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Numero do processo: 10111.000176/2011-29
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue May 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2010
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO ÀS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. INTEMPESTIVIDADE NO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Aplica-se o instituto da denúncia espontânea às obrigações acessórias de caráter administrativo cumpridas intempestivamente, mas antes do início de qualquer atividade fiscalizatória, relativamente ao dever de informar, no Siscomex, os dados referentes ao embarque de mercadoria destinada à exportação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-005.261
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário reconhecendo-se o instituto da denúncia espontânea. Vencidos os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges que negavam provimento ao recurso voluntário.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira, Cássio Shappo e Flavio de Castro Pontes
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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APLICAÇÃO ÀS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. INTEMPESTIVIDADE NO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase o instituto da denúncia espontânea às obrigações acessórias de caráter administrativo cumpridas intempestivamente, mas antes do início de qualquer atividade fiscalizatória, relativamente ao dever de informar, no Siscomex, os dados referentes ao embarque de mercadoria destinada à exportação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário reconhecendose o instituto da denúncia espontânea. Vencidos os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges que negavam provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Redator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 11 1. 00 01 76 /2 01 1- 29 Fl. 254DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira, Cássio Shappo e Flavio de Castro Pontes Fl. 255DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10111.000176/201129, contra o acórdão nº 0734.486, julgado pela 1ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Florianópolis (DRJ/FNS), na sessão de julgamento de 26 de março de 2014, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou: A presente autuação referese à exigência da multa capitulada no art. 107, IV, alínea “e”, do Decreto Lei n.º 37/66, com a redação da Lei n.º 10.833/2003, aplicada por veículo/viagem, identificado pelo respectivo voo, por não prestar as informações sobre a carga transportada no prazo estabelecido na IN SRF n.º 28/1994, alterada pela IN RFB n.º 510/2005. A fiscalização relata no auto de infração que os embarques das cargas se deram os registros destes embarques. Intimada da autuação, a interessada apresentou a impugnação alegando, em síntese, o que segue: 1) Embora a Impugnante tenha realizado todos os registros tempestivamente, a averbação das referidas informações no Sistema foi realizada após o prazo legal de dois dias, tendo em vista a ocorrência de alguns problemas, de cunho eminentemente prático, que o Siscomex vem apresentando e apresentou, no momento da inserção dos dados no Sistema, pela Impugnante. Também as retificações das informações foram processadas como se fosse a primeira informação. 2) Acusa a contagem de prazo feita indevidamente nos fins de semana. 3) O lançamento das multas está em total desconformidade com o nosso ordenamento jurídico, uma vez que ocorre patente violação ao principio da razoabilidade, segundo o qual a atuação da Administração Pública, direta ou indireta, de qualquer dos Poderes, deve se pautar, como condição de legitimidade dos atos administrativos, ao lado de outros princípios, tais como, o da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, isonomia, boafé e o da motivação suficiente, como condição essencial para a validade dos atos administrativos, em geral. 4) Requer, ao final, a insubsistência do auto de infração. Fl. 256DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 5 4 A DRJ de Florianópolis (DRJ/FNS) decidiu pela parcial procedência da impugnação, mantendo o crédito. Colaciono a ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Ano calendário: 2010 Ementa: Acórdão dispensado de ementa, de acordo com a Portaria SRF nº 1.364, de 10/11/2004 Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada com parcial procedência de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, expondo que: 1 Embora tenha realizado todos os registros tempestivamente, a averbação das referidas informações no Sistema foi realizada após o prazo legal de dois dias, de cunho eminentemente prático, que o Siscomex já vinha apresentado, no momento da inserção de dados; 2 Por diversas vezes, precisou ser interrompido a inserção de dados, por falha inerente do funcionamento do Sistema, que estava “fora do ar”, ocasionando esforço redobrado da empresa recorrente; 3 A recorrente procedeu ao registro dos dados de embarque, não o fazendo, em alguns casos, no prazo de dois dias à época previsto, em virtude de problemas técnicos do Siscomex; 4 Todos registros e informações dos embarques foram prestados antes de qualquer medida de fiscalização denunciadora das supostas infrações; 5 A denúncia espontânea regida pelo Decreto 37/66 afasta a aplicação de penalidades, tanto de natureza tributária quanto de natureza administrativa, excepcionandose, apenas, as penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento; 6 Quanto à apresentação da impugnação, é cediço que a razoabilidade integra o ordenamento constitucional brasileiro e que se constitui em princípio inarredável no tocante a elaboração das leis e no que diz respeito à autuação do Poder Executivo; 7 Conforme estabelecido pelo art. 46, caput, § 1º da IN/SRF nº 28/1994, a averbação consiste apenas na confirmação por parte da Autoridade Aduaneira, de que o embarque ou a transposição das mercadorias, de fato ocorreu. É o sucinto relatório. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo os demais requisitos de admissibilidade, dele conheço, portanto. Denúncia Espontânea A questão em debate cingese à incidência da multa prevista pelo art. 107, IV, alínea “e” do DecretoLei nº 37/66. Muito embora compartilhe do entendimento que as agências de carga não possam ser sujeitas da multa prevista pelo art. 107, IV, alínea “e” do DecretoLei nº 37/66, devendo ser estas serem impostas somente ao transportador, tenho que deve ser adotado o entendimento deste egrégio Conselho, já exposto em diversos acórdãos, como, v.g., o de nº 3401002.443, julgado na sessão de 26 de novembro de 2013. Ocorre que diversos são os julgados deste Conselho onde foi compreendido que a obrigação do transportador, de prestar as informações à RFB, encontrase estabelecida no art. 37 do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 2003, in verbis: Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. § 1º O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. Todavia, entendo que a penalidade não deve ser aplicada no presente caso. Ocorre que embora não tenha sido objeto de defesa no presente recurso voluntário, entendo que por ter a Recorrente apresentado as declarações, mesmo que fora do prazo, passou a existir o instituto da denúncia espontânea, matéria de ordem pública que deve ser ponderada. Assim, muito embora típica e perfeitamente subsumido o fato à norma, no caso em tela se está diante de uma excludente da punibilidade, haja vista a Recorrente estar amparada pela hipótese legal da chamada denúncia espontânea. Consultados os autos, nas planilhas apresentadas pela fiscalização é possível verificar que as declarações foram entregues, todavia em atraso de no máximo 03 (três) dias, não configurando dano algum ao Erário. Portanto, nos termos do art. 138, caput, do Código Tributário Nacional (CTN), a multa deveria ter sido excluída em razão da caracterização da denúncia espontânea: Fl. 258DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 7 6 “Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentado após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.” Esse instituto jurídico tem lugar quando o contribuinte informa à administração as infrações por ele praticadas, antes de iniciado qualquer procedimento fiscalizatório. A vantagem dessa confissão prévia e espontânea para o contribuinte está na consequência legal que o instituto lhe garante. No presente caso temse que o pedido de retificação prestado pela recorrente foi anterior lavratura do Auto de Infração, bem como de qualquer outra intimação da RFB. Deste modo, aplicase ao presente caso o instituto da denúncia espontânea. O Código Tributário Nacional disciplina no art. 138 a exclusão da responsabilidade quando a denúncia espontânea for acompanhada do pagamento do tributo e dos juros de mora, restringindo tal hipótese quando caracterizado o início do procedimento administrativo ou qualquer medida de fiscalização, nos termos do parágrafo único. Destacase também que até a edição da Medida Provisória nº 497, de 27 de julho de 2010, convertida na Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010, a caracterização da denúncia espontânea não contemplava as obrigações acessórias autônomas, sem qualquer vínculo direto com o fato gerador do tributo. Porém, com a vigência da norma acima, foi modificado o § 2º, do art. 102 do DecretoLei nº 37/66, incluindo as penalidades administrativas dentre aquelas possíveis de aplicação da denúncia espontânea, in verbis: Art. 102. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (grifouse) No presente caso, temos, portanto que a retificação foi apresentada antes de qualquer procedimento de fiscalização, caracterizando a denúncia espontânea, devendo ser Fl. 259DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 8 7 excluída a penalidade ora discutida, de natureza administrativa, conforme previsão do § 2º do artigo 102 do DecretoLei nº 37/66. Ainda, cabe observar que, sendo o fato gerador anterior a Medida Provisória nº 497, de 27 de julho de 2010, necessário aplicar in casu a retroatividade benigna da alteração legislativa processada pela referida Medida Provisória, conforme determina o artigo 106 do CTN. Logo, aplicável à referida legislação ao presente caso. Acrescentase ainda que este Egrégio Conselho tem compartilhado deste entendimento, consoante se verifica pelos arestos abaixo: DENÚNCIA ESPONTÂNEA CONFIGURAÇÃO A retificação de informação prestada em registro de conhecimento de carga antes de qualquer procedimento da fiscalização aduaneira, está amparada pela denúncia espontânea prevista no art. 102, do mesmo diploma legal (Acórdão 3101001.138, 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, sessão de 22/05/2012, Relator Conselheiro Luiz Roberto Domingo) DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO AS PENALIDADES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A alteração do art. 102 do DecretoLei nº 37/66 promovida pela Medida Provisória nº 497/2010, posteriormente convertida na Lei nº 12.350/2010, que incluiu as penalidades de natureza administrativa, dentre aquelas alcançadas pela denúncia espontânea é aplicada aos casos ainda pendentes de julgamento, em razão da retroatividade benigna, nos termos do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN. (Acórdão 3102001.663, 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, sessão de 25/10/2012, Relator Conselheiro Álvaro Arthur L. de Almeida Filho) DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA ISOLADA. DENUNCIA ESPONTÂNEA. Por força de dispositivo legal, a denúncia espontânea passou a beneficiar a multa administrativa aduaneira aplicada isoladamente por descumprimento de obrigação acessória denunciada antes de quaisquer procedimentos de fiscalização. (Acórdão 3301001.691, 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, sessão de 30/01/2013, Relator Conselheiro Jose Adão Vitorino de Morais) Diante da aplicação do instituto da denúncia espontânea, entendo pelo provimento do recurso e passo a analisar as demais matérias, não obstante prejudicadas, para fins de privilégio do devido processo legal. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 9 8 Nulidade do auto de infração Entendo que não assiste razão o recorrente na sua insurgência sobre a nulidade do auto de infração por não bem comprovar a conduta da recorrente. A fiscalização apresentou a planilha contendo o número das declarações, a data do embarque a data em que foi enviada a declaração e a que voo pretendia, não se olvidando que estas informações são feitas de forma eletrônica e pelo próprio recorrente. Nestes termos, não havendo o recorrente comprovado que de fato as datas de envio não seriam aquelas que apontados pelo fisco, não logrou êxito em desincumbirse do ônus de comprovar a tempestividade das emissões, por força do art. 333, II, do CPC. Ausência de Dano ao Erário Em que pese não tenha ocorrido dano pecuniário do ente público, o entendimento no caso é por embaraçar a fiscalização do fisco. As declarações a que as empresas de transporte são obrigadas a apresentar são obrigações acessórias com finalidade exclusiva de auxiliar a fiscalização das importações e exportações, possibilitando a ciência do que cada empresa que utiliza a transportadora tem transportado, para onde vai e se foi recolhido o tributo a que esta operação está sujeita. Nestes termos, entendo que há o embaraço da fiscalização, quando as transportadoras não cumprem o prazo de emissão da declaração, não obstante entenda que não deve incidir a multa regulamentar neste caso, apenas nos casos de omissão. Multa Singular e o Princípio da Proporcionalidade e Razoabilidade A recorrente se insurge contra a aplicação da multa regulamentar contra as declarações expedidas as destempo em cada uma das viagens de voo declarações de forma extemporânea, evocando o princípio da razoabilidade de proporcionalidade. Neste ponto, entendo que não há maculas o julgado da DRJ, posto que determinou que em cada voo cujas declarações tenham sido expedidas com atraso deveria ser aplicada multa apenas na proporção de viagens, respeitando a proporcionalidade e razoabilidade ao contrario do que afirma o recorrente. Neste sentido, entendo por interpretar a norma de forma mais favorável sem infringir a legalidade ao contribuinte quando esta determina penalidade ao tipo de conduta, conforme resta estabelecido no art. 112, do Código Tributário Nacional – CTN, segundo o qual “a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto”: à capitulação legal do fato; à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou natureza ou extensão de seus efeitos; à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; e à natureza d penalidade, aplicação, ou à sua gradação. Sobre o tema em comendo, temse decidido nas sessões deste Conselho a interpretação da norma em favor do infrator. Vejamos: Fl. 261DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 10 9 Assunto: Obrigações Acessórias Anocalendário: 2006 ILEGIMITIDADE PASSIVA. MULTA. REGISTRO DE DADOS DE EMBARQUE MARÍTIMO EM ATRASO. EXPORTAÇÃO. RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR. É legitimo para figurar no polo passivo da autuação, o transportador que registou os dados de embarque fora do prazo estabelecido no art. 37, §2º, da Instrução Normativa SRF nº 28/94. Inteligência dos arts. 107, inciso IV, alínea “e” e 37 do DecretoLei nº 37/66 c/c arts. 37, §2º, 44 e 46 da Instrução Normativa SRF nº 28/94. REGISTRO DE DADOS DE EMBARQUE MARÍTIMO EM ATRASO. PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR. Ocorrendo dúvida quanto à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão de seus efeitos; à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; e à natureza da penalidade aplicação, ou à sua gradação, deve ser aplicada a interpretação mais favorável ao acusado (art. 112, CTN). A multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea “e”, do DecretoLei nº 37/66 referente ao atraso no registro dados de embarque de mercadorias destinadas à exportação no Siscomex é aplicada por viagem do veículo transportador e não por carga (Declaração para Despacho de Exportação). DUPLICIDADE DA COBRANÇA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. Não comprovada documentalmente o alegado bis in idem, improcedente a alegação de duplicidade da cobrança e a consequente identidade de objetos entre dois processos administrativos fiscais. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ART. 138, CTN. MULTA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INAPLICABILIDADE. Não alegado em momento oportuno, o argumento está precluso, pelo que não merece ser conhecido, ex vi dos arts. 16, inciso III e 17, do Decreto nº 70.235/72. (Recurso Voluntário nº 11968.001039/200717, Relator Bruno Mauricio Macedo Curi, da 2ª Câmara da 3ª Sessão de Julgamento do Carf, Publicada em 11/09/2013) Nestes termos, entendo que a penalidade do art. 107, IV, alínea “e” do Decreto Lei nº 37/66, deve ser aplicada por viagem e não por declaração de carga, conforme julgou a primeira instância. Ressalto que este seria o entendimento caso não estivesse prejudicada a análise. Em face do exposto, encaminho o voto para dar provimento ao recurso voluntário, no sentido de reconhecer que uma vez apresentada a declaração está explicita a denúncia espontânea, motivadora da exclusão da multa regulamentar. (assinatura digital) Fl. 262DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA Processo nº 10111.000176/201129 Acórdão n.º 3801005.261 S3TE01 Fl. 11 10 Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator Fl. 263DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 25/05/2 015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/05/2015 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELL OSO DA SILVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 19647.003297/2003-49
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jun 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003
CONCOMITÂNCIA DE OBJETO. VIAS ADMINISTRATIVA E JUDICIAL RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Numero da decisão: 3803-006.953
