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Numero do processo: 10880.729781/2012-55
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
AUTO DE INFRAÇÃO. PROCEDIMENTO DECORRENTE DE AUTO IRPJ/CSLL. COMPETÊNCIA. PRIMEIRA SEÇÃO.
Compete à Primeira Seção do CARF o julgamento de recurso voluntário relativo a procedimento decorrente de fatos cuja apuração tenha servido para configuração da prática de infração à legislação do IRPJ (art. 2o, IV do RICARF).
Numero da decisão: 3403-003.383
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso, declinando-se da competência de julgamento à Primeira Seção do CARF.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
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PROCEDIMENTO DECORRENTE DE AUTO IRPJ/CSLL. COMPETÊNCIA. PRIMEIRA SEÇÃO. Compete à Primeira Seção do CARF o julgamento de recurso voluntário relativo a procedimento decorrente de fatos cuja apuração tenha servido para configuração da prática de infração à legislação do IRPJ (art. 2o, IV do RICARF). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso, declinandose da competência de julgamento à Primeira Seção do CARF. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 72 97 81 /2 01 2- 55 Fl. 2837DF CARF MF 2 Relatório Versa o presente sobre autos de infração, lavrados em 29/04/2012 (fls. 2376 a 2381 e 2382 a 2387)1 para exigência, respectivamente, de Contribuição para o PIS/PASEP (em relação a fatos geradores de 31/10/2007 e 31/12/2007, acrescida de juros de mora e multa de 75%, no total de R$ 4.406.913,92) e COFINS (em relação aos mesmos fatos geradores, e em total, acrescido de juros de mora e multa de 75%, de R$ 20.298.512,56. Ambas as contribuições são exigidas na sistemática da não cumulatividade, em função de omissão de receitas sujeitas à incidência das contribuições. No Termo de Constatação e Encerramento (TCE) da fiscalização narrase que: (a) o objeto da ação fiscal foi a verificação do cumprimento das obrigações tributárias decorrentes das regras de preços de transferência dos produtos importados no ano de 2007 (constantes no processo administrativo no 16561.720094/201263), e, como decorrência, apurou se também o auferimento de receita que não foi incluída nas bases de cálculo da COFINS e da Contribuição para o PIS/PASEP; (b) a Nokia Siemens Networks do Brasil Sistema de Comunicações LTDA (NOKIA COMUNICAÇÕES) firmou contrato de distribuição com a Nokia Siemens Networks OY (NOKIA FINLÂNDIA), versando sobre a política de preços praticados entre as partes e sua observância no que concerne às regras de preços de transferência; (c) com base no acordo, a NOKIA FINLÂNDIA enviou à sua coligada brasileira R$ 119.731.344,20, mediante a emissão de notas de crédito, tendo a NOKIA COMUNICAÇÕES anotado em sua contabilidade que deste total, R$ 49.030.217,04 destinavamse a cobrir eventuais ajustes de preços de transferência na aquisição de programas de computador, sendo o restante da remessa para compensar ajustes relativos a compras de produtos; (d) na elaboração dos cálculos de preços de transferência dos bens importados, a NOKIA COMUNICAÇÕES apurou ajuste de R$ 6.483.754,35; (e) questionada sobre as substanciais diferenças, em Intimação (07/2012), a empresa respondeu basicamente 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 2838DF CARF MF Processo nº 10880.729781/201255 Acórdão n.º 3403003.383 S3C4T3 Fl. 2.838 3 que eram devidos a contrato com a Claro (operadora de telefonia celular); (f) ao ser solicitada memória de cálculo dos preços de transferência aplicáveis aos programas de computador adquiridos de vinculadas no exterior, a empresa alegou ser incabível tal providência, posto que os direitos comprados estariam abrangidos pela exclusão prevista no § 9o do art. 18 da Lei no 9.430/1996; (g) o contrato firmado entre a NOKIA FINLÂNDIA e a empresa, no entanto, possui escopo delimitado, e trata apenas da autorização para distribuição e da política de preços de transferência de bens, serviços e direitos adquiridos pela subsidiária brasileira; (h) se os programas de computador não se sujeitam às normas de preços de transferência, como defende a empresa, as verbas recebidas e contabilizadas para esse fim não estão amparadas pelo contrato de distribuição e foram destinadas a outras finalidade; (i) a diferença entre o ajuste apurado nas aquisições de produtos e o valor total procedente do exterior para neutralizálo igualmente não está amparada no acordo e alegadamente foi utilizada para a compra de equipamentos usados, pertencentes a uma das clientes da pessoa jurídica brasileira; e (j) a NOKIA COMUNICAÇÕES optou por lançar as quantias recebidas em contas redutoras de custos, ao invés de reconhecêlas como receita, mas pela legislação que rege as contribuições (Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003) tais valores constituem receita, devendo ser objeto de tributação pela Contribuição para o PIS/PASEP e pela COFINS, pois decorrem das atividades sociais da empresa, acrescentamse a seu patrimônio, e são marcadas pelo caráter da definitividade. A empresa apresenta impugnação em 30/10/2012 (fls. 2394 a 2428), alegando, em síntese, que: (a) tem por objeto social a industrialização, por conta própria ou por encomenda a terceiros, comércio, importação e exportação e desenvolvimento de software e de produtos para prestação de serviços de telecomunicações; (b) na consecução de suas operações, celebra contratos de fornecimento complexos, que são do interesse do grupo Fl. 2839DF CARF MF 4 NOKIA SIEMENS e envolvem outras empresas estrangeiras, como o contrato assinado com empresa do grupo CLARO, com suporte da NSNOy (referida no termo como “NOKIA FINLÂNDIA”) para fornecimento de equipamentos e prestação de serviços, inclusive licenciamento de software; (c) além do suporte, a NSNOy (“NOKIA FINLÂNDIA”) assume riscos do negócio, como ajuste de preços para garantia de rentabilidade das operações da NOKIA COMUNICAÇÕES; (d) ambas as empresas vinculadas (NOKIA COMUNICAÇÕES e NSNOy/NOKIA FINLÂNDIA) estão sujeitas em suas transações às normas sobre preços de transferência, mas as normas brasileiras (arts. 18 a 24 da Lei no 9.430/1996) são bem diferentes das utilizadas na Finlândia, baseadas nas Diretrizes de Preços de Transferência da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); (e) a remessa de 2007, no valor de R$ 119.731.344,20, acobertada por notas de crédito, para cumprir a ambas as regras de preços de transferência (Brasil e Finlândia), destinavase a “ajustar o excesso de custos do fornecimento de bens, serviços e softwares” da NSNOy/NOKIA FINLÂNDIA para a NOKIA COMUNICAÇÕES, como consta no contrato entregue à RFB (embora nem necessitasse haver contrato formal para tanto, visto que seu conteúdo deriva das legislações brasileira e finlandesa); (f) a fiscalização entendeu que as notas de crédito não estariam enquadradas no contexto do contrato de distribuição, e que os softwares não seriam objeto das regras de preços de transferência (e efetivamente não o são na legislação brasileira, embora o sejam segundo as regras internacionais), havendo recebimento de receitas novas pela empresa, o que não procede, pois a fiscalização não compreendeu o escopo do contrato de distribuição (ignorando a Cláusula 1 e a Cláusula 4.2) e a finalidade/natureza das notas de crédito (cf. Cláusulas 2 e 3 do contrato, que fazem com que os preços atendam ao maior princípio das regras de preços de transferência arm’s lenght, destacandose ainda que foram utilizadas notas de crédito porque o Tratado para Evitar Dupla Tributação entre Brasil e Finlândia não contém a cláusula do “ajuste correlato”); (g) a empresa teve postura conservadora, motivando recolhimento de tributos de forma igualmente conservadora (até mesmo em excesso), para que fosse possível atender tanto a legislação brasileira quanto a Fl. 2840DF CARF MF Processo nº 10880.729781/201255 Acórdão n.º 3403003.383 S3C4T3 Fl. 2.839 5 finlandesa (daí a diferença de valores entre o ajuste verificado segundo o padrão brasileiro e o padrão internacional, que resultou inclusive em maior recolhimento de IRPJ e CSLL, em montante superior ao da autuação R$ 40.708.657,03); (h) o art. 45 da Lei no 10.637/2002 expressamente permite o ajuste de custo para fins de preços de transferência, como já reconheceu a DRJ/SP em caso análogo; (i) as reduções de custo não constituem receita (como já entenderam a própria RFB e o STJ), mas ainda que os valores entendidos como receita pela fiscalização, para efeitos tributação pelas contribuições, efetivamente o fossem, seria indevida qualquer das contribuições, tendo em vista serem classificadas como receitas de exportação; e (j) é ilegal a incidência de juros SELIC sobre a parcela da multa cobrada, por violar o disposto no art. 61 da Lei no 9.430/1996, como já reconheceu o CARF. No julgamento de primeira instância (fls. 2715 a 2732), acordouse unanimemente pela procedência do lançamento efetuado, sob o fundamento de que a “movimentação de recursos entre empresas vinculadas, visando ao equilíbrio financeiro e manutenção da rentabilidade do grupo, se traduzem em receitas para a unidade que os recebe e, portanto, são tributáveis pelo PIS e COFINS” (sic). Conclui ainda a DRJ que “a multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita a incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do vencimento”. Destaca, em adição, a DRJ, que: (a) o contrato em análise é de 2009, enquanto as remessas se referem ao ano de 2007; (b) o ajuste permitido pelo art. 45 da Lei no 10.637/2002 é jurídico (em cumprimento às normas tributárias), e ao final do período de apuração, não guardando relação com as remessas tratadas nos autos; (c) independente da forma de contabilização, as remessas constituem receitas e são tributáveis pela legislação que rege as contribuições; e (d) as receitas não são de exportação, pois não houve qualquer bem ou serviço exportado pago pelas notas de crédito. Cientificada da decisão de piso em 07/10/2013 (cf. documento de fl. 2739), a empresa apresenta recurso voluntário em 05/11/2013 (fls. 2741 a 2788), basicamente reiterando os argumentos expostos em sua impugnação, acrescentando que: (a) a DRJ não descaracteriza os contratos por serem firmados em data posterior às remessas, e nem poderia fazêlo, seja porque não há necessidade de contrato escrito, ou ainda porque o contrato retroage a 01/01/2001, e é fruto de acordo entre empresas do grupo, que não causa prejuízo a nenhum terceiro; (b) a DRJ classifica as remessas como receita operacional (embora reconheça serem redutoras de custos), mas não detalha que tipo de receita operacional (venda de mercadoria, prestação de serviços ou mesmo financeira); (c) não há contradição entre a figura do “ajuste jurídico”, criada pela DRJ, e o ajuste de preços nas operações intergrupo (chamado na decisão de piso de “política empresarial”), sendo ambos complementares; (d) a decisão recorrida não entendeu que o contrato de distribuição regula as operações da recorrente com sua matriz (NSNOy/”NOKIA FINLÂNDIA”) e não as operações da recorrente com seus clientes, e confunde os ajustes de preços de transferência efetuados pela recorrente em decorrência da Fl. 2841DF CARF MF 6 legislação (brasileira e finlandesa) com os termos do contrato de distribuição; (e) as notas de crédito foram emitidas no âmbito de “contrato de fornecimento de compra e venda de equipamentos, licenciamento de software e prestação de serviços para rede de telecomunicações”, celebrado entre a recorrente e empresas do Grupo CLARO; (f) o ajuste de preço de transferência de 2007 foi efetuado de acordo com as regras da Finlândia, e se não houvesse sido efetuado, a recorrente teria um lucro a menor de R$ 119.731.344,20; (g) nas notas de crédito há detalhamento produto por produto do valor e do custo devolvido pela NSNOy (”NOKIA FINLÂNDIA”) para a recorrente, estando as referidas notas de crédito ainda suportadas por contratos de câmbio; (h) não há como negar que os valores recebidos decorrem de devolução parcial do preço, em razão das regras de preços de transferência; (i) mesmo que as remessas se referissem a reembolsos/compensações (como sugere a DRJ), e não a ajustes decorrentes das regras de preços de transferência, ainda assim não incidiriam as contribuições, por não se tratar de receitas, conforme entendimentos já expressos pela própria RFB e pelo CARF; e (j) para caracterização da exportação não se faz necessária a saída física das mercadorias do Brasil (sujeitandose ao controle de preços de transferência, por exemplo, as operações de “back to back”, conforme entendimento externado pela RFB). A PGFN apresenta suas contrarrazões em 12/02/2014 (fls. 2813 a 2825), sustentando que: (a) não há nulidade na decisão da DRJ; (b) a recorrente compra bens da sua controladora na Finlândia para vender no Brasil, e, em decorrência da operação realizada com empresa vinculada, passa a ter uma dívida tributária nascida em razão da legislação do preço de transferência, sendo, posteriormente, ressarcida/compensada desta dívida pela empresa no exterior; (c) assim, os recursos recebidos da NSNOy (”NOKIA FINLÂNDIA”) não poderiam ter sido contabilizados como redução de custos, já que tais recursos representam uma receita (ingresso positivo de recurso que representa aumento patrimonial) da empresa brasileira, que dela depende para equilibrar o resultado de suas atividades operacionais e apresentar lucratividade; (d) a receita não é decorrente de exportação, por não ter havido fornecimento de qualquer bem ou serviço da empresa à sua controladora estrangeira; e (e) em análise sistemática do Código Tributário Nacional, concluise que o crédito tributário engloba tanto o tributo quanto a multa, cabendo a incidência de juros de mora sobre ambos. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Antes de ingressar na apreciação do recurso voluntário, revelase imprescindível o exame da competência desta turma para se manifestar sobre a matéria expressa nos autos. Já no início do Termo de Constatação e Encerramento da fiscalização (fl. 2358) esclarecese que: “Esta fiscalização, sob o amparo do Mandado de Procedimento Fiscal no 08.1.85.002011.001851, atevese à verificação do cumprimento das obrigações tributárias decorrentes das regras de preços de transferência dos produtos importados no ano de 2007. Como decorrência, apurouse também o auferimento de receita que não foi incluída nas bases de cálculo do PIS e da Cofins, conforme relatado abaixo. As constatações relativas aos Fl. 2842DF CARF MF Processo nº 10880.729781/201255 Acórdão n.º 3403003.383 S3C4T3 Fl. 2.840 7 preços de transferência constam no processo administrativo no 16.561.720.094/201263.” (grifo nosso) Ou seja, o auferimento de receita não incluída nas bases de cálculo das contribuições é decorrente da verificação do cumprimento da legislação referente a preços de transferência, estando as constatações em outro processo, de no 16561.720094/201263. Em nome da verdade material, consultei tal processo no sistema “e processos”, verificando que trata de autuação também em relação ao anocalendário de 2007, relativa a IRPJ, CSLL, Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, amparada pelo mesmo MPF. Ao início do Termo de Constatação e Encerramento da fiscalização deste segundo processo, encontro excerto semelhante ao aqui apresentado: “Esta fiscalização, sob o amparo do Mandado de Procedimento Fiscal no 08.1.85.002011.001851, atevese à verificação do cumprimento das obrigações tributárias decorrentes das regras de preços de transferência dos produtos importados no ano de 2007. Como decorrência, apurouse omissão de receita, presumida a partir do levantamento dos estoques de produtos importados e adquiridos para revenda, e, ainda, a verificação do auferimento de receita que não foi incluída nas bases de cálculo do PIS e da Cofins. No tocante às contribuições sociais, as constatações encontramse relatadas no processo administrativo no 10.880.729.781/201255.” (grifo nosso) Pelo entrelaçamento dos procedimentos, que se mencionam reciprocamente, e são fundados em um mesmo MPF (final 001851), com um mesmo objeto de fiscalização (verificação do cumprimento da legislação referente a preços de transferência) para um mesmo período (anocalendário de 2007), tenho que se apresenta aqui caso de conexão que deslocaria a competência para a Primeira Seção de Julgamento (conforme art. 2o, IV do Anexo II do Regimento Interno do CARF RICARF, aprovado pela Portaria MF no 256/2009): “Art. 2o À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: (...) IV demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ;” (grifo nosso) Assim, ainda que a autuação verse sobre tributos diversos, restaria deslocada a competência para a Primeira Seção em virtude de procedimentos conexos, como descrito acima. Diante do exposto, voto no sentido de não tomar conhecimento do recurso, declinandose da competência de julgamento à Primeira Seção do CARF. Fl. 2843DF CARF MF 8 Rosaldo Trevisan Fl. 2844DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.723024/2016-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2012
NÃO CUMULATIVIDADE. PRODUÇÃO DE BIODIESEL. OPÇÃO PELO REGIME ESPECIAL DA LEI Nº 11.116/2005. CRÉDITOS. APURAÇÃO. POSSIBILIDADE.
