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Numero do processo: 16327.720059/2012-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2010
DECISÃO JUDICIAL. DESRESPEITO À COISA JULGADA MATERIAL. RECLAMAÇÃO PERANTE O STF. INTERPOSIÇÃO. CONCOMITÂNCIA. OCORRÊNCIA.
A interposição de reclamação constitucional perante o Supremo Tribunal Federal objetivando o resguardo da autoridade da coisa julgada configura concomitância de julgamento ante a esfera administrativa, quando a mesma questão é deduzida em recurso aviado no âmbito do procedimento contencioso administrativo, devendo sempre prevalecer o Poder Judiciário, por ser o detentor do monopólio da jurisdição. Recurso não conhecido.
Recurso voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3401-002.633
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria, em não conhecer do recurso quanto ao mérito e afastar a multa em razão dos depósitos judiciais. Vencidos o Conselheiro Fernando Cleto e a Conselheira Ângela Sartori, que davam provimento ao recurso. Designado o Conselheiro Robson Bayerl
Júlio César Alves Ramos - Presidente e redator ad hoc
Robson José Bayerl Relator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte e Ângela Sartori.
Este processo foi votado em sessão de maio do ano passado e apesar de o relator ter entregado à Secretaria o voto vencido, não houve tempo para que ele o assinasse face à não renovação de seu mandato. Designei-me, por isso, para sua formalização, o que faço transcrevendo na íntegra, a seguir, o relatório e o voto por ele entregues, aos quais é acrescido o voto vencedor, elaborado pelo Conselheiro Robson José Bayerl.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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DESRESPEITO À COISA JULGADA MATERIAL. RECLAMAÇÃO PERANTE O STF. INTERPOSIÇÃO. CONCOMITÂNCIA. OCORRÊNCIA. A interposição de reclamação constitucional perante o Supremo Tribunal Federal objetivando o resguardo da autoridade da coisa julgada configura concomitância de julgamento ante a esfera administrativa, quando a mesma questão é deduzida em recurso aviado no âmbito do procedimento contencioso administrativo, devendo sempre prevalecer o Poder Judiciário, por ser o detentor do monopólio da jurisdição. Recurso não conhecido. Recurso voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria, em não conhecer do recurso quanto ao mérito e afastar a multa em razão dos depósitos judiciais. Vencidos o Conselheiro Fernando Cleto e a Conselheira Ângela Sartori, que davam provimento ao recurso. Designado o Conselheiro Robson Bayerl Júlio César Alves Ramos Presidente e redator ad hoc Robson José Bayerl – Relator Designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 00 59 /2 01 2- 17 Fl. 394DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/07/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 08/07/2 015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fernando Marques Cleto Duarte e Ângela Sartori. Este processo foi votado em sessão de maio do ano passado e apesar de o relator ter entregado à Secretaria o voto vencido, não houve tempo para que ele o assinasse face à não renovação de seu mandato. Designeime, por isso, para sua formalização, o que faço transcrevendo na íntegra, a seguir, o relatório e o voto por ele entregues, aos quais é acrescido o voto vencedor, elaborado pelo Conselheiro Robson José Bayerl. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por BANCO ALFA DE INVESTIMENTO S.A, em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP1), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada. De acordo com a descrição dos fatos, referese o presente processo a auto de infração, lavrado para a constituição de créditos tributários de contribuição para o Programa de Integração Social – PIS dos fatos geradores ocorridos entre 01/01/2007 e 31/12/2010 (fls. 221 a 233). No termo de verificação de infração (fls. 211 a 220), relata a fiscalização que o contribuinte em epígrafe é instituição financeira pertencente ao grupo de pessoas jurídicas referidas no §1º do art. 22 da Lei nº 8.212/91, estando sujeita à tributação pelo PIS nos termos estabelecidos pela Lei nº 9.718/98. O acórdão da decisão de primeira instância, que julgou a impugnação apresentada pelo contribuinte, restou lavrado com a seguinte ementa (ff. 344/355): “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2010 BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO §1º DO ART. 3º DA LEI Nº 9.718/98. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. As receitas operacionais decorrentes das atividades do setor financeiro (serviços bancários e intermediação financeira) são classificadas como receitas de serviços para fins tributários, estando sujeitas à incidência da contribuição para o PIS na forma dos artigos 2º e 3º da Lei nº 9.718/98. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/10/2010 PRODUÇÃO DE PROVAS APÓS A IMPUGNAÇÃO. PROTESTO GENÉRICO. Há que ser indeferido o protesto genérico pela produção de provas, face ao não atendimento das condições previstas no art. 16 do Decreto nº 70.235/72. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2010 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA. Nos casos de lançamento de ofício, será aplicada multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de Fl. 395DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/07/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 08/07/2 015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 16327.720059/201217 Acórdão n.º 3401002.633 S3C4T1 Fl. 3 3 pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Intimado da decisão da instância a quo, em 13/02/2013, conforme faz Aviso de Recebimento da ECT de fls. 361, o Recorrente interpôs, tempestivamente, o Recurso Voluntário (fls. 362/377), alegando, em síntese, que: Alega que a incidência da contribuição ao PIS sobre receitas financeiras auferidas pelo recorrente foi definitivamente afastada por meio do Mandado de Segurança nº 000793168.2000.4.03.6100, que reconheceu a inconstitucionalidade da modificação da base de cálculo do PIS nos moldes do artigo 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Sustenta que muito embora a matéria em debate seja de direito, e não de fato, é impositiva a reforma do acórdão a fim de que seja assegurado o direito de produção de todas as provas em direito admitidas, inclusive para fins de realização de diligência ou de perícia, sob pena de frontal ofensa ao princípio da verdade material. Sustenta também que o Judiciário decidiu de forma definitiva naquele processo ao declarar que o recorrente tem o direito de recolher a contribuição ao PIS de acordo com a Lei 9.715/98, não podendo a Fazenda, em sede administrativa, conferir interpretação diversa à decisão em julgado, ou pretender restringir seu alcance. Afirma ainda que há impossibilidade de exigência de multa, isso porque o suposto não recolhimento da contribuição somente teria decorrido de mera dúvida do recorrente quanto à interpretação e alcance da decisão judicial transitada em julgado. Assim, estaria afastada a aplicação de qualquer tipo de penalidade, a teor do disposto no art. 100, § único, do Código Tributário Nacional. Não tendo havido contrarrazões por parte da Fazenda Nacional, os autos foram remetidos a este Colegiado para apreciação do Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e presentes se encontram os demais requisitos para a sua admissibilidade, razão pela qual dele eu conheço. DA COISA JULGADA MATERIAL Observase no presente caso que a matéria trazida na autuação em comento já foi devidamente decidida nos autos do Mandado de Segurança nº 000793168.2000.4.03.6100, Fl. 396DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/07/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 08/07/2 015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 4 que acolheu a tese da recorrente de que as receitas financeiras não se incluem na receita bruta de vendas de bens e prestação de serviços. Não obstante isso, analisando as decisões trazidas pela recorrente, observase, hialinamente, que o juízo do mandado de segurança enfrentou a questão relacionada á exclusão das receitas financeiras da base de cálculo da contribuição ao PIS, conforme se observa: “Não aceito o argumento ventilado por vertente fiscalista – preocupada exclusivamente em imprimir ao Direito Tributário uma concepção justificadora da atividade arrecadadora do Estado, digase, ´em passant´ e que procura incluir no conceito de faturamento receitas financeiras, até porque se o legislador providenciou através da Emenda Constitucional nº 20 alteração do inciso I do artigo 195 da Constituição Federal, para incluir o termo ´receita´, fêlo a partir da certeza consolidada nos tribunais de que receita e faturamento não se equivalem, não são sinônimos” Ressaltase, outrossim, que a própria apelação apresentada pela Fazenda Nacional sustenta que as receitas financeiras devem ser incluídas na base de cálculo da contribuições em comento. Não há como negar que a decisão judicial, devidamente transitada em julgado, abarcou a tese de exclusão das receitas financeiras para o cálculo da PIS e da Confins, sendo que a autuação, na forma em que foi elaborada pela fiscalização, vai frontalmente contra com o quanto decidido pelo Supremo Tribunal Federal no caso concreto. Ora, a coisa julgada é um princípio norteador do Estado Democrático de Direito e está inserida no artigo 5º da Constituição Federal, em seu inciso XXXVI, que dispõe, in verbis: “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. Segundo a Carta Magna, a coisa julgada é um direito fundamental e uma garantia constitucional, não podendo ser alterada pela lei, nem pelo Juiz, e, por se tratar de um direito fundamental, não é passível de modificação nem mesmo por meio de emenda constitucional, de acordo com o disposto no artigo 60, inciso IV da Constituição Federal de 1988. Seu fundamento é não permitir que se volte a decidir acerca das questões já decididas pelo Poder Judiciário, a fim de se conferir segurança às relações jurídicas, e paz na convivência social, evitando a perpetuação e a eternização dos conflitos. Destarte, não poderia a fiscalização, tampouco pode este Conselho Administrativo, desrespeitar decisão emanada pelo Poder Judiciário, por violar a própria Constituição Federal. Assim, entendo que razão assiste à recorrente, tendo a autuação realizada pela fiscalização desconsiderado a coisa julgada material no Mandado de Segurança nº 000793168.2000.4.03.6100. CONCLUSÃO Dado o exposto, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário e no mérito darlhe provimento. Fernando Marques Cleto Duarte – Relator Fl. 397DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/07/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 08/07/2 015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 16327.720059/201217 Acórdão n.º 3401002.633 S3C4T1 Fl. 4 5 Voto Vencedor Conselheiro Robson José Bayerl, Redator Designado. A divergência ora deduzida, com as vênias de praxe, reside no cumprimento dos requisitos de admissibilidade para conhecimento de parcela do recurso voluntário. Distintamente da conclusão do eminente Conselheiro Relator, entendo que a questão meritória a ser apreciada, atinente à definição do alcance da coisa julgada em relação ao lançamento sob vergasta, foi novamente deduzida perante o Poder Judiciário. Destarte, segundo noticiou o próprio recorrente, por intermédio de memoriais entregues em sessão de julgamento, foi interposta reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, tombada sob o nº 16.244/SP, questionando o descumprimento da coisa julgada formada nas decisões proferidas nos autos do MS 000793168.2000.4.03.6100 (numeração antiga 2000.61.00.0079316). Em consulta ao aludido processo judicial (RCL n° 16.244), melhor dizendo, à decisão proferida em sede cautelar pelo Min. Celso de Mello, verifico que o motivo de seu patrocínio foi o indeferimento do levantamento das quantias depositadas no bojo da ação judicial respectiva, bem assim, a possibilidade de conversão dos aludidos depósitos judiciais em renda da União, como se extrai das seguintes passagens da decisão cautelar, referenciando à petição inicial da reclamação: “(...) o E. Ministro Joaquim Barbosa deu provimento ao Recurso Extraordinário n. 468.4985, decisão esta que acolheu integralmente o pedido inicial dos ora Reclamantes e transitou em julgado em 26 de outubro de 2006. 34. Ocorre que, quando do cumprimento da decisão passada em julgado, a Fazenda Nacional discordou do levantamento dos valores depositados nos autos principais, em nítida afronta à coisa julgada, bem como à autoridade das decisões proferidas por essa C. Corte Suprema. A v. decisão objeto da presente reclamação, ao incluir as receitas financeiras no termo faturamento, perpetrou grave ofensa à coisa julgada – r. decisão desse C. STF no RE 468.4985. 35. Com efeito, a coisa julgada consiste em garantia fundamental e está assegurada no artigo 5°, inciso XXXVI, da Constituição Federal. Por essa razão, a decisão passada em julgado é inalterável e tem força de lei entre as partes que participaram da demanda. …................................................................................................... 41. Desse modo, com o intuito de assegurar a observância da coisa julgada material, bem como da autoridade das decisões proferidas por esse C. STF, os Reclamantes requerem seja reconhecido o descumprimento da r. decisão do Exmo. Relator do Recurso Extraordinário n. 468.4985 pela r. decisão nos autos do Mandado de Segurança nº 000793168.2000.403.6100 – entendimento não alterado pelo Agravo de Instrumento n° 003150305.2009.4.03.0000 –, no qual poderá ser determinada a qualquer momento a conversão em renda da União da quase totalidade dos valores depositados pelos Reclamantes. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/07/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 08/07/2 015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 6 …................................................................................................... 48. Ante o exposto, Eminente Ministro Relator, os Reclamantes requerem se digne Vossa Excelência deferir o pedido liminar de suspensão da r. decisão reclamada, determinando a sustação de qualquer ato tendente a promover a conversão em renda da União dos valores depositados pelos Reclamantes no Mandado de Segurança nº 000793168.2000.403.6100, nos termos dos artigos 14, inciso II, da Lei n° 8.038/90 e 158 do Regimento Interno desse C. STF.” A pretensa afronta à coisa julgada estaria consubstanciada no seguinte entendimento do juízo reclamado, ainda segundo a decisão cautelar: “A pretensão da impetrante de afastar do conceito de faturamento as receitas operacionais relacionadas à intermediação financeira, isto é, as derivadas do exercício da atividade empresarial por ela desenvolvida não foi expressamente autorizada pelas decisões transitadas em julgado nem tampouco foi objeto de pedido explicito na inicial. Com efeito, na petição inicial, a impetrante alude ao conceito de faturamento como de receita bruta de venda de ‘mercadorias e serviços’ e insurgese contra a expansão desse conceito para ‘totalidade de receitas’ mencionada no § 1° do artigo 3° da Lei 9.718/98; porém, não houve pedido expresso de que tal conceito de faturamento também deveria excluir as receitas operacionais decorrentes do exercício do objeto social da empresa, como é caso das decorrentes da intermediação financeira. Embora, aluda, de passagem e sem maiores detalhes, à exclusão de receitas de operações financeiras, não é possível inferir de tal referência genérica a conclusão de que estariam protegidas pela coisa julgada as receitas de intermediação financeira, visto que não existe coisa julgada implícita.” Como denota o relatório deste aresto, o cerne da discussão travada nesta oportunidade, na esfera administrativa, é justamente definir se a receita da intermediação financeira estaria ou não alcançada pelo conceito de faturamento, a teor do art. 3º da Lei nº 9.718/98, e, nesta condição, ao abrigo ou não da decisão judicial passada em julgado. Ocorre que, como demonstrado, esta questão foi devolvida à apreciação judicial através da aludida Reclamação nº 16.244/SP. Assim, entendo que há concomitância de discussões entre as esferas administrativa e judicial, devendose reconhecer a incontestável prevalência desta última, em razão do monopólio constitucional da jurisdição, ex vi do art. 5º, XXXV da CF/88, incidindo na espécie o enunciado da Súmula CARF nº 1. Na lição de Marinoni e Arenhart1, os recursos, aí incluídos os administrativos, por aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, devem observar determinados requisitos como etapa necessária à sua admissibilidade e conseqüente exame de mérito da(s) matéria(s) deduzida(s), podendo ser arrolados como tais a regularidade formal, o cabimento, o interesse recursal, a tempestividade, a legitimidade e a inexistência de fatores extintivos ou impeditivos do direito de recorrer ou do seguimento do recurso, incluindose neste último grupo a desistência, configurada na opção pela via judicial. É inegável que a decisão final proferida na Reclamação nº 16.244/SP, qualquer que seja o entendimento firmado, vinculará as autoridades administrativas, sejam elas julgadoras ou simplesmente executoras, e influenciará diretamente o auto de infração albergado neste feito administrativo, de modo que o recurso voluntário sub examine não deve ser 1 Marinoni, Luiz Guilherme; e Arenhart, Sérgio Cruz. Manual do processo de conhecimento. 4ª edição revista e ampliada. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. Pág. 515/519. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/07/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 08/07/2 015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 16327.720059/201217 Acórdão n.º 3401002.633 S3C4T1 Fl. 5 7 conhecido no que diz respeito à qualificação das receitas de intermediação financeira como faturamento, à luz do art. 3º da Lei nº 9.718/98 e da decisão judicial respectiva. É como voto. Robson José Bayerl Fl. 400DF CARF MF Impresso em 09/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/07/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 08/07/2 015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 09/07/2015 por ROBSON JOSE BAYERL
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Numero do processo: 11831.000669/2003-96
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/08/1989 a 31/03/1992
Julgamento de Pedido de Compensação Segundo os Trâmites do Decreto nº 70.23/72. Condições. A aplicação do rito do Decreto nº 70.235, de 1972 a declarações de compensação não homologadas, dentre outras condições, depende da apresentação de manifestação de inconformidade no prazo de 30 dias, contados da data de ciência do despacho decisório.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3102-01.624
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em não tomar conhecimento do recurso voluntário.