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito e Paulo Renato Mothes de Moraes.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003 CONCOMITÂNCIA DE OBJETO. VIAS ADMINISTRATIVA E JUDICIAL RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito e Paulo Renato Mothes de Moraes. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 32 97 /2 00 3- 49 Fl. 176DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/06/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Esta Contribuinte protocolizou Pedido de Ressarcimento de crédito de IPI, no valor de R$ 35.240,47, cumulado posteriormente com as DComps n° 26730.45344.171103.1.3.017541, n° 23731.18177.111203.1.3.012866, decorrente da aquisição de insumos isentos e/ou tributados à alíquota zero, ao amparo no art. 11 da Lei nº 9.779/99. Mesmo não tendo vinculado ação judicial a esse pedido, a DRF/Recife apurou a existência da AMS n° 2002.83.00.0044607, e entendendo que o seu objeto a ele se vincula indeferiuo e não homologou as compensações, motivandoo no fato de a decisão judicial não ter transitado em julgado, inexistindo consequentemente o direito ao crédito pleiteado. Em manifestação de inconformidade apresentada, a Interessada alegou que: a) impetrou Mandado de Segurança (processo n° 2002.83.00.0044667/PE), que teve decisão favorável pelo e. TRF/5ª Região, em sede de apelação, para aproveitar extemporâneo do IPI, decorrente da aquisição de matéria prima, produtos intermediários, material de embalagem e bens do ativo fixo adquiridos com tributação ou sujeitos a regime de isenção, imunidade, alíquota zero ou nãoincidência e utilizados na composição do produto final; b) a decisão administrativa incorre em flagrante ilegalidade por descumprimento de decisão judicial em que lhe é reconhecido tal direito; c) com essa decisão passou a aproveitar seus créditos extemporâneos de IPI[1], materializando compensações, inclusive as do presente processo, no molde do art.74 da Lei 9.430/96; d) o processo judicial encontravase aguardando julgamento do recurso especial n° 644.500, interposto pela Fazenda Nacional; e) Parecer emitido pela Procuradoria da Fazenda Nacional, provocada a se manifestar nos autos do processo administrativo n° 10480.0l0459/200290, reconheceu o direito da Manifestante de dar consequência à decisão judicial[2]; f) deve ser considerada a pacífica jurisprudência do STJ no sentido de se acolher o direito à correção monetária dos créditos reconhecidos, bem como dos valores que restarem validados posteriormente; g) quanto à forma de apuração dos créditos, deve ser feita pela aplicação da alíquota prevista para a operação de saída do produto final aplicada sobre o valor de aquisição 1 A decisão judicial data de 5 de novembro de 2002; o mês do crédito é a parte final do mês de agosto e o mês de setembro, ambos de 2003; o protocolo do Pedido de Ressarcimento foi 30 de outubro de 2003. Portanto, não se trata de aproveitamento extemporâneo. 2 “(...) A decisão na AMS merece ser cumprida respeitandose seus estritos termos: deverá ser observado o direito efetivamente reconhecido no acórdão, o qual, como se depreende da cópia anexada, autoriza o particular tão somente a utilizar se dos créditos advindos das aquisições de INSUMOS sob ISENÇÃO OU ALIQUOTA ZERO, ATRAVÉS DE COMPENSAÇÃO COM O PROPRIO IPI OU COM OUTROS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS. Tendo por pressuposto os limites da decisão colegiada nos do AMS n° 82.188 PE, passaremos, pois, a responder os questionamentos bem colocados ao fim do Termo de Verificação Fiscal: a) há direito ao creditamento do IPI no livro de registros de apuração do IPI, diante da situação atual da apreciação da lide judicial e recursos díversos?/ Resposta: Em razão da existência de ordem liminar e de decisão favorável proferida em Apelação, há direito ao creditamento do IPI no RAPIPI, porém exclusivamente quanto às aquisições de insumos sob isenção ou alíquota zero". Fl. 177DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/06/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 19647.003297/200349 Acórdão n.º 3803006.953 S3TE03 Fl. 177 3 do insumo desonerado, como a única forma de se obter a efetividade do direito salvaguardado pelo Poder Judiciário, à ora Defendente; h) ademais, sustentou que a planilha fiscal glosara créditos referentes ao IPI suspenso, segundo dispõe o art. 29, caput e § 5º, da Lei 10.637/2003, assegurada pelo § 3°, do art.5°, da Lei 9.826/99, c/a redação dada pela Lei 10.485/2002; A DRJ/Recife considerou improcedente a solicitação em decisão que foi ementada como segue: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003 RESSARCIMENTO DE IPI. AQUISIÇÃO DESONERADA DO IPI. CONCOMITÂNCIA DE OBJETO COM AÇÃO JUDICIAL EM CURSO. Não se conhece do mérito coincidente com o objeto de ação judicial em curso impetrada pela interessada, devendo prevalecer a decisão final a ser exarada pelo Poder Judiciário. SAÍDA COM SUSPENSÃO DO IPI. ENTENDIMENTO ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO NA AQUISIÇÃO ISENTA OU SUBMETIDA À ALÍQUOTA ZERO Segundo o entendimento oficial, na cadeia de produção industrial, da aquisição do insumo onerada pelo IPI resultará direito de crédito. Não sendo tributado o produto final porque imune, isento, submetido à alíquota zero ou mesmo não tributado NT, ainda que a aquisição do insumo se desse com suspensão do imposto, remanesceria direito de crédito relativo á aquisição onerada. No presente caso, no entanto, tratamse de aquisições de insumos isentas do IPI ou submetidas à alíquota zero. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA A CORREÇÃO MONETÁRIA DE CREDITO ESCRITURAL. Não há previsão legal de atualização monetária de créditos escriturais. Não se confunde a natureza do crédito de IPI decorrente de eventual aquisição de MP, PI ou ME, utilizados na fabricação do produto final com a de um mero indébito, posto que aquele obedece a regime jurídico especial. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da decisão em 6 de agosto de 2010, irresignada, apresentou recurso voluntário, em 6 de setembro de 2010, em que reiterou os termos da manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 178DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/06/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para a sua admissibilidade. Deixo de conhecer a argüição feita com base no § 5°, do art. 29, da Lei 10.637/2003, e no art. 5º, da Lei n° 9.826/99, com redação dada pela lei n° 10.485/2002, descrita na parte final do relatório, acima, por completa impertinência com o objeto do seu pedido, conforme a formulação da inicial no qual consta o creditamento com base nas MP, PI e ME adquiridos com isenção e alíquota zero , bem como com as planilhas que respaldam justamente esse pedido, às fls. 10/11. A simples leitura de ambos os dispositivos vêse que a Recorrente labora em magistral equívoco na vinculação de tais matérias à que perfaz a sua real pretensão. Quanto à análise do fundamento inserto no art. 11 da Lei nº 9.779/99, temse que o pedido e a causa de pedir são justos os que perfazem o objeto do reconhecimento judicial no Mandado de Segurança n° 2002.83.00.0044667, que teve provimento favorável reconhecendo à Impetrante o direito ao creditamento e a utilização em compensação de créditos relativos à entrada de insumos isentos e tributados à alíquota zero, em decisão do TRF 5ª Região, confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça. O direito a ser decidido nesta esfera administrativa não pode concorrer com a apreciação do mesmo direito pelo Poder Judiciário, a quem compete dizêlo, com alcance de coisa julgada, i.é, com força de decisão definitiva, segundo o art. 5º, XXXV da CF/88. A situação configura concomitância de objeto nas vias administrativa e judicial, devendo ser aplicada a Súmula nº 1 do CARF: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso, em vista da concomitância. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 179DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/06/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 19647.003297/200349 Acórdão n.º 3803006.953 S3TE03 Fl. 178 5 Fl. 180DF CARF MF Impresso em 30/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/03/20 15 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 29/06/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10831.001352/2006-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO -II
Data do fato gerador: 14/06/2005, 12/07/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO NO LIMITE DE ALÇADA. Deve ser imediatamente aplicado o novo limite de alçada para impedir a apreciação de recurso de ofício interposto quando vigente limite anterior. Com a publicação da Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, o limite de alçada para que o Presidente da Turma da DRJ recorra de ofício da decisão tomada passou de R$ 500.000,00 para R$ 1.000.000,00, o que impede o conhecimento de recurso de ofício no qual a desoneração do sujeito passivo tenha sido inferior a este novo valor.
Numero da decisão: 3201-000.779
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício.
Nome do relator: MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO -II Data do fato gerador: 14/06/2005, 12/07/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO NO LIMITE DE ALÇADA. Deve ser imediatamente aplicado o novo limite de alçada para impedir a apreciação de recurso de ofício interposto quando vigente limite anterior. Com a publicação da Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, o limite de alçada para que o Presidente da Turma da DRJ recorra de ofício da decisão tomada passou de R$ 500.000,00 para R$ 1.000.000,00, o que impede o conhecimento de recurso de ofício no qual a desoneração do sujeito passivo tenha sido inferior a este novo valor.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2014; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 456 1 455 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10831.001352/200657 Recurso nº 00000000000 De Ofício Acórdão nº 3201 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 11 de agosto de 2011 Matéria IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Recorrente IMAGEM GEOSISTEMAS E COMÉRCIO LTDA Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 14/06/2005, 12/07/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO NO LIMITE DE ALÇADA. Deve ser imediatamente aplicado o novo limite de alçada para impedir a apreciação de recurso de ofício interposto quando vigente limite anterior. Com a publicação da Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, o limite de alçada para que o Presidente da Turma da DRJ recorra de ofício da decisão tomada passou de R$ 500.000,00 para R$ 1.000.000,00, o que impede o conhecimento de recurso de ofício no qual a desoneração do sujeito passivo tenha sido inferior a este novo valor. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício. JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO Presidente. MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA Relator. EDITADO EM: 26/06/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Daniel Mariz Gudino, Robson José Bayerl (Suplente) e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausente justificadamente a Conselheira Mércia Helena Trajano D'Amorim. Esteve presente a Procuradora da Fazenda Nacional. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMANDO 2 Relatório Adoto o relatório da decisão de primeira instância por entender que o mesmo resume bem os fatos dos autos até aquele momento processual: O interessado foi autuado em face da infração "declaração inexata do valor da mercadoria (valor de transação incorreto)". Foram lançados imposto sobre a importação, imposto sobre produtos industrializados, juros de mora e multa. As autoridades aduaneiras entendem que (fls. 1821): i. o valor do software deve ser incluído no valor aduaneiro, pois não foi destacado do valor do suporte físico, na fatura comercial; ii. o primeiro método de valoração é inaplicável pois os valores dos softwares não foram destacados e estão influenciados pela vinculação entre vendedor e comprador;iii. foram aplicados os métodos de valoração segundo e terceiro, mediante consulta aos preços de venda de softwares no "site" do exportador (fl. 21). Intimado em 13/3/2006, o interessado apresentou impugnação em 12/4/2006, juntada às fls. 332 e ss. Alega: 1. Em resposta às intimações fiscais, informou que os produtos adquiridos são CDROM, com valor unitário de US$ 0,50 e, quanto aos softwares, não possuem valor comercial, por se referirem a atualizações. 2. O valor unitário do software, quando ocorre seu licenciamento, é de US$ 900. 3. Não houve contradição entre as informações prestadas pelo fiscalizado. Inicialmente referiuse aos produtos que estavam sendo efetivamente importados e depois ao valor do software que deu origem às atualizações. 4. Na declaração de importação 05/07273073 os produtos incluíam CDROM contendo software e não apenas atualizações, como no caso da declaração 05/06195621. 5. O vendedor, ao emitir as respectivas "invoices", destacou o valor do software em outro documento, juntado à fl. 118. O valor do suporte físico consta do documento de fls. 87 e 88. 6. Esse fato levou o impugnante a equivocadamente declarar que a mercadoria importada consistia apenas em meio fisico, sem software. 7. Constatado o erro, que não resultou em prejuízo ao Erário, porque a importação de softwares não está abrangida na Fl. 2DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMANDO Processo nº 10831.001352/200657 Acórdão n.º 3201 S3C2T1 Fl. 457 3 incidência de imposto sobre a importação e de imposto sobre produtos industrializados, o impugnante esclareceu o correto valor do software importado e recolheu a multa exigida (artigo 69, § 1 2, da Lei n2 10.833/2003). 8. Mais absurdas são as alegações da fiscalização reproduzidas 346 e 347 (texto original em fl. 20). 9. Se ao adquirir os softwares houve, ou não, pagamento de valor que cobrisse futuras e incertas atualizações, é indiferente às importações das atualizações: a questão deve ser analisada naquela aquisição e, mesmo naquele momento, os impostos aduaneiros incidiam apenas sobre o meio físico. 10. Imaginar que o impugnante importa atualizações para comercializálas como licenças novas é um despautério, já que as atualizações do software não processam dados sem o programa original e sua utilização demanda a informação de um código "chave" fornecido ao cliente no ato da licença primitiva, diretamente pela empresa norteamericana. 11. Não há dúvida sobre não ter havido importação de software pela declaração de importação 05/06195621, mas apenas atualização, sem valor comercial. 12. Esses fatos foram confirmados pelo perito da Receita Federal e o contrato firmado entre o impugnante e a licenciadora é claro ao estabelecer que as atualizações não têm custo. 13. Houve interpretação equivocada das normas, entendendo as autoridades que caberia ao impugnante destacar o valor dos softwares do meio físico nas declarações de importação. 14. Cita o Decreto nº 4.543/2002, a Instrução Normativa SRF n° 327/2003 e a Portaria MF n° 181/1989. Conclui que, segundo os dispositivos citados, o destaque entre o valor do software e o do suporte físico devem constar do documento de aquisição da mercadoria. Quando houve aquisição de software, seu valor constou de fatura separada da relativa ao valor do suporte físico. 15. O critério adotado pela fiscalização para arbitrar o valor dos softwares é impróprio. A importação foi feita por Distribuidor Exclusivo no Brasil, não por consumidor final. Os preços praticados não são os mesmos disponibilizados no "site" do exportador, que se refere a consumidor final. Recebida a impugnação pela repartição a quo em face da tempestividade e aspectos formais, os autos foram encaminhados a esta Delegacia de Julgamento e distribuídos ao relator, com 2 volumes e 435 fls. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMANDO 4 A decisão recorrida recebeu de seus julgadores a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 14/06/2005, 12/07/2005 VALOR ADUANEIRO. Decisão 4.1 do Comitê de Valoração Aduaneira: "Para determinar o valor aduaneiro (...) serão considerados unicamente o custo ou valor do suporte de informática propriamente dito". O custo ou valor do suporte físico deve ser "destacado" (ou seja, "separado", "apartado") do custo ou valor do software. Como o custo do suporte é conhecido , e está destacado nas faturas comerciais, procedeu corretamente o importador ao incluir apenas tal montante no valor aduaneiro. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado O contribuinte, restando inconformado com a decisão de primeira instância, apresentou recurso voluntário no qual ratifica e reforça os argumentos trazidos em sua peça de impugnação. Os autos foram enviados a este Conselho e fui designado como relator do presente recurso voluntário, na forma regimental, tendo requisitado a sua inclusão em pauta para julgamento. É o Relatório. Voto Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira Deixo de conhecer deste recurso, pois o valor exonerado pela decisão de primeira instância é inferior ao valor de alçada atualmente vigente. Com a edição da Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, o limite de alçada para que o Presidente da Turma da DRJ recorra de ofício da decisão tomada passou de R$ 500.000,00 para R$ 1.000.000,00, com a revogação expressa da Portaria MF nº 375, de 7 de dezembro de 2001. É o seguinte o texto da nova Portaria: O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e tendo em vista o disposto no inciso I do art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, com a redação dada pelo art. 67 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, e no § 3º do art. 366 do Decreto nº Fl. 4DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMANDO Processo nº 10831.001352/200657 Acórdão n.º 3201 S3C2T1 Fl. 458 5 3.048, de 6 de maio de 1999, com a redação dada pelo art. 1º do Decreto nº 6.224, de 4 de outubro de 2007, resolve: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Parágrafo único. O valor da exoneração de que trata o caput deverá ser verificado por processo. Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º Fica revogada a Portaria MF nº 375, de 7 de dezembro de 2001. Observo que valor exonerado no presente processo, conforme consta do auto de infração (fls. 01), tem valor de RS 703.720,37, estando dentro do limite de alçada e desautorizando o recurso de ofício, que, como consequência, não deve ser conhecido por este Colegiado. Neste sentido é a jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes: EXERCÍCIO: 2001 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL REEXAME NECESSÁRIO LIMITE DE ALÇADA AMPLIAÇÃO CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF nº. 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). Recurso de Ofício não conhecido. (Recurso nº 165.003, Quarta Câmara do Primeiro Conselho, unânime, relatora Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo) Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL Anocalendário: 1998 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RECURSO DE OFÍCIO LIMITE DE ALÇADA Não se conhece de recurso de ofício interposto em decisão que exonera o sujeito passivo de crédito tributário (tributo e multa) inferior ao limite de alçada previsto no artigo 34, I, do Decreto nº 70.235/72, com as alterações introduzidas por meio da Lei nº 9.532/97 e Portaria MF nº 03/2008. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMANDO 6 Recurso de Ofício Não Conhecido. (Recurso nº 152.384, Oitava Câmara do Primeiro Conselho, unânime, relator Conselheiro Nelson Lósso Filho) RECURSO DE OFÍCIO ALTERAÇÃO NO LIMITE DE ALÇADA TEMPUS REGIT ACTUM RETROATIVIDADE LEGÍTIMA É legítima a aplicação do novo limite de alçada para impedir a apreciação de recurso de ofício interposto quando vigente limite inferior. Retroatividade legítima que não fere qualquer direito consolidado, pois a alteração do limite para maior é feita pela própria administração, única interessada na apreciação do recurso. (Recurso de Ofício). Recurso de ofício não conhecido por falta de objeto. (Recurso nº 151.280, Quinta Câmara do Primeiro Conselho, unânime, relator Conselheiro José Carlos Passuello – transcrição parcial) Desta forma, VOTO por não conhecer do recurso de ofício. MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA relator Fl. 6DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/06/2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/ 2012 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMANDO
score : 1.0
Numero do processo: 11080.918956/2012-85
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon May 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 23/04/2010
PROCESSO ADMINISTRATIVO. DESPACHO DECISÓRIO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. NÃO ACATADA.
