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Numero do processo: 23034.005512/2004-11
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/2003
MULTA APLICÁVEL. LEI SUPERVENIENTE. APLICABILIDADE SOMENTE SE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE.
Os valores da multas referentes a descumprimento de obrigação principal foram alterados pela MP 449/08, de 03.12.2008, convertida na lei n º 11.941/09. Assim sendo, como os fatos geradores se referem ao ano de 2002 e 2003, o valor da multa aplicada deve ser calculado segundo o art. 35 da lei 8.212/91, na redação anterior a lei 11.941/09, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte.
COMPENSAÇÃO.RECONHECIMENTO DE REGULARIDADE ATESTADO PELO FISCO.
Reconhecido pelo fisco federal a regular compensação efetuada, não há que se falar em higidez do lançamento, o qual deve ser afastado em relação às competências 01/1999 a 09/2001.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2803-002.205
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a), para que sejam afastados os lançamentos referentes ao período de 01/1999 a 09/2001. Em relação às competências remanescentes - 12/02 e 03/03, o valor da multa aplicada seja calculado segundo o art. 35 da lei 8.212/91, na redação anterior a lei 11.941/09, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte. A comparação dar-se-á no momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte e, na inexistência destes, no momento do ajuizamento da execução fiscal, conforme art.2º. da portaria conjunta
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/2003 MULTA APLICÁVEL. LEI SUPERVENIENTE. APLICABILIDADE SOMENTE SE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. Os valores da multas referentes a descumprimento de obrigação principal foram alterados pela MP 449/08, de 03.12.2008, convertida na lei n º 11.941/09. Assim sendo, como os fatos geradores se referem ao ano de 2002 e 2003, o valor da multa aplicada deve ser calculado segundo o art. 35 da lei 8.212/91, na redação anterior a lei 11.941/09, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte. COMPENSAÇÃO.RECONHECIMENTO DE REGULARIDADE ATESTADO PELO FISCO. Reconhecido pelo fisco federal a regular compensação efetuada, não há que se falar em higidez do lançamento, o qual deve ser afastado em relação às competências 01/1999 a 09/2001. Recurso Voluntário Provido em Parte
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LEI SUPERVENIENTE. APLICABILIDADE SOMENTE SE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. Os valores da multas referentes a descumprimento de obrigação principal foram alterados pela MP 449/08, de 03.12.2008, convertida na lei n º 11.941/09. Assim sendo, como os fatos geradores se referem ao ano de 2002 e 2003, o valor da multa aplicada deve ser calculado segundo o art. 35 da lei 8.212/91, na redação anterior a lei 11.941/09, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte. COMPENSAÇÃO.RECONHECIMENTO DE REGULARIDADE ATESTADO PELO FISCO. Reconhecido pelo fisco federal a regular compensação efetuada, não há que se falar em higidez do lançamento, o qual deve ser afastado em relação às competências 01/1999 a 09/2001. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a), para que sejam afastados os lançamentos referentes ao período de 01/1999 a 09/2001. Em relação às competências remanescentes 12/02 e 03/03, o valor da multa aplicada seja calculado segundo o art. 35 da lei 8.212/91, na redação anterior a lei 11.941/09, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte. A comparação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 23 03 4. 00 55 12 /2 00 4- 11 Fl. 825DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 3 2 darseá no momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte e, na inexistência destes, no momento do ajuizamento da execução fiscal, conforme art.2º. da portaria conjunta assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Eduardo de Oliveira e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 826DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Divisão de Análise de Defesa do FNDE, que manteve a notificação lavrada em 25.10.2004, referente a ausência de recolhimentos da contribuição social do SalárioEducação, competências 01/99 a 09/2001, 12/02 e 03/03. Foi fiscalizado o período 07/1995 a 09/2004. Não esta anexado aos autos o A/R referente a entrega da decisão denegatória da defesa apresentada. A Decisão recorrida –fls 378 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo a Notificação lavrada. No recurso voluntário, a recorrente alega, em síntese, o seguinte: • Suspensão da Exigibilidade do Crédito por Força de Decisão Judicial • Impossibilidade de Exigência de Multa e juros de Mora • Inaplicabilidade da Taxa Selic • Requer seja julgada totalmente procedente o presente Recurso, declarandose a nulidade da presente Notificação para Recolhimento de Débito NRD, uma vez que os valores imputados a Recorrente no tocante a imposição de multa e juros de mora são indevidos. Requer, sucessivamente, que sejam desconsiderados os valores exigidos a titulo de multa e juros, diante da inexistência de mora no pagamento das quantias em testilha. Por fim, e ainda sucessivamente, na hipótese de se entender que os juros de mora são aplicáveis, que a utilização da taxa Selic seja declarada indevida. O julgamento foi convertido em diligência para que a recorrente se manifestasse acerca dos cálculos dos valores efetivamente pagos a maior no período de abril de 1989 a dezembro de 1996 – salário educação, e como efetivou essas compensações, juntando os devidos elementos comprobatórios, como folhas de pagamento e outros documentos contábeis que dispuser, bem como as decisões judiciais pertinentes. Em memoriais a recorrente alega que não houve a réplica determinada na diligência requerida. É o relatório. Fl. 827DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Inicialmente cumpre esclarecer que não há que se falar em réplica do contribuinte, uma vez não houve manifestação da Delegacia da Receita Federal em São Paulo sobre os documentos apresentados pela recorrente, limitandose a administração a encaminhar ao CARF a referida documentação. Reproduzo voto exarado no pedido de diligência objeto da resolução 2803 000.131, que incorporo a este voto: Da planilha acostada às fls 95, depreendese que, para calcular o que devido ao FNDE, o agente fiscal aplicou a alíquota de 2,5%, gerando diferenças nas competências 01/99 a 09/2001, 12/02 e 03/03. Essas diferenças seriam indevidas, segundo a recorrente, e a diferença deuse em razão de compensações autorizadas pela justiça, conforme anotado nas guias de recolhimento. Tratase então a decidir se os recolhimentos da empresa se deram nos limites do que decidido nos autos do processo 1999.0 3.99.0747432 – numeração do TRF3 e 98.15049534, numeração de primeira instância. A decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, publicada em 05.09.2001 foi objeto de recurso extraordinário, que não foi admitido, tendo baixa definitiva em 26.01.2007, e determina que a recorrente pode compensar contribuições devidas a título de salário educação, pagas a maior no período de abril de 1989 a dezembro de 1996. A justiça federal entendeu indevida a majoração da alíquota de 1,4% para 2,5%, conferindo assim o direito à impetrante a se restituir da diferença – 1,1%. Seguindose o que disposto na decisão retro, que transitou em julgado após o lançamento, este realizado possivelmente para prevenir a decadência, a recorrente poderia compensar 1,1% do que comprovadamente recolheu a maior no período de 04.89 a 12.96. Na resposta da diligência, a recorrente anexa NFLD 35.478.8345 lavrada em 29.05.2002 referente ao citado processo 98.15049534, período 01/1999 a 09/2001, o que Fl. 828DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 6 5 significa dizer que a empresa foi fiscalizada, para o mesmo período, em razão do mesmo fato gerador, pela fiscalização do FNDE, ora sob exame, e pela fiscalização do INSS. A procuradoria federal assim se manifestou na execução 2006.61.82.048475 4, referente a citada NFLD 35.478.8345 – fls 809: (...)De acordo com o Relatório Fiscal da NFLD n° 35.478.8345 constituem fatos geradores das contribuições lançadas devidas à Seguridade Social, as compensações efetuadas pela empresa, no período 01/1999 a 09/2001, referentes à parcela recolhida a título de salárioeducação, incidente sobre a folha de salários relativa ao período de abril de 1989 a dezembro de 1996. A empresa impetrou o Mandado de Segurança n° 98.15049534 em curso na 3a. Vara Federal de São Bernardo do Campo, tendo sido indeferida a liminar. A sentença foi julgada parcialmente procedente sendo declarados indevidos os pagamentos efetuados a título de salárioeducação no período de 04/89 a 12/96 e, em conseqüência, possibilitando a compensação em relação as guias juntadas, com observância ao disposto no artigo 89 e parágrafos da Lei n° 8212/91. ... Em que pese ter sido dado parcial provimento à apelação do INSS para restringir o crédito da empresa apenas no que se refere à diferença entre as alíquotas de 1,4% da Lei n° 4.863/65 e de 2,5% do Decreto n° 75.923/75 foi verificado pelo Setor de Apoio Fiscal à Procuradoria que a compensação efetuada pela empresa se adequou à decisão proferida pelo TRF/3a. Região.(documento anexo) grifei ... Assim, considerando o recente trânsito em julgado da decisão proferida no Mandado de Segurança e a análise procedida pelo Setor Fiscal requer o exequente a extinção do feito com fulcro no art. 26 da LEF. O citado despacho da Equipe de Apoio Técnico da Procuradoria Geral Federal, de lavra do AFPS Evtelyn de Queiroz Ito – fls 811, conclui: Inicialmente, importante esclarecer que a empresa executada foi fiscalizada no Procedimento Fiscal n° 03008333, iniciado em 07.02.2002 e encerrado em 29.05.2002, quando foram examinados todos os documentos contábeis do período de 01/1992 a 12/2001 (FISCALIZAÇÃO TOTAL). Durante o Procedimento Fiscal supracitado, a fiscalização verificou que a empresa havia efetuado compensação das contribuições sociais recolhidas ao FNDE (Salário Educação) no período de SET/1988 a DEZ/1990, nas Guias da Previdência Social recolhidas no período de 01/1999 a 09/2001. Tal procedimento foi realizado com base decisão obtida no Mandado de Segurança n° 98.15049534 da 3o Vara da Justiça Federal de São Bernardo do Campo. Fl. 829DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 7 6 ... 14. Por todo exposto e, considerando que a compensação de Salário Educação efetuada pela empresa foi realizada nos termos da decisão proferida pelo E. Tribunal Regional Federal da 3* Região, transitada em julgado, concluímos que não há crédito remanescente em favor da autarquia previdenciária a ser cobrada no presente levantamento. Assim sendo, com o reconhecimento de que a compensação realizada nas competências 01/1999 a 09/2001 estava de acordo com a decisão judicial exarada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, tenho como procedente o recurso impetrado, nessa parte, para afastar os lançamentos do período. DAS COMPETÊNCAIS 12/2002 E 03/2003 Em relação às competências 12/02 e 03/03, não há que se discutir o que consta na decisão judicial exarada, mas apenas se a empresa efetuou os cálculos de acordo com o acórdão exarado e para que isso fosse efetivado, necessário que fossem apresentadas as planilhas de compensação juntamente com os documentos pertinentes, o que não foi feito. É dever do contribuinte fazer acostar documentos que demonstrem que recolheu determinada quantia, mas que devia valor menor e suas razões e não apenas afirmar e reafirmar que compensou o que recolheu a maior no período de set/88 a dez/96. Não basta o contribuinte elaborar seus cálculos demonstrando os valores recolhidos no período set/88 a dez/96, os valores que seriam devidos nessa época, os valores a compensar de acordo com a ordem judicial – diferença de 1,1%, o crédito apurado a seu favor e como utilizou esse crédito. Faz necessária a apresentação dos documentos que dão sustentação ao que consta nas planilhas – docs 05 e 06 – guias pagas (estas apresentadas), folhas de pagamento, registros contábeis e o que mais for necessário ao exame do que alegado. A mera juntada de guias de pagamento, desacompanhadas dos documentos referentes aos fatos geradores respectivos, em nada esclarece a fiscalização, que não pode conferir valores inexistentes, posto que não apresentados pelo contribuinte. Na manifestação de 12.10.2012, a recorrente elabora um histórico das ações ajuizadas e reforça suas razões de direito, anexando diversas guias de pagamento e informando ainda: 32. Por fim, a Requerente ainda esclarece que, em razão do exíguo tempo para manifestação, não foi possível a localização das folhas de pagamentos dos períodos originários do crédito (abr/89 a dez/96), motivo pelo qual requerse a dilação do prazo concedido para manifestação, para então posterior juntada dos documentos comprobatórios da base de cálculo utilizada para o cálculo do salário educação e, por consequência, do crédito. 33. Notese que tal medida tem por objetivo tão somente comprovar, a origem ao crédito utilizado, não cabendo qualquer Fl. 830DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 8 7 discussão acerca da base de cálculo utilizada, vez que tais valores sempre foram considerados corretos em todos os procedimentos fiscalizatórios instaurados em face da Requerente, inclusive no que diz respeito ao lançamento originário da notificação de cobrança. Assim sendo, tenho que o contribuinte não trouxe elementos que desconstituísse o que apurado pela autoridade fiscal em relação às competências 12/02 e 03/03, devendo o lançamento ser mantido, nessa parte somente. DA TAXA SELIC A cobrança de juros está prevista em lei específica da previdência social, art. 34 da Lei n ° 8.212/1991, abaixo transcrito. Art.34. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de CustódiaSELIC, a que se refere o art. 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. (Artigo restabelecido, com nova redação dada e parágrafo único acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) Parágrafo único. O percentual dos juros moratórios relativos aos meses de vencimentos ou pagamentos das contribuições corresponderá a um por cento. Nesse sentido já se posicionou o STJ no Recurso Especial n ° 475904, publicado no DJ em 12/05/2003, cujo relator foi o Min. José Delgado: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CDA. VALIDADE. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 07/STJ. COBRANÇA DE JUROS. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. A averiguação do cumprimento dos requisitos essenciais de validade da CDA importa o revolvimento de matéria probatória, situação inadmissível em sede de recurso especial, nos termos da Súmula 07/STJ. No caso de execução de dívida fiscal, os juros possuem a função de compensar o Estado pelo tributo não recebido tempestivamente. Os juros incidentes pela Taxa SELIC estão previstos em lei. São aplicáveis legalmente, portanto. Não há confronto com o art. 161, § 1º, do CTN. A aplicação de tal Taxa já está consagrada por esta Corte, e é devida a partir da sua instituição, isto é, 1º/01/1996. (REsp 439256/MG). Recurso especial parcialmente conhecido, e na parte conhecida, desprovido. Este Conselho Administrativo já tem a matéria sumulada, de seguimento obrigatório por seus membros: Fl. 831DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 9 8 Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Pondo fim a essa discussão, o STF, em sede de repercussão geral, no julgamento do RE 582461/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, em 18.5.2011, decidiu ser legítima a incidência da Selic como índice de atualização dos débitos tributários pagos em atraso. Dessa feita, foi correta a aplicação do índice pela fiscalização federal. DA MULTA DE OFÍCIO APLICADA A multa aplicada tem seu valor determinado pela legislação em vigor. A atividade tributária é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais, sendolhe vedada a discricionariedade de aplicação da norma quando presentes os requisitos materiais e formais para sua aplicação. No entanto, o art. 106, inciso II,”c” do CTN determina a aplicação de legislação superveniente apenas quando esta seja mais benéfica ao contribuinte. Os valores da multas referentes a descumprimento de obrigação principal foram alterados pela MP 449/08, de 03.12.2008, convertida na lei n º 11.941/09. Assim sendo, como os fatos geradores se referem ao ano de 1999 e 2003, o valor da multa aplicada deve ser calculado segundo o art. 35 da lei 8.212/91, na redação anterior a lei 11.941/09, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, doulhe parcial provimento para que sejam afastados os lançamentos referentes ao período de 01/1999 a 09/2001. Em relação às competências remanescentes 12/02 e 03/03, o valor da multa aplicada seja calculado segundo o art. 35 da lei 8.212/91, na redação anterior a lei 11.941/09, e comparado aos valores que constam do presente auto, para se determinar o resultado mais favorável ao contribuinte. A comparação darseá no momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte e, na inexistência destes, no momento do ajuizamento da execução fiscal, conforme art.2º. da portaria conjunta RFB/PGFN no. 14, de 04.12.2009. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 832DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 23034.005512/200411 Acórdão n.º 2803002.205 S2TE03 Fl. 10 9 Fl. 833DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
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Numero do processo: 11070.001753/2009-71
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
Numero da decisão: 3803-003.670
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o indeferimento do Pedido de Ressarcimento e de Declaração de Compensação em relação a crédito de COFINS referente ao quarto trimestre/2005. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 17 53 /2 00 9- 71 Fl. 161DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 As fls. 81/82 sobreveio Despacho Decisório, por meio do qual o pleito foi indeferido com fundamento de ausência de previsão legal para o creditamento, uma vez que os créditos nas operações com substituição tributária no regime de tributação da não cumulatividade é vedado pelo art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n.º 10.833/2003. Assim, para os julgadores “a quo”, embora o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha autorizado créditos em relação a vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e COFINS, por outro lado o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 ditou a regra de que a apuração dos créditos, nos termos do art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, necessariamente precisam seguir a regra do art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, razão pela qual há vedação do creditamento quando o produto adquirido estiver sob regime de substituição tributária e cuja saída esteja com suspensão das contribuições. Irresignado com a decisão, apresentou Manifestação de Inconformidade às fls. 84/85, sob os seguintes argumentos: · Em se tratando do regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, se apura o crédito em razão da aquisição de insumos e bens para revenda, por meio da aplicação das alíquotas das contribuições sobre os valores de aquisição destes bens. Neste mesmo sentido, apura o débito mediante a aplicação das alíquotas das contribuições sobre o valor de venda das mercadorias que produz ou revende; · Com a edição da Medida Provisória n° 206/2004, art. 16, atualmente artigo art. 17 da Lei n° 11.033/04, os contribuintes cujas operações de venda são isentas, não tributadas, tributadas com alíquota zero, ou com suspensão, tem direito a manutenção dos créditos de PIS e COFINS decorrente da aquisição de insumos; · Alertou que o regime não cumulativo do PIS e a COFINS não é idêntico ao previsto para o IPI e ICMS, onde lá a sistemática de apuração daqueles tributos é feita pela técnica imposto contra imposto, onde o imposto pago na operação anterior serve para ser abatido do imposto gerado na operação presente; · Na não cumulatividade do PIS e da COFINS, não se perquire se houve ou não tributação da etapa anterior para fins de direito de crédito. Além do que deve ser observado o § 12 do art. 195 da CF, o qual prevê que as contribuições em exame serão não cumulativas, sem qualquer restrição ao creditamento. Às fls. 96/68 a DRJ de Porto Alegre proferiu o Acórdão n.º 1035.3552ª Turma, com o seguinte teor: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO REGULARMENTE EDITADA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de Fl. 162DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001753/200971 Acórdão n.º 3803003.670 S3TE03 Fl. 114 3 ilegalidade de dispositivos normativos, bem como a legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL — COFINS Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. PRODUTOS. AQUISIÇÃO. DISTRIBUIDOR/COMERCIANTE. REVENDA. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO LEGAL. No regime da nãocumulatividade da COFINS, a aquisição de produtos sujeitos à tributação concentrada não gera créditos para o comerciante na revenda/distribuição dos mesmos por expressa vedação legal, não se aplicando A hipótese a disposição contida no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Com efeito, a DRJ manifestouse pelo indeferimento do pedido com fundamento na impossibilidade do reconhecimento, na esfera administrativa, da inconstitucionalidade do art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n.º 10.833/2003, que vedou a apuração de créditos em relação à operações sujeitas a substituição tributária. A DRJ ainda utilizou como argumento para indeferir o pleito, o fato de que não consta no contrato social da empresa a atividade de industrialização de qualquer dos bens objetos do pedido. Apontou ainda que as aquisições para as quais a empresa requer os créditos para o PIS e COFINS estão relacionadas no artigo 43 da Medida Provisória n° 2158 35 de 24 de agosto/2001 e na Lei n° 10.485/2.002, que por sua vez estão sujeitos aos regimes de substituição tributária e tributação monofásica respectivamente. Em outras palavras, entende a DRJ que as vendas realizadas pelo Recorrente, que por sua vez é comerciantes, fica desonerada da incidência das contribuições, já que diante da substituição tributária a obrigação pelo pagamento do tributo, se dá em relação as operações praticadas pelos fabricantes ou importadores. Deste modo, o art. 1° da Lei n° 10.485/2002 reduziu para zero as alíquotas das contribuições em relação à receita bruta auferida por comerciante, com a venda dos produtos para os quais se desejam os créditos e por esse motivo o creditamente é indevido. Os julgadores de primeiro grau, adotaram ainda a tese em relação a inexistência de direito aos créditos, ainda que o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha dito caber créditos para as vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência das contribuições, uma vez que o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 determina que a sua apuração segue a regra disposta no art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, que por sua vez proíbem créditos em relação as operações com substituição tributária. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 4 Inconformado com a decisão da DRJ, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário e basicamente repetiu seus argumentos já trazidos na Manifestação de Inconformidade e reforçou o seu direito aos créditos com fundamento no art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, bem como no art. 195 da Constituição Federal, sob o argumento de que a norma constitucional não impôs qualquer restrição aos créditos. Por fim, requer que seu recurso seja conhecido e ao final que o seu direito creditório seja reconhecido. Em que pese a DRJ ter ingressado ao mérito e negado o pedido, cumpre informar que o Recorrente optou por discutir a matéria no Poder Judiciário, conforme citado às fl. 02. É o relatório. Voto Conselheiro Juliano Lirani O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. Conforme se observa do contrato social, a Recorrente tem por objeto a revenda de máquinas agrícolas e a distribuição de peças, sendo que adquire os produtos das indústrias para posterior distribuição. Cumpre informar que estes produtos são vendidos sem a incidência do PIS e COFINS. O cerne da questão está em se apurar se há créditos em relação as vendas de produtos com suspensão do pagamento das contribuições, quando a lei estabelece o regime de substituição tributária. Alega o Recorrente que embora as vendas das máquinas e peças agrícolas estejam com a suspensão do pagamento do PIS e COFINS, ainda assim o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 confere o direito creditório e por essa razão tornase pertinente reproduzir a redação desta norma: Lei n.º 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Em que pese a discussão de mérito, analisando os autos, constatei que a matéria aventada no presente Recurso Voluntário está sendo tratada na esfera judicial, conforme mencionado às fl. 02, tendo por objeto igual pretensão pleiteada administrativamente, qual seja, crédito referente ao PIS e CONFINS. Reputase idênticas 2 (duas) ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, como determinam os §§ 1º e 2º do art. 301, do CPC: Art. 301: “§ 1º Verificase a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001753/200971 Acórdão n.º 3803003.670 S3TE03 Fl. 115 5 § 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.” Sobre a litispendência, leciona Nelson Nery Junior: “Ocorre a litispendência quando se reproduz ação idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja, quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).” (Código de Processo Civil Comentado, 6ª edição, RT, p. 655). Deste modo, optando a Recorrente pela via judicial ocasiona impedimento da manifestação do CARF a respeito na matéria em razão da concomitância verificada. Assim, aplicase a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso quanto à matéria apreciada pelo Poder Judiciário. (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Fl. 165DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 23/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 15504.725353/2011-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2006 a 31/12/2008
DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA
LANÇAMENTO DE OFÍCIO - AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DO TRIBUTO.
