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Numero do processo: 10840.004112/2008-67
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 03 00:00:00 UTC 2011
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Ano calendário:2002
OMISSÃO NA ENTREGA DA DCTF. OPÇÃO SIMPLES FEDERAL.
Comprovada a omissão na entrega da DCTF sujeitase
o contribuinte às penalidades da lei de regência, não confirmada a condição de optante pelo SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96).
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano calendário:2002
PEDIDO DE INCLUSÃO RETROATIVA. NOVA DISCUSSÃO.
Não é possível nova apreciação das razões acerca do pedido de inclusão retroativa ao SIMPLES FEDERAL, quando o mérito da matéria já foi objeto de exame em processo específico definitivamente julgado no âmbito administrativo.
Numero da decisão: 1803-001.010
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Walter Adolfo Maresch
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ementa_s : OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Ano calendário:2002 OMISSÃO NA ENTREGA DA DCTF. OPÇÃO SIMPLES FEDERAL. Comprovada a omissão na entrega da DCTF sujeitase o contribuinte às penalidades da lei de regência, não confirmada a condição de optante pelo SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário:2002 PEDIDO DE INCLUSÃO RETROATIVA. NOVA DISCUSSÃO. Não é possível nova apreciação das razões acerca do pedido de inclusão retroativa ao SIMPLES FEDERAL, quando o mérito da matéria já foi objeto de exame em processo específico definitivamente julgado no âmbito administrativo.
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OPÇÃO SIMPLES FEDERAL. Comprovada a omissão na entrega da DCTF sujeitase o contribuinte às penalidades da lei de regência, não confirmada a condição de optante pelo SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 PEDIDO DE INCLUSÃO RETROATIVA. NOVA DISCUSSÃO. Não é possível nova apreciação das razões acerca do pedido de inclusão retroativa ao SIMPLES FEDERAL, quando o mérito da matéria já foi objeto de exame em processo específico definitivamente julgado no âmbito administrativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira De Moraes Presidente. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator. Fl. 47DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARESCH Assinado digitalmente em 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARE SCH Processo nº 10840.004112/200867 Acórdão n.º 180301.010 S1TE03 Fl. 42 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (Presidente), Sérgio Rodrigues Mendes, Walter Adolfo Maresch, Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório VIBROMAQ EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA, pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida pela DRJ RIBEIRÃO PRETO (SP), interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. Adoto o relatório da DRJ por bem retratar os fatos. Versa o presente processo sobre notificação de lançamento (fl. 15), mediante a qual é exigido da contribuinte acima identificada crédito tributário relativo A multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários (DCTF), relativa ao 4° trimestre do anocalendário de 2002, no valor de R$ 500,00. Ciente do lançamento, a contribuinte ingressou com impugnação (fls. 1/10) na qual solicita o cancelamento da exigência tributária, sob alegação de que não apresentou a referida declaração porque se encontrava devidamente inscrita no Simples, razão pela qual não fica obrigada a apresentação da referida declaração. Defendeu a legalidade de sua inclusão no Simples. A DRJ RIBEIRÃO PRETO/SP, através do acórdão 1426.479, de 15 de outubro de 2009 (fls. 19/20), julgou procedente o lançamento, ementando assim a decisão: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2002 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. É devida a multa no caso de entrega da declaração fora do prazo estabelecido. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Ciente da decisão em 25/11/2009, conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 22v), apresentou o recurso voluntário em 17/12/2009 fls. 23/37, onde reitera os argumentos da inicial de que tem direito à inclusão retroativa no SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96) em virtude da atividade exercida, sendo inconstitucional a cobrança por ferir o princípio da irretroatividade da lei tributária. É o relatório. Fl. 48DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARESCH Assinado digitalmente em 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARE SCH Processo nº 10840.004112/200867 Acórdão n.º 180301.010 S1TE03 Fl. 43 3 Voto Conselheiro Walter Adolfo Maresch O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Trata o presente processo de auto de infração emitido eletronicamente por atraso na entrega da DCTF do 4º Trimestre de 2002. Alega a recorrente em síntese: a) Que tem direito à inclusão retroativa, pois sua atividade não se assemelha à de engenheiro conforme equivocadamente foi considerada pela Receita Federal, sendo inconstitucional a cobrança por ferir o princípio da irretroatividade da lei tributária; b) Que se encontra pendente de decisão administrativa definitiva o processo que analisa o pedido de inclusão retroativa no qual demonstra que não realiza atividade vedada. Não assiste razão à interessada. Com efeito, conforme se observa dos elementos contidos nos autos, a empresa foi objeto de intimação para apresentação de DCTF’s de diversos períodos, ocasião em que formulou pedido para inclusão retroativa (fl. 39) desde a data de início de suas atividades – 18/05/2001. O pedido de inclusão retroativa foi formalizado no processo administrativo nº 10840.001896/200367 tendo sido rejeitado em todas as instâncias administrativas com fundamento no exercício de atividade vedada (assemelhada a engenheiro). No âmbito do então Terceiro Conselhos de Contribuintes, foi exarado o Acórdão 30238.460, de 28/02/2007 da 2ª Câmara, com o seguinte teor: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples Anocalendário: 2001 Ementa: EXCLUSÃO DO SIMPLES. É vedada a opção pelo Simples para as pessoas jurídicas que prestam serviços de assistência técnica nas áreas de caldeiraria e mecânica industriais. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Conforme extrato do sistema COMPROT constante à fl. 18 deste processo, verificase que o processo administrativo contendo o pedido de inclusão retroativa já se encontra arquivado desde 18/04/2009, sendo, portanto definitiva a decisão. Fl. 49DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARESCH Assinado digitalmente em 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARE SCH Processo nº 10840.004112/200867 Acórdão n.º 180301.010 S1TE03 Fl. 44 4 Destarte, sendo definitiva a decisão de não inclusão retroativa e sendo defeso nova apreciação por parte deste colegiado julgador, quanto ao mérito da negativa de ingresso no SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), não há como acolher as alegações da recorrente. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator Walter Adolfo Maresch Relator Fl. 50DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARESCH Assinado digitalmente em 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES, 09/08/2011 por WALTER ADOLFO MARE SCH
score : 1.0
Numero do processo: 12266.723619/2014-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Data do fato gerador: 20/08/2014
IMPORTAÇÃO. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. EMBARCAÇÃO NÃO PROCEDENTE DO EXTERIOR OU A ELE DESTINADO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. CARÊNCIA PROBATÓRIA. DESPACHO DECISÓRIO PRÉVIO. DEVER DE COERÊNCIA ("NEMO POTEST VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM"). PROTEÇÃO DA CONFIANÇA.
Diante da ausência de elementos caracterizadores da infração, a Administração entendeu no caso concreto pela atipicidade da conduta em virtude da ausência de provas indicativas de que as embarcações seriam procedentes do exterior ou a ele destinado (art. 104 do Decreto-Lei nº 37/66). Dever de coerência e proteção da confiança ("nemo potest venire contra factum proprium"), devendo ser afastada a multa imposta.
Numero da decisão: 3401-003.290
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira e Fenelon Moscoso de Almeida acompanharam pelas conclusões. Fez sustentação oral, pela recorrente, Drª Adriana Rother, OAB A-319 e Paulo José Santos.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
LEONARDO OGASSAWARA DE ARAÚJO BRANCO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, André Henrique Lemos e Augusto Fiel Jorge D'Oliveira.
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. EMBARCAÇÃO NÃO PROCEDENTE DO EXTERIOR OU A ELE DESTINADO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. CARÊNCIA PROBATÓRIA. DESPACHO DECISÓRIO PRÉVIO. DEVER DE COERÊNCIA ("NEMO POTEST VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM"). PROTEÇÃO DA CONFIANÇA. Diante da ausência de elementos caracterizadores da infração, a Administração entendeu no caso concreto pela atipicidade da conduta em virtude da ausência de provas indicativas de que as embarcações seriam procedentes do exterior ou a ele destinado (art. 104 do DecretoLei nº 37/66). Dever de coerência e proteção da confiança ("nemo potest venire contra factum proprium"), devendo ser afastada a multa imposta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira e Fenelon Moscoso de Almeida acompanharam pelas conclusões. Fez sustentação oral, pela recorrente, Drª Adriana Rother, OAB A319 e Paulo José Santos. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. LEONARDO OGASSAWARA DE ARAÚJO BRANCO Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 6. 72 36 19 /2 01 4- 68 Fl. 986DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, André Henrique Lemos e Augusto Fiel Jorge D'Oliveira. Relatório 1. Tratase de Auto de Infração nº 0227600/00685/14 (Processo Administrativo nº 12266.723619/201468), situado às fls. 01 a 26, lavrado em 02/09/2014, em virtude da acusação de cometimento de ato infracional previsto no parágrafo único do inciso III do art. 104, e no inciso I do art. 105 do DecretoLei 37/1966, e nos arts. 26, 27 (incisos I e II), 28, 688 (inciso III, § 1º) e 689 (inciso I, § 1º) do Decreto 6.759/2009, o que acarretou a aplicação da pena de perdimento de veículos e mercadorias estrangeiras, com conversão em multa à operadora multimodal no valor histórico equivalente a R$ 112.338.229,07. 2. Cumpre esclarecer haver sido lavrado, ainda, na mesma oportunidade, e com base nos mesmos fatos, o Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal de Veículos nº 0227600/SEVIG000057/201490 (Processo Administrativo nº 12266.723337/201461), que impôs a pena de perdimento de veículos (sete balsas e três empurradores) contra a contribuinte recorrente e a empresa W PEREIRA NAVEGAÇÃO, em solidariedade passiva, objeto do processo administrativo n° 12266.723337/201461, apenso aos presentes autos. 3. A contribuinte, ora recorrente, cientificada do auto de infração em 03/09/2014, apresentou impugnação situada às fls. 349 a 408, em 03/10/2014. 4. Em 26/02/2015, a 23ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SPO) prolatou o Acórdão nº 16.006121, sob a relatoria do AuditorFiscal Jorge Lima Abud, conhecendo da impugnação para julgála integralmente improcedente nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 20/08/2014 Operação de transporte de mercadoria estrangeira, importada da China, com destino final em PORTO VELHO/RO (BRASIL). As balsas não mantiveram o curso normal da rota, desviandose para o centro de Manaus, em subida do Rio Negro, e não em descida para Porto Velho, RO. Aproximaramse das balsas (carregadas com mercadoria estrangeira) outras três embarcações não autorizadas, as quais se atracaram àquelas, tornando possível o transbordo das mercadorias estrangeiras. O legislador equipara as condutas tipificadas à (SIC) dano ao Erário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 987DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 987 3 5. A contribuinte interpôs recurso voluntário, situado às fls. 2672 a 2693, no qual alegou, em síntese, preliminarmente: (i) nulidade material, em virtude da impossibilidade de manutenção da pena cumulativa de multa regulamentar em face da decisão proferida no processo 12266.7235589/201490 que julgou improcedente o auto de infração de perdimento dos veículos; (ii) da ilegitimidade passiva por inexistência de responsabilidade objetiva; (iii) nulidade da multa de perdimento convertida em multa regulamentar por erro essencial consistente na ausência de fato gerador, afronta ao princípio da legalidade e aos princípios da tipicidade e da verdade material; e, quanto ao mérito: (iv) que quando foram abordadas pelos fiscais as embarcações não se encontravam em zona primária, pois não se trata de porto alfandegado, e que elas sequer se encontravam atracadas, mas estado denominado "amarração" entre as embarcações, situação comum no caso de espera, como no caso, em porto privado indevidamente chamado de clandestino pela autoridade fiscal; (v) que não houve desvio de rota e tampouco omissão de escala de atracação, não havendo de se confundir "rota" com "rumo", sendo que a legislação determina informação a respeito da parada e escala somente em portos, sendo que no caso concreto a parada não ocorreu em porto, mas em base operacional do transportador W. Pereira Navegação, não sujeita a prévia informação na escala; (vi) a inexistência de dano ao erário, ou sequer risco de dano ao erário na medida em que o transportador não agiu com máfé ou dolo, não descumpriu qualquer dispositivo legal citado na autuação, não desviou da rota e tampouco atracou em porto alfandegado ao lado de outro navio de modo a permitir o transbordo da carga, agiu de acordo com os ditames legais previstos ao caso, não obstruiu ou dificultou a fiscalização aduaneira, não deixou de recolher os tributos incidentes na importação; (v) caso não prosperem seus argumentos, requer a redução da multa regulamentar para 1% do valor aduaneiro da mercadoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Leonardo Ogassawara de Araújo Branco 6. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. 7. Observase, inicialmente, a título de uma melhor elucidação da matéria em exame, que os lançamentos tiveram como origem operação de transporte de mercadoria estrangeira abaixo descrita, em conformidade com documentação, situada à fl.684, acostada aos presentes autos, importada da China, pela empresa ENERGIA SUSTENTÁVEL DO BRASIL S.A. Fl. 988DF CARF MF 4 8. A mercadoria era proveniente da República Popular da China e tinha, como destino final, PORTO VELHO/Rondônia (RO), no Brasil, tendo como operadora multimodal a ora recorrente. 9. Para organização da logística da operação, a recorrente contratou o embarque da carga no porto de origem no navio "FORESIGHT", de bandeira de Antigua & Barbuda, encarregado de transportar a mercadoria até o Porto de Manaus (AM/BR). 10. Por questões de navegabilidade e calado dos rios envolvidos, a partir deste ponto precisou realizar o transbordo da carga para balsas e empurradores com a finalidade de, enfim, prosseguir até Porto Velho (RO/BR), o destino final. 11. Uma vez estabelecida a logística da operação, a recorrente solicitou à Alfândega do Porto de Manaus autorização para realizar a referida transferência no terminal alfandegado Super Terminais, o que foi concedido no dia 14/08/2014 por meio da Informação SEVIG nº 091/2014, processo 12266.723337/201461. 12. Ocorre que o Serviço de Vigilância e Controle Aduaneiro (SEVIG) recebeu denúncia de irregularidade nas operações de transbordo do transportador em referência, o que culminou com a articulação de uma operação de vigilância e de controle aduaneiro para efeito de verificação da consistência dos fatos denunciados que teve início em 18/08/2014 por meio do monitoramento do transbordo, anterior ao despacho, de mercadoria em processo de importação da China pela empresa ENERGIA SUSTENTÁVEL DO BRASIL S.A., consistente em partes de gerador de hidrelétrica. 13. A mercadoria do navio contratado pela recorrente ("FORESIGHT") seria, em seguida, alocada para 7 balsas (transbordo), movidas por 3 empurradores pertencentes à empresa W PEREIRA NAVEGAÇÃO LTDA., acobertada por manifesto do tipo "baldeação de carga estrangeira" (BCE) em complementação ao transporte internacional até o porto de destino final. 14. Tais balsas deveriam levar a mercadoria estrangeira para a cidade de Porto Velho (RO/BR), onde as informações dos trajeto seriam registradas (art. 12 da Instrução Normativa RFB nº 800, de 27/12/2007). 15. Em 20/08/2014, finalizado o transbordo da mercadoria para as balsas, iniciouse a viagem ao destino previsto. 16. Ocorre que as balsas não mantiveram o curso previsto, desviandose para o centro de Manaus, em subida do Rio Negro, e não em descida para Porto Velho, destino autorizado em conformidade com documento de Escala e Conhecimento Eletrônico. Fl. 989DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 988 5 17. Segundo se depreende do relatório fiscal, configurouse, neste momento, a infração de desvio de rota oficial, em conformidade com o art. 27 do Decreto nº 6.759/09: Decreto nº 6.759/09 Art. 27. É proibido ao condutor de veículo procedente do exterior ou a ele destinado: (...). III. desviálo da rota estabelecida pela autoridade aduaneira, sem motivo justificado. 18. A constatação do ato infracional, ainda de acordo com a informação da autoridade fiscal, levou o SEVIG em parceria com a Polícia Federal e a NUREP (Núcleo de Repressão da ALFMNS) a prosseguir com a operação de vigilância que envolveu "(...) quase 30 servidores federais". 19. A equipe incumbida da operação constatou, então, que as balsas em referência "(...) tiveram como destino o estaleiro (porto clandestino, sem autorização da ANTAQ) da W PEREIRA NAVEGAÇÃO LTDA., que é localizado a poucos metros da Ponte Rio Negro, ao qual se atracaram", cometendo, assim, mais uma infração: Decreto nº 6.759/09 Art. 27. É proibido ao condutor de veículo procedente do exterior ou a ele destinado: (...). I. estacionar ou efetuar operações de carga ou descarga de mercadoria, inclusive transbordo, fora de local habilitado. 