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Numero do processo: 10580.005339/2003-23
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. LEI 9.363/96. AQUISIÇÕES DE NÃO-CONTRIBUINTES DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E DA COFINS.
Aquisições pelo produtor-exportador de pessoas físicas e pessoas jurídicas não-contribuintes integram o cálculo do crédito presumido da Lei n.º 9.363, de 1996.
Numero da decisão: 3102-01.058
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencido(a) o(a) Conselheiro(a) Paulo Sérgio Celani e Ricardo Paulo Rosa. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho.
Nota de Correção: Conforme a ata de julgamento do dia 06/2011, o acórdão formalizado como 3102-001.056 e na verdade é o 3102-001.058.
Nome do relator: Ricardo Paulo Rosa
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RESSARCIMENTO. LEI 9.363/96. AQUISIÇÕES DE NÃOCONTRIBUINTES DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E DA COFINS. Aquisições pelo produtorexportador de pessoas físicas e pessoas jurídicas nãocontribuintes integram o cálculo do crédito presumido da Lei n.º 9.363, de 1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a) o(a) Conselheiro(a) Paulo Sérgio Celani e Ricardo Paulo Rosa. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Relator. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho – Redator Designado EDITADO EM: 13/07/2011 Fl. 179DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Marcelo Guerra de Castro (Presidente da Turma), Nanci Gama (VicePresidente), Ricardo Paulo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Paulo Sergio Celani e Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. O interessado acima qualificado formulou, em 30.06.2003, pedido de ressarcimento de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no valor original de R$ 140.580,29 (fl. 01), referente ao 2° trimestre de 1998, com fundamento no artigo 1° da Lei n° 9.363/1996. Também consta dos autos o pedido de compensação de fl. 02. 2. Em 20.06.2005, por intermédio do Despacho Decisório de fls. 99100, a unidade de origem indeferiu o pedido de ressarcimento e não homologou a compensação pleiteada, por considerar incabível o reconhecimento do direito a ressarcimento de crédito presumido de aquisições de pessoa física, de acordo com o disposto no artigo 2°, § 2°, da IN SRF n° 23/1997. 3. O interessado apresentou, em 25.07.2005, a manifestação de inconformidade de fls. 105111, na qual alegou, em síntese: a) Há duas disciplinas para o crédito presumido: a Lei n° 9.363/1996 e a Lei n° 10.276/2001. Cabia ao contribuinte decidir por qual das sistemáticas acima ele pretendia apurar o seu beneficio fiscal. b) De acordo com a Lei n° 9.363/1996, o direito ao incentivo fiscal pressupunha somente duas condições, a saber: ser o contribuinte produtor e exportador de mercadorias nacionais; efetuar o cálculo com base nas aquisições, no mercado interno de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. c) A IN SRF n° 313/2003 extrapolou sua competência normativa ao estabelecer que o direito ao ressarcimento se resumia às aquisições de pessoas jurídicas, cujas receitas de venda estejam sujeitas às contribuições sociais sobre o faturamento. d) De maneira idêntica ocorreu com a Lei n° 10.276/2001, pois a IN SRF n° 315/2001 também reduziu o alcance da isenção. Sendo assim, concluise que qualquer custo de produção (elemento fixado na Lei n° 10.276/201) poderá ser considerado para o cálculo do incentivo fiscal em exame, inclusive aqueles que se refiram a fornecedores pessoas fisicas. e) Aduziu decisões administrativas. f) Quanto à tese fiscal de que só caberia pedido de restituição se houvesse pagamento indevido ou a maior de tributo, tal pedido visa, na realidade, apenas preparar o pedido de compensação. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: PROCESSOADMINISTRATIVOFISCAL Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 Fl. 180DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10580.005339/200323 Acórdão n.º 310201.056 S3C1T2 Fl. 2 3 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. É vedada, em dado processo administrativo, a extensão dos efeitos de outras decisões, por não se constituírem em normas complementares do Direito Tributário. Isso porque foram proferidas por órgãos colegiados sem, entretanto, uma lei que lhes atribua eficácia normativa, como é exemplo a edição de súmula administrativa, na forma do artigo 26A do Decreto 70.235/1972 (incluído pela Lei n° 11.196/2005). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOSIPI Período de apuração: 01/04/1998 a 30/06/1998 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES (PESSOAS Físicas). Incabível o ressarcimento do crédito presumido de IPI, a título de incentivo fiscal, em relação a produtos adquiridos de pessoas físicas, que não suportaram o pagamento do Pis/Pasep e da Cofins. Ao determinar a forma de apuração do incentivo, a Lei n° 9.363/1996 excluiu da base de cálculo do beneficio fiscal as aquisições que não sofreram incidência das contribuições ao Pis e à Cofins no fornecimento ao produtorexportador. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. DEPENDÊNCIA. A declaração de compensação só pode ser homologada em razão do deferimento dos correspondentes créditos em pedido de ressarcimento. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a recorrente apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do qual repisa argumentos contidos na impugnação ao lançamento. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. Discutese a possibilidade de considerar, no cálculo do crédito presumido do IPI, as aquisições efetuadas a pessoas físicas. A Lei nº 9.363/96, em seu art. 1º, é muito clara ao dispor que a empresa produtora exportadora de mercadorias nacionais fará jus ao crédito presumido do IPI, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7/70; 8/70; e 70/91, “incidentes sobre as respectivas aquisições”, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Ora, se não houve incidência das contribuições nas aquisições, como poderseia cogitar de ressarcimento? Embora a transparência do comando contido na norma legal, reproduzo, para melhor clareza, Parecer PGFN nº 3.092, de 27 de dezembro de 2002, aprovado pelo Ministro da Fazenda, versando sobre o tema: Fl. 181DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 4 “21. Quando o PIS/PASEP e a COFINS oneram de forma indireta o produto final, isto significa que os tributos não ‘incidiram’ sobre o insumo adquirido pelo beneficiário do crédito presumido (o fornecedor não é contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS), mas nos produtos anteriores, que compõem este insumo. Ocorre que o legislador prevê, textualmente, que serão ressarcidas as contribuições ‘incidentes’ sobre o insumo adquirido pelo produtor/exportador, e não sobre as aquisições de terceiros, que ocorreram em fases anteriores da cadeia produtiva. 22. Ao contrário, para admitir que o legislador teria previsto o crédito presumido como um ressarcimento dos tributos que oneraram toda a cadeia produtiva, seria necessária uma interpretação extensiva da norma legal, inadmitida, nessa específica hipótese, pela Constituição Federal de 1988 e pelo Código Tributário Nacional”. (...) “24. Prova inequívoca de que o legislador condicionou a fruição do crédito presumido ao pagamento do PIS/PASEP e da COFINS pelo fornecedor do insumo é depreendida da leitura do artigo 5º da Lei nº 9.363, de 1996, in verbis: ‘Art. 5º A eventual restituição, ao fornecedor, das importâncias recolhidas em pagamento das contribuições referidas no art. 1º, bem assim a compensação mediante crédito, implica imediato estorno, pelo produtor exportador, do valor correspondente’. 25. Ou seja, o tributo pago pelo fornecedor do insumo adquirido pelo beneficiário do crédito presumido, que for restituído ou compensado mediante crédito, será abatido do crédito presumido respectivo. 26. Como o crédito presumido é um ressarcimento do PIS/PASEP e da COFINS, pagos pelo fornecedor do insumo, o legislador determina, ao produtor/exportador, que estorne, do crédito presumido, o valor já restituído. 27. O art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996, determina que apenas os tributos ‘incidentes’ sobre o insumo adquirido pelo beneficiário do crédito presumido (e não pelo seu fornecedor) podem ser ressarcidos. Conforme o art. 5º, caso estes tributos já tenham sido restituídos ao fornecedor dos insumos (o que significa, na prática, que ele não os pagou), tais valores serão abatidos do crédito presumido. 28. Esta interpretação lógica é confirmada por todos os demais dispositivos da Lei nº 9.363, de 1996. De fato, em outras passagens da Lei, percebese que o legislador previu formas de controle administrativo do crédito presumido, estipulando ao seu beneficiário uma série de obrigações acessórias, que ele não conseguiria cumprir caso o fornecedor do insumo não fosse pessoa jurídica contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS. Como exemplo, reproduzse o art. 3º da multicitada Lei nº 9.363, de 1996: ‘Art. 3º Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1º, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador’ (Grifos não constantes do original). 29. Ora, como dar efetividade ao disposto acima, quando o produtor/exportador adquir insumo de pessoa física, que não é obrigada a emitir nota fiscal e nem paga o PIS/PASEP e a COFINS? Por outro lado, como aferir o valor dos insumos adquiridos de pessoas físicas, que não estão obrigados a manter escrituração contábil? Fl. 182DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10580.005339/200323 Acórdão n.º 310201.056 S3C1T2 Fl. 3 5 30. Toda a Lei nº 9.363, de 1996, está direcionada, única e exclusivamente, à hipótese de concessão do crédito presumido quando o fornecedor do insumo é pessoa jurídica contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS. A lógica das suas prescrições milita sempre nesse sentido. Não há qualquer disposição que regule ou preveja, sequer tacitamente, o ressarcimento nas hipóteses em que o fornecedor do insumo não pagou o PIS/PASEP ou a COFINS. 31. Em suma, a Lei nº 9.363, de 1996, criou um sistema de concessão e controle do crédito presumido de IPI, cuja premissa é que o fornecedor do insumo adquirido pelo beneficiário do incentivo seja contribuinte do PIS/PASEP e da COFINS.” Logo, ao contrário do que aduz a recorrente, não foram as Instruções Normativas editadas pela Secretaria da Receita Federal que limitaram a aplicação do Crédito Presumido. Na verdade, elas somente explicitaram aquilo que já estava definido pela Lei nº 9.363/96. Por outro lado, também não socorre à recorrente a jurisprudência citada no recurso voluntário dirigido a este colegiado. A uma, porque tais decisões não tem nenhuma força vinculante, a duas, porque existe jurisprudência administrativa e judicial manifestandose frontalmente contrária ao defendido, se não vejamos. “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – I) INSUMOS ADQUIRIDOS DE COOPERATIVAS E PESSOAS FÍSICAS – Ao determinar a forma de apuração do incentivo, a lei excluiu da base de cálculo aquelas aquisições que não sofreram incidência das Contribuições ao PIS e à COFINS, no fornecimento de insumos ao produtor exportador.” (Acórdão nº 20212.303) “TRIBUTÁRIO. LEI 9.363/96. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI A TÍTULO DE RESSARCIMENTO DO PIS/PASEP/PASEP E DA COFINS EM PRODUTOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS E/OU RURAIS QUE NÃO SUPORTARAM O PAGAMENTO DAQUELAS CONTRIBUIÇÕES. AUSÊNCIA DE FUMUS BONI IURES AO CREDITAMENTO. 1. Tratandose de ressarcimento de exações suportadas por empresa exportadora, tal como se dá com o benefício instituído pelo art. 1º da Lei 9.363/96, somente poderá haver o crédito respectivo se o encargo houver sido efetivamente suportado pelo contribuinte. 2. Sendo as exações PIS/PASEP/PASEP e COFINS incidentes apenas sobre as operações com pessoas jurídicas, a aquisição de produtos primários de pessoas físicas não resulta onerada pela sua cobrança, daí porque impraticável o crédito dos seus valores, sob a forma de ressarcimento, por não ter havido a prévia incidência. 3. Tutela liminar deferida.” (TRF/5ª Região, AI nº 32.877, DJ de 2/2/2001, p. 337) Pelas razões expostas, VOTO POR NEGAR provimento ao recurso voluntário apresentado pela recorrente. Sala de Sessões, de 02 de junho 2011 (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 183DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 6 Voto Vencedor Conselheiro Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Redator designado. Como demonstrado no relato acima a recorrente após requerer o ressarcimento de crédito de IPI com base na lei nº 9.363/1997 teve seu pedido negado , apesar do valores glosados se referem às aquisições de pessoa física não contribuintes da COFINS e do PIS/PASEP, matéria sobre a qual se restringe nossa análise. A lei nº 9.363/96 estabeleceu o crédito presumido de IPI para ressarcimento da COFINS e PIS/PASEP ao definir em seu art. 1º1 que empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais terá direito a crédito presumido do Imposto sobre produtos industrializados, com o ressarcimento das contribuições que incidam sobre as aquisições no mercado interno de matériasprimas. produtos intermediários e material de embalagem, utilizados no processo produtivo. De acordo com art. 6º da mesma lei, caberá ao Ministro de Estado da Fazenda expedir as instruções necessárias para atender a lei, o que foi atendido através da portaria nº 38/97, a qual autorizou o Secretário da Receita Federal apresentar normas complementares. Neste contexto foi expedida a instrução normativa nº 23/97, revogada pela nº 313/2003 posteriormente revogada pela nº 419/2004, restringindo a dedução do crédito presumido do IPI, às empresas produtoras e exportadores de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. Percebese que a instrução normativa ao impor restrições a lei nº 9.363/96 ultrapassa seu limites, pois excluiu da base de cálculo do crédito presumido do IPI, as aquisições de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeitos à tributação pela COFINS e pelo PIS/PASEP. Sabese que a competência administrativa de julgamento deste Conselho Tributário apenas encontra limite quando do reconhecimento de situações de inconstitucionalidade, por vedação expressa do art. 62 do regimento do CARF, não havendo óbice para aplicação do direito nos demais casos, mesmo que acha a necessidade do afastamento de normas administrativas em face da lei em vigor. A aplicação da instrução normativa em detrimento da lei não é capaz de ocorrer, pois a instrução normativa não tem o condão de reformar lei ordinária, o contrario sim, seria possível, conforme demonstram os ensinamentos do renomado Professor Gabriel Ivo, em sua obra “Norma Jurídica Produção e Controle”: 1 Lei nº 9.363/96 Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Fl. 184DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10580.005339/200323 Acórdão n.º 310201.056 S3C1T2 Fl. 4 7 2.6.1.4 A revogação expressa e instrumentos normativos distintos. A revogação pode ocorrer entre instrumentos introdutores de normas diversos. Um instrumento normativo de hierarquia superior, que fundamente a validade do inferior, pode revogar uma espécie normativa que se encontre em patamar inferior. ...Assim, um instrumento superior pode modificar qualquer outra norma jurídica que emane de um instrumento normativo de hierarquia inferior. A força passiva consiste na capacidade de cada instrumento introdutor de resistir em face de outros instrumentos de hierarquia inferior. Uma norma jurídica somente pode ser modificada por uma norma jurídica que emane de um instrumento normativo superior ou igual, em face do critério cronológico.2 Quanto ao tema o Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial nº 993.164 entendeu que: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre 2 IVO, Gabriel. In: Norma jurídica: produção e controle. São Paulo: Noeses, 2006. 97/98 p. Fl. 185DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 8 Produtos Industrializados , como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo . Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS ." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas Fl. 186DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10580.005339/200323 Acórdão n.º 310201.056 S3C1T2 Fl. 5 9 jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciar seão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição" ; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais" ; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público , afasta sua incidência, no todo ou em parte." Fl. 187DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 10 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Vale ressaltar, apesar da transcrição acima, o recurso especial citado foi submetido ao regime do recurso representativo de controvérsia nos termos do artigo 543C do Código de Processo Civil, entretanto a decisão ainda não é definitiva. Diante do exposto, dou provimento ao recurso voluntário para reconhecer os créditos de IPI oriundos de aquisições a não contribuintes do PIS e da COFINS, os quais deverão ser corrigidos a partir da data da ciência do despacho decisório. Sala de sessões 02 de junho de 2011. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Fl. 188DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10580.005339/200323 Acórdão n.º 310201.056 S3C1T2 Fl. 6 11 Fl. 189DF CARF MF Emitido em 31/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/07/2011 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/08/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 03/08/2011 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 15504.018692/2008-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu May 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS DIFERENÇAS NÃO RECOLHIDAS. NÃO IMPUGNAÇÃO EXPRESSA. PARCELA DESCONTADA DOS SEGURADOS EMPREGADOS. A não impugnação expressa dos fatos geradores objeto do lançamento importa em renúncia e conseqüente concordância com os termos do AIOP. CONTRIBUIÇÃO DESCONTADA DO SEGURADO EMPREGADO. A empresa é obrigada pelo desconto e posterior recolhimento das contribuições descontadas dos segurados empregados a seu serviço. Tendo em vista que o lançamento se deu com fundamentos nas informações prestadas pela recorrente em GFIP, além dos demais documentos por ela apresentados, eventual prova do cometimento de equívocos, deve ser por ela produzida, sob pena da manutenção do Auto de Infração.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-004.663
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para que seja aplicada a multa nos termos da redação anterior do artigo 35 da Lei n° 8.212/91, limitando-se ao percentual máximo de 75% previsto no art. 44 da Lei n° 9.430/96, nos termos do voto, vencida a conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis que votou pela manutenção da multa aplicada.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Thiago Taborda Simões - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espindola Reis, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Ausente o Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: THIAGO TABORDA SIMOES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO. CONTRIBUIÇÃO DE SEGURADOS EMPREGADOS DIFERENÇAS NÃO RECOLHIDAS. NÃO IMPUGNAÇÃO EXPRESSA. PARCELA DESCONTADA DOS SEGURADOS EMPREGADOS. A não impugnação expressa dos fatos geradores objeto do lançamento importa em renúncia e conseqüente concordância com os termos do AIOP. CONTRIBUIÇÃO DESCONTADA DO SEGURADO EMPREGADO. A empresa é obrigada pelo desconto e posterior recolhimento das contribuições descontadas dos segurados empregados a seu serviço. Tendo em vista que o lançamento se deu com fundamentos nas informações prestadas pela recorrente em GFIP, além dos demais documentos por ela apresentados, eventual prova do cometimento de equívocos, deve ser por ela produzida, sob pena da manutenção do Auto de Infração. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 01 86 92 /2 00 8- 12 Fl. 236DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para que seja aplicada a multa nos termos da redação anterior do artigo 35 da Lei n° 8.212/91, limitandose ao percentual máximo de 75% previsto no art. 44 da Lei n° 9.430/96, nos termos do voto, vencida a conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis que votou pela manutenção da multa aplicada. Júlio César Vieira Gomes Presidente Thiago Taborda Simões Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espindola Reis, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Ausente o Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15504.018692/200812 Acórdão n.º 2402004.663 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Auto de Infração, nº 37.193.2254, lavrado para cobrança da parte dos segurados das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração que receberam descontadas em folha e não recolhidas. Relatório Fiscal às fls. 21/23. Intimada da autuação, a Recorrente apresentou Impugnação de fls. 25/27, instruída com as assinaturas de ambos os sócios da empresa à fl. 180, que restou improcedente em parte às fls. 198/204, sob os seguintes fundamentos: 1) A Base de Cálculo dos valores lançados é relativa à diferença encontrada pela comparação dos valores declarados pelo contribuinte nas GFIP com os valores lançados nas Folhas de Pagamento; 2) O lançamento teve por base o que determina a Lei nº 8.212/91, art. 30, inciso I, alíneas ‘a’ e ‘b, e art. 4º; 3) O valor originário do crédito deve ser retificado conforme o “Quadro 1 Retificação dos valores lançados após diligência fiscal”; 4) No presente lançamento foi aplicada multa nos termos do art. 35 da Lei n° 8.212/ 1991, na redação vigente à época dos fatos geradores. Contudo, a MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/09, alterou a redação de diversos artigos da Lei nº 8.212, acrescentando os arts. 32A e 35A, que modificaram a sistemática do cálculo das multas de mora, de oficio e daquelas decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias relacionadas à GFIP. Assim, deverá ser avaliado o caso concreto e a norma atual deverá retroagir, se mais benéfica ao contribuinte, nos termos da Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 14, de 04/12/2009; Intimada do resultado do julgamento, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário de fls. 213, apontando dois erros na decisão recorrida: 1) O valor de R$355,02, relativo ao mês 12/2005, no estabelecimento de CNPJ n° 01.322.078/000176, conforme consta na impugnação, já tinha sido objeto de parcelamento requerido e concedido, conforme documentação juntada no processo. Não se justifica a sua cobrança, tendo em vista tratarse de débito cobrado em duplicidade; 2) O valor de R$230,66, relativo ao mês 13/2005, no estabelecimento de CNPJ n° 01.322.078/000176, conforme consta na impugnação, já tinha sido objeto de parcelamento requerido e concedido, conforme documentação juntada no processo; Fl. 238DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 O contribuinte alega ter anexado o comprovante de pagamento da guia, o documento protocolado em 21/12/2009, com a explicação que lhe foi dada em plantão fiscal, bem como a planilha emitida pela Auditora Fiscal no dia da consulta. Os autos foram remetidos ao CARF para julgamento do Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 239DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15504.018692/200812 Acórdão n.