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Numero do processo: 13851.900223/2006-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1201-000.543
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo nº 13851.900234/2006-83, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo nº 13851.900234/200683, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Relatório Na condição de Presidente da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, no uso das atribuições conferidas pelo art. 17, III, do Anexo II do RICARF, designome Redator ad hoc para formalizar a Resolução nº 1201000.543, de 17/08/2018, referente ao presente processo, julgado na sistemática de recursos repetitivos de que trata o art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 51 .9 00 22 3/ 20 06 -0 1 Fl. 99DF CARF MF Processo nº 13851.900223/200601 Resolução nº 1201000.543 S1C2T1 Fl. 3 2 2015, tendo em vista que a então Presidente da Turma, Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, deixou de fazêlo, em virtude de sua aposentadoria. O contribuinte interpôs seu tempestivo Recurso Voluntário, considerando que acórdão, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, ratificou o despacho decisório, não homologando a Declaração de Compensação (DCOMP) de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) pela inexistência do crédito de pagamento indevido ou a maior. De acordo com referido despacho decisório, o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de outro débito do contribuinte, "não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Entretanto, o contribuinte afirma no seu recurso que existia crédito compensável, como indicado na PER/DCOMP, porém, não foi homologado pela ausência de retificação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), inerente ao 3º trimestre de 2002. O contribuinte retificou a mencionada Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), por fim, requerendo o provimento do Recurso Voluntário para homologar a pretendida compensação. É o relatório. Voto Lizandro Rodrigues de Sousa Redator ad hoc O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1201000.535 , de 17/08/2018, proferida no julgamento do Processo nº 13851.900234/2006 83, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1201000.535): Inicialmente, quando da sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte anexou uma cópia da DCTF, versão retificadora, pertinente ao 4º trimestre de 2002, presumindo que era suficiente para homologação da sua Declaração de Compensação (DCOMP). Noentanto, o acórdão recorrido concluiu pela inexistência do direito de crédito, vez que "exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoo com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente e análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o montante de tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado." O artigo 170 do Código Tributário Nacional preceitua que "A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a Fl. 100DF CARF MF Processo nº 13851.900223/200601 Resolução nº 1201000.543 S1C2T1 Fl. 4 3 compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública". Portanto, imprescindível a certeza e a liquidez do crédito compensável, facultando ao contribuinte que impugne a não homologação formalizada através de despacho decisório, instruindo sua manifestação com as provas em contrário, garantindo, assim, o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. O processo administrativo tributário é regido por normas específicas, principalmente, o Decreto nº 70.235/1972, a Lei nº 9.430/1996 e o Decreto nº 7.574/2011, orientado pelos princípios que norteiam a Administração Pública, incluindo a moralidade, eficiência e impessoalidade. Conquanto submetido ao regime de apuração pelo lucro real, inicialmente, o contribuinte não demonstrou o pagamento a maior do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), mediante a idônea escrituração contábil e fiscal, motivando, assim, a retificação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Ressalvase que a "escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza.", conforme o artigo 923 do Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR), instituído pelo Decreto nº 3.000/1999. O ônus do contribuinte era que demonstrasse seu indébito, por exemplo, com Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), balanço patrimonial, Livro Diário e/ou Livro Razão, justificando a redução do valor devido e pelo próprio declarado de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), considerando os artigos 7º, § 4º, e 8º, inciso I, do Decretolei nº 1.598/1977: Art 7º O lucro real será determinado com base na escrituração que o contribuinte deve manter, com observância das leis comerciais e fiscais. (...) § 4º Ao fim de cada períodobase de incidência do imposto o contribuinte deverá apurar o lucro líquido do exercício mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do exercício e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Art 8º O contribuinte deverá escriturar, além dos demais registros requeridos pelas leis comerciais e pela legislação tributária, os seguintes livros: I de apuração de lucro real, no qual: I de apuração do lucro real, que será entregue em meio digital, e no qual: (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) a) serão lançados os ajustes do lucro líquido do exercício, de que tratam os §§ 2º e 3º do artigo 6º; b) será transcrita a demonstração do lucro real (§ 1º); Fl. 101DF CARF MF Processo nº 13851.900223/200601 Resolução nº 1201000.543 S1C2T1 Fl. 5 4 b) será transcrita a demonstração do lucro real e a apuração do Imposto sobre a Renda; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) c) serão mantidos os registros de controle de prejuízos a compensar em exercícios subseqüentes (art. 64), de depreciação acelerada, de exaustão mineral com base na receita bruta, de exclusão por investimento das pessoas jurídicas que explorem atividades agrícolas ou pastoris e de outros valores que devam influenciar a determinação do lucro real de exercício futuro e não constem de escrituração comercial (§ 2º). Posteriormente, quando da interposição do Recurso Voluntário, o contribuinte esclareceu a origem do seu crédito de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ): A Recorrente, equivocadamente, apurou os valores a recolher de CSLL e IRPJ em cada trimestre calendário fracionando o recolhimento nos três meses seguintes. Ocorre que na apuração dos valores devidos, houve por recolher valor a maior, resultado em oneração indevida e pagamento a maior. A origem desses créditos pode ser comprovada através dos lançamentos contábeis realizados e toda escrituração da apuração fiscal realizada aqui apresentada. Outrossim, o Recurso Voluntário anexou: (i) Balancete analítico trimestral, incluindo o período de 01.07.2002 a 30.09.2002; (ii) Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), versão Fl. 102DF CARF MF Processo nº 13851.900223/200601 Resolução nº 1201000.543 S1C2T1 Fl. 6 5 original, referente ao anocalendário de 2002, com Imposto de Renda a pagar de R$ 44.422,98 e; (iii) Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), período de apuração de 30.09.2002, concernente à 3ª quota do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), apurado no 3º trimestre/2002, com valor principal de R$ 18.791,90. A prova documental instruirá a impugnação "precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual", consoante o artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/1972, exceto (I) demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (II) refirase a fato ou a direito superveniente e; (III) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito.(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição.(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que:(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) O erro da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), retificado após o despacho decisório, não é determinante para o indeferimento da Declaração de Compensação (DCOMP), prevalecendo a verdade material, como se extrai do Parecer Normativo da CoordenaçãoGeral de Tributação (COSIT) nº 02/2015: Fl. 103DF CARF MF Processo nº 13851.900223/200601 Resolução nº 1201000.543 S1C2T1 Fl. 7 6 "Assunto. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR." As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, Fl. 104DF CARF MF Processo nº 13851.900223/200601 Resolução nº 1201000.543 S1C2T1 Fl. 8 7 não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Entendo que não há necessidade de conversão do presente julgamento em diligência ou qualquer outra perícia (artigo 29 do Decreto nº 70.235/1972), visto que se restringe à análise sobre os documentos constituírem ou não a imprescindível prova de certeza e de liquidez do crédito, ainda que trazidos aos autos somente com Recurso Voluntário. Avaliando a prova documental existente no recurso, valorizando o princípio da verdade material, notase: 1. O contribuinte demonstrou, com balancete analítico trimestral, vários lançamentos contábeis, que validariam as informações da Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) e da planilha denominada "Da Comprovação Exaustiva da Origem dos Créditos". 2. A Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), versão original, referente ao anocalendário de 2002, consignou o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) a pagar de R$ 44.422,98. 3. Por fim, o contribuinte anexou um único Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), período de apuração de 30.09.2002, equivalente à 3ª quota do declarado Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), com valor principal de R$ 18.791,90. Em resumo, o Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) devido foi de R$ 44.422,98, porém, o Recorrente comprovou o pagamento apenas da 3ª quota de R$ 18.791,90, não demonstrando o adimplemento superior ao montante exigível. A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), versão retificadora, embora em um primeiro momento resultasse no despacho decisório, que não homologou a declaração de compensação, não influenciou nessa conclusão, limitada à prova documental sobre o crédito, acostada no Recurso Voluntário. Entendo que é indispensável a conversão do presente julgamento em diligência, com fundamento no artigo 29 do Decreto nº 70.235/1972, visto que demanda uma análise sobre se os documentos, anexados ao Recurso Voluntário, constituem a necessária prova de certeza e de liquidez do crédito. Adicionalmente, presumível que o Recorrente adimpliu as demais quotas do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), caracterizando o pagamento a maior, suscetível de restituição e compensação. Isto posto, voto pela conversão do julgamento em diligência, solicitando o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que emita um relatório sobre as informações e os documentos anexados ao Recurso Voluntário, por fim, opinando pela existência do crédito de Fl. 105DF CARF MF Processo nº 13851.900223/200601 Resolução nº 1201000.543 S1C2T1 Fl. 9 8 Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), oriundo do pagamento a maior, argumentado pelo Recorrente. Finalizada esta diligência, ressalvo a necessidade de promover a ciência do contribuinte sobre o "Relatório Conclusivo", fixando o prazo de 30 (trinta) dias para sua manifestação, antes do retorno dos autos para novo julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Voto por converter o julgamento do recurso em diligência., solicitando o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que emita um relatório sobre as informações e os documentos anexados ao Recurso Voluntário, por fim, opinando pela existência do crédito de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), Período de Apuração 30/06/2002, oriundo do pagamento a maior, argumentado pelo Recorrente. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator do processo paradigma. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 106DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.961906/2008-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 30/11/1999
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-006.171
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 30/11/1999 ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz.
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DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais de Laurentiis Galkowicz. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 96 19 06 /2 00 8- 53 Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10880.961906/200853 Acórdão n.º 3402006.171 S3C4T2 Fl. 0 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o Acórdão nº 1629.939, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo/SP, que por unanimidade de votos julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, mantendo a decisão administrativa pela não homologação da compensação pretendida. Cientificada desta decisão, a Contribuinte interpôs o Recurso Voluntário ora em apreço, através do qual pede a reforma da decisão de primeira instância, o que fez com os seguintes argumentos: i) Com fulcro na Lei 9.430/96 e alterações posteriores, apresentou diversos pedidos de compensação de créditos tributários oriundos de pagamento indevidos de tributos, os quais foram utilizados para compensação de débitos tributários decorrentes de suas atividades empresariais; ii) O agente administrativo limitouse a lançar um despacho padronizado indeferindo as compensações sob o argumento de que não existia o crédito perseguido pelo contribuinte; iii) Em nenhum momento foi propiciado à Recorrente a oportunidade de demonstrar o seu crédito, se limitando a Autoridade Administrativa a consultar os sistemas informatizados do próprio Fisco; iv) O julgado foi precipitado e invocou como fundamento o fato (verdadeiro) que para homologar as compensações é imprescindível a demonstração pelo contribuinte da "liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas."; v) O objeto do presente processo administrativo é justamente garantir ao contribuinte a oportunidade de demonstrar a liquidez e certeza de seus créditos. Todavia, da maneira em que conduzido o processo não está sendo permitido ao contribuinte demonstrar o seu crédito e usase a falta dessa prova para indeferir o pedido. É o relatório. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10880.961906/200853 Acórdão n.º 3402006.171 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.148, de 25 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.686726/200968, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3402006.148): "Pressupostos legais de admissibilidade Nos termos do relatório o recurso é tempestivo, bem como o preenche os demais requisitos de admissibilidade, resultando em seu conhecimento. Mérito Da análise dos autos, constatase que o objeto principal deste litígio se resume ao ônus da prova sobre o direito creditório perseguido pela Contribuinte. Cabe observar que a origem da base de cálculo do crédito e inconstitucionalidade do artigo 3°, § 2°, inciso III da Lei 9.718/98 não é ponto controvertido a ser analisado, uma vez que não foi a razão do indeferimento e tampouco matéria enfrentada em razões recursais. Em síntese, o argumento principal da parte em Manifestação de Inconformidade e Recurso Voluntário versa sobre a conclusão da Autoridade Administrativa pela inexistência do crédito "sem sequer solicitar ao contribuinte qualquer documento capaz de comprovar ou não a existência e suficiência do crédito utilizado na compensação". A Contribuinte havia requerido em Manifestação de Inconformidade a anulação do despacho decisório e a determinação para que a Autoridade Fiscal efetuasse as diligências necessárias para comprovar a origem e a existência do crédito utilizado nas compensações ou, alternativamente, a homologação da compensação efetuada. Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10880.961906/200853 Acórdão n.º 3402006.171 S3C4T2 Fl. 0 4 Por sua vez, a Autoridade Julgadora de Primeira Instância salientou que a compensação que se pretende é a proveniente de lançamento por homologação, em que o contribuinte apura por sua conta e risco o valor a ser restituído e efetua a compensação, incumbindo ao Fisco verificar se o encontro de contas foi realizado corretamente ou não, consoante o artigo 66 da Lei n° 8.383/1991. Com efeito, em razão da busca pela verdade material, sempre deverá prevalecer a possibilidade de apresentação de todos os meios de provas necessários para comprovação do direito pleiteado. Constatase que a Recorrente instruiu tanto a manifestação de Inconformidade quanto o Recurso Voluntário apenas com o instrumento de procuração, identificação da procuradora, cópias das decisões recorridas, identificação dos sócios proprietários e atos constitutivos da empresa. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente em nenhum momento anexou aos autos quaisquer documentos e/ou planilhas de apuração, tampouco apresentou retificação da DCTF para demonstrar o crédito perseguido. Ou seja, não há nos autos sequer um indício da existência de tal crédito. Aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 9303007.218, proferido pela 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais1. Com isso, está correta a decisão de primeira instância. Dispositivo Ante o exposto, conheço e nego provimento ao Recurso Voluntário. Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. 1 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do Fato Gerador: 20/04/2007 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10880.961906/200853 Acórdão n.º 3402006.171 S3C4T2 Fl. 0 5 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 71DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13889.720049/2018-13
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2016
DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE.
São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
Numero da decisão: 2001-001.185
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para considerar como dedutível o valor de R$3.791,20 do valor da despesa médica glosada, eis que tal parcela resta comprovada ser despesa própria do contribuinte. Vencido o Conselheiro Jorge Henrique Backes que dava-lhe provimento integral.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernanda Melo Leal - Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho.
Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2016 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
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COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo anocalendário da obrigação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para considerar como dedutível o valor de R$3.791,20 do valor da despesa médica glosada, eis que tal parcela resta comprovada ser despesa própria do contribuinte. Vencido o Conselheiro Jorge Henrique Backes que davalhe provimento integral. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 9. 72 00 49 /2 01 8- 13 Fl. 48DF CARF MF 2 Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi emitida Notificação de Lançamento, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício de 2016, anocalendário de 2015, devido a dedução indevida de despesas médicas, especialmente por falta de detalhamento dos beneficiários do plano de saúde, já que não informa dependentes na sua declaração anual de ajuste pessoa física. O interessado foi cientificado da notificação e apresentou impugnação alegando que a despesa se referia a Fundação Waldemar Barnsley Pessoa, CNPJ 56.893.209/0001 86 e foi devidamente comprovada através da DMED juntada ao processo; A DRJ Juiz de Fora, na análise da peça impugnatória, manifestou seu entendimento no sentido de que não assiste razão ao contribuinte eis que , mais uma vez, através da análise dos documentos apresentados percebese que o contribuinte faz parte de um plano de saúde denominado Standart com Dependentes e, não tendo declarado dependentes em sua Declaração de Ajuste Anual, não poderia deduzir despesas com aqueles, com exceção daquelas relativas a ele próprio. Não havendo documento que discrimine os valores do titular e dos dependentes não há como acatar a dedução pleiteada. Em sede de Recurso Voluntário,junta DMED detalhada, informando que R$3.791,20 referemse a despesas médicas próprias e R$3.791,20 referese a despesa médica com a sua esposa, sra Noêmia Aparecida Morandi Rissardi. É o relatório. Voto Conselheira Fernanda Melo Leal Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Mérito Glosa de despesas médicas Nos termos do artigo 8°, inciso II, alínea "a", da Lei 9.250/1995, com a redação vigente ao tempo dos fatos ora analisados, são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física as despesas a título de despesas médicas, psicológicas e dentárias, quando os pagamentos são especificados e comprovados. Lei 9.250/1995: Art. 8°. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; Fl. 49DF CARF MF Processo nº 13889.720049/201813 Acórdão n.º 2001001.185 S2C0T1 Fl. 3 3 II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. (...) § 2º O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: (...) II restringese aos pagamentos feitos pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro de Pessoas Jurídicas de quem recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” O Recorrente trouxe DMED, em sede de Recurso Voluntário, evidenciando que do total da despesa declarada como dedutível a título de despesa médica, R$3.791,20 referese a despesa médica com a sua esposa, sra Noêmia Aparecida Morandi Rissardi . Ocorre que, como muito bem frisado pela DRJ Juiz de Fora, o contribuinte não informa nenhum dependente na sua declaração anual de ajuste de imposto de renda pessoa física. Neste diapasão, merece trazer à baila o princípio pela busca da verdade material. Sabemos que o processo administrativo sempre busca a descoberta da verdade material relativa aos fatos tributários. Tal princípio decorre do princípio da legalidade e, também, do princípio da igualdade. Busca, incessantemente, o convencimento da verdade que, hipoteticamente, esteja mais aproxima da realidade dos fatos. De acordo com o princípio são considerados todos os fatos e provas novos e lícitos, ainda que não tragam benefícios à Fazenda Pública ou que não tenham sido declarados. Essa verdade é apurada no julgamento dos processos, de acordo com a análise de documentos, oitiva das testemunhas, análise de perícias técnicas e, ainda, na investigação dos fatos. Através das provas, buscase a realidade dos fatos, desprezandose as presunções tributárias ou outros procedimentos que atentem apenas à verdade formal dos fatos. Neste sentido, deve a administração promover de oficio as investigações necessárias à elucidação da verdade material para que a partir dela, seja possível prolatar uma sentença justa. A verdade material é fundamentada no interesse público, logo, precisa respeitar a harmonia dos demais princípios do direito positivo. É possível, também, a busca e análise da verdade material, para melhorar a decisão sancionatória em fase revisional, mesmo porque no Direito Administrativo não podemos falar em coisa julgada material administrativa. A apresentação de provas e uma análise nos ditames do princípio da verdade material estão intrinsecamente relacionadas no processo administrativo, pois a verdade material apresentará a versão legítima dos fatos, independente da impressão que as partes tenham Fl. 50DF CARF MF 4 daquela. A prova há de ser considerada em toda a sua extensão, assegurando todas as garantias e prerrogativas constitucionais possíveis do contribuinte no Brasil, sempre observando os termos especificados pela lei tributária. A jurisdição administrativa tem uma dinâmica processual muito diferente do Poder Judiciário, portanto, quando nos depararmos com um Processo Administrativo Tributário, não se deve deixar de analisálo sob a égide do princípio da verdade material e da informalidade. No que se refere às provas, é necessário que sejam perquiridas à luz da verdade material, independente da intenção das partes, pois somente desta forma será possível garantir o um julgamento justo, desprovido de parcialidades. Somase ao mencionado princípio também o festejado princípio constitucional da celeridade processual, positivado no ordenamento jurídico no artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal, o qual determina que os processos devem desenvolverse em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do resultado alcançado ao final da demanda. Ratifico, ademais, a necessidade de fundamento pela autoridade fiscal, dos fatos e do direito que consubstancia o lançamento. Tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como na Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. Assim sendo, com fulcro nos festejados princípios supracitados, e baseando se no quanto apresentado e evidenciado, ou seja, de que do montante declarado como despesa medica, apenas R$3.791,20 se refere a despesa própria, entendo que deve ser dado provimento parcial ao Recurso Voluntário para acatar a dedutibilidade da despesa médica própria, já que não tem dependente para fins fiscais informados na sua decaração.. CONCLUSÃO: Diante tudo o quanto exposto, voto no sentido de, CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, considerar como dedutível o valor de R$3.791,20 do valor da despesa medica glosada, eis que tal parcela resta comprovada ser despesa própria do contribuinte. (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal. Fl. 51DF CARF MF Processo nº 13889.720049/201813 Acórdão n.º 2001001.185 S2C0T1 Fl. 4 5 Fl. 52DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13603.720129/2007-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
INTIMAÇÃO POR EDITAL. REGULARIDADE
A intimação poderá ser realizada por edital, quando demonstrando que a intimação via postal foi improfícua.
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVO.
É intempestivo o recurso voluntário apresentado após o decurso do prazo de trinta dias, contados da data de ciência da decisão de primeira instância.
Numero da decisão: 2202-005.024
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson. - Presidente
(assinado digitalmente)
Rorildo Barbosa Correia - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andrea de Moraes Chieregatto.
Nome do relator: RORILDO BARBOSA CORREIA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2005 INTIMAÇÃO POR EDITAL. REGULARIDADE A intimação poderá ser realizada por edital, quando demonstrando que a intimação via postal foi improfícua. RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso voluntário apresentado após o decurso do prazo de trinta dias, contados da data de ciência da decisão de primeira instância.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson. - Presidente (assinado digitalmente) Rorildo Barbosa Correia - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andrea de Moraes Chieregatto.