Nome do relator: Luis Marcelo Guerra de Castro
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Condições. A aplicação do rito do Decreto nº 70.235, de 1972 a declarações de compensação não homologadas, dentre outras condições, depende da apresentação de manifestação de inconformidade no prazo de 30 dias, contados da data de ciência do despacho decisório. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em não tomar conhecimento do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Elias Fernandes Eufrásio, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Relatório Tratase de recurso voluntário manejado em desfavor de despacho decisório exarado pela Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo (Derat), AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 83 1. 00 06 69 /2 00 3- 96 Fl. 676DF CARF MF Impresso em 23/05/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 11831.000669/200396 Acórdão n.º 3102001.624 S3C1T2 Fl. 636 2 por meio do qual aquela unidade preparadora deixou de homologar as compensações realizadas pela recorrente, em razão de suposta insuficiência dos créditos. Conforme se extrai da representação à fl. 02 (numeração digital), o presente processo foi instaurado com a finalidade de acompanhar a regularidade das compensações promovidas em razão de decisão judicial exarada nos autos da Ação Ordinária nº 96.0023536 8. À fl. 34 (numeração digital), foi anexada petição recepcionada em 01/06/2006, em que o Contribuinte insurgese contra cobrança de diferenças relativas às compensações processadas em razão de provimento obtido nos autos da já citada ação ordinária, transitada em julgado, argumentando que tais compensações teriam sido homologados por meio do processo 13804.002261/200573. Em 05/06/2006, a Autoridade Preparadora elabora a Intimação nº 95, de 2006, colacionada à fl. 185 (numeração digital), requerendo a apresentação dos DARF relativos ao período recolhido em montante superior ao devido, além do detalhamento dos débitos de Cofins compensados com base em tais créditos. Em resposta, no dia 21/06/2006, comparece o Contribuinte ao processo para, essencialmente, reafirmar as alegações suscitadas por ocasião da apresentação da petição apresentada em 01/06/20061. Por meio do despacho às fls. 258 a 268 (numeração digital), aduz o Fisco que os créditos reconhecidos judicialmente seriam insuficientes para promover a extinção dos débitos. A recorrente tomou ciência de tal despacho em 15/08/2006, conforme termo consignado na folha final do despacho. Em 02/10/2006, é apresentada nova petição, denominada impugnação, na qual o contribuinte se insurge contra tal despacho, alegando, em síntese, que a insuficiência dos créditos decorreria de falha nos cálculo procedidos pelo Fisco, que deixara de considerar os cognominados “expurgos inflacionários” 2. Posteriormente, em 19/12/2007, é apresentada petição por meio da qual é pleiteada a suspensão da exigibilidade do crédito3. Na mesma data, é elaborada informação em que a Autoridade de Jurisdição faz menção ao despacho decisório às fls. 258 a 268, reafirma a higidez dos critérios empregados pelo Fisco, rejeita o pedido do sujeito passivo e propõe que o processo retome seu andamento4. O contribuinte tomou ciência deste segundo despacho em 28/12/2007, conforme termo de ciência consignado em sua folha final. Consta ainda dos autos a Comunicação nº 147, datada de 10 de janeiro de 2008, colacionada à fl. 338 (numeração digital), a autoridade registra que, em razão da sua apresentação intempestiva, a petição apresentada em 02/10/2006 não seria recebida como manifestação de inconformidade, principalmente em razão de que não teria sido suscitada sua tempestividade. 1 Doc. à fl. 188 (numeração digital) 2 Doc. às fls. 267 e seguintes (numeração digital) 3 Doc. às fls. 302 e seguintes (numeração digital) 4 Doc. às fls. 322 e 323 (numeração digital) Fl. 677DF CARF MF Impresso em 23/05/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 11831.000669/200396 Acórdão n.º 3102001.624 S3C1T2 Fl. 637 3 Embora cronologicamente anterior, provavelmente em razão de sua juntada posterior, às fls. 340 a 639, encontramse colacionada petição denominada “recurso voluntário”, entregue naquele órgão de jurisdição em 28/12/2007. O despacho que remete recurso aos Conselhos de Contribuintes afirma que seu encaminhamento decorreria de insistência do requerente. É o Relatório. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Não vejo como tomar conhecimento do recurso voluntário pois, a meu ver, não há litígio a ser enfrentado. De fato, como é cediço, no § 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 19965, incluído pela Lei nº 10.833, de 2003, determina que a manifestação de inconformidade apresentada no prazo do parágrafo 7º6 e nos termos do parágrafo 9º7 desse mesmo art. 74, deverá ser analisada segundo os trâmites do Decreto nº 70.235, de 1972. Em sentido contrário, se não forem observados os trâmites procedimentais fixados na lei, evidentemente, não se instaura o litígio tributário disciplinado no Decreto nº 70.235, de 1972, máxime quando o impugnante ou recorrente não traz a este Colegiado 5 § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) 6 § 7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. 7 § 9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. Fl. 678DF CARF MF Impresso em 23/05/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 11831.000669/200396 Acórdão n.º 3102001.624 S3C1T2 Fl. 638 4 qualquer fundamento que contraponha a acusada perda de prazo para apresentação de manifestação de inconformidade. Ausente a manifestação de inconformidade, por consequência lógica, não há que se falar em recurso voluntário, razão pela qual voto no sentido de não conhecêlo. Sala das Sessões, em 25 de setembro de 2012 Luis Marcelo Guerra de Castro Fl. 679DF CARF MF Impresso em 23/05/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/05/2013 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 10480.720102/2010-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006
CSLL. PRESTADORA DE SERVIÇO TEMPORÁRIO. RECEITA BRUTA. COMPOSIÇÃO.
Constitui receita bruta da empresa prestadora de serviço temporário, base para cálculo do lucro presumido, a totalidade dos valores recebidos da empresa tomadora do serviço.
Numero da decisão: 1401-001.352
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Presidente para Formalização do Acórdão
(assinado digitalmente)
Fernando Luiz Gomes de Mattos - Relator
Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 04/09/2015.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos.
Nome do relator: FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2006 CSLL. PRESTADORA DE SERVIÇO TEMPORÁRIO. RECEITA BRUTA. COMPOSIÇÃO. Constitui receita bruta da empresa prestadora de serviço temporário, base para cálculo do lucro presumido, a totalidade dos valores recebidos da empresa tomadora do serviço.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura - Presidente para Formalização do Acórdão (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos - Relator Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 04/09/2015. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006 CSLL. PRESTADORA DE SERVIÇO TEMPORÁRIO. RECEITA BRUTA. COMPOSIÇÃO. Constitui receita bruta da empresa prestadora de serviço temporário, base para cálculo do lucro presumido, a totalidade dos valores recebidos da empresa tomadora do serviço. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Presidente para Formalização do Acórdão (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator Considerando que o Presidente à época do Julgamento não compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, e as atribuições dos Presidentes de Câmara previstas no Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF), a presente decisão é assinada pelo Presidente da 4ª Câmara/1ª Seção André Mendes de Moura em 04/09/2015. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Sergio Luiz Bezerra Presta, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 72 01 02 /2 01 0- 23 Fl. 243DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto e transcrevo o relatório constante da decisão de piso, fls. 178: Tratase de autos de infração do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ (fls. 03 a 05) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls. 12 a 15), lavrados para formalização e exigência de crédito tributário no montante de R$ 5.847.608,75. 2. De acordo com o Termo de Verificação e Encerramento de Ação Fiscal (fls. 142 a 145), as receitas brutas informadas na DIPJ do ano objeto da autuação, bases para apuração do lucro presumido trimestral, o foram em valores menores do que as escrituradas na contabilidade. 3. Apresentouse impugnação (fl. 175) contrapondose, em síntese, o lançamento mereceria reparos, pois que as receitas brutas, bases para apuração do lucro, seriam de fato as consignadas na DIPJ. Os valores acrescentados pela fiscalização tratarseia de ressarcimento, não pertencendo à empresa. A sua tributação, assim, dado que não agregaria riqueza, encontraria “proibição no princípio da capacidade contributiva”. A 3ª Turma da DRJ Recife, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação, por meio de Acórdão que recebeu a seguinte ementa, fls. 177: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas são incompetentes para apreciar arguições de inconstitucionalidade de lei, tarefa privativa do Poder Judiciário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006 CSLL. PRESTADORA DE SERVIÇO TEMPORÁRIO. RECEITA BRUTA. COMPOSIÇÃO. Constitui receita bruta da empresa prestadora de serviço temporário, base para cálculo do lucro presumido, a totalidade dos valores recebidos da empresa tomadora do serviço. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 4 3 Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada do referido Acórdão em 08/02/2013 (fls. 190), a contribuinte apresentou em 07/03/2013 o recurso voluntário de fls. 192214, basicamente reiterando os argumentos apresentados na fase impugnatória. É o relatório. Fl. 245DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator O recurso atende aos requisitos legais, razão pela qual deve ser conhecido. Tratase de autuação decorrente da adição à receita bruta tributável, declarada na DIPJ do anocalendário objeto do presente lançamento, de valores escriturados a título de “ressarcimento de clientes”. No entender do Fisco, tais valores também se tratariam de receitas tributáveis. Em sua defesa, repetindo o que foi alegado na fase impugnatória, a recorrente sustentou que a atividade da empresa consistiria em agenciar mãodeobra especializada, por tempo determinado, para outras empresas, conforme previsto pelo art. 2º da Lei nº 6.019, de 1974, e art. 2º do Decreto nº 73.841, também de 1974. No entender da recorrente, não obstante a existência de contrato entre a empresa de trabalho temporário e o trabalhador temporário, a remuneração deste último seria de responsabilidade do tomador de serviços, sendo a recorrente “mera repassadora” de valores aos trabalhadores temporários. A decisão de piso assim resumiu as razões de defesa da pessoa jurídica autuada, fls. 179: 6.3 – Da leitura do art. 9º da Lei nº 6.019, de 1974, restaria evidente que as verbas trabalhistas e demais encargos sociais dos trabalhadores temporários não seriam de responsabilidade da empresa de trabalho temporário e, por conseguinte, não fariam parte de sua receita. Os salários e respectivos encargos recebidos e repassados pela empresa “somente transitam pela sua conta, não lhes pertencendo”. 6.4 – O seu campo de atuação consistiria na seleção, recrutamento e agenciamento de mãodeobra temporária especializada para terceiros, pelo que auferiria remuneração específica, “consistente na taxa de agenciamento ou de administração pactuada de forma específica e em separado das demais quantias a ela repassadas”. Somente a taxa de agenciamento ou administração poderia ser considerada como receita tributável da empresa. 6.5 – A incidência do IRPJ e da CSLL pressuporia acréscimo patrimonial, de maneira que somente as rubricas que representam, de forma efetiva, “agregação patrimonial do contribuinte” poderiam ser levadas em consideração para a delimitação das respectivas bases de cálculo, particularidade que encontraria guarida no inciso III do art. 153 da Constituição Federal e no art. 43 do CTN. Fl. 246DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 6 5 6.6 – A incidência de tributo sob a base de cálculo eleita pela fiscalização macularia diversos “postulados de direito tributário”, em especial o da capacidade contributiva, positivado no § 1º do art. 145 da Constituição Federal. Não devem prosperar as alegações da recorrente. Nos termos da legislação em vigor, as empresas de trabalho temporário não podem ser consideradas como simples intermediárias num contrato de trabalho firmado entre terceiros. Na realidade, as empresas de trabalho temporário, tal como a recorrente, assumem a condição de verdadeira empregadora. Como tal, as referidas empresas devem possuir capacidade econômica para suportar os encargos salariais decorrentes. Registrese, por oportuno, que no momento da obtenção do registro de funcionamento de empresas desta natureza, lhe é exigida a inequívoca comprovação de solidez (ou seja, demonstração de capacidade econômica para suportar os encargos salariais dos empregados que pretende admitir). Sobre o tema, é suficientemente claro o inteiro teor do art. 6º da Lei nº 6.019, de 1974, o qual claramente exige que a empresa de trabalho temporário, independentemente da tomadora dos serviços, deve ter capacidade de solver os encargos salariais que lhe competirem: Art. 6º O pedido de registro para funcionar deverá ser instruído com os seguintes documentos: [...] b) prova de possuir capital social de no mínimo quinhentas vezes o valor do maior salário mínimo vigente no País; A legislação de regência deixa claro, também, que nos contratos de trabalho em questão figuram, de um lado, os trabalhadores como credores e, de outro, a empresa de trabalho temporário como devedora. A pessoa jurídica tomadora dos serviços temporários não figura como parte no aludido contrato. Sobre o tema, é suficientemente clara a redação constante do art. 8º do Decreto nº 73.841, de 1974: Art. 8º Cabe à empresa de trabalho temporário remunerar e assistir os trabalhadores temporários relativamente aos seus direitos, consignados nos artigos 17 a 20 deste Decreto. Ao apreciar esta questão, concluiu com bastante clareza e objetividade a decisão de piso, fls. 180 (incluindo transcrição de notas de rodapé): 11. De maneira que, além dos serviços de intermediação, é inelutável a referida empresa é responsável pelo vínculo empregatício com o trabalhador temporário. Em conseqüência, deve ela reconhecer como receita, além do valor da taxa de Fl. 247DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 7 6 administração (agenciamento ou intermediação), também os valores recebidos da tomadora para pagamento dos salários e encargos sociais. 12. Os referidos valores podem, de fato, ser abatidos como custo quando se apura lucro real1. Acontece todavia no caso em questão a empresa optou pelo Lucro Presumido, sistemática em que o lucro é apurado pela aplicação de percentual à receita bruta2, que, de forma implícita, já alberga os custos e demais encargos. [...] [...] _______________________________________________ 1 O questionamento acerca da existência de acréscimo patrimonial não é pertinente quanto se apura lucro presumido. É consabido, nessa sistemática apurase (presumese) a base de cálculo grosso modo o lucro, o acréscimo patrimonial por meio da aplicação de índices à Receita Bruta conhecida. A perscrutação do lucro efetivo é própria da sistemática de apuração do Lucro Real, que, inclusive, não prescinde de escrituração de livros contábeis e fiscais . 