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Numero do processo: 10950.900743/2008-61
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TRIBUTOS NÃO DECLARADOS EM DCTF. PAGAMENTO EM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OCORRÊNCIA. MULTA DE MORA. EXCLUSÃO.
O instituto da denúncia espontânea aproveita àqueles que recolhem a destempo o tributo sujeito ao lançamento por homologação, nos casos em que não tenha havido prévia declaração do débito em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO EM REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. CONSELHEIROS DO CARF. OBSERVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE
As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ em regime de recursos repetitivos deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte, por força do disposto no artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - Portaria 343/2015 e alterações.
Numero da decisão: 9303-006.574
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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MULTA DE MORA. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CACAU'S DISTRIBUIDORA LTDA. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TRIBUTOS NÃO DECLARADOS EM DCTF. PAGAMENTO EM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OCORRÊNCIA. MULTA DE MORA. EXCLUSÃO. O instituto da denúncia espontânea aproveita àqueles que recolhem a destempo o tributo sujeito ao lançamento por homologação, nos casos em que não tenha havido prévia declaração do débito em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO EM REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. CONSELHEIROS DO CARF. OBSERVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça STJ em regime de recursos repetitivos deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte, por força do disposto no artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Portaria 343/2015 e alterações. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 07 43 /2 00 8- 61 Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10950.900743/200861 Acórdão n.º 9303006.574 CSRFT3 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional contra decisão tomada no Acórdão nº 3403001.058. No caso, o colegiado a quo considerou aplicável o instituto da denúncia espontânea, afastando a exigência da multa de mora sobre recolhimento de tributo efetuado antes de apresentada a declaração do montante devido, acrescido dos juros de mora. A divergência suscitada no recurso especial referese à exigência de multa de mora no caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação pagos a destempo sem prévia declaração em DCTF. O Recurso Especial foi admitido por intermédio de despacho de admissibilidade do Presidente da Câmara competente. O contribuinte apresentou Contrarrazões defendendo a manutenção da decisão recorrida. É o Relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.571, de 10/04/2018, proferido no julgamento do processo 10950.900696/200856, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303006.571): "Conhecimento do Recurso Especial Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso. Mérito A matéria em litígio não é novidade para este Colegiado. Pelo menos por meio dos acórdãos nºs 9303004.191, 9303003.489, 9303003.490, 9303003.364, 9303003.220, 9303 003.203 , 9303003.202, o assunto foi discutido e decidido no mérito. Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10950.900743/200861 Acórdão n.º 9303006.574 CSRFT3 Fl. 4 3 Como é de sabença, o Superior Tribunal de Justiça, na pessoa do então Ministro Teori Albino Zavascki, decidiu, nos autos do processo nº 2007/01428689, sobre a aplicação do instituto da denúncia espontânea nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação previamente declarados pelo contribuinte e pagos a destempo, nos seguintes termos. EMENTA 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. (REsp 962379 RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/10/2008, DJe 28/10/2008) Mais tarde, no REsp 1149022, da relatoria do Ministro Luiz Fux, ficou consignado o entendimento de que a denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do tributo sujeito a lançamento por homologação, acompanhado do respectivo pagamento integral, retifica a declaração. A intelecção induvidosa da decisão acima transcrita é no sentido de que o pagamento que não fora previamente declarado em DCTF está albergado pela denúncia espontânea quando pago antes de qualquer procedimento fiscal. Noutro giro, é translúcido o entendimento de que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte (item 7 da ementa a seguir transcrita). EMENTA 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10950.900743/200861 Acórdão n.º 9303006.574 CSRFT3 Fl. 5 4 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Conseqüentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. (REsp 1149022 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 24/06/2010) O artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 e alterações, determina que as matérias decididas em Repercussão Geral, pelo STF, sejam reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pela contribuinte. Em acréscimo, destacase que, por força do disposto no art. 21 da Lei nº 12.844/2013, que deu nova redação ao art. 19 da Lei nº 10.522/2002, a própria Procuradoria da Fazenda Nacional, com base nas disposições do art. 2º, inciso VII, da Portaria PGFN nº 502/2016, especifica em seu site uma relação de temas que não devem mais ser objeto de recurso. Dentre eles está elencado a denúncia espontânea, nos seguintes termos. 1.13 Denúncia espontânea a) Declaração parcial Diferença a maior Multa moratória REsp 1.149.022/SP (tema nº 385 de recursos repetitivos) Resumo: (i) A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente; e (ii) A denúncia espontânea exclui a multa moratória. Vide Atos Declaratórios nº 08/2011 e nº 04/2011. Ressaltase que ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ entendem, de maneira pacífica, que, ainda que se trate de tributo sujeito a lançamento por homologação, se o crédito não foi previamente declarado pelo contribuinte, mas foi pago, podese configurar a denúncia espontânea, desde que ocorram as demais hipóteses do art. 138 do CTN (REsp 1155146/AM, AgRg nos EDcl no Ag 1009777/SP, AgRg no REsp 1046285/MG e AgRg no REsp 1046285/MG). Todavia, isso não afasta a tese Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10950.900743/200861 Acórdão n.º 9303006.574 CSRFT3 Fl. 6 5 firmada no tema nº 61 de recursos repetitivos (REsp's nº 962.379/RS e nº 886.462/RS), no sentido de que "Não resta caracterizada a denúncia espontânea, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos declarados, porém pagos a destempo pelo contribuinte, ainda que o pagamento seja integral". Vide, ainda, a Súmula 360/STJ. I (grifos meus) Neste mesmo sentido, recente decisão tomada por meio do acórdão nº 9303004.431, de 07 de dezembro de 2016, da relatoria do i. Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 30/12/2003 a 31/07/2007 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ART. 138 CTN. AFASTAMENTO DA MULTA MORATÓRIA. POSSIBILIDADE. A denúncia espontânea, em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, se aplica aos casos em que não houve a declaração do tributo, porém houve o pagamento antes de iniciado qualquer procedimento administrativo fiscal visando sua exigência. No caso concreto, é incontroverso que o pagamento do contribuinte não foi precedido de declaração, razão pela qual não está sujeito à incidência de multa moratória. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional." Ressaltese que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo também "é incontroverso que o pagamento do contribuinte não foi precedido de declaração, razão pela qual não está sujeito à incidência de multa moratória". Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial da Fazenda Nacional foi conhecido e, no mérito, o colegiado negoulhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 120DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10875.723059/2012-86
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2010
MULTA POR ATRASO NA ENTREGA EXTEMPORÂNEA DE DCTF. ENTIDADE IMUNE. INCIDÊNCIA.
As entidades imunes ou isentas não estão dispensadas da entrega da DCTF, sendo devida a multa por sua entrega fora do prazo normativamente estabelecido.
DCTF. OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
A alegação de boa fé do contribuinte na interpretação da legislação ou de que a apresentação extemporânea da DCTF não gerou prejuízo ao erário não tem o condão de elidir a aplicação da multa pelo atraso nessa entrega, face à ocorrência de responsabilidade objetiva, prevista no artigo 136 do CTN.
Numero da decisão: 1002-000.238
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e Voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes.
Nome do relator: 05751001842 - CPF não encontrado.
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2010 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA EXTEMPORÂNEA DE DCTF. ENTIDADE IMUNE. INCIDÊNCIA. As entidades imunes ou isentas não estão dispensadas da entrega da DCTF, sendo devida a multa por sua entrega fora do prazo normativamente estabelecido. DCTF. OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A alegação de boa fé do contribuinte na interpretação da legislação ou de que a apresentação extemporânea da DCTF não gerou prejuízo ao erário não tem o condão de elidir a aplicação da multa pelo atraso nessa entrega, face à ocorrência de responsabilidade objetiva, prevista no artigo 136 do CTN.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e Voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes.
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ENTIDADE IMUNE. INCIDÊNCIA. As entidades imunes ou isentas não estão dispensadas da entrega da DCTF, sendo devida a multa por sua entrega fora do prazo normativamente estabelecido. DCTF. OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A alegação de boa fé do contribuinte na interpretação da legislação ou de que a apresentação extemporânea da DCTF não gerou prejuízo ao erário não tem o condão de elidir a aplicação da multa pelo atraso nessa entrega, face à ocorrência de responsabilidade objetiva, prevista no artigo 136 do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e Voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 72 30 59 /2 01 2- 86 Fl. 80DF CARF MF 2 Relatório Por economia processual, adoto o relatório produzido pela DRJ/Campinas (SP): Versa o presente processo sobre autuação relativa ao mês de fevereiro do anocalendário de 2010, donde se extrai a exigência do pagamento de multa por falta de entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), no valor de R$ 3.936,73. Inconformado com a exigência, o Contribuinte impugnou o lançamento, sob a alegação, em breve síntese, de que por ser entidade filantrópica, declarada de utilidade pública e imune, encontrase dispensado do cumprimento da obrigação acessória descrita na autuação. Busca o cancelamento da penalidade. É o Relatório. A exigência tributária foi impugnada pelo contribuinte e julgada improcedente pela DRJ/Campinas, conforme acórdão n. 0539.620 (efl. 50), que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2010 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. Restando caracterizada a entrega em atraso da DCTF é devida a exigência de multa pelo descumprimento da obrigação acessória. Não há previsão de dispensa da entrega de DCTF às pessoas jurídicas imunes ou isentas. Inconformado com a decisão de primeira instância, o Recorrente apresentou recurso voluntário (efl. 64), do qual foram extraídos abaixo os principais argumentos e pontos que interessam ao deslinde da lide (grifos do original) : " 1 A r . decisão recorrida descansa na forte consideração de que as pessoas jurídicas imunes ou isentas estão, sim, obrigadas à apresentação da DCTF com assinatura digital, nos meses de janeiro a abril de 2010. 1.1. Ou, como afirmouse na respeitável decisão recorrida: 'Como se observa no normativo, as pessoas jurídicas ou imunes ou isentas, não são ou estão dispensadas da apresentação da DCTF. Apenas não incide sobre elas a Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10875.723059/201286 Acórdão n.º 1002000.238 S1C0T2 Fl. 3 3 obrigatoriedade de apresentação da DCTF com assinatura digital para os meses de janeiro a abril de 2010'. 1.2. Como se observa do normativo em questão, as pessoas jurídicas imunes ou isentas do imposto sobre a renda das pessoas jurídicas estão, na realidade, dispensadas da referida obrigação, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2010, e não como se considerou na r. decisão recorrida. 1.3 O erro da r. decisão recorrida resulta na equivocada citação da Instrução Normativa RFB n° 1036 de 1o de junho de 2010 que diz respeito à apresentação dos "DACON" e não da apresentação da "DCTF". Para essa conclusão, basta ligeira leitura no art. 12 da RFB n° 1036 de 1o de junho de 2010. 1.4. Assim, com a maior vênia, ocorreu manifesto equívoco na fundamentação da r. decisão recorrida, eis que, repitase, a Instrução Normativa n° RFB 1036 de 1o de junho de 2010, não diz respeito à apresentação "DCTF", mas, sim, exclusivamente, à exigência de apresentação dos "DACON" , conforme a referida norma, que se traz, por cópia reprográfica, para melhor exame. 2. De resto, malgrado a clareza da norma em questão, em havendo dúvida na interpretação o que, digase de passagem, não ocorre no caso de que se trata, a interpretação deve ser sempre mais benigna ao contribuinte, como resulta da norma do artigo 111, do Código Tributário Nacional. (...) 2.2. Não é demais acentuar a boafé da recorrente, tanto mais que a interpretação ora trazida foi dada, em primeiro lugar, ao contador da autuada, pelos funcionários da Receita Federal, na própria dependência desta. (...) 3.4. Se ocorreu erro do contribuinte, este não implicou em nenhum prejuízo para o Fisco, não podendo conduzir em nenhuma autuação administrativa exatamente em decorrência da observância dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade na cobrança de qualquer importância em benefício do Fisco, e da vedação do enriquecimento sem causa. (...) 4. Assim, com a maior vênia, a multa imposta neste feito, resultante, ao máximo, de simples equívoco, mas, sem máfé, não pode subsistir, tanto mais porque se desconsiderou a imunidade tributária da contribuinte e sua atuação de caráter social na área da saúde." É o Relatório. Fl. 82DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Aílton Neves da Silva Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Depreendese que o cerne da discussão aqui enfrentada é saber se a legislação tributária obriga ou não as entidades imunes à apresentação da DCTF para os meses de janeiro a abril de 2010. No entendimento do Recorrente o acórdão exarado pela DRJ/Campinas incorreu em erro ao interpretar equivocadamente o artigo 12 da IN RFB nº 1.036/2010, que não estaria referindose à exigência da apresentação da DCTF, mas sim do DACON. Registro, por oportuno, que a IN RFB nº 1.036/2010 possui apenas 5 artigos, o que leva a crer que a alegação do Recorrente referese, na verdade, ao artigo 12 da IN RFB nº 1.015/2010, que teve sua redação alterada pelo artigo 3° da IN RFB nº 1.036/2010 conforme segue: "Art. 12. As pessoas jurídicas que apresentaram DCTF semestralmente no anocalendário de 2009 ficam dispensadas da utilização obrigatória da assinatura digital, prevista no § 2º do art. 5º, para apresentação dos Dacon referentes aos meses de janeiro a abril de 2010." O acórdão recorrido indicou como um dos fundamentos normativos da exigência fiscal a IN RFB nº 974/2009, cujo parágrafo 2º do artigo 4º teve sua redação alterada pela IN RFB nº 1.036/2010 conforme segue (grifos nossos): Art. 4º A DCTF deverá ser elaborada mediante a utilização de programas geradores de declaração, disponíveis na página da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, no endereço < http:// www. receita.fazenda.gov.br>. § 1º A DCTF deve ser apresentada mediante sua transmissão pela Internet com a utilização do programa Receitanet disponível no endereço eletrônico referido no caput. § 2º Para a apresentação da DCTF é obrigatória a assinatura digital da declaração mediante utilização de certificado digital válido, ficando dispensadas dessa obrigação: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.036, de 1º de junho de 2010) I as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou aquelas imunes ou isentas do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), para as DCTF referentes aos fatos geradores ocorridos nos meses de janeiro a abril de 2010; e (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.036, de 1º de junho de 2010) (...) Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10875.723059/201286 Acórdão n.º 1002000.238 S1C0T2 Fl. 4 5 Analisando o acórdão recorrido, constato que em nenhum momento foi dada interpretação indevida ao artigo 12 da IN RFB nº 1.036/2010 (IN RFB nº 1.015/2010) como alegado pelo Recorrente, eis que referido artigo não constituiu fundamento das razões de decidir constantes do seu voto condutor, sendo a referida IN apenas indicada como veículo normativo responsável pelas alterações de dispositivos da IN RFB nº 974/2009. Ainda que assim não fosse, ambos os dispositivos citados acima dizem respeito não propriamente à desobrigatoriedade de apresentação da DCTF, mas sim às situações de dispensa de assinatura digital na entrega de declarações. A esse respeito, não há dúvida de que as entidades imunes ou isentas estão dispensadas da assinatura digital via certificado digital nas DCTF apresentadas no período em questão, conforme reza o parágrafo 2º do artigo 4º da IN RFB nº 974/2009, visto alhures. Em conclusão, podese afirmar que a pura e simples subsunção da situação do Recorrente ao dispositivo retrocitado não é capaz de elidir a incidência da multa pelo atraso na entrega da DCTF, até porque tratase de exigência legal sobre fato incontroverso, conforme consta da notificação de lançamento de efls 7. Como sustentáculo dessa compreensão, colaciono excertos do acórdão recorrido que tratam da legalidade da exação, pelo que peço vênia para adotálos desde já como razões de decidir, em cumprimento aos ditames do §1º do art. 50, da Lei nº 9.784/1999 e do §3º do art. 57, do RICARF (grifos do original) : "A extemporaneidade na entrega de declaração de tributos, no prazo fixado pela norma, é considerada como sendo descumprimento de obrigação tributária exigida do contribuinte. Embora seja ela obrigação acessória, sua pena pecuniária está prevista no § 3º, do artigo 5º, do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, abaixo transcrito: 'Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. § 3º. Sem prejuízo das penalidades aplicáveis pela inobservância da obrigação principal, o não cumprimento da obrigação acessória na forma da legislação sujeitará o infrator à multa de que tratam os §§ 2º, 3º e 4º do artigo 11 do Decretolei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982, com a redação que lhe foi dada pelo Decretofeita nº 2.065, de 26 de outubro de 1983.' Transcrevendo o artigo 11, do Decretolei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982, a multa é aplicada da seguinte forma: 'Art. 11. a pessoa física ou jurídica é obrigada a informar à Secretaria da Receita Federal os rendimentos que, por si ou como representante de terceiros, pagar ou creditar no ano anterior, bem como o imposto de renda que tenha retido.' Neste mesmo sentido, o artigo 7º, da Lei nº 10.426/2002, prescreveu que: Fl. 84DF CARF MF 6 Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (...) II de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; (...) Os normativos baixados pela RFB, como a IN RFB 974, de 27 de novembro de 2009, prevêem que: Art. 2º As pessoas jurídicas de direito privado em geral, inclusive as equiparadas, as imunes e as isentas, as autarquias e fundações da administração pública dos Estados, Distrito Federal e Municípios e os órgãos públicos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário dos Estados e do Distrito Federal e dos Poderes Executivo e Legislativo dos Municípios, desde que se constituam em unidades gestoras de orçamento, deverão apresentar, de forma centralizada, pela matriz, mensalmente, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). (...) Assim, considero legitima a incidência da multa pelo atraso na entrega da DCTF do período em questão, eis que, como demonstrado, a legislação de regência não desobrigou o Recorrente do cumprimento dessa obrigação acessória. Também não tem cabimento as alegações de boa fé e de ausência de prejuízo ao erário apresentadas pelo Recorrente visando a exclusão da multa, eis que esta possui caráter objetivo e, por isso, quedase alheia à vontade do contribuinte ou ao eventual prejuízo derivado do descumprimento de obrigações acessórias, conforme estabelece expressamente o art. 136 do Código Tributário Nacional. Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10875.723059/201286 Acórdão n.º 1002000.238 S1C0T2 Fl. 5 7 Constatado, portanto, que o atraso na entrega da DCTF é fato ostensivo e incontroverso e que a exação foi feita de acordo com a legislação regente da matéria, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Fl. 86DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.911762/2009-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DCOMP. AFASTAMENTO DO ÓBICE DO ART. 10 DA IN SRF Nº 460/04 E REITERADO PELA IN SRF Nº 600/05. SÚMULA CARF Nº 84.
Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação, desde que comprovado o erro de fato.
Não comprovado o erro de fato, mas existindo eventualmente pagamento a maior de estimativa em relação ao valor do débito apurado no encerramento do respectivo ano-calendário, cabe a devolução do saldo negativo.
Numero da decisão: 1301-003.049
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar o óbice do art. 10 da IN SRF 460/04 e reiterado pela IN SRF 600/05, pela aplicação da Súmula CARF nº 84, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do pedido, retomando-se, a partir daí, o rito processual habitual.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Nelso Kichel- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amelia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: NELSO KICHEL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DCOMP. AFASTAMENTO DO ÓBICE DO ART. 10 DA IN SRF Nº 460/04 E REITERADO PELA IN SRF Nº 600/05. SÚMULA CARF Nº 84. Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação, desde que comprovado o erro de fato. Não comprovado o erro de fato, mas existindo eventualmente pagamento a maior de estimativa em relação ao valor do débito apurado no encerramento do respectivo ano-calendário, cabe a devolução do saldo negativo.
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DCOMP. AFASTAMENTO DO ÓBICE DO ART. 10 DA IN SRF Nº 460/04 E REITERADO PELA IN SRF Nº 600/05. SÚMULA CARF Nº 84. Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação, desde que comprovado o erro de fato. Não comprovado o erro de fato, mas existindo eventualmente pagamento a maior de estimativa em relação ao valor do débito apurado no encerramento do respectivo anocalendário, cabe a devolução do saldo negativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar o óbice do art. 10 da IN SRF 460/04 e reiterado pela IN SRF 600/05, pela aplicação da Súmula CARF nº 84, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do pedido, retomandose, a partir daí, o rito processual habitual. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 91 17 62 /2 00 9- 17 Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10983.911762/200917 Acórdão n.º 1301003.049 S1C3T1 Fl. 112 2 (assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amelia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10983.911762/200917 Acórdão n.º 1301003.049 S1C3T1 Fl. 113 3 Relatório Tratase do Recurso Voluntário contra o Acórdão da 3ª Turma da DRJ/Florianópolis que julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente ao deixar de homologar a compensação tributária informada na DCOMP objeto dos autos. Primeiro, o Despacho Decisório da unidade local da RFB denegou o direito creditório pleiteado pela contribuinte com fundamento no art. 10 da IN SRF 600, de 2005. Vale dizer, o direito creditório utilizado no PER/DCOMP não foi reconhecido, por se tratar de mera antecipação de pagamento a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual, caso em que o recolhimento a maior ou indevido somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPJ ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL devidos no final do anocalendário ou para compor respectivo saldo negativo. Irresignada, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, aduzindo, em síntese, nas suas razões: que tem direito à restituição e compensação imediata do pagamento indevido da estimativa mensal, à luz da legislação de regência; que o pagamento a maior ou indevido do IRPJ ou CSLL decorreu de erro de fato na base de cálculo, pela inclusão indevida na receita bruta de valores da: a) Conta Consumo de Combustível — CCC; e, b) Conta de Desenvolvimento Energético — CDE; que a Conta Consumo de Combustível — CCC e a Conta de Desenvolvimento Energético — CDE têm como objetivo subsidiar a energia elétrica gerada nas usinas termoelétricas, de forma que a tarifa da energia elétrica fosse equalizada com a dos consumidores servidos por geração hidráulica, sobretudo nos instantes de baixa "hidraulicidade" dos sistemas interligados (em que a energia produzida pelas hidroelétricas estavam com capacidade baixa); que a inclusão de valores dessas Contas pela Agência Nacional de Energia Elétrica — ANEEL no cálculo da conta dos consumidores situados nas regiões Sul, Sudeste, CentroOeste e Nordeste , mediante incremento nas tarifas das concessionárias distribuidoras, e repassados à Eletrobrás que administra esses recursos , não configura receita da impugnante; que muito embora a cobrança da Conta Consumo de Combustível — CCC e da Conta de Desenvolvimento Energético — CDE possam, em tese, caracterizar como receitas das empresas distribuidoras de energia, de forma peculiar, para impugnante, que é Geradora de Energia Elétrica interligada ao sistema, tais rubricas não são receitas. Isto porque a geradora está impossibilitada de auferir qualquer recurso dessas fontes como "receita" própria ou como "faturamento", conforme as prescrições da ANEEL. Ou seja, por meio da Nota Técnica n° 116, de 24 de março de 2006, e Despacho n° 657/2006, a ANEEL Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10983.911762/200917 Acórdão n.º 1301003.049 S1C3T1 Fl. 114 4 orientou as alterações introduzidas no Manual de Contabilidade do Serviço Público de Energia Elétrica, para equacionar a distorção decorrente da inadequada contabilização dos valores da CCC/CDE como "Receitas de Subvenção" pelas concessionárias geradoras como a impugnante; que a ANEEL esclareceu que os valores, outrora contabilizados como "Receitas de Subvenção CCC/CDE", deveriam ser contabilizados como "Recuperação de Custos", em conta retificadora dos custos com matériaprima e insumos, pois jamais integraram a receita de concessionárias geradoras, como a impugnante; que os valores da Conta Consumo de Combustível — CCC e da Conta de Desenvolvimento Energético — CDE não representam propriedade e, conseqüentemente, incremento patrimonial da impugnante, já que somente são repassados para que se propicie o pleno funcionamento do Sistema Elétrico Nacional, tendo, inclusive, a sua aplicação passível de auditoria pelo Tribunal de Contas da União. Por último, a DRJ, assim como ocorrera no Despacho Decisório da unidade de origem da RFB, também denegou o direito creditório pelo mesmo fundamento declinado no referido Despacho Decisório, ou seja, que o valor pago indevidamente ou a maior de IRPJ ou de CSLL, a título de estimativa mensal, no âmbito do regime de tributação pelo lucro real anual, não pode ser objeto de compensação, pois esse valor só pode ser utilizado na dedução do IRPJ ou da CSLL devidos ao final do período de apuração em que houve o pagamento indevido, ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. Ciente dessa decisão, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, cujas razões, em síntese, são as seguintes: que efetuou o pagamento a maior ou indevido do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e da contribuição social sobre o lucro líquido a título de estimativa mensal, por erro de fato; que efetuou imediata compensação tributária, utilizando como crédito os valores pagos indevidamente do imposto e contribuição federais através de declaração de compensação, via sistema PER/DCOMP; que, tanto o Despacho Decisório da unidade de origem da RFB, quanto o Acórdão recorrido, com mesmo fundamento, denegaram o crédito pleiteado, conforme já mencionado anteriormente; que o pagamento indevido é feito à margem da lei e, portanto, não se subsume a qualquer regime de repetição que não aquele previsto no art. 165, do CTN, ou seja, o direito a repetição surge de forma imediata; que o pagamento por regime de estimativa é previsto em lei, na forma dos §§ 2° e 3°, da Lei n.° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e, deste modo, qualquer pagamento a maior do que o fixado no dispositivo legal é considerado indevido, e não adiantamento; que o disposto no art. 10 da Instrução Normativa n.° 600, de 2005, na parte atinente ao pagamento a maior, tão somente objetiva protelar o pagamento dos juros devidos a partir da ocorrência do pagamento indevido, e, assim prevendo, colide com o disposto no §4°, do art. 39, da Lei nº 9.250/95, de modo a tornálo inaplicável, pois cediça a regra de que o Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10983.911762/200917 Acórdão n.º 1301003.049 S1C3T1 Fl. 115 5 conteúdo e o alcance dos decretos restringese aos das leis em função das quais sejam expedidos (CTN, art. 99), ou seja, para fiel cumprimento da lei (CF, art. 84, IV); que citou precedente do CARF pelo afastamento, inaplicabilidade, do art. 10 da Instrução Normativa n° 460/04, reiterado na IN nº 600/05, que vedava a compensação de pagamento à maior das estimativas mensais do IRPJ ou da CSL, antes de findo o período de apuração; que o direito a repetição do pagamento indevido ou a maior de tributo surge no momento de sua efetivação à margem da lei, e evidente, pois, a possibilidade de compensação imediata do pagamento indevido da estimativa mensal. É o relatório. Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10983.911762/200917 Acórdão n.º 1301003.049 S1C3T1 Fl. 116 6 Voto Conselheiro Nelso Kichel, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade; por isso, dele conheço. A recorrente rebelase contra a decisão recorrida que denegou o direito creditório pleiteado e não homologou a DCOMP objeto dos autos. Inexistindo preliminar a ser enfrentada, passo diretamente à análise do mérito. Direito de repetição do indébito tributário ou de compensálo com outro débito vencido ou vincendo. O contribuinte que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo e/ou contribuição administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por esse Órgão. No processo de compensação tributária, o contribuinte é autor do pedido de aproveitamento de crédito contra a Fazenda Nacional, ou seja, encontro de contas informado na declaração de compensação informada. À luz do artigo 373, I, do CPC (Lei nº 13.105, de 2015), de aplicação subsidiária no processo administrativo tributário federal (processo de compensação tributária), compete ao autor do pedido de crédito o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito de crédito alegado, mediante apresentação de elementos de prova hábeis e idôneos da existência do crédito contra a Fazenda Nacional, utilizado para encontro de contas com débito próprio vencido ou vincendo objeto da DCOMP, para que seja aferida a liquidez e certeza, nos termos do art. 170 do Código Tributário Nacional. O momento da apresentação das provas, sua produção, está previsto nos arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72. A compensação tributária apresentada, informada à Receita Federal do Brasil extingue o débito tributário na data da transmissão da DCOMP, sob condição resolutória, pois ainda dependente de ulterior verificação para efeito de homologação ou não, no prazo legal de até cinco anos. Os requisitos de certeza e liquidez do crédito utilizado na DCOMP devem estar preenchidos ou atendidos, por conseguinte, na data de transmissão da declaração de compensação. No caso, a recorrente alegou nos autos: Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10983.911762/200917 Acórdão n.º 1301003.049 S1C3T1 Fl. 117 7 que efetuara pagamento a maior ou indevido de estimativa mensal do IRPJ ou CSLL por erro de fato na base de cálculo, pela inclusão indevida na receita bruta de valores relativos a Conta Consumo de Combustível — CCC e a Conta de Desenvolvimento Energético — CDE; que valores cobrados dos clientes consumidores a título dessas rubricas não seriam receitas, mais sim mera "Recuperação de Custos", conta retificadora dos custos; que, nesse sentido, invocou esclarecimento da ANEEL, conforme atos normativos citados no relatório, que os valores outrora contabilizados como "Receitas de Subvenção para Custeio CCC/CDE", devem ser contabilizados como "Recuperação de Custos", em conta retificadora dos custos com matériaprima e insumos, pois valores repassados a título dessas rubricas não seriam receitas. Ocorre que a questão do erro de fato alegado, se existente ou não, na apuração da base de cálculo do IRPJ ou da CSLL, por conta dos registros contábeis dos valores repassados à recorrente nas rubricas Conta Consumo de Combustível — CCC e Conta de Desenvolvimento Energético — CDE remete a outra questão não resolvida nos autos, ou seja: os valores auferidos a título das referidas rubricas são tributáveis ou não? A contribuinte alega, invocando a ANEEL, que seriam meros repasses a título de "Recuperação de Custos" para registro em conta retificadora dos custos com matéria prima e insumos. Esses pontos controvertidos, portanto, não foram enfrentados, no mérito, pela decisões anteriores nestes autos, pois se limitaram a denegar o direito creditório com base no óbice do art. 10 da IN SRF 460/04, reiterado pela IN SRF nº 460/05. Ocorre que o óbice do art. 10 da Instrução Normativa n° 460/04, reiterado na IN nº 600/05, ficou superado a partir da edição da IN SRF 900/2008 que suprimiu a vedação do da repetição imediata, aproveitamento ou utilização em compensação tributária de pagamento a maior ou indevido de estimativas mensais do IRPJ ou da CSLL antes de findo o período de apuração, desde que reste comprovado, de forma cabal, o erro de fato na apuração da base de cálculo ou pagamento totalmente desvinculado da base de cálculo que deu origem ao crédito pleiteado. No mesmo sentido, a Súmula CARF nº 84, cujo verbete transcrevo, in verbis: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Assim, a comprovação do erro de fato é condição sine qua non para configuração do pagamento indevido das estimativas mensais e repetição imediata. Caso contrário, tratase mero antecipação de pagamento do IRPJ e da CSLL na forma da legislação de regência, podendo somente ser utilizada na declaração de ajuste anual, para dedução do débito apurado ou para formação do saldo negativo. No caso, não há como prosseguir na análise de mérito nesta instância de julgamento para evitar prejuízo à defesa, ou seja evitar supressão de instância de julgamento, pois as questões do alegado erro de fato e da natureza das receitas, valores repassados à Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10983.911762/200917 Acórdão n.º 1301003.049 S1C3T1 Fl. 118 8 recorrente nas rubricas Conta Consumo de Combustível — CCC e Conta de Desenvolvimento Energético — CDE não foram enfrentadas, no mérito, pelas decisões anteriores nestes autos. Diante do exposto, voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário para: a) afastar o óbice do art. 10 da IN SRF 460/04 e reiterado pela IN SRF 600/05, pela aplicação da Súmula CARF nº 84; e, b) para evitar prejuízo à defesa, ou seja, supressão de instância de julgamento, devolver os autos à unidade de origem da RFB, no caso, a DRF/Florianópolis para que proceda análise de mérito do direito creditório pleiteado pela contribuinte, retomandose, a partir daí, o rito processual habitual. (assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 118DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.730406/2012-61
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2008
DEDUÇÃO INDEVIDA DE DEPENDENTES. DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECURSO MANTIDO. INCLUSÃO DE NOVAS DEDUÇÕES NÃO DECLARADAS. IMPOSSIBILIDADE.