Não é nulo o Despacho Decisório que contém os elementos essenciais do ato administrativo.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis o direito ao crédito.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Declaração de compensação fundada em direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não pode ser homologada se a contribuinte não comprovou a existência do crédito.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora.
INCONSTITUCIONALIDADE. DE NORMA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 2.
Não compete aos julgadores administrativos pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-005.137
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Participou do julgamento o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo em substituição ao Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que se declarou impedido
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sérgio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Cássio Schappo e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 23/04/2010 PROCESSO ADMINISTRATIVO. DESPACHO DECISÓRIO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. NÃO ACATADA. Não é nulo o Despacho Decisório que contém os elementos essenciais do ato administrativo. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis o direito ao crédito. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Declaração de compensação fundada em direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não pode ser homologada se a contribuinte não comprovou a existência do crédito. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. INCONSTITUCIONALIDADE. DE NORMA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 2. Não compete aos julgadores administrativos pronunciar-se sobre a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Participou do julgamento o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo em substituição ao Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que se declarou impedido (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sérgio Celani - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Cássio Schappo e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo.
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DESPACHO DECISÓRIO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. NÃO ACATADA. Não é nulo o Despacho Decisório que contém os elementos essenciais do ato administrativo. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis o direito ao crédito. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Declaração de compensação fundada em direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior não pode ser homologada se a contribuinte não comprovou a existência do crédito. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. INCONSTITUCIONALIDADE. DE NORMA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 2. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 89 56 /2 01 2- 85 Fl. 124DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 3 2 Não compete aos julgadores administrativos pronunciarse sobre a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Participou do julgamento o Conselheiro Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo em substituição ao Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira que se declarou impedido (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sérgio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Cássio Schappo e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo. Relatório Inicialmente, esclarecese que estão em julgamento nesta 1ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento do CARF cento e quarenta e oito processos da mesma contribuinte, em que o cerne da discussão é o mesmo: a certeza e liquidez de crédito pleiteado, decorrente de pagamento indevido ou a maior de Cofins, ou contribuição para o PIS/Pasep ou IPI, e o ônus da prova deste direito. Feitas estas observações, passase ao relato propriamente dito. Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em CuritibaDRJ/CTA que julgou improcedente manifestação de inconformidade apresentada contra despacho decisório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem. O processo se iniciou com PER/DCOMP, por meio do qual a contribuinte pleiteou o reconhecimento de direito de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo e a compensação de débitos tributários com o crédito pleiteado. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 4 3 De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF informado no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, utilizados para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível suficiente para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência/insuficiência de crédito, a compensação declarada não foi homologada ou foi homologada apenas parcialmente. Como enquadramento legal foram citados os arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional CTN), e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, conforme quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório “ Extraio do relatório da decisão recorrida resumo das alegações apresentadas pela contribuinte contra o despacho decisório: “Na manifestação apresentada, a contribuinte argúi em preliminar a nulidade do Despacho Decisório, alegando o não atendimento ao requisito constitucional da fundamentação do ato administrativo, além de ferir os princípios de ampla defesa, contraditório e do devido processo legal, estando, outrossim, revestido de desvio de finalidade. Expõe que o ato administrativo resumiuse a informar a não homologação da compensação declarada com o parco fundamento da inexistência de crédito disponível; entende que o procedimento correto da fiscalização seria o de intimar a contribuinte para que prestasse informações sobre a origem do crédito, bem como do fundamento de validade; e ressalta a necessidade de fundamentação ou motivação dos atos administrativos para o exame de sua legalidade, finalidade e moralidade administrativa. Alega que o Despacho Decisório não se presta a dar início ao contraditório administrativo, eis que carente de fundamentação, restando prejudicado o seu direito de defesa, e que também extrapolou sua função precípua, tornandose meio oblíquo pelo qual a fiscalização buscou interromper o prazo de homologação da compensação declarada. Diz que a autoridade preparadora deixou de cumprir seu dever de ofício de bem instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações, apreensão de documentos, diligências, dentre outros expedientes. Sob o tema “Do Mérito”, discorre especificamente sobre o princípio da verdade material, citando diversos doutrinadores. Mas nada aduz sobre o origem do suposto crédito, apenas alegando a posterior juntada de documentos que comprovariam as ‘alegações trazidas na presente manifestação’, eis que o direito creditório, diz, pode ser comprovado a qualquer tempo. Por fim, argumenta sobre a inaplicabilidade da multa de mora em face do princípio constitucional de não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade.. A ementa do acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em CuritibaDRJ/CTA que julgou improcedente a manifestação de inconformidade contém o seguinte teor: “ASSUNTO: ... Data do Fato Gerador: ... CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INTIMAÇÃO PARA ESCLARECIMENTOS. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 5 4 A ausência de pedido de esclarecimentos ou realização de diligência na fase preparatória do procedimento fiscal não caracteriza cerceamento do direito de defesa, que é assegurado na fase do contraditório, inaugurada com a manifestação de inconformidade. 1PIS/PASEP. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que não homologou a compensação declarada por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito está integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. PAGAMENTO A MAIOR QUE O DEVIDO. COMPROVAÇÃO. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar a existência de direito creditório pleiteado. MULTA E JUROS DE MORA. DÉBITOS NÃO HOMOLOGADOS. Os débitos indevidamente compensados sofrem a incidência de multa e juros de mora, nos percentuais determinados pela legislação, calculados a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento da contribuição até o dia em que se efetivar o seu pagamento, uma vez que a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos não homologados.” No recurso voluntário a recorrente repete as alegações da manifestação de inconformidade. É o relatório. 1 Nos processos em que o crédito alegado se refere à Cofins, consta COFINS. Nos processos em que o crédito seria originado de Contribuição para o PIS/Pasep, consta PIS/PASEP. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. Admissibilidade do recurso voluntário. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para julgamento nesta turma especial. Preliminar de nulidade do despacho decisório. O processo se iniciou com PER/DCOMP da contribuinte, no qual informou ter realizado pagamento indevido ou a maior do tributo em discussão. A Secretaria da Receita Federal do BrasilRFB, baseandose em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pelo próprio contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Isto está claro no quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório, no qual constam os artigos 165 e 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN), e o artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, como fundamentos para a não homologação da compensação. No mesmo quadro 3, consta que diante da inexistência do crédito não se homologava a compensação declarada, bem como o valor devedor consolidado, correspondente aos débitos indevidamente compensados, e a data para pagamento. Há, ainda, a informação de que para verificação de valores devedores e emissão de DARF, deveria ser consultado o endereço da internet “www.receita.fazenda.gov.br”, na opção “Onde Encontro” ou através de certificação digital na opção “eCAC”, assunto “PER/DCOMP Despacho Decisório”. Logo, não procede a alegação de que o despacho decisório não contém fundamentação e de que houve desvio de finalidade. Por outro lado, a manifestação de inconformidade, a qual, por força do art. 74, §§ 9º a 11 da Lei nº 9.430, de 1996, aplicamse as regras previstas no Decreto nº 70.235, de 1972, demonstra que a contribuinte exerceu plenamente seu direito ao contraditório, sem nenhuma dificuldade, provando que não houve cerceamento do direito de defesa. Por estas razões, votase por negar provimento às alegações preliminares. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 7 6 Certeza e liquidez do crédito pleiteado. Conforme visto acima: i) O processo se iniciou com PER/DCOMP da contribuinte, no qual informou ter realizado pagamento indevido ou a maior de tributo; ii) Foi constatado pela RFB que o pagamento informado como indevido ou a maior fora integralmente utilizado para quitar tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido; iii) Isto está claro no quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório; iv) Esta constatação baseouse em dados constantes do sistemas informatizados da RFB, alimentados por informações prestadas pelo próprio contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias. Uma vez que o pagamento informado como indevido ou a maior estava totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF como devido, o DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum A DRJ/CTA, tendo em vista que a contribuinte não apresentou documentação fiscal e contábil hábil e suficiente para comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado, manteve o despacho decisório. As decisões da DRF e da DRJ estão amparadas no fato de a legislação tributária dispor que a DCTF é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário (art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984) e que a compensação de débitos tributários somente pode ser efetuada mediante existência de créditos líquidos e certos do interessado perante a Fazenda Pública (art. 170 do Código Tributário NacionalCTN), e de a lei que trata do processo administrativo tributário federal estabelecer que a prova documental deve ser apresentada na impugnação (art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972). Apesar de a decisão de primeira instância ter sido fundamentada de modo a dar a conhecer à contribuinte as razões de fato e de direito que levaram ao indeferimento de sua manifestação de inconformidade, nenhum documento ou livro fiscal ou contábil foi apresentado com o recurso voluntário. A recorrente limitouse a discorrer sobre o princípio da verdade material. Tratandose de despacho eletrônico, admitese a apresentação destes documentos e livros após a decisão da DRJ, pois alguns Conselheiros entendem que o princípio da verdade material assim autoriza, outros entendem que se está diante de caso em que a prova se destina a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, hipótese prevista no art. 16, §4º, letra “c” do Decreto nº 70.235, de 1972. O importante é que a contribuinte, até o presente, não apresentou nenhum documento ou livro, fiscal ou contábil, que pudesse comprovar seu direito. Logo, não comprovou a certeza e liquidez do crédito pleiteado. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 8 7 Não é só isso. A recorrente sequer argumentou sobre os fatos ou direito que ensejariam o crédito. Por estas razões, com fundamento no art. 170 do CTN e no art. 333 do CPC, aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, não cabe o reconhecimento do crédito pleiteado. Sobre multa e juros de mora Os artigos 61 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996, deixam claro que são devidos juros de mora e multa no presente caso. Cito: “Art.61.Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Medida Provisória nº 1.725, de 1998) (Vide Lei nº 9.716, de 1998)” “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) §1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) §2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) §6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos Fl. 130DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 9 8 indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) §7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) §8º Não efetuado o pagamento no prazo previsto no §7º, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no §9º. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) §9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) §10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) §11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) (...)” Vejase que os §§ 6º a 8º acima dispõem que a declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados e que, não homologada a compensação e não efetuado o pagamento no prazo previsto no §7º, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, sendo devidos juros de mora e multa. A exigência do pagamento destes débitos não se submete a julgamento administrativo. Além disso, os membros do CARF não podem afastar aplicação ou deixar de observar lei sob fundamento de inconstitucionalidade, salvo em casos excepcionais não presentes, a teor do disposto no art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/6/2009, e do disposto no art. 26A da Decreto nº 70.235, de 1972, com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009. O mesmo se conclui do enunciado da Súmula CARF nº 2, verbis: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 131DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.918956/201285 Acórdão n.º 3801005.137 S3TE01 Fl. 10 9 Conclusão Pelo exposto, em especial, pela não comprovação da existência de direito de crédito líquido e certo, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose a decisão recorrida. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 29/04/2015 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 05/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10865.904036/2011-17
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jun 01 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
Ementa:
CONCOMITÂNCIA. PROCESSOS JUDICIAL E ADMINISTRATIVO. SÚMULA N.1 DO CARF.
Verificada a identidade da matéria debatida nos processos administrativo e judicial, na forma do disposto na Súmula CARF n° 1, importa em renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3801-005.286
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Cássio Schappo.