A opção pelo Regime Especial de apuração e pagamento da contribuição estabelecido pela Lei nº 11.116, de 2005 pelo produtor de biodiesel não impede a apuração de créditos sobre os insumos de produção.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2012
NÃO CUMULATIVIDADE. PRODUÇÃO DE BIODIESEL. OPÇÃO PELO REGIME ESPECIAL DA LEI Nº 11.116/2005. CRÉDITOS. APURAÇÃO. POSSIBILIDADE.
A opção pelo Regime Especial de apuração e pagamento da contribuição estabelecido pela Lei nº 11.116, de 2005 pelo produtor de biodiesel não impede a apuração de créditos sobre os insumos de produção.
Numero da decisão: 3401-005.309
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente).
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PRODUÇÃO DE BIODIESEL. OPÇÃO PELO REGIME ESPECIAL DA LEI Nº 11.116/2005. CRÉDITOS. APURAÇÃO. POSSIBILIDADE. A opção pelo Regime Especial de apuração e pagamento da contribuição estabelecido pela Lei nº 11.116, de 2005 pelo produtor de biodiesel não impede a apuração de créditos sobre os insumos de produção. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2012 NÃO CUMULATIVIDADE. PRODUÇÃO DE BIODIESEL. OPÇÃO PELO REGIME ESPECIAL DA LEI Nº 11.116/2005. CRÉDITOS. APURAÇÃO. POSSIBILIDADE. A opção pelo Regime Especial de apuração e pagamento da contribuição estabelecido pela Lei nº 11.116, de 2005 pelo produtor de biodiesel não impede a apuração de créditos sobre os insumos de produção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 30 24 /2 01 6- 36 Fl. 2017DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.018 2 Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (VicePresidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório 1. Tratase de auto de infração, situado às fls. 02 a 30, lavrado com o objetivo de formalizar a cobrança de/em razão da falta de recolhimento de contribuição para Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) referenteS ao período de apuração compreendido entre 01/01/2012 e 31/01/2012 , acrescido de multa de ofício de 75% e juros, totalizando, assim, o valor histórico de R$ R$ 105.316.108,10. 2. Segundo se depreende do relatório fiscal, situado às fls. 32 a 38, narra a autoridade fiscal que o procedimento constatou que os créditos da contribuinte são muito superiores ao PIS e à Cofins apurados e que, no regime especial, a alíquota aplicada sobre o metro cúbico do combustível representa um percentual sobre a receita bruta muito menor do que as alíquotas do Regime não Cumulativo (1,65% para o PIS e 7,6% para a Cofins), o que a levou a concluir que, como a empresa apura indevidamente créditos não cumulativos relativos a receitas de venda de biodiesel, a cada mês, o "estoque" de créditos aumentaria de forma ilegítima. 3. A contribuinte, intimada em 22/06/2016, apresentou, em 20/07/2016, a impugnação, situada às fls. 1867 a 1899, na qual argumentou, em síntese, que: (i) o fato de as receitas de venda de biodiesel serem tributadas sob o regime especial de que trata a Lei nº 11.116, de 2005 (tributação concentrada ou monofásica) não afasta a aplicação, para fins de apuração dos créditos de PIS/COFINS a serem descontados, das regras previstas para o regime de apuração nãocumulativa desses tributos, regime ao qual se submete a PBIO; (ii) a autoridade fiscal parte da premissa equivocada de que a receita de venda de biodiesel, por ser tributada nos moldes do regime especial de que trata a Lei n° 11.116/2005 (tributação concentrada ou monofásica), não integra a "receita bruta sujeita à incidência nãocumulativa", para fins de cálculo do rateio proporcional; (iii) o entendimento da contribuinte é reconhecido pela Administração Tributária por meio da Solução de Divergência Cosit nº 3/2016 e pelo Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 4/2016; (iv) a autoridade fiscal toma por fundamento para seu raciocínio o artigo 4º do Decreto 5.297/2004, cujas alíquotas dizem respeito ao metro cúbico de biodiesel fabricado a partir de mamona ou fruto, caroço ou amêndoa de palma produzidos nas regiões norte e nordeste e no semiárido, mas a contribuinte não aplica essas alíquotas reduzidas, pois não produz biodiesel a partir de mamona ou fruto, caroço ou amêndoa de palma produzidos nas regiões norte e nordeste e no semiárido, uma vez que a produção da PBIO é feita a partir, basicamente, de óleo de soja e, logo, as alíquotas adotadas para o cálculo monofásico do biodiesel estão previstas no art. 3º, parágrafo único, do Decreto nº 5.297/2004; e (iv) não cabe a glosa dos créditos acumulados pela impugnante (aqueles relativos a custos e Fl. 2018DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.019 3 despesas vinculados ao auferimento de receitas com a venda de produtos), uma vez que nesta hipótese somente há previsão para estorno de créditos de PIS e Cofins sobre bens adquiridos para revenda ou utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda que tenham sido furtados ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda, empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação (§13 do art. 3º c/c inciso II do art. 15, da Lei 10.833/2003). 4. Em 06/02/2017 a 14ª Turma da Delegacia Regional do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) proferiu o Acórdão DRJ nº 1464.075, situado às fls. 1975 a 1991, de relatoria do AuditorFiscal Fernando César Tofoli Queiroz, que entendeu, por unanimidade de votos, julgar procedente a impugnação, exonerando o crédito tributário exigido, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2012 NÃO CUMULATIVIDADE. PRODUÇÃO DE BIODIESEL. OPÇÃO PELO REGIME ESPECIAL DA LEI Nº 11.116/2005. CRÉDITOS. APURAÇÃO. POSSIBILIDADE. A opção pelo Regime Especial de apuração e pagamento da contribuição estabelecido pela Lei nº 11.116, de 2005 pelo produtor de biodiesel não impede a apuração de créditos sobre os insumos de produção. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Ano calendário: 2012 NÃO CUMULATIVIDADE. PRODUÇÃO DE BIODIESEL. OPÇÃO PELO REGIME ESPECIAL DA LEI Nº 11.116/2005. CRÉDITOS. APURAÇÃO. POSSIBILIDADE. A opção pelo Regime Especial de apuração e pagamento da contribuição estabelecido pela Lei nº 11.116, de 2005 pelo produtor de biodiesel não impede a apuração de créditos sobre os insumos de produção. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado 5. Diante da exoneração do crédito tributário, o acórdão foi submetido à apreciação deste Conselho por recurso de ofício, de acordo com o art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações introduzidas pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de1997, e art. 1º da Portaria do Ministério da Fazenda nº 3, de 3 de janeiro de 2008. 6. A contribuinte, intimada da decisão em 03/05/2017, pela abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), por meio da opção "Consulta Comunicados/Intimações", em conformidade com o termo de ciência situado à fl. 2006. Fl. 2019DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.020 4 É o Relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Relator 7. O recurso de ofício preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. 8. Segundo se depreende da leitura do relatório que acompanha o auto de infração, a interpretação da autoridade fiscal sobre o art. 8º da Lei 11.116/2005 apé a possibilidade de desconto de créditos exclusivamente em relação aos pagamentos efetuados nas importações de biodiesel, para fins de determinação das contribuições para o PIS e para a Cofins, no caso de pessoa jurídica sujeita ao regime de apuração não cumulativo. Transcreve se, por pertinente, trecho da decisão recorrida sobre a posição da autuante: Questão central à autuação, portanto, diz respeito ao tratamento tributário que deve ser conferido às operações com biodiesel, produto cuja fabricação é o objetivo primordial da autuada. Importante ressaltar que a fiscalização afirmou que a fiscalizada não importou biodiesel. O biodiesel foi introduzido na matriz energética brasileira, por meio da Lei nº 11.097, de 2005. Essa lei fixou um percentual mínimo obrigatório em volume, de adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor final, bem como estipulou um cronograma gradual para que esse percentual fosse atingido. Tendo em vista esse novo cenário, foi aprovada a Lei nº 11.116, de 2005, resultado da conversão da Medida Provisória nº 227, de 2004. Citada lei dispôs sobre a incidência das contribuições sobre a venda e a importação de biodiesel. O caso em foco demanda uma análise mais de perto sobre o disposto nesse diploma. Em seu art. 3º, a Lei nº 11.116, de 2005, estabeleceu a incidência de alíquotas diferenciadas sobre a receita bruta da venda de biodiesel auferida por importadores e produtores. (...) O artigo 4º abriu a possibilidade de que o importador ou produtor, em vez de tributar a receitas de venda de biodiesel com a incidência das alíquotas diferenciadas, optasse por regime especial de tributação, pagando um valor fixo, em reais, para cada metro cúbico de biodiesel vendido: Fl. 2020DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.021 5 A própria Lei nº 11.116, de 2005, autorizava o Poder Executivo a estabelecer coeficientes de redução dos valores das contribuições devidas por metro cúbico de biodiesel, como se lê, no art. 5º: (...) chama atenção a possibilidade de que as alíquotas ad rem sejam calibradas pelo Poder Executivo levandose em conta a matéria prima. Isso poderia indicar, talvez, que as operações com biodiesel estariam à margem da sistemática da não cumulatividade já que uma suposta vedação à apuração de créditos sobre insumos estaria sendo ajustada pelos coeficientes de redução. Avançando na leitura da Lei nº 11.116, de 2005, observase que o artigo seguinte, o 6º, determina a aplicação das determinações presentes no § 1o do art. 2o das Leis no 10.637, de 2002, e no 10.833, de 2003, às atividades de produção e comercialização de biodiesel. (...) as mencionadas disposições relativas ao § 1o do art. 2o das Leis no 10.637, de 2002, e no 10.833, de 2003, dizem respeito às operações às quais não se aplicam as alíquotas básicas dos regimes não cumulativos para o PIS e a Cofins que são de 1,65% e 7,6%, respectivamente. Ou seja, a própria Lei nº 11.116, de 2005, fazendo referência às Leis nº 10.637, de 2002 e nº 10.833, de 2003, exclui as receitas de venda de biodiesel apenas da incidência das alíquotas gerais de 1,65% para o PIS e de 7,60% para a Cofins. Não há, portanto, disposição que comande a retirada das receitas de biodiesel do sistema da não cumulatividade. (...) a partir de 1º de agosto de 2004, com a entrada em vigor dos arts. 21 e 37 da Lei n° 10.865, de 2004, que modificaram o disposto no inciso IV do § 3º do art. 1º da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº 10.833, de 2003, as receitas sob o regime de incidência monofásico não mais figuram entre as exclusões prévias à sistemática da não cumulatividade. Desse modo, o sistema de tributação monofásica, a partir da Lei nº 10.865, de 2004, passou a ser apenas uma técnica de concentração de incidência tributária que não se comunica com os regimes de incidência cumulativo e não cumulativo. A incidência monofásica não desabilita a priori a apuração de créditos da não cumulatividade aos contribuintes que estejam sob esse regime. Assim, desde que a pessoa jurídica esteja submetida ao regime não cumulativo, as receitas de venda de produtos que sofrem incidência monofásica integram, em princípio, a receita bruta submetida à incidência não cumulativa, ressalvados, logicamente, os casos em que haja disposição normativa em contrário. Adicionalmente, as operações de venda de produtos sujeitos à incidência concentrada não impedem o produtor de calcular e manter os créditos vinculados, dentro dos limites Fl. 2021DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.022 6 legais. Nessa situação se enquadram as receitas de venda de biodiesel. Tanto assim é que, em 2011, o ordenamento veio a admitir inclusive a tomada de créditos pelas pessoas jurídicas produtoras de biodiesel submetidas ao regime não cumulativo calculados sobre as aquisições de insumos de pessoas físicas, cooperativas de produção agropecuária e pessoas jurídicas que exerçam atividades agropecuárias. Estáse referindo aqui ao art. 47 da Lei nº 12.546, de 2011. (...) Em 2013, com a publicação da Lei nº 12.865, de 2013, o artigo acima transcrito foi inteiramente revogado, mas a legislação ainda manteve a possibilidade de apuração e desconto de créditos presumidos nas operações com biodiesel. Ora, se a legislação garantiu aos fabricantes de biodiesel a possibilidade de apuração e desconto de créditos presumidos sobre insumos adquiridos de pessoas físicas, cooperativas de produção agropecuária e pessoas jurídicas que exerçam atividade de produção agropecuária chegase a duas conclusões. Primeiro, concluise que as receitas de venda de biodiesel não estão fora do âmbito do regime não cumulativo, corroborando o raciocínio exposto acima. Segundo, que aos produtores de biodiesel é permitido a apuração de créditos independente da forma que tributem as receitas correspondentes à venda do citado produto, quer pela aplicação da alíquota percentual quer pela incidência da alíquota por volume vendido. Vale aqui notar que a autorização legal para a apuração de créditos presumidos na produção de biodiesel data de 2011, quando de há muito já vigiam as alíquotas especiais relacionadas às operações com biodiesel. Mesmo assim, o comando que facultou o cômputo dos créditos presumidos não trouxe nenhuma ressalva que vedasse créditos ao produtor que tivesse exercido a opção por tributar as receita de biodiesel pela incidência de valor fixo sobre a metragem cúbica vendida. Em resumo, podese concluir que as receitas de vendas de biodiesel embora sujeitas à incidência concentrada integram o regime não cumulativo das contribuições possibilitando a apuração de créditos típicos da sistemática pelos contribuintes produtores. Esse entendimento se alinha com o disposto no disposto no Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 4 (...) passase à leitura dos arts. 7º e 8º da Lei nº 11.116, de 2005, que disciplina a forma de incidência do PIS e da Cofins nas importações de biodiesel e autoriza a apuração de crédito pelo importador (...) É nesse artigo que se fundamenta a autoridade. Como nos demais artigos que o seguem, a Lei passa a regular outros temas não mais fazendo referência à possibilidade de apuração de créditos pelo produtor de biodiesel, entendeu a auditoria que não haveria permissão legal que autorizasse a apuração de créditos pelos produtores de biodiesel tendo em vista a opção da Fl. 2022DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.023 7 contribuinte pelo regime especial de que trata o art. 4º da Lei nº 11.116, de 2005. (...) A interpretação da auditoria, entretanto, não considera que a possibilidade de apuração de crédito pelo produtor de biodiesel não teria que ser repetida entre os dispositivos da Lei nº 11.116, de 2005, já que estava garantida na regra geral de apuração de créditos da Lei nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, regra geral essa que, após a edição da 10.865, de 2004, também passou a ser aplicável aos produtores de bens sujeitos à incidência monofásica. Da leitura conjunta dos dois artigos 7º e 8º da Lei nº 11.116, de 2005, apreendese que os comandos estão pareados. O primeiro cuida de regular a incidência de PIS e Cofins na importação de biodiesel, estabelecendo a alíquota incidente independente da opção do importador pelo Regime Especial. O segundo regula a respectiva apropriação de créditos nos casos de importação de biodiesel para utilização como insumo ou com o fim de revenda. Não há nenhuma alusão desses artigos aos produtores de biodiesel como a autuada. Como afirmado acima a possibilidade de apuração de créditos sobre os insumos de produção de biodiesel está alojada na regra geral inscrita nos art. 3º das Leis nº 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, regra geral também aplicável aos produtores de bens sujeitos à incidência monofásica após a edição da 10.865, de 2004. Assim, a premissa extraída do relatório que funda o trabalho fiscal, isto é, a de que a possibilidade de apuração de créditos não se aplicaria às receitas decorrente do biodiesel de produção própria, concluise, é equivocada. Nesse contexto, tendo em vista a conclusão de que as receitas de venda de biodiesel pelo produtor se incluem no montante tributável no regime da não cumulatividade, estas compõem o total das receitas submetidas ao regime não cumulativo no caso de rateio para, se for o caso, proceder à repartição dos custos, encargos e despesas comuns. O já citado Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 4, de 2016, consolida essa posição (...) Observase pela leitura dos demonstrativos que acompanham o relatório fiscal (fls. 502/504) que a ação da auditoria pautouse em identificar o montante das receitas de vendas de biodiesel e sua proporção em relação ao total de receitas auferidas, glosando os créditos apurados pela contribuinte nessa mesma proporção, tendo em vista o entendimento de que as receitas de biodiesel estariam excluídas Fl. 2023DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.024 8 do regime não cumulativo e, portanto, não poderiam gerar créditos. Como acima se concluiu, as receitas de vendas de produtos monofásicos pelo produtor integram o regime da não cumulatividade e compõem a receita bruta sob esse regime e os insumos correspondentes são geradores de créditos não cumulativos. Com esse entendimento fica comprometida inteiramente a autuação que partiu de premissa equivocada quanto ao regime de tributação aplicável as receitas auferidas pelos produtores de biodiesel. A contribuinte aponta ainda erro no relatório fiscal no tocante às alíquotas específicas por volume vendido de biodiesel. Diz a autuada que a auditoria referiuse a alíquotas próprias ao biodiesel fabricado a partir de mamona ou fruto, caroço ou amêndoa de palma produzidos nas regiões norte e nordeste e no semiárido ao passo que a produção da PBIO seria feita basicamente a partir de óleo de soja cujas alíquotas por metro cúbico seriam superiores às do biodiesel produzido a partir da mamona ou palma. Como já mencionado, o equívoco da premissa em que se fundamentou o auto de infração fragiliza todo o lançamento fiscal que deverá ser cancelado. Não obstante, observandose os demonstrativos de fls. 502/504, verificase que eventual erro na identificação das alíquotas por volume de biodiesel vendido não repercutiu nos valores levados ao auto de infração. Como se percebe, as colunas PIS e Cofins UM (C) que expressam os valores das contribuições devidas por Unidade de Medida apenas repetem os valores que a própria contribuinte calculou e preencheu nos Dacons apresentados à administração tributária, não havendo, assim, o apontado erro na aplicação das alíquotas ad rem. Quanto à oposição da impugnante contra a glosa de créditos acumulados, cabe que a recusa de créditos por parte da fiscalização se deu em razão da premissa, falsa como se viu, acerca da impossibilidade de apuração de créditos vinculados à produção do biodiesel e não por uma suposta ação do tempo sobre o saldo de créditos acumulados. Diante do exposto, voto por julgar procedente a impugnação. 