20. Aproximaramse, então, das balsas, outras 2 balsas movidas por 1 empurrador, embarcações estas não autorizadas que "(...) se atracaram àquelas, tornando possível o transbordo das mercadorias estrangeiras", o que configuraria, por seu turno, outra infração, em conformidade com a primeira parte do inciso III do art. 104 do DecretoLei nº 37/1966, com idêntica redação do inciso III do art. 688 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.759/2009, configurandose, portanto, dano ao Erário: DecretoLei nº 37/1966 Art. 104. Aplicase a pena de perda do veículo nos seguintes casos: III quando a embarcação atracar a navio ou quando qualquer veículo, na zona primária, se colocar nas proximidades de outro, vindo um deles do exterior ou a eles destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou carga, sem observância das normas legais e regulamentares. Decreto nº 6.759/09 Art. 688. Aplicase a pena de perdimento do veículo nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário: (...) III quando a embarcação atracar a navio ou quando qualquer veículo, na zona primária, se colocar nas proximidades de outro, um deles procedente do exterior ou a ele destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou de carga, sem observância das normas legais e regulamentares. Fl. 990DF CARF MF 6 21. Em virtude da constatação do "risco aduaneiro", as equipes da Polícia Federal e da Receita Federal abordaram o transportador W PEREIRA NAVEGAÇÃO LTDA e passaram a realizar a inspeção das mercadorias, que constataram estar intactas e "(...) se confirmou a atracação, a contrabordo, das embarcações não autorizadas" às 7 balsas. 22. Seguiuse à lavratura do Termo de Constatação Fiscal nº 101A /2014 e o transportador W PEREIRA NAVEGAÇÃO LTDA., contratado pela recorrente, foi intimado a conduzir as balsas com as mercadorias importadas de volta ao porto Super Terminais para vistoria física da carga. 23. Em 22/08/2014, foi realizada a inspeção das mercadorias e não se constatou nenhuma irregularidade. Na mesma oportunidade, foram lavrados o Termo de Constituição de Fiel Depositário n° 002/2014 e o Termo Retenção n° 006/2014, determinando se, por fim, a pena de perdimento das mercadorias com fundamento no inciso I, do artigo 689 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n° 6.759/2009: Decreto nº 6.759/09 Art. 689. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário: I em operação de carga ou já carregada em qualquer veículo, ou dele descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito, da autoridade aduaneira, ou sem o cumprimento de outra formalidade essencial estabelecida em texto normativo. 24. A autoridade fiscal realizou o lançamento da multa equivalente ao valor aduaneiro, com fundamento no art. 699 o Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto n° 6.759/2009: Decreto nº 6.759/09 Art. 699. Nos casos de dano ao Erário, se ficar provada a responsabilidade do operador de transporte multimodal, sem prejuízo da responsabilidade que possa ser imputável ao transportador, as penas de perdimento referidas neste Decreto serão convertidas em multas, aplicáveis ao operador de transporte multimodal, de valor equivalente ao do bem passível de aplicação da pena de perdimento. 25. Concluiu a autoridade fiscal, a partir do procedimento fiscalizatório em referência, que a transportadora W. Pereira Navegação teria infringido os incisos III e II do art. 104 do DecretoLei nº 37/66, observada a aplicação do parágrafo único do dispositivo em comento: DecretoLei nº 37/66 Art.104. Aplicase a pena de perda do veículo nos seguintes casos: (...) II quando o veículo transportador efetuar operação de descarga de mercadoria estrangeira ou a carga de mercadoria nacional ou nacionalizada fora do porto, aeroporto ou outro local para isso habilitado; III quando a embarcação atracar a navio ou quando qualquer veículo, na zona primária, se colocar nas proximidades de outro, vindo um deles do exterior ou a eles destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou carga, sem observância das normas legais e regulamentares; Fl. 991DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 989 7 IV quando a embarcação navegar dentro do porto, sem trazer escrito, em tipo destacado e em local visível do casco, seu nome de registro; V quando o veículo conduzir mercadoria sujeita à pena de perda, se pertencente ao responsável por infração punível com aquela sanção; VI quando o veículo terrestre utilizado no trânsito de mercadoria estrangeira desviarse de sua rota legal, sem motivo justificado: Parágrafo único. Aplicamse cumulativamente: I no caso do inciso II do caput, a pena de perdimento da mercadoria 26. Em decorrência da constatação da figura do dano ao Erário, foram lavrados dois autos de infração: (i) aquele discutido no Processo Administrativo nº 12266.723337/201461, apenso aos presentes autos, que impôs a pena de perdimento de veículos (sete balsas e três empurradores); e (ii) aquele objeto do caso em debate (Processo Administrativo nº 12266.723619/201468), que impôs a pena de perdimento convertida em multa à recorrente no valor histórico equivalente a R$ 112.338.229,07. 27. Observase, ademais, para a devida compreensão do caso, que o julgador de primeira instância administrativa, em longo arrazoado, depois de enfrentar as questões preliminares, repetiu, em outras palavras, os exatos termos do auto de infração, bem como o recorde normativo que o fundamenta,1 de maneira a concluir que a inspeção in loco confirmou "(...) a atracação, a contrabordo, das embarcações, não autorizadas, às 7 balsas e 3 empurradores, autorizados, da mercadoria estrangeira". 28. A contribuinte argumenta, em suas razões recursais, entre outros pontos que merecem a oportuna análise neste momento, a inexistência de dano ao Erário, ou sequer do risco de sua configuração, pois não teria agido com dolo ou máfé, não desviou da rota ou atracou em porto alfandegado ao lado de outro navio de modo a permitir o transbordo da carga, não obstruiu ou dificultou a fiscalização aduaneira e não deixou de recolher os tributos incidentes na importação. 29. Embora esta turma já tenha decidido, de maneira correta, em mais de uma oportunidade, tratarse de discussão inócua aquela sobre a existência ou não do dano ao Erário, uma vez definida esta figura pelo art. 23 do DecretoLei nº 1.455/1976, que remete, por seu turno, a dispositivos do DecretoLei nº 37, sendo particularmente importante ao presente caso o inciso I do art. 105,2 como, e.g., no Acórdão CARF nº 3401003.244, de 27/09/2016, importa antes perscrutar se de fato se aplicam tais previsões concernentes à materialidade do fato típico aos fatos concreta e provadamente praticados pela contribuinte recorrente. 30. Tal análise, não obstante, já foi feita pela própria Administração Pública no Processo Administrativo nº 12266.723337/201461, no qual se julgou inaplicável a pena de perdimento das embarcações. 1 O parágrafo único do inciso III do art. 104, e no inciso I do art. 105 do DecretoLei 37/1966, e os arts. 26, 27 (incisos I e II), 28, 688 (inciso III, § 1º) e 689 (inciso I, § 1º) do Decreto 6.759/2009. 2 DecretoLei nº 37/1966 Art.105 Aplicase a pena de perda da mercadoria: I em operação de carga ou já carregada, em qualquer veículo ou dele descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito da autoridade aduaneira ou não cumprimento de outra formalidade especial estabelecida em texto normativo. Fl. 992DF CARF MF 8 31. A contribuinte realiza, portanto, não o debate sobre o conceito de dano ao Erário, por inócuo conforme referido, mas simplesmente sobre a adequação ou não da conduta efetivamente praticada com o inciso III do art. 104 e o inciso I do art. 105 do Decreto Lei nº 37/1966, a seguir transcritos: DecretoLei nº 37/66 Art.104. Aplicase a pena de perda do veículo nos seguintes casos: (...) III quando a embarcação atracar a navio ou quando qualquer veículo, na zona primária, se colocar nas proximidades de outro, vindo um deles do exterior ou a eles destinado, de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou carga, sem observância das normas legais e regulamentares (...) Art. 105. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria: (...) I em operação de carga ou já carregada, em qualquer veículo ou dele descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito da autoridade aduaneira ou não cumprimento de outra formalidade especial estabelecida em texto normativo. 32. A questão granjeia centralidade na medida em que Parecer Técnico Conclusivo ALF/MNS/Secat nº 13, emitido em 27/03/2015 e situado às fls. 756 a 760 dos autos eletrônicos do Processo nº 12266.723589/201490, apenso aos presentes autos, ponderou que o fundamento para a aplicação da pena de perdimento dos veículos foi o inciso III do art. 104 do DecretoLei nº 37/1966, aplicável quando a embarcação se colocar nas proximidades de outro, vindo um deles do exterior ou a ele destinado. No mesmo sentido, o art. 688 do Decreto nº 6.759/09 determina a aplicação da pena de perdimento quando uma embarcação se colocar nas proximidades de outra, sendo uma delas "procedente do exterior ou a ele destinado". 33. A partir do recorte normativo traçado, da perspectiva do Parecer Técnico, para a cominação da penalidade em referência, a conduta deve conjugar os seguintes elementos: (i) devese observar "a embarcação atracar a navio" ou "qualquer veículo, na zona primária, se colocar nas proximidades de outro"; (ii) um deles "procedente do exterior" ou "a ele destinado"; e (iii) de modo a tornar possível o transbordo de pessoa ou carga sem observância das normas legais e regulamentares. 34. A partir de tais critérios, realizou a autoridade fiscal a seguinte análise: "Destacase que ou a embarcação ou o navio devem ser procedente do exterior ou a ele destinado. No entanto, tal elementar não estava presente no caso concreto, o que conduz ao afastamento da penalidade proposta. Para a aplicação de uma penalidade é imprescindível a perfeita subsunção do fato à norma, em respeito ao princípio da tipicidade. No caso, a penalidade só poderia ser aplicada se a embarcação ou o navio fossem procedentes do exterior ou ao exterior estivessem destinados. Não há elementos no auto de infração que indiquem que as 7 (sete) balsas e os 3 (três) empurradores utilizados no transbordo autorizado eram procedentes do exterior, sendo que o destino é indicado como sendo nacional (Porto Velho/RO). Fl. 993DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 990 9 Também não há subsídios no auto de infração indicando que as outras três embarcações (Micinha V I e XIX, e e mpurrador não identificado) eram procedentes do exterior ou ao exterior estivessem destinados. Assim, nem os veículos que transportavam as mercadorias, nem os que se aproximaram deles, eram procedentes do exterior ou ao exterior estavam destinados. A conduta do interessado não é típica, por ausência de elemento caracterizador da infração. Ressaltase que foi escorreito o auto de infração quando afirmou que o controle aduaneiro da carga estrangeira deve ser efetivo e presente também nos casos de cargas baldeadas ou transbordadas. Entretanto, na aplicação de penalidades, a tutela estatal deve respeitar a estrita legalidade, afastandose qualquer possibilidade de analogia in malam partem. Por esse motivo, não se pode considerar, para fins de aplicação da citada penalidade, que o transporte de carga transbordada seja uma longa manus do transporte internacional. Em outras palavras, o enquadramento de uma penalidade deve obedecer a determinação indicada no dispositivo penalizador. A norma penalizadora é taxativa. Assim, qualquer interpretação que considere as 7 (sete) balsas e os 3 (três) empurradores procedentes do exterior fere o princípio da legalidade estrita" (seleção e grifos nossos). 35. A proposta do Parecer Técnico no sentido da improcedência do auto de infração lavrado foi integralmente acolhida pelo Despacho Decisório, situado à fl. 761, nos seguintes termos: "Nos termos do PARECER TÉCNICO CONCLUSIVO Nº 13/2015, do Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário Secat, desta Alfândega, que aprovo e adoto, e, no uso da competência atribuída pelo art. 302, inciso IV, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, resolvo CONHECER da impugnação interposta, ante a sua tempestividade, e darlhe PROVIMENTO, exclusivamente no que se refere ao mérito da autuação, para o fim de JULGAR IMPROCEDENTE o Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal (AI/TAGF) nº 0227600/SEVIG000057/2014, lavrado em 01/09/2014". 36. De fato, uma vez afastada a conduta (dano ao erário), em virtude não apenas de carência probatória, mas da própria inadequação ao fato típico que funda a acusação fiscal, não subsiste a aplicação do art. 29 da Lei nº 9.611/1998, que regulamenta o transporte multimodal. Lei nº 9.611/1998 Art. 29. Nos casos de dano ao erário, se ficar provada a responsabilidade do Operador de Transporte Multimodal, sem prejuízo da responsabilidade que possa ser imputável ao transportador, as penas de perdimento, previstas no Decretolei nº 37, de 18 de novembro de 1966, e no Fl. 994DF CARF MF 10 Decretolei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, serão convertidas em multas, aplicáveis ao Operador de Transporte Multimodal, de valor equivalente ao do bem passível de aplicação da pena de perdimento. Parágrafo único. No caso de pena de perdimento de veículo, a conversão em multa não poderá ultrapassar três vezes o valor da mercadoria transportada, à qual se vincule a infração. 37. Aplicase, portanto, a pena de perdimento ao transportador multimodal se, cumulativamente, atendidos os seguintes critérios: (i) configurado o dano ao Erário; e (ii) comprovada a sua responsabilidade. 38. De fato, uma vez afastada a conduta (dano ao erário), em virtude não apenas de carência probatória, mas da própria inadequação ao fato típico que funda a acusação fiscal, não subsiste a aplicação do art. 29 da Lei nº 9.611/1998, que regulamenta o transporte multimodal, restando prejudicada, inclusive, a argumentação acerca da comprovação da responsabilidade do terceiro. 39. Assim, a contribuinte, operadora de transporte multimodal, poderá ser considerada responsável solidária, perante a Fazenda Nacional, pelo crédito tributário exigível; contudo, diante da inexistência de dano imputável ao transportador, evidentemente não prevalece a regra de solidariedade, mas de atipicidade da conduta dos agentes, em conformidade com a jurisprudência deste Conselho, conforme Acórdão CARF nº 3402 002.362, de relatoria do Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, julgado em sessão de 23/04/2014: IMPORTAÇÃO INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRINCÍPIO DA TIPICIDADE ATIPICIDADE DA CONDUTA. O Princípio da Tipicidade exige, não só que as condutas tributáveis e as respectivas obrigações e sanções tributárias delas decorrentes, sejam prévia e exaustivamente tipificadas pela lei, mas que a tributabilidade e responsabilidade de uma conduta somente se dêem quando ocorra sua exata adequação ao tipo legal, sendo incabível o emprego de analogia ou interpretação extensiva, para a instituição ou imputação de obrigação tributária (arts. 108, § 1º e 111, inc. III do CTN), não prevista expressamente na descrição da lei tributária especifica. Para a configuração das infrações previstas no art. 105, inc. XI do Decretolei nº 37/66 e art. 23, inc. V do Decretolei 1.455/76, que autorizam a aplicação da severa pena de perdimento ou da multa alternativa (art. 23, § 3º do DecretoLei nº 1.455/76), é imprescindível a comprovação do efetivo dano ao erário consubstanciado na falta de pagamento parcial dos tributos aduaneiros em razão de “artifício doloso”, bem como da “ocultação” “mediante fraude ou simulação”, de quaisquer dos intervenientes na importação ou exportação expressamente mencionados, sob pena de atipicidade da conduta. IMPORTAÇÃO INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA SANÇÃO. Fl. 995DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 991 11 Tratandose de infrações dolosas legalmente conceituadas como crimes (arts. 334, § 3º e 299 do CP), a responsabilidade pela sanção administrativa é pessoal do agente (art. 137 do CTN), não podendo a sanção passar da pessoa do infrator (art. 5º, XLV da CF/88), nem transmitirse a pessoas alheias à infração (nemo punitur pro alieno delicto), sequer pela via transversa de suposta solidariedade em penalidade aplicada a outro infrator (art. 100 do Dec.lei nº 37/66). 40. Observase que o presente voto adota como premissa a posição emanada pela autoridade fiscal no Despacho Decisório acima transcrito, ato administrativo vocacionado exclusivamente ao caso concreto em debate. Tal postura é consentânea com a concepção materializada na expressão nemo potest venire contra factum proprium, ou nulli concedictur venire contra factum proprium, ora entendida como corolário da segurança jurídica, da proteção da confiança e da previsibilidade, predicado pelo Supremo Tribunal Federal como vera vedação a comportamentos contraditórios.3 41. Tal vetor proibitivo opera naqueles casos em que a contribuinte "(...) tem a sua confiança, gerada por um ato estatal anterior, frustrada por uma nova manifestação estatal posterior contraditória",4 com algum parentesco com duas velhas conhecidas do direito privado, a surrectio e a supressio, que igualmente tutelam a confiança no decurso do tempo, devendo ser interpretadas de acordo com as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas: para além de construções doutrinárias, são figuras alçadas à condição de normas complementares das leis, dos tratados, das convenções e dos decretos. A cláusula obstativa de surpresa ou de quebra de segurança do inciso III e parágrafo único do art. 100 do Código Tributário Nacional permite que todas as exações, com exceção do principal, sejam excluídas: o legislador relega ao esquecimento a arrecadação indesejada, deixandoa para trás junto com o canteiro da incerteza em que ela germinou. 