado pela recorrente como indevido, estava em curso a citada ação fiscal. E o auditor fiscal não o abateu do crédito tributário a ser lançado, iv) A auditoria fiscal terminou em 02/07/07, com a lavratura de auto de infração (fls. 27 a 45), no qual, sobre os valores confessados em DCTF, lançados de ofício e pago (objeto do presente processo), autoridade fiscal fez constar o seguinte (fls. 31 a 33): "(. . .) DA EXCLUSÃO DA ESPONTANEIDADE Conforme Termo de Início de Ação Fiscal 71/200501 (fl. 200), o contribuinte encontravase sob fiscalização desde 05/04/2005, havendo sido informado que, de acordo com os MPF 08120002005000712 (fl. 1) e 081200020050007121 (fl. 2) conforme disposto no parágrafo 1° do artigo 7° do Decreto 70.235/72, sua espontaneidade estava excluída em relação à COFINS do período de abril/1999 a dezembro/2004. DOS PAGAMENTOS ERRONEAMENTE EFETUADOS Em sua resposta entregue em 02/02/07 (fl. 548), o contribuinte informou que "a diferença da alíquota adotada (1%) foi integralmente recolhida, nos termos da MP 303/06". Intimado, através do Termo de Intimação Fiscal 71/200525 (fl. 557), o contribuinte apresentou (fl. 558 e 559) cópias dos DARF de folhas 560 a 617, para comprovação desse recolhimento. Como nesses DARF não constasse multa, o contribuinte foi intimado, através do Termo Fiscal de Constatação e de Intimação 71/200526 (fl. 620), a informar a base legal (artigos da MP 303/06) de que se valera para efetuar os recolhimentos em questão sem acréscimo de multa. Em sua resposta entregue em 04/04/07 (fl. 621), o contribuinte informou que efetuara o pagamento dos valores de COFINS em questão sem computar a multa de mora uma vez que, no momento do pagamento à vista dos débitos em questão, ainda Fl. 560DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 561 8 se encontrava amparado por provimento jurisdicional suspendendo a exigibilidade do crédito tributário (Medida Cautelar n° 9511, incidental ao Mandado de Segurança n° 1999.61.03.0013261). Informou ainda que o período de fevereiro de 1999 até 28 de fevereiro de 2003 fora pago à vista, com os benefícios da Medida Provisória n° 303/2006 (artigo 9°). (. . .) Assim, conforme parágrafo 6° do artigo 9°, combinado com o parágrafo 1° do artigo 1°, da MP 303/06, o pagamento com redução de multa (de mora ou de ofício) e juros de mora aplicavase à totalidade dos débitos da pessoa jurídica, constituídos ou não. No caso de débitos não constituídos (parágrafo 2° do artigo 1°), deveria haver a confissão de forma irretratável e irrevogável (denúncia espontânea). No caso em tela, verificase nos DARF de folhas 560 a 617 que, conforme informado pelo contribuinte em sua resposta entregue em 04/04/07 (fl. 621), ele efetuou, em 14/09/06, pagamentos do principal (que informou serem decorrentes da diferença de 1% na alíquota adotada) do período de fevereiro de 1999 até 28 de fevereiro de 2003 com os benefícios da Medida Provisória n° 303/2006 (artigo 9°), qual seja, redução de trinta por cento sobre o valor consolidado dos juros de mora incorridos até o mês do pagamento integral. Como, para os anoscalendário de 1999 (a partir de abril), 2000 e 2001, o contribuinte não havia declarado essas diferenças em DCTF, o correspondente crédito tributário não se encontrava constituído. Assim, para gozar do benefício fiscal previsto na MP 303/06, o contribuinte precisaria fazer a denúncia espontânea da infração. Ora, comparandose os valores declarados em DCTF de COFINS constantes dos sistemas informatizados da RFB em 16/03/07 (fl. 105 a 118), com os declarados em DCTF antes do início da presente ação fiscal (fl. 7 a 63), constatase que são os mesmos, com o que o contribuinte não fez a denúncia espontânea da infração (e nem poderia fazêlo, por estar com sua espontaneidade excluída), visto que não alterou suas DCTF para incluir as diferenças que informou ter pago. Limitouse, como informou, a efetuar pagamentos, sem correspondência com nenhum crédito tributário constituído ou confessado o que, inclusive, DARIA MARGEM A QUE O CONTRIBUINTE, APÓS OCORRIDA A DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO DE LANÇAR, VIESSE A PEDIR A RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS, ALEGANDO PAGAMENTO SEM CAUSA. Assim, como o contribuinte não atendeu (e nem poderia atender, por não gozar de espontaneidade para tal) à forma especificada no parágrafo 2° do artigo 10 na MP 303/06 para efetuar o pagamento à vista dos débitos não constituídos, não podia gozar do benefício fiscal previsto na referida MP, com o que os pagamentos foram erroneamente efetuados. Aos pagamentos erroneamente efetuados aplicase a conclusão da Solução de Consulta Interna n° 11 da Cosit/SRF, de 18 de dezembro de 2002, a seguir transcrita: "Desta forma, concluise que pagamento erroneamente efetuado, antes da lavratura do auto de infração, por sujeito passivo que perdera a espontaneidade, não tem o condão de interromper o curso normal da ação fiscal. Deve ser lançado o crédito tributário total, sendo o pagamento efetuado utilizado para amortização do crédito tributário apurado, cobrandose eventual saldo remanescente." Citese também a respeito o seguinte acórdão da l a Câmara do 1° Conselho de Contribuintes: "IRPJ PAGAMENTO DO IMPOSTO APÓS O INICIO DO PROCEDIMENTO FISCAL ESPONTANEIDADE Quando o sujeito passivo Fl. 561DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 562 9 recolhe o tributo após o início do procedimento fiscal e sem o restabelecimento da espontaneidade, cabe o lançamento do tributo, com a multa de lançamento de ofício e dos juros de mora, calculados até a data do efetivo recolhimento. Os tributos e acréscimos recolhidos, sob ação fiscal e para a mesma finalidade, podem ser utilizados para a quitação do crédito tributário lançado. (Acórdão 10194354 Sessão de 10/09/2003)." Logo, quanto às diferenças apuradas na planilha anexa PARA OS ANOS CALENDÁRIO DE 1999 (A PARTIR DE ABRIL), 2000 e 2001, CABE O LANÇAMENTO DE OFÍCIO ATRAVÉS DESTE AUTO DE INFRAÇÃO, PELO SEU VALOR INTEGRAL, tanto para constituição do crédito tributário pago mas não confessado, como para a cobrança integral dos juros até o efetivo recolhimento (sem a redução da MP 303), podendo os pagamentos indevidamente efetuados pelo contribuinte, A SEU CRITÉRIO, serem objetos de pedido de compensação, para amortização do crédito tributário apurado, como previsto na Solução de Consulta Interna n° 11/02 da Cosit/SRF, ou de restituição, à luz da legislação de regência. (. . .)"(g.n.) v) A recorrente defendeuse do auto de infração, obtendo decisão parcialmente favorável, no âmbito do CARF, por meio do Acórdão n° 3402001.161, de 02/06/11. Foram cancelados os débitos de COFINS do período de abril de 1999 a dezembro de 2003, com base na Súmula Vinculante n° 8 do STF: "São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da prescrição e decadência do crédito tributário." Com efeito, os artigos 45 e 46, respectivamente, determinavam que eram de dez anos os prazos prescricionais e decadenciais das contribuições sociais. vi) No Despacho Decisório (fls. 364 a 367), consta que o PER foi indeferido, porque o pagamento de R$ 784.160,59, realizado em 14/09/06 e referente ao período de apuração de 04/99, estava vinculado ao débito de 04/99, lançado de ofício. Enfatizou, inclusive, que valor o apurado pela fiscalização era maior do que o pago. Portanto, não havia pagamento indevido. viii) A DRJ ratificou que o pagamento estava vinculado ao débito lançado de ofício. Que foi efetuado no curso da ação fiscal, referindose a tributo (COFINS) e período de apuração (no DARF, foi indicado que se referia a 04/99) objetos do lançamento. ix) A decisão de piso consignou ainda que o Ministro Gilmar Mendes, em sede do RE n° 550.8829/RS, modelara os efeitos da declaração de inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, no sentido de que tão somente seriam passíveis de repetição os pagamentos objetos de pedidos de restituição ou compensação protocolizados até o dia anterior ao do julgamento, qual seja, 11/06/08. Como o PER foi transmitido em 09/09/11, não havia direito à restituição. Assiste razão à recorrente. Fl. 562DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 563 10 Em 19/07/07, a fiscalização lavrou auto de infração (processo n° 13864.000164/200701), no qual consignou que o pagamento efetuado em 14/09/06 não fora admitido como vinculado ao período de apuração abril de 1999, em razão de não ter sido confessado em DCTF, e também de que já havia ação fiscal em curso, o que se constata por meio da leitura do trecho do auto de infração acima transcrito (fls. 31 a 33), do qual destaco o seguinte: "(. . .) Ora, comparandose os valores declarados em DCTF de COFINS constantes dos sistemas informatizados da RFB em 16/03/07 (fl. 105 a 118), com os declarados em DCTF antes do início da presente ação fiscal (fl. 7 a 63), constatase que são os mesmos, com o que o contribuinte não fez a denúncia espontânea da infração (e nem poderia fazêlo, por estar com sua espontaneidade excluída), visto que não alterou suas dctf para incluir as diferenças que informou ter pago. Limitouse, como informou, a efetuar pagamentos, sem correspondência com nenhum crédito tributário constituído ou confessado o que, inclusive, daria margem a que o contribuinte, após ocorrida a decadência do direito do fisco de lançar, viesse a pedir a restituição dos valores pagos, alegando pagamento sem causa. (. . .) Logo, quanto às diferenças apuradas na planilha anexa para os anos calendário de 1999 (a partir de abril), 2000 e 2001, cabe o lançamento de ofício através deste auto de infração, pelo seu valor integral, tanto para constituição do crédito tributário pago mas não confessado, como para a cobrança integral dos juros até o efetivo recolhimento (sem a redução da MP 303), podendo os pagamentos indevidamente efetuados pelo contribuinte, a seu critério, serem objetos de pedido de compensação, para amortização do crédito tributário apurado, como previsto na Solução de Consulta Interna n° 11/02 da Cosit/SRF, ou de restituição, à luz da legislação de regência. (. . .)" (g.n.) Confirmase tal informação, nas fls. 35 (auto de infração, "fato gerador abril de 1999") e 46 (planilha anexa ao auto de infração), que contêm o cálculo do valor a ser lançado de ofício para o mês de abril de 1999. Assim, o montante de R$ 784.160,59, pago em 14/09/06, a título de COFINS, referente ao período de apuração de 04/99, foi efetuado indevidamente e, portanto, é passível de restituição. Com efeito, verificase no excerto do auto de infração acima reproduzido que o próprio agente fiscal rotulou o pagamento efetuado como indevido. Ademais, não há que considerar o argumento da DRJ de que o STF não teria autorizado a repetição de tributos pagos sob a vigência dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, porém não reclamados. Tal argumento somente seria aplicável, caso o pagamento em questão tivesse sido vinculado ao valor lançado na DCTF ou de ofício, o que, como vimos, não foi o caso. Isto posto, dou provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 563DF CARF MF Processo nº 13850.720166/201491 Acórdão n.º 3301005.727 S3C3T1 Fl. 564 11 Marcelo Costa Marques d'Oliveira Fl. 564DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15504.726864/2013-84
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2009
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. DECADÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO.
A intempestividade afasta a possibilidade de apreciação da decadência, mesmo diante do fato de se tratar de matéria de ordem pública que, portanto, pode ser conhecida de ofício.
Não se deve confundir a possibilidade de conhecimento de ofício de uma matéria não suscitada pelas partes com a análise de tema desprovido de suporte em instrumento jurídico, pois a interposição de recurso fora do prazo ocasiona o seu não conhecimento, não havendo que se falar em análise do mérito.
Numero da decisão: 9202-007.615
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. DECADÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO. A intempestividade afasta a possibilidade de apreciação da decadência, mesmo diante do fato de se tratar de matéria de ordem pública que, portanto, pode ser conhecida de ofício. Não se deve confundir a possibilidade de conhecimento de ofício de uma matéria não suscitada pelas partes com a análise de tema desprovido de suporte em instrumento jurídico, pois a interposição de recurso fora do prazo ocasiona o seu não conhecimento, não havendo que se falar em análise do mérito.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. DECADÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO. A intempestividade afasta a possibilidade de apreciação da decadência, mesmo diante do fato de se tratar de matéria de ordem pública que, portanto, pode ser conhecida de ofício. Não se deve confundir a possibilidade de conhecimento de ofício de uma matéria não suscitada pelas partes com a análise de tema desprovido de suporte em instrumento jurídico, pois a interposição de recurso fora do prazo ocasiona o seu não conhecimento, não havendo que se falar em análise do mérito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 72 68 64 /2 01 3- 84 Fl. 2136DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pelo Contribuinte contra o Acórdão n.º 2202003.676 proferido pela 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, em 7 de fevereiro de 2017, no qual restou consignada a seguinte ementa, fls. 2.004: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. VALIDADE. DATA DA CIÊNCIA. É válida a intimação por meio eletrônico quando o contribuinte regularmente opta pela utilização do Domicílio Tributário Eletrônico. Considerase feita a intimação, por meio eletrônico, 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo, ou na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes (art. 23, § 2º, III, do Decreto 70.235/72). Interposto o Recurso Especial pelo Contribuinte, fls. 2.032 a 2.066, houve sua admissão, por meio do Despacho de fls. 2.120 a 2.129, para rediscutir a decisão recorrida no tocante à relativização da intempestividade em face da alegação de decadência. Em seu recurso, aduz o Contribuinte, em síntese, que: a) sendo a decadência matéria de ordem pública, esta pode ser conhecida ex offício; b) tratando a decadência d e matéria de ordem pública, mesmo que o recurso voluntário apresentado pelo Recorrente tenha sido considerado intempestivo, é certo que tal matéria não só pode como deveria ser apreciada; c) requer o Contribuinte a reforma do acórdão recorrido para que seja reconhecida a decadência do crédito tributário. Intimada, a Fazenda Nacional apresentou Contrarrazões, fls. 2.131 e seguintes, requerendo a manutenção da decisão recorrida, com as seguintes considerações: Fl. 2137DF CARF MF Processo nº 15504.726864/201384 Acórdão n.º 9202007.615 CSRFT2 Fl. 3 3 a) é preciso ressaltar que a intempestividade do recurso voluntário é questão incontroversa nos presentes autos, seja pela demonstração das peças processuais respectivas, seja pela própria admissão desse fato pelo acórdão ora recorrido; b) é cediço que o acórdão recorrido não merece reforma, devendo ser reconhecida a definitividade da exigência nos moldes do lançamento e da decisão proferida pela DRJ de origem, haja vista o não conhecimento do recurso voluntário por ser intempestivo e a impossibilidade de conhecimento da matéria relativa à decadência. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Conheço do recurso, pois se encontra tempestivo e presentes os requisitos de admissibilidade. Conforme narrado, a controvérsia consiste em definir a possibilidade do reconhecimento da decadência, mesmo não sendo conhecido o recurso voluntário em face da sua intempestividade. Cabe salientar que a intempestividade do recurso voluntário não é matéria controvertida. Sobre a matéria, o acórdão recorrido, de forma clara e fundamentada, assim dispôs: A ciência da decisão de primeira instância deuse em 19/04/2014, por meio eletrônico. Assim, ao apresentar o recurso voluntário (fls. 1.881 a 1.964) somente no dia 23/10/2014, estava exaurido o prazo legal de trinta dias. Embora o Contribuinte somente tenha aberto os documentos (Acórdão de Impugnação, Intimação de Resultado de Julgamento e DARF) em seu endereço eletrônico no dia 10/12/2014, conforme Termo de Abertura de Documento de fl. 1.973, estes se encontravam à sua disposição desde o dia 04/04/2014, de acordo com o Termo de Ciência por Decurso de Prazo (fl. 1.865). Consoante o art. 23, § 2º, III, considerase feita a intimação, por meio eletrônico, 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo, ou na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo de 15 dias previsto na alínea "a". Fl. 2138DF CARF MF 4 Como a data em que o Contribuinte efetuou a consulta (10/12/2014) foi posterior ao prazo de 15 dias contados da entrega no seu domicílio tributário (19/04/2014), a data a ser considerada como da intimação é esta última, ou seja, 19/04/2014. Sobre o argumento do Contribuinte de que não havia autorizado a intimação por meio eletrônico, verificase pelo documento de fl. 1.967 que ele aderiu ao Domicílio Tributário Eletrônico em 25/07/2013, mediante assinatura digital. O Recorrente alega, ainda, que para o lançamento houve intimação pessoal, porém para a decisão foi feita uma intimação por meio eletrônico, causando insegurança jurídica. No entanto, observase que a ciência do auto de infração deuse em 19/07/2013 (fl. 3), portanto, anterior à adesão do Contribuinte ao Domicílio Tributário Eletrônico, a qual foi espontânea e se deu em 25/07/2013. Dessa forma, entendo que o recurso não deve ser conhecido, por ser intempestivo. Quanto à preliminar de decadência, suscitada de ofício pela Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio durante a sessão de julgamento, entendo que não deve ser reconhecida, uma vez que sendo o recurso intempestivo não há como se analisar a questão da decadência. É que, segundo o Código de Processo Civil, o processo extinto em razão da intempestividade ocorre sem julgamento de mérito, enquanto aquele em virtude da decadência é extinto com julgamento do mérito, conforme abaixo: Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: [...] V reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; [...] Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: [...] II decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; Assim, mesmo que tratada como preliminar, a decadência é matéria de mérito, não podendo, assim, ser conhecida de ofício, pois o recurso voluntário não atendeu a um dos pressupostos legais para seu conhecimento. Nesse sentido temos a seguinte decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais: RECURSO INTEMPESTIVO E DECADÊNCIA SUSCITADA DE OFÍCIO. A intempestividade impede o conhecimento da peça recursal, inclusive para fins de se suscitar decaído o direito do Fl. 2139DF CARF MF Processo nº 15504.726864/201384 Acórdão n.º 9202007.615 CSRFT2 Fl. 4 5 Fisco de efetuar o lançamento. (Acórdão nº 910100.216, de 28/07/2009, Rel. Adriana Gomes Rego). Ante o exposto, voto por não conhecer do recurso, por ser intempestivo, e por rejeitar a preliminar de decadência suscitada de ofício. Assim, considerando que meu entendimento acerca do tema converge com os fundamentos expostos, os adoto como razões de decidir, pois, uma vez não conhecido o recurso, ainda que a decadência consubstanciese em matéria de ordem pública, não há como apreciála. Pois, ao contrário dos argumentos trazidos pelo Recorrente, a possibilidade de conhecimento de ofício da matéria de ordem pública se abre quando há análise do recurso, ou seja, quando este é conhecido, ainda que o Contribuinte tenha pleiteado a apreciação da matéria. Diante do exposto, voto por conhecer do recurso especial e, no mérito, negar lhe provimento. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz. Fl. 2140DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18470.723501/2017-43
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2013
RENDIMENTOS DE ALUGUEL. COMPROVAÇÃO
Os elementos de prova indicam que os rendimentos lançados já se encontravam declarados pelo contribuinte.
