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Numero do processo: 15983.000826/2010-18
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Exercício: 2010
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INFRAÇÃO. FOLHA DE PAGAMENTO.
Deixar de elaborar em suas folhas de pagamento o total das remunerações creditadas aos segurados empregados que lhe prestaram serviços constitui infração à obrigação instrumental ao artigo 32, Inciso I, da Lei n° 8.212/1991.
LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE NULIDADE POR VÍCIO MATERIAL.
Cumpridos os artigos 33 e 37, da Lei n. 8.212/1991, e 142 do CTN, em que o lançamento de crédito tributário contém todos os motivos fáticos e legais, descrição e cálculo do crédito, bem como descrição precisa dos fatos ocorridos e suas fontes para sua apuração, não há vícios no mesmo.
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NÃO APRECIADA PELO CARF, ARTS. 62 E 62-A, DO ANEXO II, DO REGIMENTO INTERNO.
O CARF não pode afastar a aplicação de decreto ou lei sob alegação de inconstitucionalidade, salvo nas estritas hipóteses do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
Recurso Voluntário Negado - Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2803-003.487
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Gustavo Vettorato - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Exercício: 2010 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INFRAÇÃO. FOLHA DE PAGAMENTO. Deixar de elaborar em suas folhas de pagamento o total das remunerações creditadas aos segurados empregados que lhe prestaram serviços constitui infração à obrigação instrumental ao artigo 32, Inciso I, da Lei n° 8.212/1991. LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE NULIDADE POR VÍCIO MATERIAL. Cumpridos os artigos 33 e 37, da Lei n. 8.212/1991, e 142 do CTN, em que o lançamento de crédito tributário contém todos os motivos fáticos e legais, descrição e cálculo do crédito, bem como descrição precisa dos fatos ocorridos e suas fontes para sua apuração, não há vícios no mesmo. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NÃO APRECIADA PELO CARF, ARTS. 62 E 62-A, DO ANEXO II, DO REGIMENTO INTERNO. O CARF não pode afastar a aplicação de decreto ou lei sob alegação de inconstitucionalidade, salvo nas estritas hipóteses do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Recurso Voluntário Negado - Crédito Tributário Mantido
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INFRAÇÃO. FOLHA DE PAGAMENTO. Deixar de elaborar em suas folhas de pagamento o total das remunerações creditadas aos segurados empregados que lhe prestaram serviços constitui infração à obrigação instrumental ao artigo 32, Inciso I, da Lei n° 8.212/1991. LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE NULIDADE POR VÍCIO MATERIAL. Cumpridos os artigos 33 e 37, da Lei n. 8.212/1991, e 142 do CTN, em que o lançamento de crédito tributário contém todos os motivos fáticos e legais, descrição e cálculo do crédito, bem como descrição precisa dos fatos ocorridos e suas fontes para sua apuração, não há vícios no mesmo. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NÃO APRECIADA PELO CARF, ARTS. 62 E 62A, DO ANEXO II, DO REGIMENTO INTERNO. O CARF não pode afastar a aplicação de decreto ou lei sob alegação de inconstitucionalidade, salvo nas estritas hipóteses do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 08 26 /2 01 0- 18 Fl. 71DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/09/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15983.000826/201018 Acórdão n.º 2803003.487 S2TE03 Fl. 72 2 Helton Carlos Praia de Lima Presidente. (Assinado digitalmente) Gustavo Vettorato Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/09/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15983.000826/201018 Acórdão n.º 2803003.487 S2TE03 Fl. 73 3 Relatório O presente recurso voluntário busca a reforma da decisão que manteve o lançamento do Auto de Infração, lavrado contra a empresa em virtude do descumprimento da obrigação acessória prevista ao artigo 32, inciso I, da Lei n° 8.212/91, e artigo 225, inciso I, parágrafo 9°, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99, contribuinte deixou elaborar em sua folha de pagamento do total das remunerações creditadas aos segurados empregados que lhe prestaram serviços no período de 01/04/2010 a 30/04/2010. O recurso voluntário apresentado tempestivamente, recurso voluntário apresentado tempestivamente, alega: nulidade do auto de infração por desrespeito ao direito processual administrativo, falta de motivação e afronta ao direito de ampla defesa.. É o relatório. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/09/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15983.000826/201018 Acórdão n.º 2803003.487 S2TE03 Fl. 74 4 Voto Conselheiro Gustavo Vettorato I O recurso foi apresentado tempestivamente, conforme supra relatado, atendido os pressupostos de admissibilidade, assim deve o mesmo ser conhecido. II No que refere à tipificação e lançamento da penalidade, está correto o Auto de Infração, conforme obrigação acessória prevista ao artigo 32, inciso I, da Lei n° 8.212/91, e artigo 225, inciso I, parágrafo 9°, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99, contribuinte deixou de incluir em suas folhas de pagamento o total das remunerações creditadas aos segurados empregados que lhe prestaram serviços. A penalidade está prevista disposto nos artigos 92 e 102 da Lei n° 8.212/91, combinados o artigo 283, inciso I, alínea "a", e artigo 373 do Regulamento da Previdência Social – RPS aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99. A sanção é fixa, indiferentemente da quantidade das faltas. Obrigação essa que tem natureza instrumental (art. 113, do CTN), como forma de auxiliar o controle e arrecadação tributária, mas é autônoma do cumprimento das demais obrigações. O lançamento do crédito em razão da falta, cumpriu os requisitos do art. 142, do CTN, tendo sido lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto, consoante os artigos 33 e 37 da Lei nº 8212/91, que dispõem sobre a competência/dever de fiscalizar, não cabendo qualquer discricionariedade à Autoridade Administrativa. A recorrente não trouxe qualquer elemento probatório de que teria realizado conforme descrito na norma de incidência, ou que sofreu causa impeditiva para tanto, como faculta o art. 16, do Dec. 70.235, não havendo questionamento efetivo das presunções de veracidade dos fatos relatados no auto de infração. A suposta alegação de nulidade do lançamento, todos os motivos fáticos e jurídicos foram apresentados pelo lançamento, bem como foi clara a aplicação a sanção tem valor fixo, independente de qualquer quantificação de obrigações principais, como supra mencionado, a obrigação descumprida é autônoma do cumprimento das demais obrigações. O pedido de diligência pericial para ser devidamente deferido, além da necessidade do juízo de convencia e necessidade do julgador, deve ser acompanhado dos motivos e dos quesitos, conforme o art. 16, IV, c/c §1º, do Dec. 70.235. No caso presente não houve o preenchimento desses requisitos. Por final, quanto à suposta inconstitucionalidade de tal aplicação da sanção em face do principio da legalidade, vedação ao confisco e razoabilidade, é vedado aos Conselheiros do CARFMF afastarem a aplicação da lei ou decreto sob tal argumento, salvo nas exceções expressas dos artigos 62 e 62A, do Anexo II, do Regimento Interno do CARF MF, com interpretação consolidada pela Súmula 1, do CARF/MF. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/09/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 15983.000826/201018 Acórdão n.º 2803003.487 S2TE03 Fl. 75 5 III Isso posto, voto por conhecer o recurso voluntário, mas, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É o voto. (Assinado Digitalmente) Gustavo Vettorato Relator Fl. 75DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 11/09/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 16/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 13855.723670/2011-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 05 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1302-000.333
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. Ausente momentaneamente o Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior - Presidente
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. Ausente momentaneamente o Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Hélio Eduardo de Paiva Araújo e Alberto Pinto Souza Junior. Relatório AGROTELES AVIAÇÃO AGRÍCOLA (contribuinte) e WILLIAM ESTEVAM TELES (responsável tributário), já qualificada nestes autos, inconformada com o Acórdão n° 0429.160, de 26/06/2012, da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande/MS, recorre voluntariamente a este Colegiado, objetivando a reforma do referido julgado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 55 .7 23 67 0/ 20 11 -5 0 Fl. 634DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/09/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13855.723670/201150 Resolução nº 1302000.333 S1C3T2 Fl. 632 2 Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância administrativa, a seguir transcrito: Tratase de impugnação apresentada contra lançamento que, apurando diferenças entre os valores informados em DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) e os valores apurados na escrita contábil e inseridos em DIPJ (Declaração de Informações EconômicoFiscais de Pessoa Jurídica), formalizou a exigência de crédito tributário no montante de R$ 780.898,95, englobando IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, acrescidos de multa e juros, tendo por fundamento legal o art. 3º da Lei nº 9.249/1995 e demais dispositivos citados nos autos de infração de fls. 467 a 538. O Termo de Verificação Fiscal dá notícia de que débitos declarados em DCTF, e não pagos, vieram a ser excluídos mediante entrega de DCTF retificadora. Não foram retificados os débitos na DIPJ, nem os informados no Dacon (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais). Por outro lado, os valores apurados na escrita contábil correspondem aos débitos constantes das DCTFs originais. Nesse fato e nas circunstâncias que o envolvem, viu a Fiscalização um procedimento malicioso, com o qual a impugnante pretendia tãosomente obter o cancelamento de débitos não pagos. Diante disso, decidiuse pela autuação tanto da sociedade Agroteles Aviação Agrícola Ltda. quanto do sócio administrador, William Estevam Teles. Os autuados, não se conformando com o lançamento, apresentaram impugnação conjunta, que pode assim ser resumida: Preliminarmente foi arguida a nulidade do lançamento por erro na tipificação e no enquadramento legal da infração, acarretando prejuízo ao direito de defesa. Também teria havido violação do princípio da legalidade. Embora a infração tenha sido descrita como deixar de declarar as receitas escrituradas, no mesmo lançamento afirmouse, de forma contraditória, que as receitas foram declaradas. No mérito, sustentaram os impugnantes que o lançamento se apoiou em premissa fática equivocada. As receitas auferidas da atividade econômica foram devidamente escrituradas e declaradas na DIPJ, no Dacon e na DCTF. A controvérsia surgiu da premissa de que partiu o autor do procedimento fiscal, que supôs ter a impugnante apresentado DCTFs retificadoras com o propósito ilícito de cancelar os débitos nelas consignados, os quais estavam em conformidade com os dados inseridos na DIPJ e no Dacon. Os impugnantes desconhecem as razões pelas quais as DCTFs do 2ª semestre de 2007, do 1º e 2º semestres de 2008 e dos 1º e 2º semestres de 2009 foram retificadas, tendo total segurança de que a medida não teve sua autorização. As retificações foram efetuadas à sua revelia e também os surpreendeu. Seja como for, as retificações não produziram qualquer efeito, porquanto os valores declarados originalmente em DCTF foram informados na DIPJ e no Dacon, que também são instrumentos hábeis para confissão de dívida, constituindo dessa forma o crédito tributário. Portanto, uma vez constituído o crédito em favor da Fazenda, era desnecessário o lançamento de ofício. Por outro lado, a retificação de DCTF, para ter eficácia, dependia necessariamente de que se procedesse à retificação da DIPJ e do Dacon, o que não foi feito. O art. 11, §2º, inciso III, da Instrução Normativa RFB nº 786/2007, dispõe que a DCTF retificadora não produzirá efeito se apresentada depois do início do Fl. 635DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/09/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13855.723670/201150 Resolução nº 1302000.333 S1C3T2 Fl. 633 3 procedimento fiscal relacionado aos débitos que se pretendia retificar. Portanto, caberia à Fiscalização apenas declarar a ineficácia das DCTFs retificadoras, sendo, também por essa razão, desnecessário qualquer lançamento de ofício. Porém, não considerando de plano como ineficaz a retificadora, teria de ser observado o disposto no art. 9ºA da Instrução Normativa RFB nº 1.258/2012, que dispõe que a DCTF retificadora deve ser retida para análise, com intimação ao contribuinte para prestar esclarecimentos. A retificação não produzirá efeitos enquanto estiver pendente de análise a DCTF. Quanto à multa, afirmaram que a Fiscalização, entendendo ter existido dolo na exclusão dos débitos não pagos, aplicou multa qualificada, adotando o percentual de 150% sobre o valor do tributo que queixou de ser pago. A conduta, porém, não se subsume ao modelo descrito na norma tributária. Não houve dolo, já que os débitos estavam declarados na DIPJ e no Dacon. Não há, portanto, prova capaz de demonstrar o dolo que justificasse a aplicação da multa qualificada. A retificação das DCTFs não teve o condão de retardar a ciência do fato gerador da obrigação tributária, dado que os valores estavam corretamente informados em DIPJ e em Dacon e deles o Fisco tinha conhecimento. No que concerne ao segundo impugnante, requereuse a exclusão do polo passivo, tendo em vista a ausência de dolo, visando ocultar os débitos. Assim, sem conduta dolosa, não há como aplicarse o disposto no art. 135, inciso III, do Código Tributário Nacional– CTN. Contestouse ainda a incidência de juros sobre a multa, por falta de amparo legal. Com esses fundamentos, pediram os impugnantes o cancelamento do auto de infração e, sucessivamente, no caso de não ser atendido o primeiro pedido, pleitearam a exclusão do segundo impugnante, William Estevam Teles, e a redução da multa qualificada para a multa simples. A 2ª Turma da DRJ em Campo Grande/MS analisou a impugnação apresentada pela contribuinte e, por via do Acórdão nº 1429.160, de 26/06/2012 (fls. 584/593), considerou procedente o lançamento com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007, 2008, 2009 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DACON E DIPJ. FUNÇÃO INFORMATIVA. A DCTF é o instrumento pelo qual o contribuinte, fazendo confissão de dívida, constitui para todos os efeitos o crédito tributário. DIPJ e Dacon são declarações de finalidade apenas informativa. DECLARAÇÃO CONTENDO DADOS INCORRETOS. ILEGALIDADE. DOLO. RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR. Responde pelo crédito tributário, nos casos de entrega de declaração intencionalmente incorreta, o sócio administrador da pessoa jurídica, a quem o contrato social tenha conferido plenos e exclusivos poderes de administração. Fl. 636DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/09/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13855.723670/201150 Resolução nº 1302000.333 S1C3T2 Fl. 634 4 MULTA QUALIFICADA. INFRAÇÃO. DOLO. REQUISITO ESSENCIAL. CONDUTA DO INFRATOR. É indispensável para a aplicação de multa qualificada a caracterização do dolo, que, na maioria das vezes, se pode inferir da descrição do comportamento do contribuinte. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA SOBRE A MULTA. FATO NÃO OCORRIDO. CONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. A cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício só é passível de impugnação a partir do momento em que o fato se materializar, sendo defeso ao órgão de julgamento conhecer a impugnação e apreciar a matéria preventivamente. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2007, 2008, 2009 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DACON E DIPJ. FUNÇÃO INFORMATIVA. A DCTF é o instrumento pelo qual o contribuinte, fazendo confissão de dívida, constitui para todos os efeitos o crédito tributário. DIPJ e Dacon são declarações de finalidade apenas informativa. DECLARAÇÃO CONTENDO DADOS INCORRETOS. ILEGALIDADE. DOLO. RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR. Responde pelo crédito tributário, nos casos de entrega de declaração intencionalmente incorreta, o sócio administrador da pessoa jurídica, a quem o contrato social tenha conferido plenos e exclusivos poderes de administração. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2007, 2008, 2009 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DACON E DIPJ. FUNÇÃO INFORMATIVA. A DCTF é o instrumento pelo qual o contribuinte, fazendo confissão de dívida, constitui para todos os efeitos o crédito tributário. DIPJ e Dacon são declarações de finalidade apenas informativa. DECLARAÇÃO CONTENDO DADOS INCORRETOS. ILEGALIDADE. DOLO. RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR. Responde pelo crédito tributário, nos casos de entrega de declaração intencionalmente incorreta, o sócio administrador da pessoa jurídica, a quem o contrato social tenha conferido plenos e exclusivos poderes de administração. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007, 2008, 2009 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DACON E DIPJ. FUNÇÃO INFORMATIVA. Fl. 637DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/09/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13855.723670/201150 Resolução nº 1302000.333 S1C3T2 Fl. 635 5 A DCTF é o instrumento pelo qual o contribuinte, fazendo confissão de dívida, constitui para todos os efeitos o crédito tributário. DIPJ e Dacon são declarações de finalidade apenas informativa. DECLARAÇÃO CONTENDO DADOS INCORRETOS. ILEGALIDADE. DOLO. RESPONSABILIDADE DO ADMINISTRADOR. Responde pelo crédito tributário, nos casos de entrega de declaração intencionalmente incorreta, o sócio administrador da pessoa jurídica, a quem o contrato social tenha conferido plenos e exclusivos poderes de administração. A contribuinte Agroteles Aviação Agrícola Ltda. tomou ciência da decisão de primeira instância em 02/07/2012, conforme Aviso de Recebimento à fl. 600. Não encontro nos autos prova da ciência dessa decisão ao responsável, Sr. William Estevam Teles. Não obstante, encontro nos autos recurso voluntário às fls. 602/623, em peça única, em nome da contribuinte e do responsável tributário, apresentado em 31/07/2012, conforme carimbo de recepção à folha 627. No recurso interposto (fls. 602/623), após historiar o ocorrido, por sua ótica, os interessados alegam preliminarmente os pontos a seguir sintetizados: I.1 – Nulidade da decisão – Ausência de motivação. A decisão recorrida teria sido proferida sem a devida motivação e fundamentação, com elevado grau de subjetivismo na apreciação das questões controvertidas. Com isso, restaria prejudicado o direito dos recorrentes à ampla defesa e ao contraditório, maculando de nulidade o acórdão recorrido. I.2 – Nulidade do lançamento – erro na tipificação da infração. Os recorrentes combatem a decisão de primeira instância e reafirmam que, embora a infração tenha sido descrita como deixar de declarar as receitas escrituradas, no mesmo lançamento terseia afirmado, de forma contraditória, que as receitas foram declaradas. Sustentam que estariam sendo exigidos tributos sem que ocorrida a subsunção dos fatos narrados pelo autor do procedimento fiscal às normas apontadas como infringidas. Com isso, estaria sendo cerceado o direito à ampla defesa e ao contraditório, maculando de nulidade os lançamentos. I.3 – Não incidência de juros Selic sobre multa Os recorrentes reclamam que seus argumentos sobre essa matéria não teriam sido apreciados pelo julgador a quo. Por sua ótica, essa matéria pode, sim, ser analisada e apreciada no âmbito do processo administrativo, posto que decorre do lançamento de ofício. Diante disso, reiteram todos os argumentos sobre esse tema, trazidos anteriormente em sede de impugnação. No mérito, trazem os argumentos abaixo, em apertado resumo: II.1 – Comprovação da declaração das receitas – DIPJ e DACON Os recorrentes afirmam que as receitas teriam sido informadas em DIPJ e DACON, “declarações essas que apresentaram, inclusive, a apuração e constituição dos respectivos créditos tributários”. Sustentam que “o fato de ter existido, não se sabe a razão, retificações da DCTF, não mudou a Fl. 638DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/09/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13855.723670/201150 Resolução nº 1302000.333 S1C3T2 Fl. 636 6 situação de ter a administração tributária total conhecimento do nascimento das obrigações tributárias, pela prática dos fatos geradores pelo recorente, assim como conhecimento da confissão dos respectivos créditos tributários”. Ainda, os recorrentes divergem do entendimento manifestado na decisão recorrida, de que apenas a DCTF seria o instrumento hábil para confissão de dívida. Sustentam que a IN SRF nº 127/1998 (que instituiu a DIPJ), combinada com o art. 5º do DL nº 2.124/84, garantiriam o caráter declaratório da DIPJ. Transcrevem jurisprudência administrativa que entendem suportar sua tese. Concluem que seria desnecessário o lançamento de ofício de créditos tributários já declarados na DIPJ e DACON. II.2 – DCTF retificadora – falta de produção dos efeitos Ao contrário da decisão recorrida, os recorrentes sustentam que as retificações das DCTFs não produziram quaisquer efeitos. Para tanto, seria indispensável retificar também a DIPJ e DACON, o que não foi feito. Caberia à fiscalização, simplesmente, declarar como ineficazes ou não homologadas as DCTFs retificadoras, por divergentes com a DIPJ e DACON. Concluem, da mesma forma que no item anterior, que seria desnecessário o lançamento de ofício de créditos tributários já declarados na DIPJ e DACON. II.3 – Indevido agravamento da multa Os recorrentes afirmam que não teriam praticado qualquer ato correspondente à sonegação (art. 71 da Lei nº 4.502/1964). Todos os fatos geradores e obrigações tributárias teriam sido tempestivamente informados ao Fisco, ainda que consideradas as retificações das DCTFs. Tais retificações não teriam qualquer aptidão para impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, dos fatos geradores e dos tributos devidos, posto que constavam da escrita contábil e da DIPJ e DACON. Assim, concluem que sua conduta não se subsume à norma que autoriza a qualificação da multa, aduzem jurisprudência administrativa em apoio a sua tese, e afirmam que a multa de 150% não teria respaldo legal. II.4 – Responsabilidade tributária do sócio Os recorrentes discordam da responsabilidade tributária atribuída ao sócio, Sr. William Estevam Teles, com base no art. 135, III, do CTN. Por sua ótica, o fundamento para a responsabilização teria sido o mesmo apresentado para a qualificação da multa, ou seja, a apresentação de DCTFs retificadoras com a intenção de retardar o conhecimento, pelo Fisco, dos débitos apurados. Assim, aproveitam os argumentos do item anterior, no sentido da inexistência de ação dolosa tendente a ocultar os débitos da administração fazendária. É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso apresentado pela contribuinte Agroteles Aviação Agrícola Ltda é tempestivo, subscrito por advogados regularmente constituídos mediante a procuração de fl. Fl. 639DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/09/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13855.723670/201150 Resolução nº 1302000.333 S1C3T2 Fl. 637 7 625. Observo que o outorgante dessa procuração é a pessoa jurídica, representada por seu sócio. No entanto, embora conste do recurso voluntário (fl. 602) que seriam dois os recorrentes (a pessoa jurídica Agroteles Aviação Agrícola Ltda. EPP e a pessoa física Sr. William Estevam Teles), não encontro nos autos procuração outorgada pela pessoa física aos advogados que subscrevem a peça recursal. A situação se complica, se considerarmos que a pessoa física não foi cientificada da decisão de primeira instância, conforme relatado. Diante do exposto, considero que o processo não reúne condições de julgamento, e voto por converter o julgamento em diligência para que a Unidade Preparadora adote as seguintes providências: 1. Dê ciência da decisão de primeira instância à pessoa física apontada nos autos como responsável tributário, Sr. William Estevam Teles, abrindolhe o prazo legal para pagar o débito ou recorrer da decisão a este CARF. 2. Deve ser facultada ao Sr. William Estevam Teles a possibilidade de ratificar o recurso voluntário de fls. 602/623, caso assim o deseje. Nesta hipótese, a representação processual deve ser regularizada, mediante procuração outorgada pela pessoa física do Sr. William Estevam Teles aos advogados que subscrevem o recurso. Cumpridas as providências acima, o processo deve retornar a este CARF para prosseguimento do julgamento administrativo. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 640DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 04/09/2014 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10803.000077/2010-78
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007, 2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACÓRDÃO REVISOR.
Constatada, mediante embargos de declaração, a ocorrência de obscuridade, omissão ou contradição deve-se proferir novo Acórdão, para rerratificar o Acórdão embargado.
Embargos Acolhidos
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2102-003.120
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para rerratificar o Acórdão nº 2102-003.002, de 16/07/2014, para corrigir o lapso manifesto e dar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente.
Assinado digitalmente
NÚBIA MATOS MOURA Relatora.
EDITADO EM: 22/09/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa e Núbia Matos Moura.
Nome do relator: Núbia Matos Moura
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007, 2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACÓRDÃO REVISOR. Constatada, mediante embargos de declaração, a ocorrência de obscuridade, omissão ou contradição deve-se proferir novo Acórdão, para rerratificar o Acórdão embargado. Embargos Acolhidos Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para rerratificar o Acórdão nº 2102-003.002, de 16/07/2014, para corrigir o lapso manifesto e dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Presidente. Assinado digitalmente NÚBIA MATOS MOURA Relatora. EDITADO EM: 22/09/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa e Núbia Matos Moura.