2 O conceito de receita bruta para apuração do IRPJ segundo o Lucro Presumido, de acordo com o art. 519 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99, está definido no art. 224 do mesmo Regulamento, cuja matriz legal é o art. 31 da Lei nº 8.981/1995: Art. 224. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei nº 8.981, de 1995, art. 31). Cumpre registrar que é farta a jurisprudência administrativa em sentido contrário ao que foi postulado pela recorrente, conforme se observa por meio dos seguintes precedentes (já mencionados no voto condutor da decisão de piso): Acórdão CC nº 10707388, sessão de 16/10/2003 IRPJ – LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA – TRIBUTAÇÃO. Improcede a alegação de que o valor a ser submetido à tributação seria apenas a parcela correspondente à taxa de administração percebida pela intermediação no fornecimento da mãodeobra demandada em caráter temporário, devendo compor a base imponível o montante recebido da locatária, apropriandose os custos respectivos, se for o caso, de conformidade com a legislação do tributo. Acórdão CC nº 20216324, sessão de 17/05/2005 Fl. 248DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 8 7 COFINS. PRESTADORA DE SERVIÇO TEMPORÁRIO. RECEITA BRUTA. COMPOSIÇÃO. Constitui receita bruta da empresa prestadora de serviço temporário a totalidade dos valores recebidos da empresa tomadora do serviço, a qual é meramente cliente daquela, inexistindo qualquer relação jurídica entre a tomadora do serviço e o trabalhador temporário. A discriminação, em contrato, das parcelas que compõem o valor total da prestação de serviço temporário não são oponíveis ao conceito de receita bruta estatuído na legislação tributária. Recurso negado. Acórdão CC nº 20310408, sessão de 13/09/2005 COFINS. BASE DE CÁLCULO. EMPRESA DE TRABALHADOR TEMPORÁRIO. VALORES RELATIVOS AO CUSTO COM MÃODEOBRA. NÃOEXCLUSÃO. Nas empresas de trabalho temporário, fornecedoras de mãode obra, as despesas com pessoal não podem ser excluídas da base de cálculo da COFINS, sendo o faturamento dado pela soma dos valores totais das faturas/notas fiscais de serviços emitidas por essas empresas. NOTA FISCAL/FATURA. PREÇO DOS SERVIÇOS PRESTADOS. A nota fiscal/fatura representa o valor dos serviços prestados pelo emitente ao seu destinatário, no valor da importância total nela consignada. Recurso negado. Registrese, por oportuno, que também a jurisprudência judicial caminha neste mesmo sentido, conforme revelam os seguintes Acórdãos prolatados pelo Superior Tribunal de Justiça (todos transcritos na decisão de piso): STJ, REsp 954719 / SC. Data do Julgamento 13/11/2007. Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA. SALÁRIOS E ENCARGOS PAGOS AOS TRABALHADORES CEDIDOS. INCIDÊNCIA. 1. O faturamento, entendido como receita bruta obtida por meio das vendas de mercadorias e de serviços de qualquer natureza, constitui a base de cálculo do PIS e da COFINS. 2. No caso de empresas de intermediação de mãodeobra, os valores recebidos dos tomadores de serviços ingressam no caixa do empresário, por direito próprio, em face do exercício do seu objeto social (locação de mãodeobra), correspondendo ao seu faturamento. 3. Diante da ausência de previsão legal, os salários e os encargos sociais que a empresa locadora de mãodeobra desembolsa em razão das pessoas que coloca à disposição do Fl. 249DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 9 8 tomador de serviços não podem ser excluídos do âmbito de incidência das Contribuições Sociais sobre o faturamento. 4. Recurso Especial provido. STJ, REsp 847641 / RS. Data do Julgamento 25/03/2009. Rel. Ministro LUIZ FUX TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. "FATURAMENTO" E "RECEITA BRUTA". LEI COMPLEMENTAR 70/91 E LEIS 9.718/98, 10.637/02 E 10.833/03. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO QUE OBSERVA REGIMES NORMATIVOS DIVERSOS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃODE OBRA TEMPORÁRIA (LEI 6.019/74). VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. [...] 13. Os princípios que norteiam a eficácia da lei no tempo indicam que, nas demandas que versem sobre fatos jurídicos tributários anteriores à vigência das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, revelase escorreito o entendimento de que a base de cálculo do PIS e da COFINS (faturamento mensal/receita bruta), devidos pelas empresas prestadoras de serviço de fornecimento de mãodeobra temporária, regidas pela Lei 6.019/74, contempla o preço do serviço prestado, "nele incluídos os custos da prestação, entre os quais os encargos trabalhistas e previdenciários dos trabalhadores para tanto contratados" (Precedente da Primeira Turma acerca da base de cálculo do ISS devido por empresa prestadora de trabalho temporário: Resp 982.952/RS, Rel. Originário Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 02.10.2008, DJ 16.10.2008). [...] 15. Conseqüentemente, a conjugação do regime normativo aplicável e do entendimento jurisprudencial acerca da composição do preço do serviço prestado pelas empresas fornecedoras de mãodeobra temporária, conduz à tese inarredável de que os valores destinados ao pagamento de salários e demais encargos trabalhistas dos trabalhadores temporários, assim como a taxa de administração cobrada das empresas tomadoras de serviços, integram a base de cálculo do PIS e da COFINS a serem recolhidas pelas empresas prestadoras de serviço de mãodeobra temporária (Precedente oriundo da Segunda Turma do STJ: REsp 954.719/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 13.11.2007). Por fim, cumpre analisar as alegações da recorrente acerca de eventual inconstitucionalidade, consubstanciada na inobservância de princípios tributários da capacidade contributiva, razoabilidade e nãoconfisco, dentre outros. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS Processo nº 10480.720102/201023 Acórdão n.º 1401001.352 S1C4T1 Fl. 10 9 Sobre o tema, cumpre destacar o disposto no art. 26A do Decreto nº 70.235/72: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Neste mesmo sentido, devese considerar o inteiro teor da Súmula CARF nº 2, verbis: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Fl. 251DF CARF MF Impresso em 09/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 4/09/2015 por ANDRE MENDES DE MOURA, Assinado digitalmente em 01/09/2015 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
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Numero do processo: 13983.000081/00-74
Turma: Quarta Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Nov 18 00:00:00 UTC 2009
Data da publicação: Fri Jul 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI PARA DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. LEI N º 9.363/96.
A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13/12/96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/02-01.336).
Recurso Especial do Contribuinte Provido.
Numero da decisão: 9303-000.459
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI das aquisições de pessoas físicas e de cooperativas. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Gilson Macedo Rosenburg Filho, José Adão Vitorino de Morais e Carlos Alberto Freitas Barreto (Relator), que negavam provimento. A Conselheira Susy Gomes Hoffmann declarou-se impedida de votar.
Carlos Alberto Freitas - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Dalton Cesar Cordeiro de Miranda, José Adão Vitorino de Morais, Maria Teresa Martínez López, Leonardo Siade Manzan e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI PARA DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. LEI N º 9.363/96. A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13/12/96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/02-01.336). Recurso Especial do Contribuinte Provido.
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LEI N º 9.363/96. A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13/12/96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/0201.336). Recurso Especial do Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI das aquisições de pessoas físicas e de cooperativas. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Gilson Macedo Rosenburg Filho, José Adão Vitorino de Morais e Carlos Alberto Freitas Barreto (Relator), que negavam provimento. A Conselheira Susy Gomes Hoffmann declarouse impedida de votar. Carlos Alberto Freitas Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 3. 00 00 81 /0 0- 74 Fl. 252DF CARF MF Impresso em 10/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13983.000081/0074 Acórdão n.º 9303000.459 CSRFT3 Fl. 253 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Dalton Cesar Cordeiro de Miranda, José Adão Vitorino de Morais, Maria Teresa Martínez López, Leonardo Siade Manzan e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Versam os autos sobre pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, de que trata a Lei 9.363/1996. A Câmara recorrida negou provimento ao recurso voluntário, não reconhecendo, dentre outros, o direito à inclusão, na base de cálculo do incentivo, do valor pertinente às matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagem adquiridos de não contribuintes, mais especificamente, de pessoas físicas e cooperativas. A Contribuinte recorreu desse decisum, sendolhe dado seguimento, apenas, quanto à matéria relativa às aquisições de pessoas físicas e cooperativas, segundo Despacho de fls. 213/215. Devidamente cientificada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, sendo os autos encaminhados a esta Câmara Superior. O julgamento deste recurso tem como paradigma o Recurso nº 223.228, julgado na sessão imediatamente anterior a esta, sendolhe aplicada a mesma tese daquele julgado, nos termos do art. 47 do anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Em apertada síntese, este é o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator O recurso merece ser conhecido por ser tempestivo e atender aos pressupostos de admissibilidade previstos no Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Não obstante, pessoalmente, defenda o entendimento de que o direito ora em discussão não deva ser reconhecido, este voto segue as disposições do § 2º, in fine, do art. 47 do anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Para tanto, adoto a tese do julgamento do recurso nº 223.228, paradigma para o caso em discussão, na parte relativa à inclusão, na base de cálculo do crédito presumido, do valor das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagem adquiridos de pessoas físicas e de cooperativas. “Para melhor elucidar a questão, mister transcreverse o dispositivo que criou referido benefício para fomento das exportações, qual seja, o art. 1º, da Lei n.º 9.363/96: Fl. 253DF CARF MF Impresso em 10/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13983.000081/0074 Acórdão n.º 9303000.459 CSRFT3 Fl. 254 3 Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Pois bem, o objetivo da lei é bastante claro: desonerar a carga tributária do PIS e da Cofins, incidentes em cascata, nas mercadorias destinadas à exportação. Aliás, declinado objetivo veio expresso na Exposição de Motivos da Lei nº 9.363/96. Tratase da Exposição de Motivos nº 120, de 23 de março de 1995, confirmada pela Mensagem nº 175, do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, que precedeu a MP nº 948, que assim verbera: A Medida Provisória n.º 905, de 21 de fevereiro de 1995, dispôs sobre a desoneração fiscal da COFINS e PIS/PASEP incidente sobre os insumos, objetivando possibilitar a redução dos custos e o aumento da competitividade dos produtos brasileiros exportados, dentro da premissa básica da diretriz política do setor, no sentido de que não se deve exportar tributos. Em seu elemento motriz, a proposta em comento dispunha que sobredita desoneração deveria ser feita mediante ressarcimento em dinheiro desses encargos a favor do exportador nacional. 2. Sendo as contribuições da COFINS e PIS/PASEP incidentes em cascata, sobre todas as etapas do processo produtivo, parece mais razoável que a desoneração corresponda não apenas à última etapa do processo produtivo, mas sim às duas etapas antecedentes, o que revela que a alíquota a ser aplicada deve ser elevada para 5,37%, atenuando ainda mais a carga tributária incidente sobre os produtos exportados, e se revelando compatível com a necessidade de ajuste fiscal. (Grifouse) Ora, a redação não permite devaneios. Negar o crédito sob a argumentação de que não incidiu PIS e Cofins na última etapa de produção, ou representa desconhecimento da lei, ou uma tentativa falaciosa de negar o crédito a que o contribuinte tem direito. Note que a própria Exposição de Motivos diz que foram consideradas as últimas DUAS etapas do processo produtivo. É exatamente por isso que se fixou uma alíquota de 5,37%, pois representa a carga tributária das mencionadas contribuições nas duas últimas etapas do processo produtivo (1,0265)² – 1= 0,0537 ou 5,37%. Fl. 254DF CARF MF Impresso em 10/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13983.000081/0074 Acórdão n.º 9303000.459 CSRFT3 Fl. 255 4 Por fim, cabe frisar que, mais uma vez a lei é cristalina quanto à base de cálculo do incentivo. Senão vejamos: Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. (Grifo nosso) Ora, é evidente que o termo “valor total” não comporta nenhuma exclusão. Caso contrário, não seria valor total! Não é preciso maiores delongas para chegarse à conclusão, portanto, de que as exclusões previstas nas IN’s SRF nºs 23 e 103, ambas de 1997, são absolutamente ilegais, pois somente a lei, strictu sensu, poderia prever tais exclusões; jamais uma norma complementar, consoante art. 100, I, do CTN. Frisese, ainda, que a Egrégia Segunda Turma já solucionou a matéria de forma acertada e definitiva, consoante demonstra a ementa do Aresto abaixo transcrita: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI REFERENTE AO PIS E A COFINS. A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96), sendo irrelevante ter havido ou não incidência das contribuições na etapa anterior, pelo que as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de pessoas físicas e cooperativas estão amparadas pelo benefício. (Ac. CSRF/0201.336, Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rogério Gustavo Dreyer). Nos termos do voto paradigma transcrito linhas acima, voto no sentido de dar provimento ao recurso apresentado pelo contribuinte. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 255DF CARF MF Impresso em 10/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.722438/2008-88
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue May 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Constatado lapso manifesto por ocasião do julgamento do recurso, acolhem-se os Embargos para que seja adotada a providência processual adequada à situação dos autos.
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. SOBRESTAMENTO. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, existindo posicionamento das Cortes Superiores no sentido do sobrestamento previsto no art. 543-B do CPC, cabe ao Conselheiro Relator do recurso, de ofício ou por provocação das partes, adotar os procedimentos previstos na Portaria CARF n° 001/2012, que regulamenta o art. 62-A, §1º do anexo II do RICARF.
Embargos Acolhidos.
Acórdão Anulado.
Julgamento do Recurso Sobrestado.
Numero da decisão: 2201-001.924
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, acolher os Embargos de Declaração para anular o Acórdão nº 2201-001.701, de 11/07/2012, e sobrestar o julgamento do recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012. Fez sustentação oral o Dr. Marcio Pinho Teixeira, OAB/BA 23.911.