Numero da decisão: 2001-001.176
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Relator
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JORGE HENRIQUE BACKES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2013 RENDIMENTOS DE ALUGUEL. COMPROVAÇÃO Os elementos de prova indicam que os rendimentos lançados já se encontravam declarados pelo contribuinte.
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
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score : 1.0
Numero do processo: 10380.007061/2003-85
Turma: Segunda Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri May 08 00:00:00 UTC 2009
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE
SOCIAL - COFINS
Período de apuração: 01/01/1998 a 28/02/1998, 01/12/1998 a 31/12/1998
AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO E DISPOSIÇÕES LEGAIS INFRINGIDAS. O auto de infração deverá conter obrigatoriamente todos os
elementos relacionados no art. 10 do Decreto n° 70.235/72, mormente a indicação da motivação que lhe deu origem, arrimada em fatos verídicos e comprovados, sob pena de padecer de nulidade insanável.
Processo anulado ab initio.
Numero da decisão: 2101-000.143
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª câmara / 1ª turma ordinária da segunda seção de julgamento, por unanimidade de votos, declarar nulo o auto de infração ab initio. Ausente momentaneamente o conselheiro Caio Marcos Cândido, pelo quê o julgamento foi presidido pela conselheira Maria Teresa Martinez López.
Matéria: DCTF_COFINS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (COFINS)
Nome do relator: MARIA CRISTINA ROZADA COSTA
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Processo n° 10380.007061/2003-85 Recurso n° 136.675 Voluntário Acórdão n° 2101-00.143 — P Câmara I 1" Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2009 Matéria COFINS Recorrente GERARDO BASTOS PNEUS E PEÇAS LTDA. Recorrida DRJ em Fortaleza - CE ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Período de apuração: 01/01/1998 a 28/02/1998, 01/12/1998 a 31/12/1998 AUTO DE INFRAÇÃO. MOTIVAÇÃO E DISPOSIÇÕES LEGAIS INFRINGIDAS. O auto de infração deverá conter obrigatoriamente todos os elementos relacionados no art. 10 do Decreto n° 70.235/72, mormente a indicação da motivação que lhe deu origem, arrimada em fatos verídicos e comprovados, sob pena de padecer de nulidade insanável. Processo anulado ab initio. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da P câmara / 1' turma ordinária da segunda seção de julgamento, por unanimidade de votos, declarar nulo o auto de infração ab initio. Ausente momentaneamente o conselheiro Caio Marcos Cândido, pelo quê o julgamento foi presidido pela conselheira Maria Teresa Martinez López. _....--- MARIA TERE AI'MARTINEZ LÓPEZg{ Presidente Substituta firt-- I) "i ARIA CRISTINA ROZ DA COSTA Relatoral o Processo n" 10380.007061/2003-85 S2-CIT1 Acórdão n°2101-00.143 Fl. 191 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Gustavo Kelly Alencar, Antonio Zomer, Antônio Lisboa Cardoso, Antonio Carlos Atulim e Domingos de Sá Filho. Relatório Trata-se de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 3' Turma de Julgamento da DRJ em Fortaleza, CE. Os autos tratam de auto de infração de PIS, lavrado contra a filial 004 da empresa acima identificada e, por bem descrever os fatos reproduzo abaixo o relatório da decisão recorrida: "Contra o Contribuinte supra qualificado foi lavrado Auto de Infração referente à Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF, concernente à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Coflns, fls. 68/72, relativo ao primeiro e quarto trimestres do anocalendário de 1998, para formalização e cobrança dos créditos tributários nele estipulado, no valor total de R$ incluindo encargos legais. 2.A exigência decorre da seguinte infração: Falta de recolhimento ou pagamento da Cofins em face da não comprovação do processo judicial para suspensão da exigibilidade do crédito tributário, e cie pagamentos vinculados na DCTF, conforme demonstrativos próprios: Anexo I — Demonstrativo dos Créditos Vinculados Não Confirmados e Anexo III — Demonstrativo cio Crédito Tributário a Pagar (fls. 69/72), verificando-se que o contribuinte deixou de recolher a contribuição sob tal rubrica no prazo regulamentar, sujeitando- se, portanto, ao gravame consignado no referido instrumento de autuação. 3.Inconformado com a exigência, da qual tomou ciência emz 07/08/2003 (AR às fls. 67), o contribuinte, em 20/08/2003, apresentou impugnação tempestiva às fls. 01/02, alegando, em síntese, que: "(..) O Auto de Infração n" 0003922 COFINS/1998, no valor total de R$ 70.878,43 (setenta mil, oitocentos e setenta e oito reais e quarenta e três centavos), foi lavrado em decorrência da infração "Proc jud de outro CNPJ", consoante se infere do "Anexo I DEMONSTRATIVO DOS CRÉDITOS VINCULADOS NÃO CONFIRMADOS". Cumpre esclarecer que os Processos Judiciais n° 97.00118754 e o de n" 98.0023024-6, informados na DCTF, tiveram como uma das partes a empresa GERARDO BASTOS S/A PNEUS E PEÇAS, que teve sua razão social alterada para "GERARDO BASTOS PNEUS E PEÇAS LTDA", continuando com o mesmo 69/( 2 Processo n° 10380.007061/2003-85 S2-CITI Acórdão n.° 2101-00.143 Fl. 192 CNPJ, consoante se verifica pelo aditivo ao contrato social em anexo. Desta forma, a infração apontada no auto de infração não procede, uma vez que o impugnante é parte tanto do Processo Judicial n" 97.00118754 como no de n" 98.0023024-6, tendo a empresa demandante sofrido apenas alteração de sua razão social, entretanto permanecendo com o mesmo CNPJ. Diante do exposto, requer seja julgado improcedente o Auto de Infração n°0003922 COFINS/1998." Analisando as razões de impugnação a Turma Julgadora proferiu decisão no sentido de dar provimento parcial para excluir a multa de oficio, nos seguintes termos: "Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 1998 Ementa: MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA: AÇÃO JUDICIAL - LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. No lançamento para prevenir a decadência do direito da Fazenda Púbica em constituir o crédito tributário, quando o contribuinte efetuou a propositura de ação judicial contra o Fisco, antes ou posteriormente a autuação, com o mesmo objeto, não cabe, por disposição expressa de lei, somente a multa de oficio. Os juros de mora, porém, são devidos, porquanto integram, como acessórios do principal, o crédito tributário lançado. AÇÃO JUDICIAL. COMPENSAÇÃO. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei, segundo o comando inserto nos artigos 170 e 170-A do CT1V. Créditos que não se apresentam líquidos, não podem sei- objeto de autorização de compensação, porquanto para se proceder à compensação deve, previamente, existir a liquidez e certeza do crédito a ser utilizado pelo contribuinte. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tendo em conta a nova redação dada pelo art. 25 da Lei 11.051, de 2004, ao art. 18 da Lei 10.833, de 2003, enz combinação com o art. 106, inciso II, alínea "c", do CTN, cancela-se a multa de oficio aplicada. Lançamento Procedente em Parte". Cientificado da decisão em 09/06/2006 o interessado apresentou em 07/07/2006 recurso voluntário a este Eg. Conselho de Contribuintes com as mesmas razões de dissentir postas na impugnação, reforçando seus argumentos ao alegar que a compensação foi 3 Processo n° 10380.007061/2003-85 S2-C1 Ti Acórdão n.° 2101-00.143 Fl. 193 realizada com base na liminar concedida na ação cautelar, sendo que a sentença proferida na ação ordinária competente transitou em julgado. Cita precedentes dos Tribunais Superiores. Alfim requer seja julgado improcedente o auto de infração e reconhecimento da validade das compensações, ultimadas nas respectivas DCTF. Alternativamente requer se aplique o art. 171 do CTN. É o relatório. Voto Conselheira MARIA CRISTINA ROZA DA COSTA, Relatora O recurso voluntário é tempestivo e preenche as demais condições para sua admissibilidade e conhecimento. A ocorrência (fl. 70/71) que motivou a autuação por "falta de recolhimento ou pagamento do principal, declaração inexata" (fl. 69), está descrita como "proc jud de outro CNP,F. Ou seja, a motivação foi a não comprovação da condição de parte autora no processo judicial n" 97.11875-4, citado nas DCTF apresentadas, nas quais a recorrente declarou: "comi, c/ DARF c / Proc Jud" (f1.70) e "Comp s/ DARF — Outros — PJU" (fl. 71).. A recorrente demonstra a improcedência do motivo que ensejou a lavratura do auto de infração eletrônico pela apresentação de peças do processo judicial comprovando a efetividade da impetração da ação cautelar e da ação ordinária, como litisconsorte ativa, cuja matéria refere-se ao reconhecimento do recolhimento indevido do Finsocial e reconhecimento do direito de compensar com a Cofins (fl. 46), bem como recolhimento indevido do Imposto sobre o Lucro Liquido e reconhecimento do direito de compensar com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (II. 147). Havendo DCTF, regularmente apresentada, contendo os créditos tributários confessados, inclusive com a expressa citação de processo judicial que suspendeu a exigibilidade dos mesmos, não há falar em lavratura de auto de infração para prevenir a decadência, uma vez que a mesma se encontra extinta, pela ruptura de seu curso em razão da confissão do débito e a prescrição não se iniciou em face de sua interrupção por força da ordem judicial. Assim, o auto de infração desprestigia o art. 10 do Decreto n° 70.235/1972, especificamente no inciso IV que determina que o auto de infração conterá obrigatoriamente a disposição legal infringida e a penalidade aplicável. Ora, arrimado que foi o auto de infração no fato de a compensação, apontada na DCTF, haver se realizado com base em processo judicial não comprovado, o que não é verdadeiro, de vez que do processo foi indicado pela recorrente e sua existência foi confirmada, tratando da matéria objeto dos autos, resta inveridica a motivação ou não infringida qualquer disposição legal citada nos autos. O crédito tributário encontra-se declarado em DCTF, a qual constitui confissão irretratável de débito. A compensação nela apontada, que dá suporte à pretensa extinção do crédito tributário, encontrava-se sub judice. Portanto, ao término da ação judicial sendo a sentença desfavorável à recorrente caberá ao fisco unicamente exigir, de imediato, o crédito tributário confessado na DCTF ou inscrevê-las na Divida Ativa da união, em caso de CA_ 4 Processo n° 10380.007061/2003-85 S2-CI TI• Acórdão n.° 2101-00.143 Fl. 194 resistência do devedor. Caso contrário, como consta da sentença anexada aos autos, sendo a sentença favorável, restará homologada a compensação e extinto o crédito tributário confessado. No âmbito dos presentes autos, restou provado que a ocorrência que fundamentou o auto de infração está dissociada da verdade dos fatos em razão da existência do processo judicial informado na DCTF. Em razão do exposto, voto por anular o presente processo ab inicio. Sala das Sessões, em 08 de maio de 2009. ARIA CRISTINA RO6sDA CO TA 5
score : 1.0
Numero do processo: 10865.910603/2011-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do Fato Gerador: 13/10/2000
JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTOS. NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE PROVAS OU INDÍCIOS DE PROVA. POSSIBILIDADE.
Possibilidade de juntada posterior de documentos pode ser admitida quando o contribuinte apresenta aos autos mínima documentação com força probatória.