O contribuinte deve impugnar pontualmente a acusação, trazer para estes autos novas deduções não declaradas, não cabe neste momento.
Numero da decisão: 2002-000.153
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em rejeitar a proposta de diligência da conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. No mérito, acordam, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcília Ferreira Campêlo.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2008 DEDUÇÃO INDEVIDA DE DEPENDENTES. DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECURSO MANTIDO. INCLUSÃO DE NOVAS DEDUÇÕES NÃO DECLARADAS. IMPOSSIBILIDADE. O contribuinte deve impugnar pontualmente a acusação, trazer para estes autos novas deduções não declaradas, não cabe neste momento.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em rejeitar a proposta de diligência da conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. No mérito, acordam, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcília Ferreira Campêlo.
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score : 1.0
Numero do processo: 11516.004131/2010-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007, 2008, 2009, 2010
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NOVO PRONUNCIAMENTO PARA SANAR OMISSÃO.
Constatado que há omissão no acórdão embargado, prolata-se nova decisão para sanar tal vício.
PAGAMENTO DA EXIGÊNCIA ANTES DO JULGAMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. DESISTÊNCIA TÁCITA. ACÓRDÃO PROVENDO PARCIALMENTE O RECURSO. EMBARGOS PARA SANAR OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO NA PARTE ATINENTE À DESISTÊNCIA.
Constatado que o recurso voluntário foi provido parcialmente, mas, em relação à parcela do crédito tributário exonerado, o contribuinte já havia reconhecido o débito, quitando-o antes da sessão em que o recurso foi apreciado, prolata-se nova decisão, com efeitos infringentes, para não se conhecer do recurso voluntário nessa parte.
Numero da decisão: 1301-002.998
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para sanar omissão no acórdão 1103-000.972 e retificar a decisão para não conhecer do recurso em relação ao crédito tributário objeto de desistência, e, na parte conhecida, negar-lhe provimento, nos termos do voto do relator. Ausente momentânea e justificadamente o Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro. Participou do julgamento o Conselheiro Suplente Breno do Carmo Moreira Vieira.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Ângelo Antunes Nunes (suplente convocado para manter paridade do colegiado), Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à Conselheira Bianca Felícia Rothschild) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente justificadamente a Conselheira e Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007, 2008, 2009, 2010 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NOVO PRONUNCIAMENTO PARA SANAR OMISSÃO. Constatado que há omissão no acórdão embargado, prolata-se nova decisão para sanar tal vício. PAGAMENTO DA EXIGÊNCIA ANTES DO JULGAMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. DESISTÊNCIA TÁCITA. ACÓRDÃO PROVENDO PARCIALMENTE O RECURSO. EMBARGOS PARA SANAR OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO NA PARTE ATINENTE À DESISTÊNCIA. Constatado que o recurso voluntário foi provido parcialmente, mas, em relação à parcela do crédito tributário exonerado, o contribuinte já havia reconhecido o débito, quitando-o antes da sessão em que o recurso foi apreciado, prolata-se nova decisão, com efeitos infringentes, para não se conhecer do recurso voluntário nessa parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para sanar omissão no acórdão 1103-000.972 e retificar a decisão para não conhecer do recurso em relação ao crédito tributário objeto de desistência, e, na parte conhecida, negar-lhe provimento, nos termos do voto do relator. Ausente momentânea e justificadamente o Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro. Participou do julgamento o Conselheiro Suplente Breno do Carmo Moreira Vieira. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Ângelo Antunes Nunes (suplente convocado para manter paridade do colegiado), Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à Conselheira Bianca Felícia Rothschild) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente justificadamente a Conselheira e Bianca Felícia Rothschild.
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E OUTROS ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007, 2008, 2009, 2010 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NOVO PRONUNCIAMENTO PARA SANAR OMISSÃO. Constatado que há omissão no acórdão embargado, prolatase nova decisão para sanar tal vício. PAGAMENTO DA EXIGÊNCIA ANTES DO JULGAMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. DESISTÊNCIA TÁCITA. ACÓRDÃO PROVENDO PARCIALMENTE O RECURSO. EMBARGOS PARA SANAR OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO NA PARTE ATINENTE À DESISTÊNCIA. Constatado que o recurso voluntário foi provido parcialmente, mas, em relação à parcela do crédito tributário exonerado, o contribuinte já havia reconhecido o débito, quitandoo antes da sessão em que o recurso foi apreciado, prolatase nova decisão, com efeitos infringentes, para não se conhecer do recurso voluntário nessa parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 41 31 /2 01 0- 52 Fl. 845DF CARF MF Processo nº 11516.004131/201052 Acórdão n.º 1301002.998 S1C3T1 Fl. 846 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para sanar omissão no acórdão 1103 000.972 e retificar a decisão para não conhecer do recurso em relação ao crédito tributário objeto de desistência, e, na parte conhecida, negarlhe provimento, nos termos do voto do relator. Ausente momentânea e justificadamente o Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro. Participou do julgamento o Conselheiro Suplente Breno do Carmo Moreira Vieira. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Ângelo Antunes Nunes (suplente convocado para manter paridade do colegiado), Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado em substituição à Conselheira Bianca Felícia Rothschild) e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente justificadamente a Conselheira e Bianca Felícia Rothschild. Fl. 846DF CARF MF Processo nº 11516.004131/201052 Acórdão n.º 1301002.998 S1C3T1 Fl. 847 3 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pelo titular da Delegacia da Receita Federal em Florianópolis. Os embargos foram admitidos por meio de despacho exarado pelo Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento. Em resumo, em 28/11/2013 o contribuinte recolheu parte dos débitos em discussão nos presentes autos, com os benefícios previstos nas Leis nº 11.941/2009 e nº 12.249/2010, regulamentada pela Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 7, de 15 de outubro de 2013. Posteriormente, o contribuinte formalizou o pedido de desistência parcial do recurso voluntário, nos termos dos §§ 4º e 12 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 7, de 15 de outubro de 2013. Ocorre que, posteriormente ao pagamento realizado, mas antes da formalização do pedido de desistência parcial do recurso, foi prolatado o Acórdão 1103 000.372 (sessão de 03/12/2013), dando provimento parcial ao recurso voluntário, exonerando crédito tributário que já houvera sido reconhecido como devido pela recorrente. Os embargos foram admitidos a fim de sanar a omissão no julgado, uma vez que não fora abordada a desistência tácita (pagamento do crédito tributário), cancelandose parcela de crédito já recolhido pelo contribuinte. É o relatório. Fl. 847DF CARF MF Processo nº 11516.004131/201052 Acórdão n.º 1301002.998 S1C3T1 Fl. 848 4 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. Conforme já relatado, os embargos foram admitidos para sanar omissão relativa a desistência tácita de parcela do crédito tributário em discussão, não levada em consideração quando do julgamento do recurso voluntário. Pois bem, assim dispõe o art. 78 do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. § 3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente. § 4º Havendo desistência parcial do sujeito passivo e, ao mesmo tempo, decisão favorável a ele, total ou parcial, com recurso pendente de julgamento, os autos deverão ser encaminhados à unidade de origem para que, depois de apartados, se for o caso, retornem ao CARF para seguimento dos trâmites processuais. § 5º Se a desistência do sujeito passivo for total, ainda que haja decisão favorável a ele com recurso pendente de julgamento, os autos deverão ser 60 encaminhados à unidade de origem para procedimentos de cobrança, tornandose insubsistentes todas as decisões que lhe forem favoráveis. [grifos nossos] Com efeito, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, importa a desistência do recurso, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente. No caso concreto, não há dúvida que o recurso voluntário foi provido parcialmente na sessão realizada em 03/12/2013, mas, em relação à parcela do crédito tributário exonerado, o contribuinte já havia reconhecido o débito, quitandoo em 28/11/2013, ou seja, antes da sessão em que o recurso foi apreciado. Fl. 848DF CARF MF Processo nº 11516.004131/201052 Acórdão n.º 1301002.998 S1C3T1 Fl. 849 5 Os embargos opostos pela unidade de origem foram admitidos Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção para sanar obscuridade/omissão, mas também poderia ter sido para correção de lapso manifesto, nos termos do art. 66 do Anexo II do RICARF. Nesse contexto, há de se acolher os embargos opostos, com efeitos infringentes, para não se conhecer do recurso voluntário na parte objeto de desistência. Considerandose que a única parcela de crédito exonerado dizia respeito justamente aos débitos já recolhidos pelo contribuinte, o resultado do julgamento há de se ter também alterado, não mais se falando em provimento parcial do recurso, mas sim, na parte conhecida, em desprovimento integral do recurso. CONCLUSÃO Isso posto, voto por acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para sanar omissão no acórdão 1103000.972 e retificar a decisão para não conhecer do recurso em relação ao crédito tributário objeto de desistência, e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 849DF CARF MF
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Numero do processo: 16370.000399/2008-16
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS QUE JUSTIFIQUEM A INIDONEIDADE DOS COMPROVANTES.
Recibos de despesas médicas têm força probante como comprovante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. A glosa por recusa da aceitação dos recibos de despesas médicas, pela autoridade fiscal, deve estar sustentada em indícios consistentes e elementos que indiquem a falta de idoneidade do documento. A ausência de elementos que indique a falsidade ou incorreção dos recibos os torna válidos para comprovar as despesas médicas incorridas.
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte.
