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Numero do processo: 11030.001433/2007-26
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2013
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/07/2006 a 31/12/2006
CONCOMITÂNCIA DE OBJETO ENTRE PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. SÚMULA CARF Nº 1.
A busca da tutela jurisdicional do Poder Judiciário, com o mesmo objeto da autuação, importa em renúncia ao litígio administrativo e impede a apreciação das razões de mérito pela autoridade administrativa competente.
Recurso voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3202-000.767
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer o recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: Thiago Moura de Albuquerque Alves
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SÚMULA CARF Nº 1. A busca da tutela jurisdicional do Poder Judiciário, com o mesmo objeto da autuação, importa em renúncia ao litígio administrativo e impede a apreciação das razões de mérito pela autoridade administrativa competente. Recurso voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso voluntário, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Irene Souza da Trindade Torres Presidente. Thiago Moura de Albuquerque Alves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres, Leonardo Mussi da Silva, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Octávio Carneiro Silva Corrêa e Thiago Moura de Albuquerque Alves . AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 00 14 33 /2 00 7- 26 2 Relatório A contribuinte supra identificada foi autuada por ter a fiscalização apontado falta de recolhimento da contribuição para o Programa de Integração Social — PIS/Pasep sobre a folha de pagamento no período de 01/07/2006 a 31/12/2006. Descreveu a fiscalização que a contribuinte impetrou medida judicial objetivando a declaração de que goza de imunidade em relação à exigência do PIS/Pasep, por se tratar de entidade assistencial e educacional sem fins lucrativos, na qual obteve sentença favorável em primeira e segunda instâncias, mas que o processo se encontra ainda em tramitação. Ainda na descrição dos fatos, a fiscalização informou que a contribuinte aderiu ao Programa Universidade Para Todos (Prouni), que isenta as instituições que a ele aderirem do recolhimento das contribuições ao PIS/Pasep sobre a receita auferida, mas que a legislação que regula o mencionado programa não inclui a isenção da contribuição sobre a folha de pagamento, a que está submetida a contribuinte. Cientificada do auto de infração, a empresa apresentou manifestação de inconformidade, a qual foi julgada improcedente pela DRJ (fls. 142 e ss.). O acórdão recorrido entendeu que não havia nulidade da autuação e, quanto ao mérito, asseverou que não podederia conhecer da matéria diante da concomitância de discussão judicial e administrativa. Confirase: Mencionou a impugnante o entendimento de que o auto de infração deve ser declarado nulo, em virtude de ter sido lavrado apesar da existência de decisão judicial de segunda instância que reconhece a imunidade em relação às contribuições sociais. Sobre a nulidade do auto de infração, esclareçase que as hipóteses de nulidade são as previstas nos incisos I e II do artigo 59 do Processo AdministrativoFiscal, aprovado pelo Decreto n.° 70.235 (PAF), de 06 de março de 1972, que dispõem: [...] Verificase, pelo exame do processo, que não ocorrem os pressupostos supracitados, tendo sido concedido ao sujeito passivo o mais amplo direito à defesa e ao contraditório, pela oportunidade de apresentar, tanto na fase de instrução do processo, quanto na fase de impugnação, argumentos, alegações e documentos no sentido de tentar elidir as infrações apuradas pela fiscalização. [...] De acordo com os documentos que se encontram às fls. 28 a 46, a contribuinte impetrou medida judicial que se encontra em tramitação junto à 2' Vara Federal de Passo Fundo — RS, representada pela ação declaratória cumulada com repetição de indébito, objeto do processo n° 2000.71.04.0045382, na qual a contribuinte requer que seja determinada a restituição dos Processo nº 11030.001433/200726 Acórdão n.º 3202000.765 S3C2T2 Fl. 162 3 valores indevidamente recolhidos a título de Contribuição para o Programa de Integração Social — PIS (comprovantes e planilhas de cálculos anexas), tendo em vista a inconstitucionalidade da exigência de tal exação de entidades assistenciais e educacionais sem fins lucrativos, declaradas imunes pela Constituição Federal de 1988, em seu art. 195, § 7°, e preenchedoras dos requisitos inscritos no artigo 14, do CT1V, com fundamento na relação jurídica existente com o artigo 146, II da Carta Magna de 1988, bem como, daqueles inscritos no artigo 55 da Lei n° 8.212/91. Em sua impugnação, a contribuinte argumentou que a exigência do PIS sobre a folha de pagamento é inconstitucional, pois viola o art. 195, § 7°, da CF, visto que é entidade filantrópica e cumpre os requisitos legais suficientes ao gozo da imunidade. Temse, assim, a identidade de objeto entre a medida judicial e a impugnação, em relação a esse argumento. Ocorrendo a concomitância do processo judicial com o administrativo, temse, como conseqüência a renúncia à esfera administrativa por parte da contribuinte, impedindo a 41 apreciação da matéria nesta esfera. Entretanto, tal fato não impede o prosseguimento normal do processo administrativo, inclusive quanto à cobrança, conforme expresso no Ato Declaratório (Normativo) n° 3, de 14 de fevereiro de 1996: [...] Apesar do entendimento diverso da impugnante, a decisão judicial em processo que ainda não teve trânsito em julgado não tem a eficácia de coisa julgada, porquanto pode ser modificada nas instâncias superiores, já que, conforme Maximilianus Cláudio Américo Füher, in Resumo de Processo Civil, 13 ed., Ed. Malheiros Editores, pág. 109: "coisa julgada é a qualidade que a sentença adquire de ser imutável, depois que dela não couber mais recurso (art. 5°, XXXVI, da CF; art. 6°, § 3°, da LICC)". Como se vê, não há coisa julgada no processo mencionado pela impugnante, pois ainda cabem recursos da sentença nele proferida. Por outro lado, mesmo que tivesse ocorrido o trânsito em julgado de decisão favorável ao pleito da contribuinte o crédito tributário resultante da exigência que nele se discute não estaria com a exigibilidade suspensa, mas seria inexigível em virtude da decisão judicial. Em vista disso, não há razão para que o processo seja suspenso, conforme requereu a impugnante. Não conformada com o acórdão recorrido, a impugnante apresentou recurso voluntário, pedindo que seja reconhecida seu direito à imunidade tributária ou a suspensão da cobrança, em função das ordens judiciais proferidas no Processo n° 2000.71.04.0045382. É o relatório. 4 Voto Conselheiro Thiago Moura de Albuquerque Alves: O recurso voluntário é tempestivo e, por isso, merece ser conhecido seu mérito. No seu recurso voluntário, a recorrente busca que seja apreciada a matéria alusiva a imunidade tributária, a que faria jus, ou a suspensão da cobrança, em função das ordens judiciais que lhe são favoráveis, proferidas no Processo n° 2000.71.04.0045382, ainda não transitado em julgado. Com relação à alegada imunidade, concordo com o acórdão recorrido, de que não é possível conhecer da matéria, que se encontra submetida ao Judiciário, por força da Súmula CARF nº 1: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. No que pertine à suspensão da exigibilidade da cobrança, entendo que assiste razão à recorrente, devendo ser respeitada pela autoridade de origem às decisões vigentes, proferidas Processo n° 2000.71.04.0045382, que impeçam a cobrança, sendo certo que a anulação do auto de infração somente ocorrerá com o trânsito em julgado favorável da ação proposta pelo contribuinte. Efetivamente, consultando o site do TRF/4 Região, verifiquei que atualmente recurso extraordinário da Fazenda Nacional contra o acórdão em grau de apelação, favorável à recorrente, encontrase sobrestado, aguardandose o pronunciamento do STF, por se tratar de tema em repercussão geral. Leiase: RECURSO EXTRAORDINÁRIO EM AC Nº 2000.71.04.004538 2/RS RECTE:UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL) ADVOGADO:ProcuradoriaRegional da Fazenda Nacional RECDO:FUNDACAO UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO ADVOGADO:Olivo Santin e outros DECISÃO Tratase de recurso extraordinário interposto com fundamento no art. 102, inciso III, da Constituição Federal, contra acórdão de Órgão Colegiado desta Corte, versando sobre a aplicabilidade dos arts. 3º e 4º da LC nº 118/05 e sobre a imunidade de entidade beneficente em relação ao PIS. Processo nº 11030.001433/200726 Acórdão n.º 3202000.765 S3C2T2 Fl. 163 5 Em que pese tenha havido decisão final no RE nº 566.621/RS, no qual o Pretório Excelso já apreciou o primeiro ponto, no que pertine ao segundo ponto, considerando que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da matéria ora tratada (Imunidade tributária das entidades filantrópicas em relação à contribuição para o PISTema nº 432); e até que aquela Corte Suprema se manifeste definitivamente sobre o mérito da questão, impõese a aplicação da sistemática estabelecida no art. 543B do Código de Processo Civil e nos artigos 307 a 313 do Regimento Interno do TRF 4ª Região. Diante do exposto, determino a manutenção dosobrestamentodo presente recurso. Intimemse. Porto Alegre/RS, 21 de junho de 2012. Vânia Hack de Almeida Juíza auxiliar da VicePresidência Ante o exposto, voto por NÃO CONHECER o recurso voluntário, destacando que está suspensa a exigibilidade do lançamento, em função do Processo n° 2000.71.04.0045382, devendo ser respeitado o que vier a ser decidido definitivamente pelo Judiciário. É o voto. Thiago Moura de Albuquerque Alves
score : 1.0
Numero do processo: 10725.903010/2009-23
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 31 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2001 PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO. Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2001 SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO. Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindo-se as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ - Recurso Repetitivo).
Numero da decisão: 1803-001.178
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 1.761,37), nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Ausente justificadamente o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman.
Nome do relator: Sérgio Rodrigues Mendes
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2001 PRELIMINAR DE NULIDADE. DESPACHO DECISÓRIO. DESCABIMENTO. Tendo sido o Despacho Decisório prolatado por autoridade para tanto competente [AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), descabe se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2001 SERVIÇOS HOSPITALARES. LEI Nº 9.249, DE 1995. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO. Devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos” (STJ Recurso Repetitivo). Fl. 64DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 65 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 1.761,37), nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Ausente justificadamente o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Sérgio Rodrigues Mendes, Sérgio Luiz Bezerra Presta e João Carlos Figueiredo Neto. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 66 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 42): Trata o presente processo de declaração de compensação – DCOMP de nº 31876.91206.200809.1.7.049706, apresentada pelo contribuinte acima identificado com dito crédito de pagamento indevido ou a maior de imposto de renda – IRPJ, cód 2089, no valor de R$ 1.774,56, do período de apuração (PA) 31/12/2000 (4º trimestre de 2000), para compensar débitos do PA janeiro de 2005, de contribuição para o PIS/PASEP, cód. 8109, no valor de R$ 34,95 e COFINS, cód. 2172, de R$ 161,28. 2. A compensação não foi homologada pela autoridade fazendária, pelo Despacho Decisório nº 848589945, de 7/10/2009, sob o argumento de que, a partir das características do DARF discriminado na DCOMP acima identificada, foram localizados um ou mais pagamentos que foram integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados na DCOMP. 3. Inconformada, a interessada apresentou manifestação de inconformidade aos fls. 1 e 2, alegando em síntese que: 3.1. o crédito pleiteado de pagamento a maior ou indevido existe e foi informado ao fisco; 3.2. que o IRPJ supostamente devido pelo contribuinte no 4º trimestre de 2000 se constata pela DCTFretificadora entregue em 14/08/2009; 3.3 que a impugnante não apurou tributo a pagar em 31/01/2001, tendo realizado um pagamento indevido no valor de R$ 1.774,56, gerando, por conseguinte, o crédito de mesmo valor; 3.4. se conclui que o débito satisfeito com o valor pago que consta do DARF discriminado na DCOMP inexiste, pois o contribuinte nada devia a título de IRPJ no 4º trimestre de 2000, conforme DCTFretificadora; 3.5. de todo o exposto, requereu para ser recebida a manifestação de inconformidade, por sua tempestividade, suspendendose a exigibilidade do crédito tributário, e considerandoa procedente e reformando a decisão que não homologou a compensação. 2. A decisão da instância a quo foi assim fundamentada (fls. 42 a 44): 5. O contribuinte recolheu aos cofres públicos, em 31/01/2001, o DARF com as seguintes características: PA de 31/12/2000, cód. receita 2089, de R$ 1.774,56. O pagamento foi confirmado no sistema eletrônico da Receita Federal, cf. consta do Extrato Sistêmico RFB do 4º trimestre do anocalendário de 2000, fl. 37. 6. Em DCTF retificadora datada de 08/05/2006, o mesmo contribuinte declarou um débito de IRPJ, cód. receita 2089, no valor de R$ 7.099,34, mas, em 14/09/2009, apresentou nova DCTF retificadora, declarando que não mais existia o Fl. 66DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 67 4 débito anteriormente informado do mesmo IRPJ, cód. 2089 (vide Extrato Sistêmico RFB do 4º trimestre do anocalendário de 2000, fls. 38verso a 40), sem juntar qualquer documentação comprobatória da veracidade das informações nela contidas. 7. Consultada a declaração do imposto de renda da pessoa jurídica (DIPJ) do exercício de 2001, anobase de 2000, vemos, no Extrato Sistêmico RFB do 4º trimestre do anocalendário de 2000, fls. 37verso e 38, que não há DIPJ retificadora, e a única DIPJ, original, apresentada sob o nº 0929197, acusava, para o trimestre 4 do anocalendário de 2000, um imposto de renda a pagar de R$ 1.774,57. 8. A restituição/compensação de tributos no âmbito da Receita Federal do Brasil é regida pelos artigos 165 e 170 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional – C.T.N.) que assim dispõe: [...]. 9. Quanto à retificação da DCTF efetuada pelo contribuinte, o mesmo CTN assim dispõe: [...]. 10. Temos que, por um lado, o contribuinte vem afirmando, em DCTF retificadora apresentada em 14/09/2009, que, no 4º trimestre de 2000, não havia IRPJ, cód 2089, a pagar; por outro lado, a DIPJ originalmente apresentada, ativa e única, aponta para um IRPJ a pagar de R$ 1.774,56, valor idêntico ao que foi recolhido em DARF pelo contribuinte. 11. Ainda que houvesse coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte (pois não há), deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao real valor devido de IRPJ, cód. 2089 do PA 4º trimestre de 2000, para que o crédito alegado pudesse gozar de certeza e liquidez, o que não ocorre no presente caso. 12. Não havendo certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor, não é possível homologar a compensação por ele declarada. 13.Assim, entendo que não deve ser dado provimento à manifestação de inconformidade apresentada e voto pela manutenção da conclusão contida no Despacho Decisório combatido. 