Numero da decisão: 3201-005.086
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que, superada a questão enfrentada no voto, os autos retornem à unidade preparadora para que prossiga na análise do pedido
(assinado digiltamente)
Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente)
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que, superada a questão enfrentada no voto, os autos retornem à unidade preparadora para que prossiga na análise do pedido (assinado digiltamente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente)
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NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE PROVAS OU INDÍCIOS DE PROVA. POSSIBILIDADE. Possibilidade de juntada posterior de documentos pode ser admitida quando o contribuinte apresenta aos autos mínima documentação com força probatória. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que, superada a questão enfrentada no voto, os autos retornem à unidade preparadora para que prossiga na análise do pedido (assinado digiltamente) Charles Mayer de Castro Souza – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 91 06 03 /2 01 1- 66 Fl. 155DF CARF MF 2 Relatório Trata o processo de Pedido de Restituição(PER) que restou indeferido pela DRF de jurisdição, uma vez que o DARF informado como origem do crédito estava integralmente utilizado para quitação de débito do contribuinte. Cientificada da decisão, a recorrente apresenta Manifestação de Inconformidade, na qual alega que o direito creditório pleiteado tem origem na inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998. Anexa demonstrativos e DIPJ. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do acórdão nº 06052.117. Irresignado com r. julgado, a Contribuinte apresenta Recurso Voluntário onde sustenta: a) a inconstitucionalidade do alargamento da base de calculo do §1º, art. 3º da Lei 9.718/98; b) com base na DCTF demonstrou seu direito ao crédito; c) carreou documentos – demonstração de resultados e livro razão; d) que deve se aplicado princípio da verdade material; É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201005.079, de 27 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10865.910592/201114, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3201005.079): "O Recurso Voluntário preenche todos os requisitos e merece ser conhecido. Inicialmente é fato incontroverso que a DRJ adotou entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal: No presente caso, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, manifestandose sobre o julgamento proferido pelo STF no RE 585.235, delimitou a matéria ali decidida nos seguintes termos: “O PIS/Cofins deve incidir somente sobre as receitas operacionais das empresas, escapando da incidência do PIS/Cofins as receitas não operacionais. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10865.910603/201166 Acórdão n.º 3201005.086 S3C2T1 Fl. 3 3 Consideramse receitas operacionais as oriundas dos serviços financeiros prestados pelas instituições financeiras (serviços remunerados por tarifas e atividades de intermediação financeira).” Contudo, os documentos colacionados não foram suficiente para reconhecer a existência de pagamento a maior, vejamos: Apesar desse entendimento, o pedido não pode ser acatado. Isso porque não existem provas cabais nos autos de que teria havido pagamento a maior do que o devido, relativamente aos recolhimentos confirmados e que já estariam integralmente alocados. De fato. Embora a interessada argumente que os documentos anexados comprovariam que as outras receitas que não as decorrentes do faturamento têm origem nas receitas financeiras, variação cambial ativa, atualização monetária, descontos obtidos e recuperação de custos e despesas, não é isso que se verifica ao analisar os documentos trazidos à lide. Nessa esteira, conclui: Assim, instaurado o contencioso administrativo, as alegações quanto ao suposto crédito decorrente de recolhimento indevido ou a maior devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal do contribuinte, além de outros elementos de prova. Na minha ótica, a verdade material é protagonista no Processo Administrativo Fiscal podendo ser apreciada por este CARF, mesmo que não colacionada na instauração do devido processo legal administrativo. Apenas no Acórdão da DRJ o Contribuinte tomou ciência de quais documentos seriam necessário para apuração do seu crédito. Nesse sentido dicção do art. 16, §4º do Dec. 70.235/72, vejamos: Art. 16 (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; Deste modo o contribuinte apresentou o livro razão no primeiro que exigido, ou seja, apenas no Recurso Voluntário, Fl. 157DF CARF MF 4 assim, sendo prova hábil de seu possível crédito, devendo esse, ser apurado pela unidade de origem. Concluo, o voto é no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para que à unidade superada à ausência de documentos hábeis para comprovação do crédito, analise o direito ao crédito do contribuinte, podendo, intimar para apresentar demais documentos caso entenda necessário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por dar parcial provimento ao recurso voluntário, para que a unidade de origem, superada a ausência de documentos hábeis para comprovação do crédito, analise o direito creditório do contribuinte, podendo intimálo para apresentar demais documentos que entenda necessários. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 158DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.005006/2006-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2002
LANÇAMENTO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS.
Caracterizam-se omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MERAS ALEGAÇÕES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
Reputa-se válido o lançamento relativo a omissão de rendimentos nas situações em que os argumentos apresentados pelo contribuinte consistem em mera alegação, desacompanhada de documentação hábil e idônea que lhe dê suporte.
Numero da decisão: 2401-005.998
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade votos, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada), Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
Nome do relator: Relator
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2002 LANÇAMENTO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Caracterizam-se omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MERAS ALEGAÇÕES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. Reputa-se válido o lançamento relativo a omissão de rendimentos nas situações em que os argumentos apresentados pelo contribuinte consistem em mera alegação, desacompanhada de documentação hábil e idônea que lhe dê suporte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade votos, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada), Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking.
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NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CONTRADITÓRIO. AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, não há que se falar em nulidade do lançamento. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Caracterizamse omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MERAS ALEGAÇÕES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. Reputase válido o lançamento relativo a omissão de rendimentos nas situações em que os argumentos apresentados pelo contribuinte consistem em mera alegação, desacompanhada de documentação hábil e idônea que lhe dê suporte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade votos, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 00 50 06 /2 00 6- 20 Fl. 274DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Sheila Aires Cartaxo Gomes (Suplente Convocada), Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente a conselheira Marialva de Castro Calabrich Schlucking. Relatório JOAO DORILEO LEAL, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 2a Turma da DRJ em Campo Grande/MS, Acórdão nº 0414.980/2008, às fls. 241/246, que julgou parcialmente procedente o Auto de Infração concernente ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente da constatação de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, omissão de rendimentos da atividade rural e caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, em relação ao exercício 2003, conforme peça inaugural do feito, às fls. 50/57, e demais documentos que instruem o processo. Tratase de Auto de Infração, lavrado em 12/01/2007 (fl. 175), nos moldes da legislação de regência, contra o contribuinte acima identificado, constituindose crédito tributário no valor consignado na folha de rosto da autuação, decorrentes dos seguintes fatos geradores: Fl. 275DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 4 3 a) omissão de rendimentos recebidos a titulo de resgate de contribuições de previdência privada e Fapi, no valor de R$ 1.363,11, com Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF no valor de R$ 204,47; b) omissão de rendimentos de trabalho sem vinculo empregatício recebidos de pessoas físicas, no valor total de R$ 12.850,00; c) omissão de rendimentos provenientes da atividade rural, apurada com base nas Notas Fiscais, no valor de R$ 195.570,84; d) omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósito ou de investimento, mantidas em instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, no valor total de R$ 1.390.373,08, conforme consta do demonstrativo de fls. 148; e, e) multa exigida isoladamente, por falta do recolhimento mensal do imposto de renda devido a titulo de carnêleão, em face da omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas. Regularmente intimado e inconformado com a Decisão recorrida, o autuado apresentou Recurso Voluntário, às efls. 05/19, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após detalhado relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, repisa as alegações da impugnação, pugnando preliminarmente pela nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa por ausência na descrição dos fatos geradores. Quanto ao mérito, alega que os rendimentos recebidos de pessoa jurídica, tributados no auto de infração como contraprestação por serviços prestados, na verdade, consistem na distribuição; de lucros, rendimento que recebe da legislação do Imposto de Renda tratamento de isenção. Quanto aos depósitos bancários sustenta que:eles têm origem em recursos em espécie, trazidos do ano anterior e informados na declaração de bens e direitos. Além disso, alguns depósitos consistiriam em recebimento de empréstimos concedidos a seu irmão; José Dorileo Leal; e outros seriam rendimentos de prólabore pagos por diversas empresas de que seria sócio o recorrente. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para preliminarmente decretar a nulidade da Autuação, tornandoa sem efeito e, no mérito, a absoluta improcedência do Lançamento. Após, regular processamento do feito, em 19 de novembro de 2013, foi proposta resolução pela 2° Turma Ordinária da 2 Câmara, acatada pela unanimidade do Colegiado, às efls 260/741, in verbis: Não houve apresentação de contrarrazões. Fl. 276DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 5 4 Em 19 de Novembro de 2013 (Fls. 260/265) aprouve aos membros do Colegiado da egrégia 2° Turma Ordinária da 2° Câmara da Segunda Sessão de Julgamento, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento do recurso, com base no disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, tendo em vista o reconhecimento da repercussão geral do tema, pelo Supremo Tribunal Federal, e a determinação do sobrestamento dos recursos extraordinários sobre a matéria. Após regular processamento, os autos fora distribuídos a este Conselheiro, para relato e inclusão em pauta, o que fazemos nesta assentada. É o Relatório. Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. PRELIMINAR DE NULIDADE O recorrente entende que o seu direito de defesa, constitucionalmente consagrado, foi violado pelas autoridades fiscais. Em que pesem as substanciosas razões ofertadas pelo contribuinte, seu inconformismo, contudo, não tem o condão de prosperar. Do exame dos elementos que instruem o processo, concluise que o lançamento, corroborado pela decisão recorrida, apresentase formalmente incensurável, devendo ser mantido em sua plenitude. Resta evidenciada a legitimidade da ação fiscal que deu ensejo ao presente lançamento, cabendo ressaltar que tratase de procedimento de natureza indeclinável para o Agente Fiscalizador, dado o caráter de que se reveste a atividade administrativa do lançamento, que é vinculada e obrigatória, nos termos do art. 142, parágrafo único do Código Tributário Nacional, que assim dispõe: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação de penalidade cabível. De fato, o ato administrativo deve ser fundamentado, indicando a autoridade competente, de forma explícita e clara, os fatos e dispositivos legais que lhe deram suporte, de maneira a oportunizar ao contribuinte o pleno exercício do seu consagrado direito de defesa e contraditório, sob pena de nulidade. Fl. 277DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 6 5 E foi precisamente o que aconteceu com o presente lançamento. A simples leitura do Auto de Infração, especialmente a “Descrição dos fatos e enquadramento legal" e demais informações fiscais, não deixa margem de dúvida recomendando a manutenção do lançamento. Consoante se positiva dos anexos encimados, a fiscalização ao promover o lançamento demonstrou de forma clara e precisa os fatos que lhes suportaram, ou melhor, os fatos geradores do crédito tributário, não se cogitando na nulidade dos procedimentos. Mais a mais, a exemplo da defesa inaugural, o contribuinte não trouxe qualquer elemento de prova capaz de comprovar que os lançamentos encontramse maculados por vício em sua formalidade, escorando seu pleito em simples arrazoado desprovido de demonstração do sustentado. Destarte, é direito do contribuinte discordar com a imputação fiscal que lhe está sendo atribuída, sobretudo em seu mérito, mas não podemos concluir, por conta desse fato, isoladamente, que o lançamento não fora devidamente fundamentado na legislação de regência. O argumento de erro do fato gerador, na eleição da base de cálculo e demais, se confundem com o mérito que iremos tratar posteriormente, como já dito, não ensejando em nulidade Concebese que o auto de infração foi lavrado de acordo com as normas reguladoras do processo administrativo fiscal, dispostas nos artigos 9° e 10° do Decreto n° 70.235/72 (com redação dada pelo artigo 1° da Lei n° 8.748/93), não se vislumbrando nenhum vício de forma que pudesse ensejar nulidade do lançamento. No âmbito do Processo Administrativo Fiscal, as hipóteses de nulidade são as previstas no art. 59 do Decreto n° 70.235, de 1972, nos seguintes termos: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões preferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Logo, em face do exposto, rejeito a preliminar suscitada. MÉRITO OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA O recorrente alega que os rendimentos recebidos de pessoa jurídica, tributados no auto de infração como contraprestação por serviços prestados, na verdade, consistem na distribuição; de lucros, rendimento que recebe da legislação do Imposto de Renda tratamento de isenção. Pois bem, antes mesmo de se adentrar ao mérito da questão, cumpre trazer à baila os dispositivos legais que regulamentam a matéria. Nesse caso, deve ser examinado, se no caso presente, ocorreu ou não o fato gerador do imposto de renda. Mais uma vez, recorremos ao CTN, arts.43, 116 e 118, a seguir transcritos, ipsis litteris: Fl. 278DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 7 6 Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: 1 tratandose de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II tratandose de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose: I da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. " É importante acrescentar que o imposto de renda é informado pelo princípio constitucional da generalidade (art. 153, § 2°, inciso I, da Constituição Federal), pelo qual todos os tipos de renda e proventos se subordinam à incidência do mencionado tributo. O conteúdo deste princípio se reflete nos arts. 37 e 38 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° 3.000 de 26 de março de 1999 RIR/1999, a seguir transcritos: Art. 37. Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados (Leis n°s 5.172, de 1966, art. 43, I e 11, 7.713, de 1988, art. 3 ° § 19. Parágrafo único. Os que declararem rendimentos havidos de quaisquer bens em condomínio deverão mencionar esta circunstância (Decretolei n° 5.844, de 1943, art. 66). Art. 38. A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o beneficio do contribuinte por qualquer forma e a qualquer titulo (Lei n'7.713, de1988, art. 3, § 49. Fl. 279DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 8 7 Conforme depreendese da legislação encimada, em apertada síntese, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica. In casu, o recorrente prestou depoimento ao Ministério Público admitindo que a quantia recebida tinha a finalidade de remunerar a prestação de serviços. Assim se manifestou naquela oportunidade: ... o Depoente passou a receber depósitos da Confiança Factoring na sua conta corrente pessoa física (Banco HSBC), totalizando os dois milhões de reais, esclarecendo que os valores foram deposita4 em sua conta pessoal, uma vez que o débito com a empresa de Factoring seria pago pelo Grupo Gazeta, que inclusive contabilizou o empréstimo junto à Gráfica e Editora Centro Oeste, mas que na realidade os valores foram para o próprio Depoente, que os recebeu como pagamento pelos trabalhos prestados ao Grupo Gazeta durante mais de dez anos, mas que como sócio ,minoritário, nunca recebeu a bonificação pactuada verbalmente por ocasião da constituição do grupo empresarial, apesar de receber normalmente o seu prólabore, o.Depoente tinha direito à bonificação Porque administrava sozinho o grupo.... (fls. 22 e 23) (grifamos) Resta claro, independentemente do sentido que se queira emprestar à palavra "bonificação", que os valores entregues ao contribuinte o foram, segundo suas próprias palavras, para pagamento de trabalhos prestados. É óbvio que o trabalho, diferentemente do que consta no auto de infração, não foi prestado sob vinculo empregatício, porque a condição de Sócio administrador é incompatível com a de empregado. Mas o detalhe é irrelevante e não modifica o lançamento. A forma de tributação dos salários, do prólabore ou dos rendimentos recebido sem vínculo empregatício é rigorosamente a mesma. O importante é a precisa descrição dos fatos, ou seja, o recebimento da quantia em dinheiro. O contribuinte que, para os membros do Ministério Público Federal, afirmou tratarse a quantia de remuneração por serviços prestados ao grupo empresarial de cujo capital participava, agora muda a versão, afirmando tratarse de distribuição de lucros. Ocorre que lucro distribuído pressupõe lucro apurado e este se comprova mediante a exibição de livros comerciais e das respectivas demonstrações contábeis. Para os Procuradores da República o recorrente não afirmou que o dinheiro lhe fora entregue a título de distribuição de lucro. Seguramente, o Ministério Público requisitaria as declarações de Imposto de Renda das empresas e os livros contábeis, a fim de verificar se elas haviam apurado, no período, lucro suficiente para dar suporte à distribuição de' valores tão expressivos a quem se dizia sócio minoritário'. Para o Ministério Público, a quantia depositada seria remuneração de serviços prestados; para a Receita Federal, distribuição de lucro. Ao recorrente caberia, para respaldar suas alegações, apresentar elementos de prova que evidenciassem a existência de lucros a serem distribuídos, bem como a deliberação dos sócios, ou da Fl. 280DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 9 8 assembléia geral, ou ainda a existência de cláusula no contrato social que lhe assegurasse o direito de receber, a título Ide participação no resultado, aquela quantia. Na ausência dessa prova, a alegação não pode ser aceita. Ademais, o contribuinte não junta aos autos nenhuma documentação capaz de comprovar a suposta distribuição de lucros. Neste diapasão, mantêmse inalterado o lançamento. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA A tributação com base em depósitos bancários, a partir de 01/01/97, é regida pelo art. 42 da Lei n° 9.430, de 27/12/1996, publicada no DOU de 30/12/1996, que instituiu a presunção de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprovasse mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados nessas operações. Confirase: Art. 42, Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição . financeira, em relação aos quais o titular, pessoa _física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1° O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2° Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3° Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados. I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa .física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 Oitenta mil reais) (Alterado pela Lei n" 9.481, de 13.897). § 4° Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5° Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou Fl. 281DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 10 9 receitas será *tirada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(incluído pela Lei n°10.637, de 30.12.2002). § 6° Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares' tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares. ('Incluído pela Lei n°10637, de 30,12,2002). O fato gerador do imposto de renda é sempre a renda auferida. Os depósitos bancários (entrada de recursos), por si só, não se constituem em rendimentos. Daí por que não se confunde com a tributação da CPMF, que incide sobre a mera movimentação financeira, pela saída de recursos da conta bancária do titular. Por força do artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996, o depósito bancário foi apontado corno fato presuntivo da omissão de rendimentos, desde que a pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados na operação. Para Pontes de Miranda, presunções são fatos que podem ser verdadeiros ou falsos, mas o legislador os têm corno verdadeiros e divide as presunções em iuris et de iure (absolutas) e iuris tantum (relativas). As presunções absolutas, na lição deste autor, são irrefragáveis, nenhuma prova contrária se admite; quando, em vez disso, a presunção for iuris tantum, cabe a prova em contrário, conforme demasiadamente tratado em diversos outros votos deste Relator. Conforme destacado anteriormente, na presunção o legislador apanha um fato conhecido, no caso o depósito bancário e, deste dado, mediante raciocínio lógico, chega a um fato desconhecido que é a obtenção de rendimentos. A obtenção de renda presumida a partir de depósito bancário é um fato que pode ser verdadeiro ou falso, mas o legislador o tem corno verdadeiro, cabendo à parte que tem contra si presunção legal fazer prova em contrário. Neste sentido, não se pode ignorar que a lei, estabelecendo uma presunção legal de omissão de rendimentos, autoriza o lançamento do imposto correspondente sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. Em síntese, a lei considera que os depósitos bancários, de origem não comprovada, analisados individualizadamente, caracterizam omissão de rendimentos. A presunção em favor do Fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação, no caso, da origem dos recursos. A caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, considerado isoladamente. Pelo contrário, a presunção de omissão de rendimentos está ligada à falta de esclarecimentos da origem dos recursos depositados em contas bancárias, com a análise individualizada dos créditos, conforme expressamente previsto na lei. Portanto, claro está que o fato gerador do imposto de renda, no caso, não está vinculado ao crédito efetuado na conta bancária, pois, se o crédito tiver por origem transferência de outra conta do mesmo titular, ou a alienação de bens do patrimônio do contribuinte, ou a assunção de exigibilidade, como dito anteriormente, não cabe falar em rendimentos ou ganhos, justamente porque o patrimônio da pessoa não terá sofrido qualquer alteração quantitativa. O fato gerador é a circunstância de tratarse de dinheiro novo no seu Fl. 282DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 11 10 patrimônio, assim presumido pela lei em face da ausência de esclarecimentos da origem respectiva. Quanto à tese de ausência de evolução patrimonial ou consumo capaz de justificar o fato gerador do imposto de renda, é verdade que este imposto, conforme prevê o artigo 43 do CTN, tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, isto é, de riqueza nova. Entretanto, o legislador ordinário presumiu que há aquisição de riqueza nova nos casos de movimentação financeira em que o contribuinte não demonstre a origem dos recursos. A atuação da administração tributária é vinculada à lei (artigo 142 do CTN), sendo vedado ao fisco declarar a inconstitucionalidade de lei devidamente aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República. Neste diapasão, existe a Súmula CARF n° 02 consolidando sua jurisprudência no sentido de que o Órgão "não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." A partir da vigência do artigo 42 da Lei n° 9,430, de 1996, os depósitos bancários deixaram de ser "modalidade de arbitramento" que exigia da fiscalização a demonstração de gastos incompatíveis com a renda declarada (aquisição de patrimônio a descoberto e sinais exteriores de riqueza), conforme interpretação consagrada pelo poder judiciário e por este Tribunal. A fim de consolidar o entendimento deste CARF sobre a matéria foi editada a Súmula de n° 26, com a seguinte redação: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. O recorrente afirma que os valores são oriundos de dinheiro em espécie, cujo saldo havia sido informado nas declarações de ajuste, de recebimento de empréstimos concedidos ao seu irmão e de prólabore e alugueis. No entanto, a despeito de tais alegações, não logrou elidir a presunção Não pode ser acatada a afirmação de que os depósitos têm origem em dinheiro mantido em poder do contribuinte. Isso porque a prova do fato seriam exatamente aa declarações de ajuste, nas quais os referidos valores teriam sido informados. Entretanto, declarações não servem como prova, pois foram retificadas em 30/12/2005, após o início dá ação fiscal (fls. 88 e 101), precisamente para inserir os recursos em espécie que justificariam parte da vultosa quantia que transitara pelas contas bancárias do declarante. Quanto ao suposto recebimento de quantias a título de devolução de empréstimo e de pagamento de prólabore e aluguéis, nenhuma eficácia apresentam contra a presunção de omissão de rendimentos. É que o parágrafo 3° do citado art. 42 da Lei n° 9.430 deixa claro que a análise dos créditos deve ser feita individualizadamente. Vale dizer, a origem dos valores utilizados nos depósitos feitos nas contas bancárias há de ser demonstrada de forma especifica para cada depósito. Não basta, para afastar a presunção, indicar de forma genérica a origem dos valores. Quanto às demais alegações do contribuinte, não merece aqui tecer maiores considerações, uma vez não serem capazes de ensejar a reforma da decisão recorrida, especialmente quando desprovidos de qualquer amparo legal ou fático, bem como já devidamente rechaçadas pelo julgador de primeira instância. Fl. 283DF CARF MF Processo nº 10183.005006/200620 Acórdão n.º 2401005.998 S2C4T1 Fl. 12 11 Por todo o exposto, estando os lançamentos sub examine em consonância parcial com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO para afastar a preliminar de nulidade e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Fl. 284DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.913724/2011-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 1999
RECOLHIMENTO EXTEMPORÂNEO. MULTA MORATÓRIA. ARTIGO 138, DO CTN.