Não havendo recolhimento antecipado da contribuição previdenciária devida incidente sobre a remuneração paga pela empresa aos segurados a seu serviço, aplica-se o prazo decadencial previsto no art. 173, do CTN, pois trata-se de lançamento de ofício.
Considera-se lançamento de ofício a contribuição incidente sobre pagamento de verbas que a empresa não considerou como sendo base de cálculo da contribuição previdenciária.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS
Para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a matéria.
Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária.
O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição.
SEGURO DE VIDA EM GRUPO - NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Não há incidência de contribuição previdenciária sobre os valores relativos ao seguro de vida em grupo, contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles, conforme entendimento contido no Ato Declaratório nº 12/2011, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN.
MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA.
O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991.
Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN).
Não há que se falar na aplicação do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Assim, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991
Numero da decisão: 2301-003.255
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso na questão da representação fiscal para fins penais, nos termos do voto da Relatora; b) em negar provimento ao recurso na questão ligada à responsabilidade solidária das empresas integrantes do grupo econômico, nos termos do voto da Relatora; c) em dar provimento ao Recurso na questão da integração ao Salário de Contribuição (SC) das verbas pagas título de seguro de vida, nos termos do voto do(a) Relator(a);d) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a); II) Por maioria de votos: a) em negar provimento ao recurso na questão da integração ao Salário de Contribuição (SC) das verbas pagas a empregados e gerentes a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nos termo do voto da Relatora. Vencido o Conselheiro Wilson Antônio de Souza Correa, que votou em dar provimento ao recurso nesta questão; b) em negar provimento ao recurso na questão da integração ao Salário de Contribuição (SC) das verbas pagas a contribuintes individuais a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nos termo do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes e Wilson Antônio de Souza Correa, que votaram em dar provimento ao recurso nesta questão; c) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que, até 11/2008, seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; III) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso, na questão da integração ao Salário de Contribuição (SC) das verbas pagas a motoristas a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nos termo do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Wilson Antônio de Souza Correa, que votaram em dar provimento ao recurso nesta questão; b) em negar provimento ao Recurso na questão da decadência, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Wilson Antônio de Souza Correa, que votaram em dar provimento parcial ao recurso, pela utilização da regra decadencial expressa no Art. 150 do CTN. Redator: Leonardo Henrique Pires Lopes. Sustentação oral: Patrícia Regina Guerra de Resende Couri. OAB: 80488/MG.
Marcelo Oliveira - Presidente.
Bernadete De Oliveira Barros - Relator.
Leonardo Henrique Pires Lopes - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Wilson Antônio de Souza, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/2006 a 31/12/2008 DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA LANÇAMENTO DE OFÍCIO - AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DO TRIBUTO. Não havendo recolhimento antecipado da contribuição previdenciária devida incidente sobre a remuneração paga pela empresa aos segurados a seu serviço, aplica-se o prazo decadencial previsto no art. 173, do CTN, pois trata-se de lançamento de ofício. Considera-se lançamento de ofício a contribuição incidente sobre pagamento de verbas que a empresa não considerou como sendo base de cálculo da contribuição previdenciária. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS Para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a matéria. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. SEGURO DE VIDA EM GRUPO - NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Não há incidência de contribuição previdenciária sobre os valores relativos ao seguro de vida em grupo, contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles, conforme entendimento contido no Ato Declaratório nº 12/2011, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Assim, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991
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Não havendo recolhimento antecipado da contribuição previdenciária devida incidente sobre a remuneração paga pela empresa aos segurados a seu serviço, aplicase o prazo decadencial previsto no art. 173, do CTN, pois tratase de lançamento de ofício. Considerase lançamento de ofício a contribuição incidente sobre pagamento de verbas que a empresa não considerou como sendo base de cálculo da contribuição previdenciária. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS Para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a matéria. Ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. O PRL pago em desacordo com o mencionado diploma legal integra o salário de contribuição. SEGURO DE VIDA EM GRUPO NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Não há incidência de contribuição previdenciária sobre os valores relativos ao seguro de vida em grupo, contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, sem que haja a individualização do montante que beneficia a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 72 53 53 /2 01 1- 83 Fl. 2492DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 2 cada um deles, conforme entendimento contido no Ato Declaratório nº 12/2011, da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional PGFN. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Assim, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso na questão da representação fiscal para fins penais, nos termos do voto da Relatora; b) em negar provimento ao recurso na questão ligada à responsabilidade solidária das empresas integrantes do grupo econômico, nos termos do voto da Relatora; c) em dar provimento ao Recurso na questão da integração ao Salário de Contribuição (SC) das verbas pagas título de seguro de vida, nos termos do voto do(a) Relator(a);d) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a); II) Por maioria de votos: a) em negar provimento ao recurso na questão da integração ao Salário de Contribuição (SC) das verbas pagas a empregados e gerentes a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), nos termo do voto da Relatora. 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Fl. 2493DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.493 3 Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete De Oliveira Barros Relator. Leonardo Henrique Pires Lopes Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Wilson Antônio de Souza, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 2494DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 4 Relatório Tratase de Autos de Infração – AIOPs e AIOAs, lavrados contra o sujeito passivo em referência, cujos créditos tributários são os descritos a seguir: AIOP DEBCAD nº 37.334.8568, contribuição devida aos Terceiros INCRA e SEBRAE. AIOP DEBCAD nº 37.317.1676, contribuição devida ao Terceiro FNDE. Consta do Relatório Fiscal (fls. 33) que o fato gerador das contribuições lançadas foi o pagamento aos segurados empregados e motoristas, de valores intitulados Participação nos Lucros e Resultados, em desacordo com a legislação específica, e pagamento de seguro de vida em grupo aos segurados empregados sem previsão em acordo coletivo de trabalho. O agente autuante informa que a PLR de 2005, paga em 2006, não atende aos pressupostos previstos nos artigos 1o, 2o e 3o, da Lei 10.101/2000, pelos motivos a seguir expostos: a) ausência de acordo entre empresas e empregados previamente ao início do exercício findo o qual a empresa pretendeu dividir os lucros com os seus empregados; b) inexiste controles relativos aos critérios de participação no Programa; c) inexistência de Comissão para Acompanhamento e Divulgação dos Resultados composta por representantes das empresas e representantes dos empregados, contrariando a determinação do acordo celebrado com os sindicatos dos trabalhadores; d). inexistência de regras claras e objetivas em relação às metas específicas citadas no acordo e ausência da negociação entre chefia e empregados para o estabelecimento dessas metas, conforme determinado em Acordo; e) inexistência de mecanismos de aferição mensal dos resultados acordados; f) falta de clareza dos Valores a Distribuir a título de Participação nos Lucros ou Resultados, g) adoção de fórmula de cálculo não explicitada no acordo e privilégios aos gerentes com o uso do “múltiplo 3” sem que esse multiplicador tenha sido acordado claramente com os sindicatos dos trabalhadores. Quanto ao PLR de 2008 pago aos motoristas, segundo ainda a fiscalização, tratase de uma gratificação, pois foi concedida em valor fixo, independentemente de qualquer resultado a ser alcançado pelo empregado, não havendo no Programa quaisquer critérios relacionados ao trabalho, tais como produtividade, qualidade, programas de metas, resultados e outros, o que contraria o disposto no § 1º do artigo 2º da Lei 10.101/00. É também objeto do AI a contribuição incidente sobre o valor pago pela empresa relativo a Seguro de Vida em Grupo que, conforme entendimento da autoridade autuante, integra o salário de por não estar previsto em acordos ou convenções coletivas de trabalho, contrariando o disposto no inciso XXV, do § 9º do artigo 214 do Decreto 3.048/99. A empresa autuada impugnou o débito e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 0238.803, da 8a Turma da DRJ/BHE (fls. 2.426), julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário. Cientificadas da decisão de primeira instância, a recorrente apresentou recurso (fls. 2.439) alegando, em síntese, o que se segue. Fl. 2495DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.494 5 Preliminarmente, alega ausência de crime contra a seguridade social, insurgindose contra a formalização da Representação Fiscal para Fins Penais, entendendo que a RFFP apenas poderia se concretizar após a conclusão do debate administrativo da matéria. Destaca que o que se visa não são os aspectos específicos do Processo Administrativo de Representação Fiscal, e sim os requisitos necessários para sua instalação, uma vez que a recorrente, em nenhum momento, incorreu em hipótese tipificada na lei penal, nem mesmo em tese, razão pela qual o questionamento da recorrente não incorre na hipótese da Súmula CARF nº 28, devendo este Conselho se manifestar sobre a inexistência desses requisitos. Ainda em preliminar, reitera que ocorreu a decadência parcial do direito de lançar, por força do CTN, art. 150, §4o, reafirmando que existem recolhimentos parciais, sendo que a decisão recorrida seque mencionou essas alegações da recorrente, se limitando a aduzir que o contribuinte não reconhecia tais verbas como sendo salariais, e cita decisões deste CARF que confirma seu entendimento sobre a matéria. No mérito, assevera que o PLR pago pela empresa jamais poderia ser tributada por se tratar de parcela expressamente excluída da remuneração e paga em conformidade com a Lei 10.101/00, não possuindo caráter contraprestativo e nem mesmo se assemelhando a uma gratificação, para fins de contribuições destinadas a terceiros. Transcreve o art. 7o, inciso XI, da CF, destacando que a recorrente não discorda da Turma recorrida, quando ela aduz que a PL possui a função de integrar o capital e o trabalho, pois, como expôs na impugnação, entende que a previsão jurídica da distribuição dos lucros ou resultados aos trabalhadores é incentivar a empresa a dividir e socializar o capital, de modo a inserir o seu colaborador em todas as etapas de produção. Assevera que a presente autuação, corroborada pelo acórdão recorrido, ao desnaturar a PLR paga pela recorrente, onerandoa com quase metade desse valor em tributos, desestimula o contribuinte em dividir seus lucros e incluir seus colaboradores em sistema global de resultados. Aduz que, para que se justifique a desnaturação da característica de PLR e sua caracterização como gratificação, é imprescindível a comprovação do intuito de fraude, conforme art. 149, do CTN, Ressalta que, no PLR pago pela empresa existe regras claras e objetivas acerca dos critérios, bem como controle sobre eles, o que foi demonstrado na impugnação e mereceu apenas uma rasa menção da Turma julgadora, que ignorou os argumentos aduzidos e se restringiu a reiterar a autuação. Destaca que não se pode alegar que não haja controle da realização de exames periódicos e troca de EPI apenas pelo fato de as comunicações serem destruídas, já que tal realização é devidamente registrada, tornandose sem valia o arquivamento das notificações cumpridas. Sobre a divulgação, controle ou acompanhamento dos resultados e metas, reafirma que tal divulgação ocorreu, de forma ampla, tendo sido realizada reunião quando da assinatura do Acordo Coletivo e apresentado o PPRL 2005, demonstrando as regras acordadas de forma clara e objetiva, além de haver divulgação da evolução das metas, com a publicação Fl. 2496DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 6 de dados relativos aos resultados, faturamento, produção de tecidos, vendas, etc, no sistema de intranet da Empresa, ao qual todo empregado tem acesso, como também publicação em jornais murais e em folders jornalísticos internos. Observa que a exigência de que o acordo deve ser celebrado antes do início do exercício não está prevista na Lei 10.101/2000 e tratase de uma questão facilmente superável, tendo em vista a natureza do Programa de PLR e os trâmites que envolvem a negociação com os Sindicatos competentes, o que nem sempre permite que o acordo seja assinado impreterivelmente antes do início do exercício a que se refere, e traz entendimento de conselheiro desse Carf nesse sentido. Infere que a fórmula utilizada para o cálculo da PLR a ser paga está clara e que não há que se falar que os valores ora fiscalizados não são PLR eis que comprovado o atendimento de todos os requisitos legais para que como tal se configure. Para os empregados motoristas, alega que a PLR também atende o pressuposto acima citado, uma vez que seu pagamento está condicionada a regras claras e específicas relacionadas à assiduidade, comprometimento e proporcionalidade com o tempo de serviço na empresa. Entende que a Turma recorrida consignou fundamentação que corrobora os argumentos da recorrente de que a lei não determina que os critérios e condições a serem estabelecidos devam ser, obrigatoriamente, o estabelecimento de metas e resultados, mas devem constar do instrumento de negociação, buscandose atingir os objetivos do pagamento da verba em questão, o que foi feito pela recorrente. Frisa que a referida verba, assim como a PLR creditada aos demais empregados, também fora paga de forma não habitual, em 09/2009, sendo certo que o requisito da habitualidade é inafastável à caracterização da remuneração e salário. Em relação ao prêmio de Seguro de Vida em Grupo, defende a não incidência de contribuição sobre tal verba, citando reiteradas decisões do STJ a respeito da matéria. Insurgese, ainda, contra o valor da multa e juros aplicados, esclarecendo que não se discute a legalidade ou não da lei, e sim o caráter confiscatório da multa aplicada, inferindo que não é qualquer atraso no pagamento dos tributos ou ausência d sua declaração que deve legitimar a previsão de multa exacerbada Entende que a multa aplicada fere o princípio da capacidade contributiva, uma vez que o acréscimo pretendido vai muito além da simples tentativa de coibir infrações, impondo, na verdade, majoração do tributo para além da capacidade econômica adquirida pela empresa, e que está equivocada a aplicação da MP 449/08, convertida na Lei 11.941/09. Assevera que a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44, I, da Lei 9.430/96 não é a mais benéfica para a recorrente, e que a comparação da forma feita pela fiscalização está equivocada, eis que se comparam penalidades de naturezas diversas, e que deveria ter sido utilizada a retroação benéfica do 32A, na atual redação da Lei 8.212/91, e transcreve trechos de acórdãos proferidos por este CARF. Ressalta a impossibilidade de fazer incidir a SELIC sobe a multa de ofício exigida, o que já foi reconhecido pela Câmara Superior do CARF, e que, caso se verifique, em análise desmembrada e detalhada da atualização monetária do AI combatido, que tal atualização levou em conta também o valor da multa aplicada, deve ser isso rechaçado, em razão dos motivos expostos. Fl. 2497DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.495 7 Finaliza requerendo que seja dado provimento ao recurso, para reforma do acórdão recorrido. É o relatório. Fl. 2498DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 8 Voto Vencido Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros O recurso é tempestivo e todos os pressupostos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice ao seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a autuada insurgese contra a formalização da Representação Fiscal para Fins Penais, alegando ausência de crime contra a seguridade social eentendendo que a RFFP apenas poderia se concretizar após a conclusão do debate administrativo da matéria. Destaca que o que se visa não são os aspectos específicos do Processo Administrativo de Representação Fiscal, e sim os requisitos necessários para sua instalação, uma vez que a recorrente, em nenhum momento, incorreu em hipótese tipificada na lei penal, nem mesmo em tese, razão pela qual o questionamento da recorrente não incorre na hipótese da Súmula CARF nº 28, devendo este Conselho se manifestar sobre a inexistência desses requisitos. Todavia, entendo que não cabe manifestação a respeito da oportunidade em que a auditoria fiscal deveria efetuar a citada representação, pois o lançamento, objeto do recurso, não guarda qualquer relação de dependência com o possível ilícito praticado, não sendo a autoridade lançadora a titular da pretensão punitiva estatal, cabendolhe apenas representar ao órgão competente — no caso, ao Ministério Público Federal — a quem caberá tipificar o fato e oferecer ou não a denúncia. Dessa forma, conforme bem esclarecido no acórdão recorrido, a auditoria fiscal agiu no estrito dever funcional, uma vez que tomou ciência da ocorrência, em tese, de crime de apropriação indébita previdenciária tipificado no art. 337A, I, do Código Penal. Também não cabe nesta instância administrativa discutir a ocorrência ou não de crime, devendo a recorrente apresentar suas alegações perante o órgão competente para a apuração do ilícito. Ainda em preliminar, reitera que ocorreu a decadência parcial do direito de lançar, por força do CTN, art. 150, §4o. No entanto, conforme bem entenderam as autoridades julgadoras de primeira instância, o caso presente se refere a contribuição incidente sobre verba que a recorrente não considerava como base de cálculo da contribuição social, tratandose, portanto, de lançamento de ofício, para o qual não houve adiantamento do tributo, caso em que se aplica o disposto no art. 173, do CTN, transcrito a seguir: Art.173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Fl. 2499DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.496 9 II da data em que se tornar definitiva à decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo Único O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. O AI foi consolidado em 28/11/2011, e sua cientificação ao sujeito passivo se deu em 30/11/2011 Dessa forma, considerando o exposto acima, constatase que não se operara a decadência do direito de constituição do crédito, pois, para as competências compreendidas entre 03/2006 a 12/2008, iniciase a contagem do prazo em 01/01/2007, que é o primeiro dia do exercício seguinte àquele que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos temos do dispositivo legal transcrito acima. Portanto, a partir da competência 03/2006, o Fisco se encontra ainda no direito de cobrar a contribuição devida lançada. Pelo exposto, rejeito as preliminares suscitadas. No mérito, a recorrente tenta demonstrar que os pagamentos feitos a título de PLR e os referentes ao Seguro de Vida em Grupo não integram o salário de contribuição de Terceiras Entidades. Já a fiscalização entendeu que os pagamentos em tela integram a base de cálculo do tributo lançado por não terem observado a legislação específica que trata da matéria. No entanto, a condição de se tratar ou não de remuneração não está vinculada ao interesse da fonte pagadora em, com aquele pagamento, assalariar ou remunerar ou não seu empregado ou contribuinte individual que lhe presta serviços. Ou seja, não é o nome do pagamento ou a vontade da empresa em si que vai determinar sua natureza jurídica. O que irá afastar as verbas pagas da incidência tributária é a estreita observância à legislação específica que trata da matéria. Cumpre observar que o conceito de salário de contribuição expresso no art. 28 inciso I da Lei 8.212/91 é, para o segurado empregado, “...a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês...”(grifei). A própria Constituição Federal, preceitua, no § 4º do art. 201, renumerado para o § 11, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98, o seguinte: § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüentemente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (grifei) É oportuno lembrar que, conforme art. 176 do CTN, “a isenção, ainda que prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão...”. Fl. 2500DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 10 O § 9o, do art. 28, da Lei 8.212/91, enumera as verbas sobre as quais não incidem contribuições sociais, desde que observadas algumas condições ali expostas. Portanto, no caso presente, impõe verificar se no pagamento, pela empresa, das referidas parcelas foram observados os critérios e regras estabelecidos pela Lei 8.212/91 e Lei 10.101/2000. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS PPLR A fiscalização constatou que a PLR de 2005, paga em 2006, aos seus empregados, não atende aos pressupostos previstos nos artigos 1o, 2o e 3o, da Lei 10.101/2000. O primeiro motivo apontado pela autoridade lançadora foi a ausência de acordo entre empresas e empregados previamente ao início do exercício findo o qual a empresa pretendeu dividir os lucros com os seus empregados. A autuada se defende alegando que tal exigência não está prevista na Lei 10.101/2000 e tratase de uma questão facilmente superável, tendo em vista a natureza do Programa de PLR e os trâmites que envolvem a negociação com os Sindicatos competentes, o que nem sempre permite que o acordo seja assinado impreterivelmente antes do início do exercício a que se refere. Porém, entendo que, para fazerse cumprir o estabelecido no § 1º do art. 2º da Lei nº 10/101/2000, que determina a existência de regras claras e objetivas, mecanismos de aferição etc, é imprescindível que tais questões sejam decididas, com a participação dos empregados e do sindicato, antes do início do exercício findo o qual a empresa pretende dividir os lucros ou resultados. Nesse sentido que o Conselho de Contribuintes vem se manifestando, conforme julgamento do recurso 161054, cujo trecho do voto da relatora Ana Maria Bandeira, transcrevo abaixo “Da análise das cópias dos acordos apresentados, verificase que os mesmos foram firmados ao final do exercício. Entendo que para fazer valer o que dispõe o § 1º do art. 2º da Lei nº 10/101/2000 que determina a existência de regras claras e objetivas, mecanismos de aferição etc, é imprescindível que tais questões sejam decididas a priori, ou seja, antes do início do exercício, findo o qual, a empresa pretende dividir os lucros com seus empregados. Os acordos firmados pela recorrente foram todos posteriores ao início do exercício para o qual deveria ser aferida a participação dos empregados na obtenção do lucro ou resultado. Ainda que a recorrente alegue que a as regras foram exaustivamente debatidas e que as metas negociadas eram do conhecimento dos empregados, deveria formalizar o resultado de tal negociação anteriormente ao período a ser avaliado mediante o instrumento próprio que deveria conter de forma clara e objetiva as metas, a forma de avaliação, bem como a forma de participação no possível resultado ou lucro. Da análise dos documentos de acordo juntados aos autos (fls. 31/56), verificase que os mesmos não foram elaborados de Fl. 2501DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.497 11 acordo com o argüido no parágrafo anterior, além de terem sido firmados posteriormente ao período a ser avaliado. Os próprios acordos trazem a previsão de estabelecimento de metas a serem atingidas pelos empregados, levando a inferir que se trataria de uma previsão para o futuro e não para um exercício passado. Asseverese que tais questões não podem se dar de forma tácita, portanto, a formalização no tempo certo deve ser observada. A meu ver, a recorrente não procedeu de acordo com a lei que rege a matéria, não estabeleceu previamente regras, metas ou mecanismos de aferição, para que ficasse claro aos empregados o que a empresa esperava dos mesmos para que fizessem jus ao benefício. Vale dizer que o que diferencia o pagamento de participação dos lucros e prêmios por resultados obtidos reside justamente na observância expressa do que dispõe a Lei nº 10.101/2000. O pagamento efetuado pela empresa, chamado de participação nos lucros, da forma como foi feito, mais se assemelha a um prêmio pelos resultados obtidos e, como tal, integra o salário de contribuição. Diante do exposto e considerando tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONHECER do recurso e NEGARLHE PROVIMENTO.” Assim, ao não estabelecer previamente, em negociação conjunta com sindicato e empregados, as regras para a concessão da PLR, a recorrente descumpriu os ditames da Lei que trata da matéria, não fazendo jus, portanto, à isenção prevista na Lei 8.212/91. Outro motivo foi o pagamento da PLR sem que a empresa tenha tido controle sobre o cumprimento dos critérios estabelecidos nas cláusulas do acordo. Ou seja, consta como critérios para que o empregado faça jus ao PLR que ele tenha trabalhado por, no mínimo, 4 meses consecutivos no ano, tenha feito os exames médicos periódicos definidos no PCMSO e tenha efetuado a substituição anual programada do Protetor Auricular. Ocorre que, intimada a apresentar as agendas mensais de exames médicos periódicos definidos no PCMSO, conforme estipulado na cláusula 7.1 do acordo, e da reposição de protetores auriculares definidos no PCA, a recorrente respondeu que as agendas solicitadas não foram encontradas. A recorrente alega que a realização de exames e substituição dos EPI´s eram por ela rigidamente controlados, ressaltando que os empregados recebem convocações formais para que os exames e substituições de EPI sejam feitos, ocasião em que são destacadas as conseqüências da sua não realização, dentre elas, deixar de receber a PLR. Fl. 2502DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 12 Ocorre que os documentos juntados aos autos (fls. 1.138 do processo principal 15504.725349/201115), relativos à mencionada convocação, destaca como conseqüência da não realização das trocas de EPIs deixar de receber prêmio assiduidade, e não PLR, conforme afirmou a recorrente. A recorrente junta, ainda, planilha discriminando os EPIs entregues aos empregados no período de 01/2004 a 12/2008. Contudo, esses documentos de convocação e de entrega de EPIs não são os documentos de controle previstos na cláusula 7.1, do acordo, e apenas demonstram que a empresa convocava o empregado e entregou os EPIs. Da mesma forma, a planilha elaborada pela empresa relativa aos exames realizados não demonstram um controle para fins de se verificar o cumprimento da cláusula 4a do acordo, para fins de pagamento de PLR. Tomase, por exemplo, o empregado Adalberto Gonzaga Ribeiro, da atividade “manutenção mecânica de tecelagem”, que recebeu a título de PLR o valor de R$360,86 (planilha de fls. 135 do processo principal). Contudo, conforme consta da planilha apresentada pela recorrente, às fls 1.699 (processo principal), esse mesmo empregado realizou exames apenas em 2006, 2007 e 2008. Ou seja, esse empregado recebeu PLR sem, contudo, constar que ele tenha sido submetido aos exames periódicos, um dos critérios para o recebimento da Participação nos Lucros ou Resultados. Dessa forma, a empresa não comprovou que tenha tido controle sobre o cumprimento dos critérios estabelecidos na cláusula 4a do acordo. A fiscalização observou, ainda, inexistência de Comissão para Acompanhamento e Divulgação dos Resultados composta por representantes das empresas e representantes dos empregados, contrariando a cláusula 7.1, do acordo celebrado com os sindicatos dos trabalhadores. Intimada a relacionar os integrantes da Comissão de Acompanhamento e Divulgação dos Resultados, a comprovar a sua existência e efetiva atuação, a empresa autuada informou que a Comissão foi criada, mas que não havia sido registradas atas específicas, e que não foi registrada ata de registro de Comissão. Portanto, mais uma vez a empresa não comprova o cumprimento do acordo celebrado. Os documentos juntados trazem apenas os resultados finais, mas não comprovam o acompanhamento por parte de Comissão, que deveria ser mensal, conforme exigido no acordo, e contar com a participação dos empregados, o que não restou demonstrado. Assim, entendo que foi pago valores a título de PLR sem nenhum controle quanto ao cumprimento dos critérios acordados entre sindicato, empresa e trabalhadores. Portanto, a verba intitulada PLR, paga pela empresa sem observar os critérios estabelecidos em acordo coletivo, deve integrar o salário de contribuição de Terceiros, pois foi paga em desconformidade com o estabelecido na Lei 10.101/00. Fl. 2503DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.498 13 E, ainda, observase da leitura da cláusula 6.2 do acordo, que não houve o estabelecimento de regras claras e objetivas com relação às metas específicas, sendo que o acordo apenas relacionou alguns exemplos, deixando de fixar claramente as metas por setores da empresa e sem definições de índices e/ou valores a serem alcançados pelos trabalhadores, o que contraria o art. 2o, da Lei 10.101/00. A recorrente não comprovou que as metas específicas foram objeto de negociação entre representantes da empresa e dos empregados, tendo apresentado apenas o resultado final (fls 2.624 processo principal). É oportuno observar, ainda, que no relatório denominado RESULTADOS E PROJEÇÕES – CEDRO (fls. 786 processo principal) consta, no cabeçalho, a expressão “FUNDAMENTO DO MODELO DA REMUNERAÇÃO VARIÁVEL”, o que demonstra que a própria autuada reconhece que, nesse caso, a verba para a título de PLR é, na realidade, uma remuneração variável. Verificase que a cláusula 3a do acordo estipula um valor mínimo da premiação de PPLR denominado bônusbase, equivalente ao salário nominal de dezembro de 2005, o que leva a crer que o empregado poderia obter uma premiação maior, no caso de atingimento de 100% das metas, já que, no mínimo, ele receberia um salário nominal de dezembro. Pela fórmula de cálculo imposta unilateralmente pela empresa, constatase que, se cumpridas todas as metas corporativas e específicas, um empregado que tivesse trabalhado o ano todo na empresa faria jus a um salário nominal de dezembro de 2005, e não mais que isso, o que não corresponde ao estabelecido na cláusula 3a, do acordo, que, da forma como está redigido, permite o pagamento de um valor superior ao salário de 12/2005. Portanto, restou demonstrado que o acordo não foi claro quanto ao valor da premiação, no caso do cumprimento de 100% das metas, uma vez que, ao estabelecer um valor mínimo equivalente ao salário nominal de dezembro de 2005, dá margem a diversas interpretações quanto ao direito substantivo do trabalhador. No caso de pagamento de PPLR dos gerentes, a fiscalização observou que a empresa usou um multiplicador 3, que triplicou a participação a que teria direito cada um deles em relação aos demais empregados, o que não estava estipulado de forma clara e objetiva no acordo celebrado com os sindicatos dos trabalhadores. Intimada a prestar esclarecimentos, a recorrente se manifestou, esclarecendo que “ ...Assim, ao final da apuração, verificouse que as metas foram alcançadas parcialmente. Mesmo com o atendimento parcial do acordo, verificouse a necessidade de remunerar o colaborador e, assim, os valores distribuídos foram exatamente proporcionais ao previamente constante do acordo. Ou seja, foram mantidos os percentuais constantes na página citada.” (grifei). Constatase que mais uma vez a autuada reconhece a natureza remuneratória da verba paga Ou seja, ela verificou a necessidade de remunerar se colaborador e utilizouse da PPRL para tanto. Fl. 2504DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 14 Por todo o exposto, entendo que as verbas intituladas pela empresa de PPRL, pagas aos empregados da autuada em desconformidade com a Lei 10.101/00, devem compor a base de cálculo da contribuição de Terceiros. Com relação ao argumento de que a cobrança de contribuição incidente sobre o a título de PLR desestimula o contribuinte em dividir seus lucros e incluir seus colaboradores em sistema global de resultados, cumpre esclarecer que a fiscalização, ao lançar a contribuição previdenciária sobre tais pagamentos, não pretende desestimular a divisão de lucros da empresa com seus empregados. Se o PPLR da empresa fosse pago em conformidade com o estabelecido na Lei 10.10/00, não haveria lançamento de contribuição. Todavia, em ação fiscal na empresa, a fiscalização verificou que os valores pagos pela empresa a esse título não se configura em divisão de lucro ou resultado, mas de pagamento de parcelas remuneratórias, que se assemelham a premio assiduidade e a gratificação. E, como a alínea “j”, do § 9º, do art. 28 da Lei 8.212/91, isenta de contribuição social apenas a participação nos lucros ou resultados da empresa quando paga ou creditada de acordo com a lei específica, no caso a Lei nº 10.101/99, a referida verba, paga pela autuada em desacordo com o mencionado diploma legal, integra o salário de contribuição. Da mesma forma, não há a necessidade de comprovação de fraude para que se conclua que uma verba paga pela recorrente possui natureza remuneratória, como entendeu de forma equivocada a autuada. O art. 149, do CTN, citado pela recorrente para reforçar seu argumento trata de refiscalização ou revisão de lançamento, o que não é o caso presente. Assim, basta que fique comprovado que o pagamento se deu em desacordo com a legislação específica que trata da matéria para que a fiscalização, cuja atividade é vinculada aos mandamentos legais, lavre o competente Auto de Infração, lançando a contribuição devida incidente sobre tais verbas. Portanto, em que pese o esforço argumentativo da recorrente, verificase que os pagamentos em tela realmente se a amoldam ao figurino legal que delimita a basede cálculo da contribuição previdenciária e aos Terceiros, como bem entendeu a fiscalização e o relator do acórdão recorrido. Está claro que, para que não incida a contribuição social, a empresa deve observar o disposto na Lei 10.101/00. Esse também é o entendimento da ministra Eliana Calmon, do STJ, que se manifestou no sentido de que, para ocorrer a isenção fiscal sobre os valores pagos aos trabalhadores a título de participação nos lucros ou resultados, a empresa deverá observar a legislação específica sobre a questão. Para a ministra, ao ocorrer o descumprimento da Lei 10.101/2000, as quantias creditadas pela empresa aos empregados passa a ter natureza de remuneração, sujeitas, portanto, à incidência da contribuição previdenciária. Fl. 2505DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.499 15 Assim, não é a simples previsão em acordo coletivo ou o pagamento de parcelas intituladas pelo empregador de PRL é que vai retirar a natureza salarial da verba em comento. Dessa forma, entendo que o procedimento adotado pela fiscalização não merece reparos. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS – PPLR DOS MOTORISTAS No caso dos motoristas da recorrente, a Convenção Coletiva de trabalho do exercício 20082009 estipulou, em sua cláusula IV que “As empresas pagarão a título de PPR Participação nos Resultado na forma da Lei no 10.101/00, a cada um dos seus colaboradores existentes no mês de maio de 2008, o valor de R$ 200,00 (duzentos reais em duas parcelas iguais de 100,00 ( cem reais) cada uma nas seguintes datas e condições: Ou seja, a PPLR dos motoristas da empresa, referente ao exercício de 2008 2009, não atende ao disposto na Lei 10.101/2000, pois não estabelece metas a serem cumpridas, tendo sido estipulada uma quantia fixa determinada, independente do alcance de índices de produtividade ou qualquer outro resultado. Os critérios estabelecidos para pagamento do PPLR é que o empregado não tenha mais que cinco faltas injustificada,s ou três atestados médicos com determinação de afastamento, nos seis meses anteriores ao pagamento de cada parcela. Observase, dos documentos acostados aos autos tanto pela fiscalização quanto pela recorrente, que o Acordo Coletivo não estabelece metas ou critérios de aferição Portanto, o programa de PLR dos motoristas da empresa não estabelece regras claras e objetivas, contrariando o disposto no artigo 2o, da Lei 10.101/00. E ao não estabelecer previamente as regras para a concessão da PLR, a recorrente descumpriu os ditames da Lei que trata da matéria, não fazendo jus, portanto, à isenção previdenciária prevista na Lei 8.212/91. A recorrente alega que a decisão recorrida consignou fundamentação que corrobora os argumentos da recorrente de que a lei não determina que os critérios e condições a serem estabelecidos devam ser, obrigatoriamente, o estabelecimento de metas e resultados, mas devem constar do instrumento de negociação, buscandose atingir os objetivos do pagamento da verba em questão, o que foi feito pela recorrente. Ora, mas se o pagamento de PLR não precisa está atrelado à obtenção de lucro ou resultado, como entende a autuada, então não é Participação nos Lucros ou Resultados, e sim pagamento de prêmio assiduidade ou prêmio por atingir uma meta que não diz respeito ao lucro ou resultado. Então, a empresa não deveria ter feito o pagamento na rubrica “PLR”, mas, sim, na rubrica “prêmio assiduidade”. E, segundo Amauri Mascaro Nascimento: "A natureza jurídica do prêmio não sofre, praticamente, contestações. É uma forma de salário vinculado a um fator de ordem Fl. 2506DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 16 pessoal do empregado ou geral de muitos empregados, via de regra a sua produção. Daí falar se, também, em salário por rendimento ou salário por produção. Caracterizase, também, pelo seu aspecto condicional. Uma vez verificada a condição de que resultam, devem ser pagos". (In “Teoria Jurídica do Salário”, Editora LTR, 1994, pg. 256). Assim, o prêmio pago pela autuada por intermédio da verba intitulada PLR que, conforme ela mesma afirma em sua peça recursal, está condicionado à assiduidade do empregado na empresa, é remuneração. Esse também é o entendimento do TST: “Prêmio é gratificação, e gratificação é salário, se ajustada expressa ou tacitamente, porque a CLT não exige o ajuste expresso" TST pleno ERR 1943/82 DJU 06/12/85 pág. 22644” . Dessa forma, os valores referentes ao PLR pago pela recorrente aos motoristas integram o salário de contribuição, conforme inciso I, art 28, da Lei 8.212/91. Quanto ao entendimento de que nenhuma lei infraconstitucional teria o condão de fazer incidir a contribuição previdenciária sobre a tal participação percebida pelos colaboradores da recorrente, vale esclarecer que a observância ao ordenamento jurídico infraconstitucional não agride as garantias constitucionais previstas no art. 7º, da Constituição Federal, vez que se encontra insculpida, em toda a Constituição, o respeito ao princípio da legalidade. Portanto, a observância das disposições legais, em especial, as inseridas na Lei 8.212/91 e 10.101/2000, não implica transgressão de preceitos fundamentais garantidos na Constituição, como entendeu equivocadamente a recorrente. E, reiterase, a Constituição Federal assim estabelece: “Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei”. (CF, art. 201, § 11). Assim, não há que se falar em isenção previdenciária para os pagamentos dos valores a título de PLR dos motoristas. A recorrente alega que a referida verba, assim como a PLR creditada aos demais empregados, também fora paga de forma não habitual, em 09/2009, sendo certo que o requisito da habitualidade é inafastável à caracterização da remuneração e salário. No entanto, entendo que não estamos diante de um pagamento eventual, já que o ganho habitual passível de exação não é necessariamente aquele valor auferido mês a mês, trimestralmente ou mesmo bimestralmente etc. Há verbas pagas no decorrer do contrato de trabalho, ainda que não sejam auferidas nessas condições, e que não podem ser vistas como meramente eventuais. No caso sob análise, não há dúvida de que o pagamento realizado pela empresa e por ela intitulado Participação nos Lucros revestese de habitualidade, já que é de conhecimento de todos os empregados que, na data acordada, farão jus ao recebimento do valor ajustado. Assim, o conhecimento prévio de que tal pagamento será realizado retiralhe o caráter da eventualidade, tornandoo habitual. Fl. 2507DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.500 17 Há, portanto, uma expectativa criada que se sobrepõe ao fato de os valores percebidos pelos segurados empregados não serem rotineiros ou serem de diferentes valores nos vários anos. Essa expectativa criada, o costume e a certeza do pagamento gera a habitualidade e afasta por completo a eventualidade. Por tudo que foi exposto acima, concluo que a verba intitulada Participação nos Resultados foi paga em desconformidade com a legislação que rege a matéria. E, como a alínea “j”, do § 9º, do art. 28 da Lei 8.212/91, isenta de contribuição apenas a participação nos lucros ou resultados da empresa quando paga ou creditada de acordo com a lei específica, no caso a Lei nº 10.101/99, a referida verba, paga pela autuada em desacordo com o mencionado diploma legal, integra o salário de contribuição. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. Em relação a essa matéria, é oportuno observar que a ProcuradoriaGeral da Fazenda NacionalPGFN emitiu o Ato Declaratório nº 12/2011, autorizando a dispensa de apresentação de contestação e de interposição de recursos, bem como a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento “nas ações judiciais que discutam a incidência de contribuição previdenciária quanto ao seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles.” Diante do citado Ato, e considerando que o Decreto 70.235/72 estabelece que o disposto no caput do art. 26A não se aplica aos casos de lei ou ato normativo que fundamente crédito tributário objeto de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, e que a Lei 10.522/2002, citada no art. 26A, determina que os créditos tributários já constituídos relativos à matéria de que trata o seu artigo 19 devem ser revistos de ofício pela autoridade lançadora, entendo que deva ser dado provimento ao recurso, pelo fato de o Seguro de Vida em Grupo não integrar o salário de contribuição, independente de haver ou não previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho. Portanto, devem ser excluídos do débito os valores relativos a essa rubrica. MULTA E JUROS Insurgese, ainda, contra o valor da multa e juros aplicados, esclarecendo que não se discute a legalidade ou não da lei, e sim o caráter confiscatório da multa aplicada, inferindo que não é qualquer atraso no pagamento dos tributos ou ausência d sua declaração que deve legitimar a previsão de multa exacerbada Entretanto, a vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Cumpre esclarecer que a vedação de que cuida o art. 150, IV, da Constituição Federal, dirigese ao legislador com o intuito de impedir a instituição de tributo que tenha em seu conteúdo aspectos ameaçadores à propriedade ou à renda tributada, mediante, por exemplo, a aplicação de alíquotas muito elevadas. Fl. 2508DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 18 Portanto, a observância desse princípio relacionase com o momento de instituição do tributo ou de determinação da multa a ser aplicada no caso de falta de recolhimento, mas, uma vez vencida a etapa da sua criação, não configura confisco a aplicação da lei tributária. Vale lembrar que a cobrança da multa moratória, de caráter irrelevável, é de natureza objetiva, isto é, não sendo recolhido no vencimento, incidirá multa, independente da intenção do agente. Conforme prevê o art. 35 da Lei n° 8.212/1991, não recolhendo na época própria, o contribuinte tem que arcar com o ônus de seu inadimplemento. Se não houvesse tal exigência haveria violação ao principio da isonomia, pois o contribuinte que não recolhera no prazo fixado teria tratamento similar àquele que cumprira em dia com suas obrigações fiscais. A autuada entende que a multa de ofício de 75%, prevista no art. 44, I, da Lei 9.430/96, não é a mais benéfica para a recorrente, e que a comparação da forma feita pela fiscalização está equivocada, eis que se comparam penalidades de naturezas diversas, e que deveria ter sido utilizada a retroação benéfica do 32A, na atual redação da Lei 8.212/91. Porém, no intuito de regular a aplicação das inovações trazidas pela citada Lei nº 11.941/09, mormente quanto ao entendimento e comparação para fins da mencionada retroação benéfica desta, foi editada a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 14, de 04/12/09, que em seu artigo 3º dispõe: Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212,de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. Assim, no caso em análise, as multas mensais referente a obrigações tributárias acessórias, deverão ser somadas às multas referentes às contribuições previdenciárias não declaradas em GFIP, que foram incluídas no presente Auto de Infração, referente a obrigações tributárias principais – quota patronal e GIILRAT, para o confronto com a multa que seria aplicada em observância ao acima transcrito. Assim, entendo que, no que se refere à multa, o procedimento fiscal não merece reparos. Ademais, ratifico os esclarecimentos ofertados pelo julgador de primeira instância, no sentido que somente no momento do pagamento do crédito tributário lançado é que a multa mais benéfica poderá ser quantificada. Isso porque, na sistemática anterior, a alíquota da multa moratória incidente sobre a contribuição previdenciária não recolhida e incluída em lançamento de crédito referente à obrigação principal era definida conforme a fase processual em que o pagamento era realizado. Fl. 2509DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.501 19 Portanto, na atual fase do contenciosos administrativa, não há como se determinar a multa mais benéfica a ser aplicada, uma vez que a recorrente ainda não solicitou o pagamento da contribuição lançada. A autuada ressalta, ainda, a impossibilidade de fazer incidir a SELIC sobe a multa de ofício exigida, e que, caso se verifique, em análise desmembrada e detalhada da atualização monetária do AI combatido, que tal atualização levou em conta também o valor da multa aplicada, deve ser isso rechaçado, em razão dos motivos expostos. Porém, conforme já informado pelo Relator do Acórdão recorrido, não há incidência de juros sobre o valor da multa de ofício ora aplicada, não procedendo a preocupação da recorrente. Nesse sentido, Considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO no sentido de CONHECER DO RECURSO, para, no mérito, DAR LHE PROVIMENTO PARCIAL, para que seja excluído do débito, por provimento, os valores relativos ao SEGURO DE VIDA EM GRUPO. É como voto. Bernadete de Oliveira Barros – Relatora Voto Vencedor Leonardo Henrique Pires Lopes Da multa aplicada A autuação em comento referese ao descumprimento pelo contribuinte da sua obrigação tributária principal, consistente no dever de recolher a contribuição previdenciária dentro do prazo previsto em lei. Além do pagamento do tributo não recolhido, a legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores previa a imposição ao contribuinte da penalidade correspondente ao atraso no pagamento, conforme art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que escalonava a multa (I) de 4% a 20%, quando o valor devido não tivesse sido incluído em notificação fiscal de lançamento, (II) de 12% a 50% para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal, e (III) de 30% a 100% nos casos em que o débito já tivesse sido inscrito em dívida ativa. Como se depreende do caput do art. 35 referido (sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos...) a penalidade decorria do atraso no pagamento, independentemente de o lançamento ter sido efetuado de ofício ou não. Fl. 2510DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 20 Em outras palavras, não existia na legislação anterior a multa de ofício, aplicada em decorrência do lançamento de ofício pela auditoria fiscal, mas apenas a multa de mora, oriunda do atraso no recolhimento da contribuição. A punição do art. 35 da referida lei dirigiase à demora no pagamento, sendo mais agravada/escalonada de acordo com o momento em que fosse recolhida. Ocorre que, com o advento da MP nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 foi revogado, tendo sido incluída nova redação àquele art. 35. A análise dessa nova disciplina sobre a matéria, introduzida em dezembro/2008, adquire importância em face da retroatividade benigna da legislação posterior que culmine penalidade mais benéfica ao contribuinte, nos termos do art. 106, II do CTN, in verbis: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Cabe, portanto, analisar as disposições introduzidas com a referida MP nº 449/2008 e mantidas com a sua conversão na Lei nº 11.941/2009: Art. 35 da Lei nº 8.212/1991 Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 61 da Lei nº 9.430/1996 Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. À primeira vista, a indagação de qual seria a norma mais favorável ao contribuinte seria facilmente resolvida, com a aplicação retroativa da nova redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo esta última a utilizada nos casos Fl. 2511DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.502 21 em que a multa de mora excedesse o percentual de 20% previsto como limite máximo pela novel legislação. Contudo, o art. 35A, também introduzido pela mesma Lei nº 11.941/2009, passou a punir o contribuinte pelo lançamento de ofício, conduta esta não tipificada na legislação anterior, calculado da seguinte forma: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Pela nova sistemática aplicada às contribuições previdenciárias, o atraso no seu recolhimento será punido com multa de 0,33% por dia, limitado a 20% (art. 61 da Lei nº 9.430/1996). Sendo o caso de lançamento de ofício, a multa será de 75% (art. 44 da Lei nº 9.430/1996). Não existe qualquer dúvida quanto à aplicação da penalidade em relação aos fatos geradores ocorridos após o advento da MP nº 449/2008. Contudo, diante da inovação em se aplicar também a multa de ofício às contribuições previdenciárias, surge a dúvida de com que norma será cotejada a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 para se verificar a existência da penalidade mais benéfica nos moldes do art. 106, II, “c” do CTN. Isto porque, caso seja acolhido o entendimento de que a multa de mora aferida em ação fiscal está disciplinada pelo novo art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei 9.430/1996, terá que ser limitada ao percentual de 20%. Ocorre que alguns doutrinadores defendem que a multa de mora teria sido substituída pela multa de ofício, ou ainda que esta seria sim prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, na sua redação anterior, na medida em que os incisos II e III previam a aplicação da penalidade nos casos em que o débito tivesse sido lançado ou em fase de dívida ativa, ou seja, quando tivesse decorrido de lançamento de ofício. Contudo, nenhum destes dois entendimentos pode prevalecer. Fl. 2512DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 22 Consoante já afirmado acima, a multa prevista na redação anterior do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 destinavase a punir a demora no pagamento do tributo, e não o pagamento em razão de ação fiscal. O escalonamento existente era feito de acordo com a fase do pagamento, isto é, quanto mais distante do vencimento do pagamento, maior o valor a ser pago, não sendo punido, portanto, a não espontaneidade do lançamento. Também não seria possível se falar em substituição de multa de mora por multa de ofício, pois as condutas tipificadas e punidas são diversas. Enquanto a primeira relacionase com o atraso no pagamento, independentemente se este decorreu ou não de autuação do Fisco, a outra vinculase à ação fiscal. Por outro lado, não me parece correta a comparação da nova multa calculada conforme o art. 35A da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício prevista em 75% do valor da contribuição devida) com o somatório das multas previstas no art. 32, §4º e 5º e no revogado art. 35 ambos da Lei nº 8.212/1991. Em primeiro lugar, esse entendimento somente teria coerência, o que não significa legitimidade, caso se entendesse que a multa de ofício substituiu as penalidades tanto pelo descumprimento da obrigação principal quanto pelo da acessória, unificandoas. Nesses casos, concluindose pela aplicação da multa de ofício, por ser supostamente a mais benéfica, os autos de infração lavrados pela omissão de fatos geradores em GFIP teriam que ser anulados, já que a penalidade do art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício) estaria substituindo aquelas aplicadas em razão do descumprimento da obrigação acessória, o que não vem sendo determinado pelo Fisco. Em segundo lugar, não se podem comparar multas de naturezas distintas e aplicadas em razão de condutas diversas. Conforme determinação do próprio art. 106, II do CTN, a nova norma somente retroage quando deixar de definir o ato como infração ou quando cominarlhe penalidade menos severa. Tanto em um quanto no outro caso verificase a edição de duas normas em momentos temporais distintos prescrevendo a mesma conduta, porém com sanções diversas. Assim, somente caberia a aplicação do art. 44, I da Lei nº 8.212/1996 se a legislação anterior também previsse a multa de ofício, o que não ocorria até a edição da MP nº 449/2008. A anterior multa de mora somente pode ser comparada com penalidades que tenha a mesma ratio, qual seja, o atraso no pagamento das contribuições. Revogado o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, cabe então a comparação da penalidade aplicada anteriormente com aquela da nova redação do mesmo art. 35, já transcrita acima, que remete ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Não só a natureza das penalidades leva a esta conclusão, como também a própria alteração sofrida pelo dispositivo. No lugar da redação anterior do art. 35, que dispunha sobre a multa de mora, foi introduzida nova redação que também disciplina a multa de mora, agora remetendo ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Estes dois dispositivos é que devem ser comparados. Diante de todo o exposto, não é correto comparar a multa de mora com a multa de ofício. Esta terá aplicação apenas aos fatos geradores ocorridos após o seu advento. Fl. 2513DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 15504.725353/201183 Acórdão n.º 2301003.255 S2C3T1 Fl. 2.503 23 Para fins de verificação de qual será a multa aplicada no caso em comento, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Fl. 2514DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 7/02/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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Numero do processo: 10675.907150/2009-11
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 1801-000.159
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento na realização de diligências, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1846; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE01 Fl. 2 1 1 S1TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10675.907150/200911 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1801000.159 – 1ª Turma Especial Data 06 de novembro de 2012 Assunto Compensação Recorrente HLTS ENGENHARIA E CONSTRUÇÕES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento na realização de diligências, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto e Ana de Barros Fernandes. RELATÓRIO A empresa recorre do Acórdão nº 0939.083/12 exarado pela Segunda Turma de Julgamento da DRJ em Juiz de Fora/MG, fls. 56 a 61, que julgou improcedente o direito creditório pleiteado pela contribuinte, bem como não homologar as pertinentes compensações deste crédito com débitos tributários, formalizados nos Per/Dcomp (pedidos de restituição e declaração de compensação) – fls. 01 a 05. Aproveito trechos do relatório e voto do aresto vergastado para historiar os fatos: “A interessada transmitiu a DCOMP n° 33817.50207.140606.1.3.046669, visando compensar o débito nela declarado, com crédito oriundo de pagamento indevido de CSLL, efetuado em 30/01/2004. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 75 .9 07 15 0/ 20 09 -1 1 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10675.907150/200911 Resolução nº 1801000.159 S1TE01 Fl. 3 2 A DRFUberlândia/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico, à fl. 07 do processo virtual, no qual não homologa a compensação pleiteada diante da inexistência de crédito. A empresa apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que: · ao calcular e preencher o DARF relativo a Contribuição Social s/Lucro LíquidoCSLL, referente ao 4° trimestre de 2003, cometeu um equivoco fazendo constar naquele documento um valor maior que o devido; · apresenta a cópia da ficha 18 A (doc. em anexo) da DIPJ onde constam os valores da receita bruta do 4° trimestre de 2003, bem como o respectivo cálculo dessa contribuição; · o recolhimento a maior da Contribuição Social S/ Lucro LíquidoCSLL, relativa ao 4° trimestre de 2003, se deu através dos Darfs (doc. em anexo). · após constatar que havia efetuado o recolhimento a maior, providenciou a retificação da DCTFOriginal (doc. em anexo) entregue em 14/11/2003, transmitindo a DCTFRetificadora (doc. em anexo), em 29/12/2008, onde fez constar, respectivamente, o valor informado originariamente e o valor realmente devido; · diante da existência do crédito acima discriminado, resolveu, então, aproveitar parte desse valor para compensar o débito apurado de COFINS, da competência 05/2006, cuja data de vencimento se deu em 14/06/2006, tudo isso em conformidade com a legislação vigente àquela época, e, para demonstrar esta compensação, entregou em 14/06/2006 a Declaração de Compensação PER/DCOMP (doc. em anexo), onde informou que estava realizando a compensação da quantia de R$ 9.650,32, crédito apurado em relação a parcela da Contribuição Social recolhida em 30/01/2004, que, corrigida, atingiu o valor de R$ 13.393,68, conforme demonstra o PER/DCOMP retro citado, em sua página de n° 02. · além da informação constante do PER/DCOMP, a requerente também informou esta compensação na pág. 46 (doc.em anexo) da DCTF do 1° Semestre do ano 2006. [...] A empresa apresentou as declarações (DCTF e DIPJ) originais do 4° trimestre de 2003 com informação de débito de CSLL no total de R$ 32.978.48, vinculado a pagamento em DARF's de R$ 16.489,24, com datas de vencimento em 30/01/2004 e 27/02/2004. A DCOMP em análise foi transmitida em 14/06/2006. A ciência do despacho decisório eletrônico ocorreu em 19/08/2009 (AR de fl. 10 do processo virtual). A contribuinte apresentou DCTF retificadora em 29/12/2008 e DIPJ retificadora em 18/09/2009, após a ciência do despacho decisório. Portanto, na data da transmissão da DCOMP, só existiam a DCTF e a DIPJ originais. Fl. 93DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10675.907150/200911 Resolução nº 1801000.159 S1TE01 Fl. 4 3 A manifestação de inconformidade confirma que esse novo valor, informado na DCTF e na DIPJ retificadoras, fora apurado e declarado à RFB em data posterior à transmissão da DCOMP n° 33817.50207.140606.1.3.046669, sem comprovar que houve erro de fato na informação prestada nas declarações originais (DCTF e DIPJ). Erro de fato é aquele que independe de averiguações para sua constatação. Considerando que a DCTF constituise em confissão de dívida, os débitos nela declarados e não pagos são exigíveis, sendo passíveis de inscrição em Dívida Ativa da União para futura execução fiscal. Assim o pagamento efetuado foi corretamente alocado ao débito declarado pela empresa, não existindo de fato saldo disponível a ser usado em compensação, na data da transmissão da DCOMP em análise. Com fulcro no parágrafo 14°, do artigo 74 da Lei 9.430/1996, que prevê que "a Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação", foi emitida a Instrução Normativa SRF n° 210/2002, cujo artigo 28 estabelece que "na compensação efetuada pelo sujeito passivo, os créditos serão valorados na forma prevista nos arts. 38 e 39 e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais, na forma da legislação de regência, até a data da entrega da Declaração de Compensação" (grifei). Tal Instrução Normativa foi revogada pela de n° 460/2004, que por sua vez foi revogada pela de n° 600/2005, que mantêm a mesma determinação também no artigo 28. A Lei 9.430/1996, em seu artigo 74, com alterações produzidas pela Lei 10.637/2002, assim dispõe: [...] Assim não resta dúvida de que a compensação se dá na data da transmissão da DCOMP, sendo que nessa data não existia o crédito declarado na DCOMP analisada. O despacho decisório considerou a informação contida em DCTF porque somente essa existia quando da apresentação da DCOMP e quando da emissão do despacho decisório. A informação em DCOMP da existência de crédito disponível em função de pagamento a maior de tributo tem que estar suportada em informações existentes nos sistemas utilizados pela RFB (controle de DARF, DCTF, DIPJ, DIRF, DACON) ou suportada nos livros e documentos escriturados à época da transmissão da DCOMP. O crédito registrado em DCOMP deve ser líquido e certo, a teor do artigo 170 do CTN, para que ocorra a homologação da compensação a ele vinculada, cabendo à contribuinte, quando instada, fazer prova a seu favor, uma vez que se constitui num pleito seu e não em lançamento realizado pela administração tributária. [...] Assim, quanto ao pedido de produção de novas provas, só se pode aqui dizer que a inserção de novos elementos de prova no processo depois de transcorrido o prazo de impugnação, só pode ser deferida no caso de estarem presentes alguma(s) das circunstâncias previstas no parágrafo 4.° do artigo 16 do Decreto n.° 70.235/72 (impossibilidade de apresentação durante o prazo de impugnação, por conta de "força maior", "fato ou direito superveniente" etc.), o que só poderá ser avaliado quando da situação em concreto. [...] Fl. 94DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10675.907150/200911 Resolução nº 1801000.159 S1TE01 Fl. 5 4 Pelo exposto, voto pela improcedência da manifestação de inconformidade e o não reconhecimento do direito creditório pleiteado, mantendose a não homologação da compensação pleiteada.” A empresa interpôs, tempestivamente (AR – 27/02/12; Recurso – 27/03/12), o Recurso de fls. 73 a 89, reiterando as argumentações da defesa exordial e juntou aos autos folhas do Razão Analítico buscando comprovar o valor das receitas brutas auferidas no período e o cálculo devido de apuração do tributo em espécie. Pretende com esta providência comprovar os erros de recolhimentos a maior realizados e o seu direito no indébito tributário. É o relatório. Passo ao voto. VOTO Conselheira Ana de Barros Fernandes, Relatora Conheço do recurso interposto, por tempestivo. A recorrente pleiteia restituição da CSLL relativa ao 4º trimestre de 2003, que alega ter recolhido com erro, a maior. Diz que o valor devido e correto é R$ 13.577,84, mas recolheu R$ 32.978,49, em duas parcelas (R$ 16.489,24 cada uma), e traz contas do Razão Analítico para comprovar as receitas auferidas no período. Este processo tem como objeto um dos DARF relativo à parcela recolhida em 30/01/2004 e o valor pleiteado é a diferença entre R$ 16.489,24 e R$ 6.788,92 (R$ 13.577,84 : 02), que perfaz R$ 9.700,32. A turma julgadora de primeira instância não admitiu o pedido de restituição/compensação com fundamento no fato de as declarações retificadoras – DIPJ e DCTF – foram entregues após o despacho decisório e porque entende que à data do pedido de compensação, o débito tributário da CSLL confessado na DCTF original foi devidamente pago. No entanto, se houve efetivamente erro no cálculo da CSLL devida, é direito da recorrente reaver o indébito tributário, ainda que tenha confessado anteriormente qualquer outro valor, em razão do princípio da indisponibilidade do crédito tributário. A norma tributária veda a retificação da Declaração de Compensação e Pedido de Restituição (Per/Dcomp) após o despacho decisório, mas não alcança as retificações de DIPJ (meramente informativa) ou DCTF. Ressaltese que a DCTF retificadora substitui em todos os efeitos a DCTF original e não surtirá efeitos nas hipóteses que a norma tributária estabelece. Determina o artigo 11 da Instrução Normativa RFB nº 903/08: DA RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÕES Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá Fl. 95DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10675.907150/200911 Resolução nº 1801000.159 S1TE01 Fl. 6 5 para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração. § 4º Na hipótese do inciso III do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato, sem prejuízo das penalidades calculadas na forma do art. 9º. (grifos não pertencem ao original) Para comprovar o erro mister é a apresentação da contabilidade escriturada à época dos fatos. Entendo que ao trazer, ainda que em fase recursal, as contas do Razão analítico que são utilizadas para apurar o tributo devido, a recorrente faz início de prova do direito que alega fazer jus. Todavia, não prescinde o exame da contabilidade completa escriturada à época (balancetes registrados no Diário e verificação da possível existência de outras contas de receitas auferidas no período em comento). Voto na conversão do julgamento na realização de diligência para que: a) a fim de reratificar os cálculos da recorrente, a autoridade fiscal verifique o valor da base de cálculo da CSLL relativa ao 4º trimestre de 2003 junto a contabilidade completa da recorrente, explicitando os cálculos em Relatório Fiscal e juntando, em cópia, os registros contábeis pertinentes; b) a autoridade competente informe se os valores já foram inscritos na Dívida Ativa da União. A recorrente deverá ser cientificada do resultado da diligência proposta para, desejando, manifestarse em prazo regulamentar. Após, retornem os autos a esta Conselheira. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10675.907150/200911 Resolução nº 1801000.159 S1TE01 Fl. 7 6 (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Fl. 97DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10882.003076/2004-02
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/08/1999 a 31/12/2003
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO INEXISTENTE.
Inexistente, no julgado, o vício de omissão apontado nos embargos de declaração, é de se rejeitar o recurso.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3403-001.904
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Marcos Tranchesi Ortiz Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Ivan Allegretti, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim.