3. Cientificada da referida decisão em 12/08/2011 (fls. 56 numeração digital ND), a tempo, em 08/09/2011, apresenta a interessada Recurso de fls. 57 a 61 (ND), nele argumentando, em síntese: a) que o despacho decisório que não homologou a compensação sofre de inafastáveis vícios de nulidade, quais sejam, inexistência de fundamentação e cerceamento de defesa, por não ter oportunizado ao contribuinte a possibilidade de comprovar o seu crédito, matéria de ordem pública que pode ser alegada e reconhecida em qualquer fase processual, inclusive na segunda instância, mesmo não tendo sido alegada expressamente na defesa inicial apresentada na primeira instância administrativa; b) que não há, no despacho decisório, sequer, referência à DCTF que teria dado margem à alocação do pagamento arguido, muito embora a DCTF Fl. 67DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 68 5 retificadora, que permite aferir a existência do crédito do contribuinte em face do fisco federal, já tivesse sido transmitida; c) que não poderia o despacho decisório, sem uma motivação razoável e congruente, desconsiderar as informações transmitidas através da DCTF retificadora, declaração capaz de demonstrar o crédito oposto; d) que, em que pese a divergência existente entre a DCTF retificadora e a DIPJ, tal situação, no fundo, exige (ou teria exigido à época) que o fisco federal intime (ou tivesse intimado) o contribuinte para explicar a origem e a regularidade do seu crédito e as alterações promovidas na DCTF retificadora, o que não foi feito; e) que, realmente, a Recorrente opôs crédito regular em face da Fazenda Pública Federal, para efetivar a compensação promovida via DCOMP; f) que, durante o período referente à DCTF retificadora, apurou e recolheu valores a maior a título de imposto de renda (IRPJ), visto que, no citado período, apurou o imposto pelo regime do lucro presumido, aplicando o percentual equivocado de 32% sobre a sua receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo, enquanto o correto, por se dedicar à prestação de serviços hospitalares, seria o percentual de 8%, conforme previa o art. 15, § 1º, inciso III, alínea “a”, da Lei nº 9.249, de 1995, c/c o art. 25 da Lei nº 9.430, de 1996; g) que, diante de tais recolhimentos indevidos a título de IRPJ, apurou o seu crédito e o utilizou para promover a compensação de seus tributos federais, consoante declarado na DComp relacionada ao presente feito, meio adequado para instrumentalizar o ajuste de contas no âmbito administrativo, conforme preceitua a sistemática tratada no art. 74 e parágrafos da Lei nº 9.430, de 1996; e h) que eis, então, a origem do crédito da Recorrente, crédito este que a própria RFB, em nome do princípio da legalidade, pode e deve apurar e reconhecer de ofício, caso não seja reconhecida a nulidade do despacho decisório de acordo com os argumentos demonstrados acima. Em mesa para julgamento. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 69 6 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Preliminar de nulidade do Despacho Decisório 4. Argui a Recorrente, preliminarmente, a nulidade do Despacho Decisório, ao fundamento de que sofreria, este, de inafastáveis vícios, quais sejam: (a) inexistência de fundamentação; e (b) cerceamento de defesa, por não ter oportunizado a ela a possibilidade de comprovar o seu crédito. 5. Inicialmente, quanto ao tema de nulidade, convém reproduzir o art. 59 do PAF (Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972): Art. 59. São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. 6. São, portanto, apenas duas as espécies de irregularidades, elencadas nos incisos do dispositivo retro transcrito, que possuem o condão de contaminar de nulidade as peças que compõem o processo administrativo. 7. Observese que a discordância quanto aos fatos e/ou capitulação legal não é causa de nulidade. 8. No presente caso, de ato decisório (Despacho Decisório eletrônico), foi este prolatado por autoridade para tanto competente [AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB)] e com fundamento em informações prestadas pela própria Recorrente (DComp x Darf x DCTF), não havendo, pois, que se falar em nulidade por incompetência ou por cerceamento do direito de defesa. 9. Há que se ressaltar, ainda, que referido Despacho Decisório eletrônico também procede ao cruzamento de informações entre a DComp e a DIPJ e, não tendo sido esta retificada pela Recorrente, como por ela mesma reconhecido (fls. 59ND, item 7), outro não poderia ter sido o resultado daquela análise de compensação. 10. Rejeito a preliminar de nulidade arguida. Mérito 11. Constou da decisão recorrida o seguinte (fls. 44): Fl. 69DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 70 7 10. Temos que, por um lado, o contribuinte vem afirmando, em DCTF retificadora apresentada em 14/09/2009, que, no 4º trimestre de 2000, não havia IRPJ, cód 2089, a pagar; por outro lado, a DIPJ originalmente apresentada, ativa e única, aponta para um IRPJ a pagar de R$ 1.774,56, valor idêntico ao que foi recolhido em DARF pelo contribuinte. 11. Ainda que houvesse coerência nas declarações prestadas pelo contribuinte (pois não há), deveria ele provar, com a apresentação de sua escrituração contábil e fiscal, as razões da mudança do seu entendimento quanto ao real valor devido de IRPJ, cód. 2089 do PA 4º trimestre de 2000, para que o crédito alegado pudesse gozar de certeza e liquidez, o que não ocorre no presente caso. 12. Não havendo certeza e liquidez do crédito alegado pelo contribuinte em seu favor, não é possível homologar a compensação por ele declarada. 12. Em seu Recurso, afirma a Recorrente que o crédito alegado é decorrente da apuração do imposto pelo regime do lucro presumido, com a aplicação do percentual equivocado de 32% sobre a receita bruta, para efeitos de identificação da base de cálculo, enquanto o correto, por se dedicar à prestação de serviços hospitalares, seria o percentual de 8%. Recursos repetitivos (STJ) 13. Dispõe o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010 (grifouse): Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 14. Relativamente à questão da definição da expressão “serviços hospitalares”, prevista na Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, é o seguinte o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sistemática de Recursos Repetitivos (art. 543C do CPC): DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO “SERVIÇOS HOSPITALARES”. INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 71 8 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão “serviços hospitalares” prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de “serviços hospitalares” apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão “serviços hospitalares”, constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que “a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares”. 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, “em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos”. 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do Fl. 71DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 72 9 IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) 15. No presente caso, conforme se verifica do próprio Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), faz jus a Recorrente ao percentual de presunção do lucro de 8% (fls. 10): 16. Procedendose, por conseguinte, ao recálculo do imposto devido relativo ao 4º trimestre do anocalendário de 2000 (fls. 37verso e 38), obtémse o seguinte demonstrativo: DIPJ 2001/2000 ENTREGUE RETIFICADA PAGO A MAIOR RECEITA BRUTA 48.926,56 48.926,56 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10725.903010/200923 Acórdão n.º 180301.178 S1TE03 Fl. 73 10 PERCENTUAL 32% 8% BASE CÁLCULO 15.656,50 3.914,12 ALÍQUOTA 15% 15% IRPJ DEVIDO 2.348,48 587,11 IRRF (573,91) (573,91) IRPJ A PAGAR 1.774,57 13,20 1.761,37 17. Dessa forma, é de ser reconhecido à Recorrente o direito creditório no valor de R$ 1.761,37. 18. Com relação à afirmação da Recorrente de que “não poderia o despacho decisório, sem uma motivação razoável e congruente, desconsiderar as informações transmitidas através da DCTF retificadora”, cumpre ressaltar que, entregue em 14/08/2009, não poderia essa DCTF pretender retificar dados relativos ao anocalendário de 2000, daí a sua total desconsideração por aquele despacho decisório. 19. Por outro lado, ainda que pudesse, eventualmente, ser acatada de ofício aquela DCTF retificadora, dela deveria ter constado o valor de R$ 13,20, mas nunca jamais “zero”, como pretendeu a Recorrente. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO, EM PARTE, AO RECURSO, para homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido (R$ 1.761,37), atentando se, ainda, para a existência de outras compensações, objeto de outros processos, que também utilizam o mesmo crédito ora reconhecido. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 73DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/02/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/03/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
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Numero do processo: 10540.720940/2013-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Mar 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2008
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Os princípios do direito à ampla defesa e ao contraditório são instrumentos próprios do processo administrativo. Tendo o contribuinte efetuado sua defesa de forma plena, não há que se falar em cerceamento do seu direito.
ITR. ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. ÁREA IMPRESTÁVEL PARA ATIVIDADE RURAL. ISENÇÃO.
Para fins da exclusão da tributação do ITR de área de interesse ecológico é necessário a entrega da ADA tempestivamente junto ao IBAMA e a apresentação de ato de órgão competente federal ou estadual, que a reconheça como de interesse ecológico.
VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). VALOR MÉDIO COM APTIDÃO AGRÍCOLA.
O arbitramento do VTN, com base no SIPT é válido quando da observância ao requisito legal de consideração de aptidão agrícola para fins de estabelecimento do valor do imóvel.
MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO.
A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu.
Numero da decisão: 2301-004.941
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, para, na parte conhecida, negar-lhe provimento, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Andrea Brose Adolfo - Presidente Substituta e Relatora.
EM: 03/03/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Evaristo Pinto, Andrea Brose Adolfo (Presidente Substituta e Relatora), Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes (suplente convocado), Júlio César Vieira Gomes e Maria Anselma Coscrato dos Santos (suplente convocada).
Nome do relator: ANDREA BROSE ADOLFO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2008 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Os princípios do direito à ampla defesa e ao contraditório são instrumentos próprios do processo administrativo. Tendo o contribuinte efetuado sua defesa de forma plena, não há que se falar em cerceamento do seu direito. ITR. ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. ÁREA IMPRESTÁVEL PARA ATIVIDADE RURAL. ISENÇÃO. Para fins da exclusão da tributação do ITR de área de interesse ecológico é necessário a entrega da ADA tempestivamente junto ao IBAMA e a apresentação de ato de órgão competente federal ou estadual, que a reconheça como de interesse ecológico. VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). VALOR MÉDIO COM APTIDÃO AGRÍCOLA. O arbitramento do VTN, com base no SIPT é válido quando da observância ao requisito legal de consideração de aptidão agrícola para fins de estabelecimento do valor do imóvel. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu.
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INOCORRÊNCIA. Os princípios do direito à ampla defesa e ao contraditório são instrumentos próprios do processo administrativo. Tendo o contribuinte efetuado sua defesa de forma plena, não há que se falar em cerceamento do seu direito. ITR. ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. ÁREA IMPRESTÁVEL PARA ATIVIDADE RURAL. ISENÇÃO. Para fins da exclusão da tributação do ITR de área de interesse ecológico é necessário a entrega da ADA tempestivamente junto ao IBAMA e a apresentação de ato de órgão competente federal ou estadual, que a reconheça como de interesse ecológico. VALOR DA TERRA NUA (VTN). ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). VALOR MÉDIO COM APTIDÃO AGRÍCOLA. O arbitramento do VTN, com base no SIPT é válido quando da observância ao requisito legal de consideração de aptidão agrícola para fins de estabelecimento do valor do imóvel. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 72 09 40 /2 01 3- 98 Fl. 115DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, para, na parte conhecida, negarlhe provimento, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Presidente Substituta e Relatora. EM: 03/03/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Evaristo Pinto, Andrea Brose Adolfo (Presidente Substituta e Relatora), Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes (suplente convocado), Júlio César Vieira Gomes e Maria Anselma Coscrato dos Santos (suplente convocada). Relatório Tratase de Auto de Infração de lançamento Suplementar de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, referente ao Exercício de 2008, lavrado contra o sujeito passivo acima identificado, decorrente de procedimento de malha fiscal em Declaração do ITR, correspondente ao imóvel com área total de 13.647,7ha, cadastrado na Receita Federal sob nº 8.211.7667, denominado Fazenda Brasil Verde, localizado no Município de Correntina/BA. O contribuinte declarou em sua DITR que o valor total do imóvel rural fiscalizado corresponderia a R$ 235.000,00 e que o Valor da Terra Nua VTN seria de apenas R$ 900,00 em 01/01/2008, chegandose assim a um valor de R$ 0,07/ha. Regularmente cientificado, não apresentou nenhum documento comprobatório do valor declarado, sendo arbitrado o Valor da Terra Nua VTN em R$ 2.143,00/ha, com base nas informações constantes no Sistema de Preço de Terras SIPT para o Município de Correntina e a aptidão agrícola do imóvel (OUTRAS). Juntamente com a impugnação (fls. 23/31) o contribuinte apresentou os documentos de fls. 32/51. A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília DRJ/BSB, em sessão de 09/04/2014, julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário lançado, nos termos do Acórdão nº 03060.300, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2008 DA NULIDADE DO LANÇAMENTO Improcedente a arguição de nulidade quando a Notificação de Lançamento contém os requisitos contidos no art. 11 do Decreto nº 70.235/72 e ausentes as hipóteses do art. 59, do mesmo Decreto. DA REVISÃO DE OFÍCIO ERRO DE FATO Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10540.720940/201398 Acórdão n.º 2301004.941 S2C3T1 Fl. 116 3 A revisão de ofício de dados informados pelo contribuinte na sua DITR somente cabe ser acatada quando comprovada nos autos, com documentos hábeis, a hipótese de erro de fato, observada a legislação aplicada a cada matéria. DAS ÁREAS DE INTERESSE ECOLÓGICO As áreas de interesse ecológico, imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, para fins de exclusão do ITR, cabem ser reconhecidas como de interesse ambiental pelo IBAMA, ou pelo menos, que seja comprovada a protocolização, em tempo hábil, do requerimento do competente ADA, além da existência de Ato de órgão competente federal ou estadual reconhecendo as áreas do imóvel que são de interesse ecológico. DO VALOR DA TERRA NUA (VTN) SUBAVALIAÇÃO Para fins de revisão do VTN/ha arbitrado pela fiscalização, correspondente ao VTN/ha médio constante do SIPT, exigese que o Laudo de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533), principalmente no que tange aos dados de mercado coletados, de modo a atingir fundamentação e Grau de precisão II, demonstrando, de forma clara e convincente, o valor fundiário do imóvel, a preços da época do fato gerador do imposto (1º.01.2008), bem como, a existência de características particulares desfavoráveis que pudessem justificar a revisão pretendida. DA MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO A vedação ao confisco pela Constituição da República é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicála, nos moldes da legislação que a instituiu. Apurado imposto suplementar em procedimento de fiscalização, no caso de informação incorreta na declaração do ITR ou subavaliação do VTN, cabe exigilo juntamente com a multa e os juros aplicados aos demais tributos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado da decisão em 17/04/2014, o contribuinte apresentou recurso voluntário de fls. 80/89, repisando as argumentações da impugnação que podem ser assim sintetizadas: a) houve cerceamento do seu direito de defesa e do contraditório em decorrência da demora da Administração Pública no fornecimento dos documentos comprobatórios da situação do imóvel (CCIR e Laudo Técnico). Solicita o reconhecimento dessa morosidade, tornando nulo o lançamento de ofício e restituindolhe o prazo para apresentação de documentos; Fl. 117DF CARF MF 4 b) o laudo técnico apresentado comprova que o referido imóvel foi classificado em sua capacidade de uso Classe VIII, correspondendo a "terras impróprias para a lavoura, pastagens e reflorestamento servindo apenas para a fauna e flora", restando como área tributável 2.688,59ha; c) o valor da Terra Nua VTN arbitrado não condiz com a realidade do imóvel tributado, justifica que apresentou laudo técnico que comprova o valor de R$ 150,00/ha. Também que documento da Prefeitura Municipal de Correntina, certifica que o valor venal do hectare corresponde a R$ 309,00; valores esses bem inferiores ao arbitrado em R$ 2.143,00/ha; d) por fim, sustenta que a multa aplicada em percentual superior a 20% representa natureza confiscatória devendo ser revista por este Colegiado. Ao final requer, ainda, a análise de todos os argumentos trazidos na impugnação, bem como o julgamento em conjunto com os processos nº 10540.720941/201332 e 10540.720942/201387 por se tratarem da mesma matéria, mesmo imóvel, apenas exercícios distintos. É o relatório. Voto Conselheira Andrea Brose Adolfo Relatora Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário e passo a sua análise. Preliminares Julgamento em conjunto Acerca do pleito formulado no recurso voluntário de que os três processos referentes ao mesmo imóvel apenas de exercícios distintos sejam julgados em conjunto, cabe informar que não se trata de conexão processual, não havendo a necessidade de vinculação (apensação) dos processos, por não se enquadrar nas situações previstas no artigo 6º, § 1º do Regimento Interno do CARF, Anexo II, da Portaria MF nº 343, de 9/06/2015. Todavia o processo nº 10540.720941/201332 encontrase pautado para esta mesma sessão de julgamento e o processo nº 10540.720942/201387 já foi julgado neste Conselho pela 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, em sessão de 10/03/2015, nos termos do Acórdão nº 2101002.730. Cerceamento de defesa. Nulidade do lançamento. Com relação à nulidade do lançamento em decorrência de cerceamento do direito de defesa do contribuinte, não vislumbro tal situação. Os princípios do direito à ampla defesa e ao contraditório são instrumentos próprios do processo administrativo. Tendo o contribuinte efetuado sua defesa de forma plena, não há que se falar em cerceamento do seu direito. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10540.720940/201398 Acórdão n.º 2301004.941 S2C3T1 Fl. 117 5 Ademais, não foi observado qualquer vício no procedimento da fiscalização e formalização do lançamento. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais, com a garantia de apresentação de documentos nos prazos estabelecidos. Portanto, não assiste razão ao recorrente. Mérito A apuração e cobrança de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, obedece a sistemática de apuração definida na Lei nº 9.393/96, nos seguintes termos: Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. (...) Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: I VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; d) florestas plantadas; II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Vide art. 25 da Lei nº 12.844, de 2013) b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) sob regime de servidão ambiental; (Redação atual dada pela Lei nº 12.651, de 2012). Fl. 119DF CARF MF 6 Portanto o ITR é um imposto sujeito à apuração e pagamento efetuado previamente pelo contribuinte, sem a intervenção prévia da Administração Pública, sujeitando se à posterior homologação. Todavia, a responsabilidade pela exatidão das informações prestadas ao fisco é do sujeito passivo, de modo que, quando solicitado, deverá comprovar através dos documentos hábeis a veracidade dessas informações. No presente caso, o valor da terra nua declarado foi de R$ 900,00, o que equivaleria a um VTN/ha de R$ 0,07, valor esse não comprovado por nenhum documento juntado aos autos. Ao contrário, os documentos apresentados pelo recorrente demonstram a inveracidade da informação prestada. O laudo técnico apresentado (fls. 47/51) atribui um valor de R$ 150,00/ha, enquanto a certidão expedida pela Prefeitura de Correntina/BA (fl. 43) avalia o hectare a R$ 309,00. Já o valor informado pelo Incra, constante do SIPT (fl. 8), para o município de Correntina, referente ao exercício de 2008, com aptidão agrícola "outras" é de R$ 2.143,00 (verificase que o VTN/DITR médio foi de R$ 311,32). Apurada a subavaliação do valor da terra nua, a fiscalização efetuou o lançamento de ofício do imposto, arbitrando o VTN com base no SIPT, com informações sobre aptidão agrícola, como expressamente previsto no art. 14 da Lei nº 9.393, de 1996 c/c o art. 12 da Lei nº 8.629, de 1993: Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996 Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. §1º. As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, §1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 Art. 12. Considerase justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos: § 1º (...) I localização do imóvel; II aptidão agrícola; (capacidade potencial da terra) [...] A decisão de piso rejeita tanto o valor declarado de R$ 0,07/ha, quanto o valor do laudo apresentado de R$ 150,00/ha e da Prefeitura de R$ 309,00/ha, mantendo o arbitramento, sob a seguinte argumentação, verbis: Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10540.720940/201398 Acórdão n.º 2301004.941 S2C3T1 Fl. 118 7 Ressaltese que para comprovação do valor fundiário do imóvel, a preços da época do fato gerador do imposto (1º.01.2008, art. 1º, caput, e art. 8º, § 2º, da Lei nº 9.393/96), o contribuinte foi intimado a apresentar Laudo de Avaliação, elaborado por profissional habilitado (engenheiro agrônomo/florestal), com ART devidamente anotada no CREA, em conformidade com as normas da ABNT (NBR 14.6533), com Grau de Fundamentação e Grau de Precisão II, contendo todos os elementos de pesquisa identificados. Para atingir tal grau de fundamentação e precisão, esse laudo deveria atender aos requisitos estabelecidos na norma NBR 14.6533 da ABNT, com a apuração de dados de mercado (ofertas/negociações/opiniões), referentes a pelo menos 05 (cinco) imóveis rurais, preferencialmente com características semelhantes às do imóvel avaliado, com o posterior tratamento estatístico dos dados coletados, conforme previsto no item 8.1 dessa mesma Norma, adotandose, dependendo do caso, a análise de regressão ou a homogeneização dos dados, conforme demonstrado, respectivamente, nos anexos A e B dessa Norma, de forma a apurar o valor mercado da terra nua do imóvel avaliado, a preços de 01.01.2008, em intervalo de confiança mínimo e máximo de 80%. Salientese que, não obstante constar da impugnação que o Laudo de Avaliação foi assinado por Engenheiro Agrônomo registrado no CREA, não constaria, às fls. 49, o nome do profissional responsável por sua elaboração, com a identificação do número do CREA, e nem sua assinatura, pelo menos de forma visível nos autos digitalizado. Quanto à Certidão da Prefeitura, às fls. 42/43, atestando que o valor venal do imóvel seria de R$309,00/ha e a Certidão de fls. 44/45, que traria o valor pago na aquisição do imóvel e o valor arbitrado pela Prefeitura, à época, que são, respectivamente Ncz$204.713,00 e Ncz$409.425,00, tais documentos são apenas fontes que devem ser analisadas dentro do contexto e juntamente com Laudo de Avaliação e outros documentos. Portanto, o requerente deveria ter instruído a sua defesa com esse documento de prova, de modo a comprovar o valor fundiário do seu imóvel, a preços de 1º.01.2008, bem como a possível existência de características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar a revisão do VTN arbitrado com base no referido VTN/ha apontado no SIPT. Em síntese, não tendo sido apresentado Laudo de Avaliação, com as exigências apontadas anteriormente, e sendo tal documento imprescindível para demonstrar que o valor fundiário do imóvel, a preços de 1º.01.2008, está compatível com as suas características particulares e classes de exploração, não cabe alterar o VTN arbitrado pela fiscalização. Assim sendo, entendo que deva ser mantida a tributação do imóvel com base no VTN de R$29.247.021,10 (R$2.143,00/ha), arbitrado pela fiscalização, com base no SIPT. Fl. 121DF CARF MF 8 Como muito bem salientado pela DRJ o laudo apresentado não possui as características necessárias para comprovação do valor da terra nua do imóvel em questão, tampouco foi apresentado o ART devidamente registrado no CREA que comprovasse o responsável pela sua elaboração. Correto também o posicionamento da DRJ em relação ao documento expedido pela Prefeitura, uma vez que sozinho, não tem o condão de alterar o valor arbitrado. Sobre a alegação do recorrente de que a área de 10.959,11ha não seria tributável, por ser inservível para a atividade rural, cumpre informar que para tanto é necessário a entrega tempestiva do Ato Declaratório Ambiental ADA, bem como a comprovação de que a área é declarada como de interesse ecológico pelo órgão competente federal ou estadual a teor do artigo 10, §1º, II, 'c' da Lei nº 9.393/96: II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: ... c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; Por todo o exposto e tendo em vista que o valor da terra nua VTN médio por hectare de R$ 2.143,00 utilizado para o cálculo do imposto, extraído do SIPT, para o Município de Correntina/BA, leva em consideração à aptidão agrícola (OUTRAS), entendo correto o arbitramento efetuado, mantendo assim o lançamento, uma vez que os documentos trazidos pelo recorrente não são suficientes para comprovação do real valor da terra nua da propriedade. Do Caráter Confiscatório da Multa Aplicada Em relação ao argumento sobre confisco, cumpre esclarecer que a vedação da utilização de tributo com efeito de confisco, preceito do art. 150, IV, da Constituição Federal, não se destina aos aplicadores da Lei, mas sim ao Poder Legislativo, que deve tomálo em consideração quando da elaboração das leis. À autoridade administrativa cabe apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Ademais não compete a este Conselho pronunciarse sobre inconstitucionalidade de lei tributária, a teor da Súmula CARF nº 2, de observância obrigatória por este Colegiado. Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Portanto, não conheço do recurso nas questões de inconstitucionalidade de lei. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto em conhecer em parte do recurso voluntário, para, na parte conhecida, negarlhe provimento, mantendo o lançamento efetuado, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10540.720940/201398 Acórdão n.º 2301004.941 S2C3T1 Fl. 119 9 É como voto. (Assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Relatora Fl. 123DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13808.000151/00-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1995
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO.
Restando comprovado nos autos o acréscimo patrimonial a descoberto cuja origem não seja comprovada por rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte, ou sujeitos à tributação exclusiva, é autorizado o lançamento do Imposto de Renda correspondente.
Numero da decisão: 2201-003.396
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a comprovação da origem dos recursos nos valores de R$ 60.300,00 e de 62.299 UFIR.
Assinado digitalmente.
CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente.
Assinado digitalmente.
ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relatora.
EDITADO EM: 15/02/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA E RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM.
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1995 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Restando comprovado nos autos o acréscimo patrimonial a descoberto cuja origem não seja comprovada por rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte, ou sujeitos à tributação exclusiva, é autorizado o lançamento do Imposto de Renda correspondente.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a comprovação da origem dos recursos nos valores de R$ 60.300,00 e de 62.299 UFIR. Assinado digitalmente. CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relatora. EDITADO EM: 15/02/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA E RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM.
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Restando comprovado nos autos o acréscimo patrimonial a descoberto cuja origem não seja comprovada por rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte, ou sujeitos à tributação exclusiva, é autorizado o lançamento do Imposto de Renda correspondente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a comprovação da origem dos recursos nos valores de R$ 60.300,00 e de 62.299 UFIR. Assinado digitalmente. CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ Relatora. EDITADO EM: 15/02/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA E RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 8. 00 01 51 /0 0- 14 Fl. 286DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão primeira instância que julgou procedente em parte a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. A presente análise do processo em referência é decorrente de decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais a respeito da inocorrência de decadência, sendo determinada a apreciação do litígio constante do Recurso Voluntário, conforme Acórdão de Embargos, fls. 276 a 279: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 1995 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. O lançamento em apreço versava sobre duas matérias: i) rendimento tributável referente a ganho de capital; e ii) ao acréscimo patrimonial a descoberto. Em sede de recurso especial, a Fazenda Nacional insurgiuse contra a decadência que fora declarada no Acórdão 340200.031, que deu provimento ao recurso voluntário do contribuinte. Por seu turno, acórdão embargado (Acórdão nº 920202.174), deu provimento parcial ao recurso especial do contribuinte para afastar a decadência em relação ao acréscimo patrimonial a descoberto com retorno à Câmara "a quo" para análise das demais questões. Ocorre que, conforme aponta a embargante, a discussão acerca do rendimento tributável referente a ganho de capital não se encontrava em litígio em sede de recurso especial, uma vez que esta parcela já fora afastada pela decisão de primeira instância e, conseqüentemente, não foi objeto de apreciação no recurso voluntário interposto pelo contribuinte. Destarte, ao se afastar a decadência em relação ao acréscimo patrimonial a descoberto, em verdade, deuse total provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Assim sendo, devem ser acolhidos os embargos de declaração opostos, a fim de que seja saneado o feito e seja proferida correta conclusão acerca do litígio em questão. Embargos acolhidos. Feitos tais esclarecimentos, utilizome do relatório produzido no julgamento anterior do recurso voluntário, eis que aborda de maneira elucidativa os fatos objeto dos presentes autos, nos termos seguintes: Em desfavor do contribuinte, SILVIO GUERRA .foi lavrado auto de infração que lhe exige crédito tributário do anocalendário 1994 no montante de R$ 205.109,54, sendo R$ 76.783,07 de imposto, R$ 70.739,17 de juros de mora calculados até 31/01/2000 e multa de oficio de R$ 57.587,30 fls. 68/75. O auto de infração apurou acréscimo patrimonial a descoberto e omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos, fls. 72. Em 02/02/2000, ocorreu a lavratura do Auto de Infração, Fl. 287DF CARF MF Processo nº 13808.000151/0014 Acórdão n.º 2201003.396 S2C2T1 Fl. 3 3 tendo o contribuinte sido considerado cientificado no mesmo dia, fls. 71. A impugnação foi apresentada em 02/03/2000, fls. 77/84, com os argumentos que passamos a relatar em síntese e na ordem na qual aparecem naquele documento. Em preliminar protesta pela decadência do direito de a Fazenda Nacional constituir os créditos tributários em relação ao anocalendário 1994, uma vez que se trata de lançamento por homologa cão para o qual se aplica o art. 150, §4° do CTN. No mérito sustenta que a fiscalização teria deixado de considerar várias origens de recursos que seriam relativas a dividas adquiridas para compra de imóveis. Revela que exerce a profissão de compra e venda imóveis e que na maioria das vezes as vendas ocorrem antes da conclusão das construções. Anexa documentos para comprovar as operações e defende a autenticidade dos documentos a ponto de requerer perícia caso haja dúvidas quanto à autenticidade dos mesmos. Junta compromissos de compra e venda e alvarás de construção de quatro casas expedidos pela Prefeitura Municipal de São Paulo. Tais casas teriam sido adquiridas por Hideo Yamamoto, Wilson Cardoso Nunes, Iverson Karan José e Luiz Sérgio Rodrigues. Os comprovantes de pagamento dos DARFs do imposto de renda sobre ganho de capital também são juntados, destacando que, por equivoco, calculou o imposto com a alíquota de 25% e não de 15%. Anexa novos cálculos do imposto à alíquota de 15% e afirma que o pagamento foi feito em 1995, pois somente nessa data as construções foram entregues. Lembra que nas transações imobiliárias não há lei que obrigue o pagamento do preço em cheque, sendo que a maioria das transações são feitas em moeda. Ainda assim, junta alguns cheques usados nas transações. Explica que a dívida com o Sr. Roberto Souza Barros referese a imóvel vendido e não entregue na Rua Coronel Gonzaga de Carvalho, 409. Junta documentos para demonstrar seus argumentos. A mesma situação ocorreria em relação a dívida com Hideo Yamamoto no montante de 62.299,00 UFIR; com Wilson Cardoso Nunes no montante de 98.700,00 UFIR; com Iverson Karam José no montante de 80.554,21 UFIR. Em relação a estes junta documentos para comprovar a transação que se encontram em fls. 96/131. Requer a consideração de outras origens de recursos que estão relacionadas a venda de imóvel localizado na Rua Margaça, 51 ao Sr. Humberto Gasperoni. Tais recursos somam 19.697,81 Fl. 288DF CARF MF 4 UFIR e 53.064,95 UFIR, ambos previstos no contrato de fls.125/128 e constantes do extrato de fls. 129. Observa que o total de recebimentos comprovados pelas vendas de imóveis é muito superior ao suposto aumento patrimonial sem comprovação. Sobre o ganho de capital na venda do Kadet ano 1993, informa que foi recebido como parte de pagamento de imóvel do Sr. Wilson Cardoso Nunes, conforme consta em compromisso de compra e venda de fls. 110/114. Assim, o custo de aquisição teria sido R$ 21.500,00 e não 20,12 UFIR conforme considerado pela fiscalização. Em 12 de fevereiro de 2007, os membros da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo proferiram Acórdão DRJ/SPO II No. 17.438 que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a exigência relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física, julgando improcedente o lançamento da omissão por ganho de capital. Devidamente cientificado acerca do teor do supracitado Acórdão, em 24/07/2007, conforme AR de fls. 165verso, o contribuinte, se mostrando irresignado, apresentou, em 07/08/2007, o Recurso Voluntário, de fls. 168/177, reiterando as razões da sua impugnação, às quais já foram devidamente explicitadas anteriormente no presente relatório. Assim, a questão referente à decadência já foi objeto de análise pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, encontrandose em análise unicamente o litígio relativo ao acréscimo patrimonial à descoberto, considerando que o acórdão da Delegacia de Julgamento deu parcial provimento para excluir do lançamento a infração sobre a omissão de ganho de capital na alienação de bens e direitos. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Conforme narrado, a questão em análise cingese à infração referente ao acréscimo patrimonial a descoberto. Observase que o acórdão recorrido, fl. 178, considerou parte da origem dos recursos, diante da apresentação de provas pelo contribuinte, nos termos seguintes: Nesse caso temos um contrato de compra e venda que, por si só, não se constituiria em documentação hábil e idônea para comprovar a efetividade da operação, apesar de constituirse em indício de que a operação ocorreu. No entanto, além desse documento, encontramos cópia de extrato bancário que corrobora a tese do impugnante que teria recebido valores oriundos de tal operação. Entendemos que, desta maneira, está caracterizado um conjunto probatório que autoriza a aceitação dessas origens de recursos. Dessa forma, aceitamos como Fl. 289DF CARF MF Processo nº 13808.000151/0014 Acórdão n.º 2201003.396 S2C2T1 Fl. 4 5 origens adicionais em maio/94 os valores de 19.697,81 UFIR e 53.064,95 UFIR, fls. 125/131. Isso provocará a alteração do Demonstrativo Mensal dos Recursos (origens) , dos dispêndios (gastos) e da evolução patrimonial de fls. 57 conforme Anexo I ao presente. Com relação à ausência de comprovação da origem dos demais recursos, o acórdão de primeira instância assim dispôs: Quanto às dividas, não encontramos documentação que dê suporte à tese do impugnante. Com efeito, em relação à venda do imóvel ao Sr. Roberto de Souza Barros, fls. 89/95, o instrumento particular de compromisso de compra e venda nada nos informa sobre a data de entrega do imóvel e nenhum outro documento trata da de tal assunto. Em relação ao imóvel vendido ao Sr. Hideo Yamamoto, o instrumento particular de compromisso de compra e venda noticia que o imóvel foi entregue em 21/11/94, fls. 98, nenhum outro documento contraria tal informação. O documento de fls. 108 não está assinado pelo Sr. Hideo e sim pelo Sr. Silvio Guerra e seu procurador, Takayuki Yamamoto, 105. O imóvel vendido ao Sr.Wilson Cardoso Nunes foi objeto de instrumento particular de compromisso de compra e venda de fls. 110/114, o qual não determina a exata data de entrega, pois estabelece que a data de entrega é "prevista para o dia 1° de março de 1995, mais ou menos", o que impossibilita saber se não havia sido entregue antes de 31/12/94. A aquisição do Sr. Iverson Karam José, objeto do instrumento particular de compromisso de compra e venda de fls. 118/119, deuse em setembro/94 e o referido contrato estabelece que "os compradores entrarão na posse do imóvel objetivado, até o dia 5(cinco) de março de 1995", o que, da mesma forma que no caso anterior, impossibilita saber se não havia sido entregue antes de 31/12/94. Embora uma venda a Luis Sérgio Rodrigues seja citada na impugnação, nenhum documento foi juntado. Compulsandose os autos, com relação à venda do imóvel ao Sr. Roberto de Souza Barros, verificase que consta dos autos o Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda, fls. 103 e 104; na fl. 105, consta extrato bancário que demonstra a compensação do cheque no valor de R$ 20.000,00, a título de pagamento da primeira parcela do contrato, consoante o disposto no mencionado Instrumento Particular; e na fl. 106 está disponível a cópia do cheque do referido valor. Assim, tornase irrelevante a data de entrega do imóvel, tendo em vista que há comprovação do pagamento do valor de R$ 20.000,00, no anocalendário autuado, restando comprovada a origem do mencionado valor, que corresponde a 30.610,06 UFIR. Fl. 290DF CARF MF 6 Com relação às demais parcelas constantes do Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda, não houve comprovação da efetividade dos pagamentos, por conseqüência, não restou comprovada a origem dos recursos referentes ao valor integral da suposta venda. Quanto ao imóvel vendido ao Sr. Hideo Yamamoto, o acórdão recorrido dispôs que o instrumento particular de compromisso de compra e venda noticia que o imóvel foi entregue em 21/11/94, fls. 98, nenhum outro documento contraria tal informação. O documento de fls. 108 não está assinado pelo Sr. Hideo e sim pelo Sr. Silvio Guerra e seu procurador, Takayuki Yamamoto, 105. Cabe esclarecer que o documento referido, fl. 108, está assinado pelo senhor Sílvio, pois se trata de um recibo referente à venda do imóvel por ele efetuada. Portanto não há irregularidade no documento citado. Ademais, foi anexado aos autos o Instrumento Particular de Compromisso de Compra e Venda, fls. 126 e seguintes, e cópia do correspondente depósito e extrato, fl. 115 e 116, no valor parcial de CR$ 22.126.500,00. Desse modo, com relação ao alegado contrato, dou provimento ao recurso do contribuinte para considerar o seu valor integral (62.299,00 UFIR) como origem dos recursos. Sobre o imóvel vendido ao Sr.Wilson Cardoso Nunes, objeto de instrumento particular de compromisso de compra e venda de fls. 110/114, o acórdão de primeira instância destacou que o contrato não determina a exata data de entrega, pois estabelece que a data de entrega é "prevista para o dia 1° de março de 1995, mais ou menos", o que impossibilita saber se não havia sido entregue antes de 31/12/94. Nesse contexto, entendo que deve ser mantida a decisão recorrida, pois não há comprovação da data da efetiva operação/pagamento, pois, a partir dos documentos juntados aos autos não é possível identificar que foram pagos ao recorrente valores referentes a tal contrato, não restando comprovada a origem dos recursos, nesse ponto. No que tange à aquisição efetuada pelo Sr. Iverson Karam José, objeto do instrumento particular de compromisso de compra e venda de fls. 118/119, o acórdão de piso dispôs que o contrato deuse em setembro/94 e o referido contrato estabelece que "os compradores entrarão na posse do imóvel objetivado, até o dia 5(cinco) de março de 1995", o que, da mesma forma que no caso anterior, impossibilita saber se não havia sido entregue antes de 31/12/94. Não obstante a mencionada fundamentação, com a análise dos autos é possível identificar o pagamento da parcela de R$ 20.000,00, em setembro de 1994, referente ao contrato em questão, de modo que, com relação a tal valor considero comprovada a origem. Além desse valor, cabe considerar a quantia de R$ 20.300,00 referente ao contrato do Sr. Iverton, pois o instrumento expressamente dispôs sobre a quitação na data do contrato (05/09/1994) do valor de R$ 21.000,00, tendo sido demonstrado, na mesma data, o recebimento do depósito de R$20.300,00, de forma que considero comprovada a origem do total de R$ 40.300,00. Diante do exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para reconhecer a comprovação da origem dos valores de R$ 60.300,00 + 62.299,00 UFIR. Fl. 291DF CARF MF Processo nº 13808.000151/0014 Acórdão n.º 2201003.396 S2C2T1 Fl. 5 7 Assinado digitalmente. Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Fl. 292DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.011379/2006-51
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005
ÁGIO. PREMISSA. INSTITUTO JURÍDICO-TRIBUTÁRIO.
O conceito do ágio é disciplinado pelo art. 20 do Decreto-Lei nº 1.598, de 27/12/1977 e os arts. 7º e 8º da Lei nº 9.532, de 10/12/1997, e trata-se de instituto jurídico-tributário, premissa para a sua análise sob uma perspectiva histórica e sistêmica.
PRAZO PARA AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO. MÍNIMO DE SESSENTA MESES.
Redação do art. 7º, inciso III, da Lei nº 9.532, de 10/12/1997, predica que poderá ser amortizado o valor do ágio à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração, uma vez consumada a hipótese de incidência que permite o seu aproveitamento. O dispositivo estabelece, de maneira direta, um limite quantitativo (1/60 do valor total da despesa), e de maneira indireta, um parâmetro temporal (se o valor não pode exceder a 1/60 por mês, então a despesa não poderá ser amortizada em menos de 60 meses). A utilização da expressão "no máximo" indica que o diploma legal não proíbe que a despesa seja amortizada em prazo superior a 60 meses.
PREVALÊNCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA SOBRE INSTRUÇÃO NORMATIVA DE ÓRGÃO REGULADOR.
Disposição expressa da lei tributária sobre possibilidade de se amortizar a despesa de ágio em 60 meses não pode ser afastada por instrução normativa expedida por órgão regulador (CVM) que dispõe que a amortização deve ser dar no prazo de concessão. Pode a empresa manter contabilidade empresarial para atender órgão regulador e contabilidade fiscal para atender o interesse do Fisco. Instrução normativa de órgão regulador não o condão de vincular a pessoa jurídica para fins fiscais porque não é norma complementar expedida pela administração tributária nos termos do art. 100 do CTN.
Numero da decisão: 9101-002.539
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional, vencidos os conselheiros Lívia De Carli Germano (suplente convocada em substituição à conselheira Cristiane Silva Costa) e Luís Flávio Neto e, no mérito, por unanimidade de votos, em negar-lhe provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão. Declararam-se impedidas de participar do julgamento, as conselheiras Cristiane Silva Costa e Daniele Souto Rodrigues Amadio, substituídas, respectivamente, pelos conselheiros Lívia De Carli Germano e Demetrius Nichele Macei.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Adriana Gomes Rego, Lívia De Carli Germano, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Gerson Macedo Guerra, Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANDRE MENDES DE MOURA
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PREMISSA. INSTITUTO JURÍDICOTRIBUTÁRIO. O conceito do ágio é disciplinado pelo art. 20 do DecretoLei nº 1.598, de 27/12/1977 e os arts. 7º e 8º da Lei nº 9.532, de 10/12/1997, e tratase de instituto jurídicotributário, premissa para a sua análise sob uma perspectiva histórica e sistêmica. PRAZO PARA AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO. MÍNIMO DE SESSENTA MESES. Redação do art. 7º, inciso III, da Lei nº 9.532, de 10/12/1997, predica que poderá ser amortizado o valor do ágio à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração, uma vez consumada a hipótese de incidência que permite o seu aproveitamento. O dispositivo estabelece, de maneira direta, um limite quantitativo (1/60 do valor total da despesa), e de maneira indireta, um parâmetro temporal (se o valor não pode exceder a 1/60 por mês, então a despesa não poderá ser amortizada em menos de 60 meses). A utilização da expressão "no máximo" indica que o diploma legal não proíbe que a despesa seja amortizada em prazo superior a 60 meses. PREVALÊNCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA SOBRE INSTRUÇÃO NORMATIVA DE ÓRGÃO REGULADOR. Disposição expressa da lei tributária sobre possibilidade de se amortizar a despesa de ágio em 60 meses não pode ser afastada por instrução normativa expedida por órgão regulador (CVM) que dispõe que a amortização deve ser dar no prazo de concessão. Pode a empresa manter contabilidade empresarial para atender órgão regulador e contabilidade fiscal para atender o interesse do Fisco. Instrução normativa de órgão regulador não o condão de vincular a pessoa jurídica para fins fiscais porque não é norma complementar expedida pela administração tributária nos termos do art. 100 do CTN. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 13 79 /2 00 6- 51 Fl. 5309DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.310 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional, vencidos os conselheiros Lívia De Carli Germano (suplente convocada em substituição à conselheira Cristiane Silva Costa) e Luís Flávio Neto e, no mérito, por unanimidade de votos, em negarlhe provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão. Declararamse impedidas de participar do julgamento, as conselheiras Cristiane Silva Costa e Daniele Souto Rodrigues Amadio, substituídas, respectivamente, pelos conselheiros Lívia De Carli Germano e Demetrius Nichele Macei. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão – Presidente em Exercício (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Adriana Gomes Rego, Lívia De Carli Germano, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Gerson Macedo Guerra, Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional PGFN (efls. 4727 e segs) em face da decisão proferida no Acórdão nº 110100.354 (efls. 4692/4723), pela 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Primeira Seção, na sessão de 02/09/2010, no qual foi negado provimento ao recurso de ofício e dado provimento ao recurso voluntário interposto pela Contribuinte. Fl. 5310DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.311 3 Resumo Processual Tratou a autuação fiscal de apreciar operações de reorganização societária da empresa VIVO S/A, sucessora da empresa Celular CRT S/A, que tiveram como consequência a amortização de ágio. Foram objeto de contestação pela autoridade fiscal o valor do ágio que foi amortizado pela Celular CRT S/A, por inexistência de fundamentação e transferência indevida, e o prazo aplicado para o aproveitamento das despesas de amortização, se aquele previsto no art. 385 do RIR/99 (60 meses) e aplicado pela Contribuinte ou no disposto nas instruções normativas da CVM (prazo do contrato de concessão, no caso, 85 meses). Foram lavrados autos de infração de IRPJ e CSLL, tipificando a ocorrência de duas infrações tributárias: (1) glosa de despesas de amortização de ágio e (2) glosa de compensação de prejuízos fiscais e bases negativas de CSLL, sendo esta última decorrência da primeira. A Contribuinte apresentou impugnação, que foi apreciada pela primeira instância (DRJ). O lançamento fiscal foi julgado procedente em parte, por entender correta a apuração da Contribuinte quanto ao valor de amortização do ágio. Por sua vez, foi mantido o prazo de amortização aplicado pela Fiscalização, correspondente ao prazo de concessão, de 85 meses. Em razão do crédito tributário exonerado, procedeuse a remessa necessária (recurso de ofício). Foi interposto pela Contribuinte recurso voluntário, apreciado pela segunda instância (Turma Ordinária do CARF), que negou provimento ao recurso de ofício (manteve a decisão da DRJ quanto ao valor de amortização do ágio) e deu provimento ao recurso voluntário (alterou a decisão da DRJ, retomando o prazo de amortização de 85 meses para 60 meses, conforme apuração da Contribuinte). A PGFN interpôs recurso especial e a PGFN Contribuinte apresentou contrarrazões. O recurso foi admitido por despacho de exame de admissibilidade para dar seguimento à matéria "prazo de amortização do ágio". A seguir, maiores detalhes sobre a autuação fiscal e a fase contenciosa. Da Autuação Fiscal Encontrase descrita com precisão a autuação fiscal no Relatório da DRJ, às efls. 4473/4482, os quais transcrevo na sequência pela sua objetividade e clareza. Os eventos societários analisados foram os seguintes: (1) Situação inicial: CRT CNPJ: 92.794.486; (2) 30/04/97 Criação da TBH: integralização de capital mediante conferência das ações da CRT; (3) 24/06/98 Aquisição de mais ações da CRT pela TBH; (4) 25/06/98 Criação da CELULAR CRT, subsidiária da CRT; (5) 31/12/98 TBH S/A com participação em: (1) CRT e (2) TBH Participações; Fl. 5311DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.312 4 (6) 29/01/99 alteração da denominação da TBH para Tele Brasil Sul Part. S/A e cisão parcial da CRT com versão de acervo para Celular CRT Part.; (7) 09/02/99 aumento de capital na TBH Participações mediante conferência das ações da CRT e da Celular CRT; (8) 28/05/99 alteração da denominação da TBH Participações para TBS Participações e cisão parcial, com versão de patrimônio para a TBS Celular Part. S/A; (9) 09/10/00 Criação da Tula Part. Ltda, mediante conferência das ações da TBS Celular Part. S/a e Celular CRT Part.; (10) 10/10/00 incorporação da Tula Part. Ltda. pela Celular CRT Part. As operações de reorganização societária que tiveram como consequência o aproveitamento de despesas de amortização de ágio foi contestada pela autoridade fiscal pelas seguintes razões: (a) Glosa de despesa de amortização de ágio por inexistência de fundamentação. A Fiscalização entendeu pela inexistência de comprovação do fundamento do ágio referente ao evento ocorrido em 30/04/97. Considerou que, sem essa comprovação, o referido ágio não fundamentado teria sua posterior amortização indedutível. Finalmente, considerando ter havido, no âmbito das operações societárias ocorridas, transferência do referido ágio, posteriormente amortizado, a fiscalização concluiu pela necessidade de glosar o valor da respectiva despesa dessa amortização. (b) Glosa de despesa de amortização de ágio por transferência indevida de ágio, de uma participação para outra. Quanto ao ágio pago na operação de 24/06/98, a Fiscalização entendeu estar devidamente fundamentado. Foi verificado, porém, que seu valor foi dividido em dois (ágio pago pela participação na empresa de telefonia fixa e ágio pago pela participação na empresa de telefonia celular) quando da operação ocorrida em 29/01/99. Posteriormente, quando da operação ocorrida em 09/02/99, esses valores foram modificados (com transferência do valor do ágio da participação na empresa de telefonia fixa para a participação na empresa de telefonia celular). A Fiscalização entendeu que essa transferência não tinha fundamento e, sendo impossível, glosou a parte referente à amortização do ágio indevidamente transferido. (c) Glosa de despesa de amortização de ágio por amortização em prazo inferior ao permitido pela legislação de regência. A fiscalização verificou que o ágio .constante do ativo) diferido da empresa Celular CRT S/A, foi amortizado à taxa de 1/60 ao mês. .De acordo com o disposto no art. 14 da IN CVM 247/96, esse ágio decorrente de aquisição de direito de exploração, concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público deveria ser amortizado no prazo da referida concessão, no caso, em 85 meses. Enfim, em decorrência da glosa de despesas com amortização, o valor do lucro real de vários períodos restou superior ao declarado e, assim, o saldo de prejuízos a compensar foi reduzido. Por consequência, algumas das compensações de prejuízos fiscais realizadas pela Contribuinte foram glosadas. Foram lavrados autos de infração de IRPJ e CSLL referentes aos anos calendário de 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2005. Fl. 5312DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.313 5 Da Fase Contenciosa A contribuinte apresentou impugnação (efls. 4218 e segs). O lançamento fiscal foi julgado procedente em parte pela 5ª Turma da DRJ/Porto Alegre (efls. 4471/4491), para afastar parcialmente o valor de amortização do ágio apurado pela autoridade fiscal, por entender que os vícios dos ágios anteriormente existentes em empresas do grupo não têm o condão de serem transferidos para o ágio surgido no patrimônio da TULA Part. S/A (efl. 4488). Por outro lado, manteve o prazo de amortização aplicado pela Fiscalização, correspondente ao prazo de concessão, de 85 meses, valendose da regulamentação da CVM, conforme ementa a seguir. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005 VALOR DE ÁGIO NA AQUISIÇÃO DE INVESTIMENTOS. MOMENTO. FUNDAMENTAÇÃO. O ágio na aquisição de investimentos surge no ativo da investidora no momento da aquisição do referido investimento. Este ágio deve estar devidamente fundamentado, para aproveitamento da despesa de amortização, caso ocorra futura fusão, cisão ou incorporação envolvendo a investida e i investidora. A transferência do ágio ocorre quando de eventos de fusão, cisão e incorporação. No momento da aquisição de investimento por realização de capital, não há transferência do ágio referente ao investimento da antiga investidora para a nova investidora; com efeito, ocorre surgimento de novo ágio na nova investidora, ao passo que a antiga investidora deve baixar seu investimento (e respectivo ágio), apurando eventual ganho de capital. CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. AQUISIÇÃO DE PARTICIPAÇÃO COM ÁGIO E POSTERIOR INCORPORAÇÃO, FUSÃO OU CISÃO ENTRE A CONTROLADORA E A CONTROLADA. REGRAS DE AMORTIZAÇÃO PELO PRAZO DE CONCESSÃO. Para a amortização de ágio em face de rentabilidade futura por conta de contrato de concessão, aplicáveis as normas estabelecidas peia Instrução CVM 247/96, alterada pela Instrução CVM 285/98, isto é, a amortização contábil e os decorrentes efeitos fiscais operamse pelo prazo da concessão. FALTA DE RECOLHIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE CONSIDERAÇÃO DE POSTERGAÇÃO DE TRIBUTO. Não há falar em postergação de tributo quando no momento do auto de infração a fiscalizada ainda não havia realizado eventual oferecimento do tributo antes recolhido a menor. No caso, ocorre mera falta de recolhimento. Fl. 5313DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.314 6 GLOSA DE COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS. Tendo sido glosadas despesas com amortização de ágio, o valor do lucro real de vários períodos resta superior ao declarado e, assim, o saldo de prejuízos a compensar fica reduzido, o que implica impossibilidade de sua utilização para compensação com o lucro real de períodos subseqüentes. CSLL. Aplicamse à CSLL as mesmas considerações aplicadas ao IRPJ nesta decisão. Em razão do crédito tributário exonerado foi efetuada a remessa necessária (recurso de ofício). Também foi interposto recurso voluntário (efls. 4553 e segs) pela Contribuinte, apreciado pela 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Primeira Seção do CARF, na sessão de 02/09/2010. Decidiu o Acórdão nº 110100.354 (efls. 4692/4723) negar provimento ao recurso de ofício (afastar o valor da amortização do ágio apurado pela Fiscalização) e dar provimento ao voluntário, afastando o entendimento da autoridade fiscal de que o prazo para amortização do ágio deveria ser o período da concessão (no caso, 85 meses) conforme comando da Instrução CVM nº 247, de 1996 (com redação dada pela IN CVM nº 285, de 1998), para aplicar o art. 7º da Lei nº 9.532, de 1997, que predica que o prazo deve ser de 60 meses, conforme ementa a seguir. RECURSO EX OFFICIO RECURSO "EX OFFICIO" Devidamente fundamentada nas provas dos autos e na legislação pertinente a insubsistência das razões determinantes de parte da autuação, é de se negar provimento ao recurso necessário interposto pelo julgador "a quo" contra a decisão que dispensou parcela do crédito tributário da Fazenda Nacional. RECURSO VOLUNTÁRIO IRPJ APURAÇÃO DO LUCRO REAL AJUSTES AO LUCRO LÍQUIDO CONTÁBIL O lucro contábil não se confunde com o lucro real, base de cálculo do IRPJ, portanto, a necessidade de atendimento às normas impostas pela Comissão de Valores Mobiliários CVM, para atendimento das normas contábeis não tem o condão de modificar os ajustes necessários para apurar o lucro real. AMORTIZAÇÃO DO ÁGIO DEDUTIBILIDADE A pessoa jurídica que, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, absorver patrimônio de outra que dela detenha participação societária adquirida com ágio, poderá amortizar o valor do ágio, cujo fundamento seja o de expectativa de rentabilidade futura, nos balanços correspondentes à apuração de lucro real, levantados posteriormente à incorporação, fusão ou cisão, à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração.(arts. 7º e 8º da Lei 9.532/97). Foi interposto pela PGFN recurso especial (efls. 4727 e segs.), discorrendo sobre a matéria "prazo para amortização do ágio". Discorda do entendimento da decisão Fl. 5314DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.315 7 recorrida que aplicou o prazo de amortização do art. 7º da Lei nº 9.532, de 1997, em detrimento das instruções normativas da CVM, que estabelecem como prazo para amortização o período da concessão. Discorre que o lucro real é obtido a partir do lucro líquido, o qual deve ser apurado conforme leis comerciais e princípios contábeis e, por isso, as normas da CVM, a respeito da amortização do ágio, produzem efeitos tanto na esfera contábil quanto na fiscal. No caso em tela, o ágio foi calculado conforme disposições contábeis normatizadas pela CVM, tendo como critério o valor de rentabilidade futura do contrato de concessão de serviços de telefonia. Tratase de norma especial que deve prevalecer sobre norma geral. Ainda, entende a recorrente que as normas da CVM em análise e o art. 7º da Lei nº 9.532, de 1997 são conciliáveis, porque tratam de questões diversas. O art. 7º da Lei nº 9.532, de 1997 instituiu um limite máximo mensal para a amortização do ágio, à razão de 1/60, ou seja, tratase de limite quantitativo. Por sua vez, a instrução normativa da CVM dispôs sobre um limite temporal, que seria o prazo da concessão do serviço público, no caso, de 85 meses. Deveria, portanto, ter a Contribuinte amortizado o ágio dentro do limite temporal estabelecido, 85 meses, sendo que tal valor de cada parcela amortizada não poderia ultrapassar a razão de 1/60. O Despacho de Exame de Admissibilidade de efls. 4759/4763 deu seguimento ao recurso. Foram apresentadas contrarrazões pela Contribuinte (efls. 4777 e segs). Discorre, preliminarmente, que o voto do relator apresentou um fundamento para afastar a autuação, qual seja, a inaplicabilidade do art. 14 da IN CVM 247. Por sua vez, foi proferida declaração de voto, no qual discorre sobre fundamento autônomo, no sentido de que a autuação seria improcedente porque a aplicação indevida do prazo de amortização caracterizarseia, quando muito, uma postergação do pagamento do imposto. Ocorre que a PGFN recorreu apenas do primeiro fundamento (inaplicabilidade da IN CVM 247), e, na medida em que não protestou quanto ao segundo fundamento (postergação de imposto), tratase de matéria preclusa. E, tendo o acórdão recorrido afastado a autuação fiscal por dois fundamentos autônomos, e como o segundo fundamento não foi recorrido, teria restado transitada em julgada a decisão. Em seguida, discorre sobre a inexistência de dissídio jurisprudencial, vez que o paradigma apresentado não ser prestaria a demonstrar a divergência, vez que os fatos e direito aplicável seriam distintos. Primeiro, porque a Contribuinte é empresa de capital fechado, não estando sujeita às normas da CVM, e, no caso apontado como paradigma, a empresa é da capital aberto. Segundo, porque a ANATEL nunca impôs regras contábeis para amortização do ágio, razão pela qual a Contribuinte, empresa de telecomunicações, aplicou o disposto no art. 7º da Lei nº 9.532, de 1997. Por sua vez, no acórdão paradigma, a empresa é do ramo de energia elétrica, e a ANEEL obrigada as concessionárias de energia a amortizar o ágio no prazo da concessão. No mérito, discorre sobre o art. 385 do RIR/99 e sua aplicabilidade ao caso concreto, quando, em outubro de 2000, a TBS Celular Participações conferiu à Tula Participações Ltda o investimento por ela detido na Celular CRT Participações, ocasião em que se efetuou o desdobramento do custo de aquisição do investimento entre o valor do PL e o valor do ágio/deságio, fato que gerou o ágio que posteriormente foi objeto de amortização. Ainda, o ágio estava fundamentado em rentabilidade futura, conforme laudo de avaliação, com projeções relativas a cinco anos, conforme legislação fiscal. Ou seja, não há que se falar em aplicação da instrução CVM no presente caso, vez que a legislação fiscal, por ser específica, prepondera sobre outras regulamentações que eventualmente possam dispor sobre sentido inverso. É o relatório. Fl. 5315DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.316 8 Voto Conselheiro André Mendes de Moura Suscita a Contribuinte, em contrarrazões, questão processual que prejudicaria o exame do recurso da PGFN, por ter se consumado o trânsito em julgado do acórdão recorrido, que deu provimento ao recurso voluntário e negou provimento ao recurso de ofício. Aduz que a decisão recorrida teria se valido de dois fundamentos autônomos para dar provimento ao recurso. Primeiro, no voto do relator, foi adotado como fundamento a inaplicabilidade do art. 14 da IN CVM 247, de 27/03/1996, com redação dada pela IN CVM 285, de 31/07/1998. Segundo, na declaração de voto, a autuação fiscal deveria ter tipificado uma postergação do imposto, vez que o a aplicação do prazo de amortização teria passado de 85 meses para 60 meses. Por sua vez, a PGFN recorreu apenas do primeiro fundamento (inaplicabilidade da IN CVM 247). Como o segundo fundamento (postergação do imposto), por si só, já seria suficiente para motivar a decisão, não teria sido objeto do recurso da PGFN, terseia consumado a preclusão. Assim, a decisão recorrida teria transitado em julgado. Conclui a Contribuinte (efl. 4788): 36. Portanto, tendo o v. acórdão dado provimento ao recurso da Recorrida com base em dois fundamentos autônomos, e sendo apenas um deles (prazo para amortização do ágio) atacado no recurso especial interposto pela Fazenda, o v. acórdão transitou em julgado com relação à questão da postergação do pagamento, fundamento suficiente ao cancelamento da exigência fiscal. (grifei) Entendo que não assiste razão à Contribuinte. A declaração de voto permite que o Conselheiro discorra, expressamente, sobre os fundamentos que o levaram à formação de sua convicção, que pode ser no sentido de acompanhar o relator do voto "pelas conclusões", ou de discordar do dispositivo proposto pelo relator. Ao redigir a declaração de voto, o Conselheiro pode tanto complementar os fundamentos adotados pelo relator do acórdão, quanto apresentar fundamentos diferentes, e, a partir daí, fundamentar a sua decisão. Ou seja, a declaração de voto é um voto em separado, no qual o Conselheiro, de maneira autônoma, apresenta os seus fundamentos, que podem conduzir a uma decisão convergente ou divergente daquela apresentada pelo relator do processo. No caso em debate, vale transcrever o dispositivo do acórdão recorrido: Fl. 5316DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.317 9 ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária do PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício, votando pelas conclusões os Conselheiros Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho e Edeli Pereira Bessa que admitiram haver transferência do ágio, mas fundado em rentabilidade futura em razão do Edital de Licitação no qual o investimento foi adquirido; e por maioria de votos, DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, divergindo o Conselheiro Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro que negava provimento ao recurso e votando pelas conclusões a Conselheira Edeli Pereira Bessa, que fará declaração de voto, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (...) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (presidente da turma), Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho (vicepresidente), Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Edeli Pereira Bessa, José Ricardo da Silva e Marcos Vinícius Barros Ottoni (suplente convocado). Quanto ao recurso voluntário, o relator José Ricardo da Silva votou no sentido de dar provimento, e foi acompanhado pela maioria dos votos, divergindo apenas o Conselheiro Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro. Por sua vez, a Conselheira Edeli Pereira Bessa, consignou expressamente sua opção por fazer a declaração de voto. Ou seja, acompanharam o relator José Ricardo da Silva, tanto no dispositivo quanto nos fundamentos da decisão, a maioria dos Conselheiros. A Conselheira Edeli Pereira Bessa acompanhou o relator no dispositivo, mas adotou outro fundamento para motivar sua decisão, que foi expressamente registrado na declaração de voto. Por isso não há que se falar que a decisão recorrida teve dois fundamentos autônomos. O fundamento que motivou o acórdão recorrido foi o apresentado pelo Conselheiro Relator, e que foi acompanhado pela maioria do Colegiado. E foi precisamente o fundamento atacado pelo recurso da PGFN. Por sua vez, o fundamento apresentado pela Conselheira que fez a declaração de voto não foi acompanhado por nenhum dos membros do Colegiado. Esse sim é fundamento autônomo, adotado pela Conselheira, que motivou sua decisão. Inclusive, o RICARF, no Anexo II, prevê, expressamente, que, quando a maioria dos Conselheiros acolherem apenas a "conclusão do relator", caberá ao próprio relator reproduzir os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros1. 