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REGULARIDADE A intimação poderá ser realizada por edital, quando demonstrando que a intimação via postal foi improfícua. RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVO. É intempestivo o recurso voluntário apresentado após o decurso do prazo de trinta dias, contados da data de ciência da decisão de primeira instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson. Presidente (assinado digitalmente) Rorildo Barbosa Correia Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 72 01 29 /2 00 7- 75 Fl. 310DF CARF MF 2 Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andrea de Moraes Chieregatto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão nº 0331.496 proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF DRJ/BSA, a qual julgou procedente o lançamento e manteve o crédito tributário correspondente ao Imposto Territorial Rural ITR, exercício de 2005, referente ao imóvel rural denominado Fazenda Bela Vista, com área total de 622,5 ha., NIRF 3.578.7686, localizado no município de Sarzedo/MG (fls. 241/258 e 273/301). Do Lançamento Tributário No tocante ao lançamento tributário, o relatório que acompanha a decisão da DRJ/BSA (fl. 243) mencionou o seguinte: Contra a contribuinte interessada foi emitida, em 01.10.2007, a Notificação de Lançamento n° 06110/00008/2007 de fls. 01/05, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário no montante de R$ 461.458,29, a título de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, do exercício de 2005, acrescido de multa de oficio (75,0%) e juros legais calculados até 28.09.2007, incidentes sobre o imóvel rural denominado "Fazenda Bela Vista", cadastrado na RFB, sob o n° 3.578.7686, com área de 608,0 ha, localizado no Município de Sarzedo/MG. Regulamente intimada do lançamento, a Agro Industrial Bela Vista Ltda apresentou impugnação que foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília DRJ/BSA (fls. 241/258). Da Decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento Quando da apreciação do caso, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF julgou procedente o lançamento, conforme ementas a seguir transcritas (fls. 241/242): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 DA NULIDADE DO LANÇAMENTO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Tendo a contribuinte compreendido as matérias tributadas e exercido de forma plena o seu direito de defesa, por meio da entrega tempestiva de sua impugnação, não há que se falar em NULIDADE do lançamento, que contém todos os requisitos obrigatórios previstos no Processo Administrativo Fiscal PAF. A intimação inicial para apresentação de documentos não é de natureza obrigatória, podendo ser dispensada, a critério da autoridade fiscal. Fl. 311DF CARF MF Processo nº 13603.720129/200775 Acórdão n.º 2202005.024 S2C2T2 Fl. 311 3 DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. As áreas de preservação permanente e de reserva legal, para fins de exclusão do ITR, cabem ser reconhecidas como de interesse ambiental pelo IBAMA, ou pelo menos, que seja comprovada a protocolização, em tempo hábil, do requerimento do competente ADA. DO VALOR DA TERRA NUA Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base nos VTN/ha apontados no SIPT, exigese que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos das Normas da ABNT, demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel e a existência de possíveis características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar o valor pretendido. DA MULTA DE OFÍCIO LANÇADA E DOS JUROS DE MORA. Apurado imposto suplementar em procedimento de fiscalização, no caso de informação incorreta na declaração do ITR e/ou subavaliação do VTN declarado, cabe exigilo juntamente com os juros e a multa aplicados aos demais tributos. Lançamento Procedente Da Ciência ao Contribuinte da Decisão de Primeira Instância Administrativa O Acórdão nº 0331.496 foi julgado pela 1ª Turma da DRJ/BSA, em 17 de junho de 2009, e a decisão foi encaminhada, em 24 de julho de 2009, para ciência à contribuinte, por via postal, para o endereço Fazenda Bela Vista, s/n, Bairro Sarzedo, Ibirité/MG, sendo devolvido pelos Correios à RFB, como não procurado (fls. 263/264). A decisão do referido acórdão foi novamente encaminhada, em 30 de setembro de 2009, para ciência ao contribuinte, por via postal, para o endereço Rua Felipe do Santos, 667 apto 104 Bairro de Lourdes Belo Horizonte MG, sendo devolvido pelos Correios a RFB, com três tentativas de entrega não concretizadas (fls. 265/266). Após duas tentativas de ciência ao contribuinte por vai postal não realizadas, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Contagem/MG, com o objetivo de cientificar a empresa, em 04 de novembro de 2009, publicou o edital nº 061/2009 intimado à contribuinte para, no prazo de quinze dias, tomar ciência do acórdão referente à decisão proferida pela DRJ/BSA, com a retirada do edital em 19 de novembro de 2009 e, logo em seguida, lavrou o Termo de Perempção (fls. 267/268). Do Recurso Voluntário A Recorrente apresentou recurso voluntário (fls. 273/300 e 309), em primeiro de março de 2010, contestando a decisão da DRJ/BSA. Em sede de recurso voluntário, a Recorrente se insurgiu contra o acórdão da decisão proferida pela DRJ/BSA, preliminarmente alegando ausência de perempção e a tempestividade do recurso, afirmando que tomou ciência do teor da decisão, ora recorrida, em 09 de fevereiro de 2010 e que o recurso deve ser recebido com efeito suspensivo. Fl. 312DF CARF MF 4 A Recorrente questionou a intimação por meio de edital, alegando que houve ilegalidade neste procedimento (fls. 275/280): O meio do edital somente deve ser utilizado quando restarem improfícuos os outros meios de intimação, ou seja, via postal e via pessoal. E isso inclui, obviamente, a notificação por meio dos procuradores regularmente constituídos.(fl. 279 ). Contestando o Acórdão nº 0331.496 proferido pela 1ª Turma DRJ/BSA, a recorrente alegou que houve nulidade, afirmando que (fl. 281): 16) Ora, tal decisão não se pode admitir!! A própria relatora entende que o procedimento de intimação "visa evitar a formalização de notificações e autos de infração inconsistentes, desnecessários, em prejuízo da administração tributária e do próprio contribuinte, que teria que arcar com os custos de sua defesa". Além disso, como ela mesma afirmou, o termo é dispensado quando o auditor fiscal entende ser o mesmo desnecessário. No presente caso, se o auditor entendeu necessário que a recorrente prestasse esclarecimentos, o prazo para sua prestação deveria ter sido respeitado. No seu recurso, em relação a área de reserva legal e a área de preservação permanente, a recorrente se insurgiu contra a decisão da DRJ/BSA, alegando o seguinte (fls. 287/288): 27) Conforme já mencionado, mesmo exaustivamente comprovada a existência das áreas de reserva legal e preservação permanente, e o entendimento dominante de que a apresentação do ADA não é determinante para a isenção do ITR, a recorrente requereu, em 2007, referente ao exercício de 2006, seu ADA. 28) Ora, por todo exposto percebese que (e não poderia ser diferente) que o que determina a exclusão das áreas de reserva legal e de preservação permanente são a sua existência material, e sendo a mesma comprovada, como ocorreu no presente caso, não há que falar em desconsideração da mesma em virtude de sua comprovação não se dar por meio do ADA, devendo, portanto a presente decisão ser reformada para retirar da área tributável do imposto as áreas declaradas e comprovadamente existentes relativas à preservação permanente e reserva legal. Em relação ao valor da terra nua VTN, a recorrente apresentou laudo de avaliação elaborado por engenheiro com a finalidade de demonstrar o VTN, alegando o seguinte (fls. 288/295): O Laudo referente à Fazenda Boa Vista alcança a pontuação necessária, conforme exigido nas Tabelas 1 e 2 do item 9.2 e Tabela 3 do item 9.3 da NBR citada acima, pois atinge mais do que os 36 pontos exigidos para Fundamentação II, bem como a amplitude, conforme pontuação apresentada pelo Engenheiro Agrônomo Rodrigo Octávio Monteiro de Sousa Lima, responsável pelo Laudo Técnico (doc. 2). (fl. 291). Fl. 313DF CARF MF Processo nº 13603.720129/200775 Acórdão n.º 2202005.024 S2C2T2 Fl. 312 5 38) Assim, diante do exposto, requerse que seja reformada a decisão constante do Acórdão 0331.495, substituindo o valor arbitrado pelo fiscal, com base no SPIT, que aponta o valor de R$ 8.000,00 por hectare (4.864.000,00 pela área total), pelo valor constante do laudo técnico de R$ 1233,08 (hum mil duzentos e trinta e três reais e oito centavos) por hectare, no período considerado, segundo laudo técnico, elaborado segundo os parâmetros requeridos pela Receita, com minuciosa pesquisa realizada junto a órgãos oficiais e privados, corretores especializados, proprietários, por ser o valor gerado pelo SPIT totalmente incompatível com a realidade da região em que se encontra a propriedade.(fl. 295). Alegou ainda que houve inconstitucionalidade na aplicação da multa e na aplicação da Taxa Selic (fls. 295/299): 40) Primeiramente, em relação à multa aplicada, este percentual previsto na lei 9430196, de 75%, é flagrantemente inconstitucional, por majorar de forma absurdaa penalidade pelo não cumprimento da obrigação principal.(fl. 296). 41) Também se configura inconstitucional a taxa utilizada para cálculo dos juros de mora, como já demonstrado na impugnação apresentada. Vale destacar, mais uma vez, que a Administração pode sim, aliás, tomase um dever, deixar de aplicar norma inconstitucional, pelas razões já expostas.(fl. 297). A Recorrente, com o objetivo de corroborar seus argumentos, ainda apresentou, ao longo do seu recurso, legislação, doutrina, jurisprudências e acórdãos de decisões proferidos pelo CARF. Ao final, a recorrente requer que (fls. 299/310) : a) Que seja recebido o presente recurso com efeito suspensivo, na forma do art. 35 do Decreto 70235/72, com a suspensão da exigibilidade do débito, relativo ao ITR 2005, tido como pendência constante das informações cadastrais da empresa, para que a recorrente não seja impedida de retirarsua certidão negativa junto a Receita Federal; b) Que seja declarada nula a intimação realizada no presente feito, e consequentemente invalidado o termo de perempção, considerandose a não intimação dos procuradores regularmente constituídos bem como a impossibilidade de utilização do edital sem que fossem esgotadas asformas cabíveis de localização da ora recorrente; c) Seja, assim, recebido o presente recurso e analisado seu mérito, pela absoluta ausência de perempção, como demonstrado neste feito; d) Que seja anulado o Termo de Intimação Fiscal 06110/100012/2007 que gerou a presente notificação de lançamento, uma vez que desrespeitado o prazo para que a recorrente apresentasse a documentação necessária para Fl. 314DF CARF MF 6 esclarecimento da autoridade fiscal, o que tomaria desnecessário o presente feito; e) Que seja reformada a decisão relativa a glosa das áreas de reserva legal e preservação permanente, sendo as mesmas retiradas da base tributável do imposto devido; f) Seja revisto o valor determinado para a terra nua previsto pelo SPIT e substituído pelo valor apontado pelo laudo elaborado por profissional habilitado, no valor de R$ 1563,08 (hum mil quinhentos e sessenta e três reais e oito centavos) por hectare. g) Que não seja aplicada a multa de 75%, por ser a mesma de caráter claramente confiscatório, e, portanto, inconstitucional; h) Que não seja aplicada a taxa SELIC relativa aos juros de mora, aplicandose o art. 161, § 1º do CTN, por não ser lícita a cobrança de juros remuneratórios não aplicáveis a relações tributárias, como demonstrado acima; i) Caso não entenda esse Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais pela improcedência dos itens V, "g", e "h", pelo princípio da eventualidade, requer sejam aplicados juros e multa apenas sobre o valor real do tributo, descontadas as áreas de reserva legal e de preservação permanente, bem como considerando os valores para terra nua constantes do laudo técnico. A impugnante requer, ainda, seja aberta possibilidade de apresentação de novos documentos caso necessários. Por fim, a recorrente requer seja intimada sempre por meio de seus representantes legais, no seguinte endereço: Rua Timbiras 1560, sl. 1103, Bairro Lourdes, Belo HorizonteMG, CEP 30140061. É o relatório. Voto Conselheiro Rorildo Barbosa Correia Relator Preliminar: Alegação de Tempestividade De acordo com o Termo de Encaminhamento emitido pela Seção de Controle e Acompanhamento Tributário da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Contagem/MG (fl. 309), a Agro Industrial Bela Vista Ltda apresentou recurso voluntário intempestivamente em primeiro de março de 2010, nos seguintes termos: Por oportuno informo que foram feitas duas tentativas de intimar o interessado a tomar ciência do resultado do julgamento feito pela DRJBSA – DF, conforme envelopes que retornaram devolvidos, fl. 236 e 237, (cujos originais encontramse anexados ao processo 13603.720128/200721), motivo pelo qual lavrouse Edital de ciência, a qual se deu em 19/11/2009. Observese que a Fl. 315DF CARF MF Processo nº 13603.720129/200775 Acórdão n.º 2202005.024 S2C2T2 Fl. 313 7 intimação de ciência foi enviada para dois endereços: da empresa e do responsável. Por outro lado, a recorrente, em sede de recurso voluntário, se insurgiu contra o acórdão da decisão proferida pela DRJ/BSA, preliminarmente, alegando ausência de perempção e pela tempestividade do recurso, afirmando que tomou ciência do teor da decisão, ora recorrida, em 09 de fevereiro de 2010 e que o recurso deve ser recebido com efeito suspensivo. Dessa forma, como a recorrente alegou tempestividade em seu recurso, fezse necessário apreciar tal alegação, em relação a este ponto. Assim sendo, passouse a analisar em qual momento a recorrente tomou ciência do Acórdão nº 0331.496 proferido pela DRJ/BSA. Compulsando os autos, precisamente as folhas 263/266, conforme AR, notase que houve duas tentativas de cientificar a Agro Industrial Bela Vista Ltda por via postal, uma em 24 de julho de 2009 e outra, em 30 de setembro de 2009, nos termos do art. 23, inciso II, do Decreto 70.235/72. Todavia, verificase que as duas tentativas que a DRF/Contagem/MG realizou para cientificar a empresa foram improficuas, não restando outra alternativa ao Órgão preparador, a publicação de edital, conforme disciplina o art. 23, § 1º do Decreto 70.235/72, para dar ciência ao sujeito passivo do acórdão referido. Neste sentido, observase que a DRF/Contagem/MG, com o objetivo de cumprir suas obrigações legais, no que se refere cientificar a empresa do resultado do julgamento, publicou o Edital nº 061/2009 em 04 de novembro de 2009 e desafixouo em 19 de novembro de 2009 (fls. 267), com o seguinte teor: Pelo presente EDITAL, nos termos do artigo 23, item III do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo artigo 67 da Lei 9.532, de 10 de dezembro de 1997, por se encontrar(em) em lugar(es) incerto (s) e ignorado(s), fica(m) intimado(s) o(s) contribuinte(s) abaixo relacionado(s), bem como seus representantes legais, a tomarem ciência dos Acórdãos de n° 03 31.495 e 0331.496, de, 17 de junho de 2009, proferidos pela 1ª Turma da DRJ/BSA DF, dentro do prazo de 15 dias, contados do dia da afixação deste, cujo(s) processo(s) se encontra(m) nesta SACAT, 1° andar. Após a publicação do Edital, em 04 de novembro de 2009, a contribuinte foi considerada devidamente cientificada do acórdão nº 0331.496 proferido DRJ/BSA, em 19 de novembro de 2009, depois de transcorrido o prazo de 15 dias, conforme dispõe o inciso IV, do § 2°, do art. 23, do Decreto nº 70.235/72. Assim, passado trinta dias da ciência sem que o contribuinte tivesse apresentado alguma contestação sobre a exigência do crédito, a DRF/Contagem/MG emitiu termo de perempção (fl. 268). Transcorrido o prazo regulamentar de 30 (trinta) dias (Decreto n° 70.235/1972, art. 33) e não tendo o interessado apresentado recurso à instância superior da decisão da autoridade de primeira instância, lavrase este termo de perempção na forma da legislação vigente. Fl. 316DF CARF MF 8 Por sua vez, o Recurso Voluntário foi apresentado no dia 01/03/2010 (fls. 273/301), conforme Termo de Encaminhamento emitido pela Seção de Controle e Acompanhamento Tributário da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Contagem/MG (fl. 309), no qual o sujeito passivo alegou que houve irregularidade na intimação realizada (274/275): Ora, é flagrante a irregularidade da intimação realizada. Primeiramente, pela não tentativa de localização dos procuradores regularmente constituídos da ora recorrente; e, além disso, pelo absurdo não encaminhamento da carta de cobrança nem à parte pessoalmente, nem a seus procuradores. 06) Assim, o presente recurso é tempestivo, uma vez que o inicio do prazo deve contar a partir da ciência do interessado, o que, repitase, ocorreu somente em 09/02/2010, quando o mesmo fez o requerimento de certidão negativa. Neste ponto, entendo que não podem prosperar os argumentos e os questionamentos apresentados pela Recorrente, pois não houve nenhuma irregularidade quando da realização da ciência do resultado do julgamento de primeira instância administrativa, uma vez que o acórdão proferido pela DRJ/BSA foi encaminhado por via postal para o endereço da contribuinte, como previsto no art. 23, inciso II, do Decreto nº 70.235/72, como resultou improfícua a tentativa de ciência, a contribuinte foi intimada por edital, nos termos do art. 23, § 1º, do Decreto nº 70.235/72. Isto posto, notase que as alegações apresentadas pela Recorrente, questionando a tempestividade, não encontram suporte no ordenamento jurídico de que trata a matéria, uma vez que a forma de intimação do contribuinte está definida pelo art. 23 do Decreto 70.235/72 e foi fielmente cumprida pela Órgão preparador. Além disso, cabe frisar que os prazos não se suspendem, salvo motivo de força maior devidamente comprovado, o que não é o caso, conforme dispõe o artigo 67 da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999. Neste caso, como o recurso voluntário foi interposto em 01/03/2010, após o prazo regulamentar de 30 dias, conforme disciplinado pelo art. 33 do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972, há que se declarar o recurso intempestivo. No mesmo sentido, cabe frisar que a aplicabilidade do art. 28 do referido decreto nº 70.235/72 ficou prejudicada, dada a incompatibilidade entre a preliminar e o mérito. Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o mérito, salvo quando incompatíveis, e dela constará o indeferimento fundamentado do pedido de diligência ou perícia, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (grifos nossos) Deste modo, como não foi acolhida a preliminar de tempestividade argüida, ocorreu a preclusão processual, ficando impedido o julgador de apreciar as razões de mérito e de conhecer o teor do recurso voluntário. Por este motivo, temse por inócua quanto à possibilidade de suspensão do crédito tributário, na forma do Art. 151, III, do Código Tributário Nacional, limitandose o presente voto à apreciação da preliminar de tempestividade invocada. Destarte, não conheço das razões de mérito do recurso voluntário apresentado, haja vista que a intempestividade é prejudicial ao exame do mérito. Fl. 317DF CARF MF Processo nº 13603.720129/200775 Acórdão n.º 2202005.024 S2C2T2 Fl. 314 9 Decisão Diante do exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rorildo Barbosa Correia Fl. 318DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13642.720217/2017-82
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. PREVIDÊNCIA OFICIL. DEPENDENTES. DESPESAS MÉDICA. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI.
O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores referentes à pensão alimentícia homologada judicialmente, as contribuições para a previdência oficial, previdência privada/FAPI e dedução por dependentes, bem como as despesas médicas e despesas com instrução, devem atender os requisitos legais para efeito de redução do imposto sobre a renda.
A ausência de comprovação ou enquadramento e do efetivo pagamento dos valores, parciais ou totais, levados à dedução na declaração de ajuste anual são passiveis de glosa por ocasião da revisão fiscal.
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte ou reconhecido o crédito tributário lançado.
Numero da decisão: 2001-001.092
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2012 PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. PREVIDÊNCIA OFICIL. DEPENDENTES. DESPESAS MÉDICA. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI. O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores referentes à pensão alimentícia homologada judicialmente, as contribuições para a previdência oficial, previdência privada/FAPI e dedução por dependentes, bem como as despesas médicas e despesas com instrução, devem atender os requisitos legais para efeito de redução do imposto sobre a renda. A ausência de comprovação ou enquadramento e do efetivo pagamento dos valores, parciais ou totais, levados à dedução na declaração de ajuste anual são passiveis de glosa por ocasião da revisão fiscal. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte ou reconhecido o crédito tributário lançado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
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PREVIDÊNCIA OFICIL. DEPENDENTES. DESPESAS MÉDICA. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI. O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores referentes à pensão alimentícia homologada judicialmente, as contribuições para a previdência oficial, previdência privada/FAPI e dedução por dependentes, bem como as despesas médicas e despesas com instrução, devem atender os requisitos legais para efeito de redução do imposto sobre a renda. A ausência de comprovação ou enquadramento e do efetivo pagamento dos valores, parciais ou totais, levados à dedução na declaração de ajuste anual são passiveis de glosa por ocasião da revisão fiscal. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte ou reconhecido o crédito tributário lançado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 64 2. 72 02 17 /2 01 7- 82 Fl. 153DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou a impugnação com resultado desfavorável ao contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por glosa de dedução de pensão alimentícia judicial, despesas médicas, despesas com instrução, previdência oficial, previdência privada e FAPI e dependentes. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 20.547,78, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2012. A fundamentação do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento definidor da lavratura o fato de que o Recorrente não comprovou a pensão alimentícia, despesas médicas, despesas com instrução, previdência oficial, previdência privada e FAPI e dependentes e por isso não poderia ter dedução do imposto destes itens. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente no que se refere à dedução indevida em parte dos itens levantados pela fiscalização, por falta de comprovação, nos termos que segue: Tratase de impugnação protocolizada pelo contribuinte, contra Lançamento de Ofício nº 2013/090890993109901 relativo ao Exercício de 2013 AnoCalendário 2012 que resultou em crédito tributário no montante de R$ 45.893,46, sendo R$ 20.547,78 de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar (código de receita 2904), R$ 15.410,83 de Multa de Ofício e de R$ 9.934,85 de Juros de Mora, calculados até 31/07/2017, conforme Notificação de Lançamento fls. 08/17. Da infração de Dedução Indevida de Previdência Oficial De acordo com a impugnação do interessado, do valor total glosado de R$ 13.414,26 declarado pelo mesmo, foi contestado apenas o valor de R$ 7.355,46. Em atendimento ao Termo de Intimação Fiscal nº 2013/510125263404118 (fls. 103/104), recebido pelo contribuinte em 25/09/2015 (Aviso de Recebimento fl. 105), foi solicitado ao mesmo a apresentação de vários documentos, dentre eles: “Comprovantes de todos os rendimentos recebidos pelo contribuinte e/ou seus dependentes no ano calendário.” Com intuito de comprovar suas alegações, anexou aos autos cópia da seguinte documentação: Fl. 154DF CARF MF Processo nº 13642.720217/201782 Acórdão n.º 2001001.092 S2C0T1 Fl. 154 3 Consta à fl. 18, cópia do Comprovante de Rendimentos Pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte Ano Base 2012, emitido por sua fonte pagadora Unimed de São João Del Rei Cooperativa de Trabalho Médico CNPJ 25.239.079/000120, (rendimentos sem vínculo empregatício), onde consta o valor de R$ 6.091,31 a título de Contribuição à Previdência Oficial, como declarado em sua Declaração de Ajuste Anual (fls. 106/115). Consta à fl. 19, cópia do Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte Ano Base 2012, emitido por sua fonte pagadora UTI Neurolife Equipe Médica Ltda CNPJ 01.818.334/000130, (retirada prolabore), onde consta o valor de R$ 821,04 a título de Contribuição à Previdência Oficial, como declarado em sua Declaração de Ajuste Anual (fls. 106/115). Consta à fl. 20, cópia do Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte Ano Calendário 2012, emitido por sua fonte pagadora Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais CNPJ 17.217.332/000125, (trabalho sem vínculo empregatício), onde consta o valor de R$ 315,31 a título de Contribuição à Previdência Oficial, como declarado em sua Declaração de Ajuste Anual (fls. 106/115). Finalmente, consta à fl. 22, cópia do Comprovante de Rendimentos Processados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte Ano Base 2012, emitido por sua fonte pagadora Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais CNPJ 17.444.779/000137, (remuneração de serviços profissionais), onde consta o valor de R$ 127,78 a título de Contribuição à Previdência Oficial, como declarado em sua Declaração de Ajuste Anual (fls. 106/115). Em função da documentação acima descrita, deve ser cancelada a parcela contestada de R$ 7.355,46 da infração de Dedução Indevida de Previdência Oficial lançada pela Fiscalização, permanecendo a glosa somente a parcela impugnada de R$ 6.058,80. Da infração de Dedução Indevida de Dependente O contribuinte em sua Declaração de Ajuste Anual (fls. 106/115), declarou dois dependentes a saber: Gabriel Ribeiro Torga CPF 101.987.07614 nascido em 24/09/2003 e Soraia Aparecida Ribeiro CPF 038.733.54632 nascida em 03/08/1977 (fl. 107). Com intuito de comprovar a dedução declarada, o interessado anexou aos autos à fl. 26, cópia de Escritura Pública de Declaração de União Estável, do mesmo e da Sra. Soraia Aparecida Ribeiro. A Escritura em questão está datada de 18/05/2010. Consta à fl. 25, cópia da certidão de nascimento de Gabriel Ribeiro Torga de Almeida, filho de Waldir Torga de Almeida e Soraia Aparecida Ribeiro Almeida, nascido em 24/09/2003. Cabe neste momento a transcrição do art. 35 inciso II da Lei 9.250 de 25/12/1995: (...) De acordo com a documentação analisada, bem como de acordo com a legislação vigente acima transcrita, Gabriel Ribeiro Torga e Soraia Aparecida Ribeiro não podem figurar como dependentes do contribuinte no ano calendário em lide, por consequência deve ser mantida a glosa no valor de R$ 3.949,44 lançada pela Fiscalização. Fl. 155DF CARF MF 4 Da infração de Dedução Indevida de Despesas Médicas De acordo com a impugnação do interessado, do valor total glosado de R$ 16.367,07 declarado pelo mesmo, foi contestado apenas o valor de R$ 7.663,93. Deve ser salientado que as despesas médicas declaradas dos dependentes Gabriel Ribeiro Torga e Soraia Aparecida Ribeiro não podem ser acatadas uma vez que como visto anteriormente, os mesmos não podem figurar como dependentes do contribuinte no ano calendário em lide, por expressa disposição legal. Logo, as despesas (fls. 111), cópias de recibos/Demonstrativos às fls. 30, 35 e 36 não serão acatados. Consta à fl. 33, Extrato de Pagamentos referentes a Assistência Médica durante o ano de 2012, tendo o contribuinte como cliente, emitido pela Unimed de São João Del Rei Cooperativa de Trabalho Médico CNPJ 25.329.079/000120 no valor de R$ 2.323,28. De igual forma, consta à fl. 34, Extrato de Pagamentos referentes a Assistência Médica durante o ano de 2012, tendo a excônjuge do contribuinte, a Sra. Maria Elisa D R Paranhos CPF 055.698.52654 como cliente, emitido pela Unimed de São João Del Rei Cooperativa de Trabalho Médico CNPJ 25.329.079/000120 no valor de R$ 1.688,95 em atendimento ao contido na Inicial do processo de divórcio (fl. 41), homologado em Juízo. Em função da análise efetuada, deve a glosa a título de Dedução Indevida de Despesas Médicas ter seu valor contestado alterado de R$ 7.663,93 para R$ 3.651,70 (R$ 7.663,93 – R$ 2.323,28 – R$ 1.688,95 = R$ 3.651,70). Deve ser salientada a parcela não impugnada da infração, no valor de R$ 8.703,14. Da infração de Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública De acordo com a Declaração de Ajuste Anual do contribuinte (fls. 106/115) o mesmo declarou R$ 22.392,00 a título de Pensão Alimentícia (fl. 111), tendo como beneficiária a Alimentanda Maria Elisa Dias da Rocha Paranhos CPF 055.698.52654 nascida em 01/09/1953 (fl. 107). Deve ser salientado, que somente foi impugnado o valor de R$ 22.161,00 , sendo R$ 231,00 matéria não impugnada. Sobre a matéria, cabe salientar o art. 4º da Lei 9.250/95 abaixo transcrito. Com intuito de comprovar a dedução declarada, o interessado anexou aos autos às fls. 31/32, 38/39, 41/47, cópia da inicial e da homologação judicial do divórcio do contribuinte e da Sra. Maria Elisa Dias da Rocha Paranhos, onde consta pensionamento no valor de 2 salários mínimos para a cônjuge varôa. Os filhos do casal, de acordo com a fl. 38, possuem idades variando entre 31 e 26 anos no ano calendário em lide, logo não mais fazem jus ao pensionamento de acordo com a legislação tributária vigente. De acordo com o Decreto nº 7655/2011 o valor do salário mínimo no ano calendário em lide era de R$ 622,00, logo o valor mensal da Pensão Alimentícia era de R$ 622,00 x 2 = R$ 1.244,00 , e o valor anual de R$ 1.244,00 x 12 = R$ 14.928,00. O contribuinte com intuito de comprovar o pagamento da Pensão Alimentícia, anexou aos autos à fl. 48, cópias de depósitos em cheque no valor de R$ 1.866,00 cada , em 16/08/2012 e 14/09/2012 no Banco do Brasil Agencia 01627 conta 14.2336 de sua exconjuge Maria Elisa Dias Rocha Paranhos. Às fls. 49/72, consta extratos de conta corrente no Banco do Brasil do contribuinte e de sua filha Julia Dias Rocha Paranhos, e às fls. 73/92, consta extratos de conta corrente Fl. 156DF CARF MF Processo nº 13642.720217/201782 Acórdão n.