9. Não tendo as partes apresentado novos argumentos ou razões de defesa perante esta segunda instância administrativa, propõese a confirmação e adoção da decisão recorrida, nos termos da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), com a alteração da Portaria MF nº 329, de 04/06/2017, que acrescentou o § 3º ao art. 57 da norma regimental: Fl. 2024DF CARF MF Processo nº 12448.723024/201636 Acórdão n.º 3401005.309 S3C4T1 Fl. 2.025 9 Portaria MF nº 343, de 09/06/2015 (RICARF) Art. 57. Em cada sessão de julgamento será observada a seguinte ordem: I verificação do quorum regimental; II deliberação sobre matéria de expediente; e III relatório, debate e votação dos recursos constantes da pauta. § 1º A ementa, relatório e voto deverão ser disponibilizados exclusivamente aos conselheiros do colegiado, previamente ao início de cada sessão de julgamento correspondente, em meio eletrônico. § 2º Os processos para os quais o relator não apresentar, no prazo e forma estabelecidos no § 1º, a ementa, o relatório e o voto, serão retirados de pauta pelo presidente, que fará constar o fato em ata § 3º A exigência do § 1º pode ser atendida com a transcrição da decisão de primeira instância, se o relator registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa perante a segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida" (seleção e grifos nossos). 10. Assim, com base nestes fundamentos, voto por conhecer e, no mérito, negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 2025DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10875.003972/2004-52
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1996
VALOR DECLARADO EM DCTF. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA.
À exceção dos casos em que tenha ocorrido sonegação, fraude ou conluio, afasta-se a multa de ofício em relação aos valores declarados em DCTF nos lançamentos determinados pelo art. 90 da MP nº 2.158-35/2001, com base na aplicação retroativa do art. 18 da Lei nº 10.833/2003.
Numero da decisão: 9303-007.496
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1996 VALOR DECLARADO EM DCTF. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. À exceção dos casos em que tenha ocorrido sonegação, fraude ou conluio, afasta-se a multa de ofício em relação aos valores declarados em DCTF nos lançamentos determinados pelo art. 90 da MP nº 2.158-35/2001, com base na aplicação retroativa do art. 18 da Lei nº 10.833/2003.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1996 VALOR DECLARADO EM DCTF. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. À exceção dos casos em que tenha ocorrido sonegação, fraude ou conluio, afastase a multa de ofício em relação aos valores declarados em DCTF nos lançamentos determinados pelo art. 90 da MP nº 2.15835/2001, com base na aplicação retroativa do art. 18 da Lei nº 10.833/2003. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 00 39 72 /2 00 4- 52 Fl. 1057DF CARF MF 2 Trata o presente processo de auto de infração de Cofins, às efls. 414 a 429, por falta/insuficiência das contribuições referentes ao período de apuração de janeiro de 1996 a junho de 2002, em valor originário de R$ 6.741.485,25, multa de ofício de R$ 5.056.113,75 e juros de mora de R$ 5.693.888,31, montando a R$ 17.491.487,31. O auto de infração foi cientificado à contribuinte em 23/11/2004.O Termo de Verificação e Constatação de Irregularidades, às efls. 394 e 395, detalha o procedimento fiscal e as razões da autuação. Irresignada, em 17/12/2004, a contribuinte apresentou impugnação, às efls. 444 a 470. Após realização de diligência, a 5ª Turma da DRJ/CPS, apreciou a impugnação em 12/03/2008, e no acórdão nº 0521.472, às efls. 964 a 988, considerou parcialmente procedente o lançamento para: julgar procedentes as exigências dos períodos de apuração de janeiro a dezembro de 1996; decretar a nulidade das exigências dos períodos de abril a dezembro de 1998; e excluir as multas de ofício correspondentes às exigências relativas aos períodos de apuração de janeiro de 1999 a junho de 2002. Em face dos valores exonerados, e com base no art. 34, inciso I, do Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972, com as alterações introduzidas pela Lei 9.532/97, c/c Portaria do Ministro da Fazenda n.° 375, de 07 de dezembro de 2001, houve recurso de ofício ao então Conselho de Contribuintes. A 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento apreciou o recurso na sessão de 10/12/2010, resultando no acórdão de nº 340300.759, às efls. 1009 a 1014, o qual teve as seguintes ementas: Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1996 VALORES DECLARADOS EM DCTF. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. A exigência do lançamento de ofício previsto no art. 90 da MP nº 2.158 35/2001 para os débitos declarados em DCTF cujos pagamentos não foram confirmados foi revogada pelo art. 18 da MP nº 135/2003. Tendo em vista a reforma para aplicação de penalidade menos gravosa, aplicase a retroatividade benigna, nos termos do art. 106, inciso II , alínea “c” do CTN, para exclusão da multa de ofício exigida. Período de apuração: 01/04/1998 a 31/12/1998 DUPLICIDADE DE EXIGÊNCIA EM AUTOS DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Evidenciada a formalização do crédito tributário mediante veículos de mesma espécie, cancelase a segunda exigência. O acórdão foi assim lavrado: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Recurso especial da Fazenda A Procuradoria da Fazenda Nacional foi intimada do acórdão nº 340300.759 em 23/02/2011 (efl. 1015), e interpôs recurso especial de divergência em 25/02/2011, às efls. 1017 a 1024. Fl. 1058DF CARF MF Processo nº 10875.003972/200452 Acórdão n.º 9303007.496 CSRFT3 Fl. 1.058 3 A Procuradora indica como matéria de divergência a aplicabilidade da multa isolada de 75% em casos de compensação indevida, declaração inexata ou falta de recolhimento da contribuição declarada como paga. São apresentados dois paradigmas, os acórdãos nº 20179.948 e nº 20400.926. O acórdão recorrido mantém o lançamento em relação ao tributo declarado e afasta a multa de ofício, relativamente à compensação indevida; os paradigmas entendem cabível a multa, em hipóteses semelhantes. O Presidente da 4ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por meio do despacho de efls. 1031 a 1033, em 08/07/2015, deu seguimento ao recurso especial de divergência da contribuinte, com fundamento nos arts. 67 e 68 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009. A contribuinte foi intimada, (efl. 1043) do acórdão recorrido, do recurso especial de divergência e do despacho de admissibilidade deste, em 10/09/2015, por meio de edital (efl. 1048), sem que apresentasse manifestação nos prazos regimentais. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator O recurso é tempestivo atende aos requisitos regimentais e dele conheço. A matéria não é estranha a essa Turma, e, em particular, com referência a essa mesma contribuinte, decorrente do mesmo procedimento fiscal no processo nº 10875.003973/200405, para lançamento da contribuição para o PIS, o i. conselheiro Rodrigo da Costa Posta conduziu o aresto nº 9303003.424, em 26/01/2016, com o seguinte voto, que adoto integralmente: Conforme acima relatado, controvertese, nesta instância, sobre o cancelamento da multa de ofício, lançada juntamente com o principal, este relativo a parcelas da contribuição para o PIS declaradas em DCTF, com base na retroatividade benigna. Referida matéria já foi objeto de decisão nesta CSRF, em razão do quê transcrevo e adoto o voto condutor do acórdão nº 9303003.280– 3ª Turma, de 5 de fevereiro de 2015, processo nº 10510.002000/200307, redator designado Júlio César Alves Ramos, verbis: Vime obrigado a divergir do Presidente Henrique por entender que a matéria em discussão já se encontra pacificada nos colegiados do CARF ainda que a douta PFN não se conforme, o que, aliás, é seu dever institucional. Deveras, como relatado pelo dr. Henrique, foi lavrado auto de infração por conta de compensações informadas em DCTF que não tinham lastro algum na medida em que os supostos pagamentos a maior que lhes constituiriam os créditos simplesmente não existiam. Fl. 1059DF CARF MF 4 Ainda assim, a multa foi exigida no percentual de 75% não se apontado qualquer intuito doloso na atitude da empresa. A meu sentir, em tais casos, a exigência por meio de auto de infração da diferença não compensada está, sim, lastreada no art. 90 da Medida Provisória 2.15835, ainda quando a maioria dos lançamentos efetuados pela SRF não o mencionem, o que, segundo o n. relator, também ocorre aqui Diz o art. 90: Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Não consigo, por mais que me esforce, chegar à conclusão da douta Procuradoria da Fazenda Nacional de que tal dispositivo apenas regularia as declarações de compensação. Pareceme, ao contrário, bastante claro que ele se refere a qualquer declaração prestada que contenha informações acerca de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, ou seja, a todas as luzes, às informações que passaram a ser prestadas em DCTF a partir de 1997. Por isso mesmo, também não posso concordar com a afirmação de que o art. 18 da MP 135, posteriormente convertido no art. 18 da Lei 10.833, às Dcomp se restrinja. É certo que nele nada há de claro, mas vejamos o que diz: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. § 1o Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6o a 11 do art. 74 da Lei no 9.430, de 1996. § 2o A multa isolada a que se refere o caput é a prevista nos incisos I e II ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, conforme o caso. § 3o Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente Ora, como pode um dispositivo que modifica o art. 90 da MP 2.158 se restringir a apenas uma das hipóteses de lançamento nele previstas se é absolutamente genérico ao dizer que tal lançamento se restringirá à imposição de multa sobre as diferenças decorrentes de compensação indevida? Fl. 1060DF CARF MF Processo nº 10875.003972/200452 Acórdão n.º 9303007.496 CSRFT3 Fl. 1.059 5 Pareceme que a PFN pretende ler o dispositivo como se estivesse a dizer: nos casos de compensação indevida, o lançamento de ofício de que trata o art. 90 da MP 2.158 se restringirá à exigência de multa de ofício e apenas quando se comprovar a ocorrência... Podese até querer que ele dissesse isso, mas daí a entender o que está efetivamente escrito dessa forma vai, a meu sentir, e com todo o respeito aos que pensam diferente, uma grande distância. A PFN prossegue no seu raciocínio dizendo que a base para exigência da multa é o próprio art. 44 da Lei 9.430 porque aí já se prevê a declaração inexata. Ocorre que tal dispositivo não tem vida própria: primeiro é preciso que caiba um dado lançamento de ofício para que a multa encontre nele validade. Vejamos o dispositivo com a ênfase na parte que interessa aqui: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; V isoladamente, no caso de tributo ou contribuição social lançado, que não houver sido pago ou recolhido. Fl. 1061DF CARF MF 6 § 2º Se o contribuinte não atender, no prazo marcado, à intimação para prestar esclarecimentos, as multas a que se referem os incisos I e II do caput passarão a ser de cento e doze inteiros e cinco décimos por cento e de duzentos e vinte e cinco por cento, respectivamente. § 3º Aplicamse às multas de que trata este artigo as reduções previstas no art. 6º da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, e no art. 60 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991. § 4º As disposições deste artigo aplicamse, inclusive, aos contribuintes que derem causa a ressarcimento indevido de tributo ou contribuição decorrente de qualquer incentivo ou benefício fiscal. Óbvio: só se aplica multa se há lançamento de ofício a ser feito. Ocorre que uma vez entendido que o art. 18 da MP 135 está afastando o lançamento em qualquer hipótese outra antes prevista no art. 90 da MP 2158, desaparece, por consequência, o fundamento para o próprio lançamento de ofício da diferença, não havendo como aplicarse a multa prevista no art. 44 por força do art. 106, I, a do CTN, corretamente aplicado pelo colegiado de piso. Este Conselho longamente debateu acerca das consequências do malsinado e pessimamente redigido art. 18 acima reproduzido, firmandose ao longo do tempo a jurisprudência que mantinha a exigência do principal mas repelia a exigência da multa. Não vislumbro no presente caso nada diferente das muitas dezenas já antes examinadas. Em especial, não posso concordar com a afirmação do Presidente Henrique de que a não comprovação dos pagamentos supostamente feitos a maior e geradores dos direitos creditórios que estariam sendo compensados equivale à mera falta de recolhimento que sempre foi exigida por meio de auto de infração e com a competente multa. Desde a criação da DCTF (ou, mais precisamente, desde que o Poder Judiciário aceitou as execuções fiscais nela diretamente embasadas, isto é, sem a lavratura de auto de infração) que não se lançam mais valores confessados em DCTF; os lançamentos por "mera" falta de recolhimento são, em verdade, decorrentes de falta de recolhimento e de confissão em dívida. Não foi por outro motivo, a meu entender, que se editou o art. 90 da MP 2158: veio ele para dirimir os questionamentos surgidos após a DCTF passar a incluir as hipóteses de extinção ou suspensão de exigibilidade do débito ali confessado. Sem ele não se sabia se tais débitos deveriam, ainda assim, ser considerados confessados e passíveis, portanto, de imediata inscrição em dívida, ou se, como acabou prevalecendo, haveria a necessidade de prévio lançamento de ofício. Digase, a respeito, que nem mesmo a SRF conseguiu firmar, desde logo, um entendimento, tendo revisto mais de uma vez sua posição, inclusive com base em pareceres da própria Procuradoria da Fazenda Nacional. Fl. 1062DF CARF MF Processo nº 10875.003972/200452 Acórdão n.