Numero da decisão: 2001-000.387
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, por maioria, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencido o Conselheiro José Ricardo Moreira que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS QUE JUSTIFIQUEM A INIDONEIDADE DOS COMPROVANTES. Recibos de despesas médicas têm força probante como comprovante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. A glosa por recusa da aceitação dos recibos de despesas médicas, pela autoridade fiscal, deve estar sustentada em indícios consistentes e elementos que indiquem a falta de idoneidade do documento. A ausência de elementos que indique a falsidade ou incorreção dos recibos os torna válidos para comprovar as despesas médicas incorridas. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, por maioria, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencido o Conselheiro José Ricardo Moreira que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 37 0. 00 03 99 /2 00 8- 16 Fl. 98DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por glosa de Despesas Médicas. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 7.596,17, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2005. O fundamento básico do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento da decisão da lavratura do lançamento, o fato de que a Recorrente deveria ter apresentado comprovação complementar referente aos pagamentos de despesas médicas, além dos recibos apresentados. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente na comprovação da despesa, especialmente no que se refere a documentos suplementares aos recibos apresentados e identificação dos serviços médicos prestados, como segue: Trata o processo de impugnação referente à Notificação de Lançamento de fls. 11 a 14, resultante de revisão da Declaração de Ajuste Anual DAA correspondente ao exercício de 2006, ano calendário de 2005, que exige R$ 7.596,17 de imposto de renda suplementar, R$ 5.697,12 de multa de oficio e R$ 2.263,65 de juros de mora, em virtude de glosa de dedução indevida de despesas médicas. 2. Segundo o relatório denominado Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fl. 12, foi glosado o montante de R$ 27.622,44 de despesas médicas, sendo que desse total, R$ 1.216,36 corresponde a plano de saúde da Unimed da esposa do contribuinte, que apresentou declaração em separado, e R$ 24.690,00 corresponde a despesas referentes às profissionais Ana Paula Bacron, Giovana M. Rizzo, Maria Fernanda Felipeto, Rosangela Bacron, CamilaC. Melo, Renata M. Tan e Suzana M. Gameiro, em relação às quais o contribuinte não comprovou o pagamento, conforme solicitado na intimação fiscal de fl. 31. (...) e) não contesta a glosa de R$ 1.216,36, referente ao plano de saúde de sua esposa, e nem a glosa de R$ 1.716,08, referente a cobrança adicional feita pela Unimed. (...) 6. Considerando que o Impugnante não contesta a glosa de R$ 1.216,36, referente ao plano de saúde de sua esposa, e nem a glosa de R$ 1.716,08, referente a cobrança adicional feita pela Unimed, temse que, nos termos do art. 17 do Decreto n° 70.235, de 1972, Fl. 99DF CARF MF Processo nº 16370.000399/200816 Acórdão n.º 2001000.387 S2C0T1 Fl. 99 3 com a redação do art. 67 da Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de 1997, o presente julgamento limitarseá à matéria impugnada, ou sei a, à glosa das despesas médicas no valor de R$ 24.690,00. 7. Alega o Impugnante que a defesa está prejudicada, pois não teria sido informado sobre quais requisitos legais os comprovantes apresentados não estariam atendendo. Também alega que a mera menção a dispositivos legais não supre a falta de motivação. 8. Quanto a essas alegações do Impugnante, de fato, poderia a autoridade fiscal ter detalhado mais os motivos que ensejaram a glosa das deduções com despesa médica. Contudo, basta uma rápida análise dos recibos apresentados (fls. 32 a 55), em confronto com as intimações de fls. 22 e 31, para se constatar que o relatório fiscal foi bem claro, ou seja, a glosa se deu por falta de comprovação do efetivo pagamento das despesas consignadas nos recibos. 9. Quanto à alegação de que a "descrição dos fatos é vaga, pois diz que a dedução é indevida `por falta de comprovação, ou por falta de previsão legal para sua dedução', restando dúvida sobre qual dos dois motivos ensejou a glosa", esclarecemos que tal imprecisão no relatório fiscal foi sanada no item denominado "Complementação da Descrição dos Fatos", quando a fiscalização informa que os recibos não comprovam o pagamento (com base na legislação citada). 10. Portanto, temse por afastada a alegação de que a glosa das despesas não estaria suficientemente motivada e que a defesa estaria prejudicada. 11. Alega o Impugnante que a glosa das despesas médicas, no valor de R$ 24.690,00, é indevida, pois os recibos apresentados comprovam a efetiva prestação dos serviços médicos e os pagamentos correspondentes. 12. Pois bem, em face do alegado, vejamos o que dispõe a legislação a respeito da dedução de despesas médicas: Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999 Art. 73.Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n2 5.844, de 1943, art. 11, §39. § 1' Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 49. (...) 13. Conforme se observa na legislação acima transcrita, de fato, despesas com tratamento de saúde são passíveis de dedução no Imposto de Renda, sendo que o comprovante de pagamento (recibo) que preencha as formalidades previstas na legislação tributária têm o condão de comprovar o pagamento dos serviços prestados, porém, Fl. 100DF CARF MF 4 considerando que na apreciação da prova a autoridade fiscal formará livremente sua convicção, a esta é autorizado exigir outros elementos de prova quando a documentação apresentada não constituir prova inequívoca dos pagamentos, o que aconteceu no presente caso. 15. No caso em tela, observase que a Impugnante declarou em sua DAA o montante de R$ 28.838,80 (vide fl. 61) a titulo de despesa médica, valor este bastante expressivo (20,62% dos rendimentos tributáveis) e que justifica, por si só, um exame mais criterioso por parte da autoridade fiscal e a glosa dessa dedução por falta de comprovação por parte do contribuinte, haja vista o disposto no art. 73, § 10 do Decreto n° 3.000/99. 17. Buscando comprovar a procedência dessas despesas, o Impugnante não apresentou comprovantes do efetivo desembolso dos valores deduzidos na DAA, mas apenas recibos os de fls. 32 a 55, os quais apresentam diversas irregularidades, conforme a seguir discriminado: (...) 18. Cabe acrescentar que, além das irregularidades apontadas acima, depreendese da Notificação de Lançamento que a motivação da exigência fiscal, relacionada à dedução indevida com despesa médicas, se deu em razão da falta de comprovação do efetivo pagamento. 19. Tal prova poderia ser feita com cópia de cheques nominais compensados, extratos bancários para demonstrar transferências bancárias ou retiradas em espécie, coincidentes em data e valor, etc., que efetivamente arcou com a despesa pelo tratamento, pois se o Impugnante efetivamente custeou o tratamento com recursos próprios, seria capaz de demonstrar uma movimentação bancária compatível com tal situação, em data e valor, compatíveis com os pagamentos, em conformidade com os artigos 73 e 80 do RIR/99. 21. Insta destacar que as declarações firmadas pelas profissionais de saúde, fls. 24 a 29, não tem o condão de comprovar o efetivo pagamento das despesas. 24. Requer o Impugnante a realização de diligência para que sejam intimados as profissionais que emitiram os recibos a fim de confirmarem se os serviços foram prestados e se os pagamentos foram efetivados. 26. No caso ora sob análise, uma diligência poderia até demonstrar a prestação do serviço e o recebimento do respectivo pagamento pelo profissional de saúde, mas não o efetivo desembolso, pelo Impugnante, do valor deduzido na DAA, razão pela qual esta autoridade julgadora conclui pela desnecessidade da diligência pleiteada. 27. Isso posto, voto pela improcedência da impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Fl. 101DF CARF MF Processo nº 16370.000399/200816 Acórdão n.º 2001000.387 S2C0T1 Fl. 100 5 Assim, conclui o acórdão vergastado pela improcedência da impugnação para manter a exigência do Lançamento em sua integralidade. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, a Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) Em agosto de 2008, recebeu nova intimação solicitando a comprovação dos pagamentos das despesas médicas e a discriminação dos beneficiários do plano de saúde. Posteriormente, em 23/10/2008, foi cientificado da notificação de lançamento n° 2006/6094505540644048, pela qual foi informado da glosa de despesas médicas no valor R$ 27.622,44. (...) PRELIMINAR Inicialmente, a autoridade julgadora não esclareceu o • motivo pelo qual os recibos, corroborados pelas declarações dos profissionais de saúde que atestaram por escrito a validade dos recibos, a prestação dos serviços médicos e o efetivo pagamento, são "inválidos", conforme transcrição do trecho da decisão administrativa que reproduzimos. "21. Insta destacar que as declarações firmadas pelas profissionais de saúde, fls. 20 e 21, não tem o condão de comprovar o efetivo pagamento das despesas. "(destacamos) Porquanto, a mera afirmação sem qualquer explicação não supre a necessidade da fundamentação das decisões administrativas prevista nó ordenamento legal e integrante dos princípios constitucionais do devido processo legal e do contraditório e da ampla defesa (art. 5º , incisos LIV e LV, da CF) . No caso concreto, a falta de fundamentação impossibilita a defesa do impugnante, pois diz simplesmente que não os aceitará como prova mas não esclarece por que são inválidas. (...) A intimação original solicitou "Comprovantes originais e cópias das despesas médicas" (cópia da intimação anexa a esta impugnação), tendo sido atendido o pedido com a apresentação das cópias e originais, estas devolvidas após a devida autenticação daquelas pela servidora que as recepcionou como comprova o "TERMO DE COMPARECIMENTO" em anexo, no qual consta a entrega de 63 "Comprovantes de pagamento de Despesas Médicas" Fl. 102DF CARF MF 6 Ora, se os documentos solicitados, mormente os recibos médicos, foram apresentados na forma requerida, assim, exsurge a questão, ou as cópias devidamente entregues não chegaram às mãos da autoridade fiscal ou se foram simplesmente desconsideradas sem se explicitar o motivo, pois se os recibos médicos foram recepcionados como "Comprovantes de pagamento de Despesas Médicas", não pode a decisão que fundamenta a notificação dizer "desconsiderados por não apresentar qualquer documento para comprovação do pagamento das despesas", sem que se diga o motivo pelo qual nem foram cogitados como forma de comprovação de pagamento, como algo inexistente. O Dicionário Aurélio descreve recibo como "Declaração escrita de se haver recebido alguma coisa; quitação", ou seja, por definição, qualquer recibo já e um documento que comprova pagamento, quitação, portanto, não há como entender a declaração da autoridade fiscal, agora também pela autoridade julgadora de primeira instância, de que não tenha sido apresentado qualquer documento comprobatório do pagamento, mas que o "mero pagamento" não seria suficiente mas apenas o "desembolso" seria aceito. A disposição legal exige a comprovação do pagamento, não existe no ordenamento jurídico qualquer referência ao termo "desembolso". Exigir do cidadão a demonstração do "desembolso", o que quer que seja isto, é violar o princípio da legalidade. (...) Quando à diligência solicitada com as profissionais que prestaram os serviços médicos, a autoridade julgadora afirma: "26.. No caso ora sob análise, uma diligência . poderia até demonstrar a prestação do serviço e o recebimento do respectivo pagamento pelo profissional de saúde, mas não o efetivo desembolso, pelo Impugnante, do valor deduzido na DAA, razão pela qual esta autoridade julgadora conclui pela desnecessidade da diligência pleiteada." (destaques nossos) MÉRITO O cerne da questão está na comprovação da prestação dos serviços de saúde e do pagamento destes serviços e a decisão inicia argumentando que não há comprovação dos pagamentos: (...) Citação de parte do texto da decisão da DRJ itens 13, 15, 16, 17. Podese observar que, apesar da legislação exigir o pagamento, a decisão administrativa afirma que não foi comprovado o efetivo desembolso dos valores. Depois, a autoridade julgadora afirma que não houve a comprovação do efetivo pagamento, sem explicar o que o desembolso tem relação com o pagamento. Fl. 103DF CARF MF Processo nº 16370.000399/200816 Acórdão n.º 2001000.387 S2C0T1 Fl. 101 7 Quando à diligência solicitada com as profissionais que prestaram os serviços médicos, a autoridade julgadora afirma: "26.. No caso ora sob análise, uma diligência . poderia até demonstrar a prestação do serviço e o recebimento do respectivo pagamento pelo profissional de saúde, mas não o efetivo desembolso, pelo Impugnante, do valor deduzido na DAA, razão pela qual esta autoridade julgadora conclui pela desnecessidade da diligência pleiteada." (destaques nossos) Ora, aqui a autoridade julgadora chega a conclusão que, ao arrepio da lei que exige a comprovação do pagamento, a diligência não é necessária porque mesmo que fosse demonstrado o pagamento não seria suficiente, para ela a única prova que vale é o "desembolso". Pelo que foi, exposto, verificase que a autoridade administrativa não está fazendo um julgamento por critérios legais, mas por critérios econômicos, estatísticos e arbitrários. Primeiro, afirma que 20,62% da renda tributável de despesas médicas pressupõe deduções indevidas, porque o valor é "alto". Então, se fossem valores menores, 10 ou 5% (?) não haveria problema? Entretanto, a legislação tributária não determina um valor mínimo, um piso para deduções de despesas de saúde, mas a autoridade administrativa o faz. Depois disso, faz uma série de afirmações de que não haveria a comprovação do pagamento e/ou do desembolso, sem explicar o que seria exatamente o "desembolso", já que este termo não existe na legislação tributária do imposto de renda das pessoas físicas. (...) Imputar o ônus da prova somente ao contribuinte e restringir a prova a uma única forma, comprovantes bancários, e recusar diligências para que eventuais dúvidas em relação aos recibos e declarações escritas sejam sanadas é muito cômodo à autoridade administrativa, mas restringe indevidamente o contraditório e a ampla defesa. (...) Em resumo, a autoridade tributária não pode restringir a prova de pagamento a uma modalidade, a transação bancária, pois isto implicaria que a única maneira de se pagar uma despesa dedutível seria por esta forma, ou seja, para que isso fosse possível teria que haver uma lei que obrigasse o contribuinte a realizar todos os pagamentos de despesas dedutíveis por meio de cheque ou transferência bancária e essa lei não existe. (...) À vista de todo o exposto, demonstrada, preliminarmente, a nulidade da notificação de lançamento e do julgamento de primeira instância Fl. 104DF CARF MF 8 e, no mérito, a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhida ó presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. No pedido de anulação do Lançamento o Recorrente alega insubsistência e improcedência da ação fiscal que, segundo seu dizer, por falta fundamentação que impossibilita a defesa, nos seguintes termos: PRELIMINARES Inicialmente, a autoridade julgadora não esclareceu o • motivo pelo qual os recibos, corroborados pelas declarações dos profissionais de saúde que atestaram por escrito a validade dos recibos, a prestação dos serviços médicos e o efetivo pagamento, são "inválidos", conforme transcrição do trecho da decisão administrativa que reproduzimos. "21. Insta destacar que as declarações firmadas pelas profissionais de saúde, fls. 20 e 21, não tem o condão de comprovar o efetivo pagamento das despesas. "(destacamos) Porquanto, a mera afirmação sem qualquer explicação não supre a necessidade da fundamentação das decisões administrativas prevista nó ordenamento legal e integrante dos princípios constitucionais do devido processo legal e do contraditório e da ampla defesa (art. 5º , incisos LIV e LV, da CF) . No caso concreto, a falta de fundamentação impossibilita a defesa do impugnante, pois diz simplesmente que não os aceitará como prova mas não esclarece por que são inválidas. (...) Quando à diligência solicitada com as profissionais que prestaram os serviços médicos, a autoridade julgadora afirma: "26.. No caso ora sob análise, uma diligência . poderia até demonstrar a prestação do serviço e o recebimento do respectivo pagamento pelo profissional de saúde, mas não o efetivo desembolso, pelo Impugnante, do valor deduzido na DAA, razão pela qual esta autoridade julgadora conclui pela desnecessidade da diligência pleiteada." (destaques nossos) Fl. 105DF CARF MF Processo nº 16370.000399/200816 Acórdão n.º 2001000.387 S2C0T1 Fl. 102 9 DECISÃO DA PRELIMINAR NULIDADE Em vista do que consta no descritivo do Lançamento e pelo texto da decisão do Acórdão ora combatido clara está a exposição de motivo da não aceitação dos recibos de despesas médicas apresentado pelo Recorrente, posição do Agente Fiscal que a defende inclusive com citação de embasamento legal, de sua convicção, para a glosa dos documentos acostados ao processo, vez que o Fisco, na pessoa do Auditor, não concede tão somente aos recibos o poder comprobatórios absoluto. Também entendo não ter havido qualquer dificuldade do Recorrente na interpretação dos motivos que levaram a formatação conceitual na origem do Lançamento, vez que sua defesa bem enfocou o fulcro da motivação do procedimento fiscal, dandolhe combate argumentativo de fundamental consistência. Por essas razões entendo improcedente o pedido de anulação da notificação do lançamento e do julgamento de primeira instância. Assim, voto pela REJEIÇÃO DA PRELIMINAR. DILIGÊNCIA Com relação à diligência solicitada para verificação junto aos profissionais quanto a real prestação dos serviços e o efetivo recebimento dos honorários, entendo que as declarações firmadas pelos profissionais suprem a demanda de comprovação legalmente requerida. Além disso, entendo desnecessária a providência da diligência em razão da conclusão deste voto. Assim, entendo irrelevante para o caso a diligência antes solicitada. MÉRITO No que se refere às despesas médicas a divergência é de natureza interpretativa da legislação quanto à observância maior ou menor da exigência de formalidade da legislação tributária que rege o fulcro do objeto da lide. O que se evidencia com facilidade de visualização é que de um lado há o rigor no procedimento fiscalizador da autoridade tributante, e de outro, a busca do direito, pela contribuinte, de ver reconhecido o atendimento da exigência fiscal no estrito dizer da lei, rejeitando a alegada prerrogativa do fisco de convencimento subjetivo quanto à validade cabal do documento comprobatório, quando se trata tão somente da apresentação da nota fiscal ou do recibo da prestação de serviço. O texto base que define o direito da dedução do imposto e a correspondente comprovação para efeito da obtenção do benefício está contido no inciso II, alínea “a” e no § 2º, do art. 8º, da Lei nº 9.250/95, regulamentados nos parágrafos e incisos do art. 80 do Decreto nº 3.000/99 – RIR/99, em especial no que segue: Lei nº 9.250/95. Fl. 106DF CARF MF 10 Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exigese a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. Decreto nº 3.000/99 Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): (...) II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; Fl. 107DF CARF MF Processo nº 16370.000399/200816 Acórdão n.