42. As preocupações em torno da bona fide, aliás, são frequentes no direito e na reflexão sobre o seu abuso; manifestamse em expressões antigas como tu quoque ou exceptio doli, sobretudo nas relações entre os particulares, onde encontraram o seu berço jurídico, o que não impede o aplicador de considerálas vetores interpretativos importantes para iluminar as relações jurídicas pautadas antes pelo primado do direito do que por disposições de império, como são as relações tributárias. Por este motivo, não é de se espantar que o jurisdicionado reclame o seu direito à aplicação estável das normas, a ponto de haver regras expressas de vinculação à conduta pretérita no próprio Código Tributário Nacional, a exemplo da regra limitativa de revisão de lançamento, dispositivo "(...) severo com o Fisco",5 sobre o qual já escrevemos em outras oportunidades, como no Acórdão CARF nº 3401003.117, de 16/03/2016. O entendimento, ademais, não se limita ao Brasil, e há de se observar que uma considerável parte das decisões do Tribunal de Luxemburgo fazerem referência, em seus 3 Supremo Tribunal Federal REsp 1143216/RS, 1ª Seção, relator Ministro Luiz Fux, acórdão publicado em 09/04/2010. 4 ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica – entre permanência, mudança e realização no direito tributário. São Paulo: Editora Malheiros, 2011, p. 401. 5 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. São Paulo: Editora Saraiva, 16ª edição, 2010, pp. 380381. Fl. 996DF CARF MF 12 fundamentos, à expectativa de proteção da confiança ("principle of the legitimate expectations") descrito em substancioso estudo de 2000 por Søren Schønberg.6 43. A expectativa da aplicação estável da norma deve ser alentada pelos seus aplicadores, quer se encontrem nas esferas administrativas ou judiciais, como preleciona Luís Flávio Neto em artigo científico recentemente publicado: "Quando o Fisco emite um ato administrativo, tornando transparente a sua interpretação quanto à mais correta aplicação do Direito a uma determinada situação, instalase um farol em meio à tempestade de incertezas (...). A carga normativa dos princípios da segurança jurídica, da proteção da confiança, da tutela da boafé objetiva e da moralidade pública não se esgota com o art. 100 do CTN, que tutela, como se viu, apenas algumas situações. Tendo em vista o critério de discrímen eleito pelo legislador, é possível aferir que a restrição imposta por esse dispositivo não seria aplicável na hipótese de atos administrativos emitidos diretamente ao contribuinte com a potencialidade de lhe induzir à prática do fato gerador do tributo, com vistas à interpretação fazendária que o considerava sujeito a tratamento mais benéfico. Em situações como essas, então, a boafé objetiva, a proteção da confiança e a segurança jurídica poderiam socorrer o contribuinte, com uma aplicação mais ampla da norma geral de não autuação de condutas condizentes com interpretações oficiais do Fisco. Entre situações dessa natureza, é possível cogitar, por exemplo, soluções de consulta formuladas pelo contribuinte ou, ainda, decisões em processos administrativos de que este seja parte. (...) A ideia central é que o contribuinte, ao pautar os seus atos em determinadas modalidades de atos da Administração Fiscal, potencialmente capazes de lhe gerar legítimas expectativas de cumprimento, não tenha a sua confiança arbitrariamente frustrada, com a imposição incerta de prejuízo surpresa. Do contrário, como adverte Humberto Ávila, o seu investimento, em vez de orientado e respeitado pelo Direito, transformarseia em jogo de azar (...). Por fim, observase que o escasso material legislado sobre a matéria evidencia a quem competirá tornar efetivos os valores narrados (...). Cumpre aos tribunais vivificálos e (...) é incumbência e vocação da própria Administração Fiscal tornar cotidiana, fluida e intensa a calibração de suas próprias condutas, com manutenção de diálogo transparente com o contribuinte, do qual se espera, igualmente, boafé"7 (seleção e grifos nossos). 44. A “(...) segurança jurídica pode da mesma forma ter como objeto não a norma propriamente dita, mas a sua aplicação uniforme”8 e, adicionase, sem prejuízo, a sua aplicação estável, sobretudo em caso como o presente em que o núcleo da conduta típica da acusação fiscal restou afastado por despacho decisório exarado com fundamento no conjunto probatório produzido pela equipe fiscalizadora no caso concreto. Adotase, por prudente, neste 6 SCHØNBERG, Søren. Legitimate Expectations in Administrative Law. Oxford: Oxford University Press, 2000, 270 pp. 7 FLÁVIO NETO, Luís. "Segurança jurídica, proteção da confiança, boafé e proibição de comportamentos contraditórios no direito tributário: 'nemo potest venire contra factum proprium'". São Paulo: IBDT/Edições Loyola, Revista de Direito Tributário Atual nº 36, 2º semestre de 2016, pp. 222239. 8 ÁVILA, Humberto. Op. Cit., p. 401. Fl. 997DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 992 13 sentido, a recomendação noticiada por Flávio Rubinstein para a aplicação da doutrina dos atos próprios: "(...) uma das teorias judiciais mais elaboradas e aplicadas como resultado da determinação de condutas desleais é a doutrina conhecida como 'venire contra factum proprium'. Essa doutrina (...) compreende a proibição de 'vir contra os atos próprios', ou seja, de exercitar um direito em contradição com uma conduta anterior que tenha despertado confiança na outra parte da relação jurídica, contradição esta que violaria frontalmente o princípio da boafé objetiva. De fato, esse princípio exige que o comportamento dos sujeitos públicos ou privados sejam coerentes e merecedores de confiança, de modo que a contradição da própria conduta pode ser considerada uma infração a este princípio. Nesse passo, a vedação (...), uma máxima dotada de amplo valor para a justiça material, caracterizarseia como uma das facetas da função da função da boafé objetiva voltada à limitação de direitos subjetivos. Com base nas lições de jurisprudência do Tribunal Constitucional da Espanha, GONZÁLEZ MÉNDEZ aponta três requisitos para a utilização da doutrina dos próprios atos, quais sejam: (i) o ato que se pretende combater deve ter sido realizado voluntariamente; (ii) deve haver um nexo causal entre o acordado pelas partes, ou ato realizado, e a conduta posterior; e (iii) os atos que devem ser respeitados pelo autor precisam ser realizados com o fim de criar, modificar ou extinguir algum direito definindo de forma definitiva a respectiva situação jurídica"9 (seleção e grifos nossos). 45. No caso vertente: (i) o critério da voluntariedade é expungido diante do dever de ofício da autoridade fiscal; (ii) há nexo causal ou etiológico entre o ato realizado, o despacho decisório, e a conduta posterior, o presente julgamento, uma vez que ambos se referem ao mesmo conjunto fáticoprobatório e são enunciados como o entendimento da Administração Pública sobre o comportamento dos jurisdicionados; (iii) por fim, o ato a ser respeitado, i.e., a disposição do despacho decisório, foi definidor de uma situação jurídica de forma a declarar a atipicidade da conduta praticada, não caracterizadora de dano ao Erário. 46. Ainda assim, cumpre observar que, a partir da análise dos documentos e da narrativa expendida até o presente momento, de toda sorte não é possível se afirmar a "(...) atracação de navio em zona primária tornando possível o transbordo da carga" que permitiria a aplicação do inciso III do art. 104 do DecretoLei nº 37/66. 47. Isto porque, no momento em que ocorreu a operação, segundo os termos da informação fiscal que acompanha o auto de infração, as embarcações se encontravam no local de apoio operacional do transportador (W PEREIRA NAVEGAÇÃO) 9 RUBINSTEIN, Flávio. Boafé objetiva no direito financeiro e no direito tributário brasileiros. Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, sob orientação do Professor Titular Régis Fernandes de Oliveira, 2008, pp. 4142. Fl. 998DF CARF MF 14 que não se trata de posto alfandegado, o que não se coaduna com a definição do art. 3º do Regulamento Aduaneiro.10 48. Não se produz suficiente prova, ademais, de que as embarcações de fato estariam "atracadas", pois, conforme argumentação da contribuinte, o que se observou foi a mera amarração para espera, ressentindose o local de apoio do transportador sequer de condições técnicas de descarga das peças e mercadorias transportadas: 49. A decisão de primeira instância administrativa, diante da argumentação acima transcrita, fundamenta a manutenção do auto de infração no inciso I do art. 689 do Regulamento aduaneiro, que não faz qualquer referência à zona primária: 10 Decreto nº 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro) Art. 3º A jurisdição dos serviços aduaneiros estendese por todo o território aduaneiro e abrange: I a zona primária, constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela autoridade aduaneira local: a) a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos alfandegados; b) a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e c) a área terrestre, que compreende os pontos de fronteira alfandegados; e II a zona secundária, que compreende a parte restante do território aduaneiro, nela incluídas as águas territoriais e o espaço aéreo. § 1o Para efeito de controle aduaneiro, as zonas de processamento de exportação, referidas no art. 534, constituem zona primária. § 2o Para a demarcação da zona primária, deverá ser ouvido o órgão ou empresa a que esteja afeta a administração do local a ser alfandegado. § 3o A autoridade aduaneira poderá exigir que a zona primária, ou parte dela, seja protegida por obstáculos que impeçam o acesso indiscriminado de veículos, pessoas ou animais. § 4o A autoridade aduaneira poderá estabelecer, em locais e recintos alfandegados, restrições à entrada de pessoas que ali não exerçam atividades profissionais, e a veículos não utilizados em serviço. § 5o A jurisdição dos serviços aduaneiros estendese ainda às Áreas de Controle Integrado criadas em regiões limítrofes dos países integrantes do Mercosul com o Brasil. Fl. 999DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 993 15 50. Diante da argumentação da contribuinte no sentido de que o estaleiro (local de apoio do transportador, onde ocorreu a inspeção) não seria clandestino, uma vez que pertence ao Estaleiro Rio Negro, devidamente registrado na ANTAQ, a decisão de primeira instância administrativa remete novamente ao idêntico fundamento normativo (inciso I do art. 689 do Regulamento Aduaneiro): 51. A contribuinte argumenta, ainda, a completa impossibilidade técnica da realização do transbordo, por inexistir não apenas no local da inspeção, como tampouco em toda cidade de Manaus, estrutura de içamento de carga capaz de passar as peças de uma balsa para outra, sendo que, mesmo em Porto Velho, destino final da mercadoria, a descarga é realizada diretamente para a terra por meio de uma rampa construída especificamente para essa finalidade. 52. A argumentação da contribuinte é acompanhada de repertório documental, e.g. o "documento nº 15" apresentado em conjunto com suas razões de impugnação, que apresenta Laudo Técnico emitido em 20/09/2014, situado às fls. 680 a 717, no qual se esclarece que seria necessário um "(...) guindaste capaz de levantar uma carga de Fl. 1000DF CARF MF 16 220 ton a uma distância não inferior a 30 metros (...), portanto um momento de carga de 220 x 30 = 6.600 ton.m". Esclarece, ainda, que: "Existem pouquíssimos guindastes no Brasil (nenhum deles na região de Manaus) que se aproximam dessa capacidade, como por exemplo o guindaste envolvido na construção do Estádio de Itaquera, em São Paulo. A exemplo do que aconteceu no mencionado acidente, estes guindastes necessitam de uma condição de nivelamento, compactação e resistência do solo que o terreno em questão não dispõe" (seleção e grifos nossos). 53. Diante da inexistência de tal aparato em Manaus, a alternativa para descarregar a mercadoria seria por meio de rolamento ("rolloff") com carretas especiais, o que demandaria, por seu turno, a construção de uma rampa de terra na área, ou, ainda, de uma rampa metálica fabricada para esta finalidade, desde que se construísse, para tanto, um porto no local. 54. Tal rampa foi construída no local do destino pela contribuinte recorrente, conforme se denota das seguintes imagens: 55. Da análise do local da inspeção, a partir das fotos que instruem o laudo realizado pela autoridade fiscal e que acompanham o auto de infração, aponta o laudo para uma estrutura de amarração incompatível com o transbordo ou com o desembarque: Fl. 1001DF CARF MF Processo nº 12266.723619/201468 Acórdão n.º 3401003.290 S3C4T1 Fl. 994 17 56. Assim, de modo sintético, a contribuinte argumenta, com verossimilhança, que: (i) inexistiu atracação, mas mera amarração para espera; (ii) a abordagem foi realizada fora da zona primária; (iii) o estaleiro não é clandestino; e (iv) seria técnica e fisicamente impossível o transbordo da mercadoria nas condições oferecidas pelo local de apoio do transportador. 57. As razões acima não são afastadas pela acusação fiscal e tampouco rechaçadas pelo acórdão de primeira instância administrativa, como se demonstrou. Ao contrário, embora enumere tais argumentos na fundamentação de seu voto, o julgador não realiza vero esforço cognitivo quanto ao mérito de cada um deles, preferindo entendêlos expressamente como irrelevantes, bastandolhe a remissão ao inciso I do art. 689 do Regulamento Aduaneiro como suporte de validade suficiente para a manutenção do auto de infração lavrado. 58. Ocorre que o tal dispositivo prevê a aplicação da pena de perdimento da mercadoria naquelas hipóteses que enumera, "(...) por configurarem dano ao Erário", figura esta que restou afastada, conforme acima se demonstrou, pelo Parecer Técnico Conclusivo ALF/MNS/Secat nº 13, emitido em 27/03/2015 e situado às fls. 756 a 760 dos autos eletrônicos do Processo nº 12266.723589/201490, apenso ao presente processo. Com base nestes fundamentos, voto por conhecer e, no mérito, dar provimento integral ao recurso voluntário interposto. Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 1002DF CARF MF 18 Fl. 1003DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.721806/2011-68
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2009
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-004.876
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 18 06 /2 01 1- 68 Fl. 440DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10380.005876/200753. A divergência em exame reportase à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial requerendo que a retroatividade benigna fosse aplicada, essencialmente, pelos critérios constantes na Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Cientificado, o sujeito passivo não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.792, de 12/12/2016, proferido no julgamento do processo 10380.005876/200753, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.792): O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Fl. 441DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 3 Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 442DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Fl. 443DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 5 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Fl. 444DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 6 § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há Fl. 445DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 7 que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 446DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 8 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 447DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 9 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 448DF CARF MF Processo nº 11065.721806/201168 Acórdão n.º 9202004.876 CSRFT2 Fl. 0 10 Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Em face do acima exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 449DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10970.720046/2011-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 03 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/2008 a 30/04/2010
PREVIDENCIÁRIO. NORMAS PROCEDIMENTAIS. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO CRÉDITOS LÍQUIDOS E CERTOS. NECESSIDADE.
A compensação levada a efeito pelo contribuinte extingue o crédito tributário, nos termos do artigo 156, inciso II, do CTN, conquanto que observados os limites impostos na sentença judicial que garantiu o crédito e o direito a compensar.
Somente as compensações procedidas pela contribuinte com estrita observância da legislação previdenciária, especialmente o artigo 89 da Lei n° 8.212/91, bem como pagamentos e/ou recolhimentos de contribuições efetivamente comprovados, deverão ser considerados pelo fisco quando da lavratura de Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos.
TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA CARF N°
Não há que se falar em inconstitucionalidade ou ilegalidade na utilização da taxa de juros SELIC para aplicação dos acréscimos legais ao valor originário do débito, porquanto encontra amparo legal no artigo 34 da Lei nº 8.212/91.
Com fulcro na legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores, incide multa de mora sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas no vencimento, de acordo com o artigo 35 da Lei nº 8.212/91 e demais alterações.
NORMAS REGIMENTAIS. CONCOMITÂNCIA DISCUSSÃO JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. NÃO CONHECIMENTO PARTE ALEGAÇÕES RECURSAIS. SÚMULA CARF N° 01.
De conformidade o artigo 78, § 2º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, a propositura de ação judicial com o mesmo objeto do recurso voluntário representa desistência da discussão de aludida matéria na esfera administrativa, ensejando o não conhecimento da peça recursal.