º 2001001.092 S2C0T1 Fl. 155 5 também no Banco do Brasil de excônjuge Maria Elisa Dias Rocha Paranhos. E função da documentação acostada aos autos, restou comprovado o pagamento da Pensão Alimentícia Judicial no valor total de R$ 14.928,00. Se o contribuinte efetuou pagamento a maior, o fez por mera liberalidade. Face ao exposto, deve ser alterado o valor impugnado da infração de Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública, de R$ 22.161,00 para R$ 7.233,00 (R$ 22.161,00 R$ 14.928,00 = R$ 7.233,00). Deve ser salientado o valor de R$ 231,00 referente a parcela não impugnada da infração em questão. Da infração de Dedução Indevida de Despesas com Instrução De acordo com a impugnação do interessado, do valor total glosado de R$ 5.946,35 declarado pelo mesmo, foi contestado apenas o valor de R$ 1.200,00. O interessado anexou aos autos em sua defesa, cópias de documentos constantes às fls. 93/97, referentes a pagamentos feitos as seguintes pessoas jurídicas: (fl.93) ABNC – Academia Brasileira de Neurocirurgia CNPJ 40.196.909/000181 (R$ 150,00), (fl. 94) Sociedade Brasileira de Neurocirurgia CNPJ 52.639.796/000120 (R$ 300,00), (fl. 95) Sociedade Brasileira Atend. I. Traumatizad CNPJ 49.078.884/000196 (R$ 250,00), (fl. 96) Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência (R$ 50,00) e (fl. 97) Associação de Medicina Intensiva Brasileira AMIB CNPJ 45.339.405/000197 (R$ 450,00), totalizando o valor de R$ 1.200,00 contestado. Neste momento cabe a transcrição da pergunta/resposta nº 367, constante do Manual de Perguntas e Respostas Exercício 2013 Ano Calendário 2012, a disposição do contribuinte no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil na internet: (...) Deve ser salientado, que a participação do interessado em Congressos (fl. 111, e comprovantes de fl. 93/97) não é passível de dedução em sua Declaração de Ajuste Anual, por falta de previsão legal para tanto. Em função do exposto, deve ser mantida a glosa da parcela impugnada no valor de R$ 1.200,00 por falta de previsão legal, bem como também da parcela não impugnada pelo interessado (R$ 4.746,35). Conclusão O Demonstrativo a seguir referese ao cálculo do Ajuste Anual para o Exercício de 2013 Ano Calendário 2014 considerandose a análise acima, pertinente as infrações de Dedução Indevida de Previdência Oficial, Dedução Indevida de Dependente, Dedução Indevida de Despesas Médicas, Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública, Dedução Indevida de Previdência Privada e Fapi e Dedução Indevida de Despesas com Instrução, constante da Notificação de Lançamento nº 2013/090890993109901 de fls. 08/17 do presente. (...) Em função da análise efetuada, voto por julgar Procedente em Parte a impugnação do contribuinte, razão pela qual deve ser mantido o crédito tributário constante do Demonstrativo acima, sendo R$ 13.316,47 a título de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar (código de receita 2904), acrescido de Multa de Ofício (75%) e juros Fl. 157DF CARF MF 6 legais de acordo com a legislação vigente. Deve ser salientado, que do valor acima a título de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar, R$ 8.907,08 referese ao valor das matérias não impugnadas pelo contribuinte (Demonstrativo constante do Relatório). Assim, conclui o acórdão vergastado pela procedência parcial da impugnação para reduzir o crédito tributário ao valor de R$ 13.316,47, mais multa de ofício e juros de mora. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: Da Infração de Dedução Indevida de Dependente A lei nº 9.278, de 10 de Maio de 1996, que regula o art. 226, parágrafo 3º da Constituição Federal não estabelece um tempo mínimo par que a união estável seja reconhecida, cópia da Lei em anexo. De acordo com a Lei, o simples fato de haver convivência duradora, pública e contínua com o objetivo de construir família há o reconhecimento da união estável. Tanto a Lei Civil quanto a Lei previdenciária não especificam um tempo mínimo para caracterizar a união estável, eis que acompanha a evolução da união estável no Brasil. Por outro lado existe uma Lei Tributária, que limita um tempo mínimo par que haja o reconhecimento da união estável. O entendimento dos tribunais é de que basta a vontade dos conviventes para que se constitua a união estável, que ela seja duradora e pública. Portanto, totalmente descabida a concepção de que é necessário o lapso temporal de cinco anos para que seja reconhecida a união estável pelo Estado, para fins tributários, já que ela é efetivamente reconhecida e deve ser protegida, independentemente de prazo. Assim, é necessário lembrar que há uma declaração constitucional no art. 226 de que o Estado reconhece a união estável, apontando os requisitos necessários para que a mesma seja reconhecida. Além disso, a matéria é regulada por Lei nº 9.278/96, deixando de estabelecer prazo mínimo para o seu reconhecimento, em razão de que revoga implicitamente lei anterior. A união estável foi registrada em Cartório em 18.05.2010, e para que uma união seja considerada estável devese haver um tempo de convivência para se chegar a essa conclusão. De fato o Contribuinte já convivia com a Sra. Soraia desde o ano de 2008 e em 2010 registrouse a união estável. Pela obrigatoriedade do tempo de guarda de documentos fiscais, 05 (cinco) anos, não é possível anexar uma prova documental sobre a convivência de ambos, mas somente prova testemunhal, devido ser a convivência pública. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 13642.720217/201782 Acórdão n.º 2001001.092 S2C0T1 Fl. 156 7 Em anexo segue declarações de proprietários de estabelecimentos comerciais desta cidade, onde foram adquiridos materiais para o início da construção da casa residencial do contribuinte coma Sra. Soraia. E também a declaração da empregada doméstica que trabalhava na casa da Sra. Soraia, sendo que quem pagava o salário da doméstica era o contribuinte. Reitera o pedido de dedução dos dependentes no valor de R$ 3.949,44. Da Infração de Dedução Indevida de Despesas Médicas No caso de reconhecimento da Dependência de Soraia Aparecida Ribeiro e de Gabriel Ribeiro Torga, solicita a dedução com a despesas médicas em nome dos mesmos no valor de R$ 3.651,70. Da Infração de Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública Quando do divórcio do contribuinte, no ano de 2005, todos os filhos eram maiores e capazes, conforme consta no acordo amigável homologado judicialmente, cópia em anexo. Mesmo sendo os 03 (três) filhos maiores e capazes foi estabelecido a Pensão Alimentícia a todos eles até que saíssem da companhia da genitora, ou seja, até deixarem de residir com a mãe. No ano de 2012 a Sra. Júlia Dias Rocha Paranhos, CPF 050.122.826 80, era a única filha que residia com a mãe e para o cumprimento de um Acordo Judicial, o contribuinte realizou o pagamento da Pensão Alimentícia. Como é de conhecimento, um acordo homologado Judicialmente tem força de sentença e, portanto deve ser cumprido. Corroborando, no Manual de Perguntas e Respostas Exercício 2013, pergunta nº 338, a qual dispõe sobre o pagamento de Pensão Alimentícia Judicial, não destaca limite de idade par receber a Pensão Alimentícia. Visualizamos claramente que a Pensão Alimentícia homologada Judicialmente deverá ser deduzida no imposto de renda: (...) Diante do fato, reitera o pedido da Dedução a título de Pensão Alimentícia no valor glosado de R$ 7.233,00. Da Infração de Dedução Indevida de Despesas com Instrução O contribuinte não possui vínculo empregatício, sendo Profissional Autônomo e de acordo com a transcrição da pergunta/resposta nº 409, constante do Manual de Perguntas e Respostas Exercício 2013 anocalendário 2012 as despesas decorrentes com congressos e seminários são passíveis de dedução de imposto de renda, senão vejamos: (...) Fl. 159DF CARF MF 8 Ao preencher sua declaração de imposto de renda o contribuinte informou erroneamente essa despesa como Despesas de Instrução sendo que ela deveria ter sido informada no Livro Caixa. Desde já solicita a retificação de ofício e a consequente dedução no valor total de R$ 1.200,00. À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A Autoridade Fiscal sustenta suas afirmações com base nas seguintes ocorrências apontadas no Lançamento: Em decorrência do não atendimento da referida intimação, foi glosado o valor de R$ 22.392,00 deduzido indevidamente a título de pensão alimentícia judicial e/ou por Escritura Pública, por falta e comprovação. Em decorrência do não atendimento da referida intimação, foi glosado o valor de R$ 13.414,26 deduzido indevidamente a título de contribuição à previdência oficial, por falta de comprovação. Em decorrência do não atendimento da referida intimação, foi glosado o valor de R$ 3.949,44 deduzido indevidamente a título de dependentes, por falta de comprovação. Em decorrência do não atendimento da referida intimação, foi glosado o valor de R$ 16.367,07 deduzido indevidamente a título de despesas médicas, por falta de comprovação. Em decorrência do não atendimento da referida intimação, foi glosado o valor de R$ 5.946,35 deduzido indevidamente a título de despesas com instrução, por falta de comprovação. Em decorrência do não atendimento da referida intimação, foi glosado o valor de R$ 12.650,07 deduzido indevidamente a título de contribuição à previdência privada e Fapi, por falta de comprovação. A decisão da DRJ manteve parcialmente o crédito tributário em razão de comprovações parciais, que especifica no voto daquela primeira instância de julgamento administrativo, nos seguintes termos: Fl. 160DF CARF MF Processo nº 13642.720217/201782 Acórdão n.º 2001001.092 S2C0T1 Fl. 157 9 Vistos, relatados e discutidos os autos do processo nº 13642.720217/201782, ACORDAM os membros da 19ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (RJ), por UNANIMIDADE de votos, julgar PROCEDENTE EM PARTE a impugnação, razão pela qual deve ser mantido o crédito tributário do Demonstrativo constante do Voto, sendo R$ 13.316,47 a título de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar (código de receita 2904), acrescido de Multa de Ofício (75%) e juros legais de acordo com a legislação vigente. Deve ser salientado, que do valor acima a título de Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar, R$ 8.907,08 referese ao valor das matérias não impugnadas pelo contribuinte (Demonstrativo constante do Relatório). PENSÃO ALIMENTÍCIA A pensão alimentícia que permanece é da excônjuge Maria Elisa Dias Rocha Paranhos no quantitativo de 2 salários mínimos, porque os filhos beneficiários de pensão alimentícia em períodos anteriores, no anocalendário de 2012 tinham idades entre 31 e 26 anos. Transcrevo a seguir os termos da decisão da DRJ por ser a expressão verdadeira da interpretação deste relator, limitando a dedução a título de pensão alimentícia ao valor de R$ 14.928,00, mantendose a glosa em R$ 7.233,00, mais a parte não impugnada de R$ 231,00, como segue: De acordo com o Decreto nº 7655/2011 o valor do salário mínimo no ano calendário em lide era de R$ 622,00, logo o valor mensal da Pensão Alimentícia era de R$ 622,00 x 2 = R$ 1.244,00 , e o valor anual de R$ 1.244,00 x 12 = R$ 14.928,00. O contribuinte com intuito de comprovar o pagamento da Pensão Alimentícia, anexou aos autos à fl. 48, cópias de depósitos em cheque no valor de R$ 1.866,00 cada, em 16/08/2012 e 14/09/2012 no Banco do Brasil Agencia 01627 conta 14.2336 de sua excônjuge Maria Elisa Dias Rocha Paranhos. Às fls. 49/72, consta extratos de conta corrente no Banco do Brasil do contribuinte e de sua filha Julia Dias Rocha Paranhos, e às fls. 73/92, consta extratos de conta corrente também no Banco do Brasil de excônjuge Maria Elisa Dias Rocha Paranhos. E função da documentação acostada aos autos, restou comprovado o pagamento da Pensão Alimentícia Judicial no valor total de R$ 14.928,00. Se o contribuinte efetuou pagamento a maior, o fez por mera liberalidade. Face ao exposto, deve ser alterado o valor impugnado da infração de Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública, de R$ 22.161,00 para R$ 7.233,00 (R$ 22.161,00 R$ 14.928,00 = R$ 7.233,00). Deve ser salientado o valor de R$ 231,00 referente a parcela não impugnada da infração em questão. PREVIDÊNCIA OFICIAL Foram comprovadas somente as contribuições para a previdência oficial de R$ 6.091,31, fl. 18, R$ 821,04, fl. 19, R$ 315,31, fl. 20 e R$ 127,78, no valor total de R$ Fl. 161DF CARF MF 10 7.355,46. Por isso, transcrevo a seguir os termos da decisão da DRJ por ser a expressão verdadeira da interpretação deste relator, mantendose a glosa de R$ 6.058,80, nos seguintes termos: Em função da documentação acima descrita, deve ser cancelada a parcela contestada de R$ 7.355,46 da infração de Dedução Indevida de Previdência Oficial lançada pela Fiscalização, permanecendo a glosa somente a parcela impugnada de R$ 6.058,80. DEDUÇÃO DE DEPENDENTES O Recorrente fez constar em sua declaração de ajuste anual dois dependentes sem que tenha comprovado a dependência de ambos para efeitos tributários. Os dependentes incluídos na DAA não podem ser considerados para efeitos tributários em razão do que dispõe o inciso II, do art. 35 da Lei 9.250/95. Em razão disso transcrevo a seguir os termos da decisão da DRJ por ser a expressão verdadeira da interpretação deste relator, mantendose a glosa, nos seguintes termos: De acordo com a documentação analisada, bem como de acordo com a legislação vigente acima transcrita, Gabriel Ribeiro Torga e Soraia Aparecida Ribeiro não podem figurar como dependentes do contribuinte no ano calendário em lide, por consequência deve ser mantida a glosa no valor de R$ 3.949,44 lançada pela Fiscalização. DESPESAS MÉDICA O Recorrente fez constar em sua declaração de ajuste anual dependentes e com eles efetuou despesas sem que tenha comprovado a dependência de ambos para efeitos tributários. Por isso, as despesas a serem consideradas são aquelas referentes ao próprio contribuinte e a referente à sua exesposa que por força da decisão judicial homologou o acordo de pensão alimentícia e também elencou o direito a manutenção do plano de saúde. Permanece a glosa das demais despesas inclusive para aquelas que não foram apresentadas contestações. Transcrevo a seguir os termos da decisão da DRJ por ser a expressão verdadeira da interpretação deste relator, mantendose a glosa parcialmente, nos seguintes termos: Em função da análise efetuada, deve a glosa a título de Dedução Indevida de Despesas Médicas ter seu valor contestado alterado de R$ 7.663,93 para R$ 3.651,70 (R$ 7.663,93 – R$ 2.323,28 – R$ 1.688,95 = R$ 3.651,70). Deve ser salientada a parcela não impugnada da infração, no valor de R$ 8.703,14. DESPESAS COM INSTRUÇÃO A título de despesas com instrução foram deduzidas despesas não enquadradas a este título. Além de a comprovação ser parcial no que se refere ao volume de despesas a este título, parte do valor não foi objeto de contestação. Transcrevo a seguir os termos da decisão da DRJ por ser a expressão verdadeira da interpretação deste relator, mantendose a glosa da totalidade da dedução a título de despesas com instrução, com segue: Deve ser salientado, que a participação do interessado em Congressos (fl. 111, e comprovantes de fl. 93/97) não é passível de dedução em sua Declaração de Ajuste Anual, por falta de previsão legal para tanto. Em função do exposto, deve ser mantida a glosa da parcela impugnada no valor de R$ 1.200,00 por falta de previsão Fl. 162DF CARF MF Processo nº 13642.720217/201782 Acórdão n.º 2001001.092 S2C0T1 Fl. 158 11 legal, bem como também da parcela não impugnada pelo interessado (R$ 4.746,35). DEDUÇÃO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI As deduções a título de previdência privada e FAPI não foram comprovadas e não foram objeto de contestação, razão pela qual fica mantida a glosa nos termos do lançamento fiscal. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, e no mérito NEGAR PROVIMENTO, para manter o crédito tributário no valor de R$ 13.316,47, acrescidos de multa e juros nos termos legais. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 163DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.913934/2009-20
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1001-001.112
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Edgar Bragança Bazhuni- Presidente Substituto.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni (presidente substituto), Andrea Machado Millan e Jose Roberto Adelino da Silva. Ausente o conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Presidente Substituto. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni (presidente substituto), Andrea Machado Millan e Jose Roberto Adelino da Silva. Ausente o conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório Trata o presente processo de recurso voluntário, contra o acórdão número 15029.861, da 2ª Turma da DRJ/SDR, que considerou improcedente a manifestação de inconformidade contra Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório Eletrônico nº de rastreamento 849769436, emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 91 39 34 /2 00 9- 20 Fl. 239DF CARF MF 2 em Salvador, em 23/10/2009, que não homologou a compensação de débito declarada no PER/DCOMP Retificador de nº 1658994077080409.1.7.040370 (fls. 02/06), transmitido em 08/04/2009, para a qual foi utilizado crédito decorrente de suposto pagamento indevido ou a maior de tributo (IRPJ – código de receita: 2362), do período de apuração janeiro/2002, novalor original, na data da transmissão, de R$6.175,25. Transcrevo, a seguir o relatório: Por meio do despacho decisório de fl. 07 não foi reconhecido qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, não homologada a compensação declarada no PER/DCOMP acima mencionado, sob o fundamento de que, a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Em sua manifestação de inconformidade, a Contribuinte alega ter constado no PER/DCOMP que o crédito que deu origem ao pedido de compensação seria previamente de pagamento indevido ou a maior, quando referido crédito teria sido originário de saldo negativo de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, havendo, portanto, um erro no preenchimento, existindo de fato o crédito em seu favor. Informa que anexou: 1) Cópia da última Alteração Contratual da Consplan Construção, Projeto e Planejamento Ltda; 2) Cópia do RG/CPF do Representante Legal; 3) cópia do Despacho Decisório nº 849769436; 4) cópia do PER/DCOMP nº 1658994077080409.1.7.040370, recibo e página de 01 a 05; 5) cópia da ficha 12 A da DIPJ. Os citados documentos encontramse às fls. 28 a 42. Cientificada em 18/09/2012 (fl 51), a recorrente apresentou o recurso voluntário em 18/10/2012 (fl 53) Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade, previstos no Decreto 70.235/72, e, portanto, dele eu conheço. Em seu recurso, a recorrente afirma que: · À época, as compensações entre débitos e créditos da mesma espécie tributária eram realizadas diretamente em DCTF pelo contribuinte, conforme art. 66 da Lei 8.383/91. Ou seja, ao declarar um débito como devido o contribuinte indicava como forma de pagamento uma compensação (de saldo negativo, por exemplo), cabendo à Fazenda Nacional fiscalizálo para verificar a existência e suficiência do crédito, e, quando for o caso, desconstituir a compensação via lançamento de ofício. · Ocorre que a compensação foi efetuada nos livros contábeis e evidenciada no LALUR, entretanto, não foi informada na DCTF, Fl. 240DF CARF MF Processo nº 10580.913934/200920 Acórdão n.º 1001001.112 S1C0T1 Fl. 3 3 constando nesta como valor devido apenas o que foi recolhido. Sendo este recolhimento, como já sobejamente demonstrado, indevido. · A compensação do débito de IRPJ referente ao mês de janeiro de 2002, com o saldo negativo gerado durante o ano base de 2001, foi tacitamente homologada pela Receita Federal, por conseguinte não tem mais discussão em relação a este fato. · A Turma Julgadora apresentou no seu decisório demonstrativo da composição do saldo de IRPJ referente ao ano base de 2002, entretanto, neste demonstrativo não foi considerado o saldo credor originário de exercícios anteriores. A comprovação desta disponibilidade de crédito, oriundo de saldo negativo de exercícios anteriores, consta dos registros da Secretaria da Receita Federal, ou seja, está assentada nas Declarações de Imposto de Renda da Contribuinte. · A manifestação de inconformidade não foi acolhida sob o fundamento de que não existia direito creditório. Valendo, mais uma vez, afirmar que o crédito não foi reconhecido pela Turma Julgadora em razão da mesma não ter considerado, no demonstrativo, o saldo negativo advindo de exercícios anteriores. · Conforme já demonstrado nesta petição, a existência do credito é inquestionável, o que ocorreu foi erro de preenchimento de DCTF erro material , que pode ser sanado em qualquer grau de jurisdição administrativa ou judicial, desde que se tenha documentação suficiente para que fique esclarecido o erro. · Deve ser privilegiada, sempre que possível, a busca pela verdade material relativa à situação fiscal do contribuinte, uma vez que eventual preenchimento incorreto da PER/DCOMP ou da DCTF não retira, por si só, o direito de crédito do contribuinte. · Uma vez esclarecido que a Recorrente cometeu erro no preenchimento da DCTF, em relação ao valor devido do IRPJ, bem como a forma de liquidação e considerando que a DIPJ, os DARF'S, o LALUR e os Livros Contábeis demonstram a saciedade a existência de crédito suficiente para liquidação do débito constante do PER/DCOMP, é de se acolher os presentes argumentos, suportados por documentação robusta, regular e idônea, para reformar o decidido pela Turma Julgadora e cancelar a cobrança de IRPJ, ora em discussão. Conclui, pedindo: · Por todo o exposto espera a Recorrente que este Egrégio Conselho de Contribuintes acolha o presente Recurso, julgando improcedente a cobrança do débito, ou, determine o retorno dos autos à Turma Julgadora, para que nova análise seja procedida e novo julgamento proferido. Anexa cópia de diversos documentos, tais como LALUR, recibos de entrega de declarações, termos de abertura e de encerramento de Livros etc. Fl. 241DF CARF MF 4 A DRJ, por sua vez, assim decidiu em relação à manifestação de inconformidade: A questão constante dos autos, por se tratar de suposto indébito tributário referente à estimativa mensal de IRPJ, requer o exame dos artigos 220 a 232, do Regulamento do Imposto de Renda RIR/ 99, transcritos a seguir: ... Conforme legislação acima, o contribuinte que optar pelo lucro real, apuração anual, deverá pagar mensalmente imposto devido por estimativa com base na receita bruta, com a aplicação de um percentual determinado. Poderá também suspender o pagamento desde que proceda aos balancetes mensais, demonstrando que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. No final do ano, o imposto apurado deve ser deduzido dos pagamentos recolhidos sob esta sistemática. Assim, os recolhimentos obrigatórios de estimativas mensais, efetuados de acordo com as determinações legais, somente serão passíveis de configurarem pagamento indevido ou a maior, ao final do anocalendário, caso o contribuinte apure saldo negativo do tributo, este sim passível de restituição ou compensação. No presente caso, a própria Contribuinte reconhece ser devido o pagamento da estimativa mensal de IRPJ, do período de apuração 31/01/2002, efetuado por meio do DARF discriminado no PER/DCOMP objeto do Despacho Decisório em litígio, quando alega ter havido erro no preenchimento do PER/DCOMP, pois o crédito que pretendia utilizar seria originário de saldo negativo de IRPJ, que de fato existiria. Nesse sentido, cumpre, primeiramente, esclarecer que, à luz da legislação fiscal, mais especificamente, o art. 77 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008, transcrito a seguir, a Declaração de Compensação somente poderá ser retificada ou cancelada, pelo sujeito passivo, nas hipóteses em que admitidos, caso se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador gerado a partir do Programa PER/DCOMP: Art. 77. O pedido de restituição, ressarcimento ou reembolso e a Declaração de Compensação somente poderão ser retificados pelo sujeito passivo caso se encontrem pendentes de decisão administrativa à data do envio do documento retificador e, observado o disposto nos arts. 78 e 79 no que se refere à Declaração de Compensação Ademais, após a análise dos dados extraídos por meio de pesquisas feitas aos sistemas de controle da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), verificase que o resultado do ajuste anual do anocalendário de 2002 não seria saldo negativo de IRPJ, no valor de R$16.594,59, conforme informado na Ficha 12 A da DIPJ relativa ao exercício 2003, anocalendário 2002 (cópia à fl. 20), mas sim, saldo de IRPJ a pagar, no montante de R$8.543,58 (oito mil, quinhentos e quarenta e três reais e cinqüenta e oito centavos), senão vejamos: A Ficha 12 A – Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real, da DIPJ/2003, apresenta a seguinte composição: (quadro à folha 48) Os valores declarados em DCTF, sob o código 2362 (totalmente vinculados a pagamentos), e os pagamentos efetivamente confirmados no sistema Sinal 05, sob o código 2362, são os demonstrados a seguir: (quadro à fl 48) Fl. 242DF CARF MF Processo nº 10580.913934/200920 Acórdão n.º 1001001.112 S1C0T1 Fl. 4 5 O Imposto de Renda Retido na Fonte, durante o anocalendário de 2002, informado nas Declarações de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), entregues pelas fontes pagadoras, conforme informações constantes do Portal Dirf, da RFB, totaliza R$19.108,35. Desta forma, o ajuste anual do anocalendário de 2002, tem a seguinte configuração: (quadro fls 48 e 49) Ante o exposto, voto por julgar Improcedente a Manifestação de Inconformidade, confirmando o Despacho Decisório nº de rastreamento 849769436, emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador, que não reconheceu o direito creditório, no valor original, na data da transmissão do PER/DCOMP, de R$6.175,25 (seis mil, cento e setenta e cinco reais e vinte e cinco centavos), referente ao pagamento efetuado por meio de Darf, ali discriminado, a título de estimativa mensal de IRPJ, do período de apuração 31/10/2002, e não homologou a compensação declarada no PER/DCOMP em análise, de nº 1658994077080409.1.7.040370. A recorrente, no caso, admite um erro no preenchimento da DCTF que é reconhecidamente, uma confissão de dívida. Portanto, somente com a sua retificação é que é possível à Receita Federal reconhecer o novo débito, se e quando for o caso. A alteração das informações prestadas na DCTF, nas hipóteses em que admitida, é efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração original, devendo dela constar não somente as informações retificadas, mas todas as informações que a compõem. A DCTF retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e serve para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados, conforme dispõe o artigo 9°, parágrafo 1°, da IN 255/2002 (vigente à época da ocorrência do fato gerador): Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. Tal fato foi corroborado através do item 3 do Parecer Normativo COSIT n° 2/2015: 3 É possível o reconhecimento do crédito com base em provas ou indícios sem a retificação da DCTF? Não. A DCTF é confissão de dívida, portanto sua retificação é imprescindível para o reconhecimento do crédito. A existência de crédito líquido e certo é requisito legal para a concessão da compensação (CTN, art. 170). A divergência entre os valores informados na DCTF afasta a certeza do crédito e é razão suficiente para o indeferimento do pedido. Fl. 243DF CARF MF 6 Portanto, entendo como correta a decisão da DRJ, e peço a devida vênia para a ela aderir, com base no artigo 50, da Lei 9.784/99 e parágrafo 3°, ao artigo 57, do RICARF. Assim, nego provimento ao presente recurso. É como voto. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Fl. 244DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14120.720018/2016-45
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 29 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1301-000.656