º 2402004.663 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Thiago Taborda Simões, Relator Inicialmente, o recurso voluntário atende a todos os requisitos de admissibilidade, inclusive o da tempestividade, razão pela qual dele conheço. Sem preliminares. No mérito Tratase de lançamento referente a divergências apuradas entre a folha de pagamentos e as declarações efetuadas pelo empregador para fins de cálculo da contribuição dos segurados. A partir dos dados apresentados pela fiscalização, a Recorrente apresentou em sede de impugnação alegações acompanhadas de documentos no sentido de que os valores lançados teriam sido inclusos em parcelamento ou devidamente recolhidos à época correta. Ante os documentos acostados pela Recorrente, o julgador de primeira instância decidiu por converter em diligência para que o fiscal esclarecesse se o parcelamento efetuado pela Recorrente englobava todos os débitos por ela mencionados. Em resposta à diligência, o fiscal realizou as devidas retificações, restando em aberto apenas valores referentes às competências de 12/2005 e 13/2005. Contra este saldo a Recorrente não apresentou nova impugnação, razão pela qual o julgador de primeira instância o manteve. Intimada do resultado, a Recorrente apresentou recurso em que alega que o saldo apurado pela fiscalização foi incluso em parcelamento, não restando valores sujeitos à autuação. Pois bem. Fato é que quando do resultado da diligência fiscal, a Recorrente às fls. 196 foi intimada a apresentar nova defesa e, de acordo com informação de fls. 197 não o fez, deixando precluir seu direito de impugnação aos dados apurados pela fiscalização. O processo administrativo fiscal tem por objetivo a busca da verdade material, concedendose ao contribuinte todas as oportunidades possíveis para que este produza provas capazes de desconstituir a autuação. No caso em tela, a Recorrente, além de deixar de se manifestar em face do resultado da diligência fiscal, não apresentou, em sede de recurso voluntário, documentos suficientes que demonstrassem que suas alegações são verdadeiras. Destarte, concluo pela manutenção do crédito tributário nos termos da informação fiscal de fls. 193/194. Da multa aplicada – Multa de Ofício Com relação aos débitos mantidos, a fiscalização aplicou a multa de ofício prevista pelo art. 35 da Lei n° 8.212/ 1991, na redação vigente à época dos fatos geradores. Em decorrência dos princípios da autotutela e da legalidade objetiva, no que tange à multa de ofício aplicada sobre as contribuições devidas até a competência 11/2008, entendo que deverá ser aplicada a legislação vigente à época do fato gerador. A questão a ser enfrentada é a retroatividade benéfica para redução ou mesmo exclusão das multas aplicadas através de lançamentos fiscais de contribuições Fl. 240DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 previdenciárias na vigência da Medida Provisória (MP) 449, de 03/12/2008, convertida na Lei n°11.941/2009, mas nos casos em que os fatos geradores ocorreram antes de sua edição. É que a medida provisória revogou o art. 35 da Lei 8.212/1991 que trazia as regras de aplicação das multas de mora, inclusive no caso de lançamento fiscal, e em substituição adotou a regra que já existia para os demais tributos federais, que é a multa de ofício de, no mínimo, 75% do valor devido. Para tanto, devese examinar cada um dos dispositivos legais que tenham relação com a matéria. Prefiro começar com a regra vigente à época dos fatos geradores (art. 35 da Lei 8.212/1991). De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio de lançamento, ainda assim a multa era de mora. A redação do dispositivo legal, em especial os trechos destacados, é muito clara nesse sentido. Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora. Contemporâneo a essa regra especial aplicável apenas às contribuições previdenciárias já vigia, desde 27/12/1996, o art. 44 da Lei 9.430/1996, aplicável a todos os demais tributos federais: Lei 9.430/1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. É certo que esse possível conflito de normas é apenas aparente, pois como se sabe a norma especial prevalece sobre a geral, sendo isso um dos critérios para a solução dessa controvérsia. Para os fatos geradores de contribuições previdenciárias ocorridos até a MP n° 449 aplicavase exclusivamente o art. 35 da Lei 8.212/1991. Portanto, a sistemática dos artigos 44 e 61 da Lei 9.430/1996, para a qual multas de ofício e de mora são excludentes entre si, não se aplica às contribuições previdenciárias. Quando a destempo mas espontâneo o pagamento aplicase a multa de mora e, caso contrário, seja necessário um procedimento de ofício para apuração do valor devido e cobrança através de lançamento então a multa é de ofício. Enquanto na primeira se pune o atraso no pagamento, na segunda multa, a falta de espontaneidade. Logo, repetese: no caso das contribuições previdenciárias somente o atraso era punido e nenhuma dessas regras se aplicava; portanto, não vejo como se aplicar, sem observância da regra especial que era prevista no art. 35 da Lei 8.212/1991, a multa de ofício Fl. 241DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15504.018692/200812 Acórdão n.º 2402004.663 S2C4T2 Fl. 5 7 aos lançamentos de fatos geradores ocorridos antes da vigência da Medida Provisória (MP) 449. Embora os fatos geradores tenham ocorrido antes, o lançamento foi realizado na vigência da MP 449. Por sua vez, o Código Tributário Nacional (CTN) estabelece que o lançamento reportase à data de ocorrência do fato gerador e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada: Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Ainda dentro desse contexto, pela legislação da época da ocorrência dos fatos geradores, seriam duas multas distintas a serem aplicadas pela auditoria fiscal: 1. Uma relativa ao descumprimento da obrigação acessória – capitulada no Código de Fundamento Legal (CFL 68) , com base no art. 32, IV e § 5°, da Lei n° 8.212/91, no total de 100% do valor devido, relativo às contribuições não declaradas, limitada em função do número de segurados; 2. Outra pelo descumprimento da obrigação principal, correspondente, inicialmente, à multa de mora de 24% prevista no art. 35, II, alínea ‘a’, da Lei n° 8.212/91. Tal artigo traz expressos os percentuais da multa moratória a ser aplicada. Essa sistemática de aplicação da multa decorrente de obrigação principal sofreu alteração por meio do disposto nos arts. 35 e 35A, ambos da Lei 8.212/1991, acrescentados pela Lei 11.941/2009. Em decorrência disso, percebese que a multa prevista no art. 61 da Lei n° 9.430/96 se aplica aos casos de contribuições que, embora tenham sido espontaneamente declaradas pelo sujeito passivo, deixaram de ser recolhidas no prazo previsto na legislação. Esta multa, portanto, aplicase aos casos de recolhimento em atraso, que não é o caso destes autos. Por outro lado, a regra do art. 35A da Lei 8.212/1991 (acrescentado pela Lei 11.941/2009), portanto, aplicase aos lançamentos de ofício em que o sujeito passivo deixou de declarar fatos geradores das contribuições previdenciárias e, consequentemente, de recolhêlos, com o percentual 75%, nos termos do art. 44 da Lei 9.430/1996. Lei 8.212/1991: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996. (g.n.) Assim, não havendo o recolhimento da obrigação principal não declarada em GFIP, passou a ser devida a incidência da multa de ofício de 75% sobre o valor não recolhido, como segue: Lei 9.430/1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de Fl. 242DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Entretanto, não há espaço jurídico para aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212/91 em sua integralidade, eis que o critério jurídico a ser adotado é do art. 144 do CTN (o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada). Dessa forma, entendo que, para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplicase a multa de mora nos percentuais da época (redação anterior do artigo 35, inciso II, da Lei 8.212/1991), limitando a multa ao patamar de 75% previsto no art. 44 da Lei 9.430/1996. Embora a multa prevista no art. 35 da Lei 8.212/1991 (antes da alteração promovida pela Lei 11.941/2009) seja mais benéfica na atual situação em que se encontra a presente autuação, caso esta venha a ser executada judicialmente, poderá ser reajustada para o patamar de até 100% do valor principal. Neste caso, considerando que a multa prevista pelo art. 44 da Lei 9.430/1996 limitase ao percentual de 75% do valor principal e adotando a regra interpretativa constante do art. 106 do CTN, deve ser aplicado o percentual de 75% caso a multa prevista no art. 35 da Lei n° 8.212/91 supere o seu patamar. Conclusão Por todo o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e a ele dou PARCIAL PROVIMENTO para que seja aplicada a multa nos termos da redação anterior do artigo 35 da Lei n° 8.212/91, limitandose ao percentual máximo de 75% previsto no art. 44 da Lei n° 9.430/96, nos termos do voto. É como voto. Thiago Taborda Simões. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 30/03/20 15 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 27/04/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 10380.901733/2006-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jul 13 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1402-000.194
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento para que o recurso seja julgado em conjunto com os demais processos conexos, mencionados na tabela integrante do voto condutor, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Moisés Giacomelli Nunes da Silva relator
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Alexei Macorin Vivan e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento para que o recurso seja julgado em conjunto com os demais processos conexos, mencionados na tabela integrante do voto condutor, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva – relator (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto – Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Alexei Macorin Vivan e Leonardo de Andrade Couto. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .9 01 73 3/ 20 06 -9 3 Fl. 968DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 18/06/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10380.901733/200693 Resolução nº 1402000.194 S1C4T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Pelo que se extrai do pedido de retificação de fl. 15, tratase de pretensão da recorrente, exercida em 27/09/2003, de ver compensado imposto devido e vencido em 07/07/1999, com saldo negativo do IRPJ "exercício de 2000". O documento de fl. 14 indica tratarse de crédito no valor de R$ 264.000,00, que acrescido de juros entre a data do vencimento e o pedido de compensação importou em R$ 462.396,00. À fls. 22 e seguintes consta DIPJ retificadora da Canavieira Florestamento e Reflorestamento S/A, apresentada em 07/07/2005, donde se extrai, da Ficha 13A, que no ano de 1999 apurou saldo negativo no valor de R$ 528.000,00. À fl. 27 há registro de que foi juntado a estes autos, por anexação, o processo nº 10380.009177/200600, onde a fl. 01 passa a ser a fl. 06 do presente processo. Doravante, quanto aos demais registros, adoto o relatório constante da intimação fiscal de fl. 683, datado de 23/06/2010 e notificado à parte interessada em 28/06/2010 (fl. 696): 1. 0 presente processo trata dos Pedidos de Restituição objeto dos PER/DCOMP, abaixo relacionados, enviados em 27 de setembro de 2003 pela empresa Panagra do Brasil S/A (nome empresarial anterior: Canavieira Florestamento e Reflorestamento S/A), CNPJ no 07.793.813/000125, acima qualificada como sucedida, por intermédio dos quais é informado suposto crédito decorrente, a priori, de pagamento indevido ou a maior de Imposto de Renda Retido na Fonte — IRRF, código 8045. 2. O Pedido de Restituição objeto do PER/DCOMP n° 26851.37333.270903.1.2.040702, fls. 23/25, constante da tabela acima, foi baixado para tratamento manual através do processo n° 10380.901734/200638, juntado por anexação ao presente processo conforme Termo de Juntada por Anexação — Aviso 10079 de fls. 21 3. Prosseguindo, a empresa Construtora Marquise S/A, CNPJ n° 07.950.702/000185, acima qualificada como sucessora (por incorporação de parcela 110 cindida da Panagra do Brasil, CNPJ no 07.793.813/000125, cuja parte do patrimônio vertido incluía o pretenso crédito), solicita o acolhimento das compensações declaradas mediante os PER/DCOMP n° 11907.08296.140705.1.7.020500 e 16611.78828.140705.1.7.022776, ambos baixados para tratamento manual por intermédio do processo n° 10380.720380/2008 94, juntado por apensação ao presente processo. Fl. 969DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 18/06/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10380.901733/200693 Resolução nº 1402000.194 S1C4T2 Fl. 4 3 4. salientese que os PER/DCOMP n° 11907.08296.14075.1.7.020500 e 16611.78828.140705.1.7.02.2776 retificam os pedidos originais de n° 19758.69081.150604.1.3.02.1070 e 03144.50427.150404.1.3.024561, respectivamente. Verificase que esses PER/DCOMP retificadores atendem, em principio, ao disposto nos arts. 55 a 60 da Instrução Normativa SRF n° 600 de 18 de outubro de 2004, vigente época da transmissão, extrato do sistema SIEF às fls. 69. 5. Nesses PER/DCOMP retificadores a empresa Construtora Marquise S/A, CNPJ no 07.950.702/000185, acima qualificada como sucessora, almeja o direito de ver compensados débitos referentes a PIS e Cofins com suposto crédito decorrente de Saldo Negativo de IRPJ da empresa Panagra do Brasil S/A, CNPJ no 07.793.813/000125, acima qualificada como sucedida. (....) Em 21 de setembro de 2006, a empresa intimada, Panagra do Brasil S/A, CNPJ n° 07.793.813/000125, apresentou requerimentos protocolizados por intermédio dos processos 10380.009177/200600, fls. 06/20, e 10380.009187/200637, fls. 27/41, juntados por anexação ao presente processo conforme Termos de Juntada n° 00087/2006, fls. 20, e 00086/2006, fls. 41, respectivamente, visando o acolhimento das retificações dos referidos PER/DCOMP n° 38743.24406.270903.1.2.044770, fls. 02/04, e 26851.37333.270903.1.2.04 0702, fls. 23/25., destacando que o alegado crédito não se trata de pagamento indevido, mas sim Saldo Negativo do IRPJ referente ao anocalendário de 1999 (fl. 08/11 e 29/32). ... 12. De acordo com a contabilidade da empresa sucedida (fls. 75/110), em cotejo com a Ficha 13A da DIPJ/2000 retificadora n° 1223330, enviada em 07 de junho de 2005, fls. 16, 37 e 72/74, constatouse que o Saldo Negativo do IRPJ referente ao exercício 2000, ano calendário 1999, no valor de R$ 528.000,00 (quinhentos e vinte e oito mil reais), ora sob análise, originouse, na sua integralidade, da inexistência de imposto sobre o lucro real e da dedução do IRRF que teria sido retido na fonte, por ocasião do reconhecimento de multa contratual que seria devida em decorrência de operação da compra do imóvel situado no Município de Caucaia no Estado do Ceara, compreendendo um terreno com a área de 3,2 ha, ou seja, 32.010,00 m2, situado na rua 15 de Novembro, s/n° Centro, registrado na matricula n° 576 do Cartório de Registro de Imóveis do 2° Oficio de Caucaia — Carlinha Paula, pertencente a empresa Brasil Exportação de Castanha — CNPJ no 05.719.141/000182, nome empresarial atual BEX Internacional S/A. A autoridade fiscal, pelas avaliações que fez, concluiu que a transação imobiliária acima referida não se efetivou, razão pela qual não existe o alegado saldo negativo e, desta forma não há como homologar as compensações objeto dos PER/DECOMP nº 38743.24406.270903.1.2.044770, fls. 02/04, e 26851.37333.270903.1.2.040702, fls. 23/25, bem como as compensações objeto dos PER/DECOMP nº 11907.08296.140705.1.7.02.0500 e 16611.78828.140705.1.7.02.2776, ambos baixados para tratamento manual por intermédio do processo n° 10380.720380/200894, juntado por apensação ao presente processo. Intimada, a Construtora Marquise S/A, na qualidade de incorporadora de parcela cindida da Panangra do Brasil S/A, apresentou a impugnação de fls. 703 e seguintes, alegando: a) que os DCOMP originais foram entregues em 15/04/2004 e 15/06/2004. Assim, a DRF de Fortaleza tinha até 14/09/2009 para analisálos. Assim, em junho de 2010, quando da análise, já tinha ocorrido a homologação tácita. Fl. 970DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 18/06/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10380.901733/200693 Resolução nº 1402000.194 S1C4T2 Fl. 5 4 b) o IRRF que originou o saldo negativo do IRPJ foi liquidado pela fonte, ainda que mediante a adesão a parcelamento. Assim, é certo que de uma forma ou de outra o fisco recebeu ou está recebendo o imposto retido, não sendo admissível, por conseguinte, não reconhecimento do saldo negativo do IRPJ, objeto da lide; c) No que diz respeito à sucessão ao direito creditório destaca que não houve ato simulado, fraudulento ou conluio entre a empresa incorporada e a incorporadora. Diz que todos os atos foram feitos com motivação econômica e de boafé por parte da incorporadora. A DRJ, por meio do acórdão de fls. 868 a 943, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Intimada da decisão, de forma tempestiva a parte apresentou recurso nos quais repisa as alegações articuladas quando da impugnação. É o relatório. Fl. 971DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 18/06/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10380.901733/200693 Resolução nº 1402000.194 S1C4T2 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva O recurso é tempestivo, foi interposto por parte legítima e está devidamente fundamentado. Desta forma, preenche os requisitos de admissibilidade. Contudo, antes de passar ao exame do mérito passo a considerar o quanto segue nos parágrafos seguintes. Da análise dos autos, conforme observado pela autoridade fiscal, com a mesma natureza material aos fatos destacado nestes autos, temse os seguintes processos: Segundo consta do relatório do processo nº 10280.901897/200611, que integra a lista do quadro acima transcrito, o Grupo Marquise, por meio de uma série de atos, incorporava empresas do Grupo Empresarial CEC Internacional S/A, com prejuízos fiscais, utilizando tais créditos para compensar tributos devidos. Contudo, "tais créditos eram ilegítimos, visto que decorrentes de dolo, simulação e conluio entre as empresas do Grupo Marquise e as empresas do Grupo CEC, as primeiras lucrativas e as segundas em estado de insolvência (fl. 250 do processo nº 10280.901897/200611). Destaca a autoridade fiscal que os atos praticados por cada uma das empresas citadas não podem ser vistos de forma isolada e autônoma em si mesmo, como sói ocorrer na maioria dos negócios imobiliários, financeiros e empresariais em geral, mas contêmse (cada um deles) num conjunto global de atos que buscava, em verdade, um objetivo pré ordenadamente planejado entre as partes (fl. 204). Ao Grupo CEC, segundo a autoridade fiscal, estão ligadas as empresas (Sul Diesel S/A; Iracema Florestamento e Reflorestamento Ltda e Maximar Fomento Mercantil Ltda EPP; Xingu Empreendimentos Imobiliários Ltda; Xingu Administração e Participação Fl. 972DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 18/06/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA Processo nº 10380.901733/200693 Resolução nº 1402000.194 S1C4T2 Fl. 7 6 S/A. Quanto à RCA International Commodities S/A estão ligadas as empresas BEX Internacional S/A; Canavieira Florestamento e Reflorestamento S/A e Panagra do Brasil S/A; Agropecuária e Reflorestadora Parente S/A), quanto ás ligadas ao Grupo capitaneado pela Construtora Marquise S/A (Capitalize Fomento, Comercial Ltda, Construtora Marquise S/A e Ecofor Ambiental S/A). Os quadros ilustrativos que destaquei no relatório do processo nº 10280.901897/200611 indicam entrelaçamento de fatos com repercussões diversas, inclusive processos em que se exige multa isolada por pedido de compensação indevida. Assim, tenho que todos os processos acima relacionados, que se encontram no CARF, devem ser julgados em conjunto. A propósito, em sessão anterior, a Conselheira Selene, por email dirigido ao Presidente, já informou que estava remetendo a esta Turma processos conexos que lhes tinham sido distribuídos. Na sessão de 10 de abril de 2013, ao apreciarmos o processo nº 10380.722709/201076, da empresa Captalize Fomento Comercial Ltda, constante do quadro acima, retiramos de pauta, por resolução, para que fosse examinado em conjunto com o processo nº 10380.720499/200867, da empresa RCA Internacional Commodities S/A. Idêntico procedimento deve ser adotado no caso em tela, só que agora envolvendo todos os processos relacionados à compensação, ou autos de infração em que se aplicou multas por compensação indevida, relacionados às empresas acima relacionadas. ISSO POSTO, voto por sobrestar o julgamento do presente processo para que lhe seja apensado os processos relacionados no quadro acima, que ainda se encontram pendentes de julgamento, para análise em conjunto. É o voto (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator Fl. 973DF CARF MF Impresso em 13/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 18/06/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 31/05/2013 por MOISES GIACOMELL I NUNES DA SILVA
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Numero do processo: 10880.933401/2008-07
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jun 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/08/2002 a 31/08/2002
COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS. COMPROVAÇÃO.