º 2001000.387 S2C0T1 Fl. 103 11 III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (grifei) É clara a disposição de que a exigência da legislação especificada aponta para o comprovante de pagamento originário da operação, corriqueiro e usual, assim entendido como o recibo ou a nota fiscal de prestação de serviço, que deverá contar com as informações exigidas para identificação, de quem paga e de quem recebe o valor, sendo que, por óbvio, visa controlar se o recebedor oferecerá à tributação o referido valor como remuneração. A lógica da exigência coloca em evidência a figura de quem fornece o comprovante identificado e assinado, colocandoo na condição de tributado na outra ponta da relação fiscal correspondente (deduçãotributação). Ou seja: para cada dedução haverá um oferecimento à tributação pelo fornecedor do comprovante. Quem recebe o valor tem a obrigação de oferecêlo à tributação e pagar o imposto correspondente e, quem paga os honorários tem o direito ao benefício fiscal do abatimento na apuração do imposto. Simples assim, por se tratar de uma ação de pagamento e recebimento de valor numa relação de prestação de serviço. Ocorre, neste caso, uma correspondência de resultados de obrigação e direito, gerados nessa relação, de modo que o contribuinte que tem o direito da dedução fica legalmente habilitado ao benefício fiscal porque de posse do documento comprobatório que lhe dá a oportunidade do desconto na apuração do tributo, confiante que a outra parte se quedará obrigada ao oferecimento à tributação do valor correspondente. Somese a isso a realidade de que o órgão fiscalizador tem plenas condições e pleno poder de fiscalização, na questão tributária, com absoluta facilidade de identificação, tão somente com a informação do CPF ou CNPJ, sobre a outra banda da relação pagadorrecebedor do valor da prestação de serviço. O dispositivo legal (inciso III, do § 1º, art. 80, Dec. 3.000/99) vai além no sentido de dar conforto ao pagador dos serviços prestados ao prever que no caso da falta da documentação, assim entendido como sendo o recibo ou nota fiscal de prestação de serviço, poderá a comprovação ser feita pela indicação de cheque nominativo pelo qual poderia ter sido efetuado o pagamento, seja por recusa da disponibilização do documento, seja por extravio, ou qualquer outro motivo, visto que pelas informações contidas no cheque pode o órgão fiscalizador confrontar o pagamento com o recebimento do valor correspondente. Além disso, é de conhecimento geral que o órgão tributante dispõe de meios e instrumentos para realizar o cruzamento de informações, controlar e fiscalizar o relacionamento financeiro entre contribuintes. O termo “podendo” do texto legal consiste numa facilitação de comprovação dada ao pagador e não uma obrigação de fazêlo daquela forma. Descabe, assim, o rigor na exigência para a apresentação de comprovação suplementar sobre o contribuinte possuidor da documentação originária do pagamento nas condições em que a lei estabelece, especialmente porque a autoridade fiscalizadora pode obter informação de confirmação da outra parte. Razão não há para a dissociação de ambos os polos na relação e estabelecer exigência rigorosa de um e nada de outro, porque a operação é conjunta e correspondente, com reflexos constatáveis nas informações dos dois contribuintes. Ademais, o dispositivo legal permite a comprovação por um ou outro meio, admitindo que na falta de um se faça através de outro. Não há no texto legal qualquer Fl. 108DF CARF MF 12 indicativo para a exigência das duas comprovações. Observese a clareza do texto quando diz (inciso III, do § 1º, art. 80, Dec. 3.000/99): “..., podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento;”. Acrescentese, por oportuno, que o meio de pagamento ‘dinheiro vivo’ dispõe de força legal denominada ‘curso forçado’, ao contrário do ‘cheque’. Por isso a importância probante de relevância no documento que quita o pagamento, seja recibo ou nota fiscal de prestação de serviço. No caso, há que se considerar a presunção de idoneidade da comprovação apresentada em obediência ao que dispõe a legislação. Mais ainda, em razão da ausência da apresentação, por parte do fisco, de indícios que coloquem em dúvida a idoneidade dos recibos apresentados pela Recorrente. Não basta a simples desconfiança do agente público incumbido da auditoria para que se obrigue o contribuinte a apresentar prova suplementar se não há elementos desabonadores da boa fé de quem usa a documentação especificada na lei para o exercício do direito à dedução na apuração do resultado tributário da pessoa física. O Código Civil, Lei nº 10.406/2002, em seu art. 219 diz que: “As declarações constantes de documentos assinados presumemse verdadeiros em relação aos signatários.” Neste sentido, os recibos em questão presumemse verdadeiros porque aceitos pelas partes contratantes identificadas no documento, de forma que não é razoável a decisão do Fisco de rejeitar os comprovantes como prova válida, sem a indicação de elementos que os desqualifiquem. Se os documentos são válidos para o prestador dos serviços oferecer os valores à tributação, os mesmos documentos deverão ser válidos também para a dedução legal de quem os recebe como comprovação de pagamentos. Por juízo subjetivo ou simples desconfiança, sem sequer a indicação de indícios de inidoneidade da documentação, não pode a autoridade lançadora fazer exigências fora dos limites da lei. O procedimento fiscal busca amparo no que dispõe o art. 73 e seu § 1º, do Decreto nº 3.000/99, para posicionar o ônus da prova unicamente no contribuinte, nos termos em que a seguir se descreve: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). (grifei) § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). (grifei) No ordenamento jurídico brasileiro o decreto regulamentador é uma norma expedida pelo poder executivo que tem como função pormenorizar os preceitos fixados na lei, dentro dos limites nela insertos, sendo considerados, por isso, atos secundários. Seu alcance cingese aos limites da lei não podendo criar situações que obrigue ou limite direitos além daqueles constantes na lei que regulamenta. Neste quesito específico das deduções de despesas médicas temos o que dispõe a Lei nº 9.250/95, em seu art. 8º, § 2º, incisos II e III, que foi objetivamente regulamentado no Decreto 3.000/99, no art. 80, § 1º, incisos II e III. Assim, a regulamentação deste item de despesa dedutível aqui se esgota porque o objeto tratado foi abordado de forma direta e específica, não permitindo outras exigências porque a lei não concede extensões de procedimento fiscalizatório nem limitação quantitativa de direitos. Neste sentido descabe a utilização do art. 73 e seu § 1º, conforme citado no Lançamento, por se tratar de dispositivo genérico que aparece no Decreto Regulamentador no capítulo das Disposições Gerais de Deduções, vinculado ao longínquo DecretoLei nº 5.844 de 1943, muito distante no tempo e do contexto jurídico atual. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 16370.000399/200816 Acórdão n.º 2001000.387 S2C0T1 Fl. 104 13 A rigidez dos termos do art. 73 e § 1º está mais para o período em que foi concebido do que para os dias atuais. A origem do conteúdo do texto vem do período do DecretoLei acima citado, mais precisamente do ano de 1943, anterior, portanto, às quatro últimas Constituições do Brasil (1946, 1967, 1969 e 1988) e, muito distante do conceito atual de Direito do Contribuinte e do Estado de Direito. Além disso, mesmo na vigência do referido DecretoLei a austeridade do instrumento não era plena, visto que o art. 79, § 1º, do mesmo diploma legal lhe impunha limitações, no seguinte dizer: “Art. 79. Farseá o lançamento ex officio: § 1º Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores, com elemento seguro de provo, ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão.”. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso II, diz que “ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Da mesma forma, o art. 150, inciso I, vai na mesma direção ao determinar que: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;”. A verdade posta é que ao reduzir ou limitar deduções a Autoridade Lançadora estaria aumentando tributo sem lei que estabeleça. Estamos sob a égide da Constituição Federal de 1988 e, quando a Carta Magna menciona o termo “lei” ela se refere aquele instrumento jurídico emanado do Poder Legislativo, como órgão de representação do povo, nascido do devido processo constitucional. O decretolei, por sua vez, constituíase numa espécie de ato normativo com origem no Poder Executivo em caso de urgência ou de interesse público relevante. Ou seja, um decreto que fazia às vezes de lei que vigorou até a Constituição Federal de 1988. A doutrina aceita que o decreto lei tenha valor vigorante enquanto não contrariar lei posterior. Contudo, o DecretoLei nº 5.844/1943, ao não constituirse em lei, contraria a Constituição vigente, nos dispositivos antes citados (inciso II, art. 5º e inciso I, art. 150 – CF/1988). Assim que, o art. 73 do Decreto nº 3.000/99 não encontra sustentação quando busca apoio no DecretoLei nº 5.844/1943, porque lei não é. Portanto, o juízo da autoridade lançadora não pode ser estabelecido de forma subjetiva, tampouco por critérios de proporcionalidades não definidos quanto à deduções exageradas. Tudo para o resguardo do recomendável equilíbrio da relação fiscocontribuinte e do equilíbrio do direito entre as partes na lide, a luz do ordenamento jurídico atual. A Lei não dispõe dessa parametrização e nem define de quanto deve ser essa dedução exagerada, tampouco fixa uma percentagem entre gasto com saúde e renda do contribuinte. Qual seria a quantificação razoável dessa comparação? Além disso, incabível a desconfiança fiscal de colocar em dúvida a existência de moléstia ou da necessidade de cuidados médicos ou odontológicos do contribuinte porque o que a lei realmente exige é a comprovação do pagamento da prestação de serviço. Eventual desconfiança de que o profissional teria fornecido comprovação de serviço que não prestou caracterizaria conluio entre as partes contratantes, o que não foi apontado no histórico do Lançamento. Admitirse que os recibos não representam uma verdadeira prestação de serviço conduz à conclusão lógica de que teria ocorrido conluio entre profissional e paciente, ambos contribuintes do imposto, com o objetivo de lesar o fisco, e assim estariam enquadrados em multa qualificada, o que não foi o caso de apontamento no Lançamento. Fl. 110DF CARF MF 14 Em socorro ao posicionamento que busca resguardar o direito do contribuinte tomamse emprestados os termos da doutrina que trata da necessária clareza da motivação nos atos da administração pública, trazida pelo sempre bem citado Hely Lopes Meireles, quando descreve a necessidade da motivação do ato administrativo, que assim se posiciona: “Para se ter a certeza de que os agentes públicos exercem a sua função movidos apenas por motivos de interesse público da esfera de sua competência, leis e regulamentos recentes multiplicam os casos em que os funcionários, ao executarem um ato jurídico, devem expor expressamente os motivos que o determinaram. É a obrigação de motivar. O simples fato de não haver o agente público exposto os motivos de seu ato bastará para tornálo irregular; o ato não motivado, quando o devia ser, presumese não ter sido executado com toda a ponderação desejável, nem ter tido em vista um interesse público da esfera de sua competência funcional.” No mesmo sentido a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, no seu art. 50, diz que: “os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; decidam processos administrativos de concurso ou seleção público; decidam recursos administrativos...”. O Novo Código de Processo Civil, embora posterior aos fatos da ocorrência do lançamento, pode ser utilizado em apoio à interpretação aqui esposada, porque mais benéfico à Recorrente, contém dispositivos pertinentes que devem ser trazidos à colação, de vez que transitam na mesma linha de entendimento que aborda a observância do direito do contribuinte de forma moderna e em consideração ao Estado de Direito. O Código avança no sentido de estabelecer o equilíbrio de forças das partes no processo de julgamento, como se vê na orientação do art. 7º, como segue: “Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”. (grifei) Traz reforço ainda o CPC para esse entendimento quando suaviza o posicionamento anterior que atribuía ao contribuinte, de forma quase que exclusiva, o ônus da prova, e inaugura a possibilidade das partes atuarem em prol de uma instrução colaborativa, a fim de oferecer ao julgador melhores subsídios para proferir a decisão, sem que se faça uso da regra do ônus da prova de forma unilateral. Este novo procedimento está explicitado no § 1º, do art. 373, da seguinte forma: § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. De forma semelhante o art. 6º do CPC reforça este entendimento colaborativo ao dizer que “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Fl. 111DF CARF MF Processo nº 16370.000399/200816 Acórdão n.º 2001000.387 S2C0T1 Fl. 105 15 CONCLUSÃO Cabe ressaltar que a decisão de primeiro grau não veda a possibilidade da ocorrência de pagamento dos serviços em espécie porque a moeda brasileira é de curso forçado, obrigando a todos a aceitação em dinheiro para quitação de qualquer obrigação financeira, ao contrário de outros meios de pagamento. A decisão prolatada no Acórdão da DRJ não se fundamenta na falsidade documental, mas a falta de comprovação da necessidade da prestação do serviço médico, por documentação suplementar que indique a ocorrência de moléstia, como se a Autoridade Lançadora fosse ao mesmo tempo fiscal de rendas e dos serviços de saúde. Essa exigência da Autoridade Lançadora fazse inapropriada porque a legislação não requer comprovação da enfermidade, mas sim a comprovação dos pagamentos. No que se refere a limites, o legislador os fixa quando assim o quer. Faz isso, por exemplo, no caso do imposto sobre a renda, na dedução de despesas com instrução, em que limita os gastos com despesas escolares do contribuinte e de seus dependentes, independentemente do valor total que tenha dispendido com instrução no período. No caso de despesas médicas a lei não fixa limites, portanto, desarrazoado critério definidor de quantitativo, proporcionalidade sobre a renda ou qualquer outro parâmetro que “a juízo da autoridade lançadora” possa entender como “deduções exageradas” (art. 73 e §1º do Decreto nº 3.000/99, herdados do DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º e 4º), porque a lei em vigor assim não determina e, “ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (inciso II, art. 5º, CF). Logo, legítima a dedução a título de despesas médicas do valor pago pela contribuinte, comprovado mediante apresentação de nota fiscal de prestação de serviço ou recibo, este assinado por profissional habilitado, pois tais documentos guardam ao mesmo tempo reconhecimento da prestação de serviços assim como também confirma o seu pagamento. Desnecessária qualquer declaração posterior firmada pelo profissional prestador do serviço porque aqueles comprovantes já cumprem a função legalmente exigida. Destarte, é de considerar plenamente admissível que os comprovantes revestidos das formalidades legais sustentam a condição de valor probante, até prova em contrário, de sua inidoneidade. A contestação da Autoridade Fiscal sobre a validade da documentação comprobatória deve ser apresentada com indícios consistentes e não somente por simples dúvida ou desconfiança. É de se acolher como verdadeira a prova apresentada pela contribuinte que satisfaça os requisitos previstos na legislação pertinente e, para eventual convicção contrária da Autoridade Lançadora, esta deverá ser posta com fundamentos consistentes que a sustentem legalmente e não subjetivamente. Por fim, incabível a exigência que perpassa a relação fiscocontribuinte no intento de comprovar a necessidade do atendimento médico sobre informações que dizem respeito tão somente a relação médicopaciente, em resguardo a intimidade pessoal na questão de saúde da pessoa fiscalizada, de vez que situações absolutamente diferentes e sem pertinência simultânea. No caso, constatase nos autos que os serviços prestados correspondem a especialidade técnica de profissional habilitado na área médica, de acordo com as necessidades especificas do beneficiário dos tratamentos e, com o fornecimento de comprovantes de Fl. 112DF CARF MF 16 pagamento dos serviços prestados, mediante recibos e declarações assinadas por profissionais habilitados. Assim que, no exame da documentação acostada ao processo, verificase que a Recorrente apresentou a documentação comprobatória da despesa médica realizada e a correspondente comprovação do pagamento dos profissionais, na forma exigida pela legislação, e por isso a utilizou como dedutível na declaração de ajuste do imposto, razão porque se faz necessária a providência da exclusão da glosa das despesas médicas no total de R$ 24.690,00, que é tanto quanto alcança o Recurso.. Ressaltese que o Recurso provido nesta oportunidade versa tão somente sobre as despesas médicas, resta mantido o crédito tributário em relação à despesa referente ao plano de saúde de sua esposa no valor de R$ 1.216,36, e cobrança adicional feita pela Unimed no valor de R$ 1.716,08, por incontroversas questões em razão da ausência absoluta de manifestação contrária da parte Recorrente nestes quesitos. 6. Considerando que o Impugnante não contesta a glosa de R$ 1.216,36, referente ao plano de saúde de sua esposa, e nem a glosa de R$ 1.716,08, referente a cobrança adicional feita pela Unimed, temse que, nos termos do art. 17 do Decreto n° 70.235, de 1972, com a redação do art. 67 da Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de 1997, o presente julgamento limitarseá à matéria impugnada, ou sei a, à glosa das despesas médicas no valor de R$ 24.690,00. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, rejeitar a preliminar, e no mérito DAR PROVIMENTO, restabelecendose a dedução das despesas médicas no valor de R$ 24.690,00. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 113DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.904245/2012-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010
EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL.