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos
RESOLVEM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora, vencidos os Conselheiros Roberto Silva Junior e Carlos Augusto Daniel Neto que votaram por dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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(assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 41 20 .7 20 01 8/ 20 16 -4 5 Fl. 3328DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.329 2 Relatório MARCOS SILVA DE ARAÚJO & CIA LTDA, já qualificado nos autos, recorre da decisão proferida pela 1a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG) DRJ/JFA (efls. 954 e ss), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação do contribuinte e manteve o lançamento nos seguintes valores: de R$2.107.141,10 (IRPJ), R$959.013,46 (CSLL), R$577.183,97 (PIS), R$2.663.926,25 (Cofins), com juros de mora e multa de ofício de 75%, referentes ao ano calendário de 2012. Do Lançamento O lançamento se deu em razão de omissão de receitas por presunção legal, decorrente de depósitos bancários sem comprovação de origem, no anocalendário de 2012. O lucro foi arbitrado, com base no art. 530, I, do RIR/99, em razão do contribuinte não possuir escrituração na forma legal. Valhome do Relatório de Acórdão recorrido, colacionada abaixo, de efls. 3173 e ss. No dia 28/01/2015 foi lavrado Termo de Inicio do Procedimento Fiscal, e encaminhado por via Postal com AR. O mesmo voltou como "Mudouse", datado de 29/01/2015. Foi feita uma nova tentativa de ciência, enviando o Termo para o endereço do proprietário da empresa. O mesmo tomou ciência em 19/02/2015. No referido Termo, o contribuinte foi intimado a apresentar os seguintes documentos, referentes ao anocalendário de 2012. 1 Livros Caixa ou Diário e Razão (Lucro Presumido) 2 Extratos bancários das contas correntes empresa 3 Extratos bancários das contas poupança da empresa 4 Extratos de contas bancárias e de aplicações financeiras 5 Livro Registro de Saídas e de Entradas 6 Livro Registro de Apuração do ICMS No dia 03/03/2015 o contribuinte apresentou um CD com os livros de Apuração do ICMS, Entradas e Saídas em PDF. Como os extratos bancários não foram entregues, foram solicitados às Instituições Financeiras através de Requisições de Informações sobre Movimentação Financeira (RMFs). Foram solicitados os extratos das movimentações de contacorrente, aplicações, dados cadastrais e procurações outorgando poderes para terceiros movimentar as contascorrentes. Os extratos foram enviados pelas instituições financeiras e foram analisados juntamente com os documentos apresentados pelo contribuinte. Foram constatadas as seguintes situações: O contribuinte apresentou DIPJ 2013/2012 pelo Lucro Presumido. O mesmo informou na DIPJ que sua principal atividade era "Atividade de exibição cinematográfica CNAE 2.1:59146/00”. No cadastro do CNPJ da Secretaria da Receita Federal, o mesmo apresenta o Código de Atividade CNAE 4721104/Comercio varejista de doces, balas bombons e semelhantes. A Receita Bruta Anual informada é de R$ 295.187,60, o que confere com os valores informados no livro de Apuração de ICMS. No entanto, o contribuinte apresentou uma movimentação financeira no montante de RS 100.120.671,47. Fl. 3329DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.330 3 A fiscalização enviou Intimação Fiscal nº 01, em 28/08/2016, com planilha anexa, com todos os créditos para que o contribuinte justificasse os mesmos. A ciência foi em 31/08/2016. Em 05/09/2016, o contribuinte respondeu que não seria possível analisar cada crédito tendo em vista o exíguo tempo. Disse ainda que havia encaminhado à fiscalização o contrato social informando que a atividade da empresa seria a gestão de contas a pagar e receber (ativos financeiros), auferindo para tanto, a título de administração, comissão sobre os pagamentos realizados. Diante desta justificativa, a fiscalização relatou que não houve qualquer solicitação de prorrogação de prazo para que pudesse atender a Intimação. Ademais, que não foi enviado nenhum contrato social, e que a alteração do Código da Atividade da Empresa no Cadastro da Receita Federal só foi efetivada em 2016. Ainda que a atividade em 2012 já fosse a gestão de contas a pagar e receber (ativos financeiros) de terceiros, o mesmo seria obrigatoriamente Lucro Real, e deveria possuir e apresentar a contabilidade nos moldes exigidos na legislação. Em resumo: 1 A empresa não se encontra no endereço de cadastro, sendo a intimação feita diretamente ao sócio. 2 A DIPJ do anocalendário de 2.012 entregue como PRESUMIDO 3 Não foram entregues as DCTFs de 2012. 4 O contribuinte, pelo tipo de atividade descrita no CNAE do CNPJ, se declara Comerciante Varejista. 5 A movimentação financeira incompatível não foi justificada. A fiscalização arbitrou o lucro, com base nos depósitos bancários, tendo em vista que o contribuinte, sujeito a tributação com base no Lucro Real, não possuía a escrituração na forma das leis comerciais e fiscais. Enquadramento Legal: art. 530, inciso I, do RIR/1999. Formalizou, ainda, Representação Fiscal para Fins Penais. Da Impugnação Nos termos da decisão da DRJ, segue o relato da Impugnação, de fls. 1811/1833, que aduziu os seguintes argumentos, requerendo o seu acolhimento integral, em razão de nulidade e/ou improcedência dos lançamentos efetuados, alegando, em síntese, o seguinte: . que é exíguo prazo de 5 (cinco) dias concedidos pela fiscalização para “Justificar/Comprovar os lançamentos a crédito nas contas correntes relacionadas nas planilhas anexas”.. que a alegação de não ter havido qualquer solicitação de prorrogação de prazo para atender a intimação não neutraliza os efeitos da sua reclamação. . que deveria ser dilatado o inconcebível prazo de cinco (5) dias inicialmente concedido. Fl. 3330DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.331 4 . que o conhecimento da fiscalização, de que “a empresa tem como objeto social a gestão de contas a pagar e a receber (ativos financeiros), auferindo para tanto, a título de administração, comissão sobre os pagamentos realizados, constituindo o exercício dessa atividade a justificativa dos recursos ingressados nas contas bancárias” (resposta ao Termo de Intimação Fiscal nº 1), deveria ser suficiente para o aprofundamento das investigações, em sintonia com a busca da verdade material e homenagem aos contornos do procedimento vinculado e regrado do lançamento, estabelecidos nos ditames do art. 142 do CTN. . que a auditora abandonou a fase inquisitória e precipitou o encerramento dos trabalhos fiscais, em 21/09/2016, apenas quinze dias após a resposta da intimação, sem, contudo, considerar e analisar a real situação fática existente, talvez até com receio de enfrentar a possibilidade de um árduo trabalho investigatório e seus desdobramentos. . que tornouse indispensável nova intimação instando a pessoa jurídica fiscalizada a apresentar os elementos faltantes, no caso, livros contábeis ou livro Caixa e os extratos bancários. . que, face ao propósito do arbitramento de lucros, medida excepcional, em razão das consequências tributárias a que conduz, deveria ser precedida de intimação da autoridade alertando o contribuinte das consequências da não apresentação de livros e documentos, franqueandolhe, ainda, a oportunidade de elaborar/retificar sua escrituração em prazo razoável para tanto. Cita acórdão da Câmara Superior de Recursos Fiscais. . que em documento registrado na Junta Comercial do Estado do Mato Grosso do Sul em 25/11/2011, incluiu em seu objeto social a atividade de “administração de contas a pagar e a receber pertencentes a terceiros” (doc. 01). . que em 30 de novembro de 2011, firmou contratos de administração de contas a pagar e a receber com as empresas MSA Empresa Cinematográfica Ltda. (doc. 02) e Araújo e Araújo Cinematográfica Ltda. (doc. 03). . que passou a gerir os ingressos decorrentes da exploração do objeto social das contratadas, mantendo, em seu nome, uma ou mais contas correntes junto a instituições financeiras, onde se concentrarão os ingressos e dispêndios dos recursos. . que, pelo teor dos respectivos instrumentos contratuais, todos os valores transferidos das contas bancárias das contratantes para a conta da Impugnante representam operações exclusivas daquelas empresas, a quem competiria o reconhecimento contábil e a consequente oferta a tributação. . que, em razão da administração das contas a pagar e a receber, a Impugnante receberia comissão calculada com base nos valores movimentados, sendo essa a sua remuneração sujeita a tributação. Fl. 3331DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.332 5 . que nas 133 planilhas que ela própria elaborou abundam elementos de prova veementes. São incontáveis os lançamentos de crédito nas contas bancarias da autuada cujos históricos denotam remessas ou depósitos patrocinados pelas pessoas jurídicas MSA Empresa Cinematográfica e Araújo & Araújo Cinematográfica Ltda., ou ainda por atividades a ela vinculadas (SCA Cinemas, Coleta, Ingresso Com Ltda, entre outros). . que o Razão Contábil encartado em arquivos mensais (docs. 04/15), contendo a escrituração do livro Caixa, que já se encontrava escriturado por ocasião da intimação datada de 28/08/2016, identifica a movimentação de recursos de titularidade de terceiros para quem a sociedade autuada exercia a administração de contas a pagar e a receber. . que há de se consignar que apenas a empresa MSA Cinematográfica Ltda. teve receita bruta no anocalendário de 2012 no valor de R$ 81.132.454,41 (oitenta e um milhões, cento e trinta e dois mil, quatrocentos e cinquenta e quatro reais e quarenta e um centavos), conforme comprova a sua DIPJ do período (doc. 16). . que, nos termos do Decreto nº 3.724/2001, que regulamentou o art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001, o servidor ocupante do cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil somente poderá examinar as informações bancárias, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis. . que o artigo 3º do mencionado Decreto contém elenco exaustivo das situações em que os exames serão considerados indispensáveis, e o artigo 4º determina ao AuditorFiscal elaboração de relatório circunstanciado onde deverá constar a motivação da proposta de expedição da RMF, que demonstre, com precisão e clareza, tratarse de situação enquadrada em hipótese de indispensabilidade. . que a descrição dos fatos apenas noticia a solicitação de informações bancárias mediante expedição da RMF, sem mencionar a data e sua motivação, negando à fiscalizada o conhecimento de elementos capazes de avaliar o cumprimento das determinações legais na obtenção da prova. . que essa sonegação de informações macula a “Descrição dos Fatos”, requisito essencial previsto no artigo 10 do Decreto nº 70.235/72, indispensável à validade do auto de infração. . que não há dúvida de que a primeira das condições estabelecidas no mencionado artigo 6º do Decreto nº 3.724, de 2001 foi cumprida, existindo processo fiscal instaurado. Todavia, a segunda permanece na penumbra. Das onze hipóteses enumeradas no artigo 3º do referido Decreto nº 3.724, de 2001, em que os exames são considerados indispensáveis a fiscalizada, não sabe qual delas foi contemplada no procedimento fiscal. . que a não apresentação dos extratos bancários no prazo estabelecido pela fiscalização, pura e simplesmente, não autoriza o acesso a movimentação financeira do contribuinte por meio de requisição às instituições bancárias. Cita acórdão do CARF. Fl. 3332DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.333 6 que o açodamento fiscal desencadeou a renúncia de verificações adicionais e contaminou o lançamento de ilegalidades onde a descrição dos fatos, data do fato gerador, sua efetiva ocorrência, enquadramento legal adotado e a base de cálculo apresentamse incompatíveis com a legislação de regência tributária. . que a descrição do fato imponível para consubstanciar o arbitramento de lucros limitase a apontar que “o contribuinte, sujeito a tributação com base no Lucro Real, não possui escrituração na forma das leis comerciais e fiscais.” . que esse fundamento, extraído do artigo 47, inciso I, da Lei nº 8.981, de 1995 e reproduzido no artigo 530, também inciso I, do RIR/99 pressupõe a constatação e indicação expressa e inequívoca da circunstância determinante da obrigatoriedade de tributação com base no lucro real. O não cumprimento dessa individualização semeia a dúvida, afetando a precisão, certeza e segurança jurídica do lançamento. . que no presente processo, se a servidora encarregada de presidir os trabalhos identificou alguma motivação determinante da obrigatoriedade de tributação com base no lucro real aplicável a empresa dedicada ao comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes, guardoua para si. . que a ausência dessa motivação configura omissão na descrição dos fatos que ensejaram a constituição do crédito tributário revelando mácula insanável a decretar a nulidade da autuação perpetrada por afrontar, uma vez mais, o artigo 10, inciso III, do Decreto 70.235/72, além de impossibilitar o exercício da ampla defesa. . que não a tendo revelado nos autos é defeso ao órgão julgador suprirlhe a falta, pois não se permite introduzir inovações ao feito. . que, pela menção ao livro de Apuração do ICMS com receita bruta de R$ 295.187,60, e pelos coeficientes utilizados para a tributação (9,60% para o IRPJ e 12% para a CSLL), presumese que a atividade de comércio varejista foi a escolhida para agasalhar a movimentação financeira e o arbitramento. . que a atividade de comércio varejista desenvolvida pela Impugnante não revela obrigatoriedade de tributação com base no lucro real, mostrandose totalmente divorciado da legalidade o arbitramento levado a efeito. . que nova afronta ao artigo 142 do CTN e artigo 10 do Decreto 70.235/72 vem consubstanciada na determinação do aspecto temporal do fato gerador do IRPJ e da CSLL, constituindo, igualmente, vicio insanável. . que a imposição tributária elege como data de ocorrência do fato gerador o último dia de cada um dos meses compreendidos entre janeiro e dezembro de 2012, como se identificassem os rendimentos mensais presumidos, sujeitos a Declaração de Ajuste Anual das pessoas físicas. . que, em se tratando de tributação mediante arbitramento de lucros, o fato gerador deve ser estabelecido no encerramento de cada trimestre civil e não mensalmente. Fl. 3333DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.334 7 . que, tendo a autoridade fiscal imputado à pessoa jurídica tributação com base no lucro arbitrado, e estando esse regime subordinado a fato gerador trimestral para apuração do IRPJ e CSLL, a eleição de fato gerador mensal, sem maiores explicações, afeta a consistência do lançamento. . que, em relação ao critério quantitativo da base de cálculo, a autuação ignorou a totalidade das receitas lançadas no livro de Apuração de ICMS e na DIPJ do ano calendário 2013/2012, cuja somatória anual foi de R$ 295.187,60. . que nem mesmo informa se o tributo declarado foi recolhido, limitandose a apontar que as DCTFs do ano de 2012 não foram entregues. . que, uma vez constatada a falta de entrega de DCTFs, compete ao Fisco exigir sua apresentação e lançar o tributo devido, se ainda não recolhido, no mesmo auto de infração elaborado para formalizar a exigência de tributos decorrentes do arbitramento de lucros, mas sob titulação especifica por se tratar de valor originado de receitas declaradas. . que os autos de infração deveriam ter segregado os dois fatos verificados, o primeiro envolvendo a receita escriturada e declarada na DIPJ, e o segundo o arbitramento de lucros compreendendo a soma das receitas declaradas com as presumidas. Do tributo resultante desse segundo evento, arbitramento de lucros, seria efetuada a compensação daquele apurado na DIPJ. . que, coroando a série de ilegalidades suscitadas na presente contestação, deparase com a notícia da elaboração de Representação Penal para Fins Fiscais pelo indicio de crime contra ordem tributária, tendo por fundamento o artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137, de 1990. . que resta óbvio que a representação fiscal só deve ser formalizada quando no auto de infração fora aplicada a multa agravada de 150% prevista no artigo 44, da Lei nº 9.430/96, incidente nos casos de dolo, fraude ou simulação. . que não tendo imputado essas condutas penalizadas com a multa qualificada de 150% sobre o tributo apurado nos autos de infração, não há motivação suficiente para a referida Representação Fiscal para Fins Penais. . que, por derradeiro, compete observar que os incontáveis equívocos da autoridade fiscalizadora também repercutem nos autos de infração formalizados para exigência do PIS e da COFINS, servindo a argumentação ora colacionada para contestar os lançamentos pertinentes as referidas contribuições, uma vez que sua apuração padece dos mesmos vícios assinalados. . que a exemplo do auto de infração principal relativo ao IRPJ, essas exações, assim como aquela pertinente a CSLL, também não devem prevalecer. Fl. 3334DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.335 8 Em julgamento realizado em 19 de abril de 2017, a 8ª Turma da DRJ/RJO, considerou improcedente a impugnação da contribuinte e prolatou o acórdão 1287.038 assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2012 PRELIMINAR. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. PRAZO PARA RESPOSTA À INTIMAÇÃO. Não ocorre cerceamento de defesa, ou qualquer nulidade, quando são observados os prazos estabelecidos na legislação para apresentação de respostas às intimações. PRELIMINAR. NULIDADE. REQUISIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA RMF. EMISSÃO. MOTIVAÇÃO A requisição dos extratos bancários pode ocorrer mediante solicitação dos extratos diretamente ao contribuinte através de Intimação Fiscal, e, na hipótese de não cumprimento da exigência, mediante Requisição de Movimentação Financeira RMF, por meio de ofício expedido às instituições financeiras em que o autuado manteve relacionamento durante o período fiscalizado. A falta de apresentação dos extratos bancários pelo contribuinte é motivo suficiente para emissão de RMF, não havendo que se falar em nulidade ou cerceamento de defesa. PRELIMINAR. NULIDADE. REGIME DE APURAÇÃO. LUCRO REAL. ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS DE TERCEIROS. OBRIGATORIEDADE. Não há que se falar em nulidade, já que as pessoas jurídicas que administram contas a pagar e a receber (ativos financeiros) de terceiros estão obrigadas a apuração pelo regime do resultado do lucro real. PRELIMINAR. NULIDADE. LUCRO ARBITRADO. IRPJ e CSLL. FATO GERADOR TRIMESTRAL. Tendo sido apurados créditos tributários de IRPJ e CSLL considerandose fatos geradores trimestrais, os autos de infração são válidos. PRELIMINAR. NULIDADE. FASE INQUISITÓRIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Não há que se cogitar de nulidade de lançamento por cerceamento de defesa, já que, no âmbito da ação fiscal (fase procedimental), vige o princípio inquisitório, somente sendo inaugurada a fase processual com a apresentação da impugnação, ocasião em que o contribuinte terá ampla oportunidade de exercer o contraditório e o direito de defesa. PRELIMINAR. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Não há que se cogitar da nulidade do lançamento, carecendo de fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, nas Fl. 3335DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.336 9 situações em que os autos de infração foram formalizados em estrita observância aos requisitos legais previstos no art. 142 do Código Tributário Nacional e art. 10 do Decreto nº 70.235/1972, especialmente no que se refere à descrição dos fatos e ao enquadramento legal da infração, que foram expressos de modo claro e preciso, permitindo ao contribuinte conhecer perfeitamente os fatos a ele atribuídos, não tendo havido, assim, ofensa ao disposto no art. 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/1972. Além disso, a minuciosa e detalhada impugnação apresentada comprova cabalmente que o contribuinte teve a perfeita compreensão dos fatos a ele imputados, não tendo havido qualquer prejuízo a sua defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2012 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. A partir de 1º de janeiro de 1997, com a entrada em vigor da Lei 9.430 de 1996, consideramse rendimentos omitidos, autorizando o lançamento do imposto correspondente, os depósitos junto a instituições financeiras quando o contribuinte, após regularmente intimado, não lograr êxito em comprovar mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados. ARBITRAMENTO. AUSÊNCIA DE ESCRITURAÇÃO. Deve ser arbitrado o lucro quando o contribuinte, sujeito a tributação com base no Lucro Real, não possuir escrituração na forma das leis comerciais e fiscais. ARBITRAMENTO CONDICIONAL. INEXISTÊNCIA. Uma vez que não existe arbitramento condicional, o lançamento, regularmente constituído, não pode ser modificado, ainda que na fase de impugnação o interessado regularize a escrita contábil. ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL. PROVA. COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTAÇÃO HÁBIL. A escrituração mantida com observância das disposições legais somente faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados, se estiver comprovada por documentação hábil. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2012 CSLL/PIS/COFINS. DECORRÊNCIA. Subsistindo o lançamento matriz (IRPJ), igual sorte colhem os autos de infração lavrados por mera decorrência, tendo em vista o nexo causal existente entre eles. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. COMPETÊNCIA Súmula CARF nº 28: O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. A Portaria MF nº 383 DOU, de 14/07/2010, atribuiu a Fl. 3336DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.337 10 esta Súmula efeito vinculante em relação à administração tributária federal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Do Recurso Voluntário O contribuinte apresentou Recurso Voluntário às efls. 3273 e ss, atendose aos seguintes pontos: da intimação com exíguo prazo de atendimento; da Requisição de informações sobre movimentação financeira; Da obrigatoriedade da Apuração do lucro real; Do Fato gerador; do mérito Recebi os autos, desta feita, por sorteio, em 15/08/2018. É o relatório. Voto Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora. A contribuinte foi autuada para o recolhimento de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, relativo ao anocalendário de 2012, totalizando o crédito tributário de R$6.307.264,49, incluindo multa de ofício de 75% e juros de mora. Tentouse por 2 vezes a intimação no endereço do contribuinte, em 12/05/2017 e 24/05/2017, cujos ARs retornaram como ausente, fls. 3200 e 3202. Em 09/06/2017 foi intimada pessoa física, representante legal da empresa, Sr. Marcos Silva de Araújo, AR fl. 3213 e apresentou em 08/07/2017, recurso voluntário, às fls. 3273 e ss. Já que atendidos os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72, e tempestivo, dele conheço. A ação fiscal identificou omissão de receitas decorrentes de depósitos bancários sem a comprovação de origem em 2012. Após diversas tentativas de intimação e solicitação de informações acerca da origem dos depósitos, mais precisamente 8 termos de intimação, entre janeiro de 2015 e julho de 2016, a autoridade fiscalizadora emitiu o RMF para que as instituições financeiras encaminhassem as informações. Fl. 3337DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.338 11 A recorrente alegou em sua defesa em sede de preliminar que o lançamento fiscal que teve por base as informações decorrentes dos extratos bancários que essas instituições financeiras enviaram estaria eivado de nulidade, já que o relatório circustanciado não consta dos autos, o que significaria que a auditora encarregada dos trabalhos fiscais não só deixou de identificar a motivação da proposta de expedição do RMF e não elaborou o relatório circunstanciado, nos termos do Decreto 3.724/2001. Dessa forma, em casos similares, a maioria do Colegiado tem entendido que o Relatório Circunstanciado deve ser juntado aos autos, e que sua falta desde o início não invalida o procedimento. É sabido, que a referida RMF só é emitida quando do registro, no sistema operacional utilizado da RFB, da hipótese legal que se enquadraria sua emissão, preenchendose, naquela circunstância, o campo relativo ao relatório circunstanciado que embasaria a expedição do RMF. E dessa forma, tais documentos existem, bastando que sejam juntados aos autos e o contribuinte dela se inteire. Assim foi o entendimento da Turma do Acórdão 1301000.585, cujo voto vencedor do ilustre conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, que colaciono abaixo, bem como 1301000.588, do também ilustre Presidente Fernando Brasil de Oliveira Pinto: Com efeito, o presente processo encontrase embasado em extratos bancários obtidos pela fiscalização diretamente às instituições bancárias, através da denominada "Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira" (RMF). Nessa hipótese, é imprescindível que os atos que envolvam sua obtenção tenham observado os ditâmes da Lei Complementar nº 105/2001 e Decreto nº 3.724/2001, sob pena dos extratos serem considerados inválidos. De acordo com estas normas, é necessária a existência de relatório circunstanciado, para embasar a expedição da Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira, destacandose que, neste relatório, a autoridade responsável pela fiscalização deve demonstrar, de forma clara e precisa, a indispensabilidade do acesso às informações financeiras da pessoa fiscalizada. De fato, compulsando os autos, não encontro o relatório mencionado, não sendo possível avalizar (ou não), pelo menos neste instante, a legalidade das emissões das RMF´s (essas sim existentes nos autos). Ou seja, os autos não foram instruídos com informações necessárias para que seja possível analisar a legalidade das emissões das RMF´s, em especial o mencionado relatório circunstanciado com o enquadramento nas hipóteses de indispensabilidade previstas no art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001, devendo tal providência ser imediatamente sanada. Como ressaltado em sessão pelo I. Presidente desta Turma, Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, a referida RMF só é emitida quando do registro, no sistema operacional utilizado pela RFB, da hipótese legal que se enquadraria sua emissão preenchendose, naquela circunstância, o campo relativo ao relatório circunstanciado que embasaria a expedição da RMF. Portanto, não se trata de questionar se existem ou não tais documentos preparatórios à expedição da RMF, mas sim de determinar a unidade de origem Fl. 3338DF CARF MF Processo nº 14120.720018/201645 Resolução nº 1301000.656 S1C3T1 Fl. 3.339 12 que acoste aos autos essa documentação, fornecendo cópia aos recorrentes para que, se assim desejarem, se manifestem sobre seu conteúdo. CONCLUSÃO Desse modo, encaminho meu voto para converter o julgamento em diligência a fim de que a unidade origem anexe aos autos cópia do relatório circunstanciado que embasou a emissão das RMFs. Ao final, os recorrentes deverão ser cientificados do resultado da diligência, fornecendose cópia dos documentos em questão e abrindose prazo de 30 dias para que, querendo, manifestemse sobre seu conteúdo, nos termos do art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574/2011. Após, retornemse os autos ao CARF para seguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 3339DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13618.000147/2009-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. INAUGURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL. NÃO OCORRÊNCIA. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO.
A defesa apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade como preliminar, o que não ocorreu no caso concreto.
Numero da decisão: 2402-007.039
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário e anular o Acórdão nº 02-35.093, da DRJ de Belo Horizonte/MG, uma vez que não foi inaugurada a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal com impugnação tempestiva.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
(assinado digitalmente)
Luís Henrique Dias Lima - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio da Silva, João Victor Ribeiro Aldinucci, Maurício Nogueira Righetti, Wilderson Botto (suplente convocado), Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Junior e Denny Medeiros da Silveira.
Nome do relator: LUIS HENRIQUE DIAS LIMA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. INAUGURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL. NÃO OCORRÊNCIA. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. A defesa apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade como preliminar, o que não ocorreu no caso concreto.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário e anular o Acórdão nº 02-35.093, da DRJ de Belo Horizonte/MG, uma vez que não foi inaugurada a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal com impugnação tempestiva. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio da Silva, João Victor Ribeiro Aldinucci, Maurício Nogueira Righetti, Wilderson Botto (suplente convocado), Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Junior e Denny Medeiros da Silveira.