É requisito indispensável ao reconhecimento da compensação não homologada a comprovação dos fundamentos da existência e a demonstração do montante do crédito que lhe dá suporte, sem o que não pode ser admitida.
DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.
A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação.
DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE SALDO DISPONÍVEL. MOTIVAÇÃO.
Motivada é a decisão que, por conta da vinculação total de pagamento a débito do próprio interessado, expressa a inexistência de direito creditório disponível para fins de compensação.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP)
Negado o direito creditório a que se refere uma Declaração de compensação, não há como se homologar a compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-002.661
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Relator.
Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas (relator), Sidney Eduardo Stahl, Andrada Márcio Canuto Natal, Fábia Regina de Freitas e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente).
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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CRÉDITOS. COMPROVAÇÃO. É requisito indispensável ao reconhecimento da compensação não homologada a comprovação dos fundamentos da existência e a demonstração do montante do crédito que lhe dá suporte, sem o que não pode ser admitida. DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE SALDO DISPONÍVEL. MOTIVAÇÃO. Motivada é a decisão que, por conta da vinculação total de pagamento a débito do próprio interessado, expressa a inexistência de direito creditório disponível para fins de compensação. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP) Negado o direito creditório a que se refere uma Declaração de compensação, não há como se homologar a compensação. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 34 01 /2 00 8- 07 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 62 2 Luiz Augusto do Couto Chagas Relator. Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas (relator), Sidney Eduardo Stahl, Andrada Márcio Canuto Natal, Fábia Regina de Freitas e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente). Fl. 62DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 63 3 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida: Trata o presente processo de Declaração de Compensação – PER/DCOMP nº 25714.90316.201206.1.7.042707 fls. (06/10) relativa ao pagamento indevido ou maior de PIS/PASEP, no montante de R$ 859,79, ocorrido em 15/08/2002. A DCOMP em tela, transmitida pela interessada em 20/12/2006, foi analisada de forma eletrônica pelo sistema de processamento da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB que emitiu o Despacho Decisório de fls. 1, assinado pelo titular da unidade de jurisdição da Requerente, que não homologou a compensação declarada por inexistência de crédito para tanto. Esclarecido no item 3 do referido Despacho de fls. 1 que para o DARF indicado no PER/DCOMP em questão, não foi localizado o pagamento identificado no mesmo campo, não se prestando para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP em apreço. Inconformado, o Contribuinte impugnou o Despacho Decisório manifestando a sua inconformidade às fls. 14/18, na qual deduz as alegações a seguir discriminadas: Quantos aos fatos, que em 20/12/2006 foram transmitidas as PER/DCOMP para substituir as PER/DCOMP enviadas anteriormente no ano de 2004, conforme Intimações recebidas pela empresa na mesma época e que os Despachos Decisórios enviados em 08/2008 e 09/2008 (entre eles o Despacho referente ao presente processo), nos quais constam divergências na transmissão das Per/Dcomp retificadoras, são referente à primeira transmissão, ou seja, a que foi feita em 2004, pois estas que foram transmitidas em 20/12/2006 foram enviadas para sanar as divergências das anteriores, vista que, os créditos foram utilizados somente nas Per/Dcomp de 2004, ressaltando que as enviadas em 20/12/2006 são apenas Per/Dcomp retificadoras. Neste sentido, argumenta que todas as divergências existentes nas PER/DCOMP findaram com suas retificadoras e os débitos foram devidamente compensados conforme o ordenamento administrativo da Receita Federal do Brasil. No tocante aos fundamentos legais, transcreve o art. 49 da Lei nº 10.637/02 que deu nova redação ao art. 74 da Lei n° 9.430/96 e menciona a IN SRF nº 210/02 de 30/09/2002, bem como a IN SRF nº 320/03 e IN SRF 323/0. Denomina o tópico seguinte “inocorrência da prescrição” e articula sobre decadência, com suporte na jurisprudência do STJ, afirmando no sentido de que, tratandose de contribuição ou tributo sujeitos a lançamento por homologação do crédito, o prazo decadencial só começa a fluir após decorridos 5 (cinco) anos da data do fato gerador, somados mais 5 (cinco) anos se a homologação se der de forma não expressa, ou seja, tácita. Transcreve arestos. Afirma que no mesmo sentido é o art. 150, § 4º do CTN que reproduz e que acerca do prazo decadencial de dez anos (cinco anos da data do fato gerador e mais cinco anos em razão da tácita homologação), são as disposições contidas nos artigos 3º e 10 do Decretolei nº 2.052/83 que também reproduz. Fl. 63DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 64 4 Alega, com fulcro no princípio da isonomia, que se a Receita tem dez anos para cobrar as contribuições não pagas, com os acréscimos decorrentes do inadimplemento, é evidente que o contribuinte dispõe do mesmo prazo de dez anos para pleitear a restituição, sem prejuízo dos acréscimos e demais cominações previstas no artigo 3º do Decretolei n° 2.052/83. Assim, considerando que o pedido não cogita de indébito datado de mais de dez anos, à luz dos documentos que instruem o petitório, repudia as assertivas concernentes à decadência do direito à restituição. Em seguida discorre sobre o direito de restituição. Aduz que nos tributos sujeitos a lançamentos por homologação o sujeito passivo faz o pagamento respectivo com base em apuração por ele próprio feito e que, assim, o pagamento foi antecipado, porque feito antes do lançamento e, a extinção do crédito, nestes casos, não se verifica com o pagamento, mas com este somado à homologação do lançamento. Acrescenta que em se tratando de tributos sujeitos a lançamentos por homologação, não pode haver duvida de que o prazo começa da data da homologação. Conclui que ao inexistir lei que fixe o prazo para a homologação do lançamento, considerase que esta se dá, tacitamente pelo decurso do prazo de 5 anos, contados da data do pagamento do tributo; só então é que ocorre a extinção do credito tributário correspondente e é que inicia o prazo extintivo do direito de ação de restituição do indébito tributário. O prazo prescricional na época de edição do CNT foram solucionadas com a pacificação da jurisprudência pelo STJ, qual seja, a tese dos '"cinco mais cinco". Ante o exposto, requer o provimento de sua manifestação de inconformidade para o fim de reformar o Despacho Decisório, a manutenção das compensações se houver, e ainda; a homologação dos débitos compensados e a emissão de CND quando necessário. Acrescenta que no caso de não serem mantidas vinculadas as compensações ao processo, pretende que a empresa seja comunicada dos indeferimentos das mesmas, para que possa efetuar a Manifestação de Inconformidade contra o indeferimento das compensações nos moldes da MP 135/03 convertida na Lei 10.833/03, art. 17, § 7º e § 9º, e, assim, entende que os valores compensados estarão suspensos conforme referida legislação. A Delegacia da Receita Federal em São Paulo I SP1 indeferiu a manifestação de inconformidade sob a seguinte ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 15/08/2002 Ementa: COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS. COMPROVAÇÃO. É requisito indispensável ao reconhecimento da compensação não homologada a comprovação dos fundamentos da existência Fl. 64DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 65 5 e a demonstração do montante do crédito que lhe dá suporte, sem o que não pode ser admitida. DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. DESPACHO DECISÓRIO. AUSÊNCIA DE SALDO DISPONÍVEL. MOTIVAÇÃO. Motivada é a decisão que, por conta da vinculação total de pagamento a débito do próprio interessado, expressa a inexistência de direito creditório disponível para fins de compensação. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP) Negado o direito creditório a que se refere uma Declaração de compensação, não há como se homologar a compensação. É o relatório. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 66 6 Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator. Cumpre constatar que no despacho de encaminhamento da Derat/SP para o CARF havia a informação acerca da possível intempestividade do recurso voluntário: “Tendo em vista Recurso Voluntário, encaminhese ao CARF para apreciação. Observase que, apesar de não haver protocolo de recebimento do Recurso Voluntário, pela data de assinatura da primeira folha, notase que o mesmo está intempestivo.” Entretanto, pelo fato de que na petição a que o contribuinte nominou recurso voluntário não há protocolo de recebimento, acato o recurso. Inicialmente, cumpre registrar que o PER/DCOMP que deu origem ao Despacho Decisório e respectiva manifestação de inconformidade é retificador do PER/DCOMP nº 07738.88051.080704.1.3.042901 indicado pelo contribuinte (fls. 06/10). O Recorrente alega a inocorrência da prescrição do direito à restituição, o que sequer foi mencionado no Despacho Decisório ou em outro ato do presente processo. Enquanto a decadência ataca o próprio direito material, diretamente, a prescrição atinge o direito processual, o meio de se provocar a prestação jurisdicional do Estado. Cumpre observar, ainda, que enquanto o prazo decadencial flui, sem suspensões ou interrupções, entre a ocorrência do fato gerador (nascimento da obrigação tributária) até a constituição do crédito tributário, o curso da prescrição se inicia com a constituição definitiva do mesmo crédito e pode sofrer solução de continuidade. A lei faculta a compensação somente para créditos passíveis de restituição ou ressarcimento, conforme acima demonstrado, mas o direito de compensação deve estar sujeito às regras fixadas para restituição, dentre elas, a norma que regula o prazo para pleitear à restituição, prevista no art. 168 do Código Tributário Nacional: “Art. 168. O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; II na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.” Por sua vez, o art. 165 do mesmo diploma legal, apresenta a seguinte redação: “Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja Fl. 66DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 67 7 qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III – reforma, anulação revogação ou rescisão de decisão condenatória.” Desta forma, constatase que o direito de o sujeito passivo pleitear a restituição/compensação total ou parcial de tributo pago indevidamente ou a maior que o devido, em face da legislação tributária aplicável, extinguese com o decurso do prazo de 5 anos, contados da data da extinção do crédito tributário. E considerando o prazo decadencial acima exposto, cumpre verificar a data em que se considera extinto o crédito tributário, tendo em vista que os tributos em questão estão sujeito a lançamento por homologação, pois cabe ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Assim, de acordo com o CTN, em seu artigo 150: “Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. §1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste art. extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento.” Ainda, conforme art. 156 do mesmo diploma legal: “Art. 156. Extinguem o crédito Tributário: (…) VII o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150 e seus parágrafos 1 e 4;” Fica claro, portanto, que o pagamento antecipado já produz o efeito de extinguir o crédito tributário e é a partir da sua data que se conta o prazo decadencial de cinco anos para pleitear a restituição ou efetuar a compensação. Desta forma, se o contribuinte pode exercer o direito de repetir o pagamento indevido logo após efetuado o recolhimento, é lógico que o termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para pleitear a compensação se dê com o pagamento antecipado. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 68 8 Assim, quanto à argumentação de prescrição, é incabível a pretensão do Contribuinte. No caso em tela, consoante informações prestadas pelo contribuinte no PER/DCOMP, a compensação pleiteada é referente a créditos (recolhimentos a maior ou indevidos) de PIS/PASEP relativo ao período de 30/9/1997 e arrecadados em 15/08/2002 com débitos de SIMPLES, período de apuração: 04/2004, dentro do prazo quinquenal permitido. Entretanto foi realizada nova consulta ao sistema informatizado da Receita (SIEF) quanto ao documento de arrecadação (DARF) com os dados informados pelo Contribuinte, em especial valor e data de arrecadação e, mais uma vez, foi confirmada a inexistência de recolhimento com o conjunto das características apontadas no PER/DCOMP. Em suma: não há registro do valor do crédito na data de arrecadação indicada. O Despacho Decisório não aponta como fundamento do indeferimento o decurso do prazo para pleitear a compensação. A não homologação da compensação foi decorrente da constatação de que o DARF indicado no PER/DCOMP não foi localizado no banco de dados da RFB. Quanto aos fundamentos legais, o direito à compensação de créditos tributários está autorizado no art. 170 do Código Tributário Nacional (CTN), que estabelece: “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.” Anotase que o artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com redação dada pela Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 dispõe: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) Ressaltase que atualmente a compensação tributária em âmbito federal, além do disposto no CTN, é regulada pela Lei nº 9.430, de 27/12/1996 que, em seu art. 74 e parágrafos, na redação dada pela Lei nº 10.637, de 30/12/2002 (dispositivo acima transcrito, neste voto). Fl. 68DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 69 9 Em acréscimo, a Instrução Normativa SRF 210 de 01/10/2002 e seguintes, bem como, no mesmo sentido, com a IN RFB nº 900, de 30/12/2008, determinam que os créditos decorrentes de qualquer tributo ou contribuição administrados pela Receita Federal podem ser objeto de compensação, sendo que a determinação do valor exato do crédito fica subordinada à análise pela autoridade competente. É certo que, se a lei faculta a compensação somente para créditos passíveis de restituição ou ressarcimento, conforme acima demonstrado, o direito de compensação deve estar sujeito às regras fixadas, dentre elas, as normas estabelecidas através da Instrução Normativa (acima mencionada), determinantes de compensação via “DCOMP” – declaração eletrônica. Nesses termos, anotase que o PER/DCOMP se presta a formalizar o encontro de contas entre o contribuinte e a Fazenda Pública, por iniciativa do primeiro, a quem cabe a responsabilidade pelas informações sobre os créditos e os débitos, ao passo que à Administração Tributária compete a sua necessária verificação e validação. Confirmada a existência do crédito pleiteado, sobrevém a homologação e a consequente extinção dos débitos vinculados. Invalidadas as informações prestadas pelo declarante, o inverso se verifica. Por oportuno, registrese que, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, a compensação de débitos tributários somente pode ser efetuada mediante existência de créditos líquidos e certos dos interessados frente à Fazenda Pública. No caso em apreço, o Contribuinte declarou um crédito fundado em um DARF inexistente, conforme especificado no Despacho Decisório, fls. 1. Anotase que, em se tratando de declaração eletrônica, a verificação dos dados informados pela contribuinte foi realizada também de forma eletrônica, tendo resultado no Despacho Decisório em discussão. Reiterase que o ato combatido aponta como causa da não homologação o fato de que o pagamento indicado no PER/DCOMP é inexistente no sistema informatizado da RFB. Consequentemente, a conclusão emitida pela Autoridade Fiscal teve como pressuposto as informações prestadas pelo próprio Contribuinte (DCOMP), assim como através da verificação das informações sobre o contribuinte constantes do sistema informatizado da RFB, válido a produzir efeitos na data da emissão do Despacho Decisório. Assim, o exame das declarações prestadas pela própria interessada à Administração Tributária revela que o crédito utilizado na compensação não existia. Daí a não homologação. Em suma, os motivos da não homologação residem nas próprias declarações e documentos produzidos pelo Contribuinte. Por tudo o quanto exposto concluise que o exame das declarações prestadas pela recorrente à Administração Tributária revelaram a inexistência do pretenso crédito declarado, motivo da correta não homologação da compensação. Diante do exposto voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10880.933401/200807 Acórdão n.º 3301002.661 S3C3T1 Fl. 70 10 Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Fl. 70DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 30 /03/2015 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 15586.000139/2006-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
Ementa:
VÍCIO MATERIAL. NÃO ATENDIMENTO AO DISPOSTO NO ARTIGO 42, § 3o, DA LEI N° 9.430/96. ILIQUIDEZ E CERTEZA DO AUTO POR ERROS NO RELATÓRIO DE INDIVIDUALIZAÇÃO.
No período de janeiro a setembro de 2004 houve divergências nos totais mensais, o que confirma que os apontamentos no relatório individualizado dos depósitos para fins de serem justificados pela autuada não possuiu todos os critérios que pudessem o considerar como válido.