º 9303007.496 CSRFT3 Fl. 1.060 7 Por todos esses motivos é que entendemos, na esteira da consolidada jurisprudência da Casa, manter o afastamento da multa por aplicação do art. 106 do CTN, negando, assim, provimento ao recurso especial da PFN. Este o acórdão que me coube redigir. Para complementar o teor do excerto acima reproduzido, valho me de parte do acórdão nº 3803006.960, de 19 de março de 2015, processo nº 10940.000576/200281, relator Hélcio Lafetá Reis, em que a 3ª Turma Especial da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF também decidiu pelo cancelamento da multa de ofício, decorrente de lançamento baseado em débitos declarados em DCTF, cuja extinção não se confirmou, com base na retroatividade benigna, verbis: No momento da autuação, vigia a Medida Provisória nº 2.158352001, que, em seu art. 90, determinava a realização de lançamento de ofício das diferenças apuradas em declaração prestada pelo sujeito passivo decorrentes – dentre outras formas de extinção e suspensão da exigibilidade do crédito tributário –de pagamento e de compensação não comprovados pelo sujeito passivo. Essa determinação vigorou até o advento da Lei nº 10.833, publicada no Diário Oficial da União em 30 de dezembro de 2003, que, em seu art. 18, restringiu a amplitude do lançamento de ofício previsto no art. 90 da referida medida provisória à imposição de multa isolada e, em seu art. 17, §§ 5º a 8º, dotou a declaração de compensação do caráter de confissão de dívida, passível de inscrição em dívida ativa independentemente de prévio lançamento do respectivo crédito tributário. Dessa forma, a autoridade autuante encontravase autorizada a proceder ao lançamento de ofício, dada a ausência de comprovação da extinção do débito declarado, não lhe sendo exigida, no caso, a intimação prévia do interessado, pois que os dados necessários à autuação já haviam sido fornecidos em DCTF pelo próprio sujeito passivo. A redação original do artigo 90 da Medida Provisória n° 2.15835, publicada no Diário Oficial da União em 27/08/2001, assim dispunha: Art.90. Serão objeto de lançamento de oficio as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. A Medida Provisória n° 135, de 30 de outubro de 2003, convertida na Lei n° 10.833/2003, em sua redação original, restringiu o lançamento de ofício previsto na Medida Provisória n° 2.15835/ 2001 à imposição de multa isolada sobre as Fl. 1063DF CARF MF 8 diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida, e apenas nas hipóteses ali especificadas, in verbis: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. Posteriormente, tal dispositivo veio a sofrer sucessivas alterações, conforme se depreende das transcrições a seguir: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão da nãohomologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vide Medida Provisória nº 351, de 2007) Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão de nãohomologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão de nãohomologação da compensação quando não confirmada a legitimidade ou suficiência do crédito informado ou quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Medida Provisória nº 472, de 2009) Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão de nãohomologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Conforme acima demonstrado, com as alterações do dispositivo supra, o lançamento de ofício deixou de abranger o tributo, restringindose à multa isolada, não mais se prevendo o lançamento da multa proporcional. Portanto, em face da alteração legislativa superveniente que alterou a aplicação da multa de ofício, não abrangendo aquela objeto do auto de infração, e tendo em vista o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106, II, “c”, do Código Tributário Nacional (CTN), a multa de ofício lançada deve ser Fl. 1064DF CARF MF Processo nº 10875.003972/200452 Acórdão n.º 9303007.496 CSRFT3 Fl. 1.061 9 exonerada pela aplicação retroativa do art. 18, caput, da Lei n° 10.833/2003, com redação dada pela Lei nº 11.051/2004. Diante do exposto, voto por PROVER PARCIALMENTE o recurso voluntário, no sentido de cancelar a multa de ofício, tendo em vista a retroação de norma penal benigna, que deixou de prever a penalidade aplicada, conforme preceitua o art. 106, II, “c”, do Código Tributário Nacional (CTN). Nesse contexto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial da PGFN, mantendose a decisão recorrida, no sentido de cancelar a multa de ofício, com base na retroatividade benigna CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por conhecer do recurso especial de divergência da Fazenda Nacional para negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 1065DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13811.000075/2001-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000
SALDO NEGATIVO DE IMPOSTO APURADO NA DECLARAÇÃO.
Constituem crédito a compensar ou restituir os saldos negativos de imposto de renda apurado em declaração de rendimentos, desde que ainda não tenham sido compensados ou restituídos.
RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO.
O reconhecimento do crédito depende da efetiva comprovação do alegado recolhimento indevido ou maior do que o devido.
Numero da decisão: 1302-003.308
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Guimarães da Fonseca - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca. Ausente momentaneamente o conselheiro Carlos Cesar Candal Moreira Filho, substituído no colegiado pelo conselheiro suplente (convocado) Edgar Bragança Bazzumi.
Nome do relator: GUSTAVO GUIMARAES DA FONSECA
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camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2000 SALDO NEGATIVO DE IMPOSTO APURADO NA DECLARAÇÃO. Constituem crédito a compensar ou restituir os saldos negativos de imposto de renda apurado em declaração de rendimentos, desde que ainda não tenham sido compensados ou restituídos. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. O reconhecimento do crédito depende da efetiva comprovação do alegado recolhimento indevido ou maior do que o devido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca. Ausente momentaneamente o conselheiro Carlos Cesar Candal Moreira Filho, substituído no colegiado pelo conselheiro suplente (convocado) Edgar Bragança Bazzumi.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1684; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 423 1 422 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13811.000075/200187 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1302003.308 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 13 de dezembro de 2018 Matéria RESTITUIÇÃO SALDO NEGATIVO DE IRPJ Recorrente CARGILL CITRUS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 SALDO NEGATIVO DE IMPOSTO APURADO NA DECLARAÇÃO. Constituem crédito a compensar ou restituir os saldos negativos de imposto de renda apurado em declaração de rendimentos, desde que ainda não tenham sido compensados ou restituídos. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. O reconhecimento do crédito depende da efetiva comprovação do alegado recolhimento indevido ou maior do que o devido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca. Ausente momentaneamente o conselheiro Carlos Cesar Candal Moreira Filho, substituído no colegiado pelo conselheiro suplente (convocado) Edgar Bragança Bazzumi. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 00 75 /2 00 1- 87 Fl. 423DF CARF MF Processo nº 13811.000075/200187 Acórdão n.º 1302003.308 S1C3T2 Fl. 424 2 Relatório Cuida o feito de pedido de restituição, seguido de pleitos compensatórios (em apenso), todos apresentados em formulário, cujo crédito teria origem em saldo negativo de IRPJ, apurado no ano de 2000 no importe de 4.972.927,24 (quatro milhões, novecentos e setenta e dois mil, novecentos e vinte e sete reais e vinte e quatro centavos). A unidade de origem deferiu parcialmente a restituição pretendida (R$ 3.942.095,54). O valor remanescente, não acatado pela DRF, teria origem em duas parcelas distintas, a saber: a) estimativa relativa à fevereiro, no valor de R$ 1.443.622,65, que, segundo a Autoridade Fiscal, o contribuinte não teria comprovado a quitação; b) um valor correspondente a R$ 35.872,12, utilizado no pagamento de parte do IR mensal por estimativa devida no mês de junho do AC 2000, que decorreria de um pretenso pagamento indevido (por valor superior ao devido) de IRPJ, efetuado no ano de 1999. De acordo com a Unidade de Origem, o contribuinte não teria logrado demonstrar semelhante indébito. Regularmente intimado, o agora recorrente opôs sua manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que, quanto a estimativa de fevereiro de 2000, teria procedido à sua quitação por meio de compensação (PA de nº 13811.000660/0061) e que, como o débito lá confessado será objeto (se for o caso) de cobrança apartada, considerase extinto sob condição resolutória. Em relação ao segundo valor, a estimativa de junho de 2000 já teria sido objeto de homologação tácita, tendo em conta o decurso do prazo de 5 (cinco) anos desde o seu pagamento/quitação por compensação. Adicionalmente, todavia, juntou a sua peça impugnatória notas fiscais, apenas por amostragem, concernentes às despesas consideradas não demonstradas (PAT e valetransporte), além de parte de seu livro razão em que tais despesas teriam sido registradas, premendo pela conversão do julgamento em diligência para atestar o efetivo dispêndio incorrido pela empresa (sustenta não ter juntado todas as notas pelo volume excessivo de documentos). Instada a analisar o processo, a DRJ de São Paulo houve por bem julgar improcedente a manifestação de inconformidade, conforme ementa abaixo reproduzida: SALDO NEGATIVO DE IMPOSTO APURADO NA DECLARAÇÃO. Constituem crédito a compensar ou restituir os saldos negativos de imposto de renda apurado em declaração de rendimentos, desde que ainda não tenham sido compensados ou restituidos. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITORIO. O reconhecimento do crédito depende da efetiva comprovação do alegado recolhimento indevido ou maior do que o devido. Fl. 424DF CARF MF Processo nº 13811.000075/200187 Acórdão n.º 1302003.308 S1C3T2 Fl. 425 3 Objetiva e resumidamente a DRJ entendeu que a compensação da estimativa de fevereiro não comprovaria, per se, a extinção do respectivo débito e, quanto ao valor de R$ R$ 35.872,12, os documentos apresentados seriam insuficientes para demonstrálo. O contribuinte foi, a partir das informações extraídas do próprio recurso voluntário, intimado do resultado de julgamento em 06 de agosto de 2007 (não há, nos autos, prova desta intimação v. termo constante de efl. 299), tendo interposto seu apelo em 05 de setembro de 2007, por meio do qual sustentou: a) quanto a estimativa de fevereiro de 2000, esta teria sido extinta por compensação definitivamente homologada, consignando a informação de que, de acordo com extrato do PA de nº 13811.000660/0061, emitido em 23/08/2007, este último feito se encontrava "encerrado por pagamento desde 15/10/2004"; b) no que tange ao valor remanescente (R$ 35.872,12, utilizado para quitação parcial da estimativa de junho de 2000) reprisa o pedido de conversão do julgamento em diligência para exame da totalidade das notas relativas aos dispêndios que teriam composto o aludido indébito. Os autos foram inicialmente distribuídos à 2ª Turma da 2ª Câmara deste Conselho que, por meio de despacho s/n (efls. 380/383), converteu o julgamento em diligência a fim de apurar, efetiva e concretamente, a situação do PA de nº 13811.000660/0061 e, mais ainda, para melhor instruir o feito quanto as despesas incorridas pela empresa com o PAT e com valestransporte, pretensamente suportados no ano 1999 e que teriam sido utilizados para a quitação de parte da estimativa de junho de 2000. À efls. 397/399 foi apresentado relatório de diligência, em resposta à determinação supra referida, e cujo teor será abordado ao longo do voto condutor a ser apresentado a seguir. Vale destacar que, a par de ter sido intimado sobre o resultado do novo trabalho fiscal, a recorrente não se manifestou nos autos. Este é o relatório. Voto Conselheiro Gustavo Guimarães da Fonseca Relator Como apontado no relatório acima, não há nos autos prova da intimação do contribuinte... e não me refiro apenas à comprovação da intimação (por meio, v.g., de AR); não há nenhuma menção, sequer, quanto a data em que se dera tal intimação. À efl. 299, foi juntado o termo de intimação, expedido em 31 de julho de 2007, mas, insisto, não há nada que indique a data em que tal termo tenha sido apresentado ao recorrente. Neste passo, valhome dos preceitos do art. 23, §2º, inciso II, do Decreto 70.235/72 para considerar realizada a predita intimação em 14 de agosto de 2007 (quinze dias contados da data da emissão do termo de intimação supra referido). Fl. 425DF CARF MF Processo nº 13811.000075/200187 Acórdão n.º 1302003.308 S1C3T2 Fl. 426 4 Como o recurso voluntário foi interposto em 05 de setembro daquele mesmo ano, consideroo tempestivo para, consequentemente, dele tomar conhecimento. I Da estimativa de 2000 e do PA de nº 13811.000660/0061. O caso, aqui, não desafia maiores problemas. Isto porque, não obstante a posição majoritária desta turma, no sentido de se considerar quitada a estimativa que tenha sido objeto de compensação, para fins de apuração de valor de ajuste (que resulte ou não em saldo negativo), o fato é que, de acordo com o relatório de diligência de efls. 380/383, a citada estimativa foi extinta por força de homologação do pedido de compensação objeto do PA de nº 13811.000660/0061. Vale transcrever, aqui, apenas uma explicação dada pela Autoridade Fiscal responsável pela lavratura do predito relatório, concernente à movimentação descrita no documento trazido pelo contribuinte, segundo a qual, o processo teria se encerrado em decorrência de "pagamento". Vejase: 7. Esclareço que à época da operacionalização da compensação dos débitos era necessário “gerar” um DARF e alocálo ao débito a qual pretendiase efetivar a compensação, motivo pelo qual na consulta ao Extrato de Processo consta a informação: processo com débito(s) totalmente extinto(s) por pagamento. Assim, sem necessidade de maiores ilações, considero comprovada a quitação da estimativa relativa a fevereiro de 2000, que deverá compor a parcela do saldo negativo, objeto do pedido de restituição em apreço. II Estimativa de junho de 2000 compensada, parcialmente, com um pretenso indébito apurado no ano 1999 R$ 35.872,12 (despesas com PAT e vale transporte). De antemão, cabem assentar, aqui, duas premissas fáticas: a) o contribuinte, ora recorrente, confessa ter trazido apenas parte das notas fiscais relativas aos dispêndios com o PAT e o vale transporte, incorridos no ano de 1999, e que, pretensamente, teria culminado com indébito compensado com a estimativa de junho de 2000; b) do relatório de diligência já tratado alhures, extraise que, a despeito de intimado a trazer documentos necessários a comprovação daquelas despesas, a empresa não se manifestou, nada apresentando. Vejam bem, ainda que o contribuinte não tenha dado maiores detalhes sobre o citado indébito, aparentemente se estaria pleiteando um crédito também decorrente de saldo negativo, deste feita, relativo ao ano 1999 (socorrendose, neste particular, do procedimento então previsto no art. 14 da IN 21/97, em vigor à época dos fatos deste processo). O predito saldo, digase, seria composto por estimativas pagas e compensadas ao longo do ano calendário retro e, ainda, de deduções concernentes à pagamentos com o PAT e valetransporte (estes últimos que, somados, alçariam à monta de R$ 118.859,11). Como se extrai da DIPJ/2000, juntada à efls. 141, o valor total do imposto apurado (acrescido do adicional) seria de R$ 6.240.121,15, ao passo que o montante de estimativas pagas/compensadas, alcançaria a quantia de R$ 6.152.548,74. A se considerar as Fl. 426DF CARF MF Processo nº 13811.000075/200187 Acórdão n.º 1302003.308 S1C3T2 Fl. 427 5 deduções com o PAT e com vale transporte, terseia um saldo negativo de R$ 33.268,86 (que, atualizado pela SELIC, chegaria ao valor de R$ 35,872,12). Assim, ainda que superada a questão das estimativas compensadas no ano 1999, a comprovação concernente ao PAT e ao valetransporte era essencial para se reconhecer o direito creditório utilizado pelo recorrente para compensar, parcialmente, a estimativa de junho de 2000. A efls. 241/291, a recorrente apresentou algumas notas (confessadamente, o fez por amostragem) e cujos valores somados para comprovar os dispêndios com o PAT chegam a importância de R$52.300,00 (aproximadamente1), enquanto, no que toca aos pagamentos incorridos com valetransporte, nada foi trazido. Sem se fazer as críticas quanto as despesas descritas nestes documentos (a meu sentir, diversos dos gastos ali contemplados não se inseririam na regra contida na Lei 6.321/76), é fato que o valor acima não seria, per se, suficiente para formar um saldo negativo no ano de 1999 (ainda que considerado este valor, restaria um saldo a pagar de IRPJ de pouco mais de R$ 35.000,00). E, como já dito, uma vez convertido em diligência o julgamento para melhor instruir o feito, não obstante regularmente intimado, o contribuinte nada trouxe ou comprovou... Não vejo, portanto, necessidade de examinar mais detidamente as preditas notas fiscais, nem tampouco de me pronunciar sobre o problema das estimativas compensadas ao longo do ano de 1999, já que os valores até aqui trazidos não são suficientes para comprovar o alegado saldo negativo. Corretas, neste ponto, tanto a Unidade de Origem, como a DRJ/SP. III Conclusão. Por todo o exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário a fim de reconhecer um crédito adicional aquele já reconhecido pela Unidade de Origem no valor de R$ 1.443.622,65, homologandose as compensações tratadas no processo em apenso (13804.000174/200310) até o limite do direito aqui reconhecido. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca 1 Diversas notas estavam ilegíveis e tantas outras não descreviam os valores totais do produtos, de sorte que foram somadas manualmente por este relator... há, algum chance, de que este valor não esteja totalmente correto, daí o uso da expressão "aproximadamente". Fl. 427DF CARF MF Processo nº 13811.000075/200187 Acórdão n.º 1302003.308 S1C3T2 Fl. 428 6 Fl. 428DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13618.720208/2017-99
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2015
OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO COM VÍNCULO E/OU SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO.