Nome do relator: MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 31/08/1999 a 31/12/2003 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO INEXISTENTE. Inexistente, no julgado, o vício de omissão apontado nos embargos de declaração, é de se rejeitar o recurso. Embargos rejeitados.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/08/1999 a 31/12/2003 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO INEXISTENTE. Inexistente, no julgado, o vício de omissão apontado nos embargos de declaração, é de se rejeitar o recurso. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Ivan Allegretti, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 30 76 /2 00 4- 02 Fl. 1051DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 Relatório Tratase, na origem, de auto de infração para constituição de crédito relativo à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, lavrado em 17.12.2004 e pertinente a fatos geradores ocorridos entre 31.08.1999 e 31.12.2003, inclusive. Por ocasião do julgamento do recurso voluntário interposto pela interessada, esta Turma, à unanimidade, deulhe parcial provimento para, entre outras razões, reconhecer, com fundamento no artigo 150, §4o do CTN, a decadência parcial da exigência com relação a fatos geradores praticados até 30.11.1999, inclusive (acórdão nº 340300.491). Intimada do decisum, a Fazenda Nacional opõe embargos de declaração objetivando ver sanada suposta omissão do julgado (fls. 530/532). Argumenta a embargante que o v. acórdão recorrido teria silenciado acerca da existência de pagamentos parciais do tributo ao longo dos períodos de apuração objeto do lançamento, o que, a seu ver, teria relevância na determinação da regra aplicável à contagem do prazo decadencial, se o artigo 150, §4o ou se o artigo 173, inciso I, do CTN. Além disso, prossegue a embargante, o E. STJ tem posição pacificada quanto à aplicabilidade do artigo 173, inciso I do CTN aos casos em que, em tributos sujeitos a lançamento por homologação, o obrigado não realiza espontaneamente pagamentos parciais da exação. Este entendimento, conclui, como foi manifestado no recurso especial nº 973.733, julgado sob o rito do artigo 543C, do CPC, é de observância obrigatória pelos órgãos julgadores do CARF, em razão do disposto no artigo 62A, do seu Regimento Interno. É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz Os embargos de declaração em exame são tempestivos e, porque indicam ocorrência de hipótese permissiva, constante do art. 65, do RICARF, cumprem o necessário à admissibilidade. Superados isso, contudo, o recurso não prospera. Não prospera, em primeiro lugar, porque o julgado embargado não incorreu na propalada omissão, no que se refere aos pagamentos espontâneos a cargo da recorrente. Muito ao contrário, aliás. O v. acórdão 521/527 enfrenta expressamente este aspecto, para declarálo irrelevante para fins de determinação da regra aplicável à contagem do prazo decadencial. Naquela ocasião, para o Colegiado, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o termo inicial do prazo decadencial se definia segundo o critério do artigo 150, §4o, do CTN, inclusive quando o sujeito passivo fosse omisso quanto ao dever de antecipar qualquer porção do tributo. Confirase o trecho do decisum que o demonstra: Fl. 1052DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10882.003076/200402 Acórdão n.º 3403001.904 S3C4T3 Fl. 6 3 “Há quem sustente que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, somente seja aplicável a regra do §4º do artigo 150 nas hipóteses em que o contribuinte realiza, de fato, pagamentos antecipados em favor do Fisco. Para os adeptos da tese, homologável é o pagamento efetuado pelo sujeito passivo. Por isso, sustentam, se o contribuinte não promove recolhimento algum, é incabível falar em homologação. Não partilho desta orientação. Tenho que a determinação da regra legal aplicável na contagem do prazo decadencial independa da efetiva ocorrência de pagamento antecipado (a menor). No mesmo sentido, a autorizada doutrina de Souto Maior Borges: ‘Compete à autoridade administrativa, ex vi do art. 150, caput, homologar a atividade previamente exercida pelo sujeito passivo, atividade que em princípio implica, embora não necessariamente, em pagamento. E, o ato administrativo de homologação, na disciplina do C.T.N., identificase precisamente com o lançamento (art. 150, caput)’. E, mais adiante, conclui o autor: ‘Conseqüentemente, a tecnologia contemplada no C.T.N. é, sob esse aspecto, feliz: homologase a ‘atividade’ do sujeito passivo, não necessariamente o pagamento do tributo. O objeto da homologação não será então necessariamente o pagamento’. No mesmo sentido posicionase Natanael Martins, segundo quem ‘(...) o que se homologa não é propriamente o pagamento, mas sim toda a atividade procedimental desenvolvida pelo contribuinte. (...) O pagamento, assim, por si só, não tem o condão de definir a modalidade de lançamento a que o tributo se sujeita, sob pena de se ter de assumir que esta poderia ser dupla, conforme houvesse ou não o pagamento’. Orientação semelhante tem prevalecido também no Primeiro Conselho de Contribuintes (atual Primeira Seção do CARF), entre cujos julgados recentes destacase o seguinte, da Segunda Câmara: ‘DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, aplicase o prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, §4º., do CTN, ainda que não tenha havido pagamento antecipado. Homologase no caso a atividade, o procedimento realizado pelo sujeito passivo, consistente em ‘verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo’, inclusive quando tenha havido omissão no exercício daquela atividade. Fl. 1053DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 A hipótese de que trata o artigo 149, V, do Código, é exceção à regra geral do artigo 173, I. A interpretação do caput do artigo 150 deve ser feita em conjunto com os artigos 142, caput e parágrafo único, 149, V e VII, 150, §§1º. e 4º., 156, V e VII, e 173, I, todos do CTN.’ Como não se acusa a recorrente da prática de conduta fraudulenta, dolosa ou simulada, tenho por inaplicável a ressalva contida na parte final do §4o do artigo 150 do CTN, de tal sorte que, in casu, o quinqüenio de que a Fazenda Nacional dispunha para efetuar o lançamento realmente teve início na consumação do fato gerador, ao final de cada período mensal de apuração. E se é assim, é de se declarar a decadência parcial, relativamente aos fatos geradores ocorridos até 30.11.1999, inclusive.” Como se vê, o julgado deixou de investigar a existência dos tais pagamentos antecipados a cargo do sujeito passivo. Mas não o fez sem razão. Não o fez inadvertidamente. Deixou de verificar a ocorrência do fato justamente por declarálo – expressamente, aliás – impertinente à solução do recurso. Daí a inocorrência da omissão capaz de viabilizar estes declaratórios. Mas há mais. Tem razão a embargante quando lembra que, em agosto de 2009, ao ensejo do julgamento do recurso especial nº 973.733/SC, submetido ao regime do art. 543C, do CPC, decidiu que "o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito." Não lhe assiste razão, todavia, quando argumenta pela adstrição do Colegiado ao quanto ali decidido. É que o artigo 62A do Regimento Interno do CARF – dispositivo que compele seus órgãos julgadores à observância das orientações adotadas pelo E. STJ no julgamento de recursos especiais repetitivos – foi veiculado pela Portaria MF nº 586, publicada no DOU em 22 de dezembro de 2010. Somente daí em diante é que, com a renovação regimental, se impôs a obediência aos julgados produzidos pelo Judiciário sob o rito do artigo 543C, do CPC. Por isso mesmo é que, tendo sido prolatado em sessão de 30 de julho de 2010, o v. acórdão nº 340300.491 não incorre em contrariedade ao Regimento Interno do órgão. O que se desvenda na oposição destes embargos declaratórios é, em verdade, a pretensão de rediscutir matéria já enfrentada no julgamento do recurso voluntário. Não se trata de identificar omissões, contradições ou obscuridades no texto do decisum, mas de manifestar claro descontentamento com as razões que fundamentaram o provimento parcial do apelo. Como, não obstante, a via dos declaratórios não se presta a tanto, desprovejo os integralmente, mantendo intacto o acórdão embargado. É como voto. Fl. 1054DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10882.003076/200402 Acórdão n.º 3403001.904 S3C4T3 Fl. 7 5 Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 1055DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 18/02/20 13 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 06/02/2013 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Numero do processo: 11065.002655/2005-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/12/2002 a 31/10/2004
ACRÉSCIMOS A OBRIGAÇÕES FISCAIS. DESPESAS FINANCEIRAS. NATUREZA DISTINTA.
Os acréscimos legais incidentes sobre obrigações fiscais não se caracterizam como despesas financeiras para efeito de exclusão da base de cálculo da contribuição.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Somente implicam sobrestamento do julgamento de processos administrativos no âmbito do Carf as matérias com repercussão geral declarada pelo Supremo Tribunal Federal em que tenha sido determinado pelo Tribunal o sobrestamento dos recursos extraordinários pendentes de julgamento.
SOLICITAÇÃO DE PERÍCIA. REQUISITOS LEGAIS.
Considera-se não formulada a solicitação de perícia efetuada sem a observância dos requisitos legais e que, na essência, é desnecessária ao deslinde da questão.
RECURSO. ALEGAÇÕES. PROVA.
As alegações apresentadas na impugnação e no recurso devem ser específica e habilmente provadas.
DILIGÊNCIA. GLOSAS INDEVIDAS E DEMAIS APURAÇÕES DE FATO. PROVA.
A diligência, não contestada pelo recorrente, representa prova definitiva relativamente aos valores de créditos glosados e demais apurações de fatos contestados no recurso.
Numero da decisão: 3302-002.010
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termo do voto do relator. Vencidos os conselheiros Alexandre Gomes e Fabiola Cassiano Keramidas, que davam provimento parcial para excluir da base de cálculo a receita de transferência de crédito de ICMS.
(Assinado digitalmente)
Walber José da Silva Presidente
(Assinado digitalmente)
José Antonio Francisco Redator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Jonathan Barros Vita.
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS DE ICMS. BASE DE CÁLCULO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. REPERCUSSÃO GERAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. SOBRESTAMENTO. Somente implicam sobrestamento do julgamento de processos administrativos no âmbito do Carf as matérias com repercussão geral declarada pelo Supremo Tribunal Federal em que tenha sido determinado pelo Tribunal o sobrestamento dos recursos extraordinários pendentes de julgamento. SOLICITAÇÃO DE PERÍCIA. REQUISITOS LEGAIS. Considerase não formulada a solicitação de perícia efetuada sem a observância dos requisitos legais e que, na essência, é desnecessária ao deslinde da questão. RECURSO. ALEGAÇÕES. PROVA. As alegações apresentadas na impugnação e no recurso devem ser específica e habilmente provadas. DILIGÊNCIA. GLOSAS INDEVIDAS E DEMAIS APURAÇÕES DE FATO. PROVA. A diligência, não contestada pelo recorrente, representa prova definitiva relativamente aos valores de créditos glosados e demais apurações de fatos contestados no recurso. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 26 55 /2 00 5- 05 Fl. 870DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA 2 Período de apuração: 01/12/2002 a 31/10/2004 ACRÉSCIMOS A OBRIGAÇÕES FISCAIS. DESPESAS FINANCEIRAS. NATUREZA DISTINTA. Os acréscimos legais incidentes sobre obrigações fiscais não se caracterizam como despesas financeiras para efeito de exclusão da base de cálculo da contribuição. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termo do voto do relator. Vencidos os conselheiros Alexandre Gomes e Fabiola Cassiano Keramidas, que davam provimento parcial para excluir da base de cálculo a receita de transferência de crédito de ICMS. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva – Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco – Redator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Jonathan Barros Vita. Relatório Tratase de retorno de diligência, aprovada pela Resolução n. 330200.204, de 22 de março de 2012 (fls. 397 e segs.), cujo relatório foi o seguinte: Tratase de recurso voluntário (fls. 384 a 392(eProcesso)) apresentado em 10 de fevereiro de 2011 contra o Acórdão no 1028.502, de 19 de novembro de 2010, da 2ª Turma da DRJ/POA (fls. 370 a 372), cientificado em 13 de janeiro de 2011, que, relativamente a auto de infração de Cofins dos períodos de fevereiro a outubro de 2004, considerou improcedente a impugnação da Interessada, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins “Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2004 “BASE DE CÁLCULO. TRANSFERÊNCIAS DE CRÉDITOS DE ICMS. Fl. 871DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 11065.002655/200505 Acórdão n.º 3302002.010 S3C3T2 Fl. 871 3 “A cessão de direitos de ICMS compõe a receita do contribuinte, sendo base de cálculo para o PIS/PASEP e a COFINS até a vigência dos arts. 7, 8 e 9º da Medida Provisória 451, de 15 de dezembro de 2008. “DESPESAS FINANCEIRAS. “Como as despesas financeiras apontadas não decorrem de empréstimos e financiamentos, o respectivo creditamento deve ser desconsiderado pela fiscalização. “SOLICITAÇÃO DE PERÍCIA. “Considerase não formulada a solicitação de perícia efetuada sem a observância dos requisitos legais e que, na essência, é desnecessária ao deslinde da questão. “Impugnação Improcedente” O auto de infração foi lavrado em 26 de julho de 2005, de acordo com o termo de fls. 75 a 92. As infrações referiramse a não inclusão na base de cálculo da contribuição as “receitas com créditos de ICMS transferidas a terceiros” (cessão de créditos), de parte das receitas de vendas de produtos e serviços, das receitas operacionais. Além disso, teria havido exclusão indevida (como créditos) de despesas financeiras (decorrentes de empréstimos e financiamentos), irregularidades na apuração dos bens utilizados como insumos e nos encargos de depreciação e outros valores utilizados como créditos. Finalmente, apurouse incorreção no saldo de créditos do mês anterior, crédito presumido do estoque de abertura e valores excluídos da base de cálculo a título de devoluções de vendas no mercado interno. A Primeira Instância assim resumiu o litígio: “Cientificada, a interessada apresentou, tempestivamente, a impugnação de fls. 103 a 368,, na qual alegou, em síntese: “ Que as transferências de créditos de ICMS para terceiros não podem compor a base de cálculo do PIS a da Cofins pois se tratariam de operações onde não há ingresso de receita tributável. Argumenta que tais operações estariam abrangidas pelo benefício tributário da isenção de impostos e contribuições, em razão de sua vinculação às exportações realizadas pela impugnante. Acrescenta que nas cessões de créditos realizadas o que ocorreu foi a quitação de dívidas com fornecedores. “ Entende como indevidas parte das divergências constatadas nas receitas de venda no mercado interno, reclama que a fiscalização não teria realizado uma análise aprofundada das operações realizadas pela empresa e apenas teria se baseado nas informações apresentadas pela impugnante. Aponta que somente nos meses de agosto e setembro de 2004 existiriam diferenças entre a receita contábil e o valor declarado na DACON. Esclarece que parte das diferenças apuradas pela Fl. 872DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA 4 fiscalização é oriunda da tributação de vendas para entrega futura, que entende como indevida, pois nestes casos a entrega do bem não ocorre no momento da emissão da nota fiscal. No caso, informa que o reconhecimento da receita de venda ocorre apenas após a conclusão do processo de fabricação, com a efetiva entrega do bem ao cliente. “ Da mesma forma, também considera equivocado o entendimento da fiscalização que apontou divergências nas receitas operacionais tributadas, afirma que planilhas anexas comprovariam a sua correta apuração da base de cálculo das contribuições. “ Sobre a utilização indevida de créditos oriundos de despesas financeiras, defende a legalidade do creditamento sobre as despesas financeiras decorrentes dos parcelamentos fiscais em face da inexistência de vedação legal expressa. Acrescenta que existiria ação judicial pendente no STF acerca da constituição da Selic como taxa de juros. “ Contesta as divergências apuradas nos valores creditados a título de bens utilizados como insumos. Argumenta que a fiscalização teria se restringido a apurar as aquisições de insumos registrados nos CFOPs 1.101, 2.101, 5.201 e 6.201 e reclama que também deveriam ser considerados os valores registrados em outros CFOPs, que constariam na DACON e requer a realização de perícia técnica. “ Contesta, também, as divergências apuradas nos encargos de depreciação e de outros valores com direito a crédito, afirma que não teria havido o uso indevido de encargos de depreciação ou de outros valores creditados por parte da impugnante e novamente requer a realização de perícia para demonstrar os corretos lançamentos efetuados pelo impugnante. “ Discorda dos valores autuados pela fiscalização, referentes aos saldos de créditos do mês anterior apurados indevidamente pela fiscalizada, conforme item 2.2.5 do relatório fiscal, fl. 85. Para justificar sua inconformidade, procede a reconstituição dos saldos credores mensais desde dezembro de 2002 e procura demonstrar, através de planilhas, que o efeito das divergências constatadas não seria suficiente para reverter os créditos tributários informados nas DACON's. “ Discorda de alguns dos lançamentos relativos à exclusão indevida da base de cálculo de valores relativos à devoluções de vendas no mercado interno. Para demonstrar sua divergência, procede à reconstituição do montante das devoluções de venda no mercado interno, através de planilha, para contestar os valores apontados pela fiscalização e ao final requer, a aferição por perícia a ser deferida. “Ao final, reitera seus argumentos no sentido de que a fiscalização teria considerado apenas as planilhas juntadas quando de sua diligência, em detrimento aos valores consignados na contabilidade da impugnante. “Considera que estes últimos teriam o valor necessário para a fundamentação do presente Auto de Infração e requer a Fl. 873DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 11065.002655/200505 Acórdão n.º 3302002.010 S3C3T2 Fl. 872 5 realização de diligência fiscal com o acompanhamento de perito da empresa, que indica e nomeia. “Conclui com o pedido de declaração da insubsistência do Auto de Infração em epígrafe e requer a produção de todos os meios de prova em Direito admitidos.” No recurso, inicialmente a Interessada alegou contestar a totalidade do lançamento. Contestou a inclusão das transferências de créditos de ICMS na base de cálculo da contribuição. Quanto às mercadorias não entregues, apresentou tabela e alegou haver diferenças menores do que as apuradas pela Fiscalização. Alegou que partes das diferenças referirseiam a vendas para entrega futura, em que “as notas fiscais de venda são emitidas antecipadamente para que o cliente, por exigência do ente financeiro (Finame), encaminhe o processo de financiamento”. Segundo a Interessada, as notas fiscais seriam emitidas com um CFOP específico e a legislação permitiria o faturamento antecipado, “sendo que a efetiva entrega do bem ocorre no futuro”. Quanto às demais matérias, alegou que teria prestado informações incorretas à Fiscalização. Nesse contexto, afirmou não haver divergência nas informações prestadas e relação aos bens utilizados como insumos, aos encargos de depreciação (em relação ao que requereu a realização de perícia) e aos créditos do mês anterior. A diligência foi aprovada nos seguinte termos: Em face do exposto, e em homenagem ao principio da verdade material, há que se converter o julgamento em diligência à repartição de origem para esta detalhar e colher provas das glosas efetuadas, apontando as divergências com o entendimento da recorrente, e intimar a recorrente a provar suas alegações, nos temos constante da parte dispositiva deste voto Em face do exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência à repartição de origem para as seguintes providências: 1 Com relação às vendas no mercado interno, há divergência entre os valores informados na planilha de 125 e os valores do Relatório Fiscal e do Recurso Voluntário, a exemplo dos PA de 01/04, 06/04 e 10/04. Qual é o valor correto das vendas realizadas no mercado interno? Juntar cópia do livro de apuração (do IPI e do ICMS). Manter as vendas para entrega futura na forma apurada pela Fiscalização. Fl. 874DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA 6 2 Identificar as receitas operacionais não incluídas pela recorrente na base de cálculo do PIS e da Cofins, relacionadas no item 2.1.3 do Relatório Fiscal. 3 Identificar a origem das diferenças apuradas e relativas aos bens utilizados como insumos (subitem 2.2.2. do Relatório Fiscal) e manifestarse acerca dos argumentos apresentados pela interessada no recurso voluntário. 4 Intimar a recorrente a demonstrar e juntar prova do alegado sobre os encargos de depreciação, ou seja, que os créditos relativos a encargos de depreciação são exclusivamente em relação aos bens utilizados na produção. Manifestarse sobre a resposta da recorrente. 5 Intimar a recorrente a detalhar, e juntar prova do alegado, os créditos relativos a “outros valores com direito a crédito” informados na Dacon. Manifestarse sobre a resposta da recorrente. 6 Havendo alteração nos valores apurados pela Fiscalização no Relatório Fiscal, refazer os demonstrativos “2.2.5 Créditos do Mês Anterior” e o elaborado na Conclusão do Relatório. 7 Dar ciência prévia desta resolução à recorrente e, após concluída a diligência, dar ciência do seu resultado, abrindolhe prazo para, querendo, manifestarse. Após proceder às diligências, a Fiscalização lavrou o termo de conclusão de fls. 849 a 865. Inicialmente, a Fiscalização informou que “após o início do procedimento fiscal original, o contribuinte efetuou a retificação dos Dacon relativo ao anocalendário. Por não se encontrar espontâneo, tais retificações foram ignoradas pela Fiscalização, mesmo porque os créditos informados em PERDCOMP referiamse aos valores apurados em conformidade com os Dacon anteriores” A seguir, a Fiscalização também informou que houve alteração na totalização das glosas, mas somente em relação àquelas que foram objeto da resolução. Iniciando pela base de cálculo da contribuição, informou que foi apurado o seguinte: não constou dos demonstrativos apresentados pelo contribuinte operações com código Cfop 5.922 ou 6.922; os demonstrativos fornecidos pelo contribuinte, no curso do procedimento fiscal, apresentam diversas inconsistências que não foram identificadas; o contribuinte incluiu indevidamente no total das receitas o valor das operações classificadas com Cfop 5.949 e 6.949; os totais de operações com Cfop 6.116 foram informados a menor que o verificado no Livro Registro e Apuração de IPI, a exemplo dos meses de janeiro, março, julho, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2004; Fl. 875DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 11065.002655/200505 Acórdão n.