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INAUGURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL. NÃO OCORRÊNCIA. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. A defesa apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade como preliminar, o que não ocorreu no caso concreto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário e anular o Acórdão nº 0235.093, da DRJ de Belo Horizonte/MG, uma vez que não foi inaugurada a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal com impugnação tempestiva. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio da Silva, João Victor Ribeiro Aldinucci, Maurício Nogueira Righetti, Wilderson Botto (suplente convocado), Luís Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini, Gregório Rechmann Junior e Denny Medeiros da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 61 8. 00 01 47 /2 00 9- 30 Fl. 50DF CARF MF Processo nº 13618.000147/200930 Acórdão n.º 2402007.039 S2C4T2 Fl. 51 2 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário (efls. 44/46) em face do Acórdão n. 02 35.093 7ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte DRJ/BHE (efls. 34/38), que julgou improcedente a impugnação (efl. 02), mantendo o crédito tributário consignado no lançamento constituído mediante a Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física n. 2004/606450906834099 no total de R$ 68.637,88 (efls. 10/13) constituído em 12/03/2009 quintafeira Edital n. 001/2009 (efls. 16/17) com fulcro em compensação indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). Irresignado com o lançamento, o sujeito passivo apresentou impugnação (efl. 02) em 04/06/2009, alegando que no AC 2003 prestou serviços profissionais na condição de médica pediatra ao Consórcio Intermunicipal de Saúde do Baixo Araguaia, conforme comprovante de rendimentos em anexo e que a referida empresa não repassava à Receita Federal o IRRF. Todavia, a Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física IRPF n. 2004/606450906834099 (efls. 10/13) foi objeto de análise de questões de fato alegadas pelo sujeito passivo suscitadas na impugnação (efl. 02), com a consequente lavratura de Termo Circunstanciado (efls. 20/21), conforme previsto no art. 6°.A da Instrução Normativa RFB n. 958, de 15 de julho de 2009, incluído pela Instrução Normativa RFB n. 1061, de 04 de agosto de 2010. No Termo Circunstanciado (efls. 20/21), a autoridade lançadora reconhece, de plano, a intempestividade da impugnação (efl. 02), mas mesmo assim procedeu à sua análise, concluindo pela procedência do lançamento consignado na Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física IRPF n. 2004/606450906834099 (efls. 10/13). Em decorrência, foi exarado Despacho Decisório (efl. 22) que manteve integralmente a exação ora combatida. A contribuinte foi cientificada do Despacho Decisório (efl. 22) em 29/04/2011 (e fl. 26). A impugnação (efl. 02) foi julgada improcedente pela instância de piso, conforme entendimento sumarizado na ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. Mantémse a glosa do imposto compensado na declaração de ajuste anual em face da falta de apresentação de DIRF pela fonte pagadora e da não comprovação do ônus da retenção pela contribuinte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 51DF CARF MF Processo nº 13618.000147/200930 Acórdão n.º 2402007.039 S2C4T2 Fl. 52 3 Cientificada do teor do Acórdão n. 0235.093 (efls. 34/38) em 21/10/2011 (efl. 41), a impugnante, agora Recorrente, apresentou Recurso Voluntário (efls. 44/46) na data de 16/11/2011 alegando, em linhas gerais, ser indevida a glosa do IRRF procedida pela autoridade lançadora. Sem contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Henrique Dias Lima Relator Da leitura sistêmica dos arts. 14 e 15 do Decreto n. 70.235/72, concluise que a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal iniciase com a impugnação tempestiva exigência do crédito tributário, observado o prazo de 30 (trinta) dias a contar da constituição do lançamento. Na espécie, resta comprovado nos autos que a contribuinte tomou ciência do lançamento abrigado na Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física IRPF n. 2004/606450906834099 (efls. 10/13), por via editalícia (art. 23, § 1°., II, do Decreto n. 70.235/72), nos termos do Edital n. 001/2009 afixado em 26/02/2009 quintafeira (efls. 16/17), na data de 12/03/2009 quintafeira (quinze dias após a publicação do edital), observandose que o Edital n. 001/2009 permaneceu afixado no período de 26/02/2009 a 13/03/2009. Todavia, a Recorrente só veio a apresentar impugnação na data de 04/06/2009, quase três meses após a ciência da autuação, ocorrida por via editalícia. A intempestividade da impugnação (efl. 02), inclusive, é ressaltada preliminarmente pela autoridade lançadora no relatório do Termo Circunstanciado (efls. 20/21). Não havendo impugnação tempestiva não há litígio ou fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal. Esclarece o Ato Declaratório Cosit n. 15/96, que integra a legislação tributária (art. 96 do CTN) como norma complementar das leis e dos decretos (art. 100, caput e inciso I, do CTN), apresentada defesa fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade como preliminar. Na espécie, na impugnação (efl. 02) a impugnante, agora Recorrente, não suscitou a tempestividade como preliminar e não restam dúvidas quanto à caracterização da intempestividade. Nessa perspectiva, restando caracterizada a intempestividade da impugnação (efl. 02), encontrase prejudicada a decisão da instância de piso, do que decorre a sua nulidade, tendo em vista que sequer julgamento de primeira instância deveria ter ocorrido, Fl. 52DF CARF MF Processo nº 13618.000147/200930 Acórdão n.º 2402007.039 S2C4T2 Fl. 53 4 decorrendo, por consequência, o não conhecimento do Recurso Voluntário (efls. 44/46), uma vez que não foi precedido de impugnação válida, e nem suscita a tempestividade como preliminar. Por fim, é relevante ressaltar que a ciência do contribuinte do teor do despacho decisório exarado pela autoridade lançadora ou revisora, previsto no art. 6°.A da Instrução Normativa RFB n. 958, de 15 de julho de 2009, incluído pela Instrução Normativa RFB n. 1061, de 04 de agosto de 2010, não se constitui o marco inicial para contagem do prazo recursal para fins de inauguração da fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, vez que uma eventual manifestação do contribuinte em face do referido despacho decisório caracterizase apenas como contrarrazões a serem apreciadas juntamente com a impugnação, esta sim submetida a julgamento pelo rito processual do Decreto n. 70.235/72, em toda a sua extensão, inclusive quanto ao requisito tempestividade. De se observar também que a autoridade julgadora de primeira instância pode, a seu critério, proceder, ela mesma, à análise das questões de fato, dispensando assim a apreciação da autoridade lançadora ou revisora. O entendimento ora esposado espelha o mens legis do art. 6°.A, da IN RFB n. 958/2009, incluído pela IN RFB n. 1061/2010, verbis: Art. 6ºA. A impugnação do sujeito passivo à Notificação de Lançamento efetuada sem intimação prévia, ou sem atendimento à intimação, e sem apresentação anterior de Solicitação de Retificação de Lançamento, terá o seguinte tratamento: (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1061, de 04 de agosto de 2010) I os documentos apresentados e demais questões de fato alegadas serão analisados pela autoridade lançadora ou revisora a que se refere o § 1º do art. 6º; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1703, de 31 de março de 2017) II da análise de que trata o inciso I, da qual será emitido despacho decisório, poderá resultar revisão de lançamento para cancelamento ou redução da exigência; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1635, de 06 de maio de 2016) III será dada ciência ao sujeito passivo da decisão de que trata o inciso II, com abertura de prazo para manifestação relativa ao despacho decisório, em 30 (trinta) dias, no caso de remanescer a exigência no todo ou em parte; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1635, de 06 de maio de 2016) (grifei) IV a impugnação será submetida a julgamento, nos termos do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, juntamente com a eventual manifestação de que trata o inciso III. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1061, de 04 de agosto de 2010) (grifei) § 1º O disposto no caput é aplicável a processos em tramitação nas DRJ, para os quais não tenha havido prévia manifestação por parte da autoridade lançadora, acerca das situações fáticas Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13618.000147/200930 Acórdão n.º 2402007.039 S2C4T2 Fl. 54 5 que ensejaram o lançamento, inclusive nos casos de processos instaurados com base no procedimento estabelecido pela Instrução Normativa SRF nº 579, de 8 de dezembro de 2005. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1061, de 04 de agosto de 2010) (grifei) § 2º Na situação de que trata o § 1º, as questões de fato poderão, a critério da autoridade julgadora, ser imediatamente por ela analisadas. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1061, de 04 de agosto de 2010) (grifei) Destarte, a impugnação tempestiva, como não poderia deixar de ser, é requisito essencial à deflagração da fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, constituindose condição intransponível para a execução das providências previstas no art. 6°. A, da IN RFB n. 958/2009, incluído pela IN RFB n. 1061/2010, incluindose a análise de documentos e de questões de fato pela autoridade lançadora ou revisora para fins de emissão de despacho decisório de revisão. É dizer, sem a impugnação tempestiva sequer se aplica o art. 6°.A, da IN RFB n. 958/2009, incluído pela IN RFB n. 1061/2010. Ante o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do Recurso Voluntário (efls. 44/46) e ANULAR o Acórdão n. 0235.093 (efls. 34/38), vez que não foi inaugurada a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal com impugnação tempestiva, forte nos arts. 14 e 15 do Decreto n. 70.235/72 e Ato Declaratório Cosit n. 15/96. (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Fl. 54DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15586.720008/2012-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008
DECADÊNCIA. DIREITO DE EFETUAR A GLOSA DE CRÉDITOS.
O prazo decadencial do direito de lançar tributo não rege os institutos da compensação e do ressarcimento e não é apto a obstaculizar o direito de averiguar a liquidez e a certeza do crédito do sujeito passivo e a obstruir a glosa de créditos indevidos tomados pela contribuinte.
NÃO CUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS QUE GERAM DIREITO A CRÉDITO.
Na legislação do Pis e da Cofins não cumulativos, os insumos, cf. art. 3º incisos I e II, que geram direito a crédito são aqueles vinculados ao processo produtivo ou à prestação dos serviços. As despesas gerenciais, administrativas e gerais, ainda que essenciais à atividade da empresa, não geram crédito de Pis e Cofins no regime não cumulativo.
CRÉDITOS DA NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMOS. DEFINIÇÃO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 DO ANEXO II DO RICARF.
O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, conforme decidido no REsp 1.221.170/PR, julgado na sistemática de recursos repetitivos, cuja decisão deve ser reproduzida no âmbito deste conselho.
COFINS NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS SUJEITAS A ALÍQUOTA ZERO. DIREITO A CRÉDITO SOBRE GASTOS INCORRIDOS COM FRETE NA REVENDA.
As revendas, distribuidoras e atacadistas de produtos sujeitas a tributação concentrada pelo regime não cumulativo, ainda que, as receitas sejam tributadas à alíquota zero, podem descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por elas suportadas na condição de vendedor, conforme dispõe o art. 3, IX das Leis n°s 10.637/2002 para o PIS/Pasep e 10.833/2003 para a Cofins.
REGIME NÃO-CUMULATIVO. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. DESPESAS DE ARMAZENAGEM.
Concede-se direito a crédito na apuração não-cumulativa da contribuição as despesas referentes à despesa com armazenagem, de acordo com o art. 3, IV da Lei n. 10.637/2002.
CRÉDITOS. IMPORTAÇÃO. DESESTIVA
A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa do PIS/Pasep e da Cofins não pode descontar créditos calculados em relação aos gastos com transporte, armazenagem e logística dentro da zona primária, decorrentes de importação de mercadorias.
CRÉDITOS. IMPORTAÇÃO. DESPACHANTES.
A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa do PIS/Pasep e da Cofins não pode descontar créditos calculados em relação aos gastos com despachantes, decorrentes de importação de mercadorias.
CRÉDITOS. CUSTOS COM ARMAZENAGEM.
As despesas com armazenagem geram créditos não cumulativos se estiverem vinculadas às operações de venda.
FRETES SOBRE COMPRAS. CRÉDITOS BÁSICOS.
Os fretes sobre compras de bens passíveis de creditamento na sistemática da não cumulatividade do PIS e da Cofins geram direito ao crédito básico.
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA.
As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados.
PEDIDO DE DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. INDEFERIMENTO.
Indefere-se o pedido de diligência por ser absolutamente desnecessário para a solução do litígio.
Numero da decisão: 3201-004.824
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em indeferir a preliminar de decadência por tratar-se de pedido de restituição. No mérito, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário a) Por unanimidade de votos para (i) reverter as glosas do frete sobre a aquisição de insumos, mesmo quando a aquisição sujeita-se à alíquota zero; (ii) reverter as glosas do frete sobre a revenda de produtos; (iii) reverter as glosas relativas aos serviços de armazenagem alfandegada, descarga, movimentação e a própria desestiva, todos relacionados ao transporte/ armazenagem/ logística; (iv) reverter as glosas das despesas com os serviços de armazenagem, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte; (v) indeferir a produção de prova pericial/diligência por entender desnecessária a solução da lide; b) Por maioria de votos, para manter a glosa sobre os serviços administrativos de despachantes aduaneiros. Vencidos, no ponto, os conselheiros Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior, que concederam os créditos correspondentes.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 DECADÊNCIA. DIREITO DE EFETUAR A GLOSA DE CRÉDITOS. O prazo decadencial do direito de lançar tributo não rege os institutos da compensação e do ressarcimento e não é apto a obstaculizar o direito de averiguar a liquidez e a certeza do crédito do sujeito passivo e a obstruir a glosa de créditos indevidos tomados pela contribuinte. NÃO CUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS QUE GERAM DIREITO A CRÉDITO. Na legislação do Pis e da Cofins não cumulativos, os insumos, cf. art. 3º incisos I e II, que geram direito a crédito são aqueles vinculados ao processo produtivo ou à prestação dos serviços. As despesas gerenciais, administrativas e gerais, ainda que essenciais à atividade da empresa, não geram crédito de Pis e Cofins no regime não cumulativo. CRÉDITOS DA NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMOS. DEFINIÇÃO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 DO ANEXO II DO RICARF. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, conforme decidido no REsp 1.221.170/PR, julgado na sistemática de recursos repetitivos, cuja decisão deve ser reproduzida no âmbito deste conselho. COFINS NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS SUJEITAS A ALÍQUOTA ZERO. DIREITO A CRÉDITO SOBRE GASTOS INCORRIDOS COM FRETE NA REVENDA. As revendas, distribuidoras e atacadistas de produtos sujeitas a tributação concentrada pelo regime não cumulativo, ainda que, as receitas sejam tributadas à alíquota zero, podem descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por elas suportadas na condição de vendedor, conforme dispõe o art. 3, IX das Leis n°s 10.637/2002 para o PIS/Pasep e 10.833/2003 para a Cofins. REGIME NÃO-CUMULATIVO. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. DESPESAS DE ARMAZENAGEM. Concede-se direito a crédito na apuração não-cumulativa da contribuição as despesas referentes à despesa com armazenagem, de acordo com o art. 3, IV da Lei n. 10.637/2002. CRÉDITOS. IMPORTAÇÃO. DESESTIVA A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa do PIS/Pasep e da Cofins não pode descontar créditos calculados em relação aos gastos com transporte, armazenagem e logística dentro da zona primária, decorrentes de importação de mercadorias. CRÉDITOS. IMPORTAÇÃO. DESPACHANTES. A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa do PIS/Pasep e da Cofins não pode descontar créditos calculados em relação aos gastos com despachantes, decorrentes de importação de mercadorias. CRÉDITOS. CUSTOS COM ARMAZENAGEM. As despesas com armazenagem geram créditos não cumulativos se estiverem vinculadas às operações de venda. FRETES SOBRE COMPRAS. CRÉDITOS BÁSICOS. Os fretes sobre compras de bens passíveis de creditamento na sistemática da não cumulatividade do PIS e da Cofins geram direito ao crédito básico. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. INDEFERIMENTO. Indefere-se o pedido de diligência por ser absolutamente desnecessário para a solução do litígio.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em indeferir a preliminar de decadência por tratar-se de pedido de restituição. No mérito, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário a) Por unanimidade de votos para (i) reverter as glosas do frete sobre a aquisição de insumos, mesmo quando a aquisição sujeita-se à alíquota zero; (ii) reverter as glosas do frete sobre a revenda de produtos; (iii) reverter as glosas relativas aos serviços de armazenagem alfandegada, descarga, movimentação e a própria desestiva, todos relacionados ao transporte/ armazenagem/ logística; (iv) reverter as glosas das despesas com os serviços de armazenagem, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte; (v) indeferir a produção de prova pericial/diligência por entender desnecessária a solução da lide; b) Por maioria de votos, para manter a glosa sobre os serviços administrativos de despachantes aduaneiros. Vencidos, no ponto, os conselheiros Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior, que concederam os créditos correspondentes. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 27; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2114; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15586.720008/201271 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201004.824 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 31 de janeiro de 2019 Matéria PIS/COFINS.DIREITO DE CRÉDITO. INSUMOS DIVERSOS. Recorrente FERTILIZANTES HERINGER S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 DECADÊNCIA. DIREITO DE EFETUAR A GLOSA DE CRÉDITOS. O prazo decadencial do direito de lançar tributo não rege os institutos da compensação e do ressarcimento e não é apto a obstaculizar o direito de averiguar a liquidez e a certeza do crédito do sujeito passivo e a obstruir a glosa de créditos indevidos tomados pela contribuinte. NÃO CUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS QUE GERAM DIREITO A CRÉDITO. Na legislação do Pis e da Cofins não cumulativos, os insumos, cf. art. 3º incisos I e II, que geram direito a crédito são aqueles vinculados ao processo produtivo ou à prestação dos serviços. As despesas gerenciais, administrativas e gerais, ainda que essenciais à atividade da empresa, não geram crédito de Pis e Cofins no regime não cumulativo. CRÉDITOS DA NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMOS. DEFINIÇÃO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 DO ANEXO II DO RICARF. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, conforme decidido no REsp 1.221.170/PR, julgado na sistemática de recursos repetitivos, cuja decisão deve ser reproduzida no âmbito deste conselho. COFINS NÃO CUMULATIVA. REVENDA DE PRODUTOS SUJEITAS A ALÍQUOTA ZERO. DIREITO A CRÉDITO SOBRE GASTOS INCORRIDOS COM FRETE NA REVENDA. As revendas, distribuidoras e atacadistas de produtos sujeitas a tributação concentrada pelo regime não cumulativo, ainda que, as receitas sejam tributadas à alíquota zero, podem descontar créditos relativos às despesas com frete nas operações de venda, quando por elas suportadas na condição de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 72 00 08 /2 01 2- 71 Fl. 516DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 3 2 vendedor, conforme dispõe o art. 3, IX das Leis n°s 10.637/2002 para o PIS/Pasep e 10.833/2003 para a Cofins. REGIME NÃOCUMULATIVO. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. DESPESAS DE ARMAZENAGEM. Concedese direito a crédito na apuração nãocumulativa da contribuição as despesas referentes à despesa com armazenagem, de acordo com o art. 3, IV da Lei n. 10.637/2002. CRÉDITOS. IMPORTAÇÃO. DESESTIVA A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa do PIS/Pasep e da Cofins não pode descontar créditos calculados em relação aos gastos com transporte, armazenagem e logística dentro da zona primária, decorrentes de importação de mercadorias. CRÉDITOS. IMPORTAÇÃO. DESPACHANTES. A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa do PIS/Pasep e da Cofins não pode descontar créditos calculados em relação aos gastos com despachantes, decorrentes de importação de mercadorias. CRÉDITOS. CUSTOS COM ARMAZENAGEM. As despesas com armazenagem geram créditos não cumulativos se estiverem vinculadas às operações de venda. FRETES SOBRE COMPRAS. CRÉDITOS BÁSICOS. Os fretes sobre compras de bens passíveis de creditamento na sistemática da não cumulatividade do PIS e da Cofins geram direito ao crédito básico. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. INDEFERIMENTO. Indeferese o pedido de diligência por ser absolutamente desnecessário para a solução do litígio. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em indeferir a preliminar de decadência por tratarse de pedido de restituição. No mérito, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário a) Por unanimidade de votos para (i) reverter as glosas do frete sobre a aquisição de insumos, mesmo quando a aquisição sujeitase à alíquota zero; (ii) reverter as glosas do frete sobre a revenda de produtos; (iii) reverter as glosas relativas aos serviços de armazenagem alfandegada, descarga, movimentação e a própria desestiva, todos relacionados ao transporte/ armazenagem/ logística; (iv) reverter as glosas das despesas com os serviços de armazenagem, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte; (v) indeferir a produção de prova pericial/diligência por entender desnecessária a solução da lide; b) Por maioria de votos, para manter a glosa sobre os serviços administrativos de despachantes aduaneiros. Vencidos, no ponto, os conselheiros Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior, que concederam os créditos correspondentes. Fl. 517DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 4 3 (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão de primeira instância administrativa, Acórdão n.º 06047.520 3ª Turma da DRJ/CTA, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada. O relatório da decisão de primeira instância descreve os fatos dos autos. Nesse sentido, transcrevese trechos do relatório da referida decisão: (...) O Auditor Fiscal informa que a fiscalização se iniciou com a ciência do termo de início de fiscalização em 17/01/2012. Tal termo especifica como período fiscalizado o transcorrido entre 01/2007 e 12/2009. Comunica que a contribuinte exerce atividade de industrialização e comercialização de fertilizantes contemplados no capítulo 31 da TIPI, bens cujas receitas de vendas estão sujeitas à alíquota zero do PIS/Pasep e da Cofins. O processo produtivo da empresa está descrito às fls. 983/985 do processo de n° 10783.900001/201291, apensado ao processo de n° 10783.921005/201122. Na sequência, no tópico “FUNDAMENTAÇÃO” disserta sobre a legislação de regência da contribuição em análise, explica a sistemática de creditamento do PIS/Pasep e da Cofins e define o conceito de insumo fornecido pelas Instruções Normativas n°s 247/2002 e 404/2004. Ao fim, informa que, com base na análise da escrituração do sujeito passivo e planilhas de apuração das contribuições e de outros elementos apresentados pela contribuinte, apurou inconsistências nos valores dos créditos pleiteados. Diz que, consequentemente, foram realizados ajustes nos dados do Dacon, adequando o PER ao disciplinado na legislação tributária. No tópico “I – DOS CRÉDITOS PLEITEADOS”, explica que não foram realizadas glosas nas despesas de energia elétrica, serviços de industrialização, depreciação, fretes em operações de venda e locação de prédios, bem como, nas aquisições de embalagens, enxofre e bens para revenda. Em relação à base de cálculo, não foram realizados ajustes. No item “I.1 – DESESTIVA/DESPACHANTE”, relata que o serviço ou o bem adquirido, para ser utilizado no cálculo dos créditos a descontar, deve, necessariamente, ser aplicado ou consumido na Fl. 518DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 5 4 fabricação do produto. Aduz que o conceito de insumo não abrange os serviços de qualquer natureza, de modo que os serviços administrativos, de auditoria, aqueles decorrentes de atividades meio não configuram serviços sujeitos à apuração de créditos de PIS/Pasep e de Cofins. Informa que foram desconsideradas as despesas de despachante e desestiva, visto que estes serviços não se enquadram na definição de insumo, uma vez que não são destinados à área de comercialização dos produtos e não de sua produção. Explica que os valores foram glosados em sua totalidade, nos montantes indicados nas planilhas de fls.974/976 do processo de n° 10783.900001/201291, apensado ao processo de n°10783.921005/201122. No item “I.2 SERVIÇOS E BENS NÃO ADMITIDOS”, explana que a empresa fiscalizada se apropriou de créditos decorrentes de serviços de pintura, de cópia de chaves, de gráficas, serviços gerais, médicos, de confecção de andaimes, de tratamento de efluentes, dentre outros. Narra que a interessada se apropriou também de créditos nas aquisições e no transporte de ferramentas, fusíveis, plugs, materiais para almoxarifado, vestuário dos funcionários, materiais de escritório, utensílios de elevadores, cartuchos de impressora, armários, cadeados, celulares, materiais elétricos, radiadores e baterias para carros, graxas, vale transportes de funcionários, dentro outros. Explica que em outras situações não foi discriminado o serviço ou o produto adquirido. Todos esses bens e serviços foram glosados por não serem considerados insumos do processo produtivo da empresa. Os ajustes foram compilados na “planilha 2” (fls.1.133/1.278 do processo de n° 10783.900001/201291, apensado ao processo de n°10783.921005/2011 22), a qual, conforme explica a autoridade fiscal, “engloba também as despesas de frete incorridas para o transporte desses bens, que, por ausência de previsão legal, não podem ser utilizados para fins de desconto de créditos”. No item “I.3 FRETES SOBRE COMPRAS”, explica que quando o seguro e o frete para a entrega de bens correrem por conta do comprador, por integrarem os custos de aquisição (art. 289, § 1o do RIR/99), eles compõem a base de cálculo do crédito da contribuição. Aduz, porém, que a Lei n° 10.865/2004 redefiniu as condições para o direito ao crédito do PIS/Pasep e da Cofins, ao alterar a redação dos arts. 3º das Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003, ao incluir a seguinte vedação ao direito do crédito no inc. II, do §2º dos citados artigos: “não dará direito a crédito o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição”. A autoridade fiscal explica que, com base nessa disposição, os contribuintes não podem descontar créditos de PIS e Cofins decorrentes de aquisições de insumos com alíquota zero e utilizados na fabricação de produtos destinados à venda. O Auditor Fiscal relata que o inciso I do art. 1º da Lei n° 10.925/2004 reduziu a zero as alíquotas de PIS/Pasep e de Cofins incidentes na importação e sobre a receita bruta de venda no mercado Fl. 519DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 6 5 interno de adubos ou fertilizantes classificados no Capítulo 31, exceto os produtos de uso veterinário e suas matériasprimas. Informa que a contribuinte apresentou a relação das notas fiscais referente às despesas com transportes de insumos, discriminando os produtos transportados. Diz que, em quase sua totalidade, os insumos adquiridos estão sujeitos à alíquota zero, pois são matérias primas para a produção de fertilizantes. Entende que se não há previsão legal para apuração de crédito na aquisição de adubos, fertilizantes e suas matériasprimas e se as despesas de frete incorridas para o seu transporte integram o custo de aquisição, logicamente, não poderia ter sido apurado crédito sobre as despesas de frete. Informa que na “planilha 3” discriminou todas as despesas de frete que foram glosadas, na qual também foram incluídas as despesas de fretes sem descrição do produto transportado (fls. 1.279/5.002 do processo de n° 10783.900001/201291, apensado ao processo de n° 10783.921005/201122). Explica, por fim, que foi garantido o aproveitamento de créditos no transporte de ureia, quando adquirida para fins veterinários, visto haver tributação sobre esse insumo. No item “I.4 ARMAZENAGEM”, explica que, intimada a comprovar as despesas realizadas nesta rubrica, a contribuinte informou que se tratavam de armazenagem de insumos adquiridos que, por razões de logística e capacidade de armazenagem interna, eram guardados em armazéns externos. Afirma, todavia, nos termos do inciso IX do art. 3º da Lei n° 10.833/2003, extensiva ao PIS/Pasep em função do inciso II do art. 15 da mesma lei, que tal crédito é restrito às despesas efetuadas nas operações de vendas e se o ônus for suportado pelo vendedor. Entende que as despesas com armazenagem de insumo ou mercadorias adquiridas para industrialização ou revenda não geram direito ao crédito das contribuições. Diz que tal entendimento é corroborado pelas Soluções de Consulta n° 151/2006 (8a RF), n° 25/2009 (8aRF) e n° 403/2007 (Cosit). Informa que está discriminado na “planilha 4” todas as despesas de armazenagem que foram glosadas (fls. 