Comprovado que os rendimentos recebidos são de aposentadoria por acidente em serviço, o contribuinte faz jus a isenção. Aplicação da Súmula 43 do CARF.
Numero da decisão: 2002-000.549
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2015 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO COM VÍNCULO E/OU SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Comprovado que os rendimentos recebidos são de aposentadoria por acidente em serviço, o contribuinte faz jus a isenção. Aplicação da Súmula 43 do CARF.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
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nome_relator_s : VIRGILIO CANSINO GIL
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secao_s : Segunda Seção de Julgamento
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1244; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 2 1 1 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13618.720208/201799 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002000.549 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 29 de novembro de 2018 Matéria IRPF Recorrente ELIAS CARDOSO LOURENCO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2015 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO COM VÍNCULO E/OU SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO. Comprovado que os rendimentos recebidos são de aposentadoria por acidente em serviço, o contribuinte faz jus a isenção. Aplicação da Súmula 43 do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 61 8. 72 02 08 /2 01 7- 99 Fl. 68DF CARF MF Processo nº 13618.720208/201799 Acórdão n.º 2002000.549 S2C0T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 47/48) contra decisão de primeira instância (fls. 34/38), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: O contribuinte acima qualificado entregou Declaração de Ajuste Anual retificadora do exercício de 2016, anocalendário 2015, indicando imposto a restituir no valor de R$ 3.864,10. Em virtude da constatação de irregularidades foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 25/28, que apurou imposto suplementar no valor de R$ 194,84. Na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fls. 26, a fiscalização informou ter constatado omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica no total de R$ 57.980,81. O contribuinte apresentou impugnação ao lançamento anexada às fls. 02/03 dos autos. No tocante às infrações apontadas no lançamento alegou o que segue: “ O rendimento contestado refere se a rendimento isento no conceito de acidente de serviço CID T93 retroagido a dezembro de 2010 conforme laudo medico expedido pela Superintendência Central de Perícia Medica e Saúde Ocupacional, documento anexo.” Informou estar anexando aos autos cópia de Laudo médico. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, requerendo o direito de isenção e, juntando documentos. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. O contribuinte foi cientificado em 26/01/2018 (fl. 62); Recurso Voluntário protocolado em 07/02/2018 (fl. 47), assinado por procurador legalmente constituído (fl. 60). Fl. 69DF CARF MF Processo nº 13618.720208/201799 Acórdão n.º 2002000.549 S2C0T2 Fl. 4 3 Pois bem, o artigo 39 do RIR/99 determina que não entrarão no cômputo do rendimento bruto para apuração do imposto de renda, os proventos de aposentadoria ou reforma percebidos pelos portadores de moléstia profissional. Assim, para o deferimento do benefício há se adimplir os dois requisitos cumulativos, que a renda foi de aposentadoria ou reforma e a doença profissional. O documento de fl. 57 declara que a aposentadoria do contribuinte foi concedida em 02/08/2013 e o documento de fl.58, Laudo Médico emitido pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do Estado de Minas Gerais, comprova que a moléstia que acomete o contribuinte é de acidente em serviço. Assim, comprovado pelo contribuinte os dois requisitos cumulativos, faz jus a benesse fiscal, devendo ser cancelada a ação fiscal. Aplicação da Súmula 43 do CARF. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, e no mérito dou provimento, para cancelar a ação fiscal. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 70DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.000215/2010-14
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004
DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS QUE JUSTIFIQUEM A INIDONEIDADE DOS COMPROVANTES.
Recibos de despesas médicas têm força probante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. A glosa por recusa da aceitação dos recibos de despesas médicas, pela autoridade fiscal, deve estar sustentada em indícios consistentes e elementos que indiquem a falta de idoneidade do documento. A ausência de elementos que indique a falsidade ou incorreção dos recibos os torna válidos para comprovar as despesas médicas incorridas.
Numero da decisão: 2001-000.744
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004 DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS QUE JUSTIFIQUEM A INIDONEIDADE DOS COMPROVANTES. Recibos de despesas médicas têm força probante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. A glosa por recusa da aceitação dos recibos de despesas médicas, pela autoridade fiscal, deve estar sustentada em indícios consistentes e elementos que indiquem a falta de idoneidade do documento. A ausência de elementos que indique a falsidade ou incorreção dos recibos os torna válidos para comprovar as despesas médicas incorridas.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
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DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS QUE JUSTIFIQUEM A INIDONEIDADE DOS COMPROVANTES. Recibos de despesas médicas têm força probante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. A glosa por recusa da aceitação dos recibos de despesas médicas, pela autoridade fiscal, deve estar sustentada em indícios consistentes e elementos que indiquem a falta de idoneidade do documento. A ausência de elementos que indique a falsidade ou incorreção dos recibos os torna válidos para comprovar as despesas médicas incorridas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 02 15 /2 01 0- 14 Fl. 46DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por glosa de Despesas Médicas. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 2.145,00, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2004. A fundamentação do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento da decisão da lavratura o fato de não ter sido apresentada comprovação complementar referente aos pagamentos de despesas médicas além dos recibos. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente na comprovação da despesa, especialmente no que se refere a documentos suplementares aos recibos apresentados pelos serviços médicos prestados, como segue: Foi emitida, por Auditor Fiscal da DRF/Piracicaba SP, a Notificação de Lançamento de fls. 9/12, referente ao imposto de renda pessoa física do exercício 2005. Foi apurado imposto suplementar de R$ 2.145,00, mais multa de ofício e juros de mora. A Notificação de Lançamento originouse da revisão da Declaração de Ajuste Anual – DAA nº 08/11.538.241. Os dados declarados foram alterados em decorrência da seguinte infração: • Dedução Indevida de Despesas Médicas, no valor de R$ 7.800,00, por falta de atendimento a todos requisitos legais e ausência de comprovação do desembolso. O Impugnante protesta pela realização de perícias no sentido de comprovar a realização dos serviços relativos às despesas glosadas. Cabe deixar em relevo que, durante o procedimento fiscal, a autoridade lançadora intimou o Contribuinte a comprovar o desembolso das referidas despesas médicas aos prestadores dos serviços, como mostra a descrição dos fatos, fls. 10/11. Notase que, desde o procedimento de revisão de ofício da DAA, o Impugnante não trouxe aos autos provas e documentos solicitados, qual seja, a comprovação da transferência dos recursos aos prestadores dos serviços. Nesse passo, por ser prescindível à formação da convicção deste julgador, com suporte no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, indefere se o pedido de perícia/diligência. Conforme disposto no artigo 8º da Lei 9.250, de 26/12/1995, a base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas de todos os rendimentos percebidos durante o ano calendário (exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva) e as Fl. 47DF CARF MF Processo nº 13888.000215/201014 Acórdão n.º 2001000.744 S2C0T1 Fl. 47 3 deduções previstas na legislação, sujeitas à comprovação ou justificação. (...) O Interessado esclarece que ele foi o beneficiário dos serviços relativos às despesas de R$ 7.800,00. Contudo, não demonstrou a transferência dos recursos – o efetivo pagamento – aos profissionais prestadores dos respectivos serviços. Além disso, verificase que alguns recibos apresentados não se revestem dos requisitos legais, uma vez que apenas parte deles está reproduzida às fls. 13/14. A comprovação do efetivo pagamento não é feita somente por meio de cheques ou transferências bancárias. Outros meios podem ser utilizados pelos contribuintes, tais como faturas de cartões de crédito, extratos bancários com registros de saques em valores e datas compatíveis com os comprovantes emitidos pelos prestadores de serviços. Tais providências não foram adotadas pelo Impugnante. (...) Nesse passo, encaminho o meu VOTO pela IMPROCEDÊNCIA da Impugnação, o que resulta em manutenção do crédito tributário impugnado. Assim, conclui o acórdão vergastado pela improcedência da impugnação para manter a exigência do Lançamento em R$ 2.145,00, como imposto suplementar, mais acréscimos legais. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) O recorrente apresentou recibos de prestação de serviços de Fisioterapeuta e Cirurgião Dentista para abater o imposto de renda que teria que pagar, mas a 3ª Turma da DRJ em Brasília entendeu que não é cabível as diligências e perícias requeridas pelo recorrente, e, por via de consequência, não aceitou os recibos de pagamentos e demais documentos apresentados em sua defesa, determinando que pagasse o referido imposto. Entretanto a Constituição Federal, Lei maior do país, preconiza os princípios do contraditório e da ampla defesa, que, no caso em tela, são completamente massacrados pelos julgadores. Qualquer profissional que periciar o recorrente poderá perceber que teve problemas dentários que necessitavam de tratamento por cirurgião dentista, e problemas de coluna que necessitavam de tratamento com fisioterapeuta, o que de fato aconteceu e pode ser provado através da realização de perícia que foi negada ao Fl. 48DF CARF MF 4 recorrente pelos julgadores “a quo”, contrariando, como dito, os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. O recorrente efetuou o pagamento de tais despesas em moeda corrente, tal pagamento não aconteceu de uma única vez, foi parcelado, por isso não tem como provar o pagamento por outra forma que não seja os recibos. Outro fato que corrobora os argumentos do recorrente é que além de poder dispor de recursos provenientes de salário que mensalmente recebia, tinha em mãos, dinheiro guardado no cofre de casa, conforme declarado à própria Receita Federal na sua DIRPF. Por estes motivos, mais o que sabidamente será acrescido por Vossas Senhorias é que se pede e espera que o presente recurso seja recebido, processado e lhe seja dado provimento afim de validar as deduções apresentadas por medida de direito e de justiça. É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A lide se limita à glosa de despesas médicas por dedução na DAA no valor total de R$ 7.800,00, em razão de ter sido requerida a comprovação de desembolso, além dos recibos apresentados. A divergência no que ser refere à despesa médica é de natureza interpretativa da legislação quanto à observância maior ou menor da exigência de formalidade da legislação tributária que rege o fulcro do objeto da lide. O que se evidencia na contenda é que de um lado há o rigor no procedimento fiscalizador da autoridade tributante, e de outro, a busca do direito, pelo contribuinte, de ver reconhecido o atendimento da exigência fiscal no estrito dizer da lei, rejeitando a alegada prerrogativa do fisco de convencimento subjetivo quanto à validade cabal do documento comprobatório, quando se trata tão somente da apresentação do recibo da prestação de serviço. O texto base que define o direito da dedução do imposto e a correspondente comprovação para efeito da obtenção do benefício está contido no inciso II, alínea “a” e no § 2º, do art. 8º, da Lei nº 9.250/95, regulamentados nos parágrafos e incisos do art. 80 do Decreto nº 3.000/99 – RIR/99, em especial no que segue: Lei nº 9.250/95. Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; Fl. 49DF CARF MF Processo nº 13888.000215/201014 Acórdão n.º 2001000.744 S2C0T1 Fl. 48 5 II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exigese a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. Decreto nº 3.000/99 Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): (...) II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser Fl. 50DF CARF MF 6 feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (grifei) A exigência da legislação especificada aponta para o comprovante de pagamento originário da operação, corriqueiro e usual, assim entendido como o recibo ou a nota fiscal de prestação de serviço, que deverá contar com as informações exigidas para identificação, de quem paga e de quem recebe o valor, sendo que, por óbvio, visa controlar se o recebedor oferecerá à tributação o referido valor como remuneração. A lógica da exigência coloca em evidência a figura de quem fornece o comprovante identificado e assinado, colocandoo na condição de tributado na outra ponta da relação fiscal correspondente (deduçãotributação). Ou seja: para cada dedução haverá um oferecimento à tributação pelo fornecedor do comprovante. Quem recebe o valor tem a obrigação de oferecêlo à tributação e pagar o imposto correspondente e, quem paga os honorários tem o direito ao benefício fiscal do abatimento na apuração do imposto. Simples assim, por se tratar de uma ação de pagamento e recebimento de valor numa relação de prestação de serviço. Ocorre, assim, uma correspondência de resultados de obrigação e direito, gerados nessa relação, de modo que o contribuinte que tem o direito da dedução fica legalmente habilitado ao benefício fiscal porque de posse do documento comprobatório que lhe dá a oportunidade do desconto na apuração do tributo, confiante que a outra parte se quedará obrigada ao oferecimento à tributação do valor correspondente. Somese a isso a realidade de que o órgão fiscalizador tem plenas condições e pleno poder de fiscalização, na questão tributária, com absoluta facilidade de identificação, tão somente com a informação do CPF ou CNPJ, sobre a outra banda da relação pagadorrecebedor do valor da prestação de serviço. O dispositivo legal (inciso III, do § 1º, art. 80, Dec. 3.000/99) vai além no sentido de dar conforto ao pagador dos serviços prestados ao prever que no caso da falta da documentação, assim entendido como sendo o recibo ou nota fiscal de prestação de serviço, poderá a comprovação ser feita pela indicação de cheque nominativo pelo qual poderia ter sido efetuado o pagamento, seja por recusa da disponibilização do documento, seja por extravio, ou qualquer outro motivo, visto que pelas informações contidas no cheque pode o órgão fiscalizador confrontar o pagamento com o recebimento do valor correspondente. Além disso, é de conhecimento geral que o órgão tributante dispõe de meios e instrumentos para realizar o cruzamento de informações, controlar e fiscalizar o relacionamento financeiro entre contribuintes. O termo “podendo” do texto legal consiste numa facilitação de comprovação dada ao pagador e não uma obrigação de fazêlo daquela forma. Descabe, assim, o rigor na exigência para a apresentação de comprovação suplementar sobre o contribuinte possuidor da documentação originária do pagamento nas condições em que a lei estabelece, especialmente porque a autoridade fiscalizadora pode obter informação de confirmação da outra parte. Razão não há para a dissociação de ambos os polos na relação e estabelecer exigência rigorosa de um e nada de outro, porque a operação é conjunta e correspondente, com reflexos constatáveis nas informações dos dois contribuintes. No caso, há que se considerar a presunção de idoneidade da comprovação apresentada em obediência ao que dispõe a legislação. Mais ainda, em razão da ausência da apresentação, por parte do fisco, de indícios que coloquem em dúvida a idoneidade dos recibos apresentados pela Recorrente. Não basta a simples desconfiança do agente público incumbido da auditoria para que se obrigue o contribuinte a apresentar prova suplementar se não há elementos desabonadores da boa fé de quem usa a documentação especificada na lei para o exercício do direito à dedução na apuração do resultado tributário da pessoa física. Fl. 51DF CARF MF Processo nº 13888.000215/201014 Acórdão n.