Numero da decisão: 2401-004.749
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer parcialmente do recurso, e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Marcio de Larceda Martins, Andrea Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2008 a 30/04/2010 PREVIDENCIÁRIO. NORMAS PROCEDIMENTAIS. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. COMPROVAÇÃO CRÉDITOS LÍQUIDOS E CERTOS. NECESSIDADE. A compensação levada a efeito pelo contribuinte extingue o crédito tributário, nos termos do artigo 156, inciso II, do CTN, conquanto que observados os limites impostos na sentença judicial que garantiu o crédito e o direito a compensar. Somente as compensações procedidas pela contribuinte com estrita observância da legislação previdenciária, especialmente o artigo 89 da Lei n° 8.212/91, bem como pagamentos e/ou recolhimentos de contribuições efetivamente comprovados, deverão ser considerados pelo fisco quando da lavratura de Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos. TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA CARF N° Não há que se falar em inconstitucionalidade ou ilegalidade na utilização da taxa de juros SELIC para aplicação dos acréscimos legais ao valor originário do débito, porquanto encontra amparo legal no artigo 34 da Lei nº 8.212/91. Com fulcro na legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores, incide multa de mora sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas no vencimento, de acordo com o artigo 35 da Lei nº 8.212/91 e demais alterações. NORMAS REGIMENTAIS. CONCOMITÂNCIA DISCUSSÃO JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. NÃO CONHECIMENTO PARTE ALEGAÇÕES RECURSAIS. SÚMULA CARF N° 01. De conformidade o artigo 78, § 2º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, a propositura de ação judicial com o mesmo objeto do recurso AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 97 0. 72 00 46 /2 01 1- 96 Fl. 707DF CARF MF 2 voluntário representa desistência da discussão de aludida matéria na esfera administrativa, ensejando o não conhecimento da peça recursal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer parcialmente do recurso, e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Marcio de Larceda Martins, Andrea Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. Fl. 708DF CARF MF Processo nº 10970.720046/201196 Acórdão n.º 2401004.749 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório ELETROSOM S.A., contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos auto do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 5a Turma da DRJ em Juiz de Fora/MG, Acórdão nº 0943.297/2013, às fls. 653/660, que julgou procedente o lançamento fiscal, referentes às contribuições sociais devidas ao INSS, em relação ao período de 12/2008 a 04/2010, conforme Relatório Fiscal, às efls. 335/341, consubstanciado nos seguintes Autos de Infração: a) DEBCAD n° 37.333.7582: no valor consolidado de R$ 3.826.558,08 (três milhões, oitocentos e vinte e seis mil, quinhentos e cinqüenta e oito reais e oito centavos), relativo à glosa de compensação efetuada nas competências de 12/2008 a 04/2010; b) DEBCAD n° 37.333.7574: no valor consolidado de R$ 626.831,41 (seiscentos e vinte e seis mil, oitocentos e trinta e um reais e quarenta e um centavos), relativo às contribuições devidas pela empresa e àquelas destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, apuradas no período de 08/2008 a 04/2010, além de diferenças de acréscimos legais de recolhimentos efetuados em atraso, apuradas no período de 04/2010 a 06/2010; c) DEBCAD n° 37.333.7612: no valor consolidado de R$ 38.464,07 (trinta e oito mil, quatrocentos e sessenta e quatro reais e sete centavos), relativo às contribuições previdenciárias dos segurados, no período de 08/2008 a 10/2009; d) DEBCAD n° 37.333.7604: no valor consolidado de R$ 4.465,37 (quatro mil, quatrocentos e sessenta e cinco reais e trinta e sete centavos), relativo às contribuições devidas a outras entidades e fundos (SalárioEducação, INCRA, SENAC, SESC, SEBRAE), no período de 08/2008 a 04/2010; e) DEBCAD n° 37.314.7929: no valor consolidado de R$ 500,00 (quinhentos reais), relativo à infração por descumprimento do disposto no art. 32A, “caput”, I, §§ 2º e 3º da Lei nº 8.212, de 1991. Conforme Despacho de Encaminhamento da SACAT/DRF/UBE/MG, às fls. 615, os DEBCAD 37.333.7604 e 37.314.7929 encontramse baixados por pagamento, conforme telas anexas aos autos, e os DEBCAD 37.333.7574 e 37.333.7612 encontramse na situação “suspenso p/ incl par especial” e foram transferidos para os processos nº 10675.721922/201136 e 10675.721923/201181, respectivamente. Em relação ao DEBCAD 37.333.7582, o Relatório Fiscal, fls. 335/341, esclarece o que segue abaixo descrito: " 1 Este relatório é parte integrante do Auto de Infração Al supracitado de contribuições devidas à Seguridade Social no período de 12/2008, 13/2008, 01/2009 a 03/2009, 05/2009, 08/2009 a 04/2010. Os lançamentos aqui constantes decorreram de glosa de compensações efetuadas em desconformidade com o Fl. 709DF CARF MF 4 acórdão que reconheceu à empresa o direito de compensar, conforme descrito a seguir. 2 O acórdão do TRF do Processo n° 2007.34.00.0071 375/ DF defere a não incidência de contribuição previdenciária das rubricas "os quinze primeiros dias de afastamento do empregado por motivo de auxílio doença" e "um terço das férias". Este processo judicial encontrase sobrestado na Coordenação de Recursos COREC TRF, conforme cópia em anexo da consulta do andamento no sítio do TRF1. 3 A empresa procedeu a compensação das contribuições previdenciárias em Guia de Recolhimento de FGTS e Informações a Previdência SocialGFIP no período de 07/2008 a 04/2010, conforme valores do ANEXO XVIII. Conforme demonstrado a seguir, verificase que a empresa efetuou compensações que extrapolam os valores relativos as duas rubricas mencionadas no item anterior. Assim, efetuamos a glosa de compensação referente ao excedente das duas parcelas deferidas no processo judicial, que é o objeto deste Auto de Infração. 4 A empresa apresentou a planilha "INSS AUX E FÉRIAS REDE ELETROSOM FISCALIZAÇÃO 2010.XLS" de valores originários, por competência, das rubricas "Auxílios", "1/3 férias" e "férias". Apresentou também outra planilha denominada "MEMORIA DE CALCULO DE ATUALIZAÇÃO DAS COMPENSAÇÕES ELETROSOM PERÍODO DE 072008 ATE 04201.XLS" que contém os cálculos de atualização monetária efetuada pela empresa, conforme cópias anexadas ao presente relatório. 4.1 Observase através das planilhas que empresa não cumpriu o acórdão do TRF visto que compensou as parcelas não deferidas "Férias"' e "Salário Maternidade" e verificase que o período de objeto da compensação abrange mais de 10 anos retroativo ao protocolo do referido Processo, ocorrido em março/2007, portanto em desacordo com o referido acórdão. Anexamos cópia da Decisão do TRF. 4.2 A empresa apresentou na mencionada planilha INSS AUX E FÉRIAS REDE ELETROSOM FISCALIZAÇÃO 2010.XLS, uma coluna com título "Auxílios" que contém valores originários consolidados relativos às rubricas: "os quinze primeiros dias de afastamento do empregado por motivo de auxílio doença" e "salário maternidade". Embora intimada a apresentar o desmembramento dos valores através de Termo de Intimação Fiscal, não houve a regularização no prazo estabelecido. Os valores das bases de cálculo da rubrica "os quinze primeiros dias de afastamento do empregado por motivo de auxílio doença" foram apurados pela fiscalização através de Folha de Pagamento de Salários da rubrica "413 Dias de Licença até 15 dias", conforme relacionado no ANEXO XIX. 5 Assim, procedemos a atualização monetária das contribuições incidentes sobre rubricas "1/3 férias", sendo que os valores de base de cálculos são os apresentados na planilha pela empresa e dos "primeiros dias de afastamento do empregado por motivo de Fl. 710DF CARF MF Processo nº 10970.720046/201196 Acórdão n.º 2401004.749 S2C4T1 Fl. 4 5 auxílio doença" conforme demonstrado nos ANEXOS I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII. A empresa utilizou a alíquota total incorreta de 28,8% para apuração das contribuições (20% empresa + 5,8% outras entidades/fundos + 3% SAT), no entanto, este percentual não corresponde as contribuições declaradas em GFIP e recolhidas em Guia da Previdência SocialGPS, conforme verificado em sistema a alíquota de SAT declarada é de 2% e não 3%, portanto, a alíquota total declarada perfaz o total de 27,8%. 5.1 As contribuições deferidas no processo judicial foram lançadas no Auto de InfraçãoAI n° 37.333.7590 que corresponde ao período das competências 07/2008 a 12/2008, 01/2009, 02/2009, 03/2009, 05/2009, 08/2009 a 12/2009. Os valores originários foram corrigidos pela taxa SELIC e os ANEXOS X, XI, XII, XIII, XIV, XV e XVI contém os índices de SELIC ACUMULADA de atualização até as competências 07/2008, 08/2008, 09/2008, 10/2008, 11/2008, 12/2008 e 12/2009. 5.2 No demonstrativo de ANEXO XVII contém a soma dos valores mensais compensados pela empresa e no ANEXO XVIII estão os valores detalhados por estabelecimentos.(...) Inconformada com a Decisão recorrida a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, às efls. 665/699, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, repisa as alegações da impugnação, suscitando preliminarmente o conhecimento do seu recurso porque a compensação foi realizada nos moldes previstos pelas Leis 8.383/91 e 9.430/96. Também preliminarmente, pugna pela impossibilidade da aplicação da taxa Selic, sendo expediente ilegal e inconstitucional, havendo ofensa ao estatuído no art. 161, §1º do Código Tributário Nacional (CTN). Quanto ao mérito, faz uma extensa explanação quanto a conceituação de tributo, as espécies tributárias e suas classificações, as espécies de contribuições, a base de calculo das contribuições para a seguridade e a função desta base, colacionando vasta legislação e doutrina. Compara a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) com a Lei do Plano de Custeio da Seguridade Social (Lei 8.212/1991), concluindo que há de haver contraprestação de serviço para reconhecimento de natureza salarial de verba paga. Nessa esteira, entende que não é devida contribuição social previdenciária sobre férias e auxíliomaternidade, colacionando dois julgados nesse sentido e alegando ser o mesmo o entendimento a excluir da base de cálculo dos primeiros 15 dias de afastamento antes do gozo de auxíliodoença. Afirma como indevidos o recolhimento de contribuição sobre esses pagamentos, lícita foi a compensação efetuada nos termos do art. 66 da Lei 8.383/1991, Fl. 711DF CARF MF 6 afastados os artigos 170 e 170A do CTN, reputando a necessidade de aplicação dos princípios da moralidade e da eficiência. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar o Auto de Infração, tornandoo sem efeito e, no mérito, a sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Fl. 712DF CARF MF Processo nº 10970.720046/201196 Acórdão n.º 2401004.749 S2C4T1 Fl. 5 7 Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço em parte do recurso e passo ao exame das alegações recursais. CONCOMITÂNCIA Quanto ao mérito, faz uma extensa explanação quanto a conceituação de tributo, as espécies tributárias e suas classificações, as espécies de contribuições, a base de calculo das contribuições para a seguridade e a função desta base, colacionando vasta legislação e doutrina. Compara a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) com a Lei do Plano de Custeio da Seguridade Social (Lei 8.212/1991), concluindo que há de haver contraprestação de serviço para reconhecimento de natureza salarial de verba paga. Nessa esteira, entende que não é devida contribuição social previdenciária sobre férias e auxíliomaternidade, colacionando dois julgados nesse sentido e alegando ser o mesmo o entendimento a excluir da base de cálculo dos primeiros 15 dias de afastamento antes do gozo de auxíliodoença. Afirma como indevidos o recolhimento de contribuição sobre esses pagamentos, lícita foi a compensação efetuada nos termos do art. 66 da Lei 8.383/1991, afastados os artigos 170 e 170A do CTN, reputando a necessidade de aplicação dos princípios da moralidade e da eficiência. Inicialmente, ressaltese que a existência ou propositura de ação judicial com o mesmo objeto do lançamento importa em renúncia ou desistência ao litígio nas instâncias administrativas, prosseguindo no que tange à matéria diferenciada, conforme prevê o art. 871 do Decreto 7.574/2011. Por sua vez, o Ato Declaratório Normativo Cosit 3, de 14/2/1996, determina que, nesses casos, não se deve conhecer da petição do contribuinte. No caso, reconhecemos identidade de objeto entre a ação judicial ainda sem trânsito em julgado no Tribunal Regional da 1ª Região (TRF1), por sobrestamento, de número 2007.34.00.0071375, e a impugnação apresentada, no que tange à inexigibilidade de contribuição sobre as rubricas que elege. Percebese, portanto, que em relação a tais matérias há concomitância entre a instância judicial e a instância administrativa, razão pela qual deve prevalecer aquela em detrimento desta, exatamente como prevê a Súmula n. 01 deste Tribunal Administrativo. Vale salientar que a autuação não diz respeito a incidência das contribuições previdenciárias sobre determinadas rubricas, mas sim trata de notificação quanto a glosa de compensação indevida. No entanto, como a contribuinte insurgese quanto a incidência das Fl. 713DF CARF MF 8 contribuições, não conheço do recurso, seja por concomitância com a ação judicial, seja por objeto distinto da lide. Já especificamente quanto a glosa da compensação (tratada/apreciada pela DRJ) e a aplicação da taxa Selic, conhecemos do recurso e passaremos a analisar. COMPENSAÇÃO A contribuinte suscita preliminarmente o conhecimento do seu recurso porque a compensação foi realizada nos moldes previstos pelas Leis 8.383/91 e 9.430/96. Em que pesem as alegações da contribuinte, seu inconformismo, contudo, não tem o condão de prosperar. Do exame dos elementos que instruem o processo, concluise que a decisão recorrida apresentase incensurável, devendo ser mantida em sua plenitude. De conformidade com o artigo 156, inciso II, do Códex Tributário, de fato, a compensação levada a efeito pelo contribuinte, conquanto que observados os requisitos legais, é modalidade de extinção do crédito tributário, senão vejamos: “Art. 156. Extinguem o crédito tributário: [...]II – a compensação; [...]” Com mais especificidade, o artigo 170, do mesmo Diploma Legal, ao tratar da matéria atribui à lei o poder de disciplinar referido procedimento, nos seguintes termos: “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.” Em atendimento aos preceitos contidos no dispositivo legal encimado, o artigo 89 da Lei nº 8.212/91, contemplou a compensação no âmbito do INSS, determinando que somente poderão ser compensados os débitos previdenciários com créditos relativos às contribuições para a Seguridade Social arrecadadas pelo INSS (as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço, as dos empregadores domésticos e as dos trabalhadores) recolhidas de forma indevida ou a maior, in verbis: “Art. 89. Somente poderá ser restituída ou compensada contribuição para a Seguridade Social arrecadada pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS na hipótese de pagamento ou recolhimento indevido. § 1º Admitirseá apenas a restituição ou a compensação de contribuição a cargo da empresa, recolhida ao INSS, que, por sua natureza, não tenha sido transferida ao custo de bem ou serviço oferecido à sociedade. § 2º Somente poderá ser restituído ou compensado, nas contribuições arrecadadas pelo INSS, o valor decorrente das parcelas referidas nas alíneas "a", "b" e "c", do parágrafo único do art. 11 desta lei. [...]” Fl. 714DF CARF MF Processo nº 10970.720046/201196 Acórdão n.º 2401004.749 S2C4T1 Fl. 6 9 Após a unificação das Secretarias das Receitas Previdenciária e Federal, em Receita Federal do Brasil (“Super Receita”), as contribuições previdenciárias passaram a ser administradas pela RFB que, em curto lapso temporal, compatibilizou os procedimentos fiscalizatórios e, por conseguinte, de constituição de créditos tributários e pedidos de restituição e/ou compensação, conforme alterações na legislação introduzidas pela Lei nº 11.941/2009, uma das quais em relação ao dispositivo legal retro que passou assim estabelecer: “Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 4o O valor a ser restituído ou compensado será acrescido de juros obtidos pela aplicação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do mês subseqüente ao do pagamento indevido ou a maior que o devido até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% (um por cento) relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 8o Verificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da restituição será utilizado para extinguilo, total ou parcialmente, mediante compensação. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005). § 9o Os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos moratórios de que trata o art. 35 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 10. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 715DF CARF MF 10 § 11. Aplicase aos processos de restituição das contribuições de que trata este artigo e de reembolso de saláriofamília e salário maternidade o rito previsto no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).” Observese, que os dispositivos legais acima transcritos são bem claros, não deixando margem de dúvidas a respeito do tema. Com efeito, dentre outros requisitos a serem estabelecidos pela Receita Federal, é premissa básica que a compensação somente poderá ser levada a efeito quando devidamente comprovado o pagamento e/ou recolhimento indevido. Em outras palavras, exigese, portanto, que o direito creditório que a contribuinte teria utilizado para efetuar as compensações com débitos previdenciários seja líquido e certo, passível de aproveitamento. Não se pode partir de um pretenso crédito para se promover compensações, ainda que, em relação ao direito propriamente dito, o requerimento da contribuinte esteja devidamente amparado pela legislação ou mesmo por decisão judicial. Na hipótese dos autos, não se vislumbra essa condição para as compensações efetuadas pela contribuinte. Isto porque, consoante restou circunstanciadamente demonstrado pela fiscalização, o processo em face do INSS, não teve sua sentença transitada em julgado, a demanda vem sendo objeto de inúmeros recursos e incidentes processuais, impossibilitando, portanto, aferir a liquidez dos pretensos créditos cedidos, em parte, para a recorrente. A propósito da matéria, dissertou com muita propriedade o julgador de primeira instância, consoante Acórdão n° 0943.297/ 2013, de onde peço vênia para transcrever excerto e adotar como razões de decidir, mormente quando o recurso voluntário da contribuinte é praticamente reprodução da defesa inaugural, senão vejamos: "[...] No caso, reconhecemos identidade de objeto entre a ação judicial ainda sem trânsito em julgado no Tribunal Regional da 1ª Região (TRF1), por sobrestamento, de número 2007.34.00.0071375, e a impugnação apresentada, no que tange à inexigibilidade de contribuição sobre as rubricas que elege e a possibilidade de sua compensação.(grifamos) [...]" Registrese, que ao admitir a compensação na forma pretendida pela contribuinte, estaríamos não só malferindo o disposto no artigo 89 da Lei nº 8.212/91, mas também interpretando àquela norma de forma extensiva, o que vai de encontro com a legislação de regência, como acima demonstrado. Nesse sentido, não há como se acolher a pretensão da contribuinte, de maneira a homologar a compensação pleiteada, tendo a autoridade recorrida agido da melhor forma, com estrita observância à legislação previdenciária. No que tange a jurisprudência trazida à colação pela recorrente, mister elucidar, com relação às decisões exaradas pelo Judiciário, que os entendimentos nelas expresso sobre a matéria ficam restritos às partes do processo judicial, não cabendo a extensão dos efeitos jurídicos de eventual decisão ao presente caso, até que nossa Suprema Corte tenha se manifestado em definitivo a respeito do tema. Fl. 716DF CARF MF Processo nº 10970.720046/201196 Acórdão n.º 2401004.749 S2C4T1 Fl. 7 11 DA MULTA E DA TAXA SELIC Por fim, insurgese a contribuinte contra a aplicação da multa moratória e da Taxa Selic, por entender ser ilegal e inconstitucional, entendimento que, igualmente, não tem o condão de macular a exigência em questão. Destarte, as contribuições sociais arrecadadas pelo INSS estão sujeitas à taxa referencial do SELIC – Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, nos termos do artigo 34 da Lei nº 8.212/91, não prosperando a alegação da impossibilidade de utilização para a fixação de juros de mora, senão vejamos: “Art. 34. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, a que se refere o art. 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. (Restabelecido com redação alterada pela MP nº 1.571/97, reeditada até a conversão na Lei nº 9.528/97. A atualização monetária foi extinta, para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/95, conforme a Lei nº 8.981/95. A multa de mora esta disciplinada no art. 35 desta Lei)” Por sua vez, de conformidade com o artigo 35, inciso I, da Lei 8.212/91, vigente à época, as contribuições previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso, senão vejamos: “Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: [...]” Nesse sentido, devida à contribuição e não sendo recolhida até a data do vencimento, fica sujeita aos acréscimos legais na forma da legislação de regência. Portanto, correta a aplicação da taxa SELIC, com fulcro no artigo 34 da Lei nº 8.212/91 e, bem assim, da multa moratória, nos termos do artigo 35 do mesmo Diploma Legal. Além do que a aplicação da taxa SELIC é matéria pacificada no âmbito desse Conselho conforme se verifica pela Súmula CARF nº 4 abaixo transcrita: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Em face do exposto, improcedente é o pedido. Fl. 717DF CARF MF 12 Por todo o exposto, estando o Auto de Infração, sub examine, em consonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER PARCIALMENTE DO RECURSO VOLUNTÁRIO, e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Fl. 718DF CARF MF
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Numero do processo: 16327.003350/2003-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Data do fato gerador: 30/06/2000, 31/07/2000, 30/11/2000, 31/01/2001
NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. INDICAÇÃO INCORRETA DO CNPJ. INOCORRÊNCIA.