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 Ementa: CONCOMITÂNCIA. PROCESSOS JUDICIAL E ADMINISTRATIVO. SÚMULA N.1 DO CARF. Verificada a identidade da matéria debatida nos processos administrativo e judicial, na forma do disposto na Súmula CARF n° 1, importa em renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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PROCESSOS JUDICIAL E ADMINISTRATIVO. SÚMULA N.1 DO CARF. Verificada a identidade da matéria debatida nos processos administrativo e judicial, na forma do disposto na Súmula CARF n° 1, importa em renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Cássio Schappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 40 36 /2 01 1- 17 Fl. 786DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 492 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto os termos do relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro II (RJ), sintetizado nos seguintes termos: Tratase de manifestação de inconformidade, apresentada pela empresa em epígrafe, ante Despacho Decisório de autoridade da Delegacia da Receita Federal do Brasil que reconheceu parcialmente o direito creditório referente ao saldo credor de IPI do 3º Trimestre de 2009 e, por consequência, homologou parcialmente as compensações declaradas nos autos, no montante de R$ 97.304,63. Conforme o Termo de Verificação Fiscal anexo aos autos, o Fisco identificou as razões a orientar a autoridade administrativa competente a proferir o despacho decisório sobre a procedência do direito creditório solicitado pelo contribuinte, quais sejam: 1) Os créditos do IPI referemse ao imposto pago na aquisição de insumos empregados na industrialização de produtos tributados, inclusive com alíquota zero que, segundo o art. 11 da Lei nº 9.779, de 20 de janeiro de 1999 e IN SRF nº 33/99, podem ser considerados créditos do IPI passíveis de ressarcimento; 2) O valor a ser autorizado está limitado ao saldo credor acumulado do IPI em cada um dos trimestrescalendários analisados. Neste diapasão, o Fisco identificou insumos utilizados na produção de bens não tributados pelo IPI. As tabelas dos valores glosados encontramse anexas ao processo às fls.337 (créditos indevidos produtos nãotributados). Observouse, ainda, que as hipóteses de crédito do IPI estabelecidas nos arts. 164, 167 e 178 do RIPI/02 e nos arts. 226, 229 e 240 do RIPI/2010 não incluem qualquer forma de correção monetária de créditos acumulados na apuração do IPI. Assim, sem previsão legal autorizativa, não pode o contribuinte creditarse de valor relativo à correção monetária de créditos do IPI acumulados na escrita fiscal. O contribuinte somente pode creditarse dos valores constantes nos documentos fiscais. Pelas razões e fundamentos expostos deferiu parcialmente o crédito e a compensação pretendidos. Regularmente cientificada do deferimento parcial de seu pleito, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual, em suma, fez as seguintes considerações: Ao saldo credor referente ao PER/DCOMP do segundo trimestre de 2009 (R$ 222.974,88) foram somados os créditos de IPI apurados nos meses de julho, agosto e setembro de Fl. 787DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 493 3 2009, e dele foram deduzidos os débitos referentes aos mesmos meses, bem como estornada a compensação efetuada no trimestre anterior. Assim, chegouse ao saldo credor final de R$ 255.969,12, com o qual foi compensado o montante de R$ 249.848,82, débito acumulado a título de COFINS. A compensação pleiteada está em perfeita consonância com os cálculos referidos. Isso se infere tanto de seu resultado final quanto dos "demonstrativos de créditos" mensais resumidos, de modo que é incorreto o saldo trimestral de R$ 97.304,63, apontado no despacho decisório, sendo até mesmo inexplicável a razão deste deferimento apenas parcial. CONCLUSÃO E PEDIDOS Diante do acima exposto, deve ser reconhecido que o Despacho Decisório, constante da Intimação referente ao Processo Administrativo de Crédito n° 10865.904895/201106; Processo Administrativo de Débito n° 10865.904036/201117; PER/DCOMP 35402.57635.201009.1.1.015090 e 07610.54800.201009.1.3.019892, deve ser revisto, já que homologou apenas em parte o pedido de compensação de débitos de COFINS efetuados com créditos de IPI para o terceiro trimestre de 2009, a despeito da exatidão fiscal probatória apresentada e da coerência contábil correspondente, ora reiterada. Por fim, solicitou que fosse revisto o Despacho Decisório, para que seja homologado completamente o PER/DCOMP referente ao período que compreende as operações tributáveis desenvolvidas nos meses de julho, agosto e setembro de 2009. E, se necessário, que se realize diligência para o fim de confirmar o crédito aqui comprovado. Subsidiariamente, por ausência de maiores fundamentações quanto ao montante glosado, requereu que seja declarado nulo o despacho decisório por cerceamento à defesa da Requerente. Em 16 de junho de 2014, a empresa impetrou AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITOS FISCAIS COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, na qual requereu, em suma: 4.1. Seja concedida antecipação da tutela pretendida, nos termos do art. 273 do Código de Processo Civil, determinandose a suspensão da exigibilidade, nos termos do artigo 151, V, do Código Tributário Nacional, dos débitos fiscais concretizados nos seguintes processos administrativos de cobrança, de modo que, inclusive, os mesmos não obstem a emissão de Certidão Negativa com Efeitos de Negativa, em favor da Autora, perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil/Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, consoante os artigos 205, c/c 206, do Código Tributário Nacional: Processo de Cobrança : 10865.911131/200944; 10865.900735/201180; 10865.900736/201124; 10865.900737/2011 79; 10865.904892/201164; 10865.904893/201117; Fl. 788DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 494 4 10865.904894/201153; 10865.904895/201106; 10865.904896/2011 42; 10865.720765/201376; 10865.720759/201319; 10865.720768/201318; 10865.720769/201354; 13840.720180/2013 22 e 10865.720770/201389. 4.2. Seja a Fazenda Nacional citada para oferecer contestação, na pessoa de seu Procurador, ou reconhecer o direito da Autora, evitandose esta litigiosidade desnecessária; 4.3. Seja deferida, nos termos do art. 420 e seguintes do Código de Processo Civil, a produção de prova pericial contábil por experto indicado por este MM. Juízo, abrindose às partes, oportunamente, prazo para indicação de assistentes técnicos e formulação de quesitos, para que seja atestada cabalmente a correção dos seguintes Pedidos de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMPS), efetuados pela Autora e vinculados aos Processos Administrativos indicados no item "4.1", acima: (PAF do 3o trimestre de 2009 PER/DCOMP 33402.57635.201009.1.1.015090 DCOMP 07610.54800.201009.1.3.019892) 4.4.1. Seja a ação, ao final, julgada PROCEDENTE, nos termos do art. 269, I, do Código de Processo Civil, anulandose os débitos materializados nos Processos Administrativos referidos no item "4.1", acima, e, por via de consequência, reconhecendose a correção/regularidade/legalidade dos Pedidos de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMPS) que a eles se vinculam, materializados nos Processos Administrativos referidos no item "4.3", acima; 4.4.2. Subsidiariamente, seja a ação julgada PROCEDENTE, nos termos do art. 269, I, do Código de Processo Civil, reconhecendose a nulidade dos despachos decisórios referentes aos Processos Administrativos descritos no item "4.1", acima, determinandose nova apreciação, por parte da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dos Pedidos de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMPS) que a eles se vinculam; 4.5. Seja a Ré condenada ao pagamento de custas e honorários advocatícios, nos termos do artigo 20, §§3° e 4o, do Código de Processo Civil. As razões de mérito estão a seguir expostas: O sistema mantido pelo órgão arrecadador vinculado à Ré, de maneira equivocada e injustificada, não homologou por completo os Pedidos de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMP) relativos aos períodos em questão, deferindo apenas parcialmente a higidez de créditos de IPI a cuja integralidade faz jus a Autora. Dos Pedidos de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (v. DOC. 3), constam Fl. 789DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 495 5 precisamente os valores destacados a título de IPI nas Notas Fiscais de Entrada/Aquisição de bens por parte da Autora. As operações e Notas Fiscais estão todas discriminadas. E em todos os casos o IPI creditado pela Autora corresponde exatamente ao valor documentalmente destacado, consoante lhe defere a legislação, por sua vez irradiada do princípio constitucional da não cumulatividade do tributo. Tendo em vista o já explanado, é absolutamente certo que o sistema da Receita Federal do Brasil não detectou com precisão os demonstrativos pertinentes, uma vez que, sem base, os despachos decisórios lavrados pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Recife (PE) reconheceram a subsistência de apenas parte dos créditos de IPI pleiteados pela Autora, extraindose um absurdo saldo devedor total de R$ 2.015.098,56. Os despachos decisórios não justificam, sequer minimamente, a negativa de parte dos créditos pleiteados, limitando se a atestar a verificação de que "não era possível o ressarcimento ao contribuinte de todos os créditos pleiteados tendo em vista que nem todos os créditos apurados pela empresa eram passíveis de utilização pela mesma". Ocorre que houve o indeferimento parcial dos créditos, tendo sido formalizados os respectivos débitos. A fim de desconstituílos, a Autora viuse forçada à ativação deste MM. Juízo através do ajuizamento da presente, na medida em que não concluídas as manifestações de inconformidade outrora apresentadas contra os despachos decisórios (DOC. 3). Não é necessário grande esforço interpretativo para se verificar que a Autora procedeu em conformidade com a legislação aplicável. Realmente, o Código Tributário Nacional prevê genericamente a possibilidade de compensação de débitos fiscais com créditos apurados contra a Fazenda Pública, obedecendo às funções precípuas de lei complementar em matéria tributária (artigo 146 da Constituição Federal). Por sua vez, a legislação do Imposto Sobre Produtos Industrializados autoriza o aproveitamento de créditos acumulados de IPI para compensação com impostos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, dentre os quais as Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS art. 195, I, CRFB e Lei n" 10.833/03) e para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PISPASEP art. 195, I, CRFB, e Leis Complementares n° 07/70 e 11/75, e Lei n° 10.637/02), o que sequer foi questionado nos despachos decisórios. Por fim, a normatividade infralegal da própria Receita Federal do Brasil reconhece a legitimidade da compensação, via PER/DCOMP, de tributo administrado pelo próprio órgão, por parte do sujeito passivo que nos termos da lei apurar crédito fiscal. Fl. 790DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 496 6 Assim, vemos com maior clareza ainda, consoante já sugerido, que o mérito da presente é essencialmente fático, posto que o direito às compensações empreendidas pela Autora é induvidoso. Seu teor é extraído desde a literalidade do Código Tributário Nacional até as normas administrativas emitidas pela própria Receita Federal do Brasil. Resulta disso que a Autora faz jus aos créditos de IPI pleiteados tal como na documentação anexa, não havendo razão plausível para sua negativa por parte da Ré. Do ponto de vista escriturai, tenhase que a Autora observou todas as regras constantes do Regulamento do IPI, lançando, inclusive, os estornos de créditos já por si pleiteados, consoante farta documentação acostada (vide especialmente os fluxos contábeis acostados e os Resumos e Registros de Apuração do IPI, DOCS. 03 e 04). Por isso, reiterese: apenas se pode compreender o indeferimento parcial dos créditos pretendidos em razão da confessada imperfeição procedimental com que os respectivos pedidos foram analisados, e/ou em razão da não percepção, por parte da Ré, do correto confronto de créditos e débitos (incluindo estornos de todos os créditos já pleiteados) levado a cabo pela Autora. Essas circunstâncias, unicamente imputáveis ao órgão arrecadatório vinculado à Ré, certamente não permitem a injustificada subtração patrimonial questionada. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife (PE) julgou improcedente a manifestação de inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 CONCOMITÂNCIA DE OBJETO. A busca da tutela jurisdicional do Poder Judiciário, com o mesmo objeto da manifestação de inconformidade, importa em renúncia ao litígio administrativo e impede a apreciação das razões de mérito pela autoridade administrativa competente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Não concordando com a decisão proferida pela DRJ/RPO, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 530), em atenção à intimação ARF/MGU/SP nº 13840/093/2013, reiterando a total homologação do crédito requerido para o terceiro trimestre de 2009, a despeito da exatidão fiscal probatória apresentada e da coerência contábil correspondente. É o Relatório. Fl. 791DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 497 7 Voto Conselheiro Cássio Schappo. Embora sendo o recurso tempestivo, dele não se conhece, pelas razões a seguir expostas. Discutese neste processo a homologação parcial de crédito acumulado de IPI referente ao 3º trimestre de 2009 (PER/DCOMP nº 33402.57635.201009.1.1.015090), utilizado na compensação de débitos da COFINS (DCOMP nº 07610.54800.201009.1.3.01 9892. Conforme justificado no Termo de Verificação Fiscal (fls. 368), o crédito indevido de IPI é correspondente a proporção do valor das saídas de produtos não tributados, consolidados por mês de saída, apresentado na planilha de fls. 337/338. Não há referência a outra irregularidade que por ventura tivesse praticado o sujeito passivo da obrigação tributária, tanto no registro dos créditos pela entrada dos produtos quanto a incidência do tributo nas operações de saída. Observase do recurso que a recorrente não enfrentou a causa do indeferimento parcial dos créditos, silenciando por completo quanto as saídas não tributadas, fato específico da glosa do crédito de IPI acumulado. Preferiu o contribuinte, em vez de encarar o assunto e discutilo na esfera administrativa, ir buscar no judiciário amparo do direito com relação aos creditos de IPI realizados no período, em ação anulatória de débitos fiscais com pedido de antecipação de tutela. O acórdão recorrido muito bem fundamentou a decisão proferida, de onde se destaca parte de seus argumentos, que incorporam o presente julgamento: Resta, pois, evidente que a matéria tratada na manifestação de inconformidade (Ressarcimento do 3o trimestre de 2009 referente aos PER/DCOMP33402.57635.201009.1.1.015090 e sua compensação com a DCOMP 07610.54800.201009.1.3.019892) está contida na aludida petição judicial e que a contribuinte busca concomitantemente junto ao Poder Judiciário e à Administração Tributária a análise da mesma matéria, ou seja, do crédito do 3º Trimestre de 2009 e sua compensação com a Cofins, de acordo com a DCOMP 07610.54800.201009.1.3.019892 e a nulidade do despacho decisório. [...] A via judicial é uma opção adotada pela contribuinte no seu livre exercício de escolha. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988, art. 5º, XXXV, declara que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Porém, o ordenamento jurídico brasileiro não contempla o instituto da dualidade de jurisdição, não podendo haver, Fl. 792DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 498 8 sob nenhuma hipótese, a sobreposição da decisão administrativa à sentença judicial. Somente ao Poder Judiciário é dada a capacidade de examinar as questões a ele submetidas de forma definitiva, com efeito de coisa julgada. Consagrase, assim, o monopólio da jurisdição ao Poder Judiciário e o direito de invocar a atividade jurisdicional como direito público subjetivo. [...] A propositura de ação judicial pelo contribuinte nos pontos em que haja idêntico questionamento torna ineficaz o processo administrativo. De fato, havendo o deslocamento da lide para o Poder Judiciário, perde o sentido a apreciação da mesma matéria na via administrativa. Do contrário, terseia a absurda hipótese de modificação, pela autoridade administrativa, de decisão judicial transitada em julgado e, portanto, definitiva. Como analisado alhures, pela existência de processo judicial em curso tratando do mesmo tema, implica em renuncia ao processo administrativo. Em relação a essa discussão, aplicase a Súmula nº 01 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) que uniformizou o seguinte entendimento: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.(grifouse) Além disso, os Conselheiros têm o dever de observar as súmulas, nos termos do art. 72 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22/06/2009: Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Diante do exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso voluntário, em vista da concomitância entre o processo administrativo e judicial. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator Fl. 793DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10865.904036/201117 Acórdão n.º 3801005.286 S3TE01 Fl. 499 9 Fl. 794DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2015 por CASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por C ASSIO SCHAPPO, Assinado digitalmente em 29/05/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 13707.001012/97-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 14 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1991
COMPENSAÇÃO. IMPOSIÇÃO DE CONDIÇÕES PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. LEGALIDADE.
Haja vista a delegação de competência prevista no art. 74 da Lei nº 9.430/96, a Secretaria da Receita Federal pode impor condições à compensação de créditos e débitos relativos a tributos por ela administrados, sem que isso configure prática ilegal.
COMPENSAÇÃO. CONDIÇÕES. APLICAÇÃO DE NORMA SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE.
Em se tratando de compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda, não podendo ser a causa julgada à luz do direito superveniente. Entendimento do Superior Tribunal de Justiça manifestado no julgamento do Recurso Especial 1.137.738/SP, que se submeteu ao regime do art. 543-C do Código de Processo Civil, sendo, portanto, vinculante aos membros do CARF por força do art. 62-A do Anexo II da norma regimental vigente.
Numero da decisão: 3201-001.691
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator.
EDITADO EM: 05/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto.