º 2001000.744 S2C0T1 Fl. 49 7 O Código Civil, Lei nº 10.406/2002, em seu art. 219 diz que: “As declarações constantes de documentos assinados presumemse verdadeiros em relação aos signatários.” Neste sentido, os recibos em questão presumemse verdadeiros porque aceitos pelas partes contratantes identificadas no documento, de forma que não é razoável a decisão do Fisco de rejeitar os comprovantes como prova válida, sem a indicação de elementos que os desqualifiquem. Se os documentos são válidos para o prestador dos serviços oferecer os valores à tributação, os mesmos documentos deverão ser válidos também para a dedução legal de quem os recebe como comprovação de pagamentos. Por juízo subjetivo ou simples desconfiança, sem sequer a indicação de indícios de inidoneidade da documentação, não pode a autoridade lançadora fazer exigências fora dos limites da lei. O procedimento fiscal busca amparo no que dispõe o art. 73 e seu § 1º, do Decreto nº 3.000/99, para posicionar o ônus da prova unicamente no contribuinte, nos termos em que a seguir se descreve: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). (grifei) § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). (grifei) No ordenamento jurídico brasileiro o decreto regulamentador é uma norma expedida pelo poder executivo que tem como função pormenorizar os preceitos fixados na lei, dentro dos limites nela insertos, sendo considerados, por isso, atos secundários. Seu alcance cingese aos limites da lei não podendo criar situações que obrigue ou limite direitos além daqueles constantes na lei que regulamenta. Neste quesito específico das deduções de despesas médicas temos o que dispõe a Lei nº 9.250/95, em seu art. 8º, § 2º, incisos II e III, que foi objetivamente regulamentado no Decreto 3.000/99, no art. 80, § 1º, incisos II e III. Assim, a regulamentação deste item de despesa dedutível aqui se esgota porque o objeto tratado foi abordado de forma direta e específica, não permitindo outras exigências porque a lei não concede extensões de procedimento fiscalizatório nem limitação quantitativa de direitos. Neste sentido descabe a utilização do art. 73 e seu § 1º, conforme citado no Lançamento, por se tratar de dispositivo genérico que aparece no Decreto Regulamentador no capítulo das Disposições Gerais de Deduções, vinculado ao longínquo DecretoLei nº 5.844 de 1943, muito distante no tempo e do contexto jurídico atual. A rigidez dos termos do art. 73 e § 1º está mais para o período em que foi concebido do que para os dias atuais. A origem do conteúdo do texto vem do período do DecretoLei acima citado, mais precisamente do ano de 1943, anterior, portanto, às quatro últimas Constituições do Brasil (1946, 1967, 1969 e 1988) e, muito distante do conceito atual de Direito do Contribuinte e do Estado de Direito. Além disso, mesmo na vigência do referido DecretoLei a austeridade do instrumento não era plena, visto que o art. 79, § 1º, do mesmo diploma legal lhe impunha limitações, no seguinte dizer: “Art. 79. Farseá o lançamento ex officio: § 1º Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores, com elemento seguro de provo, ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão.”. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, inciso II, diz que “ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Da mesma forma, o art. 150, inciso I, vai na mesma direção ao determinar que: “Sem prejuízo de outras Fl. 52DF CARF MF 8 garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;”. A verdade posta é que ao reduzir ou limitar deduções a Autoridade Lançadora estaria aumentando tributo sem lei que estabeleça. Estamos sob a égide da Constituição Federal de 1988 e, quando a Carta Magna menciona o termo “lei” ela se refere aquele instrumento jurídico emanado do Poder Legislativo, como órgão de representação do povo, nascido do devido processo constitucional. O decretolei, por sua vez, constituíase numa espécie de ato normativo com origem no Poder Executivo em caso de urgência ou de interesse público relevante. Ou seja, um decreto que fazia às vezes de lei que vigorou até a Constituição Federal de 1988. A doutrina aceita que o decreto lei tenha valor vigorante enquanto não contrariar lei posterior. Contudo, o DecretoLei nº 5.844/1943, ao não constituirse em lei, contraria a Constituição vigente, nos dispositivos antes citados (inciso II, art. 5º e inciso I, art. 150 – CF/1988). Eventual desconfiança de que o profissional teria fornecido comprovação de serviço que não prestou caracterizaria conluio entre as partes contratantes, o que não foi apontado no histórico do Lançamento. Admitirse que os recibos não representam uma verdadeira prestação de serviço conduz à conclusão lógica de que teria ocorrido conluio entre profissional e paciente, ambos contribuintes do imposto, com o objetivo de lesar o fisco, e assim estariam enquadrados em multa qualificada, o que não foi o caso de apontamento no Lançamento. Em socorro ao posicionamento que busca resguardar o direito do contribuinte tomamse emprestados os termos da doutrina que trata da necessária clareza da motivação nos atos da administração pública, trazida pelo sempre bem citado Hely Lopes Meireles, quando descreve a necessidade da motivação do ato administrativo, que assim se posiciona: “Para se ter a certeza de que os agentes públicos exercem a sua função movidos apenas por motivos de interesse público da esfera de sua competência, leis e regulamentos recentes multiplicam os casos em que os funcionários, ao executarem um ato jurídico, devem expor expressamente os motivos que o determinaram. É a obrigação de motivar. O simples fato de não haver o agente público exposto os motivos de seu ato bastará para tornálo irregular; o ato não motivado, quando o devia ser, presumese não ter sido executado com toda a ponderação desejável, nem ter tido em vista um interesse público da esfera de sua competência funcional.” No mesmo sentido a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, no seu art. 50, diz que: “os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; decidam processos administrativos de concurso ou seleção público; decidam recursos administrativos...”. O Novo Código de Processo Civil, embora posterior aos fatos da ocorrência do lançamento, pode ser utilizado em apoio à interpretação aqui esposada, porque mais benéfico à Recorrente, contém dispositivos pertinentes que devem ser trazidos à colação, de vez que transitam na mesma linha de entendimento que aborda a observância do direito do contribuinte de forma moderna e em consideração ao Estado de Direito. O Código avança no sentido de estabelecer o equilíbrio de forças das partes no processo de julgamento, como se vê na orientação do art. 7º, como segue: Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13888.000215/201014 Acórdão n.º 2001000.744 S2C0T1 Fl. 50 9 “Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”. (grifei) Traz reforço ainda o CPC para esse entendimento quando suaviza o posicionamento anterior que atribuía ao contribuinte, de forma quase que exclusiva, o ônus da prova, e inaugura a possibilidade das partes atuarem em prol de uma instrução colaborativa, a fim de oferecer ao julgador melhores subsídios para proferir a decisão, sem que se faça uso da regra do ônus da prova de forma unilateral. Este novo procedimento está explicitado no § 1º, do art. 373, da seguinte forma: § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. De forma semelhante o art. 6º do CPC reforça este entendimento colaborativo ao dizer que “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. CONCLUSÃO Legítima a dedução a título de despesas médicas do valor pago pelo contribuinte, comprovado mediante apresentação de recibo assinados por profissional habilitado, pois tais documentos guardam ao mesmo tempo reconhecimento da prestação de serviços assim como também confirma o seu pagamento. Desnecessária qualquer declaração posterior firmada pelo profissional prestador do serviço porque aqueles comprovantes já cumprem a função legalmente exigida. De considerar plenamente admissível que os comprovantes revestidos das formalidades legais sustentam a condição de valor probante, até prova em contrário, de sua inidoneidade. A contestação da Autoridade Fiscal sobre a validade da documentação comprobatória deve ser apresentada com indícios consistentes e não somente por simples dúvida ou desconfiança. Acolhese como verdadeira a prova apresentada que satisfaça os requisitos previstos na legislação pertinente e, para eventual convicção contrária da Autoridade Lançadora, esta deverá ser posta com fundamentos consistentes que a sustentem objetivamente. No caso, constatase que os serviços prestados correspondem à especialidade técnica de profissional habilitado na área médica, de acordo com as necessidades especificas do beneficiário e, com o fornecimento de comprovantes de pagamento dos serviços prestados, mediante recibos assinados por profissional habilitado. Assim que, verificase que o Recorrente apresentou a documentação comprobatória da despesa médica realizada, correspondendo à comprovação do pagamento do profissional, na forma exigida pela legislação, e por isso a utilizou como dedutível na Fl. 54DF CARF MF 10 declaração de ajuste do imposto, razão porque se faz necessária a providência da exclusão da glosa das despesas médicas no valor de R$ 7.800,00. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, e no mérito DAR PROVIMENTO, restabelecendose a dedução das despesas médicas glosadas no valor de R$ 7.800,00. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 55DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19647.012516/2005-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.456
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Tatiana Josefovicz Belisário Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Inicialmente é necessário esclarecer que o presente feito compreende um lote de 36 processos conexos, todos eles relativos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS apurados pelo regime da nãocumulatividade nos anos calendários de 2003 a 2008. Tratamse dos seguintes processos: PROCESSO ACÓRDÃO DRJ TRIBUTO PERÍODO 10320.720149/201020 0830.513 PIS 2ª Trim 2003 10320.720150/201054 0831.407 PIS 3ª Trim 2003 13338.000103/200441 0831.247 PIS 1ª Trim 2004 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 96 47 .0 12 51 6/ 20 05 -4 2 Fl. 833DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 3 2 10320.720152/201043 0830.749 PIS 2ª Trim 2004 13338.000011/200542 0831.246 PIS 3ª Trim 2004 10320.720169/201009 0831.237 COFINS 4ª Trim 2004 10320.720047/201012 0830.748 COFINS 1ª Trim 2005 10320.720155/201087 0830.750 PIS 1º Trim 2005 19647.012516/200542 0825.611 COFINS Abril/2005 13338.000155/200680 0830.757 COFINS 2ª Trim 2005 10320.720156/201021 0830.751 PIS 2º Trim 2005 19647.007420/200562 0822.687 PIS 3ª Trim 2005 10320.720157/201076 0830.752 PIS 3º Trim 2005 10320.720170/201025 0830.755 COFINS 3º Trim 2005 10320.720158/201011 0830.753 PIS 4ª Trim 2005 10320.720171/201070 0830.931 COFINS 4º Trim 2005 10320.720159/201065 0830.936 PIS 1º Trim 2006 10320.720172/201014 0831.238 COFINS 1º Trim 2006 10320.720160/201090 0830.927 PIS 2º Trim 2006 10320.720161/201034 0830.928 PIS 3ª Trim 2006 10320.720174/201011 0830.933 COFINS 3º Trim 2006 10320.720162/201089 0830.929 PIS 4º Trim 2006 10320.720175/201058 0830.934 COFINS 4º Trim 2006 10320.720163/201023 0830.930 PIS 1º Trim 2007 10320.720164/201078 0830.937 PIS 2º Trim 2007 10320.720177/201047 0830.938 COFINS 2º Trim 2007 10320.720165/201012 0831.233 PIS 3º Trim 2007 10320.720178/201091 0831.239 COFINS 3º Trim 2007 10320.720166/201067 0831.234 PIS 4º Trim 2007 10320.720179/201036 0831.240 COFINS 4º Trim 2007 10320.720167/201010 0831.235 PIS 1º Trim 2008 10320.720180/201061 0831.241 COFINS 1º Trim 2008 10320.720168/201056 0831.236 PIS 2º Trim 2008 10320.720181/201013 0831.242 COFINS 2º Trim 2008 10320.720182/201050 0831.243 COFINS 3º Trim 2008 10320.720183/201002 0831.408 COFINS 4ª Trim 2008 Desse modo, a presente Resolução será replicada em todos os processos acima referidos, devendose, na execução do julgado, observarse aquilo que se aplica a cada um dos fatos geradores abrangidos. Como dito, tratamse de diversos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS oriundos da aquisição de bens e serviços utilizados na fabricação de bens exportados para o mercado externo, apurados trimestralmente, além de um Auto de Infração. Conforme Relatório Fiscal integrante do Despacho Decisório: (...) o não reconhecimento do crédito se deu em virtude de vários fatores, compreendendo cômputo de outras receitas registradas na escrituração contábil (livro razão) e fiscal (livros registro de entrada, registro de saída, apuração de IPI, inventário etc) não informadas pelo Fl. 834DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 4 3 contribuinte no Dacon, bem como glosa de créditos informados no Dacon, mas não respaldados na contabilidade, incidentes sobre gastos ou despesas: Fl. 835DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 5 4 A Recorrente apresentou Manifestações de Inconformidade e Impugnação solicitando o reconhecimento integral do crédito postulado. Após exame, a DRJ proferiu acórdão assim ementado (ajustandose, apenas, para cada processo, o tributo PIS ou COFINS e o período de apuração): ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 PEDIDO DE PERÍCIA. CARÁTER TÉCNICO DA PROVA. A perícia é meio de prova destinado a exames que requeiram conhecimento técnico específico. PROVA DOCUMENTAL. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento Fl. 836DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 6 5 processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas os autos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. A partir de dezembro de 2002, a base de cálculo da contribuição é o faturamento, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RECEITA FINANCEIRA. ALÍQUOTA ZERO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A partir de agosto de 2004, estão sujeitas à alíquota zero as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas submetidas ao regime nãocumulativo. As receitas submetidas à alíquota zero não integram a base de cálculo da contribuição. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. CRÉDITOS NA AQUISIÇÃO. Quando adquiridos, os bens e serviços utilizados como insumo geram direito ao crédito na incidência nãocumulativa da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OPTANTE PELO SIMPLES. O fato de a pessoa jurídica fornecedora do bem enquadrado como insumo ser optante pelo Simples não obsta o direito de crédito do adquirente, relativamente ao valor pago. INSUMO. FORNECEDOR PESSOA FÍSICA. Não dará direito a crédito o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OU PRESTADOR. SITUAÇÃO FISCAL IRREGULAR. A situação fiscal irregular do fornecedor ou prestador não constitui obstáculo ao creditamento sobre o valor de bens e serviços. FALTA DE PROVA. UTILIZAÇÃO COMO INSUMO. Incumbe ao manifestante comprovar que determinado bem ou serviço, sobre o qual pleiteia creditamento, foi utilizado como insumo na fabricação de produtos destinados à venda. Fl. 837DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 7 6 RESSARCIMENTO. INSUMO CORPÓREO. Para configurar insumos para os fins de creditamento na forma do disposto no art. 3º, II, da Lei nº 10.637, de 2002, e do art. 3º, II, da Lei nº 10.833, de 2003, as matérias primas, os produtos intermediários e o material de embalagem, utilizados na fabricação de bens destinados à venda, devem sofrer alterações, tais como o desgaste, o dano, ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, e, ainda, não podem representar acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem em que forem aplicadas. RESSARCIMENTO. SERVIÇO. INSUMO. Na apuração do PIS/Pasep e da Cofins, a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados sobre gastos incorridos com serviços utilizados como insumo, desde que pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. RESSARCIMENTO. ENERGIA ELÉTRICA. Podem ser descontados créditos da Cofins e do PIS/Pasep Nãocumulativos sobre os gastos totais com a energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. RESSARCIMENTO. COMBUSTÍVEIS. O gasto com combustíveis utilizados como insumos na fabricação de produtos gera crédito na apuração da Cofins e do PIS/Pasep Não Cumulativos, ainda que submetidos à tributação monofásica com base em alíquota diferenciada, sendo os créditos calculados, todavia, com base nas alíquotas padrões. FRETE NA COMPRA DE INSUMOS. Não há previsão legal para apurar créditos de frete nas operações de compra. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em ParteA O acórdão recorrido, portanto, afastou as seguintes glosas: (i) receitas financeiras (determinou a exclusão das receitas financeiras da base de cálculo das contribuições); (ii) bens adquiridos e não integralmente pagos aos fornecedores no mesmo trimestre de apuração (aplicação do regime de competência); (iii) bens adquiridos de pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; Fl. 838DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 8 7 (iv) créditos adquiridos de pessoas jurídicas com irregularidades, posto que não comprovado pela Fiscalização a inaptidão do respectivos CNPJs; As glosas mantidas foram as seguintes: (v) receitas de recuperação de despesas (manteve as receitas de recuperação de despesas na base de cálculo das contribuições) (vi) carvão adquirido de produtores rurais pessoas físicas, portanto, não sujeitos à incidência do PIS e da COFINS; (vii) serviços utilizados como insumos, em razão destes não estarem devidamente escriturados em DACON e, também, pela ausência de demonstração da sua inserção no "conceito funcional de insumo"; (viii) aquisição de energia elétrica em razão de divergências entre os livros fiscais e os balancetes de verificação; (ix) frete sobre operações de compra, por ausência de previsão legal; (x) "outros valores com direito a crédito", por ausência de comprovação da natureza de tais créditos Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando os argumentos de defesa apresentados quanto ao crédito tributário mantido, requerendo: (a) o afastamento da declaração de preclusão do direito à apresentação de documentos probatórios; (b) o afastamento do critério físico na apuração do PIS e da COFINS não cumulativos, com a utilização dos conceitos de custos necessários à obtenção de receita, conforme legislação do Imposto de Renda; (c) a autorização para a apropriação de créditos sobre a aquisição de carvão de pessoas físicas, nos termos do art. 8º da Lei nº 10.925/2004; (d) a autorização para apropriação de créditos decorrentes da aquisição de insumos, ainda que não escriturados corretamente em DACON (erro material), bem como pela negativa imposta de comprovação da sua essencialidade; (e) a autorização para apropriação de créditos em decorrência da aquisição de energia elétrica, consumida no processo produtivo, devendo ser afastadas eventuais inconsistências verificadas em DACON; (f) a legitimidade da apropriação de créditos sobre quisição de fretes, seja nas operações de venda, seja nas aquisições; (g) autorização para a apropriação de créditos diversos decorrentes da aquisição de insumos (bens ou serviços) essenciais ao seu processo produtivo; Fl. 839DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 9 8 (h) requer a conversão do feito em diligência para a realização de perícia contábil para a verificação dos alegados erros de declaração e, também, da essencialidade dos insumos adquiridos; (i) por fim, requer seja determinada a aplicação da correção monetária sobre o crédito tributário a ser ressarcido. Após os autos foram remetidos a este CARF e a mim distribuídos por sorteio ou por redistribuição em razão de conexão. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Conforme se verifica pelo relato dos fatos, o presente feito abrange tanto discussões exclusivamente de direito, como aspectos relacionados à materialidade do crédito tributário, quanto questões relativas aos cálculos de apuração do crédito tributário. Nesse aspecto, 2 (duas) questões sobressaltam e, a meu ver, demandam melhor análise dos fatos: (i) existência de divergências entre valores declarados em DACON e escriturados em documentos contábeis; (ii) essencialidade de itens ao processo produtivo da Recorrente. Quanto ao primeiro, tenho que deve se observar, na hipótese dos autos, o princípio da verdade material a ser perseguido no curso do procedimento administrativo de constituição do crédito tributário. Por óbvio, a aplicação de tal princípio deve estar calcada na necessária observância ao ônus da prova. Tratandose de apuração de créditos de PIS e COFINS, cabe ao contribuinte demonstrar a existência do seu direito. Verifico que a Recorrente, em sua defesa e em seu Recurso Voluntário, apresentou alegações e documentos pelos quais busca legitimar os valores dos créditos considerados em sua apuração, especialmente com relação aos seguintes pontos, conforme redação utilizada pelo Acórdão recorrido: "(...)despesas incorridas com serviços prestados por pessoa jurídica, declaradas pelo contribuinte no Dacon como utilizados como insumo, mas não verificadas na sua escrituração (...)". "(...) despesas com energia elétrica, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas não integralmente comprovadas na escrituração (...)" Fl. 840DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 10 9 "(...) despesas com armazenagem e frete, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas em valores significativamente inferiores aos comprovados na escrituração (...)" "(...) crédito relativo a outras operações com direito a crédito, identificada na linha 13 da ficha 6 do Dacon (...)" Embora o acórdão proferido tenha se manifestado acerca das alegações de erros cometidos pela Recorrente, não adentrou acerca da análise específica dos documentos apresentados, limitandose a concluir que competia ao contribuinte, ao prestar suas informações, trazer maiores especificações e detalhamentos. Assim, ainda sem concluir pela prestabilidade ou não dos esclarecimentos e documentos apresentados pela Recorrente, entendo que tais demonstrações não restaram devidamente examinadas pelo acórdão recorrido, merecendo melhor análise. Quanto ao segundo aspecto, atinente aos insumos aplicados ao processo produtivo da Recorrente, sabese que, há muito, a jurisprudência deste CARF vinha se firmando no conceito da essencialidade como critério autorizador à tomada de créditos no regime não cumulativo do PIS e da COFINS. Tal entendimento foi recentemente chancelado pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Representativo de controvérsia, portanto, de observância obrigatória por este órgão julgador: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos realtivos a custo e despesas com: água, combustíveis e Fl. 841DF CARF MF Processo nº 19647.012516/200542 Resolução nº 3201001.456 S3C2T1 Fl. 11 10 lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. (REsp 1221170/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 24/04/2018) Assim, para a análise acerca da legitimidade das glosas efetuadas pela Fiscalização, necessário perquirir acerca da natureza de tais insumos e a sua essencialidade ao processo produtivo, aspecto não adentrado, seja em sede de lançamento, seja pela decisão de primeiro grau. Pelo exposto, voto por converter o feito em diligência para que a Autoridade Lançadora intime o contribuinte para, no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por mais 30 (trinta) dias: (i) apresentar, de forma detalhada, quais os erros de declaração existentes em suas DACONs, indicando, com o devido lastro probatório, os corretos valores a serem observado, podendo a Autoridade lançadora solicitar especificamente os documentos que entenda necessários para tal comprovação; (ii) apresentar laudo descritivo da sua atividade operacional, indicando, para cada um dos itens (insumos) objeto de glosa, sua aplicação e essencialidade ao seu processo produtivo. Após, deverá a Autoridade Lançadora se manifestar acerca das informações e documentos apresentados pela Contribuinte, notadamente no que se refere aos alegados erros de preenchimento das DACONs e respectivos documentos probatórios, apresentando relatório conclusivo. Concluído, abrase novo prazo de (30) trinta dias para que a Recorrente se manifeste acerca do Relatório Fiscal. Ao final, retornemse os autos para julgamento. Esclareço que o prazo concedido é único e aplicase a todos os processos objeto da presente Resolução. Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 842DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13841.720405/2017-64
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2016
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. LAUDO PERICIAL. DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR.
São isentos os rendimentos de aposentadoria/pensão auferidos por portador de moléstia grave, elencada em Lei, reconhecida mediante Laudo Pericial, emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Há de ser reconhecida a isenção quando o recorrente apresenta nos Autos documentação suficiente para suprir as falhas apontadas no lançamento e/ou decisão de primeira instância.
Numero da decisão: 2001-000.772
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2016 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. LAUDO PERICIAL. DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR. São isentos os rendimentos de aposentadoria/pensão auferidos por portador de moléstia grave, elencada em Lei, reconhecida mediante Laudo Pericial, emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Há de ser reconhecida a isenção quando o recorrente apresenta nos Autos documentação suficiente para suprir as falhas apontadas no lançamento e/ou decisão de primeira instância.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1505; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T1 Fl. 2 1 1 S2C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13841.720405/201764 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2001000.772 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 27 de setembro de 2018 Matéria Imposto de Renda Pessoa Física Recorrente ALBA LUZIA MANGILLI SELLITO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2016 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. LAUDO PERICIAL. DOCUMENTAÇÃO COMPLEMENTAR. São isentos os rendimentos de aposentadoria/pensão auferidos por portador de moléstia grave, elencada em Lei, reconhecida mediante Laudo Pericial, emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Há de ser reconhecida a isenção quando o recorrente apresenta nos Autos documentação suficiente para suprir as falhas apontadas no lançamento e/ou decisão de primeira instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 1. 72 04 05 /2 01 7- 64 Fl. 80DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2016, anocalendário de 2015, em que foi apurada omissão de rendimentos. A contribuinte apresentou impugnação, que foi julgada improcedente, mediante Acórdão da DRJ Curitiba. Cientificada, a interessada apresentou recurso voluntário de f. 39/51. Em síntese, informa que apresenta Laudo, subscrito por médico pertencente ao Serviço Oficial de Saúde, comprovando a moléstia grave (alienação mental). Anexa documentação comprobatória da natureza dos rendimentos. É o relatório. Voto Conselheiro José Ricardo Moreira Relator O O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Temos que, em cumprimento à regra geral prevista no art. 176 do Código Tributário Nacional CTN, especificando o tributo a que se aplica, as condições e requisitos exigidos para sua concessão, a isenção do IRPF sobre os rendimentos, no caso do contribuinte ser portador de determinadas espécies de doenças, foi instituída pela Lei n° 7.713, de 1988, mais especificamente no inciso XIV do artigo 6º, com redação dada pelo artigo 47 da Lei nº 8.541, de 23/12/92 e artigo 30, § 2º da Lei nº 9.250/95, e pela Lei nº 11.052, de 2004, in verbis: “Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente sem serviços e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;” (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) Referida disposição encontrase regulamentada no Regulamento do Imposto de Renda RIR, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999, art. 39, XXXI, que estabelece: Fl. 81DF CARF MF Processo nº 13841.720405/201764 Acórdão n.º 2001000.772 S2C0T1 Fl. 3 3 “Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) Proventos de aposentadoria por Doença Grave XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, § 2º);” (...) § 5º As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII aplicamse aos rendimentos recebidos a partir: I – do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão; II – do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão; III – da data em que a doença for contraída, quando identificada no laudo pericial. Importa destacar que o art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995, veio estabelecer que, a partir de 1996, a moléstia deveria ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim: “Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” O lançamento, assim como o faz a decisão de primeira instância, fundamenta o não reconhecimento da isenção, ao argumento de que o Laudo não atente o disposto na legislação (não havia ficado claro que o Laudo teria sido emitido por serviço médico oficial) e Fl. 82DF CARF MF 4 de que não foi provado que os proventos recebidos do Município de Espírito Santo do Pinhal são oriundos de aposentadoria. Com o recurso, a recorrente apresenta documentação complementar, suprindo as falhas apontadas pelas autoridades lançadora e julgadora. À f. 54, foi anexada Declaração do Município de Espírito Santo do Pinhal, atestando que o médico que emitiu o Laudo pertence ao quadro de servidores da prefeitura desde 1995. Ademais, comprova a condição de que recebe pensão do mesmo município desde 1978 (documentos de f. 56/59) . Desta forma, devem ser aceitos os documentos. Portanto, devese reconhecer o direito à isenção pleiteado pela recorrente, haja vista que foi feita prova neste processo. CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Fl. 83DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10435.900893/2009-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005
INDÉBITO DE ESTIMATIVA DE CSLL. POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO.
Restou pacificado que o pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, razão pela qual pode ser objeto de restituição ou compensação. Súmula CARF nº 84.
INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
A certeza e liquidez do crédito são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei, cabendo ao contribuinte o ônus de prova do indébito que busca utilizar. Assim, uma vez afastado o fundamento que não homologou o pleito da contribuinte, e a fim de não caracterizar supressão de instância, devem os autos retornar à DRF de origem para análise e suficiência do crédito requerido.