5.003/5.040 do processo de n° 10783.900001/201291, apensado ao processo de n° 10783.921005/201122). No item “I.5 – ENTRADA BENS P/ REVENDA – URÉIA PECUÁRIA EEMBALAGENS”, relata que no processo administrativo de n° 15586.001201/201048 foi lavrado o Parecer n° 83/2010 e seu respectivo Despacho Decisório, com ciência da contribuinte em 26/11/2010, no qual foi feita a análise do PER de n° 29114.33033.090409.1.1.111732,referente a créditos da Cofins não cumulativa (mercado interno) do 3º trimestre de 2008. Diz que, neste processo, ficou provado que a contribuinte se apropriou indevidamente, neste trimestre, de créditos relativos às aquisições de ureia pecuária e de embalagens correspondentes a períodos anteriores (janeiro de 2005 a Fl. 520DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 7 6 junho de 2008), nos montantes de R$160.094.943,96 e R$ 17.854.396,54, respectivamente. Informa que a contribuinte justificou o procedimento adotado, invocando o art. 16 da Lei n° 11.116/2005, o qual autorizou a compensação e o ressarcimento de créditos de PIS/Pasep e Cofins vinculados a operações de vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência. Relata que o Acórdão de n° 1335.523, proferido pela DRJ/RJ2 em 16/06/2011, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, mantendose integralmente o Despacho Decisório proferido. Narra que o entendimento da DRJ foi no sentido de considerar indevida a inclusão na base de cálculo dos créditos os valores de custos, encargos e aquisições que ensejariam a apropriação dos créditos correspondentes, mas que dizem respeito, todavia, não ao 3º trimestre de 2008, mas a trimestres anteriores de apuração. Explica que o procedimento adotado não se restringiu à inclusão em um mesmo PER de créditos originados de períodos anteriores àquele a que se refere, mas cometeu o mesmo erro no Dacon, ao incluir no mês de setembro de 2008 os custos de aquisições de insumos e embalagens originados em meses anteriores (desde janeiro de 2005). Entende que a contribuinte, assim agindo, não promoveu o necessário e regular confronto dos créditos decorrentes de tais operações de meses anteriores de apuração, utilizandoos na dedução da contribuição devida no próprio mês de apuração, em desrespeito ao regime de competência de apuração da contribuição. Por tal razão, as mesmas glosas efetuadas na apuração do saldo de créditos da Cofins foram mantidas na apuração do saldo de créditos de PIS. No tópico “III – RESSARCIMENTO”, explica que os ajustes de créditos realizados, bem como o percentual de rateio utilizado para separar os diferentes tipos de créditos, foram discriminados no “Demonstrativo de Apuração do PIS”, constante às fls.5.041/5.043, bem como no “Demonstrativo de Apuração da Cofins”, constante às fls.5.044/5.046 do processo de n° 10783.900001/201291, apensado ao processo de n°10783.921005/201122. Informa que os créditos vinculados a receitas tributadas no mercado interno foram consumidos antes dos créditos vinculados a receitas não tributadas no mercado interno e antes dos créditos vinculados a receitas de exportação. (...) A autoridade fiscal propôs, ainda, a homologação das Dcomp vinculadas ao PER até o limite do crédito reconhecido por trimestre calendário, por tributo e por tipo de crédito. Com base no Parecer de n° 74/2012, foi emitido Despacho Decisório pelo Delegado da RFB em Vitória/ES, reconhecendo o direito creditório proposto e homologando as compensações vinculadas até o limite do crédito reconhecido. Fl. 521DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 8 7 (...) Cientificada (...), a contribuinte apresentou (...) a manifestação de inconformidade, a seguir sintetizada. No tópico “I DOS FATOS”, explica que com a edição do artigo 17 da Lei n° 11.033, de 21 de dezembro de 2004, passou a ser possível a manutenção dos créditos relativos às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência. Aduz que, posteriormente, foi editada a Lei n° 11.116/05, cujo artigo 16 autorizou a compensação destes créditos com outros tributos federais ou, ainda, seu ressarcimento. Diz que, por isso, apurou o saldo credor solicitado no PER. Resume, ao fim, as glosas realizadas e diz que os fundamentos utilizados pela autoridade fiscal não podem prosperar. No tópico “II DO DIREITO”, aduz, preliminarmente, que a manifestação de inconformidade apresentada engloba todos os processos apensados. A seguir, no item “DA NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIOANTE A AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DA GLOSA DE CRÉDITOS DE PIS ORIUNDOSDA AQUISIÇÃO DE UREIA E EMBALAGEM PERÍODO DE JAN/05 A SET/08”, aduz que a autoridade fiscal, ao tratar dos créditos extemporâneos de PIS/Pasep e Cofins oriundos da aquisição de ureia e embalagem no período de jan/05 a set/08, se pautou tão somente na análise dos créditos de Cofins, sem, contudo, fundamentar a decisão com relação ao PIS/Pasep. Explica que não há uma ausência absoluta de motivação das glosas realizadas. Diz, todavia, que há latente insuficiência da motivação, decorrente da precariedade da análise realizada, que, em última instância, acabou por inviabilizar o entendimento acerca do trabalho fiscal realizado, prejudicando o direito ao contraditório. Entende ser inquestionável a necessidade de reconhecimento da nulidade do despacho decisório por cerceamento do direito de defesa e do contraditório, haja vista a inexistência de elementos sólidos para definir os motivos específicos das glosas perpetradas em relação aos créditos de PIS/Pasep oriundos da aquisição de ureia e embalagem. Argumenta que a indicação específica dos fatos que ensejaram a glosa dos créditos tributários é um dos requisitos de validade das decisões administrativas, conforme se depreende do art. 50, I, da Lei 9.784/99. Diz ainda que são nulos os despachos proferidos com preterição do direito de defesa, nos termos do artigo 59 do Decreto 70.235/72. Traz decisão do CARF sobre o assunto. Requer a nulidade do despacho decisório. A seguir, no item “DA DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO DE INDEFERIR O DIREITO AO CRÉDITO DE PIS E DE COFINS APROPRIADO ATÉ MAIO DE 2007”, assevera que a autoridade fazendária glosou os créditos oriundos da aquisição de serviços de desestiva, frete sobre compra, armazenagem e de bens e serviços empregados na da produção, referentes ao período transcorrido entre o 1º trimestre de 2007 e o 4º trimestre de2009 e, ainda, créditos Fl. 522DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 9 8 extemporâneos de PIS/Pasep oriundos da aquisição de uréia e embalagem do período de janeiro de 2005 a setembro de 2008. Alega, todavia, que já estava decaído o direito de o Fisco glosar os créditos apurados até 05/2007. Diz que o reconhecimento do direito creditório se deu entre 01/2007 e12/2009, ocasião em que apropriou os créditos em sua escrita fiscal e os declarou em Dacon. Explana que a contribuição em análise está sujeita ao lançamento por homologação, de modo que lhe compete apurar mensalmente o montante de tributo devido, declarálo ao Fisco e efetuar o recolhimento. Informa que a homologação pode ocorrer expressa ou tacitamente, a qual se dá pelo transcurso do prazo de 5 (cinco) anos sem a manifestação do fisco, tornando extinto o crédito tributário, nos termos do §4° do art. 150 do CTN. Argumenta que uma vez pago o tributo devido começou a fluir o prazo decadencial de 05 (cinco) anos para o Fisco averiguar se estava correto o procedimento adotado, bem como lançar eventual diferença. Preconiza que, em relação aos créditos apurados entre 01/2005 e 05/2007, o prazo para o Fisco indeferilos findouse em 31/05/2012. Informa que a notificação sobre o indeferimento dos créditos ocorreu no dia 13/06/2012, ou seja, quando já decorrido o prazo decadencial para que o Fisco pudesse rever os valores creditados para apuração do tributo. Requer que seja reconhecido como homologado tacitamente os créditos apropriados entre 01/2005 e 05/2007. No item “DA IMPOSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO INFRALEGAL AO CONCEITO DE INSUMO”, explica que as Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03 determinam que a pessoa jurídica poderá fazer algumas deduções da sua base de cálculo, prevendo que podem ser descontados os bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na fabricação de bens destinados à venda. Diz que ao regulamentar as leis, a RFB externou, por meio das Instruções Normativas n° 247/02 e 404/04, o seu entendimento do que consiste o termo “insumo” parafins de PIS/Pasep e Cofins, equiparando o ao conceito estabelecido para o IPI, o que não merece prosperar, uma vez que a lei assim não o fez. Explica que tais Instruções Normativas não oferecem a melhor interpretação ao art. 3o, inciso II, das Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03, pois a concepção estrita de insumo não se coaduna com a base econômica da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, cujo ciclo de formação não se limita à fabricação de um produto ou à execução de um serviço, abrangendo outros elementos necessários à obtenção de receita. Explana que a base de cálculo do IPI é o valor da mercadoria industrializada, de modo que insumo, neste caso, está relacionado apenas aos elementos que entram na composição do valor da mercadoria, tais como matériaprima, produto intermediário e material de embalagem. Por sua vez, o PIS/Pasep e a Cofins têm como base de cálculo a receita, que é composta por todos os ingressos que integram o patrimônio da pessoa jurídica, razão pela qual o insumo se relaciona com a totalidade das receitas auferidas pelo contribuinte, as quais, para serem obtidas, exigem que os contribuintes incorram em despesas e custos. Fl. 523DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 10 9 Em função disso, entende que para as contribuições ao PIS e à Cofins o significado de insumo é muito mais abrangente do que o do IPI, devendo integrar todas as despesas e custos necessários utilizados na produção de bens e serviços que abarão gerando receita, relacionados nos artigos 290 e 299 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto n°3.000/1999), e que definem, respectivamente, custos e despesas operacionais. Aduz que o CARF proferiu decisão na qual reconhece a validade do conceito de insumo oferecido pela legislação do IRPJ, afastando a possibilidade de utilização dos conceitos de insumo trazidos pela legislação do IPI. Assevera que a Justiça Federal está adotando o entendimento do CARF. Anexa decisão da 1a Turma do TRF da 4a Região. Alega que as Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03 não conceituam e nem limitam o conceito de insumos, assim como não remetem à utilização subsidiária da legislação do IPI para o alcance de seu conceito, razão pela qual entende que a restrição ao conceito de insumo trazida nas referidas Instruções Normativas são ilegais, ferindo o princípio constitucional da legalidade. Por fim, ressalta, “apenas por amor à argumentação”, que mesmo em caso de atendimento ao disposto nas IN SRF n°s 247/02 e 404/04, que faz jus aos créditos em discussão, pois consoante se verifica do seu objeto social, é produtora de fertilizantes, sendo imprescindível a observância de todas as etapas relativas ao processo produtivo, o qual abrange desde a chegada dos insumos importados, o carregamento, o transporte, a pesagem, a produção dos fertilizantes, a distribuição e a venda destes produtos. Requer o cancelamento das glosas realizadas relativamente aos dispêndios com insumos. No item “DO DIREITO AO CRÉDITO DE DESESTIVA”, argumenta que, à época, todos os desembolsos efetuados com operações portuárias eram classificados como desestiva, de modo que dentro desta conta foram contabilizados os custos de armazenagem alfandegada (acondicionamento da matériaprima em armazéns dentro do porto até a sua transferência para a fábrica), descarga (ato de retirar a matéria prima do navio),movimentação (movimentação dos produtos dentro do porto) e a própria desestiva (serviços de organização da matériaprima dentro do navio para que a mesma possa ser descarregada). Relata que tais atividades são realizadas por pessoas jurídicas especializadas que atuam apenas para este fim, sem os quais seria impossível a retirada da mercadoria dos porões dos navios e o seu acondicionamento nos caminhões de transporte. Diz que a Lei n° 8.630/93 regulamenta a atividade portuária e determina que todas as movimentações de cargas destinadas ou provenientes de transporte aquaviário devem ser realizadas por pessoas jurídicas préqualificadas para operar no porto. Alega que, assim, pode, com base no artigo 3o, inc. II, das Leis n°s 10.637/02 e 10.833/2003, descontar créditos de PIS/Pasep ou Cofins sobre aquisições de insumos, bens e serviços empregados na fabricação Fl. 524DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 11 10 de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. Argumenta que a questão que gera inúmeras discussões doutrinárias e jurisprudenciais é o real significado de insumo, uma vez que não existe uma definição legal, mas apenas instruções normativas publicadas pela RFB na tentativa de conceituálo. Diz que após diversas decisões conflitantes, a Receita Federal publicou a Solução de Divergência n° 15/2008, a qual define insumo como “aqueles bens ou serviços adquiridos de pessoa jurídica, intrínsecos à atividade, aplicados ou consumidos na fabricação do produto ou no serviço prestado”. Afirma que tal entendimento lhe possibilita apropriar créditos sobre o valor de aquisição de insumos que não necessariamente se consumam ou desgastem em razão do contato com o produto em fabricação, mas também sobre insumos que são aplicados direta ou indiretamente no processo produtivo de determinada mercadoria, sem que tenham sido desgastados ou consumidos. Cita o art. 110 do CTN, segundo o qual a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance dos conceitos de direito privado. Delimita o conceito de insumo com base na NPC n° 02 do IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), que define custo como todos os gastos incorridos para a aquisição e/ou produção de um bem. Traz, também, o conceito de custo fornecido pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC n° 1.170/2009). Entende que é este o conteúdo que deve ser dado ao conceito de insumo pela RFB. Conclui que se enquadram no conceito de custo de produção os incorridos, intrínsecos e necessários na aquisição e na prestação de determinado bem até a etapa em que ele estiver em condições de ser comercializado. Alega, ainda, que a atividade portuária é essencial à sua atividade, o que está cabalmente demonstrado por fotos constantes em documentos anexos. Afirma que tais custos são intrínsecos ao seu processo produtivo, pois, caso algum deles não seja efetuado, a matéria prima não terá continuidade no processo produtivo. Entende, pelo exposto, que os serviços mencionados são, efetivamente, utilizados como insumo no processo produtivo da indústria, haja vista que, após a liberação do Ministério da Agricultura ou da Receita Federal, iniciase todo o serviço de desestiva e descarga do navio, a fim de acomodar as mercadorias dentro do caminhão que as transportará para o processo produtivo da indústria. Traz aos autos fluxograma para demonstrar o procedimento realizado. Afirma que os serviços realizados não podem jamais serem tratados como uma mera atividade meio ou uma despesa administrativa, como entendeu a autoridade fazendária, haja vista que são atividades essenciais e que estão intrinsecamente ligadas à produção de fertilizantes. Requer que se considere os serviços de desestiva, descarregamento, armazenagem alfandegada e movimentação como insumo do processo produtivo e, consequentemente, se reconheça os descontos dos créditos efetuados. Argumenta, com base na citada decisão do CARF, que o conceito de insumo para o PIS/Cofins é o mesmo utilizado na legislação do IRPJ, Fl. 525DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 12 11 ou seja, insumos não apenas as matériasprimas, mas todos os custos diretos ou indiretos da cadeia produtiva. Argumenta que mesmo que não fossem consideradas as despesas com desestiva, descarregamento, movimentação e armazenagem como prestação de serviços aplicados na produção, devese considerálas como englobadas no custo de transporte, o qual integra o conceito de frete. Diz que não é por não estar amparada por um documento fiscal, apresentado por uma transportadora, que não pode ter direito ao crédito de PIS/Cofins, pois a caracterização do serviço está relacionado ao transporte que faz parte de seu processo produtivo. Aduz que a RFB reconhece o crédito sobre o frete pago no transporte das matérias primas até o estabelecimento fabril. Traz soluções de consultas da RFB sobre o assunto. Requer, por fim, uma vez que a fiscalização não efetuou qualquer questionamento sobre a composição dos lançamentos classificados nas rubricas DESESTIVAS/DESPACHANTES, que seja efetuada diligência para responder qual é o valor dos créditos que deverão ser aceitos nos pedidos de ressarcimento. No item “SERVIÇOS DE TRANSPORTE FRETE NA AQUISIÇÃO DE INSUMOS”, relata que o Fisco glosou crédito de despesas com fretes na aquisição de insumos, não obstante a existência dos devidos comprovantes (CTRC e notas fiscais). Argumenta que, de forma equivocada, concluiu a autoridade fiscal que como os insumos adquiridos (exceto a ureia) são tributados à alíquota zero não poderia haver crédito sobre o respectivo frete. Alega, entretanto, que a alíquota zero aplicada às aquisições de matérias primas não se estende ao frete, que sofre a tributação normal do PIS/Pasep e da Cofins. Afirma que este esse é o entendimento adotado pela melhor jurisprudência do CARF e das DRJ. Traz algumas ementas de decisões desses órgãos, assim como as Soluções de Consulta nº 17/2010 e n° 234/2007. Requer o reconhecimento da totalidade dos créditos oriundos dos fretes sobre compra de insumos. No item, “DOS CRÉDITOS DAS DESPESAS DE ARMAZENAGEM”, aduz que adquire seus insumos básicos em grandes quantidades e, assim, necessita armazenálos, o que nem sempre ocorre nas dependências da empresa. Diz que duas das Soluções de Consulta utilizadas pelo Auditor Fiscal para efetuar as glosas lhe é favorável. Afirma que a Solução de Consulta n° 403/2007 esclarece que os créditos das despesas de armazenagem são devidos desde que seu respectivo ônus seja suportado pela tomadora de créditos, que é o caso em análise. Explica que a Solução de Consulta n° 25/2009, a seu turno, elucida que os créditos de armazenagem não são devidos quando a despesa se refere a produtos que não foram aplicados diretamente na produção, o que não é o caso dos autos. Requer o reconhecimento dos créditos glosados. No item “DOS SERVIÇOS E BENS NÃO ADMITIDOS”, explica que a fiscalização glosou diversos créditos relacionados a bens e serviços adquiridos, inclusive atinentes às despesas incorridas para o transporte desses bens. Diz, todavia, que tais bens e serviços são utilizados como insumos, pois se tratam de ferramentas operacionais, materiais de manutenção, etc, os quais estão diretamente ligados ao Fl. 526DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 13 12 processo produtivo. Aduz que o conceito de “insumo” não pode ficar restrito ao conceito legalmente estatuído para o IPI. Requer a reversão das glosas efetuadas. No tópico “DA GLOSA DE CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS DE PIS ORIUNDOS DA AQUISIÇÃO DE URÉIA PECUÁRIA E EMBALAGEM – PERÍODO DE JAN/05 A SET/08”, relata que, conforme exposto em preliminar, a autoridade fiscal glosou créditos de PIS oriundos da aquisição de ureia pecuária e de embalagem, no período de 01/2005 a 09/2008, sem qualquer motivação específica e sem indicação das normas jurídicas eventualmente infringidas, em patente ofensa ao princípio da ampla defesa e do contraditório. Diz que tal indeferimento se deu unicamente sob o argumento de que estavam sendo mantidas em relação ao PIS as glosas realizadas em relação à Cofins no PAF de n° 15586.001201/201048. Afirma que, se não for acatada a preliminar de nulidade, há argumentos, expostos a seguir, que rebatem a glosa perpetrada. No item “DOS CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS DE PIS”, explica que transmitiu PER em virtude da aquisição de ureia pecuária e embalagens aplicadas em seu processo produtivo, referentes ao período de 01/2005 a 09/2008. Diz que tal direito creditório foi glosado sob o possível entendimento de que deveria ter feito o pedido para cada trimestre calendário, nos termos dos artigos 21 e 22 da IN n° 600/2005. Diz que tal entendimento não merece prosperar pelos seguintes motivos. No item “DA IMPOSSIBILIDADE DA REVOGAÇÃO DE LEI POR MEIO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA”, expõe que o artigo 16 da Lei n° 11.116/2005 não obrigou que os sujeitos passivos fizessem um PER para cada trimestre como condição para utilizar créditos extemporâneos. Afirma que a lei apenas criou o direito ao crédito e que a única obrigação trazida era de que o saldo credor fosse acumulado em cada trimestre. Aduz que se a lei não restringiu o direito do contribuinte, uma mera instrução normativa não tem o condão de fazêlo, devendo ser observado o princípio da legalidade. Traz à baila o art. 100 do CTN. Argumenta que não há dúvidas sobre o caráter regulatório das Instruções Normativas, que, como normas secundárias, não podem ir além daquilo que foi determinado em lei. Conclui que não merece prosperar a decisão da autoridade fiscal. No tópico “DA OBSERVÂNCIA PELA MANIFESTANTE DO PROCEDIMENTO NECESSÁRIO PARA COMPENSAÇÃO”, assevera que o art. 16 da Lei n° 11.116/05 determina que os contribuintes somente podem utilizar seu crédito acumulado de PIS/Cofins para compensálo com outros tributos após o encerramento do trimestre. Entende que o legislador não proibiu os contribuintes de fazer um único pedido, reunindo saldos acumulados de trimestres anteriores já encerrados. Diz que a obrigatoriedade trazida é apenas que a apuração do saldo credor seja feita a cada trimestre. Informa que quando lançou, deforma extemporânea, em seu Dacon do mês 09/2008 todas as suas operações com direito a crédito do período compreendido entre 01/2005 e 09/2008 e, consequentemente, entregou PER e Dcomp, já estavam encerrados todos os trimestres cujo crédito se pleiteava. Fl. 527DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 14 13 No tópico “DA COMPOSIÇÃO DO SALDO CREDOR REFERENTE AO 3º TRIMESTRE DE 2008”, diz que o saldo credor deste período é composto pelos créditos apurados dentro do próprio trimestre e pelos créditos extemporâneos reconhecidos no trimestre. Diz ter agido de acordo com as normas jurídicas aplicáveis ao caso e ter feito um único PER. Alega que incorporar crédito extemporâneo aos créditos do 3o trimestre de 2008 apenas lhe prejudicou, em virtude do atraso na devolução do saldo credor a que tem direito. No tópico “DA APLICAÇÃO AO CASO DO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL” diz, novamente, ser possível a utilização de créditos extemporâneos. Aduz que a autoridade fiscal não pode deixar de reconhecêlos apenas por entender que o procedimento para sua utilização ter sido feita da forma inadequada. Diz que no processo administrativo tributário deve prevalecer sempre a verdade material. Traz decisões do antigo Conselho de Contribuintes sobre a aplicação do princípio. Postula por sua aplicação, reformando a decisão prolatada. No tópico “DA JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTAÇÃO”, explica que no exíguo prazo de 30 dias para apresentação da Manifestação de Inconformidade não foi possível apresentar toda a documentação que respalda os argumentos expostos. Pede, em homenagem ao princípio da ampla defesa, pela entrega dos documentos, a fim de provar a verdade dos fatos até antes do julgamento. No tópico “DA PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL”, requer, com base no artigo 16 do Decreto 70.235/72, a realização de diligência para responder a seguinte questão: “qual é o valor do crédito de PIS/Cofins oriundos dos lançamentos classificados como “desestiva/despachantes”, frete sobre compras, armazenagem e serviços e bens não admitidos que, de acordo com o conceito de insumo, já consagrado pelo CARF, deverá ser aceito no PER?” Protesta pela formulação de quesitos complementares. Nomeia como assistentes técnicos o Sr. Rubens Leite de Mattos, contador, inscrito no CRC 1SP163.568/06, e o Sr. Fabiano de Oliveira Bernarde, engenheiro, inscrito no CREA 5061932479, ambos com endereço na Avenida Irene Karcher, 620, Betel, Paulínia/SP, CEP 13148906, fone: (019) 33222289. Por fim, no tópico “DO PEDIDO”, requer: 1) a nulidade do Despacho Decisório em face da insuficiência da motivação das glosas dos créditos extemporâneos de PIS, por ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório; 2) a homologação tácita dos créditos apropriados até 05/2007; 3) quanto ao mérito, o reconhecimento integral dos créditos; 4) a realização de diligência/prova pericial a fim de comprovar o todo alegado; 5) protesta pela posterior juntada de documentos até antes do julgamento; Fl. 528DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 15 14 6) requer que as futuras intimações sejam enviadas não só para o domicílio do contribuinte, como também para seus advogados, cujo domicílio encontrase na rua Paulo Lobo, n° 33, Cambuí, Cidade de Campinas/SP, CEP 13.025210. A DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade. O Acórdão n.º 06047.520 3ª Turma da DRJ/CTA, está assim ementado: ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 DECADÊNCIA. DIREITO DE EFETUAR A GLOSA DE CRÉDITOS. O prazo decadencial do direito de lançar tributo não rege os institutos da compensação e do ressarcimento e não é apto a obstaculizar o direito de averiguar a liquidez e a certeza do crédito do sujeito passivo e a obstruir a glosa de créditos indevidos tomados pela contribuinte. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITO. INSUMO. Somente podem ser considerados insumos, os bens ou serviços intrinsecamente vinculados à produção de bens, não podendo ser interpretados como todo e qualquer bem ou serviço que gere despesas. CRÉDITOS. IMPORTAÇÃO. DESESTIVA. DESPACHANTES. A pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativa do PIS/Pasep e da Cofins não pode descontar créditos calculados em relação aos gastos com desestiva e despachantes, decorrentes de importação de mercadorias. CRÉDITOS. CUSTOS COM ARMAZENAGEM. As despesas com armazenagem somente geram créditos não cumulativos se estiverem vinculadas às operações de venda. FRETES SOBRE COMPRAS. CRÉDITOS BÁSICOS. Somente os fretes sobre compras de bens passíveis de creditamento na sistemática da não cumulatividade do PIS e da Cofins geram direito ao crédito básico. CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Não há previsão legal na legislação de regência do PIS/Pasep e da Cofins para o aproveitamento extemporâneo de créditos da não cumulatividade. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2008 a 31/12/2008 INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. INCOMPETÊNCIA. Fl. 529DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 16 15 As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. INDEFERIMENTO. Indeferese o pedido de diligência por ser absolutamente desnecessário para a solução do litígio. Inconformada, a ora Recorrente apresentou, no prazo legal, Recurso Voluntário por meio do qual requer que a decisão da DRJ seja reformada, alegando, em síntese: I. Dos Fatos A Recorrente reproduz os argumentos da impugnação explicando que com a edição do artigo 17 da Lei n° 11.033, de 21 de dezembro de 2004, passou a ser possível a manutenção dos créditos relativos às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência. Aduz que, posteriormente, foi editada a Lei n° 11.116/05, cujo artigo 16 autorizou a compensação destes créditos com outros tributos federais ou, ainda, seu ressarcimento. Diz que, por isso, apurou o saldo credor solicitado no PER. Resume, ao fim, as glosas realizadas e diz que os fundamentos utilizados pela autoridade fiscal não podem prosperar. II. Do Direito II.1 – Da Decadência – Desestiva e Outros A Recorrente alega a decadência do direito de lançar o créditos oriundos da glosa de serviços de desestiva, frete sobre a compra, armazenagem e bens e serviços empregados na produção, referentes ao período transcorrido entre o 1o trimestre de 2007 e o 4o trimestre de 2009 e, ainda, créditos extemporâneos de PIS/Pasep oriundos da aquisição de uréia e embalagem do período de janeiro de 2005 a setembro de 2008. Nessa linha, repete os argumentos da impugnação, sustentando dentre outros a) que já estava decaído o direito de o Fisco glosar os créditos apurados até 05/2007; b) que o tributo era sujeito a lançamento por homologação com a contagem do prazo decadencial nos termos do §4° do art. 150 do CTN; c) que o prazo para o Fisco indeferilos findouse em 31/05/2012; d) que a notificação sobre o indeferimento dos créditos ocorreu no dia 13/06/2012, portando posterior a data de 31/05/2012. II.2 – Da Direito ao Crédito da Contribuição ao PIS e da Cofins Não Cumulativas Oriundas da Aquisição de Insumos e Serviços e da Impossibilidade de Ressarcimento/Compensação. A Recorrente argumenta que com a edição das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03 a contribuição ao PIS e a Cofins tornaramse, via de regra, nãocumulativas. Complementa afirmando que teria direito ao crédito na aquisição de bens e serviços, bem como Fl. 530DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 17 16 das despesas incorridas para a fabricação de seu produto. Embasa sua afirmativa no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21/12/2004. O referido artigo assim dispõe: "Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota O (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações." (DOU 22/12/04) Reforça esse argumento, fazendo referência ao art. 16, da Lei nº 11.116/05 que trata dentre outros da compensação com débitos próprios do crédito acumulado a cada trimestre de PIS/Pasep e Cofins. II.3 – Da Impossibilidade de Restrição Infralegal ao Conceito de Insumo A Recorrente argumenta que a RFB por meio das Instruções Normativas n° 247/02 e 404/04 da RFB fez uma interpretação equivocada do conceito de insumo para fins de PIS/Pasep e Confins constante das Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03. O equívoco ocorre pois as referidas INs equipararam o conceito de insumo para fins de PIS/Pasep e Confins ao conceito de insumo para a legislação do IPI. Dessa forma, explica que os tributos em cena têm uma estrutura jurídica completamente diversa, sendo o IPI um imposto sobre a produção e o PIS/Pasep e Cofins contrições sobre a receita. Cita doutrina e jurisprudência tratando do conceito de insumo. Pede que seja reconhecido o direito creditório. II.4 – Do Direito ao Crédito de Desestiva A Recorrente defende o direito ao crédito com as atividades de desestiva. Tratase de desembolsos efetuados com operações portuárias, a saber: custos de armazenagem alfandegada (acondicionamento da matériaprima em armazéns dentro do porto até a sua transferência para a fábrica), descarga (ato de retirar a matériaprima do navio), movimentação (movimentação dos produtos dentro do porto) e a própria desestiva (serviços de organização da matériaprima dentro do navio para que a mesma possa ser descarregada). Alega que as atividades portuárias são realizadas por pessoas jurídicas domiciliadas no país e transcreve trechos da Lei nº 8.630/93. Diz que a Lei n° 8.630/93 regulamenta a atividade portuária e determina que todas as movimentações de cargas destinadas ou provenientes de transporte aquaviário devem ser realizadas por pessoas jurídicas préqualificadas para operar no porto. Alega que as despesas com o serviço de desestiva enquadramse no conceito de insumos. Cita doutrina e jurisprudência para pedir o reconhecimento do direito creditório de PIS/Pasep e Cofins. Argumenta que mesmo que não fossem consideradas as despesas com desestiva, descarregamento, movimentação e armazenagem como prestação de serviços aplicados na produção, devese considerálas como englobadas no custo de transporte, o qual Fl. 531DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 18 17 integra o conceito de frete. Cita jurisprudência reconhecendo o direito ao crédito nos serviços de frete na aquisição. II.5 – Serviços de Transporte – Frete na Aquisição de Insumos A Recorrente relata que o Fisco glosou o crédito de despesas com fretes na aquisição de insumos, não obstante a existência dos devidos comprovantes (CTRC e notas fiscais). Argumenta que, de forma equivocada, concluiu a autoridade fiscal que como os insumos adquiridos (exceto a ureia) são tributados à alíquota zero não poderia haver crédito sobre o respectivo frete. Argumenta que os custos relativos ao frete são tributados pelo PIS/COFINS e que faria jus ao crédito. A seu favor, cita trecho de parecer, de legislação do IR (RIR/2011 art. 289) e jurisprudência administrativa. II.6 – Dos Créditos Decorrentes das Despesas de Armazenagem A Recorrente aduz que adquire seus insumos básicos em grandes quantidades e, assim, necessita armazenálos, o que nem sempre ocorre nas dependências da empresa. Afirma que a armazenagem é um serviço indispensável ao seu processo produtivo. Dessa forma, alega que não se pode restringir o direito ao crédito de PIS/COFINS provenientes das despesas de armazenagem. II.7 – Dos Serviços e Bens Não Admitidos A Recorrente relata explica que a fiscalização glosou diversos créditos relacionados a bens e serviços adquiridos, inclusive atinentes às despesas incorridas para o transporte desses bens. Diz, todavia, que tais bens e serviços são utilizados como insumos, pois se tratam de ferramentas operacionais, materiais de manutenção, etc, os quais estão diretamente ligados ao processo produtivo. Aduz que o conceito de “insumo” não pode ficar restrito ao conceito legalmente estatuído para o IPI. Requer a reversão das glosas efetuadas. II.8 – Da Glosa dos Créditos Extemporâneos de PIS Oriundos da Aquisição de Uréia Pecuária e Embalagem – Período de Jan/05 a Jun/08 A Recorrente relata que, conforme exposto em preliminar, a autoridade fiscal glosou créditos de PIS oriundos da aquisição de ureia pecuária e de embalagem, no período de 01/2005 a 09/2008, sem qualquer motivação específica e sem indicação das normas jurídicas eventualmente infringidas, em patente ofensa ao princípio da ampla defesa e do contraditório. Diz que a questão relacionada aos créditos extemporâneos de PIS/Pasep oriundos da aquisição de ureia e embalagem no período de jan/05 a set/08 será tratada especificamente no PA de n° 15586.720015/201273, uma vez que tais créditos foram solicitados no PER de setembro de 2008 de n° 09266.04610.101008.1.1.100006. Pede que os autos sejam julgados em conjunto com outros processos que estavam inicialmente apensados no Processo Administrativo nº 10783.900001/201291, uma vez que são conexos por tratarem das mesmas matérias. III.8 – Da Produção de Prova Pericial/Diligência Fl. 532DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 19 18 A Recorrente reforça que foi requerida quando da interposição da Manifestação de Inconformidade a realização de prova pericial/diligência, para responder ao seguinte questionamento: Qual é o valor do crédito de PIS/COFINS oriundo dos lançamentos classificados como DESESTIVAS/DESPACHANTES, FRETE SOBRE COMPRA, ARMAZENAGEM e SERVIÇOS E BENS NÃO ADMITIDOS que, de acordo com o conceito de insumo, já consagrado pelo CARF, deverá ser aceito no pedido de ressarcimento? Protesta pela formulação de quesitos complementares e indica assistentes técnicos. IV – Do Pedido A Recorrente ao final pede que: 1) inicialmente, requer a Recorrente que o presente processo seja analisado em conjunto com todos os outros processos que estavam inicialmente apensados no Processo Administrativo n.o 10783.900001/201291, uma vez que são conexos por tratarem das mesmas matérias; 2) requer que seja reconhecida a homologação tácita dos créditos apurados pela Defendente até maio de 2.007, eis que quando da notificação da Defendente em 13/06/2012, já estava decaído o direito do Fisco de indeferir e glosar o direito creditório do contribuinte em decorrência do transcurso do prazo de 05 (cinco) anos, nos termos do artigo 150, g 40 do CTN; 3) requer que o presente recurso seja integralmente provido para reformar o v. acórdão recorrido e reconhecer integralmente o crédito pleiteado, eis que o conceito de insumo engloba todos os custos e despesas incorridos para a obtenção de receita advinda da venda de fertilizantes, nos termos articulados no presente recurso, e que sejam homologadas as compensações realizadas pela Recorrente, extinguindose, assim, o respectivo crédito tributário, nos termos do artigo 156, II, do CTN. 4) requer a realização de diligência/prova pericial a fim de comprovar todo o alegado. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.805, de 31/01/2019, proferido no julgamento do processo 10783.900005/201270, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 533DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 20 19 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.805): "O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A seguir passo a análise do Recurso Voluntário. Inicialmente a Recorrente pede que estes autos sejam julgados em conjunto com outros processos que estavam inicialmente apensados no Processo Administrativo nº 10783.900001/201291. Ocorre que os processos foram desapensados pela DRJ por entender ser melhor a análise de julgamento individualizada. Os processos apensados, digase, envolvem créditos de natureza diferentes (mercado interno não tributado e exportação) e períodos de apuração distintos. Além disso, há pontos controversos que não dizem respeito a todos os processos. Por isso, cada qual deve seguir seu próprio caminho, independentemente dos demais. (efl. 463) Assim negase o pedido, sendo que este acordão diz respeito unicamente ao PER de n° 24645.20425.080409.1.1.105572, relativo ao 4º trimestre de 2008, resultantes da não incidência de PIS/Pasep sobre as receitas de vendas não tributadas no mercado interno. Do Direito II.1 – Da Preliminar de Decadência A Recorrente alega a preliminar de decadência do direito de lançar parte dos créditos. Não lhe assiste razão. A lide trata de PER Pedido Eletrônico de Restituição, sendo que não há previsão legal acerca da ocorrência de “homologação” ou de “decadência” para que o fisco examine o direito creditório de restituição. O prazo de 5 anos para a homologação é válido para os casos de compensação, isto é, da extinção do débito (crédito tributário) por um alegado crédito. Tratase de aplicar o disposto no art. 74 da Lei n° 9.430/1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. ... § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. Fl. 534DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 21 20 § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Assim, de forma conclusiva, afasto a preliminar de decadência. II.2 – Da Direito ao Crédito da Contribuição ao PIS e da Cofins Não Cumulativas Oriundas da Aquisição de Insumos e Serviços e da Impossibilidade de Ressarcimento/Compensação. A Recorrente argumenta que com a edição das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03 a contribuição ao PIS e a Cofins tornaramse, via de regra, nãocumulativas. Assiste razão a Recorrente. O art. 3º de ambas as leis utiliza o termo “insumos” para caracterizar o direito ao crédito. Tratase de assunto exaustivamente discutido neste CARF, cabendo ao intérprete da lei definir a amplitude ou abrangência do termo “insumos” para cada caso em concreto. O direito ao crédito dos insumos também está assegurado mesmo nos casos das vendas de produtos finais tributadas a alíquota zero. Nesse sentido, citase jurisprudência da CSRF deste CARF: CARF CSRF Acórdão 9303007.500 – 3ª Turma ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2008 PIS/PASEP. AQUISIÇÃO E REVENDA. ALÍQUOTA ZERO. INCIDÊNCIA CONCENTRADA. CRÉDITO SOBRE ARMAZENAGEM E FRETES NA VENDA. POSSIBILIDADE. As revendas, por distribuidoras, de produtos sujeitos à tributação concentrada, ainda que as receitas sejam tributadas à alíquota zero, possibilitam desconto de créditos relativos a despesas com armazenagem e frete nas operações de venda, conforme artigo 3º, IX da Lei nºs 10.637/2002 e 10.833/03. Assim, mesmo que o produto final esteja sujeito a alíquota zero, existe o direito ao crédito na aquisição de bens e serviços que tenham sido efetivamente tributados pelas contribuições na etapa anterior. Os dispositivos legais que embasam tal conclusão são a Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, §§ 7º e 8º; e a Lei 11.033, de 2004, art. 17. Assim, dáse provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer o direito ao crédito dos insumos sujeitos ao pagamento das contribuições, particularmente o frete, de produtos cuja revenda esteja sujeita a alíquota zero. II.3 – Da Impossibilidade de Restrição Infralegal ao Conceito de Insumo Fl. 535DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 22 21 A Recorrente argumenta que a RFB por meio das Instruções Normativas n° 247/02 e 404/04 da RFB fez uma interpretação equivocada do conceito de insumo para fins de PIS/Pasep e Confins constante das Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03. Assiste razão a Recorrente. O conceito de insumo é distinto do conceito de matériasprimas e produtos intermediários constante da legislação do IPI. Para o PIS/COFINS o conceito de insumo é mais amplo, ultrapassando as limitações de contato direto com o produto fabricado. Ao julgar a questão sob o prisma dos recursos repetitivos (Recurso Especial nº 1.221.170 – PR), o acórdão do STJ destacou que ao interpretar o termo insumos de forma restritiva, a Fazenda por meio das INs 247/02 e 404/04 desnaturou o sistema não cumulativo e limitou indevidamente o conceito, que está relacionado àquilo que é intrínseco à atividade econômica da empresa. A atuais redações dos artigos 3º das Leis nº 10.637/2002 (PIS) e nº 10.833/2003 (COFINS), seguem abaixo: Lei nº 10.637/2002 (PIS) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: Produção de efeito (Vide Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) (Regulamento) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008). (Produção de efeitos) b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº 9.718, de 1998) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 536DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 23 22 VII edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãodeobra, tenha sido suportado pela locatária; VIII bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei. IX energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009) XI bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) Lei nº 10.833/2003: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) (Regulamento) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) (Vide Lei nº 9.718, de 1998) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) IV aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 537DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 24 23 VII edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; VIII bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei; IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009) XI bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) As INs 247/02 e 404/04 da RFB equipararam o conceito de insumo para fins de PIS/COFINS ao conceito de insumo para a legislação do IPI e, por isso, foram consideradas restritivas. Cabe esclarecer que o julgado na sistemática de recursos repetitivos, implica na aplicação do art. 62 do anexo II do RICARF, aprovado por meio da Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Assim, nos termos do julgado do STJ, o conceito de insumo deve ser avaliado considerando a essencialidade ou relevância do bem ou serviço, ou seja, considerandose a sua necessidade ou a sua importância para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada. II.4 – Do Direito ao Crédito de Desestiva A Recorrente defende o direito ao crédito com as atividades de desestiva. Assiste razão parcial a Recorrente. Por um lado os gastos com armazenagem alfandegada (acondicionamento da matériaprima em armazéns dentro do porto até a sua transferência para a fábrica), descarga (ato de retirar a matériaprima do navio), movimentação (movimentação dos produtos dentro do porto) e a própria desestiva (serviços de organização da matériaprima dentro do navio para que a mesma possa ser descarregada) geram direito ao crédito. Tratase de questão previamente abordada por esta turma que aceita o frete na aquisição do insumo como componente de seu custo. Ora, aqui, as despesas relacionadas à Fl. 538DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 25 24 operação física de importação – desestiva, descarregamento, movimentação – têm a mesma natureza contábil do frete, como custo do insumo. Por outro lado, os gastos com despachantes aduaneiros e outros serviços administrativos para o cumprimento dos trâmites burocráticos de importação não geram direito a crédito. Tais despesas enquadramse no conceito de despesa administrativa. Sobre o assunto notese que a função do despachante é praticar atos administrativos como representante das empresas ou clientes pessoa física. No Brasil, ao contrário de alguns países, inexiste a obrigatoriedade de contratação de despachante aduaneiro. A empresa pode realizar de forma própria tais atividades. Tratase de disposição expressa no art. 5º do Decreto lei nº 2.472/88: Decretolei nº 2.472, de 01.09.88: Art. 5º A designação do representante do importador e do exportador poderá recair em despachante aduaneiro, relativamente ao despacho aduaneiro de mercadorias importadas e exportadas e em toda e qualquer outra operação de comércio exterior, realizada por qualquer via, inclusive no despacho de bagagem de viajante. § 1º Nas operações a que se refere este artigo, o processamento em todos os trâmites, junto aos órgãos competentes, poderá ser feito: a) se pessoa jurídica de direito privado, somente por intermédio de dirigente, ou empregado com vínculo empregatício exclusivo com o interessado, munido de mandato que lhe outorgue plenos poderes para o mister, sem cláusulas excludentes de responsabilidades do outorgante mediante ato ou omissão do outorgado, ou por despachante aduaneiro; b) se pessoa física, somente por ela, ou por despachante aduaneiro; c) se órgão da administração pública direta ou autárquica, federal, estadual ou municipal, missão diplomática ou repartição consular de país estrangeiro ou representação de órgãos internacionais, por intermédio de funcionário ou servidor, especialmente designado ou por despachante aduaneiro. Diante do exposto, reafirmase que a atividade de despachante aduaneiro é de natureza administrativa sem relação com o frete/armazenagem/logística da atividade econômica da empresa. Caberá a unidade de origem, em conjunto com a Recorrente, determinar as rubricas relativas ao pagamento de despachantes aduaneiros para a exclusão dos créditos. Assim, dáse razão parcial a Recorrente apenas para reconhecer o direito ao crédito quando do pagamento dos serviços com armazenagem alfandegada, descarga, movimentação e a própria desestiva, todos relacionados ao transporte/armazenagem/logística. II.5 – Serviços de Transporte – Frete na Aquisição de Insumos A Recorrente relata que o Fisco glosou o crédito de despesas com fretes na aquisição de insumos, não obstante a existência dos devidos comprovantes (CTRC e notas fiscais). Assiste razão a Recorrente. Sobre o assunto existe jurisprudência do CARF CSRF. Fl. 539DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 26 25 CARF CSRF Acórdão (9303007.562) PIS/PASEP. CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS. FRETES DE INSUMOS ADQUIRIDOS COM ALÍQUOTA ZERO. Afinandose ao conceito exposto pela Nota SEI PGFN MF 63/18 e aplicandose o “Teste de Subtração”, é de se reconhecer o direito ao crédito das contribuições sobre os fretes de produtos acabados entre estabelecimentos e sobre os fretes de insumos adquiridos com alíquota zero das contribuições, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte. É de se atentar ainda, quanto aos fretes de insumos adquiridos com alíquota zero, que a legislação não traz restrição em relação à constituição de crédito das contribuições por ser o frete empregado ainda na aquisição de insumos tributados à alíquota zero, mas apenas às aquisições de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. Dessa forma, dáse provimento ao Recurso Voluntário para reverter as glosas dos serviços de transporte, frete, de insumos adquiridos com alíquota zero das contribuições, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte. II.6 – Dos Créditos Decorrentes das Despesas de Armazenagem A Recorrente aduz que adquire seus insumos básicos em grandes quantidades e, assim, necessita armazenálos, o que nem sempre ocorre nas dependências da empresa. Afirma que a armazenagem é um serviço indispensável ao seu processo produtivo. Assiste razão a Recorrente. Conforme consta da leitura dos autos, entendo que os serviços de armazenagem são essenciais para a atividade da empresa que opera com carga a granel. Com o advento da NOTA SEI PGFN MF 63/18, restou clarificado o conceito de insumos, para fins de constituição de crédito das contribuições não cumulativas, definido pelo STJ ao apreciar o REsp 1.221.170, em sede de repetitivo. Tal conceito ensina que insumos seriam todos os bens e serviços que possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração resulte na impossibilidade ou inutilidade da mesma prestação do serviço ou da produção. Ou seja, itens cuja subtração ou obste a atividade da empresa ou acarrete substancial perda da qualidade do produto ou do serviço daí resultantes. Afinandose ao conceito exposto pela Nota SEI PGFN MF 63/18 e aplicandose o teste de subtração para a armazenagem dos produtos é de se reconhecer o direito ao crédito das contribuições sobre a armazenagem do insumo a granel. Dessa forma, dáse provimento ao Recurso Voluntário para reverter as glosas das despesas com os serviços de armazenagem, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte. II.7 – Dos Serviços e Bens Não Admitidos A Recorrente relata explica que a fiscalização glosou diversos créditos relacionados a bens e serviços adquiridos, inclusive atinentes às despesas incorridas para o transporte desses Fl. 540DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 27 26 bens. Diz, todavia, que tais bens e serviços são utilizados como insumos, pois se tratam de ferramentas operacionais, materiais de manutenção, etc, os quais estão diretamente ligados ao processo produtivo. Da leitura dos autos depreendese que tais créditos serão analisados no processo de n° 10783.900001/201291, apensado ao processo de n° 10783.921005/201122, a qual engloba também as despesas de frete incorridas para o transporte desses bens. II.8 – Da Glosa dos Créditos Extemporâneos de PIS Oriundos da Aquisição de Uréia Pecuária e Embalagem – Período de Jan/05 a Jun/08 A Recorrente relata que, conforme exposto em preliminar, a autoridade fiscal glosou créditos de PIS oriundos da aquisição de ureia pecuária e de embalagem, no período de 01/2005 a 09/2008, sem qualquer motivação específica e sem indicação das normas jurídicas eventualmente infringidas, em patente ofensa ao princípio da ampla defesa e do contraditório. Diz que a questão relacionada aos créditos extemporâneos de PIS/Pasep oriundos da aquisição de ureia e embalagem no período de jan/05 a set/08 será tratada especificamente no PA de n° 15586.720015/201273, uma vez que tais créditos foram solicitados no PER de setembro de 2008 de n° 09266.04610.101008.1.1.100006. Em vista do exposto entendese que o assunto será objeto de julgamento no processo n° 15586.720015/201273. III.8 – Da Produção de Prova Pericial/Diligência A Recorrente reforça que foi requerida quando da interposição da Manifestação de Inconformidade a realização de prova pericial/diligência. Entendo que desnecessária a realização de perícia/diligência para solução da lida. A questão dos lançamentos realizados para o pagamento dos serviços administrativos de despachantes aduaneiros pode perfeitamente ser sanada pela unidade de origem, em conjunto com a Recorrente, ou de maneira isolada. Assim, negase provimento. Conclusão Por todo o exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário, conforme abaixo. 1) Negar a análise conjunta com outros processos tendo em vista a exposição de motivos realizada pela DRJ; 2) Indeferir a preliminar de decadência por tratarse de pedido de restituição; 3) No mérito, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para: (a) por unanimidade de votos: (i) reverter as glosas do frete de insumos, mesmo quando a revenda dos produtos sujeitase a alíquota zero; (ii) reverter as glosas do frete sobre a revenda de produtos; (iii) reverter as glosas relativas aos serviços de armazenagem alfandegada, descarga, movimentação e a própria desestiva, todos relacionados ao transporte/ armazenagem/ logística; Fl. 541DF CARF MF Processo nº 15586.720008/201271 Acórdão n.º 3201004.824 S3C2T1 Fl. 28 27 (iv) reverter as glosas das despesas com os serviços de armazenagem, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte; (v) indeferir a produção de prova pericial/diligência por entender desnecessária a solução da lide; (b) por maioria de votos: manter a glosa sobre os serviços administrativos de despachantes aduaneiros. Não julgar a questão dos serviços e bens não admitidos que serão objeto de julgamento em outro processo. Não julgar a questão dos créditos extemporâneos que serão objeto de julgamento em outro processo. Negar provimento a produção de prova pericial/diligência por entender desnecessária a solução da lide." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado indeferiu a preliminar de decadência por tratarse de pedido de restituição. No mérito, o colegiado deu parcial provimento ao Recurso Voluntário para: (i) reverter as glosas do frete sobre a aquisição de insumos, mesmo quando a aquisição sujeitase à alíquota zero; (ii) reverter as glosas do frete sobre a revenda de produtos; (iii) reverter as glosas relativas aos serviços de armazenagem alfandegada, descarga, movimentação e a própria desestiva, todos relacionados ao transporte/ armazenagem/ logística; (iv) reverter as glosas das despesas com os serviços de armazenagem, eis que essenciais e pertinentes à atividade do contribuinte; (v) indeferir a produção de prova pericial/diligência por entender desnecessária a solução da lide e, por último, para manter a glosa sobre os serviços administrativos de despachantes aduaneiros. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 542DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13679.000062/98-13
Turma: Terceira Turma Superior
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2007
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998
Ementa: COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IRRETROATIVIDADE DAS LEIS.
O disposto no § 5° do artigo 74 da Lei n° 9.430/96, com a redação dada pelo art. 17 da Medida Provisória n° 135, de 30 de outubro de 2003, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, segundo o qual considera-se homologada tacitamente a compensação objeto de pedido de compensação convertido .em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do montante do crédito, aplica-se somente para as Dcomp entregues a partir de 30/10/2003.
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA. ÓLEO COMBUSTÍVEL.
Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário. Súmula nº 12, do Segundo Conselho de Contribuintes, publicada no DOU de 26/09/2007 .
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. DIREITO AO CRÉDITO. CONDIÇÕES.
Geram o direito ao crédito, bem como compõem a base cálculo do crédito presumido, além dos que se integram ao produto final (matérias-primas e produtos intermediários, stricto sensu, e material de embalagem), os artigos que se consumam durante o
processo produtivo e que não façam parte do ativo permanente, mas que nesse consumo continue guardando uma relação intrínseca com o conceito stricto sensu de matéria-prima ou produto intermediário: exerça na operação de industrialização um contato físico tanto entre uma matéria-prima e outra, quanto da matéria-prima com o produto final que se forma. Não se enquadram, portanto, nesse
conceito, para o presente caso, a espoleta, estopim, aço, eletrodos e a pasta eletrolítica.
NORMAS PROCESSUAIS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA INSTÂNCIA ANTERIOR.
PRECLUSÃO. EXCLUSÕES DA BASE DE CÁLCULO.
Considera-se preclusa matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RESSARCIMENTO DE IPI. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA.
É cabível a incidência da taxa Selic sobre valores objeto de ressarcimento de saldo credor de IPI, a partir da data da protocolização do pedido.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 203-12.474
Decisão: ACORDAM os Membros da TERCEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, em dar provimento parcial ao recurso, nos seguintes termos: I) por unanimidade de votos: a) afastou-se a preliminar suscitada de homologação tácita das compensações envolvendo débitos de terceiros; b) não se conheceu do recurso na
parte que trata da exclusão da base de cálculo do valor relativo ao 4° Trimestre de 1997, em face da preclusão; e c) manteve-se a glosa em relação a energia elétrica, óleo combustíveis e
outros; e 11) por maioria de votos, em dar provimento quanto à taxa Selic, desde a protocolização do pedido. Vencidos os Conselheiros Odassi Guerzoni Filho (Relator), Emanuel Carlos Dantas de Assis e Antonio Bezerra Neto. Designado a Conselheira Sílvia de Brito Oliveira para redigir o voto vencedor.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: Odassi Guerzone Filho
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ementa_s : Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 Ementa: COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. O disposto no § 5° do artigo 74 da Lei n° 9.430/96, com a redação dada pelo art. 17 da Medida Provisória n° 135, de 30 de outubro de 2003, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, segundo o qual considera-se homologada tacitamente a compensação objeto de pedido de compensação convertido .em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do montante do crédito, aplica-se somente para as Dcomp entregues a partir de 30/10/2003. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA. ÓLEO COMBUSTÍVEL. Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário. Súmula nº 12, do Segundo Conselho de Contribuintes, publicada no DOU de 26/09/2007 . IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. DIREITO AO CRÉDITO. CONDIÇÕES. Geram o direito ao crédito, bem como compõem a base cálculo do crédito presumido, além dos que se integram ao produto final (matérias-primas e produtos intermediários, stricto sensu, e material de embalagem), os artigos que se consumam durante o processo produtivo e que não façam parte do ativo permanente, mas que nesse consumo continue guardando uma relação intrínseca com o conceito stricto sensu de matéria-prima ou produto intermediário: exerça na operação de industrialização um contato físico tanto entre uma matéria-prima e outra, quanto da matéria-prima com o produto final que se forma. Não se enquadram, portanto, nesse conceito, para o presente caso, a espoleta, estopim, aço, eletrodos e a pasta eletrolítica. NORMAS PROCESSUAIS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA INSTÂNCIA ANTERIOR. PRECLUSÃO. EXCLUSÕES DA BASE DE CÁLCULO. Considera-se preclusa matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RESSARCIMENTO DE IPI. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. É cabível a incidência da taxa Selic sobre valores objeto de ressarcimento de saldo credor de IPI, a partir da data da protocolização do pedido. Recurso provido em parte.
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decisao_txt : ACORDAM os Membros da TERCEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, em dar provimento parcial ao recurso, nos seguintes termos: I) por unanimidade de votos: a) afastou-se a preliminar suscitada de homologação tácita das compensações envolvendo débitos de terceiros; b) não se conheceu do recurso na parte que trata da exclusão da base de cálculo do valor relativo ao 4° Trimestre de 1997, em face da preclusão; e c) manteve-se a glosa em relação a energia elétrica, óleo combustíveis e outros; e 11) por maioria de votos, em dar provimento quanto à taxa Selic, desde a protocolização do pedido. Vencidos os Conselheiros Odassi Guerzoni Filho (Relator), Emanuel Carlos Dantas de Assis e Antonio Bezerra Neto. Designado a Conselheira Sílvia de Brito Oliveira para redigir o voto vencedor.