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ACÓRDÃO REVISOR. Constatada, mediante embargos de declaração, a ocorrência de obscuridade, omissão ou contradição devese proferir novo Acórdão, para rerratificar o Acórdão embargado. Embargos Acolhidos Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para rerratificar o Acórdão nº 2102003.002, de 16/07/2014, para corrigir o lapso manifesto e dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente. Assinado digitalmente NÚBIA MATOS MOURA – Relatora. EDITADO EM: 22/09/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 3. 00 00 77 /2 01 0- 78 Fl. 2641DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 22/09/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10803.000077/201078 Acórdão n.º 2102003.120 S2C1T2 Fl. 2.642 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alice Grecchi, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, José Raimundo Tosta Santos, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa e Núbia Matos Moura. Relatório Cuidase de embargos de declaração oposto pelo Presidente desta Turma, nos seguintes termos: Na Ata da Sessão que julgou o recurso voluntário relativo ao processo nº 10803.000077/201078 consta o seguinte dispositivo para o Acórdão nº 210203.002, datado de 16/07/2014: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Contudo, a mesma Ata de Sessão, por erro do Presidente que a redigia, indica num quadro específico que foi negado provimento ao recurso. Quando a Ata é finalizada esta informação é que alimenta o site do CARF, conforme se verifica a seguir: JULGADO EM SESSÃO – DECISÃO Órgão Julgador: 2ªTO/1ªCÂMARA/2ªSEJUL/CARF/MF Relator: NÚBIA MATOS MOURA Data da Sessão: 16/07/2014 Hora da Sessão: 09:00 Tipo da Pauta: Ordinária Tipo Sessão: Normal Número da Decisão: 2102003.002 Resultado: Recurso Voluntário Negado POR UNANIMIDADE Muito embora não haja qualquer dúvida quando ao provimento do recurso voluntário, pois os fundamentos do voto condutor do acórdão foram exaustivamente debatidos pelo Colegiado, entendo que o erro acima apontado, que se refletiu na folha de rosto do Acórdão ora embargado, merece correção. De fato, nos termos do artigo 67 c/c 76 do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011, as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão deverão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, mediante a prolação de um novo acórdão. Desta forma, com suporte nos artigos 65 e 66 do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256 e alterações posteriores, Fl. 2642DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 22/09/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10803.000077/201078 Acórdão n.º 2102003.120 S2C1T2 Fl. 2.643 3 submeto a matéria à apreciação da Turma Julgadora, para deliberação. É o relatório. Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora Os Embargos de Declaração apresentados pelo Presidente desta Turma, Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, preenchem os requisitos legais para sua admissibilidade e devem ser conhecidos. De fato, do exame do Acórdão nº 2102003.002, de 16/07/2014, verificase que consta na folha de rosto, logo depois da ementa, que o recurso voluntário foi negado e mais adiante, temse o dispositivo, cuja redação indica que o recurso voluntário foi provido. Tal lapso se deu em função do erro de anotação ocorrido na ata da sessão, conforme explicitado no relatório deste acórdão. Contudo, da leitura do voto condutor do acórdão embargado restou claro que o resultado do julgamento foi no sentido de dar provimento ao recurso. Nesse contexto, os embargos de declaração devem ser acolhidos para rerratificar o Acórdão nº 2102003.002, de 16/07/2014, para corrigir o lapso manifesto e dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 2643DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/09/2014 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 22/09/2014 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 22/09/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 10875.903613/2011-26
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2003
NULIDADE. INTIMAÇÃO POR AR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA DE VÍCIO. TEORIA DA APARÊNCIA . PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. PRELIMINAR REJEITADA.
É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. (Súmula CARF nº 9).
É válida a citação de pessoa jurídica por via postal, quando efetivada no endereço onde se encontra o estabelecimento sede do réu, sendo desnecessário que a carta citatória seja recebida e o aviso de recebimento assinado por seu representante legal. Em conformidade com o princípio da instrumentalidade das formas, que determina a não vinculação às formalidades desprovidas de efeitos prejudiciais ao processo, é de rigor a aplicação da teoria da aparência para reconhecer a validade da citação da pessoa jurídica realizada. Ainda mais, ressalte-se que, não é comum se dispor o diretor ou gerente de empresa a receber os carteiros, sendo, por tal motivo, presumir-se que o empregado colocado nessa função tenha a responsabilidade de promover o devido encaminhamento à correspondência recebida.
A jurisprudência considera válida a citação feita na pessoa de porteiro do prédio comercial onde se localiza empresa ré, ainda que sem poderes específicos para representar a pessoa jurídica. Homenagem ao princípio da instrumentalidade do processo, da teoria da aparência e da razoável duração do processo.
PIS-SIMPLES E COFINS-SIMPLES. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA EXCLUSÃO DA PARCELA DO ICMS. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDE DA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. MATÉRIA NÃO CONHECIDA, NO MÉRITO. FALTA DE COMPETÊNCIA.
A base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins é a receita bruta, o faturamento, abarcando a parcela do ICMS.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA . CRÉDITO NÃO COMPROVADO.
O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por esse Órgão.
No processo de compensação tributária, o contribuinte é autor do pedido de aproveitamento de crédito contra a Fazenda Nacional, na declaração de compensação informada.
À luz do art. 333, I, do CPC, incumbe ao autor o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito de crédito alegado, mediante apresentação de elementos de provas hábeis e idôneas da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o débito tributário na data de transmissão da DCOMP sob condição resolutória, pois dependente de ulterior verificação para efeito de homologação ou não.
Os requisitos de certeza e liquidez do crédito pleiteado devem estar preenchidos ou atendidos na data de transmissão da declaração de compensação.
Numero da decisão: 1802-002.314
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar suscitada e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(documento assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Nelso Kichel- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Luis Roberto Bueloni Ferreira, Nelso Kichel, José de Oliveira Ferraz Correa e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Marciel Eder Costa.
Nome do relator: NELSO KICHEL
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2003 NULIDADE. INTIMAÇÃO POR AR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA DE VÍCIO. TEORIA DA APARÊNCIA . PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. PRELIMINAR REJEITADA. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. (Súmula CARF nº 9). É válida a citação de pessoa jurídica por via postal, quando efetivada no endereço onde se encontra o estabelecimento sede do réu, sendo desnecessário que a carta citatória seja recebida e o aviso de recebimento assinado por seu representante legal. Em conformidade com o princípio da instrumentalidade das formas, que determina a não vinculação às formalidades desprovidas de efeitos prejudiciais ao processo, é de rigor a aplicação da teoria da aparência para reconhecer a validade da citação da pessoa jurídica realizada. Ainda mais, ressalte-se que, não é comum se dispor o diretor ou gerente de empresa a receber os carteiros, sendo, por tal motivo, presumir-se que o empregado colocado nessa função tenha a responsabilidade de promover o devido encaminhamento à correspondência recebida. A jurisprudência considera válida a citação feita na pessoa de porteiro do prédio comercial onde se localiza empresa ré, ainda que sem poderes específicos para representar a pessoa jurídica. Homenagem ao princípio da instrumentalidade do processo, da teoria da aparência e da razoável duração do processo. PIS-SIMPLES E COFINS-SIMPLES. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA EXCLUSÃO DA PARCELA DO ICMS. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDE DA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. MATÉRIA NÃO CONHECIDA, NO MÉRITO. FALTA DE COMPETÊNCIA. A base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins é a receita bruta, o faturamento, abarcando a parcela do ICMS. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA . CRÉDITO NÃO COMPROVADO. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por esse Órgão. No processo de compensação tributária, o contribuinte é autor do pedido de aproveitamento de crédito contra a Fazenda Nacional, na declaração de compensação informada. À luz do art. 333, I, do CPC, incumbe ao autor o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito de crédito alegado, mediante apresentação de elementos de provas hábeis e idôneas da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o débito tributário na data de transmissão da DCOMP sob condição resolutória, pois dependente de ulterior verificação para efeito de homologação ou não. Os requisitos de certeza e liquidez do crédito pleiteado devem estar preenchidos ou atendidos na data de transmissão da declaração de compensação.
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INTIMAÇÃO POR “AR”. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA DE VÍCIO. TEORIA DA APARÊNCIA . PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. PRELIMINAR REJEITADA. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. (Súmula CARF nº 9). É válida a citação de pessoa jurídica por via postal, quando efetivada no endereço onde se encontra o estabelecimento sede do réu, sendo desnecessário que a carta citatória seja recebida e o aviso de recebimento assinado por seu representante legal. Em conformidade com o princípio da instrumentalidade das formas, que determina a não vinculação às formalidades desprovidas de efeitos prejudiciais ao processo, é de rigor a aplicação da teoria da aparência para reconhecer a validade da citação da pessoa jurídica realizada. Ainda mais, ressaltese que, não é comum se dispor o diretor ou gerente de empresa a receber os carteiros, sendo, por tal motivo, presumirse que o empregado colocado nessa função tenha a responsabilidade de promover o devido encaminhamento à correspondência recebida. A jurisprudência considera válida a citação feita na pessoa de porteiro do prédio comercial onde se localiza empresa ré, ainda que sem poderes específicos para representar a pessoa jurídica. Homenagem ao princípio da instrumentalidade do processo, da teoria da aparência e da razoável duração do processo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 36 13 /2 01 1- 26 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 92 2 PISSIMPLES E COFINSSIMPLES. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. FALTA DE PREVISÃO LEGAL PARA EXCLUSÃO DA PARCELA DO ICMS. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDE DA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. MATÉRIA NÃO CONHECIDA, NO MÉRITO. FALTA DE COMPETÊNCIA. A base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins é a receita bruta, o faturamento, abarcando a parcela do ICMS. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA . CRÉDITO NÃO COMPROVADO. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por esse Órgão. No processo de compensação tributária, o contribuinte é autor do pedido de aproveitamento de crédito contra a Fazenda Nacional, na declaração de compensação informada. À luz do art. 333, I, do CPC, incumbe ao autor o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito de crédito alegado, mediante apresentação de elementos de provas hábeis e idôneas da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. 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Fl. 92DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 93 3 (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Luis Roberto Bueloni Ferreira, Nelso Kichel, José de Oliveira Ferraz Correa e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Marciel Eder Costa. Fl. 93DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 94 4 Relatório Cuidam os autos do Recurso Voluntário de efls.63/79 contra decisão da 2ª Turma da DRJ/Belo Horizonte (efls. 49/54) que julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado, não homologando a compensação tributária informada. Quanto aos fatos, consta dos autos que: em 14/12/2007, a Contribuinte transmitiu pela internet o PER/DCOMP nº 19874.49635.141207.1.3.043000 (efls. 34/38), informando compensação tributária: débito informado no valor de R$ 859,82, assim especificado: a) – SIMPLES, código de receita 6106, período de apuração novembro/2007, data de vencimento 14/12/2007, valor R$ 859,82; crédito utilizado (valor original na data da transmissão): R$ 557,85: que o direito creditório pleiteado decorreu de pagamento indevido do Simples Federal (parcelas do PISSimples e da CofinsSimples) do período de apuração 30/09/2003, código de receita 6106, data de arrecadação 10/10/2003, valor original do recolhimento – DARF R$ 3.071,83. Em 01/11/2011, houve emissão do Despacho Decisório (eletrônico), efl. 31, pela DRF/Guarulhos, denegando o direito creditório pleiteado, com a seguinte fundamentação: (...) 3FUNDAMENTACÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL A análise do crédito creditório está limitada ao valor do “crédito original na data da transmissão” informado no PER/DCOMP, correspondendo a R$ 557,85. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponivel para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. (...). Enquadramento legal: Arts. 165 e 170, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN) e Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 94DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 95 5 (...) Ciente dessa decisão em 21/11/2011 – Aviso de Recebimento – AR (efl. 39), a Contribuinte, em 16/12/2011 (efls. 40 e 48), apresentou Manifestação de Inconformidade por via postal (efls.02/14), juntando ainda documentos de efls. 15/40, cujas razões estão resumidas no relatório da decisão a quo e que, nessa parte, transcrevo (efl. 50), in verbis: (...) DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando que o Despacho Decisório foi recebido e assinado por pessoa não habilitada para receber tal correspondência em nome da empresa; que conforme disciplinado no art. 215 do Código de Processo Civil as pessoas jurídicas devem ser citadas nas pessoas de seus representantes legais, indicadas em seus estatutos sociais; que o Despacho Decisório não é válido, porque a intimação do mesmo não está formalmente revestida dos requisitos da lei e dessa forma traz consigo a nulidade do ato praticado e a nulidade do processo, sendo assim requer seja declarada a nulidade da notificação do DD, entregue sem a observância da lei, contrariando os arts. 214,215 e 247 do Código Processo Civil; que o fato gerador do PIS/COFINS é o faturamento; que o valor do ICMS destacado na nota fiscal da Manifestante é para simples registro contábil fiscal, sendo que em hipótese alguma deve ser incluído na base de cálculo do PIS. Pede a reforma do despacho decisório e a homologação da compensação. (...) A 2ª Turma da DRJ/Belo Horizonte, à luz dos fatos e da legislação de regência, julgou a manifestação de inconformidade improcedente, conforme Acórdão, de 26/11/2013 (efls. 49/54), cuja ementa transcrevo a seguir (efl. 48), in verbis: (...) Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite compensação com crédito que não se comprova existente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido (...) Fl. 95DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 96 6 Ciente desse decisum em 02/01/2014 (efls. 57), a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário de efls.63/79 em 22/01/2014 comprovante de postagem ECT (efls. 61/62), cujas razões, em síntese, são as seguintes: 1) – Quanto ao objeto social: que a Recorrente é pessoa jurídica de direito privado, ramo de comércio varejista de materiais/produtos ou equipamentos elétricos e eletrônicos e materiais de construção; 2) – Preliminar de nulidade: que, apesar da pessoa jurídica Recorrente ter sido notificada do despacho decisório, a notificação não ocorreu conforme determina a lei, ou seja, não houve notificação na pessoa física dos sócios ou administradores, implicando nulidade do ato por prejuízo à defesa e ao contraditório (cerceamento do direito de defesa). que, se o endereço eleito pela pessoa jurídica, é o local para receber intimações e notificações, isso não autoriza que qualquer pessoa que esteja ocasionalmente no estabelecimento, por exemplo um cliente, seja pessoa capacitada juridicamente para receber notificação em nome da empresa. que, por conseguinte, deve ser declarada nula a ciência do despacho decisório, pois realizada em desconformidade com a lei. 3) – Quanto ao direito creditório: que é pessoa jurídica sujeita a pagamento de tributos federais; que formalizou declaração de compensação tributária, utilizando crédito decorrente de pagamento a maior de PIS/Cofins no âmbito do Simples Federal, pois recolhera essas exaçações fiscais no anocalendário 2003 apuradas sobre a receita bruta, sem exclusão da parcela do ICMS; que a base de cálculo dessas exações fiscais é o faturamento, ou seja, as receitas de vendas de mercadorias e de prestação de serviços; que na base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins não deve constar a parcela do ICMS, que não é receita própria; que o Supremo Tribunal Federal – STF já declarou a inconstitucionalidade do do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 que previa o alargamento da base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins; que na DCOMP não tem como esclarecer a origem do crédito (no caso de declaração expressa de inconstitucionalidade pelo STF) e não tem como usar o direito de peticionar, restando na manifestação de inconformiade o direito de peticionar, esclarecer e requerer; que efetuou o recolhimento do Simples sobre a receita bruta, em DARF; porém, isso implicou pagamento do PISSimples e Cofins –Simples sobre o faturamento bruto, sem exclusão da parcela do ICMS; Fl. 96DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 97 7 que, consoante melhor doutrina pátria e decisão do STF, faz jus à restituição do PIS/Cofins incidente sobre o ICMS; que o crédito pleiteado do PISSimples e CofinsSimples decorreu, portanto, da exclusão da parcela do ICMS da base de cálculo dessas exações fiscais (Obs: a Contribuinte não juntou aos autos planilha, memória de cálculo, do alegado crédito informado na DCOMP, nem documentos de sua escrituração contábil). que, por fim, pediu deferimento do direito creditório pleiteado, mediante reforma da decisão recorrida. É o relatório. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 98 8 Voto Conselheiro Nelso Kichel, Relator. O Recurso Voluntário, por ser tempestivo e atender aos demais requisitos de admissibilidade, merece ser apreciado, conhecido. Logo, dele conheço. Conforme relatado, os autos tratam de compensação tributária. Nas decisões anteriores objeto deste processo, o crédito pleiteado foi denegado, por ser inexistente; faltou comprovar sua liquidez e certeza. Nesta instância recursal, a Recorrente busca a reforma da decisão recorrida, suscitando, primeiro, preliminar de nulidade e, no mérito, matéria de direito. NULIDADE. INTIMAÇÃO POR “AR”. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA DE VÍCIO. PRELIMINAR REJEITADA. Nas razões do recurso voluntário, a Recorrente sucitou preliminar de nulidade da intimação atinente ao Despacho Decisório da DRF/Guarulhos, por via postal, Aviso de RecebimentoAR, na pessoa física diversa da designada pela empresa. Na primeira instância de julgamento, a Contribuinte, também, suscitou esta preliminar de nulidade, conforme razões constantes da Manifestação de Inconformidade que, nessa parte, transcrevo no que pertinente (efls. 05/08), in verbis: PRELIMINARMENTE Em 20/07/2011 a manifestante recebeu o DESPACHO DECISÓRIO, (DOC 03) oriundo da Delegacia da Receita Federal do Brasil, conforme AR em poder desta delegacia, (...) Senhor Delegado o despacho decisório foi recebido e assinado por pessoa não credenciada e não habilitada para receber tal correspondência em nome da empresa DOMINIUM MATERIAIS HIDRÁULICOS E FERRAGENS LTDA, (...) O representante legal da manifestante é seu sócio gerente (DOC 01) razão pela qual somente ele poderia ter recebido a correspondência da Delegacia da Receita Federal do Brasil, máxime por tratarse de intimação para pagamento postada com aviso de recebimento. Da assinatura oposta no documento do correio, o assinante não é sócio, não é procurador, e nem legitimado e não representa legalmente a requerente. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 99 9 Portanto, quem recebeu e assinou o despacho decisório, não é sócio, não é procurador, nem legitimada, não representa legalmente a requerente, e nem tem vínculos com a Manifestante. (...) Entretanto para eficácia da intimação ou notificação, e para sua validade, deve a mesma ser revestida na forma da lei, e a lei dispõem que deve a mesma ser entregue na pessoa do sócio, procurador, ou legitimado, e não a um estranho que não tem relação processual (art. 222 do CPC). (...) A garantia da ampla defesa do "due process of law" deve impor que obrigatoriamente se faculte a parte o direito de produzir provas, argüir legitimidade, enfim, o amplo contraditório, tudo dento dos ditames da lei, evitando assim remeter a parte à via administrativa em toda a sua inteireza. A manifestante entende que o DESPACHO DECISÓRIO não é válido, porque a intimação do mesmo não está formalmente revestida dos requisitos da lei, e trás a nulidade do processo. (...) Assim sendo, em preliminares requer que V.S. se digne determinar seja declarada a nulidade da notificação do despacho decisório, (...) Data venia, a preliminar suscitada não merece prosperar, pois carece de pressupostos fáticos e jurídicos. Diversamente do alegado pela Recorrente, a notificação por via postal, com Avisto de Recebimento – AR, deuse nos termos da lei. A propósito, estatui o art. 23 do Decreto 70.235/72, in v erbis: Art. 23. Farseá a intimação: I – (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) (...) § 2° Considerase feita a intimação: II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) (...) Fl. 99DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 100 10 No caso, a Contribuinte foi notificada do Despacho Decisório por via postal – Aviso de Rececimento – AR em 21/11/2011 (efl. 39), assinado por André R. Cruz. A Recorrente confirma, em suas razões, que recebeu a correspondência no dia seguinte, ou seja, em 22/11/2011 e que, porém, a ciência do recebimento no AR foi dada por pessoa sem vículo funcional com a empresa; que apenas estariam aptos a receber correspondência e dar ciência no AR sócio da empresa ou representante legal. Não tem guarida a pretensão da Recorrente. Primeiro, André Ribeiro da Cruz é sócio da Recorrente, conforme cópia do Instrumento Particular de Alteração e Consolidação do Contrato Social, de 29/01/2002 (efl. 16/22), e consta assinatura de Andre R. Cruz no Aviso de RecebimentoAR (efl. 39). Ainda que não sejam a mesma pessoa, isso é irrelevante. A legislação processual administrativa não exige, não estabelece que a ciência do recebimento de correspondência por via postal, Aviso de Recebimento – AR, seja dada exclusivamente a sócio ou representante legal de empresa. Inclusive, para informação da Recorrente, porteiro do Prédio, onde funciona a empresa, pode receber a correspondência e assinar o AR. A matéria é pacífica neste CARF, inclusive, encontrase sumulada, conforme Súmula CARF nº Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. A Recorrente não comprovou prejuízo algum à sua defesa. Pelo contrário, mencionou expressamente que recebeu a correspondência no dia 22/11/2011 (dia seguinte à data de assinatura constante do AR). E, conforme consta dos autos, exerceu plenamente o contraditório e a ampla defesa na instância a quo, em alentada defesa, suscitando preliminar e defesa de mérito, revelando conhecer plenamente a lide objeto do processo. Como visto, a intimação, entrega do Despacho Decisório por via postal, cumpriu plenamente sua função, sem prejuízo ao contraditório e à ampla defesa. Ademais, em observância do princípio da instrumentalidade das formas, ainda que o ato processual tenha sido realizado de outro modo ou forma, mas restou atingido, alcançado o seu objetivo sem prejuízo às partes, é plenamente válido, não existindo razão alguma para suscitar sua nulidade. Nesse sentido, são também os precedentes da jurisprudencia dos tribunais pátrios: Fl. 100DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 101 11 TJSP Apelação : APL 491469820098260000 SP 0049146 98.2009.8.26.0000 NULIDADE DE CITAÇÃO CITAÇÃO PELO CORREIO COM "AR" INEXISTÊNCIA DE NULIDADE TEORIA DA APARÊNCIA PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. Relator(a):Roberto Mac Cracken. Julgamento:03/03/2011. Órgão Julgador:37ª Câmara de Direito Privado. Publicação:24/03/2011. Ementa NULIDADE DE CITAÇÃO CITAÇÃO PELO CORREIO COM "AR" INEXISTÊNCIA DE NULIDADE TEORIA DA APARÊNCIA PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS É válida a citação de pessoa jurídica por via postal, quando efetivada no endereço onde se encontra o estabelecimento sede do réu, sendo desnecessário que a carta citatória seja recebida e o aviso de recebimento assinado por seu representante legal. Em conformidade com o princípio da instrumentalidade das formas, que determina a não vinculação às formalidades desprovidas de efeitos prejudiciais ao processo, é de rigor a aplicação da teoria da aparência para reconhecer a validade da citação da pessoa jurídica realizada. Ainda mais, ressaltese que, não é comum se dispor o diretor ou gerente de empresa de grande porte a receber os carteiros, sendo, por tal motivo, presumirse que o empregado colocado nessa função tenha a responsabilidade de promover o devido encaminhamento à correspondência recebida. Recurso não provido TJRJ AGRAVO DE INSTRUMENTO: AI 00229201220138190000 RJ Relator(a):DES. CLAUDIO BRANDAO DE OLIVEIRA. Julgamento:16/10/2013. Órgão Julgador:SÉTIMA CAMARA CIVEL. Publicação:24/03/2014 11:09 Ementa: Agravo de Instrumento. Direito Processual Civil. Recurso no qual se alega nulidade da citação postal, por ter sido recebida por terceiro. Matéria de ordem pública que não é passível de preclusão, eis que ainda não foi apreciada. Citação via postal de Pessoa Jurídica recebida pelo porteiro do prédio. Citação válida. A jurisprudência considera válida a citação feita na pessoa de porteiro do prédio comercial onde se localiza empresa ré, ainda que sem poderes específicos para representar a pessoa jurídica. Homenagem ao princípio da instrumentalidade do processo, da teoria da aparência e da razoável duração do processo. Recurso a que se nega provimento. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 102 12 TRF2APELAÇÃO CIVEL: AC 388942 RJ 2006.51.01.0153937 TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. INTIMAÇÃO POSTAL. PESSOA JURÍDICA. TEORIA DA APARÊNCIA. PRECEDENTES. Relator(a):Desembargador Federal LUIZ ANTONIO SOARES. Julgamento:05/05/2009. Órgão Julgador:QUARTA TURMA ESPECIALIZADA. Publicação:DJU Data::01/07/2009 Página::99. Ementa TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO. INTIMAÇÃO POSTAL. PESSOA JURÍDICA. TEORIA DA APARÊNCIA. PRECEDENTES. 1. Consoante os dispositivos acima citados, e mesmo em face do que dispõe o art.223, parágrafo único do CPC, convém ressaltar que em respeito ao princípio da aparência, bem como ao princípio da instrumentalidade do processo, a jurisprudência pátria, de longa data já possui entendimento que a citação/intimação realizada em pessoa que não possui poderes de gerência/administração da pessoa jurídica é válida, não lhe sendo exigido que possua poder de gerência ou que receba costumeiramente correspondências. 2. Segundo a jurisprudência dominante no STJ, e regular a citação de pessoa jurídica, por via postal, quando a correspondência é encaminhada ao estabelecimento da ré, sendo ali recebida por um seu funcionário. Desnecessário que o ato de comunicação processual recaia em pessoa ou pessoas que, instrumentalmente ou por delegação expressa, representem a sociedade (REsp 161167). 3. Consoante entendimento já consolidado nesta Corte Superior, adotase a teoria da aparência, considerando válida a citação de pessoa jurídica, por meio de funcionário que se apresenta a oficial de justiça sem mencionar qualquer ressalva quanto à inexistência de poderes para representação em juízo (AgRg no Ag 547864). 4. Apelação improvida. STJ EMBARGOS DE DIVERGENCIA NO RECURSO ESPECIAL : EREsp 156970 SP 1999/00158032. Ministro Vicente Leal. Julgamento 02/08/2000. CECorte Especial. Publicação: DJ 22.10.2001 p. 261RDR vol. 22 p. 164 Ementa PROCESSUAL CIVIL. CITAÇÃO. PESSOA JURÍDICA. TEORIA DA APARÊNCIA. RECEBIMENTO QUE SE APRESENTA COMO REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA. Em consonância com o moderno princípio da instrumentalidade processual, que recomenda o desprezo a formalidades desprovida de efeitos prejudiciais, é de se aplicar Fl. 102DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 103 13 a teoria da aparência para reconhecer a validade da citação da pessoa jurídica realizada em quem, na sua sede, se apresenta como sua representante legal e recebe a citação sem qualquer ressalva quanto a inexistência de poderes para representála em Juízo. Embargos de Divergência conhecidos e acolhidos. Por tudo que foi exposto, rejeito a preliminar suscitada. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. PEDIDO DE APROVEITAMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO DO SIMPLES FEDERAL. PAGAMENTO INDEVIDO A MAIOR DE PISSIMPLES E COFINSSIMPLES. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. INEXISTÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA. Nas razões do recurso, a Recorrente informou que apurou direito creditório do Simples Federal do anocalendário 2003, da seguinte forma: a) que formalizou declaração de compensação tributária, utilizando crédito decorrente de pagamento a maior de PIS/Cofins no âmbito do Simples Federal, pois recolhera essas exaçações fiscais no anocalendário 2003 apuradas sobre a receita bruta (faturamento), sem exclusão da parcela do ICMS; b) que, pela legislação de regência, a base de cálculo dessas exações fiscais é o faturamento, ou seja, a receita bruta de vendas de mercadorias e de prestação de serviços; c) que na base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins não deve constar, não deve compreender, a parcela do ICMS, pois não é receita própria; d) que o Supremo Tribunal Federal – STF já declarou a inconstitucionalidade do do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 que previa o alargamento da base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins; e) que, pela decisão do STF, a base de cálculo da Contribuição para PIS e da Cofins é o faturamento bruto (receita bruta de vendas de mercadorias e de prestação de serviços); f) que efetuou o recolhimento do Simples, em DARF, que implicou apuração e pagamento da Contribuição PIS – Simples e da CofinsSimples sobre o faturamento bruto, sem exclusão da parcela do ICMS; g) que tem direito de crédito sobre o pagamento do PISSimples e da Cofins –Simples sobre a parcela do ICMS, quanto ao anocalendário 2003; h) que, por iniciativa própria, recalculou o valor devido no Simples Federal, a título de PISSimples e CofinsSimples dos períodos mensais do anocalendário 2003, excluindo o ICMS da receita bruta, e apurou, assim, valor pago a maior dessas exações fiscais (Obs: a Contribuinte não juntou aos autos planilha, memória de cálculo, do alegado crédito informado na DCOMP, nem documentos de sua escrituração contábil). Fl. 103DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 104 14 i) que pediu, por fim, o reconhecimento do crédito utilizado na DCOMP. A irresignação da Recorrente não merece prosperar. O crédito demandado pela Recorrente não tem respaldo fáticojurídico. Na legislação do ICMS (Lei Complementar nº 87/96, art. 13, § 1º, I) e suas ulteriores atualizações, o ICMS é calculado “por dentro”, nos seguintes termos: Art. 13. (...) § 1º. Integra a base de cálculo do imposto, inclusive o inciso V da caput deste artigo: I O montante do próprio imposto, constituindo o respectivo destaque mera indicação para fins de controle. (...). O ICMS integra a receita bruta, ou seja, o faturamento bruto. Ainda, quanto à legislação do ICMS, o Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) ratificou, recentemente (18/05/2011), por maioria de votos, jurisprudência firmada em 1999, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 212209, no sentido de que é constitucional a inclusão do valor do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) na sua própria base de cálculo. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 582461SP (18/05/2011). A seguir trancrevo a Ementa do Acórdão do Pleno do STF, proferido nos autos do processo do RE 582461SP, sessão de 18/05/2011, Relator Min. Gilmar Mendes: 1. Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Taxa Selic. Incidência para atualização de débitos tributários. Legitimidade. Inexistência de violação aos princípios da legalidade e da anterioridade. Necessidade de adoção de critério isonômico. No julgamento da ADI 2.214, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 19.4.2002, ao apreciar o tema, esta Corte assentou que a medida traduz rigorosa igualdade de tratamento entre contribuinte e fisco e que não se trata de imposição tributária. 3. ICMS. Inclusão do montante do tributo em sua própria base de cálculo. Constitucionalidade. Precedentes. A base de cálculo do ICMS, definida como o valor da operação da circulação de mercadorias (art. 155, II, da CF/1988, c/c arts. 2º, I, e 8º, I, da LC 87/1996), inclui o próprio montante do ICMS incidente, pois ele faz parte da importância paga pelo comprador e recebida pelo vendedor na operação. A Emenda Constitucional nº 33, de 2001, inseriu a alínea “i” no inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal, para fazer constar que cabe à lei complementar “fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço”. Ora, se o texto dispõe que o ICMS deve Fl. 104DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 105 15 ser calculado com o montante do imposto inserido em sua própria base de cálculo também na importação de bens, naturalmente a interpretação que há de ser feita é que o imposto já era calculado dessa forma em relação às operações internas. Com a alteração constitucional a Lei Complementar ficou autorizada a dar tratamento isonômico na determinação da base de cálculo entre as operações ou prestações internas com as importações do exterior, de modo que o ICMS será calculado "por dentro" em ambos os casos. 4. Multa moratória. Patamar de 20%. Razoabilidade. Inexistência de efeito confiscatório. Precedentes. A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a multa moratória cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um importe que lhe confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos. O acórdão recorrido encontra amparo na jurisprudência desta Suprema Corte, segundo a qual não é confiscatória a multa moratória no importe de 20% (vinte por cento). 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Na legislação de regência da Cofins e da Contribuição para o PIS (Lei 9.718/1998, Lei 10.637/200, Lei 10.833/2003 e Lei nº 10.865/2004) também não há previsão legal de exclusão do ICMS da receita bruta (faturamento), em relação às operações de venda de mercadorias e prestação de serviços quando incide esse imposto. Diversamente do alegado pela Recorrente, a declaração de inconstitucionalidade pelo STF do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, como efeito erga omnes, não tratou da questão do ICMS, se cabível ou não sua exclusão da receita bruta =faturamento bruto. Vale dizer, em relação à legislação da Contribuição para o PIS e da CSLL, na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98 o STF fixou o entendimento de que a receita bruta = faturamento bruto corresponde a vendas de mercadorias, prestação de serviços ou vendas de mercadorias com prestação de serviços, não abarcando outras receitas, mormente receitas financeiras para as pessoas jurídicas cujo objeto social seja o comércio de mercadorias e prestação de serviços em geral; afastou, por conseguinte, o alargamento da base de cálculo desse dispositivo. Como demonstrado, a parcela do ICMS faz parte da receita bruta (faturamento), base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins.. Logo, enquanto não houver mudança da legislação de regência da Contribuição para o PIS e da Cofins para exclusão do ICMS da receita bruta ou decisão judicial erga omnes excluindo o ICMS da receita bruta, a base de cálculo dessas exações continua abarcando o ICMS. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 106 16 Ainda, não consta dos autos que a Recorrente tenha decisão transitada em julgado conferindolhe o direito de excluir a parcela do ICMS da apuração da base de cálculo da Cofins e da Contribuição do PIS. Quanto ao afastamento da exigência da Contribuição para o PIS e da Cofins nas operações de importação de mercadorias e serviços, a decisão do STF no Recurso Extraordinário 559.937RS tem efeito, apenas, inter partes, não beneficia a Recorrente, pois não é parte daquele processo. No citado RE, o STF declarou a inconstitucionalidade do art. 7º, inciso I, da Lei nº 10.865/2004 .O ICMS não compõe a base de cálculo das contribuições PIS/Cofins no desembaraço de importação de bens e serviços, sessão de 20/03/2013. O citado dispositivo extrapolou o art. 149, § 2º, II, “a”, da CF que constitucionalizou o conceito técnicojurídico de valor aduaneiro, base de cálculo das contribuições PIS/Cofins incidentes na importação. A Fazenda Nacional, porém requereu a modulação dos efeitos dessa decisão do STF. Como visto, a Recorrente não tem respaldo legal para excluir o ICMS da receita bruta. E, também, não é beneficiária de decisão judicial nesse sentido. Logo, o crédito pleiteado não tem liquidez e certeza, nos termos do art. 170 do CTN. Além disso, apenas para argumentar, a Recorrente sequer demonstrou como apurou o suposto crédito (não juntou demonstrativo, planilha, memória de cálculo, nem cópia da escrituração contábil/fiscal). A arguição de ilegalidade ou inconstitucionalidade da legislação de regência dessas exações fiscais federais que não prevê a exclusão do ICMS da receita bruta, não pode ser enfrentada na órbita administrativa, por não ser a esfera competente. A matéria é da alçada do Poder Judiciário, e não da esfera administrativa. Esse entendimento, por ser pacífico, já está sumulado neste CARF, conforme Súmula CARF nº 02, que transcrevo a seguir, in verbis: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Como visto, a Recorrente não comprovou o direito creditório pleiteado. A Contribuinte é autora do pedido de crédito, no processo de compensação tributária. À luz do Código de Processo Civil Brasileiro, de aplicação subsidiária, o ônus probatório é do autor quanto ao fato constituitivo do direito creditório alegado contra o fisco (CPC, art. 333, I). O momento para a produção das provas está previsto nos arts. 15 e 16, §§ 4º e 5º, do Decreto nº 70.235/72 e alterações posteriores. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL Processo nº 10875.903613/201126 Acórdão n.º 1802002.314 S1TE02 Fl. 107 17 Portanto, não restando comprovado o direito creditório pleiteado, pela falta de demonstração da liquidez e certeza, voto para REJEITAR a preliminar suscitada e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 107DF CARF MF Impresso em 04/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 04/09/2014 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/09/2014 por NELSO KICHEL
score : 1.0
Numero do processo: 19679.001439/2003-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Sep 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/06/1993 a 30/04/2000
CRÉDITO PRÊMIO DO IPI. EXTINÇÃO DO INCENTIVO.
Indefere-se a solicitação de ressarcimento de crédito prêmio do IPI relativo a período não mais abrigado por este incentivo.
Negado Provimento ao Recurso Voluntário.
Numero da decisão: 3101-000.849
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
HENRIQUE PINHEIRO TORRES - Presidente.
(assinado digitalmente)
RODRIGO MINEIRO FERNANDES - Redator designado.
EDITADO EM: 25/09/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Tarásio Campelo Borges, Valdete Aparecida Marinheiro, Corintho Oliveira Machado, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
Nome do relator: VANESSA ALBUQUERQUE VALENTE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES - Presidente. (assinado digitalmente) RODRIGO MINEIRO FERNANDES - Redator designado. EDITADO EM: 25/09/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Tarásio Campelo Borges, Valdete Aparecida Marinheiro, Corintho Oliveira Machado, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
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EXTINÇÃO DO INCENTIVO. Indeferese a solicitação de ressarcimento de crédito prêmio do IPI relativo a período não mais abrigado por este incentivo. Negado Provimento ao Recurso Voluntário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente. (assinado digitalmente) RODRIGO MINEIRO FERNANDES Redator designado. EDITADO EM: 25/09/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Tarásio Campelo Borges, Valdete Aparecida Marinheiro, Corintho Oliveira Machado, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 14 39 /2 00 3- 66 Fl. 192DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/09 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 19679.001439/200366 Acórdão n.º 3101000.849 S3C1T1 Fl. 107 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida (fls.131): O interessado acima identificado pediu o reconhecimento do direito de utilização do crédito prêmio do IPI (art. 1º do DL 491/69), decorrente das exportações realizadas no período em epigrafe, inclusive com atualização monetária calculada á taxa SELIC. Em Despacho Decisório a Delegacia da Receita Federal competente indeferiu o pleito, demonstrando que o para o período em questão o créditoprêmio de IPI já havia sido revogado. Tempestivamente, o contribuinte apresentou sua manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que o beneficio ainda está em vigor, inclusive corrigido monetariamente, conforme julgados que cita, que a restrição desse direito legal não se poderia dar mediante Atos Administrativos. Encerrou solicitando o integral ressarcimento pleiteado. A DRJ competente manteve o indeferimento do pleito e o contribuinte recorreu a este Conselho. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes – redator ad hoc Por intermédio do Despacho de fls. 191, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009, incumbiume o Presidente da Turma a formalizar o Acórdão 3101000.849, não entregue pela relatora original, Conselheira Vanessa Albuquerque Valente, que não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pelo relatora original, que foi acompanhada, por unanimidade, pelos demais integrantes do colegiado. O contribuinte, em seu recurso voluntário, repete os mesmos argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, e que foram devidamente apreciados pelo órgão julgador a quo. Conforme já apontado no acórdão recorrido, o direito material ao crédito prêmio extinguiuse em 30/06/83, nos termos do DL n° 1.658/79, conforme interpretação da Administração Tributária já chancelada pelos Tribunais Regionais Federais da 3º e 4º Regiões. O entendimento de que o crédito Prêmio do IPI foi extinto em 1983 está expresso em diversos julgados do CARF, como, por exemplo, o Acórdão 330200.654, de 27 de outubro de 2010, que possui a seguinte ementa: Fl. 193DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/09 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 19679.001439/200366 Acórdão n.º 3101000.849 S3C1T1 Fl. 108 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/11/2003 a 30/09/2008 CRÉDITOPRÊMIO DO IPI. EXTINÇÃO. O créditoprêmio à exportação está extinto desde 30/06/83, mormente porque não foi reavaliado e nem reinstituído por norma jurídica posterior à vigência do art. 41 do ADCT da CF/1988. Recurso Voluntário Negado Na melhor das hipóteses, também existem no CARF decisões que adotam o recente entendimento do STF, de que o benefício em foco teria se extinguido em 1990. Como exemplo, citese o Acórdão 34030015, de 9 de dezembro de 2010, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 08101/1998 a 11/12/1998 (...) CRÉDITOPRÊMIO. VIGÊNCIA ATÉ OUTUBRO DE 1990. Conforme decidiu o E. STF por ocasião do RE. n° 577.302, o crédito prêmio do IPI, instituído pelo DL n ° 491/69, existiu somente até 5 de outubro de 1990. Recurso negado Como o presente pedido se refere a crédito prêmio do IPI apurado sobre exportações efetuadas entre 06/1993 a 04/2000, não há outra conclusão a não ser a inequívoca inexistência do direito pleiteado. Não reconhecido o direito ao ressarcimento do crédito prêmio do IPI (principal), não há que se falar em atualização monetária ou incidência de juros sobre o crédito pleiteado (questão acessória), dado que o acessório segue o principal. Nestes termos, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário apresentado. E essas são as considerações possíveis para suprir a inexistência do voto. Rodrigo Mineiro Fernandes – Redator ad hoc Fl. 194DF CARF MF Impresso em 30/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/09 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 10830.917849/2011-66
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 22 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3802-000.189
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por maioria, em converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem certifique se as receitas especificadas nas contas juros recebidos, juros s/ aplicações, descontos obtidos, royalties, franquias e venda de sucata foram efetivamente incluídas na base das contribuições do PIS/Pasep e Cofins, intimando o contribuinte e a Fazenda Nacional para se manifestarem. Designado para redigir a resolução o Conselheiro Solon Sehn.
Vencido o Conselheiro Waldir Navarro, que negava provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Fez sustentação oral Dr. Maurício Bellucci, OAB/SP 161.851.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por maioria, em converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem certifique se as receitas especificadas nas contas juros recebidos, juros s/ aplicações, descontos obtidos, royalties, franquias e venda de sucata foram efetivamente incluídas na base das contribuições do PIS/Pasep e Cofins, intimando o contribuinte e a Fazenda Nacional para se manifestarem. Designado para redigir a resolução o Conselheiro Solon Sehn. Vencido o Conselheiro Waldir Navarro, que negava provimento ao recurso. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Fez sustentação oral Dr. Maurício Bellucci, OAB/SP 161.851. Relatório e Voto RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 17 84 9/ 20 11 -6 6 Fl. 125DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 21/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10830.917849/201166 Resolução nº 3802000.189 S3TE02 Fl. 126 2 Tratase de recurso voluntário interposto em face de acórdão da 2ª Turma da DRJ de Juiz de Fora/MG, que, por unanimidade, indeferiu a manifestação de inconformidade formalizada pela interessada em face da nãohomologação de compensação. Aduziu a Recorrente que a origem do crédito seria decorre da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, declarada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Informa que a contribuição em tela foi apurada sobre a “receita bruta”, com base no dispositivo referenciado ainda em vigor. Com a declaração de inconstitucionalidade do parágrafo acima, que promoveu o alargamento da base de cálculo do PIS/Pasep e da COFINS, houve por bem a recorrente efetuar uma revisão contábil interna, ocasião em que se constatou recolhimento a maior da contribuição no período mencionado. Sustenta ainda que a decisão do STF deve ser reproduzida pelos Conselheiros do CARF, por força do disposto no artigo 62A, Regimento Interno (Portaria MF nº 256/09). Aduz a prescindibilidade da retificação da DCTF, apresentando, ao final, documentação contábil e fiscal, bem como demonstrativo do débito. Ao final, requer que seu recurso seja conhecido e provido, reformandose o acórdão recorrido e subsidiariamente, caso não seja esse o entendimento deste colegiado, o retorno do autos a DRJ de origem para que, em instancia inicial, proceda a análise de toda documentação apresentada, pugnando pela juntada posterior de documentos, bem como, sendo necessária, a conversão do julgamento em diligência. É o Relatório. Por conter matéria de competência deste Colegiado, estando o crédito pleiteado dentro do seu limite de alçada e presentes os demais requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário tempestivamente interposto pelo contribuinte. Como se sabe, o §1º do art. 3o da Lei no 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE no 346.084/PR: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da Fl. 126DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 21/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10830.917849/201166 Resolução nº 3802000.189 S3TE02 Fl. 127 3 classificação contábil adotada. (STF. T. Pleno. RE 346.084/PR. Rel. Min. ILMAR GALVÃO. Rel. p/ Acórdão Min. MARCO AURÉLIO. DJ 01/09/2006). Esse entendimento foi reafirmado pela jurisprudência do STF no julgamento de questão de ordem no RE no 585.235/RG, decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B), no qual também foi deliberada a edição de súmula vinculante sobre a matéria: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (STF. RE 585235 RGQO. Rel. Min. CEZAR PELUSO. DJ 28/11/2008). Assim, apesar de ainda não editada a súmula vinculante, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno, o que implica o reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998. Não é possível, entretanto, o exame das demais questões de mérito sem que as receitas especificadas nas contas juros recebidos, juros s/ aplicações, descontos obtidos, royalties, franquias e venda de sucata foram efetivamente incluídas na base das contribuições do PIS/Pasep e Cofins. Entendese, assim, que o julgamento deve ser convertido em diligência para que a unidade de origem verifique se as receitas contabilizadas nas contas em questão foram efetivamente incluídas na base de cálculo da contribuição, intimando o contribuinte e a Fazenda Nacional para se manifestarem. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 127DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 20/08/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 21/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 19515.720343/2012-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007
MULTA AGRAVADA. NÃO APRESENTAÇÃO DE LIVROS E EXTRATOS BANCÁRIOS. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO AO LANÇAMENTO. INAPLICABILIDADE.
Demonstrado que o contribuinte respondeu às intimações, bem como, demonstrada impossibilidade material de apresentação de livros e documentos, não há que se falar em agravamento da penalidade. A ausência de apresentação de extratos bancários não pode dar ensejo à exasperação da penalidade, uma vez que não se trata de documento de posse obrigatória dos contribuintes. Ademais, ausente prejuízo ao exercício do lançamento, improcede o agravamento da penalidade.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO.
A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC.
OMISSÃO DE RECEITAS. DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO. REGIME DE TRIBUTAÇÃO.
Verificada a omissão de receita, o imposto a ser lançado de ofício deve ser determinado de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período-base a que corresponder a omissão.
A ausência de apresentação de livros e documentos implica o arbitramento dos lucros.
LANÇAMENTOS REFLEXOS.
O decidido quanto à infração que, além de implicar o lançamento de IRPJ, implica o lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), também se aplica a estes outros lançamentos naquilo em que for cabível.
Numero da decisão: 1402-001.750
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, por voto de qualidade dar provimento parcial ao recurso para reduzir a multa ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Carlos Pelá, Moisés Giacomelli Nunes da Silva e Paulo Roberto Cortez que davam provimento em maior extensão para excluir os juros de mora sobre a multa de ofício.