A indicação incorreta, no auto de infração do CNPJ da empresa incorporada ao invés da sucessora (autuada), estando corretos os demais dados, como denominação e endereço, constitui evidente erro de fato que não macula a autuação e não prejudicou a identificação do sujeito passivo. Trata-se de incorreção passível de retificação, nos termos do art. 60 do Decreto nº 70.235/1972, pois de modo algum causou embaraços a defesa da recorrente que, inclusive, teve reaberto seu prazo para manifestação.
IRPJ. FALTA DE RECOLHIMENTO. EXIGÊNCIA DECORRENTE DE COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, POSTERIORMENTE RECONHECIDA EM DECISÃO FINAL EXARADA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CANCELAMENTO.
Uma vez concluída a discussão administrativa do litígio e reconhecido o montante de direito creditório suficiente para a homologação integral do pedido de compensação do IRPJ, que foi exigido em auto de infração decorrente daquele procedimento, impõe-se o cancelamento da exigência, uma vez que os referidos créditos deverão ser extintos, mediante compensação, por ocasião da execução dos acórdãos proferidos nos autos do pedido de compensação.
Numero da decisão: 1302-002.073
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
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AUTO DE INFRAÇÃO. INDICAÇÃO INCORRETA DO CNPJ. INOCORRÊNCIA. A indicação incorreta, no auto de infração do CNPJ da empresa incorporada ao invés da sucessora (autuada), estando corretos os demais dados, como denominação e endereço, constitui evidente erro de fato que não macula a autuação e não prejudicou a identificação do sujeito passivo. Tratase de incorreção passível de retificação, nos termos do art. 60 do Decreto nº 70.235/1972, pois de modo algum causou embaraços a defesa da recorrente que, inclusive, teve reaberto seu prazo para manifestação. IRPJ. FALTA DE RECOLHIMENTO. EXIGÊNCIA DECORRENTE DE COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, POSTERIORMENTE RECONHECIDA EM DECISÃO FINAL EXARADA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CANCELAMENTO. Uma vez concluída a discussão administrativa do litígio e reconhecido o montante de direito creditório suficiente para a homologação integral do pedido de compensação do IRPJ, que foi exigido em auto de infração decorrente daquele procedimento, impõese o cancelamento da exigência, uma vez que os referidos créditos deverão ser extintos, mediante compensação, por ocasião da execução dos acórdãos proferidos nos autos do pedido de compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 33 50 /2 00 3- 36 Fl. 762DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 763 2 (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Fl. 763DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 764 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão nº 6.433, de 01 de fevereiro de 2005, proferido pela 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo/SP1, que considerou procedente o lançamento e rejeito a impugnação apresentada, conforme consubstanciado na seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Data do fato gerador: 30/06/2000, 31/07/2000, 30/11/2000, 31/01/2001 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal para o sobrestamento do julgamento de processo de exigência fiscal, dentro das normas reguladoras do Processo Administrativo Fiscal. A administração pública tem o dever de impulsionar o processo até sua decisão final (Princípio da Oficialidade). IRPJ. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. LANÇAMENTO. A legislação de regência, vigente à época da autuação, impõe o lançamento de ofício do crédito tributário, quando não homologada a compensação pretendida pelo sujeito passivo. MULTA DE OFÍCIO.APLICAÇÃO. Aplicase a multa prevista no artigo 44, I, da Lei nº 9.430, de 1996, nos casos de lançamento de ofício de crédito tributário cuja compensação não foi homologada. O lançamento foi efetuado em face da “FALTA DE RECOLHIMENTO/DECLARAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ ESTIMATIVA”, fundamentado no artigo 841, incisos I, III e IV, do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99 Decreto nº 3.000, de 26/03/1999). O auto de infração assim descreve a infração, verbis: Lançamento efetuado decorrente de representação fiscal constante do processo 16327.001297/200339. O contribuinte deixou de recolher o IRPJ pois pretendia compensar o débito com o crédito de saldo negativo de CSLL a pagar. A autoridade administrativa indeferiu o pedido conforme despacho constante do processo nº 16327.000921/9989. Cientificado da decisão o contribuinte não recolheu o débito impondose o lançamento conforme determinado pelo artigo 90 da MP nº 2.15835. Cientificado do acórdão recorrido em 16/03/2005, a recorrente interpôs recurso voluntário, no qual alega em síntese: Fl. 764DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 765 4 1. A nulidade do auto de infração por erro na identificação do sujeito passivo, em face de ausência de elemento essencial ao lançamento, nos termos do art. 142 do CTN, configurada ante a indicação incorreta do CNPJ no auto de infração, na qual constou o número da empresa sucedida e não da sucessora (ora recorrente). 2. Que a incorreta identificação do sujeito passivo no auto de infração, não se amolda a qualquer das hipóteses previstas no mencionado artigo 149 do CTN, razão pela qual a sua simples alteração revelase manifestamente nula. 3. Que quando muito, deveria ter sido determinada a lavratura de novo auto de infração que, como não foi feito, deve ser reconhecido o vício de nulidade. 4. Que ante a discussão no processo administrativo nº 16327.000921/9989, que se encontra com a exigibilidade suspensa em face de recurso interposto, e do qual decorre o lançamento ora efetuado, revelase impositivo sobrestamento do feito até o julgamento final daquele processo, nos termos do art. 265, inc. IV, alínea "a" do Código de Processo Civil. 5. Que é inaplicável ao presente caso a multa de ofício tendo em vista que os débitos exigidos encontravamse compensados em DCTF e DIPJ e que é irrelevante a alteração introduzida pela MP. nº135/2003 atribuindo caráter de confissão de dívida às Declarações de Compensação, pois não se configuraria nenhuma das hipóteses previstas naquele dispositivo legal a justificar o lançamento de ofício. 6. Que a exigibilidade do crédito tributário encontrase suspensa, em vista da pendência de julgamento definitivo nos autos do processo nº 16327.000921/9989 e, portanto, não houve a prática de infração por parte da recorrente a ensejar a exigência da multa, pois apenas exerceu seu direito previsto em lei de proceder a compensação de créditos e de, legitimamente, insurgirse contra a decisão que pretendeu negar esse direito. 7. No mérito, a recorrente alega a existência de erros conceituais incorridos pela fiscalização com relação ao tratamento contábil dispensado às operações de arrendamento mercantil, incompatível com as normas que regem à matéria, levando a conclusões equivocadas acerca da base de cálculo da CSL e do imposto de renda apurada pela recorrente, reiterando os argumentos expendidos na impugnação e recursos apresentados em face do processo administrativo nº 16327.000921/9989. E, questiona a falta de apreciação desses argumentos pela autoridade julgadora de primeiro grau. 8. Que ocorreu a decadência do lançamento, uma vez que não foi apontada fraude nos procedimentos adotados pela recorrente e tendo em vista que os erros apontados pela autoridade remonta a período anterior a cinco anos, uma vez que registrados no ano calendário 1995. 9. Que se a própria autoridade autuante alega que a Recorrente não teria observado as normas contábeis adequadas ao apurar o resultado do período encerrado em 31/12/1995, toda e qualquer redução no lucro tributável teria ocorrido igualmente em 1995, e não em 1999, data em que a Recorrente limitouse a compensar o crédito tributário que julgou existir. Ao final, requer que, preliminarmente, seja reconhecida a nulidade do auto de infração ou, ao menos seja acolhido o sobrestamento do feito até o julgamento do PA nº 16327.000921/9989 ou, ainda a reunião dos processos para julgamento conjunto. Pleiteia, Fl. 765DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 766 5 também em preliminar, o cancelamento da multa de ofício e, no mérito seja reconhecida a decadência e, em seguida, a improcedência dos argumentos que levaram ao indeferimento da compensação, com o consequente cancelamento da exigência fiscal. A autoridade preparadora juntou aos autos a cópia do Acórdão nº 1202 001.072, de 30/12/2013, proferido pela 2ª Turma da 2ª Câmara desta 1ª Seção, no PA. nº 16327.000921/9989 e de cópia de embargos de declaração interpostos pela interessada naquele processo. Tendo verificado no sistema de acompanhamento processual no sítio do CARF na internet que os referidos embargos foram julgados na sessão de 14/04/2016, pela turma 1ª Turma da 2ª Câmara desta 1ª Seção, e que o Acórdão nº 1201001.397 encontrase disponibilizado no repositório de jurisprudência no sítio do CARF, promovi a juntada de cópia desta decisão nos autos. É o relatório. Fl. 766DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 767 6 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos legais e regimentais. A recorrente alega, preliminarmente, a nulidade do auto de infração por erro na identificação do sujeito passivo, uma vez que restou consignado no referido documento o CNPJ da empresa por ela incorporada (Bandeirantes S/A Arrendamento Mercantil). A incorreção do número do CNPJ foi detectada pelo julgador de primeira instância (despacho efls. 188/189), que também constatou que a denominação e endereço informados no auto de infração correspondem ao da empresa sucedida, ora recorrente. A autoridade administrativa procedeu "a retificação do número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) indicado no Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo, Auto de Infração, Demonstrativo de Apuração, Demonstrativo de Multa e Juros de Mora, Termo de Enceramento e instruções de fls. 1 a 7, a fim de que no campo CNPJ onde lêse 34.120.899/000106, leiase a partir deste despacho, o número 44.071.785/000169" e, ainda, "a efetivação da alteração do número do CNPJ nos sistemas da Secretaria da Receita Federal", ratificando os demais termos do auto de infração. Procedeu, também, a ciência do contribuinte, reabrindose prazo de 30 dias para sua defesa (Despacho e fls. 190/191). Entendo que estamos diante de evidente erro de fato que não macula e não prejudicou a identificação do sujeito passivo, que por ocasião da impugnação sequer notara a falha. Tratase de incorreção passível de retificação, como foi feita, que de modo algum prejudicou o direito de defesa da recorrente que, inclusive, teve reaberto seu prazo para defesa (efls. 194/196), devidamente exercitado (Petição às efls. 199/234). Com efeito, dispõe o art. 60 do Decreto nº 70.235/1972, verbis: Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. Ante ao exposto, rejeito a preliminar de nulidade. A recorrente pleiteou, também em preliminar, o sobrestamento do julgamento deste recurso até a decisão final no PA. nº 16327.000921/9989. Ocorre que o referido processo encontrase definitivamente julgado, conforme decisões acostadas aos autos. Fl. 767DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 768 7 A 2ª Turma da 2ª Câmara desta 1ª Seção proferiu, em 03 de dezembro de 2013, o Acórdão nº 1202001.072, no qual os membros daquele colegiado acordaram, por unanimidade de votos, em: afastar exofficio a ocorrência da decadência, rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão de primeira instância, indeferir o pedido de diligência junto ao Banco Central do Brasil e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo da CSLL, apurada pela autoridade diligente, o valor de R$ 58.837.874,59, relativo ao anocalendário de 1995, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado, conforme sintetizado na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1995 CSLL. SALDO NEGATIVO. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO.DECADÊNCIA. Não há que se falar em decadência para o exame do encontro de contas das compensações, uma vez que os créditos tributários referemse ao anocalendário de 1999, com prazo até 31 de dezembro de 2003 para homologação tácita do lançamento. ACÓRDÃO RECORRIDO. FUNDAMENTAÇÃO. AUSÊNCIA. NULIDADE. O julgador não precisa apreciar toda a argumentação das partes para solução da lide, desde que disponha de elementos suficientes para fundamentar sua decisão. DILIGÊNCIA À AUTARQUIA. NECESSIDADE. Descabe diligência quando os elementos acostados aos autos suprem os esclarecimentos necessários à fundamentação do acórdão. CONTRATOS DE CESSÃO. AMORTIZAÇÃO. Não há previsão legal para adicionar o valor das Perdas de arrendamento a amortizar à base de cálculo da CSLL do cedente. ARRENDAMENTO MERCANTIL. DESPESAS ANTECIPADAS. REVERSÃO. A aplicação de recursos baseados no pagamento antecipado do aluguel de debêntures, nas operações de arrendamento mercantil não modifica o lançamento contábil das DESPESAS ANTECIPADAS, com reversão à conta de resultado na apuração da base de cálculo da CSLL. ARRENDAMENTO MERCANTIL. CONTRATO DE CESSÃO. CSLL. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO. Não se pode excluir da base de cálculo da CSLL do cedende (sic) créditos de propriedade do cessionário. Fl. 768DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 769 8 De acordo com a conclusão do voto proferido no referido acórdão, com a exclusão parcial das glosas efetuadas pela autoridade administrativa, o colegiado reconheceu o direito creditório relativo ao saldo negativo de CSLL, do anocalendário 1995, no montante de R$ 31.481.307,90, acrescido da devida atualização, e determinou a homologação das compensações pleiteadas até este limite. Não houve interposição de recursos da Fazenda Nacional naquele processo administrativo. A interessada apresentou embargos de declaração ao Acórdão nº 1202 001.072, que restou acolhido pela 1ª Turma da 2ª Câmara, sem efeitos infringentes, para sanar a omissão alegada, proferindose o Acórdão nº 1201001.397, de 05 de abril de 2016. Não houve recurso especial da interessada contra as decisões acima citadas. Em despacho nestes autos (efls. 732/738), a autoridade preparadora relata o encerramento do litígio relativo ao processo administrativo nº 16327.000921/9989, cujos autos foram encaminhados à unidade de origem para execução do julgado. Neste despacho, a autoridade administrativa observa, verbis: 23. Pois bem, encerrada a discussão acerca da certeza e liquidez parcela do crédito reconhecido pela autoridade administrativa julgadora, de R$ 31.481.307,90, os autos do PAF nº 16327.000921/9989 vieram a esta DIORT/DEINF/SPO, razão pela qual, para fins de execução do julgado foi solicitado ao CARF o envio do presente processo (folhas ); 24. Antes de prosseguir, é preciso ressaltar que os “Pedidos de Compensação” anexados ao PAF nº 16327.000921/9989 foram convertidos em “Declarações de Compensação” por força do estabelecido pela IN SRF nº 210/02; 25. De outro giro, consoante o disposto pelo art. 74 da Lei nº 9.430/96, a apresentação de “Declaração de Compensação” implica confissão de dívida e meio suficiente para a exigência do débito nela informado, extinguindoo, sob condição resolutória, desde sua apresentação, até a manifestação, expressa ou tácita, por parte da autoridade administrativa; 26. Sob esse aspecto, aliás, a partir de 01/11/03, com o início da vigência da Medida Provisória nº 135/03, deixou de ser necessário o lançamento de ofício de débito confessado em “Declaração de Compensação”, não mais se aplicando o disposto pelo art. 90 da MP nº 2.15835/01; 27. Destarte, considerando o montante já reconhecido a titulo de Saldo Negativo da CSLL do anocalendário 95, repitase, de R$ 31.481.307,90, podese afirmar, com fulcro no demonstrativo em anexo, a sua suficiência para extinguir os débitos informados nos “Pedidos de Compensação” tratados no PAF nº 16327.000921/9989 e seus apensos, particularmente os do IRPJ lançados de ofício e controlados neste processo (folhas 372 a 398 do PAF nº 16327.000921/99 89 e 712 a 731); 28. Sob esse aspecto, no entanto, embora a autoridade administrativa julgadora tenha determinado a operacionalização da compensações objeto do PAF nº 16327.000921/9989, consoante já citado no item 21 acima, entende esta autoridade preparadora, à luz do que disciplina o Decreto nº 70.235/72, que o Fl. 769DF CARF MF Processo nº 16327.003350/200336 Acórdão n.º 1302002.073 S1C3T2 Fl. 770 9 referido procedimento deve ser sobrestado, ao menos até o julgamento terminativo da presente lide; Retornese ao CARF, para as providência de sua competência. Ora, o lançamento discutido nos autos decorre diretamente da homologação apenas parcial das compensações pleiteadas por meio do PA nº 16327.000921/9989. Uma vez concluída a discussão administrativa daquele litígio e reconhecido o montante de direito creditório suficiente para a homologação integral do pedido de compensação do IRPJ, exigido nestes autos, com o crédito apontado, impõese o cancelamento da exigência, uma vez que os referidos créditos que haviam sido constituídos deverão ser extintos, mediante compensação, por ocasião da execução dos acórdãos proferidos nos autos do PA nº 16327.000921/9989. Deixo, assim, de apreciar os demais argumentos trazidos pela recorrente, por evidente desnecessidade. Ante ao exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 770DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13706.002071/2007-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2301-000.629
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência objetivando oportunizar à Recorrente o direito de vista ao resultado da diligência ordenada pela Resolução Resolução CARF 2301-000.629, pelo prazo de 30 dias. Depois, retornem os autos para prosseguimento do julgamento.]