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1991 COMPENSAÇÃO. IMPOSIÇÃO DE CONDIÇÕES PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. LEGALIDADE. Haja vista a delegação de competência prevista no art. 74 da Lei nº 9.430/96, a Secretaria da Receita Federal pode impor condições à compensação de créditos e débitos relativos a tributos por ela administrados, sem que isso configure prática ilegal. COMPENSAÇÃO. CONDIÇÕES. APLICAÇÃO DE NORMA SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. Em se tratando de compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda, não podendo ser a causa julgada à luz do direito superveniente. Entendimento do Superior Tribunal de Justiça manifestado no julgamento do Recurso Especial 1.137.738/SP, que se submeteu ao regime do art. 543-C do Código de Processo Civil, sendo, portanto, vinculante aos membros do CARF por força do art. 62-A do Anexo II da norma regimental vigente.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI - Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO - Relator. EDITADO EM: 05/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1991 COMPENSAÇÃO. IMPOSIÇÃO DE CONDIÇÕES PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. LEGALIDADE. Haja vista a delegação de competência prevista no art. 74 da Lei nº 9.430/96, a Secretaria da Receita Federal pode impor condições à compensação de créditos e débitos relativos a tributos por ela administrados, sem que isso configure prática ilegal. COMPENSAÇÃO. CONDIÇÕES. APLICAÇÃO DE NORMA SUPERVENIENTE. IMPOSSIBILIDADE. Em se tratando de compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda, não podendo ser a causa julgada à luz do direito superveniente. Entendimento do Superior Tribunal de Justiça manifestado no julgamento do Recurso Especial 1.137.738/SP, que se submeteu ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, sendo, portanto, vinculante aos membros do CARF por força do art. 62A do Anexo II da norma regimental vigente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (ASSINADO DIGITALMENTE) JOEL MIYAZAKI Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 7. 00 10 12 /9 7- 70 Fl. 249DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 2 (ASSINADO DIGITALMENTE) DANIEL MARIZ GUDIÑO Relator. EDITADO EM: 05/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko Araújo, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudiño, Winderley Morais Pereira e Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto. Relatório Por bem descrever os fatos havidos no presente processo até o estágio processual anterior ao que se encontra, transcrevese abaixo o relatório da Resolução nº 03 01.389, de 05/12/2007, seguido dos andamentos mais recentes: A empresa acima identificada apresentou manifestação de inconformidade (fls.68/72) contra o despacho decisório da DERAT/RJO (fls.65/66), que indeferiu pedido de restituição das parcelas da contribuição para FINSOCIAL no que excedeu a aliquota de 0,5% (meio por cento), pertinentes ao período setembro de 1989 a maio de 1991, bem como sua compensação com outros débitos tributários. O despacho decisório da DERAT/RJO indeferiu a solicitação do contribuinte, em síntese, devido à concomitância entre o pedido administrativo e ação judicial de mesmo objeto, sem que haja desistência da execução na esfera judicial, devidamente formalizada. O interessado contesta o despacho decisório que indeferiu seu pleito argumentando, em síntese, que: 1) A Recorrente através de ação ordinária de repetição de indébito fiscal, que se processa na 1ª Vara Federal — Seção Judiciária do Rio de Janeiro, objeto do processo n°91.0133035 7, obteve decisão favorável no sentido de lhe ser deferida a restituição de todos os valores recolhidos a titulo de FINSOCIAL, cuja cobrança tenha excedido a 0,5% do valor cobrado pela Unido Federal; 2) Transitada em julgado a decisão, a Recorrente preparou a liquidação da sentença oferecendo os seus cálculos, os quais foram embargados pela União, sob o fundamento de extrapolarem o que realmente seria devido, ensejando os embargos originários do processo n° 97.01115120, que segue apensado ao de n° 91.01330357; 3) Ao requerer compensação administrativa com base no processo judicial, na Lei n° 8.383/91, nas Instruções Normativas n° 67/92, 21/97 e 32/97 e, sobretudo nas Leis nºs 8.981/95, 9.065/95 e 9.430/96, que autorizaram as empresas a proceder a compensação independentemente de homologação por parte da autoridade administrativa, à qual tãosomente cabe verificar se Fl. 250DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13707.001012/9770 Acórdão n.º 3201001.691 S3C2T1 Fl. 249 3 o montante da compensação está de acordo com o valor recolhido indevidamente; 4) Ademais, a requerente compensou apenas o valor de R$300.000,00, bem inferior ao que está em discussão no processo judicial mencionado; 5) Portanto, os fundamentos na decisão administrativa ora recorrida caem por terra, principalmente quando ainda se discute no processo judicial que deu origem à repetição do indébito e da compensação, o valor real que a União aceite; 6) Ora, a decisão de mérito já transitou em julgado. A decisão que determina a validade dos cálculos que resultarão no valor a ser repetido ou compensado, ainda não foi proferida. Logo não se tem até a presente data o valor que se poderá compensar ou ser repetido; 7) Se a Recorrente desistisse do prosseguimento da apuração dos valores a serem repetidos ou compensados, na fase de liquidação de mérito, e se aceitasse o valor proposta pela Unido que é bem inferior, teria prejudicado o seu direito; 8) O que a Recorrente pretende na liquidação da sentença de mérito é a apuração do valor final a ser repetido ou compensado. Muito embora, parte já esteja compensado conforme dá conta o presente processo administrativo; 9) Mas não é só isso, a Lei n° 9.430/96 e as Instruções Normativas SRF nos 21 e 32/97 já permitiam a compensação de valores de tributos da mesma natureza sem que fosse necessária a homologação ou aprovação da Autoridade Administrativa. Cabia apenas verificar se o valor compensado representava o valor que fora recolhido indevidamente e que administrativa ou judicialmente assim houvera sido declarado. Nada mais. Convalidaria ou não. Nesse sentido preceitua o art.2° da INSRF n° 32/97 que regulamentava a forma de compensação à época. Portanto, a decisão fere a lei e extrapola, devendo ser reformada por força desse impugnação; 10) Finalmente, confia e espera a Recorrente que V. Exa. após examinar os termos do presente recurso, a documentação, o texto das leis, das instruções normativas e da jurisprudência dos Tribunais, reforme a decisão recorrida para convalidar o pedido de compensação já realizado, pois no processo judicial que deu origem ao valor que foi compensado não se pretende promover a execução, mas apenas apurar o valor final do crédito." Cientificada (fl.134) da decisão de fls.144150, a qual indeferiu a solicitação, a empresa Contribuinte apresentou Recurso Voluntário e documentos (fls.155198) em 19 de outubro de 2005, reiterando, em apertada síntese, os argumentos acima expostos. Apesar de a Recorrente ter procedido o arrolamento de fl.169, em razão do Ato Declaratório Interpretativo da Receita Federal Fl. 251DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 4 do Brasil n° 9, de 05 de junho de 2007 (DOU de 06/06/2007), afastase a exigência da garantia recursal. Pela Resolução n° 30301.293, baixaram os autos à instância inicial, a fim de comprovar a tempestividade do Recurso Voluntário apresentado. Resposta fls.208209. Considerando que a repartição de origem não conseguiu comprovar a data em que a Recorrente tomou ciência da decisão proferida pela instância a quo, o recurso voluntário foi considerado tempestivo. Passando para a análise de mérito, o colegiado, por maioria de votos, converteu novamente o julgamento em diligência, desta vez para que a Recorrente apresentasse certidão expedida pela Justiça Federal, Seção Judiciária do Rio de Janeiro, capaz de esclarecer se a sentença prolatada nos autos do processo n° 91.01330357 deu origem a processo de execução contra a Fazenda Nacional e, em caso afirmativo, se consta dos autos pedido de desistência homologado. Em atenção à intimação de fls. 231, a Recorrente requereu a juntada da certidão fornecida pela 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, onde se verifica toda a situação do referido processo e a sua fase atual. Em suma, o processo nº 91.01330357 deu origem a processo de execução contra a Fazenda Nacional, não havendo qualquer menção de desistência por parte da exeqüente. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade de que trata o Decreto nº 70.235, de 1972, e alterações posteriores, razão pela qual deve ser conhecido. O cerne da divergência existente nos autos consiste em saber se são legais as exigências formuladas pela fiscalização para a restituição ou compensação administrativa de tributos cuja cobrança foi declarada ilegal em sede de ação judicial, em especial a exigência de prova da homologação de desistência da execução judicial do indébito tributário. Conforme já assinalado pelo i. Redator Designado da Resolução nº 03 01.389, de 05/12/2007, o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, delegou competência para a Secretaria da Receita Federal disciplinar a compensação de créditos e débitos relativos a tributos federais, legitimando, pois, a criação de condições para a homologação dos pedidos formulados pelos contribuintes. Para corroborar o seu entendimento, citou farta jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça no mesmo sentido. A título ilustrativo, transcrevese abaixo a ementa de um julgado mais recente do STJ, in verbis: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. OPÇÃO PELA COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DESISTÊNCIA DA AÇÃO EXECUTÓRIA. [...] Fl. 252DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13707.001012/9770 Acórdão n.º 3201001.691 S3C2T1 Fl. 250 5 2. Entendimento desta Corte no sentido de que a pretensão pela compensação dos créditos reconhecidos judicialmente contra a Fazenda, requer expressa desistência da ação de execução, a fim de evitar cobrança em duplicidade. Precedentes: AgRg no REsp 1090228/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe de 29.9.2010; AgRg no REsp 936230/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 10.9.2010; REsp 828262/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe de 25.5.2006. 3. A previsão disposta no art. 51, § 2º, V, da IN/SRF n. 600/2005, que exige, além da comprovação da desistência da execução dos créditos, a assunção de todas as custas e honorários advocatícios referentes ao processo executório, se encontra em harmonia com o preceituado no art. 26 do CPC, o qual dispõe que "se o processo terminar por desistência ou reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu ou reconheceu". Logo, não há falar em qualquer ilegalidade do procedimento adotado pela SRF. 4. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1273277/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 03/05/2012) Está claro, portanto, que é legal a imposição de condições, por parte da Secretaria da Receita Federal, para fins de homologação de pedidos de compensação. Questão mais interessante para o caso concreto consiste em saber se a exigência de comprovação de desistência da execução estava no rol das condições necessárias para a referida homologação. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, o regime da compensação aplicável é aquele vigente à época em que o pedido/declaração foi processado. Confirase: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. SUCESSIVAS MODIFICAÇÕES LEGISLATIVAS. LEI 8.383/91. LEI 9.430/96. LEI 10.637/02. REGIME JURÍDICO VIGENTE À ÉPOCA DA PROPOSITURA DA DEMANDA. LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. INAPLICABILIDADE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. ART. 170A DO CTN. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. HONORÁRIOS. VALOR DA CAUSA OU DA CONDENAÇÃO. MAJORAÇÃO. SÚMULA 07 DO STJ. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. A compensação, posto modalidade extintiva do crédito tributário (artigo 156, do CTN), exsurge quando o sujeito passivo da obrigação tributária é, ao mesmo tempo, credor e devedor do erário público, sendo mister, para sua concretização, autorização por lei específica e créditos líquidos e certos, vencidos e vincendos, do contribuinte para com a Fazenda Pública (artigo 170, do CTN). [...] Fl. 253DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 6 9. Entrementes, a Primeira Seção desta Corte consolidou o entendimento de que, em se tratando de compensação tributária, deve ser considerado o regime jurídico vigente à época do ajuizamento da demanda, não podendo ser a causa julgada à luz do direito superveniente, tendo em vista o inarredável requisito do prequestionamento, viabilizador do conhecimento do apelo extremo, ressalvandose o direito de o contribuinte proceder à compensação dos créditos pela via administrativa, em conformidade com as normas posteriores, desde que atendidos os requisitos próprios (EREsp 488992/MG). [...] 17. Recurso especial parcialmente conhecido e parcialmente provido, apenas para reconhecer o direito da recorrente à compensação tributária, nos termos da Lei 9.430/96. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1137738/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/12/2009, DJe 01/02/2010) Convém transcrever, ainda, parte da ementa da decisão da Primeira Seção do STJ proferida no julgamento dos Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 488992/MG, in verbis: TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. PIS E TRIBUTOS DE DIFERENTE ESPÉCIE. SUCESSIVOS REGIMES DE COMPENSAÇÃO. APLICAÇÃO DO DIREITO SUPERVENIENTE. INVIABILIDADE EM RAZÃO DA INCOMPATIBILIDADE COM A CAUSA DE PEDIR. [...] 6. É inviável, na hipótese, apreciar o pedido à luz do direito superveniente, porque os novos preceitos normativos, ao mesmo tempo em que ampliaram o rol das espécies tributárias compensáveis, condicionaram a realização da compensação a outros requisitos, cuja existência não constou da causa de pedir e nem foi objeto de exame nas instâncias ordinárias. [...] (EREsp 488992/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/05/2004, DJ 07/06/2004, p. 156) O pedido de compensação foi formulado em 06/06/1997, quando, então, vigia a Instrução Normativa SRF nº 21, de 1997, sem a alteração da redação do art. 17 pela Instrução Normativa SRF nº 73, de 1997. Confirase: Art. 17. A restituição, o ressarcimento ou a compensação de crédito decorrente de sentença judicial, transitada em julgado, somente poderá ser efetuada após prévia análise do pedido pela CoordenaçãoGeral do Sistema de Tributação, que deverá se pronunciar quanto ao mérito, valor e prazo de precrição ou decadência. Fl. 254DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 13707.001012/9770 Acórdão n.º 3201001.691 S3C2T1 Fl. 251 7 Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou ressarcimento uma cópia da sentença e do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito. Art. 17. Para efeito de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou de ressarcimento uma cópia do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito e da respectiva sentença, determinando a restituição, o ressarcimento ou a compensação. (Redação dada pela IN SRF n º 73/97, de 15/09/1997 ) § 1° No caso de título judicial em fase de execução, a restituição, o ressarcimento ou a compensação somente poderão ser efetuados se o contribuinte comprovar junto à unidade da SRF a desistência, perante o Poder Judiciário, da execução do título judicial e assumir todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios. (Redação dada pela IN SRF n º 73/97, de 15/09/1997 ) § 2° Não poderão ser objeto de pedido de restituição, ressarcimento ou compensação os créditos decorrentes de títulos judiciais já executados perante o Poder Judiciário, com ou sem emissão de precatório. (Incluído pela IN SRF n º 73/97, de 15/09/1997 ) (Grifouse) Com efeito, tendo em vista que a Recorrente protocolizou o seu pedido de compensação antes da alteração sofrida pela Instrução Normativa SRF nº 73, de 1997, sequer poderia prever que o seu pedido deveria estar acompanhado do comprovante de desistência da execução do título judicial. Parafraseando o Min. Teori Albino Zavaski no julgamento dos Embargos de Divergência no Recurso Especial nº 488.992/MG: “É inviável, na hipótese, apreciar o pedido à luz do direito superveniente, porque os novos preceitos normativos [...] condicionaram a realização da compensação a outros requisitos...”. Diante do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário para reconhecer a inexigibilidade da comprovação formal da desistência da execução do direito creditório em juízo, veiculada em norma superveniente à data do pedido de restituição/compensação, devendo a repartição de origem analisar o referido pedido em seus demais aspectos, inclusive a materialidade do direito creditório alegado. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator Fl. 255DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO 8 Fl. 256DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por DANIEL MARIZ GUDINO
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Numero do processo: 10925.000932/2007-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Jul 14 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3201-000.419
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em sobrestar o presente recurso por força do art. 62-A do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministro da Fazenda nº 256 de 2009, bem como da Portaria Conselho Administrativo de Recursos Fiscais nº 01 de 03/01/ 2012 e Recurso Extraordinário 638.710/Rio grande do Sul.
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
Nome do relator: Não se aplica
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em sobrestar o presente recurso por força do art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministro da Fazenda nº 256 de 2009, bem como da Portaria Conselho Administrativo de Recursos Fiscais nº 01 de 03/01/ 2012 e Recurso Extraordinário 638.710/Rio grande do Sul. JOEL MIYAZAKI Presidente. LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES Relator. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Mercia Helena Trajano D’ Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Adriana Oliveira e Ribeiro. Impedido o Conselheiro Carlos Alberto Nascimento. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Trata o presente processo de pedido de restituição por meio do qual a contribuinte acima qualificada intenta a repetição de recolhimentos que teriam sido indevidamente efetivados a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e de Contribuição RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 25 .0 00 93 2/ 20 07 -6 9 Fl. 71DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2013 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 27/09/2013 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/09/2013 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.000932/200769 Resolução nº 3201000.419 S3C2T1 Fl. 72 2 para o Programa de Integração Social – PIS entre 03/10/1996 e 02/10/2006. O motivo para o pleito repetitório seria a indevida a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, o que justificaria a repetição dos recolhimentos na proporção em que tal inclusão foi feita. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joaçaba/SC pelo seu indeferimento (Despacho Decisório às folhas 04 a 06), fazendoo com base nos seguintes fundamentos: (a) falta de comprovação da existência dos créditos contra a Fazenda Nacional; (b) a alegação de inconstitucionalidade e/ou a ilegalidade das disposições legais que ampliaram as bases de cálculo das contribuições não pode ser acatada em sede administrativa em face da vinculação das autoridades fiscais aos atos legais regularmente editados. Irresignada com o indeferimento de seu pleito, encaminhou a contribuinte, por meio de seu procurador legal – mandato às folhas 12 e 13 , a manifestação de inconformidade às folhas 08 a 11, na qual se limita a alegar que o ICMS não poderia ser incluído na base de cálculo das contribuições, pois não é faturamento da empresa, mas sim faturamento das Fazendas Estaduais. No mais, apenas informa que o presente pedido de restituição se destina a “prevenir a prescrição do direito de repetir o indébito, tendo em vista que o julgamento da causa se arrasta no STF desde 1995”. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis/FNS indeferiu o pleito da recorrente, conforme Decisão DRJ/FNS nº 22.566, de 10/12/2010: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 03/10/1996 a 02/10/2006 BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS A parcela do faturamento relativa ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS, compõe a base de cálculo do PIS. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 03/10/1996 a 02/10/2006 BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS A parcela do faturamento relativa ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS, compõe a base de cálculo da Cofins. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Em face da decisão, o contribuinte é intimado e interpõe recurso voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes, Relator O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2013 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 27/09/2013 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/09/2013 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.000932/200769 Resolução nº 3201000.419 S3C2T1 Fl. 73 3 Discutese nos autos a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e COFINS, conforme se verifica do recurso voluntário. Tratase de matéria cuja repercussão geral foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal: 069 Inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Recurso extraordinário em que se discute, à luz do art. 195, I, b, da Constituição Federal, se o ICMS integra, ou não, a base ... RE 574706 Manifestação MIN. CÁRMEN LÚCIA Sim Plenário Virtual Considerando que o Supremo Tribunal Federal determinou expressamente o sobrestamento de todos os recursos sobre o tema, aplico o art. 62A, §1º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256 de 2009, e alterações posteriores, bem como o art. 2º, § 2º, I, da Portaria CARF nº 001 de 2012, para sobrestar o presente recurso voluntário até que esteja transitado em julgado o acórdão a ser proferido no recurso extraordinário acima mencionado. .É como voto. Sala de sessões, 22 de agosto de 2013 Luciano Lopes de Almeida Moraes Relator Fl. 73DF CARF MF Impresso em 14/07/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2013 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 27/09/2013 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/09/2013 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES
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Numero do processo: 10510.000065/2005-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2000 a 29/02/2000, 01/01/2002 a 31/01/2002, 28/02/2003 a 30/09/2004
MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO.
A multa de ofício aplicada obedeceu ao disposto no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996 e, ainda, a este órgão é vedada a análise de inconstitucionalidade de lei.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC.
A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC está de acordo com posicionamento sumulado por esta Corte.
RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Numero da decisão: 3201-000.749
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: Luciano Lopes de Almeida Moraes
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/02/2000 a 29/02/2000, 01/01/2002 a 31/01/2002, 28/02/2003 a 30/09/2004 MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO. A multa de ofício aplicada obedeceu ao disposto no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996 e, ainda, a este órgão é vedada a análise de inconstitucionalidade de lei. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC está de acordo com posicionamento sumulado por esta Corte. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Acordam os membros do colegiado, ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO Presidente. LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES Relator. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE 2 EDITADO EM: 10/08/2011 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Marcelo Ribeiro Nogueira, Daniel Mariz Gudino, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Robson José Bayerl. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Tratase de Auto de Infração (fls. 04/13) lavrado contra a contribuinte acima identificada, que pretende a cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins relativa aos períodos de fevereiro de 2000; janeiro de 2002; fevereiro de 2003 a setembro de 2004. O autuante informa ter constatado divergências entre os valores da Cofins pagos e/ou declarados em DCTF (fls. 92/95) e os valores apurados a partir das receitas de serviços transcritas nos Livros de Registro de Apuração do ISS (fls. 33/91), conforme demonstrativos às folhas 19/23. O autuante informa, ainda, que no período de fevereiro a setembro de 2004 se aplica o regime cumulativo de apuração da Cofins, em razão do arbitramento do lucro para apuração da base de cálculo do IRPJ, uma vez que não foram apresentados o Razão e Diário e/ou Livro Caixa, livros de escrituração obrigatória. Cientificada do lançamento em 10/01/2005 (fl. 04), a contribuinte apresenta em 10/02/2005 a impugnação de folhas 97/102, sendo essas as razões de defesa, em síntese: É inaplicável a taxa SELIC na correção de tributos devidos, conforme jurisprudência transcrita; A multa de ofício aplicada corresponde a quase 100% da contribuição, o que caracteriza flagrante violação ao princípio do nãoconfisco na tributação; A base de cálculo revela a capacidade contributiva do contribuinte, cujo princípio constitucional, no presente caso, foi desrespeitado, além de feridos também os princípios da razoabilidade e da moralidade. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Salvador/BA indeferiu o pleito da recorrente, conforme Decisão DRJ/SDR nº 17.710, de 26/11/2008, fls. 109/110: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/02/2000 a 29/02/2000, 01/01/2002 a 31/01/2002, 28/02/2003 a 30/09/2004 FALTA DE RECOLHIMENTO. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE Processo nº 10510.000065/200571 Acórdão n.º 3201000.749 S3C2T1 Fl. 137 3 Apurada a falta de recolhimento da Cofins, é devida sua cobrança, com os encargos legais correspondentes. MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO. A falta de recolhimento da Cofins é punível com a multa de ofício capitulada no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, sendo que não se confunde a penalidade imposta para coibir ou punir infrações à legislação tributária com a utilização do tributo com efeito de confisco. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, além de ampararse em legislação ordinária, não contraria as normas balizadoras contidas no Código Tributário Nacional. Lançamento Procedente Em face da decisão, o contribuinte é intimado às fls. 103 e interpõe recurso voluntário de fls. 114/121. Após, foi dado seguimento ao recurso interposto. É o relatório. Voto Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes O presente processo envolve a tributação de COFINS, entretanto, a recorrente discute apenas a multa e juros aplicados. Da aplicação da multa de 75% A recorrente entende que a multa aplicada de 75% é indevida, pois viola a Constituição Federal. Sem razão. A multa aplicada está correta, pois aplicada nos estritos termos em que prevista, como bem decidiu a DRJ. Por fim, este órgão não pode se manifestar sobre inconstitucionalidades de normas, como bem prevê sua súmula n.º 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE 4 Assim, correta a multa aplicada. Da SELIC Quanto à SELIC, a matéria já se encontra sumulada nesta Corte: SÚMULA Nº 3 do CARF: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Assim, também sem razão o contribuinte. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso, prejudicados os demais argumentos. Sala das Sessões, em 10 de agosto de 2011. Luciano Lopes de Almeida Moraes Relator Fl. 147DF CARF MF Impresso em 13/03/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE, Assinado digitalmente em 12/03/2012 por JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARM, Assinado digitalmente em 10/08/2011 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAE
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Numero do processo: 13819.003076/99-09
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jun 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA POR INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE SALDO NEGATIVO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DAS ANTECIPAÇÕES. AUSÊNCIA DE REVISÃO DOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELO CONTRIBUINTE NA APURAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INEXISTÊNCIA.
Nos casos em que a fiscalização não homologa compensação pretendida pelo contribuinte por inexistência de crédito, verificada em razão da ausência de comprovação (i) das antecipações declaradas e (ii) do cumprimento de requisitos legais estabelecidos para seu aproveitamento, durante a recomposição do saldo negativo, não há que se falar em homologação tácita, pois não há alteração ou revisão de procedimentos realizados pelo contribuinte na apuração do resultado tributável.
PRAZO PARA VERIFICAÇÕES NA ESCRITURAÇÃO.DECADÊNCIA. O disposto no artigo 150 do Código Tributário Nacional diz respeito somente ao lançamento dos tributos devidos e não interfere na prerrogativa do Fisco de verificar escrituração passada, quando necessária à apuração da verdade material.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9101-001.959
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, recurso negado provimento. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Rafael Vidal de Araújo e Otacílio Dantas Cartaxo. Designado para redigir o voto das conclusões o Conselheiro Valmar Fonseca de Menezes.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Marcos Vinícius Barros Ottoni Redator Ad Hoc - Designado
(Assinado digitalmente)
Valmar Fonseca de Menezes - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Valmir Sandri, Valmar Fonseca de Menezes, Moisés Giacomelli Nunes da Silva (Suplente Convocado), Jorge Celso Freire da Silva, Marcos Vinicius Barros Ottoni (Suplente Convocado), Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Junior, Paulo Roberto Cortez (Suplente Convocado) e Otacilio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Ausente, justificadamente, a Conselheira Karem Jureidini Dias.
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA POR INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE SALDO NEGATIVO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DAS ANTECIPAÇÕES. AUSÊNCIA DE REVISÃO DOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELO CONTRIBUINTE NA APURAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INEXISTÊNCIA. Nos casos em que a fiscalização não homologa compensação pretendida pelo contribuinte por inexistência de crédito, verificada em razão da ausência de comprovação (i) das antecipações declaradas e (ii) do cumprimento de requisitos legais estabelecidos para seu aproveitamento, durante a recomposição do saldo negativo, não há que se falar em homologação tácita, pois não há alteração ou revisão de procedimentos realizados pelo contribuinte na apuração do resultado tributável. PRAZO PARA VERIFICAÇÕES NA ESCRITURAÇÃO.DECADÊNCIA. O disposto no artigo 150 do Código Tributário Nacional diz respeito somente ao lançamento dos tributos devidos e não interfere na prerrogativa do Fisco de verificar escrituração passada, quando necessária à apuração da verdade material. Recurso Especial do Contribuinte Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, recurso negado provimento. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Rafael Vidal de Araújo e Otacílio Dantas Cartaxo. Designado para redigir o voto das conclusões o Conselheiro Valmar Fonseca de Menezes. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (Assinado digitalmente) Marcos Vinícius Barros Ottoni Redator Ad Hoc - Designado (Assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes - Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Valmir Sandri, Valmar Fonseca de Menezes, Moisés Giacomelli Nunes da Silva (Suplente Convocado), Jorge Celso Freire da Silva, Marcos Vinicius Barros Ottoni (Suplente Convocado), Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Junior, Paulo Roberto Cortez (Suplente Convocado) e Otacilio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Ausente, justificadamente, a Conselheira Karem Jureidini Dias.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2132; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 2 1 1 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13819.003076/9909 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9101001.959 – 1ª Turma Sessão de 19 de agosto de 2014 Matéria RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Recorrente VOLKSWAGEN DO BRASIL INDUSTRIA DE VEICULOS AUTOMOTORES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA POR INSUFICIÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE SALDO NEGATIVO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DAS ANTECIPAÇÕES. AUSÊNCIA DE REVISÃO DOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS PELO CONTRIBUINTE NA APURAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. INEXISTÊNCIA. Nos casos em que a fiscalização não homologa compensação pretendida pelo contribuinte por inexistência de crédito, verificada em razão da ausência de comprovação (i) das antecipações declaradas e (ii) do cumprimento de requisitos legais estabelecidos para seu aproveitamento, durante a recomposição do saldo negativo, não há que se falar em homologação tácita, pois não há alteração ou revisão de procedimentos realizados pelo contribuinte na apuração do resultado tributável. PRAZO PARA VERIFICAÇÕES NA ESCRITURAÇÃO.DECADÊNCIA. O disposto no artigo 150 do Código Tributário Nacional diz respeito somente ao lançamento dos tributos devidos e não interfere na prerrogativa do Fisco de verificar escrituração passada, quando necessária à apuração da verdade material. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 00 30 76 /9 9- 09 Fl. 792DF CARF MF Impresso em 12/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/05/2015 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 26/05/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 08/06/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZE S, Assinado digitalmente em 11/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 2 Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, recurso negado provimento. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Rafael Vidal de Araújo e Otacílio Dantas Cartaxo. Designado para redigir o voto das conclusões o Conselheiro Valmar Fonseca de Menezes. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Marcos Vinícius Barros Ottoni – Redator Ad Hoc Designado (Assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Valmir Sandri, Valmar Fonseca de Menezes, Moisés Giacomelli Nunes da Silva (Suplente Convocado), Jorge Celso Freire da Silva, Marcos Vinicius Barros Ottoni (Suplente Convocado), Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Junior, Paulo Roberto Cortez (Suplente Convocado) e Otacilio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Ausente, justificadamente, a Conselheira Karem Jureidini Dias. Relatório Tratase de Recurso Especial de divergência (fls. 527/535) interposto pelo contribuinte com fundamento nos artigos 64, II e 67, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria MF 256/2009. O presente processo cuida de pedido de restituição de suposto crédito de saldo negativo apurado no 1º trimestre de 1999, o qual seria decorrente de IR recolhido a maior em razão do IRRF sobre aplicações financeiras, para compensação de outros impostos e contribuições próprios. Entretanto, a compensação não foi homologada, em razão do não reconhecimento do crédito pela DRF, sob o fundamento de que não foi comprovado o oferecimento à tributação das receitas que geraram o IRRF. O contribuinte contestou o não reconhecimento do crédito sob o argumento de que a fiscalização não concordou com o cálculo do IRPJ de 1999 (no qual foi apurado o saldo negativo) e o pedido de restituição negado em 2007, sem observância do prazo decadencial. Insurgiuse o Recorrente contra o acórdão nº 10323.579 proferido pelos membros da Terceira Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, os quais por unanimidade de votos, rejeitaram a preliminar de conexão, por maioria de votos, rejeitaram a preliminar de decadência e, no mérito, por unanimidade de votos, não conheceram das razões do recurso relativas à suspensão da exigibilidade e negaram provimento ao recurso voluntário. O acórdão, na parte recorrida, foi assim ementado: “SALDO NEGATIVO DO IRPJ. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 793DF CARF MF Impresso em 12/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/05/2015 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 26/05/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 08/06/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZE S, Assinado digitalmente em 11/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13819.003076/9909 Acórdão n.º 9101001.959 CSRFT1 Fl. 3 3 Não se submetem à homologação tácita os saldos negativos de IRPJ apurados nas declarações apresentadas, a serem regularmente comprovados, quando objeto de pedido de restituição ou compensação. VERIFICAÇÃO BASE DE CÁLCULO DO IRPJ. A verificação da base de cálculo do tributo não é cabível apenas para fundamentar lançamento de oficio, mas deve ser feita, também, no âmbito da análise das declarações de compensação, para efeito de determinação da certeza e liquidez do crédito, invocado pelo sujeito passivo, para extinção de outros débitos fiscais. PEDIDO DE RESITUIÇÃO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. Em suas razões recursais alegou que decorridos 5 anos a partir do pedido de compensação, sem manifestação da autoridade fiscal, esta é homologada tacitamente, não cabendo ao Fisco alterar ou revisar os procedimentos adotados pelos contribuintes e cobrar eventuais diferenças de imposto que entenda devidas. Por fim, pugnou pela reforma do acórdão recorrido para que seja reconhecida a homologação tácita. Nesse sentido trouxe como paradigma o acórdão de nº 10809.643, proferido pela Oitava Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes, assim ementado: “COMPENSAÇÃO/RESTITUIÇÃO. Necessário que haja documento comprobatório da existência de constituição do crédito tributado suficiente a suportar a compensação. RESTITUIÇAO. REVISÃO DA DIPJ A autoridade administrativa deve verificar a efetiva existência dos valores objeto de restituição requerida pelo contribuinte. Entretanto, nesta análise lhe e defeso alterar a própria DIPJ do contribuinte e respectivas informações, salvo se dentro do prazo decadencial e por meio de lançamento de oficio quando necessário" Em sede de exame de admissibilidade (fls. 549/551) foi dado seguimento ao Recurso. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões às fls.179/199 por meio da qual afirmou que antes do advento da Medida Provisória nº 135/2003, instrumento legal que acrescentou o § 5º ao art. 74 da Lei nº 9.430/96, não havia qualquer prazo para que a administração tributária homologasse os pedidos de compensação. Nesse contexto, destacou que, diante da mencionada inexistência de regra, o contribuinte invocou regras de decadência (em especial a do art. 150, § 4º do CTN) voltadas para o lançamento do IRPJ e não para a análise do suposto saldo negativo do mesmo tributo. Por fim, concluiu que foi acertado o acórdão recorrido, o qual não merece reforma É o relatório. Fl. 794DF CARF MF Impresso em 12/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/05/2015 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 26/05/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 08/06/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZE S, Assinado digitalmente em 11/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 4 Voto Vencido Conselheiro Marcos Vinícius Barros Ottoni, Redator Ad Hoc Designado Em face da necessidade de formalização da decisão proferida nos presentes autos, de competência da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais e, tendo em vista que o Conselheiro João Carlos de Lima Junior, relator do processo, não mais integra o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, este Conselheiro foi designado Redator Ad Hoc pelo Presidente da 1ª Turma da CSRF, nos termos do item III, do art. 17, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 (RICARF). Destarte, levandose em consideração a minuta de acórdão inicialmente apresentada pelo relator original quando do julgamento do recurso, bem como o seu resultado, proferido pela 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, expresso na Ata da sessão ocorrida em agosto de 2014, passo a formalizar o voto do relator: O Recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de pedido de restituição de suposto crédito de saldo negativo de IRPJ apurado no 1º trimestre de 1999, o qual seria decorrente de IR recolhido a maior em razão do IRRF sobre aplicações financeiras, para compensação de outros impostos e contribuições próprios. Entretanto, a compensação não foi homologada em razão do não reconhecimento do crédito, sob o fundamento de que não foi comprovado o oferecimento à tributação das receitas que geraram o IRRF. O contribuinte contestou o não reconhecimento do crédito, afirmando que não houve observância do prazo decadencial, já que a fiscalização não concordou com o cálculo do IRPJ de 1999 (no qual foi apurado o saldo negativo) e o pedido de restituição negado em 2007. Não merece acolhimento o argumento trazido pelo Contribuinte, senão vejamos. O saldo negativo se verifica quando, ao final do anocalendário, a pessoa jurídica, contrapondo o IRPJ e a CSLL efetivamente devidos e os valores antecipados ao longo do ano, identifica que pagou mais tributo do que deveria. Esse pagamento a maior configura indébito passível de compensação, nos termos da Lei 9.430/96, após o encerramento do anocalendário. Do exposto, temos que ao analisarmos a formação do saldo negativo, encontramos na sua composição dois componentes. O primeiro é o imposto devido ao final do ano calendário, o qual para ser alcançado exige a realização da apuração do IR ou CSL do período, na qual são realizadas as adições, exclusões ou compensações prescritas e autorizadas por lei. O segundo componente é o valor antecipado durante o ano calendário. Neste são incluídas todas as parcelas pagas pelo contribuinte (ou por terceiros em seu nome, no caso de retenções) por antecipações ao longo do anocalendário, tais como: Fl. 795DF CARF MF Impresso em 12/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/05/2015 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 26/05/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 08/06/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZE S, Assinado digitalmente em 11/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13819.003076/9909 Acórdão n.º 9101001.959 CSRFT1 Fl. 4 5 (a) retenções na fonte de IR e CSLL; (b) pagamento de estimativas mensais com DARF; (c) compensações das estimativas em PER/DCOMP. No tocante ao primeiro componente, para verificar a correção da apuração e consequente resultado do ano calendário, a fiscalização deve recompor toda a apuração já realizada pelo contribuinte, calculando o lucro líquido do período de apuração com as adições, exclusões ou compensações, segundo as regras do artigo 247 do RIR/99. Para tal atividade é necessário a verificação do prazo de decadência previsto no artigo 150, §4º do CTN que assim dispõe: “Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” É sabido que o que se homologa é o pagamento do imposto devido, que é consequência da apuração realizada. Ora, para calcularmos o tributo devido, o qual sujeitase à homologação tácita, é necessário, como já visto, que seja apurado o tributo através da verificação das adições, exclusões e compensações, portanto, ao se homologar o pagamento, se homologa também todas essas apurações. Cumpre destacar trecho da ementa do acórdão proferido no julgamento do Resp 973.733 SC, submetido à sistemática do artigo 543 C do CPC: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. (...) 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o Fl. 796DF CARF MF Impresso em 12/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/05/2015 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 26/05/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 08/06/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZE S, Assinado digitalmente em 11/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 6 pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). (...)” Por outro lado, em relação à verificação do segundo componente, não há que se falar em homologação tácita, pois a fiscalização não altera ou revisa os procedimentos adotados pelo contribuinte, mas apenas recompõe o saldo negativo a partir da comprovação (i) das antecipações declaradas e (ii) do cumprimento de requisitos legais estabelecidos para seu aproveitamento. Vejase que na verificação deste componente não se aplica a regra decadencial, pois são analisados apenas os comprovantes dos valores declarados como pagos antecipadamente e o valor do imposto devido (decorrente da apuração realizada) permanece o mesmo. No caso dos autos, o que se analisa é o segundo componente, ou seja, a recomposição do saldo negativo, que é decorrente de suposto crédito originado em virtude da retenção na fonte. Nesse ponto, insta transcrever a súmula CARF nº 80: “Súmula CARF nº 80: Na apuração do IRPJ, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor do imposto de renda retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do imposto.”. Por força da súmula transcrita, no caso, além da comprovação das antecipações declaradas (conforme já exposto), o contribuinte deveria comprovar, para aproveitamento do crédito, o cumprimento de outros requisitos legais: a efetiva retenção e o oferecimento das receitas correspondentes à tributação. Assim, verificase que, no caso, houve alteração apenas do segundo componente, pois o contribuinte não comprovou os valores declarados como pagos antecipadamente (seja por pagamento de DARF, compensação ou por retenção na fonte) durante os anos calendários analisados. Do exposto, nego provimento ao Recurso Especial do contribuinte. É como voto. (Assinado digitalmente) Marcos Vinícius Barros Ottoni Voto Vencedor Conselheiro Valmar Fonseca de Menezes, Redator Designado A maioria da Câmara divergiu do nobre relator apenas com relação ao entendimento esposado no seu voto, conforme transcrito a seguir: “(...) No tocante ao primeiro componente, para verificar a correção da apuração e consequente resultado do ano calendário, a fiscalização deve recompor toda a apuração já realizada pelo Fl. 797DF CARF MF Impresso em 12/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/05/2015 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 26/05/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 08/06/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZE S, Assinado digitalmente em 11/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13819.003076/9909 Acórdão n.º 9101001.959 CSRFT1 Fl. 5 7 contribuinte, calculando o lucro líquido do período de apuração com as adições, exclusões ou compensações, segundo as regras do artigo 247 do RIR/99. Para tal atividade é necessário a verificação do prazo de decadência previsto no artigo 150, §4º do CTN que assim dispõe: “Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” É sabido que o que se homologa é o pagamento do imposto devido, que é consequência da apuração realizada. Ora, para calcularmos o tributo devido, o qual sujeitase à homologação tácita, é necessário, como já visto, que seja apurado o tributo através da verificação das adições, exclusões e compensações, portanto, ao se homologar o pagamento, se homologa também todas essas apurações. (...)” Com a devida vênia, os demais conselheiros entenderam que o prazo decadencial contido no artigo 150, do Código Tributário Nacional se refere, apenas, ao direito de lançar , prerrogativa da Fazenda Pública, mas não se aplica às verificações e recomposições escriturais que sejam necessárias para apuração do montante do tributo devido, e, nos casos em que houver, apuração do indébito tributário. Esta, apenas, foi a discordância com o voto do relator, concordando todos com as suas demais observaçõe e com as suas conclusões. Com base nestas observações, o voto da Câmara, por maioria, se deu provimento pelas conclusões do relator. È como voto. (Assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Fl. 798DF CARF MF Impresso em 12/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/05/2015 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 26/05/2015 por MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI, Assinado digitalmente em 08/06/2015 por VALMAR FONSECA DE MENEZE S, Assinado digitalmente em 11/06/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 10314.013284/2010-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed May 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Exercício: 2006, 2007
NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. VÍCIOS.