1 Art. 63. As decisões dos colegiados, em forma de acórdão ou resolução, serão assinadas pelo presidente, pelo relator, pelo redator designado ou por conselheiro que fizer declaração de voto, devendo constar, ainda, o nome dos conselheiros presentes e dos ausentes, especificandose, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos. (...) § 8º Na hipótese em que a decisão por maioria dos conselheiros ou por voto de qualidade acolher apenas a conclusão do relator, caberá ao relator reproduzir, no voto e na ementa do acórdão, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros. Fl. 5317DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.318 10 E, como já observado, não foi o caso dos autos. O relator teve o seu voto e os fundamentos acompanhados pela maioria dos Conselheiros. Portanto, não há reparos ao recurso da PGFN quanto ao fato de contestar "apenas" o fundamento apresentado pelo relator da decisão recorrida. Assim sendo, não há que se acolher a questão processual arguida pela Contribuinte em contrarrazões. Sobre a admissibilidade, protesta a Contribuinte em contrarrazões que não teria sido demonstrada a divergência, por duas razões. Primeiro, porque a pessoa jurídica autuada é empresa de capital fechado, não estando sujeita às normas da CVM, e, no caso apontado como paradigma, a empresa é da capital aberto. Segundo, porque a ANATEL nunca impôs regras contábeis para amortização do ágio, razão pela qual a Contribuinte, empresa de telecomunicações, aplicou o disposto no art. 7º da Lei nº 9.532, de 1997, e, no caso paradigma, a empresa era do ramo de energia, no qual a ANEEL dispunha sobre regras contábeis específicas consonantes com o regramento da CVM para amortização do ágio. A cognição para a admissibilidade do recurso especial compreende verificar se a legislação tributária, mediante cotejo entre decisão recorrida e paradigma, foi interpretada de maneira divergente. Apesar de a Contribuinte apontar determinadas situações fáticas distintas entre os processos, devese constatar se tais diferenças repercutem na interpretação da legislação tributária dada pelas duas decisões (recorrida e paradigma). Ou seja, a comparação a ser feita é entre a interpretação à lei dada por cada uma das decisões. Ao analisar o acórdão recorrido, verificase que o voto parte da premissa de as instruções da CVM dirigemse apenas às sociedades de capital aberto, e em especial a norma em análise, IN CVM nº 247, de 1996, e, por isso, não se aplicam à Contribuinte, sociedade de capital fechado: Por oportuno, destaco abaixo alguns aspectos que considero relevantes extraídos da Nota Explicativa à Instrução CVM 247/96: NOTA EXPLICATIVA À INSTRUÇÃO CVM N" 247, DE 27.03.96. Ref: Instrução CVM nº 247, de 27.03.96, que dispõe sobre a avaliação de investimentos em controladas e coligadas e sobre a elaboração de demonstrações contábeis consolidadas. INTRODUÇÃO A evolução da prática contábil internacional, desde a emissão das Instruções CVM nº 01/78 e nº 15/80, tornou imprescindível a realização de uma revisão das referidas normas, com o objetivo de atualizálas. Com o processo de globalização dos mercados e com o incremento dos fluxos de capitais, tanto aqueles diretamente Fl. 5318DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.319 11 aportados no Brasil, quanto aqueles obtidos por entidades brasileiras no mercado internacional, cresceu também a necessidade de harmonização dos procedimentos contábeis e do nível de divulgação feito pelas companhias abertas. Neste sentido, a atual Instrução buscou não apenas corrigir e consolidar as referidas Instruções n° 01/78 e nº 15/80, como também incorporar alguns avanços que já fazem parte das práticas internacionais. (...) É importante destacar que as instruções emanadas pela CVM são atos administrativos, portanto, infralegais, que não geram quaisquer efeitos fiscais, visto que têm por objeto a regulação das normas contábeis e são endereçadas as companhias de capital aberto. (grifei) Em seguida, discorre o voto que a CVM não teria competência para alterar o prazo previsto para a amortização do ágio disposto na legislação tributária, sob pena de ferir o princípio da legalidade: Esta distinção também ocorre em relação ao prazo de amortização do ágio, no qual a norma legal prevê um determinado prazo, enquanto que a instrução CVM, para fins de apuração do lucro contábil, determina que as companhias de capital aberto realizem a amortização de acordo com o prazo de concessão. (...) Não vejo nenhum empecilho para as empresas sujeitas as determinações da CVM em atenderem aos dois dispositivos (a instrução CVM e a norma legal), visto que no caso da instrução, para fins de apuração do lucro contábil, não existe um prazo préestabelecido para a amortização do ágio, visto que o mesmo fica vinculado ao prazo da concessão, enquanto que a lei fiscal prevê a amortização em 60 meses, independentemente do prazo de concessão. (...) Admitir que a CVM, através de um ato administrativo, possui competência para alterar o prazo estabelecido em lei para fins de reconhecer como despesa o valor investido em ágio fere o princípio da legalidade em matéria tributária, o qual tem como prevê que só pode ser atribuída uma carga tributária a uma pessoa física ou jurídica mediante o comando de uma lei, e, por outro lado, que o Estado não tem nenhum direito além daquele que a lei expressamente lhe concede, visto que a redução do prazo para amortização do ágio tratase efetivamente do aumento da carga tributária. No caso, a referida instrução CVM estabeleceu que as companhias que possuem capital aberto, por ocasião da aquisição, com ágio, de participações decorrentes de concessão Fl. 5319DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.320 12 pública, devem realizar o ágio no prazo estabelecido para a concessão dos serviços. Com efeito, as empresas de capital aberto devem obedecer ao comando da CVM para efetuar os procedimentos contábeis por ela determinados, porém, essa determinação em nada altera o lucro tributável das pessoas jurídicas, incluindo aí as próprias empresas de capital aberto, visto que o artigo 6º do Decretolei n° 1.598/77, que é a matriz legal do artigo 247 do RIR/99, instituiu o chamado "Lucro Real", que é a base de cálculo do IRPJ. (...) No que atine ao Poder Executivo e aos seus órgãos, prevalece que o seu poder normativo deve se limitar à elaboração de regramentos de caráter estritamente técnico e econômico, restritos ao seu campo de atuação, sem invasão das matérias reservadas à lei, sob pena de violação ao princípio da legalidade.(grifei) Observase que, apesar de partir de premissa de que as normas da CVM, e em especial a norma em análise (IN CVM nº 247, de 1996), dirigemse às sociedades de capital aberto, o voto discorre, expressamente, que as normas da CVM não tem o condão de alterar dispositivo legal previsto em norma tributária. Ora, no caso em debate, poderia o voto ter se manifestado apenas no sentido que as normas da CVM aplicamse apenas à sociedades de capital aberto e, por isso, a Contribuinte, sociedade de capital fechado, não estaria vinculada à IN CVM nº 247, de 1996, que determina que o prazo para amortização do ágio seria o período da concessão (85 meses). Mas o voto avançou para apresentar outro fundamento, de que normas editadas pelo Poder Executivo, inclusive as editadas pela CVM para sociedades de capital aberto, não poderiam avançar em matérias reservadas à lei, sob pena de violação ao princípio da legalidade. Por sua vez, o acórdão paradigma, em sua ementa, apresenta o seguinte fundamento: CONCESSIONÁRIA DE ENERGIA ELÉTRICA AQUISIÇÃO COM ÁGIO E POSTERIOR INCORPORAÇÃO DA CONTROLADORA PELA CONTROLADA REGRAS DE AMORTIZAÇÃO PELO PRAZO DE CONCESSÃO A regra fiscal de dedução da amortização do ágio deriva das regras da legislação comercial de amortização, somente sendo possíveis ajustes no LALUR se a amortização foi inferior a cinco anos (Lei 9.430/96, artigos 7° e 8°). Para a amortização de ágio em face de rentabilidade futura por conta de contrato de concessão, aplicáveis as normas estabelecidas pela Instrução CVM 247/96, alterada pela Instrução CVM 285/98, isto é, a amortização contábil e os decorrentes efeitos fiscais operamse pelo prazo da concessão. (grifei) Discorre ainda o voto da decisão paradigma: Fl. 5320DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.321 13 A única conclusão possível, portanto, é que a nova regulamentação, além de tornar despicienda qualquer avaliação de acerco liquido quando existente ágio ou deságio, criou prazo mínimo para a amortização, no caso 5 anos, como forma de evitar o ganho fiscal imediato que anteriormente se obtinha, pelo reconhecimento a um só tempo da diferença entre o valor contábil e o valor do acervo liquido. No entanto, não há na norma qualquer permissão para que tal efeito represente um ajuste ao lucro liquido, mediante exclusão no LALUR. O fato é contábil, representativo do controle na escrituração da amortização do ágio após a incorporação. Como bem observou a decisão recorrida, apenas se a amortização ultimarse em período anterior a cinco anos, haverá necessidade de ajustes por adição e exclusão, para respeito ao prazo mínimo definido na norma. Sendo vinculada à escrituração, a amortização deve obedecer aos critérios de apuração do lucro liquido definido pelas leis comerciais e pelos princípios de contabilidade geralmente aceitos, conforme determinação dos artigos 177, da Lei 6.404/76 e 6°, §1° do DecretoLei 1.598/77 (artigo 248 do RIR199). (...) A Comissão de Valores Mobiliários editou regras especificas quanto ao tratamento do ágio através da Instrução CVM 247/96, alterada pela Instrução 285/98. Transcrevo os artigos 13 e 14, com sua nova redação: (...) Essa a norma prevista para o caso da recorrente, a época da amortização do ágio, ou seja, pelo prazo do contrato de utilização, sem ressalva ao período máximo de 10 anos, que se aplica tãosomente ao ágio decorrente de expectativa de rentabilidade futura sem a especificidade de uma concessão ou permissão delegadas pelo Poder Público (alínea "a" do § 2° c/c o § 3º, ambos do artigo 14 supra). A decisão paradigma entende ser conciliável o art. 14 da IN CVM 247, de 27/03/1996 (com redação dada pela IN CVM 285, de 31/07/1998), e o art. 7º, inciso III, da Lei nº 9.532, de 1997. Interpreta que a lei estipula prazo mínimo para amortização do ágio, de 60 meses, e que não haveria óbice para amortização em prazo superior. Assim, se a CVM dispõe sobre prazo alongado (período de concessão), não haveria afronta ao diploma legal, tanto que registra expressamente que os ajustes no LALUR só seriam necessários caso o prazo previsto para amortização fosse inferior a cinco anos. Percebese, claramente, a divergência na interpretação da legislação tributária, independente dos aspectos suscitados pela Contribuinte, sobre o fato de ser sociedade de capital fechado e ser empresa do ramo de telecomunicações. A divergência reside se a aplicação do art. 14 da IN CVM 247, de 27/03/1996 (com redação dada pela IN CVM 285, de 31/07/1998), que estipula que o prazo para amortização do ágio deveria obedecer ao período da concessão (no caso em análise, 85 meses), Fl. 5321DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.322 14 estaria afrontando o inciso III do art. 7° da Lei nº 9.532, de 1997, que dispõe que a amortização do ágio deve ocorrer à razão de um sessenta avos, no máximo. No acórdão recorrido, interpretouse que o art. 7° da Lei nº 9.532, de 1997, determina que o prazo exato para amortização do ágio é de 60 meses, e, por isso, o art. 14 da IN nº 247 da CVM, ao dispor sobre prazo diferente, teria incorrido em ilegalidade. No acórdão paradigma, interpretouse que o art. 7° da Lei nº 9.532, de 1997, determina um prazo mínimo para a amortização do ágio, ou seja, 60 meses, e que não haveria óbice para se amortizar a despesa em período maior. Por isso, concluiu que o art. 14 da IN nº 247 da CVM, não seria ilegal, e que deveria se aplicar, para o caso analisado nos autos, não o período de 60 meses, mas sim o período do prazo da concessão. Assim sendo, caracterizada a divergência, voto no sentido de conhecer o recurso da PGFN. Passo ao exame do mérito. Cabe registrar que a matéria devolvida para o presente Colegiado consiste apenas em avaliar o prazo de amortização do ágio: se de 85 meses, conforme entendeu a autoridade fiscal, ou 60 meses, aplicado pela Contribuinte. As operações de reorganização societária e o ágio nelas reconhecido não são objeto do recurso, sendo matéria preclusa. Nesse contexto, cabe transcrever, inicialmente, o art. 7° da Lei nº 9.532, de 1997, caput e especialmente o inciso III, que discorre sobre o prazo de amortização: Art. 7º A pessoa jurídica que absorver patrimônio de outra, em virtude de incorporação, fusão ou cisão, na qual detenha participação societária adquirida com ágio ou deságio, apurado segundo o disposto no art. 20 do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977: (Vide Medida Provisória nº 135, de 30.10.2003) (...) III poderá amortizar o valor do ágio cujo fundamento seja o de que trata a alínea "b" do § 2° do art. 20 do Decretolei n° 1.598, de 1977, nos balanços correspondentes à apuração de lucro real, levantados posteriormente à incorporação, fusão ou cisão, à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração; (Redação dada pela Lei nº 9.718, de 1998) (grifei) Já me manifestei, em votos anteriores no qual foram analisadas operações envolvendo despesa de amortização de ágio, que a amortização do ágio deveria se dar no prazo de 60 meses, sem me aprofundar sobre a questão. Contudo, apreciando detalhadamente o dispositivo, percebo que a utilização da expressão "no máximo" no inciso III não se dá sem razão. Fl. 5322DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.323 15 A redação mostrase clara ao predicar que poderá amortizar o valor do ágio (...), à razão de um sessenta avos, no máximo, para cada mês do período de apuração. Ora, resta claro que tem a pessoa jurídica, uma vez consumada a hipótese de incidência que permite o aproveitamento da despesa de amortização do ágio, tem a faculdade ("poderá") amortizar o máximo de 1/60 do total da despesa por mês. O dispositivo estabelece, de maneira direta, um limite quantitativo (1/60 do valor total da despesa), e de maneira indireta, um parâmetro temporal (ora, se o valor não pode exceder a 1/60 por mês, a despesa não poderá ser amortizada em menos de 60 meses). Em nenhum momento, o diploma legal afirma que a despesa não poderia ser amortizada em valor inferior a 1/60, ou seja, a pessoa jurídica poderia optar em amortizar a despesa em 1/80 avos, consumando a amortização em 80 meses. Apenas na ausência da expressão "no máximo", é que se poderia entender que o dispositivo legal indicaria um período exato (60 meses), o que não é o caso, vez que determina, na realidade, um período mínimo. Contudo, a lei tributária dispõe sobre uma possibilidade, para se amortizar a despesa em período superior a sessenta meses. E a instrução normativa expedida pela CVM, não tem o condão de transformar tal possibilidade em uma obrigação, ou seja, não vincula a empresa, sob a perspectiva tributária, a efetuar a amortização no prazo de 85 meses. Isso porque não é norma complementar expedida pela administração tributária nos termos do art. 100 do CTN2 . Problema ocorreria se o prazo de concessão fosse inferior a 60 meses e a Contribuinte adotasse tal prazo para amortizar o ágio. Nesse caso, sim, o procedimento não estaria amparado por lei tributária e não se sustentaria com base em ato infralegal de órgão regulador. Não há óbice para que a pessoa jurídica opte por manter duas contabilidades, uma para fins de atendimento a órgão regulador com base em ato infralegal (amortizando o ágio conforme o prazo de concessão de 85 meses) e outra para atendimento a lei tributária (que autoriza a amortização em 60 meses). Nesse contexto, constatase que a conduta da Contribuinte, ao interpretar a legislação tributária no sentido de que poderia promover a amortização do ágio no prazo de 60 meses tem amparo legal. Portanto, entendo que a Fiscalização excedeuse ao exigir da Contribuinte aplicação de prazo de amortização com base em ato infralegal. Há, portanto, erro na tipificação e motivação da infração (efls. 4138/4143 do Relatório de Atividade Fiscal), ao fundamentar a obrigatoriedade de amortização do ágio em 85 meses, nos termos apresentados no presente voto. 2 São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. Fl. 5323DF CARF MF Processo nº 11080.011379/200651 Acórdão n.º 9101002.539 CSRFT1 Fl. 5.324 16 Portanto, diante de todo o exposto, voto no sentido de conhecer e negar provimento ao recurso da PGFN. Assinado Digitalmente André Mendes de Moura Fl. 5324DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10711.729881/2012-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 20/08/2009
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO.