(Assinado digitalmente)
JOÃO BELLINI JÚNIOR - Presidente.
(Assinado digitalmente)
GISA BARBOSA GAMBOGI NEVESELATOR - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Júlio César Vieira Gomes, Alice Grecchi, Andrea Brose Adolfo, Fábio Piovesan Bozza, Gisa Barbosa Gambogi Neves.
Nome do relator: GISA BARBOSA GAMBOGI NEVES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência objetivando oportunizar à Recorrente o direito de vista ao resultado da diligência ordenada pela Resolução Resolução CARF 2301-000.629, pelo prazo de 30 dias. Depois, retornem os autos para prosseguimento do julgamento.] (Assinado digitalmente) JOÃO BELLINI JÚNIOR - Presidente. (Assinado digitalmente) GISA BARBOSA GAMBOGI NEVESELATOR - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Júlio César Vieira Gomes, Alice Grecchi, Andrea Brose Adolfo, Fábio Piovesan Bozza, Gisa Barbosa Gambogi Neves.
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Acordam os membros do colegiado, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos converter o julgamento em diligência objetivando oportunizar à Recorrente o direito de vista ao resultado da diligência ordenada pela Resolução Resolução CARF 2301000.629, pelo prazo de 30 dias. Depois, retornem os autos para prosseguimento do julgamento.] (Assinado digitalmente) JOÃO BELLINI JÚNIOR Presidente. (Assinado digitalmente) GISA BARBOSA GAMBOGI NEVESELATOR Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Júlio César Vieira Gomes, Alice Grecchi, Andrea Brose Adolfo, Fábio Piovesan Bozza, Gisa Barbosa Gambogi Neves. Relatório Trata o presente feito de Auto de Infração lavrado em 08/07/2005, por ter a empresa acima identificada apresentado GFIP/GRFP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, infringindo, dessa forma, o inciso IV, § 5°, RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 37 06 .0 02 07 1/ 20 07 -2 6 Fl. 393DF CARF MF Processo nº 13706.002071/200726 Resolução nº 2301000.629 S2C3T1 Fl. 3 2 do art. 32, da Lei 8.212/91, c/c o art. 225, IV e § 4 o , do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. Auto de infração, em fls. 03. Decisão DRJ em fls. 203/209. Recurso Voluntário em fls. 211/296. Em 04 de junho de 2009, a 1ª Turma, converteu o julgamento em diligência em fls. 307/310, objetivando que a repartição de origem à Repartição de Origem, nos termos da Resolução CARF 240100.034. Certidão de encaminhamento em fls. 311. Em resposta, a Repartição de Origem, proferiu informações e juntou novos documentos em fls. 312/383. Despacho informando o retorno da diligência em fls. 385. A empresa, ora Recorrente, não foi intimada para ter vista ao resultado da diligência e dos documentos juntados. Foram apresentados memoriais. É o Relatório. Voto Conselheiro Gisa Barbosa Gambogi O presente Recurso Voluntário acode os pressupostos de admissibilidade, inclusive a tempestividade, razão pela qual, dele conheço, porém, resta configurada a prejudicial de julgamento, vez que a Recorrente, não foi intimada do resultado da diligência ordenada pela Resolução CARF n° Resolução CARF 240100.034. O contraditório e a ampla defesa em nosso ordenamento jurídico tratase de uma cláusula pétrea, disposta no art. 5º, LV da Constituição Federal do Brasil de 1988, que nos diz: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...) LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;(...)" Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro "o princípio do contraditório, que é inerente ao direito de defesa, é decorrente da bilateralidade do processo: quando uma das partes alega alguma coisa, há de ser ouvida também a outra, dandoselhe oportunidade de resposta. Ele supõe o conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito de resposta ou de reação. Exige: 1 notificação dos atos processuais à parte interessada; 2 possibilidade de exame das provas constantes do processo; 3 direito de assistir à inquirição de testemunhas; 4 direito de apresentar defesa escrita" No mesmo norte decidiu o . Min. Francisco Peçanha Fl. 394DF CARF MF Processo nº 13706.002071/200726 Resolução nº 2301000.629 S2C3T1 Fl. 4 3 Martins, no , RESP. 347041/RJ, quando afirma que "o fato de a documentação ser de conhecimento da parte contrária não é razão suficiente para dispensarse a vista, por isso que a finalidade do art.398doCPCé proporcionar a outra parte a oportunidade de contestála e de trazer aos autos as observações que se acharem necessárias". Neste sentido entendo não ser possível dar continuidade ao julgamento, sem que, primeiramente, seja oportunizada à Recorrente vista ao resultado da 5ª (quinta) diligência fiscal, homenageado os princípios do contraditório e ampla defesa. CONCLUSÃO Diante do acima exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência objetivando oportunizar à Recorrente o direito de vista ao resultado da diligência e juntada de documentos, ordenada pela Resolução CARF 2301000.629, pelo prazo de 30 dias. Depois, retornem os autos para prosseguimento do julgamento. É o voto (Assinado digitalmente) GISA BARBOSA GAMBOGI NEVESELATOR Relatora. (Assinado digitalmente) JOÃO BELLINI JÚNIOR Presidente. (Assinado digitalmente) Fl. 395DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10715.000692/2009-30
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004
REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. MULTA DO ART. 107, IV, E DO DL 37/1966 (INs SRF 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE.
O sujeito passivo que praticar uma ação ou omissão que configura fato típico previsto em norma tributária estará sujeito às penalidades ali prescritas, independentemente de alterações posteriores no prazo de cumprimento das obrigações acessórias.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9303-003.915
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento parcial para manter a multa aos casos em que o sujeito passivo excedeu o prazo de sete dias para o registro dos dados de embarque.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004 REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE. MULTA DO ART. 107, IV, E DO DL 37/1966 (INs SRF 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. O sujeito passivo que praticar uma ação ou omissão que configura fato típico previsto em norma tributária estará sujeito às penalidades ali prescritas, independentemente de alterações posteriores no prazo de cumprimento das obrigações acessórias. Recurso Especial do Procurador Provido.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento parcial para manter a multa aos casos em que o sujeito passivo excedeu o prazo de sete dias para o registro dos dados de embarque. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (INs SRF 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. O sujeito passivo que praticar uma ação ou omissão que configura fato típico previsto em norma tributária estará sujeito às penalidades ali prescritas, independentemente de alterações posteriores no prazo de cumprimento das obrigações acessórias. Recurso Especial do Procurador Provido. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento parcial para manter a multa aos casos em que o sujeito passivo excedeu o prazo de sete dias para o registro dos dados de embarque. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 06 92 /2 00 9- 30 Fl. 198DF CARF MF Processo nº 10715.000692/200930 Acórdão n.º 9303003.915 CSRFT3 Fl. 199 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3202000.987, que deu provimento ao recurso voluntário. O colegiado a quo afastou a exigência da multa por atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada sob o fundamente de que a expressão “imediatamente após”, constante da redação original do art. 37 da IN SRF nº 28/1994, traduz subjetividade, e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de prestar informações à autoridade aduaneira. Cientificada do acórdão acima indicado a Fazenda Nacional apresentou recurso especial. Foi suscitada divergência quanto ao entendimento de que a exigência da penalidade em foco somente teria aplicação após 15/02/2005, quando entrou em vigor a IN SRF nº 510/2005, que, pela primeira vez, estabeleceu um prazo certo para o cumprimento da obrigação em foco. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e o contribuinte apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.914, de 07/06/2016, proferido no julgamento do processo 10715.002502/200919, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303003.914): "Quanto à expressão constante da IN SRF 28, de 1994 (imediatamente após), filiome à interpretação dada pelo acórdão paradigma. Esta matéria já foi, por diversas vezes, objeto de apreciação no CARF. O conselheiro José Luís Novo Rossari já enfrentou essa questão. Porém, ouso discordar do ilustre conselheiro. Eis o entendimento do ilustre conselheiro, que constou de vários acórdãos de sua lavra. 'A lide respeita à exigência feita pelo Fisco da multa prevista no art. 107, IV, “e”, do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu o art. 77 da Lei no 10.833/2003, em razão de a recorrente ter registrado no Siscomex após o prazo de 2 (dois) dias fixado no art. 37 da IN SRF no 28/1994, com a redação dada pelo art. 1o da IN Fl. 199DF CARF MF Processo nº 10715.000692/200930 Acórdão n.º 9303003.915 CSRFT3 Fl. 200 3 SRF no 510/2005, os dados de embarque de mercadorias em despachos de exportação. Para melhor compreensão a respeito da matéria, cumpre sejam transcritas as normas legais e administrativas pertinentes aos fatos. A Instrução Normativa SRF no 28, de 27/4/1994, estabeleceu em seus arts. 37, caput, e 44 que, verbis: “Art. 37. Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes, no SISCOMEX, com base nos documentos por ele emitidos. (destaquei) Art. 44. O descumprimento, pelo transportador, do disposto nos arts. 37, 41 e § 3o do art. 42 desta Instrução Normativa constitui embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, sujeitando o infrator ao pagamento da multa prevista no art. 107 do Decretolei no 37/66 com a redação do art. 5o do Decretolei no 751, de 10 de agosto de 1969, sem prejuízo de sanções de caráter administrativo cabíveis.” O art. 107 do Decretolei no 37/1966, na redação do art. 5o do Decretolei no 751/1969, citado na transcrição acima, assim dispunha originalmente, tendo sido alterado apenas no tocante à atualização do valor da multa (última atualização constante do art. 646, I, do Decreto no 4.543/2002 – Regulamento Aduaneiro), verbis: “Art. 107 Aplicamse, ainda, as seguintes multas: I de 103,56 (cento e três reais e cinquenta e seis centavos) a quem, por qualquer meio ou forma, desacatar agente do Fisco, embaraçar, dificultar ou impedir sua ação fiscalizadora; (...)” (destaquei) O caput do art. 37 antes transcrito foi alterado pelo art. 1o da IN SRF no 510, de 14/2/2005, que lhe deu a seguinte redação, verbis: "Art. 37. O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque.” (destaquei) No caso ora sob exame, o Fisco aplicou à empresa transportadora a multa específica prevista no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei no 37, de 1966, com a nova redação que lhe foi dada pelo art. 61 da Medida Provisória no 135, de 30/10/2003 (DOU de 31/10/2003), que veio a ser convertido no art. 77 da Lei no 10.833, de 29/12/2003, que estabeleceu, verbis: “Art. 77. Os arts. 1o, 17, 36, 37, 50, 104, 107 e 169 do DecretoLei no 37, de 18 de novembro de 1966, passam a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações Fl. 200DF CARF MF Processo nº 10715.000692/200930 Acórdão n.º 9303003.915 CSRFT3 Fl. 201 4 sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (...) "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) c) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de nãoapresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal; (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e (...)”Feitas essas transcrições, impõese ressaltar que na vigência da IN SRF no 28/1994 a inobservância da obrigação estabelecida no seu art. 37 era entendida pela SRF como caracterizadora de embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, conforme disposto em seu art. 44. No entanto, a partir da superveniência da Medida Provisória no 135/2003, convertida na Lei no 10.833/2003, foi estabelecida para o transportador a obrigação de “prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas”, como se verifica da redação retrotranscrita, emprestada ao art. 37 do Decretolei no 37/1966 pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003. Destarte, com a entrada em vigor dessa nova norma legal, o descumprimento da obrigação de prestar à SRF, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, passou a ser cominada com a multa de R$ 5.000,00 prevista no inciso IV, “e”, do art. 107 do Decretolei no 37/1966, e não mais aquela prevista por embaraço, que veio a ser tipificada no inciso IV, “c”. Para a caracterização de ilícito sujeito à aplicação da referida multa, há que ser apurado o descumprimento da obrigação, o que implica, no caso, a inobservância de prazo fixado pela SRF para a apresentação dos dados relativos ao embarque. Verificase que, por ocasião dos fatos que geraram a aplicação das multas, vigia a redação original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, que estabelecia que a obrigação devia ser satisfeita “imediatamente após realizado o embarque da mercadoria”. Ora, temse por evidente que, por não conter regramento certo e inequívoco que permita seu cumprimento sem a permanência de dúvidas, a imposição normativa constante desse ato administrativo é destituída de força cogente para a finalidade a que se propõe, de imposição de penalidade.' Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10715.000692/200930 Acórdão n.º 9303003.915 CSRFT3 Fl. 202 5 A minha discordância se dá em relação à conclusão exposta no último parágrafo. Não há que se falar em falta de força normativa da IN 28/1994 para a imposição da multa, já que a norma fala em imediatamente após. Não é um prazo certo, porém não se autoriza a entrega da declaração dias após o embarque. A lei não contém palavras inúteis e se fosse a intenção de não se penalizar a conduta prescrita na norma, não haveria razão para a sua existência. Tampouco há que se falar em retroatividade benigna, já que não houve alteração da penalidade. O que ocorreu foi apenas uma mudança no prazo de entrega da declaração o que não altera em nada o fato típico e nem a penalidade. No meu entender, não há que se falar em ausência de penalidade pela falta de um prazo certo. O fato de a norma dizer "imediatamente após" não tem o condão de excluir a multa. Se assim fosse não era para a norma dizer nada. Existe um comando legal e uma penalidade. O descumprimento desse comando obrigação acessória enseja a aplicação da penalidade prevista na norma. Portanto, devese reformar o acórdão recorrido e restabelecer a exigência da penalidade aplicada pela autoridade fiscal. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, para restabelecer a exigência da penalidade." Aplicandose a decisão do processo paradigma acima transcrita ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, para restabelecer a exigência da penalidade. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 202DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.695820/2009-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2004
DATA DA COMPENSAÇÃO. VALORAÇÃO DOS CRÉDITOS E DÉBITOS.