O ato administrativo de lançamento está perfeito, tanto em relação aos requisitos formais como materiais (motivação e conteúdo).
No tocante aos requisitos formais, não vislumbro qualquer irregularidade, uma vez que todos os requisitos previstos no artigo 10º do PAF - Decreto 70.235/72 foram corretamente atendidos.
Em relação aos requisitos materiais, o lançamento demonstrou claramente os pressupostos de fato e de direito sob os quais se assentou, de modo que restou evidenciada a motivação do ato administrativo. Quanto ao conteúdo do ato, todos os elementos constantes do consequente da regra individual e concreta veiculada pelo lançamento foram corretamente informados (sujeitos ativos e passivos, base de cálculo e alíquotas).
OCULTAÇÃO DO REAL RESPONSÁVEL PELA IMPORTAÇÃO. FRAUDE OU SIMULAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO E POSTERIOR CONVERSÃO EM MULTA.
A ocultação do responsável pela importação de mercadorias, mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta, é considerada dano ao erário.
Cabível, pois, a pena de perdimento ou posterior substituição por multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria quando esta for consumida ou não localizada.
LEGITIMIDADE DA AUTUAÇÃO. INFRAÇÃO. RESPONSABILIDADE.
Respondem pela infração conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática ou dela se beneficie, bem como o adquirente da mercadoria de procedência estrangeira, no caso da importação realizada por conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora.
PROVAS. RELEVÂNCIA. DIREITO A SER EXERCIDO PELAS PARTES.
A prova consiste em um dos elementos mais importantes do processo. A aplicação do direito ao caso concreto para a solução do litígio será efetuada a partir do conhecimento que se tem sobre os fatos ocorridos.
O evento (ocorrido no mundo fenomênico) deve ser relatado em linguagem jurídica competente e demonstrado através das provas, que devem ser submetidas à refutação em atendimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Cabe às partes em litígio - Fisco e contribuinte, ao fazerem suas alegações e afirmações apresentarem as provas que as estribam, de modo a esclarecer o julgador, proporcionando-lhe o conhecimento dos mesmos.
O julgador, então, a partir da discussão racional no processo (alegação/refutação; provas/contraprovas), aprecia e valora as provas existentes nos autos, formando o juízo de probabilidade da ocorrência dos fatos, para ao fim decidir o litígio com base em sua livre convicção motivada.
Recursos voluntários negados
Numero da decisão: 3202-001.610
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Importação - II Exercício: 2006, 2007 NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. VÍCIOS. O ato administrativo de lançamento está perfeito, tanto em relação aos requisitos formais como materiais (motivação e conteúdo). No tocante aos requisitos formais, não vislumbro qualquer irregularidade, uma vez que todos os requisitos previstos no artigo 10º do PAF - Decreto 70.235/72 foram corretamente atendidos. Em relação aos requisitos materiais, o lançamento demonstrou claramente os pressupostos de fato e de direito sob os quais se assentou, de modo que restou evidenciada a motivação do ato administrativo. Quanto ao conteúdo do ato, todos os elementos constantes do consequente da regra individual e concreta veiculada pelo lançamento foram corretamente informados (sujeitos ativos e passivos, base de cálculo e alíquotas). OCULTAÇÃO DO REAL RESPONSÁVEL PELA IMPORTAÇÃO. FRAUDE OU SIMULAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO E POSTERIOR CONVERSÃO EM MULTA. A ocultação do responsável pela importação de mercadorias, mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta, é considerada dano ao erário. Cabível, pois, a pena de perdimento ou posterior substituição por multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria quando esta for consumida ou não localizada. LEGITIMIDADE DA AUTUAÇÃO. INFRAÇÃO. RESPONSABILIDADE. Respondem pela infração conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática ou dela se beneficie, bem como o adquirente da mercadoria de procedência estrangeira, no caso da importação realizada por conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. PROVAS. RELEVÂNCIA. DIREITO A SER EXERCIDO PELAS PARTES. A prova consiste em um dos elementos mais importantes do processo. A aplicação do direito ao caso concreto para a solução do litígio será efetuada a partir do conhecimento que se tem sobre os fatos ocorridos. O evento (ocorrido no mundo fenomênico) deve ser relatado em linguagem jurídica competente e demonstrado através das provas, que devem ser submetidas à refutação em atendimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Cabe às partes em litígio - Fisco e contribuinte, ao fazerem suas alegações e afirmações apresentarem as provas que as estribam, de modo a esclarecer o julgador, proporcionando-lhe o conhecimento dos mesmos. O julgador, então, a partir da discussão racional no processo (alegação/refutação; provas/contraprovas), aprecia e valora as provas existentes nos autos, formando o juízo de probabilidade da ocorrência dos fatos, para ao fim decidir o litígio com base em sua livre convicção motivada. Recursos voluntários negados
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2275; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T2 Fl. 3.588 1 3.587 S3C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10314.013284/201002 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3202001.610 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 18 de março de 2015 Matéria II. MULTA DE CONVERSÃO Recorrente EVERBIZ COMÉRCIO DE PRODUTOS ELETROELETRÔNICOS LTDA. e WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Exercício: 2006, 2007 NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. VÍCIOS. O ato administrativo de lançamento está perfeito, tanto em relação aos requisitos formais como materiais (motivação e conteúdo). No tocante aos requisitos formais, não vislumbro qualquer irregularidade, uma vez que todos os requisitos previstos no artigo 10º do PAF Decreto 70.235/72 foram corretamente atendidos. Em relação aos requisitos materiais, o lançamento demonstrou claramente os pressupostos de fato e de direito sob os quais se assentou, de modo que restou evidenciada a motivação do ato administrativo. Quanto ao conteúdo do ato, todos os elementos constantes do consequente da regra individual e concreta veiculada pelo lançamento foram corretamente informados (sujeitos ativos e passivos, base de cálculo e alíquotas). OCULTAÇÃO DO REAL RESPONSÁVEL PELA IMPORTAÇÃO. FRAUDE OU SIMULAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO E POSTERIOR CONVERSÃO EM MULTA. A ocultação do responsável pela importação de mercadorias, mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta, é considerada dano ao erário. Cabível, pois, a pena de perdimento ou posterior substituição por multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria quando esta for consumida ou não localizada. LEGITIMIDADE DA AUTUAÇÃO. INFRAÇÃO. RESPONSABILIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 01 32 84 /2 01 0- 02 Fl. 3591DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 2 Respondem pela infração conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática ou dela se beneficie, bem como o adquirente da mercadoria de procedência estrangeira, no caso da importação realizada por conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. PROVAS. RELEVÂNCIA. DIREITO A SER EXERCIDO PELAS PARTES. A prova consiste em um dos elementos mais importantes do processo. A aplicação do direito ao caso concreto para a solução do litígio será efetuada a partir do conhecimento que se tem sobre os fatos ocorridos. O evento (ocorrido no mundo fenomênico) deve ser relatado em linguagem jurídica competente e demonstrado através das provas, que devem ser submetidas à refutação em atendimento aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Cabe às partes em litígio Fisco e contribuinte, ao fazerem suas alegações e afirmações apresentarem as provas que as estribam, de modo a esclarecer o julgador, proporcionandolhe o conhecimento dos mesmos. O julgador, então, a partir da discussão racional no processo (alegação/refutação; provas/contraprovas), aprecia e valora as provas existentes nos autos, formando o juízo de probabilidade da ocorrência dos fatos, para ao fim decidir o litígio com base em sua livre convicção motivada. Recursos voluntários negados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama. Relatório O presente litígio decorre de lançamento de ofício, veiculado através de auto de infração (efls. 4/ss) para a cobrança da multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria na importação, em decorrência da ocultação, mediante fraude ou simulação, o real adquirente das mercadorias importadas, no período de apuração de maio/2006 a junho/2007, no montante de R$ 22.561.492,86. Por bem descrever os fatos, transcrevese o relatório da decisão recorrida: Relatório Fl. 3592DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10314.013284/201002 Acórdão n.º 3202001.610 S3C2T2 Fl. 3.589 3 O interessado foi autuado em face de interposição fraudulenta na importação. Foi lançada a multa por conversão da pena de perdimento. Intimado em 11/12/2010, Everbiz apresentou impugnação em 11/1/2011 (fls. 286 307). Alega: A impugnação é tempestiva. Não teve ciência de toda a documentação probatória contida no auto de infração. Requer devolução do prazo para impugnação. O não conhecimento no prazo legalmente concedido de mais de 2.500 páginas (autuação de 2.664 páginas) caracteriza cerceamento de defesa, que deve ser corrigido para garantia do devido processo legal, sob pena de nulidade. A fiscalização frisa que as importações foram realizadas por conta e ordem de Everbiz e que essa condição teria sido ocultada por artifício de simulação. Os extratos das declarações de importação informam o nome do impugnante everbiz nas informações complementares. Questiona: se o intuito das empresas fosse, em conluio, iludir a Receita Federal, por qual razão fariam constar o nome da Everbiz? A média das alíquotas de imposto sobre produtos industrializados (IPI) era baixa, aproximadamente 9,4% e estão sendo objeto de fiscalização específica. A operação via Waytec era mais onerosa que a importação direta, conforme fl. 293. A empresa é empresa idônea, que investe no Brasil, recolhe tributos, emprega funcionários e contribui para o desenvolvimento nacional. Questiona: se a motivação do impugnante fosse “blindar” seu patrimônio contra eventual lançamento tributário, por que continuaria a atuar no comércio exterior, obtendo habilitação no Radar? E de qual blindagem teria se beneficiado se, logo após as operações em questão, a empresa foi alvo do procedimento especial da Instrução Normativa SRF nº 228/2002? A presunção da fiscalização não pode prosperar. Apresenta histórico da fiscalização. A fiscalização parte de presunção comprovada apenas por correspondências eletrônicas trocadas entre funcionários das duas empresas envolvidas, às quais não teria acesso num procedimento fiscalizatório usual. Tais provas foram emprestadas de procedimento da Polícia Federal que teve sua legalidade questionada no Poder Judiciário. Conforme histórico da fiscalização correspondente ao Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) em pauta, a autoridade fiscal não conseguiria atingir as conclusões constantes do auto de infração com a documentação e as informações solicitadas durante o procedimento. A fiscalização afirma que o MPF teve início com a finalidade de aplicar a multa objeto deste processo. Entretanto, consta do “site” da Receita Federal que o objetivo do MPF era a fiscalização de imposto sobre produtos industrializados (IPI), sem qualquer menção à sanção ora aplicada. A auditorafiscal não especifica ou identifica as fontes de obtenção de informações. Inclui entre essas fontes dados obtidos durante a “Operação Persona”, afirmando que teriam feito parte os mesmos envolvidos na “Operação Columbus”, o que não é verdade. A impugnante jamais fez parte ou teve alguma relação com essa operação da Polícia Federal. Fl. 3593DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 4 Outra fonte citada é uma fiscalização ocorrida em IlhéusBA na empresa Waytec, solidária na autuação. O impugnante não teve conhecimento da mesma. Em obediência ao devido processo legal, informações relacionadas a essas operações, impossíveis de identificação pelo autuado por não terem sido individualizadas pela fiscalização, devem ser desconsideradas. Para admissão da presunção como meio de prova é necessário demonstrar não só o descumprimento da obrigação, como também o cometimento do ato fraudulento. Cita doutrina. “Como a presunção utilizada nesse lançamento está encharcada de cunho valorativo, ela não pode compreender a base probatória suficiente para a demonstração da atitude tida como ilícita, por representar o raciocínio único e exclusivo da fiscalização no momento da construção do fato jurídico” (fl. 304). Houve desrespeito ao princípio da proporcionalidade. Cita doutrina. Questiona quais seriam o interesse público, o bem juridicamente protegido e seu peso no caso concreto. Se o bem tutelado é o controle aduaneiro, sua simples violação sem comprovação dos danos causados ao Erário não permite a aplicação da pena de perdimento. O peso da suposta violação ao controle aduaneiro não é medido nem avaliado pela fiscalização, que se limita a dizer que estamos diante de uma conduta ilícita tendente a burlar a administração aduaneira, sem especificálo. O impugnante importava e continua importando mercadorias para comercialização. Faturamento, folha de salários e recolhimento de tributos aumentaram progressivamente. Os tributos que teriam deixado de ser recolhidos serão alvo de fiscalização e cobrança pelas autoridades competentes. A Everbiz nunca esteve oculta nas operações compreendidas na autuação, constando sua denominação nas declarações de importação. Seu patrimônio não foi blindado por ter realizado as operações da forma descrita pela fiscalização. Não atingiu os benefícios que teria buscado no entender da fiscalização. Intimado em 17/12/2010, Waytec não se manifestou. Foi emitido termo de revelia (fl. 362). Recebida a impugnação pela repartição “a quo”, os autos foram encaminhados a esta Delegacia de Julgamento (DRJ) e distribuídos ao relator, com 363 fls., e anexos. A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo proferiu o Acórdão nº 1750.623, em 10/05/2010 (efolhas 533/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação II Exercício: 2006, 2007 CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO EM MULTA. Ocultado o real adquirente, mediante prestação de informação falsa nas DI, segundo a qual o importador seria o “adquirente” das mercadorias importadas, acolhese a infração imputada (DL 1.455/1976, artigo 23, V). A Recorrente (EVERBIZ) foi cientificada do acórdão em 27/06/2011 (e folhas 552/557) e apresentou Recurso Voluntário, em 27/07/2011 (efolhas 558/ss), onde repisa os argumentos já trazidos na impugnação. Fl. 3594DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10314.013284/201002 Acórdão n.