(assinado digitalmente)
LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente
(assinado digitalmente)
FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo de Andrade Couto e Paulo Roberto Cortez.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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EM RECUPERAÇAO JUDICIAL). Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007 NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não há que se cogitar de nulidade do lançamento quando emitido por autoridade competente e observados os requisitos constitucionais, legais e, em especial, o quanto previsto na legislação que rege o processo administrativo fiscal (art. 59 do Decreto nº 70.235/72). CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa quando os termos e demonstrativos integrantes das autuações oferecem à Impugnante todas as informações relevantes para sua defesa, o que resta confirmado através de impugnação na qual demonstra conhecer plenamente os fatos que lhe foram imputados. DILIGÊNCIA. PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. A diligência não se presta para produzir provas de responsabilidade da parte. Tratandose da comprovação de origem de depósitos bancários, a prova deveria ser produzida pela parte, sendo desnecessária a realização de diligência. Ademais, a solicitação de diligência ou perícia deve obedecer ao disposto no inciso IV do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, competindo à autoridade julgadora indeferir aquelas que julgar prescindíveis. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007 QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. INOCORRÊNCIA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 03 43 /2 01 2- 64 Fl. 1873DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.874 2 Verificado que o procedimento adotado pela fiscalização encontra fundamento na Lei Complementar nº 105/01 e no Decreto nº 3.724/01, não há de ser cogitada quebra de sigilo bancário, muito menos ilegal. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS E VALORES CREDITADOS EM CONTA BANCÁRIA. ORIGEM NÃO COMPROVADA. ÔNUS DA PROVA. A Lei nº 9.430/96, em seu art. 42, estabeleceu a presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta corrente ou de investimento. OMISSÃO DE RECEITAS. DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO. REGIME DE TRIBUTAÇÃO. Verificada a omissão de receita, o imposto a ser lançado de ofício deve ser determinado de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. A ausência de apresentação de livros e documentos implica o arbitramento dos lucros. LANÇAMENTOS REFLEXOS. O decidido quanto à infração que, além de implicar o lançamento de IRPJ, implica o lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), também se aplica a estes outros lançamentos naquilo em que for cabível. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007 MULTA AGRAVADA. NÃO APRESENTAÇÃO DE LIVROS E EXTRATOS BANCÁRIOS. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO AO LANÇAMENTO. INAPLICABILIDADE. Demonstrado que o contribuinte respondeu às intimações, bem como, demonstrada impossibilidade material de apresentação de livros e documentos, não há que se falar em agravamento da penalidade. A ausência de apresentação de extratos bancários não pode dar ensejo à exasperação da penalidade, uma vez que não se trata de documento de posse obrigatória dos contribuintes. Ademais, ausente prejuízo ao exercício do lançamento, improcede o agravamento da penalidade. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1874DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.875 3 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, por voto de qualidade dar provimento parcial ao recurso para reduzir a multa ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Carlos Pelá, Moisés Giacomelli Nunes da Silva e Paulo Roberto Cortez que davam provimento em maior extensão para excluir os juros de mora sobre a multa de ofício. (assinado digitalmente) LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo de Andrade Couto e Paulo Roberto Cortez. Fl. 1875DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.876 4 Relatório NOVA CARNE COMERCIAL LTDA, recorre a este Conselho contra a decisão proferida pela DRJ em primeira instância que julgou improcedente a impugnação apresentada, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF). Adoto o relatório da decisão recorrida por bem retratar o litígio até aquele momento: 1. Conforme Termo de Constatação Fiscal de fls. 1289/1294, tratase de crédito lançado pela Fiscalização contra o Contribuinte acima identificado (optante da sistemática do lucro presumido), em relação ao período de fevereiro a dezembro do anocalendário de 2007, vez que no procedimento fiscal foi constatada omissão de receitas, o que resultou na lavratura de Autos de Infração (acompanhados de demonstrativos de apuração dos valores devidos e demonstrativos de acréscimos legais – multa e juros), fls. 1342/1368. 1.1. Em atendimento à determinação contida no Mandado de Procedimento Fiscal (fls. 03), o cumprimento teve início com a emissão do respectivo Termo de Ciência de MPF e de Início de Fiscalização (intimação – 01) com ciência por edital em 15/06/2011 (pois a empresa não foi localizada no endereço constante do cadastro da RFB) e por via postal, no novo endereço do Contribuinte informado à Junta Comercial, recebido em 06/05/2011 (fls. 06/19). 1.2. Além do supramencionado, destacamse do processo os seguintes Termos lavrados durante o procedimento Fiscal e respectivas respostas da Fiscalizada: 1.2.1. Termo de ciência de MPF e de início de fiscalização (intimação –02) encaminhados ao endereço constante do cadastro da RFB e ao endereço obtido via Junta Comercial, recebido neste pela via postal em 09/06/2011 (fls. 30/36; 37/42). 1.2.2. Pelo não atendimento, emitido Termo de Embaraço à Fiscalização, publicado por edital e também com ciência dada pela via postal, recebido pelo contribuinte em 03/08/2011 (fls. 43/48; 50/51). 1.2.3. Anotase que o endereço tributário do Contribuinte junto à RFB foi alterado de ofício por meio do processo nº 19.515.720.676/201111 (fls. 49) e as intimações passaram a ser encaminhadas e recebidas no endereço atualizado, coincidente com aquele informado à Junta Comercial de São Paulo e no qual o contribuinte recebeu as intimações. 1.2.4. Ainda, durante o procedimento fiscal, emitidas as intimações nºs. 03, 04 e 05 (fls. 52/66; 94/108 e 112/113) especialmente para o período de janeiro de 2007; intimações nºs 06, 07 e 08 (fls. 114/160; 259/260 e Fl. 1876DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.877 5 263/313) relativas ao período de fevereiro a dezembro/07, sendo que todas estas foram encaminhadas para, além do contribuinte, também para aos responsáveis solidários identificados no Termo de Constatação (fls. 1291, a saber: GM Rio Bonito Participações Ltda, Geraldo Antonio Prearo, Carlos Macedo de Miranda e Ernesto Fabossi). Destacase que nas intimações nº 06 e 08 foi solicitada comprovação da origem dos créditos bancários e, ainda, nestas, foi indeferido o pedido de prorrogação de prazo para apresentação de documentos e informado que a DIPJ 2008, ano calendário 2007 retificadora, entregue após o início da ação fiscal seria desconsiderada, tendo em vista a perda de espontaneidade com o início do procedimento fiscal, nos termos do disposto no art. 7º, § 1º e inciso I do Decreto nº 70.235/72. 1.2.5. As respostas do Contribuinte foram juntadas às fls. 20 (datada de 23/05/2011); 67/68 (de 02/01/2012); 69/93 (de 04/01/2012); 109/111 (de 16/01/2012), 161/167 (de 03/02/2012); 261 (de 13/02/2012) nas quais, além de citar a composição societária, juntar cópia do contrato social e alterações contratuais, informa que a empresa encontrase em recuperação judicial e solicita, de forma reiterada, prazo para apresentação de documentos, alegando, inclusive, que estaria em negociação para elaboração dos arquivos magnéticos solicitados. Ainda, solicitada permissão para entrega de declaração de imposto retificadora – DIPJ 2007/2008 e, mesmo diante da negativa, informa que em 03/02/2012 enviou a DIPJ de 2008 e de 2009, juntando cópia das Notificações de Lançamento multas por atraso na entra de declaração da DIPJ 2008 e da DIPJ 2009 e, posteriormente, pleiteia que seja desconsiderada a DIPJ inicialmente entregue. 1.3. Em 14/09/2011, tendo em vista as condições do procedimento fiscal e com fundamento no art. 6º da Lei Complementar nº 105 de 10/01/2001, regulamentado pelo Decreto nº 3.724/01, foram requisitadas informações sobre a movimentação financeira do Contribuinte ao Banco Bradesco S/A (fls. 314/315), atendida conforme ofício às fls. 316/317 e documentos, fls. 318/632 (Bradesco); ao Banco do Brasil S/A (fls. 633/634; fls. 911), ofícioresposta às fls. 635 e documentos às fls. 636/728 e 912;952; ao Banco Itaú S/A (fls. 729/730), resposta às fls. 731/732 e documentos às fls. 733/888; ao Banco Nossa Caixa S/A (fls. 889/890), documentos, em atendimento, fls. 891/910; fls. 953/962; ao Banco Real S/A (fls. 963/964), informações às fls. 965/967 e documentos às fls. 968/1181; ao Banco Rural S/A (fls. 1182/1183), resposta às fls. 1184 e documentos às fls. 1185/1204; ao Banco Safra S/A (fls. 1205/1206), resposta às fls. 1207 e documentos às fls. 1208/1276. 1.4. Às fls. 1277/1288, juntada cópia da DIPJ 2007/2008 entregue em 21/10/2009 onde consta o lucro presumido como forma de tributação indicada pelo Contribuinte e nenhum valor informado em todas as fichas da declaração. 2. Além de tudo o até aqui descrito, do conteúdo narrado no Termo de Constatação Fiscal, datado de 24/02/2012 (fls. 1289/1294), e dos elementos acostados aos autos, destacamse os seguintes fatos, documentos e informações: Fl. 1877DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.878 6 2.1. Inicialmente a autoridade Fiscal identifica a empresa e seus responsáveis (Carlos Macedo de Miranda, CPF nº 061.733.06891 e Ernesto Fabossi, CPF nº 059.239.72891, assim como os sócios atuais, Geraldo Antonio Prearo, CPF nº 015.636.19814 e GM Rio Bonito Participações Ltda, CNPJ nº 08.106.806/000170) e o domicílio fiscal, inclusive quanto à alteração realizada de ofício. 2.2. Anota, quanto ao regime de tributação, que para o ano calendário 2007, conforme DIPJ entregue, a opção foi pelo lucro presumido e a pretensão do Contribuinte no sentido de ser desconsideração da DIPJ2008 entregue em 19/10/2009 foi indeferida, conforme intimação07 e 08, ciência em 11/02/2012 e 16/02/2012, respectivamente. 2.3. Sumariza as intimações e demais termos ocorridos no curso do procedimento fiscal, aqui acima relatados. 2.4. Quanto à movimentação financeira do Contribuinte no anocalendário 2007, identifica as instituições financeiras e respectivas requisições de informações (também supramencionadas). 2.5. Quando da análise dos créditos dos extratos bancários apresentados, reitera que a Fiscalizada não prestou esclarecimentos nem apresentou os elementos solicitados nas intimações, dentre os quais os extratos bancários de suas transações no período objeto da fiscalização e, em decorrência, foram obtidas as informações junto às Instituições financeiras por meio de “Requisição de Informações Sobre Movimentação Financeira”. 2.5.1. A partir dos extratos bancários, foram analisados todoos créditos efetuados nas contas do Contribuinte. Os créditos cuja origem não foi possível identificar foram relacionados no anexo 01 da intimação06, visando que o Interessado esclarecesse a origem e apresentasse o respectivo documento de suporte, assim como demonstrasse, por meio dos livros e documentos contábeis, sua efetiva tributação. Esgotado o prazo sem atendimento, pela intimação08 a Fiscalizada foi convocada a justificar a origem dos créditos não comprovados, mas não apresentou quaisquer documentos e informações, apenas solicitou prorrogação do prazo e alteração do regime de tributação. 2.6. Assim, os créditos bancários de origem não comprovada foram considerados omissão de receitas conforme preceitua o art. 42 da Lei nº 9.430/96 e art. 18 da Lei nº 9.317/96. 2.7. Ainda, como o Contribuinte não atendeu o quanto solicitado por meio de diversas intimações, foi aplicada a penalidade prevista no art. 44, inciso I, § 2º da Lei nº 9.430/96. 2.8. Consta que os valores das receitas omitidas estão detalhados no Anexo01 do Termo de Constatação (fls. 1295/1338) e os montantes do imposto de renda e contribuições a pagar estão descritos no Auto de Infração, do qual o Termo de Constatação e Anexo fazem parte integrantes e indissociáveis. Fl. 1878DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.879 7 2.9. Apontados como solidários dos créditos tributário apurados, nos termos dos arts. 124, 134 e 135 da Lei nº 5.172/66, os sócios Carlos Macedo de Miranda, CPF nº 061.733.06891 e Ernesto Fabossi, CPF nº 059.239.72891, assim como os sócios atuais, Geraldo Antonio Prearo, CPF nº 015.636.19814 e GM Rio Bonito Participações Ltda, CNPJ nº 08.106.806/000170. 3. O Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário do Processo, fls. 02/03 e 1123/1124, informa que o valor total do crédito apurado no presente processo é de R$ 18.923.348,82 (dezoito milhões, novecentos e vinte e três mil, trezentos e quarenta e oito reais e oitenta e dois centavos), incluídos o principal, multa e juros. 4. Para cada um dos tributos devidos (IRPJ/CSLL/Cofins/PIS) foram lavrados os seguintes Autos de Infração em 24/02/2012 (cujas cópias foram enviadas ao Contribuinte, fls. 1370/1 pela via postal, “AR” recebido em 25/02/2012) assim como, compõe cada Auto, o demonstrativo de apuração e também o respectivo demonstrativo de multa e juros de mora. Imposto de Renda Pessoa Jurídica: valor de crédito apurado: R$ 5.570.416,42; Auto de Infração, fls. 1342/1345 e demonstrativos às fls. 1339/1341; Contribuição para o PIS/Pasep: valor de crédito apurado: R$ 1.836.283,71; Auto de Infração, fls. 1350/1353 e demonstrativos às fls. 1346/1349; Contribuição para Financiamento da Seguridade Social: valor de crédito apurado: R$ 8.475.156,56; Auto de Infração, fls. 1358/1361 e demonstrativos às fls. 1354/1357; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido: valor de crédito apurado: R$ 3.041.492,10; Auto de Infração, fls. 1365/1368 e demonstrativos às fls. 1362/1364. 4.1. Anotase que o enquadramento legal da multa de aplicada é o artigo 44, Inciso I, e § 2º da Lei nº 9.430/1996 com a redação dada pelo art. 14 da MP 351/07 (112,5%) e, para os fatos geradores a partir de 15/06/2007, artigo 44, inciso I e § 2º da Lei nº 9.430/1996 com a redação dada pelo art. 14 da Lei 11.488/07; o enquadramento legal dos juros de mora aplicado é o artigo 61, § 3º, da Lei nº 9.430/1996. 4.2. O Termo de Encerramento da Ação Fiscal, datado de 24/02/2012, também enviado pela via postal ao pelo Contribuinte – fls. 1370/1, foi juntado às fls. 1369. 5. Foram lavrados e juntados os seguintes Termos de Sujeição Passiva Solidária, todos datados de 24/02/2012 e enviados aos respectivos interessados: Fl. 1879DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.880 8 5.1. Fls. 1372/1375, Carlos Macedo de Miranda, sócio ao tempo dos fatos geradores, “AR” recebido em 25/02/2012; 5.2. Fls. 1376/1379, Ernesto Fabossi, sócio ao tempo dos fatos geradores, “AR” recebido em 25/02/2012; 5.3. Fls. 1380/1383, Geraldo Antonio Prearo, sócio atual, “AR” recebido em 29/02/2012 e 5.4. Fls. 1384/1387, GM Rio Bonito Participações Ltda, sócia atual, “AR” recebido em 25/02/2012. 6. Apenas o Contribuinte autuado apresentou, tempestivamente (fls. 1558), impugnação à autuação (razões às fls. 1390/1432). A impugnação foi instruída com a cópia dos seguintes documentos (fls. 1433/1553): procuração; documentos pessoais dos advogados; contrato e alterações do contrato social; ficha cadastral da JUCEP; Termo de Constatação; Demonstrativo de Apuração, Auto de Infração, Termo de Encerramento, Termos de Sujeição Passiva; respostas de intimações; protocolo de entrega de documentos; homologação do acordo e deferimento do plano de recuperação judicial; MPF; Notificação de Lançamento (multa por atraso de entrega de DIPJ). Em síntese, as alegações impugnativas são: 6.1. Inicialmente a Impugnante resume os fatos e o conteúdo de Termo de Constatação. 6.2. Em preliminar, alega nulidade da autuação por violação ao art. 5º, LV da Constituição Federal. 6.2.1. Argumenta que foi ferido seu direito à ampla defesa. Afirma que quando recebeu intimação em seu domicílio respondeu a todas as intimações, justificou que por motivo de “força maior” não teria apresentado os documentos solicitados, em razão de encontrarse em recuperação judicial deferida em Rio Verde – Goiás, estando os documentos naquela cidade, com o administrador judicial. Acrescenta que pediu, mas lhe foi negado, prorrogação de prazo para a referida apresentação e que, ainda assim, apresentou parte da documentação. Entretanto, o AuditorFiscal efetuou o lançamento nestas condições e, por estas razões, este deve ser anulado. 6.2.2. Ainda em preliminar, alega violação ao mesmo dispositivo constitucional art. 5º e seus incisos , no tocante à quebra de seu sigilo bancário inclusive expressamente reconhecido pela autoridade Fiscal em seu Termo de Constatação. Destaca que os dados foram obtidos ilegitimamente, sem autorização judicial e em contrariedade ao que vem decidindo os tribunais, inclusive o STF. 6.2.3. Em terceira preliminar, alega ilegitimidade e impropriedade da atribuição da solidariedade passiva de GM Rio Bonito Participações Ltda e Geraldo Antonio Prearo. Aponta que nenhum deles teve interesse comum na ocorrência dos fatos geradores e que somente Carlos e Ernesto eram sócios em 2007. Acrescenta que GM e Geraldo ingressaram na Fl. 1880DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.881 9 sociedade em 12/02/2008 e assim, por este motivo, também pretende a anulação da autuação. 6.3. No mérito, ressalta que foi intimada a apresentar documentos em endereço distinto ao constante da JUCESP e que, a partir do recebimento das intimações em seu domicílio correto respondeu às intimações. 6.3.1. Reitera a argumentação de “força maior” para justificar a não apresentação da documentação, argumenta que não pode ser penalizada pelas intimações encaminhadas a endereço diverso daquele informado à JUCESP e que solicitou dilação de prazo para atendimento, o que não foi deferido pelo AuditorFiscal. 6.3.2. Defende que não havia necessidade do lançamento naquele momento, inclusive pela inexistência do risco de decadência. 6.3.3. Retoma e discorre sobre o lançamento ter sido pautado em dados bancários obtidos ilegalmente. 6.3.4. Alega estranheza na entrega, por pessoa desconhecida e desautorizada, da DIPJ 2007/2008 com a opção de lucro presumido e sem movimentação. Neste sentido, afirma ser flagrante o erro, pois sempre apresentou declaração pelo lucro real e que somente a partir de 2009 optou pelo lucro presumido, o que entende reforçar que os dados inicialmente apresentados eram equivocados e ilegítimos. Acrescenta que promoveu a entrega da DIPJ 2007/2008 pelo lucro real após tomar conhecimento da irregularidade. 6.3.5. Pleiteia a conversão do julgamento em diligência para que toda a documentação exigida possa ser verificada. 6.3.6. Transcreve o item “02.08” do Termo de Constatação – que trata da análise dos créditos dos extratos bancários apresentados – e, com fundamento no art. 42 da Lei 9.430/96, entende que os dados utilizados pela Autoridade Fiscal não se prestam para serem considerados como base de cálculo, argumentando sobre a ilegitimidade da quebra de sigilo bancário. 6.3.7. Retoma as mesmas considerações sobre força maior que impossibilitaram a apresentação da documentação durante o procedimento fiscal e afirma que suas movimentações bancárias são lícitas e legítimas. 6.3.8. Aponta o inciso I do § 3º do retrocitado dispositivo legal para lembrar que não serão consideradas as transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica e, assim, estas não deveriam ser incluídas. 6.3.9. A Impugnante também contesta a multa aplicada trazendo à colação a Súmula nº 14 do CARF. Discorre que não teve intuito de fraude. 6.4. Conclui pela inaplicabilidade do art. 18 da Lei nº 9.317/96, revogado pela Lei Complementar nº 123/06 e também pela Fl. 1881DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.882 10 inaplicabilidade do art. 42 da Lei nº 9.430/96, quanto à penalidade prevista no art. 44, I, § 2º. 6.5. Argumenta no sentido de ilegitimidade do cálculo do Imposto de Renda, pois teve como base em informações errôneas (declaração pelo lucro presumido). 6.6. Requer, por último, perícia na documentação exigida e, para tanto, indica perito e um quesito inicial (fls. 1429/1430). 6.7. Em conclusão, requer sejam acatadas as preliminares e, assim, declarada a nulidade de autuação com o reconhecimento da nulidade da exigência tributária. Ainda, não sendo este o entendimento, requer que o julgamento seja convertido em diligência, com realização de perícia e, por fim, que seja julgado improcedente o Auto de Infração, afastandose a sujeição solidária passiva de GM Rio Bonito Participações Ltda e Geraldo Antonio Prearo. O contribuinte foi cientificado da decisão em 29 de janeiro de 2013 (fl. 1620). Os coobrigados também foram intimados da decisão de primeira instância. Em 31 de janeiro de 2013 foi apresentado recurso voluntário pelo contribuinte (fls. 16221657). Não identifiquei nos autos recursos voluntários apresentados pelos coobrigados. É o relatório. Fl. 1882DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.883 11 Voto Conselheiro FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Relator. O recurso é tempestivo. Preenchidos os demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Deixase de analisar as questões atinentes à responsabilização dos coobrigados mantidos no polo passivo pela decisão recorrida, haja vista não só a ausência de recursos por eles apresentados, mas também a falta de discussão do tema no recurso apresentado pelo contribuinte. 1 SIGILO BANCÁRIO E NULIDADE Em primeiro lugar, cumprese esclarecer que, embora o Recorrente alegue que o lançamento guerreado baseouse, além dos extratos bancários obtidos diretamente pela RFB, também de “extratos informados pela fiscalização tributária estadual”, o lançamento sob litígio não faz qualquer menção a informações obtidas junto ao Fisco Estadual, sendo tal matéria absolutamente estranha aos autos. A respeito da suposta quebra de sigilo bancário, convém reforçar que o parágrafo único do art. 6º da Lei Complementar nº 105, de 2001, estabelece que as informações e documentos obtidos pela RFB junto às instituições financeiras serão conservados em sigilo. No mesmo sentido, o mesmo diploma legal estabelece em seu art. 1º, § 3º, VI, que não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos seus arts. 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 10. Como bem asseverou a autoridade julgadora de primeira instância: Para preservar a inviolabilidade do direito constitucional que as pessoas têm à intimidade e à privacidade, preceitua o § 5º do art. 5º da precitada LC que:"As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor". Relativamente ao sigilo fiscal, vigora o art. 198 do Código Tributário Nacional, lei materialmente complementar, que, no seu caput, de acordo com a nova redação atribuída pela Lei Complementar nº 104, de 10 de janeiro de 2001, assim dispõe: "Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades". Portanto, as informações bancárias sigilosas são transferidas à administração tributária da União sem perderem a proteção do sigilo. Ademais, no que tange às questões que envolvem princípios constitucionais e inconstitucionalidade de leis apontadas pelo Recorrente, seu mérito não pode ser analisado por este Colegiado. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, Fl. 1883DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.884 12 que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional. Devese observar que as supostas ofensas aos princípios constitucionais levam a discussão para além das possibilidades de juízo desta autoridade. No âmbito do procedimento administrativo tributário, cabe, tão somente, verificar se o ato praticado pelo agente do fisco está, ou não, conforme à lei, sem emitir juízo de constitucionalidade das normas jurídicas que embasam aquele ato. Ademais, o próprio Regimento Interno do CARF, em seu art. 62, dispõe que “Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.” O caso concreto não se enquadra nas exceções elencada no parágrafo único de tal dispositivo regimental, portanto, as normas atacadas são de aplicação cogente aos membros do CARF. Por fim, sobre a matéria este Conselho já pacificou seu entendimento por meio da Súmula nº 2, cujo teor é o seguinte: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Argumenta também a Recorrente que o procedimento fiscal seria nulo em razão de suposta precipitação na “quebra” de seu sigilo bancário. A nulidade no processo administrativo fiscal é regulada pelos arts. 59 a 61 do Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, e alterações posteriores, abaixo transcritos: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1.º. A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2.º. Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3.º. Quando puder decidir o mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Acrescido pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748/1993) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. (grifo nosso) Art. 61. A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou julgar a sua legitimidade. Fl. 1884DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.885 13 A despeito do já exposto, no caso concreto não há qualquer dúvida quanto à ausência de prejuízo ao contribuinte, tanto que, conseguiu defenderse plenamente. Nesse aspecto, frisese que a possibilidade de defesa foi amplamente viabilizada pela descrição dos fatos realizada pela autoridade fiscal. Portanto, no caso em concreto, não há que se falar em cerceamento de defesa, não havendo qualquer prejuízo ao pleno exercício do contraditório e ampla defesa, aliás, prejuízo esse primordial à caracterização de nulidade, conforme apregoa o art. 60 do Decreto nº 70.235/72: “As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo”. Ademais, além de não restar configurada quebra do sigilo bancário, conforme já exposto, o contribuinte deixou de atender às intimações do Fisco que, baseado na Lei Complementar nº 105, de 2001, e no Decreto nº 3.724, de 2001, procedeu à obtenção de seus extratos bancários diretamente junto às instituições financeiras. Assim sendo, sob os aspectos formais, não há qualquer mácula nos autos de infração lavrados. No mais, o agir da autoridade fiscal se deu no desempenho das funções estatais, de acordo com as normas legais e com respeito a todas as garantias constitucionais e legais dirigidas aos contribuintes. Desse modo, rejeito preliminar de nulidade. 2 DO PEDIDO DE DILIGÊNCIA/PERÍCIA O interessado requereu em sua impugnação a realização de diligência/perícia a fim de demonstrar que grande parte dos recursos movimentados em suas contas correntes diz respeito a valores estranhos ao seu faturamento. O pedido foi indeferido pela decisão recorrida de forma fundamentada. O recurso voluntário apresentado repete o pedido de diligência/perícia. O inciso IV do art. 16 e o art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972 (com a redação dada pelo art. 1º da Lei n.