Na compensação declarada pelo sujeito passivo, os créditos serão acrescidos de juros compensatórios e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais até a data da entrega da apresentação do PER/DCOMP, na forma da legislação de regência.
COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. DATA DA APRESENTAÇÃO DA DCOMP
No caso de apresentação de DCOMP após o vencimento do tributo a ser compensado haverá acréscimos legais ao débito. A falta de equivalência entre o total de crédito e de débitos apontados como compensáveis, valorados na forma da legislação que rege a espécie, impõe a homologação apenas parcial da DCOMP apresentada pelo sujeito passivo.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.417
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa, Maria Eduarda e Valcir Gassen, que davam provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2004 DATA DA COMPENSAÇÃO. VALORAÇÃO DOS CRÉDITOS E DÉBITOS. Na compensação declarada pelo sujeito passivo, os créditos serão acrescidos de juros compensatórios e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais até a data da entrega da apresentação do PER/DCOMP, na forma da legislação de regência. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. DATA DA APRESENTAÇÃO DA DCOMP No caso de apresentação de DCOMP após o vencimento do tributo a ser compensado haverá acréscimos legais ao débito. A falta de equivalência entre o total de crédito e de débitos apontados como compensáveis, valorados na forma da legislação que rege a espécie, impõe a homologação apenas parcial da DCOMP apresentada pelo sujeito passivo. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa, Maria Eduarda e Valcir Gassen, que davam provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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DCOMP TRANSMITIDA APÓS VENCIMENTO DO DÉBITO. Recorrente ESPN DO BRASIL EVENTOS ESPORTIVOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2004 DATA DA COMPENSAÇÃO. VALORAÇÃO DOS CRÉDITOS E DÉBITOS. Na compensação declarada pelo sujeito passivo, os créditos serão acrescidos de juros compensatórios e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais até a data da entrega da apresentação do PER/DCOMP, na forma da legislação de regência. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL. DATA DA APRESENTAÇÃO DA DCOMP No caso de apresentação de DCOMP após o vencimento do tributo a ser compensado haverá acréscimos legais ao débito. A falta de equivalência entre o total de crédito e de débitos apontados como compensáveis, valorados na forma da legislação que rege a espécie, impõe a homologação apenas parcial da DCOMP apresentada pelo sujeito passivo. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa, Maria Eduarda e Valcir Gassen, que davam provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 69 58 20 /2 00 9- 16 Fl. 103DF CARF MF Processo nº 10880.695820/200916 Acórdão n.º 3301003.417 S3C3T1 Fl. 3 2 d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório A recorrente acima qualificada apresentou Declaração de Compensação pleiteando a compensação de débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela SRF, com créditos de COFINS (código de receita 2172), decorrentes de pagamento supostamente indevido ou a maior. Por meio do Despacho Decisório emitido pela DERATSP, a compensação declarada foi homologada parcialmente, sob o fundamento de que constatouse a procedência do crédito original informado no PER/DCOMP, reconhecendose o valor do crédito pretendido. Entretanto, o crédito reconhecido revelouse insuficiente para quitar os débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, tempestivamente, alegando, em síntese, que: a) O valor original utilizado para a compensação, foi recolhido no mesmo prazo de vencimento dos créditos tributários compensados; b) Assim, não se apropriou de juros pela taxa Selic sobre os valores declarados no PER/DCOMP, e não imputou multa e juros sobre os créditos tributários compensados, pois são do mesmo período de apuração; c) Faz planilha para comparação dos períodos de apuração e datas de vencimento. d) Tratase de evidente cobrança equivocada, e apresenta como provas as cópia dos documentos relativos aos lançamentos contestados e a procuração de nomeação do representante legal que assina a manifestação de inconformidade; e) Demonstrada a insubsistência e improcedência do processo, requer seja cancelado o processo reclamado. A DRJ/SP1 indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 16038.194. O fundamento adotado foi o de que, na compensação declarada pelo sujeito passivo, os créditos são acrescidos de juros compensatórios e os débitos sofrem a incidência de acréscimos legais até a data da entrega do PER/DCOMP, na forma da legislação de regência. A recorrente repetiu os argumentos da impugnação no recurso voluntário. É o relatório. Voto Fl. 104DF CARF MF Processo nº 10880.695820/200916 Acórdão n.º 3301003.417 S3C3T1 Fl. 4 3 Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.231, de 28 de março de 2017, proferido no julgamento do processo 10880.667966/200963, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.231): "O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. Constatase que a controvérsia do processo permanece a mesma desde a 1ª instância, com a contribuinte alegando que o DARF utilizado como pagamento a maior para a compensação foi pago dentro do prazo de vencimento do tributo e por isso, não se conformando com a cobrança de acréscimos legais no momento da efetiva compensação. Entretanto, como veremos adiante, o valor do crédito foi insuficiente para quitar o débito, em função dos acréscimos legais ao débito compensado, atualizados até a data da apresentação do PER/DCOMP, em virtude do atraso entre seu vencimento e a formalização da compensação. A DCOMP em tela, foi formalizada pela interessada para compensar débito de COFINS – não cumulativa (código de receita 5856), vencido em 15/06/2004, com créditos de COFINS (código de receita 2172), cuja data de arrecadação foi 15/06/2004. De acordo com o Despacho Decisório emitido pela DERAT/SP, constatouse a procedência do crédito original informado no PER/DCOMP. No entanto, o mesmo foi insuficiente para quitar os débitos informados em consequência da data de apresentação da DCOMP, e por este motivo a compensação foi homologada parcialmente. A recorrente alega que o valor original utilizado para a compensação foi recolhido no mesmo prazo de vencimento dos créditos tributários compensados, e sendo assim, não poderia haver multa e juros sobre os referidos créditos, pois são do mesmo período de apuração. Como bem dito no acórdão recorrido, a contribuinte equivocouse em relação à forma de valoração do crédito e do débito que informou em sua declaração de compensação, ao não efetuar os cálculos relativos aos acréscimos legais, o que gerou um saldo devedor, e consequentemente, a homologação parcial da compensação. Constatase que a data do envio do PER/DCOMP é quando se formaliza a extinção do débito por compensação, de acordo com o que dispõe a Lei nº 9.430/1996, abaixo transcrita: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição Fl. 105DF CARF MF Processo nº 10880.695820/200916 Acórdão n.º 3301003.417 S3C3T1 Fl. 5 4 administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) Portanto, a extinção do débito por compensação ocorre na data de envio do PER/DCOMP. No caso concreto, a interessada enviou a PER/DCOMP em 21/01/2007 para compensar débito cujo vencimento se deu em 15/06/2004, portanto, é fato que o débito já estava vencido quando foi extinto pela compensação. Assim, partir da data do vencimento passaram a incidir sobre o débito os acréscimos legais, quais sejam, multa de mora e juros, nos termos do artigo 61 da Lei 9.430/1996, abaixo transcrito: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º. A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º. Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. No recurso voluntário, a recorrente repete o argumento de que o pagamento utilizado para a compensação foi realizado no mesmo prazo de vencimento do débito compensado, mas tal fato não a socorre, pois a utilização do crédito tributário ocorre apenas com a apresentação do PER/DCOMP, que ocorreu após o vencimento do débito compensado. Assim, cumpre transcrever o artigo 28 da IN SRF nº 600/2005, em vigor à época da transmissão do PER/DCOMP: Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10880.695820/200916 Acórdão n.º 3301003.417 S3C3T1 Fl. 6 5 Art. 28. Na compensação efetuada pelo sujeito passivo, os créditos serão valorados na forma prevista nos arts. 52 e 53 e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais, na forma da legislação de regência, até a data da entrega da Declaração de Compensação. § 1º A compensação total ou parcial de tributo ou contribuição administrados pela SRF será acompanhada da compensação, na mesma proporção, dos correspondentes acréscimos legais. (...) Logo, os débitos vencidos, vinculados a PER/DCOMP, serão acrescidos de multa de mora, calculada a partir do primeiro dia subsequente à data de vencimento até a data da entrega do PER/DCOMP, quando se formaliza a compensação; bem como sofrerão a incidência de juros referentes à taxa SELIC, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Em relação aos créditos utilizados na compensação, as regras para valoração vigentes à época da transmissão do PER/DCOMP estão contidas no artigo 52 da IN SRF nº 600/2005, também transcrita: Art. 52. O crédito relativo a tributo ou contribuição administrados pela SRF, passível de restituição, será restituído ou compensado com o acréscimo de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulados mensalmente, e de juros de 1% (um por cento) no mês em que: (...) II – houver a entrega da Declaração de Compensação; (...) § 1º No cálculo dos juros Selic de que trata o caput, observarseá, como termo inicial de incidência: (...) III – na hipótese de pagamento indevido ou a maior: a) o mês de janeiro de 1996, se o pagamento tiver sido efetuado antes de 1º de janeiro de 1996; b) a data da efetivação do pagamento, se este tiver sido efetuado entre 1º de janeiro de 1996 e 31 de dezembro de 1997; ou c) o mês subseqüente ao do pagamento, se este tiver sido efetuado após 31 de dezembro de 1997; Por isso, foi apurado o saldo devedor indicado no Despacho Decisório e a compensação foi parcialmente homologada. Portanto, não se está desprezando o princípio da verdade material e nem está havendo enriquecimento sem causa do Fisco, como alega a recorrente. Simplesmente, está sendo cobrado o atraso entre a Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10880.695820/200916 Acórdão n.º 3301003.417 S3C3T1 Fl. 7 6 data do vencimento do tributo e o seu necessário pagamento, que, no caso em tela, deuse no momento da apresentação da DCOMP. Assim, tendo em vista tudo o acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo a DCOMP foi transmitida em data posterior à do vencimento do(s) débito(s) compensado(s). Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 108DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13820.720345/2011-32
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
Ementa:
MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. PROVA DOCUMENTAL. SÚMULA CARF Nº 63.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (Súmula CARF nº 63).
A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos.
Numero da decisão: 2202-003.638
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Ausente justificadamente a Conselheira Cecília Dutra Pillar.
(Assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto e José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Cecília Dutra Pillar.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. PROVA DOCUMENTAL. SÚMULA CARF Nº 63. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (Súmula CARF nº 63). A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Ausente justificadamente a Conselheira Cecília Dutra Pillar. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto e José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Cecília Dutra Pillar. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 82 0. 72 03 45 /2 01 1- 32 Fl. 64DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de notificação de lançamento em face do contribuinte acima identificado, relativa ao anocalendário 2007, tendo sido exigido crédito tributário referente à restituição indevida de imposto de renda, no valor de R$ 443,52, acrescido de juros de mora. O Contribuinte apresentou impugnação alegando que os rendimentos recebidos a título de aposentadoria são isentos pela existência de moléstia grave prevista em lei e que errou o preenchimento da declaração, pois houve troca dos quadros de rendimentos tributáveis e não tributáveis. Solicita análise e comparação entre a declaração transmitida de modo errado e a declaração corrigida. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife (PE) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. CONDIÇÕES. O reconhecimento da isenção prevista no RIR/99, art. 39, XXXIII (portadores de moléstia grave), requer o cumprimento de dois requisitos: rendimento ter natureza de aposentadoria, reforma ou pensão e comprovação, por meio de laudo médico oficial, da existência de doença mencionada na lei. Somente podem ser aceitos laudos periciais emitidos por instituições públicas, independentemente da vinculação destas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os laudos médicos expedidos por entidades privadas (hospitais, clínicas ou médicos particulares), não podem ser aceitos, ainda que o atendimento decorra de convênio referente ao SUS. O laudo médico oficial deve conter as seguintes informações: órgão emissor, qualificação do portador da moléstia, diagnóstico (descrição, CID10 e elementos que o fundamentaram), data em que a pessoa é considerada portadora de moléstia grave, devida identificação do profissional médico (nome, número do CRM e número do registro no órgão público) e, em caso de moléstia passível de controle, o prazo de validade do laudo pericial. A decisão da DRJ entendeu que faltam requisitos essenciais para aceitação do documento de fl. 16, apresentado pelo Contribuinte para comprovação da moléstia grave, tais como a data de início da doença grave (alienação mental) e a devida identificação do médico (nome, número do registro no CRM, número de matrícula no órgão público). Também não foi acatado o relatório médico de fl. 17 por não cumprir os requisitos legais. Fl. 65DF CARF MF Processo nº 13820.720345/201132 Acórdão n.º 2202003.638 S2C2T2 Fl. 65 3 Cientificado pessoalmente dessa decisão em 05/08/2014 (fl. 38), o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 08/08//2014 (fls. 39 e 40), apresentando um novo laudo da UBS República. Na sessão de 10 de maio de 2016, este Colegiado converteu o julgamento em diligência para que a repartição de origem informasse quais os rendimentos recebidos pelo Contribuinte no exercício 2008 (anocalendário 2007) são provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, anexando a documentação comprobatória. Em cumprimento à diligência solicitada, a ARF em São Caetano do Sul/SP encaminhou os documentos de fls. 54/61. É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. São necessárias duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: (i) ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios; (ii) os rendimentos serem provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão. Lei nº 7.713/1988 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (destaquei) A Súmula CARF Nº 63 assim dispõe sobre as condições para gozo da isenção do imposto de renda: Fl. 66DF CARF MF 4 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. O Contribuinte apresentou, em sede de recurso voluntário, o laudo oficial de fl. 40, emitido pela UBS República, onde consta que ele é portador de alienação mental, desde 10/1993, estando a moléstia enquadrada no art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/88. Em consulta ao sítio da Prefeitura Municipal de São Paulo1, observase que a UBS República, com endereço na Praça da Bandeira, 15, República, São Paulo (SP), é um estabelecimento da Secretaria Municipal de Saúde. Reconheço que o Decreto 70.235/72, que regulamenta o processo administrativo fiscal, limita a apresentação posterior de provas, restringindoa aos casos previstos no § 4º do seu art. 16, porém a jurisprudência deste Conselho vem se consolidando no sentido de que essa regra geral não impede que o julgador conheça e analise novos documentos ofertados após a defesa inaugural, em observância aos princípios da verdade material e da instrumentalidade dos atos administrativos, sobretudo quando são capazes de rechaçar em parte ou integralmente a pretensão fiscal, bem como se prestam a corroborar alegações suscitadas desde o início do processo. Nesse sentido os seguintes acórdãos da 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais: 9202002.587, 920201.633, 920202.162 e 920201.914. Quanto ao outro requisito da isenção, observase pelos documentos de fls. 54/61, acostados aos autos por ocasião da diligência solicitado por este Colegiado, que os rendimentos do Contribuinte recebidos das fontes pagadoras São Paulo Previdência e Caixa Beneficente da Polícia Militar são provenientes de pensão. Dessa forma, entendo que restam atendidas as condições para a isenção do imposto de renda pelo Contribuinte em relação aos rendimentos recebidos a título de pensão. Diante do exposto, voto no sentido de DAR provimento ao recurso voluntário. (Assinatura digital) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator 1 (http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/organizacao/Unid_Munic_Saude_Zona. pdf acesso em 1º/03/2016). Fl. 67DF CARF MF Processo nº 13820.720345/201132 Acórdão n.º 2202003.638 S2C2T2 Fl. 66 5 Fl. 68DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.002717/2003-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2402-000.599
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Ronnie Soares Anderson e Mário Pereira de Pinho Filho, que davam provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(assinado digitalmente)
Bianca Felícia Rothschild - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: BIANCA FELICIA ROTHSCHILD