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator
EDITADO EM: 04 de fevereiro de 2013
Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Rayana Alves de Oliveira Franda e Ewan Teles Aguiar (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
Nome do relator: Pedro Paulo Pereira Barbosa
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Constatado lapso manifesto por ocasião do julgamento do recurso, acolhemse os Embargos para que seja adotada a providência processual adequada à situação dos autos. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. SOBRESTAMENTO. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, existindo posicionamento das Cortes Superiores no sentido do sobrestamento previsto no art. 543B do CPC, cabe ao Conselheiro Relator do recurso, de ofício ou por provocação das partes, adotar os procedimentos previstos na Portaria CARF n° 001/2012, que regulamenta o art. 62A, §1º do anexo II do RICARF. Embargos Acolhidos. Acórdão Anulado. Julgamento do Recurso Sobrestado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, acolher os Embargos de Declaração para anular o Acórdão nº 2201001.701, de 11/07/2012, e sobrestar o julgamento do recurso, conforme a Portaria CARF nº 1, de 2012. Fez sustentação oral o Dr. Marcio Pinho Teixeira, OAB/BA 23.911. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 24 38 /2 00 8- 88 Fl. 273DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 04/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 04 de fevereiro de 2013 Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Rayana Alves de Oliveira Franda e Ewan Teles Aguiar (Suplente convocado). Ausente justificadamente o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. Relatório Cuidase de embargos inominados interpostos pelo Relator em face do acórdão nº 2201001.701, de 11 de julho de 2012 que julgou procedente em parte o lançamento objeto do processo. Eis o teor do acórdão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade da decisão de Primeira Instância. No mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir os juros incidentes sobre as verbas recebidas e a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA (Relator)e MARIA HELENA COTTA CARDOZO, que apenas excluíram os juros, e os Conselheiros RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA e RODRIGO SANTOS MASSET LACOMBE, que deram provimento integral ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor quanto à exclusão da multa de ofício o Conselheiro GUSTAVO LIAN HADDAD. Fez sustentação oral o Dr. Marcio Pinho Teixeira, OAB 23.911/BA. Verificouse, todavia, que o voto condutor do acórdão considerou, equivocadamente, que no lançamento aplicouse a tabela do imposto de renda vigente nas épocas próprias a que se referem os rendimentos (regime de competência), quando, pela descrição dos fatos do Auto de Infração, a tabela do imposto de renda aplicada foi a vigente na data do pagamento (regime de caixa). Essa percepção errada dos fatos influenciou decisivamente o resultado do julgamento, pois, se fosse observada a circunstância de que na tributação se considerou o regime de caixa, seria o caso de sobrestamento do recurso. Diante deste fato, este Relator propôs os presentes embargos que, em exame preliminar de admissibilidade, foram acolhidos pela Senhora Presidente da Câmara, que determinou a reinclusão do processo em pauta para apreciação definitiva pelo Colegiado. É o relatório. Fl. 274DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 04/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10580.722438/200888 Acórdão n.º 2201001.924 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Os embargos atendem aos pressupostos de admissibilidade: tratase de inexatidão material devida a lapso manifesto que se enquadra perfeitamente na hipótese do art. 62 do anexo II do RICARF. Conforme relatado, o Colegiado assumiu como premissa da decisão que o lançamento teria sido realizado considerando as bases de cálculo e a legislação aplicável a cada período a que se referiam os rendimentos quando, de fato, o lançamento considerou como fato gerador e base de cálculo os rendimentos recebidos acumuladamente. Este equívoco foi determinante para o desfecho do processo, como se verá a seguir. É que o Supremo Tribunal Federal STF acolheu como sendo de repercussão geral matéria que versa sobre a forma de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente em períodos diversos daquele de sua competência, conforme leading case RE 614.406, que tem a seguinte descrição extraída do sítio do STF: Recurso extraordinário interposto pela alínea “b” do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal, em que se discute a constitucionalidade, ou não, do artigo 12 da Lei n° 7.713/88, que trata da incidência do imposto de renda da pessoa física sobre rendimentos percebidos acumuladamente, tendo em conta a declaração de inconstitucionalidade desse dispositivo, por Tribunal Regional Federal, após o pronunciamento do Plenário Virtual no sentido da inexistência da repercussão geral da matéria — efetuado no RE 592211/RJ (publicado no DJe de 21.11.2008) — e a relevância jurídica correspondente à presunção de constitucionalidade das leis, à unidade do ordenamento jurídico, à uniformidade da tributação federal e à isonomia tributária (artigo 543A, § 5º, do Código de Processo Civil). [] E, como se sabe, o Regimento Interno do CARF, instituído pela Portaria nº 256, de 22 junho de 2009, com alterações introduzidas pela Portaria nº 586, de 21 de dezembro de 2010, determinou o sobrestamento do julgamento dos recursos que versem sobre matérias acolhidas como de repercussão geral, até decisão final do SRF, conforme art. 62A, a seguir reproduzido: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. {2} § 2º O sobrestamento de Fl. 275DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 04/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Para regulamentar referido dispositivo foi editada em 03 de janeiro de 2012, a Portaria CARF n° 001/2012, que determina os procedimentos a serem adotados para o sobrestamento de processos de que trata o §1o do art. 62A do anexo II do Regimento Interno do CARF, nos seguintes termos: Art. 1º. Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria, para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão, nos termos do art. 543B da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso. Art. 2º. Cabe ao Conselheiro Relator do processo identificar, de ofício ou por provocação das partes, o processo cujo recurso subsumase, em tese, à hipótese de sobrestamento de que trata o art. 1º. Assim, tendo o lançamento considerado os rendimentos acumuladamente, impunhase o sobrestamento do julgamento do recurso. Cumpre, pois, acolher os presentes embargos para anular a decisão anteriormente (acórdão nº 2201001.701, de 11 de julho de 2012) e sobrestar o julgamento do recurso, nos termos do art. 62A (anexo II) do RICARF, observado o disposto na Portaria CARF nº 01/2012.. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de acolher os Embargos Declaratórios para ANULAR o acórdão nº 2201001.701, de 11 de julho de 2012 e SOBRESTAR o julgamento do recurso, conforme previsto no art. 2º da Portaria CARF n° 001/2012. Assinatura Digital Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator Fl. 276DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 04/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10580.722438/200888 Acórdão n.º 2201001.924 S2C2T1 Fl. 4 5 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CÂMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10580.722438/200888 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 2201001.924. Brasília/DF, 04 de fevereiro de 2013. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Fl. 277DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 04/ 03/2013 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 11516.000836/2004-52
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL.
As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de repercussão geral, sistemática prevista no artigo 543-B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, a Contribuição para o PIS/Pasep, até 1º de dezembro de 2002, incide apenas sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta decorrente das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003
JUROS DE MORA. EXIGIBILIDADE.
Sobre os créditos tributários constituídos em auto de infração serão exigidos juros de mora com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC. Súmula CARF nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.
IMPUGNAÇÃO. QUESTÃO NÃO CONTRADITADA. MATÉRIA PRECLUSA.
Preclui o direito do administrado de contraditar o assunto quando deixa de fazê-lo no momento oportuno que, no caso do Processo Administrativo Fiscal, está representado na impugnação ao lançamento fiscal.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA.
É vedado aos membros das turmas de julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. AUTORIZAÇÃO PARA DETERMINADO TRIBUTO OU PERÍODO. AUSÊNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
O Mandado de Procedimento Fiscal é instrumento administrativo de planejamento e controle das atividades de fiscalização. Sua ausência ou a falta de autorização para fiscalização de determinado tributo, contribuição ou período não acarreta nulidade do auto de infração lavrado por autoridade que, nos termos da Lei, possui competência para tanto.
Recurso Voluntário Parcialmente Provido
Numero da decisão: 3102-01.797
Decisão: Acordam os membros de o colegiado, por maioria de votos, em afastar a preliminar de nulidade por vício do Mandado de Procedimento Fiscal e, no mérito, por unanimidade, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do Voto do Relator. Vencidos, quanto à preliminar, os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo.
Nome do relator: Ricardo Paulo Rosa
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de repercussão geral, sistemática prevista no artigo 543-B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, a Contribuição para o PIS/Pasep, até 1º de dezembro de 2002, incide apenas sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta decorrente das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003 JUROS DE MORA. EXIGIBILIDADE. Sobre os créditos tributários constituídos em auto de infração serão exigidos juros de mora com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC. Súmula CARF nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. IMPUGNAÇÃO. QUESTÃO NÃO CONTRADITADA. MATÉRIA PRECLUSA. Preclui o direito do administrado de contraditar o assunto quando deixa de fazê-lo no momento oportuno que, no caso do Processo Administrativo Fiscal, está representado na impugnação ao lançamento fiscal. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. É vedado aos membros das turmas de julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. AUTORIZAÇÃO PARA DETERMINADO TRIBUTO OU PERÍODO. AUSÊNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O Mandado de Procedimento Fiscal é instrumento administrativo de planejamento e controle das atividades de fiscalização. Sua ausência ou a falta de autorização para fiscalização de determinado tributo, contribuição ou período não acarreta nulidade do auto de infração lavrado por autoridade que, nos termos da Lei, possui competência para tanto. Recurso Voluntário Parcialmente Provido
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BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO STF. REPERCUSSÃO GERAL. As decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, reconhecidas como de repercussão geral, sistemática prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, a Contribuição para o PIS/Pasep, até 1º de dezembro de 2002, incide apenas sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta decorrente das atividades operacionais típicas da pessoa jurídica. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003 JUROS DE MORA. EXIGIBILIDADE. Sobre os créditos tributários constituídos em auto de infração serão exigidos juros de mora com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC. Súmula CARF nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. IMPUGNAÇÃO. QUESTÃO NÃO CONTRADITADA. MATÉRIA PRECLUSA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 08 36 /2 00 4- 52 Fl. 437DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 2 Preclui o direito do administrado de contraditar o assunto quando deixa de fazêlo no momento oportuno que, no caso do Processo Administrativo Fiscal, está representado na impugnação ao lançamento fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. É vedado aos membros das turmas de julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. AUTORIZAÇÃO PARA DETERMINADO TRIBUTO OU PERÍODO. AUSÊNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O Mandado de Procedimento Fiscal é instrumento administrativo de planejamento e controle das atividades de fiscalização. Sua ausência ou a falta de autorização para fiscalização de determinado tributo, contribuição ou período não acarreta nulidade do auto de infração lavrado por autoridade que, nos termos da Lei, possui competência para tanto. Recurso Voluntário Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros de o colegiado, por maioria de votos, em afastar a preliminar de nulidade por vício do Mandado de Procedimento Fiscal e, no mérito, por unanimidade, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do Voto do Relator. Vencidos, quanto à preliminar, os Conselheiros Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Relator. EDITADO EM: 04/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Helder Massaaki Kanamaru e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Fl. 438DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 3 3 Versa este processo sobre o Auto de Infração de fls. 194/209 (que tem como parte integrante o Termo de Verificação e de Encerramento da Ação Fiscal), lavrado pela DRF/Florianópois, com ciência do interessado em 07/04/2004 (fl. 200), para a exigência de crédito tributário de PIS, no valor de R$97.429,98, com multa de 75% e juros de mora. O crédito tributário total lançado monta a R$189.859,99. O lançamento foi efetuado por ter a fiscalização apurado: PIS FATURAMENTO. DIFERENÇA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO (VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS). Valores apurados conforme descrito no Termo de Verificação e de Encerramento da Ação Fiscal. PIS FATURAMENTO – INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DIFERENÇA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO (VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS). Valores apurados conforme descrito no Termo de Verificação e de Encerramento da Ação Fiscal. O enquadramento legal consta do Auto de Infração. O interessado apresentou, em 07/05/2004, a impugnação de fls. 212/233. Em sua defesa, alega, em síntese, que: da incompetência para fiscalizar: a fiscalização extrapolou os poderes que lhe foram confiados pelo MPF; apenas em relação ao IRPJ poderia haver uma análise completa, em relação aos demais tributos só poderia haver o cotejo entre os valores declarados e os apurados (no sentido de valor final), não cabendo análise dos lançamento contábeis; todo o montante declarado em DCTF foi recolhido ou compensado; houve eleição de uma outra base de cálculo; da impossibilidade de lançamento: não poderiam ter sido incluídos tributos vencidos no curso da fiscalização, o que só foi autorizado pela Portaria nº 1.432/2003; os tributos cujos fatos geradores ocorreram a partir de 30/09/2003 não foram declarados, apurados e recolhidos; dos valores incluídos no PAES: é optante do PAES; a fiscalização só considerou os débitos declarados no PAES para dedução do valor principal até o limite deste, desprezando os créditos; os valores informados no PAES devem ser tratados como verdadeiros recolhimentos; da mesma forma, os débitos informados em DCTF, entre fevereiro e dezembro de 2003, devem ser utilizados integralmente; da incidência de IPI: se sujeita à incidência de IPI à alíquota zero; da inconstitucionalidade da alteração da LC 07/70 por legislação ordinária: as contribuições para o PIS e a Cofins foram instituídas por Lei Complementar; só pode haver alteração ou revogação por lei de mesma natureza; do conceito de faturamento: a alteração do conceito é ilegal e inconstitucional; da Taxa Selic: deve haver a exclusão dos juros Selic. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Fl. 439DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 4 Período de apuração: 01/07/1999 a 31/12/2003 DIFERENÇA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO. Deve ser mantido o lançamento, quando o contribuinte deixa de apresentar prova capaz de refutar os valores apurados no trabalho fiscal. JUROS DE MORA. É procedente a exigência de juros de mora com base na taxa SELIC, por expressa determinação legal. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a empresa apresenta Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Reitera entendimento de que a Fiscalização Federal extrapolou os poderes confiados no MPF. Assevera, Em que pese as considerações dos nobres julgadores, a decisão recorrida merece reforma, pois, existe de fato uma limitação à atividade da fiscalização, claramente imposta pelo artigo 15 da Portaria COFIS. Referido artigo é explicito e contundente ao afirmar que o cotejo que caracteriza a verificação obrigatória darse á entre os valores declarados em DCTF e aqueles apurados (no sentido de recolhidos) pela escrita contábil correspondente do Contribuinte. A decisão traz interpretação equivocada ao afirmar que o cotejo será entre o valor escriturado e o declarado/pago. A letra da norma legal é clara, e por esta razão o parágrafo 2 0 acima, regulamenta os casos de inexistência da DCTF. Em momento algum no decorrer das verificações obrigatórias, a menos que inexista DCTF, ao agente fiscal é delegada a competência para utilizarse da documentação contábil, mas tão somente para a comparação entre os valores declarados e os valores pagos. Outrossim, que refere a “impossibilidade dos Auditores Fiscais da Receita Federal incluírem no auto de infração os tributos de períodos que venceram durante o curso da fiscalização, o que somente foi autorizado pelo MPF trazido no Anexo I, da Portaria n° 1.432 de 23/09/2003, a qual deu nova redação ao § 1°, artigo 7°, da Portaria n° 3.007/01”. Por outro lado, que, no momento do abatimento dos valores incluídos no PAES, a Fiscalização Federal não reconheceu os valores confessados a maior em relação àqueles apurados pela Fiscalização para os mesmos períodos. Que a Fiscalização Federal desconsiderou, sem qualquer fundamentação, a utilização do regime de caixa para as receitas decorrentes de venda de mercadorias e prestação de serviços a órgãos públicos, autorizada pelo artigo 70 da Lei 9.718/98. Com base na declaração de inconstitucionalidade do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98, requer a exclusão das receitas não operacionais da base de cálculo das Contribuições. Que a Lei 9.718/98 violou o principio da isonomia estampado no artigo 150, inciso II, da Constituição Federal de 1988, ao prever em seu artigo 8°, § 1°, o aumento da contribuição em 1%. Ilegalidade de inserção dos juros previstos na Lei n° 8.981/95 e da Taxa SELIC. É o relatório. Fl. 440DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do Recurso. No que concerne à preliminar relacionada ao fato de a Fiscalização Federal ter supostamente extrapolado os poderes confiados no Mandado de Procedimento Fiscal – MPF que autorizou o procedimento, penso algumas considerações gerais a respeito do assunto merecem preceder as questões mais específicas. Tal como dispõe o artigo 59 do Decreto 70.235/72 e alterações posteriores, devem ser declarados nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou praticados com preterição do direito de defesa. Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) Incontroverso, portanto, que a delimitação contida na norma impõe considerável restrição ao universo dos acontecimentos atingidos pela nulidade, ainda mais porque o mesmo diploma legal, logo a seguir, afasta a possibilidade de que as demais irregularidades, incorreções e omissões tragam esse tipo de consequência aos atos praticados no curso do processo. Decreto 70.235/72 “Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio”. Isto posto, é de se avaliar, preambularmente, se a ausência, incorreções ou vícios identificados no Mandado de Procedimento Fiscal caracteriza alguma das situações especificadas como suficientes para a declaração de nulidade do procedimento fiscal levado a efeito, sendo elas (i) a ocorrência do cerceamento ao direito de defesa do contribuinte ou (ii) a prática de atos e termos por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente. Passo ao exame da primeira hipótese, o cerceamento do direito de defesa. De início, merecem destaque algumas questões de cunho geral, não adstritas à figura do Mandado de Procedimento Fiscal. Fl. 441DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 6 Quanto a elas, inicio por destacar que a fase litigiosa do procedimento, como ninguém desconhece, iniciase com a impugnação ao auto de infração, nos termos do Decreto 70.235/72. “Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento”. A partir desse momento é garantido ao contribuinte o direito de contraditar a exigência especificada no auto de infração no qual figura no pólo passivo. Asseguraselhe o acesso aos autos, a obtenção de cópias, pedido de realização de perícia e o duplo grau de jurisdição, em decisões proferidas por colegiados compostos por servidores que não participaram do procedimento fiscal que deu origem à autuação e, em segunda instância, em composição paritária, na qual integram o Colegiado, em igualdade numérica, representantes da Fazenda Nacional e representantes dos contribuintes. Assim sendo, antes de adentrar à questão específica do Mandado de Procedimento Fiscal, é de se questionar, liminarmente, se, uma vez que é esse o sistema definido em lei para o processamento do contencioso tributário, haveria como, a priori, considerar que supostas falhas acontecidas ainda na fase de formalização da exigência pudessem acarretar a preterição do direito de defesa do contribuinte, se, uma vez impugnado o auto de infração, instaurase a fase litigiosa do procedimento, com a contestação das acusações contidas no processo, o que, de fato, no presente feito, efetivamente ocorreu e do que ainda agora estamos nos ocupando. Feita esta necessária ressalva quanto a possível impertinência da discussão em sentido mais amplo, passamos ao exame das possíveis consequências advindas da falta de emissão do MPF, ou da ausência de previsão para fiscalização de determinados tributos ou períodos ao direito de defesa do administrado. A origem do Mandado remonta à Portaria 1.265, de 22 de novembro de 1999. Como se depreende do texto normativo, o Mandado estava inserido em um conjunto de outras regras que tinham o propósito de consolidar critérios de planejamento e normas para execução do procedimento fiscal no âmbito da Secretaria da Receita Federal, com o seguinte enunciado. “Dispõe sobre o planejamento das atividades fiscais e estabelece normas para a execução de procedimentos fiscais relativos aos tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal”. Neste desiderato, a Portaria estabeleceu, em seu artigo segundo, que os procedimentos fiscais seriam instaurados mediante ordem específica denominada Mandado de Procedimento Fiscal – MPF. Art. 2º Os procedimentos fiscais relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF serão executados, em nome desta, pelos Auditores Fiscais da Receita Federal – AFRF e instaurados mediante ordem específica denominada Mandado de Procedimento Fiscal – MPF. (grifei) (...) O artigo 11 especificava situações em que o MPF não seria exigido, incluindo a dispensa para os casos de procedimentos realizados dentro da repartição: de revisão aduaneira e de lançamento suplementar de revisão das declarações prestadas pelo contribuinte. Nessas duas hipóteses para as quais a dispensa foi prevista há em comum o fato de que o contribuinte é autuado em decorrência de um procedimento interno, praticado pela autoridade competente, sem a necessidade de intimação prévia para obtenção de documentos. Fl. 442DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 5 7 Iniciase aqui, a meu ver, a incongruência entre o pensamento que sugere a nulidade do procedimento instaurado sem a emissão do MPF e o arcabouço lógico identificado na norma de origem. Com efeito, se admitirmos que a ausência do Mandado é caso de cerceamento ao direito de defesa do contribuinte, como aceitar que a própria norma que o instituiu tenha previsto situações para as quais sua emissão estivesse dispensada? Fosse o Mandado, de per si, um instrumento essencialmente destinado à proteção do direito que o contribuinte tem de defenderse da imposição que lhe é exigida, e não se admitiria sua dispensa em nenhuma hipótese, como não se admite a subtração de qualquer outro procedimento que represente a proteção a esse inarredável direito do administrado. De fato, considerando apenas os dois aspectos até aqui relatados, fica muito claro que o Mandado de Procedimento Fiscal está inserido dentro de programa de implementação de uma nova metodologia para o planejamento e controle da atividade fiscal, jamais pensado como instrumento garantidor do direito de defesa. Se aceita sua efetividade na implementação das condições para os quais foi criado, é de ser reconhecer que ele atribui moralidade ao exercício da atividade fiscal e maior segurança nas relações fiscocontribuinte, mas daí até afirmarse que a sua ausência representa preterição do direito de defesa há uma distância abissal. Antes pelo contrário, a partir do momento em que o Mandado passou a ser exigido, é possível que administrado, a qualquer tempo, soliciteo à fiscalização, buscando assegurarse de que o procedimento está sendo praticado por pessoa que detém competência para tanto. Sua ausência não afasta esse direito, já que resguardada a possibilidade de o contribuinte certificarse, junto à repartição de jurisdição, que a fiscalização está sendo realizada por servidor competente, medida que até então não estava à disposição do contribuinte, já que a ação fiscal não dependia de ordem expressa da administração. De fato, há que se admitir que o Mandado de Procedimento Fiscal estabeleceu um canal de comunicação entre administrado e Administração como um todo, reduzindo ou mesmo anulando a possibilidade de que ações autônomas possam ser praticadas, mas não há sentido, data máxima vênia, em cogitarse que a falta de sua emissão traga qualquer tipo de prejuízo ao direito de defesa do administrado. Superada a primeira questão, ocupome da segunda hipótese, qual seja, se a ausência do Mandado de Procedimento Fiscal ou de autorização nele contida para fiscalização de determinados tributos ou períodos produz algum efeito sob a competência do servidor para a prática do ato. Quanto a isso, devese iniciar pelo registro de que a competência para constituir o crédito tributário decorre de determinação expressa na Lei 5.172/66, o Código Tributário Nacional, que, como se sabe, tem status de Lei Complementar. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Fl. 443DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 8 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. A Lei nº 10.593/2002, com alterações posteriores, disciplina atualmente a investidura no cargo e especifica as competências dentro da Carreira. "Art. 3o O ingresso nos cargos das Carreiras disciplinadas nesta Lei farseá no primeiro padrão da classe inicial da respectiva tabela de vencimentos, mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, exigindose curso superior em nível de graduação concluído ou habilitação legal equivalente. "Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil Art. 5o Fica criada a Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, composta pelos cargos de nível superior de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil e de AnalistaTributário da Receita Federal do Brasil. "Art. 6o São atribuições dos ocupantes do cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil: I no exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições; (grifos meus) b) elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativo fiscal, bem como em processos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios fiscais; c) executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipamentos e assemelhados; d) examinar a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1.192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1.193 do mesmo diploma legal; e) proceder à orientação do sujeito passivo no tocante à interpretação da legislação tributária; f) supervisionar as demais atividades de orientação ao contribuinte; Como se vê, existem, portanto, condições definidas em lei para a investidura no cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, sendolhe reservada a competência, em caráter privativo, de constituir o crédito tributário, sob pena de responsabilidade funcional, conforme prescreve o parágrafo único do artigo 142 do Código Tributário Nacional. Admitido isso, necessária indagação se faz em relação às situações em que, no exercício de sua atividade profissional, o Auditor exerce a atribuição à qual está vinculado por força de lei, sem que tenha sido emitido o documento que, nos termos da Portaria Ministerial, instaura o procedimento em si. Estaria o procedimento compulsoriamente praticado fadado à declaração de nulidade pela ausência ou por vício do correspondente do Mandado de Procedimento Fiscal? Ou, por outro lado, a ausência do mesmo importaria em considerarse o procedimento não instaurado, já que, nos termos da Portaria 1.265/99, a instauração se dá com a emissão do Mandado? Fl. 444DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 6 9 Para a primeira questão, encontrase resposta no artigo 5º da Portaria 1.265/99, que garante ao Auditor o exercício da sua competência mesmo que a empresa não tenha sido selecionada para fiscalização e que não haja Mandado de Procedimento Fiscal emitido. Art. 5º Nos casos de flagrante constatação de contrabando, descaminho ou qualquer outra prática de infração à legislação tributária, em que o retardo do início do procedimento fiscal coloque em risco os interesses da Fazenda Nacional, pela possibilidade de subtração de prova, o AFRF deverá iniciar imediatamente o procedimento fiscal, e, no prazo de cinco dias, contado da data do início do mesmo, será emitido Mandado de Procedimento Fiscal Especial (MPFE), do qual será dada ciência ao sujeito passivo. (Redação dada pela Portaria SRF nº 1.614, de 30/11/2000) § 1º Para fins do disposto neste artigo, o AFRF deverá lavrar termo circunstanciado, mencionando tratarse de procedimento fiscal amparado por este artigo e contendo, no mínimo, as seguintes informações: (Incluído pela Portaria SRF nº 1.614, de 30/11/2000) I dados identificadores do sujeito passivo; (Incluído pela Portaria SRF nº 1.614, de 30/11/2000) II natureza do procedimento fiscal e descrição dos fatos, bem assim o rol dos livros,documentos ou mercadorias objeto de retenção ou apreensão, se houver; (Incluído pela Portaria SRF nº 1.614, de 30/11/2000) III nome e matrícula do AFRF responsável pelo procedimento fiscal; (Incluído pela Portaria SRF nº 1.614, de 30/11/2000) IV nome, número do telefone e endereço funcional do chefe do AFRF a que se refere o inciso anterior. (Incluído pela Portaria SRF nº 1.614, de 30/11/2000) § 2º Do termo referido no parágrafo anterior será dada ciência ao sujeito passivo, sendolhe fornecida cópia. (Incluído pela Portaria SRF nº 1.614, de 30/11/2000) Quanto à segunda, no que diz respeito à instauração do procedimento fiscal em si, parece haver na norma infra legal uma aparente incompatibilidade com o comando expresso no Decreto 70.235/72. Portaria SRF 1.265/72 Art. 2º Os procedimentos fiscais relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF serão executados, em nome desta, pelos Auditores Fiscais da Receita Federal – AFRF e instaurados mediante ordem específica denominada Mandado de Procedimento Fiscal – MPF. (grifei) Parágrafo único. Para o procedimento de fiscalização será emitido Mandado de Procedimento Fiscal Fiscalização (MPFF), no caso de diligência, Mandado de Procedimento Fiscal Diligência (MPFD). Decreto 70.235/72 Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: (grifei) Fl. 445DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 10 I o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada Contudo, tratase de um falso dilema, e a compreensão do significado e alcance de cada norma permite não somente solucionálo, como também a controvérsia de que aqui nos ocupamos. Como já foi referido antes, a Portaria 1.265/99, propunhase, como ainda se propõe hoje a legislação em vigor, à organização das atividades de fiscalização do contribuinte, desde a fase de planejamento até a de execução, conferindo às mesmas novos instrumentos de controle interno e externo. Elas têm propósito de cunho administrativo, ainda que com repercussão de longo alcance, na medida em que, como ocorre com outras normas infra legais, interferem decisivamente na vida o administrado. Tal como se extrai do texto antes transcrito, não há no enunciado normativo qualquer menção ao exercício das competências inerentes ao cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil e nem às consequências que a ação do fisco acarreta ao contribuinte, mas exclusivamente disposições “sobre o planejamento das atividades fiscais e estabelece normas para a execução de procedimentos fiscais relativos aos tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal”. É por isso que, na Portaria, considerase instaurado o procedimento somente a partir da emissão do MPF, enquanto que, na Lei, o procedimento instaurase com o primeiro ato de ofício praticado por servidor competente. É que as Portarias estão destinadas à organização administrativa do Órgão, enquanto à lei compete regulamentar as relações fisco contribuinte e as próprias competências da autoridade administrativa. Na data de emissão do MPF, considera instaurado o procedimento fiscal para todos os fins de controle interno da unidade local da Secretaria, mas o procedimento somente alcançará o contribuinte (decorrendo perda da espontaneidade, por exemplo) a partir do primeiro ato de ofício praticado por servidor competente e cientificado ao mesmo. Uma vez cientificado o contribuinte, independentemente de haver ou não MPF emitido (e isso fica mais claro na medida em que há hipóteses em que o Mandado pode ser emitido depois de iniciado o procedimento ou mesmo não emitido), o contribuinte está sob fiscalização. Não há testemunho mais claro de que o exercício da competência legal do Auditor da Receita Federal do Brasil não se vincula a emissão do MPF, sendo esta uma providência de cunho exclusivamente administrativo. No caso concreto, a Recorrente protesta contra a exacerbação da ação fiscal que, segundo entende, estaria limitada ao tributos e período compreendidos no MPF e pelas disposições da Portaria COFIS, que restringe as verificações obrigatórias ao cotejo entre os valor declarado na DCTF e os apurados, no sentido de recolhidos pela escrita contábil do contribuinte. Como penso que tenha ficado claro das premissas até aqui defendidas, não vejo como a ausência, omissões ou mesmo vícios no MPF possam trazer qualquer tipo de prejuízo ao crédito tributário constituído no Auto de Infração. Fl. 446DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 7 11 Aqui, contudo, necessário acrescentar que a interpretação sugerida pela Recorrente, de que as verificações determinadas pela Administração estejam restritas à comparação entre os valores declarados na DCTF e os recolhidos pelo contribuinte, sem a possibilidade de que os agentes fiscais atestem a correspondência entre a declaração, o pagamento e a escrituração contábil, não pode ser acolhida. Primeiro, porque tratase de uma leitura tendente à exclusão dos poderes do Fisco Federal de apuração dos tributos efetivamente devidos pelo contribuinte, em detrimento de todo o ordenamento jurídico, que, como é cediço, confere à Fiscalização Federal o poder e o dever de apurar e constituir o crédito tributário. De se observar que a verificação sugerida pela Recorrente, nem mesmo exigiria o deslocamento da Fiscalização Federal até a empresa. Depois, uma vez que o texto mencione que nas verificações obrigatórias será feito o cotejo entre os valores declarados e os apurados na escrita contábil do contribuinte, por óbvio referese à correspondência entre o valor efetivamente devido (apurado na contabilidade) e o declarado/pago. No mesmo compasso, também não merece acolhimento a sugestão de que os Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil não pudessem incluir no Auto de Infração os tributos correspondentes a períodos vencidos durante o curso da fiscalização. Independentemente do texto normativo encontrado em cada uma das Portarias que regulam a emissão do MPF, por todas razões até aqui expostas, pareceme claro que a competência e o dever no qual está investido a Autoridade Fiscal decorrem de disposições legais de hierarquia superior. A reclamação relacionada ao fato de a Fiscalização Federal não ter reconhecido os valores confessados a maior por ocasião do abatimento daquilo que houvera sido incluído no programa de parcelamento PAES também não merece acolhimento. Essa é uma circunstância que nem mesmo constitui o pagamento indevido de tributo, ocorrência que poderia ensejar pedido de restituição ou compensação. Houve apenas o parcelamento de débitos confessados. Acaso venha a honrar com o compromisso assumido ao ingressar no Programa, a empresa poderá tomar as providências necessárias para repetição do indébito/compensação. Não vejo, contudo, como considerar esses valores para redução do crédito tributário constituído no Auto de Infração. Diferentemente do que acontece com os valores devidos, mas confessados e, por isso, excluídos do Auto, a redução dos valores declarados a maior dos valores constituídos no Auto de Infração para o período seguinte deixaria alguns períodos de apuração sem a devida formalização da exigência, enquanto outros períodos poderiam dar ensejo ao pedido de restituição. A Recorrente requer a exclusão das receitas não operacionais, por força da declaração da inconstitucionalidade do parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98. Os fatos geradores do crédito sub judice ocorreram durante o período que vai de 01/07/1999 a 31/12/2003. Vigia a época o artigo 3º da Lei 9.718/98, uma vez que as alterações introduzidas na base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep pela Lei 10.637/02 surtiram efeito a partir de 1º de dezembro de 2002, como segue. Fl. 447DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 12 Lei 10.637/02 Art. 68. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: (...) II – a partir de 1o de dezembro de 2002, em relação aos arts. 1º a 6º e 8º a 11; A Lei 9.718/98 promoveu alargamento na base de cálculo, incluindo na base tributável toda e qualquer receita independentemente de sua classificação contábil, nos seguintes termos. Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 1º Entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Contudo, a inconformidade dos contribuintes alcançados pelo alargamento levou o assunto ao Poder Judiciário. A matéria terminou por ser decidida pelo Supremo Tribunal Federal, considerada como de repercussão geral, nos seguintes termos. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, resolveu questão de ordem no sentido de reconhecer a repercussão geral da questão constitucional, reafirmar a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 e negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional, tudo nos termos do voto do Relator. Vencido, parcialmente, o Senhor Ministro Marco Aurélio, que entendia ser necessária a inclusão do processo em pauta. Em seguida, o Tribunal, por maioria, aprovou proposta do Relator para edição de súmula vinculante sobre o tema, e cujo teor será deliberado nas próximas sessões, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que reconhecia a necessidade de encaminhamento da proposta à Comissão de Jurisprudência. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, a Senhora Ministra Ellen Gracie e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Plenário, 10.09.2008. RE 585.235QO, Min. Cezar Peluso Dispõe o artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho, conforme alteração introduzida pela Portaria 586/2010, que as matérias de repercussão geral deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. "Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543 B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes."(AC) Fl. 448DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 8 13 A conclusão é de que a decisão proferida no Recurso Extraordinário nº 585.235 é de observação obrigatória nos litígios que versem sobre o assunto. Sobrevém, então, questão sobre os o preciso efeito da declaração de inconstitucionalidade do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98. Isso por que, a despeito da declaração de inconstitucionalidade do parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98, cujos efeitos tributárias serão melhor examinadas adiante, a alteração introduzida pelo caput do artigo 3º, com possível repercussão na definição da base imponível das Contribuições, e todos os demais critérios de apuração especificados nos parágrafos subsequentes do mesmo artigo não foram em nenhum momento considerados inconstitucionais nem revogados. Para melhor decidir a lide, fundamental revisitar os acontecimentos em torno do evento em exame. A base de cálculo da Contribuição para o PIS/PASEP estava definida na Lei Complementar 07/70 e a da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – Cofins na Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, como sendo essa o faturamento mensal, e o faturamento decorrente das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. A tentativa de redefinila veio com a Lei 9.718/98, que embora tenha mantido o faturamento como sendo a base de cálculo da Contribuição, incluiu em seu conceito toda a receita bruta auferida pela pessoa jurídica, irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. O problema adveio do fato de a Constituição Federal, antes da Emenda Constitucional nº 20, de 20 de dezembro de 1998, determinar em seu artigo 195, inciso I, que a seguridade social fosse financiada por contribuições sociais incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro. O texto antes e depois da EM 20/98. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; II dos trabalhadores; Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; Fl. 449DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 14 c) o lucro; O RE 585.235, acima transcrito, como está claro e parece mesmo ser assunto incontroverso, referiuse exclusivamente à inconstitucionalidade do parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98, assim o declarando. É de amplo conhecimento que o Supremo Tribunal Federal manifestouse a respeito dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade do parágrafo primeiro, esclarecendo que, a contrario senso, o caput do artigo 3º era constitucional, como a seguir se vê no entendimento expresso ao longo do Voto proferido pelo Ministro Cezar Peluso, encontrado pelo menos nos Recursos Extraordinários nº. 346.084, 357.950, 358.273 e 390.840. Por todo o exposto, julgo inconstitucional o parágrafo 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, por ampliar o conceito de receita bruta para “toda e qualquer receita”, cujo sentido afronta a noção de faturamento pressuposta no art. 195, I, da Constituição da República, e, ainda, o art. 195, parágrafo 4º, se considerado para esse efeito de nova fonte de custeio da seguridade social. Quanto ao caput do art. 3º, julgoo constitucional, para lhe dar interpretação conforme à Constituição, nos termos do julgamento proferido no RE nº 150755/PE, que tomou a locução receita bruta como sinônimo de faturamento, ou seja, no significado de “receita bruta de venda de mercadoria e de prestação de serviços”, adotado pela legislação anterior, e que, a meu juízo, se traduz na soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. (grifos meus) Foi nesse contexto instaurada a controvérsia acerca dos efeitos da Lei na base de cálculo das Contribuições, mais especificamente sobre o conceito atribuído às expressões receita bruta e faturamento, assunto sobre o qual o Ministro Cezar Peluso também se manifestou. Sr. Presidente, gostaria de enfatizar meu ponto de vista, para que não fique nenhuma dúvida ao propósito. Quando me referi ao conceito construído sobretudo no RE 150.755, sob a expressão “receita bruta de venda de mercadorias e prestação de serviço”, quis significar que tal conceito está ligado à idéia de produto do exercício de atividades empresariais típicas, ou seja, que nessa expressão se inclui todo incremento patrimonial resultante do exercício de atividades empresariais típicas. Se determinadas instituições prestam tipo de serviço cuja remuneração entra na classe das receitas chamadas financeiras, isso não desnatura a remuneração de atividade própria do campo empresarial, de modo que tal produto entra no conceito de “receita bruta igual a faturamento” Ao longo de seu Voto, o Ministro Cezar Peluso analisa detidamente tais conceitos, esclarecendo as razões porque entende que a base de cálculo das Contribuições inclui outras receitas, além das que decorrem da venda de mercadorias e serviços. 6. (...) Faturamento nesse sentido, isto é, entendido como resultado econômico das operações empresariais típicas, constitui a base de cálculo da contribuição, enquanto representação quantitativa do fato econômico tributado. Noutras palavras, o fato gerador constitucional da COFINS são as operações econômicas que se exteriorizam no faturamento (sua base de cálculo), porque não poderia nunca corresponder ao ato de emitir faturas, coisa que, como alternativa semântica possível, seria de todo absurda, pois bastaria à empresa não emitir faturas para se furtar à tributação. – grifamos. 7. Ainda no universo semântico normativo, faturamento não pode soar o mesmo que receita, nem confundidas ou identificadas as operações (fatos) “por cujas realizações se manifestam essas grandezas numéricas”. A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976) prescreve que a escrituração da companhia “será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e Fl. 450DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 9 15 desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos” (art. 177), e, na disposição anterior, toma de empréstimo à ciência contábil os termos com que regula a elaboração das demonstrações financeiras, verbis: A questão, é claro, foi analisada pelos demais Ministros integrantes da Suprema Corte. Os apontamentos a seguir, extraídos do Voto proferido nos autos do RE 346.084 pelo Ministro Ilmar Galvão, trazem esclarecimentos de grande relevo sobre o tema. O recorrente considera que tais precedentes não seriam aplicáveis ao caso, haja vista que o STF teria estabelecido sinonímia entre faturamento e receita bruta quando tais expressões designavam receitas oriundas de vendas de bens e/ou serviços. Tal leitura não é correta. A Corte, ao admitir tal equiparação, em verdade assentou a legitimidade constitucional da atuação do legislador ordinário para densificar uma norma constitucional aberta, não estabelecendo a vinculação pretendida pelo recorrente em relação às operações de venda. Ao contrário do que pretende o recorrente, a Corte rejeitou qualquer tentativa de constitucionalizar eventuais préconcepções doutrinárias não incorporadas expressamente no texto constitucional. O STF jamais disse que havia um específico conceito constitucional de faturamento. Ao contrário, reconheceu que ao legislador caberia fixar tal conceito. E também não disse que eventuais conceitos vinculados a operações de venda seriam os únicos possíveis. Não fosse assim, teríamos que admitir que a composição legislativa de 1991 possuía um poder extraordinário. Por meio da Lei Complementar nº 71, teriam aqueles legisladores fixado uma interpretação dotada da mesma hierarquia da norma constitucional, interpretação esta que estaria infensa a qualquer alteração, sob pena de inconstitucionalidade. Na tarefa de concretizar normas constitucionais abertas, a vinculação de determinados conteúdos ao texto constitucional é legítima. Todavia, pretender eternizar um específico conteúdo em detrimento de todos os outros sentidos compatíveis com uma norma aberta constitui, isto sim, uma violação à força normativa da Constituição, haja vista as necessidades de atualização e adaptação da Carta Política à realidade. Tal perspectiva é sobretudo antidemocrática, uma vez que impõe às gerações futuras uma decisão majoritária adotada em uma circunstância específica, que pode não representar a melhor via de concretização do texto constitucional. Com efeito, embora o assunto venha recebendo diferentes interpretações, acredito que, uma vez que reconhecida a constitucionalidade do caput do artigo 3º, insofismável distinguir que, segundo disposição literal de Lei, a base de cálculo, que até então esteve expressa como receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza passou a constar, simplesmente, como de receita bruta. Em tais circunstâncias, pareceme mais do que razoável a interpretação de que a modificação considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal diga respeito exclusivamente à inclusão, indistintamente, da totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, tal como ampliava o parágrafo primeiro. Fl. 451DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 16 E não passa despercebido o fato de que a alteração promovida pela Emenda Constitucional nº 02/98 teve por escopo justamente permitir que a receita fosse alcançada pelas contribuições para o financiamento da seguridade social. Ao observador desatento pareceria inadmissível cogitar que a receita bruta já tivesse se tornado a base de cálculo antes da EM 20, quando justamente ela parece ter introduzido tal possibilidade no mundo jurídico. Contudo, o que precisa ficar claro é que a base imponível das Contribuições ao tempo das Leis Complementares nº. 70/91 e 07/70 já estava definida como receita bruta, embora restrita àquela decorrente das vendas de mercadorias e serviços. A modificação rejeitada pela decisão tomada no âmbito do Supremo Tribunal Federal foi a que ampliou a base de cálculo das Contribuições para além do faturamento, limitação fixada no texto constitucional, incluindo deliberadamente toda e qualquer receita auferida pela pessoa jurídica. Não me parece que a intenção tenha sido de restringir a base de cálculo à receita proveniente do faturamento oriundo de determinadas atividades empresariais, como desejam os que defendem a sua circunscrição à receita da venda de bens e de serviços. Embora em muitas decisões os Ministros do Supremo Tribunal Federal, depois de decidirem pela inconstitucionalidade do parágrafo terceiro, tenham ratificado o conceito de faturamento conhecido antes da Lei 9.718/98, como sendo a receita decorrente da venda de bens de serviços, fica claro dos excertos antes transcritos, que representam o pensamento mais aprofundado daquela Corte sobre o tema, que a razão para tais manifestações jamais poderia ter sido “a constitucionalização de préconcepções doutrinárias não incorporadas expressamente no texto constitucional”, nem o reconhecimento de “um específico conceito constitucional de faturamento”. De fato, creio que tais manifestações tenham sido motivadas muito mais pela leitura abreviada da questão, em processos nos quais essa matéria ocupava um papel coadjuvante na decisão do mérito do litígio. Mas não é somente na interpretação acima defendida que esse entendimento encontra respaldo. Como dito de início, a declaração de inconstitucionalidade alcançou exclusivamente o parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei 9.718/98, do que resulta que não somente o caput do artigo, mas os demais parágrafos e toda a regulamentação superveniente deixou de ser atingida e permanece em pleno vigor. Considerado isso tudo, emerge a necessidade de que o procedimento fiscal leve em conta a origem da receita da pessoa jurídica na apuração da base de cálculo das Contribuições, de tal sorte a identificala como decorrente de suas atividades típicas ou não. No caso concreto, parece estar bastante claro às folhas iniciais do processo que há três tipos de receitas: as de venda, as de serviço e outras receitas. Por todas as razões até aqui demonstradas, entendo acertada a decisão de excluir da base de cálculo dos tributos as receitas intituladas outras receitas, conforme especificado no Termo de Verificação e de Encerramento da Ação Fiscal, às folhas 194 a 199. Já no que concerne ao argumento de que a Lei 9.718/98 violou o principio da isonomia estampado no artigo 150, inciso II, da Constituição Federal de 1988, ao prever em seu artigo 8°, § 1°, o aumento da contribuição em 1%, o fato é que falece competência a este tribunal administrativo para deixar de aplicar uma lei por alegação de inconstitucionalidade, conforme art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 452DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 10 17 Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. É defeso a esta corte administrativa, salvo as hipóteses expressamente previstas no parágrafo único do artigo 62 supracitado, deixar de aplicar dispositivo legal formalmente válido sob pretexto de suposta violação constitucional ou princípios nela resguardados. Quanto aos juros de mora, o Código Tributário Nacional, em seu artigo 161, caput e § 1º, dispõe que o crédito tributário não pago no vencimento será acrescido de juros de mora, calculados à taxa de 1%, se a lei não dispuser de modo diverso. A Lei n.º 9.065/95 prevê, em seu artigo 13, a utilização da taxa SELIC para cálculo dos juros de mora, não havendo, portanto, razão para protesto. Art. 13. A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea c do parágrafo único do art. 14 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo art. 90 da Lei nº 8.981, de 1995, o art. 84, inciso I, e o art. 91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei nº 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Lei 8.981, de 20 de janeiro de 1995. CAPÍTULO VIII Das Penalidades e dos Acréscimos Moratórios Art. 84. Os tributos e contribuições sociais arrecadados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores vierem a ocorrer a partir de 1º de janeiro de 1995, não pagos nos prazos previstos na legislação tributária serão acrescidos de: I juros de mora, equivalentes à taxa média mensal de captação do Tesouro Nacional relativa à Dívida Mobiliária Federal Interna; (Vide Lei nº 9.065, de 1995 II multa de mora aplicada da seguinte forma: a) dez por cento, se o pagamento se verificar no próprio mês do vencimento; b) vinte por cento, quando o pagamento ocorrer no mês seguinte ao do vencimento; Fl. 453DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA 18 c) trinta por cento, quando o pagamento for efetuado a partir do segundo mês subseqüente ao do vencimento. § 1º Os juros de mora incidirão a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento, e a multa de mora, a partir do primeiro dia após o vencimento do débito. § 2º O percentual dos juros de mora relativo ao mês em que o pagamento estiver sendo efetuado será de 1%. § 3º Em nenhuma hipótese os juros de mora previstos no inciso I, deste artigo, poderão ser inferiores à taxa de juros estabelecida no art. 161, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, no art. 59 da Lei nº 8.383, de 1991, e no art. 3º da Lei nº 8.620, de 5 de janeiro de 1993. § 4º Os juros de mora de que trata o inciso I, deste artigo, serão aplicados também às contribuições sociais arrecadadas pelo INSS e aos débitos para com o patrimônio imobiliário, quando não recolhidos nos prazos previstos na legislação específica. § 5º Em relação aos débitos referidos no art. 5º desta lei incidirão, a partir de 1º de janeiro de 1995, juros de mora de um por cento ao mêscalendário ou fração. § 6º O disposto no § 2º aplicase, inclusive, às hipóteses de pagamento parcelado de tributos e contribuições sociais, previstos nesta lei. § 7º A Secretaria do Tesouro Nacional divulgará mensalmente a taxa a que se refere o inciso I deste artigo. § 8o O disposto neste artigo aplicase aos demais créditos da Fazenda Nacional, cuja inscrição e cobrança como Dívida Ativa da União seja de competência da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional. (Incluído pela Lei nº 10.522, de 2002). Ainda mais, tratase de matéria sumulada neste Conselho Administrativa de Recursos Fiscais, de observação obrigatória por todos seus integrantes. Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Finalmente, quanto à argumentação tendente a demonstrar que a Fiscalização Federal desconsiderou, sem qualquer fundamentação, a utilização do regime de caixa para as receitas decorrentes de venda de mercadorias e prestação de serviços a órgãos públicos, autorizada pelo artigo 7º da Lei 9.718/98, fácil perceber da leitura da impugnação administrativa, que a Recorrente inova ao tocar no assunto, do que decorre tratarse de matéria preclusa e, por isso, não deve ser apreciada. VOTO POR DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para determinar a exclusão das Outras Receitas, identificadas no Termo de Verificação e de Encerramento da Ação Fiscal, de folhas 194 a 199, da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep. Sala de Sessões, 19 de março de 2013. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 454DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11516.000836/200452 Acórdão n.º 3102001.797 S3C1T2 Fl. 11 19 Fl. 455DF CARF MF Impresso em 13/06/2013 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 12/06/2013 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 04/04/2013 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10880.027662/99-35
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/1989 a 30/04/1992
RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO.
Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
Recurso Extraordinário do Procurador Parcialmente Provido
Numero da decisão: 9900-000.945
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Extraordinário
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Aurélio Pereira, Antônio Carlos Guidoni, Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Paulo Cortez, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Elias Sampaio Freire Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro, Nanci Gama, Joel Miyasaki , Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Júlio César Alves Ramos e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/1989 a 30/04/1992 RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Recurso Extraordinário do Procurador Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Extraordinário CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Aurélio Pereira, Antônio Carlos Guidoni, Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Paulo Cortez, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Elias Sampaio Freire Rycardo Henrique AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 02 76 62 /9 9- 35 Fl. 276DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 03/08/2 015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 2 Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro, Nanci Gama, Joel Miyasaki , Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Júlio César Alves Ramos e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Relatório Tratase de Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão proferido pelo colegiado a quo, que negou provimento ao recurso especial por ela interposto. A PGFN interpôs Recurso Extraordinário a este Pleno alegando, em síntese, que o direito de ação relativo ao exercício de um direito subjetivo de crédito, decorrente de pagamento indevido, é atribuído ao sujeito passivo, e o termo inicial do prazo prescricional de 05 (cinco) anos (art. 168 do CTN) para exercêlo começa da data da extinção do crédito tributário, operandose este tão logo efetue o pagamento indevido. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e deve ser admitido. O pedido de restituição foi apresentado em 21/09/1999, relativo ao período de apuração de 01/08/1989 a 30/04/1992. Não assiste razão à recorrente, pois, com a edição da Lei Complementar 118/2005, o seu artigo 3º foi debatido no âmbito do STJ no Resp 327043/DF, que entendeu tratarse de usurpação de competência a edição desta norma interpretativa, cujo real objetivo era desfazer entendimento consolidado. Entendendo configurar legislação nova e não interpretativa, os Ministros do STJ decidiram que as ações propostas até a data de 09/06/2005, não se submeteriam ao consignado na nova lei. Com efeito, de acordo com a decisão prolatada pelo pleno do STF, no RE nº 566.621, em 04/08/2011, em julgamento de mérito de tema com repercussão geral, o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, relativamente a pedidos de restituição efetuados anteriormente à vigência da LC nº 118/05 (09/06/2005), é de cinco anos para a homologação do pagamento antecipado, acrescido de mais cinco para pleitear o indébito, em conformidade com a cognominada tese dos cinco mais cinco, sendo, portanto, de dez anos o prazo para pleitear a restituição do pagamento indevido. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 03/08/2 015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 10880.027662/9935 Acórdão n.º 9900000.945 CSRFPL Fl. 3 3 Assim, somente os pleitos referentes aos fatos geradores ocorridos anteriormente a 10 anos da data do protocolo estariam com o eventual direito de restituição extinto, tendo em vista terem sido alcançados pela prescrição. No presente caso, houve a perda parcial do direito a se pleitear a restituição em relação a todo o período objeto da solicitação. Portanto, em que pese a minha total discordância com tal entendimento, com fulcro no art. 62A do Anexo II à Portaria MF nº 256/09 (RICARF), deve ser reconhecida a aplicabilidade da tese dos cinco mais cinco. Ante o exposto, voto pelo provimento parcial do Recurso Extraordinário interposto pela PGFN, para declarar prescrito o direito ao pleito de repetição do indébito em relação à competência de agosto de 1989, com a remessa dos autos à autoridade preparadora para a análise do mérito. Rodrigo da Costa Pôssas Relator Fl. 278DF CARF MF Impresso em 04/08/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 03/08/2 015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 03/08/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO
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Numero do processo: 10855.004350/2002-18
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 26 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu May 14 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1997
Ementa:
MATÉRIA SOB A SINDICÂNCIA DO PODER JUDICIÁRIO. Não se conhece da matéria levada ao pronunciamento do Poder Judiciário.
Numero da decisão: 9101-002.127
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em conhecer do recurso e negar provimento por unanimidade de votos.
(Assinado digitalmente)
HENRIQUE PINHEIRO TORRES - Presidente-Substitutop
(Assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Relator.
EDITADO EM: 10/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HENRIQUE PINHEIRO TORRES (Presidente-Substituto), MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, ADRIANA GOMES REGO, KAREM JUREIDINI DIAS, LEONARDO DE ANDRADE COUTO (Conselheiro Convocado), ANTÔNIO CARLOS GUIDONI FILHO, RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR, MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ (Vice-Presidente).
Nome do relator: MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1997 Ementa: MATÉRIA SOB A SINDICÂNCIA DO PODER JUDICIÁRIO. Não se conhece da matéria levada ao pronunciamento do Poder Judiciário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em conhecer do recurso e negar provimento por unanimidade de votos. (Assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES PresidenteSubstitutop (Assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Relator. EDITADO EM: 10/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HENRIQUE PINHEIRO TORRES (PresidenteSubstituto), MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, ADRIANA GOMES REGO, KAREM JUREIDINI DIAS, LEONARDO DE ANDRADE COUTO (Conselheiro Convocado), ANTÔNIO CARLOS GUIDONI FILHO, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 43 50 /2 00 2- 18Fl. 706DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES 2 RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR, MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ (VicePresidente). Relatório Por bem descrever os fatos, repito o trecho do relatório da decisão recorrida, que interessa a este julgamento: (...) ‘Versa o presente processo sobre Autos de Infração (fls. 152 a 164) relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, à multa isolada pela falta de pagamento do imposto de renda por estimativa, e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, lavrados contra a empresa em epígrafe e decorrentes de Ação Fiscal, nos quais foram apontadas como irregularidades a despesa indevida de correção monetária e a falta de recolhimento do IRPJ sobre a base de cálculo estimada. Consoante o descrito no Termo de Constatação Fiscal às fls. 162/163, foram verificados, em resumo, os seguintes fatos contábeis sujeitos ao lançamento de ofício: 1 Dedução indevida de despesa de correção monetária na apuração do lucro. Segundo o Fisco, o contribuinte apropriou indevidamente, na apuração do lucro do ano calendário de 1997, sob o título de ajustes de períodos anteriores conta 43303011, despesas de correção monetária resultante da aplicação do índice de 41,94% sobre as contas do balanço do anobase de 1994. 2 Inobservância do regime de competência para o reconhecimento de receitas. O Fisco verificou que o custo do financiamento das vendas a prazo cobrado do comprador, como complemento do preço de venda, foi apropriado ao resultado para fins de apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e CSLL, pelo regime “caixa”; já que o valor desses encargos era destacado nas notas fiscais e mensalmente lançado à conta 23101033 Receitas Financeiras a apropriar. E, somente à medida em que as prestações eram pagas, os valores complementares eram reconhecidos como receita para fins de apuração do IRPJ e da CSLL. Observese que a fiscalização não apurou tributo a pagar pela postergação das receitas, contudo entendeu ser devida a multa isolada, conforme artigo 44, parágrafo 1°, IV, da Lei 9.430, de 1996.’ (...) Fl. 707DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 10855.004350/200218 Acórdão n.º 9101002.127 CSRFT1 Fl. 161 3 A Terceira Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, à unanimidade de votos, não conheceu das razões de recurso quanto à matéria submetida ao Poder Judiciário e, no mérito, deu provimento ao recurso para excluir a exigência da multa isolada. A decisão foi consubstanciada nos seguintes termos: MATÉRIA SOB A SINDICÂNCIA DO PODER JUDICIÁRIO Não se conhece da matéria levada ao pronunciamento do Poder Judiciário. IRPJ RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA MULTA ISOLADA Encerrado o período de apuração do imposto de renda, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter sua eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo efetivamente devido apurado, com base no lucro real, em declaração de rendimentos apresentada tempestivamente, revelandose improcedente e cominação de multa sobre eventuais diferenças de estimativas. JUROS DE MORA TAXA SELIC É legitima a utilização da taxa SELIC como índice de juros de mora incidentes sobre débitos tributários não pagos no vencimento, diante da existência de lei que determina a sua adoção, com o respaldo do art. 161, § 1°, do CTN. Inconformada a contribuinte interpôs Recurso Especial por divergência., o qual, talvez por prudência foi apresentado em três versões do recurso, com o mesmo teor, sob a justificativa de que os lançamentos de IRPJ e CSLL foram formalizados em autos distintos: processos n°s 10855.004350/200218 (este sob exame) e n° 10855.004347/200202. O presidente da 3ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes deu seguimento ao recurso apenas quanto à alegação de possibilidade de conhecimento na esfera administrativa de matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário. Devidamente cientificada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão O recurso é tempestivo, entendo que a divergência restou comprovada e por isto conheço do especial. Antes de adentrar ao mérito da questão é importante destacar que o P. 10855.004347/200202, que trata de CSLL, foi decidido em sede de Recurso Voluntário, em sessão de 22/03/20016, resultando no Ac. 10322346, que deu provimento unânime ao voluntário e que, de acordo com o sítio do CARF (www.carf. fazenda.gov.br), tem a seguinte ementa: Fl. 708DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES 4 Ementa: CSSL RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA DA CSSL MULTA ISOLADA Encerrado o período de apuração da CSSL, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter sua eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo efetivamente devido apurado, em declaração de rendimentos apresentada tempestivamente, revelandose improcedente e cominação de multa sobre eventuais diferenças de estimativas. Tal processo retornou a outro órgão em 12/11/2007 (provavelmente à origem), após ciência da PGFN (dados do site do CARF, citado acima). Contudo, não foi possível verificar o conteúdo do Processo 10855.004347/200202, mas pelo teor do Acórdão Ac. 10322346 (Relatório e voto), notase que a decisão, que de fato só trata da CSLL, não discrepa da decisão do presente processo seguindo na mesma linha, no que diz respeito ao respeito à instância judicial. O processo de que se trata aqui, de número 10855.004350/200218, contém lançamentos de IRPJ e CSLL e seus consectários (ver AI de fls 155 a 164). Mas embora ambos os processos tenham sido decididos na mesma sessão (vejase que os números dos acórdãos são também em sequência), contém decisões diferentes. Assim, pressupõese que se tratam de créditos tributários diferentes, e a decisão de um processo não impacta o outro necessariamente. De forma que fica apenas o registro dessa ocorrência. A matéria sub judice no presente processo, que foi admitida, diz respeito à possibilidade de análise e julgamento em sede de PAF de matéria também analisada em sede judiciária, a chamada concomitância de jurisdições. Assim penso que é possível analisar o r. especial, mesmo considerando que nesta fase processual não é possível a realização de diligências. Caso se mantenha o lançamento e na parte da CSLL se verifique que são os mesmos lançamentos alegados pelo contribuinte no P. 10855.004347/200202 a DRF poderá embargar a presente decisão, ou mesmo excluir a dupla cobrança, caso haja superposição de cobrança. Tal fato não deve proceder em vista de que em ambos os processos o tema da multa pelo não recolhimento da estimativa restou afastado, não sendo objeto de recurso especial pela PGFN e ao que tudo indica, conforme o Ac. 10322.346, do P. 10855.004347/200202, o que restou decidido no outro processo referente à CSLL diz respeito somente a este tema, tendo transitado em julgado, portanto. Destaquese que o tema conhecido neste processo, i.e., a questão da existência da ação judicial, foi analisada também no outro processo, e embora seja manifestada a posição pelo não conhecimento o tema não foi parte da decisão, que deu provimento ao recurso voluntário do contribuinte, à pg. 11 do Ac. 10322.346, após a manifestação pela impossibilidade da análise da questão que está no judiciário, lêse: Todavia, vale advertir que a dedução indevida da correção monetária na apuração do lucro real, mencionada ano item 1 do Termo de Constatação, à fl. 146, não consta do auto de infração, razão por que não posso conhecela. Ou seja, o tema discutido no presente processo não foi discutido no outro processo, e não tem o condão de nele interferir. Feita esta ressalva passo à análise do mérito. Fl. 709DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 10855.004350/200218 Acórdão n.º 9101002.127 CSRFT1 Fl. 162 5 A parte admitida do recurso especial diz respeito à existência de discussão judicial sobre tema que afeta o mérito do lançamento, que é a dedução indevida de correção monetária na apuração do lucro e que gerou o lançamento em questão. Ocorre que a existência da correção monetária conforme alegado pelo contribuinte, e que a RFB não aceita, foi discutida pelo contribuinte na justiça, em momento anterior à lavratura do Auto de Infração. O paradigma (Ac. 20305.200) traz o entendimento de que a concomitância que afasta a esfera administrativa se dá no caso de ação judicial ajuizada após o início da ação fiscal. Vejase que desde a decisão da DRJ esta matéria vem sendo não conhecida, lêse no resultado do julgamento in verbis (fls. 331): Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros da 5ª Turma de Julgamento da DRJ de Ribeirão Preto SP, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares, e no mérito, deixar de conhecer da impugnação no que se refere à matéria já levada à apreciação do Poder Judiciário e considerar procedente o lançamento referente ao item 002 do Auto de Infração, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Também a decisão recorrida concluiu in verbis (fls. 451): Também me socorro das palavras de Natanael Martins [NR omitida], merecedoras das recordações do relator, à fl. 335, no julgamento em primeira Instância. Diz ele: "...proposta a ação perante o Poder Judiciário, não é lógico, muito menos correto, querer atribuir aos Tribunais Administrativos o poder de resolver a lide, já que a matéria sub judice foi atribuída à solução daquele poder, competente para, repitase, em derradeira instância, dizer qual o direito efetivamente aplicável à espécie" Diante disso, se já entregue a matéria ao pronunciamento do Poder Judiciário, não cabe a este Colegiado conhecêla. Sopesados os argumentos do especial e das contrarrazões da PGFN tenho também que tal matéria, já objeto de decisão no judiciário, não pode ser conhecida a teor do Parágrafo único do art. 38 da Lei n. 6.380/1980, que diz Art. 38 A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo Único A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto. (Negritouse e sublinhouse). Fl. 710DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES 6 Considerando que o contribuinte impetrou mandado de segurança em relação a tema objeto do lançamento (cálculo da correção monetária), não se pode conhecer da matéria em âmbito administrativo. Isto posto, nego provimento ao recurso especial do contribuinte. (Assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Relator Fl. 711DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 14052.001323/92-11
Turma: Quinta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 1995
Ementa: IRPF - DECORRÊNCIA - Tratando-se de lançamento reflexivo,
a decisão proferida no processo matriz é
aplicável ao julgamento do processo decorrente,
dada a relação de causa e efeito que vincula um ao
outro.