º 3302002.010 S3C3T2 Fl. 873 7 o contribuinte deixou de incluir, nos demonstrativos apresentados, diversas receitas de serviços que constam dos balancetes mensais, mas que não estão informadas no Livro Registro e Apuração de IPI; é o caso de parcela dos valores contabilizados na conta "0003.1120.00002 Galvanização Beneficiamento a Terceiros" que excede o valor informado no RAIPI nos Cfop 5.124, 6.124, 5.125 e 6.125, além da totalidade das receitas contabilizadas nas rubricas "0003.1140.00007 Refrigeração Consertos" e "0003.1120.00001 Galvanização Consumidor Final". Com essas constatações, elaborou novos demonstrativos, nos seguintes termos: Na Tabela a seguir, demonstramos as divergências entre a receita de vendas de bens e serviços apuradas no presente procedimento e o informado no Dacon. A divergência apurada negativa implica a redução ao valor tributado pelo contribuinte, enquanto a diferença positiva, implica cobrança adicional. Tabela 5: Mês A=Valorda Divergência B= Cofins (B=A x 7,6%) fev/04 7.952,41 604,38 mar/04 12.057,77 916,39 abr/04 208.857,11 15.873,14 mai/04 147.038,50 11.174,93 jun/04 141.365,88 10.743,81 jul/04 4.745,81 360,68 ago/04 1.009.240,52 76 702.28 set/04 33.685.01 2.560,06 out/04 29.719,51 2 258,68 nov/0 4 632,99 48,11 dez/04 8.231,81 625,62 Em relação às outras receitas operacionais, informou que somente o valor relativo à receita de R$ 148.236,70 deveria ser tributado, pelo fato de a Interessada não ter apresentado documentação sobre sua natureza. Os valores abaixo foram excluídos da base de cálculo: a) Venda de máquina de espuma no valor de R$ 250.000,00, referese a venda de imobilizado que não deve ser tributada por força art. I o , §3°, inciso II das Leis n° 10.883/03 e 10.637/02. b) Os valores de R$ 57.220,48, R$ 410.623,03 e R$ 4.144,00 referemse a valores de créditos da não cumulatividade, equivocadamente contabilizados pelo contribuinte como receita. Como se sabe, por força do art. 3°, § 10°, das Leis n° 10.833/03 e 10.637/02, tais créditos não se constituem receita bruta da pessoa jurídica. Quanto aos créditos, iniciou com a informação sobre os bens utilizados como insumos. De acordo com a Fiscalização, em relação aos Cfops 1.118, 1.124,1.352,2.101, 2.118, 2.124 e 2.352, concluiu que não teriam sido incluídos nas linhas relativas a fretes e serviços e, assim, deveriam ser considerados na apuração, mas observou o seguinte: Fl. 876DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA 8 Destarte, na reconstituição da base de cálculo dos créditos da não cumulatividade, relativas à aquisição de insumos, a Fiscalização utilizou todos os Cfop já relacionados pelo contribuinte. Somando os respectivos valores indicados no Livro Registro e Apuração de IPI, verificamos que, em outubro de 2004, o contribuinte informou no Dacon um valor superior ao apurado. Todavia, essa diferença é compatível com valores a menor informados nos nove meses anteriores, indicando que se tratava de mero crédito extemporâneo. Assim, ao longo do período fiscalizado, constatase que os valores informados no Dacon a título de "Bens utilizados como Insumos" apresenta conformidade com a escrituração fiscal do contribuinte. Portanto, as glosas referidas no item "2.2.3 Bens utilizados como insumos" do Relatório Fiscal original devem ser desconsideradas. Em relação aos outros valores de créditos, informou que houve necessidade de intimação do contribuinte para esclarecer outros valores incluídos além dos alegados inicialmente em relação ao mês de julho. Apurou que parcela substancial referirseia a dispêndios com CPMF e atualização de honorários e dívidas tributárias, o que não se incluiria no conceito legal de “despesas financeiras decorrentes de empréstimos e financiamentos”. Ademais, constatou o aproveitamento em duplicidade de certos créditos dos meses de novembro e dezembro de 2004. Concluiu ser “indevido o crédito de Cofins no montante de R$ 40.938,08 em julho de 2004 e de R$ 1.735,72 em dezembro de 2004.” Quanto às devoluções de vendas, concluiu haver divergências em relação aos meses de julho e novembro de 2004, tendo havido, originalmente, crédito a maior em relação ao período de julho e a menor em relação ao período de novembro. No tocante aos créditos transferidos de um mês para o seguinte, informou os critérios utilizados para a reconstituição e apresentou o demonstrativo. Ao final, elaborou um demonstrativo consolidado das apurações. Intimada, a Interessada não se manifestou. É o relatório. Voto Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento. Conforme esclarecido no relatório, a redução inicial do saldo a ressarcir decorreu de três fatos: apuração a menor da base de cálculo, utilização indevida de créditos e apuração incorreta de saldos anteriores. Fl. 877DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 11065.002655/200505 Acórdão n.º 3302002.010 S3C3T2 Fl. 874 9 Os autos foram baixados em diligência para dirimir as dúvidas suscitadas na resolução, tendo a Fiscalização efetuado trabalho abrangente e detalhado quanto à apuração do direito da Interessada, que não se manifestou posteriormente sobre a diligência. No que tange às matérias de prova, o que foi apurado na diligência é o resultado definitivo do que se poderia provar no processo, uma vez que a perícia solicitada pela Interessada não satisfez aos requisitos legais do Decreto n. 7.574, de 2011, art. 36. Resta, portanto, apenas analisar as questões de direito. No tocante à base de cálculo, em parte se trata do caso de Repercussão Geral n. 283, relativa à incidência do PIS e da COFINS nãocumulativos sobre valores recebidos a título de transferência de ICMS (RE 606107), nos moldes do art. 25 da Lei Complementar n. 87, de 1996. Aplicamse ao caso os arts. 62 e 62A do Regimento Interno do Carf (Ricarf), anexo II à Portaria MF n. 256, de 2009, a Portaria Carf n. 1, de 2012, e a Súmula Carf n. 2, aprovada pela Portaria MF n. 106, de 2009, abaixo reproduzidos com os devidos destaques: “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. “Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: “I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou “II que fundamente crédito tributário objeto de: “a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; “b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou “c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. “§ 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. Fl. 878DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA 10 “§ 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes.” “Art. 1º Determinar a observância dos procedimentos dispostos nesta portaria, para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão, nos termos do art. 543B da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. “Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso.” “Súmula CARF n. 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Portanto, em relação a esse tipo de questão, primeiramente descabe às instâncias administrativas manifestarse sobre ela, devendose dela não tomar conhecimento, no caso de o STF não a haver decidido, ou aplicar a decisão do plenário do STF, quando definitiva. No caso, ademais, embora haja repercussão geral a respeito do tema, o STF não determinou a suspensão dos recursos extraordinários que dele tratam, razão pela qual descabe, também, o sobrestamento do processo (RE 606.107), nos termos da Portaria Carf n. 1, de 2012. Dessa forma, a questão foi definida pelo Supremo Tribunal de Federal como de nível constitucional, de maneira que os aspectos infraconstitucionais que normalmente permeiam a questão ficaram superadas e não são mais relevantes para definila. Nesse contexto, o que decidir o STF no âmbito da repercussão geral definirá completamente a questão, restando aos demais órgãos do Judiciário e do Executivo aplicar o entendimento do Supremo. Devese, assim, negar provimento ao recurso nessa matéria. No tocante aos juros fiscais, como já bem ressaltado pela Fiscalização e pela Primeira Instância, não se trata de despesas financeiras. Fl. 879DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 11065.002655/200505 Acórdão n.º 3302002.010 S3C3T2 Fl. 875 11 Em relação às demais matérias, tratandose de matéria de fato, foram solucionadas pela diligência. Portanto, voto por dar provimento parcial ao recurso, para reduzir os valores lançados aos apurados pela Fiscalização na diligência. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 880DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 26/03/20 13 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 27/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA
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Numero do processo: 10530.725856/2010-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008
DO PAGAMENTO DE VERBAS INDENIZATÓRIAS. NÃO COMPROVAÇÃO.
Deve ser mantido no lançamento as verbas pagas aos segurados cuja natureza sobre as quais não foi comprovada a natureza indenizatória.
OBRIGAÇÃO DA EMPRESA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
A empresa tem a obrigação de reter e recolher a contribuição previdenciária devida pelos segurados que lhe prestem serviços, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas.
SEGURADOS EXERCENTES DE CARGOS DE COMISSÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
A partir de 19/04/1993, é devida a obrigação de reter e recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga aos exercentes de cargos de comissão, pois os mesmos são filiados obrigatórios do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), conforme art. 12, I, g da Lei nº 8.212/1991.
TRABALHADORES AUTÔNOMOS E AVULSOS.
Segundo art. 30 da Lei nº 8.212/1991, a empresa tem a obrigação de reter e recolher as contribuições dos trabalhadores avulsos e contribuintes individuais (categoria da qual fazem parte os trabalhadores autônomos) a seu serviço.
DÉCIMO TERCEIRO.
Estando o décimo terceiro salário compreendido no salário-contribuição, integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias.
SAT.
Conforme orientação jurisprudencial dos nossos Tribunais Superiores, a obrigação tributária em apreço é válida, visto que os conceitos de atividade preponderante e grau de risco de acidente de trabalho não precisam estar definidos em lei, pois o Regulamento é ato normativo suficiente para definição de referidos conceitos, os quais são complementares e não essenciais na definição da exação.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE CONTRATOS NULOS.
A nulidade do contrato de trabalho com órgão público, por ausência de concurso, não afasta a obrigação de recolhimento das contribuições previdenciárias, pois verificada a ocorrência do fato gerador, consistente na remuneração do segurado, deve haver a tributação.
MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA.
O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991.
Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN).
Não há que se falar na aplicação do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza.
Numero da decisão: 2301-003.117
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, até 11/2008, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Marcelo Oliveira - Presidente
Leonardo Henrique Pires Lopes - Relator
Presentes à sessão de julgamento os Conselheiros MARCELO OLIVEIRA (Presidente), WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, MAURO JOSE SILVA e LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES
Nome do relator: LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES
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NÃO COMPROVAÇÃO. Deve ser mantido no lançamento as verbas pagas aos segurados cuja natureza sobre as quais não foi comprovada a natureza indenizatória. OBRIGAÇÃO DA EMPRESA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. A empresa tem a obrigação de reter e recolher a contribuição previdenciária devida pelos segurados que lhe prestem serviços, incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas. SEGURADOS EXERCENTES DE CARGOS DE COMISSÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. A partir de 19/04/1993, é devida a obrigação de reter e recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga aos exercentes de cargos de comissão, pois os mesmos são filiados obrigatórios do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), conforme art. 12, I, “g” da Lei nº 8.212/1991. TRABALHADORES AUTÔNOMOS E AVULSOS. Segundo art. 30 da Lei nº 8.212/1991, a empresa tem a obrigação de reter e recolher as contribuições dos trabalhadores avulsos e contribuintes individuais (categoria da qual fazem parte os trabalhadores autônomos) a seu serviço. DÉCIMO TERCEIRO. Estando o décimo terceiro salário compreendido no saláriocontribuição, integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias. SAT. Conforme orientação jurisprudencial dos nossos Tribunais Superiores, a obrigação tributária em apreço é válida, visto que os conceitos de atividade preponderante e grau de risco de acidente de trabalho não precisam estar definidos em lei, pois o Regulamento é ato normativo suficiente para AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 72 58 56 /2 01 0- 37 Fl. 389DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 3 2 definição de referidos conceitos, os quais são complementares e não essenciais na definição da exação. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE CONTRATOS NULOS. A nulidade do contrato de trabalho com órgão público, por ausência de concurso, não afasta a obrigação de recolhimento das contribuições previdenciárias, pois verificada a ocorrência do fato gerador, consistente na remuneração do segurado, deve haver a tributação. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, até 11/2008, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes Relator Presentes à sessão de julgamento os Conselheiros MARCELO OLIVEIRA (Presidente), WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, MAURO JOSE SILVA e LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES Relatório Fl. 390DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 4 3 Trata se de Auto de Infração de Descumprimento de Obrigação Principal lavrado em face de MUNICÍPIO DE ARACI PREFEITURA MUNICIPAL, no valor total de R$ 472.838,34 (quatrocentos e setenta e dois mil, oitocentos e trinta e oito reais e trinta e quatro centavos), por ter o contribuinte deixado de recolher as contribuições previdenciárias parte segurados, apuradas a partir dos dados auditados pelo TCM e disponibilizados à Receita Federal, correspondentes aos períodos de 01/2006 a 12/2008, conforme se infere do Relatório Fiscal. Não foi imposta multa de mora no período anterior a janeiro/2007, uma vez que a pessoa jurídica de direito público por ela não respondia. Para a competência de 11/2008, à multa por descumprimento da obrigação acessória foi aplicada a legislação nova inserta com a MP 449/2008, no caso, o art. 32A da Lei nº 8.212/1991 (AI 78), uma vez que a GFIP foi entregue quando já estava em vigor a referida norma. A ora Recorrente tomou ciência da autuação contra ele lavrada em 26/10/2010, apresentando impugnação tempestiva. Entretanto, foi mantida a autuação pelo acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA), cuja ementa assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008 CUSTEIO. A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração e recolher o produto arrecadado, assim como as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço. DÉCIMO TERCEITO SALÁRIO. SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. O décimo terceiro salário (gratificação natalina) integra o saláriode contribuição. JUROS. É lícita a utilização da Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) para o cálculo dos juros incidentes sobre as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pela Receita Federal do Brasil. INGRESSO SEM CONCURSO PÚBLICO. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Havendo a disponibilidade da força de trabalho esta deverá ser devidamente recompensada, gerando direito à remuneração e produzindo reflexos no Fl. 391DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 5 4 enquadramento do servidor como segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada, interpôs o Recurso Voluntário sob exame, cujas razões podem ser resumidas às seguintes: 1) Embora a quantia orçamentária referente ao pessoal possa englobar diversos tipos de prestadores de serviço, é ilegítimo que se contemple indenizações, auxílios, contribuições sociais ou quaisquer parcelas sobre as quais não incidem contribuições previdenciárias. 2) Foram exigidas contribuições previdenciárias incidentes sobre os exercentes de cargos de comissão, os quais, por exclusão legal vigente à época, não poderiam ser considerados para o cálculo da exação arbitrada. 3) Os autônomos e avulsos são trabalhadores sem vínculo empregatício, isto é, que prestam serviços não eventuais. Entende, por conseguinte, que os mesmos são contribuintes autônomos do INSS, o qual, por sua vez, só estaria autorizado a lançar as exações contidas no Relatório a partir da Lei Complementar nº 84/1996. 4) O processo administrativo foi conduzido de forma irregular, cerceando a defesa da prefeitura, por não esclarecer no relatório fiscal a natureza da exação. 5) A cobrança da contribuição social destinada à Seguridade Social incidente sobre o 13º salário é inconstitucional. 6) Assegura ser uma afronta ao princípio da legalidade tributária a contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), uma vez que as respectivas alíquotas são fixadas por Decretos do Poder Executivo, inviabilizando sua cobrança, por não estar prevista na legislação. 7) Parte significativa do referido débito relacionase à cobrança de contratos nulos, por terem sido celebrados a partir de 1988, sem que tenha havido submissão a concurso público, inexistindo, portanto, relação de emprego válida capaz de gerar efeitos jurídicos. 8) Ilegalidade dos acréscimos aplicados, a exemplo da atualização dos valores pela UFIR, superposição de juros e a inclusão da SELIC, rejeitados pela jurisprudência. 9) Acrescenta ainda a inconstitucionalidade das contribuições previdenciárias dos agentes públicos, fundamentandose na Lei Ordinária nº 9.506/1997, a qual, segundo a Recorrente, afronta princípios constitucionais vigentes no nosso país. Fl. 392DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 6 5 10) Por fim, requer a total improcedência do AI nº 37.249.1766. Sem contrarrazões. Assim vieram os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio de Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Henrique Pires Lopes, Relator Dos Pressupostos de Admissibilidade Sendo tempestivo, conheço do Recurso e passo ao seu exame. Das supostas verbas de natureza indenizatória. A Recorrente afirma que foram incluídos na base de cálculo da contribuição previdenciária os pagamentos efetuados aos trabalhadores que prestaram serviços à empresa a título de indenizações, auxílios, contribuições sociais ou quaisquer parcelas sobre as quais não incidem contribuições previdenciárias. É bem verdade que a Constituição Federal, no seu art. 195, I, alínea “a”, instituiu a contribuição social a ser recolhida pelo empregador, pela empresa ou entidade a ela equiparada na forma da lei, incidente sobre “a folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física ou jurídica que lhe preste serviço, sem vínculo empregatício”. Como se depreende da simples leitura do dispositivo constitucional, a tributação através de contribuições previdenciárias incide sobre as verbas correspondentes a rendimentos pagos em decorrência da prestação de serviços, isto é, de caráter eminentemente remuneratório, como compensação pelos esforços despendidos e serviços prestados. Contrario sensu, o dispositivo constitucional excluiu as verbas de natureza indenizatória ou não remuneratória, entendidas como aquelas destinadas a compensar a pessoa física ou jurídica prestadora dos serviços por renúncia a direito ou por prejuízo, econômico ou jurídico, que tiver sofrido. É que estas não têm qualquer correspondência com o serviço prestado ou o tempo posto à disposição da empresa, buscando apenas recompor o patrimônio jurídico afetado. Assim, somente devem integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária os valores pagos em caráter remuneratório, o que pode ser extraído, inclusive, da literalidade do art. 22 da Lei nº 8.212/91: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: Fl. 393DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 7 6 I vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Ocorre que o contribuinte alega que as verbas não deveriam sofrer a incidência da contribuição previdenciária, sem, contudo, apontar quais seriam os valores que não teriam o caráter remuneratório. Destarte, sem a devida comprovação, nem mesmo indicação, de quais os valores pagos configuram indenização ou auxilio, não se pode afirmar seu caráter indenizatório e consequente reparação da contribuição social exigida. Dos segurados exercentes dos cargos de comissão Segundo Recurso apresentado, consta nos autos contribuições previdenciárias incidentes sobre os exercentes de cargos de comissão, os quais, por exclusão legal vigente até 19/04/1993, não poderiam ser considerados para o cálculo da exação arbitrada. Ocorre que este entendimento não merece prosperar. Depreendese do Relatório que as contribuições aqui arguidas vinculamse a segurados empregados que trabalharam para o Município em epígrafe no período abrangido entre 01/2006 e 12/2008, período bastante posterior àquele em que a remuneração paga aos ocupantes de cargo em comissão seria supostamente isenta. Além de todos os servidores da Prefeitura de Araci, como não possuem Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), ficarem submetidos ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), conforme art. 13, “caput” da Lei nº 8.212/1991, com redação da Lei nº 9.876/1999, os ocupantes de cargo em comissão são filiados obrigatórios do RGPS, por força do art. 12, I, “g” da Lei nº 8.212/1991. Diante do exposto, em relação às competências de 01/2006 a 12/2008, a remuneração paga aos exercentes de cargos em comissão deve sofrer a incidência da contribuição previdenciária, cabendo ao respectivo ente público a obrigação de reter e recolher contribuições respectiva. Dos trabalhadores autônomos e avulsos. Afirma o Município que os trabalhadores autônomos avulsos prestam serviços não eventuais, ou seja, são trabalhadores sem vínculo empregatício e, por essa razão, são contribuintes autônomos do INSS. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 8 7 No que pertine a arrecadação e recolhimento de contribuições, é sabido que a empresa deve reter e recolher, além das contribuições dos segurados empregados, as contribuições dos trabalhadores avulsos e contribuintes individuais (categoria que engloba os trabalhadores autônomos) a seu serviço, seguindo o que versa art. 30 da Lei nº 8.212/1991, a seguir transcrito: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: I a empresa é obrigada a: a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração; b) recolher os valores arrecadados na forma da alínea a deste inciso, a contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22 desta Lei, assim como as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da competência; Entendo, dessa forma, ser equivocado o argumento de que os trabalhadores autônomos e avulsos são contribuintes autônomos do INSS e que, por conseguinte, não cabe à empresa reter e recolher as respectivas contribuições, já que existe a obrigação legal de fazêlo. Da incidência de contribuições previdenciárias sobre o 13º salário Quanto à incidência de contribuições sociais previdenciárias sobre a remuneração intitulada décimoterceiro salário, o art. 28 §7º da Lei 8.212 ratifica o entendimento adotado pela Autoridade Fiscal, vez que aponta estar a gratificação natalina compreendida no saláriodecontribuição, sendo, portanto, objeto de incidência de quantias devidas ao INSS. Eis o teor da norma ora invocada: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: (...) § 7º O décimoterceiro salário (gratificação natalina) integra o saláriode contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento. (Redação dada pela Lei n° 8.870, de 15.4.94) . Haja vista a gratificação natalina integrar o saláriodecontribuição, não resta dúvidas quanto à cobrança de contribuições previdenciárias inserirem em sua base de cálculo os valores pagos a título de décimoterceiro, entendimento corroborado pela jurisprudência deste Conselho consoante pode observarse: [...] 13o SALÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.Conforme dispõe o art. 225, § 1º do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999, os dados informados em GFIP constituem termo de confissão de dívida quando não recolhidos os valores nela declarados. Uma vez que a notificada remunerou segurados, descontando as contribuições previdenciárias por eles devidas, conforme informação nos registros documentais da empresa, deveria a notificada efetuar o recolhimento à Previdência Social. Não efetuando o recolhimento a notificada passa a ter a responsabilidade sobre o mesmo. Nos Fl. 395DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 9 8 termos do artigo 16, §4° do Decreto n° 70.235/72, a produção de provas está sujeita à preclusão. Como no processo judicial, o ônus probatório recai sobre quem alega.Há incidência de contribuição previdenciária sobre a parcela referente ao décimo terceiro salário, conforme previsão no art. 7º da Lei 8.620/1993.A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. Recurso Voluntário Negado. Também o STJ adota posicionamento convergente ao que ora se expõe, conforme se pode inferir do seguinte acórdão: TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA COMPENSAÇÃO. PRÓ LABORE. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. REPERCUSSÃO FINANCEIRA. CORREÇÃO MONETÁRIA. LIMITES. LEIS Nº 9.032/95 e 9.129/95. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO. INCIDÊNCIA. (SÚMULA 83/STJ). PRECEDENTES. 1. Pacificouse nesta Corte o entendimento segundo o qual, por ser tratar de tributo de natureza direta, não há necessidade de comprovação da nãorepercussão financeira das contribuições previdenciárias. Precedentes. 2. A Primeira Seção, no julgamento do EREsp nº 189.052/SP (DJU DE 03.11.03), concluiu que, em se tratando de créditos advindos de recolhimento de contribuição declarada inconstitucional pela Suprema Corte, ficam afastadas as limitações impostas pelas Leis 9.032/95 e 9.129/95 à compensação tributária. E isto porque, com a declaração de inconstitucionalidade, surge o direito à restituição in totum ante à ineficácia plena da lei que instituiu o tributo. 3. Os índices a serem utilizados para correção monetária, em casos de compensação ou restituição, são o IPC, no período de março/90 a janeiro/91, o INPC, de fevereiro/91 a dezembro/91 e a UFIR, de janeiro/92 a 31.12.95. 4. A orientação desta Corte se coaduna com a do acórdão recorrido de que incide a contribuição previdenciária no décimo terceiro salário, em razão de sua natureza salarial (Súmula 83/STJ). Precedentes. 5. Recurso especial do INSS provido em parte. Recurso especial de Transtana Transporte Especializado de Veículos Ltda provido em parte. Do exposto, restam, de pronto, afastadas as alegações do contribuinte, quanto à impossibilidade da incidência de contribuições previdenciárias sobre a remuneração intitulada 13º salário. Da inconstitucionalidade da alíquota do SAT estabelecida via decreto A Recorrente argúi inconstitucionalidade das alíquotas destinadas a incidir sobre o saláriocontribuição referentes à cobrança do financiamento pelos benefícios em razão do grau de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho SAT – ao argumento de que o artigo regulador da matéria não previu a hipótese de incidência da contribuição com a necessária determinabilidade, preterindo para regulamentação, via decreto, de parcela substancial do fato gerador sobre qual recai a exação. Pois bem. A exigência da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos Fl. 396DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 10 9 ambientais do trabalho é prevista no art. 22, II da Lei n ° 8.212/1991, alterada pela Lei n ° 9.732/1998, in verbis: Art.22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: (...) II para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11/12/98) a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. Ademais, o dispositivo acima transcrito é regulamentado pelo art. 202 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048/1999, com alterações posteriores, in verbis: Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: I um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. Quanto ao Decreto 612/92 e posteriores alterações (Decretos 2.173/97 e 3.048/99) que, regulamentando a contribuição ao RAT, estabeleceram os conceitos de “atividade preponderante” e “grau de risco leve, médio ou grave”, repelese a possível argüição de contrariedade ao princípio da legalidade, uma vez que a lei fixou padrões e parâmetros, deixando para o regulamento apenas a delimitação dos conceitos necessários à aplicação concreta da norma. Assim, os conceitos de atividade preponderante e grau de risco de acidente de trabalho não precisariam estar definidos em lei, pois o Regulamento é ato normativo suficiente para definição de tais conceitos, uma vez que são complementares e não essenciais na definição da exação. Esta foi a posição do STF ao apreciar Recurso Extraordinário em que se questionava a constitucionalidade do SAT: EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO SAT. Lei 7.787/89, arts. 3º e 4º; Lei 8.212/91, art. 22, Fl. 397DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 11 10 II, redação da Lei 9.732/98. Decretos 612/92, 2.173/97 e 3.048/99. C.F., artigo 195, § 4º; art. 154, II; art. 5º, II; art. 150, I. I. Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho SAT: Lei 7.787/89, art. 3º, II; Lei 8.212/91, art. 22, II: alegação no sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4º, c/c art. 154, I, da Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de observância da técnica da competência residual da União, C.F., art. 154, I. Desnecessidade de lei complementar para a instituição da contribuição para o SAT. II. O art. 3º, II, da Lei 7.787/89, não é ofensivo ao princípio da igualdade, por isso que o art. 4º da mencionada Lei 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos desiguais. III. As Leis 7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", não implica ofensa ao princípio da legalidade genérica, C.F., art. 5º, II, e da legalidade tributária, C.F., art. 150, I. IV. Se o regulamento vai além do conteúdo da lei, a questão não é de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade, matéria que não integra o contencioso constitucional. V. Recurso extraordinário não conhecido. (RE 343.446/SC, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado em 20.3.2003, DJ 04.04.2003, p. 40). Afasto, portanto, as alegações da recorrente de inaplicabilidade do SAT ao presente lançamento. Da incidência da cobrança previdenciária sobre contratos nulos Referente à indagação sobre a cobrança previdenciária sobre contratos nulos, a recorrente alega que determinada parcela do debito apurado corresponde à contribuição incidente sobre contratos de trabalhadores celebrados a partir de 1988, sem que tenha havido submissão a concurso público, inexistindo, portanto, relação de emprego válida capaz de gerar efeitos jurídicos. Ora, a validade da relação jurídica que dá embasamento à remuneração é irrelevante à ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, que se dá pela simples verificação do fato jurídico. A Constituição Federal prevê que a Seguridade Social será financiada, inclusive, pelas contribuições sociais da empresa incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados à pessoa física que lhe preste serviço, apesar de não ter vínculo empregatício, conforme art. 195, I, “a”: Art.195 A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 12 11 Neste diapasão, o Município tem a obrigação de reter e recolher contribuição previdenciária incidente sobre os pagamentos dos retrocitados trabalhadores. Segundo jurisprudência do TST, a declaração judicial de nulidade do contrato de trabalho com órgão público, por ausência de concurso, não afasta a obrigação de recolhimento das contribuições previdenciárias, fundamentandose no que prevê a Súmula nº 363, in verbis: TST Enunciado nº 363 Res. 97/2000, DJ 18.09.2000 Republicação DJ 13.10.2000 Republicação DJ 10.11.2000 Nova Redação Res. 111/2002, DJ 11.04.2002 Nova redação Res. 121/2003, DJ 21.11.2003 Contratação de Servidor Público sem Concurso Efeitos e Direitos A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. Ante o exposto, deve ser mantida a tributação dos valores pagos aos prestadores de serviços ao Município, ainda que irregular o vínculo de trabalho. Da multa aplicada A autuação em comento referese ao descumprimento pelo Município de Araci, contribuinte em questão, da sua obrigação tributária principal, consistente no dever de reter e recolher a contribuição previdenciária dos segurados empregados dentro do prazo previsto em lei. Além do pagamento do tributo não recolhido, a legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores previa a imposição ao contribuinte da penalidade correspondente ao atraso no pagamento, conforme art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que escalonava a multa (I) de 4% a 20%, quando o valor devido não tivesse sido incluído em notificação fiscal de lançamento, (II) de 12% a 50% para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal, e (III) de 30% a 100% nos casos em que o débito já tivesse sido inscrito em dívida ativa. Como se depreende do caput do art. 35 referido (sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos...) a penalidade decorria do atraso no pagamento, independentemente de o lançamento ter sido efetuado de ofício ou não. Em outras palavras, não existia na legislação anterior a multa de ofício, aplicada em decorrência do lançamento de ofício pela auditoria fiscal, mas apenas a multa de mora, oriunda do atraso no recolhimento da contribuição. A punição do art. 35 da referida lei dirigiase à demora no pagamento, sendo mais agravada/escalonada de acordo com o momento em que fosse recolhida. Ocorre que, com o advento da MP nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 foi revogado, tendo sido incluída nova redação àquele art. 35. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 13 12 A análise dessa nova disciplina sobre a matéria, introduzida em dezembro/2008, adquire importância em face da retroatividade benigna da legislação posterior que culmine penalidade mais benéfica ao contribuinte, nos termos do art. 106, II do CTN, in verbis: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Cabe, portanto, analisar as disposições introduzidas com a referida MP nº 449/2008 e mantidas com a sua conversão na Lei nº 11.941/2009: Art. 35 da Lei nº 8.212/1991 Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 61 da Lei nº 9.430/1996 Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. À primeira vista, a indagação de qual seria a norma mais favorável ao contribuinte seria facilmente resolvida, com a aplicação retroativa da nova redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo esta última a utilizada nos casos em que a multa de mora excedesse o percentual de 20% previsto como limite máximo pela novel legislação. Contudo, o art. 35A, também introduzido pela mesma Lei nº 11.941/2009, passou a punir o contribuinte pelo lançamento de ofício, conduta esta não tipificada na legislação anterior, calculado da seguinte forma: Fl. 400DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 14 13 Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Pela nova sistemática aplicada às contribuições previdenciárias, o atraso no seu recolhimento será punido com multa de 0,33% por dia, limitado a 20% (art. 61 da Lei nº 9.430/1996). Sendo o caso de lançamento de ofício, a multa será de 75% (art. 44 da Lei nº 9.430/1996). Não existe qualquer dúvida quanto à aplicação da penalidade em relação aos fatos geradores ocorridos após o advento da MP nº 449/2008. Contudo, diante da inovação em se aplicar também a multa de ofício às contribuições previdenciárias, surge a dúvida de com que norma será cotejada a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 para se verificar a existência da penalidade mais benéfica nos moldes do art. 106, II, “c” do CTN. Isto porque, caso seja acolhido o entendimento de que a multa de mora aferida em ação fiscal está disciplinada pelo novo art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei 9.430/1996, terá que ser limitada ao percentual de 20%. Ocorre que alguns doutrinadores defendem que a multa de mora teria sido substituída pela multa de ofício, ou ainda que esta seria sim prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, na sua redação anterior, na medida em que os incisos II e III previam a aplicação da penalidade nos casos em que o débito tivesse sido lançado ou em fase de dívida ativa, ou seja, quando tivesse decorrido de lançamento de ofício. Contudo, nenhum destes dois entendimentos pode prevalecer. Consoante já afirmado acima, a multa prevista na redação anterior do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 destinavase a punir a demora no pagamento do tributo, e não o pagamento em razão de ação fiscal. O escalonamento existente era feito de acordo com a fase do pagamento, isto é, quanto mais distante do vencimento do pagamento, maior o valor a ser pago, não sendo punido, portanto, a não espontaneidade do lançamento. Fl. 401DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 15 14 Também não seria possível se falar em substituição de multa de mora por multa de ofício, pois as condutas tipificadas e punidas são diversas. Enquanto a primeira relacionase com o atraso no pagamento, independentemente se este decorreu ou não de autuação do Fisco, a outra vinculase à ação fiscal. Por outro lado, não me parece correta a comparação da nova multa calculada conforme o art. 35A da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício prevista em 75% do valor da contribuição devida) com o somatório das multas previstas no art. 32, §4º e 5º e no revogado art. 35 ambos da Lei nº 8.212/1991. Em primeiro lugar, esse entendimento somente teria coerência, o que não significa legitimidade, caso se entendesse que a multa de ofício substituiu as penalidades tanto pelo descumprimento da obrigação principal quanto pelo da acessória, unificandoas. Nesses casos, concluindose pela aplicação da multa de ofício, por ser supostamente a mais benéfica, os autos de infração lavrados pela omissão de fatos geradores em GFIP teriam que ser anulados, já que a penalidade do art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício) estaria substituindo aquelas aplicadas em razão do descumprimento da obrigação acessória, o que não vem sendo determinado pelo Fisco. Em segundo lugar, não se podem comparar multas de naturezas distintas e aplicadas em razão de condutas diversas. Conforme determinação do próprio art. 106, II do CTN, a nova norma somente retroage quando deixar de definir o ato como infração ou quando cominarlhe penalidade menos severa. Tanto em um quanto no outro caso verificase a edição de duas normas em momentos temporais distintos prescrevendo a mesma conduta, porém com sanções diversas. Assim, somente caberia a aplicação do art. 44, I da Lei nº 8.212/1996 se a legislação anterior também previsse a multa de ofício, o que não ocorria até a edição da MP nº 449/2008. A anterior multa de mora somente pode ser comparada com penalidades que tenha a mesma ratio, qual seja, o atraso no pagamento das contribuições. Revogado o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, cabe então a comparação da penalidade aplicada anteriormente com aquela da nova redação do mesmo art. 35, já transcrita acima, que remete ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Não só a natureza das penalidades leva a esta conclusão, como também a própria alteração sofrida pelo dispositivo. No lugar da redação anterior do art. 35, que dispunha sobre a multa de mora, foi introduzida nova redação que também disciplina a multa de mora, agora remetendo ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Estes dois dispositivos é que devem ser comparados. Diante de todo o exposto, não é correto comparar a multa de mora com a multa de ofício. Esta terá aplicação apenas aos fatos geradores ocorridos após o seu advento. Para fins de verificação de qual será a multa aplicada no caso em comento, deverão ser cotejadas as penalidades previstas na redação anterior do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 com a instituída pela sua nova redação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991, com a redação Fl. 402DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10530.725856/201037 Acórdão n.º 2301003.117 S2C3T1 Fl. 16 15 dada pela Lei nº 11.941/2009, c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996) aplicandolhe a que for mais benéfica. Da Conclusão Ante o exposto, conheço do Recurso Voluntário para DARLHE PARCIAL PROVIMENTO, apenas para que seja aplicada aos fatos geradores ocorridos até novembro de 2008 a penalidade prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996, caso seja mais benéfica para o contribuinte, afastando nesse período toda e qualquer aplicação de multa de ofício. É como voto. Sala das Sessões, em 16 de outubro de 2012 Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 403DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A
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Numero do processo: 10540.720190/2010-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2007 a 31/10/2008
OBRIGAÇÃO DA EMPRESA. INFORMAÇÃO EM GFIP DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
A empresa tem a obrigação de informar em GFIP todos os fatos que dão ensejo à incidência da contribuição previdenciária, nos moldes previstos pelo art. 32, IV da Lei nº 8.212/1991. Se não o faz, incorre em infração ao dispositivo legal, devendo suportar a penalidade dele decorrente.
SEGURADO OBRIGATÓRIO.
É segurado obrigatório da Previdência Social todo aquele que recebe valores por serviços prestados, cabendo à empresa informar em GFIP os pagamentos e remunerações efetuados.
NÃO DECLARAÇÃO EM GFIP DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. APLICAÇÃO DE PENALIDADE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE.
A apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores das contribuições previdenciárias, constituía, à época da infração, violação ao art. 32, IV, §3º da Lei 8.212/91, ensejando a aplicação da multa prevista no art. 32, §5º da mesma Lei.
Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pelo art. 32-A, I da Lei nº 8.212/1991, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação, de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN).
Inaplicável ao caso o art. 44, I da Lei nº 9.3430/1996 quando o art. 32-A, I da Lei nº 8.212/1991, específica para contribuições previdenciárias, tipifica a conduta e prescreve penalidade ao descumprimento da obrigação acessória.
Numero da decisão: 2301-003.061
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, : I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Marcelo Oliveira - Presidente
Leonardo Henrique Pires Lopes - Relator
Presentes à sessão de julgamento os Conselheiros MARCELO OLIVEIRA (Presidente), MAURO JOSE SILVA, BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, ADRIANO GONZALES SILVERIO, WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA e LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES.
Nome do relator: LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2007 a 31/10/2008 OBRIGAÇÃO DA EMPRESA. INFORMAÇÃO EM GFIP DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A empresa tem a obrigação de informar em GFIP todos os fatos que dão ensejo à incidência da contribuição previdenciária, nos moldes previstos pelo art. 32, IV da Lei nº 8.212/1991. Se não o faz, incorre em infração ao dispositivo legal, devendo suportar a penalidade dele decorrente. SEGURADO OBRIGATÓRIO. É segurado obrigatório da Previdência Social todo aquele que recebe valores por serviços prestados, cabendo à empresa informar em GFIP os pagamentos e remunerações efetuados. NÃO DECLARAÇÃO EM GFIP DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. APLICAÇÃO DE PENALIDADE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. A apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores das contribuições previdenciárias, constituía, à época da infração, violação ao art. 32, IV, §3º da Lei 8.212/91, ensejando a aplicação da multa prevista no art. 32, §5º da mesma Lei. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pelo art. 32-A, I da Lei nº 8.212/1991, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação, de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN). Inaplicável ao caso o art. 44, I da Lei nº 9.3430/1996 quando o art. 32-A, I da Lei nº 8.212/1991, específica para contribuições previdenciárias, tipifica a conduta e prescreve penalidade ao descumprimento da obrigação acessória.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, : I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira - Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes - Relator Presentes à sessão de julgamento os Conselheiros MARCELO OLIVEIRA (Presidente), MAURO JOSE SILVA, BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, ADRIANO GONZALES SILVERIO, WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA e LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES.