Numero da decisão: 1201-002.653
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para afastar o fundamento da negativa de homologação da PERDcomp e determinar o retorno dos autos à DRF de origem nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10435.900894/2009-20, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. Restou pacificado que o pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, razão pela qual pode ser objeto de restituição ou compensação. Súmula CARF nº 84. INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e liquidez do crédito são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei, cabendo ao contribuinte o ônus de prova do indébito que busca utilizar. Assim, uma vez afastado o fundamento que não homologou o pleito da contribuinte, e a fim de não caracterizar supressão de instância, devem os autos retornar à DRF de origem para análise e suficiência do crédito requerido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. 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Relatório Tratase de processo administrativo decorrente de DCOMP transmitida pelo contribuinte para fins de compensar pretenso crédito de estimativa de CSLL com débitos próprios. A Derat, por meio de despacho decisório, não homologou a compensação sob o argumento de que créditos de estimativas de IR e CSLL poderiam ser utilizados apenas na composição do Saldo Negativo do período, conforme previsto no art. 10 da IN SRF 600/2005. O contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade. Alega, em resumo, que: (i) o crédito é legítimo em face da apuração de prejuízo fiscal no período; (ii) não há base em lei que restringe a compensação; e (iii) os artigos 165 e 170 do CTN garantem o direito de compensar o indébito. A DRJ julgou a manifestação improcedente. Aduz que a pessoa jurídica tributada pelo lucro real que efetuar pagamento indevido ou a maior a titulo de estimativa mensal, nos termos da IN 600/2005, realmente somente poderá utilizar o valor pago na dedução do tributo devido ao final do período de apuração ou incluílo na composição do Saldo Negativo do período. A empresa interpôs recurso voluntário contra a decisão, reiterando os argumentos de defesa. É o relatório. Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, Relatora. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1201002.652, de 20/11/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10435.900894/2009 20, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1201002.652): Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10435.900893/200985 Acórdão n.º 1201002.653 S1C2T1 Fl. 3 3 "O recurso voluntário é tempestivo e atende os demais pressupostos de admissibilidade. Dele, portanto, conheço. A compensação objeto de análise não foi homologada em razão da fiscalização e a decisão recorrida entenderem que pagamentos a maior a título de estimativa não seriam passíveis de compensação, em razão de determinação expressa do artigo 10, da IN 600/2005. Ou seja, o montante pago de estimativa somente poderia ser deduzido do IRPJ devido ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo, não sendo autorizada a "compensação direta", ainda que a estimativa tenha sido recolhida de forma indevida ou a maior. Sobre o tema, vale assinalar que prevaleceu na jurisprudência o entendimento de que estimativas pagas a maior ou indevidamente qualificamse como verdadeiros indébitos na data do recolhimento. Nesse sentido dispõe a Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Cumpre invocar, ainda, os fundamentos do Acórdão da CSRF nº 9101002.003, de 08/06/2017, da lavra do i. Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, que ora transcrevo: Essa questão sobre a possibilidade de restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal foi objeto de longa controvérsia. Contudo, conforme mencionado acima, a matéria foi definitivamente solucionada pelo CARF, nos termos da Súmula CARF nº 84. Mas a questão que deve ser agora analisada é se o acórdão recorrido realmente admitiu uma inovação/mudança do direito creditório no curso do processo administrativo, caracterizadora de ilegalidade. Conforme o despacho de admissibilidade do recurso, contrariamente ao acórdão paradigma, o acórdão recorrido admitiu indiretamente tal situação na medida em que reconheceu a possibilidade de apuração de indébito de saldo negativo da IRPJ com base em Dcomp cujo direito creditório indicado foi pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal de IRPJ. Para o exame da alegada divergência, vale observar que não é incomum a ocorrência de processos em que pedidos de restituição/compensação de IR/fonte ou IRPJ/estimativa são examinados (inclusive pelas DRF e DRJ da Receita Federal) na ótica de sua repercussão Fl. 141DF CARF MF 4 no resultado final do período, como elementos que contribuem para a formação de saldo negativo. Isto porque tanto as retenções na fonte quanto as estimativas representam antecipações do devido ao final do período. Na sistemática da apuração anual, caso haja tributo devido no encerramento do ano, as antecipações se convertem em pagamento definitivo. Por outro lado, se houver prejuízo fiscal, ou ainda se as antecipações superarem o valor do tributo devido ao final do período, fica configurado o indébito, a ser restituído ou compensado (ainda que somente a partir do ajuste). Também é importante destacar que os recolhimentos a título de estimativa são referentes, no seu conjunto, a um mesmo período (anocalendário), e que embora a contribuinte tenha indicado como crédito a ser compensado nestes autos apenas a estimativa de dezembro/2004, e não o saldo negativo total do ano, o pagamento reivindicado como indébito corresponde ao mesmo período anual (2004) e ao mesmo tributo (IRPJ) do saldo negativo que seria restituível/compensável. Há que se considerar ainda que em muitos outros casos com contextos fáticos semelhantes ao presente, os contribuintes, na pretensão de melhor demonstrar a origem e a liquidez e certeza do indébito, indicavam como direito creditório o próprio pagamento (DARF) das estimativas que geravam o excedente anual, em vez de indicarem o saldo negativo constante da DIPJ. Tais considerações levam a perceber que a indicação do crédito como sendo uma das estimativas mensais (antecipação), e não o saldo negativo final, não pode ser obstáculo ao pleito da contribuinte. Nesse contexto, verificase que a decisão recorrida deve ser reformada, uma vez que foi motivada em entendimento já superado. Isso porque restou assentado que a indicação de direito creditório decorrente de estimativa, ao contrário do que afirma o despacho decisório, gera sim indébito passível de restituição ou compensação. Não obstante, em se tratando de compensação, a comprovação da liquidez e certeza do crédito constitui ônus da contribuinte, conforme interpretase do 170 do CTN, in verbis: “Artigo 170 A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.” Grifei. Nessa situação particular, a Recorrente apresentou como prova do crédito a sua DIPJ e Darf de recolhimento já em Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10435.900893/200985 Acórdão n.º 1201002.653 S1C2T1 Fl. 4 5 sede de manifestação de inconformidade, mas tais documentos nunca foram apreciados em razão do equivocado fundamento invocado para a negativa do pedido. Assim, uma vez afastado o fundamento que não homologou o pleito da contribuinte, e inclusive para não caracterizar supressão de instância, devem os autos retornar à DRF de origem para análise e suficiência do montante do crédito que foi requerido. Caso a Delegacia de origem constatar que houve pagamento indevido ou a maior, seja como excedente mensal disponível (estimativa), seja como excedente anual que engloba a estimativa (saldo negativo), e desde que este saldo não tenha sido utilizado em outros pedidos, a compensação deverá ser homologada no limite do crédito que assim for reconhecido. Conclusão Pelo exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO para afastar o fundamento da negativa da DCOMP, determinando o retorno dos autos à DRF de origem para análise do mérito do direito creditório. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário para afastar o fundamento da negativa de homologação da PERDcomp e determinar o retorno dos autos à DRF de origem nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 143DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.903339/2015-32
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2010
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte.
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.740
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2010 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. PIS Recorrente KEKO ACESSORIOS S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2010 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 33 39 /2 01 5- 32 Fl. 158DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, rejeitando as preliminares da defesa e não homologando as compensações apresentadas por não reconhecer o direito creditório postulado. O Despacho Decisório negou a homologação por considerar que o crédito informado no PER/DCOMP foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo remanescente para a compensação declarada, resultando na cobrança do valor consolidado correspondente aos débitos indevidamente compensados. Em manifestação de inconformidade alegou preliminarmente a Contribuinte que é legítima detentora de créditos apresentados para compensação originados de pagamentos realizados de maneira indevida e a maior, sendo que o despacho decisório impugnado deve ser declarado nulo em razão de: i)Ausência de fundamentação, resultando em desvio de finalidade na busca pela verdade material, uma vez que não foi diligenciado para aferição do crédito pleiteado e não intimou a Contribuinte a prestar informações; ii) É dever da Autoridade fiscal, por aplicação do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações ao Contribuinte, apreensão de documentos fiscais, diligências até a sede da Empresa, entre outros expedientes; iii) Não foi respeitado o contraditório, o devido processo legal e a ampla defesa. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 3 No mérito, alegou a Contribuinte que: iv) Deve ser possibilitada posterior juntada de documentos que comprovem as alegações trazidas em manifestação de inconformidade, em respeito ao princípio administrativo da verdade material, possibilitando a comprovação do direito creditório; v) É ilegal e inconstitucional a multa aplicada sobre o montante do tributo devido, devendo ser aplicados os princípios constitucionais do não confisco, razoabilidade e proporcionalidade; vi) O percentual de multa aplicado para o caso de descumprimento de obrigação principal, mesmo que expressamente previsto na legislação pertinente, deveria sempre guardar proporção com o valor da prestação tributária exigida, bem como adequarse e/ou assemelharse aos novos critérios de aplicação de multas estabelecidos para as relações contratuais que envolvem questões de direito privado. O Acórdão nº 02073.130 considerou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada face a ausência de comprovação de direito creditório líquido e certo. Regularmente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs tempestivamente o Recurso Voluntário ora em apreço, onde repisa os argumentos expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.721, de 24 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 11020.900604/201610, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.721): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Preliminares Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 4 A Recorrente alega preliminarmente que o despacho decisório é nulo por não ser fundamentado e ferir aos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, resultando em desvio de finalidade. Sem razão. Está correta a decisão recorrida ao concluir pela aplicação do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Com a detida análise dos autos é possível constatar que tanto o PERD/COMP, quanto a Manifestação de Inconformidade e o Recurso Voluntário, não estão instruídos com documentos passíveis de corroborar com as alegações da defesa. Ao invés de comprovar a certeza e liquidez ou, ainda, proceder à retificação da DCTF, demonstrando a suficiência do direito creditório para contrapor ao despacho decisório que não homologou a compensação, a Recorrente cingiuse em alegar a ausência das razões da não homologação, invocando os Princípios Constitucionais do Contraditório, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, atribuindo o ônus da prova à Autoridade Fazendária. Ao contrário do que alega a Recorrente, aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Neste sentido, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 3401003.907, acatando por unanimidade o voto do Conselheiro Relator Augusto Fiel Jorge D'Oliveira ao negar provimento ao Recurso Voluntário interposto no Processo Administrativo Fiscal nº 13832.000095/9970, conforme Ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 30/06/1992 ÔNUS DA PROVA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem do indeferimento de pedido de restituição/compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. Transcrevese abaixo parte do fundamento que embasou o respeitável voto do julgado acima citado: Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 5 Em se tratando de pedido de restituição combinado com pedido de compensação, é ônus do contribuinte provar que possui o direito de crédito e no montante por ele alegado, o que implica a guarda da documentação necessária para tanto não pelo prazo de 5 (cinco) anos da realização dos pagamentos, como pretende ver reconhecido o Recorrente, mas até o encerramento da discussão administrativa ou judicial em que pretende ver aquele direito de crédito reconhecido. Nesse sentido, vejam os dispositivos legais a seguir: CTN: "Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram". (grifos nossos) Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil): "Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados" . (grifos nossos) Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99): "Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 9º, §1º)". (grifos nossos) Neste caso, não se aplicam as hipóteses de nulidade previstas pelo artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972, uma vez que tanto o despacho decisório, quanto o acórdão recorrido estão motivados pela ausência de crédito suficiente para compensação com os débitos declarados. E não há que se falar em preterição do direito de defesa da Contribuinte. Portanto, afasto as preliminares invocadas no recurso em análise. Mérito Do Princípio da Verdade Material Fl. 162DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 6 A Recorrente invoca o Princípio da Verdade Material para alegar que deveria o Agente Fiscal apurar os fatos independentemente de suposições ou indícios, possibilitando à manifestante a posterior juntada de documentos para comprovar o direito creditório. Com efeito, a busca pela verdade material deve prevalecer, possibilitando ao Contribuinte apresentar todos os meios de provas necessários para comprovação de seu direito. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente não apresentou qualquer documento passível de comprovar o direito alegado, tampouco procedeu à Retificação da DCTF no prazo concedido para manifestação de inconformidade. O Artigo 37 da Lei nº 9.430/1996 prevê que "Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios". Reiterase a aplicação do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 3302005.292, proferido pela 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Tribuna Administrativo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA. INDEFERIMENTO. O direito creditório objeto de pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep será indeferido se o contribuinte não apresentar os documentos necessários a análise e confirmação do valor do crédito pleiteado/compensado. Para esse fim, o postulante deve apresentar à fiscalização, quando solicitado, os arquivos digitais e os documentos fiscais e contábeis necessários à comprovação dos créditos apropriados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 Fl. 163DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 7 CRÉDITO ESCRITURAL DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS. DEDUÇÃO, RESSARCIMENTO OU COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento de crédito decorrente do regime não cumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, seja sob a forma de dedução, compensação ou ressarcimento, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros moratórios. COMPENSAÇÃO DECLARADA. ANÁLISE ANTES DE COMPLETADO O PRAZO DE CINCO ANOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há homologação tácita da compensação declarada quando o contribuinte é cientificado do despacho decisório não homologatório da compensação antes de completado o prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da correspondente declaração de compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.. IMPRESCINDIBILIDADE DA NOVA PROVA. INDEFERIMENTO. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No âmbito do processo administrativo fiscal, a produção da prova pericial somente se justifica nos casos a análise da prova exige conhecimento técnico especializado. Por não atender tal condição, a apreciação de documentos contábeis e fiscais prescinde de realização de perícia técnica. 2. O indeferimento de pedido de diligência ou perícia não configura vício de nulidade da decisão de primeira instância, por cerceamento ao direito de defesa, nos casos em que a autoridade julgadora, fundamentadamente, demonstra que a produção da prova pericial e realização da diligência eram desnecessárias e prescindíveis para o deslinde da controvérsia. Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 8 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO NA FASE PROCEDIMENTAL DE FORMA DELIBERADA E INTENCIONAL. PRINCÍPIO DO NEMO AUDITUR PROPRIAM TURPITUDINEM ALLEGANS. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA NA FASE RECURSAL. NÃO CABIMENTO. Se no curso do procedimento fiscal, após ser intimada e reintimada a recorrente, de forma deliberada e como estratégia de defesa, omitese de apresentar os arquivos digitais e a documentação contábil e fiscal necessária à apuração da certeza e liquidez do crédito da Cofins pleiteado, a reabertura da instrução probatória na fase recursal, inequivocamente, implicaria clara afronta ao princípio jurídico de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (ou nemo auditur propriam turpitudinem allegans). DESPACHO DECISÓRIO PROFERIDO POR AUTORIDADE COMPETENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA INEXISTENTE. NULIDADE. IMPOSSIBILIDAE. Não é passível de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e que contenha todos os fundamentos fáticos e jurídicos suficientes para o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, em que formalizado pedido de ressarcimento de direito creditório, o ônus da prova recai sobre o contribuinte autor pedido. Recurso Voluntário Negado. Com isso, está correta a decisão de primeira instância. Da alegação de Inaplicabilidade da multa em face do Princípio Constitucional do Não Confisco e dos Princípios Administrativos da Razoabilidade e da Proporcionalidade. A Recorrente questiona a multa aplicada, alegando tratar se de penalidade confiscatória, ilegal e inconstitucional. Alega que: O valor lançado a título de multa, flagrantemente ilegal como a seguir demonstrarseá, é manifestamente excessivo, ferindo, desta maneira o princípio constitucional do não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 9 Neste contexto, é princípio básico que a pena, no caso a multa aplicada em face de infrações, não pode ultrapassar os estritos limites da lei – ou ainda, do direito como um todo valendo para o caso específico do direito tributário, a definição legal do tributo como insuscetível de servir como instrumento de penalização do contribuinte. (...) De outra banda, importa consignar que as obrigações acessórias, entre elas a multa, podem ter duas naturezas, sendo uma tributária e, neste caso, converterse em principal, e a outra de natureza punitiva, que, ipso jure, convertese também em principal. No primeiro caso, o que era princípio na legislação esparsa, convertese em mandamento constitucional e legal impeditivo da bitributação com a mesma base de cálculo, vedando o bis in idem a partir do mesmo fato gerador, expresso no art. 150, I da CF/88, antes focado. Ora ainda que tolerado durante a vigência da Constituição anterior e ainda que contrário ao princípio da tributação, o Código Tributário Nacional, como antes dito, mandava converter a obrigação acessória, qualquer que fosse sua natureza, administrativa ou punitiva, em obrigação principal. Contudo, a tolerância tinha origem na idéia de que a obrigação principal art. 113, 3º, do CTN surge com a ocorrência do fato gerador, e tinha por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também a penalidade pecuniária. (...) Assim, a multa em questão é totalmente inexigível, uma vez que fere explicitamente os princípios legais e constitucionais acima referidos, devendo ser reformado o acórdão recorrido também neste ponto. Ocorre que o artigo 61 da Lei nº 9.430/1996 é taxativo ao estabelecer a fixação de juros de mora e multa. Vejamos: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11020.903339/201532 Acórdão n.º 3402005.740 S3C4T2 Fl. 0 10 § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A multa aplicada atende ao limite de 20% (vinte por cento) estabelecido pelo § 2º acima transcrito. Portanto, não há que se alegar caráter confiscatório, tampouco ausência de razoabilidade e proporcionalidade. Por outro lado, incide a Súmula CARF nº 2, uma vez que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGO PROVIMENTO para manter na íntegra o acórdão recorrido." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 167DF CARF MF
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