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Ci :y ........ . . '1.,... L r.r '" FL 4]7 CC02/C03 F~J.-.~..... n ~ MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES TERCE.RA CÂMARA .•. o o Processo n° Recurso nO Matéria Acórdão n° Sessão de Recorrente Recorrida 13679.000062/98-13 138.275 Voluntário IPI - Ressarcimento Crédito Presumido Lei n° 9.363/96 203-12.474 17 de outubro de 2007 MORRO DO NÍQUEL S/A DRJ-JUIZ DE FORNMG Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 Ementa: COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IRRETROATlVIDADE DAS LEIS. O disposto no S 5° do artigo 74 da Lei n° 9.430/96, com a redação dada pelo art. 17 da Medida ProvisórÍa n° 135, de 30 de outubro de 2003, convertida na Lei nO 10.833, de 29 de dezembro de 2003, segundo o qual considera-se homologada tacitamente a compensação objeto de pedido de compensação convertido .em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, independentemente da procedência e do montante do crédito, aplica-se somente para as Dcomp entregues a partir de 30/10/2003. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA. ÓLEO COMBUSTÍVEL. Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nO 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intennediário. Súmula nO 12, do Segundo Conselho de Contribuintes, publicada no DOU de 26/0912007 . . IPI . CRÉDITO PRESUMIDO. DIREITO AO CRÉDITO. CONDIÇÕES. MG BELO HORIZONTE DRF Processo n.o 13679.000062/98-13 Acórdão n.o 203-12.474 o FI. :118 CC02/C03 Fls. 2 11Gb J- Geram o direito ao crédito, bem como compõem a base cálculo do crédito presumido, além dos que se integram ao produto final (matérias-primas e produtos intennediários, stricto senSll, e material de embalagem), os artigos que se consumam durante o processo produtivo e que não façam parte do ativo permanente, mas que nesse consumo continue guardando uma relação intrínseca com o conceito stricto sensu de matéria-prima ou produto intermediário: exerça na operação de industrialização um contato físico tanto entre uma matéria-prima e outra, quanto da matéria-prima com o produto final que se forma. Não se enquadram, portanto, nesse conceito, para o presente caso, a espoleta, estopim, aço, eletrodos e a pasta eletrolítica. NORMAS PROCESSUAIS. MATÉRIA NÃO ABORDADA NA INSTÂNCIA ANTERIOR. PRECLUSÃO. EXCLUSÕES DA BASE DE CÁLCULO. Considera-se preclusa matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RESSARCIMENTO DE IPI. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. É cabível a incidência da taxa Selic sobre valores objeto de ressarcimento de saldo credor de IPI, a partir da data da protocolização do pedido. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da TERCEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, em dar provimento parcial ao recurso, nos seguintes termos: I) por unanimidade de votos: a) afastou-se a preliminar suscitada de homologação tácita das compensações envolvendo débitos de terceiros; b) não se conheceu do recurso na parte que trata da exclusão da base de cálculo do valor relativo ao 4° Trimestre de 1997, em face da preclusão; e c) manteve-se a glosa em relação a energia elétrica, óleo combustíveis e outros; e 11) por maioria de votos, em dar provimento quanto à taxa Selic, desde a protocolização do pedido. Vencidos os Conselheiros Odassi Guerzoni Filho (Relator), Emanuel Carlos Dantas de Assis e Antonio Bezerra Neto. Designado a Conselheira Sílvia de Brito Oliveira para redigir o voto vencedor. - -~--- - _. ) !'viG BEl"O HOR!ZON'j',E I)RF Processo n.O 13679.000062/98-13 Acórdão n.o 203-12.474 elatora-Designada FI. 419 CC02lC03 Fls. 3 40tJ o .0 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Eric Moraes de Castro e Silva, Mauro Wasilewski (Suplente) e Dalton Cesar Cordeiro de Miranda. F-~'f.:dcser ccnsultado no c: (lI"suilc c; pé~Jini1 de 2>uttôntÍiônç;ijo no MG 15[LOIJORIZONTE DRF Processo n,o 13679.000062/98.13 Acórdão n.o 203-12.474 Relatório FI. 420 CC02/C03 Fls. 4 001< .ft () o Trata-se de Pedido de Ressarcimento de IPI formulado em 29/09/1998 para o reconhecimento do crédito presumido de que trata a Portaria MF na 38/971, relativo às aquisições ocorridas durante o segundo trimestre de 1998, no valor de R$ 110.176,52, que, deduzido do valor do IPi incidente sobre operações tributadas, em R$ 8.826,84, monta a R$ 101.349,68. Posteriormente, a ele foram juntados dois pedidos de Compensação de Crédito com Débitos de Terceiros, ambos formalizados em 08/04/1999. Despacho Decisório da DRF em Poços de Caldas/MO, datado de 30/03/2005, baseado no Termo de Encerramento da Fiscalização, reconheceu um crédito de R$ 20.179,37, por conta da exclusão da base de cálculo do incentivo os valores que não se enquadram no conceito básico de matéria-prima e/ou produto intermediário, tais como os gastos com energia elétrica, óleo combustível e outros insumos. Além disso, desconsiderou da base de cálculo o valor de R$ 263.679,73 por ter sido o mesmo indevidamente nela inserido, haja vista que desacompanhado de comprovação em documentos fiscais, tais como notas fiscais, livro reg. de inventário. Manifestação de Inconformidade suscita, preliminarmente, a ocorrência da decadência para a revisão de compensações declaradas há mais de cinco anos, a teor do disposto no art. 74 da Lei na 9.430, de 1996, nos seus parágrafos 4° e 50. Assim, as compensações que efetuara teriam sido homologadas tacitamente. Insurge-se também em relação às glosas efetuadas, haja vista que, não obstante entenda que não seja condição para o aproveitamento do crédito o contato direto do insumo com o produto em fabricação, os materiais energia elétrica, combustíveis e outros (espoleta e estopim, pasta eletródica, eletrodos, aço laminado, chapa) agem diretamente sobre o produto em elaboração, a teor de Laudo Técnico que anexou. Transcreve jurisprudência administrativa e judicial em seu favor. Decisão da 3a Turma da DRJ em Juiz de ForaIMO, por meio do Acórdão na 11.721, de 24/11/2005, acatou parcialmente o pleito contido na Manifestação de Inconformidade ao considerar realmente decaído o direito da autoridade administrativa proceder à revisão de uma compensação (envolvendo débitos próprios) declarada há mais de cinco anos. Não estendeu tal entendimento, todavia, às compensações declaradas pela interessada que envolveram débitos de terceiros. E, no que tange às glosas parciais efetuadas pela DRF no montante dos créditos, manteve intacta a decisão da DRF. Cientificado da referida decisão em 21/12/2005, apresentou o Recurso Voluntário em 11/01/2006, no qual, em resumo, repete as argumentações postas na Manifestação de Inconformidade, aduzindo, primeiro, que o prazo de dez anos invocado pela decisão recorrida se baseia num dispositivo inconstitucional, qual seja, o art. 45, da Lei na 8.212, de 1991, e que nenhuma ressalva consta do S 50do art. 74 da Lei na 10.833, de 2003, de modo a restringir os efeitos ali tratados às compensações realizadas entre débitos próprios. I Art. 10 o crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, como ressarcimento da contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para a Seguridade Social - COFINS, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem utilizados no processo produtivo de bens destinados à exportação para o exterior, de que trata a Lei nO9.363, de 13 de dezembro de 1996, será apurado e utilizado de conformidade com o disposto nesta Portaria. Docurnento de i 2;5 pelo i;ódipo de Pode ;;cr consultado no enderEço Consulte a página (18 auti.Fnka;.J~0 no l\,1G BELO IIORIZONTE DRF Processo n.o 13679.000062/98-13 Acórdão n.o 203-12.474 FI. 421 CC02/C03 Fls,5 -fiCfI ~ Inova na argumentação, também a recorrente, em relação à exclusão feita pelo fisco da importância de R$ 263.679,73, referente ao "custo excluído do trimestre anterior", alegando que, no caso, apenas fez por cumprir as regras que estão da própria Portaria MF 38/97, mais especificamente no ~ 3° do artigo 3°. É o Relatório. o o UOCJrnc:;nto {1e 126 pelo códiGO Je f:''.'odeser con~\ult13dü l~:,)ende~cçü ConsuH€ a páqina Oe au1entkaçüo nu Me; BELO HORIZONTE DIZF Processo n.O 13679.000062/98.13 Acórdão n.o 203-12.474 Voto Conselheiro ODASSI GUERZONI FILHO, Relator FL CC02/C03 F7.s 6 '!1A0r( o () O recurso é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, merecendo ser conhecido. São dois os temas sobre os quais deveremos nos debruçar: homologação tácita das compensações realizadas e a glosa dos créditos utilizados na apuração da base de cálculo do crédito presumido. Homologação tácita das compensações Duas foram as compensações declaradas pela recorrente em abril de 1998 (uma envolvendo débitos de terceiros e outra envolvendo débitos próprios), cuja apreciação se deu realmente após o transcurso de cinco anos, ou seja, somente em 30/03/2005. No entanto, embora considere que em nenhum dos casos tenha ocorrido a homologação tácita, o recurso voluntário, obviamente, somente questionou aquela envolvendo os débitos próprios, não restando lide quanto a esse tópico. Tanto a DRJ quanto a interessada recorrem aos parágrafos 4° e 5° do artigo 74, da Lei nO9.430, de 1996, para o estabelecimento de prazo para que a administração tributária homologue as compensações declaradas. Mas, vejamos a evolução das regras da compensação no tempo. O artigo 49 da Medida Provisória n° 66, de 29 de agosto de 2002, convertida na Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002, deu nova redação ao art. 74 da Lei n° 9.430/96, passando este a dispor que "o sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão ". Em outras palavras, com essa alteração foi instituída a Declaração de Compensação, procedida pelo próprio contribuinte, tendo a mesma o efeito de extinguir o crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação pela autoridade administrativa competente. Assim, dispõe o parágrafo 1° do art. 74 da Lei n° 9430/96 (incluído pela Lei nO 10.637/2002), que a compensação será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração (DCOMP) na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. o parágrafo 2°, incluído pela Lei n° 10.637/2002, dá à compensação declarada à SRF o efeito de extinguir o crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação. O parágrafo 3°, incluído pela Lei nO10.637/2002, trata das hipóteses em que os débitos ou créditos não podem ser objeto de compensação. Docurnento dE 12S pelo código de Pode ser consultado no nrlficTcçO ConsuFe 8 oA_;q1nade au1cn1](Açúc no MC; BE];()HORIZ()Nr[~ I)RF Processo n.o 13679.000062/98-13 Acórdão n.o 203-12.474 FL 423 CC02/C03 F1l/.u J o o o parágrafo 4°, incluído pela Lei nO10.637/2002, merece sua reprodução literal, qual seja: "~ 40 Os pedidos de compensaçtio pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo" (redação dada pelo artigo 49 da Lei 10.637, de 30/12/2002, conversão da MP 66, de 29/08/2002). o alcance temporal desse novo dispositivo está previsto no artigo 68 da mesma lei, que diz: "Art. 68. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: 1- apartir de 10 de outubro de 2002, em relação aos arts. 29 e 49 (...)" (grifomeu) Assim, subsumindo os fatos do presente processo às regras acima descritas, temos que as declarações de compensação entregues em 08/04/1999 estavam, em 1°/10/2002, ainda sem análise da administração tributária, tendo, por força do citado S 4° acima reproduzido, sido convertidos em declarações de compensação (Dcomp). No ano seguinte, 2003, foram feitas novas alterações no artigo 74 da Lei n° 9.430/96, merecendo destaque para o presente caso a do parágrafo 5°, a saber: "~ 5° O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação" (redação dada pelo artigo 17 da Lei n° 10.833, de 29/12/2003,conversãodaMP nO135,de 30/10/2003). Até a edição desse ato legal, portanto, não havia prazo limite para que a administração tributária homologasse os pedidos de compensação então entregues pelos contribuintes, de maneira que toda DCOMP entregue anteriormente a 30/10/2003 e cuja análise ou apreciação pela autoridade administrativa tenha se dado em período superior a cinco anos, contado a partir da data de sua protocolização, não pode ser considerada tenha sido homologada tacitamente, a teor do parágrafo S 5° acima reproduzido. Se, de um lado, o alcance temporal do S 4° acima mencionado está claramente delineado quando diz que "Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo (...) ", o mesmo não se pode dizer, de outro, do S 5°, que deixa no ar uma ambigüidade por mim posta nos seguintes termos: retroagiria e alcançaria a todos pedidos de compensação convertidos em DCOMP entregues em data anterior a 30 de outubro de 2003, ou se aplicaria somente às DCOMP entregues após referida data? Essa minha suposição quanto à ambigüidade presente no referido S 5° parece não existir se interpretados literalmente os enunciados dos artigos 29 e 70, da IN SRF 460, de 18/10/2004, que regulavam os procedimentos da autoridade administrativa para a análise das Declarações de Compensação, após as alterações acima mencionadas, senão vejamos: UocurnenlC (ir::::125 peJo códioo f.k::- I _ 2utçnÜC2:~_ijo ;JOG,8. F\)(i::; se-r cc;nsuilado no Cn(j''-:'Te{~;O httpl~<itGa'Jn"ççil,)J,lZenc!dS,)'J.l;;!cCi\C!pubh.:ciIG9,n. Consulte a pi.lpina c1e<.;;utcnh:>H;~ÚJno dc:ste (.10ctHnenlc _--'-~~~ __ ~=~ __ ~ .. I \:1G BI]J)H()lUZON'n;;DRF Processo n,o 13679.000062/98-13 Acórdão n,. 203-12.474 "Art. 29. A autoridade da SRF que não-homologar a compensação cientificará o sujeito passivo e intimá-lo-á a efetuar, no prazo de trinta dias, contados da ciência do despacho de não-homologação, o pagamento dos débitos indevidamente compensados ". ~ (...) "~ 22 O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de cinco anos, contados da data da entrega da Declaração de Compensação ". "Art. 70.A data de início da contagem do prazo previsto no ~ 22do art. 29, na hipótese de pedido de compensação convertido em Declaração de Compensação, é a data da protocolização do pedido na SRF". 1'1.424 CC02/C03 Fls).8 ~.A.it o o Ou seja, a própria Secretaria da Receita Federal admitiu o efeito retroativo do citado parágrafo 5°, o que, certamente, fez com que a decisão recorrida se posicionassem nessa linha. Tenho comigo, porém, que a segunda das alternativas deve prevalecer, ou seja, o prazo de cinco anos só vale para as Dcomp entregues após 30/10/203, haja vista a aplicação do princípio da irretroatividade das leis, ou seja, em princípio, os fatos regulam-se juridicamente pela lei em vigor na época de sua ocorrência. Em princípio, pois o Código Tributário Nacional trata das hipóteses em que é possível a aplicação de lei nova a fatos ocorridos em momento anterior ao de sua vigência. Tais hipóteses estão previstas no artigo 106, incisos I e lI, quais sejam, quando as leis forem interpretativas, ou quando, se referindo a atos ou fatos não definitivamente julgados, deixar de defini-los como infração; deixar de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão; e quando lhe cominar penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. ' E para o caso em que estamos debruçadosnenhuma dessas hipóteses ocorreu. Invoco julgado do Superior Tribunal de Justiça em que, embora tenha tratado de matéria envolvendo a decadência de ato administrativo, bem pode servir de lume para o presente caso, senão vejamos a sua ementa: "MANDADO D! SEGUIfANÇA N° 9.115-DF (2003/0101899-6). ADMINISTRAÇAO PUBLICA. ATO ADMINISTRATIVO. REVOGAÇÃO. VANTAGEM FUNCIONAL. DECADÊNCIA. LEI N° 9.784/99. DIREITO ADQUIRIDO. A Lei n° 9.784/99, que disciplina o processo administrativo, estabeleceu em seu art. 54, o prazo de cinco anos para que a Administração Pública possa revogar seus atos. Contudo, dentro de uma lógica interpretativa, esse lapso temporal há de ser contado da vigência do dispositivo, e não da data em que o ato foi praticado, sob pena de se emprestar efeito retroativo à citada Lei. (00)". (destaquesmeus) Esta Terceira Câmara, em Sessão de dezembro de 2006, ao apreciar caso análogo a este, decidiu (Acórdão n° 203-11.648), por maioria de votos, em não reconhecer a ocorrência da homologação tácita para as Dcomp analisadas após o transcurso de cinco anos. Documento de 12S pele código de Pode ser cClr~uH.aônnc) endE:fCf..O C cH<:;uhe ~1p~'iujnadc,; /iuL'~ntiCí:'iç;~zi TvlCrBE],OHe)RIZ()N'T'E I)RF Processo 0,° 13679.000062/98-13 Acórdão 0.° 203-12.474 FL CC02lC03 Fls. 9 ~4:3ci( o Assim, para as compensações envolvendo débitos de terceiros esses são os ~ motivos pelos quais entendo não tenha ocorrido a homologação tácita. Voto, portanto, no sentido de se reformar a decisão recorrida de forma tal que'! não reste configurada a ocorrência da homologação tácita para as compensações enVOlVendO]'-t* débitos próprios, devendo a Unidade de origem prosseguir na cobrança dos débitos cuja compensação não foi homologada. Glosa dos créditos utilizados na apuração da base de cálculo Antes, a informação de que a empresa extrai minério bruto e o transforma em ferro-níquel. Energia elétrica e óleo combustível Das informações trazidas ao processo pela recorrente, verifica-se que a energia elétrica é utilizada como força-motriz (acionamento dos motores dos equipamentos nas etapas de britagem e preparação do minério; calcinação; fusão e refino), ou como fonte calorífica (fornecendo tão somente o calor necessário à decomposição do minério). Em relação ao óleo combustível, ele é utilizado como fonte calorífica nas fases de calcinação, aquecendo os fornos rotativos para secagem, calcinação e refino, bem assim aquecendo as panelas para manejo do ferro-níquel a altas temperaturas. É o que basta para decidir, haja vista que o Segundo Conselho de Contribuintes, em Sessão Plenária realizada no dia 18 de setembro de 2007, deliberou pela edição da Súmula n° 12, publicada no DOU de 26/09/2007, com o seguinte enunciado: Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei n° 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consillnidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário. Assim, correta a exclusão da base de cálculo dos valores correspondentes a tais valores. Outras mercadorias E seu recurso voluntário a recorrente especifica melhor quais foram os itens objeto de glosa por parte da autoridade fiscal, os quais listo abaixo, seguido de explicitação de sua utilização no processo produtivo, informação essa também fornecida pela recorrente: Item Espoleta estopim Eletrodo Pasta Utilização e detonação Manutenção mecânica Fabricação contínua no próprio forno, enquanto é consumido, dos eletrodos para a transmissão. de energia elétrica para o interior do forno para obtenção de calor Docurn~::nto de '12S pe~Qcódiço de • :v1(; 13['[,0 IIORfZC)N'rr:: DRI" Processo n.o 13679.000062/98-13 Acórdão n.o 203-12.474 Item Utilização FL 426 CC02JC03 Fls. 10 4Jlf4 tê eletródica Aço SAE Chapa para a fusão do minério. Manutenção mecânica Manutenção mecânica o o Não se discute aqui a importância de tais itens para a concretização do processo produtivo da empresa. No entanto, conforme bem ressaltou a autoridade fiscal, os mesmos não se subsumem ao conceito de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem fixado pela legislação, especialmente no Parecer Normativo CST nO65, de 06 de novembro de 1979. É que, além das matérias-primas, produtos intermediários "stricto-sensu" e material de embalagem que se integram ao produto final, o direito ao crédito também é garantido nas aquisições de outros bens, desde que se consumam por decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, que sofram, em função de ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação (ou vice-versa, proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização), alterações tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades fisicas ou químicas. Não é, porém, o que ocorre com os itens glosados pelo fisco, já que seu desgaste, dano ou a perda de propriedades fisicas, não ocorrem em face do contato direto com o produto em elaboração, daí não ser permitido o aproveitamento de tais gastos na formação da base de cálculo do crédito presumido. Custo adicionado referente exclusão feita no ano de 1997 Excluíra o fisco também da base de cálculo do crédito presumido o valor de R$ 263.679,73, por estar o mesmo desacompanhado de comprovação embasada em notas fiscais e em livro registro de inventário dos estoques de produtos acabados, em elaboração e de matérias-primas. Esta matéria, entretanto, não foi objeto de contestação quando da apresentação da peça impugnatória, de sorte que sequer foi instaurada a lide correspondente. Somente, pois, em sede de recurso voluntário é que a autuada insurgiu-se contra o mérito da autuação, nesta parte, o que, à evidência dos dispositivos que regem o PAF, caracteriza a preclusão. Conforme nos ensinam Marcos Vinícius Neder e Maria Tereza Martinez Lopes, em sua obra Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado, Dialética, Ed. 2004, à p. 78, "Em processo fiscal, a inicial e a impugnação fixam os limites da controvérsia, integrando o objeto da defesa às afirmações contidas na petição inicial e na documentação que a acompanha. Se o contribuinte não contesta alguma exigência feita pelo Fisco, na fase de impugnação, não poderá mais contestá-la no recurso voluntário. A preclusão ocorre com relação à pretensão de impugnar ou recorrer à instância superior". É o que dispõe o artigo 17 do Decreto n° 70.235, de 1972, com a redação dada pelo artigo 67 da Lei n° 9.532, de 1997, verbis: Butc,nticado :3QGi 31 sc~rc-cnsuHVf10 1"\0 {:;.r;cerf'::(:o a p~)Ginade auicrtcJçf;)c no '\:10 13IJ,() HORIZONTF:: I)RT; Processo n.o 13679.000062/98-13 Acórdão n.o 203-12.474 Art. 17. Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Veja-se decisão do 1°Conselho de Contribuintes nesse sentido: Normas Processuais. Matéria Não Abordada na Instância Anterior. Preclusão. Considera-se preclusa a matéria que não foi objeto de impugnação e que, por conseguinte, não foi objeto da decisão recorrida (..,). (Acórdão 105-13 .496, Sessão de 19/04/2001) CC02lC03 Fls. 11 4.{5.~ o o Portanto, não conheço da parte do recurso que trata da exclusão da base de cálculo do custo adicionado decorrente de sua exclusão no ano anterior. Conclusão Em face de todo o exposto, nego provimento ao recurso nos seguintes termos: I) afasto a preliminar suscitada pela interessada de ocorrência de homologação tácita das compensações envolvendo débitos de terceiros; lI) não conheço do recurso na parte que trata da exclusão da base de cálculo do valor relativo no 4° trimestre de 1997, por conta da preclusão, e lU) mantenho integralmente as exclusões da base de cálculo feitas pelo fisco em relação aos gastos com energia elétrica, óleo combustível e outros. Sala das Sessões, em 17 de outubro de 2007 autçnü:~ado :JOi/i'V ~~erGon;~u!t,:)fj0no cnricrc';» 2 08uina de 2utenh;.:;"~(;0QnQ \1() BI],() 11()RIlONfC I)RF Processo n." 13679.000062/98-13 Acórdão n." 203-12.474 Voto Vencedor FL 428 CC02/C03 FI!I2 ~J6J o o Conselheira SÍLVIA DE BRITO OLIVEIRA, Designada Quanto à Taxa Selic Relativamente à incidência da taxa Selic sobre valores objeto de ressarcimento, divirjo do entendimento do Ilustre Relator e passo a expor as razões que conduzem meu voto. No exame dessa matéria, convém lembrar que, no âmbito tributário, ela é utilizada para cálculo de juros moratórios tanto dos créditos tributários pagos em atraso quanto dos indébitos a serem restituídos ao sujeito passivo, em espécie ou compensados com seus débitos. Contudo, tendo em vista o tratamento corrente de correção monetária em muitos acórdãos dos Conselhos de Contribuintes, assumirei aqui a expressão "correção monetária", ainda que a considere imprópria, para tratar da matéria litigada. A negativa de aplicação da taxa Selic, nos ressarcimentos de crédito do IPI, por parte dos julgadores administrativos tem sido fundamentada em duas linhas de argumentação: uma, com o entendimento de que seria indevida a correção monetária, por ausência de expressa previsão legal, e a outra considera cabível a correção monetária até 31 de dezembro de 1995, por analogia com o disposto no art. 66, 3°, da Lei n!!8.383, de 30 de dezembro de 1991, não admitindo, contudo, a correção a partir de 1° de janeiro de 1996, com base na taxa Selic, por ter ela natureza de juros e alcançar patamares muito superiores à inflação efetivamente ocorrida. Não comungo nenhum desses entendimentos, pois, sendo a correção monetária mero resgate do valor real da moeda, é perfeitamente cabível a analogia com o instituto da restituição para dispensar ao ressarcimento o mesmo tratamento, como o faz a segunda linha de argumentação acima referida, à qual não me alio porque, no meu entender, a extinção da correção monetária a partir de 1° de janeiro de 1996 não afasta, por si só, a possibilidade de incidência taxa Selic nos ressarcimentos. Entendo que, se sobre os indébitos tributários incidem juros moratórios, também nos ressarcimentos, analogamente à correção monetária, esses juros são cabíveis. Registre-se, entretanto, que os indébitos e os ressarcimentos se diferenciam no aspecto temporal da incidência da mora, visto que o indébito caracteriza-se como tal desde o seu pagamento, podendo ser devolvido desde então. Já os créditos de IPI devem antes ser compensados com débitos desse imposto na escrita fiscal e somente se tomam passíveis de ressarcimento em espécie quando não houver possibilidade de se proceder a essa compensação, cabendo então a formalização do pedido de ressarcimento pelo contribuinte que fará as provas necessárias ao Fisco. Destarte, pode-se afirmar que a obrigação de ressarcir em espécie nasce para o Fisco apenas a partir desse pedido, portanto, somente com a protocolização do pedido de ressarcimento, pode-se falar em ocorrência de demora do Fisco em ressarcir o contribuinte, havendo, pois, a possibilidade de fluência de juros moratórios. Ademais, o simples fato de a taxa de juros - eleita por lei para que a administração tributária seja compensada pela demora no pagamento dos seus créditos e para DOC'Uf'H'm:o de12~mpens::,:,,::ntribUjnteP:~:"~:::::",~"ae"~:::::t:~r~:":':~::~t~:t.,:N::::~:t'~:~l:r:::~ c6di)JGde ;5,06'1f:L1 ConsuHc a p2)üina de auten{icaçéç no nn~JdGste Ô(}Gurnentc, ~ • 1:v1(; BELO HORIZONTE DRF FT 429 .. Processo n.O 13679.000062/98-13 Acórdão n." 203-12.474 CC02/C03 FI:.13 ~Á1.f superiores ao da inflação não pode servir à negativa de compensar o contribuinte pela demora do Fisco no ressarcimento. Por fim, não se pode olvidar que o Índice em questão, a despeito de remunerar o Fisco pela fluência da mora na recuperação de seus créditos, não o deixa desamparado da correção monetária, por isso tem decidido o Superior Tribunal de Justiça (STJ) por sua incidência como Índice de correção monetária dos indébitos tributários, a partir de janeiro de 1996, conforme Decisão da 2a Turma sobre o Recurso Especial (REsp) nO494431/PE, de 4 de maio de 2006, cujo trecho da ementa, reproduz-se: DECLARADOTRIBUTO"TRIBUTARIo. FINSOCIAL. INCONSTITUCIONAL. COMPENSAÇA~o. PRESCRIÇA-o. ATUALIZAÇÃO DO INDÉBITO. CORREÇÃO MONETARIA. EXPURGOS INFLACIONARIOs. (..) 2. Os índices de correção monetária aplicáveis na restituição de indébito tributário são: a) desde o recolhimento indevido, o IPC, de outubro a dezembro/1989 e de março/90 ajaneiro/91; o INPC, de fevereiro a dezembro/91 •.a Ufir, a partir dejaneiro/92 a dezembro/95; e b) a taxa Selie, exclusivamente, a partir de janeiro/96. Os índices de janeiro efevereiro/89 e de março/90 são, respectivamente, 42,72%, 10,14%, e 84,32%. (..) 4. Recurso especial provido. " São essas as razões que conduzem meu voto para o provimento parcial do recurso, a fim de se determinar a incidência da taxa Selic sobre os valores ressarcidos à recorrente, a partir da data da protocolização do pedido. ;taln)i;ntc. F\}jç; ser (\.móJiLGrio no endf::rvç(' Cop::;uHe e r)(~G]n2de ,:~k!tenticgç8ô no 00000001 00000002 00000003 00000004 00000005 00000006 00000007 00000008 00000009 00000010 00000011 00000012 00000013
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