Comprovado que o valor recolhido a título de encargos refere-se a juros moratórios, improcede o pedido de repetição do indébito com fulcro no artigo 138, do CTN, posto que tal dispositivo contempla tão somente recolhimentos espontâneos realizados antes de qualquer procedimento fiscal e diz respeito a penalidades, no caso, multas moratórias, não abrangendo valores que tenham natureza compensatória, como ocorre com os juros de mora legalmente exigidos.
Direito creditório que não se reconhece
Numero da decisão: 1402-003.734
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Declarou-se impedido o Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves, substituído pelo Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira (Suplente Convocado).
(assinado digitalmente)
Edeli Pereira Bessa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Paulo Mateus Ciccone, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Evandro Correa Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (Suplente Convocados) e Edeli Pereira Bessa (Presidente). Ausente o Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella, substituído pelo Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Declarou-se impedido o Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves, substituído pelo Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira (Suplente Convocado). (assinado digitalmente) Edeli Pereira Bessa - Presidente (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Paulo Mateus Ciccone, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Evandro Correa Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (Suplente Convocados) e Edeli Pereira Bessa (Presidente). Ausente o Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella, substituído pelo Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1999 RECOLHIMENTO EXTEMPORÂNEO. MULTA MORATÓRIA. ARTIGO 138, DO CTN. Comprovado que o valor recolhido a título de encargos referese a juros moratórios, improcede o pedido de repetição do indébito com fulcro no artigo 138, do CTN, posto que tal dispositivo contempla tão somente recolhimentos espontâneos realizados antes de qualquer procedimento fiscal e diz respeito a penalidades, no caso, multas moratórias, não abrangendo valores que tenham natureza compensatória, como ocorre com os juros de mora legalmente exigidos. Direito creditório que não se reconhece Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Declarouse impedido o Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves, substituído pelo Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira (Suplente Convocado). (assinado digitalmente) Edeli Pereira Bessa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 91 37 24 /2 01 1- 90 Fl. 130DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 131 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Paulo Mateus Ciccone, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Evandro Correa Dias, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (Suplente Convocados) e Edeli Pereira Bessa (Presidente). Ausente o Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella, substituído pelo Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues. Fl. 131DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 132 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte acima identificada em face de decisão exarada pela 6ª Turma da DRJ/RPO em sessão de 25 de fevereiro de 2013 (fls. 59/67)1 que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada e manteve o Despacho Decisório proferido pela Unidade de Origem – DRF/Piracicaba (fls. 46/48) que indeferiu o pedido de restituição da interessada por entender não comprovado o direito creditório pleiteado. Em rápidas linhas, o pleito da recorrente visou repetirse de indébito que entendeu ter ocorrido em face do recolhimento de tributo vencido em 31/03/1999 e adimplido na mesma data (R$ 10.220.588,90 – principal), acrescido de encargos no montante de R$ 345.455,90 e que, no pensar da interessada, por se tratar de pagamento no prazo regulamentar, feito de forma espontânea e sem ação fiscal prévia, restaria caracterizada a espontaneidade de que cuida o artigo 138, do CTN, motivo pelo qual teria direito à restituição do montante dos consectários. Entretanto, quando da emissão do Despacho Decisório (fls. 46), foi identificada a “inexistência de crédito”, conforme abaixo se vê: Irresignada, apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 2/9) onde teceu considerações acerta da interpretação do art. 138 do CTN, no intuito de demonstrar não ser cabível a aplicação de penalidade sob qualquer título nos casos de denúncia espontânea (trouxe doutrina e jurisprudência) e o direito a repetirse dos acréscimos legais incluídos no recolhimento que realizou em 31/03/1999. Segundo sua MI (fls. 8): 1 A numeração referida das fls., quando não houver indicação contrária, é sempre a digital Fl. 132DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 133 4 De sua parte, a DRJ/RPO, depois de afastar as inúmeras arguições de nulidade presentes na MI, de forma unânime decidiu pela inaplicabilidade do instituto da denúncia espontânea ao caso concreto, indeferindo o pedido e mantendo o DD. Excertos do voto condutor mostram a linha adotada pelo Julgador a quo (fls. 63/66) (destaques no original): “A contribuinte informa que no PER/Dcomp de nº 18640.10293.310304.1.2.04 4399 visa “compensar crédito próprio de pagamento a maior e indevido, decorrente de equivocado recolhimento de acréscimos, no valor de R$ 345.455,90, a título de acréscimos legais”. Por sua vez, conforme se verifica do Pedido de Restituição de fls. 51/53, o crédito, objeto do presente PER/Dcomp, referese a pagamento indevido ou a maior da multa de mora, no valor de R$ 102.205,89, relativo ao IRPJ, código de receita: 2430, apurado em 31/03/1999. Diante disso, encontrase aflorado um novo pedido de reconhecimento de direito creditório, no valor de R$ 243.250,01, e como tal, não há de ser apreciado nesta instância julgadora, seja porque a autoridade fiscal competente fora alijada, seja porque falece competência a esta Turma para apreciação originária, a ver pelo artigo 233 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria do Ministro de Estado da Fazenda nº 203, de 14 de maio de 2012: (...) Portanto, a autoridade administrativa, incluído aí o julgador de primeira instância, devese ater ao pedido formulado pela contribuinte, sendo defeso à autoridade administrativa assegurar uma pretensão que não foi deduzida pela contribuinte em seu pedido inicial. Diante disso, o crédito a ser analisado nestes autos somente pode se limitar àquele pleiteado inicialmente, ou seja, R$ 102.205,89, sob pena de violação das regras processuais inerentes ao reconhecimento de direito creditório direito subjetivo a ser pleiteado pela contribuinte, sendo incabível a apreciação de outros créditos não abrangidos na solicitação inicial. Desse modo, não há que se analisar no presente processo a possibilidade de restituição do montante de R$ 345.455,90, a título de acréscimos legais, mas tãosomente o montante de R$ 102.205,89, pois a cifra recolhida supostamente a título de juros de mora, no valor de R$ 243.250,01, é estranha ao direito pleiteado inicialmente pela Recorrente. Por outro lado, no que diz respeito ao montante do crédito solicitado, no valor de R$ 102.259,89, a contribuinte informa que a multa de mora é indevida em razão do débito de IRPJ do anocalendário de 1998 ter sido efetuado no dia do Fl. 133DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 134 5 seu próprio vencimento, isto é, em 31/03/1999, porém por um equívoco da própria contribuinte incluiu o montante da multa de mora no seu recolhimento. Ou seja, nas palavras da própria Recorrente, a multa de mora recolhida a título de acréscimos legais, no valor de R$ 102.205,89, referese a “recolhimento em montante superior à quantia efetivamente devida a título daquele tributo” (IRPJ – código de receita: 2430). Nesse ponto, correto o entendimento da Recorrente, pois a qualificação atribuída pelo contribuinte à referida parcela, em vista da situação fática (pagamento da exação na data do seu vencimento), corresponde, em realidade, ao próprio tributo pago indevidamente ou a maior, uma vez que o nomem iuris atribuído não transmuda a natureza jurídica do crédito tributário em questão. Nessa linha, a denominação de multa de mora dada pelo contribuinte na guia DARF não deve ser levada em conta na análise da natureza jurídica da exação, pois o que deve sim ser verificado é a situação fática em concreto, ou seja, o pagamento a maior ou indevido do próprio tributo realizado no dia do seu vencimento. Dessa forma, cabe perquirir, à luz do disposto na legislação de regência, se o pedido de restituição ora em exame encontrase devidamente instruído, respaldado em prova documental, porquanto qualquer pagamento que se alegue ser indevido ou a maior contra a Fazenda Nacional implica especialmente na comprovação de sua liquidez e certeza, uma vez que o pressuposto fático para a repetição do indébito é a comprovação de sua existência, independente da natureza jurídica dos valores postulados. Posta assim a questão, passase à análise do indébito pleiteado pela Recorrente. O valor do indébito com o qual a contribuinte formulou o pedido seria originário de pagamento indevido ou a maior de imposto sobre a renda de pessoa jurídica (IRPJ), código de receita: 2430, no valor de R$ 102.205,89, relativo ao anocalendário de 1998. O Despacho Decisório da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Piracicaba (fl. 46) não reconheceu qualquer direito creditório a favor da contribuinte, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito já havia sido integralmente utilizado para quitação de débito da contribuinte (período de apuração: 31/12/1998), não restando crédito disponível para restituição no PER/DCOMP de nº 18640.10293.310304.1.2.04 4399. Segundo a contribuinte, “o valor principal apurado e recolhido a título de IRPJ em março de 1999 é efetivamente aquele declarado em DCTF (Doc. 04), ou seja, R$ 10.220.588,90 (dez milhões, duzentos e oitenta e oito reais e noventa centavos)”. Com efeito, no que diz respeito ao IRPJ, informado como origem do crédito no PER/Dcomp de nº 18640.10293.310304.1.2.044399, observo que a contribuinte declarou, em sua DCTF, como débito apurado de IRPJ (código de receita: 2430), relativo ao reajuste anual das pessoas obrigadas ao lucro real, no anocalendário de 1998, o valor de R$ 16.075.529,20, que foi extinto mediante dois DARF e quatro PER/Dcomp: os DARF nos valores de R$ Fl. 134DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 135 6 10.220.588,90 e R$ 3.619.050,84, e as PER/Dcomp nos valores de R$ 203.979,00, R$ 811.087,59, R$ 374.071,80 e R$ 846.751,07, respectivamente. Posteriormente, em 28/07/2003, a contribuinte retificou sua DCTF para reduzir o IRPJ devido a título de ajuste anual no ano calendário de 1998. O contribuinte reduziu o IRPJ devido a título de ajuste anual de R$ 16.075.529,20 para R$ 15.792.631,93, conforme DCTF de fls. 39/42 dos autos. Esses documentos foram juntados pela Recorrente em sua peça impugnatória, conforme se vê às fls. 38/45 dos autos. Malgrado o intento da contribuinte, cabe assinalar que para fins de repetição tributária, a certeza e a liquidez do crédito apurado não se configuram em razão do quantum do tributo declarado, mas em relação ao quantum comprovado pela contabilidade e outros documentos fiscais. Daí porque é imprescindível que venham aos autos as provas, notadamente contábeis, mesmo porque a contribuinte é pessoa jurídica sujeita ao regime do Lucro Real, para a qual a lei exige contabilidade regular, nos termos do artigo 7º do Decretolei nº 1.598, de 1977. Inclusive, por se tratar de contribuinte sujeito ao regime de apuração dos tributos com base no lucro real, este deveria, ao fim de cada períodobase de incidência do tributo, apurar o lucro líquido do exercício mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do exercício e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados, que serão transcritos no Livro de Apuração de Lucro Real (LALUR), nos termos dos artigos 7º e seu § 4º, e 8º, inciso I, ambos do DecretoLei nº 1.598, de 1977. Assim, não basta à interessada alegar o pagamento a maior ou indevido do tributo, mas também deve trazer, por ocasião do presente contencioso, justificativas lastreadas em lançamentos contábeis que identifiquem, inequivocamente, a base de cálculo do IRPJ do anocalendário de 1998 e os recolhimentos que deram origem ao indébito pretendido. Dentre essas provas, destacamse: os registros contábeis de conta no ativo do IRPJ a recuperar, a expressão deste direito em Balanços ou Balancetes, a Demonstração do Resultado do Exercício, a contabilização (oferecimento à tributação) das receitas que ensejaram as retenções, os Livros Diário e Razão, etc., e ainda os registros no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), tudo a dar sustentação à veracidade do IRPJ apurado no anocalendário de 1998. Nesse contexto, não se pode olvidar que nos termos do artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus da prova dos fatos constitutivos do seu direito. Conseqüentemente, os pedidos de restituição devem estar, necessariamente, instruídos com as devidas provas contábeis e fiscais do indébito tributário, sob pena de não reconhecimento do direito creditório pleiteado. Consoante noção cediça, a escrituração contábil e fiscal mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais, conforme dispõe o artigo 923 do RIR/1999: Fl. 135DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 136 7 (...) No presente caso, a recorrente, em sua peça impugnatória, não apresentou qualquer documentação com esta intenção, limitandose tãosomente a apresentar as Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF – original e DCTF – retificadora) de fls. 39/45 e o comprovante de arrecadação de fl. 38. Nesse prisma, salientese que a DCTF é preenchida pela própria contribuinte e deve retratar os dados da escrituração da pessoa jurídica. Contudo, a simples apresentação da DCTF, sem apoio nos registros contábeis e fiscais da interessada, não é suficiente para se comprovar o direito creditório pleiteado. Por tais razões, tal qual o pagamento de tributos e contribuições, que necessita, para convalidar o recolhimento efetuado, de uma série de atos do sujeito passivo, como manter escrituração contábil, baseada em documentos hábeis e idôneos, e a partir desta documentação determinar o tributo devido e recolher o correspondente valor, o pagamento a maior também almeja, para materializar o indébito, atividade semelhante. Nesse sentido, no pedido de restituição apresentado, o indébito não contém os atributos necessários de liquidez e certeza, os quais são imprescindíveis para reconhecimento pela autoridade administrativa de crédito junto à Fazenda Pública, sob pena de violação ao disposto no artigo 170 do Código Tributário Nacional (CTN)”. O acórdão recorrido tem a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/03/1999 PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO PERANTE A AUTORIDADE JULGADORA. Caracteriza novo pedido, a exigir os trâmites próprios, a pretensão de reconhecimento de crédito contra a Fazenda Pública, formulado na manifestação de inconformidade. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido DO RECURSO VOLUNTÁRIO Cientificada em 05/04/2013 (fls. 72) da decisão de 1º Piso, a contribuinte acostou recurso voluntário (fls.74/83) em 06/05/2013 no qual rebateu pontualmente as colocações do acórdão recorrido, ratificou o que já havia esposado na manifestação de inconformidade e destacou adicionalmente: a) ter efetuado o pagamento do tributo com encargos exatamente na data do vencimento, 31/03/1999; Fl. 136DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 137 8 b) restar, assim, configurado o direito à restituição pelo instituto da denúncia espontânea (art. 138, do CTN); c) que, contrariamente à decisão recorrida, o valor pleiteado é de R$ 345.455,90, que corresponde ao total dos encargos incidentes indevidamente no recolhimento e não apenas R$ 102.205,89, como sustentou a DRJ (RV – fls. 76/77); d) argui que no processo administrativo vige o princípio da verdade material, o que obriga o julgador a buscála, “independentemente do alegado e provado pelo contribuinte” (RV – fls. 78); e) cita doutrina e prossegue aduzindo que,os documentos trazidos aos autos comprovam suas alegações e reafirma que o montante em discussão é R$ 345.455,90 e não R$ 102.205,89; f) insurgese contra a exigência da decisão recorrida de que deveria trazer aos autos mais comprovações, sua escrituração e documentação probatória, alegando, adicionalmente, ter transcorrido mais de cinco anos desde a entrega da DCTF retificadora, pelo que “todos os dados ali presentes estão tacitamente homologados, de acordo com o art. 173, I, do CTN” (RV – fls. 80 – sublinhado no original); g) segundo seu entendimento, incaberia à RFB, neste momento, “questionar a base de cálculo do tributo devido pela Recorrente” e que, caso o Órgão Tributário “discordasse de qualquer informação presente na DCTF, “deveria ter lançado os valores que entendesse corretos dentro do prazo quinquenal” (ibidem – fls. 81); h) mais, que a RFB nunca fez questionamento algum e não poderia fazêlo agora, mais de cinco anos depois; i) de outro lado, embora entenda indevida a exigência, “para que não restem quaisquer dúvidas acerca do direito creditório em tela (...) traz aos autos o LALUR do ano de 1998” (RV – fls. 82); f) ao final, pede o provimento de seu recurso. É o relatório do essencial, em apertada síntese. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 138 9 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O Recurso Voluntário é tempestivo (ciência da decisão recorrida em 05/04/2013 – fls. 72 por decurso de prazo de quinze dias após a disponibilização do Acórdão da DRJ através da Caixa Postal, Módulo eCAC do Site da Receita Federal, conforme informado pela autoridade preparadora) e protocolização da peça recursal em 06/05/2013 – fls. 74), sua representação está corretamente formalizada (fls. 84/88) e os demais pressupostos exigidos para admissibilidade foram atendidos, de modo que o recebo e dele conheço. A discussão trazida cingese em definir se a recorrente teria direito a repetir se de indébito que diz possuir contra a Fazenda Pública, relativo a encargos incidentes quando do pagamento de IRPJ do período 31/12/1998, realizado na data de seu vencimento legal (31/03/1999) e antes de qualquer procedimento fiscal, caracterizando, no seu pensar e com suporte no artigo 138, do CTN, recolhimento espontâneo e passível de restituição. Como relatado, a decisão recorrida, antes de improver o pleito, fez uma delimitação da lide entendendo que o montante em discussão seria R$ 102.205,89, que corresponderia à “multa” e não R$ 345.455,90 como sustenta em sua MI e no RV a contribuinte, já que R$ 243.250,01 corresponderiam a “juros”, conforme manifestado pela própria recorrente em seu Pedido de Restituição (51/53): No mérito, afirmou não bastar “à interessada alegar o pagamento a maior ou indevido do tributo, mas também deve trazer, por ocasião do presente contencioso, justificativas lastreadas em lançamentos contábeis que identifiquem, inequivocamente, a base de cálculo do IRPJ do anocalendário de 1998 e os recolhimentos que deram origem ao indébito pretendido”, provas que não teriam vindo aos autos, embora fosse, “nos termos do artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil”, ônus que caberia ao autor. De seu lado a recorrente contesta tais exigências, reafirma que pagou, no vencimento e com acréscimos, o IRPJ de 31/12/1998, pretendendo deles se repetir, com suporte no artigo 138, do CTN. Adicionalmente junta LALUR para dar apoio à sua tese. Inexistindo preliminares e postos os fatos, passo ao mérito. Fl. 138DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 139 10 Lembrando, estáse diante de pedido de restituição com fulcro em recolhimento de tributo em que invocado o artigo 138, do CTN, verbis: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Certo, pois, que o que se pode restituir, por eventual recolhimento espontâneo, é a penalidade, digase, a multa. Assim prima facie, exigível que se verifique se o montante perseguido pela recorrente de R$ 345.455,90 está corretamente identificado como “multa” ou se, ao contrário, seria apenas R$ 102.205,89 como quer a DRJ. Mais ainda, se ambos poderiam estar equivocados. Antes, gostaria de destacar o correto entendimento do voto condutor do acórdão recorrido no sentido de que “ao autor incumbe o ônus da prova dos fatos constitutivos do seu direito. Conseqüentemente, os pedidos de restituição devem estar, necessariamente, instruídos com as devidas provas contábeis e fiscais do indébito tributário, sob pena de não reconhecimento do direito creditório pleiteado”; que “consoante noção cediça, a escrituração contábil e fiscal mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais, conforme dispõe o artigo 923 do RIR/1999”. Com isso quero exprimir que, SIM, como alertado pela DRJ, ao autor do pedido cabe provar suas alegações, inclusive e principalmente pela entrega de sua escrituração, na forma do artigo 923, do RIR/1999: Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 1º). De outro lado, absolutamente improcedentes a tentativa da recorrente de mitigar tais provas e, principalmente, o entendimento de que o Fisco não poderia exigir mais documentos após o final do prazo do artigo 173, I, provavelmente esquecendose de que, na forma do artigo 264, § 3º, do referido Regulamento (vigente à época dos fatos), “art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) §3º Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios (Lei nº 9.430, de 1996, art. 37)”. Feito o registro, volto ao caso apreciado. Fl. 139DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 140 11 Analisando os autos, vejo que tanto a recorrente quanto a DRJ, cada um à sua forma, fez uma leitura equivocada da matéria dos autos. Resumidamente, a recorrente quer restituirse de R$ 345.455,90 que entende seja o valor da multa incluída no recolhimento do IRPJ apurado em 31/12/1988 e adimplido em 31/03/1999 (exatamente na data do vencimento) e a DRJ delimitou a lide ao valor de R$ 102.205,89; e, na sequência, não deu provimento ao pedido. Ou seja, de plano, há evidente controvérsia sobre um ponto básico e elementar, que sequer envolve “o direito”, antes, tratase da mensuração e definição de valores. Para melhor compreensão, vejase o espelho do DARF de recolhimento (fls. 38): Como comprovado, houve o recolhimento na data aprazada, o principal somou R$ 10.220.588,90 e os “encargos”, sob código de receita 2807, atingiram R$ 345.455,90 (como, de fato, alegado pela recorrente). Todavia, no seu pedido formulado em 31/03/2004 (fls. 51/53), PER/DCOMP nº 18640.10293.310304.1.2.044399 (já reproduzido acima), a recorrente distribuiu o citado valor de R$ 345.455,90 em duas rubricas: Quadro que se completa com o que consta do DD (fls. 46): Fl. 140DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 141 12 Com isso, estaria robustecida a posição do Acórdão de 1º Piso que circunscreveu a lide a R$ 102.205,89. Todavia, data vênia, melhor leitura dos autos mostra que razão não assiste a nenhuma das partes. Explico. Segundo a legislação vigente à época (fato gerador em 31/12/1998), as pessoas jurídicas que estivessem (por opção ou obrigatoriamente) sujeitas ao Lucro Real Anual deveriam realizar o ajuste anual do IRPJ devido no final do período e, se apurado imposto a pagar, recolhêlo em quota única, até o último dia útil do mês de março do ano subsequente. Mais ainda, “o saldo do imposto será acrescido de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento” (art. 6º, § 2º, da Lei nº 9.430/1996) Sem maiores digressões, apurado IRPJ (e CSLL) a pagar em 31/12/1998 o recolhimento deveria ocorrer até 31/03/1999, quando seria acrescido “de juros equivalentes à taxa Selic, acumulada mensalmente, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento”, ou seja, não se cogita em cobrança de MULTA se o pagamento se der na forma regulamentarmente prevista. Ora, no caso concreto, o recolhimento feito pela recorrente deuse EXATAMENTE no dia 31/03/1999, digase, no prazo legal estipulado, de modo que, ÓBVIO, sobre o montante do principal, só incidiram JUROS, estes calculados pela taxa SELIC acumulada a partir de 1º de fevereiro (+) 1% relativamente ao mês de março. Passemos, então, ao cálculo dos valores: 1. Taxa Selic acumulada até fevereiro/1999 (extraída do sítio da RFB) 2,38% 2. Juros de Março/1999 1,00% 3. TOTAL (1 + 2) – conforme art. 6º, § 2º, da Lei nº 9.430/1996 3,38% 4. Valor do IRPJ apurado, declarado e recolhido pela recorrente R$ 10.220.588,90 Fl. 141DF CARF MF Processo nº 13888.913724/201190 Acórdão n.º 1402003.734 S1C4T2 Fl. 142 13 5. Valor dos juros incidentes no recolhimento (3*4) R$ 345.455,90 Sem mais delongas, o valor pleiteado pela recorrente não se refere a multa, mas a juros, os quais, por evidente, não se enquadram no conceito de espontaneidade definido pelo artigo 138, do CTN, até por expressa exclusão: “a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração”, exprimase, o recolhimento dos juros é conditio sine qua non para que uma eventual espontaneidade possa aproveitar a penalidade (multa) que tenha sido paga. Aliás, nem poderia ser diferente, posto que o conceito de juros foge completamente ao de penalidade, antes tem nítido caráter compensatório, não sendo diferente em matéria tributável, conforme ensinamento de Sacha Calmon Navarro Coelho (in Liminares e Depósitos Antes do Lançamento por Homologação – Decadência e Prescrição, Dialética, 2ª. edição, 2002, pág. 26), para quem os juros “possuem natureza compensatória (Se a Fazenda tivesse o dinheiro em mãos já poderia têlo aplicado com ganho ou quitado seus débitos em atraso, livrandose, agora ela, da mora e de suas consequências.). Visto assim, absolutamente improcedente o pedido da recorrente, fosse R$ 345.455,90, como sustenta, fosse R$ 102.205,89, como delimitado pela decisão recorrida, tendo em conta que ambos os valores JAMAIS disseram respeito a multa, mas, sim, a juros moratórios. Despiciendo, portanto, alongarse na análise dos demais fatos e argumentos presentes nos autos. Diante de todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, NÃO RECONHECENDO o direito creditório pleiteado. É como voto. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 142DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16045.720040/2017-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3301-001.056
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, para ciência da procuradoria da Fazenda Nacional dos laudos técnicos juntados aos autos. Vencida a Conselheira Semírames de Oliveira Duro que votou pela desnecessidade da diligência.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Marco Antonio Marinho Nunes, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior.