Não atendimento ao disposto no artigo 42, § 3o, da Lei n° 9.430/96, fulminando o lançamento por vício material, pois esse procedimento de intimação, além de causar cerceamento do direito de defesa, tornou ilíquido o lançamento quanto aos referidos meses.
No período de outubro a dezembro não se cumpriu com as exclusões relativas às transferências entre contas da mesma titularidade, o que também derruba o lançamento sob o aspecto da liquidez e certeza dos valores.
Esse procedimento, a despeito de ter sido feito após a autuação, deveria ter sido feito de forma correta antes do lançamento, como condição para a autuação. Não o fazendo dessa forma, contamina-se integralmente o lançamento.
Recurso conhecido e não provido.
Numero da decisão: 1201-000.825
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do relator, sendo que o Conselheiro José Sérgio Gomes o acompanhou pelas conclusões.
Nome do relator: Rafael Correia Fuso
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2004 Ementa: VÍCIO MATERIAL. NÃO ATENDIMENTO AO DISPOSTO NO ARTIGO 42, § 3o, DA LEI N° 9.430/96. ILIQUIDEZ E CERTEZA DO AUTO POR ERROS NO RELATÓRIO DE INDIVIDUALIZAÇÃO. No período de janeiro a setembro de 2004 houve divergências nos totais mensais, o que confirma que os apontamentos no relatório individualizado dos depósitos para fins de serem justificados pela autuada não possuiu todos os critérios que pudessem o considerar como válido. Não atendimento ao disposto no artigo 42, § 3o, da Lei n° 9.430/96, fulminando o lançamento por vício material, pois esse procedimento de intimação, além de causar cerceamento do direito de defesa, tornou ilíquido o lançamento quanto aos referidos meses. No período de outubro a dezembro não se cumpriu com as exclusões relativas às transferências entre contas da mesma titularidade, o que também derruba o lançamento sob o aspecto da liquidez e certeza dos valores. Esse procedimento, a despeito de ter sido feito após a autuação, deveria ter sido feito de forma correta antes do lançamento, como condição para a autuação. Não o fazendo dessa forma, contamina-se integralmente o lançamento. Recurso conhecido e não provido.
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Numero do processo: 13312.000223/2001-94
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 1996
IRPF - DECADÊNCIA - ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGOS 150, § 4º e 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de Recurso Representativo de Controvérsia, pacificou o entendimento segundo o qual para os casos em que se constata pagamento parcial do tributo, deve-se aplicar o artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional; de outra parte, para os casos em que não se verifica o pagamento, deve ser aplicado o artigo 173, inciso I, ou parágrafo único, também do Código Tributário Nacional,
dependendo ou não de declaração prévia.
Recurso Extraordinário Negado.
Numero da decisão: 9900-000.969
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar
provimento ao recurso, vencido o conselheiro Marco Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: Maria Teresa Martínez Lopez
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TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGOS 150, § 4º e 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de Recurso Representativo de Controvérsia, pacificou o entendimento segundo o qual para os casos em que se constata pagamento parcial do tributo, deve-se aplicar o artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional; de outra parte, para os casos em que não se verifica o pagamento, deve ser aplicado o artigo 173, inciso I, ou parágrafo único, também do Código Tributário Nacional, dependendo ou não de declaração prévia. Recurso Extraordinário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencido o conselheiro Marco Aurélio Pereira Valadão. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente. MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ - Relatora. Fl. 539DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 23/ 01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO 2 EDITADO EM: 23/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Marcos Aurélio Pereira Valadão, Antônio Carlos Guidoni Filho, Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Júnior, Elias Sampaio Freire, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Joel Miyasaki, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Júlio César Alves Ramos e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, e o Conselheiro Paulo Cortez (em substituição à conselheira Karem Jureidini Dias). Relatório A Recorrente, Procuradoria da Fazenda Nacional, irresignada com o decidido no Acórdão CSRF/04-00.973, proferido na sessão da CSRF de 4/08/2008, apresentou recurso extraordinário ao Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF, com fulcro no artigo 5 º Inciso II, do Regimento Interno da CSRF. A matéria recorrida alcança o prazo para constituição de crédito tributário de acréscimo patrimonial descoberto – do ano-calendário de 1995 notificado em 24/4/2001. A ementa dessa decisão está assim redigida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1996 IRPF - DECADÊNCIA - ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. O imposto de renda pessoa física é tributo sujeito ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que, no caso de acréscimos patrimoniais a descoberto, ocorre em 31 de dezembro de cada ano-calendário. Ultrapassado esse lapso temporal sem a expedição de lançamento de oficio, opera-se a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 4° e do artigo 156, inciso V, ambos do CTN. Recurso negado. A Procuradoria da Fazenda Nacional alega, em suma, que o termo inicial para a contagem do prazo decadencial de 5 anos, deve obedecer ao comando do art. 173, I do CTN, diante da suposta ausência de pagamento. Neste caso, requer para que seja contado como Fl. 540DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 23/ 01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 13312.000223/2001-94 Acórdão n.º 9100-000.969 CSRF-PL Fl. 6 3 início, o ano seguinte ao da entrega da declaração, ao invés da do fato gerador (31/12/1995), isto é, 1997. O recurso foi processado em observância ao art. 4º da Portaria MF 256/2009, que aprovou o atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, e assim dispõe (redação dada pela Portaria MF 446/2009): ART. 4º OS RECURSOS COM BASE NO INCISO I DO ART. 7º, NO ART. 8º E NO ART. 9º DO REGIMENTO INTERNO DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS, APROVADO PELA PORTARIA MF Nº 147, DE 25 DE JUNHO DE 2007, INTERPOSTOS CONTRA OS ACÓRDÃOS PROFERIDOS NAS SESSÕES DE JULGAMENTO OCORRIDAS EM DATA ANTERIOR À VIGÊNCIA DO ANEXO II DESTA PORTARIA, SERÃO PROCESSADOS DE ACORDO COM O RITO PREVISTO NOS ARTIGOS 15 E 16, NO ART. 18 E NOS ARTIGOS 43 E 44 DAQUELE REGIMENTO. (NR) Pelo Despacho de nº 9100-00.491-Pleno de 14/01/2011, fls. 532, sob o entendimento de terem sido observados os requisitos legais, o recurso foi admitido. O contribuinte tomou ciência através do Edital nº 16/2001, juntado ao volume 03 deste processo, às fls. 535. É o relatório. Voto Conselheira MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ O recurso atende aos requisitos legais e dele tomo conhecimento. A Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência, alegando, em suma, que o termo inicial para a contagem do prazo decadencial de 5 anos, deve obedecer ao comando do art. 173, I do CTN, diante da suposta ausência de pagamento. Em síntese: - O contribuinte foi cientificado do lançamento (omissão de rendimentos decorrente de variação patrimonial) em 4/4/2001 e se refere ao ano- calendário de 1995. - A decisão recorrida, favorável ao contribuinte – aplicou o art. 150, § 4º do CTN – isto é, o início do prazo de 5 anos a contar do fato gerador (31/12/1995). Fl. 541DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 23/ 01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO 4 - A Fazenda Nacional – pede o início do pagamento – 5 anos (art. 173, I), contados do exercício seguinte àquele da entrega da declaração. Neste caso, o término se daria somente em 31/12/2001. Quanto à decadência, verifico que: - não houve imposição de multa qualificada - houve apresentação de Declaração de Imposto de Renda para o exercício de 1996, ano-base de 1995 - retenção na fonte - IRRF – conforme fls. 129-D. Passo à análise do recurso interposto. Com relação especificamente ao prazo decadencial para lançamento dos créditos tributários nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação, é de se destacar que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se posicionou quanto à matéria na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados “recursos repetitivos”. O precedente proferido tem a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontra-se regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o Fl. 542DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 23/ 01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 13312.000223/2001-94 Acórdão n.º 9100-000.969 CSRF-PL Fl. 7 5 pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuida-se de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deu-se em 26.03.2001. 6. Destarte, revelam-se caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) (grifos e destaques nossos) Tendo em vista a alteração do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com o acréscimo do artigo 62-A, no Anexo II, necessário se faz que este colegiado adote o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, quando a matéria tenha sido julgada por meio de Recurso Representativo de Controvérsia, nos termos do artigo 543-B e 543-C, do Código de Processo Civil. Eis a redação do artigo 62-A do Anexo II, do Ricarf: Art. 62-A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 543DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 23/ 01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO 6 Neste passo, a despeito do posicionamento que sempre adotei, em razão da atual previsão regimental do CARF, manifesto-me por acolher o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça acerca da norma aplicável referente ao prazo decadencial. Interpretando de forma fidedigna as razões de decidir do Recurso Especial Representativo de Controvérsia em questão, verifico que havendo declaração, imposto de renda na fonte, inexistência de acusação de dolo, como também pagamento parcial, há de se aplicar o artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional; de outra parte, não se verificando as condições anteriores, deve ser aplicado o artigo 173, do Código Tributário Nacional. Compulsando os autos, verifico que: - não houve imposição de multa qualificada. inexistência das figuras de: dolo, fraude ou simulação - houve apresentação de Declaração de Imposto de Renda com imposto a pagar para o exercício de 1996, ano-base de 1995. Existência de declaração parcial prévia do débito (vale dizer, há medida preparatória para o lançamento). Entende-se que declaração prévia é a declaração insuficiente (parcial), uma vez que, se a declaração fosse integral, estar-se-ia enfrentado prazo prescricional e não prazo decadencial para a constituição do crédito tributário. Enquanto instrumento de constituição do crédito tributário, a declaração prévia parcial enquadra-se no conceito de medida preparatória ao lançamento, constante no parágrafo único do artigo 173 e a que alude o Recurso Representativo de Controvérsia. - retenção na fonte - IRRF – conforme fls. 129-D. Não se preencheu, portanto, os requisitos necessários à aplicação da regra do artigo 173, I, do CTN (ausência de pagamento/declaração). Essa conclusão se verifica na interpretação dada pelo Recurso Representativo de Controvérsia, em trecho que cita o já mencionado Resp nº 216.758, de relatoria do próprio Min. Luiz Fux, onde se afirma: “nos casos em que inexiste dever de pagamento antecipado (tributos sujeitos a lançamento de ofício) ou quando, existindo a aludida obrigação (tributos sujeitos a lançamento por homologação), há omissão do contribuinte na antecipação do pagamento, desde que inocorrentes quaisquer ilícitos (fraude, dolo ou simulação), tendo sido, contudo, notificado de medida preparatória indispensável ao lançamento, fluindo o termo inicial do prazo decadencial da aludida notificação (artigo 173, parágrafo único, do CTN), independentemente de ter sido a mesma realizada antes ou depois de iniciado o prazo do inciso I, do artigo 173, do CTN.” Compulsando os autos, em observância ao artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, tendo em vista a existência de pagamento, valor informado em DIRPF (de declaração prévia) e de IRRF, como consequência é a aplicação do dies a quo do prazo decadencial previsto no artigo 150, § 4º do CTN. É de se observar que o imposto sobre a renda devido em virtude de acréscimo patrimonial a descoberto sujeita-se ao ajuste apurado na declaração, nos termos do art. 2º da Lei nº 8.134, de 1990. Segue, portanto, a regra geral do imposto sobre a renda de pessoa física e submete-se à tributação anual, isto é, mesmo que Fl. 544DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 23/ 01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 13312.000223/2001-94 Acórdão n.º 9100-000.969 CSRF-PL Fl. 8 7 a exação tenha sido calculada com base em dados mensais, o fato gerador do IRPF, apurado com base em acréscimo patrimonial a descoberto ocorre somente em 31 de dezembro do ano-calendário. Diante do anteriormente exposto, tratando-se de lançamento correspondente ao ano-calendário de 1995, poderia a fiscalização efetuar o lançamento até 31/12/2000, cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. Neste caso, o contribuinte foi notificado em 24/4/2001. CONCLUSÃO Em razão do exposto voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, de forma a manter a decisão recorrida. Maria Teresa Martínez López Fl. 545DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 23/ 01/2015 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO
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Numero do processo: 15374.957583/2009-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Aug 04 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1102-000.307
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(documento assinado digitalmente)
João Otávio Oppermam Thomé - Presidente
(documento assinado digitalmente)
João Carlos de Figueiredo Neto Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Marozzi Gregório, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Jackson Mitsui, João Carlos de Figueiredo Neto, Antonio Carlos Guidoni Filho e João Otávio Oppermann Thomé.
Nome do relator: JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (documento assinado digitalmente) João Otávio Oppermam Thomé Presidente (documento assinado digitalmente) João Carlos de Figueiredo Neto – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Marozzi Gregório, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Jackson Mitsui, João Carlos de Figueiredo Neto, Antonio Carlos Guidoni Filho e João Otávio Oppermann Thomé. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 224/234 e anexos fls. 235/487) interposto contra o Acórdão nº 1246.740 (fls. 196/202), proferido pela 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I (DRJ/RJI), na sessão de 25 de maio de 2012, que, por unanimidade, julgou improcedente a manifestação de inconformidade protocolada em decorrência da não homologação da DCOMP nº 12119.71762.281107.1.7.046000 (DCOMP Retificada nº 10604.17000.231003.1.3.049000), transmitida em 28/11/2007 (fl. 03). Em suma, na data acima informada, a Contribuinte efetuou pedido de compensação de crédito no valor original de R$ 986.299,49 (fl. 04), decorrente do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 53 74 .9 57 58 3/ 20 09 -1 8 Fl. 493DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 3 2 recolhimento indevido ou a maior de IRPJ (estimativas), paga em 27/01/2003 (fl. 05), com débito de COFINS, apurada em agosto de 2003 (fl. 06). Ao apreciar o pedido de compensação apresentado pela Contribuinte, em 08/09/2009, o Sr. AuditorFiscal não o homologou, sob o fundamento de que, “a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP” (fl. 09), colacionando as seguintes planilhas para fundamentar seu posicionamento: Características do DARF Período de Apuração Código de Receita Valor Total do DARF Data de Arrecadação 31/12/2002 2362 1.650.828,67 27/01/2003 Utilização dos pagamentos encontrados para o DARF discriminado no PER/DCOMP Número do Pagamento Valor Original Total Processo (PR)/PERDCOMP (PD)/Débito (DB) Valor Original Utilizado 0606278179 1.650.828,67 Db: cód 2362 PA 31/12/2002 1.650.828,67 Como consequência, o Sr. AuditorFiscal entendeu como valor devedor consolidado, correspondente ao débito, em seu entender, indevidamente compensado, para pagamento até 30/09/2009 (fl. 09): Principal Multa Juros 337.315,91 67.461,18 276.531,58 Intimada a Contribuinte em 14/09/2009 (fl. 10), protocolou manifestação de inconformidade (fls. 11/13 e anexos fls. 14/192) em 14/10/2009 (fl. 11), cujos argumentos foram expostos no relatório do Acórdão de nº 12.46.740, elaborado pela 8ª Turma da DRJ/RJ1, razão pela qual transcrevemolos (fls. 198/199): “que, para a apuração da regularidade da compensação declarada, a autoridade Fiscal baseouse em DCTF enviada em 03.12.2003, que apontava incorretamente o débito apurado de IRPJ, no valor de R$ 1.650.828,67, a qual foi posteriormente retificada. que tão logo verificado o equívoco pela Requerente, em 24.09.2009, foi enviada a DCTF Retificadora, que aponta o real débito apurado de IRPJ, no valor de R$ 664.529,18. que recolheu DARF no valor de R$ 1.650.828,67, quando o valor correto a recolher era R$ 664.529,18, conforme consta na DCTF Retificadora, tendo constituído um crédito de R$ 986.299,49. que as razões acima são corroboradas pela Ficha 11 – Cálculo do Imposto de Renda Mensal por Estimativa, integrante da DIPJ 2003, que em sua pág. 10 discrimina o Imposto de Renda a Pagar no valor de R$ 664.529,18. que a irregularidade não diz respeito à compensação declarada, mas ao preenchimento incorreto da DCTF.”. Fl. 494DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 4 3 A 8ª Turma da DRJ/RJ1, por unanimidade, não reconheceu o direito creditório. O Acórdão de nº 12.46.740 (fls. 196/202), proferido na sessão de 25 de maio de 2012, assim foi ementado à fl. 196: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Data do fato gerador: 27/01/2003. DIREITO CREDITÓRIO. Incumbe ao interessado a demonstração, com documentação comprobatória, da existência do crédito, líquido e certo, que alega possuir junto à Fazenda Nacional (art. 170 do Código Tributário Nacional). DIREITO CREDITÓRIO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NÃO COMPROVAÇÃO. Uma vez que não restou comprovado que o pagamento de IRPJ foi efetuado indevidamente ou a maior, concluise que tal pagamento não constitui direito creditório passível de restituição ou compensação, não devendo ser homologada a compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Os fundamentos do acórdão proferido pela 8ª Turma da DRJ/RJ1 podem ser assim resumidos: DO ADEQUADO DESPACHO DECISÓRIO “Analisando os autos, verificase que o interessado tomou ciência do Despacho Decisório em 14/09/2009. Ou seja, até esta data, pelo fato de a DCTF retificadora só ter sido entregue pelo interessado em 24.09.2009, existia um débito de IRPJ de R$ 1.650.828,67 declarado em DCTF. Aliás, cabe acrescentar que tal débito estava confessado, já que declaração de débito em DCTF é confissão de dívida. Portanto, do exposto, inferese que Despacho Decisório foi proferido corretamente, já que o crédito originado do Darf, no valor de R$ 1.650.828,67 estava integralmente utilizado com o débito confessado em DCTF, no valor de R$ 1.650.828,67. Portanto, não havia crédito disponível para a compensação efetuada pelo interessado.” – fl. 200. DA IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DA DCTF “Com relação a DCTF retificadora, entendo ser descabida a sua apresentação” – fl. 200. (...) Isso porque, “a apresentação da DCTF retificadora, em 24.09.2009, após a ciência do interessado, em 14/09/2009, do Despacho Decisório, não pode produzir efeitos, tendo em vista o disposto no art. 11, §2°, inciso III, da Instrução Normativa da RFB n° 903, de 30 de dezembro de 2008. Ademais, o interessado não comprovou erro no preenchimento da DCTF original, já que não juntou documentação contábil que comprovasse que o IRPJ apurado seria de RS 664.529,18, e não de RS 1.650.828,67. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 5 4 Devese esclarecer que o débito de IRPJ informado na DIPJ, no valor de RS 664.529,18, não está declarado e nem confessado, já que a DIPJ é meramente informativa.” – fl. 201. (...) “Esclarecese que o instrumento hábil para declarar (confessar) débito de IRPJ é a DCTF. Neste sentido, citase o art. 1° da IN SRF n° 77, de 1998.” – fl. 201. (...) “Portanto, uma vez que o direito de crédito pleiteado originouse do Darf no valor de R$ 1.650.828,67, o qual estava integralmente utilizado com o débito confessado em DCTF, no valor de R$ 1.650.828,67, inexiste direito creditório, como alega o interessado.” – fl. 202. A Contribuinte, intimada do Acórdão em 22/11/2012 (fls. 246/247), interpôs, em 20/12/2012, Recurso Voluntário (fls. 224/234 e anexos fls. 235/487), para que fosse reconhecida a regularidade da compensação efetuada, com base nos seguintes fundamentos: DO MERO ERRO MATERIAL “Na DIPJ (Doc. 05) referente ao exercício 2003 / ano calendário 2002, foi apurado o IRPJ devido no ano no valor de R$ 664.529,18, conforme declaração retificadora transmitida em 13/12/2005. PORÉM, foi informado equivocadamente na DCTF referente ao 4º trimestre de 2002 (Doc. 10), o valor de R$ 1.650.828,67, conforme declaração transmitida em 03/12/2003, contudo a DCTF referente ao 4º trimestre de 2002 foi retificada acertando o valor do IRPJ devido para R$ 664.529,18 (Doc. 11).” – fl. 232. (...) Analisando tal procedimento, “a 8ª Turma da DRJ/RJ1 negou provimento à Manifestação de Inconformidade apresentada pela ora Recorrente (doc. 02), NÃO por inexistir o crédito compensado, MAS por considerar aquele colegiado que a Retificação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, após a notificação, pode não ser aceita, DESCONSIDERANDO, DESSE MODO, A EFETIVA EXISTÊNCIA DE CRÉDITO A COMPENSAR” – fl. 226. (...) Nada obstante, “Sobejam decisões desse Egrégio Conselho no sentido de que a inobservância das formalidades e procedimentos, por constituírem erros materiais, não devem afastar o efetivo direito do contribuinte à compensação dos créditos, se estes efetivamente existem” – fl. 226. DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO “A composição do crédito referente ao saldo negativo de IRPJ 2003/2002 se deu da seguinte forma: A Recolhimento por DARF A Recorrente recolheu através de um DARF (Doc. 04) o montante de R$ 1.650.828,67, sendo: Fl. 496DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 6 5 a) Um DARF referente ao valor apurado de Dezembro/2002, no valor principal de R$ 1.650.828,67 recolhido no dia 27/01/2003 referente ao P.A. 31/12/2003. (Comprovante de Arrecadação anexo Doc. 04) B Retenções na Fonte a) A Recorrente teve a título de Imposto de Renda Retido na Fonte, conforme foi informado na Ficha 12 A, Linha 13 da DIPJ (Doc.05) referente ao exercício 2003 / ano calendário 2002, o montante de R$ 1.949.601,72” – fls. 229/230. (...) “C Apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica A/C.: 2002 Ex.: 2003 a) Em Dezembro/2002 foi apurado o IRPJ no valor de R$ 1.582.878,54 e o valor de R$ 1.031.252,36, a título de adicional. Esses valores somam o montante de R$ 2.614.130,90, do qual foi deduzido o valor de R$ 1.949.601,72, a título de Imposto de Renda Retido na Fonte. O resultado foi o valor de R$ 664.529,18 a recolher.” – fl. 232. (...) “2.8. A Apuração Correta Conforme demonstra o Doc.04, o valor do DARF recolhido foi de R$ 1.650.828,67. Ao diminuirmos o IRPJ efetivamente devido, apurado no anocalendário de 2002, R$ 664.529,18, obtemos o resultado de R$ 986.299,49. Ou seja, na elaboração da DCTF original referente ao 4° trimestre de 2002, foi informado erroneamente o débito de R$ 1.650.828,67 referente o IRPJ devido em Dezembro/2002, quando o valor correto era de R$664.529,18.” – fl. 233. (...) “Desse modo, conforme acima esclarecido e como comprovam os documentos anexos, a composição do CRÉDITO referente ao pagamento indevido ou a maior de IRPJ 2002/2003, no total líquido de R$ 664.529,18, ESTÁ DE ACORDO COM O QUE FOI INFORMADO NA FICHA 12A, ALÍNEA 18(CÁLCULO Do IMPOSTO DE RENDA SOBRE O LUCRO LÍQUIDO) DA DIPJ2002/2003 (Doc.05).” – fl. 233. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro João Carlos de Figueiredo Neto Relator. I. DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE Os pressupostos e requisitos de admissibilidade do Recurso Voluntário, determinados pelo Decreto 70.235/1972 e pelo Regimento Interno do CARF, fazemse presentes, senão vejamos. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 7 6 Nos termos dos art. 7º, § 1º1, do Regimento Interno do CARF, combinado com o art. 2º, inciso I2, desse mesmo diploma, os recursos interpostos em processo de compensação, cujo crédito alegado seja de IRPJ, são da competência desta Primeira Seção. No que tange à legitimidade, a petição está assinada por pessoas com poderes conferidos pelo diretor da pessoa jurídica, o qual, nos termos dos documentos de fls. 248/261, 267/268 e 270, possui poderes para a prática desse ato. O recurso é tempestivo, haja vista que a decisão proferida pela 8ª Turma da DRJ/RJI em 25/05/2012 (fl. 196) chegou ao conhecimento da Contribuinte em 22/11/2012, uma quintafeira (fls. 246/247 e 490/491), e a interposição foi em 20/11/2012 (fl. 224), ou seja, dentro do prazo de trinta dias previsto no art. 33 do Decreto n° 70.235/70, afinal o dies ad quem era 24/11/2012, uma segundafeira. Nesse caminho, recebo o recurso. II. DOS PONTOS CONTROVERTIDOS Ultrapassado o juízo de admissibilidade, os pontos controvertidos se encontram abaixo devidamente elencados: 1. É possível retificar a DCTF após a prolação do despacho decisório? 2. Caso seja possível a retificação da DCTF, questionase se restou comprovada a existência do crédito informado pela Contribuinte, ou seja, se houve a retenção na fonte do valor de R$ 1.949.601,72, se deveria ter sido pago o valor de R$ 2.614.130,90, a título de imposto de renda, e se foi recolhido DARF no valor de R$ 1.650.828,67? 3. Tendo havido a retenção na fonte do valor de R$ 1.949.601,72, perguntase se poderia a Contribuinte utilizar retenções dos anoscalendários de 1997 a 2002 para compor o saldo negativo de 2002? III. DA RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS A PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO 1 Art. 7° Incluemse na competência das Seções os recursos interpostos em processos administrativos de compensação, ressarcimento, restituição e reembolso, bem como de reconhecimento de isenção ou de imunidade tributária. §1° A competência para o julgamento de recurso em processo administrativo de compensação é definida pelo crédito alegado, inclusive quando houver lançamento de crédito tributário de matéria que se inclua na especialização de outra Câmara ou Seção. 2 Art. 2° À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); Fl. 498DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 8 7 Como exposto no relatório, a Contribuinte teve seu pedido de compensação indeferido, pois, “a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP” (fl. 09). A fim de viabilizar a homologação de sua compensação, a Contribuinte, após ciência do despacho decisório, a qual ocorreu em 14/09/2009 (fl. 08), procedeu a retificação da DCTF em 24/09/2009 (fls. 73/112), para apontar um débito de IRPJ no valor de R$ 664.529,18, tal qual constava na DIPJ Retificadora enviada em 13/12/2005 (fls. 294/311). Assim, como a Contribuinte recolheu um DARF no valor de R$ 1.650.828,67, passou a existir um crédito no montante de R$ 986.299,49. Ao apreciar as razões trazidas pela Contribuinte, a 8ª Turma da DRJ/RJ1, por meio do Acórdão de nº 12.46.740 (fls. 196/202), deixou consignado que “a apresentação da DCTF retificadora, em 24.09.2009, após a ciência do interessado, em 14/09/2009, do Despacho Decisório, não pode produzir efeitos, tendo em vista o disposto no art. 11, §2°, inciso III, da Instrução Normativa da RFB n° 903, de 30 de dezembro de 2008” (fl. 201). Realmente, na época em que foi apresentada a DCTF retificadora, ou seja, em 24/09/2009 (fls. 73/112), vigorava o artigo 11, § 2º, III, da Instrução Normativa RFB nº 903/08, o qual determinava que a retificação da DCTF não produziria efeitos, em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal, in verbis: “Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: (...) III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal.” É dizer, o contribuinte, verificando a existência de erro no preenchimento da DCTF, poderia retificála, desde que antes de iniciado qualquer procedimento de fiscalização. Isso porque, posteriormente a esta data, a retificação não produziria qualquer efeito. A despeito disso, o artigo 11, § 3º, da Instrução Normativa RFB nº 903/08, trazendo exceção ao quanto disposto no § 2º, estabelecia que a Receita Federal do Brasil, nos casos em que houvesse prova inequívoca da ocorrência de erro, poderia retificar os valores informados na DCTF, que resultassem em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em dívida ativa. Vejamos: “§ 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração.” Fl. 499DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 9 8 Em outras palavras, a Receita Federal do Brasil, ainda que posteriormente ao início do procedimento fiscal, mas desde que antes da inscrição em dívida ativa pela PGFN, poderia retificar a DCTF, quando houvesse erro no seu preenchimento e este estivesse devidamente comprovado por prova inequívoca. Com base no aludido dispositivo, bem como no princípio da verdade material, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem reconhecido o direito à compensação, assentada em DCTF entregue após a prolação do despacho decisório, pois o contribuinte comprovou por prova inequívoca a existência do crédito compensado. Confirase: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/04/2003 RESSARCIMENTO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. DEMONSTRAÇÃO DO INDÍCIO DO ERRO. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE. Em atendimento ao Princípio da Verdade Material, é possível reconhecer a retificação da DCTF posterior ao despacho decisório, desde que o erro não tenha intuito de fraude e o contribuinte demonstre, no mínimo, os indícios do erro.” (Acórdão nº 3401002.744, Processo nº 10580.902241/200821, 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF, sessão de 14/10/2014) “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS O DESPACHO DECISÃO. ADMISSIBILIDADE. Há que se admitir, quando há mero lapso do contribuinte, a apresentação da DCTF retificadora documentando o crédito reclamado na DCOMP após o despacho decisório, o que demanda a sua análise pela Autoridade Fazendária e o cotejo entre o crédito reclamado e a DCOMP, considerando a DCTF retificadora. A ausência de análise leva à nulidade da decisão de primeira instância, o que contamina todos os atos posteriores. Processo Anulado.” (Acórdão nº 3403003.368, Processo nº 10983.912607/200918, 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF, sessão de 16/10/2014) Portanto, em virtude do disposto no artigo 11, § 3º, da Instrução Normativa RFB nº 903/08, do princípio da verdade material e da jurisprudência deste Tribunal Administrativo, concluise que é possível a retificação da DCTF após a prolação do despacho decisório, desde que haja prova inequívoca da existência de erro no preenchimento da DCTF. Fl. 500DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 10 9 IV. DAS PROVAS COLACIONADAS NOS AUTOS PARA DEMONSTRAR A EXISTÊNCIA DE ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCTF Superado o fato de que pode ocorrer a retificação da DCTF após a prolação do despacho decisório, cumpre verificar se existe razão para tanto, ou seja, se existe prova inequívoca que houve mero erro no preenchimento da DCTF. A Contribuinte, em seu Recurso Voluntário, fundamentou a existência de mero erro no preenchimento da DCTF, nos seguintes dizeres: “Na DIPJ (Doc. 05) referente ao exercício 2003 / ano calendário 2002, foi apurada o IRPJ devido no ano no valor de R$ 664.529,18, conforme declaração retificadora transmitida em 13/12/2005. PORÉM, foi informado equivocadamente na DCTF referente ao 4º trimestre de 2002 (Doc. 10), o valor de R$ 1.650.828,67, conforme declaração transmitida em 03/12/2003, contudo a DCTF referente ao 4º trimestre de 2002 foi retificada acertando o valor do IRPJ devido para R$ 664.529,18 (Doc. 11).” – fl. 232. Realmente, analisando a ficha 12A da DIPJ 2003 Retificadora (fls. 294/311), constatase que deveria ter sido recolhido o valor de R$ 664.529,18, decorrente da diferença entre o imposto de renda devido (R$ 2.614.130,90, equivalente a soma do IR no valor de R$ 1.582.878,54 e do adicional no valor de R$ 1.031.252,36) e o imposto de renda retido na fonte (R$ 1.949.601,72), e, não, o valor de R$ 1.650.828,67, o que sustentaria a existência de um crédito de R$ 986.299,49. Nada obstante, conforme restou pacificado, por unanimidade, por esta C. Turma, nos autos do acórdão nº 1102000.892 (processo nº 10840.907408/200912), em sessão realizada em 10/07/2013, a DIPJ possui natureza meramente informativa, de modo que a comprovação de erro no preenchimento de DCTF se faz por meio dos registros contábeis e, não, das informações contidas na DIPJ. Confirase: “DCTF. RETIFICAÇÃO. DIPJ. PROVA. LUCRO PRESUMIDO. A comprovação de erro no preenchimento de DCTF se faz pela apresentação da contabilidade escriturada à época dos fatos, acompanhada por documentos que a embasam, ainda que na forma resumida para os contribuintes que optam pela apuração do lucro na forma presumida, não sendo admitida a mera apresentação de DIPJ, cuja natureza é meramente informativa. Os valores informados em DIPJ não servem nem para comprovação de erros cometidos pelos contribuintes, nem para subsidiar lançamento fiscais.” Dos demais documentos colacionados, extraise que a Contribuinte não demonstrou qual valor deveria ter sido recolhido a título de imposto de renda em 2002, ou seja, se deveria ter sido recolhido, de fato, em 2002, o valor de R$ 2.614.130,90. Isso porque, a Contribuinte, relativamente ao anocalendário de 2002, apenas juntou (i) Termo de Abertura do Livro de 01 de julho a 31 de dezembro de 2002 (fls. 462/463); (ii) Balancete Contábil Analítico de 01/12/2002 a 31/12/2002 (fls. 464/465); e (iii) Termo de Encerramento do Livro de 01 de julho a 31 de dezembro de 2002 (fls. 466/467). Fl. 501DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 11 10 A Contribuinte comprovou, à fl. 29 dos autos, que, em 27.01.2003, foi recolhida DARF no valor de R$ 1.650.828,67. A Contribuinte, para demonstrar a retenção na fonte no valor de R$ 1.949.601,72, procedeu a juntada (i) dos livros razão (fls. 426/427) e diário (fls. 420/425), demonstrando que a empresa possuía um saldo de IRRF, em 1997, de R$ 9.610,54; (ii) dos livros diário (fls. 428/441) e razão (fls. 442/443), demonstrando que a empresa possuía um saldo de IRRF, em 1998, de R$ 1.100,96; (iii) dos comprovantes de retenção de IRRF dos anos de 1999 a 2002, supostamente corroborados pelos balancetes (fls. 444/467); e (iv) demonstrativo com a atualização pela SELIC das retenções de 1997 a 1999 (fls. 314/319), 2000 (fls. 328/329) e 2001 (fls. 370/371). Da análise dos comprovantes juntados de retenção de IRRF dos anos de 1999 a 2002, restou comprovado, além dos valores informados pela Contribuinte, a retenção pelo HSBC, em 1999, do valor de R$ 6,78, que não havia sido por ela computada (fl. 324), e restou comprovada a retenção pela KERR, em 2000, do valor de R$ 186.942,46, que foi por ela computada como tendo sido retida em 2001 (fl. 408). Vejamos: Anocalendário Fonte Pagadora Valor Folha 1999 Petrobras R$ 1.629,27 320 1999 Petrobras R$ 1.891,08 320 SOMA R$ 3.520,35 1999 HSBC R$ 844,52 322 1999 HSBC R$ 6,78 324 SOMA R$ 851,30 2000 HSBC R$ 6.742,70 330 2000 HSBC R$ 5.394,50 332/334 2000 HSBC R$ 19.572,12 336/338 2000 HSBC R$ 224,98 336/338 SOMA R$ 31.934,30 2000 CEF R$ 1.293,89 340 2000 CEF R$ 1.175,87 340 2000 CEF R$ 792,30 340 2000 CEF R$ 1.121,06 342 2000 CEF R$ 1.728,09 342 2000 CEF R$ 1.122,44 342 SOMA R$ 7.233,65 2000 CPRM R$ 2.268,00 344 2000 CPRM R$ 5.292,00 346 2000 CPRM R$ 5.550,00 348 2000 CPRM R$ 6.150,00 350 2000 CPRM R$ 5.850,00 352 2000 CPRM R$ 5.850,00 354 2000 CPRM R$ 5.850,00 356 2000 CPRM R$ 5.850,00 358 2000 CPRM R$ 5.850,00 360 Fl. 502DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 12 11 SOMA R$ 48.510,00 2000 PETROBRAS R$ 1.585,13 362 2000 PETROBRAS R$ 24.093,80 362 2000 PETROBRAS R$ 52.800,43 362 2000 PETROBRAS R$ 27.768,54 362 2000 PETROBRAS R$ 32.395,32 362 2000 PETROBRAS R$ 31.607,30 362 2000 PETROBRAS R$ 3.267,45 362 2000 PETROBRAS R$ 72.022,10 362 2000 PETROBRAS R$ 25.772,21 362 2000 PETROBRAS R$ 43.888,29 362 2000 PETROBRAS R$ 3.894,70 364/366 SOMA R$ 319.095,27 2000 BANCO BBM R$ 3.780,23 368 SOMA R$ 3.780,23 2000 KERR R$ 186.942,46 408 SOMA R$ 186.942,46 2001 HSBC R$ 17.562,55 372 2001 HSBC R$ 12.612,44 372 2001 HSBC R$ 3.197,01 374 SOMA R$ 33.372,00 2001 CEF R$ 798,48 376 2001 CEF R$ 403,89 376 2001 CEF R$ 238,59 376 2001 R$ 36,96 378 SOMA R$ 1.477,92 2001 CPRM R$ 5.850,00 380 2001 CPRM R$ 5.850,00 382 2001 CPRM R$ 11.700,00 384/386 2001 CPRM R$ 5.850,00 388 2001 CPRM R$ 5.850,00 390 2001 CPRM R$ 11.700,00 392 SOMA R$ 46.800,00 2001 PGS Rio Bonito R$ 19.657,74 394 2001 PGS Rio Bonito R$ 1.472,20 394 2001 PGS Rio Bonito R$ 4.243,94 394 2001 PGS Rio Bonito R$ 47,65 394 2001 PGS Rio Bonito R$ 4.102,99 396/398 SOMA R$ 29.524,52 2001 Petrobras R$ 13.823,64 400 2001 Petrobras R$ 16.427,71 400 2001 Petrobras R$ 8.885,83 400 Fl. 503DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 13 12 2001 Petrobras R$ 793,92 400 2001 Petrobras R$ 13.741,52 400 2001 Petrobras R$ 25.463,68 400 2001 Petrobras R$ 23.935,20 400 2001 Petrobras R$ 72.533,24 400 2001 Petrobras R$ 24.113,03 400 SOMA R$ 199.717,77 2001 Amerada R$ 5.032,53 404 2001 Amerada R$ 3.796,47 404 SOMA R$ 8.829,00 2001 KERR R$ 451,63 406 2001 KERR R$ 167.484,93 406 SOMA R$ 167.936,56 2002 PGS Rio Bonito R$ 10.307,94 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 5.284,68 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 3.987,09 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 10.287,80 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 4.770,82 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 2.079,09 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 4.535,44 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 449,00 410 2002 PGS Rio Bonito R$ 768,98 410 SOMA R$ 42.470,84 2002 COASTAL R$ 33.021,62 412 2002 COASTAL R$ 45.039,65 412 SOMA R$ 78.061,27 2002 Petrobras R$ 157.857,85 414 2002 Petrobras R$ 17.447,16 414 2002 Petrobras R$ 66.699,80 414 2002 Petrobras R$ 201.030,31 414 2002 Petrobras R$ 1.714,77 414 2002 Petrobras R$ 40.161,32 414 SOMA R$ 484.911,21 2002 HSBC R$ 161,57 418 SOMA R$ 161,57 A retenção de IRRF de 1999 no valor de R$ 3.520,35 está devidamente registrada no balancete do livro diário (fls. 444/449). Contudo, a retenção no valor de R$ 851,30 (fls. 322/324) não restou contabilizada. Ademais, no aludido balancete, consta pendente a restituição do imposto de renda de 1998 no valor de R$ 1.354,40, mas não consta nenhum valor pendente em 1997. Todas as retenções de IRRF do ano de 2000, nos valores de (i) R$ 31.934,30 (HSBC); (ii) R$ 7.233,65 (CEF); e (iii) R$ 3.780,23 (Banco BBM S/A), cuja soma perfaz R$ Fl. 504DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME Processo nº 15374.957583/200918 Resolução nº 1102000.307 S1C1T2 Fl. 14 13 42.948,18, e nos valores de (i) R$ 48.510,00 (CPRM); e (ii) R$ 319.095,27 (PETROBRAS), cuja soma perfaz R$ 367.605,27, estão devidamente registradas no balancete do livro diário (fls. 450/455). Ademais, consta pendente a restituição do imposto de renda de 1998, no valor de R$ 1.532,64 e, de 1999, no valor de R$ 5.071,54. As retenções de IRRF do ano de 2001, nos valores de (i) R$ 33.372,05 (HSBC); e (ii) R$ 1.477,92 (CEF), cuja soma perfaz R$ 34.849,92, estão devidamente registradas no balancete do livro diário (fls. 456/461). Contudo, as demais retenções não restaram contabilizada, já que a somatória dos seus valores não condiz com aquele apontado no balancete. Ademais, consta pendente a restituição do imposto de renda de 1998, no valor de R$ 1.709,68; de 1999, no valor de R$ 5.773,41 e de 2000, no valor de R$ 476.570,44. Por fim, vale notar que as informações contidas no balancete do ano de 2002 (fls. 462/467), não batem com as informações trazidas pela Contribuinte. Portanto, das provas colacionadas nos autos, não é possível asseverar se houve mero erro no preenchimento da DCTF, já que a DIPJ possui caráter meramente informativo e os registros contábeis não demonstram que deveria ter sido recolhido o valor de R$ 2.614.130,90, a título de IRPJ, em 2002, nem que houve a retenção do valor informado. Todavia, à luz do princípio da verdade material e dos indícios de que o crédito apresentado pela Contribuinte pode estar correto, entendo que é caso de diligência à Delegacia da Receita Federal para que AFRF: (i) intime a Contribuinte para que apresente, no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogáveis a critério da Fiscalização, documentos hábeis a demonstrar o crédito pleiteado; (ii) após análise dos documentos apresentados, ateste de forma conclusiva se o valor do crédito indicado pela Contribuinte existe; (iii) ao final, intime a Contribuinte para que no prazo de 30 dias se pronuncie sobre as conclusões alcançadas pela unidade de origem; Após concluídas todas as providências mencionadas acima pela AFRF e encontrandose a dúvida saneada, retornem os autos a esta relatoria para o competente julgamento, conforme determina o artigo 49, § 7º, do Anexo II do RICARF. (assinado digitalmente) João Carlos de Figueiredo Neto Fl. 505DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 23/07/2015 por JOAO CARLOS DE FIGUEIREDO NETO, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por JOAO OTAVIO O PPERMANN THOME