º 8.748, de 1993), assim dispõem: Art. 16 – A impugnação mencionará: [...] IV – As diligências ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pelo art. 1º da Lei n° 8.748, de 09/12/93). § 1° – Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso Fl. 1885DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.886 14 IV do art. 16. (parágrafo introduzido pelo art. 1° da Lei n° 8.748, de 09/12/1993). [...] Art. 18 A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligência ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine. Assim, tanto a perícia quanto a diligência objetivam a comprovação de elementos ou fatos que o contribuinte não pôde trazer aos autos. No caso ora examinado tratase da exigência de tributos sobre suposta omissão de receitas baseada em presunção legal insculpida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996. Para elidir a presunção de omissão de receitas baseadas em depósitos bancários bastaria ao recorrente demonstrar que determinados depósitos possuíam origem em operação que não denotava a auferição de renda. Tanto em sua impugnação, quanto em sede de recurso voluntário, o contribuinte limitouse a argumentar de que muitos dos depósitos não se referiam à renda, sem trazer à baila elementos suficientes que pudessem comprovar suas alegações. Os créditos realizados em sua conta bancária que foram passíveis de identificação de origem, diversa de renda, foram excluídos da exação já no julgamento de primeira instância. Dessa forma, resta demonstrada a desnecessidade de diligência e perícia, uma vez que, conforme dispõe o inciso IV do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, compete à autoridade julgadora indeferir aquelas que julgar prescindíveis. Diante do exposto, indefiro os pedidos de diligência e perícia. 3 DA OMISSÃO DE RECEITAS – DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA A Recorrente é acusada de omissão de receita, caracterizada pela falta de comprovação da origem dos depósitos/créditos efetuados em suas contas bancária, tendo por base legal o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, que assim dispõe: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Tal dispositivo legal estabeleceu uma presunção de omissão de receitas, autorizando a exigência de imposto de renda e de contribuições correspondentes, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. A Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), recepcionada pela nova Constituição, consoante artigo 34, § 5º, do Ato das Disposições Transitórias, define, Fl. 1886DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.887 15 em seus artigos 43, 44 e 45, o fato gerador, a base de cálculo e os contribuintes do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. De acordo com o artigo 44, a tributação do imposto de renda não se dá só sobre rendimentos reais, mas, também, sobre rendimentos arbitrados ou presumidos por sinais indicativos de sua existência e montantes. Esses artigos assim dispõem: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam. A presunção em favor do Fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação, no caso, da origem dos recursos utilizados para efetuar os depósitos bancários. Tratase, afinal, de presunção relativa, passível de prova em contrário. É função do Fisco, entre outras, comprovar o crédito dos valores em contas de depósito ou de investimento e intimar o titular da conta bancária a apresentar os documentos, informações e esclarecimentos, com vistas à verificação da ocorrência de omissão de receitas de que trata o artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996. Contudo, a comprovação da origem dos recursos utilizados nessas operações é obrigação do contribuinte. Não comprovada a origem dos recursos, tem a autoridade fiscal o poder e o dever de considerar os valores depositados em conta bancária como receita, efetuando o lançamento do imposto e contribuições correspondentes. Nem poderia ser de outro modo, ante a vinculação legal decorrente do princípio da legalidade que rege a Administração Pública, cabendo ao agente seguir a legislação. Dessa forma, detectadas irregularidades que conduzem à presunção de omissão de receita, por imposição legal e por ser a atividade de lançamento vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, conforme parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional, cabe à fiscalização efetuar o lançamento de acordo com a legislação aplicável ao caso. A Recorrente foi intimada a comprovar, com documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados/creditados nas suas contas corrente. Fl. 1887DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.888 16 A comprovação da origem dos créditos em suas contas, para a turma julgadora de primeira instância, foi realizada de forma parcial. Em relação aos créditos que se consideram não comprovados, as meras alegações não possuem o condão de comprovar a origem dos valores depositados ou creditados em suas contas bancárias. Nesse contexto, impende concluir que competia ao contribuinte provar a veracidade do que afirmou, nos termos da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (texto legal que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal), art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido dispõe o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: [...] II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Corroborando tal tese, convém transcrever jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: Allegare nihil et allegatum non probare paria sunt — nada alegar e não provar o alegado, são coisas iguais. (Habeas Corpus nº 1.1710 — RJ, R. Sup. Trib. Just., Brasília, a. 4, (39): 211276, novembro 1992, p. 217) Alegar e não provar significa, juridicamente, não dizer nada.(Intervenção Federal Nº 83 — PR, R. Sup. Trib. Just., Brasília, a. 7, (66): 93116, fevereiro 1995. 99) RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA – APOSENTADORIA – NEGATIVA DE REGISTRO – TRIBUNAL DE CONTAS – ATOS ADMINISTRATIVOS NÃO COMPROVADOS – ART. 333, INCISO II, DO CPC – PAGAMENTO DOS PROVENTOS DE NOVEMBRO/96 E DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO DAQUELE MESMO ANO – IMPOSSIBILIDADE – SÚMULAS 269 E 271 DA SUPREMA CORTE – 1. O ônus da prova incumbe ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 333, II, do Código de Processo Civil). Incumbe às Secretarias de Educação e da Fazenda a demonstração de que a professora havia sido notificada da suspensão de sua aposentadoria. (STJ Fl. 1888DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.889 17 – ROMS 9685 – RS – 6ª T. – Rel. Min. Fernando Gonçalves – DJU 20.08.2001 – p. 00538) TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL – IMPOSTO DE RENDA – VERBAS INDENIZATÓRIAS – FÉRIAS E LICENÇAPRÊMIO – NÃO INCIDÊNCIA – COMPENSAÇÃO – AJUSTE ANUAL – ÔNUS DA PROVA – O ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito e ao réu quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Cabe ao contribuinte comprovar a ocorrência de retenção na fonte do imposto de renda incidente sobre verbas indenizatórias e à Fazenda Nacional incumbe a prova de eventual compensação do imposto de renda retido na fonte no ajuste anual da declaração de rendimentos. Recurso provido. (STJ – REsp 229118 – DF – 1ª T. – Rel. Min. Garcia Vieira – DJU 07.02.2000 – p. 132) PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS DO DEVEDOR – NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO – IMPRESCINDIBILIDADE – ÔNUS DA PROVA – 1. Imprescindível a notificação regular ao contribuinte do imposto devido. 2. Incumbe ao embargado, réu no processo incidente de embargos à execução, a prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (CPC, art. 333, II). 3. Recurso especial conhecido e provido. (STJ – REsp 237.009 – (1999/00996607) – SP – 2ª T. – Rel. Min. Francisco Peçanha Martins – DJU 27.05.2002 – p. 147) TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL – IRPF – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – VERBAS INDENIZATÓRIAS – RETENÇÃO NA FONTE – ÔNUS DA PROVA – VIOLAÇÃO DE LEI FEDERAL CONFIGURADA – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA – SÚMULA 13/STJ PRECEDENTES – Cabe ao autor provar que houve a retenção do imposto de renda na fonte, por isso que é fato constitutivo do seu direito; ao réu competia a prova de eventual compensação na declaração anual de rendimentos dos recorrentes, do imposto de renda retido na fonte, fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito do autor – Incidência da Súmula 13 STJ – Recurso especial conhecido pela letra a e provido. (STJ – RESP 232729 – DF – 2ª T. – Rel. Min. Francisco Peçanha Martins – DJU 18.02.2002 – p. 00294) Fl. 1889DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.890 18 De acordo com o parágrafo único do artigo 142 do Código Tributário Nacional, a autoridade administrativa encontrase submetida ao estrito cumprimento da legislação tributária, estando impedida de examinar outras questões como as suscitadas pelo Contribuinte em seu recurso, uma vez que às autoridades tributárias cabe aplicar a lei e obrigar seu cumprimento. O princípio da legalidade, assentado no art. 37, caput, da Constituição Federal de 1988, e o previsto no parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional, vinculam a atividade do lançamento à lei, sob pena de responsabilidade funcional. No caso concreto, dado que a administração tributária apenas exerceu o poder/dever de tributar, conferido pela Constituição Federal e institucionalizado pela legislação infraconstitucional de regência da matéria. Por fim, cabe ressaltar que o tema já foi pacificado no âmbito do processo administrativo fiscal com a edição da Súmula 26 do CARF, a seguir transcrita: “A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.” A respeito da Súmula 182 por vezes citadas pelos recorrentes, convém ressaltar, primeiramente, que não foi expedida por qualquer Tribunal Regional Federal, mas sim pelo extinto Tribunal Federal de Recursos. Ademais, referiase à legislação já revogada (art. 6º, § 5º, da Lei nº 8.021/90), portanto, não aplicável ao art. 42 da Lei nº 9.430/96. Desse modo, não há reparos a fazer quanto ao decidido pela turma a quo, ainda mais considerandose que o Recorrente não trouxe qualquer novo elementos aos autos que pudesse alterar a conclusão atacada. 4 LANÇAMENTOS DECORRENTES Os lançamentos do Programa de Integração Social PIS, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL foram lavrados em decorrência da omissão de receita apurada. Assim, na parte em que foi mantido o lançamento quanto ao IRPJ, e não tendo fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa, é de se manter também essas exigências, ante a íntima relação e causa e efeito. Há disposição legal expressa de que a receita omitida seja incluída na base de cálculo da CSLL, PIS e COFINS, conforme dispõe o § 2º do art. 24 da Lei nº 9.249/1995, verbis: Art. 24. Verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. (...) Fl. 1890DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.891 19 § 2º. O valor da receita omitida será considerado na determinação da base de cálculo para o lançamento da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para a seguridade social COFINS e da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP. Diante do exposto, os lançamentos reflexos devem ser parcialmente mantidos, excluindose das bases de cálculo os valores referentes aos empréstimos, conforme já analisado. 5 DA MULTA AGRAVADA POR FALTA DE ATENDIMENTO ÀS INTIMAÇÕES A Recorrente alega ser improcedente a aplicação da multa de 112,5% em razão da ausência de fraude e máfé. De fato a autoridade fiscal não vislumbrou a ocorrência de dolo, pois, caso contrário, a penalidade aplicada seria a prevista no art. 44, I, c/c § 1º, da Lei nº 9.430, de 1996, qual seja, a penalidade de 150%. Contudo, caso reste demonstrado que o contribuinte respondeu às intimações, bem como, demonstrada a impossibilidade material de apresentação de livros e documentos, não há que se falar em agravamento da penalidade, conforme determina o § 2º do art. 19 da Lei nº 3.470, de 1958, com a redação dada pelo art. 71 da Medida Provisória nº 2.158/200135. No caso concreto, restou comprovado que a documentação solicitada estava à disposição do juízo responsável pela recuperação judicial, devendo tal peculiaridade ser levada em consideração no que tange à exasperação da penalidade. Nesse cenário, entendo que não deva prevalecer o agravamento aplicado pela autoridade fiscal. Do mesmo modo, a ausência de apresentação de extratos bancários não pode dar ensejo à exasperação da penalidade, uma vez que não se trata de documento de posse obrigatória dos contribuintes. Ademais, ausente prejuízo ao exercício do lançamento, improcede o agravamento da penalidade. 6 DO ARBITRAMENTO Conforme já relatado, o contribuinte apresentou declaração DIPJ em branco , e, intimado a apresentar livros contábeis, fiscais e documentos pertinentes, deixou de fazê lo+ No que atine ao regime de tributação, a Recorrente alegou houve transmissão de DIPJ/2007/2008 com opção incorreta de tributação e em branco (lucro presumido, quando deveria ser lucro real), contudo tal declaração teria sido transmitida por pessoa desconhecida e desautorizada. A esse respeito, assim manifestouse a decisão recorrida: Fl. 1891DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.892 20 Além da versão apresentada – pessoa desconhecida e desautorizada ser de difícil credibilidade de ocorrência (e que se real ensejaria medidas sérias de apuração provocadas pelo Contribuinte que não afirmadas nem comprovadas), consoante informado pela Autoridade Fiscal nas intimações 07 e 08, com o início do procedimento fiscal há a perda da espontaneidade o que acarreta a impossibilidade da mudança de informações anteriormente prestadas. Neste sentido é o parágrafo único do art. 138 do CTN. Observase que a regra para as pessoas jurídicas sujeitas ao regime do lucro real é de não poder alterar a forma de tributação de trimestral para anual, e viceversa, na forma disciplinada pelo art. 3º da Lei nº 9.430, de 1996, sendo a opção sempre irretratável para todo o anocalendário. A opção pela forma de tributação anual será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade. Acrescentase que o art. 13, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998, diz textualmente que a opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o anocalendário. No que se refere ao pagamento da CSLL, o § 5º do art. 15 da INSRF nº 390, de 30.1.2004, diz taxativamente que a opção por uma das formas de tributação será também irretratável para todo o anocalendário. Nas condições do presente caso (saber, existindo procedimento fiscal), inclusive é inviável a alteração da forma de tributação prevista no ordenamento via processo administrativo fiscal, onde o contribuinte tem que comprovar efetivamente, e de forma inequívoca, que houve “erro de fato”. Ainda, conforme consulta ao arquivo informatizado da RFB observase que o Contribuinte não efetuou recolhimentos durante o ano de 2007 e a DIPJ 2007/2008 questionada foi apresentada fora do prazo, somente em 21/10/2009 – após o deferimento da recuperação judicial (fls. 1515/1518, em 29/09/2009) e, mesmo conhecendo a resposta do Fisco sobre a imprestabilidade de uma nova declaração para alterar o resultado do procedimento fiscal em curso, ainda assim, o Contribuinte transmitiu, em 03/02/2012, declaração retificadora de sua DIPJ 2007/2008 que nenhum valor teve para a autuação nem terá para o deslinde do presente caso, pelos motivos anteriormente articulados. Quanto à autuação, há que ser ponderado que a receita bruta auferida decorreu das omissões do Contribuinte relatadas no Termo de Constatação Fiscal, fls. 1289/1294. Assim, realizado o arbitramento porque apesar do Contribuinte estar autorizado a optar pela tributação com base no lucro presumido – ou no lucro real, este deixou de cumprir obrigações acessórias, neste caso, de apresentar os livros da sua escrituração comercial. A fundamentação legal para a apuração da base de cálculo pelo critério do arbitramento encontra amparo no art. 519, § 1º, III; art. 527, I e parágrafo único; art. 530, III e 532, todos do RIR/99, a saber: Art. 519. Para efeitos do disposto no artigo anterior, considerase receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. Fl. 1892DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.893 21 § 1 Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de (Lei n° 9.249, de 1995, art. 15, § 1o): III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. Art. 527. A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter (Lei n 8.981, de 1995, art. 45): I escrituração contábil nos termos da legislação comercial; II Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do anocalendário; III em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. Parágrafo único. O disposto no inciso I deste artigo não se aplica à pessoa jurídica que, no decorrer do anocalendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária (Lei n° 8.981, de 1995, art. 45, parágrafo único). Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do anocalendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei n° 8.981, de 1995, art. 47, e Lei n° 9.430, de 1996, art. 1o): ... III o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527; Fl. 1893DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.894 22 Art. 532. O lucro arbitrado das pessoas jurídicas, observado o disposto no art. 394, § 11, quando conhecida a receita bruta, será determinado mediante a aplicação dos percentuais fixados no art. 519 e seus parágrafos, acrescidos de vinte por cento (Lei 9.249, de 1995, art. 16, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 27, inciso I). Grifamos. Não há reparos a se fazer a tais conclusões. Isso posto, correto o arbitramento de lucros levado a efeito pela autoridade fiscal. 7 DA INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO Por fim, alegou o contribuinte que a cobrança de juros sobre a multa de ofício seria ilegal. Observase, inicialmente, que a questão tem sido objeto intenso debate pela Câmara Superior, haja vista que, num lapso de poucos meses, ocorreram votações em sentidos opostos, ambos decididos por maioria apertada de votos, como se verifica dos acórdãos n° 910100539, de 11/03/2010, e n° 910100.722, de 08/11/2010. Abstraindose de argumentos finalísticos, como o enriquecimento ilícito do Estado, os quais fogem à alçada deste tribunal administrativo, conforme determina a Súmula CARF n° 2, expõese os fundamentos considerados suficientes para justificar a cobrança nos presentes autos, com espelho no acórdão n° 910100539, de 11/03/2010, de lavra da Conselheiro Viviane Vidal Wagner. O conceito de crédito tributário, nos termos do art. 139 do CTN, comporta tanto tributo quanto penalidade pecuniária. Uma interpretação literal e restritiva do caput do art. 61 da Lei n° 9.430/96, que regula os acréscimos moratórios sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições, pode levar à equivocada conclusão de que estaria excluída desses débitos a multa de ofício. Contudo, uma norma não deve ser interpretada isoladamente, especialmente dentro do sistema tributário nacional. No dizer do jurista Juarez Freitas (2002, p.70), "interpretar uma norma é interpretar o sistema inteiro: qualquer exegese comete, direta ou obliquamente, uma aplicação da totalidade do direito". Merece transcrição a continuidade do seu raciocínio: "Não se deve considerar a interpretação sistemática como simples instrumento de interpretação jurídica. É a interpretação sistemática, quando entendida em profundidade, o processo hermenêutico por excelência, de tal maneira que ou se Fl. 1894DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.895 23 compreendem os enunciados prescritivos nos plexos dos demais enunciados ou não se alcançará compreendêlos sem perdas substanciais. Nesta medida, mister afirmar, com os devidos temperamentos, que a interpretação jurídica é sistemática ou não é interpretação." (A interpretação sistemática do direito, 3.ed. São Paulo: Malheiros, 2002, p. 74). Daí, por certo, decorrerá uma conclusão lógica, já que interpretar sistematicamente implica excluir qualquer solução interpretativa que resulte logicamente contraditória com alguma norma do sistema. O art. 161 do CTN não distingue a natureza do crédito tributário sobre o qual deve incidir os juros de mora, ao dispor que o crédito tributário não pago integralmente no seu vencimento é acrescido de juros de mora, independentemente dos motivos do inadimplemento. Nesse sentido, no sistema tributário nacional, a definição de crédito tributário há de ser uniforme. De acordo com a definição de Hugo de Brito Machado (2009, p.172), o crédito tributário "é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional)." A obrigação tributária principal referente à multa de ofício, a partir do lançamento, convertese em crédito tributário, consoante previsão do art. 113, §1°, do CTN: Art. 113 A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1° A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito tributário dela decorrente. (destacouse) A obrigação principal surge, assim, com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, o que inclui a multa de ofício proporcional. A multa de ofício é prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, e é exigida "juntamente com o imposto, quando não houver sido anteriormente pago''" (§1°). Assim, no momento do lançamento, ao tributo agregase a multa de ofício, tornandose ambos obrigação de natureza pecuniária, ou seja, principal. A penalidade pecuniária, representada no presente caso pela multa de ofício, tem natureza punitiva, incidindo sobre o montante não pago do tributo devido, constatado após ação fiscalizatória do Estado. Fl. 1895DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.896 24 Os juros moratórios, por sua vez, não se tratam de penalidade e têm natureza indenizatóia, , compensarem o atraso na entrada dos recursos que seriam de direito da União. A própria lei em comento traz expressa regra sobre a incidência de juros sobre a multa isolada. Eventual alegação de incompatibilidade entre os institutos é de ser afastada pela previsão contida na própria Lei n° 9.430/96 quanto à incidência de juros de mora sobre a multa exigida isoladamente. O parágrafo único do art. 43 da Lei n° 9.430/96 estabeleceu expressamente que sobre o crédito tributário constituído na forma do caput incidem juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. O art. 61 da Lei n° 9.430, de 1996, ao se referir a débitos decorrentes de tributos e contribuições, alcança os débitos em geral relacionados com esses tributos e contribuições e não apenas os relativos ao principal, entendimento, dizia então, reforçado pelo fato de o art. 43 da mesma lei prescrever expressamente a incidência de juros sobre a multa exigida isoladamente. Nesse sentido, o disposto no §3° do art. 950 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99) exclui a equivocada interpretação de que a multa de mora prevista no caput do art. 61 da Lei n° 9.430/96 poderia ser aplicada concomitantemente com a multa de ofício. Art.950. Os débitos não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento por dia de atraso (Lei n° 9.430, de 1996, art. 61). §1°A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento (Lei n° 9.430, de 1996, art. 61, §1°). §2°O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento (Lei n°9.430, de 1996, art. 61, §2°). §3°A multa de mora prevista neste artigo não será aplicada quando o valor do imposto já tenha servido de base para a aplicação da multa decorrente de lançamento de ofício. A partir do trigésimo primeiro dia do lançamento, caso não pago, o montante do crédito tributário constituído pelo tributo mais a multa de ofício passa a ser acrescido dos juros de mora devidos em razão do atraso da entrada dos recursos nos cofres da União. Fl. 1896DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.897 25 No mesmo sentido já se manifestou a Câmara Superior de Recursos Fiscais quando do julgamento do Acórdão n° CSRF/0400.651, julgado em 18/09/2007, com a seguinte ementa: JUROS DE MORA MULTA DE OFÍCIO OBRIGAÇÃO PRINICIPAL A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de ofício proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. Cabe referir, ainda, a Súmula Carf n° 5: "São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral." Diante da previsão contida no parágrafo único do art. 161 do CTN, buscase na legislação ordinária a norma complementar que preveja a correção dos débitos para com a União. Para esse fim, a partir de abril de 1995, temse a taxa Selic, instituída pela Lei n° 9.065, de 1995. No âmbito do Poder Judiciário, a jurisprudência é forte no sentido da aplicação da taxa de juros Selic na cobrança do crédito tributário, como se vê no exemplo abaixo: REsp 1098052 / SP RECURSO ESPECIAL2008/02395728 Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA (1125) Órgão Julgador T2 SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 04/12/2008 Data da Publicação/Fonte DJe 19/12/2008 Ementa PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO. NÃOOCORRÊNCIA. LANÇAMENTO. DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. TAXA SELIC. LEGALIDADE. 1. É infundada a alegação de nulidade por maltrato ao art. 535 do Código de Processo Civil, quanto o recorrente busca tãosomente rediscutir as razões do julgado. 2. Em se tratando de tributos lançados por homologação, ocorrendo a declaração do contribuinte e na falta de pagamento da exação no vencimento, a inscrição em dívida ativa independe de procedimento administrativo. Fl. 1897DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.720343/201264 Acórdão n.º 1402001.750 S1C4T2 Fl. 1.898 26 3. É legítima a utilização da taxa SELIC como índice de correção monetária e de juros de mora, na atualização dos créditos tributários (Precedentes: AgRg nos EREsp 579.565/SC, Primeira Seção, Rel. Min. Humberto Martins, DJU de 11.09.06 e AgRg nos EREsp 831.564/RS, Primeira Seção, Rel. Min. Eliana Calmon, DJU de 12.02.07).(g.n.) No âmbito administrativo, a incidência da taxa de juros Selic sobre os débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal foi pacificada com a edição da Súmula CARF n° 4, de observância obrigatória pelo colegiado, por força de norma regimental (art. 72 do RICARF), nos seguintes termos: Súmula CARF n° 4: A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Isso posto, voto por manter a exigência de juros moratórios sobre a multa de ofício lançada. 8 CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por rejeitar a arguição de nulidade e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário, reduzindo a penalidade aplicada a 75%. (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO – Relator Fl. 1898DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 24/08/2014 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 16327.001125/2006-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA
JURÍDICA - IRPJ
MATÉRIA NÃO QUESTIONADA NO RECURSO VOLUNTÁRIO - APLICAÇÃO - ARTIGO 17 do PAF - PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - DECRETO Nº 70.235/72
Matéria não questionada no recurso voluntário é considerada definitivamente julgada, prevalecendo o que foi decidido pela DRJ.
MEDIDA PROVISÓRIA N° 2.158-35/01 - LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR - ARTIGO 62-A DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO CARF, RICARF - APLICAÇÃO
Com o julgamento da (ADI) n° 2588, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art.74, parágrafo único, da MP n º 2.158-35, sendo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até dezembro de 2001 (não aplicabilidade retroativa do parágrafo único).
O caput do art.74 MP n º 2.158-35 foi mantido, interpretando-o da seguinte forma:
Controladas em paraísos fiscais - a incidência de IR e CSLL sobre os lucros auferidos no exterior é constitucional e a decisão possui eficácia erga omnes e efeito vinculante.