A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrando-se que a norma faculta a apresentação destes em papel.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-004.324
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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PIS/COFINS. Recorrente JOÃO ALVES DE ALMEIDA GOIANO EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010 EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL. A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrandose que a norma faculta a apresentação destes em papel. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 90 42 45 /2 01 2- 90 Fl. 1454DF CARF MF Processo nº 10746.904245/201290 Acórdão n.º 3301004.324 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 03052.893, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília. Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor para a realização da compensação pretendida. Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório sob o fundamento, em síntese, que não foi comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição. Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte protocolou recurso voluntário e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos documentação comprobatória, e no que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Encaminhado o processo para julgamento por este Carf, a 3ª Turma Especial desta Terceira Sessão decidiu pela conversão daquele em diligência, por meio da Resolução 3803000.618. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, em cumprimento ao procedimento de Diligência Fiscal, através da Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO, no qual foi realizado o confronto entre as informações provenientes de Declarações da requerente armazenadas nos sistemas de controle da RFB e as constantes nos documentos fiscais apresentados (planilhas e notas fiscais), onde propôs o deferimento parcial do Pedido de Restituição, reconhecendo assim o direito creditório em favor do requerente no montante ali expresso. Fl. 1455DF CARF MF Processo nº 10746.904245/201290 Acórdão n.º 3301004.324 S3C3T1 Fl. 4 3 Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte declarou que está de acordo com os valores propostos pela autoridade fiscal perante o CARF, conforme Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.279, de 20 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10746.904178/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.279): "A recorrente bem coloca a discussão, no recurso voluntário que apresentou: A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade por entender que, para se comprovar a existência de crédito supostamente decorrente de pagamento a maior, a simples entrega de declarações retificadoras não é bastante e que "é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração", ônus este, da contribuinte. Em seu recurso a esta decisão de primeira instância, a contribuinte juntou livros contábeis e fiscais, além de notas fiscais. Fl. 1456DF CARF MF Processo nº 10746.904245/201290 Acórdão n.º 3301004.324 S3C3T1 Fl. 5 4 Sucederamse então exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação da documentação. Registrese que a norma faculta a apresentação desta em papel. Tal questão fora ultrapassada por resolução de Turma desta CARF, a qual determinou que se baixassem os autos em diligência, em apreço ao princípio da verdade material, "com vistas à apuração e pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente (sic) para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido", o que fez acertadamente, a meu ver. A norma em pauta, Lei nº 10.833/03, artigos 58A e 58B (revogados em 2015, mas vigentes à época dos fatos), de fato, dá direito à redução 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos lá especificados, o que fora verificado em sede de diligência A recorrente traz indevidamente tal questão como preliminar. Seguem os dispositivos legais referidos: Por fim, ultrapassada a relatada questão da apresentação de documentos, o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo "deferimento parcial do PER sob nº 01179.52590.291210.1.2.046407, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original de R$ 14,76" (grifos do original), com o que concordo. Fl. 1457DF CARF MF Processo nº 10746.904245/201290 Acórdão n.º 3301004.324 S3C3T1 Fl. 6 5 Assim, por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo o deferimento parcial do PER apresentado, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original expresso na Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos, com o que concordo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 1458DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.908409/2009-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. NOVA MANIFESTAÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES.
Constatada omissão no acórdão embargado, prolata-se nova decisão para supri-la, implicando necessários efeitos infringentes quando, na nova decisão, conclui-se pela alteração no resultado do julgado.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SUPERAÇÃO DE PRELIMINAR EM QUE SE BASEARAM AS DECISÕES ANTERIORES. IMPOSSIBILIDADE DE DECISÃO DE MÉRITO EM INSTÂNCIA ÚNICA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
No julgamento de recurso voluntário em que se supera preliminar que embasou tanto o despacho decisório da unidade de origem, quanto o acórdão de primeira instância, a conversão do julgamento em diligência para apreciação do mérito do pedido, com o posterior retorno dos autos ao CARF para nova decisão poderá implicar cerceamento do direito de defesa do contribuinte em razão da impossibilidade de apresentação de recurso em matéria probatória.
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DAS DECLARAÇÕES. Constatado a existência do crédito tributário, por meio das DCTFs e DIPJs retificadoras apresentadas antes da emissão do despacho decisório tributário, este deve ser analisado pela fiscalização, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo.
INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido.
Numero da decisão: 1301-003.098
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para suprir omissão no acórdão embargado, com efeitos infringentes, e dar provimento parcial ao recurso voluntário para superar a preliminar em que se basearam o despacho decisório e a decisão de primeira instância, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do direito creditório pleiteado, retomando-se, a partir daí, o rito processual habitual.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente justificadamente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2001, 2002, 2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. NOVA MANIFESTAÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES. Constatada omissão no acórdão embargado, prolata-se nova decisão para supri-la, implicando necessários efeitos infringentes quando, na nova decisão, conclui-se pela alteração no resultado do julgado. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SUPERAÇÃO DE PRELIMINAR EM QUE SE BASEARAM AS DECISÕES ANTERIORES. IMPOSSIBILIDADE DE DECISÃO DE MÉRITO EM INSTÂNCIA ÚNICA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. No julgamento de recurso voluntário em que se supera preliminar que embasou tanto o despacho decisório da unidade de origem, quanto o acórdão de primeira instância, a conversão do julgamento em diligência para apreciação do mérito do pedido, com o posterior retorno dos autos ao CARF para nova decisão poderá implicar cerceamento do direito de defesa do contribuinte em razão da impossibilidade de apresentação de recurso em matéria probatória. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DAS DECLARAÇÕES. Constatado a existência do crédito tributário, por meio das DCTFs e DIPJs retificadoras apresentadas antes da emissão do despacho decisório tributário, este deve ser analisado pela fiscalização, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido.
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OMISSÃO. NOVA MANIFESTAÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES. Constatada omissão no acórdão embargado, prolatase nova decisão para suprila, implicando necessários efeitos infringentes quando, na nova decisão, concluise pela alteração no resultado do julgado. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SUPERAÇÃO DE PRELIMINAR EM QUE SE BASEARAM AS DECISÕES ANTERIORES. IMPOSSIBILIDADE DE DECISÃO DE MÉRITO EM INSTÂNCIA ÚNICA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. No julgamento de recurso voluntário em que se supera preliminar que embasou tanto o despacho decisório da unidade de origem, quanto o acórdão de primeira instância, a conversão do julgamento em diligência para apreciação do mérito do pedido, com o posterior retorno dos autos ao CARF para nova decisão poderá implicar cerceamento do direito de defesa do contribuinte em razão da impossibilidade de apresentação de recurso em matéria probatória. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO DAS DECLARAÇÕES. Constatado a existência do crédito tributário, por meio das DCTFs e DIPJs retificadoras apresentadas antes da emissão do despacho decisório tributário, este deve ser analisado pela fiscalização, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 90 84 09 /2 00 9- 49 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10380.908409/200949 Acórdão n.º 1301003.098 S1C3T1 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para suprir omissão no acórdão embargado, com efeitos infringentes, e dar provimento parcial ao recurso voluntário para superar a preliminar em que se basearam o despacho decisório e a decisão de primeira instância, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do direito creditório pleiteado, retomandose, a partir daí, o rito processual habitual. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente justificadamente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10380.908409/200949 Acórdão n.º 1301003.098 S1C3T1 Fl. 4 3 Relatório Transcrevo os trechos de interesse do despacho quando da admissão dos embargos: No julgamento do recurso do processo em epígrafe, entendeu o colegiado em superar os óbices de direito, elencados preliminarmente, pela unidade de origem para não reconhecer o direito creditório pleiteado. Ato contínuo, entendeuse por bem converter julgamento em diligência a fim de que a unidade de origem, superadas as questões de direito, procedesse às análises de fato a fim de verificar a liquidez e a certeza do crédito pleiteado. Ao final, deveria elaborar relatório circunstanciado, abrindose vista ao contribuinte para que esse, querendo, se manifestasse a respeito das conclusões da autoridade fiscal, e a seguir encaminhasse os autos novamente ao CARF para que pudesse, enfim, decidir sobre o mérito da exigência. Pois bem, assim deliberando, o colegiado deixou de se manifestar sobre eventual prejuízo do contribuinte, em tese, ao direito de recurso em caso de não reconhecimento integral do crédito pleiteado, uma vez que o mérito da exigência poderia não vir a ser examinado não examinado pela DRJ, acarretando, repitase, em tese, supressão de instância. Por essas razões, nos termos do inciso I, do art. 65, do Anexo II do RICARF, oponho os presentes embargos de declaração em razão de omissão, no acórdão embargado, de ponto sobre qual deveria pronunciarse a turma. E, a fim de se evitar burocracia absolutamente desnecessária, tendo em vista que compete ao Presidente do colegiado analisar a admissibilidade dos embargos, já o admito de plano, determinandose o encaminhamento dos autos ao relator do acórdão embargado para relato e inclusão em pauta de julgamento. É o relatório. Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10380.908409/200949 Acórdão n.º 1301003.098 S1C3T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301003.088, de 17.05.2018, proferido no julgamento do Processo nº 10380.904202/201110, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301003.088): "Conforme já relatado, no acórdão embargado o colegiado deixou de se manifestar sobre eventual prejuízo do contribuinte, em tese, ao direito de recurso em caso de não reconhecimento integral do crédito pleiteado, uma vez que o mérito da exigência poderia não vir a ser examinado não examinado pela DRJ, acarretando, repitase, em tese, supressão de instância. De fato, no acórdão embargado, o colegiado entendeu por bem superar a preliminar em que se basearam o despacho decisório e a decisão de primeira instância. Contudo, ao se determinar, superada a citada preliminar, a conversão do julgamento em diligência para apreciação do mérito do pedido, com o posterior retorno dos autos ao CARF para nova decisão poderá implicar cerceamento do direito de defesa do contribuinte em razão da impossibilidade de apresentação de recurso em matéria probatória. Por essas razões, entendo que o resultado mais adequado para o julgado seria dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para analise o mérito do pedido. Caberá à DRF de origem analisar o mérito do crédito pleiteado nas compensações, levando em consideração os débitos de IRPJ e CSLL constantes das DIPJs e DCTFs retificadoras apresentadas. Saliento que a autoridade fiscal deverá considerar que o IRPJ e a CSLL devem ser apurados mediante aplicação dos coeficientes, respectivamente, de 8% e de 12%, nos termos do acórdão no REsp 1.116.399/BA, decidido sob a sistemática de Recurso Repetitivo do Superior Tribunal de Justiça. Nessa hipótese, eventual indeferimento do pleito do contribuinte, ainda que parcial, poderá ensejar nova apresentação de manifestação de inconformidade, e, se, for o caso, interposição Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10380.908409/200949 Acórdão n.º 1301003.098 S1C3T1 Fl. 6 5 de novo recurso voluntário, garantindo ao contribuinte o pleno exercício de sua defesa. CONCLUSÃO Isso posto, voto por acolher os embargos de declaração para suprir omissão no acórdão embargado, com efeitos infringentes, e dar provimento parcial ao recurso voluntário para superar a preliminar em que se basearam o despacho decisório e a decisão de primeira instância, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do direito creditório pleiteado, retomandose, a partir daí, o rito processual habitual." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por acolher os embargos de declaração para suprir omissão no acórdão embargado, com efeitos infringentes, e dar provimento parcial ao recurso voluntário para superar a preliminar em que se basearam o despacho decisório e a decisão de primeira instância, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do direito creditório pleiteado, retomandose, a partir daí, o rito processual habitual. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 110DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.950325/2008-96
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3001-000.063
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para oportunizar a juntada de documentos hábeis para comprovar a ocorrência de equívoco, tais como, escrituração contábil/fiscal do período, em especial os Livros Diário e Razão, além da movimentação comercial. Os conselheiros Orlando Rutigliani Berri e Cássio Schappo acompanharam o relator pelas conclusões.