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, para ciência da procuradoria da Fazenda Nacional dos laudos técnicos juntados aos autos. Vencida a Conselheira Semírames de Oliveira Duro que votou pela desnecessidade da diligência. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Marco Antonio Marinho Nunes, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior. Relatório Tratase de auto de infração (fls. 0219) lavrado para constituição de crédito tributário de IPI, para o período de fevereiro/2012 até dezembro/2015, com notificação do contribuinte em 21/09/2017 (fl. 187) no montante total de R$ 3.721.005,57 (três milhões, setecentos e vinte e um mil, cinco reais e cinquenta e sete centavos). Depreendese do auto de infração e do relatório fiscal (fls. 2070) que, após diversas intimações e solicitações de explicações e documentos todas atendidas, a fiscalização RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 60 45 .7 20 04 0/ 20 17 -4 1 Fl. 1701DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.702 2 concluiu pela prática de 04 irregularidades, discriminadas abaixo conforme a ordem colocada no relatório: 1 Glosas de crédito ficto de IPI referente às aquisições de produtos denominados como "concentrados para bebidas não alcoólicas". Tais mercadorias "kit de concentrado" para preparação de bebidas não alcoólicas, foram classificadas pelo fornecedor "Brasfanta" na posição 21.06.90.10 Ex 01, tributado à alíquota de 27% até setembro/2012 e 20% a partir de outubro/2012. A fiscalização realizou diversas intimações para a contribuinte e em uma delas pediu para explicar de quantos itens/partes este "kit concentrado" é composto. A contribuinte respondeu informando que dá o nome de "kit" por questão comercial, mas que na verdade, todos ele, se trata de um produto que contém apenas um item, uma mistura já homogeneizada e embalada em única embalagem, não havendo necessidade de ser integrada a outros kits para a sua utilização no processo de produção de bebidas não alcoólicas, conforme se vê do relatório fiscal de fls. 30. Tais produtos são produzidos na Zona Franca de Manaus e, por fazer parte de um projeto aprovado pela SUFRAMA, goza de isenção de IPI. O fornecedor destes "concentrados" denominase Brasfanta Industria e Comércio da Amazônia Ltda (CNPJ nº 09.271.762/000105), empresa do mesmo grupo. Em vista disso, a fiscalização intimou a autuada para explicar a razão do crédito de IPI escriturado em razão da aquisição destes produtos isentos. Como resposta, a autuada afirmou que há um provimento judicial em seu favor, no âmbito do mandado de segurança nº 2007.61.21.0005733, conferindo o direito ao crédito de IPI, como se devido fosse, na aquisição de produtos isentos oriundos da ZFM. Esta decisão judicial já transitou em julgado e se encontra nos autos em fls. 572609, e todas estas informações constam do relatório fiscal. A fiscalização ainda afirma que fez uma visita técnica na fábrica da autuada, onde não colheu amostras, mas acompanhou o processo industrial de algumas bebidas e fez alguns questionamentos sobre o processo de produção e dos ingredientes, bem como o papel do "kit de concentrado", especialmente dos únicos dois kits existentes no estoque naquele momento: Kits AC 2000 e AC 1000: Afirmou que estes dois kits verificados no estoque são apenas um dos componentes para a fabricação de néctares de fruta.: Nas bebidas à base de frutas, os chamados Sunfresh Néctar, a fiscalizada tem que adicionar, por exemplo, suco ou polpa de fruta, que são adquiridos de outros fornecedores e constituem ingredientes imprescindíveis dessas bebidas. Ademais, quando fomos no estabelecimento da fiscalizada, juntamente com seus representantes, conforme o aludido Termo de Constatação lavrado em 14/07/2017, constatamos que na fabricação dessas bebidas, chamadas Sunfresh Néctar, a fiscalizada precisa misturar dois dos chamados Kits, o AC 2000 e o AC 1000, que são adquiridos separadamente da Brasfanta, e adicionar os mencionados sucos ou polpas de frutas e os aromas em formato líquido, que são adquiridos de outros fornecedores e são ingredientes indispensáveis para a fabricação dessa bebida. Inferese que para a fabricação dos Sunfresh Néctar, além dos dois produtos adquiridos da Brafanta, chamados Kits AC 2000 e AC 1000, são Fl. 1702DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.703 3 adicionados outros componentes fundamentais para a fabricação da bebida, quais sejam, sucos/polpas de frutas e os aromas em formato líquido. Afirmou que, para que uma mercadoria se classifique no Ex 01 do código NCM 2106.90.10, deve apresentar as seguintes características: a) Que seja uma preparação composta. b) Que não seja alcoólica. c) Que se caracterize como extrato concentrado ou sabor concentrado d) Que seja própria para elaboração de bebida da posição 22.02 e) Que tenha capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado. Esses produtos adquiridos da Brasfanta, chamados de Kit – concentrado para bebidas não alcoólicas, não atendem às condições citadas acima nas letras “c” e “e”, vale dizer, não se caracterizam como extrato concentrado ou sabor concentrado e não possuem capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado. (grifei) O extrato ou sabor concentrado caracterizase como uma preparação que por diluição resulta na bebida final. Esse chamado Kit adquirido da Brasfanta não pode ser identificado como um extrato ou sabor concentrado, pois não possuem todos os ingredientes fundamentais da bebida a ser produzida, como, por exemplo, as polpas/sucos de frutas e os aromas. Também não se pode atribuir capacidade de diluição a apenas um componente da bebida que vai ser fabricada. Se o conteúdo de qualquer um desses chamados Kits adquiridos da Brasfanta fosse diluído, não apresentaria as mesmas características sensoriais e físico químicas da bebida que se pretende comercializar. (...) O produto adquirido da Brasfanta, chamado de Kit – concentrado para bebidas não alcoólicas consiste em apenas um dos componentes das bebidas fabricadas pela fiscalizada, caracterizandose, portanto, como uma preparação para a produção de bebidas, com classificação fiscal no código NCM 2106.9010 – “Preparação do tipo utilizado para elaboração de bebidas”, cuja alíquota do IPI é 0 (zero). Em síntese, no entender da fiscalização, este "kit concentrado" não é um produto concentrado (extrato concentrado ou sabor concentrado) para produção de bebidas não alcoólicas e, ainda, no processo de industrialização da bebida é misturado com outros ingredientes, como polpa de fruta, não tendo o fator de diluição superior a 10 partes da bebida, já que, após a diluição, não apresenta as mesmas características fixadas nos padrões de identidade e qualidade para a bebida na concentração normal. Ao final, a fiscalização entendeu que a classificação fiscal do Kit concentrado adquirido deveria ser 21.06.90.10 (sem o Ex tarifário), cuja alíquota é Zero, não havendo a Fl. 1703DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.704 4 possibilidade de geração de créditos presumidos, portanto, sobre estas aquisições. Valor da glosa R$ 214.439.324,33 para o período de fevereiro/2012 até dezembro/2015; 2 Glosas de créditos de IPI indevidos, referentes às aquisições de produtos não considerados insumos (lubrificantes de esteira, detergente para limpeza, solvente e diluente para limpeza), no valor de R$ 105.578,96 para o período de abril/2012 até dezembro/2015; 3 Glosas de créditos de IPI concernentes às notas fiscais de entrada emitidas pela própria fiscalizada para cancelar notas fiscais de saída referentes à venda de produtos, as quais foram registradas na EFDICMS/IPI como devoluções de produto, no valor de R$ 310.685,04 para o período de abril/2012 até dezembro/2015; Com estas três acusações fiscais, o total das glosas de crédito de IPI somam o valor de R$ 214.855.588,33 (trezentos e dezoito mil, quatrocentos e oitenta reais e vinte e um centavos). A outra acusação fiscal relacionase com o débito do imposto: 4 Erro no lançamento em razão da classificação fiscal incorreta de produto industrializado, referente às saídas dos produtos industrializados com a denominação "Yogomix". A autuada classificou este produto na posição NCM 2202.90.00 Ex 01 (Bebidas alimentares à base de soja ou de leite e cacau), cuja alíquota é ZERO. A fiscalização entendeu que há erro na classificação fiscal porque esta posição Ex 01 é aplicável para bebidas à base de leite que contenham cacau em sua composição, o que não é o caso, portanto, as saídas deveriam ter a classificação NCM 2202.90.00 (sem o Ex tarifário), cuja alíquota de IPI é 27%. O valor das operações representariam o montante de IPI de R$ 47.382,94 para os períodos de abril/2012 até setembro/2013. Em razão de na época destes períodos de apuração sem lançamento de débito do imposto desta infração 04 na escrita fiscal existir saldo credor do IPI, este ponto do auto de infração se presta a constituir a multa isolada de 75% por haver cobertura de crédito, nos termos do art. 80 da Lei nº 4.502,1964, no montante de R$ 35.537,17. Ao refazer a escrita fiscal do IPI, computandose as glosas de créditos e os débitos do imposto, considerandose ainda o saldo credor de IPI anterior ao do período autuado (01/2012) já reformulado pela reconstituição da escrita fiscal realizada no auto de infração em discussão no processo nº 16045.720001/201663, a fiscalização apurou saldos devedores do IPI apenas nos períodos de 02/2012 até 05/2012, no valor total, computandose juros e multa, de R$ 3.685.468,40. Assim, somandose a multa isolada de R$ 35.537,17 com a reconstituição da escrita onde se apurou o valor de R$ 3.685.468,40, o presente auto de infração perfaz o total mencionado de R$ 3.721.005,57 (três milhões, setecentos e vinte e um mil, cinco reais e cinquenta e sete centavos) No relatório fiscal, a fiscalização ainda argumenta sobre a decadência, afirmando que a contagem do prazo seria na forma do art. 173, CTN, tendo em vista que a autuada não efetuou pagamentos de IPI nos períodos de 01/2012 a 12/2012. Assim, como o enunciado da súmula 555 do Superior Tribunal de Justiça afirma que nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que não exista pagamento antecipado o prazo decadencial deve ser contado conforme o art. 173, I, CTN, ainda seria possível realizar lançamento de ofício, no presente caso, até 31/12/2012. Fl. 1704DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.705 5 Convém salientar que o presente auto de infração decorre de procedimento de fiscalização instaurado para verificação de créditos de IPI pleiteados em diversos pedidos de ressarcimento elaborados pela autuada. Em vista da demora na análise destas PER/DCOMPs pela RFB, a autuada impetrou o mandado de segurança nº 500057487.2017.4.03.6121, no qual obteve provimento judicial ordenando a RFB a analisar estes pedidos de ressarcimento no prazo de 90 dias. Conforme decisão liminar e notificação de fls. 610617, a ilustre delegada da Receita Federal foi intimada desta ordem proferida em sede de liminar em 27/07/2017, enquanto que o presente auto de infração foi concluído em 21/09/2017. Notificada da autuação em 21/09/2017 (fl. 187), a contribuinte, no prazo, apresentou sua impugnação (fls. 13011373) para instaurar o contencioso administrativo. Em síntese, segue abaixo as argumentações da impugnação: Em relação ao débito: formulou Consulta Tributária justamente para obter a classificação fiscal especificamente quanto ao produto Yogomix, e a posição oficial do fisco foi a de que a classificação fiscal correta era a NCM 2202.90.00 Ex 01; a solução de consulta foi juntada em fls. 1.1001.107; no processo de consulta foi apresentado todas as especificações do produto Yogomix. Viola a razoabilidade e a boafé que outro órgão do fisco autue a Contribuinte por seguir as instruções fornecidas pela própria Administração Pública; admite que a Administração Pública pode alterar seu entendimento acerca de orientações dada no passado, mas deve notificar o consulente sobre a alteração e só pode ter efeitos para fatos geradores futuros, nos termos do art. 48, § 12 da Lei nº 9.430/1996; esta alteração da classificação representa modificação de critério jurídico, invocando a proteção do art. 146, CTN; Em relação ao crédito: Quanto à infração nº 01 glosas de crédito de IPI pela aquisição de produtos denominados "kit concentrado" classificados pela fornecedora na NCM 2106.90.10 Ex 01: afirma que a fiscalização apresenta um juízo subjetivo sobre o produto, sem trazer qualquer fundamentação técnica quanto ao produto ser ou não um concentrado e não ter fator de diluição adequado para a posição NCM referida; afirma que esta autuação é contraditória com outra decisão favorável emitida pelas mesmas autoridades fiscal e em relação aos mesmos produtos, dada para outros períodos, reconhecendo o crédito de IPI em pedidos de ressarcimento anteriores; afirma que a conclusão, para afastar a classificação fiscal dada pelo contribuinte, deveria ser pautada em análise laboratorial e laudo técnico de órgão ou profissional especialista em química alimentar e não em elucubrações pessoais; Fl. 1705DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.706 6 afirma que a fiscalização faz crítica aos aspectos químicos, composição dos produtos e questões técnicas, porém não traz qualquer fundamentação técnica, nem mesmo colheu amostras do produtos, pautandose apenas em impressões pessoais, análise de documentos e uma única visita à fábrica, realizando "um simples deitar de olhos nos estoques de produtos que estavam no almoxarifado", sem qualquer outra análise para fins de verificação de suas características sensoriais, sua capacidade de diluição ou a composição química dos produtos; afirma que esta acusação fiscal não tem a devida fundamentação legal, sendo do Fisco o ônus de provar suas alegações, o que só poderia ser por meio de perícia com um laudo técnico, já que se trata de produtos químicos. O auto de infração deve ser anulado, pois viola o art. 9º do Decreto nº 70.235/1972, já que o laudo é indispensável para a comprovação do ilícito e, por consequência, o art. 2º e art. 50 da Lei nº 9.784/1999; afirma que a autoridade fiscal tem o ônus de provar que o insumo não é um concentrado e não obedece o padrão de diluição superior a 10 partes da bebida, impossível de ser feito com uma visita e um simples olhar nos produtos que estão no estoque naquele momento, sem nenhuma análise química ou laboratorial; afirma que para ter capacidade de diluição superior a 10 partes, necessariamente tem que outros ingredientes serem adicionados, pois senão a concentração seria menor do que 10 partes; o "kit concentrado" entra na composição da bebida, mas não perde ou modifica sua característica essencial, não sofrendo nenhuma alteração química nesta diluição, continuando a apresentar as mesmas características fixadas nos padrões de identidade e qualidade que teria na concentração normal; afirma que a previsão do art. 13, § 4º do Decreto nº 6.871/2009 não se aplica ao caso, pois visa regular a bebida concentrada, pronta para o consumo, e não um insumo concentrado para produção de uma bebida; afirma que a apreciação química e sensorial das bebidas e dos insumos precisa ser feita, necessariamente, em laboratório; afirma que a posição 2106.90.10 Ex 01 da TIPI exige um fator de diluição superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado. Desta feita, é a própria TIPI que exige que, na bebida final, sejam incluídos outros insumos, já que se o insumo tiver grande participação na bebida final, não terá diluição superior a 10 partes, sendo assim, absolutamente necessário o adicionamento de outros ingredientes; traz aos autos laudo técnico elaborado por técnica especializada em engenharia de alimentos (profissional interno fls. 1.1541.166), bem como parecer elaborado pela KPMG (terceiro independente fls. 1.1671.185) fundamentado em laudos da Faculdade de Engenharia de alimentos da UNICAMP (fls. 1.1861.287) e laudo do ITAL do Governo do Estado de São Paulo (fls. 1.2881.300), todos concluindo que os chamados "kit concentrado" são sabores concentrados e com capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida; entende ter realizado prova técnica contradizendo as conclusões da fiscalização acerca desses insumos, comprovando que são sabores concentrado que possuem o fator de diluição exigido pela classificação fiscal NCM 2106.90.10 Ex 01; Fl. 1706DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.707 7 Quanto à infração nº 02 glosas de créditos de IPI indevidos, referentes às aquisições de produtos não considerados insumos (lubrificantes de esteira, detergente para limpeza, solvente e diluente para limpeza), defende a essencialidade destes produtos para sua produção: embora não incorporem diretamente o produto final, são consumidos no processo produtivo e, sem eles, o resultado da industrialização não será o mesmo, perdendo sua qualidade, sabor e característica, além de surgirem problemas com relação à higiene que poderá atingir até mesmo questões de saúde pública; os lubrificantes de esteira, detergente de limpeza do equipamento de envase, bem como o solvente para a limpeza da embalagem, são itens que definem o produto final; cita julgamentos do CARF a seu favor; defende que para a negativa do crédito é necessária a análise do processo produtivo, não restringindo a análise apenas em abstrato. Permanecendo a dúvida requer a realização de perícia. Quanto à infração nº 03 glosas de créditos de IPI concernentes às notas fiscais de entrada emitidas pela própria fiscalizada para cancelar notas fiscais de saída referentes à venda de produtos: afirma que, independentemente do procedimento adotado pela contribuinte, não houve prejuízo ao Fisco. Isso porque o fato gerador do IPI é a "saída", assim, não houve tributação; afirma que a própria fiscalização admite não ter havido a saída dos produtos, mas lavrou o auto de infração porque este não é o procedimento correto para formalizar o cancelamento da operação, negando o direito da contribuinte sem buscar a verdade material da tributação do IPI; afirma que a autuação é fundada em irregularidade formal prevista em legislação estadual, a qual não deve ter nenhuma influência na legislação federal; Acerca da decadência, para fins de determinação do início da contagem do prazo, é preciso verificar se houve pagamento e se existe a comprovação de evidente intuito de fraude; Afirma que no REsp 973.733 do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos, decidiuse que a existência de pagamento antecipado nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação passou a ser questão fundamental para aplicação do art. 150, § 4º do CTN; Afirma que no caso concreto não há acusação de fraude, dolo ou simulação e, no tocante ao pagamento antecipado, o art. 183, parágrafo único do RIPI/2010 estabelece que o saldo credor escriturado na apuração do IPI corresponde ao pagamento; Assim, como não houve fraude, dolo ou simulação na escrituração dos créditos e em todo o período autuado a contribuinte apresentou saldo credor de IPI, o prazo decadencial Fl. 1707DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.708 8 de que dispõe a Fazenda Pública para revisar os procedimentos da contribuinte deve ser contado na forma do art. 150, § 4º do CTN. Em 14/03/2018, a 2ª Turma da DRJ/RPO proferiu acórdão nº 1476.733 para indeferir a impugnação apresentada, mantendo a totalidade da autuação fiscal: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/02/2012 a 31/12/2015 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. PRODUTO DENOMINADO “YOGOMIX”. Bebida alimentícia não alcoólicas à base de leite, denominada “Yogomix”, sem a presença de cacau em sua composição, classificase no código 2202.90.00 da Tabela de Incidência do IPI (TIPI). CLASSIFICAÇÃO FISCAL. KITS PARA PRODUÇÃO DE BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS. Na hipótese em que a mercadoria descrita como “kit ou concentrado para bebidas não alcoólicas” consiste em produto intermediário que só se torna efetivamente uma preparação composta para elaboração de bebidas em decorrência de nova etapa de industrialização ocorrida no estabelecimento adquirente, deverá ser classificado no código 2106.90.10 da Tabela de Incidência do IPI (TIPI). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/02/2012 a 31/12/2015 GLOSA DE CRÉDITOS. CRÉDITOS INCENTIVADOS. PRODUTOS ADQUIRIDOS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL COM ERRO DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL E ALÍQUOTA. São passíveis de aproveitamento na escrita fiscal apenas os créditos incentivados relativos a produtos com classificação fiscal correspondente a alíquota diferente de zero, sendo os produtos oriundos da Amazônia Ocidental e, portanto, isentos. NOTA FISCAL. CANCELAMENTO. DIREITO AO CRÉDITO. O direito ao crédito de IPI referente ao casos de cancelamento de nota fiscal de saída está condicionado ao cumprimento de determinadas exigências legais, sem as quais, justifica a glosa do crédito indevidamente escriturado. INSUMOS. ADMISSIBILIDADE. AÇÃO DIRETA SOBRE O PRODUTO. OBRIGATORIEDADE PARA FAZER JUS A CRÉDITOS. Somente os insumos que exerçam ação direta sobre o produto em fabricação, ainda que sem integrar o produto final (produtos intermediários), mas com desgaste no processo industrial, geram créditos do imposto passíveis de registro na escrita fiscal. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Deve ser indeferido o pedido de perícia quando for prescindível para o deslinde da questão a ser apreciada ou se o processo contiver os elementos necessários para a formação da livre convicção do julgador. Fl. 1708DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.709 9 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos casos de falta de pagamento, o direito da fazenda pública constituir o crédito tributário relativo ao IPI extinguese em cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Afirmou, em suas razões de decidir, em síntese: as decisões do Poder Judiciário não têm efeito vinculante em relação às decisões proferidas pelas Delegacias de Julgamento da Secretaria da Receita Federal do Brasil, pautada que está ao princípio da legalidade; tais decisões não podem ser estendidas genericamente a outros casos, e somente aplicamse sobre a questão em análise e vinculando as partes envolvidas naqueles litígios; as decisões de órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa são fontes secundárias de Direito Tributário, e somente vinculam a administração quando a lei lhes atribuir eficácia normativa; Quanto aos débitos: A fiscalização afastou a classificação fiscal feita, que enquadrou o produto “Yogomix” no código 2202.90.00 Ex 01, alíquota 0% de IPI, e autuou como sendo 2202.90.00, alíquota 27%; A Solução de Consulta apresenta como interessada a empresa Wow Indústria e Comércio Ltda., CNPJ 01.382.568/000187. Logo, verificase que a Solução de Consulta foi emitida para uma outra empresa; A consulta, nos termos da legislação, cria um vinculo exclusivo somente entre o fisco e a própria interessada; uma interpretação literal do texto da posição 2202.90.00 Ex 01, estabelece que somente a bebida à base de leite e cacau classificase no Ex 01. Desta forma, sem cacau em sua composição, mostrase acertado o entendimento da fiscalização sobre a classificação fiscal do produto “Yogomix” no código 2202.90.00, sujeito à alíquota do IPI no percentual de 27%. Quanto aos créditos: Glosas de crédito sobre as aquisições de concentrado para produção de bebidas não alcoólicas: o produto em questão consiste em produtos intermediários, que só se tornam efetivamente uma “preparação composta para elaboração de bebidas” em decorrência de nova etapa de industrialização ocorrida no estabelecimento da autuada. A mistura dos componentes não se trata de um mero detalhe, mas sim uma operação de industrialização a que se refere o art 4º, inc. I, do RIPI/2010. Tal operação só pode ser executada seguindo complexas e detalhadas especificações técnicas, fato que ficou demonstrado no curso da ação fiscal. Fl. 1709DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.710 10 esses produtos adquiridos da Brasfanta, chamados de Kit concentrado para bebidas não alcoólicas, não se caracterizam como extrato concentrado ou sabor concentrado e não possuem capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida para cada parte do concentrado; fundamenta não ser possível atribuir capacidade de diluição a apenas um componente da bebida que vai ser fabricada. Se o conteúdo de qualquer um desses chamados Kits adquiridos da Brasfanta fosse diluído, não apresentaria as mesmas características sensoriais e físicoquímicas da bebida que se pretende comercializar; afirma que a fiscalização conseguiu demonstrar que os “kits” de concentrados para bebidas não alcoólicas não podem ser classificados em código que é próprio para preparação compostas, pois não é possível chamar de preparação algo que não está preparado nem misturado; fundamenta que os textos dos Ex 01 e Ex 02 do código 2106.90.10 tratam de “preparações compostas” constituídas por uma mistura de diversas substâncias, as quais por diluição deveriam produzir a bebida final. Não é o caso dos “kits” adquiridos, pois ali tratase de um produto que não está pronto para uso e, por conseguinte, não se transformou, até aquele estágio, em uma preparação pronta para uso pelo destinatário do produto; ainda, para que os “kits” fornecidos fiquem prontos para uso pelo adquirente, diferentes componentes precisam ser misturados no estabelecimento, procedimento que é executado seguindo complexas e detalhadas especificações técnicas. Se cada componente foi recebido de fornecedores diferentes, não há que se falar em uma mercadoria pronta para uso pelo adquirente. (grifei) afirma que o destaque tarifário “Ex 01” não se aplica, pois, as preparações recebidas pela impugnante dos fornecedores são simples e não compostas. Essas preparações (denominadas de “concentrados” ou “kits”) somente adquirem todas as características de preparações compostas (xarope final) após a mistura de extratos ou sabores realizada no âmbito do estabelecimento industrial fiscalizado; sobre os laudos, afirmou que Laudos ou pareceres emitidos por órgãos técnicos não tem competência legal para respaldar ou determinar a classificação adotada pela contribuinte, uma vez que a correta classificação de mercadorias/produtos para fins tributários subordinase exclusivamente a normas do Direito Tributário que disciplinam a matéria; Glosas de insumos consumidos indiretamente na industrialização: geram direito ao crédito, além das matériasprimas, produtos intermediários stricto sensu e materiais de embalagem que se integram ao produto final, quaisquer outros insumos, produtos intermediários lato sensu, desde que não contabilizados pela contribuinte em seu ativo permanente, e que sofram, por conta de ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação, ou viceversa – em ação exercida diretamente, sobre o insumo, pelo bem em industrialização –, alterações tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, restando definitivamente excluídos aqueles que não se integrem nem sejam consumidos na operação de industrialização; a legislação que rege a matéria não se refere a insumos genericamente utilizados na produção, devendo ocorrer o consumo deste insumo em razão do contato físico; Fl. 1710DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.711 11 os conceitos de “consumidos” e “processo de industrialização” devem respeitar as normas econômicas e contábeis, a legislação do IPI e atos legais. Assim, entendese “consumo” como o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas em decorrência de um contato físico com o material em produção, ou seja, de uma ação diretamente exercida pelo ou sobre este insumo; Glosas de crédito em razão de emissão de nota fiscal de entrada emitidas pela própria contribuinte: o direito ao credito do IPI (estorno de débitos) em casos de cancelamento de notas fiscais está regulamentado nos artigos 240 e 404 do RIPI/2010; para fazer jus ao crédito é preciso a demonstração inequívoca de que o cancelamento da nota ocorreu antes da saída da mercadoria, a comprovação de que todas as vias permaneceram em poder do emitente, e a declaração dos motivos que determinaram o cancelamento; cita a Portaria CAT (Coordenadoria da Administração Tributária) nº 162 de 29/12/2008 do Estado de São Paulo (Dispõe sobre a emissão da Nota Fiscal Eletrônica – NFe e do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica DANFE, o credenciamento de contribuintes e dá outras providências) editada no âmbito do Projeto NFe tem como objetivo a implantação de um modelo nacional de documento fiscal eletrônico; afirma que somente após o efetivo cancelamento dessas notas fiscais eletrônicas é que a fiscalizada poderia estornar os débitos de IPI dessas operações, até porque as notas fiscais de vendas de produtos emitidas pela fiscalizada continuam com o status de autorizadas, produzindo todos os efeitos legais concernentes a essas operações; Sobre a decadência, afirmou que o prazo decadencial é contado na forma do art. 173, I do CTN, na medida em que não ocorreram pagamentos antecipados de IPI no período fiscalizado; Também não é possível aplicar o art. 183, parágrafo único do RIPI porque, para que os créditos escriturados sejam considerados créditos, é preciso que sejam admitidos. Como a fiscalização não admitiu estes créditos, sendo, portanto, glosados, não há como se considerar que houve pagamento antecipado e, consequentemente, não há como haver homologação tácita. Notificada da decisão em 19/03/2018 (fl. 1.413), a Recorrente apresentou, no prazo, seu Recurso Voluntário (fls. 1.4171.499) para repisar tudo o quanto argumentado em sede de impugnação, acrescendo, em síntese, o que segue: o próprio fisco federal informou que deveria adotar a classificação 2202.90.00 EX 01 para o produto específico "Yogomix"; nem a DRJ, nem a autuação, conseguiram infirmar a posição de mérito do próprio fisco seguido pela Contribuinte; a DRJ nega a aplicação de uma Solução de Consulta que versou sobre o mesmo produto, o que viola a boafé com que a Contribuinte agiu ao seguir a orientação do fisco; Fl. 1711DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.712 12 a Instrução Normativa RFB nº 1.464/14, por seu art. 15, respalda qualquer sujeito passivo que aplicar solução de consulta, independentemente de ser o consulente; quanto aos concentrados adquiridos de Brasfanta, argumentou haver mudança de critério jurídico já chancelado pelo Fisco, já que a autoridade fiscal deferiu os créditos relativos aos anos de 2011 e 2012, homologando as respectivas compensações; afirmou que, ao deferir o ressarcimento dos créditos de IPI expressamente em outros processos, gerou uma confiança legítima de que a classificação estava absolutamente correta, e fez com que a empresa continuasse a adotar a mesma classificação; tanto a posição "2106.90.10" quanto a "2106.90.10 Ex 01" não são bebidas, mas meras preparações para elaborar bebida, assim, não podem ser a própria bebida em seu estado concentrado; o que difere as posições é que, para se classificar no "Ex", o produto tem que ser sabor ou extrato concentrado, empregado para elaborar bebida da posição 22.02 e ter capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida; contesta as argumentações da DRJ, já que a interpretação literal aponta justamente em outro sentido, pois, se a posição "Ex" é para preparações para "elaboração de bebidas", não pode ser a própria bebida concentrada, que mantivesse essa suposta característica após ser diluída; contesta os argumentos da DRJ no sentido de que o concentrado não seria uma preparação, pois, para elaborar a bebida, alguns outros componentes são usados, mas cada um está preparado para isso, que é o papel de preparações; a TIPI (2106.90.10 Ex 01) trata de preparação composta não alcoólica (extratos concentrados ou sabores concentrados), a qual não pode ser confundida ou equiparada ao produto concentrado vendido para simples diluição, a exemplo do tratado no Decreto no 6.871/2009, já que este produto possui uma classificação fiscal específica (Post Mix); também contesta a fundamentação da DRJ quando se refere ao xarope e que este só é obtido após uma etapa industrial específica realizada dentro da fábrica da Recorrente utilizandose como insumo ingredientes adquiridos da ZFM. A Contribuinte não industrializa um xarope nas suas dependências a partir da mistura de ingredientes adquiridos da ZFM; muito ao contrário, a Recorrente já adquire o concentrado para bebidas não alcoólicas na forma de uma preparação composta, sendo aplicada diretamente na produção de bebida própria para o consumo; afirma que as preparações que adquire são compostas, já se aplicam no produto final, sem passar por posterior fase; portanto não havendo que falar em ser preparação simples; argumenta, ainda, que apesar do código NCM aqui discutido poder ser utilizado para concentrado para refrigerante, no caso dos concentrados adquiridos pela Recorrente este já são prontos para fazer a bebida final; não ocorrendo nenhuma etapa de industrialização destes concentrados nas dependências da Contribuinte; Fl. 1712DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.713 13 afirma que seu modelo de negócio e produção de bebidas não é do tipo que remete ao conceito de xarope, onde outros fabricantes executam processos intermediários de preparação do concentrado em suas dependências; a fiscalização está fazendo uma crítica a aspectos químicos, composição de produtos e questões técnicas em derredor do creditamento (não questões meramente legais que não precisam de perícia), porém não traz ou faz qualquer fundamentação técnica, tampouco a DRJ contraditou ou analisou os laudos técnicos juntados com a impugnação; repisou na ofensa à legalidade e na falta de motivação da autuação fiscal; A Procuradoria da Fazenda Nacional, em fls. 1.5961624, apresentou contrarrazões para realçar toda a acusação fiscal e os fundamentos da r. decisão da DRJ: Sobre as saídas de produtos denominados "Yogomix", classificados pela Recorrente na posição 2202.90.00 Ex 01, afirma que o s imples fato de ter sido proferida decisão em Processo de Consulta sobre idêntico produto não obriga a Administração a conferir o mesmo tratamento tributário a contribuinte estranho àquele, o qual não pode invocar a boafé como fundamento para impedir o lançamento; afirma ainda que a descrição do Ex 01 do código 2202.90.00 não dá margem a dúvidas de que as bebidas alimentares a ele submetidas devem conter em sua base soja ou leite e cacau. A conjunção aditiva “e” deixa claro que a presença de leite sem cacau não está contemplada nessa posição. Logo, a saída do produto não se encontra beneficiada pela alíquota zero. Ademais, afirma que a redação da classificação fiscal na data da consulta era diferente da redação atual; Quanto aos produtos concentrados adquiridos de Brasfanta, afirma ser do contribuinte o ônus da prova acerca do preenchimento dos requisitos para apropriação de crédito fiscal; afirma que a existência de prova pericial não é imprescindível para a resolução de questões atinentes à classificação fiscal, cabendo à autoridade julgadora avaliar a necessidade, ou não, da realização de diligências ou perícias, consoante o disposto no art. 18 do Decreto 70.235/19725; afirma que a autoridade fiscal demonstrou cabalmente que os “concentrados” para produção de bebidas é apenas um dos insumos que servem para obtenção da “preparação composta”, a qual, por diluição, resulta na bebida. Os termos "preparações", citados nos Ex 01 e Ex 02 devem ser entendidos como produtos prontos para uso, cuja origem advém de um processo de preparo. Não é o caso dos “concentrados”, os quais são misturados a outros insumos, pelo adquirente, durante o processo de elaboração da bebida final; afirma que A “preparação composta”, desse modo, somente é fabricada no estabelecimento da recorrente. As preparações compostas dos Ex 01 e 02 do código 2106.90.10 da TIPI são aquelas que se encontram quase prontas para consumo, dependendo apenas de simples diluição em água ou de simples diluição em água mais eventual tratamento complementar a essa diluição; Sobre as notas de entrada emitidas para cancelar notas de saída, argumenta que, ao contrário do que a recorrente alega – de que o Fisco teria reconhecido a ausência de saída Fl. 1713DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.714 14 dos produtos relacionados às operações canceladas –, a autoridade fiscal apenas asseverou, com base em declaração da contribuinte: “cuidamse de operações realizadas com vistas a cancelar NFe de saída emitidas pela fiscalizada (atinentes a venda de produtos) e não de efetivas devoluções”; A legislação do IPI estabelece os requisitos para que o contribuinte possa creditarse do valor do imposto já escriturado, nos casos de cancelamento da respectiva nota fiscal, antes da saída do produto, e nas hipóteses de devolução ou retorno; A pretensão da recorrente não está baseada na existência de escrituração e controles que possibilitem comprovar a existência dos créditos, de modo que não se pode acolher a tese de suposta verdade material não verificada nos autos; Quanto aos insumos, afirma que o STJ, em julgamento de recurso repetitivo, consolidou entendimento idêntico ao adotado no Auto de Infração, no que concerne ao conceito de insumo relativo ao IPI; afirma ser incontroverso que os produtos em discussão sofrem desgaste apenas indireto no processo de produção. Eles não sofrem desgaste imediato e integral durante o processo de industrialização, mas somente de forma mediata, na lubrificação de esteiras rotativas, na assepsia e na conservação dos demais elementos produtivos; Quanto à decadência, afirma que o art. 183, parágrafo único, III, do RIPI/2010 não se aplica para casos de créditos indevidos. Como houve a glosa, entendese que os créditos não foram admitidos. É a síntese do necessário Voto Conselheiro Salvador Cândido Brandão Junior Quanto à infração nº 01 glosas de crédito de IPI pela aquisição de produtos denominados "kit concentrado" classificados pela fornecedora na NCM 2106.90.10 Ex 01, a Recorrente afirma que a fiscalização apresenta um juízo subjetivo sobre o produto, sem trazer qualquer fundamentação técnica quanto ao produto ser ou não um concentrado e não ter fator de diluição adequado para a posição NCM referida; Aduz que o "kit concentrado" entra na composição da bebida, mas não perde ou modifica sua característica essencial, não sofrendo nenhuma alteração química nesta diluição, continuando a apresentar as mesmas características fixadas nos padrões de identidade e qualidade que teria na concentração normal, constituindose em sabor concentrado com fator de diluição superior à 10 partes da bebida. Com a impugnação a Recorrente trouxe aos autos laudo técnico elaborado por técnica especializada em engenharia de alimentos (profissional interno fls. 1.1541.166), bem como parecer elaborado pela KPMG (terceiro independente fls. 1.1671.185) fundamentado em laudos da Faculdade de Engenharia de alimentos da UNICAMP (fls. 1.1861.287) e laudo do ITAL do Governo do Estado de São Paulo (fls. 1.2881.300), todos concluindo que os chamados "kit concentrado" são sabores concentrados e com capacidade de diluição superior a 10 partes da bebida; Fl. 1714DF CARF MF Processo nº 16045.720040/201741 Resolução nº 3301001.056 S3C3T1 Fl. 1.715 15 No entanto, após a interposição do Recurso Voluntário, a Recorrente apresentou em fls. 16291700 novos laudos, inclusive elaborado pela Falcão Bauer, para subsidiar a constatação de que os denominados "kit concentrados" são realmente produtos concentrado para elaboração de bebidas não alcoólicas. Em razão de esta turma julgadora já ter decido causa de classificação de concentrado para elaboração de bebidas não alcoólicas (no caso, refrigerantes), fundandose em laudo elaborado pela Falcão Bauer e, por haver a possibilidade de um laudo elaborado pelo mesmo instituto e juntando recentemente nestes autos influir no deslinde da causa, propõese que se dê ciência à Procuradoria da Fazenda Nacional para, em 30 (trinta) dias, analisar estes novos laudos juntados aos autos. Após, retornem ao CARF para julgamento. Salvador Cândido Brandão Junior Relator Fl. 1715DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000906/2006-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Apr 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2001, 2002
BASE DE CÁLCULO. APURAÇÃO DE DIFERENÇAS EM FACE DA LEGISLAÇÃO VIGENTE. AUTO DE INFRAÇÃO. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE ÓBICE AO LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
Hígido o lançamento de ofício efetuado para exigir diferenças de valores de PIS nos termos da legislação vigente à época dos fatos geradores.