Numero da decisão: 102-29.831
Decisão: ACORDAM os Membros da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, declarar a nulidade da decisão de l° instância a fim de que outra seja prolatada de acordo com o que for decidido no processo principal, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: Julio Cesar Gomes da Silva
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score : 1.0
Numero do processo: 10880.906988/2008-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
DESISTÊNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
O contribuinte requereu a desistência do Recurso voluntário em razão da adesão à modalidade “Reabertura da Lei n° 11.941, de 2009 - RFB - Demais Débitos - Pagamento à vista com utilização de Prejuízo Fiscal e Base de Cálculo Negativa da CSLL para liquidar multa e juros de que trata o §7° do art.1° da Lei n° 11.941/09”.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3101-001.844
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, não se conhece do Recurso Voluntario.
Nome do relator: ADOLPHO BERGAMINI
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1656; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T1 Fl. 694 1 693 S3C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.906988/200873 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3101001.844 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de março de 2015 Matéria IPI Recorrente COMPANHIA NÍQUEL TOCANTINS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 DESISTÊNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. O contribuinte requereu a desistência do Recurso Voluntário em razão da adesão à modalidade “Reabertura da Lei n° 11.941, de 2009 RFB Demais Débitos Pagamento à vista com utilização de Prejuízo Fiscal e Base de Cálculo Negativa da CSLL para liquidar multa e juros de que trata o §7° do art.1° da Lei n° 11.941/09”. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, [ Por unanimidade, não se conheceu do Recurso Voluntário.] HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente. ADOLPHO BERGAMINI Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, José Henrique Mauri, Adolpho Bergamini, Fernando Luiz Da Gama Lobo D’eça e Henrique Pinheiro Torres (Presidente) Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 69 88 /2 00 8- 73 Fl. 694DF CARF MF Impresso em 18/05/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2015 por ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 15/04/2015 po r ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Tratase de Recurso Voluntário em face do Acórdão nº 1439.969 da 08ª Turma da DRJ/RPO (fls. 607/617). Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante nesta decisão de primeira instância, acrescidas das considerações deste julgamento e demais informações relevantes ao deslinde deste processo: “Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório resultante da apreciação do Pedido de Ressarcimento e Declaração de Compensação PER/DCOMP n° 15590.92570.130704.1.3.011016 (fls. 03/445) e nº 35984.78534.210906.1.7.012797 (fls. 446/450), por meio dos quais a contribuinte pretende ter compensado créditos básicos e presumidos de IPI, no valor total de R$ 5.103.697,10, escriturados no 2º trimestre de 2004, em débitos do estabelecimento, bem como ressarcimento do saldo credor de IPI no valor de R$ 54.194,12 (PER nº 37595.13144.210906.1.5.01 5855, fls. 451/459), totalizando o montante de R$ 5.157.891,22. A análise da liquidez e certeza do crédito pleiteado foi efetuada mediante o Despacho Decisório de fls. 460/465, com base em Termo de Informação Fiscal elaborado pela Divisão de Fiscalização em São Paulo, no qual a autoridade competente reconheceu parcialmente o direito creditório e homologou parcialmente, no limite do crédito reconhecido de R$ 3.400.728,20, às compensações declaradas nos PER/DCOMP. A motivação da decisão foi em virtude da constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado, utilização integral ou parcial, na escrita fiscal, do saldo credor passível de ressarcimento em períodos subseqüentes ao trimestre em referência, até a data da apresentação do PER/DCOMP, e ocorrência de glosa de crédito presumido considerado indevido. Inconformada com a decisão administrativa, a Votorantim Metais S.A., que sucedeu por incorporação a empresa Companhia Níquel Tocantins, apresentou em 02/04/2012 a manifestação de inconformidade de fls. 467/477, instruída com os documentos de fls. 478/510, na qual alega, em síntese, o disposto a seguir: 1. Devese reconhecer a nulidade do despacho decisório ora recorrido, tendo em vista que este não contém informações suficientes a interpretação do motivo da glosa efetuada, bem como porque o Termo de Informação Fiscal, além de incompleto, traz informações inconsistentes seja entre ele e o despacho decisório, seja entre ele e os documentos apresentados pela Recorrente, como o próprio PER/DCOMP e o livro de apuração do IPI; 2. Caso não seja este o entendimento, requer seja julgada procedente a manifestação de inconformidade com a conseqüente homologação da compensação feita, tendo em vista que as glosas efetuadas pela autoridade fiscal referente a dez/01, dez/02, mar/03 e jun/04 são indevidas, pois a existência dos créditos aproveitados está devidamente comprovada; 3. Nos termos do art. 16, inciso IV do Decreto 70.235/72, caso reste alguma dúvida acerca da existência dos créditos pleiteados. Requer que sejam os autos baixados em diligência para que seja feita uma reanálise dos documentos apresentados e, caso seja necessário, complementese estes documentos afim de comprovar o quanto alegado na presente; 4. Por fim, requer seja atribuído efeito suspensivo ao presente recurso, nos termos dos §s 9° e 11°, ambos do art. 74 da Lei 9.430/96. A 8ª Turma de Julgamento da DRJ/RPO, mediante o Despacho nº 40, fl. 513, propôs que o presente processo retornasse ao órgão de origem para ciência e Fl. 695DF CARF MF Impresso em 18/05/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2015 por ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 15/04/2015 po r ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10880.906988/200873 Acórdão n.º 3101001.844 S3C1T1 Fl. 695 3 intimação da contribuinte do inteiro teor do Termo de Informação Fiscal e planilhas integrantes e indissociáveis, bem como, a juntada dos mesmos ao processo. A autoridade administrativa de origem juntou às fls. 515/531, cópia integral do Termo de Informação Fiscal e planilhas de cálculo e consolidação citadas no termo, assim como, cientificou a interessada dos documentos. Regularmente cientificada, a interessada apresentou em 16/10/2012 a manifestação de inconformidade de fls. 581/593, instruída com os documentos de fls. 594/606, na qual alega, em síntese, o disposto a seguir: 1. Cientificada da decisão e seus documentos em 14/09/2012 (sextafeira), conforme consta à fl. 534, iniciase o prazo para apresentar a manifestação no primeiro dia útil subseqüente, em 17/09/2012 (segundafeira). Assim, o trintídio legal para apresentar manifestação de inconformidade, nos termos do art. 74, §§ 7º e 9º da Lei 9.430/96, termina em 16/10/2012 (terçafeira). Desta forma, a manifestação ora apresentada é tempestiva; 2. Ao determinar o retorno dos autos à instância de origem, reconhecendo a autoridade julgadora a nulidade da notificação ocorrida em março de 2009, a DRJ/POR determinou que fosse a Manifestante cientificada da decisão proferida (acompanhada da integralidade do Termo de Informação Fiscal e planilhas que dão albergue ao despacho decisório), ocorrendo a citação válida do despacho decisório em 14/09/2012. Assim, as compensações declaradas através das DCOMP n° 15590.92570.130704.1.3.011016 e nº 35984.78534.210906.1.7.012797 foram homologadas tacitamente, uma vez que foram transmitidos em 13/07/2004 e 21/09/2006 e a notificação válida do despacho decisório ora combatido ocorreu em 14/09/2012, transcorrendo in albis o prazo qüinqüenal previsto no art. 74, § 5o da Lei 9.430/96; Regularmente cientificada, a interessada apresentou em 16/10/2012 a manifestação de inconformidade de fls. 581/593, instruída com os documentos de fls. 594/606, na qual alega, em síntese, o disposto a seguir: 1. Cientificada da decisão e seus documentos em 14/09/2012 (sextafeira), conforme consta à fl. 534, iniciase o prazo para apresentar a manifestação no primeiro dia útil subseqüente, em 17/09/2012 (segundafeira). Assim, o trintídio legal para apresentar manifestação de inconformidade, nos termos do art. 74, §§ 7º e 9º da Lei 9.430/96, termina em 16/10/2012 (terçafeira). Desta forma, a manifestação ora apresentada é tempestiva; 2. Ao determinar o retorno dos autos à instância de origem, reconhecendo a autoridade julgadora a nulidade da notificação ocorrida em março de 2009, a DRJ/POR determinou que fosse a Manifestante cientificada da decisão proferida (acompanhada da integralidade do Termo de Informação Fiscal e planilhas que dão albergue ao despacho decisório), ocorrendo a citação válida do despacho decisório em 14/09/2012. Assim, as compensações declaradas através das DCOMP n° 15590.92570.130704.1.3.011016 e nº 35984.78534.210906.1.7.012797 foram homologadas tacitamente, uma vez que foram transmitidos em 13/07/2004 e 21/09/2006 e a notificação válida do despacho decisório ora combatido ocorreu em 14/09/2012, transcorrendo in albis o prazo qüinqüenal previsto no art. 74, § 5o da Lei 9.430/96; 3. Há uma nítida divergência entre o despacho decisório, que reconheceu um crédito de apenas R$ 3.400.728,35 para o trimestre em debate, e o Termo de Fl. 696DF CARF MF Impresso em 18/05/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2015 por ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 15/04/2015 po r ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 Informação Fiscal, que reconhece no valor de R$ 4.315.010,00, devendo ser provida a presente manifestação para reconhecer a diferença de créditos não reconhecida no despacho decisório; 4. Acerca das glosas de crédito presumido apurado em dezembro/2002, março/2003 e junho/2003, escriturados no 2º trimestre de 2004, o Termo de Informação Fiscal indica com razão para a glosa o item 4 do tópico VIIDo reconhecimento do pedido do crédito presumido de IPI. Percebese que não existe sequer uma linha no trecho citado que indique o motivo para a realização da glosa fiscal, atraindo de imediato o necessário reconhecimento da nulidade do despacho decisório por ausência de motivação, conforme preconiza o art. 50, I, §1º da Lei 9.784/99 e o artigo 59, do Decreto nº 70.235/72; 5. Pela simples análise da planilha de “Cálculo do Crédito Presumido ano calendário 2002 Lei 9.363/96” chegase a conclusão de que ao menos deveria ser reconhecido o valor de R$ 460.999,98, pois, para o mês de dezembro de 2002 foi apurado um saldo credor de R$ 1.393.188,08 (R$ 873.067,15+R$ 520.120,93). Desse valor, R$ 932.188,10 teria sido utilizado no PER/DCOMP nº 006928330130010413018140 (relativo ao 4º trim/2003), ensejando, por decorrência lógica, no reconhecimento no presente PER/DCOMP de R$ 460.999,98 (R$ 1.393.188,08 R$ 932.188,10); 6. Quanto a glosa relativa ao crédito presumido apurado em dezembro/2001, a manifestante deixa de se manifestar em razão de sua procedência, ressaltando, contudo, que o não reconhecimento da mesma não impede a homologação integral das compensações realizadas nos presentes autos; 7. Na remota hipótese dos documentos até então acostados pela Manifestante não serem suficientes a comprovar o crédito presumido de IPI, o que se admite para fins de argumentação, a Manifestante pugna pela realização de diligência ou perícia, nos termos do inciso IV, do artigo 16 do Decreto n.° 70.235/72.” A conclusão da 8ª Turma da DRJ/POR, em suma, foi “pela procedência parcial da manifestação de inconformidade apresentada, reconhecendose à interessada o direito creditório complementar/compensação no valor de R$ 1.375.717,24, que corresponde à diferença entre o valor reconhecido e o valor do crédito reconhecido no despacho decisório (R$ 4.776.445,44 R$ 3.400.728,20).”. Em seguida, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 645/655) demonstrando arrazoado para a homologação tácita do PER/DCOMP nº 15590.92570.130704.1.3.011016 e, na remota hipótese de não ser reconhecida a homologação tácita, requereu o deferimento integral do crédito presumido de IPI. Posteriormente, o Contribuinte peticionou (fls. 688) e juntou documentos (fls. 689/692) requerendo a desistência de forma irretratável da discussão posta nos autos, renunciando seus direitos e requerendo o arquivamento do presente feito em virtude da adesão ao REFIS IV. É o relatório. Voto Conselheiro Adolpho Bergamini Fl. 697DF CARF MF Impresso em 18/05/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2015 por ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 15/04/2015 po r ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10880.906988/200873 Acórdão n.º 3101001.844 S3C1T1 Fl. 696 5 O Recurso Voluntário é tempestivo, considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade ele poderia ser apreciado. Entretanto, como esclarecido no relatório, o Contribuinte apresentou petição de desistência da discussão posta nestes autos (fls. 689/692), informando a inclusão do débito fiscal na modalidade “Reabertura da Lei n° 11.941, de 2009 RFB – Demais Débitos Pagamento à vista com utilização de Prejuízo Fiscal e Base de Cálculo Negativa da CSLL para liquidar multa e juros de que trata o §7° do art.1° da Lei n° 11.941 de 2009”. Assim, com supedâneo no artigo 78, §§ 1º, a 3º, da Portaria MF 256/2009 – Regimento Interno do CARF, NÃO CONHEÇO do Recurso Voluntário. É como voto. Adolpho Bergamini – Relator Fl. 698DF CARF MF Impresso em 18/05/2015 por MARIA MADALENA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2015 por ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 15/04/2015 po r ADOLPHO BERGAMINI, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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