Relator(a): RENATO VIEIRA
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para oportunizar a juntada de documentos hábeis para comprovar a ocorrência de equívoco, tais como, escrituração contábil/fiscal do período, em especial os Livros Diário e Razão, além da movimentação comercial. Os conselheiros Orlando Rutigliani Berri e Cássio Schappo acompanharam o relator pelas conclusões. Relator(a): RENATO VIEIRA (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário cujo cerne da discussão invoca o direito à compensação sob a alegada ocorrência de erro na apuração da COFINS, vez que, por estar RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 50 32 5/ 20 08 -9 6 Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 117 2 submetida, simultaneamente, ao regime cumulativo e não cumulativo, classificara, no primeiro, quando, segundo roga, deveria ter debelado a segunda sistemática do tributo. Despacho Decisório A recorrente indica ter submetido à compensação, mediante a respectiva apresentação e envio de DComp, crédito oriundo de pagamento indevido, obtendo, como resposta, despacho cujo teor indicava a Não Homologação do crédito indicado Manifestação de Inconformidade A requerente narra ter apresentado DComp na qual pretendia efetuar a compensação de débito de Cofins, com parte do crédito proveniente do recolhimento indevido do mesmo tributo relativo a período anterior, realizado através de DARF mencionada dos autos. Iresignase em face da decisão emanada de Despacho Decisório cujo teor normativo não homologou a compensação, motivo pelo qual, manejou defesa alegando o que se segue. Origem do Crédito A fim de demonstrar a origem do crédito rogado, a contribuinte indica o período de apuração e sua devida declaração em DCTF original e tempestiva. Todavia, argumenta que por estar submetida, simultaneamente, ao regime cumulativo e não cumulativo, aduziu em seu favor, que na competência reclamada nestes autos. Para comprovar a correta aplicação da legislação, se 9.718/98, ou, 10.637/02, aponta para a DIPJ do ano calendário correspondente, que já corrigia a forma de apuração da Cofins, conforme declarada em DCTF original. DCTF Retificadora Em sua defesa, ainda, alega ter recebido a notificação dandolhe ciência da decisão emanada pelo combatido despacho, momento após o qual promoveu a devida verificação em sua DCTF anteriormente enviada, para, em seguida, retificar e enviar a informação pelo meio devido. Em que pese a posteridade, em relação ao Despacho Decisório, evidencia a anterioridade da informação constante em DIPJ, como indício de sua lealdade. Constatada a divergência entre DIPJ e DCTF, sanoua, a seu favor. Para melhor visualização, montou planilha demonstrativa remontando o raciocínio matemático empreendido. Documentos Acostados A fim de sustentar a existência de crédito em seu favor, juntou nestes autos cópias do despacho decisório, declaração de compensação, DARF, DCTF e DIPJ. DRJ/SP1 A manifestação de inconformidade recebeu a seguinte ementa: Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 118 3 Acórdão 1640.579 6 ª Turma ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2004 DCOMP. CRÉDITO INTEGRALMENTE ALOCADO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. O reconhecimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O relatório, por bem sintetizar a lide, merece ser transcrito: Tratase de Declaração de Compensação (Dcomp) com aproveitamento de suposto pagamento a maior. A Delegacia da Receita Federal de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação (fl. 7 – a numeração de referência é sempre a da versão digital do processo), tendo em vista que o pagamento apontado como origem do direito creditório estava integralmente utilizado na quitação de débito da contribuinte. Cientificada do despacho decisório em 16/01/2009 (fl. 11), a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 16/02/2009 (fls. 12/17), na qual alega que : no período de apuração maio/2004, a requerente apurou valor devido ao COFINS com base no regime CUMULATIVO, no total de R$ 3.873,63, como informado em DCTF do 2º Trimestre/2004 (doc. nº 07). Ocorre que essa apuração inicial se mostrou equivocada. De fato, em virtude de possuir receitas classificadas no regime cumulativo e/ou nãocumulativo, foram, no curso de 2004, refeitas as apurações a fim de que retratassem os valores devidos correspondentes aos dois regimes, respeitandose os exatos termos das Leis nºs 9.718/98 (regime cumulativo) e 10.637/02 (regime nãocumulativo). Vejase, nesse sentido, que a DIPJ do anocalendário de 2004, exercício 2005, transmitida em 29/06/2005 (doc. nº 08), já Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 119 4 corrigia a informação errônea contida na DCTF original, e apontava que o saldo devedor de COFINS cumulativo –ficha 25 – era ZERO, no mês de maio/2004. Logo, todo o recolhimento feito através de DARF, em 15/06/2004, no montante de R$ 3.873,63 (doc. nº 06), a título de COFINS cumulativo era INDEVIDO, devendo ser compensado. A manifestante prossegue alegando que ao receber a notificação do Despacho Decisório acima referido, promoveu a verificação da DCTF que apresentou à DRFB e constatou que a retificação da apuração da COFINS, para o período referido, não havia sido refletida na DCTF da época, muito embora tivesse dado a correta informação na DIPJ, AC 2004, exercício 2005. Constatada a divergência, a requerente promoveu a retificação da DCTF (número de controle 33.94.83.76.18) (doc. nº 09), tornando homogêneas as informações constantes da DIPJ e da DCTF, nas quais estão demonstrados os valores devidos e corretos, concluindose pela existência do crédito que corretamente propiciou a compensação efetuada no PERDCOMP objeto da intimação. A interessada conclui seus argumentos nestes termos: Portanto, não resta dúvida de que através da correta apuração do COFINS, informada na DIPJ/2005, ano calendário 2004, e na DCTF retificadora, em anexo, a requerente comprovou que possuía crédito suficiente para as compensações efetuadas DCTF Retificadora Após Despacho Decisório Ao longo do seu voto, extraiuse os trechos que demonstram os fundamentos da negativa do crédito, mister ressaltarse em especial o seguinte trecho: A DCTF retificadora, porque apresentada após a ciência do Despacho Decisório, em 10/12/2008 (fl. 45), não tem o condão de fazer, por si só, nascer o direito de crédito e de comprometer a decisão que não homologou a declaração de compensação. Ausência de Comprovação da Liquidez e Certeza do Crédito Outro trecho essencial à compreensão da decisão combatida, tratase a exigência, por parte do colegiado de piso, em estar nos autos, elementos mais robustos cuja função seria a efetiva comprovação da ocorrência de erro na apuração. A contribuinte trouxe também aos autos cópia das Fichas 24 e 25 de sua DIPJ 2005 (fl. 43/44), afirmando que por tal documento já teria corrigido a informação errônea contida na DCTF original. Entretanto, esse documento é apenas outra declaração da interessada, assim como a DCTF, porém, sem o mesmo valor. Isso porque, ao contrário da DCTF, a DIPJ não tem natureza de confissão de dívidas. Por essa razão, não se pode nem cogitar de tal declaração ter corrigido a DCTF. Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 120 5 Na verdade, para que os dados declarados em DIPJ fossem considerados corretos, infirmando aqueles confessados em DCTF e demonstrando a liquidez e certeza de todo o crédito a compensar, seria necessário que a interessada trouxesse aos autos documentos outros que corroborassem a apuração do tributo ali declarado. Recurso Voluntário Em sua peça recursal, a recorrente limitouse a, novamente, delimitar os fatos necessários à compreensão desta lide, que, em breve resumo, limitase a devolver a este Conselho a regularidade da compensação efetivada sobre crédito devido a título de pagamento indevido. Menciona a decisão de piso que confirmou o entendimento expresso no Despacho Decisório, no sentido de não considerar homologado a compensação. Pagamento Indevido Indica, a recorrente, a ocorrência de pagamento indevido haja vista ter submetido ao tratamento cumulativo, receita cujo regime legal tributário acercase do tratamento não cumulativo. Meios de Prova Em seu Recurso Voluntário, indica a eficiência da DIPJ, DACON e DCTF Retificadora, como aptos à comprovação da ocorrência do pagamento indevido. DCTF Retificadora Indica, sobretudo, neste momento processual, a efetividade da DCTF retificadora como meio apto à comprovação do alegado crédito. Como forma retórica, repete planilhas apresentadas na Manifestação de Inconformidade. Ao final, menciona jurisprudências do TRF3 e do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes. É o relatório. Voto Conselheiro Renato Vieira de Avila Relator Tratase de Recurso Voluntário que clama pela legitimidade de compensação de crédito cuja origem terseia configurado em decorrência da indevida apuração de Cofins pela metodologia não cumulativa. A questão gira em torno dos meios de prova aptos a comprovar a ocorrência do mencionado pagamento indevido. Para a contribuinte, o pagamento indevido, ocasionado pela equivocada apuração de Cofins não cumulativo, estaria comprovado com o confronto da DCTF e DACON, além da planilha demonstrativa da apuração da Cofins, apresentada após o despacho decisório, pois acredita que, em seu conjunto, tal documentação detém capacidade probatória suficiente para a demonstração do crédito, originalmente apontado na DCTF original. Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 121 6 Da Controvérsia Acerca do Tema O tema abordado, qual seja, os meios necessários e a forma adequada de comprovação de pagamento indevido perfazse matéria recorrente nesta Turma. A fim de facilitar a exposição dos fundamentos deste voto, importante o respaldo na acórdão 3401.003.952, que trata de tema igual, com diferenças fáticas essenciais, a ser abordadas a seguir. Trata das decisões em sede de despacho decisório, acerca do controverso assunto das análises eletrônicas de DComp. Vejase a ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Ano calendário: 2007 COFINS. DCOMP. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. TRATAMENTO MASSIVO x ANÁLISE HUMANA. AUSÊNCIA/EXISTÊNCIA DE RETIFICAÇÃO DE DCTF. VERDADE MATERIAL. Nos processos referentes a despachos decisórios eletrônicos, deve o julgador (elemento humano) ir além do simples cotejamento efetuado pela máquina, na análise massiva, em nome da verdade material, tendo o dever de verificar se houve realmente um recolhimento indevido/a maior, à margem da existência/ausência de retificação da DCTF. Importa, antes de adentrar a questão sobre o tratamento das provas em casos semelhantes, transcrever trechos do acórdão fundamentais ao desdobramento do tema. Após o indeferimento eletrônico da compensação é que a empresa esclarece que a DCTF foi preenchida erroneamente, tentando retificá la (sem sucesso em função de trava temporal no sistema informatizado), e explica que o indébito decorre de serem os pagamentos referentes a COFINSserviços incabíveis pelo fato de se estar tratando, no caso, exclusivamente de licenciamento de uso de marcas, sem quaisquer serviços conexos. No presente processo, como em todos nos quais o despacho decisório é eletrônico, a fundamentação não tem como antecedente uma operação individualizada de análise por parte do Fisco, mas sim um tratamento massivo de informações. Esse tratamento massivo é efetivo quando as informações prestadas nas declarações do contribuinte são consistentes. Se há uma declaração do contribuinte (v.g. DCTF) indicando determinado valor, e ele efetivamente recolheu tal valor, o sistema certamente indicará que o pagamento foi localizado, tendo sido integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte. Houvesse o contribuinte retificado a DCTF anteriormente ao despacho decisório eletrônico, reduzindo o valor a recolher a título da contribuição, provavelmente não estaríamos diante de um contencioso gerado em tratamento massivo. A detecção da irregularidade na forma massiva, em processos como o presente, começa, assim, com a falha do contribuinte, ao não retificar a DCTF, corrigindo o valor a recolher, tornandoo diferente do (inferior ao) efetivamente pago. Esse erro (ausência de retificação da Fl. 121DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 122 7 DCTF) provavelmente seria percebido se a análise inicial empreendida no despacho decisório fosse individualizada/manual (humana). Assim, diante dos despachos decisórios eletrônicos, é na manifestação de inconformidade que o contribuinte é chamado a detalhar a origem de seu crédito, reunindo a documentação necessária a provar a sua liquidez e certeza. Enquanto na solicitação eletrônica de compensação bastava um preenchimento de formulário DCOMP (e o sistema informatizado checaria eventuais inconsistências), na manifestação de inconformidade é preciso fazer efetiva prova documental da liquidez e da certeza do crédito. E isso muitas vezes não é assimilado pelo sujeito passivo, que acaba utilizando a manifestação de inconformidade tão somente para indicar porque entende ser o valor indevido, sem amparo documental justificativo (ou com amparo documental deficiente). O julgador de primeira instância também tem um papel especial diante de despachos decisórios eletrônicos, porque efetuará a primeira análise humana do processo, devendo assegurar a prevalência da verdade material. Não pode o julgador (humano) atuar como a máquina, simplesmente cotejando o valor declarado em DCTF com o pago, pois tem o dever de verificar se houve realmente um recolhimento indevido/a maior, à margem da existência/ausência de retificação da DCTF. Nesse contexto, relevante passa a ser a questão probatória no julgamento da manifestação de inconformidade, pois incumbe ao postulante da compensação a prova da existência e da liquidez do crédito. Configurase, assim, uma das três situações a seguir: (a) efetuada a prova, cabível a compensação (mesmo diante da ausência de DCTF retificadora, como tem reiteradamente decidido este CARF); (b) não havendo na manifestação de inconformidade a apresentação de documentos que atestem um mínimo de liquidez e certeza no direito creditório, incabível acatarse o pleito; e, por fim, (c) havendo elementos que apontem para a procedência do alegado, mas que suscitem dúvida do julgador quanto a algum aspecto relativo à existência ou à liquidez do crédito, cabível seria a baixa em diligência para sanála (destacandose que não se presta a diligência a suprir deficiência probatória a cargo do postulante). Em sede de recurso voluntário, igualmente estreito é o leque de opções. E agregase um limitador adicional: a impossibilidade de inovação probatória, fora das hipóteses de que trata o art. 16, § 4o do Decreto no 70.235/1972. No presente processo, o julgador de primeira instância não motiva o indeferimento somente na ausência de retificação da DCTF, mas também na ausência de prova do alegado, por não apresentação de contrato. Diante da ausência de amparo documental para a compensação pleiteada, chegase à situação descrita acima como “b”. Contudo, no julgamento inicial efetuado por este CARF, que resultou na baixa em diligência, concluiuse pela ocorrência da situação “c”, diante dos documentos apresentados em sede de recurso voluntário. Entendeu assim, este colegiado, naquele julgamento, que o comando do art. 16, § 4o do Decreto no 70.235/1972 seria inaplicável ao caso, e Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 123 8 que diante da verossimilhança em relação a alegações e documentos apresentados, a unidade local deveria se manifestar. E a informação da unidade local da RFB, em sede de diligência, atesta que os valores recolhidos são suficientes para saldar os débitos indicados em DCOMP, entendendo a fiscalização, inclusive que, diante do exposto, não haveria necessidade de se dar ciência ao contribuinte da informação, apesar de ainda estarem os pagamentos alocados à DCTF original. Resta pouco, assim, a discutir no presente processo, visto que o único obstáculo que remanesce é a ausência de retificação da DCTF, ainda que comprovado o direito.de crédito, como se atesta na conversão em diligência, mediante o respectivo contrato, acompanhado da invoice correspondente. Neste caso, conforme transcrito em ementa, foi dado provimento ao recurso voluntário em persecução ao princípio da verdade material. Importante ressaltar, que conforme extraído do relatório deste acórdão, foi juntado ao processo, para fins de comprovação do crédito, o Contrato de licença de uso de marca. Após ciência da decisão da DRJ, a empresa apresenta tempestivamente Recurso Voluntário, afirmando que: (a) celebrou contrato exclusivamente referente a licenciamento para uso de marcas, não envolvendo a importação de quaisquer serviços conexos, e que em 52 despachos decisórios distintos, a autoridade administrativa não homologou as compensações, por simples cotejo com DCTF, e que a DRJ manteve a decisão sob os fundamentos de ausência de apresentação de contrato e de retificação extemporânea de DCTF; (b) há necessidade de reunião dos 52 processos conexos para julgamento conjunto; (c) deve o CARF receber de ofício a DCTF retificadora, em nome da verdade material; e (d) o crédito foi documentalmente comprovado, figurando no contrato celebrado, anexado aos autos, que o objeto é exclusivamente o licenciamento de uso de marcas, sem quaisquer serviços conexos, aplicandose ao caso o entendimento externado na Solução de Divergência no 11, da COSIT, como tem entendido o CARF em casos materialmente e faticamente idênticos (Acórdão no 3801001.813). Este, contudo, como expresso em votos anteriores, foi entendimento do qual comunguei, mas, hoje, em decorrência da dinâmica de julgamento do tema na presente 1a. TEX, revejo e passo a adotar posição diversa. Isto porque, o tema de instrução probatória, em Dcomp, em especial, o momento da apresentação da documentação para comprovação dos eventos ocorridos, é assunto controverso, com critérios não definidos, atentando, assim, à necessária segurança jurídica que deve tornear a relação fisco contribuinte. Ocorre que, em havendo desconexão entre os critérios interpretativos, e, em momento processual administrativo recursal, é possível, como se tem entendido aqui, abrir a possibilidade de o contribuinte, corretamente e de acordo com os critérios aceitos pela autoridade fazendária, comprovar a existência do pagamento indevido, e, por consequência, da existência do crédito. Fl. 123DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 124 9 Em sendo assim, deve o Estado aceitar esta complementação da prova, a fim de satisfazer aos seus próprios critérios. Vejase, não há oportunização para apresentação de prova; mas sim, oportunização para complementação de prova, haja vista, pela percepção do contribuinte, ter havido entendido que, com a disponibilização dos documentos conforme o fez, estaria sanada a exigência. Dos meios aptos à comprovação Os meios aptos à comprovação do crédito pleiteado, vem sendo delineado pela