º 3202001.610 S3C2T2 Fl. 3.590 5 Em julgamento efetuado em 25/09/2012, no termos do Acórdão nº 3102 001.625 (efls. 3430/3434), a 2ª Turma da 1ª Câmara da 3ª Seção do CARF anulou o processo a partir da decisão de primeira instância, para que fosse apreciado pela Turma da DRJ – São Paulo também a impugnação apresentada pela responsável solidária WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA. A 24ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo proferiu então o Acórdão nº 1650.502, em 18/09/2013 (efolhas 3468/ss), desta vez apreciando também a impugnação apresentada pela responsável solidária WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA., o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Exercício: 2006, 2007 CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO EM MULTA. Ocultado o real adquirente, mediante prestação de informação falsa nas DI, segundo a qual o importador seria o “adquirente” das mercadorias importadas, acolhese a infração imputada (DL 1.455/1976, artigo 23, V). O artigo 33 da Lei 11.488/2007 não produz qualquer reflexo sobre a imposição da pena de perdirnento ou multa substitutiva à hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação (acórdão Carf nº 310200.662, de 24/5/2010). Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A Recorrente EVERBIZ foi cientificada do acórdão em 05/10/2013 (efolhas 3502 e 3509). Em 11/11/2013 foi lavrado despacho pela autoridade administrativa da IRF – São Paulo (efl. 3580) informando que a empresa EVERBIZ COM. DE PROD. ELETROELETR. LTDA. não apresentou novo recurso voluntário. A Recorrente WAYTEC foi cientificada do acórdão em 26/09/2013 (efolhas 3505 e 3508) e apresentou Recurso Voluntário, em 25/10/2013 (efolhas 3559/ss), onde alega, em apertada síntese, que: é vedada a revisão do lançamento; não há prova efetiva da imputação feita pela fiscalização; há necessidade de haver dolo e efetiva ocultação do “real adquirente”; por fim, requer seja dado provimento ao seu recurso. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. Os Recursos Voluntários são tempestivos e atendem os requisitos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecidos. PRELIMINAR Fl. 3595DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 6 Da alegação de vedação de revisão do lançamento Alega a Recorrente WAYTEC que o auto de infração lavrado “não poderia funcionar como instância revisora do ato do próprio fisco, praticado no ato do desembaraço das mercadorias na alfândega” e que somente seria admitida a revisão do lançamento quando ocorresse o denominado erro de fato (inciso VIII do art. 149 do CTN). Equivocase completamente a Recorrente. O próprio art. 149 do CTN, no inciso VII, prescreve que o lançamento pode ser efetuado de ofício quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação. É exatamente o caso dos autos, conforme veremos no mérito. Destarte, não merece ser acolhida também essa preliminar suscitada. MÉRITO Da controvérsia Discutese neste processo a cobrança da multa da equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria na importação, em decorrência da ocultação, mediante fraude ou simulação, o real adquirente das mercadorias importadas, no período de apuração de maio/2006. Figuram no polo passivo as empresas EVERBIZ COMÉRCIO DE PRODUTOS ELETROELETRÔNICOS LTDA., como “real adquirente” das mercadorias importadas, e WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA., como a empresa que emprestou seu nome para conduzir as operações de importação. Da caracterização da interposição fraudulenta de pessoas Segundo a autoridade fiscal, a empresa EVERBIZ é a “real adquirente” de produtos importados pela empresa WAYTEC, isto porque é ela quem negocia diretamente com o exportador/fornecedor norte americano AGRIZZI ENTERPRISES (empresas do mesmo grupo econômico) e, também, assume todo o risco e ônus financeiro das operações de importação. Compulsando os autos fiquei plenamente convencido da existência da ocultação do real importador – a EVERBIZ nas operações de importação objeto da presente autuação fiscal, onde figurava como importador a empresa WAYTEC. A descrição dos fatos apresentada pela fiscalização (vide efls. 5 a 318) foi extremamente esclarecedora ao detalhar o modus operandi praticado pelos agentes envolvidos na operação de interposição fraudulenta, bem como ao demonstrar a participação de cada um deles: (i) o exportador/fornecedor “AGRIZZI USA”, que tem como presidente o Sr. Pedro Anselmo Agrizzi, que integra um conglomerado de empresas, dentre as quais incluise a própria EVERBIZ; (ii) a empresa WAYTEC, que figurava como importador ostensivo em várias operações envolvendo os produtos fornecidos pelo grupo AGRIZZI USA; (iii) a EVERBIZ, a real adquirente dos produtos fornecidos pelo grupo AGRIZZI USA e desembaraçados no Brasil pela WAYTEC. Os fatos descritos pela autoridade fiscal foram comprovados com base em extenso rol de provas coletadas e juntadas aos autos nos ANEXOS I e II (volumes I a XII – folhas 2 a 2427). Grande parte dessas provas foi coletada em cumprimento de diversos Mandados de Busca e Apreensão no transcorrer das operações “Persona” e “Columbus”, conduzidas pela Polícia Federal em conjunto com a Receita Federal, devidamente autorizadas pelo Poder Judiciário. Fl. 3596DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10314.013284/201002 Acórdão n.º 3202001.610 S3C2T2 Fl. 3.591 7 Às efls. 10 a 20 dos autos, a fiscalização detalhou os procedimentos adotados pelos agentes econômicos envolvidos nas operações de interposição, desde a compra das mercadorias no exterior até a posterior revenda no mercado interno, de forma simulada para ocultar a EVERBIZ da sua condição de real adquirente de mercadorias estrangeiras e burlar o controle aduaneiro nas importações. A fiscalização demonstrou o funcionamento de cada uma das “etapas” do procedimento: negociação, importação, simulação da compra/venda no mercado interno e fechamento do câmbio. Pedimos vênia para destacar trechos das duas últimas etapas descritas pela fiscalização por serem extremamente esclarecedoras: III. Simulação da compra/venda no mercado interno Concluído o desembaraço aduaneiro, ocorria a suposta compra e venda no mercado interno das mesmas mercadorias declaradas na DI. Embora a WAYTEC estivesse estabelecida em Ilhéus/BA e à época possuísse filiais somente em Santa Rita do Sapucaí/MG E São Paulo/SP, as DI’s eram usualmente desembaraçadas em três lugares: Belo Horizonte/MG (maioria das ocorrências), Salvador/BA e Sorocaba/SP. No mesmo dia do desembaraço (ou nos dias imediatamente subsequentes), a WAYTEC emitia nota fiscal de venda das mesmas mercadorias, tendo como destinatária a EVERBIZ. E o fazia como se os produtos fossem, de fato, de sua propriedade e estivessem sendo negociados com um comprador comum no mercado nacional. A carga saía diretamente da Unidade de desembaraço com o destino ao Estado de São Paulo (onde estava estabelecida a EVERBIZ), sem transitar fisicamente por estabelecimento da WAYTEC, no Estado da Bahia. Ou seja, o fluxo das mercadorias seguia uma logística aparentemente sem fundamento: A negociação das mercadorias ocorrida entre o fornecedor estrangeiro AGRIZZI USA e a EVERBIZ, suposta cliente da WAYTEC. Próximo à data prevista de chagada da carga, a WAYTEC solicitava à EVERBIZ depósito de numerário para pagamento dos tributos incidentes na importação e demais despesas aduaneiras. A WAYTEC registrava as DI’s estritamente de acordo com os dados informados pela EVERBIZ. Quando havia dúvidas quanto à descrição completa dos produtos, a EVERBIZ era habitualmente acionada para prestar os esclarecimentos devidos. No mesmo dia do registro da DI (ou nos dias imediatamente anteriores), a EVERBIZ depositava os recursos solicitados em contacorrente bancária de titularidade da WAYTEC, tudo conforme solicitado em email. Para todos os efeitos, a WAYTEC se apresentava à Receita Federal como importador e adquirente das mercadorias (modalidade importação direta), muito embora já soubesse de antemão que elas seriam diretamente destinadas à EVERBIZ, sua suposta cliente. Segundo a base de dados da Receita Federal, à época dos fatos a WAYTEC estava estabelecida em Ilheús/BA e possuía filiais em Santa Rita do Sapucaí/MG E São Paulo/SP. Mesmo assim, optava por desembaraçar as DI’s em Belo Horizonte, Salvador/BA e Sorocaba/SP. Fl. 3597DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 8 No mesmo dia do desembaraço da DI (ou nos dias imediatamente subsequentes), a WAYTEC emitida nota fiscal de venda das mesmas mercadorias, tendo como destinatária a EVERBIZ. As mercadorias saíam da Unidade de despacho diretamente para o depósito da EVERBIZ no Estado de São Paulo, sem transitar fisicamente por estabelecimento da WAYTEC, no Estado da Bahia. Pela prestação do serviço, a WAYTEC embolsava uma comissão de 3% a 3,5% sobre o total de custos da operação, ajustado em função dos créditos de IPI e de ICMS gerados na operação. IV. Fechamento do câmbio O fechamento de câmbio para pagamento das importações obedecia à seguinte sistemática: A EVERBIZ solicitava à WAYTEC o fechamento de câmbio de determinado processo e lhe repassava os recursos financeiros necessários mediante depósito bancário em contacorrente de titularidade da WAYTEC. No mesmo dia (ou nos dias imediatamente subsequentes), a WAYTEC fechava o contrato de câmbio junto a alguma instituição financeira autorizada pelo Banco Central (BACEN) e posicionava a EVERBIZ sobre a conclusão da operação inclusive informando a cotação do dólar utilizado. O exemplo abaixo é esclarecedor: (...) Em muitas ocasiões, o pagamento integral da importação ocorria parceladamente, mediante o fechamento de dois ou mais contratos de câmbio, embora sem periodicidade definida. Ao final, WAYTEC e EVERBIZ promoviam o fechamento de contas. Eventual diferença monetária era sanada ou pela via norma de pagamento (depósito bancário ou boleto) ou por compensação financeira em outras importações. Com base nas provas documentais apresentadas, a fiscalização elaborou quatro planilhas para esclarecer e demonstrar o fluxo financeiro efetuado no pagamento das operações de importação. São elas: (i) TABELA 1 Remessa de recursos para pagamento dos tributos incidentes na importação: nessa tabela a fiscalização relacionou as remessas de recursos financeiros da EVERBIZ para a WAYTEC com a respectiva alocação no pagamento dos tributos incidentes na importação pelo registro de cada uma das declarações de importação; (ii) TABELA 2 Fluxo das mercadorias entre WAYTEC e EVERBIZ: aqui a fiscalização relacionou as “supostas” entradas de mercadorias importadas no estabelecimento da WAYTEC com as “supostas” vendas no mercado interno à EVERBIZ, onde há extrema coincidência de datas entre entrada na WAYTEC e a saída para a EVERBIZ. (iii) TABELA 3 Fechamento do câmbio das importações: a tabela relaciona os contratos de câmbio com as respectivas importações (iv) TABELA 4 Importações autuadas: nessa tabela a fiscalização relacionou as importações objeto da autuação fiscal Destarte, a meu ver, a fiscalização concluiu corretamente, com base em extenso rol de elementos probantes apresentados, que as operações de importação em análise foram registradas em nome da WAYTEC com o claro intuito de ocultar da Aduana brasileira o Fl. 3598DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI Processo nº 10314.013284/201002 Acórdão n.º 3202001.610 S3C2T2 Fl. 3.592 9 real adquirente, importador e responsável pelas operações – a empresa EBERBIZ Comércio de Produtos Eletroeletrônicos Ltda., ou seja, as importações eram efetuadas por conta e ordem da EVERBIZ, já que toda mercadoria importada era imediatamente remetida à interessada. Da multa aplicada Pois bem. Demonstrado que a EVERBIZ é o “importador de fato” (“real adquirente”) das mercadorias importadas pela WAYTEC – importador de direito (“interposta pessoa”), temse por consequência jurídica a aplicação da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias pela impossibilidade de apreensão das mesmas, conforme determina o art. 23, inciso V, §§ 2 e 3° do DecretoLei n° 1.455/76, com a redação dada pelo artigo 59 da Lei n° 10.637/2002, verbis: Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: (...) V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 1º O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. § 2º Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. § 3º A pena prevista no § 1º convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida. (destaquei) Essa, portanto, é a exigência que se encontra formalizada por meio do auto de infração em julgamento. Para comprovar a acusação fiscal a fiscalização juntou aos autos extenso rol de elementos probantes, conforme já explanado linhas acima. Não há dúvidas que a empresa EVERBIZ é a real adquirente das mercadorias importadas em nome da WAYTEC, e acima de tudo, é ela quem fornece os recursos financeiros para o pagamento das operações de importação. Como bem destacou a autoridade fiscal, “A EVERBIZ solicitava à WAYTEC o fechamento de câmbio de determinado processo e lhe repassava os recursos financeiros necessários mediante depósito bancário em contacorrente de titularidade da WAYTEC”. Por sua vez, tanto a empresa EVERBIZ como a empresa WAYTEC não trouxeram elementos probantes em seus recursos capazes de infirmar as acusações e provas juntadas aos autos pela fiscalização. Destarte, entendo que está suficientemente evidenciada a ocultação do real comprador e responsável pela operação de importação, mediante artifício fraudulento e simulado, sujeitandose, assim, os infratores à multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não tenha sido localizada ou que tenha sido consumida, prevista art. 23, inciso V, § 3° do DecretoLei n° 1.455/76, com a redação dada pelo artigo 59 da Lei n° 10.637/2002. Conclusão Fl. 3599DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI 10 Em conclusão, a meu ver, a fiscalização demonstrou que efetivamente a EVERBIZ COMÉRCIO DE PRODUTOS ELETROELETRÔNICOS LTDA. é a real adquirente dos produtos importados em nome da WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA., e que ambas concorreram para a prática da conduta de ocultar o real comprador/responsável pela operação, mediante fraude e simulação, restando caracterizada a interposição fraudulenta de pessoas punível com a multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias pela impossibilidade de apreensão das mesmas, nos termos do que dispõe o art. 23, inciso V e parágrafos do DecretoLei n° 1.455/76, com a redação dada pelo artigo 59 da Lei n° 10.637/2002. Pelo exposto, REJEITO a preliminar suscitada e, no mérito, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário apresentado. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 3600DF CARF MF Impresso em 08/06/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 12/05/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/05/2015 por LU IS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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