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Ronnie Soares Anderson e Mário Pereira de Pinho Filho, que davam provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci e Bianca Felicia Rothschild. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .0 02 71 7/ 20 03 -5 1 Fl. 158DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Trata o presente de lançamento relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, anocalendário 1998, que apurou crédito tributário no valor de R$ 55.213,42, sendo R$ 16.176,79 referente ao imposto, R$ 13.345,85 referente aos juros de mora calculados até 11/2003, R$ 12.132,59 referente à multa de ofício e R$ 13.558,19 referente à multa exigida isoladamente. Conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, foram apuradas as infrações abaixo descritas: OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE FONTES NO EXTERIOR Fato Gerador Valor Tributável Multa (%) 28/02/1998 R$ 67.045,79 75,00 FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRRF A TÍTULO DE CARNÊLEÃO Fato Gerador Valor Tributável Multa (%) 28/02/1998 R$ 13.558,19 75,00 A interessada tomou ciência do lançamento em 09/01/2004, via postal, conforme fl. 70, e apresentou impugnação de fl. 72, em 09/02/2004, na qual alega, em síntese, que: a) Foi notificada do Auto de Infração do Imposto de Renda da Pessoa Física em 09/01/2004 por suposta transferência de recursos de contas CC5 através do Banco Banestado. b) Em outubro de 2003 foi intimada a justificar e comprovar a natureza de operações que deram causa a recebimentos no exterior, respondendo que desconhecia as operações questionadas, que nunca viajou para Nova Iorque, que não possui conta em banco no exterior e que viajou para Miami em 1988 para fins de estudo e em 1996 acompanhando alunos em Orlando. c) Em 09 de janeiro de 2004 foi notificada do Auto de Infração do Imposto de Renda Pessoa Física no valor de R$ 55.213,42, como sendo Omissão de Rendimentos recebidos de fontes pagadoras situadas no exterior e multa por falta de recolhimento do carnê leão. d) O Auto de Infração baseouse em documentos de transferências eletrônicas de valores onde foi usado o CPF da requerente, sem qualquer participação da mesma. e) Como o CPF é de domínio público, consta dos talões de cheques e pode ser exigido em qualquer transação comercial, concluise que qualquer pessoa pode abrir uma conta em um banco, desde que haja conivência da instituição financeira, o que é evidente no Banco Banestado, como pode ser verificado pelo noticiário nacional. Requereu, por fim, o cancelamento do auto de infração por falta de objeto a ser tributado. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 4 3 A decisão da autoridade de primeira instancia julgou procedente em parte a impugnação da Recorrente, de acordo com os seguintes argumentos: Que o auto de infração não era nulo, porque teve o Mandado de Procedimento FiscalFiscalização n o 08.1.25.002003 002811, emitido segundo as normas da Secretaria da Receita Federal; Que o auto de infração em tela é um ato administrativo perfeito e acabado, preenchendo todos os requisitos de um ato administrativo valido; Que não pode prosperar as alegações de nulidade do lançamento; Que os dados que fundamentaram o lançamento foram obtidos do trabalho realizado pela Força Tarefa encarregada de verificar contas mantidas no exterior por instituições financeiras que atuavam como prepostos bancáriofinanceiros de pessoas físicas e 110 jurídicas e que, no presente caso, trata de investigação sobre movimentação financeira da Agência Banestado em Nova Iorque; Que constam do processo Ofícios da Justiça Federal da 2a Vara Federal Criminal de Curitiba, que tratam da quebra de sigilo fiscal e bancário, para que os dados obtidos em documentos e mídias eletrônicas, fossem compartilhados com a Receita Federal, para trabalho em conjunto; que verificase. que todos os documentos de prova que embasam o processo fiscalizatório foram obtidos de forma legal, com autorização judicial, sendo os documentos e informações fornecidos por instituições financeiras idôneas (grifou se); Que o documento de fl. 54 corresponde a registro eletrônico do Sistema FTC Funds Transfer Control (controle de transferência de fundos), que é um documento de que a Agência Banestado de Nova Iorque recebeu uma ordem de pagamento, cujo recurso foi repassado a um outro banco, a crédito da contribuinte fiscalizada. Assim, esses elementos constituem prova da operação financeira realizada em que a contribuinte aparece como beneficiária de recursos transferidos para ela pela Agência Banestado de Nova Iorque, que fazia sua movimentação financeira através do FEDline do Federal Reserve (o banco central americano); Como os dados em meio eletrônico foram fornecidos pelo próprio agente bancário estrangeiro, após quebra de sigilo bancário determinado pela justiça estrangeira e foram analisados pelas autoridades americanas e brasileiras e periciados por órgão técnico da Polícia Federal brasileira, que forneceu laudo atestando a autenticidade dos registros, não há o que se afastar a autenticidade dos registros produzidos pelas autoridades de Nova Iorque e transcritos pela autoridade policial brasileira; Que esses elementos constituemse em prova de caráter relativo (iuris tantum), portanto, admitindo prova em contrário; e que a contribuinte não apresentou qualquer elemento que ilidisse os fatos a ela atribuídos, apenas simples alegações que os desconhece; que a fiscalização não pode ignorar as provas trazidas ao procedimento, restando, assim como verdadeiras; Fl. 160DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 5 4 Que no documento de f1.54 consta o nome da contribuinte, e que nas pesquisas cadastrais nos Sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, houve a identificação da contribuinte, sem homônima, como única portadora do CPF 067.546.06894; Que a presente tributação da omissão de rendimentos teve como enquadramento legal a constatação da existência de rendimentos omitidos depositados em conta corrente no exterior, nos termos do art. 8 0 da Lei n o 7.713/88 e art. 60 Lei no 9.250/95, que transcreve; Que não tratou de mera presunção de rendimentos e sim do resultado de atividade investigatória das autoridades americanas em conjunto com as autoridades brasileiras; Cita jurisprudência do Conselho de Contribuintes, referente a presunções de que os depósitos bancários constituem omissão de receitas; quanto a multa regulamentar por falta de recolhimento do carnê leão, cita as cominações legais que justificamna, para no final reduzir o percentual da multa de 75% para 50%. Justifica afirmando que foi lançada a multa isolada devido à irregularidade constatada que é a falta de pagamento, no devido prazo, do imposto mensal carnêleão. Cientificado da decisão de primeira instancia em 13 de maio de 2009, o contribuinte apresentou tempestivamente, em 08 de junho de 2009, o recurso voluntário aduzindo, em síntese que: A questão fundamental no presente auto de infração traduzse em três palavras: falta de prova. Questiona fundamentalmente quais são as provas de que a movimentação, transferência, depósito, ou qualquer outra operação efetuada na Agência Banestado em Nova Iorque foi efetuada pela contribuinte; Argumenta que não está comprovado pela fiscalização e pelos documentos que a contribuinte efetuou estas operações. Aduz que todo procedimento se inicia com registros eletrônicos da Agência Banestado em Nova Iorque, e com base nestes registros são produzidos laudos periciais informando que estes registros são autênticos, ou seja, são os mesmos que foram obtidos junto as operações efetuadas pela Agência Banestado em Nova Iorque. Aduz que apenas meros registros eletrônicos são provas de que a contribuinte efetuou operações junto a instituição financeira. Obviamente, que não, seriam apenas indícios que deveriam servir para buscar as fichas de assinaturas, com, o os recursos foram sacados ou transferidos, como de praxe são das práticas bancárias. No entanto não é o que ocorreu nos procedimentos de fiscalização. Aduz que a relatora da decisão de 1a instancia afirmou tratarse prova relativa, que admitiria prova em contrário; mas que a contribuinte não apresentou qualquer elemento que ilidisse os fatos a ela atribuídos, apenas simples alegações que os desconhece. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 6 5 Ressalta que não há como apresentar tal prova negativa. Não haveria como provar que a contribuinte não efetuou a operação. Ao contrário, caberia ao fisco demonstrar cabalmente quem efetuou a operação com provas documentais e não com registros eletrônicos obtidos junto a uma instituição financeira de duvidosa idoneidade. Teria afirmado a relatora da decisão de 1a instancia que não existe homonomínia da contribuinte, o que corrobora os fatos de como se chegou a conclusão de quem operou junto a instituição financeira. Verificouse nos registros eletrônicos os nomes e comparouse com os nomes existentes no cadastro da Receita Federal. Caso a contribuinte tivesse um nome comum, com inúmeros homônimos, estaria livre de qualquer acusação. No entanto, como seu nome é único no cadastro e confere com o registro está provado que a mesma efetuou a movimentação. Pela singeleza do argumento, verificase que não é possível imputar quaisquer acusação a quaisquer pessoas com estas supostas provas. Na sessão de 01 de Dezembro de 2010, foi decidido por este mesmo colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para reconhecer de oficio a decadência do direito da Fazenda Nacional em constituir o crédito tributário Acórdão n° 210100.881. Transcrevese abaixo a ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1999 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, aplicase o prazo de 5(cinco) anos previsto no artigo 150, §4°., do CTN, ainda que não tenha havido pagamento antecipado. Homologase no caso a atividade, o procedimento realizado pelo sujeito passivo, consistente em "verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo", inclusive quando tenha havido omissão no exercício daquela atividade. A hipótese de que trata o artigo 149, V, do Código, é exceção à regra geral do artigo 173, I. A interpretação do caput do artigo 150 deve ser feita em conjunto com os artigos 142, caput e parágrafo único, 149, V e VII, 150, §§1°. e 4°., 156, V e VII, e 173, I, todos do CTN. Decadência acolhida. Cientificado dessa decisão em 6 de abril de 2011 (fl. 102), a Procuradoria da Fazenda Nacional PGFN apresentou recurso especial tempestivamente, nos termos do art. 68 do RICARF, onde apontou divergências com o Acórdão no 910100.460, da 1a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado na sessão de 04 de novembro de 2009, e com o Acórdão no CSRF/0203.305, da 2a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado na sessão de 1o de julho de 2008, para afirmar que se deve utilizar a regra de decadência do art. 173, inciso I, do Código Tributário Nacional – CTN, quando não houver o recolhimento antecipado do tributo. Em 31 de janeiro de 2013, o Recurso Especial da PGFN foi julgado provido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF Recurso nº 513.241, cuja ementa encontra se abaixo transcrita: Fl. 162DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 7 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1998 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INOCORRÊNCIA ANTECIPAÇÃO PAGAMENTO. APLICAÇÃO ARTIGO 150, §4º, CTN. ENTENDIMENTO STJ. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. O art. 62A do Regimento Interno do CARF determina observância das decisões definitivas de mérito do STJ e do STF. O STJ fixou decisão definitiva sobre a contagem do prazo da decadencial do lançamento por homologação, com aplicação do art. 150, Parg. 4°, do CTN, quando houver pagamento. Se não houve pagamento aplicase o art. 173, I, do CTN. Ressalvados entendimentos pessoais dos julgadores a propósito da importância ou não da antecipação de pagamento para efeito da aplicação do instituto, sobretudo após a alteração do Regimento Interno do CARF, notadamente em seu artigo 62A, o qual estabelece a observância das decisões tomadas pelo STJ nos autos de Recursos Repetitivos Resp n° 973.733/SC Recurso especial provido. Desta forma, acordaram os membros da CSRF, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, com retorno dos autos à Câmara de origem para análise das demais questões trazidas no recurso voluntário Despacho nº 210000.222/2011. É o relatório. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 8 7 Voto Conselheira Bianca Felicia Rothschild Relatora A controvérsia recursal cingese a falta de provas constante do auto de infração para que fosse realizado o lançamento ora discutido. Argumenta a Recorrente que não possui conta corrente no exterior e não há provas de registro, movimentação, transferência, depósito, ou que qualquer outra operação efetuada na Agência Banestado em Nova Iorque foi efetuada pela contribuinte. As autoridades fiscais, por sua vez, defendem que o lançamento foi realizado com base em dados obtidos do trabalho realizado pela Força Tarefa encarregada de verificar contas mantidas no exterior por instituições financeiras que atuavam como prepostos bancário financeiros de pessoas físicas e jurídicas e que, no presente processo, trata de investigação sobre a movimentação bancária do Banestado em Nova Iorque. Aduz que constam no processo Ofícios da Justiça Federal, da 20 Vara Federal Criminal de Curitiba (fls. 21/38), que tratam da quebra de sigilo fiscal e bancário, para que os dados obtidos em documentos e mídias eletrônicas fossem compartilhados com a Receita Federal, para trabalho em conjunto, com as conseqüências pertinentes aos específicos campos de atuação. O documento de fl. 56 corresponde a registro eletrônico do Sistema FTC — Funds Transfer Control (controle de transferência de fundos), que é um comprovante de que a Agência Banestado de Nova Iorque recebeu um ordem de pagamento, cujo recurso foi repassado a um outro banco, a crédito da contribuinte fiscalizada. Admitem as autoridades de 1a instancia que tais elementos constituemse em prova de caráter relativo,portanto, admitindo prova em contrário. Entretanto, como a contribuinte não apresentou qualquer elemento que ilidisse os fatos a ela atribuídos, apenas simples alegações de que os desconhece, não pode a fiscalização ignorar as provas trazidas ao procedimento, restando, assim, como verdadeiras. Alega, ainda, que conforme pesquisas cadastrais nos Sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, houve a identificação da contribuinte, sem homonímia, como única portadora do CPF 067.546.06894 e domiciliada na Rua Benedito Silveira Campos, n° 510, Bairro Bom Jesus III, em Rio das Pedras, São Paulo, SP, CEP 13390000 (fl. 81). De acordo com a legislação tributária, mais precisamente, o artigo 142 do Código Tributário Nacional CTN, a autoridade administrativa quando da constituição do crédito tributário pelo lançamento deve verificar a ocorrência do fato gerador, dentre ouros requisitos necessários. Fl. 164DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 9 8 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Entendo, assim como as autoridades de 1a instancia que os documentos apresentados, apesar de dotados de legalidade, constituem presunção relativa quanto a ocorrência da infração tributária. A cópia de registros eletrônicos obtidos perante o Banestado em Nova Iorque comprovando que houve depósito na conta do Recorrente são deveras indícios que deveriam servir de base para se buscar as fichas de assinaturas, como os recursos foram sacados ou transferidos, como de praxe são as práticas bancárias. Ressalto que as provas mencionadas foram obtidas a partida de quebra do sigilo bancário tão somente porque o respectivo banco já estava sob investigação da justiça federal em relação a apurar crimes de sonegação fiscal, no montante aproximado de U$ 14,9 Bilhões de dólares, contra o Sistema Financeiro Nacional, de formação de quadrilha. Vejamos extrato do Inquérito Policial (fl. 30): Tratase de complexa investigação levada a efeito pela Polícia Federal visando a apurar crimes de sonegação fiscal, contra o Sistema Financeiro Nacional, de formação de quadrilha ou bando. Conforme narrado pela autoridade policial, por intermédio de uma quantidade apreciável de operações financeiras, utilizandose de contas CC5, extraordinário montante de divisas nacionais (14,9 BILHÕES DE DÓLARES, aproximadamente), de forma ilegal, teriam sido remetidas para o exterior por parte dos investigados nestes autos. Vale mencionar, ainda, que a Recorrente apresenta em suas declarações rendimentos obtidos no ano de 1998 (fls. 9/10) na ordem de R$ 10 mil e bens cujo o total somase por volta de R$ 25 mil. Desta forma, não se pode afastar a possibilidade de que realmente o nome da Recorrente foi usado de forma fraudulenta, tendo em vista a suposta falta de idoneidade das transações ocorridas na instituição financeira investigada e os valores declarados pela Recorrente em sua declaração. Entendo que o fato das autoridades administrativas de primeira instancia reconhecerem que se tratam os registros eletrônicos que fundamentam o lançamento provas de caráter relativo, tendo possibilidade a Recorrente de trazer aos autos provas em contrario, em verdade não beneficiaram o contribuinte, pois não há vantagem quando há impossibilidade de se exigir do contribuinte a produção de prova negativa de dificílima produção. Em verdade, observo violação ao princípio da ampla defesa da Recorrente em razão da impossibilidade material do contribuinte de produzir prova negativa ao argumentado nos autos pela fiscalização. Sendo assim, o presente julgamento deve ser convertido em diligência, a fim de que se apense aos autos cópias dos registros de abertura da conta bancária pela Recorrente Fl. 165DF CARF MF Processo nº 13888.002717/200351 Resolução nº 2402000.599 S2C4T2 Fl. 10 9 junto ao Banestado Agencia Nova Iorque, ficha de assinaturas, histórico detalhado das transações da respectiva conta bancária e provas de saque ou transferência dos recursos mencionados, assim como quaisquer outras provas que sejam possíveis de serem juntadas aos autos no que se refere a confirmar a titularidade da conta bancária em análise, assim como efetiva participação da Recorrente nas transações alegadas. (assinado digitalmente) Bianca Felícia Rothschild Fl. 166DF CARF MF
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