VARIAÇÃO CAMBIAL POSITIVA - MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL - MANDADO DE SEGURANÇA - SEGURANÇA CONCEDIDA - ARTIGO 63 DA LEI N° 9.430/1996 - LANÇAMENTO PARA EVITAR A DECADÊNCIA
A segurança concedida através do Mandado de Segurança deve prevalecer sobre a esfera administrativa. Destarte, o lançamento efetuado tem o intuito de evitar a decadência, no entanto, deve permanecer suspenso até a decisão definitiva da justiça comum.
TAXA DE CÂMBIO - DISPONIBILIZAÇÃO FICTA - INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - ARTIGO 62-A DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO CARF, RICARF - APLICAÇÃO
Com a inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal do, parágrafo único do art. 74 da MP n º 2.158-35, os lucros auferidos no exterior, por intermédio de controladas serão computados para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL no balanço levantado em 31 de dezembro do respectivo ano-calendário, sendo a taxa deste exercício a ser utilizada para a conversão.
Numero da decisão: 1202-001.188
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, quanto ao recurso de oficio, negar provimento ao recurso. Por unanimidade de votos, quanto ao recurso voluntário, considerar definitivamente julgadas as matérias não expressamente contestadas, não conhecer da matéria resultado de equivalência patrimonial com o exterior, por com concomitância com processo judicial e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso, para excluir da tributação a matéria referente à taxa de câmbio para conversão dos lucros auferidos no exterior.
(documento assinado digitalmente)
Carlos Alberto Donassolo- Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Orlando José Gonçalves Bueno- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Carlos Alberto Donassolo, Plínio Rodrigues Lima, Geraldo Valentim Neto, Marcos Antonio Pires, Marcelo Baeta Ippolito, Orlando José Gonçalves Bueno.
Nome do relator: ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO
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MEDIDA PROVISÓRIA N° 2.15835/01 LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR ARTIGO 62A DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO CARF, RICARF APLICAÇÃO Com o julgamento da (ADI) n° 2588, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do art.74, parágrafo único, da MP n º 2.15835, sendo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até dezembro de 2001 (não aplicabilidade retroativa do parágrafo único). O caput do art.74 MP n º 2.15835 foi mantido, interpretandoo da seguinte forma: Controladas em paraísos fiscais a incidência de IR e CSLL sobre os lucros auferidos no exterior é constitucional e a decisão possui eficácia erga omnes e efeito vinculante. VARIAÇÃO CAMBIAL POSITIVA MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL MANDADO DE SEGURANÇA SEGURANÇA CONCEDIDA ARTIGO 63 DA LEI N° 9.430/1996 LANÇAMENTO PARA EVITAR A DECADÊNCIA A segurança concedida através do Mandado de Segurança deve prevalecer sobre a esfera administrativa. Destarte, o lançamento efetuado tem o intuito AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 11 25 /2 00 6- 16 Fl. 577DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 24 2 de evitar a decadência, no entanto, deve permanecer suspenso até a decisão definitiva da justiça comum. TAXA DE CÂMBIO DISPONIBILIZAÇÃO FICTA INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ARTIGO 62A DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO CARF, RICARF APLICAÇÃO Com a inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal do, parágrafo único do art. 74 da MP n º 2.15835, os lucros auferidos no exterior, por intermédio de controladas serão computados para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL no balanço levantado em 31 de dezembro do respectivo anocalendário, sendo a taxa deste exercício a ser utilizada para a conversão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, quanto ao recurso de oficio, negar provimento ao recurso. Por unanimidade de votos, quanto ao recurso voluntário, considerar definitivamente julgadas as matérias não expressamente contestadas, não conhecer da matéria resultado de equivalência patrimonial com o exterior, por com concomitância com processo judicial e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso, para excluir da tributação a matéria referente à taxa de câmbio para conversão dos lucros auferidos no exterior. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo Presidente. (documento assinado digitalmente) Orlando José Gonçalves Bueno Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Carlos Alberto Donassolo, Plínio Rodrigues Lima, Geraldo Valentim Neto, Marcos Antonio Pires, Marcelo Baeta Ippolito, Orlando José Gonçalves Bueno. Relatório Tratase o presente de Recurso Voluntário e de Ofício provenientes de procedimento fiscal do Mandado de Procedimentos Fiscal MPF n° 08.1.71.00 2005001637 e prorrogações (fls.01 e 02) para o período de janeiro/2001 a dezembro de 2004. A Fiscalização da Delegacia Especial de Assuntos Internacionais — DEAIN averiguou os seguintes fatos, constantes do Termo de Verificação Fiscal (fls. 329 e 339). Fl. 578DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 25 3 A contribuinte é empresa controlada pela Holding SLC PARTICIPAÇÕES S/A, que, por sua vez, possui investimento na empresa PERSONAL HOLDING COMPANY, sediada em Montevidéu/Uruguai. Em 15/05/2010, através da aprovação de sua diretoria, a contribuinte constituiu a empresa UNIFLEX LIMITED, localizada nas Ilhas Bahamas – paraíso fiscal. O valor que a contribuinte – Evaux – investiu na empresa controlada – Uniflex – foi de US$ 4.950.000, conforme Demonstrativo dos Resultados da Uniflex Limited Anexo em resposta ao quesito 8 do Termo de Intimação n° 03, fls. 160 a 166, e Balanços Patrimoniais, fls. 167 a 171. Este valor foi movimentado pela controlada, em forma de contratos de mútuos para com a empresa Personal Holding Company, como já afirmado, pertencente a SLC PARTICIPAÇÕES S/A, a qual tem a Evaux como controlada. Dos contratos de mútuo efetuados entre a Uniflex e a empresa Personal Holding Company, resultaram receitas financeiras nos anoscalendário 2000, 2001 e 2002, conforme documentos apresentados pela recorrente. Apresentou também resultados positivos em 2003 e 2004 de investimentos em aplicações financeiras. No entanto, a recorrente informou que os balanços da controlada Uniflex não foram transcritos no livro diário e não foram distribuídos dividendos. Importante destacar que a contribuinte impetrou Mandado de Segurança n° 2003.61.00.0082213, distribuído para a 16ª Vara Cível Federal, Seção Judiciária de São Paulo/SP. Do Mandado de Segurança Dissertando a respeito da constitucionalidade e legalidade da Medida Provisória n° 2.15835/01, a impetrante alegou a violação ao princípio da irretroatividade. Sua argumentação é no sentido que a referida Medida Provisória prevê a incidência de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ – e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL relativamente aos lucros auferidos por controlada no exterior em exercícios anteriores a data da edição da medida provisória. No seu entender, a violação ocorre, pois a Medida Provisória não indica quais são os exercícios dentro dos quais deverá ser apurada a base de cálculo. Essa lacuna, então, fora preenchida pela IN SRF n° 213/2002, que estabelece a exigência de IRPJ e da CSLL relativamente aos exercícios de 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001, conforme prevê seu artigo 18. Dessa forma, a exigência de IRPJ e CSLL nos exercícios de 1996 a 2000, violaria frontalmente o princípio da irretroatividade previsto constitucionalmente no artigo 150, III, “a”, pois o fisco estaria exigindo tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da Medida Provisória (2001) que os instituiu ou aumentou. Fl. 579DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 26 4 Em seguida, apresentou argumentos a respeito da violação do princípio da legalidade. A MP n° 2.15835/01 exige que a empresa controladora efetue o pagamento do IRPJ e da CSLL sobre os lucros e demais resultados auferidos pela controlada no exterior até 31 de dezembro de 2001, no entanto, não há determinação de qual lucro exercício deve ser objeto de tributação. Por entender que o IRPJ e a CSLL são tributos cujo fato gerador é periódico, a determinação do exercício constitui elemento essencial, tanto para a definição do fato gerador, quanto para a fixação da base de cálculo. A MP não fixando o fato gerador e a base de cálculo, acabou por deixar um grande campo para o Poder Executivo. Reforçando seu entendimento, reafirma que a determinação dos exercícios foram feitos pela IN SRF n° 213/02, que estabeleceu estar fora da exigência somente os lucros anteriores a 10 de janeiro de 1996, o que, a contrário senso implica tributar os exercícios de 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 e 2001. Exigir IRPJ e CSLL auferidos em exercícios fixados através de norma regulamentar e sobre base de cálculo, definida, também, em norma regulamentar violaria o princípio da legalidade, estabelecido no artigo 150, I, da Constituição Federal. Segundo o impetrante, este é o princípio segundo o qual, a própria lei deverá instituir o tributo por meio da determinação dos seus elementos essenciais. No entanto, não basta apenas criálo e delegar ao Poder executivo a determinação de seus elementos essenciais. Além do mais, a exigência por autoridades administrativas ainda viola o disposto no artigo 97 do Código Tributário Nacional – CTN , na medida em que neste ficou reservada à lei a fixação de determinadas matérias, de modo a impedir que sobre elas pudesse dispor o Poder Executivo. Porém, a MP desobedeceu essa determinação, na medida em que, delegou a fontes secundárias a fixação de elementos essenciais do IRPJ e CSLL. Em tópico específico, apresentou argumentos sobre a violação das regras de competência para instituir IRPJ e CSLL. Para o recorrente, o artigo 153, III, Constituição Federal estabeleceu à União a competência para instituir o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. A seguir passou a desenvolver sobre o conceito de renda, afirmando que poderia conceituálo como o produto líquido (receitas menos as despesas necessárias a manutenção da fonte produtora ou da existência digna do contribuinte) em determinado período. O conceito de renda envolveria, necessariamente, o acréscimo patrimonial, ou seja, algo novo que se agrega ao patrimônio préexistente. Disciplinado o referido artigo, o CTN, autorizado pelo artigo 146, III, da CF, realizou uma concretização definitória da regra constitucional de competência, determinando que o imposto sobre a renda incidirá sobre a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer natureza. Fl. 580DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 27 5 A disponibilidade econômica significaria a sua efetiva percepção em dinheiro ou em outros valores, enquanto a disponibilidade jurídica significaria o direito incondicional de perceber a renda e de sobre ela dispor livremente. A seguir passa a enfrentar a autorização dada pela CF em seu artigo 195, I, “c”, à União para instituir a CSLL, se não vejamos: Art. 195 /CF: .... I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (...) c) o lucro; E da mesma forma que ocorre com o conceito de renda, o lucro há de consubstanciar algo de positivo que esteja disponível e, portanto, acresça ao patrimônio do contribuinte. Afirmou que estes conceitos seriam interessantes ao Mandado de Segurança, pois estaria ocorrendo a tributação de uma pessoa (o sócio) pelo simples fato de que outra pessoa (sociedade) estar auferindo lucros. E que essa situação seria o caso dos autos em apreço, pois estaria ocorrendo a tributação de uma pessoa (sociedade controladora) pelo simples fato de que outra pessoa (sociedade controlada) ter auferido lucros. Apresentou jurisprudência em que o Supremo Tribunal Federal entendeu que não haveria fato gerador do imposto de renda pelo simples fato de que a empresa, da qual sócio, auferiu lucro, na medida em que não existe nem disponibilidade econômica (efetiva disposição do dinheiro) nem jurídica (direito incondicional dc dispor do dinheiro). Entendeu que a MP teria criado uma ficção ao considerar todo lucro auferido no exterior, automaticamente, disponibilizado no Brasil, independente da efetiva remessa ou do efetivo poder de a sociedade sediada no Brasil dispor do lucro auferido no exterior. Estaria deste modo, sendo criada uma ficção sobre o momento do fato gerador. Estaria proibida a tributação de IRPJ e CSLL na mera expectativa de ingresso de valores no patrimônio do contribuinte, pois apenas com o aumento de capital incondicional é que haveria a tributação. Dessa forma, a MP n° 2.15835/01, com base no disposto pela IN SRF n°213/02, seria inconstitucional ao exigir o pagamento do IRPJ e da CSLL, através do resultado da equivalência patrimonial e à renda e aos lucros auferidos por sociedades sediadas no exterior, independentemente da disponibilidade efetiva, atual e incondicional de aumento patrimonial, pois violaria o conceito constitucional de renda e de lucro. Além do mais, a referida Instrução Normativa incidiria em ilegalidade por violação ao conceito legal de renda constante do artigo 43 do CTN. Seria inconstitucional por ter criado novas formas de ficção de disponibilidade nos casos de: a) encerramento do processo de liquidação; b) encerramento de Fl. 581DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 28 6 atividades; c) absorção de lucros por incorporação, fusão c cisão; d) alienação do patrimônio; e) contrapartida do valor do investimento por equivalência patrimonial. Em seguida, passou a enfrentar a questão da violação ao princípio da capacidade contributiva. Alegou que o princípio da capacidade contributiva possui a princípio dois aspectos: um subjetivo, que obriga o legislador a considerar a condição pessoal do contribuinte na graduação do tributo; e um objetivo, que obriga o legislador a tributar apenas as manifestações exteriores e concretas de capacidade econômica. A MP n° 2.15835/01 viola o aspecto objetivo do princípio da capacidade contributiva na medida em que tributam as empresas controladoras sem que elas tenham manifestado qualquer capacidade concreta de capacidade econômica, uma vez que estaria sendo obrigado a pagar IRPJ e CSLL sem que tivesse acesso efetivo e incondicional à renda ou ao lucro e, o pior, que não teria meios suficientes para realizar os vultuosos pagamentos. Após essas considerações, passou a tratar das exigências administrativas da Instrução Normativa SRF n° 213/02. O primeiro tópico enfrentado foi a violação à função executiva dos regulamentos e ao princípio da legalidade. Inicia fazendo uma análise sobre a disponibilização nas leis vigentes anteriormente a MP n° 2.15835/01 e a Instrução Normativa SRF n° 213/02, a saber: a) pagamento ou crédito, mediante transferência, crédito em conta bancária, entrega, remessa ou emprego dos valores; b) contratação de operações de mútuo, se a mutuante, coligada ou controlada, possuir lucros ou reservas de lucros; c) adiantamento de recursos, efetuado pela coligada ou controlada, por conta de venda futura, cuja liquidação, pela remessa cio bem ou serviço vendido, ocorra em prazo superior ao ciclo de produção do bem ou serviço. Dando continuidade ao seu raciocínio, a IN SRF n° 213/02, porém, criou novas hipóteses não constantes do DecretoLei n n° 1.598/77, da Lei n° 9.249/95, da Lei n° 9.532/97, da Lei n° 9.959/00 ou da Medida Provisória n° 2.15835/01. Como já apresentado acima, a Instrução Normativa teria criado além dos casos legais de disponibilização, novos, a saber: a) encerramento do processo de liquidação; b) encerramento de atividades; c) absorção de lucros por incorporação, fusão e cisão; d) alienação do patrimônio; e) contrapartida do valor do investimento por equivalência patrimonial. Fl. 582DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 29 7 Como esses casos não constariam de instrumentos normativos primários, mas apenas da IN SRF n° 213/02, ao se criar novas hipóteses de disponibilização, a citada Instrução normativa estaria violando o principio da legalidade bem como a norma constitucional que estabelece a função secundária dos regulamentos (art. 84 da CF/88). O segundo tópico enfrentado foi a violação ao artigo 43 do CTN e às leis que fixam a base de cálculo do IRPJ e CSLL. Os artigos 1°, 2° e 7° da IN SRF n° 213/02 ao determinarem a tributação do resultado da equivalência e criarem hipóteses de disponibilidade ficta dos lucros, acabaram por exigir pagamento do IRPJ e da CSLL sobre montantes que não constituem aumento patrimonial atual, efetivo e incondicional. Isso, pois o resultado da equivalência não constitui aumento patrimonial, mas mera variação do valor do investimento nas empresas sediadas no exterior, como variações cambiais ou alterações contábeis que não ingressam no patrimônio da sociedade controladora. A disponibilidade ficta dos lucros não constituiria aumento patrimonial atual, efetivo e incondicional, mas mera expectativa de direito, violando o disposto no artigo 43 do CTN que exige disponibilidade atual, efetiva e incondicional dos lucros, como já afirmado. Por último, acaba demonstrando o cabimento e os requisitos do mandado de segurança com pedido liminar. Da decisão do Mandado de Segurança Foi deferida liminar parcial sobre o pleiteado, vedando a imposição de IRPJ e CSLL sobre lucros apurados nos exercícios de 1997 a 2000, bem como a não imposição da IN SRF n° 213/2002, mas não impedindo a tributação a partir de 2001 em diante. A sentença proferida em 28/07/2005 confirmou a não incidência de IRPJ e CSLL sobre os lucros apurados no período de 1997 a 2000 e a não imposição das disposições criadas pela IN SRF n° 213/2002, mantendo as determinações da MP n° 2.15835/2001 para os demais assuntos. O contribuinte recorreu da decisão, através de apelação ao TRF da 3° região, visando a não incidência de tributos sobre os lucros apurados no exterior em qualquer exercício e a declaração da inconstitucionalidade do art. 74 da MP n° 2.15835/2001. No entanto, até o presente momento não há decisão definitiva. No presente processo foram lavrados os autos de infração relativos aos lucros apurados no período de 2002, 2003 e 2004, sem suspensão de exigibilidade e com imposição da multa de ofício, e no processo administrativo n° 16327.001124/200663, o exercício de 2001, com suspensão de exigibilidade e sem a imposição da multa de ofício. Relativamente à variação cambial, apenas no anocalendário de 2002, ocorreu valor positivo que foi lançado nos presentes autos (processo administrativo n° 16327.001125/200616). Desse modo, em 08/08/2006, foram lavrados os seguintes Autos de Infração: Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ fls. 314 a 316. Fl. 583DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 30 8 Embasamento legal: artigos 25, e §§ 2° e 3°, da Lei n° 9.249/1995; artigo 16 da Lei n° 9.430/96; artigos 249, incisos I e II, 251 e parágrafo único, 384, 385, 387, 389, 394 e 434, do RIR/99; artigo 3° da Lei n° 9.959/2000 e art. 74 e parágrafo único da MP n°2.15835/2001. Contribuição Social sobre Lucro Líquido CSLL fls. 324 a 326. Embasamento legal: artigo 2°, e §§, da Lei n° 7.689/88; artigo 19 da Lei n° 9.249/95; artigo 1° da Lei n° 9.316/96; artigo 28 da Lei n° 9.430/96; artigo 6° da MP n° 1.858/99 e reedições. Cientificada da autuação fiscal em 15/08/2006, apresentou, em 14/09/2006, impugnação (fls. 341 a 364), expondo em síntese as razões a seguir: Da Impugnação Inicialmente fez um resumo do que irá ser apresentado ao longo da impugnação para invalidar o lançamento fiscal efetuado. O lançamento fiscal efetuado pelo auditor fiscal seria vedado por três motivos, a saber: A)o valor equivalente ao crédito tributário constituído com base na tributação de lucros do período de 2000 já foi pago, e deve ser considerado extinto; B) haveria decisão da Justiça Federal de São Paulo a proibir a tributação do resultado positivo de equivalência patrimonial em qualquer ano, aí incluído o de 2002, e; C) o lançamento violaria os princípios da irretroatividade, da legalidade, os conceitos que definem a base de cálculo do IRPJ e da CSLL e também a capacidade contributiva. Tópico A Quanto ao tópico “a”, o impugnante afirmou que o crédito tributário constituído em função dos lucros auferidos no exterior durante o período de 2001 a 2004 estaria extinto, nos termos no artigo 156, II, do CTN. Afirmou que com a impugnação juntou declaração PER/DCOMP (doc. 04 fls. 413 a/422) que no mês de novembro de 2005, adimpliu, através da compensação, os tributos exigidos a título de IRPJ e CSLL. Aduziu que no demonstrativo em anexo, as fls. 3 e 9, foram compensados valores com vencimento entre 2001 e 2005 e, portanto, referentes aos exercícios de 2001 a 2004. Sustentou ainda que a informação sobre a compensação era de conhecimento da autoridade fiscal, pois em resposta ao "Termo de Intimação n° 01 anexou cópia de documentação (PER/DCOMP). Naquela ocasião, informou a impugnante, conforme doc. 05, em anexo: "Considerando o disposto na intimação, anexamos cópia da PER/DCOMP de 30/11/2005, relativa ao pagamento, com os respectivos encargos, da Contribuição Social sobre o Lucro e do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, incidente sobre os lucros apurados pela coligada nos anos calendários de 2000, 2001, 2002, 2003, e Fl. 584DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 31 9 2004, que constam da declaração do contribuinte na rubrica de Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social, no exigível a Longo Prazo.". Apesar das informações prestadas, afirmou que a autoridade fiscal ao longo do Relatório de Procedimento Fiscal não fez qualquer menção à compensação realizada. Dessa forma, entendeu que o lançamento de IRPJ e CSLL efetuado sobre os lucros auferidos pela sua coligada, no exterior, entre 2001 e 2004, estaria extinto na forma do inciso II, do artigo 156 do CTN. Por último, a impugnante fez uma ressalva de que não incluiu na compensação realizada um dos créditos que lhe é exigido. Deixou de pagar a exação constituída sobre o resultado positivo da equivalência patrimonial verificado no ano de 2002. Procedeu dessa forma, porque a decisão proferida no mandado de segurança que havia impetrado a protegia desta exigência. Em seguida, passou a demonstrar essa situação. Tópico B Afirmou que a decisão proferida no mandado de segurança reconheceu a ilegalidade da tributação do resultado positivo da equivalência patrimonial, quando declarou que essa exação estava prevista tãosomente na IN SRF n° 213/02 e, portanto, excedia o previsto na legislação vigente, a saber DecretoLei n° 1.598/77, nas Leis n° 9.532/97 e 9.959/00, bem como na MP n° 2.15835/01. A seguir, trechos da sentença: "À impetrante assiste razão, todavia, quando argumenta com ofensa ao princípio da irretroatividade tributária e da legalidade, com a previsão, feita em Instrução Normativa, de retroação das disposições estabelecidas na MP 2.15835/01 para os exercícios de 1997 a 2000, bem como a instituição de obrigações novas para as empresas controladoras, além daquelas já previstas no DecretoLei 1.598/77, Lei 9.532/97, Lei 9.959/00 e Medida Provisória 2.15835/01." (página 9 da sentença) "(...) assegurandolhe ainda o direito de não considerar qualquer outra forma de disponibilização criada pela Instrução Normativa SRF 213/02, ao arrepio do que dispõem o DecretoLei 1.598/77, Lei 9.532/97, Lei 9.959/00 e Medida Provisória 2.15835/01, (...)." (página 10 da sentença) Dessa forma, a decisão proibiu a tributação com base em hipóteses que não encontrassem amparo legal. E dentre estas, encontrase a de tributar o resultado positivo da equivalência patrimonial, cuja única previsão a respeito encontrase em um instrumento normativo infralegal, como é a IN SRF n. 213/02. Portanto, a fiscalização não estaria autorizada a constituir o crédito tributário sobre o resultado positivo da equivalência patrimonial, em relação ao exercício de 2002. Fl. 585DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 32 10 Assim, requereu o afastamento imediato do auto de infração que lançou exigências e constituiu créditos sobre os quais havia segurança concedida à Impugnante. Após, passou a dissertar sobre a violação dos princípios da irretroatividade, da legalidade, os conceitos que definem a base de cálculo do IRPJ e da CSLL e também a capacidade contributiva, da forma como procedido no mandado de segurança. Tópico C Dissertou sobre a violação da legalidade cometida pela IN SRF n° 213/2002, apresentando o histórico da legislação pátria sobre a tributação de lucros no exterior para demonstrar que não há previsão legal para as hipóteses de incidência tributária descritas na referida IN. Alegou que o auto de infração ao reclamar pagamento baseado no art. 7° da IN SRF n° 213/2002 e tão ilegal quanto sua fonte e, se é ilegal, não pode subsistir. Alegou violação ao conceito de renda e violação às leis que fixam a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, apresentando argumentos que entende serem cabíveis para provar que são inconstitucionais e ilegais a medida provisória n° 2.15835/2001, a IN SRF n° 213/2002 e o auto de infração lavrado, e, ainda, a violação ao princípio da capacidade contributiva. Afirmou que a autoridade tributária considerou a participação da impugnante como sendo de 100% no capital social da controlada – Uniflex , quando na realidade sua participação seria de 99,99% , consequetemente, ensejando equívocos nos cálculos dos valores lançados. Aduziu que a autoridade fiscal utilizou a taxa de câmbio de 31/12/2002 para converter o valor dos lucros apurados em 2001, quando deveria ter utilizado a taxa de conversão no momento da apuração dos lucros, argumentando que a diferença seria gritante e não poderia ser desconsiderada, uma vez que a taxa utilizada pelo auditor fiscal seria substancialmente maior que a taxa de cambio de dezembro de 2001. Encerra requerendo que o auto de infração seja declarado totalmente insubsistente, seja por força da compensação efetuada, seja por força da ilegalidade dessas exações e, no que se refere a tributação da equivalência patrimonial, dada a ausência de previsão legal para tanto. Mesmo diante dos argumentos aduzidos pela recorrente, a 5ª da Turma da DRJ/SPOI proferiu acórdão n° 1620.858, fls. 446/464, no qual, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação. Da decisão recorreuse de ofício ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF – com base no artigo 34 do Decreto n° 70.235/1972 e alterações introduzidas pelas Leis n° 8.748/1993 e 9.532/97, e pela Portaria MF n° 03/2008. A decisão teve a seguinte ementa: Processo n° 16327.001125/200616 Acórdão n° 1620.858 – 5ª Turma da DRJ/SPOI Sessão de 26 de março de 2009 Interessado EVAUX PARTICIPAÇÕES S/A Fl. 586DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 33 11 CNPJ/CPF 02.699.849/000120 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2004 LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR Os lucros auferidos por empresas coligadas e filiais no EXTERIOR, no período compreendido entre 1996 a 2001, devem ser considerados disponibilizados em 31/12/02, data em que deveria ocorrer a conversão dos lucros para a moeda nacional. CSLL O decidido quanto ao lançamento do IRPJ deve nortear a decisão do lançamento decorrente. ARGUIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU INSTRUÇÃO NORMATIVA Alegações de ilegalidade e inconstitucionalidade não podem ser opostas na instância administrativa. Lançamento Procedente em Parte Extinção do crédito tributário Quanto à alegação de extinção do credito tributário pela compensação por ter a impugnante apresentado PER/DCOMP (fls. 413 a/422), a 5ª Turma da DRJ/SPOI observou que a declaração fora entregue em 30/11/2005, após o inicio do procedimento fiscal que se deu em 17/11/2005, conforme ciência do MPF de fls. 01. Neste sentido, a apresentação de PER/DCOMP não impediria e nem invalidaria o procedimento fiscal e, consequentemente, o lançamento fiscal dele decorrente, pois aquela apresentação extinguiria o crédito tributário, se houvesse sido apresentada antes do início da fiscalização, conforme artigo 138 do CTN. Entretanto, observou a DRJ que a apresentação de PER/DCOMP deverá ser observada, se a mesma for homologada, quando da exigência dos tributos lançados, caso a decisão final no mandado de segurança favoreça o Fisco Federal. Vedação a equivalência patrimonial Já em relação ao aduzido através do mandado de segurança n° 2003.61.00.0082213, que haveria vedado a tributação pela equivalência patrimonial em qualquer anocalendário, inclusive no ano de 2002, a DRJ foi categórica. Fl. 587DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 34 12 Afirmou com base no artigo 63 da Lei n° 9.430/1996, que haveria determinação expressa para a constituição do crédito tributário, suspenso por medida