O Auto de Infração é o instrumento adequado para a constituição do crédito tributário pelo lançamento de ofício de que trata o artigo 142 do Código Tributário Nacional CTN.
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. Súmula CARF nº 48
MULTA DE OFÍCIO DE 75%. CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA ANTES OU APÓS LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE SÚMULAS CARF Nº 17, A CONTRÁRIO SENSU, E Nº 50.
A teor da Súmula CARF nº 17, somente descabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Requisitos ausentes no caso dos autos, é de se aplicar a multa de ofício.
É cabível a exigência de multa de ofício se a decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário perdeu os efeitos antes da lavratura do auto de infração. Aplicação da Súmula CARF nº 50.
JUROS DE MORA - AUTO DE INFRAÇÃO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA.
Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral.
APLICAÇÃO DA TAXA SELIC
De acordo com a Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais
Numero da decisão: 3201-005.208
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2001, 2002 BASE DE CÁLCULO. APURAÇÃO DE DIFERENÇAS EM FACE DA LEGISLAÇÃO VIGENTE. AUTO DE INFRAÇÃO. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE ÓBICE AO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Hígido o lançamento de ofício efetuado para exigir diferenças de valores de PIS nos termos da legislação vigente à época dos fatos geradores. O Auto de Infração é o instrumento adequado para a constituição do crédito tributário pelo lançamento de ofício de que trata o artigo 142 do Código Tributário Nacional CTN. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. Súmula CARF nº 48 MULTA DE OFÍCIO DE 75%. CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA ANTES OU APÓS LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE SÚMULAS CARF Nº 17, A CONTRÁRIO SENSU, E Nº 50. A teor da Súmula CARF nº 17, somente descabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Requisitos ausentes no caso dos autos, é de se aplicar a multa de ofício. É cabível a exigência de multa de ofício se a decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário perdeu os efeitos antes da lavratura do auto de infração. Aplicação da Súmula CARF nº 50. JUROS DE MORA - AUTO DE INFRAÇÃO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC De acordo com a Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
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APURAÇÃO DE DIFERENÇAS EM FACE DA LEGISLAÇÃO VIGENTE. AUTO DE INFRAÇÃO. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE ÓBICE AO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Hígido o lançamento de ofício efetuado para exigir diferenças de valores de PIS nos termos da legislação vigente à época dos fatos geradores. O Auto de Infração é o instrumento adequado para a constituição do crédito tributário pelo lançamento de ofício de que trata o artigo 142 do Código Tributário Nacional CTN. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração. Súmula CARF nº 48 MULTA DE OFÍCIO DE 75%. CRÉDITO TRIBUTÁRIO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA ANTES OU APÓS LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE SÚMULAS CARF Nº 17, A CONTRÁRIO SENSU, E Nº 50. A teor da Súmula CARF nº 17, somente descabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Requisitos ausentes no caso dos autos, é de se aplicar a multa de ofício. É cabível a exigência de multa de ofício se a decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário perdeu os efeitos antes da lavratura do auto de infração. Aplicação da Súmula CARF nº 50. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 09 06 /2 00 6- 56 Fl. 300DF CARF MF Processo nº 19515.000906/200656 Acórdão n.º 3201005.208 S3C2T1 Fl. 301 2 JUROS DE MORA AUTO DE INFRAÇÃO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC De acordo com a Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo no Acórdão nº 1629.510: Trata o presente processo de Lançamento da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, consubstanciado no "Auto de Infração'" de fls. 127/129, no que tange aos períodos de apuração de outubro de 2001 a maio de 2002, bem como de agosto a novembro de 2002. O crédito tributário apurado, composto pela contribuição, multa proporcional e juros de mora (calculados até 28.04.2006), alcançou o total equivalente a R$ 96.038,64 (noventa e seis mil, trinta e oito reais e sessenta e quatro centavos). Pelo Termo de Verificação de fls. 115/117, relata a Fiscalização, em síntese, no sentido: de que a exação em causa, concernente à conta contábil 2.02.09.02.004, foi questionada no Mandado de Segurança 1999.61.00.0173250 no qual foi concedida medida Fl. 301DF CARF MF Processo nº 19515.000906/200656 Acórdão n.º 3201005.208 S3C2T1 Fl. 302 3 liminar afastando as regras impostas pela Lei 9.718/98 e, após, concedida a segurança e admitido o Recurso Extraordinário interposto; de que as importância questionadas judicialmente não estavam, na ocasião, amparadas por efeito suspensivo; e de que também relativamente à conta contábil 2.01.07.02.005 há carência de PIS declarado ou pago. O Lançamento foi impugnado (fls. 133/142) alegandose, em síntese no sentido: de que é inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS determinada pela Lei 9.718/98; de que, a título de argumentação, caso fossem devidos juros de mora, estes, quando equivalentes à Taxa Selic, cujo caráter é remuneratório, revelam manifesta ilegalidade, representando violação ao art. 161, § 1º , do Código Tributário Nacional, e ao art. 150, I, da Constituição Federal; e de que o Lançamento tributário não pode ser levado a efeito diante de manifesta suspensão de exigibilidade nos termos do art. 151, IV, do Código Tributário Nacional, bem como pela sobreposição das decisões judiciais sobre os atos administrativos. Requer o aguardo do julgamento final e definitivo do Mandado de Segurança 1999.61.00.0173250, com ressalva expressa quanto à suspensão de exigibilidade até o trânsito de julgado e a "exclusão dos valores a título de juros de mora (Taxa SELIC)" (fl. 142). Dos autos consta petição dirigida ao Delegado da Receita Federal do Brasil em Limeira, havendo notícias de que Ripasa S.A. Celulose e Papel teria sido cindida; igualmente consta que houve a baixa definitiva do Mandado de Segurança 1999.61.00.017325 0 à seção judiciária de origem. É o relatório. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo, por intermédio da 9ª Turma, no Acórdão nº 1629.510, sessão de 10/02/2011, julgou improcedente a impugnação, assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2001, 2002 LANÇAMENTO. A atividade de Lançamento é vinculada e obrigatória, fazendose necessária sempre que presentes os pressupostos legais, não lhe obstando a existência de eventual ação judicial, cuja conseqüência é, conforme seja, a mera suspensão de exigibilidade de crédito tributário. AÇÃO JUDICIAL. É devida a constituição do credito tributário durante ação judicial, em consonância com o art. 62 do Decreto n° 70.235/72, cabendo, inclusive com o objetivo de prevenir a decadência e em consonância com a legislação da época, o Lançamento nas situações envolvendo decisão judicial não atingida pelos efeitos da coisa julgada. PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. Fl. 302DF CARF MF Processo nº 19515.000906/200656 Acórdão n.º 3201005.208 S3C2T1 Fl. 303 4 A Constituição Federal consagrou a unicidade de jurisdição em nosso ordenamento jurídico, pelo qual são soberanas as decisões judiciais. Dessa forma, sempre que um contribuinte ingressa em Juízo para discutir algum direito que entende possuir perante a Fazenda Nacional, esvaziase o contencioso administrativo, pois a decisão judicial é sempre soberana. Todavia, o processo administrativo terá prosseguimento normal no que se relaciona à matéria diferenciada daquela do processo judicial. MULTA DE OFICIO. Quanto o impugnante não dá notícias nos autos de suspensão da exigibilidade por ocasião do início da ação fiscal, descabe em sede de julgamento administrativo o afastamento da multa aplicada. JUROS CALCULADOS COM O CONCURSO DA TAXA SELIC. Devem ser descartadas pela instância julgadora administrativa alegações voltadas, direta ou indiretamente, contra o cômputo dos juros moratórios com o concurso da Taxa SELIC. DECISÃO JUDICIAL. Cabe à Unidade jurisdicionante do contribuinte adaptar o crédito tributário à coisa julgada, fazendo os ajustes administrativos necessários ao fiel cumprimento das decisões judiciais aplicáveis. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignada, a contribuinte interpôs recurso voluntário no qual solicita a reforma da decisão recorrida para que seja cancelado o auto de infração, afastandose a exigência do crédito tributário. Insiste nas matérias arguidas em impugnação: (i) A extinção do crédito tributário pela ocorrência de decisão judicial transitada em julgado; e (ii) O descabimento da multa de ofício. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Relator O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Consta dos autos que o litígio versa sobre o inconformismo da contribuinte em face do auto de infração lavrado para a exigência de PIS no período de 10/2001 a 05/2002 e 08/2002 a 11/2002, acrescido de multa de ofício e juros de mora. Fl. 303DF CARF MF Processo nº 19515.000906/200656 Acórdão n.º 3201005.208 S3C2T1 Fl. 304 5 Suscita a recorrente a extinção do crédito tributário nos termos do art. 156, X do CTN em razão da ocorrência da coisa julgada nos autos do Mandado de Segurança n° 1999.61.00.0173250, que legitima o procedimento da Recorrente efetuar o recolhimento do tributo sem as alterações perpetradas pela Lei 9.718/98. A decisão recorrida não conheceu do mérito (alargamento da base de cálculo das Contribuições pela Lei nº 9718/98) em razão da precedência da decisão judicial sobre qualquer manifestação administrativa, manteve o lançamento efetuado em consonância ao art. 142 do CTN e como medida de prevenção da decadência, e, quanto à multa de ofício, entendeu que à época da lavratura do auto de infração não pendia qualquer das hipóteses de suspensão do crédito tributário, decidindo por sua higidez. A recorrente não pede a aplicação no presente processo do que restou decidido na ação judicial ou mesmo prossegue na discussão do alargamento da base de cálculo do PIS pela Lei nº 9.718/98; apenas suscita a extinção do crédito tributário em decorrência da decisão transitada em julgado (art. 156, X do CTN) e o consequente cancelamento do auto de infração. Entendo, pois, pela não aplicação da Súmula CARF nº 01 pois há matérias não renunciadas em recurso: o cancelamento do auto de infração e da multa de ofício. Assim, impende ao Colegiado decidir somente quanto à manutenção do auto de infração em face da coisa julgada e a exigência da multa de ofício. Exigência em auto de infração Consta dos autos que o lançamento de ofício somente foi realizado quando não mais pendia o efeito suspensivo concedido em liminar em 23/04/1999 no RE. Em verdade, até 22/03/2006, prevaleceu o efeito suspensivo concedido, precariamente, até que se proferisse o juízo de admissibilidade no Recurso Extraordinário interposto pela contribuinte O termo de início da ação fiscal foi em 09/03/2006 (fl. 04), o auto de infração lavrado em 29/03/2006 com ciência em 10/05/2006 (fl. 132). Portanto, sem que qualquer medida judicial que assegurasse à contribuinte a vedação do lançamento ou a suspensão de sua exigibilidade. Vieram aos autos informações acerca da existência da Ação Cautelar nº 1157 (fls. 286/293) proposta pela contribuinte na qual foi concedida decisão em 12/04/2006 para suspender a exigibilidade de crédito tributário fundado no art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Referida Ação transitou em julgado em 15/06/2009. Depreendese do andamento e datas das ações judiciais aqui mencionadas que não havia suspensão da exigibilidade do crédito tributário formalizado no auto de infração em debate, na data de sua constituição. Apontado na decisão recorrida que conquanto houvesse concessão de medida judicial para a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não incidia sobre o Fisco qualquer óbice ao lançamento fiscal. Fl. 304DF CARF MF Processo nº 19515.000906/200656 Acórdão n.º 3201005.208 S3C2T1 Fl. 305 6 O Auto de Infração é o instrumento adequado para a constituição do crédito tributário pelo lançamento de ofício de que trata o artigo 142 do Código Tributário Nacional CTN, aplicandose, ainda, o enunciado da Súmula CARF nº 48: "Súmula CARF nº 48: A suspensão da exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial não impede a lavratura de auto de infração." Portanto, regular o lançamento de ofício efetuado para exigir diferenças de valores de PIS nos termos da legislação vigente à época. Regularidade da multa de ofício aplicada No tocante à exigência de multa de ofício, é de observar o preceito insculpido no art. 63 da Lei nº 9.430/96: Art. 63. Não caberá lançamento de multa de oficio na constituição do crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos e contribuições de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do inciso IV do art. 151 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966. (Vide Medida Provisória n" 2.15835, de 2001) § Io O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de oficio a ele relativo. § 2° A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Revela a leitura dos dispositivos que a multa de ofício não é aplicada sob dois requisitos: (i) quando a exigibilidade do crédito encontrarse suspensa por concessão de medida liminar em mandado de segurança; e (ii) a suspensão tenha ocorrido antes de qualquer procedimento de ofício relativo ao crédito tributário. No caso dos autos nenhum dos requisitos foram atendidos. O auto de infração foi formalizado com a multa de ofício após decair a medida suspensiva concedida no MS nº 1999.61.00.0173250 e antes da obtenção de idêntica medida na Ação Cautelar nº 1157. Outrossim, na data do início do procedimento fiscal (Termo de Início da Ação Fiscal) não pendia qualquer medida suspensiva de exigibilidade do crédito tributário. No caso aplicase a Súmula CARF nº 50: Súmula CARF nº 50: É cabível a exigência de multa de ofício se a decisão judicial que suspendia a exigibilidade do crédito tributário perdeu os efeitos antes da lavratura do auto de infração. Fl. 305DF CARF MF Processo nº 19515.000906/200656 Acórdão n.º 3201005.208 S3C2T1 Fl. 306 7 A multa de oficio de 75% tem por fato gerador o art. 44 da Lei 9.430/96 e se aplica nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, falta de declaração e nos de declaração inexata: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; Destarte, não há qualquer reparo na aplicação da multa de ofício ao presente caso. Ademais, a contrário sensu é de rigor a observação da Súmula CARF nº 17: "Súmula CARF n° 17: Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo." Sobre o crédito tributário constituído impende ainda a incidência de juros moratório em atendimento às Súmulas CARF nºs. 04 e 05: "Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais." "Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral." Não obstante a manutenção do auto de infração e consectários legais, é de estrito rigor a Unidade de Origem cumprir a ordem judicial transitada em julgado em relação à matéria que deu origem ao litígio versado nesses autos. Conclusão Diante de todo o exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Fl. 306DF CARF MF
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