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Numero do processo: 13811.004307/2001-76
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri May 15 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3801-000.931
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Cássio Schappo e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Cássio Schappo e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 11 .0 04 30 7/ 20 01 -7 6 Fl. 187DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13811.004307/200176 Resolução nº 3801000.931 S3TE01 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São PauloI (DRJ/SP1), que julgou procedente em parte a impugnação. No auto de infração, que originou este processo, exigemse a Contribuição para o PIS/Pasep, código 2986, apurada no segundo trimestre de 1997 (1º/4/1997 a 30/6/1997), no valor de R$ 127.251,86, juros de mora e multa de ofício, esta excluída pela decisão de primeira instância administrativa. A ementa do acórdão recorrido é a seguinte: “Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 AÇÃO ORDINÁRIA. DECISÃO JUDICIAL DEFINITIVA. COISA JULGADA. A decisão judicial definitiva em ação ordinária constituise coisa julgada que jamais pode sofrer alteração no processo administrativo, pois, do contrário, violarseia a Constituição Federal de 1988, que adota o modelo de jurisdição una, por meio do qual são soberanas as decisões judiciais. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA DO ART. 18 DA LEI Nº 10.833, DE 2003. Com a edição da Medida Provisória n.º 135, de 2003, convertida na Lei n.º 10.833, de 2003, não cabe mais imposição de multa, excetuandose os casos mencionados em seu art. 18. Sendo tal norma aplicável aos lançamentos ocorridos anteriormente à edição da Medida Provisória n.º 135, de 2003, em face da retroatividade benigna (ex vi alínea “c”, inciso II do art. 106 do Código Tributário Nacional), impõese o cancelamento da multa de ofício lançada.” A recorrente alega que: i) Ação .Declaratória que havia iniciado perante a União para reconhecimento de direito de crédito foi julgada em seu desfavor, transitando em julgado em 26/09/2005, quando ainda estava pendente de julgamento o presente processo. No terceiro dia após o trânsito em julgado, promoveu o pagamento do débito aqui exigido, nos termos do art. 63, §2º, da Lei nº 9.430, de 1996, através de Declaração de Compensação, compensando os débitos aqui discutidos com créditos acumulados de Cofins nãocumulativaexportação. ii) A declaração de compensação, que originou o Processo nº 19679.010704/200569, foi parcialmente homologada, motivo pelo qual apresentou manifestação de inconformidade, ainda pendente de julgamento. Fl. 188DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13811.004307/200176 Resolução nº 3801000.931 S3TE01 Fl. 4 3 iii) O auto de infração deve ser cancelado, pois, se a compensação declarada for, ao final, integralmente homologada, as contribuições ao PIS/Pasep do ano de 1997 restarão quitadas, e, ainda que a compensação não seja homologada, os valores discutidos neste processo seriam exigidos diretamente no processo que cuida da declaração de compensação. iv) Caso não se entenda pelo cancelamento do auto de infração, a recorrente solicita a suspensão deste processo até que seja proferida decisão final no processo 19679.010704/200569. É o relatório. Fl. 189DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13811.004307/200176 Resolução nº 3801000.931 S3TE01 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para julgamento por esta Turma Especial. A única questão a ser decidida é se o auto de infração que originou este processo deve ser cancelado ou mantido em face da alegação da contribuinte de que extinguiu o crédito tributário nele exigido, compensandoo com créditos acumulados a que teria direito, conforme processo administrativo nº 19679.010704/200569. Compulsando o processo 19679.010704/200569, por meio do eprocesso, verifico que a compensação não foi integralmente homologada; houve interposição de manifestação de inconformidade; a Nona Turma da DRJ/SP1, incumbida do julgamento, converteuo em diligência, situação em que ainda se encontra. Na manifestação de inconformidade, lêse que o processo administrativo versa sobre Declarações de Compensação apresentadas pela recorrente para compensar créditos da Cofins, apurado entre o 3º trimestre de 2004 e o 3º trimestre de 2005, com débitos de PIS Repique (processo administrativo nº 13807.003428/200241) e de IRPJ e CSLL (processo administrativo n.° 19679.009041/200530). A Declaração de Compensação, protocolada em 29/9/2005, fls. 3 e ss. do e processo (fls. 1 e ss. papel), contém entre os débitos os seguintes valores: Código Receita Período de Apuração Vencimento Valor Original do Débito (em reais) Nº Processo Débito, se houver 8205 30/04/1997 15/05/1997 108.593,83 Ação Declaratória 96.00102813 8205 31/05/1997 15/06/1997 107.335,63 Ação Declaratória 96.00102813 8205 30/06/1997 15/07/1997 80.230,65 Ação Declaratória 96.00102813 8205 30/06/1997 15/07/1997 34.765,27 Ação Declaratória 96.00102813 8205 31/07/1997 15/08/1997 118.308,28 Ação Declaratória 96.00102813 No Despacho Decisório de fls. 1.285/1.295, a DRF concluiu pela homologação parcial da compensação declarada até o limite do crédito reconhecido no valor de R$ 769.461,87, sendo que o total do crédito pleiteado era de R$ 3.248.737,76. O processo nº 13807.003428/200241 foi iniciado para controle e acompanhamento de créditos tributários suspensos por medida judicial. Atualmente, está apensado ao processo 19679.010704/200569. Fl. 190DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13811.004307/200176 Resolução nº 3801000.931 S3TE01 Fl. 6 5 Às fls. 221/225 (fl. 110/112 papel) deste processo, encontrase cópia da Declaração de Compensação, contendo, entre outros, os mesmos valores da tabela acima. No processo n.° 19679.009041/200530, encontrase Declaração de Compensação relativa a débitos apurados em 31/7/2005, com vencimento em 31/8/2005, dos tributos IRPJ (cód.2362 ) e CSLL (cód. 2484), logo, este processo não tem qualquer ligação com o que está em julgamento. Às fls. 363 e ss. do eprocesso (fl. 181 e ss. papel; 1º Volume paginável do arquivo), encontrase DACON do período de 1º/4/1997 a 30/6/1997. Com base nos autos deste processo e em análise dos autos dos demais processos citados, não é possível saber se o crédito tributário aqui exigido foi extinto, total ou parcialmente, por meio da parte homologada da compensação declarada, objeto do processo nº 19679.010704/200569. Com fundamento no Decreto nº 70235, de 6/3/1972, e no RICARF, considerando a necessidade de mais elementos para formar minha convicção, voto por converteu o julgamento do recurso voluntário em diligência para que a DRF de origem: i) Verifique e informe se o crédito tributário discutido neste processo foi incluído em compensação com créditos da recorrente, em especial, na compensação objeto do processo administrativo nº 19679.010704/200569, e se foi total ou parcialmente extinto pela compensação; ii) Elabore Informação Fiscal, contendo demonstrativo do crédito tributário remanescente, se houve extinção parcial, ou informando que o crédito foi totalmente extinto ou, ainda, que não foi alterado por compensações; iii) Após, encaminhe o processo para julgamento no CARF. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Fl. 191DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 13/05/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 14/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 12898.001535/2009-76
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue May 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/07/1998
PREVIDENCIÁRIO. VERDADE MATERIAL.LANÇAMENTO. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL.
É um princípio específico do processo administrativo.
A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou julgar a sua legitimidade.
Se o lançamento contiver vício estiver instalado na produção, em sua dinâmica, com defeito na composição, mediante explícita presunção e ausência de provas, ônus do sujeito ativo, ensejará a nulidade dado que maculado de vício material comprometedor do crédito e da sua motivação
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2403-002.886
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso. Votaram pelas conclusões os conselheiros Daniele Souto Rodrigues e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. Vencido o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente.
Ivacir Júlio de Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Ausentes Justificadamente Os Conselheiros Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro E Marcelo Magalhaes Peixoto
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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VERDADE MATERIAL.LANÇAMENTO. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. É um princípio específico do processo administrativo. A nulidade será declarada pela autoridade competente para praticar o ato ou julgar a sua legitimidade. Se o lançamento contiver vício estiver instalado na produção, em sua dinâmica, com defeito na composição, mediante explícita presunção e ausência de provas, ônus do sujeito ativo, ensejará a nulidade dado que maculado de vício material comprometedor do crédito e da sua motivação Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso. Votaram pelas conclusões os conselheiros Daniele Souto Rodrigues e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. Vencido o conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente. Ivacir Júlio de Souza Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues, Elfas Cavalcante AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 8. 00 15 35 /2 00 9- 76 Fl. 957DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Lustosa Aragão Ausentes Justificadamente Os Conselheiros Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro E Marcelo Magalhaes Peixoto Fl. 958DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Lido o Relatório de Primeira Instância, tendo corroborado o relatado, com grifos de minha autoria, abaixo o transcrevo na íntegra: "Tratase de crédito tributário lançado pela fiscalização AI DEBCAD 37.245.4330 pertinente às contribuições incidentes sobre a remuneração creditada a segurados, em substituição às lançadas através da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) DEBCAD n° 35.442.2774, anulada pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), conforme Acórdão n° 1326/2005, prolatado pela 2a CAJ Câmara de Julgamento, em 23/05/2005, sob a motivação de vício formal, acarretado pela omissão, no anexo relativo aos Fundamentos Legais do Débito, do dispositivo legal que autoriza o arbitramento das contribuições previdenciárias através de aferição indireta. 2. O valor do presente lançamento é de R$ 222.613,61 consolidado em 17/09/2009. 3. De acordo com o relatório fiscal, de fls. 22/29, a apuração deuse com base no instituto da responsabilidade solidária, decorrente da execução de serviços de construção civil pela empresa SELTE SERVIÇOS ELÉTRICOS E TELEFÔNICOS LTDA, CNPJ 50.708.700/0001 03, uma vez que a contratante não comprovou o recolhimento das contribuições incidentes sobre as remunerações dos segurados, a cargos dos próprios, incluídas em notas fiscais e/ou faturas correspondentes aos serviços executados, na forma determinada pela legislação previdenciária. 4. Explica o autuante que, diante da omissão de documentos, utilizando da prerrogativa contida nos parágrafos 3o e 6o do artigo 33 da lei n° 8.212/91, arbitrou a base de cálculo das contribuições lançadas, a partir do valor das Notas Fiscais emitidas pela prestadora,adotandose o percentual de 40% determinado pela Instrução Normativa n° 03/2005. 5. Ressalta que, por se tratar de lançamento substitutivo de contribuições lançadas em procedimento fiscal anterior,foram considerados todos os documentos apresentados tanto no decorrer da ação fiscal, como no curso do procedimento administrativo de julgamento, tendo sido já consideradas as retificações anteriormente feitas durante o julgamento administrativo do processo anulado. 6. Esclarece também o Auditor Fiscal que foi aplicada a alíquota mínima sobre os saláriosdecontribuição apurados. Da impugnação Fl. 959DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 7. Dentro do prazo regulamentar, a notificada contestou o lançamento através do instrumento de fls. 38/51, no qual apresenta os argumentos a seguir reproduzidos, em síntese: 7.1. Uma análise cuidadosa da legislação aponta que a existência de solidariedade pressupõe a aferição da efetiva existência do débito cobrado, primeiramente, fiscalizando o devedor principal (contratado). No presente caso, a lógica está invertida. Somente após a constatação de que a contratada deixou de recolher as contribuições é que se poderia exigir da impugnante o tributo devido. 7.2. O interesse comum a que se refere o art. 124 do CTN é aquele existente entre o sujeito e o fato gerador, o vínculo jurídico. Não se trata, contudo, de qualquer vínculo, mas apenas do vínculo ab origine que os une. 7.3. Cita exemplos, colaciona excertos doutrinários e arestos em abono de suas teses. 7.4. A responsabilidade solidária imputada por aferição indireta somente é cabível como medida excepcional quando a fiscalização constatar que a contabilidade da empresa prestadora não registra o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço. 7.5. Inexiste solidariedade para o caso dos autos pois os serviços prestados pela SELTE à Impugnante são de fornecimento e montagem de máquinas na área de telefonia, e não de construção civil ou cessão de mãodeobra. Outrossim, o caso é ainda de empreitada global, não havendo solidariedade. 7.6. Afirma que a prestadora dos serviços recolheu regularmente os tributos devidos no período autuado, sendo a prova da quitação do período lançado suficiente para afastar a exigência. Acosta documentos de quitação de obrigações previdenciárias. Alega ser inadmissível que se exija novamente do responsável solidário as contribuições já pagas, sendo também ilegítimo o arbitramento efetuado. 7.7. Entende que, como o Auto de Infração foi lavrado após a edição da MP n° 449/08, o caso é de aplicação da multa prevista na Lei n° 9.430/96, no valor de 0,33 ao dia até o limite de 20% do valor do débito. 7.8. Por fim, pede a procedência da impugnação, protestando por prova pericial e juntada posterior de documentos que eventualmente se façam necessários. 8. Regularmente notificada do lançamento, conforme se verifica às fls. 36, a contratada deixou transcorrer in albis o prazo de defesa. 9. É o relatório." Fl. 960DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 4 5 DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA No Acórdão n° 1236.767 às fls.687, de 18 de abril de 2011 a 13ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio d e Janeiro I DRJ/RJO I, manteve o débito e referindose ao valor principal R$ 74.210,29 decidiu conforme abaixo: " Vistos, relatados e discutidos os autos do processo em epígrafe (AI n° 37.245.4330), ACORDAM os membros da Turma, por unanimidade de votos, negar provimento à impugnação, nos termos do relatório e voto que este decisum passam a integrar, para considerar devido o crédito tributário no valor principal de R$ 74.210,29, acrescido de juros e multa moratória a serem calculados na data da liquidação" DO RECURSO VOLUNTÁRIO Conforme documento de fls. 719, a autuada interpôs RECURSO VOLUNTÁRIO e reiterou as alegações que fizera em sede de impugnação. É o Relatório. Fl. 961DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Voto Conselheiro Ivacir Júlio de Souza DA TEMPESTIVIDADE Na forma do despacho de fls 774, o recurso é tempestivo. Aduz que se reveste dos pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento DAS PREJUDICIAIS DE MÉRITO DOS CONTRATOS E DAS NOTAS FISCAIS Como visto alhures , tratase de crédito tributário lançado pela fiscalização AI DEBCAD 37.245.4330 pertinente às contribuições incidentes sobre a remuneração creditada a segurados, em substituição às lançadas através da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) DEBCAD n° 35.442.2774, anulada pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS), conforme Acórdão n° 1326/2005 Referindose aos autos da NFLD substituída de n° 35.442.2774 que , ressaltese não constam colacionados no presente, a i. Julgadora a quo, registra que em relação às cópias das notas fiscais trazidas já teriam sido analisadas em processo anterior: "21. Em relação às cópias das notas fiscais trazidas aos autos, verificaseque já foram analisadas em processo anterior, conforme se depreende das decisões proferidas nos autos da NFLD 35.442.2774. Como informa o Auditor Fiscal, o presente Auto de Infração já contempla todas as retificações efetuadas em função da apresentação de documentos no julgamento do processo administrativo anulado. " Na forma da planilha colacionada às fls 29 pela autoridade autuante e ainda no registro no item 6.2 do Relatório Fiscal, a remuneração da mãodeobra contida nas notas fiscais/faturas/recibos foi motivo sim de revisão no presente lançamento conforme se verifica no abaixo transcrito: 6.2 As remunerações da mãodeobra contidas nas notas fiscais/faturas/recibos foram calculadas com a aplicação, sobre o valor total das notas fiscais/faturas/recibos, dos percentuais previstos no inciso I do art. 600 da Instrução Normativa IN SRP n° 03, de 14/07/05, da Secretaria da Receita Previdenciária, abaixo transcrita, conforme demonstrado no anexo 01 a este relatório. IN SRP n° 03. de 14/07/05: Art. 600. Para fins de aferição, a remuneração da mãodeobra utilizada na prestação Fl. 962DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 5 7 de serviços por empresa corresponde ao mínimo de: I quarenta por cento do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços;" CONTRATOS COM FORNECIMENTO DE MATERIAL À propósito do encimado, colacionados às fls 96 e 101, os contratos de números código 96009 e 95155, têm nas cláusulas 3.1 e 5.1, respectivamente pacto de empreitada com fornecimento de material . Cumpre notar que a planilha de fls. 29 confeccionada pela autoridade autuante registra os valores integrais extraídos das notas fiscais colacionadas às fls. 130 que não distinguem mãodeobra e material utilizado. DOS RECOLHIMENTOS DA CONTRATADA Às fls.189/236, registram guias de recolhimento GRPS da contratada efetuadas para pagamento no período autuado. A autuada reclama de que não houve aproveitamento dos valores e que o arbitramento de crédito tributário em face da Recorrente deve ser revisto em razão da existência de recolhimento prévio pela contratada. De fato, ao observar a manifestação de primeira instância , na condução do voto, item 23 , na seqüência do que dissera sobre os contratos e notas fiscais, o i. Julgador assim procedeu: " 23. Em relação às guias de pagamento juntadas, não são as mesmas eficazes para elidir a responsabilidade solidária da tomadora, por se tratarem ou de guias genéricas, ou por já terem sido consideradas na retificação de outros lançamentos que contemplavam as competências nela referidas . " Neste ponto, convém se abrir parênteses para destacar que nos autos não se alcançam aproveitados os recolhimentos mediante as GRPS da contratada nem para redução do crédito e tampouco para ilidir a responsabilidade do solidário. DA ORDEM DE SERVIÇO INSS/DAF Nº 185, DE 31 DE MARÇO DE 1998 Embora a instância a quo não tenha se manifestado quanto ao que a autoridade autuante dissera no Relatório fiscal , o fato é que no item 5.3 se registra que sua motivação teria suporte na Ordem de Serviço INSS/DAF N° 165, de 11/07/1997 que entendeu vigente à época dos fatos geradores , verbis: "5.3 O INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS, através da Ordem de Serviço INSS/DAF n 165 de 11/07/97, alterada pela Ordem de Serviço INSS/DAF n° 185, de 31/03/1998, ... " Cumpre destacar o equívoco, posto que por ocasião dos fatos geradores a OS supra havia sido alterada pela nova redação dada pela ORDEM DE SERVIÇO INSS/DAF Nº Fl. 963DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 185, DE 31 DE MARÇO DE 1998, cujo art. 21 tratava da elisão da responsabilidade solidária decorrente de serviços prestados por empresas de construção civil, podendo essa ser elidida à vista de apresentação de cópia de GRPS com recolhimento englobado no CGC da empresa, ou mediante a consulta ao contacorrente de suas contribuições no INSS, nos meses em que houver a prestação de serviço, não se aplicando o disposto no item 16 e subitens 27.1 e 27.2, na hipótese de o serviço estar incurso no rol descrito no Anexo I da OS supra, verbis: " ASSUNTO: Altera a ORDEM DE SERVIÇO INSS/DAF n °165, de 11 d julho de 1997, que estabelece critérios e rotinas para a fiscalização de obra de construção civil de responsabilidade de pessoa jurídica e construção em nome coletivo. (...) 