judicial, para prevenir a decadência, exonerando apenas a multa de ofício. A 5ª Turma da DRJ/SPOI enfrentou a questão da proibição contida no caput do artigo 62 do Decreto n° 70.235/72, afirmando que a proibição é apenas no sentido da cobrança ou execução, mas não proibindo a fiscalização ou o lançamento, a menos que a decisão judicial seja expressa nesse sentido, não sendo o caso do presente processo. Todavia, reconheceu que a sentença do mandado de segurança impediria a exigência da tributação do resultado positivo da equivalência patrimonial previsto pela IN SRF n° 213/2002. Observou que no corpo da sentença (fls. 402 a 411) consta expressamente a proibição de considerar qualquer outra forma de disponibilização criada pela Instrução Normativa SRF 213/2002. Assim, mantevese o lançamento de ofício referente a parcela da tributação do resultado positivo da equivalência patrimonial do anocalendário de 2002, suspendendo a sua exigência até a sentença definitiva da ação judicial (mandado de segurança) e também exonerou a multa de ofício imposta. Da exoneração da multa de ofício, a DRJ recorreu de ofício, tendo em vista que o montante expurgado (R$ 1.531.013,95) ultrapassa o limite estabelecido na Portaria MF n° 3/2008. Já em relação à tributação dos lucros auferidos no período de 2001 a 2004, a sentença do mando de segurança é explicita ao permitila, havendo restrição apenas ao período anterior a edição da MP n° 2.15835/2001, ou seja, a tributação de lucros auferidos no período de 1997 a 2000. Matérias concomitantes ao Mandado de Segurança Após, a DRJ ponderou que grande parte da argumentação trazida pela impugnante, relativamente a ilegalidade e inconstitucionalidade da exigência de IRPJ e CSLL incidentes sobre os resultados positivos de equivalência patrimonial e sobre os lucros auferidos por coligadas ou controladas no exterior e não disponibilizados, estaria contida dentro do Mandado de Segurança impetrado pela empresa, o que importaria em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto. Dessa forma, não se conheceu da impugnação no tocante à violação ao princípio da capacidade contributiva, à legalidade, à inconstitucionalidade, à violação às leis que fixam a base de cálculo do IRPJ e da CSLL e à ilegalidade da MP n° 2.15835/2001 e IN SRF n° 213/200, presentes que estão nos autos do Mandado de Segurança. Prosseguiu a discussão apenas com relação a porcentagem considerada da impugnante na empresa Uniflex (controlada) para o cálculo dos tributos e, também, em relação ao valor da taxa de conversão utilizada. Analisou, em seguida, a questão da data da taxa de câmbio de conversão em reais dos valores auferidos pela controlada em moeda estrangeira. Fl. 588DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 35 13 Observou que no presente processo, a reclamação do impugnante se refere, especificamente, à data da conversão para moeda nacional, dos valores de lucros apurados e não distribuídos até 31/12/2001 que, no seu entender, deveria ter sido feita no dia das demonstrações financeiras. O argumento utilizado pela DRJ para manter a autuação neste ponto foi que a MP n° 2.158/2001 manteve a tributação dos lucros na data de sua disponibilização, apenas determinando que os lucros auferidos, a partir de 2002, seriam considerados disponibilizados na data do balanço levantado pela controlada (caput do artigo 74), e, os lucros acumulados até 31/12/2001 em 31/12/2002. Por último, enfrentouse a questão da percentagem de participação da fiscalizada na controlada – Uniflex. Conforme as DIPJ apresentadas e informação da auditora fiscal que efetuou o procedimento fiscal, a participação da fiscalizada na Uniflex seria de 99,99%. Ao examinar os cálculos efetuados para o lançamento do tributo, verificouse que, realmente, foi considerada a participação de 100% no lucro auferido. Dessa forma, razão a impugnante nesta parte. Foi diminuído os valores dos resultados em reais dos períodos de 2001, 2002, 2003 e 2004, equivalentes a 100% de participação para os valores correspondentes a 99,99% de participação. O recorrente tomou ciência do acórdão n° 1620.858 proferido pela a 5ª Turma da DRJ/SPOI em 19 de maio de 2009 (fls.472) , e em, 10 de junho de 2009 (477), apresentou Recurso Voluntário (fls. 478/503) retomando os mesmo argumentos apresentados com a impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Orlando José Gonçalves Bueno I – Do juízo de admissibilidade Por pressupostos e requisitos de admissibilidade, determinados pelo Decreto nº 70.235/1972 e pelo Regimento Interno do CARF, tomase conhecimento do Recurso Voluntário e de Ofício. No que tange ao Recurso de Ofício, este, corretamente, foi interposto, haja vista que o valor exonerado – multa de ofício , qual seja, R$ 1.531.013,95, ultrapassa o limite estabelecido na Portaria MF n° 3/2008, conforme planilha elaborada pela autoridade julgadora de primeira instância, junto a essa. Fl. 589DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 36 14 Os julgamentos do Recurso Voluntário e do Recurso de Ofício serão feitos em conjunto, devido à relação de matérias serem comuns, conforme em tópico que será demonstrado. II – Matéria não questionada no Recurso Voluntário Como se pode perceber no Recurso Voluntário (fls. 478/503) interposto pela recorrente, não há questionamento acerca da compensação (PER/DCOMP fls. 413/422) apresentada. A única referência que é feita ao longo do Recurso Voluntário é a respeito de como essa matéria ficou decidido pela 5ª Turma da DRJ/SPOI. Com base no artigo 17 do PAF – Processo Administrativo Fiscal –, decreto nº 70.235/72, a matéria não questionada será considera preclusa na espera administrativa, senão vejamos: Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Sobre o assunto, MARCOS VINICIUS NEDER, em seu livro “Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado” — pg. 78, leciona: Em processo fiscal, a inicial e a impugnação fixam os limites da controvérsia, integrando o objeto da defesa às afirmações contidas na petição inicial e na documentação que a acompanha. Se o contribuinte não contesta alguma exigência frita pelo Fisco, na fase da impugnação, não poderá mais contestála no recurso voluntário. A preclusão ocorre com relação à pretensão de impugnar ou recorrer à instância superior. Na sistemática do processo administrativo fiscal, as discordâncias processuais não devem ser opostas contra o lançamento em si, mas contra as questões processuais e de mérito decididas em primeiro grau. Tal qual no processo civil, o administrativo fiscal, pelas regras do Decreto n ó 70.235/72, prevê a concentração dos atos processuais em momentos processuais preestabelecidos, conforme se depreende o exame do art. 16. Nessa mesma linha, o artigo 17 do PAF considera não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Segundo este dispositivo não é lícito inovar na postulação recursal para incluir questão diversa daquela que foi originariamente deduzida quando da impugnação do lançamento na instância a quo. Ainda sobre o fenômeno da preclusão, arremata MARCOS VINICIUS NEDER, na pág. 217 da obra citada: O fenômeno da preclusão consiste na perda do direito por várias razões: pelo nãoexercício no prazo ou termo legal; pela inaplicabilidade da prática do ato com outro já praticado; pelo Fl. 590DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 37 15 exercício válido da mesma faculdade anteriormente. Estas razões a levam a ser classificada como temporal, lógica ou consumativa. A preclusão é um instituto eminentemente processual e não atinge o direito material sob litígio, só produzindo efeitos extintivos no âmbito do processo em que é alegada (coisa julgada formal), ou seja, o contribuinte continua titular do direito material, apenas perde a faculdade de exercêlo nesse processo. Seu grande objetivo é garantir o avanço progressivo da relação processual e obstar o seu recuo para fases anteriores: Busca, dessa forma, preservar a ordem lógica dos atos processuais, para que se obtenha a decisão com maior precisão e rapidez. Assim, as questões discutidas e apreciadas ao longo do processo não podem, após a respectiva decisão, voltar a ser tratadas em fases posteriores. O art. 473 do CPC dispõe que é “defeso á parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a preclusão”. Se por exemplo, o contribuinte deixa de impugnar uma matéria na época certa, e a questão é, definitivamente resolvida, não há corno voltar a apreciála por força da preclusão. Assim, como não houve matéria recursal a respeito da compensação, essa matéria tornouse definitiva na esfera administrativa. Assim sendo, prevalece o que foi decidido pela DRJ sobre a mesma. Como bem observado pela DRJ, a apresentação da PER/DECOMP foi entregue em 30/11/2005, portanto, após o início do procedimento fiscal que se deu em 17/11/2005 (fl. 01). Situação que levou ao reconhecimento da perda da espontaneidade da recorrente, pois já havia sido iniciado o procedimento fiscal. Todavia, acertadamente, observou a DRJ e, neste sentido decidese, a apresentação da PER/DCOMP deverá ser observada caso venha a ser apreciada , quando da exigência definitiva dos tributos lançados, se a decisão final do mandado de segurança favorecer a autoridade fiscal. III – Matérias controvertidas a) Medida Provisória n° 2.15835/2001 e a Instrução Normativa SRF n° 213/2002 Como se pode depreender dos fundamentos trazidos pelo Relatório de Verificação Fiscal (fls. 352/362) constante do auto de infração, o auditor fiscal exigiu da recorrente IRPJ e a CSLL sobre duas bases: a) pelos lucros que sua controlada, a UNIFLEX, auferiu no exterior, ao longo dos anoscalendário de 2001 a 2004; e b) pela variação positiva que resultou, no ano de 2002, da análise da equivalência patrimonial do investimento realizado no exterior, na controlada UNIFLEX. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 38 16 Ocorre que a base legal para essas exigências foi o disposto na Medida Provisória n° 2.15835/2001 e disposições constantes da IN SRF n° 213/2002, que regulamentou a referida medida provisória. A recorrente tanto na impugnação quanto no Recurso Voluntário, alegou a violação ao princípio da capacidade contributiva, à legalidade, à inconstitucionalidade, à violação às leis que fixam a base de cálculo do IRPJ e da CSLL e à ilegalidade da MP n° 2.15835/2001 e IN SRF n° 213/2002. Num primeiro momento, o CARF não estaria autorizado a enfrentar questões sobre constitucionalidade e legalidade de leis, entretanto, o artigo 62A do anexo II do Regimento Interno do CARF – RICARF, autoriza essa situação no caso de decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal – STJ – e do Superior Tribunal de Justiça – STJ , senão vejamos o que diz o dispositivo: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Não há dúvida que no caso sub judice, o cerne da questão está em torno da possibilidade da tributação do IRPJ e CSLL das empresas controladoras e coligadas situadas em solo nacional pela apuração de lucros e pelo resultado da equivalência patrimonial de investimento no exterior pelas controladas e coligadas, conforme dispõe a MP n° 2.158 35/2001 e IN SRF n° 213/2002. A respeito dessa questão foi movida a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n° 2588, em que a CNI questiona os artigos 74, caput e parágrafo único,da Medida Provisória (MP) nº 2.158, de 24 de agosto de 2001 e artigo 43, parágrafo 2º, do Código Tributário Nacional (CTN), com redação da Lei Complementar(LC) nº 104/2000, na forma do artigo 10 da Lei nº 9.868/99. A referida ação transitou em julgado em 14 de agosto de 2014 e foi julgada como a seguir se expõe: "TRIBUTÁRIO. INTERNACIONAL. IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESA CONTROLADORA OU COLIGADA NACIONAL NOS LUCROS AUFERIDOS POR PESSOA JURÍDICA CONTROLADA OU COLIGADA SEDIADA NO EXTERIOR. LEGISLAÇÃO QUE CONSIDERA DISPONIBILIZADOS OS LUCROS NA DATA DO BALANÇO EM QUE TIVEREM SIDO APURADOS (" 31 DE DEZEMBRO DE CADA ANO "). ALEGADA VIOLAÇÃO DO CONCEITO CONSTITUCIONAL DE RENDA (ART. 143, III DACONSTITUIÇÃO). APLICAÇÃO DA NOVA METODOLOGIA DE APURAÇÃO DO TRIBUTO PARA A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS APURADA EM 2001. VIOLAÇÃO DAS REGRAS DA IRRETROATIVIDADE E DA ANTERIORIDADE. MP 2.15835/2001, ART. 74. LEI 5.720/1966, ART. 43, parágrafo 2º (LC104/2000). 1. Ao examinar a constitucionalidade do art. 43, parágrafo 2º do CTN e do art. 74 da MP 2.158/2001, o Plenário desta Suprema Corte se dividiu em quatro resultados: 1.1. Inconstitucionalidade incondicional, já que o dia 31 de dezembro de Fl. 592DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 39 17 cada ano está dissociado de qualquer ato jurídico ou econômico necessário ao pagamento de participação nos lucros; 1.2. Constitucionalidade incondicional, seja em razão do caráter antielisivo (impedir "planejamento tributário") ou antievasivo (impedir sonegação) da normatização, ou devido à submissão obrigatória das empresas nacionais investidoras ao Método de de Equivalência Patrimonial MEP, previsto na Lei das Sociedades por Acoes (Lei6.404/1976, art. 248); 1.3. Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade dos textos impugnados apenas em relação às empresas coligadas, porquanto as empresas nacionais controladoras teriam plena disponibilidade jurídica e econômica dos lucros auferidos pela empresa estrangeira controlada; 1.4. Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade do texto impugnado para as empresas controladas ou coligadas sediadas em países de tributação normal, com o objetivo de preservar a função antievasiva da normatização. 2. Orientada pelos pontos comuns às opiniões majoritárias, a composição do resultado reconhece: 2.1. A inaplicabilidade do art. 74 da MP 2.15835 às empresas nacionais coligadas a pessoas jurídicas sediadas em países sem tributação favorecida, ou que não sejam"paraísos fiscais"; 2.2. A aplicabilidade do art. 74 da MP 2.15835 às empresas nacionais controladoras de pessoas jurídicas sediadas em países de tributação favorecida, ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados ("paraísos fiscais", assim definidos em lei); 2.3. A inconstitucionalidade do art. 74 par. ún., da MP 2.15835/2001, de modo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até 31 de dezembro de 2001. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida e julgada parcialmente procedente, para dar interpretação conforme ao art. 74 da MP 2.158 35/2001, bem como para declarar a inconstitucionalidade da clausula de retroatividade prevista no art. 74, par. ún., da MP 2.158/2001. (ADI 2588, Relator (a): Min. ELLEN GRACIE, Relator (a) p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 10/04/2013, DJe027 DIVULG 07022014 PUBLIC 10022014 EMENT VOL0271901 PP00001) Em outra passagem: “Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação para, com eficácia erga omnes e feito vinculante, conferir interpretação conforme, no sentido de que o art. 74 da MP nº 2.15835/2001 não se aplica às empresas "coligadas" localizadas em países sem tributação favorecida (não "paraísos fiscais"), e que o referido dispositivo se aplica às empresas "controladas" localizadas em países de tributação favorecida ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados ("paraísos fiscais", assim definidos em lei), vencidos os Ministros Marco Aurélio, Sepúlveda Pertence, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. O Tribunal deliberou pela não aplicabilidade retroativa do parágrafo único do art. 74 da MP nº 2.15835/2001. (...)”. Do julgamento acima acostado, pode se inferir o seguinte: (i) Coligadas em países que tributam a renda (não paraísos fiscais) – a incidência de IR e CSLL sobre os lucros auferidos no exterior é inconstitucional e a decisão possui eficácia erga omnes e efeito vinculante; (ii) Coligadas em paraísos fiscais – não há decisão; (iii) Controladas em países que tributam a renda (não paraísos fiscais) – não há decisão; Fl. 593DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 40 18 (iv) Controladas em paraísos fiscais – a incidência de IR e CSLL sobre os lucros auferidos no exterior é constitucional e a decisão possui eficácia erga omnes e efeito vinculante; (v) A inconstitucionalidade do art.74, parágrafo único, da MP n º 2.15835, sendo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até dezembro de 2001 (não aplicabilidade retroativa do parágrafo único). Apenas para melhor elucidar o raciocínio desenvolvido ao longo deste julgamento, apresento alguns argumentos desenvolvidos: "É de se ter em mente que a finalidade da Lei Complementar nº104/2001, que incluiu o parágrafo 2º ao art. 43 do CTN, e do art. 73 da MP 2.15835/2002, como bem demonstrou a União Federal, é o de evitar a elisão fiscal, isso porque a empresa que contava com uma controlada ou coligada no exterior, ao auferir lucro por meio destas últimas, seguindo a regra de que somente seriam tributados quando pagos/creditados à sócia domiciliada no Brasil, tal remessa monetária era postergada e a maior parte das vezes não realizada. Os valores migravam diretamente para contas outras, também estrangeiras, e não eram nunca "repatriados". Com a fixação do critério de disponibilização pelo art. 74 da MP 2.158, não importa mais o momento em que os valores foram ou serão creditados à conta da empresa no Brasil: basta o balanço financeiro. Desse modo, coibiuse a burla, tornada praxe, à incidência do IRPJ e da CSLL, como amplamente reconhecido pela jurisprudência". Conforme o auditor fiscal são objetos do presente processo, os lucros que a controlada – UNIFLEX – da recorrente auferiu no exterior, ao longo dos anoscalendário de 2001 a 2004, que deveriam ter sido adicionados ao lucro real da recorrente, conforme "caput" do art. 74 da Medida Provisória (MP) n° 2.158/01, de forma proporcional a sua participação no capital social – 99,99 %. Essa situação se encontra de conformidade com o decidido pelo STF no julgamento acima transcrito, pois a controlada se encontra em paraíso fiscal – BAHAMAS com base no Relatório de Procedimento Fiscal, fls. 352/362 – devendo, portanto haver a incidência de IRPJ e CSLL sobre os lucros auferidos no exterior nos anoscalendários 2002, 2003 e 2004. Quanto ao anocalendário de 2001, é objeto de outro processo administrativo específico (processo administrativo n° 16327.001124/200663) em andamento perante a 4ª Câmara da 1ª Seção. O fato do parágrafo único, do artigo 74, da MP n º 2.15835 ter sido julgado inconstitucional, não repercute no caso em questão, pois sua inconstitucionalidade está ligada a disponibilidade ficta por este criada para os anos anteriores a 2001. E essa questão, já havia sido assegurada a recorrente no julgamento do mandado de segurança, que concedeu o direito a vedação da imposição de IRPJ e CSLL sobre lucros apurados nos exercícios de 1997 a 2000, bem como a não imposição das formas de disponibilização criadas pela IN SRF n° 213/2002. No entanto, não impediu a tributação a partir do anocalendário de 2001. Nesse sentido, agiu corretamente a autoridade fiscal ao lançar os lucros apurados por coligada no exterior localizada em paraíso fiscal nos anoscalendários fiscalizados de 2002 a 2004, em conformidade com o "caput" do art. 74 da Medida Provisória (MP) n° 2.158/01, julgado constitucional na ADI n° 2588. Fl. 594DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 41 19 b) Variação cambial positiva obtida pelo método da equivalência patrimonial e Recurso de Ofício Como já explanado acima, outra infração apurada pelo auditor fiscal no Relatório de Verificação Fiscal (fls. 352/362) foi a variação positiva que resultou da análise da equivalência patrimonial do investimento realizado no exterior, na controlada – UNIFLEX , no anocalendário de 2002. Entretanto, a sentença (402/411) proferida pela MM. Juíza Tânia Regina Marangonyi Zauhy, impede a exigência da tributação do resultado positivo da equivalência patrimonial previsto pela IN SRF n°213/2002. Aliás, impede a tributação sobre qualquer forma de disponibilização prevista pela IN SRF n° 213/2002. Em consulta ao sítio do Tribunal Regional Federal da 3ª Região para averiguação do andamento processual do mandado de segurança, constase que não ainda não houve o trânsito em julgado. Por esse motivo, decidiu bem a DRJ, em reconhecer a impossibilidade da cobrança e exigência deste crédito tributário, enquanto não houver a decisão definitiva sobre o mandado de segurança. Por isso, prudentemente, o lançamento fiscal (realizado para evitar a decadência, conforme previsto no artigo 63, da Lei n° 9.430/1996) deve permanecer suspenso e a multa exonerada. Neste tópico encontrase o ponto de contato afirmando anteriormente entre o Recurso Voluntário e o de Ofício, pois a segurança aqui analisada, concedida ao recorrente, fez com que fosse exonerada a multa de ofício imposta anteriormente pelo auditor fiscal no montante de R$ 1.531.013,95, ultrapassando o limite estabelecido pela legislação do PAF – Processo Administrativo Fiscal – para a interposição deste tipo de recurso. Demonstrado a relação de junção de ambos recursos (Voluntário e de Ofício), mais precisamente com o tópico sob apreço, e, pelos fundamentos acima expostos, é forçoso a manutenção da exclusão efetuada pela DRJ, as quais devem ser mantidas in tontum. Assim, é de se negar provimento ao Recurso de Ofício. Pois bem, mantémse o julgamento da DRJ nesse aspecto, constituindose de forma definitiva o lançamento relativo à tributação do resultado positivo da equivalência patrimonial do anocalendário de 2002, suspendendose a sua exigência até que haja sentença definitiva transitada em julgado no mandado de segurança e exonerase a multa de ofício imposta. c) Emprego da taxa de câmbio Em relação a taxa de câmbio aplicada no lançamento de ofício, há de se ressaltar que a irresignação do recorrente se refere, exclusivamente, à data da conversão para moeda nacional, dos valores de lucros apurados e não distribuídos até 31/12//2001. O auditor fiscal seguiu o que dita a MP n° 2.158/2001, tributando os lucros na data da disponibilização dos mesmos, apenas dispondo que os lucros auferidos, a partir de 2002, seriam considerados disponibilizados na data do balanço levantado pela controlada (caput do artigo 74) e os lucros acumulados até 31/12/2001 em 31/12/2002, podendo haver antecipação se disponibilizados antes dessa data (§ único do artigo 74), se não vejamos: Fl. 595DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 42 20 Art.74 Para fim de determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL, nos termos do art. 25 da Lei FP 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e do art. 21 desta Medida Provisória, os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados, na forma do regulamento. Parágrafo único.Os lucros apurados por controlada ou coligada no exterior até 31 de dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor. Assim, com base no Relatório de Verificação Fiscal, a autoridade tributária utilizou a taxa de câmbio vigente em 31 de dezembro de 2002 na conversão dos resultados apurados pela controlada – UNIFLEX para o ano de 2001. No entanto, com o julgamento da ADI n° 2588, o parágrafo único do artigo 74, da MP n° 2.158/2001 foi julgado inconstitucional. Um dos argumentos utilizados pelo STF foi a violação aos princípios constitucionais da irretroatividade (CF, art. 150. III, a) e da anterioridade (CF, art. 150, III, b). Uma vez que, o parágrafo único do art. 74 da MP n° 2.15835 pretendia tributar fatos geradores anteriores ao início da vigência da MP, bem como os lucros auferidos no exterior no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a lei. O pretendido pelo parágrafo único não infringe apenas o aspecto temporal da hipótese de incidência tributária, importando a cobrança de tributo com base em novo aspecto material, sobre fatos ocorridos antes da vigência da lei. Erroneamente, o legislador, também, ataca os lucros auferidos no exterior no mesmo exercício financeiro em que foi publicada a MP, incorrendo em ofensa ao princípio constitucional da anterioridade tributária. Por isso, como o artigo 143 do CTN é norma geral, e, havendo disposição específica, essa deve ser utilizada, senão vejamos o que prevê o citado artigo: Art. 143 Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento farseá sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Assim, a data correta da conversão para a moeda nacional, dos valores de lucros apurados e não distribuídos até 31/12/2001, é aquela prevista pelo no artigo 25, §4° da Lei n° 9.249/95, por ser norma específica em detrimento ao artigo 143 do CTN, já que julgado inconstitucional o parágrafo único do art. 74 da MP n° 2.15835. Vejamos o disposto no referido artigo 25 da Lei n° 9.249/95: Art. 25. Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano. § 2° Os lucros auferidos por filiais, sucursais ou controladas, no exterior, de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real com observância do seguinte: Fl. 596DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 43 21 I as filiais, sucursais e controladas deverão demonstrar a apuração dos lucros que auferirem em cada um de seus exercícios fiscais, segundo as normas da legislação brasileira; II os lucros a que se refere o inciso I serão adicionados ao lucro liquido da matriz ou controladora, na proporção de sua participação acionária, para apuração do lucro real; III se a pessoa jurídica se extinguir no curso do exercício, deverá adicionar ao seu lucro líquido os lucros auferidos por filiais, sucursais ou controladas, até a data do balanço de encerramento; IV as demonstrações financeiras das filiais, sucursais e controladas que embasarem as demonstrações em Reais deverão ser mantidas no Brasil pelo prazo previsto no art. 173 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966. § 3° Os lucros auferidos no exterior por coligadas de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real com observância do seguinte: I os lucros realizados pela coligada serão adicionados ao lucro líquido, na proporção da participação da pessoa jurídica no capital da coligada; II os lucros a serem computados na apuração do lucro real são os apurados no balanço ou balanços levantados pela coligada no curso do períodobase da pessoa jurídica; III se a pessoa jurídica se extinguir no curso do exercício, deverá adicionar ao seu lucro líquido, para apuração do lucro real, sua participação nos lucros da coligada apurados por esta em balanços levantados até a data do balanço de encerramento da pessoa jurídica; IV a pessoa jurídica deverá conservar em seu poder cópia das demonstrações financeiras da coligada. § 4° Os lucros a que se referem os §§ 2° e 3° serão convertidos em Reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os lucros da filial, sucursal, controlada ou coligada. Além do mais, a própria IN SRF n° 213/2002 disciplina a data da taxa de conversão como sendo a data do encerramento do período de apuração relativo à demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os lucros dessa controlada, conforme seu artigo 2°, a seguir transcrito. Art. 2° Os lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas serão computados para fins de determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL no balanço levantado em 31 de dezembro do ano calendário em que tiverem sido disponibilizados para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil. Ressaltase, que a segurança concedida no mandado de segurança impetrado pela recorrente, é adstrita a forma de disponibilização prevista em tal instrução normativa. Neste ângulo, o previsto neste artigo é plenamente aplicável ao caso em questão. Fl. 597DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO Processo nº 16327.001125/200616 Acórdão n.º 1202001.188 S1C2T2 Fl. 44 22 Nesse caso, razão à recorrente, pois a cotação a ser utilizada para a conversão dos lucros auferidos é o da época da apuração, ou seja, 31 dezembro de 2001. Assim, a taxa de cambio a ser utilizada é a vigente naquela data, qual seja, 31 de dezembro de 2001. Por todo o delineado ao longo deste voto, é de se negar provimento ao Recurso de Ofício. E quanto ao recurso voluntário, dáse provimento parcial apenas para excluir a taxa de câmbio adotada no lançamento de ofício para conversão dos lucros auferidos nos exterior e considerar como taxa de câmbio aquela em que nas demonstrações financeiras forem apurados os lucros da controlada, ou seja, o dia 31 de dezembro de 2001. (documento assinado digitalmente) Orlando José Gonçalves Bueno Fl. 598DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVES BUENO, Assinado digitalmente em 09 /09/2014 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 06/09/2014 por ORLANDO JOSE GONCALVE S BUENO
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Numero do processo: 11128.009567/2007-14
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 24 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3803-000.438
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, para que a repartição de origem junte aos autos o recurso voluntário.