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Recorrente MUNICÍPIO DE CONDEÚBA PREFEITURA MUNICIPAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2007 a 31/10/2008 OBRIGAÇÃO DA EMPRESA. INFORMAÇÃO EM GFIP DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A empresa tem a obrigação de informar em GFIP todos os fatos que dão ensejo à incidência da contribuição previdenciária, nos moldes previstos pelo art. 32, IV da Lei nº 8.212/1991. Se não o faz, incorre em infração ao dispositivo legal, devendo suportar a penalidade dele decorrente. SEGURADO OBRIGATÓRIO. É segurado obrigatório da Previdência Social todo aquele que recebe valores por serviços prestados, cabendo à empresa informar em GFIP os pagamentos e remunerações efetuados. NÃO DECLARAÇÃO EM GFIP DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. APLICAÇÃO DE PENALIDADE MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. A apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores das contribuições previdenciárias, constituía, à época da infração, violação ao art. 32, IV, §3º da Lei 8.212/91, ensejando a aplicação da multa prevista no art. 32, §5º da mesma Lei. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pelo art. 32A, I da Lei nº 8.212/1991, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação, de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Inaplicável ao caso o art. 44, I da Lei nº 9.3430/1996 quando o art. 32A, I da Lei nº 8.212/1991, específica para contribuições previdenciárias, tipifica a conduta e prescreve penalidade ao descumprimento da obrigação acessória. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 72 01 90 /2 01 0- 10 Fl. 122DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10540.720190/201010 Acórdão n.º 2301003.061 S2C3T1 Fl. 116 2 ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, : I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35A da Lei 8.212/1991, deduzindose as multas aplicadas nos lançamentos correlatos, e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes Relator Presentes à sessão de julgamento os Conselheiros MARCELO OLIVEIRA (Presidente), MAURO JOSE SILVA, BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, ADRIANO GONZALES SILVERIO, WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA e LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES. Relatório Tratase de Auto de Infração de Descumprimento de Obrigação acessória lavrado em face de MUNICÍPIO DE CONDEÚBA PREFEITURA MUNICIPAL, no valor de R$ 286.358,00 (duzentos e oitenta e seis mil e trezentos e cinqüenta e oito reais), por ter apresentado o contribuinte GFIP com dados não correspondentes a fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, nos termos do art. 35, §5º da Lei nº 8.212/1991 (AI 68), conforme Relatório Fiscal de fls. 05/10. O contribuinte tomou ciência da autuação contra ele lavrada em 28/07/2010, apresentando impugnação tempestiva. Entretanto, foi mantida a autuação pelo acórdão de fls. 89/92, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA), cuja ementa assim dispôs: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/05/2007 a 31/10/2008 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. GUIA DE RECOLHIMENTO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO E INFORMAÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL – GFIP. APRESENTAÇÃO SEM A TOTALIDADE DOS FATOS GERADORES. INFRAÇÃO. Constitui infração, punível com multa, a apresentação de GFIP, pela empresa, contendo dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, conforme previsto na Lei Orgânica da Seguridade Social e sua regulamentação. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10540.720190/201010 Acórdão n.º 2301003.061 S2C3T1 Fl. 117 3 ÓRGÃO PÚBLICO. MP Nº 449, DE 2008. PERÍODO ANTERIOR E POSTERIOR À SUA EDIÇÃO. ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE: ÓRÃO PÚBLICO X DIRIGENTE. EXCLUSÃO DE MULTA INDEVIDAMENTE APLICADA. RETIFICAÇÃO. Com a revogação do art. 41 da Lei nº 8.212, de 1991, pela MP nº 449, de 2008, em substituição aos dirigentes, os órgãos públicos passaram a responder pelas infrações decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária. A apresentação de GFIP sem a totalidade dos fatos geradores das contribuições previdenciárias, em período posterior à MP nº 449, sujeita o órgão público à aplicação de penalidade pelo descumprimento da obrigação acessória. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO. A instância administrativa é incompetente para se manifestar sobre a constitucionalidade ou legalidade do ato normativo em vigor. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformada, interpôs o Recurso Voluntário de fls. 98/108, sob exame, cujas razões podem ser resumidas às seguintes: 1) Alega que, equivocadamente, foram listados como contribuintes individuais todos os servidores do Município de Condeúba, incluindo os prestadores de serviço admitidos através do contrato administrativo, que na condição de servidores, não estão sujeitos à contribuição previdenciária, não podendo, assim, constar na folha de pagamento ou na GFIP. 2) Aduz que, também de maneira errônea, a auditorafiscal autuante relacionou no lançamento, na qualidade de segurados empregados, médicos contratados com base na Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, para o Programa Federal de Saúde Familiar, cuja verba é Federal, e os referidos trabalhadores, contribuintes autônomos, de forma a causar as diferenças de contribuições apuradas no presente AI. 3) Confirma que as Leis 9.711/98 e 11.933/09 alteraram significativamente as formas de recolhimento das contribuições previdenciárias sob controle do INSS, passando, inclusive, a prever a retenção nas hipóteses de cessão de mãodeobra, conforme o art. 31 da Lei nº 8.212/91, na redação da citada Lei 9.711, de 1988. 4) Aduz que apesar das mencionadas alterações, está havendo, inoportunamente, através de veículos normativos, uma inclusão no rol de empresas prestadoras de serviço por cessão de mão de obra, de empresas prestadoras de serviço não identificadas com as hipóteses do § 4º do art. 31 da Lei nº 8.212/91, o que se depreende claramente com a leitura do § 2º do art. 219 do RPS. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10540.720190/201010 Acórdão n.º 2301003.061 S2C3T1 Fl. 118 4 5) Defende que tal inclusão é inconstitucional, de acordo com entendimento jurisprudencial firmado em decisões emitidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª e 4ª região. 6) Requer a total improcedência do AI nº 37.296.4834. Sem contrarrazões. Assim vieram os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio de Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Henrique Pires Lopes, Relator Dos Pressupostos de Admissibilidade Sendo tempestivo, conheço do Recurso e passo ao seu exame. Do mérito Dos segurados obrigatórios Alega o Recorrente que não existiria a obrigação de informar em GFIP os fatos apontados como omissos pela fiscalização, já que as pessoas que receberam valores do Município não seriam seus empregados. Ocorre que este entendimento não merece prosperar. Independentemente da natureza do vínculo, qualquer pessoa física que receba remuneração por serviços prestados é segurado obrigatório da Previdência Social, devendo o valor recebido sofrer a incidência da contribuição previdenciária, nos termos do art. 195, I da Constituição Federal: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (...). Fl. 125DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10540.720190/201010 Acórdão n.º 2301003.061 S2C3T1 Fl. 119 5 II do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; Por outro lado, a Lei nº 8.212/1991, no seu art. 12, arrola os segurados obrigatórios da Previdência Social, nele enquadrando todos aqueles que recebem remuneração como contraprestação por serviços prestados, excetuados apenas os vinculados a Regime Próprio da Previdência Social. Assim, tem a empresa obrigação de informar em GFIP todos os fatos que dão ensejo à incidência da contribuição previdenciária, nos moldes previstos pelo art. 32, IV da Lei nº 8.212/1991. Se não o faz, incorre em infração ao dispositivo legal, devendo suportar a penalidade dele decorrente. Da cessão de mãodeobra A ora recorrente alega que se encontram incluídas, no Auto de Infração, contribuições provenientes da retenção de 11%, nas hipóteses de cessão de mãodeobra, conforme o art. 31, da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 9.711/1998. Aduz também que, no entanto, está havendo uma inclusão, por veículos normativos impróprios, de empresas prestadoras de serviço não identificadas com as hipóteses do §4º do art. 31 da Lei n° 8.212/1991, no rol de empresas prestadoras de serviço por cessão de mãodeobra. Ocorre que, em nenhum momento, a autuação faz referência ao instituto da cessão de mãodeobra. Compulsando os autos, verificase que toda a autuação relacionase com a contribuição devida pelo Município em razão do pagamento a pessoas físicas que lhe prestem serviço, não fazendo menção à pessoas jurídicas, tampouco através de cessão de mãodeobra. Assim, tornase absolutamente descabida a alegação formulada pelo Recorrente. Da multa aplicada No caso dos autos, verificase que o auto de infração foi lavrado por ter o contribuinte, Município de Condeúba – Prefeitura Municipal, omitido fatos geradores na GFIP, sendolhe aplicada a penalidade prevista no art. 32, §5º da Lei nº 8.212/1991, na redação vigente à época da ocorrência do fato gerador, ou seja, equivalente a 100% da contribuição devida e não declarada. Eis a redação do referido dispositivo: Art. 32, §5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10540.720190/201010 Acórdão n.º 2301003.061 S2C3T1 Fl. 120 6 No entanto, com o advento da Lei 11.941/09, o dispositivo acima transcrito fora revogado em sua totalidade, passando a regular a matéria o seu art. 32A, inciso I, in verbis: "Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo.” Diante da existência de uma nova lei dispondo de forma diversa sobre a penalidade a ser aplicada à conduta de apresentar GFIP com omissões ou erros, deve o Fisco perquirir sobre qual seria a legislação mais benéfica ao contribuinte, já que a novel legislação poderá retroagir nos termos do art. 106, II, alínea “c” do CTN, in verbis: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim, a partir de uma análise no caso concreto de qual seria a penalidade mais favorável ao contribuinte, se de 100% do valor das contribuições omitidas ou de R$ 20,00 para cada grupo de informações incorretas ou omissas, é que se definirá a norma que será aplicada. Não se pode perder de vista, contudo, que existe entendimento de que, pela nova legislação instituída pela Lei nº 11.941/2009, o art. 32A da Lei nº 8.212/1991 somente seria aplicado nos casos em que a omissão ou erro em GFIP não fosse acompanhado de supressão no pagamento da contribuição previdenciária, pois, quando houvesse também descumprimento da obrigação principal, seria aplicado somente o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, que dispõe: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Este entendimento, contudo, não pode prevalecer. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10540.720190/201010 Acórdão n.º 2301003.061 S2C3T1 Fl. 121 7 Em primeiro lugar, a Lei nº 8.212/1991 é específica para disciplinar as contribuições previdenciárias e todas as obrigações principais e acessórias a elas inerentes. Somente nos casos em que a própria Lei nº 8.212/1991 remeterse a outras normas é que serão estas aplicáveis, como ocorreu expressamente, a título de exemplo, com os seus arts. 35 e 35A, ao se referirem aos art. 61 e 44 da Lei nº 9.430/1996, respectivamente. Assim, se na disciplina da penalidade aplicável aos casos de descumprimento da obrigação acessória (GFIP apresentada com omissão ou incorreções ou GFIP não apresentada) a própria Lei nº 8.212/1991 já tipifica a conduta e impõe a penalidade, não fazendo qualquer ressalva quanto à existência ou não de pagamento, não há por que se perquirir sobre a aplicação de outro dispositivo legal, sendo aquela lei a específica para o caso concreto. A referência feita pela Lei nº 8.212/1991 ao art. 44 da Lei nº 9.430/1996 somente ocorre no art. 35A, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009 que tem sua aplicação limitada aos casos de descumprimento de obrigação principal, e não aos de descumprimento de obrigação acessória relacionado a GFIP, pois para este já teria sido introduzida pela mesma Lei nº 11.941/2009 a punição para os casos de não apresentação de GFIP, apresentação com incorreções relacionados ou não a fatos geradores. Por outro lado, não existe razão para que o art. 32A da Lei nº 8.212/1991 seja aplicado somente nos casos em que o descumprimento da obrigação acessória não for acompanhado, também, de diferenças de contribuições a recolher, já que o próprio dispositivo ou qualquer outro não faz essa ressalva. Ao contrário, o inciso II deste mesmo dispositivo deixa evidente que a multa será paga ainda que integralmente pagas as contribuições previdenciárias, isto é, havendo ou não pagamento da contribuição, será aplicada a multa, o que ratifica o entendimento de que, mesmo havendo diferenças do tributo, deverá ser aplicado o dispositivo em comento. Por essa razão é que não pode ser aplicado o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 como penalidade pelo descumprimento de obrigação acessória quando se tratar de contribuição previdenciária, estando sua aplicação por falta de declaração ou declaração inexata limitada aos tributos de outras espécies. Portanto, no meu entendimento, o comparativo da norma mais favorável ao contribuinte deverá ser feito cotejando os arts. 32, §5º com o art. 32A, I, ambos da Lei nº 8.212/1991, sendo aplicada a multa mais favorável ao contribuinte. Da Conclusão Ante o exposto, conheço e DOU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do contribuinte, apenas para que seja aplicada a multa do art. 32A da Lei nº 8.212/1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, caso essa lhe seja mais benéfica. É como voto. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 10540.720190/201010 Acórdão n.º 2301003.061 S2C3T1 Fl. 122 8 Sala das Sessões, em 19 de setembro de 2012 Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 129DF CARF MF Impresso em 03/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 2/11/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/11/2012 por MARCELO OLIVEIR A
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Numero do processo: 10467.720010/2006-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 30 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.332
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Conselheira Relatora.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente
(Assinado digitalmente)
Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga - Relatora
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
Nome do relator: MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1430; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 73 1 72 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10467.720010/200635 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2202000.332 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 16 de outubro de 2012 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente GERALDO LUIZ ALVES DE SOUZA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Conselheira Relatora. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Relatora Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 67 .7 20 01 0/ 20 06 -3 5 Fl. 83DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10467.720010/200635 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.332 S2C2T2 Fl. 74 2 Relatório Contra o contribuinte acima qualificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 4 a 7, integrado pelos demonstrativos de fls. 8 e 9, pelo qual se exige a importância de R$2.575,00, a título de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, exercício 2002, acrescida de multa de ofício de 112,5% e juros de mora, relativo ao imóvel rural denominado Fazenda Nossa Senhora Aparecida, cadastrado na Secretaria da Receita Federal sob no 3.409.2927, localizado no município de São Mamede/PB. DA AÇÃO FISCAL O procedimento fiscal decorre do trabalho de revisão da DITR/2002 e encontra se resumido na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fls. 6 e 7, na qual o autuante esclarece que: · em 13/09/2006, o contribuinte foi intimado a apresentar o Ato Declaratório Ambiental ADA do IBAMA e a documentação comprobatória referente à área de 325,0ha, declarada como área de preservação permanente, e à área de 250,0 ha, declarada como área de utilização limitada; · tendo em vista o não atendimento à intimação fiscal, a multa de ofício foi agravada para 112,5%; · foram glosadas as áreas declaradas como de preservação permanente e utilização limitada, por falta de comprovação. DA IMPUGNAÇÃO Inconformado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 28 e 29, instruída com os documentos de fls. 30 a 55, cujo resumo se extraí da decisão recorrida (fls. 58 e 59): Não concordando com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, em 04.12.2006, em síntese: Alega que o termo de intimação, constante do processo e somente agora conhecido, não foi endereçado ao domicílio fiscal do contribuinte. O auto de infração é intempestivo e foi endereçado ao domicílio fiscal do contribuinte. O valor apurado não considerou o débito existente com o BNB que ultrapassa o Valor da Terra Nua, inexistindo Imposto Devido. Tece comentários sobre o Valor da Terra Nua — VTN. Não existindo ITR a recolher, pelos motivos acima, e o fato de as terras estarem encravadas no semiárido nordestino, com o reconhecimento do "estado de emergência" pelas autoridades competentes, igual sorte também se aplica a multa, assim como o seu agravamento, por descumprimento de uma obrigação acessória que o contribuinte nunca tomou conhecimento. Transcreve Acórdãos do Conselho de Contribuintes. Ao final requer a anulação do auto de infração. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10467.720010/200635 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.332 S2C2T2 Fl. 75 3 DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Apreciando a impugnação apresentada, a 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Recife (PE) julgou procedente em parte o lançamento, proferindo o Acórdão no 1125.628 (fls. 57 a 62), de 12/03/2009, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Se o autuado revela conhecer as acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas de forma meticulosa, com impugnação que abrange questões preliminares como também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa. MATÉRIA NÃO EXPRESSAMENTE ABORDADA NA IMPUGNAÇÃO. Considerase não impugnada a matéria, objeto da autuação, a respeito da qual o contribuinte não se manifestou expressamente. ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA. O estado de calamidade pública para os fins do cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, decretado pelo Executivo municipal, terá efeito quando reconhecido pelo Governo Federal. DA MULTA DE OFÍCIO DO AGRAVAMENTO PARA 112,5%. Por não restar caracterizada a falta de atendimento, no prazo, de intimação para prestar esclarecimentos, é de se cancelar o agravamento da multa de ofício de 112,5%, cabendo a mesma ser fixada no percentual de 75%, a incidir sobre o imposto suplementar. INSTRUÇÃO DA PEÇA IMPUGNATÓRIA. A impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações de defesa, precluindo o direito de o contribuinte fazêlo em outro momento processual. A decisão a quo desagravou a multa de ofício aplicada, reduzindoa de 112,5% para 75% (fl. 62). DO RECURSO Cientificado do Acórdão de primeira instância, em 01/09/2009 (vide AR de fl. 67), o contribuinte apresentou, em 09/09/2009, tempestivamente, o recurso de fls. 69 a 71, no qual expõe as razões de sua irresignação a seguir sintetizadas: 1. Preliminarmente, o contribuinte requer a remissão do crédito tributário, nos termos do art. 14 da Lei no 11.941, de 2009, pois “o vencimento da obrigação é 30/09/2002 e até 31/12/2007 faz mais de 5 (cinco) anos e seu valor consolidado fica abaixo do permissivo legal, razão porque remido.” Fl. 85DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10467.720010/200635 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.332 S2C2T2 Fl. 76 4 2. No mérito, o recorrente alega que a autoridade lançadora não fez a prova da peculiaridade do imóvel rural que o torne diferente dos demais do Município de São Mamede em pleno Sertão do Estado da Paraíba, com estado de emergência reconhecido pelas autoridades federais, transferindo o ônus da prova para que o contribuinte demonstrasse, a custos elevados, o valor da área de preservação permanente e de reserva legal, quando existe jurisprudência mencionada em sua impugnação de que não há necessidade de ato declaratório do IBAMA para esse fim. 3. Conclui afirmando que praticou um ato de boa fé, em conformidade com o direito, mesmo porque o lançamento remanescente foi remido e deve ser arquivado. DA DISTRIBUIÇÃO Processo que compôs o Lote no 15, distribuído para esta Conselheira na sessão pública da Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais de 28/11/2011, veio numerado até à fl. 72 (última folha digitalizada) 1. 1 Não foi encaminhado o processo físico a esta Conselheira. Recebido apenas o arquivo digital. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10467.720010/200635 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.332 S2C2T2 Fl. 77 5 Voto Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Relatora O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. A apreciação do presente recurso encontrase prejudicada por uma questão preliminar suscita pelo interessado. O crédito em discussão referese a lançamento de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, exercício 2002, no montante R$2.575,00, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora. O recorrente alega que o vencimento da obrigação é 30/09/2002 e, portanto, em 31/12/2007, já estava vencido a mais de cinco anos, assim como o valor consolidado estaria abaixo do limite previsto no art. 14 da Lei no 11.941, de 2009. Logo, o crédito tributário exigido no presente processo já estaria remido. É cediço que o art. 172 do Código Tributário Nacional – CTN, prevê que a autoridade administrativa possa conceder remissão total ou parcial do crédito tributário, exigindo, contudo, lei ordinária que a regulamente. Nesse sentido, foi editada a Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009, que assim dispõe em seu art. 14 (grifei): Art. 14. Ficam remitidos os débitos com a Fazenda Nacional, inclusive aqueles com exigibilidade suspensa que, em 31 de dezembro de 2007, estejam vencidos há 5 (cinco) anos ou mais e cujo valor total consolidado, nessa mesma data, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). § 1o O limite previsto no caput deste artigo deve ser considerado por sujeito passivo e, separadamente, em relação: I – aos débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos; II – aos demais débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional; III – aos débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e Fl. 87DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10467.720010/200635 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.332 S2C2T2 Fl. 78 6 IV – aos demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 2o Na hipótese do IPI, o valor de que trata este artigo será apurado considerando a totalidade dos estabelecimentos da pessoa jurídica. § 3o O disposto neste artigo não implica restituição de quantias pagas. § 4o Aplicase o disposto neste artigo aos débitos originários de operações de crédito rural e do Programa Especial de Crédito para a Reforma Agrária – PROCERA transferidas ao Tesouro Nacional, renegociadas ou não com amparo em legislação específica, inscritas na dívida ativa da União, inclusive aquelas adquiridas ou desoneradas de risco pela União por força da Medida Provisória no 2.1963, de 24 de agosto de 2001. Como se vê, para a remissão prevista no art. 14 da Lei no 11.941, de 2009, os débitos não podem ser analisados isoladamente para fins de aplicação do limite de R$10.000,00, mas em conjunto com todos os débitos devidos pelo contribuinte que preencham os requisitos na forma prevista na lei. Essa atribuição é da Delegacia da Receita Federal do Brasil da circunscrição do domicílio do contribuinte, visto que é a ela que compete as atividades de arrecadação, controle e recuperação do crédito tributário, em especial, “controlar os valores relativos à constituição, suspensão, extinção e exclusão de créditos tributários” (art. 224, XI, da Portaria Ministério da Fazenda no 203, de 14 de maio de 2012). Diante de todo o exposto, para que se possa formar um juízo acerca da matéria em discussão, voto no sentido de CONVERTER o julgamento em diligência, para que a autoridade preparadora verifique se o crédito tributário formalizado no presente processo encontrase remido ou não, nos termos do art. 14 da Lei no 11.941, de 2009. Ao final, antes da devolução dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o recorrente deve ser cientificado do resultado desta diligência para que se manifeste, se assim o desejar, no prazo de 30 dias. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Fl. 88DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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Numero do processo: 14041.000158/2009-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2402-000.289
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Julio César Vieira Gomes - Presidente.
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ana Maria Bandeira, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: Não se aplica
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Julio César Vieira Gomes Presidente. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ana Maria Bandeira, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 41 .0 00 15 8/ 20 09 -5 4 Fl. 120DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 14041.000158/200954 Resolução nº 2402000.289 S2C4T2 Fl. 121 2 Relatório Tratase de auto de infração lavrada em 18/02/2009, decorrente do não recolhimento dos valores referentes à contribuição a cargo da empresa (cota patronal) e da contribuição ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT), no período de 01/03/1996 a 31/10/1998. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 35/43), este lançamento foi efetuado em decorrência da anulação das NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087 pelo Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 50/80) requerendo a total improcedência do lançamento. A d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília – DF, ao analisar o presente caso (fls. 84/95), julgou o lançamento procedente, entendendo que (i) na hipótese de lançamento substitutivo, o prazo decadencial é de 5 anos a contar da decisão definitiva que anulou o lançamento anterior; (ii) as decisões administrativas só são validas a partir da ciência do interessado; (iii) as duas empresas respondem solidariamente e sem benefício de ordem; (iv) é regular a notificação somente em face da Via Engenharia; (v) a Recorrente poderia ter elidido a sua responsabilidade, apresentando documentos, como não o fez, é correta a aplicação da aferição indireta; (vi) é devida a multa incidente sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas; (vii) as decisões colacionadas não constituem normas complementares de direito tributário; e (viii) ao final deve ser comparada a multa aplicada com a prevista na Lei nº 11.941/2009 para verificar qual é a mais benéfica. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 99/109) argumentando que: (i) o prazo decadencial contase 5 anos após a lavratura do acórdão que anulou os lançamentos anteriores por vício formal; (ii) o crédito já decaiu para o legítimo contribuinte; (iii) a autoridade tributária arbitrou quem seria o responsável pelo tributo e discricionariamente perdoou o contribuinte; e (iv) a Recorrente não é responsável solidário, não devendo sofrer a incidência da multa. É o relatório. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 14041.000158/200954 Resolução nº 2402000.289 S2C4T2 Fl. 122 3 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Analisando o processo, verificase que há questões que devem ser devidamente dirimidas pela autoridade administrativa competente. Isto porque, uma dos argumentos suscitados nas razões de recurso do contribuinte diz respeito à possível decadência do crédito tributário, levando em consideração o prazo previsto no art. 173, inc. II, do CTN. Para que a contagem do prazo decadencial possa ser devidamente realizada, é mister que se tenha devidamente definido no processo qual a data em que o contribuinte foi notificado da decisão que anulou o lançamento anterior. No entanto, até o presente momento, tal data não foi devidamente comprovada. De acordo com o item 2 do Relatório Fiscal, a data da ciência da decisão que anulou o lançamento anterior teria ocorrido a partir de 18/02/2004, posto que esta data se refere à data da carta encaminhada pelo INSS à empresa, e não à efetiva data que esta obteve a ciência. “2. Cumpre observar que a ciência à Via Engenharia S.A da anulação das NFLDs mencionadas ocorreu a partir de 18/02/2004 (data da carta encaminhada pelo INSS/Serviço de Or. Gerenciamento de Recuperação de Créditos).” – destacouse Assim, é mister que o processo baixe em diligência para que a autoridade competente junte no processo cópia do AR (ou documento equivalente) que comprove a data em que o contribuinte foi notificado das decisões que anularam as NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Requerse também que a carta encaminhada ao contribuinte, mencionada no item 2 do Relatório Fiscal, seja anexada ao processo. Caso a preliminar de decadência seja superada após a análise dos documentos apresentados pela fiscalização, poderá ser necessário analisar também o teor das notificações anuladas. Assim, fazse oportuno requerer a juntada de cópia integral das NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Em síntese, requerse: (i) cópia do AR (ou documento equivalente) que comprove a data em que o contribuinte foi notificado das decisões que anularam as NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087; (ii) cópia da carta encaminhada ao contribuinte, mencionada no item 2 no Relatório Fiscal; e (iii) cópia integral dos autos relativos às NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Diante do exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. Após, deve ser dada vista ao contribuinte para que essa possa se manifestar acerca da diligência realizada, no prazo de 30 dias. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Fl. 122DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES
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