jurisprudência administrativa. Segue a orientação: Acórdão 3301001.985 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária DCTF RETIFICAÇÃO LIVRO APURAÇÃO DE ICMS E DIPJ PROVA A comprovação de erro no preenchimento de DCTF se faz pela apresentação da contabilidade escriturada à época dos fatos, acompanhada por documentos que a embasam, ainda que na forma resumida para os contribuintes que optam pela apuração do lucro na forma presumida, não sendo admitida a mera apresentação de DIPJ, cuja natureza é meramente informativa, entretanto, uma vez apresentado o Livro Apuração de ICMS verificase a possibilidade de comprovação Do momento da para a apresentação dos documentos Uma vez definidos os meios de comprovação do Erro material, urge delimitar os aspectos temporais para a aceitação de documentos. Para o bem da relação fisco contribuinte, o rigor formal da primeira leitura do critério temporal, no qual o momento adequado, esgotariase com o transcurso do prazo da apresentação da manifestação de inconformidade, estaria sendo abrandado, conforme entendimento abaixo exposto, no qual documentos acostados após a apresentação de recurso voluntário seriam ainda aceitos, confirase a decisão abaixo transcrita: Acórdão 3402003.196 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária PARECER TÉCNICO. JUNTADA APÓS APRESENTAÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. POSSIBILIDADE A juntada de parecer pelo contribuinte após a interposição de Recurso Voluntário é admissível. O disposto nos artigos 16, §4º e 17, ambos do Decreto nº 70.235/1972 não pode ser interpretado de forma literal, mas, ao contrário, deve ser lido de forma sistêmica e de modo a contextualizar tais disposições no universo do processo administrativo tributário, onde vige a busca pela verdade material, a qual é aqui entendida como flexibilização procedimental probatória. Ademais, referida juntada está em perfeita sintonia com o princípio da cooperação, capitulado no art. 6o do novo CPC, o qual se aplica subsidiariamente no processo administrativo tributário. Das Conversões em Diligência A práxis processual administrativa considerada como apta à comprovação da existência do crédito tributário, vem sofrendo, conforme se demonstrou, diverso tratamento ao longo do tema, variando desde posições mais formalistas, na qual não há a possibilidade de apreciação de documentos após o protocolo da manifestação de inconformidade, da qual, repitase, este conselheiro já fora adepto. Em evolução, demonstrouse que, além de polêmico, Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 125 10 o tema vem se alterando para a aceitação de documentos após o Recurso Voluntário, até o entendimento atual, cuja compreensão se encontra na Resolução 3001000.020, que converteu o julgamento do caso em diligência nos seguintes termos: O recorrente apresentou DCTF e Dacon retificadora, informando este fato quando da apresentação da manifestação de inconformidade. No seu entender, com a apresentação dessas declarações retificadora estaria sanada a irregularidade apontada no despacho decisório. Entretanto, o acórdão recorrido manteve o indeferimento do pedido de compensação sob o argumento de que o interessado não apresentou qualquer elemento contábil que demonstrasse ter havido pagamento a maior ou indevido e, deste modo, o recorrente não comprovou a liquidez e certeza do crédito informado na DComp em questão. Portanto, em síntese, o fundamento da decisão recorrida foi a falta de apresentação de documentação probante satisfatória (escrituração contábilfiscal) que corroborasse as informações apresentadas, notadamente, na DCTF retificadora. O interessado, quando da apresentação do recurso voluntário, afirma, com suas próprias palavras, que houve erro quando do preenchimento da DCTF, razão pela qual apresentou a retificadora da DCTF, juntamente com a Dacon, e, no seu entender, seria suficiente para a solução do litígio uma vez que o fundamento do despacho decisório seria apenas a inexistência de débito. Como o acórdão recorrido proferido pela 1ª Turma da DRJ/JFA indeferiu sua manifestação de inconformidade, agora pela falta de apresentação de documentação probante que demonstrasse o seu direito, o recorrente apresentou esses documentos, que entende serem suficientes para a devida comprovação do direito à compensação solicitada. Requer a realização de diligência para o esclarecimento acerca do crédito compensado, caso entendase necessário. Assim, tem se encaminhado, nestes casos, oportunizar, ao recorrente, a apresentação dos documentos necessários à demonstração da origem do crédito, pois, conforme descrito na resolução de conversão em diligência: Pois bem. Entendo que há razoável dúvida quanto à certeza e liquidez dos alegados direitos ao crédito que o recorrente pretende compensar. É certo que é condição indispensável à compensação de tributos a liquidez e certeza do crédito, nos termos do que dispõe o art. 170A da Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional CTN). Necessário, neste sentido, a comprovação cabal da existência desses supostos créditos, o que pode ser demonstrados com base na análise da documentação contábil fiscal do contribuinte. Deste modo, visando propiciar a ampla oportunidade para o recorrente esclarecer e comprovar os fatos alegados, em atendimento aos princípios da verdade material, da ampla defesa e do contraditório, concluo que o presente julgamento deve ser convertido em diligência. Fl. 125DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 126 11 Desta forma, por entender que a mencionada retificação (DCTF e Dacon) levada a efeito pelo recorrente, sinaliza com a possibilidade de acerto quanto ao correto valor do indébito de Cofins, e, com isto, o reconhecimento da extinção do débito tributário objeto da compensação, nos termos do inciso II do artigo 156 do CTN.. Precedente Análogo ao Caso Em outras ocasiões, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais vem admitindo a juntada de documentos em sede recursal, nos exatos termos da resolução retro transcrita, conforma se transcreve abaixo, trechos do voto do Relator Robson Bayerl, Turma 3401: A decisão sob vergasta observa que a retificação dos DACONs revelou uma revisão integral do cálculo das contribuições não cumulativas, com alteração de praticamente todos os itens do demonstrativo, sem que nenhuma prova fosse juntada, seja nesses autos, seja no PA 10855.722095/201261, o que implicaria o não reconhecimento do crédito e consequente não homologação da compensação aviada. Sobre essa manifestação do colegiado a quo, ressalto que, diversamente do que foi aduzido, não é possível afirmar que não foi apresentada nenhuma prova contábil, haja vista que esta circunstância não está registrada em lugar algum, sendo apenas uma suposição, haja vista que o contribuinte, no PA 10855.722095/201261, apresentou um Compact Disc com a composição das rubricas dos DACONs, não havendo qualquer intimação para apresentar, especificadamente, qualquer documento fiscal. Demais disso, o fato de se promover uma revisão geral do DACON não encontra óbice para sua realização, desde que feito com observância dos atos normativos baixados pela RFB, como parece ser o caso. Ou seja, entendo que não é possível exigir que o sujeito passivo deva intuir qual documentação as autoridades fiscais reputam necessária à demonstração do direito creditório vindicado, de modo que é esperado que o contribuinte seja intimado a apresentar os documentos específicos, a critério dos agentes públicos, que demonstrem a situação fiscal alegada. Requerer que o contribuinte apresente “provas materiais” que respaldem o crédito e, em seguida, a despeito da apresentação de alguma documentação, sem qualquer reiteração ou detalhamento, indeferir o pleito justamente por falta de prova parece, para dizer o mínimo, contraditório ou, pelo menos, contrário à lógica jurídica. O caso desses autos apresentame sui generis, não recordando de caso análogo nesse colegiado, onde a fiscalização tenha realizado um procedimento fiscal para aferir o crédito postulado e não tenha lavrado qualquer relatório ou termo de verificação narrando o trabalho desenvolvido e suas conclusões, salvo se esse elemento, por equívoco, não tenha sido apensado aos autos, o que me parece mais provável, custandome crer que inexista qualquer manifestação fiscal. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10880.950325/200896 Resolução nº 3001000.063 S3C0T1 Fl. 127 12 Nesse diapasão, cumpre registrar que o recorrente, em recurso voluntário, coligiu diversos documentos, cerca de 1.700 páginas, para demonstrar o pretenso direito creditório, o que, a meu sentir, consubstancia um início de prova razoável a justificar a conversão do julgamento em diligência. Poderseia, em princípio, indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, contudo, dada a singularidade das circunstâncias que envolve o processo, onde não houve um detalhamento dos documentos que o contribuinte deveria apresentar, sequer relacionando quais os livros e/ou documentos deixaram de ser apresentados, não vislumbro essa vicissitude no recurso manobrado. Assim, considerando que o processo não se encontra em condições de julgamento, como antrecipado, proponho sua conversão em diligência para que seja informado e providenciado o seguinte: Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado, minudente e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento. Proposta de Conversão em Diligência Portanto, ante a tema que, por um lado, indica a existência de crédito por parte do contribuinte, mas que, por desapego, até inconsciente, aos critérios utilizados pelo fisco, a fim de aceitar a legitimidade dos créditos postos pela recorrente, e, por outro lado, a possibilidade de o Estado negar crédito regular, fazse justiça ao pleito, e, em perfazimento à orientação acima exposta, julgo conveniente a conversão deste processo em diligência, para oportunizar ao contribuinte demonstrar, mediante a apresentação de sua contabilidade, e de seus controles gerenciais, que lastreiam a escrita fiscal colacionada aos autos, a origem dos valores trazidos à compensação. Demonstradas as operações, e confirmada a estreiteza do regime aplicado, configurado estará o erro material cometido, e, portanto, a legalidade das DIPJ e DACON que condizem com a DCTF retificadora. (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Fl. 127DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13884.901202/2009-61
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2004
AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE NA INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Diante da ausência de similitude fática entre a decisão recorrida e acórdão paradigma, não se verifica o atendimento do requisito de admissibilidade previsto no artigo 67 do Anexo II do RICARF.
Numero da decisão: 9101-003.554
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
O julgamento deste processo seguiu a sistemática dos recursos repetitivos prevista nos §§ 1º a 3º do art. 47 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 13884.901203/2009-13, ao qual o presente processo é vinculado.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Andre´ Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Arau´jo, Luis Fla´vio Neto, Fla´vio Franco Corre^a, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Re^go.
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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AUSÊNCIA DE SIMILITUDE NA INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. Diante da ausência de similitude fática entre a decisão recorrida e acórdão paradigma, não se verifica o atendimento do requisito de admissibilidade previsto no artigo 67 do Anexo II do RICARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. O julgamento deste processo seguiu a sistemática dos recursos repetitivos prevista nos §§ 1º a 3º do art. 47 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. Portanto, aplicase aqui o decidido no julgamento do processo 13884.901203/200913, ao qual o presente processo é vinculado. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Correâ, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 90 12 02 /2 00 9- 61 Fl. 272DF CARF MF Processo nº 13884.901202/200961 Acórdão n.º 9101003.554 CSRFT1 Fl. 3 2 Relatório A Turma a quo decidiu dar provimento ao recurso voluntário, homologandose as compensacõ̧es pleiteadas e submetidas à sistemática de despachos eletrônicos. A PFN, então, interpôs recurso especial, requerendo a reforma do acórdão a quo em relação às matérias (i) preclusão por apresentação extemporânea de documentos e (ii) b) ausência de retificaçaõ da DCTF. O despacho de admissibilidade decidiu conhecer parcialmente o recurso especial interposto, apenas quanto à segunda matéria, qual seja, ausência de retificaçaõ da DCTF. Não foi manejado agravo pela PFN em face do seguimento apenas parcial de seu recurso. O contribuinte apresentou contrarrazões, no qual se opõe ao conhecimento do recurso especial na parte admitida por despacho, bem como, no mérito, requer lhe seja negado provimento, com a manutenção da decisão recorrida. Concluise, com isso, o relatório. Voto Conselheira Adriana Gomes Rêgo, Relatora. O julgamento do presente recurso especial segue a sistemática dos recursos repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º a 3º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, já que a situação fática e jurídica verificada neste processo é, em todos os aspectos relevantes para solução do litígio, idêntica à verificada no processo 13884.901203/200913, ao qual é vinculado. Isso posto, a este processo aplicase o decidido por esta 1ª Turma da CSRF em seu Acórdão nº 9101003.550, exarado em 05 de abril de 2018 no âmbito do referido processo 13884.901203/200913. Transcrevese a seguir, como razões de decidir do presente litígio, o voto que prevaleceu no referido Acórdão nº 9101003.550: Para demonstrar a divergência de interpretação, a recorrente apresentou os acórdãos paradigmas n. 1302001.571 e n. 1301 001.857. O despacho de admissibilidade compreendeu que esse segundo acórdão (n. 1301001.857) não seria hábil para demonstrar divergência de interpretação quanto à matéria, conhecendo o recurso especial, quanto ao tema da necessidade de retificação de DCTF para viabilizar a compensação de estimativas de CSLL recolhidas a maior, apenas em função do primeiro paradigma apresentado (acórdão n. 1302001.571). Fl. 273DF CARF MF Processo nº 13884.901202/200961 Acórdão n.º 9101003.554 CSRFT1 Fl. 4 3 Contudo, em sede de contrarrazões, o contribuinte argumenta que o acórdão n. 1302001.571 também não seria hábil para demonstrar divergência de interpretação quanto à matéria. Observase que, tal como o acórdão recorrido, o acórdão n. 1302001.571 trata de um caso em que o contribuinte retificou a DIPJ para evidenciar débito tributário menor que o anteriormente declarado e, assim, a existência de créditos tributários, sem que a correspondente DCTF tenha sido também retificada. Destaco o seguinte trecho do acórdão n. 1302 001.571: “A nulidade da decisão recorrida, alegada pela recorrente, é a própria questão de mérito a ser apreciada por este Colegiado, ou seja, ela reside unicamente em saber se a falta de retificação da DCTF pode obstar o reconhecimento do direito creditório que aflorou da retificação apenas da DIPJ, quando verificado que o DARF que consubstancia o direito creditório pleiteado, objeto do pedido de compensação, fora alocado pela própria recorrente, para extinção do débito confessado na DCTF (não retificada).” Contudo, compreendo assistir razão à recorrida quando sustenta diferença substancial entre o acórdão recorrido e o acórdão n. 1302001.571, tornandoo inábil para demonstrar divergência de interpretação capaz de ensejar a interposição de recurso especial. É importante observar que a maior parcela do recurso especial interposto, a qual não foi admitida por despacho, voltase precisamente contra a análise de provas do crédito tributário, pela Turma a quo, juntada aos autos após a decisão de primeira instância. Ocorre que o acórdão a quo restou preponderantemente embasado na necessidade de análise de tais provas apresentadas pelo contribuinte por se tratar de caso submetido a despacho eletrônico, em que os dados são analisados mediante cruzamento eletrônico de informações entre declarações e o contribuinte interessado não tem a oportunidade de apresentar provas antes da prolação da decisão administrativa. No caso dos presentes autos, as provas apresentadas pelo contribuinte foram detalhadamente analisadas pela decisão recorrida, que as compreendeu hábeis para demonstrar a legitimidade do crédito cuja compensação é requerida. Por sua vez, o acórdão n. 1302001.571, indicado como paradigma, analisou hipótese em que apenas a DIPJ retificada teria sido apresentada como prova do crédito pleiteado, o que foi considerado insuficiente, in verbis: “Importante ressaltar que não foi entregue DCTF retificadora. Em consulta aos sistemas da Receita Federal, se verifica que a contribuinte apresentou DCTF original em que declarou IRPJ devido, código 2430 no valor de R$ 1.115.757,32, fl. 51, e, até a presente data, não entregou DCTF retificadora. Assinalese que a declaração Fl. 274DF CARF MF Processo nº 13884.901202/200961 Acórdão n.º 9101003.554 CSRFT1 Fl. 5 4 retificadora deveria ter sido entregue antes do decisório, pois a disponibilidade do crédito é examinada no momento do despacho proferido pela autoridade a quo. Ademais, a contribuinte pretende que o indébito fiscal se exteriorize tão somente com os dados declarados em sua DIPJ retificadora. Cabe a interessada o ônus de provar o erro em que fundada a modificação. A simples retificação da DIPJ, desacompanhada da retificação da respectiva DCTF (que constitui confissão de divida) e desacompanhada de documentos que demonstrem a ocorrência de erro de fato, não tem o condão de comprovar as alegações veiculadas em sede de manifestação de inconformidade. (...) Por último, alerto que a apresentacã̧o de DIPJ retificadora não é prova suficiente e incontestável do direito creditório, mas apenas uma das tantas providências que deveria a recorrente tomar, para demonstrar o seu direito creditório”. Assim, (i) enquanto o acórdão recorrido está preponderantemente embasado na apresentação de provas (além da mera retificação da DIPJ), pela ora recorrida, quanto ao equívoco presente na DCTF e na legitimidade do crédito cuja compensação é requerida, (ii) o acórdão n. 1302001.571, indicado como paradigma, embasouse justamente na não apresentação de provas, além da mera retificação da DIPJ, para a demonstração do crédito cuja compensação é requerida. Não há, portanto, a necessária similitude entre os acórdãos paradigmas requerida pelo art. 67 do RICARF. Nesse seguir, voto pelo não conhecimento do recurso especial interposto. Aplicandose o voto acima transcrito ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF, não conheço do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Fl. 275DF CARF MF
score : 1.0