É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66.
MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE.
A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.572
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA Recorrente CEVA FREIGHT MANAGEMENT DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 20/08/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitarse à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 72 98 81 /2 01 2- 23 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10711.729881/201223 Acórdão n.º 3201002.572 S3C2T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Tratase de processo referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A irregularidade identificada consta do tópico "Dos Fatos", parte da Descrição dos Fatos do Auto de Infração. Segundo o relatado, consistiu na prestação intempestiva de informação referente ao conhecimento eletrônico (CE) ali indicado, o que acarretou no bloqueio automático do conhecimento no sistema Carga, conforme extrato anexado aos autos. Diante dos fatos apurados, a fiscalização entendeu configurada a infração tipificada no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966, com redação dada pela Lei nº 10.833/2003, e aplicou a multa ali cominada. Não conformada com a exigência, a contribuinte apresentou Impugnação, cujos argumentos de defesa foram assim sintetizados pela DRJ: a) Princípio da razoabilidade. O atraso incorrido pela impugnante não causou embaraço ao controle aduaneiro, eis que as informações foram prestadas com suficiente antecedência da chegada do navio ao porto, o que comprova, também, o fato de a autuada não ter agido com intuito de cometer qualquer infração. Dessa forma, a aplicação de multa no presente caso ofende ao princípio da razoabilidade, que impõe à Administração Pública o dever de agir com bom senso, prudência e moderação, levando em conta a relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada, bem como as circunstâncias que envolvem a prática do ato. b) Bis in Idem. A impugnante foi penalizada mais de uma vez pela mesma conduta, uma vez que foram cobradas multas pelo atraso na entrega de informações referentes a cargas transportadas no mesmo navio/viagem, conforme processos administrativos indicados, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) nº 8, de 14/2/2008. Ao final a impugnante requer que seja cancelado o lançamento ou, subsidiariamente, que seja aplicado o entendimento de que só é cabível uma multa em relação a cada navio/viagem, excluindose as penalidades excedentes. A DRJ/Fortaleza julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência da penalidade nos termos do Acórdão 08033.449. No recurso voluntário foram repisadas as alegações trazidas na impugnação. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10711.729881/201223 Acórdão n.º 3201002.572 S3C2T1 Fl. 4 3 Voto Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.523, de 21 de fevereiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10711.724209/201241, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão, (Acórdão 3201002.523): "Conforme o Direito Tributário, a legislação, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme portaria de condução e Regimento Interno deste Conselho, apresento e relato o seguinte voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e considerando o tempestivo Recurso Voluntário, dele conheço. A alegação da fiscalização de 'Não Prestação de Informação sobre Carga Transportada' e a consequente aplicação de multa de R$ 5.000,00 prevista no Art. 107 do DL 37/66, em razão do descumprimento do prazo previsto na IN RFB 800/2007, Art. 22, ocorreu em razão da fiscalização ter constatado que o contribuinte era consignatário e deveria ter cumprido o prazo em no máximo até 29/07/09 às 07:58, sendo que desconsolidou o mercante agregado HBL de fls. 23 e 24 às 18:00 do mesmo dia 29. Conforme alegação de bis in idem do contribuinte em seu Recurso Voluntário, a autuação seria atrelada a dois outros autos de infração, Processos Administrativos de n°. 10711.724.250/201218 e 10711.724.251/201262, com os mesmos fatos e penalidade. Vencido no voto de diligência, para que fossem juntadas aos autos cópias dos mencionados processos e fosse verificada a possibilidade da duplicidade da pena, conforme Resolução por mim proposta na sessão de Janeiro deste ano, é certo que devo proceder à análise do mérito desta lide. Em que pese existir precedente favorável à situação do contribuinte, como o encontrado no Acórdão 3102001.988 deste Conselho, que determinou que a multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem, como fora consignado na autuação, não houve comprovação da existência de duplicidade ou do bis in idem, tampouco argumentos capazes de prejudicar o lançamento fiscal ou contradizer os argumentos utilizados pela turma de origem que afirmou 'que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos'. Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10711.729881/201223 Acórdão n.º 3201002.572 S3C2T1 Fl. 5 4 Mas cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso, não foram juntados pelo contribuinte. Esta situação (não juntada de documentos ou provas) diverge do previsto no Art. 16, inciso III e §4º, do inciso V , do Decreto nº 70.235/72, bem como do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil. Nestes termos, considerando que a Recorrente deixou de comprovar suas alegações, não há como acolher o pedido de nulidade do lançamento suscitado pela contribuinte. Restam prejudicados os demais argumentos do contribuinte, pois todos são decorrentes da alegação de bis in idem, exceto pela alegação de aplicação do princípio da razoabilidade, o que certamente teria valia porque é um princípio constitucional, contudo, está correta a fundamentação legal do lançamento, vigente e aplicável aos fatos narrados. O lançamento capitulou corretamente a multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do Decreto Lei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, pelo fato da Recorrente ter prestado informações sobre a desconsolidação da carga fora do preceitos e prazos previstos nos artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007. Assim, deve ser aplicada a multa prevista pela letra “e” do inciso IV, art. 107 do Decreto nº 37, isso é, no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Diante do exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para manter o lançamento em uma só multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)." Quanto à questão do bis in idem, da mesma forma que no caso do paradigma a contribuinte não juntou ao presente processo "cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso". Não comprovada a ocorrência de duplicidade da exigência, não há como acolher o pleito de nulidade do presente lançamento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Fl. 109DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10850.907850/2011-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3402-000.891
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o presente julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram a presente Resolução.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o presente julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram a presente Resolução. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
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score : 1.0
Numero do processo: 19740.000376/2005-00
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 31 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ
Exercício: 2003
Ementa: DEMONSTRAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL. Para obtenção de benefício fiscal, o artigo 60 da Lei 9.069/95 prevê a demonstração da regularidade no cumprimento de obrigações tributárias em face da Fazenda Nacional. Em homenagem à decidibilidade e ao princípio da segurança jurídica, o momento da aferição de regularidade deve se dar na data da opção do benefício. Entretanto, caso tal marco seja deslocado pela
autoridade administrativa para o momento do exame do PERC, da mesma forma também seria cabível o deslocamento desse marco pelo contribuinte, que se daria pela regularização procedida enquanto não esgotada a discussão administrativa sobre o direito ao benefício fiscal.
Numero da decisão: 1803-000.883
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, nos termos do relatório e do voto que passam a integrar o presente julgado, para fins de afastar a preliminar de descumprimento do artigo 60 da Lei nº 9.069/95, determinando-se o retorno dos autos à unidade de origem, para análise do mérito do pedido.
Matéria: IRPJ - outros assuntos (ex.: suspenção de isenção/imunidade)
Nome do relator: Benedicto Celso Benício Júnior
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Exercício: 2003 Ementa: DEMONSTRAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL. Para obtenção de benefício fiscal, o artigo 60 da Lei 9.069/95 prevê a demonstração da regularidade no cumprimento de obrigações tributárias em face da Fazenda Nacional. Em homenagem à decidibilidade e ao princípio da segurança jurídica, o momento da aferição de regularidade deve se dar na data da opção do benefício. Entretanto, caso tal marco seja deslocado pela autoridade administrativa para o momento do exame do PERC, da mesma forma também seria cabível o deslocamento desse marco pelo contribuinte, que se daria pela regularização procedida enquanto não esgotada a discussão administrativa sobre o direito ao benefício fiscal.
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SEGUROS INDUSTRIAIS Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Exercício: 2003 Ementa: DEMONSTRAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL. Para obtenção de benefício fiscal, o artigo 60 da Lei 9.069/95 prevê a demonstração da regularidade no cumprimento de obrigações tributárias em face da Fazenda Nacional. Em homenagem à decidibilidade e ao princípio da segurança jurídica, o momento da aferição de regularidade deve se dar na data da opção do benefício. Entretanto, caso tal marco seja deslocado pela autoridade administrativa para o momento do exame do PERC, da mesma forma também seria cabível o deslocamento desse marco pelo contribuinte, que se daria pela regularização procedida enquanto não esgotada a discussão administrativa sobre o direito ao benefício fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, nos termos do relatório e do voto que passam a integrar o presente julgado, para fins de afastar a preliminar de descumprimento do artigo 60 da Lei nº 9.069/95, determinandose o retorno dos autos à unidade de origem, para análise do mérito do pedido. (assinado digitalmente) SELENE FERREIRA DE MORAES Presidente Fl. 272DF CARF MF Emitido em 17/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR Assinado digitalmente em 17/06/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BE NICIO JUNIOR Processo nº 19740.000376/200500 Acórdão n.º 1803000.883 S1TE03 Fl. 2 2 (assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JUNIOR Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Roberto Armond Ferreira da Silva, Benedicto Celso Benício Júnior, Walter Adolfo Maresch e Sérgio Rodrigues Mendes. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais – PERC (fls. 01 e ss.), relativo ao anocalendário de 2002, exercício de 2003, formulado, em 17/10/2005, pela empresa acima identificada. Conforme dados constantes da “Ficha 29 – Aplicações em Incentivos Fiscais” da Declaração de Rendimentos (fl .03), o contribuinte destinou parcela do imposto de renda recolhido para aplicação no FINAM. A solicitação do PERC foi realizada, pois, porque os incentivos fiscais destinados na Declaração de Rendimentos não foram confirmados pela Receita Federal, conforme demonstra a pesquisa aos sistemas informatizados da RFB de fls. 64 e 68/70. O pedido de revisão foi indeferido, de acordo com despacho decisório da DIORT/DEINF/RJ, exarado em 05/10/2006 (fls. 100/101), em virtude de a interessada apresentar débitos exigíveis e insolvidos, não fazendo jus ao benefício fiscal, nos termos do art. 60 da Lei n° 9.069/95. As pendências apontadas se referiam, então, a débitos no SIEF cobrança, a passivos constantes do Profisc e a irregularidade nos recolhimentos relativos ao PAES, conforme Processo n° 10768.465414/200402 (fl. 61). Foram juntadas pesquisas aos sistemas da RFB e PGFN (fls. 130/156). O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, protocolizada em 10/11/2006 (fls. 124/126), por meio da qual alegou, em síntese, que: no momento da elaboração do despacho em tela, a exigência fiscal relativa ao Processo nº 10768.465414/200402 já havia sido reincluída no Parcelamento Especial previsto pela Lei nº 10.684/03 (PAES). Desta forma, a cobrança realizada pela SRF é indevida; a inexigibilidade do passivo acima mencionado pode ser confirmada pelo fato de, em 26/06/2006, antes da prolação do despacho recorrido, a própria SRF ter expedido Certidão Positiva de Débitos e de Tributos e Contribuições Federais com Efeitos de Negativa, cuja cópia encontrase à fl. 128. Fl. 273DF CARF MF Emitido em 17/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR Assinado digitalmente em 17/06/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BE NICIO JUNIOR Processo nº 19740.000376/200500 Acórdão n.º 1803000.883 S1TE03 Fl. 3 3 A 5ª TURMA DRJ NO RIO DE JANEIRO RJ I negou provimento à manifestação de inconformidade apresentada, sob os seguintes fundamentos: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Exercício: 2003 PERC. INCENTIVO FISCAL. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Solicitação Indeferida” A decisão recorrida dispôs também que o recorrente deveria, obrigatoriamente, estar em situação regular no momento da concessão, no dia 05/10/2006. A interessada teve ciência desta decisão em 10/09/2008, conforme fl. 146. Inconformada, interpôs Recurso Voluntário a este Conselho, em 10/10/2008 (fls. 142/151), argumentando, em síntese, que: o Processo nº 10768.019930/0010 (FINSOCIAL) encontravase indevidamente inscrito em dívida ativa, conforme reconheceu o M.M. Juízo da 29ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, ao prolatar sentença no Mandado de Segurança nº 2006.51.010034316, determinando a reinclusão da peticionária no PAES, conforme fls. 153/162; em relação à exclusão da recorrente do PAES (Processo nº 10768.465414/200402), a própria SRFB reconheceu a improcedência dos supostos débitos que ocasionaram o evento, motivado por pedido de revisão de ofício protocolizado pela recorrente, como atestam os documentos ora anexados às fls. 164/187; improcedentes são os débitos apontados nos Processos nº 10768.503531/200716 e 10768.503532/200761, pois o primeiro se refere a mero erro de fato cometido, pela RECORRENTE, no preenchimento da DCTF do terceiro trimestre de 2004 (fls. 189/225), ao passo que o segundo se relaciona a multas moratórias atinentes a recolhimentos aos quais a recorrente estava desobrigada, como reconhecido pelo Termo de Intimação n° 205/2007 (fls. 227/244). É o relatório. Fl. 274DF CARF MF Emitido em 17/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR Assinado digitalmente em 17/06/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BE NICIO JUNIOR Processo nº 19740.000376/200500 Acórdão n.º 1803000.883 S1TE03 Fl. 4 4 Voto Conselheiro BENEDICTO CELSO BENÍCIO JUNIOR, Relator: O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos legais para seu seguimento. Dele conheço. O gozo de benefícios fiscais relacionados ao FINAM, repisado pelo contribuinte com a apresentação do PERC de fls. 01 e ss., foi negado, pela Fazenda, em razão de suposta existência de pendências fiscais, na forma do artigo 60 da Lei nº 9.069/1995, in verbis: “Art. 60. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa física ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais.” Não resignado, o interessado pretendeu, por meio do presente recurso, ver apreciado e deferido seu pleito. Entendeu, então, sumariamente, que o PERC versado não poderia ter sido indeferido com base em irregularidades fiscais apuradas apenas posteriormente ao momento da opção pelos benefícios. Outrossim, em relação a cada um dos supostos débitos apontados como impeditivos, apresenta a peticionária alegações específicas, juntando documentos que, em sua visão, corroboram as alegações formuladas. Pois bem. Entendo caber razão ao contribuinte. A análise da regularidade fiscal do contribuinte, para fins de aproveitamento dos benefícios fiscais ínsitos ao FINAM, deveria, preferencialmente, levar em consideração o momento da opção pela benesse. Ainda que este entendimento não esteja expressado em lei, é certo que optante não poderia ficar à mercê da ineficiência da autoridade fazendária, se, no momento da apresentação do DIPJ, já cumpria os requisitos necessários à fruição do benefício fiscal. Isso é o que, pisese, a Súmula CARF nº 37, dotada de efeitos vinculantes, vazada no seguinte vernáculo: “Súmula CARF nº 37: Para fins de deferimento do Pedido de Revisão de Ordem de Incentivos Fiscais (PERC), a Fl. 275DF CARF MF Emitido em 17/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR Assinado digitalmente em 17/06/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BE NICIO JUNIOR Processo nº 19740.000376/200500 Acórdão n.º 1803000.883 S1TE03 Fl. 5 5 exigência de comprovação de regularidade fiscal deve se ater ao período a que se referir a Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica na qual se deu a opção pelo incentivo, admitindose a prova da quitação em qualquer momento do processo administrativo, nos termos do Decreto nº 70.235/72.” Apesar disso, tem sido constante o diferimento, pela Receita Federal, do marco de apuração da regularidade fiscal telada. Tem se tornado comezinha a constatação deste requisito no momento da análise do PERC, apenas, ainda que este venha a ocorrer muito depois da opção. Este Conselho, então, vem firmando entendimento no sentido de também ser possível ao contribuinte deslocar o marco temporal de comprovação de sua regularidade fiscal. Assim, fazse lícito ao interessado expor a ilibação de sua situação a qualquer tempo, em relação a todo e qualquer momento durante a pendência da discussão administrativa. Destarte, ainda que o contribuinte não tenha sido capaz de demonstrar regularidade fiscal no momento da opção, ou, mesmo no átimo da análise do pleito, pode ele promover a extinção de seus débitos, comprovandoa posteriormente, enquanto não esgotado o litígio no processo administrativo. Esta hipótese tem cabimento nos autos. Com efeito, há suficiente prova de cumprimento dos requisitos de gozo do benefício fiscal, por intermédio da comprovação da emissão de Certidão Conjunta de Débitos Positiva com Efeitos de Negativa, válida de 26/06/2006 a 23/12/2006, juntada à fl. 128. De igual maneira, consta, dos autos, Certidão de Regularidade do FGTS, aposta à fl. 53, válida de 05/06/2006 a 04/07/2006. Não há dúvidas, pois, de que o contribuinte detinha situação de regularidade fiscal, no momento em que se analisou a concessão do benefício, em 05/10/2006 – átimo para o qual a Fazenda, arbitrariamente, deslocou a análise da regularidade fiscal da requerente. Assim, englobado o período de prolação do despacho decisório denegatório, é patente que a interessada, em algum momento durante o processo, gozou de regularidade fiscal comprovada. Isto basta. Há julgados, da lavra deste colegiado, que apontam em sentido idêntico: “PERC DEMONSTRAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL Para obtenção de benefício fiscal, o artigo 60 da Lei 9.069/95 prevê a demonstração da regularidade no cumprimento de obrigações tributárias em face da Fazenda Nacional. Em homenagem à decidibilidade e ao princípio da segurança jurídica, o momento da aferição de regularidade deve se dar na data da opção do benefício, entretanto, caso tal marco seja deslocado pela autoridade administrativa para o momento do exame do PERC, da mesma forma também seria cabível o deslocamento desse Fl. 276DF CARF MF Emitido em 17/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR Assinado digitalmente em 17/06/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BE NICIO JUNIOR Processo nº 19740.000376/200500 Acórdão n.º 1803000.883 S1TE03 Fl. 6 6 marco pelo contribuinte, que se daria pela regularização procedida enquanto não esgotada a discussão administrativa sobre o direito ao benefício fiscal. (Ac. 1º. CC 10323.589/08)” Isto posto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, a fim de determinar a devolução dos autos à unidade de origem, para que seja apreciado o mérito do PERC formulado. Sala das Sessões, em 31 de março de 2011. (assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JUNIOR Fl. 277DF CARF MF Emitido em 17/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR Assinado digitalmente em 17/06/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 17/06/2011 por BENEDICTO CELSO BE NICIO JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 19647.004720/2005-90
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
ESTIMATIVA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE.
Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação (Súmula CARF nº 84).
Numero da decisão: 9101-002.666
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento, com retorno dos autos à Unidade de origem para verificação da certeza e liquidez do crédito tributário.
Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Júlio César Soares, OAB-DF 29266, escritório Advocacia Dias de Souza.
[assinado digitalmente]
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2002 ESTIMATIVA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação (Súmula CARF nº 84).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento, com retorno dos autos à Unidade de origem para verificação da certeza e liquidez do crédito tributário. Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Júlio César Soares, OAB-DF 29266, escritório Advocacia Dias de Souza. [assinado digitalmente] Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação (Súmula CARF nº 84). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento, com retorno dos autos à Unidade de origem para verificação da certeza e liquidez do crédito tributário. Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Júlio César Soares, OABDF 29266, escritório Advocacia Dias de Souza. [assinado digitalmente] Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 47 20 /2 00 5- 90 Fl. 250DF CARF MF Processo nº 19647.004720/200590 Acórdão n.º 9101002.666 CSRFT1 Fl. 3 2 Tratase de Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 180100.487, que julgou o recurso voluntário interposto pela contribuinte acerca da possibilidade de compensação de créditos de pagamentos de estimativas. O Acórdão recorrido deu provimento parcial ao recurso voluntário para afastar o argumento jurídico da não homologação, entendendo ser possível a compensação de créditos de pagamentos de estimativas. Em seguida, para comprovar a divergência de interpretação necessária ao conhecimento do seu recurso, a Fazenda Nacional interpôs o presente recurso especial de divergência, por entender que a decisão de reconhecer a possibilidade de compensação do valor indevidamente pago, ou pago a maior, de estimativa é fruto de interpretação da legislação tributária que conflita com a interpretação adotada no acórdão paradigma colacionado aos autos. O recurso foi admitido por meio do despacho do Presidente da Câmara. Após, sobrevieram contrarrazões em que o sujeito passivo defende o acerto da decisão questionada e pugna pela sua manutenção. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9101002.610, de 16/03/2017, proferido no julgamento do processo 10280.900603/200912, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9101002.610): O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento, na forma como foi admitido. O contribuinte apresentou DCOMP apontando indébito oriundo de pagamento a maior de estimativa. Ao apreciar a referida declaração, a Receita Federal não homologou a compensação, sob o fundamento de que o pagamento de estimativa não é passível de compensação, devendo compor a apuração anual do tributo. A decisão recorrida foi no sentido oposto, reconhecendo o direito de o contribuinte compensar o indébito de estimativa, devolvendo os autos para a unidade de origem, para verificação da certeza e liquidez do crédito tributário pleiteado, vez que essa matéria ainda não sofreu apreciação pela Administração Tributária. Fl. 251DF CARF MF Processo nº 19647.004720/200590 Acórdão n.º 9101002.666 CSRFT1 Fl. 4 3 O recurso especial veio para que esta Câmara Superior reforme a decisão recorrida, restabelecendo a declaração de impossibilidade de o contribuinte compensar crédito de estimativa, nos termos da legislação infralegal então em vigor. Todavia, a IN RFB nº 900, de 2008, retirou a referida proibição do ordenamento tributário e é pacífico na jurisprudência administrativa o entendimento de que seus efeitos devem retroagir para alcançar as compensações pendentes de decisão administrativa. Esse entendimento é adotado pela própria Administração Tributária, exteriorizado por meio da Solução de Consulta Interna Cosit n° 19, de 05/12/2011, assim ementada: ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da IN RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicandose, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. Caracterizase como indébito de estimativa inclusive o pagamento a maior ou indevido efetuado a este título após o encerramento do período de apuração, seja pela quitação do débito de estimativa de dezembro dentro do prazo de vencimento, seja pelo pagamento em atraso da estimativa devida referente a qualquer mês do período, realizado em ano posterior ao do período da estimativa apurada, mesmo na hipótese de a restituição ter sido solicitada ou a compensação declarada na vigência das IN SRF nº 460, de 2004, e IN SRF nº 600, de 2005. A nova interpretação dada pelo art. 11 da IN RFB nº 900, de 2008, aplicase inclusive aos PER/DCOMP retificadores apresentados a partir de 1º de janeiro de 2009, relativos a PER/DCOMP originais transmitidos durante o período de vigência da IN SRF nº 460, de 2004, e IN SRF nº 600, de 2005, desde que estes se encontrem pendentes de decisão administrativa. No âmbito deste Tribunal Administrativo, a matéria foi pacificada por meio da Súmula CARF nº 84: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial da Procuradoria, com retorno dos autos à unidade de origem para verificação da certeza e liquidez do crédito tributário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, conheço do recurso especial da Fl. 252DF CARF MF Processo nº 19647.004720/200590 Acórdão n.º 9101002.666 CSRFT1 Fl. 5 4 Fazenda Nacional, e, no mérito, negolhe provimento, com retorno dos autos à unidade de origem para verificação da certeza e liquidez do crédito tributário. assinado digitalmente Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 253DF CARF MF
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Numero do processo: 10830.912272/2012-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Apr 20 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3402-000.941
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara /2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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decisao_txt : ACORDAM os membros da 4ª Câmara /2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Recorrente CASA DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE VALINHOS GRUPO GENTE NOVO RUMO Recorrida FAZENDA NACIONAL ACORDAM os membros da 4ª Câmara /2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que indeferiu o Pedido de Restituição Eletrônico PER, referente a alegado crédito de pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF. Segundo o Despacho Decisório, o DARF informado no PER foi integralmente utilizado na quitação do respectivo débito, não restando crédito disponível para restituição. Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos do § 7º do art. 195, c/c 146, inc. II, ambos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Isso porque tem a natureza jurídica de associação civil sem fins lucrativos e o objetivo de prestar assistência integral à criança e ao adolescente, na forma dos arts. 203 da CF/88 e 2º do Estatuto da Criança. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 12 27 2/ 20 12 -8 7 Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10830.912272/201287 Resolução nº 3402000.941 S3C4T2 Fl. 3 2 Uma vez processada a manifestação de inconformidade, esta foi julgada improcedente nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 RESTITUIÇÃO. PIS – FOLHA DE PAGAMENTO. ATIVIDADE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. INCIDÊNCIA. São contribuintes do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salário, e não sobre o faturamento, as instituições beneficentes de assistência social, de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, quando atendidas as condições e requisitos legais. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido.. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs o recurso voluntário em que alegou, em suma: (i) que é imune ao pagamento do PIS, haja vista o disposto no art. 195, § 7º, c.c. o art. 146, inciso II, ambos da Magna Lex, bem como o disposto no art. 14 do CTN; e, ainda (ii) que a recorrente atende todos os requisitos estabelecidos em lei para gozar da imunidade citada e que, para o período em tela, foi declarada entidade pública federal, nos termos da Portaria Federal n. 685, de 04/04/2007, bem como possui o CEBAS Certificado de Entidades Beneficentes de Assistência Social, sob o n. 71000.114296/200930. É o relatório. Resolução Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402000.939, de 28 de março de 2017, proferida no julgamento do processo 10830.912270/201298, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402000.939: "5. O presente recurso voluntário preenche os pressupostos formais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. 6. Como visto alhures, tratase de pedido de ressarcimento com o fito de ver reconhecido crédito de PIS decorrente da imunidade da recorrente, uma vez que a mesma enquadrarseia no conceito de entidade beneficente. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10830.912272/201287 Resolução nº 3402000.941 S3C4T2 Fl. 4 3 7. Para provar sua condição de entidade beneficente, a recorrente anexa à sua manifestação de inconformidade os documentos de fls. 21/28 [(i) certificado de utilidade pública nacional, emitido pelo Ministério da Justiça; (ii) atestado de registro no Conselho Nacional de Assistência Social; (iii) Portaria Municipal que reconhece o caráter assistencial da recorrente; e, ainda, (iv) cópia da lei municipal n. 4.812/2012, que autoriza a concessão de subvenções às entidades assistenciais do Município de Valinhos, dentre as quais encontrase a recorrente]. 8. Não obstante, juntamente com seu recurso voluntário, o contribuinte apresenta outro documento (fl. 65) que atestaria sua condição de entidade beneficente. Tratase do ofício n. 959/20013, emitido pela Coordenação Geral de Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social, que assim comunica: 9. Da análise de todos os documentos aqui tratados, é possível cogitar que, de fato, a recorrente enquadrase no conceito de entidade assistencial apta a gozar de imunidade tributária. Acontece que, todos os documentos trazidos nos autos pela recorrente com o escopo de provar tal condição referemse à momento posterior ao período do crédito em análise, o qual diz respeito ao mês de fevereiro de 2006 (fl. 32). 10. Neste diapasão, tendo em vista que o acervo probatório trazidos aos autos aparentemente induz à conclusão de que a recorrente preenche as condições para gozar de imunidade tributária, bem com ainda pautado pela ideia de instrumentalidade do processo, resolvo por converter o presente julgamento em diligência para que a unidade preparadora providencie: Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10830.912272/201287 Resolução nº 3402000.941 S3C4T2 Fl. 5 4 · a intimação do contribuinte para apresentar o Certificado de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS válido para o período do crédito aqui vindicado. 11. É a resolução." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório alegado, também foram juntados em cópias nestes autos. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, convertese o presente julgamento em diligência, para que a unidade preparadora intime o contribuinte para apresentar o Certificado de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS válido para o período do crédito aqui vindicado. Após, retornemse os autos para julgamento. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0