21 A responsabilidade solidária decorrente de serviços prestados por empresas de construção civil que exerçam atividades relacionadas no Anexo I poderá ser elidida à vista de apresentação de cópia de GRPS com recolhimento englobado no CGC da empresa, ou mediante a consulta ao contacorrente de suas contribuições no INSS, nos meses em que houver a prestação de serviço, não se aplicando o disposto no item 16 e subitens 27.1 e 27.2." Como visto alhures, o período autuado constituiu créditos sobre os fatos geradores ocorridos nas competências 01 a 07/1998, na vigência pois da ORDEM DE SERVIÇO INSS/DAF Nº 185, DE 31 DE MARÇO DE 1998. Os contratos pactuaram serviços para construção de rede externa duto sem detalhar como se construiriam estes dutos. Não houve aprofundamento na ação fiscal para se obter informações sobre se os serviços estariam ou não enquadrados no rol descrito no Anexo I abaixo transcrito, da OS/INSS/DAF Nº 165 alterado pela OS/INSS/DAF N 185/98. : "Anexo I da os/inss/daf nº 165, de 11/07/97, alterado pela os/inss/daf nº 185 , de 31/03/98 Atividades não sujeitas a exigibilidade de GRPS específica para isenção de responsabilidade solidária (GRPS GENÉRICA) a) instalação de estrutura metálica; b) instalação de estrutura de concreto armado (prémoldada); c) jateamento de areia; d) impermeabilização; e) obras complementares, em edificações, de: ajardinamento. recreação; terraplenagem; urbanização; f) fundações especiais (exceto lajes de fundação “radiers”); g) instalações de: antena; aquecedor; arcondicionado; bomba de recalque; Fl. 964DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 6 9 calefação; elevador; equipamento de garagem; equipamentos de segurança e contraincêndio; esquadrias de alumínio; fogão; incineração; playground; sistema de aquecimento a energia solar; telefone interno; ventilação e exaustão. h) colocação de gradis; i) perfuração de poço artesiano; j) sondagem de solo; l) controle de qualidade de materiais; m) montagem de torres; n) locação de equipamentos; o) serviços de topografia. " DA AFERIÇÃO INDIRETA A autoridade autuante revela no item 6 e 6.1 de seu Relatório Fiscal que procedeu lançamento por aferição indireta com respaldo nos § § 3° e 6° do art. 33 da Lei 8.212/91, verbis: "6 Apuração das bases de cálculo dos valores lançados: 6.1 Considerando o disposto nos subitens 5.1 a 5.4, esta fiscalização usou da prerrogativa contida no parágrafo 3° e 6° do artigo 33 da Lei Na 8.212/91, transcrito abaixo, efetuando lançamento do débito por arbitramento, sendo as bases de cálculo das contribuições devidas apuradas tendo como critério a aferição indireta: "Art. 33. § 3a Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro Social INSS e o Departamento da Receita Federal DRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário" Cabe ressaltar que embora a autoridade autuante tenha registrado que o lançamento por aferição indireta teve fulcro , também, no § 6° do artigo 33 da Lei n° 8.212/91, colacionou apenas o comando previsto no 3°. Aduz que na forma do preceituado no § 6º a aferição indireta é procedimento previsto para hipótese de no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o Fl. 965DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento. Na leitura do Relatório Fiscal não se encontra registro desconsiderando a contabilidade ou a autenticidade de qualquer outro documento que a autoridade autuante tenha tido acesso e assim proceder com aferição indireta, verbis:" § 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário " DAS INSTRUÇÕES SUPERVENIENTES No item 6.2 do Relatório Fiscal a autoridade autuante registra que aferiu as remunerações da mãodeobra contidas nas notas fiscais/faturas/recibos com base no art. 600 da Instrução Normativa IN SRP n° 03, de 14/07/05. Assim, tendo presente que a autuação referese aos fatos geradores compreendidos no período 01 a 10 de 1998 , a instrução é claramente superveniente, verbis: "6.2 As remunerações da mãodeobra contidas nas notas fiscais/faturas/recibos foram calculadas com a aplicação, sobre o valor total das notas fiscais/faturas/recibos, dos percentuais previstos no inciso I do art. 600 da Instrução Normativa IN SRP n° 03, de 14/07/05, da Secretaria da Receita Previdenciária, abaixo transcrita, conforme demonstrado no anexo 01 a este relatório. IN SRP n° 03. de 14/07/05: "Art. 600. Para fins de aferição, a remuneração da maodeobra utilizada na prestação de serviços por empresa corresponde ao mínimo de: I quarenta por cento do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços;" " DA NECESSIDADE DE AUDITORIA FISCAL NA CONTRATADA Enfrentando a questão em epígrafe, na condução do voto, a i. Julgadora exortando a Portaria MPS/SRP/DEFIS n° 02, de 05 de fevereiro de 2007, ressaltese, instrução superveniente aos fatos geradores, ela mesma sublinhou que ali se determina que o auditor deveria ter verificado as informações relativas a empresa contratada, visando à verificação da regularidade da obrigação tributária a ser exigida, de forma a evitar o lançamento de crédito já extinto. Na oportunidade a instância a quo citando a decisão que anulou a NFLD substituta afirmou que não há registro de fiscalizações com exame da contabilidade na prestadora : "18. De acordo com a Portaria MPS/SRP/DEFIS n° 02, de 05 de fevereiro de 2007 Anexo II, item 8.4.3, o auditor deverá analisar as informações disponíveis relativas a todos os devedores solidários, visando à verificação da regularidade da obrigação tributária a ser exigida, de forma a evitar o Fl. 966DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 7 11 lançamento de crédito já extinto ou que já esteja sendo discutido ou cobrado judicial ou administrativamente. 19. Conforme as informações constantes da decisão anterior, não há registro de fiscalizações com exame da contabilidade na prestadora, o que, por si só, considerando a inexistência de benefício de ordem na solidariedade, autoriza o procedimento na empresa tomadora, tendo em vista restar afastada a possibilidade de lançamento em duplicidade. 20. Assim, restou comprovado que não houve extinção do crédito pelo pagamento ou sua inexigibilidade decorrente de outro lançamento com o mesmo objeto. " A decisão a qual o i. Julgador se refere no item 19 encimado, consta colacionada às fls. 30 e tratase do Acórdão 0001326 que, em 23/05/2005, anulou a NFLD substituída dando origem ao lançamento em comento. Salvo melhor exame, no sobredito acórdão não se fez registro algum de que a contratada tenha sido fiscalizada com ou sem exame da contabilidade no período anulado. Informações concretas sobre ter havido ou não a fiscalização, mesmos nos dias presentes podem ser obtidas mediante simples consulta nos sistemas para em seguida se colacionar para efeito de provas. A respeito do sobredito, o art. 37 da lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999, preceitua que ocorrendo a existência de fatos e dados registrados em documentos na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício sua obtenção , verbis : "Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. " Anterior a Portaria MPS/SRP/DEFIS n° 02, de 05 de fevereiro de 2007, a que se refere o i. Julgador , com o mesmo propósito, a portaria SRP/DEFIS nº 018, de 10 de outubro de 2006, embora também superveniente, por conservadorismo, para evitar a nulidade dos lançamentos do gênero em comento, a Administração já houvera determinado que nas ações fiscais as autoridades autuantes verificassem se foram analisadas as informações disponíveis relativas ao devedor solidário, de que não houve ação fiscal com exame de contabilidade contra este e que os créditos referentes a prestação de serviço então tributada não foram objeto de lançamento anterior e ainda que tal cumprimento devesse constar do Relatório Fiscal, vide anexo IV, item 11.4.3 da referida Portaria A essência do que fora determinado na Portaria revela diligente preocupação da Administração e não traz nada de original posto que tal procedimento deveria ter sido sempre praticado. Aduz que não consta do Relatório Fiscal que tais aspectos tivessem sido observados na ação fiscal em comento. DA JURISPRUDÊNCIA Fl. 967DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 12 Não tendo havido registro nos autos das providências supracitadas , a jurisprudência deste Conselho concorre para concluir pela nulidade do lançamento, senão vejamos : “ SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo n° 11330.000934/200749 Recurso n° 150.621 De Oficio Matéria RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA Acórdão 20601.551 Sessão de 06 de novembro de 2008 Recorrente DRJ RIO DE JANEIRO Interessado PETROBRÁS PETRÓLEO BRASILEIRO S/A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/1995 a 31/05/1998 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO RECURSO DE OFICIO NOTIFICAÇÃO FISCAL E LANÇAMENTO DE DÉBITO RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PROCEDIMENTO FISCAL NA CONTRATADA EXAME DA CONTABILIDADE LANÇAMENTO EM DUPLICIDADE. A autoridade fiscal constatando que um ou mais dos devedores solidários havia sido objeto de auditoria fiscal com exame da contabilidade, o auditor deveria absterse de constituir o crédito previdenciário. ( grifos do Relator) Recurso de Oficio Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da SEXTA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Fez sustentação oral o(a) advogado(a) da recorrente Dr(a). Renato de Oliveira Silva, OAB/RJ n° 133.477. ELIAS SAMPAIO FREIREPresidente ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Rogério de Lellis Pinto, Bemadete de Oliveira Barros, Cleusa Vieira de Souza, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. ” “ Segundo Conselho de Contribuintes. 6ª Câmara. Turma Ordinária Fl. 968DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 8 13 Acórdão nº 20601550 do Processo 11330000897200731 06/11/2008 Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/1995 a 30/11/1998 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO RECURSO DE OFÍCIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PROCEDIMENTO FISCAL NA CONTRATADA EXAME DA CONTABILIDADE LANÇAMENTO EM DUPLICIDADE. A autoridade fiscal constatando que um ou mais dos devedores solidários havia sido objeto de auditoria fiscal com exame da contabilidade, o auditor deveria absterse de constituir o crédito previdenciário. Recurso de Ofício Negado.” “Segundo Conselho de Contribuintes. 6ª Câmara. Turma Ordinária Acórdão nº 20601548 do Processo 11330000889200794 06/11/2008 Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/1995 a 31/05/1998 Ementa: PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO RECURSO DE OFÃ CIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PROCEDIMENTO FISCAL NA CONTRATADA EXAME DA CONTABILIDADE LANÇAMENTO EM DUPLICIDADE. A autoridade fiscal constatando que um ou mais dos devedores solidários havia sido objeto de auditoria fiscal com exame da contabilidade, o auditor deveria absterse de constituir o crédito previdenciário. Recurso de Ofício Negado.” “Segundo Conselho de Contribuintes. 6ª Câmara. Turma Ordinária Acórdão nº 20601702 do Processo 11330000890200719 04/12/2008 Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/1995 a 30/03/1996 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NFLD. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Não cabe o lançamento por solidariedade na contratante de serviços com cessão de mãodeobra quando constatada a ocorrência de ação fiscal na empresa prestadora, com exame de contabilidade por todo o período abrangido pelo lançamento. Recurso de Ofício Negado.” Fl. 969DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 14 DO STJ Na forma já pacificada no STJ, recente decisão no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.348.395 – RJ (2012∕02105299) vem de esposar a tese reiterada neste Conselho : " AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.348.395 – RJ (2012∕02105299) RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL AGRAVADO : LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S∕A ADVOGADOS : CARLOS HENRIQUE DA FONSECA MAURO ROBERTO GOMES DE MATTOS NYLSON DOS SANTOS JUNIOR EMENTA TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE PRESTADOR E TOMADOR DE SERVIÇOS. ART. 31 DA LEI N. 8.212∕91 (REDAÇÃO ORIGINAL). CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. VERIFICAÇÃO PRÉVIA DO PRESTADOR DE SERVIÇO. PRECEDENTES. SÚMULA 83∕STJ. 1. A jurisprudência do STJ reconhece, nos termos do art. 31 da Lei n. 8.212∕91, com a redação vigente até 1º.2.1999, a inviabilidade de lançamento por aferição indireta, com base tão somente nas contas do tomador do serviço, pois, para a devida constituição do crédito tributário, fazse necessário observar se a empresa cedente recolheu ou não as contribuições devidas, o que, de certo modo, implica a precedência de fiscalização perante a empresa prestadora, ou, ao menos, a concomitância. Incidência da Súmula 83∕STJ. 2. O entendimento sufragado não afasta a responsabilidade solidária do tomador de serviço, até porque a solidariedade está objetivamente delineada na legislação infraconstitucional. Reprimese apenas a forma de constituição do crédito tributário perpetrada pela Administração Tributária, que arbitra indevidamente o lançamento sem que se tenha fiscalizado a contabilidade da empresa prestadora dos serviços de mão de obra. Agravo regimental improvido. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA Turma do Superior Tribunal de Justiça: “A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)Relator(a), sem destaque e em bloco.” Fl. 970DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 9 15 Os Srs. Ministros Herman Benjamin (Presidente), Mauro Campbell Marques, Diva Malerbi (Desembargadora convocada TRF 3a. Região) e Castro Meira votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília (DF), 27 de novembro de 2012(Data do Julgamento) MINISTRO HUMBERTO MARTINS Relato DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL SUPERVENIENTE Às fls.09, no Relatório de Fundamentos Legais do Débito FLD restou consolidado no item 061 a motivação legal para aferição indireta na construção civil onde se utilizaram da Lei 10.256, de 09.07.2001, também posterior aos fatos geradores : " 061 CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS APURADAS POR AFERIÇÃO INDIRETACONSTRUCAO CIVIL 061.03 Competências : 01/1998 a 07/1998 Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 33 (com redação posterior da Lei n. 10.256, de 09.07.2001), parágrafos 3., 4. e 6.; Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social ROCSS, aprovado pelo Decreto n. 2.173, de 05.03.97, artigos 50, 52, 53 e 54; " Por fim, é de realce que no Termo de Encerramento do Procedimento Fiscal TEPF TEAF a autoridade autuante tenha registrado que dentre os vários documentos listados apenas examinara o Livro de Registro de Empregados mesmo assim sem fazer menção de qual bem como o número de registro do documento. DA ADMINISTRAÇÃO E DA REVISÃO DOS ATOS O dever de a Administração rever seus atos, zelando pela sua legalidade, está expresso no artigo 53, da Lei 9.784/1999 e na Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal DO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL A verdade material é um princípio específico do processo administrativo, contrapondose ao princípio do dispositivo, próprio do processo civil. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fator gerador e a constituição do crédito tributário. Deve, portanto, o julgador, exaustivamente, pesquisar se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar Fl. 971DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 16 aquilo que é realmente verdade, independente do alegado. Dessa forma o administrador é obrigado a buscar não só a verdade posta no processo como também a verdade de todas as formas possíveis. A própria administração produz provas a favor do contribuinte, não podendo ficar restrito somente ao que consta no processo. DA NULIDADE A inteligência do § 1º, II do artigo 59 do decreto 70.235/72 permite constatar que a nulidade do ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. “ O Decreto 70.235/72 : Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. Se o lançamento apresentar vício em seu processo de formação não respeitando os dispositivos de sua formalização, é caso de anulação, por vício de forma. Se o vício estiver instalado na produção, em sua dinâmica, com defeito na composição, mediante explícita presunção e ausência de provas, ônus do sujeito ativo, ensejará a nulidade dado que o conteúdo do ato estará eivado de vício material comprometedor do crédito e da sua motivação . DO ART. 142 DO CTN Aduz que no comando do artigo 142 do Código Tributário Nacional – CTN , o legislador determinou cumprir com clareza a motivação do lançamento, verbis: “ Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Em razão de tudo que foi exposto, não há como corroborar sustentável o lançamento posto que eivado de VÍCIOS INSANÁVEIS. Desse modo , por economia processual, sequer adentro o mérito. Fl. 972DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12898.001535/200976 Acórdão n.º 2403002.886 S2C4T3 Fl. 10 17 CONCLUSÃO Desse modo, conheço do Recurso para em PRELIMINAR determinar a nulidade por VÍCIO MATERIAL . É como voto. Ivacir Júlio de Souza Relator Fl. 973DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 20/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10480.010162/2002-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jun 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/1997 a 31/12/2001
MULTA CONFISCATÓRIA. JUROS SELIC.