[assinado digitalmente]
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
[assinado digitalmente]
Jorge Victor Rodrigues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Belchior Melo De Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues e Corintho Oliveira Machado - Presidente.
Esteve presente ao julgamento a advogada Ana Paula Mendes Gesing, OAB-DF 39387.
RELATÓRIO
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, para que a repartição de origem junte aos autos o recurso voluntário. [assinado digitalmente] Corintho Oliveira Machado Presidente. [assinado digitalmente] Jorge Victor Rodrigues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani, Belchior Melo De Sousa, Hélcio Lafetá Reis, Jorge Victor Rodrigues e Corintho Oliveira Machado Presidente. Esteve presente ao julgamento a advogada Ana Paula Mendes Gesing, OABDF 39387. RELATÓRIO A contribuinte protocolou junto à Inspetoria da Alfândega de Santos Pedido de Reconhecimento de Crédito Tributário e Restituição, com fulcro no art. 2º e seguintes da IN SRF nº 600/05. Desse pedido consta: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 11 28 .0 09 56 7/ 20 07 -1 4 Fl. 248DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/08/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 11128.009567/200714 Resolução nº 3803000.438 S3TE03 Fl. 5 2 Informações acerca da incorporação da PANASONIC DO BRASIL LTDA pela sucessora PANASONIC DO BRASIL LIMITADA (atual denominação de PANASONIC DA AMAZÔNIA S.A.); Que importou mercadorias produzidas no México, que posteriormente foram enviadas para os EUA, onde embarcaram para o Brasil ao amparo da DI nº 02/06297390, em operação de comercialização internacional, havendo as mesmas sido desembaraçadas na Alfândega de Santos em 25/07/2003. Que o México é país signatário da ALADI e, por tal razão, faz jus à redução de 20% sobre a alíquota normal do imposto de importação, independentemente da localização geográfica do exportador, no caso os EUA. Que no ato de registro da DI no SISCOMEX o reconhecimento da redução da alíquota de imposto de importação não foi possível, pois esse sistema de processamento de dados administrado pela SRF e SECEX, somente admite a aplicação de redução tarifária da ALADI nos casos em que o exportador esteja localizado em país membro da referida Associação, contrariando, assim, o sistema jurídico vigente, que permite a realização da operação praticada. Que o preenchimento dos campos da referida DI no SISCOMEX foi realizado nos termos seguintes: “Exportador Nome: AMAC CORPORATION País: ESTADOS UNIDOS. E Fabricante/Produtor Nome: KYUSHU MATSUSHITA DE BAJA CALIFÓRNIA País: MÉXICO. Que em razão do exposto foi compelida ao recolhimento integral do imposto de importação (débito automático em conta corrente), eis que o SISCOMEX não reconhece o seu direito, que pode ser devidamente comprovado mediante a apresentação do certificado de origem. Nas razões de direito aduziu pela expressa previsão para a realização da operação de importação e da redução tarifária nos moldes referenciados (Decretos nºs 90782/85 e 98.874/90 – redução de 20% por parte do país exportador), ex vi da Resolução nº 252 do Comitê de Representantes da ALADI, cuja regulamentação no Brasil deuse com a edição do Decreto nº 3.325/99, DOU de 31/12/1999. A contribuinte também formulou consulta à COANA acerca do preenchimento da DI para fruição de benefício de preferência tarifária, obtendo a orientação adequada nesse sentido, por meio do Ofício nº 2006/00263 – COANA, CoordenaçãoGeral de Administração Aduaneira, bem assim o reconhecimento, em tese, de que houve o cumprimento da expedição direta, em realização de operação de importação de mercadorias já descrita (fls. 75/78). A contribuinte formalizou o Pedido de Retificação de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito de Crédito de R$ 34.382,77 (fls.), havendo o pedido sido indeferido através de Despacho Decisório nº 134/2011, da lavra do Grupo de Restituição e Parcelamento – GRESP (fls.), sob a alegação de que as mercadorias produzidas no México foram transacionadas com empresa sediada nos EUA, conforme fatura comercial T1371, doc de fl., foram descarregadas em solo americano e, no dia 25/06/2003 foi emitida a fatura comercial PC 08964 (fls.87/89) pela AMAC CORPORATION, empresa sediada nos EUA, em favor da interessada, PANACONIC DO BRASIL LTDA, sendo as mercadorias embarcadas Fl. 249DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/08/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 11128.009567/200714 Resolução nº 3803000.438 S3TE03 Fl. 6 3 para o Brasil em 09/07/2003, procedentes de Houston (EUA), conforme conhecimento de Embarque (BL) de fls., portanto a mercadoria foi, no seu entender, faturada por operador de terceiro país, não integrante da ALADI (EUA), conforme atesta o Certificado de Origem em questão. Em face do pedido de restituição de Imposto de Importação formalizado pela contribuinte foi exarado o Despacho Decisório de nº 162/20111 pelo Servido de Orientação e Análise Tributária da Alfândega no Porto de Santos (fls.), que indeferiu o pleito, eis que a interessada não logrou atender as condições elencadas na alínea ‘b’ do item quatro do art. 1º, da Resolução ALADI nº 252, em especial as constantes nos incisos ‘i’ e ‘ii’, já que as mercadorias não transitaram pelo território dos EUA por motivos geográficos ou por requerimentos de transporte e estavam destinadas a comércio por empresa sediada naquele país. Inconformado o sujeito passivo interpôs a sua manifestação de inconformidade, protestando que o único fundamento para o indeferimento da restituição é o fato das mercadorias originárias do México terem transitado pelos Estados Unidos antes de serem remetidas ao Brasil; bem assim que o procedimento adotado pela Impugnante não feriu nenhuma disposição do acordo firmado no âmbito da ALADI, devendo tal despacho ser reformado, reiterando, ademais, as razões de fato e de direito aduzidas no pedido de reconhecimento de crédito (fls. 01/ ), para requer a declaração de ineficácia do referido despacho, a fim de que seja reconhecido o direito creditório e a restituição do indébito. Há o reconhecimento do direito creditório, por meio do contido no Despacho Decisório DRF/SOROCABA/SEORT nº 538, de 19/08/2010, que deferiu o pedido anteriormente formulado pela contribuinte nos autos do processo administrativo nº 10855.003858/200894 (fls. 174/175), a título de precedente. Conclusos foram os autos submetidos ao pronunciamento da 2ª Turma da DRJ/SP2, que por através do Acórdão nº 1755.344, de 17/11/2011 proferiu decisão, cuja ementa transcrevese adiante. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 25/02/2003 Imposto sobre a Importação II PREFERÊNCIA TARIFÁRIA PREVISTA EM ACORDO INTERNACIONAL. CERTIFICADO DE ORIGEM. É incabível a aplicação de preferência tarifária percentual quando o produto importado é comercializado por terceiro país, sem que tenham sido atendidos todos os requisitos previstos na legislação de regência. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido As razões de decisão proferidas encontramse sintetizadas nos excertos seguintes: Analisando a documentação apresentada, não se vislumbra fundamento na motivação exposta no despacho decisório denegatório da ocorrência de comércio, como referida na letra “b”, item ii, do retrocitado item, razão por que afasto a suposta irregularidade. A caracterização de comércio ali vedada não se trata da venda pura e simples para o operador de terceiro país, e sim, o comércio no referido país da mercadoria objeto de trânsito, o que não foi apurado na ação fiscal. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/08/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 11128.009567/200714 Resolução nº 3803000.438 S3TE03 Fl. 7 4 No entanto, a interessada não trouxe elementos capazes de justificar que o transito pelo território dos EUA se deu por motivos geográficos ou por requerimentos de transporte, o que contraria a legislação. Observase que o México, país de origem da mercadoria, tem saída tanto para o Oceano Pacífico quanto para o Oceano Atlântico. A preferência tarifária somente beneficia as importações que se adequarem às regras previstas nos referidos acordos internacionais. Aquelas que não se conformam com essas determinações não estão contempladas pela preferência tarifária, devendo se processar pelo regime normal de tributação, ficando sujeitas ao Imposto de Importação, calculado sob a alíquota normal estabelecida para a respectiva classificação fiscal, vigente na data do fato gerador, tal como, no caso presente, foi exigido no auto de infração. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 08/12/2011 (vide AR). Por meio de despacho de encaminhamento em 16/05/2012, o servidor Pedro Aurélio de Souza, do GRESPSEORTALFSTSSP, informa ser o recurso voluntário interposto pelo interessado tempestivo. Ocorre que apesar da informação acerca da tempestividade do recurso voluntário o mesmo não consta dos autos. É o relatório. VOTO. Conselheiro Jorge Victor Rodrigues. Inicialmente cumpre informar acerca da ausência de recurso voluntário nos autos do processo devolvido à instância ad quem, inobstante tenha a autoridade administrativa competente se pronunciado sobre a tempestividade do mesmo, o que possibilita o exercício de presunção sobre a sua existência. Assim sendo pugno pela conversão deste julgamento em diligência à unidade de origem com a finalidade de se proceder à juntada do recurso voluntário interposto aos autos do processo em comento. Uma vez cumprido com o desiderato retornem os autos a este colegiado para o prosseguimento do feito. É como voto. Fl. 251DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/08/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 11128.009567/200714 Resolução nº 3803000.438 S3TE03 Fl. 8 5 Jorge Victor Rodrigues Relator. Fl. 252DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 28/08/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 23/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 10074.001311/2004-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Sep 12 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3102-000.289
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Adriana Oliveira e Ribeiro, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Ausente, justificadamente, a Conselheira Andréa Medrado Darzé, que foi substituída pela Conselheira Adriana Oliveira e Ribeiro.
Nome do relator: LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Adriana Oliveira e Ribeiro, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Ausente, justificadamente, a Conselheira Andréa Medrado Darzé, que foi substituída pela Conselheira Adriana Oliveira e Ribeiro. RELATÓRIO Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto parcialmente o relatório que embasou o acórdão recorrido, que passo a transcrever: Trata, o presente processo, de 02 Autos de Infração, anexados respectivamente às fls. 02 a 34 e 205 a 230, integrados pelos demonstrativos de fls. 35 a 204 e 231 a 370, lavrados para a exigência do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados, além da multa prevista no art. 106, inc. II, alínea “a”, do Decretolei nº 37/66, regulamentado pelo art. 521, inc. II, alínea “a”, do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 91.030/85, bem como dos juros de mora. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 00 74 .0 01 31 1/ 20 04 -1 8 Fl. 1284DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 5/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10074.001311/200418 Resolução nº 3102000.289 S3C1T2 Fl. 1.283 2 (...) Depreendese dos autos que a interessada, Fundação Universitária José Bonifácio (FUJB), promoveu diversas importações no ano de 1999, beneficiandose de isenção baseada na qualidade do importador conforme Lei nº 8.010/90. Verificado pela fiscalização e admitido pela interessada que todos os bens importados naquelas condições foram transferidos para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sem prévia autorização da Secretaria da Receita Federal, entendeuse que houve perda do benefício fiscal, sendo lavrados autos de infração para cobrança dos impostos incidentes sobre as importações (Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados), bem como multa por transferência dos bens sem prévia autorização da autoridade aduaneira, multa de ofício sobre o IPI e juros de mora. Cientificada do lançamento, a autuada apresentou a impugnação de fls. 453 a 473, com documentos anexados às folhas 474 a 915, alegando, em síntese, que: ∙ apresentou defesa única para os dois autos de infração, considerando, entre outros, que os lançamentos são reflexos (II e IPI); ∙é pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, credenciada no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia – CNPq, conforme Certificado nº 900.0007/90; ∙os projetos de pesquisa gerenciados e fomentados por ela são efetivamente executados dentro das unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em função de toda a estrutura e recursos humanos disponíveis; ∙Necessita e realmente realizou diversas importações de bens para os projetos no ano de 1.999, sendo que os bens foram transferidos para uma das unidades da UFRJ; ∙cedeu o uso dos bens à UFRJ, sem a anuência prévia da Autoridade Aduaneira, por desconhecimento da legislação; ∙após ciência da irregularidade formulou consulta ao Superintendente da Receita Federal, que apresentou Solução que estabeleceu procedimento eficaz e viabilizou, a partir de janeiro de 2003, todas as operações de transferência de bens à UFRJ, com a concessão prévia da autorização aduaneira; ∙denunciou espontaneamente a irregularidade antes de iniciado qualquer procedimento de fiscalização; ∙a fiscalização não analisou devidamente a situação e as argumentações referentes ao caso, autuando a interessada; ∙parte das Declarações de Importação (DI), aquelas de nº 991094890 7, 9911254658 e 9911280306 foram objeto de Pedido de Autorização formulado no processo nº 10715.001591/0086 e foram alvo de análise e lançamento anterior, indevido, no processo 10074.000248/0285, impondose a pronta declaração de improcedência desses lançamentos; Fl. 1285DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 5/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10074.001311/200418 Resolução nº 3102000.289 S3C1T2 Fl. 1.284 3 ∙não há amparo legal para a cobrança do Imposto de Importação já que a UFRJ atende às mesmas condições que conferiram isenção fiscal à FUJB e os bens são utilizados para os mesmos fins, portanto a transferência dos bens à mesma não acarreta perda do benefício fiscal; ∙essas circunstâncias foram anteriormente verificadas e atestadas pela Fiscalização, conforme folha 194 do processo nº 10715.001591/0086; ∙não procede igualmente o lançamento da multa punitiva do artigo 521, II, a do Regulamento Aduaneiro de 1985; ∙denunciou espontaneamente o fato de ter transferido os bens sem prévia autorização em agosto de 2003, por petição juntada aos autos do Processo Administrativa nº 10074.001404/200361; ∙essa providência, amparada pelo artigo 138 do Código Tributário Nacional, a exime de ser autuada para o pagamento de qualquer penalidade relacionada ao descumprimento de obrigação acessória; ∙a exclusão da responsabilidade da infração denunciada pelo contribuinte, de forma espontânea, é pacificamente aceita pelo Conselho de Contribuintes, conforme decisões que cita (sem identificar a que processo pertencem); ∙os lançamentos referentes ao Imposto sobre Produtos Industrializados também devem ser cancelados, tendo em vista serem reflexos aos do Imposto de Importação; ∙embora entenda que caberia à Autoridade Autuante provar que não foram atendidos os critérios objetivos e subjetivos quando da transferência dos bens, julga ser prudente evitar a preclusão do direito de formular pedido de diligência/prova pericial, consignando assim o correspondente requerimento de realização de diligência pericial com os quesitos a serem respondidos. Requer sejam julgados totalmente improcedentes os lançamentos relativos ao Imposto de Importação e ao Imposto sobre Produtos Industrializados, bem como as multas, juros e outros acréscimos consubstanciados nos Autos de Infração. Às folhas 917, 918 e 920, 921 a interessada apresentou complemento da impugnação para informar fato superveniente anexando documentos às folhas 922 a 942. À folha 951 novamente a interessada vem aos autos para informar o fato, com documentos anexados às folhas 952 a 955. Esse fato referese a decisão da autoridade preparadora no processo 10074.001404/200361 que deferiu o pleito de denúncia espontânea relacionado à multa prevista na letra “a”, inciso II, art. 521, do Decreto nº 91.030/85. Ponderando as razões aduzidas pela autuada, juntamente com o consignado no voto condutor, decidiu o órgão a quo pela manutenção parcial da exigência, conforme se observa na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002 ISENÇÃO VINCULADA À QUALIDADE DO IMPORTADOR. TRANSFERÊNCIA DE BENS. Fl. 1286DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 5/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10074.001311/200418 Resolução nº 3102000.289 S3C1T2 Fl. 1.285 4 No caso de isenção vinculada à qualidade do importador, a transferência dos bens para entidade que goze de igual tratamento tributário, realizada antes da obtenção da necessária autorização da repartição aduaneira, enseja tãosomente a aplicação da multa de cinqüenta por cento sobre o valor do Imposto de Importação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA. A transferência, a terceiro, a qualquer título, de bens importados com isenção, somente pode se efetivar mediante a prévia autorização da repartição aduaneira, caracterizandose o pedido de autorização como obrigação acessória, cuja inobservância não é albergada pelo instituto da denúncia espontânea. Lançamento Procedente em Parte Após tomar ciência da decisão de 1ª instância, comparece a interessada mais uma vez ao processo para, em sede de recurso voluntário, essencialmente, reiterar as alegações manejadas por ocasião da instauração da fase litigiosa. Em face de que o montante exonerado é superior ao limite fixado na Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008, foi apresentado recurso de ofício. É o Relatório. VOTO Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Penso que o processo não reúne condições para ser julgado. Como historiado, noticia a Recorrente que obteve êxito no seu pleito de regularização da transferência de bens à Universidade Federal do Rio de Janeiro, independentemente do pagamento de tributos que deixaram de ser recolhidos em razão de isenção, bem assim de multa regulamentar pela ausência de autorização por parte da Secretaria da Receita Federal. Com relação a esse aspecto, peço licença ao órgão julgador recorrido, pois entendo que, em uma análise superficial, própria do atual momento processual, a discussão não se concentraria na percepção do julgador acerca da possibilidade de se admitir ou não a denúncia espontânea do descumprimento de obrigação acessória. A meu ver, há uma questão que antecede essa discussão: se o órgão responsável por aferir a regularidade da transferência dos bens atesta que eventual infração teria sido regularizada, penso que discordar de tal afirmação seria invadir a competência do Órgão de Jurisdição. Ocorre que, compulsando os autos, não identifiquei elementos que permitissem confirmar se os bens que são alvo do presente processo também foram considerados regularizados. Fl. 1287DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 5/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10074.001311/200418 Resolução nº 3102000.289 S3C1T2 Fl. 1.286 5 Assim sendo, julgo relevante converter o julgamento do recurso em diligência a fim de que a unidade da RFB responsável pela análise do pedido de regularização confirme se os bens que fazem parte do presente litígio estavam incluídos no pedido formulado e, consequentemente, se a transferência dos mesmos foi considerada regularizada. Concluída tal providência, deve ser conferida oportunidade para que sujeito passivo se manifeste acerca do resultado e, sem seguida, devolvidos os autos a este CARF, para prosseguimento do julgamento. Sala das Sessões, em 23 de outubro de 2013. Luis Marcelo Guerra de Castro Fl. 1288DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 5/06/2014 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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