A vedação constitucional à utilização de tributo com efeito confiscatório é dirigida ao legislador a quem cabe observá-la na elaboração das leis tributárias, de cumprimento coercitivo pela Administração Tributária. Aplicação das Súmulas CARF números 2 e 4, na forma do artigo 62-A do Regimento Interno, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009.
Numero da decisão: 3301-002.644
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que comsiderou que o voto tinha decisão extra petita.
RODRIGO COSTA PÔSSAS - Presidente.
MÔNICA ELISA DE LIMA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas (Presidente), Andrada Marcio Canuto Natal, Fábia Regina Freitas, Mônica Elisa De Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas, Sidney Eduardo Stahl.
Nome do relator: MONICA ELISA DE LIMA
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ALARGAMENTO DE BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/99, artigo 3º, § 1º. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. REPERCUSSÃO GERAL. O STF julgou inconstitucional a base de cálculo da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, no que amplia o significado do termo faturamento. Assim, a base de cálculo da contribuições para a Cofins é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/1997 a 31/12/2001 MULTA CONFISCATÓRIA. JUROS SELIC. A vedação constitucional à utilização de tributo com efeito confiscatório é dirigida ao legislador a quem cabe observála na elaboração das leis tributárias, de cumprimento coercitivo pela Administração Tributária. Aplicação das Súmulas CARF números 2 e 4, na forma do artigo 62A do Regimento Interno, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que comsiderou que o voto tinha decisão extra petita. RODRIGO COSTA PÔSSAS Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 01 01 62 /2 00 2- 24 Fl. 380DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 381 2 MÔNICA ELISA DE LIMA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas (Presidente), Andrada Marcio Canuto Natal, Fábia Regina Freitas, Mônica Elisa De Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas, Sidney Eduardo Stahl. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão nº 6790, de 28 de novembro de 2003, de lavra da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife PE, mediante o qual a Segunda Turma Julgadora considerou procedente em parte a impugnação, exonerando o lançamento da PIS, referente a 31.03.1997 a 30.06.1999 e mantendo as demais exigências. O Auto de Infração decorre de verificações obrigatórias em sede de procedimento fiscal, as quais geraram lançamento da Pis, nos períodos de apuração de 31.03.1997 a 31.12.2001, conforme Termo de Informação Fiscal de fls. 20 e seguintes. Nas fls. 193 a 198, o AFRFB apresenta demonstrativos de composição das bases de cálculo e, na fl. 199, o quadro com a apuração das demais receitas, nos termos da Lei nº 9.718/98, abrangendo, especificamente, os períodos de apuração de fevereiro de 1999 a dezembro de 2001. Por resumir claramente a matéria, cabe a transcrição do Relatório elaborado pela DRJ: De acordo com os autuantes, o referido Auto é decorrente da diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado/pago da Contribuição para o Programa de Integração Social, conforme descrito às fl. 04/07 e no Termo de Informação Fiscal de fls. 18/23. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 223 a 230, à qual anexou as cópias de fls. 231 a 282, onde requer seja decretada a nulidade da presente ação fiscal julgada, determinandose, em conseqüência, o cancelamento do referido Auto de Infração e arquivamento do processo fiscal em exame, afirmando, ainda, em síntese, que: preteritamente, a impugnante foi autuada, em 14.02.2000, pela fiscalização da Delegacia da Receita Federal, para fins da cobrança do PIS, incidente sobre o faturamento da empresa relativo ao período de 31.01.1997 a 15.07.1999, através do Auto de Infração n° 0410100/01301/99 (doc. 03); Fl. 381DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 382 3 ocorre que, em 17.07.2002, a impugnante foi surpreendida mediante a lavratura do presente Auto de Infração referente ao mesmo período de arrecadação indicado na autuação anterior, sendo intimada a recolher o valor do débito, cujo valor já consta do Auto de Infração pretérito, incorrendo em duplicidade de cobrança. Assim, o presente Auto de Infração ressentese da necessária validade, impondose, destarte, a decretação de sua nulidade; para além da ilegalidade perpetrada, os autuantes houveram por bem em aplicar multa de 75% sobre o montante supostamente devido, a toda evidência de caráter confiscatório, vez que eqüivale a três quartos do próprio suposto quantum debeatur, (...). Bem se vê que a então Impugnante limitou em dois os seus pontos de defesa: duplicidade do lançamento e multa confiscatória. A Delegacia de Julgamento acolheu o apenas um dos argumentos, exonerando os valores já objeto de anterior autuação. Naquela ocasião, recorreu de ofício, em vista de haver ultrapassado seu limite de alçada. A Decisão recorrida foi assim ementada: Assunto: Contribuição para o PIS Período de apuração: 01/03/1997 a 31/12/2001 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF). PRELIMINAR DE NULIDADE. Rejeitase a preliminar de nulidade quando se refere a irregularidade saneável nos termos do artigo 60 do PAF. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO. Deve ser cancelado ò crédito tributário que já foi constituído em lançamento anterior válido. MULTA DE OFÍCIO. A multa a ser aplicada em procedimento exofficio é aquela prevista nas normas válidas e vigentes à época de constituição do respectivo crédito tributário, não havendo como imputar o caráter confiscatório à penalidade aplicada de conformidade com a legislação regente da espécie. Lançamento Procedente em Parte Cientificada do resultado em 19.12.2003 (AR em fl. 314), a Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, nas fls. 316 em diante, mediante o qual abordou apenas dois tópicos, quais sejam: a insubsistência do auto de infração pelo fato de a Recorrente haver compensado todos os créditos e, novamente, a questão da multa confiscatória. Transcrevemse trechos abaixo: DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITO FISCAL: Fl. 382DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 383 4 Tramita no Egrégio Tribunal Regional da 5a.Região (TRF5) a Apelação Cível de n° 276.055/PE, em que figuram como partes a UNIÃO FEDERAL (Apelante) e a DESTILARIA PAL LTDA (Apelada), em que se discute o direito do contribuinte ao creditamento de IPI decorrente da aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem utilizados na industrialização de produtos sujeitos à alíquota zero. Neste processo, a Ilustríssima Senhora Presidente do TRF5, Desembargadora Federal MARGARIDA CANTARELLI, proferiu decisão (Doc. 04) em que salienta o reconhecimento do direito ao creditamento pela ora Recorrente e autoriza a emissão, a cargo da Delegacia da Receita Federal no Recife, de DCC's (Documentos Comprobatórios de Compensação) para o fim de efetivar a compensação do crédito reconhecido no processo judicial com os débitos da ora Recorrente perante o Fisco. Amparada pela decisão judicial em comento, a ora Recorrente protocolou, em 16 de junho de 2000, perante a Secretaria da Receita Federal no Recife, o anexo Pedido de Ressarcimento (Doc.06), no valor de R$ 9.947.435,00 (nove milhões novecentos e quarenta e sete mil quatrocentos e trinta e cinco reais) para fins de compensação com débitos próprios administrados pela Receita Federal no valor de R$ 3.932.570,97 (três milhões novecentos e trinta e dois mil quinhentos e setenta reais e noventa e sete centavos). Conforme demonstrado pela Certidão anexa (Doc. 07) de 18 de setembro de 2002, a compensação referida foi devidamente efetuada, restando, inclusive, após a operação, saldo credor em favor da ora Recorrente, consoante a própria Certidão. Vale salientar que o Código Tributário Nacional dispõe, no artigo 156, II, que se extingue o crédito tributário com a compensação. Desta forma, por ter havido compensação de todos os débitos da ora Recorrente com os créditos reconhecidos judicialmente, não há que se falar em subsistência do auto de infração aqui guerreado, pois mesmo perdeu seu objeto, sendo imperativo de justiça a extinção do processo administrativo e o consequente arquivamento. DA CONFISCATORIEDADE DA MULTA: Ad argumentandum tantum, caso não entenda este Conselho que o débito cobrado na espécie é inexistente por ter havido compensação que o extinguiu, a ora Recorrente vem sustentar que a aplicação da multa de 75 % (setenta e cinco por cento) à presente hipótese configura evidente confiscatoriedade do patrimônio do contribuinte (...). Fl. 383DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 384 5 Prolatado o Acórdão nº 203.10.493, pela e. Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, negando provimento ao Recurso de Ofício e não conhecendo do Recurso Voluntário, por intempestividade (fls. 345 e seguintes). Em 27 de janeiro de 2005, foi proferida a Resolução nº 20100.494 pela e. Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, convertendo o julgamento em diligência, conforme parcialmente transcrito abaixo (fls. 350 a 352): . (...) A recorrente argüindo fato novo em seu apelo consigna que, amparada por decisão judicial reconhecendo créditos de IPI em seu favor, protocolou, em 16/06/00, perante a Secretaria da Receita Federal em Recife PE, Pedido de Ressarcimento, no valor de R$ 9.947.435,00 (fl. 328), para fins de compensação com débitos próprios administrados pela Receita Federal no valor de R$ 3.932.570,97. Afirma, ainda, que dita compensação foi levada a efeito pela Administração Fazendária, da qual teria restado, inclusive, saldo credor em desfavor do Fisco. Ressalta, no entanto, que, em momento posterior, a SRF identificou a existência de débitos remanescentes no valor de R$ 143,29, que foram prontamente pagos pela ora recorrente. Passo a decidir. Constato, da Certidão de fl. 330, da lavra da SRF em Recife PE, que, de fato, o Poder Judiciário reconheceu em prol da recorrente créditos de IPI, determinando a compensação destes com débitos outros, titularizados pela contribuinte, junto à Receita Federal. Autorizou, outrossim, o M M Juízo a utilização dos valores remanescentes na compensação com débitos de terceiros. Isto posto, exsurge para mim a dúvida se o quantum objeto do lançamento em apreço fora ou não extinto pela compensação acima referida, mormente frente ao teor do Aviso de Cobrança de fl. 332, no qual a Receita Federal consigna que, considerando os pagamentos pela contribuinte efetuados até 10/01/2003, somente restariam pendentes débitos atinentes ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, no valor de R$ 93,45 (noventa e três reais e quarenta e cinco centavos), e Contribuição Social, no importe de R$ 49,84 (quarenta e nove reais e oitenta e quatro centavos). Destarte, referindose o auto de infração hostilizado a fatos geradores ocorridos entre março/97 e dezembro/2001, entendo indispensável, para a solução da controvérsia, esclarecimentos da repartição competente acerca das alegações e da documentação acostada pela recorrente. Ex positis, converto o julgamento em diligência para que a repartição de origem manifestese sobre os pontos acima Fl. 384DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 385 6 evidenciados, com fins de averiguar se, de fato, os créditos lançados subsistem. A Autoridade da DRF Recife, junta aos autos, nas fls. 363 a 368, cópia do Acórdão nº 3301002.166, desta 1ª Turma, proferido em 24.01.2014 nos autos do processo administrativo nº 10480.006433/0003, no qual se estaria tratando do suposto crédito de IPI que, segundo a Recorrente, tornava este auto de infração insubsistente em vista da extinção do montante devido. Citado Acórdão, no entanto, demonstra a inexistência de qualquer direito creditório. Na fl. 396, a Autoridade apresenta os seguintes esclarecimentos: DESPACHO O presente processo retornou a este DRFB, em função da diligência de que trata a Resolução nº 20100.494 da Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuinte que questiona se os débitos do presente processo teriam sido objeto de compensação com supostos créditos de IPI que teriam sido reconhecidos no Processo nº 2000.83.00.0129859 que tramitaram no Tribunal Regional Federal da 5ª Região. da 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária da Terceira Seção Conforme acórdão nº 3301002.166 de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com cópia juntada ao presente às fls. 363 a 378, não foram apurados créditos decorrentes do Processo nº 2000.83.00.0129859, não havendo, por conseqüente, créditos tributários compensados. Isto posto, devolvemos o presente ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para prosseguimento. É o Relatório. Voto Conselheira Mônica Elisa de Lima O Recurso Voluntário é tempestivo, estando presentes os demais requisitos, dele conheço. O Auto de Infração foi lavrado em 31 de maio de 2002 e, conforme consta do Relatório da DRJ, a ciência ocorreu em 17 de julho de 2002. Na primeira instância, a Contribuinte trouxe como teses de defesa: Fl. 385DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 386 7 1º) A duplicidade de lançamentos, relativos a 31 de março de 1997 a 30 de junho de 1999; no que foi acolhida em parte pela DRJ, que exonerou uma parte dos valores de tal período. 2ª) A natureza confiscatória da multa de ofício; no que foi considerada improcedente. Assim, a matéria pendente de julgamento neste CARF é o lançamento do PIS, períodos de apuração de março de 1997 a dezembro de 2001, conforme demonstrativo de fls. 309. Em seu Recurso Voluntário, a Pessoa Jurídica também só aponta dois temas: 1º) A insubsistência do auto de infração, por ter havido compensação de todos os créditos. 2ª) A natureza confiscatória da multa de ofício. Inicialmente, conheço e dou provimento de ofício à exclusão, na formação da base de cálculo do PIS Cofins, das receitas não provenientes do faturamento da Empresa, isto é, aquelas identificadas pela Autoridade Fiscal como "outras receitas" e constantes do Demonstrativo "Apuração das Demais Receitas Base de cálculo de COFINS e PIS art 3º da Lei nº 9.718/98", de fl. 199, relativas aos períodos de apuração de fevereiro de 1999 a outubro de 2001. Isto porque o tema da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, já foi enfrentado, em decisão de mérito, pelo Pleno do STF, em 10/09/2008, em sede de repercussão geral no RE 585235, cuja decisão consigna: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. Referida decisão, de efeito erga omnes, proferida, em conformidade com o rito previsto no art. 543B, gerou a Súmula Vinculante STF nº6, cujos termos são os seguintes: Fl. 386DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 387 8 Súmula 6 TRIBUTO. COFINS. BASE DE CÁLCULO CONCEITO DE RECEITA BRUTA. INCONSTITUCIONALIDADE DO PAR. 1° DA LEI 9.718/98. Enunciado: "É inconstitucional o parágrafo 1° do art. 30 da Lei n° 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, a qual deve ser entendida como a proveniente das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais." Portanto, vez que a decisão citada fora proferida em conformidade com o rito previsto no art. 543B, deverá ser seguida por este Colegiado, em consonância com a Portaria MF nº 256/09, com as alterações introduzidas pela Portaria MF no 446/09 e 586/10, que aprova o Regimento Interno do CARF, bem como por toda a Administração. Em relação ao tema do confisco, por outro lado, é certo não caber ao julgador administrativo se pronunciar acerca de inconstitucionalidade de lei, ou declinar questionamento sobre ser ou não confiscatória a multa por lançamento de ofício no percentual de 75%. Com efeito, a dosimetria da penalidade tributária é determinada, de forma vinculante, pelo legislador; falecendo à Autoridade Administrativa a competência para afastar a norma legal; tarefa esta de competência exclusiva dos Poderes Legislativo e Judiciário. Podese concluir a discussão do tema ora posto pela invocação da Súmula CARF nº 2, que propugna: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim, não merece provimento o Recurso Voluntário quanto à questão do montante da multa de ofício. Por fim, entendo ser totalmente desgarrada do mérito deste processo administrativo a discussão sobre eventual extinção do crédito tributário por compensação realizada alhures. Primeiro porque tenho por preclusa a discussão, já que a Contribuinte sequer aventou, quando de sua Impugnação, acerca de extinção de crédito anterior ao lançamento. Segundo porque não trouxe qualquer prova de que este processo estaria extinto. Pelo contrário, encontrase o crédito tributário com exigibilidade suspensa; o que assim não seria; pois, caso a DRF houvesse feito algum procedimento de compensação o status do crédito tributário seria o de extinto por compensação e os autos teriam retornado à repartição de origem. Terceiro porque a discussão sobre seu eventual direito creditório é materia de processo específico, cuja decisão denegatória é de conhecimento da ora Recorrente. Destaquese que a competência deste Colegiado é a de julgar o mérito do lançamento tributário e, não, efetuar a liquidação de eventual crédito tributário remanescente; tarefa esta afeta às Autoridades Preparadoras, que são responsáveis por dar cumprimento ao decisum, efetuando os cálculos e realizando a devida cobrança. A forma como o crédito será, eventualmente, extinto, se por pagamento, compensação ou outro meio válido, é desinfluente para a solução do litígio. Fl. 387DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10480.010162/200224 Acórdão n.º 3301002.644 S3C3T1 Fl. 388 9 Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para que a apuração da contribuição para o PIS, no período de fevereiro de 1999 a outubro de 2001, seja feita apenas com base na receita bruta, assim entendida como a proveniente das vendas de mercadorias, excluindose os valores constantes do Demonstrativo "Apuração das Demais Receitas Base de cálculo de COFINS e PIS art 3º da Lei nº 9.718/98", de fl. 199. Mônica Elisa de Lima Relatora Fl. 388DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 08/05/2015 por MONICA ELISA DE LIMA, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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